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Full text of "Boletim das bibliothecas e archivos nacionaes"

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ftPl5M5' 


I 


Kumero  1— 8."  Aduo  Januiro  aUarço— i90í 


BOLETIM 


uiHírníO  1) 


PUBLICAÇÃO  OFFICIAL  TRIHENSAL 


COIMBRA 

lUPRENSA   DA   UNIVERSIDADE 

1Q07 


r 


BI6LI0THEGAS  E  ifiCHIYOS  NiCIOHAES 

Publicações  of&oiaes 

INVENTÁRIOS  DA  BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 

Secçáío  I  —  Historia  e  Geographia. 

Serie  !.•  (Duineraçao  preta)  —  !.•  parte.  Lisboa,  1889. 

— 2.«  parte.  Lisboa,  1889. 
Serie'  2."  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1895. 
Serie  3.'  (namcração  azul)  —  Lisboa,  1897. 


Secção  IV — ScicnciaB  civis  e  politicas. 

Serie  !.•  (numeração  preta) — Lisboa,  1897. 


Secção  X  —  Philologia  e  BcUas-Lottras. 

Serie  1.*  (numeração  preta)  —  Lisboa,  1890. 
Serie  2.*  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1893. 
Serie  3/  (numeração  azul)  —  Lisboa,  1894, 


Secção  XIIÍ — Manuscriptos  por  José  António  Moniz.  Lisboa,  1896. 

—  Collecção  Pombalina,  por  José  António  Moniz.  Lisboa 
1895,  completo. 


Inventario  do  Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  pelo  dr.  Eduardo  de  Cas- 
tro e  Almeida. 

Ilha  da  Madeira  1.** — Coimbra,  Imp.  da  Universidade,  1903. 

Relatório  acerca  da  Bibliotheoa  Nneionai  de  Lisboa  e  mais  estabeleci- 
mentos annexos,  dirigido  ao  Ex.">"  Sr.  Ministro  e  Sixrfturio  d'EBtHdo  dos 
Negócios  do  Keino,  no  l.*'  de  Janeiro  de  1844  por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Ban-cto  e  Noronha.  Tomo  I-Officio — Tomos  II,  III  e  IV  —  Appensos 
ao  officio.  Lisboa,  Typographia  Lusitana,  J844. 

Bibliotheea  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  Antoniana,  1895.  Lisboa,  1895- 


iLETIM 


riM 


\\m  lACIDIAES 


OFFICIAL 


Jineiro  i  iarço— 1907 


BOIjE1TI]ÍwíL 


un  i  Aiiciiivos  icioio 


o  d>  Sacntirla  Gtral  du  Biblíolhecu  o  Archiroi  Nacionui,  Ijuai. 
«r  J.  A.  CutdJo  Dranm,  Blliliulbecaiio  Uór  do  Heino. 
ifnifit  e  lafrtuãe  na  [mprcnu  di  UDÍ>«nid«d*. 


OS  senlQos  da  Bibliotbeu  Madona)  de  Llsboi 
no  primeiro  trimestre  de  1907 


"*  Senhor: — Vai  luctuo&amente  principiado  para 

Hcional  de  Lisboa  o  anno  1907,  —  e  é  com  ver< 

que  faço  neste  meu  Relatório  tal  declaraçZo. 

ee  nossos  desappareceram  no  primeiro  trimestre, 

morte. 

primeiro  a  deixar-nos  foi  o  servente  Manuel 

AIrará  de  12  de  Março  de  l!í06  intrára  para  o 
>,  depois  de  ter  exercido  durante  annos,  com 
apre  de  seus  superiores,  as  funcçSes  de  supra- 
icea  em  24  de  Janeiro. 

e,  fallecída  á  meíit-noite  de  4  para  5  de  Feve- 
laría  Gertrudes  Maria  Maxíma,  que  desímpenhava 
^elo  e  muito  acerto  o  officio  de  dobradeira  em 
a  que  dos  nossos  Inventários  nos  remette  a  Im- 
Braidade. 
Fevereiro  succumbíu  José  Angelo  de  Almeida 

por  longos  annos,  em  sua  modesta  situaçito  de 
nou  digno  da  nossa  consideraçUo  pelas  aptidSes 
a  desimpenhando  zelosamente  e  com  muitíssima 


■íTIH  l>AB  lllItLIOTllhCAS 


e  Contínuo -auxiliar,  tanto  nas  eeeçSes  dos 

na  doa  luaniiBcnptos. 

de  Fevereiro,  faltou-Dos  também  0  Pn- 
1  H^gino  Rninos  da  Silva,  —  que  era 
igo  no  quadro  buroi-ratico  da  Bibtiotlieca 

ue  nasceu  em  II  de  Janeiro  de  1H45,  e 
í  mocidade  exercera  a  inglória  mas  prea- 
itre  de  primeiraB-lettraa,  foi  nomeado,  em 
iW,  Continuo  supranumerário  da  Biblio- 
irá  que  llio  passou  o  Conservador  António 
amente  investido  nas  func^Ses  de  Bibtio- 
lendo  (bSo  do  Alvjirá  palavras  textuaee) 
e  appiicaçiío  bibliofírapliica  do  empregado 
ttygino  Ramos  da  Silva,  que  ha  dez  annoa 
i  de  Contínuo  da  2.'  Repartiçíto,  de  Ama- 
?  de  Escripturario  doe  Catalogoai. 
de  1884  Francisco  Caaassa,  Conservador 
scriptos  e  Antiguidades  (também  servindo 
de  Bibliotheeario-Mór),  nomeou  para  O 
bliotiieca  {no  quadro  effectivo)  o  referido 
itten^ão  fpalavras  textuaes  do  Alvará)  ao 
am  que  tem  servido  nesta  RepartiçSo  ha 
itínuo  supranumerário». 
de  29  de  Dezembro  de  1887  que  o  labo- 
u  intrar  para  o  quadro  efTeetivo  dos  €on- 
jcado  como  Contínuo  de  1  *  classe, 
umptos  bibltograpliicos,  Ramos  da  Silva 
eu  espolio  domestico  um  curioso  maniis- 
}  longos  annos  traballiava,  —  repertório 
í  portugiiezes  que  anonymamente  publi- 
b  pseudonymos,  ou  apenas  com  as  inicíaes 

os  qiifitro  funoeionarios  fallecidos,  deixo 
a  todos  elles  a  niinba  sincera  saudade. 


uitros  assumptos,  começarei  por  lembrar 
va  fora  de  propósito,  como  se  vai  ver), 

que  em  Lisboa  se  está  dando  á  estampa 
mensal,  publicada  sob  o  titulo  Serdes, — 

sj  recebem  na  Bíbliotheca,  para  garantia 
.1,  dois  exemplares. 


E  AltCHlVOS  NACIONAKS 


D'e88a  revieta  o  fascículo  que  ultimamente  Bahiu  a  lume 
(Fevereiro  de  1907)  inclue  um  curioso  estudo  eacripto  pelo  Sr. 
António  Francisco  Barata  (antigo  funccionario  da  Bíbliotheca 
Pdblica  de  Évora),- — curioso  estudo  a  que  seu  auctor  poz  título 
de  Évora  antiga — JaneUaa  dos  séculos  xvi  e  xvii  (artigo  acom- 
panhado por  Iti  vistas,  reproduzidas  em  pho to- gravura). 

E  coro  esse  estudo  abrange  também  o  fascículo,  entre  outras 
espécies,  a  terminação  da  substanciosa  memoria  que  em  fasciculos 
antecedentes  começou  a  imprimir-se,  firmada  pelo  escriptor  J. 
Pereira  de  Sampaio  (Bruno),  e  subordinada  &  epigraphe  —  A 
Bíbliotheca  Pública  ão  Potio, 

Em  tal  memoria  (il)ustrada  por  beJIas  pbo to  gravuras)  faz  o 
anctor  com  muito  elogio  merecida  referencia  aos  serviços  pres- 
tados naqueile  instituto  pelo  seu  erudito  Bibliotliecario,  Br.  An- 
tónio Augusto  da  Rocha  Peixoto. 

Entre  os  serviços  citados  avulta  o  de  ter  conseguido  que 
affluam  á  Biblíothuca  do  Porto  numerosos  productos  das  tjpo- 
grapbias  portuguesas,  por  ellas  remettidos. 

Isso  me  induz  a  rogar  de  V.  Ex.*  no  mesmo  sentido  valiosa 
intervençXo  em  prol  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa. 

A  obrigaçJlo  legal  que  incumbe  As  typographias,  tithographÍAs, 
e  officinas  congéneres,  de  nos  inviarem  um  exemplar  de  todos 
os  productos  (todos,  sem  excepçílo)  com  que  sahirem  á  luz,,  está 
hoje  infelizmente  sendo,  por  desmazelo  imperdoável  dos  respe- 
ctivos donos  ou  administradores,  «letlra  raoitai,  —  pois  que  ra- 
risBÍmas  se  podem  contar  as  ofBcinas  que  tal  dever  capricham 
em  cumprir. 

Officiosamente  me  fenbo  por  vezes  dirigido  a  alguns  dos 
delinquentes,  —  ofiiciosamente  porque  tal  attribuiçSo  official  me 
nSo  compete, —  e,  com  grande  pezar  meu,  me  tenho  sempre 
visto  desattendido  nas  minhas  ofliciosas  solicitações. 

Debalde  exgottou  egualmente  meios  suasórios,  com  o  pro- 
fundo interesse  que  lhe  inspira  o  ingrandeci mento  da  Bibliotbeca 
Nacional  de  Lisboa,  o  Ex.""  Inspector  das  Bibliothecas  e  Ar- 
chivoB  Nacíonacs,  no  tt-mpo  em  que,  por  impedimento  de  V.  Ex.', 
esteve  desimpenhando  as  funcçSes  interinas  de  Bibliothecario- 
Mór  do  Reino.  Debalde  se  impenhou  o  Sr.  Gabriel  Pereira  no 
seu  conciliatório  propósito,  porque  também  não  logrou  ver  co- 
roadas de  bom  êxito  as  suas  reclamações. 

A  V.  Ex,",  pois,  commiinico  este  facto, — fazendo  votos  por 
qne  V.   Ex.*  alcance,   em  augmento  das  nossas  collecQSes,   o 


ILIOTHECAS 


relevantiesimo  beneficio  que 
heca  Nacional  de  Lisboa. 

Seio,  —  que  por  natural  conae- 
1  brevisBÍmo  tempo,  o  espaço 
lecies  recebidas,  —  terá  sem 
tade  que  attender  ás  minhas 

atorioa  precedentes  me  tem 
modo  e  com  que  rapidez  pro- 
0  para  conveniente  arrumação 


a  de  que 
ver-se-hia  o  Governo  de  Sua 
de  nos  acudir,  ampliando  os 

affluencia  de  espécies,  com 
içadissimos  se  nos  n?lo  fôsse 
ia  inatallaçSes  para  a  hypo- 
irem  rigorosamente  a  lei,  — 
HoB  nos  incontrãmoB  já-'gora, 
I  lapso  nos  faltarão  completa- 
contrário  affirmasae,  mentiria 
lovellas  de  cavallaria),  —  poia 

para  outra,  on  esvaslar  pra- 
>s  para  o  chão,  não  represen- 
problema;  poderiam  por  esse 
ir-ae  pbantasmagoncaa  appa- 


1  ao  2."  trimestre  de  1906, 
ticas  e  mui  louváveis  que  pela 
tjnham  sido  postas  em  acção, 
mtoB  destínadoB  á  Bibliotheca 
atir  o  que  então  relatei. 
tar  agora,  como  appendice,  a 
uida  ás  occorrenciaB  no  men- 
ísso,  peço  licença  para  aqui 
que  sob  o  titulo  « Btbliotbecaa 
eít  mui  judicioaamente  deu  a 
!o  Commercio  (Lisboa,  22  de 


B  ABCHIVOS  KACIOHABS 


istiaoto  publicista,  constante  frequentador  do  nosso 
^or  esse  facto,  mui  conhecedor  de  suas  necessidades : 

>r  em  breves  dias  entregue  ao  governo  a  representaçSo 
a  Real  das  Scienciaa  relativa  ás  urgentes  providen- 
lecessitam  o  noaso  Ãrchivo  Nacional,  principalmente, 
9Ca  Nacional  de  Lisboa». 

úa,  refuríodo-ee  especialmente  á  Bibtiotbeca  Nacional: 

[o  tem  uma  sala  de  leitura  stifficien  te  mente  espaçosa 
.  nilo  tem  onde  realizar  exposiçiJes  bibtiograpbicas  e 
:a8,  tendo-as  feito  em  corredores  por  nSo  baver  salas 
;  nfto  tem  acommodaçSes  convenientes  para  as  suas 
burocráticas;  nXo  tem  acommodaçSes  para  os  livros, 
utras  pubticaçSea  que  nnnualmente  ali  entram  aos 
lo  tem  um  compartimento  próprio  para  um  guarda 

)viar  a  esta  situaçito  precária  da  primeira  bibliotbeca 
os  alvitres  se  teem  apresentado,  entre  outros  a  acqui- 
te  do  mesmo  edifício  onde  está  ínstallado  o  governo 
'olongamento  do  edifício,  em  construcçSes  económicas 
iB,  para  o  lado  sul  e  poente.  Qualquer  d'estas  me- 
ipalmente  a  segunda,  satisfaria  as  justas  aspirações 
interessam  por  essa  tSo  alta  funcçSo  intellectuai  do 
iblico  illustrado,  que  a  essas  superiores  manifestações 
nacional  desejam  ver  de  preferencia  attraidsB  as 
i8  poderes  constituídos.  Basla  percorrer  as  principaes 
Europa  para  ver  o  particular  cuidado  e  carinbo  que 
ecido  aos  governos  os  edifícios  destinados  á  instrucçSo 
I  paiz*. 

to  articulista,  que  subscreve  suas  reãexSes  cora  o 
tCaro*,  passa  flepois  a  occupar-se  do  Real  Archivo 
<  Tombo,  e  termina  por  estas  palavras : 

tal  dos  arcbivos  e  bibliothecas  anda  nHo  só  mal  pago, 
Imente  pago,  n&o  faiando  naquelle  que  anda  desviado 
iços,  por  mil  e  um  processos  da  nossa  emaranhada 
lo.  De  maneira  que  os  que  trabalham  acham-se  sem 
im  futuro,  sem  recompensa  condigna,  equiparados  ou 
inferior  os  que  trabalham,  em  relação  aos  que  abau- 


BOLernu  DAS  UIDLIOfHKCAS 


E  ARCHIVOS  NACIONAKS 


SaapendeDdo  por  agora  o  desínToivimento  de  minhas  refle- 
zSeB  sobre  o  assumpto,  —  passo  a  intrar  na  enumeração  dos 
brindes  mais  notáveis  com  que  a  Biblíotheca  Macional  foi  no 
trimestre  corrente  regalada. 

Por  intermédio  do  Ministério  doa  Negócios  do  Reino,  recebi  o 

Elogio  histórico  de  Don  António  Jo»é  Cav 
pw  la  Real  Socieãad  Económica  de  Valência  e 
Su  auior  Jogé  Pizcueta.  (Madrid  —  1906). 

Constítue  reimpressão  executada  a  expensí 
de  Cõrrageria;  e  a  esse  illustre  titular  devemos  A 

De  Argel  vieram-me  ofFerecidaa  por  seu  au< 
quioso  intermédio  do  Secretario  Geral  do  15." 
nacional  de  Medicina,  as  duas  seguintes  pubiicf 

VHittérié  de  Sainte  Thêrèse  par  le  D^  Ro 
1902). 

Vérificnlion  des  miracles — La  Salette — La 
ze$.  Par  le  DocieuT  Rouhy.  {Alger —  1903). 

Ao  Sr.  Commendador  António  Padula, — Im 
litauo  que  em  várias  publicações  tem  frequente: 
seu  amor  pelo  nosso  paiz  e  pelas  nossas  lettras. 
sivamente  em  prol  do  seu  impc.nho  a  Socieíà  < 
— deveu  a  nossa  Bibliolheca  ofTerta  do  Discurso  < 
Internacional  de  Sciencias  Historieis,  realizac 
quatro  annos,  elle  teve  ensejo  de  pronunciar.  Ii 

H  Portogallo  nella  Storia  delia  Ctoiltà.  (Na 

Por  amável  interven^So  do  Sr.  D.  Luiz  Mo 
Bibliotheca  Nacional  de  Sant'Iago  do  Chile)  —  i 
permutas  internacionnes — ^recebi  etn  Janeiro  qu 
obras  quasi  todas  referentes  a  assumptos  da  ac 
lena,  quer  no  ramo  judicial,  quer  no  aduaneiri 
mercial,  quer  no  sanilano,  quer  linalmente  n 
pública  ou  inclusivamente  no  campo  histórico. 

Poucos  dias  depois,  e  ainda  no  mesmo  Janeir 
me  chegou  de  cinco  volumes,  inviados  pelo  Sr,  i 
em  que  se  tratam  assumptos  de  estatística,  econ 
tiva,  corographia,  e  etimologia. 

Dos  Estados  Unidos  da  America  pleonastico 
intermédio  do  Instituto  SmithsoDÍano,  continuai 


BOT.KIIM  DAS  BIBLIOTnECAS 


rolumes  de  preciosas  j; 
bre  todos  os  ramos  d 
proficiência  que  notavt 
cente  Republica  Amet 

jemos,  Senador  brazilt 
ordia  do  Pará,  veiu-no 
smoriam  (Belém — 19( 
cavalheiro  em  celebra^ 
do  Pará  D.  Frei  Caetai 

o  retrato  do  Bispo  (t 
le  um  Crucifixo  que  f 
ante  o  qual  (segundo 
preces  mais  fervorosaí 
ice,  logo  em  seguida  s 

asBÍm  concebida : 
s;anizar  peio  sr.  Senad 

de  caridade  Santa  Caf 
para  hb  festas  do  cur 
nd&o,  a  celebrarem-se 

voliime  a  seguinte  m 

Caetano,  o  seu  Testa 
aauguraçlto  do  hospita! 
nos,  a  introducçSo  de 
ibSos  e  expostos  do  st 
le  Pio  Vil,  referente  a 
tos  interessantes  e  ain 


livro  nos  veiu  tambei 
memorativa  mandada  < 

cunhada  em  metal-br 
diâmetro  O™, 050,  —  mi 
I  da  Bibliolheca,  e  já 
•r.  Leite  de  Vasconcell 

Numismática. 

meio-corpo  a  figura 
a  legenda  (em  caract< 

o  da  morte  ãe  D,  F; 
spo  do  Para  (síc)  •  1 


B  ABCHIVOS  NACIONAES 


nostra-noB   a   fachada   do   antigo   hospital    e   a 
e  actualoieate  fuocciona  o  piedoBO  instituto  com 
da  (egualmente  em  caracteres  majneculoB): 
de  Misericórdia  do  Para  (sic)  ao  Fundador  do 
hor  Bom  Jesva  doa  Pobre»  em  1785. 

0  reverso  destacam-se  três  cédulas,  em  que  ae 
ite 

ital 

ai 

Dezembro  1905. 

do  Rio-ãe-Janeiro,  e  offereeido  pelo  sen  auctor, 

o 

Tackygraphia  por  Amaro  Albuquerque  —  2,' 
ida.  (Fortaleza  — 1905). 

rticularidades  que  notabilizam  esse  livro,  men- 
instancia  de  virem  nelle  tachygraphieamente  re- 
a  modelos  e  exercícios  da  respectiva  leitura) 
os  discursos,  e  outrosim  pelo  mesmo  processo 
esias  dos  illustres  brazileiros  Dr.  Costa  Noto  e 
ilella. 

Manuel  Cicero,  erudito  Director  da  Bibliotbeca 
lo -de- Janeiro,  continuam  vÍsitando-me  brindes 
obremaoeira  importantes,  destacando-se  entre 
jSea  relativas  áquelle  estabelecimento. 
ia  Bibliothsca  Nacional  do  Rio  de  Janeiro,  que 
erito  deram  á  luz  seu  Vol.  XXVII,  constituem 
10  sen  género  um  repositório  monumental. 

3a  Pública  Pelotense,  florescente  instituto  fundado 

1  Grande  do  Sul  por  iniciativa  particular,  tive  o 
>r  o  Vol.  u  dos  neus  interessantíssimos  Ânnae$ 
),  —  publícaçíto  que,  álêm  dos  factos  exclusiva- 
los  com  a  Bibliotbeca,  abrange  curiosas  informa- 
oação,  curiosos  relatórios  e  curiosas  conferencias 
umptos  de  natureza  scientifica. 

imendador  Jofto  Joaquim  Salgado,  nosso  Cônsul 
■Janeiro,  tive  occasiJlo  de  mencionar  o  nome  no 
itecedente.  Volto  neste  a  repetir-lh'o,  arcliívando 
i  o  prestimoso  funccíonario  me  veiu  pessoalmente 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


uaodo  me  trouxe  para  a  Bibliotheca  oito  espécies  da 

íi  brazileira  (seis  de  cobre,  e  duas  de  prata^. 

8  indico: 

a  commemorativa  do  «Oumbate  naval  de  Ríachueloi: 

de  20  réis  {1869)— 2  exemplares; 

s  20  réis  (1895); 

j  20  réifl  (1904); 

j  40  réis  (1897); 

)  500  réis  (1906); 

i  l:00aréia  (1906). 

luas  últimas  intraram  na  cireulaç&o  (segundo  me  infor- 

Commendador  Salgado)  em  1  de  Janeiro  do  corrente 


ido  officialmente  pela  Imprensa  Nacional  do  Estadc 
'ortugueza,  recebi  um  exemplar  das 
çJSeê  indianas  de  Cintra — Nótulas  de  aràieologia  his- 
HiograpAia  acerca  doe  templos  hindus  de  Somnáth-Pa- 
hantapor  J.  Herculano  de  Moura,  (Nova  Goa —  1 906). 
irtancia  do  assumpto,  e  os  altos  créditos  que  Justa- 
fruRta  o  auctor  do  livro,  dispensam-me  de  reflexSes 
acrescentar. 

aa  notarei  que  a  célebre  estela  indiana,  de  que  Jajme 
presentou  gravada  a  inscripçXo  nas  suas  Traveú  in 
London  — 1795)  com  a  respectiva  interpretação  defi- 
e  proposta  por  Carlos  Wilkins, —  interpretação  que  c 
de  Juromenha  trasladou  em  portuguez  no  seu  livro 
tureeca  (Lisboa  — 1838), — vem  agora  estudada  pelo 
ano  de  Moui'a,  e  acompanhada  a  respectiva  inscripçSo 
)or  traducç^  em  guzeratbe  (devida  ao  pandita  de  Dia 
^)  e  por  versSo  em  portuguez  (calcada  pelo  Sr.  Moura 
rs5o  guzeratbe). 

Xavier  de  Carvalho,  nosso  illustre  compatriota,— 
aris  fundou  sob  o  alto  patrocínio  de  Sua  Majestade 
'ociêté  des  Êtuães  Portugaises,  instituto  no  qual  occups 
i  Secretario  Geral,  — recebeu  a  Bibliotheca  Nacional 
a  collecçlo  dos  quatro  números  já  publicados  da 
de  la  Société  des  Etudes  Portugaises. 

quatro  números  se  evidenciam  os  louváveis  esforijoE 
redita  Sociedade  tem  constantemente  impregado  eu 
propaganda  afavor  do  nosso  paiz. 


t  AU<;HtVOS  KÃCIOUÁKS 


Da  Real  Officina  de  S.  José  (do  Porto)  amaTelmente  ren 
tído,  e  na  respectiva  typograpliía  impresso,  recebeu-se  o 

Bosquejo  histórico  da  fundado  e  desenvolvimento  do  h 
ColUgio  de  Nossa  Senhora  da  Graça  dos  Meninos  Orphãos, 
Porto,  pelo  Padre  F.  J.  Patrício.  (Poito  — 1907). 

Acerca  d'e3te  formoso  opúsculo,  que  vem  adornado  eon 
retrato  do  Padre  Balthazar  Guedes  (fundador  do  Collegio),  afí 
ra-se-me  dispensável  prolixidade  tecer  encómios,  depois 
saber-ae  qae  é  sen  aactor  o  Rev.  Francisco  José  Pstricio,  gli! 
brilhante  do  palpito  portuguez. 

Do  Porto  nos  inviou  também  o  Sr,  Conselheiro  José  Fort 
por  elie  escriptas,  e  todas  ellas  ornamentadas  com  estampas,  I 
memorias  muito  interessantes: 

Necropole  Lusitano-Romana  da  Lomba  fConcdho  de  Ai 
ranU).  (Porto— 1906). 

La  SépuUwe  de  Q-tinta  da  Âgtia  Branca  prés  Porto  (F 
tagal)"-(Age  ãu  cuivre).  (Mâcon — -1906). 

La  tpircde  préhistorique  et  autres  signe»  graves  sur  pierrt 
Êtude  sur  les  relationt  antékistoriques  de  VIbérie  avec  Vlrlar, 
(Mâcon  — 1907). 

Pelo  Sr.  Dr.  Maximiano  Lemos  chegou-nos  offerecido 
livro  de  valia  mui  singular,  —  livro  a  que  o  illustre  médico  f 
tuense  poz  o  titulo  seguinte: 

Âmato  Lusitano  —  A  sua  vida  e  a  sua  obra,  (Porto  —  líM 
Regosijo  me  por  ver  nesse  livro  confirmada  (o  que  aliils 
escriptos  dos  médicos  fraucezes  é  muito  vulgar)  aquella  sente 
deveras  conceitucsa  do  nosso  António  Ferreira: 

(Não  fazem  damno  as  Musas  aos  Doutores; 
Antes  ajuda  a  suas  lettras  dSoi. 

Entre  os  oSerentes  do  Porto  figura  egualmente  um  poet; 
o  Sr.  A.  Moreira  Lopes  —  que  sahíu  ao  terreiro  com  a  segui 
producçSo : 

Alma  Sonora  (Sonetos  e  cançlfes).  (Porto  — 1907). 

Formosos  s&o  os  versos  d'esBe  volume ;  e  precede-os  t 
Carta  do  Sr.  Dr.  Theopliilo  Braga  ácSrca  do  auctor. 


Em  seguida  i 

Breve  refutação  ao  livro  do  sr.  BazUio  Telles  iDo  Ultima 


IAS  BIBLIOTHKCAâ 


relativa  d  revolta  militar  por  Joõú 
Menezes  (EtUHo  coronel  ã'infanteria 

mpto  86  relaciona  com  factos  palpi- 
temporanea,  veiu  o  auctor  pesaoal- 
ares  com  destino  á  Bibliotheca  Na- 


d'E)ça,  Professor  da  nosBa  Escola 
liar  da  seguinte  communicaçSo  que 
le  teve  ensejo  de  ler  perante  o  Club 

»  no   atreito  da  guen-a  mariiima. 


Ferreira  da  Fonseca  fíquei  devendo 
t  offerta  de  dois  exemplares  de  om 
elegantemente  redigido,  e  relativo  a 
I  do  século  XIX.  Intitula-ae  : 
Apontamentos  para  a  sua  biograpkia, 

i  inriquecida  com  o  retrato  (em  pho- 
iho  e  nJto  menos  insigne  diploinatista. 

I  de  MagalbKee  Sepúlveda  prosegue 
mas  patriótica  tarefa  de  escrever  e 
e  potUica  do  Exercito  Poi-tugtiês. 
:açSo  nos  oâereceu  elle  recentemente 
iboa  — 1906). 

aniel  Oelasio  Dalgado,  que  tivemos 
o  15."  Congresso  Internacional  de 
*e8poiidente  du  nossa  Academia  Real 
iriosa  memoria,  sobremodo  ciinoaa, 
eguinte : 

■i  la  Doctrine  du  Docteur  Bratã  sur 
cdle  de  VÂbbé  de  Faria  sur  le  Som- 

documentalmente  o  auctor  contra  o 
snda  minguar  e  até  lançar  no  esque- 
noBSO  compatriota  na  iniciativa  dos 


Ê  AKCHIVOS  NACIOKAÊS  l7 


Ao  Dr.  Dalgado,  que  é  também  um  illustre  compatriota 
nossO;  na  índia  nascido,  e  mui  digno  irmão  de  Monsenhor  Se- 
bastião Rodolpho  Dalgado  (que  em  1905  publicou  em  Lisboa  o 
Diccionario  Portuguez-Komkaní),  tive  gostosamente  occasiSo  de 
me  referir  no  meu  Relatório  concernente  ao  terceiro  trimestre 
de  1906,  —  e  mais  adeante  hei  de  novamente  referir  me  no  de- 
curso do  Relatório  actual. 

Pelo  Sr.  Dr.  Francisco  Marques  de  Sousa  Viterbo, — a  quem 
pertinaz  doença  não  consegue  arrefecer  os  enthusiasmos  littera- 
rios, — vieram  me  remettidas  mais  três  publicações,  interessantes 
sempre  como  interessantes  cumpre  considerar  todas  aquellas  a 
que  o  indefesso  trabalhador  vincula  o  seu  nome. 

Começarei  poj*  mencionar  a  que  tem  por  titulo: 

Jayme  de  la  Té  y  Sagau.  (S.  I.  n.  d.). 

Entre  as  obras  que  doesse  compositor  de  musica  nos  cita  o 
Sr.  Dr.  Viterbo,  vem  apontada  uma  espécie,  de  que  elle  nos  diz 
existir  exemplar  na  Bibliotheca  Nacional  do  Rio-de-Janeiro.  Tal 
espécie,  bibliographicaraente  rarissinia,  intitula-se  em  castelhano 
La  comedia  El  poder  de  la  Armonia,  fiesta  de  zarzvela,  que  a 
los  fdices  afios  dei  Rey  Nuestro  Setlor  Don  Juan  V.  Se  represento 
en  su  Real  Palácio  el  dia  22.  de  Octubre  de  1713,  —  e  d'ella 
existe  egualmente  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  um  precioso 
exemplar,  pelo  qual  se  me  proporcionou  em  tempos  o  ensejo  de 
fazer  lhe  larga  descripção  no  meu  livro  Impressdes  Deslande- 
sianas. 

Na  comedia  El  poder  de  la  Armonia,  cuja  musica  foi  escripta 
pelo  barcelonez  La  Té  y  Sagau,  a  lettra  pertence  a  Luiz  Calísto 
de  Acosta  y  Faria, — sendo  muito  para  notar  que  introu  na  res- 
pectiva representação  (como  consta  do  próprio  folheto),  junta- 
mente com  várias  Damas  da  corte,  a  Infanta  D.  Francisca  (irman 
â'£l-Rei  D.  João  V),  muitissiraos  annos  antes  de  haver  appare- 
cido  no  palco  de  Versailles  a  incantadora  figurinha  de  Mari'- 
Antonieta. 

As  outras  duas  publicações,  com  que  o  Sr.  Dr.  Sousa  Viterbo 
nos  obsequiou,  intitulam-se: 

Os  Mestres  da  Capella  Real  nos  reinados  de  D,  João  III  e 
D.  Sebastião,  (Lisboa  — 1906). 

(D'este  curioso  estudo,  publicado  primeiramente  no  Archivo 
Histórico  Portuguez,  fez-se  uma  separada  estampagem  de  vinte 
% 


n 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


e  nm  exempiaree  numerados;  e  foi  com  o  exemplar  M.°  12  que 
a  Bibliotheca  Nacional  ficou  pelo  auctor  contemplada). 

Cruzeiro»  de  Portugal,  Contribuições  para  o  seu  catalogo 
deseriptivo=^  Segunda  seri».  (Lisboa — 1907). 

(Esta  (segunda  seriei,  que  viu  originariamente  a  luz  pública 
no  BoUtim  da  Real  Associação  dos  Archiltctos  e  Arcneologot 
Portuguezes,  vem  (á  similhança  da  «primeira  serie*  em  tempos 
impressa)  adornada  com  estampas). 

Do  Sr.  Dr.  José  Leite  de  Vasconcellos  a  quem  dõvemos 
sempre  a  ofTerta  da  Revista  Ltiaitana  e  d'0  Archeologo  Portu- 
gu£si  ultimamente  recebi  duas  publicaçSee,  cuja  importância  me 
parece  muito  ocioso  especificar,  visto  serem  eJlas  obra  de  sua 
lavra. 

£is  os  seus  títulos: 

Migalhas  etknologicas  a  propósito  dos  seis  primeiros  fasdeuloê 
da  *Portitgaliat.  (Lisboa  — 1907). 

(Constitue  esse  opusi^ulo  uma  i separata»  de  trabalhos  primi- 
tivamente incluídos  no  Vol.  xi  à'0  Archeologo  Português). 

O  Livro  de  Esopo  —  Fahulario  português  medieveã  publicado 
confomte  a  um  manuscripto  do  secula  sv  existente  na  BMiotheca 
Palatina  de  Vienna  d' Áustria.  (Lisboa — 1906). 

Tal  (fabulario»,  profusamente  commentado  pelo  Sr.  Dr.  Vas- 
concellos, sppareceu  primeiro  em  trechos  interpolados  nos  Vols. 
vni  e  IX  da  Revista  Lusitana;  e  vem  acompanhado  com  a  repro- 
ducçSo  fac-eimile  de  alguns  pedaços  do  manuscripto. 

Para  o  Sr,  Dr.  Leite  de  Vasconcellos  poder  commodamente 
proceder  aos  seus  estudos,  e  accedenclo  ás  instamias  do  illustre 
Conservador,  o  Consellio  Administrativo  das  Bibhothecas  e  Ar- 
chivoB  Nacionaes  approvon  em  1902  que  pela  dotaçilo  da  Biblio- 
theca Nacional  de  Lisboa  se  mandasse  lirar  em  Vienna  d'AuBtria 
uma  ctJpia  photographica  do  manusciipto.  Essa  cópia,  cuja  im- 
portância andou  appioximadameiíte  por  60^000  réis,  ficou  per- 
tencendo (como  era  natural)  á  nossa  Bibliotheca. 

A  minha  pena,  porém,  a  minha  máxima  pena,  é  que  o  Sr. 
Dr.  Leite  de  Vasconcellos,  em  vez  de  publicar  aquelle  seu  tra- 
balho nas  paginas  d' O  Archeologo  Português,  nSo  preferisse  o 
nosso  Boletim,  —  o  Boletim  das  BibUofhecis  e  Archivoi  Nacio- 
naes, que  eu  gostaria  de  ver  sempre  cullaborado  pelos  fiinccio- 
oarios  todos  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  do  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo,  e  das  outras  Bibliothecas  a  V.  Ex.'  subor- 


lidade  d'69BeB  AinccionarioB' 
le  aband"tiítdo,  triatemeste 


Certas  se  dignam  beneficiar 
corre-me  o  dever  de  nXo 
sob  o  titulo  de  Assistência 
stade  a  Senhora  D.  Maria 
-inho  e  nZo  menoa  singular 

tuto  a  publicaçUo  de  nm 
luggestiva  denominaçIU)  de 
raciosamente  offerecído. 

leodesícoB  e  Topographicoa 
iotheca  (em  prosegni mento 
ipre  nos  tem  brindado)  a 
•ta  de  Portugal*  na  escala 
:hograpliada  que  já  figura 

Ho  de  obra  tSo  importante, 
ra  a  elevada  competência 


^al  e  a  Hespanba  um  «tra- 
umático se  originou  a  for- 
itituida  por  ofBcíaes  portu- 
Commisaão  de  limites  com 
Sr.  Conselheiro  Francisco 

liosamente  offerecído  agora 
nmísBSo  deu  à  pnblicidade: 
'ca  do»  limites  de  fronteira, 
O  deve  abranger  os  terri- 
>  até  á  confluência  do  Caia 

}u  s  publicação  da  impor- 

lithographtda  a  zona  dos 

!  Bndnjoz,  e  abrange  5  kí- 

nteira. 

ue  a  mencionada  Folha  22, 

ente  do  brinde,  a  Folha  21, 


RC11IV03  MAllONABS 


duas  piiblicaçSea  mandei  vir  de  França, 
ggestivoB  tituloR  baatftm  para  as  recom- 


imeil  Ittcide  ou  Êtuãe  de  la  Nature  de 
Faria,  Brakmine,  Docteur  en  Théologie 
bre  de  la  Société  Mêdicnle  de  MaraetUe, 
tophie  à  V  Université  de  France,  etc.  — 
n  de  1819.  Préface  et  introdaction  par 
Paris  — 1906), 
de  1'Abhé  de  Faria.  EatplvxUion  de  ío 
úteau  d'If  dans  le  roman  Monte- Orieto—r 
'.B  documenfs  hisloríques  et  Itttéraires,  avec 
'ampes.  Par  le  D''  O.  G.  Dalgado.  (Pari? 

iiiniinciadas  no  frontispicio  da  obra,  silo 
niile)  de  duas  caricaturas  executadas  em 
1813,  e  a  outra  em  1816)  por  industria 
ndiam  ridiculizar,  pondo-lhe  a  tacha  de 
íFudito  José  Custodio  de  Faria,  precursor 
tos  recentemente  procuram  devassar  os 
e  da  suggeatHo. 

o  biogiapho  no  Cap.  i  da  sua  Memoria), 
doclrine  de  la  suggeítion  en  hypnotiame, 
ugaig  le»  plua  connus  et  les  plus  estimes 
\t  ecieníijiqtie  d'auJQurd'huit, 

iSciencias  Philosophicas»,  comprei 

Tl  by  Alfreã  C.  Haldon.  (Edinburgh  — 

muitiasimo  interessantes  eob  o 


i  publicação  já  principiou  sem  todavia  ter 
contrei  annunciada,  que  me  pareceu  con- 
%  Bibliotheca, — ^e  d'essa  posso  já  effeçtí- 
estudioBOs  os  dois  primeiros  tomos.  E  a 
I  (aliÃB,  impressa  em  Mncon)  escripta  por 
dssor  de  Historia  da  Lingua  Francezana 


3  Françatte  des  originet  à  1900, 


Picquet 


li  Fra$s( 


rados,  ei 
tentada  i 


are  —  «Si 
m  — 19( 


:õsto  de 
mente  r 


?ea  que 
^r  adquíi 
,nte  e  qii 
ovos  da 


ndos  ani 
ca  dtl  11 
Te  ãe  n 

lo  pelo  r 
ille  com 


E  AKCII1V03  NACIONAEB 


1  Baiida^So  festiva  o  Rev,  P,  Fidel  Fita  y  Co- 
)  de  reputação  universal. 

pa  Ibérica  Ante-Romana  se  occupam  nos  seus 
1  dois  académicos,  —  accrescendo  porém  que  no 

succeder  ao  fallecido  e  afamado  D.  José  Maria 
I,  figura  como  appendice  o  elogio  liistorico  (bio- 
'esse  illustre  escriptor,  insigne  cervantista  e 
a  que  em  nossa  Academia  Real  das  Scienciaa 
1  de  Sócio  Correspondente. 
trata  propriamente  dos  assumptos  areheologicos, 
vo  académico  incerra  numerosas  referenciae  ao 
re  ellas  me  cansou  profundo  gosto  incontrar  por 

mencionados  03  trabalhos  do  Sr.  Dr.  Leite  de 
u  companheiro  na  Bibliotheca. 
iustraç&o  ao  texto  diversas  phototypias,  entra 
açtlo  fac-simile  de  uma  das  célebres  estátuas 
rada  do  antigo  Jardim  Botânico  da  Ajuda. 

iecçSo  das  oBellas-Artca»  adquiri,  também  re- 
cado, e  profusauiente  illiístrado: 
Art.  Galérie  ães  C'hefs-d'cBuore,  et  préns  de 
t  flit  XIS'  iiede,  en  France  et  ã  l  Étranger  (1000 
iches  hors  tex!e).  Ouvrage publié  eoua  la  ãirection 
m  Moremi.  (Paris  — S.  d.}. 
nui  curioso,  é  todavia  para  lamentar  que  aos 
'es  nilo  tenha  o  nosso  paiz  inspirado  um  capitulo 

isto  que  autonomtcamente  coordenado,  constituo 

ento  de  outro  que  em  tempos  adquiri,  também 

ris  sob  o  titulo  seguinte: 

.rt.  Galérie  des  Chefe  d'(£uwe  et  précis  de  VHis- 

piíts  íes  Origine»  jitequ' au  xix'  aiècle  (900  gra- 

es  hora  lexle).   Oiivrage  publié  eottí  la  direetion 

iinlz,  menibre  de  Vlnstitut. 

volume,  como  no  que  recentemente  sahiu  &  luz, 

abilidades  distincliaaimas. 

lumental  de  A.  Venturi — Storia  deWArle  Ita- 
Milito  se  está  dando  a  lume,  ornamentada  com 
jciosas  estampas,  ultimamente  nos  veiu  (já  em 
o  Vol.  V,  que  traz  por  titulo  especial  e  por 
ittttra  ãet  Trecento  e  le  sue  oríginíp. 


BOLKTIM   PAã   BIDLIOTHKUAS 


A  obra  de  Venturi,  começada  a  eelampar  em  1901,  t 
epíeraphe  especial  no  Vol.  i — «Daí  primordi  delfArte  Ci 

>all'  Arte  Barbarica  alia 

Lrte  RomsDÍca». 

>to — «La  ScuUura  dei  T 


;ora,  devem  aeguir-ee  (co 
08  cinco  volumes  que  ae 


içar  no  anno  1905,  escri 
;ç!to  de  André  Miehel  (< 
ofessor  na  Escola  do  Loi 
•iremiera  temps  chiéttent^ 

mente  illustrada  com  be 
I  prospecto)  deve  consl 
9  volumes  (dos  qiiaes  te 
le  ora  está  pulilicnda,  ai 
t  Chrétien  à  la  fín  de  la  1 

aion  et  évolution  de  1'^ 

lOB  se  deparam  capítulos 
at  Portugal*,  e  um  d'el 
ivura  em  que  se  repree 
ai  de  Alcobaça, 

•  Bellas-Artesi  deram  ii 

rs  françaU.  1292-1000- 

■imiti/s  à  Bruges  et  à 
de  France  et  ães  Pays 

{que  ambos   sfto   meml 
1  de  ante-mSo  aquilatar  i 
mencionados. 
par  Jean  Capart.  (Brux 


E  1HCII1V03  MACIONAKS  Z5 

ero  da  191  ss  estampas  que  tal  obra  iHufitram. 
um.  A  guíde  to  the  antiquitiea  of  the  bronze  age  in 
britisk  and  medieval  antiquities.  (Oxford — 1904). 
nhado  por  148  estampas  este  repositório. 

blicaçSee  periódicas,  que  no  estrangeiro  maiu  se 
or  Beu  me  r«;  cl  mento  intrínseco,  por  sua  belleza, 
te  por  sua  barateza,  é  o  Emporiunij  —  revista, 
leneaes  se  estampam  em  Bergamo,  delicadamente 
ngendo  artigos  sobre  assumptos  de  arte  e  litte- 

e  variedades. 

licutoB  correspondentes  a  Janeiro  e  Fevereiro  do 
em  á  luz  nma  curiosa  memoria  do  Sr.  Ã.  Oor- 

Altraverso  il  Portogallo  (Impreasioni  e  RicordiJ. 
lemoria  65  photo-gravuras,  em  que  se  represen- 
I  monumentos  da  nossa  terra  e  se  reproduzem 
res  de  Portugal. 

e  ee  publicou  em  Paris,  elaborado  pelo  Conde 
1  livro  que  particularmente  nos  interessa,  e  que 
a  alcançar  para  a  Bibliotheca. 
irloa  I"  intime;  está  illustrado  com  várias  photo- 
1  auctor  o  mesmo  publicista  que  antecedentemente 
lis  outros  livros  do  natureza  análoga  —  Pie  X 
:  ã'0)iéane  intime. 

lento  d'esta  resenha,  s<5  me  falta  accrescentar 
dos  alfarrabistas  Pereira  da  Silva  &  C.»  me 
28  espécies  manuscriptas,  que  todas  se  referem 
zas,  e  cujas  datas  se  repartem  pelos  séculos  xvi, 


os  <  Man  use  ri  p  tos  >  deu  íntrada  também  a  disser- 
te as  ferias  do  Katal,  escreveu,  por  incumbência 
r,  o  alumno  de  Bibliologia  Fideliuo  de  Sousa 

)  é  subordinada  á  seguinte  epigrapbe: 
idices;  lioros  xitographicos;  origenu  da  imprmta; 
'ai;  papel;  formatos. 

to  ficou  (á  similhança  do  que  tera  acontecido, 
'ítos,  em  relaç&o  a  espécies  congéneres)  devida- 
na  respectiva  Secção  da  Bibliotheca, 


BOLETIM  DAS  BIBI^IOTRECAS 


Do  nosso  Invenlario  Geral,  que  na  Imprensa  da  Univei 
'>,  saliiu  no  corrente  trimestre,  c 
livo  de  Marinha  e  Ultramar*,  o 
no  com  que  esee  volume  fínaliza) 
estampados  os  cadernos  12."  &  1 
ga  ao  N."  7:230). 

rrente,  começou  em  Coimbra  a  i 
io  parcial, — o  Inventario  da  Seci 
raes,  Mathematicas  e  Phílosopbic 
^rtesi. 

icçfto  comecei  eu  a  occupar-me,  cí 
fcies,  deade  que  em  1886  fui  adn 
ar  na  Bibliotlieca  Nacional,— e  nas 
ser  nomeado  em  1902  Director 

>u  sincero  prazer  indereçar  touvu 
liarei  a  occasíito  para  aqui  decla 
po  como  auxiliar  e  collaborador  i 
lalogaçílo   um  dos  mais  intellígen 

iigusto  Meticio,  Segundo-Conservai 

'  OfHcial  em  Janeiro  de  1888,- 
■íncipiára  entSo  a  exercer  na  Bib 
lonaervador-Diíeclor,  fez-me  a  gr 
ou,  do  offerecer-me  por  collaborai 

amente  na  aurora  da  juventude, 
trabalhos  burocráticos,  e  era  hóspi 

)  hábil  6  muitíssimo  instruído,  e{ 
poucos  dias,  a  ingrenagem  do  ma( 
3  eu  só  tive  que  regosíjar-me,  pêra 

gdsto,  o  zelo,  e  a  assiduidade,  c 
idjuvava  na  feitura  do  meutrabal 
ilou  rapidamente  o  alcance  das  mi 

eii  resolvera,  em  beneticio  dos  eE 
ogaçSo  das  espécies  pertencente 

Ho  de  confiar  ao  meu  prestimoso  i 
ia  na  catalogaçilo  doB  livros  peri 


T»^ 


E   AROHIVOS   NACIONAKS  27 


centes  ao  grupo  da  «Poljgraphía»,  eu  fiquei  lastimando  o  afas- 
tamento de  quem  por  tal  transferencia  deixava  de  me  auxiliar, 
e  de  quem  me  sempre  mereceu  conceito  de  fuuccionario  mui 
distíncto. 

Como  elemento  proveitoso  e  não  despiciendo,  é  meu  dever 
mencionar  o  antigo  Amanuense  Eugénio  de  Castilho,  que  nas 
suas  tarefas  de  copista  iílustradissimo  tinha  recursos  suí&cientes 
para  emendar,  com  todo  o  critério,  qualquer  lapso  por  mim 
commettido  na  precipitação  da  escripta. 

Eugénio  de  Castilho — que  nascera  em  27  de  Abril  de  1846 
e  era  o  mais  novo  entre  os  filhos  varSes  de  António  Feliciano  de 
Castilho  (o  immortal  Poetn)  —  contava  na  edade  Õ3  annos,  e  27 
de  serviço,  quando  falleceu  em  8  de  Janeiro  de  1900. 

Affectado  por  teimosa  paraplegia,  elle  esteve  durante  annos 
tolhido  de  comparecer  na  Bibliotheca; — mas  a  irrequieta  activi- 
dade do  seu  espirito,  e  a  honestidade  do  seu  caracter,  nSo  lhe 
consentiam  ociosidades;  por  isso,  elle  próprio  instava  sempre, 
com  inexcedivel  zelo,  por  que  lhe  remettessem  para  sua  casa 
trabalho  de  cópias, — cópias  que  elle  executava  calligraphicamente. 

Por  Decreto  de  27  de  Novembro  de  1902,  fez-me  Sua  Ma- 

Í* estada  a  Rainha,  Regente  em  nome  d'EI-Rei,  a  graça  de  esco- 
her-me  para  Director  da  Bibliotheca,  —  ficando  portanto  vago 
um  logar  de  Pxúmeiro  Conservador. 

Nessa  vacatura  foi  provido  por  antiguidade  (em  obediência 
ao  artigo  34.®  do  Decreto  N.«  6  de  24  de  Dezembro  de  1901) 
o  Sr.  Alberto  Carlos  da  Silva,  que  estava  entSo  classificado  como 
Segundo-Conservador,  e  que  tinha  a  seu  cargo  a  Secção  das 
cSciencias  Civis  e  Politicas». 

Mas  porque,  logo  depois,  introu  por  concurso,  no  logar  de 
Segundo-Conservador,  o  Sr.  Dr.  Augusto  Pereira  de  Bettencourt 
Ataíde,  Bacharel  formado  em  Direito,  pareceu-me  conveniente 
para  o  serviço  da  Bibliotheca  intregar  a  este  meu  novel  compa- 
nheiro a  Secção  das  cSciencias  Civis  e  Politicas»,  passando  o 
Sr.  Silva  a  superintender  na  Secção  que  durante  dezeseis  annos 
eu  dirigira. 

Assim  se  fez:  e  é  com  os  verbetes  por  mim  organizados,  e 
pelo  Sr.  João  Augusto  Melicio,  que  o  Sr.  Silva  está  superinten- 
dendo agora  na  publicação  do  inventario  respectivo. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.*  —  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
27  de  Março  de  1907.-111.™*'  e  Ex.™«  Senhor  Conselheiro  Bi- 
bliothecario-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da  Cunha, 


BOLETIM  DAS  BIBIJOTHKCAS 


K  ARCHlVOS  MAClOMÁlJlS 


'HECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


ãn  Cruz,  SeguDdo  Ainanuense-eBcripturano 
;ional  de  Lisboa,  exonerado,  como  requereu, 
ti  de  janeiro  de  1907. 
trio  do  Qovtmo,  n."  81  do  8  de  fererríTO  de  1907). 


}  Rxmos  da  Silva,  Primeiro  Continuo  da  Bi- 
dé Lisboa,  faliecea  em  28  de  fevereiro  de 


ÍCHIYO  DA  TORRE  DO  TOMBO 


Segundo  Sargento  N.*  128  da  5.'  brigada  do 
iro8  da  Armada,  claseifícado  em  4.'  categoria, 
eto  de  33  de  fevereiro  de  1907,  na  conformi- 
de  19  de  outubro  de  1900,  para  o  legar  de 
Archivo  da  Torre  do  Tombo,  vago  pelo  falle- 
LHtonio  Roberto. 
Diário  do  Governo,  n.^W  de  4  de  nargo  de  1907). 


)LETIH  DA8  DlBLtOTHECAS 

lECA  NACIONAL  DE  LISBOA 

IO  DE  PROPRIEMDE  UTTERARIi 
Ltradas  no  anno  de   1007 


Janeiro 

la  Silva  Graça,  proprielarto  da  emp 
íílor  e  proprietário,  Maxime  Villem 
I.  Lisboa,  1906.  Propriedade  da  e 
etú  in-4.''  que  alcança  até  paginas  8. 

meida  como  autor,  ZZ.  iCumplemenl 
étymologiques  portugaiei.  1  folha  d' 
na  typographia — Empresa  Guedes. 


lay  Martins  como  proprietário  O  ( 
'pendente,  litterario,  noti(.'io80,  commi 
stribiiiçSo  gratuita  era  Portugal,  col 
e  proprietário,  Fernando  Burnay  & 
;.— 25  de  dezembro  de  1906.  Editor,  1 
)  na  Typographia  Adolfo  de  Mendor 


como  editores:  Alves  Mendes.  «On 
volume.  Porto,  1906.  Imprensa  Mi 
ias  sem  numeração  seguidas  por  ^67  ] 
is  1  pagina  sem  numeração. 

s  Júnior,  como  autor,  editor  e  propr 
ara  ueo  do  commercio  e  de  todos  os 
partições  publicas.  Contendo  as  prr 
re   o   servido   do  correio  em  totlos  < 


E  ARCHIVOS  NACIONAES  31 


ramos,  ao  alcance  de  todos.  2.*  edição,  1907.  Por  JoSo  Joeé 
Lopes  Júnior,  segundo  official  dos  correios.  Preço  200  réis. 
1906.  Typographia  E.  da  Cunha  e  Sá,  53,  Rua  de  S.  Mar- 
çal, 53-A.  Lisboa.  In-4.**  de  56  paginas. 

Por  Frederico  Carlos  Moniz,  como  editor  e  proprietário.  «Alma- 
nach  dos  annunciantes»,  para  1907.  (3.^  anno).  Dedicado  ao 
commercio  e  industria.  Director  e  proprietário,  Frederico 
Carlos  Moniz.  Lisboa.  Imprensa  Lucas,  39,  Rua  do  Diário 
de  Noticias,  39.  1906.  In  8.«  de  192  paginas 

• 

Por  Francisco  Xavier  de  Ataíde  Oliveira,  como  autor: 

—  Biographia  de  D.  Francisco  Gomes  de  Avelar,  Arcebispo  do 

Algarve,  por  Francisco  Xavier  de  Ataide  Oliveira,  bacharel 
formado  em  theologia  e  direito,  etc.  Porto,  Typographia  Uni- 
versal (a  vapor).  1902.  In-8.**  de  xv-4 13  paginas  numeradas 
seguidas  por  3  paginas  sem  numeração. 

—  Contos  tradicionaes  do  Algarve  em  verso.  —  Romanceiro  e 

cancioneiro  do  Algarve.  (Lição  de  Loulé).  Acompanhado  de 
importantes  notas  para  esclarecimento  do  texto  e  onde  se 
reproduz  tudo  quanto  ha  publicado  neste  género  pertencente 
ao  Algarve  por  Francisco  Xavier  de  Ataíde  Oliveira.  Porto. 
Typographia  Universal  (a  vapor).  1905.  In-8."  de  432  paginas. 

Por  Aluisio  Gomes  da  Silva  como  editor  a  Viva  Jesus». — Archi- 
confraria  da  Guarda  de  Honra  do  Sagrado  Coração  de  Jesus. 
— 2.*  serie.— Bilhetes  zeladores  para  uso  dos  seculares. 
Approvados  pelo  Ex.""°  e  Rev."®  Sr.  D.  António,  Bispo  do 
Porto.  Porto,  1906.  In-8.®  de  68  paginas  sem  numeraçSo. 

Por  Joaquim  Rebello  de  Araújo,  de  Villa  Real,  como  editor: 
— Albino  Chalot  e  José  Velloso  de  Castro,  alferes  de  infantaria. 
' — f Manual  para  uso  dos  candidatos  ao  posto  de  segundo 
sargento  de  infantariat ,  coordenado  em  harmonia  com  o  pro- 
gramma  annexo  ao  regulamento  para  a  pronioçíto  aos  postos 
inferiores  do  exercito  de  16  de  julho  de  1896.  —  Com  appen- 
dice  relativo  á  nomenclatura  do  armamento.  —  3.*  ediçUo 
consideravelmente  melhorada.  Porto.  Typographia  Gutten- 
berg.  1903.  In-8.°  de  378  paginas. 

—  Albino  Chalot  e  José  Velloso  de  Castro,  «Primeiros  sargentos 


L 


LBTIH  HAS  BiSLtOTHECAS 


Manual  para  uso  doa  candidab 
D  de  infantaria.  Coordenado 
a  annexo  ao  regulamento  par 
)re8  do  exercito,  de  16  de  ju 
ido  pelo  Ex.""'  Sr.  Alexandre  J 
íHh. — Porto.  Typograpliia  de 
a.  Rua  da  Cancella  Velba,  7i 
:inas  sem  numeração  seguidat 
e  1  folha  sem  numeração  e  < 
4  fulhaa  desdobráveis  e  sem 
meraçSo. 

Pontes,  como  autor  e  editor, 
ieam  prcecipue  verto. — Verelo 
i.  Typographia  da  Cooperativa 
ioas. 

como  autor,  tOraeulo»,  (Ceit 
leão  Bonaparte).  Traduzido,  C' 
io  Pereira.  Depositário:  Alfre 
[,  Rua  Serpa  Pinto,  Lisboa.  T; 
usto  Rodrigues,  Rua  de  S. 
13  paginas  sem  numeração. 

ir  de  Ataíde  Oliveira,  como  ai 
>  AlgozD,  por  Francisco  Xav 
'\  formado  em  theoiogia  e  dir« 
ustituto  de  Coimbra  e  conserv 
1  da  comarca  de  Loulé.  —  Lisl 
do  Diário  de  Noticias,  93,  1! 
eradas  e  1  pagina  sem  numer 

Concelho  de  Olhão  da  Rest 
'  de  Ataíde  Oliveira,  bachare 
I  pela  Universidade  de  Coimbri 
isto  predial  da  comarca  de 
o  Instituto  de  Coimbra.  Porto 
jr).  Travessa  de  Cedofeita,  04 
lumeradas  e  2  paginas  sem  ni 

Concelho  de  Loulé* ,  por  Fri 
bacharel  formado  em  theologia 


£  ARCHlVOS  NâCIONÂÈS  ^3 


Universidade  de  Coimbra^  conservador  privativo  do  registo 
predial  da  comarca  de  Loulé  e  sócio  correspondente  do  Ins- 
tituto de  Coimbra.  Porto.  Typographia  Universal  (a  vapor). 
Travessa  de  Cedofeita,  54.  1905.  In  8.®  de  358  paginas  nu- 
meradas e  1  pagina  sem  numeração. 

Pela  Typographia  Lusitana  Editora,  como  editora,  L.  C.  Kura- 
lien.  —  «Tratado  pratico  de  gymnastica  sueca.  Para  morrer 
de  velho  e  go;sar  sempre  de  saúde,  bastam  alguns  minutos 
de  exercicio  quotidiano,  sem  apparelhos,  segundo  o  methodo 
sueco i>.  1907.  Typographia  Lusitana  Editora.  11,  Rua  Ivens, 
13.  —  Lisboa.  1  folheto  in-8.°  que  alcança  até  paginas  32. 

Pela  redacção  da  a  Voz  de  Santo  António» ,  como  editora, — «A  gran- 
diosa obra  de  Santo  António. — Sua  vida.  Noticia  sobre  a  Pia 
União.  Juventude  Antoniana  e  Pão  dos  Pobres. — Trezena  e 
Novena  em  honra  de  Santo  António. — Com  approvação  e 
benção  do  Ex."®  e  Rev.*"**  Sr.  Arcebispo  Primaz.  — 2.*  edição, 
revista  e  aumentada.-- 1907. — Redacção  da  «Voz  de  Santo 
António B.  —  Braga. — Todos  os  direitos  reservados.  Typogra- 
phia Catholica,  Rua  da  Picaria,  74.  Porto.  In-32.®  de  64  paginas. 

Por  Manoel  Pinto  de  Sousa  Lei  lo,  como  editor  e  proprietário, 
1907  — 3  °  anno.  —  «Annuario  do  Commercio  do  Porto»,  para 
a  cidade  do  Porto,  Gaia  e  demais  concelhos  do  dístricto,  con- 
tendo: todas  as  indicações  officiaes,  commerciaes  e  industriaes, 
inclusive  os  adresses  telegraphicos  e  números  telephonicos,  e 
roais  de  oito  mil  nomes  individuaes  nas  moradas  do  Porto 
(IV  parte). — Publicado  sob  a  direcção  de  Alexandre  de  Barros, 
jornalista.  Cartonado,  700  réis. — Editor  e  proprietário,  Ma- 
noel Pinto  de  Sousa  Leilo.  Imprensa  Moderna,  53,  Rua  da 
Rainha  D.  Amélia,  61.  Porto.  (Registado  na  conformidade  da 
lei).  Ia-8.^  de  xx  paginas  seguidas  por  710  paginas  numera- 
das e  entre  ellas  1  folha  de  4  paginas  sem  numeração,  com 
a  planta  da  cidade  do  Porto  e  annuncios. 

Pelo  Visconde  S.  Luiz  Braga,  como  proprietário. — A  rajada». 
Peça  em  3  actos,  de  Henry  Bernstein,  traducção  de  Mello 
Barreto.  Lisboa.  Typographia  Lallemant.  1906.  1  folheto 
in4.^  que  alcança  até  paginas  seis. 

Pela  Livraria  Editora  Fígueirinhas  Júnior,  como  editora: 

—  «O  cântico  dos  cânticos»   (De  Salomão).  (Traducção),  com 


SOLBTIU  DAS  BIBUOTHECAS 


licença  da  autoridade  eccIeBÍaBttoa,  pelo  Padre 
Porto.  Livraria  Editora  de  FJgiieirinhas  Júnior, 
Oliveiras,  77. — 1906,  Typographia  Universal  (a 
veasa  de  Cedofeita,  54.  In  8."  de  38  paginas. 

—  «Vida  de  Santa  Tereea  de  Jesus»,  pela  Estretl 
Obra  approvada  pelo  Ex."'°  e  Rev."""  Sr.  D.  Ai 
do  Porto.  Porto,  Livraria  Figueirinlias,  Rua  das  < 
— 1907.  Typograpliia  Universal,  Travessa  de  C 
In-12,°  de  3  paginas  sem  numeração,  seguidas 
ginaa  numeradas. 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso  como  editora,  Mário 
«Divino  amon.  Peça  histórica  em  3  actos.  Em 
— Livraria  Editora  Viuva  Tavares  Cardoso,  i 
CamSea,  6,  Lisboa. —  Imprensa  Operaria,  Rua 
In  8."  de  16t)-XXViii  paginas  e  1  folha  sem  nui 
o  retrato  do  autor. 

Por  José  da  Silva  Bandeira  como  autor,  José  da  Sil 
—  «Auxiliar  do  charadista*.  Livro  indispensável 
cifradores  de  charadas  e  utilisBÍmo  para  quem  c 
trar,  rápida  e  facilmente,  termos  especiaes  de  ari 
trajos,  plantas,  animaes,  etc.  —  Lisboa.  Emprezj 
de  Portugal,  Sociedade  Editora.  Livraria  Modei 
Ivens,  47.  — MDCcccvi.  In-8."  de  vm, — 334  pi 
radas  e  1  pagina  sem  nuraeraçfio. 

Por  J.  J.  da  Silva  Graça,  proprietário  do  jornal  O  ' 
editor  e  proprietário,  Theodore  Cahú. —  «Her 
Lisboa — Propriedade  da  Empresa  O  Século — 4 
mosa,  43.— 1906.  (Caderneta  n."  1).  1  folhet 
alcança  até  paginas  8. 

Pela  Livraria  Chardron  de  Lello  &  Irmão,  editores,  c 
Methodo  de  Ahn  reÍMmado  — «Curso  de  lingu 
pelo  professor  H.  Brunswick.  —  7."  ediçSo,  inte 
vista  6  reformada  pelo  autor.  Porto- — Livraria 
Lello  A  Irmão,  editores — Rua  das  Carmelitas  ! 
Imprensa  Moderna.  In-8.''  de  244  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron  de  José  P.  de  Sousa  Lello 


r 


K  ARCH1V08  KACIOKAES  35 


Editores,  como  editora,  a  O  Seringador».  Reportório  critico- 
jocoso  e  prognostico.  Diário  para  1907  (e  42.®  anno  da  sua 
publicação),  por  Jó2lo  Manoel  Fernandes  de  Magalhães.  T  — 
Vende- se  na  Livraria  Chardron  de  José  P.  de  Sousa  LelIo 
&  IrmEo  —  Editores,  Porto.   1  folheto  in-8.**  de  32  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron  de  J.  P.  de  Sousa  Leilo  &  IrmSo  —  edi- 
tores, como  editora,  «O  Novo  Seringador».  Almanach  para 
1907,  por  Daniel  Cardoso. — 23.®  anno  da  sua  publicação. 
Vende-se  na  Livraria  Chardron  de  J.  P.  de  Sousa  Lello  & 
Irmão  —  editores,  Porto.  1  folheto  in-8.®  de  32  paginas. 

Por  Fidelino  de  Sousa  Figueiredo  como  autor,  «Notas  elucida- 
tivas aos  poemas  CaniSes  e  Retrato  de  Vénus»  de  Almeida 
Garrett,  por  Fidelino  de  Sousa  Figueiredo  (Delfinio),  alumno 
do  7.®  anno  do  curso  complementar  de  letras.  Lisboa — Em- 
presa da  Historia  de  Portugal,  sociedade  editora  —  Livraria 
Moderna  —  R.  Augusta  95  —  Typographia  —  Rua  Ivens,  45 
e  47.  — 1906.  In  8.®  de  186  paginas  numeradas  e  5  paginas 
sem  numeração. 

Por  Aillaud  &  C*  como  editores,  «Novo  diccionario  latino-por- 
tuguês»,  composto  á  vista  dos  diccionarios  antigos  e  modernos 
mais  acreditados,  por  Francisco  António  de  Sousa,  ex-pro- 
fessor  de  ensino  livre.  —  Aillaud  &  C*  —  96,  Boulevard 
Montpamasse,  Paris. — Filial:  242,  Rua  Áurea,  1.**,  Lisboa. 

—  Lello  &  Irmão,  Porto.  —  Francisco  Alves  &  C.*,  Rio  de 
Janeiro.  — In-18.®  de  6  paginas  sem  numeração  e  865  paginas 
numeradas. 

Keverelro 

Por  António  José  Fernandes  como  editor,  Álbum  bíblico. — Re- 
gisto de  anniversarios  com  versículos  para  todos  os  dias  do 
anno,  extrahidos  da  Sagrada  Escritura,  colleccionados  por 
Albano  de  Sousa,  precedido  de  um  prologo  do  Ex'"*  e  Rev."* 
Sr.  F.  A.  Carlos  das  Neves,  bacharel  formado  em  theologia. 

—  Approvado  pela  autoridade  ecciesiastica.  —  Porto.  —  Livra- 
ria Popular  Portuense.  António  José  Fernandes,  editor.  —  44, 
Largo  dos  Lóios,  45  — 1906.  Typographia  Catholica,  Rua 
da  Picaria,  74,  Porto. — In-4.®  de  vn-227  paginas  numeradas 
e  2  paginas  sem  numeração. 


•  • 


BOLETIM  DAS  BI&U0THtC13 


Pela  A  Eilítora,  sociedade  anonytua  de  responsabílid; 
como  editora: 

—  Ilypacio  de  Brion.  — aDuas  iiiil  léguas  no  Hindual 

—  íA  Editorai),  50,  Largo  do  Conde  BarXo,  í 
Jn^."  de  4  follias  de  um  sú  I;ulo  Impressas,  seg 
paginas  sem  numeraçS^o,  215  pagíiins  numerada: 
3  folhas  de  um  só  lado  impressas. 

—  iHistoría  das  toiradaso,  por  Eduardo  de  Noroii 

artística  de  Roque  Gameiro. —  Lisboa.  — Secçiío 
Companhia  Nacional  Editora.  1900. — In-folio  di 
um  só  lado  impressas,  reguidas  por  396  pagina 
e  33  estampas. 

—  «Leonor  Telles»,  por  Marcelliiio  Mesquita.  Romai 

illustrado  a  câres,  por  Manoel  Macedo  e  Roque 
volumes  in-4."  de  002-1  pagina  o  I  vol,,  678-1 
vol.  e  701-1  pagina  o  iii  vol.  — 1904  o  i  e  19( 
volumes. 

—  uA  ambição  de  um  reis,  por  Eduardo  de  Noron} 

histórico  illustrado  a  cQres  por  Manoel  Macedo 
meiro.  1903.  — A  Editora.  Lisboa.  — Tomos  8 
de  paginas  204  a  721  os  tomos  8  a  10  e  de  71: 
tomos  11  a  15. 

—  »0b  mysterioB  da  inquisição^',  por  F.  Gomes  da 

trado  por  Manoel  de  Macedo  e  Roque  Gameiro.  1 

—  Tomos  14  e  15.  In-4."  de  paginas  3(J5  a  614 

—  oO  Marquês  de  Pombal».  {Documentos  inéditos), 

rino  BrandUo.  Lisboa.  — Typograpbia  de  A  Editoi 
do  Conde  BarSo,  50,  1905.  —  ln-4.",  5  paginai 
raçílo,  e  129  paginas  numeradas. 

—  fTratado  de  contabilidade»,  pelo  guarda-livros  Ri 

chefe  da  contabilidade  geral  do  Banco  Nacional  1 
ex-professor  proprietário  da  5.*  cadeira  do  Atlien 
ciai  de  Lisboa,  perito  ante  os  tribunaes  comme 
publicista.  Lisboa,  Typographia  de  A  Editora,  i 
Conde  BarSo,  50.  1903.  In-4."  de  630  paginas 
1  pa^na  sem  numeração. 


ÍCHIVOS  ÍÍACIOKAES 


a  por  pm'tida&  dobradaan.  Coordenado 
dos  iiiellioreB  autores,  pelo  regente  pra- 
Silva.  Lisboa.  Typograpliia  de  A  Edi- 
3  Banio,  50.  1905.  In-S."  de  23  paginas 
I  desdobráveis,  de  um  a6  lado  impressas 


—  «DoloresB.  Segunda  edição,  com  um 
Oho  e  illustraçites  de  Alfredo  Migueis. 
.aigo  do  Conde  Barão,  50.  1900.  In^." 
idas,  1  pagina  sem  niimeraçiío,  1  retrato 
ç3es  colladas  em  folhas  separadas.  (Im- 
lia  de  A  Kditora). 

—  aOs  últimos  escândalos  de  Paris». 
matico.  Traduzido  por  Joaquim  LeitRo. 
ioulevardo.  A  Editora.  50,  Largo  do 
sboa.  In-4.''  de  157-1  pagina. 

—  «Os  últimos  escândalos  de  Paris», 
matico.  Traduzido  por  Joaquim  LeitSo, 
asaca».  A  JCditora.  50,  Largo  do  Conde 
n^."  do  157-1  pagina. 

—  «Os  últimos  escândalos  de  Paris», 
matico.  Traduzido  por  Joaquim  Leitão. 
.  A  Editora,  50,  Largo  do  Conde  BarXo, 
!  157-1  pagina. 

—  lOs  últimos  escândalos  de  Paris». 
matico.  Traduzido  por  Joaquim  LeitSo. 
o!loB.  A  Editora.  50,  Largo  do  Conde 
n  4."  de  157-1  pagina, 

—  lOs  últimos  escândalos  de  Paris». 
imatieo  inédito.  Traduzido  por  Joaqnim 
ler-lioraem».  A  Editora,  50,  Largo  do 
sboa.  In  4."  de  157-1  paginas. 

—  aOs  últimos  escândalos  de  París». 
matico  inédito  Traduzido  por  Joaquim 
}  te^^^strell.  A  Editora.  50,  Largo  do 
■4,"  de  1Õ8-1  pagina. 


llOmilM  DAS  IIIUUOTllKCAa 


-Dubut  de  Lnfoiest.  —  tOs  últimos  escândalos  d< 
Grande  roínance  drnmatico  inédito.  Traduzido  por 
Leitão.  VII  —  lO  Dr.  mata  criançaai.  A  Editora,  f 
do  Conde  B.irSo,  50.  Lisboa,  ia  é."  de  157-1  pagí 

-  Dubut  de  Lnfoiest.  —  «Os  ultiraoa  escândalos  d 
Orande  romance  dramático  inédito.  Traduzido  por 
Leitílo.  VIII  —  <0s  vícios  de  um  conselbeiroi.  A  EA 
Largo  do  Conde  BarSo,  50.  Lisboa.  In  4."  de  154- 

-  Dubut   de    Laforest.  —  lOs   últimos    escândalos   di 

Grande  romance  dramático  inédito.  Traduzido  por 
Leitão.  IX  — oAb  victiuias  do  prazer».  A  Editora.  E 
do  Condo  BarSo,  50.  Lisboa.  In-4.°  de  156-1  pagi 

-Dubut  de  Laforest.  —  »0d  últimos  escândalos  di 
Grande  romance  dramático  inédito.  Traduzido  por 
LeitSo.  X — "Amores  á  beira-man.  A  Editora,  50. 
Conde  Barão,  50.  Lisboa.  ín-i."  de  156-1  pagina 

-Dubut  de  Laforest.  —  (Os  últimos  escândalos  d< 
Grande  romance  dramático  inédito.  Traduzido  poi 
LeitSo.  XI. — «Os  bailes  do  Sr.  Deputados.  A  Ed 
Largo  do  Conde  BarUo,  50.  Lisboa.  In^."  de  153- 

-  Dubut   de   Laforest.  —  «Os    nttiraoB   escândalos   d 

Grande  romance  dramático  inédito,  xii  —  «A  estrang 
A  b^ditora.  50,  Largo  do  Conde  BarSo,  50.  LUb 
de  152-1  pagina. 

-Dubut   de   Laforest. — iQs    últimos    escândalos   d 
Grande  romance  dramático  inédito.  Traduzido  por 
Leitflo.   xni  —  bA   rcsuscitada».   A   Editora.   50, 
Conde  BarSo,  50.  Lisboa.  In-4.''  de  150-1  pagina. 

-Dubut  de  Laforest.  —  tOs  últimos  escândalos  d 
Grande  romance  dramático  inédito.  Traduzido  poi 
LeitSo.  XIV  —  «A  paixão  de  um  bandido»,  A  Ed 
Largo  do  Conde  Barão,  50,  Lisboa.  In^."  de  151- 

-Dubut  de  Laforest.  —  «Os  últimos  escândalos  d 
Grande  romance  dramático  inédito,  xv  —  «A  sogra 


E  ARCHIVOS  XACI0XAE8 


:çSo  de  Cflbral  dõ  Quadros  e  MetrasB  Campos.  A 
,  Largo  do  Conde  Barfto,  50.  Lisboa.  In-4.'  de 


[jaforest.  —  lOs  iiltímos  escândalos  de  Parisi. 
ance  dramático  inédito,  xvi  —  là  adulterai.  Tra- 
'abral  de  Quadros  e  Metrass  Campos.  A  Editora. 
o  Conde  BarSo,  50.  Lisboa.  In-8.°  de  160  paginas. 

Laforest  —  tOs  últimos  escândalos  de  Pariss. 
.ance  dramático  inédito,  xvii  —  <0  banqueiro  fim 
Tradueçtlo  de  Cabral  de  Quadros  e  MetraBS  Cam- 
tora.  50,  Largo  do  Conde  BarXo,  50.  Lisboa. 
i9-]  pagina. 

I^aforest.  —  aOs  ultímos  escândalos  de  Parisi. 
lance  dramático  inédito,  xviii  —  bO  83».  Traduc- 
ral  de  Quadros  e  MelrasB  Campos.  A  Editora, 
do  Conde  BarSo,  50.  Lisboa.   In^.**  de  161-1 


!>aforest. — «Os  últimos  escândalos  de  Parisn. 
ance  dramático  inédito.  XIX  —  «A  literata».  Tra- 
'abral  de  Quadros  e  Metrass  Campos.  A  Editora. 
}  Conde  Bar&o,  50,  Lisboa.  In-4.°  de  163  paginas. 

Laforest. — «Oe  últimos  escândalos  de  Paris», 
iince  dramático  inédito.  XX  —  *0  protector  deniu- 
ducçllo  de  Cabral  de  Quadros  e  Metrass  Campos. 
50,  Largo  do  Conde  BarSo,  50.  Lisboa.  In-4.'* 
tgina. 

jafurest. — <0s  últimos  escândalos  de  París». 
ance  dramático  inédito,  xxi  —  f  As  meninas  ridi- 
tuG^So  de  Cabral  de  Quadros  e  Metrass  Campos. 

30,  Largo  do  Conde  Barão,  50.  Lisboa.  In-4.'> 


)pe8  de  Mendonça.  —  Theatro  pitoresco.  —  «O 
—  Amor  Louco. . . »,  Lisboa.  1900.  Typographia 
Ja  Nacional  Editora.  Ia-8."  âe-224  paginas. 


RiiirjoritKCAS 


ia«,  por  Emílio  Augusti 
Real  de  Lisboa.  —  A 
Conservatório  e  pelo 
liça.  Para  uso  de  porti: 
!'ypogrBphia  da  Compa 
1-1  pagina. 

Leitura  para  o  povo  i 
ro  Chagas.  Obra  approi 
'onsultiva  de  Instrut-^ltc 
iO  desenhos  de  Alberto  i 
'onde  Bar.lo,  50.  LÍBb< 


rgia  latina».  IIluBtrafitf 
^uesa  de  Carlos  Elias  I 
ira,  ÔO,  Largo  do  Con< 


Aríthraetica,  systema  i 
liasse),  por  A.  Ramos  ( 
■ofessor  de  bydrognipbi, 
)  tenente  da  armada 
irai  de  Instrucção  Pub 
ie  Baríto,  50.  Lisboa. 


ulio  Verne,  — hO  sobe 
lal  do  Azevedo.  Lisboj 
argo  do  Conde  BarSlo, ! 


Olespovar.  Romance.  1 
çno.  1905.  A  Editora,  f 
1.  In-S."  de  163  pagina 

■nens».  TraducçSo  de  H 
'edição.  —  A  Editora. 
11-8."  de  182  paginas. 

».  TradiieçSo  de  Ribeir 
iii-ao,  A  Editora.  50,  1 
Q-S."  de  178  pa^nas. 


B  AKCHIVOS  NACIONAKã 


kt.  —  I Angustiai.  (Pagiua  da  vida  de  um  moleiro), 
de  Manoel  de  Macedo.  19o5.  A  Kditora  — Largo 
tarSo,  50.  —  Lisboa.  Iii-S."  de  172  paginas. 

lO  filho  de  NapoleSo  I».  Traducçíto  de  Domingos 
Quadros.  1905.  A  Editora.  —  Largo  do  Conde 
Lisboa.  In  8.°  de  176  paginas.  (Neste  volume  se 
)  lauceíro  Grieepach»,  por  Quatreilts. — «A  saia 
or  Teodoro  de  Banville.  —  «Os  vidos  do  capitão>, 
is  Coppóe.  —  íA  primeira  casaca»,  por  Alphonse 
fO  garrafSoi,  por  G.  de  Maupassant). 

ludet, —  «O  cerco  de  Paris».  TraducçSo  de  Ribeiro 
3  e  Moraes  Rosa.  A  Editora  —  50,  Largo  do  Conde 
Lisboa.  In-S."  de  209  paginas. 

beau. — «O  Calvário».  TraducçSo  de  Ribeiro  de 
I  Moraes  Rosa.  1.'  ediçSo.  Lisboa.  A  Editora. 
:;onde  Barào,  50.  190Õ.  In-S."  de  238  paginas. 

Balzac. — «O  CorooRl  Chabertu.  TradncçSo  de 
Macedo.  A  Editora  —  õO,  Largo  do  Conde  BarSo, 

In-S."  de  186  paginas.  (Neste  volume  se  contém; 
e  lA  mensagem»,  do  mesmo  autor). 

Tolstoi.  —  <0  que  eu  penso  da  guerrai  (Guerra 
lesa),  TraducçSo  de  Ribeiro  de  Carvalho  e  Moraes 
edição.  A  Editora.  Largo  do  Conde  Bar&o,  50. 

'8.°  de  177  paginas. 

reitas,  —  iMetIiodo  completo  de  ensino  de  leitura» 
ca.  Primeira  ediçílo,  —  Lisboa.  Typographia  da  A 
>,  Largo  do  Conde  Barilo,  50.  1905.  In  8.°  de  210 


ta.  —  »A  volt»  do  João».  Comedia  de  abrir,  ori- 
rso.  Representada  pela  primeira  vez,  no  Theatro 
ali,  no  dia  13  de  janeiro  de  1899.  Lisboa.  1899. 
ia  da  Companhia  Nacional  Editora.  In-B."  de  30 


magaetism»  pessoal.  Domínio  de  si  próprio   e 


BULETIM  UAS  UlUUOTIlKi  AS 


desenroIvimeDto  do  caraoterf.  4.'  edig&o.  L 
Typographia  de  A  Editora.  —  Lisboa.  In-8.° 

—Biblioteca  Horas  RomanticaB.  —  <A  corda  do  < 
Peto3Í«.  TraducçSo  de  Manoel  de  Macedo.  LU 
A  Editora.  Conde  Baríto,  50.  — 1903.  In-8.»  i 

—  Alberto  Pimentel, — oldillioB  â  beira  de  ag 
original.  (2.'  edíçlo  revista  peto  autor).  Lisb 
Conde  Baríto,  50.  In-S."  de  140  paginas. 

-Vicente  Blasco  Ibanez.  —  sTerraa    malditasu. 

Napolello  Toscano.  Lisboa. — A  Editora,  Cot 
1903.  — In-S."  de  193  paginas. 

—Padre  Prévost.  —  «Miinon  Leacaut».  TraducçSo 
Macedo.  Volumes  l  e  íl.  Lisboa. — A  Editora, 
50.  1903.  —  In  8."  de  151  paginas  o  i  volim 
ginas  o  II  volume.  (Contém  este  volume  mais 
pratas,  de  A.  Janvier,  e  D.  «iDuardos  o  Leal 
H.  Klein). 

~A.  Cottin,  —  uOs  exilados  da  Sibéria».  Traducj 
de  Noronha.  Lisboa. — A  Editora,  Largo  do 
50,  1904.  — In-S."  de  142  paginas.  (Contei 
mais:  <0  Indio>,  de  Alfred  Breat). 

—  Biblioteca  Horas  Românticas.  —  Literatura  su 

um  loucos,  por  .Selma  Lagerlõf.  TraducçSo 
Macedo.  Lisboa. — A  Editora,  Largo  do  Coe 
—  In-S."  de  141  paginas. 

-Adolpho  Belot.  — «MSe  e  filha».  Traducçlo  d 
Anjos.  Bibliotheca  Horas  Românticas.  Lisboa 
Largo  do  Conde  Bário,  50.  1905.  In-8.''  dí 
(Contem  este  volume  mais:  (Um  Bacrifieio»,  . 

-Biblioteca  Horas  Românticas.  —  Henrique  Sut 

Moinho  silencioso B.  Traduc^ão  de  D.  JoXodaC 
—A  Editora,  Conde  BarSo,  50.  1905.  — In-8 
nas.  (Contem  este  volume  mais:  xKoubo  indii 
Reinhold,  e  «A  mSo  do  macaco»,  por  W.  W. 


K  AlíClIlVOS   NAClOMAKà  43 


—  Bibliotheca  do  Povo  e  das  Escolas. — N.®  219.  —  «Os  inimigos 

das  crianças.  Regras  hygienicas»,  por  Guilherme  Ennes. — 
A  Editora.  Lisboa.  1903.  —  ln-32.«  de  62  paginas. 

—  Bibliotheca  do  Povo  e  das  Escolas.  —  N.®  220.  —  «Historia 

Sagrada,  Velho  Testamento»,  por  José  V.  de  Sousa  Albu- 
querque, capitão  de  infantaria,  commissionado  na  Guarda 
Municipal  de  Lisboa.  —  A  Editora.  Lisboa.  1903.  —  In-32.*^ 
de  62  paginas. 

— Bibliotheca  do  Povo  e  ias  Escolas. — N.®  221.  —  «Os  moUus- 
eos»,  por  Armando  da  Silva,  director  do  aquário  Vasco  da 
Gama. — A  Editora.  Lisboa.  1903.  — In-32.^  de  62  paginas, 

—  Bibliotheca  do  Povo  e  das  Escolas.  —  N.®  222.  —  «As  aguas 

e  o  mar  na  hygiene  e  na  saúde»,  por  Guilherme  Ennes. — 
A  Editora.  Lisboa.  1904.  —  In-32.^  de  62  paginas. 

—  Bibliotheca  do  Povo  e  das  Escolas.  —  N.®  223.  —  «Noç8es 

sobre  calculo  das  probabilidades,  theoria  dos  erros  e  methodo 
dos  minimos  quadrados,  por  Rodolpho  Guimarães,  capitão  de 
engenharia. — A  Editora.  Lisboa.  1904. — In-32.°  de  63  pa- 
ginas. 

—  Bibliotheca  do  Povo  e  das  Escolas.  —  N.'*  224. — ^.«A  pesca, 

por  Carlos  Dinis.  1905.  In-32.**  de  63  paginas. 

—  Bibliotheca  do  Povo  e  das  Escolas.  — N.°  225  e  226.  — «Ta- 

chygraphia» ,  por  J.  Fraga  Pery  de  Linde.  —  tO  melhor 
methodo  adaptável  á  lingua  portuguesa».  Segunda  parte: 
historia,  bibliographia  e  paradigma  de  vários  systemas.  Lisboa. 
A  Editora.  — 1906.  In-32."  de  62  paginas  a  primeira  parte, 
e  63  paginas  a  segunda  parte. 

—  Os  Diccionarios  do  Povo. — N."  6  e  7.  —  Diccionario  latim- 

português,  etymologico,  prosodico  e  orthographico. — A-0  e 
P-Z.  Lisboa.  — 1900.  In.l6.^  de  1:128  paginas  os  dois  vo- 
lumes. 

Pela  Livraria  Figueirinhas,  como  editora,  n.®  1.  —  «Caderno  de 
arithmetica».  Pela  redacção  da  «Educação  Nacional». — Ty- 
pographia  Universal — Porto.  1  caderno  in-4.®  de  24  paginas. 


■AS  UUiMOTUl.l  As 


los  Livres,  como  editora: 

le  Estudos  Livres.  — «Joaquim 

religiosa  em  Portugal»,  por  ' 
■  Arte  JlusicaU,  Lisboa.  Typog 
:ial«,  5,  Cal^'ada  da  Gloria,  6, 

1  de  Estudos  Livres.  Xill. — 
nvr-nto  de  Mafra  o.  (Brfviasin 
para  servir  na  exLMirsilo  de  12 
)01, — Imprensa  Commercial. 
.  In-S."  de  11  paginas. 

'inheiro,  como  editor  e  propri 

o».- — Bibliotlieca  de  Instrucçi 
fiindidoro.  Lisboa.  Bibliothecj 
Autor,  Henrique  Francem  da 

vens,  4Í-47.  ln-18.°  de  4-211 

lado  estampadas. 

çào  Profissional. — «ConstrucçS 
Bibliotheca  de  IiistrueçSo  Prí 
,  6.",  l.''Typograpliiíi,  Rualvei 
aginas  e  7  follias  dê  um  só  la( 
jenio  Estanislau  de  Barros  e  A. 


de  Lello  &  Irmfto,  como  edito 
IruiSos  Pregadores.  —  «A  aliua 
lita^-Oes.  Porto.  Imprensa  Mod 
ginas. 

aario  da  Companhia  de  Jesus. 
icçBio  de  oragiíes,  exames,  med 
ílo  menos  abundantes   que  op 

0  ecciesiasticot.  Nova  ediçSo,  ; 

1  do  Rev.™"  Padre  Gonçalo  Alvi 
a.  1907.  In  8."  de  x-G78  pagi 

irtas  de  Inglaterra s .  —  (Segund 
■dron  de  Lello  &  Irmão,  edíton 
:.   1907.   Imprensa  Moderna. 


K  ARCHIVOS  NACIONAES 


—  Syivío  Romero.  —  lA  America  latinas.  (Analyae  do  livro  de 
igual  titulo  do  Dr.  M.  Bomlim).  Furto.  Imprensa  Moderna. 
In-ã.°  àn  361  paginas. 

Por  Joaquim  Sl.irqiifs  do  Coitto,  oorao  autor.  —  tTrigos,  lavouras 
e  eirasD.  Manual  pratico,  útil  o  indispensável  aos  cultivadores 
d't;Bte  cereal,  por  Joaquim  Marques  do  Coitto.  Évora.  Mi- 
nerva Commert-iai,  1907.  In^."  de  90  paginas. 


^^a^ço 

Pela  Livraria  Chardron  de  Leilo  &  Irmilo,  como  editora: 

—  J.  E.  Carvalho  de  Almeida,  diplomado  pela  Escola  Nacion&l 

de  Agricultura  de  Coimbra.  —  «Adubos  e  prados».  —  Porto, 
1907.  Imprensa  Moderna.  ln-8.°  de  XU-22G-1  pagina. 

—  Eça  de  Queiroz  —  «Contoso.  Segunda  edíçSo.  —  Porto,  1907. 

Imprensa  Moderna.  In-8.°  de  8  paginas  sem  numeraçfto,  se- 
guidas por  348  paginas  numeradas  e  mais  1  pagina  sem 
numeraçSo.  Com  o  retrato  do  autor  em  1  foll^  separada. 

Por  Joaé  Ilolbeche  Cardoso  Castello  Branco,  como  autor:  «Pri- 
meira tentativa».  — Contos  originaes  por  José  Holbeclie  Car- 
doso Castello  Branco.  Lisboa,  Typographia  da  Casa  Catho- 
lica,  1907.  In-8.'*  de  fiõ-l  pagina. 

Por  Amâncio  dos  Santos  Correia,  coino  autor;  Livro  a."  1  — 
«Melhodica  cartomancia  colleccionada  dos  mais  celebres  au- 
tores, e  consideravelmente  moditicada  por  Amâncio  dos  Santos 
Correiai.  Typographia  do  «Porto  Medifoo.  Porto  (Portugal), 
três  livros.  —  Livro  n."  1 :  In-l^."  de  '2i)  paginas  numeradas, 
seguidas  por  I  folha  cm  branco  e  130  folhas  num  só  lado 
impressas,  —  Livro  n."  2:  In-lolio  de  5  paginas  numerndas 
6  36  folhas  num  só  lado  impressas. — Livro  n."  3:  In-folío 
de  õ  paginas  numeradas  e  32  folhas  num  só  Indo  impressas. 
(Todos  03  livros  teem  o  retrato  do  autor). 

Por  Aceurcio  Cardoso,  como  autor:' Accurcio  Cardoso — Coplas 
da  revista  do  anno  de  1906  «O  Tesoa,  em  três  actos  e  doze 
quadros.  —  Original  de  Sá  de  Albergaria.  Musica  do  maestro 


lOLETIH  DAS  BIBLIOTHECAS 


1.  1907.  Typographia  FeniQBular,  18,  ] 
Porto.  In-8.°  de  32  paginas. 

como  editoi-ee:  «Petite  histoire  narrai 
r  H.  Wurmser,  professetir  sgrégô  d'l 
luieDB.  Illustrations  de  J.  Mahieu.  1"'' 
ntx.  Parie,  Ltbrairie  Aillaud,  96,  Bou 
1907.  Imprimerie  de  SuresneB,  Lamy  f 
n-8."  de  vi-217  paginas. —  2°"'  parlie 
de  3  paginas  sem  numeraçílo,  Beduid 
meradae. — 3""  partie  :  «Eome».  In-8, 
iieraç&o,  seguida  por  198  paginas  num( 

iilvea  Pereira  como  autor:  «O  mestre  p 
o  francês  sem  mestre  era  quatro  mesi 
s  as  íntelligencias  e  fortunasi,  por  Jc 
dra,  publicista.  3.*  edição.  Lisboa.  Ei 
estre  Popular  Aperfeiçoado».  Rua  do 
' — 1906.  In  4."  de  2  paginas  sem  numt 
retrato  do  autor  e  437  paginas  numera 

dron,  de  Lello  &  IrmSo,  como  editor; 
Branco.  —  «No  Bom  Jesus  do  Monte 
1906.  Imprensa  Moderna.  In-S."  do 
L  folha  com  o  retrato  do  autor. 

dim  Zoológico  e  de  Acclimaç^o  em  Po 
ria,  24  bilhetes  postaes  illustrados  a 
^ardim  Zoológico  e  com  os  seguintes  d 
;ico  de  Lisboa*.  —  A  Editora. 

rigues  Gaspar,  como  proprietário,  «Pli 
;hat  e  seus  arredores.  —  Escala  '/eooo' 
ino  de  60X70  centiraetros. 

como  autor:  iF.  Sá  Chaves,  Capitão 
javallaria,  Major  da  4,"  Brigada. — A 

(A  cavHllaria  na  campanJia  da  Mandch 
tos  e  uma  carta  do  theatio  das  operaç 
tas  na  Escola  Pralica  de  Cavallaria  no  { 
1-1906.  Lisboa.  Typographia  Belenensi 

146.  — 1907.  In-S.»  de  194  paginas  e 


r 


E  ASCHITOS  NACIONAES 


volante  com  am  cEsboço  do  theatro  das  operações  na  Man- 
dcharia». 

Por  Joaquim  Rebello  de  Araújo,  como  editor:  aAlfi-res  Albino 
Cbalot  e  Vellnso  de  Ciistro.  — Manual  do  segutido  sargento 
de  infantaria.  Coordtjoado  em  harmonia  com  o  prograiuma 
annexo  ao  regulamento  para  a  promoção  aos  postos  inferiores 
do  exercito  de  20  de  setembro  de  1906..— 4.»  ediçílo.  1907. 
Registada  nos  termos  do  artigo  604."  do  Código  Civil.  Editor 
■  Joaquim  Rebello  de  Araújo,  livreiro,  Vílla  Real. — Typo- 
graphia  da  Empresa  «Artes  &  Letras  >  —  Rua  da  Fabrica, 
2  a  10  — Porto.  In-8."  de  410-1  pa^na. 

Por  Thomãs  Bordallo  Pinheiro,  como  editor  e  proprietário,  «Bí- 
bliotheca  de  Instrucção  Profissional.  —  IndusCiia  da  Stidai, 
Lisboa.  Autor  —  João  Faustino  Maeoni  da  Costa.  Typographia 
da  Livraria  Ferin.  In-4.°  de  3  paginas  sem  numeração,  se- 
guidas por  U3-I1I  paginas  numeradas  e  1  pagina  sem  nume- 
ração. 

Por  Eduardo  Ribeiro,  como  editor.  Ãdministraç!lo,  Raa  das 
Pretas,  17.  Fascículo  n."  1.  — tO  Evangelho  Popular*.  (Re- 
sumida explicação  do  Evangelho  das  domingas  e  das  prínci- 
paes  festas  do  anno),  pelo  Padre  Lourenço  de  Matos,  prior 
resignatario  de  Alfundão  e  professor  de  moral  na  Real  Casa 
Pia  de  Lisboa.  —  Editor,  Eduardo  Ribeiro.  —  Volume  i. 
1905.  Instituto  Cooperativa  de  ProducçSo,  Rua  das  Pretas, 
17.  Lisboa.  In-S."  de  306-1  pagina. 

Por  Eduardo  Ribeiro,  como  editor,  <0  Evangelho  Popular». 
(Resumida  explicação  dos  Evangelhos  das  domingas  e  das 
principaus  festas  do  anno).  Com  a  approvação  e  sob  o  patro- 
cinio  de  Sua  Eminência  o  Senhor  Cardeal  Patriarcha,  pelo 
Padre  Lourenço  de  Matos,  prior  resignatario  de  Alfundão  e 
professor  de  moral  na  Real  Casa  Pia  de  Lisboa.  —  Editor, 
Eduardo  Ribeiro. — Volume  ii  e  volume  iii. — Instituto  Coo- 
perativa de  Prodocção,  Rua  das  Pretas,  17.  Lisboa. — In-8,° 
de  304-1  pagina  o  ii,  e  de  308-1  pagina  o  m  volume. 

Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa,  em  27  de  março  de  1907. 
~-0  Director,  Xavier  da  Cunha. 


BOLETIM   DAS   BIBLtOTHECAS 


Eslatlslica  dos  volatnes  eoiiados  pelas  Secçles  Estrangeiras  dt 
oaclonaes  durante  o  1."  Irlmeslre  de  1907  á  Seofio  ds 
ircblvos  Naelonaes 


EatadoB  Unidos  dii  Ainericft. . 
Estados  Unidos  do  Brazil . . . . 

França 

Bélgica 


E  ARCH1V03  NACIONAES 


49 


Estatística  de  leitura  nas  bibllotheeas  abaixo  designadas 
darante  o  1.®  trimestre  de  1907 


Sw^Sm  e  tnas  nb-dimõM 


Historia,  geographia 

Cartas  geograpliicas 

I  {  Polygrapbia .*  

Jornaes  

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II  .  Scioncias  civis  e  politicas 

I 
Sciencias  e  artes 


III 


J 


Bellas  artes. 


jjT  (  Philologia  . . . 
^^  I  Bellas  lettras 


Y  ( Namismatica. 
I  Estampas 


VI 


VII 


Beligiões 


Incunabulos . , 
Reservados  . . 
Manoscriptos . 
Illuminados . . 


Vni-  CoIIecçâo  Camoneana. . . 

Total. 


Eron 


55 


9 
77 

8 

32 
l 

8 
345 

4 
2 


16 


559 


Braga 


42 
1 


45 

34 

38 


39 


6 
2 
3 


211 


TOIa  R«al 


23 

32 

22 

3 

17 

9 


50 
29 


192 


CaiMIo 
Branco 


182 
48 


23 


73 


50 


376 


Secretaria  Geral  das  Bibliotbecas  e  Arcbivos  Nacionaes    em   1  de 
abril  de  1907. 

Pelo  Bibliothe  cario -mor  do  Reino 
O  Inspector, 


Gabriel  Victor  do  Montt  Pereira, 


BOLETIU  DAS  BIBLIOTII FICAS 


EsUtlstiea  dos  leitores  di  filbllotlieca  Nacional  de  Lisboa 
de  1907 


pelos  leitorea 

Utm 

»i« 

Mt 

ToU 

1:004 

8 

227 

739 
59 

861 
5 
358 
390 
30 

1:865 
13 
585 

i:129 
89 

Ih  Cl  4:61 
lltHÍIt4:2' 

Mil     8:8! 

6i7 

545 

1:192 

1:380 
79 

1:195 

91 

2:575 

170 

143 
2:103 

145 

á:208 

4:311 

30 

5 

37 
30 

35 

13 

48 

28 
179 

1 

28 
180 

324 

824 

7õ 

75 

1l6S0 

1:680 

8:772 

5:847 

14:619 

!  Arcbivoa  Naciouaee,  em  27  à 
bliotfae  cario -mâr  do  B«íno, 

O  Inspector,  ' 

i  Vtcior  do  MoiUe  Pertira. 


Impreusa  da  Univbrsioack.  1907 


Bíbliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  bibliographica  no  bi-ccnte- 
oario  do  Padre  António  Vieira  em  1897.  Lisboa,  Imprensa  Nacional,  1897. 

A  Exposição  Petrarchiana  da  BibUothcca  Nacional  de  Lisboa.  Catalogo 
aammario  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Lisboa, 
Imprensa  Nacional,  1905. 

Curso  de  Bibliothccario-Archivista.  Sammario  das  lições  de  Bibliologia, 
compiladas  por  José  A.  Moniz,  professor  interino  da  respectiva  cadeira  na 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  2.*  ediçio.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1900. 

Numismática  Nacional.  Lição  inaugural  do  curao  de  Numismática  da 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  anno  lectivo  de  1888-1889,  por  J.  Leite 
de  Vasconcellos,  professor  proprietário  da  respectiva  cadeira.  Lisboa,  Ty- 
pographia  do  Jornal  «O  Dia»,  10  e  12.  Rua  Anchieta,  1888. 

Elencho  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos,  1.'  parte  do  curso  (1888-1889).  Lisboa, 
Typographia  do  Jornal  «O  Dia»,  1889. 

Elencho  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos  do  II  curso  do  anno  lectivo  de  1889- 
18ÍK)  até  ao  VI  curso  do  anno  lectivo  de  1893-1894.  Lisboa,  Typographia 
do  Jornal  -O  Dia«,  1894. 

Relatório  dos  serviços  da  Bibliotlieca  Nacional  de  Lisboa  desde  o  segundo 
trimestre  de  lí)03  até  ao  quarto  trimebtre  de  1906,  por  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903  a  1906. 

Boletim  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  publicação  oíBcial  tri- 
mensal.  Publicados  5  annos.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902  a 
1906. 

Uma  traducção  inédita  em  latim  do  soneto  «Alma  minha  gentil ...»  Publi- 
cada e  prefaciada  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universi- 
dade, 1904. 

Uma  carta  inédita  de  Camòes.  Apographo  existente  na  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa  agora  commentado  e  publicado  pelo  Director  da  mesma 
Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  na  Exposição  Oceanographica.  Cata- 
logo sammario  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  du  Universidade, 
1904. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  Congresso  internacional  de  Liége 
sobre  reprodueçáu  de  manutjcriptos,  medalhas  e  scllos.  Relatório  sobre  a 
legislação  portugueza  no  tocante  á  reproduc(,ào  dos  nianuscriptos  offerecido 
ao  Congresso  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1905. 

A  Legislação  tributaria  em  beneficio  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
por  Xa\'ier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 


A  medalha  de  Casimiro  José  de  Lima  em  homenagem  a  Sousa  Martins, 
descripçâo  numismática  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  daUiii- 
versidade,  11)03. 

Espécies  biblioíjfraphicaa  e  espécies  bibliacas.  (^onsidcraçocs  sobre  no- 
menclatura por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensada  Universidade,  1ÍK)3, 

Concursos  públicos  para  provimento  de  logares  vagos  de  Segundos  Con- 
scrvadortís  dos  (piadros  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  da  Biblio- 
tlieea  NncioiíJil  de  Lisboa,  Legislação  respectiva.  Parecer  de  José  Joaquim 
d'A8Ct'iií;rio  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Uuiversidade,  1ÍK)3. 

Relíitoriu  dos  serviços  desempenhados  em  Coimbra  e  Braga  cm  Junho 
de  VMKi  por  José  Joaquim  d'Asceusào  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Gabinete  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (Notas  e  do* 
cumentos)  pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcellos.  —  I.  Moedas  de  ouro  da 
epocha  germânica.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902. 

A  excelsa  rainha  D.  Maria  II  na  intimidade.  Reflexões  aproposito  de  nni 
manuscripto  existente  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  por  Xavier  da 
Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo. 

índice  geral  dos  documentos  conteúdos  no  corpo  chronologico  exis- 
tente no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo.  Mandado  publicar  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  l.**  e  único. 
Lisboa,  Typographia  de  Silva,  1843. 

índice  geral  dos  documentos  registados  nos  livros  das  chancellarias 
existentes  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  mandado  fazer  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838,  Tomo  1.**  e  único. 
Lisboa,  1841,  na  Typographia  de  G.  M.  Martins. 

Extracto  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  offerecido  á  Augus- 
tissima  Rainha  e  Senhora  D.  Maria  I,  por  José  Pedro  de  Miranda 
Rebello,  amanuense  do  mesmo  Archivo.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni* 
versidade,  1904. 

Bibliothoca  Publica  de  Évora. 

Catalogo  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  Eborense,  por  J. 
H.  da  Cunha  Rivára,  tomo  1.°,  Ultramar.  Lisboa,  Imp.  Nacional,  1850. 
Tomo  2.*»  Litteratuva,  Imprensa  Nacional,  1868. — lomo  3.°  Historia, 
Imprensa  Nacional,  1870. 

Catalogo  do  Museu  Archeologico  da  cidade  de  Évora,  annexo  de  sua 
Bibliotheca,  composto  por  António  Francisco  Barata.  Lisboa,  Imprensa 
Nacional,  1903. 

Os  reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora,  pelo  director  An- 
tónio Joiíriuim  Lopes  da  Silva  Júnior.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1907. 


Venda  avulso,  no  edificio  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 
Cada  exemplar  do  numero  do  Boletim,  in  8.** — 200  rélS. 


lamero  2— (.'iino 


ibrll  a  JODlio— 1907 


BOLETIM 


PUBLICIIÇÂO  OFFICIAL  TRIMENSAL 


COIMBRA 
Imprensa  da  Universidade 

ieo7 


BIBLIOTHECiS  E  ARCHIYOS  MACIOMAES 

Pablloagoes  offioiaes 


INVENTÁRIOS  DA  BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 

Secçio  I — Historia  e  Geographia. 

Serie  1.*  (nameraçSo  preta)  —  1.*  parte.  Lisboa,  1889. 

—2.*  parte.  Lisboa,  1889. 
Serie  2.^  (numeração  vermelha) — Lisboa,  1895. 
Serie  3."  (nameraçSo  azul)  —  Lisboa,  1897. 


Secção  IV — Seiencias  civis  e  politicas. 

Serie  1.*  (nameraçSo  preta) — Lisboa,  1897. 


Secção  X — Philologia  e  Bellas-Lettras. 

Serie  1.*  (numeração  preta)  —  Lisboa,  1890. 
Serie  2.*  (numeração  vermelha) — Lisboa,  1898. 
Serie  8.*  (numeração  azul) — Lisboa,  1894. 


Secção  XIII — Manuscriptos  por  José  António  Moniz.  Lisboa,  1896. 

— Collecção  Pombalina,  por  José  António  Moniz.  Lisboa, 


icçao 
1895, 


completo. 


Inventario  do  Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  pelo  dr.  Eduardo  de  Cas- 
tro e  Almeida. 

Ilhas  da  Madeira  e  Porto  Santo,  I — Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
1907. 

Relatório  acerca  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  mais  estabeleci- 
mentos annexos,  dirigido  ao  £x.>°<>  Sr.  Ministro  e  Secretario  d*£stado  dos 
Negócios  do  Reino,  no  l.^  de  Janeiro  de  1844  por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Barreto  e  Noronha.  Tomo  I-Officio — Tomos  II,  III  e  IV — Appensos 
ao  officio.  Lisboa,  Typographia  Lusitana,  1844. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  Antoniana,  1895.  Lisboa,  1895. 


AbTll  1  Jubg— 110 


BOIjETII^íI 


\m  I  ARCHivos  mmm 


da  Sacnluia  GsnI  du  Bibliolbecu  e  Archivos  NacioiUKi.  L 
-  J.  A.  CaMello  Branco,  Bibliotbetarío  Udr  do  Beioa. 
Mijplo  «  /n^TMiSii  na  Imprenu  di  Unicenidiila. 


serviços  do  Real  ircbivo  àa  Tom  do  Tombo 
no  primeiro  trimestre  de  1907 

'  Senhor.  —  SSo  de  V.  Ex.'  bem  conhecidas  as 
n  que  assumi  a  dírecçSo  interina  deBte  Archívo. 
doença  do  Ex."^  Senhor  Roberto  Augusto  da 
lem  lamentável  certamente,  e  as  outras  que  só 
ar  e  respeitar. 

dever  em  que  estou  de  relatar  a  V.  Ex.*  os 
te  Ârchivo  se  realisaram  no  passado  trimestre, 
ialmente,  que  V.  Ex.'  envidava  os  seus  esforços 
gnar  no  orçamento  do  Estado  uma  verba  parA 
'sbSo  do  nosso  inventario  geral,  para  ahi  dirigi 
minha  attençSo.  Devo  confessar  a  V.  Ex.'  que 
mpria,  atem  de  um  dever  burocrático,  um  gra- 
ellectual,  porquanto  supponho  ter  a  noçSo  per- 
1  indiapensabilidade  deste  trabalho  para,  com 
poder  escrever  a  Historia  da  sociedade  joortu- 
onseguinte   também   supponho   ter  a   noçlo  do 

que  Y.  Ex.*  assim  prestou  immediatamente  ao 
lu  dirigindo  e,  d'uraa  forma  mediata,  ao  desen- 
studos  de  Historia  Pátria  no  nosso  paiz. 
)0ÍB  pelo  inventario  d'uma  collecçílo  de  livros  de 


BOLBTnt  DAS  BIBLIOTHECAS 


de  meiados  do  século  xvii,  chamada  Livros  i 
lo  de  que  apenas  havia  imperfeitos  siimmarios 
quena  parte  do  2."  Era  portanto  preciso,  pari 
oe  fícar  apto  para  impressSo,  transformar  o 

tentes  e  continuar  extrahindo  os  restantes  • 

filo. 

sso  fiz  proceder. 

anto  trabalhnriím  os  empregados  que  do  1." 

s  1G21  verbetes;  do  2."  890,  do  3.»  219  e  < 

iresenta  um  total  de  3978  verbetes,  ou  seja 

fuihas  de  impressSo! 

mesmo  tempo  fiz  começar  com  o  inventario 
chamada  Cartas  Missivas,  cujo  enorme  inter 
Dada  de  documentos  originaes  do  século  xvi, 
lie  nechuna  outros,  aspectos  ciiriosoB  da  vic 
de  portugueza  no  período  quinhentista, 
lia  havia  já  uns  minúsculos  summarios  cheios 
imperfeições,  contrastando  com  os  agora  ex 
im  o  maior  numero  poasivel  de  dados.  SSo  p 

67,  o  que  nada  admira  attenta  por  um  la< 
lade  do  assumpto  e  por  outro  lado  u  facto  c 
jue  de  tal  serviço  encarreguei,  terem  tido 
rimestre  os  impediram.  Espero  que  no  proxi 
inte  bera  mais  o  inventario  de  tal  collecçao. 

livraria  pozeram-se  em  dJa  algumas  das  pui 
i  que  por  offerta  recebemos,  requisitaram 
os  que  faltavam  e  começaram-se  esmpturai 
IS.    Da    mesma    maneira   aa    entradas    dos   n 

0  aqui  consignar  o  legado  do  falleuido  monsei 
lés  depositados  neate  Arcliivo  peio  ar.  Eugen 
mtando  maia  cem  registos  de  mercês,  quiitzi 
■a  publica  effectuada  com  toda  a  regutaridac 

1  mençilo  dos  serviços  que  neate  Real  Ârchii 
am  no  trimeatre  de  Abril,  Maio  e  Junho  do  ar 
IS  Guarde  a  V.  Ex.»— Real  Archivo  da  Torr 
de  Junho  de  1907.  — 111.""'  e  Etí..""  Senhor  B 

Reino.  — O  Director  interino,  António  Edi 


■^^ 


"nr 


Relatório  dos  serviços  ôa  BibliotlieGa  Nacional  de  Lisboa 

no  segundo  trimestre  de  1907 


III.™*  e  Ex.™°  Senhor: — O  incêndio  que  em  6  de  Abril  pró- 
ximo passado  se  manifestou  nas  aguas-furtadas  do  prédio  em 
contiguidade  com  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (prédio  que 
tem  por  serventia  de  escada  a  porta  N.®  5  do  Largo  da  Biblio- 
theca Pública)  veiu  frizantemente  avisar-nos  dos  perigos  que 
ameaçam  o  nosso  instituto  perante  a  circumstancia  de  não  se 
achar  esse  instituto  num  editício  autónomo,  completamente  iso- 
lado. 

E  mais  um  ensejo  se  me  ofFerece  para  novamente  aqui  declarar 
quanto  seria  conveniente  que  sem  delongas  o  Governo  de  Sua 
Majestade  pensasse  em  mandar  construir  ab  imis  fundamentis 
um  edifício  especial  para  segura  accommodação  das  nossas  pre- 
ciosidades, edifício  em  harmonia  com  todas  as  prescripçcies  da 
moderna  hygiene  (hygiene  em  relação  aos  livros,  hygiene  em 
relaç&o  aos  guardas  do  instituto  e  aos  seus  frequentadores). 

Quando  em  meus  antecedentes  Relatórios  tenho  instado  pela 
ampliação  dos  nossos  aposentos,  claro  está  que  a  esse  alvitre  não 
presidiu  nunca,  nem  poderia  por  modo  algum  presidir,  a  idéa  de 
que  ficasse  perpetuamente  alojada  no  actual  edifício  a  Bibliotheca 
Nacional.  Similhante  ampliação  representaria  apenas  um  remédio 
provisório,  um  simples  palliativo. 

O  ideal  indispensável, — mas  ideal  cuja  realização  não  poderia 
efifectuar-se  num  lapso  de  tempo  curtíssimo,  —  ó  sem  dúvida 
alguma  a  construcção,  que  deixo  dita,  de  um  novo  alojamento 
irreprehensivelmente  apropriado.  ^ 

O  incêndio  a  que  me  refiro,  é  um  aviso  que  no  ânimo  dos 
previdentes  deve  patrioticamente  preponderar. 

Atalhado  intrepidamente  pelos  bombeiros,  como  tive  occasião 
de  presenciar,  —  conseguiram  elles  circumscrever  á  parte  supe- 
rior do  prédio  incendiado  os  prejuizos  e  as  damnifícaçdes. 

A  Bibliotheca  Nacional,  cujo  angulo  N.E.  pega  com  o  angulo 
S.O.  do  prédio  affectado,  em  nada  felizmente  padeceu  com  tal  fogo. 

Mas. ...  se  em  vez  de  ser  ao  meio-dia,  fôra  de  madrugada 


-*^. 


r 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


O  incêndio, — «,  se  em  vez  às  soprar  o  veoto  si 
o  nordeste,  —  atrevo-me  a  conjecturar  que  lan 
ua  Bibliotheca  Nacional  sensíveis  prejuízos,  cou 
seriam  protecçSo  bastante  as  grossas  paredes  e 
nosso  edifício,  pois  que  aa  labaredas,  projectando 
dentro,  certamente  nos  causariam  funestíssimos 

Aqui  fica  lavrada  a  minha  prevenção,  como 
dever  indeclinável.  Oxalá  nos  poderes  públicos 
um  echo  sympatbico  esta  minha  justa  reclamaç! 

E  vem  muito  apropósito  recordar  o  que  acoí 
dez  annos,  —  e  de  que  deixou  memoria  eacripta 
nado  ao  «pontoi  do  pessoal  litterario  da  BibH 
quem  nesse  tempo  sabiamente  Uie  dasimpenhav 
CoDservador-Director: 

iNa  madrugada  do  dia  13  (Junho  de  1897^ 
touio,  ardeu  o  giande  barrac&o  situado  ao  sul 
entre  esta  e  o  palácio  Iglesías;  queimando  aindf 
janellas,  do  lado  sul,  da  secretaria  e  da  Bala  i 
escada,  e  charauscando  ainda  outras.  Apenas  ut 
que  estava  na  sala  das  visitas,  foi  mulliado  na  j 
incêndio  foi  rápido,  começando  pelas  dez  horas  ( 

Valeu-nos  nessa  conjunctura  a  coincidência 
.vento  norte  e  nSo  principiar  o  sinistro  por  horas 

O  que  tudo  está  entretanto  recommendando 
perdi  as  esperanças  de  nos  serem  (como  t;u  tar 
aidos  os  aposentos  hoje  occupados  pelo  GovCm 
tudo  está  urgentemente  aconselhando  {e  nSo  ni 
repetir),  é  que  o  Ciovêrno  de  Sua  Majestade  haja  ] 
a  constnicção  de  um  novo  edifício  para  installaçí 
Kacional  de  Lisboa. 

à  vizinhança  do  Governo  Civil,  aggravads 
neucia  dos  calaboiços  policiaes,  por  todos  os  mo 
moda.  Do  nosso  instituto  os  funccionarios,  a  quem 
de  serviço  cabem  gabinetes  de  trabalho  com  jai 
para  o  pateo  daqueJIa  repartiçilo  administrativa, 
se  me  queixam,  e  com  justificada  razjlo,  do  estâi 
no  socêgo  indispensável  a  seus  laborRs,  peran 
algazarra  dos  reclusos,  quer  sejam  desordeiros,  et 
ou  alienados  que  amiúde  alli  acodem,  e  cujos  inc 
berreiros  nSo  ha  maneira  de  eohibir, 

A  esta  situação  deplorável  accresce  que  já  ( 


E  ARCHIVOS  HÁCI0NÃE8 


mais  de  uma  vez  tem  TÍn<1o  jtixtapôr-sd.  E 
mencionado  pateo  se  teem  accendido  fogueiras 

,  ou  como  taes  classificados,  pertencentes  á 
rno  Civil !  Nessas  occasiSes,  a  única  prevenção 

d'ella  tenho  lançado  mSo)  é  mandar  cuidado- 
as  as  janellas  que  da  Bibliotheca  abrem  para 
to  de  obstar  a  que  papeis  inflammados,  arras- 
ia,  penetrem  nos  nossos  aposentos.  Nem  se 
ainha  parte  exaggêro  em  similbantes  receios, 
;casi&o  das  fogueiras,  o  Ex.""*  Inspector  das 
hivos  e  eu,  tivemos  ensejo  de  verificar  que, 

vento,  alcançaram  a  Rua  Ivens  abundantes 
ipeis  carbonizados. 

no  capítulo  das  dadivas. 

lez  de  Valdeterrazo,  Membro  da  Real  Acade- 

ncia  e  Legislação  (de  Madrid),  foí-noa  obse- 

lo  um  exemplar  da  interessante  conferencia 

'mico  alli  pronunciou  em  12  de  Maio  de  1905, 

lio 

tlee  en  el  Derecho  Intemaciomd,  (Madrid  — 

raní  (como  a  priori  se  poderia  conjecturar) 
i  historia  portuguesa. 

ril  do  anão  corrente,  acabou  de  imprimir-se 
ida  com  retratos  e  outras  estampas,  a 
I  de  Gutierre  Gomez  de  Fuensalida  Èmhajador 
ie$  é  Inglaterra  (1496-1009).  Publicada  por 
■k  y  de  Alba,  Conde  de  Sii-uela. 
'eciosa,  e  luxuosamente  adornada,  nos  veiu 
iplar  por  oíTerta  generosa  do  Sr.  Duque;  e 
tferencias  a  vultos  da  nossa  historia,  —  taes 
ffoQSO  V,  a  Princeza  D.  Joanna  (conhecida 
«Mente  Senborai,  e  entre  os  Hespanhoes  por 
eitranejap),  El  Rei  D.  Manuel,  a  Rainha  sua 
(filha  aos  Reis  Catbolicos),  e  o  mallogrado 
(filho  dos  dois  precedentes). 

Nacional   de  Heapanha  recebi  um  precioso 
lia 
retratos  de  jteraonajea  etpailoleã  que  ee  con- 


UOLKTIH  DAS  DIBLI0THECA8 


an  en  la  Seccion  ãe  Estampas  y  de  Bellas  Arte»  de  la  Biòlio- 

Nacional  por  el  Encargado  de  la  Sección  Ângtl  M.  de  Barcia. 
drid— 1901-1905). 

Abrange  1994  Números  ease  íCatálogoi,  —  ma»  nJIo  deve 
li  concliiir-Be  quã  apenas  1994  retratos  se  acham  nelle  apon- 
)8,   pois  que  em  miiitie^iiiioB  d'aquelles  Ntimeros  (cada  um 

qunes  se  reTere  a  uma  determinada  individualidade,  que 
irsitica  de  Número  para  Número)  figuram  várias  espécies 
ticas. 

O  texto  do  interessante  Catálogo  traz  por  appendice  diversos 
ces  que  sobremaneira  aproveitam  a  quem  pretenda  consultál-o. 
Este  bello  trabalho  do  Sr.  Barcia,  mais  e  mais  me  estimula 
lesejos,  que  nutro,  de  que  também  a  Bibliotheca  Nacional  de 
>>oa  possa  um  dia  publicar  Catálogo  de  seus  retratos. 
Com  relaçUo  a  tal  especialidade  possuímos  nós  uma  obra  im- 
tante  e  assaz  conhecida,  elaborada  por  um  illustre  escriptor 

na  Bibliotheca  Nacional  desimpenhou  com  elogios  merecidos 
Ito  cargo  de  Bibliothecario-Mór.  Escusado  me  parece  aceres- 
tar  que  me  retiro  aoa 

Estudos  biogi-apkicos  ou  notícia  das  pessoas  retratadas  nos 
dros  históricos  pertencentes  á  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 

José  Barbosa  Uanaes  de  Figueiredo  Castello- Branco.  (Lisboa 
1854). 

E  já  depois  d'ÍBso,  modernamente,  o  Sr.  Gabriel  Pereira  deu 
irae  ires  inleraseantes  opúsculos,  que  muito  aproveitam  aos 
idiosoe,  e  de  que  passo  a  fazer  mençFlo : 

Catalogo  dos  desenhos  e  aguarellas  do  Alhum  Cifka  da  B. 

L.  (Lisboa — 1903).  Abrange  esse  Catálogo  171  Números, 

re  08  quaes  figuram  alguns  retratos. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa — Notícia  dos  retratos  em  tela 

6.  P.  (Lisboa— S.  d.).  Abrange  229  Números. 
Setratoa  gravados.  (S.  1.  (Lisboa)  n.  d.).  Abrange  235  Nu- 
'OS,  e  constituo  o  indico  do  curioso  e  precioso  volume  que  a 
liotheca  Nacional  possue  na  Sub-SecçSo  de  Bellas-Artes,  intt- 
do  —  iRetratos  de  cardeaes,  bispos,  «  varoens  portuguezes 
ítres  era  nobreza,  armas,  lettras  e  santidade  —  Coordenados 

mezes  de  abril  e  maio  do  anno  do  Senhor  1791>. 
Torna-se  porém  muito  desejável  &  enumeraçUo  de  todos  os 
■atos  (de  todos)  na  Bibliotheca  Nacional  existentes, — -quer 
ira  retratos  isoladamente  estampados,  quer  sejam  aquelles  que 
fusamente  figuram  dispersos  por  livros,  por  jornaes  e  revistas. 
Quando  o  Sr.  JoSo  Augusto  Melicio  e  eu  oollaborámos  na 


E  AECHIV08  HACIONAEâ 


orgaoisaçXo  do  catálogo  bibliogrsphico,  relativo  á  Secção 
Sciencías  e  Artes,  —  foi  sempre  nosso  impenho  accusar  nos  v 
betes  reRpectivoB  a  especialização  de  quantos  retratos  incontr. 
semos  nos  livros  que  pelas  mlíos  noa  paesaBsem. 

Por  esse  processo  eu  tinha  ein  mira  facilitar  as  buscas  r 
espécies  bibllacas  d'aquella  Secção,  quando  opportunamenle  cl 
gasse  o  desejado  momento  de  organizar  o  nosso  inventa 
iconographico,  - — visto  aasira  me  parecer  que  ficaria  muito  si 
plificado  o  trabalho  de  investigação  para  quem  de  tal  tarefa 
incarregasse. 

Esta  observância  foi  sempre  por  mira  rigorosamente  manti 
até  ao  ponto  em  que,  pelo  meu  ingresso  no  cargo  de  Director 
Bibliotbeca,  deixei  de  superintender  directamente  na  Secção 
Sciencias  e  Artes. 

Entre  os  visitantes  estrangeiros  que  no  trimestre  correi 
honraram  com  sua  presença  a  nossa  Bibliotbeca,  figurou  dist 
ctamente  o  Sr.  Dr.  Manuel  Cicero  Peregrino  da  Silva,  acti 
Director  da  Bibliotheca  Nacional  do  Rio-de-Janeiro,  a  cujos  i 
forços  deverá  o  Brazil  no  anno  próximo  (1908)  ver  inaugura< 
em  brilhantes  condíçdes  de  opulência,  o  novo  edifício  d'aque 
importantiesimo  estabelecimento. 

O  Sr.  Dr.  Manuel  Cicero  é  um  mancebo  de  privilegiada 
telligencia,  notável  erudição,  e  actividade  infatigável,  zelosissii 
no  desimpenho  das  suas  funcçSes,  e  enthusiasmadisBimo  p< 
ing rand eci mento  da  Bibliotheca  a  seu  cargo. 

Anda  elle  agora  em  vieíta  ás  principaes  Livrarias  da  Euro 
e  dos  Estados  Unidos  da  America,  no  intuito  de  apreciar-ll 
de  viãu  as  respectivas  organizaçSes. 

No  exame  da  nossa  Bibliotheca  se  demorou  elle  alguns  dii 
colhendo  minuciosas  informações,  e  analysando  preciosidades, 
despertando  as  mais  vivas  sympathias  em  todos  quantos  tiveri 
(e  nesse  número  me  conto  eii)  a  fortuna  de  travar  conhecimei 
pessoal  com  tão  distincto  cavalheiro. 

A  elle  devemos  por  dadiva  um  exemplar  de  cada  um  dos  ti 
módulos  do  ex-lihris  que  para  a  Bibliotheca  Nacional  do  Rio-< 
Janeiro  artisticamente  delineou  e  mandou  executar:  esses  ti 
muduloe  irão  fígurar  no  calbums  que  para  tal  especialidade  est 
organizando. 

Do  Sr.  V,  C.  Scott  0'Connor, — um  erudito  irlandez  e  i 
amabilissifflo  gentleman  que  esteve  em  Lisboa  algumas  semai 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


iBtndoa  na  Bibliotheca  Kacioosl,— 

ilavras. 

te,  por  despedida,  ao  Sr.  Gabriel  ^ 

carta  repassada  de  suprema  gec 

ueiro  acolhimento  que  recebeu  dd 

ire  em  contacto. 

miinlio  da  sua  gratidão,  e  como 

ibliotheca,  remetteii-noe  elle,  artis 

seuiplar  da  seguinte  publicaçjlo, 

intereseantiasima : 

Eaat.  A  record  of  life  and  travei 

Connor,  ComplroUer  of  Assam.  (L 

e  illuBtrada  esta  obra  com  abun 

las  qiiaes  delicadamente  coloridas, 

'.  R.  Míddl9toD  e  duas  senhoras  (I 

:iiDBamente  impressa,  abrange  2  g 
30  nella  referencias  ao  período 
d,  FernSo  Mendes  Pinto  e  Va8C( 
irecem  mencionados  no  decurso  d 

idio  do  Consulado  de  Portugal  en 
liotbeca,  offerecido  pelo  respecti 

a  ãilatation  adynamique  de  l'estofi 
ínrique  de  Argaez — Deuxtèmeédii 


lha  nos  proveiu,  offerecido  pelo  Si 
radonitz,  um  exemplar  da  obra  qv 

denominação : 

Atias.  Aknentafeln  ett  32  Aknei 
krer  Gemahlintien.  (Attenburg —  I 
iBo  álbum  genealógico,  as  ãs.  44 

Majestades  EIRei  D.  Carlos  de 

a  Railiha  D.  Maria  Amélia.  A  r 

quartos  avós. 

pelo  auctor,  que  era  1906  tomou 
irnacional  de  Medicina,  introu  na  '. 
ria   e&crípta   pelo    Sr.    Dr.    Roul 


IIV08  NAClONAKã 


:e  contestam  gratuitas  affirma^SeB  dos 

.  (Lisboa— 1907). 

as  com  que  a  Bibliotheca  Nacional  foi 
intemplada,  ãgura  uma  espécie  muito 
kqui  menção  particular  porque  repre- 
as  lettias  portuguezas  recentemente 

•  Media  noche.  Comedia  en  ires  acto» 
ir  J.  Nomhela  y  Campo».  (Madrid  — 

i  o  retrato  phototypico  do  dramaturgo 
da  por  um  prólogo  de  critica  litteraría, 
a  comedia, — O  Sr.  D.  Júlio  Nombela 
essor  da  Universidade  de  Madrid,  e 
dois  annos,  esteve  em  Portugal  pro- 
ite  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 

icebi,  offertada  pelo  auctor  que  reside 

'ecediãa  d'um  breve  estudo  sobre  a  arte 
fferadito  Gomes  — 2.*  edição,  revista 
■  1907). 

lor  dadira  do  respectivo  anctor,  pro* 

wíe  de  Sciencias  Phytico-Naiurats  do 
apresentada  a  S.  Ex.*  o  Governador 
ito  de  Queiroz  Montenegro  por  António 
■ãico  naval  de  í.'  classe  cm  eommissão, 
Lyceu  Nacional  de  Macau  e  Secretario 
'  1907J. 

pelo  Sr.  Conselheiro  José  Carlos  de 
leca  dois  exemplares  de  uma  formosa 
ublicada,  e  ornamentada  com  o  retrato 

—  Affonso  d'Alòuquerque  (Poema  em 

:o  — 1906). 

ivêa,  —  que  entre  aa  múltiplas  fainas 


BOLUTIH  DAS  BlltLlOTHHO 


dfl  agricultor,  magÍBlrado,  e  político,  tem  E 
iucontr&r  momeatos  de  lazer  para  se  íntreg 
ao  cultivo  das  btjjlas-lettrae,  —o  Sr.  Conaelh 
num  preambulo  em  prosa  a  rsz&o-de-ser  do 
poema  interlaça  o  auctor  variadas  formas 
exemplo  do  que  em  tempos  practicou  Thoi 
poema  D.  Jayme.  Em  remate  do  volume, 
GonvSa  addicionou,  para  illucidaçSo  do  tex 
de  Dotas  históricas. 

O  Sr.  Dr.  Augusto  Luciano  SimSes  de  < 
elevada  competência  de  íngenheíro  tem  o 
elevada  competência  de  elegante  escriptor, 
Junho  de  1906  perante  a  Aasociaçilo  dos  Eii] 
tuguezes  o  elogio  histórico  do  fallecido  Candi 
— e  deu  á  luz  no  aiino  corrente,  ampliadoí 
notas,  os  fructos  do  seu  lavor,  num  volui 
retrato  do  extincto. 

Esse  volume  intitula  se 

Cândido  Xavier  Cordeiro — Elogio  kistori 

E  d'ell6  recebeu  a  Bibiiotheca,  por  offer 

O  Sr.  Commendador  Annibal  Augusto 
na  comarca  da  Figueira- d  a  Foz,  obsequiou-r 
brinde  um  exemplar  do  seu 

Manual  do  Notário.  (Figueira — 1907). 

Do  Sr.  Alberto  Carlos  da  Silva  contin 
offerta,  com  que  elle  nos  favorece,  das 

PitbUcalione  of  the  American  jetcish  ílit 
Dessa  importantissima  collecçSo,  que  so' 
Portuguezes,  deu  agora  intrada  na  Bibliotb 
timore— 1906). 

Offertado  peia  Bibiiotheca  da  Universida< 
tinuãmoB  também  a  receber  o  seu  Arckiv' 
interessante  repositório,  interessantisaimo  de 

Neaae  repoaitorto  ae  tem  ultimamente  pub 
de  composições  inéditas,  escriplas  pelo  céleb 
Cruz,  —  o  melliãuo  poeta  que  na  clauaura  i 
á  cryatallina  fluência  do  estro,  dignamente  b 
irmilo  Diogo  Bernardes. 


SCHIVOS  NACIONASS 


1,  que  do  inspirado  monge  se  estXo  agora 
lOB  olhos  aquella  que  no  faeciculo  3."  do 
■g.  45  e  BOguintes)  appareueii  publicada 
!^alRpo>.  Saltou-me  aos  olhos,  sobretudo 
vras  de  crítica  espirituosa  que  um  dos 
já  certamente  no  século  xvi  eram  muito 
lissimas  seriam  hoje  em  relaçSo  ao  século 


natural  dos  priguiçosoB, 
merecer  n!lo  trabalhando, 
iigentes  invejosos. 
diligencia  murmurando, 
jizer  que  porventura 
ito  mais,  não  trabalhando. 
<  ser  maior  desaventura 
rer  louvar  o  que  trabalha, 
■  louvado  o  que  murmura !  i 

eza;  parece  que  estamos  contemplando 

ICulo  XX I 

nclusSo  a  tirar:  —  é  que  o  Sic  vos  non 

rgilianos  e  o 

ed  —  tiãit  alter  konoreêf 

irica  do  (gralho  impavonado»,  com  appli- 

)s  e  a  todos  os  logares,   nílo   a  simples 

,  mas  a  legitima  expressSo  de  uma  eterna 


tgueza,  que  a  impresa  editora  A'0  Secuto 
loa  sob  a  diligente  direcçito  do  Sr.  Carlos 
odernamente  apparecido  notícias  e  refe- 
.Bibliotheta  Nacional,  onde  regularmente 
rasciculos  do  mencionado  hebdomadario. 
ellas  noticias  dois  artigos.  D'esses  dois  o 
em  6  de  Maio  de  1907,  sob  o  titulo 
\uguezas  (artigo  illustrado  com  a  repro- 
latro  frontispieioB  mui  curiosos  e  biblio- 
ignos  de  attençâo,  —  reproducçSo  photo- 
la  sobre  os  preciosos  exemplares  da  nossa 


BOLEI  IH  DAS  BIBLIC 


O  outro,  publicado  em  13  de  Maio, 
cisco  Nogueira  de  Brito  (Amanuense  i 
do-Tombo). 

Está  subordinado  á  epigraphe 
Como  Lisboa  recebeu  Filippe  2." 
6  vem  adornado  cora  a  reproducção  fa( 
colhidas  em  um  dos  exemplares  que  a  I 
do  livro  de  JoSo  Baptieta  Lavanha  — 
Magestade  ãd  Rey  D.  Filipe  11.  N.  , 

Por  occBBÍ&o  de  recentemente  nos 
El  Rei  da  Saxonia  e  ÍSua  Alteza  Real 
da  Rainha  de  Portugal  D.  Maria  IIJ 
Bettencourt  (desvelado  investigador  da 
em  assumptos  judaicos,  e  actualmente 
theca  d'Ajuda)  fez  estampar  numa 
(ex cl ubí vãmente  destinados  a  brindes) 

Voyage  à  Lisbonne  du  1'rince  f 
(Auguste  II)  en  Í688  —  Extraií  du  m 
Biblioihèqiie  Royale  ã'Ajudn,  IVaãuit 
Bettmcourt.  (Lisbonne — 1907). 

D'eata  publicaçSo,  executada  em  p 
Bibliotheca  Nacional  um  exemplar. 

ÀOB  27  de  Janeiro  do  anno  correntt 
realizou  perante  a  «Sociedade  de  Sciei 
tugal»  uma  substanciosa  conferencia,  i 
primír  Bob  o  título  seguinte: 

D.  Luiz  de  Castro — Aapeeto»  econo 
(Lisboa— S.  d.). 

O  auctor  da  conferencia,  já  de  sol 
pelas  numerosas  'obraB  que  tem  prod 
distincto  proiisBÍonal,  mas  um  digtinct( 

For  epigraphe  na  sua  brilhante  con 
tbeca  recebeu  por  brinde  um  exemplai 
aproveitou  das  Georgicas  de  Virgílio, 
estes  seis  versos; 

«Baccho,  padre  Lenêo,  se  de 
Com  pâmpanos  a  Hesperia  ao 
£  a  vindima  a  espumar  lhe  ve 
Digna-te  boje,  ó  Lenêo,  de  faoi 


e  com  semblante  amigo 
pés  tingir  commÍgo>. 

i  dando  ao  pralo,  com  aprecia- 
a  a  que  poz  por  titulo 

0  OchideTite. 

*ârecer,  ha  poacas  semanas,  o 
le  occupa  ií'«A8  ciTiliaaçSes  do 

1  devem  constituir  matéria  do 
içado. 

le  Buas  idéas,  é  o  próprio  auctor 
idncçSoi  por  esta  forma  se  ex- 

ainado.  Em  todos  os  capitules 
I  sSo  resultado  do  nosso  estudo 

.  Dr.  Arriaga  me  tronze,  tat 
)r  muito  especial  vein  elle  ofiTe- 
rrecadar  no  grupo  dos  divros 
imentos  manuscnptos  por  lettra 


cente  Maria  ãe  Moura  Coutinho 
ladiva  um  exemplar  da  oraçXo 
eographia  de  Lisboa  elle  teve 
ne  de  14  de  Janeiro  próximo 

rso  vem  ampliado  com  annota- 

ãe  Santarém.  (Lisboa — 19t)7}. 

Almeida  d'Eça  e  pelo  sympa- 
(o  Sr.  Jacintho  do  Carmo  de 
rar  na  Bibliotbeca  um  exemplar 
do  com  estampas,  offerece  no 

farinhas  e  a  sua  bandeira  (Âl- 
zaçào  da  Escola  Naval,  (Lisboa 


)Bt&  e  Victor  Hugo  de  Azevedo 


BOLBTIH  DAS  BlBLIOTHECll 


Coutinho,  amboe  lentes  profioientiBsimos  naEB 

a  Biblíotheca  Nacional  dois  exemplares  das 

Tahua»  Náutica».  (Lisboa  — 1907). 

Nesta  secçlo  das  dadivas,  mais  uma  vez 
Sr.  Eugénio  do  Canto,  benemérito  michaelen 
diosoa  devem  bom  serviço  na  publícaç&o  < 
documentos  manuelinos. 

Agora  nos  sahiu  elle  a  terreiro  com  três 

Epittola  Helenea  Aviw  DauidU  Preciosi  i 
Imperatori»,  aã  Emmanudem  Lusitanorttm, 
anno  miUesimo  quingenlesimo  nono.  (Ponta  D 

Vem  seguido  o  texto  latino  da  Epistola 
portuguez  e  em  toscano. 

Caiia  de  El  Rei  D.  Manoel  para  o  juiz,  vere 
jidalgoi,  cavalleiros,  escudeiros,  homens  bons  i 
da  vinda  da  armada  que  foi  á  índia  (Escrij: 
19  de  Junho  de  1508).  (Liaboa  — 1907). 

Vem  acompanhttda  pela  reproducçSo  fac-BÍ; 

Copia  literal  de  las  dos  cartas  de/  Rey  D 
t'tgal  existentes  en  la  Real  Biblioteca  dei  Escot 
II-&-7,foh.  172  ai  177.  (Lisboa— 1907). 

As  duas  Cartas  íncluidaB  no  folheto  supn 
gidas  ao  Arcebispo  de  Toledo  em  2  de  M 
acompanhou-as  o  Sr.  Eugénio  do  Canto  com 
simile  de  parte  doa  dois  textos. 

De  todas  as  três  publicações,  dadas  a  lui 
doador,  foi  a  tiragem  limitada  a  60  exemp 
quaes  ÍDtrou  no  commercio. 

A  Direcção  Geral  dos  Trabalhos  Geodesic 
prosegne  sempre  no  impenho  de  nos  remettei 
E,  ha  poucos  dias,  nos  brindou  ella  com  a 
íCarta  de  Portugali,  estampada  a  cinco  c€t 
para  50:000,  —  folha  que  abrange  o  Bombai 
vizinhos  territórios. 

Ka  mesma  escala  de  1  para  50:000  tenho  c 
para  a  Biblíotheca  as  folhas  publicadas  pela  iC 
com  a  Hespanhat.  Ko  primeiro  trimestre  d( 
viam-me  sido  iutregues  as  Folhas  31  e  22j  n 
vieram  as  Folhas  19  e  20. 


os  NAGIOHAES 


:um  grupo  de  amigos  e  admiradores 
neato  Rodolpho  Hintze  Bibeiroi,  e 
I  insigne  estadista,  appareceu  á  luz 
ir  titulo 

scurgog.  (Lisboa —  1906-1907). 
queltes  que  na  Camará  dos  Dignos 
beiro  Hintze  proferiu  aos  6  de  No- 

ao  «Discurso  da  CorSai,  e,  no  dia 
deantamentos  á  Casa  Beali. 

veiu  destinado  um  exemplar  d'entre 
<n  «para  distribuiçSo  grátis  em  todo 


igueza  recebi  também  um  exemplar 

ente  se  distribuiu,  intitulada  assim: 
le  do  Conselho  proferido  na  reunião 
ior  Liberal  em  1  de  junho  de  1907. 


Yaaconeellos  intregou-me,  para  a 
folbeto  por  esta  fórma  intitulado: 
mologico  PortugiiU.  (S.  I.  (Lisboa) 

elo  Sr.  Manuel  Joaquim  de  Campos 
assumptos  numismáticos),  apresen- 
roducçíio  fac-BÍmile  de  cinco  meda- 
ffigie  do  Principe  Regente  D.  JoSo 
e  as  d'EI-Rei  D.  Miguel,  d'EI-Rei 
}.  Maria  II, 

B  deve  também  a  Bibliotheca  duas 
1  uma  vez  se  exemplificam  as  espe- 
ioso  collectionador. 
introu,  foi  a  seguinte: 
hitecloB  Civis  e  Ái-cheologos  Portw- 
e  medalhas  do  Museu  do  Carmo  pelo 
(Lisboa  — 1907). 

im  excellente  lavor,  illustrado  com 
inverso  e  no  reverso)  do  «Projecto 
lo  25."  annivereario  da  Real  Asso- 

)  pelo  Sr.  Dr.  Lamas,  e  adornado 


BOLETIH  DAS  BIBLIOTHECA 


com  ilIu8tra{3eB  maitisaimo  intõresBantes,  pe 
meditas,  intitula -se 

Medalha  commejiiorativa  da  instituição  dt 
Historia  Portvgtteza — Collecção  organizada 
(Lisboa  — 1907). 

Entre  os  numeroaoe  opuecuIoB  que  sobre  m 
t«m  já  publicado  o  auctor,  este  me  parece  ut 
se  nlto  de  todos  o  mais  curioso. 

Virgo  Clemens — Sermão  pregado  na  Saí 
cordia  do  Porto  pelo  Padre  F.  J.  Patrici 
antigo  deputado  da  nação.  (Porto  — 1907). 

Aqui  está  um  suggestivo  e  formoso  foll 
me  invíou  por  offerta.  Quem  ha  que  xAa  ( 
ornamento  da  nossa  tribuna  sagrada  ?  Ezcubí 
recer  os  méritos  do  elegante  discurso,  em  que 
cfllebrou  a  influencia  da  caridade  chriatan  no 
manidade. 

O  Sr.  P.  Francisco  José  Patrício   nesse 

—  depoÍB  de  invocar  por  epigraphe  o  versi 
S.  Lucas  Homo  quidam  feck  ccenam  magna 

—  começa  pelaâ  seguintes  palavras: 

•Notável  é  esta  liçRo  do  evangelho  em 
Mundo  nos  conta  que  um  homem  de  alta 
tratando  de  realisar  um  grande  banquete,  ms 
a  fazerem  ob  oonvitea  a  muitas  pesHoaa  de  bi 
do-se  estas  desculpado  sob  diversos  pretexl 
chamar  os  pobres  e  aleijados  para  com  elles 
guiar  deveria  aer  este  banquete,  como  extraí 
que  revelap. 

O  discurso  que  tào  interessantemente  pri 
uma  nota  histórica,  não  menos  interessante,  i 
portugueza  das  Santas  Casas  de  Misericórdia 

cHa  quatrocentos  e  nove  annoe,  deante 
de  Nossa  Senhora,  em  uma  das  capellas  da 
Ihava  uma  formosa  rainha,  viuva  já,  e  por  iss 
o  traço  do  soffrimento  no  rosto  que  denotava 
dos  martyríos  próprios  a  condolência  dos  mal 
estava  também  um  padre  trinitarío,  a  quem 
pae  dos  pobres ;  ao  lado  el-rei  D.  Manoel  com 
e  depois  o  arcebispo  D,  Martinho  da  Costa,  I 
hons,  oa  representantes  do  povo — Joíto  Rodr 


£  ARCHIVOS  ItAClOKAEâ  éd 


do  Poço,  flamengo;  Jofto  Rodrigues,  cerieiro;  Gonçalo  Fernandes, 
livreiro ;  e  ainda  outros.  Oravam  devotamente,  e  da  oraçSo,  ex- 
pressão adorável  da  sua  fé,  resaltou  este  grande  movimento  da 
caridade,  a  instituição  da  Misericórdia ! » 

Evangelho  social  dos  mais  nobres  quilates  —  é  o  que  se  in- 
coDtra  no  formoso  discurso  do  supra  mencionado  orador. 

Evangelho  social  dos  mais  nobres  quilates  —  é  o  que  se  nos 
depara  também  na  elegante  conferencia  que  a  Sr.^  D.  Olga 
Moraes  Sarmento  da  Silveira  realizou  na  Sala  «Portugal»  da 
Sociedade  de  Geographia  de  Lisboa  em  18  de  Maio  de  1906. 

  impolgante  conferencia,  que  por  um  selecto  auditório  foi 
attentamente  escutada  e  merecidamente  applaudida,  publicou-se 
depois  em  folheto  acompanhado  pelo  retrato  da  talentosa  escri- 
ptora. 

In  ti  tuia- se: 

Problema  feminista,  (Lisboa  —  1906). 

Doesse  folheto  logrou  a  Bibliotheca  Nacional  a  fortuna  de 
receber  por  brinde  um  exemplar.  > 

Impolgante  conferencia!  torno  a  dizer.  Impolgante  confe^ 
rencia  que,  depois  de  entretecer  em  perfumada  grinalda  a  enu- 
meração de  várias  damas  a  quem  muito  devem  progressos  da 
civilização,  termina  por  estas  memoráveis  palavras: 

«Vai  longa  a  lista  de  nomes  de  mulheres  celebres;  mas  desejo, 
antes  de  a  terminar,  falar  de  um  vulto  luminoso,  de  uma  Mulher 
de  coração,  que  representa  na  actual  sociedade  portugueza  uma 
gloria  para  o  paiz  e  para  o  feminismo. 

«Reíiro-me  a  Sua  Majestade  a  Rainha  que,  com  a  fundação 
da  «Assistência  Nacional  aos  Tuberculosos»  —  Associação  que 
visa  principalmente  a  protecção  á  mulher  e  á  creança,  —  revelou, 
com  a  mais  alta  e  categórica  affirmação,  não  só  o  seu  espirito 
culto  e  comprehendedor,  mas  o  grande  e  extraordinário  valor 
que  a  mulher  tem  no  Ideal  humanitário  quando  o  talento  a  illu- 
mina  e  o  coração  a  guia. 

«Terminarei  por  pedir,  e  muito  especialmente,  aos  pães,  que 
olhem  com  mais  amor  e  mais  zelo  pela  educação  de  suas  filhas, 
—  para  que  ellas,  quando  necessitem  adquirir  meios  de  subsis- 
tência, não  tenham  apenas,  deante  de  si,  a  machina  que  as  tu- 
berculiza,  ou  um  caminho  mais  trágico,  mais  triste  e  mais 
emocionante. ...  o  da  perdição ! 

<E  ficae  inteiramente  convencidos  de  que  para  a  conquista 
do  progresso,  para  a  redempção  social,  para  a  prosperidade  futura 

8 


BOLETIM  DAS  BIBLI0THGCA8 


dos  poTOB,  neceseítais  contar  nXo  só  com  a  in%e,  como  com  a 
ediícadorat. 

E  agora. . . .  falemos  saudosamente  de  alguém  que,  nas  dis- 
poBÍçSes  da  sua  última  vontade,  teve  uma  lembranga  amoravel 
para  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Em  4  de  Abril  deu  intrada  na  Bíbliutbeca  um  legado  com 
que  se  dignou  contemplál-a  o  Conselheiro  Monsenhor  Joaquim  ' 
Marin  Pereira  Butto,  Cónego  da  Sé  Patríarchal,  e  ura  conceituado 
ârcheologo,  —  fallecido  em  23  de  Janeiro  do  anno  corrente. 

Era  elte  um  dos  mais  assiduos  frequentadores  do  nosso  ins- 
títnto. 

A  collecç&o  das  espécies  doadas  veiu-noa  acompanhada  por 
um  ofBcio  do  Sr.  Francisco  Maria  Pereira  Botto,  irmZo  do  fínado. 

Eis  a  lista  do  que  recebi: 

1."  —  Religiosissimo  Patri  FrcEclarinsimo  Viro  Fr,  Petro  t/e 
Castelbranco,  Regalia  Alcohacetitis  Anhiccenobii  Priori  vigilan- 

titsimo In  amorií,  tjratitudinis  çue  signum  D,  V. 

O.  C.  Concluaione»  Metapkigica»  De  AntePrcedicamentia,  Praaide 
Fr.  Emmanuele  À  Domítia  Nosfra  Artium  Leclore  suatmlnturui 
Fr.  H'/ficÍnthua  A  Divo  Ber^iardo  In  Regali  Collegio  Deiparentis 
■De  Ceiça   integra  ttie  hiijua  mensia.    QihesUo  ventilanda: 

Utinam  conceptua  objectivua  entit  realia  comniuniaaimi  ait  uniu, 
(Conimbricse:  Ex  Typ.  Regis  Artium  Collegio  Societ.  Jesu, 
Anno  Domint  174G). 

Programma  estampado  no  recto  de  uma  folha  de  seda  car- 
mezim, — larga  folha,  na  qual  se  dispuzeram  em  roquete  as  tree 
paginas  do  in-folio  destinado  á  impressão  dos  exemplares  com- 
mune,  —  o  exemplar  que  nos  fui  legado  por  Monsenhor  Botto 
representa  com  certeza  uma  espécie  raríssima,  e  talvea  mesmo 
espécie  única. 

Essa  folha  de  seda  carmezim,  já  desbotada  pelo  tampo,  mandei 
eu  resguardál-a  em  adequada  lucldura,  juntamente  com  o  retrato 
photographico  do  tinado,  —  retrato  que,  a  instancias  minhas,  nos 
veiu  gentilmente  offerecido  pelo  Sr.  Francisco  Maria  Pereira 
Botto. 

E  de  tal  retrato  fiz,  por  devida  homenagem,  tirar  uma  repro- 
ducçSo  em  photogravura  que,  em  testemunho  de  saudosa  gratidão, 
acompanha  o  presente  Relatório. 

2."  —  Francesco  Marcaldi  —Narratione  dei  stato  delia  Regina 
di  ScoHa  (Maria,  jigliola  di  Jacobo  Quarto  Re  dei  medeaímo 
Regno)  &  dei  Príncipe  mo  fgliolo.  (Roma — 1580  —  Ms,  in-4.°). 


(TL. 


yv^jsr. 


fi  AKCHIVOS  NAOlOUlÁIãS 


71 


■^¥.: 


*A1 


3." — Volame  de  miscellanea  ÍQ-4.^,  que  abrange  as  seguinteB 
peças : 

a)  Meriti  delli  Re  di  Portogallo  Verso  La  Santa  Sede  Apos- 
tólica. (S.  1.  n.  d.). 

b)  Svcesso  delia  gverra  de'  Portoghesi  soleuati  in  Pernambuco 
contra  Olandesi,  come  appare  per  lettera  dtl  Maestro  di  Campo 
Martin  Soarez,  &  d'Andrea  Vidal  de  Negreiros,  indrizzata  à 
António  Telles  de  Silua  VAnno  1646,  (S.  I.  n.  d.). 

c)  Manifesto  per  la  Maesta  dei  Re  D.  Giovanni  IV,  di  Por- 
togallo, Tradotto  dalla  língua  Poi^ghese,  neUa  Italiana,  per  vn 
suo  humilissimo,  &  detiotissimo  Seruitore,  (S.  I.  n.  d.). 

d)  Praeivdicivm  Patrvm  Ecclesioe  Gallicanas  Vtrvm  vna  Pro- 
víncia in  duas  excrescere  debeat Per  Petrvm  De- 

marcq,  (Parisiis  —  1 626). 

e)  Memoirepour  les  sieurs  Courtin  &  Barrillon  Amhasscuieurs 
extraordinaires  de  sa  Majesté,  &  ses  Plenipotentiaires  pour  le 
Traifé  de  Paix  à  Cologne,  (Paris  — 1674). 

f)  (Notícias  de  politica  enropéa,  escriptas  em  italiano  (sem 
titulo)  e  datadas  de  Paris  aos  6  de  Abril  de  1674).  (4  pag.  mss. 
por  lettra  do  tempo). 

g)  Traisté  de  la  paix,  faiste  condue  et  arrestée  entre  les  estatz 
de  ces  pays  bas,  assemblez  et  la  Ville  de  Bi^uxelles  et  le  Seigneur 
Prince  d'orenges  estatz  de  hollande  et  zelande,  auecq  deuers  ajfairs 
U  publiée  le  8^  jour  de  nouembre  1576  Auecq  Vagreation  et  con- 
Jirmation  du  Roy  nostre  sire  sur  ce  ensuyuie, 

h)  Punti,  et  articoli  deli'  accordo  delli  paesi  Bassi  fatto  et 
concluso  nella  Villa  delia  Mareia  in  feminne  li  xij  febraio  1577. 

i)  L' Imputationi  et  colpe  contra  li  Coronelli  Allemani  Nicolao 
Baron  di  polueiler,  George  Baron  de  fransberg.  Cario  fouere,  et 
Cornelio  van  Enden, 

j)  Capita  Foederis  intra  Belgice  Status  et  Principèni  Auriacum 
initi, 

4.^* — Lepolitiche  malatie  delia  monarchia  delia  Spagna  e  loro 
medicine.  (Ms.  in  folio,  com  ornatos  desenhados  á  penna). 

£  um  memorial  dirigido  a  EURei  de  Hespanha  pelo  Capitão 
D.  António  de  Somoza  y  Quiroga^  datado  de  Madrid  aos  8  de 
Junho  de  1680. 

6.®  —  Raguaglio  di  ciò  che  accadde  in  Roma  VAnno  1642. 

ira  li  Ministri  di  Filippo  IV.  Monarca  delle  Spagne  e  quello  di 

Qio:  IV.  Re  di  Portogallo  nel  Pontijlcato  d'Vrbano  VIII.  Som. 

Pontejice.  Estratto  dei  Tom,  XI.  di  Miscellania  neW  Arm.^  xv. 

fra  i  Cod.  m.  s.  Vrbinati  coUa  licenza  di  N.  S.  PP.  Innoc,  XIII. 


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.     .' 


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72  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


VAnno  III.  dd  svlo  Ponteficato.  MDCCXXIIL  con  h  differenze, 
€  aggiustamento  tra  Papa  Vrbano  VIILj  e  il  Duca  di  Parma • 
(Cod.  mB.  in-foiio). 

6.® —  Vifoí,  et  res  gestce  Ponfijicvm  Romanorvm  et  S.  R.  E. 
Cardinalivm  Ab  initio  nasceniis  Ecclesia  vsque  ad  Clementem  IX. 
P,  O.  M.  Alpkonsi  Ciaconii  Ordinis  Praedicatorvm-  &  aliorum 
opera  descriptas,  Ctnn  vberrimia  Notis,  Ab  Avgvstino  Oldoino 
Societatis  lesv  recognita,  (Rom« — 1677). 

£  obra  adornada  com  excellentes  gravuras,  abertas  em  chapas 
de  cobre  e  de  madeira,  —  e  abrange  quatro  tomos  in-folio  dos 
quaes  infelizmente  só  recebi  os  três  primeiros  (por  achar-se 
truncado  o  exemplar). 

Doesta  edição  existia  já  na  Bibliotheca  outro  exemplar  (com- 
pleto),—  assim  como  da  obra  de  Âffonso  Ciaconio  possuímos 
edições  anteriores  e  posteriores. 

Por  compra  introu  no  Gabinete  Numismático  um  exemplar 
da  moeda  de  «8  reales»  cunhada  em  prata  no  anno  1729  sob  o 
reinado  de  Filippe  V  de  Hespanha. 

O  estado  excellente  de  conservaç?lo  que  apresenta,  e  que  a 
torna  mui  adequada  para  exemplificação  das  licções  na  aula  res* 
pectiva,  instigou  o  Sr.  Dr.  Leite  de  Vasconcellos  a  prop6r-me 
a  acquisiçâo  de  tal  exemplar,  por  elie  incontrado  á  venda,  pro- 
posta que  promptamente  perfilhei. 

Gravada  e  cunhada  em  Paris  por  Tony  Szirmai,  adquiri 
também  para  o  mencionado  Gabinete,  num  exemplar  de  cobre 
prateado,  a  Medalha  commemorativa  do  15.®  Congresso  Inter- 
nacional de  Medicina. 

O  anverso  oíFerece-nos  o  busto  do  soberano  portuguez,  com 
a  legenda  (em  versaes)  Carlos  I  Rei  de  Portugal. 

O  reverso  apresenta-nos  agrupadas  várias  figuras  allegoricas, 
— grupo  circumdado  na  parte  superior  por  esta  legenda:  XV  Con- 
grés  Intei^iiationál  de  Médecine.  No  campo  destaca-se  uma  inscri- 
pção :  Lisbonne  19-26  Avril  1906. 

A  Oeselhckaft  filr  Romanische  Literatiir,  em  cujo  grémio 
está  inscripta  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  inviou-nos  mais 
cinco  volumes  das  suas  interessantes  publicações  (Tom.  9  a  13), 
a  saber: 

a)  Der  Engadiniscke  Psalter  des  Chiampel.  Neu  Herausgegében 
von  J.  Ulrich.  (Dresden  — 1906). 


E  AKCHIV08   NACIONAES 


Alixanãre.  Manuscrit  esp.  488  ãe  la  Bihlio- 
e  Paris  puhlié  par  Alfred  Morel-Fatio  avec 

íresde  — 1906). 

Rappraentazione  ín  Loguãorese.  RUtampata 
ra  dei  Prof.  Mário  Slerzi.  (Dreaden  — 1906). 
■eproduz-se  um  opúsculo  i-arissímo,  impresso 
da  obra,  escripla  em  dialecto  de  Logudoro  é 

Su  Isclavamentu  De  5tt  |[  Sacrosantu  Corpua 
re  lesu  \\  Christu  |  Cun  nnu   inUrmesu  de  sa 

santos  II  Padres  dae  hu  Umbu  \ 
seph.  Herauegegehen  von  Ernat  Sass,  (Dresden 

itzSsischen  Motetle  der  Bramherger  Haní 
Herausgegthen  von  Alòert  Stimming  (Dresden 


I  publicaçUo  Rerum  Aetkiopicaivm  Scríptoret 
i  a  saeculo  xvi  aã  six  ciiraute  C.  Beccari 
olilme  nos  appareceu  publicado,  o  Vol.  v  da 

especial  esse  volume: 

i  d'Almdãa  S.  I.  —  Historia  Aetkiopiae  — 
e  — 1907). 

dre  Manuel  de  Almeida  vem  precedida  por 
uctio,  que  abrange  duas  partes: 
et  opera  p.   Emmamtelis  d' Almeida  Commen- 

AethiopicB  patris  ã'Almeida  fontes,  dotes  et 

critica»  8egue-«e  em  portuguez  o  texto  da 
io  especial,  assim  disposto: 
ílhiopia  a  Alta  |[  na  Abassia  \\  Império  do 
ulgarmente  he  chamado  ||  Preste  Joam  ||  JVoía 
•a  e  da  gente  que  a  povoa  \\  dos  reys  que  neUa 
Tam  e  tem  e  do  muito  que  os  Padres  da  Comp."' 
ram  poios  reduzir  á  verdadeira  e  Sanfa  Fé  || 

Dedicada  d  Magestade  d'El  Rey  ||  Dom  Joam 
•  II  Composta  pelo  Padre  Manoel  de  Almeida  || 
Jesus  natural  de  Viseu  \  . 
illustrado  com  três  folhas  de  reprodueçSo  fac- 


74  BOLETIM  DAS  B1BLI0THECA8 


Do  estrangeiro  mandei  vir  também,  sequencia  dos  volumes 
que  já  possuíamos,  aquelles  que  ultimamente  haviam  sabido  á 
luz,  da  preciosa  publicação  estampada  em  Berlim  sob  o  titulo 

Corpus  Inscriptionvm  Laiinarvm  consilio  et  avctoritate  Aca- 
deniiae  Litteraríce  Eegice  Borvesicce  editvm, 

« 

Em  prosegui mento  do  Annuaire  de  la  Législation  Françaisey 
publicado  pela  Sociedade  de  Legislação  comparada,  mandei  vir 
de  Paris  os  volumes  últimos  que  faltavam  na  collecção  da  Biblio- 
theca.  Data  de  1906  o  derradeiro  que  se  estampou. 

E  outrosim  tratei  de  adquirir  na  mesma  procedência  o  que 
nos  faltava  do  Annuaire  de  la  Législation  Êtrangère,  cujo  último 
volume  se  estampou  em  1905. 

Da  Histoire  de  VArt  depuis  lespremiers  tentps  chrétiens  jusqu* à 
nos  joursj  publicada  sob  a  direcção  de  André  Micliel,  chegou-nos 
agora  a  2.*  parte  do  Tom.  ii  (Paris — 1906),  em  que  prosegue 
o  estudo  da  «formaçfto,  expansão  e  evolução  da  arte  christan». 

Com  respeito  a  cousas  portuguezas  tratadas  por  extrangeiros, 
pareceu-me  curioso  e  conveniente  para  a  Bibliotheca  adquirir 
un;a  publicação  que  recentemente  appareceu : 

Through  Portugal.  By  Martin  Huine.  With  32  illustrations 
in  colourhy  A,  S.  Forrest  and  8  reproductions  of  photographs. 
(London  — 1907). 

Traz  no  frontispício  por  epigraphe  quatro  versos  de  Lord 
Byron,  extrabidos  do  poema  Childe  HaroWs  Pilgrimage, — versos 
que  dizem  assim: 

Oh  Christ!  it  is  a  goodly  sight  to  see 
What  heaven  has  donefor  this  delicious  land; 
What  fruits  of  fragrance  blush  on  every  tree, 
What  goodly  prospects  o'er  the  hills  expand. 

Sirvam  estes  e  outros  elogios,  que  o  egrégio  Poeta  fez  da 
nossa  terra,  como  attenuante  das  injurias,  com  que  elle  amar- 
gamente invectivou  a  nossa  gloriosa  nação. 

O  auctor  do  Through  Portugal,  tomando  por  epigraphe 
aquelles  quatro  versos  de  Byron,  mostra-senos  a priorí  sympa- 
thico.  E  tal  sympathia  se  justifica  já  pela  captivante  dedicatória 
do  livro: 

€ThÍ8  record  of  a  plcasure  joumey  through  Europeus  ^Garden 


R  AKCHtVUS  HACI0XAE8 


ht/  tke  seat  is  dedicaled  hy  graciou»  permitsion  to  Hia  Majeity 
The  King  of  Porlugali 

já  outrosim  pela  Bua  delicada  amabilidade  {tSo  rara  nos  extran- 
geiros!)  para  comnoeco. 

O  livro  abraoge  dez  Capitulos,  cujo  interesse  resalta  euggee- 
tivamente  das  matérias  que  versa  cada  um  d'elteB: 

Oporto ; 

Braga  anã  Bom  Je»u»; 

Citartia  and  OuimarSe»; 

Bussaco;  ■  , 

Coimbra,  Tkomar,  and  Leiria; 

Batalha  and  Alcobaça; 

Cintra ; 

Lisbon  ; 

Setiihal,  Troya,  and  Évora; 

Hints  to  traveãers  in  Portugal. 

Martinho  Hunie,  quando  trata  de  Cintra,  volve  a  citar  incan- 
tadoras  remiDÍscencias  de  Bjron,  e  entre  essas  aqnelle  inolvidável 
trecho  que  principia  pelos  versos 

Lo  Cintra's  glorious  Éden  interveues 
In  variegated  maze  of  viount  and  glen. 

E  cita  eguatmente  palavras  de  Koberlo  Southey,  que  chamou 
a  Cintra  —  ttke  moit  bletsed  itpot  in  the  kabitahle  globes. 

Por  ólUmo,  lembra  os  versos  de  Garrett  no  poema  CamSet: 

iCintra,  amena  estancia, 

Throno  da  vicejante  primavera, 

Quem  te  nSo  ama?  quem,  se  em  teu  regaço 

Uma  hora  da  vida  lhe  ha  corrido, 

Essa  hora  esquecerá?i 

£,  como  tributo  de  homenagem  á  memoria  do  glorioso  Poeta 
fortugnez,  offerece  logo  traduzido  o  trecho  supra-transcripto : 

*Ak!  Cintra,  blest  abode, 
Tke  throne  of  budding  spring, 
Wko  loves  thee  not?  anã  wko 
Can  e'er  forget  in  life 
An  hour  passeã  in  thy  lapft 

Falei  db  Byron ,  —  e  de  Byron  ainda  continuarei  a  occupar-me; 
Publicada  em  Londres  em  Í90l ,  appareceu  á  luz  uma  oovft 


BOLETIH  DAS  BIBLI0THECA8 


.0  dâ  obra  a  todoe  os  respeitos  recommendavel,  —  obra  em 
se  fazem  a  Portugal  não  poucas  referencias: 
"Afi  life,  letters  andjournals  of  Lord  Byron  hy  Thomas  Moore, 
)e  Londres  a  mandei  vir,  —  pois  que,  possuindo  a  Bíblio- 
1,  tanto  no  originai  como  eai  traducçSea,  as  «obras  pneticas» 
lelle  BÍngularissimo  ingenho  que  entre  nós  passou  alguns 
e  que  tfto  injusto  fui  para  com  os  Portiiguezes  (como  j& 
ereij,  mas  que  de  Portugal  tSo  lindas  cousas  escreveu  quando 
ioube  extasiar-se  ante  as  bellezas  da  nossa  pátria,  nKo  tinha- 
tod^via  em  nossa  collecç&o  exemplar  da  espécie  a  que  n^te 
ento  me  refiro. 

fesaa  nova  impressSo  «a  complete  editiont  —  (como  ae  diz  no 
ispicio) — íncontram-se  por  elementos  decorativos  numerosas 
uras  em  aço,  que  representam  vistas  de  logarea  memoráveis 
iionadoB  com  a  aventurosa  existência  de  Bjron,  e  retratos 
mmortal  Poeta  em  diversas  phases  da  sua  vida.  Entre  as 
Taç3es  figuram  egualmente  os  retratos  de  Torc&to  Taeao  e 
oito  Jacques  Rousseau. 

^0  Catálogo  que  recebi  de  um  alfarrabista  londrino,  deparou- 
e  annunciado  á  venda  um  exemplar  da  seguinte  publicaçSo: 
'HatkarinfE  LvaitamcB,  Magn(p,  Britannice,  Francim,  et  HUier- 
Regina.  Vía  Regia  DD.  Aogosiini  et  Thomce  Serto  vnionum 

ersce  'Iheologim  ScolasHccB,  Dogmaticoi,  &  Moralía  slrata 

la.  {RomíB  —  1677). 

!!!oDBtitue  o  livro  uma  serie  de  «conclusões  magnas  e  definiçSesi 
icamente  defendidas  em  Roma,  —  e,  imbora  nSo  possuíssemos 
>bra  em  nossa  collecçSo  de  lavores  theologieos,  francamente 
èsso  que  me  n£o  interessaria  muitíssimo  adquiril-a,  ae.nlo  a 
)  descripta  com  um  ibello  retrato*  da  excelsa  Frlnceza  a 
n  a  publicBçXo  fora  dedicada. 

[ncommendei-a  portanto,  —  e  dei-rae  por  feliz  em  alcançál-a 
,nte  o  formoso  retrato,  formoso  e  formosissimo,  que  lhe  acom- 
la  o  frontispício,  retrato  gravado  em  cobre  por  ^,  Bylli, 
uto  cujas  feiçSes  fazem  um  tanto  lembrar  as  da  nossa  Bainha 
liaria  II. 

Outra  acquisíçSo,  proveniente  do  extrangeiro,  e  que  também 
icularmente  nos  interessa; 

Saint  Antmiie  de  Lisbonne.  >Aatot  mygteré.  Acte  dramatique 
ieux  parties  et  irois  tableaux  par  le  liaron  de  "BanfAnna 
y.  (Livoume  — 1905). 


E  ARCHIVOS  NACIONAICS  77 


O  exemplar  qae  d'e8te  livro  introu  na  Bibliotheca,  é  o  N.^  84, 
—  e  pertence  a  uma  ediçSLo  de  100  exemplares. 

O  cAuto»  é  prefaciado  pelo  Sr.  António  de  Portugal  de 
Faria,  e  acompanhado  pela  Esquisse  biographique  sur  Vauteur 
(8a  vie — Ses  missione — Ses  o&uvres),  esboço  redigido  pelo  refe- 
rido escriptor  que  foi  simultaneamente  o  editor  da  publicação. 

Citarei  mais,  entre  as  diversas  acquisiçclles  realizadas  por 
compra  no  trimestre  corrente : 

La  Civilización.  Sus  manifestaciones  artísticas^  científicas  y 
literárias  en  todo  el  mundo,  desde  los  tíempos  más  remotos  hasta 
nuestros  dias,  por  Don  Pelegrin  Casabó  y  Pagés.  (Barcelona  — 
1881-1893). 

A  edição  é  esplendidamente  acompanhada  com  muitas  chro- 
mo-lithographias,  distribuídas  por  3  volumes. 

n  Sacro  Romano  Impero  di  Gi<zcomo  Bryce,  Tradotto  da  Ugo 
Balzani,  Seconda  edizione  italiana  riveduta.  (Milano  —  1907). 

Esta  obra, — cujo  original  inglez  conta  já  na  Gran-Bretanha 
vinte  edições,  —  álêm  de  ter  sido  vertida  em  italiano,  mereceu 
egualmente  ser  traduzida  em  allemão  e  em  francez,  o  que  basta 
para  abonar  sua  importância.  O  seu  derradeiro  capitulo  abrange 
o  navo  Império  Germânico. 

Boyer  d^Agen  —  Un  prélat  italien  sous  Vancien  état  pontifical. 
Léon  XIII  d'aprls  sa  correspondance  inédite  —  De  Êénévent  á 
Perouse  (1838--1845J,  (Paris— S.  d.  (1907)— Vol.  illustrado  com 
abundantíssimas  gravuras). 

Traz  este  livro  (em  pag.  429)  uma  nota  curiosa  relativamente 
ao  Cardeal  Patriarcha  D.  Patrício  da  Silva. 

Les  enceintes  romaines  de  la  Oaule.  Êtude  sur  Vorigine  d^un 
grand  nombre  de  vtUes  françaises  par  Adrien  Blanchet,  (Le  Puy 
— 1907). 

O  auctor,  sobejamente  conhecido  e  apreciado  pelas  suas  pu- 
blicações de  archeologia  e  numismática,  é  «Bibliothecario  Hono- 
rário» da  Bibliotheca  Nacional  de  Paris;  —  e  o  livro,  que  deu 
agora  a  lume,  apparece  inriquecido  com  diversas  ilIustraçSes. 

La  vie  medicais  W autrefois  par  le  Docteur  Jules  Roger  (du 
Havre).  (Le  Havre  — 1907), 


BOLETm  UA8  BIBLIOTHECAS 


Juleê  Bois  —  Le  Mirade  modeme.  (Évrenz — 1907). 

Incluem -se  neste  lívro  os  seguintes  tbemas: — *La  Métapsy- 
lAique  —  La  Surãme  et  le  Surhomme — La  Télépathie  et  les  fan- 
tSmet  deã  viountã  —  Rayon»  humaina  —  MaUons  hantéea  —  Aven- 
ttiret  d'un  revenanl — Un  cfiapelet  de  volantes  —  Le  myifère  des 
tt^lea  toumaniei  édairci—Le  mécaninne  du  mirade  de  Lourde» 
— Lee  profeeeeure  de  volonté — Le  mirade  est  en  nous — Création 
d'una  kumanilé  aupérieure». 

fêvolulion  créatrice  par  Henri  Bergson  (Chartres  —  1907), 

Eg»ai  tur  lea  âément»  principaux  de  la  rt^éaentation  par  O. 
Hamdin.  {Evieux— 1907). 

-  Os  títulos  dos  cinco  Capitulos  em  que  Be  divide  este  livro, 
inculcam  bem  a  sua  importância: 
I  —  Relation,  nombre,  tempa. 
II — TempSf  eapace,  mouvement. 

III  —  Mouvement,  qiialitê,  altération. 

IV  —  Altération,  tpécijication,  cauaalité. 
V —  Cwtialttéj  jinalité,  peraonnalité. 

L' Electrieité,  aes  lois  ef  aes  applicationa  miaes  à  la  portée  de 
toue  par  Ernest  CouBlet.  i,Évreux  — S.  d.  (1907)  — 2  vol.  illns- 
trados  com  retratos  -e  outras  estampas). 

Docieur  Cabariis — Lea  Indiacrétion»  de  l'HiatoÍrepar  VAuteur 
du  tCabinet  Secret*.  (Saint-Amand  (Cher)  — 1907  —  4  vol.  com 
retratos  e  várias  outras  illustraçSes). 

Ma  loja  do  Sr.  Caldas  Cordeiro, — um  illustrado  alfarrabista 
lisbonense,  que  reúne  com  muito  louvor  os  dotes  de  bibliophilo, 
biblíographo,  e  cultor  das  lettras,  —  adquiri  para  a  Bibliotheca 
as  espécies  que  pasBO  a  mencionar : 

l.''  —  Pamphletoa.  1848.  (Lisboa— 1848). 

Conetitue  esta  publicaçíto,  periodicamente  distribuída  com 
intervallos  irregulares,  uma  serie  de  10  fascículos,  o  primeiro 
dos  quaes  sahtu  a  lume  em  16  de  Janeiro  e  o  último  em  12  de 
Agosto.  Abrange  artigos  de  historia,  trechos  de  litteratura  amena, 
e  chronícas  politico-litterarias. 

2.°  —  ^  Arte.  (Lisboa- 1879-1880— 2  vol.)- 

Culiaborada  por  diversos  escriptores  sob  a  direoção  de  A.  de 
Sousa  e  VascoDcellos,  esta  revista  mensal,  adornada  com  gravuras 


Ê  ÀKCUIVOS  NACIONAES  79 


abertas  em  laminas  de  metal  e  em  chapas  de  madeira,  forma 
virtualmente  uma  espécie  de  continuação  a  outra  que  já  possuiamos 
sob  o  titulo  Artes  e  Letras  (Lisboa — 1872-1875). 

£  ambas  ellas  se  podem  considerar  precursoras  da  que  em 
1894  intitularam  Arte  Portugueza,  dirigindo-a  com  supremo 
acerto  e  supremo  brilhantismo,  dois  beneméritos  especialistas  — 
os  Srs.  Gabriel  Pereira  e  Henrique  Casanova. 

Infíleiram-se  todas  essas  três  publicações  no  grupo  a  que 
pertencem  o  Jornal  de  Bdlas  Artes  iniciado  em  1843  sob  influencia 
de  Garrett,  e  aquelToutro  que  sob  egual  titulo  appareceu  em  1857 
por  iniciativa  de  Rodrigo  Paganino,  a  quem  gostosamente  auxi- 
liaram nossos  melhores  artistas  e  alguns  dos  nossos  mais  notáveis 
litteratos. 

Jornal  de  Bellas  Artes  ou  Mnemosine  Lusitana  se  intitulou 
também  a  publicação  de  que  foi  director-impresario  Pedro  Ale- 
xandre Cavroé;  mas,  apezar  do  titulo  com  que  a  baptizaram, 
não  tem  ella  direitos  legitimes  a  figurar  no  grupo  que  mencionei, 
pois  que  na  Mnemosine  Lusitana  o  elemento  histórico  e  o  litte- 
rario  prevalecem  sobremaneira,  emtanto  que  o  elemento  artístico 
apparece  apenas  por  incidente.  A  Mnemosine  é  quando  muito, 
mutatis  mutandis,  a  precursora  d' O  Panorama  (começado  em 
1837),  do  Archivo  Pittoresco  (principiado  em  1858),  d'0  Occi- 
dente  (inaugurado  em  1878). 

3.®  —  Cinco  plantas  levantadas  pelo  fallecido  ingenheiro  João 
António  de  Abreu,  e  lithographadas  em  Lisboa: 

a)  Planta  da  Eeal  Quinta  de  Caxias  (1844). 

b)  Planta  do  Real  Palácio  e  Quinta  ds  Belém  (1845). 

c)  Planta  da  Real  Tapada  d' Ajuda  (1849). 

d)  Planta  do  Real  Palácio  do  Pinheiro  e  das  suas  cercanias 
(1852). 

e)  Planta  do  Real  Paço  e  da  Villa  de  Cintra  (1850). 

4.* — Aguarelladas  em  1850  por  A.  E.  P.  as  seguintes  es- 
pécies : 

a)  Planta  e  perfl  da  Fortaleza  do  Monte  de  Macáo. 

b)  Planta  e  perfil  da  Fortaleza  da  Barra  de  Macáo. 

Na  loja  dos  alfarrabistas  Pereira  da  Silva  d  C^  comprei  dois 
lotes  de  manuscriptos  que  passo  a  indicar. 

Um  d'esses  lotes  é  constituido  por  espécies  que  pertenceram 
á  livraria  de  José  Maria  Nepomuceno,  livraria  de  que  em  1897 
se  fez  leilão.  E  são  os  seguintes  manuscriptos: 

1.**  —  (Pareceres  dirigidos  a  El-Rei  J).  Filippe  por  João 


\ 


BOLETIM  UAS  DIBLIOTHECAS 


Agoetín  delia  Torre  sobre  ataumptoa  monetários  e  áciêrca  da  for- 
ti^açSo  de  Lisboa).  In-folio  por  lettra  de  principíoe  do  eeculo 
xvu). 

2."  —  (Parecer  do  BiepoConãe,  dirigido  a  El  Sei  em  2  ■!« 
Junho  de  1641,  sobre  a  applicação  da  prata  das  égrejas  para  as 
urgências  do  Estado).  (In-folio), 

3.°  —  (Parecer  do  Arcebispo  Primaz  de  Braga,  dirigido  a 
Bl-Rei  em  4  de  Junho  de  1641,  soh-e  a  applicação  da  prata  àitt 
egrejas  ás  urgências  do  Estado).  (In-fo!ÍOj. 

4."—  I  Livro  \\  do  Registo  da  Ocharia  |{  áel]  S.  Magestade  \\ 
q  Deos  g.'''  ]i  Feito  por  ordem  de  Tkomê  de  Souza  ||  Conde  de 
Redonda,  Vedor  da  caza  do  d.°  \\  Silor.  |]  Sendo  Escrivam  da 
Cozinha  \\  António  Reb."  de  Afojic."  \\  Anno  de  1707.  j  (In-folio, 
cujos  dizeres  frontiepiciaes,  calligraphicamente  delíneadoB,  se 
apresentam  circumscriptos  por  tarja  ornamental,  artisticamente 
desenhada  á  penna). 

O  «registo»,  principiado  em  1707,  abrange  successivamento 
diversos  annos,  —  e  chega  mesmo  ao  soculo  xix,  pois  que  s<S  cm 
1819  termina. 

5."  —  (Carta  do  Senhor  D.  Gaspar  (Arcebispo  de  Brugi) 
dirigida  ao  Conde  de  Oeiras  em  23  de  Maio  de  1765).  (In-folio). 

6."  —  (Officio  escripto  em  Goa  ao»  8  de  Maio  de  1789,  e  di- 
rigido por  Francisco  da  Cunha  e  Menezes  a  António  Vicente 
Rosa,  incarregado  das  negoctaçdes  para  o  restabelecimento  do  Rei 
da  CochinchinaJ.  (In-folio;  original,  com  assignatura  autograplin). 

7,"  —  (Compromisso  da  Confraria  de  Nassa  Senhora  da  P<iz 
e  Divino  Espirito- Santo,  erecta  na  sua  Egreja,  no  togar  dos 
Afogados ^  17.93).  (In-folio,  com  assignaturas  autographns,  a 
imagem  do  orago  desenhada  a  nankim,  e  uma  tarja  frontispicíal 
de  flores  em  aguarella  polychronica). 

8.*  —  (Registo  das  patentes  do  Convento  de  Nossa  Senlwiv 
Madre  de  Deus  (extramuros  de  Lisboa),  iniciado  em  18  de  De- 
zembro de  1800  e  incerrado  em  17  de  Novembro  de  1832).  (Iii-folio, 
com  assignaturas  autographaa,  e  sèllos  sobre  obreia). 

9.°  —  Analysis  Grafia'  Orthoxa,  e  Demonstrativa  de  que  sem 
escrúpulo  do  menor  erro  Theologico,  a  Escultura,  e  Piv'ura, 
podem,  ao  representar  o  Sagrada  Mysterio  da  Encarnado  figurar 
vários  Anjos.  Dedicada  Ao  Príncipe  Regente  Nassa  Senhor,  pelo 
Author  da  mesma  Obra  Joaquim  Machado  de  Castro.  (In-4,°  — 
autographo,  com  2  estampas  addieionaes  gravadas  em  cobre 
sobre  desenhos  do  aiictor,  e  em  todas  as  folhas  o  sêllo  (a  t!nta 
d'oleo)  do  «Conselho  Geral  do  Santo  Officioi). 


E  ÁRGHIVOS  NACIONAES  81 


Esta  obra  veiíi  a  publicar-se  na  Impressão  Régia  em  1805. 

10.°  —  (Exposi^o  de  Joaquim  Ferreira  doa  Santos  (Official 
da  Secretaria  da  Corte  e  Censura)  dirigida  em  17  de  Julho  de 
1815  ao  Príncipe  Regente,  participando  acharem-se  no  Armazém 
da  Revisão  livros  rtmettidos  do  Maranhão  ao  Desimbargador  João 
Rodrigues  de  Brito).  (OrigÍDal  em  meia-folha  de  almasso). 

11.° — (Officio  do  Conde  de  Villa-Flor  ao  Bispo  dó  Pará 
(D.  Manuel  de  Almeida  de  Carvalho)  em  16  de  Abril  de  1818, 
sobre  assumptos  de  eocpediente,  (Original,  com  assignatura  auto- 
grapha). 

12.®  —  (Requerimento  do  Professor  António  Maria  do  Couto, 
dirigido  a  El  Rei  em  1820,  sobre  assumptos  de  propriedade  litte- 
raria).  (Meia-folha  de  almasso). 

13.°  —  (Officio  de  Francisco  Luiz  Antas  Coelho  (Corregedor 
da  Comarca  de  Ponta  Delgada)  dirigido  no  1,^  de  I^ovembro  de 
1825,  sobre  questão  de  cereaes,  a  Joaquim  José  Monteiro  Torres, 
Ministro  e  Secretario  de- Estado  dos  Negócios  da  Marinha  e  Ul- 
tramar).  (Âiitographo,  em  1  íl.  de  almasso). 

14.®  —  Noites  campestres.  Licções  de  philosophia  moral.  Tra- 
dacçSo  portugaeza  de  Roque  Ferreira  Lobo.  (In-4.°,  com  a 
assignatura  autographa  do  traductor  e  as  respectivas  «licenças» 
passadas  em  1825). 

15.°  —  (Requerimento  de  Francisco  José  Pereira  Guimarães 
(mestre-chapeleiró  estabelecido  em  Lisboa),  no  qual  o  requerente 
expZe  perante  o  Intendente  Geral  da  Policia,  em  Julho  de  1829, 
a  injustiça  de  sua  prisão,  e  protesta  sua  adhesão  á  causa  realista), 
(Original;  em  meia-folha  de  almasso). 

16.°  —  (Peças  do  processo  instaurado  contra  José  Satyro  da 
Cruz  Sobral,  que  exercia  a  profissão  de  cirurgião  sem  as  habili- 
tações legaes, — preso  por  suspeito  de  conspirar  contra  o  governo 
miguelino.  1830),  (In-folio,  original). 

17."  —  (Officio  de  Bernardo  da  Costa  Monteiro  (Juiz  de  fora 
emVilla-Real  de  Sant' António),  dirigido  em  10  de  Jidho  de  1830 
ao  Intendente  Geral  da  Policia  da  Corte  e  ReinO',  sobre  provi- 
dencias a  tomar  contra  a  praga  dos  gafanhotos),  (Original,  em 
meia-folha  de  almasso). 

18.° — (Mappa  de  mortos,  feridos,  e  extraviados  na  acção  de 
24  de  Março  de  1833,  assignado  no  acampamento  do  Fojo  por 
Francisco  Xavier  da  Silva  Pereira  j  Coronel- graduado  do  Bata- 
lhão N.^  6  de  Caçadores  pertencente  ao  Exercito  Libertador). 
(Original,  em  meia-folha  de  almasso). 

Este  Coronel-graduado,  Commandante  do  BatalhSo  N.°  5  de 


BOLETIM  DÁS  BUtLIOTHECAS 


Caçadores,  contava  precisamente  n&quelle  tempo 
de  edade,  e  já  nas  campanhas  da  Guerra  Peni 
distinguido.  Era  elle  o  intrépido  militar,  que  recc 
cessivatnente  os  títulos  de  I,"  BarSo,  1,"  Viaconi 
das  Antas. 

O  outro  lote  de  que  fiz  acquisiySo  em  casa  c 
Pereira  da  Silva  &  C.*,  consta  de  espécies  que 
tivraria  dos  Condes  de  Linhares. 

Aqui  vai  menção  d'eBses  manuscríptos : 

1,"  —  fíelazione  topografica-idrometrica  deli' A 
Friti  ddla  maniera  ãi  aprire  la  Namgaxione  da  i 
(Cod.  io-folio,  por  lettra  do  século  xviii). 

2.' — Balancia  do  Commercio  do  Reyno  de  1 
Provindas  unidas  da  America  St^tentrional  et 
1783  the  1785.  (In-foiio). 

3.°  —  En8aio'3.°  Sobre  o  uzo  publico  das  P 
que  em  Portugal  se  chamão  Er.cl^iasticai.  179^ 
incadernado  em  marroquim  vermelho). 

Conetitiie  memoria  sobre  assumptos  de  ec< 
administrativa. 

4," —(Memoria  sobre  a  maneira  de  acudir  c 
agricultura  em  PoHugalJ.  (In-é.',  por  lettra  di 
século  xix). 

5,"  —  Colecção  de  Mappas  da  organização,  ã 
mento  das  Alfandegas  de  Portugal  com  o  plano 
nizaçào  das  mesmas  Alfandegas.  Copiados  do  G 
aprezentado  ao  General  Junot  por  Emylio  Gui 
que  foi  das  Alfandegas  de  Portugal  no  tempo  d 
ceza  neste  Reyno  no  anno  da  1S07.  (Cod.  in-folií 
João  Baptista  de  Lara  em  Lisboa  aos  12  de  A| 

tí,"  —  Papeis  de  Copenhagen  (2  vol.  de  misceli 
gem  correspondência  diplomática  de  D.  Alexa 
Holstein  e  D.  Domingos  de  Sonsa  Coutinho,  así 
informações  e  notas  sobre  diversos  assuniptos, 
essas  notaa  algumas  espécies  impressas). 

Especificada  notícia  das  matérias  contidas  nes' 
dos  «Papeis  de  Copenhagem  incontra-se  (em  pj 
talogo  da  importante  Livraria  dos  Ex.'"°'  Srs. 
nhares (Lisboa  ^1895). 

Da  Casa  dos  Condes  de  Linhares  deve  ter  tai 


fi  ARCHlVOS  NAClONAfiS  S3 


uma  collecç^o  de  363  Cartas  originaee,  datadas  do  Paço  de 
Qaeinz  em  1798  a  1800,  e  escriptas  por  José  Egjdío  Alvares 
d^Âlmeida  (Secretario  do  Príncipe  Regente)  ao  Ministro  e  Secre- 
tario de  Estado  D.  Rodrigo  de  Sousa  Coutinho,  sobre  assumptos 
de  expediente  administrativo. 

Foi  comprada  essa  collecçXo,  em  15  de  Abril,  ao  alfarrabista 
António  José  da  Silva. 

Falta-me  indicar  o  derradeiro  grupo  dos  mannscriptos  que 
no  trimestre  presente  adquiri  por  compra. 

No  Mercado  de  S.  Bento  é  que  appareceu  á  venda  esse  tal 
grupo;  e  foi  o  barraqueiro  JoSo  Carvalho  quem  tal  venda  me 
proporcionou. 

O  «Merciido  de  S.  Bento», — que  é  uma  verdadeira  succnrsal, 
ainda  mais  reles,  da  reles  c Feira  da  Ladra»  hebdomadariamente 
realizada  no  Campo  de  Santa-Clara  (Feira  da  Ladra,  que  nada 
já  se  parece  com  a  dos  áureos  tempos  effectuada  no  Campo  de 
Sant'Anna),  —  o  Mercado  de  S.  Bento  ainda  uma  vez  por  outra 
apresenta  na  barraca  do  JoSo  Carvalho  espécies  bibliacas  e  até 
mesmo  documentos  manuscriptos  de  certa  importância. 

E  torna-se  tanto  mais  notável  o  facto,  quanto  é  certo  que  o  citado 
barraqueiro  é  completamente  analphabeto,  posto  que  muito  sagaz. 

Onde  vai  elle  desincantar  os  manuscriptos  que  vende?  Nin- 
guem  o  sabe, — nem  elle  o  diz  a  ninguém,  discreto  e  segredeiro 
nesse  ponto,  systematicamente  taciturno,  posto  que  geralmente 
estimado  pelos  frequentadores  da  baiucn,  entre  os  quaes  nHo  es- 
casseiam bibliophilos,  que  todos  o  conhecem  pelo  familiar  cognome 
de  cMano  João». 

Foi  o  cMano  JoSo»  quem  no  pretérito  Maio  me  vendeu  para 
a  Bibliotheca  os  seguintes  manuscriptos : 

1.®  —  Memorias  Dos  successos  que  acontecerão  em  França,  e 
na  mayor  parte  da  Europa.  No  tempo  que  assisti  na  quella  Corte 
com  a  occupação  de  Inviado  do  Sereníssimo  Príncipe  Regente 
despois  Rey  Dom  Pedro  II  Nosso  Senhor  A  Elrey  Christianissimo 
Luiz  XIV  O  Autor  Salvador  Taborda  Portugal.  Summarío, 
(1677-1679).  (1  vol.  in-folio). 

2.**  —  MemoHas  Dos  Successos,  que  acontecerão  em  França, 
&  na  mayor  parte  da  Europa  no  tempo  que  assisti  na  quella 
Corte  com  a  occupação  de  Inviado  do  Serenissimo  Principe  lie- 
gente,  despois  Rêy  destes  Reynos  de  Portugal  D,  Pedro,  II.  N,  S, 
A  ElRêy  Christianissimo  Luiz  XIV.  Author  Salvador  Taborda 
Portugal.  (1678-1689).  (4  vol.  in-folio). 


84  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHEGAS 


3.®  —  Cartas  De  Jozé  da  Cunha  Brochado  Sendo  Inviado 
d* El  Rey  Z>.  Pedro  II.  (11  vol.  in-4.°,  que  pertenceram  a  José 
de  Sousa  de  Castello-Branco  (e  doesse  possuidor  apresentam,  em 
sinete  de  lacre  vermelho,  nos  frontispicios,  o  brazfto  d^armas). 

DVsses  11  vol.  5  referem-se  a  negociações  na  corte  de  França; 
3  a  negociaç(!les  na  corte  de  Inglaterra ;  2  a  negociaçSes  na  de 
Hespanha ;  e  finalmente  1  abrange  cartas  dirigidas  de  Lisboa  ao 
Conde  de  Vianna. 

4.° — (Negociares  e  Cartas  do  Embaixador  D.  Luiz  da 
Cunha,  Memorias  da  Paz  de  Utrecht  offerecidas  á  Rainha  Nossa 
Senhora),  (6  vol.  in-folio). 

5.® — Instrucçoens  Sobre  muitas  Verdades  da  Religião  Chris- 

tãa Por  hum  Ecclesiastico  zeloso  do  bem  das  Almas. 

Lisboa.  Anno  de  1774.  (1  vol.  in-4.*). 

6.®  —  (Memorias  do  Patriarchado).  (1  vol.  in-folio,  em  cuja 
lombada  se  indica  ser  o  aTom.  38»  de  uma  collecç&o). 

7.®  —  Memorías  Históricas  e  Politicas,  Ecclesiasticas  e  Secu- 
lares do  Reyno  de  Portugal  Compiladas  Por  Jozé  do  Nascimento 
Pereira  da  Silva  de  Menezes,  (l  vol.  in-folio). 

8.®  —  Negociação  do  Bispo  do  Porto  D.  Fr,  Jozé  de  Évora 
na  Corte  de  Roma.  (1  vol.  in  folio). 

Este  Bispo  do  Porto  é  D.  José  Maria  da  Fonseca  e  Évora, 
mui  conhecido  entre  os  estudiosos. 

9.® — Constituições  dos  Religiozos  da  ordem  de  Nosso  Senhor 
Jesu  Christo,  feytOÃ,  &  promulgadas  no  Cap.  Geral  q  se  celebrou 
neste  convento  de  Thomar  este  prezente  Anno  de  1684,  Confirmadas 
algumas,  q  vão  separadas  pelo  Illm.^  s.°''  Núcio  Marcello  Durazo 
no  mesmo  Anno  de  1684.  (1  vol.  in-folio). 

10.°  —  Privilégios  e  Oraças  dos  Srs.  Reis  a  este  Convento  de 
Santo  Eloy.  (1  vol.  in-folio). 

11." — Caraciefi'es  dos  Incrédulos  e  dos  Espíritos  Fortes  mo- 
dernos. Tirados  ao  natural  dos  seus  Onginaes  Rousseau  e  Vol- 
taire,  Descoh'indo-se  o  veneno  que  tem  em  si,  e  procurando  que 
este  ou  se  previna,  ou  se  cure.  (1  vol.  in-4.®). 

Diz  no  ante-rosto:  —  «De  íoze  Caetano  de  Mesquita  e  Qua- 
dros. Professo  na  Ordem  de  Christo,  e  Cónego  da  Basílica  de 
Santa  Maria». 

12.®  —  Historía  da  Jurisprudência  Romana.  (1  vol.  in-4.*^). 

13.®  —  Vida  e  morte  de  D.  Affonso  Castelbranco  Bispo  de 
Coimbra  Conde  de  Arganil,  Senhor  de  Coja  e  Visorey  deste  Reino 
de  Portugal.  (1  vol.  infolio). 

14.®  —  Elogio  Que  Ao  Principe  Regente  Nosso  Senhor  Offerece 


E  ABCHIVOS  kaciokaes  85 


Em  Dia  de  seus  Faustissimos  Annos  O  mais  humilde  Vassallo 
Joamim  Plácido  Franco  Bravo  CavaUeiro  Professo  na  Ordem 
de  Uhristo,  e  Fidalgo  da  Coza  de  8.  Magestade,  seu  Mosso  da 
Camará.  Anno  1800.  (Folheto  in-4.**). 

15.®  —  (CollecçSo  de  miscdlanea  poética).  (1  vol.  in-4.®). 

Principia  osse  volame  pelo  Espelho  do  Invisivd  (poema  sacro, , 
composto  por  Troillo  de  Vasconcellos  da  Cunha,  e  publicado  em 
Lisboa  no  anno  1714);  incorra  também  várias  outras  composições 
(em  portuguez  e  castelhano)  de  diversos  auctores. 

Das  espécies  que  entram  na  Bibliotheca  por  depósito  de  dois 
exemplares  para  garantia  de  propriedade  litteraria,  em  harmonia 
com  o  art.  604.®  do  Código  Civil  Portuguez^  nXo  costumo  nestes 
meus  Relatórios  occupar-me,  visto  que  de  todas  as  espécies 
naquelle  intuito  registadas  remetto  mensalmente,  para  ser  publi- 
cada no  Diário  do  Governo^  a  competente  relação,  —  relaçSo  que 
no  Boletim  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes  apparece  depois 
reproduzida. 

Mas. . . .  nSo  posso  furtar-me  ao  prazer  de,  por  excepção, 
mencionar  aqui  um  livro  precioso  que  ha  poucas  semanas  sahiu 
á  luz,  e  cujo  auctor,  para  segurança  de  seus  direitos,  depositou 
dois  exemplares  (como  preceitua  a  lei)  na  Bibliolheca  Nacional. 

Refiro-me  á  obra  que  traz  por  titulo : 

José  Queiroz — Cerâmica  Portugueza.  (Lisboa — 1907). 

É  livro  meticulosamente  noticioso,  e  profusamente  adornado 
com  photo-gravuras  representativas  de  exemplares  cerâmicos  e 
reproducção  fac-simíle  (por  zinco-gravura)  das  respectivas  marcas, 
—  livro  muito  interessante  e  muito  valioso,  livro  que  constituo 
em  relaç&o  ao  nosso  meio  artístico  uma  formosa  novidade. 

Na  secçSo  que  esse  livro  consagra  exclusivamente  aos  « Azu- 
lejos t  folguei  de  ver  apontado  e  descripto  o  magnifico  painel  que 
no  século  xvi  foi  pintado  para  a  Capella  de  Nossa  Senhora  da 
Vida,  outrora  existente  na  Parochial  Egreja  de  Santo  André 
(demolida,  ha  mais  de  sessenta  annos)  e  na  Bibliotheca  Nacional 
de  Lisboa  recolhido  por  louvável  iniciativa  do  Conservador  Fran- 
cisco Martins  de  Andrade. 

D'esse  painel  se  tinham  também  já  proficientemente  occupado 
o  antigo  Oflicial  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  Dr.  José 
Ribeiro  Guimarães,  no  Tom.  ii  do  Summario  de  varia  historia 
(Lisboa — 1872),  —  e  o  Sr.  Qabriel  Pereira  no  2.®  opúsculo  das 
interessantes  «Noticiast  por  elle  publicadas  áoêrca  da  Bibliotheca 
(Lisboa  — 1903), 


86  BOLETIM  DAS  BlBLIOTHECÁS 


NSo  menos  folguei  de  incontrar,  na  obra  do  Sr.  José  Qaeiroz, 
citados  com  merecido  elogio  dois  illustres  membros  do  Conselho 
Administrativo  das  Biblíothecas  e  Archivos  Nacionaes, — os  Srs. 
Gabriel  Pereira  e  D.  José  Pessanha. 

Resta-me  informar  V.  Ex.^  ácêrca  do  movimento  que  teve, 
durante  o  trimestre  corrente,  a  impressão  typugraphica  do  nosso 
Inventario  Geral. 

Estamparam-se  9  cadernos  (de  8  paginas  cada  um),  a  saber: 

Na  SecçSo  de  «Sciencias  e  Artes»  os  cadernos  2.^  e  3.^  da 
1.*  serie  (numeração  preta),  alcançando-se  o  N.®  582  da  inven- 
tariação respectiva ; 

Na  Secçào  de  aPhiloIogia  e  Bellas-Lettras»  os  cadernos  101.® 
a  103.^  da  1.^  serie,  alcançando-se  no  derradeiro  dos  três  o 
N.«  11:213; 

Na  SecçSo  do  «Archivo  de  Marinha  e  Ultramar»  os  cadernos 
15.®  a  18.^  do  Vol.  ii,  em  que  já  se  chega  ao  N.®  7:768. 

Total :  —  72  paginas. 

Com  esta  informação  me  propunha  eu  terminar  o  presente 
Relatório, — quando,  pela  mais  agradável  das  surpresas,  me  introu 
na  Bibliotheca,  disposto  em  volume  autónomo,  o  valioso  lavor 
que  o  Director  da  Bibliotheca  Pública  de  Évora  tem  andado  a 
publicar  em  successivos  fascículos  do  Boletim  das  Biblíothecas  e 
Archivos  Nacionaes. 

Esses  diversos  trechos,  em  cuja  leitura  eu  me  tinha  por  in- 
tervallos  regalado,  á  proporçSo  que  no  Boletim  vinham  appare- 
cendo,  —  agora  os  incontro  concatenados  e  reunidos,  a  offerece- 
rem-me  no  frontispicio  de  um  livro  os  seguintes  dizeres: 

Os  Reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora.  Catalogo 
methodico  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  António  Joaquim 
Lopes  da  Silva  Júnior.  (Coimbra —  1905-1907). 

Esse  volume  ficará  constituindo,  em  nossa  collecçfto  de  es- 
pécies bibliographicas,  uma  espécie  verdadeiramente  modelar. 

Nas  241  paginas  que  tal  volume  incerra,  —  paginas  delineadas 
com  toda  a  proficiência  de  um  erudito  e  com  todo  o  carinhoso 
amor  de  quem  se  apaixonou  deveras  pelo  seu  officio, — exempli- 
fica-se  e  demonstra-se  o  alto  merecimento  de  quem  taes  paginas 
elaborou. 

Sem  outros  estímulos,  álêm  da  sua  consciência  e  do  zelo  que 
por  condição  innata  o  incansável  Director  da  Bibliotheca  d'Evora 
constantemente  revela  em  todos  os  seus  actos  de  funccionario 


^     -r-W  , 


E  ARCHIVOS  NAGI0NAE8  87 


exemplarissimo,  —  o  Sr.  Lopes  da  Silva  prodazia  naquellas  pa- 
ginas trabalho,  qae  representa  um  relevante  serviço  prestado  á 
Bibliographia,  serviço  que  justamente  merece  dos  poderes  públicos 
todo  o  louvor  e  toda  a  recompensa. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.^  —  Bíblíotheca  Nacional  de  Lisboa*, 
em  28  de  Junho  de  1907.— Ill."«  e  Ex.°»^  Senhor  Conselheiro 
Bibliothecario-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da  Cunha. 


I 


o  ircblYO  de  Marinha  e  Ultramar  na  Blbliotheca  Raciooal  de  Lisboa 


Está  impresso  o  primeiro  volume  do  inventario  dos  documentos 
referentes  á  ilha  da  Madeira,  que  fazem  parte  do  Archivo  de 
Marinha  e  Ultramar,  incorporado  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  em  1889. 

É  um  bello  volume  de  (r,375xO",270,  com  XI— 402  pag. 
Comprehende  os  summarios  de  4913  documentos,  no  largo  pe- 
ríodo que  decorre  de  1613  a  1819.  Alem  dos  summarios  apresenta 
largos  extractos  de  muitas  peças  de  importância  histórica,  poli- 
tica e  económica.  No  final  do  volume  estão  diversos  Índices,  de 
nomes  próprios  de  pessoas,  remissivo  por  appellidos,  e  de  assum- 
ptos, que  muito  facilitam  qualquer  indagação.  Ao  sr.  dr.  Castro 
e  Almeida,  primeiro  conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisbofl,  e  director  da  Secção  IX,  Archivo  de  Marinha  e  Ultra- 
mar, é  devido  este  vasto  trabalho.  Transcrevemos  no  Boletim  o 
prefacio  que  nos  dá  noticia  da  incorporação  doeste  importantíssimo 
archivo  e  da  sua  classificação  actual. 


Inicia  este  volume  a  publicação  do  Inventario  do  Archivo  de 
Marinha  e  Ultramar. 

A  recente  incorporação  doesta  valiosa  e  interessante  secção 
na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  torna  necessário  que  eu  ex- 
plique em  breves  palavras  a  origem  da  copiosíssima  collecção  de 
manuscriptOB  que  constituo  actualmente  um  novo  núcleo  de  do- 
cumentos officiaes  da  mais  extraordinária  importância,  o  seu 
subido  valor  histórico  e  o  plano  que  adoptei  para  a  sua  organi- 
sação. 

Consegui  averiguar  que  durante  muitos  annos  estiveram  estes 
documentos  desordenadamente  armazenados  em  dependências  do 
Ministério  da  Marinha  e  Ultramar,  desde  1833,  depois  de  extincto 
por  decreto  de  30  de  agosto  o  Conselho  Ultramarino,  creado  por 
Elrei  D.  João  IV  (decreto  e  regimento  de  14  de  julho  de  1642), 
ao  qual  pertencia  uma  considerável  parte,  até  1889,  quando, 


E  ARGHIVOS  KACIONAES  89 


pela  necessidade  de  ampliar  as  repartiçSes  d^aquelle  Ministério 
foi  preciso  removel-os  para  aproveitamento  do  espaço  que  occu- 
pavam  e  superiormente  decidida  a  sua  transferencia  para  a  Bi- 
bliotheca  Nacional,  por  nSo  hav^r  alli,  nem  no  Real  Archivo  da 
Torre  do  Tombo,  logar  disponivel  onde  se  podessem  conservar. 

Foi  entfto  encarregado  pela  Lispecção  Geral  deu  Bibliothecas 
e  Archivos  Públicos,  o  falleeido  Conservador  do  Real  Archivo, 
o  sr.  Raphael  Basto,  de  previa  e  summariamente  relacionar  os 
respectivos  volumes  e  maços  de  mss.  avulsos  e  com  todo  o  zelo 
des'  mpenhou  f*ste  distincto  funccionario  a  sua  missSo,  pois  apezar 
da  enorme  confusão  em  que  se  encontravam  os  documentas, 
baralhados  os  do  Conselho  Ultramarino  com  muitos  outros  rela- 
tivos ás  Colónias  e  á  Marinha  e  dirigidos  a  diversas  corporaçSes 
e  entidades  dependentes  da  referida  Secretaria  d'Estado,  conse- 
guiu ao  cabo  de  alguns  mezes  organisar  a  relação,  que  nos  re- 
velou a  considerável  importância  de  tão  numerosa  collecção  e 
que  serviu  de  termo  de  entrega,  á  Inspecção  Geral  das  Biblio- 
thecas  e  Archivos,  de  1099  volumes  e  1857  maços  de  papeis 
avulsos,  que  em  1889  deram  entrada  na  Bibliotheca  Nacional;  e 
aos  quaes  mais  tarde  se  addicionaram  280  volumes  e  160  maços 
de  documentos  relativos  á  Africa  portugueza  oriental,  remettidos 
de  Moçambique  em  1892,  pelo  sr.  Conselheiro  António  Ennes, 
Inspector  Qeral  das  B  bliothecas  e  Archivos  públicos,  então  Com- 
missario  Régio  n'aquella  provincia  ultramarina. 

Mais  tarde,  em  1897,  a  requisição  da  Secretaria  do  Conselho 
do  Almirantado  (officio  de  24  de  outubro  de  1896)  ^  em  cumpri- 
mento do  preceituado  no  artigo  5.°  do  decreto  de  29  de  dezembro 
de  1887,  foram  ainda  annexados  mais  2176  volumes  e  900  ma- 
ços, provenientes  do  Archivo  da  Direcção  Geral  da  Marinha,  do 
Commando  Geral  da  Armada  e  dos  Archivos  de  diversos  navios 
de  guerra,  de  cuja  transferencia  foi  incumbido  o  Inspector  dos 
Archivos,  o  sr.  Roberto  Au<çu8to  da  Costa  Campos,  que  por  sua 
parte  encarregou  o  Official  do  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  hoje 
1.®  Conservador,  o  sr.  D.  José  da  Silva  Pessanha,  de  elaborar 
as  respectivas  relações. 

Durante  muitos  annos  se  conservaram  pois  estes  documentos 
em  deposito  na  Bibliotheca  Nacional,  tendo  ensejo  o  seu  erudito 
Director  e  prestimoso  investigador,  o  sr.  Gabriel  Victor  do  Monte 
Pereira,  de  poder  confirmar  pelas  suas  pesquizas  o  precioso 
interesse  que  offerecia  esta  enorme  collecção  ie  mss.  oíHciaes, 
publicando  sobre  elles  um  artigo  em  1901,  no  ^.Boletim  da  So* 
ciedade  de  Geographia  de  Lisboa^,  intitulado  o  t Archivo  deMa* 


BOLETIM  DAS  BIBUOTBECAB 


rinha»  e  outro  em  1902  na  Revista  illustrada  tBrcuàl-Portttgaltf 
(numero  extraordinário  commemorativo  do  IV  centenário  do  des- 
cobrimento doBrazil),  com  aepígraphe  tOArchivo  Ultramarino». 

N'eBte  artigo  dizia  o  sr.  Qabriel  Pereira :  ■ . . .  Creio  ter 
dado  uma  noticia  condensada  das  riquezas  documentaea  hoje 
depositadas  no  edÍfÍL-io  da  Bibliotheca  Nacional.  Com  o  Ãrchíro 
de  Marinha  ainda  ha  pouco  aqui  entrado,  essa  colleoj^So  ficoa 
maÍB  seguida  e  completa. 

cO  material  fundamental  para  a  historia  da  nossa  extraordi- 
nária expansSo  colonial  e  da  prodigiosa  marinha  portugueza  está 
reunido  aqui;  infelizmente  faUa pessoal  que/aça  valer  de  prompto 
esta  legião  de  códices  e  maços  de  papeis  que  interessa  a  todos, 
que  tem  um  alto  valor  internacional. 

■Algumas  Colónias  deixaram-nos  e  seguiram  seus  destinos; 
s  marinha  definhou;  consolação  de  estudiosoe,  temos  aqui  os 
documentos  que  nos  mostram  a  ousadia,  a  sciencla,  »  energia 
civilisadoras  dos  nossos  antigos. . .  Nos  papeis  ultramarinos  ha 
elementos  que  importam  a  Portugal,  Brazil,  Inglaterra,  França... 
ft  todos  OB  paizes  qne  teem  Colónias,  visitadas  e  possuídas  em 
primeira  mZo  pelos  portuguezeB>. 

Quando  em  1901  fui  superiormente  encarregado  de  elaborar 
a  reorganisaçilo  doe  serviços  das  Bibllothecas  e  Archivos  Nacio- 
naes,  que  se  transformou  depois  no  decreto  com  força  de  lei  de 
24  de  dezembro  d'e8Be  anno,  aquellas  palavras  do  sr.  Gai.riel 
Pereira  determinaram- me  a  propSr  a  creaçlo  na  Bibliotheca  Na- 
cional de  uma  nova  secçSo,  a  tim  de  aqui  incorporar  definitiva- 
mente os  referidos  documentos  e  assim  garantir  a  sua  conservação 
6  a  continuidade  dos  trabalhos  a  que  era  mister  proceder,  justi- 
ficando o  meu  alvitre  nas  seguintes  palavras  que  escrevi  do  re- 
latório que  precede  o  mencionado  decreto: 

«É  oreada  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  uma  nova 
secçSo,  denominada  tArckivo  de  Marinha  e  Ultramart,  formada 
pelos  documentos  do  extincto  Conselho  Ultramarino,  do  Archivo 
de  Marinha,  que  alli  se  teem  conservado  em  deposito  e  por 
todos  aquelles  já  recolbídos  ou  que  de  futuro  o  sejam,  relativos 
ás  nossas  Colónias. 

nlncorpora-se  assim  na  Bibliotheca  Nacional  essa  valiosíssima 
collecçSo  de  muitas  dezenas  de  milhares  de  documentos  de  variada 
proveniência,  na  sua  maior  pai  te  de  importância  capital,  nSo  só 
relativos  á  vida,  governo,  economia  e  politica  das  nossas  colónias, 
como  também  das  províncias  que  depois  se  tornaram  indepen- 
dentes e  hoje  constituem  os  Estados  Unidos  do  Brazil. 


1 


nOt.ETIM  DAS  BIBU0THECA8 


mccintamente  explicadas  a  origem  e  a  importanda 
ivo  e  ant6e  de  expor  o  plano  que  tenho  esboçado  para 
;anÍBaçSo,  registarei  aqui  o  nome  illustre  do  beneme- 
o  do  Reino,  que  decretoika  sua  creaçfto,  o  prestigioso 
sr.  Conbelbeiro  Ernesto  Eodolpho  Híntze  abeiro,  a 
z  deve  eí>te  assignalado  a  valioso  serviço. 


tgado  d'e3ta  secçlto  em  janeiro  de  1902  tive  que  me 
primeiro  logar  da  sua  installaçílo,  e  como  a  ezecuçSo 

a  que  foi  preciso  proceder  e  que  fluperiormente  requi- 
approximadamente  dois  annos,  aó  em  principioe  de 
começar  com  regularidade  e  aproveitamento  os  meus 

laíío  em  que  se  encontravam  os  códices  e  documentos 
;6rminon-me  a  proceder  previamente  à  uma  arrumaçíHo 
pando  por  ordem  cbronologica,  quanto  posaivel,  os 
1  collecçSes  especiaes. 

norosa  e  difScít  tem  sido  esta  tarefa,  nSo  só  peio  nu- 
ordinário  de  códices  e  maços,  mas  também  pelo  mi- 
ime  que  demanda  tal  coordenaçSo. 
ÕJO  ãe  Marinha  e  Ultramar  ache-se  ínstallado  no  se- 
nento  da  Bibliotheca  Nacional  occupando  três  extensas 
Buaa  dependências,  ao  longo  das  quaes  se  extendem 
\  ferro,  onde  ae  acbam  dispostas  as  caixas  em  folha 
B,  em  que  se  guardam  os  documentos,  todos  elles 
de  capas,  contendo  a  indicação  do  grupo  a  que  per- 
1  extracto  resumido  do  assumpto  de  que  tratam,  a 
era  d'ordem,  sjstema  que  torna  de  uma  simplicidade 
lUBca  de  qualquer  d'e]Íes  por  maior  que  seja  o  numero 
lim  se  encontrem  classifícados. 

tureza  especial  dos  aasumptos  a  que  se  referem,  divi- 
«  documentos,  em  harmonia  cora  a  denomínaçSo  do 
m  dois  grandes  grupos:  um  d'elles  comprebende  os 
administraçUo  civil,  ecclesiasttca  e  militar  das  antigas 
portuguezas,  sua  economia,  commercio,  industrias  e 
.  desde  meados  do  século  XYI  até  1833;  o  outro  os 
Axa  é.  organisaçfto  e  serviços  da  nossa  marinha  de 
respectiva  Secretaria  dTstado  e  de  diversas  corpora- 


T^ 


E  ARGHIVOS  NACIONAES  93 


ç5e8  da  armada.  Ambos  os  grupos  constam  de  códices  ou  volumes 
mss.  e  de  muitas  centenas  de  milhares  de  valiosos  documentos 
avulsos,  cujo  numero  ainda  se  não  pode  hoje  determinar. 

Entre  os  códices  do  grupo  Ultramar  citarei  como  mais  im- 
portantes, 08  seguintes: 

Copias  de  regin^entos,  estatutos,  leis  e  ordens  regias,  relativas 
ao  Governo  da  índia  (1544-17Õ9),  13  vols. 

Registo  de  officios,  cartas,  provisões,  regimentos,  etc.  (1648- 
1832),  66  vols. 

Registo  de  mercês  (1643-1824),  13  vols. 

Registo  de  provisões  (1644-1830),  20  vols. 

Registo  de  constdtas  (1617-1833),  66  vols. 

Registo  de  documentos  officiaes  relativos  aos  governos  das  dif- 
ferentes  colónias  (1673-1834),  69  vols. 

Registo  d'ordens  regias  (1752-1839),  27  vols. 

Registo  de  consultas  concernentes  ás  diversas  Capitanias  do 
Brazil  (1G65-1807),  13  vols. 

Registo  das  consultas  da  índia  (1639-1833),  7  vols. 

Registo  de  avisos  e  ordens  para  differentes  auctoridad^s  (1752- 
1807),  33  vols. 

Registo  de  cartas  do  Reino  para  diversas  pessoas  (1758-1832), 
8  vols. 

Registo  de  cartas  para  a  índia  (1675-1833),  6  vols. 

Registo  de  consultas  do  Conselho  Ultramarino  (1720-1802), 
23  vols. 

Registo  de  consultas  do  Desembargo  do  Paço  (1755-1833), 
3  vols. 

Registo  de  constatas  da  Mesa  da  Consciência  e  Ordens  (1755- 
1833),  5  vols. 

Registo  de  decretos  (1 702-1828),  26  vols. 

Escriptos  (1752-1807),  54  vols. 

Registo  de  Sesmarias  (1795-1823),  5  vols. 

Receita  e  despeza  das  Fortalezas  da  índia  (1586-1592),  1  voh 

Registo  dos  regimentos  dados  aos  Governadores  do  Ultramar 
(1629-1643),  1  vol.  etc. 

D'estes  códices  brevemente  será  publicado  o  inventario  geral 
e  ir-se-hSo  elaborando  todos  os  Índices  que  se  me  antolhem  ne- 
cessários para  o  utíl  aproveitamento  da  sua  riqueza  documental, 
tomando  assim  mais  accessiveis  os  valiosos  subsidies  históricos, 
jurídicos  6  sociaes  nelles  contidos. 


BOLBTUI  DAS  BIBU0THECA8 


Uma  grande  parte  dos  documentos  avulsos  obedece  á  d 
ficaçito  geographica,  formando  as  seguintes  divisSes: 

Madeira  e  Porto  Santo  (1752-1833). 

Açores  (1750-1833). 

Cabo  Verde  e  Guiné  (1755-1833). 

S.  Thomé  e  l>rincipe  (1723-1822). 

Angola  (1609-1833). 

Moçambique  (1737-1833). 

índia  (1722-1823). 

Macau  e  Timor  (1793-1811). 

Berbéria  (1776-1819). 

BrazU  (1750^1822). 

A  do  Brazil,  ainda  classificada  por  Capitanias:  Babia  (1' 
1822);  Ceará  (1781-1807);  Goyaz  (1750-1807);  Mara 
(1750-1807);  Hatto  Grosso  (1751-1807);  Minas  Geraes  (V. 
1807);  Pará  (1753-1822);  Parahyba  (1753-1807);  Pernam 
(1757-1807);  Piauhy  (1759-1807);  S.  Pedro  do  Rio  Grand 
Sul  (1752-1773);  Rio  de  Janeiro  (1751-1820);  Rio  Negro  (1' 
1795)  6  S.  Paulo  (1752-1805). 

Além  d'eetes,  outros  formam  as  collecçSea  intituladas: 

Sequerimmtos  {lf;02-1833),  800  caixat. 

Contultoa  (1606-1833),  500  caixas. 

LembreUg  (1600-1833),  250  eaixa». 

Papeia  de  aervi^  (1612-1833),  100  caixas. 

MitceUanea,  etc.,  ele. 

De  todas  estas  collecçSes  se  publicarSo  inventários,  de 
serie  é  este  o  primeiro  volume,  estando  o  segundo  e  ultim 
Madeira  quaei  concluído. 

Indicando  siinimariamente  nos  inventários  o  assumpto  de 
trata  cada  documento,  referindo  o  que  encerram  de  mais 
ressante,  extractando  alguns  e  reproduzindo  outros,  julgo 
seguir  que  os  estudiosos  encontrem  n'estes  trabalhos  de  in 
tariaçSo  todos  os  elementos  necessários  ás  suas  pesquiz; 
informaçSes,  que  em  muitos  casos  dispensarão  a  consulta  dii 
doe  documentos,  em  cuja  busca  serão  sempre  valiosamente  i 
liadoB  pelos  índices  de  nomes,  appellíãos  e  assumptos,  que  a< 
panharSo  cada  volume. 

Publicarei  também  succeesivamente  a  relação  dos  Mapj 
Plantas  geographicas,  que  tenho  encontrado  em  grande  nui 


fíiv:  ■ 


E  ABGHIYOS  NÂCIONAES  95 


e  de  uma  interessantíssima  coUecçSLo  de  figurinos  militares  dos 
regimentos  coloniaes;  12  cartas  originaes  e  inéditas  do  Cardeal 
Rei,  algumas  relativas  ao  seu  projectado  casamento;  relatórios 
importantes  dos  nossos  antigos  Governadores  do  Ultramar; 
narrativas  de  viagens  de  exploraçXO;  tanto  em  África  como  no 
Brazil,  etc. 

# 
«       * 

Precioso  auxilio  teem  já  prestado  os  documentos  d'este  Ar- 
chivo,  para  a  solução  das  questSes  diplomáticas  suscitadas  entre 
o  Brazil  e  a  Republica  Argentina  sobre  os  limites  do  território 
das  Missões;  entre  o  Brazil  e  a  França,  sobre  a  delimitação  com 
a  Guyana  franceza;  entre  o  Brazil  e  a  Inglaterra^  primeiramente 
acerca  da  occupação  da  Ilha  da  Trindade  e  por  ultimo  sobre  a 
delimitação  com  a  Guyana  ingleza,  cuja  decisão  foi  confiada,  por 
arbitragem,  a  S.  M.  o  Rei  d'Italia,  que  por  sua  vez  aqui  se 
dirigiu  também. 

Com  os  trabalhos  de  investigação  dos  emissários  inglezes  e 
brazileiros  e  especialmente  do  intelligente  e  distinctissimo  Con- 
servador, o  sr.  José  António  Moniz,  que  como  diz  o  sr.  Gabriel 
Pereira,  n'um  dos  seus  artígos,  foi  o  primeiro  piloto  n'este  oceano 
de  códices,  maços  e  papeis  avulsos,  colheu-se  grande  copia  de 
documentos  que  interessavam  a  todas  essas  questSes  e  que  á 
evidencia  provaram  a  sua  extraordinária  importância. 

Depois  da  sua  encorporação  na  Bibliotheca  Nacional^  apesar 
de  recente  e  ainda  pouco  vulgarisada,  muitos  nacionaes  e  extran- 
geiros  teem  consultado  já  com  interesse  e  aproveitamento  o 
Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  e  alguns  a  elle  se  teem  referido 
nas  suas  publicações,  entre  os  quaes  me  lembram  os  srs.  Con- 
selheiro Ayres  d'Ornellas,  actual  Ministro  da  Marinha  e  Ultra- 
mar, n'um  artigo  publicado  no  seu  jornal  a  Jornal  das  Coloniasn 
n.®  1081  de  9  de  julho  de  1904;  Georges  Scelle,  na  sua  excel- 
lente  obra  tLa  traite  négrière  avx  Indes  de  CaatiUe^^  Paris, 
1906;  dr.  Justo  Jansen  Ferreira,  illustre  medico  brazileiro,  no 
seu  opúsculo  9iA  propósito  da  Carta  geographica  do  Maranhão^y 
1904;  o  erudito  académico  Senna  Barcellos,  na  sua  aHistoriade 
Cabo  V€i'dei» ;  o  distincto  advogado  de  Lisboa,  dr.  J.  F.  Azevedo 
e  Silva,  na  sua  publicação  ^Estvdos  de  Direito  Commerciah^ 
Lisboa,  1906,  pag.  79  e  ainda  os  srs.  Barão  de  S.  Pedro,  Vi- 
cente d'Almeida  d'£ça,  Marquezes  de  Bisio  e  d'Albon,  Conde 


BOLKTIU  DAS  BIBU0THECA8 


H.  de  Castríea,  dr.  H.  Cicero  Peregrino  da  f 
0'CoDnor,  dr,  J.  Deniicé,  Charles  Chandler,  I 
ker,  etc. 


Terminarei  affirmando  qnSo  demaeiadamen 
emprehendímeDto  que  me  confiaram  e  quanto  < 
nimadora  a  certeza  de  que  jamais  o  verei  co: 
persistentes  que  sejam  os  meuB  trabalhos  e  [ 
que  seja  a  mmha  vida.  Tamanha  é  a  empreza, 
eu  tinha  a  incitar-me  o  desejo  de  justíficiar  a  r 
as  palavras  que  escrevi  no  relatório  de  1901 
prazer  que  tomo  o  compromisso  de  continuar  a 
minha  actividade  e  espedal  dedicação  aos  trab 
de  Marinha  e  Ultramar,  a  fim  de  que,  nito  f 
por  completo,  deixe  ao  menos  a  minha  obra  t! 
n&o  Beja  já  posaivel  perdel-a. 

NSo  lograrei  talvez  outra  compensaçSo,  mas 
duvida  aquella,  que  já  agora  me  estimula,  a  cc 
ç&o,  permittn-se-me  a  vaidade,  de  que  intentei 
iheca  Nacional  e  ao  meu  paiz  um  serviço  de  v 

Lisboa,  31  de  maio  de  1907. 


Eddabdo  de  Castb 


E  AOCHIVOS  HACIORAES 

iLlOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 

REI1I8T0  DE  FROPRIEDIDB  UITERftRIi 
as  entradas  no  anno  de   1007 


a  Editora  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora, 
Xavier  de  Novaes.  —  «Inês  de  Horta*.  Comedia 
ica  em  5  actoe.  Com  variações  sobre  motívos  da 
aBtroi,  do  maestro  JoSo  Baptista  Qomes.  —  Obra 
n  verso.  Prefaciada  e  seguida  de  um  estudo  biogra- 
rario,  onde  tambera  figuram  peças  nSo  publicadas  e 
iSo  sabidas,  peto  Visconde  de  Sanches  de  Frias.  — 
Liivraria  Editora  Viuva  Tavares  Cardoso.  Õ,  Largo 
es,  6.  — 1906.  Imprensa  Moderna,  53.  —  Rua  da 
.  In-8.°  de  uma  folha  com  o  retrato  do  autor,  261 
lumeradas  e  4  paginas  sem  numeraçSo. 

ria  Ferreira,  como  autor,  JoSo  Maria  Ferreira.  — 
ido.  I.  <0  Marquês  de  Pombal*  (poema  antt-jesui- 
ifadado  pela  illustre  poetisa  D.  Angelina  Vidal.  — 
Livraria  Avellar  Machado,  19,  Rua  do  Po^  dos 
íl,  —  Lisboa.  In-S."  de  26  paginas. 

íLivreaii.  —  Porto,  como  editora,  n."  1. — EdíçJo 
a  «Livres».  Porto. —  aOs  três  da  vigairada,  TosSo, 
I  Tacada*.  (Pacto  na  sombra).  Ãnno  da  desgraça, 
Keste  jardim  da  Europa  á  beira-mar  plantado  Im- 
u:ÍonaI. — Porto.  In-4.°  de  uma  folha  sem  numeraijilo 
ia  de  um  só  lado  e  8  paginas  numeradas. 

t  Figneirinhas,  como  editora,  «A  civilidade*.  —  Pela 


BOLETIH  DAS  BIBUOTHECAB 


redacçXo  da  Educaçíto  Nacional.  Porto.  Livraria  1 
1907.  Typographia  Univeraai.  —  In-12.°  de  74 

Por  António  Sebastifto  bidalgo,  como  editor,  M.  di 
—  (S.  Clair  das  ilhas  ou  os  desterrados  de  Ban 
ç&o  de  Oscar  Ney.  2  volumes  in-4.'',  tendo  o  i  i 
ginas  sem  numeração,  seguidas  por  298  pagínae 
uma  pagina  sem  numeraçXo  e  5  folhas  de  um  sd 
p;,daa.  Lisboa.  1891-1901.  Typographia  de  *0 

Por  Bento  Carqueja,  como  proprietário,  «O  Lavrai 
moveis  agrícolas  Maria  Cbristinai.  Organizadas  | 
mercio  do  Porto.  Director  Bento  Carqueja.  Jor 
N.''43. — Março  de  1907.  Officinaedo  tCommerci 
In-foUo  de  4  paginas. 

Por  Francisco  Franco,  como  editor : 

—  Biblioteca  Dramática  Popular. — N.*  192. — Fran 

de  Amorim.  —  lOdio  de  raça* .  Drama  em  3  acl 
2.'  ediçUo.  Lisboa.  In-S."  de  40  paginas. 

—  N.*  193 — JhHo  Guimarães. —  tO  casamento  do 

dens*.  Aproposito  em  1  acto,  original.  Lisboa, 
paginas. 

—  N."  194— N.  T.  Leroy.  — «NinÍB.  Opereta  em  1 

e  musica  original.  Lisboa.  In-S."  de  20  paginas. 

—  N.°  19Õ — Trindade  de  Lima.  —  «Um  namorado 

annos>.  Comedia  em  2  actos,  imitação.  Lisboa, 
paginas. 

—  N."  196 —  Luís  Ferreira  de  Castro  Soromenho.' 

Drama  em  i  acto,  original.  Lisboa.  In-8."  de  1 

—  N."  197  —  Maximiano  Rica  (M.  Cacir).  —  «A  su 

media  original  em  1  acto.  Lisboa.  In-S."  de  15 

—  N."  198  —Francisco  da  Costa  Braga.  —  «João, 

Drama  em  6  actos  e  8  quadros.  Traducç&o  do  frai 
In-8.'  de  70  paginas. 

— N.'  199 — Francisco  da  Costa  Braga.  —  iHotel  c 


E  ARCHIV03  KACI0NAE9 


TftTilhaBi.  Opereta  em  1  acto,  troducçSo.  Lisboa.  In-4.°  ãs 
14  paginas. 

— JI."  200 — A,  J.  P,  Varella.  —  lUm  marido  que  rapta  sua 
mollier*.  Comedia  original  em  1  acto.  2.*  «diçSo.  Lisboa. 
Íi-S."  de  16  paginas. 

—  N."  201  — José  Pinto  de  Campos.  —  tO  filbo  bastardo*.  Co- 

media-drama  em  '2  actos  por  Mareau  e  Delacour.  TraducçSo. 
Lisboa.  InS."  de  21  paginas. 

—  N,*  202  —  Salvador  Uarques.  —  aP%o,  pio,  queijo,  queijo». 

Comedia  em  1  acto,  originai.  Lisboa.  In-8.°  de  12  paginas. 

—  N.'  203  —  N.  T.  Leroy.  —  lO  mestre  de  dança*.  Opereta 

em  1  acto,  original.  Com  musica  coordenada  pelo  autor. 
Lisboa.  In-S."  de  21  paginas. 

— N."  204  —  Francisco  Gomes  de  Amorim. —  iG-higí*.  Drama 
em  5  actos,  original.  3.'  e^çSo.  Lisboa.  In-8.°  de  56  paginas. 

-~N.*  205  —  N.  T.  Leroy.  —  «A  ultima  modal».  Opereta  em  1 
acto,  imitaçSo.  Lisboa.  Id-8-°  de  1&  paginas. 

—- N.'  206  —  Joaquim  Pereira.  —  «Que  embrulhada!?. .  .*,  Co- 
media em  1  acto,  imitaçXo.  Lisboa.  In-8.°  de  24  paginas. 

—  N.*  207 — Francisco  Gomes  de  Amorim.  —  *A  viuva*.  Co- 

media em  2  actos,  original.  2.^  ediç^.  Lisboa.  In-S.**  de  30 
paginas. 

— N."  208 — Venâncio  Carlos  dos  Santos. — «O  adultério*.  Drama 
em  1  acto,  original.  Lisboa.  In  8.**  de  12  paginas. 

—  N."  209  — Bessa  Munné.  —  «Musica  caracteristica*.  Opereta 

em  1  acto,  ímitaçSo.  Lisboa.  In-8.°  de  19  paginas. 

— N.°  210 — E>luardo  Garrido.  — tUm  velho  amigo».  Visita  de 
amizade  em  3  actos,  accomodada  á  scena  portuguesa.  Lisboa. 
In-S."  de  48  paginas. 

— N.'  211 — José  Joaquim  da  Silva.  —  tOs  crepúsculos*.  Come- 
dia-drama  em  1  acto,  imitaçito.  Lisboa,  In-é."  de  16  paginas. 


BOLBTIH  DA8  BIBLlOTBIfClS 


-N."  212  — N.  T.  Leroj.— «o  sol  de  owro».  Oper* 
acto.  Letra  e  mueica  original.  Lbboa.  In-8.°  de  lÕ 

—  K."  213  —  JoSo  da  Camará.  —  (A  Rosa  enjeitada* 

em  6  actoB,  orí^nal.  Lisboa.  In-8.°  de  M  pagioas. 

-K.*  214  —  Eduardo  Garrido.  —  (Silencio  calado».  U 
Carça  em  1  acto,  orígÍDal.  Liaboa.  Iii>4.'*  de  8  pagii 

-N.»  215~Augu8to  Véraa.  — «PantaleRo  &  C».  Coi 
1  acto,  original.  Lieboa,  In-8.°  de  11  pa^naa. 

—  N.**  3 16 -T- Joaquim  Pereira.  —  lOs  mentírosoB».  Coi 

1  acto,  imitaçSo.  Lisboa.  In-8.''  de  20  paginas. 

-N."  217  — Eduardo  Schwalbach  Lucci.  —  «Os  Pt 
Comedia  em  3  actos,  original.  Liaboa.  Id-S."  de  53 

-N.°  218 — Roraualdo  de  Figueiredo.  —  tOsdoídoecoí 
Aproposito  em  1  acto,  original.  Liaboa.  In-8.*'  de  19 

— N."  219 — Penha  Coutinho.  —  «Precisam-se  dois  hom 
Comedia  em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-S."  de  16 

-N."  220  —  Rufino  de   Campoa,  —  iSe  Jesua  voltas 
Comedia  em  1  acto,  original.  Lisboa.  In  4.*  de  8  p 

—  N.°  221  — António  D.  Alves  de  Azevedo.  —  tAlhici 

mSe>.  Drama  em  3  actos,  original.  Lisboa.  Id-8 


-N."  222— Laurentino  M.  SimSea. — «A  Toreea».  E 
dramatico-comico,  burlesco  em  verso,  original.  LÍsL>i 
de  6  paginas. 

-N."  223  —  JoSo  Borges. —  lEaperteza  femininai. 
em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-S."  de  16  paginaa. 

— N."  224 — José  Joaquim  da  Silva.  —  <A  ãdalguinha  d 
Comedia  em  1  acto,  original,  Liaboa.  In-S."  de  15 

-K.»  225— Eduardo  Fernandes  (Vespao).  —  tO  vi 
cimai.  Comedia  em  2  actoa,  arreglo  do  Irancêa. 
In-8.°  de  24  paginaa. 


r' 


fi  ABCHIVOS  KàCIONAES  101 


•N/  226 — Fernando  Schwalbach. — cA  preguiçosa».  Comedia 
em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-4.^  de  6  paginas. 

•K.^  226  — Eduardo  Schwalbach  Lucci.  —  c  Anastácia  d  C.*, 
Modas  e  confecções».  Comedia  em  *à  actos,  original.  Lisboa. 
In<8.^  de  59  paginas. 

N.°  227 — Jaime  Bramfto.-->cA  saudade».  Drama  em  1  acto, 
imitação.  Lisboa.  In-8.^  de  15  paginas. 

-N.®  228  —  António  Alves  (Belgrado).  —  cQue  meninos! • . .  »• 
Opereta  em  1  acto,  original.  Com  musica  coordenada  por 
Seternio  Marton.  Lisboa.  In-8.^  de  15  paginas. 

N.*  229— Eduardo  Schwalbach  Lucci.  — «A  Sr.»  Ministra». 
Comedia  em  3  actos,  original.  Lisboa.  In-8.*^  de  64  paginas. 

•N.**  230 — José  da  Camará  Manoel.  —  «Para  homem  só. . .». 
Comedia  em  1  acto,  originai.  Lisboa.  In-8.^  de  13  paginas. 

•N.*  231 — José  Joaquim  da  Silva.  —  aPor  um  cabello.*.». 
Comedia  em  1  acto,  imitaçXo.  Lisboa.  In-S.^  de  13  paginas. 

•N."  232  —  António  Alves  (Belgrado) — «Entre  namorados», 
opereta  em  1  acto,  original ;  musica  coordenada  pelo  maestro 
Sternio  Marton.  Lisboa.  In-8.^  de  14  paginas. 

•N.^233 — Alexandre  Dumas  (Filho) — «A  dama  das  camélias», 
drama  em  5  actos,  representado  com  extraordinário  successo 
em  diversos  theatros  de  Lisboa,  Porto,  Coimbra  e  Brasil,  etc, 
TraduoçSo  livre  de  E.  Nascimento  Correia.  Lisboa.  In-8.®  de 
60  paginas. 

-N.>  234 — José  Joaquim  da  Silva — «Um  anjo  no  5.®  andar», 
comedia  em  1  acto,  traducção.  Lisboa.  In-8.®  de  12  paginas. 

-M.®  235 — Marcelino  de  Mesquita — «A  noite  do  Calvário  (As 
victknas)»,  peça  em  4  actos,  original.  Lisboa.  Li-8.®  de  44 
paginas. 

-N.^  236  —  Joaquim  Augusto  de  Oliveira — «Má  cara  e  bom 
coraçfto»,  comedia  em  1  acto,  imitaçfto.  Lisboa.  In-8.®del6 
paginas. 


102  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTHECAS 


fe 


t ' 


—  N.*  237  —  Henrique  de  Macedo  Júnior  (Estevam  Moniz)  — 

aScenas  da  miséria»,  drama  popular  em  3  actos,  imitaçSo. 
Lisboa.  In-8.®  de  30  paginas. 

—  N.*  238  —  António  Alves  (Belgrado) — «Entre  viúvos»,  vau- 

deville  em  1   acto,  original,  com  musica  coordenada  pelo 
maestro  Pascoal  Pereira.  Lisboa.  In-8.®  de  13  paginas. 

—  N.*^  239 — Maximiliano  de  Azevedo — «Purgatório  de  casados», 

comedia  em  2  actos,  de  Ettore  Dominici,  traduzida  livremente 
do  itaUano.  Lisboa.  In  8.®  de  28  paginas. 

—  N.®  240 —  Henrique  de  Macedo  Júnior  —  «O  operariado», 

drama  em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-8.®  de  15  paginas. 

Pela  Livraria  Figueirinhas,  como  editora:  Victor  de  Moigénie  — 
«A  mulher  em  Portugal — Cartas  de  um  estrangeiro».  Porto. 
Livraria  Figueirinhas,  1907.  Typographia  Universal  (a  va- 
por), 54,  Travessa  de  Cedofeita,  56.  In-8.®  de  255-1  paginas. 


NIa.io 

Por  H.  Garnier,  como  editor: 

—  ff  A  bondade.  Seu  valor,  seus  caracteres,  suas  origens,  suas 
contrafacções»,  por  J.  Guibert.  Rio  de  Janeiro,  1907.  Typ. 
H.  Garnier,  Paris.  (A.  It.).  In-16.®  de  4-163-1  paginas. 

—  «Cartilha  de  Doutrina  ChristS»,  por  António  J.  de  Mesquita 
Pimentel.  Edição  melhorada.  Rio  de  Janeiro.  Typ.  H.  Gar- 
nier (A.  Tours).  In  8.®  de  4  paginas  sem  numeração  e  324 
paginas  numeradas. 

—  «O  caracter.  Definição,  importância,  ideal,  origem,  classifica- 
ção e  formação»,  por  J.  Guibert.  Rio  de  Janeiro.  Typ.  H. 
Garnier.  Paris.  (Alençon).  In-8."  de  230  paginas. 

—  «Novena  efficassissima  a  Nossa  Senhora  do  Perpetuo  Soccorro», 

pelo  padre  Saint  Omer.  Traducção  portuguesa.  Rio  de  Ja- 
neiro. Paris.  In-48.®  vii-92  paginas. 

—  «Compendio  de  Civilidade  Chrístã»,  offerecido  ás  famílias  bra- 


,,-'-f-.--- 


fi  ARCHIYOS  KACIONAES  103 


sileiras,  por  D.  António  de  Macedo  Costa,  bispo  do  Pará. 
Bio  de  Janeiro.  Paris.  Mayene,  Imprimerie  Ch.  Colin.  In- 
12.^  de  4-193  paginas. 

«Tratado  da  verdadeira  devoção  á  Santíssima  Virgem»,  pelo 
bemaventurado  Luis  Maria  Qrignion  de  Montfort.  Traduzido 
da  18.*  edição  francesa.  Rio  de  Janeiro.  Paris.  Typ.  !!• 
Garnier  (Sens).  In-12.^  de  xxiii-266  paginas. 

«Cartilha  Nacional.  Ensino  simultânea  da  leitura  e  escrita», 
por  Hilário  Ribeiro.  Nova  ediçfto.  Rio  de  Janeiro.  1907.  Typ, 
H.  Garnier  (A.  Tours).  In-12.^  de  72  paginas. 

«Segundo  Livro  de  Leitura»,  por  Hilário  Ribeiro.  Nova  edição. 
Rio  de  Janeiro.  Typ.  H.  Garnier.  (Ar.  It.).  In.l2.«  de  109-3 
paginas. 

«Terceiro  Livro  de  Leíturan,  por  Hilário  Ribeiro.  Nova  edição. 
Rio  de  Janeiro.  Typ.  H.  Garnier.  (Ar.  It.  Tours).  In- 12.**  de 
4-119  paginas. 

J.  M.  Goulart  de  Andrade.  «Poesias».  1900-1905.  Rio  de 
Janeiro,  1907.  Typ.  H.  Garnier,  Paris.  (Ar.  It.).  In-18.^  de 
17-162  paginas. 

«Resumo  da  historia  da  America»,  por  Nicolau  Estevanez. 
Tradueção  brasileira  de  Costa  Ferreira.  Rio  de  Janeiro  — 
Paris.  Typ.  H.  Garnier,  Paris.  In-18.®  de  450  paginas. 

«Conciliação  internacional.  Pela  arbitragem.  Discurso  reitoral 
dirigido  aos  estudantes  da  Universidade  escocesa  de  Santo 
André»,  por  Sir  Andrew  Carnegie.  Rio  de  Janeiro. —  Paris, 
In-18."  1  folha  de  um  só  lado  impressa  e  106  paginas. 

«A  renda.  Historia  da  renda  em  diversas  épocas  e  differentes 
paises»,  por  Madame  Marguerite  du  Berry.  Rio  de  Janeiro 
-'Paris.  1907.  Paris,  Typ.  H.  Garnier.  In  18.«  vn-187-2 
paginas. 

«Tratado  de  marcenaria  e  de  marchetaria»,  por  Paulo  Four- 
nier.  Tradueção  brasileira.  Rio  de  Janeiro  —  Paris.  1907. 
Typ.  H.  Garnier.  In-18.°  de  via-264  paginas. 


104  BOLETIM  DAS  BlBLIOTHeCÁS 


-*— Thomás  Lopes.  —  «Historias  da  vida  e  da  mortOB.  Rio  de 
Janeiro  —  Paris.  1907,  Typ,  H.  Garnier.  In-18.«  de  6-iv- 
142  paginas. 

— José  Verissimo,  da  Academia  Brasileira.  «Estudos  da  Acade- 
mia Brasileira».  6.*  serie.  Rio  de  Janeiro  —  Paris.  1907. 
Tjp.  H.  Garnier.  In-18.*  de  4-271-2  paginas. 

— Mello  Moraes,  Filho.  —  «Historia  e  costumes».  Rio  de  Janeiro 
— Paris.  Typ.  H.  Garnier,  Paris.  In-18.*de  xxv-233  paginas. 

—  H.  G.  Wells.  —  «O  alimento  dos  deuses».  Romance.  Rio  de 

Janeiro— Paris.  l^p.  H.  Garnier  (Sens).  In-18.«  de  4-385-4 
paginas. 

—  Ducray  Duminil.  —  «O  cego  da  Fonte  de  Santa  Catarina». 

Traducçfto  portuguesa.  Nova  edição.  Paris — Rio  de  Janeiro. 
2  volumes  in-18.®  de  4-356  paginas  o  i  volume,  e  de  4-438 
paginas  o  ii  volume,  Typ.  Garnier. 

—  «Sports  athleticos».  Por  E.  Weber.  Rio  de  Janeiro  —  Paris. 

1907.  Typ.  H.  Garnier.  In-18.**  de  4-320  paginas. 

— Padre  António  Vieira,  da  Companhia  de  Jesus.  —  «SermSes». 
Rio  de  Janeiro.  Typ.  H.  Garnier,  Paris.  2  volumes  in-18.* 
de  4-514-1  pagina  o  i  volume,  e  de  4-417  paginas  o  ii  vo- 
lume. 

— Walter  Scott.  —  «O  talisman  ou  Ricardo  na  Palestina».  VersSlo 
portuguesa.  Rio  de  Janeiro — Paris.  Typ.  H.  Garnier.  In-18.^ 
de  d"  444  paginas. 

—  Walter  Scott.  —  «Quintino   Durward».    Romance   histórico, 

vertido  em  português  por  K.  de  Avellar.^  Rio  de  Janeiro  — 
Paris.  Imprensa  P.  Mouillot.  2  volumes  in-18.®  de  4-435-1 
paginas  o  i  volume  e  de  4-430-2  paginas  o  ii  volume. 

—  Walter  Scott. —  «Waverley».  Rio  de  Janeiro  —  Paris.  Typ. 

H.  Garnier.  2  volumes  in-18.®  de  4-344  paginas  o  i  volume 
e  de  4-336  paginas  o  ii  volume. 

— Walter  Scott.  —  «A  prisSo  de  Edimburgo».  VersSo  portuguesa 


K  ARCHIVOS  KACIONAES 


Ur.  Rio  de  Janeiro — Farís.  Typ.  H.  Garnier 
.  2  Totumes  íq-18.<*  de  4-329  o  i  volume  e  de 
o  II  volume. 

-«Eenilworths.  Rio  de  Janeiro — Paris.  Typ. 
volumes  in-18.'  de  4-341  paginas  o  i  volume 
ginas  o  II  volume. 

eiró*.  Traducçilo  do  poeta  latino  por  Manoel 
Bs.  Rio  de  Janeiro-:— Paria,  In-8."  de  4-759 


0.  Composto  no  anno  1G52  pelo  Padre  António 
popular.  Rio  de  Janeiro. — Paris.  1907.  Typ. 
1-8.°  de  4-11-359  paginas. 

aeirinhas  como  editora :  —  Pedro  Tavares.  — 
13  lagrimas*.  Porto,  1907.  Typ.  Universal  de 
irinhas.  Id-8.°  de  416  paginas. 

ra  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora:  — 
a,  dà' Academia  Real  de  Bellas  Artes.  —  «Lisboa 
i6.  Livraria  Editora  Viuva  Tavares  Cardoso. 
!amSes,  6,  Lisboa.  In-8.°  de  2-525-1  pagina. 
!  A.  J.  da  Silva  Teixeira,  Successora. 

les  &  C.*,  como  editores: 
I  automóveis  e  cyclistas.  Lisboa  a  Bussaoo  por 
mar  e  Coimbra)).  Escala  1:200.000.  J.  Castro, 
ravel,  de  um  só  lado  impressa. 

automóveis  e  cyclistas.  Campo  Grande-Caldas 
tcala  1:100.000.  J.  Caatro.  l  folha  desdobrável 


a  automóveis  e  cyclistas.  Figueira  da  Foz  a 
roo».  Escala  de  1:100.000.  J.  Castro.  1  folha 
um  eà  lado  impressa. 

I  automóveis  e  cyclistas.  Figueira  da  Foz  a 
ílometroB».  Escala  1:100.000.  1  folha  desdo- 
ló  lado  impressa. 


106  BOLBTIM  DAS  DIBLIOTHECÁS 


—  tltinerario  para  automóveis  e  cjclistas.  Cacilhas  a  Elvas 
(ponte  internacional  sobre  a  Ribeira  de  Caia)  por  Setabal, 
Aguas  de  Moura  ou  por  Barreiro».  Escala  de  1:200.000.  J. 
Castro.  SSio  considerados  falsos  os  exemplares  que  nSo  tive- 
rem a  rubrica  do  autor.  In-plano  de  um  só  lado  impresso. 

Pela  Livraria  Clássica  Editora  de  A.  M.  Teixeira  &  Comman- 
dita,  como  editora: 

—  Inácio  de  Abreu  e   Lima.  —  cBailatas».   Porto  —  Imprensa 

Portuguesa.  Ia-8.®  de  118  paginas.  1907. 

—  I Pequenas  fontes  de  riqueza. — xi — G.  V.  Garola.  A  cultura 

da  terra.  Traducção  de  Silva  Fialho.  Lisboa  — 1906.  Typ. 
da  Empresa  Literária  e  Typographica — Porto.  In-8.®  de  217 
paginas. 

— Mário  de  ArtagSo.  —  «Janina».  Drama  em  3  actos.  Lisboa — 
1907.  Porto — Imprensa  Portuguesa.  In-8.®  de  191-1  pagina. 

—  Carlos  Malheiro  Dias.  —  ((Cartas  de  Lisboa»,  3.*  serie  (1905- 

1906).  Lisboa — 1907.  Porto — Imprensa  Portuguesa.  In-8.^ 
de  332  paginas. 

— D.  Roboredo  Sampaio  e  Mello.  —  «Familia  e  divorcio».  Lisboa 
— 1906.  Typ.  a  vapor  da  Empresa  Literária  e  Typographica — 
Porto.  In-8.®  de  414-1  pagina. 

-—A.  R.  Gonçálvez  Viana.  —  «Apostilas  aos  dicionários  portu- 
gueses. Tomo  II.  Lisboa — 1906.  Porto  —  Imprensa  Portu- 
guesa. In-8.®  de  3-599  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Leilo  &  Irmão,  como  editora : 
— Obras  completas  do  Padre  António  Vieira.  —  «Sermões».  Vo- 
lume I.  Prefaciado  e  revisto  pelo  Reverendo  Padre  Gonçalo 
Alves.  Porto — 1907.  Imprensa  Moderna.  In-8.**  de  1  folha 
de  um  só  lado  impressa  e  LXxy-5-317-3  paginas. 

—  José  Alves  Bonifácio,   lente  da  Academia  Polytechnica  do 

Porto.  —  f  Geometria  elementar  plana  e  no  espaço»,  2,*  ediçilo. 
Porto.  Imprensa  Moderna.  In-8.®  de  510  paginas. 

Por  J.  J.  da  Silva  Graça,  como  editor  e  proprietário,  c Dramas 


•^mm^^^^f^fm^mtmmm^im 


£  ARCBIVOS  NACIONâES  107 


da  revoluçSo»,  por  Charles  Mérouvel. — Lisboa — 1906.  Um 
folheto  qae  alcança  até  paginas  8. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  LelIo  &  IrmSo,  como  editora.  — 
«Ârithmetica  commerciaU. — Tratado  completo  de  arithme- 
tica  pratica  e  appHcada  ao  commerciO;  aos  bancos,  ás  finanças 
e  á  industria,  por  José  Nicolau  Raposo  Botelho  e  António  da 
Silva  Dias.  3.*  edição.  Porto — 1906.  —  Imprensa  Modeiiia. 
In-8.^  de  394  paginas. 

Por  Arnaldo  Bordalo,  como  editor : 

—  Ernesto  Rodrigues.  —  aPouca  sorte  !>|  cançoneta,  3.*  edição. 
Lisboa  — 1907.  Imprensa  Lucas.  In-4.*  de  7  paginas. 

—A.  Armando.  —  «Umas  calças...»  Monologo.  (ImitaçSo).  2.* 
edição.  Lisboa — 1907.  Imprensa  Lucas.  In-4.^  de  8  paginas. 

— A.  Armando. — «A  morte  do  Tibúrcio».  Comedia  em  3  actos, 
imitação.  Lisboa  — 1907.  Imprensa  Lucas.  In-8.^  de  ÕO  pa- 
ginas. 

— Alexandre  da  Costa  4  A.  Armando.  —  «O  processo  Salgado». 
Comedia  burlesca  em  3  actos  (imitação).  Lisboa  — 1907. 
Imprensa  Lucas.  In-8.^  de  54  paginas. 

"Alexandre  da  Costa  &  Xavier  Marques.  —  «O  Senhor  Juiz». 
Comedia  burlesca  em  2  actos  (imitação).  Lisboa  — 1907. 
Imprensa  Lucas.  In-8.^  de  28  paginas. 

"""^  Sncyclopedia  Bordalo. —  «Collecção  de  manuaes  úteis».  Vo- 
lume II.  —  cManual  do  distillador  e  licorista».  11.^  edição. 
Lisboa  — 1907.  Imprensa  Lucas.  In-8.^  de  285  paginas. 

"oi^  Eduardo  Ribeiro,  como  editor  e  proprietário  da  Biblioteca 
Romances  de  Folhetim:  —  Silveira  Moniz.  —  «A  Justiça  de 
£1- Rei».  Romance  histórico.  Editor — Eduardo  Ribeiro.  Lisboa. 
Typographia  do  «Pimpão».  —  Rua  Formosa,  150.  1906. 
In-4.®  de  2  folhas  sem  numeração,  406  paginas  numeradas 
e  1  folha  de  um  só  lado  impressa. 

"^^^  Joaquim  Rebello  de  Araújo,  como  editor:  —  Alferes  Albino 
Ghalot  e  Velloso  de  Castro.  —  «Manual  do  primeiro  sargento 


•^ 


BOLETIM  DAS  BIBLT0THECA3 


de  infantaria*.  2/  ediçSo.  1907.  Reviata  pelo  Ex.*^  Sr.  Ale- 
xandre José  Sarefieid,  tenente  coronel  de  infantaria.  Villa 
Real.  Typographia  da  Empresa  Arte»  e  Letras  —  Porto. 
In-8.*  de  2  folhas  sem  numeração  e  524-zxzi  paginas  nume- 
radas e  2  folhas  desdobráveis  e  impressas  de  um  só  lado. 

la  livraria  f^gneírínhae,  como  editora: — Redacç&o  da  f  Estrella 
do  Norte — *0  Evangelho».  Com  approvaç%o  do  Ex.™  o 
Beverendissimo  Sr.  D.  António,  Bispo  do  Porto.  Porto  — 
1907.  Tjpographia  Universal  de  António  Figueirinhae.  Ia-12.'* 
de  4r-3l8  paginas  e  1  folha  de  um  só  lado  impressa. 

r  Fidelino  de  Sousa  Figueiredo,  como  autor: —  «Os  amores 
do  visconde».  Lisboa — 1906.  Typographia  da  Cooperativa 
Militar.  In-S."  de  5-v-l  pagina. 

r  António  Rodovalho  Duro,  como  autor:  —  f  Historia  do  tourão 
em  Portugal»,  por  António  Rodovalho  Duro  <Zé  Jaleco». 
Lisboa  —  Antiga  casa  Bertrand  —  Livraria  editora.  — 1907. 
Lisboa.  Typographia  de  Francisco  Luis  Gonçalves,  ln-8.*  1 
folheto  que  alcança  até  paginas  64. 

r  José  Augusto  Correia,  como  autor:  —  i Cidades  de  Portugal». 
Lisboa.  — Livraria  clássica  editora  de  A.  M.  Teixeira  &  Com- 
mandita.  Porto  —  Typographía  a  vapor  do  Porto  Medico. 
In-8.°  de  606-2  paginas. 

ir  Fidelino  de  Sousa  Figueiredo,  como  autor,  editor  e  proprie- 
tário:— DelBnio.  —  lO  orf&o*  (novela),  (terceiro  ensaio  lite- 
rário). Lisboa.  Typographia  da  Cooperativa  Militar. — 1906. 
In-8,°  de  35  paginas, 

ir  José  Queiroz,  como  autor.  —  t Cerâmica  portuguesa»,  Lisboa, 
Typographia  do  Annuario  Commercial,  1907.  In-8.'  de  vui- 
449  paginas  numeradas  e  7  paginas  innumeradas. 


)r  Arnaldo  Bordalo,  como  editor:  Molière  «Escola  de  mulheres», 
comedia  em  cinco  actos,  em  verso.  Vers&o  libérrima  de  Coelho 


ÁRCBIVOS  KACIONAISS 


npoeiçSo  e  impressão,  Imprensa  Liicaa. — 
."de  71  paginas. 

'alie,  como  autor:  «Bovídeos  portugaesesi, 
ido  da  peoiiaría  nacional,  com  47  gravuras 
cto,  por  José  lUiranda  do  Valle,  medico 
ographía  La  Bécarre,  Lisboa.  In  8.*  de 
folhas  desdobráveis. 

aça,  como  proprietário:  lO  Século»,  27.* 
Quarta  feira,  22  de  maio  de  1907,  A  cor- 
ser  dirigida  a  J.  J.  da  Silva  Graja,  dire- 
do  «Século*. — Officínas  de  composiçXo  e 
irmosa,  43,  Lisboa.  In-folio  de  6  paginas. 

1,  como  editora:  Abel  Botelho,  aPathologia 
I  dilemma*. — Porto,  1907.  Imprensa  Mo- 
r-2  folhas  sem  numeração  e  500  paginas 


oomo  editor:  Biblioteca  Dramática  Popular: 
A.ugusto  de  Oliveira:  «Dae  aos  orfSos!*, 
—  Lisboa.  In-S."  de  20  paginas. 

aim  da  Silva:  lA  caiza  de  prata*,  comedia 
'fio.  —  Lisboa.  In-S.*  de  18  paginas. 

1  Campos:  «A  terrina»,  comedia  em  1  acto, 
>8.  In^."  de  IO  paginas. 

Garrido:  «Nove  mil  réis  de  alviçaraa!*, 
>,  imitação.  —  Lisboa.  In-S."  de  20  pa^nas. 

augusto  de  Oliveira:  «A  partida  de  volta- 
1  acto,  traducçAo. — Lisboa.  In^."  de  16 


iimara  Manoel :  iPor  causa  de  um  relógio* , 
),  traducçSo  livre.  —  Lisboa.  In-8.°  de  20 


iugasto  de  Oliveira:  «A  dama  doa  cravos 


110  BOLETm  DAS  BIBU0THECA8 


brancos i,  comedia  em  1  acto,  imitaçSo.  —  Lisboa.  In-8.^  de 
18  paginas. 

—  N.^  248.  José  Joaquim  da  Silva:  «Ás  botinhas  escocesas», 

comedia  em  1  acto,  traducção.  —  Lisboa.  In-8.^  de  18  paginas. 

— N,®  249.  José  da  Gamara  Manoel :  cUma  revoluçSol»,  comedia 
em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-S.^  de  18  paginas. 

—  N.®  250.  JoSo  Borges:    cUm  hotel  modelo»,  comedia  em  1 

acto,  original.  —  Lisboa.  In -8.°  de  14  paginas. 

—  N.^  251.  José  Carcomo  Lobo:  «Amor  e  gulodice»,  comedia 

em  1  acto,  original.  —  Lisboa.  In-8.^  de  22  paginas. 

— N.*  252,  JoEo  Borges:  «Dueto. . .  á  força!»,  dialogo  em  verso, 
original.  —  Lisboa.  In-4.^  de  5  paginas. 

—  N.**  253.  Faustino  dos  Reis  Sousa  (Tresqualtera) :  «Casamento 

inesperado. . .»,  comedia  em  1  acto,  original.  —  Lisboa.  In- 
8.®  de  20  paginas. 

—  N."  254.  Eduardo  Schwaibach  Luccí:  «O  filho  da  Carolina», 

comedia  em  4  actos,  original.— Lisboa.  In-8.^  de  61  paginas. 

—  N.®  255.  Joaquim  Augusto  de  Oliveira:  «O  ultimo  idolo», 

comedia-drama  em  1  acto,  traducçSo.  —  Lisboa.  In  8.®  de  15 
paginas. 

— N.°  256.  N.  T.  Leroy:  «O  commissario  é  uma  joial»,  comedia 
em  um  acto,  traducção  livre.  —  Lisboa.  In-8.°  de  20  paginas. 

—  N.^  257.  Anto  io  Augusto  da  Silva:  cAmor  louco»,  drama 

em  3  actos,  original.  —  Lisboa.  In-8.^  de  19  paginas. 

—  N.®  258.  Salvador  Marques:  «Á  hora  do  comboio»,  comedia 

em  1  acto,  original.  —  Lisboa.  In  4.^  de  9  paginas. 

N.®  259.  José  Pedro  da  Silva:  «Fogo  e  metralha»,  comedia  em 
1  acto,  original.  —  Lisboa.  In-8.^  de  11  paginas 

—  N.*  260.  E.  Nascimento  Correia:  «D.  César  de  Bazan»,  co- 


mff^- 


B  ÂRCHIVOS  NACIONAKS 


111 


media  em  5  actos,  original  de  Dumanoire  e  D^Ennery,  tra- 
dacçSo  livre.  —  Lisboa.  In-8.°  de  37  paginas. 

—  N.°  261.  L.  F.  Castro  Soromenho:  iNobreza  do  artista», 

comedia-drama  em  3  actos,  original.  — Lisboa.  ín-8.®  de  16 
paginas. 

— N.®  262.  Alfredo  Soller:  «Marido  de  occasiSo»,  comedia  em  1 
acto,  traducção.  —  Lisboa.  In  8.°  de  16  paginas, 

—  N.®  263.  Henrique  de  Macedo  Júnior:  «A  rosa  do  adro», 
drama  em  3  actos,  baseado  no  romance  do  mesmo  titulo. — 
Lisboa.  In-8.**  de  43  paginas. 

—  N.®  264.  Joaquim  José  da  Silva:  «O.  mata-m ouros»,  comedia 

em  1  acto,  traducçSo  livre.  Lisboa.  In-8.®  de  21  paginas. 

—  N,*  26Õ.  N.  T.  Leroy:  «O  artigo  n.°  355  V2  6w»^  comedia 

em  1  acto,  imitação.  Lisboa.  In-8.^  de  19  paginas. 

■^N.**  267.  Augusto  Noronha  Marques:  «Dor  intima»,  drama 
em  1  acto.  Lisboa.  In-8.^  de  13  paginas. 

"^N.*  268.  Alfredo  Soller:  «O  foguete»,  comedia  em  1  acto. 
Lisboa.  In-8.®  de  16  paginas. 

—  ií.*  269.  Celestino  Gaspar  da  Silva  (Scipifto) :  «A  capital  fe- 
deral», opereta  de  costumes  brasileiros,  em  1  acto,  original. 
Xisboa.  In-8.^  de  12  paginas. 

^^í.*  270.  Porfírio  A.  Santos:  «O  proscrito»,  drama  em  3  actos. 
Xiisboa.  In-8.^  de  30  paginas. 

.^271.  José  da  Camará  Manoel:  «O  maestro  Epaminondas», 
comedia  em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-8.^  de  80  paginas. 

.**  272.  Eduardo  Schwalbach  Lucci:  «A  cruz  da  esmola», 
;(>eça  em  3  actos,  original.  Lisboa.  In-8.^  de  80  paginas. 

.®  273.  Armando  Corvello:  «O  nariz  do  visconde»,  comedia 
^m  1  acto,  original.  Lisboa.  In-8.®  de  16  paginas 

J"  274.  Pedro  de  Mello  (Peromel):  «Os  dois  medrosos», 
^ntre-acto  cómico,  original.  In-4.°  de  8  paginas. 


112  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


—  N.^  275.  Armando  Corvello:  «Sem* mulher  e  sem  bigode», 

comedia  em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-8.°  de  13  paginas. 

— N."*  276.  Aagnsto  de  Lacerda:  «A  flor  dos  trigaesB,  comedia 
em  1  acto,  original.  Lisboa.  In-8  "^  de  16  paginas. 

—  N.°  277.  Acácio  Antunes:  «Zan^tto»,  comedia  lyrica  em  1 

acto,  em  verso,  extrahida  da  comedia  <Le  Passantt,  de  F. 
Coppée.  TraducçSo  livre.  Lisboa.  Imprensa  Lucas.  In-8.° 
de  16  paginas. 

—  N.**  278.  Porfírio  A.  Santos:  «O  expedicionário»,  drama  em 

3  actos^  original.  Lisboa.  In-8.^  de  43  paginas. 

—  N.*»  279.  Marcelino  Mesquita:  «Uma  anedocta»,  episodio  dra- 

mático, original.  Lisboa.  Imprensa  Lucas,  Rua  Diário  de 
Noticias  n.°  93.  In-8.®  de  16  paginas. 

—  N.°  280.  N.  T.  Leroy:  «Ora  esta!»,  comedia  em  1  acto, 

imitaçSto  livre.  Lisboa.  Imprensa  Lucas.  In-8.®  de  18  paginas. 

—  N.®  281.  Porfírio  A.  Santos:  «Os  afilhados  de  Bertoldo»,  co- 

media em  1  acto,  original.  —  Lisboa,  Imprensa  Lucas.  In-8.** 
de  19  paginas. 

— N.*^  282.  Komualdo  Figueiredo:  «As  primas  do  Jeremias! . . . », 
disparate  cómico  em  1  acto,  original.  —  Lisboa,  Imprensa 
Lucas.  In-8.®  de  14  paginas. 

—  N.^  283.  Eduardo  Schwalbach  Lucci:  «A  bisbilhoteira»,  co- 

media em  3  actos,  original.  —  Lisboa.  In-8.®  de  46  paginas. 

-^N.®  284.  Guedes  Vaz:  «Nuvem  que  passa»,  comedia  em  1 
acto,  original.  Premiada  no  concurso  dram^itico  literário  do 
Atheneu  Commercial  do  Porto. — Lisboa.  In  8.®  de  12  paginas. 

—  N.®  285.  Porfírio  A.  Santos:  «Os  espirros»,  comedia  em  1 

acto,  original.  Lisboa.  In-8.^  de  20  paginas. 

— *N.®  286.  Almeida  Garrett:  «Frei  Luis  de  Sousa»,  drama  em 
3  actos,  original.  —  Lisboa,  Imprensa  Lucas.  In-8.°  de  45 
paginas. 


£:  ARGHÍVOS  NACIONAES  113 


— N.®  287.  Pedro  Cabral:  «Os  criançolas»,  comedia  em  1  acto, 
imitação  do  francês.  —  Lisboa.  In-8.®  de  16  paginas. 

—  N.®  288    Celestino  Gaspar  da  Silva  (ScipiRo):  «Depois  de 

velha!...»,  comedia  em  1  acto,  original.  —  Lisboa.  In-4.® 
de  10  paginas. 

— N.®  289.  José  da  Camará  Manoel:  «Entre  as  dez  e  as  onze.  • . », 
comedia  em  1  acto,  original. — Lisboa.  In-8.^  de  20  paginas. 

—  N.^  290.  Pedro  Cabral:  «Rosinha»,  comedia  em  1  acto,  imi- 

tação. —  Lisboa.  In  8.*^  de  16  paginas. 

— K.°  291.  Augusto  de  Lacerda:  «O  BarSo  de  Irlac»,  comedia 
em  2  actos,  traducç&o  em  verso  da  comedia  de  Collin  de 
Harleville;  cMonsieur  de  Crac  en  son  petit  CasteU. — Lisboa. 
In-8.®  de  43  paginas. 

Por  J.  J.  da  Silva  Graça,  como  editor  e  proprietário :  «Amor 
trágico»,  por  Daniel  Lesueur. — Lisboa.  Propriedade  do  jornal 
O  Secuh  — 1907.  In-4.®  de  8  paginas. 

Por  Alfredo  Ansur,  como  autor:  «O  jogo  real».  Apontamentos 
diversos  para  a  tentativa  de  um  tratadinho  elementar  de 
xadrez,  por  Alfredo  Ansur,  antigo  advogado.  Composto  e 
impresso  na  Typographia  do  Commercio,  de  Leiria,  Abilio  e 
Saraiva. — Lisboa,  1907.  In-8.®  de  xvi-334  paginas  numera- 
das, 2  paginas  numeradas  e  uma  folha  volante  com  um  «Schema 
de  xadrez»,  1907,  por  Baldaque.  Revisto  e  editado  por  A. 
Ansur. 

-Por  Henrique  de  Oliveira  como  autor:  «AttribulaçSes  de  um 
Anacleto»,  comedia  em  1  acto,  original. — Lisboa.  Papelaria 
6  Tjpographia  Baeta  Dias.  1907.  In- 12.®  de  20  paginas. 

«k  -^^la  Livraria  Clássica  Editora  de  A.  M.  Teixeira  &  Commandita: 
*  Pequena  biblioteca  de  vulgarização  musical  iniciada  por  Ale- 
xandre Rey  Colaço:  «Conselhos  aos  jovens  músicos»,  por 
Roberto  Schumann. — Lisboa,  1907. — Porto,  Imprensa  Por- 
tuguesa. In-8.''  de  23  paginas. 

**^  Pequena  biblioteca  de  vulgarização  musical  iniciada  por  Ale- 


114  BOLETIM  DAS  filBLIOTflECÁS 


xandre  Rey  Colaço:  <A  fugai>,  esboço  hístorioo  e  technico 
por  Ernesto  Vieira.  —  Lisboa,  1907. — Porto,  Imprensa  Por- 
tuguesa, Iq-8.^  de  30  paginas. 

—  Pequena  biblioteca  de  vulgarizaçSo  musical  iniciada  por  Ale- 

xandre Rey  Colaço:  a  A  sonata»,  por  José  Vianna  da  Mota. 
—  Lisboa,  1906.  —  Porto,  Imprensa  Portuguesa.  In-8.**  de 
14  paginas. 

—  Velhinho  Correia:  tO  ensino  e  a  educação  em  Portugal». — 

Lisboa,  1907. — Porto,  Typographia  do  Porto  Medico.  In-8.® 
de  196  paginas  numeradas  e  4  paginas  sem  numeraçSo. 

—  Campos  Lima:  «A  questão  da  Universidade»,  depoimento  de 

um  estudante  expulso.  —  Lisboa,  1907.  —  Composto  e  im- 
presso na  Typographia  -  do  Porto  Medico,  de  Magalhães  d 
Figueiredo.  —  Porto.  In-8.^  de  23Õ  paginas  numeradas  e  õ 
paginas  sem  numeração 

—  Biblioteca  dos  meus  filhos,  D.  Virgínia  de  Castro  e  Almeida: 

«Ceu  aberto»,  illustraçSes  de  João  Alves  de  Sá.  —  Lisboa, 
1907. — Porto,  Imprensa  Portuguesa.  In  8.®  de  496  paginas. 

Por  Thomás  Bordallo  Pinheiro,  como  editor  e  proprietário:  «Bi- 
blioteca de  instrucção  profissional»,  nomenclatura  de  machinas 
de  vapor.  Volume  ii.  —  Lisboa,  Typographia  Rua  Ivens,  45 
e  47.  In-4.^  de  111  paginas  numeradas,  4  sem  numeração, 
1  folha  de  um  só  lado  impressa  e  iii  paginas  numeradas. 

Por  Alfredo  Pinto  (Sacavém),  como  autor,  editor  e  proprietário: 
«A  Moabita»,  scena  biblica  em  duas  partes,  musica  de  An- 
tónio Thomás  de  Lima. — Maio,  1907.  —  Composto  e  impresso 
na  Typographia  A  Publicidade.  In- 12.°  de  23  paginas. 

Por  Florêncio  J.  L.  Sarmento:  «A  condessa  de  Villar»,  comedia 
original  portuguesa  em  três  actos.  — 1907,  Lisboa,  Imprensa 
Libanio  da  Silva,  Rua  das  Gáveas,  29  e  31.  In-8.®  de  4  pa- 
ginas sem  numeração,  m  paginas  numeradas  e  mais  56  pa- 
ginas também  numeradas. 

Por  Thomás  de  Eça  Leal,  como  autor  e  proprietário :  «O  Pa- 
lhaço», monologo  em  verso,  editora,  viuva  Tavares  Cardoso, 


E  ARCHIVOS  NACI0KÁE8  115 


— Maio,  1907.  Composto  e  impresso  na  Typographia  Â  Pu- 
blicidade.—  Lisboa.  In-4.®  de  8  paginas. 

Por  Joaquim  LeitSo,  como  autor:  aPovoa  de  Varzim — Separata 
do  «Guia  das  praias,  thermas,  estancias  de  Portugal t.  Em- 
presa Francisco  Coimbra  &  C.^,  Rua  da  Nova  Alfandegai 
n.<>  70,  l.^,  Porto.  In  8.®  de  47  paginas  numeradas,  1  pagina 
branca,  16  paginas  sem  numerayfto  e  1  folha  desdobrável,  sem 
numeraçfto  e  de  um  só  lado  impressa. 

Por  Joaquim  LeitSo,  como  autor:  cGuia  das  Caldas  de  Vizella 
— CollecçSo  do  cGuia  das  praias,  thermas,  estancias  e  sana- 
tórios de  Portugal».  Empresa  Francisco  Coimbra  &  C.%  Rua 
da  Nova  Alfandega  n.°  70,  1.",  Porto.  In-8.^  de  29  paginas 
numeradas  e  3  paginas  sem  numeração. 

Pela  Livraria  Chardron  de  Leilo  &  IrmFLo,  como  editores : 

— JoSo  Gonçalves,  medico:  «A  Penitenciaria  perante  a  loucura», 

— Porto,  1907.  Imprensa  Moderna.  In-8.*^  de  xvi-182  paginas 

numeradas  e  2  paginas  sem  numeração. 

^Silvino  de  Sousa  e  Pio  de  Passos  e  Silva:  c Tratado  de  sabSes». 
—  Porto,  1907.  Imprensa  Moderna.  In-8.®  de  x-1 86  paginas 
numeradas  e  4  paginas  sem  numeração. 

—  António  Peixoto  do  Amaral:  «A  sciencia  do  operário». — 
Porto,  1907.  Imprensa  Moderna.  In-8.®  de  viii-220  pa- 
ginas numeradas  e  1  folha  desdobrável  e  de  um  só  lado 
impressa. 

"^  Obras  completas  do  Padre  António  Vieira:  a  Sermões».  Vo- 
lume ii,  revisto. pelo  Padre  Gonçalo  Alves. — Porto,  1907. 
Imprensa  Moderna.  In- 8.°  de  400  paginas  numeradas  e  2 
paginas  sem  numeração. 

Francisco  Coimbra  &  C.*,  como  proprietários  e  editores: 
fPovoa  de  Varasím» — Separata  do  «Guia  das  praias,  thermas, 
estancias  de  Portugal».  Empresa  Francisco  Coimbra  4  C.*, 
Rua  Nova  da  Alfandega  n.®  70,  l.«.  Porto.  In-8.**  de  47  pa- 
ginas numeradas,  1  pagina  branca,  16  paginas  sem  numeração 
e  1  folha  desdobrável,  sem  numeração  e  de  um  só  lado  im- 
pressa. 


116  BOLETIM  DAS  BlBLIOTBECAS 


Por  Francisco  Coimbra  &  C.*,  como  proprietários  e  editores : 
Joaquim  Leitão,  «Guia  das  Caldas  de  Vizellat — CollecçSo 
do  «Guia  das  praias,  thermas,  estancias  e  sanatórios  de  Por- 
tugal». Empresa  Francisco  Coimbra  &  C.%  Rua  da  Nova 
Alfandega  n.**  70,  1.®,  Porto.  In-8.®  de  29  paginas  numeradas 
e  3  paginas  sem  numeraçSo. 

Por  Annibal  Augusto  de  Mello,  como  autor  e  editor :  c Manual 
do  notário»,  por  Annibal  Augusto  de  Mello. — Figueira.  Im- 
prensa Lusitana,  1907.  In-S.^  de  130  paginas. 

Por  António  Cabreira,  como  autor:  cDemonstração  mathematica 
do  seguro  Portugal  Previdente»,  pelo  actuario  António  Ca- 
breira. Proprietária  e  editora  a  Companhia  de  Seguros  Por- 
tugal Previdente.  Composto  e  impresso  na  Typographia 
Bayard,  1907.  In  4.®  de  12  paginas. 

Por  António  Cabreira,  como  autor,  editor  e  proprietário:  «AUo- 
cução  proferida  na  sessão  de  homenagem  a  Teófilo  Braga, 
realisada  no  Grande  Club  de  Lisboa  em  24  de  fevereiro  de 
1907,  pelo  presidente  António  Cabreira».  (Separata  do  Insti- 
tuto).—  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1907.  In-folio 
de  3  paginas  numeradas  e^l  em  branco. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  28  de  junho  de  1907. 
—  O  Director,  Xavier  da  Cunha, 


B  AECHIVOS  NACIOMÁKS  117 


LEI  DE  IIPREKSA  DE  11  DE  ABRIL  DE  1907 

Artigo  1.^  A  todos  é  licito  manifestar  livremente  os  seus 
pensamentos  por  meio  da  imprensa,  independentemente  de  caução 
ou  censura,  e  sem  necessidade  de  autorizaçfto  ou  babiiitaç&o 
previa,  guardadas  as  disposições  da  presente  lei. 

§  único.  Para  os  effeitos  doesta  lei  entende  se  por  imprensa 
qualquer  forma  de  publicaç&o  graphica,  seja  ou  n&o  periódica;  e 
por  imprensa  periódica  ou  periódicos,  todas  as  publicações  que 
n&o  tratem  exclusivamente  de  assumptos  scientiíicos,  literários 
ou  artisticoB,  cuja  distribuiç&o  se  faça  em  períodos  determinados 
de  tempo  ou  por  series  de  exemplares  ou.  fasciculos. 

Ârt.  2.^  Toda  a  publicação  indicará  os  •  stabeleci mentos  onde 
foi  composta  e  impressa  e  o  nome  do  seu  proprietário. 

§  1.^  Os  periódicos  indicarão  também  o  nome  do  seu  director 
ou  redactor  principal  e  a  sede  da  sua  administração;  as  outras 
publicações  o  nome  do  editor. 

§  2.^  £xceptuam-se  das  disposições  d'este  artigo  as  listas 
eleitoraes,  bilhetes,  cartas,  circulares,  avisos  e  outros  impressos 
análogos,  que  não  contenham  apreciação  dos  actos  da  vida  pu- 
blica ou  particular  de^^ualquer  pessoa  ou  collectividade,  diversa 
do  Beu  autor. 

§  3.®  As  indicações  a  que  se  refere  este  artig  >  serão  impressas 
no  alto  da  primeira  pagina  de  todos  os  exemplares  de  cada  pe- 
riódico, ou  na  primeira  pagina  das  restantes  publicações. 

S  4.^  Alem  do  d  rector,  ou  redactor  principal,  poderá  haver 
em  cada  periódico  um  redactor  especialmente  encarregad  t  de 
uma  ou  mais  secções  do  mesmo  periódico,  previamente  determi- 
nados. 

Esse  redactor  será  considerado  em  relação  áquellas  secções 
como  director  do  jornal  para  todos  os  effeitos  doesta  lei^  devendo 
a  seu  respeito  observar- se  o  disposto  no  paragrapho  antecedente. 

Art.  33.^  O  titulo  de  qualquer  publicação  faz  parte  da  pro- 
priedade d'esta,  não  devendo  adoptar-se  nenhum,  sem  ser  distincto 
dos  já  legalmente  apropriados,  de  modo  que  não  possa  induzir 
em  erro. 

§  único.  O  direito  ao  titulo  dos  periódicos  prescreve  pelo 
lapso  de  dois  annos,  a  contar  da  ultima  publicação.. 

Art.  34.^ 

§  1.^  Alem  dos  exemplares  mencionados  neste  artigo,  será 

5 


118  BOLETIM  DAS  BIBUOTHECA8 


igualmente  enviado  um  exemplar  a  cada  uma  das  bibliotheca» 
publicas  de  Lisboa  e  Porto,  e  i  da  Univi-rsidade  de  Coimbra. 

2  2.°  Das  publicações  nfto  periódicas,  com  excepçXo  das 
mencionadas  no  §  3.*  do  artigo  2.®,  será  também  enviado,  sob 
as  mesmas  penas,  um  exemplar  ás  bibliothecas  mencionadas  no 
paragrapho  antecedente. 

§  3.*  Na  entrega  ou  remessa  das  publicaç^s  mencionadas 
neste  artigo  observar-se-ha  o  disposto  no  artigo  1.^  do  decreto 
ie  12  de  novembro  de  1898. 

{Diário  do  Governo,  n.*  81  de  18  de  abril  de  1907). 


DECRETO  DE  12  DEUOYEIBRO  DE  18911 


Artigo  1.®  A  remessa  dos  periódicos  aos  magistrados,  a  que 
se  refere  o  artigo  16.^  da  lei  de  17  de  jnlbo  de  1898,  será  feita 
gratuitamente,  por  intermédio  da  estaçfto  postai  da  localidade» 
onde  a  publicaçÂo  dos  mesmos  periódicos  se  effectuar. 

§  1.^  Para  este  fim,  o  editor  e,  na  sua  falta,  o  administrador 
ou  o  dono  do  estabelecimento  em  que  o  periódico  tiver  sido  im- 
presso, no  próprio  dia  da  sua  publicação,  ou  no  seguinte,  quando 
esta  tenha  lugar  á  noite,  entregará  na  estaçfto  postal  mais  pró- 
xima, convenientemente  sobrescríptados,  os  exemplares  do  perió- 
dico, determinados  pelo  referido  artigo  d'aquella  lei. 

§  2.*  Esta  entrega  será  comprovada  por  meio  de  recibo  lan- 
çado n'um  livro  ou  caderno,  fornecido  e  apresentado  pelo  por- 
tador dos  exemplares  do  periódico,  contendo  já  escriptos  o  nome 
do  remettente,  magistrado  a  que  é  feita  a  remessa,  quantidade 
dos  exemplares  remettidos,  titulo  ou'  designaçSo  do  periódico, 
numero  de  ordem  doeste  e  a  data  em  que  é  feita  a  sua  publicaçfto. 

§  3.®  O  encarregado  do  serviço  da  estaçfto  postal  que  recefier 
os  periódicos,  conferirá  estes  com  as  declarações  do  recibo  e, 
verificada  a  sua  exactid&o,-  datai- o  ha  e  assignará  por  extenso, 
entregando- o  em  seguida  ao  apresentante, 

§  4.^  O  mencionado  livro  ou  caderno  será  apresentado  ás 
auctoridades  judiciaes  e  ás  administrativas  e  policiaes  sempre 
que  estas  o  requisitarem,  passando  se  ao  seu  apresentante  decla- 
ração d'essa  entrega  todas  as  vezes  que  nfto  seja  possível  resti- 
tuil-o  desde  logo. 

(Diário  do  Governo,  n.<^  257  de  16  de  novembro  de  18d8). 


E  ÂKCHIVOS  NACIONAES  119 


BIBLIOTHECAS  E  ARCHIVOS  NACIONAES 


SEORSTARIA  GERA.L 


Em  conformidade  do  n.®  7."*  do  artigo  6.^  do  decreto  n.^  6 
de  24  de  dezembro  de  1901  e  do  artigo  79.^  e  n.''  1.^  do  Regu- 
lamento do  Real  Ârchívo  da  Torre  do  Tombo,  approvado  por 
decreto  de  14  de  junho  de  1902,  e  em  virtude  do  programma 
do  concurso  para  o  provimento  de  um  logar  vago  de  segundo 
conservador  do  Real  Arcbivo  da  Torre  do  Tombo,  publicado  no 
Diário  do  Oovemo  de  7  de  fevereiro  ultimo,  se  publica  a  consti- 
taiçSo  do  jury  que,  por  despacho  de  31  de  maio  ultimo,  foi 
nomeado  para  apreciar  as  provas  dos  candidatos  ao  mencionado 
concurso : 

PRESIDENTE 

Conselheiro  José  d'Azevedo  Castello  Branco. 
Bibliotiiecario-mór  do  Reino. 

VOGAES 

António  Eduardo  SimSes  Baifto. 

Pk-imeiro  conservador  e  Director  interino  do  Real  Arcbivo  da  Torre 
do  Tombo. 

Pedro  Augusto  de  S.  Barthoiomeu  Asevedo. 
Primeiro  conservador  do  mesmo  Archivo. 

'  D.  José  Maria  da  Silva  Pessanha. 
Primeiro  conservador  do  mesmo  Archivo. 

Dr.  José  Leite  de  Vasconcellos  Pereira  de  Mello. 
Primeiro  conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

VOGAL  SUPPLENTE 

José  António  Moniz. 
Segando  conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 


120  BOLKTIM  DAS  BIBLIOTHE0A8 


Candidatos  admittidos  ás  provas  do  concnrso 

José  de  Sousa  Machado. 

Bacharel  formado  em  direito  pela  Universidade  de  Coimbra. 

Possidonio  Matheus  Laranjo  Coelho. 

Bacharel  formado  em  direito  pela  mesma  Universidade. 

Vasco  Ferreira  Valdez. 

Na  qualidade  de  alumno  ordinário  com  os  corsos  de  Bibliothecario- 
archiviata  e  superior  de  Lettras. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Ârchiyos  Nacionaes,  em 
1  de  junho  de  1907  —  O  Conselheiro  Bíbliothecario-mór  do 
Reino  (a.)  Johé  de  Azevedo  Caêtello  Branco, 

(Diário  do  Governo,  n.*"  122  de  3  de  junho  de  1907). 


E    ARCHITOS    NACI0NAE8 


doi  TolamH  esTlidos  pelai  Seefdes  Ejírugelnia  da  Permatas  [ater- 
aes  darute  o  2,'  Mmatn  ds  1907  i  Secfl»  das  Blblíotlieeas  e 
Dl  Maetonaes 


tnmmm 

Iwc» 

T«til 

nidoB  da  America 

108 
50 

187 

345 

BOLBTIM  DAS  BIBL10THECA8 


EitatlitlM  doi  liltoru  BI  BlbllothKt  Naelonil  de  L 
M  1."  trimestre  de  1907 


HÍBtoría,  g;eographia 

CatMb  geographioaa 

Polygraphi» 

Jornaea 

RcTÚtas  iweioiíftes  e  ettrangeiru 


n    Sciencioe  civis  e  politicas . . 


ÍNomiimatíca . . 
Estampas  .... 


/  IncUDabulos 

I  Beservadoe 

y  Colleeçfta  Camoneana. . 

a         Elzeviriwia.. 

■         Bodoní 


Collecçlo  Foinbkltiia 

■         dos  Códices  d'A)cobata. 


TIII 
IX 


Serretaría  Geral  du  Bíbliothecas  e  Archivos  NaciaDa< 
jnnbo  de  1907. 

Pelo  Bíbllothecarío-mór  do 


O  Inspector, 
Oabría  Victor  do  M<mU  Pi 


'V^TT 


E  ÁRGHIV08  NÁCIONAES 


123 


EstattsUea  de  leitura  nas  blbltotheess  abaixo  designadas 
darante  o  2.''  trimestre  de  1907 


■MXIfOtl  9  mm  IMHniNVI 


Historia,  geographia 

Cartas  geographicas 

I  {  Polygraphia 

Jornaes  

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


m 


Sciencias  civis  e  politicas. 
Scieneias  e  artes 


(Bellas  artes 


I»-  í  Pliilologia  . . . 
*^  ^  Bellas  lettras 

y  (Numismática. 
I  Estampas. ... 


VI 


VII 


Beligiões 


Incunabulos.. 
Reservados  . . 
Manascriptos. 
Iliuminados . . 


Vni-Ck^llecçáo  Camoneana. . . 

Total. 


hvn 


43 

10 
113 

7 

82 


12 

580 


2 


799 


Bngt 


46 
2 


48 

42 
46 


49 
2 


2 
5 
6 


250 


VOlaRMl 


85 

26 

41 


15 
88 


44 

89 

18 


252 


174 
48 

11 


22 


112 


20 


882 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes   em   1  de 
Junho  de  1907. 

Pelo  Bibliothecarío-mór  do  Reino, 

O  Inspector, 
Gahntl  Victor  do  Monte  Pereira. 


Imprbnsa  da  Universidade,  1907 


■i 


Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  bibliographica  no  bi-cente- 
nario  do  Padre  António  Vieira  em  1897.  Lisboa,  Imprensa  Nacional,  1897. 

A  Exposição  Petnircbiana  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa.  Catalogo 
sammario  pelo  Director  da  mesma  Bibliotbeca  Xavier  da  Canba.  Lisboa, 
Imprensa  Nacional,  1905. 

Curso  de  Bibliothccario-Arcbivista.  Summario  das  lições  de  Bibliologia, 
compiladas  por  José  A.  Moniz,  professor  interino  da  respectiva  cadeira  na 
Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa,  2.*  ediçio.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1900. 

Namismatica  Nacional.  Liçio  inaugural  do  curso  de  Numismática  da 
Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  no  anno  lectivo  de  1888-1889,  por  J.  Leite 
de  Vasconcellos,  professor  proprietário  da  respectiva  cadeira.  Lisboa,  Ty- 
pograpbia  do  Jornal  «O  Dia»,  10  e  12.  Rua  .ájachieta,  1888. 

Elencbo  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotbeca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos,  1.*  parte  do  curso  (1888-1889).  Lisboa, 
Typograpbia  do  Jornal  «O  Dia»,  1889. 

Elencbo  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotbeca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos  do  II  curso  do  anno  lectivo  de  1889- 
1890  até  ao  VI  curso  do  anno  lectivo  de  1893-189é.  Lisboa,  Typograpbia 
do  Jornal  «O  Dia»,  1894. 

Relatórios  dos  8ei'viços  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  desde  o  secundo 
trimestre  de  1903  até  ao  segundo  trimestre  de  1907,  por  Xavier  da  Cunba. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903  a  1907. 

Boletim  das  Bibliotbecas  e  Arcbivos  Nacionaes.  publicação  official  tri- 
mensal.  Publicados  5  annos.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902  a 
1906. 

Uma  tradncçSo  inédita  em  latim  do  soneto  «Alma  minba  gentil ...»  Publi- 
cada e  prefaciada  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universi- 
dade, 1904. 

Uma  carta  inédita  de  Camões.  Apograpbo  existente  na  Bibliotbeca  Na- 
cional de  Lisboa,  agora  commentado  e  publicado  pelo  Director  da  mesma 
BibUotheca  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

A  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  na  Exposic&o  Oceanographica.  Cata- 
logo summario  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  imprensa  da  Universidade, 

A  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  no  Congresso  internacional  de  Liége 
sobre  reproducçao  de  mauuscriptos,  medalhas  e  sellos.  Relatório  sobre  a 
legislação  portugueza  no  tocante  á  reproducçao  dos  manuscriptos  offerecido 
ao  Congresso  pelo  Director  da  mesma  Bibliotbeca  Xavier  da  Cunba. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1905. 

A  Legislação  tributaria  em  benefício  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa^ 
por  Xavier  da  Cunba.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 


A  medalha  de  Casimiro  Josó  de  Lima  cm  homenagem  a  Sousa  Martins, 
descripçâo  numismática  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1903. 

Espécies  bibliographicas  e  espécies  bibliacas.  Considerações  sobre,  no- 
menclatura por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

Concursos  públicos  para  piovimento  de  Jogares  vagos  de  Segundos  Con- 
servadores dos  quadros  do  JReal  Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa,  Legislação  respectiva.  Parecer  de  José  Joaquim 
d' Ascensão  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

Relatório  dos  serviços  desempenhados  em  Coimbra  e  Braga  cm  Junho 
de  1903  por  José  Joaquim  d'Ascen8ào  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Gabinete  Numismático  dfi  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (Notas  e  do- 
cumentos) pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcellos.  —  I.  Moedas  de  ouro  da 
epocha  germânica.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902. 

A  excelsa  rainha  D.  Maria  II  na  intimidade.  Reflexões  apropositodenm 
manuscripto  existente  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  por  Xavier  da 
Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo : 

índice  geral  dos  documentos  conteiidos  no  corpo  chronologico  exis- 
tente no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo.  Mandado  publicar  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838,  Tomo  L»  e  único 
Lisboa,  Typographia  de  Silva,  1843. 

índice  geral  dos  documentos  registados  nos  livros  das  chanceUarias 
existentes  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  mandado  fazer  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  1.*»  e  único. 
Lisboa,  1841,  na  Typographia  de  G.  M.  Martins. 

Extracto  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  offerecido  á  Angus- 
tissima  Rainha  e  Senhora  D.  Maria  I,  por  José  Pedro  de  Miranda 
Rebello,  amanuense  do  mesmo  Archivo.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Bibliotheca  Publica  de  Évora : 

Catalogo  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  Eborense,  por  J. 
H.  da  Cunha  Ri  vara.  Tomo  l.''.  Ultramar.  Lisboa,  Imp.  Nacional,  18Õ0, 
Tomo  2.«  Litteratura,  Imprensa  Nacional,  1868. — Tomo  3.®  Historia. 
Imprensa  Nacional,  1870. 

Catalogo  do  Museu  Archoologico  da  cidade  de  Évora,  annexo  de  sua 
Bibliotheca,  composto  por  António  Francisco  Barata.  Lisboa,  Imprensa 
Nacional,  1903. 

Os  reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora,  p<lo  director  An- 
tónio Joaquim  Lopes  da  Silva  Júnior.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1907. 


Venda  avulso,  no  edifício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa* 
Cada  exemplar  do  numero  do  Boletim,  in-8.*^ — 200  rôis. 


Homero  3 — 6."  Anno 


Julho  a  Setembro— 190r 


BOLETIM 


DAS 


I 


PUBLICAÇÃO  OFFICIAL  TRIMENSAL 


^:^. 


COIMBRA 

Imprensa  da  Universidade 

10O7 


616LI0THEG&S  £  &RCHIYOS  HiCIONiES 

Publioaçdes  oífioiaes 


INVENTÁRIOS  DA  BIBLIOTBECA  NACIONAL  DE  LISBOA 

Secção  I  —  Historia  e  Geographia. 

Serie  1.*  (numeraçSo  preta)  —  1."  parte.  Lisboa,  1889. 

— 2*  parte.  Lisboa,  1889. 
Serie  2.»  (Dumeração  vermelha)  —  Lisboa,  1895. 
Serie  3.*  (numeraçSo  azul)  —  Lisboa,  1897. 


Secção  III — Scieiíciaa  e  Artes.  Serie  l.*  (numeração  preta) — Coimbra, 
1907. 


Secção  IV  —  Sciencias  civis  e  politicas. 

Serie  1.*  (numeração  preta) — Lisboa,  1897. 


Secção  X — Pliilologia  e  Bellas-Lettras. 

Serie  1.*  (mimeraçào  preta)  —  Lisboa,  1890. 
Serie  2."  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1893. 
Serie  3.*  (numeração  azul) — Lisboa,  1894. 


Secção  XIII — Manuscriptos  por  Josó  António  Moniz.  Lisboa,  1896. 

—  Collecção  Pombalina,  por  José  António  Moniz.  Lbboa, 
1895,  completo. 


Inventario  do  Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  pelo  dr.  Eduardo  de  Cas- 
tro e  Almeida. 

Ilhas  da  Madeira  e  Porto  Santo,  I — Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
1907. 

Relatório  acerca  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  mais  estabeleci- 
mentos annexos,  dirigido  ao  Ex."»^  gj..  Ministro  e  Secretario  d^Estado  doa 
Negocio»  do  Reino,  no  l.^  de  Janeiro  de  1844  por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Barreto  e  Noronha.  Tomo  I-Officio — Tomos  II,  III  e  IV — Appensos 
ao  officio.  Lisboa,  Typographia  Lusitana,  1844. 

Bibliotheca  Nacional  do  Lisboa.  Exposição  Antoniana,  1895.  Lisboa,  1895. 


r 


Rafflaro  3— fi.""  ínu  Jolho  a  Setembro— 1907 


DAS 


BiBiiioTUEfiAs  K  ARfiHivos  mmm 


Propriedade  e  edição  da  SocroUria  Geral  das  BiblioUiecas  e  ArcbÍTos  Nacionaet.  Lisboa. 

Director  J.  A.  Castello  Branco,  Bibliotbecario  Mór  do  Reino. 

CompotifSo  e  Imprtttâo  na  Imprensa  da  Universidade. 


Relatório  dos  serviços  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 

no  terceiro  trimestre  de  1907 


IH.™*  e  Ex.°**^  Senhor:  —  Dando  principio  ao  Relatório  que 
a  V.  Ex.*  tenho  a  honra  de  indereçar  sobre  os  serviços  da  Bi- 
bliotheca Nacional  de  Lisboa  no  terceiro  trimestre  do  corrente 
1907, — julgo  do  meu  dever  moral  deixar  nestas  paginas  exarado 
o  profundo  sentimento  de  mágua  que  me  acompanha  ao  recordar 
o  inesperado  passamento  do  insigne  estadista  Ernesto  Rodolpho 
Hintze  Bibeiro,  fallecido  repentinamente  no  1.®  de  Agosto. 

Por  mais  de  uma  ves  em  meus  Relatórios  tive  ensejo  de 
mencionar  com  agradecimento  os  serviços  relevantíssimos  por 
S.  £z/  prestados  á  Bibliotheca  Nacional,  mormente  no  Decreto 
em  que  aos  24  de  Dezembro  de  1901  se  lhe  determinou  a  remo- 
delação dos  serviços. 

£  de  que  S«  Ex.^  continuava  impenhadissimo,  no  propósito 
de  prover  ás  necessidades  urgentes  do  nosso  instítuto,  demons* 
traçSo  brilhante  constítuem  as  palavras  que  o  mesmo  Ínclito 
estadista  se  dignou  dirigir-me  na  Academia  Real  das  Sciencias 
em  sesafto  de  9  de  Fevereiro  de  1905, — palavras  que  transcrevi 
em  meu  Relatório  de  30  de  Junho  do  anno  seguinte,  publicado 
no  Yol.  Y  do  Boletim  das  Bibliotheca»  e  Archivos  Nadonaes. 


126  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Commemorando  saadosamente  o  nome  d  aquella  notabillissima 
individualidade,  —  tenho  a  plena  certeza  de  que  sou  legitimo 
interprete  dos  sentimentos  que  (sem  excepçio  nem  distincçílo  de 
cores  politicas)  amargamente  penalizam  todo  o  pessoal  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa. 

Foi  neste  sentido  que  á  inconsolável  viuva  dirigi  o  seguinte 
officio : 

f 111.»»  e  Ex."»*  Senhora ; 

f 

«O  inesperado  e  pranteado  fallecimento  do  Esposo  de  V.  Ex/ 
representa  uma  irreparável  perda  nacional,  —  e  perante  essa 
perda  aeha-se  involta  em  crepes  a  pátria  portugueza,  que  elle 
tanto  honrou  e  nobilitou. 

«Relevantissiuios  serviços  e  beneficies  inolvidáveis  lhe  ficou 
devendo, — ao  Ínclito  estadista  Ernesto  Rodolpho  Hintze  Ribeiro, 
—  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

«Permitta  pois  V.  Ex.»  que, — em  meu  nome,  como  Director 
doeste  instituto,  e  em  nome  de  todo  o  seu  pessoal, — eu  tenha  a 
honra  de  pôr  aos  pés  de  V.  Ex/  a  respeitosa  homenagem  da 
nossa  indelével  mágua,  da  nossa  consternaç&o,  da  nossa  eterna 
saudade,  e  das  nossas  profundissimas  condolências. 

cDeus  Guarde  a  V.  Ex.* — Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
em  5  de  Agosto  de  1907.  —  Xavier  da  Cunhait. 

E  foi  ainda  no  mesmo  sentido  que  aos  5  do  presente  mez, 
em  sessfto  do  Conselho  Administrativo  das  Bibliothecas  e  Archi* 
vos,  eu  propuz  (o  que  foi  unanimemente  approvado): 

1.°  —  Que  na  acta  ticasse  lavrado  um  voto  de  profundo  sen- 
timento pela  perda  do  illustre  Conselheiro; 

2.^  —  Que  em  testemunho  de  tal  sentimento  fôsse  ímmedia- 
tamente  incerrada  a  sess&o; 

3.®  —  Que  á  virtuosa  viuva  do  finado  se  officiasse  dando-lhe 
participação  do  que  a  tal  respeito  se  resolvesse  em  Conselho,  e 
transcrevendo  lhe  no  officio  os  respectivos  trechos  da  acta. 

No  conjuncto  das  condolências  a  que  deu  causa  o  luctuoso 
acontecimento,  de  que  venho  fazendo  mençAo,  a  imprensa  joma- 
listica  tem  justamente  occupado  um  logar  preeminente,  —  e 
apropósito  lembrarei  que  o  N.°  206  da  revista  illustrada  BroM- 
Portugal  (Lisboa,  16  de  Agosto  de  1907)  é  exclusivamente  con- 
sagrado á  personalidade  eminente  do  Conselheiro  Hintze,  e 
constituo  uma  das  mais  significativas  homenagens  á  sua  memoria. 


S  ARCHIVOS  NACIONÁBS  127 


Nesse  N.^  se  incontram  numerosos  retratos,  em  que  se  reproduz, 
nas  diversas  phases  da  sua  existência,  a  sympathica  pbjsionomia 
do  illustre  açoriano. 

Retrato  d'elle  tratei  eu  também  de  adquirir,  para  na  Biblío- 
theca  Nacional  se  conservar  em  homenagem  de  reconhecimento 
ao  muito  qun  lhe  devemos.  Esse  retrato,  depois  de  conveniente-' 
mente  immoldurado,  ficará  figurando  na  sala  em  que  suas  sessões 
realiza  o  Conselho  Administrativo  das  Bibliothecas  e  Archivos. 

Em  Maio  do  anno  corrente,  principiou  a  pnblicar-se  em 
Madrid  uma  revista  mensal  sob  a  direcçfto  litteraria  do  il  lustre 
Professor  Dr.  D.  Júlio  Nombela  y  Campos. 

Vida  Intdecttiál  se  intitula  essa  revista  illustrada,  que  o 
Sr.  Gabriel  Pereira  tem  feito  a  fineza  de  oíFerecer  á  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa. 

De  ooisas  portuguesas  se  tem  já  occupadp  por  mais  de  uma 
vez,  nos  fasciculos  sabidos  a  lume,  o  erudito  publicista. 

Assim,  no  fasciculo  de  Junho,  apresenta  elle  um  estudo 
critico  ácêrca.  d' O  Annd  de  Folyerates,  poema  do  Sr.  Eugénio 
de  Castro;  o  estudo  vem  acompanhado  pelo  retrato  do  nosso 
conterrâneo. 

No  fasciculo  de  Julho  entra  o  Sr.  Nombela  7  Campos  a  pu- 
blicar (também  acompanhada  pelo  retrato  do  auctor  portuguez) 
a  traducçSo  castelhana  do  drama  escripto  pelo  Sr.  Júlio  Dantas 
sob  o  titulo  Palácio  de  Veiros. 

No  N.®  4  da  Vida  Intelectual  (correspondente  a  Agosto)  pro* 
segue  e  finaliza  a  traducç&o  do  supra-mencionado  drama. 

■ 

No  intuito  de  festejar  condignamente  o  centenário  natalício 
do  célebre  Mazzini,  resolveu  por  um  decreto  o  Governo  d'El-Reí 
d^Italia  publicar  uma  ediçfto  nacional  e  complc^ta  das  obras 
d'aquelle  c apostolo  da  unidade  italiana»,  —  ediçSo  limitada  a 
300  exemplares. 

Intitula-se  a  collecçSo 

Scritti  edití  ed  inediti  di  Giueeppe  Mazzini. 

D'essa  ediçfto  nos  foi  amavelmente  destinado  o  exemplar 
N.«  142,— cujo  Vol.  I  (Imola— 1906),  illustrado  com  o  retrato 
do  famoso  patriota,  recentemente  nos  appareceu  inviado  por 
obsequioso  intermédio  da  Legação  d^Italia. 

§ 

No  mesmo  dia  em  que  me  chegou  ás  mSos  o  mencionado 
yolome,  recebi  a  visita  do  Sr.  D.  Matheus,  Bispo  deCochio} 


I 

I  •  • 


128  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTHBCAS 


que  veia  trazer  á  Bíbliotheca,  offerècido  em  nome  do  auctor,  um 
exemplar  da  seguinte  publicação : 

Le  Chribtianisme  à  Ceylan  par  P.  Courtenay,  M.  A*  (Lille 
— 1900), 

fP.  Courtenay»  representa  um  pseudonymo,  sob  o  qual  mo- 
destamente se  acoberta  Monsenhor  Ladislau  Zaleski,  Arcebispo 
de  Thebas  e  Delegado  Apostólico  das  índias  Orientaes. 

Para  se  calcular  o  alto  merecimento  d'esta  obra,  que  mui 
particularmente  nos  interessa  a  nós  Portuguezes,  bastará  pon-' 
derar  os  títulos  das  septe  secçSes  que  abrange:  —  «Notions  pré- 
liminaires  —  La  Suzeraineté  Portugaise  —  Le  Protectorat  Portu- 
gais — LaDomination  Portugaise — Les  Hollandais — Les  Anglais 
—  Appendices». 

De  1.054  paginas  se  comp8e  o  volume;  e  nelle  entram,  por 
elementos  illustrativos,  três  cartas  chorographicas  chromo-litho- 
graphadas:  —  «Ceylan  en  1540 — Ceylan  en  1640  — Ceylan  au 
18*  siècle». 

Em  9  de  Julho  o  Sr.  Tenente-Coronel  JoSo  Mana  Jalles, 
illustre  Secretario  da  «Commissão  de  limites  com  Hespanha», 
veiu  pessoalmente  ofierecer  á  Bíbliotheca  um  exemplar  da 

Acta  geral  da  ddinutação  entre  Portugal  e  Espanha  Desde  a 
foz  do  Rio  Minho  até  a  confluência  do  Rio  Caia  com  o  Rio  Gua- 
diana assinada  em  Lisboa  em  1  de  dezembro  de  1906.  (Lisboa — 
1907).  Constituo  esse  livro  o  traslado  portuguez  da  Ada  general 
de  demarcación  entre  Espaha  y  Portugal,  impressa  em  Madrid  no 
anno  pretérito  e  mencionada  no  meu  Relatório  de  21  de  Mai'(o 
do  corrente  anno. 

Da  Carta  chorographica  dos  limites  de  fronteira  entre  Por* 
tugal  e  Hespanhu  recebeu-se  mais  a  folha  N.^  15  chromo-litho- 
graphicamente  estampada,  —  folha  que  rivaliza  em  primor  com 
as  antecedentemente  publicadas. 

Ao  Sr.  Professor  Miguel  Bombarda  ficou  devendo  Portugal 
o  grandissimo  serviço  de  ter  em  Lisboa,  no  anno  1906,  organi- 
zado com  assombroso  brilhantismo  o  XV  Congresso  Internacional 
de  Medicina.  Foi  elle  o  activissimo,  o  incansável  Secretarío- 
Geral  de  tal  Congresso,  e  legitímamente  lhe  pertence,  mais  do 
que  a  ninguém,  a  glória  do  êxito  alcançado. 

D'elle  recebeu  a  Bibliotheca  por  brinde  uma  coDecçXo  das 
publicações  relativas  aos  trabalhos  do  mencionado  Congresso, 


B  1RCH1V08  NACIONAES  129 


Abrange  essa  collecç&o  17  volumes  (Lisbonne  — 1906-1907), 
correspondentes  ás  diversas  SecçSes  do  Congresso : 
I  —  Anatomie 
II  —  Physiologie 

III  —  Pathologie  Générale,  Bactériologíe  et  Anatomie  Pa- 
thologiqne 

IV  —  Thérapeutique  et  Pharmacologie 
V  —  Médecine 

VI  — Pédiatrie 

VII  —  Neurologie,  Psychiatrie  et  Anthropologie  Críminelle 
VIII  —  Dermatologie  et  Sjphiligraphie  , 
IX  —  Chinirgie 
X  —  Médecine  et  Chirurgie  des  Voies  Urinaires 
XI  —  Ophthalmologie 
XII  —  Laryngologie 

XIII  —  Obstétrique  et  Gynécologie 

XIV  —  Hygiène  et  Epidémiologie 
XV  —  Médecine  Miiitaire 

XVI  —  Médecine  Légale 
XVII  —  Médecine  Colonialê  et  Navale, 

Pelo  Sr.  Dr.  Francisco  Maria  Namorado  (medico  em  Estre- 
moz) veiu-nos  offerecído  um  folheto: 

Vegetarismo — Cofnmunicação  ao  XV. ^  Congresso  Internacio- 
nal de  Medieina.  (Estremoz  — 1907). 

Elaborada  pelo  Sr.  Conselheiro  António  de  Sousa  Silva  Costa 
Lobo,  publicou-se  uma  interessante  memoria,  subordinada  ao 
título 

Portugal  e  Miguel  Angelo  Buonarroti  —  Interpretação  de  um 
grupo  do  Juizo  Final  na  Capella  Sixtina.  (Lisboa — 1906). 

Nesta  memoria,  de  que  me  vieram  offerecidos  três  exempla- 
res, o  auctor  sustenta  com  argumentos  plausiveis  que  um  deter- 
minado grupo  do  celeberrimo  «fresco»  (grupo  de  que  nos  apre- 
senta o  esboço  graphico)  symboliza  a  propagaçilo  do  Evangelho 
effectuada  pelos  missionários  portuguezes  nas  regiSes  da  Africa 
e  da  Ásia. 

Do  Porto  recebi,  offertados  por  seu  auctor,  dois  exemplares 
de  uma  narrativa  romântica : 

Eusébio  de  Queirós — Stella  (Amor  sentimental).  (Villa  Nova 
de  FamaUcSo  — 1907). 


130  BOLBTIlf  DÁS  BIBLI0TRECA8 


Má8  páqinas  de  Extremadura  —  Narraeionea  y  Poesioê  por 
Don  Migud  Torres  Gonzalez  de  la  Lacuna,  Marquês  de  Torres 
Cabrera,  (Badajoz  — 1907). 

Ha  nesse  elegante  volume,  com  qi\e  seu  auctor  nos  brindou, 
variada  collecçfto  de  bellos  versos  e  bella  prosa,  —  collecção 
antecedida  de  um  prólogo  em  decimas  septisyllabas,  escripto 
pelo  Sr.  Marquez  de  Cerralbo. 

Entre  as  composições  métricas  do  livro,  figuram  versos  dedi- 
cados a  um  dos  mais  eruditos  e  dos  mais  prestimosos  Conserva- 
dores da  Bibliotheca  Nacional  de  I«isboa,  o  Sr.  Visconde  de 
Castilho,  que  ha  tempos  requereu  a  sua  reforma,  —  versos  con- 
gratulatorios  que  d'est'arte  se  intitulam:  «Al  Excmo.  Sr.  Yiz- 
conde  dei  Castillo,  Sócio  Correspondiente  de  las  Reales  Academias 
de  Ia  Lengua  y  de  la  Historia». 

Júlio  Breton,  que  falleceu  ha  cerca  de  um  anno,  publicou  em 
tempos  um  formoso  livro,  que  diz  no  frontispício : 

Juhs  Breton  —  Jeanne,  poème,  (Paris  — 1880). 

Foi  laureado  esse  poema  pela  Academia  Franceza.  E  d'elle 
nos  veiu  agora  offerecido  pela  sua  viuva  um  exemplar  com  a 
seguinte  dedicatória: 

cSelon  le  désir  exprime  par  mon  mari,  j'oflFre  ce  volume  à 
la  bibliothèque  de  la  ville  de  Lisbonne.  Veuve  Jules  Breton». 

O  volume  vem  adornado  com  o  retrato  do  poeta  em  finíssima 
gravura. 

O  Sr.  Clemente  Bitz  Teixeira  de  Freitas  invíou-nos  mais  um 
producto  da  sua  inspiração  poética  num  elegante  volumínho, 
quasi  exclusivamente  constituído  por  sonetos,  que  se  intitula 

Sonhos  de  Moço.  (Curityba —  1907). 

O  Sr.  Marcelliano  César  Malheiro  ofi^ereceu-nos  também  um 
livro  de  versos,  a  que  deu  titulo  de 

Álbum  poético  (Porto  —  S.  d.  —  1907). 

Abrange  versos  septisyllal>os,  decasyllabos,  e  alexandrinos, 
— composições  ora  de  caracter  genuinamente  lyrico,  ora  de 
intuito  philosophico. 

•  Remettido  pelo  Sr.  Álvaro  Pinheiro  (de  Espozende)  recebi 
um  exemplar  do  livro  de  versos  que  esse  escriptor  ultimamente 
publicou  sob  a  epigraphe 

Pétalas.  (Villa  Nova  de  Famalicão  — 1907)r 


E  ARGHiVOS  NACIONAB8  131 


No  Vol.  X  da  Revista  Lusitana  estampou  o  Sr.  Dr.  Leite  de 
VasconcelloB  uma  curiosa  memoria,  de  que  fez  separadamente 
imprimir  104  exemplares  em  volume  autónomo,  a  que  poz  por 
titulo 

Can^k»  do  berço  com  algumas  das  respectivas  mtisicas  — 
Estudo  de  etknographia  portuguesa.  (Lisboa — 1907). 

Constitue  trabalho  que  summamente  interessa  a  quantos  se 
occupam  de  assumptos  ethnologicos.  Álôm  das  musicas,  por  que 
termina  o  volume,  incontram-se  nelle  gravuras  illustratívas. 

O  exemplar  offerecido  á  Bibliotheca  Nacional  é  um  dos 
quatro  estampados  em  papel  especial. 

Do  Sr.  Conservador  José  António  Moniz,  que  obteve  licença 
para  ir  no  departamento  francez  dos  Baixos-Pirenéos  aproveitar 
em  beneficio  de  seu  tratamento  as  aguas  mineraes  de  Saint- 
Christau,  recebi,  por  elle  inviados  d'aquella  estancia  balnear, 
três  folhetos : 

Saint- Christau  (Toulouse  —  S.  d.).  (Guia  illustrado  com 
mappas  chorographicos  e  vistas  de  paizagens). 

Du  traitement  externe  des  affections  eczémateuses  par  les  eaux 
de  Saint-Christau  envisagées  comme  type  de  la  médication  hydro- 
minérale  cuivreuse  par  U  D^  Bénard.  (Chartres —  1907). 

Conférence  faite  à  Saint-Christau  le  8  Septembre  1906 

par  le  Docteur  Landouzy  (Paris  —  S.  d.).  (Discurso  em  que  se 
preconizam  as  virtudes  therapeuticas  das  referidas  aguas). 

Este  processo  de  acreditar  estancias  balneares,  mercê  de 
conferencias  realizadas  por  abalizados  clinicos  na  própria  locali- 
dade das  aguas,  afigura-se-me  original  e  muito  suggestivo. 

Entre  nós  não  me  consta  que  tenha  sido  posto  em  práctica, 
—  imbora  já  corram  impressas  memorias  elogiativas  das  nossas 
nascentes  mineraes.  Mas  creio  que,  se  médicos  bem-falantes  qui- 
zeasem  pôr  hombros  a  tarefa  similhante,  coroadas  ficariam  do 
melhor  êxito  essas  tentativas.  Ah!  que  formosos,  que  inegualaveis 
trechos  de  eloquência  nos  poderiam  proporcionar  nesse  campo, 
se  ainda  lográssemos  a  fortuna  de  os  contar  entre  os  vivos,  o 
Dr.  Thomaz  de  Carvalho,  o  Professor  Arantes  Pedroso,  e  o  Pro- 
fessor Magalhães  Coutinho ! 

No  regresso  da  sua  digressão,  o  Sr.  José  António  Moniz 
offereceu-nos  ainda,  entre  outras  espécies,  as  seguintes: 

Gaston  Japy — InteUectvds  exploiteurs.  (Montbéliard — 1905). 
rmtd  de  VUle  de  BruxeOes  (Bruxelles  — 1901). 


132  BOLETIM  DÁS  BIBLI0THECÁ8 


Caialogue  da  Muêée  Plantín-Moretus  par  Max  Rooses — Cin- 
quième  édition  (Anvers — 1902). 

Dans  VIU  des  Amaurs  (Bilhete  postal  illustrado,  que 
em  homenagem  ao  pintor  Âcacio  Lino  (portugaez,  residente 
agora  em  Paris)  r6produ2s  um  quadro  doesse  pintor  —  cNa 
Ilha  dos  Amores» — quadro  inspirado  no  Canto  ix  d' Os  Lu- 
siadcu). 

O  Sr.  Visconde  de  S.  Bartholomeu  de  Messines,  que  é 
Membro  Honorário  do  Conselho  Heráldico  de  França,  costuma 
obsequiar  a  Biblíotheca  Nacional,  offereoendo-lhe  os  t  Annuarios» 
d'aquelle  instituto. 

Em  continuação  de  suas  dadivas,  recentemente  me  intregou 
elle  da  referida  coliecçfto  o  derradeiro  volume  publicado : 

Annuaire  du  Conseil  Héraldique  de  Franee — Vingtiin^e  Année, 
(Vannes  — 1907). 

Na  secção  bibliographíca  doeste  volume  incontra-se  (de  pag. 
378  a  379)  um  artigo  critico  ácêrca  do  liVro  Carlos  í^  intimej 
livro  de  que  fiz  mençSo  no  meu  penúltimo  Relatório.  E  doesse 
livro  diz  o  articulista: 

—  «Cette  étude  se  complete  par  une  vue  d'ensemble  três 
precise  et  des  plus  interessantes  sur  les  institutions,  la  politique, 
la  defense  nationale  du  Portugal.  Ouvrage  à  lire  et  à  conserver 
par  tous  ceux  qu^ntéresse  ce  pittoresque  pays  ancré  comme  un 
navire  à  la  pointe  la  plus  occidentale  de  TEurope». 

O  Sr.  António  Vianna  (da  Silva  Carvalho)  o£fereceu-nos,  por 
elle  escripta,  a 

Introducção  aos  Apontamentos  sobre  a  Historia  Diplomática 
Contemporânea— 1789-18 15.  (Lisboa  — 1907). 

O  Sr.  Eugénio  do  Canto  prosegue  infatigável  na  divulgaçSo 
de  documentos  manuelinos. 

Ultimamente  nos  inviou  elle  de  Ponta- Delgada  um  exemplar 
dos  60  em  que  deu  á  luz 

Cartas  diversas  de  el-rei  D.  Manoel  de  lõlO-lõlQ,  (Lisboa 
—  1907). 

Sfto  em  número  de  cinco,  essas  cartas,  e  acompanhadas  pela 
reproducçSo  fac-simile  dos  manuscriptos  respectivos  que  se 
guardam  no  Real  Archivo  da  Torre-do-Tombo. 

Photo-lithographicamente  reproduzidas  a  expensas  do  offe- 


B  ARCRIVOS  KACIONABS  133 


rente  (o  mesmo  Sr.  Eugénio  do  Canto)  mencionarei  mais  três 
espécies  raras : 

1.^  —  Petri  PaêehaUci  Vendi  Oratori»  ad  Henmnvdem  Lvn- 
taniae  Regem  Oratio.  (Venetiis  —  lõOl). 

  allocuçSo  (proferida  em  Lisboa  aos  20  de  Agosto  de  1501) 
termina  pela  declaração  seguinte:  —  c  Acta  tertiodecimo  calendas 
Septembris  apud  Vlissiponem  IDI». 

2.*  —  De  ara  antárctica  per  regem  Portiigallie  pridem  inuenta» 
(Argentino  — 1505). 

A  parte  principal  doesse  opúsculo  é  constituída  por  uma  Epis- 
tola de  Américo  Vespucio  a  Lourenço  de  Medicis  (cAlbericus 
vesputius  Laurentio  petri  de  medicis  salnte  plurimS  dicit»). 

3.*  —  ^  Epistola  serenissimi  principie  Hemanudis  primi  dei 
gratia  PartugaUie  Regia  excelUntiseimi*  Responsoria  ad  aummu 
RomanU  Pontificem.  Qua  beatitudine  suam  in  fidei  hostes  dehel- 
lados,  sanctUque  septdchmm  armis  ab  eis  vendicandum:  catholice 
&  potissimU  adhortatur.  (Ex  vrbe  nostra  Ulixbona.  xij.  die  iunij. 
Anno  Millesimo  quingStesimo  quinto). 

Serviram  de  prototypos  para  as  reproduoçSes  que  das  três 
mencionadas  espécies  se  executaram  em  1907  na  Imprensa  Na- 
cional de  Lisboa,  o  exemplar  que  das  duas  primeiras  existe  em 
Londres  no  British  Museum,  e  aquelle  que  da  terceira  espécie 
possuimos  entre  os  clivros  reservados»  da  Bibliotheca  Nacional. 

Mediante  o  serviço  das  «Permutas  Intemacionaes»,  inviou-nos 
o  Sr.  D.  Luiz  Montt,  de  Santiago  do  Chile,  onze  espécies : 

1.*  —  Revista  de  Instmcdón  Primaria  —  Publicadón  ofidah 
—  Aao  XX.  (Santiago  de  Chile  — 1906).  / 

2.* — Estrado  de  un  diário  de  viaje  a  Chile,  Peru  i  Méjico 
en  los  afios  de  1820,  1821,  1822  por  el  capitan  BasUio  HalU 
Traducido  dd  inglês  por  Federico  Gana  O.  Tomo  L  (Santiago 
de  Chile  — 1906). 

3.*  —  Historia  de  las  misiones  apostólicas  de  Monsehor  Juan 
Mud  en  d  Estado  de  Chile  por  José  Sallusti.  Traduceión  dd 
original  italiano.  (Santiago  — 1906). 

4.»  —  Anuário  dd  Observatório  Astronómico  Nacional  de 
Santiago  para  d  câío  de  1906.  (Santiago  —  1906). 

5.*  —  Los  Congresos  Pan- Americanos  —  Artículos  publicados 
en  €El  MercurioTí  por  B.  Viciiha  Subercaseaux.  (Santiago  de 
Chile  — 1906). 

6.*  —  El  ^Esquilo»  dei  Presbítero  se9lor  don  Juan  Rafad 
Salas  E.  Por  R.  R.  SchuUer.  (Santiago  de  Chile  — 1906). 


134  BOLETIM  DAS  BIBLlOTHEOAd 


Tem  esta  memoria  por  assumpto: — cLas  leyes  fandamentales 
de  la  primitiva  poesia  semítica  i  los  coros  de  la  trajedia  griega». 

7.*— ^J9.#R.  Schídler  —  Nomu  Orhiê  ^de  A,  Montanus  o  de 
O.  Dapper  ?  (Santiago  de  Chile  —  S.  d.). 

Inclue  a  publicação  este  sub-titulo:  —  cMateriales  para  una 
bibliografia  dei  idioma  araucano». 

8.* —  Sobre  los  mitos  i  las  leyenda»  de  los  índios  Sud-Ame^ 
ricanos.  Por  R.  R.  SchuUer.  (Santiago  de  Chile  — 1907). 

9.*  —  The  Thayer  Family  of  Thombury.  A  study  trying  its 
reconstUution  hy  Tomas  Thayer  Ojeda.  (S.  1.  (Santiago  de  Chile) 
—  1907). 

10.*  —  Rqftíblica  de  Chile,  Qficina  de  Limites  —  La  linea  de 
ftotUera  eon  la  República  Argentina  entre  las  latitudes  27^  i  3P  S. 
Par  Luís  Riso  Patron  8.  (Santiago  de  Chile—  1907). 

11.* — Obras  completas  de  Don  GuiUermo  Bl^st  Gana  —  Tomo 
prtmsro.  (Santiago  de  Chile  —  1907), 

Vem  &  frente  doeste  volume  um  prefacio  litterario  acerca  do 
poeta,  escripto  por  D.  António  Orrego  Barros. 

Pelo  Sr.  Júlio  Casanova  (filho  do  insigne  aguarellista  hespa- 
nhol  D.  Henrique  Casanova  que  ha  muitos  annos  reside  entre 
nós  executando  e  divulgando  primores  d^arte)  vieram-me  offere- 
cidos  os  dois  seguintes  volumes,  devidamente  incademados : 

Collecçio  geral  das  contas,  orçamentos  e  documentos  apresen- 
tados á  Camará  dos  Senhores  Deputados  na  sessão  ordinária  de 
mH  oitocentos  trinta  e  seis  pelo  Ministro  e  Secretario  d^ Estado  dos 
Negócios  da  Famnda.  (Lisboa  — 1836). 

CoUecçSo  dos  orçamentos  e  documentos  apresentados  ás  Cortes 
Geraês,  Eoctraordinarías  e  Constituintes,  da  Naçio  Portugueza, 
pelo  Secretario  d*Estado  dos  Negócios  da  Faxenda  Manoel  da 
Silva  Passos.  (Lisboa — 1837). 

Remettido  de  Ottawa,  e  offertado  pelo  Governo  de  Sua  Ma- 
jestade Britannica  nos  domínios  do  Canadá^  recebeu-se  o 

Atlas  of  Canada.  Prepared  under  the  direction  of  James 
WhUe. 

É  uma  bellissima  coUecçAo  de  mappas,  que  levou  annos  a 
debuxar,  e  que  no  presente  1907  se  ultimou. 

Inviado  pela  Imprensa  Nacional  do  Estado  da  índia  Portu- 
gueza, obtivemos  o 

^nnuario  da  Archidiocese  de  Goa  e  das  dioceses  stiffiraganeas 


B  AB0HIV08  KACIONABfl  135 


para  1907 — Coordenado  por  deíérminaçào  de  S.  Ex.^  Eevd.^  o 
Sr»  Arcebispo  Primaz,  Patriarcha  daê  índias  Orientaes.  (Nova 
Goa— 1907). 

Obtivemos  também  da  mesma  procedência : 

Diu  —  Historia  —  1.*  parte.  Por  A.  R,  Pereira  Nunes  Ex- 
Governador  de  Diu,  Capitão-tenente  da  armadaj  Capitão  dos 
Portos  do  Estado  da  índia  Portuguesa.  (Nova  Goa — 1907). 

Vem  adornada  com  estampas  esta  pablícaçSo,  da  qual  é  muito 
para  desejar  que  brevemente  appareça  a  lume  a  2.*  parte. 

E  da  mesma  procedência  nos  veiu  outrosim  remettida  uma 
obra  do  Sr.  J.  A.  Ismael  Gracias,  —  obra  que  traz  por  titulo : 

Uma  dona  portugueza  na  côrte  do  Grão-Mogol — Documentos 
de  1710  a  1719  precedidos  d'um  esboço  histórico  das  relações 
politicas  e  diplomáticas  entre  o  Estado  da  índia  e  o  Grão-Mogol 
nos  séculos  xvi-^xvn.  (Nova  Goa  — 1907). 

Livro  é  esse  que  interessa  nfto  somente  aos  amadores  dos 
estudos  históricos,  mas  inclusivamente  aos  cultores  do  foiklorismo. 

E  sobre  este  último  ponto  especializarei  as  curiosas  notas 
que  o  auctor  nos  offerece  com  respeito  a  lendas  de  que  simul- 
taneamente corre  noticia  na  Europa  e  na  Ásia,  —  documentos 
irrefutáveis  de  uma  visivel  emigração. 

Tal  é  por  exemplo  a  formosa  lenda  dos  dois  pagens,  que  a 
tradiçSo  popular  attribue  em  Portugal  ao  tempo  d'£l-Rei  D.  Di- 
niz,—  lenda  formosa  e  n&o  menos  trágica,  de  que  o  insigne 
Schiller  se  inspirou,  transportada  a  scena  para  os  dominios  do 
Conde  de  Savem,  nos  versos  d'aquella  sua  conhecida  bailada 
Der  Gang  nach  dem  Eisenhammer  («Em  caminho  para  a  forja»), 
bailada  em  que  o  piedoso  Fridolino  e  o  malvado  Roberto  equi- 
valem parallelamente  aos  dois  pagens  da  lenda  portugueza. — 
Na  côrte  do  GrSU)-Mogol,  citado  pelo  Sr.  Ismael  Gracias  (em 
pag.  186  a  187  do  livro)  depara-se-nos  um  caso  perfeitamente 
análogo,  passado  no  século  xvi  com  dois  serventes  do  imperador 
Âkbar,  cujo  erApradham  o  célebre  Birbal  (conhecido  pelo  cognome 
antonomastico  de  «Salomão  da  índia»);  se  ha  differença  nos 
accessorios  (coroo  aliás  não  deve  causar  extranheza),  as  duas 
lendas  apresentam-se  idênticas  no  fundo,  idênticas  outrosim  no 
desfecho  da  aventura,  idênticas  na  moralidade. 

A  cdona  portugueza»,  a  que  o  Sr.  Ismael  Gracias  se  refere, 
existente  na  côrte  do  Grão-Mogol,  era  D.  Juliana  Dias  da  Costa 
que  no  primeiro  quartel  do  século  xviii  desfructava  grande  vali- 
mento na  assistência  do  monarcha,  valimento  que  ella  zelosamente 
aproveitava  em  prol  de  seus  compatrioios.  E  o  que  ha  mais  para 


136  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


admirar  (assim  o  diz  o  Vice-Rei  da  índia  na  carta  que  de  Ooa 
escreveu  em  20  de  Novembro  de  1710  a  D.  Pedro  ii)  che  ser 
eila  portugueza,  boa  christft  e  virtuosissima,  vivendo  ha  tantos 
annos  entre  mouros  no  palácio  do  mesmo  Rey». 

Do  Sr.  Álvaro  Neves  recebi  para  a  Bibliotheca  vários  bilhe- 
tes-postaes  illustrados  (alguns  coloridos),  em  que  se  representam 
diversas  vistas  de  Lisboa,  de  Cintra,  e  do  Porto,  assim  como 
também  retratos  de  esoríptores  notáveis. 

O  mesmo  offerente  nos  brindou  com  quatro  largas  estampas 
(gravuras  em  chapa  de  madeira)  que  representam  a  tomada  de 
Malakoff,  a  batalha  de  Montebello,  a  de  Magenta,  e  a  de  Solferino. 

Áos  11  de  Dezembro  de  1905  foi  nomeado  Cardeal  Presby- 
tero  da  Santa  Egreja  Romana  o  Reverendíssimo  Arcebispo  do 
Rio-de-Janeiro  D.  Joaquim  Arcoverde  de  Albuquerque  Cavalcanti. 

Para  celebrar  condignamente  esse  acontecimento  notabilissimo 
de  caber  ao  Brazil  o  primeiro  cardinalato  sul-americano,  organi- 
zou-se  no  Rio-de-Janeiro  uma  Commissio  executiva  de  festejos, 
a  qual  publicou,  adornado  com  o  retrato  do  illustre  prelado, 
um  opúsculo  a  que  poz  por  titulo 

Âs  feêtas  cardinalicias.  (Rio-de- Janeiro  — 1907). 

D'esse  opúsculo  nos  vieram  por  amável  offerta  dois  exemplares. 

Aqui  temos  agora,  trazido  pessoalmente  pelo  seu  auctor, 
um  livrinho  muito  curioso,  e  ornamentado  com  photo-gravuras : 

Coisoê  da  nossa  terra.  Breves  noticias  da  viUa  ds  Aldeia 
GaUega  do  Riba-Tejo por  José  de  Sousa  Rama,  (Lisboa — 1906). 

Registo  de  Honra  dos  protectores  do  Monumento  ao  Marquez 
de  Pombal  na  Villa  de  Pombal.  (Pombal  — 1907). 

Foi  o  Sr.  Dr.  José  Ferreira  d'Andrade  (Presidente  effectivo 
da  Commissfto  executiva  do  Monumento)  quem  nos  fez  essa  offerta. 

Inclue-se  no  opúsculo,  adornada  com  duas  estampas,  a  c  Me- 
moria descriptiva  do  Monumento». 

Os  dois  exemplares  que  nos  vieram  destinados  (K.^  15  e 
N.^  16)  trazem  ambos  elegantemente  impressa  a  dedicatória  á 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

O  Sr.  Eduardo  de  Maciel  Brito  Nóbrega  fez-nos  offerecimento 
do  seguinte  folheto : 

Brito  Nóbrega  —  Situação  claríssima.  Resposta  á  Situaçlo 
clara  do  cidadão  Dr.  António  José  de  Almeida.  (Lisboa — 1907). 


B  ABOBIVOS  NAGIOKAKS  137 


Por  intermédio  do  Ministério  dos  Negócios  do  Reino,  deu 
ingresso  na  Bibiiotheca  um  exemplar  da  seguinte  publicasSo,  que 
seu  illustrado  auctor  se  dignou  destinar-lhe : 

Origenea  y  €»tado  actuai  de  la  Biblioteca  dd  Instituto  de  Jo- 
véUanos  —  Monografia  por  Jesus  F.  MarHnez  Morza.  (Gijon — 
1902). 

É  obra  adornada  com  estampas,  e  merecedora  de  grandissima 
estima. 

Em  sua  passagem  do  Bio-de- Janeiro  para  a  capital  da  França, 
deixou-nos  o  Sr.  Dr.  José  Carlos  Rodrigues  uma  preciosa  dadiva. 
Foi  ella  o  Exemplar  M.®  24  dos  200  em  que  deu  á  luz  publicação 
merecedora  de  todo  o  applauso : 

Bibiiotheca  BrcuUiense — Catalogo  annotado  dos  Livros  sobre 
o  Brasa  e  de  alguns  Autographos  e  Manuscriptos  pertencentes  a 
J,  C,  Rodrigues  —  Parte  L  Descobrimento  da  America:  Brasil 
Colonial.  1492-'1822.  (Rio- de-Janeiro  — 1907). 

Na  elaboraçfto  doeste  seu  valioso  Catálogo,  cuja  promettida 
Parte  ii  oxalá  brevemente  saia  dos  prelos,  o  Sr.  Dr.  José  Carlos 
Rodrigues  (Sócio  Correspondente  da  nossa  Academia  Real  das 
Sciencias  e  de  vários  institutos  brazileiros)  mostra  brilhantemente 
pelas  preciosidades  e  raridades  que  possue  na  sua  opulenta 
livraria,  bem  como  pelo  primor  com  que  as  descreve  e  commenta, 
ser  nfto  somente  um  distincto  bibliophilo,  mas  ainda  um  distin- 
ctissimo  bíbliographo. 

Na  Parte  publicada,  que  abrange  vi-680  paginas,  apparecem 
descriptas  2:646  espécies. 

O  Sr.  Edgardo  Prestage,  illustre  publicista  inglez,  que  na 
SQa  dedicada  affeiçSo  pela  terra  portugueza  tantos  serviços  lhe 
tem  litterariamente  prestado,  agora  mais  uma  vez  introu  a  visitar 
nossa  Bibiiotheca. 

E  da  sua  estimável  visita  me  deixou  por  lembrança  um  bel- 
lissimo  brinde : 

The  Paston  Letters  1422- lõ09  A.  D.  A  Reprint  of  the 
Edition  of  1872-Õ,  tvhich  Contained  upwards  of  Five  Hundred 
Letters,  etc,  tUl  then  unpublished,  to  tchich  are  now  added  others 
in  a  Supplement  after  the  Introduction.  Edited  by  James  Gairdner. 
(E^inburgh  — 1900-1901  —  4  vol.  ornamentados  com  formosas 
helio-gravuras,  em  que  se  representam  as  ruinas  do  castello  de 
Caister,  e  os  retratos  de  Henrique  vi,  Eduardo  iv,  e  Henrique  Yli, 
reis  d'Inglaterra). 


B0LBT1H  DAS  BIBLIOTHBCAS 


Hais  me  trouxe  por  dadira  o  Sr.  Prestago  trea  masícas  ma- 
nuBCriptAB : 

1.' — Camoena.  Sonnet  xix.-  Set  to  music  hy  Emett  Walker 
(1888).  (ComposiçKo  musical,  escripta  para  piano  e  canto,  cuja 
lettra  é  o  caleberrimo  Soneto  de  ÕamSeB  cAlma  minha  gentil 
que  te  partiste'  vertido  para  inglez  pelo  Capit&o  Ricardo  Burton), 

2-" — Camoen».  iSormel  xii.  Set  to  mune  hy  Emeêt  Walker, 
Voice  pari.  (Constituo  separadamente  a  parte  vocal  da  espécie 
precedentein^Titt!  nieticiímíifia). 

á.*  —  Caiiçào  do  mcilio.  (Composiç&o  para  piano  e  canto  sobre 
os  conhecidos  versos  do  brasileiro  Gonçalves  Dias  «Minha  terra 
tem  palmeiras  —  Onde  canta  o  sabiá»,  eto.). 

Também  o  Sr.  Commendador  JoRo  Joaquim  Salgado,  que 
recentemente  recebeu  de  Sua  Majestade  o  titulo  de  Visconde  de 
Salgado,  —  e  cujo  nome  tenho  tido  o  prazer  de  mencionar  em 
precedentes  Relatórios,  com  muito  reconhecimento  meu  por  suas 
repetidas  offurtas  de  espécies  biblfacas  e  numismáticas, — também 
esse  me  veiu  trazer  agora  uma  nova  dadiva  de  30  moedas  antigas 
(7  arábicas,  13  portugnezas,  e  10  castelhanas),  canhadas  duas 
em  bilhfto  e  vinte  e  oito  em  prata. 

Por  occasi&o  de  realizar  se  em  Lisboa  o  15."  Congresso  Ia- 
temaoional  de  Medicina  (a  que  já  me  referi)  um  dos  cungressistas 
extrangeiruB  mandou  á  sua  custa  cunhar  em  cobre  prateado  nm 
diãtiiictivn  ;illetrorieo,  para  nas  eessSes  ser  usado  por  todos  os 
membro»  daquellu  parlamento  scientifico. 

Desãe  distiiictivo  logrei  alcançar  por  compra,  destinado  ao 
nosso  Gabinete  Numismático,  um  exemplar. 

Constituo  elle  uma  espécie  de  medalha  irregularmente  qua- 
drangular, com  argola  para  ser  pendurado  no  peito. 

Representa-se  no  anverso  d'este  distinctivo  um  trecho  de 
Lisboa,  observado  de  sudoeste  (a  Praça  do  Commercio  no  pri- 
meiro plano;  e  em  distancia,  a  cavalleiro,  uma  parte  da  cidade 
oriental);  como  elemento  decorativo,  no  alto,  o  brazXo  de  Lisboa; 
na  parte  central,  em  baixo,  a  symbolica  taça  da  Medicina  com 
a  serpente;  á  esquerda  d'este  symbolo  (direita  do  observador) 
folhedos  e  fructos.  Na  parte  inferior,  a  legenda  (parcialmente 
incoberta  pelos  fructos  e  folhedos) : 

XV  •  CONGRESSO  INTERNACIONAL  DE 

MEDICINA '  LISBOA  -  1 9-26  -  ABRIL  - 1906 


fi  ABCHIV08  UrAOlONÁlSd  tâ9 


No  reveno,  a  figura  da  Verdade  Scientifica  desvelando  mo- 
destamente o  sen  airoso  basto.  E,  ao  longe^  o  sol  nascente  em 
horizonte  marítimo.  Occnpa-Ihe  a  parte  inferior  do  reverso  uma 
legenda  em  grego : 

AnoKAArnTOM.vi .  npos  •  kpevnqmas 

cDescubro-me  perante  os  investigadores»: — nto  podia  real- 
mente incontrar-se  um  lemma  que  mais  coneeituosamente  syntlie- 
tízasse  a  nobre  missfto  dos  estudiosos. 

Em  Septembro  de  1905  realizou-se  na  Bélgica  (em  Liége)  o 
c Terceiro  Congresso  Internacional  da  Arte  Pública»,  —  e  nesse 
congresso  (conforme  tivo  já  occasilo  de  informar  no  meu  Rela- 
tório do  terceiro  trimestre  d'esse  anno)  me  fiz  inscrever  como 
Director  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  seu  representante. 

Os  membros  de  tal  congresso  ficaram,  por  decis&o  da  assem- 
blóv,  considerados  t membros  natos»  de  uma  corporação  que  allí 
se  fondou  (com  a  eáde  social  em  Bruxellas)  sob  a  designaçlo  de 
InstíhU  Iniermmtional  d' AH  Public, 

Eiiw  instituto  iniciou  os  seus  trabalhos  dando  i  luz  uma 
suberbissima  »revista»,  a  que  pez  por  titulo  Revue  Internationale 
SAvi  Public,  —  e  já  em  Junho  do  anno  corrente  sahiu  publicado 
o  seu  1.^  Número,  do  qual  se  acha  devidamente  depositado  um 
exemplar  na  Bibliotheca  Nacional. 

Tem  tal  revista  uma  collaboraçSo  distinctissima,  e  é  seu 
director  o  Sr.  Eugénio  Broerman,  Secretario-Qeral  do  indicado 
instituto.  Por  intermédio  d*este  seu  orgam  periódico,  e  graças 
também  a  outros  recursos  que  constam  dos  respectivos  Estatutos, 
o  flinstituto  Internacional  d' Arte  Pública»,  do  qual  fazem  parte 
as  mais  altas  summidades,  prop3e-se  tratar  problemas  de  impor- 
tância magna  que  no  sobredito  Congresso  ficaram  já  apontados. 

Prosegttindo  na  enumeração  das  principaes  obras  que  no  ter- 
ceiro trimestre  adquiri  este  anno  por  compra,  citarei  a 

Histaire  de  la  Littéraiure  française  par  Ouêtave  Lanson  — 
Huitíème  édilion  reví$e.  (Coulommiers  —  1903). 

O  auctor  pertence  ao  corpo  cathedratico  da  Universidade  de 
Paris,  onde  tem  a  seu  cargo  as  prelecçSes  sobre  Litteratura 
Franceza. 

Eãpagne.  Portugal.  (Paris  —  S.  d.) 


140  BOLETIM  DÁS  BIBLIOYHfiGlS 


Adornado  oom  abundantes  cartas  topographicas  (quaei  todas 
ellas  em  folhas  desdobráveis),  pertence  este  volume  (recentemente 
publicado)  á  collecçSo  dos  Quides  pratigues  Canty, — e  constituo 
para  os  viajantes  na  Península  um  proveitoso  roteiro,  apezar  dos 
lapsos  em  que,  de  quando  em  quando,  resvala  sobre  pontos  his- 
tóricos. Na  pag.  236  intercala  um  breve  artigo  ácêrca  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa. 

A.  de  FamUe  —  La  Monnaie.  (Mesnil  (Eure)  — 1907). 

O  auctor,  que  é  Membro  do  Instituto  de  França,  exerceu 
em  tempos  no  seu  paiz  o  alto  cargo  de  Director  da  Administração 
das  Moedas. 

Les  grandes  institutions  de  France  —  La  Bibliotíiijue  NaHo- 
nale.  BaJtiments,  coUectione,  organisation,  département  des  esiamr 

pes,  département  des  médailles  et  antiques»  Par  Henry  Mareei • 

Henri  Bouchot et  Emest  Babdon.  (Évreux  — 1907). 

Henrique  Mareei  é  o  Administrador  Geral  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Paris ;  Henrique  Bouchot,  o  Conservador  da  SecçSo 
de  Estampas ;  Ernesto  Babejon,  o  Conservador  da  Secção  das 
Medalhas,  —  todos  três,  verdadeiras  notabílidades. 

A  obra  vem  acompanhada  por  Õ9  gravuras,  —  e  nSo  consti- 
tuem  ellas  o  elemento  menos  interessante  da  publicaçSo. 

Entre  as  gravuras  nota-se  a  representaçfto  de  painéis,  de 
medalhas,  e  de  varies  objectos  artisticos. 

Este  último  grupo  me  faz  lembrar  que  também  nós  temos  no 
Gabinete  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  alguns  exemplares 
de  curiosas  antigualhas,  —  collecçfto  que  em  tempos  eu  cheguei 
a  conhecer  mais  avultada,  mas  que  (ha  cerca  de  vinte  annos) 
ficou  diminuída  pela  permissivo,  que  o  Governo  deu,  de  vir  aqui 
a  Academia  Real  de  Bellas-Artes  escolher  para  o  Museu  Nacional 
p  que  mais  lhe  aprouvesse. 

Entre  as  espécies  de  que  ficou  privada  a  Bibliotheca  merece 
particular  mençAo  (e  com  muitas  saudades  a  menciono)  a  riquís- 
sima patena  do  celeberrimo  Cálix  de  Alcobaça,  —  cálix  de  oiro 
com  esmaltes,  preciosidade  manuelina,  ácêrca  da  qual  escreveu 
interessante  memoria  o  Sr.  D.  José  Pessanha,  erudito  funccio- 
nario  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo.  Tem  a  memoria  por 
titulo :  —  O  cálix  de  ouro  do  Mosteiro  de  Alcobaça»  Por  um  de- 
plorável conjuncto  de  fatalidades,  que  me  dispenso  de  aqui 
apontar,  cálix  e  patena  representam  hoje  para  nós. .  • .  apenas 
uma  saudosa  recordação! 


fi  AHCHÍVOS  KACIOKAES     .  14Í 


Kas  ilIustraçSes  do  livro  que  ora  mencionei,  concernente  á 
Bibliotheca  Nacional  de  Paris,  figuram  (como  disse)  painéis  e 
medalhas,  figuram  desenhos,  aguarellas,  gravuras,  moedas,  es- 
culpturas,  exemplares  de  glyptica  (intalhes  e  camapheus),  terras- 
cotas,  bronzes  antigos,  marfins,  etc.  —  Sq  -um  livro  análogo 
publicássemos,  relativo  á  nossa  Bibliotheca,  ella  ainda  poderia 
também  fornecer  nesse  campo  curiosas  amostras. 

De  Alberto  Cim  continua  a  publicar-se  Ia  Livre  —  obra  in- 
teressantíssima, conforme  tive  já  occasi^o  de  ponderar  nalgum 
de  meus  precedentes  Relatórios. 

E  agora  nos  apparece  o  Tom.  iv  (Paris  — 1907)  que  abrange 
as  seguintes  matérias; 
I  cAchat  des  livres»; 

c Aménagement  d^une  bibliothèque  et  Rangement  des  livres» ; 
I  cCatalogues  et  classificatíon». 

D'esta  obra  o  Tom.  v  brevemente  deverá  sahir  á  luz. 

Descrevendo  e  critícando  a  intitulada  aclassificaçSlo  decimal», 
que  t&o  exaggerados  enthusiasmos  está  hoje  provocando  nalgumas 
bibliothecas,  Alberto  Cim  com  o  seu  finissima  espirito  e  a  sua 
delicada  sagacidade  protesta  contra  aquelle  exaggêro,  e  acaba 
por  se  mostrar  adverso  a  tal  systema. 

Bem  hajal  Pela  minha  parte  sobra-me  a  consolaç&o  de  o 
poder  applaudir,  ou,  antes,  de  fortificar  com  o  seu  auctorizadis- 
simo  voto  a  opini&o  em  que,  desde  muito,  assentei  ácêrca  do 
referido  systema,  que  com  a  minha  acquiescencia  nunca  será 
implantado  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

O  systema  decimal,  que  ás  operaçSes  arithmeticas  propor- 
cionou vantagens  assombrosas, — veiu  a  constituir  uma  base  n2o 
menos  assombrosa  quando  em  França  um  espirito  superior  fun- 
damentou nessa  base  um  novo  systema  de  pezos  e  medidas  (sys- 
tema admirável!),  indo  buscar  á  decima-millíonesima  parte  do 
quarto  do  meridiano  terrestre  a  unidade  inicial ;  e  a  decimalidade 
applicada  aos  múltiplos  e  sub-multiplos  do  metro  na  avaliaçSo 
das  extensões,  do  gramma  na  avaliaçUo  dos  pezos,  do  litro  na 
avaliação  das  capacidades  e  dos  volumes,  representa  uma  das 
mais  singulares  concepções  dos  tempos  modernos.  Quem  poderá 
contestáUo?  nem  os  InglezesI 

Mas  o  systema  metricodecimal,  scienUficamente  architectado 
sobre  bases  puramente  arbitrarias  e  convencionaes,  nSo  tem 
pretençSes  a  estabelecer  parallelismo  entre  o  metro,  o  gramma, 
e  o  litro. 


149  BOLETIM' DAS  BIBLIOTHEGAS 


Na  dassificaçSo  decimal,  inventada  por  Melvil  Dewey  para 
a  catalogaç&o  methodíea  dos  livros  nas  bibliothecas,  desapparece 
O'  principio ^  scientiíico,  graças  á  preoccupaçSlo  de  subordinar 
^artificialmente»  ao  N.^  10  a  distribuição  dos  grupos  e  dos  sub- 
grupos,  ficando  completamente  prejudicado  nessa  forçada  distri^ 
buiçAo.  o  parallelismo  quando  comparadas  entre  si  as  divisões 
dos  diversos  grupos,  as  do  sub-grupos,  etc.  etc.  > 

N%o  me  espanta  por  isso  que  auctoridades  das  mais  compe- 
tentes como  Leopoldo  Delisle  (de  Parísj,  Henrique  Steín  (de 
Bruxellas),  José  Fiimagalli  (de  Miifto),  o  afamado  Arnim  Graesel 
(de  Berlim),  e  muitos  outros  de  vulto  n&o  menor,  hajam  conde- 
mnado  o  systema  americano. 

f  Nos  próprios  Estados-Unidos  (pondera  o  citado  Alberto  Cim) 
a  f classificação  decima!»  está  longe  de  alcançar  o  enthusiastico 
acolhimento  que  á  primeira  vista  se  poderia  imaginar,  pois  que 
lá  mesmo'  tem  incontrado  numerosas  objecções  e  resistências». 

Relativos  ao  cirurgião  Valentim  Manuel  de  Paiva  (filho  de 
Aiitonio  de  Carvalho,  e  natural  de  Lisboa)  intraram  na  Biblio- 
tlieca,  por  compra  que  fiz  a  um  de  seus  descendentes,  os  seis 
diplomas  que  passo  a  enumerar: 

l.*'  —  Carta  patente,  assignada  por  El-Rei  D.  Miguel  em  12 
de  Agosto  de  1829,  nomeando  o  Ajudante  de  Cirurgia  Valentim 
Manuel  de  Paiva  para  o  logar  de  CirurgiSo-Mór  do  Regimento 
de  Cavallaria  N.®  4. 

2.* — Diploma  da  f  Academia  Nacional  de  Medicina  j  Cirnjfa 
de  Cádiz»  passado  a  favor  de  Valentim  Manuel  de  Paiva  em  30 
de  Janeiro  de  1841,  notificando-lhe  haver  sido,  septe  dias  antes, 
eleito  «Académico  Corresponsal». 

3.^  —  Carta  Patente  assignada  pela  Rainha  D.  Maria  ii  em 
30  de  Agosto  de  1842,  nomeando  o  Cirurgião-Mór  da  extincta 
Columna  Movei  ao  Sul  do  Tejo,  Valentim  Manuel  de  Paiva,  por 
Cirurgião-Mór  do  Regimento  de  Infantaria  N.^  6. 

4.^  —  Carta  Régia,  assignada  por  D.  Maria  ii  em  6  de  Maio 
de  1847,  nomeando  Cavalleiro  da  Ordem  Militar  de  Nossa  Se- 
nhora da  Conceição  de  Villa- Viçosa  o  Cirurgifto-Mór  de  Caval- 
laria N.^  2  Valentim  Manuel  de  Paiva,  «attendendo  ao  distincto 
comportamento,  e  relevantes  serviços  praticados  na  gloriosa  acçlo 
de  Torres  Vedras  no  dia  vinte  e  dois  de  Dezembro  de  mil  oito- 
centos quarenta  e  seis»  (textuaes  palavras  do  diploma). 

5.^  —  Carta  mandada  passar  pelo  «Director  e  Conselho  da 
Eschola  Medico-Cirurgica  de  Lisboa»  em  4  de  Agosto  de  1852. 


e  ARcmvos  nacion^es  149 


(Uo6tra-8e  por  6lla  qae  cYalentim  Manoel  de  Paiva»  (é  assim 
que  elle  assigna  o  seu  nome)  fizera  «exame  de  Cirurgiai  perante 
o  Delegado  do  Cirurgião  Mór  do  Reino  em  Lisboa  nos  dias  1,  2 
e  3,  de  Junho  de  1818,  ficando  plenamente  approvado). 

6.®  —  Carta  Régia  assignada  por  D.  Maria  li  e  passada  em 
28  de  Septembro  de  18Õ2,  confirmando  a  nomeaçSo  que  em  14 
de  Janeiro  doesse  anno  a  Camará  Municipal  do  Concelho  de 
Palmella  fizera  de  Valentim  Manuel  de  Paiva  para  o  seu  partido 
de  Cirurgia. 

» 

Mas  de  todas  a  espécie  mais  preciosa  que  por  compra  adquiri 
no  trimestre  corrente  foi  aquella  a  que  seus  editores  puzeram 
por  tjtulo : 

Handiua  World  Map  1611  by  Jodocus  Honditts  edited  by 
Edward  Lutker  Stevenson,  Ph.  D.  and  Joseph  Fischer  iS.  Ja 
Facsimile  isaued  under  the  joint  nuspices  ofThe  American  Oeogra- 
phical  Society  and  The  Hispamc  Society  óf  America.  (New  York 
^1907). 

0  valioso  Mappa,  descoberto  em  1901  pelo  Professor  José 
Fischer  (jesuita  de  Feldkirch)  no  Castello  de  Wolfegg  (Wiirt- 
temberg),  foi  pacientemente  restaurado  das  condições  ruinosas 
eta  que  se  incontrava,  — e  agora  primorosamente  reproduzido 
^lkl  19  fls.,  que  sahiram  acompanhadas  por  folheto  explicativo  e 
adornado  com  illuçtrações. 

No  Mappa  lê-se  em  duas  linhas  o  titulo  sep»uinte : 

1  novíssima  AC  EXACTÍSSIMA  TOTIUS  OBBIS  TEBt 
RARUM  DESCRIPTIO  MAGNA  ||  cura  &  industria  ex  optimis 
quibusque  tabulis  Geographicis  et  Hydrographicis  nuperrimipque 
doctorum  virorum  observationibus  duobus  planisphaerijs  delineata 
Auct.  J,  Hondio.  | 

No  folheto  qna  vera  acompanhando  as  folhas  componentes  do 
Mappa,  os  beneméritos  editores  fizeram  publicar  pormenores 
ácêrea  do  venturoso  achado  e  bem  assim  dos  pacientissimos  tra- 
balhos a  que  foi  mister  proceder  para  a  sua  difiicultosa  restauí* 
ração.  Traz  o  folheto  por  epigraphe : 

Map  of  the  World  by  Jodocus  Hondiue.  1611.  Edited  by 
Edward  Luther  Steveneon,  Ph,  D.  and  Joseph  Fiacher  <S,  «7. 
Facsimile  issued  under  the  joint  auapicee  of  The  American  QeO' 
graphical  Society  and  The  Hispanic  Society  of  America»  (New 
York  — 1907). 

Em  1  de  Agosto,  acompanhada  por  Officio  do  Director  Geral 


•  9 


Í44  BOLBtdl  Dás  SlBLlOTflBCAS 


dõ  Ultramar,  deu  ingresso  na  SecçSo  ix  da  nossa  Bibliotheca 
nraa  remessa  de  «Documentos  anteriores  a  1869,  que  foram  re^ 
eebídosdo  Governo  da  Provincia  de  S.  Thomé  e  Prineipet. 

f  Do  nosso  c Inventario  Geral»  estamparam  se  durante  o  tri- 
mestre que  hoje  finaliza : 

'Na  SecçSo  de  cScíencias  civis  e  politicas»  o  caderno  42.^  da 
serie  preta  (em  que  se  ehega  ao  N.^  6:367) ; 

Na  SecçSo  de  «Sciencias  e  Artes»  os  cadernos  4.^  e  b.""  da 
serie  preta  (em  que  se  attinge  o  N.^  903); 

Na  SecçSo  de  «Philologia  e  Bellas-Lettrasit  o  caderno  64.^  da 
serie  vermelha  (caderno  que  termina  pelo  N.®  6:498) ; 

Na  SecçSo  do  «Archivo  de  Marinha  e  Ultramar»  os  cadernos 
19.**  a  31. *>  do  Vol.  ii  (alcançando  o  N.®  10:755  da  inventariaçSo 
relativa  ás  ilhas  da  Madeira  e  Porto-Santo). 

Ao  terminar  estas  informações,  e  como  feliz  remate  do  pre- 
sente Relatório,  cabe-me  a  satisfacçSo  de  congratularme  por 
dois  acontecimentos  que  muitíssimo  aproveitam  á  Bibliotheca 
Nacional. 

Refiro-me  a  Decretos  de  4  de  Julho  e  19  do  Agosto  de  1907. 

Pelo  primeiro  (concernente  á  distribuiçSo  das  despezas  ordi- 
nárias e  extraordinárias  a  cargo  do  Ministério  dos  Negócios  do 
Reino,  no  anno  económico  de  1907-1908)  fica-nos  elevada  a 
2:500^(000  réis  a  dotaçSo  de  2:000^000  réis  que  tinha  a  Biblio- 
theca Nacional  cpara  compra  e  incadernaçSo  de  livros,  assigna- 
turas,  acquisiçSo  de  manusr^riptos,  estampas,  medalhas  e  moedas»). 

Imbora  eu  considere  ainda  muito  insuíBciente  a  verba  de 
2:500)91000  réis  para  as  avultadas  exigências  de  um  instituto 
como  este  nosso, — é  todavia  certo  que  o  augmcnto  agora  alcan- 
çado representa  já  uma  notável  melhoria. 

Pelo  outro  Decreto,  a  que  me  refiro,  e  que  sahiu  publicado 
no  Diário  do  Governo  do  24  de  Agosto,  —  Decreto  em  que  sSo 
reorganizados  os  serviços  superiores  da  in8tru<;çSo  pública,  — 
determina-se  que  o  intitulado  «Conselho  Superior  de  InstrucçSo 
Pública»  abranja  cinco  Secçdes,  a  última  das  quaes  é  a  c SecçSo 
especial  de  Bellas-Artes,  Archivos,  Bibliothecas  e  Museus». 

Pelo  art.  3.**  do  mencionado  Decreto,  estatue-se  no  §  4.°  que 
na  referida  SecçSo  entrem  (álêm  dos  outros  que  o  Decreto  espe- 
cifica) os  dois  seguintes  vogaes : 

fl  eleito  entre  os  conservadores  de  1.*  classe  da  Bibliotheca 


B  AKGH1V08  NiACipNÂfiS  14Ò 


Nacional  de  Lisboa  pelos  conservadores  de  1  .^  e  2.'  classe  d'e8te 
estabelecimento ; 

cl  eleito  entre  os  conservadores  de  1 .'  classe  do  Real  Ârchívo 
da  Torre  do  Tombo  pelos  conservadores  de  1.^  e  2.^  classe  do 
archivo». 

E  no  mesmo  §  4.*^  se  accrescenta: 

«Um  dos  dois  vogaes  eleitos  pelos  conservadores  da  Btblio- 
theca  e  do  Archivo  será  escolhidlo  entre  os  conservadores  que 
exercem  ensino  no  curso  de  bibliothecario-archívi^ta». 

As  determinações  que  deixo  mencionadas,  —  e  menciono-as 
aqui  com  ardente  alvoroço  e  patriótico  agradecimehto, — indu- 
asem-me  á  convicçEo  de  que  ao  Governo  de  Sua  Majestade  còú-. 
tinúa  inspirando  todo  o  interesse  o  prestantissimo  instituto,  a^ 
cujos  serviços  tenho  a  honra  de  presidir  como  Director. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex/  —  Biblíotheca  Nacional  de  Lisboa,, 
em  30  de  Septembro  de  1907.-111.°»^  e  Ex."*»  Senhor  Conselheiro 
BibKothecario-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da  Cunha^ 


l46  BOLETIM  DÂ8  BIBLIOTHBCÁS 


Relatório  dos  ser?lços  do  Real  ircIílYO  da  Torre  do  Tombo 

DO  terceiro  trimestre  de  1907 


111."®  e  Ex.*"®  Senhor :  —  Os  motivos  a  que  alludi  no  prin- 
cipio do  passado  relatório  são  os  mesmos  que  me  forçam  ainda 
agora  a  relatar  a  V.  Ex.*  os  serviços  doeste  Archivo  no  3.* 
trimestre  do  anno  corrente. 

Infelizmente  o  Ex.™°  Snr.  Roberto  Augusto  da  Coeta  Campos 
permanece  enfermo. 

Continuon-se  com  o  inventario  dos  Livros  de  Portarias, 
ficando  completo  o  primeiro  livro  do  qual  se.  tiraram  2.582  ver- 
betes. Do  2.®  livro  tiraram-se  mais  154,  o  que  j  une  to  aos  ver- 
betes tirados  no  trimestre  anterior  perfaz  um  total  de  1.044; 
do  3.»  livro  ha  1.092,  do  4.«  582  e  do  5.®  246.  Na  eloquente 
simplicidade  dos  números  representa  este  trabalho  no  trimestre 
findo  2.978  verbetes,  ou  seja  para  mais  de  quinze  folhas  de 
impressão. 

Se  a  estas  quinze  junctarmos  as  dezoito  do  2.®  trimestre 
teremos  original  para  trinta  e  três  folhas  de  impressão  que 
esperam  o  momento  de  ir  para  a  typographia.* 

Seja-me  por  isso  permittido  chamar  a  attençSo  de  V.  Ex.* 
para  este  ponto  de  interesse  capital  para  o  Archivo  que  estou 
dirigindo.  Tal  demora  causanos  serio  e  grave  transtorno  e  enorme 
serviço  seria  para  nós  o  faze  la  cessar. 

Continuou  se  também  com  o  inventario  das  Cartas  Missivas 
e  d'ellas  se  extrahiram  133  verbetes  com  a  possivel  minuciosi- 
dade  e  com  todo  o  rigor  scientifico. 

Fiz  proceder  ás  encadernações  de  varias  obras  cujas  capas 
pelo  uso  se  tinham  já  deteriorado,  assim  como  d^algmnas  publi- 
cações periódicas  separadas  em  fascículos. 

Com  todo  a  regularidade  se  effectuou  a  leitura  publica  e  se 
respondeu  a  vários  pedidos  de  estudiosos  de  assumptos  históricos, 
e  entre  elles  ao  senhor  J.  Block,  sócio  das  Sociedades  históricas 
do  Baixo  Rheno,  que  desejou  esclarecimentos  sobre  a  tomada  de 


B  ÁBCHiVM  KAGIONAES  147 


Lisboa  e  sobre  o  príncipe  de  Waldeck,  que  serviu  no  nosso 
exercito. 

Enumerando  ainda  sessenta  e  quatro  registos  de  cartas  tenho 
Analisado  o  relatório  dos  serviços  realisados  neste  Real  Árchivo 
no  3.^  trimestre  de  1907. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.*— Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo, 
em  30  de  Setembro  de  1907.— III."'»  e  Ex."»"  Senhor  Bibliothe- 
cario-mór  do  Reino.  —  O  Director  interino,  António  Eduardo 
SimSes  Baião. 


148  BOLBTIM  DAS  BIBLIOTHBCAS 


Pedro  Nolasco  de  Seixas 


O  N,**  4:892  do  Jornal  do  Commercio  (Lisboa,  17  de  Feve- 
reiro de  1870)  publica  na  secção  do  seu  noticiário  a  seguinte 
lacónica  informação : 

cFalleceu  o  Sr.  Pedro  Nolasco  de  Seixas,  antigo  empregado 
da  BibliothecH  Nacional  de  Lisboa. 

cO  er.  Seixas  estava  ha  annos  aposentado,  e  a  sua  saúde  era 
mui  debíl. 

«Era  o  sr.  Seixas  homem  de  muito  espirito  e  chistoso  poeta. 

cEra  sogro  do  sr.  visconde  de  Liceia». 

E  nada  mais! 

Nada  mais  ácêrca  do  modesto  mas  prestantissimo  funcciona- 
rio!  laconismo  que  tanto  mais  extranheza  me  causa  perante  a 
circumstancia  notória  de  estar  naquelle  tempo,  a  secção  noticiosa 
do  referido  periódico,  sob  a  direcção  do  Dr.  José  Kibeiro  Qui- 
marães,  o  esclarecido  auctor  do  Summario  de  vaiHa  historia 
(Lisboa  — 1872-75  —  5  vol.  in-8.*)  e  por  todos  os  motivos  oon- 
ceituadissimo  Official  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  compa- 
nheiro portanto  do  fallecido. 

Preenchamos  nós  a  lacuna,  graças  aos  elementos  que  se  in- 
centram  nos  antigos  registos  da  Bibliotheca,  e  graças  outrosim 
ás  informações  obsequiosamente  fornecidas  pelo  Sr.  Capitão-de- 
Fragata  José  Augusto  Celestino  Soares,  neto  materno  de  Pedro 
Nolasco  de  Seixas. 

Assim  me  cabe  a  honra  de  traçar  uns  paragraphos,  que 
offereço  como  subsidies  a  quem  no  futuro  se  proponha  escrever 
desinvolvidamente  a  historia  da  nossa  principal  Bibliotheca. 

Em  31  de  Janeiro  commemora-se  na  Egreja  Catholica  o 
venerado  nome  de  S.  Pedro  Nolasco,  fundador  da  Ordem  de 
Nossa  Senhora  das  Mercês  e  Redempção  dos  Cnptivos.  Ora,  tendo 
aos  31  de  Janeiro  de  1 794  nascido  em  Lisboa  aquelle  de  quem 
vou  tratar,  Pedro  Nolasco  lhe  puzeram  por  nome  em  obediência 
a  um  sentimento  religioso  que  muito  se  harmonizava  com  a  sin- 


JTíyw"^»^ 


mm 


B  ARCHIV08  NACIONÂBd  i49 


oera  devoção  dos  nossos  avós,  —  e  Pedik)  Nolaisco  de  Sèixab  se 
ficou  chamando,  consoante  o  appellido  paterno. 

Bons  créditos  de  officiál  desfractava  em  nossa  marinha-de-r 
guerra  Jofto  Urbano  de  Seixas,  b  pae  de  Pedro  Noiasco,— ^offi-r 
ciai  muito  estimado  que  numa  de  suas  viagens  se  apaixonara  em 
Cadiz  pela  filha  do  Governador  da  Praça. 

Oarcia  se  appeliidava  essa  gentil  gaditana,  a  quem  na  pia 
baptismal  tinham  posto  nome  de  Frar.cisca. 

A  donairosa  «Chiquita»,  que  rendera  de  amores  o  coração  do 
marinheiro  portuguez,  era  certamente  uma  capti vante  precursora 
d^aquellas  incantadoras  andaluzas  que,  annos  depois,  protestavam 
corajosamente  nos  salões  da  Hna  sociedade  contra  as  prepotências 
da  invasão  napoleonica,  intoando  patrióticas  canções  com  essa 
desdenhosa  altivez  por  que  tanto  se  caracteriza  o  povo  hespanhol 
(desdenhosa  altivez,  e  simultaneamente  muchísimo  salero) : 

• 

Con  las  bombas  qxie  dispara 

d  mariscai  Soult 
se  kacen  las  Gaditanas 

mantillas  de  ttiL 

Inlevado  nos  attractivos  da  filha  de  Governador,  e  depois  de 
com  ella  matrimoniar-se,  João  Urbano  de  Seixas  tinha  vindo 
fixar  em  Lisboa  o  seu  domicilio  conjugal,  —  tépido  ninho  em  que 
pipilavam  três  passaritos  (Pedro  Nolásoo,  Urbano,  e  Joaquim), 
três  creanças  que  em  tenros  annos  ficaram  orphans  do  am[)aro 
paterno  e  do  materno. 

Valeu- lhes  nessa  angustiosa  crise  um  tio  paterno,  Joaquim 
José  da  Silva,  officiál  de  marinha  muito  hábil  e  muito  conceituado 
que  na  sua  carreira  pública  chegou  a  ter  o  posto  de  Capitão  de 
Mar  e  Guerra. 

E  foi  sob  a  protecção  doesse  valente  officiál  que  Pedro  Nolasco 
introu  no  Seminário  de  Santarém  a  cursar  o  conjuncto  de  estudos 
que  naquelle  tempo  andava  conhecido  pela  synthetica  designação 
de  cHumanidades». 

Terminado  o  curso,  começou  logo  o  joven  estudantinho  a 
imbarcar  na  companhia  do  tio,  como  practicante  de  trabalhos 
náuticos,  —  trabalhos  em  que  foi  revelando  as  mais  louváveis 
aptidões,  —  até  ao  ponto  de  intrar  no  quadro  eflFeetivo  dos  Offi- 
ciaes-pilotos  da  nossa  marinha  de  guerra. 

As  suas  viagens  eSectnaram-se  especialmente  nas  carreiras 


150  BOLRTm  DAS  BIBL101*HE0ÁS 


da  índia  e  do  Brazil.  Com  a  instruoçSo  preliminar  qae  Pedro 
Nolasco  recebera  no  Seminário,  é  fácil  imaginar  como  aprovei^ 
taria,  na  circumstanciada  observaçfto  d'aquelias  remotas  paragens, 
o  cultivado  espirito  do  moço  official. 

Em  1822  a  1823  desimpenhava  elle  as  funcç3es  de  Primeiro'^ 
Piloto  na  viagem  que  a  charrua  cS.  João  Magnânimo»  effectuava 
de  Lisboa  á  índia,  passando  pelo  Brazil. 

Joaquim  Pedro  Celestino  Soares,  que  foi  um  dos  nossos  mari- 
nheiros mais  notáveis,  e  que  á  sua  gloriosa  profiss&o  juntava  as 
condiçSes  de  erudito  e  picturesco  escriptor,  —  Joaquim  Pedro 
Celestino  Soares,  que  tomou  por  esposa  D.  Mariana  Ignacia  da 
Silva  (filha  do  supra-citado  Joaquim  José  da  Silva),  —  publicou 
em  Lisboa,  de  1861  a  1869,  quatro  tomos  de  uma  interessantís- 
sima obra,  a  que  poz  por  titulo  Quadros  Navaes  ou  Collecção  de 
Folhetins  Mai^itimos  do  ^Patriotaib  seguidos  de  huma  epopeia 
naval  portugueza. 

Ora  no  Cap.  xxxn  do  Tom.  ii  (capitulo  que  se  intitula 
cAbarbado  com  a  terra  —  Travessia»)  Celestino  Soares  faz  dra- 
mática descripçSo  de  um  arriscado  passo  em  que  esteve  a  charrua 
cS.  JoSLo  Magnânimo»  na  referida  viagem. 

Celestino  Soares,  que  era  ao  tempo  Tenente  de  Marinha, 
fazia  nessa  viagem  parte  da  guarnição.  Â  charrua  levava  por 
commandante  o  Capitão  de  Mar  e  Guerra  Joaquim  José  da  Silva, 
a  quem  o  auctor  dos  Quadros  Navaes  tece  grandes  elogios,  men- 
cionando também  com  louvor  o  Primeiro-Piloto  Pedro  Nolasco 
de  Seixas. 


De  repente effectuou-se  na  existência  de  Pedro  Nolasco 

uma  transformação  radical. 

Trocou  as  aventuras  do  Oceano  (aventuras  frequentemente 
perigosas,  como  aquella  em  que  Celestino  Soares  nos  pintou  com 
vivissimas  cores  a  viagem  da  charrua  «S.  João  Magnânimo»), 
trocou  essas  melodramáticas  peripécias  pelo  socêgo  da  vida  lis- 
boeta. Resignou  a  sua  posição  de  Official-Piloto. 

Habituado  ás  fainas  maritimas,  em  que  demonstrara  não 
vulgar  pericia,  —  mal  se  percebe,  á  primeira  vista,  que  Pedro 
Nolasco  subitamente  abandonasse  a  vida  aventurosa  das  navega- 
ções, para  se  concentrar  sedentariamente  no  remanso  do  func- 
cionalismo  bibliothecario. 


B  ARCH1V08  NAGI0KAB8  151 


Tal  mudança,  porôm,  tal  repentina  transformaç&o  nos  seus 
hábitos,  poderemos  facilmente  explicál-a  pelas  exigências  do  lar 
domestico. 

Eu  por  mim....  com  toda  a  franqueza  o  digo....  nunca 
percebi  as  delícias  de  passar  dias  e  dias  ou  mesmo  de  ás  rezes 
passar  semanas  (longas  semanas!)  sem  ver  mais  do  que  céo  e 
mar,  céo  frequentissimamente  inturvado  pelos  tenebrosos  negru- 
mes das  nuvens  tempestuosas,  mar  traiçoeiro  e  (quando  menos 
se  espera)  pavorosamente  revolto,  e  sempre  ameaçador,  —  sepa- 
rados da  morte  os  navegantes  por  uma  frágil  tabuinha  !  Uma 
existência  de  incertezas  crudelissimas ! 

E  entretant  j ....  ha  muito  quem  —  sem  mesmo  pertencer  á 
proíiss&o  marítima  —  se  apaixone  por  viagens  sobre  as  salsas 
ondas  de  Neptuno. 

Sirva  de  exemplo  aquelle  excêntrico  Lord  Byron,  a  quem  o 
nosso  Garrett,  escrevendo  as  Viagens  na  minha  terra,  espirituOf- 
samente  chamou  —  fO  poeta  mais  imbarcadiço,  mais  marujo  que 
ainda  houve,  e  que  até  cantou  o  injôo,  a  mais  prosaica  e  nau* 
seante  das  misérias  dfi  vida». 

Prosaica  e  nauseante !  — E  me  parece  que  tal  misería  bastaria 
para  legitimamente  proscrever  a  práctica  das  navegaçSes. 

Creio  mesmo  que  a  humanidade  n?lo  foi  pelo  Creador  talhada 
para  viver  nos  dominios  de  Nereu,  porque,  se  o  fosse,  teria 
guelras.  e  barbatanas:  antes  cada  vez  me  convenço  mais  de  que 
o  mar  pertence  aos  peixes,  como  pertencem  ás  toupeiras  as  tocas 
subterrâneas.  Ora  o  homem  n2o  é  toupeira  nem  peixe:  por  isso 
tantas  vezes  se  afoga  em  naufrágios,  e  tantas  morre  sepultado 
nas  minas  pelas  explosSes  do  grístí! 

Faça  imbora  de  mim,  quem  me  ler,  o  mais  triste  conceito 
que  lhe  pareça,  mas  hei-de  morrer  abraçado  a  esta  idéa:  o  homem 
foi  creado  para  viver  na  terra  e  não  no  mar,  —  na  terra  por 
onde  anda  a  raposa,  que  (segundo  aíBrmam  fabulistas)  é  o  mais 
sagaz  dos  animaes. 

E  Pélissier  nas  suas  Poésies  d*un  sourd-muet  faz  bem  sentir 
as  amarguras  da  navegação,  quando  nostalgicamente  nos  diz: 


La  mer  boxís  nous,  la  mer  houleme, 
Et  80U8  nou8  les  Jlots  écumeux! 
La  terre  au  loin. . . .  tranquille,  heureuse! 
Sur  noiM  des  nuages  affreux! 


Í52  BOLETm  DAS  BIBLIOTHECAS 


Pedro  NoIaBCo  resolvera  constituir  família ,  matrimoniando-se 
com  D.  Maria  Cândida  Lopes,  filha  de  Valentim  José  Lopes  (um 
dos  mais  babeis  constructores  que  de  prédios  havia  naquelle 
tempo  em  Lisboa). 

Doesse  consorcio  brotaram  quatro  fructos,  dois  dos  quaes  (um 
do  sexo  masculino^  e  o  outro  do  feminino)  pereceram  na  edade 
infantil. 

Fructos  que  vingassem,  foram: 

D.  Maria  Salomé  Cândida  de  Seixas  (que  ainda  felizmente 
existe) ; 

e  sua  irman  D.  Maria  da  Glória  Cândida  de  Seixas  (que 
falleceu,  solteira,  aos  10  de  Fevereiro  de  1902). 

Perante  as  núpcias  da  £x.°*^  Senhora  D.  Maria  Salomé  com 
o  General  José  Pedro  Celestino  Soares,  que  em  1861  veiu  a 
receber  o  titulo  de  Visconde  de  Leceia,  —  Pedro  Nolaseo  de 
Seixas,  que  já  era  por  affinidade  apparentado  com  a  familia  do 
genro  (pois  que,  segundo  ficou  dito  num  doa  anteriores  paragra- 
phos,  Joaquim  Pedro  Celestino  Soares  tinha  casado  com  uma 
filha  de  Joaquim  José  da  Silva),  Pedro  Nolaseo  de  Seixas  viu 
duplicarem -se-lhe  em  1849  os  laços  doesse  parentesco. 

  Ex.*"^  Viscondessa  de  Leceia  deu  a  seu  esposo  quatro  filhos: 

Pedro  Eugénio  Celestino  Soares,  o  primogénito,  que  nasceu 
em  13  de  Novembro  de  1849,  e  que  era  Official  do  Secretariado 
Militar,  com  a  graduação  de  Capitão,  quando  no  estado  de  sol- 
teiro falleceu  em  26  de  Novembro  de  1888 ; 

José  Augusto  Celestino  Soares,  que  nasceu  em  6  de  Dezembro 
de  1853,  e  que  abraçou  a  carreira  marítima,  onde  hoje  tem  o 
posto  de  Capit£o-de-Fragata ; 

Júlio  César  Celestino  Soares,  que  nasceu  em  18õ9,  e  se  finou 
quando  apenas  contava  dois  annos  de  edade ; 

D.  Júlia  Cândida  Celestino  Soares,  que  nasceu  em  22  de 
Fevereiro  de  1862,  e  morreu  solteira  em  12  de  Março  de  1882. 

O  Sr.  José  Augusto  Celestino  Soares  segue  honrosamente  as 
brilhantes  tradições  da  familia, — familia  que  tem  constituído  uma 
espécie  de  dynastia  intellectual,  em  que  os  ofiiciaes  da  armada 
e  os  officiaes  do  exercito  se  revelam  cultores  das  sciencias  e 
cultores,  das  bellas-lettras,  reunindo  sempre  a  esses  dotes  as 
qualidades  formosíssimas  de  uma  inexcedivel  probidade. 


U  AftCUlVÒS  KACIOI^AES  153 


O  CapitUo-de-Fragata  José  Augusto  Celestino  Soares,  e  a 
numerosa  descendência  que  lhe  tem  dado  sua  esposa  (a  Ex.""^ 
Senhora  D.  Maria  das  Dores  Simas  Celestino  Soares)  constituem 
hoje  com  a  Ex.*"*  Senhora  Viscondessa  de  Leceia  os  únicos 
representantes  de  Pedro  Xolasco  de  Seixas,  avô  materno  do  meu 
obsequioso  informador. 


Tradições  marítimas  de  faniilia  que  Pedro  Nolasco  de  Seixas 
tinha  briosamente  continuado,  cumpria  que  cedessem  o  passo  ás 
imposições  da  vida  conjugal,  —  imposições  que  tanto  mais  eram 
fáceis  de  acceitar,  por  isso  mesmo  que,  versado  nas  lettras  por- 
tugnezas  e  nas  latinas,  versado  nas  lettras  castelhanas  e  nas 
itah'cas,  o  seu  espirito  devia  sentir-se  com  propensfto  natural  para 
o  trato  dos  livros,  condição  primaria  de  quem  numa  bibliotheca 
se  proponha  desimpenhar  officios. 

Emquanto  lhe  não  surgiu  ensejo  de  realizar  esse  desideratam, 
—  quer  dizer,  no  tempo  que  mediou  entre  a  finalização  de  suas 
labutas  náuticas  e  o  ingresso  na  Bibliotheca  Nacional,  —  Pedro 
Nolasco  dedicou-se  a  trabalhos  de  escriptu ração,  como  guarda- 
livros,  e  no  escriptorio  de  seu  sogro  exerceu  essas  funcçòes  com 
particular  desvelo  até  que  finalmente  logrou  trocar  tal  occupação 
por  lavores  de  bibliotheconomia. 

Foi  por  Carta  Régia  de  29  de  Abril,  em  1839,  e  sobre  pro- 
posta do  Conselho  Administrativo  da  Bibliotheca  (então  presidido 
pelo  Bibliothecario-Mór  Vasco  Pinto  de  Balsemão),  que  Pedro 
Nolasco  de  Seixas  introu  nomeado  Official- Ajudante,  —  depois  de 
ter  prestado  provas  prácticas  e  documentaes  (conforme  determi* 
nava  o  Decreto  de  7  de  Dezembro  de  1836),  em  concorrência 
com  João  Baptista  Antunes  (Bacharel  formado  em  Medicina  e 
Philosophia),  José  Maria  Ferreira  de  Moraes  Sarmento  Pimentel, 
João  Nicolau  de  Carvalho  Grenier,  Cjpriano  José  Rodrigues  das 
Chagas,  e  Luiz  Ludovice  Cândido  de  Sá  Pereira  (como  consta 
da  Acta  da  Sessão  eíFectuada  pelo  Conselho  Administrativo  em 
14  de  Março  de  1839). 

E  logo  no  l.^'  de  Maio  principiaram  seus  trabalhos  na  Secção 
das  Sciencias  Ecclesiasticas* 

D'ahi  a  três  annos,  por  Decreto  de  5  de  Agosto  de  1842, 
foi  promovido  a  Official  do  Cartório,  —  situação  em  que  se  con* 
servou  até  ser  aposentado  em  1 863  por  Decreto  de  31  de  Dezembrot 


154  BOLETIM  DAS  BIBLlOTflECÁS 


PrecÍBamente  d'abí  a  um  mez  completava  septentâ  áúnoB  de 
edade  o  aposentado  funccionario. 

!     Era  já  tempo  de  repousar  quem  tio  grande  parte  da  sua 
existência  tinha  dispendido  em  servir  honrosamente  a  pátria. 


Quando  o  cartorário  Seixas  se  aposentou  na  Bíbliotheca 
Nacional,  figurava  por  Bibliothecario-Mór  o  Conselheiro  José  da 
Silva  Mendes  Leal,  que  temporariamente  se  achava  impedido  no 
exercício  de  taes  funcçSes  em  consequência  de  sobraçar  noQ 
Conselhos  da  Coroa  a  pasta  dos  Negócios  da  Marinha  e  Ul- 
tramar. 

Com  esse  litterato,  com  António  José  Viale,  e  com  António 
da  Silva  Tullio,  gostava  muito  o  nosso  Pedro  Nolasco  de  trocar 
impressões  sobre  assumptos  litterarios,  —  mas  nãlo  somente  por 
aquelles  três  era  elle  estimadíssimo  na  Bibliotheca,  onde  todos 
08  funccionarios  lhe  consagravam  respeitosamente  cordial  aíFecto. 
(  Quem  de  todos  porém  mais  familiarmente  com  elle  convivia, 
quem  mais  o  visitava  em  casn  desde  que  Seixas  tinha  recebido 
aposentaçílo,  era  o  seu  particular  amigo  António  José  Colffs 
Guimar&eSy  —  collega  dos  tempos  antigos  que  singularmente  se 
lhe  mostrara  sempre  dedicadíssimo. 

Pedro  Nolasco,  apezar  das  viagens  marítimas  que  tanto  con- 
correm para  convenientemente  inrobustecer  organismos,  tivera  a 
cada  passo  que  transigir  com  as  imposições  de  uma  débil  consti- 
tuição,—  e  por  isso,  aggravado  agora  com  os  achaques  da  edade, 
elle  raras  vezes  sahia  de  casa  desde  que  se  aposentara;  nem 
sequer  passeios  hygienicos  ou  de  simples  distracção  lhe  consentia 
já  o  seu  estado  valetudinário. 

Morava  em  prédio  seu,  que  intrára  no  casal  por  parte  de  sua 
mulher,  —  prédio  que  ainda  hoje  pertence  á  estremecida  íilha, 
e  que  na  Rua  de  S.  João  da  Matta  recebe  o  ingresso  pela  porta 
N.®  19.  Tinha  alli,  quando  casou,  estabelecido  sua  residência  no 
terceiro  andar;  depois,  por  occasião  de  consorciar-se  a  filha  pri- 
mogénita, passou  a  família  toda  a  residir  no  andar  nobre ;  e  lá 
ficou  Pedro  Nolasco  d^ahi  por  deante  habitando;  lá  ficou  sempre 
acarinhado  pela  esposa,  acarinhado  pelas  filhas  e  pelu  genro, 
acarinhado  pelos  netos  e  pela  neta  que  successivamente  lhe  foram 
desabrochando. 


K  AHCBIVOS  NAdOKABS  155 


.    Ne88d  viver  domestico  cifrava  soa  existência  o  aposentado 
fanccionario. 

Aos  Domingos  e  dias  santificados  é  que  alguma  vez  sabia  de 
manhan,  —  e  só  por  ouvir  Missa  na  próxima  Egreja  Parochial 
de  Santos-o-Velho.  Cumprido  esse  preceito,  regressava  em  direi- 
tura á  sua  residência,  onde  na  convivência  dos  livros  dispendia 
gostosamente  o  melhor  do  seu  tempo. 

Modelo  de  fina  educação  e  fina  cortezia,  elle  tinha  o  condSo 
de  entreter — nas  suas  falas  mansas  e  pausadas  muito  graves  e 
muito  discretas,  mas  apar  disso  frequentemente  joviaes  e  chis- 
tosas,— elle  tinha  o  condão  de  entreter  quantos  se  lhe  acercavam  a 
escutál-o.  Sentiam  todos  agrado  na  presença  d^aquelle  bom  velho» 

No  meio  de  suas  falas  doces  e  pacificas,  —  só  uma  coisa 
havia  que  o  fizesse  arripiar  e  momentaneamente  o  exaltasse.  Era 
quando  sentia  escorregar  nalguma  syllabada  um  velho  pedagogo 
que  o  Visconde  de  Leeeia  recebia  em  sua  casa  para  ministrar  aos 
filhos  noções  de  francez. 

As  licçoes  davam  se  no  gabinete  contiguo  áquelle  em  que  o 
avô  dos  pequenitos  fazia  habitualmente  suas  leituras.  Quando 
elle  de  lá  percebia  que  o  mestre  ia  fora  do  trilho,  Pedro  Noiasco 
soltava  instinctivamente,  involuntariamente,  um  longo  suspiro  de 
desconsolo. 

E  n2o  passava  d'isso. 

Mas  era  o  snfficiente  para  o  improvisado  preceptor  de  francea 
exclamar  logo,  pondo  as  mãos  na  cabeça,  e  muito  compungido  2 

— Ai !  o  avô  I . . .  ai !  o  avô ! 

Afora  o  seu  amigo  CoIfFs  Guimarães, — quem  todos  os  mezes 
costumava  ir  dar-lhe  invariavelmente  em  dia  certo  noticias  da 
Bibliotheca,  era  o  servente  incarregado  de  levar- lhe  a  casa  os 
ordenados. 

£  aconteceu  que  uma  vez,  precisamente  no  dia  do  pagamento, 
amanheceu  Lisboa  fustigada  por  um  temporal  violentíssimo: 
ventania  medonha  e  chuva  torrencial !  tempestade  horrorosa  t 

Mas  o  servente  da  Bibliotheca  não  faltou  no  desimpenho  da 
sua  obrigação. 

Pedro  Nolasco,  ao  vêl-o  intrar  incharcadissimo,  não  poude 
conter-se  que  lhe  não  dissesse : 

— Mas  para  que  veiu  cá  num  dia  doestes?!  não  podia  guardar 
iaao  para  ámanhan?  Ora  valha-nos  Deusl  Coitado!  coitadol..^ 
leiíha  paciência  com  este  incómmodo  I 


f56  BOLETIM  DÁS  BIBLIOT&ECáS 


Ey  metteiido-lli6  na  m&o  a  espórtula  oom  que  sempre  oostu- 
mava  generosamente  gratiíicál-o,  repetiu  outra  vez : 

—  Coitado!  tenha  paciência....  tenha  paciência  com  este 
incómmodo  I 

— Paciência....  nenhuma,  senhor  Seixas!  (exclamou  o  ser- 
vente, imbolsando  a  gorgeta).  Paciência. .  • .  nenhuma! 

O  que  o  pobre  homem  queria  dizer  na  sua,  era 

— Incómmodo. . . .  nenhum,  senhor  Seixas!  Incómmodo.  •  •• 
nenhum  1 

Mas  intaramelára  se-lhe  a  lingua,  e  n?lo  acertara  com  a  phrase. 

Nolasco  de  Seixas^  achando  pilhéria  naqueila  inesperada 
òéime  do  servente,  não  se  cansava  depois  de  a  contar,  —  como 
também  contava  em  phrase  picturesca,  na  sua  jovial  palestra 
com  os  netos,  as  diabruras  inoffensivas  (ingraçadissimas  algumas) 
que  elle  e  os  irmãos  tinham  practicado  quando  alumnos  do  Se- 
minário. 

N&o  vá  porém  cuidar-se  que  só  de  brincadeiras  palestrava 
com  os  netos.  Na  sua  conversação  muitíssimo  instructiva,  iam, 
de  involta  com  as  jovialidades,  mb  sábios  conselhos  de  um  Mentor. 
Averiguava-lhes  do  seu  incarreiramento  nos  estudos;  desbrava- 
va-lhes  difficuldades;  indicava-lhes  leitura  de  bons  Uvros;  e 
Buggestivamente  lhes  infiltrava  a  paix&o  pelo  cultivo  das  belias- 
lettras. 

De  tal  suggestão,  provocada  em  annos  verdes,  se  deriva  talvez 
originariamente  o  iniêvo  que  por  cousas  litterarias  sentiu  sempre 
o  actual  sobrevivente  de  seus  netos,  o  meu  bom  amigo  José 
Augusto  Celestino  Soares,  cujas  producçdes  poéticas  sobredoiram 
notavelmente  as  suas  reconhecidas  aptidões  de  marinheiro  e  de 
professor. 


Extremamente  modesto,  modestissimo,  —  e  nisso  também  seu 
neto  lhe  acceitou  a  herança,  —  Pedro  Nolasco  de  Seixas  a  pou- 
quíssimos dos  seus  amigos,  e  unicamente  aos  mais  íntimos,  dava 
conhecimento  dos  lavores  litteraríos  em  que,  nas  horas  de  lazer, 
se  entretinha. 

Inéditos  se  conservam  todos  em  poder  da  família,  —  e  ao 
favor  do  supra-cítado  amigo  meu  devo  a  fortuna  de  poder  aqui 
triínscrever  algumas  das  producçòes  poéticas  em  que  se  desin- 
tranhava  a  Musa  de  seu  avô,  —  começando  pelas  quadras  que 


B  iàUCHlVOS  KAClOHAeS  1&7 


elle  intitulou  Marília,  e  que  foram  dedicadas  á  eiposa  (D.  Mana 
Cândida  Lopes): 

Sobre  um  álamo  frondoso 
Teu  doce  nome  gravei, 
E,  depois  d*elle  gravado, 
.  Por  três  vezes  o  beijei. 

E — Cresce — lhe  disse  entSo —r 

Quanto  este  álamo  crescer  f 

E  mve  quanto  em  meu  peito  - ' 

Decerto  tens  de  viver. 

O  Qenio  d'este  logar, 
Doeste  nome  tem  cuidado : 
NSo  consintas  elle  seja 
D^outros  beiços  profanado. 

NSo  consintas,  —  eu  t*o  peço, 
Nilo  augmentes  meu  pezar,  — 
Que  possa  do  tempo  a  mão 
TSo  bello  nome  gastar. 

Mas,  se  ao  nome  de  Marília 
O  tempo  não  tem  respeito. 
N&o  importa!  qne  elle  vive 
Eteinamente  em  meu  peito. 


•  •  • 


Esta  composição  poética,  no  género  arcadico,  deve  ter  sem 
<Iávida  coincidido  com  os  seus  tempos  de  moço,  com  os  seus 
tempos  de  namorado  e  noivo. 

A  dama  quo  taes  versos  inspirou,  veiu  ainda  a  sobreviver 
cinco  annos  ao  poeta,  pois  que  fallecea  em  30  de  Maio  de  187Õ. 

Em  18tí2,  aos  24  de  Outubro,  por  occasifto  de  festejar  o 
anniversario  natalício  da  esposa,  ainda  Pedro  Noiasco  de  Seixas 
lhe  indereçava  a  seguinte  Decima: 

As  Graças  nSo  te'm  edade : 
E  quem  co'  ellas  se  parece 
De  eidade  também  carece, 
Que  é  um  dom  da  divindade. 


158  ÈOtíSrttíl  DAS  BlBLIOtâECÁS 


D*68ta  insigne  qualidade 
Gosa  a  Virtude  também. 
Ora  quem  tudo  isto  tem 
Como  tu,  minha  Maria, 
Deve  acceitar  neste  dia 
O  meu  justo  parabém. 

Mas  nKo  somente  em  lyrismos  desabotoava  a  inspiraçSo  de 
Pedro  Nolasco. 

Por  vezes  a  jovialidade  expandia-se-lhe  em  manifestaçSes 
epigrammaticas  ou  mesmo  satirioas. 

Aqui  v&o,  como  exemplo,  três  quadras  que  trazem  no  ma- 
nnscripto  a  seguinte  epigraphe : — Para  o  €  Álbum»  de  uma  senhora 
que  gostava  de  sentir  pés  pezados. 

Quando  sinto  uns  pés  tSo  graves 
Retumbar  no  duro  chfto. 
De  gosto  sinto  no  peito 
Palpitar-me  o  coraçfto. 

Vejam,  pois,  que  immensos  gostos 
Este  meu  peito  nSo  tem, 
Quando  sinto  a  cada  instante 
Os  graves  pés  do  meu  bem  I 

Passos  que  elle  tSo  bem  grava 
No  frio,  insensivei  ch&o, 
Como  nKo  ficam  gravados 
Neste  ardente  coraçSo  1 

Da  sua  veia  epígrammatica  apresentarei  segunda  amostra  na 
composíçfto  a  que  poz  o  titulo  de  —  Honra  e  honradez: 

Tomando  «honra»  como  cousa. . . . 
É  cousa  que  n&o  havia ; 
Até  mesmo,  como  nome, 
Não  se  usa  hoje-em-dia. 

Mas,  para  nfto  esquecer 
A  coitada  d'uma  vez, 
Chrismaram-n-a  em  San'-Bento, 
E  chamaram-ihe  cfaonradez». 


i 


»  ÀRCmiVOd*  HldOtTASflí   "  16d 


Já- 'gora  transcreverei  também,  noutras  daais  quadras  áépti- 
Syllabae,  outro  epigramma.  Nfto  ineerra,  como  o  precedeatev 
aliusio  politica,. —  mas  unicamente  visa  a  criticar  o  moderno 
exaggêro  dos  tratamentos  na  sociedade  portugueza*  £  attendftmoB 
a  que  o  poeta  escrevia  no  terceiro  quartel  do  século  xix :  que 
diria  Pedro  Nolosco  a  tai  respeito  se  hoje  vivera?! 

—  Dar  a  todos  «Excellencia» 
Parece  grave  defeito  I 
(Assim  dizia  um  sujeito 
Numa  grande  concorrência). 

—  Amigo,  repare  bem 
^Responde  sizudo  velho) 
Ser  preceito  do  Evangelho 
O  darmos  a  quem  nSLo  tem. 

Ás  vezes  mesmo  a  sua  verve  adquiria  proporções  de  satírica; 
e  d' essa  phase  apresentarei  por  espécimen  um  Soneto  escripto 
na  juventude,  ao  tempo  em  que  Pedro  Noiasco  se  intregava  ás 
fainas  de  marinheiro, — Soneto  que  faz  lembrar  as  invectivas  em 
que  se  desatavam  Camões  e  Bocage  quando  na  índia. 

O  Soneto,  composto  em  Qoa  no  anno  1823,  diz  por  esta  forma: 

Irra. ...  co'  os  cnobres»  que  povoam  Goal 
Que  corja!  que  brejeiros!  que  matilha! 
Que  bando  infame !  que  infernal  quadrilha 
Te*m  vazado  as  cadeias  de  Lisboa ! 

De  insulso  «Dom»,  que  de  fartum  injôa, 
É  que  canalha  tal  se  maravilha ! 
(E  a  sua  extracçfto  nSk)  os  humilhai 
Irra. ...  co'  os  «nobres»  que  povoam  Goa !) 

Como  no  Reino  a  crápula  a  definha, 
E  nfto  lhe  dá  futuro  lisonjeiro. 
Emigra  para  aqui,  e  aqui  se  aninha : 

Nem  outro  escolher  pode  paradeiro 
Que  o  único  é  de  raça  tíio  mesquinha 
—  Ou  índia,  ou  galéS|  ou  Limoeiro  I 


. . 


VêO  ÈOLertH  t>A8:  fití}tlOtfi£CAS 


-!:  Quando  .Pedro' Nolasco' in troo  a' áervir  na  Bibliothèca;,  já 
968tà'incontroii  por  companheiro  Manuel  Joaquim  de  Aguiar 
Boberts^  qúe.na  Repartição  dos  Impressos  de^impenhava  o  cargo 
fioiOffieialda  2^*  Secção  («Sciencias  ISÍaturaes  e  Artes»). 
'rr;i>Oom  elle  manteve  sempre  Pedro  de  Seixas  (logo  desde  o 
principio  até.  que  Roberta  falleceu  em  30  de  Junho  de  1850) 
cordiaes  relaçSes  de  jovial  familiaridade,  como  inculcam  as  três 
quadras  de  que  passo  a  fazer  transoripçto,  quadras  em  que  o 
poeta  poz  esta  epigraphe :  —  A  um  amigo  a  quem  mandou  uma 
canoêtrinha,  em  logar  d^uma  condeça,  para  uma»  bolotas  que  lhe 
tinha  promeUião.         ., 

Dizem  assim  as  quadras: 

Perdoe,  amigb  RoberW, 
Que  esta  vez  desobedeça, 
Mandando-lhe  umia  canastra 
Em  lògar  d'uma  condeça. 

' '      O  meu  amigo  tem  cousas  I . . . ; 
£u  nfto  sou  tolo,  —  e  intendo-as: 
Quiz  começar  por  bolotas. 
Para  acabar  por  amêndoas. 

. .  Pois  fique  Vossê  bem  certo 

Que  por  essa  occasião 
»  Eu  não  mando  uma  canastra : 

Hei  de  mandar  um  ceirão. 

TraducçSes  em  verso,  de  composições  francezas  (a  que  Pedro 
Noiasco  era  muito  affeiçoado),  também  essas  não  escasseiam  no 
espolio  manuscripto  que  logrei  ver  e  manusear,  mercê  de  quem 
tal  favor  me  proporcionou.  Escolherei  d'entre  esse  conjiincto  a 
seguinte  que  me  parece  muito  ingraçada,  e  que  traz  por  titulo 
—  Os  três  desgos. 

• 

—  «Só  três  cousas  eu  quizera 
(Disse  a  mulher  ao  marido) 
P'ra  vivermoà  mais  felizes 
Que  até-*qui  temos  vivido». 

—  «Pois  é  pedirem  por  bocca 
(Boa  fada  dísàe  então). 

Que  todas  tri^s  lhes  farei 
P'ra  lhes  dar.  satisfacção». 


E  AR0HIV09  KÁCJ0KÂE8  IGl 


—  ftJm  metro  de  bom  chouriço .•  J . 
O  mea  pedido,  éBse  é  que  é». 

E  o  chouriço  já  pendente 
A  eahir  ^a  chaminé  f 

—  «Ó  papalva,  que  pediste  ?  ! ! 
(Maguado  o  mando  diz); 

Por  castigo . . « .  qiie  te  fique 
Pendurado  do  nariz!» 

m 

A  mulher  apalpa. . . .  e  sente 
Em  chourijio  o  nariz  feito: 
E  puxa ....  repuxa . . . .  E  chora 
Por  se  ver  còm  tal  defeito. 

—  «Que  queres  ^que  &ça  agora  .        . 
Com  um  nariz  nestes  termos?» 

-^  «Pede  á  fada  ^ue  te  cAia 

P'ra  o  assarmos  e  comermos».  1 

E  elle  cái;  como  já  tinha 

Boa  fada  promettido ;  * 

E  é,  de  prompto,  logo  assado,  *'■• 

Posto  na  mesa,  e  comido.  >;^ 

E  saber  pedir  com  tento, 
Nfto  pedir  cousas  á  toa, 
Que  é  difficii  de  incontrar 
Alguma  fada  tão  boa. 

Em. ...  de  Janeiro  de  1869  (talvez  no  próprio  dia  do  sen 
anniversario  natalício!),  sentindose  já  muito  doente,  e  prevendo 
próximo  o  remate  da  sua  existência  (que  no  anno  seguinte  Veia 
a  finalizar  em  16  de  Fevereiro),  Pedro  Noiasco  de  Seixas  compoz 
ainda  um  Ôonéto,  a  que  poz  por  titulo — Despedir  da  vida.' 

Foram  muito  provavelmente  os  derradeiros  versos  que  e^' 
creveu,  e  com  esses  terminarei  as  minhas  transcrípçSes. 

Já  quasi  quinze  lustros  decorridos!  * 

Para  o  prazo  fatal  já  pouco  resta, 

E  pouco  falta  só  que  a  Parca  infesta     ' 

Os  anneis  da  tesoura  veja  unidos; 


1 62  BOLETIM  DAS  BlBLIOTHfSOAS 


.  TrísteiB  dias  na  Tidít  tfto  perdidos, 
Que,  .por  tSo  longa  ser,  é  mais  molesta ! 
Que  sorte  para  mim  é  mais  funesta 
Que  pela  morte  yêl-os  esquecidos ! 

De  achaques  já  cansado  e  de  pesares, 
Á  uma  vida  que  é  toda  anciedade 
Eu  prefiro  o  futuro  e  seus  azares. 

A  morte  é  para  mira  a  f  licidade : 

Abandono  da  vida  os  faustos  larec^ 

Sem  desgosto,  sem  pena,  e  sem  paudade. 

Como  se  vê,  ha  neste  Soneto  um  sentimento  de  melancholica 
resignação,  mui  comparável  ao  que  inspirava  o  Cantor  d*  Os 
Lanadas  naquelles  seus  versos 

«Os  desgostos  me  vSo  levando  ao  rio 
Do  negro  esquecimento  e  eterno  somnoi. 

Além  das  suas  composiçSes  poéticas,  Pedro  Nolasco  deixou 
egualmente  inédita,  em  portuguez,  a  traducção  de  um  afamadis- 
8Ímo  romance,  escripto  pelo  célebre  Guilherme  Godwin.  Aventuras 
de  Caleb  Williams  —  é  o  seu  titulo. 


Cora  referencia  a  trabalhos  oíBciaes,  cá  temos  o  archivo  da 
Bibliotheca  Nacional,  onde  largamente  se  pode  incontrar  com- 
provado o  zelo  do  funccionario  que  no  respectivo  Cartprio  supe- 
rintendeu por  muitos  annos,  e  nessa  qualidade  redigiu  as  actas 
do  Conselho  Administrativo. 

Dados  á  estampa,  existem  do  seu  labor  alguns  documentos, 
publicados  no 

Relatório  dceixa  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  e  mais 
estabelecimentos  annexos,  dirigido  ao  Exm.^  Sr.  Ministro  e  Secre- 
tario d' Estado  dos  Negócios  do  Reino,  No  1.^  de  janeiro  de  1844, 
por  José  Feliciano  de  Castílho  Barreto  e  Noronha  (Lisboa — T7- 
pographia  Lusitana — 1844-45  —  4  vol.  in-8.®). 

Os  documentos  que  José.  Feliciano  de  Castilho  inclue  elabo- 


G^^n»    ^^^^***   Q^^fy 


E  ABCBIV08  NACIONAES  l63 


rados  por  Pedro  Nolasco,  incontram-se  todos  no  Tom.  iv  d^aquelle 
Buberbissimo  Relatório,  e  sfto  os  seguintes: 

(De  pag.  133  a  139)  ~  cRelaçlto  das  obras  que  se  mandaram 
incadernar  no  segundo  semestre  de  1843»; 

(De  pag.  157  a  160) — «RelaçSo  das  obras  offerecidas  n'e8te 
semestre  á  Bíbliotheea,  e  nomes  das  pessoas  que  as  offereceram»; 

(De  pag.  16õ  a  170) — «Relaçílo  das  obras  impressas  fora 
de  Portugal  e  gratuitamente  intregues  pelos  livreiros» ; 

(De  pag.  171  a  174) — c Relação  de  alguns  dos  jornaes  que 
existem  truncados  e  incompletos,  e  d'outros  ci|ja  publicaçto  tem 
continuado,  mas  que  faltam»; 

(De  pag.  175  a  180)  —  t  Orçamento  da  despesa  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa  e  estabelecimentos  annexos». 


Com  dois  retratos  do  biographado  vai  acompanhada  esta 
notícia. 

Um  d'esses  é  reproducçSo,  em  photo-gravura,  do  desenho 
que  António  Joaquim  de  Santa-Barbara  executou  a  lápis  quando 
redro  Nolasco  estava  prestes  a  completar  36  annos  de  idade.  No 
desenho  original  vem  a  seguinte  subscripç&o:  cEm  9  de  Janeiro 
de  1830  —  António  Joaquim,  do  Vivo  Retrat».  Subjacente  A 
reproduoçSU),  figura  o  fac-simile  da  assignatura,  tal  qual  a  es- 
crevia nos  seus  tempos  de  moço. 

O  segundo  retrato,  reproducçSo  fac-simile  de  uma  photogra- 
phia,  mostra-nos  o  venerável  ancião  nos  derradeiros  annos  da 
sua  existência, — e  subjacente  lhe  vai  reproduzido  um  fac-simile 

da  assignatura  coeva. 

m 

Pedro  Nolasco  de  Seixas  foi  sepultado  aos  17  de  Fevereiro 
de  1870  no  Cemitério  de  Nossa  Senhora  dos  Prazeres,  onde  seus 
restos  corporaes  ficaram  recolhidos  em  jazigo  de  familia, — 
restos  destinados  (como  acontece  em  tudo  quanto  é  mortal)  a 
serem  consumidos  pela  acçSo  do  tempo. 

Mas  o  que  o  tempo  não  poderá  consumir  é  a  memoria  honesta, 
a  memoria  honrada  que  o  prestantissimo  ancião  deixou  entre 
seus  contemporâneos,  e  que  aos  vindouros  ha-de  transmittir-se 
immarcescivel. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa: 
26  de  Julho  de  1907. 

Xavier  da  Cunha. 


164  BOLETIM  DAB  BIBUOTHEOAS 


BIBLIOTHECAS  E  ARCHIVOS  NACIONAES 


PESSOAL 


SEAL  ARCHITO  DA  TORRE  DO  TOHBO 


Vasco  Ferreira  Valdez,  nomeado,  precedendo  concurso,  para 
o  logar  de  Segundo  Conservador  do  Real  Archivo  da  Torre  do 
Tombo,  por  Decreto  de  4  de  julho  de  1907,  vago  pela  promoção 
por  antiguidade,  em  23  de  agosto  de  1906,  do  Bacharel  António 
'Eduardo  SímSes  Baião,  a  Primeiro  Conservador  do  mesmo  Real 
Archivo,  pelo  fallecimento  em  6  de  agosto  de  1906  do  Primeiro 
Conservador  Albano  Alfredo  de  Almeida  Caldeira. 

(Diário  do  Governo,  n.^  159  de  20  de  jalho  de  1907). 


BIBLIOTHEGA  PDfiLICA  DE  EYORA 


Francisco  Forte  de  Faria  Torrinha,  Bacharel  formado  em 
theologia  e  Professor  efFectivo  do  Lyceu  Central  de  Évora  — 
nomeado  por  Decreto  de  19  de  setembro  de  1907,  para  o  logar 
de  Conservador  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora  em  conformi- 
dade do  artigo  60.",  §  1.**,  do  Decreto  n.®  6  de  24  de  dezembro 
de  1901,  vago  pela  aposentação  concedida  por  Decreto  de  23  de 
maio  de  1907  a  António  Francisco  Barata. 

{Diário  do  Governo,  n.^  195  de  2  de  setembro  de  1907). 


B  AROmVOB  KACI0NAK8  165 


BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


REGISTO  DE  PROPRIEDADE  UTTERÍRI& 


Obx*as  entradas  xio  anuo  de   190T' 


Jt;ilhio 

Pela  Parceria  António  Maria  Pereira,  como  editora : 

—  Jorge  Ohnet.  «Nemrod  &  C.*i  TraducçSo  de  Luís  Cardoso. 

2  volumes.  1906.  Officina  typographica  da  Parceria  António 
Maria  Pereira.  Lisboa. — In-16.®  de  27ò  paginas  o  1.®  volume 
e  de  312  paginas  o  2.®  volume. 

Paul  Bonhomme.  «Prisma  de  Amor».  TraducçSo  de  «««.  1907. 
Officina  typographica  da  Parceria.  Lisboa. — In-16.^  de  256 
paginas. 

•—Padre  Senna  Freitas.  «A  palavra  do  semeador».  1867-1 903« 
Lisbon.  —  1905-1906.  —  Officina  typographica  da  Parceria. 

—  2  volumes.  In-8.*  de  xvn-280  paginas  o  1.*^  volume  e  de 
xvii-312  paginas  o  2.®  volume. 

• 

—  Padre  Senna  Freitas.  «A  palavra  do  semeador»,  1867-1903. 

3.®  e  ultimo  volume.  1906.  Officina  typographica  da  Parceria. 

—  Lisboa.  In-8.®  de  xv-29l  paginas. 

—  Silva  Pinto.  —  «Combates  e  criticas».  — Com  um  prologo  de 

Camilio  Castello  Branco,  2.^  ediçUo.  Volume  I.  1907.  Officina 
typographica  da  Parceria.  —  Lisboa.  In-8.®  de  363  paginas. 

—  Silva  Pinto.  —  «Novos  combates  e  criticas»,  1875-1884.  2.' 

ediçSo.  2.^  volume.  1907.  Typographia  da  Parceria  António 
Maria  Pereira.  —  Lisboa.  In-8.^  de  358  paginas. 

—  ColIecçXo  António' Maria  Pereira:  «Mendo  Bem»  (Mopiz  de 


166  BOLETin  DAS  BIBLIOTfll£CÁS 


Betencourt).  —  dnsularest.  Contos  e  historias.  1907.  Officina 
typograpbica  da  Parceria.  —  Lisboa.  In  8.^  de  160  paginas. 

cA  injustiça  das  duas  moraes  sexuaesi,  por  Margarida  Bodin. 
TraducçSo  de  Constantino  de  Brito.  1906.  Officina  typogra- 
phioa  da  Parceria.  —  Lisboa.  In -8.^  de  216  paginas. 

-Artur  Lobo  de  Avila.  —  «Ministro  Ideal».  1907.  Officina  ty- 
pographica  da  Parceria. — Lisboa.  In-8.<'  de  324  paginas. 

cO  filho  do  Baldaia»,  por  Arnaldo  Gama.  2.*  ediçSo.  1906. 
Officina  typographica  da  Parceria. — Lisboa.  In-8.*^  de  424 
paginas. 

Camillo  Castello  Branco. — I.  c Coisas  espaqtosas».  4.*ediçSo. 

—  Lisboa.  1904.  Officina  typographica  da  Parceria.  In -8.® 
de  226  paginas. 

II.  cAs  três  irm&SB.  Romance.  4.*  ediçSo.  Lisboa,  1905. 
Officina  typographica  da  Parceria.  —  In  8.°  de  272  paginas. 

-III.  íA  enjeitada».  Romance.  5.*  ediç&o.  Lisboa,  1906.  Offi- 
cina typographica  da  Parceria.  —  ín-8.^  de  256  paginas. 

IV.  «Doze  casamentos  felizes».  Romance.  4.^  ediçSo.  Lisboa, 
1907.  Officina  typographica  da  Parceria.  —  In-8.®  de  212 
paginas. 

>  V.  «O  esqueleto».  Romance.  3.^  ediçSo.  Lisboa,  1902.  Typo- 
graphia  da  Parceria.  —  In-8.®  de  276  paginas. 

VI.  «O  bem  e  o  mal».  Romance.  5.*  ediçSo.  Lisboa,  1902. 
Typographia  da  Parceria.  —  In-8.**  de  258  paginas. 

-VIL  «O  Senhor  do  Paço  de  Nin&es».  3.'  ediçSo.  Lisboa,  1902. 

—  Typographia  da  Parceria.  —  In-8.®  de  236  paginas. 

VIII.  «Anathemaw.  Romance.  5.*  edição.  Lisboa,  1902.  Ty- 
pographia da  Parceria.  ^  In-8.^  de  400  paginas. 

IX.  «A  mulher  fatal*.  Romance.  4.*  ediçfto.  Lisboa,  1902. — 
In-8.®  de  212  paginas. 


E  ABCHIVOS  NACIONAKS  107 


T^X.  «Cavar  em  ruina^s».  Roíúanoè.  2/  ediçKo.  Lisboa;  1902. 
Typographia  da  Parceria.  —  In-8."  de  216  paginas. 

—  XI  e  XII.   «Correspondência  epistolar  entre  José  Cardoso 

Vieira  de  Castro  e  Camillo  Castello  Branco,  escrita  durante 
os  dois  últimos  annos  da  vida  do  illustre  orador».  Volume  i 
e  II.  Lisboa,  1903.  Typographia  da  Parceria. — In-8.®  de  232 
paginas  cada  volume. 

—  XIII.  «Divindade  de  Jesus  e  tradiçSo  apostólica»,  por  Camillo 

Castello  Branco.  2.*  edição.  Lisboa,  1903.  Typographia  da 
Parceria.  —  In-8.°  de  212  paginas. 

—  XrV.  «A  doida  do  CandaU.  4.*  ediçSo.  Lisboa,  1903.  OflScina 

typographica  da  Parceria.  —  In-8.**  de  232  paginas. 

—  XV.  «Duas  horas  de  leiturat.  4."  ediçSo.  Lisboa,  1903.  Ofi- 

cina typographica  da  Parceria.  —  In-8.®  de  176  paginas. 

—  XVI.    «Fannyí.  Estudos  por  Ernesto  Feydeau.   Romance 

trasladado  para  português,  da  18.^  ediçfto,  por  Camillo  Cas- 
tello  Branco.  3.*  ediçfto.  Lisboa,  1903.  Offieina  typographica 
da  Parceria.  —  In-8.**  de  160  paginas. 

—  XVII,  XVIII  e  XIX.  «Novellas  do  Minho».  2.»  ediçao..3 

volumes.  Lisboa,  1903.  Offieina  typographica  da  Parceria. 

—  In  8.®  de  244  paginas  o  1 .°  volume,  200  paginas  o  2." 
,    volume  e  de  220  paginas  o  3.^  volume. 

—  XX  e  XXI.  «Horas  de  paz».  3.*  edição,  revista  e  emendada. 

2  volumes.  Lisboa,  1903.  Offieina  typographica  da  Parceria. 

—  In-8.®  de  208  paginas  cada  volume. 

—  XXII.  «Agulha  em  palheiro».  5.*  edição.  Lisboa,  1904.  Offi- 

eina typographica  da  Parceria.  — In-8.®  de  224  paginas. 

—  XXIII.  «O  olho  de  vidro».  Romance  histórico.  8.^  ediçSo. 

Lisboa,  1904.  Offieina  typographica  da  Parceria.  —  In-8.*  de 
224  paginas. 

—  XXIV.  €  Annos  de  prosa».  Romance.  3.^  ediçSo.  Lisboa,  1904. 

Offieina  typographica  da  Parceria.  —  In-8.*  de  240  paginas. 


168  BOLETIM  DAS  BlBLIOTHECAS 


• — XXY.  cOs  brilhantes  do  brasileiro».  4  ^  ediçlo.  Lisboa,  1904. 
Officína  typographica  da  Pai*cería.  —  In-8.^  de  248  paginas. 

—  XXVI.  c(Á  bruxa  do  Monte  Córdova».  Romanoe.  S.^ediçSo. 

Lisboa,  1904.  Officina  typographica  da  Parceria. — In-8.*  de 
240  paginas. 

—  XXVn.   «Carlota  Angelat.  Romance  original.  5.*  edíçXo. 

Lisboa,  1904.  Officina  typographica  da  Parceria. — In-8.®  de 
232  paginas. 

—  XXVIIL    «Quatro  horas   innocentes».   2.*  ediçSo.   Lisboa, 

1904.  Officina  typographica  da  Parceria. — In-8.®  de  232  pa- 
ginas. 

—  XXIX.  «As  virtudes  antigas  ou  a  freira  que  fazia  chagas  e 

o  frade  que  fazia  reis».  «Um  poeta  português...  rico!»  2.* 
ediçSo.  Lisboa,  1904.  Officina  typographica  da  Parceria.  — 
In-8.®  de  184  paginas. 

—  XXX.  «A  filha  do  Doutor  Negro».  3.*  ediç&o.  Lisboa,  1904. 

Officina  typographica  da  Parceria.  —  In-8.^  de  264  paginas. 

—  XXXI.  «Estrellas  propicias».  3.'  ediçfto.  Lisboa,  1904.  Offi- 
.    cina  typographica  da  Parceria.  —  In-8.^  de  208  paginas. 

— XXXII.  «A  filha  do  regicida».  Romance  histórico.  4.*  ediçXo. 
Lisboa,  1904.  Officina  typographica  da  Parceria. — In-8.®  de 
224  paginas. 

—  XXXIII  e  XXXIV.  «O  demónio  do  ouro».  Romance  original. 

2  volumes.  2.*  ediçSlo.  Lisboa,  1905.  Officina  typographica 
da  Parceria.  —  In-8.**  de  220  paginas  o  1.**  volume  e  de  228 
paginas  o  2.®  volume. 

—  LXII.   «Vinte  horas  de  liteira».  3.'  ediçXo.  Lisboa,  1907.. 

Officina  typographica  da  Parceria.  —  In-8.®  de  248  paginas. 

—  Alfredo  Gallis.   «Cartas  de  um  japonês»  (De  Lisboa  para 

Tokio).  (Critica  de  um  oriental  acerca  do  nosso  pais).  Lisboa, 
1907.  Officina  typographica  dá  Parceria.— In-8.«  de  376  pa- 
■gin(i8. 


n  ABCHIVOS  NACI0N4BS  169 


Por  M«Duel  Thomé  de  Castro  Janioi*,  coiho  èditdr,  Augusto 
Luso  da  Silva,  c Últimos  versos».  Poesias  inéditas  com  um 
prefacio  de  José  Pereira  de  Sampaio  (Bruno),  e  o  retrato  do 
autor.  Porto.  Imprensa  Nacional,  1907. — In-8.®  de  xvi-160 
paginas. 

Por  Júlio  Ivo,  como  autor.  cO  monumento  de  Mafra».  Guia 
illustrado.  Lisboa,  1906.  Typographia  A  Editora.  Texto:  1.^ 
parte,  Júlio  Ivo  e  2.*  parte,  Santos  Ferreira.  Editor,  Joaquim 
Pedro  Moreira.  —  In-8.°  de  176  paginas  e  16  folhas  com 
gravuras  de  um  só  lado. 

Por  Carlos  Harrington,  como  autor  €  Versos  de  Carlos  Harrington 
para  guitarra,  orchestra  ou  piano».  Lisboa.  Imprensa  Lucas. 
In-8.^  de  8  folhas  de  um  só  lado  impressas. 

Por  José  Eliseu,  como  autor  das  musicas  n.®'  1,  2,  3,  4  e  6 
cCanç5es  populares  de  Coimbra».  1907.  Lithographía  Mon- 
teiro successor  de  Castro  &  C*  Lisboa.  —  In-4.®  de  8  paginas 
sem  numeraç&o. 

Por  D.  Severino  Ojea  dei  Prado,  como  auter  e  proprietário,  «A 
pronuncia  inglesa  pelo  methodo  differencial  de  D.  Severino 
Ojea  dei  Prado».  Para  uso  das  pessoas  que  desejem  conhecer 
praticamente  o  inglês.  Espanha.  Ribadavia,  Beade.  1907. 
Yilla  Reai^  Imprensa  Moderna.  1  folha  de  um  só  lado  ím* 
pressa  e  desdobraveL 

Por  Fidelino  de  Sousa  Figueiredo,  como  autor  «Os  melhores 
.  >  sonetos  da  língua  portuguesa  desde  de  Sá  de  Miranda,  seii 
introductor  em  Portugal  no  século  xvi,  a  Jo&o  de  Deus  no 
século  XIX»,  com  os  retratos  dos  autores  e  uma  carta  do 
Dr.  Cândido  de  Figueiredo.  Lisboa.  Typographia  da  Livraria 
Central.  1907.  — In-8.<*  de  96  paginas* 

• 
Por  L  de  Mendonça  e  Costa,  como  autor,  «Manual  do  viajante 
em  Portugal»,  coordenado  por  L.  de  Mendonça  e  Costa,  com 
itinerários  da  viagem  em  todo  o  pais  e  para  Madrid,  Paris, 
Vigo,  S.  Thiago,  Salamanca,  Badajoz  e  Sevilha,  quatro 
mappas  a  cores  e  cinco  plantas.  Lisboa.  Typographia  da 
GazeU  dos  Caminhos  de  Ferro.  1907.  —  In-16.*  de  6-32- 
xxxviii-264  paginas  e  9  folhas  impressas  de  um  só  lado^ 
sendo  5  desdobráveis. 


170  BOLKTm  DAS  BIBUOTHKOAS 


Pela  Livraria  Chardron  de  Leilo  &  Irmão,  como  editora : 
— Garcia  Redondo  (da  Academia  Brasileira).  cSalada  de  frotas». 
Porto.  Imprensa  Moderna,  1907.  In-8.*  de  276  paginas. 

— Obras  completas  do  Padre  António  Vieira.  tSerm5es>,  vol.  Iii. 
Porto.  Imprensa  Moderna,  1907.  —  In-8.^  de  400  paginas* 

Por  Thomás  Bordallo  Pinheiro,  como  editor  e  proprietário,  Bi- 
bliotheca  de  Instrucção  Profissional,  clndustria  de  cerâmica». 
(Por  Pedro  Prestes).  Lisboa.  Typographia  da  Empresa  da 
Historia  de  Portugal,  1907.  — In-4.«  de  4-xxm-l-134-n 
paginas. 


Agosto 

Pela  Livraria  Ferreira  &  Oliveira,  Limitada,  como  proprietária 
H  editora,  Carlos  Dickens.  —  c Contos  do  Natal».  VersSo  de 
J.  J.  Teixeira  Botelho.  Lisboa,  Typographia  do  Annuario 
Commercial.  In-8.*  de  yi-214  paginas  e  1  folha  com  o  retrato 
do  autor. 

Pela  Parceria  António  Maria  Pereira  como  editora : 

— Camillo  Castello  Branco. — N.**  35.  —  «O  regicida».  Romance. 

4.*  ediçfto.  Officina  Typographica  da  Parceria.  1005.  In-8.^ 

de  222  paginas. 

— N.®  36. — f  A  filha  do  arcediago*.  Romance.  5.'  ediçfto.  Lisboa. 
Officina  Typographica  da  Parceria.  1905.  In-8.*  de  296  pa- 
ginas. 

— N.®  37.  —  «A  neta  do  arcediago».  Romance.  5.*  edição.  Lisboa. 
Officma  Typographica  da  Parceria.  1905.  In-8.®  de  292  pa- 
ginai. 

— N.*  38. — «Delíctos  da  mocidade».  2.*  edição.  Lisboa.  Officina 
Typographica  da  Parceria.  1905»  In-8.®  de  264  paginas. 

—  N.^  39.  —  cOnde  está  a  felicidade?».  Romance.  6.*  ediçSo. 
Lisboa.  Officina  Typographica  da  Parceria.  1905.  In-8.®  de 
296  paginas. 


È  ARCBlVOS  NACTONAfiS  l7l 


— N.®  40.  —  «Um  homem  de  brios  •.  5.»  ediçtto.  Lisboa.  Officina 
Typographica  da  Parceria.  1905.  In-8.^  de  232  paginas. 

—  N.^  41.  —  aMemorias  de  Gailherroe  do  ÂmaraU.  Obra  pos- 

thuma.  4.^  ediçíiu.  Lisboa.  Officina  Typographica  da  Parceria. 
1905.  In  8.^  de  200  paginas. 

—  N.®*  42}  43,  44.  —  cMysterios  de  Lisboa».  7.^  ediçSo.  Lisboa. 

Officina  Typographica  da  Parceria.  In-8.^  de  268  paginas  o 
primeiro  volume,  268  paginas  o  segundo  volume  e  de  272 
paginas  o  terceiro  volume. 

Por  Thomás  Bordallo  Pinheiro,  como  editor  e  proprietário. — 
«Escrituração  commercial-industriab ,  por  Severiano  Ivens 
Ferraz.  LislToa.  Biblioteca  de  Instrucção  Profissional.  In-4.® 
de  134  paginas  e  1  folha  desdobrável. 

Por  JoSo  Inácio  da  Silva,  como  proprietário.  —  «The  Wonderful 
Ánhnatographo» .  Proprietário,  JoSLo  Inácio  da  Silva,  Rua 
Gomes  Freire  n.^  117-3.®,  esquerdo.  Lisboa.  1  folha  volante 
de  um  só  lado  impressa. 

PoF  Joaquim  Rodrigues,  como  autor  e  proprietário.  —  «Estrella 
tricolor  marcadora  do  tempo».  1  folha  de  cartão  impressa 
dos  dois  lados. 

Por  Nicolau  da  Cunha  Lobo  como  autor : 

—  Cunha  Lobo. — Novo  methodo  legographico.  «Guia  para  o 

professor».  Porto.  Typographia  Occidental.  l907.  In-8.®  de 
16  paginas. 

—  Cunha  Lobo.  —  Novo  methodo  legographico.  «Cadernos  para 

escrita»,  i  a  viii.  Porto.  Typographia  Occident  1.  In-16.®  de 
32  paginas  os  cadernos  i  a  vi  e  in-8.®  de  16  paginas  os  ca- 
dernos vn  e  vni. 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso  como  editora,  Le&o  Tolstoi.  —  «Cor- 
respondc-ncia».  Traduzida  por  Joaquim  Leitão.  Lisboa.  Ty- 
pographia J.  F.  Pinheiro,  1906.  In  8.®  de  440  paginas.. 

Por  António  Cabreira  como  autor:  «Sobre  o  calculo  das  reservas 
mathematicas».   Com  o  retrato  do  autor.  Homenagem  do 


172  BOLBrilí  OA8  BIBUOTfl£CAS 


'  Jornal  de  Seguros.  Lisboa.  1907.  Typographía  A  Publicidade. 
Iq-8.°  de  12  paginas. 

Por  António  Cabreira  como  autor,  editor  e  proprietário:  cSur 
.; .  les  corps  polygonauz».  Coimbre,  Imp.  de  TUniversité.  1907. 
In-8.^  de  12  paginas. 

Por  Thomás  de  Eça  Leal  como  autor,  editor  e  proprietário:  «A 
r.    prisfto  de  um  anarchista».  Lisboa.  1907.  Typographia  A  Pu- 
blicidade* In-8.^  de  32  paginas. 

Por  J.  J.  da  Silva  Graça  como  editor  e  proprietário : 

—  f  Mascara  do  crime  i,  por  Paulo  Segonzac.  Romance.  Lisboa. 
Propriedade  daEmpresade  O  Século,  1907.  In-4.°  de  8  paginas. 

—  cO  resuscitadoi,  por  Paul  Souget.  Lisboa^  Propriedade  da 
Empresa  de  O  Século.  1907.  In-4.®  de  8  paginas. 

—  cO  feiticeiro  da  corte»,  por  Zévaco.  Lisboa.  Propriedade  da 
Empresa  de  O  Século,  1907.  In-4.^  de  8  paginas. 

Por  Arnaldo  Bordalo  como  editor  e  proprietário:  cÁlmanach  dos 
palcos  e  salas  para  1908».  Lisboa.  1907.  Imprensa  Lucas. 
In'8.°  de  104  paginas. 

Por  Bamos  ic  Silva,  como  autores,  editores  e  proprietários : 

—  c Vibrador  mecânico  portátil».  1  folheto.  Lisboa.  In-16.^  de 
'     82  paginas. 

—  «Vibrador  mecânico  portátil».  1  cartaz.  Lisboa.  Typographia 
da  Viuva  Costa  Sanches.  In-plano  de  uiu  só  lado  impresso. 

Por  JoSo  de  Almeida  Pinto  como  autor,  Angela  Pinto:  «Esbo- 
>    çofl,   homenagens   e   apreciações   criticas».    1906.    Livraria 
Editora  Viuva  Tav^ires  Cardoso.  Lisboa.  Imprensa  Operaria. 
In*  8.®  de  198  paginas. 

Por  Maria  G.  Biemath  como  proprietária,  Padre  Luis  Chasle, 
capellão  do  Bom  Pastor  de  Angers.  —  aIrmS  Maria  do  Divino 
Coração».  VersUo  da  2.*  edição  francesa  por  um  devoto  da 
insigne  serva  de  Deus.  Porto.  1907.  Typographia  Catholicá» 

I ..  Id-8.®  de  478  paginas. 


E  ARCHIVOS  NACIOXAKS         '  173 


Pela  Empresa  Editora  do  Annuario  Fra  co-Luso  Brasileiro  como 
proprietária:  «La  revue  royale.  Diplomatique  &  aristocrati- 
que».  N  ®  1.  Aoút  1907.  Lisbonne,  Madrid,  Paris,  Londres, 
Berlim,  Rio  de  Janeiro,  New- York.  Composição  e  impressão, 
Typographia  Literari«,  Largo  da  Feira,  Coimbra.  Rt-dacçâo 
e  administração,  84,  Rua  do  Arsenal,  1.**,  Lisboa.  Directeur: 
Comte  Henry.  Administrador:  João  de  Proença  Vieira.  In- 
8.**  de  16  paginas  de  texto  e  12  paginas  com  annuncios. 


Setembro 

Pela  Parceria  António  Maria  Pereira,  como  editora : 

—  Camillo  Castello  Branco.  —  N.®'  4õ  e  46 —  «Livro  Negro  do 

Padre  Dinist — Romance.  7.*  edição,  2  volumes.  —  Lisboa, 
1906.  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.°  de  232  pagi- 
nas cada  volume. 

—  N.°*  47  e  48  —  «O  Judeu»  — Romance  histórico,  3."  edição, 

2  volumes.  —  Lisboa,  1906.  Officina  typographica  da  Par- 
ceria. In-8.®  de  244  paginas  o  primeiro  volume  «  de  254 
paginas  o  segundo  volume. 

—  N.°  49 —  «Duas  épocas  da  vida» — Incluindo  o  fo  heto  inti- 

tulado «Hossana».  3.*  edição. — Lisboa,  1906.  Officina  typo- 
graphica da  Parceria.  In-8.°  de  304  paginas. 

—  N.°  50 — «Estrellas  funestas».   5.*   edição. — Lisboa,   1906. 

Officina  typographica  da  Parceria.  In- 8.**  de  240  paginas. 

—  N  ®  51  —  «Lagrimas  abençoadas»  — Romance.  4.*  edição.  — 

Lisboa,  1906.  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.*^  de 
232  paginas. 

—  N.*^  52  —  «Luta  de  gigantes».  4.*  edição.  —  Lisboa,   1906, 

Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.®  de  248  paginas. 

— N."  53  e  54 — «Memorias  do  cárcere».  5.*  edição,  2  volumes. 
—-Lisboa,  1906.  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.*^ 
de  228  paginas  o  1.*  volume  e  de  212  paginas  o  2.®  volume. 

—  N.®  55  —  «Mysterios  de  Fafe»—  Romance  social.  5.*  edição. 

4  * 


174  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


—  Lisboa,  1906.  Officina  typographica  da  Parceria,  In-8.^  de 
256  paginas. 

— N.®  56  —  «Coraçio,  cabeça  e  estômago»  — Romance.  3.'  ediçSo. 

—  Lisboa,   1907.  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.* 
de  248  paginas. 

—  N.*^  57  —  fO  que  fazem  mulherest  —  Romance  philosophico. 

4.'  edição.  —  Lisboa,  1907.  Officina  typographica  da  Parce- 
ria. In-8."  de  220  paginas. 

—  N.®  58  —  cO   retrato   de  Ricardina».  4.*  ediçSo.  —  Lisboa, 

1907.  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.*de  248  paginas. 

— N.*^  59  —  «O  sangue» — Romance.  3.*  ediçXo. — Lisboa,  1907. 
Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.®  de  256  paginas. 

— N.®  60 — «O  santo  da  Montanha».  3.*  edição. — Lisboa,  1907. 
Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.^  de  264  paginas. 

— N.®  61 — «Vingança» — Romance.  4.*  edição. —  Lisboa,  1907. 
Officina  typographi(?a  da  Parceria.  In-8.'*  de  244  paginas. 

Pela  Livraria  Figueirinhas,  como  editora.  —  Luis  de  Camões, 
a  Os  Lusiadas».  Para  as  escolas  e  para  o  povo.  Obra  prefa- 
ciada, parafraseada,  annotada  e  com  um  vocabulário  por  José 
Agostinho.  Canto  i.  —  Porto,  1907.  Typographia  Universal. 
In-12.°  de  152  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  &  Irmão,  como  editora. — 
Obras  completas  do  Padre  António  Vieira.  «Sermões».  Vo- 
lume IV.  Porto.  1907.  Imprensa  Moderna.  In-8.**  de  436  pa- 
ginas. 

Pela  A  Editora,  sociedade  anonyma  de  responsabilidade  limitada, 
como  editora: 

—  Máximo  Gorki.  «Historia  de  um  crime».  Traducção  de  Ribeiro 

de  Carvalho  e  Moraes  Rosa.   1.*  edição.  —  Lisboa,   1907. 
n-8.®  de  196  paginas. 

—  L.  Boussenard.  «Os  estranguladores  de  Bengala».  Traducção 

de  Domingos  Cabral  de  Quadros.  1.*  edição.  —  Lisboa.  In- 


E  ARCllIVOS  NACIONAKS  175 


8.**  de  178  paginas.  Volume  2.°  Typographia  de  A  Editora* 
In-8.°  de  192  paginas. 

— Modern  Style  Bibliotlieca— N.®  1.  Victorien  du  Saussay.  «A 
Rua  da  Paz  (Mercados  de  amor)».  Traducção  de  A.  Leitão. 
1.*  edição.  —  Lisboa.  Typographia  de  A  Editora.  In-8."  de- 
840  paginas  e  22  gravuras. 

—  Dubut  de  Laforest.  «Os  últimos  escândalos  de  Paris.  N.^  22^. 

—  cFarabinas».  Traducç^o  de  Cabral  de  Quadros  e  Metras» 
Campos.  —  Lisboa.  In-4.^  de  164  paginas. 

— N.®  23.  íA  criada  para  todo  o  serviço».  Traducçâo  de  Cabral 
de  Quadros  e  Metrass  Campos.  —  Lisboa.  In-4.'*  de  160  pa- 
ginas. 

—  N.**  24.  «A  caixeira  da  loja  de  modas».  TraducçSo  de  Cabral 

de  Quadros  e  Metrass  Campos.  — Lisboa.  In-4.°  de  160  pa- 
ginas. 

—  N.®  25.  «Modas  e  confecções».  TraducçSo  de  Cabral  de  Qua- 

dros. —  Lisboa.  In^."  de  160  paginas. 

—  N.^  26.  a  A  traição  da  Zaragateira».  Traducç&o  de  Cabral  de 

Quadros.  —  Lisboa.  In  4.*  de  164  paginas. 

—  «O  1.**  de  dezembro  de  1640».  Brinde  do  romance  «Os  mys- 

terios  dainquisiç&o». — Litliographia  da  Companhia  Nacional 
Editora.  In-plano  de  577X457  millimetros. 

—  «Leonor  Telles  deant*  do  cadáver  do  Conde  de  Andeiro». 
Brinde  do  romance  «Leonor  Telles».  —  Lithographia  de  A 
Editora.  In-plano  de  581X460  millimetros. 

—  «Batalha  de  Aljubarrota»,  Brinde  de  «A  ambição  de  um  rei». 

— Lithographia  A  Editora.  In-plano  de  575X456  millimetros. 

Por  J.  J.  da  Silva  Graça,  como  editor.  «Horas  negras»,  por 
Henri  Demesse. —  Lisboa,  1907.  In  4.*  de  8  paginas. 

Por  Eugénio  Coelho  de  C.*,  como  proprietários  e  editores. — 
Joaquim  de  Mello  e  Castro  de  Vasconcellos  Gusmão.  —  «Dic- 


176  BOLETUr  DAS  DIBLIOTHECAS 


cionario  legislativo  ou  compilaç&o  da  iegislaçUo  portuguesa», 
devidamente  alfabetada,  Volumes  i  a  v.  —  «Alemtejo — Mou- 
rão». Volumes  vi  a  x.  —  Lisboa,  Typographia  do  Commercio, 
1906-1907,  10  volumes  íq-4.*,  que  alcançam  até  paginas 
1120. 

Por  Francisco  Romero,  como  editor.  —  tÁlmanach  do  Povo», 
para  1908.  M).**  anno  da  sua  publicaçSLo. — Livraria  de  Fran- 
cisco Romero,  editor.  —  Lisboa.  In  16.**  de  144  paginas. 

Por  Palhares  &  Commandita,  como  editores,  1908. — «Papelaria 
Palhares.  Agenda  gabinete».  Typographia  Rua  do  Ouro, 
141-143. — Lisboa.  In-8.®  de  198  paginas. 

Por  Raul  Martins,  como  editor. —  t Segredos  do  Casamento». 
Estudos  scientifíco-privados,  feitos  nos  recentes  trabalhos 
psychologos  do  distincto  medico  analysta  Dr.  Kraufiínan,  por 
Alfredo  Albuquerque  Júnior.  —  Deposito,  Livraria  do  Povo, 
Silva  &  Carneiro.  —  Lisboa,  Typographia  de  J.  R.  Teixeira. 
In-8.*  de  96  paginas. 

Pelo  Padre  António  Rodrigues  Pereira,  como  autor  e  proprietário. 
— «Doutrina  christSl;  o  catechista  das  crianças  de  tenra  idade», 
pelo  Padre  António  Rodrigues  Pereira  — Porto,  1907.  Typo- 
graphia Catholica.  In- 8.*^  de  32  paginas. 

Pela  Livraria  Figueirinhas,  como  editora.  —  «O  Padre»,  pela 
Estrella  do  Norte. — Porto,  1907.  Typographia  Universal. 
In-12.®  de  152  paginas. 

Por  Alexandre  de  Fontes,  como  autor,  editor  e  proprietário.  — 
«Lyra  Germânica»  (versões). — Lisboa,  1907.  Imprensa 
Lucas.  In-8.®  de  54  paginas. 

Por  Francisco  Simões  Ratolla,  como  autor,  editor  e  proprietário. 
—  «Noticia  do  Chafariz  de  Pedrouços»,  por  Francisco  Simões 
Ratolla.  Com  gravuras.  —  Lisboa,  1907.  Imprensa  Luso- 
Africana.  In-12.°  de  24  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  éc  IrmSo,  como  editora: 
— Bruno,  «A  Questão  Religiosa». — Porto,  1907.  Imprensa  Mo- 
derna. In-8.<'  de  xxxii~452  paginas. 


K  ARCHIVOS  NACIONAES  177 


—  aHistoria  da  Literatura  Portuguesa».  CamSea.  Época  e  vida, 
por  Teófilo  Braga.  —  Porto,  1907.  Imprensa  Moderna.  In  8.** 
de  yiii-8õ2  paginas  e  1  folha  com  o  retrato  do  autor. 

Por  Tbomás  Bordallo  Pinheiro^  como  editor  e  proprietário : 

—  cBiblioteca  de  InstrucçSLo  Profissional —  bllementos  de  Historia 

da  Arte».  Volume  i.  «Arte  Antiga»,  por  João  Ribeiro  Chris- 
tino  da  Silva.  —  Lisboa,  Typographia  da  Empresa  da  Historia 
de  Portugal.  In-4.®  de  120  paginas. 

—  cBiblioteca  de  Instrucçfto  Profissional — ConstrucçEo  civil». 
Volume  I.  Edificações.  —  Lisboa.  Typographia  da  Empresa 
da  Historia  de  Portugal.  In-4.®  de  112  paginas  e  1  folha 
desdobrável  e  de  um  s<S  lado  impressa. 

Por  José  Fructuoso  da  Fonseca,  como  editor.  —  <íH9ra8  de  pie 
dade  ou  oraç5es  selectas»,  12.^  ediç&o,  pelo  Dr.  Cónego  An- 
tónio Joaquim  Pereira.  —  Porto,  1907.  Typogra|.hia  de  J. 
Fructuoso  da  Fonseca.  In-8.®  de  416  paginas. 

Por  Faustino  da  Fonseca,  como  autor.  —  «Viagem  maravilhosa». 
Romance  histórico.  Livraria  Central  de  Gomes  de  Carvalho. 
—  Lisboa,  1907.  Imprensa  Libanio  da  Silva.  In-8.^  de  212 
paginas. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  30  de  setembro  de  1907. 

—  O  Director,  Xavier  da  Cunha, 


178 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Estatística  dos  volumes  enviados  pelas  Secçtes  Estrangeiras  de  Permutas  Inter- 
naclonaes  durante  o  S.""  trimestre  de'  1907  á  Seeçio  das  Bibllotbecas  e 
Arclilvos  Naclonaes 


^•"^                  i!7L 

ToUI 

Estados  Unidos  da  America 605 

Belirica 63 

668 

i 

£  ABCHIVOS  NACI0NAE8 


179 


Estatística  de  leitura  nas  blbllotbeeas  abaixo  designadas 
durante  o  S.""  trimestre  de  1907 


Smçmi  6  nu  nb-dÍTÍsõeg 


Historia,  geogra4)hia 

Cartas  geographicaa 

Polygraphia 

Joriiaes 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 

Sciencias  civis  e  politicas 

IScieDcias  e  artes 
Bellas  artes 
I 

I  Philologia 

(  Bellas  lettras 

Kumismatica 

Estampas 

Religiões 

Ineunabulos 

Reservados 

Manuscriptos 

liluminados 

I 

Vni-  Collecção  Camoneana 

Total 


II 
III 

IV 

V 

VI 

VII 


lni[% 


23 


21 
67 


22 


1 
278 


413 


Bkist 


21 


44 

22 
33 

12 
18 


8 
3 


167 


TiflaRMi 


29 

41 

114 

3 

38 

29 
1 

56 
69 

41 


424 


20 
3 


13 


41 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  30  de 
setembro  de  1907. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 
O  Inspector, 


Oabríel  Victor  do  Monte  Pereira. 


180 


BOLETIM  DAS  BIULIOTHKGAS 


Estatística  dos  leitores  na  Bibllotheca  Nacional  de  Lisboa 

no  S.""  trimestre  de  1907 


S«C(õcs  t  «uu  Kuihdivisõcs 


Historia,  gcograpliin 

Cartas  geographicas 

I  {  Poiygraphia 

Jornaes 

Revistas  naciouacs  o  estrangeiras  . 


II 
III 

IV 

V 
VI 

VII 

e 

VIII 


Sciencias  civis  e  politicas 


Sciencias  e  artes 
Be  lias  artos 


\  Philologia. . . 
j  Bellas  Icttras 


(  Numismática 
{  Estampas  . . . 


Religiões 


Incunabulos 

Reservados 

Collccção  Camoneiína 

»         Elzeviriana 

»         Bodoiii 

Manuscriptos  (fundo  geral) . 

Códices  illuminados 

Collecção  Pombalina 

»         dos  Códices  d^Alcobaça. 


■  «   •  •  • 


IX    Archivo  de  marinha  e  ultramar. . . 

Total 


Espécies  requisitadas 
peios  leitores 


Dia 


946 

1() 

274 

826 

66 

801 

1:004 
76 

149 
1:982 

8 
2 

22 

1 
16 
61 


224 
36 

2:300 


8:810 


Noite 


201 

81 

178 
17 

230 

319 
17 

53 
472 


1:570 


Total 


Leiioni 


DeBoitêl:07& 
Total     5:415 


1:147  D«dia  4:887 

16  ^ 

355 
l:00i 

83 

1:031 


1:323 
93 

202 
2:454 : 

10 
2 

22 

1 

16 
61 


224 
36 

2:300 


10:380 


Secretaria  Gc*ral  «Ias  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  30  de 
setembro  de  1907. 

Pelo  Bibliothecarío-mó    lo  Reino, 

O  Inspector, 

Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira, 


Bibtiotheea  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  bibliographica  no  bi-ccnte- 
nario  do  Padre  Aatooio  Vieira  em  1897,  Lisboa,  Imprensa  Nacional,  1897, 

A  Exposição  Petrarcbiana  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa.  Catalogo 
eomxnario  pelo  Directoi*  da  mesma  Btbltotheea  Xavier  da  Canha.  Lisboa, 
ífluprenaa  Nacional,  1905. 

Cnrso  de  Bibliothccario-ATcbivista.  Sumroario  das  lições  de  Bibliologla, 
compiladas  por  José  A.  Moniz,  professor  interino  da  respectiva  cadeira  OA 
Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa,  2.'  edição.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1900. 

Numismática  Nacional.  Lição  inaugural  do  curso  de  Numisma£k)ii  da 
Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  no  anno  lectivo  de  1888-1889,  norJ.  Lett« 
de  Vasconcellos,  professor  proprietário  da  respectiva  cadeira.  Lisboa,  Ty- 
pograpbia  do  Jornal  «O  Dia»,  10  e  12.  Rua  Anchieta,  1888. 

Elencho  daa  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheea  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos,  1.'  part.e  do  cujrso  (1888-1889).  Lisboa, 
Typographia  do  Jornal  «O  Dia«,  1889. 

Elencho  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotbeca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconceilos  do  II  curso  do  anno  lectivo  de  1889- 
1890  até  ao  VI  curso  do  anno  lectivo  de  1893-1894.  Lisboa,  Typographia 
4o  Jornal  »0  Dia«,  1894. 

Relatórios  dos  serviços  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  desde  o  segundo 
trimestre  de  1903  até  ao  terceiro  trimestre  de  1907,  por  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903  a  1907. 

Boletim  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  publicação  official  tri- 
mensal.  Publicados  5  annos.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902  a 
1906. 

Uma  traducção  inédita  em  latim  do  soneto  «Alma  minha  gentil . . .  »,Publi- 
cada  e  prefaciada  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universi- 
dade, 1904. 

Uma  carta  inédita  de  Camões.  Apographo  existente  na  Bibliotbeca  Na- 
<úaQal  de  Lisboa,  agora  commentado  e  publicado  pelo  Director  da  mesma 
Bibliotbeva  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

A  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  na  Exposição  Oceanographica.  Cata- 
logo summario  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
lim. 

A  Bibliotheea  Nacional  de  Lisboa  no  Congresso  internacional  de  Liége 
flobre  reprodacçau  de  manuscriptos,  medalhas  e  sellos.  Relatório  sobre  a 
legislaç&o  portagneza  no  tocante  á  reproducção  dos  manuscriptos  offerecido 
ao  Congresso  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheea  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprel.  M.da  Universidade,  1905. 

A  Legislacio  tributaria  em  beneficio  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboai 
por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 


A  medalha  de  Casimiro  José  de  Lima  em  homenagem  a  Sonsa  Martins^ 
descripçâo  numismática  por  Xavier  da  Cunlia.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1903. 

Espécies  bibliographieas  e  espécies  bibliacas.  Considerações  sobre  no- 
menclatura por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1908. 

Concursos  públicos  para  provimento  de  logarea  vagos  de  Segundos  Con- 
servadores dos  quadros  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa,  Legislação  respectiva.  Parecer  de  José  Joaquim 
d' Ascensão  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903, 

Relatório  dos  serviços  desempenhados  em  Coimbra  e  Braga  cm  Junho 
de  1903  por  José  Joaquim  d' Ascensão  Valdez.  Coimbra»  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Gabinete;  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (Notas  e  do- 
cumentos) pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcellos.  —  l.  Moedas  de  ouro  da 
epocha  germânica  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902. 

A  excelsa  rainha  D.  Maria  II  na  intimidade.  Reflexões  aproposito  de  um 
manuscripto  existente  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  por  Xavier  da* 
Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  : 

índice  geral  dos  documentos  conteúdos  no  corpo  ehronologico  exis- 
tente no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  Mandado  publicar  pela» 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  1.°  e  unlco. 
Lisboa,  Typographia  de  Silva,  1843. 

índice  geral  dos  documentos  registados  nos  livros  das  chancellariàs 
existentes  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  mandado  fazer  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  1."  e  único. 
Lisboa,  1841,  na  Typographia  de  G.  M.  Martins. 

Extracto  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  offerecido  á  Augus- 
tissima  Rainha  e  Senhora  D.  Maria  I,  por  José  Pedro  de  Miranda 
Rebello,  amanuense  do  mesmo  Archivo.  Coimbra,  Imprensa  da  L^ni- 
versidade,  1904. 

Bibliotheca  Publica  de  Évora : 

Catalogo  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  Eborense,  por  J. 
H.  da  Cunha  Ri  vara.  Tomo  l.**.  Ultramar.  Lisboa,  Imp.  Nacional,  1850, 
Tomo  2.'»  Litteratura,  Imprensa  Nacional,  1868. — Tomo  3.°  Historia* 
Imprensa  Nacional,  1870. 

Catalogo  do  Museu  Archeologico  da  cidade  de  Évora,  annexo  de  sua 
Bibliotheca,  composto  por  António  Francisco  Barata.  Lisboa,  Imprensa 
Nacional,  1903. 

Os  reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora,  polo  director  An- 
tónio Joaquim  Lopes  da  Silva  Júnior.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1907. 


Venda  avulso,  no  edifício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 
Cada  exemplar  do  numero  do  Boletim^  in-8.^ — 200  réis. 


Iimtto  i— 6."  Uiio  OQfnbro  a  Deimbro— 1907 


BOLETIM 


11  li 


PUBLICAÇiO  OFFICIAL  TRIMENSAL 


COIMBRA 

Impressa  da  Universidade 

1Q07 


BIBLIOTHECiS  E  iRCHIYOS  HiCIONAES 

Pnbliofiições  offioiaes 


INVENTÁRIOS  DA  BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 

Secçio  I  —  Historia  e  Geographia. 

Serie  1.*  (nameraçSo  preta)  —  1.*  parte.  Lisboa,  1889. 

— 2.*  parte.  Lisboa,  1889. 
Serie  2>  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1895. 
Serie  3.*  (numeraç&o  azul)  —  Lisboa,  1897. 


1 
Secção  III  —  Scienciaa  e  Artes.  Serie  1.*  (numeração  preta) — Coimbra 
1907. 


Secçâó  IV  —  Sciencias  civis  e  politicas. 

Serie  1.*  (numeração  preta) — Lisboa,  1897. 


Secção  X — Philologia  e  Bellas-Lettras. 

Serie  1.*  (numeração  preta)  —  Lisboa,  1890. 
Serie  2.*  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1893. 
Serie  8.*  (numeração  azul) — Lisboa,  1894. 


Secção  XIII — Manuscriptos  por  José  António  Moni«.  Lisboa,  1896. 

— CoIIeccão  Pombalina,  por  José  António  Moniz.  Lisboa, 
1896^  completo. 


Inventario  do  Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  pelo  dr.  Eduardo  de  Cas- 
tro e  Almeida. 

Ilhas  da  Madeira  e  Porto  Santo,  I — Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
1907. 

Relatório  acerca  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  mais  estabeleci- 
mentos  annexos,  dirigido  ao  £x."^o  Sr.  Ministro  e  Secretario  d*£stado  dos 
Negócios  do  Reino,  no  1.^  de  Janeiro  de  1844  por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Barreto  e  Noronha,  Tomo  I-Officio — Tomos  II,  III  e  IV — Appensos 
ao  officio.  Lisboa,  Typographia  Lusitana,  1844. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  Antoniana,  1895.  Lisboa,  1895. 


Ak 


tioBiero  4— é.^  Annó 


Óotubro  a  Deiembro— 190? 


DAS 


BIBLiOTHIIlAS  K  ARIIHIVOS  iCIOMIS 


Propriedade  e  edifão  da  Sccrelarla  Geral  das  Bibliolhecas  e  Arcbivos  Nacionaoi.  Luboa. 

Director  J.  A.  Gastello  Branco,  Bibliolbecario  Mór  do  ReíDO. 

Composição  e  Impressão  na  Imprensa  da  Universidade. 


Relatório  dos  serviços  da  Blbllotheca  Nacional  de  Lisboa 

no  quarto  trimestre  de  1907 


Cabe-me  hoje  a  honra  e  o  prazer  de  mencionar  neste  mea 
Relatório  uma  nova  dístincçao  que  recahiu  sobre  a  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa. 

Floresce  na  cidade  de  Nova- York,  fundado  por  generosa 
iniciativa  do  Sr.  Archer  Milton  Huntington  e  de  sua  esposa  a 
Sr.^  D.  Helena  Huntington,  um  esplendido  instituto  que  se  inti- 
tula The  Hispanic  Society  of  America, 

O  Sr.  Huntington,  cujo  nome  por  várias  vezes  tenho  citado 
nos  meus  Relatórios,  é  um  benemérito  bibliophilo  que  aos  estu- 
diosos tem  proporcionado  a  reproducção  fae-simile  de  obras  ra- 
ríssimas, portuguezas  e  castelhanas,  mandando  primorosamente 
a  expensas  suas  executar  taes  trabalhos,  e  repartindo  depois  em 
gracioso  brinde  pelas  principaes  bibliothecas  do  mundo  e  pelos 
seus  amigos  particulares  os  exemplares  da  reproducç2o. 

Em  Junho  de  1903,  atravessou  elle  o  Atlântico  para  vir  em 
Lisboa  na  Bibliotheca  Nacional  examinar  os  três  exemplares  que 
possuimos  da  ediç^o-prmc^s  do  Cancioneiro  Oeral  de  Garcia  de 
Resende,  com  o  intuito  de  ultimar  o  propósito,  que  realizou,  de 

Sublicar  a  reproducção  fac-símile  do  referido  Cancioneiro,  repro- 
ucç2o  que  amavelmente  me  fez  a  honra  de  me  dedicar. 
I 


182  BOLETIM  DÁS  BIRLIOTHBGÁS 


Aqui  tive  o  gosto  de  lhe  receber  entfto  a  visita,  a  visita  d'elle 
e  a  da  sua  estimável  esposa,  —  uiua  intelligente  dama,  illustrada, 
e  gentilissima  no  trato. 

Depois,  voltando  ambos  ao  seu  paiz,  elles  opulentaram  gran- 
diosamente a  cidade  de  Nova-York,  fundando  em  1904  a 
«Sociedade  Hispânica  da  Ámericai,  —  Sociedade  cujo  intuito 
(conforme  se  lê  nos  seus  Estatutos)  é  especialmente  vulgarizar  o 
conhecimento  das  lettras  portuguezas  e  das  castelhanas. 

Para  esse  nobilíssimo  propósito  cederam  elles  de  seus  bens, 
o  Sr.  Huntington  e  a  sua  esposa,  a  quantia  de  um  milhfto  de 
dollars,  e  mais  accrescentaram  a  esta  principesca  dadiva  a  doaç&o 
de  riquíssimas  obras  d'arte  (escuipturas,  painéis^  medalhas,  etc. 
etc),  —  addicionando  lhe  outrosim  a  sua  riquissima  livraria, 
constante  do  40:000  volumes,  entre  os  quaes  se  contam  5:000 
de  preciosas  raridades  e  300  que  representam  espécies  únicas! 

A  «Sociedade  Hispânica  da  America»  acha-se  funccionando 
já  num  suberbissiniD  edifício^  expressamente  construido  e  formo- 
samente adaptado  ao  seu  mester. 

Doesse  instituto,  por  captivantissima  proposta  do  Sr.  Hun- 
tington (Presidente  perpétuo  da  Sociedade),  foi  em  10  do  pretérito 
Julho  conferido  o  titulo  de  «Membro  Honorário»  á  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa. 

O  elegante  Diploma  que  recentemente  recebi  a  notificar  tal 
distincção,  e  que  na  Sala  das  Sessões  do  Conselho  Administrativo 
mandei  pendurar  convenientemente  incaixilhado,  diz  textualmente 
assim  numa  folha  de  tinissimo  pergaminho : 

The  Hispanie  Society  of  America  takes  pleasure  in  notifying 
the  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  that  at  a  meeting  of  the  Board 
of  Trustees  hoJd  in  New  York  on  the  tenth  day  of  July  MCMVII 
it  toas  duly  elected  an  Honorary  Member  of  the  Society.  In 
witness  whereof,  the  said  Society  kas  caused  iis  seal  to  be  hereto 
affixed,  and  thia  notification  to  be  signed  by  its  President  and 
attested  by  its  Secretary  (Seguem-se  as  assignaturas  autographas 
do  Presidente  Archer  M,  Huntington  e  do  Secretario  Mansfield 
L,  Hillhouse,  —  terminando  tudo  pelo  sêllo  branco  em  relevo, 
com  o  emblema  da  Sociedade  circumdado  pela  legenda  the  *:* 

HISPANIC  •:•   SOCIETY  *:•  OF  •!•  AMERICA  ':). 

o  escopo  da  Sociedade  synthetiza-se  nas  seguintes  palavras 
da  sua  lei  orgânica: —  <LAdvancement  offhe  sfudy  of  the  Spanish 
and  Portugutse  languages,  literature  and  history,  and  advoncc" 


i 


Ê  ÍBÒ6tVõd  ^ÀÚtO^AEÉ  Idâ 


ment  of  ihê  $tudy  of  the  countries  uiherein  Spanish  and  Portuguese 
are  or  havs  been  spoken  languages^. 

Em  26  de  Ontabro  tive  a  honra  de  receber  a  visita  de  um 
illu&tre  dominicano  hespanliol,  que  em  tempos  frequentou  muito 
a  nossa  Bibliotheca,  onde  procedeu  a  estudos  valiosissimos. 

Fruoto  precioso  d'esses  estudos,  e  d'aquelles  a  que  infatiga- 
velmente 66  tem  dedicado  em  bibliothecas  e  arcbivos  de  Hespanha 
e  de  outros  paizes,  veiu  elle  offerecer-nos  um  brinde  principesco: 

Obras  de  Fr,  LuU  de  Cfranada  de  la  Orden  de  Santo  Domingo 
— Edición  critica  y  completa  por  Fr.  Justo  Cuervo,  de  la  misma 
Orden,  Doctor  en  Filosofia  y  Letras:^  Lector  de  Teologia, 

Começada  a  publicar  em  Madrid  no  anno  1906,  a  edição 
conta  ji  sabidos  á  luz  nove  tomos,  aos  quaes  devem  seguir-se 
alguns  outros  com  que  brevemente  espera  apparecer  a  lume  o 
erudito  escriptor, — devendo  mesmo  accrescer-lhes,  como  appen- 
dices  substanciosos,  escriptos  pelo  Sr.  Padre  Cuervo,  a  «Vida 
de  Fr.  Luís  de  Granada»  e  a  «Bibliografia  Granadina»,  Biblio* 
grapbia  para  a  qual  forneceu  óptimos  subsidies  no  «gabinete 
dos  livros  reservados»  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Na  companhia  do  Sr.  Padre  Cuervo  nos  visitou  também  o 
Sr.  Marquez  de  Quintanar,  egrégio  Mecenas  que  de  seu  bolso 
custeou  as  despezas  da  ediç&o. 

Entre  os  inéditos,  agora  trazidos  a  lume,  figura  eloquen- 
temente redigida  (como  eloquentissimos  sSo  todos  os  escriptos  de 
Fr.  Luiz  de  Granada)  a  «Historia  de  las  virtudes  y  oficio  pas- 
toral dei  Serenisimo  Cardenal  Don  Enrique  Árzobispo  de  Évora 
que  después  fué  gloriosisimo  Rey  de  Portugal». 

No  mesmo  volume  (o  Tom.  xiv  da  collecção)  egualmente  se 
especializam  dois  escriptos  muito  interessantes:  —  «Vida  de  Don 
Fr.  Bartolomé  de  los  Mártires  Árzobispo  de  Braga»  e  c  Vida  de 
la  M.  R.  Madre  Soror  Ana  de  la  Concepción,  Monja  en  el  Mo- 
nasterio  de  nuestra  Seiiora  de  la  Esperanza  en  la  ciudad  de 
Lisboa» . 

Do  Brazil  recebi 

Remsta  do  Instituto  Histórico  e  Geographico  de  São  Paulo  — 
Vol  XI— 1896.  (Sao  Paulo— 1897). 

A  offerta,  devemol-a  ao  obsequio  da  prestimosa  corporaçSo 
que  tal  revista  publica. 

Bemettida  pelo  Sr.  Gaspar  GuimarSes,  que  reside  em  Ma- 


•  t 


184  BOLkTIM  das  BlDLlOTHKCAS 


naas,  tenho  a  registar  uma  publícaçZo,  em  cujo  frontispício  se 
lê  o  seguinte  complicadíssimo  titulo: 

A  scieneia  humana  e  o  problema  da  vida — O  néo-materíalismo 

—  A  vida,  a  harmonia  suprema,  a  reproducção  e  o  aperfeiçoa- 
mento das  espécies — Conceito  da  eternidade,  Nova  intuição.  As 
vibrações  injinitas  —  Uma  doutrina  consoladora  baseada  na 
Sciencia  Experimental  e  na  Immortalidade,  sem  contestar  os  phe- 
nomenos  espintas,  mas  sem  o  Espirito — Os  phenomenos  espiritas 
d  luz  da  sciencia,  (Manáos  — 1907). 

Pelo  Sr.  Visconde  de  Salgado  foram-nos  remettídos  do  Rio- 
de-Janeiro  2õ  volumes  de  natureza  vária,  concernentes  alguns  a 
institutos  portuguezes  estabelecidos  naquella  capital. 

D^entre  a  remessa  destacarei  as  quatro  seguintes  espécies: 

a)  —  Catalogo  dos  livros  do  Gabinete  Portuguez  de  Leitura  no 
Rio  de  Janeiro,  Seguido  de  um  supplemento  das  obras  entradas 
no  Gabinete  depois  de  começada  a  impressão.  (Rio  de  Janeiro  — 
1858). 

b) — Catalogo  siipplementar  dos  liwos  do  Gabinete  Portuguez 
de  Leitura  no  Rio  de  Janeiro.  (Rio  de  Janeiro — 1868). 

c) — Álbum  do  Rio  Grande  do  Sul  organizado  por  Carlos  A. 
Reis,  Director  da  €  Revista  do  Suh  —  Politica,  Funccionalismo, 
Commercio,  Industrias,  Artes,  Sciencias,  Educação.  (Porto  Alegre 

—  1905), 

Constituo  esse  «Álbum»  publicação  muito  interessante,  ador- 
nada com  abundantes  photo-gravuras,  em  que  especialmente 
predominam  retratos  de  portuguezes  e  de  brazileiíos  que  naquella 
âorescentissima  região  teem  deixado  brilhantemente  assignalados 
os  seus  nomes. 

d) — Manoel  dos  Santos  Marques — Nas  Trevas  —2.'^  edição. 
(Famalicão  — 1906). 

Ha  neste  livro  uma  collecçíto  de  poesias  lyricas,  ornamentada 
com  o  retrato  do  auctor  e  com  o  fac-simile  autographico  de 
carta  que  em  1895  lhe  escreveu  João  de  Deus.  cNas  Trevas» 
intitulou  seu  livro  o  Sr.  Santos  Marques,  por  ser  cego;  e  os 
versos  fel -os  antecedei*  de  uma  breve  noticia  a  que  poz  o  titulo 
de  «Systema  de  Ensino  de  Leitura  ministrado  por  professores 
cegos  aos  videntes  analphabetos*. 

A  Bibliotheca  «John  Crerar»  de  Chicago  (Tlie  John  Crerar 
Lihrary)  inviou-nos  17  volumes  sobre  assumptos  bibliographicos 
e  bibliotheconomicos. 


B  ARCHIVOS  NACIONAfiS  185 


O  Sp.  Dr.  Jayme  Coolidge  Cárter,  distincto  advogado  noB 
auditórios  de  Nova- York,  propimha-se  fazer,  perante  a  Faculdade 
de  Jurisprudência  da  Universidade  de  Harvard,  uma  serie  de 
conferencias,  que  nfto  chegou  a  realizar  porque  doesse  propósito 
foi  pela  morte  impedido  em  14  de  Fevereiro  de  190Õ.  Mas  o 
texto  das  conferencias  projectadas  incontrava-se  já  escripto,  e 
em  1907  sahiu  á  luz  em  volume  subordinado  á  seguinte  epigraphe: 

Law  :  Its  Origin,  Growth  and  Ftmction.  Being  a  Course  of 
LecUires  Preparedfor  Delivery  before  the  Late  School  of  Harvard 
University.  By  JarMs  Coolidge  Cárter, 

Gentilmente  offerecido  pelos  testamenteiros  do  auctor,  introu 
na  Bibliotheca  Nacional  um  exemplar  doesta  obra, — que  se  não 
limita  a  ser  um  tratado  technico  de  Jurisprudência,  cujo  assumpto 
apenas  interesse  aos  proiissionaes,  mas  comprehende  uma  larga 
investigação  das  suas  origens,  do  seu  desinvolvimento  scientíiico, 
e  da  sua  influencia  poderosissima  na  civilizaçSlo  dos  povos. 

Remettidos  pela  Bibliotheca  Nacional  de  Habana,  chegaram- 
nos  55  volumes  de  variado  assumpto,  entre  os  quaes  especializarei : 

a) — Cuba  primitiva,  OHgen,  lenguas,  tr adiciones  e  historia 
de  los  índios  de  las  Antillas  Mayores  y  las  Lucayas,  por  Don 
António  BachiUer  y  Morales  —  Segunda  edición  corregida  y  aw- 
mentada.  {HahsíTia  — 1883). 

b)  —  Poesias  de  Don  Francisco  Javier  Balrnaseda,  con  la 
Biografia  dei  Autor.  (Habana  — 1887). 

c)  —  Henrique  Femández  Granados  —  A  Don  Quijote.  (Mé- 
xico — 1905). 

Esta  producção  poética,  adornada  com  o  retrato  do  immortal 
Cervantes,  foi  premiada  em  concurso  por  occasiSo  de  celebrar-se 
o  terceiro  centenário  da  pnblicaçRo  do  «Don  Quixote». 

Do  Sr.  D.  Jesus  Velasquez,  Director  da  Bibliotheca  Nacional 
de  Honduras,  recebi,  em  serviço  das  Permutas  Internacionaes : 

a)  —  Historia  documentada  de  los  limites  entre  la  República 
de  Honduras  y  las  de  Nicarágua,  El  Salvador  y  Guatemala, 
escrita  por  António  R.  VaUyo.   Tomo  L  (Tegncigalpa— 1905). 

b)  —  Historia  de  Centro  America  por  Eduardo  Martinez' 
Lopez.  1Õ02-1821.  (Tegucigalpa  — 1907). 

Pela  Bibliotheca  Nacional  de  Santiago  de  Chile  foram-nos 
inviados  25  volumes,  concernentes  a  assumptos  consulares,  colo- 
niaes,  e6tatisticoS;   commerciaes,   agronómicos,   meteorológicos, 


186  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHBOAS 


eic.  etc,  —  avultando  entre  esses  Tolumes  as  segaintes  publica- 
ções: 

a) — Comienzo  de  arte  en  las  selvas  vírjenes — Dihujos  hechos 
a  mano  por  índios,  coleccionados  por  el  doctor  Teodoro  Koch- 
Grunherg  (Berlin) — Noticia  bibliográfica  por  Rodolfo  R»  SchuUer, 
(Santiago  de  Chile  — 1907). 

b)  —  The  Tkayer  Family  of  Brockworth  according  to  tJie 
researcbes  of  Rev.  Canon  WiUiam  BazcUy  by  Lais  Thayer  Ojeda, 
(Santiago  de  Chile  — 1907). 

c) — Anuário  de  la  prensa  chilena  puilicado  por  la  Biblioteca 
Nacional  — 1901.  (Santiago  de  Chile  — 1904). 

d)  —  Boletin  de  la  BMioteca  Nacional  de  Santiago  (Chile) 
coirespondiente  á  1906,  (Santiago  de  Chile  — 1907). 

Rematam-se  as  101  paginas  doeste  Boletim  por  um  artigo 
interessantíssimo  do  Sr.  Dr.  Pedro  Laútaro  Ferrer,  artigo  subor- 
dinado á  seguinte  epigraphe — cEl  contajio  de  las  enfermedades 
por  los  libros*. 

D'esse  artigo  transcreverei  um  trecho  por  muito  se  correla- 
cionar com  assumptos  de  administraçSo  bibliotheconomica: 

€El  célebre  doctor  Brouardel,  en  una  conferencia  en  Nancy, 
en  1900,  rdató  una  epidemia  de  tuberctdosis  que  se  habia  propa- 
gado entre  los  empleados  dd  aArchivo  de  Kharkoft,  en  la  Rusia 
meridional.  Los  bacilos  de  Koch  pvlulaban  sobre  las  piezas.  Los 
empleados  de  los  archivos,  tuberculosos  en  segundo  pertodo,  tenían 
la  mala  costumbre  de  dar  vuelta  las  páginas  tpor  médio  de  los 
dedos  mofados  con  salivat,  costumbre  perniciosa  que  no  deberia 
tolerares  en  ninguna  parte,  y  que  por  deegracia  es  de  uso  corriente 
en  los  colégios  y  en  las  oficinas». 

Costumbre  perniciosa!  Sestro  pernicioso  e  por  mil  razSes 
abominável !  sestro  que  só  indica  falta  de  asseio  e  falta  de  edu- 
cação !  sestro  que  desgraçadamente  vejo  cultivado  na  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa,  apezar  da  terminante  prescripção  com  que 
no  seu  art.  89.^  prohibe  sirailhantes  prácticas  o  vigente  Regula- 
mento. 

Em  conjugação  com  a  doutrina  alli  expendida,  fiz  eu  publicar 
em  4  de  Fevereiro  de  1904  a  «Ordem  de  serviço  N.®  li  que 
diz  assim: 

«Por  determinação  superior  e  conveniência  do  serviço,  re- 
commenda-se  aos  Conservadores  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  a  rigorosa  observância  do  artigo  89.^  do  Regulamento 
approvado  pelo  Decreto  de  29  de  Janeiro  de  1903,  especialmente 


£  ARCHIVOS  NACTONABS  187 


na  parte  relativa  ao  detestável  costume,  que  tSem  certas  pessoas, 
de  humedecerem  os  dedos  com  saliva  para  voltarem  as  folhas 
dos  livros,  —  práctica  inconvenientíssima  para  a  conservação 
das  espécies  bibliacas  e  perigosissima  para  a  saúde  dos  pró- 
prios leitores.  Outrosim  se  lhes  recommenda  a  conveniência  de 
transmittirem  a  todo  o  pessoal  subalterno  instrucçSes  neste 
sentido». 

E  no  meu  Relatório  de  30  de  Março  do  mesmo  anno  1904 
eu  dizia : 

cParece  incrível  que  acerca  de  similhante  assumpto  careça 
de  fazer  observaçSes  e  formular  prescripçSes  o  director  de  uma 
bibliotheca,  onde  só  pessoas  cultas  e  bem  educadas  se  imagina 
deverem  ter  ingresso!  Mas  a  experiência  dos  factos  insurge-se 
com  a  sua  triste  realidade  contra  o  que  poderia  suppôr-se  numa 
capital  civilizada». 

Apezar  porém  das  prescripçSes  regulamentares,  e  apezar  das 
minhas  advertências  em  harmonia  com  essas  prescripç5es,  la 
mala  costumbre  (como  lhe  chama  o  citado  articulista)  vai  preva< 
lecendo  irremediável! 

Irremediável. . . .  porquê?  irremediável  porque  ha  na  Biblio- 
theca funccionarios  (sem  mesmo  exceptuar  alguns  dos  mais  ele- 
vados em  categoria),  funccionarios  que  por  aquelle  inraizado 
sestro  mostram  simplesmente  não  estarem  na  altura  das  funcçSes 
oiBciaes  a  que  o  bamburrio  os  destínou ! 

Continuemos  no  rol  das  dadivas. 

Pelo  Sr.  D.  Romão  Lopez  Lomba^  Director  Geral  da  Esta- 
tística do  Uruguay,  foi-nos  inviado  o 

Anuário  Estadistico  de  la  República  Oinental  dei  Unigtiay. 
(Montevideo  — 1907). 

Abrange  os  annos  1904  a  1906. 

E  para  terminar  as  minhas  referencias  aos  brindes,  com  que 
da  America  tenho  sido  contemplado,  só  me  resta  accreseentar 
que  de  Washington,  por  infatigável  intermédio  do  Instituto 
Smithsoniano,  grande  cópia  de  livros  continua  a  visitarnos, 
officialmente  publicados  em  variadíssimos  ramos  do  saber  humano,, 
e  todos  elles  importantíssimos. 

De  Londres  nos  vieram  offertadas  pelo  Museu  Britannico  as 
eineo  seguintes  espécies: 

a)  —  Catalogue  of  the  Marathi,  Oujaraii,  Bengali,  Aesamesej, 


1Õ8  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Onya,  Pushtu,  aiid  Sindhy  Manuscripts  in  the  Lihrary  of  the 
British  Museum.  By  J.  F.  Blumhardt,  (London  — 1905). 

b)  —  Catalogue  of  Manuscript  Music  in  the  BHtish  Museum 
by  Augustas  Hughes- Hughes,  VoL  L  Sacred  vocal  music.  (London 

—  1906). 

c)  —  Catalogue  of  the  GhreeJc  Coins  of  Phrygia,  By  Barclay 
V.  Head,  With  one  map  and  ffty-three  plafes.  (London  — 1906). 

d)  —  Suhject  Index  of  the  modei"n  tvorks  added  to  the  Library. 
ofthe  British  Museum  in  the  years  1901"  1905.  (London  — 1*906) . 

e)  —  Compota  Thesaurariorum  Begum  Scotoinim  —  Accounts 
of  the  Lord  High  Treasurer  of  Scotland,  Edited  by  Sir  James 
Balfour  Paul.  Vol.  VU.  A.  D.  1538-1541.  (Glasgow— 1907). 

Aqui  temos  agora  um  livro  despretencioso  mas  elegante, 
curioso  na  sua  simplicidade,  e  sobretudo  muito  sjmpathico: 

Enri  Bouvet  —  Moun  viH  Avignoun.  Tablhi  d'esiiidi  hucau 
&tti  uno  prefaci  pèr  Jan  de  la  Roco-di-Dom.  (Vilo-Diéu-Veisoun 

—  1907). 

Na  elaboração  d'esta  obra,  que  sahiu  a  lume  posthuma,  illus- 
trada  com  vistas  e  retratos  (entre  esses  o  retrato  do  auctor),  o 
illustre  provençalista  Henrique  Bouvet  dispendeu  mais  de  vinte 
annos,  segundo  me  informa  em  carta  a  Sr.^  D.  Isidorina  Bouvet, 
irman  do  finado  escriptor,  —  e  foi  ella  quem  do  livro  me  oíFerecet 
exemplar. 

Remettido  de  Paris,  e  offerecido  pelo  seu  auctor,  chegou-nos 
um  exemplar  do  seguinte  folheto,  concernente  á  Princeza 
D.  Isabel,  única  filha  que  El-Rei  D.  Pedro  II  teve  de  sua  pri- 
meira esposa  a  Rainha  D.  Maria  Francisca  Isabel  de  Saboya: 

V Infante  Isabelle  de  Portugal  et  ses  dix  sept  prétendants 
(1669-1690).  Par  Louis  Farges.  (Paris  — 1907). 

Dezesepte  pretendentes!  E  com  dezesepte  pretendentes  acabou 
por  fallecer  donzella!  Jaz  sepultada,  com  sua  mSe,  no  extíncto 
Convento  das  Francezinhas. 

Do  Ministério  da  Instrucçao  Pública,  Bellas-Ârtes  e  Cultos, 
da  Republica  Franceza,  veiu,  por  intermédio  da  Legação  de 
Portugal  em  França,  a  oiferta  do  mais  um  volume  do 

Inventaire  general  des  richesses  d'art  de  la  France. 

O  volume  agora  inviado,  e  publicado  era  Paris  no  corrente 
1907,  constitue  o  Tom.  iv  dos  «Monuments  réligieuxi»,  das  pro- 
víncias francezas, — e  contínua  a  inspirar  o  mesmo  interesse  que 


B  ÁRCmVOS  NAClOlfÁEd  18d 


nos  tSem  sempre  despertado  os  volumes  anteriormente  appare- 
eidos  doesta  monumental  publicação. 

A  «edição  nacional t  que  se  publica  em  Florença,  sob  os 
auspícios  de  Sua  Majestade  El-Rei  d'Italia,  de  Le  Opere  di  Oa- 
lileo  QaliUi,  prosegue  para  comnosco  em  suas  captivantes  visitas. 
E  d'eiia  nos  vieram,  ha  pouco,  por  obsequioso  intermédio  da 
respectiva  Legação,  o  Vol.  xix  (Firenze  — 1907)  e  do  Vol.  m 
a  Parte  ii  (que  só  também  agora  appareceu  á  luz). 

Conjuntamente  recebi  por  appendice : 

Trent*  aniii  di  Studi  Oalileiani  per  António  Favaro.  (Firenze 
— 1907). 

O  Sr.  Commendador  António  Padula,  que  não  cessa  de  nos 
ser  agradável  inviando-nos  producçSes  em  que  attesta  o  seu 
amor  pelas  coisas  portuguezas,  agora  me  remetteu  exemplar  da 
seguinte  publicação : 

Visconte  d^ Almeida  Garrett — Camoena,  Ti*aduzione  dei  porto- 
ghese  dei  Conte  Adriano  di  Valbranca  con  proemio  dd  Prof. 
António  Padula  Segrttario  Generale  delia  Società  Liiigi  Camoena. 
(Napoli  — 1907). 

  tradueção  italiana  do  formoso  poema  garrettiano  é  em 
prosa,  —  como  em  prosa  tinha  sido  a  franceza  que  Henrique 
Faure  publicou  em  1880  do  mesmo  poema. 

O  prefacio  do  Sr.  Commendador  Padula  é  constituído  por 
uma  longa  exposição  biographico-critica  acerca  do  Visconde  de 
Almeida  Garrett. 

O  Sr.  Luiz  Zuccàro,  Professor  que  reside  em  Alessandria,  e 
que  devemos  considerar  um  benemérito  das  lettras  portuguezas 
-  pelo  aíTecto  que  lhes  consagra,  vertendo  para  italiano  producções 
de  alguns  dos  nossos  conterrâneos  (comprehendido  nessa  conta 
o  insigne  Camillo  Castello-Branco),  presenteou-nos  com  um 
exemplar  do  seguinte  folheto : 

Giudizi  stdla  Ibéria  Letteraria  e  eu  altre  opere  dd  Prof.  Luigi 
Zuccaro,  (Alessandria  —  S.  d.  — 1907). 

Esse  folheto  representa  uma  grinalda  de  juízos  críticos,  pu- 
blicados em  jornaes  de  vários  paizes  (incluindo  periódicos  portu- 
guezes),  com  respeito  a  uma  obra  de  que  também  o  Sr.  Zuccaro 
nos  oíFereceu  exemplar : 

La  Ibéria  Letteraria»  Brani  scdti  dei  principali  Prosatori  e 
Poeti  Spagnuoli — Cenni  axMe  Lingue  $  Lettere  Iberiçke  (Caetí- 


190  BOLETIM  DAS  B1BLI0THECA8 


gliana,  Portoghese  e  CatalanaJ  per  Luigi  Zuccaro.  (Alessandria 
— 1905). 

De  Portuguezes  o  Sr.  Luiz  Zuccaro  cita  especialmente  no 
Beu  livro  Vasco  de  Lobeira,  Gil  Vicente,  Jorge  de  Monte-mór, 
e  D.  Francisco  Manuel  de  Mello, — transcrevendo  por  appendice 
composições  de  Camões  e  de  Garrett,  assim  como  quadras  ita- 
lianas vertidas  em  portuguez  pelo  Sr.  Dr.  Cândido  de  Figueiredo. 

Da  Imprensa  Nacional  do  Estado  da  Judia  Portugueza  veiu- 
nos  um  volume  de  versos  intitulado 

Livro  da  Fé  por  Fernanda)  Leal — Com  excerptos  de  criticcu 
aos  sewt  anteriores  livros.  (Nova  Goa  — 1906). 

Da  mesma  procedência  indiana  especializarei|  entre  outras 
publicações,  o 

Catalogo  dos  livros,  opúsculos  e  manuscriptos  —  Pertencentes 
á  Bíbliotheca  Nacional  de  Nova  Goa.  (Nova  Goa —  1907). 

Subscreve  o  prologo,  como  coordenador  do  Catálogo,  o  Bi- 
bliothecario-Director  Octaviano  Guilherme  Ferreira. 

E  abrange  o  livro  quatro  secções: 

1  .•  —  €  Livros  impressos  » . 

2.* — «CoUecçSLo  dos  impressos  e  manuscriptos  antigos  (dos 
séculos  17  e  18)  ordenada  em  1890  pelo  entfto  bibliothecario 
Luiz  Manuel  Júlio  Frederico  Gonçalves;  e  agora  revista,  refun- 
dida, remodelada  e  augmentada». 

3.* — f Publicações  periódicas». 

4.* —  «Catalogo  das  moedas  pertencentes  ao  Gabinete  Numis- 
mático annexo  á  Bibliotheca  Nacional  de  Goav  comprehendendo 

a)  —  Moedas  de  Goa 

b)  —  Moedas  de  DamSo 

c)  —  Moedas  de  Diu 

d)  —  Moedas  do  continente  do  Reino 

e)  —  Moedas  das  Ilhas  Adjacentes  (Madeira  e  Açores) 

f)  —  Moedas  de  Angola 

g)  —  Moedas  de  S.  Thomé  e  Principe 

h)  —  Moedas  do  Brazil  (quando  colónia,  e  quando  reino  unido 
a  Portugal) 

i) —  Moedas  de  Moçambique 

j )  —  Moedas  extrangeiras  (Allemanha,  Áustria,  Bélgica, 
França,  Grécia,  Gibraltar,  Hanover,  Helvécia,  Hespanha,  Hol- 
•landa.  Ilhas  Joçias,  Inglaterra,  Itália,  Prússia,  Roma  (Estados 
Pontifícios),  Rússia,  Turquia;  Birmânia,  Ceylfto,  China,  Cochin- 


J 


B  ARCHIV08  NAGI0NÁE8  191 


china,  Companhia  da  índia  Oriental,  Hong-Kong,  índia  ingleza^ 
JapSo,  Pérsia,  Sarawack,  Singapura;  Congo  (belga),  Maurícias, 
Mombaça;  Bolivia,  Brazil  (Império,  e  Republica),  Canadá,  Chile, 
Estados  Unidos  da  America,  México,  Peru,  Uruguay:  Guernesey 
(na  Oceania),  e  índias  Neerlandezas). 

Do  Sr.  Wenceslau  de  Moraes^  residente  no  Japão,  tive  por 
offerta  a  publicação  seguinte : 

Wenceslau  de  Moraes  —  A  Vida  Japoneza,  Terceira  serie  de 
Cartas  do  JapOo --(1900^1906).  (Porto  — 1907). 

Da  Caria  de  Portugal  que  se  está  publicando,  organizada 
pela  Direcção  Geral  dos  Trabalhos  Geodésicos  e  Topographicos, 
e  chromo-lithographada  na  escala  de  1  para  Õ0:000,  recebeu-se 
a  Folha  iV.«  le-^d. 

Da  Commissão  do  Serviço  Geológico  de  Portugal  proveiu-nos  a 

Noticia  sobre  a  Carta  Hypsometrica  de  Poiiugal  por  Pavio 
Chojfat  (Com  uma  carta  tectonicaj  —  Versão  do  original  francez 
por  Luiz  Filippe  d* Almeida  Couceiro,  (Lisboa  — 1907). 

Juntamente  com  o  folheto  da  sobredita  aNoticia»  recebeu-se, 
primorosamente  chromo-lithographada  em  duas  folhas,  a 

Carta  Hypsometrica  de  Portugal  (Segundo  a  carta  chorogra- 
phica  na  escala  d-e  1:100000), 

Esta  «Carta  Hypsometrica»  foi  executada  em  1906  na  escala 
de  1  para  500:000). 

Da  Carta  Chorographica  dos  limites  de  fronteira  (entre  Por- 
tngai  e  a  Hespanha)  recebi  a  Folha  14.^  e  a  Folha  16.^,  execu- 
tadas com  o  mesmo  apuro  por  que  se  recommendam  as  anterior- 
mente publicadas. 

! 

Anhuario  do  Real  Ccllegio  Militar-^ Anno  lectivo  de  1900-- 
!  1906.  (Lisboa  — 1907). 

Neste  volume,  de  que  nos  foi  offertado  um  exemplar  pelo 
Director  do  Collegio,  inclue-se  o  «Discurso  inaugural»  pronun- 
'  ciado  pelo  Professor  José  Justino  Teixeira  Botelho  em  sessão 

solemne  da  abertura  das  aulas. 

Âs  inspiradas  producçSes  poéticas,  derramadas  por  vários 
volumes  de  que  é  auctor  o  Sr.  José  Ramos-Coelho,  meu  antigo 
oompanbeiro  nos  lavores  profissionaes  da  Biblíotbeca  Nacional| 


1 


192  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHBCAS 


erudito  Conservador  que  eu  já  neste  instituto  incontrei  quando 
por  concurso  fui  nelle  admittido  em  1886,  funccionario  modelar 
cujo  nome  ha-de  sor  sempre  aqui  relembrado  com  saudade 
indelével,  —  as  inspiradas  producçdes  poéticas  d'este  iliustre  es- 
criptor  tSem  por  muitas  vezes  incontrado  um  echo  sympathico 
em  alguns  dos  mais  notáveis  postas  que  do  nosso  conterrâneo 
verteram  para  diversas  línguas  uma  avultada  collecçfto  de  poesias. 

Foi  essa  collecç&o  que  o  poeta  portuguez  agora  inglobou  num 
formoso  livro,  publicando  juntamente  com  as  versões  o  texto 
original. 

Dois  exemplares  me  trouxe,  doesse  livro  incantador,  o  Sr. 
José  Ramos-Coelho,  livro  em  cujo  frontispicio  incontro  estampados 
estes  dizeres : 

Poesias  de  Ramos  Coelho,  Sócio  ejffectivo  da  Academia  Real 
das  Sciencias  de  Lisboa,  Sócio  correspondente  do  Instituto  de 
Coimbra  e  da  Academia  de  Liicca,  membro  da  Arcádia  de  Roma, 
etc.  Vertidas  em  italiano,  hespanhol,  stieco,  allemão  e  francez 
pelos  Snrs,  Thomaz  Cannizzaro,  Prot^pero  Peragallo,  Sólon  Am- 
hrosoli,  Luiz  Brignoli,  José  Bénoliel,  Lamarque  de  Novôa,  Gõran 
Bjôrkman,  Ouilhei*me  Storck,  Achilles  Millien,  e  Henrique  Faure. 
(Lisboa  — 1907). 

Ás  versões  apresentam-se  antecedidas  por  «Duas  palavras» 
do  auctor  portuguez — prologo  em  prosa — e  logo  por  uma  com- 
posição poética  do  mesmo  cÁos  nleus  traductores». 

Esses  traductores  sSo  todos  extrangeiros,  com  excepçSo  apenas 

'  do  Sr.  Professor  José  Bénoliel,  insigne  hebraista  e  nfto  menos 

insigne  arabista  que  entre  nós  reside  ha  muitos  annos,  e  que, 

tendo  nascido  em  Tanger,  ha  muitos  annos  está  naturalizado 

cidadSo  portuguez. 

Do  Sr.  Gabriel  Pereira  recebi,  entre  outras  offertas,  24  bi- 
Ihetes-postaes  il lustrados,  que  todos  reproduzem  assumptos  ebo- 
renses,—  intrando  nessa  conta  a  frontaria  da  Bibliotheca  Pública 
de  Évora  e  a  Sala  do  Museu. 

Da  Vida  Intelectual,  —  revista  mensal  que  o  Sr.  D.  Júlio 
Nombela  y  Campos  publica  em  Madrid,  e  com  que  o  Sr.  Gabriel 
Pereira  contináa  a  brindar  nos,  mencionarei  os  N.**  5,  6  e  7, 
correspondentes  a  três  fasciculos. 

Com  o  fascículo  5.**  principia  o  Tom.  II  d'essa  interessante 
publicação.  Termina  aqueile  fascículo  pela  secçSo  «Portugal  Li- 
terário»,—  e  nesta  secção  vem  uma  apreciação  circumstanciad»' 


j 


fi  ÁRCUIVOS  KAGIOKABS  193 


ácêrca  do  poema  de  António  Correia  d'Oliveira  cTentaçSo  de 
Sam  Frei  Gil»  (apreciação  acompanhada  pelo  retrato  do  nosso 
conterrâneo). 

Incluem-se  outrosim  na  referida  secçSo: 

Noticia  do  c Divino  Amor»  (peça  histórica  em  três  actos  e 
em  verso  por  Mário  Monteiro) ; 

Noticia  ácêrca  de  Carlos  Malheiro  Dias,  com  a  traducçSo 
castelhana  do  conto  cA  Vencida»  (em  hespanhol,  cLa  Ilusión»); 

£,  por  último,  um  artigo  intitulado  «La  Instrucción  pública 
en  Portugal». 

O  N.**  6  da  Vida  Intelectual  (correspondente  a  Outubro  de 
1907)  inclue,  assignado  pelo  Sr.  D.  Gabriel  Maria  Vergara,  um 
artigo  que  traz  por  titulo — aRefranes,  modismos  j  cantares 
geográficos  empleados  en  Espana,  con  relación  á  otros  pneblos». 
Nesse  artigo  vem  ura  .curioso  capitulo  exclusivamente  relativo  a 
Portugal,  capitulo  de  notável  interesse  para  os  folkloristas. 

O  N."  7  da  Vida  Intelectual  (correspondente  a  Novembro) 
nSo  offerece  artigos  especiaes  sobre  assumptos  portuguezes;  mas 
inclue  na  secção  «Bibliografia»  referencias  a  várias  publicaçSes 
da  nossa  terra,  publicações  que  seus  auctores  inviaram  por  brinde 
á  redacção  da  revista  madrilena. 

Mais  devemos  ao  Sr.  Gabriel  Pereira  ofiferta  da  seguinte 
obra: 

J,  Thovlet  —  UOcéan,  ses  lois  et  ses  problèmes,  (Évreux  — 
1904). 

Este  livro,  qae  sahiu  acompanhado  por  bellas  gravuras, 
constituo  (como  diz  o  auctor  no  prefacio)  «un  resume»  de 
leçons  de  géographie  physique  faites  á  la  Faculte  des  Lettres 
de  Nancy».' 

O  Sr.  José  António  Moniz  oíFereceu-nos  várias  photographias 
(entre  essas  os  retratos  dos  célebres  patriotas  José  Mazzini  e 
José  Garibaldi),  photographias  que  ficam  devidamente  archivadas 
na  Sub-Secção  das  Estamj»as. 

Do  mesmo  Sr.  Moniz  recebemos 

Londres,  ses  environs  et  les  principales  vales  d' Angleterre, 
d'Écosse  et  d'Irlande.  (Paris  — 1886). 

Pertence  este  volume  á  «Collection  des  Guides-Joanne». 

E  outrosim  recebemos 

JSpain  and  Portugal  —  Handbook  for  travellers  hy  Karl 
Baedeker — With  6  maps  and  46  plans,  (Leipsic —  1898). 


1  d4  fiOLBtm  DAS  BlfiLIOtHECÁd 


O  Sr.  Dr.  Augusto  Pereira  de  Bettencourt  Átaide  oíFereeea- 
no8  um  exemplar  das 

Noçdes  geraea  sobre  a  hygiene  dos  arthiitieos  e  dos  diabéticos 
(baseada  na  observação  clinica  e  urológica)  por  Virgilio  Machado 
'" — Segunda  edição  muito  ampliada.  (Lisboa  — 1900). 

O  Sr.  Visconde  de  S.  Bartholomeu  de  Messínes  presenteou- 
nos  com  um  retrato,  em  photo-gravura,  do  Marquez  de  Liveri 
e  de  Yaldausa. 

Pelo  Sr.  Augusto  de  Oliveira  Vida,  que  na  sua  modesta 
categoria  de  Continuo  é  um  dos  mais  prestimosos  funccionarios 
da  Bibliotheca  Nacional, — funccionarío  a  todos  os  respeitos  digno 
do  mais  alto  louvor,  —  foram-nos  offerccidos  29  volumes,  entre 
os  quaes  es|)ecializarei  os  seguintes: 

a)  —  Chimie  des  Demoiselles — Leçons  professées  à  la  Sorbonne 
par  MM.  Cahours  <&  Riche,  (Paris — S.  d.  (1868) — Com  figuras). 

b) — Ensaios  de  Pkilosophia  actual  por  Manuel  A.  Ferreira- 
Detisdado.  (Lisboa  — 1888). 

c)  —  Principias  geraes  de  PhUosophia  por  J.  M,  da  Cunha 
Seixas  —  Obra  posthuma.  Precedida  de  um  esboço  histórico  da 
PhUosophia  em  Portugal  no  século  XIX  e  de  uma  noticie^  Jnogra- 
phica  do  auctor  por  Ferreira-Deusdado.  (Lisboa  —  1897). 

d)  —  Elementos  de  Geographia  geral  por  Ferreira  Deusdado, 
(Paris  —  1891  —  Com  figuras). 

e) —  O  ensino  carcerário  e  o  Congresso  Penitenciário  Interna-' 
cional  em  S,  Peiei*sburgo por  Ferreira-Deusdado.  (Lisboa — 1891). 

f) — A  Anthropologia  criminal  e  o  Congresso  de  BruxeUaspor 
Fei^reira-Detisdado .  (Lisboa —  1894). 

g)  —  A  dominação  ingleza  em  Portugal  —  O  que  i  e  de  que 
nos  tem  servido  a  aUiança  da  Inglaterra,  Por  um  compatriota  de 
Gomes  Freire  d' Andrade.  (Lisboa  — 1883). 

h)  —  L,  J.  Baldy — Perfis  moraes.  Devaneios  poéticos,  (Lisboa 
I  —1880). 

'  i)  —  Dr.  Bernardo  de  Madureira  —  O  Sol  d^ Aquino  —  I,  A 

/  lenda.  II,  A  doutrina.  (Coimbra — 1884).  (Poemeto,  em  alexan- 

drinos, acerca  do  «Doutor  Angélico»). 

j) — J.  Leite  de  Vasconcellos — Bailadas  do  Occidente.  (Porto 
— 1885). 

k) — D.  Manuel  Femandez  y  Gomalez —  O  Marquez  das  Sete 
Egryas.  Romance  hintorico  do  tempo  dos  Filippes  III  e  IV  de 
Hespanha.  (Lisboa — 1894-90  —  4  tomos  com  gravuras). 


j 


1t  ARCfilVOS  trACÍOKAÊd  195 


o  Sr.  Oliveira  Vida,  que,  por  despacho  de  9  de  Outubro, 
foi  promovido  do  logar  de  Terceiro-Continuo  ao  de  Segundo- 
Contínuo,  e  que  já  por  mais  de  uma  vez  tem  sido  elogiado  nos 
meus  Relatórios,  nutro  a  certeza  de  que  ha-de  no  seu  novo  cargo 
proseguir  pela  mesma  forma  digno  de  todos  os  encómios. 

O  Sr.  Dr.  Francisco  Marques  de  Sousa  Viterbo  continua 
brindandonos  com  fructos  opimos  do  seu  vergel  ubérrimo. 

Agora  nos  o£Pereceu  elte  o  Exemplar  N.*  10  (em  uma  tiragem 
limitada  a  21  exemplares)  das 

Occorrencias  da  vida  mourisca.  (Lisboa  — 1907). 

Trabalho  é  esse  que  originariamente  sahiu  á  luz  no  Vol.  iv 
do  Archivo  Histórico  Porivgtiez,  —  publicaçSo  periódica,  impor- 
tantissima,  de  que  é  fundador,  proprietário,  e  principnl  redactor, 
o  Sr.  Anselmo  Braamcamp  Freire,  um  erudito  escriptor  di primo 
cartello. 

E  mais  nos  veiu  ofTertado  pelo  Sr.  Dr.  Sousa  Viterbo  um 
exemplar  do  seguinte  opúsculo  inicialmente  publicado  na  cMedi- 
cina  Contemporânea» : 

Sousa  Viterbo  —  Medicos-Poetas.  L  Dr.  Braz  Nunes  Manhans. 
(Lisboa— S.  d.  — 1907). 

A  indicação  de  ser  este  o  opúsculo  l.^'  de  uma  projectada 
collecç&o,  subordinada  ao  titulo  «Médicos  Poetas •,  dá-me  a  in- 
tender que  o  Sr.  Dr.  Viterbo  se  propõe  dar  a  lume  neste  campo 
interessantes  communicayões. 

O  assumpto  é  deveras  muito  para  tentar,  e  assenta  de  mais 
a  mais  sobre  um  terreno  que  em  Portugal  está  completamente 
por  explorar, — imbora  não  faltem  no  extrangeiro  exemplos  con- 
vidativos,  taes  como  a  Dissertation  sur  les  médecins  poUes  que  o 
Dr.  Estevam  Sainte-Marie  fez  sahir  dos  prelos  em  Lyon  no 
anno  182Õ. 

Entre  nós. . . .  ninguém  mais  competente  que  o  Sr.  Dr.  Vi- 
terbo, em  quem  harmonicamente  se  conjugam  as  duas  entidades: 
médico  e  poeta. 

E,  já  que  falo  em  medicos-poetas,  vem  agora  a  talho  de  foice 
mencionar  um  d^elles,  mui  distincto  e  por  isso  merecidamente 
mui  conceituado. 

Por  obsequioso  intermédio  do  Sr.  Dr.  Vicente  Rodrigues 
Monteiro,  um  dos  mais  eminentes  advogados  que  hoje  florescem 
nos  auditórios  portuguezes,  inviou-nos  a  Sr.*^  D.  Maria  Moreira 
Alves  Crespo  um  exemplar  do  mimoso  trabalho  que  seu  marido 


19(}  BOLÊtUí  DAS  filBLlOTHECAS 


publicou,  ha  dois  annòB,  numa  elegante  ediç&o  de  251  exempl^ires 
desliuadoB  exclusivamente  a  offertas.  Intitula-se: 

François  Coppée —  O  Sonho  (Le  Passant),  Comedia  em  um 
acto,  em  verso,  Representada  pela  1.^  vez  no  Odeon,  em  14  de 
Janeiro  de  1869,  pela  eximia  actriz  Sarah  Bemkardt  e  Âgar,  com 
grande  applauso  do  auctor,  pelo  talento  e  ai^  com  que  desempe- 
nharam 08  dois  papeis  creados  pela  phantasia  do  poeta —  2Va- 
ducçao  de  Alves  Crespo.  (Lisboa —  1906). 

A  traducção,  toda  em  verso,  é  precedida  por  «Uma  expli- 
cação» —  prologo  em  prosa  do  traductor. 

Do  traductor  Joaquim  Pedro  Alves  Crespo,  que  foi  na  Eri- 
ceira o  caritativo  médico  dos  xlesvalidos,  e  que  apar  dos  lavores 
clínicos  se  dedicava  com  extremado  apuro  ao  cultivo  dos  lavores 
litterarios,  acha-se  neste  momento  em  via  de  publicação,  por 
saudosa  homenagem  da  sua  carinhosa  viuva,  a  collecção  completa 
dos  bellissímos  versos  em  que  o  fallecido  mostrou  exuberante- 
mente os  seus  dotes  de  espirito  e  de  coração. 

O  Dr.  Alves  Crespo  exemplificou  por  si,  como  aliás  teem 
muitos  outros  exemplificado,  aquella  eterna  verdade  proclamada 
nos  versos  do  Dr,  António  Ferreira : 

«Não  fazem  damno  as  Musas  aos  doutores ; 
Antes  ajuda  a  suas  lettras  dSLo». 

António  Ferreira,  mencionando  as  clettras»  dos  «doutores»,  re- 
feria-se  evidentemente  aos  «lettrados» — alettrados»  naaccepç&o  de 
«jurisconsultos».  Mas. . . .  porque  nítoha-de  generalizar-se  também 
aos  «médicos»  a  conceituosa  affirmativa  do  illustre  quinhentista? 

O  Sr.  Dr.  Arthur  Lamas, — que  nâo  arrefece  no  seu  caloroso 
impenho  de  publicar  interessantissimos  opúsculos  sobre  assumptos 
de  Numismática  e  muito  especialmente  de  Medalhistica,  tomando 
por  base  principal  de  seus  estudos  a  opulenta  collecção  de  moedas 
e  medalhas  iniciada  por  seu  pae, — deu  recentemente  aos  prelos 
um  folheto,  de  que  recebi  para  a  Bibliotheca  dois  exemplares,  e 
que  se  intitula 

Medalha  de  D.  Carlos  I  covimemorativa  da  acclamação  para 
galardoar  serviços.  (Lisboa —  1907). 

Vem  adornado  o  folheto  com  a  reproducção  fac-simile  da 
medalha  no  anverso  e  no  reverso. 

O  Sr.  José  Ferreira  Braga  deu  a  lume  no  Vol.  xii  d' O  Ar-. 


Ê  AftÒHlVOS  KAClOKAÊd  1^7 


■t  ■  I  II       ^    ■  r 


çheçlogo  FortvigúêB,  que  se  pUblíca  ^ob  à  <}irec^o  do  Sr.  Dr;  Leite 
de  Vasconcellòe,  uma  curiosa  memoria,  que  separadamente  repi^o^ 
daziu  depois  em  folheto  autónomo,  e  doesse  folheto  veiu  intregar-m0 
pessoalmente  um  exemplar  com  destino  á  Bibliotheca. 
.  Intitula-se  o  folheto 

Numismática  portuguesa — O  real  preto  por  Ferreira  Braga» 
(Li8.b0a  — 1907), 

Vem  adornado  esse  opúsculo  com  7  gravuras, — e  constituo 
natural  sequencia  d'aq.ueir outro  que  anteriormente  pqblicou  e 
nos  offerêceU;  intitulado  O  ceita  de  cobre  (Lisboa — 1903). 

O  Sr.  Sebastião  Joaquim  Baçam,  que  por  várias  vezes  nos 
tem  brindado  com  interessantes  Números  do  quinzenário  brazir 
liense  Vera-Cruz,  agora  nos  offereceu  d'elle  o  N.^  20  do  Anno  IV 
(S.  Paulo,  27  de  Outubro  de  1907),  —  Número  que  mui  parti- 
cularmente despertou  a  minha  attenção,  pois  que  nelle  o  Sr.  Baçam 
deu  á  luz  um  artigo,  a  que  poz  por  titulo  cA  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa».  . 

Do  mesmo  oíFerente  recebi  também 

Consagração f  Numei^O'  Único,  dirigido  por  Fernão  Botto  Ma- 
ckado  e  Gonçalves  Neves,  e  dedicado  ao  Dr.  Sebastião  de  Maga- 
lhães Lima.  (Lisboa  —  Dezembro  de  1904). 

Vem  collaborado  este  «Número  unicot  por  vários  escriptores, 
tanto  nacionaes  como  extrangeiros,  aèm  disiin.cç&o  de  cores  poli- 
^cas,  adornado  com  o  retrato  do  jornalista  a  quem  é  offerecida 
a  «Consagração! ,  e  outrosim  acompanhado  por  três  composiçSes 
^lusicaes  (o  «Hymno  de  Ma;;alhSes  Lima»,  «A  Portuguezav,  e 
cA  Marselhea^a»). 

A  lUustração  Portugueza,  cuja  visita  recebo  sempre  com 
muito  especial  agrado,  apresenta-me  no  seu  N.®  91  (Lisboa,  18 
de  Novembro  de  1907)  um  artigo  anonymamente  publicado  sob 
o  titulo  «Gravadores  Portuguezes». 

Vem  adornado  esse  artigo  com  a  reproducçJto  fac  símile,  em 
photo-gravura,  de  onze  chalco- gravuras  em  que  figuram  os  se- 
guintes nomes  (nomes  dos  auctores  que  ao  respectivo  trabalho 
artístico  se  vincularam):  —  Agostinho  Floriano  Soares,  Marquez 
de  Marialva  (D.  Pedro),  Gregório  Francisco  Queiroz,  António 
Joaquim  Padrfto,  Joaquim  Manuel  da  Rocha,  Joaquim  Carneiro 
da  Silva,  Francisco  Thomaz  de  Almeida,  Eieutherio  Manuel  de 
Barros,  José  Teixeira  Barreto,  João  Caetano  Rivara,  e  Jofto 
Joaé  dos.  Santos. 


i9â  BQLBTDÍ  DAS  BIBLtOTHBCAS 


A  reprodaoçSo  fac-simile  das  chalco-gravnras  foi,  para  todaSi 
feita  sobre  exemplares  pertencentes  á  collecçlo  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa, — collecçio,  ácêrca  da  qual  tive  o  gosto  de 
ler,  escriptas  pelo  articulista  da  lUustração  PorUtgueza,  as  pala- 
vras seguintes :  ccollecçSo  organisada  na  Bibliotheca  Nacional 
pelo  sr.  Gabriel  Pereira,  uma  das  auctoridades  mais  competentes 
e  eruditas  em  assumptos  de  archeologia  e  de  arte  nacional  i. 

O  Sr.  David  Lopes,  erudito  Professor  no  Curso  Superior  de 
Lettras,  inviou-me 

Trois  faits  de  phofiétiqtie  historique  arabieo-kUpanique  (E^iratt 
da  tome  Ilides  MÂctes  du  XIV*  Congrès  International  des  Orien- 
talístes3j.  (Angers—  1906). 

Do  Sr.  Visconde  d*Asseca  recebi 

Xotteia  histórica  acerca  de  Salvador  Corria  de  Sá  e  Benê" 
vides  lida  na  sessão  solemne  da  Sociedade  de  Geographii  de 
Lisboa  em  14  de  Janeiro  de  1907  pdo  sócio  Visconde  d'Asseca 
(Salvado^').  (Lisboa— S.  d.  — 1907). 

Constituo  ff  separata  1  (luxuosamente  impressa  em  papel-de- 
linbo)  do  discurso  originariamente  publicado  no  Boletim  da  So- 
ciedade. 

Offertas  do  Sr.  Eugénio  do  Canto,  acudiram-me  em  conti- 
nnaç&o  as  seguintes  (edições  sempre  limitadas  a  60  exemplares, 
que  nlo  entram  no  commercio): 

a)  —  Epistola  de  El-Rd  7>.  Manoel  ao  Doge  de  Veneza, 
Agostinho  Barbadico.  22  de  Fevereiro  de  1501.  (Coimbra  — 
1907). 

Abrange,  com  o  texto  latino,  a  traducçlo  portuguesa  de  José 
Pedro  da  Costa. 

b) — Copia  et  sumario  di  una  letera  di  Sier  Domenego  Pixani, 
el  Cavalier,  orator  nostro  in  Spagna  a  la  Signoria.  27  de  Julho 
de  lõOl.  (Coimbra  — 1907). 

e)  —  Preito  de  obediência  d'El'Rei  D.  Manoel  ao  Papa 
Júlio  II  prestado  pelo  seu  embaixador  Diogo  Pacheco  em  4  de 
Junho  de  lõCfõ.  Traduzido  por  José  Pedro  da  Costa.  (Coimbra 
— 1907). 

d)  —  lõn^-lôlS.  Cartas  do  Bispo  Matheus  a  El-Rd  D.  Ma- 
noel. (Coimbra  —  1 907). 

Remettido  da  Ilha  Terceira  pelo  Sr.  Dr.  Manuel  Ferreira* 


j 


1 1 


B  ÁRCHIV08  HACIOKAIiifl  199 


Denadado,  e  por  elle  offerecido  á  Bibliotheca  Nacional^  archivei 
o  seguinte  folheto: 

Lyceu  Nacional  de  Angra  do  Heroísmo  —  Discurso  da  aher" 
fura  solemne  recitado  pelo  Reitor  interino,  Dr,  Ferreira-Deusdado, 
na  sessão  publica  de  16  de  outubro  de  1907,  e  Relatório  referente 
ao  anno  escolar  de  1906-1907),  (Angra  do  Heroísmo  — 1907)* 

Do  Porto,  como  dadiva  do  auetor,  veiu-me  indereçado  am 
incantador  opasculo : 

Rursum  vivat  —  Elogio  fúnebre  do  Conselheiro  Ernesto  Ro- 
dolpho  Hintze  Ribeiro,  recitado  na  Real  Capella  de  Nossa  Senhora 
da  Lapa,  no  Porto,  a  2  de  Dezembro  de  1907,  por  F,  J.  Patrido, 
Pregador  régio  e  antigo  deputado.  (Porto  — 1907). 

Qaem  n&o  conhecesse  o  Rev.  Francisco  José  Patrício,  teria 
neste  panegyríco  (adornado  com  o  retrato  do  Conselheiro  Hintze) 
cabal  ensejo  para  aquilatar  os  dotes  oratórios  que  no  illustre 
sacerdote  rutilam,  attestando  simultaneamente  apar  da  sua  elo- 
quência o  seu  patriotismo. 

Outra  dadiva  do  Porto : 

Club  Fenianos  Portuenses — Relatório  da  Direcção.  Gerência 
de  1906  a  1907.  (Porto  —  1907). 

Inclue  (nas  pag.  22  e  59  a  60)  captivantes  referencias  á 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Foi  a  Direcção  do  Club  que  tal  offerta  me  inviou. 

O  Sr.  Commendador  José  António  Vieira  Marques  remet- 
teu- me  de  Braga  dois  exemplares  da  obra  que  passo  a  men» 
cíonar : 

O  homem  prehistorico  por  Zaborowski —  Traducção  de  José 

António   Vieira   Marques —  Com  uma  advertência  e 

notas  do  traductor.  (Braga  — 1906). 

O  passado,  o  presente  e  o  futuro  da  Escola  Primaria  Porta- 
gueza  por  Alfredo  Filippe  de  Mattos.  (LouzS  — 1907). 

O  auctor,  de  quem  por  offerta  recebi  a  obra  mencionadH, 
desimpenha  as  funcçOes  de  professor  official  na  povoaç&o  do 
Freixo  (concelho  da  Louzan). 

Eduardo  de  Carvalho  —  A  boa  nova  (Esboço  de  um  poema). 
(Vizeu  — 1906). 

Á  frente  do  livro,  .cuja  offerta  de  ventos  ao  auctor  dos  verdOft, 


soo  BOLETIM  DA8  6iBLI0Th£CÁS 


yeiÂ' umi^  carta  do  fallecido  Heliodoro  Salgado-^  carta  que  tem 
por  titulo  e  por  assumpto  «A  poesia  na  actualidadet • 

Passando  agora  a  enumerar  as  principaes  espécies  que  por 
titulo  oneroso  deram  ingresso  na  Bibliotheca  durante  o  quarto 
trimestre  de  1907,  principiarei  por  citar 

José  de  Sousa  Machado  —  Brasões  inéditos.  (Braga  — 1906), 

Abrange  esta  resenha  Õ35  números. 

De  Inglaterra  mandei  vir  cinco  publicações : 

a)  —  Lifeof  Dom  Barthulometv  of  the  Martyrs,  Rdigious  of 
ihe  Order  of  St.  Dommicy  and  Archbiskop  of  Braga,  in  Portu- 
gal.   Translated  by  Lady  He^i^hert  from  ihe  original  of  Father 
Louis  of  Granada  and  four  otker  bíographies.  —  New  edition. 
(Lewes  — 1890), 

b)  —  The  Discovery  of  Austrália.  A  criticai,  documentary 
and  historie  investigalion  concerning  the  Priority  of  Discovery  in 
Axuiralasia  by  Europeans  before  the  anival  of  Lieut.  James 
Cook,  in  the  aEndeavour»,  in  the  year  1770  —  By  George  Col- 
lingbridge.  (Sydney — 1895). 

Curiosas  illustraçoes,  cartas  e  mappas,  adornam  primorosa- 
mente esta  obra,  cuja  singular  importância  me  parece  desneces- 
sário pôr  t;m  relevo. 

c)  —  The  rise  of  portuguese  power  in  Índia  1497^1550  by  R, 
Whiteway.  (Westminster  — 1899). 

Adornando  esta  obra,  vem  um  mappa  geographico. 

Pena  é  que,  nas  suas  apreciações  para  com  os  Portuguezes, 
se  mostre  tSLo  azedo  o  auctor  do  livro,  tilo  azedo,  tSlo  injuriosa* 
mente  azedo!  Pena  é  que  tão  aggressivo  appareça  este  nosso 
ctiel  alliadoD,  —  tão  aggressivo  em  vez  de  imparcial  e  justiceiro! 
A  inferir  do  prisma,  atravez  do  qual  apaixonadamente  examina 
e  critica  os  gloriosos  fastos  do  nosso  paiz,  —  o  Sr.  Whiteway 
deveria  chamar-se  antes  Blackway. 

Felizmente  vem  uma  dama  indemnizar-nos  de  iaes  injustiças, 
publicando  recentemente  o  livro  que  vou  indicar : 

d)  —  Lisbon  &  Cintra.  With  some  account  of  other  cities  and 
historical  sites  in  Portugal.  Written  by  A.  C.  Inchbold,  lUus- 
trated  by  Stanley  Inchbold.  (London  —  1907). 

Neste  livro,  a  illustre  escriptora  que  o  elaborou,  e  cuja  visita 
logrei  o  prazer  de  receber  na  Bibliotheca  Nacional  em  Outubro 
de  1906,  não  somente  percorre  Lisboa  e  Cintra,  mas  também  seus 
jirredores,  taes  como  o  picturesco  trecho  que  á  beira  do  Tejo  vai 


e  ARCHIVOS  KACI0NAE3  201 


de  Lisboa  a  Cascaes.  Occupa-se  egualmente  de  Almada^  Sétuba)^ 
Palmella,  Évora,  Santareiu,  Thomar,  Alcobaça,  Batalha,  Leiria^ 
Coimbra,  o  Bussaco,  Porto,  e  Braga. 

No  seu  percurso  atravez  de  todas  essas  localidades,  a  viajante 
mostra  sympathizar  com  as  coisas  portuguezas,  e  entre  os  insti-* 
tutos  que  relembra  da  bua  digressão  nílo  se  esquece  de  mencionar 
a  Bibliotheca  Nacional  com  referencias  muito  amáveis. 

No  livro  íiguram,  como  elemento  illustrativo,  trinta  vistas 
dos  mais  notáveis  sitios  percorridos  pela  auctora,  —  vistas  colo- 
ridas em  que  os  nossos  monumentos  e  as  nossas  paizagens  pa^ 
recém  defrontar-se-nos  phantasticamente  atravez  de  um  prisma 
em  que  predominasse  o  côr-de-rosa  e  o  côr-de-oiro. 

Das  cinco  espécies  bibliacas,  adquiridas  na  Inglaterra,  fecharei 
a  resenha  mencionando 

e)  — A  Dicttonary  of  the  anonymous  ond  pseudonymous  lite* 
r ature  of  Great  Britain.  Including  the  icorks  offoreigners  written 
in,  a$  translated  into  the  english  language.  By  the  late  Samuel 
Halkett  and  the  late  Rev.  John  Laing. 

Doesta  obra  importántissima,  começada  a  estampar  em  1 882, 
—  obra,  cuja  ediçSo  está  exgottada,  e  de  que  só  possuiamos  os 
Vol.  I  e  II,  —  pude  agora  por  um  feliz  acaso  alcançar  para 
complemento  os  Vol.  iii  e  iv  (Edinburgh  —  1885-1888).*  ' 

Cá  temos  em  seguida  o  Vol.  vi  (Romae — 1907)  da  espiem 
dida  collecção 

Rerum  Aethiopicarum  Scríptores  Occidentales  Inediti  a  saeculo 
XVI  ad  XIX  curante  G.  Béccari  S.  I. 

Abrange  esse  volume  os  Livros  v-viii  da  Historia  Aethio- 
piae  pelo  P.  Manuel  d'Almeida. 

Ao  Br.  Manuel  Antunes  Ribeiro  (merceeiro  estabelecido  em 
Lisboa  na  Rua  d'Alcantara)  comprei  alguns  volumes  de  periódicos 
das  nossas  provincias  ultramarinas,  entre  os  quaes  se  destacam 
os  três  seguintes  semanários: 

a)  —  Noticiário  de  Moçambique,  (Moçambique  — 1873). 

b)  —  Jornal  de  Moçambique.  (Moçambique  — 1873  á  1875), 

c)  —  Afvica  Oriental,  (Moçambique- — 1876  a  1887). 

Na  Livraria  do  alfarrabista  SebastiSio  Soares  Maia  pude 
alcançar,  entre  várias  espécies  interessantes,  as  que  passo  a  in- 
dicar: 

a)  —  Marília  de  Dirceo.  Lire  di  Tommaeo  António  .Gonzaga 


202  BOLETIM  DAS  B1BLI0THECA8 


brasUiano  tradotte  dal  portoghese  da  Giovefiale  Vegezzi-EúêcdUa» 
(Torino  — 1844). 

Ab  poesias  da  versão  italiana  apparecem  antecedidas  por  um 
formoso  prologo  biographico>critico,  escripto  pelo  traductor, — 
insigne  lusophilo  que  ás  lettras  portuguezas  forneceu  tambeiUi 
annos  depois,  a  italiana  versfto  do  Frei  Luiz  de  Sousa  de  Garrett. 

b) — Quattro  Sonetti  di  ArUhero  de  Quental  tradoUi  per  Don 
Oioachino  de  Aravjo  da  E.  Teza.  (Padova  — 1896). 

O  titulo  indica  somente  c quatro  sonetos»,  —  mas  o  opúsculo 
abrange  «seis»,  com  uma  carta  do  traductor. 

o) — Lorenzo  Dé  Baroni  Leoni — Cintra.  (Lisboa — 1898). 

£  um  poemeto  em  versos  brancos,  —  poemeto  que  traz  por 
epigraphe  um  trecho  do  Canto  v  do  Camdea  de  Garrett. 

d)  —  Découvertee  et  conquêtes  du  Portugal  dane  les  deux 
mondes  par  le  Baron  Êdouard  de  Septenville.  (Paris  —  1 863). 

Este  escriptor  é  o  mesmo  que,  cinco  annos  depois,  publicou 
em  Bruxellas  um  livro  intitulado  —  Êtude  historique  sur  leMar- 
quie  de  Pombal. 

e) — Essais  historiques  sur  le  Portugal  statistique  par  Edgard 
Pourcelle  &  E.  Bonnaventure.  (Saint-Amand  (Cher)  — 1871). 

f) — Le  Marquis  de  Pombal  par  Clémence  Robert  (Bruxellcs 

—  1844). 

Ha  d'este  romance  francez,  em  cujas  peripécias  avultam  nfto 
raro  inexactidões  de  historia,  traducçSo  portuguesa  publicada 
em  Lisboa. 

Para  a  nossa  cCollecçfto  Camoniana»  vieram  da  mesma  pro- 
cedência cinco  espécies: 

a)  —  Rozendo  Moniz — Preito  a  CamZes,  (Rio  de  Janeiro  — 
1880). 

E  uma  coUecçio  de  versos  e  de  prosas,  publicada  por  occa- 
siSo  de  celebrar-se  ò  Tricentenário  Camoniano. 

b) — Joaquim  de  Araújo — Luis  de  CamZes.  Poemeto  com  uma 
carta  de  Eça  de  Queiroz  —  Segunda  edição.  (Porto  —  1887). 

c) — Joaquim  de  Araújo  —  Luis  de  Camlks.  Poemeto  com  uma 
carta  de  Eça  de  Queiroz  — 5.*  edição.  (Lisboa —  1894). 

d)  —  Gioachino  de  Araújo — Luigi  de  Camoens.  Poemetto  con 
una  lettera  di  Eça  de  Queiroz.  Traduzione  dal  portoghese  di  O. 
Zuppone  Sfrani.  (Génova  — 1895). 

e)  —  Os  Lusiadas  de  Luiz  de  CamSes.  Edição  commemorativa 
do  IV  Centenário  do  Descobrimento  Marítimo  da  índia.  (Lisboa 

—  1898). 


B  AliCHIVOS  NACIONAES  203 


Tem  este  exemplar,  que  adquiri,  o  N.®  72;  e  pertence  $to 
grupo  dos  estampados  em  almasso  branco. 

Na  casa  do  alfarrabista  Jofto  d'Araujo  Moraes,  colhi  oito 
espécies,  d'entre  as  quaes  porei  em  relevo  as  três  seguintes : 

a) — Arco  trivnfcU.  Idtit,  e  aUegoria  sobre  a  fabula  de  Hyppo- 
menes  e  Athalanta;  cuia  fichara  ha  de  seruir  para  o  Arco,  qve  os 
ourives  do  ouro  celebram  em  applauso  dos  ftUcissimos  desposonos 
das  Augustas  Magestades  de  Portvgal  —  Descreve-o  lacinto  Pa- 
checo RobrUvo,  (Lisboa —  1708). 

Constituo  este  opúsculo  uma  espécie  raríssima.  «lacinto  Pa- 
checo Robrilvo»  é  o  pseudonymo  (incompletamente  anagramma* 
tico)  de  Pascoal  Ribeiro  Coutinho. 

b) — Jirynthe  —  Le  palais  préhistorique  des  róis  de  Tirynthe 
—  RésuUat  des  demieres  fouilles  par  Henri  Schliemann,  Avee 
une  préface  de  M.  le  Professeur  F,  Adler  et  les  contributions  de 
M.  Docteur  W,  Dórpfeld  —  Illustré  d'une  carte,  de  4  plans,  de 
24  planches  en  chromolithographie  et  de  188  gravures  en  bois. 
(Paris  — 188Ò). 

O  auctor  d'este  importantíssimo  livro  é  o  celeberrimo  archeo- 
logo  que  alcançou,  em  coUaboração  com  sua  esposa,  descobrir 
na  Asía-Menor  as  soterradas  relíquias  de  Tróia. 

c)  —  Eugène  Mouton  (MérinosJ  —  Aventures  et  mésaventures 
de  Joel  Kerbaru,  breion  de  Landemau  en  Bretagne,  dans  ses 
voyages  en  Portugal,  aux  Lides  Orientales,  en  Arabie,  en  Éthiopie, 
en  Chine,  au  Japou,  au  Tonkin,  et  en  France — Ouvrage  illustré 
de  61  gravures.  (Corbeil  —  J  893). 

Compradas  aos  herdeiros  de  Albano  Alfredo  de  Almeida 
Caldeira,  intraram  na  Bibliotheca  várias  espécies,  quasi  todas 
manascriptas,  d'entre  as  quaes  apontarei : 

a)  —  Poezias  da  lUm.^  e  ExJ^^-  Senhora  D.  CathaHna  Mir 
chaella  de  Souza  Cezar  de  Lencastre.  Anno  de  1791.  (Cod.  ms. 
in.4.*>). 

b)  —  Poezias  da  Viscondessa  de  Balsemão  D.  Catharina, 
publicadas  por  D.  Maria  Ernestina  d' Almeida.  Lisboa,  1842. 

Este  manuscripto  (cuja  lettra  calligraphica  é  de  Bartholomeu 
Maria  de  Almeida  Caldeira,  pae  do  citado  Albano  Alfredo  de 
Almeida  Caldeira,  e  também  já  fallecido)  abrange,  com  variante^ 
importantíssimas  (algumas  das  quaes  chegam  a  constituir  com- 
pleta refundição),  as  peças  poéticas  incluídas  na  espécie  supra* 
jaencionada  (Poezias  da  Illm,^  e  Ex.^^  Senhora  D.  Catharina 


204  BOLETIM  DÁS  lIlBLlOTHECAH 


Miehadla  de  Sotiza  Cezai'  ãe  Lencasire}^ — e  parece,  pelAs  indi- 
caç8es  do  frontispício,  haver  sido  destinado  a  uma  projectada 
impressão  qne  nSo  chegou  a  realizar-se. 

c) — AduerteiicicLS  politicas  do  Capitam  Manoel  da  Cosia  tra- 
uaços.  (Cod.  ms.  in-8.®  —  por  lettra  do  seciilo  xvii,  cora  a 
assignatura  antogrnpha  do  auctor,  cujo  nome  n%o  figura  na  Bi- 
hliotheca  Lusitana  de  Barbosa  Machado,  nem  no  Diccionario 
Bibliographico  de  Innocencio). 

O  códice  traz  na  primeira  pagina  ex-libris  manuscripto,  que 
indica  ter  pertencido  á  a  Livraria  da  Graça  de  Lisboa». 

d) — (Miscellanea  poética,  sem  titulo  e  sem  a  indicação  dos 
auotores  cujas  peças  iiguram  no  volume).  (Cod.  ms.  in-8.®  por 
lettra  do  século  xviii). 

Abre  a  compilação  por  um  cProIogo  ao  Leitor»  que  termina 
|)or  estas  palavras: 

cNeste  livro  acharás  (benévolo  Leitor)  varias  Decimas,  e 
Sonetos,  e  Romances  e  darei  por  bem  empregado  (amigo  Curioso) 
meu  trabalho  se  vôs  me  louvares  (sic!)  a  minha  curiosidade  e 
confiado  que  me  haveis  patrocinar  com  a  vossa  benévola  attenção; 
ficando  agradecido  ao  seu  Favor.  Vale». 

e)  —  O  Hysope,  Poema  Heróico  Cómico  De  António  Diniz  da 
Cruz  e  S.^  Anno  de  1774.  (Cod.  ms.  in-4.**  por  lettra  do  tempo). 

Constituo  este  códice  uma  das  innumeraveis  cópias  que  enxa- 
meiam nas  bibliothecas  portuguezas. 

Na  presente  cópia,  o  poema  abrange  apenas  os  septe  cantos 
primitivos. 

Nas  substanciosas  paginas  com  que  o  Sr.  José  Ramos-Coelho 
prefaciou  a  edição  crítica  (por  elle  revista  e  dirigida)  d' O  Hyssope 
(Lisboa — 1879)  diz  o  erudito  escriptor  que  muitíssimas  cópias 
manuBcriptas  do  poema  teve  occasião  de  compulsar  e  confrontar, 
mas  que  nenhuma  dVllas  lhe  inspirou  absoluta  confiança,  nenhuma 
d*ellas  se  lhe  offereceu  irapeccavel  e  digna  de  fé. 

O  que  faz  verdadeiramente  falta  é  o  autographo.  Cópias  nas 
condições  d^aquellas  que  o  Sr.  Ramos-Coelho  consultou,  incon- 
tram-se,  como  disse,  a  cada  passo.  Pode  mesmo  affirmar-se 
quasi,  que  não  ha  livraria  de  certa  importância  em  que  pelo 
menos  não  figure  uma  cópia  manuscripta  à'0  Hyssope  (ora  em 
B0pte,  ora  em  oito  cantos).  Até  o  obscuro  funccionario,  que  está 
redigindo  o  presente  Relatório^  até  esse  possuo  na  sua  mòdestis- 
simá  estante  uma  cópia  do  referido  poema  (em  septe  cantos) 
trasladada  no  anno  1787  o  para  o  Muito  Reverendo  Senhpr  Padre 
José  Theotonio  Canuto  de  Forjo  por  seu  verdadeirp  amigo  J-ozé 


B  ARCHlVOd  NÁCIONAES  205 


Martiniano  ()a  Fonseca»,  —  raànuscripto  esse  que  pertenceu  em 
tempos  ao  1.°  Visconde  de  Castilho  e  que  pelo  2.®  Visconde  foi 
offerecido  ao  possuidor  actual. 

Só  a  Bibiiotheca  Nacional  de  Lisboa  tinha,  á  sua  parte, 
nem  menos  de  quatro  cópias,  a  saber :  —  uma  em  septe  cantos 
(1779 — In-4.'*);  outra  que  também  consta  de  septe  cantos  (S.  d. 
—  In-4.°);  outra  que  se  incontra  incorporada  na  collecç&o  das 
Obras  poéticas  do  auctor  (S.  d.  —  In-fqlio)  e  abrange  os  oito 
cantos ;  finalmente,  a  que  foi  no  anno  1 903  comprada  (com  outros 
manuscriptos)  a  Carlos  Ferreira  Borges,  e  que  sob  o  titulo 
Hyzopaida  (sem  o  nome  do  auctor)  incerra  apenas  septe  cantos 
(S.  d.  — In  4/). 

O  códice  que  no  espolio  de  Almeida  Caldeira  foi  agora  adqui- 
rido, eleva  ao  número  de  cinco  os  apographos  que  do  celebrado 
poema  heroi-comico  ficámos  possuindo  na  Bibiiotheca  Nacional. 

f)  —  A  Tríplice- Corde-Lj/r a,  Dadejada  em  dias  de  ffulosina 
por  B.  M.  A,  Nova  ediçÕo  mais  correcta  e  augmentada pelo  mesmo 
auctor,  Lisboa.  (Manuscripto  calligraphicamente  executado). 

Essa  collecçáo  de  poesias  lyricas  (Sonetos,  Odes,  Epigram- 
mas,  etc.)  teve  por  auctor  Bartholomeu  Maria  de  Almeida  Cal- 
deira, que  no  Real  Archivo  da  Torre-do-Tombo  foi  funccionario. 

g)  —  Ensaio  Sobre  a  Philosophia  das  Linguas  (Cod.  ms.  in- 
4.*,  por  lettra  do  seulo  xviii). 

Abrange  três  partes:  —  «As  Linguas  consideradas  na  sua 
formaçilO;  e  origem»;  «As  Linguas  consideradas  segundo  a  sua 
respectiva  Organisação  Logico-Grammatica»;  «As  Linguas  con- 
sideradas emquanto  á  sua  organisaçSo  harmónica»  < 

Termina  o  códice  por  três  «questSesi:  —  1.'  «Qual  será  nas 
Línguas  o  melhor  sistema  Orthographieo?»  — 2.'  «Se  deve  haver 
nos  idiomns  hum  Tribunal,  a  que  devamos  recorrer  em  qualquer 
duvida,  e  nos  sirva  de  regra  segura?  Qual  deve  ser  este  Tribu- 
nal?»—  3.*  oQue  recursos  ôerSo  mais  análogos,  e  conducentes 
para  o  aperfeiçoamento,  e  conservação  da  pureza  da  Iiingua- 
gem?ií 

h) — Instrução  Politica  para  Marco  Ardonio  de  Azevedo  Cou- 
tinho Secretário  de  Esiado  dos  Negócios  Estrangeiros  e  da  Quenga, 
Composto  por  D.  Luis  da  Cunha  Embaixador  extraordinário  e 
Plenipotenciário  dos  Serenissimos  Senhores  Beis  de  Portugal 
D.  Pedro  2.°,  e  D.  João  5.%  na  Corte  de  Londres,  e  Congresso 
de  Vtrecht.  (Ms.  in  4.<í). 

i)  —  Valasci  Ferdinandi  vtriufiqiie  júris  Consulti  Ulustrissimi 
Segis  Portugalics  Oratoris,  Oratio  Hqbita  Bomm  coram  Ponfifice 


20f\  BOLKTIM  DAS  BIBUOTHECAS 


Máximo  Innocentio  VIII,  Anno  1486.  Transeripta  A'  Fr.  Antanib 
á  Luce  Foz,  Franciscano.  Anno  1785,  (Mb.  in-8.®). 

Tem  no  fim  uma  aathenticaçllo  por  lettra  do  Padre  António 
Pereira  de  Figueiredo. 

j)  —  Solitano,  Memorias  de  mi  Viage  á  Francia,  y  regreso  á 
Espuha.  (Ms.  in- folio). 

Este  volume  (iniciado  por  uma  Advertência  Preliminar,  da- 
tada em  Lisboa  aos  25  de  Agosto  de  1817)  abrange  informações 
de  caracter  politico,  redigidas  pelo  seu  auctor  D.  Manuel  Soli- 
tano Torrado  de  Figueroa. 

k)  —  Solitano.  (Caderno  in-4.®,  sem  titulo  designativo). 

Principia  d'est'arte  o  manuscripto: 

«Estamos  en  el  primero  dia  dei  penúltimo  mes  dei  afio  de 
1790.  Hoi  mismo  cumplo  diez  y  seis  anos,  y  apesar  de  mi  corta 
edad  doi  principio  a  Ia  Historia  de  mi  vida». 

1)  —  Horto  genealógico  dos  AviUezes  em  Portugal  por  B,  M, 
A.  C.  —  Lisboa,  1870.  (Ms.  iu-folio,  calligraphicamente  execu- 
tado^ e  adornado  com  dois  brazSes  desenhados  á  penna). 

Conforme  indicam  as  quatro  iniciaes  do  nome,  o  auctor  doesta 
resenha  foi  o  citado  Bartholomeu  Maria  de  Almeida  Caldeira, 
que,  álêm  de  funccionario  do  Keal  Archivo,  e  álêm  de  caliigrapho, 
e  álêm  de  poeta,  desimpenhou  também  funeçSes  no  Cartório  da 
Nobreza,  cultivando  com  muito  amor  assumptos  genealógicos. 

m) — Mappa  demonstrativo  da  força  de  cada  hum  dos  Corpos 
do  Exercito  Portuguez  que  entrarão  nas  acções  da  Guerra  Penin- 
sular com  declarado  dos  nomes  dos  Officiaes  que  os  commandavão» 
(Ms.  in-folio). 

n)  —  (Mappa  chorographico  (sem  titulo)  das  cercanias  do 
Coa).  (Folha  aguarellada  e  assignada  por  B.  L.). 

o) — (Uma  pasta  com  14  escripturas, — referentes  aos  séculos 
XVII,  xviii,  e  xix). 

Entre  as  espécies  nao  manuscríptas,  das  compradas  aos  her- 
deiros de  Almeida  Caldeira,  particularizarei  (toda  gravada  em 
laminas  de  cobre)  a  seguinte  publicaçSo: 

Parallde  des  cinq  ordres  d^Architecture  Tire  des  exemples 
Antiques  les  plus  excdens;  et  des  quatre  principaux  auieurs  ma- 
dames qui  en  ont  écrit  scavoir  Paládio,  Scamozzi,  Serlio  et 
Vignole  Avec  les  Plans  et  Elevations  de  divers  morceaux  depen- 
dans  de  VArchitecture  Par  le  S,^  le  Blond,  (Paris  — 1710). 

£  m;iis  especializarei,  adquirida  na  mesma  procedência,  e 
lithographada  em  Lisboa  no  anno  1849,  uma  composiç^Lo  allego- 
rica,  coustítoida  pelo  agrupamento  de  varioe  desenhosi  e  subor* 


E  ARCHIYOS  KÁCI0NAE6  207 


dinada  á  epigraphe  seguinte  (epigraphe  que  ji  por  si  denota  a 
singular  extravagância  do  assumpto): 

B razão  de  Armas  das  duas  geraçdens  que  á  no  mundo. 

Representam- se  nesta  folha  o  intitulado  «BrazSo  de  Armas 
da  Virtudes  e  o  aBrazão  de  Armas  do  nosso  primeiro  Pai  AdUo». 

Entre  os  dois  escudos  arvora-se  um  pendílo,  em  que  se  lê  o 
conhecido  Soneto  de  Jo&o  Xavier  de  Mattos  (vai  a  transcripçSo 
oomo  textualmente  se  iucontra  na  lithographia): 

«Pobre  ou  rico,  vassallo  ou  Soberano, 
Iguaes  são  todos,  todos  s&o  parentes, 
Todos  nascerílo  ramos  descendentes 
Do  tronco  antigo,  do  primeiro  humano. 

cSaiba,  quem  de  seus  títulos  ufano 
Thomar  por  qualidade  os  accidentes, 
Que  duas  geraçoens  há  so  differentes, 
Virtude  e  vicio,  tudo  mais  he  engano. 

«Por  mais  que  affecte  a  vX  genealogia 

Introduzir  nas  veias  a  nobreza 

De  melhor  sangue,  do  que  Adão  teria, 

«N&o  fará,  desmentindo  a  natureza. 

Que  seja,  sem  virtude,  a  Fidalguia 

Mais  que  um  triste  fantasma  da  grandeza». 

Na  parte  inferior  da  estampa  lêem-se  quatro  quadras  ou  antes 
pseudo-quadras  septísyllabas,  provavelmente  improvisadas  pelo 
inventor  dos  desenhos  que  os  authentica  por  esta  subscripção : 

—  «J.  P.  Aragfto  inv.  e  fez». 

Em  conformidade  com  o  Ofiicio  que  recebi,  datado  aos  14 
de  Septembro  do  corrente  anno, — Officio  que  me  auctorizava  a 
mandar  semanalmente  publicar  no  Diaiio  do  Governo  a  lista  das 
«obras  portuguezas  entradas  na  Biblíotheca  Nacional  de  Lisboa», 

—  correspondendo  assim  aos  desejos  manifestados  pelo  Sr.  Di* 
rector  Geral  da  InstrucçSo  Pública  em  seu  Officio  de  10  de 
Septembro,  —  deliberei  que  no  principio  de  Outubro  começasse 
a  referida  publicação.  E  assim  se  fez,  e  assim  se  tem  sempre 
continuado  a  fazer,  inserindo  todas  as  semanas  no  Diário  do 
Governo  a  cRelaçSo  das  obras  pablicadas  em  Portugal,  e  daB 


208  fiOLETnr  das  bibliothecas 


portuguezás  ou  em  portuguez  publicadas  Do  extrangeiro,  que  na 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  vão  dando  era  cada  semana  in- 
gresso i. 

Tal  pubJicaçSo  me  parece  muito  vantajosa,  —  posto  que  ella 
esteja  longe,  mui  longe,  de  representar  o  movimento  litterario 
portuguez,  perante  a  reluctancia  que  a  maior  parte  das  nossas 
offiçinas  typographicas  oppSe  sistematicamente  «o  cumprimento 
da  lei  no  tocante  a  remetterem  para  a  Bibliotheca  Nacional 
exemplaras  das  espécies  dadas  á  estampa!  Desmazelo  inqualifi- 
cável, inexplicável,  e  deveras  inadmissível!  Desmazelo,  e  talvez 
mesmo  sórdida  exemplificação  de  uma  avareza  harpagonica! 

Ha  inclusivamente,  segundo  já  ouvi,  por  parte  dos  editores 
o  estúpido  receio  de  que  a  existência  de  suas  edições  na  Biblio- 
theca Nacional  concorra  para  lhes  minguar  a  venda  e  cercear  os 
ganhos,  —  como  se  afinal,  dado  o  caso  de  que  assim  fôsse^  não 
bastasse  qualquer  exemplar,  por  nós  comprado,  para  lhes  deter- 
minar idêntica  perda  nos  lucros!!! 

Extranhissimos  calculismos,  que  a  experiência  dos  factos  fri- 
zantemente  contradiz!  E,  para  isso,  basta  notar  o  que  em  1904 
succedeu  por  occasião  da  nossa  «Exposição  Garrettiana». 

Conseguira  eu  que  pnra  essa  Exposição  nos  offerecesse  a 
cimpresa  da  Historia  de  Portugah  uma  collecção  das  «Obras 
completas  de  Almeida- Garrett»  publicadas  em  volumes,  illus- 
trados  com  gravuras,  pelo  modesto  preço  de  200  réis  cada  um. 
E  que  succedeu?  succedeu  que  muitos  dos  visitantes  (segundo 
tive  ensejo  de  averiguar),  observando  na  Exposição  a  barateza 
de  taes  livros,  correram  de  prompto  á  livraria  editora,  no  intuito 
de  08  comprarem.  Resultou,  pois,  que  a  cedência  do  exemplar  á 
Bibliotheca  Nacional,  mui  longe  de  representar  um  prejuízo  para 
os  editores,  veiu  pelo  contrário  a  constituir-se  um  excellente 
reclamo. 

Nem  todos  porém  assim  pensam,  nem  todos  infelizmente! 
Algumas  vezes^  por  isso,  me  vejo  constrangido  a  comprar,  em 
beneficio  dos  estudiosos,  obras  que  na  Bibliotheca  deveriam  gra- 
tuitamente dar  ingresso.  Foi  o  que  ultimamente  aconteceu  cora 
,08  livros  approvados  pelo  Decreto  de  7  de  Septembro  para  o 
insino  secundário:  tive  de  os  adquirir  por  compra,  annuindo  ás 
repetidas  instancias  dos  estudantes  interessados, 

Publicou-se  no  Diarío  do  Governo  de  2  de  Outubro  o  «Regu- 
lamento do  Conselho  Superior  da  Instrucção  Pública»,  approvado 
4)or  Decreto  de  30  de  Septembro  dfi  1907.  E,,  em  harmonia  com 


£  ABCHIVOS  KACJONAES  209 


as  diisposiçSes  doesse  Regulamento,  convoquei  para  o  dia  31  do 
mencionado  Outubro  a  reuniào  dos  Conservadores  da  Bibliotheca 
Nacional  no  intuito,  de  proceder-se  á  eleiçSo  de  um  vogal  para  a 
«Secção  Especial  de  Bellas-Ârtes,  Ârchivos,  Bibliothecás  e  Mu- 
seus». O  Sr.  Dr.  Josó  Leite  de  Vasconcellos  Pereira  de  Mello, 
que  ficou  eleito  por  maioria  de  seis  votos  (sendo  septe  os  votantes), 
mais  uma  vez  terá  occasiSo  de  evidenciar  a  sua  competência, 
advogando  agora  perante  o  Conselho  Superior  da  Instrucçfto 
Pública  os  interesses  do  instituto  a  que  tenho  a  honra  de  pre- 
sidir; e  lisonjeia-me  a  certeza  de  que  o  meu  illustrado  collega 
corresponderá  plenamente  aos  meus  desejos,  —  desejos  que  sin- 
ceramente compartilham  quantos  se  impenham  pela  florescência 
e  pelo  progressivo  ingrandecimento  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa. 

Do  nosso  «Inventario  Geral»  imprimiramse,  durante  o  tri- 
mestre que  h(»je  finaliza,  dezesepte  cadernos  de  8  paginas  cada 
um  (ou  seja:  136  paginas),  a  saber: 

Na  Secção  de  «Sciencias  Civis  e  Politicas»  os  caderaos  43.^ 
e  44.^  da  1.*  serie  (em  que  já  se  attinge  o  N.®  6:541  da  respectiva 
inventariação); 

Na  Secção  de  «Sciencias  e  Artes»  os  cadernos  6.®  a  9.^  da 
1.*  serie  (em  quo  se  chega  ao  N.®  1:435); 

Na  Secção  de  «Philologia  e  Bellas-Lettras»  o  caderno  65.^ 
da  2.*  serie  (que  alcança  o  N.^  6:557)  e  o  caderno  65.®  da  3.* 
serie  (em  que  já  se  abrange  o  N.""  3:911); 

Na  Secção  do  «Árchivo  de  Marinha  e  Ultramar»  os  cadernos 
32.*»  a  40.''  do  Vol.  n  (que  attingem  o  N.*»  12:084). 

Frequentaram  em  1907  a  Bibliotheca  Nacional  30:850  leitores 
(18:593  em  sessSes  diurnas,  e  12:257  em  sessões  nocturnas), 
assim  distribuidos : 

Leitura  diurna: 

I                         Em  Janeiro *  1:695  leitores 

I                        Em  Fevereiro 1 :427      » 

'                        Em  Março 1:484      » 

Em  Abril 1:490      » 

Em  Maio 1:782      » 

Em  Junho 1:254      » 

Em  Julho 1:646      » 

Em  Agosto • « 1:446      > 

Em  Septembro «..••.  1:245      » 


210 


BOLETIM  DAB  BIBLIOTH£CAS 


Em  Outubro 1:599  leitores 

Em  Novembro , ^     l:96õ      » 

Em  Dezembro 1:560      > 

Leitura  nocturna : 

Em  Janeiro 1 :495  leitores 

Em  Fevereiro. 1:409 

Em  Março 1:379 

Em  Abril 975 

Em  Maio 1:023 

Em  Junho 786 

Em  Julho 1:078 

Em  Outubro 1:324 

Em  Novembro 1:600 

Em  Dezembro 1:188 

Conforme  determina  o  vigente  Regulamento,  nSío  houve  nos 
mezes  de  Agosto  e  Septembro  sessões  de  leitura  nocturna. 

Pelos  leitores  foram   requisitadas,   entre  grossos  volumes, 
folhetos,  e  peças  de  menor  tomo,  53:863  espécies  (44:õ07  im- 
pressas (27:219  de  dia,  e  17:288  de  noite),  e  9:356  manuscriptas). 
A  forma  por  que  tal  consulta  se  realizou,  foi  a  seguinte : 
Impressos  requisitados  para  leitura  diurna: 

Em  Janeiro 2:561  espécies 

Em  Fevereiro 2:542 

Em  Março 2:090 

Em  Abril 1:959 

Em  Maio 1:458 

Em  Junho 1:784 

Em  Julho 2:957 

Em  Agosto 2:140 

Em  Septembro 1:853 

Em  Outubro 2:585 

Em  Novembro 2:944 

Em  Dezembro 2:346 

Impressos  requisitados  para  leitura  nocturna : 

Em  Janeiro 2:132  espécies 

Em  Fevereiro 1:920 

Em  Março 1:795 

Em  Abril 1:432 

Em  Maio 1:561 

Em  Junho 1:084 

Em  Julho 1 :570 

Em  Outubro.. 1:922 


8  ARCBIV08  VACIONAKS  211 


Em  Novembro 2:106  espécies 

Era  Dezembro 1:766       i 

ManuBcriptos  requisitados  para  leitura  diurna: 

Em  Janeiro 650  espécies 

Em  Fevereiro 968 

Em  Março 461 

Em  Abril 440 

Em  Maio 270 

Em  Junho 257 

Em  Julho 188 

Em  Agosto 563 

Em  Septerabro 1:109 

Em  Outubro '. 2:549 

Em  Novembro 876 

Em  Dezembro 1:025 

Visitantes,  entre  nacionaes  e  extrangeiros,  que  da  Biblio- 

theca  Nacional  vieram  neste  anno  admirar  as   preciosidades, 

contam-se  112.  A  saber: 

Em  Janeiro 16  visitantes 

Em  Fevereiro 2 

Em  Março 10 

Em  Abril 14 

Em  Maio 12 

Em  Junho 3 

Em  Julho 6 

Em  Agosto 5 

Em  Septembro 1^ 

Em  Outubro 11 

Em  Novembro 6 

Em  Dezembro 9 

Os  seus  nomes  constam  do  «Álbum»  destinado  a  receber-lhes 

as  assignaturas  autographas. 

E  agora,  precisamente  no  ponto  em  que  eu  ia  encerrar  este 
Relatório,  vem  um  gratíssimo  acaso  impôr-me  o  dever  de  mais 
algumas  palavras  accrescentar,  suscitadas  pela  surpresa  que 
recebo  de  uma  incantadora  oíFerta  para  a  Bibliotheca  Nacional, 
— offerta  que,  por  chegar  á  última  hora,  nSo  poude  figurar  men- 
cionada apar  das  outras  dadivas. 

Mas,  mencionada  em  remate,  ella  significa  por  sua  incontes- 
tável valia  o  melhor  fecho  que  para  o  meu  Relatório  se  poderia 
deparar. 


212  BOLETIM  DA9  BlIlUOlUfKCAS 


'  Trata-fie  da  sojemne  Be.ssSQ,  em  que,  aos  26  doeste  mes,  o 
Club  Militar  Naval  saudou  e  festejou  com  discursos  em  prosa  e 
recitação  de  versos  os  heroes  da  Campanha  do  Cuamato. 

Duas  das  poesias  que  alli  se  recitaram,  —  <)oís  Sonetos,  um 
do  Sr.  Henrique  Lopes  de  Mendonya  e  o  outro  do  Sr.  José  Au- 
gusto Celestino  Soares, -r- ordenou  a  .DireççSo  do  Club  que  se 
publicassem  numa  ^leganíQ  plaquette^  pa.qual  p  Sr.  JoSLo  Braz 
de  Oliveira  se  prestpii.  a  improvisar  upi  b^llp  dt^^enho  allegorico 
para  ornato  de  frontispicio. 

E  foi  elle,  o  auctor  do  desenho,  quem  me  veiu  agora  mesmo 
intregar,  por  offerta  á  Bibliotheca  Nacional,  um  exemplar  da 
reíeridai  plaquette  (desculpe- se-me  a  insistência  no  termo  francez, 
porque  nfto  me  occorre  neste  momento,  equer-me  até  parecer 
que  não  existe,  em  lingua  pprtugueza  vocábulo  equivalente). 

Na  impossibilidade  absoluta  de  reproduzir  aqui  a  plaquette 
em  todo  o  seu  conteúdo,  limitar-me-hei  a  transcrever  o  Soneto 
jio  Sr.  Celestino  Soares, — e  assim  me  proponho  prestar  indire- 
ctamente homenagem  á  memoria  de  seu  avô  materno,  Pedro 
Nolasco  de  Seixas,  que  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  foi 
benemérito  funccionario. 

O  Soneto,  que  se  intitula  «Novos  Feitos»,  —  e  que  oflferece, 
na  sua  elegância  métrica,  toda  a  cadencia,  toda  a  energia,  toda 
a  estructura  impeccavel  dos  Sonetos  de  Bocage,  —  diz  por  esta 
forma: 

«Não  morre  a  fama  dos  heroes  qup  um  dia 
O  valor. do  seu  braço  á  pátria  deram, 
E  tudo  o  que  de  grande  elles.  fizeram 
Deve,  a  quem  vem  depois,  servjr  de  guia. 

aMas,  se  abundam  liçSes  de  valentia 
Noutros  tempos  que  os  nossos  precederam. 
Honra  aos  que  essas  lições  comprehenderam, 
Honra  a  quem  fez  quanto  fazer  podia ! 

«Bom  é  que  seja  o  bem  sempre  lembrado. 
Que  d'altos  feitos  fique  alta  memoria, 
Que  o  presente  venere  um  tal  passeado; 

cMas  melhor  é  que,  após  a  antiga  gloria, 
Os  novos  juntem,  como  te'm  juntado, 
Um  capitulo  novo  á  velha  historia!» 


J 


È  ÁRCHlVOS   NAi^ONAES  2Íà 


Este  Soneto  constitue  virtualmente  o  dou  (como  dizem  os 
Francezes),  o  ciou  litterario  da  festa  em  que  foi  recitado, — 
verdadeiro  broche  de  remate,  prego  de  oiro,  prego  a  reluzir  des- 
lumbrante e  delicadamente  burilado. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.* — Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em 
31  de  Dezembro  de  1907.  —  Ill.™«  e  Ex.'""  Senhor  Conselheiro 
Bibliothecario-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da  Cunha. 


214  BOiSTlHOÁS  6l6LlOTfiECÁft 


António  José  Colpfs  Guimarães 


Quando  a  Rainha  D.  Maria  II  traton  de  escolher  com  sagaz 
critério  quem  seus  filhos  instruisse,  dois  professores  competen- 
tíssimos lhe  proporcionou  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 
Chamavam-se  elles  António  José  Viale  e  António  José  Coiffs 
GuimarSes:  Viale  foi  quem  aos  Príncipes  ministrou  licçSes  de 
Grego,  de  Philosophia  Racional  e  Moral  e  Direito  Natural,  assim 
como  de  Rhetorica,  Poética  e  Litteratura;  Coiffs  Guimarães  teve 
o  incargo  de  adextrnl  os  em  Calligraphia. 

Do  Conselheiro  Viale  tenho  já  escripto  por  mais  de  uma  vez. 
De  António  José  Coiffs  Guimarães  escreverei  agora;  mas  isto 
que  d'elle  vou  dizer,  nfto  tem  por  modo  algum  pretenç^es  a  in- 
titular-se  «biographia»,  —  pois  que  representa  apenas  uma  sin- 
gella  commemoração  da  sua  passagem  pela  Bibliotheca  Nacional, 
onde  o  sympathico  funccionario  contava  de  serviço  constante 
quarenta  e  cinco  annos  quando  victimado  por  uma  bronchite 
aguda  falleceu  de  madrugada  aos  17  de  Janeiro  de  1872. 

No  dia  seguinte,  ás  1 1  horas  da  manhan,  eram  transportados 
os  seus  restos  para  o  Cemitério  de  Nossa  Senhora  dos  Prazeres, 
e  no  cortejo  fúnebre  se  incorporaram  muitos  funccionarios  da 
Bibliotheca,  d'entre  os  quaes  foi  o  Conservador  António  da  Silva 
Tullio  proferir-lhe  á  beira  da  sepultura  um  saudoso  adeus. 

Naquelle  mesmo  dia  (18  de  Janeiro)  publicára-lhe  o  Jornal 
do  Commercio  (em  seu  N.**  5:467)  um  sentido  necrológio,  redigido 
pelo  Dr.  José  Ribeiro  Guimarães  (então  Official  da  Bibliotheca). 

E  d'elle  diz  o  necrologista: 

«Empregado  zeloso,  em  tão  longo  espaço  de  tempo,  deu 
sempre  provas  da  sua  intelligencia,  e  de  inconcussa  probidade». 

Mais  adeante,  prosegue  o  articulista: 

«Deploremos  a  morte  do  sr.  Coiffs,  um  dos  homens  de  cos- 
tumes mais  modestos,  mais  methodicos,  e  de  mais  esmerada  e 


e-S^»'^»».!^^^^  ^^á^^^^^^-^ 


I 


È  ÁSCHÍV08  KACIONÁÈd  215 


fina  educaçto  que  temos  conhecido:  á  cortezia  de  suas  maneiras^ 
reunia  a  mais  extremosa  amabilidade,  e  um  agrado,  que  a  todos 
captivava.  Por  isso  contava  tantos  amigos,  e  por  isso  era  o 
exemplar  de  um  perfeito  cavalheiro». 

O  artigo  necrologíco  termina  assim : 

ff  Os  empregados  da  bibliotheca  lastimam  a  morte  do  seu 
collega,  o  decano,  de  quem  todos  eram  amigos  sinceros,  e  que 
de  todos  merecia  as  sympathias,  pela  amenidade  do  seu  trato, 
boa  camaradagem,  e  provas  de  boa  e  leal  amisade  que  a  todos 
dava. 

«A  sua  desolada  familia  damos  os  mais  sinceros  pezames,  e 
acompanhamol-a  na  profunda  angustia  que  a  afflige». 

Lavrado  pelo  Dr.  Ribeiro  Guimarftes,  que  era  pouco  pro* 
penso  a  elogios,  o  testemunho  do  Jornal  do  Commercio  é,  por 
isso  mesmo,  insuspeitíssimo,  —  e  tanto  mais  insuspeito  quanto  é 
certo  que  naquelle  tempo  não  era  ainda  costume  do  jornalismo 
tecer  encómios  a  quem  os  nSo  merecesse. 

Com  a  apreciaçfto  do  Jornal  do  Commercio  bem  se  harmoniza 
a  que  o  Diário  de  Noticias  publicou  em  seu  K.®  2:163  (Lisboa, 
18  de  Janeiro  de  1872).  Noticiando  o  fallecimento  de  ColíFs 
GnimarSes,  diz  o  redactor,  d^aquelle  periódico : 

fEra  um  caracter  nobre  e  respeitável.  Os  que  com  elle  pri- 
vavam, devem  a  esta  hora  estar  na  desolaçllo.  Deixa  viuva  que 
é  uma  virtupsa  senhora.  Daqui  lhe  dirigimos  pezames». 

Notícia  do  funeral  incontra-se  no  N.®  5:468  do  Jornal  do 
Commercio  (publicado  em  19  de  Janeiro):  com  essa  noticia  coin- 
cide nova  affirmaçfto  das  recommendaveis  qualidades  por  que  se 
distinguia  o  finado  funccionario. 

f  Os  seus  amigos  (escreve  o  auctor  da  noticia)  prestaram-lhe 
as  derradeiras  honras,  e  bem  sinceras,  porque  nfto  teve  poder, 
nem  riqueza,  nem  deixa  apoz  si  quem  precize  de  ser  lisongeado». 

  Colfis  Guimarães  se  refere  várias  vezes  Francisco  António 
Martíns  Bastos  (Professor  de  Latim  dos  filhos  de  D.  Maria  II) 
no  livro  que  publicou  sob  o  titulo  de  Memorias  para  a  Historia 
de  El-Rei  Fidelissimo  o  Senhor  Dom  Pedro  V  e  de  seus  augustos 
irmãos  (Lisboa  — 1863).  «O  meu  Ulustre  Collega  António  José 
Colffs  Guimarães» — é  como  (em  pag.  16õ  do  livro)  o  insigne 
latinista  designa  o. Professor  que  aos  Príncipes  dava  licçSes  de 
Calligraphia. 

Companheiros  de  Colffs  GuimarSes  na  Bibliotheca  Nacional 


èíS  BOiETlif  DAS  BIBtlOTHKCAS 


ç-*-* companheiros 'que  ainda  hoje  exÍ5ífani--cnntani-se  íip^nns  iwtí: 
e  Bsto  elles  os  Srs.  Luiz  Carlos  Rebello  Trindade,  José  Ramosr 
Coelho,  e  Visconde  de  Castilho.  Confirmam  todos  elles,  pelo  seu 
depoimento  oral,  os  conceitos  que  deixo  trauscriptos. 

i  .  Altruísta  por  indolo  natural,  Colffs  Guimarães  era  membro 
da  DirjBcção  do  ^Albergue  dos  Inválidos  do  Trabalho», — bene- 
mérita instituição  caridosamente  fundada  pelo  architecto  Joaquim 
Possidonio  Narciso  da  Silva.  £,  por  isso,  este  saudo90  philan- 
thropo  (que  álêm  de  architecto  insigne  era  também  abalisado 
archeologo)  foi  no  cemitério  prestar  homenagem  ao  fallecido, 
pronunciando  um  discurso  em  que  muito  commovido  lhe  celebrou 
as.  singulares  virtudes. 

Eu  com  elle  nunca  cheguei  a  ter  pessoaes  relaçSes,  nem 
fiiquer  falas  com  elle  troquei,  —  mas  lembro  me  perfeitamente 
de  o  ter  visto,  quando  elle  em  1859  residia  na  mesma  casa  era 
que,  treze  annos  depois,  veiu  a  soltar  o  derradeiro  alento.  Era 
na  Rua  dá  Cruz  dos  Poyaes,  em  prédio  que  tinha  naquelle  tempo, 
como  conserva  ainda  hoje,  ingresso  pela  porta  N.**  31. 

Alumno  da  Escola  Polytechnica,  eu  morava  entíto  na  Rua  da 
Quintinha,  onde  me  assistia  por  vizinho  de  escada  um  honrado 
velho  que  se  me  affeiçoára,  —  Thomaz  José  Coelho  Pereira  por 
nome,  e  de  profissão  Contador  da  Alfandega  Grande  de  Lisboa. 

Ora  o  meu  vizinho  cultivava  estreitas  relações  com  o  seu 
^migo  Colfis  Guimarães,  de  quem  me  dizia  coisas  captivantissinias. 
Visitavam-se  reciprocamente  amiúde  as  duas  familias ;  resultava 
d'ahi  a  frequência  com  que  eu  via  penetrar  no  prédio  da  Rua  da 
Quintinha  aquelle  vulto  elegante  e  garboso,  muito  aprumado, 
muito  delicado,  muito  eortez,  muito  insinuante,  muito  apurado 
jio  vestuário,  —  um  verdadeiro  typo  de  gentil  palaciano,  que 
.deveria  naturalmente  incontrar-se  á  vontade  quando  no  Paço 
Real  ia  dar  licçoes  aos  Principes. 

Conservo  nitidamente  na  memoria  a  sympathica  physionomia 
d^aquelle  gentleman:  delgado  e  de  estatura  mediana;  umas  suissas 
á  Lord  Palmerston  (como  se  usava  nos  seus  tempos  de  moço,  e 
que  elle  ficara  sempre  conservando) ;  o  resto  da  barba  escrupu- 
losamente escanhoado;  nos  olhos  brilhante  viveza  e  não  menos 
doçura;  nos  lábios  um  surriso  de  constante  bondade  e  simulta- 
neamente de  nHo  vulgar  intelligencia. 

Contava  elle  a  esse  tempo  54  annos  de  edade,  pois  que  em 
Lisboa  tinha  nascido  aos  21  de  Septembro  de  1805;  mas...* 


Ê  AKCHIVOS  NACI0NAE8  217 


quem  de  menos  lhe  arbitrasse  dez  annos,  obedeceria  a  uma  con- 
jectura perfeitamente  lógica,  perfeitamente  plausivel,  perante  a 
mocidade  que  sempre  Colffs  QuimarSes  apparentava.  Quando 
elle  falleceu,  aos  66  de  edade,  ninguém  presumiria  que  estava 
alli  um  sexagenário. 


Triumphavam  officialmente  as  fórmulas  absolutistas  em  Por- 
tugal, quando  aos  19  annos  (em  1824)  Colffs  GuimarStes  foi 
admittido  por  Amanuense  na  Secretaria  do  Reino,  —  d'onde,  pot 
Decreto  de  28  de  Fevereiro  de  1826,  veiu  occupar  o  logar  de 
Official  na  Real  Bibliotheca  Pública  da  Corte,  logar  de  que  tomou 
posse  em  17  de  Abril. 

Juntamente  cora  Quiraar^es,  e  por  Decretos  da  mesma  data 
(28  de  Fevereiro  de  1826),  foram  despachados  Officiaes  da  Bi- 
bliotheca  D.  Benvenuto  António  Caetano  de  Campos,  JoSo  Xavier 
Telles  de  Sousa,  José  António  de  Cerqueira  e  Silva,  e  José  Er- 
nesto da  Silva  Pessoa. 

Ao  tempo  em  que  o  Amanuense  Colffs  Guimarltes  introu  por 
Official  na  Bibliotheca,  juntamente  com  os  quatro  funccionarioé 
supra-mencionados,  incontraram  elles  por  companheiros  da  sua 
nova  situação: 

Monsenhor  Joaquim  José  Ferreira  Gordo,  que  por  Decreto 
de  29  de  Maio  de  1816  fora  nomeado  Bibliothecario-Maior  da 
Real  Bibliotheca  Púlilica,  succedendo  ao  Desimbargador  António 
Ribeiro  dos  Santos  que  na  mesma  data  se  aposentara; 

Joaquim  Pereira  Martim,  que  tinha  a  patente  de  Major  no 
Real  Corpo  de  Ingenheiros  quando  por  Decreto  do  1.®  de  Dezem- 
bro de  1818  lhe  foi  concedida  a  supervivencia  do  imprêgo  de 
Segundo-Bibliothecario  da  Real  Bibliotheca  Pública,  logar  de  que 
veiu  a  tomar  posse  em  6  de  Março  de  1820; 

Francisco  de  Paula  da  Silveira,  que  por  Aviso  de  30  de 
Abril  de  1802  intrára  a  servir  de  Official  Bibliographo,  e  que 
por  Aviso  de  10  de  Maio  de  1820  havia  recebido  nos  seus  ven-. 
cimentos  o  augmento  annual  de  69)9600  réis  com  a  obrígnçílo  de 
substituir  em  seus  impedimentos  o  Segundo-Bibliothecario; 

Félix  António  Rodrigues,  que  intrára  como  Ajudante  por 
Aviso  de  18  de  Novembro  de  1805,  e  passara  a  Official  por  Aviso 
que  do  Rio-de- Janeiro  o  Conde  de  Aguiar  expediu  em  2  de  Maio 
de  1810; 


218  BOLETIM  DAS  BIBLIOTH£CAS 


Jo&o  Manuel  Alvares,  presbytero  secular,  que  intrára  a  servir 
como  Ajudante  por  Aviso  de  ]  7  de  Maio  de  1806,  e  que  passara 
a  Oílicial  por  Aviso  do  Conde  de  Aguiar,  expedido  da  Corte  do 
Rio-de- Janeiro  em  22  de  Novembro  de  1810; 

Fernando  José  Martins,  que,  por  Aviso  expedido  do  Kio-de- 
Janeiro  aos  2  de  Agosto  de  1810,  fora  provido  no  logar  de 
Contínuo,  e  por  Aviso  de  5  de  Julho  de  1824  passara  a  Official; 

José  Quintino  dos  Santos  Emauz,  que,  por  Aviso  de  18  de 
Maio  de  1818,  fora  nomeado  Official  Bibliograpbo,  e  confirmado 
nesse  mesmo  logar  aos  lõ  de  Janeiro  de  1821  pela  Junta  Pro- 
visional do  Governo  Supremo  do  Reino; 

Rodrigo  António  Carneiro,  que,  por  Aviso  de  24  de  Janeiro 
de  1825,  tivera  ingresso  no  logar  de  Official; 

António  Lourenço  Caminha,  que,  depois  de  aposentado  como 
Professor  Begio  de  Rhetorica  e  Poética,  obtivera  a  nomeação  de 
Official  da  Biblíotheca  por  Decreto  de  20  de  Junho  de  182Õ; 

António  Feliciano  Velho  Oldemberg,  que  por  Aviso  de  9  de 
Dezembro  de  1809  (datado  do  Palácio  do  Governo,  e  expedido 
por  Joilo  António  Salter  de  Mendonça)  £5ra  nomeado  (sem  ven- 
cimento) ajudante  do  6uarda-Mór  da  Biblietheca  (Feliciano  Ber- 
nardo Velho  Oldemberg,  seu  pae),  e  que  no  logar  de  6uarda-Mór 
veiu  a  succeder  por  Aviso  de  15  de  Julho  de  1824; 

José  Gonçalves  Ramiro,  que,  por  Aviso  de  12  de  Novembro 
de  1806,  tinha  intrado  a  servir  como  Official  Escripturario  do 
Cartório  e  Contadoria ; 

António  José  Ferreira,  que  exercia  as  fiincções  de  Continuo 
e  Agente,  nomeado  em  Portaria  de  30  de  Janeiro  de  1795; 

José  Joaquim  Xavier  Soeiro,  que,  tendo  intrado  a  servir  de 
Continuo  em  1  de  Agosto  de  1796,  passara  a  Official  por  Aviso 
de  9  de  Abril  de  1802; 

Ricardo  António  dos  Santos  Ribeiro,  que  por  Aviso  de  5  de 
Maio  de  1815  (expedido  do  Rio-de-Janeiro  pelo  Conde  de  Aguiar) 
fora  nomeado  Continuo; 

Francisco  José  Esteves,  que  de  Continuo  recebera  a  nomeaçXo 
por  Aviso  de  24  de  Maio  de  1815  (expedido  do  Rio-de  Janeiro 
pelo  Marquez  de  Aguiar); 

António  José  Ferreira  de  Araújo,  que,  por  Aviso  de  22  de 
Julho  de  1819,  intrára  no  exercicio  de  Continuo; 

JoSo  António  Soares,  que,  por  Aviso  de  5  de  Julho  de  1824, 
flSra  despachado  para  o  logar  de  Continuo ; 

Henrique  Ollegario  Pinto,  que,  por  Aviso  de  18  de  Maio  de 
1825,  recebera  a  nomeaçfto  de  Continuo; 


£  ABGHIVOS  NÁCIONAES  2l9 


Jorge  José  da  Silva,  que,  por  Aviso  de  25  de  Outubro  de 
1811  (expedido  do  Rio- de- Janeiro  pelo  Conde  de  Aguiar)  obtivera 
provimento  no  logar  de  Continuo, — e  por  Aviso  de  22  de  Julho 
de  1819  (assignado  pelo  Secretario  de  Estado  Thomaz  António  dè 
Villanova  Portugal)  passara  a  desimpenhar  o  imprêgo  de  Porteiro. 

Contava  portanto  em  1826  a  Real  Bibliotheca  Pública  vinte 
e  quatro  funccionarios,  sem  nesta  conta  ficarem  comprehendidos 
08  impregados  de  categoria  inferior,  a  quem  pertenciam  por 
officio  08  serviços  da  limpeza  no  edifício. 

Vinte  e  quatro  funccionarios  —  e  que  funccionarios!  Para 
aquilatar-lhes  o  mérito,  basta  recordar  que  alguns  d^elles,  intrando 
por  Contínuos,  foram  julgados  dignos  de  passar  depois  a  Officiaes. 
É  que  naquelie  tempo  os  impregados  da  Bibliotheca  tomavam 
todos  a  serio  o  cabal  desimpenho  de  suas  funcções,  sentindo  pelo 
respectivo  serviço  um  pronunciado  gosto  e  um  carinhoso  amor. 


Mas,  —  se  (conforme  ponderei)  triumphavam,  quando  Colffs 
Guimarães  introu  na  Bibliotheca,  as  fórmulas  politicas  do  abso- 
lutismo, —  certo  é  todavia  fermentarem  já  pronunciadissimas  as 
tendências  liberaes,  que,  proclamadas  em  1820,  a  imboscada 
militar  de  Villa-Franca  lograra  escorraçar  em  1823.  Fermenta- 
vam cada  vez  mais  agitadas,  cada  vez  mais  vigorosas,  —  t%o 
vigorosas,  t&o  imponentes,  tão  impolgantes,  que  aos  29  d'aquelle 
mesmo  Abril  de  1826  as  codificara  D.  Pedro  IV  na  outorga  da 
sua  «Carta  Constitucional». 

Não  admira,  por  isso,  que  o  joven  Official  da  Bibliotheca 
Pública,  —  illustrado  como  era  e  criteriosamente  orientado, — 
abraçasse  com  enthusiasmo  o  pendão  do  liberalismo,  pendão  que 
militarmente  defendeu,  incorporando- se  em  1833  nas  fileiras  do 
Exercito  Libertador,  o  que  lhe  valeu  ser  depois  condecorado 
com  a  Medalha  N.°  2  das  Campanhas  da  Liberdade. 


Em  1836,  por  Decreto  de  7  de  Dezembro,  passou  Colffs 
Guimarães  a  servir  como  Official  na  Segunda  Divisão  da  Repar- 
tição dos  ManuBcriptoB  e  Antiguidades. 


220  BOLETIM  DAS  BIRLIOTHKCAS 


E  naquella  mesma  data, — já  transformada  em  Bibliotlieca 
Nacional  de  Lisboa  a  Real  Bibliotheca  Pública,  —  realizou  se  no 
pessoal  d*esse  instituto  um  accentuado  movimento. 

Assim  por  Decretos  d'aquelle  mesmo  dia  (7  de  Dezembro) : 

Vasco  Pinto  de  Balsemão,  que  por  Decreto  de  8  de  Abril  de 
1834  fora  nomeado  Director  da  Bibliotheca  e  por  Decreto  de  19 
de  Julho  d'esse  mesmo  anno  passara  a  ter  a  designaçíto  de  Bi- 
bliothecario-Mór  da  Real  Bibliotheca  Pública,  foi  confirmado  em 
suas  funcçSes  com  o  titulo  de  Bibliothecario-Mór  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa; 

Francisco  Joaquim  Pereira  e  Sousa,  que,  por  Decreto  de  19 
de  Julho  de  1834,  intrára  para  o  logar  de  Conservador,  passou 
nessa  categoria  a  ficar  incarregado  da  Repartição  dos  Impressos 
com  o  ordenaflo  annual  de  450<$í000  réis; 

Francisco  Martins  de  Andrade,  que,  por  Decreto  de  31  de 
Agosto  de  1836,  intrára  como  Official  supranumerário,  incar- 
regado especialmente  do  Gabinete  de  Antiguidades  e  Numis- 
mática, foi  nomeado  Conservador- Ajudante  na  Repartição  dos 
Manuscriptos  e  Antiguidades  com  o  ordenado  de  360^000  réis 
annuaes ; 

Henrique  Ollegario  Pinto  que  (segundo  já  informei)  tinha 
intrado  por  Contínuo  em  1825,  e  pela  Portaria  de  28  de  Agosto 
de  1833  fora  promovido  a  Official,  passou  a  servir  na  Segunda 
Secção  da  Repartição  dos  Impressos  (a  Secção  das  Sciencias 
Naturaes  e  Artes) ; 

João  Xavier  Telles  de  Sousa  (que  já  mencionei)  foi  destinado 
para  servir,  em  sua  categoria  de  OíBcial,  na  Primeira  Secção 
da  Repartição  dos  Impressos  (a  Secção  de  Sciencias  Históricas 
e  Litterarias) ; 

Rodrigo  António  Carneiro  (a  quem  já  fiz  referencia)  passou 
a  ser  incarregado  da  escripturação  dos  Catálogos  na  Repartição 
dos  Manuscrtptos  e  Antiguidades ; 

Thomaz  Brown  Soares,  que  por  Decreto  de  30  de  Abril  de 
1827  fora  nomeado  OíTicial  da  Bibliotheca,  passou  a  ficar  incar- 
regado da  escripturação  dos  Catálogos  na  Repartição  dos  Im- 
pressos ; 

Manuel  Joaquim  de  Aquino  Roberts,  —  que,  tendo  intrado 
na  Bibliotheca  a  servir  de  Oflficial  extraordinário  e  sem  venci- 
mento, pela  Portaria  de  14  de  Septembro  de  1833,  passara 
depois  a  perceber  os  competentes  honorários  por  Decreto  de  19 
de  Julho  do  anno  seguinte,  —  foi,  em  7  de  Dezembro  de  1836, 


E  AUCIIIVOS  NACIONAICS  221 


confirmado  no  seu  Ioí?ar  de  Official,  para  servir  na  Segunda 
Secção  da  Repartição  dos  Impressos; 

José  Joaquim  do  Valle,  que  por  Decreto  de  19  de  Julho  de 
1834  introu  para  o  logar  de  Official  supranumerário,  passou  a 
incarregar-se  da  Primeira  Divisão  da  Repartição  de  ManiiscriptoEl 
e  Antiguidades ; 

Jacob  Frederico  Dinkelaker,  que  por  Decreto  de  19  de  Julho 
de  1834  fôra  nomeado  Contínuo  Ajudante  dos  Officiaes  da  BÍblio- 
theca  Pública,  e  passara  a  Official  Honorário  pela  Portaria  de  6 
de  Agosto  de  1836,  ficou  declarado  Official  Ajudante,  com  d 
vencimento  de  288^000  réis,  para  servir  na  Primeira  Secção  da 
Repartição  dos  Impressos; 

Francisco  Casassa,  —  que  em  Portaria  de  23  de  Janeiro  de 
1834  fôra  admittido  por  Continuo  da  BibKotheca,  e  fôra  depois 
n(  meado  Continuo  ajudante  dos  Officiaes  por  Decreto  de  19  de 
Julho  do  citado  anno  1834,  logar  d^onde  passara  a  Official  Ho- 
norário pela  Portaria  de  6  de  Agosto  de  1836,  —  recebeu  a 
nomcaçro  de  Official  Ajudante,  com  o  vencimento  de  288^5000 
réis,  na  Primeira  Secção  da  Repartição  dos  Impressos; 

O  Padre  António  Marques  da  Silva  foi  nomeado  Official 
Ajudante,  cora  o  vencimento  anniial  de  288i5000  réis,  na  Quarta 
SecçSo  da  Repartição  dos  Impressos  (Sciencias  Ecclesiasticas) ; 

Jono  António  Soares  (a  cujo  nome  tive  já  occasião  de  refe- 
rir-me)  ficou,  em  sua  categoria  de  Contínuo,  pertencendo  á  Pri- 
meira Secção  da  Repartição  dos  Impressos,  e  percebendo  o  ven-' 
cimento  annual  de  200j5000  réis; 

Ricardo  António  dos  Santos  Ribeiro  (de  quem  já  egaalmentô 
falei)  foi,  na  sua  categoria  de  Contínno,  e  com  o  ordenado  annual 
de  200íJOOO  réis,  destinado  para  a  Quarta  Secção  da  Repartição 
dos  Impressos; 

Pedro  Alexandrino  de  Mello,  que  em  Portaria  de  11  de  Maio 
de  1886  fôra  admittido  a  exercer  sem  vencimento  as  funcçSes 
de  Contínuo,  passou  a  ter  o  vencimento  de  200^000  réis  annuaes, 
com  serviço  na  Segunda  Secção  da  Repartição  dos  Impressos; 

Francisco  José  de  Faria  foi  nomeado  Continuo  para  servip' 
na  Primeira  Divisão  da  Repartição  de  Manuscriptos  e  Antigui- 
dades, vencendo  annualmente  200j5000  réis; 

Ernesto  Frederico  de  Mesquita  foi  nomeado  Contínuo  da 
Terceira  Secção  da  Repartição  dos  Impressos  (Secção  das  Scien- 
cias Civis  e  Politicas),  percebendo  (á  similhança  dos  outros  Con- 
tínuos, aeuB  collegas)  o  vencimento  annual  de  2C0f'^0(X)  réis;^     - 

José  António  Branco  foi  nomeado,-  petcebendo  o-otdienàdo 


222  nOLETUI  DAS  BTBLIOTHEOAá 


annual  de  200/JKX)0  réis,  Contínuo  da  Seganda  DivisSo  na  Re- 
partiySo  de  Manuscriptos  e  Antiguidades ; 

António  José  da  Silva,  que  por  De^^reto  de  19  de  Julho  de 
1834  intrára  como  Offioial  supranumerário,  passou  a  offectivo, 
tendo  a  seu  cargo,  com  o  vencimento  annual  de  350^000  réis,  o 
serviço  da  contabilidade,  e  todo  o  outro  expediente  indicado  no 
respectivo  Regulamento. 

José  Alves  Freineda,  que  em  Portaria  de  28  de  Agosto  de 
1833  fôra  nomeado  para  o  iogar  de  Porteiro  da  Bibliotheca, — 
logar  em  cujo  exercício  se  lhe  annexára  o  cargo  de  Agente,  por 
Decreto  de  19  de  Julho  de  1834,  —  ficou  sendo,  com  o  venci- 
mento annual  de  345f$6(X)  réis.  Fiel  e  Agente  da  Bibliotheca; 

José  António  Monteiro  foi  nomeado,  com  o  vencimento  de 
130f$000  réis,  para  exercer  as  funcçSes  de  Porteiro. 

ficaram  portanto  figurando  no  pessoal  efiectivo  da  Biblio- 
theca Nacional  de  Lisboa,  depois  das  nomeaçSes  e  collocaçíHes 
3ue  deixo  mencionadas,  vinte  e  dois  funccionarios,  —  sem  falar 
o  pessoal  menor,  indispensável  aos  serviços  da  limpeza. 


Occupandose  de  Colffs  Guimarftes  em  artigo  especial  no 
Tom.  I  (pag.  167)  do  Diccionario  Bibliographico  Portuguez 
(Lisboa*^  1858),  Innocencio  Francisco  da  Silva  menciona  do 
aprimorado  calligrapho  a  seguinte  publicação : 

€  Regras  para  aprender  a  aparar  pennas;  para  uso  dos  alu- 
mnos  do  CóUegio  de  Humanidades  sito  na  calçada  do  Marquez 
de  Tancos  n.^  7 — Em  1850.  Na  Lithographia  de  Lopes  d  Bastos, 
rua  nova  dos  Martjres  n.^  12.  Lisboa.  8.®  de  10  pag.i 

Doesse  folheto  procurei  baldadamente  incontrar  exemplar 
algum ;  nenhum  se  me  proporcionou  j&maís  examinar.  Mas,  Han- 
do-me  na  exactid&o  do  titulo  que  o  bibliographo  Innocencio 
transcreve,  sinto-me  inclinado  a  crer  que  o  auctor  do  opúsculo 
seria  por  esse  tempo  Mestre  de  Calligraphia  no  citado  Collegio, 
—  o  afamado  tCollegio  do  Dr.  Cicouro»,  que  naquella  quadra 
desfructava  elevados  créditos  como  instituto  educativo,  créditos 
comparáveis  aos  do  €  Collegio  de  Nossa  Senhora  da  Concei^fto» 
(dirigido  por  Martins  Bastos  e  por  Carreira  de  Mello  na  Calçada 
da  Estrella),  créditos  somente  comparáveis  aos  de  pouquíssimos 
collegios  mais  na  capital. 


e  AUCH1V08  NACIONA£S  223 


Innocencio,  depois  de  citar  o  folheto,  accrescenta: 

cO  sr.  ColfiB  nâo  é  menos  insigne  nas  artes  do  desenho  e 
pihtura  que  íia  da  ealligraphia;  do  que  s%o  prova  alguns  primo- 
rosos trabalhos  por  elle  executados  e  que  se  conservam  com 
estimação  na  Bibl.  Nacional». 

Aqui  porém  ha  um  leve  reparo  a  fazer.  Innocencio  deixou-se 
inadvertidamente  cahir  numa  inexactidíto,  quando  citou  talguns 
primorosos  trabalhos que  se  conservam  com  esti- 
mação na  Bibl.  Nacional». 

Em  vez  do  plural,  deveria  Innocencio  ter-se  exprimido  no 
singular:  trabalhos  vários  de  pintura,  e  primorosos  sem  dúvida, 
executou  Colffs  Guimarães;  mas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  existe  apenas  um  d'esses  primores  (e  nfto  me  consta  que 
í&mais  outro  existisse,  —  trabalho  mui  delicado  e  apurado  que 
excita  as  attenções  e  os  louvores  de  quantos  o  examinam. 


Acerca  d*essa  pinturinha,  escreve  o  citado  collaborador  do 
Jornal  do  Commercio  (Dr.  José  Ribeiro  Guimar&es): 

«Na  bibliotheca  está  um  pequeno  quadro,  que  é  o  facsimile 
da  tarja  de  uma  das  folhas  de  umas  preciosas  Horas  do  século  xvi, 
illuminadas  em  pergaminho,  com  que  o  sr.  D.  João  de  Mello 
Manuel  da  Camará,  conde  da  Silva,  presenteou  a  fallecida  rainha 
a  sr.*  D.  Maria  II. 

«A  tarja  representa  todas  as  moedas  correntes  no  reinado 
de  el-rei  D.  João  III :  o  fac-simile  é  admirável  pela  correcçfto 
do  desenho,  e  bellissimo  colorido:  a  imitaçfto  nSo  pôde  ser  mais 
perfeita. 

iFoi  em  1852  que  o  sr.  Coiffs  executou  este  trabalho,  a 
pedido  do  bibliothecario-mór,  o  sr.  Cascaes,  já  fallecido». 

cCanaes»  (e  n9o  «Cascaes»)  queria  dizer  o  erudito  articulista. 

Antes  de  Ribeiro  Guimarães  publicar  esta  informação,  já  o 
illustre  académico  Manuel  Bernardo  Lopes  Fernandes  tinha 
escripto  algumas  palavras  ácêrca  do  códice  ori^nal,  d'onde  Coiffs 
Guimarães  extrahira  a  sua  cópia  fac-simile. 

Na  Memoria  das  moedas  correntes  em  Portugal,  desde  o  tempo 
dos  Romanof,  até  o  anno  de  1856  (Lisboa  — 1856),  diz  (em  pag. 
47)  o  erudito  numismata: 

«Na  livraria  do  Sr.  D.  Francisco  de  Mello  Manuel,  que  foi 


224  nOLETIH  DAS  BIBLIOTHECAS 


ultimamente  coraprAda  pelo  nosBo  Governo,  e  hoje  existe  na 
Bibliotheca  Publica  de  Lisboa,  vimos  um  livro  manuscripto  em 
pergaminho,  contendo  orações,  e  começado  a  escrever  em  Lisboa 
no  anno  de  1517,  com  lindas  vinhetas  e  bem  coloridas  estampas 
de  vários  Santos,  tendo  uma  d^essas  ao  redor  algumas  moedas 
de  ouro  e  de  prata,  exactamente  desenhadas^  e  muito  bem  dou- 
radas e  prateadas » . 

Ao  códice  mencionado  por  Lopes  Fernandes  refere-se  em 
1874  o  Dr.  Augusto  Carlos  Teixeira  de  Aragão  no  Tom",  i 
(pag.  168)  da  Descripçao  gei^al  e  histórica  das  moedas  cunhadas 
em  nome  dos  Beis,  Regentes  e  Governadores  de  Portugal. 

Diz  elle: 

fSão  umas  Horas  do  século  xvi,  que  pertenceram  ao  padre 
Joaquim  de  S.  Dâmaso,  passando  depois  á  livraria  de  D.  Fran- 
cisco de  Mello  Manuel,  e  pelo  seu  herdeiro  oflFerecidas  a  El-Rei 
D.  Fernando  f. 

Conforme  declara  depois  Lopes  Fernandes,  a  Livraria  de 
D:  Francisco  de  Mello  Manuel  da  Camará  foi  effectivamente 
comprada  pelo  Governo  Portuguez  em  1852,  e  quem  a  vendeu 
foi  D.  João  de  Mello  Manuel  da  Camará  (que  recebeu  depois  o 
titulo  de  Conde  da  Silvan). 

Comprada  pelo  nosso  Governo,  a  Livraria  foi  por  este  des- 
tinada á  Bibliotheca  Nacional,  onde  por  muitos  annos  permaneceu 
constituindo  uma  collecção  especial  e  aparte;  mas  em  1888  o 
Inspector  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Públicos  ordenou 
que  as  espécies  constituintes  d'aquella  valiosa  Livraria  se  disse- 
minassem distribuídas  pelas  diversas  Secções  do  nosso  instituto. 

Intrando  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  a  «Livraria  do 
Cabrinha»  (assim  vulgarmente  se  chamava  á  sobredita  collecçâo) 
veiu  prestar  ao  fundo  já  riquissimo  da  antiga  a  Bibliotheca  Públic.i 
da  Corte»  um  novo  accrescentamento  de  preciosidades  e  raridades 
bibliacas,  —  imbora  na  compra  não  intrasse  o  códice  das  Horas 
indicado  pelo  referido  numismata,  códice  aliás  mencionado  no 
Catálogo  manuscripto  que  os  sobreditos  livros  acompanhou  e  que 
na  mesma  Bibliotheca  ticou  arrecadado. 

Eis  o  que  nesse  Catálogo  textualmente  se  lê  (em  pag.  22  a 
23  da  secção  «Manuscriptos»)  com  referencia  á  espécie  de  que 
venho  tratando  e  que  pelo  dono  da  Livraria  foi  offerecida  a  Suas 
Majestades: 
.  i  €Hpr0s — Soberbo  mss.  em  Velem,  forão   comessadas  em 


Ê  ARCHIVOS  NACIONAES  225 


1517,'  OrnadaB  de  2  miniaCui^as  dós  Sircoloa  12  do  Calendário, 
11  miniaturas  do  tamaijio  da  Pagina,  entrando  neste  numero  2 
em  Camafeo  e  31  mais  pequenas  circoladas  de  54  Orlas,  tudo 
«legantem/®  pintado  por  mui  abil  Pintor,  com  riquissimos  doura^oç 
•de  Ouro  fosco,  alem  ile  h\v\  iinmencidade  de  Letras  engraçadam.^ 
pintadas  de  Cores,  e  Ouro.  A  miniatura  q.  esta  no  OfF."  dos 
Pefuntos,  reprezenta  o  Interro  de  D.  Manoel,  e  a  Orla  da 
adoração  dos  Reys  lie  composta  de  moedas  antigas:  está  enca- 
deiTiada  em  Veludo  Carmezim  1  vol.  em  8.®». 

Modernamente  o  Sr.  José  Duarte  Ramalho  Ortigão,  Biblio- 
thecario  da  Real  Bibliotheca  da  Ajuda,  fez  das  mesmas  Horas 
uma  descripção  mui  circumstanciada  e  commentada,  que  sahiu 
(de  pag,  60  a  79)  em  publicação  anonyma,  dada  á  estampa  sob 
o  titulo  seguinte: 

Exposição  de  Arte  Sacra  Ornamental  promovida  pela  Com- 
missão  do  centenário  de  Santo  António  em  Lisboa  no  anno  de 
1895,  — Catalogo  da  Sala  de  Sua  Magestade  El  Rei  (Lisboa  — 
1895). 

Referindo-se  especialmente  á  illuminura  em  que  figuram  as 
moedas,  eis  o  que  diz  (em  pag.  61  a  62)  o  afamado  crítico: 

«Na  pagina  Deus  in  adjutorium  meiím  intende,  o  quadro  cor- 
respondente representa  a  adoração  dos  reis  magos  n'um  recinto 
de  architecturaneo-classica,  em  columnas  de  porphydo  vermelho. 
Ao  longe,  na  paizagem,  passa  um  cortejo  de  gala  com  elephantes 
e  dromedários.  As  margens  doesta  composição  são  decoradas  com 
moedas  de  ouro  e  de  prata,  entre  as  quaes  duas  de  Fernando  o 
Isabel,  com  as  armas  de  Leon  e  Castella,  e  dois  poHuguezes  de 
ouro,  de  D.  João  IIL 

«Foram  os  primeiros  portuguezes  de  ouro  mandados  cunhar 
em  novembro  de  1538,  como  resposta  ao  capitulo  170  das 
Cortes  Geraes  em  Torres  Novas,  que  dizia  assim:  Que  Vossa 
Alteza  mande  prover  sobre  as  moedas  de  ouro  destes  Reynos  as 
quaes  se  levão  pêra  fora,  de  maneira  que  se  não  acha  um  Cruzado 
nem  Portuguez,  nem  moeda  de  ouro  dos  ditos  Reinos,  somente 
moeda  de  fora  d^outros  Reynos  minguadas  de  pezo,  e  na  Ley  de 
Ouro, 

«A  presença  da  referida  moeda  estabelece  portanto  entre  o 
tempo  a  que  ella  corresponde  e  a  data  do  principio  do  códice, 
1517-1538,  um  periodo  de  vinte  e  um  annos,  dados  á  elaboração 
consecutiva  ou  entrecortada  do  livro  t. 

A  minucioaa  e  curiosa  descripção  que  o  illustre  Bibliothecario 


I 


226 


BOLETIM  DAS  BIBLI0THBCÁ8 


offerece  do  preciosíssimo  códice,  hoje  pertencente  a  Sua  Majes- 
tade El-Rei,  finaliza  por  estas  palavras : 

«Este  códice  está  admiravelmente  conservado  e  parece  intacto 
na  virginal  alvora  das  suas  folhas.  Apenas  em  uma  das  paginas 
uma  leve  mancha  de  tinta.  Parece  a  cada  um  que  o  examina  ser 
elle  o  primeiro  que  o  folheia  depois  de  um  encerro  de  perto  de 
quatrocentos  annos.  Elle  representa,  seguramente,  um  dos  mais 
altos  cumes  a  que  jamais  chegou  a  poesia,  e  é,  sem  contestação, 
uma  das  três  ou  quatro  mais  primorosas  e  mais  bellas  obras 
d'arte  que  Portugal  inspirou  e  que  existem  em  Portugal. 

A  illuminora  —  em  que  se  representa  a  Adoração  do  Deus- 
Menino  pelos  três  Magos,  que  ao  receranascido  foram  apresentar 
no  presépio  suas  ofi^erendas  de  myrrha,  incenso,  e  oiro, — mos- 
tra-nos  pois  na  tarja  por  elemento  decorativo  e  allegorico  a 
reproducçSLo  de  várias  moedas,  portuguezas  quasi  todas.  E  foi 
precisamente  por  esse  motivo  que  em  1852  o  insigne  Bibliothe- 
cario-Mór  José  Barbosa  Canaes  de  Figueiredo  Castello-Branco 
manifestou  a  Colffs  Guimarães  o  impenho  de  Ver  por  elje  copiada 
a  tarja  sobredita. 

Resultou  d-ahi  a  píntuririha  que  na  Bibliotheca  Nacional  se 
conserva  com  todo  o  resguardo  immoldurada  no  Gabinete  Numis- 
mático,—  pinturinha  em  que  o  artista  apenas  aproveitou  os  ele- 
mentos da  tarja,  substituindo  a  parte  central  (a  scena  evangélica 
da  Adoração)  pela  inscripção  seguinte,  executada  a  tinta  branca 
sobre  fundo  preto: 

Spac^-sunife 

da  tarja  diurna  das  folhas 

do  precioso  livro  que  possue  o 

iZ/.*»*»  e  Ex."^  Shr.  D.  João  de  Mello 

Manoel  da  Cantara,  intitu- 
lado —  HorcB  Beatas  Marice  Virginis, 
ms,  em  pergaminho,  do  XVI  sé- 
culo, a  qual,  e  consequência  de 
representar  todas  as  moedas  cor- 
rentes no  reinado  do  Senhor  D.  Jo- 
ão  III,  entrando  neste  numero  u- 
ma  do  Senhor  D,  Diniz,  que  se  . 
tem  por  desconhecida,  mandou  o  Bi- 
hliothecario  Mor  copiar  mui  fieM^  • 


226 


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fi  ARCBtVOS  HACIONABd  227 


A  cópia  da  illuminura  apresenta  na  base  do  rectângulo  esta 
subsoripçSo: — A.  J,  Colffs  Gruim.^*  pin,  no  anno  de  1852. 


Segundo  informa  o  citado  necrologista  do  Jornal  do  Com" 
mercio,  Colffs  GuiinarSles  collaborou  com  o  seu  lápis  em  vários 
periódicos.  «Desenhou  e  lithographou  (sfto  estas  as  palavras  do 
articulista)  para  differentes  jornaes,  e  entre  elles  é  notável  o 
Universo  Pittoreacoí» . 

O  Universo  Pittoresco  («Jornal  de  InstrucçAo  e  Recreio»  — 
como  elle  apparece  sub-intitulado)  era  uma  interessante  revista 
mensal,  adornada  com  gravuras  em  madeira  e  lithographias  (re- 
tratos e  vistas),  fundada  pelo  erudito  Jo%o  Ignacio  de  Vilhena 
Barbosa,  redactor  de  quasi  todos  os  artigos  que  alli  se  publica- 
ram. Começou  a  estanipar-se  em  Janeiro  de  1839;  e  durou  seis 
annos,  formando  a  collecçfto  3  vol.  in-4.® 

Carlos  Legrand,  Guglielmi,  Michellis;  Fonseca  Júnior,  e 
Colffs  Guimarães,  foram  os  principaes  desenhistas  que  para  taes 
lithographias  forneceram  desenhos:  os  de  Colffs  Guimarães  figuram 
assignados  apenas  por  uni  C,  inicial  ou  pelas  duas  iniciaes  C.  G. 


Reorganizada  a  Bibiiotheca  Nacional  de  Lisboa  por  Decreto 
de  31  de  Dezembro  de  1863  (como  consta  do  Diário  do  Governo 
de  4  de  Janeiro  do  anno  seguinte), — deu-se  naquelle  instituto  o 
movimento  que  passo  a  indicar. 

Por  Decreto  de  8  de  Janeiro  de  1864  (publicado  no  Diário 
do  Governo  de  18  doesse  mez)  foram  classificados  no  quadro 
effectivo  da  Bibiiotheca  os  seguintes  funccionarios : 

Bibliothecario-Mór  —  José  da  Silva  Mendes  Leal,  que  já 
occupava  esse  logar  para  que  fora  nomeado  por  Decreto  do  1.* 
de  Dezembro  de  1857  (#); 


(•)  O  ingresso  de  Mendes  Leal  na  Bibiiotheca  datava  de  tempos  mui 
anteriores, — pois  qae,  sem  vencimento,  fòra  admittido  por  Official  Hono- 
rário do  referido  instituto  em  Portaria  de  28  de  Julho  de  1886.  Depois,  por 
Decreto  de  26  de  Julho  de  1860,  foi  nomeado  Bibliothecario-Mór  da  Bi- 
biiotheca Nacional  de  Lisboa.  Demittído  por  Decreto  de  21  de  Maio  de 


BOLGTIH  DAS  SIBUOTHECAS 


Secretario  (com  a  gi-aduaçSo  de  Primeiro-Ofiicial)^-^  António 
Jo8Ú  Colffs  OiiiiiiarSesj 

Amauueiise  da  Stícietaiia  — José  Joaquim  Nepomuceno  Ar- 
sejas,  que  por  Decreto  de  19  de  Maio  de  1857  intrára  na 
Bibiiolheca  a  exercer  o  legar  ile  Portí-iro; 

Conservador  da  llepartivrio  de  ScitncifiB  e  Artes  —  António 
José  Viale,  qiie  por  Decreto  de  17  de  Março  de  1846  intrára 
nomeado  Official  daa  Secções  de  Sciencias  Ecclestasticas,  Civis 
e  Politicas; 

Primeiro-Official  da  Repartição  de  Sciencias  e  Artes — Hen- 
rique Ollegario  Pinto  (de  quem  jA,  nestas  paginas,  por  duas 
vezes  falei); 

Primeiro-OfBcial  da  BepartiçSo  de  Sciencias  e  Artes  — José 
Ribeiro  GutmarSes,  que  na  Bibliotheca  tinha  intrado  como  Offi- 
cial por  Carta  Régia  de  31  de  Maio  de  1854; 

Continuo  da  Repartiçíto  de  Sciencias  e  Artes  —  Pedro  Ale- 
xandrino de  Metlo  (de  quem  tambt-m  jú  tratei); 

Conservador  da  Reparti^íio  de  Historia  e  Litteratura  —  An- 
tónio da  Silva  Tullio,  que  por  Carta  Kégia  da  27  de  Abril  de 
1844  havia  na  Bibliotheca  dado  ingresso  como  OfScial  da 
Repartição  dos  Manuscriptos ; 

Primeiro-Official  da  RepartiçSo  de  Historia  e  Litteratura  — 
Francisco  Casassa  (a  quem  antecedentemente  me  referi),  func- 
cionario  que  ao  tempo  desfructava  a  categori.i  de  Official  titular 
por  Apostilla  de  31  de  Maio  de  1854; 

Segundo-Official  da  RepartiçJlo  de  Historia  e  Litteratura  — 
Ernesto  Frederico  de  Mesquita  (de  quem  já  falei  anteriormente), 
funccionario  que  desde  2b  dt;  Junho  de  1850  (e  por  Decreto 
d'es8a  data)  se  conservava  graduado  era  Official-Ajudante; 

Continuo  da  Repartiçilu  de  Historia  e  Litteratura  —  José 
Miguel  (ou,  desdobrando-] he  o  nome  todo,  José  Miguel  Alves  de 
Miranda),  funccionario  que  desde  aunos  exercia  na  Bibliotheca 
ogar  de  Servente,  mas  que  já  nesí^a  modestíssima  situaçílo 
ivára  com  exuberância  as  suas  especiaes  aptidSes  para  o  ex- 
liente  bibliothecario ; 

Conservador  da  Repartiçrio  de  Manuscriptos  e  Antiguidades — 
mcisco  Martins  de  Andrade  (cujo  nome  citei  Já  nas  presentes 


I,  teve  por  Bucceasor,  na  meemH  dnta  nomeado,  .laaú  Barbosa  Cauaes  de 
ueiredo  Castello-Uranco,  £,  fallcccndo  este  em  i'i  de  Novembro  de  1857, 
teu  MendeB  Leal  a  eer  escolhido  paru  o  seu  antigo  logar  por  Decreto 
L.°  de  Dezembro  do  referido  aano. 


Ifi  AKCâlVOS  KACIOKAIiíS  220 


paginas),  faDccionario  que  ao  tempo  se  incontrava  já  na  eiFectiva 
categoria  de  Conservador  por  Carta  Kégia  de  6  de  Junho  de 
1862; 

Frimeiro-Official  da  Repartição  de  Manuscriptos  e  Antigui- 
dades—  José  Gomes  Goes^  que  por  Carta  Régia  de  20  de 
Dezembro  de  1854  havia  intrado  como  Official  da  Bibliotheca; 

Segundo-Official  da  Repartição  de  Manuscriptos  e  Antigui- 
dades —  Luiz  Carlos  Rebello  Trindade,  que  dera  ingresso  como 
Official-Ajudante  por  Decreto  de  26  de  Março  de  18Õ6; 

Continuo  da  Repartiçfto  de  Manuscriptos  e  Antiguidades  — 
António  Júlio  Caminha,  que  na  mesma  graduação  de  Continuo 
havia  sido  nomeado  para  a  Bibliotheca  por  Decreto  de  9  de 
Janeiro  de  1860; 

Porteiro  —  José  António  Branco,  que,  depois  de  intrar  por 
Continuo  (segundo  já  informei),  passara  a  desimpenhar  as  func- 
çSes  de  Fiel  e  Agente  da  Bibliotheca  por  Decreto  de  16  de 
Dezembro  de  1857; 

Ajudante  do  Porteiro — Henrique  António  Ferreira  de  Araújo, 
que,  tendo  intrado  a  prestar  serviços  (Portaria  de  9  de  Junho 
de  1843),  fôra  depois  nomeado  Continuo  da  Bibliotheca  (Decreto 
de  8  de  Janeiro  de  1860). 

No  Relatório  que  precede  o  Decreto  de  31  de  Dezembro  de 
1863  em  que  se  approva  o  novo  Regulamento  da  Bibliotheca 
Nacional, — Relatório  assignado  pelo  Ministro  do  Reino,  Anselmo 
José  Braamcamp,  em  28  de  Dezembro  do  sobredito  anno, — 
incontro  as  seguintes  palavras  no  tocante  á  verba  destinada  para 
honorários  dos  impregados: 

«Julgo  haver  distribuído  por  todos  com  equidade  aquelFoutra 
verbai,  posto  reconheça  não  ficarem  ainda  remunerados  devida* 
mente  muitos  dos  que  ali  contam  tilo  longos  annos  de  bom  ser- 
viço, exercido  com  exemplar  probidade,  a  alguns  dos  quaes 
supplico  a  Vossa  Magestade  se  digne  conceder  um  testemunho 
honorifico  da  real  munificência». 

Tal  Relatório,  inibora  assignado  pelo  Ministro  (como  é  de 
praxe),  sabem  todos  que  foi  redigido  por  Silva  TuUio,  o  iniciador 
da  citada  reforma. 

No  Relatório  indica-se  de  justiça,  em  prol  de  alguns  funccio- 
narios  da  Bibliotheca,  «um  testemunho  honorifico  da  real  muni- 
ficência». 

Esse  testemunho  nSo  tardou  em  conferir-se,  —  verificando-se 

4 


230  fiOLtCTlM  t>AS  iSibLIOTtíKOAS 


>*-■*      ^        A^"-   w^- 


afavor  de  António  José  Coiffs  Guimarftes,  Francisco  Casassa, 
Henrique  Ollegario  Pinto,  e  Francisco  Martins  de  Andrade,  como 
consta  da  Acta  da  Sessão  realizada  pelo  Conselho  Litterario  e 
Administrativo  da  Bibliotheca  Nacional  em  15  de  Janeiro  de  1864. 

Receberam  todos  qiiairo  o  Hábito  de  Cavalleiros:  Martins 
de  Andrade,  na  Ordem  de  Sant'Iago;  Ollegario  Pinto  e  Casassa, 
na  Ordem  de  Nosso  Senhor  Jesus-Christo;  Coiffs  Guimarães,  na 
Ordem  de  Nossa  Senhora  da  Conceição  de  Villa-Viçosa. 

E  querem  saber  de  quem  partiu  a  iniciativa?  querem  saber 
de  quem  procedeu  a  proposta  para  todas  aquellas  quatro,  conde- 
corações? Do  bom  Silva  Tullio,  do  companheiro  amoravel  e 
altruista  que  ao  tempo,  occupando  já  na  Bibliotheca  o  logar  de 
Conser^dor,  desimpenhava  nesse  anno  com  supremo  brilhan- 
tismo as  funcçSes  de  Bibliothecario-Mór  interino. 

Pela  Reforma  de  1863,  a  tabeliã  dos  ordenados  annuaes 
ficava  sendo  a  seguinte: 

Bibliothecario-Mór SOO^JOOO  réis. 

Secretario 450^51000  » 

Amanuense  da  Secretaria 2õOf9iOOO  b 

Conservadores 600í5000  • 

Primeiros-Officiaes 450í?(XX)  » 

Segundos-OfiSciaes 360^000  » 

Contínuos 250,5000  » 

Porteiro 400(í000  » 

Ajudante  do  Porteiro , 300^000  » 

Ao  Conservador  da  Repartição  de  Manuscriptos  e  Antigui- 
dades, por  ter  o  ineargo  de  reger  a  cadeira  de  Numismática, 
estipulou-se  no  referido  Decreto  a  gratificação  annual  de 
200í5000  réis. 

£  a  cada  um  dos  dois  Guardas  (cuja  nomeação  ficou  perten- 
cendo ao  BibliothecaríoMór)  foi  arbitrada  a  remuneração  de 
1 40^1000  réis  annuaes. 

Por  Decreto  da  mesma  data  (31  de  Dezembro  de  1863), 
publicado  no  Diário  do  Governo  de  18  de  Janeiro  de  1864, 
haviam  sido  aposentados  com  seus  ordenados  por  inteiro  os  se- 
guintes funccionarios : 

Thomaz  Brown  Soares,  Ofiicial  da  Bibliotheca  já  por  mim 
citado  nestas  paginas; 


»  Attcnivos  itAcloUAEá  âàl 


Jacob  Frederico  Dinkelaker,  Official-Âjudante  já  por  mim 
também  mencionado ; 

Francisco  José  de  Faria,  que  deede  1836  desimpenhava  o 
logar  de  Contínuo,  conforme  egualmente  já  mencionado  ficou; 

e  Pedro  Nolasco  de  Seixas,  que,  nomeado  Official-Ájudante 
na  Secçfto  de  Sciencias  Ecciesiasticas  por  Carta  Régia  de  29  de 
Abril  de  1839,  fôra  promovido,  por  Decreto  de  õ  de  Agosto  de 
1842,  ao  logar  de  OíBeial  do  Cartório. 

António  José  Coiffs  Guimarães  tinha  já  por  essa  occasião,  na 
sua  larga  folha  de  bons  serviços,  tempo  de  sobra  para  também 
se  aposentar, —  mas,  sentindo-se  robusto  e  válido,  não  quiz 
nunca  aprovei tar-se  de  tal  faculdade,  e  preferiu  continuar  sempre, 
até  fallecer,  no  cabal  desimpenho  de  suas  funcções  como  Secre^ 
tario  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  onde  por  todos  os  mo- 
tivos a  sua  honrada  memoria  conquistou  direitos  incontestáveis 
para  ficar  legitimamente  archivada  com  respeitosa  estima. 


Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa: 
em  27  de  Novembro  de  1907. 


Xavier  da  Cunha. 


632  UOLETIM  DAS  llIllUOTlll<:i;A8 


BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


ARCmvO  DE  MARINHA  E  ULTRAMAR 

O  vol.  1.®  do  Inventario  d'eBte  Archivo  tem  merecido  lou- 
vores a  entidades  officiaes  e  scientiticas.  Da  correspondência 
recebida  publicamos  os  dois  officios  seguintes,  muito  honrosos 
para  o  sr.  dr.  Castro  e  Almeida,  primeiro  conservador  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa,  e  Dii*ector  do  Archivo  de  Marinha  e 
Ultramar. 

III."®  e  Ex."**  Sr.  —  A  Sociedade  de  Qeographia  de  Lisboa^ 
recebeu  um  exemplar  do  Vol.  i  do  Inventario  do  Archivo  de 
Marinha  e  Ultramar  que  V.  Ex.^  se  dignou  offerecer-lhe  para 
a  sua  Bibliotheca.  A  Direcyão  encarregou-me  de  transmittir  a 
V.  Ex.*  os  melhores  agradecimentos  pela  referida  offerta  con- 
gratulando-se  com  V.  Ex.*^  pela  publicay&o  de  tão  valioso  subsidio 
para  o  estudo  das  ilhas  da  Madeira  e  Porto  Santo  e  fazendo 
votos  pelo  próximo  apparecimento  dos  volumes  que  dizem  res- 
peito ás  outras  ilhas  adjacentes  e  possessões  portuguezas  do 
Ultramar. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.' — Lisboa,  22  de  Novembro  de  1907. 
111.""  e  Ex.»"  Sr.  Dr.  Eduardo  de  Castro  e  Almeida.  Dig."* 
Primeiro  Const*rvador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  —  O 
Director-Bibliothecario  (a.)  Silva  Telles, 


Secretaria  d*Estado  dos  Negócios  da  Marinha  e  Ultramar. 
Direcção  Geral  da  Marinha,  6.»  Repartição— 111.™"  e  Ex.""  Sr. 
Encarrega-me  S.  Ex.'  o  IMinistro  e  Secretario  d^Estado  dos  Ne- 
gócios da  Marinha  e  Ultramar,  a  quem  apresentei  o  volume  1." 
(lo  ^Archivo  de  Marinha  e  Ultramarê  por  V.  £x.'  coordenado, 
disposto  e  impresso,  de  significar-lhe  que  âcou  muito  agradavel- 
mente impressionado  com  o  seu  vallosissimo  trabalho,  que  dá 


E  ARCUIVOS  NAClí»NAKS  233 


prova  do  sea  methodo,  inteiligencia  e  ordem,  e  que  constitue  um 
muito  útil  Bubsidio  para  o  estudo  das  antiguidades  da  uossa  his- 
toria ultramarina  e  será  sempre  compulsado  com  interesse  e 
proveito  pelos  investigadores  desses  assumptos.  Devo  dizer  mais 
a  V.  Ex/  que  é  com  muita  satisfação  que  lhe  dirijo  esta  com- 
munieação,  pois  que  partilho  inteiramente  as  ideias  do  Ex."^ 
Ministro  sobre  o  assumpto. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.* — Direcção  Geral  da  Marinha,  19 
de  Dezembro  de  1907.  Ill.™«  e  Ex.™<*  Sr.  Eduardo  de  Castro  e 
Almeida,  1.®  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional,  (a.)  Augusto 
de  CastÚho, 


234  BOLKTIM   DAS   BIDLIOTHKCAS 


BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


PESSOAL 


Francisco  Alberto  da  Costa  Senna,  segundo  continuo  da  Bi- 
bliotheca  Nacional  de  Lisboa,  collocado  por  Decreto  de  29  de 
dezembro  de  1887  —  promovido  por  Decreto  de  9  de  outubro 
de  1907,  na  conformidade  do  artigo  39.^  do  Decreto  n.^  6  de 
24  de  dezembro  de  1901,  ao  logar  de  primeiro' continuo  da 
mesma  Bibliotheca,  vago  pelo  fallecimento,  em  28  de  fevereiro 
do  corrente  anuo,  de  Manuel  Hygino  Ramos  da  Silva. 

{Diário  do  Governo,  n.»  288  de  22  de  outubro  de  1907). 


Augusto  de  Oliveira  Vida,  terceiro. continuo  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa,  collocado  por  Decreto  n.®  &  de  24  de  dezem- 
bro de  1901 — promovido  por  Decreto  de  9  de  outubro  de  1907, 
por  conveniência  urgente  de  serviço,  na  conformidade  do  artigo 
39."  do  referido  Decreto  n.®  6  de  24  de  dezembro  de  1901,  ao 
logar  de  segundo  continuo  da  mesma  Bibliotheca,  vago  pela  pro- 
moç&o  de  Francisco  Alberto  da  Costa  Senna. 

(Diário  do  Governo,  n.°  238  de  22  de  outubro  de  1907). 


B  AliCHlVOS  KACIOKAES  235 


REAL  ARCHIVO  DA  TORRE  DO  TOMBO 


PESSOAL 


Roberto  Augusto  da  Costa  Campos,  director  do  Real  Árchivo 
da  Torre  do  Tombo,  nasceu  na  freiçuezia  de  S.  Pedro  da  cidade 
do  Funchal,  em  27  de  março  de  1837. 

Por  Despacho  do  Ministério  do  Reino  de  novembro  de  18Õ3 
foi  nomeado  amanuense  extraordinário  do  Real  Árchivo  da  Torre 
do  Tombo:  amanuense  effectivo  por  Decreto  de  27  de  janeiro 
de  1858. 

Em  29  de  maio  de  1H61,  foi  nomeado,  por  Decreto,  official 
diplomático. 

Em  11  de  março  de  1880  foi  nomeado  ajudante  do  official 
maior. 

Por  Decreto  de  29  de  dezembro  de  1887  foi  nomeado  con- 
servador do  Real  Árchivo  e  inspector  dos  Archivos  Públicos. 

Por  Decreto  de  29  de  dezembro  de  1901,  primeiro  conser- 
vador. Por  Decreto  de  28  de  junho  de  1902  nomeado  director. 

Falleceu  em  19  de  dezembro  de  1907. 

Roberto  Campos  presidiu  por  muitos  annos  a  commissSo  en- 
carregada do  cumprimento  do  decreto  de  2  de  outubro  de  1 862, 
relativo  á  incorporação  no  Real  Árchivo  dos  cartórios  e  archivos 
das  corporações  religiosas.  O  ultimo  relatório  dos  serviços  do 
Real  Árchivo  assignado  por  elle  é  o  de  20  de  janeiro  de  1906. 
Já,  nessa  data,  a  enfermidade  que  o  prostrou  estava  muito 
aggravada. 


António  Freire  Mergulhão  Botelho,  exonerado,  como  reque- 
reu, de  primeiro  amanuense  escripturario  do  Real  Árchivo  da 
Torre  do  Tombo,  por  Despacho  de  7  de  Outubro  de  1907. 

{Diário  do  Governo,  d.«  227  de  9  de  outubro  de  1907). 


236  BOLETIM  DAS   BIBLIOTHECAS 


Alberto  Carlos  Cerqueira,  segundo  amanuense  escripturario 
do  Real  Archívo  da  Torre  do  Tombo,  nomeado  por  Decreto  de 
13  de  novembro  de  1903  —  promovido  por  Decreto  de  9  de  ou- 
tubro de  1907,  e  por  conveniência  urgente  de  serviço,  na  con- 
formidade dos  artigos  38.®  e  Õ4  ®  do  Decreto  n.®  6  de  24  de 
dezembro  de  1901,  ao  logar  de  primeiro  amanuense-escripturario 
do  mesmo  Real  Archivo,  vago  pela  exoneraçSo  concedida  em  7 
do  mesmo  mez  de  outubro  a  António  Freire  MergulhXo  Botelho. 

{Diário  do  Governo,  ii.«  288  de  22  da  outubro  de  1907). 


E  ARGHIVOS  NACIONAES  237 


BIBLIOTHEOAS  E  ARCHIVOS  NAOIONAES 


SECRETARIA  GERAL 


Perante  o  Bibliothecario-mór  do  Reino  está  aberto  concurso 
publico,  durante  o  prazo  de  trinta  dias,  a  contar  da  data  da 
inserç&o  doeste  annuncío  no  Diário  do  Governo,  para  o  provi- 
mento de  um  logar  de  segundo  amanuense  escripturarío  do  Real 
Ârchivo  da  Torre  do  Tombo^  com  o  vencimento  annuai  de 
162fjíOOO  réis. 

O  concurso  constará  das  provas  escriptas  na  conformidade  dos 
artigos  38.^  e  54.»  do  Decreto  n.®  6  de  24  de  dezembro  de  1901 
e  do  artigo  96.^  do  regulamento  do  mesmo  Real  Árchivo,  appro- 
vado  por  Decreto  de  14  de  junho  de  1902. 

Os  requerimentos  deverfto  ser  instruídos  com  os  seguintes 
documentos : 

I.  Certidão  de  idade ; 

II.  Documento  comprovativo  de  haver  satisfeito  ás  prescri- 
ções do  recenseamento  militar; 

III.  Âttestado  de  bom  comportamento  moral  e  civil  e  certi- 
ficado de  registo  criminal ; 

IV.  Âttestado  medico  de  ter  sido  vaccinado  e  nSo  padecer 
de  moléstia  contagiosa; 

V.  Certidão  de  exame  de  instrucção  primaria  do  2.^  grau, 
e  quaesquer  outros  documentos  de  habilitações  literárias. 

A  forma  do  concurso  será  regida  em  conformidade  com  os 
artigos  95.°  e  96.^  do  citado  regulamento. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em 
7  de  novembro  de  1907.  —  Pelo  Conselheiro  Bibliothecario-mór 
do  Reino,  o  Inspector,  Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira. 


Perante  o  Bibliothecario-mór  do  Reino  está  aberto  concurso 
publico  durante  o  prazo  de  trinta  dias,  a  contar  da  data  da  in- 
serção d'este  annuncio  no  Diário  do  Governo,  para  o  provimento 


238  BOLETIM  DAS  RIBLIOTHIílCAS 


de  um  iogar  de  segundo  amanuense  escripturarío  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa,  com  o  vencimento  annual  de  162f$000  réis. 

O  concurso  constará  das  provas  escriptas  na  conformidade  do 
artigo  38.®  do  Decreto  n.®  6  de  24  de  dezembro  de  1901,  e  do 
artigo  144.®  do  regulamento  da  mesma  Bibliotheca  Nacional, 
approvado  por  Decreto  de  29  de  janeiro  de  1903. 

Os  requerimentos  deverfto  ser  instruidos  com  os  seguintes 
documentos : 

I.  CertidSo  de  idade; 
II.  Documento  comprovativo  de  haver  satisfeito  ás  prescri- 
çSes  do  recenseamento  militar; 

III.  Áttestado  de  bom  comportamento  moral  e  civil,  e  certi- 
ficado do  registo  criminal ; 

IV.  Áttestado  medico  de  ter  sido  vaccinado  e  nfto  padecer 
de  moléstia  contagiosa; 

V.  CertidSo  de  exame  de  instrucçSLo  primaria  do  2.®  grau, 
e  quaesquer  outros  documentos  de  habilitações  literárias. 

A  forma  do  concurso  será  regida  em  conformidade  com  as 
disposições  dos  artigos  129.®  a  132.®  e  144.®  a  146.®  do  citado 
regulamento. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em 
7  de  novembro  de  1907,  —  Pelo  Conselheiro  Bibliothecariomór 
do  Reino,  o  Inspector,  Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira, 


Perante  o  Bibliothecario-mór  do  Reino  está  aberto  concurso 
publico  durante  o  prazo  de  trinta  dias,  a  contar  da  data  da  in- 
8erçKo  doeste  annuncio  no  Diário  do  Governo,  para  o  provimento 
de  um  Iogar  de  terceiro  continuo  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa,  com  o  vencimento  annual  de  120^000  réis. 

O  concurso  constará  das  provas  escriptas  na  conformidade 
dos  artigos  39.®  do  Decreto  n.®  6  de  24  de  dezembro  de  1901  e 
D.®  147.®  do  regulamento  da  mesma  Bibliotheca  Nacional,  appro- 
vado por  Decreto  de  29  de  janeiro  de  1903. 

Os  requerimentos  deverão  ser  instruidos  com  os  seguintes 
documentos : 

I.  Certidão  de  idade  em  que  prove  ter  menos  de  trinta 
annos ; 

II.  Documento  comprovativo  de  haver  satisfeito  ás  prescri- 
çSes  do  recenseamento  militar ; 


K  AKCHIVOS  NACIONAIlB  239 


III.  Attestado  de  bom  comportamento  moral  e  civil,  e  cer- 
tificado do  registo  criminal; 

IV.  Attestado  medico  de  ter  sido  vaccinado  e  não  padecer 
de  moléstia  contagiosa. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em 
7  de  novembro  de  1907.  —  Pelo  Conselheiro  Bibliothecario-mór 
do  Reino,  o  Inspector,  Gahrid  Victor  do  Monte  Pereira. 

(Diário  do  Governo,  n.«  252  de  8  de  novembro  de  1907). 


240  nOT.KTIM  DAS  BIULIOTHKCAS 


BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


Relaçio  das  pessoas  e  corporações  que,  por  seus  donativos  ou  serviços 
prestados  em  1907,  Scaram  inscriptos  no  respectivo  QUADRO  DE  HONR& 


A.  Moreira  I»ope8  (Porto). 

Prof.  Abel  Fontoura  da  Costa  (Lisboa). 

Acácio  Lino  (Paris). 

Administração  do  Hospital  Real  de  S.  José  (Lisboa). 

Dr.  Adriano  Anthero  de  Sousa  Pinto  (Porto). 

Alberto  Carlos  da  Silva  (Lisboa). 

Alfredo  Filippe  de  Mattos  (Freixo  —  Louzan). 

Alfredo  Henrique  da  Silva  (Porto). 

Álvaro  Neves  ^Lisboa). 

Álvaro  Pinheiro  (Espozende). 

Amaro  Albuquerque  (Rio-de- Janeiro). 

Commendador  Dr.  Annibal  Augusto  de  Mello  (Figueira  da 
Foz). 

Aiinibal  Fernandes  Thomaz  (Lisboa). 

António  da  Costa  Raymundo  (Lisboa). 

António  Qomes  Yianna  (Lisboa). 

Dr.  António  José  Gonçalves  Pereira  (Ma«au). 

António  José  de  Lemos,  Provedor  da  Santa  Casa  da  Miseri- 
córdia do  Pará. 

Prof.  António  Padula  (Nápoles). 

Conselheiro  António  de  Sousa  Silva  Costa  Lobo  (Lisboa). 

Dr.  António  Vianna  da  Silva  Carvalho  (Lisboa). 

Dr.  António  Xavier  Heraclito  Gomes  (Guirdolim). 

Apostolado  Pozitivista  do  Brazil. 

Armando  da  Silva  (Lisboa). 

Dr.  Arthur  Lamas  (Lisboa). 

Arthur  de  Ramos  Rosa  (Lisboa). 

Assistência  Nacional  aos  Tuberculosos. 

Associação  Commercial  e  Industrial  das  Caldas  da  Rainha. 

Associação  Commercial  dos  Lojistas  de  Lisboa. 

Associação  dos  Jornalistas  e  Homens  de  Lettras  do  Porto. 


K  AUCHIVOS  NACIOKAES  241 


ÁB80cíaç2o  de  Soccorros  Mútuos  de  Empregados  no  Com- 
mercio  de  Lisboa. 

Associação  de  Soccorros  Mútuos  da  Imprensa  da  Universi- 
dade (Coimbra).  *"* 

Associação  de  Soccorros  Mútuos  Portuense  c  Almeida-Garrett» . 

Associação  de  Soccorros  Mútuos  cUniSo  Artística  Conimbri- 
cense i. 

Augusto  Epiphanio  da  Silva  Dias  (Lisboa). 

Dr.  Augusto  Luciano  de  Carvalho  (Lisboa). 

Augusto  Luiz  de  Figueirôa  Rego  (Lisboa). 

Augusto  Motta  da  Fonseca  (Lisboa). 

Augusto  de  Oliveira  Vida  (Lisboa). 

Dr.  Augusto  Pereira  de  Bettencourt  Ataide  (Lisboa). 

Banco  Alliança  (Porto). 

Dr.  Bernardo  Lucas  (Porto). 

Bibliotheca  «John  Crerar»  (Chicago). 

Bibliotheca  Nacional  de  Habana. 

Bibliotheca  Nacional  de  Hespanha. 

Bibliotheca  Nacional  do  Rio-de-Janeiro. 

Bibliotheca  Nacional  de  Santíago  do  Chile. 

Bibliotheca  Pública  Pelotense  (Pelotas  —  Brazil). 

Bibliotheca  da  Universidade  de  Coimbra. 

Camará  Municipal  de  Coimbra. 

Camará  Municipal  de  Lisboa. 

Carlos  Aífonso,  Secretario  Honorário  do  Centro  Commercial 
do  Porto. 

Carlos  J.  Barr,  Bibliothecario-adjunto  da  Bibliotheca  «John 
Crerar»  (Chicago). 

Centro  Commercial  do  Porto. 

Clement  Andrews,  Bibliothecario  da  Bibliotheca  «John  Cre- 
rar» (Chicago). 

Clemente  Ritz  Teixeira  de  Freitas  (Curityba  (Paraná)  — 
Brazil). 

CoUegio  Imperial  Agronómico  de  Sapporo  (Japão). 

Companhia  do  Grande  Hotel  Club  das  Caldas  da  Felgueira. 

Companhia  de  Seguros  aA  Urbana  Portugueza»  (Porto). 

Custodio  César  de  Meneses  (Lisboa). 

Dr.  D.  G.  Dalgado  (Londres). 

Direcção  da  Academia  de  Estudos  Livres  (Lisboa). 

Direcção  do  Circulo  Aduaneiro  da  Africa  Oriental. 

Direcção  Qeral  do  Ultramar. 

Director  do  Real  Collegio  Militar* 


242  BOLETIM  DÁS  BfBLiOTH&CAS 


Directoria  da  Real  Sociedade  cClab  Oymnastico  Fortugaez» 
(Rio-de-Janeiro). 

Duque  de  Berwick  e  de  Alba,  Conde  de  Siruela  (Madrid). 
^    Edgardo  Prestage  (Manchester). 

Eduardo  de  Carvalho  (Vizeu). 

Empresa  Âgricola  do  Principe» 

Epiphanio  de  Figueiredo  e  Sousa  (Nasareth). 

Escola  de  Medicina  Tropical  (Lisboa). 

Eugénio  do  Canto  (Ponta-Delgada). 

Eusébio  Queirós  (Porto). 

Conselheiro  Francisco  Augusto  d'Olíveira  Feijfto,  Presidente  da 
DirecçSo  da  Real  Associay&o  Central  da  Agricultura  Portuguesa. 

Padre  Francisco  José  Patrício  (Porto). 

Conselheiro  Francisco  Maria  da  Cunha,  Presidente  da  Com- 
miss&o  de  limites  com  Hespanha. 

Dr.  Francisco  Maria  Namorado  (Estremoz). 

Francisco  Maria  Pereira  Botto  (Lisboa). 

Dr.  Francisco  Marques  de  Sousa  Viterbo  (Lisboa). 

Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira  (Lisboa). 

Qaspar  Quimaríles  (Manáos). 

Qoverno  de  Sua  Majestade  Britannica  no  Canadá. 

Prof.  Guilherme  Sickel  (Strasburgo). 

H.  Verwée  (Bruxellas). 

Dr.  Henrique  de  Argaez  (Bogotá). 

Imprensa  Nacional  do  Estado  da  índia  Portuguèza. 

Imprensa  Nacional  de  Moçambique. 

InspecçHo  Qeral  dos  Correios. 

Instituto  Histórico  e  Qeographico  Brazileiro  (Río-de-Janeiro). 

Instituto  Smithsoniano  (Washington). 

D.  Istdorina  Bouvet  (Vílleneuve-Ies-Avignon). 

Jacintho  de  Sá  Penella  (Lisboa). 

D.  Jesus  F.  Martinez  Elorza  (Qijóu). 

D.  Jesus  Velazquez,  Director  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Honduras. 

JolU)  Augusto  Melicio  (Lisboa). 

Prof.  Jofto  Braz  de  Oliveira  (Lisboa). 

João  Cardoso  de  Bettencourt  (Lisboa). 

Jolio  E.  Sotto-Maior  Lencastre  de  Menezes  (Lisboa). 

João  Maria  Jalles  (Lisboa). 

Joaquim  Aniceto  da  Silva  (Lisboa). 

Joaquim  Cardoso  de  Sousa  Gonçalves  (Lisboa). 

Monsenhor  Joaquim  Maria  Pereira  Botto  (Lisboa). 


K   AllCmVOS   KACJONAKS  243 


Joaquim  de  Sousa  Belford,  Presidente  do  Mercado  Central 
de  Productos  Agricolas. 

José  António  Moniz  (Lisboa). 

José  António  Rodrigues  dr  C.*,  livreiros  (Lisboa). 

Comniendador  José  António  Vieira  Marques  (Braga). 

Dr.  José  d' Arriaga  (Lisboa). 

Conselheiro  José  Carlos  de  Gouvêa  (Évora). 

Dr.  José  Carlos  Rodrigues  (Rio-de-Janeiro). 

Conselheiro  José  Curry  da  Camará  Cabral  (Lisboa). 

Dr.  José  Ferreira  d'Andrade  (Pombal). 

José  Ferreira  Braga  (Lisboa). 

Conselheiro  José  Fortes  (Porto). 

Dr.  José  Leite  de  Vasconcellos  (Lisboa). 

José  Ramos-Coelho  (Lisboa). 

José  de  Sousa  Rama  (Aldeia-Qallega  do  Ribatejo). 

Madame  Jules  Breton  (Paris). 

Júlio  Casanova  (Lisboa). 

Dr.  Fr.  Justo  Cuervo  (Madrid). 

Monsenhor  Ladislau  Zaleski,  Arcebispo  de  Thebas,  Delegado 
Apostólico  das  índias  Orientaes. 

Luiz  Cass  Ledyard  (Nova  York). 

D.  Luiz  de  Castro  (Lisboa). 

Luiz  Farges  (Paris). 

D.  Luiz  Montt,  Director  da  Bibliotheca  Nacional  de  Santiago 
do  Chile. 

Dr.  Manuel  Cicero  Peregrino  da  Silva,  Director  da  Biblio- 
theca Nacional  do  Rio-de-Janeiro. 

Dr.  Manuel  Ferreira  Deusdado  (Angra  do  Heroísmo). 

Marcelliano  César  Malheiro  (Porto). 

D.  Maria  Moreira  Alves  Crespo  (Ericeira). 

Marquez  de  Torres-Cabrera  (Oliva  de  Mérida). 

Marquez  de  Valdeterrazo  (Madrid). 

Martinho  Augusto  Ferreira  da  Fonseca  (Lisboa). 

Dr.  Maximiano  Lemos  (Porto). 

Prof.  Miguel  Bombarda,  Secretario  Geral  do  15.^  Congresso 
Internacional  de  Medicina  (Lisbna). 

Dr.  Miguel  de  Leonissa  (S.  Paulo  —  Brazil). 

Ministério  da  Fazenda — Direcção  Qeral  da  Estatística  e  dos 
Próprios  Nacíonaes. 

Ministério  da  Instrucção  Pública  de  Itália. 

Ministério  dos  Negócios  Extrangeiros  —  Direcção  Geral  dos 
Negócios  Commerciaos  e  Consulares. 


244  BOLKTIM  DAS  BIBUOTHEOAS 


Ministério  das  Obras  PúblicaS;  Commercio  e  Industria  — 
Direcção  Geral  do  Commercio  e  Industria. 

Monte-pio  Official. 

Museu  Britannico  (Londres). 

Obra  da  Santa  Infância  (Lisboa). 

D.  Olga  Moraes  Sarmento  da  Silveira  (Lisboa). 

Presidente  da  Direcção  do  «Club  Fenianos  Portuenses»  (Porto). 

Raphael  das  Dores  (Lisboa). 

Real  Associaçfto  dos  Ârchitectos  Civis  e  Archeologos  Portu- 
guezes  (Lisboa). 

Real  Bibliotheca  Nacional  Central  de  Florença.  . 

Real  Instituto  Bacteriológico  «Camará  Pestana»  (Lisboa). 

Real  Officina  de  S.  José  (Porto). 

Repartição  Superior  dos  Correios  da  Provincia  de  Moçam- 
bique em  Lourenço  Marques. 

D.  Romão  Lopez  Lomba,  Director  Geral  da  Estatística  do 
Uruguay. 

l3r,  Rouby  (Argel). 

Prof.  Sampachi  Fiikuzawa  (Tokio). 

Sebastíão  Joaquim  Baçam  (Lisboa). 

Monsenhor  Sebastião  Rodolpho  Dalgado  (Lisboa). 

Secretaria  Geral  do  Governo  da  Provincia  de  Angola. 

Secretaria  do  Mercado  Central  de  Productos  Agrícolas. 

Sociedade  dos  Ârchitectos  Portuguezes  (Lisboa). 

Sociedade  de  Geographia  de  Lisboa. 

Sociedade  Hispânica  da  America  (Nova  York). 

Sociedade  Nacional  de  Agricultura  (Rio-de-Janeiro). 

Sub  Secretario  d'£stado  das  Bellas-Artes  da  Republica  Fran- 
ceza. 

V.  C.  Scott  O'  Connor  (Londres). 

Vicente  Maria  de  Moura  Coutinho  Almeida  d'Eça  (Lisboa). 

Victor  Hugo  de  Azevedo  Coutínho  (Lisboa). 

Visconde  d'Asseca,  Salvador  (Lisboa). 

Visconde  de  Salgado  (Rio-de-Janeiro). 

Visconde  de  S.  Bartholomeu  de  Messines  (Lisboa). 

Dr.  Wenceslan  Alves  Leite  de  Oliveira  Bello  (Rio-de- Ja- 
neiro). 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  31  de  Dezembro  de  1907. 
—  O  Director,  Xavier  da  Cunha. 


K  ÁucliiVos  káciokaií:!^  24S 


BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


REGISTO  DE  PROPRIEDADE  LITTER&RIA 


Obi^as  entx^aclas  no  anuo  de   1G07 


Outubro 


I  i 

I 


Pela  Livraria  Editora  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora: 
— Henrique  de  Vasconcellos:  aContos  novos».  —  Lisboa,  1903. 

—  Porto,  Typographia  da  Empresa  Litteraria  e  Typogra- 

phica.  In  8.®  de  240  paginas. 

— JoSo  Braz  de  Oliveira:  f  Portugal»,  romance  cavalheiresco,  com 
um  prologo  por  Xavier  da  Cunha. — Lisboa,  1903. — Porto, 
Imprensa  Portugueza.  In-8.°  de  160  paginas. 

—  Affonso  Lopes  Vieira:  cMarques»,  historia  de  um  perseguido. 

— Lisboa,  1903, — Porto,  Typographia  da  Empresa  Littera- 
ria e  Typographica.  In-8.®  de  164  paginas. 

-T- Teixeira  Moutinho :  «Em  legitima  defesa».  —  Lisboa,  1904.  — 
Porto,  Typographia  da  Empresa  Litteraria  e  Typographica. 
In  8.'  de  232  paginas. 

—  Paulino  de  Brito:  «Historias  e  aventuras»,   1902.  —  Porto, 

Typographia  da  Empresa  Litteraria  e  Typographica.  In-8.** 
de  280  paginas. 

— Pedro  Kropotkine :  cA  gente  nova»,  versão  de  AíFonso  Lopes 
Vieira. -^  Lisboa,  1904.  —  Porto,  Imprensa  Portugueza.  In- 
8.®  de  32  paginas. 

—  M.  Borges  Qrainha,  professor  do  Lyceu  Central  de  Lisboa : 

«Instrucç&o  primaria,  secundaria  e  normal.^ — Os  livros  es- 
colares».—  Lisboa,  1904.  In-8.®  de  164  paginas. 


â46  HOLKTÍM  UAS  filBLlOTHKCAS 


João  Gouveia:  oEngano  de  alma»,  peça  em  1  acto.  —  Lisboa^ 
1904. — Porto,  Imprensa  Portagueza.  In-8.^  de  32  paginas. 

J.  M.  Pereira  de  Lima:  cPhenicios  e  Cartaginezes».  —  Lisboa, 
1903.  —  Paris,  Imprimerie  E.  Desgrandchamps.  In-8.*^  de 
3Õ6  paginas. 

J.  M.  Pereira  de  Lima:  cPhenicios  e  Cartaginezes».  —Lisboa, 
1904. — Paris,  Imprimerie  E.  Desgrandchamps.  In-8.®  de 
3Õ6  paginas. 

Júlio  Dantas:  cO  que  morreu  de  amor»,  2.*  ediçfto. — Lisboa, 
1904. — Porto,  Imprensa  ^  Portugueza.  In-8."  de  244  pa- 
ginas. 

c  guerra  russo-japoneza»,  narrativa  histórica,  militar,  etc., 
com  mais  de  setenta  gravuras,  feita  e  coordenada  por  Eduardo 
de  Noronha.  —  Lisboa,  1904.  In-8."  de  420  paginas. 

•Pedro  Vidoeira:  <Â  fidalga  do  Juncal»;  romance  contempo- 
râneo.—  Lisboa,  1904.  —  Porto,  Typographia  da  Empresa 
Litteraria  e  Typographica.  In-8.®  de  468  paginas. 

Júlio  Dantas:  «A  Severa»,  peça  em  quatro  actos,  2.*  edição. 
—  Lisboa,  1904.  —Porto,  Typographia  da  Empresa  Litteraria 
6  Typographica.  In-8.®  de  180  paginas. 

•Emdst  Eckstein:  «Os  Claudios»,  drama  de  familia,  traducçSo 
de  Annibal  de  Az«vedo.  —  Lisboa,  1904.  —  Typographia  Pi- 
nheiro. In-8.®  de  625  paginas. 

Carrasco  Guerra  e  Eloy  do  Amaral:  «Exóticos»,  notas  psy- 
chicas. — Lisboa,  1904. — Setúbal,  Typographia  J.  L  Santos 
&  Commandita.  In-8.^  de  224  paginas. 

Ed.  Moreira:  «Pur  Asbeston»,  poemeto  em  4  cantos.  Lisboa, 
190Õ.— Typographia  de  F.  L.  Gonçalves.  In-.12.*  de  24 
paginas. 

-J.  M.  Pereira  de  Lima:  «Annibal  e  Napoleão». — Lisboa, 
1904. —  Typographia  d*A  Editora.  In  8."  de  232  paginas 
e  1  folha  disdobravil. 


K  ARCHIVOS  I^AClONÂfi»  24? 


—  J.  M.  Pereira  de  Lima:  aÂnnibal  e  NapoleSo».  —  Lisboa, 

1905,  2.*  edição.— Typographia  d'A  Editora.  In-8.*  de  232 
paginas  e  1  folha  desdobrável. 

—  J.  M.  Pereira  de  Lima:  aAnnibal  e  NapoIeSo».  —  Lisboa, 

1905,  3.*  edição.— Typographia  d'A  Editora.  In-S.^  de  232 
paginas  e  1  folha  desdobrável.  ' 

—  Sacher  Masoeh:  tA  tzarina  sultfto»,  romance  histórico,  tra- 

ducção  do  allemão,  refundida  por  Eduardo  de  Noronha.  — 
Xiisboa,  1905. — Typographía  de  J.  F.  Pinheiro.  In-8.®  de 
512  paginas  e  1  folha  de  um  só  lado  impressa. 

—  cOs  cossacos»,  novella  de  Leão  Toistoi,  traduzida  por  Joaquim 

Leitão.  —  Lisboa,  1905.  —  Porto,  Typographia  da  Empresa 
Litteraria  e  Typographica.  In-8.®  de  528  paginas. 

—  Francisco  da  Silva  Passos:  «O  Evangelho  Novo».  —  Lisboa, 

1905. — Porto,  Imprensa  Portugueza.  In-8."  de  296  paginas. 

—  Alberto  Pimentel:  lAs  alegres  cançSes  do  norte».  —  Lisboa, 

1905. — Typographia  J.  F.  Pinheiro.  In-8.*  de  296  paginas. 

—  Leão  Tolstoi:  «A  morte»,  novella,  traducção  por  Joaquim 

Leitão. — Lisboa,  1905. — Typographia  da  Empresa  Litte- 
raria e  Typographica.  In-8.^  de  288  paginas. 

—  fA  porta  do  beijo» :  escripto  por  John  W.  Harding,  prefaciado 

pelo  Conde  Robert  de  Montesquieu,  traduzido  por  Joaquim 
Leitão  e  publicado  pela  Livraria  Editora  Viuva  Tavares 
Cardoso.  —  Lisboa,  1905. — Typographia  de  F.  L.  Gonçalves. 
In-8.'^  de  504  paginas. 

—  Eduardo  de  Noronha:  cNo  Brasil)),  uma  epopeia  marítima, 

romance  histórico,  illustrado  com  50  photogravuras. — Lisboa, 
1905.  In-S.^  de  420  paginas. 

—  Lftão  Tolstoi:  «Polikonchka»,  novella  (1860),  traduzida  por 

Joaquim  Leitão.  —  Lisboa,  1905  — Porto,  Typographia  da 
Empresa  Litteraria  e  Typographica.  In-8.^  de  388  paginas. 

—  Bento  Faria:  «Missa  Nova»,  peça  em  um  acto,  em  verso. — 


•  • 


248  BOLlâTlM  DAS  mtíLlOtHECAS 


Lisboa,  1905. — Typographia  de  F.  L.  Gonçalves.  In-8.*» 
de  40  paginas. 

-Alfredo  Mesquita:  «A  Rua  do  Ouro»,  romance  lisboeta. — 
Lisboa,  1905. — Typographía  Pinheiro.  In-8."  de  304  pa- 
ginas. 

-Afonso  Lopes  Vieira:  tAr  livre».  —  Lisboa,  1906. — Porto, 
Imprensa  Portugueza.  In-8.®  de  216  paginas. 

-JoSo  Chagas:  c  Posta -restante,  (Cartas  a  toda  a  gente)». — 
Lisboa,  MCMVI. — Imprensa  Operaria.  In-8.®  de  276  paginas. 

Severo  Portella:  «Os  condemnados».  —  Lisboa,  1906. — Im- 
prensa Operaria.  In-8.®  de  228  paginas. 

LeSo  Tolstoi:  «Os  cavalleiros  da  guarda»,  novelia,  traduzida 
por  Joaquim  Leitão.  —  Lisboa,  1906.  In*8.^  de  168  paginas. 
—  Eholstomier:  «Historia  de  um  cavalio»,  de  paginas  169 
a  paginas  280.  —  «A  incursfto»,  narrativa  de  um  voluntário, 
de  paginas  281  a  paginas  360.  — «Um  encontro  no  destaca- 
mento com  um  conhecido  de  Moscou,  de  paginas  361  a  pa- 
ginas 422.  —  Porto,  Typographia  da  Empresa  Litteraria  e 
Typographica. 

Augusto  de  Castro:  «Caminho  perdido»,  peça  em  3  actos. — 
Lisboa,  1906.  —  Imprensa  de  Libanio  da  Silva.  In  8.^  de 
144  paginas.  (Tem  junto  um  folheto  de  xvi  paginas  com  o 
titulo:  «O  caminho  perdido»,  no  Theatro  de  D.  Maria  ii  e 
a  critica). 

«Na  Rússia»,  aspectos  da  guerra  e  da  revolução,  narrativa 
histórica  e  anecdutica  com  107  gravuras,  feita  e  coordenada 
por  Eduardo  de  Noronha.  —  Lisboa,  1906.  In-8.®  de  388  pa- 
ginas. 

-Augusto  de  Lacerda:  «A  duvida»,  peça  em  4  actos.  —  Lisboa, 
1906.  In'8.«  de  282  paginas. 

>  «O  Tio  Jofto  Gil»,  chronica  de  aldeia,  por  Barros  Lobo  (Fran- 
cisco). —  Lisboa,  1906,  Typographia  de  F.  L.  Gonçalves. 
In  8.^  de  032  paginas. 


E  ARCHIVOS  KACIONAKA  249 


—  Raposo  de  Oliveira,  tPJo!*. —^Lisboa,  1906.  In-8.®  de  16 

paginas. 

—  Carrasco  Guerra  e  Eloy  do  Amaral:  <Á  Derrocada»,  episodio 

cruel.  —  Lisboa.  Porto,  Typographia  da  Empresa  Litteraria 
e  Typographica.  In- 8.®  de  90  paginas. 

—  Carlos  Frederico  Parreira:  cPoeiras».  —  Lisboa,  1906.  Im- 

prensa Operaria.  In-8.^  de  118  paginas. 

—  c  Jerusalém  libertada»,  poema  de  Torqaato  Tasso,  vertido  em 

oitava-rima  do  original  italiano,  por  José  Ramos-Coelho,  2." 
ediçfto,  muito  melhorada.  —  Lisboa,  190Õ,  Typographia  de 
P.  L.  Gonçalves.  In-8.®  de  560  paginas  e  1  folha  com  o  re- 
trato do  auctor. 

— Raphael  Ferreira:  cAs  Portas  do  Paraiso»,  dialogo  em  verso. 
—  Lisboa,  1905.  In-8.®  de  24  paginas. 

—  Luiz  Derouet:  «Notas  de  reportagem»,  a  excursão  dos  estu- 

dantes portuguezes  a  Paris  em  1906. — Lisboa,  1906.  In-8.^ 
de  116  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron  de  Leilo  &  Irmfto,  como  editora — J.  J. 
Teixeira  Botelho,  capitaine  d^artillerie,  professeur  du  3"  groupe 
au  Real  Collegio  Militar:  t Livre  de  lecture  française  à  Tusage 
des  classes  de  i",  de  ii*  et  iii*.  —  Porto,  1907,  Imprensa 
Moderna.  In-8.®  de  264  paginas. 

Por  Arsénio  Augusto  Torres  de  Mascarenhas,  como  auctor, 
editor  e  proprietário : 

—  cEnsino  secundário  oiBcial.  Compendio  de  Historia  de  Por- 
tugal», 4.^  ediçllo  illustrada  com  gravuras,  de  harmonia  com 
o  respectivo  programma. — Lisboa,  ltK)7,  Imprensa  Libanio 
da  Silva.  In-8."  de  280  paginas. 

—  «Ensino  secundário  official.  Compendio  de  historia  geral»,  para 

uso  dos  alumnos  das  4/  e  5.^  classes  dos  lyceiís.  —  Lisboa, 
1907,  Typographia  do  Annuarío  Comraercial.  In-8.°  de  388 
paginas. 


250  BOLETIM  DAS  BIULIOTUICCAS 


Novembro 


Por  António  Joaquim  Lopes  da  Silva,  como  auctor:  cRepertorio 
jurídico  portuguez»,  coordenado  por  António  Joaquim  Lopes 
da  Silva,  juiz  de  direito  de  1.^  instancia  e  sócio  correspon- 
dente da  Academia  Real  das  Sciencias  de  Lisboa.  Tomos  vit 
a  XI,  de  dois  fasciculos  cada  tomo.  —  Coimbra.  —  Francisco 
França  Amado,  editor.  1892-1898  e  1900-1901,  Imprensa 
da  Universidade.  In-8.'  de  òOi  paginas  o  7.^  tomo,  520  pa- 
ginas o  8.*^  tomo,  480  paginas  o  9.*  tomo,  480  paginas  o  10.® 
tomo,  e  485  paginas  o  11.®  tomo. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  &  IrmSo,  como  editora: 

—  Eça  de  Queiroz:  c Cartas  familiares  e  bilhetes  de  Paris*.  (1893- 

1896).  —  Porto,   1907,  Imprensa  Moderna.  In-8.°  de  268 
paginas. 

— Guerra  Junqueiro:  aO  crime»,  3.*  ediySo. — Porto,  Imprensa 
Moderna.  In- 12."  de  21  paginas. 

—  Guerra  Junqueiro:  cO  século».  I.  «Baptismo  de  amor».  3.* 

ediçlto.  —  Porto,  Imprensa  Moderna.  In-8.®  de  32  paginas. 

—  Guerra  Junqueiro:  «A  lagrima».  4.*  ediçUo.  —  Porto,  1905, 

Imprensa  Moderna.  In- 8.^  de  14  paginas. 

—  aCentenario  de  Bocage.   Historia  de  Paulo  e  Virginia». -- 

Porto,  1905,  Imprensa  Moderna.  In  8  °  de  200  paginas. 

—  Teixeira  Bastos:  «Interesses  nacíonaes». — Porto,  1897^  Im- 

prensa Moderna.  In^.'^  de  400  paginas. 

—  Teixeira  Bastos:  «Poetas  brasileiros».  —  Porto,  1895,  Typo- 

graphia  Cunha  &  Ç.^  In-S.^  de  144  paginas. 

— Bruno:  «A  ideia  de  Deus».  —  Porto,  1902,  Imprensa  Mod-ma. 
In-8.**  de  552  paginas. 

—  Júlio  Brandão:  «O  Jardim  da  morte».  —Porto,  1898.  In-8.® 

de  124  paginas. 


E  AKOmVOS  NACIONAK8  251 


—  Anthero  do  Quental:  cCoiisideraçSes  sobre  a  philosophia  da 

historia  litteraria  portuguesa».  2."  edição.  —  Porto,  1904, 
Imprensa  Moderna.  In-8.^  de  48  paginas. 

—  Joio  Grave:  «O  ultimo  Fauno».  —  Porto,  1906,  Imprensa 

Moderna.  In-8.^  de  260  paginas. 

—  Camillo  Castello  Branco : « O  general  Carlos  Ribeiro» .  2.*  edição. 

— Porto,  1906,  Imprensa  Moderna.  In-8.®  de  80  paginas. 

—  Camiljo  Castello  Branco:  tEsboço  de  critica.  Otbelo,  o  Mouro 

de  Veneza,  de  William  Shakespeare»,  tragedia  em  5  actos, 
traduzida  para  portuguez  por  D.  Luiz  de  Bragança. — Porto, 
1896,  Imprensa  Moderna.  In-8.®  de  104  paginas. 

—  Camillo  Castello  Branco:    tLivro  de  oonsoIaçlLo».  —  Porto, 

1900,  Imprensa  Moderna.  In-8.^  de  272  paginas. 

—  Camillo  Castello  Branco:  cSeroens  de  S.  Miguel  de  Seide». 

—  Porto,  1894,  Imprensa  Moderna.  In-8.*  de  80  paginas. 

—  «Elementos  de  zoologia»,  coordenados  por  Maximiano  de 
Lemos.  3.*  ediçfto. — Porto,  1901,  Imprensa  Moderna.  In -8.» 
de  336  paginas. 

— H.  Brunswick:  «O  primeiro  livro  de  francez». — Porto,  1904, 
Imprensa  Moderna.  In-8.®  de  128  paginas. 

—  «Exercício  de  perfeição  e  doutrina  espiritual  para  extinguir 
vícios  e  adquirir  virtudes»,  do  Padre  Affonso  Rodrigues. — 
Porto,  1904,  Imprensa  Moderna.  In  8.®  de  532  paginas. 

—  c  Praticas  mandamentaes  ou  reflexões  moraes  sobre  os  man- 
damentos da  lei  de  Deus»,  etc,  pelo  Padre  Frei  Manoel  da 
Madre  de  Deus.  5.*  ediçSo.  —  Porto,  1902,  Imprensa  Mo- 
derna. In'8.®  de  768  paginas. 

—  «Lunario  prognostico  perpetuo,  para  todos  os  reinos  e  pro- 
víncias», por  Jerónimo  Cortez,  valenciano;  reformado  e  muito 
acrescentado  por  António  Coutinho.  —  Porto,  1901,  Imprensa 
Moderna.  In-8.®  de  õ76  paginas. 

—  «Historia  do  Imperador  Carlos  Magno  e  dos  Doze  Pares  de 


252  BOLKTIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


França»,  traduzida  do  castelhano  em  português,  por  J.  Mo- 
reira de  Carvalho.  Nova  edição.  —  Porto,  1901,  Imprensa 
Moderna.  In- 8.^  de  452  paginas. 

— A.  Gratry:  «O  mez  de  Maio  ou  o  mez  de  Maria».  Nova  ediçfto. 

—  Porto,  1904,  Imprensa  Moderna.  In  8.*  de  340  paginas. 

—  cCurso  abreviado  de  religião  ou  verdade  e  belleza  da  religião 

christã»,  pelo  Padre  F.  X.  Schonppe,  tradueção  portagueza 
de  Padre  Manuel  Joaquim  de  Mesquita  Pimentel.  3.^  edição. 

—  Porto,  Imprensa  Moderna.  ín-8.'*  de  400  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  d  Irmão,  como  proprietária: 

—  fAs  lendas  christãsi»,  por  Theophilo  Braga.  —  Porto,  1892, 
Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Teixeira.  In-8.*de  412  paginas. 

—  <iCam()es  e  o  sentimento  nacional»,  por  Theophilo  Braga. — 
Porto,  1891,  Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Teixeira.  In-8.° 
de  332  paginas. 

—  «As  modernas  ideias  da  litteratura  portugueza,  por  Theophilo 

Braga,  2  volumes.  —  Porto,  1892,  Typographia  de  A.  J.  da 
Silva  Teixeira.  In  8.**  de  456  paginas  o  primeiro  volume  e 
de  516  paginas  o  segundo  volume. 

—  «Theophilo  Braga  e  a  sua  obra»,  por  Teixeira  Bastos.  — 
Porto,  1892,  Typographia  de  A.  J.  di  Silva  Teixeira.  In-8.'* 
de  520  paginas. 

—  Teixeira  Bastos:  «A  crise». — Porto,  1894,  Typogr.iphia  de 

A.  J.  da  Silva  Teixeira.  In-8.*'  de  408  paginas. 

—  «Vaidades  irritadas  e  irritantes»,  por  Camillo  Castello  Branco. 

2.*  edição. — Porto,  1889,  Imprensa  Internacional.  In-8.®  de 
80  paginas. 

—  Obras  de  Camillo  Castello  Branco — Collecção  Ernesto  Char- 

dron: «Cancioneiro  alegre  de  poetas  portuguezes  e  brasileiros. 
2.*  edição.  Dois  volumes. — Porto,  1887,  Typographia  de  A. 
J.  da  Silva  Teixeira.  In-8.®  de  336  paginas  o  primeiro  vo- 
lume e  de  328  paginas  o  segundo  volume. 

—  «Mata-a  ou  ella  te  matará  ou  homem-mulher  ou  mulher-homem, 


lã  AKCHIV08  NACIONAEd  253 


etc.»,  tradacçXo  aprimorada  de  Gervásio  Lopes  Canavarro. 

—  Porto,  1872,  Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Teixeira. 
In-S.*^  de  48  paginas. 

«Voltareis,  ó  Christo?»,  narrativa  por  Carnillo  Castello  Branco. 
2.*  ediçSo.  —  Porto,  1889,  Imprensa  Internacional.  In-16.* 
de  32  paginas. 

«Mosaico  e  silva  de  cariosidades  históricas»  litterarias  e  biogra- 
phicas»,  por  Carnillo  Castello  Branco.  —  Porto,  1868.  Editor 
Anselmo  de  Moraes.  In  8."  de  212  paginas. 

«Os  ratos  da  InqnisiçSo»,  poema  inédito  do  judeu  português 
António  Serrfto  de  Crasto,  prefaciado  por  Carnillo  Castello 
Branco.  —  Porto,  1883,  editor  Ernesto  Chardron,  Typogra- 
phia Elzeviriana.  In-8.®  de  208  paginas. 

«Compendio  da  vida  e  feitos  de  José  Bálsamo,  chamado  o 
Conde  d^  Cagliostro  ou  o  Judeu  Errante»,  traduzido  do  ita- 
liano.—  Porto,  1874,  Imprensa  Litterario-Commercial.  In-8.® 
de  182  paginas. 

Camillo  Castello  Branco:  «Seroens  de  S.  Miguel  de  Seidev. 

—  Porto,  1886.  — Editor,  Eduardo  da  Costa  Santos.  — Ty- 
pographia de  A.  J.  de  Sousa  &  IrmSo,  2  folhetos  ín-16.',  de 
72  paginas  o  primeiro  e  de  96  paginas  o  segundo,  e  3  folhe^ 
tos  in-8.®,  de  80  paginas  um,  100  paginas  outro,  e  de  82 
paginas  o  ultimo. 

Camillo  Castello  Branco:  «Echos  humoristicos  do  Minho». — 
lí.oi  1   a  4.  — Editor,   Ernesto  Chardron.  — Porto,   1880, 
Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Teixeira.  In  8.®  de  16  pagi 
nas  o  n.®  1,  24  paginas  o  n.^  2,  32  paginas  o  n.^  3  e  24 
paginas  o  n.®  4. 

«D.  António  Alves  Martins,  Bispo  de  Viseu»,  esboço  biogra- 
phico  por  Camillo  Castello  Branco.  —  2.*  ediçSLo.  —  Porto, 
1889,  Imprensa  Internacional.  In-8.°  de  36  paginas. 

Camillo  Castello  Branco:  «Luiz  de  Camões.  Notas  biographi- 
cas». — Editor,  Ernesto  Chardron.  —  Porto,  1880,  Typogra- 
phia de  A.  J.  da  Silva  Teixeira.  In  8.^  de  80  paginas. 


2Õ4  BOL.KTI.U  DAS  BIULIOTHRCAS 


—  cA  Senhora  Ratazzii)  por  CAmillo  Castello  Branco. — Porto, 

1880,  Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Teixeira.  In-S.*  de  32 
paginas. 

Por  Eurico  Castello  Branco,  como  editor  e  proprietário:  cAlroa- 
nach  democrático,  para  1908i. — Lisboa,  Typographia  Lamas 
de  Franklin.  In-12.<>  de  112  paginas. 

Por  Arthur  LeitSo,  como  auctor,  editor  e  proprietário :  «Um  caso 
da  lououra  epiléptica».  Typographia  Bayard,  1907.  In-8.°  de 
32  paginas. 

Por  Domingos  Augusto  Alves  da  Costa  Oliveira,  como  auctor: 
cAppendice  ao  livro  —  Raças  cavallares  da  peninsula  e  marcas 
a  ferro», — Lisboa,  1907,  Imprensa  Libanio  da  Silva.  In-8.^ 
de  112  paginas. 

Por  Libório  José  de  Magalhães,  como  auctor: 

—  «O  serincador  por  excellenoia».  —  Almanach  para  1908. — 
Porto,  Imprensa  CivilizaçUo.  In-8.*  de  32  paginas. 

—  «O  Sábio  Saragoçano». — Diário  para  1908.  —  Porto,  Im- 
prensa CivilizaçSo,  editora.  In-B.^'  de  16  paginas. 

Por  Raul  Martins,  como  editor:  cEncyclopedia  do  amor». — 
Continuayfto  dos  preciosos  estudos  scientiíicos  privados  do 
distincto  medico  analysta  Dr.  Krauffman,  por  Alfredo  Albu- 
querque Junipr.  Typographia  Sousa  &  Santos.  In-8."  de  88 
paginas. 

Dezembro 


Pela  Livraria  Clássica  Editora,  A.  M.  Teixeira  de  Commandita, 
como  editora: 

—  José  Maria  de  Sá:  «O  coqueiro».  —  Porto,  typographia  da 

Empresa  Littcraria  e  Typographica.  In  8."  de  324  paginas. 

—  Armaiido  Erse  (JoJlo  Luso):  «O  amor»,  tragedia  e  farça. — 

Porto,  Imprensa  Portugueza,  1907.  In-8.°  de  256  paginas. 


E  AUCUIVOS  NACIONAE8  2Õ5 


—  Pereira  de  Almeida:  cManual  de  prehistoria.  —  Porto,  1907, 

Typographia  da  Empresa  Litteraria  e  Typographica.  In-8.® 
de  336  paginas. 

—  Eurico  de  Seabra:  «Historia  summaria  de  Portugal».  1907. 

In-8.^  db  192  paginas. 

— Pedro  Romano  Folque:  «Scienciocraciat. — Porto,  1907,  Ty- 
pographia da  Empresa  Litteraria  e  Typographica.  In-8.°  de 
536  paginas. 

—  Júlio  de  Mattos:  «Os  alienados  nos  tribunaes»,  iii.  —  Porto, 

1907,  Typographia  Santos.  In  8.*^  de  296  paginas. 

Por  H.  Garnier,  como  editor : 

— Hilário  Ribeiro:  «Grammatica  elementar  e  iiçSes  progressivas 
de  composição».  Nova  ediç&o  revista  por  Olavo  Bilac. — 
Paris,  1907,  Typographia  Garnier.  In-18.^  de  188  paginas. 

— Petrucelli  delia  Gatina:  «Memorias  de  Judasv,  2  volumes. — 
Paris,  1907,  Typographia  Garnier.  In-18.®  de  308  paginas  o 
1.^  volume  e  de  292  paginas  o  2.*  volume. 

—  Dante  Álighieri:   «A  Divina  Comedia»,  fielmente  v^rtida  do 

texto  pelo  Bar&o  da  Villa  da  Barra.  —  Paris,  1907,  Typo- 
graphia Garnier.  In-18.®  de  526  paginas. 

—  Zeferino  Meirelles:  «Febre  amarella».  —  Paris,  1907,  Typo- 

graphia Garnier.  In-18.®  de  2i)8  paginas  e  9  folhas  desdo- 
bráveis. 

—  Elisio  de  Carvalho:  «As  modernas  correntes  estheticas  na 

litteratura brasileira».  —  Paris,  1907,  Typographia  Garnier. 
In- 18.''  de  296  paginas. 

—  P.  Commelin:  «Nova  mythologia  grega  e  romana». — París^ 

Typographia  Garnier.  In- 18.®  de  490  paginas. 

—  Eduardo  Phillips:  «Direito  internacional  publico»,  versSo  de 

Leopoldo  de  Freitas.  —  Paris,  1907,  Typographia  Garnier. 
In  18."  de  248  paginas. 

— J.  F.  Fraser:  «A  America  do  Norte  em  trabalho»,  traducçlo 


256  Boletim  dás  bibliothkcas 


portuguesa  de  Álvaro  de  pastilho.  —  Rio  de  Janeiro,  1907. 
Iq-18.^  de  324  paginas. 

—  Machado  de  Assis:  cA  mSo  e  a  luvat. — Paris,  Typographia 

Oarnier.  In- 18.^  de  200  paginas. 

— Medeiros  e  Albuquerque:  t Contos  escolhidos». — Paris,  1907, 
Typographia  Garnier.  In-18.^  de  272  paginas. 

—  Oscar  Lopes:  •  Livro  truncado».  —  Mayenne,  Typographia 

Garnier.  In-18.®  de  196  paginas. 

Por  GuimarftesDias,  coroo  auctor:  cEducaçfio  moral,  physica  e 
social».  —  Porto,  Typographia  Fonseca  &  Filho,  In-8.*  de 
86  paginas. 

Por  Magalhães  Peixoto,  como  auctor:  cExercioios  práticos  de 
escriptnraç&o  commercial»,  1.*  ediçFlo,  2.*  serie,  n.*  3. — 
Lisboa,  1907,  Imprensa  Africana.  —  Editores,  Pinheiro  d 
C*  In-8.^  de  80  paginas. 

Pela  Livraria  Figueirinhas,  como  editora: 

—  Estreita  do  Norte:  «A  vida  de  S.  Francisco  de  Salles». — 

Porto,  1907,  Typographia  Universal.  In-12.<^  de  106  paginas. 

—  Luís  de  Camões:  cOs  Lusíadas»,  para  as  escolas  e  para  o 

povo.  Obra  prefaciada,  parafraseada  e  annotada,  e  com  um 
vocabulário,  por  José  Agostinho.  —  Cantos  2.**,  3.®  e  4.*  — 
Porto,  1907,  Typographia  Universal.  In-12.°  de  96  paginas 
o  2.^  volume,  120  paginas  o  3.^  volume  e  102  paginas  o  4.® 
volume. 

Por  Álvaro  de  Freitas,  como  auctor:  cMethodo  completo  de  en- 
sino de  leitura»,  1.'  ediçlto.  —  Lisboa,  1905,  Typographia 
d' A  Editora.  In-8.«  de  210  paginas. 

Por  Aluisio  Gomes  da  Silva,  como  editor: 

—  «Novena  e  triduo  em  honra  de  Santa  Rita  de  Cássia»,  2.' 
edição.  —Porto,  1907,  Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Tei- 
xeira. In  8.^  de  40  paginas. 

• — «Archiconfraria  da  guarda  de  honra  do  Sagrado  CoraçSo  de 


K  AKCtlIVOl»  NAC10NAE8  257 


Jesus»,  4/  serie.  Bilhetes  zeladores.  —  Porto,  1907.  In-8.^ 
de  68  paginas. 

—  cManual  das  noviças,  por  um  eapellfto  de  uma  communidade 
religiosa»,  traduzido  em  portuguez  por  uma  filha  de  Maria, 
da  diocese  do  Funchal. — Porto,  1907,  Typographia  Teixeira. 
In-8.^  de  440  paginas. 

Por  JoSo  de  Brito  e  F.  Á.  Xavier  Rodrigues,  como  auctores: 
fCurso  elementar  de  lingua  latina»,  I.  —  Lisboa,  1907,  Ty- 
pographia  Paulo  Guedes  &  Saraiva.  In<8.^  de  222  paginas. 

Pela  Livraria  Editora,  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora, 
Emilio  Zola :  •  Fecundidade » ,  traducçSo  autorizada  pelo  auctor , 
2.»  edição.  —  Lisboa,  1906.  In-8.*  de  718  paginas. 

Por  José  Vicente  de  Freitas,  como  auctor,  editor  e  proprietário: 
tÂtlas  de  desenho,  1.%  2/  e  3.^  classes».  —  Lisboa,  1907, 
Typographia  da  Cooperativa  Militar,  Lithographia  e  estam- 
paçfto,  de  £.  Barrault.  In-folio  de  84  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Leilo  &  Irmão,  como  editora : 
— Coelho  Netto:  Tiíeatro.  II.  Peças  em  um  acto.  —  Porto,  1907. 
In  8.^  de  220  paginas  e  1  folha  com  o  retrato  do  auctor. 

—  Wenceslau  de  Moraes:  <Â  vida  japoneza»,  3.*  serie  de  cartas 

do  JapJlo  (1905-1906).  — Porto,  1907,  Imprensa  Moderna. 
In-8.®  de  448  paginas. 

—  Padre  António  Vieira:  Obras  completas.  cSermSes»,  volume  5.^ 

—  Porto,  1907,  Imprensa  Moderna.  In- 8.^  de  416  paginas. 

Por  H.  Garnier,  como  editor:  G.-H.  Niewenglowski:  «Tratado 
element^ir  de  photographia  pratica».  —  Paris,  1907,  Tjpo« 
grapbia  Garnier.  In  18.*^  de  428  paginas. 

Por  Â.  Ramos  da  Costa,  como  auctor:  c Tratado  elementar  de 
trigonometria  esférica  para  uso  das  escolas  superiores».— 
Lisboa,  1907,  Tjpographia  da  Calçada  do  Cabra,  n.®  7  — 
In-8.^  de  64  paginas. 

Por  A.  M.  Silveira  Moniz,  coiuonuctor:  •  Terras  açor eanasi,— 


258  BOLETIM  DJkS  BlBLIOTHKCAS 


Lisboa,   1906,  Typographia  do   «PimpSo».  —  In-8.°  de  68 
paginaa  e  27  folhas  de  um  só  lado  impressas. 

Por  Eliseu  Gonçalves  Presa,  como  editor  e  proprietário :  «Al- 
manach  de  Vianna  e  seu  districto  para  1908».  —  FamalicSo, 
Typographia  Minerva.  In-8.®  de  284  paginas. 

Por  Raul  Martins,  como  editor:  cEscrípturaçfto  commercial-in- 
dustrial»,  sem  mestre,  em  dez  iiçSes,  por  A.  P.  Antello  Jú- 
nior. —  Impressa  na  Calçada  de  S.  Francisco,  13.  In-8.^  de 
60  paginas. 

Por  Arnaldo  Bordalo,  como  editor: 

— Ernesto  Rodrigues:  «Pouca  vergonha!.. .»,  farça  em  1  acto. 
—  Lisboa,  1907.  Imprensa  Lucas.  In-8.®  de  16  paginas. 

— Alexandre  da  Costa:  cO  javali»,  comedia  em  1  acto. — Lisboa, 
1907.  Imprensa  Lucas.  In-8.^  de  20  paginas. 

—  Júlio  Menezes:   cPrimeira  dor»,  peça  em  1  acto.  —  Lisboa, 

1907.  Imprensa  Lucas.  Iu-8.®  de  16  paginas. 

—  «Manual  de  jogos»,  5.*  edição.  —  Lisboa,  1907.  Imprensa 
Lucas.  In-8."  de  272  paginas. 

Por  Faustino  da  Fonseca,  como  auctor  da  traducção:  «Félix  le 
Dantec — O  atheismo». —  Lisboa,  1907.  Typographia  de  F. 
L.  Gonçalves.  In-8.®  de  300  paginas. 

Por  Júlio  Brandão,  como  auctor  e  editor:  «Leituras  portuguezas 
illustradas  e  annotadas»  (para  as  três  primeiras  classes). — 
Porto,  1907.  Typographia  da  Viuva  de  José  da  Silva  Men- 
donça. In-16.^  de  376  paginas. 

Por  Frederico  Carlos  Moniz,  como  editor  e  proprietário:  «Alma- 
nach  dos  annunciantes  para  1908».  —  Lisboa,  Imprensa  Luso- 
Africana.  In-8.®  de  186  paginas. 

Pelo  Visconde  de  S.  Luiz  Braga,  como  proprietário  da  traducçSo: 
«Madame  Gabriel  Monrey.  As  duas  Sr.^*  Delauze»,  peça  em 
três  actos,  Iraducção  de  Portugal  da  Silva.  —  Lisboa,  1907, 
Typographia  do  Diário  Illuêtrado,  in-4.°  que  alcança  até 
pagina  8. 


K  AJiCHlVOS  KACIOKAKS  259 


Pela  Livraria  Editora,  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora:  — 
Júlio  Dantas.  —  aRosas  de  todo  o  anno»,  comedia  em  í  acto. 

—  Lisboa,  1907,  Typographia  de  Francisco  Luiz  Gonçalves. 
In-8.®  de  32  paginas  e  1  folha  com  o  retrato  do  auctor. 

Por  Emilio  Canet,  como  proprietário:  «Lisboa  artística  e  indus- 
trial».— Lisboa,  1908,  Typographia  da  Empresa  da  Historia 
de  Portugal.  In-4.^  de  48  paginas. 

Pela  Empresa  Editora  do  Almanach  Palhares,  como  editora : 
«Almanach  Palhares  para  1908*,  coordenado  por  Santos 
Júnior  (Santonillo)  e  A.  Morgado.  —  Lisboa,  1907,  Typo- 
graphia da  Papelaria  Palhares.  In-8.®  de  1:094  paginas,  e  5 
folhas  de  um  só  lado  estampadas. 

Por  Arnaldo  Bordalo,  como  editor: 

— Acácio  Antunes:  tSe  eu  fosse  rapaz!»,  cançoneta,  2.*  ediçSo. 
Lisboa,  1907.  Imprensa  Lucas.  In-4.®  de  8  paginas. 

—  Francisco  Pinto:  «Os  três  amigalhaços»,  terceto,  2.*  edição. 

—  Lisboa,  1907,  Imprensa  Lucas.  In-4.^  de  8  paginas. 

— Francisco  Pinto:  «O  homem  que  não  pode  assobiar»,  monologo, 
2.'  ediç?lo.  —  Lisboa,  1907,  Imprensa  Lucas.  In-4.®  de  8  pa- 
ginas. 

—  A.  Armando:  «O  clarim»,  cançoneta,  2.*  ediçSo.  —  Lisboa, 

1907,  Imprensa  Lucas.  In-4.®  de  8  paginas. 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora  e  proprietária:  Ro- 
mances nacionaes.  I.  C.  Castello  Branco:  cA  caveira  da 
martyr»,  2.*  ediç2o.  —  Lisboa,  1902,  Porto,  Typographia  da 
Empresa  Litteraria  e  Typographica.  In-8.^  de  546  paginas. 

Por  Manuel  Pinto  de  Sousa  LelIo,  como  editor  e  proprietário: 
<  Annuario  do  Commercio  do  Porto,  para  a  cidade  do  Porto, 
Gaia  e  demais  concelhos  do  districto».  —  Porto,  Imprensa 
Moderna.  In--8.®  de  722  paginas. 

Por  António  Ataíde  Silva,  como  proprietário:  c O  preto  no  branco», 
jornal   critico,   theatral,   sportívo   e  noticioso,   1.^   anno  — 

—  Lisboa,  12  de  dezembro  de  1907.  N."  1,  Typographia  J. 
Sousa.  Jn  folio  de  4  paginas. 


260  BOLIí/riM   DAS  BIltUOTUKCAS 


Por  Arnaldo  Bordalo,  como  editor:  «Flores  de  laranjeira»,  sai- 
nete  original.  —  Lisboa,  1907,  Imprensa  Lucas.  In-8.*  de  16 
paginas. 

Pela  Livraria  Figueirinhas,  como  editora:  cAlmanach  illustrado 
do  jornal  pedagógico  tEducaçSo  Nacional»  para  1908,  4.^ 
anno  da  sua  publicaçfto.  —  Porto,  1907,  Typographia  Univer- 
sal. In-12.®  de  326  paginas, 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  31  de  dezembro  de  1907. 
—  O  Director,  Xavier  da  Cunha, 


E  ARCHIV08  NACIOKABS 


261 


EsUtisUea  dos  lolames  enviados  pelas  Seefies  Estrangeiras  de  Permutas  Inter- 
naelonaes  dnrante  o  4.^  trimestre  de  1907  i  Secçío  das  Blbiiotheeas  e 
ArcblTos  Naelonaes 


ProniMMÚi 

Xinir» 

dlTdUM 

T«tal 

fistadoB  UnidoB  d&  Ainfiric& 

481 

171 

48 

Belsrica 

Rotadofl  Unidos  do  BrAzi)  .............  r  .■  -  -  t  -  r  - 

700 

é 


262 


fiOLfetllt  DAS  filBLIOTHECAS 


REAL  ARCHIVO  DA  TORRE  DO  TOMBO 


Ettatlstiea  da  leitura  no  anno  de  i906 


CollMties 

de  peç 
Dm. 

Numero 
as  CODSU 

Itadas 

LiT. 

Rsmre 
dl  liiUict 

Alfand6firaB 

1 

4 

96 
85 

4 

112 

171 
6 

17 

1 

587 
10 

27 
4 

7 

1 
10 
15 

334 
6 
3 

5 
6 
4 

56 

118 

1 

13 

Armftría 

22 

Atlas  e  Plantas 

8 

Autos  de  acdamaçio  e  de  jarameuto 

Avisos  e  ordens — Correspondência  do 
Archivo 

Bullarium 

Canellas  da  Coroa 

1 
3 

Cartas  missivas 

Casa  do  Infantado 

3 

Casa  das  Rainhas 

9 

Casa  da  Tavola 

Chancellarias  reacs 

96 

Códices  illuminados 

6 

Colleccão  esnecial 

3 

CoUecções  de  S.  Lourenço,  S.  Vicente  e 
Moreira 

5 

Commendas 

Conselho  da  Fazenda 

2 
1 

Conselho  geral  do  Santo  Officio 

Conventos 

102 
29 

Corpo  chronologico 

CorresDondencia  dioloniatica 

12 
1 

Cortes 

Desembargo  do  Paço 

Documentos  orientaes 

Documentos  remettidos  da  índia 

Ementas 

Gavetas 

18 

G-enealofiias 

41 

Inconfidência 

5 

Inquisições — Lisboa,  Coimbra  e  Évora. 
Intendência  Geral  da  Policia 

5 

1 

Intei'ior  dos  Armários  da  Casa  da  Coroa 
— Diversos 

Jesuítas 

7 

Junta  do  Commercio 

Legislação 

8 

B  ABCHIVOS  NACIONABS 


263 


Ctllec(ies 

de  peç 
Dm. 

Numero 
as  consu 

PlfC. 

Itadas 

Ut. 

Niiiiere 
h  leiUrei 

Transporte 

497 

1 

7 

60 

587 
48 

280 

610 

67 

44 

118 

4 

18 

168 

70 

52 

5 

17 

11 

888 

Leitura  de  Bacharéis 

17 

Livraria 

85 

Livros  da  Leitura  uova 

80 

Manuscriotos  da  livraria 

78 

Matriculas  dos  Cavalleiros 

1 

Mercearias 

Mesa  censória. • 

Môsa  da  consciência  e  ordens 

4 

Ministério  da  Guerra • 

26 

Ministério  do  Reino 

20 

Ordens  Militares— Habilitações  eChan- 
cellarias 

78 

Patriarchal 

Provedorias 

6 

Recolhimentos ^. 

Rearisto  do  Archivo. 

8 

Reiristo  de  Mercês 

8 

Tombos  da  cidade  de  Lisboa 

Tratados 

11 

Tribunal  de  contas  (Cartórios  remettidos 
do) 

«•w^    ••••••••••••••••••••«•••••••••■ 

Vineolos • 

Total  fferal 

566 

925 

1174 

695 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Kacionaes,  em  81  de 
dezembro  de  1907. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 


O  Inspector, 


Gabrid  Vietct  do  Morde  Ptrtircu 


1 1 


264 


BOLElUH  OAS  blSLI01'Ul£OAS 


KEAL  ARCHIVO  DA  TORRE  DO  TOMBO 


EsUtistiea  da  leitura  no  anno  de  1907 


Cfllec{iei 


Alfandegas 

Armaria... 

Atlas  e  Plantas 

Aatos  de  acclamação  e  de  juramento. . . 
Avisos  e  ordens  —  Correspondência  do 

Archivo 

BttUaríam 

Capellas  da  Coroa 

Cartas  missivas 

Casa  do  Infantado 

Casa  das  Bainhas 

Casa  da  Tavola 

Chancellarias  reaes 

Códices  illuminados 

Collecção  especial 

Collecçoes  de  S.  Lourenço,  S.  Vicente  e 

Moreira 

Commendas 

Conselho  da  Fazenda 

Conselho  geral  do  Santo  Officio 

Conventos 

Corpo  chronologico 

Correspondência  diplomática 

Cortes 

Desembargo  do  Paço 

Documentos  orientaes 

Documentos  remettidos  da  índia 

Ementas 

Gavetas 

Genealogias 

Inconfidência 

Inquisições — Lisboa,  Coimbra  e  Évora. 

Intendência  Geral  da  Policia 

Interior  dos  Armários  da  Casa  da  Coroa 

— Diversos 

Jesuítas 

Junta  do  Commercio 

Legislação 


( 


Numero 
de  peças  consultadas 


Dtc. 


3 


224 
11 


184 


5 
3 
1 


Pnc. 


529 
88 


128 


LÍT. 


22 


10 
27 

461 
7 


8 


51 


15 


Kiweri 
k  Icitirti 


21 
1 


1 

2 

8 
2 

99 
2 


8 

69 
13 

4 


34 


3 
9 
1 

4 


E  ÁBCHIV08  NÁCI0SAE8 


265 


G*IlM(ies 

Numero 
de  peças  consultadas 

Bie.          Proc.          Ur. 

NiBcn 

de  IdttrM 

Transporte 

884 

Õ5 

749 
93 

20 

44 

4 

285 

607 

45 
12 
99 

1 

108 
38 

82 

3 

6 

5 

7 

277 

Leitora  de  Bacharéis 

'9 

Livraria 

18 

Livros  da  Leitura  nova 

8 

Mannscriotos  da  livraria 

36 

Matriculas  dos  Cavalleiros 

1 

Mercearias 

Mesa  censória 

Mesa  da  consciência  e  ordens 

Ministério  da  G-uerra 

18 

Ministério  do  Reino , 

12 

Ordens  militares — Habilitações  e  Chan- 
cellarias 

35 

Patriarchal • 

1 

Provedorias 

23 

Recolhimentos 

Recristo  do  Archivo 

2 

Registo  de  Mercês 

Tombos  da  cidade  de  Lisboa • . . . . 

4 

Tratados 

2 

Tribunal  de  contas  (Cartórios  remettidos 
do)  

^*^'j  •■•*••••   ••••••••••••••••••••• 

Vinculos 

1 

Total  ireral 

439 

1195 

1013 

447 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  81  de 
dezembro  de  1907. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 


O  Inspector, 


Gabrid  Victor  do  Monte  Pereira, 


266 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Estatística  de  leltnra  nas  blbliotheeas  abaixo  designadas 
durante  o  4.^  trimestre  de  1907 


lõM  e  nu  nb-diíiiõM 


Historia,  gQOgi'aphia 

Cartas  geographicas 

I  {  Polygraphia 

JornB.es 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


Sciencias  civis  e  politicas  < 


fTT  (  Sciencias  e  artes. 
"^  I  Bellas  artes 


J 


1^  I  Philologia  . . . 
^^    Bellas  lettras 


y  (  Numismática, 
I  Estampas . . . . 


VI 


VII 


Religiões 


IncunabuloB . 
Reservados  . 
Manuscriptos 


lUaminados 


T 

do 


yni-  Collecç&o  Camoneana. . . 

Total. 


Iwi 


32 

1 

52 
81 

4 

20 


4 
210 


354 


Bn§;i 


49 
1 


43 

43 
46 

1 
60 


6 
4 
4 


256 


Tia  BmI 


49 

42 

117 

15 

63 

36 


69 
63 

31 


492 


OuiiilU 
Bniei 


78 
10 


3 
2 


20 


4 


117 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e   Archivos  Nacionaes,  em  2  de 
janeiro  de  1908. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 
O  Inspector, 


Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira. 


E  ABCHIVOS  NACT0NAE8 


267 


Estatística  dos  leitores  na  Blbllotheea  Nacional  de  Lisboa 

no  i^  trimestre  de  1907 


Sm{3«  t  nu 


Historia,  geographia 

Cartas  geographicas 

1 1  Polygraphia 

Jornaes 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras  . 


Espécies  requisitadas 
pelos  leitores 


Dii 


II 


Sciencias  civis  e  politicas 


wjj  \  Scienci 
"^  I  Bailas 


Sciencias  e  artes 
artes  .... 


I 


IV 


PhUoloeia 


I 


Bellas  íettras 


gii 
let 


Y  I  Numismática 
I  Estampas  . . . 


VI 


vn 


e 


VIII 


IX 


Religi5es 


Incnnabnlos , 

Reservados . . , 

CoUecç&o  Camoneana. 
»  Elzeviriana 
»         Bodoni  


Manuscriptos  (fando  geral) 

Códices  iUaminados 

Collecção  Pombalina 

»        dos  Códices  d* Alcobaça. 

Archivo  de  marinha  e  ultramar. . . 


Total 


933 

3õ 

329 

930 

99 

906 

1:687 
97 

208 
2:422 

3 
12 

39 

7 

48 

120 


119 
31 

4:300 


12:325 


Hoite 


735 
8 

292 

361 

40 

591 

1:510 
16 

149 
2:082 


Totil 


8 


5:794 


1:668 
43 

621 
1:291 

139 

1:497 

3:197 
113 

357 
4:504 

4 
12 

47 

7 

48 

121 


119 
31 

4:300 


Laitorei 


De  dia  5124 
DeB«íU4112 


Total     9236 


18:119 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  31  de 
dezembro  de  1907. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 

O  Inspector, 

Oabrid  Victor  do  Monte  Pereira, 


lIvrDIOE 


Alberto  Carlos  Cerqueira. 

Primeiro  amanuense  escripturario  do  Beal  Árchivo  da  Torre 
do  Tombo  —  236. 

António  Eduardo  Simões  Baiio. 

Director  interino  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  — 
—  54,  119,  147. 

António  Freire  Hergnlhão  Botelho. 

Primeiro  amanuense  escripturario  do  Real  Archivo  da  Torre 
do  Tombo  — 235. 

António  José  Coiffs  GnimarSes. 

Antigo   Secretario   da  Bibliotheca  Nacional    de   Lisboa. 
Breve  noticia  biographica  por  Xavier  da  Cunha — 214. 

Archifo  da  Torre  do  Tombo. 
Vid.  Real  ArchiYO. 

ArchiTo  (O)  de  Marinha  e  Ultramar  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  — 88,  232. 

Angasto  de  OliTein  Vida. 

Segundo  continuo  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa*^ 234. 


270  BOLETIM  DAS  BIBL10THKCÁ8 


BiUIotheca  Naeioaal  de  Lisbct. 

Concursos  —  238. 

Estatística  dos  leitores  — 50,  122,  180,  267. 

Exonera(io  —  29. 

Falleclmento  —  29. 

Romeaçio  —  234. 

Registo  de  propriedade  Utterarla— 30,  35,45,  97, 102, 108, 165, 

170,  173. 
Relatórios  — 5,  55,  125,  181.     • 

Bibliotheca  Publica  de  Braga. 

Estatística  dos  leitores— 49,  123,  179,  266. 

Bibliotbeca  Publica  de  Caslello  Branco. 

EsUtlstlca  dos  leitores  — 49,  123,  179,  266. 

Bibliotbeca  Publica  de  EYora. 

Estatística  dos  leitores  — 49,  123,  179,  266. 
Nomeaçio  — 164. 

Blbliethecá  Publica  de  Villa  Real. 

Estatística  dos  leitores  — 49,  123,  179,  266. 

Carlos  Ayres. 

Continuo  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  —  29. 

Concurso  de  um  logar  vago  de  segundo  conservador  do  Beal  Ar- 
chivo da  Torre  do  Tombo, 
innnnclo  publicado  no  Diário  do  Governo  de  7  de  fevereiro 
de  1907  —  28. 

Jary  para  apreciar  as  provas  do  concurso — 1 1 9. 
Candidatos  admlttldos  — 120. 

Concurso  de  um  logar  vago  de  segundo  amanuense  escripturario 
do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo. 
AnnnnclO  publicado  no  Diário  do  Governo  de  7  de  Novem* 
bro  de  1907—237. 

Concurso  de  um  logar  vago  de  segundo  amanuense  escripturario 
da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa. 


E  ÁRCHIVOS  NACIOMAES  271 


innoneio  publicado  no  Diário  do  Governo  de  7  de  Novem- 
bro de  1907  —  238.  ^ 

Concurso  de  um  logar  vago  de  terceiro  continuo  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa, 
innaneio  publicado  no  Diário  do  Oovemo  de  7  de  novembro 
de  1907  —  238. 

Decreto  de  12  de  Novembro  de  1898;  sobre  a  remessa  gratuita 
dos  periódicos  aos  magistrados  — 118. 

Eduardo  de  Caslro  e  Almeida. 

Primeiro  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 
e  encarregado  da  direcção  do  Archivo  de  -Marinha  e 
Ultramar  —  96. 

Eatatistici  da  leitura  no  Real  Arckivo  da  Torre  do  Tombo : 
No  anno  de  1906  —  262. 
No  anno  de  1907  —  263. 

Batatistica  dos  leitores  nas  Bibliothecas  e  Ârohivos  Nacionaes  em 
1907: 
No  primeiro  trimestre— 49,  50. 
No  segundo  trimestre  — 122,  123. 
No  terceiro  trimestre  —  179,  180. 
No  quarto  trimestre — 266,  267. 

Batatistica  dos  Tolumes  enviados  pelas  SecçSes  Estrangeiras  de  Per- 
mutas Internacionaes  á  Secç&o  das  Bibliothecas  e  Ar- 
chi  vos  Nacionaes  em  1907: 
No  primeiro  trimestre  — 48. 
No  segundo  trimestre  — 121. 
No  terceiro  trimestre  — 178. 
No  quarto  trimestre  —  261. 

Francisco  4lberto  da  Costa  Senna. 

Primeiro  continuo  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa — 234. 

Fraacisco  Forte  de  Faria  Torrinha. 

Conservador  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora  e  professor 
do  Lyceu  Central  da  mesma  cidade — 164 


272  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHEGÁS 


Gabriel  Victor  do  lODle  Pereira. 

Inspector  das  Bibliothecas  e  Ârchivos  Nacionaes — 49,  50, 
•122, 123, 179, 180,  237,  238,  239,  263,  265,  266,  267. 

José  António  Moniz. 

Segundo  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 
e  professor  da  aula  de  Bibliologia — 119. 

José  d'AieTedo  Gastello  Branco. 

Conselheiro  Bibliothecario-mór  do  Reino  —  28,  119,  120. 

José  Leite  de  Vasconcelios  Pereira  de  Mello. 

Primeiro  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 
e  professor  da  aula  de  Numismática  — 119. 

B.  José  Maria  da  Silva  Pessanha. 

Primeiro  Conservador  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo 
e  professor  da  aula  de  Diplomática —  119. 

Lei  de  Imprensa  de  11  de  Abril  de  1907  — 117. 

Mannel  flygino  Bamos  da  Silva. 

Primeiro   continuo    da   Bibliotheca   Nacional  -de   Lisboa 
—29. 

Pedro  Noiasco  de  Seiías. 

Antigo  empregado   da  Bibliotheca  Nacional   de  Lisboa. 
Traços  biographicos  por  Xavier  da  Cunha  —  1 48. 

Pedro  Augusto  de  S.  Bartholomen  AzoTodo. 

Primeiro  Conservador  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo 
e  professor  da  aula  de  Paleographia — 119. 

Beal  ArchiTO  da  Torre  do  Tombo 
Concursos —28,  237. 
Jury  — 119. 
Candidatos  — 120. 

Estatística  dos  leitores  —  262,  263,  264,  265. 
Exoneraçlo  — 235. 
Falleclmento  —  235. 


£  ARGHIVOS  NACIOKAEâ  273 


Homeaçíes  —  29,  164,  236. 
Relatórios  —  53,  146. 

Registo  do  propriedade  litterarií. 

Obras  entradas  na  Bibliotkeca  Nacional  de  Lisboa: 

Janeiro  de  1907  —  30. 

Fevereiro  de  1907—35. 

Março  de  1907  —  45. 

Abril  de  1907  —  97. 

Maio  de  1907  —  102. 

Junho  de  1907—108. 

Julho  de  1907  —  165. 

Agosto  de  1907  —  170. 

Setembro  de  1907  —  173. 

Outubro  de  1907  —  245. 

Novembro  de  1907  —  250. 

Dezembro  de  1907  —  254. 

Reliçio  das  pessoas  e  corporações  que,  por  seus  donativos  ou  ser- 
viços prestados  á  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  ficaram 

inscriptos  no  respectivo  Quadro  de  Honra: 
Em  1907  —  240. 

Relatórios  dos  serviços  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  pelo 
Director  Xavier  da  Cunha: 
No  primeiro  trimestre  de  1907 — 5. 
No  segundo  trimestre  de  1907 — 55. 
No  terceiro  trimestre  de  1907 — 125. 
No  quarto  trimestre  de  1907  — 181. 

Relatórios  dos  serviços  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  pelo 
Director  interino  António  Eduardo  SimSes  Baião : 
No  primeiro  trimestre  de  1907  —  53. 
No  terceiro  trimestre  de  1907  — 146. 

Ricardo  Lopes  da  Cru. 

Segundo  amanuense  escripturario  da  Bibliotheca  Nacional 
de  Lisboa  —29. 

Roberto  Aagusio  da  Costa  Campos. 

Director  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  —  235, 


274  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTHECÀS 


Vasco  Ferreiri  Valdei. 

Segundo   Conservador   do   Real    Archivo    da   Torre    do 
Tombo  — 164. 

XaYier  di  GoDhi. 

Director  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa — 27,  47,  87, 
116,  145,  163,  177,  213,  231,  244,  260. 


'.  CORRECÇÃO 


Na  pag.  227  do  presente  volume,  onde  por  inadvertência  minha  ficou 
erradamente  aocrescentado  o  nome  do  erudito  fundador  e  principal  redactor 
do  Universo  PtUoresco,  —  deve  ler- se,  em  vez  de  Joãojgnacio  de  Vilhena 
Barbosa,  simplesmente  Ignacio  de  Vilhena  Barbosa,  que  assim  se  chamava 
o  insigne  escriptor  de  quem  na  sobredita  pagina  se  fala,  e  de  quem  saudo- 
samente se  recordam  quantos  lograram  a  fortuna  de  o  conhecer. 


Xavier  da  Cunha. 


Imprensa  da  Universidade,  1907 


Sibliothecfi  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  bibliographica  no  bi-cente- 
nario  do  Padre  António  Vieira  em  1897.  Lisboa,  Imprensa  Nacional,  1897, 

A  Exposição  Petrarchiana  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Catalogo 
sammano  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Lisboa, 
Imprensa  Nacional,  1905. 

Curso  de  Bibliothccario-Archivista.  Summario  das  liçòcs  de  Bibliologia, 
compiladas  por  José  A.  Moniz,  professor  interino  da  respectiva  cadeira  na 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  2."  ediçio.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
8ida46^  1900. 

Numismática  Nacional.  Líç2o  inaugural  do  curso  de  Numismática  da 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  anno  lectivo  de  18S8-1889,por  J.  Leite 
de  Yasconcellos,  professor  proprietário  da  respectiva  cadeira.  Lisboa,  Ty- 
pographia  do  Jornal  «O  Dia»,  10  e  12.  Rua  Anchieta,  1888. 

Elencho  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos,  1.*  parte  do  curso  (1888-1889).  Lisboa, 
Typographia  do  Jornal  «O  Dia»,  1889. 

Elencho  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lfiaboa  por  J.  Leite  de  Yasconcellos  do  II  curso  do  anno  lectivo  de  1889- 
1890  até  ao  VI  curso  do  anno  lectivo  de  1893-1894.  Lisboa,  Tjpographia 
do  Jornal  «O  Dia»,  1894. 

Belatorios  dos  serviços  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  desde  o  sespindo 
trimestre  de  1903  até  ao  terceiro  trimestre  de  1907,  por  Xavier  da  (Amha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903  a  1907. 

Boletim  das  Bibliothecas  e  Archivos  NacionaeeL  publicação  officiál  tri- 
mensal.  Publicados  5  annos.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902  a 
1906. 

Uma  traducç2o  inédita  em  latim  do  soneto  «Alma  minha  gentil ...»  Publi- 
eada  e  prefaciada  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universi- 
dade, 1904. 

Uma  carta  inédita  de  Camões.  Apographo  existente  na  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa,  agora  commentado  e  publicado  pelo  Director  da  mesma 
Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  na  Exposiç2o  Oceanographica.  Cata* 
logo  summario  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  imprensa  da  Universidade, 
1*4. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  Congresso  internacional  de  Liége 
sobre  reproducçio  de  manuscriptos,  medalhas  e  sei  los.  Relatório  sobre  a 
legislação  portugueza  no  tocante  á  reproducção  dos  manuscriptos  offerecido 
ao  Congresso  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1905. 

.  A  Legislação  tributaria  em  benefício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa* 
por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 


^ 


A  medallia  de  Caeimiro  José  de  Limn  em  ho 
desoripção  numismática  por  Xavier  da  Cunha, 
versidade,  1903. 


CoDCursoa  públicos  para  provimeotD  de  lognr 
■ervadorea  dos  qiiudrus  do  Real  Archívo  da  Tc 
theca  Nncionn!  de  Lisboa,  Lej^ialaçío  respertiv 
d' Ascensão  Valdez.  Coimbrii,  Imprensa  da  Unii 

BeUtoVio  dos  gerfiços  desempenhados  em  C< 
de  1903  por  Jnaé  Joaquim  d' Ascensão  Valdez.  ( 
versidade,  1904. 

Gabinete  Numismático  da  Hibliotheca  Nacioi 
eumentos)  pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcelloi 
epocha  gerniAniea.  Coimbra,  Imprensa  da  Univi 
A  excelsa  rninha  D,  Maria  II  na  intimidade. 
manuscripto  eiialfiite  na  Bibliotheca  Nacional 
Cunha.  Coimbra,  Liiprenaa  da  Universidade,  19 
Real  Archifo  da  Torre  do  Tombo: 

índice  f:ernl  dos  documentos  contetldos  l 
tente  no  Real  Avchivo  da  Torre  do  Tombi 
cortes  na  lei  do  orçamenta  de  T  de  abril 
Lisboa,  Typograpbia  de  Silva,  1843. 

índice  gerni  di>8  documentos  registados  i 
existentes  no  Real  Arcbivo  da  Torre  do  T< 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril 
Lisboa,  184:1,  ua  Typograpbia  de  G.  M.  M 
Extracto  do  Real  Arcbivo  da  Torre  do  ' 
tiasima  Rainha  e  Senhor»  D.  Maria  I,  pa 
Rcbello,  ariiHiiuciiso  do  mesmo  Arcbivo.  C 
versidade,  lUOl. 
Bibliotheca  Publica  de  Evor& ; 

Catalogo  dos  mannscriptoa  da  Bibliothec 
H.  d«-Cuulia  RivAra.  Tomo  1.°,  Ultramar.  L 
Tomo  2.°  LittrrHtura,  Imprensa  Nacional, 
Imprensa  Nacional,  18T0. 

Catalogo  do  Museu  Archeoloçico  daeidtl 
Bibliotheca,  composto  por  Antomo  Francisc 
Nacional,  1003. 

Oa  reserviidoa  da  Blbllotlieca  Publica  dl 
tonto  Joaquim  Lopes  da  Silvo  Júnior.  Coic 
íidade,  1907, 


Venda  avulso,  no  edifício  da  Biblíothf 
Cada  exemplar  do  numero  do  Bohtini,  í 


tmm  i— 7.'iMio  Janeiro  a  Mirto— H08 


BOLETIM 


iumcís  I  mil  MCiis 


PUBLICAÇÃO  OFFICIU.  TRIHENSAL 


COIMBRA 

Imprensa  da  Universtdadi 

leos 


/ 


1 


\ 


BIBLIOTHECiS  E  ARCHIYOS  NACIONiES 

Publioaçoes  offioiaes 


INVENTÁRIOS  DA  BIBLIOTDECA  NACIONAL  DE  LISBOA 

Secção  I  —  Historia  e  GeograpLia. 

Serie  1.*  (numeração  preta)  —  !.■  parte.  Lisboa,  1889. 

—2.»  parte.  Lisboa,  1889. 
Serie  2.*  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1895. 
Serie  3."  (numeração  azul)  —  Lisboa,  1897. 


Secção  III  —  Scienciaa  e  Artes.  Serie  1.»  (numeração  preta)  —  Coimbra, 
1907. 


Secção  IV — Sciencias  civis  e  politicas. 

Serie  l.»  (numeração  preta) — Lisboa,  1897. 


Scícção  X  —  Philologia  e  Bellas-Lettras. 

Serie  !.•  (numeração  preta)  —  Lisboa,  1890. 
Serie  2."  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1893. 
Serie  3.»  (numeração  azul) — Lisboa,  1894. 


Secção  XIII  —  Manuscriptos  por  José  António  Moniz.  Lisboa,  1896. 

—  Collecoão  Pombalina,  por  José  António  Moniz.  Lisboa, 
1895,  completo. 


Inventaiio  do  Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  pelo  dr.  Eduardo  de  Cas- 
tro e  Almeida. 

Ilhas  da  Madeira  e  Porto  Santo,  I — Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
1907. 

Relatório  acerca  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  mais  estabeleci- 
mentos annexos,  dirigido  ao  Ex."^®  Sr.  Ministro  e  Secretario  d'Estado  dos 
Negócios  do  Reino,  no  l.<*  de  Janeiro  de  1844:  por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Barreto  e  Noronha.  Tomo  I-Officio  —  Tomos  II,  III  e  IV — Appensos 
ao  officio.  Lisboa,  Typographia  Lusitana,  J844. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  Antoniana,  1895.  Lisboa,  1895. 


• 


BOLETIM 


E  incpos  í 


BOLETIM 


DAS 


BiBLiomECAS  [  mmi 


ONAFS 


PUBLICAÇÃO  OKKICIAIv 


SÉTIMO  ANNO 


1908 


Composto  e  impresso 
NA  IMPRENSA  DA  UNIVERSIDADE  DE  COIMBRA 

1908 


R.  5:194 


Numero  1—7.'^  Anno  Janeiro  a  Março— i 908 


DAS 


BIBLIOTIllillMi  K  AlimilVOii  lílCIOiO 


Propriedade  e  edição  da  Secretaria  Geral  das  Bibliolhecas  e  Arcbivos  Nacíonaes.  Lisboa. 

Director  J.  A.  Caslello  tíranco^  Bibliolhccario  Mór  do  Reino. 

Composição  e  Impressão  na  Imprensa  da  Universidade. 


Relatório  dos  serviços  do  Real  ArcbiTO  da  Torre  do  Tombo 

no  qoarto  trimestre  de  1907 

III."***  e  Ex.™*^  Sr.  —  Comera  este  meu  Relatório  por  uma 
noticia  lutuosa  que  envolveu  este  Archivo  no  passado  trimestre. 
Refirorae  á  morte  do  nosso  saudoso  Director,  Roberto  de  Campos. 

De  ha  muito  que  uma  doença  pertinaz  o  ia  minando  e  só 
uma  organizaçílo  como  a  sua,  verdadeiramente  athletica,  conse- 
guiria resistir  aos  duros  golpes  que  a  enfermidade  lhe  vibrou 
cruel  e  desapiedadamente.  Elle,  que  em  vida  foi  de  uma  activi- 
dade enérgica,  soube  luctar  ainda  a  beira  da  campa  como  um 
valente  e  um  destemido. 

E  se  é  certo  que  a  sua  morte  nos  encheu  de  luto  não  é  menos 
certo  que  nos  encheu  de  desconsolação.  Roberto  Campos  era  um 
chefe  querido;  timbrava  pelo  seu  caracter  lhano,  em  eaptivar  as 
sjmpathias  de  todos  os  funccionarios  a  elle  subordinados.  A 
ultima  vergontea,  ainda  que  por  afinidade,  d^essa  dymnastia 
Basto^  que  durante  grande  parte  do  século  xix  predominou  na 
Torre  do  Tombo,  elle  o  era.  Ainda  é  cedo  para  a  Historia  se 
pronunciar  sobre  os  grandes  serviços  por  elles  prestados  ao  nosso 
Archivo;  ainda,  mercê  de  Deus  e  para  bem  da  Sciencia,  é  vivo 
o  Ex.™"  Sr.  José  Manuel  da  Costa  Basto  a  quem  Roberto  Campos 
succedeu  no  seu  elevado  cargo.  Mas,  se  os  archivos  da  Academia 
Real  das  Sciencias  podessem  fallar^  muito  certamente  diriam.  • .. 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHKCAS 


A  figura  de  Herculano  é  gigantesca,  mas  nSo  pode  encobrir 
as  dos  seus  preciosos  auxiliares. 

Da  mesma  maneira  que  raramente  o  mesmo  espirito  é  a  um 
tempo  investigador  histórico  e  historiador,  quer  dizer  reaiisador 
de  syntheses  da  vida  colleotiva  e  enunciador  de  leis  sociaes  cor- 
relativas, da  mesma  maneira,  dizemos,  o  nosso  fallecido  Director 
nSlo  deixou  livros,  nílo  deixou  artigos,  nada  deixou  por  onde  se 
podesse  aquilatar  o  seu  saber  e  a  sua  erudição.  E  porque  toda 
a  sua  vida  burocrática  que  foi  longa,  toda  a  sua  actividade  que 
foi  muita,  se  exgotaram  no  recolhimento  de  cartórios  dos  con- 
ventos e  repartições  extinctos. 

A  outros  pertencerá  o  sabe-los  aproveitar  condignamente. 

Quantas  dificuldades,  quantos  dissabores  lhe  traria  tal  missão 
facilmente  se  advinha,  quando  tivermos  presente  que  Augusto 
Seromenho,  collega  de  Roberto  Campos,  levantou  celeuma  de 
tal  ordem  que  teve  de  fugir  de  Braga,  salvo  erro,  e  que  nem 
todos  eram  como  essas  sanctas  velhinhas  de  Lorvão,  que  espon- 
taneamente entregaram  a  Herculano  o  precioso  Commentario  ao 
Apoealypse  hoje  ainda  admirado  neste  Archivo. 

Que  descance  pois  em  paz  o  nosso  defuncto  Director. 

E  prestada  desta  forma  a  devida  homenagem  ao  saudoso 
morto  volvamos  as  nossas  attenções  para  os  serviços  doeste  Ar- 
chivo no  passado  trimestre. 

Continuámos  com  o  inventario  geral,  trabalho  que  acima  de 
todos  nos  preocupa.  E  tenho  o  prazer  de  communicar  a  V.  Ex.* 
que  o  primeiro  livro  da  collecção  PoHarias  está  já  concluído; 
que  o  segundo  ficou  em  folhas  25õ,  o  terceiro  também  concluído, 
o  quarto  em  folhas  202,  o  quinto  em  folhas  40õ,  o  sexto  em 
folhas  32,  o  sétimo  em  folhas  66  v.^  e  o  oitavo  em  folhas  34. 

E  que  preciosas  indicações  históricas  elles  conteem,  indica- 
ções totalmente  desconhecidas,  ver-seha  a  seu  tempo. 

Dos  documentos  da  collecção  Cartas  missivas  ficaram  extra- 
hidos  294,  também  com  destino  ao  inventario  geral.  Injustiça 
seria  regatear  os  devidos  louvores  a  todos  os  empregados  que 
doeste  serviço  se  teem  occupado. 

Passaram-se  quatro  certidões,  registaram-se  64  diplomas  e 
effectuou-se  a  leitura  na  salla  publica  com  toda  a  regularidade  e 
sem  incidentes. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.* — Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo, 
em  18  de  Janeiro  de  1908.— III.'"^  e  Ex.*"^  Senhor  Bibliothe- 
cario-mór  do  Reino.  —  O  Director  interino,  Antoíiio  Eduardo 
SimSes  Baião. 


K  ARCHirOS  NACTONALS 


Relatório  dos  serviços  da  Bibliotheca  Maoional  de  Lisboa 

no  primeiro  trimestre  de  1908 


III.™*  e  Ex.™*  Senhor:  —  O  monstruoso  e  abominável  atten- 
tado,  com  que^  no  primeiro  dia  do  passado  Fevereiro,  a  estúpida 
malvadez  de  cannibalescos  sicários  iniuctou  as  doiradas  paginas 
da  nossa  Historia  victimando  cobarde  e  traiçoeiramente  dois 
membros  da  Família  Real  Portugueza,  impõe-me  o  dever  de 
iniciar  este  meu  Relatório  archivando  nelle  o  testemunho  da 
consternaçSio  que  avassalla  todos  os  funccionarios  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa. 

Este  sentimento  manifesta-se  tanto  mais  sincero,  quanto  é 
certo  que  deixou  aqui  um  rasto  luminoso  de  sympathia  e  de 
respeito  a  visita  memorável  com  que  em  16  de  Janeiro  de  190Õ 
honraram  a  Bibliotheca  Nacional,  por  occasiílo  de  nella  incerrar-se 
a  «Exposição  Garrettiana»,  Sua  Alteza  Real  o  Prini-ipe  D.  Luiz 
Filippe  (presumptivo  herdeiro  da  coroa)  e  Sua  Alteza  o  Sere- 
níssimo Infante  D.  Manuel  (que  hoje  preside  aos  destinos  da 
Naçfto  Portugueza). 

Compartilhando  os  sentimentos  que  nesta  hora  intenebrecem 
e  amarguram  os  corações  de  todos  os  bons  Portuguezes,  a  Bi- 
bliotheca Pública  Pelotense  dignou-se  indereçarnie  o  seguinte 
Officio  que,  por  ser  captivantissimo  documento  de  confraterni- 
zação,,aqui  transcrevo: 

cBibliotheca  Publica  Pelotense  fundada  em  14  de  Novembro 
de  1875. —Pelotas,  10  de  Fevereiro  de  1908. —Á  Bibliotheca 
Nacional.  —  Lisboa.  —  Satisfazendo  o  solemne  dever  que  nos 
impSe  a  sociabilidade  humana,  vimos  apresentar  a  YV.  EE  , 
em  nom3  da  Bibliotheca  Publica  Pelotense,  os  nossos  sinceros 
sentimentos  de  pezar  pelo  golpe  tremendo  que  soíFreu  Portugal 
com  o  nefando  crime  que  poz  íim  ás  existências  preciosas  do 
seu  soberano  S.  M.  D.  Carlos  I  e  seu  Augusto  Filho  D.  Luiz 
Filippe.  —  Esta  instituição,  interpretando  o  sentimento  de  toda 
uma  população,  rendeu  todas  as  homenagens  devidas  a  tfto  dignas 
personalidades,  elevados  representantes  da  Pátria  Portugueza, 


BOLETÍM  DÁS  BIBLIOTHKCAS 


intimamente  vinculada  á  nossa  por  tantos  laços  de  affectuosa 
ascendência  histórica.  — Octávio  Augusto  de  Faria,  2.®  secretario i . 

Como  remate  da  ininha  referencia  ao  angustioso  lance  por 
que  passou  em  1  de  Fevereiro  o  nosso  atribulado  paiz,  seja-me 
licito  accrescentar  a  expressão  de  um  voto  ardentissimo. 

Aquelle  araoravel  Prineipe,  que  tinha  quando  Infante  o  titulo 
de  Duque  de  Beja  e  que  sob  o  nome  de  D.  Manuel  II  ascende 
ao  throno  de  seus  maiores  pelas  tétricas  contingências  de  um 
cruel  desastre,  —  como  analogamente  aconteceu  a  D.  Manuel  I 
que,  sendo  também  Duque  de  Beja,  succedeu  inesperadamente 
a  D.  João  II  pelo  desastroso  passamento  do  presumptivo  herdeiro 
o  Príncipe  D.  Affonso,  —  oxalá  venha  egualmente  a  obter  na 
Historia  o  cognome  de  «Venturoso»,  á  similhança  do  seu  afortu- 
nado homonymo  quinhentista. 

E  passarei  desde  já^  neste  meu  Relatório,  á  enumeração  das 
principaes  dadivas  com  que,  no  primeiro  trimestre  do  anno  cor- 
rente, a  Bibliotheca  Nacional  foi  contemplada,  —  começando  por 
mencionar  as  que  recebi  do  Sr.  Visconde  de  Salgado  (nosso 
Cônsul  no  Rio  de-Janeiro),  entre  as  quaes  se  destacam: 

1.* — Noiíveau  manuel  complet  de  NumismaUque  ancienne  par 

J,  B.  A.  A,  Barthélemy Ouwage  accompagné  d\in  atlas 

renfermcmt  douze  planckes,  (Paris — 1866). 

2.*  —  Nouveau  manuel  complet  de  Numismatique  du  moyen 

âge  et  moderne  par  J,  B.  A.  A,  Barthéleniy Ouvrage 

omé  d*un  atlas  renfermant  douze  planches,  (Paris  —  S.  d.). 

Pertencem  as  duas  citadas  espécies  á  conhecida  collecção  dos 
cManuels-Boreti». 

3.*  —  Gabinete  Portuguez  de  Leitura  no  Rio  de  Janeiro  — 
Catalogo  da  Exposição  Cervantina  realizada  a  12  de  Junho  de 
190Ô  por  occasiào  do  Cenfenarío  do  D.  Quixote,  (Rio  de  Janeiro 
— 1905 — Exemplar  N.®  4õ  da  tiragem  especial  em  «papel  aper- 
gaminhado»). 

O  Sr.  Commendador  Joaquim  Gil  Pinheiro,  residente  em 
San'-Paulo  (Brasil)  obsequiou-nos  com  dois  livros  de  sua  lavra: 

1.**  —  Roteiro  de  Lisboa  histórico,  hydrographico,  chorogra- 
phico,  archeologico  e  estatistico,  com  minuciosas  instrucqZes  ao 
viajante  por  Joaquim  Gil  Pinheiro.  (S.  Paulo  (Brasil)  —  190Õ  — 
Com  o  retrato  do  auctor  e  diversas  outras  gravuras). 

Este  livro,  que  inclue  (de  pag.  175  a  176)  noticia  concerr 


E  ARCHIVOS  NACI0NAE3 


nente  á  Bibliotheca  NacioDal  de  Lisboa  (noticia  em  que  tive  o 
desprazer  de  incontrar  algumas  inexactidões),  abrange  também 
apontamentos  respectivos  a  algumas  povoações  circumvizinhas 
da  nossa  capital. 

2.®  —  Primícias.  Poema  doa  principaes  factos  da  historiado 
Brasil  até  á  sua  independência  por  Joaquim  Gil  PinheirOj  pi'e- 
fadado  com  algumcu  passagens  da  sua  vida,  (São  Paulo  — 1900 

—  Com  o  retrato  do  auctor  e  duas  outras  gravura»). 

O  Sr.  Dr.  Miguel  de  Leonissa,  medico  brasileiro,  também 
residente  em  San'-Paulo,  inviou-nos  de  lá  a  sua  recente  publi- 
cação 

Muscideos  e  Culicideos,  As  Myiasis,  (S.  Paulo  — 1907). 

E  o  Sr.  Dr.  José  Mendes,  que  egualmente  reside  na  supra- 
citada povoação  e  lá  exerce  advocacia^  presenteou-nos  offere- 
cendo-nos  os 

Ensaios  de  Philosophia  do  Direito,  (S.  Paulo — 1905  —  2  vol. 

—  Com  o  retrato  do  auctor). 

Do  a  Instituto  Histórico  e  Geographico  Brazileiro»,  fundado 
no  Kio  de  Janeiro  em  1838,  continuamos  a  receber  a  importan- 
tissima  Revista,  da  qual  ultimamente  nos  foi  inviada  a  Parte  2.^ 
do  Tomo  Lxvm  (Rio  de  Janeiro  —  1 907). 

Em  Outubro  de  1884  fundou-se  no  México,  por  iniciativa 
particular,  uma  brilhante  academia  sob  o  titulo  Sociedad  Cienti- 
fica •  António  Alzatei»,  —  academia  que  publica  uma  estimável 
collecção  de  «Memorias». 

Porque  não  tínhamos  relações  com  esse  instituto,  deliberei 
officiar  ao  Sr.  D.  Raphael  Aguilar  y  Santillán,  Secretario-Geral 
perpétuo  e  um  dos  beneméritos  fundadores  d^aquella  prestantis- 
sima  agremiação,  rogando-lhe  para  a  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  a  concessão  das  suas  publicações. 

Não  se  fez  esperar  acquiescencia  amável,  e  em  Janeiro  tive 
o  gosto  de  receber 

Memorias  y  Revista  de  la  Sociedad  Cientifica  t  António  Al- 
zatei^  —  Tomos  23  y  24,  (México  — 1905-1907). 

Remettidas  pela  Bibliotheca  Nacional  de  Honduras,  em  ser- 
viço das  Permutas  Internacionaes,  recebi  as  duas  seguintes  pu« 
blicaçSes : 


10  UOLKTIM  DAS  BIBLIOTHBCAS 


Apuntes  para  la  Historia  de  Honduras  por  Robustiano  Vera, 
(Santiago  de  Chile  — 1899). 

Ligeras  observaciones  ai  Curso  Eleniental  de  Historia  de  la 
Lengua  Espafíola  publicado  eu  el  Salvador  hechas  por  el  Licen- 
ciado António  R.  Vallejo,  (Tegucigalpa  —  1 907). 

Ao  Sr.  Dr.  JoSlo  B.  Peaslee,  que  em  teropos  exerceu  em 
CiDcinnati  o  cargo  de  Superintendente  das  Escolas  Públicas^  devo 
a  remessa  de  uma  obra  a  que  o  iliustre  americano  poz  o  titulo  de 

Thoughts  and  experiences  in  and  out  of  school  by  John  B, 
Peaslee  —  Accompanied  by  letters  from  Longfellow,  Whiitier, 
Holmes,  and  other  american  auihors,  (Cincinnati  (Ohio)  — 1899). 

Neste  livro,  que  appareceu  illustrado  com  o  retrato  do  auctor 
e  várias  outras  estampas,  figuram  d'involta  com  a  prosa  alguns 
versos. 

Proveniente  dos  Estados  Unidos  da  America,  recebi  também, 
remettido  pelo  «Instituto  Americano  do  Mentalismo»  e  como 
offerta  do  Sr.  Dr.  Francisco  Maria  Namorado  (de  Estremoz),  o 
livro  seguinte: 

La  Loi  du  Mentalisme — fJxpoté  pratique  et  scientifique  de  la 
pensée  ou  force  de  Vesprit;  la  loi  qui  gouverne  toute  actíon  et 
phenoméne  nientale  et  physique:  la  cause  de  la  vie  et  de  la  mort. 
Par  A.  Victor  Segno,  (Los  Angeles  —  S.  d.). 

Expedida  pela  Bibliotheca  da  Universidade  de  Paris,  clie- 
gou-noB  a  seguinte  publicaçtio: 

Année  scolaire  1907-1908  —  UUniversité  de  Paris  el  les 
établissenients  parisiens  d'enseighement  supérieur — Livret  de  Vétu^ 
diant — Programmes  sommaires,  Renseignements  dlvers.  (Evreux 
—  S.  d.). 

Da  Bélgica  proveiu-nos,  como  ofFerta  do  auctor,  e  por  amável 
intermédio  do  Sr.  Dr.  António  Augusto  de  Carvalho  Monteiro, 

UOrdre  de  Notre-Dame  de  la  Conception  de  Villa  Viçosa  — 
Abrégé  de  son  histoire  par  H,  Verwée.  (Bruxelles  — 1907). 

De  Varsóvia  me  remetteu  o  Sr.  Dr.  Estanislau  Belza  um 
exemplar  dos  100  numerados  (unicamente  100)  com  que  appa- 
receu a  lume,  estampada  em  papel-do-Japfío,  a  seguinte  publi- 
ca^íio  polaca: 

Ostatnie  chtvile  Mickiewicza.  (Kraków  — 1908). 


E  ARCHIV08  NACIONAES  11 


D'este  opúsculo  em  que  o  auctor  doBcreve  cOs  últimos  mo- 
mentos dos  Mickiewicz» — opúsculo  adornado  com  delicadas  gra- 
vuras —  pertenceu-nos  o  Exemplar  N.®  29. 

Do  mesmo  offerente  haviamos,  tempo  antes,  recebido  a  se- 
guinte dadiva : 

Stanislaw  Belza — W  Dolinach  Krwi.  (Kraków — 1906). 

D'esse  livro,  que  seu  auctor  baptizou  com  o  suggestivo  titulo 
«Nos  campos  de  sangue»  (campos  em  que  especializa  as  batalhas 
de  Waterloo,  Solferino,  e  Sédan),  a  estampagem  foi  executada 
(como  a  do  opúsculo  que  antecedentemente  citei)  em  papel-do- 
Japâo,  servindo-lhe  de  ornato  várias  ilhistraç<5es  (umas  interca- 
ladas no  texto,  e  outras  em  folhas  aparte). 

Em  fins  de  1907  (precisamente  nos  fins)  tive  o  gosto  de  re- 
ceber a  visita  do  Sr.  Dr.  Isaac  Collijn,  funccionario  subalterno 
mas  illustradissimo  que  na  Bibliotheca  da  Universidade  Real  de 
Upsala  tem  procedido  a  trabalhos  mui  valiosos,  e  que  reúne  ás 
mais  louváveis  prendas  de  erudito  as  incantadoras  condições  de 
um  trato  insinuantíssimo. 

Visitando  a  nossa  Bibliotheca,  elie  formulou-me  o  desejo  de 
que  entre  o  instituto  lisbonense  e  a  Bibliotheca  da  Universidade 
de  Upsala  se  travassem  relações  de  permuta  relativamente  a 
publicações  bibliographicas  ou  bibliotheconomicas. 

A  proposta  não  poderia,  para  mim,  ser  mais  captivante  e 
lisonjeira.  OíFereci-lhe  naquelle  mesmo  dia  um  exemplar  das 
minhas  modestíssimas  producções,  —  e  prometti-lhe  que,  por 
intermédio  do  consulado  sueco,  lhe  seria  remettido  o  nosso  Bo- 
letim das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes, 

Depois,  era  30  de  Janeiro  do  anno  corrente,  escreveu-me  o 
Sr.  L.  Bygdén  (Director  da  supra-citada  Bibliotheca)  agrade- 
cendo com  palavras  muito  amáveis  as  espécies  recebidas. 

Diz  assim  a  carta  do  illustre  Bibliothecario : 

«Kungl.  Universitetets  i  Uppsala  Bibliotelc  —  le  30  janvier 
1908. 

^A  Moíisieur  Xavier  da  Cunha  Directeur  de  la  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa. 

«  Três  honoré  Monsieur, 

9.  Par  mon  collègue^  M.  I,  Collijn^  fapprends  VaccueU  char- 
mant  qite  vous  lui  avez  fait  dans  votre  bibliotkèqu^  lors  de  sa 
visite  à  Lisbonne  au  móis  de  décembre  de  Vannée  passée*  II  m'a 
aussi  transmis  la  coUection  d'ouvrages —  c Relatórios  dos  serviços» 


12  BOLETIM  DAS  BIBUOTRECAâ 


et  un  grand  nombre  de  vos  propres  travaux  —  que  votis  aviez  des- 
tinée  pour  ma  hiblioíKèqtie,  Je  voas  prie,  Monsieur  le  Directeur, 
de  vouloir  bien  accepter  mes  plns  profond^  remereiements  de  ce 
précieux  don  ainsi  qtie  de  votre  gracieiísefé  de  vouloir  entrer  en 
rdation  avec  notre  bibliotheque,  Je  me  permets  de  vous  adreeser 
aujourd^hui  une  collection  de  publications  de  cette  Université^  qui 

e 

pourraient  être  d'intéret  pour  votre  bibliotheque.  Dans  les  Arsre- 
dogõrelser  vous  tr0uvei'ez  les  rapports  annuels  sur  notre  biblio- 
theque. 

aM,  Collijii  m^a  en  outre  parle  de  votre  «Boletim  das  Biblio- 
thecas  e  Arrihivos  Nacionaes»,  qui  pour  nous  sserait  d'uH  intérêt 
tout  spécial.  Comme  malheureusement  nous  ne  publions  pas  encore 
ici  une  revue  analogue,  je  vou^  envoie  en  échange  du  Boletim  les 
«AllmânnaSvenska  boktryckarefbreningensMeddelanden»  (Com- 
pte-rendus  de  la  Société  des  imprimeurs  Suédoise)  qui  nous  sert 
en  partie  comme  organe  hibliographique^  vu  que  nous  y  publions 
nombre  d*articles  sur  des  matières  bíblia  gr  aphiqiies,  pour  la  plus 
grande  partie  tirées  de  notre  bibliotheque.  Cette  revue  va  vous  être 
adressée  dorénnvant  mensuelleinent, 

aje  ne  cesserai  pas  de  vous  recommander  chaleureusement  ma 
bibliotheque,  dont  le  ãépartement  portugais  en  effet  n^esl  pas  trop 
riche.  Toufes  nos  publications  —  thhses,  revues  scienfijique»  dnvs 
tous  les  domaines,  de,  efe  — pouront  être  viises  à  votre  disposi- 
tion  pour  un  futur  échange  plus  étendu. 

*En  vous  répétant  mes  sinch^es  remereiements  je  vous  pria, 
Monsieur  le  Directeur,  de  vouloir  bien  ogréer  Vassurance  de  ma 
haute  considérarion  et  de  mes  sentiments  três  distingues, 

nLe  Directeur  de  la  Bibliotheque  de  VUniversiié  Roy.  d*  Upsala 

aL,  Bygdén». 

Em  conformidade  com  esta  estimável  carta,  aos  12  de  Março 
intraram-me  pela  porta  dentro,  livres  de  toda  a  despeza,  õ8 
espécies  (contando-se  nesse  grupo  grossos  volumes  e  tomos  do 
menores  dimensões,  em  muitos  dos  quaes  se  incontram  por  ele- 
mento illustrativo  primorosas  estampas)  —  58  espécies,  d^entre 
as  quaes  particularizarei  aquellas,  cujos  titules  passo  a  men'rionar: 

a) — liibliothecce  Upsaliensis  Historia,  auctore  Olavo  O,  Celsio. 
(Upsalise— 1745). 

b)  —  Códices  Arábici,  Persici  tt  Turcici  Bibliothecoj  Hegia* 
Universitatis  Upsalensis.  (Lundse — 1849). 

Resenha  bibliographica  elaborada  pelo  Prof.  C.  J.  Tornberg. 

(j) — Les  Enfances  Vivien,  Chanson  de  geste  —  Pvhliée  pour 


t:  AtiCHívos  kac1(»Kâes  13 


la  premihre  fois  dUipréê  les  manuscrits  de  Paris,  de  Baulogne- 
tur-fner,  de  Londres  et  de  Milan,  par  Cari  Wahlund  &  Hugo 
von  Feilitzen  professeurs  agrégés  à  VUniversité  d^Upsala.  Êdition 
précédée  d'une  tJièse  de  doctorat,  servant  d'introduction  par  Alfred 
Nardfelt.  (Stockholm  — 1895). 

d)-^Up8ala  Universitet.  1872-1897.— FesUkrift  vied  an- 
ledning  af  Konung  Oscar  II:s  Tjugofemârs  Regeringyvbileum  den 
18  September  1897. — Enligt  det  stõrre  akademiska  konsistoriets 
uppdrag  utgifve^i  af  Reinhold  Oeijer.  ((Jpsala — 1897 — Com  for- 
mosas illustrações,  entre  as  qiiaes  sobresái  um  bellissimo  retrato 
d'EURei  Oscar). 

e)  —  Katalog  ofver  Vãsterãs  Lãroverks-biblioteks  Inkunabler 
tipprãUad  af  ]):r  Isak  Collijn,  (Upsala  —  1904). 

Abrange  134  Números  esse  Catálogo,  organizado  pelo  intel- 
ligente  bibliothecario  que  emi  Dezembro  de  1907  me  visitou. 

f) — Katalog  der  Inkunabeln  der  Kgl.  UniversUdts-Bibliothek 
zu  Uppsala  von  Dr.  Isak  Collijn.  (Uppsala —  1907). 

Abrange  1528  Números  este  Catálogo,  e  vem  antecedido  por 
um  estudo  preliminar  do  illustre  funccionario  que  tal  Catálogo 
elaborou. 

g)  —  Linnéportrãtt — Vid  Uppsala  Universitets ^Minnesfest pa 
tvahundraarsdagen  af  Cari  von  Linnés  fõdelse  «  A  Universitetets 
Vãgnar  af  Tycho  TuZZòergr.  (Uppsala— 1907). 

Este  curioso  livro,  que  se  aformoseia  com  a  reproducção 
icónica  de  alguns  dos  retratos  do  célebre  naturalista  sueco, 
abrange  a  descripção  tecfanica  de  515  Números. 

h)  Allmãnna  Svenska  Boktryckare-fõreningens  Meddelanden, 

D'essa  revista  mensal  que  se  publica  em  Stockholmo,  ador- 
nada com  bellas  illustraçfUes,  vieram-nos  inviados  os  fascículos 
concernentes  a  1905,  1906  e  1907,  —  fascículos  interessantíssi- 
mos pelos  elementos  que  incerram  de  grande  proveito  para  quem 
pretenda  estudar  os  primórdios  e  as  subsequentes  manifestações 
da  arte  typograpbica.  Nessa  revista  figuram  (como  o  sr.  L. 
Bygdén  indica  na  carta  que  transcrevi)  contribuições  valiosas  da 
Biblíotheca  Universitária  de  Upsala. 

Por  intermédio  da  Secretaria  dos  Negócios  Extrangeiros,  e 
remettido  pelo  Cônsul  de  Portugal  em  Barcelona,  recebeu-se 

La  Peste  Bubónica,  Memoria  sobre  la  epidemia  ocurrida  en 
Porto  en  1899  por  Jaime  Ferrán  Director  dei  Laboratório  Micro- 
biológico municipal  y  Federico  ViHas  y  Cxisi  y  Rosendo  de  Orau 


14  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Médicos  municipcães  por  oposición,  Comisionadoa  por  d  Exemo, 
Ayuntamiento  de  Bai'celona  para  d  estúdio  de  la  misma.  (Bar* 
celona —  1907  —  Com  estampas). 

Da  Vida  Intdectual,  publicada  em  Madrid  sob  a  direcçllo  do 
Sr.  Dr.  D.  Júlio  Nombela  y  Campos,  continua  o  Sr.  Gabriel 
Pereira  a  fazer-nos  offerta. 

D^essa  coliecçHo  o  fascicuio  8.°  (correspondente  a  Dezembro 
de  1907)  é  um  dos  mais  interessantes  que  para  nós  Portuguezes 
teem  apparecido,  e  talvez  mesmo  de  todos  elles  o  mais  interes- 
sante. 

Basta  citar,  entre  as  espécies  que  incerra:  —  1.%  o  artigo 
(assignado  por  M.  F.)  subordinado  ao  titulo  «Rodriguez  Marín 
y  Mateo  Alemán»  (artigo  em  que  se  fazem  referencias  ao  facto 
de  ter  durante  alguns  tempos  residido  em  Lisboa  o  celebrado 
novellista  do  «Guzmán  de  Alfarache»);  2.^,  o  artigo  de  J.  Alonso 
ácêrca  de  «Doiia  Estefânia  la  DesdichadaB  (cuja  lenda  ap parece 
pela  primeira  vez  no  «Nobiliário»  do  nosso  Conde  D.  Pedro); 
3.®,  a  secção  «Páginas  humoristicas»  (em  que  se  nos  apresenta 
uma  «Carta  de  Eça  de  Queiroz»  vertida  para  castelhano  e  ador- 
nada com  o  retrato  doesse  nosso  conterrâneo). 

Com  o  fascicuio  9.®  da  Vida  Intelectual  (correspondente  a 
Janeiro  de  1908)  inicia-se  o  Tom.  iii  da  publicação;  e  nesse 
fascicuio  continuam  a  deparar-se-nos  páginas  de  especial  curio- 
sidade para  os  leitores  portuguezes.  Tal  é  o  desinvolvido  artigo 
que  traz  por  titulo  cEn  Portugal»  e  vem  firmado  por  ajuan  de 
Tavares, — artigo  que  se  divide  em  duas  partes:  «Vida  social  y 
politica»  e  «Vida  literária».  Esta  segunda  parte  adorna-se  com 
os  retratos  do  nosso  conterrâneo  Augusto  de  Lacerda  e  do  fal- 
lecido  D.  João  da  Camará,  ambos  poetas  e  dramaturgos. 

No  fascicuio  10.**  da  Vida  Intelectual  (fascicuio  relativo  a 
Fevereiro)  começa  a  traducção  hespanhola  da  comedia  «Os  Ve- 
lhos» de  D.  João  da  Camará  («Los  viejos»).  E  nesse  mesmo 
fascicuio  a  secção  bibliographica  «Letras  Portuguesas»  (subscripta 
pelo  Sr.  D.  Juan  de  Tavares)  occupa-se  de  alguns  dos  nossos 
^'  escriptores,   taes   como  António  Correia  de  Oliveira,  Eça  de 

Queiroz,  e  Álvaro  Pinheiro  —  sobresahindo  entre  todas  as  apre- 
ciações aquella  que  se  refere  á  illustre  escriptora  D.  Olga  Mo- 
raes Sarmento  da  Silveira,  aprupósito  do  seu  último  livro  publi- 
cado «A  Marqueza  de  Alorna»:  essa  apreciação  vem  acompanhada 
pelos  retratos  (em  photo-gravura)  da  auctora  do  livro  e  da  for- 
mosa «Alcippe». 


J 


15  ARCHlVOS  KAC10KAI2S  15 


O  Sr.  Gabriel  Pereira  offereceu-nos  outrosim  um  exemplar 
da  seguinte  obra  valiosissima : 

C<mde  de  Ficalho  —  Viagens  de  Pêro  da  ComUian,  (Lisboa 
— 1898). 

Foi  esse  o  derradeiro  lavor  dos  muitos  com  que  o  fallecido 
académico  honrou  as  lettras  pátrias. 

Ao  Sr.  Sertório  do  Monte  Pereira,  illustre  Professor  do  Ins- 
tituto de  Agronomia  e  Veterinária,  que  por  muitas  e  muitas 
vezes  nos  tem  brindado  com  suas  dadivas,  fiquei  devendo,  neste 
primeiro  trimestre  do  anno  corrente,  quinze  offertas: 

1.*  —  Virgílio  Bugalho  Pinto  —  Dcdgumas  questões  relativas 
ás  Associações  vinícolas  de  prodttcção.  (Évora — 1902). 

2.*  —  Breve  estudo  sobre  as  gadankeiras.  Pelo  agrónomo  Al- 
berto Corrêa  Pinto  de  Almeida.  (Coimbra — 1904). 

3.* —  Gruia  pratico  das  associações  agrieolas  em,  Portugal  por 
Pedro  Ferreira  dos  Santos.  (Lisboa  —  1904). 

4.*  —  A  exploração  das  abelhas.  Por  Pedro  de  Castro  Pinto 
Bravo.  (Porto  — 1905). 

5.* —  Um  caso  especial  de  arborisaçao.  Por  Aerisio  Cannas 
Mendes,  (Lisboa — 1905). 

6.*  —  António  Romão  dos  Passos  —  Elogio  do  Conselheiro 
João  Ignacio  Ferreira  Lapa  proferido  em  sessão  solemne  de  20 
de  maio  de  1906  na  Sociedade  de  Sciencias  Agronómicas  de  Por- 
tugal, (Lisboa — S.  d. —  Com  o  retrato  do  elogiado,  ^m  gravura 
de  madeira). 

7.* — Eduardo  Alberto  Lima  Basto  —  A  Cultura  do  Tabaco 
em  paizes  tropicaes,  (S.  I.  —  1906  —  Com  figuras). 

8.* — A  Garroba,  sua  cidtura.  Por  António  Augusto  Oarcia 
d^ Andrade.  (Coimbra — 1906). 

9.» — Les  maladies  r auges  duporc  dans  le  département  d' Évora 
en  Portugal.  Par  Romão  do  Patrocínio  Ramalho,  (Lisbonne  — 
1906  —  Com  estampas). 

10.*  —  A  debulha  dos  cereaes  no  Norte  Alemtgo.  Por  Pedro 
Celestino  Caldeira  de  Castel- Branco,  (Lisboa  —  1906). 

11.'  —  Estudo  sobre  os  látex  borrachiferos  e  os  meihodos  de 
fabrico  da  borracha  (Seguido  de  uma  noticia  sobre  uma  nova 
espécie  borrachifera  descoberta  pelo  auctor  no  sertão  de  Benguella) 
por  Carlos  Eugénio  de  Mello  Geraldes,  (Lisboa  — 1906  —  Com 
estampas). 

12.' — Cultura  e  eocploração  do  sobreiro.  Por  António  Blanco 
Fialho.  (Lisboa  — 1906). 


16  BOLETIM  DAS  BlBLIOTHEOAS 


13." — C.  de  Lino  Alves  —  Plantas  Úteis,  Sua  distribuição 
geographica.  (Famalicão  — 1906). 

14.*  —  Sessão  Publica  da  Academia  Real  das  Sciencias  de 
Lisboa  em  26  de  Ma)  ço  de  1906  —  Relatório  dos  trabalhos  da 
Academia  pelo  Secretario  Geral  Adriano  Augusto  de  Pvia  Vidal, 
(Lisboa  — 1906). 

15.* —  O  coqueiro  na  índia  Portuguesa.  Por  Eduardo  Alberto 
Lima  Basto.  (Coimbra — 1908). 

Em  Janeiro  de  1905  o  Sr.  Henrique  Casanova,  associado 
com  o  Sr.  Gabriel  Pereira,  fundou  num  rapto  de  enthusiasmo 
artístico  uma  revista  de  curioso  alcance,  a  que  puzeram  elles  por 
titulo  —  Arte  Portugueza.  «Revista  de  Archeologia  e  Arte  Mo- 
derna»—  era  o  seu  sub-titulo. 

Elegante  se  mostrava  tal  publicação,  elegante  e  sobremodo 
graciosa;  agrupa vam-se- lhe  nas  páginas,  descriptos  com  sagaz 
critério  e  graphicamente  representados  com  singular  mestria, 
elementos  artisticos  de  supremo  interesse  (muitos  d'elles  colhidos 
na  Biblíotheca  Nacional  de  Lisboaj;  pode  mesmo  aíSrmar-se  que 
havia  nessa  revista  uma  deslumbrante  novidade,  uma  auspiciosa 
impresa  como  no  seu  género  nunca  outra  em  Portugal  se  tinha 
iniciado;  e  tudo  conspirava  para  fazer  conjecturar-lhe  um  êxito 
brilhantíssimo. 

E  brilhantissimo  foi  realmente  o  êxito  no  que  tocava  á  parte 
artistica  e  litteraria!  Mas. . . .  quando  se  esperava  que  o  público 
soubesse  corresponder  á  coragem  dos  dois  que  tal  imprehendi* 
mento  iniciaram....  o  público  retrahiu-se  num  incolhimento 
boçal  que  pouquissimo  recommenda  as  suas  qualidades  pensantes: 
ao  passo  que  a  maioria  buscava  afanosamente  leituras  de  assum- 
ptos pornícos  ou  escandalosos,  dissolventes  ou  incendiários,  —  a 
formosíssima  revista  dos  Srs.  Gabriel  Pereira  e  Henrique  Casa- 
nova limitou- se  a  estampar  seis  fasciculos,  seis  fasciculos  apenas, 
que  entretanto  representam  seis  primores,  nunca  até  hoje  exce- 
didos nem  mesmo  egualados  por  congéneres  tentativas. 

Pois  bem!  os  «clichés»  das  lindas  illustraçSes  que  tal  revista 
ornamentaram,  briosa  e  generosamente  os  offereceu  agora  á  Bi- 
bliotheca  Nacional  o  Sr.  Henrique  Casanova, — cujo  nome  ficará 
figurando,  com  mais  que  sobejo  motivo,  no  «Quadro  de  Honra» 
do  referido  instituto. 

Inspirado  pelas  commemovaçSes  com  que  a  nossa  pátria 
lamentou  a  perda  recente  de  ura  dos  nossos  mais  notáveis  esta- 


is  ÁUClilVOS  ^AClONAKd  17 


di&tas,  recebeu-se  na  Bibliotheca,  offerecido  por  seu  auctor,  o 
seguinte  opúsculo: 

Doutor  Augusto  Joaquim  Alves  dos  Santos — Elogio  fúnebre 
do  Conselheiro  de  Estado  Ernesto  Rodolpho  Hintze  RtMro,  Pror 
ferido  nas  Exéquias  Soltmnes  mandadas  celebrar  pelo  Partido 
Regenerador  no  Templo  de  S.  Domingos  em  Lisboa  no  dia  18 
de  Novembro  de  1907.  (Coimbra— 1907). 

Subordinado  ao  mesmo  escopo,  tenho  a  registar  também  o 
folheto  seguinte,  a  que  servem  de  illustração  o  retrato  do  pane- 
gyrisjta  é  o  do  elogiado: 

Cónego  Gonçalves  Vaz — Vivet  et  non  morietur  —  Elogio* fú- 
nebre recitado  na  real  capella  de  San*a  Cruz  em  29  de  Novemln^o 
de  1907,  por  occasião  das  exéquias  que  o  partido  regenerador 
local  .mandou  celebrar  por  alma  do  seu  Ulustre  e  chorado  chefe,  o 
conselheiro  de  Estado  Ernesto  Rodolpho  Hintze  Ribeiro.  (Porto 
— 1907). 

Commemorando  o  53.^  anni^ersario  do  passamento  de  GarrQtt, 
publicou  o  Sr.  Alberto  Bessa  um  substancioso  opúsculo,  que 
intitulou 

Garrett  dia  a  dia — Ephemerides  Garrettianas.  (Lisboa — 1907). 

Constituo  subsidio  muito  importante  para  a  biographia  do 
excelso  poeta, — e  d^elle  nos  veiu  gentilmente  ofíerecido  por  seu 
auctor  o  Exemplar  que  na  especial  tiragem  de  trinta  exemplares 
Tem  marcado  com  o  N.^  3. 

O  Sr.  Sebastião  Joaquim  Baçam  offereceu-nos  uma  preciosa 
collecção  d' O  Serrote^  hebdomadario  humorístico  e  adornado  com 
Uthographias  que  no  Porto  se  publicou  de  20  de  Maio  de  1877 
a  5  de  Março  do  anno  seguinte, — collecção  que  representa  hoje 
(como  todas  as  suas  congéneres)  uma  espécie  rara,  e  que  na 
Bibliotheca  Nacional  veiu  preencher  uma  lacuna  sensível. 

O  offerente  quiz  mesmo  ter  a  gentileza  de  mandar  a  expensas 
suas  incadernar  a  collecção,  antes  de  tal  dadiva  nos  entregar. 

O  Sr.  Dr.  Francisco  Marques  de  Sousa  Viterbo  mimoseou- 
nos  com  uma  nova  memoria,  apresentada  perante  a  Academia 
Real  das  Sciencias  dt;  Lisboa : 

A  Armaria  em  Portugal  —  Noticia  documentada  dos  fabri- 
cantes de  armas  brancas  que  exerceram  a  sua  profissão  em  Por' 
iugal.  (Lisboa — 1907). 

?.•  ANNO,  n.»  1  2 


lâ  âOL£TlM  DAS  ÈtfiLtOTfiEdAâ 


E  mais  nos  oíFereceu: 

Mestres  da  CapeUa  Real  desde  o  domínio  flippino  (inclusive) 
até  D.  José  I  por  Sousa  Viterbo.  (Lisboa  —  1 907  —  Exemplar 
N.^  11  numa  tiragem  especial  de  21  exemplares). 

Máximo  José  dos  Reis  o  xdtimo  CtipUãoMór  de  Cintra  por 
Sousa  Viterbo.  (Lisboa  — 1908  —  Exemplar  N.^  13  numa  tiragem 
especial  de  21  exemplares). 

Tanto  esta  como  a  precedente  espécie  foram  primeiramente 
publicadas  no  cÂrchivo  Histórico  Portuguez», 

O  Sr.  Capit&o  de  Mar  e  Guerra  JoSo  Braz  de  Oliveira,  cujo 
nome  tenho  já  tido  occasiilo  de  eitar  com  muito  elogio  no  decurso 
dos  meus  Relatórios,  e  que  ó  na  Escola  Naval  um  dos  mais 
illustrados  professores,  veiu  trazer-me  pessoalmente  nove  pro- 
ducções  de  sua  lavra,  todas  ellas  sobremodo  interessantes: 

1.*  —  Algumas  pídavras  acerca  da  marinha  portugueza  e  da 
sua  influencia  na  prosperidade  da  nação,  (Lisboa  —  188ô). 

2.* — Os  navios  de  Vasco  de  Gama.  (Lisboa — 1892  —  Com 
estampas). 

Trabalho  foi  este,  que  o  auctor  executou,  quando  o  tive  por 
companheiro  na  «Commissão  Portugueza  da  Exposiçfto  Colom- 
bina», e  que  em  Madrid  (na  commemoração  quadricentenaria  de 
Descobrimento  da  America)  alcançou  a  merecida  distincçfto  de 
ser  laureado  e  premiado  com  amedalha  de  prata».  Depois  o 
incorporou  também  nas  suas  «Memorias»  a  Academia  Real  das 
Sciencias  de  Lisboa,  que  desde  muito,  a  meu  ver,  deveria  ter 
conferido  ao  illustre  auctor  o  diploma  de  Sócio. 

3.^ -T- Influencia  do  Infante  D.  Henrique  no  progresso  da  ma- 
rinha portugueza.  Navios  e  armamentos,  (Lisboa — 1894). 

4.*  —  Modelos  de  navios  existentes  na  Escola  Naval  que  per- 
tenceram  ao  Museu  de  Marinha.  (Lisboa —  1 896 — Com  estampas). 

O  texto  portuguez  do  Sr.  Oliveira  vem  acompanhado  por 
traducçao  franecza  do  seu  illustre  camarada  José  Augusto  Celes- 
tino Soares. 

5.*  —  Da  utilidade  do  desenho  no  ensino  naval.  (Lisboa  — 
1900^. 

6.*  —  O  Contra- Almirante  Joaquim  Pedro  Celestino  Soares. 
(Lisboa — 1902  —  Com  o  retrato  do  biographado  e  o  fac-simile 
da  sua  assignatura). 

7.*  —  Apparelho  e  manobra  dos  navios.  (Lisboa — 1902). 

8.*  —  Portugal — Romance  cavalheiresco.  (Lisboa — 1903). 

Constituo    esse   livro    uma   concatenada   serie    de  xácaras 


IS  ÁUGUIVOS  NAOlONAlflS  19 


historico-épicas  (admitta-se-me  o  termo)  —  e  vem  uma  d^ellas 
acompanhada  pela  traducção,  em  formosos  versos  francezes,  do 
Sr.  José  Augusto  Celestino  Soares. 

9.* — Campos  Rodrigues,  Discurso  pivnunciado  por  oecasião 
(la  inauguração  do  seu  retrato  no  Club  Militar  Naval  em  12  de 
Março  de  1906.  (Lisbou—  1906). 

Elaborados  pelo  mesmo  escriptor,  e  lithographados  para  insi- 
namento  dos  alumnos  da  Escola  Naval,  recebi,  como  offerta  do 
Director  d'esse  instituto: 

Apontamentos  para  algumas  lições  da  11.^  cadeira  da  Escola 
Naval  (Arte  da  guerra  —  Fortificação  —  Estratégia  e  Táctica 
naval)  por  João  Braz  d' Oliveira,  Officicd  da  Armada»  (S.  1. 
(Lisboa)— 1906). 

Ainda,  por  obsequioso  intermédio  do  referido  Professor  JoZo 
Braz  de  Oliveira,  tive  a  satisfacçSo  de  ver  intrar  na  Bibliotheca 
uma  estimável  dadiva,  estimável  e  preciosa,  cujo  oiFerente  foi  o 
Sr.  Capitão-de-Fragata  Hypacio  Frederico  de  Brion,  benemérito 
Secretario  do  cReal  Instituto  de  Soccorros  a  Náufragos >.• 

Dizem  respeito  a  esse  Real  Instituto  as  seis  espécies  que 
recebi : 

1.^  —  Modelo  dos  Diplomas  conferidos  aos  Sócios. 

2.^  —  Modelo  dos  Diplomas  conferidos  aos  que,  por  actos 
valorosos  em  soccorro  de  náufragos,  merecem  ser  premiados. 

3.*  —  Medalha  de  prata,  conferida  por  benemerência  aos 
«Sócios  subscriptores»  em  testemunho  da  sua  «philanthropia  e 
caridade  1. 

4.'  —  Medalha  de  cobre,  para  ser  conferida  por  benemerência 
aos  «Sócios  subscriptores». 

5.*  —  Medalha  de  cobre,  para  ser  conferida  por  «coragem, 
abnegação  e  humanidrde»,  em  soccorro  de  náufragos. 

6.*  —  Medalha  de  prata,  para  ser  conferida  por  motivos  ana* 
logos  aos  da  medalha  precedentemente  mencionada. 

O  Sr.  Tenente-Coronel  João  Maria  Jalles  offertounos  107 
volumes,  d^entre  os  quaes  não  posso  furtar  me  a  especializar  os 
seguinte  doze: 

1.*  —  Direcçoens  que  ham  de  servir  Para  os  Senhores  Coro^ 
neis,  Tenentes  Coronéis,  e  Majores  dos  Regimentos  de  Infantaria 
dos  Exércitos  de  Sua  Mageatade  Fidtlissima  executarem  com  pre- 
cizào  os  grandes  movimentos  das  Tropas,  Estabelecidas  por  Ordem 


0D  BOLÊTlll  DAS  âlfiLlOTHECAd 


do  mtsíúo  Senhor  por  Sua  Alteza  o  Conde  Reinante  de  Schauni' 
bourg  Lippe. .......  E  traduzidag  do  Original  de  S.  A>  na 

língua  l*oHxigueza  por  Z>.  Joaquim  de  Noronha  Sargento  mordo 
Regimento  de  Schaumbourg  Lippe.  (Lisboa — 1767 — Com  68- 
tampas). 

2."  —  Novo  methodo  para  dispor  hum  corpo  de  Infantaria,  de 
80)'te  que  possa  combater  com  a  Cavallaria  em  Campanha  raza, 

Estabelecidas  (sie) por  Sun  Alteza  o  Conde  Reinante  de 

Schaumbourg  Lippe, ........  E  traduzidas  do  Original  de  S,  A* 

na  lingua  l'ortugueza  por  D.  Jcaquim  de  Noronha.  (Lisboa  — 
1767  —  Com  estampas). 

3.*  —  Ordenança,  que  determina  as  obngaçoens  dos  Inspectores 
das  tropas  de  Sua  Magestnde  Fidelissima:  Estabelecida  por  Or- 
dem do  mesmo  Senhor  pelo  Conde  Reinante  de  Schaumbourg 
Lippe,  (Lisboa —  1767). 

4."  —  Regulamento  para  o  exercido  e  disciplina  dos  Regimen- 
tos  de  Cavallaria  dos  Exércitos  de  Sua  Magèstade  Fidelíssima, 
Feito  por  Ordem  do  mesmo  Senhor  por  Sua  Alteza  o  Conde  Rei^ 
navfe  de  Schaumbourg  Lippe,  Marechal  General,  (Lisboa  — 1798 

—  Cam  estampas). 

5.*  —  Instrucçoes  para  a  formatura,  exercido,  e  movimentos 
dos  regimentos  de  infante»'ia  por  ordem  do  Excellentissimo  Senhor 
Guilherme  Carr  Beresford,  (Lisboa —  1809). 

6.®  —  Instrucçdes para  a  infantaria  de  linha.  (Lisboa — 1809). 

7.° — Regulamento  provisional  do  Real  Corpo  de  Engenheiros, 
(Lisboa— 1812). 

Vem  assignado  esse  Regulamento  por  D.  Miguel  Pereira 
Forjaz. 

8.^  —  Rhglement  sur  le  service  des  armées  en  campagne  annoté 
d'apres  les  meuilleurs  auteurs  qui  ont  tcrit  sur  VaH  militaire,  par 
Charles  de  Savoie  —  Deuxièvie  édition  revue  et  augmentée,  (Bru- 
xelles  — 1866). 

9.^  —  Le  tir  de  Vartillerie  de  campagne  (Das  Schiessen  der 
Feld-Artilierie)  par  le  Major  H,  Rohne  —  Traduction  du  capi- 
taine  G.  Bodenhojst,  de  Vartillerie  belge.  (Bruges — S.  d.  (1882) 

—  Com  estampas). 

10.®  —  Ètude  sur  le  tir  d'une  batterie  de  campagne  par  A. 
Lottin.  (Gand— 1884). 

11.®  —  O  exercito  e  as  finanças  do  Estado  —  Pelo  capitão  do 
exercito  J.  E,  Xavier  Machado,  (Lisboa —  1892). 

1 2.*  —  Jusé  Monk  —  Visão  politica,  [  Lisboa  — 1898). 


IS  ARCHIVOS  NACTONABS  21 


aJosé  Monk»  é  o  pseudonyiuo  do  oíBoial  (actualmente  falle- 
cido)  Joaquim  Emygdio  Xavier  Machado. 

* 
Da  Carta  Chorographica  dos  limites  de  fronteira  (entre  Por- 
tugal e  Uespanha)  recebemos  no  primeiro  trimestre  de  1908  mais 
uma  folha  —  a    tFuIha  N.^    17»    chromo-lithographada   com  a 
mesma  perfeição  das  que  antecedentemente  sahiram  publicadas. 

Da  cUniáo  Velocipedica  Portugueza»  tenho  a  registar  duas 
offertas: 

1.*  —  A  velocipedia  no  exercito — Conferencia  realisada  em 
23  de  Maio  de  1907  por  João  Carlos  Brandeiro  de  Figueiredo. 
(Lisboa — 1907  —  Com  o  retrato  do  auctor,  que  ó  Tenente  da 
Administração  Militar). 

2.*  —  Carta  de  Portugal  contendo  as  estradas  de  macadam  e 
caminhos  de  ferro  —  Publicada  para  commemorar  o  6*  anniver- 
sario  da  fundação  da  União  Velocipedica  Portugueza — CoordC" 
nada  por  Henrique  Loureiro.  (Na  escala  de  1  para  2:000000). 

A  «Liga  Nacional  contra  a  Tuberculose»  inviou-nos  oito  pu- 
blicações: 

1,*  —  Da  utilidade  dos  sanatórios.  Os  sanatórios  populares 
por  Carlos  Santos,  (Lisboa  —1901), 

2.*  —  Congresso  contra  a  Tuberculose  —  Actas  e  documentos 
do  1.^  Congresso  dos  Nudeos  da  Liga  Nacional  contra  a  Tuber- 
culose. (Lisboa — 1901). 

3.*  —  2.®  Congresso  contra  a  Tuberctdose — Actas  e  documen- 
tos do  2.**  Congresso  dos  Núcleos  da  Liga  Nacional  contra  a 
Tuberculose.  (Lisboa  —  1903). 

4.*  —  Manual  d'Hygiene  para  as  Escolas  Primarias  por  Cân- 
dido da  Cruz.  (Lisboa  —  1903). 

5.* —  O  contagio  da  Tuberculose  —  Conferencia  realisada  na 
Escola  Nacional  de  Lisboa  para  o  sexo  feminino  por  D,  Amélia 
Cárdia.  (Lisboa  — 1903). 

6.*  —  Perigos  da  Syphilis  (conselhos  populares)  por  Thomaz 
de  Mello  Breyner.  (Lisboa  —  1905). 

7.**  —  Habitações  operarias  em  Portugal.  Relatório 

por  António  de  Azevedo.  (Coimbra  —  19()5). 

8*  —  Problemxs  de  Hj/giene  —  /.  Falsificações  alimentares 
por  Cardoso  Pereira.  (Famalicão  —  1907). 

Da  Revista  de  Seiencias  Naturaes  e  Sociaes,  que  no  Porto  se 


32  BOLE  nu  DAS  BIBLIOTHECAS 


publicou  sob  a  direcçfto  dos  Srs.  Wenceslau  de  Lima,  Ricardo 
Severo,  e  António  Augusto  da  Rocha  Peixoto,  possuiamos  na 
Bibliotheca  Nacional  apenas  os  três  primeiros  volumes  (cuja 
ebtampagem  teve  começo  em  1889). 

Sias  d^essa  interessantíssima  c Revistai  sahiram  mais  dois 
volumes,  os  Vol.  iv  e  v,  publicados  de  1895  a  1898;  e  d* esses 
me  fez  agora  offerta,  completando-nos  a  truncada  collecçào,  o 
Sr  Dr.  António  Augusto  da  Rocha  Peixoto,  distinctissimo  Biblio- 
thecario  da  Real  Bibliotheca  Pública  Municipal  do  Porto. 

E,  já  que  do  Porto  falei,  mencionarei  aqui  o  brinde  que 
d'aquella  cidade  nos  veiu  remettido  pela  Secretaria  da  Escola 
Medico -Cirúrgica : 

Annuarío  da  Escola  Medico- Cirúrgica  do  Porto  — Anno 
lectivo  de  1906-1907.  (Porto  — 1907). 

Inclue  esse  volume,  álêm  de  várias  informações  mui  provei- 
tosas, os  seguintes  elementos: 

1." — «Prof.  Clemente  Pinto»  (Estudo  bio-bibliographico  por 
Thiago  d'Alnieida,  com  o  retrato  do  biographado); 

2.** — c Noticia  histórica  da  Escola  Medico-Cirurgica  do  Porto» 
por  Maximiano  Lemos; 

S.** — «OraçSo  proferida  pelo  Professor  Carlos  Alberto  de 
Lima  na  sess&o  soleume  da  abertura  das  aulas,  em  15  de  outubro 
de  1906»; 

4.* — t  Valor  da  constítuiçUo  chimica  e  das  propriedades  phy- 
sicas  dos  medicamentos,  na  explicação  dos  seus  effeitos  phjsío- 
lógicos  —  Oração  académica  na  sessão  solemne  da  abertura  das 
aulas  da  c Escola  Superior  de  Pharmacia  do  Porto»,  em  17 
d'Outubro  de  1906  pelo  Prof.  Alberto  d'Aguiar». 

Offerecida  pelo  instituto  a  que  diz  respeito,  archivei  a  seguinte 
publicação : 

A  Escola  Medico-Cirurgica  de  Lisboa  em  1900-1906 — An- 
ntMrio  coordenado  sob  a  direcção  de  P.  A,  Bettencourt  Raposo 
Lente  cathedratico  e  Secretario  da  mesma  Escola.  (Lisboa — 1907). 

De  género  análogo,  imbora  concernente  a  outro  instituto  do- 
cente, recebi  também  a  publicação  que  passo  a  mencionar: 

Annuario  do  Real  CoUegio  Militar  —  Anno  lectivo  de  1906- 
1907.  (Lisboa  — 1907). 

Inclue-se  no  volume  o  «discurso  inaugural»  pronunciado  pelo 
Prof.  Luiz  Augusto  Leitão  na  sessão  solemne  de  abertura  das 


K  ARCniVOS  KACIONAEfi  23 


aulas  e  distribniçllo  de  prémios,  sessão  a  que  se  dignaram  assistir 
Sua  Alteza  Real  o  Senhor  D.  Luiz  Filippo  e  Sua  Alteza  àSere- 
nissima  o  Senhor  Infante  D.  Manuel. 

Do  Sr.  CapitAo  Alfredo  Augusto  de  Oliveira  Machado  e  Costa, 
Professor  no  supra-meneionado  Beal  CoUegio  Militar,  vieram-me 
oiFertados  dois  exemplares  do  discurso  que  elle  proferiu  na 
abertura  das  aulas  d'aquelle  instituto  em  referencia  ao  anno 
lectivo  1907-1908: 

A  educação  do  caracter,  (Lisboa — 1908). 

O  Sr.  Prof.  David  Lopes  veiu  pessoalmente  offerecer-nos  um 
exemplar  do  seguinte  opúsculo  («separata»  do  que  se  estampou 
no  «Boletim»  da  Sociedade  de  Geographia  de  Lisboa): 

Cartas  de  Roja  Singn  II,  Rei  de  Condia  aos  hollandezes 
(1636- 1660) y  publicadas  por  Donald  Ferguson — Precedidas  de 
uma  hibliographia  do  editor  por  David  Lopes,  (Lisboa  —  S.  d.). 

Aqui  temos  agora  um  folheto  constituído  por  30  paginas 
apenas;  mas  nessas  poucas  paginas  o  auctor  que  tal  folheto 
elaborou,  e  que  d'elle  nos  veiu  ofFerecer  um  exemplar,  justificou 
mais  uma  vez  o  muitissimo  que  vale  por  sua  vasta  illustraçfto. 

Intitula-se  o  folheto 

O  Orago  da  Egreja  dos  Anjos  pelo  Dr.  Santos  Farinha. 
(I^isboa— 1908). 

Ao  Sr.  Dr.  Manuel  José  dos  Santos  Farinha,  —  erudito  sa- 
cerdote que  exerce  com  singular  estima  dos  seus  parochianos  o 
cargo  de  Prior  na  Parochial  Egreja  de  Santa  Isabel,  e  que  ás 
suas  carinhosas  funcçSes  de  pastor  d'almas  addíciona  o  condão 
de  occupar  no  púlpito  um  dos  legares  mais  proeminentes, — 
ficou  a  Bibliotheca  Nacional  devendo  também,  por  oíFerta,  uma 
abundante  coUecção  de  «diplomas»  em  branco  (diplumas  de  asso- 
ciações e  patentes  de  confrarias)  destinados  ao  «Álbum»  quede 
siroilhantes  espécies  tenho  determinado  organizar. 

Para  o  «Álbum»  que  deixo  mencionado,  forneceu-me  egual- 
mente  valiosos  elementos  o  Sr.  Jo%o  Capello  Jalles,  Amanuense 
da  Contadoria  da  Misericórdia  de  Lisboa. 

O  Sr.  Martinho  Augusto  Ferreira  da  Fonseca  presenteou-nos 
com  várias  photographias,  entre  as  quaes  se  especializam  duas 
ooncementes  á  Bibliotheca  da  Universidade  de  Coimbra  (em  uma 


24  BOLETIM  DAS  BIULIOTHKCAS 


das  quaes  se  representa  o  formoso  portal  de  intrada,  e  na  outra 
a  perspectiva  das  três  elegantes  salas  de  leitura). 

O  Sr.  Henrique  Marques,  proprietário  da  «Empresa  da  His- 
toria de  Portugal»,  prosegue  obsequiando-nos  com  as  suas  dadivas. 
Agora  nos  inviou  elle  um  volume  adornado  com  403  gravuras: 
Lisboa.  Compilado  e  estudo  por  Alfredo  Mesquita.  (Lisboa 

—  1903). 

Entre  as  gravuras  vem  uma,  na  pag.  173,  que  representa  o 
aspecto  exterior  do  edifício  em  que  actualmente  se  acha  instai- 
lada  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa;  e  de  pag.  411  a  412 
depara-se-nos  a  respectiva  notícia. 

Juntamente  com  esse  livro,  o  oflferente  remetteu-me  a  conti- 
nuação dos  volumes,  em  que  a  mencionada  «Empresa»  está 
dando  a  lume  a  collecç^o  das  Ohras  completas  de  António  Feli- 
ciano de  Castilho,  annotadas  e  commentadas  pelo  seu  filho  pri- 
mogénito, o  Sr.  Visconde  Júlio  de  Castilho.  São  já  em  número 
de  54  03  volumes  que  d^essa  collecçâo  appareceram  publicados, 

—  volumes  de  uma  edição  popular  adornada  com  plioto-íçravuras, 
volumes  baratíssimos  que  o  editor  expõe  á  venda  pelo  módico 
preço  de  200  réis  cada  um !  Quem  nâo  ha-de  por  este  módico 
preço  adquirir  os  primores  litterarios  do  glorioso  Poeta? 

Ao  Sr.  Dr.  José  Francisco  Trinda^le  Coelho  devo  o  oflFere- 
cimento  da  seguinte  dadiva : 

Trindade  Coelho  —  Manual  Politico  do  Cidadão  Poriuguez — 
2. '^  edição  actualisada  e  muito  augmentada — Prefacio  de  Alberto 
d' Oliveira.  (Porto— 1908). 

O  Sr.  Alfredo  Duarte  Rodrigues  mandou  expressamente  vir 
de  França,  para  nos  offerecer: 

Le  mal  de  mer.  Comment  on  se  preserve,  comment  on  se  soigne, 
comment  on  en  guérit  —  Guide  hygiéiiique  et  medicai  complet  du 
voyageur  a  hord  des  navires  publié  par  le  Comité  de  la  •Ligue 
contre  le  mal  de  me**»  sous  la  direction  du  Docteur  Madeuf  — 
2.^édition.  (Paris  — S.  d.}. 

O  Sr.  Francisco  Adolpho  Coelho,  Professor  de  Philologia  no 
Curso  Superior  de  Lettras,  inviou-nos  de  sua  lavra  a  seguinte 
producção : 

F.  Adolpho  Coelho  —  Casos  de  analogia  na  língua  portuguesa 
, — Eoctrait  de  la  tltevue  Hispanijueií,  tome  XV.  (Mâcon — 1907). 


E  ARCHIVOS  NAGI0NAB8  26 


O  Sr.  Baptista  de  Lima  (residente  na  Povoa  de  Vàrsim) 
também  de  sua  lavra  nos  inviou  a  seguinte  dadiva: 
Bem-me-queres  (Versos).  (Villa  do  Conde  — 1908). 

O  Sr.  Visconde  de  Sanches  de  Frias  offereceu-nos  ura  exem- 
plar de  três  producçSes  suas,  que  nSo  possuíamos  na  Bibliotheca, 
—  dadiva  tanto  mais  para  agradecer  por  isso  mesmo  que  todas 
três  correspondem  a  edições  totalmente  exgottadas. 

E  s%o  ellas: 

1.*  —  Jorge  de  Aguilar.  Dranm  em  um  prologo  e  três  actos 
por  D,  C.  Sanches  de  Fi-ias.  (Porto  — 1878). 

2.*  —  O  sello  da  roda.  Drama  em  um  prologo^  três  actos  e  um 
epilogo — Exlrahido  do  noiavel  romance  do  mesmo  nome,  original 
de  Pedro  Ivo,  por  Z).  C,  Sanches  de  Frias.  (Porto  — 1878). 

3.* —  Quadros  á  Penna.  Contos  e  Nai^ativas  por  Sanches  de 
Frias.  (Porto  -1891). 

O  Sr.  Dr.  Ârthur  Lamas  apresentou*  se-nos  doesta  vez  a 
oíFerecer-nos  uma  substanciosa  memoria,  em  que  se  fazem  repe- 
tidamente referencias  a  folhetos  raros  da  Bibliotheca  Nacional. 

A  memoria,  que  sahiu  primitivamente  publicada  nas  paginas 
d' O  Archeologo  Português,  diz  no  frontispício  da  respectiva  «se- 
parata» : 

Ârthur  Lamas  —  Medalha  commemorativa  do  casam&nto  de 
D.  João  VI — Da  collecção  organizada  por  José  Lamas,  (Lisboa 
— 1908). 

Na  elaboração  do  seu  opúsculo,  o  Sr.  Dr.  Ârthur  Lamas  nilo 
se  limita  a  descrever-nos  a  medalha  de  que  se  trata,  e  cujo 
anverso  e  reverso  nos  publica  em  photo-gravura  fao-simile,  — 
mas  congloba-nos  em  circumstanciada  minúcia  todas  as  interes- 
santes particularidades  que  logrou  apurar  ácêrca  dos  preparativos 
e  festejos  relativos  ao  principesco  inlace.  E  termina  o  folheto 
pela  reproducçSo  fac-8Ímíle  (era  zinco- gravura)  de  uma  espécie 
biblfaea  mui  rara,  —  tão  rara  que  ainda  até  hoje  nfto  teve  o  Sr. 
Lamas  occasíão  de  incontrar  mais  do  que  o  exemplar  existente 
em  nossa  Bibliotheca. 

Essa  espécie  raríssima,  constituída  por  uma  folha  de  almasso 
dobrada  in-4.**  (s.  1.  n.  d.  —  mas  cora  todos  os  visos  de  haver  sido 
impressa  na  Hespanha  e  provavelmente  era  Madrid),  tem  sua 
impressão  a  duas  columnas  por  página,  incluindo  o  próprio  fron- 
tispício que  diz  na  primeira  columna : 

Lamina  que  representa  la  medalla  acunada  eon  motivo  de  los 


26  BOLETIM  DAS  filBLIOTHECAS 


aagustop  desposorios  de  los  Sererdsimos  Séíores  InfanUs  d$  Es- 
paíía,  Doha  Carlota,  y  Don  Gabriel,  y  los  Selares  Infantes  de 
Portugal  Don  Juan,  y  Dj^  Mariana  Viciaria,  celebrados  eti  las 
cortes  de  Madrid  y  Lisboa  en  los  dias  27  de  Marzo,  y  12  de 
Abril  dei  aho  de  1786,  explicacion  y  ciroinstancias  de  eUos. 

A  columna  segunda  oiFerece*nos  em  francez  e  por  esta  forma 
a  interpretação  do  título  castelhano  que  &ea  transcripto: 

Planche  qui  represente  la  médaille  frappée  à  Voccanion  du 
mariage  de  Don  Gabriel,  Infant  d^Espagne,  avec  Vlnfante  de 
Portugal  Dóha  Marie-Victoire,  et  de  Don  Jean,  Infant  de  Por- 
tugal, avec  Vlnfante  d'Espagne  Do^a  Charlotte,  dont  la  cérémonie 
a  été  faite  respectivement  a  Madrid  le  27  du  mais  de  Mars  et  a 
Lisbonne  le  12  du  móis  d'Avril  de  Vannée  1786,  oú  Von  repré- 
sente  tovtes  hs  circonstances  de  ces  deux  évenemem. 

Finalmente  fecharei  esta  resenha  trimestral  das  dadivas  prin- 
cipaes,  com  que  a  Bibliotheca  foi  contemplada,  mencionando  fi^s- 
tivamente  a  formosissima  grinalda  de  perfumadas  flores  cora  que 
uma  notável  dama  consagrou  a  gloriosa  memoria  de  outra  dama 
nSo  menos  notável. 

A  Sr.*  D.  Olga  Moraes  Sarmento  da  Silveira,  —  que,  nSo  só 
entre  conterrâneos  mas  entre  extrangeiros  também,  desfructa 
com  justificada  razão  foros  de  brilhante  escriptora, — propoz-se 
dar  a  lume  successivas  monographias  ácêrca  das  cmulheres  illus- 
três»  portuguezas. 

£  d'essa  opulenta  galeria  o  primeiro  vulto  que  suggestivA*^ 
mente  lhe  surriu,  foi  o  da  célebre  aAlcippe»,  —  a  cuja  gloriA- 
caç&o  determinou  aquella  talentosa  escriptora  dedicar  um  livro, 
de  que  nos  oífereceu  exemplar,  e  que  diz  assim  no  frontispício: 

A  Marqueza  de  Aloimi  (Sua  influencia  na  sociedade  partu- 
gueza).  1760-1839.  (Lisboa  —  1907;. 

Vem  antecedido  o  texto  do  livro  por  uma  tCarUi-Prefacío» 
do  Sr.  Dr.  Theophilo  Braga;  e  servem-lhe  de  adorno  o  retrato 
da  auctora  e  o  da  biographada,  juntamente  com  vários  outros 
retratos  da  familia  de  cAlcippe»,  assim  como  diversas  photo-gra- 
vuras  em  que  se  representam  assumptos  que  com  cAlcippe»  ou 
com  sua  familia  se  relacionam  de  perto. 

De  acquisiçSes  por  compra,  passarei  agora  a  informar. 

Em  1906  se  começou  a  estampar  eiu  Paris  o 

Bulletin  des  BibliotKèques  Populaires publié  saus  les 

QMSpices  de  la  Bibliaihlque  de  1'Enseignement  Public  et  de  Fins- 

pection  Géfiérale  des  Bibliothèques. 


£  ÁRCHIVOS   NACIONÁES  27 


Tal  publicação  conta  já  dois  volumes  (concernentes  a  1906 
e  1907). 

Por  me  parecer  importante  o  seu  assumpto,  importante  ainda 
mais  para  o  pessoal  technico  da  nossa  Bibliotheca  do  que  pro- 
priamente  para  os  leitores  communs,  resolvi  tomar  do  referido 
Boletim  assígnatura  permanente. 

A  Oeselhchaft  filr  Romanische  Literatitr  publicou  em  1907 
dois  novos  volumes,  que  a  Bibliotheea  Nacional  de  Lisboa  recebeu 
como  subscriptora  d'aquella  sociedade  litteraría. 

E  são  elles: 

António  Mwhoz  —  Aventuras  en  verso  y  prosa,  Nach  d-em 
Druek  von  1739  neu  Herausgegeben  von  O.  Baist,  (Dresden  — 
1907). 

Cancionero  y  Obras  en  prosa  de  Fernando  de  la  Torre,  Pvr 
hlicado  por  A,  Paz  y  Mélia,  (Dresden  —  1907). 

The  lUustrated  London  Neics  —  uma  das  mais  interessantes 
publicações  que  no  seu  género  apparecem  á  luz  —  constituíam  na 
nossa  Bibliotheca  em  tempos  uma  espécie  que  por  certa  classe 
de  leitores  era  avidamente  consultada.  E  d^essa  curiosa  espécie 
possuímos  a  collecç&o  desde  seu  principio  (Maio  de  1842)  até 
1887, — anno  em  que  mandou  suspender  a  assignatura  respectiva 
quem  por  essa  occasião  superintendia  nos  serviços  do  nosso  insti- 
tuto como  Bibliothecario-Mór  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Imbora  tenhamos  assignatura  permanente  de  duas  clllustra- 
ç8es»  extrangeiras,  também  notavelmente  curiosas,  —  taes  como 
Uniustration  que  se  publica  em  Paris,  e  La  IltAstración  Espa- 
ííola  y  Americana  que  se  publica  em  Madrid,  —  afigurou  se-me 
todavia  de  grande  interesse,  e  conveniência  imprescindível,  vol- 
tarmos a  receber  a  flllustraçSo»  londrina  de  que  faço  mençSo, 
pois  que  esta  se  caracteriza  por  uma  especial  feiç&o  que  das 
outras  duas  a  distingue;  e  no  principio  do  anno  corrente  mandei 
reabrir  d'ella  assignatura  permanente. 

De  Londres  mandei  vir  os  dois  últimos  volumes  publicados 
— volumes  que  se  referem  a  1906  e  1907 — da  obra  que  annual- 
mente  alli  se  estampa  sob  o  titulo 

The  Statesman^s  Year-Booh edited  hy  J,  Scott  Kd- 

tie with  the  assistance  of  L  P.  A,  Reninick, 

Constituo  sempre  uma  parte  curiosa  nestes  ((Ânnuarios»  o 
capitulo  que  se  refere  a  Portugal. 


28  BOLETIU  DAS  BIBUOTHECA8 


E  terminarei  a  lista  das  obras  que  de  Londres  mandei  vir, 
citando  uma  publicação  esplendida: 

Fratieeêco  Bartoíozzi,  R.  A.  —  A  Biograpkiecd  Efsay  By  J. 
r.  Herbert  Baily.  With  a  Cutalogiie  ofthe  PríncijMzl  Prinis,  and 
a  Six  Yeavh'  Record  of  Auction  Prices.  (London — 1907). 

Era  número  de  cem  se  contam  as  galantissimas  estampas, 
com  que  esta  elegante  edição  nos  apparece  illustrada,  coloridas 
muitas  d^ellas,  e  entre  essas  a  reproducçâo  do  bel  lo  retrato  de 
Bartoíozzi  pintado  por  Joshua  Reynolds  e  gravado  pelo  não  menos 
notável  Roberto  Marcuard. 

A  obra,  que  muito  -se  prende  cora  a  historia  da  gravura  era 
Portugal  (pois  que  em  Portugal  residiu  Bartoíozzi  muitos  annos, 
aqui  charaado  a  convite  de  D.  Rodrigo  de  Sousa  Coutinho,  e  era 
Lisboa  veiu  a  fallecer  numa  edade  avançada),  abrange  quatro 
secçSes:  —  Esboço  biographico  de  Bartoíozzi;  Bibliographia  de 
publicações  relativas  ao  dito  gravador;  Lista  de  gravuras  por 
elle  executadas;  e  Lista  de  gravuras  vendidas  entre  1901  e  1907 
(com  08  respectivos  preços). 

Lamentável  é  todavia  que  o  auctor  de  obra  tão  interessante 
haja  deixado  ommissos,  na  parte  bibliographica,  os  nomes  dos 
escriptores  portuguezes  (v.  g.,  o  de  Cyrillo  Volkmar  Machado, 
que  largamente  se  occupa  de  Francisco  Bartoíozzi  na  sua  Col- 
lecção  de  memorias  relativas  ás  vidas  dos  pintores  e  esculptores, 
architectos  e  gravadores  portuguezest ^  e  dos  estrangeiros  que  esti- 
veram em  Portugal), — como  lamentável  me  parece  que,  na  lista 
das  chapas  abertas  pelo  illustre  gravador  florentino,  nenhuma  se 
incontre  mencionada  das  que  elle  com  tanta  maestria  executou 
quando  em  Portugal  residente. 

Na  Bélgica  mandei  comprar : 

L.  Maeterlinck — Le  genre  satirique  dans  la  peinture  Jlamande 
—  Deuxième  édition  revue,  corrigée  et  considérahlenient  augmentte. 
(Anvers — 1907  —  Com  muitas  estampas,  quer  intercaladas  no 
texto,  quer  em  fls.  aparte). 

Em  França  adquiri  as  obras  que  passo  a  mencionar: 
Herculanum  et  Pompéi.  liecueil  general  des  peintures,  bronzes, 
mosatques,  etc,  découveiis  jiisqnà  ce  jour,  et  reproduits  d^après 
Le  Antichílà  di  Ercolano,  li  Sluseo  Borbonico  et  tous  les  ouvra- 
ges  analogues,  uugmenté  de  sujets  inédits  graves  au  trait  sur  cuivre 
par  IL  Rotix  ainé  Et  accompagné  d*un  Texte  explicatif  par  M. 
L.  Barre.  (Mesnil  (Eure)  —  1 8161-62  —  8  vol.). 


E  ARCHIVOS  NACIOKÂBS  20 


Exgottada  desde  muito  a  ediçSo  doesta  curiosa  obra  que  nfto 
possuíamos  na  Bibliotheca  Nacional,  debalde  a  procurei  obter 
durante  largo  tempo,  e  só  agora  logrei  alcançar  d'elia  um 
exemplar. 

Dictionnaire  de  Médecine,  de  Chirurgie,  de  Pharmacie  et.  des 
Sciences  qui  sy  rapportent.  Par  Ê,  Littré — Vingt  et  unième 
édition  enfièrement  refondue  yav  A,  Gilbert.  i^Corbeil  — 15)00). 

Do  velho  fDiccionariu»  de  Nysten,  siiocessi vãmente  modifi- 
cado e  ti*an2>rormado  por  Carlos  Rubin  e  por  Emiiió  Littré,  pos- 
sulamos  na  Bibliotheca  edições  anteriores;  mas  os  progressos 
sempre  crescentes,  sempre  ininternipto.s,  e  cada  vez  mais  assom- 
brosos, da  scicncia  médica  e  das  scieiícias  naturaes  qud  com  ella 
se  relacionam,  tornavain-nos  indispt;nsavel  adquirir  esta  nova 
ediçSLo,  cujo  refundidor  é  na  Faculdade  de  Medicina,  em  Paris, 
Professor  de  Therapeutica. 

VAme  et  le  Curps  par  Alfred  Binef.  (Paris  — 1906). 

O  auctor  ex^írct  na  Sorbonne  o  cargo  de  Director  do  Labo- 
ratório de  Psychologia,  —  e  a  obra  pertence  á  collecçâo  aBiblio* 
thèque  dtí  Philosophie  Scientitique»,  collecçfto  muito  estimada,  e 
dirigida  pelo  Dr.  Gustavo  Le  Bon. 

F,  de  Montessiis  de  Ballore  —  Les  fremllemenh  de  terre  — 
Géographie  séiêmologiquc  —  Avec  une  Préface  par  M,  A,  de  Lap- 
parent.  (Evreux — 1906  —  Com  cartas  illustrativas,  e  várias 
outras  figuras). 

Comte  de  Montessus  de  Ballore  —  La  science  séismologiqne  ~-^ 
Les  tremblemenfs  de  terre  —  Avec  une  Préface  par  M,  Ed,  Suess. 
(Paris — 1907  —  Com  cartas  illustrativas,  e  outras  diversas 
figuras). 

Emile  Haug — Traité  de  Géologie  —  /.  Les  phénomènes  géolo- 
giques,  (Coulommiers  —  1907  —  Coui  cartas  e  figuras). 

Vargot  ancien  (14Ô5-1850).  Ses  éUments  constitutifs,  ses 
rapporis  avec  les  langues  secrèfes  de  VEurope  méridionale  et  Vargot 
fáoderne.'  Avec  un  Appendice  sur  VArgot  jugé  par  Victor  Hugo 
et  Balzac.  Par  Lazare  Sainéan,  (Abbeville  — 1907). 

A  apreciação  de  Balzac  ó  extrahida  do  romance  La  dernierig 


30  BOLBTlH  DAS   UlBLlOTItKCAS 


incamation  de  VaiUrin;  a  de  Victor  Hugo  tem  por  procedência 
Les  Miêérables. 

Táin  bó  Cúalnge  —  Enlèvement  [du  taureau  divin  et]  des  va- 
cJies  de  Cooley,  la  plue  ancienne  tpopée  de  VEurope  occideutale, 
IVaduetion  par  H.  d'Arbois  de  JubainvUle.  (Première  livraison 
publiée  avec  la  coUaboration  de  M,  Alexandre  Smirnof,  (Mâcon 
—  1907  —  Com  estampas). 

Livres  d*Heureê  imprimes  au  XV*  et  au  XVP  nècle  conserves 
dans  les  bibliotKèques  publiques  de  Paris  —  Catalogue  par  Paul 
Laeombe,  (Paris  — 1907), 

Abrange  595  Números  esse  precioso  Catálogo,  elaborado  e 
largamente  prefaciado  por  quem  na  Bibliotheca  Nacional  de  Paris 
tem  o  titulo  de  Bibliotheca  rio  Honorário, 

Baron  de  MaricouH  —  Madame  de  Souza  et  sa  famille  — 
IVoisième  édition.  (Tours  —  1 907). 

cM«'idame  de  Souza»  é  a  conhecida  e  celebrada  escriptora 
com  quem  se  iniaçou  em  segundas  núpcias  D.  José  Maria  de 
Sousa  Botelho,  o  afamado  «Morgado  de  Matteus»  que  em  1817 
briosa  e  patrioticame'nte  deu  á  luz  em  Paris,  exclusivamente 
destinada  a  brindes,  a  mais  luxuosa^  a  mais  sumptuosa  ediç?lo 
d*  Os  Lusíadas. 

Incerra  pois  grande  interesse  para  Portuguezes  o  livro  que 
ora  menciono,  e  que  se  publicou  adornado  com  uma  heliogravura 
em  que  se  representa  o  retrato  da  biographada  («M*"*  de  Souza 
d^après  un  portrait  en  miniature  appartenant  à  M"""  la  vicom- 
tessa  d^Asseca»). 

■ 

Frédéric  Loliée  —  La  vie  d'une  impératrice,  Eugénie  de  Mon- 
tijo, d'apres  des  mémoires  de  cour  inédits.  (Tours  — 1907  —  Com 
abundantíssimas  illustrações). 

Albert  Savine  et  Frnnçois  Bournand — Le  9  Thermidor  d'après 
les  Documents  d'Archiues  et  les  Mémoires.  (Grand-Montrouge 
(Seine) — 1907  —  Com  iilustraçSes  documentárias). 

Cours  d^Economie  Politique  professe  à  VÉcoh  NationáU  des 
Ponts  et  Chaussées  par  C  Colson  —  Deuxième  édition  revue  et 
augmenfée.  (Lavai  —  1907  —  6  vol.). 


E  ÁRCniVOS  NÁCIOKAES  31 


O  auctor  é  em  França  o  Ingenheiro- Chefe  das  Pontes  e  Cal- 
çadas; e  a  obra  faz  parte  da  «Encyclopédie  des  Travaux  Publica» 
fundada  pelo  Inspector  Geral  das  Pontes  e  Calçadas  C.  Lechalas. 

Piei^re  Quentin-Bauchart  —  Lamartine  et  la  politique  étran- 
gere  de  la  Révolution  de  Février  (24  février  —  24  juin  1848), 
(Tours  — S.  d.  — 1907). 

Colonel  Biottot  —  Ze»  Grands  Inspires  devant  la  Science  — 
Jcanne  d' Are.  (Paris — 1907). 

Êtudts  d'histoire  et  de  psychologie  du  mysticisme,  Les  granas 
mystiques  chrétiens.  Par  Henri  Delacrolx.  (Chartres  — 1908). 

Poésie  et  Folie.  Essai  de  psychologie  et  de  critique  par  A. 
Antheaume  et  G,  Droniard  (Tours  —  1908). 

Os  dois  auctores  sfto  ambos  clínicos  ein  hospitaes  de  alienados. 

Les  femmes  homicides  par  le  D^  Pauline  Taímoicski — Avec 
40  planches  hors  texte  contenant  161  figures  et.  8  iableaux  anthro- 
pométriqties .  (Evreux — 1908). 

Science  de  hi  Mor  ale  par  Ch.  Renoitvier  —  Nouvdle  édition. 
(Chartres  —  1 908  —  2  vol .). 

Les  pvincipes  de  Vévolution  sociale  par  Dicran  Aslanian. 
(Paris -1908). 

Identité  et  Réalité  par  Éniile  Meyerson,  (Evreux  —  1908). 

VIdée  de  Dieu,  Essai  sur  le  príncipe  de  Vart  moral  rationnel 
par  Albert  Bayet.  (Paris -Lille  — 1908). 

Alhert  Savine  et  François  Boumand  —  Fouquet  surintendant 
general  des  finances,  d'apres  les  Documents  d'Archives  et  les 
Mémoires,  (Grand-Montrouge  (Seine) — 1908  —  Cora  ilIustraçSes 
documentárias). 

Louis-Sébasiien  Mercier —  Tableau  de  Paris.  Édition  abrégée, 
Avec  reproduction  des  gravures  d*i  Dunker  et  des  caricatures  faites 
sur  Mercier  —  Préface  et  notes  par  Lncien  Roy.  (Paris  —  S.  d, 
— 1908). 


32  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHKCAS 


La  question  d^ Extreme- Orient  par  Édouard  DriauU»  (Cou- 
lommiers  — 1908). 

Na  «Livraria  Antiga  e  Mudernav  cio  alfarrabista  Caldas  Cor- 
deiro fiz  acquisição  de  doz  espécies: 

a) — Exposé  des  motifs  qui  ont  empêché  h  Maréchal-de-Camp 
Joseph-Marie  de  Moura,  d*aUer  rejoindre  à  Portq  Varmée  de  S, 
M,  T,  F.  la  Reine  de  Portugal,  sons  le  commandement  de  son 
auguste  phe,  S.  M.  L  le  Duc  de  Bvagance,  (Dunkerke  —  1 833). 

b)  —  Diccionario  Numismograjico  Lusitano,  Em  que  se  des- 
trevem  as  Moedas  antigas  de  Portugal^  duo  se  noticias  curiosas  a 
respeito  do  dinheiro  em  geral;  e  se  prova  que  nunca  em  Portugal 
houve  dinheiro  de  sola.   Por  F,  F.   P.   da  Villa  de  Favaios 
(Lisboa  — 1835). 

As  iniciaes  cryptonymicas,  sob  as  quaes  quiz  acobertar-se  o 
auctor  .d'este  folheto,  correspondem  ao  nome  de  Fr.  Francisco 
dos  Prazeres  Maranhão,  frade  franciscano  que  no  século  se  cha- 
mara Francisco  Fernandes  Pereira  e  na  villa  de  Favaios  tinha 
nascido  (como  informa  o  bibliographo  Innocencio  Francisco  da 
Silva  no  Tom.  III  do  seu  Diccionario  Bihliographico^PortuguezJ* 

c)  —  Eocposiçao  histórica  da  creaçflo  do  Museo  Portuense, 
Com  Documentos  Officiaes  para  servir  á  Historia  das  Bellas 
Artes  em  Portugal,  e  á  do  Cerco  do  Porto,  Por  João  Baptista 
Ribeiro.  (Porto  — 1836). 

d)  —  Funeral  que  pela  infausta  e  sentida  morte  da  Senhora 
Dona  Maria  Segunda,  de  saudosissima  memoria,  fizeram  os  Por- 
tuguezes  residentes  n'esta  cidade,  (Recife  —  18Õ4;. 

e)  —  Parnaso  Maranhense — Collecçao  de  poesias,  (S.  I.  (Ma- 
ranhão)—1861). 

Incerra  producçSes  de  cincoenta  e  dois  poetas,  íigurando  no 
conjuncto  quatro  composições  do  célebre  António  Gonçalves  Dias. 

f)  —  Gramática  de  la  lenqua  arábiga,  por  Dpn  José  Morena 
Nieto,  Catedrático  que  ha  sido  da  dicho  idioma  en  la  Universidad 
de  Granada,  (Madrid— 1872). 

g)  —  Estúdio  sobre  el  valor  de  las  letras  arábigas  en  el  alfa'' 
beto  castellano  y  regias  de  lectura  por  D.  Leopoldo  Egudlaz  y 


E  AKCUlVOS  NACÍONAÈS  33 


Anguas  Catedrático  de  Literatura  general  y  espahola  en  la  Uni- 
versidad  de  Granada.  (Madrid — 1874). 

h)  —  Boletim  da  Sociedade  Propagadora  de  Conhecimentos 
Geographico-Africanos  de  Loanda.  (Loanda — 1881), 

i)  — Estudos  Historico-Militares.  I.  Defensa  de  Campo  Maior 
em  1801.  Por  Pedro  Manuel  Tavares.  (Elvas—  1890). 

j)  —  Estudos  Historico-Militares.  IL  Acção  dos  PadrSes  da 
Teixeira  em,  1808.  Por  Pedro  Manuel  Tavares.  (Elvas  — 1892). 

Na  loja  dos  alfarrabistas  Pereira  da  Silva  &  C.^  comprei : 
c Carta  de  Brazão  de  Armas  passada  afavor  de  António  Jozé 
de  Afonceca  Mimozo  em  6  de  Abril  de  177õf  (Pergaminho  com 
illuminuras). 

Esta  Carta  de  brazão  d'armas  iica  em  nossas  colIecçSes 
constituindo  um  bello  pendant  d^aquelPoutra  que  adquiri  em  9 
de  Janeiro  de  1904,  comprada  a  Augusto  Henrique  Santos, — 
Carta  que  na  Regência  da  Senhora  Infanta  D.  Isabel  Maria  foi 
passada  afavor  de  «António  Roberto  dos  Reys  Tavares»  em  1 
de  Agosto  de  1827. 

Ao  nosso  «Inventario  Geral»  accresceram,  durante  o  trimestre 
que  hoje  finaliza,  mais  onze  folhas  impressas: 

Na  Secção  de  «Sciencias  Civis  e  Politicas»  (suspendendo-se 
temporariamente  a  continuação  dos  cadernos  relativos  á  Serie  1.^ 
(numeração  preta),  visto  que  já  nessa  temos  44  cadernos  estam- 
pados) principiou  a  impressão  da  Serie  2.^  (numeração  vermelha) 
e  d'ella  se  imprimiu  já  o  1.°  caderno  (em  que  se  alcança  o 
N.*^  178  da  respectiva  inventariação). 

Na  Secção  de  «Sciencias  e  Artes»  imprimiram-se  os  cadernos 
10."  e  11.^  da  Serie  1.*  (attingindo-se  já  o  N.^  1:596). 

Na  Secção  de  oPhilologia  e  Bellas-Lettras))  estamparam-se 
os  cadernos  lOG.®  a  108.''  da  Serie  1.^  (em  que  se  alcança  o 
N.*^  11:447)  e  o  caderno  66.**  da  Serie  2.*  (em  que  se  chega  ao 
N.'  6:623). 

Na  Secção  do  aArchivo  de  Marinha  e  Ultramar»  ultimou- se 
a  impressão  dos  cadernos  41.^  a  44.^  (em  que  se  attinge  o 
N.®  12:846),  e  assim  termina  o  texto  do  Vol.  ii  relativo  aos 
documentos  do  archipelago  madeirense. 

?.•  ANNO,  N.»  1  3 


84  fiOLfiTlM  DAS  BIBLtOTHECAS 


Em  remate  do  mea  Relatório,  nelle  porei  agora  uma  nota 
que  me  enche  de  cordial  satisfacçílo. 

Em  7  de  Outubro  de  1907,  por  demiss&o  do  respectivo  func- 
cionario,  vagou  na  Bibliotheca  Nacional  um  logar  de  Amanuense- 
Escripturario. 

Para  seu  preenchimento  se  abriu  concurso,  cujas  provas 
prácticas  se  effectuáram  em  27  de  Janeiro  do  anno  corrente,  — 
ficando  provido  no  cargo  por  Decreto  de  18  de  Março,  publicado 
no  Diário  do  Governo  de  26  d'este  mez,  o  Sr.  António  Raphael 
Ferreira,  que  nesse  mesmo  dia  tomou  posse. 

As  excellentes  provas  que  deu  no  concurso  o  nomeado,  e  os 
attestados  que  apresentou  de  louvor  em  várias  commissSes  de 
serviço  público,  auctorizam-me  a  confiar  que  este  meu  novo 
companheiro  de  trabalhos  será  um  zeloso  e  laborioso  funccionario. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex/ — Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em 
31  de  Março  de  1908.  — 111.""  e  Ex.""  Senhor  Conselheiro 
Bibliothecario-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da  Cunha. 


£  ARCmVOS  KÀGIOKAÊd  35 


i  Exposição  Gemntlna  da  Bibllotheca  Nacional  de  Lisboa 

em  Maio  de  1900 


Em  1605  appareceu  pela  primeira  vez  a  lume  o  singularis* 
BÍmo  livro  do  immortal  Cervantes — El  ingenioso  hidalgo  Don 
Quixote  de  la  Mancha  —  livro  que  naqueile  anno  teve  seis  edi- 
çSes:  duas  em  Madrid,  por  JoSo  de  la  Cuesta;  duas  em  Lisboa, 
a  primeira  das  quaes  por  Jorge  Rodrigues  (e  ha  nesta  duas  mo* 
dalidades,  variantes  com  respeito  á  vinheta  decorativa  da  pagina 
frontispicial  e  com  respeito  egnalmente  á  folha  em  que  figuram 
exaradas  as  censuras);  e  a  outra  por  Pedro  Crasbeech;  finaU 
mente  duas  em  Valência,  ambas  impressas  na  officina  de  Pedro 
Patrício  Mey. 

Doestas  todas  passa  geralmente  por  edição'^primeira,  entre 
os  bibliographos,  uma  das  estampadas  em  Madrid  por  JoSo  de 
la  Cuesta;  mas  não  falta  quem  (com  argumentos  n%o  despicien- 
dos) se  incline  a  suppôr  eilç^o-jíyríneeps  (de  preferencia  ás  ediçSes 
madrilenas)  a  edição  lisbonense  de  Jorge  Rodrigues. 

Sem  agora  me  aventurar  nessa  discriminaçSo  de  primazias, 
e  restringindo-me  ao  limitadíssimo  intuito  das  breves  linhas  que 
vou  escrever,  direi  apenas  que,  para  acompanhar  a  nossa  vizinha 
Hespanha  nos  ruidosos  e  calorosos  festejos  com  que,  em  Maio 
de  1905,  celebrou  saudosamente  o  tri-centenario  da  publicaçSo 
do  immorredouro  livro,  determinei  eu  organizar  na  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa  e  patentear  durante  o  referido  mez  uma 
cExposição  Cervantina» — Exposição  que  inaugurei  aos  8  de 
Maio  e  que  d'ahi  a  vinte  dias  incerrei. 

Nessa  Exposição  apresentei  as  ediç5es  todas  que  a  Biblio- 
theca possue  do  D.  Quixote,  quer  no  original,  quer  em  traduc- 
çSes,  incluindo  nestas  as  ediç5es  que  existem  de  traducçSes  por- 
tuguezas,  entre  as  quaes  sobremaneira  se  destaca  a  do  Visconde 
António  Feliciano  de  Castilho  (continuada  pelo  Visconde  de 
Azevedo  e  concluída  por  Manuel  Pinheiro  Chagas),  assim  como 
a  do  Visconde  de  Benalcanfor  (effectuada  em  collaboraçSo  com 
o  Sr.  D.  Luiz  Bretòn  y  Vedra).  Por  esse  motivo  figurou  na  sala 
da  Exposição  o  busto  de  Castilho,  talhado  era  mármore  de  Car- 
rara  pelo  esculptor  José  SimSes  de  Almeida,  (busto  que  genere^ 


36  BOLBTÍlt  DAS  BlULlOTHlCCAS 


sãmente  foi  offerecido  em  tempos  á  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  pelo  Conservador  da  mesma,  o  Sr.  Visconde  JuIio  de 
Castilho),  e  figuraram  egualmente  os  retratos  photographicos  do 
fallecido  Visconde  de  Benalcanfor  e  de  D.  Luiz  Breton  7  Vedra 
(retratos  por  este  cavalheiro  offerecidos  á  Bibliotheca  sob  instan- 
cias minhas). 

Tratei  de  conjuntamente  expor  todos  os  exemplares  que  pos- 
Buimos  das  novellas  de  Cervantes,  das  suas  composições  poéticas, 
e  de  quaesquer  outros  escriptos  seus,  tanto  no  texto  original, 
como  em  versSes  (e,  entre  as  versSes,  lá  se  destacava  a  traduc- 
ySo  portugueza  da  Galatéa,  pelo  nosso  insigne  Manuel  Maria  de 
Barbosa  du  Bocage,  traducção  primorosamente  elaborada  sobre 
a  interpretação  franceza  de  Florian,  —  como  também  se  desta- 
cava a  traducçSo  anonyma  que  temos,  em  códice  manuscripto, 
da  Hiatoria  dos  Trabalhos  de  Persãis  e  Sigismunda). 

Juntei-lhes  egualmente  importantíssimas  monographias  de 
auctores  portuguezes  e  auctores  extrangeiros, — já  particular- 
mente .sobre  o  D.  Qiiigeote,  já  sobre  as  outras  producçoes  de 
Cervantes,  já  finalmente  sobre  a  vida  e  os  méritos  litterarios  do 
glorioso  novellista. 

Âccresceram  em  seguida  as  composições  que  do  D,  Q^iQcote 
derivaram  sua  origem,  quer  no  campo  das  novellas,  quer  no 
campo  das  obras  dramáticas,  —  e  entre  estas  avulta  brilhante- 
mente uma  das  mais  afamadas  «operas  do  Judeu».  £efiro-me  á 
Vida  do  Grande  D.  Quixote  de  la  Mancha,  e  do  Gordo  Sancho 
Pança,  Opera  que  se  representou  no  Theairo  do  Bairro  Alto  de 
Lisboa,  no  mez  de  Outubro  de  1733. 

E,  porque  em  8  de  Maio  se  commemorava  também  o  bi-cen- 
tenario  natalício  do  Dr.  António  José  da  Silva  (o  desditoso  dra- 
maturgo que  aos  19  de  Outubro  de  1739  foi,  sob  pretexto  de 
judaísmo,  victimado  nas  fogueiras  do  Santo-Ofiicio),  reuni  em  um 
dos  mostradores  as  obras  theatraes  d'aquelle  infeliz  e  as  de 
alguns  dos  seus  mais  notáveis  commentadores. 

Em  outro  mostrador  agrupei  diversos  livros  referentes  ao 
hjpothetico  incontro  de  Cervantes  nos  cárceres  argelinos  com  o 
célebre  Manuel  de  Sousa  Coutinho  (aquelle  que  na  clausura 
jdominicana  havia  de  ulteriormente  florescer  em  lettras  sob  o 
nome  de  Frei  Luiz  de  Sousa).  Neste  grupo  era  natural  que  figa* 


E  ARCHIV08  NÀCIONAES  37 


rassem  (por  isso  os  fiz  figurar)  eschptos  concernentes  á  identifi- 
cação (triumphantemente  rebatida  por  Camillo  Castello  Branco) 
entre  o  mencionado  Frei  Luiz  de  Sousa  e  o  portuguez  Manuel 
de  Sousa  Coutinho,  protagonista  da  narrativa  romântica  introdu- 
zida por  Miguel  de  Cervantes  Saavedra  no  Cap.  x  de  Los  Tra- 
hajos  de  Persiles  y  Segismunda, 

Um  grupo  que  nSo  descurei  foi  aquelle  das  obras  que  Cer-^' 
vantes  descreveu  como  existentes  na  livraria  do  seu  cavalleiro- 
andante,  —  muitas  das  quaes  (conforme  se  lê  no  Cap.  vi  dá 
•Primeira  Partei  do  D.  Quixote)  foram  pelo  cura  condemnadas 
ao  fogo,  emtanto  que  outras,  graças  aos  elevados  quilates  do  seu 
merecimento  litterario,  lograram  privilegiadamente  escapar  incó- 
lumes do  auto-de-fé  a  que  pretendiam  condemnálas  o  barbeiro 
e  a  sobrinha  do  tresloucado  manchego.  Por  esse  motivo  se  deparou 
aos  olhos  dos  visitantes,  na  «Exposição  Cervantina»,  um  mos- 
trador em  que  se  patenteavam  obras,  que  nada  tinham  directa- 
mente cora  o  platónico  adorador  da  imaginária  Dulcinéa,  mas 
que  só  incidentemente  se  relacionavam  com  elle  pelo  facto  de 
haverem  sido  incontradas  entre  os  volumes  da  sua  livraria. 

E  agora, — ao  receber  de  Madrid,  como  preciosa  dadiva  para 
a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  um  exemplar  do  Catálogo  de 
la  Expotnción  celebrada  en  la  Biblioteca  Nacional  en  el  tercer 
centenário  de  la  publicación  dd  Quijote  (Madrid — 1905), — sin- 
to-me  feliz  em  ver  que  também  a  mesma  idéa  acudiu  natural- 
mente ao  cCuerpo  facultativo  de  Árchi veros,  Bibliotecários  7 
Arqneólogosi,  na  organizaçfto  do  seu  brilhantíssimo  trabalho:  lá 
vem  (de  pag.  i  a  LV),  sob  o  titulo  «Biblioteca  de  Don  Quixote», 
uma  secção  curiosissima. 

Por  analogia  de  assumptos,  e  como  pretexto  para  denunciar 
aos  visitantes  uma  secção  de  clironicas  e  novellas  que  possue  a 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  na  secção  dos  seus  códices  ma- 
nuscriptos,  pertencentes  umas  ao  género  cavatleiresco,  outras  ao 
pastoril,  e  mesmo  algumas  ao  jovial  e  burlesco,  mandei  collocar, 
á  ilharga  do  mostrador  em  que  estavam  as  espécies  pertencentes 
á  «Livraria  de  D.  Quixote»,  um  mostrador  appenso  para  expo- 
sição d^aquelFoutras, — o  que  representou  decerto  uma  novidade 
bem  acolhida  por  quantos  ignorassem  a  existência  de  taes  ele- 
mentos. 


38  BOLBTUf  DAS  BIBUOTHEOÁS 


Inaugurada  em  8  de  Maio  a  cExposiçilo  Cervantínai  da 
Bibliotheca  Nacional  de  Liaboa^  foi  logo  nease  dia  concorrida  por 
21  visitantes,  e  por  27  no  dia  seguinte.  No  dia  10  diminuiu  a 
concorrência^  porque  só  appareceram  16  pessoas;  em  11  do  mez, 
vieram  14;  em  12,  intraram  16;  e  15  visitantes,  no  dia  13. 

Seguiu-se  um  Domingo,  em  que  não  esteve  patente  a  Expo- 
siçSo,  e  em  que  O  Século  publicou  acerca  das  espécies  alli  apre- 
sentadas um  minucioso  artigo,  illustrado  com  a  zinco-gravura 
representativa  do  aspecto  geral  da  sala;  suggestionada  pela  res- 
pectiva leitura,  avultou  no  dia  immediato  a  concorrência,  porque 
ascendeu  a  49  o  número  dos  visitantes.  Aos  16  do  mez,  tornou 
a  concorrência  a  baixar,  comparecendo  tào  somente  10  pessoas; 
seguiram-se  o  dia  17  com  4  visitantes,  o  dia  18  com  5,  o  dia  19 
com  3,  e  o  dia  20  com  8.  Ao  dia  21  correspondeu  novo  Domingo, 
em  que  a  Exposição  não  abriu  suas  portas,  —  e  durante  os  seis 
dias  úteis  da  semana  immediata  a  somma  total  dos  visitantes 
assumiu  apenas  a  conta  de  35. 

Resolvi  então,  perante  o  decrescimento  da  concorrência,  in- 
cerrar  no  Domingo  seguinte  a  Exposição,  —  mas  logrei  fechál-a 
com  a  festiva  assistência  de  numerosos  visitantes,  pois  que  nesse 
Domingo  (28  do  mez)  a  «Academia  de  Estudos  Livres •,  repre- 
sentada por  uma  cohorte  de  72  pessoas  (entre  damas  e  cavalnei- 
ros),  veiu  percorrer  em  passeio  artistioo-scientifico  os  aposentos, 
da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  observar  de  perto  as  prin- 
cipaes  preciosidades  que  nella  se  arrecadam. 

Teve  por  conseguinte  a  mencionada  Academia  occasião  de 
também  visitar  a  Sala  da  cExposição  Cervantinai,  —  o  que  fez 
com  que  subisse  a  295  o  número  total  dos  visitantes,  correspon- 
dente aos  dezenove  dias  em  que  a  Exposição  esteve  aberta.* 
Nesses  295  visitantes  cumpre  não  esquecer  que  figuraram  47 
damas  ornamentando,  abrilhantando,  e  perfumando  com  a  sua 
gentilissima  presença  o  sympathico  grupo  dos  concorrentes,  — 
concorrentes  que,  por  fagueiras  palavras  de  benevolente  animação, 
mais  de  uma  vez  significaram,  a  quem  esta  breve  noticia  está 
escrevendo,  o  desejo  de  que  similhantes  exposições,  exposições 
análogas,  se  repetissem  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Sirvam  esses  amoraveis  incitamentos  como  suave  contrapo- 


B  ABCHIVOS  HAaOKAES  39 


siçlo  á  estúpida  malevolencia  da  quem,  somente  censuras  tolas 
sabendo  fazer  ao  trabalho  honesto  e  sincero,  capricha  em  dar 
assim  razSo  áquelles  dois  conceituosos  versos  de  Boileau: 


Un  êot  trouve  Un^oun  un  pluê  sot  qui  Vadmrt, 
XJn  sot  pour  Vimprimer  d  des  êoiê  pour  le  Urel 


Entre  as  espécies  jomalisticas,  accrescidas  no  decurso  da 
Ezposiç&Oy  —  espécies  de  que  se  fará  mençSo  no  respectivo  Ca* 
tilogo, — abundam  noticias  encomiásticas,  muito  para  agradecer. 

Áté  de  longinquas  localidades  me  vieram  obsequiosamente 
saudaçSes.  A  esse  número  pertence  um  telegramma  do  estimável 
jornalista  Alberto  Bessa,  que  ao  tempo  andava  em  picturesca 
villeggicUura  entre  os  arvoredos  do  «Bom  Jesus»  de  Braga.  E 
porque  as  suas  palavras  redundam  em  crédito  da  Bibliotheca 
Nacional,  e  porque  redundam  ellas  egualmente  em  justo  louvor 
de  quem  me  aconselhou,  secundou,  e  auxiliou  no  meu  imprehen- 
dimento,  apraz-me  aqui  transcrevei- as  muito  penhorado;  na  sua 
transcripç&o  cumpro  inclusivamente  um  dever. 

Diz  assim  o  telegramma  expedido  em  15  de  Maio  ás  11  horas 
da  manhan: 

f  Dr.  Xavier  da  Cunha.  Bibliotheca  Nacional.  Lisboa. 

cFelicito  illustre  consócio  amigo  ExposiçSo  Cervantina  cujo 
êxito  chegou  até  esta  estancia  onde  encontro  alguns  dias.  Bessai. 


A  Academia  de  Estudos  Livres,  que  já  em  8  de  Janeiro  me 
tinha  honrado  visitando  na  Bibliotheca  Nacional  a  c Exposição 
Garrettiana»  por  mim  organizada,  costuma,  para  estas  suas  ex- 
cursSes  de  interesse  artistico  ou  scientifico,  destinar  de  preferencia 
08  dias  santificados, — e  fez-me  constar  que  muito  e  muito  dese- 
java ser  nalgum  d'elles  admittida  a  examinar  e  admirar  as  pre- 
ciosidades e  raridades  na  Bibliotheca  existentes. 

Pelos  Directores  da  Academia  me  foi  outrosim  manifestado  o 
impenho  de  que  me  prestasse  eu  a  ir,  na  própria  sede  social 
d'aquelle  instituto,  fazer-lhes  uma  conferencia  preparatória  da 
visita  que  desejavam  realizar. 

Accedi  gostosamente.   Combinou-se  o  Domingo  da  visita; 


40  BOLETIM  DAS  B1BLIOTHECA8 


combinou-se  a  noite  da  conferencia.  E  já  a  cExpoâçlo  Cervan- 
tinai  estava  prestes  a  fechar  saas  portas,  quando  recebi  a  segainte 
participação : 

c  Academia   de   Estados    Livres   (Universidade   Popular)  — 

Lisboa,  22  de  Maio  de  1905  — Sr.  Dr.  Xavier  da  Cunha 

—  Temos  a  honra  de  communicar  a  V. . . .  que  vae  ser  annun- 
ciada  para  a  próxima  quinta-feira  25  do  corrente  a  conferencia 
que* se  digna  fazer  no  seio  d'esta  Academia  acerca  da  Bibiiotheca 
Nacional  de  Lisboa.  —  A  Academia,  confiando  na  muita  bondade 
de  y . . . .  e  segura  do  seu  extremado  zelo  pelo  bem  publico  e 
pela  sagrada  causa  da  instrucçSo  nacional,  conta  com  a  sua 
annuencia  para  visitar  seguidamente,  no  domingo  28  pela  1  hora 
da  tarde,  sob  sua  direcção,  o  edifício  d'aquelle  importante  esta- 
belecimento, a  que  tão  superiormente  preside,  e  a  Exposição 
Cervantina  que  ali  se  abriu  por  sua  esclarecida  e  indefessa  ini- 
ciativa.— Queira  V. . . .  acceitar  ae  homenagens  da  nossa  consi- 
deração e  respeito.  —  De  V....  muito  attentos  veneradores 
obrigados  —  Pela  Direcção  :  Joaquim  Cardozo  de  Souza  Gonçal- 
ves, F,  Paula  e  Mello  p. 

Em  25  de  Maio,  á  noite,  na  sala  principal  da  Academia  tive 
effecti vãmente  a  honra  de  lhes  expor  uma  resumida  historia  do 
estabelecimento  a  que  presido  como  Director,  e  de  lhes  indicar 
por  alto  as  mais  estimáveis  espécies  que,  no  Domingo  aprazado, 
eu  me  propunha  mostrar-lhes. 

D'essa  conferencia,  —  em  que  se  me  proporcionou  ensejo  de 
offerecer  á  Bibiiotheca  da  Academia,  de  involta  com  humildes 
opúsculos  meus,  escriptos  mui  valiosos  firmados  pelo  Sr.  Gabriel 
Pereira  (Inspector  das  Bibliotheeas  e  Archivos  Nacionaes)  e  pelo 
Sr.  José  Joaquim  de  Ascensão  Valdez  (OflScial-Chefe  da  Secção 
de  Contabilidade  na  Secretaria  Geral  das  Bibliotheeas  e  Archivos), 
opúsculos  todos  elles  em  referencia  a  palpitantes  assumptos  da 
Bibiiotheca  Nacional  de  Lisboa,  —  deram  conta  na  manhan  se- 
guinte os  principaes  periódicos  da  capital,  sufficientemente  infor- 
mativos no  que  respeita  ao  conjiincto  do  meu  discurso,  imbora 
incidentemente  inexactos  num  ou  noutro  ponto  da  sua  informação 
ou  da  sua  interpretação  em  referencia  ás  doutrinas  enunciadas, 
quero  dizer,  nem  sempre  verdadeiros  espelhos  na  reflexão  das 
imagens  expostas  por  mim,  nem  sempre  gramophonicos  repro- 
ductores  das  minhas  idéas ;  em  todo  o  caso,  porém,  sempre  affe- 
otuosos  e  benévolos,  sempre  carinhosos,  credores  portanto  do 
meu  cordial  agradecimento. 


E  ÂRCHIV08  NACI0NAE8  41 


Depois,  aos  28  do  mez,  coube-me  o  gosto  de  receber  é  de 
guiar  08  raeus  bóspedes  no  seu  exame,  acompanhando  por  tiovas 
indicações  (in  loco)  a  apresentaçUio  das  variadas  espécies  bibliacas 
e  icónicas;  (|ue  adrede  na  véspera  eu  lhes  tinha  agrupado  para 
melhor  aproveitamento  de  quantos  comparecessem  a  observar  o 
nosso  opulento  pecúlio. 

Nesse  passeio  atravez  da  Bibliotheca  principei  por  conduzir 
os  visitantes  á  «Sala  da  Rainha»,  onde — em  aparadores  expres- 
samente dispostos — lhes  patenteei  riquissimos  livros  de  artisticas 
ornamentações,  entre  elles  o  célebre  exemplar  que  possuimos  da 
Physica  Sacra  Johannis  Jacohi  Schevchzeri  (AugU8ta3  Vindeli- 
corvm  4  Ulm» — 1731-1735),  exemplar  dado  em  1793  pelo 
Duque  de  ííorthumberland  aos  cistercienses  Monges  de  Alcobaça, 
e  descripto  pelo  Sr.  Gabriel  Pereira  no  opúsculo  publicado  sob 
o  titulo  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  —  Noticias  por  G.  P.  — 
//(Lisboa  — S.  d.  (189...?);  e  (2.»  edição)  Lisboa  — 1903). 

Na  «Sala  da  Rainha»  puderam  egualmente  os  visitantes  exa- 
minar os  retratos  a  óleo,  que  lá  existem,  do  Marquez  de  Ponte 
de  Lima  (primeiro  Inspector  da  Real  Bibliotheca  Pública  da 
Corte),  do  Dr.  António  Ribeiro  dos  Santos  (organizador  e  pri- 
meiro Bibliothecario-Mór  do  referido  instituto),  assim  como  tam- 
bém os  oito  painéis  em  que  se  acham  representados  o  Arcebispo 
de  Évora  D.  Frei  Manuel  do  Cenáculo,  o  Bispo  do  Algarve 
D.  Francisco  Gomes  de  Aveliar,  o  Bispo  de  Angra  D.  Frei 
Alexandre  da  Sagrada  Família,  o  insigne  pregador  e  diplomata 
Padre  António  Vieira,  o  eruditíssimo  diccionarisla  D.  Raphael 
BInteaU;  o  escriptor  suavíssimo  Padre  Manuel  Bernardes,  o  illustre 
prosador  D.  José  Barbosa  e  o  nfto  menos  illustre  seu  irmSo 
Ignacio  Barbosa  Machado.  Ao  exame  da  Academia  não  escapa- 
ram porfim  as  interessantes  gravuras,  que  na  referida  sala  se 
incontram  immolduradas,  e  os  notabilissimos  diplomas  (por  egual 
forma  incaixilhados),  entre  os  quaes  notavelmente  se  distingue 
um  documento  (em  pergaminho)  coevo  dos  princípios  da  nossa 
monarchia.  A  todos  estes  elementos  se  refere  o  Sr.  Gabriel  Pe- 
reira no  opúsculo  que  já  mencionei — Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  —  Noticias  por  O.  P.  —  //. 

Depois  intrámos  na  «Sala  de  Leiturai,  percorrendo  de  sul 
para  norte  o  «corredor  JP»  que  lhe  fica  parallelo,  —  corredor  em 
que  se  incontram  arrumados  grande  parte  dos  livros  pertencentes 


42  BOLETIM  DAS  BIBU0THECA8 


i  sacçto  de  cSoíencias  phjsicas  e  mathematicaa,  sciencias  nata- 
raes  ou  com  estas  intimamente  relacionadas,  sciencias  moraes  e 
philosophicas,  artes  indastriaes  e  bellas-artes». 

Torneando  em  seguida  para  a  esquerda,  na  direcç&o  léste- 
oeste,  cortámos  pelo  c  corredor  Ev,  onde  proseguem  livros  da 
secçSo  já  mencionada,  fronteiros  aos  livros  da  secçSo  de  «Scien- 
cias civis  e  politicas». 

Ao  cabo  do  corredor  penetrámos  na  «Sala  dos  Jornaes», 
presidida  pelo  busto  de  Almeida-Garrett;  e  lá  lhes  mostrei,  sobre 
larga  mesa  abertos,  os  quatro  volumes  da  obra  grandiosa  e  mo- 
numentalissíma,  com  que  em  tempos  foi  presenteada  a  Bibliotheca 
Nacional  —  The  Birds  of  America  from  original  drawings,  hy 
John  Jaines  Audubon  (Lòndon  —  1827-1838). 

Seguindo  logo  á  direita  pelo  «corredor  D»  na  direcção  de 
sul  para  norte, — corredor  em  que  principalmente  avulta  a  secção 
das  f Sciencias  religiosas»,  —  torneámos  em  angulo  recto,  de 
oeste  para  leste,  pelo  ccorredor  C»,  onde  começam  as  estantes 
destinadas  aos  livros  de  «Pliilologia  e  Bellas-Lettras»,  secçfto 
que  ainda  se  continua  no  ccorredor  J3»,  corredor  disposto  na 
linha  norte-sul. 

Aos  olhos  dos  visitantes  se  deparou  alli  o  magnífico  painel 
de  azulejos  polvchromicos,  que  pertenceram  á  Capella  de  Nossa 
Senhora  da  Vida  (outrora  existentes  na  parochial  Egreja  de 
Santo  André  (de  Lisboa)  em  1845  demolida), — painel  do  século 
XVI,  em  que  se  representam  as  scenas  incantadoras  da  Annun- 
ciaçSo  e  da  Natividade,  painel  que  o  Dr.  José  Ribeiro  Guimarães 
(c;ntigo  Official  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa)  minuciosa- 
mente descreve  no  Tom.  il  do  Summario  de  varia  historía  (Lisboa 
-1872). 

No  ponto  em  que  perpendicularmente  o  ccorredor  B*  se  cruza 
com  o  ccorredor  £»  (já  percorrido  pelos  visitantes),  passa-se  da 
secçfto  de  cPhilologia  e  Bellas-Lettras*  para  a  secç&o  de  c His- 
toria e  Geographia».  Isto  fiz  eu  notar  aos  meus  hóspedes;  e, 
porque  na  recepção  d'elles  me  acompanhava  obsequiosamente  o 
Sr.  João  Augusto  Melicio,  Conservador  a  cuja  direcção  está  con- 
fiada a  secção  sobredita,  aproveitei  gostosamente  o  ensejo  de 
apresentar  aos  visitantes  aquelle  meu  prestimoso  coUaboradoFi 


B  ÁRCHIVOS  NACIONAES  43 


pondo  em  relevo  oom  toda  a  justiça  as  bellas  qualidades  intelle* 
ctuaes  e  moraes  que  tal  fímocionario  distinguem. 

Ao  cabo  do  c  corredor  J3>,  voltámos  á  esquerda,  seguindo 
pelo  c corredor  A^  que  abrange  com  os  de  c Historia  e  Qeogra- 
phia»  livros  da  secçfto  de  «Polygraphia».  Por  este  modo  se 
attingiu  novamente  o  ponto  de  partida^  depois  de  havermos  per- 
corrido os  seis  corredores  que  em-tôrno  dos  dois  antigos  claustros 
franciscanos  (hoje  convertidos  em  pateos  do  Qovêrno  Civil  e  da 
Academia  Real  de  Bellas-Artes)  descrevem  geometricamente  uma 
espécie  de  8  gothico. 

Chegando  ent&o  em  frente  do  vestibulo  destinado  ao  Por- 
teiro, admiraram  os  visitantes  a  majestosa  estátua  da  augusta 
fundadora  do  instituto,  a  Rainha  Dona  Maria  I,  —  estátua  pri- 
morosamente esculpida  em  mármore  de  Carrara  por  Joaquim 
Machado  de  Castro  e  offerecida  á  a  Real  Bibliotheca  PÚDlica 
da  Corte»  em  1799  pelo  Marquez  de  Ponte  de  Lima,  estátua 
que  o  Sr.  Gabriel  Pereira  (op,  ciiato)  minuciosamente  descreve. 
No  mesmo  vestibulo  os  visitantes  observaram  também  o  é Qua- 
dro de  Honra»  que,  ha  dois  annos,  institui  para  nelle  se  inscre- 
verem os  nomes  dos  que  beneficiam  com  dadivas  ou  com  serviços 
de  qualquer  natureza  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, — assim 
como  egualmente  lhes  fiz  ver  a  inscripção  commemorativa  do 
generoso  legado  com  que  em  1902  o  Dr.  Augusto  César  Alves 
de  Azevedo  contemplou  a  Bibliotheca. 

Subiu-se  depois  ao  segundo  pavimento,  —  e  nelle  se  princi- 
piou a  excursa  pelos  c corredores  &  e  ^T»,  em  cujas  paredes 
se  patenteiam  dependurados  numerosos  mappas  de  altissimo 
interesse,  notabilizando-se  entre  elles  os  que  no  século  xvin, 
em  relação  ao  Reino  do  Algarve,  foram  sumptuosamente  deli- 
neados por  ordem  do  respectivo  Óovernador,  Conde  de  Val-de« 
Reis,  e  delicadamente  desenhados  pelo  ingenheiro  militar  José 
de  Sande  Vasconcellos. 

Ao  internarmo-nos  em  aposentos  que  aos  «Reservados»  se  des- 
tinam, e  aos  fflncunabulos»,  e  aos  tManuscriptos»,  —  cresceu 
de  ponto  o  inlêvo  dos  visitantes,  perante  as  riquezas  que  eu  pre- 
viamente lhes  tiuha  disposto  e  agrupado  em  condições  de  com- 
modamente  as  examinarem. 

Passámos  em  revista  o  precioso  exemplar  da  raríssima  Biblia 


44  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAR 


Mogàntiná  (a  cdas  42  linhas»),  impressa  (em  1455?)  por  Guten- 
berg,  —  exemplar  que  approximadamente  vale  hoje  20  contos 
de  réis,  exemplar  que  o  fallecido  António  da  Silva  Tullio  (Con- 
servador da  Bibliothèca)  esmeradamente  descreveu  no  Vol.  iv 
do  Archivo  Pittoresco  (Lisboa — 1861)  publicando  ahi,  com  a 
respectiva  gravura,  um  conceituoso  artigo  subordinado  ao  ti- 
tulo  —  Fac  símile  da  Bíblia  de  Outenberg,  que  possue  a  Biblio- 
thèca Nacional  de  Lisboa, 

Passámos  depois  em  revista,  nos  exemplares  que  possuímos 
(em  pergaminho  um  d^elles),  o  Liuro  de  Uita  Christi  (Lixboa  — 
1495),  —  esplendida  impressão  que  no  Catalogo  da  Livraria  do 
fallecido  distincto  bibliographo  e  bíbliophilo  José  Maria  Nepo- 
muceno  (Lisboa  — 1897)  vem  niinuciosamente  descripta  (de 
pag.  138  a  142)  pelo  Sr.  Luiz  Trindade  (a  esse  tempo  Conser- 
vador da  Bibliothèca  Nacional  de  Lisboa,  e  hoje  Director  da 
Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes). 

Em  revista  passámos  ainda  o  Almanach  perpetuum  motuum 
astronomi  zacuti  (Leyree  — 1496) ;  —  e  bem  assim  a  Estaria  de 
muy  nobre  Vespesiano  emperador  de  romã  (Lisboa  —  1496),  im- 
pressão de  que  apenas  se  conhece  o  exemplar  descripto  pelo 
insigne  archeologo  e  numismata  Francisco  Martins  de  Andrade 
(Conservador  da  Bibliothèca)  no  Catalogo  das  obras  do  xr.  sé- 
culo que  possua  a  Bibliothèca  Nacional  de  Lisboa,  interessante 
resenha  que  forma  quasi  integralmente  o  volumoso  Tom.  ii  do 
esplendido  Relatório  acerca  da  Bibliothèca  Nacional  de  Lisboa, 
e  mais  estabelecimentos  annexos por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Barreto  e  Noronha  (Lisboa  —  1844-45). 

  esteS;  que  deixo  mencionados,  associei  vários  outros  pa- 
ieotjpos  de  apregoado  merecimento  e  notável  raridade,  tanto 
nacionaes  como  extrangeiros,  tanto  em  pergaminho  como  em 
papel. 

E  em  revista,  não  menos  demorada,  passámos  também  a 
ediçfío  princeps  d^Os  Lusíadas  (Lisboa — 1572),  bem  como  a 
edição  (egualmente  rarissima,  ou  talvez  ainda  mais  rara)  attri- 
buida  falsamente  ao  anno  da  princeps;  —  passámos  porfim  a 
edição  chamada  «dos  piscos*  (Lisboa  — 1584),  a  edição-pnncqos 
das  Rhythmas  de  Luís  de  Camões  (Lisboa  —  1595),  e  muitas 
outras  espécies  camonianas  de  subido  apreço,  entre  as  quaes 
me  não  esqueceu  apontar  a  formosa  edição  A^Os  Lufadas  lu- 
xuosamente estampada  a  expensas  do  célebre  Morgado  de  Matteus 
(Paris— 1817). 

Impressões  Aldinas,  Eizevirias,  Plantinianas  e  Bodonianas, 


S  AKCHIVOS  KACIOKAkS  4Õ 


vieram  em  seguida  offerecer-se  ao  cariosò  exame  dos  circum*- 
stantjes. 

  secçSo  dos  cManascriptos»  proporcionou-nos  a  iií^pecçSo 
de  códices  formosissimoa,  que  o  Sr.  Gabriel  Pereira  já  enumerou 
e  descreveu  em  um  de  seus  opúsculos  —  A  coUecçào  dos  códices 
com  íUufninurcuí  da  Bibliotkeca  Nacional  de  Lisboa  (Lisboa  — 
1904).  Entre  esses  tratei  de  mormente  especializar  a  celeber- 
rima  «Biblia  hebraica»  iiluminada  por  Josef  Açarfati  (Cervera 
—  1299),  bem  como  diversas  outras  sBiblias»  em  latim,  Missaea 
e  Breviários,  Livros  de  Horas,  etc,  etc.  Da  collecçâo  dos  cha- 
mados «Códices  de  Alcobaça»  escolhi,  entre  outros,  a  famosa 
«Biblia  latina»  que,  segundo  a  tradição,  fez  parte  dos  despojos 
tomados  pelos  Portuguezes  ao  Rei  de  Castella  em  14  de  Agosto 
de  1385  na  gloriosa  batalha  de  Aljubarrota. 

Dma  das  coisas  que  também  despertaram  sobremodo  a  atten- 
çSo  dos  visitantes,  foi  a  opulenta  collecção,  que  lhes  expdz,  de 
incadernaç5es  muito  e  muito  variadas,  amostras  de  typos  di- 
versissimos :  —  incadernaçSes  grosseiras  de  coiro  cru ;  incader- 
nações  em  tábua ;  incadernaçSes^  de  moscovia  com  finíssimos  la- 
vores; incadernaçSes  de  pergaminho  a  simularem  no  relevo 
bellas  esculpturas  de  marfim  antigo ;  incadernações  em  velludo, 
em  seda,  em  setim,  com  pinturas  ou  com  bordados,  com  pregos 
e  broches,  com  chapas  de  prata  ou  ferragens  doiradas,  com  doi- 
raduras  e  cinzeladuras  no  corte  das  folhas,  etc,  etc, — amostras 
da  industria  estrangeira  e  da  portugueza. 

Entre  as  incadernaçSes  de  industria  nacional,  folguei  de 
poder  mostrar  o  exemplar  precioso  que  possuímos  do  Floreto  de 
sant  Francisco  (Seuilla —  1492), — 'precioso  não  só  pela  sua  ra- 
ridade, mas  precioso  ainda  pela  incadernaçâo  que  o  reveste, 
incadernação  de  tábua  com  fôrro  de  coiro  preto  vincado  e  la- 
vrado, incadernação  executada  em  Xabregas  no  anno  1493,  como 
se  infere  de  uma  nota  manuscripta,  assignada  por  Fr.  JoSo  da 
Povoa  (célebre  confessor  de  El-Rei  D.  JoSo  II),  e  como  larga- 
mente explica  o  Sr.  Qabriel  Pereira  em  communicação  que  (sob 
o  titulo  Utíui  encadernado  portugueza  do  século  XV)  veiu  a 
lume  (firmada  pelo  cryptonymo  «A.  Vero»)  no  N.^  6  do  1,® 
anno  do  «Boletim  mensal  da  Livraria  M.  Gomes»  (Lisboa  — 
1894). 

Entre  as  modernas  de  procedência  portugueza,  figurava  a 
opulenta  incadernação   de   chagrín  vermelho,  com  que  mandei 


46  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTOECAS 


resguardar  am  brinde  gentílíssimo  da  nossa  augusta  Soberana, 
a  Senhora  Dona  Maria  Amélia  de  Oriéans,  —  um  exemplar  d'0 
Paço  de  Cintra,  d'aquella  incantadora  publicaç&o  que  Sua  Ma- 
jestade'illustrou  com  desenhos  seus,  —  um  exemplar  que  a  ex- 
celsa Rainha  se  dignou  amavelmente  offerecer  á  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa,  acompanhado  por  carta  do  seu  Veador. 

Algumas  das  incademaçSes  expostas  (e  até,  por  signal,  das 
mais  curiosas)  pertencem  á  Secçllo  do  cArchivo  de  Marinha  e 
Ultramari ;  de  lá  vieram  separadas  expressamente  para  que  em 
sua  visita  á  Bibliotheca  as  pudesse  a  Academia  de  Estudos  Li- 
vres apreciar  agrupadas  na  grande  cSala  dos  Manuscríptos», 
a  que  preside  o  busto  de  Alexandre  Herculano. 

Todo  o  espaço  que  nas  mesmas  salas  me  sobrou  disponivel, 
preenchi-o  dispondo  nelias  abertos  alguns  enormes  e  ponde- 
rosos volumes^  escolhidos  d'entre  os  que  o  Sr.  Gabriel  Pereira 
descreve  em  monographia  a  que  poz  por  titulo  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa — Cottecçào  dos  livros  de  coro  dos  convénios  ex- 
tinctos  (Lisboa  — 1904). 

Ao  penetrarmos  no  cGabin'ete  Numismáticos,  interinamente 
confiado  á  solícita  direcçfto  do  Sr.  José  Joaquim  de  AscensSo 
Valdez  —  que  apezar  de  nfto  pertencer  já  hoje  ao  quadro  da 
Bibliotheca  Nacional  (pois  que  na  Secretaria  Geral  das  Biblio- 
thecas  e  Archivos  desimpenha  o  logar  de  Chefe  da  Contabili- 
dade) também  diligentemente  se  prestou  a  acompanhar-me  na 
recepç&o  da  Academia  de  Estudos  Livres,  —  pedi-lhe  que  fôsse 
elle  o  apresentante  das  preciosidades  numismáticas  e  archeolo- 
gicas,  de  que  se  incontra  repleto  o  mencionado  Gabinete.  Illu- 
minados  pela  auctorizada  palavra  de  tal  prelector,  lá  tiveram 
os  nossos  visitantes  ensejo  de  examinar  detidamente,  nfto  só 
moedas  e  medalhas,  mas  outrosim  monumentos  da  antiguidade 
romana,  aras  e  lápides  epigraphicas,  amphoras  de  argila,  urnas 
cinerarias  e  outros  artefactos  de  vidro,  lucernas  de  barro  e  de 
metal,  estatuetas  de  bronze,  anneis,  camafeus,  utensílios  prehis- 
toricos,  etc.,  etc. 

Entre  as  espécies  mais  notáveis,  apresentadas  pelo  Sr.  Val- 
dez, não  esqueceram  (como  era  de  plenissima  justiça)  as  deli- 
cadas aguarellas  em  que  o  falleeido  José  Valentim  (desenhador 
das  Obras  Públicas)  mimosamente  representou  algumas  das 
preciosidades  romanas  que  no  Gabinete  Numismático  se  arre- 
cadam. 


B  ARCH1V08  KACIOKAEd  4? 


Ooncomitantemente  mostrou  elle  também  a  fiel  cópia  em  que 
António  José  Colffis  Guimarães  (antigo  Oficial  da  Bibliotheca) 
reproduziu  de  um  c Livro  de  Horas»  uma  illumínura  que  repre- 
senta várias  moedas  de  oiro  e  prata,  portuguesas  e  castelhanas. 

Executada  em  1 852,  por  convite  do  Bibiiothecario-Mór  José 
Barbosa  Canaes  de  Figueiredo  Castello-Branco,  a  reproducç&o 
abrange  apenas  a  tarja  que  no  códice  original  circumscreve  a 
ÂdoraçSo  do  Menino  Deus  pelos  Magos.  Na  cópia  Col£fÍ3  Qui- 
marSeS)  limitando-se  ao  impenho  de  reproduzir  a  tarja  das 
moedas,  substituiu  a  illuminurá  central  da  scena  evangélica  pela 
seguinte  inscripçfto  a  tinta  branca  sobre  fundo  preto : 

cFac-simile  da  tarja  d'uma  das  folhas  do  precioso  livro  que 
possue  o  III.'"^  e  ExJ^^  Sfir.  D.  JoSo  de  Mello  Manoel  da  Ca- 
mará, intitulado  —  Hor»  Beat»  Mari»  Virginis,  ms,  em  per* 
gaminho,  do  XVI.  século,  a  qual,  e  consequência  de  representar 
todas  as  moedas  correntes  no  reinado  do  Senhor  D.  JoRo  III, 
entrando  neste  numero  uma  do  Senhor  D.  Diniz,  que  se  tem 
por  desconhecida,  mandou  o  Bibliothecarío  Mór  copiar  mui 
fielm.**». 

D'aquelle  códice  illuminado  faz  mençSo  Manuel  Bernardo 
Lopes  Fernandes  (em  pag.  47)  na  Memoria  das  moedas  correntes 
em  Portugal,  desde  o  tempo  do  Romanos,  até  o  anno  de  1866 
(Lisboa  — 1856). 

E  diz  assim :  —  iNa  livraria  do  Sr.  D.  Francisco  de  Mello 
Manuel,  que  foi  ultimamente  comprada  pelo  nosso  Qoverno,  e 
hoje  existe  na  Bibliotheca  Publica  de  Lisboa,  vimos  um  livro 
manusoripto  em  pergaminho,  contendo  oraçSes,  e  começado  a 
escrever  em  Lisboa  no  anno  de  1517,  com  lindas  vinhetas  e 
bem  coloridas  estampas  de  vários  Santos,  tendo  uma  dessas  ao 
redor  algumas  moedas  de  ouro  e  de  prata,  exactamente  dese- 
nhadas, e  muito  bem  douradas  e  prateadas ;  sendo  algumas  de 
D.  Fernando  V  e  D.  Isabel  de  Hespanha  entRo  aqui  correntes, 
e  as  outras  dos  nossos  Reis,  o  Sr.  D.  JoSo  11,  o  Sr.  D.  Ma- 
nuel, e  o  Sr.  D.  Jo2o  III,  e,  alem  destas,  uma  de  ouro  com 
dezesete  millimetros  de  diâmetro,  tendo  o  escudo  com  as  cinco 
Quinas  e  a  Cruz  de  Áviz,  em  tudo  semelhante  ás  do  Sr. 
D.  Joio  I,  e  a  legenda  =  Diniz  B,  Por.  =  NSo  é  possível  ser 
lavrada  pelo  primeiro  Sr.  D.  Diniz,  porque  nessa  epocha  ainda 
se  nlo  havia  posto  a  Cruz  de  Áviz  no  escudo  das  nossos  armas. 
NSo  é  provável  que  o  desenhador,  tendo  copiado  com  a  maior 
exactidSo  todas  as  outras  moedas,  se  enganasse  na  legenda  desta. 
Parece  ser  lavrada  pelo  Sr.  D.  Diniz  iilho  do  Sr.  D.  Pedro  I, 


48  BOLETIM  DAS  BiBLIOTH£CAS 


pretendente  á  Coroa  de  Portugal,  por  n2o  haver  outro  com 
quem  se  confunda ;  e  o  moedeíro  que  a  lavrou,  ou  copiaria  b 
escudo  das  armas  do  Sr.  D.  João  I,  ou  o  levaria  para  Hespa- 
nha,  tendo  sido  aqui  feito :  em  todo  o  caso  esta  moeda  de  ouro 
entra  nas  duvidosas». 

Á  Livraria  de  D.  Francisco  de  Mello  Manuel  da  Camará  foi 
effectivamente  comprada  pelo  nosso  Governo  em  18õ2  para  a 
Bibliothecta  Nacional  de  Lisboa;  mas  na  compra  não  iutrou  o  có- 
dice illuminado  que  tem  a  tarja  das  moedas. 

O  Dr.  Augusto  Carlos  Teixeira  de  AragEo,  no  Tom.  I 
(pag.  168)  da  De9cripção  geral  e  histórica  das  moedas  cunhadas 
em  nome  dos  Reis,  Regentes  e  Gove^madores  de  Portugal  (Lisboa 
— 1874),  offerece-nos  em  nota  a  seguinte  informação  com  res- 
peito ás  tHoras«  d'onde  Colffs  Guimarães  copiou  a  tarja  illu- 
minada:  —  cSão  umas  Horas  do  século  xvi,  que  pertenceram 
ao  padre  Joaquim  de  S.  Dama&o  passando  depois  á  livraria  de 
D.  Francisco  de  Mello  Manuel,  e  pelo  seu  herdeiro  offerecidas 
a  El-Rei  D.  Fernando». 

E  no  texto  da  obra  (loc.  citat.)  diz  o  Dr.  Teixeira  de  Aragão 
em  reft^rencia  ao  trecho  que  transcrevi  de  Lopes  Fernandes : 

«Para  melhor  fundamentar  a  sua  opinião  recorre  Lopes  Fer- 
nandes a  um  fac-simile  existente  na  bibliotheca  nacional  de  Lis- 
boa, representando  a  tarja  do  frontespecio  de  umas  Horas,  come- 
çadas a  escrever  em  pergaminho  em  1517,  onde  achou,  entre 
outras,  o  desenho  de  uma  moedinha,  com  17  millimetros  de  diâ- 
metro, tendo  no  escudo  das  quinas  a  cruz  de  Aviz,  em  tudo 
similhante  ás  de  D.  João  I  e  com  a  legenda :  DINIZ  R  POR. 
O  referido  auctor  não  escrupulisou  em  attribuir  esta  moeda  ao 
filho  de  D.  Ignez  de  Castro,  apesar  de  lhe  ver  a  cruz  de  Aviz, 
divisa  especial  do  seu  contendor!)) 

Aqui  ha  porem  que  distinguir  e  que  rectificar.  Lopes  Fer- 
nandes não  fez  o  seu  estudo  pelo  fac- símile  existente  na  Bi- 
bliotheca Nacional,  mas  teve  presente  (como  elle  próprio  declara) 
o  livro  das  Horas  original.  Cumpre  outrosiai  advertir  que  a 
c tarja  das  moedas»  não  pertence  tal  (comu  por  involuntário  lapso 
se  lê  no  trecho  que  ora  acabo  de  transcrever)  não  pertence  tal 
ao  afrontispicio»  das  Horas,  mas  sim  a  uma  das  preciosas  illu- 
minuras  intercaladas  entre  as  folhas  do  texto  (conforme  tive 
acima  occasião  de  expor). 

Proseguindo  nas  suas  informações  relativamente  ás  moedas 
da  tarja,  diz-nos  Aragão : 

«Pelo  exame  feito  na  estampa  verificámos  conter  quatorze 


K  ÁKClílVOS  KAClOKÁEâ  49 


moedas  bem  visíveis,  e  a  orla  de  oatras  muitas,  que  figuram 
estar  em  monte.  As  quatorze  patentes  sSo  duas  de  Fernando  e 
Isabel ;  cruzados  de  D.  Affonso  V ;  meios  vinténs  em  prata  de 
D.  Manuel ;  portuguezes  em  oiro,  tostdes  e  vinténs  de  D.  Jo&o  III. 
O  desenhador  não  guardou  proporções  relativas  no  tamanho  das 
moedas,  doirou  e  prateou  alternadamente  como  lhe  conveiu  ao 
melhor  effeito.  Uma  das  moedas  doiradas  tem  as  quinas  sem 
escudo  e  a  legenda  lOHANES  R.  que  só  pôde  ser  o  meio  tostão 
em  prata  de  D.  Jofto  III.  Outra,  também  doirada,  de  pequeno 
diâmetro,  com  o  escudo  das  quinas  sem  coroa,  é  pelo  typo  um 
ceitil  de  D.  JoUo  II  até  D.  Sebastião.  A  moeda  que  chamou  a 
attençlo  de  Manuel  Bernardo,  e  que  não  conheceu,  foi  copiada 
de  um  real  de  D.  João  I,  que  o  mesmo  auctor  designa  na  sua 
Memoria :  fracção  do  real  (?).  O  desenhador,  que  muito  prova- 
velmente não  era  numismático,  interpretou  Ihns  por  DINIS  (e 
não  DINIZ  como  vem  na  referida  Metnoria),  e  doirou  esta 
moeda  de  bilhão  como  doirou  algumas  de  prata  e  o  ceitU  de 
cobre.  O  resto  da  legenda,  que  Lopes  Fernandes  diz  ser  R. 
POR,  é  indícifravel  no  desenho.  N'aquella  epocha  não  era  cos- 
tume escrever  as  legendas  das  moedas  em  portuguez,  o  que 
prova  mais  o  erro  do  copista». 

Mas  intenda-se  bem:  o  âdesenhador»,  o  «copista»,  a  quem 
Teixeira  de  Aragão  se  refere,  não  é  Colffs  Guimarães;  é  o 
da  illuminura.  Colffs  Guimarães  copiou  «mui  fielmente»  o  que 
íncontrou  na  illuminura  do  códice  proveniente  da  Livraria  de 
D.  Francisco  de  Mello. 

E  no  catálogo  manuscripto  da  dita  Livraria,  —  catálogo 
que  hoje  existe  no  archivo  da  Bibliotheca  Nacional,  —  incontro 
a  seguinte  nota  elucidativa  em  referencia  ao  mencionado  có- 
dice: 

tHoras  —  Soberbo  mss.  em  Velem,  forão  comessadas  em 
1517,  Ornadas  de  2  miniaturas  dos  Sircolos  12  do  Calendário, 
1 1  miniaturas  do  tamanho  da  Pagina,  entrando  neste  numero 
2  em  Camafeo  e  31  mais  pequenas  circoladas  de  54  Orlas,  tudo 
elegantem.^'  pintado  por  mui  abíl  Pintor,  com  riquissimos  dou- 
rados de  Ouro  fosco,  alem  de  hua  immencidade  de  Letras  en- 
graçadam.^  pintadas  de  Cores,  e  Ouro.  A  miniatura  q  esta  no 
Off.^  dos  Defuntos,  reprezenta  o  Interro  de  D.  Manoel,,  e  a  Orla 
da  adoração  dos  Reys  he  composta  de  moedas  antigas:  está  en*^ 
cademada  em  Veludo  Carmezim  1  Vol.  em  8.^». 

Descripção  minuciosa  do  singnlarissimo  códice,  apresentou-a 
o  Sr.  José  Duarte  Ramalho  Ortigão  (de  pag.   60  a  79)  na  pu- 

7.*  ANNO,   !!.•  1  4 


50  BOLETIM  t)A8  BlBLlOtHECAS 


blicaçSo  anonjinaineiite  dada  a  lume  sob  a  seguinte  epigraphe  : 

—  EoBpoiição  de  Arte  Sacra  Ornamental  promovida  pâa  Com- 
missão  do  centenário  de  Santo  António  em  Lisboa  no  anno  de 
1896.  —  Catalogo  da  Sala  de  Sua  Magestade  El-Rei  (Lisboa  — 
1896). 

Nas  ilIucidaçSes  e  nos  commentarios,  com  que  o  Sr.  As- 
censSo  Valdez  acompanhou  a  apresentação  de  todos  aquelles 
objectos,  manifestou  elle  a  proficiência  que  o  distingue,  profi- 
ciência que  deixou  incantados  quantos  lograram  escutál-o.  Aqui 
lhe  Agradeço  portanto  sua  efficaz  coadjuvação,  e  nella  poude  a 
Academia  de  Estudos  Livres  verificar  quanto  eram  justos  os  elo- 
gios com  que  antecipadamente  eu  lhe  tinha  falado  ácêrca  do  eru- 
dito funccionario. 

Proseguindo  no  seu  passeio,  ao  longo  do  f  corredor  N^ 
occupado  por  livros  recolhidos  no  espolio  dos  extínctos  conventos, 
deram  depois  ingresso  os  visitantes  na  «Galeria  dos  painéis», 

—  corredor  desafogado  e  largo,  que  tem  na  planta  do  edificio  a 
designação  de  c corredor  O»,  —  corredor  que  no  segundo  pavi- 
mento, agora  percorrido,  corresponde  topographicamente  ao  «cor- 
redor F9  do  pavimento  inferior. 

Na  «Galeria  dos  painéis»  foram  as  nossas  visitas  observando 
os  numerosos  retratos  (em  meio-corpo  e  em  corpo-inteiro)  que, 
pintados  a  óleo,  figuram  pendurados  nas  paredes  longitudinaes, 

—  retratos  de  monges  e  padres,  doutores,  abbades,  prelados, 
príncipes  e  monarchas, — painéis  que  todos  (ou  quasi  todos)  pro- 
cederam dos  supprimidos  cenóbios,  e  que  foram  cuidadosamente 
enumerados  pelo  Bibliothecario-Mór  José  Barbosa  Canaes  de 
Figueiredo  Castello-Branco  em  seus  Estudos  biographicos  ou  no- 
ticia das  pessoas  retratadas  nos  quadros  históricos  pertencentes  á 
BibliotJieca  Nacional  de  Lisboa  (Lisboa  —  18Õ4). 

Na  mesma  «Galeria»  poude  egualmente  a  cohorte  dos  visi- 
tantes saudar  os  bustos,  que  alli  se  deparam  sobre  apropriados 
plinthos,  do  Imperador  D.  Pedro  (D.  Pedro  IV  de  Portugal)  e 
da  sua  augusta  filha  a  Rainha  D.  Maria  II,  os  bustos  do  saudoso 
Rei  D.  I|edro  V  e  da  angelical  Rainha  D.  Estephanía,  o  busto 
de  El-Rei  D.  Luiz  e  o  busto  de  El-Rei  D.  Carlos. 

A  visita  da  Academia,  cujos  pormenores  logo  no  dia  imme- 
diato  appareceram  descriptos  em  os  principaes  periódicos   de 


£  ARCHIV08  NAClOKAKS  61 


Lisbofl;  finalizou  pela  sala  em  que  se  achava  disposta  e  organi- 
zada a  «Exposição  Cervantina», — secção  esta  em  que  não  menos 
interesse  mostraram,  do  que  nas  outras  secçSes  da  Bíbliotheca, 
08  nossos  hóspedes  d^aquelle  dia. 

Das  impressões  que  elles  receberam  na  sua  visita,  e  na  con- 
ferencia preliminar  que  tive  a  honra  de  fazer-lhes,  testemunha  o 
seguinte  agradecimento  com  que  a  Direcção  me  distinguiu : 

«Academia  de  Estudos  Livres  (Universidade  Popular) — Lis- 
boa, 6  de  Junho  de  1905  — Sr.  Dr.  Xavier  da  Cunha — 

Em  nome  da  Direcção  da  Academia  de  Estudos  Livres  cum- 
pre-me  o  grato  dever  de  vir  testemunhar  a  V ... .  todo  o  nosso 
intimo  agradecimento  por  se  ter  dignado  realisar  n'esta  asso- 
ciação a  notável  conferencia  preparatória  da  visita  á  Bibliotheca 
Nacional,  de  que  é  muito  digno  director,  e  acompanhar  e  di- 
rigir depois  na  mesma  visita  os  sócios  da  Academia.  —  O  que 
significam  estas  demonstrações  publicas  de  deferência  de  quem 
occupa  uma  elevada  e  proeminente  posição  no  nosso  meio  litte- 
rario  e  scientifíco,  sabe-o  bem  esta  collectividade,  que  com  ellas 
ganhou  prestigio  e' forças  para  poder  desenvolver  efiicazmente 
a  sua  propaganda.  —  Por  isso,  e  por  sentirmos  que  da  parte  de 
y . . . .  houve  um  excesso  de  consideração  que  não  merecemos, 
proporcionando-nos  ver  e  examinar  de  perto  tantas  maravilhas, 
que  lá  fora  só  se  mostram  atravez  de  montras  devidamente  fe- 
chadas, o  sentimento  da  nossa  gratidão  é  verdadeiramente  sin- 
cero, porque  representa  o  reconhecimento  de  uma  divida,  que 
nunca  poderemos  saldar.  —  A  Academia  dè  Estudos  Livres,  es- 
tamos certos,  saberá  mais  tarde  patentear  toda  a  consideração 
que  merece  quem  tão  nobremente  a  auxilia  no  difficil  desem- 
penho da  sua  missão.  —  Queira  V  . . . .  acceitar  os  protestos 
da  nossa  sincera  estima.  —  De  V  .  .  . .  muito  attento  venerador 
—  O  Secretario  da  Direcção,  Joaquim  Cardozo  de  Souza  Ghn- 
çalve89. 


E  agora  —  antes  de  finalizar  esta  breve  noticia  ácêrca  da 
«Exposição  Cervantina»  —  cumprirei  o  dever  gratíssimo  de  as- 
signalar  aqui,  testemunhando-lhes  meu  indelével  reconhecimento, 
os  nomes  das  pessoas  que  por  generoso  impulso  me  offereceram 
preciosos  brindes  especialmente  destinados  á  referida  Exposição. 


52  BOLETÍM  t)AS  BlBLlOTHÊCÁS 


'Foram  elles  os  dos  Srs. : 

Christovam  Ayres  de  Magalhftes  Sepúlveda. 

Director  da  Bibliotheca  Nacional  de  Hespanha. 

Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira. 

José  Ramos-Coelho. 

D,  Luiz  Breton  y  Vedra. 

Luiz  Rodrigues  Béraud. 

Martinho  Augusto  Ferreira  da  Fonseca. 

D.  Pedro  Maria  Torres-Cabrera. 

Presidente   da   Directoria   do    Qabinete   Portuguez    de 

Leitura  no  Rio-de-Janeiro. 
Sertório  do  Monte  Pereira. 
Dr.  Theophilo  Braga. 

Onze  offerentes ! 
Onze  beneméritos ! 

D'estes  beneméritos  offerentes  houve  dois,  que  me  brinda- 
ram com  seus  preciosos  antographos,  —  autographos  de  poesias 
propositadamente  consagradas  ao  Tri- centenário  Cervantino,  au- 
tographos que  na  Exposição  figuraram  patentes,  e  que  hoje  so 
conservam  religiosamente  archivados  entre  os  mais  valiosos  ma- 
nuscriptos  da  Bibliotheca  Nacional. 

Elaboradas  ambas  no  1.^  de  Maio,  e  constituída  uma  das  poe- 
sias por  treze  quadras  decasyllabas,  quadras  escriptas  pelo  Sr.  José 
Ramos-Coelho,  Conservador  que  foi  (hoje  aposentado)  na  Biblio- 
theca Nacional  de  Lisboa,  onde  prestou  relevantes  serviços,  ser- 
viços inolvidáveis ;  a  outra  é  um  Soneto  que  seu  auctor,  o  Sr. 
D.  Pedro  Maria  Torres-Cabrera,  poeta  hespanhol  de  finissimos 
quilates,  amavelmente  me  dedicou. 

Porque  sSo  inéditas  as  duas  composições,  aqui  as  transcrevo 
ambas, — sentindo  que,  a  esmeraldas  de  tanto  preço,  não  possa 
eu  dar  o  devido  ingaste  de  oiro  e  de  pérolas,  mas  apenas  a  des- 
valiosa  ganga  da  minha  humilde  prosa. 


£  ÁRCHIVOS   KÂCTOKAKS  53 


Começarei  pelas  quadras  do  Sr.  José  Ramos-Coellio : 


A  Cemntes 


Ao  meditar  teu  livro,  ó  bom  Cervantes, 
Através  do  seu  rir  prantos  eu  vejo, 
E  creio  entre  ais,  imprecações  distantes. 
Passar  das  suas  graças  o  cortejo. 

E  que  elle  foi  da  desventura  o  filho 
Velado  pelo  manto  da  alegria; 
E  que  também  as  lagrimas  te'm  brilho ; 
E  que,  escrevendo-o,  o  coração  gemia. 

Sonhaste  glorias;  empunhaste  a  espada;   * 
Pela  Fé,  pela  Pátria  combateste ; 
Sonhaste  amores;  e  encontraste  o  nada; 
Que  em  tudo,  sim,  desillus5es  colheste! 

Era  pouco!  Faltava>te  o  desterro, 
A  indiffrença,  a  miséria,  ser  captivo; 
E  dos  grilhões  experimentaste  o  ferro 
No  exilio,  pobre,  só,  sem  lenitivo! 

Mas,  lasso  de  soffrer,  ó  alma  forte, 
Emfim  um  dia  sacudiste  a  algema; 
E  a  nova  lucta  provocaste  a  sorte ; 
E  escreveste,  immortal,  o  teu  poema. 

  sorte,  que  te  havia  por  domado, 
Mas  que  pelo  teu  génio  foi  vencida. 
Porque  trocaste  o  âmbito  acanhado 
Da  passageira  pela  eterna  vida ! 

O  teu  poema,  o  teu  poema  em  prosa. 
Que  do  verso  e  da  rima  suppre  o  encanto 
Com  o  espirito  e  forma  caprichosa, 
Que  attráe,  que  prende,  que  fascina  tanto; 


54  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Poema  singular ,  inconfundivel, 

A  que  nenhum  dos  outros  se  assemelha, 

Só  para  a  Pátria  feito,  intraduaivel, 

Pois  nelle  um  poro  e  o  seu  auctor  se  espelha! 

E  a  Pátria  o  desprezou  quasi !  £  deízou-te 
Na  pobreza  morrer,  no  esquecimento ! 
Presa  ao  passado,  injusta,  condemnou-te ! 
Não  podia  alcançar  o  pensamento 

Do  teu  livro,  protesto  de  revolta 

Contra  o  que  era,  onde  o  fel,  onde  a  aspereza 

Da  ironia  mordaz  ia  d'envolta 

Co'  o  sorriso,  e  das  flores  na  belleza. 

Mas  quando  ella  sahiu  da  treva  funda 
Em  que  jazeu,  qual  tu,  no  captiveiro. 
Viu,  saudou  tua  luz  que  o  espaço  inunda, 
E  ufanou-se  de  ti  no  mundo  inteiro. 

Mas  hoje  o  nome  teu  ella  memora ; 
Mas  seu  filho  querido  hoje  te  chama; 
E  d'essa  luz  se  veste  encantadora; 
E  jubilosa  te  coroa  e  acclama. 

Tal  ás  naçSes  o  génio  se  antecipa ; 
Tal  exerce  contra  ellas  a  vingança; 
Vivo,  pharol,  a  sombra  lhes  dissipa ; 
E  deixa-lhes  a  gloria  como  herança. 

Transcripta  a  composiçXo  portugueza,  passarei  agora  a  trans- 
crever a  castelhana. 

O  humorístico  Soneto  do  Sr.  Torres-Cabrera  é  assim  con- 
cebido : 


En  el  centenário  dei  Qnyote 

Llena  el  orbe  los  ecos  de  la  fama 
De  tu  ingenioso  andaute  aventurero, 
Que,  á  la  par  de  tu  pátria,  el  mundo  entero 
Por  príncipe  de  ingenios  te  proclama. 


B  ABGHIVOS  XACT0KAK3  5Õ 


>4mM 


Esa  pátria,  Cervantes^  que  te  aclama, 
l  Es  espejo  dei  rústico  escudero  ? 
^Se  mofa  dei  Hidalgo  caballero 
Esclavo  dei  honor  j  de  bu  dama  ? 

De  tu  obra,  Miguel,  te  arrepentieras 
Si  á  la  vida  volver  te  fuera  dado ; 
Desoyendo  las  justas  alabanzas 

]  Cuan  distinto  tu  libro  hoy  escribieras  I 
Al  ver  que  los  Quijotes  se  han  trocado 
En  rústicos,  groseros  Sanchos  Panzas. 

Intercalando  estas  duas  formosas  producçSes  poéticas  no  re- 
mate da  presente  noticia,  rejubilo  e  sinto-me  feliz  em  a  poder 
assim  finalizar  com  lettras  luminosas. 


Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa : 
15  de  Julho  de  1905. 


Xavikr  da  Cdnha. 


56  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTHECAS 


BIBLIOTHECÀS  E  ARCHIVOS  NACIONAES 


SECRETARIA  GERAL 

Em  conformidade  do  n.®  7.**  do  artigo  6.®  e  do  artigo  38.** 
do  decreto  n.**  6  de  24  de  dezembro  de  1901,  e  dos  artigos  130.** 
a  132.**  e  144.°  a  146.**  do  regulamento  da  Bibliotheca  Nacional 
de  Lisboa,  approvado  por  decreto  de  29  de  janeiro  de  1903,  e 
segando  o  programma  do  concurso  publicado  no  Diário  do  Go- 
verno n.**  252,  de  8  de  novembro  de  1907,  para  o  provimento 
de  um  logar  vago  de  segundo  amanuense  escriturário  da  mesma 
Bibliotheca  Nacional,  se  publica  a  constituição  do  jnry  para 
apreciar  as  provas  dos  candidatos,  a  relação  dos  admittidos  ao 
concurso  e  o  dia  em  que  se  realizarão  as  provas  do  mesmo 
concurso. 

PRESIDENTE  DO  JUBY 

Xavier  da  Cunha,  d.rector  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa. 

VOGAES 

Eduardo  de  Castro  e  Almeida,  primeiro  conservador  da 
mesma  Bibliotheca. 

Eduardo  Frederico  Schwalbach  Lucci,  primeiro  conservador 
da  mesma  Bibliotheca. 


VOGAL  SUPPLENTE 

José  António  Moniz,  segundo  conservador  da  mesma  Biblio- 
theca. 

Candidatos  admittidos  ao  concurso,  cujas  provas  deverão  ser 


E  ARCHIVOS  NACIOKABS  Õ7 


realizadas  no  dia  27  do  corrente  mès,  pelo  meio  dia,  no  edificio 
da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa : 

Alfredo  Luís  Nascimento  Ramos. 

António  Justino  da  Fonseca. 

António  Rafael  Ferreira. 

Artur  José  Tiburcio  de  Oliveira. 

Augusto  Hed viges  do  Amaral. 

Eduardo  Augusto  Calisto. 

Francisco  António  Guilherme  Dinis  Ivo. 

Inácio  Teodomiro  de  Sousa  e  Brito. 

JoSo  Mendes  Valente. 

Jorge  Augusto  Malheiro. 

Manoel  Moreira  Guedes. 

Mário  de  Vasconcellos  e  Sá  Ferreira. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em 
13  de  janeiro  de  1908.  =^  O  Conselheiro  Bibliothecario-Mór  do 
Reino,  José  de  Azevedo  Castelh  Branco. 


Em  conformidade  do  n.®  7.**  do  artigo  6.**  e  do  artigo  39.* 
do  decreto  n.*^  6  de  24  de  dezembro  de  1901,  e  do  artigo  147.® 
do  regulamento  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  approvado 
por  decreto  de  29  de  janeiro  de  1903,  e  segundo  o  programma 
do  concurso  publicado  no  Diário  do  Governo  n.®  252,  de  8  de 
novembro  de  1907,  para  o  provimento  de  um  logar  vago  de 
terceiro  continuo  da  mesma  bibliotheca,  se  publica  a  constituição 
do  jury,  para  apreciar  as  provas  dos  candidatos,  a  relaçSlo  dos 
admittidos  ao  concurso  e  o  dia  em  que  se  realizarão  as  provas 
do  mesmo  concurso. 

PRESIDENTE  DO  JURY 

Xavier  da  Cunha,  director  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa. 

VOGAES 

José  Leite  de  Vasconcellos  Pereira  de  Mello,  primeiro  con- 
servador da  mesma  Bibliotheca. 


58  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Joto  Augusto  Melicio,  segundo  conservador  da  mesma  Bi- 
bliotheca. 


VOGAL  SUPPLENTE 

José  António  Moniz,  segundo  conservador  da  dita  Biblío- 
theca. 

Candidatos  admittidos  ao  concurso,  cujas  provas  deverão  ser 
realizadas  no  dia  20  do  corrente  mês,  peio  meio  dia,  no  edificio 
da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa : 

Alfredo  Augusto  Fernandes. 
Carlos  Nunes  Morgado. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  13 
de  janeiro  de  1908. =0  conselheiro  Bibliothecario-Mór  do  Reino, 
José  de  Azevedo  CoêteUo  Branco. 


Em. conformidade  do  n.^  7  do  artigo  5.®  do  decreto  n.®  6 
de  24  de  dezembro  de  1901  e  do  artigo  96.®  e  seu  paragrapho 
do  regulamento  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  appro- 
vado  por  decreto  de  14  de  junho  de  1902,  e  segundo  o  pro- 
gramma  do  concurso  publicado  no  Diário  do  Governo  n.°  252 
de  8  de  novembro  de  1907,  para  o  provimento  de  um  logar 
vago  de  segundo  amanuense  escriturário  do  mesmo  Real  Ar- 
chivo, se  publica  a  constituição  do  jury  para  apreciar  as  provas 
dos  candidatos,  a  relação  dos  admittidos  ao  concurso  e  o  dia  em 
que  se  realizarão  as  provas  do  mesmo  concurso. 

PRESIDENTE  DO  JURY 

António  Eduardo  Simões  Baião,  director  interino  do  Ueal 
Archivo  da  Torre  do  Tombo. 

VOGAES 

Pedro  Augusto  de  S.  Bartolomeu  Azevedo,  primeiro  conser- 
vador do  mesmo  Real  Archivo. 


B  ARCHIVOS  NAGIONAKS  59 


D.  José  Maria  ^a  Silva  Pessanha,  primeiro  conservador  do 
mesmo  Real  Archivo. 


VOGAL  SUPPLENTE 

Balbino  Manoel  Pedro  da  Silva  Ribeiro,  segundo  conservador 
do  mesmo  Real  Archivo. 

Candidatos  admittidos  ao  concurso,  cujas  provas  deverSo  ser 
realizadas  no  dia  20  do  corrente  mês  pelo  meio  dia  no  edifioio 
do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo: 

Alfredo  Luis  Nascimento  Ramos. 

António  Justino  da  Fonseca. 

António  Rafael  Ferreira. 

Artur  José  Tiburcio  de  Oliveira. 

Artur  Napoleão  Pereira  da  Silva. 

Augusto  Hedviges  do  Amaral. 

Eduardo  Augusto  Callisto. 

Inácio  Teodomiro  de  Sousa  e  Brito. 

João  Mendes  Valente. 

Jorge  Augusto  Malheiro. 

Manoel  Moreira  Guedes. 

Mário  de  Vasconcellos  e  Sá  Ferreira. 

Paulo  Cirillo  Rego  Cordeiro. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em 
13  de  janeiro  de  1908.  ==  O  Conselheiro  Bibliothecario  Mór  do 
Reino,  Jozé  de  Azevedo  CasteUo  Branco, 

(Diário  do  Oovemo,  n.*  11  de  15  de  janeiro  de  1908). 


60  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHKCAS 


PESSOAL 


António  Mourato  Qrave  —  exonerado  por  despacho  de  17 
de  fevereiro  de  1908,  como  requereu,  do  íogar  de  continuo  da 
Bibliotheca  Publica  de  Castello  Branco,  para  o  qual  foi  nomeado 
por  Decreto  de  7  de  março  de  1901,  por  ter  sido,  por  Decreto 
de  7  de  setembro  de  1907,  nomeado  notário  privativo  da  co- 
marca de  Lourenço  Marques. 


Padre  José  Nunes  Branco  Pardal  —  nomeado,  por  despacho 
de  17  de  fevereiro  de  1908,  na  conformidade  do  §  2.®  do  ar- 
tigo 2.®  do  Decreto  de  7  de  março  de  1901,  para  o  logar  vago 
de  continuo  da  Bibliotheca  Publica  de  Castello  Branco,  pela  exo- 
neração concedida  a  António  Mourato  Grave. 

{Diário  do  Governo,  n.«  40  de  19  de  fevereiro  de  1908). 


Arthur  José  Tiburcio  de  Oliveira  —  nomeado  por  Decreto 
de  22  de  fevereiro  de  1908,  tendo  precedido  concurso,  para  o 
logar  de  segundo  amanuense  escripturario  do  Real  Archivo  da 
Torre  do  Tombo,  vago  pela  promoç&o  de  Alberto  Carlos  Cer- 
queira, a  primeiro  amanuense  escripturario  do  mesmo  Archivo, 
por  Decreto  de  9  de  outubro  de  1907. 

(Diário  do  Oovcrtw,  n,^  49  de  29  de  fevereiro  de  1908). 


Carlos  Ayres,  1.®  sargento  supranumerário  n.®  102  da 
5.*  brigada  do  Corpo  de  Marinheiros  da  Armada,  por  Despacho 
de  11  de  março  de  1908  acceita  a  renuncia,  conforme  o  dis- 
posto nos  §§  1.*"  e  2."*  do  artigo  10.^  do  Decreto  regulamentar 
de  19  de  outubro  de  1900,  do  logar  do  continuo  do  Real  Ar- 


B  ARCHIV08  KAGI0KÁE8  61 


chivo  da  Torre  do  Tombo,  para  o  qual  havia  sido  nomeado  por 
Decreto  de  23  de  fevereiro  de  1907. 


{Diário  do  Governo,  n.<*  59  de  13  de  março  de  1908). 


Alfredo  Augusto  Fernandes  —  nomeado  por  Decreto  de  22 
de  fevereiro  de  1908,  tendo  precedido  concurso,  para  o  logar 
de  terceiro  continuo  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  vago 
pela  promoçfto  de  Augusto  de  Oliveira  Vida,  a  segundo  continuo 
da  mesma  Bibliotheca,  por  Decreto  de  9  de  outubro  de  1907. 

{Diário  do  Governo,  n.^  49  de  29  de  fevereiro  de  1908). 


Henrique  Matheus  Cansado,  segundo  amanuense  escriptu- 
rario  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  nomeado  por  Decreto 
de  27  de  setembro  de  1901,  demittido  por  Despacho  de  11  de 
março  de  1908,  por  se  achar  incurso  na  penalidade  do  artigo  2.® 
do  Decreto  n.®  4  de  16  de  dezembro  de  1894. 

{Diário  do  Governo,  n.®  59  de  13  de  março  de  1908). 


António  Eduardo  SimSes  BaiFío,  bacharel  formado  em  Direito 
pela  Universidade  de  Coimbra,  Primeiro  Conservador  do  Real 
Archivo  da  Torre  do  Tombo,  por  Decreto  de  23  de  outubro  de 
1906,  nomeado,  por  Decreto  de  10  de  março  de  1908,  Director 
do  mesmo  Real  Archivo,  vago  pelo  fallecimento  de  Roberto  Au- 
gusto da  Costa  Campos. 

{Diário  do  Governo,  n.o  64  de  20  de  março  de  1908). 


António  Raphael  Ferreira,  nomeado  por  Decreto  de  18  de 
março  de  1908,  tendo  precedido  concurso,  para  o  logar  de  se- 
gundo amanuense  escripturario  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa,  vago  pela  exoneração  concedida  em  7  de  outubro  de 
1907  a  Ricardo  Lopes  da  Cruz. 

{Diário  do  Governo^  n/*  68  de  26  de  março  de  1908). 


62  BOLETIU  DAS  BIBLIOTHECAS 


BIBLIOTHECAS  E  AROHIVOS  NACIONAES 


Na  conformidade  do  artigo  16.®  do  Regulamento  do  Curso 
de  Bíbliothecario  Árchivista,  approvado  por  decreto  de  3  de 
outubro  de  1902  (Boletim  dag  Bibliotkecas  e  Archivos  Nacionaeê, 
1.®  vol.  1902,  pag.  160),  se  publica  a  dissertaçSo  do  alumno  de 
biblíología  Benjamin  de  Carvalho  Vasques  de  Mesquita,  sobre 
—  A  invençfto  da  imprensa;  sua  utilidade  e  antecedentes  gené- 
ticos — . 


A  iDTeDçio  da  imprensa;  sua  Dtilidade  e  antecedentes  genéticos 


Uma  perfunctoria  analyse  das  vantagens  emergentes  da  in- 
venção da  imprensa  é  suíBciente  para  se  avaliar  a  importância 
de  tal  invento. 

Com  efftíito,  até  esse  momento,  que  bem  poderemos  reputar 
um  dos  mais  felizes  da  vida  social,  as  minas  ubérrimas  da  scien- 
cia  só  podiam  ser  exploradas  por  uma  pequena  parte  da  huma- 
nidade. A  acquisição  dos  manuscriptos  era,  pela  raridade  doestes 
e,  como  consequência,  pelo  seu  subido  preço,  incouipativel  com 
a  exiguidade  de  recursos  pecuniários  da  máxima  parte  dos  ho- 
mens. E,  como  se  o  ingenho,  a  perspicácia  ou  a  assimilação 
fossem  exclusivo  património  das  classes  abastadas,  estas  somente 
podiam  tocar  nos  ricos  filões  saídos  de  cérebros  fecundos.  D'ahi 
a  natural  superioridade  de  certas  castas,  como  a  sacerdotal  na 
índia  e  jio  Egypto  cuja  i Ilustração  lhe  dava  a  primazia  entre  as 
restantes  e  cujos  vestígios  se  encontram  ainda  na  Edade-media 
em  que  classes  havia  com  as  quaes  não  podiam  nivelar-se  as 
outras,  desprovidas  de  meios  materiaes  para  se  collocarem  a  par 
d'aquellas  que  o  feliz  acaso  do  nascimento  superiorisára  capri- 
chosamente. 

Ora  para  que  haja  progresso  scientifíco  é  indubitavelmente 
mister  que  as  conquistas  d'uns  aproveitem  a  outros  que,  por  sua 


£  ARCHIVOS   HACJOKAES  63 


▼es,  oontínuar&o  a  arrotear  eTolutívamente  o  vasto  oampo  em 
que  vive  a  sciencia.  Ê  esse  progresso  será  tanto  maior  quanto 
mais  rápida  for  a  diffusão  das  ideias  emanadas  de  espíritos  su- 
periores. Nfto  resalta,  portanto,  com  crjstalina  evidencia  o  valor 
do  vehiculo  dos  conhecimentos  humanos?  Â  Itália,  por  exemplo, 
poderia  prestar  ás  letras  o  serviço  que  prestou  no  século  xvi,  se 
por  ventura  a  imprensa  não  fizesse  a  rápida  exhibiç&o  das  suas 
excavaçSes  litterarias  nos  differentes  mercados  da  Europa  culta? 
Ella  que,  com  effeito,  soiFrera  a  escravisaçSlo  imposta  pela  Alle- 
manha  e  pela  França  e  que  sentira,  a  despeito  d'isso,  a  necessi- 
dade de  viver,  conjugou  todas  as  suas  energias  para  fazer  resurgir 
pela  erudiçSlo  o  passado,  refugiando-se  no  mundo  ideal  das  con- 
eepçSes  artísticas  e  em  todas  as  manifestaçSes  litterarias  cujo 
thema  dilecto  eram  a  independência  e  a  unidade  naoionaes.  £ 
assim,  revivendo  pela  Arte,  procurou  dominar  e  em  verdade 
dominou  pelas  creaç^es  da  Litteratura.  É  entSo  que  ella  —  o 
formoso  sanctuario  da  tradíç&o  clássica — nos  offerece  o  grandioso 
espectáculo  da  appariçfto  de  Horácio  de  braço  dado  com  Pindaro, 
de  Virgílio  com  Homero  (#)  e  Hesiodo,  d'Aristophanes  com 
Flauto  e  Terêncio  e  opera-se,  pelo  seu  impulso,  o  assombroso 
movimento  da  Renascença. 

Seria  possível,  porém,  a  tSo  rápida  propagaçfto  das  novas 
ideias  se  estas  nSo  encontrassem  na  imprensa  um  auxiliar  poten- 
tíssimo ? 

Os  manuscriptos,  além  do  preço  elevado  por  que  se  vendiam, 
eram  por  vezes  quasi  il legíveis.  O  tempo  que  até  ent2o  se  em- 
pregava na  sua  interpretação  começou,  mercê  do  notável  invento, 
a  ser  aproveitado  na  assimilação  das  ideias  emittidas  e  no  esforço 
dos  estudiosos  em  procurar  nellas  a  necessária  inspiração  afim 
de,  por  sua  vez,  contribuírem  com  uma  pedra  mais  para  a  cons* 
trucção  do  edificio  scientifico,  litterario  ou  artistíco. 

Foi  a  imprensa  que  arrancou  aos  conventos  o  monopólio  da 
conservação  das  grandes  elaboraç5es  do  pensamento  e  o  da  ex- 
clusiva contemplação  das  intensas  scintillaçSes  geníaes.  Foi  a 
imprensa  que  offereceu  á  humanidade  o  seu  poderoso  auxilio  na 


(«)  Longe  de  mim  querer  manifestar-me  partidário  da  doutrina  que 
defende  a  unidade  individual  de  Homero,  nome  que  na  phase  actual  da 
sciencia  histórico -litteraria  se  considera  como  personifícante  d*um  conjuncto 
de  compositores  cantores. 


64  BOLETIM  DAS  B1BLIOTUECA8 


reconquista  da  liberdade  e  na  acquisiçfto  da  independência  das 
consciências  cujos  fructoã  opimos  estamos  felizmente  usufruindo. 
Foi  ella  que,  facilitando  a  transmissJlo  das  ideias,  fez  que  as 
producçSes  intellectuaes  fossem  saboreadas  por  todas  as  classes. 
Foi  por  ella  que,  entretidos  os  espirites  na  cultura  scíentifica, 
se  começou  a  procurar  meios  de  evitar  tanto  quanto  possível  dar 
repasto  ao  prazer  das  guerras  cruentas,  .que  levaram  o  luto  ao 
seio  de  tantissimas  famílias,  ferindo  fundo  no  coração  da  pátria. 

A  prova  provada  do  que  affirmo  é  que,  embora  os  séculos 
medievaes  nXo  fossem,  como  muitos  crêem,  um  período  de  trevas, 
uma  noite  cerrada  para  a  intelligencía  humana,  mas  antes  um 
período  em  que  se  esteve  preparando  o  comburente  que  havia 
mais  tarde  de  alimentar  a  chamma  do  espirito,  é  certo  que  só 
apés  a  invençfto  da  imprensa  as  sciencias  avançaram  a  passos  de 
gigante. 

Historiar,  portanto,  a  invenção  da  imprensa  é  fazer  a  historia 
d'uma  das  fontes  primaciaes  da  civílisação  moderna ;  é  traçar  o 
horizonte  onde  repontou  o  sol  nascente  das  ideias  fecundas,  pro- 
ductoras  de  princípios  com  que  as  grandes  cerebraçSes,  depois 
de  theorisarem,  procuram  systematisar  beneiicamente  para  a 
humanidade. 

Quem  foi  o  inventor  da  imprensa  ?  Quem  foi  esse  homem 
cujo  ingenho  descreveu  a  recta  que  divide  o  mundo  antigo  do 
mundo  moderno?  Eis  o  que  foi  e  tem  sido  motivo  de  grandes 
controvérsias.  Varias  cidades  disputam  a  honra  de  ser  seu  berço^ 
o  que  é  mais  uma  prova  da  excellencia  de  tal  invento.  Sem  em- 
bargo dos  muitos  argumentos  adduzidos  em  contrario,  vamos 
ver  que  só  a  cidade  de  Mayença  se  pôde  ufanar  d 'essa  gloria  e 
que,  sendo  a  xylographia  a  natural  precursora  da  arte  typogra- 
phica,  e  embora  os  antigos  se  houvessem  approxímado  doesse 
ideal,  tão  somente  ao  século  xv  coube  a  honra  de  entoar  hosannas 
pela  vez  primeira  á  deusa  veneranda  da  nova  arte. 

£  como  todos  os  factos  da  vida  da  humanidade  tem  os  seus 
antecedentes  genéticos  procuro  neste  trabalho  estabelecer  os  an- 
tecedentes do  genial  invento,  tentando  demonstrar  que  a  arte 
typographica,  com  quanto  fosse  o  producto  d 'uma  grande  cere- 
bração,  não  deixou  por  isso  de  obedecer  á  lei  que  regula  todos 
os  phenomenos  physicos  e  intellectuaes. 


£  AROHlVOS  NACIONAIS  66 


A  toda  a  phenomenalídade  cósmica  preside  uma  lei  constante, 
pôde  até  dízer-se  invariável  —  a  lei  da  evolução.  E  nSo  pôde 
contestar-se  que  o  mundo  psychico  obedece,  tal  qualmente  o 
mundo  physico,  a  essa  lei.  De  qualquer  protozoário,  da  amiba, 
por  exemplo,  aos  animaes  superiores  quantas  phases,  quantos 
seres  intermediários?  quantos  séculos  decorridos  para  se  consti- 
tuir a  escala  zoológica  tal  como  hoje  a  conhecemos  ?  Da  mesma 
forma,  que  diSerença  entre  a  psychologia  do  Cro-magnon  e  a  da 
humanidade  actual?  £  se  as  observações  scientificas  não  pude- 
ram ainda  determinar  os  differentes  estádios  percorridos  desde  o 
anthropoide  até  o  homem  do  período  paleolithico,  nfto  deixa  to- 
davia a  sciencia  de  alimentar  a  esperança  de  vir  um  dia  a  poder 
determina-los,  esperança  que  a  descoberta  d'um  craneo,  dois 
molares  e  um  fémur  na  ilha  de  Java  em  1894  por  Eugène  Du- 
bois(#)  veiu  radicar  mais  ainda  pelo  reconhecimento  de  que  o 
respectivo  índice  cephalico  accusava  superioridade  ao  do  gorílla 
ao  mesmo  tempo  que  era  inferior  ao  de  qualquer  homem  primi- 
tivo, e  de  que  o  fémur,  nSo  sendo  próprio  d'um  trepador,  devera 
ter  pertencido  a  um  ser  que  caminhava  em  posição  quasi  vertical. 

Identicamente,  se  perlustrarmos  os  céos  da  Arte,  vemos  a 
observância  mais  ou  menos  rigorosa  da  mesma  lei.  Examine-se 
o  que  se  passa  com  os  instrumentos  musícaes,  com  o  bem  conhe- 
cido piano  vertical,  por  exemplo.  Oesde  o  psalterio  até  elie  é 
interessante  a  serie  d'instrumentos  inventados.  Assim  encontram-se 
como  intermédios  o  clavicordio  oif  manicordio,  o  virginal,  a  es- 
pineta ou  cravo  de  pennas  (feito  com  pennas  principalmente  de 
corvo),  o  cravo  de  martellos  de  Mattias  Boston  (1786),  o  piano 
de  mesa  (denominado  também  piano  forte),  o  piano  império  (com 
augmento  d'escala)  e  o  piano  vertical  primitivo  (já  com  pedaes 
como  o  piano  império). 

Sem  duvida  a  invenção  da  imprensa  deveu  ser  effeito  da 
mesma  lei,  relacionando-se  por  consequência  mais  ou  menos  inti- 
mamente com  algum  processo  graphico  anterior. 

E,  com  effeito,  quem  observar  os  trabalhos  xylographicos  vâ 


(*)  Como  pôde  vêr-se  no  Boletim  da  Sociedade  de  Anihropologia  de 
Paris,  1896. 

?.•  ANNO,  n.»  1  5 


66  BOLETIM  DÁS  BtnLiOtHKCÁS 


immediatamente  que  é  a  xylographia  o  antecedente  genético  da 
arte  typographiea. 

A  ideia  da  impressão  dos  antigos  sinetes  e  de  sellos  usados 
por  alguns  senhores  medievaes,  como  Guilherme  o  Bastardo, 
inspirou  certamente  á  industria  das  cartas  de  jogar  (•)  a  ideia  de 
estampar  essas  cartas  em  tábuas  convenientemente  preparadas 
que,  por  meio  da  tinta  necessária,  as  reproduziriam  em  numero 
illimitado.  D'ahi  provém  naturalmente  a  ideia  da  reproducç&o 
das  imagens  de  sanctos  e  de  legendas  pias,  o  que  originou  uma 
nova  profissão  —  a  dos  imaginários.  Foi  a  gravura  em  madeira, 
inventada  para  esse  fim,  que  pur  seu  turno  inspirou  a  impressão 
tabular  ou  xylographia.  Ficar.í  por  esse  facto  empanado  o  brilho 
com  que  a  Historia  nos  apresenta  o  nome  do  inventor  da  im- 
prensa ?  Basta  observar  a  differença  entre  o  caracter  d'um  e  o 
do  outro  processo  para  que  logo  sobresaia  o  fulgor  genial  doesse 
inventor.  A  mobilidade  é  basilar  na  arte  typographiea;  a  fixidez 
é  a  característica  da  xylographia.  E  esta  differença  é  tã  i  funda- 
mental que,  sendo  a  xylographia  conhecida  pelos  chineses,  segundo 
parece,  três  séculos  a.  C.,  nunca  conseguiram  realisar  esse  nota- 
bilissimo  aperfeiçoamento.  O  mundo  greco-romano  foi  até  mais 
longe:  chegou  a  ter  a  ideia  dos  caracteres  moveis.  E,  pelo  menos, 
a  illação  a  tirar-se  das  passagens  d'auctores  como  Cicero,  Quin- 
tiliano e  S.  Jeronymo.  Assim  o  primeiro,  repudiando  a  ideia 
da  fortuitidade  da  constituição  do  mundo  pela  theoria  atómica, 
defendida  por  Epicuro  e  Demócrito  e  cantada  por  Lucrécio, 
considera  tão  explicável  a  harmonia  entre  os  phenomenos  cós- 
micos por  essa  theoria  como  ^  disposição  harmónica  dos  Annaes 
d'Ennio  pela  simples  queda  das  21  letras,  d' ouro  ou  de  qualquer 
outra  substancia,  do  alphahefo^ 

Por  seu  lado  S.  Jeronymo  {Epistola  ad  Lcefam,  i,  vii,  4)  e 
Quintiliano  {De  Instit.  Orai,,  i,  i,  2õ)  referem-se  claramente  ao 
uso  dos  caracteres  moveis  para  as  creanças  fazerem  a  sua  apren- 
dizagem de  leitura,  recommendando  o  emprego  das  letras  de 
marfim  ou  de  buxo.  Ebúrneas  litterarum  formas,  diz  o  primeiro; 
jiant  littercB  huxece,  diz  o  segundo. 

E  não  são  somente  as  palavras  de  Cicero,  Quintiliano  e 
S.  Jeronymo  que  provam  existir  a  ideia  da  mobilidade  dos  cara- 
cteres no  espirito  de  gregos  e  romanos.  A  descoberta  d'in8crípç8e8 


(*)  Inventadas,  segundo  se  affirma,  para  distrahir  Carlos  vi  de  França 
durante  o  seu  estado  pathologico  mental,  afirmativa  que,  todavia,  não  está 
Bufficientemente  provada. 


Ê  ARCHtVOS  KACIONÁEd  67 


com  letras  voltadas  e  a  existência  de  espaços  em  brancO;  onde 
devia  estar  uma  letra,  corroboram  os  termos  com  que  aquelies 
auctores  se  referem  ao  emprego  de  cada  um  dos  caracteres  al- 
phabeticos  separadamente  dos  outros.  E  se  sSo  estéreis  as  inves- 
tigaçòeSi  de  Bénard  de  Malinckrot  sobre  a  origem  mythica  da 
arte  typographica  para  lhe  dar  foros  de  divina^  nSU)  é,  a  meu  ver, 
inteiramente  desprezável  a  lenda  que  attribue  ao  rei  Ágesilau  o 
facto  de  ter  escripto  a  negro  a  palavra  vex£=:victoria,  imprimiu- 
do-a  depois  no  figado  d'uma  victima  para  assim  dar  alento  ás 
suas  tropas,  segundo  affirma  Robert  Mentel.  É  que  as  lendas, 
se  não  correspondem  a  uma  realidade  histórica,  têem  sempre  um 
fundo  de  verdade  e  baseiam-se  geralmente  numa  tradição  nacio- 
nal. Por  isso,  embora  não  admittamos  o  facto  tal  qualmente 
Robert  Mentel  no-lo  transraittiu,  devemos  comtudo;  em  que  peze 
a  Paul  Lacroix,  Edouard  Fournier  e  outros,  considerar  essa 
lenda  como  tendo  a  sua  génese  na  ideia,  concebida  por  algum  ou 
alguns  gregos  ignorados,  relativa  á  impressão  de  caracteres, 
ainda  que  não  seja  a  de  caracteres  moveis  cujas  marcas  são 
todavia  muito  antigas,  como  attesta  a  descoberta  de  pnncçSes 
d^uma  só  letra  applicaveis  e  pelos  gregos  e  romanos  empregadas 
no  pão^  tijolos,  lâmpadas  de  barro  e  vários  outros  objectos  d'ar- 
gila.  Este  facto  e  o  da  impressão  seca,  a  frio  ou  a  quente,  que 
elles  muito  bem  conheceram,  e  ainda  o  uso  que  faziam  dos  sine- 
tes levam-nos  a  afiírmar  que  elles  estiveram  prestes  a  exclamar, 
relativamente  á  invenção  da  imprensa,  o  mesmo  suprjxa  que  Ar- 
chimedes  exclamou  ao  descobrir  a  lei  da  gravidade  dos  corpos 
mergulhados  em  liquides,  applicada  mais  tarde  a  todo  o  fluido. 

Porque  não  a  descobriram  elles?  Talvez  porque,  como  pon- 
dera Léon  de  la  Borde,  sendo  essas  letras  cavadas  em  marfim 
ou  na  madeira,  não  podiam  servir  para  a  impressão  e,  sendo 
assim,  não  podiam  suggerir  a  ideia  da  reproducção  graphica 
pelos  typos  moveis.  E  não  seria  também  porque  o  papyrus,  então 
usado,  não  se  prestava  a  receber,  como  mais  tarde  o  perga- 
minho e,  melhor  ainda,  o  papel,  a  gravura  dos  caracteres? 

Como  quer  que  fosse  não  ha  duvida  de  que  foi  mister  o  de- 
curso de  muitos  séculos  para  que  o  bom  Génio  da  Arte  viesse 
presentear  a  humanidade  com  tão  benéfico  invento. 


• « 


68  BOLETIM  DAS  BlBLlOTUÊCAS 


Quem,  para  remontar  ás  origens  do  livro  impresso,  examinar 
ps  livros  de  imagens  vê  imme<l latamente  que  estes  assignaiam  a 
transição  da  arte  da  gravura  para  a  da  imprensa.  Nas  differentes 
bibliothecas  europeias  estão  archivadas  essas  espécies  de  livros. 
Não  têm  data  nem  indicação  de  auctor  nem  de  localidade  e  é 
variável  o  logar  em  que  está  impresso  o  texto;  este  encontra-se, 
com  effeito,  ora  lateral  ora  mt^dial  ora  inferiormente  collocado 
em  relação  ás  imagens  e  por  vezes  sae  da  boca  das  iiguras  com 
manifesto  intuito  explicativo.  Vê-se  claramente  que  foram  gra- 
vados em  tábuas  Hxas  de  madeira  e  são  anopistographos.  Os 
simples  traços  no  gosto,  chamado  gothico,  com  que  as  figuras  são 
representadas,  revelam  tanto  rudimentarismo  artístico  como  a 
explicação  latina  que  as  acompanha  e  as  folhas,  visto  que  são 
anopistographicas,  têem  collados  os  respectivos  versos. 

Segundo  investigações  bem  dirigidas  foi  este  género  d'impres- 
são  —  a  tabular  ou  xyiographica  —  o  meio  de  publicação  diurna 
grammatica  que  durante  muito  tempo  esteve  em  voga  na  França, 
na  Allemanha  e  na  HoHanda  —  a  grammatica  de  Donato  que 
servia  para  aprendizagem  doB  estudantes  d'aquelles  países. 

Ora,  já  pela  importância  doesta  grammatica,  já  principalmente 
pela  sua  prioridade,  estendeu-se  o  nome  de  DonatosÇ*)  a  todas 
as  obras  impressas  como  aquella  grammatica.  Assim  se  denomi- 


(#)  A  corroborar  a  conclusão  a  que  por  um  simples  exame  se  chega  de 
que  foi  o  processo  xvlographico  o  empregado  para  a  impressão  doestes  li- 
vros ha  na  bibliotheca  nacional  de  Paris  duas  tábuas  xylographicas  que 
evidentemente  serviram  para  a  impressão  d'um  Donato.  Foram  compradas 
na  Allemanha  por  Foucault,  conselheiro  de  Luís  xiv  e  sabe-se  que  perten- 
ceram successivamente  ao  presidente  Mainons,  Du  Fay,  Muraud  e  duque 
de  La  Vallière.  A  primeira  d^essas  tábuas  é  em  4.°  e  tem  20  linhas  e  em 
ambHS  ellas  os  caracteres  sào  esculpidos  em  relevo  e  ás  avessas.  Vê-se  que 
aquella  1.*  tábua  reproduziu  a  3.*  pagina  do  livro  nella  impresso,  porque 
ainda  conserva  nitidamente  a  letra  C  ao  fundo.  8abe-se  que  era  então  cos- 
tume paginar-se  por  lettras  alphabeticas  como  acontece  com  o  Ars  memO' 
randi.  O  que  ahi  ha  de  mais  curioso  é  o  inicio  do  emprego  da  pontuação,, 
pois  que  esta  não  apparece  nem  no  Speculum  nem  nos  livros  dlmagens.  £ 
tal  a  relativa  perfeição  do  texto  que  M.  Léou  de  La  Borde  presume  que 
essas  duas  tábuas  serviram  posteriormente  ás  primeiras  publicações  tjpo- 
graphicas  de  Mayença. 


É  ARCHIVOS  NACI0NAE8  69 


naram  d 'um  modo  genérico  o  Speculum  SalvationU,  o  Catholi- 
con,  a  Bíblia  pauperum,  etc. 

Onde  foram  impressos  esses  livros  d'imagens,  esses  Donatos, 
esses  primitivos  exemplares  do  Speculum,  da  Biblia  pauperum  e' 
congéneres? 

Ánalysando  as  figuras  que  se  encontram  na  primeira  ediçSa 
da  Biblia  pauperum  e  confrontando- as  com  as  Hirschauchen  Fe- 
nestergemalde  (pinturas  das  janellas  de  Hirschau)  de  Schwarz- 
wald  (Floresta  Negra),  o  notável  escriptor  do  século  xviii,  da 
Álta-Lusacia,  Lessing,  concluiu  que  essa  ediçSo  deve  ter  sido 
feita  na  Suabia. 

Provada,  porám,  a  origem  allemâ  da  Biblia  pauperum  pro- 
vada está  a  do  Specidum^  já  pelo  desenho,  já  pela  forma  de 
gravar  de  que  o  artista  se  serviu.  Nenhuma  duvida  deve  haver 
e^m  affirmar  que  rs  mesmos  artistas  cooperaram  nas  duas  obras. 
E  esta  a  illaçâo  tirada  por  Paul  Lacroix,  Édouard  Fournier  e 
Ferdinand  Seré  (Histoire  de  VImprimerie)  e  ainda  por  M.  Gui- 
chard,  citado  por  aquelles.  E,  a  despeito  do  seu  antagonismo 
com  a  preconisaçSo  da  origem  allemâ  dada  á  imprensa,  concor- 
dam plenamente  com  aquella  illaçSio  os  polemistas  Meermann, 
Hfinecken  e  Ottley. 

Com  os  Donatos,  porém,  o  caso  muda  de  figura.  M.  Léon 
de  la  Borde,  apoiado  no  texto  d'um  chronista  anonymo  do  antigo 
principado  allemfto  de  Cologne,  pronuncia-se  pela  origem  hollan- 
dêsa  d'aquelles  livros,  relativamente  á  sua  impressão.  Diz  esse 
chronista  que  foi  pelos  Donatos  e,  segundo  elles,  que  a  imprensa 
começou ;  que  esses  livros  foram  a  primeira  vez  impressos  na 
Hollanda  e  que,  portanto,  embora  ca  arte  da  imprensa,  tal  como 
a  praticamos  hoje,  tenha  sido  inventada  em  Mayença»,  é  todavia 
á  Hollanda  que  cabe  a  honra  de  ser  o  pais  em  que  aquella  ideia 
foi  pela  primeira  vez  encontrada.  Ponderam  os  já  citados  Paul 
Laoroix,  Edouard  Fournier  e  Ferdinand  Seré  que,  sendo  esse 
chronista  allemâo  e  nâo  tendo,  por  consequência,  conveniência 
moral  em  lisongear  uma  naç^o,  rival  da  sua  neste  assumpto,  e, 
por  outro  lado,  escrevendo  elle  em  1499,  estava  próximo  dos 
,  acontecimentos  de  que  tracta ;  por  consequência  devemos  cre-lo 
piamente,  concluem  aquelles  escriptores,  conferindo  á  Hollanda 
toda  a  honra  da  imprensa  incipiente.  Com  licença  da  auctoridade 
d'e8ses  escriptores  nSo  me  parece  lógica  a  conclus&o  tirada  do 
facto  de  ser  allemão  aquelle  chronista.  A  moderna  critica  histó- 
rica opp5e-se  a  esse  processo  de  fazer  Historia,  nfto  só  porque  o 
princípio  de  fallibilidade  admitte  a  ideia  do  erro  em  todo  o  es- 


TO  BOLI£TIH  DAS  BlBLlOTHCCAd 


criptor  como  ainda  porque  nos  fallecem  as  provas  de  probidade 
doesse  chronista.  Quanto  á  vizinhança  da  época  em  que  os  factos 
se  deram,  devemos  ponderar  que  muitas  narrativas  feitas  por 
coevos  têem  sido  adulteradas  por  elles  próprios  e  só  mais  tarde 
as  fontes  indirectas  vêem  fazer  luz  sobre  esses  factos.  Seja,  po- 
rém, como  fôr,  é  certo  que  Léon  de  la  Borde  acceita  também  a 
opinifto  do  chronista  anonymo. 

Mas,  acceitando  mesmo  o  opinião  d'esse  chronista,  podemos 
nós  concluir  d'ahi  que  a  invenção  dos  typos  moveis  deve  attri- 
buir-se  á  Hol  landa  na  pessoa  de  João  Lourenço  (Coster)  de 
Harlem  como  pretende  Adriano  Junio  na  sua  Batavia?  E  a  elle 
que  deveremos  conferir  as  honras  de  proto-typographo  ?  Seria 
uma  asseveração  que,  dignificando  os  hollandêses,  muito  depri- 
miria o  censo  histórico  do  seu  auctor,  embora  devamos  perdoar 
a  Meermann,  a  Ottley  e  a  Koenig  a  obcecação  d'espirito  que  os 
propelliu  a  faze-la,  pelo  amor  pátrio  que  determinou  o  seu  erro. 

As  mais  serias  investigações  conduzem-nos  ao  asserto  de  que 
foi  em  Strasburgo.  e  em  Mayença  ou  Moguncia  que  a  arte  typo- 
graphica  alvoreceu  e  é  nesta  ultima  cidade  que  devemos  coUocar 
o  berço,  como  é  também  nella  que  se  encontra  o  tumulo  d'aquelle 
que  teve  o  condão  de  abrir  novos  horizontes  ao  pensamento. 


* 


£  com  effeito  Hans  Gens-Fleisch  de  Sulegoch,  vulgarmente 
conhecido  pelo  nome  de  Guttenberg,  em  razão  do  logar  do  seu 
nascimento,  que  em  1436  de  sociedade  com  André  Dryzehn, 
João  RiiFe  e  André  Helmasperger  começou  em  Strasburgo  a 
entregar- se  á  arte  typographica.  Tinha  então  36  annos  e,  sendo 
natural  de  Moguncia,  emigrara  para  Strasburgo,  havia  12  annos, 
em  virtude  d'uma  guerra  civil  que  a  petição  dos  direitos  do  povo, 
a  este  sonegados,  suscitara  e  com  tal  ardor  que  muitas  famílias 
nobres,  entre  as  quaes  se  contava  a  de  Guttenberg,  foram  obri- 
gadas a  abandonar  a  terra  natal. 

Objectar-se-me  ha,  porém,  que  a  asserção  de  se  entregar 
Guttenberg  em  Strasburgo  á  arte  typographica  societariameute 
com  Riffe,  Dryzehn  e  Plelmasperger  é  tanto  mnis  gratuita  quanto 
é  certo  que  o  contracto  entre  elles  firmado,  segundo  as  notas  do 
tabellião  Helmasperger,  tinha  por  fim  o  exercício  das  artes  ma- 


£  ÁSCHIVOS  KACflOKAES  71 


ravilhosas  sem  que  o  nome  d^imprensa  viesse  a  lume.  Esta  obje- 
cção cae  por  terra  perante  o  seguinte : 

Um  dos  sócios  falieceu  tempos  depois  do  começo  dos  tra- 
balhos, e  tendo  os  respectivos  herdeiros  reclamado  a  parte  que 
o  sócio  fallecido,  Dryzehn,  tinha  dado  para  a  exploração  indus- 
trial da  sociedade,  aconteceu  que  Guttenberg  não  teve  o  di- 
nheiro necessário  para  integral  pagamento  da  parte  que  per- 
tencera a  Dryzehn.  Os  herdeiros  recorreram  aos  tribunaes  e  ahi 
tiveram  de  depor  os  operários  que  trabalhavam  por  conta  da 
empresa.  Interrogados  estes  sobre  a  arte  que  cultivavam  na 
officina  de  Guttenberg  e  seus  sócios,  responderam  que  se  consa- 
gravam ao  mister  de  aperfeiçoar  uns  espelhos.  Este  termo  foi  to- 
mado á  letra  pelos  juizes,  que  condemnaram  Guttenberg  a  en- 
tregar aos  herdeiros  de  Dryzehn  uma  parte  do  quinhão  por 
elles  reclamado.  Os  estudiosos,  após  uma  serie  de  investigações, 
apuraram,  porém,  que  a  palavra  espelhos  de  que  os  operários  se 
serviam  não  significavam  de  maneira  nenhuma  os  objectos  conhe- 
cidos commumente  por  tal  designação.  Como  havia  então  varias 
obras  com  o  titulo  de  Speculum,  o  Speculum  Salvationis,  por 
exemplo,  o  Speculum  Sacerdotum,  etc,  os  operários  que,  segundo 
averiguações  posteriores,  eram  ajuramentados  para  guardarem 
absoluto  sigillo  sobre  a  arte  em  que  iam  trabalhar^  para  não 
serem  perjuros,  serviram-se  no  tribunal  d'aquelle  termo  que  evi- 
dentemente significava  a  ideia  reservada  da  impressão  d'obras 
litterarias  designadas  então  por  aquelle  nome  genérico.  É  este 
até  um  dos  fios  conductores  dos  eruditos  na  pesquiza  da  verdade 
sobre  a  origem  da  imprensa. 

Extincta  a  sociedade  e  não  podendo  Guttenberg  continuar 
na  exploração  do  seu  invento,  retirouse  de  Strasburgo  para 
Mayença  em  1445.  Cinco  annos  depois  associou-se  com  Fust  ou 
Fausth,  ourives  rico  e  ambicioso  que,  fornecendo  a  Guttenberg 
o  dinheiro  necessário  para  este  pôr  em  pratica  a  sua  ideia,  assi- 
gnou  com  elle  um  contracto  evidentemente  pernicioso  para  o 
genial  inventor  —  o  de  ser  este  obrigado  a  restituir-lhe  dois  terços 
do  capital  e  todos  os  utensilios  com  a  divisão  de  lucro  ou  perda 
entre  ambos,  além  do  juro  de  6  %,  que  Fust  receberia  desde  a 
data  do  contracto  sobre  todo  o  capital  com  que  entrara,  logo 
que  houvesse  desaccordo  entre  os  dois. 

Foi  então  publicada  a  Bíblia  Latina  de  42  linhas,  sendo  esta 
circumstancia  que  determinou  a  designação  por  que  é  hoje  co- 
nhecido este  incunabulum,  um  dos  exemplares  do  qual  se  encontra 
na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  O  typo  de  madeira  primiti- 


72  BOLETIM  DAS  BIBLIOTH£CAS 


vãmente  empregado  foi  sabstitaido  pelo  de  chumbo;  mas  este, 
pela  sua  grande  flexibilidade,  carecia  de  frequente  renovação  e 
Pedro  SchoBffer,  de  Gernszhein^  do  eleitorado  de  Mayença,  rapaz 
intelligente  e  culto,  que  então  trabalhava  na  oíficina,  consagrou 
as  horas  d'ocio  á  descoberta  d^um  metal  ou  liga  com  a  necessária 
resistência  para  obviar  áquelle  inconveniente.  Encontrada  a  liga 
necessária  para  a  gravura  dos  caracteres  e  o  meio  mais  fácil 
de  reprod acção  doestes,  apresentou  á  Empresa  a  sua  descoberta, 
pelo  que  foi  admittido  em  sociedade,  casando  até  com  uma  neta 
de  Fust.  Estes  factos  são-nos  attestados  por  Fischer  e  por  um 
historiador  contemporâneo  de  SchoeíFer.  Crê-se  geralmente  que 
a  primeira  obra  impressa  pelo  novo  systema  foi  o  Durandi  Ra- 
tionale  officionim,  in-folio,  em  1459.  Parece  também  que  á  nova 
sociedade  deve  ser  attribuida  a  publicação  das  Litterce  indulgen- 
ciariim  Nicolai  V,  Pont,  Max,  pro  rege  Chypri,  datce  ErffurduB, 
anno  1454^  15  novemb.  O  prof.  Jebhurdi,  de  Luneburgo,  des- 
cobriu uma  segunda  carta  indulgenciaria  que,  segundo  declara- 
ções de  Heinecke  e  BrertkopíF,  foi  vista  por  estes.  Ha  também 
uma  carta  cuja  data  é  anterior  áqnella  e  que  é  dirigida  por  Pau- 
lino Chappe  a  Godofredo  Becker,  presbytero  de  Verden  (ducado 
de  Luneburgo),  cujo  assumpto  é  o  incitamento  á  defêsa  da  fé  e 
do  reino  de  Chypre  que  Chappe  faz  a  Becker.  Tem  a  data  de 
1405  e  foi  publicada  pela  sociedade  dos  três. 

Fust,  porém,  sempre  ambicioso,  tendo  por  isso  em  maior 
conta  o  dinheiro  do  que  o  excellente  serviço  que  Guttenberg 
havia  prestado  a  elle  e  á  humanidade,  pensou  em  desligar-se  do 
grande  inventor  para  continuar  com  o  marido  de  sua  neta  a  ex- 
plorar a  nova  industria,  obrigando  por  isso  o  seu  primeiro  sócio 
ao  cumprimento  rigoroso  do  contracto,  isto  é,  a  entregar-lhe  o 
capital  com  que  entrara,  ficando  assim  Guttenberg  em  lucta  com 
novas  difficuldades.  Encontrou  este,  todavia,  um  novo  sócio — o 
Dr.  Conrado  Humery,  syndico  de  Mayença  —  e  pubUcou  em  ca- 
racteres, differentes  dos  usados  até  então,  o  Hermann  Saldis  fpe^^ 
culum  sacerdotum,  sem  data  mas  com  a  indicação  do  logar  — 
Mayença.  Ainda  publicou  o  Summa  qiuF  voccUur  Catholicon  e 
talvez  outros  trabalhos,  sobre  o  que  ha  comtudo  algumas  duvidas. 

Diffamado  pelos  copistas  e  perseguido  pelos  inimigos,  teve 
comtudo  Guttenberg  a  felicidade,  aliás  rara  nos  grandes  homens, 
de  encontrar  na  pessoa  do  eleitor  Âdolpho  ii  de  Nassau  um 
amigo  dedicado  que,  fazendo-o  fidalgo  de  sua  casa,  estabeleceu- 
Ihe  uma  pensão  e  nomeou-o  seu  camarista  pelo  que  cedeu  aos 
seus  companheiros  de  trabalho  na  imprensa  a  parte  que  lhe 


E  ARCHIVOS  NACIONAES  73 


cabia.  Parece  que  morreu  em  Mayença  na  obscuridade  de  que 
todavia  os  pósteros  o  salvaram,  proclamando-o  mais  tarde  ura 
doB  maiores  bemfeitores  da  humanidade. 

A  fama  do  grande  invento  em  breVe  se  espalhou  pela  Alle- 
manha  toda,  e  o  rei  de  França,. Luiz  xi,  reconhecendo  as  aitis- 
simas  vantagens  da  instituiç&o,  encarregou  Nicolau  Jenson, 
director  da  casa  da  moeda  de  Tours,  de  ir  estudar  a  Mayença 
o  segredo  da  nova  arte.  Encontrava- se  ali  Jenson  quando  pela 
morte  de  Luiz  xi  subiu  ao  throno  francês  Carlos  viii.  Rebentando 
então  em  França  a  guerra  civil,  filiou- se  Nicolau  Jenson  no 
partido  do  duque  de  Barri,  denominado  a  liga  do  bem  publico. 
Jenson,  receiando  os  furores  do  rei,  passou-se  para  Venêsa 
onde  foi  estabelecer- se  como  impressor  e  ahi  fez  fortuna.  Em 
Roma  foi  a  arte  de  Guttenberg  implantada  por  Conrado  Sweyn- 
heim,  Arnold  Pannartz  e  UIrico  Han  que  ali  tiveram  um  magni- 
fico acolhimento. 

Nlo  podia  Portugal  também  deixar  de  reconhecer  a  vantagem 
da  arte  typographica.  Parece  mesmo  positivo  que  foi  a  cidade 
de  Leiria  a  primeira  cidade  da  peninsula  que  conheceu  aquelle 
invento,  poisque  foi  ahi  que  se  assentou  o  primeiro  prelo  e  que 
foi  Portugal  o  primeiro  país,  depois  da  AUemanha  e  da  Hollanda, 
em  que  aquelía  arte  foi  exercida.  Ignora-se,  porém,  apezar  das 
investigações  dos  eruditos,  qual  fosse  a  primeira  ediçRo  dada  á 
luz  em  Leiria.  A  mais  antiga  edição  doesta  cidade  por  nós  conhe- 
cida positivamente  é  a  dos  Prophetas  prímeiros,  mas  está  averi- 
guado que  não  foi  esta  a  primeira  edição  portuguesa. 

A  Leiria  seguiu-se  Lisboa  na  ordem  chronologica  das  ediçSes 
portuguesas,  sendo  a  primeira  nesta  ultima  cidade  a  edição  he- 
braica de  Secher  Orach  ou  Livro  do  caminho  da  vida  de  Jacob 
Ben  Ascer  em  1485  da  nossa  éra. 


Lisboa,  30  de  Junho  de  1908. 


Benjamin  de  Carvalho  Vasques  de  Mesquita. 


74  BOLETIM  DAS  filBUOTHEOAS 


BIBLIOTHEOA  NACIONAL  DE  LISBOA 


REGISTO  DE  PROPRIEDADE  UTTERiRIA 


Obx*as  entr^adas  no   anuo   de    190S 


Janeiro 

£m  cumprimento  do  disposto  no  artigo  60b.^  do  Código  Civil 
se  faz  publico  que  no  mês  sobredito  foram  depositados  nesta 
bibliotheca  dois  exemplares  de  cada  uma  das  seguintes  publica- 
ções: 

Por  Áillaud  &  C,  como  editores: 

—  «Curso  elementar  de  botânica»,  2.*  edição,  1.%  2.*  e  3.* 
classes,  por  António  Xavier  Pereira  Coutinho.  —  Aillaud  de 
C/,  Paris-Lisboa.  In  8.°  de  304  paginas. 

—  «Curso  elementar  de  botânica»,  2.^  edição,  4.^  e  5/  classes, 
por  António  Xavier  Pereira  Coutinho.  —  Aillaud  &  C.*,  Pa- 
ris-Lisboa. In-8.^  de  176  paginas. 

—  «Curso  elementar  de  botânica»,  2.*  edição,  6.»  e  7.*  classes, 
por  António  Xavier  Pereira  Coutinho.  —  Aillaud  &  C.*,  Pa- 
ris-Lisboa. In-8.®  de  312  paginas. 

—  «LiçSes  elementares  de  zoologia»,  1.*,  2.*  e  3.*  classes  do 

curso  dos  lyceus,  por  F.  Matoso  Santos  e  Baltazar  Osório. 
—  Aillaud  &  C.*,  Paris-Lisboa.  In-18.®  de  364  paginas. 

—  «Lições  elementares  de  zoologia»,  4.^  e  5.*  classes  do  curso 

dos  lyceus,  por  F.  Matoso  Santos  e  Baltazar  Osório  — Ail- 
laud &  O.*,  Paris-Lisboa.  In-18.®  de  100  paginas. 

—  cLiçS^B  elementares  de  zoologia»,  6.^  e  7.^  classes  do  curso 


£  AKCHIVOS  NAClONAlãS  iO 


dos  Ijceus,  por  F.  Matoso  Santos  e  Baltazar  Osório.  —  Ail- 
laud  &  C.*,  Paris-Lísboa.  Typographia  Ailiaud  &  C.*,  1907. 
Iq-16.®  de  208  paginas. 

—  «  Enino  secundário*.  Leituras  portuguesas  colligidas  por  J. 

Barbosa  de  Betencourt,  1.*,  2.*  e  3.^  classes.  —  Aillaud  de 
C.»  — Paris,  1907.  In-8.«  de  290  paginas. 

—  «Trechos  escolhidos  de  autores  portugueses  para  uso  da  4.* 

e  5.*  ciasses»,  por  J.  Barbosa  de  Betencourt.  —  Paris- Lisboa, 
Typographia  Aillaud  &  C.%  1907.  In-18.^  de  594  paginas. 

—  «Resumo  de  grammatica  francesa»,  por  R.  Foulché-Delbosc 

e  A.  R.  Gonçalves  Vianna.  —  Paris,  Typographia  Aillaud  & 
C.*,  1907.  In-ie.*»  de  208  paginas. 

—  «Grammatica  inglesa»,  por  A.  R.  Gonçalves  Vianna,  2.'  e 

3.*  classes.  —  Paris,  Typographia  Aillaud,  1907.  In-Í8.®  de 
108  paginas  e  7  folhas  estampadas  de  um  só  lado. 

—  «Selecta  inglesa»,  colligida  por  J.  C.  Berkeley  Coter  e  anno- 
tada  por  A.  R.  Gonçalves  Vianna,  2.*  e  3.*  classes. — Paris, 
Typographia  Aillaud  &  C.%  1907.  In-18.^  de  364  paginas  e 
16  folhas  estampadas  de  um  só  lado. 

Pela  Empresa  Literária  e  Typographica,  como  editora:  Dr.  An- 
tSo  de  Vasconcellos:  «Memorias  do  Mata-carochas». — Porto, 
Typographia  da  Empresa  Literária  e  Typographica.  In-8.* 
de  432  paginas. 

Por  Francisco  Cardoso  de  Azevedo,,  como  autor :  «Novo  diccio- 
nario  chorographico  de  Portugal,  continental  e  insular»,  4.* 
ediçSo. — Porto,  Typographia  de  José  da  Silva  Mendonça, 
1906.  In-8.^  de  1:192  paginas. 

Por  Raul  Martins,  como  editor:  «O  coração  das  mulheres»,  con- 
tinuação dos  preciosos  estudos  scientificos  privados  do  distíncto 
medico  analysta  Dr.  Krauffman,  por  Alfredo  Albuquerque 
Júnior. — Lisboa,  Typographia  Rua  Luz  Soriano,  26.  In-8.*» 
de  80  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  LelIo  &  Irmão,  como  exlitora : 

—  «Gomes  Freire»,  drama  histórico  por  Theophilo   Braga.— 


76  BOLETDf  DAS  BIBLI01*HKCAS 


Porto,  Imprensa  Moderna,  1907.  In-8.*  de  316  paginas  e  1 
folha  com  o  retrato  do  autor. 

—  Mayer  Garção:  «EIxcelsior»,  (carteira  de  uma  idealista). — 

Porto,  Imprensa  Moderna,  1907.  In-8.^  de  326  paginas. 

— Coelho  Neto:  «Fabulario». — Porto,  Imprensa  Moderna,  1907. 
In-8.*  de  248  paginas. 

—  Obras  completas  do  Padre  Antonio  Vieira:  cSermSesB.  Vol. 

6.® — Porto,  Imprensa  Moderna,  1907.  In-8.®  de  420  paginas. 

Pela  livraria  editora  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora,  Mer- 
cedes Blasco :  aMemorias  de  uma  actriz».  Proprietária  a 
autora. — Lisboa,  Typographía  de  Francisco  Luiz  Gonçalves, 
1907.  In-8.®  de  304  paginas  e  17  folhas  com  retratos  da 
autora. 

Por  Eliseu  Gonçalves  Preza,  como  editor:  c Almanach  de  Vianna 
do  Castollo  e  seu  districto,  1898i.  —  Vianna  do  Castello, 
1897.  In-1.*  de  216  paginas. 

Por  Emiiio  Augusto  Vecchi,  como  autor,  editor  e  proprietário : 
c Antonio  Cabreira».  Noticia  succinta  da  sua  vida  e  obras. — 
Lisboa,  Typographia  Bayard,  1907.  In-8.^  de  32  paginas  e 
1  folha  com  o  retrato  do  biografado. 

Por  João  José  Lopes  Júnior,  como  editor  e  proprietário:  cGuia 
postal»,  3/ediç&o,  1908.  Typographia  do  Commercio,  1907. 
In-16.®  de  88  paginas. 

Por  Sam  B.  Newman  &  J.  E.  Fugman,  de  Cleveland:  cOhio  U. 
S.  A.>,  como  proprietários:  «The  calcules  universal  calcula- 
ting  tables».  —  Copyright,  1907,  10  folhas  encapadas  e  de 
um  só  lado  impressas  e  tendo  de  altura  420  millimetros  e  de 
comprimento  a  1.*  e  a  5.*,  3:15õ  millimetros,  a  2.*,  3.^  e 
4.*,  2:210  millimetros,  e  a  6.%  7.%  8.*,  9.*  e  10.*,  2:395 
millimetros. 

Por  José  Joaquim  de  Almeida,  como  proprietário:  «Almanach 
da  chronica,  para  1907».  —  Lisboa,  Typographia  da  Empresa 
da  ilistoria  de  Portugal,  1906.  In- 8.**  de  96  paginas. 


£  ARCHIVOS  KACIONABS  77 


Por  F.  Â.  Xavier  Rodrigues,  como  autor:  «Curso  elementar  da 
lingua  latina.  Exercícios  grammaticaes  e  de  leitura».  —  Lis- 
boa, Typographia  Paulo  Guedes  4  Saraiva,  1907.  In-8.®  de 
460  paginas. 

Por  António  da  Silva  Santos,  como  editor  e  proprietário :  cÁl- 
manach  do  Borda  Leça»,  por  Raphael  Carlos  Pereira  de 
Sousa,  para  1908. — Porto,  Typographia  Peninsular.  In-8.* 
de  16  paginas. 

Por  José  Miguel  de  Abreu,  como  autor:  «ProjecçSes  ortogonaes» . 
Editores  Lopes  &  C* — Porto,  Imprensa  Moderna.  In-4.®  de 
56  paginas. 

Peta  A  Editora,  como  editora : 

— Dubnt  de  Laforest:  «O  cabelleireiro  mundano»,  traducçSo  de 
A.  Metrass  de  Campos.  —  Lisboa.  In-4.^  de  160  paginas. 

—  a  A  Rússia  Vermelha»,  por  John  Foster  Fraser,  traducçSo  de 
Marcelino  Mesquita,  1.*  edição.  —  Lisboa,  Typographia  A 
Editora,  1907.  In-8.^  de  228-4  paginas  e  47  folhas  com  es- 
tampas. 

Por  José  Vicente  de  Freitas,  como  autor,  editor  e  proprietário : 
«Atlas  de  desenho,  4  ^  e  5.*  classes».  Typographia  da  Coope- 
rativa Militar,  lithographia  E.  Barrault. — Lisboa,  1908.  In- 
folio  de  48  paginas  e  lõ  folhas  estampadas  de  um  só  lado. 

Por  João  da  Silva  Soares,  como  autor:  c Apologia».  Versos.  — 
Lisboa,  Typographia  A.  M.  Rodrigues,  1907.  In-8.®  de  64 
paginas. 

Por  JoSlo  Duarte  Rhodes  e  Raul  Annaia  Cardoso,  como  autores^ 
editores  e  proprietários:  «Guia  do  timoneiro». — Lisboa,  Ty- 
pographia A  Publicidade,  1907.  In-8.°  de  52  paginas. 

Por  António  Vianna,  como  autor  da  musica:  «Versos  de  Accursio 
Cardoso.  Bailada  de  amor».  Musica  de  António  Vianna  (Dr.). 
Lithographia  Artistica.  —  Lisboa.  Imprensa  Crevet  Frères, 
Paris.  In-folio  de  8  paginas. 


Í8  BOLKTIM  DAS  BlBLIOTHECAS 


Fevereiro 

Por  Âloisio  Gomes  da  Silva,  como  editor : 

—  fA  voz  do  Evangelho»,  vol.  ii. — Porto,  1906.  —  In-8."  de 

16  paginas. 

—  iO  padre  junto  aos  doentes  e  moribundos»,  coordenado  por 
F.  A.  Carlos  das  Neves.  —  1.'  parte:  Assistência  corporal. 

—  Porto,  1907. — Typographia  A.  J.  da  Silva  Teixeira. — 
In-8.*^  de  544  paginas. 

—  cNovena  do  martyr  S.   Sebastião»,   composta  por  José  de 

Aquino  Velloso  de  Sequeira,  3.*  edição.  —  Porto,  1908. — 
Typographia  Teixeira.  —  In-8."  de  32  paginas. 

—  a  Novena  efficacissima  a  Nossa  Senhora  do  Perpetuo  Soccorro», 

pelo  Padre  Saint-Omer,  traduzida  por  D.  Maria  da  ConceiçSo 
Machado  Castello  Branco,  2.*  edição.  —  Porto,  1908.  In-8.<* 
de  96  paginas. 

—  iO  padre  junto  aos  doentes  e  moribundos»,  coordenado  por 
F.  A.  Carlos  das  Neves.  —  2.*  parte:  Assistência  espiritual. 

—  Porto,  1907.  —  Typographia  A.  J.  da  Silva  Teixeira. — 
In-8.<»  de  280  paginas. 

Por  Manoel  dos  Santos  Marques,  como  auctor:  «Nas  trevas», 
2.*  edição.  —  Famalicão,  1906. — Typographia  Minerva.  — 
In-8.®  de  184  paginas  e  1  folha  com  um  retrato. 

Pela  Livraria  Editora  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora  e 
proprietária : 

—  Júlio  Dantas:   «Rosas  de  todo  o  anno»,  comedia  era  1  acto, 

em  prosa,  2.*  edição.  —  Lisboa,  1908.  —  Imprensa  Portu- 
guesa. —  In-8."  de  36  paginas  e  4  estampas. 

—  Júlio  Dantas:  «Mater  dolorosa»,  peça  em  1  acto. — Lisboa, 

1908.  —  Imprensa  Portuguesa.  —  ln-8."  de  56  paginas  e  1 
folha,  com  o  retrato  do  autor. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  á  Irmão,  como  editora: 

—  D.  F.  Strauss :  «Nova  vida  de  Jesus»,  traducção  da  versão 


£  AROHIVOS  1IACI0NA£S  79 


francesa  de  NeíFtzer  e  DoUfuS;  por  Heliodoro  Salgado.  — 
Porto,  Imprensa  Moderna.  — In  8."  de  504  paginas  o  volume  i 
e  de  464  paginas  o  volume  ii. 

—  António  E.  de  Almeida  Azevedo:  cReforma  Jadiciariat. — 

Porto,  1908. — Imprensa  Moderna. — In-8.<>  de  96  paginas. 

Por  Maximiliano  de  Azevedo,  como  autor  e  proprietário:  «Inês 
de  Castro»,  drama  em  5  actos.  —  Lisboa,  1908.  —  Imprensa 
Luso- Africana. — In-8.®  de  126  paginas. 

Por  F.  A.  de  Miranda  e  Sousa,  como  editor — René  Emery: 
«Santa  Maria  Madalena».  TraducçSo  de  Moraes  Leal. — 
Lisboa,  1907. — Typographia  Lusitana.  In-8.®  de  õ34  paginas. 

Pela  Livraria  Figueirinhas,  como  editora : 

—  M.  Abundio  da  Silva:  «O  dever  presente».  —  Porto,  1908. 

—  Typographia  Universal.  In-8.°  de  280  paginas. 

— Victor  de  Moigénie:  «O  homem  em  Portugal».  —  Porto,  1903. 

—  Typographia  Universal.  In- 12.®  de  406  paginas. 

Por  JoSo  da  Silva  Soares,  como  autor: 

—  «Poesias». — Lisboa,  Typographia  A.  M.  Rodrigues,  1907. 
In-8.^  de  28  paginas. 

—  «As  nymphas  e  o  Deus  Cupido».  —  Lisboa,  1907. — Typo- 
graphia A.  M.  Rodrigues.  In-12.°  de  20  paginas. 

—  «Queixumes  de  amor».  —  Lisboa,  1907.  —  Typographia  A. 
M.  Rodrigues.  In'8.°  de  28  paginas. 

Por  José  Fernandes  Cabral,  como  autor. — «Quadro  graphico — 
Diagrammico  demonstrando  os  principies  rudimentares  da 
contabilidade  diagraphica  de  uma  casa  commercial»,  dese- 
nhado por  Lourenço  Porto- Carrero.  —  Uma  folha  de  607 
millimetros  de  largura  por  464  millimetros  de  altura. 

Por  José  Miguel  de  Abreu,  como  autor :  «Desenho  linear  e  de 
ornato  para  o  ensino  nas  escolas  normaes  e  nas  de  habilitaçfto 
para  o  magistério  primário».  Porto,  1906.  In-4.^  de  84  pa- 
ginas. 


80  BOLETIM  OA8  BIBLIOTHBCAS 


Por  José  Duarte  de  Araújo,  como  autor,  editor  e  proprietário: 

—  «Methodo  simultâneo  de  leitura  e  escrita».  Parte  theorica. 
Lisboa,  1908.  —  Imprensa  Nacional.  In-8.®  de  64  pa^as. 

—  cMethodo  simultâneo  de  leitura  e  escrita».  Parte  pratica. 
Lisboa,  1908.  —  Imprensa  Nacional.  In-8.*^  de  48  paginas. 

—  cMethodo  simultâneo  de  leitura  e  escrita».  Três  cadernos  ín- 

8.^,  tendo  o  primeiro  20  paginas  e  o  segundo  e  terceiro  16 
paginas  cada  um.  Lisboa,  1908.  —  Imprensa  Nacional. 

Por  Fernando  de  Lacerda,  como  autor,  editor  e  proprietário : 
«Do  pais  da  lua».  Communicações  medianimicas  obtidas  por 

Fernando  de  Lacerda,  com  ura  prologo  do  Dr.  Sousa  Couto. 
Volume  I.  —  Lisboa,  1908.— Typographia  de  F.  L.  Gon- 
çalves. In-8/*  de  344  paginas. 


Nlarço 

Por  Manuel  José  da  Silva,  como  proprietário:  fÂnnuario  com- 
mercial  de  Portugal,  ilhas  e  ultramar,  ou  annuario  do  milhão 
de  endereços».  —  2  volumes  in-8.**  de  1:342  paginas  e  2  fo- 
lhas desdobráveis  o  primeiro  volume,  e  de  1:202  paginas  e 
3  folhas  desdobráveis  o  segundo  volume. 

Por  Tavares  &  C.%  como  administradores:  cO  Benguella». — 
Semanário  noticioso,  literário  e  annunciador,  n.^  1,  17  de 
novembro. — Typographia,  Rua  Paula  Cid,  Benguella. — In- 
folio  de  4  paginas. 

Por  Tavares  A  C.*,  como  proprietários:  a  Annuario  de  O  Ben- 
guella», para  1908.  —  Benguella,  Typographia  Benguellense. 
In-12.®  de  156  paginas. 

Por  Frederico  Carlos  Moniz,  como  proprietário:  «Gazeta  de 
Lisboa».  —  Quinzenário,  1.®  anno,  n.*»  1,  3  de  fevereiro  de 
1908.  —  Imprensa  de  J.  ^ousa.  In-folio  de  4  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  &  Irmão,  editora : 

'— Coelho  Neto  :  «Jardim  das  oliveiras». — Porto,  1908. — Im- 


J 


£  ARGHÍVOS  NACIOKAEd  êl 


prensa  Moderna.  In-S.^  de  260  paginas  e  1  folha  com  o  re- 
trato do  autor. 

—  iBodas  de  ouro  na  literatura»  (1858  a  1908). — Teófilo  Braga. 

—  Vififto  dos  tempos.  VersSes  espanholas,  italianas,  france- 
sas, allemfts  e  suecas. —  Porto,  1908.  —  Imprensa  Moderna. 

—  In-8.^  de  336  paginas  e  2  folhas  com  retratos  de  Teófilo 
Braga. 

Por  Augusto  Saraiva  de  Oliveira,  como  editor :  1  bilhete  postal 
reproduzindo  em  miniatura  a  primeira  pagina  do  n.^  251  de 
Og  RidimloB.  —  Lisboa^  Imprensa  Commeroial. 

Por  Joaquim  Pereira  Pimenta  de  Castro,  como  autor:  cRemedio 
aos  males  pátrios».  —  Famalicfto.  —  Typographia  Minerva. 
In-8.^  de  16  paginas. 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora : 

—  Maria  de  Eça  ÓNeill:  «Nimbes*.  —  Lisboa,  1908.  —  Typo- 

graphia  de  F.  L.  Qonçalves.  In-12.®  de  216  paginas. 

— Victorino  Coelho:  «A  soienoia  da  roleta». — Lisboa,  1908. — 
Porto,  Imprensa  Portuguesa.  In-8.^  de  140  páginas. 

Por  Arnaldo  Bordalo,  como  editor: 

—  Semfim:  aCatrapuz»,  cançoneta.  2.'  ediçSo.  —  Lisboa,  1908. 

—  Imprensa  Lucas.  In-4.®  de  8  paginas. 

— A.  de  Lacerda:  «Ser  pontual»,  monologo,  2.^  ediçfto. — Lisboa, 
1908,  Imprensa  Lucas.  In-4.^  de  8  paginas. 

— A.  de  Lacerda:  «A  thesoura»,  monologo,  2.*ediç&o.  —Lisboa, 
1908,  Imprensa  Lucas.  In-4.^  de  8  paginas. 

—  L.  de  Araújo:  «O  jantar  do  meu  compadre»,  monologo,  2.' 

edição. — Lisboa,  1908,  Imprensa  Lucas.  In -4.°  de  8  paginas. 

—  cMethodo  de  dança»,  8.*  ediçSo.  —  Lisboa,  1908,  Imprensa 
Lucas.  In-8.^  de  144  paginas. 

—  «Manual  do  photographo»,  por  Alberto  Pereira  de  Carvalhal. 
— Lisboa,  1908,  Imprensa  Lucas.  In  8.®  de  264  paginas. 

?.•  AWNo,  n.»  1  6 


BOLETIM  DÁS  BIBLI0THECA8 


■ —  «Mantial  de  civilidade  e  etiqueta»,  8/  ediçSo,  por  Beatriz 
Nazareth.  —  Lisboa,  1908.  Id-8.°  de  280  paginas. 

Pela  Livraria  Portuense,  de  Lopes  &  C  ",  Buccessor,  como  editora. 
— J.  LeitSoí  (D.  Carlos,  o  Desventuroso».  Notas  íntimas. — 
Porto,  1908,  Typographia  Occidental.  In-8.°  de  208  paginas. 

Por  Fidelino  de  Figueiredo,  como  autor:  tSonatasi,  prosas  va- 
rias. —  Lisboa,  1908,  Typographia  da  Cooperativa  Militar. 
In-8.''  de  316  paginas. 

Por  António  Pinto  de  Oliveira,  como  editor  e  proprietário:  «Officio 
breve  da  Immacuiada  ConeeiçSo*,  em  latim  e  português. 
Nova  traducçHo  por  um  presbytero  Filho  de  Maria.  Colli-gio 
de  Santa  Quitéria,  Felgueiras.  —  Porto,  1908,  Typographia 
Catholica.  In-12.°  de  24  paginas. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  31  de  março  de  1908. — 
O  Director,  Xavier  da  Gunka. 


B  ARCHIVOà  NAClOKÂLâ 


83 


Eatatlstlea  dos  volumes  enviados  pelas  SeefSes  Extranjeiras  de  Permutas 
IflternaciODaes  durante  o  1.®  trimestre  de  1908  i  Secçio  das  Blbllotheeas 
e  ireUvos  Naelonaes 


Estados  Unidos  da  America 

França 

Bélgica 


Total 


698 


Estatística  dos  sellos  e  formulas  de  franquia  dos  palzes  da  Unlío  Postal  Uni- 
versal entrados  na  secção  de  Numismática  da  Blbliotheca  Nacional  de 
Lisboa,  durante  o  1.^  trimestre  de  1908 


Foraolu 


Sellos 

Bilhetes  postaes 
Cartdes  postaes. 
Sobrescriptos. . . 

Cintas 

Vales 


Total 


994 
98 
26 
86 
10 
1 

1:165 


84 


BOLBTIM  DAS  BIBUOTHECAâ 


Estatística  dos  leitores  u  Blbllotheea  Naelonal  de  Lisboa 

no  1.*  trimestre  de  1908 


•  Ml  nMínÉÍ« 


Historia,  geographia 

Cartas  geograpbicas 

I  { Polygraphia 

Jornaes 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


ml 


Sciencias  civis  e  politicas 


Sciencias  e  artes 


{  Bellas  artes 


f«T  (  Philologia — 
^^     Bellas  lettras 


y  (  Numismática 
(  Estampas  . . . 


VI 


VII 


e 


vm 


IX 


Religiões 


Incunabulos 

Reservados 

Collecçâo  Camoneana. 

»        Elzeviriana. 

»         Bodoni  . . . . 


Manuscriptos  (fundo  geral) 

Códices  iuuminados 

Collecçâo  Pombalina 

»         dos  Códices  d* Alcobaça 

Archi vo  de  marinha  e  ultramar . . 


Total, 


Espécies  requisitadas 
pelos  leitores 


Dii 


966 

2 

377 

1:035 

94 

869 

1:816 
92 

116 
2:627 

20 
1 

25 


27 
92 


228 

26 
3 

4:800 


13:216 


M» 


788 

2 

241 

341 

52 

452 

1:264 
36 

114 
2:535 


22 


5:852 


MI 


1:754 
4 

618 
1:376 

146 

1:321 

3:080 
128 

230 
5:162 

25 
1 

47 


27 
92 


228 

26 
3 

4:800 


Leitini 


ToUl     9:905 


19:068 


De  dia    5:839 
De  i«te  4:566 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Arcbivos  Nacionaes,  em  1  de  abril 
de  1908. 

Pelo  Bibliotheeario-mór  do  Reino, 

O  Inspector, 
Gàbrid  Victor  do  Monte  Pereira. 


E  ARCHIVOS  NACI0NAE8 


85 


Estatística  de  leitura  nas  blbllothecas  abaixo  designadas 
durante  o  1.^  trimestre  de  1908 


SecfiM  6  nni  iib^iulÍM 


Historia,  geographia 

Cartas  geógraphicas 

I  { Polygraphia 

Jornaes 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


Sciencias  civis  e  politicas 


jYj  (  Sciepcias  e  artes. 
"^  JBellas  artes 


j^  l  Philologia  . . . 
^^    Bellas  lettras 


VI 


vn 


Namismatica. 
Estampas — 


Religiões 


Incanabulos . , 
Reservados  . . 
Manascriptos. 
Illuminadbs . . 


Vni-  Collecçfio  Camoneana. . . 

Total. 


Ifon 


29 

58 
88 

1 

7 


85 
242 


405 


Kng& 


38 
1 


22 

80 
88 


45 
1 


179 


fíDilUil 


67 

58 
98 
24 

57 

48 


56 
56 

88 


482 


OmíiHo 

BtlMO 


10 

72 

8 
65 


15 


63 


228 


Secretaria  Qeral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  1  de 
;ibrU  de  1908. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 
O  Inspector, 


Gabrid  Vietor  da  MatUe  Pereira. 


1 


Imfrbnsa  da  Umiysbsidade,  1908 


r 


Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  ExpOBÍç2o  bibliographica  no  bi-cente- 
nario  do  Padre  António  Vieira  em  1897.  Lisboa,  Imprensa  Nacional,  1897. 

A  Exposição  Petrarcbiana  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Catalogo 
summario  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Lisboa, 
Imprensa  Nacional,  1905. 

Carso  de  Bibliothccario-Archivista.  Summario  dds  lições  de  Bibliologia, 
compiladas  por  José  A.  Moniz,  professor  interino  da  respectiva  cadeira  na 
Bibliotheca  Nacional  de  Jiisboa,  2."  ediçio.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1900. 

Numismática  Nacional.  Liçio  inaugural  do  curso  de  Numismática  da 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  anno  lectivo  del888-1889,  por  J.  Leite 
de  Vasconcellos,  professor  proprietário  da  respectiva  cadeira.  Lisboa,  Ty- 
pographia  do  Jornal  •O  Dia»,  10  e  12.  Rua  Anchieta,  1888. 

Elencho  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos,  1.*  parte  do  curso  (1888-1889).  Lisboa, 
Typogruphia  do  Jornal  «O  Dia»,  1889. 

Elencho  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos  do  II  curso  do  anno  lectivo  de  1889- 
1890  até  ao  VI  curso  do  anno  lectivo  de  1893-1894.  Lisboa,  Typographia 
do  Jornal  *>  O  Dia»,  1894. 

Relatórios  dos  serviços  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  desde  o  segundo 
trimestre  de  1903  até  ao  terceiro  trimestre  de  1907,  por  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903  a  1907. 

Boletim  d«s  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionae»,  publicação  official  tri- 
mensal.  Publicados  6  annos.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902  a 
1907. 

Uma  traducçao  inédita  em  latim  do  soneto  «Alma  minha  gentil ...»  Publi- 
cada e  prefaciada  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universi- 
dade, 1904. 

Uma  carta  inédita  de  Camões.  Apographo  existente  na  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa,  agora  commentado  e  publicado  pelo  Director  da  mesma 
Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  na  Exposição  Oceanographica.  Cata- 
logo summario  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
1904. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  Congresso  internacional  de  Liége 
sobre  reproducção  de  manuscriptos,  medalhas  e  sellos.  Relatório  sobre  a 
le^idlaçâo  portugueza  no  tocante  á  reproducção  dos  míinuscriptos  offerecido 
ao  CongresBO  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1905. 

A  Legislação  tributaria  em  beneficio  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 


A  medalha  de  Casimiro  José  de  Lima  em  homenagem  a  Soofa  Martins, 
descripção  numismática  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1903. 

Espécies  bibliograpbicas  e  espécies  bibliacas.  Considerações  sobre  no- 
menclatura por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

Concursos  públicos  para  provimento  de  logares  vagos  de  Segundos  Con- 
servadores dos  quadros  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa,  Legislação  respectiva.  Parecer  de  José  Joaquim 
d'Ascen8ào  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

Belatorio  dos  serviços  desempenhados  em  Coimbra  e  Braga  em  Junho 
de  1903  por  José  Joaquim  d' Ascensão  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Gabinete  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (Notas  e  do- 
cumentos) pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcellos.  —  I.  Moedas  de  ouro  da 
cpocha  germânica.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902. 

A  excelsa  rainha  D.  Maria  II  na  intimidade.  Reflexões  aproposito  de  um 
manuscripto  existente  na  Bibliotheca  Nacional  d 3  Lisboa  por  Xavior  da 
Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo : 

índice  geral  dos  documentos  conteúdos  no  corpo  chronologico  ezia- 
tente  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo.  Mandado  publicar  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  1.*  e  único. 
Lisboa,  Typographia  de  Silva,  1843. 

índice  geral  dos  documentos  registados  nos  livros  das  chancellarias 
existentes  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  mandado  fazer  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  !.*>  e  único, 
Lisboa,  1841,  na  Typographia  de  G.  M.  Martins. 

Extracto  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  offerecido  á  Augua- 
tissima  Rainha  e  Senhora  D.  Maria  I,  por  José  Pedro  de  Miranda 
Rebello,  amanuense  do  mesmo  Archivo.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Bibliotheca  Publica  de  Évora : 

Catalogo  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  Eborense,  por  J. 
H.  da  Cunha  Rivára.  Tomo  1.°,  Ultramar.  Lisboa,  Imp.  Nacional,  18Ô0, 
Tomo  2.<*  Litteratura,  Imprensa  Nacional,  1868. — Tomo  3.**  Historia. 
Imprensa  Nacional,  1870. 

Catalogo  do  Museu  Archeologico  da  cidade  de  Évora,  annexo  de  sua 
Bibliotheca,  composto  por  António  Francisco  Barata.  Lisboa,  Imprensa 
Nacional,  1903. 

Os  reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora,  pelo  director  An- 
tónio Joaquim  Lopes  da  Silva  Júnior.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1907. 


Venda  avulso,  no  edificio  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 
Cada  exemplar  do  numero  do  Boletim,  in-8.^ — 200  réis. 


Homero  i—l.""  Anuo  ibrll  a  Jonho— 1908 


DAS 


BIBLIOTHmS  II  ARIIHIVOS  ifilONm 


Proprieéaie  9  edição  da  Secretaria  Geral  das  BiblioUiecas  e  Archivos  Nacionaes.  Lisboa. 

Director  J.  A.  Gastetlo  Branco^  Bibliolbecario  Hór  do  Reino. 

Composição  e  Impressão  na  Imprensa  da  UniTersídado. 


Relatório  dos  serviços  do  Real  ArohiYO  da  Torre  do  Tombo 

no  qnarto  trimestre  de  1907 

111.™*^  e  Ex.™*^  Senhor :  —  Começarei  por  fazer,  em  primeiro 
lógar,  referencia  ao  trabalho  de  impressão  do  nosso  Inventario 
Geral.  Ficaram  d^eile  impressas,  no  passado  trimestre,  doze 
folhas. 

Áo  mesmo  tempo  que  se  reviam  as  provas,  continuou-se 
arranjando  material  para  a  impressão.  O  livro  2.^  das  Portaricu 
do  Reino  ficou  quasi  concluido;  concluiu-se  o  livro  1U.°;  o  livro 
7.®  ficou  em  folhas  cento  e  quatorze,  o  livro  8.^  em  folhas  215 
e  o  livro  9."  em  folhas  100.  De  sorte  que  espero  dentro  em  breve 
ter  concluido  o  inventario  d'esta  collecção. 

Das  Cartas  Mistivas  concluiu-se  o  inventario  do  primeiro 

maço  e  do  segundo  ficaram  já  tirados  cincoenta  e  seis  verbetes. 

Um  outro  trabalho,  a  meu  ver  de  muita  importância,  se  ini* 

3U  no  passado  trimestre.  Foi  a  organisação  da  lista,  tão  com- 

leta  quanto  possivel,  dos  documentos  doeste  Archivo  já  impressos. 

ulgo  esta  lista  um  preparatório  indispensável  para  a  publicação 

>  Inventario  de  grande  numero  de  collecçSes. 

?.•  AMNO,  N.«  2  1 


90  BOLETItf  DliB  BlBLlOTHftCAB 


Passaram-se  duas  certidSes,  regístarain-se  setenta  e  seis  di- 
díplomas.  E  aqui  estfto  synthetisados  os  trabalhos  doeste  Archivo 
no  2.^  trimestre  de  1908. 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.* — Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo, 
em  16  de  julho  de  1908.— 111."**  e  Ex."°  Senhor  Bibliothecario- 
mór  do  Reino.  —  O  Director,  António  Eduardo  Simdes  Baião. 


£  ARCHIVOS  KACI0KAE8  91 


Relatório  dos  seniços  da  Bibllotheca  Racional  de  Lisboa 

no  segnndo  trimestre  de  1908 


111."*  e  Ex.°®  Senhor:  —  Aos  2  de  Março  do  corrente  anno 
o  Heraldo  de  Madrid  no  Beu  N.*  6:S04  publicava  um  artigo  lar- 
gamente noticioso,  incimado  pelo  titulo  «Bibliografia  zaragozana 
dei  siglo  xv». 

Nesse  artigo,  assignado  pelo  Sr.  D.  Alexandre  Larrubiera 
dava-se  idéa  da  obra  que  sob  aquelle  titulo  apparecêra  impressa 
em  Madrid  numa  luxuosa  ediçfto  de  «cem  exemplares»  exclusi- 
vamente destinados  a  offertas.  E  mais  se  dizia  que,  perante  a 
importância  bibliographica  do  livro,  perante  o  sen  mérito  intrín- 
seco, real  y  efectivo,  solemnemente  evidenciado  pelo  Sr.  D.  Jofto 
Pérez  de  Guzmán,  illustre  polygrapho  e  Membro  da  «Academia 
de  Historia»,  esta  resolvera  galardoar  o  auctor  da  obra,  publi- 
cando em  seu  Boletín  o  encomiástico  parecer  formulado  por 
aquelle  académico. 

Foi  o  Sr.  Gabriel  Pereira  quem  amavelmente  me  denunciou 
a  noticia  do  Heraldo.  E,  aguçando-se-me  a  cubica  de  alcançar 
similbante  livro  para  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  resolvi 
dirigir-me  por  carta  ao  seu  auctbr,  áoêrca  de  quem  o  articulista 
do  jornal  madrileno  me  dava  as  seguintes  informações,  ao  falar- 
nos  da  obra: 

ffSu  autor  j  editor,  D.  Juan  Manuel  Sánchez,  que  se  ampara 
con  modéstia  ejemplar  en  el  seudónimo  de  Un  bibUójUo  aragonês, 
es  hombre  cultisimo,  que  posee  excepcionales  conocimientos  en 
literatura,  que  siente  avasalladora  pasión  por  los  libros  y  a  ellos 
consagra  todo  su  tiempo,  habiendo  formado  una  de  las  bibliotecas 
más  valiosas  de  Madrid,  en  la  que  fíguran  manuscritos  de  mérito 
indiscutible,  incunables  j  ejemplares  únicos  de  obras  antiquisi- 
mas,  adquiridos,  j  después  de  múltiplos  pesquisas,  i  peso  de  oro. 
No  conformándose  con  ser  solo  un  amante  platónico  de  las  bellas 
letras,  hace  en  las  mismas  sus  primeras  armas  con  este  libro, 
en  el  cual,  empleando  un  estilo  simpático  por  su  sencillez,  que 
no  excluje  la  galanura,  estudia  concienzudamente,  clasifica  y  da 


92  fiOLEtíH  DAS  BíBUOTflÊGAS 


muy  curiosaB  noticias  acerca  de  Ia  impresión  de  las  obras  de 
Aristóteles,  Esopo,  Bocaccio,  Séneca,  Juan  de  Mena,  Salostio, 
António  de  Nebríja  y  otros,  verificada  en  Zaragoza  en  los  albo- 
res de  la  tipografia,  desde  1475  á  1500,  por  los  impresores 
Mateo  Flandro,  Pablo  j  Juan  Hurus,  Jorge  Coei,  Lupo  Appen- 
tegger  y  Leonardo  Heriz». 

Escrevi-lhe  manifestando-lhe  o  meu  desejo  de  possuir  na  Bi- 
bliotheca  Nacional  um  exemplar  de  obra  t&o  interessante. 

Mas  onde  morava  o  bibliophilo  ? 

Sem  prompta  maneira  de  o  averiguar,  mandei  minha  carU 
ao.  acaso,  sobresoriptando-a  «AI  Excelentisimo  é  Illustrisimo 
Seilor  D.  Juán  Manuel  Sánchez  insigne  bibliófilo- — Madrid». 
;..  A  carta  regressou  a  meu  poder,  poucos  dias  depois,  devol- 
vida pela  Direcção  Geral  dos  Correios  Hespanhoes  com  a  decla- 
ração (!)  de  ser  tdesconocidot  em  Madrid  o  destinatário  da  minha 
missiva. 

Surprehendeu-me  o  caso.  Pois,  quê?!  desconhecido  na  capital 
de  uma  nação  illustradissima  um  insigne  bibliophilo,  em  que  for- 
mosamente concorrem  as  prendas  descriptas  pelo  articulista  do 
HeraldolH 

f  Confesso  que  não  fiquei  apenas  pasmado :  fiquei  sobretudo 
irritado. 

Mas  determinei  logo  impenhar  no  meu  intento  os  amáveis 
serviços  do  Sr.  Dr.  Júlio  Nombela  y  Campos  (o  Director  da 
revista  madrilena  Vida  Intelectual)^  —  e  por  seu  obsequioso  in- 
termédio consegui  fazer  chegar  a  carta  ao  destino  desejado. 

E  de  prompto  recebi  amabilissima  resposta  do  Sr.  D.  João 
Manuel  Sánchez  com  a  remessa  de  um  dos  pouquíssimos  exem- 
plares, que  ainda  possuia  disponíveis,  da  sua  publicação  esplen- 
dida e  monumental. 

Bibliografia  Zaragozana  dei  Siglo  XV por  un  bibliófilo  ara- 
gonês. (Madrid — 1908  —  Com  variadissimas  reproducçSes,  em 
fac-simile,  dos  paleotypos  apontados). 

A  obra  vem  antecedida  por  um  prólogo  «AI  Lector», — pró- 
logo doutissimo,  sobremaneira  substancioso  e  conceituoso,  prólogo 
que  por  estas  palavras  começa : 

«El  culto  dei  pasado  se  practíca  entre  otros  sítios  en  los  Ar- 
chivos,  Bibliotecas  y  Museos;  lo  existente  en  ellos  es  património 
de  todos,  pêro  ai  heredarlo  hemos  contraído  la  obligación  de 
mejorarlo  y  enriquecerlo :  para  cumplir  esta  obligación  lo  pri- 
mero  que  necesitamos  es  conocer  lo  heredado,  inventariando 
luego  y  después  clasificando»« 


e  ARCHIV08  NAGIONAES  93 


Sensatiesimas  e  suggestivas  palavras  que  incerram  em  si  unr 
completo  evangelho  I 

Abrangem-se  na  resenha  bibliographiea  do  Sr.  Sánchez  83 
Números  (distribuídos  por  três  secções:  —  cLibros  ciertosi, 
•Libros  dudosoB»,  7  cLibros  falsost).  £  termina  a  obra  por  um 
additamento,  em  que  o  auctor  menciona  e  descreve  quatro  espé- 
cies impressas  na  povoaçXo  aragoneza  de  Hijar. 

Entre  os  livros  de  irapressSLo  saragoçana  o  Sr.  Sánchez  nfto 
se  esquece  de  amavelmente  mencionar  os  exemplares  que  de  tal 
estampagem  possue  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Como  appendice  da  sua  generosa  offerta,  o  Sr.  D.  João  Ma- 
nuel Sánchez  accrescentou  espontaneamente  um  interessantissimo 
folheto,  estampado  na  restricta  edição  de  ccem  exemplares»  ^  e 
por  esta  forma  intitulado: 

Juan  M.  Sánchez.  Investígadones  Bibliográficas,  Publicado 
en  la  revista  Cultura  Espahola.  (Madrid  — 1908). 

Neste  elegante  opúsculo  se  occupa  também  de  alguns  incuna- 
bulos  o  illnstre  bíbliophilo,  —  cuja  visita  me  coube  o  gosto  de 
receber  em  2  de  Maio,  por  occasifto  de  vir  aqui  o  Sr.  Sánchez 
examinar  nos  c livros  reservados»  da  Bibliotheca  Nacional  as 
espécies  saragoçanas  que  possuimos  estampadas  no  século  xvi, 
pois  que  ás  impressSes  d'esse  tempo  está  elle  agora  dedicando 
especialmente  seus  estudos. 

Pleonastico  é  dizer  que  a  todos  nos  deixou  na  Bibliotheca 
incantados  o  Sr.  Sánchez  por  sua  erudita  conversação  e  delicada 
cortezia. 

O  Sr.  D.  Alberto  Nin  Frias,  que  desimpenha  em  Washington 
as  funcçSes  de  Secretario  da  Legação  do  Uruguaj,  fez-me  a 
tineza  de — visitando  em  Maio  a  nossa  Bibliotheca — offerecer-lhe 
duas  producções  da  sua  actividade  litteraria. 

São  ellas: 

Nuevos  ensayos  de  critica  literária  y  filosófica.  (Montevideo 
— 1904). 

La  vida  dd  estudiante  y  la  moral.  (Montevideo  —  S.  d.). 

E  mais  se  dignou  também  offertar  alguns  ex-libris  para  o 
c Álbum»  que  d'essa  especialidade  estou  organizando. 

De  Elizabethtown  (Nova* York)  inviou-nos  o  auctor 
The  Critics  versus  Shakspere.   A  brief  for  the  defendant  by 
Francis  A.  Smith.  (New- York  —  1907). 

O  clnstituto  Smithsoniano»  continua  a  encher  copiosamente 


94  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECA8 


nossas  prateleiras  com  as  suocuientaB  pablicaçSes  dadas  á  laz 
sob  iniciativa  do  Governo  dos  Estados  Unidos  da  America. 

Do  México  temos  continuado  a  receber  a  obsequiosa  remessa 
da  interessante  publicaçUo — Memorias  y  RevUia  de  la  Sodedad 
OienHJica  •António  Ahatet* 

Do  Sr.  Visconde  de  Salgado  recebi,  entre  várias  espécies 
(tanto  portuguezas  como  brasileiras),  um  grosso  e  ponderoso 
volume  intitulado 

Actas  e  pareceres  do  Congresso  da  Instrucção  do  Bio  de  Ja- 
neiro^ (Rio  de  Janeiro  — 1884). 

E  outrosim  recebi  do  mesmo  offerente : 

a)  —  Augusto  Forjaz  (Pereira  de  Sampaio) — lUuminuras* 
(Porto — 1904).  (Exemplar  N.®  205  de  uma  edição  limitada  a 
262  exemplares). 

b)  — 1865-1906*  Jubileu  do  Hospital  Portuguez  de  Benefi- 
cência de  Pernambuco  (Notas  de  sua  fundação  e  dos  50  annos  de 
sua  existência).  (Recife — 190Õ  — Com  retratos  e  vistas  em  pho- 
to-gravura). 

c)  —  Besumo  histórico  da  Venerável  Ordem  Terceira  de  S. 
Francisco  da  Penitencia.  (Rio  de  Janeiro  — 1905). 

Doeste  repositório  de  noticias  foi  organizador  António  Ramos 
Machado. 

d)  — A.  J.  Barbosa  Vianna  (Da  Ac<Mdemia  Pernambucana) 
—  Trapalhadas  —  Notas  de  humorismo  —  Edição  ojfereáda  pela 
Junta  do  Hospital  Portuguez  de  Pernambuco  em  1905,  (Porto 
— 1906). 

O  livro  é  de  versos,  e  precede-os  um  anteloquio  em  prosa  de 
Carneiro  Vilella. 

e)  —  Bdatorio  da  Becd  e  Benemérita  Sociedade  Portuguesa 
de  Beneficência  no  Bio  de  Janeiro  apresentado  d  Assembléa  Qeral 
de  25  de  Novembro  de  1907  pelo  Presidente  Manuel  António  da 
Costa  Pereira  —  Biennios  de  1903-1904  e  1905-1906.  (Rio  de 
Janeiro  — 1907). 

Veiu  este  volume  resguardado  por  uma  luxuosa  incadernação 
de  marroquim  azul,  que  representa  formosa  amostra  da  industria 
brasileira,  e  que  por  isso  mandei  agrupar  no  ^lostrador  de  expo- 
sição que  para  incadernaçSes  notáveis  reservei. 

Em  continuação  de  espécies  análogas,  anteriormente  recebi- 
daS|  veiu  para  meu  poder  o 


E  AB0HIVO8  NACIONAES  96 


Anuário  dei  Observatório  de  Madrid  para  1908.  (Madrid  — • 
1907). 

Constituo  obra  dada  a  lume  sob  iniciativa  da  cDireoción  Ge* 
neral  dei  Instituto  Geográfico  y  Estadistico». 

O  Sr.  Paulo  Pellot,  Bibliothecario-archivista  de  Rethel, 
invion  nos  duas  publicações: 

a)  —  Louis  Pommery,  Membre  Tíivlaire  de  VAcadémie  de 
ReifM,  ISdl^-lQO?.  Notice  par  M.  Paul  PeUot,  Membre  Corres* 
pondant  de  VAcadémie  de  Êeims,  lue  à  la  Séance  de  cette  Société 
le  13  Décembre  1907.  (Reims  — S.  d.). 

b)  —  Comm.  António  Padula  —  Les  Ordres  Ch&oaleresques  du 
Royaume  de  Portugal  —  Traduit  de  Vltalien  avec  Vautorisation 
de  VAuiteur,  (Reims  —  1908). 

Esta  publicação  vem  acompanhada  com  a  representação  (em 
gravura)  das  insígnias  correspondentes  ás  diversas  Ordens  Por- 
tuguesas. 

No  Capítulo  respectivo  á  Ordem  da  Torre- e-Espa da,  lê-se 
este  paragrapho  mui  conceituoso : 

«L'illu8tre  poete  portugais  Castilho  regardait  corome  un  três 
grand  honneur  d'être  affilié  à  un  Ordre  dont  Timmortel  Almeida 
Garrett  avait  rédigé  les  statuts  patriotiques». 

António  Feliciano  de  Castilho  era  effectivamente  condecorado 
com  o  grau  de  Cavalleiro  na  Ordem  da  Torre-e*Espada. 

O  «Instituto  Internacional  de  Bibliographia»,  estabelecido  em 
Bruxellas,  inviou-nos  o 

Rapport  sur  V Institui  International  de  Bibliographie  et  VOr- 
ganisation  systématique  de  la  Documentation.  (Bruxelles — 1908). 

Adornada  com  photo-gravuras,  esta  memoria  foi  elaborada 
para  figurar  na  «Conferencia  Internacional  de  Bibliographia  e 
Documentação»  que  em  Bruzellas  se  realisará  (como  está  annun- 
ciado)  nos  dias  9  e  10  do  próximo  Julho. 

Offerecidos  pelo  «Ministério  da  InstrucçSo  Pública»  dltalia, 
receberam-se,  em  continuação,  os  Vol.  ii  e  iii  (Imola — 1907)  dos 

Scritti  editi  ed  inediti  di  Oiuseppe  Mazzini, 

Trazem  por  ilIustraçSes  retratos  do  célebre  patriota,  e  várias 
reproducç5es  (em  fac-simile)  de  espécies  mui  curiosas. 

Conforme  no  meu  Relatório  de  30  de  Septembro  de  1907  já 
tive  occasíão  de  informar,  a  edição  é  de  300  exemplares  nume* 
rados,  entre  os  quaes  nos  vem  destinado  o  N.^  142. 


96  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHBCAS 


Mencionarei  agora  uma  obra  primorosa  que  da  Itália  nos  veiu 
offerecida  por  seu  insigne  auctor,  —  um  virtuoso  e  nSo  menos 
erudito  sacerdote  que,  mesmo  depois  de  recolhido  á  sua  Génova 
natal,. nfto  deixa  apagar  nem  esmorecer  a  carinhosa  affeiçfto  que 
sempre  consagrou  a  Portugal  durante  os  trinta  annos  que  paro- 
chiou  em  Lisboa  na  italiana  Egreja  de  Nossa  Senhora  do 
Loreto. 

A  producçfto  com  que  ultimamente  nos  sahiu  á  luz,  e  cuja 
a£Fectuosa  dedicatória  eu  individualmente  lhe  agradeço  penhora- 
dissimo,  traz  por  titulo  no  frontispicio : 

Cenni  intomo  alia  Colónia  Italiana  in  PortogaUo  nei  secoli 
XIV,  XV  e  XVI — Studi  di  Prospero  Peragallo — Nuova  edizione 
notevolmente  aumentata,  (Génova — 1907). 

A  primeira  ediçSo  doesta  memoria  importantíssima  tinha  sa- 
bido em  Turim,  três  annos  antes,  com  o  titulo  seguinte: 

Cenni  intorno  alia  Colónia  Italiana  in  PortogaUo  nei  secoK 
XrV,  XV e  XVI—Studi  di  Prospero  Peragallo.  (Torino  — 1904). 

Prospero  Peragallo  1  Quem  ha  da  sociedade  culta  lisbonense, 
que  nfto  admirasse  e  deveras  estimasse  este  insigne  cultor  das 
lettras  italianas  e  portuguezas  ?  quem  ha  d'entre  nós  que,  ten- 
do-lhe  falado  uma  vez,  nSo  ficasse  incantado  pelo  seu  muito  saber, 
pelo  seu  delicado  ingenho,  pela  sua  integridade  de  caracter,  pelo 
seu  génio  bondoso  e  affectuoso,  e  pelo  seu  captivantissimo  trato? 

Elle  aproveitava  em  Lisboa  todos  os  momentos  que  alcançava 
disponíveis,  para  excavar  nos  seus  archivos  e  bibliothecas,  publi- 
cando obras  de  incontestável  valia. 

E  é  com  profundíssima  saudade  que  todos  hoje  aqui  lamen- 
tam a  sua  retirada  para  Itália,  onde  continua  a  ser  um  prodnctor 
infatigável. 

O  seu  nome  ficará  sempre  ocoupando  um  logar  distinctissimo 
entre  os  dos  mais  distinctos  lusitanophilos. 

Da  sua  cordial  dedicaç&o  pela  gente  portugueza  offerece-nos 
elie  um  público  testemunho,  ao  dizer-nos  (em  pag.  17  do  livro 
que  ora  deu  a  lume)  quanto  lhe  era  agpradavel  a  residência  em 
Lisboa:  —  cil  soggiorno  di  Lisbona  in  mezzo  ad  uno  stuolo  di 
dotti,  di  cari,  generosí  e  nobili  amici,  dei  quali  conservo  una 
profonda  saudade  che  solo  morte  extinguerà». 

Aquelle  nosso  Prospero  Peragallo  (deveras  «nosso»  porque, 
ao  partir  para  a  sua  pátria  Génova,  já  tSLo  portuguez  se  consi- 
derava como  italiano),  aquelle  nosso  Prospero  Peragallo  completou 
no  dia  23  do  passado  Abril  85  annos  de  edade,  —  uma  formosis-» 


£  ÁBGHIV08  NÁCI0NAB8  97 


sima  Benectúde  com  todos  os  enthusiasmos  da  edade  juvenil, 
sen^ctude  formosa  como  o  seu  coraçfto,  formosa  como  o.  seu  es- 
pirito, formosa  como  o  seu  talento,  formosa  como  as  suas  quali- 
dades rooraes,  formosissima  emfim  como  formosos  e  prestimosos 
teem  sido  todos  os  actos  da  sua  existência. 

Doze  annos  vão  quasi  decorridos,  doze  annos,  desde  que  na 
estaçfto  central  de  Lisboa  lhe  foram  dizer  «adeus»  grande  número 
dos  seus  amigos  e  seus  admiradores.  Eram  septe  horas  da  tarde, 
áos  26  de  Julho  de  1896,  quando  o  comboio  partiu,  deixando 
no  coraçSo  dos  que  ficavam  cá  um  vazio  impreenchivel ;  por  sua 
parte  o  bom  Peragallo  sentia-se  esmorecer  com  a  idéa  de  nos 
abandonar,  — e  muito  nervoso,  muito  sensibilizado  perante  a 
sincera  tristeza  que  via  no  rosto  dos  circumstantes,  tinha  tainbem 
lagrimas  nos  olhos,  e  beijava  commovido  aquelles  de  quem  se 
despedia,  muitos  dos  quaes  (e  entre  esses  me  conto  eu  infeliz- 
mente) nunca  mais  lograrilo  a  fortuna  de  tornar  a  vôl-o. 

Mas  o  seu  nome  ficará  immorredouro.  E,  para  justificação 
doesta  minha  affirmativa,  bastará  citar  os  títulos  das  obras,  que 
no  actual  momento  me  occorrem,  produzidas  por  este  incansável 
escriptor,  —  obras  que  passo  a  mencionar,  sem  nessa  menção 
incluir  os  artigos  dispersos  em  páginas  de  c  revistas»  litterarias, 
históricas,  scientificas,  ou  religiosas: 

1  ••  —  Oraziane  panegírica.  (Savona  —  1 852). 

2.*  —  Delia  liberta  civile  e  religiosa  neUe  loro  rdazioni  coUa 
Chieea  Cattolica,  Discorse  due  di  P.  P,  (Firenze  — 1853). 

3.^  —  La  misatone,  il  manachismo  e  la  donna  cattolica,  (Fi« 
renzê  — 1859). 

4.*  —  II  matrimonio  cattolico.  (Génova  — 1859). 

5.*  —  La  Chiesa  e  la  liberta  auizzera.  (Firenze  — 1859). 

6.*  —  DeUa  liberta  di  cosâenza.  (Firenze — 1859). 

7.*  —  Letture  tratte  dal  giomah  L'Amico  —  Delle  rdazioni 
tra  la  Chiesa  e  lo  Stato  in  un  governo  libero.  (Génova  —  S.  d. 
—  Subscripto  pelas  iniciaes  P.  P.). 

8.*  —  Geografia  generale  delV Europa,  e  speciale  delV Itália. 
(Firenze— 1862). 

9.*  —  Annali  delle  Invenzioni  e  Scoperte  Qeografiche — Fram- 
menii  di  una  raccolta  deUe  scoperte,  invenzioni  e  novità.  (Génova 
— 1862). 

10.*  —  Lezioni  popólari  di  Geografia  Astronómica  e  Fisica, 
(Génova— 1865-1870). 

11.*  —  Statuto  deUa  Società  Italiana  di  Benefit^^enza  in  lAs- 
bona.  (Lisboa  — 1873  —  Com  um  esplendido  Relatório  histórico, 


98  BOLBTIM  DÁS  BIBUOTHECAS 


redigido  pelo  Rev»  Prospero  Luiz  Peragallo  em  15  de  Deaembro 

de  1872). 

12/ — Criõtoforo    Colombo    in    PortogaUo — Siudi    critieL 

(Génova— 1882). 

13.*  —  O  Soneto  de  Ltds  de  Camlòee  MÁlma  minha  gentíl9 
traduzido  em  versoê  italianoê.  (S.  1.  (Lisboa)  b.  d.  (1884)  —  A 
tradncçSo,  com  variantes  nos  tercetos,  vem  acompanhada  pelo 
texto  portaguez). 

14.*  —  VAutenticUà  delle  HUtorie  di  Fernando  Colombo  e  le 
eritiche  dei  Signor  Enrico  Harrisêe  con  ampli  frammentí,  dei 
ieêto  epagnuolo  di  D.  Fernando.  (Génova — 1884). 

15/  —  Riconferma  deWAtUentieità  deUe  Historie  di  Fernando 
Colombo — Risposta  alie  osêervazioni  deWUff.  Prof.  Dott.  Pielro 
Arata.  (Génova  — 1885). 

16.<^  —  Sonetos  Escolhidos  de  Luiz  de  CamZes  traduzidos  em 
Sonetos  italianoê  com  variantes,  (Lisboa —  188Õ). 

17.*  — Florilégio  de  Bibliophilos  —  Alma  minha  gentil.  (Lis- 
boa— 1886  —  Neste  florilégio  que  tive  oceasião  de  coordenar,  e 
em  que  figuram,  apar  do  texto  portugiiez  do  célebre  soneto  ca- 
moniano, quarenta  versões  em  linguas  e  dialectos  diversos,  onze 
traducçSes  italianas  pertencem  ao  Rev.  Prospero  Peragallo). 

18.* —  Origine,  patina  e  gioventií  di  Cristoforo  Colombo. 
Studi  critici  e  documeiítati  con  ampla  análisi  degli  Atti  di  Sali- 
nerio  per  Celsus.  (Lisboa  — 1886  —  cCelsus»  foi  o  cryptonymo 
adoptado  pelo  Bev.  Peragallo,  na  triumphal  resposta  a  um  dos 
escriptos  de  Harrisse  (cL^Origine  de  Christophe  Colomb»)  publi- 
cado sob  o  cryptonymo  cSejusi. 

19.' — Cristoforo  Colombo  e  la  sua  famiglia  —  Rivista  gene- 
rale  degli  errori  dei  Sig.  E.  Harrisse.  Studi  storico-critici.  (Lisboa 

—  1888). 

20.*  —  Poesias  de  Luiz  de  Cambies  e  outros  vertidas  a  italiano. 
(Lisboa  — 1890  —  Com  o  retrato  do  traductor  Peragallo  em  pho- 
totypia). 

21.* — €Cristóbal  Colón  —  Sus  viajes,  sus  descubrimientost 
por  D.  José  Maria  Asensio.  (S.  1.  (Firenze)  n.  d.  (1891  ou  1892?) 

—  Apreciação  crítica,  redigida  em  italiano  pelo  Rev.  Prospero 
Peragallo  ácêrca  da  obra  do  escriptor  hespanhol). 

22.*  —  Poesias  de  Luiz  de  Camões  e  oxCtros  vertidas  a  italiano 

—  Segunda  serie.  (Lisboa — 1892). 

23.*  —  Carta  de  El-Rei  D.  Manuel  ao  Rei  Catholico  narran* 
do  lhe  as  viagens  portuguezas  d  índia  desde  lõOO  até  lõOÔ  — 
Reimpressa  sobre  o  protótipo  romano  de  1606,  vertida  em  lingua- 


fi  ARGHIV08  NAClONAIfiS  99 


gem  e  annotada  por  Prospero  PeragaUo  —  Seguem  em  appendice 
a  Belação  análoga  de  Lunardo  Cha  Masser  e  dois  documentos  de 
Cantíno  s  Pasqucdigo.  (Lisboa — 1892  —  Trabalho  incluído  na 
collecç&o  das  «Memorias»  publicadas  pela  Academia  Real  das 
Sciencias  de  Lisboa,  a  cujo  grémio  o  Rev.  Peragallo  pertence 
como  Sócio  Correspondente). 

24.'  —  Alguns  Documentos  do  Archivo  Nacional  da  Torre  do 
Tombo  acerca  deu  Navegaçdes  e  Conquistas  Portuguezas publicados 
por  ordem  do  Oovemo  de  Sua  Majestade  Fidelíssima  ao  celebrar- 
se  a  commemoração  quadricentenaria  do  descobrimento  da  America. 
(Lisboa  — 1892  —  Este  volume,  abundantemente  illustrado  com 
elementos  de  reproducção  fac-simile,  volume  cuja  apresentação 
na  Exposição  Colombina  de  Madrid  alcançou  para  o  Archivo  da 
Torre-dO'Tombo  diploma  de  «medalha  d'oiro»,  deve-se  á  colla- 
boraçSo  eruditíssima  do  Rev.  Prospero  Peragallo  e  do  illustre 
académico  José  Ramos-Coelho,  collaboraç%o  em  que  tive  a  honra 
de  também,  posto  que  obscuramente,  tomar  parte). 

25.*  —  Due  Documenti  riguardanti  le  relazioni  di  Génova  col 
Portogallo,  (Génova—  1892). 

26.*  —  Leitere  di  A.  de  Brito  et  di  P.  Centurione  ed  appunti 
archivistici  communicaii  alia  Sodetà  Geográfica  Italiana,  (Roma 
—  1892). 

27,* — .Fhres  de  Poesia  Portugueza  Traduzidas  em  italiano, 
(Lisboa— 1893). 

28.*  —  J.  Ramos-Coelho  —  A  Ckristovam  Colombo.  Poesia 
para  a  commemoração  quadrícentenaria  do  descobrimento  da  Ame- 
rica,  celebrada  pda  Arcádia  de  Roma,  (Lisboa — 1893  —  Vem 
acompanhado  o  texto  portuguez  pela  versão  italiana  «A  Cristo- 
foro  Colombo»  do  Rev.  Peragallo). 

29.»  — Léone  Pancaldo.  (Roma— 1893). 

30.*  —  Disquisizioni  Colombine  —  N.**  1,  La  nuova  scuola 
spagnuola  anticolombina.  (Lisbona — 1893). 

31.* — Gongraiulatio  canum  coUa  versione  italiana  di  Pros- 
pero PeragaUo,  (Lisbona — 1893  —  A  versão  italiana  d'este  hu- 
mortstíco  poemeto  vem  acompanhada  pelo  texto  latino  do  Dr. 
Thomaz  de  Carvalho,  e  precedida  por  uma  carta  do  traductor 
ao  editor). 

32.*  —  Pretidão  de  amor  —  Endechas  de  Camões  a  Barbara 
escrava  seguidas  da  respectiva  traducção  em  varias  linguas  e  an- 
tecedidas de  um  preambulo,  (Lisboa —  1893-1895 — Neste  volume 
que,  luxuosamente  publicado  a  expensas  do  illustre  camonianista 
Dr.  António  Augusto  de  Carvalho  Monteiro,  tive  ensejo  de  coor« 


100  BOLETIM  DAS  BIBU0THECA8 


denar,  o  Rev.  Peragallo  collaborou  brilhantemente  proporcionando 
formosa  verslo  italiana  das  célebres  cEndechasi). 

33.*  —  LHniziativa  delTinfante  D.  Enrico  e  Cristoforo  Co- 
lombo. (Famalicão  —  S.  d.  — 1894). 

34.*  —  AfUhero  dê  Quental — Zara.  EãiçSopolyglotta.  (Lisboa 
— 1894 — Ao  Rev.  Peragallo  pertencem  nesta  coliecçSo  poljglot- 
tica  duas  das  traducçSes  italianas  e  uma  das  genovezas). 

35.' — DUquisizioni  Colombine  —  NJ  2  e  3.  Época  àdlar- 
rivo  dl  Colombo  in  Portogallo  —  La  Sfera  di  Dante  de  Rinaldi, 
e  il  Sig.  Harriêse.  (Lisbona  — 1894). 

36.*  —  Oioachino  de  Araújo — Canzone  delia  culla.  Tradotta 
da  Prospero  Peragallo.  (Padova  — 1895). 

37.*  —  Disçtdsizioni  Colombine  —  ^.**  4.  Lafavola  di  Alonso 
Sanehez  precursore  e  maestro  di  C.  Colombo — Parte  prima  — 
Con  appendice  extra  intomo  a  Giovanni  Verrazzcmo  erroneamente 
confuso  col  corsário  Giovanni  Florin.  Nuovi  documenti.  (Lisbona 
— 1896). 

38.*  —  Lampyos.  Poesias  de  Ramos-Coelho.  (Lisboa  — 1896 

—  Incluo  uma  producção  vertida  em  italiano  pelo  Rev.  Peragallo). 

39.*  —  Cambiantes.  Poesias  de  Ramos-Coelho.  (Lisboa  — 1897 

—  Incluo  vertidas  para  italiano  pelo  Rev.  Peragallo  três  compo- 
siçSes). 

40.*  —  Documenti  abissinici  tradotti  in  portoghese.  (Roma  — 
1897). 

41.*  —  Intomo  alia  supposta  identità  di  Giovanni  Verrazzano 
col  corsário  francese  Giovanni  Florin.  (Roma — 1897). 

42.*  —  Reflexos.  Poesias  de  Ramos-Coelho,  (Lisboa — 1898 
^-  Incluo  cinco  versSes  italianas  do  Rev.  Peragallo). 

43.* —  O  Gigante  Adamastor  —  Episodio  d* Os  Lusiadas  de 
Luiz  de  Camões  com  a  traducção  em  versos  italianos  de  Prospero 
Peragallo  e  um  prefacio  de  Xavier  da  Cunha.  (Lisboa  — 1898). 

44.*  —  A  Epopéa  das  Navegações  Portuguezas  —  Estrophes 
por  Xavier  da  Cunha  S.  S.  G.  L.  com  traducçlks  em  italiano, 
hespanhol  e  francez,  por  Prospero  Peragallo,  D.  José  Lamarque 
de  Novoa  e  José  Bénoliel.  (Lisboa  — 1898). 

45.*  —  Saggio  di  Poesie  Sivigliane  tradotte  in  Italiano.  (Gé- 
nova—1898). 

46.*  —  Uisquisizioni  Colombine  —  N.^  6.  I  PaUastrdU  di 
Piacenza  in  Portogallo  e  la  moglie  di  Cristoforo  Colombo.  (Gé- 
nova—1898). 

AT  ."^  —  Centenário  di  GarreU  (1799^1899).  Camdes.  Canto  V. 
FramiMniti  di  versione.  (Padova  — 1899). 


£  ARCHIVOS  KACIOKAES  101 


48.»  —  Leonello  '  Modona  —  Almeida  Garrett  (ITBO-ISOO). 
(Parma  —  1 899  —  Termina  o  opasculo  do  illustre  professor  de 
Parma  pela  poesia  garrettiana  «As  minhas  azas»  com*  a  respe- 
ctiva traducçSo  em  versos  italianos  pelo  Rev.  Peragallo). 

49.*  —  Poesie  Fortogheai  e  Sivigliane  tradotte  in  ItaUano  — 
Nuava  Serie.  (Génova — 1899). 

50.* — Gabriel  Ghramer:  Lee  voyages  de  Qiovanni  Verrazzano 
9ur  les  cotes  d^Amérique.  (Roma  — 1899  —  Apreciação  critica, 
escripta  em  italiano  pelo  Rev.  Peragallo). 

õl.*  —  Ancora  suUa  distinta  personcàità  di  Qiovanni  Verraz- 
zano, navigatore,  e  di  GKovanni  Florin,  corsário,  (Roma — 1900). 

Õ2.*  —  Alhcuzione  dd  Sac.  Prospero  Peragallo  benedicendo 
le  nozze  ddVAvvocato  Goffredo  Cereseto  colla  Signorina  Erina 
Sangiacomo,  (Génova  — 1900). 

Õ3.*  —  Mazzolino  di  Poesie  Portogkesi  e  Sivigliane  tradotte 
in  Italiano  —  Parte  Seconda  delia  Nuova  Serie.  (Génova— 
1900). 

54.* — Desde  mi  retiro — Poesias  de  José  Lamarque  de  Novoa. 
(Sevilla  —  1900  —  Inclue,  entre  as  composiç5es  do  poeta  sevi- 
IhanO)  oito  versões  italianas  pelo  Rev.  Peragallo). 

55.*  —  AUocuzione  dd  Sacerdote  Prospero  Peragallo  nd  be» 
nedire  le  Nozze  dd  Dottore  Cav,  Vittorio  Cereseto  coUa  Signorina 
Eugenia  Carrezzano.  (Génova  —  1901). 

56.*  —  Intomo  ai  saggio  storico  critico  Leon  Pancaldo  di 
Qiovanni  Jachino.  (Spezia  —  1901). 

57.*  —  La  Bibbia  dos  Jeronymos  e  La  Bibbia  di  Clemente 
Semigi  —  Studi  comparativi,  (Génova  —  1901). 

68.* — Cintra — Carme  Latino  tradotto  in  versi  italiani»  (Gé- 
nova— 1901 — Vem  com  a  traducçllo  italiana  do  Rev.  Peragallo 
o  texto  latino  do  Cardeal  Domingos  Jacobini,  precedidas  as  duas 
peças  por  uma  Carta  em  qae  o  traductor  se  refere  encomiasti- 
camente  ás  bellezas  de  Cintra). 

59.* — Viaggio  di  Geronimo  da  Santo  Stefano  e  di  Geronimo 
Adorno  in  índia  nel  1494-99,  (Roma  —  1901). 

60.*  —  Viaggio  di  Matteo  da  Bergamo  in  índia  sulla  flotta 
di  Vasco  da  Gama  (1602- 1Õ03).  (Roma  — 1902). 

61.*  —  Disquizioni  Colombine  —  N.^  6.  Cristoforo  Colombo  e 
le  accuse  dd  Dotíor  Cesare  Lombroso,  (Génova — 1902). 

62.*  —  Alcuni  documénti  inediti  pubblicati  da  Prospero  Pe- 
ragallo. (S.  I.  n.  d.  —  1903  —  Sâo  cinco  documentos:  três  em 
latim,  copiados  do  Árchivo  da  Torre  do-Tombo;  e  dois  em  ita- 
liano, copiados  da  «CoUecçfto  Pombalina»  existente  na  Bibliotheca 


lOã  BOLBTIH  DÁS  BlfiUOTHBCAS 


Nacional  de  Lisboa.  A  publicaçfto  vem  acompanhada  por  inte- 
ressantes notas  do  erudito  publicador). 

63.*  —  Maria  jB.*  Tixe  de  Ysem  —  Penêamientos  marchiios. 
(Sevilla  —  1903-^Inclae,  entre  os  Sonetos  da  illustre  poetiza 
sevilhana,  cinco  versSes  italianas  pelo  Rev.  Peragaiio). 

64.*  —  Due  episodi  dei  poema  I  Lusiadi  di  Camões  ed  altre 
poeaie  straniere  coUa  tradussione  in  verso  italiano.  (Génova — 1904 
—  Os  dois  episódios  camonianos,  aqui  vertidos  pelo  Rev.  Pera« 
gallo,  s£o  o  da  «Batalha  do  Saladoí  e  o  de  «Ignez  de  Castro» ; 
no  resto  do  florilégio  figuram  traduzidas  poesias  de  auctores  por- 
tuguezes  e  auctores  hespanhoes). 

65.* — Cintra.  Carme  Latino  dei  Cardinale*  Domenico  Jaco- 
bini  tradotto  in  versi  italiani — Secanda  edizione,  (Génova — 1905). 

66.*  —  Benedieendo  le  seconde  nozze  deWAwocato  Goffredo 
Cereseto  colla  gentil  Signorina  Angela  Pestarino — AUocussione. 
{Génova  — 1905). 

67.*  —  Nelle  Nozze  ddV Awocato  Cario  Peragaiio  coUa  Gentil 
Signorina  Egle  Bidati — Alloctmone.  (Génova  —  1905). 

68.*  —  Epistola  di  D,  Emamiele  Re  di  Portogallo  ai  Papa 
Leone  X  Annunziandogli  Venirata  solenne  ddV Ambasciata  Por^ 
ioghese  in  Abissinia — La  riproduce  da  una  antica  edizione  con 
note  bibliografiche  e  storiche  Prospero  Peragaiio.  (Génova — 1906). 

69.*  —  Poesias  de  Ramos- Coelho Vertidas  em  ita- 

liano,  hespanhol,  sueco,  allemão  e  francez  pelos  Snrs.  Thomaz 
CannizzarOj  Prospero  Peragaiio,  Sólon  Ambrosóli,  Luiz  BrignoU, 
José  Bénoliel,  Lamarque  de  Novôa,  Gõran  Bjorkman,  GfuiUierme 
Storck,  AchiUes  Millien,  e  Henrique  Faure.  (Lisboa  — 1907  — 
Do  Rev.  Peragaiio  figuram  no  volume  18  versões  italianas). 

O  livro  de  «Poesias»,  que  ora  acabo  de  mencionar,  abre  por 
uma  epistola  em  verso —  «Aos  meus  traductores» — epistola  em 
que  o  auctor  das  composições  traduzidas  se  dirige  ao  Rev.  Prós* 
pêro  Peragaiio  nos  termos  seguintes : 

«A  ti  v2o  pois  estes  singelos  versos, 

O  Peragaiio  amigo, 
Que  viveste  comnosco  tantos  annos, 

E  emfím  buscaste  abrigo 

«Longe  d'aqui  na  tua  illustre  Génova, 

Mas  de  nós  não  te  esqueces. 
Antes,  de  quando  em  quando,  algum  tributo. 

Saudoso,  lhe  offereces, 


Ê  ÁRGHlVOS  NAG10NAÍ5S  103 


«De  Ljsia  aos  fastos  já  volvendo  a  cinza, 
Já  manejando  o  plectro». 


E  porque  cito  de  memoria  (memoria  que  já  muito  me  vai 
atraiçoando)  inclino-me  a  suspeitar  que  nesta  summarissima  re- 
senha involuntariamente  ficariam  omittidos  alguns  dos  mais  no- 
táveis trabalhos  do  Sr.  Prospero  Peragallo.  Será  o  caso  de 
apropriar  aquellas  palavras  que  o  auctor  do  Hernâni  pSe  na  bOocA 
de  Don  Ruy  Gomes  da  Silva  no  dialogo  com  £1-Rei  (na  scena 
dos  retratos): 

J*en  passe,  et  des  mciUeurs! 

O  Sr.  Professor  Pedro  Carducci  Teisser,  que  em  Roma  dirige 
a  «Rivista  Fraterna  Latina»  e  outrosim  a  «Galleria  Biográfica 
Internazionale»,  inviou-nos  o  fascículo  5.^  do  Anno  viu  doesta 
segunda  publicação, — fascículo  quasi  exclusivamente  occupado 
pelo  artigo  que  o  referido  professor  nelle  escreveu,  subordinado 
ao  titulo  S,  M.  Maria  Amélia  ãfOrUans  Regina  Madre  di  Porto- 
gallo  (Roma — 1908),  e  adornado  com  o  retrato  da  nossa  augusta 
soberana. 

Ao  Sr.  Alberto  dei  Prato  fiquei  devendo  a  ofierta  da  seguinte 
memoria  que  a  Portuguezes,  nSlo  menos  do  que  a  Italianos, 
sobremaneira  interessa : 

Alberto  dei  Prato  —  R  testamento  di  Maria  di  Portogallo 
moglie  di  Alessandra  Farnese.  (Parma  —  1908). 

Tal  memoria,  originariamente  publicada  no  «Archivio  Storico 
per  le  Provincie  Parmensi»  (Parma — 1908),  vem  acompanhado 
pelo  retrato  da  testadora  (photo-gravura  do  painel  que  em  Parma 
se  incontra  na  Real  Galeria  de  Bellas-Artes).  Vem  também,  no 
texto  da  obra,  o  fac-simile  da  rubrica  da  excelsa  Princeza. 

O  Sr.  Francisco  Mucci  (italiano  residente  em  Paris)  inviou- 
nos  de  presente: 

Francesco  Mucci — II  mio  esilio  volontario  (Poesia  —  Proso- 
dia)  —  Libro  primo.  La  Visita  ai  Cimitero.  (Paris — 1908). 

Prefaciando  os  escriptos  do  Sr.  Mucci,  abrange  o  livro  uma 
biographia  do  auctor  e  um  artigo  de  critica  ácêrca  da  sua  per- 
sonalidade e  dos  seus  trabalhos. 


104  BOLfiTIH  DAS  B1BU0THECA8 


Da  Noruega  recebi,  por  offerta  do  aactor : 
Sundi*y  geological  Problems  by  G.  Henriksen  Inspector  of 
Mines.  (Chriatiania  — 1908). 

Remettidos  pelo  Governo  Geral  de  Angola,  e  por  elle  offe- 
recidos,  recebi  dois  exemplares  da  seguinte  publicaçAo,  adornada 
com  várias  photo-gravuras  (entre  ellas  uma  que  representa  cO 
commandante  Roçadas  nas  trincheiras  de  Aucango»): 

Alferes  VeUoso  de  Castro — A  Campanha  do  Cuamato.  (Loanda 
—  1908). 

O  Sr.  Eugénio  do  Canto  continua  a  inviar-nos  de  Ponta-Del- 
gada  as  soas  preciosas  reproducçSes  (sempre  feitas  numa  restricta 
edição  de  60  exemplares). 

As  que  recebi  no  segundo  trimestre  d'este  anno,  sSo  as  que 
constam  dos  três  seguintes  folhetos: 

1."  — Carta  de  el-rei  D,  Manoel  para  os  juizes ,  vereadores^  ete., 
da  cidade  do  Porto,  ordenando  para  se  fazer  uma  procissão  so- 
lemne  em  acção  de  graças  pelas  victorias  havidas  sobre  o  rei  de 
Calecut. 

A  Carta  foi  escripta  em  Lisboa  aos  8  de  Junho  de  1505 ;  e 
a  respectiva  cópia  extrahiu-se  do  Archivo  Municipal  do  Porto. 

No  mesmo  folheto  accresce: 

Carta  de  el-rei  D.  Manoel  aos  juizes  e  vereadores  de  Elvas 
para  solemnizarem  as  victorias  havidas  na  índia  (Datada  em 
Setúbal  aos  26  de  Maio  de  1506). 

A  impressão  das  duas  «Cartas»  fez-ee  em  Lisboa  no  corrente 
1908;  e  vem  acompanhada  pela  reproducçSo  fac-sunile  dos  res- 
pectivos autographos. 

2.^  —  Carta  de  el-rei  D.  Manoel  para  o  Juiz,  Vereadores  e 
Procurador  da  villa  d'Elva^,  dando  parte  da  tomada  do  Reino 
de  Ormuz  (Escripta  no  Lavradio  aos  30  de  Janeiro  de  1509). 

A  cópia,  extrahida  do  Archivo  da  Camará  Municipal  d^Elvas, 
foi  typographada  em  Coimbra  no  corrente  1908. 

3.®  —  Relacion  de  la  lornada  Expvgnacion,  y  Conquista  de 
la  Islã  Tercera,  y  las  dema^  circunuezinas,  q  hizo  don  Albaro  de 

Baçan,  Marques  de  Santacruz Y  de  los  enemigos 

que  auia  en  la  dicha  Islã,  y  de  los  fuertes,  artilleria,  y  municio- 
nes, y  armada  Francesa  y  Portuguesa:  y  dei  sitio  y  disposidon 
de  la  ciudad  de  Angra,  y  ViUas  y  Lugares  de  su  contorno,  y  de 
los  moradores  delias,  y  castigos  que  se  hizieron  en  eUos. 

Remata  a  Relação  pelas  seguintes  palavras:  —  «Fecha  en  la 


E  ARCHIV08  NAC10NÂI£S  105 


ciudad  de  Angra  de  la  lala  de  Ia  Tercera,  a  onze  de  Agosto,  mil 
y  quínientOB  j  ochenta  y  três». 

A  rt*prodiicç&o  executou-se  em  Lisboa  no  corrente  1908  por 
cópia  do  raríssimo  exemplar  que  existe  na  Bibliotheca  Bodleyana 
da  Universidade  de  Oxford. 

Remettído  pela  respectiva  Reitoria,  introu  em  nossa  Biblio- 
theca o 

Annuario  do  Lyceu  Central  de  Lisboa — 3:^  Zona  Escolar,  á 
Lapa--  Anno  escolar  de  IQOT-IOOS.  (Lisboa— 1908). 

Nelle  se  incluem  o  Rnlatorio  do  Reitor  (Sr.  Dr.  António 
Joaquim  de  Sá  Oliveira)  Irdo  na  sessão  solemne  de  16  de  Outubro 
de  1907  e  o  Discurso  inaugural  pronunciado  pelo  Sr.  Dr.  António 
Augusto  Gonçalves  Braga  (Professor  do  Lyceu). 

A  Direcção  Geral  dos  Trabalhos  Geodésicos  e  Typographicos 
ínviou-nos  da  Carta  de  Portugal  (na  escala  de  1  para  Ô0:000) 
duas  folhas  chromo-lithographadas :  — a  Folha  N/*  16-b  (que  tem 
por  núcleo  a  villa  das  Caldas  da  Rainha),  e  a  Folba  N*  17-d 
(Chouto  e  seus  arredores). 

Da  Carta  Chorographica  dos  limites  de  fronteira  entre  Por- 
tugal  e  a  Hespanha  inviou-nos  a  respectiva  Commiss&o  mais  duas 
folhas :  —  a  Folha  N.""  6  e  a  Folha  N.<*  13. 

A  «Commissílo  do  serviço  geológico  de  Portugal»  remetteu- 
nos  dois  exemplares  da  sua  recente  publicação : 

Commission  du  service  géolotjique  du  Portugal — Efsai  sur  la 
tectoniqne  de  la  chaíne  de  l' Arrábida  par  Paul  Choffat.  (Lisbonne 
—  1908  —  Com  phototypias  e  chromo-lithographias). 

A  Direcção  da  «Associação  Industrial  Portuense»  obsequiou^ 
nos  remettendo-nos  um  exemplar  da  seguinte  obra  que,  por 
iniciativa  da  mesma  associação,  ora  se  publicou  intitulada 

Recopilação  de  todos  os  documentos  relativos  á  Revisão  Pautal 
desde  1U03  a*é  1907.  (Porto  — 1908). 

Do  Sr.  Dr.  Adriano  Anthero  de  Sousa  Pinto  recebi 
Adriano  Atifhero  —  Entre  o  breviário  (Do  livro  inédito  —  O 
Poema  da  Vida).  (Porto  —  1 908). 

Parte  integrante  de  obra  mais  avultada  (como  no  referido 
titulo  declara  seu  auctor),  constitue  esta  publicação  um  poemeto 
em  que  predominam  versos  alexandrinos,  mas  em  que  se  inter- 

?.•  ANNO,  N.«  2  2 


106  BOLKim  DAS  BIBLIOTHECA8 


/Balam  também  ver&os  de  seis  e  de  Fepte  syllabas,  terminando  a 
composição  por  ura  soneto  decasyllabo. 

Por  offerta  do  auctor,  tive  o  gosto  de  receber  ama  interes- 
sante raonographia: 

Manud  Monteiro — S.  Pedro  de  Rates.  Com  uma  introdueçSo 
acerca  da  Architectura  românica  em  Portugal — (Com  1  planta 
e  15  iUugtraçdes  no  texto.  (Porto  — 1908). 

Da  Figueira  da  Foz  foi-me  inviado  um  folheto,  offerta  do 
auctor  (o  Sr.  Manuel  Augusto  Cardoso  Martha): 

M.  Cardoso  Martha — Desenhadores  portuguezes  de  ex-Ubris, 
(Fiprueira  da  Foz  — 1908). 

Constituo  esse  folheto  uma  «separata*  da  cOazeta  da  Fi^ 
gueira-, — «separata»  limitada  a  cincoenta  exemplares,  entre  os 
qtiaes  o  nosso  traz  o  N/  48. 

O  Sr.  Visconde  de  Sanches  de  Frias  trouxe-me  pessoalmente 
o  seguinte  rípusculo  de  sua  lavra : 

V,  de  8.  de  F.  —  Os  partidos  que  se  partem  e  repartem  — 
Bosqufjo  patriótico.  (Lisboa  —  1 908). 

Diz  Victor  Hugo,  nSo  me  lembra  de  prompto  em  qual  das 
suas  composições  poéticas: 

Quand  Vcdã  du  corps  s^éteint,  VcríI  de  Vesprit  s^allume. 

De  tal  verdade,  que  á  primeira  vista  poderá  talvez  afígurar- 
se  paradoxal,  incontro  uni  bello  exemplar  demonstrativo  na  labo- 
riosidade  indefessa  do  Sr.  Dr.  Sousa  Viterbo. 

Opulentador  constante  das  lettras  desde  sua  adolescência, 
(•lie  proseguiu  sempre  devotadíssimo  nessa  faina,  emquan to  a  luz 
dos  olhos  o  poude  auxiliar  em  seus  estudos. 

Mas. . . .  phenomeno  realmente  assombroso  !.  •  • .  desde  que 
se  lhe  inturvou  a  visSo,  e  mormente  desde  que  a  visão  se  lhe 
apagou  de  todo,  elle — como  se  na  exuberância  dos  lavores  in- 
eontrasse  um  lenitivo  para  o  desconsolo  de  se  achar  em  trevas 
—  redobrou  de  actividade,  redobrou  de  productividade. 

Nos  Vol.  Liii  e  Liv  d' O  Instituto  (Coimbra— 1906-1907)  foi 
o  Sr.  Dr.  Francisco  Marques  de  Sousa  Viterbo  interpoladamente 
publicando  vários  capítulos,  que  poriim  agrupou  em  yohime  au- 
tónomo, de  que  nos  offereceu  exemplar : 

Sousa  Viterbo — A  Jardinagem  em  Portugal — Apontamentos 
para  a  sua  historia.  (Coimbra  — 1906-1908). 


J 


E  ABCHIVOS  NÁCI0NAB8  107 


c Apontamentos»  sub-intitulou  elle  por  modéstia  as  paginas  do 
sen  livro,  —  livro  que  representa  uma  volumosa  memoria,  copio- 
samente circumstanciada. 

E  mais  nos  offereceu  de  sua  lavra : 

Tangedor  da  Capdla  Real — Manuel  Rodrigues  Coelho*  (S.  1. 
n.  d. —  Lisboa,  1908). 

O  dote  de  D,  Beatriz  de  Portugal  Duqueza  de  Saboya.  (Lisboa 
— 1908). 

Este  segundo  opúsculo  constituo  c separata»  do  cArchivo  His- 
tórico Portuguez». 

O  Sr.  Pedro  Wenceslau  de  Brito  Aranha,  erudito  continuador 
de  Innocencio  Francisco  da  Silva  na  elaboraçllo  do  «Diccionario 
Biblíógraphico  Portuguez»,  offereceu-nos  duas  espécies: 

Resenha  euecinta  ou  guia  do  que  se  contém  nos  volumes  de 
miscellaneas  apresentadas  na  exposição  do  Rio  de  Janeiro  como 
amostra  da  bagagem  de  umjomalista.  Pelo  expositor  Brito  Aranha 
premiado  em  diversas  exposições.  Côllecçào  única  em  homenagem 
aos  que  estudam  e  trabalham.  (Lisboa  —  1908). 

O  Marquez  de  Pombal  e  o  seu  centenário.  Notas  bio-bibliogror 
phicas  —  Separata  do  Tomo  iix  do  Diccionario  Bíbliographico 
por  Brito  Aranha.  (Lisboa  — 1908  —  Com  o  retrato  do  Marquez 
em  gravura  de  madeira,  e  profusSo  de  várias  outras  estampas 
mui  curiosas). 

Ao  Sr.  Conselheiro  Adolpho  Ferreira  Loureiro  devo  a  offerta 
de  uma  publicaçfto  muito  importante,  como  importantíssimas  sSo 
todas  aquellas  a  que  o  distincto  ingenheiro  vincula  seu  nome: 

Porto  de  Leixdes  —  Projecto  do  melhoramento  do  porto  de 
abrigo  e  criação  de  um  poHo  commercial  annexo,  elaborado  pelos 
engenheiros  Adolpho  Loureiro  e  António  dos  Santos  Viegas.  (Lisboa 
— 1908  —  Com  mappas  chromo-lithographados  em  4  fls.  desdo- 
bráveis). 

O  Sr.  Álvaro  Neves  fez-me  offerta  de  duas  publicaçSes : 
Zacharias  d' Aça — Lisboa  Moderna  (Lisboa — 1906 — Exem- 
plar que  pertence  (conforme  declara  o  offerente  numa  nota  ma- 
nuscripta)  a  uma  tiragem  especial  de  5  exemplares). 

Victorino  Coelho — A  sciencia  da  roleta.  (Porto  — 1908  — 
Exemplar  que  (segundo  a  manuscripta  declaraçSo  do  ofierente) 
pertence  a  uma  tiragem  especial  de  20  exemplares). 


•• 


108  BOLETIM  DÁ8  3lfiUOTH£CA8 


Do  Sr.  Alváro  d'01iveira  recebi  um  folheto,  que  dÍ2  assim  no 
frontispioio : 

Álvaro  éC Oliveira  —  Corja.  (Porto  — 1908). 

Aqui  está  agora  uma  publicação  interessantíssima,  interessan- 
tíssima sob  qualquer  ponto-de-vista  em  que  haja  de  considerar-se: 

Cartoê  inéditas  d'EURei  D.  Pedro  V prefaciadas  e  annotadas 
por  Mendes  dos  Remédios  e  seguidas  d'um  estudo  psychologieo  por 
■Ernesto  Loureiro.  (Coimbra — 1903). 

O  offerente  foi  o  Sr.  Henrique  Loureiro,  filho  de  quem  re- 
digiu no  livro  o  8upra-mencion;ido  cestudo  psychologicoi. 

As  íCartast  que  neste  volume  se  publicam,  do  saudoso  Rei 
D.  Pedro  V,  são  em  número  de  vinte  e  nove,  e  todas  indereçadas 
ao  Conselheiro  José  Jorge  Loureiro, —  pessoa  a  quem  o  illustrado 
monarcha  dedicava  singular  affeição.  Foram  todas  escriptas  em 
1856,  e  versam  variado  assumpto  de  pública  administração. 

O  Sr.  Sebastião  Joaquim  Baçam  remetteu-me  o  N.**  22  do 
Anno  IV  da  revista  Vera-Cruz  (São  Paulo  (Brasil),  15  de  Março 
de  1908), — Número  em  que  se  incontram  amáveis  referencias  á 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

O  Sr.  Eduardo  Augusto  da  Rocha  Diists,  reiterando  os  seus 
bons  serviços  prestados  á  Bibliotheca  Nacional,  fez-nos  offerta 
de  dois  manuscriptos  (autographos)  devidos  ao  ing^nho  do  illustre 
e  fallecido  publicista,  Conselheiro  José  Silvestre  Ribeiro,  que  nas 
lettras  pátrias  conquistou  glorioso  logar. 

São  elles: 

1.^  —  Apontamentos  para  a  historia  dos  estudos  nas  Ordens 
religiosas  de  Portugal  —  Estudos  Tia  Companhia  de  Jesus  em 
Portugal. 

2.®  —  Oregorio  VIL  Esboço  rmramente  histoinco. 

A  Sr.*  D.  Amélia  Duarte  dé  Carvalho  offereceu-nos  um  vo- 
lume de  miscellanea  manuscripta,  —  volume  que  não  traz  titulo 
especial,  mas  cujo  conteúdo  ficou  circumstanciadamente  indicado 
na  seguinte  nota  illucidativa,  escripta  pelo  Sr.  José  António  Mo- 
niz (intermediário  da  offerta) : 

c Contêm  este  volume: 

«1.  Notas  particulares  sem  importância. 

«2.  Recibos  de  renda  de  terra  pertencente  a  uma  capella  da 
Coroa,  sita  em  Valle-de-Pereiro  (Lisboa).  1791-1796-1811. 


B  AR0HIV08  KACIOMACS  109 


«3.  ReciboB  de  rendas  da  horta  e  terrenos  do  Hospício  do 
Monte  Olivete  na  Rua  do  Salitre,  pertencente  ao  Convento  da 
Cartuxa  de  Laveiras.  De  1808  a  1832». 

E  accrescenta  o  Sr.  Moniz  na  sua  nota : 

c — Na  Horta  do  Salitre,  que  fazia  esquina  para  a  Travessa 
das  Vaccas,  esteve  construido  o  Circo  Price.  Fica  hoje  no  logar 
destinado  ao  monumento  de  Fontes  Pereira  de  Mello ;  no  logar 
da  horta  está  o  prédio  que  faz  esquina  para  a  Travessa  do  Sali- 
tre (antigamente  das  Vaccas). 

c — A  vinha  e  terras  do  Hospicio  começavam  á  esquina  da 
Travessa  do  Moreira  (hoje  R.  Júlio  César  Machado).  No  logar 
do  Hospício  construiu  uma  casa  o  livreiro  Francisco  Ârthur  da 
Silva;  hoje  pertencem  estes  terrenos  a  vários  donos,  entre  os 
quaes  os  herdeiros  do  Conde  do  Alto  Mearim». 

O  Sr.  Henrique  José  Monteiro  de  Mendonça  brindou-nos  com 
dois  exemplares  da  sua  obra  intitulada 

África  Occidental  Portugueza  —  S.  Thomé  —  A  Roça  tBoa 
Entrada*.  (Lisboa— 1906). 

E  outrosim  nos  inviou  (offerta  d'elle  e  do  traductcfr  inglez) 
um  exemplar  da  seguinte  espécie: 

The  Boa  Entrada  Plantations Translated  from 

the  original  portuguese  hy  J,  A,  Wyllie,  (Edinburgh  —  1907). 

Original  e  traducçlo  apresentam-se  ornamentados  com  muitas 
photo-gravuras. 

Do  Sr.  Manuel  Joaquim  de  Campos  recebi  por  dadiva  cinco 
opúsculos,  concernentes  á  célebre  causa  vulgarmente  conhecida 
pela  desigiiaçXo  de  «QuestSo  Conde-do-Farroboi  e  relativa  ao 
agío  do  papel-moeda. 

Sfto  pela  ordem  chronologica  os  seguintes : 

1.® —  Questão  acerca  do  ágio  do  papd  moeda  entre  o  Ex.^^ 
Conde  de  Farrobo  R,  e  L,  SUveira  e  M.  J.  Pimenta  e  C*  AA. 
contendo  as  peças  principaes  d*acção (Lisboa — 1842). 

2.^  —  Refutaçào  Analytico-Juridica  do  folheto  intitulado 
Questão  acerca  do  ágio  do  papel  moeda,  que,  em  Novembro  de 
1842,  foi  publicado  por  parte  de  L.  Silveira,  M.  J,  Pimenta  e 
Comp.^  (Lisboa  —  1 843). 

3.®  —  Principaes,  e  importantes  peças  do  processo  do  ágio  do 
papel-moeda,  movido  pdos  Srs.  Lino  Silveira  &  C  e  Manoel 
Joaquim  Pimenta  &  C*  contra  o  Conde  de  Farrobo.  (Lisboa  — 
1843). 


110  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


4.®  — CarUintutção  ias  príncipaes  e  imporiantêê  peçoM  do  pro- 
cesso do  agU)  do  papel-fnoeda,  movido  pdos  Srs.  Lino  Silveira  & 
C*  6  Manuel  Joaquim  Pimenta  &  (7/  contra  o  Conde  do  Far- 
robo.  (Lisboa  — 1844). 

5.*  —  A  acção  do  Conde  do  Farrobo  contra  a  Fazenda  Nn^ 
cional.  Ágio  do  papd-moeda,  (Lisboa  — 1865). 

O  Sr.  Dr.  Arthur  Lamas,  infatigável  productor  de  excelientes 
monographias  sobre  assumptos  de  Medalhistica,  offereceu-nos 
ttitímamente  os  dois  seguintes  opúsculos  de  seu  intelligente 
lavor: 

Julius  Meili  —  Noticia  necrologica.  (Lisboa  — 1908). 

Centenário  de  uma  medalha  da  Guerra  Peninsular  —  1808" 
1908  —  MedaUia-insignia  usada  pelos  estudantes  da  Universidade 
de  Coimbra  que  se  aUstaram  no  Batalhão  Académico  do  tempo  dos 
Franceses.  (Lisboa — 1908  —  Com  7  phototypias). 

Nesta  memoria  o  Sr.  Dr.  Lamas  apresentanos  curiosas  e 
minuciosas  informações  de  caracter  histórico,  muito  e  muito 
apreciáveis,  e  nfto  só  de  caracter  histórico  mas  inclusivamente  de 
caracter  bibliographico,  recolhidas  em  parte  nas  espécies  que 
possue  a  Bíbliotheca  Nacional  de  Lisboa.  E  constituo  o  trabalho 
do  Sr.  Dr.  Lamas  uma  das  mais  formosas  contribuiçSes  para  a 
celebração  do  c Centenário  da  Campanha  Peninsular»,  —  com- 
memoraçSo  em  que  andam  agora  impenhados  Portugal,  Hespanha, 
Inglaterra,  e  mesmo  a  própria  França. 

O  Sr.  Padre  Manuel  Fernandes  Ferreira  veiu  pessoalmente 
offerecer  á  Bibliotheca  um  exemplar  do 

Resumo  da  Historia  Sagrada  em  Português  e  em  Tétum  para 
uso  das  crianças  de  Timor  compilado  pdo  PJ  Manuel  F.  Ferreira, 
Missionário  do  Real  Padroado.  (Lisboa  —  1908). 

Ornamentam-lhe  o  texto  várias  photo  gravuras,  e  precedem- 
n*o  «Regras  para  ler  o  Tétum». 

O  Sr.  Dr.  Augusto  Pereira  de  Bettencourt  Ataíde  offereceu- 
nos  duas  espécies  que  a  Bibliotheca  Nacional  n&o  possuia: 

Instituições   de   Direito   Ecdesiastico   do   Padre  Amaro   de 

Schenld accommodadas  principalmente  á  AUemanha 

e  á  Baviera  —  Tomo  I  contendo  os  prolegomenos  e  o  Direito  Pu- 
blico —  TVadtACção  portugueza  do  Dr.  Manuel  de  Oliveira  Chaves 
e  Castro~2.^  edição.  (Coimbra—  1888). 

Elementos  de  Direito  Ecclesiastico  Portuguez  e  seu  respectivo. 


£  ABCHIYOS  NACIONABS-  1 1 1 


processo  pelo   Dr.    Bernardino    Joaquim    da    Silva   Carneiro. 
(Coimbra  — 1888). 

Da  Vida  Intelectual  publicaram-se  três  fascículos,  que  o  Sr. 
Gabriel  Pereira  me  intregou  em  continuação  de  suas  offertas.  E 
são  elles  08  N.*»"  11  a  13  (Madrid  — Março  a  Maio  de  1908). 

O  N.®  11  inclue  o  proseguímento  (2.®  acto)  da  comedia  Los 
Viefos  (traducção  castelhana  á*Os  Velhos  do  nosso  fallecido  con- 
terrâneo D.  João  da  Gamara). 

No  N."^  12  finaliza  a  mencionada  versão  (3.®  acto  da  comedia). 

No  N.^  13  apresenta-nos  Juan  de  Tavares  sob  o  titulo  c  Le- 
tras Portuguesas»  uma  apreciação  critica  ácêrca  de  três  livros 
escriptos  por  conterrâneos  nossos  (c  Fonte  do  Satyro»  por 
Eugénio  de  Castro;  aO  pão  e  as  rosas»  por  ÁíFonso  Lopes 
Vieira;  e  cA  arvore  cortada»  por  Paulino  de  Oliveira).  Em  ho- 
menagem ao  auctor  do  livro  de  versos  «O  pão  e  as  rosas» — vem 
o  seu  retrato  acompanhando  a  apreciação  crítica. 

Do  seu  próprio  lavor,  sempre  indefesso,  offereceu-nos  o  Sr. 
Qabriel  Pereira  a  seguinte  monographia  que  por  todos  os  motivos 
e  sob  todos  os  pontos-de- vista  se  recommenda: 

S.  Domingos  de  Bemjica,  (Lisboa  —  1 905). 

O  Sr.  Gabriel  Pereira,  que  no  seu  elevado  cargo  de  Inspe- 
ctor das  Biblíothecas  e  Archivos  traz  a  sua  existência  toda  con- 
sagrada ás  múltiplas  exigências  de  suas  funcçSes  oí&ciaes,  incontra 
ainda  ensejo  para  lucubraçSes  interessantíssimas,  ora  alheias  á 
sua  occupação,  ora  com  ella  mais  ou  menos  directamente  rela- 
cionadas. E  já  outrotanto  lhe  acontecia  quando,  anteriormente  á 
minha  gerência,  aquelle  distíncto  funccionario  desimpenhava,  com 
suprema  vantagem  do  serviço  público,  o  logar  de  Director  da 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Em  beneficio  dos  estudiosos  apresentarei  aqui  uma  resumi- 
dissima  resenha  dos  trabalhos  publicados  em  volumes  autónomos 
pelo  Sr.  Gabriel  Pereira, — não  me  fazendo  cargo  de  mencionar 
08  muitos  e  não  menos  valiosos  que  d'elle  se  incontram  dissemi- 
nados por  jornaes  e  revistas. 

Eis  aquelles  de  que  tenho  agora  lembrança  (que  a  modéstia 
de  S.  Ex.'  me  releve  e  se  não  melindre;  mas  trata-se  de  uma 
questão  bibliographica,  e  é  esse  um  campo  a  que  não  podem  ser 
extranhos  estes  meus  Relatórios): 

1.®  —  Dolmens  ou  antas  dos  arredores  d' Évora,  (Évora  — 
1875). 


112  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHBCAd 


2/  —  Invcuies  dos  Normandos  na  Peninêula  Ibérica  por 
Moouer — Prefacio  e  versão  de  Oabrid  Pereira.  (Évora — 1876). 

o." — Contos  singelos.  (Lisboa — 1876). 

4/  —  Descripção  da  Peninstãa  Ibérica.  Livro  3.®  da  Oeogra- 
phia  de  Strabão  (1,^  parte) — Versão  de  Gabriel  Pereira.  (Évora 
—  1878). 

5**  —  Biographia  de  Quinto  Sertório  por  Plutarcho  de  Chá- 
ronia  traduzida  em  poriuguez  segundo  a  versão  de  E.  Talbot  e 
precedida  de  algumas  observações  sobre  a  romanisação  da  Penin- 
svla  Ibérica  por  Oabrid  Pereira.  (Évora — 1878;  na  capa  im- 
pressa da  brochura^  1879). 

6.®  —  Narrativas  para  operários.  (Lisboa  —  1878). 

7.®  —  Notas  d^Archeologia —  Os  casteílos  ou  montes  fortifica-- 
dos  da  Colla  e  Castro  Verde.  O  dolmen  furado  da  Candieira. 
Ruinas  da  (Xtania  de  Briteiros.  (Évora — 1879). 

8.® — Contos  de  Andersen — Traducção.  (Lisboa  —  1879). 

9."  —  Fragmentos  relativos  á  Historia  e  Oeograpkia  dn  Pe- 
nínsula Ibérica  —  Caius  Plinius  Secundus.  Pomponius  Mela. 
(Évora  — 1879;  na  capa  da  brochura,  1880). 

10.*  —  Fragmentos  relativos  á  Historia  e  Oeograpkia  da  Pe- 
ninsula  Ibérica  —  Livro  Ilida  Oeograpkia  de  Strabão  (2.^ parte). 
(Coimbra— 1880). 

11."  —  Fragmentos  relativos  á  Histoiia  e  Oeograpkia  da  Penifi" 
sula  Ibérica — Floro j  Sallastio,  Eutropio,  Aurélio  Victor,  Scylax, 
Hannon,  Ptolomeu;  Itineraiio  de  Antonino.  (Coimbra — 1880). 

12."  —  Catalogo  provisório  dos  pergamvikos  do  Cartório  da 
Universidade  de  Coimbra  (1.^  parte).  (Coimbra  —  1880). 

13." — Catálogo  dos  pergaminhos  do  Cartório  de  Fazenda  da 
Universidade  de  Coimbra.  (Coimbra — 1881). 

14."  —  Estemma  de  perpetuas  na  campa  do  Dr.  Augusto  JR- 
lippe  Simdes  por  A.  F.  Barata  e  Oabiriel  Pereira.  (Lisboa  — 
1884  —  Com  o  retrato  do  fallecido  archeologo). 

Ib,""  — Estudos  eborenses.  (Évora  — 1884-1893). 

16."  —  Documentos  históricos  da  cidade  de  Évora.  (Évora — 
1886-1895). 

17."  —  Madrugadas.  (Évora  —  1888  —  Com  o  retrato  do 
aactor,  em  photographia). 

18."  —  Elogio  histórico  do  Conde  João  Oozzadini.  (Lisboa  — 
1888). 

19." —  Os  cartularios  das  cathedraes.  (Lisboa  —  1890). 

20."  —  Roteiros  portuguezes  da  viagem  de  Lisboa  á  índia  nos 
séculos  XVI  e  xvii.  (Lisboa— 1898). 


£  ARGHIV08  NAGIOHARA  113 


21/  —  Btbliatheea  Nacional  de  Liiboa.  (S.  1.  (Lieboa)  — 
1898). 

22.®  —  Bibliotkeca  Nacional  de  Lisboa.  Notidas  por  G.  P. — 
// — A  eãtaitua  da  rainha  D,  Maria  I,  Sala  doa  viritcu.  Oabi" 
nete  do  Director.  8<ãa  de  leitura  pubUca.  Oahinete  de  BeUae- 
Artes,  Jomaes.  Os  azulejos  de  N.  S,^  da  Vida,  Manuscriptos, 
Camoniana.  Os  códices  dos  monges  de  Alcobaça.  Livros  com  iUu' 
minaras.  CoUecçdes  Elzevir  e  Bodoni.  Livros  orientaes.  Incuna» 
buhs,  A  Bíblia  de  Guttenberg.  Os  livros  reservados.  Oabhiete  de 
numismática.  Gabinetes  do  Inspector  e  do  Secretario.  Secretaria 
e  Thesouraria.  Cartas  geographicas.  Os  terraços.  (Lisboa — S.  d. 

—  1898). 

23.*  — O  lindo  sitio  de  Camide.  (Lisboa— S.  d.  — 1898). 

2A.'' —  Noticias  de  Camide.  (Lisboa  — S.  d.—  1900). 

25.^  —  Conselho  superior  dos  monumentos  nadonaes.  (Lisboa 

—  1900). 

26.®  —  As  ilhas  do  Atlântico — Chronicas  de  Valentim  Fer* 
nandesy  allemão.  (Lisboa  —  S.  d.). 

27.* — Diogo  Gomes — As  relações  do  descobrimento  da  Guiné 
e  das  Ilhas  dos  Açores,  Madeira  e  Cabo  Verde  —  Versão  do  laHm 
por  Gabriel  Pereira.  (S.  1.  (Lisboa)  n.  d.). 

28." — O  Museu  Archeologico  do  Carmo.  (Lisboa  — 1900  — 
Com  2  zinco-gravuras  de  Pires  Marinho,  reproducçfto  de  estampas 
antigas,  em  que  se  figura  o  exterior  do  velho  convento  carmeli- 
tano). 

29.®  —  Bibliotheea  Nacional  de  Lisboa — Noticia  dos  retratos 
em  tela.  (Lisboa  — S.  d.  — 1900)! 

30.®  —  Retratos  gravados  (índice  do  volume  que  na  Biblio- 
theea Nacional  de  Lisboa  (sub-secçSo  de  Bellas-Ârtes)  tem  por 
titulo:  cRetratos  de  Cardeaes,  Bispos,  e  Varoens  Portugnejees 
íllttstres  Em  Nobreza,  Armas,  Letras,  e  Santidade.  —  Coorde- 
nados nos  mezes  de  Abril,  e  Maio.  Do  anno  do  Senhor 
M«D.CCLXXZXI>).  (Lisboa  —  S.  d.  — 1901). 

31." —  O  Archivo  de  Marinha.  (Lisboa — 1901). 

32.*  —  Bibliotheea  Nacional  de  Lisboa — O  Archivo  UUramor 
rino.  (Lisboa — 1902). 

33.®  —  Monumentos  nadonaes — // —  Q^estíonarios.  O  ultimo 
decreto.  Restaurar  e  conservar.  Classificqição.  Legislação  estran- 
geira. Museus  d' antiguidades.  (Lisboa — 1902). 

34.®  —  Lisboa  e  arredores.  Inquirições  do  reinado, de  D,  Af- 
fonso  3.^^—Com  observares  de  G.  P.  (Lisboa — 1902). 

35,®  —  Bibliotheea  Nacional  de  lisboa.  Noticias  por  G,  P. 


114  BOLETÍU  DAS  BIBLI0THECA8 

—  n.  —  A  eHatua  da  rainha  D.  Maria  L  Sala  de  visitas.  Ga- 
binete do  Conselho.  Sala  de  leitura  publica.  Gabinete  de  BeUas- 
Artes.  Jomaes.  Os  azulejos  de  N.  S.^  da  Vida.  Manuscriptos. 
Camoniana.  Os  códices  dos  monges  de  Alcobaça.  Livros  com  illu- 
minaras.  CoUecção  Elzevir  e  Bodoni.  Livros  orientaes.  Ineuna- 
bulos.  A  Bíblia  de  Guttemberg.  Os  livros  reservados.  Gabinete  de 
numismática.  Gabinetes  do  BibUothecario-mór  e  do  Inspector.  Se- 
cretaria e  Thesouraria.  Cartas  geographicas.  Os  terraços.  —  2.* 
ediçào.  (Lisboa  — 1903). 

36.*  — Catalogo  dos  desenhos  e  aguarellas  do  Álbum  Cifka  da 
B.  N.  L.  (Lisboa  — 1903). 

37.* — Bihlioihecas  e  Archivos  Nacionaes — Os  códices  dos 
chronistas  António  Brandão  e  Francisco  Brandão,  A  livraria 
manuscripta  do  conde  do  Vimieiro  —  O  Âpparato  da  Historia 
Genealógica.  O  decreto  de  2  de  outubro  de  1862.  O  relatório  de 
A,  Herculano.  As  bihlioihecas  publicas  de  Braga,  Ponta  Delgada 
e  CasteUo  Branco.  (Lisboa — 1903). 

38.^  —  A  coUecção  de  desenhos  e  pinturas  da  Biblioikeca 
d'Evora  em  1884.  (Lisboa  —  1903). 

39.®  —  A  coUecção  de  pinturas  do  Sr.  Duque  de  PalmeUa. 
(Lisboa  — 1903). 

40.®  —  Eaposição  de  Cartographia  da  Sociedade  de  Geogra- 
phia  de  Lisboa  em  Novembro  de  1903 — CoUecção  PalmeUa. 
(Lisboa  — 1903). 

41.®  —  Festas  Reaes  em  Évora  no  casamento  de  D.  Maria 
Sophia  de  Neubourg  com  D.  Pedro  U.  (Lisboa —  1903). 

42.®  —  En  ora  buena  que  dio  Évora  Ciudad  a  la  Serenissima 
Seilora  Princesa  dei  Brasil  nuèstra  Sehora  por  Pedro  Vaz  Rego. 

—  Lisboa  Occidental  en  la  Impresion  de  la  Musica  y  à  su  costa 
a9ío  de  1729.  (Lisboa  — 1903  —  Com  uma  noticia  preliminar 
Bubscripta  pelas  iniciaes  G.  P.). 

43.®  —  ^  villa  da  Ericeira.  (Lisboa  — 1903). 

44.®  —  Museu  Nacional  de  Bellcu- Artes.  Aspecto  geral.  (Lisboa 
— 1903), 

4õ.®  —  Museu  Nacional  de  BeUas- Artes.  Aspecto  geral  f2.* 
edição).  —  Lisboa  — 1904). 

46.®  —  Importância  da  Cartographia  Portugueza.  (Lisboa  — 
1904). 

47.®  —  A  coUecção  dos  códices  com  iUuminuras  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa,  (Lisboa  —  1904). 

4S.°— Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa — CoUecção  dos  Livros 
de  Coro  dos  conventos  extinctos.  (Lisboa — 1904). 


C  ARCHIV08  NACIONAEd  115 


49.*  —  De  Bemfica  á  Cluinta  do  Correio-Már.  (Lisboa — 1905). 
50/  —  Torres  Vedras  —  Notas  d'arte  e  archeohgia.  (Lisboa 
— 1906). 

Passarei  agora  á  enumeração  das  principaes  espécies  que  no 
segundo  trimestre  do  anno  corrente  me  coube  ensejo  de  adquirir 
por  compra,  destinadas  á  Bibliotheca  Nacional. 

A  Manuel  José  Paes  Júnior  comprei,  reunidos  no  mesmo 
volume  sob  incadernaç&o  de  moscovia  com  relevos  (incademaçko 
quinhentista),  dois  folhetos  que  certamente  representam  duas 
raridades  biblíacas. 

O  primeiro  dos  dois,  composto  em  caracteres  gothicos,  ador- 
nado com  septe  capitulares  decorativas,  sem  numeraç&o  de  folhas 
nem  reclamos,  mas  com  rubricas  por  lettra  alphabetíca,  abrange 
ttes  cadernos,  no  1.*^  dos  quaes  se  contam  8  fls.,  no  2.®  se  contam 
6,  e  no  3.®  (que  forma  appendice  dos  dois  primeiros)  8  fls. 

Abre  esse  folheto  por  frontispício  ornamental,  circumdado 
por  quatro  peças  de  taija  decorativa,  rectangularmente  dispostas. 
Ao  centro  do  rectângulo  se  lê,  sobrepujado  por  gravura  aberta 
em  chapa  de  madeira,  o  seguinte  lettreiro: 

fLibéUus  de  egritadinibvs  puerorum. 
escripto  esse  «Libellus»  pelo  Mestre  Paulo  Bagellardo. 

O  appendice,  formado  pelo  3.®  caderno,  carece  de  frontispício, 
e  começa  d'est'arte : 

Indpiunt  recepte  magistri  Petri  de  tusignano  (sic)  super  nono 
Almansoris, 

Nem  logar  de  impressXo,  nem  anno,  se  acham  indicados 
neste  primeiro  folheto. 

D^essas  indicações  carece  também  o  segundo  folheto,  egual- 
mente  composto  em  caracteres  gothicos,  ornamentado  com  vinte 
e  uma  iniciaes  decorativas,  sem  numeraç&o  de  folhas  nem  recla- 
mos, e  com  rubricas  por  lettra  alphabetica.  Abrange  elle  cinco 
cadernos,  cada  um  dos  quaes  é  constituido  por  8  fls.  —  á  exce- 
pçSo  do  último  caderno,  em  que  só  intraram  6  fls.  (e  d'essas 
fallece  a  derradeira  no  exemplar  que  adquiri, — folha  que  talvez 
fftsse  era  branco). 

O  frontispicio  d'este  segundo  folheto  incontra-se  immoldurado 
peias  mesmas  quatro  peças  da  tarja  decorativa,  que  no  primeiro 
figuram,  mas  dispostas  por  ordem  diversa. 

Ao  centro  da  pagina  frontispicial,  em  guisa  de  titulo,  e  sobre* 


116  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHEGAS 


pujados  por  gravurínha  allegorica  (aberta  em  chapa  de  madeira), 
lêem-se  os  dois  segaintes  lettreiros: 

Domini  OenHUs  fulginatU  singtdare  consiUum  contra  pesH- 

Eiuidem  jueêtio  perutilis  de  resistentija  seu  de  contra  ope- 
rantiJB. 

A  perfeita  identidade,  incontestavelmente  reconhecida,  com 
respeito  ás  quatro  peças  que  figuram  na  tarja  frontispiciai  dos 
dois  folhetos, — e,  coincidindo  com  isto,  a  repetição,  no  segundo 
folheto,  de  iniciaes  decorativas  que  pertencem  ao  alphabeto  im- 
pregado  no  folheto  primeiro, — deixam  plausivelmente  pensar  que 
seriam  estampados  ambos  os  folhetos  na  mesma  officina  ^po- 
graphica. 

Juntamente  com  o  rarissimo  volume  que  tive  a  fortuna  de 
adquirir,  —  volume  que  traz  numa  das  guardas  a  indicação  ma- 
nuscripta  de  haver  sido  em  1893  comprado  ás  herdeiras  do  faU 
lecido  colleccionador  Olympio  de  Sampaio  Leite^  e  que  anterior- 
mente pertenceu  á  Bibliotheca  da  Academia  Real  das  Sciencias 
de  Lisboa  (cujo  sêllo  ainda  conserva,  competentemente  inutilizado 
pela  apposição  (em  contra-marca)  de  egual  sêllo  em  sentido  con- 
trário,—  o  que  indica  ter  sido  o  volume  outrora  vendido  pela 
Academia),  —  vem  manuscripta  uma  informação  bibliographica 
relativa  aos  dois  folhetos  nelle  incluidos,  informação  que  me 
consta  haver  sido  redigida  por  um  dos  nossos  mais  intelligentes 
bibliophilos,  o  Sr.  Major  Guilherme  Luiz  dos  Santos  Ferreira. 

A  titulo  de  curiosidade,  peço  licença  para  aqui  transcrever 
essa  informação. 

Diz  assim  o  Sr.  Santos  Ferreira: 

aO  volume  contém  2  folhetos  distinctos,  cada  um  dos  quaes 
comprehende  duas  obras  de  medicina  também  distinctas.  O  papel 
é  todo  igual,  e  a  impressão  é  da  mesma  officina.  Nenhum  dos 
folhetos  tem  data,  nem  logar  da  impressão. 

1 1  .^  folheto  —  in-8.°  {*)  de  22  foi.  não  numeradas,  contém : 


(•)  O  illustrado  bibliophilo  que  redigia  eeta  informação^  na  dassifícaçio 

3ue  attribae  ao  «formato*  dos  dois  folhetos,  intende  que,  pela  contagem  das 
s.  induidas  em  cada  caderno,  tal  formato  é  in-8°f  —  emtanto  que  outros 
biblioin^aphos,  attendendo  de  preferencia  á  a  marca  do  papel»  {SLfiUgrane 
dob  Fraucezes),  assim  como  ás  alinhas  d^agua»  (pontuseaux  e  vergeurea), 
preferem  consuetudinariamente  classificál-o  por  in-4,^ 


E  ARCHIV08  NACIONAES  117 


tPauU  BageUardi — «De  egritudinibuB  puerorum»,  pelo  au« 
otor  dedicada  a  Leonardo  Lauredano,  doge  de  Veneza. 

«No  prefacio,  diz  Fr.  Thiago  de  Bonavento,  religioso  do 
convento  de  Sta.  Maria  .da  Caridade,  estra-muros  de  Ciadad- 
Real,  bacharel  em  artes,  medicina  e  theologia,  que,  possuindo  em 
manuscripto  o  livro  «De  egritudinibus  puerornmo  composto  pelo 
sábio  Bagellardo,  o  corrigiu  e  emendou,  conforme  poude,  dos 
muitos  erros  de  que  os  copistas  o  tinham  maculado,  e  resolveu 
dál-o  á  estampa  p^ra  uso  dos  jovens  médicos,  a  quem  dedica  a 
ediçSo. 

tParece,  portanto,  que  foi  esta  a  primeira  impressSo  do  livro 
de  Bagellardo.  Nem  será  difficil  averiguál-o,  confrontando  com 
esta  edição  a  de  1472  (que  até  agora  tem  passado  por  ser  a  pri- 
meira).  A  uniformidade  dos  dois  textos  tornaria  evidente  a  prio- 
ridade da  nossa  edição. 

«E  digna  de  notar-se,  no  final  da  obra  (foi.  14),  a  falta  de 
impressão  de  uma  vinheta  ou  colophon,  de  que  apenas  se  observa 
a  cravação  por  não  haver  chegado  ai  li  o  rolo  da  tinta.  É  possivel 
que,  em  outros  exemplares,  se  encontre  em  tal  logar  a  assigna? 
tura  do  impressor  ou  outra  indicação  interessante. 

«Mais  contém  este  1.^  folheto: 

^Petri  de  Tusignano  (dic) — cRecept»  super  IX  Almansoria». 

«Comquanto  impressa  em  typo  differente,  esta  segunda  obra 
não  constituia  volume  separado,  como  se  vê  da  rubrica  da  folha. 

«2.®  folheto — in*8.®  de  38  foi.  não  numeradas (*),  contém: 

tGentilis  de  Fulgineo  —  «Contra  pestilentiam  Consiliumi. 
«Mesmo  auctor  —  «De  resistentiis  seu  de  contra  operantiisi. 

«Parece  concluir-se  do  exame  do  livro,  que  Fr.  Thiago  de 
Bonavento,  animado  pelo  bom  acolhimento  que  teve  a  publicação 
da  obra  de  Paulo  Bagellardo,  resolveu,  mais  tarde,  prosegnir  na 
impressão  dos  seus  manuscriptos,  addicionando  áquella  (que  sem 
duvida  foi  impressa  em  separado)  uma  nova  folha  com  a  de  Pedro 
de  Lusignano,  para  formar  de  ambas  um  só  foJheto;  imprimindo 


(•)  Nesta  contagem  de  38  âs.  o  bibliophilo  snpra-citado  inclue  a  íblha 
que  falta  no  derradeiro  caderno  (folha  que,  segando  adverti,  talvez  fosse 
branca).  Relativamente  á  c]a88Í6caç2o  do  formato,  sub-intendam-se  aqoi 
as  r^exòes  que  fiz  na  precedente  nota. 


118  B0L£T1H  DAS  BIBLIOTUECÀS 


depoÍB  —  de  uma  só  vez  —  o  segundo  folheto  com  as  doas  obras 
de  Gentil  de  Fulgineo  (ou  Fulginatis),  que  possuía  manuscríptas, 
em  códices  dístinctos. 

«É  provável  que  ambos  os  folhetos  fossem  impressos  em  Es- 
panha». 

Âo  mesmo  vendedor  comprei  a  seguinte  obra^  de  que  nSo 
existia  exemplar  algum  na  Bibliotheca  Nacional: 

Memarioà  de  las  Reynaa  CatkoUcas,  Historia  Genealógica  de 
la  Casa  Real  de  Castilla,  y  de  Leon,  Todos  los  Infantes:  trages 
de  las  Reynas  en  Estampai:  y  ntievo  aspecto  de  la  Historia  de 
Espaha.  For  d  P,  Mro.  Fr.  Henrique  Florez.  (Madrid  — 1761 

—  2  vol.  —  Ás  estampas  são  abertas  em  laminas  de  cobre). 

A  um  extrangeiro  que  exerce  em  Portugal  o  cultivo  das 
bellas-artes,  e  que  recentemente  resolveu  prescindir  de  parte  da 
sua  livraria,  comprei  alguns  volumes  da  referida  especialidade, 
que  todas  se  recommendam  notavelmente,  e  de  que  passo  a  men- 
cionar os  titules: 

a) — Les  Mélamorphoses  d'Omde,  représentées  tn  eent  quarante 
£stampes  Gravées  au  burin,  sur  les  desseins  des  meilleurs  Peintres 
f rançais,  par  les  plus  hábiles  graveurs;  accompagnies  de  la  ira- 
duction  française  de  M.  Vabbé  Banier,  (Paris  — 1807 — 2  tomos 

—  Edição  em  que  a  singular  belleza  das  gravuras  constituo  o 
principal  objecto  do  seu  muitíssimo  apreço). 

b)  —  {Mangua.  Desenhos,  estudos,  primeiras  impressSes,  por 
Okusai  — 10  cadernos). 

Âcêrca  do  afamado  pintor  japonez  Okusai  (que  nasceu  em 
Yeddo  em  1760  e  falleceu  em  1834),  —  e  ácêrca  das  suas  pro- 
ducçSes  artísticas,  bem  como  da  influencia  que  na  arte  japonesa 
elle  exerceu,  —  pode  com  vantagem  consultar-se  o  derradeiro 
capítulo  da  obra  UArt  Japonais  par  Louis  Gonse.  (Paris — S.  d.). 

c)  —  Triunfo  de  la  Religion  de  Jesucristo.  Once  composiciones 
por  Mr,  Joseph  Fuehrick  grahadas  por  J,  Pi  y  Margall,  (Madrid 
— 1865), 

As  gravuras  apresentam-se  acompanhadas  por  fls.  (impressas) 
de  texto  histórico  e  explicativo. 

d)  —  Las  Bellas  Artes.  —  Historia  de  la  Arjuiteciura^  la 


IS  ARCH1V08  NA€IOHABS  119 

Escultura  y  la  Pintura  par  D.  José  de  JUanjarrés,  (Barc^tona 
— 1875  —  Com  200  gravuras). 

• 

e)  —  AUégoriés  et  Emhlèmes  par  Martin  OeHach.  Desjsins 
'originaux  par  les  artistes  Tnedemes  Usplus  céleres,  reproductiovs 
d'anciens  mmblèmes  de  corps  de  mitiers,  et  dessins  m&demes  d'ar- 
moiries  de  eorporations,  style  Renaissance.  Texte  eouplicatif  par 
le  Docteur  Albert  Hg,  Conservateur  et  IHvecteur  des  ^eoUections 
historiques-artistiques  de  la  Maison  Impériaik  4e  Vienne.  (Leipsig 

—  1882  — 2  vol.). 

f 

f)  —  Histoire  des  Q^aire  Fils  At/man  Três  Nobles  et  trls 
Vaillans  Chevaliers  lUustrée  de  campositions  en  couteurs  par  Eu- 
ghie  Grasset,  Ghravure  et  Itnpression  par  Charles  Qillot.  Intro- 
duetian  et  Notes  par  Charles  MarciUy.  (Paris  — 1883), 

As  paginas  doesta  sumptuosa  edição  apresentamos e  todas  re- 
camadas de  immolduramentos  e  opulentas  ilIustraçSes  no  género 
moyen-âge,  que  a  tomam  verdadeiramente  monumental  e  origi- 
nalíssima. 

g)  —  Les  Plantes  dane  leurs  applications  à  VArt  et  è  VlnduS' 
trie  —  Monographie  des  Plantes  les  plus  beUes  et  les  plus  riches 
de  formes  qui  se  reneonirent  dans  les  div&i^s  styles  et  dans  la  na- 
ture,  pour  servir  á  lear  applicaHon  pratique  aux  beaux-arts  ea 
general  et  aux  arts  industrieis,  Ouvrage  richement  ãlustré  en  cou- 
teurs, or  et  argent,  publiépar  Martin  Gerlach — Dessins  originaux 
par  les  artistts  les  plus  célebres,  Dessins  de  style  et  d^omement 
par  le  PiHjfesseur  A.  Seder.  Avec  une  préface  du  Dr.  Alb.  Ilg. 
(Vienne  — S.  d.  — 1886?). 

h)  —  Fantaisies  déeoratives  par  Hábert-Dys.  (Paris  —  S.  d. 
(1886-1887?) — 48  estampas  polychromicas;  de  variado  assumpto)» 

i)  —  Historia  dei  Arfe  por  D.  Francisco  de  P.  Valladar.  Es- 
cultura. —  Pintura.  Obra  ilustrada  con  333  grabados,  (Barce- 
lona—1896). 

j)  —  Álbum  de  los  industriales .  (Barcelona  —  S.  d,). 

CullecçXo  de  lithographias,  em  que  se  representam  modelos 
de  marcenaria,  obras  de  talha,  decorações  para  várias  artes, 
serralharia,  trabalhos  em  metaes  e  mármores,  ourivesaria,  joa- 
Iheria,  e  architectura. 


1 


120  BOLETIM  UAS  31BUOTHECAS 


Entre  as  espécies  incluídas  nesta  acquisiçâo  figuram  várias 
peças  manusoriptaS;  que  passo  a  mencionar: 

a)  —  (Vinte  e  três  Cartas  originaes  d'EI-Kei  de  Hespanha  em 
1620,  1G21  e  1622,  escríptas  vinte  e  duas  a  Manuel  de  Vascon- 
eellos  (Regedor  das  Justiças  de  Portugal)  e  uma  ao  Dr.  Joào 
Pinheiro  (Desimbargador  da  Casa  da  Supplicaçfto),  todas  assi- 
gnadas  pelo  monarcha). 

b) — Carta  da  Senhora  Infante  para  a  Bahiha  de  Inglaten^a 
na  occaziào  da  mofie  da  Bainha  sua  Mày,  de  mão  propna, 
(Cópia  do  século  xviii). 

Trata-se  aqui  de  carta  que  a  Infanta  D.  Isabel  (iilha  de  El- 
Rei  D.  Pedro  II  e  dt)  sua  primeira  esposa,  a  Rainha  D.  Maria 
Francisca  Isabel  de  Sabóia)  escreveu,  por  morte  de  sua  m&e,  a 
sua  tia  D.  Catbarina  de  Bragança  (esposa  de  Carlos  II  dln- 
glaterra). 

c) —  Tradução  da  Carta  escrita  de  mão  própria  de  Madama 
Real  de  Saboya  para  a  Senhora  Infante  quando  morreo  a  Rainha 
sua  Mãy.  (Cópia  do  século  xviii). 

Madama  Real  de  Sabóia  era  a  tia  materna  da  supra-citada 
Infanta  D.  Isabel. 

d)  —  Reposta  da  Senhora  Infante  para  Madama  Real,  (Cópi.i 
do  século  xviii). 

Vem  datada  esta  carta  (na  cópia)  aos  2  de  Abril  de  1664, — 
data  evidentemente  errada.  Em  1664  era  ainda  solteira  a  Prin- 
ceza  D.  Maria  Francisca,  pois  que  só  em  1666  veiu  casar  com 
El-Rei  D.  Áffonso  VI,  e  em  1668  (anniillado  o  primeiro  matri- 
monio) passou  a  segundas  núpcias  com  seu  cunhado.  Falleceu  a 
Rainha  aos  27  de  Dezembro  de  1683:  portanto  a  carta  da  In- 
fanta a  Madama  Real,  se  foi  realmente  datada  aos  2  de  Abril, 
só  poderá  ter  sido  escripta  em  1684,  anno  que  por  lapso  do 
copista  ficou  inadvertidamente  alterado  na  cópia. 

e)  —  Tratado  Provizional  entre  os  Serenissimos  Príncipes 
Luís  XIV  Christianissimo  Rey  de  França  e  de  Navarra  efe.*  e 
Dom  Fedro  II  Rey  de  Portugal  e  dos  Algarve»,  feito  em  Lisboa 
em  4  de  Março  de  1700.  «Cópia  por  lettra  do  sectilo  xvili). 

Refere  se  ao  estabelecimento  de  limites  «das  terras  do  Cabo 
do  Norte  citas  entre  Cayana  e  o  Ryo  das  Amazonas». 


j 


.  £  ARCHIVOS  KACIOKAKS  121 


fi — %Funerál,  morte,  e  enterro  (ta  Infanta  D:  TherezaJUha 
dê  El  Rey  D.  Pedro  2.^  e  da  Rainha  D,  Maria  Sophia  que  fcLr 
leceo  Sábado  16  de  Fevereiro  de  1704  de  8  annoa  de  idade  qu^ 
compria  Domingo  24  do  dito  mez.  (Cópia  do  século  xvm).   , 

g)  —  Memoriar  do  Funeral  do  Senhar  Infante  D.  João,  (Lettra 
do  século  xvixi).  > 

Em  casa  do  livreiro  portuense  Moreira  da  Costa  mandei 
comprar  três  espécies  que  nSo  possuíamos: 

1,*  —  Manifesto,  e  apologia  sobre  a  reforma  doe  hábitos  do 
Mosteiro  de  Santa  Clara  de  Coimbra.  Em  que  se  descobre  e  ma- 
.nifesta  ao  Mundo  d  engano ,  è  ignorância,  em  que  ategm^a  tem 
estado  as  contradictoras ;  è  se  mostrad  nuUos,  è  de  nenhum  vigor 
certo  breve,  è  sentença  fundada  Ndle,  Author  o  P.  M.  D,  Fr. 
SebastiáS  de  S.  Plácido.  (Barcelona — 1738). 

2,*  —  Padre  Senna  Freitas  —  A  carta  e  o  homem  da  cart<Â  — 
Analyse  critica  da  miasiva  dingida  pelo  Snr.  A,  Ennes  ao  Snr. 
Conselheiro  Cardoso  de  Menezes,  digníssimo  Presidente  do  Con- 
servatório Dramático  do  Rio  de  Janeiro.  (Porto — 1876). 

3.*  —  O  BibliophUo  —  Mificellanea  poética  e  litteraria  collabo- 
radapelob  nossos  mais  distinctos  escriptores,  N.^  1.  (Porto — 1907). 

Abrange  a  preciosa  amemoria»  escripta  por  Garrett  sob  o 
titulo  «Os  Figueiredos»,  e  originariamente  publicada  nas  coluuinas 
d'^  Illustração  (Lisboa  —  Julho  de  1845);  e  abrange  outrosím 
(anonimamente  elaborados)  c  Apontamentos  biograpliicos  do  Vis- 
conde d'Almeida  Garrett». 

Egualmente  no  Porto,  em  casa  dos  livreiros  Victoriao  da 
Motta  &  C.'"^,  adquiri  as  doze  publicações  seguintes: 

1.*  —  Lo  stato  presente  di  tutti  i  paesi  e  popoli  dei  mondo 
naturále,  politico,  e  morale,  con  nuove  osservazioniy  e  con*ezioni 
degli  antichi,  e  moderni  viaggiatori.  Vol.  xv,  Del  Regno  di  Pov;- 
togaUo.  (Venezia — 174Õ  —  Com  gravuras  em  lamina  de  cobre). 

2.*  —  A  Pesca,  poema,  que  a  seus  illustres,  e presados  collegas 
O.  D.  C,  Francisco  António  Martins  Bastos  —  Segunda  ediçSo. 
(Lisboa— 1837). 

7.*  AKNO,   N.«  2  3 


123  BOLETIM  DAS  BlBLIOTttEOAfl 


3.*  —  Ai  EêtaÇki  do  Anno,  poema  eompo$to,  e  tUuõtrado  com 
algumas  notas  por  Francisco  António  Martins  Bastos  —  Segunda 
edição.  (Lisboa — 1837 — Com  o  retrato  do  auctor,  lithographado 
sobre  desenho  de  Maurício  Joté  Sendim). 

i  4.*  —  As  Satyras  de  Aulo  Pérsio  Flacco  príncipe  dos  saJtyricos 
romanos  traduzidas  e  annotadas  por  Francisco  António  Martins 
Bastos.  (Lisboa  — 1837). 

5.*  —  As  Satyras  de  Decio  Jiinio  Juvenal,  príncipe  dos  poetas 
satyricos,  traduzidas  por  Francisco  António  Martins  Bastos. 
'(Lisboa— 1839  — 2  vol.). 

6." — Compendio  histórico  da  litterátura  clássica  latina,  por 
Francisco  António  Martins  Bastos^  (Lisboa  —  1840). 

7.* — Tobias.  Poema  original  de  Mr.  Le  Clerc.  Traduzido 

por  Francisco  António  Martins  Bastos,  (Lisboa  — 

1843). 

8.*  —  Francisci  Antonii  Martins  Bastos,  Hihernico  Beati  Pa- 
tricii  in  CoUegio  Lingum  latince  Professoris  Cainnina.  (Oli^ipone 
— 1844). 

9.'  —  Interpretação  dos  cinco  primeiros  livros  da  Historia  Ro- 
mana do  famoso  escriptor  Tito  Livio  Patavino por 

Francisco  António  Martins  Bastos,  (Lisboa  — 1846). 

10.*  —  Ernesto  Pinto  d' Almeida — O  Sonho  de  Camões  (Poema 
posthumo).  (Porto  — 1885). 

11.*  —  Visconde   de  Almeida   Garrett — O  ^Impromptut   de 
Cintra.  Composto  e  representado  em  8  de  Abril  de  1822  na  Quinta    * 
da  Cabeça,  em  Cintra.  (Lisboa  —  S.  d.  — 1899), 

12.* — Arnaldo  Fonseca — Eça  de  Queiroz — Ospanegyristasda 
sua  obra,  e  os  censores  da  sua  Carcassa.  (Lisboa — S.  d. — 1900). 

Na  loja  do  alfarrabista  lisbonense  Jo&o  d'Araujo  Moraes  foram 
'  adquiridas  as  dez  espécies^  de  que  passo  a  fazer  indicaçZo : 

1.*  —  Notice  historique  des  peintures  et  dss  sculptures  du  pa- 


e  ARCHIVOS  KÁGIONAES  123 


lais  de  Vereaílles.  (Paris — 1837 — Com  plantas  do  Real  Palácio^ 
em  3  fls.  desdobráveis). 

2.*  —  Portugal  EiHnnerungen  atis  dem  Jahre  1842.  (Mainz 
—  1843). 

Este  é  o  livro  que  ácêrca  do  nosso  paiz  escreveu,  transmit- 
tíndonos  suas  «impressões  de  viagem •,  o  prussiano  Príncipe 
Lichnowski, — assim  apreciado  por  Aimeida-Garrett  no  ingraçaao 
e  conceituoso  prologo  das  Flores  semfructo: 

« o  aventureiro  que  aqui  andou  ha  dous  annos  a 

rabiscar  sem8aboi*ías  a  respeito  da  nossa  terra^  mettendo  para  o 
sacco  toda  quanta  calumnia  e  mentira  lhe  deram  os  extrangeiros 
e  extrangeirados  que  nos  devorara  e  detestam,  para  as  espalhar 
depois  pela  Europa,  aíim  de  que  o  mundo  diga:  «Muito  favor 
«lhe  fazem  os  oppressores  d'aquelle  bruto  e  estúpido  Portugal 
cem  o  governarem  a  pontapés  e  lhe  tirarem  o  último  cruzado- 
«novo  de  que  elle  não  sabe  usar!». 

E  continua  o  Garrett: 

«Bemditta  seja  a  nobre  e  gf^nerosa  princeza  que  tractou  o 
bandoleiro  como  elle  merecia,  e  que  não  tolerou  deante  de  si  o 
calumniador  da  sua  família  e  da  nação  que  a  adoptara!  Assim 
fizessem  os  outros!» 

Garrett  referiase  á  viuva  Imperatriz  do  Brasil,  a  Senhora 
D.  Amélia  de  Beauharnais. 

O  livro  do  príncipe  foi  traduzido  em  portuguez  pelo  acadé- 
mico Daniel  Augusto  da  Silva,  —  e  a  traducçSo  alcançou,  no 
curto  espaço  de  dois  annos,  duas  ediçSes  (ambas  com  prefacio 
do  tr»ductor): 

a)  —  Portugal.  Recordardes  do  anno  de  1842 — Pelo  Príncipe 
Lichnowski/,  —  Traduzido  do  aUemão.  (Lisboa — 1844). 

b)  —  Portugal.  Recordares  do  anno  de  1842 — Pelo  Príncipe 
Lichnowsky. —  Traduzido  do  allemão — Segunda  edição,  correcta 
e  annotada,  (Lisboa  —  1845). 

3.*  —  íris  clássico,  ordenado  e  offerecido  aos  mestres  e  aos 
alumnos  das  escolas  brasileiras,  por  José  Feliciano  de  Castilho 
Barreto  e  Noronha,  (S.  I.  (Lisboa)  — 1859). 

Tudo  quanto  escreveu  e  publicou  o  insigne  José  Feliciano  de 
Castilho,  que  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  foi  Bibliothecario- 
Mór,  é  sempre  lavor  de  proveitosíssima  consulta;  superfluidade 
seria  pois  accentuar  o  merecimento  do  livro  que  deixo  mencio- 
nado, e  que  sahiu  á  luz  ornamentado  com  gravurinhas. 


124  BOLBtIM  DAS  dlBLÍOTfiÊGÁS 


^P"^FVr«V^V« 


f  '  4.*'^-0è'vàr9e8  UltistreB  do  Brazil  durante  os  tempos  cclomàes 
por  J.  M.  Pereira  da  tSilva  —  Terceira  ediçSo,  muito  mais  ou- 
gmentada  e  correcta.  (Pariz  — 1868  —  2  vol.). 

6.*  —  Dom  Luís  de  Camoens  —  ProJUo  critico-biografico  di 
'Cario  Catamaro.  (Firenze — 1881). 

cDom  Luís»!  —  E  que  o  auctor  do  tPoriil  crítico  biographico» 
suppoz  provavelmente  (á  similhanç»  do  que  suppõem,  não  sei  se 
por  ignorância  ou  por  malevolencia,  vários  outros  extrangeiros) 
que  Portugal  ó  uma  dependência  da  Hespanha ! ! ! 

6/  —  Notice  des  tableaux  exposés  dans  les  galeries  du  Musie 
National  du  Louvre  (Par  le  Vicomte  Both  de  Tauzia  et  Frédéric 
Villot).  (Paris— 1889  — 3  partes). 

Á  1/  parte  refere-se  ás  escolas  d'Italia  e  d'Hespanha;  na  2/ 
entram  as  escolas  alleman,  flamenga  e  hollandeza;  a  3.^  é  des- 
tinada á  escola  franceza. 

7.* — Carlos  Sertório  —  Duas  chronicas.  (Lisboa  — 1890). 

8.*  —  A,  Costa  Santos  —  D.  Diniz — (Poemeto  histórico), 
(Portalegre  — 1891). 

Escripto  em  versos  alexandrinos,  com  alguns  decasyllabos 

intercalados;  —  o  poemeto  offerece  por  assumpto  uma  aventura 

-amorosa  do  nosso  «Rei  Lavrador»,  do  rei  que  apar  das  fainas 

da  administraçUo  pública  se  intregava  outrosim  ao  cultivo  da 

cgaia  sciencia». 

9.*  —  Manoel  Duarte  d' Almeida — Henrik  Xavigator.  Stanzer 
ofversatta  af  Gõran  Bjõrkman,  ((Jpsala  —  S.  d.  —  1894). 

O  Sr.  Dr.  Gõran  Bjõrkman,  que  por  muitas  e  variadas  ma- 
nifestações litterarias  se  tem  sympathicamente  mostrado  um  dos 
mais  estimáveis  lusophilos,  fez-nos  em  9  de  Maio  de  1904  a 
iineza  e  a  honra  de  visitar  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 
Individualmente  devo-lhe  a  distincção  de  collaborar  no  meu  livro 
«Pretid&o  de  amorv,  vertendo  em  sueco  as  «Endechas  de  Ca- 
mSes  á  escrava  Barbara», 

10.*  —  Les  pedais  nationaux.  Fontainebleau  —  ChantiUy  — 
Compiègne — Saint-Oermain — Rambouillet — Pau,  etc,  etc.  Par 

Louis  Tarsot  et  Maurice  Charlot Ouvrage  omé  de  55 

gravures  par  Líbonis,  (Paris  —  S.  d.). 


fi  ARCHtVOâ  !7ÀCTONAE8  125 


Na  loja  do  alfarrabista  Caldas  Cordeiro  foram  feitas  daas 
acquisiçSes : 

1/  —  A  tomada  de  Cayenna  pelas  tropas  do  Pará  ajudadas 
pelas  dos  h^gues  Voador,  é  Real  Joào  cmnbincídas  com  as  dá 
fragata  ingleza  A  Confiança.  Ode  offerecida  ao  Principe  Regente 
nosso  Senhor^  Por  seu  author  José  Eugénio  de  Aragd^o  e  Lima 
Professor  Régio  de  Filosofia  do  Pará.  (Rio  de  Janeiro — 1810), 

Folheto  raríssimo. 

•  * 

2/  —  OonJtos  sem  arte.  Obra  posthuma  de  D.  José  d' Almada 
e  Lencastre,  (Lisboa  — 1861). 

Em  seguimento  da  popular  encyclopedia  Nouveau  Larousse 
iUustré,  que  em  tempos  adquiri,  mandei  inscrever  a  Bibliotheca 
Nacional  entre  os  assignantes  da  revista  Larousse  mensud  illustré 
(revista,  cujo  fascículo  1."  appareceu  á  luz  em  Março  de  1907). 

Em  continuação  de  precedentes  volumes,  recebi : 

Histoire  de  VArt  depuis  les  premiers  temps  chrétiens  jusqu'à 

nos  jours  publiée  sous  la  direction  de  André  Michel —  Tome  III. 

Le  Réalisme.  Les  Débuts  de  la  Renaissance  —  Première  partie. 

(Paris —  1907  —  Com  abundantíssimas  illustraçSes). 

Item,  em  continuação: 

Rerum  Aethiopicarum  Scriptores  Occidentales  inediti  a  saeculo 
XVI  ad  iix  curante  C.  Beccari  S.  I.  — Vol.  VIL  (Romse — 1908). 

Incorra  este  volume  os  Livros  ix  e  X  da  «Historia  da  Ethio- 
pia»  pelo  Padre  Manuel  d^Álmeida. 

Em  Janeiro  do  corrente  anno  principiou  a  publicar-se  em 
Paris  uma  revista  mensal,  de  que  mandei  tomar  assignatura  por 
me  parecer  interessante  o  seu  programma: 

Revue  des  études  ethnographiques  et  sociologiques. 

Tal  revista,  illustrada  com  estampas,  abrange  quatro  secçSes: 
—  cMémoires  et  articles  de  fondi»;  <Descriptions  d'objets,  courtes 
Communications,  correspondance» ;  cBibliographie» ;  «Rensei- 
gnements  concemant  les  personnes,  les  institutions,  les  con- 
grés,  etc.». 

De  Paris  me  vieram  egualmente  as  espécies  que  passo  a 
enumerar : 

Librairie  Rationaliste.  Essai  de  Mbliographie  contemporaine 


1 


126  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


9ur  le  réêumé  de  nois  eonnaissances  depute  Vantiquiiè  jUsju^à  nos 
jours.  CToure —  1906). 

O  prologo,  intitulado  cNotre  programme»,  vem  eubscripto 
pelos  editores  cSchleicher  frères». 

Albert  am  —  Le  Livre  — V.  (Paris  — 1908). 

Com  este  õ.®  volume  finaliza  a  interessantissima  publicaçSo, 
de  que  já  em  meus  antecedentes  Relatórios  me  tenho  occupado. 

Um  dos  mais  curiosos  capitules,  que  neste  volume  figuram, 
é  aquelle  em  que  se  trata  dos  c insectos  bibliophagosi,  e  dos 
recursos  que  contra  elles  se  podem  numa  biblíotbeca  adoptar:  o 
capitulo  vem  adornado  com  o  desenho  d^esses  diversos  parasitas. 

La  techniqxie  du  livre  (Typographie  —  lUustration  —  Reliure 
—  Hygiène).  Par  Albert  Maire,  (Évreux  —  1908  —  Com  abun- 
dantíssimas estampas). 

Á  natureza  da  obra,  e  a  circumstancia  de  ser  elaborada  pelo 
erudito  Bibliothecario  da  Universidade  de  Paris,  tornam  indis- 
pensável em  todas  as  bibliothecas  este  precioso  livro. 

Le  Dossier  du  Roi  publié  par  M.  Jean  de  Bonnefon  —  Le 
Baron  de  Richemont,  Fils  de  Louis  xvi.  (Saint-Amand  (Cher) — 
S.  d.  (1908) —  Com  muitos  retratos  e  documentos). 

André  Lebey  —  Louis-Napoléon  Bonaparte  et  la  Révolution 
de  1848.  Avec  des  documente  et  des  portraits  inédits.  (Paris — 
S.  d.  (1908)  — 2  vol.). 

(?.  de  Beaur  et  L.  de  Fouchier — Voyage  en  Portugal.  Ouvrage 
iUustré  de  46  gravures  et  1  carte  tirées  hors  texte.  (París- 
Montrouge— 1908). 

O  livro  traz  por  epigraphe,  traduzido  em  prosa  franoeza,  um 
trecho  da  estancia  11.^  do  Cant.  i  à^Os  Lusíadas:  —  cÉcoutez: 
vous  ne  trouverez  point  ici  de  ces  fictions  fantastiques  ou  men- 
songères,  utilisées  par  d'autres  Muses  soucieuses  d'abord  de  se 
grandir». 

Na  lista  dos  institutos  lisbonenses,  que  os  auctores  da  obra 
dizem  ter  visitado,  citam  elles  (em  pag.  42)  a  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa. 

Uma  das  photo-gravuras  apresenta-nos,  em  seus  trajes  aca- 
démicos de  capa-e-batina,  um  grupo  de  três  estudantes  da  Uni- 
versidade de  Coimbra,  —  e  entre  esses  três  é  fácil  reconhecer, 


B  ARCHTVOS  KACI0KÁE8  127 


pelas  feiçSôB  phjsionomicas,  a  figura  do  poeta  Joio  de  Deus  nos 
tempos  da  mocidade. 

O  livro,  escripto  em  1907  (conforme  dizem  no  avantprapo^ 
seus  auctores),  vem  offerecido  (em  Fevereiro  de  1908)  a  Saa 
Majestade  El-Ptei  o  Senhor  D.  Manuel  II  com  a  seguinte  dedi- 
catória : 

tSire, 

€Ce  grand  noin  de  Manuel,  le  plus  illustre  de  la  dyna$tie 
d^Aviz  et  de  toute  Vhiittoire  portugaUe,  que,  pour  lapremièrefois, 
depuis  qiuUre  aiècles,  vous  ramenez  sur  le  trone,  est,  pour  Votre 
Majeeté,  comnie  pour  le  Portugal  lui-même,  un  présage  de  bonheur 
et  de  gloire. 

iiNous  sommes  heureux  d'en  saluer  à  la  foia  Vantique  éclat  et 
leejeunee  esperances. 

•Nous  sommes  fiers  et  reconnaissants  de  ce  que  vous  ayez 
daigné  nous  permettre  de  Vinscrire  en  tête  de  cepetit  livre,  modeste 
résumé  de  souvenirs  charmants  pour  nous,  mais  aussi  témoignage 
d'affecfion  et  de  gr  atitude  pour  votre  admirable  pays», 

P.  Jousset  —  VEspagne  et  le  Portugal  Ulustrés,  (Paris  <— 
S.  d.  — 1908). 

Ha  nesta  publicaçfto,  em  que  abundam  mappas  chorographi- 
cos,  e  planos,  e  photo-gravuras,  70  paginas  exclusivamente  con- 
sagradas a  Portugal  e  suas  possessões  ultramarinas.  Ascendem 
a  1Õ7  08  assumptos  que,  relativos  ao  nosso  paiz,  alli  se  acham 
tratados  pela  photo-gravura. 

CamiUeJullian — Histoire  dela  Gavh.  (Coulommiers — 1908). 

Dos  dois  volumes,  em  que  a  publicaç&o  se  desdobra,  abrange 
o  primeiro  cLes  invasions  gauloises  et  la  colonisation  grecque»; 
no  segundo  estudarse  cLa  Gaule  indépendante». 

O  auctor  da  obra  é,  em  Paris,  Professor  no  cColIegio  de 
França». 

Êtudes  d^histoire  des  sciences  et  d'histoire  de  la  philosophie 
par  A.  Hannequin.  (Paris  — 1908). 

Dois  volumes  abrange  esta  putílicaçSo,  cujo  auctor  pertenceu 
distinctamente  ao  corpo  docente  da  Faculdade  de  Lettras  na 
Universidade  de  Lyfto :  o  seu  retrato  vem  á  frente  do  primeiro 
volume.'     . 

Traz  a  obra  um  prefacio  escripto  pelo  Reitor  da  Academia 
de  Bordéus  (R,  Thamin)| — e  uma  larguíssima  introducs&o  crítica, 


128  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


ácdrca  da  obra  e  do  auctor,  elaborada  por  J.  Grosjean.  Efttrii 
08  capítulos  do  texto  figura  um  que  se  intitula — «Frágment  d'uné 
étude  sur  Spinozai.  ' 

Le  mobiliame  modeme  par  A,  Chide.  (Tours  —  1908)» 

O  seu  escopo  avalia-se  pela  indícaç&o  das  matenas  que 
versa: 

clntroductíon. 

cLivre  I.  —  L'un  et  rimmuable  (Chapitre  I,  Dieu  dans riiòiume 
et  rhomme  dans  Dieu  —  Chapitre  II.  Les  forces  dans  Thomme 
et  rhomme  dans  leô  forces). 

fLivre  II.  —  Le  mouvement  (Inti*oduction  —  (Chapitre  I. 
L'idée  hégélienne — Chapitre  II.  L^idée  darwinienne  —  Chapitre 
II  (•  L*idée  bej*gsoníenne). 

fConclusion». 

.    La  suhcomcience  par  Joseph  Jastrow —  TraduU 

de  Vanglais  par  JE.  Philippi,  (Paris  — 1908). 

O  auctor  desimpenha  na  Universidade  de  Wisconsin  (Estados 
ITnidos  da  America)  o  logar  de  Professor  de  Psychologia, — e  a 
traducção  vem  prefaciada  pelo  Dr.  Pedro  Janet  que  no  cCollegio 
de  França»  (em  Paris)  lecciona  sobre  o  mesmo  assumpto. 

Pst/chologie  d'une  religion  par  G.  RevauU  d^Allonnes.  (Sens 
— 1908). 

Abrangem-se  nesta  obra  os  seguintes  assumptos: — -«GuiU 
laume  Monod  (1800-1896)  —  Sa  divinité  —  Ses  prophètes  —  Son 
égiise  —  Le  messianismo  et  le  prophétisme  anciens  et  modernos 
—  La  psychologie  de  la  révéiation  et  de  rinspiration». 

r 

Z.-F.  Gofflot  —  Le  theatre  au  coUège  du  moyen  âge  à  nos 
jours.  (Le  Mans — '1907).    . 

Vem  o  livro  acompanhado  por  numerosas  illustraçSes,  e  pre- 
faciado pelo  erudito  Júlio  Claretie  (illiístre  ornamento  da  Aca- 
demia Franceza). 

La  science  an  théatre.  Êtude  sur  les  procedes  scientífiques  en 
usage  dans^  le  théatre  modeme  par  A.  de  Vaulabdle  et  Ch,  Hêmar- 
dinquer,  (Evreux — 1908  —  Com  muitas  illustrações). 

Na  Bélgica  mandei  adquirir  o  Exemplar  N.°  214  (numa  ediçSo 
Jimitada  a  Õ20  exemplares)  da  seguinte  monumental  publicaçSo 


E  ARCHIVOÔ  NAÒIOlíAES  129 


que,  Bob  varíos  pontos-de-vista,  a  nós  Portugaezes  muito  espe- 
cialmente interessa: 

Les  chefs-âfoRuvre  d'art  áncien  à  VExpmition  de  la  ToUon 
d*Or  à  Bruges  en  1907.  (Anvers  —  1908 — Com  preciosas  illus- 
traçSes). 

Luxuosamente  estampado,  é  collaborado  este  livro  por  espe- 
cialistas notabilissimos,  taes  como:  —  o  Bar&o  H.  Kervyn  de 
Lettenhave,  Pol  de  Mont,  J.  Van  den  Gheyn,  J.  Florit  y  Árizcun, 
E.  Van  Overloop,  L.  Maeterlinck,  Ch.-Lóon  Cardon,  G.  Macoir, 
V.  Tourneur,  A.  Mesdagh,  ô  o  Bar?lo  A.  Van  Zuylen  van  Nyevelt. 

Da  Allemanba  mandei  vir : 

Geschichtè  Johanns  des  Sechsten  Kdnigê  von  Portugall  von 
seiner  Gtburt  an  bis  zu  seinem  intr  Jahre  1826  erfolgten  Tode 
nebst  besondem  Nachrichten  iiber  sein  Prívatleben  und  die  haupt- 
sãchlichsten  Ereignisse  seiner  Regierung — Aus  dem  Franzõsischen. 
(Stuttgart— 1827). 

Da  Gran  Bretanha  provieram-me : 

Broton'8  Madeira,  Canary  Islands  and  Azares,  A  practiccd 
and  complete  guidefor  the  use  aftaurists  and  invalids  with  twenty 
coloured  maps  and  plans  and  numerous  sectional  and  other 
diagrams  by  A.  Samler  Brown»  Eigkth  and  revised  edition. 
(London  — 1905). 

The  Nelson  Navy  Book  by  J.  Cuthbert  Hadden.  With  many 
illustrations  in  colour  and  in  black  andwhite,  (London  — 1906). 

Constituo  este  livro  uma  curiosa  historia  (resumida)  ácêrca 
da  Marinha  Ingleza  desde  os  tempos  primitivos  até  ao  presente,' 
—  e  foi  elle  publicado  em  solemne  commemoraçSo  anniversaria 
da  célebre  Batalha  de  Trafalgar:  d'ahi  o  titulo  com  que  o  auctor 
baptizou  a  sua  obra. 

A  History  of  the  Jews  in  England  by  Albert  M.  Hyamson, 
(Edinburgh  &  London — 1908 — Com  mappas,  retratos,  e  várias 
outras  estampas). 

Figuram  nesta  resenha  abundantemente  Judeus  de  origem 
portugueza. 

A  History  ofthe  Peninsular  War  by  Charles  Oman — Vol.  III 
(Oxford  — 1908). 

O  presente  volume  d'esta  obra — cujos  dois  primeiros  (Oxford 


130  BOUSmi  DÁS  BIBL10THBCA8 


— 1902  e  1903)  ea  tínha  já  preced^itemente  adquirido — abrange 
o  período  que  vai  de  Septembro  de  1809  a  Dezembro  de  1810. 
Traz  por  ilIustraçSes  diversos  mappas^  figurinos  de  aniformes 
militares,  reprodacç3e8  de  espécies  nomismaticas,  e  um  magnifico 
retrato  do  Daqne  de  Wellington. 

Pcrtugueêe  Arehiteetare  by  WaUer  Crum  Watãon.  (Edinbargfa 
— 1908). 

Adornado  com  profusas  ilIustraçSes,  o  livro  fas-nos  percorrer 
as  várias  povoações  do  nosso  reino  que  por  bellezas  de  archite- 
ctura  mais  se  notabilizam,  —  livro  que  nos  apresenta  as  impres- 
sSes  pessoaes  do  seu  auctor  perante  os  legares  por  elle  visitados, 
em  confronto  com  as  obras  consultadas  por  elle  sobre  o  assumpto. 

Catherine  of  Bragança  Infanta  of  Portugal  &  Queen-Cotisori 
of  England  by  Lillias  CampbeU  Davidson.  With  portraiis  and 
Uluêtrations.  (London  — 1908). 

Entre  os  retratos,  com  que  se  ornamenta  a  obra,  figuram 
septe  da  iliustre  princeza  que  veiu  na  sua  viuvez  fallecer  em 
Portugal,  e  cuja  memoria  o  auctor  do  livro  amavelmente  louvou 
na  seguinte  dedicatória: 

f  To  the  Peofle  of  Portugal  who  gavs  their  Princess  ihroughout 
her  life  love,  loyálty,  devotion,  and  by  tchom  in  her  death  she  iã 
not  forgottenw . 

O  texto,  amplamente  noticioso,  apresenta-se  inríquecido  com 
a  publicaçlo  de  várias  cartas  da  Rainha  (traduzidas  em  inglez). 

The  HarmsvDOfih  Atlas  and  Qazetteer.  500  maps  and  diagrams 
in  colouTj  with  commercial  statuttics  and  gazetteer  index  of  105,000 
namea,  (Iiondon  —  S.  d.). 

Do  nosso  c Inventario  Geral»  eis  o  que  se  imprimiu: 

Na  Secçfto  de  cSiencias  Civis  e  Politicas»  o  2.^  caderno  da 
serie  2.'  (alcançando- se  nelle  o  N.^  327  da  inventariação  respe- 
ctiva) ; 

Na  SecçSo  de  cPhilologia  e  Bellas-Lettras»  o  caderno  109.® 
da  1.*  serie  (em  que  se  chega  ao  N.®  11:599),  o  caderno  67..®  da 
2.*  serie  (em  que  se  attinge  o  N.®  6:802),  e  o  caderno  66.®  da 
3.^  serie  (caderno  que  finaliza  pelo  N.®  3:934) ; 

Na  Secçfto  aArchivo  de  Marinha  e  Ultramar»  os  cadernos 
45.^  a  48.®  (occupados  por  «indico»)  do  Vol.  u  concernente  aos 
documentos  madeirenses. 


1 


B  ARCH1V08  NACIONAES  131 


Finalizarei  este  Relatório  por  uma  nota  sobremodo  sympathíca. 

No  dia  6  do  corrente  Junho^  recebi  do  Sr.  Manuel  Borges 
Grainha,  erudito  Professor  no  Lyceu  do  Carmo,  inesperada  e 
mui  captivante  distincçâo.  Appareceu-me  elle  de  súbito,  acom- 
panhado por  quatorze  alumnos  da  sua  aula,  eolicitando-me  visitar 
com  elles  a  Bibliotheca  Nacional  para  neíla  examinarem  o  que 
mais  digno  fosse  de  attenç&o. 

Acompanhei-os  gostosamente  nessa  visita,  —  e  pude  notar, 
com  muito  aprazimento  meu,  que  alguns  dos  alumnos  visitantes 
se  esmeraram  cuidadosamente  em  recolher  por  escripto  aponta- 
mentos do  que  iam  examinando  e  das  reflexões  com  que  tal 
exame  eu  lhes  auxiliava. 

Essa  visita  a  que  o  Sr.  Borges  Grainha  tencionava  consagrar 
uma  hora,  —  mas  que,  por  meu  convite,  se  prolongou  durante 
duas  horas, — ficará  por  mim  agradecidamente  recordada,  como 
agradecidamente  recordo  aquellas  que  em  Dezembro  de  1904 
fizeram  á  «Exposição  Garrettiana n  da  Bibliotheca  Nacional  os 
alumDOs  leccionados  pelo  Sr.  Dr.  António  Joaquim  de  Sá  e  Oli- 
veira (que  hoje  brilhantemente  desimpenha  as  funcçSes  de  Reitor 
no  Lyceu  da  Lapa). 

Deus  Guarde  a  V.  Ex.^  —  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
em  30  de  Junho  de  1908.-111."'^  e  Ex.™«  Senhor  Conselheiro 
Bibliothecarío-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da  Cunha. 


CURSO  SUPERIOR  DE  BIBLIOTHECARIO  ARCHIYISTA 


BREVE  LIÇAO  DE  DIPLOMÁTICA 


Origem  da  lingna  portngnêsa— Latim  Tolgar  e  latim  litterario 
—Primeiros  documentos  portogaêses 


As  ideias  e  os  sentimentoB  —  essas  duas  ordens  de  meteoros 
da  vida  —  constituem  os  elementos  essenciaes  da  humanidade, 
cujo  desenvolvimento  se  opera  no  meio  do  tempo.  Embora  coe- 
xistentes, porém,  nSo  podem  esses  elementos  desenvoiver-se  si- 
multaneamente. A  ideia  de  tempo  involve,  com  effeito,  a  da 
successSLo  de  phenomenos,  e  esta  successão  implica  por  seu  turno 
o  predomínio  d'um  d^esses  elementos  que  a  si  subordina  todos 
os  demais.  Nem  d'outra  forma  seria  explicável  a  diversidade  de 
épocas  na  Historia.  O  que  é  uma  época  senSo  o  desinvolvimento 
singular  d'ym  elemento  que  no  theatro  da  Historia  occupa  um 
espaço  de  tempo  mais  ou  menos  considerável,  desempenhando 
nesse  theatro  o  papel  que  lhe  foi  destinado  e  desinvolvendo  nelle 
tudo  aquillo  de  que  elle  é  capaz? 

Um  exame  retrospectivo  ás  três  grandes  épocas  da  Historia 
—  polytheistica,  medieval  e  moderna  —  confirma  esta  doutrina. 

Na  primeira  predomina  a  ideia  da  variedade  e  do  finito  que 
imprime  o  seu  caracter  a  todas  as  manifestações  da  actividade 
humana:  ás  sciencias,  cultivando  a  physica  e  a  psychologia;  á 
industria,  tomando-a  progressiva;  ao  commercio,  desinvolvendo 
as  relaçSes  entre  os  homens;  ás  grandes  empresas  marítimas 


j 


£  AUCHIVOS  NAC10NAE8  133 


porque  o  mar  representa  o  movimento  e  é  o  maior  laço  do  com- 
mercio ;  á  arte  que  prefere  o  bello  ao  sublime,  o  movei  e  pro- 
gressivo ao  immovel  e  uniforpe,  o  regular  e  humano  ao  colossal 
e  ^gantesco.  Nessa  época  a  immobilidade  do  Estado  desapparece 
perante  o  individualismo  dos  cidadãos ;  a  liberdade  e  a  democracia 
substituem  a  unidade  absoluta  das  leis  e  dos  governos,  quebrando 
o  jugo  diurna  uniformidade  despótica. 

Na  época  medieval  predomina  a  ideia  do  infinito,  do  absoluto. 
A  religifto  inocula  nos  espirites  o  sentimento  de  desprêso  pela 
vida,  que  é  movei,  variada,  activa.  A  arte  prefere  o  gigantesco 
porque  o  artista  arremessa-se  para  o  infinito.  Em  sciencia  só  a 
astronomia  e  a  mathematica  se  desinvolvem  porque  se  coadunam 
mais  com  o  ideal,  com  o  abstracto,  com  o  infinito.  O  Estado  im- 
pera com  leis  fixas  e  o  individualismo  quÀsi  desapparece.  Pouco 
commercio  interno,  quasi  nenhum  commercio  marítimo,  A  indus- 
tria agonisa  porque  representa  ideias  concretas. 

Vem  a  edade  moderna  cuja  característica  é  a  mescla  do  finito 
com  o  infinito.  E  entSo  que  a  arte  e  a  industria  revivem  e  pro- 
gridem. A  philosophia  estuda  a  psychologia  com  a  ontologia. 
Todas  as  sciencias  naturaes  se  cultivam  a  par  das  mathematicas. 
Progridem  o  poder  territorial  e  o  poder  marítimo,  e  a  força  pre- 
ponderante do  Estado  coexiste  com  a  liberdade  individual.  Por 
ultimo,  a  applicaç&o  do  dogma  á  moral  religiosa  nSío  repudia  a 
ideia  da  conservação  da  vida  presente,  embora  em  suas  relaçSes 
directas  com  a  Divindade. 

Nenhuma  doestas  épocas  pôde,  comtudo,  ser  estudada  isola- 
damente, porque  uma  época  é  incompleta  quando  estudada  em  si 
mesma.  E  mister  que  seja  addiccionada  á  subsequente  como  á 
anterior  para  que  a  representaç&o  da  natureza  humana  seja  com- 
pleta. 

Sendo,  pois,  successiva,  a  Historia  é  ipso  facto  diversa,  e  essa 
diversidade,  se  nem  sempre  é  feita  no  sentido  progressivo,  obe- 
dece pelo  menos  ás  leis  naturaes  da  evolução,  oe  a  poesia  gene- 
siaca  colloca  na  proto-historia  o  Éden,  imagem  viva  e  sagrada 
do  espontâneo  desinvolvimento  da  razão  na  sua  energia  negativa, 
anteriormente  ao  seu  desinvolvimento  reflexo,  os  dífferentes  es- 
tádios da  Historia  offerecem-nos  o  desinvolvimento  gradual  das 
artes,  das  industrias,  das  differentes  manifestaçSes  religiosas  e  da 
formação  dos  Estados. 


134  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHEGAS 


# 
#        « 


Se,  em  face  do  exposto,  ^  incontestável  a  successSo  gradaal 
era  todos  os  phenomenos  sociaes  que  constituem  o  objectivo  da 
Historia,  vejamos  agora  se  a  linguagem,  obedecendo  á  lei  rythmica 
que  preside  a  esses  phenomenos,  se  desinvolve  também  gradual 
e  progressivamente. 

Ás  investigações  da  linguistica  a  que  se  entregaram  Fred. 
Schelegel,  Wilhelm  Humboldt,  Bopp,  Giacomo  Grimm,  Bour- 
nouf,  Ernest  Renan  {De  V origine  du  langage — ^  Paris,  18õ8)  e 
Alfred  Gilly  {La  seience  du  langage — Paris,  1865)  estabelecem 
o  principio  de  que  as  línguas,  consideradas  nos  seus  elementos 
basilares,  nSLo  são  o  resultado  d'um  desinvolvimento  gradual  e 
progressivo  de  muitos  séculos.  Nfto  ha,  com  effeito,  um  exemplo 
único  d'nma  lingua  formada  gradual  e  progressivamente.  Seja 
qual  fôr  a  época  d'uma  lingiia  que  se  procure  estudar,  apparece- 
nos  sempre  constituida  com  todas  as  suas  qualidades  essenciaes 
e  características. 

Deve  observar-se,  porém,  que  este  facto  é  somente  verdadeiro 
na  parte  relativa  aos  elementos  formativos  e  que  sfto  o  funda- 
mento da  lingua.  E  claro  que,  sendo  um  dos  requisitos  das  lín- 
guas a  regularidade  na  formação  das  palavras,  tanto  os  derivados 
como  os  compostos  devem  corresponder  por  modificações  seme- 
lhantes a  modos  similares  do  pensamento.  Também  por  isso  as 
palavras  que  exprimem  differentes  modificações  ou  filiações  d^uma 
ideia  principal  deverão  ter  o  mesmo  elemento  thematico.  £  esta 
constituição  tem  o  caracter  d'immutabilidade,  embora  se  não  deva 
concluir  d'ahi  que  as  linguas  crystalisem.  De  modo  nenhum  se 
pode  contestar  a  variedade  na  riqueza  dos  termos,  na  sonoridade 
dos  vocábulos  e  na  harmonia  da  construcção.  Á  medida  que  um 
povo  progride  nas  differentes  manifestações  da  sua  actividade 
deve  progredir  também  a  linguagem.  E  a  formação  d*uma  bngua 
é  inquestionavelmente  obra  do  povo.  É  por  esse  facto  um  phe- 
nomeno  inconsciente,  cujo  primordial  agente  é  a  grande  massa, 
a  massa  anonyma  de  qualquer  agrupamento  ethnico.  Sem  deixar, 
porém,  de  obedecer  á  lei  geral  da  phenomenalidade  humana,  a 
linguagem,  essencialmente  a  mesma  nos  seus  elementos  prima- 
ciaes,  atravessa  os  séculos  sem  perder  nenhum  dos  seus  princi- 
pies basilares.  Não  pôde  elia,   é  certo,  pela  sua  natureza  e  fins 


S  ABCHiyOS  HACIONÁfiã  135 


ser  extranha  ao  seu  tempo  e  ás  ideias  que  o  dominam;  tem  por 
isso  de  reflectir  luminosamente  o  caracter  da  industria,  da  arte, 
da  religião,  das  letras  e  das  sciencias  dominantes  em  cada  época; 
é  do  seu  tempo  como  tudo  o  mais.  Todavia  a  matéria  prima, 
digamos  assim,  dn  sua  constituição  intima  subsiste  invariável  no 
meio  das  alteraçSes  accidentaes  que  soffre  através  dos  tempos. 

Pergunta-se  agora :  em  caso  nenhum  sobrevoem  alterações 
radicaes  ?  Sobrevêm  sem  duvida ;  mas  esse  facto  importa  a  for- 
mação d'uma  língua  nova,  cujo  nascimento,  como  bem  pondera 
o  Cardeal  Wiseman  (*),  fica  envolto  em  veu  mais  ou  menos  espesso. 
Foi  o  que  succedeu  com  a  passagem  da  lingua  pregermanica 
para  o  alto  e  baixo  allemão.  Foi  este  o  phenomeno  causa  da 
conversão  do  latim  nas  línguas  românicas  e  por  consequência  da 
passagem  para  o  português. 

Tentar  levantar  uma  ponta  doesse  veu  será  o  objecto  d'este 
modestíssimo  trabalho.  Para  a  realisação  do  meu  intento  procurarei 
examinar,  embora  perfunctoríamente,  os  primeiros  documentos 
portugueses.  Antes  d'isso,  porém,  devo  procurar  determinar  a 
distincç&o  a  estabelecer- se  entre  o  latim  erudito  e  o  vulgar,  se 
tal  distincção  tem  existência  real,  visto  que  em  Roma,  como  em 
todas  as  nações  civílisadas,  havia  as  duas  classes  de  população 
—  a  culta  e  a  illetrada* 


(*]  Discursoê  sobre  Oê  rdaçlks  da  êdencia  com  a  religião  revelada — Trad. 
firaucesa — 2.*  discurso. 


1 


136  BOLETIM  DAS  BIBLlOTHEOAS 


■■*~^*^ 


Veruntamen  quid  tibi  ego  in  epis- 
tulis  videur?  NoDoe  plebeio  eeimone 
Hgere  tecum  ? . . .  Quid  enim  simile 
habet  epistula  aut  iudicio  aut  eon- 
tioni?...  epietulas  vero  cotidianis 
verbis  texere  solemas. 

M.  T.  Cicero  (Ad  Famil.,— ix,  21). 


Os  romanistas  que  defendem  a  existência  de  duas  formas 
linguisticas  no  latim  poderão  fazer  d'aquella  passagem  do  tão 
notável  orador  quão  interessante  epistolographo  romano  um  ba- 
luarte, apparentemente  irreductivel,  para  a  defesa  da  sua  doutrina . 
£  o  próprio  Cicero,  dirão,  quem  estabelece  uma  lingua  dentro 
da  lingua,  ou  antes,  uma  língua  plebeia,  vulgar,  quotidiana,  rus- 
iica,  a  par  d'outra  que  bem  poderemos  considerar  jpoZiría^  erudita, 
urbana. 

Se  observarmos  o  que  se  passa  nas  línguas  vivas  não  pode- 
remos, com  effeito,  deixar  de  reconhecer  que  a  linguagem  em- 
pregada nos  discursos  differo  da  que  se  usa  na  conversação,  e 
que  a  linguagem  oral  é  geralmente  menos  cuidada  do  que  a  lin- 
guagem escripta.  Poderemos,  comtudo,  inferir  logicamente  doesse 
facto  que  ha,  por  exemploi  dous  idiomas  portugueses?  Ha,  sim, 
diversos  graus,  formas  diíFerentes  do  português  commummente 
falado,  como  differentes  são  os  graus  e  formas  que  se  observam 
no  uso  das  varias  linguas.  Kãc  será  licito  concluir  por  analogia 
que  deveu  ser  este  o  phenomeno  produzido  na  lingua  do  Lacio? 

A  mais  racional  hermenêutica  applicavcl,  portanto,  ás  pala- 
vras de  Cicero  é  que  então,  como  hoje,  a  linguagem  usada  no 
f5ro  ou  nas  assembleias  não  era  a  linguagem  comesinha,  corrente, 
empregada  em  família,  e,  cuino  o  estylo  epistolar  é  caracterisado 
pelas  formas  empregadas  nos  usos  da  vida  quotidiana,  elle,  o 
orador  eloquente,  que  na  tribuna  sabia  empolgar  d  auditório  com 
a  sua  palavra  inebriante,  que  arrebatava  as  multidões  com  o 
deslumbramento  da  phrase  grandiosa  e  pura,  empregava  nas 


fi  AKClIlVOS  tíAÒlÓ^AKá  Í3f 


cartas  as  formas  triviaes  da  língua,  as  formas  conhecidas  de 
todos  e  por  todos  usadas,  como  soe  faze-lo  quem,  muito  criterio- 
samente aliás,  prefere  a  naturalidade  á  affectaçSo. 

E  sem  duvida  um  erro  suppôr-se  que  ao  lado  d'uma  lingua 
falada,  mais  nobre  e  culta,  vive  outra  mais  grosseira  e  humilde 
de  cujo  aperfeiçoamento  ninguém  se  occupa,  emquanto  a  outra, 
fixa  em  normas  fundamentaes,  vae  sendo  burilada  através  dos 
tempos,  caminhando  as  duas  separadamente,  á  maneira  de  dous 
cursos  d'agua  inconfundíveis,  um  dos  quaes  vae  successivamente' 
diminuindo  no  seu  volume  até  extinguir-se,  ao  passo  que  o  outro, 
mais  abundante  e  veloz,  irrompe  e  dilata-se  para  se  ramificar 
por  ultimo. 

Os  linguistas  que  assim  seccionam  um  idioma,  querendo  ver 
nelle  duas  partes  nitidamente  distinctas — lingua  litteraria  e  lingua 
vulgar  —  complicam  o  que  por  natureza  é  simples.  Pois  o  que  é 
uma  lingua  litteraria  mais  do  que  a  disciplinaçlo  da  lingua  po- 
pular? Referindo-nos,  por  consequência,  ao  latim,  o  que  vem  a 
ser  o  latim  litterario  senão  a  discipliuação  do  latim  popular?  E 
se  quizermos  definir  com  termos  precisos  uma  lingua  popular  ou 
vulgar  facilmente  o  conseguimos,  admittindo  com  os  mais  dis- 
tinctos  linguistas,  como  Díez,  Augusto  Schleicher,  Seelmann  e 
Schuchardt,  aos  quaes  podemos  addiccionar  o  Doutor  Egídio 
Gorra,  que  é  a  lingua  falada  por  todos  os  individues  do  mesmo 
grupo  ethníco,  embora  com  differenças  accidentaes  phoneticas  ou 
syntacticas. 

É  isto  o  que  se  conclue  do  estudo  analytico  da  linguistica,  é 
isto  o  que  visivelmente  se  manifesta  na  historia  das  línguas  de 
todos  os  povos  civílisados,  é  isto  o  que  se  observa  nas  línguas 
existentes.  Ha,  é  certo,  variedades  dialeetaes,  que  representam 
não  uma  lingua  dentro  da  lingua  ou  que  com  ella  viva  paralle- 
lamente,  n%o  uma  unidade  independente,  mas  antes  a  diversidade, 
a  pluralidade  dentro  da  unidade.  Pois  não  é  incontestável  que  a 
linguagem  do  camponês  differe  apparentemente  da  linguagem  do 
citadino?  A  isto  accresce  ainda  a  technologia  profissional  que 
determina  variedade  de  formas,  como  acontece  com  o  vocabulário 
das  sciencias  medicas,  da  jurisprudência,  da  ingenharia  e  das 
di£ferentes  artes.  Estas  differenças  não  podem,  todavia,  ser  con- 
sideradas fundamentaes,  não  só  pelo  restricto  numero  dos  seus 
elementos  morphologicos  mas  porque  não  alteram  radicalmente 
a  sjntaxe  estabelecida. 

Quanto  ao  latim,  a  existência  de  differenças  dialeetaes  é  ji 
indiscutível  na  época  romana.  Testemunham-na  Cicero  e  Quintí- 

?.•  AHNO,  N.»  2  4 


138  JBOLBTíM  i>Á8  àmiiottiteCAd 


liano  e  mais  tarde  S.  Jeronymo.  O  primeiro,  referíndo-ee  á 
accentoaçSo  latina  característica  doe  gaalêees,  escreve :  êed  Jubc 
mutari  dediêcigue  poêsunt.  Contesta,  porém,  a  possibilidade  de 
corrigirem  a  tonalidade  na  sua  particular  pronuncia  latina.  Se 
reconhece  qne  os  oradores  gauleses  do  foro  romano  podiam  bem 
evitar  os  puvincianismos,  censurando,  por  exemplo,  qne  Tinca 
de  Placenza  proferisse  preada  em  vez  de  pergula,  admitte,  to- 
davia, a  impossibilidade  de  perderem  a  pronuncia  do  seu  pais 
natal.  Quintiliano  reforça  a  opinião  de  Cícero  quando  obeerva 
(11,  3-31)  que  todos  os  que  nSo  eram  romanos  se  conheciam  bem 
pelo  som  como  pelo  timbre  se  conhece  o  metal.  I)So  fes  rir  Adriano 
quando,  durante  a  sua  questara,  leu  no  senado  com  a  sua  accen- 
tuaçUo  provençal  uma  mensagem  do  imperador?  Em  Porcio  La- 
trfto  reconhecia-se  claramente  um  espanhol.  Bem  diz  S.  Jeronvmo 
que  ipêa  latinita$  et  regionibuê  guotidie  mutetur  et  tempore.  £  ao 
latim  litterario  que  S.  Jeronymo  se  refere  nesta  passagem?  £ 
sufficien temente  clara  a  expressSo  em  que  o  termo  latinitas  só 
pôde  significar  o  latim  fallado. 

Se  quizermos  acumular  testemunhas  de  que  o  latim  se  rami* 
ficou  em  varias  formas  dialectaes  ainda  na  época  romana,  bastaria 
citarmos  os  que  Schuchardt  colligiu  no  seu  Vokalismus  des  Vul- 
gârlateina  (i,  p.  83-84).  Seria,  porém,  uma  evidente  superflui- 
dade, attendendo  a  que  nenhuma  língua  diffundida  num  determi- 
nado território  é  falada  pela  mesma  forma ;  ora,  sendo  certo  que 
a  língua  latina  deveu  estar  subordinada  a  esta  que  bem  podere- 
mos considerar  uma  lei  natural  que  rege  a  phenomenalidade  da 
dííFus^  das  línguas,  devemos  sem  ter^versaçSo  admittir  varie- 
dades locaes  dentro  do  próprio  Lacio. 


Mas  se  o  facto  é  verdadeiro  com  relaçfto  ao  território  circum- 
jacente  de  Roma,  por  maioria  de  razUo  teremos  de  admitti-lo 
como  tal,  relativamente  aos  povos  extra-italicos  que  soffreram  a 
romanisaçSo. 

£  como  o  meu  ponto  de  vista  principal  é  o  estabelecimento 
da  origem  do  português,  vejamos  o  que  se  passou  na  península 
ibérica. 

Diz-nos  a  Historia  que  desde  196  a  169  a.  C,  isto  é,  no 


È  AÀChIvOS   NACiONÁES  Í39 


decurso  de  trinta  annos  pouco  mais  ou  menos,  foram  enviados 
da  Itália  para  a  nossa  península  cento  e  cincoenta  mil  soldados 
seguramente.  Sabe- se  também  que  muitos  d^elles  estabeleceram 
ahi  a  sua  residência,  e  as  differentes  cidades  peninsulares  foram 
testemunhas  das  intimas  relações  entre  elies  e  os  naturaes.  A  sua 
prole  foi  numerosa  e  a  occupaç^o  militar,  por  elles  feita,  ainda 
alliciou  grande  numero  de  romanos  e  de  povos  itálicos  que  ahi 
foram  procurar  trabalho,  mormente  na  exploração  das  minas. 
Entre  os  immigrantes  vieram  homens  de  todas  as  classes :  nego- 
ciantes, operários,  arrematantes,  pastores,  empregados  de  diffe- 
rentes cathegorias.  Ora  estes  homens  nSo  fallavam  certamente 
do  mesmo  modo;  entre  elles  havia  citadinos  e  aldeftos  e  vinham 
de  pontos  diversos.  Os  negociantes  deveriam  ter  um  vocabulário 
differente  do  dos  artiíices;  estes  deveram  differir,  na  linguagem, 
dos  agricultores;  os  empregad)S  públicos  deveram  certamente, 
segundo  o  seu  grau  de  cultura  intellectual  e  de  educação  domes- 
tica, differenciar-se,  na  sua  linguagem,  de  todos  os  restantes.  E 
o  numero  d'esses  immigrantes  foi  enorme,  segundo  Cicero,  que 
a  esse  facto  se  refere  quando  enumera  os  indivíduos  que  levaram 
o  latim  ás  provincias.  Ora,  se  os  diversos  usos  ou  antes  as  formas 
differentes  d'uma  lingua  constituissem  outras  tantas  línguas  diver- 
sas, deveríamos  admittir  que  da  lingua  latina  sahiram  centenas 
d'ellas. 

  estas  considerações  accresce  que  nos  paises  conquistados 
nem  todos  aprendiam  o  latim  tal  qual  elle  era  faltado  pelos  eru- 
ditos. Se  a  aristocracia  e  a  plutocracia  tinham  recursos  para  fazer 
a  aprendizagem  da  correcta  latinidade  com  os  bons  mestres  que 
ao  mesmo  tempo  a  ensinavam  aos  filhos ;  se  os  moços  gauleses 
das  famílias  nobres  e  abastadas  iam  a  Roma  para  se  aperfeiçoa- 
rem no  uso  do  latim,  é  certo  que  a  grande  maioria  das  popula- 
ções sujeitas  ao  domínio  de  Roma,  já  por  falta  de  recursos 
pecuniários,  já  por  ausência  do  gosto  íitterario,  circumscreviam 
a  sua  aprendizagem  ao  que  lhe  fornecia  o  commercio  quotidiano. 
Além  de  que,  como  pondera  Bonet,  cada  qual  aprendia  o  latim 
que  convinha  ao  seu  estado.  As  populações  pre-romanas  da  Es- 
panha estavam,  é  certo,  em  relações  com  todas  as  classes  d'ím- 
migrantes,  mas  cada  um  dos  indivíduos  d^essas  populações  com 
aquella  ou  aqiiellas  que  mais  se  harmonisavam  com  a  sua  posição 
social,  não  deixando,  todavia,  nenhum  d'elles  de  adaptar  a  sua 
linguagem  á  dos  seus  interlocutores.  A  isto  junte-se  a  circum- 
stancia  de  cada  um  escrever  de  forma  differente  da  que  empregava 
fallando  e  ainda  a  differença  entre  as  formas  usadas  no  estylo 


140  BOLETIM  DAS  BlBLIOtHkCÁS 


familiar  e  as  empregadas  nos  discursos,  e  teremos  assim  oma 
infinita  variedade  de  formas  dentro  da  onidade  linguistica. 

£  poderá  causar-nos  extranhésa  essa  Taríedade,  se,  além  das 
consideraçSes  retro-adduzidas,  repararmos  em  que  os  immigrantes 
tinham  ainda  por  soa  vez  de  ceder  alguma  cousa  ás  linguas  in- 
dígenas? Nenhum  povo  abandona  subitamente  a  lingua  materna. 
£  a  posíçSo  regional,  a  influencia  climática  e  o  modo  de  viver 
nio  actuaram  também  nos  orgios  da  língua?  É  claro  que  as 
variedades  dialectaes  nXo  eram  tSo  múltiplas  nem  tSo  profundas 
como  hoje,  nfto  só  pela  acçlo  que  aquelle  grande  centro,  como 
era  Roma,  exercia  nos  povos  subjugados,  mas  também  por  serem 
menores  as  relações  de  província  para  província  e  ainda  pela 
falta  de  nacionalidade  constituída.  £m  todo  o  caso,  porém,  deve- 
mos, conformemente  aos  dictames  da  sciencia,  nXo  só  conceber 
amplas  divisSes  e  admíttir  que,  se  na  Itália  se  £illava  um  latim 
vulgar  itálico  e  na  Gallia  um  latim  vulgar  gaulês,  na  península 
íspanica  se  fallava  um  latim  vulgar  ispanico,  mas  ainda  esta- 
belecer dentro  d'e8ta  variedade  dialectal  algumas  formas  subdia- 
lectaes ;  a  pouco  e  pouco  dentro  de  cada  regiSo  as  diversidades 
fizeramse  sempre  cada  vez  maiores. 

Devemos,  portanto^  relegar  como  profundamente  errónea  a 
idêa  d'immutabilídade  no  latim  de  que  saíram  as  línguas  româ- 
nicas e  por  consequência  a  lingua  portuguesa.  Além  de  tudo  o 
que  precede  devemos,  com  effeito,  notar  ainda  que  a  própria 
lingua  dos  escriptores,  longe  de  ter  qualquer  cousa  de  fixo,  evo- 
lucionou, transformando-se  sob  influencias  diversas,  chegando 
mesmo  a  acceitar  formas  e  locuções  da  linguagem  commum.  Se 
o  latim  litterario  representa'  uma  phase  rígida  do  latim  fallado, 
se  punham  óbices  ás  frequentes  innovaçSes  do  povo,  formando 
uma  reacçSo  contra  as  tentativas  revolucionarias  no  sentido  de 
alterarem  a  lingua,  restaurando  formas  negligenciadas,  é  todavia 
certo  que  a  lingua  nSo  ficou  immutavel  quer  na  formação  da 
palavra,  quer  na  syntaxe,  quer  ainda  na  evoluç&o  dos  significados. 

For  outro  lado  nHo  podemos  considerar  como  independente 
da  lingua  escripta  a  lingua  falada.  Então,  como  hoje,  os  grandes 
modelos  da  latinidade,  as  regras  grammaticaes  e  os  preceitos  dos 
rhetoricos  deveram  influir  na  cultura  e  no  pensamento  do  escre- 
vente. E  esta  acção  exercida  pela  escripta  na  linguagem  oral 
deveu  ser  mais  ou  menos  vigorosa,  segundo  a  cultura  e  condições 
de  quem  a  applicava;  a  reproducção  das  formas  escolásticas  ficou 
certamente  mais  ou  menos  fiel  e  os  erros  foram  diversos  segundo 
a  cultura  de  cada  um. 


Á 


C:  ARCHIVOS  NACIONABS  141 


Parece-mei  pois,  sufficientemente  justificada  a  definiçSò  que 
na  primeira  parte  doeste  trabalho  dei  de  lingua  vulgar.  Não  ha 
duvida  em  que  ella  nSo  é  exclusivamente  própria  da  Ínfima  plebe, 
nXo  obstante  ser  a  plebe  quem,  pela  sua  preponderância  numé- 
rica num  determinado  grupo  ethnico,  mais  influencia  exerce  no 
sen  desenvolvimento.  Essa  lingua  nSo  pode  deixar  de  ser  a  lingua 
falada  na  sua  mais  ampla  accepçfto  com  as  suas  innumeras  va< 
riedades  de  logar  e  tempo. 


# 


Se,  como  fica  dito,  o  latim  vulgar  deveu  ser  o  latim  falado 
por  todos  os  romanos  que  o  difFundiram  pelas  provincias  conquis- 
tadas, devemos  peremptoriamente  affirmar  que  foi  esse  o  latim 
originário  das  línguas  denominadas  por  esse  facto  românicas  e, 
por  consequência,  da  lingua  portuguesa. 

K&o  ha,  porém,  nenhum  documento  directo  do  latim  vulgar 
porque  os  antigos  não  fizeram  tractados  ou  grammaticas  que  se 
ocoupassem  do  estudo  directo  dos  dialectos.  Mas  viveram  ainda 
na  época  romana  escriptores  cuja  cultura  ou  era  apoucada  ou 
era  differente  d'aquella  que  é  mister  a  quem  se  preoccupa  com 
as  cousas  puramente  litterarias  e  cujos  escriptos,  se  por  um  lado 
revelam  que  os  seus  auctores  pretenderam  seguir  as  normas 
clássicas  ou  observar  pelo  menos  as  leis  grammaticaes,  demon- 
stram que  elles  não  souberam  evitar  vocábulos  e  locuções  da 
lingua  falada.  Eram  architectos,  agrónomos,  médicos  e  mathe- 
maticos  que  n&o  quizeram  certamente  escrever  em  vulgar,  sem 
que,  todavia,  se  pudessem  eximir  ao  emprego  das  formas  cor- 
rentes. Fornece-nos  d'Í8So  um  exemplo  frisante  Vitruvio  que 
se  desculpa  dizendo :  nan  enim  arekitectua  potest  esse  gramma- 
tums. 

Outros  monumentos  preciosos  são  os  escriptos  em  que,  pelas 
condiçSes  das  pessoas  que  ahi  obram,  pensam  e  faliam,  se  nota 
a  lingua  da  vida  quotidiana ;  taes  sSo  as  comedias  de  Flauto  e 
de  Petronio,  as  satyras,  as  epistolas  e  romances  cuja  forma  dia- 
logistíca  dão  ensejo  á  reproducção  das  expressões  correntes.  A 
isto  podem  mesmo  juntar-se  alguns  clássicos.  Cicero,  por  exem- 
plo, revela-se  nos  ditos  zombeteiros,  nas  palavras  espirituosas  e 
das  formas  proverbiaes  muito  diversamente  do  que  se  manifestava 


142  BOLETIM  DÁS  B1BLI0THECA8 


na  tribuna.  Tito  Livio  procura  também  pôr  na  boca  das  suas 
personagens  as  expressões  mais  correntes  da  língua. 

SSo  também  fontes  notabilissimas  as  inscripçSes  latinas  que 
tanto  em  Portugal  como  ná  Espanha  e  ainda  nos  outros  paizes, 
que  receberam  a  dominação  romana,  abundam,  testemunhando 
bem  claramente  a  existência  de  formas  differentes  das  formas 
clássicas.  Os  túmulos  christSLos,  principalmente  os  posteriores  ao 
sec.  VII  depois  de  Christo,  estfto  repletos  d^inscripçSes  latinas.  O 
Corpus  inscriptionum  laiinarum  dá  nos  minuciosa  conta  d'es8as 
inscripç5es. 

Mas  é  claro  que  essas  formas  evolucionaram,  soSrendo  mo- 
dificações mais  ou  menos  importantes.  Nas  inscripçSes  acima 
referidas  nota-se,  por  exemplo,  o  mesmo  som  indicado  por  modos 
diversos ;  um  dos  mais  importantes  é  o  í  alongado.  E  ainda 
muito  precioso  para  este  estudo  o  que  os  antigos  nos  legaram 
sobre  a  natureza  dos  sons ;  as  invectivas  dos  gramm<iticos,  por 
exemplo,  aos  erros  do  povo.  O  Formulce  para  o  século  viii,  toda 
a  litteratura  latina  medieval,  a  dos  Padres  da  Egreja,  a  traducçSo 
da  Biblia,  a  orthographia  dos  numerosos  códices,  os  contractos, 
finalmente,  e  as  doações,  tudo  isto  forma  um  rico  museu  onde 
podemos  observar  directamente  a  lingua  da  vida  quotidiana  das 
populações  romanisadas. 


Resta-nos  observar  que  não  devemos  confundir  o  latim  vulgar, 
que  n&o  é,  em  sjnthese,  mais  do  que  o  latim  fallado  por  doutos  e 
indoutos,  com  o  latim  bárbaro.  Houve  realmente  quem  susten- 
tasse a  opinifto  de  que  havia  perfeita  identidade  entre  um  e  outro. 
Uma  analyse  minuciosa,  porém,  dos  documentos  escriptos  em 
latim  bárbaro  conduznos  ao  asserto  de  que  tal  opinião  é  intei- 
ramente destituída  de  fundamento.  Transparece  effectivamente 
nesses  documentos  a  lingua  popular  sem  que  de  forma  alguma 
a  reflicta. 

Esse  latim  é  obra  de  tabeliSles  ignorantes  que,  desconhecendo 
os  casos  e  a  verdadeira  construcção  sjntactica,  alteravam  pro- 
fundamente a  lingua,  introduzindo-lhe  até  neologismos. 

Em  Portugal  o  mais  antigo  documento  escripto  em  latim 
bárbaro  remonta  ao  século  ix.  E  de  Ordinho  i  publicado  no 


IB  AttCHlVOS  KACIONAfià  14â 


ParítigaluB  mowammta  hUtcrica  na  secçSo  intitulada  Diplomata 
êí  CharicB.  Ob  formulários  e  o  ensino  tradicional  dos  cartórios 
provam  bem  que  as  formas  tabeliôas  nfto  correspondiam  ás  que 
esses  formulários  e  ensino  auctorisavam.  Assim  vemos  que  o  for- 
mulário exara  a  expressSo  nuUius  que  cogente  império  para  indicar 
a  plenissima  liberdade  d'acç&o  do  doador.  Pois  bem;  nos  documen- 
tos feitos  por  esses  tabeliXes  em  vez  d'aquella  expressfto  veem-se 
estas:  mdu$  que  congentis  império  e  nuUue  quoquo  gentis  iirvperio. 

Essas  formas  barbaras  do  latim  seriam  provenientes  da  con- 
veniência em  que  só  os  clérigos  soubessem  bem  a  lingua  latina 
e  que  era  de  toda  a  utilidade  que  aos  leigos  se  falasse  obscura- 
mente? Assim  o  dá  a  intender  um  documento  medieval  que  se 
pretendeu  ser  do  século  x,  mas  que  parece  ser  do  sec.  xii  ou 
do  começo  do  sec.  xiu. 

Seja  como  fôr,  é  certo  que  o  latim  barbarO;  língua  perfeita- 
mente inorgânica,  cedeu  o  passo  a  breve  trecho  á  lingua  vulgar 
(latim  popular)  que^  como  lingua  organisada,  tendeu  a  pre- 
ponderar. 

Âpezar  mesmo  da  invasão  muçulmana  a  transformação  do 
latim  continuou  na  sua  marcha  progressiva  até  que  no  íim  do 
século  xil  apparecem  documentos  caracterisados  por  formas  es- 
peciaes  differentes  das  feiçSes  próprias  da  lingua  latina  propria- 
mente dita.  Esses  documentos  revelam  alterações  importantes 
nas  formas  originarias.  Vê-se  bem  que  uma  nova  lingua  surge — 
é  a  lingua  portuguesa, 

SSo  dous  documentos,  um  dos  quaes  tem  a  data  do  mês  de 
março  de  1230  (era  de  César)  que  corresponde  a  1192  da  era 
ohristft  e  outro  sem  data,  mas  que  J.  Pedro  Ribeiro  attribue  á 
época  em  que  reinou  D.  Sancho  i.  O  primeiro  é  uma  noticia  ou 
carta  de  partilhas;  o  outro  é  uma  noticia  vulgarmente  conhecida 
por  noticia  do  torto  porque  esse  documento  começa  pelas  pala- 
vras ^noticia  de  torto  que  fecerum  a  Laurencius  Femandiz. .  •>. 

Em  ambos  elles  apparecem  ainda  formas  tradicionaes  de 
mistura  com  formas  de  latim  bárbaro.  É  certo,  porém,  que  alguns 
dos  caracteres  do  português  se  revelam  neiles.  Assim,  por 
exemplo,  já  apparece  a  forma  desinencial  latina  onem.  apocopada 
em  on  que  mais  tarde  evolucionou  para  ào.  O  d  intervocalico  já 
nSo  apparece  em  seem  (de  eedent)^  o  qu  è  ]k  substituido  por  c^ 
apparecendo  já  a  forma  latina  quomodo  transformada  em  como; 
o  i  da  preposição  in  já  desapparece  para  se  juntar,  ao  artigo 
derivado  de  xUoe,  iUas  formando  as  palavras  nos,  nas,  embora 
haja  hesitaç3eS;  principalmente  na  noticia  do  torto,  relativamente 


144  BOLETIM  DAS  BlELlOTHECAli 


ás  formas  do  artigo  que  ora  é  escripto  com  u  ora  oom  o;  a 
metathese  que  se  encontra  em  atdre  (que  se  conservou  a  par  de 
entre  até  o  século  xvi)  de  inter,  é  finalmente  uma  das  caracte- 
rísticas da  nova  lingua  que  de  sapatharius  fez  sapateiro,  eic. 

Ha  ainda  um  outro  documento  que  é  datado  de  1222  (era  de 
César)  correspondente  a  1260  da  era  christã.  E  uma  carta  de 
'foral  dada  pelo  mosteiro  de  S.  Christovam,  de  Coimbra,  aos 
povoadores,  caseiros  e  lavradores  do  outeiro.  Mas  este  documento 
é  indiscutivelmente  falso.  Basta  observar  a  forma  de  exarar  a 
data,  forma  usada  entre  nós  somente  desde  o  reinado  de  D.  Fer- 
nando, para  se  concluir  sem  hesitação  que  é  apocrípho.  Podia 
ser  uma  copia;  o  signal  publico,  porém,  que  nelle  se  encontra 
tira  todas  as  duvidas. 

A  partir  de  1293  (era  christS)  encontram-se  bastantes 
documentos  escríptos  em  português  e  cuja  authenticidade  é  indu- 
bitável. E  certo  que  existem  ainda  diplomas  em  latim  no  livro  1.® 
de  doaç5es  d'este  soberano,  mas  a  par  d^esses  ha  também  31 
documentos  em  vulgar,  sendo  um  d'elles  sem  data  e  30  cujas 
datas  estSo  comprehendidas  entre  125Õ  e  1279  (era  de  César). 
Mas  o  reinado  em  que  os  documentos  escriptos  em  português 
apparecem  em  grande  numero  é  o  reinado  de  D.  Dinis;  nSo  que 
este  rei  legislasse  sobre  o  emprego  obrigatório  da  lingua  portu- 
guesa, como  muitos  suppuzeram,  mas  pelo  desinvolvimento  da 
cultura  litteraria  e  pelo  seu  emprego  nas  composições  poéticas  e 
nas  composiçSes  em  prosa.  Foi  o  primeiro  rei  português  que  soube 
ler  e  pela  sua  relativa  illustraçSo  deu  incitamento  áquella  cultura. 

Do  reinado  anterior  ha  ainda  documentos  em  que  se  empre- 
gavam as  duas  linguas — latina  e  portuguesa. — Sirva  d'exemplo 
uma  doaç&o  redigida  em  português  por  um  notário  publico  de 
Celorico  de  Basto  em  1262  (era  de  Christo),  doaçSo  que  foi 
reconhecida  13  annos  depois  em  latim  por  um  tabeliilo  de  Gui- 
marães. Do  próprio  reinado  de  D.  Dinis  ha  documentos  laicos 
em  latim ;  ha  outros  também  que  são  escriptos  parte  em  latim  e 
parte  em  português.  E  uma  prova  d'este  asserto  um  instrumento 
ou  documento  de  1288  escripto  e  reconhecido  em  latim  mas  com 
uma  declaração  na  mesma  data  em  português  por  outro  notário. 
E  ambos  esses  tabeliães  eram  de  Gaia.  É  claro  que  os  documentos 
ecdesiasticos  continuaram  a  ser  escriptos  em  latim.  E  que  o 
português  não  foi  extranho  ao  influxo  do  latim  da  Egreja  attesta-o 
o  suffixo  iêsa,  ista  (de  que  derivou  o  suffixo  eesa)  que,  sendo 
d'origem  hellenica,  nos  veiu  por  intermédio  do  latim  eccle- 
siastico. 


E  ARCUIV08  KACIOKAES  145 


Enriquecido  com  rarioB  elementos — indígenas  e  extranhos  — 
como  provam  os  suiSxos  arro,  arra,  orro,  urro,  que  parecem 
ser  procedentes  do  easkaro,  e  o  saffixo  engo  que  apparecen  nas 
palavras  mulherengo,  realengo,  reguengo,  etc.  e  que  é  d' origem 
germânica,  o  português,  elevado  finalmente  á  dignidade  de  lingua 
escripta,  segue  a  sua  evolução  natural  durante  todo  o  período 
syncretico,  que  vae  desde  o  século  xii  até  o  começo  do  século  xv, 
até  que  recebe  da  revoluçfto  litteraria,  operada  neste  seoulO|  as 
definitivas  formas  de  disciplinaçXo  grammatical,  sem  todavia 
crystaiisar  ahi,  mas  antes,  evolucionando  sempre,  vae  cada  ves 
mais  augmentando  a  sua  morphologia. 


Lisboa,  30  de  Junho  de  1908. 


fiKKJÁHIN  D£  CáBVALHO  VaSQUES  PB  MsS^mTA, 


o  TISCORDI  DB  SARTABKI  COIÓ  GDAIDA-I6I  DA  TOIII  DO  TOUO 


De  simples  leitor  a  Gnarda-Iir 

Entre  as  figuras  notáveis  da  nossa  historia  litteraria  na  pri- 
meira metade  do  século  xix  destaca-se  singularmente  o  2.^  Vis- 
conde de  Santarém;  figura  principalmente  posta  em  foco  apoz  a 
ultima  exposição  de  cartographia  nacional.  £  se  algum  estabele- 
cimento do  Estado  tem  jus  a  orgulhar-sa  com  as  homenagens 
prestadas  á  sua  memoria  esse  é  seguramente  o  Ârchivo  da  Torre 
do  Tombo. 

Qual  a  sua  missão  nesse  Árchívo,  quaes  os  trabalhos  da  sua 
gerência,  tal  é  o  assumpto  que  nos  propomos  estudar  e  que  até, 
por  dever  profissional,  nos  cumpria  abordar.  Outros  lhe  farão  a 
biographia,  estudarão  o  papel  que  desempenhou  na  sociedade 
portugueza  sob  variados  aspectos,  que  nós,  mais  restrictos  no 
nosso  plano,  queremos  apenas  ve-lo  sob  o  ponto  de  vista  buro- 
crático e  litterario,  como  chefe  do  Archivo  Geral  do  Reino.  E, 
para  isso,  nada  melhor  que  publicar  a  parte  mais  interessante 
da  sua  correspondência  official,  já  boje  de  interesse  puramente 
histórico,  precedida  apenas  doesta  despretenciosa  e  ligeira  expo- 
pição. 

Teria  o  Visconde  de  Santarém  28  annos  de  edade  quando, 
do  paço  do  Rio  de  Janeiro,  foi  expedida  uma  ordem  (1)  para  na 
Torre  do  Tombo  lhe  extrahirem  todas  as  copias  que  necessitasse 
e  pedisse  para  os  seus  estudos.  Propunha-se  elle  em  tão  verdes 
annos,  fazer  uma  compilação  de  todos  os  actos  diplomáticos  por- 
tuguezes  desde  o  inicio  da  nossa  monarchia. 

A  ordem  era  de  31  de  Março  de  1819. 

Não  foi  todavia  sem  embaraços  que  ella  se  executou.  Ao  que 


(1)  Documento  I. 


fi  ÁRCHIVOS  NAOlONABS  147 


parece  o  filfto  que  o  Visconde  de  Santarém  agora  explorava  era 
mais  abnndante  do  que  á  primeira  vista  supporia  quem,  como 
elle,  tinha  já  examinado  vários  archivos  e  cartórios.  Ás  copias 
que  elie  requisitava  iam  de  tal  maneira  augmentando  em  numero 
que  o  escrjvSio  do  Archivo,  Gaspar  Feliciano  de  Moraes,  em 
officio  de  1  de  julho  de  1820(1),  ponderava  ao  entSLo  Guarda- 
Mór,  Visconde  de  Azurara,  as  difficuldades  com  que  luctava  para 
as  satisfazer.  Os  escripturarios  eram  poucos  e,  além  d'is80,  tfto 
mal  remunerados,  que  grave  injustiça  era  obriga-los,  sem  retri- 
buiçíto  especial,  a  fazer  trabalho  que  todas  as  casas  donatárias, 
incluindo  a  Casa  de  Bragança,  e  todos  os  titulares  costumavam 
gratificar.  Por  isso  o  Visconde  de  Santarém  se  viu  forçado  a 
pagar  os  competentes  emolumentos  e  a  nlo  exigir  copias  dos 
escripturarios  com  prejuízo  do  expediente  do  Archivo. 

Da  parte  dos  empregados  superiores  d'este  havia  evidente 
má  vontade  para  com  estudioso  tão  investigador  e  que  obtinha 
privilégios  tão  latitudinarios.  A  questão  dos  emolumentos  das 
copias  serviu  a  Francisco  Nunes  Franklin  para  patentear  em 
documento  official(2)  os  seus  sentimentos  quanto  aos  trabalhos 
do  Visconde.  £  foi  uma  queixa  em  forma  o  que  da  penna  lhe 
sahiu  em  õ  de  julho  de  1820.  Todavia — oh  ironia  do  destino!  — 
ainda  aquelle  de  quem  agora  se  queixava  viria  a  ser  seu  prote- 
ctor, ainda,  como  veremos,  lhe  pediria  o  augmento  d^ordenado, 
reconhecendo  o  sen  valor  intelectual  e  os  seus  altos  serviços 
prestados  ao  Archivo.  O  Visconde  de  Santarém  nSo  se  limitava 
nas  suas  indagações  aos  assumptos  diplomáticos,  procurava  tam- 
bém versar  os  genealógicos  e  não  se  satisfazia  senão  com  a 
inspecção  dos  ori^naes,  nada  se  importando  que  a  guarda  da 
casa  da  Coroa  a  elle  Franklin  estivesse. confiada!  Em  vista  das 
suas  exigências  necessário  se  tornava  augmentar  o  pessoal  por- 
quanto o  Visconde  de  Santarém  pretendia  o  que  nenhum  sócio 
da  Academia  Keal  das  Sciencias  tinha  exigido,  sendo  certo  que 
o  próprio  Guarda-Mór  para  os  seus  trabalhos  históricos  fazia 
pessoalmente  as  suas  copias!  £  por  ultimo  Nunes  Franklin  cahia 
directamente  sobre  a  obra  que  Santarém  se  propunha  realisar. 
Suppo-la  de  grande  importância  para  o  Estado  portuguez?  Puro 
engano.  Antes  d'elle  já  Diogo  Vieira  de  Tovar  e  Albuquerque 
se  occupara  dos  documentos  diplomáticos;  alguns  d'elles  acham-se 


íl)  Documento  II. 
(2)  Documento  III. 


148  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAâ 

,W  I      ■■  .77, 

impressos  em  varias  collecçSes  e  qaanto  aos  mais  existentes  na 
Torre  do  Tombo  ahi  estava  elle  Franklin  que  nõo  demitto  dizia 
elle  a  gloria  que  posêo  ter  em  dizer  que  nada  do  que  existe  neUe 
eêtá  longe  do  meu  conhecimento  e  sobre  o  objecto  tenho  a  maior 
eoUecçào  de  Memorias,  adquiridas  debaixo  do  mesmo  plano  de 
Tovar  sem  que  nos  tivéssemos  entendido  no  principio  dos  nossos 
trabalhos, 

É  aqui  que  deve  estar  a  explicaçSo  da  má  vontade  de  Fran- 
klin. Santarém  vinha-se-lhe  adeantar  num  estado  para  que  já 
contava  elementos  valiosos ! 

Finalmente  ainda  o  ofScial  maior  da  Torre  do  Tombo  via 
nas  pretensSes  do  Visconde  de  Santarém  um  bem  grave  incon- 
veniente. Entre  os  documentos  diplomáticos  existiam  instrucçSes 
secretas  e  dever-se-hiam  ellas  publicar  sem  censura  alguma,  para 
mais  em  paiz  extrangeiro?  Estes  foram  os  embaraços  que  o  Vis- 
conde de  Santarém  sentiu  nos  seus  estudos  na  Torre  do  Tombo, 
que  a  Índole  do  nosso  trabalho  nos  força  a  ver  de  corrida.  No 
emtanto  bem  cabal  foi  a  resposta  que  lhes  deu. 

Vimos  já  que  se  viu  obrigado  a  pagar  os  emolumentos  das 
copias,  mas  o  seu  triumpho  completo  nfto  se  demorou  muitos 
annos.  Por  decreto  de  13  de  julho  de  1824  foi  nomeado  para 
futuro  successor  do  Visconde  de  Azurara  e  pelo  de  27  de  julho 
foi  mandado  entrar  em  exercicio  logo  que  o  Visconde  de  Azurara 
se  achasse  impedido,  o  que  aconteceu  em  1  de  agosto,  começando 
o  Visconde  de  Santarém  em  exercicio  no  dia  2  de  agosto  de 
1824(1). 

Os  cartórios  do  Santo  Offlclo — Vingança  que  ae  tira  d'am  Rival 


Uma  das  primeiras  questSes  que  se  antolhou  ao  novo  Guarda- 
Mór  foi  o  recolhimento  dos  cartórios  da  Inqnisiçfto,  extincta 
havia  poucos  annos.  Com  effeito  o  Aviso  Re^o  de  30  de  julho 
de  1824  tinha  determinado  que  o  Guarda-Mór  da  Torre  do  Tombo 
informasse  se  nesse  Archivo  haveria  espaço  para  os  taes  cartó- 
rios, que  se  conservavam  no  armazém  destinado  ao  expediente 
da  censura  (2).  Por  isso  o  Visconde  de  Santarém,  respondendo  a 


(1;  Registos  da  Torre  do  Tombo,  liv.  40,  fl.  90. 
(2)  Documento  IV. 


É  AftCHlVOS  srAGÍONÀES  149 


esse  aviso  em  4  de  agosto,  ponderava  a  pequenez  do  edifioío  do 
Ârchivo  e  ao  mesmo  tempo  a  urgência  de  o  alargar  á  custa  do 
mosteiro  de  S.  Bento,  pois  os  papeis  de  que  se  tratava,  sendo 
de  muita  importância,  deviam  ser  guardados  na  Torre  do  Tombo, 
em  especial,  escrevia  o  Visconde,  os  pertencentes  ao  Conselho 
Oeral,  Adeante  veremos  o  motivo  principal  doesta  preferencia. 

Todavia  entendia  o  Guarda-Mór  que  esse  recolhimento  se 
devia  começar  immediatamente  pelos  documentos  da  inquisiçto 
de  Lisboa  e  do  Conselho  Geral  do  Santo  Of&cio,  guardados  na 
salla  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  da  capital,  emquanto 
se  arranjava  alojamento  para  os  cento  e  vinte  e  dois  caixotes 
onde  dormiam  os  processos  das  inquisiçSes  de  Cvora  e  Coimbra. 

Tudo  isto  porém  levou  seu  tempo  a  realisar. 

O  Bibliothecario-Mór  propoz,  como  de  maior  utilidade  para 
o  publico,  que  o  parecer  do  Visconde  de  Santarém  nfto  fosse 
inteiramente  cumprido,  continuando  na  Bibliotheca  os  impressos 
qne  fizessem  parte  do  espolio  inquisitorial.  Com  isso,  concordou 
o  guarda-mór,  fazendo  apenas  uma  restricçHo  (1) :  se  dos  Regi- 
mentos houvesse  duplicados  deveria  vir  para  o  Archivo  um 
exemplar  de  cada  um  d'elles.  E,  na  mesma  data  doeste  parecer 
— 13  de  setembro  de  1824 — o  Visconde  de  Santarém  propunha 
que  a  destrinça  d^esses  impressos  devia  ser  feita  na  presença  de 
dois  officiaes  diplomáticos  que,  para  o  caso,  eram  os  represen- 
tantes dos  interesses  do  Archivo. 

O  caso  porém  dos  impressos  nSo  era  senSo  um  tropeço  no 
projecto  do  Visconde,  que,  todavia,  não  perdia  de  vista  o  assum- 
pto. E  por  isso,  em  26  de  novembro,  voltava  a  offioiar  queixan- 
do-se  de  que  ainda  não  tinham  sido  recolhidos  os  papeis  do 
Conselho  Geral  do  Santo  Officio  e  Inquisição  de  Lisboa  (2). 

'  Ainda  alguns  mezes  permaneceu  tudo  na  mesma.  Em  5  de 
maio  do  anno  seguinte  novamente  o  zeloso  funccionario  officiava 
a  pedir  a  remessa  dos  referidos  dacumentos,  tanto  mais  que  já 
se  concluirão  todas  as  estantes  e  ai^ranjos  no  Real  Archivo  feitos 
com  tal  fim.  Em  12  de  julho  finalmente  já  elle  podia  dizer  que 
se  tinham  recolhido  46  caixotes  dos  cartórios  da  Inquisição. 

Este  assumpto  porém  não  o  absorvia  tão  completamente  que 
descurasse  outros  de  importância  capital  para  o  Archivo.  Assim, 
em  16  de  novembro  de  1824,  officiava  pedindo  a  remessa  das 


(1)  Documento  Y. 

(2)  Documento  TI. 


150  BOLETIM  DAS  BIBUOTHECAd 


balias  dos  reinados  de  D.  José  e  D.  Haría  I  qae  nlo  ftTJsliam 
no  ÁrchÍYo.  No  dia  eegointe  £i2Ía  idêntico  o£B<âo  com  respeito 
ás  Chancellarias  Beaes  posteriores  ao  reinado  de  D.  Joio  V, 
qae  egoalmente  nSo  existiam  no  Árchivo.  Incambido  ao  mesmo 
tempo,  pelo  Atíso  Régio  de  27  de  agosto  de  1824,  de  fazer  am 
Begulamento  para  a  Torre  do  Tombo,  d'onde  melhor  resaltam 
os  serviços  do  Archivo  nesse  tempo  é  do  officio  de  23  de 
novembro  (1)  de  egaal  anno. 

Dois  assamptos  preoccapavam  principalmente  o  Visconde  de 
Santarém,  como  Goarda-Mór:  a  reforma  de  innumeros  documentos 
que  o  decurso  dos  séculos  tem  deteruyrado,  e  a  formado  de  índices 
de  mtiiios  outros  do  mesmo  Archivo  Real  dos  quaes  ainda  não 
existem  nem  os  extractos.  Quer-se  porventura  plano  mais  ponde- 
rado e  mais  scientificamente  concebido?  Isto  não  faliando  no  re- 
colhimento de  cartórios  que,  como  os  da  Inquisição,  tanto  interesse 
lhe  mereceram.  Por  isso,  nos  primeiros  mezes  da  direcção  do 
Visconde  de  Santarém,  além  das  copias  dos  tratados  e  dos  privi- 
légios que  se  remetteram  á  secretaria  doestado  dos  negócios  extran- 
geiros,  da  satisfação  prompta  das  exigências  da  Academia  Real 
das  Sciencias  e  de  todos  os  registos  em  dia,  ultimaram-se  de  alpha- 
betar  as  memorias  extractadas  dos  livros  das  LiegitimaçSes  de 
D.  Sebastião  e  D.  Henrique,  começaram-se  a  alphabetar  as  dos 
livros  de  Philippe  I  e  a  extractar  os  de  Philippe  II,  assim  como 
toda  a  chancellaria  de  D.  João  V.  Da  mesma  maneira  continua- 
ram  a  tirar  a  limpo  o  indice  geral  das  chancellarias  antigas  da 
Ordem  de  Christo  e  o  parcial  de  toda  a  chancellaria  da  mesma 
ordem,  pertencente  ao  reinado  de  D.  Maria  I:  Índices  que,  sem 
duvida  alguma,  hoje  não  nos  satisfazem,  mas  que  para  o  tempo 
representavam  um  progresso  immeneo. 

Kão  contente  com  isto  o  Visconde  de  Santarém  relatava  os 
trabalhos  a  que  tinha  procedido  para  o  Corpo  de  Direito  Publico 
Diplomático  externo  doesta  monarchia  que  ficou  sendo  official  pelos 
reaes  decretos  de  13  e  17  de  julho  do  presente  anno.  Fiz  formar, 
escrevia  o  illustre  fiinccionario,  pelos  meus  Índices,  as  synopses 
de  800  documentos  pertencentes  a  este  trabalho  e  que  existem  no 
corpo  das  Gavetas.  Ordenei  223  outros  de  bulias  para  a  secção 
das  nossas  relaçdes  com  a  cúria  de  Roma.  Exiractei  tudo  o  que 
havia  neste  ramo  no  Livro  de  Extras;  e  no  de  Demarcações  e 
Pazes  para  as  suas  respectivas  secções  e  procedi  ao  primeiro  exame 


(1)  Documento  VII. 


B  ARCHIVOS  NACIOKABS  151 


dos  primeiros  20  livros  que  vieram  da  secretaria  do  governo  da 
Índia  e  que  entraram  para  o  Real  Archivo  por  Aviso  de  2  de 
Março  de  1778  no  qual  se  ordenou  que  se  examinasse  o  seu  con- 
theudo  e  se  desse  parte  a  S.  Majestade,  o  qus  me  não  consta  se 
fizesse. 

Tal  ia  elle  realisando  o  vasto  plano  que  concebera  e  cuja 
execuçSo,  não  nos  dizem  os  documentos  que  temos  presente,  a 
impressfto  que  causam  no  nosso  já  conhecido  Nunes  Franklin. 
Todavia,  a  avaliar  peio  procedimento  correctíssimo  de  Santarém, 
nSo  devia  ser  de  todo  má.  Este,  com  uma  generosidade  e  um 
amor  á  justiça  muito  louváveis,  logo  apoz  a  sua  ascensSo  á 
direcçSio  superior  da  Torre  do  Tombo,  em  12  de  Agosto  de  1824, 
dirigindo-se  ao  Ministro  do  Reino  fallava  nos  seguintes  termos 
do  conhecido  auctor  da  Memoria  sobre  Foraes:  €Nfto  devo  guardar 
em  silencio  antes  de  terminar  este  officio  pelo  muito  interesse 
que  tenho  pelo  Archivo  o  pedir  a  V.  Ex.*  se  digne  ter  em  lem- 
brança os  longos  e  importantíssimos  serviços  feitos  ao  mesmo 
Archivo  pelo  official  maior  Francisco  Nunes  Franklin,  a  quem  o 
Regulamento  Provisional  de  30  de  abril  de  1823  diminuiu  os 
vencimentos  emquanto  os  augmentou  a  outros  empregados.  Dos 
seus  serviços  sSo  terminantes  provas  os  mui  bem  trabalhados  e 
systhematicos  Índices  que  tem  ordenado  de  muitos  corpos  de 
documentos  e  das  Memorias  que  tem  visto  a  luz  publica  pela 
Imprensa  da  Academia  Real  das  Sciencias».  Estas  palavras  porém 
de  nada  serviram  porque  a  flagrante  injustiça  continuou  de  pé  e 
em  5  de  novembro  de  1825  escrevia  o  mesmo  Visconde  de  San- 
tarém, informando  uma  petiçSo  de  Franklin ;  cRestringi-me  ent&o 
a  propor  este  pequeno  augmento  (200^91000  reis),  contando  que 
y.  Magestade  fosse  também  servido  confirmar  a  proposta  de 
huma  folha  addicional  em  que  entrassem  nSo  só  os  aposentados 
d'esta  Repartíçfto,  mas  também  alguns  dos  effectivos  que  o  mere- 
cessem pelos  seus  bons  serviços  com  aquelles  augmentos  que  V. 
Magestade  fosse  servido  mandar-lhes  dar  pelos  mesmos  serviços.  O 
supplicante  n2o  só  tem  muita  intelligencia,  mas  também  serve  a 
V.  Magestade  com  hum  zelo  raro  e  com  disvelo  mui  distincto, 
n&o  faltando  hum  só  dia  á  frequência  diária  e  penosa  do  Real 
Archivo,  apezar  do  seu  padecimento,  como  tenho  frequentes  vezes 
observado,  pelo  que  se  faz  digno  que  V.  Magestade  seja  servido 
attende-lo>.  A  petiç&o  de  Franklin,  tSo  bem  apadrinhada,  como 
se  está  vendo,  pelo  Guarda-Mór,  foi  a  informar  ao  BarSo  de 
Sobral,  ao  Thesouro  Publico.  O  actUrol  estado  do  Thezouro  e  a 
proximidade  da  convocaqdio  das  camarás  não  permitem  tomar  este 


152  BOLETIM  DAB  BIBLIOTHÊCAd 


(êic)  negocio  huma  decizSo  definitiva.  Por  isso  obteve  dò  Hmistro 
do  Reino  o  seguinte  despacho:  Esperado  para  a  abertura  da» 
côrteê.  Passado  qoasi  um  anno  porém  a  questfto  estava  no  mesmo 
pé  e  por  isso,  em  26  de  novembro  de  1826,  fez  nova  petiçSo 
que  obteve  o  seguinte  despacho :  Este  negocio  hade  »er  tomado 
em  consideraçdío  com  o  plano  geral  do  Archivo^  que  hade  serpro- 
poêio  á»  camaraê.  4  de  dezembro  de  1826.  Ainda  no  mesmo  mec 
Franklin  voltou  á  carga,  mas  já  nem  despacho  obteve. 

Assim  se  recompensava  um  funccionario  zeloso  e  cumpridor! 


Recolhimento  de  cartórios  —  Goarda  do  ArehlTO 
— Outros  assumptos  de  Interesse  para  este 

Vimos  já  o  grande  interesse  com  que  o  Visconde  de  Santarém 
advogou,  patrocinou  e  acompanhou  a  entrada  para  a  Torre  do 
Tombo  de  muitos  documentos  que  lá  se  deviam  receber  como 
bulias,  livros  da  Chancellaria  Real  e  os  importantíssimos  cartórios 
do  Santo  Officio. 

Que  difficuldades  n&o  encontrou  no  seu  caminho ! ! 

Chegou  a  vez  aos  livros  de  registo  das  leis  existentes  na  Chan- 
cellaria-Mór  do  Reino.  Requereu-os  o  Visconde  e  ahi  se  levantou 
o  Chanceller-mór,  sob  intormaçfto  do  EscrivSo(l),  a  protestar 
dizendo  ser  costume  de  ha  muito  usado  nfto  mandar  d'aquella 
Repartiçfto  os  livros  do  Registo  das  leis  porque  os  originaes,  que 
passam  pela  Chancellaria,  se  usam  guardar  no  Real  Arehívo,  e 
também  por  nSo  ser  conveniente  para  o  real  serviço  existirem 
no  mesmo  logar  as  leis  e  os  competentes  registos  por  causa  da 
possibilidade  de  desastre  que  os  aniquille  a  todos. 

A  resposta  do  Guarda-Mór  foi  porém  triumphante:  as  rasSes 
do  Chanceller  eram,  sem  duvida  alguma,  ponderosas,  mas  ahi 
estava  disposição  legal,  ahi  estava  o  alvará  de  12  de  julho  de  1707, 
que  talvez  por  provocar  reparos  semelhantes,  foi  reforçado  com 
o  assento  de  26  de  agosto  de  1709,  em  virtude  do  qual  se  reco- 
lheram á  Torre  do  Tombo  não  só  os  livros  dos  registos  das  leis 
de  D.  Pedro  II,  como  também  os  restantes  até  ao  reinado  de 
D.  Sebastião.  Não  admira  por  isso  que  neste  sentido  se  pronun- 
ciasse o  reitor  do  collegio  dos  Nobres,  Ricardo  Raymundo  No- 


(1)  Documento  VIU. 


E  ÁRCHlVOS  KAClOKÁEâ  15^ 


gueira,  em  5  de  janeiro  de  1826,  dizendo  que  a  pretençSo  do 
Guarda-Mór  da  Torre  do  Tombo,  era  justa  e  merecia  ser  favo- 
ravelmente  deferida  (1). 

A  esta  acquisição  convém  junctar-se  cincoenta  e  cinco  tratados 
com  naçSes  extrangeiras,  e  oito  ractificaçSes  originaes,  diplomas 
para  os  quaes,  em  16  de  junho  de  1826,  o  Visconde  de  Santa- 
rém, pedia  a  devida  accomodação  que  n2o  existia  no  Ârchivo(2). 
A  sua  actividade  porém  não  descançava.  Em  27  de  outubro  de 
1826  pedia  para  se  enviarem  ordens  á  Mesa  da  Consciência 
para  se  recolherem  no  Archivo  os  livros  findos  das  três  ordens 
militares  pertencentes  ao  reinado  de  D.  João  VI  (3).  E,  em  13 
de  novembro  de  1826(4),  propunha  que  se  estabelecesse  como 
regra  que  todas  as  resoluções  tomadas  pelo  governo,  em  conse- 
quência de  reclamações  dos  Guarda-Móres,  fossem  communicadas 
of&ciaimente  ao  Archivo. 

A  fortuna  que  acompanhou  o  Visconde  de  Santarém  nas  suas 
pretensões  de  augmentar  as  collecções  do  Archivo  abandonou-o 
ao  tratar  do  recolhimento  d'um  manuscripto  pertencente  á  muni- 
cipalidade do  Porto.  Reinando  D.  Affonso  V,  os  municipes  por- 
tuenses obtiveram  da  Torre  do  Tombo,  dirigida  entfto  pelo  celebre 
chronista  FernSo  Lopes,  uma  certidão  de  vários  documentos  que 
lhe  interessavam.  A  certidão  foi  passada  em  192  folhas  de  per- 
gaminho e  o  códice,  por  ella  formado,  é  conhecido  pelo  Livro 
Grande.  A  importância  histórica  doesta  certidão  avultava  porque 
bastantes  documentos  nella  tresladados  tinham  desapparecidO| 
devido  ao  vandalismo  do  escrivão  Thomé  Lopes  (5).  Conhecedor 
d'este  facto  o  illustre  Guarda-Mór,  em  30  de  novembro  de  1824, 
dirigindo-se  ao  Ministro  do  Reino  propunha  que  o  códice  fosse 
recolhido  na  Torre  do  Tombo  e  á  camará  do  Porto  se  desse  uma 


(1)  Documento  IX. 

(2)  Documento  X. 

(3)  Documento  XI. 

(4)  Documento  XII. 

(5)  Hoje  está  isso  definitivamente  apurado,  em  contrario  das  afiirmaçoes 
no  officio  do  Visconde  de  Santarém  (doe.  XIII),  que,  seguindo  J.  P.  Ribeiro, 
attribue  o  vandalismo  ao  chronista  e  Guarda-mór  Azurara.  O  códice  que 
constitue  a  certidão  de  Lopes  vimo-lo  ha  poucos  mezes  na  secretaria  da 
camará  do  Porto,  mercê  da  amabilidade  do  digno  secretario  e  meu  amigo 
Dr.  José  Marques.  E,  honra  ás  vereações  portuenses,  acha- se  em  óptimo 
estado  de  conservação  e  começou-se  já  a  publicar.  Falta-Ihe  apenas  o  sêllo 
pendente  que  o  devia  authenticar,  o  aue  é  commum  até  em  códices  muito 
mais  modernos,  como  os  foraes  manuelinos. 


?.•  ANHO,  N.»  2 


# 


154  âoLEtni  t>As  smtiioiiiECÁA 


cópia  authentica  do  mesmo.  Nilo  faltavam  precedentes  para  o 
facto,  argnmentaya  Santarém.  Por  aviso  de  11  de  Março  de  1776 
mandaram-se  recolher  ao  Archivo  importantíssimos  documentos 
originaes  da  camará  de  Santarém  e  recolheram-se  os  livros  1  .^  e 
3.*  das  ordenações  originaes  de  D.  Affonso  V  pertencentes  ao 
convento  de  S/^  António  da  Merceana.  Além  d'is8o,  em  20  de 
Março  de  1795,  vieram  para  a  Torre  do  Tombo  os  títulos  origí- 
naes  das  commendadeiras  de  Santos,  ficando  no  seu  cartório 
copias  authenticas  d^elles,  e,  por  portaria  de  20  de  julho  de  1820, 
recolheu- se  de  Santarém  o  tombo  original  dos  bens  da  Real  Coroa. 

Taes  exemplos  porém  não  colheram  no  presente  caso.  O 
Marquez  de  Palmella,  então  ministro  do  Reino,  julgou  de  seu 
dever  mandar  informar  o  corregedor  e  provedor  do  Porto,  José 
Joaquim  Rodrigues  de  Bastos.  Este  foi  de  opiniUo  que  só  o  que 
se  podia  era  ordenar  á  camará  do  Porto  que  remetia  uma  relação 
dos  documentos  que  elle  (códice)  contém,  examinar-se  depois  á  vista 
d'esta  certidão  quaes  são  os  de  que  o  Real  Archivo  carece,  e  man- 
dar se  extrahir  d'elles  huma  copia  authentica  para  se  juntar  aos 
existentes.  Neste  sentido  se  procedeu  mas  não  nos  consta  que  á 
Torre  do  Tombo  chegasse  a  certidão  desejada,  sendo  certo  no 
emtanto  que  o  Visconde  de  Santarém  não  insistiu,  talvez  porque 
pouco  confiasse  nos  conhecimentos  paleographicos  do  escrivão  da 
camará  do  Porto. 

A  forma  elevada  como  o  illustre  Ouarda-Mór  entendia  o  seu 
alto  cargo,  que  para  outros  tinha  sido  uma  deleitosa  sinecura, 
fez  com  que  a  sua  actividade  aqui  não  parasse  e  fosse  até 
remetter,  era  26  de  novembro  de  1824,  uma  relação  circurnstan- 
ciada  de  todos  os  documentos  pertencentes  á  nossa  Historia  que, 
não  se  achando  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  tm  constasse 
existirem  na  Bihliotheca  Real  de  Paris  ou  na  coUecção  de,  sir 
Charles  StuartÇL). 

Para  todos  estes  trabalhos  do  Archivo  tão  conscientemente 
timonado  eram  precisos  empregados  idóneos.  Já  vimos  a  forma 
generosa  e  justa  como  Santarém  se  referia  aos  merecimentos  de 
Franklin,  é  ver  agora  como  se  refere  a  um  pretendente  a  legares 
da  Torre  do  Tombo,  pretendente  que,  tendo  trabalhado  comigo 
16  annos  successivos,  não  só  na  redacção  da  obra  offidal  que 
emprehendi  do  corpo  de  Direito  Publico  Diplomático  Externo  de 


(1)  Documento  XIV. 


È  ARCfilVOS  l^ACIOilAÈâ  155 


Portugal,  em  que  me  tenho  de  preferencia  occupadoj  ma9  ainda 
em  diversos  assumptos  Utterarios  concernentes  ás  nossas  antigui- 
dades e  aii  seguindo-me  nas  minhas  viagens  na  Europa  durante 
os  annos  de  1819,  1820  e  1821  em  que  me  serviu  de  secretario 
particular,  adquirindo  assim  uma  pratica  mui  larga  das  mixterias 
doeste  género,  dando-se  com  extremo  afinco  ao  trabalho  e  desempe- 
nhando'0  sempre  com  mui  paHicular  distincçào  (l).  Esto  preten- 
dAnte  era  Thomaz  Caetano  Rodrigues  Portugal  que  tinha  feito  o 
curso  lectivo  da  aula  de  Diplomática,  conhecia  varias  linguas  e 
tinha,  durante  muitos  annos,  trabalhado  em  antigos  documentos 
de  diversos  cartórios  do  reino  (2). 

Um  dos  assumptos  que  muito  chamou  também  a  attençio  do 
illustre  funccionario  superior  da  Torre  do  Tombo  foi  a  guarda 
para  o  Archivo.  Em  12  de  Agosto  de  1824  escrevia  elle:  «Hó 
também  de  grandíssima  consideração  que  a  guarda  d'este  precio- 
síssimo deposito  se  reduza  ao  numero  de  homens  de  que  se  com- 
punha antigamente,  porque,  achando-se  reduzido  a  4  ou  5  homens 
fica  a  parte  mais  importante  do  Archivo  inteiramente  desamparada 
e  sem  sentinella,  sendo  mui  façil  lançar  huma  escada  e  arrombar 
as  janellas  d^aqueile  lado  onde  existem  os  armários  com  os  tra- 
tados celebrados  com  diversas  naç(!Ses,  sellados  com  riquissimos 
sellos  de  oiro,  as  Bulias  Áureas,  etc,  de  modo  que  eu  não  fico 
responsável  por  qualquer  desastre  que  possa  sobrevir  por  não 
haver  reclamado  de  preferencia  esta  providencia».  Em  vista  de 
tal  reclamação  passou  a  guarda  a  ser  composta  de  8  homens  e 
um  ofHcial  inferior,  mas  pouco  tempo  assim  se  conservou,  porque, 
em  11  de  novembro  de  1825,  novamente  o  Visconde  se  queixava 
por  lh'a  terem  reduzido  (3).  Finalmente  as  luctas  politicas,  em 
1834,  fizeram  com  que  fosse  substituído  pelo  cardeal  Saraiva, 
quem  podia  ainda  prestar  tantos  e  tão  valiosos  serviços  ao  Archivo 
que  dirigia.  Não  conhecemos  pormenores  do  facto  mas  é  certo 
que  da  correspondência  conhecida  de  Santarém  resalta  uma 
grande  má  vontade  contra  o  seu  successor.  £  é  bem  natural  que 
ao  illustre  Guarda-Mór  fosse  muito  penoso  abandonar  um  posto 
que  tanto  a  caracter  lhe  estava. 


(1)  Documento  XV. 

(2)  Documento  XVI. 

(3)  Documento  XVII. 


1 Ô6  ÊOLBTÍlí  DAS  6lSL10Tâ£0Àâ 


Uma  restltnlçto :  Segunda  vez  Goarda-Iór — Garrett  e  Herenlaio 
na  Torre  do  Tombo  —  Conclosto  e  Doeomentos 


Como  claramente  se  tem  visto  era  com  justo  motivo  que  San* 
tarem^  escrevendo  ao  Conde  da  Ponte,  em  15  de  janeiro  de  1842(1)| 
se  orgulhava  dos  relevantes  serviços  prestados  ao  Archivo  no 
primeiro  período  da  sua  gerência.  A  sua  exoneração  de  logar 
tHo  elevado,  e  que  tanto  a  peito  tomara,  não  devia  ter  concorrido 
pouco  para  lhe  azedar  o  espirito  e  carregar  o  conceito  que  for- 
mava dos  nossos  homens  e  das  nossas  coisas.  Por  isso  elle 
escrevia  fiestar  decidido  a  considerar  o  que  àhi  em  Portugal  se 
diz  e  se  escreve  como  de  nenhuma  importância  desgraçadametite 
neste  mundo  scientijlco  cá  de  fora.  Por  isso  se  referia  aos  seus 
compatriotas  tão  ingratos  e  invejosos  e  a  si  mesmo  se  intitulava 
em  Paris  um  extrangeiro  victima  das  guerras  civis  da  sua  pátria, 
um  extrangeiro  que  nada  mais  desqa  do  que  socego{2).  Ainda 
mais  longe  o  levava  o  seu  pessimismo:  ao  desdém  por  Garrett  e 
Herculano,  talentos  que  então  alvoresciam  e  que  tiveram  a  gloria 
de  fundar  em  Portugal  uma  escola  litteraria!  Era  que  bem  amar- 
gos lhe  foram  os  annos  do  exilio  só  compensados  pela  conside- 
ração que  o  mundo  scientifíco  tributava  á  sua  extraordinária 
erudicção. 

Que  nós  saibamos,  foi  o  mesmo  Conde  da  Ponte  quem  foi 
encarregado,  nesse  período,  das  suas  investigaçSes  na  Torre  do 
Tombo. 

Em  42  porem  a  nova  nomeação  para  Guarda-Mór  do  Archivo 
já  o  não  satisfazia.  Queria  mais.  Na  viinha  actual  posição,  escrevia 
elle,  uma  simples  restituição  d'aquelle  emprego,  com  obrigação  de  ir 
residir,  e  sem  mais  nada  a  que  me  tomasse,  não  me  parece  nem 
conveniente,  nem  que  tal  arhitrio  podesse  aproveitar  ao  serviço.  Pelo 
contrario,  a  minha  nomeação  ou  antes  restituição  d*<iquelle  emprego, 
continuando  aqui  as  commissoes  de  que  estou  encarregado,  seria  o 
melhor  arhitrio,  até  pela  facilidade  que  havería  no  serviço,  enten- 
dendo me  eu  directamente  com  o  Archivo.  Isto  era  escripto  em  15 
de  janeiro ;  em  8  de  septembro  já  o  Visconde  de  Santarém,  ao 
Conde  da  Ponte,  escrevia :  Dou-lhe  parte  que  todos  os  meus  nego* 
cios  de  Archivo  estão  perfeitamente  regulados,  tendo- se  o  governo 


(1)  Algumas  cartas  inéditas  do  Visconde  de  Santarém^  pag.  76. 
(2;  Vide  cartas  referidas. 


K  AKCIIIVOS  NACrOKÀBd  157 


conformado  eom  as  propostas  quejiz,  ejá  estou  em  correspondência 
seguida  com  o  official  maior  d'aquella  repartição. 

Com  effeito,  neste  intervallo,  por  decreto  de  30  de  Março  de 
1842,  foi  nomeado  Guarda-Mór  da  Torre  do  Tombo  (1). 

O  Ârchívo  d^entSo  diferia  porém  muito  do  que  elle  tinha 
governado.  Estava-lhe  juncta  a  Secretaria  do  Registo  geral  das 
Mercês  e  respectivo  expediente;  e,  com  a  extincçio  de  varias 
repartiçSes  e  expuls&o  das  ordens  religiosas,  tinha-se  tomado 
numa  espécie  de  Babylonia  para  cuja  arrumaçSío  se  demandavam 
muitos  empregados  e  muito  boa  vontade.  £  todavia,  empregados 
eram  os  mesmos  que  determinava  o  Alvará  de  23  de  Abril  de 
1823!  Taes  eram  os  cumprimentos  que  para  Paris  enviava  ao 
seu  novo  chefe  o  official-maior  d'então,  José  Manoel  Severo  Aure- 
liano  Basto.  Quem  conhecer  a  disposição  pessimista  do  Visconde 
a  respeito  de  coisas  da  nossa  terra  avaliará  a  resposta  enviada 
a  José  Severo  Basto  (2).  E  com  quanta  precisão  se  applicariam 
ainda  hoje  as  suas  justas  palavras!  O  importantissimo  archivo 
era  muito  mal  avaliado  e  muito  pouco  conhecido,  sendo  aliaz  um 
dos  mais  preciosos  e  ricos  depósitos  de  monumentos  históricos.  Como 
complemento  das  suas  considerações,  em  3  de  outubro,  novamente 
se  dirigia  ao  oiHcial-maior(3)  a  pedir-lhe  informações  da  qualidade 
de  documentos  provenientes  dos  conventos  e,  se  entre  elles, 
havia  alguns  de  caracter  diplomático.  Eram  esses  os  que  mais 
interessavam  á  sua  obra,  que  já  o  fizera  nSo  acceitar  o  logar  de 
Guarda-Mór  senão  com  a  condição  de  continuar  residindo  em 
Paris,  e  que  agora  o  fazia  instar  pelas  copias  da  Torre  do  Tombo, 
e  em  especial  pelos  summarios  dos  últimos  tomos  da  collecção  de 
S.  Vicente  de  Fora,  especialmente  dos  documentos  relativos  ás 
relações  diplomáticas  de  Portugal. 

Esta  remessa  não  se  fez  esperar.  Em  19  de  dezembro  agra- 
decia-a  o  Visconde  de  Santarém  (4),  assim  como  a  noticia  de 
que,  ao  logar  de  Guarda-Mór  do  Archivo  foram  annexas.  as  obri- 
gaçSes  de  Chronista  do  Reino  (5). 


(1)  Documento  XVIII. 

(2)  Documento  XIX. 

(3)  Documento  XX. 
(d)  Documento  XXI. 

(5)  Nio  conhecemos  o  theor  da  carta  que  acompanhou  esta  remessa.  Para 
o  estudo  que  estamos  fazendo  servimo-nos  da  correspondência  original  de 
Santarém  e  das  minutas  das  respostas  feitas  pelo  official-maior  Severo 
Basto. 


158  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHKCAS 


Á68Ím  rezava  o  decreto : 

—  €  Sendo  certo  que  as  obrigações  do  logar  de  Chronista  do 
Reino,  que  ora  se  acha  vago,  podem  ser  com  grande  vantagem 
desempenhadas  pelo  Guarda-Mór  do  Ârchivo  da  Torre  do  Tombo, 
por  isso  quê  é  ahi  que  existem  todos  os  documentos,  Registos 
antigos,  e  mais  elementos,  de  que  infalivelmente  carece,  e  deve 
ter  á  sua  disposiç&o  quem  houver  de  escrever  a  historia  das 
cousas  pátrias ;  sem  que  a  outro  algum  respeito  seja  incompatível 
a  tarefa  litteraria  do  Chrouista  com  os  deveres  do  Guarda-Mór 
d'aqttelle  Estabelecimento;  e  sendo  outrosim  actualmente  da 
maior  necessidade,  para  equilibrar  os  rendimentos,  e  as  despesas 
do  Estado,  diminuir  estas  ultimas  por  meio  de  todas  as  prudentes 
e  bem  intendidas  economias,  que  poderem  effectuar-se  sem  pre- 
juízo do  serviço  publico:  Hei  por  bem  que,  supprimido  o  Logar 
de  Chronista  do  Reino,  fiquem  d'ora  em  diante  as  obrigações 
d'este  emprego  annexas  ás  de  Guarda-Mór  do  Archivo  da  Torre 
do  Tombo,  elevando  por  esse  accrescirao  de  trabalho  o  diminuto 
ordenado  de  seiscentos  mil  reis,  que  até  agora  a  este  competia, 
á  quantia  de  oitocentos  mil  reis ;  com  o  que  ficará  com  mais 
decentes  meios  de  subsistência  a  pessoa  em  quem  concorrerem 
as  letras,  estudo,  e  mais  partes  necessárias  para  bem  desempe- 
nhar este  logar;  e  ao  mesmo  tempo  resultará  á  Fazenda  Publica 
uma  economia  de  quatrocentos  mil  reis.  O  Ministro  e  Secretario 
d^Estado  dos  Negócios  do  Reino  o  tenha  assim  intendido,  e  faça 
executar.  Paço  das  Necessidades  em  trinta  de  Novembro  de  mil 
oitocentos  quarenta  e  dois.  Rainha — António  Bernardo  da  Costa 
Cabral.  Está  conforme.  Bar&o  de  Tilheiras(l). 

Assim  de  Paris  via  o  Visconde  de  Santarém  augmentarem 
08  seus  proventos,  na  verdade  bem  modestos. 

Nos  primeiros  dias  do  anno  seguinte,  1843,  deu-se  um  facto 
na  Torre  do  Tombo  que  muito  impressionou  o  illustre  Guarda- 
Mór.  Vamos  narral-o  com  a  imparcialidade  de  historiador  e  sem 
preoccupações  de  espécie  alguma.  O  deputado  Dr.  José  Feliciano 
de  Castilho  era  nomeado  em  coramissâo  para  coordenar  os 
documentos  das  repartições  extinctas,  fazendo-lhes  os  competentes 
Índices,  podendo  chamar  em  seu  auxilio  os  empregados  d^essas 
mesmas  repartiç(!íes(2).  Severo  Basto  recebeu  tal  nomeação  com 
agrado.  Demais  tinha  elle  feito  arrumando  os  documentos  e  pro- 


(1)  M.  21  de  Ordens,  n.»  87. 

(2)  Documento  XXII. 


J 


B  ARCHIVOS  NACIONAES  1Õ9 


068S08  sem  confusSío!  Além  d'isso  José  Feliciano  dei  Castilho  ia 
com  elle  na  melhor  harmonia  ambos  de  accordopara  o  mesmo  fim. 

Tal  noticia  foi  recebida  pelo  Visconde  com  apparente  con- 
tentamento. Deixando  outras  instrucçSes  uma  coisa  só  o  preocT 
cupava:  que  lhe  fossem  envj|tdos  os  summarios  dos  documentos 
mais  importantes  relativos  ás  relações  de  Portugal  com  as  po- 
tencias extrangeiras,  que  porventura  se  fossem  encontrando  (1). 
£  por  fim,  para  satisfazer  o  pedido  d'um  amigo,  Guérard,  pedia 
Santarém  copia  do  diploma  da  creação  da  cadeira  de  Diplomatícai 
pois  a  esse  erudito  custava  acreditar  que  Portugal  se  tivesse 
antecipado  á  França  nalguns  annos.  Todavia  não  nos  chega  ao 
conhecimento  se  Santarém,  fazendo  o  confronto  das  datas  da 
creaçSo  das  duas  cadeiras,  o  teria  também  feito  dos  fructos  obtidos, 
como  fez  na  sua  carta  de  6  de  Abril  de  1840  para  o  Conde  da 
Ponte (2).  CreaçSío  antiga  sim,  mas  fructos  bem  estéreis! 

Na  carta  de  Santarém  soube  no  emtanto  o  officíal  maior  ler 
nas  entrelinhas,  ou  talvez  por  outra  via  lhe  constasse  a  impressão 
do  Visconde  quanto  a  essa  invasão  castUhana,  como  pitoresca- 
mente lhe  chamava  depois  Severo  Basto,  logo  que  lhe  passou  o 
primeiro  enthusiasmo  e  viu  com  nitidez  o  projecto  de  Castilho. 
A  darmos  credito  ao  zeloso  official  maior  (3),  José  Feliciano  de 
Castilho,  então  deputado  ás  cortes,  precisou  d^alguns  documentos 
archivados  na  Torre  do  Tombo  <?  como  o  funccionario  superior 
da  repartição,  em  exercício,  lhe  ponderasse  as  difficuldades  de 
busca  pelo  pequeno  numero  de  empregados  destinados  á  elabo- 
ração de  Índices,  Castilho  promptamente  se  offereceu,  como  advo- 
gado do  Archivo  nas  Camarás,  dizendo  somente  que,  para  seu 
melhor  conhecimento,  lhe  era  indispensável  um  apontamento  das 
necessidades  da  Torre  do  Tombo.  Forneceu-lh*o  Severo  Basto  e 
logo  no  dia  seguinte,  com  grande  surpreza  sua,  o  protector  do 
Archivo  lhe  appareceu,  dizendo  estar  ttudo  arranjado.  Mas  ttido, 
o  quê?  Castilho,  conhecedor  das  delongas  parlamentares,  procurou 
o  ministro  e  este  mandou  que  fossem  admittidos,  a  serviço  no 
Archivo,  os  empregados  das  repartições  extinctas.  Assim  trium- 
phantemente  se  apresentava  o  deputado,  na  ignorância  de  que 
taes  empregados,  desconhecedores  da  Paleographia,  para  pouco 
serviriam!  A  portaria  que  tal  determinava  seguiu-se  a  de  5  de 
Janeiro.  Era  de  tal  ordem  que  Severo  Basto  teria  pedido  a 


(1)  Documento  XXUI. 

(2)  Vide  cartas  citadas,  pagina  52. 
(d)  DoGiimento  XXIV. 


160  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


demíBsIo,  escrevia  elle,  ee  nSo  f5ra  o  peso  dos  annos  e  da  nume- 
rosa família  a  seu  cargo !  Entretanto  que  ninguém  se  lembrasse 
de  tocar  num  documento  sem  sua  licença,  já  que  o  Guarda-Mór 
estava  ausente,  aliás,  esquecendo  quaesquer  consideraç5es,  aban- 
donava o  logar. 

Continuemos  porém  a  narração  do  incidente,  seguindo  a  carta 
de  Basto. 

Quinze  foram  os  empregados  que  se  apresentaram  e  a  todos 
o  official-maior  distribuiu  trabalhos  urgentes,  como:  o  Índice  dos 
livros  do  Registo  das  Mercês,  índice  nominal  dos  processos  do 
Dezembargo  do  Paço,  Índice  da  Mesa  de  Consciência  e  Ordens 
e  a  conferencia  d'uma  grande  collecçSo  de  copias  de  cortes  an- 
tigas com  a  dos  maços  das  mesmas.  Todavia  este  ultimo  trabalho 
nSlo  poude  continuar,  pela  falta  dos  taes  conhecimentos  paleogra- 
phicos,  nem  tSo  pouco  o  exame  do  cartório  de  Palmella  e  d'ou- 
tros  conventos,  incumbido  a  dois  egressos  do  mesmo.  Nestas 
alturas  Castilho  ideou,  como  de  grande  vantagem  para  a  Torre 
do  Tombo,  um  relatório  em  que  se  mostrasse  a  importância  do 
Archivo  e  o  despreso  que  tinha  sofFrido.  Severo  Basto  forneceu- 
Ihe  todos  os  esclarecimentos  e  com  effeito  sahiu  no  Diário  do 
Oovemo  de  2  de  fevereiro  esse  extenso  relatório,  precedido  d*uma 
portaria  elogiosa  para  o  mesmo  Castilho,  em  que  se  dá  plena 
approvaçSo  ao  seu  programma  de  trabalhos. 

O  relatório  de  Castilho  foi  ultimamente  reeditado  no  Boletim 
das  Bibliothecaê  e  Archivos  Nacionaes  e  achamos  indispensável 
fazer-Ihe  a  critica. 

A  sua  parte  mais  valiosa  é  um  complemento  á  memoria  de 
Jo&o  Pedro  Ribeiro  que  Castilho  actualisa.  De  resto  nSo  faltam 
nelle  as  insinuações,  as  criticas  justas,  os  erros  de  doutrina  e  até 
os  elogios  porventura  forçados.  Assim,  por  exemplo,  Castilho  no 
final  do  relatório,  refere-se  vagamente  á  recompensa  de  ingratidão 
eom  que  alguém  pretenda  desgostar -me  e  frustar  reaes  intençSes; 
a  alturas  tantas  chama,  com  justificado  motivo,  á  Torre  do  Tombo 
escuro  e  immsnso  labirintho  e  mais  adeante,  vfma  arca  santa  em 
gue  era  crime  tocar.  O  seu  programma  de  trabalhos,  tSLo  elogiado 
officialmente,  é  no  emtanto  destítuido  da  exacta  comprehensXo 
dos  fins  d'um  Archivo.  Começa  por  se  nào  comprehender  a  dif- 
ferença  existente  entre  as  duas  divisões  dos  trabalhos:  os  do 
estabelecimento  em  relação  comsigo  mesmo  e  em  relação  com  o  pu- 
blico. Porventura  o  Archivo  não  é  exclusivamente  para  interesse 
do  publico,  actual  ou  vindoiro? 

Mas  José  Feliciano  explica :  na  primeira  ordem  entra  o  pôr 


E  ARCHIVOS  NAGIONARS  161 


rótulos  nas  casas  d'aqtiellas  innumeraveis  estantes  (sic) ;  a  reforma 
de  documentos  antigos;  investigar^  reconhecer  e  classificar  os  pa- 
peis de  cada  repartido;  redigir  catálogos  em  especial  da  livraria. 
Certamente  qne  ninguém  ousará  dizer,  em  face  de  tal  exposiçSo^ 
que  08  trabalhos  propostos  como  pertencentes  á  primeira  ca thegoria 
n&o  possam  ser  contidos  na  segunda  divisão  proposta:  trabalhos 
do  estabelecimento  em  relação  com  o  publico. 

Censura  Castilho  a  publicaçSLo  dos  simples  catálogos  nominaes 
e  entende  que  essa  publicação  deve  ser  substituida  pela  de  três 
obras:  um  quasi  bullario,  uma  collecçao  dos  tratados  e  uma  col- 
lecção  dos  assentos  das  antigas  cortes.  Acompanhamos  em  parte 
a  critica  de  José  Feliciano  aos  catálogos  nominaes,  começados 
no  tempo  do  Guarda-Mór  Manuel  da  Maia,  n?lo  desconhecendo 
entretanto  os  serviços  por  elles  prestados,  a  muitos  investigadores; 
entendemos  serem  de  utilidade  manifesta  a  publicação  por  elle 
proposta,  mas  entendemos  também  que  antes  de  tudo  se  deve 
publicar  um  inventario,  scientiíicamente  organisado  do  Archivo, 
como  actualmente  se  começou  e  está  praticando. 

Em  dois  pontos  porém  estamos  completamente  de  accordo 
com  Castilho:  um  é  quando  elle  manifesta  o  pezar  de  que  das 
480  casas  religiosas  do  paiz  nem  todos  os  cartórios  se  tivessem 
recolhido  á  Torre  do  Tombo,  faltando-lhe  talvez  frisar  a  neces- 
sidade de  se  lhes  respeitar  a  integridade;  outro  é  quando  mani- 
festa o  desejo  de  que  a  verba  do  orçamento  destinada  a  publica- 
ç3es  fosse  elevada  a  dois  contos  de  réis. 

Nesse  programma  figura,  como  vimos,  um  Bullario  ou  quasi 
buUario.  Ponderou  apoz  a  publicação  do  relatório  o  illustre  official 
maior  as  suas  diíBculdades  de  realisação,  porém  Castilho,  não  se 
conformando  com  taes  considerações,  pediu  uma  reunião  de  ho- 
mens doutos  a  que  presidiu  o  próprio  Ministro  do  Reino,  para 
darem  sobre  o  assumpto  o  seu  parecer. 

Logo  se  dirá  quem  foram  esses  eruditos  e  contaremos  porme- 
nores da  reunião  em  que  a  derrota  de  Castilho  foi  completa. 

Em  vista  d'ella  limitou-se  o  trabalho  a  um  pequeno  mappa 
de  summarios  de  bulias  do  Archivo,  comparando  as  suas  datas 
com  os  annos  dos  reinados  dos  soberanos  portuguezes.  Tal  tra- 
balho foi  depois  á  revisão  de  Severo  Basto. 

Quanto  a  tratados  o  official  maior  ponderou  que  ninguém 
mais  competente  que  o  seu  Guarda-mór  para  tratar  do  assumpto. 

Em  resposta  a  esta  exposição,  datada  de  2  de  abril  (1),  o 

(1)  Documento  XXY. 


162  BOLBTIU  DAS  DIBUOTHECAS 


Visconde  de  Santarém  abría-se  completamente.  Tinha  sido  oom 
Bobresalto  que  vira  a  portaria  creando  a  commissSo  de  Castilho, 
na  qual  viu  logo  perigos  para  o  Archivo,  principalmente  pela 
latitude  que  elle  lhe  pretendia  dar.  No  entretanto  o  fiicto  de  Se- 
vero Basto  lhe  affirmar  gue  ia  com  dle  de  accordo  em  tudo, 
deminuin-lhe  o  sobresalto,  tanto  mais  que  o  nfto  suppunha  capaz 
de  deixar  invadir  as  suas  attribuições  burocráticas,  e  pelo  con- 
trario lhe  parecia  o  official  maior  idóneo  para  o  annuUar  e  reduzir 
á  sua  sujeiç&o,  quasi  á  condição  de  seu  êuhordinado. 

O  sobresalto  porém  converteu-se  no  Visconde  de  Santarém 
em  snrpreza,  e  snrpreza  desagradável,  em  vista  do  relatório  de 
2  de  fevereiro.  Era  porventura  possível  que  Severo  Basto  esti- 
vesse d'accordo  com  tudo  o  que  nelle  se  escrevia?  Não  certamente; 
e  a  sua  carta  de  27  de  janeiro  dava-lhe  a  chave  do  enygma. 
Castilho  entrara  com  pésinhos  de  lã, — para  nos  servirmos  d'uma 
phrase  vulgar  mas  expressiva  —  obtivera  ardilosamente  a  por- 
taria do  Ministro,  procurara  captar  o  official-maior  com  elogios 
hypocritas  e  por  fim  tentara  arrogar-se  a  direcção  inteira  do 
Archivo . . . 

£  uma  coisa  não  podia  Santarém  levar  a  passo :  era  que  se 
pensasse  na  publicação  de  obras  em  que  trabalhava  ha  mais  de 
30  annos  e  de  cuja  publicação  estava  solemnemente  encarregado 
por  vários  decretos! 

Por  fim  o  Guarda-mór  deseja  bem  desembrulhada  a  meada, 
que  Severo  Basto  lhe  mande  o  apontamento  fornecido  a  Castilho, 
que  lhe  diga  quem  foram  o?  eruditos  convidados  á  reunião  da 
Torre  do  Tombo  e  termina  dizendo:  espero  que  V.  S.*  não  só 
contínvará  a  informar-me  regularmente  de  tudo  quanto  se  passar 
no  Archivo  mas  também  gue  se  não  prestará  mais  a  dar  osfructos 
das  suas  luzes  e  experiência  a  quem  d'elles  faz  tal  e  tão  inaudito 
abuso. 

Era  evidentemente  uma  reprimenda,  a  que  Basto  respondeu 
em  22  de  abril  (1).  Nella  não  se  occuita  o  desgosto  soffrido,  quer 
pela  forma  illusoria  porque  se  portou  Castilho,  quer  pela  maneira 
porque  Santarém  lhe  escreveu  e  appella-se  para  a  aposentação, 
como  termo  de  desgostos  e  soffrimentos.  Diz-se  também  quaes  as 
entidades  que  tinham  assistido  á  reunião,  a  que  já  fizemos  refe- 
rencia, por  causa  do  propqsto  BuUario.  A  convite  do  ministro 
do  reino  deram  sobre  tal  assumpto  opinião  os  bispos  do  Algarve 


(1)  Documento  XXVI. 


J 


E  ÂRCHIVOS  NACIONAE8  163 


e  áe  Beja;  cónego  Annes  de  Carvalho,  Castello  Branco^  Lacerda, 
Garrett,  Herculano,  Pereira  dod  Reis,  Bartholomeu  dos  Martjres 
e  o  capellão  Kutsmann.  Faltaram  o  Patriarca,  Padre  Marcos  e 
Macedo,  que  dizia  não  ter  sido  convidado,  e  o  próprio  Basto  que 
foi  substituido  por  Caetano  Portugal  que  também  ajudou  muito  bem 
a  derrotar  o  Castilho. 

Só  em  lõ  de  Maio  o  Visconde  respondeu  a  esta  carta.  En- 
tretanto, em  17  de  abril,  responde  á  carta  de  18  de  março  (1). 
Deseja  o  Visconde  saber  se  na  Torre  do  Tombo  existia,  além  da 
sua  Memoria  sobre  a  prioridade  dos  descobrimentos  dos  portu- 
guezes,  um  exemplar  do  magnifico  Atlas,  composto  pela  maior 
parte  de  cartas  e  monumentos  geographicos  inéditos  da  geographia 
tirados  em  fac-similes  e  coloridos,  que  acompanham  a  dita  obra, 
ou  antes  a  edição  franceza  que  publiquei  em  um  volume  de  430 
paginas  com  o  titulo:  Recherches  sur  la  découverte^des pays  situes 
sur  la  cote  occidentale  d* Afrique  au  dela  du  Cap  Bojador,  et  sur 
les  progrés  de  la  science  géographique  apr^s  les  navigations  des 
portugais  au  XV  siècle.  E,  além  d'ísso,  o  illustre  Guarda-Mór 
deseja  saber  se  para  o  Árchivo  foram  remettidos  os  três  primeiros 
volumes  da  sua  obra  diplomática  e  ainda  outros  esclareoimentos. 

Infelizmente  porém  o  official-maior  só  resposta  negativa  podia 
dar  a  taes  perguntas,  pois  que,  para  existir  a  chronica  de  Azu- 
rara fora  mister  compra-la  (2). 

Em  carta  de  15  de  maio  o  Visconde  de  Santarém  responde 
com  elogiosas  explicações  á  carta  do  official-maior,  em  que  elle 
manifestava  desejos  de  se  aposentar  logo  que  concluisse  os  trinta 
annos  de  serviço  (3).  E,  com  o  interesse  com  que  elle,  apezar  de 
ausente,  acompanha  o  Archivo,  deseja  saber  as  objecções  apre- 
sentadas ao  projectado  bullario  de  Castilho  e  se  da  Bibliotheca 
teriam  vindo  alguns  manuscriptos  para  a  Torre  respeitantes  ás 
relações  com  a  cúria  romana. 

Com  esta  carta  deu-se  Severo  Basto  por  satisfeito,  desistiu 
do  sen  pensamento  de  aposentaçfto  e,  quanto  ás  objecçSes  apre- 
sentadas ao  Bullario,  respondeu  serem  as  difficuldades  do  assumpto 
que  faziam  com  que,  para  a  sua  realisaçfto,  fosse  preciso  muito 
tempo,  muito  trabalho,  muita  gente  e  muita  despeza  (4).  Oome- 


íl)  Documento  XXVII. 
2)  Documento  XXVIIL 
(8)  Documento  XXIX. 
(4)  Documento  XXX» 


164  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTHECAS 


cava  por  as  bulias  estarem  espalhadas  por  varias  coUecçSes,  era 
preciso  confronta-las  com  as  dos  differentes  bullarios  impressos  e 
separar  depois  as  que  dissessem  respeito  ao  direito  publico,  das 
relativas  ás  ordens  militares,  fundações  dos  conventos,  etc. 

Em  19  de  junho  ainda  o  illustre  Guarda-Mór  se  refere  ao 
incidente  Castilho,  como  quasi  liquidado.  Todavia,  como  ponto 
final,  promettia  escrever  ao  ministro  do  reino  pedindo  que  os 
empregados  temporários  da  repartiçfto  ficassem  somente  subor- 
dinados ao  official-maior  (1). 

Santarém  no  entretanto  não  esqueceu  o  caso,  não  occultou  o 
seu  resentimento  e  nesse  mesmo  mez,  escrevendo  ao  Conde  da 
Fonte,  dizia  :  «Que  tem  dito  os  Castilhos  Doutores  e  n&o  Douto- 
res, Poetas  e  prosaicos  na  Revista  Universal?  Ainda  vive?3 

José  Feliciano  de  Castilho,  passados  poucos  annos,  —  em 
1 847  (2),  era  nomeado  para  ir  em  commiss&o  ao  Brazil,  visitar 
todos  os  archivos  principaes  e  examinar  os  documentos  que 
possam  interessar  a  historia  portugueza;  d'elles  devia  fazer 
uma  relaçSto  contendo  os  seus  extractos,  reUçSo  que  devia  ser 
enviada  ao  ofiicial-maior  da  Torre  do  Tombo  e  ao  primeiro  con- 
servador da  Bibliotheca  Nacional,  para  dizerem  quaes  d'esses 
documentos  existiam  nas  respectivas  repartições.  Também  a  Cas- 
tilho incumbia  a  confecção  d'um  relatório  que  mensalmente  devia 
remetter  ao  ministro  do  reino. 

Ainda  durante  13  annos  o  Visconde  de  Santarém  foi,  a  bem 
dizer  nominalmente,  Guarda-Mór  da  Torre  do  Tombo  e  d'esse 
período  de  pouca  correspondência  nos  chega  noticia.  Sabemos 
somente  que  tfto  insólita  situação — um  funccionario  publico  por- 
tuguez  exercendo  de  Paris  as  suas  attribuiç5es — pouco  agradava 
ao  official-maior,  muito  escaldado  já  com  o  caso  Castilho.  Todavia 
só  findou  em  17  de  janeiro  de  18Õ6,  dia  em  que  se  finou  o 
doutissimo  Guarda-Mór. 

De  duas  vezes  exerceu  elle  tSo  árduo  e  elevado  mister.  £, 
se  é  certo  que  da  primeira  vez  a  sua  gerência  é  notável  pelo 
zelo,  pela  actividade,  pela  comprehensão  nitida  dos  seus  deveres 
e  pela  orientação  larga  imprímida  aos  trabalhos  do  Archivo  — 
grande  exemplo  para  uns  e  grande  estimulo  para  outros — não  é 
menos  certo  que  a  Historia  lhe  não  pode  prodigalisar  os  mesmos 
elogios  da  segunda  vez  que  exerceu  o  logar.  Para  o  facto  ha 


(1)  Documento  XXXI. 

(2)  Documento  XXXII. 


fi  ABOHlVOS  naCíonaes  165 


todavia  attenuantes:  Santarém  preoccupava-se  entSo  principal- 
mente com  a  saa  obra  colossal  e,  quando  lhe  fallaram  em  exercer 
o  logar,  poz  as  suas  condições  provenientes  d^essa  preoccnpaç&o. 
Para  qae  as  acceitaram? 

Ficou  no  emtanto  sobejamente  demonsirado  o  valor  inestimável 
que  o  Visconde  de  Santarém  dava  ao  Archivo  da  Torre  do 
Tombo,  o  interesse  com  que  via  augmentar  as  suas  collecçSes. 
£,  se  em  1842,  Santarém  lhe  chamava  um  dos  maia  preciosos  e 
ricos  depósitos  de  monumentos  históricos  que  lhe  chamaremos  agora, 
quandO;  mais  de  sessenta  annos  volvidos,  a  Torre  do  Tombo 
está  enriquecida  com  milhares  de  documentos  e  processos  prove- 
nientes dos  conventos  que  snccessivamente  se  foram  extinguindo 
e  acabando  ? I 

Outubro  de  1908. 


ÂNTOMIO  BaiZO. 


DOCUMENTOS 


Ex.'"'*  e  Rev."®  Snr. — Tendo-se  proposto  o  Visconde  de  San- 
tarém a  fazer  uma  compilaçíto  de  todos  os  nossos  Actos  Diplo- 
máticos desde  o  primeiro  período  da  Monarchia  até  aos  nossos 
dias  e  faltando-lhe  ainda  para  o  complemento  d'este  interessante 
trabalho  varias  copias  de  Diplomas  e  outros  Títulos,  que  existem 
no  Real  Ârchivo  da  Torre  do  Tombo,  donde  se  não  podem  ex- 
trahir  as  referidas  copias  sem  especial  licença  regia.  E  El- Rei 
Nosso  Senhor  Servido  attendendo  a  representação  do  mesmo 
Visconde  Determinar  que  os  Governadores  do  Reino  de  Portugal 
expessam  as  ordens  que  forem  necessárias  para  que  do  sobredito 
Archivo  se  possam  extrahir  as  copias  que  o  Visconde  de  Santa- 
rém necessitar  e  pedir.  P  que  portanto  participo  a  V.  Ex.*  para 
que  assim  seja  constante  aos  Governadores  do  Reino  e  o  façam 
executar — Deus  Guarde  a  V.  Ex.* — Palácio  do  Rio  de  Janeiro 
em  31  de  Março  de  1819  —  Thomaz  António  de  Villa  Nova 
Portugal  —  Senhor  Palriarcha  Eleito  de  Lisboa. 


II 


111.'"°  e  Ex.*"®  Snr. — Havendo  obtido  o  Visconde  de  Santarém 
o  Aviso  da  Copia  Junta  para  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo 
se  poderem  extrahir  as  copias  que  eile  pedir  para  o  complemento 
da  Obra  Diplomática,  que  está  compilando,  principia  agora  a 
exigir  algumas,  que  se  augmentarão  em  grande  numero  para  o 
futuro  á  vista  das  indagações  que  elle  tem  feito;  e  para  proceder 
na  dita  extracção  com  aquella  coherencia  e  regularidade  que 


Ê  ARCHIVOS  KACÍONAÊS  167 


sempre  pratico,  devendo  de  ante-mão  dizer  a  V.  Ex.^  que  os 
principaes  Donatários,  como  a  Casa  de  Bragança,  Casa  das  Se- 
nhoras Rainhas  e  Sereníssima  Casa  do  Infantado;  alguns  Gran- 
des Titulares  do  Reino  como  Duques  e  Marqueses  Parentes,  se 
em  alguns  tempos  obtiveram  semelhantes  Avisos  foi  sempre  sem 
prejuizo  dos  emolumentos  dos  Empregados  do  Ârchivo;  necessito 
saber  se  as  ditas  Copias,  sendo  gratuitas  como  talvez  o  dito 
Visconde  9upp5e,  hão-de  ser  extrahidas  pelos  poucos  Esoriptu- 
rarios,  que  ha  no  Ârchivo,  distrahidos  dos  muito  úteis  trabalhos, 
de  que  est&o  encarregados,  ou  se  ellas  hSLo-de  ser  feitas  pelos 
meus  Amanuenses,  empregados  no  Expediente  das  Partes  e  a 
quem  eu  satisfaço  do  meu  dinheiro  todo  e  qualquer  trabalho  que 
lhes  mando  fazer,  porque  nSlo  têm  outro  algum  estipendio  ou 
salário.  O  meu  zelo,  o  meu  amor  pelo  Real  Serviço,  o  meu  desin- 
teresse emfim  são  tfto  constantes  e  notórios  que  me  põem  ao 
abrigo  de  qualquer  suspeita  de  ambição;  porem  tirando  doeste 
Officio  menos  de  300:000  reis  annuaes  quando  a  intenção  de 
Sua  Magestade,  quando  me  fez  d'elle  mercê  foi  dar-me  mais 
3:000  cruzados  de  renda,  como  teve  a  incomparável  bondade  de 
me  dizer,  dóe-me  o  ver  distrahidos  dos  seus  trabalhos,  esses 
poucos  Escripturarios,  que  ha  no  Archivo,  ou  ser  obrigado  a 
concorrer  com  as  minhas  apoucadas  posses  para  o  complemento 
das  curiosidades  alheias  se  bem  que  muito  úteis  sejam.  Porem  a 
tudo  me  sugeitarei  com  a  mais  submissa  resignação  e  fiel  vontade, 
logo  que  V.  Ex.^  me  insinue,  que  é  essa  a  Regia  e  Suprema 
Intenção  de  Sua  Magestade. 

III."**  e  Ex.""*  Snr.  Visconde  de  Azurara.  Em  o  1.**  de  Julho 
de  1820.  —  O  Escrivão  do  Real  Archivo  —  Oaspar  Feliciano  de 
Moraes. 

Este  officio  tem  a  nota  seguinte : 

Assentou  se  q  a  ordem  não  manda  passar  as  copias  sem  os 
devidos  emolumentos;  nem  pelos  escripturarios  com  prejuizo  do 
R.  Arch. 


III 


III."**  e  Ex.""  Snr.  —  Como  não  entro  em  duvida  do  cabal 
conceito,  que  V.  Ex.^  tem  feito,  com  toda  a  justiça,  sobre  o 
maior  empenho,  com  que  me  presto  no  Real  Archivo  a  bem  do 
Real  Serviço;  de  todas  as  Repartições  Publicas,  dos  Grandes 
Senhores,  dos  Sábios  e  de  toda  outra  Parte,  que  do  mesmo  Real 


n 


168  BOLETIM  DAS  BlfiLlOTHfiCÁS 


Arclúvo  defende  para  todo  e  qualquer  fim  que  seja  justo,  com  a 
mais  completa  probidade,  honra  e  absoluto  desinteresse,  também 
nSo  duvido  levar  á  presença  de  V.  Ex.*  as  ponderaçSes  que 
sobre  as  pretensões  do  Visconde  de  Santarém  passarei  a  relatar 
para  V.  Ex/  as  considerar  e  deliberar  novamente  ou  obter  Or- 
dens mais  terminantes  do  Governo  e  até  immediatas  de  Sua 
Magestade  ao  mesmo  i^espeito. 

V.  Ex.*  terá  presente  o  Aviso  de  30  de  Agosto  de  1819  ex- 
pedido pela  Secretaria  d^Estado  dos  Negócios  Extrangeiros, 
auctorisando  poderem-se  extrahir  do  Real  Archivo  as  copias  de 
Documentos  Diplomáticos  que  o  Visconde  de  Santarém  pedir, 
cuja  providencia  se  repetiu  pelo  outro  de  29  de  Fevereiro  d'este 
anno,  expedido  pela  Secretaria  d'Estado  dos  Negócios  do  Reino. 
Dos  mesmos  Avisos  só  se  concluo,  que  Sua  Magestade  querendo 
promovtsr  a  facilidade  nos  trabalhos  do  mesmo  Visconde,  dispensou 
a  ordinária  forma  (por  ProvisSLo  do  Desembargo  do  Paço  mais 
dispendiosa  e  demorada)  para  o  expediente  das  copias  que  elle 
pedisse.  Depois  do  ultimo  Aviso  tem  concorrido  o  mesmo  Vis- 
conde cinco  vezes  ao  Real  Archivo  para  exame  de  objectos  Ge- 
nealógicos e  alguns  Diplomáticos,  e  até  pedido  os  originaes  des- 
viando-se  d'este  modo  ao  que  litteralmente  se  mandou  nos 
sobreditos  Avisos  e  mesmo  por  um  modo  alheio  do  que  parecia 
devido ;  pois  tendo-me  V.  Ex.*  confiado  a  guarda  da  Casa  da 
Coroa,  o  mesmo  Visconde  se  tem  valido  do  Escrivão  do  Real 
Archivo,  para  a  satisfação  da  sua  vontade,  sem  nenhuma  attenção 
ter  com  a  pessoa  auctorisada  para  os  casos  de  ter  havido  ordem 
positiva,  que  annullasse  os  Decretos  do  Snr.  Rei  D.  João  4.^  do 
1.^  e  9  de  Outubro  de  1641  que  prohibem  as  devassidões  dos 
Documentos  do  Real  Archivo  etc. 

A  minha  repugnância  de  apparecer  e  levar  á  presença  de 
V.  Ex.*  objectos  que  se  poderiam  reputar  escrupulosos  e  de 
etiqueta  me  fazia  tolerar  aquelle  procedimento,  porém  agora  que 
o  sobredito  Visconde  pede  algumas  copias  e  ou  pretende  lesar  o 
Escrivão  nos  seus  emolumentos,  o  que  Sua  Magestade  não  tem 
concedido  á  Real  Casa  de  Bragança,  do  Infantado,  das  Senhoras 
Rainhas  e  a  grandes  Senhores  do  Reino,  ou  quer  que  as  mesmas 
copias  sejam  feitas  pelos  Empregados  do  mesmo  Real  Archivo, 
o  que  só  se  tem  verificado  nos  negócios  da  Coroa  e  da  Pessoa 
de  Sua  Magestade,  represento  a  V.  Ex.*  qud  para  assim  se  fazer 
é  necessária  nova  Ordem  e  n^este  caso  já  requeiro  novas  Provi- 
dencias para  augmento  de  Empregados  e  de  Pessoas  capazes; 
porquanto  o  numero  dos  actuaes  Escripturarios  é  tão  pequeno, 


is  ÁltCtUVOS  HàcionakH  l6d 


4somo  nimcft  esteve,  attendendo-se  aa  urgências  presentes  do 
Estado  e  assim  mesmo  se  acham  destinados  em  seis  diversos 
trabalhos  de  summa  necessidade,  havendo  outros  muitos  a  entra- 
rem de  novo,  quando  aquelles  depois  de  dezenas  de  annos,  se 
findarem,  advertindo  que  dos  actuaes  escripturarios,  quando 
muito  só  quatro  sSo  oe  residência  effectiva  e  trez  ou  quatro 
capazes  para  qualquer  trabalho.  V.  Ex.*  bem  sabe  qufto  graves 
prejuízos  resultarão  se  se  interromperem  os  trabalhos  que  actual- 
mente se  fazem  no  Real  Archivo  e  de  certo  nunca  será  da  mente 
de  Sua  Magestade,  quando  seja  informado  doestas  verdades,  des- 
truir a  bôa  ordem  com  que  V.  Ex.*  tanto  se  enipenha  a  fazer 
milagres  em  se  concluir  o  muito  que  se  faz  e  é  de  extrema  ne- 
cessidade &zer-8e  no  Real  Ârchivo,  com  os  poucos  meios  que  se 
facilitam  pelas  sobreditas  urgências  do  Estado.  Em  melhores 
circunstancias  quando  V.  Ex.*  exercitava  o  Logar  de  Procurador 
da  Real  Coroa,  para  os  seus  mais  importantes  trabalhos,  oon- 
corria  em  pessoa  a  fazer  as  copias,  no  Real  Ârchivo,  para.  as 
suas  collecç5es,  em  que  se  occupava  com  tanta  assiduidade  como 
qualquer  Escripturario  e  nunca  exigio  a  dístracçSo  dos  trabalhos 
do  Real  Ârchivo.  O  mesmo  tem  succedido  aos  Sócios  da  Real 
Academia,  da  qual  é  Sua  Magestade  o  Protector  etc,  etc.  Sobre 
os  trabalhos  em  Documentos  Diplomáticos,  bem  approvados  se 
achavam  por  Sua  Magestade  os  feitos  por  Diogo  Vieira  de  Tòvar  e 
Albuquerque  (1),  que  obtendo  todos  os  favores  de  Sua  Magestade 
nunca  chegaram  aos  que  pretende  o  mesmo  Visconde,  porém 
dado  o  caso  que  Sua  Magestade  queira  em  tudo  satisfazer  a  von- 
tade doeste,  continuarei  religiosamente  a  obedecer  as  novas  ordens 
do  mesmo  Soberano  Senhor  e  as  de  V.  Ex.^  como  sempre  tenho 
praticado  e  V.  £x.*  mesmo  é  a  primeira  testemunha,  advertindo 
que  se  o  Visconde,  que  já  tem  tirado  antes  d'aquelles  Avisos, 
algumas  certidões,  por  Provisão  do  Desembargo  e  pago  os  res- 
pectivos emolumentos  de  Tratados,  alguns  dos  quaes  se  acham 
já  impressos  em  differentes  collecçSes,  quer  inculcar  serem  estes 
seus  trabalhos  importantes  ao  Estado,  nenhuma  necessidade  se 


(1)  Innocencio,  vol.  2.<*,  pag.  178  fiilla  no  segainte  livro  doeste  aactor: 
Memoria  sobre  o  plano  da  colUcção  do»  Traladoê  poliiieo»  de  Portugal  deêáe 
o  principio  da  monarchia,  dividida  em  treê  partcê:  í,^  QtAol  a  matéria  mit 
deve  servir  de  assumpto  á  colleeçào  dos  tractados  e  o  mdhodo  de  a  arrastar 
e  addidonar:  2.»  Utilidades  que  desta  eoUecção  se  seauem:  8.^  (iuaes  os  tra- 
balhos que  se  devem  empregar  para  se  obter  o  complemento  da  referida  eol- 
leoção. 

?.•  AMNO,  N.«  8  6 


1*?0  BOLETllt  DAS  BlBLlOrHECÁg 


deve  reconhecer,  porquanto  Saa  Magestade  tem  a  fortana  de 
hoje  em  dia  ter  abalieados  Ministros  Diplomáticos,  bem  reconhe- 
cidos no  mundo  inteiro,  os  quaes  sem  falha,  de  certo  possuem 
todo  o  cabedal  para  lhe  darem  as  mais  exactas  informaçSes  de 
que  o  Estado  precise  informar-se,  entrando  n'este  numero  o 
mesmo  Diogo  Vieira  de  Tovar  e  pelo  que  pertence  ao  Real  Ar- 
chivo,  não  dimitto  a  gloria  que  posso  ter  em  dizer  que  nada  do 
que  existe  n'elle  está  longe  do  meu  conhecimento  e  sobre  o  objecto 
tenho  a  maior  Collecção  de  Memorias,  adquiridas  debaixo  do 
mesmo  Plano  de  Tovar  sem  que  nos  tivéssemos  entendido  no 
principio  dos  nossos  trabalhos.  Permitta  me  mais  V.  Ex.*  a  se- 
guinte ponderação.  No  Real  Archivo,  na  classe  de  Documentos 
Diplomáticos,  existem  algumas  Instrucçôes  secretas  dos  Snrs.  Reis 
Passados  para  os  seus  Ministros  nas  Cortes  Extrangeiras  e  ou- 
tros Documentos  igualmente  mysteriosos  e  dever-se-hllo  dar 
Copias  d*elles  sem  ordem  positiva  e  talvez  para  serem  impressos, 
como  me  consta,  em  um  Jornal,  em  Paiz  Extrangeiro,  isento 
das  Censuras  por  Sua  Magestade  constituidas  no  Reino  para  as 
ImpressSes?  Sem  Sua  Magestade  approvar  os  resultados  de 
qualquer  trabalho  em  matérias  politicas  poderão  ser  impressos 
como  quer  adiantar  o  sobredito  Visconde?  Pela  Real  Academia  de 
certo  não,  pois  não  tem  cabimento  em  nenhuma  das  suas  três 
classes:  não  sei  que  Sua  Magestade  tenha  nomeado  Censores 
privativos  para  uma  tal  obra,  logo  é  mais  necessário  toda  a  fís- 
calisação  nas  copias  que  se  houverem  de  dar  do  Real  Archivo 
por  evitar  que  em  alguma  impressão  se  imprima  o  que  não  for 
primeiro  approvado  por  Sua  Magestade.  Deus  Guarde  a  V.  Ex.* 
Lisboa,  5  de  Julho  de  1820.  — Francisco  Nunes  Franklin, 


IV 


Senhor 
Sendo  V.  Magestade  servido  ordenar  por  Avizo  expedido 
pela  Secretaria  d^Estado  dos  Negócios  do  Reyno  em  data  de  30 
de  Julho  próximo  passado,  que  o  6uarda-Mór  do  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo  informasse  se  no  Edifício  do  mesmo  Archivo 
se  poderião  recolher  os  caixotes  que  contem  os  papeis  perten- 
centes ás  extinctas  Inquisições  que  actualmente  occupão  o  Ar- 
mazém que  d^antes  servia  para  o  expediente  da  censura;  orde- 
nando outrosim  que  o  mesmo  Quarda-Mór  interpozesse  o  seu 


£  ARCHIVOS  KÁCIOl$rÁ£S  iH 


parecer.  Nesta  conformidade  levo  á  Real  Prezença  de  V.  Mages- 
tade  as  seguintes  ponderaçSes. 

O  Edificio  em  que  actualmente  se  acha  o  Seal  Archivo,  hé 
inquestionavelmente  o  mais  próprio  e  resguardado  pela  sua  óptima 
oonstrucçSo  d'abobadas  em  todos  os  pavimentos,  mas  nSo  tem 
comtudo  a  vastidão  necessária  para  hum  Estabelecimento  de  tSo 
grave  importância  e  para  onde  se  recolhem  successlvamente  os 
Diplomas  de  maior  interesse  da  Monarchia,  e  da  posteridade, 
nesta  conformidade  já  em  outro  tempo  havia  occorrido  ao  Con- 
selheiro Fi'ancÍ8co  José  d'Horta  Machado,  servindo  de  Guarda^ 
Mór  interino,  a  idea  de  Reprezentar  a  V.  Magestade  que  o  mesmo 
Archivo  se  alargasse  em  acomodaçSes,  havendo-as  dó  Mosteiro 
de  S.  Bento  da  Saúde,  abrindo-se  uma  porta  no  Archivo  que 
comunicasse  com  algumas  casas  d^aqueiie  mosteiro.  No  actual 
edificio  apenas  existe  desoccupada  huma  pequena  caza  em  que 
segundo  o  calculo  aproximado  que  fiz  poderão  caber  os  maços 
de  vinte  caixotes,  sendo  impossível  recolherem-se  cento  e  vinte 
e  dous,  que  tantos  são  os  que  existem  no  Armazém  da  Censura. 

Sou  pois  de  parecer  que,  sendo  os  Papeis  de  que  faz  menção 
a  Real  Ordem  de  V.  Mage&tade  de  muita  importância,  devem 
ser  recolhidos  no  Real  Archivo  como  V.  Magestade  julgou  na 
sua  alta  sabedoria  ser  o  local  mais  próprio  para  este  preciozQ 
deposito  e  principalmente  os  pertencentes  ao  Conselho  Geral,  que 
existem  na  sala  dos  Manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  de 
Lisboa,  e  que  V.  Magestade  seja  servido  determinar  que  o  Real 
Archivo  se  extenda  em  acomodações,  havendo-as  do  mencionado 
Mosteiro  de  S.  Bento:  Mandando  outrosim  que  os  papeis  perten- 
centes á  Extincta  Inquisição  de  Lisboa,  e  Conselho  Geral  que  se 
achão  na  mencionada  sala  se  principiem  a  recolher  no  Real  Ar- 
chivo e  que  os  cento  e  vinte  e  dous  caixotes  que  existem  no 
Armazém  da  Censura,  que  são  pertencentes  ás  Inquisições  de 
Coimbra  e  Évora  passem  interinamente  para  a  dita  sala  da  Bi- 
bliotheca Publica  em  quanto  se  não  preparão  as  novas  e  indis- 
pensáveis acomodações  do  Real  Archivo.  V.  Magestade  porem 
mandará  o  que  for  servido.  Archivo  Real  da  Torre  do  Tombo  4 
d' Agosto  de  1824.  —  O  Visconde  de  Santarém, 


.   9 


Itã  ^LÉtiM  ÚAÚ  BiBUOTaSCÁd 


Senhor 

Manda  V .  Magestade*  pela  sua  R.  Ordem  expedida  em  âyizo 

da  Secretaria  d'£8tado  dos  Negócios  do  Reyno  em  7  do  corrente 

que  ea  dê  o  meu  parecer  sobre  a  reprezentação  que  havia  levado 

á  prezença  de  Y.  Magestade  o  Bibliothecario-Mór  em  que  pro- 

Eunha  como  mais  utii  para  o  Publico  que  ficassem  na  Real  Bi- 
liotheca  Publica  os  impressos  que  fazem  parte  do  espolio  da 
Inquisição  e  Santo.  Officío  de  Lisboa,  remettendo-se  para  este 
Archivo  Real  somente  os  manuscriptos  e  outros  objectos  que 
compõem  o  mesmo  espolio,  o  que  era  na  conformidade  de  outra 
Representação  que  o  mesmo  Bibiiothecario-Mór  havia  já  levado 
á  Prezença  de  V.  Magestade  para  serem  recolhidos  a  este  Real 
Archivo  os  referidos  Papeis  da  Inquizição  de  Lisboa  e  Conselho 
Geral. 

Sou  pois  de  parecer  que  V.  Magestade  seja  servido  Mandar 
que  os  Regimentos  impressos  dados  ás  InquiziçSes  pelos  Inqui- 
zidores  Geraes  D.  Pedro  de  Castilho,  D.  Francisco  de  Castro, 
e  Cardeal  da  Cunha,  e  quaesquer  outros  livros  dados  á  estampa 
que  se  achem  no  Espolio  da  Inquisição  de  Lisboa  fiquem  per- 
tencendo em  património  á  Real  Bibliotheca  Publica,  como  propSe 
o  Bibliothecario-Mór,  mandando  V.  Magestade  outro  sim  que  dos 
mencionados  Regimentos  havendo  duplicados  se  recolhão  a  este 
Archivo  hum  exemplar  de  cada  hum,  e  que  devendo  effectuar-se 
a  separação  dos  impressos  que  ficão  na  Bibliotheca,  dos  Manus- 
criptos que,  segundo  as  ordens  de  V.  Magestade  se  recolhem  a 
este  Real  Archivo  esta  separação  se  faça  d*acordo  com  dois  dos 
officiaes  diplomáticos  que  o  Guarda-Mór  nomeie  para  irem  receber 
por  inventario  os  ditos  manuscriptos.  V.  Magestade  porem  man- 
dará o  que  fôr  servido.  Deus  Guarde  a  V.  Magestade  muitos 
annos.  Archivo  Real  da  Torre  do  Tombo  em  13  de  setembro  de 
1824.  —  O  Visconde  de  Santarém. 


VI 


111."*  e  Ex."*  Snr.  —  Devendo  recolher-se  ao  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo  em  cumprimento  das  Reaes  Ordens  de  30 
de  Julho  d'este  anno,  e  de  outras  posteriores  os  Papeis  do  Es- 


B  AROHIVOS  KáCIOKáBS  17S 


polio  do  Extíncto  Conselho  Geral  e  InqnisiçSo  de  Lisboa  que 
existem  depositados  na  Real  Bibliotheca  Publioa  de  Lisboa,  será 
necessário  (se  V.  Ex.^  assim  o  julgar  justo)  que  V.  Ex/  se  sirva 
fazer  expedir  as  ulteriores  ordens  ao  Conselheiro  Bibliothecario* 
Mór,  para  o  referido  effeito  prescrevendo-se-lhe  que  faça  previa- 
mente a  entrega  do  Inventario  Alphabetico  dos  referidos  Papeis, 
formado  pela  Commissão  que  os  principiou  a  classificar,  aquelle 
offioial  do  Real  Ârchivo  que  o  Ouarda-Mór  nomear,  devendo 
entregar  do  mesmo  modo  sem  dependência  de  outra  ordem  os 
Papeis  que  formam  o  mencionado  Espolio,  logo  que  o  dito  Guar- 
da-Mór  lhe  officiar  sobre  este  objecto.  Convém  outrosim  que  V. 
Ex.^  se  sirva  também  mandar  expedir  ordem  ao  Intendente  das 
Obras  Publicas  para  se  fazerem  com  a  brevidade  possivel  as 
Estantes  para  os  mencionados  Papeis  no  local  do  Real  Ârchivo 
que  o  Ouarda-Mór  designar.  Deus  Guarde  a  V.  Ex.*  muitos 
ânuos.  Ârchivo  Real  da  Torre  do  Tombo  26  de  Novembro  de 
1824.— Ill."<>  e  Ex."^  Snr.  Marquez  de  Palmella.— O  Visconde 
de  Santarém. 


VII 


111."^  e  Ex.™<»  Snr.  —  Permitta-me  V.  Ex.»  que  eu  lhe  pon- 
dere que  me  pareceu  ser  mui  conveniente  ao  Real  serviço  que 
V.  Ex.*  por  meio  doeste  meu  oíBcio  tivesse  um  conhecimento 
positivo  dos  trabalhos  que  se  hXo  feito  no  Real  Ârchivo  da  Torre 
do  Tombo  nestes  últimos  três  meses  que  tenho  tido  a  honra  de 
reger  este  estabelecimento.  Para  esse  effeito  ordenei  ao  official 
Maior  por  uma  Portaria  em  data  de  19  do  corrente  que  me 
desse  uma  Resenha  circunstanciada  dos  mesmos  trabalhos,  pro- 
vandose  pela  mesma  a  urgente  necessidade  de  prover  de  prompto 
ao  mais  interessante  trabalho,  como  é  o  da  reforma  de  innumeros 
documentos  que  o  decurso  dos  séculos  tem  deteriorado,  ficando 
também  por  esta  forma  previamente  justificado  (ainda  quando 
nfto  fosse  a  disposiçSo  da  real  ordem  de  3  de  Agosto  de  1813) 
que  tenho  para  levar  a  maior  numero  o  dos  Empregados  d'esta 
ÉepartiçSo  no  Regulamento  permanente  que  Sua  Magestade  foi 
servido  mandar-me  minutar  por  Aviso  de  23  de  Agosto  do  pre- 
sente anno,  e  que  em  breve  porei  por  intermissXo  de  V.  Êx.* 
na  presença  do  mesmo  Augusto  Senhor.  Tem-se  pois  satisfeito 
sem  perda  de  tempo  a  todos  os  trabalhos  mandados  fazer  por 
immediata  ordem  de  Sua  Magestade  e  entre  estes  foram,  as  co- 


Í74  BOLETIM  DAS  BIBL10THEGÁS 


pias  dos  Tratados  e  dos  Privilégios  que  se  remetteram  á  Secre-' 
taria  d^Estado  dos  Negócios  Estrangeiros  e  os  que  se  têm  feito 
em  virtude  do  Real  Decreto  de  13  de  Julho  do  corrente  anno. 
Alem  d'isto  a  Real  Academia  das  Sciencias  tem  achado  sempre 
prompta  satisfação  em  tudo  que  tem  dependido  do  Real  Archívo, 
bem  como  as  diversas  commissSes  cujos  trabalhos  se  acham  ligados 
com  esta  Repartição  por  immediatas  ordens  de  Sua  Magestade. 
Nos  trabalhos  de  Expediente,  não  só  se  tem  procedido  com 
promptidão  no  que  é  de  natureza  a  fazer-se  periodicamente,  taes 
como  o  das  Folhas,  como  também  a  outros,  achando-se  todos  os 
Registos  em  dia,  e  até  os  officiaes  do  Archivo  têm  algumas  vezes 
prestado  auxilios  ao  Expediente  das  Partes  segundo  as  ultimas 
ordens  de  Sua  Magestade.  Ultimaram-se  de  alpha5etar  n'este 
periodo  as  Memorias  Extractadas  dos  Livros  das  legitimações 
dos  Reinados  dos  Senhores  Reis  D.  Sebastião  e  D.  Henrique, 
para  se  passarem  a  limpo  quando  se  proporcionarem  os  meios  e 
já  se  estão  alphabetando  os  que  se  extractaram  de  iguaes  Livros 
de  El-Rei  D.  Felippe  1.®  e  já  se  vão  fazendo  extractos  dos  outros 
de  El-Rei  D.  Felippe  2.®  Alem  d'e8tes  effectivamente  se  estão 
fazendo  os  Extractos  de  toda  a  Chancellaria  do  Senhor  Rei 
D.  João  5.^  para  se  formar  um  índice  Geral  com  o  qual  se 
obtenha  n'um  instante  qualquer  noticia  desejada  com  todas  as 
essenciaes  circunstancias  em  logar  dos  parciaes  que  existem  des- 
tituidos  d'illustração  e  de  systema. 

Tem-se  também  continuado  a  tirar  a  limpo  o  índice  Geral 
das  Chancellarias  antigas  da  Ordem  de  Christo,  e  a  parcial  de 
toda  a  chancellaria  da  mesma  Ordem  pertencente  ao  Reinado  da 
Senhora  D.  Maria  1.^  Para  cada  um  doestes  trabalhos  seriam 
poucos  todos  os  officiaes  empregados  hoje  no  Real  Archivo  e  por 
este  motivo,  apesar  da  sua  actividade  e  de  todo  o  zelo  que  se 
empregue  em  promover  o  progresso  dos  mesmos  trabalhos,  o 
resultado  com  um  numero  tão  diminuto  será  sempre  tardio  e 
obra  de  muitos  annos,  sendo  não  só  da  maior  urgência,  como 
deixei  ponderado  a  prompta  reforma  de  muitos  documentos,  mas 
também  a  da  formação  de  índices  de  muitos  outros  do  mesmo 
Archivo  Real  dos  quaes  ainda  não  existem  nem  os  Extractos.  Não 
devo  deixar  também  de  dar  parte  a  V.  Ex.*  do  adiantamento 
dos  trabalhos  a  que  tenho  procedido  no  mesmo  periodo  para  o 
Corpo  de  Direito  Publico  Diplomático  Externo  doesta  Monarchia 
que  ficou  sendo  Offieial  pelos  Reaes  Decretos  de  13  e  27  de 
Julho  do  presente  anno.  Fiz  formar  pelos  meus  índices,  as  Si- 
nopses de  800  documentos  pertencentes  a  este  trabalho  e  que 


£  ABCHIVOS  NACIONAES  17& 


existem  no  Corpo  das  Gavetas.  Ordenei  223  outros  de  Bailas 
para  a  Secção  das  nossas  relações  com  a  Cúria  de  Roma.  Extra- 
ctei  tudo  o  que  havia  n^este  ramo  no  livro  de  Extras ;  e  no  de 
Demarcações  e  Pazes  para  as  suas  respectivas  Secções  e  procedi 
ao  1.*^  Exame  dos  1.°'  20  livros  que  vieram  da  Secretaria  do 
Governo  da  índia  e  que  entraram  para  o  Real  Archivo  por  Avizo 
de  2  de  Março  de  1778  no  qual  se  .ordenou  que  se  examinasse 
o  seu  contheudo  e  se  desse  parte  a  Sua  Magestade,  o  que  me 
não  consta  se  fizesse.  Espero  que  o  referido  n'este  officio  seja 
d'approyaçfto  de  V.  Ex.*  e  se  o  fôr,  rogo  a  benevolência  de  V. 
Ex.*^  se  digne  leval-o  á  Augusta  Presença  de  Sua  Magestade. 
Deus  Guarde  a  V.  Ex.^  muitos  annos.  Archivo  Real  da  Torre 
do  Tombo  23  de  Novembro  de  1824.-111."*^  e  Ex.»«  Snr. 
Marquez  de  Palmella  —  O  Visconde  de  Santarém. 


VIII 

Senhor 
Pela  Real  Ordem  expedida  pela  Secretaria  de  Estado 
dos  Negócios  do  Reino  em  data  de  10  do  corrente,  foi  Vossa 
Magestade  Servido  Mandar-me  remetter  a  resposta  do  Chanceller 
Mór  do  Reino  acerca  da  remessa  para  o  Real  Archivo  da  Torre 
do  Tombo  dos  Livros  do  Registro  das  Leis  acompanhada  da 
informação  do  escrivão  da  Chancellaria  Mór  em  que  a  mesma  se 
fundamentou,  para  dar  o  meu  parecer  á  vista  das  razões  expen- 
didas pelo  mesmo  Chanceller  Mór.  Dois  são  os  fundamentos  da 
resposta  do  Chanceller  Mór  sobre  a  informação  do  escrivão;  1.^ 
de  ser  costume  longamente  usado  de  se  não  mandarem  d'aquella 
Repartição  os  Livros  do  Registo  das  Leis,  porque  todas  as  Leis 
originaes  que  passam  pela  Chancellaria  se  recolhem  no  Real 
Archivo  —  2.®  de  que  não  é  conveniente  ao  Real  Serviço  que 
existam  no  mesmo  togar  os  originaes  das  Leis  com  seus  Registos 
pela  possibilidade  de  um  desastre  que  possa  aniquilar  uns  e  ou- 
tros. Estas  ponderações  são  importantes,  porém  estão  em  con- 
tradicção  com  a  Lei  e  estylo,  e  por  isso  servirá  de  base  para 
produzir  o  meu  parecer  o  Alvará  de  12  de  Julho  de  1707  que 
tenho  a  honra  de  levar  á  Presença  de  Vossa  Magestade  por  copia, 
em  que  é  expressa  a  doutrina  de  que  —  todos  os  Livros  do  Re- 
gisto da  Chancellaria  Mór  findos  os  reinados  se  devem  recolher 
ao  Real  Archivo,  e  tanto  é  clara  esta  doutrina,  que  tendo  pro- 
vavelmente na  mesma  época,  a  Chancellaria  Mór  feito  outra 


176  BOLETDf  DAS  BIBLIOlUfiCAS 


semilhante  tentativa,  oomo  se  colhe  do  Assento  de  26  d' Agosto 
de  1709  que  também  tenho  a  honra  de  levar  á  presença  de  Vossa 
Magestade  se  recolheram  os  Livros  do  Registo  das  Leis  nSio  só 
do  reinado  findo  do  Senhor  Rei  D.  Pedro  II  mas  outros  qae 
remontarfto  até  ao  reinado  do  Senhor  Rei  D.  Sebastião.  Estabe- 
lecida assim  legalmente  a  doutrina  de  que  findos  os  reinadon  se 
devem  recolher  todos  os  Registos  da  Chancellaria  Mór,  devo 
accrescentar  que  tem  havido  muitas  interrupções  na  remessa  das 
Leis  originaes  para  o  Real  Ârchivo,  de  modo  que  se  n3o  pode 
dizer  restrictamente  falUndo  que  no  Real  Archivo  existem  as  Leis 
originaes  e  os  seus  Registos.  Sou  pois  de  parecer  que  Vossa  Ma- 
gestade Se  Digne  Dar  a  Sua  Real  Consideração  á  generalidade 
do  dito  Alvará  de  12  de  Julho  de  1707  e  ao  aresto  de  26  d'Agosto 
de  1709.  Vossa  Magestade  porém  Mandará  o  que  For  Servido. 
Deus  Guarde  a  Vossa  Magestade  muitos  annos.  Archivo  Real  da 
Torre  do  Tombo  em  14  de  Janeiro  de  1825.  —  O  Vkconde  de 
Santarém. 


IX 


III.™®  e  Ex."**  Snr.  Por  aviso  de  11  de  Outubro  próximo  pas- 
sado Ordena  Sua  Magestade  Imperial  e  Real  que  eu  informe, 
interpondo  o  meu  parecer,  a  representação  inclusa  do  Guarda 
Mór  da  Torre  do  Tombo.  O  objecto  doesta  RepresentaçAo  con- 
siste era  requerer  o  Guarda  Mór  que  da  Chancellaria  Mór  da 
COrte  e  Reino  se  remettam  para  o  Real  Archivo  os  livros  do 
Registro  das  Leis  que  n'ella  houver;  fundando  a  sua  pertençílo 
no  Alvará  de  12  de  Julho  de  1807,  de  que  ajunta  a  copia. 
Oppõem-se  porém  á  dita  pertenção  o  Chanceller  Mór  do  Reino, 
representando  que  é  costume  longamente  usado  não  se  mandarem 
da  Chancellaria  Mór  da  Corte  e  Reino  para  o  Real  Archivo  da 
Torre  do  Tombo  os  livros  do  Registro  das  Leis,  pois  que  não  há 
uma  só  Lei  publicada  na  mesma  Chancellaria,  cujo  original  não 
esteja  mandado  guardar  no  dito  Archivo:  e  não  seria  conveniente 
que  os  originaes  das  Leis  estivessem  juntamente  com  os  seus 
Registros  depositados  em  um  mesmo  logar,  com  manifesto  risco 
de  perecerem  uns  e  outros  no  caso  de  um  incêndio,  ou  de  outro 

Jualquer  desastre.  Estas  razSes  seriam  certamente  muito  atten- 
iveis  se  se  tratasse  de  alterar  a  Lei  existente.  Elias  porém  perdem 
a  sua  força  á  vista  do  citado  Alvará  de  12  de  Julho  de  1807 ; 
parecendo-me  portanto  que  a  pertenção  do  Guarda  Mór  da  Torre 


B  ÁÈCHIVOS  NAOIONÁES  177 


etãm^^i^niÊi' 


do  Tombo  é  justa  e  merece  ser  favoravelmente  deferida :  sendo 
outrosim  de  desejar  que  Sua  Magestade  Imperial  e  Real  tomando 
em  consideração  os  gravíssimos  -inconvenientes  que  o  Chanceller 
Mór  do  Reino  pondera  na  sua  resposta,  se  digne  dar  as  provi- 
dencias próprias  para  os  remover.  É  este  o  meu  parecer  sobre 
o  qnal  Sua  Magestade  Imperial  e  Real  Resolverá  o  que  for  do 
seu  Real  Agrado.  Deus  Guarde  a  V.  Ex.*  Collegio  Real  dos 
Nobres  em  5  de  Janeiro  de  1826. 111.°»^  e  Ex.™«  Snr.  José  Joaquim 
de  Almeida  e  Araújo  Corrêa  de  Lacerda  —  Ricardo  Raymundo 
Nogueira. 


Hl."®  e  Ex.™®  Snr.  Havendo-se  recolhido  a  este  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo,  na  conformidade  do  estylo,  e  em  conse- 
quência da  minha  reclamaçfto  em  officio  de  25  de  Setembro  de 
1824,  da  Secretaria  de  Estado  dos  Negócios  Extrangeiros  55 
Tratados,  e  outros  Actos  celebrados  entre  Portugal  e  as  Potencias 
extranhas,  e  tendo  ultimamente  sido  remettidas  mais  oito  ratifi- 
caçSes  originaes,  cujos  sellos  occupam  grande  espaço,  e  nSo 
cabendo,  nSo  só  por  este  motivo,  mas  também  pela  grandeza  de 
volume  de  quasi  todos,  no  armário  para  isso  destinado,  além  de 
se  lhes  nfto  poder  dar  uma  conveniente  classificação,  se  torna 
impossível  a  sua  conservaçiCo,  uma  vess  que  se  lhes  nfto  construa 
um  outro  armário  para  os  sobreditos  fins,  por  isso  que  também 
é  já  mui  numerosa  esta  classe  de  documentos.  Por  estes  respeitos 
rogo  a  V.  Ex.^  que  se  digne  fazer  expedir  as  ordens  necessárias 
para  o  referido  effeito,  afim  de  se  conservarem  estes  mais  impor- 
tantes, e  respeitáveis  monumentos  das  Naç3es.  Deus  Guarde  a 
y.  Ex.'  muitos  annos.  Archivo  Real  da  Torre  do  Tombo  16  de 
Junho  de  1826.  111."'*  e  Ex."*  Snr.  José  Joaquim  de  Almeida  e 
Araújo  Corrêa  de  Lacerda.  —  O  Viitconde  de  Santarém, 


XI 


111.""  e  Ex."**  Snr.  Havendo-se  recolhido  ao  Real  Archivo  da 
Torre  do  Tombo  em  virtude  do  Decreto  do  1 ."  de  Setembro  de 
1694  e  das  Provisões  de  28  de  Julho  de  1791  e  de  12  de  Março 
de  1792,  alem  de  outras  determinações,  390  livros  ásiA  ChanceU 


178  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAB 


larias  antigas  das  Três  Ordens  Militares,  e  84  da  Chancellaria 
das  mesmas  Ordens,  pertencente^  ao  Reinado  da  Augnstissima 
Rainha  a  Senhora  D.  Maria  1/  e  não  devendo  interromper-se  a 
serie  doeste  importantissimo  Corpo  de  Documentos,  o  que  seria 
de  mui  grave  prejuizo  publico,  cumpre,  que  V.  Ex/  se  digne 
expedir  as  convenientes  ordens,  á  Mesa  da  Consciência  para  se 
recolherem  na  forma  do  estylo  a  este  Real  Archivo  os  livros 
findos  das  Chancellarias  das  3  Ordens,  pertencentes  ao  reinado 
do  Augustissimo  Senhor  Imperador  e  Rei  D.  João  6.^  que  Deus 
chamou  á  sua  Santa  Gloria.  Deus  Guarde  a  V.  Ex/  muitos 
annos.  Archivo  Real  da  Torre  do  Tombo,  27  de  Outubro  de 
1826—111."*  e  Ex."*»  Snr.  Francisco  Manuel  Trigoso  de  Aragão 
Morato.  —  O  Visconde  de  Santarém. 


XII 


111.°*®  e  Ex.'^^  Snr.  Sendo  o  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo 
um  dos  mais  antigos  estabelecimentos  da  Monarchia,  e  um  Depo* 
sito  Documental  de  innumeraveis  subsidies  legaes  para  os  diversos 
ramos  da  sciencia  do  Homem  e  do  Governo,  seria  por  estes  e 
outros  respeitos  por  certo  mui  conveniente  facilitar  ao  conheci- 
mento da  posteridade  todas  as  noções  e  arestos  para  a  sua  His- 
toria Methodica,  tirando  aos  vindoiros  a  incerteza,  em  que  nos 
deixaram  as  gerações  passadas  das  Leis^  arestos  e  resoluções 
tomadas  nos  1.*"  Reinados  a  respeito  dos  differentes  Estabeleci- 
mentos do  Estado.  Para  se  conseguir  d'algum  modo  este  impor- 
tante fim,  é  do  meu  dever  indicar  aqui  singelamente  a  V.  Ex.* 
a  primeira  medida  que  previamente  importaria  adoptar  se.  Possue 
o  Real  Archivo,  alem  da  legislação  que  lhe  é  peculiar  e  que 
existe  dispensa  nas  chancellarias  dos  differentes  Reinados  e  em 
outros  códices  e  Papeis,  51  livros  chamados  do  Registo  de  De- 
cretos, Cartas  Patentes,  Avisos,  Ordens  e  outros  arestos  concer- 
nentes á  sua  direcção  administrativa  e  económica,  os  quaes  come- 
çaram no  Reinado  dos  Filippes;  e  alem  destes  13  Maços,  em 
que  se  contêm  do  mesmo  modo,  Alvarás,  Decretos,  Portarias, 
Instrucções  dos  Guardas-Móres  e  outros  arestos,  comprehendendo 
o  total  de  1307  documentos.  Seria  pois  mui  conveniente,  que  se 
efstabelecesse  em  regra,  que  todas  as  resoluções  tomadas  pelo 
Governo  em  consequência  das  reclamações  dos  Guarda-Móres 
fossem  logo  communicadas  officialmente  a  esta  Repartição  afim 


£  ÁBCmVOS  NAaONAES  179 


de  86  evitarem  n&o  só  a  faHa  de  arestos  históricos  para  o  futuro» 
mas  também  para  prevenir  outros  inconvenientes,  que  sSo  óbvios. 
Sobre  todo  o  expendido  V.  Ex.»  se  dignará  pois  promover,  que 
Sua  Alteza  Haja  de  Resolver  o  que  lhe  parecer  mais  acertado. 
Deus  Guarde  a  V.  Ex."  muitos  annos.  Archivo  Real  da  Torre 
do  Tombo,  13  de  Novembro  de  1826.-111."*°  e  Ex."*  Snr.  Fran- 
cisco Manuel  Trigoso  de  Aragflo  Mo  rato.  —  O  Visconde  de  San- 
tarém, 


XIII 


Ill."«  e  Ex."^  Snr.  No  reinado  do  Senhor  Rei  D.  Affonso  V 
nas  Cortes  de  Lisboa  do  anno  de  1459  fizeram  os  povos  a  incon- 
siderada supplica  de  que  faziam  grandes  despezas,  buscando 
algumas  cousas  na  Torre  do  Tombo  pela  razão  —  da  grande 
prolixidade  dos  escripturas  que  se  continham  nos  Livros  dos 
Registos  dos  reis  passados  que  jaziam  na  mesma  Torre — mandou 
o  mesmo  soberano  —  que  dos  ditos  livros  se  tirassem  aquellas 
que  substanciaes  fossem  para  perpetua  memoria,  e  que  as  outras 
ficassem,  que  não  havia  razão  de  aproveitar.  Esta  fatalidade  deu 
occasiào  ao  irreparável  destroço  que  no  mesmo  Real  Archivo  fez 
o  Guarda  Mór  Gomes  Eannes  d^Azurara,  d'onde  resultou  per- 
derem-se  os  livros  originaes  com  incalculável  perda  dos  interesses 
do  Estado,  da  Posteridade  e  da  Uistoria  dos  primeiros  tempos 
da  Monarchia,  sendo  para  lamentar  que  em  um  reinado  mui 
brilhante  nos  nossos  fastos  se  executasse  um  plano  digno  do  bar- 
barismo da  Meia  Edade.  Felizmente  tinha  lembrado  n'esse  mesmo 
reinado  aos  vereadores  da  camará  do  Porto  alcançar  do  Senhor 
Rei  D.  Affonso  V,  em  data  de  23  de  Março  de  1447  uma  cer- 
tidão de  todos  os  documentos  do  mesmo  Real  Archivo  que  d^alguma 
forma  interessavam  o  Conselho  do  Porto,  a  qual  se  expediu  em 
25  de  Dezembro  de  1453,  sendo  Guarda  Mór  o  celebre  FernSo 
Lopes,  anterior  portanto  á  proscripçào  de  Gomes  Eannes  de 
Azurara,  salvando- se  alguns  documentos  que  hoje  faltam  n'este 
Archivo,  e  que  na  mesma  se  acham  tresladados  em  192  folhas 
de  pergaminho,  e  o  códice  em  que  existe,  é  conhecido  na  camará 
do  Porto  pela  denominação  de  —  Livro  Grande — .  Seria  pois 
mui  útil  mandar-se  recolher  o  mesmo  códice  ao  Real  Archivo,  e 
dar-se  á  camará  do  Porto  uma  copia  authentica,  do  mesmo  modo 
que  por  aviso  de  11  de  Março  de  1776  se  mandaram  recolher 
ao  Real  Archivo  numerosos  importantissimos  documentos  origi- 


L 


180  BOLETIM  DAS  BIBUOTBEGA8 


naes  da  camará  de  Santarém,  e  ae  recolheram  os  livros  1.*  e  3.® 
das  Ordenações  oríginaes  do  Senhor  D.  Âffonso  V  que  eram  do 
convento  de  Santo  António  da  Merceana  a  diligencias  do  Ouarda 
Mór  Jollo  Pereira  Ramos  d'Âzeredo  Coutinho,  bem  como  se 
mandaram  recolher  por  Provisão  do  Desembargo  do  Paço  de  20 
de  Março  de  1795  os  Títulos  originaes  do  Real  Mosteiro  das 
Commendadeiras  de  Santos,  ficando  no  Cartório  do  dito  Mosteiro 
copias  anthenticas,  e  do  mesmo  modo  que  se  recolheu  também  o 
Livro  do  Tombo  original  dos  Bens  da  Real  Coroa  da  comarca 
de  Santarém  por  uma  portaria  do  Conselho  da  Real  Fazenda,  de 
20  de  Julho  de  1820.  Digne-se  V.  Ex.*  sobre  este  assumpto  dar. 
as  providencias  que  julgar  de  maior  utilidade  para  o  Real  serviço. 
Deus  Guarde  a  V.  Ex.*  muitos  annos.  Archivo  Real  da  Torre 
do  Tombo,  30  de  Novembro  de  1824.  III.»*  e  Ex.™«  Snr.  Mar- 
quez  de  Palmella  —  O  Visconde  de  Santarém. 


XIV 


111.°*°  e  Ex.°*  Snr.  Em  observância  da  Real  Ordem  que  por 
Aviso  da  Secretaria  d'Estado  dos  Negócios  Extrangeiros  me  foi 
transmittida  em  data  de  21  de  Setembro  passado  para  enviar  á 
mesma  Secretaria  uma  Relação  circunstanciada  de  todos  os  do- 
cumentos pertencentes  á  nossa  Historia  que  nSo  se  achando  no 
Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  me  constasse  existirem  na 
Bibliotheca  Real  de  Paris,  ou  na  Collecç&o  de  Sir  Charles  Stuart: 
tenho  pois  a  honra  de  levar  ao  conhecimento  de  V.  Ex.*  para 
principio  de  remessa  a  Memoria  e  RelaçSos  inclusas  e  uma  Nota 
d'um  importantíssimo  livro  que  existe  na  Bibliotheca  de  Madrid 
que  seria  de  muita  importância  haver  em  Portugal  uma  copia, 
para  que  V.  Ex.*  se  sirva  dar-lhe  aquelle  destino  que  merecem 
da  sabedoria  do  Ministério  de  V.  Ex.*  Deus  Guarde  a  V.  Ex.^ 
muitos  annos.  Archivo  Real  26  de  Novembro  de  1824 — 111."*°  e 
Ex."^  Snr.  Marquez  de  Palmella —  O  Visconde  de  Santarém, 

Memoria  para  aooiúpanhar  as  2  RelaçSes  dos  Mss.  da  Biblio- 
theca Real  de  Paris  e  Archivos  de  França.  —  Para  se  recolher 
um  resultado  proficuo  assim  na  extracção  das  copias  dos 
documentos  e  livros  apontados  da  Bibliotheca  Real  de  Paris  como 
na  continuação  da  descoberta  de  novos  e  importantes  subsidies 
para  a  nossa  Historia,  que  n'aquella  preciosissima  collecção  devem 
precisamente  existir,  cumpre  que  a  pessoa,  ou  pessoas  a  quem 


EL. 


..^j 


S  ARCHIVOS  NACIONA1ES  181 


este  trabalho  for  encarregado  tenham  presentes — 1.^  Que  sendo 
namerícos  os  Catálogos  d'aquella  CoUecçSo — os  códices  que  vJLo 
desde  L.^  1  até  6700  silo  Manuscriptos  Hebraicos,  Seriacos,  Cal- 
daicoSy  Pamaríticos,  Armenioos,  Êthiopes,  Cophiticos  ou  Egy- 
pcianos,  Arábicos,  Turcos,  Persianos,  Chinezes,  Canarins,  Gregos 
e  Latinos.  Comtudo  este  numeramento  (sie)  é  posterior  ao  tempo 
em  que  escreveu  Montfacou,  porque  veio  na  sua  Bibliotheca  citados 
alguns  que  pertencem  a  Portugal  entre  os  2  números  marcados, 
como  slU),  os  códices  134Õ,  ]346«  138õ  e  1386.  Entre  os  mesmos 
números  marcados  existem  suplementos  como  se  verifica  no  có- 
dice supplemento  N.^  137  e  N.®  940  e  alem  d'estes  a  coUecçSo 
dos  Manuscriptos  de  Baluzio  dos  quaes  não  só  serviu  o  mesmo 
Baluzio,  mas  também  os  auctores  da  Notícia  de  Alguns  Manua» 
cripto8  da  Bibliotheca  Real  que  ordenaram  em  5  tomos  das  Col- 
lecções  da  Academia  Franceza.  —  2.^  Que  quem  iuttjiitar  este 
trabalho  deve  consultar  a  Bibliotheca  Bibliothecarum  ManuecH- 
ptorum  nova  de  Montfacon.  Eu  examinei  125  códices  na  dita 
Bibliotheca  Real,  nSo  encontrando  cousa  alguma  concernente  a 
Portugal  nos  42  da  Relação  N.®  1  que  vae  segundo  o  numera- 
mento que  alli  tem  nos  Catálogos  e  de  83  em  que  achei  documentos 
relativos  ao  nosso  paiz  já  em  relaçSes  exteriores,  já  em  Historia 
e  Litteratura  Nacional,  etc.  Ordenei  doestes  uma  Noticia  Critica 
que  publiquei  nos  tomos  12,  13  e  15  dos  Annaes  das  Sciencias 
e  formei  os  additamentos  que  se  conservam  inéditos  por  se  haver 
acabado  a  redacção  d^aquelle  Jornal.  Tinha  ordenado  um  Cata- 
logo numérico  de  667  Códices  da  dita  Bibliotheca  que  pretendia 
examinar  entre  os  números  marcados  8432  e  10349  ao  que  teria 
procedido  se  me  houvesse  demorado  em  Paris.  O  curto  periodo 
da  minha  residência  n'aquella  Capital  não  me  permittiu  concluir 
este  importante  trabalho,  cujo  proseguimento  sendo  agora  orde- 
nado vigorosamente  pelo  Ministério  e  alli  seguido  debaixo  d'um 
plano  systematico,  analysando  os  documentos  inéditos  e  indicando 
os  que  já  foram  publicados  como  segui  na  mencionada  noticia 
que  produzi,  colheria  Portugal  uma  incrível  riqueza  documental 
e  as  lettras,  a  Diplomática  e  a  Historia  Nacional  os  maiores 
auxilies.  Como.  porem  este  trabalho  é  penoso,  exige  muito  tempo 
e  o  socorro  das  nossas  Chronicas  e  Escríptos  pátrios  seria  de 
parecer  que  se  mandassem  ordenar  previamente  índices  Remis- 
sivos, do  que  se  fosse  encontrando  concernente  a  Portugal,  directa 
ou  indirectamente  e  que  os  mesmos  índices  parciaes  sucessiva- 
mente se  remettessem  á  Secretaria  dos  Negócios  Extrangeiros 
de  3  em  3  meses  e  d'esta  Repartição  para  o  Real  Archivo  afim 


1 


182  BOLETIM  DA8  BIBLIOTHBCAS 

■  --  '-■  '■'         I    —  ^^ 

•de  eu  proceder  aos  exames  necessarioB.  Quanto  ás  investígaç!^ 
a  qae  se  deve  proceder  nos  Archivos  da  França  convém  exa- 
minar os  índices  ordenados  pelo  celebre  Depuis  na  Secretaria 
dos  Monumentos  Históricos  e  o  InverUaire  des  Registres  de 
Chartes  em  4  volumes  que  é  remissivo  aos  documentos  desde 
Fiiippe  de  Valois  até  Carlos  9.^  Seria  do  mesmo  modo  muito 
importante  que  a  licença  que  eu  obtive  por  intermissiLo  do  Em- 
baixador o  Snr.  Marquez  de  Marialva,  para  poder  examinar  os 
Archivos  da  Secretaria  dos  Negócios  Extrangeiros  até  certa 
epocha  e  de  que  me  não  pude  utilizar,  podesse  obter  para  alguém, 
que  procedesse  a  este  interessantissimo  trabalho.  Nenhuma  Em- 
preza  Litteraria  em  beneficio  d'um  paiz  poderá  haver  de  maior 
magnitude  do  que  esta,  nem  mais  digna  do  benéfico  Reinado  de 
El-Reí  Nosso  Senhor  e  do  Ministério  de  V.  Ex.* 

N.^  1  —  RelaçAo  dos  Códices  que  examinei  na  Bibliotheca 
Real  de  Paris,  nos  qiiaes  nada  existe  que  pertença  a  Portugal — 
Números,  8395=5;  8409=2;  8456;  8577=4;  8928;  8959 
8961;  8963;  8964;  8966;  8967;  8968;  8969;  9014;  9015 
9016;  9017;  9723=2;  9727;  9734;  9018;  9019;  9139;  9349 
9350;  9724;  9728;  10345;  9351;  9353;  9354;  9355;  9594 
9725;  9732.  1)688;  9691;  9692;  9695;  9720;  9726;  9732  =  2. 

N.®  2  —  Para  extrahir  da  Casa  dos  Manuscriptos  da  Biblio- 
theca Real  de  Paris.  — 1.*^  Códice  10245  a  fl.  26—0  Pleno 
poder  para  Gonsalo  Vasgues  de  Mello  e  Affonso  Ânnes  Nogueira. 
2.*  Códice  dito  —  A  Relação  com  o  titulo  —  Como  no  anno  de 
1428  vieram  os  Embaixadores  do  Duque  de  Borgonha  Fiiippe  o 
Bom  para  o  casamento  da  Princeza  D.  Isabel,  *ò.^  Códice  10242 
—  Catalogo  das  Cartas  sobre  os  negócios  de  Portugal  desde  1622, 
4.®  Códice  10243  —  Registo  concernente  ás  índias  Orientaes  per- 
tencentes aos  Portuguezes. 

N.*»  3  — Para  extrahir  do  Archivo  de  França  —  1.**  N.^  279 
do  registo  153  citado  no  índice  tomo  2.^  fl.  468  vs.  entre  os 
annos  de  1397  e  1398.  Salvo  conducto  concedido  aos  Mercadores 
do  Reino  de  Portugal  e  Castella,  2.°  Entre  os  annos  de  1420  e 
24  citado  a  fl.  103  do  tomo  3.®  do  índice,  debaixo  do  N."  560 
do  Registo  172.  Privilégios  para  os  habitantes  de  Harefleu  e 
Mercadores  do  Reino  de  Portugal  e  Algarve.  3.®  Entre  os  annos 
de  1444  e  1446  a  fl.  143  do  índice,  debaixo  do  N.«  108  do  Re- 
gisto m— Carta  de  Carlos  7.® 

4.^  No  tomo  7  do  índice  de  Depuis,  Art.  Dinamarca,  cita 
com  a  data  de  7  das  kalendas  de  Julho  de  1229  a  Carta  N,^  529 
de  Weddemaro  Rei  de  Dinamarca,  approvando  o  que  seu  JHho 


£  ARCUIVOH  KACIOKABS  183 


Waldemaro  2.^  dera  em  dote  a  sua  mulher.  5.^  No  mesmo  índice, 
debaixo  do  Art.  Portugal,  Tratado  de  Confederação,  feito  em 
AlcoiUim  a  31  de  Março  de  1371  entre  o  Snr,  Rei  D.  Feimando 
e  El-Rei  de  Cobtella,  sendo  parte  contractante  El-Rei  de  França. 

N.^  4 — Para  extrahir  da  CollecçlU)  de  Cortes  de  Sir  Charles 
Stwart.  1.^  Ás  Actas  e  Assentos  do  Braço  da  Nobreza  nas 
Cortes  de  1668.  2.°  As  Actas  e  Assentos  dos  Braços  Ecclesias- 
ticos  e  dos  Povos  nas  Cortes  de  1679. 

N.^  6  —  Para  extrahir  da  CoUecçfto  Manusoripta  da  Biblio- 
theca  Real  de  Madrid.  Livro  4  da  Embaixada  sobre  a  SuccessSLo 
do  Reino  de  Portugal  desde  o  1.*  de  Fevereiro  de  1580 — Es- 
tante E  —  N.«  60. 

Está  conforme  —  Franklin. 

Está  conforme  o  Livro  40  de  Registo  a  fls.  105  vs.  —  O 
Offlcial  Maior,  Francisco  Nwies  Franklin. 


XV 


Senhor 
Por  aviso  expedido  pela  Secretaria  dEstado  dos  Negócios  do 
Reino  em  data  de  30  de  Julho  próximo  passado  foi  V.  Magestade 
servido  mandar  que  eu  informasse,  interpondo  o  meu  parecer, 
sobre  o  requerimento  junto  de  Thomaz  Caetano  Rodrigues  Por- 
tugal em  que  pede  ser  admittido  a  amanuense  do  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo.  Terei  pois  a  honra  de  levar  ao  soberano 
conhecimento  de  Vossa  Magestade  o  seguinte :  O  supplicante  nfto 
só  se  acha  nas  circumstancias  do  Alvará  com  força  de  Lei  de 
21  de  Fevereiro  de  1801  habilitado  para  poder  entrar  no  Real 
Archivo,  e  nas  do  %  6.°  do  Regulamento  Provizional  de  30  de 
Abril  de  1823  ainda  nXo  derrogado,  como  elle  exactamente  expõe 
no  seu  requerimento,  mas  também  posso  affirmar  respeitosamente 
a  Vossa  Magestade  que  a  admissão  do  supplicante  seria  muito 
conveniente  ao  Real  Serviço,  por  quanto,  tendo  trabalhado  comigo 
14  annos  successivos,  não  só  na  redacção  da  Obra  Official  que 
emprehendi  do  Corpo  de  Direito  Publico  Diplomático  Externo  de 
Portugal^  em  que  me  tenho  de  preferencia  occupado,  mas  ainda 
em  diversos  assumptos  litterarios  concernentes  ás  nossas  anti- 
guidades, 6  até  seguindo-me  nas  minhas  viagens  na  Europa 
durante  os  annos  de  1819,  1820  e  1821,  em  que  me  serviu  de 
secretario  particular,  adquirindo  assim  uma  pratica  mui  larga 


184  BOLBTDf  DAS  BIBUOTHEGAS 


das  matérias  doeste  género,  dando-se  com  extremo  afinco  ao 
trabalho  e  desempenhando-o  sempre  com  mui  particular  distinçlo^ 
A  estes  motivos,  que  em  minha  consciência  entendo  nlo  dever 
Dccultar  a  Vossa  Magestade,  accresce  que,  tendo  Vossa  Magos- 
tade  sido  servido  conceder  uma  licença  de  um  .anno  sem  venci- 
mento ao  official  Januário  Luiz  da  Costa  pela  sua  real  ordem  de 
26  de  Maio  próximo  passado,  o  qual  segundo  me  consta  tem 
ideia  de  ser  empregado  em  outro  lugar  na  provincia  do  Minho, 
e  havendo  quasi  sempre  algum  doente,  o  Beai  Archivo  existe 
actualmente  reduzido  a  menos  de  metade  dos  empregados  que 
tinha  antes  de  1820,  existindo  entfto,  alem  de  um  maior  numero 
d'officiaes,  a  faculdade  ordenada  no  Avizo  de  3  de  Agosto  de 
1813,  que  tenho  a  honra  de  levar  á  Keal  presença  de  Vossa  Ma- 
gestade  por  copia.  Portanto  se  antigamente,  e  mesmo  em  cir- 
cumstancias  apertadas  pela  gloriosa  guerra  que  sustentamos,  se 
sentiu  muito  a  necessidade  de  múor  numero  de  empregados  para 
os  trabalhos  de  maior  importância  d 'esta  laboriosissima  repartiçSo, 
actualmente  o  Real  Archivo,  reduzido  ao  estado  que  pondero,  e 
tendo  entrado  não  só  infinitos  documentos  depois  da  dita  epocba, 
mas  também  havendo-se  recolhido  agora  o  vastíssimo  Cartório 
do  Conselho  Geral  e  Inquísiçfto  de  Lisboa,  contendo  milhares 
de  documentos  na  maior  confusSo  e  desordem  aos  quaes  cumpre 
dar  alguma  classificaçio  para  que  o  Estado  e  o  Publico  possam 
colher  da  parte  d'elles  incalculáveis  interesses,  sou  de  parecer 
que  Vossa  Magestade  se  digne  mandar  admittir  o  supplicante  na 
classe  dos  amanuenses  do  mesmo  Real  Archivo  como  requer, 
n%o  só  pelos  motivos  ponderados,  mas  por  se  achar  também  nas 
circumstancias  da  Lei.  Vossa  Magestade  porém  mandará  o  que 
for  servido.  Deus  Guarde  á  pessoa  de  Vossa  Magestade  muitos 
annos.  Archivo  Real  da  Torre  do  Tombo  2  de  Agosto  de  1825. 
—  O  Visconde  de  Santarém. 


XVI 

Senhor 
Diz  Thomaz  Caetano  Rodrigues  Portugal,  que,  havendo  no 
decurso  de  muitos  annos  trabalhado  em  os  antigos  documentos 
de  diversos  Cartórios  do  Reino,  tendo-se  applicado  ao  estudo 
das  línguas  latina,  franceza,  hespanhola  e  italiana,  tendo  ultima- 
mente feito  o  curso  lectivo  da  aula  de  diplomática  de  modo  que 
mereceu  do  respectivo  lente  a  singular  attestação,  documento 


E  AKGHlVOS  NACIOKAES  185 


junto,  passada  na  conformidade  das  reaes  ordens  de  Vossa  Ma- 
gestade  de  haver  distinctamente  aproveitado  no  mencionado 
curso ;  e  achando-se  o  supplicante  assim,  nSo  só  habilitado  na 
conformidade  do  Alvará  com  força  de  lei  de  21  de  Fevereiro  de 
1801  para  entrar  no  fieal  Archivo  da  Torre  do  TombO;  mas 
também  nas  circumstancias  do  §  6.®,  ainda  n2o  derogado  n'esta 
parte,  do  Regimento  Provizional  de  30  de  Abril  de  1823  e  cons- 
tando egualmente  ao  supplicante  o  haver  Vossa  Magestade  sido 
servido  conceder  licença  de  um  anuo  sem  vencimento  ao  official 
diplomado  Januário  Luiz  da  Costa,  ficando  assim  mui  diminuto 
o  numero  dos  empregados  d^aquella  repartição ;  por  todos  estes 
motivos  e  por  achar  se  o  supplicante  onerado  de  familia,  Pede  a 
Vossa  Magestade  seja  servido  fazer  mercê  ao  supplicante  de  o 
mandar  admittir  em  o  numero  dos  Amanuenses  do  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo.  E.  R.  M." —  Thofnaz  Caetano  Rodrigues 
Portugal. 

xvipí 

Ilh*"^  e  Ex.*"**  Snr.  Exigindo  a  segurança  do  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo,  que,  por  meio  da  guarda  militar,  se  evite  a 
possibilidade  de  um  desastre,  não  só  semilhante  ao  que  aconteceu 
em  1693  no  reinado  do  Senhor  Rei  D.  Pedro  II  em  que  se 
arrombou  a  porta  do  Archivo  e  se  queimaram  os  Livros  do  Al- 
moxarifado de  Sacavém,  mas  também  o  de  se  roubarem  outros 
documentos  de  grande  valor  em  sellos,  como  sfto  os  Tratados 
com  as  Potencias  estrangeiras,  as  Bulias  áureas  e  outros,  cum- 
preme,  portanto,  levar  ao  conhecimento  de  V.  Ex.^  que  a  dita 
guarda  militar  foi  sempre  composta  de  8  homens  e  um  official 
inferior,  como  se  vê  dos  officios  de  12  e  19  d' Agosto  de  1757, 
sendo  este  numero  o  menor  que  se  pode  destinar  para  a  devida 
segurança  doeste  precioso  deposito  dos  monumentos  documentaes 
da  Monarchia;  logo  porém  que  comecei  a  reger  este  estabeleci- 
mento notei  que  o  mencionado  numero  se  havia  alterado  pouco 
tempo  antes,  e,  tendo  logo  também  todo  o  receio  pela  segurança 
do  Real  Archivo,  e  attendendo  ás  repetidas  representações  dos 
commandantes  de  quanto  era  penoso  e  quasi  impossivel  o  serviço 
ordenado  com  menor  numero,  officiei  a  Sua  Ex.^  o  Ministro  do 
Reino  em  data  de  11  de  Agosto  de  1824  sobre  este  assumpto,  e 
tendo  Sua  Magestade  Sido  Servido,  em  consequência  da  minha 
representação,  mandar  expedir  as  Suas  Reaes  Ordens,  e  resti- 

?.•  ANNO,  N.«  2  7 


186  fiOLBTÍM  DAS  BlBLlOTHECAS 


tair  assim  a  dita  guarda  ao  seu  antigo  e  jnecessario  numero, 
acontece  agora  que  se  tornou  a  alterar.  Rogo  portanto  a  V.  Ex.* 
se  digne  dar  as  providencias  que  julgar  mais  acertadas  sobre 
este  assumpto.  Deus  Guarde  a  V.  Ex.^  muitos  annos.  Archivo 
Real  da  Torre  do  Tombo  11  de  Novembro  de  1825.  III."*  e 
Ex."^'^  Snr.  José  Joaquim  d' Almeida  d' Araújo  Corrêa  de  Lacerda. 
—  O  Visconde  de  Santarém, 


XVIII 

II!."®  e  Ex."*®  Snr.  Quando  li  no  Diário  do  Governo  o  Decreto 
de  30  de  Março  ultimo  julguei  que  teria  em  breve  tempo  o 
prazer  de  ver  a  V.  £x.*,  porém  não  succedeu  assim,  e  finalmente 
me  desinganei  quando  recebi  a  portaria  de  23  do  passado,  a 
qual  determina  que  metta  na  folha  do  Archivo  a  V.  Êx.^  o  que 
fiz  contando  o  mez  por  inteiro;  porém  tive  que  reformar  a  folha, 
e  contar  o  vencimento  desde  o  dito  dia  23.  Eu  nSo  sei  se  dê  a 
y.  £x.^  os  parabéns,  se  os  pezames,  porém  quasi  que  tem  mais 
logar  os  últimos,  porquanto  o  Archivo  de  hoje  differe  absoluta- 
mente do  Archivo  que  V.  Ex.*  governou;  e  por  nâo  tomar  o 
tempo  a  V.  Ex.*  só  lhe  direi  que  pela  junção  da  Secretaria  do 
Registo  Geral  das  Mercês  e  seu  expediente ;  pelos  innumeraveis 
papeis,  livros  das  repartições  extinctas  e  parte  dos  cartórios  de 
vários  Conventos,  poderá  V.  Ex."  ajuizar  o  trabalho  que  eu 
teria  para  dar  alguma  espécie  de  arrumaçfto  a  esta  Babylonia 
sem  ter  quem  me  ajudasse,  pois  ninguém  tinha  obrigação  de 
estar  de  pela  manhS  até  á  noute  aqui  mettido,  como  eu  estive 
por  espaço  de  6  annos  sem  outro  proveito  mais  do  que  evitar  a 
confusão  dos  papeis,  aproveitando  todos  os  vãos  onde  os  podesse 
coUocar.  Accresce  ao  sobredito  a  diminuição  de  empregados, 
pois,  tendo-se  augmentado  quadruplicadamente  o  trabalho,  acho- 
me  com  1  ajudante,  4  officiaes  diplomáticos  e  4  amanuenses, 
isto  é,  com  os  empregados  que  determinou  o  Alvará  do  Regula- 
mento de  30  de  Abril  de  1823.  Finalmente,  quanto  a  interesses, 
o  ordenado  de  V.  Ex.*  está  reduzido  a  ÓOOfJOOO  réis  de  que 
paga  decima,  e  nós  temos  os  ordenados  antigos  com  o  abatimento 
da  decima,  alem  de  20  mezes  que  foram  capitalisados,  e  se  não 
fôra  o  haver  alguns  emolumentos  (ainda  que  muito  menos  do 
que  deviam  ser,  e  isto  pelo  desprezo  que  muitos  agraciados 
nizem  de  vir  registar  os  seus  títulos)  não  sei  o  que  teria  sido  de 


Jimj 


IC  AKCHIVOS  KAC10NÁE8  187 


nós*  Portanto  deixo  á  illustrada  consideraçXo  de  V.  Ex/  dar  o 
devido  valor  ao  expendido,  e  peço-lhe  me  determine  os  boub 
preceitos,  que  íielme*nte  cumprirá  quem  tem  a  honra  de  ser  De 
V.  £x/  Submisso,  reverente  e  Servidor  Obrigado.  9  de  agosto 
de  1842  (1). 

XIX 


Paris  29  d' Agosto  de  1842. 

111.°*^  Snr.  Tive  o  gosto  de  receber  a  sua  estimável  carta  de 
9  do  corrente  e  que  me  causou  um  vivo  prazer,  vendo  por  ella 
renovadas  as  minhas  relaçSes  directas  com  o  Archivo  e  oom  V. 
S.*,  a  quem  sempre  estimei  pelas  suas  boas  qualidades.  A  alegria 
que  a  renovay&o  doestas  communicaçSes  em  mim  produuu,  mo- 
dificou algum  tanto  a  impressa  que  me  fez  tudo  quanto  V.  S.* 
me  refere  relativamente  ao  estado  actual  d^essa  importantíssima 
RepartiçSlo,  tSo  mal  avaliada  e  tfto' pouco  conhecida  em  a  nossa 
terra,  sendo  aliás  um  dos  mais  preciosos  e  ricos  depósitos  de 
monumentos  históricos.  Os  serviços  que  V.  S.*  tem  feito  e  que 
mui  resumida  e  modestamente  me  refere  sfto  immenfeosi  Acerca 
d^elles  conto  pedir  a  V.  S.^  em  outra  mais  circunstanciadas 
notícias. 

Tendo  recebido  ultimamente  a  conveniente  auctOriáttçHo  official 
do  Ministério  do  Reino,  expedida  em  data  de* 8  do  corrente  para 
tratar  dos  objectos  que  dizem  respeito  ao  Archivo,  tendo-se.o 
Oovemo  conformado  com  o  que  propuz  relativamente  a  V.  S.% 
esta  auctorisação  me  habilita  a  escrever-lhe  d'aqui  em  diante. 
Pela  Secretaria  d*£stado  dos  Negócios  Extrangeiros  V.  S.^  re- 
ceberá d'aqui  em  diante  as  minhas  cartas  e  lhe  rogo  queira 
mandar  do  mesmo  modo  para  a  dita  Secretaria  as  suas  cartas 
para  me  serem  remettidas  para  esta  Corte  emquanto  estiver 
ausente  o  meu  collega  o  Snr.  Macedo  (2).  Quando  este  voltar  a 
Lisboa  será  talvez  mais  regular  mandar-m'as  por  via  d'este 
Académico  pois  existe  entre  nós  uma  correspondência  regular 


(1)  Este  documento  e  alguns  dos  seguintes,  que  nZo  tSo  asBiffnados, 
sâo  as  minutas  feitas  pelo  illostre  officiai- maior  do  Arehiyo^  José  Manoel 
Severo  Anreliano  Basto. 

(2)  É  Costa  de  Macedo  que  depois  veio  a  ser  Guarda-Mór  da  Torre  do 
Tombo. 


188  BOLETIM  DAS  ÉIBLIOTHECAS 


por  todos  08  Paquetes.  Inclno  n^esta  uma  lista  de  documentos 
de  que  necessito  copia  com  a  possível  brevidade  para  nfto  parar 
a  impress&o  d' um  dos  volumes  da  minha*  obra.  V.  S.*  terá  a 
bondade  de  me  remetter  as  copias  de  modo  que  façam  pouco 
volume,  e  isto  i  medida  que  se  forem  ultimando.  Aproveito  esta 
occasião  para  lhe  dirigir  as  expressões  de  estima  com  que  sou 
de  V.  S.^  Att.°  Venrd.**'  —  Visconde  de  Santarém. 


XX 


Paris  3  de  Outubro  de  1842. 

111.°^  Snr.  Na  carta  que  V.  S.*  me  escreveu  em  data  de  9 
d'Agosto  ultimo,  dizia-me  que  se  tinham  recolhido  no  Real  Âr- 
chivo  parte  dos  Cartórios  de  vários  Conventos.  Quando  tiver 
algum  momento  mais  desembaraçado,  queira  ter  a  bondade  de 
me  dizer  a  que  Conventos  pertenceram  os  ditos  Cartórios  e  a 
importância  litteraria  dos  documentos  que  d'elles  vieram  para  o 
Árchivo.  Sei  qu9  entre  outros  se  recolheu  ahi  o  mui  precioso  de 
S.  Vicente  de  Fora,  no  qual  existe  uma  importantíssima  Collecç2o 
de  documentos  Diplomáticos.  Tenho  doesta  alguns  extractos  dos 
6  primeiros  tomos,  mas  muito  desejo  e  necessito  ter  os  Summa- 
rios  dos  que  se  seguem  nos  outros  volumes  da  collecçfto  em  folio, 
mas  só  dos  documentos  puramente  relativos  ás  relações  diplo- 
máticas de  Portugal.  Recommendo  de  novo  ao  seu  zelo  e  activi- 
dade a  remessa  successiva  das  copias  que  pedi  na  lista  que  lhe 
remetti  em  29  de  Agosto  ultimo.  Aproveito  mais  esta  occasiSo 
para  repetir  que  sou  de  V.  S.*  Muito  Attento  Servidor — Vis- 
conde de  Santarém. 


XXI 


Paris  19  do  Dezembro  de  1842. 

111.*"^  Snr.  Agradeço  a  V.  S.^  a  promptidSo  da  remessa  dos 
índices  dos  Manuscriptos  de  S.  Vicente  de  Fora  que  acompa- 
nharam a  obsequiosa  Carta  de  V.  S.*  de  3  do  corrente.  Com 
esta  recebi  também  a  Copia  do  Decreto  de  30  de  Novembro 
annexando  ao  logar  de  Guarda-Mor  do  Real  Archivo  as  obriga- 
ções de  Chronista  do  Reino.  V.  S.^  foi  quem  primeiro  me  deu 
esta  noticia,  pois  pelo  ultimo  Paquete  ninguém  me  escreveu  a 


E  AHCHIVOS  NACI0NAE8  169 


este  respeito.  Vamos  entretanto  continuando  com  os  nossos  tra- 
balhos históricos  e  para  ilIustraçSo  de  alguns  pontos  dos  mesmos, 
remetto  a  V.  8/  sob  N.^  1  uma  lista  d'aquelles  documentos  de 
que  necessito  saber  simplesmente  a  data;  e  sob  N.**  2  outra  dos 
documentos  de  que  necessito  copias  e  que  V.  S.*  terá  a  bondade 
de  mandar  tirar  em  seguimento  ás  que  anteriormente  pedi. 
Queira  V.  S.*  agradecer  da  minha  parte  ao  Dr.  Vicente  Pedro 
Noiasco  o  presente  que  me  fez  e  a  lembrança  que  teve.  Renovo 
por  esta  occasiSo  as  seguranças  de  estima  com  que  sou  De  V, 
S.'  Att.**  Servidor.  — Visconde  de  Santarém, 


XXII 

111.»*^  e  Ex.">^  Snr.  Lisboa  27  de  Janeiro  de  1843 É 

natural  que  V.  Ex.'  leia  os  Diários  do  Ghvemo  de  9  e  12  do 
corrente,  n'elles  encontrará  as  novas  providencias  que  tomou  o 
Governo  afim  de  progredirem  os  trabalhos  do  Archivo,  que  foram 
nomear  em  commissSo  o  Deputado  ás  Cortes  Dr.  José  Feliciano 
de  Castilho  Barreto  auctorisando-o  para  chamar  empregados  das 
extinctas  repartições  afim  de  se  coordenarem  os  immensos  papeis 
das  mesmas  repartiçTles  aqui  recolhidos  e  fazerem- se  os  indis- 
pensáveis Índices,  para  os  quaes  ha  mais  de  9  annos  ando  a 
requerer  me  dêem  gente,  pois  eu  só  muito  fiz  em  arrumai  os  em 
confusão,  dando-lhes  a  primeira  demSo.  Já  compareceram  bas- 
tantes, aos  quaes  tenho  distribuído  os  trabalhos  mais  urgentes, 
e  posso  asseverar  a  V.  £x.^  que  o  dito  commissionado  tem  feito 
comigo  A  melhor  harmonia  indo  ambos  de  accordo  para  o  mesmo 
fim.  Fico  prompto  para  executar  as  ordens  de  V.  Ex.^  pois  me 
lisonjeio  de  ser  de  V.  Ex.*  Súbdito  reverente  e  Servidor  obri- 
gado. —  J. 


XXIII 

Paris  18  de  Fevereiro  de  1843. 

Pelo  ultimo  Paquete  tive  o  gosto  de  receber  a  carta  de  V.  S.* 
de  27  do  passado  e  as  13  copias,  bem  como  a  indicaçSo  das 
datas  que  lhe  pedi  na  minha  Carta  de  28  de  Novembro  do  anno 
passado.  Agradeço,  infinitamente  a  promptidSo  doesta  remessa. 


190  BOLETIM   DAS   BlBLIOlllKCAS 


Vi  eom  inexpUeoíed  prazer  pela  Bua  carta  qae  V.  S/  se  achava 
em  perfeita  harmonia  com  o  Dr.  Castilho  e  trabalhando  com  a 
sua  experiência  das  coisas  do  Archívo  e  com  as  suas  lozes,  em 
pôr  em  ordem  tantos  dooamentos  que  d'ella  necessitam.  Dos 
seus  trabalhos  reunidos,  tenho  e  concebo  as  melhores  esperanças 
e  por  este  motivo  agradeço  também  a  V.  S/  esta  bôa  noticia, 
pedindo-lhe  entretanto  queira  ter  a  bondade,  quando  tiver  algum 
momento  vago,  de  me  ir  annunciando  o  que  porventura  se  for 
descobrindo  nas  ditas  coUecçSes  de  mais  importante  relativo  ás 
negociaçSes  com  as  Potencias  Extrangeiras  e  á  nossa  historia.  O 
meu  collega  n'este  Instituto  Real  de  França,  Monsieur  Guérard, 
Professor  da  Aula  de  Diplomática,  deseja  muito  ter  uma  copia 
da  Lei  da  CreaçSo  da  Cadeira  da  nossa  Aula  Diplomática.  Rogo 
a  V.  S.*  o  favor  de  m'a  remetter  com  os  Estatutos,  pois  tem-lhe 
custado  a  acreditar  que  este  Estabelecimento  entre  nós  seja  mais 
antigo  do  que  o  da  ÉcoU  des  Chartea,  de  Paris.  Renovo  as  ex- 
pressSes  de  consideraç&o  com  que  sou  de  V.  S.*  Muito  Attento 
Servidor. — Viêconde  de  Santarém. 


XXIV 

Lisboa  18  de  Março  de  1843. 

111.'»^  e  Ex."*  Snr.  Pela  carta  de  V.  Ex/  datoda  de  18  de 
Fevereiro  que  recebi  a  6  do  corrente,  vim  no  conhecimento  de 
que  V.  Ex.*  tinha  tomado  assaz  ao  pé  da  letra  as  minhas  pala- 
vras da  de  27  de  Janeiro  relativas  á  commissão  do  Deputado 
Castilho  n'este  Archivo ;  e  portanto  cumpre-me  narrar  a  V.  Ex/ 
tudo  quanto  se  tem  passado  a  este  respeito. 

Por  occasiUo  de  vir  aqui  o  dito  Deputado  tratar  de  certo 
negocio,  dizendo-lhe  eu  a  difficuldade  que  h>ivia  em  apparecerem 
papeis  de  certas  repartições  extinctas  por  nSo  haver  numero 
sufficiente  de  empregados  que  fizessem  índices,  offereceu-se-me 
o  mesmo  Deputado  para  ser  o  advogado  doesta  repartiç&o  nas 
Cortes  logo  que  se  tratasse  do  orçamento,  porém  que  carecia  de 
um  papel  por  onde  conhecesse  as  necessidades  mais  urgentes  do 
\rohivo,  fiz  com  effeito  esse  papel  e  é  o  da  copia  junta,  porém 
qi  %1  foi  a  minha  surpresa  quando  logo  no  dia  seguinte  o  mesmo 
De^  *itado  me  procurou  dizendo-me  que  estava  tudo  feito  pois 
elle  c  ^nhecendo  as  delongas  do  Parlamento  procurara  logo  o 
Snr.  M.nistro  do  Reino  o  qual  dera  immediatamente  as  provi- 


E  ARGHIVOS  KACIONAES  191 


dencias  mais  salutares  mandando  que  se  admittissem  empregados 
das  repartiçSes  extinctas  para  o  que  fizera  passar  uma  portaria; 
fiz- lhe  ver  o  pouco  fructo  que  tiraria  o  Archivo  de  tal  acqnisiçfto 
porquanto  existia  em  efifectividade  a  aula  de  Diplomática  de  que 
eu  era  regente  e  que  só  os  alumnos  approvados  da  mesma  aula 
podiam  ser  admittidos  no  Archivo  segundo  o  Alvará  com  força 
de  lei  de  21  de  Fevereiro  de  1801;  a  isto  respondeu-me  que  o 
Snr.  Ministro  não  alterava  o  quadro  effectivo  nem  podia  augmen- 
tar  a  verba  do  orçamento  em  vista  das  economias  que  se  estavam 
fazendo  mas  que  com  estes  novos  empregados  alguma  cousa  se 
faria.  No  dia  seguinte  recebi  a  Portaria  de  5  de  Janeiro  e  pôde 
V.  Ex^  crer  que  se  tivesse  mais  saúde,  menos  annos  e  menos 
família  não  a  cumpria ;  porém  sahia  logo  do  Archivo ;  no  emtanto 
armei-me  de  paciência  e  condescendi  com  o  que  se  queria  fazer, 
firme  porém  no  propósito  de  que  no  instante  em  que  alguém 
quizesse  mexer  n'um  livro  ou  n'um  papel  do  Archivo  sem  eu 
lh'o  distribuir  (attenta  a  ausência  de  V.  Ex.*)  eu  me  demittia,  e 
depois  fizessem  o  que  quizessem  pois  eu  já  n&o  respondia  por 
cousa  alguma.  Seguiuse  o  convite  aos  empregados  das  reparti- 
çSes extinctas  e  concorrendo  bastantes  foram  acceites  15  sem 
vencimento  ou  gratificaçUo  alguma,  e  só  com  a  chamada  vanta- 
gem de  receberem  com  menos  atrazo  os  seus  subsidios,  e  até 
alguns  sem  estes;  a  todos  distribui  trabalhos  urgentes,  como  o 
índice  dos  Livros  do  Registo  Geral  das  Mercês^  um  índice  no- 
minal dos  papeis  do  Dezembargo  do  Paço,  outro  dito  dos  da 
Meza  da  Consciência  e  Ordens,  uma  grande  collecção  de  copias 
de  Cortes  antigas  para  conferir  com  as  dos  Maços  das  mesmas 
(trabalho  este  ultimo  que  nSo  pôde  continuar  por  serem  os  mais 
d'elies  de  lettra  que  os  novos  admittidos  nfto  sabem  ler)  e  a  2 
egressos  de  Palmella  distribui  os  papeis  e  livros  do  que  foi  seu 
cartório  e  d'outros  dos  extinctos  conventos  para  lhes  darem  uma 
segunda  demfto^  não  podendo  passar  d'aqui  por  elles  também  nSo 
entenderem  das  letras  antigas.  Dizendo-me  depois  o  dito  Casti- . 
lho  que  seria  bom  fazer  um  relatório  em  que  mostrasse  a  impor- 
tância d'este  Estabelecimento,  e  despreso  que  tinha  soffrido,  pe- 
diu-me  lhe  ministrasse  os  necessários  esclarecimentos,  o  que  fiz 
por  nSo  resaltar  d^aqui  mal  algum  ao  Archivo,  e  ent2o  elle  fez 
e  imprimiu  o  extenso  Relatório  que  V.  Ex.*  havia  de  ver  no 
Diário  de  2  de  Fevereiro  em  seguimento  de  uma  portaria  que 
plenamente  approvava  o  programa  dos  trabalhos  projectados 
pelo  mesmo  Castilho  (nenhum  dos  quaes  tem  ido  nem  espero  que 
vá  a  effeito)  louvando  muito  o  seu  zelO|  etc.  Como  o  1.®  projecto 


192  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAâ 


era  um  BuUario  ou  qua$i  BuUario,  apesar  das  difficuldades  por 
mim  ponderadas  indnziu  o  dito  Castilho  o  Snr.  Ministro  do  Beino 
para  se  Cuser  no  Arcbivo  uma  reuniSo  de  homens  eruditos  para 
se  tratar  d'esta  matéria,  e  com  effeito  no  dia  19  de  Fevereiro 
teve  legar  esta  reuniSo,  a  que  nSo  assisti  por  estar  doente  mas 
assistiu  até  o  próprio  Ministro,  soffirendo  o  mesmo  Castilho  uma 
completa  derrota  pois  em  nenhum  dos  convidados  encontroa 
apoio:  limitouse  então  a  fazer  um  mappa  de  pequenos  summa- 
rios  de  Bulias  do  Ârchivo,  comparando  os  annos  das  Bulias  com 
os  dos  Reinados  dos  Soberanos  Portuguezes  incumbindo  esta 
tarefa  a  um  egresso  da  Congregação  do  Oratório  também  admit- 
tido,  a6m  de  ser  impresso  este  trabalho  com  um  prologo  por 
elle  feito;  como  porém  receasse  a  censura  publica  por  alguma 
inexactidfto  pediu-me  para  lhe  mandar  verificar  á  face  das  Bulias 
originaes  os  summarios  e  datas  comparativamente  com  as  dos 
Soberanos,  trabalho  de  que  eu  me  encarreguei  unicamente  para 
o  demorar  quanto  poder,  e  procurar  mesmo  que  nào  chegue  a 
publicar-se.  Quanto  a  Tratados  ííz-lhe  ver  que  ninguém  como 
V.  Ex/  podia  sahir  bem  d'es8a  árdua  e  difficilima  empreza  e 
que  mesmo  actualmente  se  occupava  n^ella,  sendo  tudo  quanto 
se  fizesse  mera  ociosidade;  e  como  elle  está  agora  com  o  furor 
das  Bulias  nSo  trata  de  mais  nada.  Finalmente  £x."^  Snr.  va- 
nitas  i5anitatum  et  omnia  vanitas  e  eu  no  fim  de  tanto  trabalho 
a  soffrer  tanta  loucura,  e  o  Ârchivo  uma  invas&o  não  merecida; 
no  entanto  só  me  resta  a  esperança  de  que  poderão  os  taes 
novos  admittidos,  emquanto  quizerem  trabalhar  pelo  amor  de 
Deus,  adiantar  alguns  índices  de  documentos  modernos  e  nada 
mais.  Remetto  õ  copias  e  o  Alvará  da  creação  da  Aula,  de  Di- 
plomática e  fico  prompto  para  executar  as  ordens  de  V.  Ex.* 
como  quem  se  presa  de  ser.  De  V.  Ex.*  Sub.*^  reverente  e 
servo  obrigadissimo.  —  J. 


XXV 

Paris  2  d' Abril  de  1842. 

III.™®  Snr.  Pelo  penúltimo  paquete  recebi  a  sua  importante 
carta  em  resposta  á  minha  de  18  de  Fevereiro  e  que  me  remetteu 
o  meu  collega  o  Sr.  Macedo  com  a  que  me  escreveu  em  data  de 
13  de  Março  passado.  Com  esta  recebi  5  copias  de  documentos 
e  o  Alvará  da  creação  da  Aula  de  Diplomática  que  muito  agra- 


E  ARCHIV08  NACIONAES  193 


deço  a  V.  S.^ — V.  S.^  tem  razSlo  em  dizer  que  eu  tomara  aesaz 
no  pé  da  lettra  as  suas  palavras  da  de  27  de  Janeiro  relativas 
á  commissSo  do  deputado  Castilho,  n^este  ArohiVo,  eis  aqui  as 
razões  que  a  isso  me  induziram.  Estremeci,  por  mais  de  uma 
razão,  quando  li  no  Diário  do  Governo  de  9  de  Janeiro  o  annuncio 
feito  por  aquelle  Snr.  e  até  pelas  palavras  —  reforma  dos  docu- 
mentos do  Nacional  e  Real  Archivo  etc.  Recebi  depois  a  portaria 
de  5  que  creava  a  commissâo,  a  qual  veiu  acalmar  algum  tanto 
a  minha  inquietação  pois  ella  restringia  a  dita  commissSo  aos 
papeis  das  extinctas  repartições  recolhidos  ao  Ârchivo  e  nfto 
tinha  uma  só  palavra  que  auctorisasse  o  commissionado  a  tomar 
a  menor  ingerência  no  antigo  Archivo.  NSLo  deixei  de  ver  entre* 
tanto  pela  desharmonia  que  havia  entre  o  annuncio  por  elle  feito, 
e  o  theor  da  portaria,  os  perigos  a  que  o  Archivo  se  achava 
exposto  com  a  presença  de  um  homem  que  dava  tal  latitude  ao 
titulo  pelo  qual  fora  encarregado  da  commissSo.  Quando  me  ator- 
mentavam estes  cuidados,  recebi  a  carta  de  V.  S.*  de  27  e  n'ésta 
mé  dizia  V.  S.*  o  seguinte :  «E  natural  que  V.  Ex.*  leia  os  Diários 
do  Governo  de  9  e  12  do  corrente,  n'elle8  encontrará  as  novas  provi- 
dencias que  tomou  o  Governo  aíim  de  progredirem  os  trabalhos  do 
Archivo,  que  foram  nomear  em  commissão  o  deputado  ás  Cortes, 
Dr.  José  Feliciano  de  Castilho  Barreto,  auctorisando-o  para  chamar 
empregados  das  extinctas  repartições,  afim  de  se  coordenarem 
immensos  papeis  das  mesmas  repartições  aqui  recolhidos,  e  faze- 
rem-se  os  indispensáveis  Índices,  para  o  que  ha  mais  de  9  annos 
ando  a  requei^er  me  dêem  gente,  pois  eu  só  muito  fiz  em  arrumal-os 
sem  confusão,  dando-lhes  a  primeira  demão.  Já  compareceram 
bastantes,  aos  quaes  tenho  distribuido  os  trabalhos  mais  urgentesi^ 
(accrescentando  V.  S.^  terminantemente)  «e  posso  assegurar  a 
V.  Ex/  que  o  dito  commissionado  tem  feito  comigo  a  melhor 
harmonia,  indo  ambos  de  accôrdo  para  o  mesmo  Jim*.  Ora  conhe- 
cendo eu  por  experiência  o  seu  zelo  pelo  Archivo,  e  os  seus 
conhecimentos  d'esta  repartição  importantíssima,  e  reflectindo 
alem  d^isso,  que  V.  S.*  nem  pelo  seu  caracter,  nem  pelo  seu 
emprego,  e  achando-se  ao  mesmo  tempo  fazendo  as  funcçSes  de 
Guarda-Mór,  pela  minha  ausência,  poderia  consentir  em  uma 
invasão  nas  cousas  do  Archivo,  contraria  alem  de  tudo  á  mesma 
portaria,  assentei  por  estes  respeitos  e  pelas  expressões  da  sua 
carta  que  acabo  de  transcrever,  que  não  só  não  tinha  consentido 
invasão  alguma,  mas  que  até  tinha  annulado  o  individuo  de  que 
tratava,  e  isto  de  maneira  que  o  tinha  reduzido  dentro  do  Archivo 
quasi  á  condição  de  seu  subordinado,  e  por  isso  tomei  as  suas 


194  BOLETDi  DÁS  BIBLIOTHECAS 


palavras  tanto  ao  pé  da  lettra.  Mas  qual  foi  a  minlia  surpresa 
quando  depois  de  ter  partido  a  minha  carta,  apenas  24  horas 
eram  passadas,  me  vêem  trazer  o  Diário  do  Oovemo  de  2  de 
Fevereiro  com  o  famoso  Relatório  de  21  de  Janeiro !!!...  NXo 
cabem  nos  limites  de  uma  carta  as  reflexSes  que  eu  fiz  ao  con- 
theudo  d'aquelle  extraordinário  papel.  Entretanto  parecia- me 
impossível  que  V.  S.^  podesse  concordar  com  tudo  que  seu  auctor 
tinha  introduzido  sobre  as  noções  indubitáveis  que  só  V.  S/  com 
a  sua  experiência  das  cousas  do  Ârchivo  lhe  podia  ter  fornecido. 
Pela  sua  ultima  vejo  porém  que  me  não  enganei  no  conceito  que 
fiz  antes  de  receber  a  sua  carta  de  27  de  Janeiro  dando*me  V. 
S.*  na  que  me  acaba  de  escrever,  a  chave  doeste  extraordinário 
negocio,  contando-me  parte  da  historia  particular  d'elle.  De 
maneira  que  o  tal  individuo  começou  por  enganar  a  V.  S/  afim 
de  se  introduzir  no  Archivo,  servindo-se  para  isso  do  conheci- 
mento e  experiência  que  V.  S.*  tem  d'esta  repartição,  surprehende 
depois  e  leva  de  salto  o  Ministro,  occultando-lhe  as  suas  vistas 
ulteriores,  obtém  por  surpresa  (como  julgo)  a  portaria  restricta, 
e  com  esta  trata  de  se  arrogar  a  direcção  inteira  de  todo  o  Ar- 
chivo, tratando  dos  trabalhos  d^elle,  do  pessoal,  etc.  etc.  servin- 
do-se  de  V.  S.^  a  coberto  de  hypocri ticos  mas  bem  merecidos 
elogios^  como  de  um  instrumento  indispensável  para  obter  os  seus 
fins,  e  de  mais  a  mais  não  contente  com  tudo  isto,  pretende 
arrogar  se  a  publicação  de  obras  em  que  trabalho  ha  mais  de  30 
annos,  e  de  cuja  publicação  estou  solemnemente  encarregado  por 
vários  decretos  etc.  e  isto  tirando  as  ideias  das  introducções  dos 
2  primeiros  volumes  da  minha  obra  que  elle  já  conhecia.  Taes 
são  os  factos  que  os  documentos  demonstram  e  muito  principal- 
mente o  histórico  da  importante  carta  de  V.  S.^  a  que  estou 
respondendo.  Sinto  que  V.  S/  me  não  tivesse  mandado  a  copia 
do  papel  que  lhe  deu,  e  que  me  diz  na  sua  carta  tel-a  incluído 
na  mesma,  mas  que  não  recebi.  Desejo  ter  bem  desembrulhado 
todo  este  negocio,  e  por  isso  rogo  a  V.  S.^  queira  ter  a  bondade 
de  me  remetter  a  dita  copia,  e  dízer-me  quem  foram  os  homens 
eruditos  que  foram  convidados  para  dar  o  seu  parecer  sobre  o 
quasi  Bullario  pois  tenho  a  maior  curiosidade  em  saber  quem 
elles  eram,  e  espero  que  V.  S.^  não  só  continuará  a  informar-me 
regularmente  de  tudo  quanto  se  passar  no  Archivo  mas  também 
que  se  não  prestará  mais  a  dar  os  fructos  das  suas  luzes  e  ex- 
periência a  quem  d^elles  faz  tal  e  tão  inaudito  abuso.  Renovo  as 
expressões  de  consideração  com  que  me  preso  ser.  De  V.  S.^ 
Muito  Attento  e  antigo  servidor.  —Visconde  de  Santarém. 


E  ARCHIYOS  NAGIONAES  19Õ 


XXVI 

LÍBboa  22  de  Abril  de  1843. 

111.™^  e  Ex."^  Snr.  Recebi  2  cartas  de  V.  Ex.»  uma  de  26 
de  Março  e  outra  de  2  decorrente:  quanto  á  1.*  cumprirei  o 
que  V.  Ex.*  determina,  e  quanto  á  2.*  permitta-me  V.  Ex.»  que 
eu  lhe  diga  o  seguinte.  Â  minha  vida  publica  tem  sido  uma  serie 
n&o  interrompida  de  desgostos,  já  pelas  intrigas  que  se  me  tem 
armado,  já  por  injustiças  que  tenho  soffrido,  etc.  e  creia  V.  Ex.^ 
que  muito  desejo  ver  chegar  o  dia  16  de  agosto  próximo  no  qual 
faço  30  annos  de  serviço  no  Ârchivo,  aâm  de  poder  requerer  a 
minhaí  aposentadoria  logo  que  me  sobrevenha  algum  novo  des- 
gosto, pois  só  assim  poderei  passar  com  algum  descanço  o  tempo 
que  me  restar  de  vida.  Aceitando  pois  como  devo  a  reprehensão 
de  V.  Ex.*  devo  com  tudo  affirmar  a  V.  Ex.^  que  ninguém  era 
capaz  de  escapar  ao  laço  armado  por  Castilho,  porquanto  apre- 
sentando-se  elle  como  protector  na  Camará,  e  passando  repenti- 
namente a  ser  commissionado  do  Governo,  tornava-se  indispen- 
sável ou  uma  resistência  declarada,  cujos  resultados  de  certo 
seriam  funestos  para  o  Archivo  ou  uma  dissimulação  bem  sus- 
tentada afim  de  que  inutilisando  eu  pela  demora  todos  os  planos 
conservasse  a  integridade  do  mesmo  Archivo,  salvando-se  d' este 
modo  talvez  da  sua  total  ruina:  fui  portanto  o  Marcello  cunctator 
e  assim  consegui  afugentar  Annibal  dos  muros  de  Roma;  e  creia 
V.  Ex.*  que  foi  um  dos  maiores  serviços  que  podia  fazer  ao 
Archivo  seguir  o  caminho  que  segui,  e  se  tivesse  o  gosto  de  vêr 
a  V'  Ex.^  então  lhe  explicaria  mais  miudamente  o  resto.  O  papel 
de  que  V.  Ex.^  me  falia  foi  com  a  minha  de  18  de  Março  tendo 
cá  ficado  quando  foi  a  minha  de  10,  o  que  não  obstante  remetto 
outra  copia;  desejo  comtudo  saber  se  V.  Ex.*^  recebeu  a  3.* 
carta  bem  como  a  do  1.^  do  corrente,  em  que  lhe  participava 
ter  Castilho  sido  despachado  Bibliothecario-Mór  da  Bibliotheca 
de  Lisboa,  onde  Deus  o  conserve  por  largos  annos ;  restando 
agora  accrescentar  que  depois  de  nomeado  só  veiu  aqui  uma  vez 
para  dizer-me  que  passava  a  requerer  ser  exonerado  da  com- 
missão  e  emquanto  veiu  ao  Archivo  só  2  vezes  entrou  na  caza 
da  coroa,  e  foram  na  minha  companhia,  não  tendo  ingerência 
alguma  nos  empregados  nem  nos  trabalhos.  Remetto  7  copias  da 
2.*  lista  da  carta  de  V.  Ex.^  de  19  de  Dezembro,  e  em  breve 
irão  as  outras.  Os  homens  sábios  convidados  pelo  Snr.  Ministro 
do  Reino,  (o  qual  também  assistiu),  para  tratarem  do  BuUario 


196  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


OU  gu€ui  BvUario  Romano-Lusitano  do  Castilho  (o  qual  ficou  in 
fien,  apesar  de  terem  vindo  para  o  auxiliar  42  livros  ín-folio  da 
Biblíotheca  Publica)  e  que  compareceram  no  Ârchivo  no  dia  19 
de  Fevereiro  foram  os  Snrs.  —  Bispo  do  Algarve,  dito  de  Beja 

—  os  cónegos  Annes  de  Carvalho  —  Castello  Branco — Lacerda 

—  Garrett  —  Herculano  —  Pereira  dos  Reis  —  Bartholomeu  dos 
Martyres  e  o  capellSo  da  Snr.<^  Imperatriz  Eutsmaun :  faltaram 
os  Snr.®'  Patriarcha,  P.^  Marcos  e  Macedo  (este  ultimo  diz  que 
não  foi  convidado)  e  também  faltei  eu  que  dias  antes  adoeci  e 
fiz  a  doença  maior  do  que  era  só  para  nSo  ir,  e  fez  as  minhas 
vezes  o  meu  ajudante  Thomaz  Caetano  que  também  ajudou  muito 
bem  a  derrotar  o  Castilho.  Sou  de  V.  Ex.'  súbdito  reverente  e 
servo  obrigadissimo.  — «/. 


XXVII 

Paris  17  de  Abril  de  1843. 

III.™"*  Snr.  Apresso-me  em  accusar  a  recepçSo  da  carta  de 
V.  S.^  de  18  do  passado  e  muito  particularmente  as  noticias  que 
me  dá  relativamente  ao  Dr.  Castilho.  Achei  muito  interessante 
e  opportuno  o  papel  que  V  *  S.*  lhe  deo  e  agradeço  a  V.  S."  a 
remessa  d^elle.  Sei  que  da  Secretaria  d'Estado  se  remettera  ha 
mais  d'um  anno  um  exemplar  da  minha  Memoria  sobre  a  priori- 
dade dos  nossos  descobrimentos,  para  o  Archivo,  entretanto  as 
communicaçòes  que  tive  posteriormente  nao  me  indicavam  d'um 
modo  bem  claro,  se  se  tinha  também  mandado  para  o  Archivo 
um  exemplar  do  magnifico  Atlas,  composto  pela  maior  parte  de 
Cartas  e  emolumentos  geographicos  inéditos  da  Geographia  tira- 
dos em  fac-similes  e  coloridos,  que  acompanhava  a  dita  obra  ou 
antes  a  EdicçSo  Franceza  que  publiquei  em  um  volume  de  430 
paginas  com  o  titulo  —  Recherches  sur  la  découverte  des  pays 
situes  sur  la  Cote  oceidentale  d' Afrique  au  ddá  du  Cap,  Bojador, 
et  sur  les  progrés  de  la  science  geographique  aprés  les  navigations 
des  Portugais  au  XV  Siéde. 

Rogo  pois  a  V.  S.^  queira  ter  a  bondade  de  me  dizer  se 
estas  obras  foram  remettidas  para  o  Archivo  e  se  ahi  se  rece- 
beram também  os  3  primeiros  volumes  da  minha  Obra  Diplomá- 
tica. Aproveito  também  este  correio  para  pedir  a  V.  S.'  o  favor 
de  me  dizer  que  numero  de  volumes  manuscriptos  da  minha 
Livraria  se  recolheram  ao  Archivo  em  1833  quando  sahí  d^essa 


J 


E  ARCHIVOS  NÁCI0NÁB8  197 


Capital  y  08  quaes  sendo  propriedade  minha  se  me  offerecea  por 
este  respeito  (no  tempo  em  que  o  Snr.  Patriarcha  eleito  regia 
essa  Repartição)  a  entrega  d^elles.  Julguei  entfto  que  estando  os 
ditos  manuscriptos  mais  seguros  no  Archivo  do  que  em  cainha 
caza;  deviam  continuar  a  guardar-se  na  mesma  Repartição  até  á 
minha  volta  para  Portugal.  Necessito  entretanto  de  ter  aqui  o 
mais  depressa  que  fôr  possivel  os  volumes  em  que  se  encontram 
muitas  copias  e  extractos  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Pu- 
blica de  Lisboa  e  das  CollecçSes  dos  Barbosas  que  se  acham  na 
Bibliotheca  Real  do  Rio  de  Janeiro  d'onde  os  fiz  extrahir.  Apro- 
veito esta  occasião  para  remetter  a  V.  S.<^  a  Introducção  qu«  fiz 
a  um  dos  códices  portuguezes  mais  sumptuosamente  executados 
que  tenho  visto.  Renovo  as  expressões  de  estima  e  consideração 
com  que  sou  de  V.  S.*  Muito  Attento  Servidor  —  Visconde  de 
Santarém. 

XXVIII 


Lisboa  12  de  Maio  de  1843. 

III.'"*'  e  Ex.™®  Snr.  Com  a  maior  satisfação  recebi  2  cartas 
de  V.  Ex.^  uma  de  17  outra  de  24  de  Abril.  Quanto  á  1.^  devo 
assegurar  a  V.  Ex.*  que  nenhuma  das  suas  obras  vieram  para 
o  Archivo  e  para  haver  n^elle  a  chronica  de  Q ornes  Eannes  de 
Azurara  tive  de  a  comprar.  A  respeito  dos  livros  de  V.  Ex.* 
que  se  recolheram  aqui  em  1833  constam  da  relação  que  remetto 
por  copia,  advertindo  que  onde  diz  53  volumes  são  52,  e  os  3 
últimos  são  2  pois  o  outro  por  ser  dos  manuscriptos  de  S.  Vicente 
juntei  á  coUecção ;  como  porém  estes  livros  vieram  em  virtude 
de  uma  portaria  do  Governo  digo  a  Macedo  que  solicite  outra 
igual  para  a  entrega,  e  será  opportnno  que  V.  Ex.^  o  authorise 
para  recebel-os.  Agradeço  muito  a  introducção  que  V.  Ex.<^  se 
dignou  remetter-me  com  a  dita  carta.  Quant )  á  2.*  tendo-se 
examinado  miudamente  4  volumes  de  cartas  dirigidas  por  diffe- 
rentes  a  Marco  António  de  Azevedo  para  ver  se  vinham  também 
as  d^elle,  foi  trabalho  baldado,  no  emtanto  continuo  a  ver  se 
descubro  alguma  cousa  da  sua  missão  de  Paris  de  1737  como 
V.  Ex.^  me  tinha  ordenado.  Remetto  a  ultima  copia  da  2.*  lista 
da  carta  de  V.  Ex.*  de  19  de  Dezembro  e  fico  examinando  se 
resta  para  ir  alguma  outra.  Sou  com  toda  a  consideração  e  estima 
de  V.  Ex.^  Súbdito  reverente  e  Servo  Obrigadissimo. — <7. 


198  BOLETIM  DAS  SlBLIOTUECAS 


XXIX 

Pftrís  15  de  Maio  de  1843. 

111,'^  Snr.  Recebi  pelo  ultimo  paquete  a  carta  de  V.  S.'  de 
22  do  passado  e  as  7  copias  da  2.^  lista  da  minha  carta  de  19 
de  Dezembro  do  anno  passado,  cuja  importante  remessa  muito 
agradeço  a  V.  S.*  Vi  com  magua  o  projecto  que  V.  S.»  me 
annuncia  de  requerer  d'aqui  a  tempos  a  sua  aposentadoria  no 
caso  que  lhe  sobrevenha  algum  novo  desgosto.  Entretanto  espero 

3ue  esta  ideia  nascida  em  algum  momento  de  melancholia  será 
e  todo  desvanecida  á  vista  de  considerações  dignas  do  zelo  que 
V.  S.*  tem  pelo  Archivo  e  accrescentarei  com  franqueza  e  até 
por  uma  certa  retribuição  de  sentimentos  para  commigo,  porque 
apenas  nomeado  para  reger  de  novo  o  Árchivo,  pedi  logo  official- 
mente  ao  Snr.  Ministro  Jb  Reino  que  V.  S/  ficasse  fazendo  as 
minhas  vezes  em  tudo  durante  a  minha  ausência.  Espero  pois  e 
confio  que  V.  S.*  n&o  tornará  a  pensar  em  tal.  Quando  se  serve 
30  annos  em  uma  Repartição  tal,  o  maior  de  todos  os  desgostos 
deve  ser  o  remorso  de  a  ter  deixado.  Nfto  imagino  que  V.  S.* 
na  sua  vida  publica  tenha  tido  desgostos  que  se  possam  comparar 
aquelles  que  eu  tenho  tido.  Mas  qual  tem  sido  o  partido  que  tenho 
tomado?  Tenho-os  sempre  vencido  todos  e  triumphado  d'elles  á 
força  de  philosophia  e  de  constância.  Acredite  que  se  eu  tivesse 
sonhado  que  V.  S.  haveria  de  tomar  por  uma  reprehensfto  o  que 
Uie  escrevi  na  minha  carta  de  2  d^Abril  em  resposta  á  sua  em  que 
me  dizia  circunstanciadamente  o  que  se  tinha  passado,  de  certo 
lh'a  não  teria  escripto.  Eu  disse  então  o  que  lhe  diria  em  uma 
conversa,  se  tivesse  o  gosto  e  o  prazer  de  o  ver.  Desde  o  prin- 
cipio do  celebre  episodio  que  deu  iogar  aquellas  cartas  vi  que 
ninguém  era  capaz  de  escapar  ao  laço  armado  por  Castilho  como 
V.  S.*  diz.  Eu  no  seu  Iogar  cahiria  também  no  mesmo.  V.  S.* 
obrou  impellido  por  um  sentimento  que  lhe  faz  muita  honra; 
obrou  por  zelo  pela  Repartição  que  merece  os  seus  disvelos  e 
onde  tem  passado  e  gasto  os  melhores  dias  da  sua  vida.  A  sua 
conducta  ulterior  em  relação  aquelle  primeiro  passo  foi  igualmente 
a  única  que  havia  a  seguir,  distinguindo-se  esta  por  uma  grande 
prudência  e  habilidade  e  com  a  qnal  V.  S.*  fez  como  diz  e  eu 
reconheço  um  dos  maiores  serviços  que  podia  fazer  ao  Archivo, 
salvando-o  como  V.  S.^  observa  da  sua  total  ruina.  Portanto  o 
que  eu  queria  dizer  na  minha  carta  era  que  V.  S.*^  tinha  sido 
enganado  e  V.  S.^  o  reconhece  e  eu  acrescentava  com  toda  a 


£  ABCHIVOS  NÁCI0NAE8  199 


franqueza  o  qae^lhe  teria  dito  conversando^  que  quem  engana, 
nSo  merece  confiança.  Tenho  recebido  regularmente  todas  as 
suas  cartas  como  Y.  S.^  verá  pelas  minhas  respostas.  Agradeço 
a  V.  S.^  o  favor  que  me  fez  em  me  indicar  os  nomes  das  pessoas 
que  foram  convidados  para  darem  o  seu  parecer  acerca  da  pu- 
blicação do  Bailar io  ou  quasi  BuUario  do  Castilho.  M&o  me 
admira  que  o  seu  Ajudante  Thomaz  Caetano  ajudasse  com  boas 
razões  e  vigor  a  derrotar  o  projecto  do  Castilho,  como  V.  S.* 
diz  pois  elle  sabe  por  experiência  que  taes  trabalhos,  n&o  se 
improvisam  e  que  tudo  quanto  elle  publicasse  n'este  género  seria 
imperfeitíssimo  e  sem  nexo,  nem  relação  ás  grandes  transacções 
diplomáticas  que  deram  causa  á  expedição  de  taes  diplomas.  Ora, 
como  todas  as  particularidades  relactivas  a  este  assumpto  me 
interessão  em  summo  grau,  muito  principalmente  para  completar 
as  noticias  sobre  este  objecto  rogo  a  V.  S.^  queira  dizer  me 
quando  tiver  para  isso  algum  momento;  1.®  quaes  foram  as 
objecções  que  os  convocados  fizeram  ao  projecto  de  Castilho,  2.® 
Se  os  4t2  livros  in-folio  que  vieram  da  Bibliotheca  Publica  para 
auxiliar  aquelle  trabalho,  são  manuscriptos  e  se  são  todos  rela- 
tivos ás  relações  com  a  Cúria  de  Roma.  Resta-me  pedir  a  V.  S.* 
o  obsequio  de  me  mandar  pelo  1.^  Paquete  depois  de  receber 
esta,  a  copia  do  seguinte  documento,  pois  necessito  d'ella  com 
urgência.  1525  —  Maço  14,  Carta  do  Emperador  Carlos  5.^  a 
El-Rei  D.  João  3,^  dando-lhe  parte  de  ter  ganho  a  Batalha  de 
Pavia  e  de  ter  feito  prisioneiro  Francisco  1.^  Rei  de  França. 
Archivo  Real  —  Çorpu  Chronologico  —  Parte  1.*  Maço  32 
Documento  7. 

Dê-me  V.  S.^  sempre  noticias  suas  e  accredite  que  sou  com 
estima  de  V.  S.*  Muito  Attento  Servidor  —  Visconde  de  Santarém, 


XXX 

Lisboa  3  de  Junho  de  1843. 

111.™^  e  Ex."*^  Snr.  As  obsequiosíssimas  e  delicadas  expres- 
sões que  V.  Ex.^  se  dignou  empregar  na  sua  carta  de  15  do 
passado  e  que  muito  agradeço,  de  tal  modo  me  captivaram  que 
posso  dizer  a  V.  Ex.*  que  se  até  agora  fiz  sacrifícios  no  serviço 
doesta  Repartição,  de  hoje  em  diante  serão  redobrados  e  só  porei 
em  pratica  o  que  por  V.  Ex.*  me  for  ordenado :  no  entanto  como 
me  consta  que  o  tal  Castilho  ainda  quer  ter  ingerência  no  Archivo 


200  BOLETIM  DAB  BIBLIOTHECAS 


apesar  de  estar  Bibliothecario-Mór^  seria  bom'  que  V.  Ez.^,  se 
lhe  parecesse,  officiasse  ao  Snr.  Ministro  do  Keíno  afim  de  que 
os  empregados  temporários,  fazendo  como  um  corpo  auxiliar, 
ficassem  tSlo  somente  subordinados  a  quem  está  á  testa  d'este 
estabelecimento.  Peço  desculpa  de  ter  excedido  um  pouco  no 
desafogo  que  tive  com  V.  Ex.*  na  minha  carta  de  22  de  Abril, 
e  creia  V.  Ex.*  que  muito  me  custou  a  tal  intrusão  Castilhana, 
e  tanto  que  estou  resolvido  a  ser  um  perfeito  egoista  a  respeito 
de  conhecimentos  do  Archivo  As  objecções  ou  antes  contrarie- 
dades que  fizeram  a  Castilho  os  convidados  para  a  conferencia 
de  19  de  Fevereiro,  foram  a  impossibilidade  que  ha  de  fazer  um 
completo  Bullario,  ou  mesmo  quasi  Bullario  por  estarem  as 
Bulias  muito  espalhadas  e  ser  necessário  confrontar  as  do  Archivo 
com  os  differentes  BuUarios  impressos;  alem  d^isso  era  necessário 
extremar  as  que  dizem  respeito  ao  Direito  Publico;  as  das  ereçòes 
dos  Bispados  e  seus  provimentos ;  as  relativas  ás  Ordens  Milita- 
res; as  das  fundações  dos  conventos,  etc.  e  como  para  isto  era 
mister  muito  tempo,  muito  trabalho,  muita  gente  e  muita  despeza, 
era  inquestionável  não  ser  possivel  fazer-se.  Os  42  livros  que 
vieram  da  Biblíotheca  Publica  s2o  todos  impressos  e  só  tratam 
de  Bulias  contendo  30  doestes  o  Bullario  Romano.  Remetto  a 
copia  que  V.  Ex.*  determinou  na  sua  de  15  de  Maio.  Fico  ás 
ordens  de  V.  Ex.*  pois  tenlio  a  honra  de  ser  De  V.  Ex.?  Súbdito 
Reverente  e  A.  obrigadissimo.  —  </. 


XXXI 

Paris  19  de  Junho  de  1843. 

III.™®  Snr.  Grande  prazer  me  deu  V.  S.*  com  a  sua  estimável 
Carta  de  3  do  corrente  por  ver  por  ella  que  V.  S.**  reconheceu 
a  sinceridade  e  interesse  com  que  a  seu  respeito  mo  expliquei 
na  resposta  á  sua  Carta  de  22  de  Abril.  Agradeço  muito  a  V. 
S.*  as  noticias  que  me  dá  do  que  se  passara  na  Conferencia  para 
a  publicação  do  Bullario  do  Castilho,  bem  como  o  aviso  que  me 
faz  acerca  d'este  individuo  pretender  ingerir-se  de  novo,  no 
Archivo,  apezar  de  ser  Bibliuthecario  Mór.  Sobre  o  assumpto  de 
ficarem  os  Empregados  temporários  subordinados  somente  a 
V.  S.*  escreverei  ao  Snr.  Ministro  do  Reino,  Quanto  á  ingerência 
de  Castilho,  não  sei  como  esta  se  poderá  combinar  com  as  expli- 
citas e  obsequiosissimas  seguranças  que  me  foram  dadas.  Vou 


E!  AROHIVOS  ^ACIOÍSÃEA  2Õ1 


agora  ènoommendar  a  V.  S.*  o  segointe  negocio  relativo  a  um' 
Empregado  no  Archivo,  para  satisfazer  ao  pedido  do  benemérito^ 
Secretario  d'esta  legaç&o,  Nuno  Barbosa  de  Figaeiredo,  nomeado 
Ministro  para  Broxellas.  António  Isidoro  de  Moraes  Ancora,  irmXo 
doeste  Ministro,  vae  ser  admittido  na  4.^  Secçfto  do  Exercito  em 
virtude  da  lei  ultimamente  promulgada  em  favor  dos  amnistiados. 
Em  consequência  d'esta  nova  collocaçSo  não  pode  ser  conservado 
na  Commissfto  Civil  da  Torre  do  Tombo  sem  preceder  consenti- 
mento do  Ministro  da  Guerra.  Escrevo  em  consequência  pelo 
Correio'  de  hoje  ao  Duque  da  Terceira  conforme  prometti  ao 
Barbosa  em  desempenho  do  seu  pedido;  ro;;arei  pois  a  V.  S.* 
que  se  n'is30  não  tiver  duvida,  de  procurar  alguns  dias  depois 
da  chegada' d'este  Paquete  o  dito  Ministro  e  soUicitar  d'elle  este 
negocio,  o  que  eu  não  posso  fazer  de  t&o  longe.  Resta-me  agra- 
decer a  promptidão  da  remessa  da  copia  da  Carta  de  Carlos  5.^ 
sobre  a  famosa  batalha  de  Pavia.  Tenha  Y.  S.^  tudo  quanto 
merece  e  lhe  deseja  quem  é  de  V.  S.^  Muito  Attento  e  Obrigado 
servidor — Visconde  de  Santarém^ 


XXXII 

Ministério  do  Reino — 1.*  Direcção  —  1.*  Repartição — L.*  5.* 
—  N.*^  153  —  Havendo  nos  diversos  archivos  da  Corte  do  Rio 
de  Janeiro  muitos  e  preciosos  documentos  relativos  ao  tempo  em 
que  o  Império  do  Brazil  formava  parte  da  Monarchia  Portugueza, 
e  que  muito  importa,  não  só  á  historia,  mas  também  aos  interes- 
ses doeste  Reino  e  suas  Possessões  Ultramarinas,  haver  d^elles 
conhecimento,  para  se  resolver  convenientemente  com  conheci- 
mento de  causa,  em  presença  de  informações  seguras,  sobve  o 
que  convenha  obrar,  —  Manda  S.  M.  A  Rainha,  pela  Secretaria 
d' Estado  dos  Negócios  do  Reino,  que  o  Doctor  José  Feliciano 
de  Castilho,  Bibliothecario-Mór  da  Bíblíotheca  Nacional  de  Lisboa, 
acompanhado  de  outro  empregado  de  reconhecida  aptidão,  que 
poderá  competentemente  requisitar,  sem  prejuízo  do  serviço,  se 
transporte  áquella  Cidade  e  Corte,  Esperando  do  seu  zello  e 
intelligencía,  que  desempenhará  satisfatoriamente  esta  Commis- 
são,  —  sendo  todavia  entendido,  que,  attentas  as  apuradas  cir- 
cumstancias  do  Thesouro,  além  do  seu  ordenado  legal,  que  já 
tem,  nenhum  outro  vencerá;  —  devendo  outrosim  o  referido  Bi- 
bliothecario-Mór  regular-se  pelas  instrucçSes  que  acompanham  a 

?.•  AMNO,  N.«  2  8 


202  fiOLBtlM  DAS  filBLlOTHBCAS 


presente  Portaria.  Paço  das  Necessidades  em  20  de  Setembro 
de  1847.  António  de  Azevedo  Mello  e  Carvalho. 


Instrneçtes  pelas  qaaes  se  regolari  o  BiUiotheeario-lér  sa  Conunissio 
de  qae  em  Portaria  de  20  de  Setembro  de  1847,  é  encarregado 

O  Bibliothecario-MÓFy  o  Doctor  José  Feliciano  de  Castilho, 
auctorísado  por  oi&cio  do  Governo  Portuguez  ao  Enviado  Extra- 
ordinário na  Corte  do  Império  do  Brazil,  acompanhado  de  outro 
Empregado,  que  para  este  fim  requisitará  competentemente, 
transportar-se-Ua  á  Cidade  e  Corte  do  Rio  de  Janeiro.  Alcançada 
a  previa  auctorisaçâo  do  Governo  Brasileiro,  visitará  todos  os 
Archivos  principaes,  e  examinará  todos  os  documentos  manu- 
scriptos,  que  possam  importar  á  historia,  ou  aos  interesses  doeste 
Reino.  Irá  successivamente  formando  relações  d^esses  documentos, 
com  uma  clara  indicação  do  assumpto  de  cada  um,  e  com  extra- 
cto, sendo  possivel,  das  suas  principaes  matérias.  Remetterá  cada 
mez  ao  Ministro  e  Secretario  d'Estado  dos  Negócios  do  Reino 
um  relatório  do  que  n'esse  mez  houver  apurado;  e  ao  mesmo 
tempo  enviará  ao  Official  Maior,  servindo  de  Guarda-Mór  da 
Torre  do  Tombo,  e  ao  primeiro  Conservador  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa,  aquellas  relações  de  documentos,  para  que 
estes  Funccionarios,  que  satisfarão  ás  requisições,  que  a  este 
respeito  lhes  forem  feitas  pelo  referido  Bibliothecario-Mór,  possam 
informal' o,  se  esses  documentos  existem  ou  não  n^aquelles  depo- 
sitas. Os  ordenados  legaes,  emquanto  durar  a  Commissfto,  pode- 
rão ser  satisfeitos  no  Rio  de  Janeiro  pela  Folha  da  Legação 
Portugueza.  Paço  das  Necessidades  em  20  de  Setembro  de  1847. 
António  d' Azevedo  Mello  e  Carvalho,  Está  conforme.  Joaquim 
José  Ferreira  Pinto  da  Fonseca  Telles. 

(M.  23  de  Ordens,  n.»  70). 


fi  ARCttiVOS  KÁCIOKAKfi  SOâ 


ÂRGHIYO  DE  MARINHA  £  ULTRAMAR 


ClTÁLOdO  Dl  liiriS,  PUKT18,  DISIliHOS  I  IflDlULUS 


PARTE  PRIMEIRA 
Hadelra  e  Porto  Santo 

1-2. — Planta  de  uma  parte  da  Ilha  da  Madeira,  em  que 
se  representa  a  nova  estrada,  mandada  projectar  pelo  Qover- 
nador  Luiz  Beltr?to  de  Gouvêa  e  Almeida,  para  communicar  o 
Funchal  com  as  freguezias  do^  norte.  Porto  da  Cruz,  Fayal  e 
Sant'Ánna.  Por  Paulo  Dias  de  Almeida,  CapitSo  d'artilharia. 
(1813). 

O^jôTÔ  X  0°,200.  2  exemplares  coloridos,  apresentando  entre 
si  algumas  differenças  no  desenho  e  na  indicação  dos  logares.  — 

(F.  officio  do  referido  Governador  datado  do  Funchal,  18  de 
novembro  de  1813.  Madeira  doe,  n.^  3280).  Emm. 

3. — Frojeoto  da  Egreja  protestante  que  os  inglezes  resi- 
dentes no  Funchal  pretenderam  edificar  em  1813. 

0",260xO™,120.  (F.  o^cío  do  Governador  da  Madeira,  Pedro 
Fagundes  Bacellar  d' Antas  e  Menezes,  datado  do  Funchal^  24 
de  abril  de  1813).  Ene.  /. 

4. — Mappa  geológico  da  Ilha  do  Porto  Santo  e  suas  adja- 
centes, levantado  pelo  Sargento-Mór  Engenheiro  Francisco  d'A- 
lincourt  e  desenhado  pelo  Ajudante  Engenheiro  Faustino  Salus- 
tiano  da  Costa. 

0™,735  X  (r,480.  Colorido. 


•  • 


204  BOLETIM  DAS  BlBUOTfiECAS 


Açores 


5.  —  Oarta  da  Ilha  de  S.  Miguel,  para  reconhecimento  da 
utilidade  da.  fundaçSo  da  Aldeia  da  Achada  das  Fuma». 

0",415  X  0",310.  Colorida.  (V.  informação  do  Corregedor  da 
Ilha  de  S.  Miguel  João  José  da  Veiga,  datada  de  Ponta  Delgada, 
3  de  fevereiro  de  1817).  Ebb. 

6.  —  Plano  do  Campo  de  S.  Francisco  da  Cidade  de  Ponta 
Delgada,  na  Ilha  de  S.  Miguel,  para  nelle  se  ver  o  novo  adro 
que  08  Religiosos  de  S.  Francisco  pretendem  continuar.  Em  12 
de  junho  de  1801. 

0"*,410xO",285  (F.  officio  do  Governador  Ignacio  Joaquim 
de  Coêtro,  daiado  de  S.  Miguel,  6  de  outubro  de  1801).  Ene.  /. 

7. — Plano  da  Caldeira  e  sua  entrada  do  Cães  da  Alfandega 
ao  sul  da  cidade  de  Ponta  Delgada  na  Ilha  de  S.  Miguel,  onde  é  o 
embarcadouro  e  desembarcadouro  geral  da  referida  cidade,  para 
nelle  se  vêr  o  estado  de  ruina  e  de  entulho  em  que  se  achava  a 
mencionada  Caldeira  em  20  de  Julho  de  1802.  Por  Ignacio  Joa- 

Íuim  de  Castro,  Governador  e  Coronel  de  artilharia  na  mesma 
lha.  Copiado  do  Plano  original  por  Guilherme  Harding  Read, 
negociante  inglez  na  cidade  de  Ponta  Delgada,  em  1  de  março 
de  1804. 

0",530xO™,415.  Colorido  (F.  ofp^io  do  Governador  Ignacio 
Joaquim  de  Castro,  datado  de  S.  Miguel,  11  de  abril  de  1801). 
Ene.  /. 

8.  —  Plano  do  molhe  e  caldeira  do  areal  do  Castello  de 
São  Braz,  da  cidade  de  Ponta  Delgada,  na  Ilha  de  S.  Miguel, 
em  que  se  mostra  a  sua  extensão  superficial,  o  seu  fundo,  tanto 
dentro  como  na  sua  entrada  e  mais  logares,  perto  da  mencionada 
caldeira,  como  igualmente  o  Plano  do  dito  Castello  e  parte  da 
dita  cidade,  com  a  distancia  delle  Castello  ao  ancoradouro.  Por 
Ignacio  Joaquim  de  Castro,  Governador  da  mesma  Ilha  e  Coronel 
de  artilharia,  era  24  de  julho  de  KSOi.  P.  H    Read,  f. 

0^,595  X  0^,435.  Colorido  ( V.  officio  do  Goveimador,  Ignacio 
Joaquim  de  Castro,  datado  de  ò'.  Mijucl,  26  de  março  de  1805). 
Ene.  /. 


E  ARCraVOS  NAC10NAE8  205 


9. — Planta  para  a  construpção  da  Esplanada  do  Castello 
de  SSo  Braz  na  cidade  de  Ponta  Delgada. 

O",830  X  (>",400.  Colorida.  (F.  offido  do  Governador,  Ayres 
Pinto  de  Sousa,  datado  de  Angra,  14  de  agosto  de  1812).  Eoe.  /• 

10.  —  Planta  e  perfil  do  Cães  da  cidade  de  Ponta  Delgada. 
0°",295xO»,210.  Colorida.  (F.  officio  do  Corregedor  de  8. 

Miguel,  João  José  da  Veiga,  datado  de  Ponta  Delgada,  24  de 
janeiro  de  1814).  Ene.  L 

11.  —  Planta  do  Cães  da  Alfandega  da  Ilha  de  S.  Miguel  e 
projecto  de  um  molhe  para  pequenas  embarcações. 

0™,50õ  X  O^^jSOO.  Colorida.  (F.  officio  do  Corregedor,  João 
José  da  Veiga,  datado  de  Ponta  Delgada,  10  de  dezembro  de  1817). 
Ene.  /. 

12.  —  Projecto  para  o  Passeio  publico  da  cidade  de  Ponta 
Delgada.  Contém  a  planta  do  jardim  e  a  perspectiva  da  Ermida 
da  Mfte  de  Deus. 

0™,710x  0^500.  Colorido.  (F  officio  do  Goveimador  da  Ilha 
de  S.  Miguel,  José  d* Arriaga  Brum  da  Silveira,  datado  de  Ponta 
Delgada,  26  de  janeiro  de  1816).  Ene.  /. 

13.  —  Planta  do  Ilhéo  de  Villa  Franca,  fronteiro  á  Ilha  de 
S.  Miguel. 

0"»,365  X  0^,250.  Ene.  /. 

14.  —  EsbOQO  da  planta  anterior. 
0",34õ  X  0"^,220.  Ene.  /. 

15.  —  Aguarella  representando  a  con6guraçSo  de  um  Ilhéo, 
formado  por  erupção  vulcânica,  próximo  da  Ilha  de  S.  Miguel, 
(a).  A.  J.  Sousa.  1811. 

0'",215x(>°,255.  (F  offidjo  do  Governador  da  Ilha  de  8.  Mi- 
guel, José  Francisco  de  Paula  Cavalcanti  de  Albuquerque,  datado 
de  Ponta  Delgada,  21  de  acosto  de  f811).  Ene.  L 

16. — Planta  da  Bahia  da  Villa  da  Horta,  na  Ilha  do  Fayal, 
onde  se  mostram  a  sua  configuração,  a  defeza  militar  do  porto  e 
os  legares  onde  ancoram  os  navios  mercantes  e  os  .de  guerra. 
Pelo  Capitão  d'Infantaria  com  exercicio  de  Engenheiro,  Francisco 
Xavier  Machado,  1769. 

0",705  X  0"^,330,  Colorida.  Ene.  //. 


206  BOLETIM  OA8  BIBLIOTHECAS 


17.  —  Planta  do  Forte  de  Santa  Cruz  na  Ilha  do  Fayal. 
Pelo  Capitão  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
(P,310x0'°,210.  Colorida.  Ene.  U. 

18. — Planta  do  Forte  de  Nossa  Senhora  da  Ouia,  na  Ilha 
do  Fayal.  Pelo  CapitXo  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
0»,330  X  (r,205.  Colorida.  Ene.  //. 

19.  —  Planta  do  Forte  da  Cruz  dos  Mortos,  na  Ilha  do 
Fayal.  Pelo  CapitSo  Francisco  Xavier  Machado.  4769. 
0",305  X  0",200.  Colorida.  Eoc.  11. 

20. — Planta  do  Forte  da  Carrasca,  na  Ilha  do  Fayal.  Pelo 
Capitão  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
0'°,2(X)  X  0°»,305.  Colorida.  Ene.  //. 

21.  —  Planta  do  Forte  da  Ponta  Furada,  na  Ilha  do  Fayal. 
Pelo  Capitão  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
0",200x  0^310.  Colorida.  Ene.  //. 

22-23. — Plantas  dos  2  Fortes  da  Peleira,  na  Ilha  do 
Fayal.  Pelo  Capitão  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
0%205  X  0'",305.  Coloridas.  Ene.  II. 

24-25. — Plantas  dos  2  Fortes  de  Castello  Branco,  na  Ilha 
do  Fayal.  Pelo  Capitão  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
O'",200  X  O^^jSOÕ.  Coloridas.  Ene.  //. 

28.  —  Planta  do  Forte  de  N.  S.  Jesus  Christo  ou  da  Praia 
do  Almoxarife,  na  Ilha  do  Fayal.  Pelo  Capitão  Francisco  Xavier 
Machado.  1769. 

(r,200  X  0^,305.  Colorida.  Ene.  H. 

27.  —  Planta  do  Forte  de  N.  S.*  dos  Remédios  da  Praia 
do  Almoxarife,  na  Ilha  do  Fayal.  Pelo  Capitão  Francisco  Xavier 
Machado.  1769. 

(r,200  X  (r ,310.  Colorida.  Ene.  U. 

28. — Planta  do  Beducto  de  N.  S.*  da  Conceição  da 
Alagôa,  na  Ilha  da  Fayal.  Pelo  Capitão  Francisco  Xavier  Ma- 
chado. 1769. 

0",200  X  0",305.  Colorida.  Ene.  //. 


E  ÁBCUlVOtt  NACIOKABS  207 


29. — Planta  do  Forte  novo  na  Bahia  do  Porto  da  Villa  da 
Horta,  na  Ilha  do  FayaL  Pelo  CapítSo  Francisco  Xavier  Ma- 
chado. 1769. 

0»,310  X  0«,205.  Colorida.  Inc.  //. 

30.  — Planta  do  Forte  do  Porto  da  Villa  da  Magdalena,  na 
Ilha  do  Pico.  Pelo  CapitSo  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 

0^,200  X  0",305.  Colorida.  Ene.  II. 

31.  —  Planta  do  Forte  do  Porto  da  Villa  de  Lagos,  na  Ilha 
do  Pico.  Pelo  Capitão  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 

0'»,200  X  0"»,305.  Colorida.  Ene.  //. 

32. — Planta  do  Forte  da  Prahínha  da  Ilha  do  Pico.  Pelo 
CapitSo  Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
0",200  X  0",305.  Colorida.  Ene.  //. 

33.  —  Planta  do  Forte  do  Cães  da  Ilha  do  Pico.  Pelo  Ca- 
pitSo Francisco  Xavier  Machado.  1769. 
0",2(X)  X  Cr,300.  Colorida.  Ene.  //. 

34-66.  —  Plantas  (33)  dos  Fortes  e  Rednctos  que  guarnecem 
e  defendem  a  costa  da  Ilha  Terceira.  1777. 

0™,220x0™,320.  Coloridas.  Contém  aa  plantas  dos  Fortes  do 
Espirito  Santo,  Santa  Cruz,  N.  5.*  da  Luz,  S.  Francisco  (2), 
S.  Antão,  Santa  Catharina  (2),  S.  Thiago,  S.  Bento,  S.  Fer- 
nando, S.  Sebastião,  Pesqueiro  dos  Meninos,  Boni  Jesus,  Cfruta, 
Canninhas,  Covallos,  Salga,  S.  António  do  Porto  Judeu,  Lapi^ 
nha,  S.  Matheus,  Terreiro,  Negrito  e  N.  /S.*  do  Pilar  e  dos 
Reductos  de  N.  /S\*  da  Conceição,  S.  Jorge,  Santo  António,  N. 
S.^  da  Nazareth,  Ribeira  Secca  (2),  Casa  da  Salga,  Má  Ferra- 
menta e  S,  Matheus.  Ene.  ///. 

67.  —  Planta  da  Bahia  da  Praia. 

0™,530  X  0"\380.  Colorida,  (F.  officio  do  Governador  e  Ca- 
pitão General  dos  Açores,  Diniz  Gregório  de  Mello  Castro  e 
Mendonça,  datado  de  Angra,  10  de  junho  de  1793).  Ene.  /. 

68.  —  Esboço  da  planta  anterior. 
0»,490  X  0",270.  Ene.  /. 

69. — Projecto  de  ama  enfermaria  no  Hospital  Militar  da 
Boa  Nova,  na  Cidade  de  Angra. 


^08  BOLETIM  DAS  BIBLlOTHECAS 


0*,475  X  0",580.  ( V.  offido  do  Governador,  Francisco  António 
d' Araújo  Azevedo,  datado  de  Angra,  27  de  agoeto  de  1817).  be.  /. 

70. — Perspectiva,  da  Ilha  de  S.  Jorge,  vista  da  do  Fayal. 
Planta  imaginaria  da  planta  da  dita  Ilha  em  1808. 

.  0",415x0«»,310.  Colorida.  (F.  offido  do  Governador,  D.  Mi- 
guel António  de  Mdlo,  datado  de  Angra,  6  de  maio  de  18S8). 
Ene.  /. 

Cabo  Verde 

71. — Planta  da  Cidade  da  Ribeira  Grande  da  Ilha  de  Cabo 
Verde,  com  as  suas  fortifícaçSes. 

0"»,410  X  O^^jSlõ.  Colorida.  (F.  offido  de  Manuel  Gonçalves 
de  Carvalho,  datado  da  Ribeira  Grande,  24  de  junho  de  1769). 
Emm. 

72. — Planta  da  Fortaleza  real  da  Cidade  da  Ribeira  Grande, 
na  Ilha  de  Santiago  de  Cabo  Verde. 

0'",295  >  0°»,220.  Colorida.  ( V.  offido  do  Governador  de  Cabo 
Verde,  Joaquim  Salema  de  Saldanha  Lobo,  datado  de  Santiago, 
15  de  julho  de  1770).  Ene.  IV. 

73.  —  Plantas  dos  Fortes  de  S.  Veríssimo  e  do  Presidio,  que 
ficam  mais  próximos  do  ancoradouro  e  porto  principal  de  em- 
barque e  desembarque,  que  tem  a  Cidade  da  Ribeira  Grande  da 
Ilha  de  Santiago.  < 

0°»,275  xO°*,170.  Colorida.  (F.  offido  do  Governador,  Joaquim 
Salema  de  Saldanha  Lobo,  datado  de  Áantiago,  16  de  julho  de 
1770).  Ene.  IV. 

74.  —  Planta  dos  Fortes  de  S.  JoSo  dos  Cavalleiros,  de 
Santo  António,  de  S.  Braz  e  de  S.  Lourenço,  que  guarnecem  a 
costa  da  Cidade  da  Ribeira  Grande  dai  Ilha  de  Santiago. 

0",270xO"\210.  Colorida.  (V.  offido  do  Governador,  Joaquim 
Salema  de  Saldanha  Lobo,  datado  de  Santiago,  16  de  julho  de 
1770).  Ene.  IV. 

75.  — Planta  do  Porto  da  Villa  da  Praia  da  Ilha  de  San- 
tiago. 

0",320  <  0^,195.  Esboço  a  lápis.  (V.  offi^io  do  Governador 


B  ARCHIVOS  NAGIONAES  209 


ãe  Cabo  Verde,  D.  António  Covtínho  de  Lencastre,  datado  da 
VtUa  da  Praia,  13  de  outubro  de  i808).  Ene.  IV. 

76-77.  —  Plantas  (2)  das  Baterias  da  Ponta  da  TemeroBa 
e  da  Ponta  da  Mulher  Branca  da  Villa  da  Praia  da  Ilha  de 
Santiago. 

O",  145  X  O™,  115.  (V.  officio  do  Governador,  D.  António  Cou- 
tinho de  Lencastre,  datado  da  Villa  da  Praia,  18  de  oíitubro  de 
1808).  Ene.  IV. 

78. — Perspectiva  do  Quartel  da  Villa  da  Praia. 

(y»,230  X  0"^,200.  (F.  officio  do  Governador,  Marcdlino  An- 
tonio  BastOf  datado  cie  Santiago  de  Cabo  Verde,  8  de  agosto  ãe 
1798).  Edc.  IV. 

79.  —  Planta  das  Ilhas  de  S.  Vicente  e  de  Santo  AntSo. 

0™,345x0",220.  Colorida.  (F.  officio  do  Governador  de  Cabo 
Verde,  MarceUino  António  Basto,  datado  de  Santiago  de  Cabo 
Verde,  16  de  agosto  de  1798).  Ene.  IV. 

80. — Planta  da  Povoação  de  D.  Rodrigo,  na  Ilha  de 
S.  Vicente. 

0^,445  X  0'°,345.  (F.  officio  do  Govei^nador  MarceUino  António 
Basto,  datado  de  Santiago  de  Cabo  Verde,  8  de  agosto  de  1798). 
Ene.  IV. 

81.  —Planta  do  Porto  Real  da  Ilha  de  S.  Vicente. 
0°»,210  X  0'",280.  (V.  officio  do  Governador  de  Cabo  Verde 

António  Pusich,  datado  da  Villa  da  Praia,  16  de  dezembro  de 
1819).  Ene.  IV. 

82.  —  Perspectiva  do  Quartel  do  Cacheu. 
0",435x0"*,160.  (F.  officio  do  Governador,  o  Coronel  João 

da  Matta  Chapuz,  dafddo  de  Santiago  de  Cabo  Verde,  9  de  abril 
de  1825).  Ene.  IV 

S.  Thomé  &  Príncipe 

83.  —  Plano  da  Bahia  de  Anna  de  Chaves,  comprehendendo 
a  planta  da  Cidade  de  S.  Thomé  e  a  perspectiva  e  planta  da 
Fortaleza  de  S.  SebastiSo. 


210  BOLBilM  DAS  BIBL10THEGA8 


0"*,425  X  0"*^686.  Colorido.  É  assignado  pelo  Governador  doê 
llhcu  de  S.  Thomé  e  Príncipe,  João  Rosendo  Tavares  Leote, 
(1788-96).  Emni. 

84. — Planta  geographica  da  Ilha  do  Príncipe.  Por  José 
António  Caldas. 

0"',425  X  0",290.  Colorida.  ( V.  officio  de  J.  A.  Caldas,  datado 
da  BcMa,  15  de  maio  de  1757).  Emiii. 

85. — Planta  iconographíca  da  Cidade  de  Santo  António,  na 
Ilha  do  Príncipe.  Por  José  António  Caldas. 

0~,270xO",420.  Colorida,  (F.  officio  de  J.  A.  Caldas,  datado 
da  Bahia,  15  de  maio  de  1757).  Emm. 

86.  —  Plano  da  Ilha  do  Príncipe  por  Joaqaim  de  Sonsa 
Braga.  Copia  do  Capitllo  José  Maria  da  Silva  Paulete,  em  ja- 
neiro de  1814.  • 

0™,29  x  0",18.  Colorido.  (F.  officio  do  Governador,  Luiz  Joa- 
quim Lisboa,  datado  da  Ilha  do  Principe,  21  de  março  de  1814). 


87.  —  Planta  de  uma  parte  de  Oeste  da  Ilha  do  Principe 
por  Joaquim  de  Sousa  Braga.  Copia  do  Capitão  José  Maria  da 
Silva  Paulete,  em  janeiro  de  18i4. 

0™,28xO™,19.  Colorida.  (F.  offimo  do  Governador,  Luiz 
Joaquim  Lisboa,  datado  de  21  de  março  de  1814).  Emm. 

88.  —  Perspectiva  da  Cidade  de  Santo  António  da  Ilha  do 
Principe  e  dos  montes  que  lhe  ficam  próximos.  Por  José  António 
Caldas. 

(r,'335  X  (r,225.  Colorida.  (F.  offi^^  de  J.  A.  Caldas,  da- 
tado da  Bahia,  15  de  maio  de  1757).  Emm. 

89.  — Plano  da  Cidade  de  Santo  António  da  Ilha  do  Prin- 
cipe, tirado  por  Joaquim  de  Sousa  Braga.  Copia  de  José  Maria 
da  Silva  Paulete  (1814). 

0™,27x(r,18.  Colorido.  {V.  offido  do  Governador^  Luiz 
Joaquim  Lisboa,  datado  da  Ilha  do  Principe,  21  de  março  de 
1814).  Emm. 

90.  —  Planta  da  Bahia  e  Cidade  de  Santo  António  da  Ilha 


j 


B  ARCHIVOS  NACIONAES  211 


do  Príncipe,  comprehendendo  as  Fortalezas  de  SanfAnna  e  da 
Ponta  da  Mina  ou  Santo  António.  Por  José  António  Caldas. 

(r,415  X  O^jôlb.  Colorida.  (F.  officio  de  J.  A.  Caldas,  da- 
todo  da  Bahia,  15  de  maio  de  1757).  Bmm. 

91-93.  — Planta  do  Porto  da  Ilha  do  Príncipe,  pelo  Sar- 
gento-mór  de  Milícias,  António  Ramos  de  Qaeiroz.  1800. 

(r,310  X  0'",195.  (F.  officio  do  Governador  de  S.  Thomé,  o 
Coronel  d' Artilharia  António  Franco  de  Castro,  daiado  da  Ilha 
do  Príncipe,  11  de  julho  de  Í80S).  3  ex.  com  pequenas  differenças. 
Ebc.  V. 

94. — Plano  do  Porto  da  Ilha  do  Príncipe,  tirado  por 
Joaquim  de  Sousa  Braga.  Copia  de  José  Maria  da  Silva  Paulete, 
em  janeiro  de  1814. 

0™,23  X  0°",19.  Colorido.  (V.  officio  do  Governador,  Luiz  Joa- 
quim Lisboa,  datado  da  Ilha  do  Príncipe,  21  de  m^rço  de  1814). 
Emiu. 

95.  —  Plantas  e  perspectivas  das  Fortificações  projectadas 
em  1757,  para  defeza  da  Cidade  de  Santo  António,  na  Ilha  do 
Príncipe. 

(r,275  X  O"", 275.  Coloridas.  (V.  officio  de  José  António  Cal- 
das ^  datado  da  Bahia,  16  de  maio  de  1757).  Edc..  V. 

96.  —  Perspectivas  da  Fortaleza  de  Santo  António  da 
Ilha  do  Príncipe.  Desenhadas  pelo  Major  de  Milícias,  António 
Ramos  de  Queiroz. 

(r,200  X  0",215.  (F.  officio  do  Major  Ramos  de  Queiroz, 
datado  da  Ilha  do  Príncipe,  28  de  fevereiro  de  1800).  Ebc.  V. 

97-99.  —  Planta  da  Fortaleza  de  Santo  António,  na  Ponta 
da  Mina  da  Ilha  do  Príncipe,  que  defende  a  entrada  da  barra. 
Pelo  Sargento-mór  de  Milícias,  António  Ramos  de  Queiroz.  1800. 

0°»,210  X  0™,340.  (F.  officio  do  Governador,  António  Franco 
de  Castro,  datado  da  Ilha  do  Príncipe,  11  de  julho  de  1805).  3 
ex.  com  pequenas  differenças.  Ene.  F. 

100-101.  —  Plantas  do  Reducto  de  N.  Senhora  da  Naza- 
reth  e  do  Qaartel  da  Fortaleza  da  Ponta  da  Mina  da  Ilha  do 
Príncipe,  construído  este  em  dezembro  de  1809. 

0'",S40  X  0™,215.  Coloridas.  (F.  offi^ios  (1^  e  2.*  via)  de 


212  BOLETIM  DAS  BIBUOTHECAS 


Laiz  Joaquim  Lisboa,  datadoê  da  Ilha  do  Frineipe,  30  de  junho 
de  1810).  2  ez.  Ene.  V. 

102.  —  Planta  da  Ilha  de  Fernando  Pó. 

0",515  >  0«,380.  Colorida.  (V.  officio  do  Capitio  mor  das 
Ilhas  de  S.  Thomé  e  Príncipe,  Vicente  Gomes  Ferreira,  datado 
de  8.  Thomé,  28  de  fevereiro  de  1772).  Emn. 

103.— Planta  da  Ilha  de  Fernando  Pó. 
0«,615  X  0",385.  Colorida.  Ene.  XXVL 


Angola 

104.  — Perspectiva  da  parte  da  Cidade  de  S.  Paalo  d' As* 
Bumpção  de  Loanda,  comprehendida  entre  a  Sé  e  o  Reducto  de 
K.  S.*  da  Guia.  Feita  e  desenhada  pelo  Sargento-mór  Guilherme 
Joaquim  Paes  de  Menezes,  em  20  de  março  de  1785. 

O^^jTSO  xO"»,260.  Colorida.  {V.  officio  do  Governador  de  An- 
gola, D.  António  Alvares  da  Cunha,  datado  de  8.  Faulo  d^ As- 
sumpção de  Loanda,  24  de  março  de  1755).  Emoi. 

105-110.  —  Plantas  diversas  (6)  de  uma  projectada  Forta- 
leza que  cruzasse  com  o  Reducto  de  N.  S.^  das  Necessidades, 
Fortaleza  de  S.  Pedro  da  Barra,  Reducto  de  N.  S.*  do  Cabo  e 
a  Cidade  de  S.  Paulo  d' Assumpção  de  Loanda,  3  projectadas  e 
desenhadas  pelo  Sargento-mór  Engenheiro,  Christoyão  Martins 
Figueira  e  as  outras  3  pelo  Sargento-mór  d'Infantaria,  Guilherme 
Joaquim  Paes  de  Menezes,  em  1754. 

0",580  X  0»,400  e  0'",590  X  0°»,465.  Coloridas.  (V.  officio  do 
Governador  d' Angola,  D.  António  Alvares  da  Cunha,  datado  de 
8,  Faulo  d'As8umpção,  8  de  dezembro  de  1758).  Ene.   VI. 

111-116.  —  Plantas  (6)  eguaes  ás  antecedentes  e  annexas 
á  2.*  via  do  referido  officio  do  Governador  D.  António  Alvares 
da  Cunha.  Ene.  VI. 

117.  —  Planta  do  novo  Forte,  no  sitio  do  Penedo  da  Cidade 
de  S.  Paulo  d'Assumpç3o  do  Reino  de  Angola.  Projectado  e 
desenhado  pelo  Sargento-mór  d^Infantaria,  com  exercício  de 
Engenheiro,  Guilherme  Joaquim  Paes  de  Menezes,  em  17SS. 


j 


£  ÁRCHIVOS   NACIONAES  213 


0",835  X 0",635.  (V.  officio  do  Oovemador  D.  António  Al- 
vares da  Cunha,  datado  de  S.  Paulo  d' Assumpção  12  de  março 
de  1756).  Ene.  VI. 

118-119.  — Perspectiva  e  planta  docatafalco  armado  na 
Sé  de  Loanda  para  a  celebração  das  exéquias  por  alma  de 
D.  Pedro  IV. 

0"*,200  X  0^,350.  Coloridas.  (F.  officio  do  Governador, 
Conde  de  Lavradio,  datado  de  Loanda,  29  de  março  de  1781), 
Eac.  VI. 

120-121. — Perspectiva  e  planta  do  Quartel  do  Regi- 
mento  de  Infantaria  paga  da  cidade  de  S.  Paulo  d' Assumpção 
de  Loanda. 

0»,700  X  0",200  e  O^jGgO  x  0",380.  (F.  officio  do  Governa- 
dor,  D.  António  Alvares  da  Cunha,  datado  de  S.  Paulo  d^As- 
sumpção,  4  de  março  de  i75o).  Ene.  VI, 

122.  —  Perspectiva  do  pórtico  e  gradeamento  do  Passeio 
Publico  da  Ponta  da  Isabel,  na  Cidade  de  Loanda. 

1",025  X  0",330.  (F.  ojgficio  do  Governador,  Luiz  da  Moita 
Feo,  datado  de  Loanda,  11  de  dezembro  de  1818).  Ene.  VL 

123-124.  —  Plantas  (2)  de  uma  parte  do  Canal  intentado 
pelos  hollandezes,  para  conduzir  agua  do  Rio  Quanza  até  á  Cidade 
de  S.  Paulo  d^Assurapção  de  Loanda.  Pelo  2.*^  Tenente  d'Arti- 
Iharia  Bernardo  José  da  Costa. 

0",410  X  0°*,270.  Coloridas.  (F.  officio  do  Governador  do 
Reino  de  Angola,  Manuel  Vieira  de  Albuquerque  e  Távora,  datado 
de  8.  Paulo  d' Assumpto,  31  de  outubro  de  1819).  Emm. 

125.  —  Planta  do  Edifício  do  Terreiro  Publico  de  Loanda, 
mandado  construir  pelo  Governador  e  Capitão  General,  D.  Fran- 
cisco Innocencio  de  Sousa  Coutinho. 

0°,200  X  (T ,300.  Colorida.  (F.  offi4^io  do  Goveimador,  Nicoláo 
d' Abreu  Castello  Branco,  datado  de  S.  Paulo  d^ Assumpção,  1 
de  fevereiro  de  1830).  Ene.  VI. 

126.  —  Planta  de  uma  parte  da  Costa  do  Congo,  em  que  se 
notam  os  três  portos  em  que  se  devem  construir  as  três  Forta- 
lezas de  S.  José  de  Cabinda,  S.  SebastiSo  do  Mulenbo  e  S.  Mar- 
tinho, do  Luango.  Desenhada  pelo  Sargento-mór  de  Infantaria 


n 


214  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECÁ8 


com  exercício  de  EngenheirOi  Luiz  Cândido  Cordeiro  Pinheiro 
Fartado,  em  4773. 

O^^fiOb  X  0",195.  Colorida.  (V.  officio  do  Governador  e  Capitão 
General  do  Reino  de  Angola,  D.  António  de  Lencastre,  datado 
de  3.  Paulo  d' Assumpção,  31  de  março  de  4773).  Ebdi. 

127-129. —  Plantas  (3)  das  Fortalezas  de  S.  José  de  Ca- 
binda, de  S.  Sebastião  do  Molenbo  e  de  S.  Martinho  do  Loango, 
na  costa  do  Congo.  Desenhadas  peio  Sargento-mór  dlnfantaría, 
Luiz  Cândido  Cordeiro  Pinheiro  Furtado. 

0°>,290  X  (r,180.  Coloridas.  (F.  officio  do  Governador  do 
Seino  de  Angola,  D.  António  de  Lencastre,  datado  de  S.  Paulo 
d' Assumpção,  31  de  março  de  1773).  Ene.  VIL 

130.  —  TopogrrapMa  e  descripção  exacta  e  verdadeira  da 
Costa,  Rios,  Terras  e  Sobas  que  ha  do  rio  Quanza  até  ao  rio 
Dande  e  uma  parte  da  Provincia  da  Quissama,  para  n'ella 
mostrar  o  sitio  da  ensaca  e  cerco  que  o  Governador  do  Beino 
de  Angola,  João  Corrêa  de  Sousa  poz  a  Manicassanze,  cabeça 
dos  sobas  que  se  haviam  rebellado  em.1621.  (Contém  noticias  da 
guerra  do  Cassanza,  da  Cidade  de  S.  Paulo,  dos  Rios  Quanza, 
Bengo  e  Dande). 

O^jSSô  X  0'»,46õ.  ColoHdo.  Emm. 

131. — Plano  do  acampamento  da  Expedição  militar,  sob  o 
commando  do  Coronel  Paulo  Martins  Pinheiro  de  Lacerda,  en- 
viada pelo  Governador  e  Capitão  General  de  Angola,  Manuel  de 
Almeida  e  Vasconcellos,  para  castigar  os  rebeldes  Namboan- 
gongo,  Quinguengo,  Lundo,  Zaia  e  outros  até  Gimga  e  Eólo. 

0°*,  135x0"*,  135.  (F.  officio  do  mesmo  Coronel  Paulo  Martins 
Pinheiro  de  Lacerda,  datado  do  Arraial  de  N.  Senhora  da  Na- 
zareth  e  Santo  António  no  Campo  do  Dondo,  12  de  junho  de 
1793).  Ene.  VL 

132. — Plsuata  da  Fortaleza  de  Benguella.  Desenhada  pelo 
Capitão  Tenente  Frederico  Jacob  de  Weinholtz; 

0'°;420  X  0™,315.  Colorida,  (F.  officio  do  Governador  d' An- 
gola, António  de  Vasconcellos,  datado  de  25  d^outuòro  de  1788). 
Ene.  VL 

133-134.  — Planta  da  Fortaleza  de  N.  S.*  da  Conceição  de 


E  ARCHlVOS  NACIONAES  215 


S.  Filippe  de  Bengaella,  na  qual  se  observam  as  suas  grandes 
ruínas  e  pai*tes  que  estam  por  acabar.  1  de  janeiro  de  1798. 

0"*,335  X  CP,205.  (F.  officio  do  Governador,  Alexandre  José 
Botdho  de  VasconceUos,  datado  de  8,  Filippe  de  BengueUa,  28 
de  março  de  1798).  2  ex.  i.*  e  2.»  via.  Ene.  VII. 

135. — Plano  do  estado  presente  da  Fortaleza  de  S.  Filippe 
de  Benguella,  em  que  se  projecta  em  amarello  o  parapeito,  que 
se  deve  executar  para  ficar  em  estado  de  defeza.  Desenhada  pelo 
Tenente  Coronel  Engenheiro  Luiz  Cândido  Cordeiro  em  1779. 

0"*,485  X  0"*,280.  Colorido.  ( F.  officio  do  Governador  de  An- 
gola,  José  Gonçalo  da  Camará/ datado  de  S.  Paulo  d* Assumpção, 
12  de  janeiro  de  1780).  Ene.  VI. 

136.  —  Planta  da  Fortaleza  de  N.  Senhora  da  Conceiçfto  de 
S.  Filippe  de  Benguella. 

0'°,3S5  X  0'°,220.  (F.  officio  do  Governador  de  Benguella  Ale- 
xandre Botelho  de  Vasconcellos,  de  27  de  jvlho  de  17)16).  Ene.  VÍI. 

137. — Planta  da  Fortaleza  de  Benguella,  levantada  em 
1797  e  novamente  examinada  e  desenhada,  por  ordem  do  Go* 
vemador  e  Capitão  General  do  Reino  d'Ángola,  António  de 
Saldanha  da  Gama,  pelo  Sargento-mór  do  Real  Corpo  de  Enge- 
nheiros, Justino  José  d^Ândrade,  em  1807. 

0",535  X  0^,380.  Caloira.  (F  officio  do  mesmo  Governa- 
dor, datado  de  8.  Paulo  d' Assumpto,  29  d'outuhro  de  1807). 
Ene.  VI. 

138.  —  Planta  da  Fortificação  projectada  para  a  defeza  da 
Cidade  de  S.  Filippe  de  Benguella.  Pelo  Sargento-mór  de  Enge- 
nheiros, Justino  José  d'Andrade,  em  1S07. 

0°*,535  X  0",380.  Coloidda.  (F.  offi^cio  do  Goveimador  de  An- 
gola,  António  de  8aldanha  da  Gama,  datado  de  8.  Paulo  d' As- 
8uny[>çào,  29  de  outubro  de  1807).  Ene.  VI. 

139.  — Planta  do  Hospital,  que  os  moradores  da  cidade  de 
S.  Filippe  de  Benguella  pretendem  mandar  edificar  sob  a  protec- 
ção do  Governador  Francisco  Paim  da  Camará  e  Ornellas.  1791. 

0",600  X  0™,360.  Colorida.  (F.  officio  do  mesmo  Governador, 
datado  de  8.  FUippe  de  Benguella,  23  de  abril  de  1792).  Ene.  VL 

140.  —  Planta  do  novo   Hospital   de   S.  ChristovSo,   em 


216  BOLETIM  DAS  BIBLlOTflECAS 


S.-Filippe  de  Benguella,  a  qual  demonstra  as  suas  enfennarias  e 
mais  commodidades.  Anno  de  1798. 

0",335  X  0",210.  (F.  officio  do  Governador,  Alexandre  Jo»i 
Botelho  de  Vaeconcdlos,  datado  de  S.  Filippe  de  BengueUa,  28 
dé  março  de  1798).  2  ex.  1.*  e  2.»  via.  Ene.  VI. 

141.  — Mappa  da  derrota  que  fez  a  H&a  de  guerra  N.  S.^ 
da  Natividade  no  anno  de  17õ3.  Abrange  a  parte  occidental  da 
Europa,  desde  a  barra  de  Lisboa  á  costa  occidental  da  Africa 
até  ao  Cabo  da  Boa  Esperança,  parte  do  Brazil,  as  Ilhas  dos 
Açores,  Canárias,  Cabo  Verde,  etc.  Feita  em  Loanda  pelo  Sar- 
gento-mór  Guilherme  Joaquim  Paes  de  Menezes. 

0",185  X  0",260.  Colorido.  (V.  offido  de  Guilherme  Paes  de 
Menezes,  datado  de  S.  Paulo  d^ Assumpção,  1  de  novembro  de 
17S3).  «mm. 

Moçambique 

142.  —  Planta  parcial  da  Africa,  indicando  as  PossessSes 
portuguezas  nas  costas  oriental  e  occidental.  i768. 

0™,286  ^  0",220.  É  copia  de  uma  planta  franceza,  feita  pelo 
dr.  Francisco  José  de  Lacerda  e  Almeida  para  n*ella  ir  indicando 
o  itenerario  da  sua  viagem,  a  que  se  referem  as  plantas  seguintes. 
Ene.  VIU. 

143-165.  —  Plantas  geographicas  (23)  mostrando  o  roteiro 
da  viagem  que  seguiu  de  Tete  até  ao  Cazembe  a  Expedição 
commandada  pelo  dr.  Francisco  José  de  Lacerda  e  Almeida, 
Governador  dos  Rios  de  Sena. 

O", 240  X  0",360.  Sào  todas  ellas  evidentemente  desenhadas 
pelo  dr,  Lacerda  e  executadas  durante  a  viagem.  O  dr.  Lacerda 
que  chegara  a  Quelimane  a  2  de  novembro  de  1797  (officio  de  12- 
11-1797)  partiu  de  Tete  com  a  expedição  em  3  de  julho  de  1798, 
chegando  a  Cazembe  pouco  depois  do  dia  4  de  outubro,  onde 
morreu  a  18,  deixando  covimandante  da  expedição  o  CapeUao 
P.^  Francisco  João  Pinto,  que  se  conservou  no  Cazembe  até  agosto 
de  4799^  regressando  a  Tete  a  22  de  novembro.  O  diário  do  dr. 
Lacerda  e  a  sua  continuação  pelo  P.^  Francisco  João  Pinto, 
acham- se  publicados  nos  aAnnaes  maritimos  e  coloniaes»  1844  — 
4,'  serie,  pag.  309  e  seguintes  e  1813  —  5.*  serie  pag.  149  e  se- 
guintes. Ene.  VIII. 


r 


È  AKOtílVOS  NACiONÁiSS  21? 


166.  —  Planta  parcial  da  África,  comprehendendo  as  Pos- 
BessSes  portuguezas  nas  costas  oriental  e  Occidental.  Por  Joaquim 
José  Gomes  Viza  Brand&o. 

0"*,320  X  (y°,205.  (F.  requerimento  de  Viza  Brandão,  offere- 
cendo-se  para  tentar  a  travessia  de  Costa  a  Contra  costa»  g.  d.)» 
Ene.  VIU. 

167.  —  Planta  da  Ilha  de  Moçambique  e  da  parte  da  Costa 
que  lhe  fica  fronteira  desde  o  Rio  Mocambo  até  á  Ponta  de  Qui- 
tangonha.  Por  António  José  da  Silveira  e  Menezes. 

O^jlSôxO^^.iSO.  (F.  carta  de  Filippe  José  da  Gama,  datada 
de  Moçambique,  28  de  agosto  de  17S4).  Ene.  X. 

168.  —  Plano  da  Ilha  de  Moçambique,  situada  na  Costa  d'A- 
frica  oriental,  em  48^  e  28'  de  longitude  do  meridiano  de  Lisboa 
e  na  latitude  de  15®  e  1'  ao  sul  da  Linha,  que  mandou  tirar  o 
Governador  e  Capit&o  General  da  mesma  Ilha  e  seus  Continentes 
Jsidro  d^Almeida  Sousa  e  Sá,  por  Carlos  José  dos  Reis  e  Gama, 
Sargento-mór  e  Commandante  do  Corpo  d^artilharia,  que  guar- 
nece a  dita  Ilha.  Feito  em  Moçambique  em  julho  de  1803. 

0",640  X  0™,820.  Colorido.  Emm. 

169-170.  —  Plano  do  Forte  de  Santo  António,  na  Ilha  de 
Moçambique  e  croquis  da  configuração  topographica  da  mesma 
Ilha. 

0™,210  X  0",310.  (F.  officio  do  Governador,  João  da  Costa 
Brito  Sanches,  datado  de  Moçambique,  26  de  fe/vereiro  de  1820). 
2  ex.  Ene.  VIII. 

171.  —  Perspectivas  das  fachadas  e  planta  do  Edifício  da 
Alfandega  de  Moçambique. 

0",400xO™,2ôO.  Colorídas.  (F.  officio  dos' Governadores  in- 
terinos, Fr.  Amaro  José  de  Santo  Thomaz,  António  José  de  Mo- 
raes Durão  e  Vicente  Caetano  da  Maia  e  Vasconcellos,  datado 
de  Moçambique,  6  d' agosto  de  \1%\).  Ene.   VIIL 

172.  —  Risoo  do  Cães  que  se  pretende  fazer  junto  á  Alfan- 
dega de  Moçambique.  Delineado  por  Carlos  José  dos  Reis  e 
Oama,  Capit&o  Commandante  do  Corpo  de  artilharia  de  Moçam- 
bique, em  28  de  outubro  de  1801. 

0",825  X  0™,390.  ( F.  officio  do  Governador  Isidro  d' Almeida 

?.•  ANHO,  N.»  2  9 


218  BOLETIM  DÁS  B1BLIOTH£CáS 


Sousa  e  Sá,  datado  de  Moçamhiaue,  1  de  outubro  de  I80l)«  !■€• 
VIII. 

173. — Planta  do  Aquartelamento  e  Fortaleza  da  Ilha  de 
Moçambique.  Feita  por  Carlos  José  dos  Reis  e  Gama,  Sargento- 
mór  e  Commandante  do  Corpo  de  artilharia  em  1802. 

0-,525  X  O-jCaO.  Colorida.  Emm. 

174.  —  Plano  e  prospecto  do  Cemitério  que  por  ordem  de 
3.  Alteza  Real  se  hade  fazer  na  ponta  da  Ilha  de- Moçambique 
e  por  mandado  do  Governador  Isidro  d' Almeida  Sousa  e  Sá  foi 
desenhado  por  Carlos  José  dos  Reis  e  Gama,  Cavalleiro  da 
Ordem  de  S.  Bento  d^Aviz,  Inspector  das  Fortificações,  Sar- 
gento-mór  e  Commandante  do  Corpo  de  artilharia,  que  guarnece 
a  dita  Ilha.  Feito  em  8  de  março  de  1804. 

0°',455x0°,690.  (F.  officio  do  mesmo  Governador,  datado  de 
Moçambique,  16  dejuUio  de  1805).  Edc.  VIIL 

175.  —  Planta  da  Fortificação  de  Inhambane. 
0°*,415  xO°*,660.  (F.  officio  do  Governador,  Izidro  Manuel  de 

Carrazedo,  datado  de  Inhambane,  11  de  abril  de  1821),  Ene.  VIIL 

176.  —  Carta  plana  de  Mossuril  e  Cabaceiras.  Por  José 
Amado  da  Canha,  Sargento-mór  graduado.  Anno  de  1802. 

0°»,600xO>",670.  Emm. 

177-178.  —  Planta  do  Forte  de  S.  José  de  Mossuril  em  que 
se  mostra  o  estado  em  que  se  achava  em  8  de  setembro  de  1801. 
Feita  pelo  Capitão  e  Commandante  do  Corpo  de  Cipais,  José 
Amado  da  Cunha. 

O^^jSlõxO^^jéSõ.  Colorida,  (F.  officio  do  Governador,  Isidro 
d^ Almeida  Sousa  e  Sá,  datado  de  Moçambique,  8  de  novembro  de 
1 801).  2  ex.  1.*  e  2.*  via.  Ene.  VIIL 

179.  —  Planta  do  Forte  de  Mossuril  por  José  Amado  da 
Cunha,  Sargento-mór  graduado.  Anno  de  1802. 

(r,230  X  0™,380.  Ene.  VIIL 

180.  —  Planta  de  uma  parte  da  Costa  da  Capitania  de  Cabo 
%                                        Delgado  na  Africa  oriental,  comprehendendo  uma  parte  da  Costa 

de  Querimba  e  a  Ilha  do  Ibo,  capital  da  dita  Capitania|  com  a 


» 

r- 


J 


Ê  ÁRcmvos  nácionaès  2ld 


descripçSo  da  soa  Barra.  Tirada  em  maio  de  1817|  pelo  CapitSo 
de  artilheria,  António  FranciBOO  de  Paula  e  Hollanda  Cavalcanti. 
0~,775  X  O*,610.  Colorida.  (F".  offido  do  Governador,  José 
Francisco  de  Pavia  Cavalcanti  de  Albuquerque,  datado  de  Mo^ 
çamlnjue,  16  de  setembro  de  1817).  Bmin. 

181.  —  Planta  do  Forte  Velho  da  Ilha  do  Ibo,  capital  das 
de  Cabo  Delgado. 

O", 245x0", 390.  Colorida.  (F.  officio  do  Governador,  António 
Manuel  de  Mello  e  Castro,  datado  de  Moçambique,  22  de  agosto 
de  17W).  Ene.  VIIL 

182.  — jPlano  e  perfil  da  Fortaleza  que  o  Governador  e  Ca- 
pitSo General  de  Moçambique,  António  Manuel  de  Mello  e  Castro, 
mandou  fazer  na  Ilha  do  Ibo,  capital  das  de  Cabo  Delgado,  que 
desenhou  o  Capití&o  da  1.^  companhia  de  Granadeiros  da  Praça 
de  Moçambique,  António  José  Teixeira  Tigre. 

0'",380  X  O^jéOô.  Colorido.  ( V.  officio  do  mesmo  Governador, 
datado  de  22  d' agosto  de  i79i).  Eoc.  VIIL 

183. — Planta  da  Fortaleza  de  S.  Jo2o  da  Ilha  do  Ibo. 
Levantada  em  maio  de  1817,  pelo  CapitSo  de  artilharia,  António 
Francisco  de  Paula  e  Hollanda  Cavalcanti. 

0"»,365x0",230.  Colorida.  {V.  offido  do  Governador,  José 
Francisco  de  Paula  Cavalcanti  de  Albuquerque^  datado  de  Mo- 
çambique, 16  de  setembro  de  1817).  Ene.  VIIL 

184.  —  Planta  da  Fortaleza  de  S.Jofto  do  Ibo  das  Ilhas 
do  Cabo  Delgado,  tirada  em  6  de  julho  de  1831  e  oíFerecida  á 
correcçfto  do  Governador  e  Capitão  General  da  capitania  de 
Moçambique,  Paulo  José  Miguei  de  Brito. 

0°»,330  X  0-,330.  Ene.  VIIL 

185.  —  Planta  da  Ilha  de  Mombaça. 
0'",280  X  0'»,420.  Ene.  XXVL 


índia 


186. — Mappa  da  Ilha  de  Bombaim.  Indica  a  terra  e  a  Barra 


320  AOLíStlU  Dás  BlBLlOTHKCAft 


de  Bombainii  o  Rio  de  Tani|  a  Ilha  de  BaraglO|  a  Paaeageiii 
do  Mar,  Bandorá,  terra  firme,  etc. 

P''f740xO",õ20.  Colorido.  CòUado  iobre  cartão.  Deteriorado. 
Desenhado  na  índia.  Sec.  XVIL  Ebib. 

187. — Planta  de  ama  parte  do  território  de  Gôa.  Compre- 
hende  a  parte  da  Costa  entre  a  Praça  da  Aguada  e  o  Forte  do 
Tíracol  e  para  o  interior,  Pernem,  Bardez,  Bicholim,  Sanque- 
Hm,  Us^rilO)  Gôa,  Pondá,  Sattaiy  e  Mannarim. 

O^^ôOOxO^jSáO.  Coloinda,  {V.  officio  do  Conde  de  Rio  Pai^, 
datado  de  Gôa,  12  de  fevereiro  de  1hÍ7).  Emm. 

188-189.  —  PlantR  de  Molondi,  12  léguas  ao  norte  de  Gôa. 

0'",520 X 0^,330.  Colorida.  {V.  officios  de  Francisco  da  Cu- 
nha e  Menezes j  datados  de  Oôa,  22  de  fevereiro  e  21  de  novembro 
de  1790).  2  ex.  i.*  e  2^  via.  188  — tne.  XI— 189  — tmm. 

m 

190.  —  Planta  da  Praça  do  Piro^  tomada  em  30  de  janeiro 
de  1791. 

0^,535 x0™,335.  Colorida.  (V.  officio  de  Francisco  da  Cunha 
Menezes,  datado  de  Oôa  18  de  abril  de  1791).  Emm. 

191-192.  —  Mappa  demonstrativo  da  situaçSo  das  Fortalezas 
de  Bicholim  e  Sanquelim  e  da  disposiçUo  das  tropas  sob  o  com- 
mando  de  António  d'Alva  Castelbranco. 

0'°,426  X  0"*,335.  Colorido.  (V.  carta  de  António  d' Alva 
Castélhranco,  datada  do  Campo  de  Candiapar,  23  de  fevereiro 
de  1779).  2  ex.  í.*  e  2.»  via.  Ene.  XI. 

193. — Plano  do  ataque  e  da  defeza  da  Fortaleza  de  Serin- 
gapatam,  desenhado  pelo  Capitfto  Laurens. 

O™, 295  X  O™, 230.  Colorido.  (V.  officio  de  Francisco  António 
da  Veiga  Cabral,  datado  de  Margào,  10  de  março  de  1793). 
Ene.  XI. 

194. — Plantado  terreno  comprehendido  entre  as  Fortalezas 
do  Tiracoi  e  Barim.  Pelo  Sargento-mór  Engenheiro,  Francisco 
Augusto  Monteiro  Cabral. 

O^^jáôO  X  0",500.  (F.  oj^cío  do  Conde  do  Rio  Pardo,  datado 
de  Gôa,  23  de  dezembro  de  1817;.  Ene.  XI. 

195-199. — Plantas  (5)  de  uma  parte  do  Arsenal  de  Gôa  e 


K  AlíUHIVOS  NACIONAES  221 


de  um  Laboratório  que  ai  li  se  projectara  construir.  Levantadas 
por  José  Baptista  Vieira  Godinho  e  tiradas  a  limpo  pelo  Coronel 
Theodosio  da  Silva  Reboxo. 

0»,425x0°»,330  e  O^^jSSãxO^jlSõ.  {V.  instrucçSes  do  mesmo 
Coronel  Silva  Reboxo^  datadoB  do  Q^artd  d^í  Sanita  Ignez  (Oôa), 
8  de  janeiro  de  1779).  Erc.  XI. 

200. — Planta  da  Fabrica  da  Pólvora  na  Praça  de  Mor- 
mugão.  Pelo  Capitão  Engenheiro  Filippe  Catalani. 

0",260  X  O^^^SQO.  (F.  officio  do  Conde  da  Ega,  datado  de 
CKa,  12  de  janeiro  de  1762).  Ene.  XI. 

201.  —  Planta  da  Fabrica  de  Tecidos  da  Ilha  de  Cumbarjua. 
0"*,305x 0^,400.  Colorida.  (F.  officio  do  Bispo  D.  Francisco, 

datado  de  Gôa,  30  de  abril  de  1800).  Ene.  XL 

202.  —  Mappa  das  marchas,  acampamentos,  choques,  desem- 
barques e  rendição  de  Praças,  que  na  Ásia  alcançou  o  Marquez 
de  Castello  Novo,  Vice-Rei  e  CapitSo  General  da  India^  nas  duas 
campanhas  que  principiaram'  em  3  de  maio  e  20  de  novembro 
de  1746. 

0",415x0°^,320.  Colorido.  Ene.  XI. 

203.  —  Planta  das  evoluções  que  o  2.®  Regimento  d*infan- 
taria  de  Gôa  executou  sob  o  commando  do  Coronel  Ignacio  de 
Sousa  e  Brito,  em  5  de  fevereiro  de  1776  e  na  presença  do  Go- 
vernador D.  José  Pedro  da  Camará. 

0™,480xO°,410.  Colorida.  Ene.  XL 


Macau 


204.  —  Planta  do  Bispado  de  Macau,  oomprehendendo  a 
Ilha  de  Haynan. 

0",355  x  0™,27O.  (F  officio  do  Bispo  D.  Francisco,  datado 
de  Macau,  15  de  março  de  1811).  Emm. 

205-207.  —Plantas  (3)  das  Fortalezas  do  Monte,  Santiago, 
N.  S.*  da  Guia,  N.  S.*  do  Bom  Porto,  S.  Francisco  e  dos  Ba- 


i'2'2  BOLETIM  DÁS  BIDUOTHECAS 


laartes  de  S.  Pedro  e  da  Muralha,  que  guamecem  a  cidade  de 
Macau.  Pelo  1.®  Tenente  Carlos  Juli2o. 

0",165xO"',215.  Coloridoê.  (F.  officio  do  Bi$po  de  Macau, 
datado  de  29  de  dezembro  de  1791).  Ene.  XIL 

208.  —  Perspeotiva  e  alçado  da  Cathedral  de  PeUm. 
Projecto  elaborado  e  desenhado  por  artistas  chinezes. 

1",035  X 0",635.  Aguardla.  {V.  officio  do  Biepo  D.  Alexan- 
dre, QoveiTiador  de  Macau,  datado  de  30  de  dezembro  de  1777). 
Ene.  XIIL 

209.  —  Vista  interior  da  projectada  Cathedral  de  Pekim. 
Desenhada  pelos  mesmos  artistas  chinezes. 

0™,390  X 0",440.  AauareUa.  (V.  referido  ojffício  do  Biepo 
D,  Alexandre).  Ene.  XIII. 

210. — Planta  geral  da  projectada  Cathedral  de  Pekin. 
2'»,030xO"*,425.  (F,  referido  officio  do  Biepo  D.  Alexandre). 
Ene.  ICin. 

Timor 


211.  — Planta  da  regifto  da  Ilha  de  Timor  entre  as  Ribeiras 
de  Lôis,  Lamaquito  e  Marrôbo,  mostrando  as  operações  de  guerra 
entre  indígenas  e  portuguezes,  commandados  pelo  Capit&o  mór 
da  província  Gonçalo  de  Magalhães  de  Menezes,  CapitÂo  mór  do 
Campo,  Joaquim  de  Mattos  e  Sargento  mór  da  gente  sicca, 
Lucas  da  Canha:  acampamentos,  batalhas,  tranqueiras,  povoa- 
çSes  incendiadas,  etc. 

0"»,820xO",515.  Colorida.  S.  d.  (1725-1727).  Trajos  europeus 
do  principio  do  sec.  XVIII.  Deve  talvez  representar  a  Tomada 
da  Pedra  de  Cailaco  importante  fortaleza,  muito  bem  defendida, 
de  que  os  portuguezes  se  apossaram  em  1727.  Emm. 


Marrocos 

212.  —  Embaroaoiones  apresadas  por  el  Javeque  de  la 
Dotacion  de  Ceuta,  nombrado  N.  S.  de  Africa,  su  commandante 
D.  Melchor  de  Mesa  en  este  bloqueo  de  Gibraltar. — £1.  P.  Fr. 


>J4 


K  ABGHIV08  NÁCI0NAE8  223 


António  Álvares  de  S.  Ramon  la  inv.  y  delin. — Petnis  Emma- 
naele  á  G-ongoiti  Sculp,  1783. 

(r,450  X  O°,270.   Qrav.  em  metal.  (F.   officio  de  Jorge  P. 
Colaço,  datado  de  Tanger,  25  de  junho  de  1786).  Bmm. 


Bahia 

213.  —  Topograpllia  da  Bahia  de  todos  os  Santos,  na  qual 
está  situada  a  cidade  de  S.  Salvador.  Feita  pelo  Sargento  mór 
Engenheiro  José  António  Caldas  e  copiada  e  reduzida  pelo  Aju- 
dante d'Engenheiro  José  Francisco  de  Sousa  em  1774. 

0°»,330  X  0'»,440.  Colorida.  Emm. 

214. — Perspeotiva  de  uma  parte  da  Cidade  da  Bahia,  na 
qual  se  mostram  os  edifícios  comprehendidos  na  parte  superior  e 
inferior  da  cidade,  algumas  ruinas  e  o  projecto  de  um  novo  pa- 
redão. Pelo  Ajudante  d^Engeuheiro,  Manuel  Rodrigues  Teixeira. 

0",460xO°»,300.  Colorida.  {V.  officio  do  Governador  e  Capi- 
tão General  Rodrigo  José  de  Menezes,  datado  da  Bahia,  18  de 
janeiro  de  1786).  Emm. 

215.  — Planta  e  prospecto  da  obra  que  pretendem  fazer  os 
negociantes  da  cidade  da  Bahia.  (Cães,  guindastes,  armazéns  e 
carreiras  para  a  construcçfto  de  navios). 

0",700xO",485.  (F.  officio  do  Governador  e  Capitão  General 
Manuel  da  Cunha  Menezes,  datado  da  Bahia,  18  de  abril  de  1776). 
Eo€.  XIV. 

216.  — Planta,  perfil  e  corte  da  Casa  que  servira  de  fabrica 
da  refinaçUo  da  pólvora  na  Bahia  e  que  se  projectara  adaptar 
para  a  preparação  do  salitre  que  se  explorava  no  sert&o.  Deli- 
neada pelo  Capitão  Engenheiro  Bernardo  José  Jordão. 

0'",295x0'°,410.  (F.  oj^io  do  Intendente  Geral  do  Ouro, 
Wencesláo  Peixeira  da  Silva,  datado  da  Bahia,  7  de  julho  de 
1755.  Documentos  da  Bahia  n.<"  1894  e  1897).  Ene.  XV. 


( 

1 


324  BOLKTIM  DÁS  BIBLIOTHECAS 


217. — Planta  das  Ribeiras  situadas  entre  os  Rios  Pardo  e 
Jequitinhonha  e  da  ribeira  Piauhj  Bravo,  por  Fedro  Leolino 
Mariz. 

0",24õ  X  0",245.  Colorida.  (V.  carta  do  tnesmo  Pedro  Leo- 
lino para  o  Conde  de  Athouguia,  Vice  Rei  do  BrazH,  datada  da 
Villa  do  Bom  Successo,  õ  de  maio  de  1752.  Documentos  da  Ba- 
hia n^  256).  Edc.  XXVI. 

218.  —  Planta  do  território  da  Capitania  da  Bahia,  compre- 
hendido  entre  o  Rio  de  S.  Francisco,  o  Rio  Verde  Grande  e  o 
riacho  chamado  Gavião,  que  divide  o  termo  da  Villa  do  Fanado 
da  Vilia  do  Rio  das  Contas.  Tem  indicados  os  rios,  as  serras,  as 
estradas  e  o  acampamento  do  Vice  Rei  Conde  dos  Arcos. 

0",69õx0",530.  Coloiida.  {V.  caria  de  Pedro  Leolino  Mariz 
datado  da  Villa  do  Bom  Successo,  10  de  fevereiro  de  1758,  annexa 
ao  officio  do  Vice  Rei  Conde  dos  Arcos  de  24  de  maio  de  1758. 
Documentos  da  Bahia  n.""  3478  e  3477.  Ene.  XIV. 

219. — Planta  da  freguezia  de  S.  Bartholomeu  da  Villa  de 
Maragogipe,  no  Recôncavo  da*  Bahia.  (1757). 

0™,165xO",265.  (F.  Noticia  sobre  a  freguezia  de  S.  Bartho- 
lomeu da  ViUa  de  Maragogipe.  Documentos  da  Bahia  n.***  2700  e 
2701).  Ene.  XV. 

220. — Planta  da  freguezia  de  Santo  António  de  Orubú  de 
Baixo,  do  Rio  de  S.  Francisco,  no  Arcebispado  da  Bahia.  (1757). 

0",630  X  O^jSOO.  {Documento  da  Bahia  n.«  2709,  annexo  ao 
2666).  Emm. 

221.  —  Planta  da  Ilha  de  Itaparica,  abrangendo  as  Ilhas 
do  Sal,  de  Burgos  e  parte  da  Costa  (1757). 

0%42õxO™,310,  (F.  Relação  da  freguezia  de  Santo  Amaro 
da  Ilha  de  Itaparica,  pelo  Vigário  João  Vieira  de  Barros.  Do- 
cumentos da  Bahia  n."  2688  e  2690).  Emm. 

222.  —  Planta  chorographica  da  Estrada,  que  principiando 
na  Serra  dos  Montes  Altos,  vem  Analisar  no  Porto  de  S.  Félix, 
defronte  da  villa  da  Cachoeira,  no  rio  Paraguassu,  que  vem  fazer 
barra  no  mar  defronte  da  Ilha  de  Itaparica  na  enseada,  em  que 
o  mar  se  recolhe  a  fazer  o  Porto  da  cidade  da  Bahia.  Obser- 
vada e  delineada  por  Manuel  Cardoso  de  Saldanha,  Sargento 


£  ARCHIVOS  NÂCIONAES  22Õ 


mór  de  Infantaria  oom  exercioio  de  Engenheiro,  Lente  actaal  da 
Academia  Militar  e  feita  por  José  António  Caldas,  Académico  da 
Academia  Militar  desta  cidade  da  Bahia  aos  16  de  setembro  de 
i7Sg. 

0",325  xO-^jõSO.  Colorida.  (F.  officio  do  Vice  Rei,  Conde  dou 
Arcos,  D,  Marcos  de  Noronha,  datado  da  Bahia,  16  de  setembro 
de  l7oS.  Documentos  da  Bahia  n.""*  S587  e  3608),  Emm. 

223.  —  Planta  topographica  e  prospectos  da  Serra  dos 
Montes  Altos,  na  qual  se  mostram  os  iogares  examinados  pelos 
Commissarios  encarregados  da  exploração  do  salitre.  Observada 
e  delineada  por  Manuel  Cardoso  de  Saldanha,  Sargento  maior 
de  Infantaria  com  exercício  de  Engenheiro,  Lente  da  Academia 
MilTtar  desta  cidade  e  Commíssario  dos  exames  da  sobredita 
Serra  para  a  averiguação  do  salitre  que  n'ella  existe  e  feita  por 
José  António  Caldas,  Académico  numerário  da  Academia  Militar 
da  Bahia,  aos  19  de  setembro  de  1758. 

0°»,õ80xO™,350.  Colorida.  {V.  officio  do  Vice  Rei,  Conde  dos 
Arcos,  D.  Marcos  de  Noronha,  datado  da  Bahia,  15  de  setembro 
de  i758.  Documentos  da  Bahia  n^^  3587  e  3607).  Eoc.  XIV. 

224.  —  Roteiro  cosmographico  que  por  ordem  do  Desem- 
bargador Thomaz  Roby  de  Barros  Barreto  fez  Manuel  Alvares 
da  Rocha  das  duas  pedreiras  de  salitre  já  descobertas,  a  saber  no 
Rio  Sipo  a  pedreira  chamada  de  Góes  e  no  Ria  Paraná  a  cha- 
mada do  Arco. 

0'",855x0'",590.  Colorido.  (F.  documentos  da  Bahia  n.^«  3529 
e  3586).  Ene.  XIV. 

225.  —  Planta  do  Quilombo  chamado  o  Buraco  do  Tatu  para 
a  Costa  do  Itapoam,  que  a  2  de  setembro  de  1763  foi  atacado  pelo 
Capitão  mór  da  conquista  do  gentio  bárbaro  Joaquim  da  Costa 
Cardoso. 

0°*,590  X  0",430.  Colorida.  (V.  officio  do  Governo  interino  da 
Bahia,  datado  de  14  de  janeiro  de  1764).  Edc.  XIV. 

226. — Elevação  e  faxada  que  mostra  em  prospecto  a  Ilha 
do  Anno  Bom.  Por  José  António  Caldas. 

0»,29õxO",170.  Colorida,  {V.  officio  de  José  António  Caldas, 
datado  da  Bahia,  6  de  setembro  de  1757.  Documentos  da  Bahia 
n."  2662  e  2663).  Emin. 


226  BOIJCTUI  DAS  BIBU0THBCA8 


227<-229.— Mappas  (3)  da  costa  maritima  da  Capitania  do 
Espirito  Santo. 

I.  —  Barra  da  Capitania  do  Espirito  Santo  até  á  villa  da 
Victoria.  0«,665xO",345. 

II. — Barra  do  Rio  Gaaraparim.  0",455  x  0",345. 

UI.  —  Barra  do  Rio  Benavente  e  a  parte  deste  rio  até  Villa 
Nova  de  Benavente. 

O»,455x0",345.  Coloridos.  (V.  officio  do  Governador  D.  Fer- 
natido  José  de  Portugal,  datado  da  Bahia,  4  de  setembro  de 
1790).  Emm. 

230.  —  Planta  da  Villa  de  Alcobaça,  na  antiga  Capitania 
de  Porto  Seguro. 

0",870  X  0»,675.  Colorida.  Ene.  XIV. 

231.  —  Planta  da  Villa  do  Prado,  na  Capitania  de  Porto 
Seguro. 

0",850  X  O^ôTO.  Colorida.  (F.  officio  do  Ouvidor,  José  Xa- 
vier  Machado  Monteiro,  datado  de  Porto  Seguro,  2  de  abril  de 
1772).  Eoc.  XV. 

232.  —  Planta  da  Villa  de  Portalegre,  na  Capitania  de 
Porto  Seguro. 

1",010  X  0",670.  Colorida.  (F.  officio  do  Ouvidor,  José  Xa- 
vier Machado  Monteiro,  datado  de  Porto  Seguro,  2  de  abril  de 
1772).  Eiic.  XV. 

233.  — Planta  de  Villa  Viçosa,  na  Capitania  de  Porto  Se- 
guro. 

I"'x0",600.  Coloinda.  (V,  officio  do  Ouvidor,  José  Xavier 
Machado  Monteiro,  datado  de  Porto  Seguro,  24  de  fevereiro  de 
1769).  Ene.  XV. 

Ooyaz 

234.  —  Planta  geral  da  Capitania  de  Goyaz. 
0'",365xO",500.  Colorida.  (F.  officio  do  Governador,  Conde 

dos  Arcos,  D.  Marcos  de  Noronha,  datado  de  Goyaz,  12  de  se- 
tembro  de  1753).  Emm. 

235. — Planta  geral  da  Capitania  de  Oojas. 

0",360  X  0",510.  Colorida.  (F.  officio  do  Governador ^  Conde 


I 


B  ASCHIVOB  KACI0KAB8  227 


ÍA9  Árcoê,  D.  Marcos  de  Noronha,  datado  de  Goyaz,  12  de  se* 
tembro  de  1753).  Emm. 

236.  —  Carta  geographica  de  todo  o  terreno  conhecido  que 
medeia  entre  Villa  Boa  de  Goyaz  e  Villa  Bella  de  Matto  GroBso, 
em  que  se  mostram  todos  os  rios,  ribeirões  e  alguns  corgos 
mais  notáveis. 

O",770  xO»,245.  Colorida.  (V.  officio  do  Governador  da  Ca- 
pitania de  Ooyaz,  José  d' Almeida  e  Vasconcdlos,  datado  de  26 
de  agosto  de  1775).  Emm. 

237. — Planta  de  Villa  Boa  de  Goyaz  e  seu  termo. 

O^jSOO  X  0",390.  Colorida,  (V.  officio  do  Ouvidor,  António 
da  Cunha  SoUomayor,  datado  da  Meia  Ponte,  20  de  abril  de 
1758).  Emm. 

» 

238-240.  —  Faoliada  e  plantas  (2)  da  Casa  da  Camará  e 
Cadeia  de  Villa  Boa  de  Goyaz. 

0-,404  X  0",260  e  O",370  x  0"»,170.  (F.  officio  do  Ouvidor 
geral  da  Camará  de  Qoyaz,  António  José  de  Araújo  e  Sousa, 
datado  de  ViUa  Boa,  18  de  julho  de  1766).  Ene.  XVI. 

241.  —  «Mappa  topographico  da  campanha  do  Rio  Piloens  e 
Rio  Claro  diamantinas,  com  todas  as  suas  vertentes,  pertencentes 
á  comarca  de  Villa  Boa  de  Goyaz^  mandado  tirar  por  D.  Fran- 
cisco de  Assis  Mascarenhas,  Governador  e  CapitSo  General 
d 'esta  Capitania,  sendo  examinados  ambos  os  rios  e  suas  ver- 
tentes pelo  Ouvidor  e  Corregedor  dr.  Manuel  Joaquim  d' Aguiar 
MourSo  e  por  José  Maria  da  Silva  e  Oliveira.  Villa  Boa  no 
anno  de  1805». 

0">,410xO",300.  Colorido.  (F.  officio  do  Governador  D.  Fran- 
cisco Assis  Mascarenhas,  datado  de  Villa  Boa  de  Ooyaz,  4  de 
junho  de  1805).  Emm. 

242.  —  cOarta  topographica  do  Paiz  dos  Rios  Claro  e 
Piloens,  que  o  111.'°''  e  Ex.'"''  Snr.  José  d'Almeida  de  Vascon- 
cellos.  Governador  e  Capitfto  General  da  Capitania  de  Goyaz 
mandou  fazer,  depois  de  mandar  averiguar  aquelle  continente, 
na  qual  se  mostrfto  os  legares  ou  cadeia  das  guardas  que  demarcão 
as  terras  diamantinas,  prohibidas  de  se  minerar  n'ella8.  Compre- 
hende  também  a  jornada  que  fez  Francisco  Soares  de  Bulboens 


228  BOLETIM  DAS  BIBLIOTUECAS 


em  junho  do  presente  anno  de  1772,  buscando  o  descoberto  de 
Urbano  do  Couto». 

0°*,510  X 0™,390.  (V.  offieio  do  Governador,  José  de  Almeida 
de  VaeconceUos,  datado  de  Villa  Boa  de  Ooyaz,  12  de  fevereiro 
de  1773).  Emni. 

243. — Planta  da  Aldeã  de  Sant'Ánna  na  Capitania  de  Gojaz, 
0",410x0"',530.  Colorida,  {V.  offieio  do  Governador  e  Capino 

General,  José  de  Almeida  e  Vasconcellos,  datado  de  25  de  agosto 

de  1778).  Ene.  XXVL 

244. — Mappa  topographieo  em  que  se  demonstra  a  extensão 
de  terreno  que  oecupa  na  Capitania  de  Goyaz  o  Regimento  Ge- 
neral e  o  primeiro  de  Cavallaria  Âaxiliar  da  mesma  capitania, 
divididos  por  Companhias  tanto  na  capital,  como  nos  seus  respe- 
ctivos arraiaes  que  vão  declarados  e  que  são:  Villa  Boa,  Anta, 
Corrigo  de  Jaraguá  e  Meia  Ponte,  na  forma  e  regularidade  em 
que  ficou  pela  regularisação  que  d'elle  se  fez  no  anno  de  1782. 

0'°,200xO'",lõ5.  Colorido,  (V.  offieio  do  Governador,  Luiz  da 
Cunha  Menezes,  datado  de  Villa  Boa  de  Goyaz,  10  de  fevereiro 
de  1783  e  o  n.®  399  d[este, catalogo).  Emm. 


Maranhão 

245.  —  Planta  do  Rio  Amazonas,  desde  Quito  até  á  Barra 
do  Pará.  1637. 

0",285xO°,215.  Esboço  colorido.  (V.  offieio  do  Governador 
geral  Jacome  Raymundo  de  Noronha,  datado  de  S.  Luiz  do  Ma- 
ranhão, 29  de  maio  de  1637).  Ene.  XVL 

246.  —  Mappa  da  costa  do  Brazil,  da  Jericoáquára  até  á  Ilha 
de  S.  João. 'Offerecido  ao  III.'»^  e  Ex.'»«  Snr.  D.  Diogo  de  Sousa, 
Fidalgo  da  Casa  de  S.  M.  e  do  seu  Conselho,  Coronel  dos  seus 
Exércitos,  Governador  e  Capitão  General  do  Estado  do  Mara- 
nhão, pelo  Capitão  António  Joaquim  Simões  da  Veiga,  Académico 
da  Real  Academia  das  Sciencias  Mathematicas  de  Marinha.  1798. 

0™,535xO™,407  Colorido.  (V,  offieio  do  Governador  D.  Diogo 
de  Sousa,  aatado  do  Maranhão,  õ  de  maio  de  1799).  Emm. 

247.  —  Mappa  de  toda  a  terra  que  se  comprehende  entre 


fi  ÁRCHIVOS  KACIOKAES  229 


05  dois  Rios  Parnahiba  e  Tocantins  e  dos  Rios  Miarim,  Pindaré, 

6  Quajau  do  Estado  do  Maranhão.  Suas  terras  e  campos  tSo 
extensos  que  coníinão  com  a  comarca  de  Goyaz. 

0",540x 0,445.  Colorido.  {V.  officio  do  Governador  da  Capi- 
tania do  Maranhão,  António  Corrêa  Furtado  de  Mendonça,  datado 
de  28  de  abril  de  i79i;.  Ene.  XVI. 

248.  —  Mappa  do  corte  que  principiou  a  fazer-se  para  as 
canoas  evitarem  a  perigosa  passagem  da  Ponta  do  Itaqui.  Com- 
prehende  a  parte  da  Costa  entre  a  Ilha  Pequena  e  a  Fortaleza 
de  S.  Francisco  eai  frente  da  cidade  de  S.  Luiz  do  Maranh&o. 

0°,305xO™,190.  {V,  officio  do  Governador  D,  António  de 
SaUes  e  Noronha,  datado  do  Maranhão,  7  de  setembro  de  i780). 
Edc.  XVI. 

249.  —  Planta  do  Arsenal  da  Marinha  da  cidade  do  Mara- 
nhão, levantada  em  Í8I5  pelo  Chefe  da  Divisão  e  Intendente  da 
Marinha  Manuel  do  Canto  e  Castro  Mascarenhas  e  desenhado 
pelo  Mestre  das  obras  nacionaes  e  reaes  Manuel  Joaquim  de 
Sousa,  em  maio  de  1822. 

O^jôTOxO^jõõô.  Colorida.  Representa  a  perspectiva  dafron- 
taria  e  as  plantas  do  primeiro  pavimento  constrtiido  e  a  do  segundo 
projectado.  Ene.  XXVI. 


Matto  OrosBo 

250.  —  cideia  topographica  do  Rio  Paraguay,  desde  o  Pre- 
zidio  de  Nova  Coimbra  até  á  Villa  Real,  novo  estabelecimento 
espanhol  sobre  a  margem  oriental  do  Paraguay,  5  legoas  supe- 
rior á  bocca  do  Rio  Ipané,  que  pelo  mesmo  lado  desagua  n^elle. 
Pelo  pratico  e  antigo  certanista  o  Cabo  de  Esquadra  de  Dragões^ 
João  d'Álmeida  Pereira  no  anno  de  1791». 

I",165x0",403.  Colorida.  (V.  officio  do  Governador  da  Ca- 
pitania de  Matto  Grosso,  João  d' Albuquerque  de  Mello  Pereira, 
datado  de  Villa  Bella,  23  de  junho  de  1792).  Ene.  XVI. 

251.  — Conflgaragão  da  Chapada  das  Minas  do  Matto 
Grosso. 

(r,355  X  (y",270.  Ene.  XVI. 


n 


230  BOLETIM  DAS  BlBLlOTHfiCÁS 


Minas  Oeraes 

252-255.  —  Mappas  (4)  da  Capitania  de  Minas  Geraes, 
abrangendo  os  territórios  banhados  pelos  Bios  de  S.  Francisco, 
Guarapiranga,  dos  Corvados,  Paraopeba,  das  Velhas,  Gaalaxo, 
Pardo,  Pardo  Pequeno,  Arassuali,  Giqaitinonha,  Tucambíra, 
Arhii    etc 

0°»,325xO",200.  Coloridos.  Incompletos.  Ene.  XVII. 

256.  —  Oarta  geographica  do  Termo  de  Villa  Rica,  em  qae 
se  mostra  que  os  arraiaes  das  Catas  Altas,  da  Noroega,  Itaberava 
e  Carijós  lhe  ficam  mais  perto,  que  os  da  Villa  de  S.  José  a  que 
pertencem,  e  egualmente  o  de  Santo  António  do  Rio  das  Pedras, 
que  toca  ao  do  Sabará. 

0"»,405  X 0",495.  Colorida.  (V.  offido  do  Governador  da  Ca- 
pitania de  Minas  Geraes,  Luiz  Diogo  Lobo  da  SUoa,  datado  de 
Villa  Bica,  2õ  de  agosto  de  1766).  Emm. 

• 

257. — Planta  da  Aldeia  de  S.  Sebastião  na  Capitania  de 
Minas  Geraes,  1732. 

0»,325xO'»,195.  Colorida.  Edc.  XVIL 

258.  —  Planta  da  Aldeia  do  Sumidouro  na  Capitania  de 
Minas  Geraes,  1732. 

(r,325x0",195.  Colorida.  Ene.  XVU. 

259.  —  Planta  da  Aldeia  de  S.  Caetano,  na  Capitania  de 
Minas  Geraes,  1732. 

0"",325x0'",195.  Colorida.  Ene.  XVIL 

260. — Demaroação  diamantina.  Planta  dos  cursos  dos  Rios 
Giquítinonha;  Rio  Pardo  Grande,  Rio  Pardo  Pequeno  e  Pe- 
rauna.  (Minas  Geraes). 

0»,430 X O»,520.  Colorida.  {V.  officio  de  Luiz  Beltrão  de' 
Gouvêa  d' Almeida,  datado  do  Tejuco,  27  d'abril  de  1787).  Ene.  XVIL 

261-262.  —  Oarta  da  Nova  Lorena  Diamantina.  C.  R.  X. 
D.  Villas  Boas  des. 

0",40xO",33.  (V.  offido  do  Governador  da  Capitania  de 
Minas  Geraes  de  6  de  fevereiro  de  1802,  JV.^  7).  2  ex.  Um  d'eUes 


K  ÁRGHIVOS  KACiOMAES  231 


anneoso  á  t  Memoria  sohre  ob  minaa  da  Capitania  de  Minae  Geraet, 
suae  descripçZes,  ensaios  e  domicilio  próprio  á  maneira  de  Itine- 
rário com  um  Àppendice  sobre  a  nova  Lorena  Diamantina,  sua 
descripção,  suas  producçSes  mineralógicas  e  utUiOades^  que  deste 
Paiz  possa  resultar  ao  Estado.  Por  ordem  de  S.  A.  È.  por  José 
Vieira  Couto,  i80i^  e  assignada  por  C.  L.  Miranda, pint.^  Emm. 

263.  —  Demaroaçfio  da  terra  que  produz  diamanteB. 
0-,330  X  (r,260.  ColoHda. 

«A  Villa  do  Principtt  capital  da  comarca  do  Serro  do  Frio,  se 
«{andou  em  1714  no  sitio  das  Lavras  Vdkas,  descoberto  por  Lucas  de 
aFreitas.  Ao  arraial  do  Tijuco  deu  nome  Jeronymo  Corrêa,  natural  da 
«Bahia  em  1713.  O  arraial  do  Milho  Verde  descobrio  Manuel  Rodrigues 
«Milho  Verde,  natural  uo  Minho  em  1713.  O  arraial  de  S.  Oonçalo  des- 
«cobrio  Domingos  Barbosa,  natural  do  Minho,  donde  fundou  uma  Ermida 
«a  este  Santo  em  1729.  Tomou  nome  o  arraial  do  Bio  Manso  da  man- 
«sidâo  com  que  pelo  meio  d*elle  corre  o  tal  rio,  e  d'elle  foi  primeiro  po- 
«voador  José  de  Groáoj  Passo,  Paulista  em  1719.  Descobno  Kademey, 
«António  Baposo,  Paulista  em  1714.  Foi  o  l.o  situador  do  arraial  do 
«iHynhahy  e  quem  lhe  deu  o  nome  o  tapuyo  Thomé  Ribeiro  em  1716. 
«De  uma  viuva  chamada  fulana  de  Gouvêa,  natural  de  Portugal,  houve 
«o  nome  e  principio  o  arraial  de  Oouvta  em  l71õ.  A  povoaç&o  do  rio 
iiParahuna  foi  principiada  em  1713  por  Jo&o  Borges  Delgado».  Emm. 

264.  —  Mappa  da  demarcaç&o  diamantÍDa. 

Cr,19õ  x0",160.  (K.  offido  de  João  da  Rocha  Dantas  e  Men- 
donça, datado  do  Tguco,  15  de  fenyereiro  de  1775).  Edc.  XVIII. 

265.  —  Planta  do  arraial  do  Tejuco. 

O",190  x0",146.  (F.  o  mesmo  offido  de  João  da  Rocha  Dan- 
tas). Ene.  XVin. 

266. — Aguarella  representando  um  grupo  de  pretas  lavando 
diamantes. 

0'",195xO",150.  (F.  o  referido  offido  de  João  da  Rocha  Dan- 
tas).  Ene.  XVIII. 

267.  —  Agruarella  representando  o  processo  da  extracçSo 
do  minério,  para  a  pesquiza  dos  diamantes. 

0",195xO"»,150.  (F.  o  referido  offido  de  João  da  Rocha  Dan- 
tas). Ene.  XVUI. 

268. — Planta  da  nova  Cadeia  de  Villa  Rica,  principiada 


232  BOLETIM  DAS  BlBLlOTHfclCAS 


no  aano  de  1784.  Desenhada  por  C.  Manuel  Bibeiro  Gníma- 
rftes. 

0"-,615xO",400.  (V.  officio  do  Governador  da  Capitania  de 
Minas  Geraes,  Luiz  da  Cunha  Menezes,  datado  de  ViUa  Rica,  6 
de  setembro  de  1786).  Edc.  XIX. 

269. — Mappa  topographico  do  Orto  Botânico  do  Ouro  Preto, 
por  Manuel  Ribeiro  Guimar&es,  i799. 

0'",415  x0",455.  (F.  officio  do  Governador,  Bernardo  José  de 

Lorena,  dcUado  de  ViUa  Rica,  4  de  julho  de  1800j.  Ene.  XVII. 

« 

270.  —  Oarta  da  viagem  que  pelo  Rio  Doce  até  ás  Escadi- 
nhas fez  o  Tenente  Coronel  Jo&o  Baptista  dos  Santos  e  Araújo 
de  ordem  do  111.™®  e  Ex.°»®  Snr.  Bernardo  José  de  Lorena, 
Governador  e  CapitUo  General  da  Capitania  de  Minas  Geraes, 
ofiferecida  ao  mesmo  senhor  por  Manuel  José  Pires  da  Silva  Pontes, 
que  acompanhou  a  expedição  no  anno  de  isOO. 

0",445xO'°,375.  (F.  officio  do  Governador,  Bernardo  José  de 
Lorena,  datado  de  Villa  Rica,  17  de  ábHl  de  4801).  Edc.  XVIL 

271. — Modelos  dos  armamentos  dos  Corpos  de  Milícias  da 
Capitania  de  Minas  Geraes. 

O^jSlOxO^jSOS.  Coloridos.  (F.  oj^cío  do  Governador,  Luiz 
Diogo  Lobo  da  Silva,  datado  de  Villa  Rica,  24  d' agosto  de  1766). 
Ene.  XIX. 


Pará 


272. — Carta  de  parte  da  Costa  da  Ilha  Grande  de  Joannes, 
desde  o  Igarapé  Grande  até  ao  Rio  Cambú  e  das  villas  e  fazendas 
que  se  acham  situadas  entre  os  ditos  rios. 

0"',330xO'",210.  Colorida.  (V.  officio  do  Goveiiiador,  Manuel 
Bernardo  de  Mello  de  Castro,  datado  do  Pará,  28  de  novembro 
de  1761).  Edc.  XVIL 

273.  —  «Carta  do  Lago  e  Cabeceiras  do  Rio  Arari  e  das 
Cabaceiras  do  Rio  Anajaz  do  Tajiperu  e  das  Fazendas  que  se 
acham  situadas  nas  ditas  terras  e  das  que  de  novo  se  hâo  de 
situar  conforme  a  ordem  de  S.  M.  F». 

0»,33õ  X  0°,205.  Colorida.  (F.  officio  de  Bernardo  de  Mello 
de  CoÃfro,  datado  do  Pará,  23  de  novembro  de  1761).  Ene.  XVIL 


£  ARCH1V08  NACJOKáES  233 


274.  —  H appa  do  curso  dos  Bios  Tocantins,  Âraguaja, 
Madeira  e  Amazonas  e  seus  aíEuentes,  desde  o  Equador  até  aô 
parallelo  20. 

0-,285  X  0",300.  Colorido.  Emm. 

275.  —  «Planta  da  Cidade  de  Belém  do  Gram  Pará,  fortifi- 
cada pelo  methodo  mais  simples  e  de  menor  despesa  que  póde^ 
admittir  a  irregularidade  da  sua  figura  e  inegualidade  do  seu 
terreno,  em  parte  pantanoso  e  em  parte  cheio  de  obstáculos  e 
difiiculdades,  principalmente  sobre  a  margem  do  Rio.  Projecto 
offerecido  ao  Governador  do  Gram  Pará,  Maranhfto  e  Piauhy,^ 
JoSo  Pereira  Caldas,  pelo  Sargento  mór  Engenheiro  Gaspar 
JoXo  Geraldo  de  Gronfeld». 

O",410x0™,315.  Colorida.  (F.  officio  do  mesmo  Governador, 
datado  do  Pará,  18  de  maio  de  1773,  ri.<»  60).  Ene.  XVII. 

276.  —  Projecto  de  fortificaçSo  da  Cidade  de  Belém  do 
Grão  Pará,  pelo  Sargento  mór  Engenheiro  Gaspar  Jofto  Gronfeld. 

0"',410x0",315.  Colorido.  (F.  offido  do  Governador  João 
Pereira  Caldas,  datado  do  Pará,  18  de  maio  de  1773).  Ene.  XVII. 

277. — Planta  da  Fortaleza  da  Barra  do  Pará,  por  José 
Coelho  de  Azevedo  (1696). 

0",285  X  0"',420.  (F.  consulta  do  Concelho  UUramaríno  de  2 
de  março  de  1696).  Ene.  XVII. 

278.— Planta  da  Fortaleza  da  Cidade  do  Pará  (1696). 
0",410  X  0",280.  (F.  consulta  do  Conselho  Ultramarino  de  2 
de  março  de  1696).  Ene.  XVII. 

279-281. — Plantas  (3)  do  edifício  da  Administração  da 
Companhia  geral  do  Gr&o  Pará. 

(y°,308  X  (P,445.  Coloridas.  (F.  officio  do  Govetmador  da 
Capitania  do  Pará,  João  Pereira  Caldas,  datado  de  8  de  novembro 
de  1773).  Ene.  XIX. 

282. — Planta  e  perfil  do  Arsenal  para  a  construcçíio  de 
uma  Náu  de  50  peças  na  Cidade  do  Pará. 

0»500xO™,710.  Colorida.  (F.  officio  do  Governador  da 
Capitania  do  Pará,  Manuel  Bernardo  de  Mello  de  Ctstro,  de  26 
de  junho  de  1761).  Ene.  XIX. 

?.•  ANKO,  N.»  2  10 


St34  BOLBTIM  DAS  B1BLI0THKC18 


283.  —  Planta  de  uma  cortina  baixa  entre  os  dois  Fortins 
da  Marinha  da  cidade  de  Belém  do  GrSo  Pará,  feita  por  ordem 
do  Governador  Francisco  Xavier  de  Mendonça  Furtado,  peios 
Officiaes  Engenheiros,  Sebastiio  José,  Gregório  EebeUo  Guer- 
reiro Camacho  e  Filippe  Sturm. 

0",445x0",220.  Colorida.  {V.  officio  do  Governador  D.  Fran- 
eUeo  de  Souea  Coutinho ^  datado  do  Pará,  20  de  abril  de  1798). 
Sac.  XVII. 

284.  —  Planta  da  Villa  de  S.  José  de  Macapá,  tirada  por 
ordem  do  Governador  do  Estado  do  Pará,  Manuel  Bernardo  de 
Mello  de  Castro  em  o  anno  de  1761  pelo  CapitSo  Engenheiro 
Gaspar  João  Gronfeld. 

0",440  X  0^,300.  Colorida,  (V.  officio  do  Governador  João 
J^ereira  Caldas,  datado  do  Pará,  18  de  maio  de  1773).  Eoe.  XVII, 

285.  —  Planta  da  Fortaleza  de  S.  José  de  Macapá  (1772). 
0",310x(r,4l5.  Colorida.  (V.  officio  do  Governador  João 

Pereira  Caldae,  datado  do  Pará,  16  de  dezembro  de  1772).  EiC.  XVII. 

286.  —  Agnarella  representando  um  rapaz  indígena  ma- 
tando pássaros  á  setta. 

0™,155  xO*,290.  (Annexo  da  Historia  do  Rio  Branco  (Anui- 
zonas)  por  Francisco  Xavier  Ribeiro  de  S.  Payo  (1778).  Ene.  XXI. 

287.  —  Agnarella  representando  uma  planta  trepadeira, 
denominada  «Primavera». 

0",160xO™,260.  {V.  offi^cio  do  Governador  da  Capitania  do 
Pará,  João  Pereira  Caldas,  datado  de  27  de  junho  de  1775).  Eac. 
XVII. 


Parahiba 

288.  —  Planta  da  Bahia  da  Traiçfto  (Âcejutíbiró),  na  Capi- 
tania de  Parahiba.  Feita  por  Dionizio  Ferreira  Portugal. 

0",425  X  0",320.  Colorida.  (F.  offi^^io  do  Governador,  Antó- 
nio de  Lemos  de  Brito,  datado  de  Parahiba,  12  de  maio  de  17S5). 
Eoe.  XVII. 


K  ÁKCHIVOS  KáCIONAKS  235 


Fernambaoo 

289.  —  Demonstraçfto  da  Costa  de  Pernambuco,  desde  a 
Cidade  de  Olinda  até  á  Barra  de  Itamaracá. 

O°,270x0",'39õ.  Colorida.  (V.  officio  do  Engenheiro,  Luiz 
Francisco  Pimentel,  datado  do  Recife,  6  de  novembro  de  4702). 
Bae.  XX. 

290.  —  Planta  do  Forte  do  Brum,  na  Capitania  de  Pernam- 
buco. 

0»,420  X  0"»,300.  (V.  officio  do  Engenheiro,  Luiz  Francisco 
Pimentel,  datado  do  Recife,  6  de  novembro  de  4702).  Eoc.  XX. 

291.  —  Planta  de  uma  projectada  Fortaleza  na  Barra  do 
Páo.  Amai*ello,  na  Capitania  de  Pernambuco. 

0™,445  X  O",560.  Colorida  (4702).  Eoc.  XXj 

292.  —  Planta  e  explicação  das  Enseadas  de  Jaragôa  e  Pa* 
jurará. 

0",965  X  O^jeõO.  Colorida.  (F.  officio  do  Governador  da  Ca- 
pitania de  Pernambuco,  Luiz  Diogo  Lobo  da  SUva,  datado  de  25 
de  abiil  de  17S>7).  Ene.  XX. 

293.  — Mappa  topographico  do  logar  do  Gayabú,  no  qual 
se  mostra  o  plano  do  Beduoto  de  N.  S.*  do  Monte  do  Carmo  e 
S.  Thomé,  sobre  a  Ponta  do  Gayabú,  que  defende  a  enseada  do 
mesmo  nome  e  foi  construido  por  ordem  do  Qovernador  D.  Tho- 
maz  José  de  Mello.  Por  José  Francisco  de  Paula  Cavalgante  de 
Albuquerque,  Capitão  Commandante  da  Artilharia.  Anno  de  1799. 

0"',635  X  0'",435.  (F,  officio  dos  Governadores  interinos  da  Car 
pitania  de  Pernambuco,  de  20  de  junho  de  4799).  Ene.  XX. 

294-295.  —  Plantas  (2)  de  um  novo  Edifício  da  Alfandega 
de  Pernambuco. 

0'",595x0",430.  (F.  officio  do  Governador  da  Capitania  de 
Pernambuco,  Thomaz  José  de  Mello,  datado  de  10  de  agosto  de 
i789).  Ene.  XIX. 

296. — Planta  da  Fortaleza  velha  de  Fernando  de  Noronha» 
0"»,475  X  0^,300.  Colorida.  Ene.  XXVI. 


Ô36  boLetdi  dás  bibliotb&cás 


297.  —  Planta  do  Forte  de  Nossa  Senhora  da  ConceiçSo, 
na  Ilha  de  Fernando  de  Noronha. 

0",485x(r,345.  Colorida.  Ene.  XXVI. 

298.  —  Planta  do  Forte  de  Nossa  Senhora  dos  Remédios 
na  Ilha  de  Fernando  de  Noronha. 

0»,590  X  (r,385.  Colorida.  Ene.  XXVI. 

299.  —  Planta  do  Forte  de  Santo  António  na  Ilha  de  Fer- 
nando de  Noronha,  que  defende  o  porto  principal  da  Ilha. 

0°^,485  X  0",300.  Ene.  XXVI.  j 


Piauliy 

300.  — Mappa  exacto  da  Villa  de  S.  Joilo  de  Pamaiba.  1798. 

(r,560x0»,435.  Colorido.  (V.  officio  do  Governador,  D.  João 
de  Amorim  Pereira,  datado  de  Oeiras  de  Piauhy,  22  de  novembro 
de  I7D8).  Ene.  XVII. 

Rio  Orande  de  S.  Pedro 


301.  — Planta  da  Costa  marítima  desde  a  Barra  de  Para- 
naguá até  ao  Rio  da  Prata,  indicando,  para  o  interior,  o  curso 
d'e8te  rio  e  dos  rios  Uruguay  e  Paraná  e  seus  affluentes. 

0»,745  X  0°,410.  Colorida.  Emm. 

302.  —  Villa  (A)  da  Laguna  e  a  Barra  do  Taramandi,  na 
Costa  do  Brazíl  e  America  Portugueza.  Abrange  a  parte  da  Costa 
entre  a  Ilha  do  Coral  e  o  Rio  Grande  do  Sul  e  para  o  interior 
até  ao  Rio  Taquari.  Pelo  padre  Diogo  Soares,  da  Sociedade  de 
Jesus,  Geographo  régio  no  mesmo  Estado.  1738. 

0°»,315xO",235.  Colorida.  Ene.  XXII. 

303.  —  Mappa  do  caminho  novo  que  vae  do  Passo  de  Turi- 
lama  ao  de  Santo  António  na  Capitania  do  Rio  Grande  de 
S.  Pedro.  Feito  por  Manuel  Vieira  Leão,  discípulo  do  Coronel 
JoBé  Fernandes  Pinto  Alpoim. 

*      O",340  X  O",320.  Colorido.  {V.  officio  do  Oove^^nador,  Gomes 
de  Andrade,  datado  de  Colónia,  16  de  fevereiro  de  17o3).  Ene.  XX. 


E  ABCHIVOS  NACIONABS  237 


304.  —  Planta  da  Fortaleza  de  Jesus  Maria  José  (no  Rio 
Pardo)  da  Capitania  do  Rio  Grande  de  S.  Pedro. 

0",320xO%195.  Colorida.  (F.  officio  do  Governador,  Gomes 
de  Andrade,  datado  do  Rio  Grande  de  S.  Pedro,  18  de  fevereiro 
de  17S5).  Ene.  X. 

305.  —  Plano  do  terreno  em  que  se  fizeram  experiências  da 
cultura  do  linho  cânhamo  na  Capitania  de  S.  Pedro  do  Rio 
i9rande.  Feito  por  Alexandre  Eloy  Portelli,  Capitão  dlnfantaria 
com  exercicio  de  Engenheiro. 

(T^aiOxO^.AOO.  Colorido.  (V.  officio  do  Governador  Sebastião 
Xavier  da  Veiga  Cabral  da  Camará,  datado  de  2  de  outubro  de 
17U).  Bdc.  XX. 

* 

Rio  de  Janeiro 


306.  —  Plano  da  raia  marcada  nos  Estados  do  Brazil  pelos 
Officiaes  da  segunda  Divisfto  pertencente  ao  Partido  do  Rio 
Grande  de  S.  Pedro,  na  expedição  do  anno  de  17S0.  Copiado  do 
próprio  original  que  se  elevou  na  campanha. 

0^,395  X  0°*,700.  Colorido.  Este  mappa  serviu  de  elemento 
importante  na  questão  suscitada  entre  o  Bruzil  e  a  Republica 
Argentina,  acerca  da  deniarcaçào  territorial  da  região  das  mis- 
sões. Emm. 

307.  —  Oarta  da  Costa  do  Brazil,  ao  meridiano  do  Rio  de- 
Janeiro.  Desde  a  barra  do  Ibepetuba  até  á  Ponta  da  Guarupaba, 
na  enseada  de  Sjri.  Pelo  Padre  Diogo  Soares,  da  Sociedade  de 
Jesus,  Geographo  régio  no  Estado  do  Brazil. 

0",320xO'»,195.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

308.  —  Oarta  da  Costa  do  Brazil,  ao  meridiano  do  Rio  de 
Janeiro.  Desde  a  Ponta  de  Araçatuba  até  á  Barra  do  Gnaratuba. 
Pelo  P.  M.  Diogo  Soares,  S.  J.  G.  R.  do  Estado  do  Brazil. 

0",315xO™,l90.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

309.  —  Oarta  da  Costa  do  Brazil,  ao  meridiano  do  Rio  de 
Janeiro.  Desde  a  Barra  de  Bertioga  até  á  Ponta  de  Guaratuba. 
Pelo  Padre  Mestre  Diogo  Soares,  S.  J.  G.  R.  no  Estado  do 
^jirazil 

(rÍ326  X  0",190.  Colorida.  Bic.  XXIV^ 


238  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


310.  —  Oarta  da  Costa  do  Brazil,  ao  meridiano  do  Rio  de 
Janeiro.  Desde  a  Barra  de  Santos  até  á  da  Marambaja.  Pelos 
P.  P;  Diogo  Soares  e  Domingos  Capacy,  da  Sociedade  de  Jesus, 
Geographòs  régios  no  Estado  do  Brazil. 

0°»,315x  0^190.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

311. — Carta  da  costa  do  Brazil,  ao  meridiano  do  Rio  de 
Janeiro.  Desde  a  Barra  de  Marambaya  até  Cabo  Frio.  Pelos  P. 
P.  Diogo  Soares  e  Domingos  Capacy.  S.  J.  G.  R.  no  Estado 
do  Brazil. 

0™,315xO™,190.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

312.  —  Planta  da  Costa  do  Brazil  desde  a  Ponta  de  Araca- 
tuba,  Ilha  de  Santa  Catharina,  Rio  de  S.  Francisco,  Paraaguá 
até  á  Barra  de  Ararapirá. 

0",310xO™,230.  Colorida.  Ene.  XXII. 

313.  — Planta  da  Ilha  a  que  huns  chamão  Ascenç^o,  outros 
Trindade. 

0^,608x0^,420.  (F.  officio  de  José  António  Freire  d' Andrade, 
datado  do  Rio  de  Janeiro,  26  de  maio  de  17<i7).  Ene.  XXII. 

314.  —  Planta  da  Cidade  do  Rio  de  Janeiro,  capital  dos 
Estados  do  Brazil  e  projecto  com  que  pode  ser  fortificada. 

0%485  X  0"',395.  Colorida.  {V.  officio  de  Francisco  João 
Roscio,  datado  do  Rio  de  Janeiro,  6  de  janeiro  de  1770).  Enni. 

315.  —  Planta  da  Cidade  do  Rio  de  Janeiro. 

0^,370  X  0^,270.  Esboço  colorido  e  incompleto  de  M.  Massé. 
Ene.  XXII. 

316.  —  Planta  da  Barra  do  Rio  de  Janeiro. 

0°,400  X  0™,275.  Colorida.  {V.  officio  do  Vice-Rei  e  Capitão 
Oeneral,  Conde  de  Bobadella,  datado  do  Rio  de  Janeiro,  20  de 
fevereiro  de  1761).  Emm. 

317.  —  «Demons traçam  fucil  e  concludente  do  direito,  que 
tem  a  Coroa  de  Portugal  ao  domínio  dus  Terras,  sobre  que  se 
fez  o  Tratado  provisional  em  1681,  as  quaes  forUio  cedidas  na 
alliança  de  1701  e  restituidas  pela  paz  de  1715».  (Abrange  esta 
planta  a  parte  da  Costa  do  Brazil  entre  o  Cabo  Frio  e  ò  Rio  da 
Prata). 

0»,*315  X  0»,44a,  Ene.  XXII. 


-r .- ■■     ■■    '■     ■ 


E  ARCHIVO»  KAGK^AKS  239 


318.  —  Planta  do  Forte  do  Villeganhon  na  enseada  do  Rio 
de  Janeiro.  i730. 

0",310xO",186,  CoUrida.  Ene.  XXIV. 

319.  — Planta  do  Forte  de  S.  Diogo  na  Barra  do  Rio  de 
Janeiro.  1730. 

0™,310xO"»,186.  Colorida.  Edc.  XXIV. 

320.  —  Planta  da  Fortaleza  ou  Bateria  da  Praia  Vermelha 
na  costa  do  Sul  da  Barra  do  Rio  de  Janeiro.  1730. 

(r,310x(r,185.  Colorida.  Edc.  XXIV. 

321. — Planta  da  Fortaleza  da  Lage  na  Barra  do  Rio  de 
Janeiro.  1730. 

0»,310x  0^185.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

322.  — Planta  da  Fortaleza  de  Nossa  Senhora  da  Conceição 
na  Cidade  do  Rio  de  Janeiro.  1730. 

0'»,310xO™,185.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

323.  —  Planta  das  Fortalezas  de  terra  no  morro  de  S.  JoSo^ 
Barra  do  Rio  de  Janeiro.  1730. 

0°,310x0",185.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

324.  —  Planta  da  Fortaleza  de  S.  SebastiSo  na  Cidade  do 
Rio  de  Janeiro.  1730. 

0^,310  x(r,l85.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

325.  —  Planta  do  Forte  de  S.  João,  na  Barra  do  Rio  de 
Janeiro.  1730. 

0°>,310xO",185.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

326.  —  Plano  da  Fortaleza  de  Santa  Cruz,  novamente  reedi- 
ficada pelo  Conde  da  Cunha  em  o  anno  de  176$. 

0'°,725  X  0",480.  Colorido.  {V.  officio  do  Vice-Rei,  Conde 
da  Canha,  dcUado  do  Rio  de  Janeiro,  20  de  outubro  dô  1763). 
Ene.  XXIL 

327.  — Planta  das  obras  novamente  propostas  no  Forte  de 
Villagalh&o.  Pelo  Brigadeiro  Engenheiro  Jacques  Funck. 

O^jéGõ  X  0'",300.  (F.  officiò  do  Vice-Rei,  Conde  da  Cunha, 
datado  do  Rio  de  Janeiro,  30  de  outubro  de  1767).  Ene.  XXIL 


'240  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


328.  —  Planta  do  Rio  de  Janeiro,  com  as  suas  Fortalezas 
6  uma  parte  da  Bahia.  Por  J.  Funck.  1768. 

O^jTOO  x<P,380.  Colorida.  {V.  Rdation  generale  de  touteê 
les  Placêê  fottijUeM  autour  Is  Port  et  la  Ville  de  Rio  de  Janeiro, 
àvec  leur  eituation  et  leur  état  presenL  Rio  de  Janeiro  le  7  d^o- 
ctobre  de  17S8.  (aj  Jaeqaee  Funck).  Ene.  XXIIL 

329.  —  Planta  da  Fortaleza  de  Santa  Cruz,  situada  á  en* 
trada  do  Porto  do  Rio  de  Janeiro.  Por  J.  Funck.  1768. 

0",470>cO",375.  Colorida.  {V.  citada  Relation de$  Pia- 

ce»  fortifiées de  Rio  de  Janeiro,  por  J.  Funck*  fTfiS). 

Eoc.  XXIIL 

330. — Planta  das  FortificaçSes  na  Peninsula  de  S.  JoSo, 
que  defendem  a  entrada  do  Porto  do  Rio  de  Janeiro.  Por  J. 
Funck.  1768. 

0™,700  X  0»,375.  Colorida,  (V.  citada  Relation des  Pia- 

cee  fortifiées de  Rio  de  Janeiro  por  J.  Funck,   1768). 

Eoc.  XXIIL 

331. — Planta  da  Fortaleza  da  Lage,  situada  sobre  um  ro- 
chedo, á  entrada  do  Porto  do  Rio  de  Janeiro.  Por  J.  Funck.  1768. 

(r,23b  X  O", 380.  Colorida.  (F.  citada  Relation des  Pia- 

ces  fortifiées de  Rio  de  Janeiro,  por  J.  Funck.  1768). 

Edc.  XXIIL 

332.  —  Planta  àa  Fortaleza  da  Praia  Vermelha  situada  fora 
da  Bahia  do  Rio  de  Janeiro.  Por  J.  Funck.  1 768. 

0'»,475xO™,375.  Colorida.  (V.  citada  Relation des  Pia- 

ces  fortifiées de  Rio  de  Janeiro  por  J.  Funck.   1768). 

Ene.  XXIIL 

333.  —  Planta  da  FortiGcaçSo  principiada  sobre  a  Praia  de 
Fora,  a  este  da  Bahia  do  Rio  de  Janeiro. 

0'",47r)  x 0™,380.  Colorida.  (V.  citada  Relation des  Pia- 

ces  fortifiées de  Rio  de  Janeiro,  por  J.  Funck.  1768). 

Edc.  XXIIL 

9 

334.  —  Planta  da  Fortaleza  da  Peninsula  da  Boa  Víagemi 
a  este  da  Bahia  do  Rio  de  Janeiro. 

0"',235  X  0»,360.  Colorida.  (F.  citada  Relation des  Pia- 


B  ARCH1V08  NACI0NAB8  241 


cês  foHifiitê de  Rio  dê  Janeiro,  por-  J,  Funch.  i768). 

IBC.  XXIII. 

335.  —  Planta  da  Fortaleza  de  Garavatá,  situada  sobre  um 
promontório  a  este  da  Bahia  do  Rio  de  Janeiro. 

0°>,235xO°»,380.  Colorida.  (V.  eitada  Rd^iion des  Pia- 

ees  fortifiées de  Rio  de  Janeiro,  por  J.  Funck.  i768). 

Eae.  XXIII. 

336.  —  Planta  da  Fortaleza  da  Ilha  de  Villagalhfto,  na  Bahia 
do  Rio  de  Janeiro. 

0",235  X  0",380.  Colorida.  (F.  citada  Relation des  Pia- 

cee  fortifiées de  Rio  de  Janeiro,  por  J.  Funck.  1768). 

Ene.  XXIII. 

337.  —  Planta  da  Fortaleza  da  Ilha  das  Cobras  na  Bahia 
do  Rio  de  Janeiro. 

0",695xO«,380.  Colorida.  {V.  citada  Relation des  Pia- 

ees  fortifiées.. de  Rio  de  Janeiro,  por  «7.  Funck.  1768). 

Knc.  XXIII. 

338.  —  Planta  da  Fortaleza  de  S.  Sebastiio  do  Rio  de  Ja- 
neiro. 

0™,235x0",380.  Colorida.  (7.  citada  Relation des  Pia- 

ees  fortifiées de  Rio  de  Janeiro,  por  J.  Funck.  4768). 

Ene.  XXIII. 

339. — Planta  da  Fortaleza  da  ConceiçSo  do  Rio  de  Janeiro. 

0™,235  X 0°,380.  Colorida.  ( V.  citada  Relation des  Places 

fçrtifiées de  Rio  de   Janeiro,  por  J.    Funck.   4768). 

Ene.  XXUI. 

.  340.  —  Planta  da  Fortaleza  do  Calhabuço,  situada  sobre  um 
promontório  ao  Sul  da  cidade  do  Rio  de  Janeiro. 

0",235xO",380.  Colorida.  (F.  citada  Relation...  .des  Places 

fortifiées de  Rio  de  Janeiro,  por  J.   Funck.   4768). 

Ew.'^  XXIII. 

341.  —  Planta  do  paiol  da  pólvora  da  Ilha  de  Santa  Bar- 
bara, na  Bahia  do  Rio  ae  Janeiro. 

0",235xO»,380.  Colorida.  (V.  citada  Relation. . ..  des  Places 


n 


242  BOLKTIM  DAS  BIBLIOTHRCAS 


fortifiéeB de  Rio  de   Janeiro,  por  J.    Funck.    1768). 

Ene.  XXIII. 

342.  —  Planta  das  FortíficaçSes  projectadas  do  morro  de 
S.  Diogo,  para  defeza  da  Cidade  do  Rio  de  Janeiro. 

0"»,7l5xO'°,380.  Colorida.  (F.  Proposition  et  Plans  pour 
fortijier  la  Ville  de  Rio  de  Janeiro  fout  aiUour  et  prineipalemeni 
vers  la  campagne  edon  lee  avantages  du  terrein.  Rio  de  Janeiro 
le  7  de  decembre  1769.  (a)  Jacques  Funck).  Ene.  XXIII. 

343. — Planta  das  FortlficaçSes  projectadas  no  morro  de 
Santa  Thereza,  para  defeza  da  Cidade  do  Rio  de  Janeiro. 

0^,715  xO°*,380.  Colorida.  (V.  citada  Proposition  et  Plans 
pour  fortijier  la  Ville  de  Rio  de  Janeiro,  por  J.  Funck.  1769). 
Ene.  XXiil. 

344. — Perfis  dos  morros  de  S.  Diogo,  Santa  Thereza, 
Santo  António  e  Fedro  Dias,  do  Rio  de  Janeiro. 

I",045x0".380.  Coloridos.  (F.  citada  Proposition  et  Plans 
pour  fortijier  la  Ville  de  Rio  de  Janeirs,  por  J.  Funck,  1769). 
Ene.  XXIIL 

345.  —  Plano  da  Fortaleza  de  Silo  João,  na  Barra  do  Rio 
de  Janeiro.  (1768). 

0",614  X  (r,430.  Colorido.  (V.  officio  do  Conde  d' Azambuja, 
daiado  do  Rio  de  Janeiro,  1  de  maio  de  176S).  Ene.  XXIL 

346.  —  Planta  do  Forte  de  Santo  António,  na  Praia  de  Fora 
do  Rio  de  Janeiro. 

0"»,515  X  0™,350.  (F.  ofjicio  do  Vtce-Rei,  Conde  da  Cunha, 
datado  do  Rio  de  Janeiro,  30  de  outubro  de  1767).  Ene.  XXII. 

347.  —  Demonstração  do  Arsenal  que  mandou  fazer  nesta 
Cidade  do  Rio  de  Janeiro  o  111."®  e  Ex."»^  Conde  da  Cunha,  do 
Conselho  de  Sua  Majestade  e  do  de  Guerra,  Tenente  General 
de  seus  exércitos  e  General  da  Artilharia  do  Reino,  CapitSo 
General  de  Mar  e  Terra  e  Vice-Rei  de  todo  o  Estado  do  Brazil. 

0",645xO'»,363.  (F.  officio  do  Vice-Rei,  Conde  da  Cunha, 
datado  do  Rio  de  Janeiro,  õ  de  setembiv  de  1764).  Ene.  XXII . 

348.  —  Planta  dos  Armazéns  da  Pólvora  que  mandou  fazer 
o  Conde  da  Cunha  na  Ilha  das  Pombas,  em  o  anno  de  176d. 


E  AKCHIV08  NAC10NAK8  243 


l'",375  X  0",455.  Colorida.  (F.  officio  do  Vice-Rei,  Conde  da 
Cunha,  datado  do  Rio  de  Janeiro,  20  de  outubro  de  Í76S). 
Ene.  XXII. 

349. — Plano  do  Rio  do  Espirito  Santo^  comprehendida  a 
Barra,  suas  Fortalezas  e  Yillas. 

0",850  y  0",510.  Colorido.  {V.  officio  do  Conde  da  Cunha, 
datado  do  Rio  de  Janeiro,  18  de  janeiro  de  1766).  Eflini. 

350. — Planta  da  Fortaleza  de  Itapema,  no  Bio  defronte 
da  Villa  de  Santos. 

0»,180  X  0™,270.  Colorida.  Ebc.  XXI. 

351. — Plano  da  Egreja  matriz  da  Ilha  de  Santa  Catharina. 
0",300  X 0«°,460.  Colorido.  (V.  officio  do  Vice-Rei  Conde  da 
Cunha,  Rio  de  Janeiro,  28  de  outubro  de  1865).  Ene.  XIX. 

352. — Acampamento  dos  Castelhanos  defronte  da  Colónia, 
com  o  nome  de  S.  Carlos. 

0",430  >  0™,340.  Colorido.  {V.  officio  do  Conde  de  Bobaddla, 
datado  do  Rio  de  Janeiro,  20  de  abril  de  1762).  Ene.  XXII. 

353. — Planta  do  acampamento  das  duas  primeiras  DivisSes 
Espanhola  e  Portugueza  da  demarcação  de  limites  da  America 
Meridional,  junto  ás  margens  do  Ârroyo  de  Chiiy  em  fevereiro 
de  1784. 

0™,420  X  0",325.  Colorida.  {V.  officio  do  Governador,  Luiz 
de  Vasconcellos  e  Sousa,  datado  do  Rio  de  Janeiro,  26  de  março 
de  1784).  Edc.  XXII. 

Rio  Negro 

354.  —  Mappa  em  que  se  mostrSlo  3  communicaySes  do  Rio 
Negro  para  o  Japurá  por  3  boccas  superiores  á  do  Rio  Vaupés: 
a  primeira  pelo  Rio  Xie,  a  segunda  pelo  Rio  Iffana  e  a  terceira 
pelo  Rio  Thomon.  Pelo  Coronel  Manuel  da  Gama  Lobo  de  Almada. 

0™,165x0'",2l0.  Colorido.  Copia  do  Capitão  Engenheiro  José 
Simdes  de  Carvalho.  {V.  officio  do  Governador  da  Capitania  do 
Rio  Negro,  João  Pereira  Caldas,  datado  de  BarceUos,  26  de  julho 
de  1784).  Emni. 


244  BOLKTIH  DA8  BIRLIOTHKCAS 


355.  —  Conununloação  do  Rio  Vaupés  para  o  Japurá, 
pelo  Rio  Yucari  ou  Pururé-Paraná.  Por  Manuel  da  Gama  Liobo 
d' Almada.  i784. 

OVlOxO^jieS.  (F.  officio  do  Governador,  Joio  Pereira 
Caldas,  datado  de  Barcelloe,  13  de  janeiro  de  Í78S). 

356. — Mappa  em  que  se  demonstrfU)  duas  communicaçSes 
do  Rio  Vaupés  para  o  Japurá,  pelo  Rio  Yucari  e  pelo  Tiquié. 
Esta  segunda  se  pôde  também  fazer  descendo  pelo  Rio  Teraira. 
Por  linhas  de  pontos  vai  marcada  a  direcçSo  que  se  seguiu  na 
descoberta  e  reconhecimento  das  sobreditas  duas  communicaçSes. 
Por  Manuel  da  Grama  Lobo  d'Almada. 

0"»,370  X  0%27õ.  {V.  officio  do  Governador,  João  Pereira 
Caldas,  datado  de  BarceUos,  28  de  janeiro  de  1785).  Iflifli. 

357.  —  Mappa  em  que  se  demonstra  o  reconhecimento  do 
Rio  Vaupés,  desde  a  Foz  do  Rio  Yucari  ou  Pururé-Paraná  para 
cima  e  a  communicaySo  mais  alta  do  mesmo  Vaupés  para  o 
Japurá  pelo  Rio  Unhunham,  até  ao  Rio  Ussaparaná,  que  desagua 
no  Apaporis.  Por  Manuel  da  Gama  Lobo  de  Almada. 

(r,370  X  (r,252.  (V.  offi^  do  Governador,  João  Pereira 
Caldas,  datado  de  BarceUos,  30  de  setembro  de  Í78S).  Ema. 

358-363.  —  Mappas  (6)  dos  Rios  Amazonas,  Rio  Negro, 
Jupurá,  Veunuixi,  Teia,  Irubaxi,  Apaporis,  Capori,  Vaupés, 
Tiquie,  Pirá-Paraná,  Vaivana,  etc. 

0",280xO",l60.  Coloridos.  (F.  offi/do  do  Governador,  João 
Pereira  Caldas^  datado  de  BarceUos,  27  de  abril  de  1788).  Emni. 

364.  —  Configuração  da  bocca  inferior  da  primeira  Ca- 
choeira do  Rio  dos  Enganos  (Cumiarj).  Obtida  no  anno  de  1782, 
por  J.  S.  C. 

0'",3õ  xO'",25.  Desenho  á  penna.  (V.  officio  do  Governador, 
João  Pereira  Caldas,  datado  de  Barcdlos,  21  de  fevereiro  de  1785). 
Ene.  XX. 

365.  —  Oonfigaragão  da  Cachoeira  de  Cupáti  no  Rio  Ja- 
purá. Obtida  no  anno  de  1784,  por  J.  S.  C. 

0",355  X  O",  182.  Desenho  á  penna.  (F.  offixíio  do  Governador, 
João  Pereira  Caldas,  datado  de  Barcdlos,  21  de  fevereiro  de  1785). 
Eac.  XX. 


E  ARCHIVÒ8  NACI0NAK8  245 


366. ^Planta  da  Aldeia  do  Principal  de  Majuri.  1728. 
O» j420  X  0»,275,  Ene.  XX. 

367.  —  Planta  na  nova  Fortaleza  dos  Marabitenas.  Pelo 
Engenheiro  Filippe  Sturm. 

0",480  X  0",3(X).  (F.  ojgiicio  de  Joaquim  Tinoco  Valente,  datado 
de  BarceUos,  10  de  agoeto  de  1767).  Inc.  XX. 


S.  Paulo 

368.  —  llappa  da  Capitania  de  S.  Paulo,  em  que  se  mostra 
tudo  o  que  ella  tinha  antigamente  até  o  Rio  Pana. 

0«,415  X  0^,530.  (F.  officio  da  Junta  da  Fazenda  da  Capi- 
tania de  S.  Paulo,  datado  de  12  de  janeiro  de  1773).  Emm. 

•A  linha  recta  encarnada  mostra  a  divisio  que  teve  pelo  Morro 
fido  Caehumbv,  quando  a  Camará  de  Guaratinguitá  de  S.  Paulo  foi 
«crear  a  do  Rio  das  Mortes  nas  Minas  Qeraes.  A  linha  curva  encar- 
«nada  mostra  tudo  quanto  a  Capitania  de  Minas  Geraes  tem  no  tempo 
«presente  usurpado  á  de  S.  Paulo,  deixaudo-lhe  somente  as  terras  que 
«cahem  &  costa  do  mar». 

■ 

369. — TopograpUa  da  Ilha  de  Santa  Catharina  e  da  terra 
firme  que  lhe  fica  fronteira  desde  a  Enseada  das  Tijucas  até  á 
Ponta  da  Aratuba,  que  forma  com  a  ponta  do  sul  da  m.sma 
Ilha  a  barra  chamada  do  sul ....  Esta  Ilha  fui  tomada  aos  por- 
tuguezes  pelos  hespanhoes  no  anno  de  1777  e  restituída  em  1778. 
Em  15  de  março  de  1779. 

(r,415x0",315.  Colorida.  Enio. 

370.  —  DemonstraQfto  do  caminho  que  vae  de  ViamSo  até 
á  Cidade  de  S.  Paulo.  Indica  o  curso  de  muitos  rios  e  seus  affluen- 
tes  e  a  parte  da  costa  desde  a  foz  do  Rio  da  ConceiçUo  até  á  do 
Rio  Taramandy.  Pelo  Sargento  Jofto  Baptista. 

0",310x0°>,500.  Emm. 

371.  —  Mappa  do  certSo  entre  a  Barra  do  Rio  Jaurú,  que 
desagua  no  Paraguay  até  á  margem  Occidental  do  Rio  Quaporé 
na  paragem  em  que  desemboca  o  Sararé,  com  as  serras  e  rioe 
mais  conhecidos  d'aquelia  regifto,  pela  qual  deve  correr  a  linha 
divisória  entre  as  Coroas  de  Portugal  e  Castelia. 

0«»,300xO-,225.  Emm. 


?46  BOLBTIlf  DAS  BIBUOTflKCÁS 


372.  —  Carta  geographica  em  que  se  demonstram  mb  cor- 
rentes dos  Rios,  que  sabem  da  Capitania  de  S.  faulo,  soa  extenslo 
e  carão,  e  os  grandes  rios  em  que  entram ;  os  certSes  e  as  pro- 
▼inoias  por  onde  passam.  Comprehende  a  parte  da  costa  do 
Brazil  desde  a  Ilha  do  Marambaia  até  Taramandi. 

0",420  X  0»,320.  Colorida,  tmm. 

373.  — Planta  da  Bahia  de  Paranaguá,  comprehendendo  as 
barras  de  Soporagui  e  de  IJbupetuba,  as  Ilhas  do  Mel,  das  Peças, 
das  Cobras,  das  Gamelas,  Basa  Ibírarema  e  a  perspectiva  da 
Cidade  de  Paranaguá. 

0^,300  x0",410.  Colorida.  (F.  ojgicio  do  Governador  da  Ca- 
pitania de  8.  Pavio,  datado  da  Vala  da  Conceição,  20  de  moto 
de  16S3).  EoiDi. 

374.  —  Planta  da  nova  descoberta  de  S3o  João  de  Jacubj. 
Abrange  a  parte  da  costa  do  Brazil  entre  a  Uha  Grande  e  o  Rio 
de  Una  e  para  o  interior  até  á  confluência  dos  Bios  Sapueahy 
e  o  Rio  Grande  Paraná. 

0",390  X  0»,620.  Colorida.  Bbb. 


Santa  Oatliarina 

375.  —  Configuração  da  parte  do  cert&o  pertencente  ao 
.Governo  da  Ilha  de  Santa  Catharína,  que  fica  entre  o  Rio  Bi- 
guasBu  e  o  Rio  CubaUlo,  aonde  se  intentko  fazer  as  novas  povoa- 
cSes 

Ó-jSlO  A  0",485.  Colorida.  Ene.  XXL 

376.  —  Conflgrnração  do  terreno  que  pareceu  mais  conve- 
niente para  a  primeira  povoação  das  que  se  intent&o  fundar  no 
cert&o  de  Santa  Catharina. 

0"*,240  X  O" ,400.  Colorida.  Inclue  a  planta  da  povoação. 
Ene.  XXL 

377.  —  Barra  da  Laguna  no  mar  do  sul.  Por  Ambrósio 
Mernyn.  1737. 

0",335  X  0",230.  Colorida.  Ene.  XXI, 

378.  —  Planta  do  Rio  de  S.  Francisco  Xavier  (S.  Fran- 


E  ARCHIVOS  NAdONABS  247 


cisco  do  Sul),  na  America  Austral  e  Portuguesa.  Pelo  P*  M. 
Diogo  Soares.  S.  J.  Geographo  Régio  do  Estado  do  Brazil. 
(Comprehende  a  parte  da  costa  desde  o  Rio  Sahi  e  a  Bahia  de 
Japica  e  a  Ilha  de  S.  Francisco). 

0«',325  X  O™,  195.  Colorida.  Ene.  XXIV. 

379-382.  —  Plantas  (4)  da  Casa  do  Governo  da  Ilha  da 
Santa  Catharina.  ' 

0^,210  X  0",150  e  0'",270.  Coloridas.  (7.  carta  do  Brigadeiro, 
José  da  Silva  Paes,  Governador  da  Ilha  de  Santa  Catharina, 
datado  de  4  de  agosto  de  i747).  Ene.  XXV. 

383.  —  Fachada  e  planta  dos  Quartéis  na  Fortaleza  de    • 

Santa  Cruz,  na  Ilha  de  Anható-Mirim. 

0",310x0",209.  Colorida.  (V.  citada  carta  do  Governador, 

José  da  Silva  Paes).  Ene.  XXV. 

» 

384-388.  — Plantas  (5)  da  Egreja  matriz  da  Villa  do  Des- 
terro, na  Ilha  de  Santa  Catharina. 

0™,270  X  On>,18õ.  Colorida.  (V.  citada  carta  do  Governador, 
José  da  Silva  Paes).  Ene.  XXV. 

389.  —  Planta  da  Villa  de  Santos^  do  seu  porto  e  fortifica- 
ções. S.  d. 

0^,625  xO",440.  Ene.  XXI. 

390.  — Verdadeira  descripçXo  dos  campos  geraes  de  Cori- 
tiba  desde  o  Campo  Largo  até  Cambajú,  com  os  arrayaes  que 
havia  em  4728.  Pelo  dr.  António  dos  Santos  Soares. 

0°,365x0",305.  Ene.  XXL 

391.  —  Salto  do  Itapura  no  Rio  Tietê,  de  44  palmos  de 
altura. 

0",173  xO™,310.  Colorido.  {V.  Diário  da  Viagem  de  ViUa 
BeUa  do  Matto  Grosso  até  d  Cidade  de  S.  Pendo,  em  1788-1789, 
por  Francisco  José  de  Lacerda  e  Almeida).  Ene.  XXL 


Varia 


392.  —  Planta  da  Barra  do  Rio  da  Prata. 


248  BOLETIM  DAS  BIBLlOTHfiCAS 


0'",325  X  0",23'>.  Colorida.  Incompleta.  Abrange  umã  parU 
do  Uruguay  e  da  Argentina  e  o  curso  dos  rios  da^  Prata,  Uru- 
guay  e  Negro.  Parece  ser  pelo  desenho  e  colorido  do  jesuíta  Diogo 
Soares  (1738?).  Bnc.  XXVI. 

m 

393.  — Planta  da  Barra  do  Rio  da  Prata  até  á  Cidade  de 
Buenos  Ayres. 

O"', 700  X  0^,460.  Tem  a  seguinte  nota:  Risco  que  dizem  ser 
do  Pendão,  hum  dos  melhores  práticos  d'este  Rio.  Koc.  XXVI. 

394. — Prospecto  da  Cidade  de  Buenos  Ayres  e  Ilhas  do 
Grande  Rio  da  Prata  na  America  Austral. 
0",330  X  0",195.  Colorido.  Bmn. 

395.  —  Oarte  des  Frontières  entre  les  Etats-Unis  du  Brésil 
et  la  Guyane  Britannique.  (Tem  assi||^alada  a  vermelho  a  parte 
do  território  contestado  entre  a  GrI  Bretanha  e  o  Brazil). 

0«,270  X  0",340.  Lithog.  Eam. 

396. — Plan  (An  accurate)  of  the  country  between  New  Tork 
and  Philadelphia,  with  the  dispositions  of  the  Forces. 
Extracto  from  the  Gaz^te  of  Tues-day  Feb.  y  2  5,^^ 
0",290x9",165.  Grav.  Eac  XXVI. 

397. — Derrota  da  Guarda  Costa  da  Fragata  Princeza  do 
Brasil,  feita  por  Francisco  d' Araújo  Leitão,  CapitSo  Tenente  da 
Armada  Real.  Anno  de  178S.  Comprehende  a  parte  Occidental 
da  Europa  desde  o  cabo  Finisterra  até  ao  Cabo  de  Santa  Maria 
(Africa  Occidental)  e  as  ilhas  da  Madeira,  Açores,  Canárias  e 

0",410><0'»,330.  Colorida.  Emm. 

398.  —  Derrota  que  fizeram  as  Fragatas  de  Guarda  Costa., 
Tritão  e  Cisne,  respectivamente  com  mandadas  pelos  CapitXes  de 
Mar  e  Guerra,  Francisco  Bettencourt  Perestrelk)  e  Francisco  de 
Paula  Leite.  Feita  pelo  Tenente  do  Mar  da  Fragata  Tritão 
Joaquim  José  Damazio.  (Comprehende  a  parte  da  costa  desde  o 
Cabo  Finisterra  até  ao  Cabo  Cantim,  a  Madeira,  Porto  Santo  e 
os  Açores  (I78S). 

0°,650  X  0",490.  Colorida.  Ene.  XXVI. 

399.  —  Mappa  topogrHphieo  em  que  se  demonstra  a  extensSo 


K  AkClUVOS  l(AClOKAl£â  â4d^ 


de  terreno  que  occitpa  na  Capitania  de  Goyaz  o  segundo  Regi- 
mento de  Cavallaria  auxiliar  da  mesma  Capitania,  dividido  por 
Companhias  nos  seus  arraiaes,  que  v&o  declamados  como  silo 
Crixá,  Pilar,  TrairaS;  S.  José  de  Tocancins,  Sv  Feii,  Natividade, 
Cavalcante,  na  forma  e  regularidade  em  que  ficou  pela  creaçfto 
que  d^elle  se  fez  no  anno  de  1782. 

0",235  X 0",496.  Colorido.  (V.  officio  do  Governador,  Luiz 
da  Cunha  Menezes,  datado  de  ViUa  Boa  de  Ooyaz,  10  de  feve^ 
reiro  de  1783).  Vide  n.^  244.  Ettim. 

400.  —  Planta  de  um  proJec*tado  Cães  junto  ao  Castello  de 
Santa  Cruz,  na  Villa  da  Horta  (Ilha  do  Fayal),  indicando  a 
perspectiva  do  mesmo  Ca^tello. 

ír,47õ  X  0%220.  Colorida.  {V.   officio  do   Governador  dos 

Açores,  Manuel  Vieira  d'Âlbuquerque  Tovar,  datado  de  Angra, 

25  de  julho  de  \m).  %u.  XXVI. 

(Coniinba) 


7.»  ANNO,   N.»  2  11 


2õO  BOLETIM  DAS  BIBUOTUECAS 


BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


REGISTO  DE  PROPRIEMDE  LITTERARIâ 


01>]?as   en tiladas  no  Anno   de    IGOS 


Abril 

Em  cumprimento  do  disposto  no  artigo  605. «^  do  Código  Civil 
se  faz  publico  que  no  mês  sobredito  foram  depositados  nesta 
bíbliotheca  dois  exemplares  de  cada  uma  das  seguintes  publica- 
ções : 

Pela  Parceria  António  Maria  Pereira,  como  editora: 

—  Silva  Pinto:  fNa  travessia».  —  1906-1907,  Lisboa.  Officina 

typographica.  Rua  Augusta,  44  a  54.  In-8.^  de  392  paginas. 

—  Guy  de  Maupassant:  <d]istoria  de  uma  mulher»,  traducçSo 

de  Domingos  Guimarães,  Lisboa,  1907.  Officina  typograpkica 
da  Parceria.  In-8.®  de  344  paginas. 

—  cAlbum  João  de  Deus».  (Honionagem  ao  grande  poeta),  com- 

filaçUo  de  A.  C.  —  Lisboa,  1908.  Typographia  da  Parceria- 
n-S.**  de  228  paginas  e  uma  folha  com  o  retrato  de  Jo&o  de 
Deus. 

—  «Um  anjo  sem  asas».  Texto  de  Solano  de  Abreu  e  ilIustraçSos 
de  José  Motta.  —  Lisboa,  1 907.  Officina  typographica  da  Par- 
ceria. In-8.®  de  376  paginas. 

« 

—  Guizot:  cHistoria  da  civilização  na  Europa»,  versc^o  do  Mar- 

quez de  Sousa  Holstein.  2.*  ediçíito.  2  volumes  —  In-S."  de 


ft*nv 


È  ÀKCÍllVOS  NAClONAlCií 


âôl 


244  paginas  e  uma  folha  com  o  retrato  de  Gaizot,  o  primeiro 
volame,  e  de  196  paginas  e  uma  folha  com  a  estampa  da  casa 
de  Guizot;  o  segundo  volume. 

Raul  de  Azevedo:  «Tríplice  alliança»,  —  Lisboa,  1907.  OflS- 
cina  tjpographica  da  Parceria.  In-8.®  de  216  paginas  e  uma 
folha  com  o  retrato  do  autor. 

Silva  Pinto:  ((Terceiro  livro  de  combates  e  criticas».  2.*  ediç&o. 
Volume  III  e  ultimo.  —  Lisboa,  1907.  Officina  typographica 
da  Parceria.  Li-8.°  de  346  paginas. 

Brito  Aranha:  «Factos  e  homens  do  meu  tempo».  Tomo  1.*^ 

—  Lisboa,  1907,  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.* 
de  xvi-312  paginas  e  16  folhas  estampadas  de  um  só  lado. 

Gazeta  de  Almada:  «Uma  recordação  dos  tempos  de  Junot», 
colligida  por  João  Braz  de  Oliveira. — Lisboa,  1907.  Officina 
typographica  da  Parceria.  In  8.*^  xle  80  paginas. 

Camillo  Castello  Branco:  «Â  queda  de  um  anjo».  —  Lisboa, 
1907.  5."  edição.  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.* 
de  260  paginas. 

João  Júnior:  «Solemnia  verba».  5.*  edição.  —  Lisboa,  1907. 
Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.^  de  248  paginas. 

•  Camillo  Castello  Branco:  «Scenas  contemporâneas».  4.^  edição. 

—  Lisboa,  1907.  Officina  typographica  da  Parceria.  In-8.® 
de  244  paginas. 

Octávio  Feuillet:  «O  romance  de  um  rapaz  pobre»,  traducção 
de  Camillo  Castello  Branco,  3.*  edição. — Lisboa,  1907. — 
Officina  typographica  da  Parceria.  —  In-8.®  de  2õ6  paginas. 

Camillo  Castello  Branco :  «Aventuras  de  Basilio  Fernandes 
Enxertado»,  3.*  edição.  —Lisboa,  1907.  —  Officina  typogra* 
phica  da  Parceria.  —  In  8.®  de  240  paginas. 

Camillo  Castello  Branco:  «Noites  de  Lamego»,  3.*  edição. — 
Lisboa,  1908.  —  Ofticiíla  typographica  da  Parceria.  —  In-8;* 
de  :14H  paginas. 


25â  fiOLKTlk  DAS  BlÚLIOTHKCAS 


—  Camillo  Castello  Branco:  «Sceiuis  innocentes  da  comedia  ha- 
mana»,  3.*  ediçSo. — Lisboa,  1908.  —  Officina  typographica 
da  Parceria.  —  In-8.<>  de  248  paginas. 

Por  John  M.  Sumner  de  C.%  como  editores  e  proprietários:  tCa- 
talogo  illastrado»,  n."^  106,  108,  109,  111  a  115  e  118,  noTO 
folhetos  in^.^" 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora:  cPortagaeses  a 
£1-Rei  D.  Manuel  II». — Porto,  Imprensa  Portuguesa,  1908. 
—  In-8.^  de  20  paginas.  Autor  Manuel  Telles. 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora  e  proprietária:  cOs 
partidos  que  se  partem  e  repartem»,  por  V.  de  S.  de  F. — 
Porto,  1908. — Imprensa  Portuguesa. — In-8.'  de  64  pa^as. 

Por  Victoriano  J.  César,  como  auctor:  t  Estudos  de  historia  mi- 
litar», dois  volumes.  —  Lisboa,  Typographia  da  Cooperativa 
Militar,  1903.  —  In-8.«  de  164  paginas  o  1.*  volume,  e  de  78 
paginas  o  2.^  volume. 

Por  Guimarftes  de  C/,  como  editores:  cA  cidade»,  versos, — 
Lisboa,  1908.  — In-12.''  de  80  paginas. 


Maio 


Por  Álvaro  de  Azeredo  Leme  Pinto  e  Mello,  como  autor,  editor 
e  proprietário:  «Os  meus  parentes».  Exemplares  n.^  1  e  2. 
Composto  e  impresso  na  Officina  Typographica  da  Calçada 
do  Cabra,  7.  Lisboa.  —  In-4.^  de  14  paginas  e  5  folhas  des- 
dobráveis. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  &  Irmilo,  como  editora. — 
cSermSes  do  Padre  António  Vieira».  Volume  viii.  Porto, 
1908.  Imprensa  Moderna.  —  In-8."  de  405  paginas. 

Por  Cardoso  &  C.*,  como  proprietários,  editores  e  directores : 
fO  Informador».  Anno  1.**  Nova  serie.  N."  1.  31  de  março 


E  ÁRCHIVOS  NAdONAES  253 


de  1908.  Tjpographia  do  Ánnuario  Commercial. — In-4.^  de 
12  paginas. 

Por  Francisco  M.  Moita  de  Almeida,  como  autpr,  editor  e  pro- 
prietário: cA  carne  na  alimentação».  Lisboa,  1907.  Tjpo- 
graphia  Baeta  Dias.  —  In-8.^  de  288  paginas. 

Pela  Yiava  Tavares  Cardoso,  como  editora.  Mercedes  Blasco : 
cMusa  hysterica».  Porto,  1908.  Imprensa  Portuguesa. — In- 
8.^  de  96  paginas. 

Por  A.  de  Miranda  e  Sousa,  como  editor  e  proprietário: 

—  Jean  de  Merlin:  cEstroinices  de  mulher»,  traducçSLo  de  Luiz 

Cardoso.   Lisboa,  1907.  Typographia  Lusitana  Editora. — 
In-8.^  de  163  paginas. 

— Jean  de  la  Vaudère:  cAs  sacerdotizas  deMylitta».  2  volumes. 
Lisboa,  1908.  Typographia  Lusitana  Editora.  —  In-8.^  de 
177  paginas  o  1.®  volume  e  de  198  paginas  o  2.®  volume. 

—  Victorien  du  Saussaj:  c Supremo  abraço».  Lisboa,  1908.  Ty- 

pographia  Lusitana  Editora. — In-8.^  de  188  paginas. 

—  Saint  Médard:  cFlor  de  Volúpia»,  traducçSo  de  Luiz  Cardoso. 

Lisboa,   1908.  Typographia   Lusitana  Editora.  —  In-8.®  de 
169  paginas. 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora: 

— Mercedes  Blasco:  tMemorias  de  uma  actriz».  2.'  edição.  Lisboa, 
1908,  Porto,  Imprensa  Portuguesa.  —  In-8.®  de  285-54  pa- 
ginas. 

—  Mercedes  Blasco:  c Memorias  de  uma  actriz».  3.*  ediçlo,  es- 

pecialmente destinada  ao  Brasil.  Lisboa,  1908.  Porto,  Im- 
prensa Portuguesa.  —  In-8.®  de  285-54  paginas. 

Por  Cesário  Lopes  Palma  Marques  como  autor:  cRecreaçíto  fa- 
miliar». N.®  1.  Cezimbra.  Setúbal,  1908.  Typographia  Mas- 
carenhas. —  In-8.^  de  32  paginas. 


2õ4  BOI.KTIM  DAS  Blin.IOTIIKCAS 


Pela   Livraria   Fernandes,    como   editora:    a  Puerilidades»,   por 
Angelo  Vidal  (El-Vidalonga).  Porto,  1908.  Typographia  Pro 
gresso.  —  In-8.®  de  62  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  &  Irmão,  como  editora: 

—  Bento  Carqueja:  «O  capitalismo  moderno  e  as  suas  origens 

em  Portugal».  Porto,  1908.  Officina  do  Commercio  do  Porto. 

—  In-8.^  de  221  paginas. 

—  Manuel  Arão:  «Transfiguração».  Porto.  Impronoa  Moderna. 

—  In-8.®  de  573  paginas. 

Por  F.  A.  de  Miranda  e  Sousa,  como  editor:  H.  Irving  Hancock, 
c  Jiu-Jitsu» ,  traducção  de  Bernardo  de  Alcobaça.  Lisboa,  1908. 
Typographia  Lusif ana  Editora. — In  8.®  de  xx-2  a  44  paginas. 

Por  José  Bastos  &  C.*,  como  editores:  tA  chimica  na  vida 
diária,  do  professor  Dr.  Lassar  Cohn»,  versão  portuguesa  de 
R.  Spengler.  Lisboa,  Typographia  F.  L.  Gonçalves. — In-8." 
de  x-372  paginas. 

Por  Almeida  &  Sjí,  como  editores:  Reinaldo  Vieira,  «Significados 
da  selecta  inglesa»,  compilada  por  J.  C.  Berkeley  Cotter  e 
annotada  por  A.  R.  Gonçalves  Vianna.  Porto.  Typographia 
Rua  das  Carmelitas,  102  a  106.  —  In-8.®  de  360  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  &  Irmão,  como  editora:  Ernest 
Haeckel,  «Origem  do  homem»,  traducção  de  Fonseca  de 
Araújo.  Porto,  1908.  Imprensa  Moderna.  —  In-8.®  de  141  pa- 
ginas. 

Por  João  Maria  Ferreira,  como  autor,  editor  e  proprietário: 
«Tristezas».  Lisboa,  Escola  Typographica  das  Officinas  de 
S.  José. — In-8.®  de  IIG  paginas. 

Por  Aloysio  Gomes  da  Silva,  como  editor;  aRosario  dos  devotos 
do  Santíssimo  Coração  de  Jesus»,  2.*  edição.  Porto,  1908, 
Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Teixeira.  —  In-12.**  de  24 
paginas. 

Por  Aloysio  Gomes  da  Silva,  como  editor:  «O  Lirio  da  Pureza». 


E  ARCHIVOS  NAGlONAeS  255 


2.*  ediç»o.  Porto,  1908.  Typographia  de  A.  J.  da  Silva  Tei- 
xeira.—  In- 8.*  de  40  paginas. 

Por  Alfredo  Pinto  (Sacavém),  como  airtor,  editor  e  proprietário r 
«TelaB  da  vidai.  Lisboa,  Typographia  da  Livraria  Ferin. — 
In-8.^  de  x-91  paginas. 


Jtintio 

Por  Aillaud  &  C.*,  coroo  editores — Gomes  Leal :  «O  Anti-Christor; 
2.*  ediçSto.  —  Porto,  Imprensa  Moderna,  1907.  —  In-8.'  de 
516  paginas. 

Por  Álvaro  Júnior,  como  autor,  editor  e  proprietário:  cCalcu- 
letai,  1908.  —  Lisboa,  Typographia  Eduardo  Rosa. — In-8." 
de  56  paginas. 

Por  L.  de  Mendonça  e  Costa,  como  autor:  «Manuel  du  voyageur 
en  Portugal»,  deuxième  édition.  —  Lisbonne,  Imprimeri»  de 
la  Gazeta  dos  Caminhos  de  Ferjv,  éditeur,  1908. — In- 16.*  de 
316  paginas,  5  folhas  desdobráveis  e  2  folhas  de  um  só  lado 
impressas. 

Por  Ferreira,  Limitada,  como  editora: 

— JuIio  Baptista  Ripado:  a  Os  meus  versos».  —  Lisboa,  1908| 
Typographia  do  Annuario  Commercial. — In-8.°  de  48  paginas. 

—  Afonso  Lopes  Vieira:  aO  pSo  e  as  rosas».  —  Lisboa,  1908, 

Typographia  do  Annuario  Commercial.  —  In-8.®  de  172  pa« 
ginas. 

—  Teixeira  Pascoaes:   «As  sombras».  —  Lisboa,   1908,  Typo- 

graphia do  Annuario  Commercial. — In-8.*  de  212  paginas. 

—  Antero  de  Figueiredo:    «Cómicos».  —  Lisboa,  1908.   Typo- 

graphia do  Annuario  Commercial.  —  In  8.®  de  264  paginas. 

— Alfred  Rambaud:  «Historia  da  Revolução  Francesa»,  traducçSo 


256  BOLETIM  DAS  BI&LKKTHlSCAS 


de  Joio  Barreira.  —  Lisboa,  1908.  Typographia  do  Ánnaarío 
Commercial.  —  In-8.^  de  332  pagíme. 

—  Grégor  Caiky:  cPeccados  YéHios»,  ^aducçSo  de  Manuel  de 

Macedo.  —  Typographia  do  Amittirío  Commercial,  Lisboa. 

—  In  S.""  de  208  paginas. 

— Hoffman:  cContoB  noctumoB»,  tradncçSo  de  J.  À.  de  Oliveira. 

—  Lisboa,  1907,  Typographia  do  Annuario  Commercial. — 
In^.""  de  298  paginas. 

« 

— A.  Conan  Doyle:  «Memorias  de  um  policia  amador.  A  alliança 
do  casamento»,  versUío  de  Henrique  Lopes  de  Mendonça. — 
Lisboa,  1907.  Typographia  do  Annuario  Commercial. — In- 
8.^  de  172  paginas. 

—  A.  Conan  Doyle:  «Memorias  de  um  policia  amador.  Aventuras 

de  Sherlock-Holmes»,  versfto  de  Manuel  de  Macedo. — Lisboa, 
1907.  Typographia  do  Annuario  Commercial. — In-8.<^  de  192 
paginas. 

—  A.  Conan  Doyle:  «Memorias  de  um  policia  amador.  Sherlock^ 

Holmes  triunfante»,  versfto  de  Augusto  Gil.  —  Lisboa,  1908. 
Typographia  do  Annuario  Commercial. — In-8.*  de  208  paginas. 

—  Conde  de  Sabugosa:  «Embrechados».  —  Lisboa,  1907.  Typo 

graphia  do  Annuario  Commercial.  —  In-8.®  de  200  paginas. 

— Luiz  da  Camará  Reis:  «Cartas  de  Portugal.  (Para  o  Brasil)». 

—  Lisboa,  1907.  Typographia  do  Annuario  Commercial. — 
In-8."  de  296  paginas. 

—  António  Correia  de  Oliveira:  «O  pinheiro  exilado».  —  Lisboa, 

1907.  Typographia  do  Annuario  Commercial.  — In-4."  de  24 
paginas. 

—  Cónego  Chouzal :  « El-Rei  D.  Carlos  I  e  Príncipe  Real  D.  Luiz 

Filipe»,  oração  Fúnebre  recitada  nas  exéquias  feitas  em  Évora. 

—  Lisboa,  1908.  Typographia  do  Annuario  Commercial.  — 
In-8."  de  56  paginas. 

Por  JoSo  Carneiro,  como  editor. — Biblioteca  Sexual.  N.®  1. — 


E  ÂRCHIYOS  MACIOKAES  257 


.Dr.  Désormeaux:  cVirghidaâe  e  desfioraç&a» . — Lisboa,  Ty- 
pographia  de  António  JAaria  Antunes. — In«16.^  de  64  paginas. 

Por  Eduardo  de  Barros  Lobo  (Beldemonio),  coroo  traductor : 

—  H.  de  Balzac:  <TJm  conchego  de  solteirXo».  —  Lisboa,  1906. 

—  In-S.""  de  284  pagpnas. 

—  H.  de  Balzac:  «Um  começo  de  vida».  —  Lisboa,  1907.  Iib- 

prensa  Libanio  da  Silva.  —  In-8.*  de  226  paginas. 

—  H.  de  Balzac:  clIlusSes  perdidas».  —  Lisboa,  1907.  2  volu- 

mes. —  Typographia  do  Porto  Medico.  —  In-8.®  de  272  pa- 
ginas o  1.®  volume  e  de  264  paginas  o  2.^  volume. 

—  H.  de  Balzac:  «Esplendores  e  misérias  das  cortesãs»,  2  vo- 

lumes.—  Lisboa,  1907,  Lnprensa  Libanio  da  Silva. — In-8.* 
de  216  paginas  cada  volume. 

—  H.  de  Balzac:  «Â  ultima  incarnaçSo  de  Vautrin». — Lisboa, 

1908,  Typographia  do  Porto  Medico,  —  In-8.®  de  924  paginas. 

Por  Faustino  da  Fonseca,  como  autor  e  proprietário  da  obra:  cA 
descoberta  do  Brasil  •,  2.*  ediç&o.  —  Porto,  Typographia  de 
A.  J.  da  S.  Teixeira,  Successores. — In-8.^  de  362  paginas. 

Por  António  Cabreira,  como  autor:  «Relatório  da  secçSo  portu- 
gueza  da  Liga  Latino-Slava». — Lisboa,  1908,  Typographia 
Bayard.  —  In-12.®  de  24  paginas. 

Por  JoSo  da  Silva  Soares,  como  autor:  «AlInsSes»,  analyse  cri- 
tica. —  Lisboa,  1908,  Typographia  A.  M.  Rodrigues. — In-8.® 
de  16  paginas. 

Por  José  Frutuoso  da  Fonseca  &  Filho,  como  editores : 

—  «Horas  de  piedade»,  pelo  Cónego  António  Joaquim  Pereira. 

—  Porto,  1907,  Typographia  de  J.  F.  da  Fonseca  &  Filho. 

—  In-8.®  de  420  paginas. 

—  clmitaçSo  de  Christo».  Novissima  ediçlo,  confrontada  com  o 


2Õ8  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHKCAS 


texto  latino  e  annotada  por  Monsenhor  Manuel  Marinho.  — 
Porto,  1908,  Typographia  Catbolica.— In-8.''  de  480  paginas. 

—  €  Catecismo  para  os  parochos»,  traducçXo  por  Monsenhor  Ma- 
nuel Marinho,  2  volumes. — Porto,  1906-1907,  Typographia 
de  J.  F.  da  Fonseca  4  Filho.  —  In-B.®  de  434  paginas  o  1.* 
Yolume  e  de  432  paginas  o  2.^  volume. 

Pela  Livraria  Chardron,  de  Lello  &  IrmSo,  como  editora:  fFa- 
ctos  soeiaes»,  por  Alfredo  Pimenta. — Porto,  1908,  Imprensa 
Moderna.  —  In-8.^  de  276  paginas. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  30  de  junho  de  1908.  ~ 
O  Director,  Xavier  da  Cunha, 


E  ARCHIVOS  NACIONAES  259 


BIBLIOTHEGAS  E  ARCHIVOS  NACIONAES 


SECRETARIA  GERAL 

Perante  o  Conselheiro  Bibliothecario-Mór  do  Reino  está 
aberto,  durante  trinta  dias,  a  contar  da  data  da  inserção  d'est6 
anituneio  no  Diarío  do  Governo,  concurso  publico,  para  o  provi- 
mento de  um  logar  vago  de  segundo  conservador  do  Real  Archivo 
da  Torre  do  Tombo,  com  o  ordenado  annual  de  450i$0(X)  réis. 

Poderão  concorrer  a  este  concurso  os  individues  habilitados 
com  um  curso  supefior,  e,  sem  esse  curso,  os  amanuenses-pa- 
leographos,  com  cinco  annos  de  serviço,  se  apresentarem  certidão 
de  informaç5es  distinctas,  no  exercício  das  suas  funcç5es,  ouvido 
o  conselho  administrativo,  preferindo,  em  igualdade  de  condiçTíes, 
os  candidatos  que  tiverem  o  curso  de  bibliothecario-archivista  e 
o  conhecimento  de  maior  numero  de  idiomas. 

O  concurso,  na  conformidade  do  artigo  55.^  do  decreto 
n.^  6  de  24  de  dezembro  de  1901,  constará  de  provas  escritas 
e  oraes. 

A  prova  escrita  constará  de: 

I.  Uma  dissertação  sobre  um  ponto  de  bibliologia  ou  de 
administração  applicada  ao  serviço  dos  archivos; 

II.  Extracção  e  classificação  de  verbetes  de  manuscritos  de 
varias  épocas. 

A  prova  oral  versará  sobre  pontos  de : 
I.  Paleographia ; 

II.  Diplomática; 

III.  Classificação  de  códices  e  manuscritos ; 

IV.  Leitura  de  documentos; 
V.  Sigillographia. 

A  forma  de  concurso  será  regida  em  conformidade  com  os 
artigos  78.®  a  92.®  do  regulamento  do  Real  Archivo  da  Torre 
do  Tombo,  approvado  por  decreto  de  14  de  junho  de  1902. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em 
8  de  abril  de  1908. — O  Conselheiro  Bibliothecario  Mór  do 
Reino,  José  de  Azevedo  Castdlo  Branco. 

{Diário  do  Governo,  n.»  81,  de  10  de  abril  de  1908). 


260  BOLETIM  DAS  BIBLI0THECA8 


BIBLIOTHECAS  E  ARCHIVOS  NACIONAES 


SECRETARIA  GERAL 

Em  conformidade  do  n.®  7.®  do  artigo  6.®  do  decreto  n.®  6 
de  24  de  dezembro  de  1901  e  do  artigo  79.®,  n.*  1.®,  do  regu- 
lamento do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  approvado  por 
decreto  de  14  de  junho  de  1902,  e  em  virtude  do  programma 
do  concurso  para  o  provimento  de  um  logar  vago  de  segundo 
conservador  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  publicado  no 
Diarío  do  Governo  n.°  81,  de  10  de  abril  ultimo,  se  publica  a 
constituiçfto  do  jurj  para  apreciar  as  provas  dos  candidatos  do 
mencionado  concurso: 


PRESIDENTE 


Conselheiro  José  de  Azevedo  Castello  Branco,  bibliothecario 
mór  do  reino. 


VOGAES 

António  Eduardo  Sim5es  Baifto,  director  do  Real  Archivo  da 
Torre  do  Tombo. 

Pedro  Augusto  de  S.  Bartholomeu  Azevedo,  primeiro  con- 
servador do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  professor  da 
cadeira  de  Paleographia. 

José  Maria  da  Silva  Pessanha,  primeiro  conservador  do  Real 
Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  professor  da  cadeira  de  Diplo- 
mática. 

José  António  Moniz,  segundo  conservador  da  Bibliotheca 
Nacional  de  Lisboa  e  professor  da  cadeira  de  Bibliologia. 


£  ABCHIVOS  KÂCI0NAE8  26  í 


VOGAL  SUPPLENTE 


Balbino  Manuel  Pedro  da  Silva  Ribeiro,  primeiro  conservador 
do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo. 


CANDIDATOS  ADMITTIDOS  AS  PROVAS  DO  CONCURSO 

Francisco  SimSes  Ratolla,  primeiro  amanuense  escripturariò 
da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  habilitado  com  os  cursos 
superior  de  lettras  e  bibliothecario  archivista, 

Possidonio  Matheus  Laranjo  Coelho,  bacharel  formado  em 
direito  pela  Universidade  de  Coimbra. 

Jo2Lo  Mathias  de  Freitas  (se  opportunamente  apresentar  todos 
os  documentos  necessários). 

Secretaria  Oeral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Kacionaes,  em 
21  de  maio  de  1908.  —  O  Conselheiro  Bibliothecario  Mór  do 
Reino,  José  de  Azevedo  Caatello  Branco. 

{Diário  do  Governo,  n.°  117,  de  2õ  de  maio  de  1908). 


362  BOLETUÍ  DAS  BIBLIOTHECA8 


BEAL  ARGinYO  DA  TORRE  DO  TOMBO 


Balbino  Manuel  Pedro  da  Silva  Ribeiro,  segando  conservador 
do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  promovido  por  Decreto 
de  26  de  março  de  1908,  na  conformidade  dos  artigos  34.®  e  54.* 
do  Decreto  n.°  6  de  24  de  dezembro  de  1901,  a  primeiro  con- 
servador pela  vaga  da  nomeação  ao  logar  de  Director  do  mesmo 
Real  Archivo,  por  decreto  de  10  de  março  de  1908,  do  primeiro 
conservador  António  Eduardo  Simões  Bailio. 


Alfredo  Augusto  Marques  Sopinha,  nomeado  por  decreto  de 
26  de  março  de  1908,  tendo  precedido  concurso,  para  o  logar 
de  Continuo  do  ReaJ  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  vago  pela 
exoneração  concedida  a  Carlos  Ayres,  por  despacho  de  11  de 
março  de  1908. 

{Diário  do  Governo,  n.»  74,  de  2  de  àbrit  de  1906). 


Bacharel  Possidonio  Matheus  Laranju  Coelho,  nomeado  por 
decreto  de  11  de  junho  de  1908,  tendo  precedido  concurso, 
para  o  logar  de  segundo  conservador  do  Real  Archivo  da  Torre 
do  Tombo,  vago  p?la  promoção  a  primeiro  conservador  por  decreto 
de  26  de  março  do  mesmo  anno  de  segundo  conservador,  Bal- 
bino Manuel  Pedro  da  Silva  Ribeiro. 

(Diaiio  do  Governo f  n.<»  136,  de  19  de  junho  de  1908). 


£  ARCHIVOS  ;íACI0NAE8 


263 


EsUQstla  doi  leitores  na  Blbliotheea  Nacional  de  Usboa 

no  2.''  trimestre  de  1908 


Sm^ÕCI  «  UU  lllb-«IÍTÍNN 


Historia,  geographia 

Cartas  geojipraphicas 

I  { Polygraphia 

Jornaes 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


Sciencias  civis  e  politicas 


ijf  (  Sciencias  e  artes 
^^^  i  Bellfts  artes 


I 


IV 


Philoloiria 


Bellas  lettras 


S 


Y  1  Numismática 
I  Estampas  . . . 


VI 


VII 


e 


VIII 


IX 


Religiões 


Incunabulos 

Reservados 

Collecção  Camoneana 

»         Elzeviriana 

»         Bodoni 

Manuscriptos  (fundo  geral) 

Códices  illuminados 

Collecçfto  Pombalina 

»         dos  Códices  d* Alcobaça 

Archivo  de  marinha  e  ultramar. . 


Total 


Espécies  requisitadas 
pelos  leitores 


Dii 


1:091 

9 

397 

948 

63 

947 

1:848 
94 

101 
2:403 

29 
2 

18 


39 

102 

1 

230 

8 

113 

lõ 

7:550 


Me 


587 

4 

245 

222 

2» 

427 

1:251 
22 

65 
1:721 


8 


16:058 


4:580 


Tofad 


1:678 

13 

642 

1:170 
91 

1:374 

3:099 
116 

166 
4:174 

34 
2 

21 


39 

102 

1 

230 

8 

113 

15 

7:550 


20:638 


LàUni 


D«dii    6:848 
DenoH*  8:481 


ToU)     8:884 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  80  de  junho 
de  1908. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 

O  Inspector, 
Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira, 


BOLETIH  DÁS  BiaUOrVHKCAÃ 


n 


Estallitlei  doi  toIdidu  nvlidos  pelu  SeefíM  Sitrugelm  it  Vmaílu 
laternaclonaes  durute  o  2."  trimutre  da  1908  i  Steçio  du  Blbllotlitui 
e  AreblTOi  Nicloniei 


8«^ 

1^ 

W 

554 
14G 
46 

Bélgica 

746 

EsMstl»  dn  toIdium  enrlidos  darula  o  l."  trimestre  de  1908  peli  Secfi» 
du  Blbllotheeu  e  trcblvos  N&eioiíiei  ii  Secfjes  Eitrugalru 


EstadoR  Unidos  da  America 
Estados  Unidos  do  Bruil . . 

França 

Bélgica 

Urngaay 


EittílBttea  doB  lellot  e  foraolu  de  innqtííi  doi  piliei  da  Dniío  Postal  Dil- 
verial  eDlridos  na  seeç&o  de  Nnmlsmallea  da  BlblIoUieea  Nieloiil  de 
Lisboa,  durute  o  t"  trimestre  de  1908 


SelloB 96 

Bilhetes  postaes 18  - 

Carldee  postaes 

Sobrescriptoa 

Cintai 

Vale» 


Infrensa  da  Uhivbrbidade,  19QB 


I 

J 


iBiDtri)  3 — T.°  Inio  jQlbo  a  Setembro — Mt 


BOLETIM 


iumtis  I  lifflii  Mciiis 


PUBLICAÇXO  OFFICÍAL  TRIMENSAL 


COIMBRA 

Imprensa  da  Universidade 

iGOe 


BIBLIOTUECAS  E  ARCHIYOS  MCIOHiES 

PnblicaQôes  offioiaes 


INVENTAItlOS  DA  BIBLHlTHEr.A  NACIONAL  RE  LISBOA 

Secçào  I  —  Historia  c  Geograpliia. 

Serie  !.•  (numeração  preta)  —  !.■  parte.  Lisboa,  18^9. 

— 2.*  parte.  Lisboa,  18^9. 
Serie  2.*»  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1895. 
Serie  3."  (numeração  azul)  —  Lisboa,  1897. 


Secção  III  —  Scicnciaa  e  Artes.  Serie  1."  (numeração  preta) — Coimbra, 
1907. 


Secção  IV  —  Sciencias  civis  e  politicas. 

Serie  1.*  (numeração  preta)  —  Lisboa,  1897. 


Secção  X  —  Philologia  e  Bellas-Lettras. 

Serie  1."  (numeração  preta)  —  Lisboa,  1890. 
Serie  2."  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1893. 
Serie  3.*  (numeração  azul) — Lisboa,  1894. 


Secção  XIII  —  Manuscriptos  por  José  António  Moniz.  Li&boa,  1896. 

—  Colleccão  Pombalina,  por  José  António  Moniz.  Liaboa, 
lé95,  completo. 


Inventario  do  Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  pelo  dr.  Eduardo  de  Cas- 
tro e  Almeida. 

Ilhas  da  Madeira  e  Porto  Santo,  I — Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 

1907. 

Relatório  acerca  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  mais  estabeleci- 
mentos annexos,  dirigido  ao  Ex.'"»  Sr.  Ministro  e  Secretario  d^Estado  dos 
Negócios  do  Reino,  no  l.«  de  Janeiro  de  1844  por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Baneto  e  Noronha.  Tomo  I-Officio— Tomos  II,  III  e  IV— Appensos 
ao  officio.  Lisboa,  Typographia  Lusitana,  J844. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  Antoniana,  1895.  Lisboa,  1895. 


Namero  3— f.""  Annô  Julho  a  áetembro— 190i 


JJHJ 


DAK 


fiiBLioTiiecAs  li  Âitmiivoii  mmm 


Propriedade  e  edição  da  Sccrelarta  Gi^ral  du  BibiioUiecaa  e  Arehivos  Nacionaet.  Luboi. 

Director  J.  A.  CasleUo  Branco,  DililiotlM>cario  Mór  do  Reino. 

Composição  e  Impressão  na  Imprensa  da  Universidade. 


Relatório  dos  serviços  do  Real  ArchiTO  da  Torre  do  Tombo 

no  qoarto  trimestre  de  1908 

III  ™*  e  Ex."*®  Senhor.  —  No  terceiro  trimestre  do  anno  cor- 
rente nSLo  se  descarou  a  impressão,  já  começada,  do  nosso  Inven- 
tario geral.  Ficaram  impressas  trinta  folhas. 

Tfto  pouco  se  nSLo  descurou  o  arranjo  de  material  para  e^sa 
impressão  e  tanto  assim  que  tenho  o  prazer  de  communicar  a 
V.  Ex."  que  a  collecyão  Porcarias  do  Reino,  com  excepção  dos 
livros  4.^,  7.^  e  1).^  bastante  adiantados,  se  a(*ha  completamente 
summariada.  Por  isso  fiz  começar  com  outra  niuito  importante 
collecção,  muito  importante  e  muito  vasta,  a  Chancellaria  da 
Ordem  de  Christo. 

Das  Cartas  Missivas  c«ntinuou-8e  cora  o  inventario  do  segundo 
raaço  e  começou-se  com  o  inventario  da  interessante  collec^-ão 
Cartas  dos  Vice- Reis. 

Parecerá  á  primeira  vista  um  pouco  falta  de  methodo  da 

minha  parte  o  empregar  a  actividade  dos  funccionarios  doeste 

\rchivo  em  extractar  varias  collecçòes  ao  mesmo  tempo,  mas  é 

erto  que  procedo  nisso  com  toda  a  consciência,  conjugando  as 

tid5eB  dos  empregados  com  as  necessidades  do  Archivo,  como 

seu  tempo  se  irá  vendo. 

?.•  ANNO,  N.*  3  l 


iaô  llOt.Í£tlM  DÁS  iiihLiotHEcAâ 


■    ■■  i» 


Continuoii-Be  a  organisaçSo  da  lista,  completa  o  mais  possivel, 
dos  documentos  d'este  Archivo  já  impressos. 

Por  fim  passaram-se  quatro  copias  authenticas  e  duas  certi- 
dSes  e  registaram-se  sessenta  diplomas. 

Deus  guarde  a  V.  Ex.* — Real  Arcliivo  da  Torre  do.Tombo, 
em  20  de  outubro  de  1908.  — Ill/""  e  Ex.™"  Snr.  Bibliothecario 
mór  do  Reino.  —  O  Director,  António  Eduardo  Simdea  Baião. 


k  AÍiClliVOS  ilAGlOitAKâ  ^6? 


Relatório  dos  serviços  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 

no  terceiro  trimestre  de  1908 


111."*  e  Ex.™**  Senhor:  —  O  Relatório  que  hoje  tenho  a  honra 
de  indereyar  a  V.  Ex.*,  concernente  aos  serviyos  do  terceiro 
triíntistre  do  corrente  1908,  quasi  exclusivamente  se  occupará 
das  offertas  e  das  acquisições  por  compra  que  durante  o  mesmo 
trimestre  deram  ingresso  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

E,  começando  pelo  rol  das  offertas,  mencionarei  em  primeiro 
logar  aquella  que  devemos  de  110  volumes  ao  Sr.  Coronel  de 
Artilharia  Joào  Maria  Jalies,  — 110  volumes  quasi  todos  relativos 
a  upsumptos  de  organizaçj\o  militar.  D^entre  elles  especializarei 
os  que  passo  a  indicar: 

1 .® — Notice  8ur  la  lecture  des  cartes  topoyraphiques  à  Vtisage 
fies  lycées,  collèges  et  des  étahlissements  universitaires.  (Mesnil 
(Eure)  — 1879  —  Com  estampas). 

2.®  —  ManuH  des  connaissances  militaires  pratiques.  Destine 
à  MM,  les  officiers  et  sous-ojfficievs  de  Varmée  active,  de  la  reserve 
et  de  Varmée  territorinle,  airisi  qn  attx  engagés  conditionnels  —  iif 
édition  entièrement  refondue,  augmentée  tt  mise  à  joiír.  (Paris  — 
1880  — Com  figuras). 

3.^  "-  Règlement  sur  les  manoBuvres  des  batteries  attelées  ap' 
prouve  par  le  Ministhre  de  la  Guerre  le  20  mars  1880.  (Paris  — 
j  880  — Com  figuras). 

4.* — Coiisti^cção  de  baterias  por  Pedro  Manoel  Tavares. 
(Lisboa  —  1884 — Com  Kguras  em  fls.  desdobráveis). . 

5.^  —  Aide-mémoire  à  Cxisuge  des  officiers  d^artillerie — Qua- 
torzilme  édition.  (Paris  — 1880-1882  —  2í3  voI.  com  figuras). 

6.®  —  Vtilgarisation  de  Véqnitation  st  dressage  des  cavalitrs  et 
des  chevaux  par  Pigouche,  (Paris —  1881  —  Com  figura»). 

7.*  —  Décret  du  26  octobre  1883  portant  rhglement  sur  h  ser^ 
vice  deê  armées  en  campagne.  (Paris —  1885  —  Com  figuras). 

8.®  —  Armamento  da  Infanteriu  por  José  Nunes  OonçalveSé 
(Lisboa  —  1887). 

9.'  —  Artilheria  Krupp  e  Ariílheiia  de  Bange—  Notas  para 


â(>8  ÚOLÉTlU  DÁS  DlftLlOTtíÈCÀd 


um  estudo  comparativo  doestes  dois  systemas  d'artíUuria  por  J. 
Nunes  Gonçalves.  (Lisboa  — 1888  —  Com  figuras). 

10.® — A  verdadeira  situação  militar  de  Portugal  por  Luiz 
PUito  de  Mesquita  Carvalho.  (Porto  —  1889). 

11.®  —  Joaquim  Emygdio  Xavier  Machado — These  militar. 
(Lisboa— 1889). 

A  these  defendida  e  sustentada  pelo  auctor  do  livro  é  a  res- 
posta ao  seguinte  quesito:  —  «Dentro  da  verba  de  õ.000:000i$000 
réis  poderá  reorganisar-se  o  exerc*ito,  adoptando-se  outras  bases 
que  melhor  permittam  a  sua  mobilisaç&o  »  mais  seriamente  cor- 
respondam ás  multiplices  exigências  da  paz  e  da  guerra?i 

12.®  —  Oénéral  T,  Bonie  —  Les  remontes  françaises  — Eisto- 
rique  et  projets  de  reforme  — 1890.  (Paris —  1890). 

13.® — Memoria  sobre  a  theoria  da  Balistica  apresentada  á 
Academia  Real  das  Sciencias  de  Lisboa  por  José  Manuel  Rodri- 
gues. (Lisboa — 1884). 

14.®  —  Elementos  de  Balistica  —  Theoria  elementar  do  tiro  e 
suas  applicaçdes  por  José  Nunes  Gonçalves.  (Lisboa — 1891  — 
Com  figuras). 

lô.®  —  Escola  do  Exercito  —  5.^  Cadeira —  Theoria  do  movi- 
mento de  rotação  dos  projecteis  oblongos — (Por)  J.  Nunes  Gonçal- 
ves. (S.  I.  (Lisboa) — 1893-1894  —  Lithographado^  com  figuras). 

16.®  —  Escola  do  Exercito  —  6.^  Cadeira — Introducção  ao 
estudo  dos  effeitos  dos  projecteis  —  Probabilidade  do  tiro  —  (Por) 
J.  Nunes  Gonçalves.  (S.  1.  (Lisboa)  — 1894-1895— Li thogra- 
phado,  com  figuras). 

17.® — Pólvoras,  explosivos  modernos  e  suas  applicaçoes,  por 
Luiz  Mardd.  (Lisboa — 1893-1896 — 2  vol.  com  estampas  litho- 
graphadas,  e  em  parte  coloridas). 

18.®  —  Effeitos  dos  projecteis  por  José  Nunes  Gonçalves. 
(Lisboa  —  1899  —  Com  figuras). 

19.®  —  Estudo  do  movimento  dos  projecteis  na  alma  das  boccas 
de  fogo  por  José  Nunes  Gonçalves.  (Lisboa — 1903 — Com  figuras). 

20."  —  O  projecto  de  itorganisação  do  exercito  —  Discursos 
pronunciados  nas  sessões  de  7  e  11  de  AbiHl  de  1899  na  Camará 
dos  Senhores  Deputados  por  José  Estevão  de  Moraes  Sarmento. 
(Lisboa— 1899). 

21.®  —  Legislação  militar  —  Principaes  disposições  que  cons- 
tituem matéria  de  execução  permanente  de  1864  a  1896  colleccio- 
nadas  dos  documentos  officiaes  por  João  Chrgsostomo  Pereira 
Franco.  (Lisboa  — 1898  —  2  volumes). 

22.® — Guia  da  legislação  dos  serviços  da  Fisccdisação  Externa 


K  ÀUOH1V08  NAClOMÁES  â6d 


d(M  Alfandegas  pelo  Capitão  da  Gruarda  Fiscal  Miguel  Victorina 
Pereira  Garcia.  (Lisboa — 1904). 

23.® — Estudo  histórico  sobre  a  campanha  do  Marechal  Soutí 
em  Portugal  considerada  nas  suas  relaçdts  com  a  defeza  do  Porto 
—  Memoria  publicada  na  ti  Revista  do  Exercito  e  da  Armada  w 
por  A,  P.  Taveira,  (Lisboa  — 1898  —  Com  mappas  iithographados 
em  fls.  desdobráveis) 

24."  —Doze  volumes  pertencentes  á  colleeção  ^Petite  Biblio- 
thèque  de  l*Armée  Françaiset,  a  saber: 

a)  —  Manuel  d*instruction  militaire  à  Vusage  des  écoles  secon- 
doires.  (Paris  —  S.  d.  —  Com  figuras). 

b)  —  liôle,  organisation,  atfaque  et  defense  des  places  fortes. 
(Paris  — 1886  -  Cora  figuras). 

c)  —  Armées  étrangh'es  contemporaines  —  Par  A,  Garçon  — 
Tom.  I.  (Paris— S.  d.). 

Abrange  noticias  ácêrca  dos  exércitos  alIemSlo,  inglez,  austro- 
húngaro,  belga,  búlgaro,  dinamarquez,  hespanhol,  grego,  boi- 
landez,  italiano,  montenegrino,  norueguez,  portuguez,  romeno, 
russo,  sueco,  suisso  e  sérvio. 

d)  —  Notice  sur  VArmée  Belge,  (Paris — 1884 — Com  figuras). 

e)  —  VArmée  des  Pays-Bas.  Notices  militaires  et  géographi- 
quês.  (Paris  —  1886  —  2  vol.). 

f)  —  UArmée  Suisse.  Son  himtoire,  son  organisation  actudle. 
Par  le  Capitaine  A.  Heumann  —  2^  édition,  (Paris  —  1888). 

g)  —  UArmée  AUemande.  Son  histoire,  son  organisation 
actudle.  Troisihne  édition.  (Paris  —  S.  d.). 

h)  —  UArmée  Italienne,  Son  organisation  actuelle,  sa  mobili- 
sation.  (2^  éditionj,  (Paris — 1886). 

i)  —  Notice  sur  VArmée  Russe  —  Tome  premier  —  2^  édition. 
(Paris  — 1886). 

j)  —  UArmée  Ottomane  contemporaine.  Par  Ch.  Le  Brun- 
Renaud,  (2^  édition),  (Paris  —  188(5). 

k)  —  UArmée  Portugaise,  Par  A.  Garçon.  (Paris — 1887). 

Abrange  os  oito  seguintes  capítulos: 
I — «Le  Portugal  et  les  Portugais». 

•    II — «Histoire  du  Portugal». 

III —  iÉtat  major  general  et  écoles  militaires». 

IV —  «Organisation  et  composition  de  Tarmée  active». 
V — «Forces  de  seconde  ligne». 

VI — «Divisions  militaires  et  defense  du  territoire». 
VII  ^  f  Armoíries,  drapeauX;  pensions,  distinctions  honori- 
fiques». 


37o  BOLBTIM  DAS  BIBLIOTHKCAS 


VIII  —  Marine  et  coloniest. 

De  interesse  especial  para  os  camonianÍBUs,  incontra  se  neste 
livrinho  (««in  pag.  35)  o  trecho  s«rguinte,  depois  de  mencionado 

0  triste  desfecho  de  Alcaeer-Keliir: 

tLe  grand  poete  portugais  Canioens,  Tauteiir  des  Lusiade», 
qui  fut  aiissi  suldat  et  dont  un  vtiyageur  franyais  de  Tépo^jiie 
(Vincent  Blanc)  parlait  avec  Uint  d^éloges,  mourut  eu  apprenant 
la  noiívelle  de  cette  défaite». 

Aqui  h;i,  porem,  uma  inexactidSo:  o  desastre  de  Alcacer- 
Kebir  realizou  se  em  1Õ78 ;  e  o  fallecimento  do  Poeta  fui  em  1580. 

Passarei  agora  a  mencionar  as  offertas  que  rtfcebi,  remettídas 
pelo  Sr.  Visconde  de  Faria. 

E  são  ellas  as  seguintes: 

1.*  —  Christophe  Colovib  et  les  écrivains  gaditans  par  António 
de  Portugal  de  Faria.  (St-Valery-en-Caux — 1891). 

2.*  —  Les  champs  d*or  (Afrique  Portugaife)  par  A.  P,  Paiva 

e  Pana Tradiiif  du  ^BuUdin  de  la  Sociéfé  de  Géographien 

par  António  de  Portugal  de  Farta.  (Lisbonne — ^1891». 

3.* —  Oenealogin  da  Familia  «iPossoUo»  (1673  a  1898)  man- 
dada publicar  por  António  de  Portugal  de  Faria.  (Buenos  Aires 
—  1892). 

4.*  —  Mon  séjour  à  Cadix.  1886-92,  Par  António  de  Faria. 
(Baugé  (Main«-et-Loire) — 1893 — Separata  dos   cAnnales  de 

1  Alliance  Seientiíique»). 

5.*  —  Republicas  Ch^ietital  do  Ui^uguay,  Argentina  e  do  Pa- 
raguay  —  Biographias  dos  Representantes  de  ò'.  M.  Fidelíssima, 
Navios  de  Guerra,  Tratados  e  ConvençSes.  Sociedades  de  Beneji- 
cencia.  Jomaes  Portuguezes,  Por  António  de  Portugal  de  Faria. 
(Buenos  Ayres — 1893). 

6.* — Gen^cdogia  da  Familia  €  Arrobas*  por  António  de 
Portugal  de  Faria.  (Buenos  Aires — 1895). 

7.*  —  Apontamentos  genealógicos  sobre  a  Família  Portugal 
da  Silveira  por  António  de  Portugal  de  Faria.  (Buenos  Aires — 
1895). 

8.*  —  Genealogia  da  Familia  Faria  por  António  de  Portugal 
de  Faria.  (Lisboa — 1896). 

9.*  —  Genealogia  da  Familia  Barreiros  —  (2.^  edição)  Por 
António  de  Portugal  de  Faria.  (Lisboa — 1896). 

10.* — Genealogia  da  Familia  dos  Quinhones  por  António  de 
PoHugal  de  Faina.  (Paris  — 1896). 

n.''— Genealogia  da  Familia  €Po8SoIIob  (1673  a  1896)  por 


■J.L«jea~j_'^^'í^"  _ 


tt  AUCHIVOH  KaCíónaes  271 


António  de  Poréuyal  de  Faria,  (S«infc-Valery-en-Caux  — 1896 
—  Com  o  respectivo  bras&o). 

12.*  —  Parentesco  da  Viscondesna  de  Fat^ia  com  os  3oa7'es 
por  António  de  Portugal  de  Faria.  (PloiubièreB-les-Bains — 1896)t 

13.* — Parentesco  da  Viscondessa  de  Faría  com  os  Soares  de 
Albergaria  —  Soares  Oama  e  Faria  entroncados  por  Soares  de 
Albergaria  (Por  linha  materna).  Por  António  de  Portugal  dê 
Faria.  (PIombíères-leB-Baine — 1896). 

14/ — Parentesco  da  Viscondessa  de  Faria  com  os  Soares  de 
Albergaria  —  Soares  de  AlbergaHa  entroncados  com  Oama  e 
Faria  (Por  linha  paterna).  Por  António  de  Portugal  de  Faria. 
(PIombièreR-les-Bains  — 1896). 

lõ.* — Parentesco  da  Viscondessa  de  Faria  com  os  Soares  de 
Albergaria  da  Gama.  (Plombière8-le8-Bain8-^-1896). 

16.*  —  Parentesco  da  Viscondessa  de  Faria  com  os  Soares  da 
Gama  e  Faria  por  António  de  Portugal  de  Faria.  (Ploiiibières- 
les-Bains  — 1896). 

17.*  —  Parentesco  da  Vixconde:<sa  de  Faria  com  os  Britos  de 
Aquino  entroncados  com  Soares  de  Albergaria  da  Oama  e  Faria 

(e  com  Horta  Cabral) Vor  António  de  Portugal  de  Faria. 

(Ploinbières-Ies-Bains  — 1896). 

18.*  —  Pareniesco  da  Viscondessa  de  Faria  com  os  Barros 
(de  Alemquer)  (Por  linha  materna).  Por  António  de  Portugal, 
de  Faria.  (Plombières-les-Bains  — 1896). 

19.*  —  Parentesco  da  Viscondessa  de  Faria  com  a  Casa  dos 

Marquezes  de  Castdh  Melhor Por  António  de  Portugal 

de  Faria.  (PIombières-les-BAins  —  1896). 

20.*  —  Documentos  relativos   ao   cfisamento   de   António   de 

Portugal  de  Faria com  Dona  Mai%a  Elisa  de  Marchi.  (Mi- 

Ifto  —  1896  —  Com  os  brasões  dos  nubentes,  em  gravura). 

21.* — Casamento  de  D.  Maria  do  Carmo  de  Portugal  de 
Faria  com  D.  Thmaz  de  Saint^George  Armsirong.  (MilAo  — 
1896  —  Com  brasões). 

22.* — Casamento  de  D.  Júlia  de  PoHugal  de  Faria  com  o 
1.^  Visconde  de  Silvares.  (Milào — 1896  —  Com  dois  brasões). 

23.*  —  Genealogia  da  Família  Portugal  da  Silveira  —  (2»^ 
ediçào)  Por  António  de  Portugal  de  Faria.  (Lisboa  — 1896). 

24.*  —  Biographia  de  meu  avô  materno Guilhei'me  Fre- 
derico de  Portugal  da  Silveii*a  BaiTos  e  Vasconcellos Por 

António  de  Portugal  de  Faria.  (PIombières-les-Bains  — 1896). 

25.*  —  Biographia  do  Conselheiro  Visconde  de  Fana.  (Plom- 
bières«*les-Bain8  — 1896). 


373  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHEOAS 


26.* —  Genealogia  da  Familia  Corrêa  de  Lacerda  —  Par  An- 
tónio de  Portugal  de  Faria.  (LisboA —  1897). 

27.* —  O  Episodio  do  Adamastor''  nos  •Ijwtuidast  de  Luiz  de 
Camões.  (Livonio  — 1897  —  Com  retratos,  incluído  entre  elles 
o  do  Poeta). 

O  texto  portuguez  camoniano  vem  acompanhado  pela  versio 
italiana  dn  Adriano  Bnnaretti. 

28.* — Certidões  que  formam  a  arvore  de  costado  da  Viscon- 
dessa de  Faria.  (Livurn*» —  18Í>7), 

29.*  —-Francisco  de  Borja  Garção  Stockler — Elogio  de  José 
Joaquim  Soares  de  Barros  e  Vanconcellos,  Com  notas  de  António 
de  Purlugrã  de  Ftk-ia.  (Leorne  —  1 897). 

30."  —  António  de  Portugal  de  Faria  —  Quelques  notes  sur 
les  rapporfs  entre  tes  Portuga  is  et  la  Province  de  C^dix  depuis 
les  temps  les  plus  reculés.  (Livourne —  1897). 

31.*  —  Portugal  e  a  Republica  Argentina — Quentão  diplo- 
mática satisfactoriamente  resolvida  pelo  Visconde  de  Faria  — 
(Estracto  do  Boletin  Olícial  da  la  Republica  Argentina  de  2  de 
Junho  de  1894).  (Leorne  —  1897). 

32.*  —  António  de  Portugal,  de  Faria  —  C/i/ia  carta,  de  Jacob 
de  Brito  a  Aarão  Motiseca.  (Leorne  —  1897). 

33.*  —  António  de  Portugal  de  Faria  —  Um  retrato  de  D, 
Constantino  de  Bragança  Viso  Rey  da  índia,  (Livorno  — 1897 
— Cora  2  gravuras). 

34. • —  Cotite  Luigi  Cibrario  —  Nutizie  di  Matilde  di  Savoia 
moglie  d*Alfonso  Enriquez  primo  Re  di  Portogallo — Reproducção 
de  António  de  Portugal  de  Faina.  (Livorno —  1897). 

35.*  —  António  de  Portugal  de  Faria — A  lucta  de  1828-34. 
Tentativa  de  auxUiar  bibliographico.  (Leorne  i  8^7  —  Com  o 
fac-simile  de  dois  ex-libris:  o  de  Manuel  Paes  d'Arag%o  Trigoso 
Pereira  e  Magalhães,  e  o  de  SebastiUo  d'Almeida  e  Brito). 

36.'  —  António  de  Portugal  de  Faria  —  Extracto  do  Maré 
Magnum  di  Francisco  Marucelli  —  Lusitânia.  (Leorne — 1898). 

37.*  —  António  de  Portugal  de  Faria  —  Lettre  à  Messieurs 
les  auteurs  da  Journal  des  Sçavane  sur  la  navigation  des  Portu- 
gais  aux  Indes  Orientales  par  José  Joaquim  Soares  de  Barros  e 
Vasconcellos  —  (Réimprimée  en  commémoration  du  Centenaire  de 
Vinde).  (Livourne—  1898;). 

38.*  —  Documentos  relativos  ao  nascimento  e  ao  baptismo  de 
D.  Maria  Emilia  Carlotta  de  Marchi  de  Portugal  de  Faria. 
(Livorno  —  1898  —  Cora  brasSes). 

39.*  —  António  de  Portugal  de  Faria — Centenário  da  índia 


E  ARCHIV08  NACI0KAE8  273 


—  Bartholo/neu  Vdho,  DescobeHa  d'um  planispherio  de  1661. 
(Leorne — 1898 — Cora  duas  photo-grayuras  de  reproducçSo  fac- 
BÍmíle). 

40.*  —  António  de  Portugal  de  Faria — Cadix—^(Étude  his- 
toriqiiej.  (Saint-Valéry-en-Caux  —  1898  —  Oom  uma  gravura 
em  que  se  representa  a  «Arbol  de  la  genealogia  de  Jesu  Christo 
deducida  de  muger  natural  de  Cadiz»). 

41.*  —  António  de  Portugal  de  Faria  —  Ouvrages  de  José 
Joaquim  Soares  de  Barros.  (Livoume — 1899 — Com  figuras). 

42.*  —  Instjnicçdes  que  Sua  Magestade  El-Rei  o  Senhor  Dom 
Pedro  V  de  saudosíssima  memoria  compoz,  escreveu  e  deu  ao  Gs' 
neral  Fortunato  José  Barreiros  para  se  guiar  na  mitsão  scienti' 
jico-militar  que  por  ordem  do  mesmo  augusto  Senhor  foi  fazer  a 
paizes  estrangeiros  nos  annos  de  1856  e  1867.  (Leorne —  1899 

—  Com  a  reproducçâo  fac-simile  da  primeira  pagina  do  manus- 
cripto  autographo). 

43.*  —  António  de  Portugal  de  Faria  —  Note  per  la  storia 
deUa  Famiglia  de  Marchi  e  dei  Comune  di  Astano  sua  pátria, 
(Livorno  — 1900). 

44.*  —  António  de  Portugal  de  Faria  —  Notes  généalogiques 
et  documente  pour  Vhistoire  de  rascendance  de  Madame  Maríe 
Rose  de  Croharé  de  Marchi,  (Livourne  —  1900). 

45.*  —  PoHugal  e  Brazil  —  Para  a  historia  d'um  conflicto 
diplomaíico  —  Certidão  da  inquisição  de  testemunhas  e  da  sentetiça 
proferida  pelo  Juiz  do  2.^  Districto  Criminal  de  Lisboa  decla- 
rando a  não  existência  de  crime  algum  e  mandando  archivar  os 
autos  de  parftcipação  para  coipo  de  ddicto  pelo  cmme  dè  dar  fuga 
a  revoltosos  nos  quaes  era  arguido  o  Cônsul  de  Portugal  em  Mon^ 
tevideu  Aiitonio  de  Portugal  de  Faria.  (Leorne — 1901 — Com  o 
retrato  do  Cônsul  na  capa  da  brochura). 

46.*  —  Le  Déchs  du  Vicomte  de  Faria — Paris,  26  Stptembre 
1901,  (Paris  — S.  d.). 

47.* —  Preuves  defiliation  des  Familles  d'Hertauli  de  Beaufort 
et  de  Marchi  delia  Costa.  (Matha  (Ch.-Inf.)  — 1901 —  Com  2 
brasSes). 

48.* — Colonie  porfugaise  à  Paris  le  1^  Novembre  1902.  (S. 
1.  n.  d.). 

49.* — Colonie  portugaise  à  Paris  le  15  Avril  1903.  (S.  1. 
n.  d.). 

50.* —  A.  de  Faria  Consta  de  S.  M.  le  Roi  de  Portugal  à 
Livoume  (Toscane).  (Livourne  —  1 903  —  Com  o  retrato  do  bio- 
graphado). 


274  BOLETllá  DAS  BlBLIOTHBCAS 


51/  —  Documentoê  relaiivoê  ao  naêdmênto  e  baptitmo  de 
D.  Maria  Antónia  Marco  de  Marchi  de  Portugal  de  Faria. 
(Leome  — 1903  —  Com  estampas). 

02/  —  A.  de  Faria — Apontamenfoã  genealogieoê  eóbre  ae 
famUiae  do  Viêconde  e  da  Viscondessa  de  Almeida-GarreU.  (Hi- 
Ifto —  1904  —  Com  Taríos  retratos;  e  com  a  reproducçlo  fac-si- 
mile  de  aatographos  garrettianos). 

53/  —  A.  de  Fqria  —  Resume  généidogique  de  qudques-nns 
des  frè»  nobles  ascendances  portugaises  (de  Lemos  —  de  Lacerda 

—  de  Araújo)  de  Monsieur  le  Duc  de  Bellune.  (Livourne  — 1904 

—  Com  2  retratos). 

64.*  — Vicomte  A.  de  Faria  — Notice  génialogique  sur  la  Fa- 
mille  des  Comtes  d'HertauU  de  Beaufort.  (Paris — 1905  -Com 
2  retratos  em  pfaototypia). 

55* — António  de  Portugal  de  Faria  —  Portugal  e  Itália. 
Litteratos  Portuguezes  na  Itália  ou  Collecçao  de  subsidias  para 
se  escrever  a  Historia  LUiernria  de  Portugal,  que  dispunha  e 
ordenava  F.  F,  M.  C.  (Frei  Fortunato  Monge  CistercienseJ. 
''Leome — 1905  —  Cora  trechos  de  reproducçSo  fac-simile  do 
manuscripto  origÍDal). 

56/  —  Saint  Antoine  de  Lisbonne,  Auto  mystère.  Acte  dra- 
matique  en  deux  parties  et  trois  tableaux  par  le  Baron  de  Sant' 

Anna  Nery  —  Esquisse  biographique  sur  Vauteur Préfaee 

de  A.  de  Faria.  (Livourne —  1905). 

57/  —  A,  de  Faria — O  dragão  dos  Soares  de  Albergaria 
(Cartas  trocadas  com  Joaquim  de  Araújo,  Polemica  «^ inter  ami- 
eost).  (Bordighera — 1906). 

58.»  —  A.  de  Faria  —  Deu>x  lettres  du  Landgrave  Fridéric 
de  Hesse  Oinéral  de  cavalerie  prussien  (1820^1884)  au  Vicomte 
de  Faria  Chargé  d'Affaires  de  PoHugal  (1823-1901).  (Milan  — 
1906  —  Com  o  fac-simile  das  duas  cartas,  acompanhado  pt^los 
retratos  do  Landgrave  e  de  sua  esposa,  do  Visconde  de  Faria 
(pae),  e  do  auctor  do  folheto). 

59.*  —  Nobiliaire  univereel  de  France  ou  recueil  géniral  des 
généalogies  kistoriques  des  maisons  nobles  de  ce  royaume  par  M. 
de  Saint- Aliais.  (Trecho  do  Tomo  18/,  concernente  á  Familia 
•  De  PréauxD  —  Réimpression:  Tirage  à  50  uniques  exemplai res 
par  le  Vicomte  de  Faria  —  Paris — 1906). 

60/  —  A.  de  Faria  —  y^otes  sur  le  nom  Portugal  porte  par 
q^ic^fpies  familles  en  France,  (Milan  —  1906). 

ol.* —  A.  de  Faria  —  Notas  para  a  genealogia  da  Família 
Possollo  (de  origem  genoveza).  (Leorne — 1906 — Com  2  retratos 
e  1  brasSo). 


E  ARCHIV08  NACIONABS  275 


62.»— La  lÀngua  di  Sant' António.  (S.  I.  (Padova?)— 1907). 

O  opúsculo  Tem  subscripto  por  Dom  Camillo  Battaglia,  Se- 
cretario do  Cardeal  Boschi. 

63.*  — i4.  de  F.—Colonie  Portugaise  à  Paris.  1907.  (Milan 
-  S.  d.). 

64.*  —  A.  de  Faria — Con/toli  e  Vice  Conauli  di  PoHogallo 
in  Itália  nel  1907.  (Milano  — 1907  — Com  o  retrato  do  auctor  e 
08  de  36  outros  fiinccionarios  consulares). 

65.*  —  -á.  de  Faria — Notas  para  a  genetãogia  da  Família 
Barreiros.  (Leorne  —  1908  —  Com  vários  retratos). 

66.*  —  A.  ae  Fana  —  Notas  para  a  genealogia  da  Família 
Arrobas,  (lieome  —  1908  —  Com  vários  retratos)^ 

O  Sr.  Visconde  de  Sanches  de  Baêna  deu  á  luz  no  anno 
pretérito  um  folhetvi  por  esta  forma  intitulado: 

SuppJemento  ás  Noras  e  documentos  inéditos  para  a  biographia 
de  JocLo  Pinto  Ribeiro.  (Porto  — 1907). 

D*esse  opúsculo  nos  ofTereceu  elle  dois  exemplares,  e  conjun- 
tamente o  original  autographico  de  um  dos  documentos  no  refe- 
rido folheto  transcriptos,  —  documento  passado  em  Lisboa  aos 
23  de  Dezembro  de  1640,  e  assignado  pelo  Capitão-Mór  António 
de  Saldanha  e  pelo  Capitão  de  Infantaria  Manuel  de  Sousa  de 
Castro. 

Refere  se  tal  documento  aos  gloriosos  acontecimentos  do  dia 
1.®  de  DezembroT;  e  o  seu  conteúdo  vem  justificado  em  26  de 
Janeiro  de  1643  pelo  Dr.  Jorge  de  Araújo  Estaco,  do  Conselho 
da  Fazenda  de  Sua  Majestade  e  Juiz  das  justificações  d'ella. 

Elaborada  com  aquella  proficiência  por  que  se  caracterizam 
todos  os  trabalhos  do  auctor,  offereceu-nos  o  Sr.  Anselmo  Braam- 
camp Freire  a  seguinte  publicação,  originariamente  dada  a  lume 
no  «Boletin  da  Sociedade  de  Geographia  de  Lisbuai: 

Emmeiifa  da  Casa  da  índia  por  A.  Braamcamp  Freira, 
(Lisboa— 1907). 

No  grupo  dos  livros  mais  estimáveis,  amavelmente  ofiertados 
por  seus  auctores,  figura  o  volume  das 

Peregrinardes  (1868  a  1908).  Versos  de  Cândido  de  Figuei- 
redo (Escolhidos,  con*igidos  e  anotados)  —  Edição  definitiva. 
(Porto — 1908  —  Com  o  retrato  do  auctor  em  photo-gravura  e 
o  fiic-simile  de  sua  assignatura  autographa). 

Neste  volume  incerra-se,  adrede  apartado,  um  florilégio  das 


27G  BOLETIM  DA8  BU)LIOTHECA8 


composiçSes  que  o  insigne  Poeta  mais  prezou  d'entre  as  prece- 
dentemente publicadas.  O  que  vale  a  obra  do  auctor,  n&o  serei 
eu  quera  o  diga;  dizem-no  auctoridades,  cujas  opiniões  o  Dr.  Cân- 
dido de  Figueiredo  transcreve  no  seu  livro  (António  Feliciano 
de  Castilho,  Alexandre  Herculano,  o  Bispo  de  Vizeu  (D.  António 
Alves  Martins),  o  Conselheiro  António  José  Viale,  o  Conselheiro 
José  da  Silva  Mendes  Leal,  Cainillo  Castello-Branco,  Anthero 
do  Quental,  Manuel  Pinheiro  Chagas,  o  Dr.  Trindade  Coelho, 
D.  Maria  Amália  Vaz  de  Carvalho,  o  Dr.  Pereira  de  Lima,  o 
Dr.  Theophilo  Braga,  e  Rajmundo  de  Bulhão  Pato). 

Entre  as  peças  originaes  do  auctor  figuram  mimosamente 
algumas  composições  em  francez, — e  figuram  também  publicadas 
versões  do  texto  portuguez  por  Marco-Antonio  Canini  (em  ita- 
liano), por  Guilherme  Storck  (em  allemão),  e  por  Gõran  Bjõrk- 
man  (em  sueco). 

Citarei  seguidamente,  oíFerecida  pelo  seu  auctor  (o  Sr.  Mar- 
quez do  Funchal),  a  seguinte  obra : 

Marquez  do  Funchal  —  O  Conde  de  Linhares  Dom  Rodrigo 
Domingos  António  de  Sousa  Coutinho.  (Lisboa  —  1908  —  Com 
o  retrato  do^biographado  (reproducç%o  de  gravura  antiga),  a  vista 
do  c Salão  central  da  Bibliotheca  dos  Condes  de  Linhares i  no 
palácio  de  Arrojos,  e  a  reproducção  fac-simile  de  vários  textos 
manuscriptos). 

0  escopo  d'este  livro  (conforme  se  diz  no  respectivo  •  Pre- 
facio») é  —  cfazer  justiça  posthuma  á  plêiade  illustre  que  se 
estabeleceu  na  corte  do  Rio  de  Janeiro  em  1808,  em  que  avultam 
dois  personagens  pertencentes  á  sua  e  nossa  historia»  (a  do 
Brasil  e  a  de  Portugal),  «um,  o  Imperador  e  Rei  D.  João  VI, 
que  tão  erroneamente  tem  sido  apreciado  pelos  historiadores  con- 
temporâneos, e  outro,  o  seu  Secretario  d'Estado  e  Ministro  da 
Guerra  e  dos  Negócios  Estrangeiros,  Dom  Rodrigo  de  Sousa 
Coutinho,  Conde  de  Linhares». 

Do  Sr.  Prof.  Sertório  do  Monte  Pereira,  incansável  nas  suas 
offertas  á  Bibliotheca  Nacional,  cumpre-me  archivar  mais  as 
seguintes : 

1  .*  —  Cultura  e  exploração  do  sobreiro  —  Dissertação  inaugu- 
ml j)or  António  Blanco  Fialho,  (Lisboa — 1906). 

2.*  —  João  da  Camará  Pestana — Fermentação  do  Tabaco 
—  Dissertado  de  concurso.  (V.  N.  de  Famalicão  —  1Q06). 


£  ARCHIVOS  NACIOKAES  277 


3/ — António  Augusto  Oarcia  d'Andrade — A  Enxertia.  Dis^ 
seriação  de  concurso,  (Coimbra  — 1907). 

Do  Sr.  Gabriel  Pereira,  em  continuação  de  offertas  ante- 
riores: 

Vida  intelectual  —  Num.  14  (Madrid  —  Junio  1908). 

E  com  este  N.®  findará  provavelmente  a  interessante  revista, 

—  pois  que,  logo  era  seguida  á  pubiioaçfto  do  referido  fascículo, 
falleceu  em  Madrid  o  erudito  fundador  da  «Vida  Intelectual t, 
Prof.  D.  Júlio  Norabela  y  Campos,  um  moyo  trabalhador  de 
quem  muito  havia  ainda  a  esperar. 

O  Sr.  João  Costa  trouxe-nos  duas  dadivas: 

1.* — Matadouro  Mania  pai  de  Lisboa  —  Abattoir  municipal 
de  Lisbonne.  (Álbum  de  12  grandes  photographiás,  prect^didas 
por  uma  folha  lithographada). 

2.* —  Tricentenário  de  Camões.  10  de  Junho  de  1880 — Col- 
lecção  de  10  grandes  photographiás,  em  que  se  representam:  — 
1.®,  o  busto  do  Poeta;  2.^,  o  seu  monumento  (executado  pelo 
esculptor  Victor  Bastos);  3.",  os  oito  carros  triumphaes  que  figu- 
raram no  cortejo  civico  do  Tricentenário. 

Ao  Sr.  Prof.  Augusto  Epiphanio  da  Silva  Dias  fiquei  devendo: 
Fõgl  d'Engiadina  (Organ   dei  public).   (Samedan  — 1889, 

1890,  1891,  1892,  1893,  1894,  1895,  1901,  1902,  1903). 

Com  estes  volumes  se  preenchem  lacunas  existentes  na  col- 

lecção  da  Biblíotheca. 

P.*  Santos  Lourenço  —  Por  Deus  e  Santa  Maria!  Discuno 
pronunciado  na  Egreja  de  Nossa  Senhora  doa  Martyres  de  Lisboa 
em  13''V''1908.  (Lisboa-- 1908). 

Offerta  do  reverendo  auctor. 

Florêncio  J.  L,  Sarmento  —  No  Tempo  dos  Francezes,  Co- 
media-drama  original  em  4  actos  e  6  quadros.  (Lisboa — 1908 

—  Com  o  retrato  do  auctor  e  o  fac-simile  da  sua  assignatura). 

Fui  o  Sr.  Florêncio  José  do  Lago  Sarmento  (nas  lettras  co- 
nhecido por  ff  Florêncio  Sarmento»)  quem  nos  offereceu  esta 
comedia  que  em  Dezembro  de  1864  elle  fez  representar  no 
Theatro  de  D.  Maria  II,  e  que  publicou  agora  como  tributo  para 
a  commemoraçilo  do  Centenário  da  Guerra  Peninsular.  A  comedia 


278  BOLETllí   DAS   BlBLlOTHECAâ 


notabiliza-Be  especialmente  por  uma  suggeativa  pintara  dos  cos- 
tumes do  tempo. 

Centenário  da  Ouerra  Peninêvlar.  1808-1908 — Contribuição 
da  Camará  Municipal  de  Aveiro  para  a  sua  historia  —  Notas  e 
documentos  por  Marques  Gomes.  (Aveiro — 1908 — Cum  16  pho- 
to-gravuras). 

Offerta  do  Sr.  Marques  Gomes. 

Programma  para  a  commemoraçào  da  Guerrg  Peninsular  e 
respectivo  Relatório  elaborado  pela  CommissiHo  nomeada  por  por- 
taria de  2  de  maio  de  1908.  (Lisboa  — 1908). 

Offerta  da  Commise&o,  cujo  Presidente  é  o  Sr.  General  Jo&o 
Carlos  Rodrigues  da  Costa. 

Uma  das  propostas  apresentadas  nesse  c Programma»  é  a 

«Organização  de  uma  exposição,  sob  a  direcçSo  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa,  de  livros,  folhetos,  manuscriptos, 
gravuras,  etc,  relacionados  com  a  guerra  da  Península,  sendo 
obrigatório  o  concurso  das  outras  bibiiothecas  do  pais.  Serão 
concedidas  mençSes  honrosas  aos  particulares  que  concor- 
rerem». 

Remettida  pela  Bibliotheca  da  Academia  Real  das  Sciencias 
de  Lisboa,  recebeu- se  a  offerta  seguinte: 

Histoi'ia  e  Memorias  da  Academia  Real  das  Sciencias  de 
Lisboa  —  Nova  Seine,  2.^  Classe.  Sciencias  Moraes  e  Politicas, 
e  Bellas  Lettras — Tom^  XI,  Parte  I  (Volume  LIX  da  coUecçàoJ. 
(Lisboa  — 1907). 

Além  dos  relatórios  e  alIocuçSes  que  se  leram  nas  sessões 
solemnes  em  Fevereiro  de  1905  e  Março  de  1906,  incerram-se 
no  Tomo: 

a)  —  Almeida  Oarrett.  OraçSo  commemorativa  por  José  de 
Sousa  Monteiro. 

b)  —  Elogio  histórico  de  Mommsen.  Por  José  de  Sousa  Mon- 
teiro. 

c)  —  Elogio  histórico  do  Conde  de  Ficalho.  Por  Eduardo 
Burnay. 

d)  —  Duarte  G<dvão  e  a  sua  família.  Memoria  por  Sousa 
Viterbo. 

e)  —  Noticia  de  alguns  pintoi*es  portuguezes  e  de  outros  que 
sendo  estrangeiros,  exerceram  a  sua  arie  em  PoHugal — Segunda 
Serie.  Memoria  por  Sousa  Viterbo. 


Ê  ÁliCHlVOS  NAClOKA£S  279 


Da  Cixrta  Charographica  doa  limitei  de  fronteira  (entre  Por- 
tugal e  a  Hespanha)  recebeu-se  a  c Folha  N.^  1»,  que  abrange 
um  largo  trecho  do  Rio  Minho  (na  sua  parte  maie  Occidental) 
com  os  respectivos  terrítovíos  limitrophes. 

A  cCommissao  Organisadora  da  Secção  Portugueza  na  Ex- 
posição do  Rio  de  Janeiro  i  —  CommissílLo  presidida  pelo  Sr.  Con- 
selheiro Ernesto  Driesel  Schrõter  —  inviou-nos  dois  exemplares 
da  seguinte  publicação: 

JExpoaiçào  Nacional  do  Rio  de  Janeiro  eni  1908 — Catalogo 
Official  da  Secção  Portugueza  organisado  e  elaborado  por  B.  O, 
Cincinnato  da  Costa.  (Lisboa  —  1908  —  Com  illustrações). 

Nessa  Exposição  brilhantíssima  com  que  a  Republica  dos 
Estados  Unidos. do  Brasil  está  nest'hora  festejando  o  centenário 
da  abertura  dos  portos  brasileiros  ao  commercio  universal,  figu- 
ram com  productos  de  supremo  interessa  artístico  os  ourives 
portuguezes  Leitão  &  Irmão,  que  mandaram  imprimir,  illustrada 
com  bellas  photo-gravuras,  uma  noticia  dos  artefactos  por  elles 
apresentados  no  referido  certamen. 

Essa  noticia  traz  por  titulo 

Leitão  &  Im^  joalheiros  da  Coroa — Na  Exposição  Nacional 
do  Rio  de  Janeiro.  (Lisboa — 1908). 

O  opúsculo  mostra-nos  ainda  um  sub-titulo: 

A  casa  Leitão  &  Irmão  no  Brazil — A  sua  influencia  na  res- 
tauração da  Ourivesaria  Portugueza. 

E  foi  o  Sr.  Visconde  de  Salgado  quem  do  Brasil  nos  inviou 
por  offerta  um  exemplar  do  opúsculo  sobredito. 

O  Governo  da  Provincia  de  Cabo- Verde  mandou  imprimir: 
Noticia  da  Flora  das  Ilhas  de  Cabo  Verde>  I.  Fogo  e  Brava 
por  Alfredo  da  Costa  e  Andrade.  (Praia — 1908). 
O  exemplar  que  recebi,  constitue  offerta  do  auctor. 

José  Joaquim  Fragozo — Nódoa  de  sangue.  (Nova  Goa — 1908). 

Refere-se  á  luctuosa  tragedia  de  1  de  Fevereiro  do  corrente 
anno  esse  opúsculo  (um  poemeto),  de  que  intraram  na  Biblio- 
theca,  por  seu  auctor  offerecidos,  dois  exemplares. 

tSociedade  Archeologiea  Santos  Rocha»  se  denomina  hoje 
um  instituto  que  em  1898  foi  fundado  na  Figueira  da  Foz  sob  o 
titulo  tSociedade  Archeologiea  da  Figueira >• 


280  BOLETIM  DAS  BlBLIOtHÊCAS 


Em  1904  deu  elle  principio  á  publicaçXo  do  interessantissimo 
Boletim  da  Sociedade  Archeologica  Santos  Mocha. 
Doesse  excellente  repertório,  illustrado  com  estampas,  recebi 
agora  por  amável  offerta  do  Presidente  da  Direcç&o  os  fasciculos 
publicados— N.^  1  a  N.»  7  (Figueira  — 1904-1908). 

A  Camará  Municipal  de  Guimarftes  brindou-nos  com  uma 
publicaçfto  utilíssima,  —  publicaç&o,  cujo  alvitre  patriótico  se  deve 
ao  Sr.  Dr.  Ânthero  Campos  da  Silva  (Vice- Presidente  da  Camará 
em  1898),  e  cuja  coordenação  fui  felizmente  incumbida  ao  eru- 
dito e  benemérito  Abbade  de  Tagilde,  Bev.  Sr.  Jo&o  Gomes  de 
Oliveira  Guimarães. 

Essa  publicação,  cujo  apparecimento  ha  indeclinável  obrigação 
de  todos  festejarem  e  applaudirem,  e  cuja  «Primeira  Parte»  agora 
sahiu  a  lume,  deixa  nos  ler  no  frontispicio  os  seguintes  dizeres 
(e  bastam  elles  para  lhe  definirem  o  merecimento  e  a  opportu- 
nidade) : 

Vimaratiis  Monvmenta  Hiêtorica  a  saecvlo  nonopoêt  Ckristvm 
v&qve  ad  vicesimvm  ivasv  Vimaravensis  Senatvs  edita.  (Vimarane 

—  MDCCCCVIII). 

Oxalá  tal  exemplo  fôsse  devidamente  comprehendido,  e  enthu- 
siasticamente  imitado  por  todos  os  outros  municípios  de  Portugal! 

O  Rev.  Sr  Manuel  Ernesto  Ferreira  (sacerdote  residente  em 
Villa  Franca  do  Campo)  inviou-nos  dos  Açores  duas  producções 
de  sua  lavra: 

1.* — Elogio  hisioríco  de  Bento  de  Ooes.  (Ponta  Delgada  — 
1907). 

2.'  —  EURei  D.  Carlos  I — Elogio  fúnebre,  (Ponta  Delgada 

—  1908). 

O  Sr.  D.  Augusto  Eduardo  Nunes,  Arcebispo  d'Evora,  offer- 
tou-nos  como  esmerado  producto  du  seu  estro  poético  a  seguinte 
publicação,  que  originariamente  viu  a  luz  nas  paginas  d'Õ  Ro- 
sário (excellente  revista  mensal,  dadra  a  lume  sob  iniciativa  e 
direcção  dos  Dominicanos  Irlandezes  que  em  Lisboa  residem  no 
Hospiciu  do  Corpo  Santo.: 

Augusto,  Arcebispo  d* Évora  —  Rosas  mysticas.  Poemeto  reli* 
gioso,  (Lisboa  — 1908). 

O  Sr.  Lyster  Franco  (de  Faro)  inviou  nos  de  sua  lavra  o 
seguinte  livro: 


£  ARCuiVOs  UÁOíÚtfAk^  2èi 


lUuminuras.  CorUos  e  novdlas.  (Villa  Kova  de  FamalicSo  — * 
1907 — Com  o  retrato. do  auctor). 

J.  E.  Carvalho  d' Almeida  (Epiphanio  d' Almeida)  —  Coisas 
agrícolas  —  Fragmentos  de  uma  colíabfh^ação  agrícola  na  %  Folha 
de  Torres  Vedras»,  (Torres  Vedras  — 1906). 

OíFerta  do  auctor. 

AngeloJoxge  —  Dor  Humana  (Heresias  em  verso  com  um 
prefacio)y^^fío  — 1908). 
Offerta  do  auctor. 

Em  continuação  de  remessas  anteriores,  que  me  são  profun- 
damente gratas,  recebi : 

Revista  do  Instituto  Histórico  e  Geographico  BrazUeiro  — 
Tomo  LXIX—1906.  Parte  II.  (Rio  de  Janeiro  —  1908). 

Inclue-se  neste  volume,  entre  outras  memorias  de  muito  no* 
tavel  interesse,  a  seguinte  que  de  perto  nos  diz  respeito: 

cJulius  Meili  e  a  Numismática  Brazileira  pelo  Dr.  Alfredo 
de  Carvalho». 

Vem  adornada  a  memoria  com  o  retrato  do  famoso  numismata 
suisso,  recentemente  fallecido,  e  a  reproducção  fac-simile  de 
várias  espécies  numismáticas  (pertencentes  algumas  aos  tempos 
coloniaes,  incorporáveis  portanto  na  numária  portugueza). 

Revista  da  Academia  Cearense  publicada  sob  a  direcção  dos 
Drs,  Thomaz  Pompeu,  Barão  de  Studart  e  Pedro  de  Queiroz  — 
Tomo  XIII.  1908.  (Fortaleza  — 1908). 

Interessantíssimo  é  o  volume,  e  interessantíssimas  as  espécies 
que  o  compõem, — entre  as  quaes  particularizarei  o  valioso  artigo 
do  Sr.  Barão  de  Studart,  subordinado  á  epigraphe  «Inéditos  do 
Padre  António  Vieira». 

Dr.  Miguel  de  Leonissa  —  A  vida,  a  morte  apparente  e  a 
morU  rftal.  (8.  Paulo— 1908— Com  o  retrato  d'EI-Rei  D.  Carlos, 
a  cuja  memoria  é  oíFerecido  o  livro). 

Brinde  remettido  pelo  seu  auctor,  que  é  um  distincto  medico 
brasileiro. 

Da  Bibliotheca  Nacional  do  Chile,  em  serviço  das  Permutas 

?.•  ANHO,  N.»  3  ? 


282  BOLETIM  DAS  BlBUOTHKCAS 


IniernacionaeSy  provieram-nos  onze  Tolames,  d'eiitre  os  qoaes 
mencionarei  as  duas  seguintes  espécies: 

1/  —  El  conquistador  Francisco  de  Aguirre  por  d  Pbo.  Luis 
Silva  Lezaeta.  (Santiago  de  Chile  — 1904 — Com  o  retrato  do 
biograpfaado  (em  líthographia)  e  o  fac-simile  da  sua  assigna- 
tura). 

2.*  —  Diccionario  de  Chilenismos  y  de  otras  vocês  y  locuciones 
viciosas  por  Manuel  Anionio  Román  —  Tomo  I:  ABC  y  suple- 
mento á  estas  três  leiras.  (Santiago  de  Chile — 1901-8). 

Da  Universidade  de  Pennsylvania: 

University  of  Pennsylvania  —  The  George  Leib  Han^ison 
Foundation  for  the  Encuuragement  of  Liberal  Studies  and  the 
Advanceitient  of  Knotcledge.  1896-1906,  (Philadelphia — 1908  — 
Com  o  retrato  do  benemérito  Harrison,  em  gravura). 

Aqui  entra  agora  um  illustre  Professor  dos  Estados  Unidos 
da  America,  o  Sr.  Jorge  Lansing  Raymond. 

Offereceu-nos  elle  três  volumes  das  suas  composições  poé- 
ticas : 

1.*  —  Ballads  and  other  Poenis  hy  George  Lansing  Raymond 

—  Third  edition.  (New  York  — 1908). 

2.®  —  A  Life  in  Song  hy  George  Lansing  Raymond — Third 
edition.  (New  York—  1908). 

3.* — The  Aztec  God  and  other  Dramas  hy  George  Lansing 
Raymond.  (New  York— 1908). 

Este  último  volume  abrange  três  dramas:  —  «The  Aztec 
God»;  «Colurabus»;  e  tCecil  the  Seer». 

E  o  mesmo  offerente  nos  inviou  também 

The  Psychology  of  Inspiration.  An  a^ttempt  to  distinguish  reli- 
giousfrom  scientijic  truth  and  to  harmonize  Christianity  tcith  modem 
thought.  By  George  Lansing  Raymond.  (New  York  — 1908). 

De  Nova- York  recebi  por  dadiva  de  seu  auctor: 

John  Watts  de  Peyster  by  Franlc  Allalen.  (New  York  — 1908 

—  2  vol.  iliustrados  com  vários  retratos  e  outras  estampas). 

Ofierecido  pela  Bíbliotheca  da  Universidade  de  Paris : 
Académie  de  Paris — Conseil  de  VUniversitá  de  Paris.  Conseil 
Açadémique  —  /.  Rapport  presente  au  Ministre  de  Vlnstruction 


£  AUCIlivOS  NACIONAÉS  283 


Publique  sur  la  situation  de  Venseignement  supérieur  en  1906-^ 
1907  par  le  Coneeil  de  V  Univerrité  de  Pariê  —  II.  Bapports  pri* 
sente»  au  Conseil  académique  $ur  les  travaux  et  les  odes  des 
établisaemenJts  d^enseignement  supérieur  pendant  Vannie  scolaire 

1906^1907  par  MM.  les  Doyens  des  Facultes etc,  (Me- 

lun  —  1908). 

OflFerta  do  Ministério  da  InstrucçSo  Pública  e  das  Bellas- 
Artes  da  Republica  Françeza — era  continuaçfto  dos  preciosos 
volumes  anteriormente  publicados,  e  na  Bibliotfaeca  Nacional  de 
Lisboa  recebidos  por  intermédio  da  Legaç&o  de  Portugal  em 
Paris : 

Inventaire  general  des  rickesses  d*art  de  la  France — Province 
—  Monuments  civils — Tome  VIL  (Paris  —  1908). 

Offerecido  pela  «Société  des  Études  Portugaises»  (fundada 
em  Paris  pelo  Sr.  Xavier  de  Carvalho  no  anno  1902): 

Paul  Théodore-  Vibert  —  Au  pays  du  caoutehouc  —  Le  nord 
du  Brasil.  La  région  de  VAmazone,  du  Para  et  de  Matto-Orosso. 
Uavenir  du  pays.  Uálliance  des  peuples  latins.  (Paris  —  S.  d. 
(1908)  —  Com  o  retrato  do  auctor  e  o  do  coronel  brasileiro 
Constantino  Nérj,  antigo  Presidente  do  Estado  do  Amazonas). 

O  Sr.  Dr.  Caetano  Carlos  Mezzacapo,  illustre  publicista  na- 
politano, inviou  nos  o  seguinte  opúsculo  que  originariamente  sahin 
publicado  em  La  Rassegna  Italiana  (Napoli  — 1908) : 

Qaeiano  Cario  Mezzacapo  —  II  Portogallo  ndVora  presente. 
(Napoli  — S.  d.). 

O  Sr.  Estanislau  Belza,  que  já  por  vezes  nos  tem  obsequiado 
com  suas  dadivas,  inviou-nos  a*gora  a  seguinte  publicação : 

Stanislaw  Belza  —  Wziemi  Maurón  Hiszpanskich.  (Warszawa 
— 1908  —  Com  photo-gravuras). 

Por  occasiSo  de  realizar-se  em  Lisboa  a  10.*  Conferencia 
Telegraphica  Internacional,  cunhou-se  em  Paris  uma  commemo- 
rativa  medalha,  de  que  o  Sr.  Conselheiro  Alfredo  Pereira,  Di- 
rector Geral  dos  Correios  e  Telegraphos,  gentilmente  me  offereceu 
para  o  Gabinete  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  um  exem- 
plar cunhado  em  bronze. 

Circular  é  a  medalha,  e  medo  approximadamente  0^,045  no 
seu  diâmetro.  O  anverso  apresenta-nos,  ladeada  á  direita  (esquerda 


284  DOLBTllf  DÁS  filBLlOTHfiCÁS 


do  observador)  por  am  ramo  de  palmeira,  e  sobrepujada  pelo 
escudo  portnguez  das  armas  reaes,  a  seguinte  inscripçSo : 

UNIÃO  TELEGRÁPmCA  INTERNAaONAL 

X 

CONFERENCIA 

LISBOA 

MCMYIII 

No  reverso  destaca  se  elegantemente,  coroada  por  uma  es- 
trella  de  raios  fulgurantíssimos,  a  figura  da  Telegraphia,  á  direita 
da  qual  viceja  um  ramo  de  carvalho,  e  á  esquerda  se  observa 
um  apparelfao  telegraphico  (systema  de  Morse),  que  da  figura 
está  recebendo  um  despacho,  mergulhado  o  respectivo  fio  em 
agua  fluvial. 

Por  uma  espécie  raedalhistica  terminei  a  enumeração  das 
offertas  que  recebi  no  terceiro  trimestre  do  auno  corrente,  —  e 
por  outra  espécie  da  mesma  natureza  incetarei  a  relação  das 
acquisiçoes  que  no  mesmo  periodo  effectuei  por  compra. 

Ao  incerrar-se  o  XV  Congresso  Internacional  de  Medicina, 
que  em  Lisboa  se  realizou  no  anno  1906,  e  cujo  singular  bri- 
lhantismo se  deve  especialmente  á  enthusíastica  iniciativa  do 
respectivo  Secretario  Geral, — o  Sr.  Prof.  Miguel  Bombarda, — 
resolveram  muitos  dos  Congressistas  Portuguezes  mandar  cunhar 
a  expensas  suas,  em  homenagem  áquelle  benemérito,  uma  me- 
dalha d'oiro. 

D^essa  medalha,  que  solemnemente  lhe  foi  intregue,  cunha* 
ram-se  também,  por  conta  do  gravador,  vários  exemplares  em 
bronze,  um  dos  quaes  adquiri  para  o  Gabinete  Numismático  da 
Bibliotheca  Nacional. 

A  medalha  é  circular,  e  mede  em  seu  diâmetro  0^,070. 

No  anverso  destaca-se  em  perfil,  olhando  para  a  esquerda 
(direita  do  observador),  o  busto  do  eminente  médico,  trajando 
as  vestes  officiaes  de  Professor  da  Escola  Medico-Cirurgica  de 
Lisboa,  sobre  as  quaes  lhe  pende  o  collar  de  Sócio  da  Academia 
Real  das  Sciencias. 

Tem  por  legenda  o  anverso : 

Pbof.  MIGUEL  BOMBARDA 
No  campo  lê-se  a  assignatura  do  alridor:  8imde$  (sol)  1906. 


E  ÁRCHIVOS  NACI0NÁE8  285 


O  reverso  figura  um  génio  alado  e  du,  — génio  de  corpora* 
tura  infantil,  que  na  dextra  impunha  o  facho  ardente  da  Sciencia; 
circumdam  esse  génio  ramos  de  louro  e  emblemas  hippocraticos. 

Tem  por  legenda: 

XV  CONGRESSO  INTERNACIONAL  DE  MEDICINA. 

LISBOA— 1906. 

E  subjacente  a  seguinte  inscripção: 

AO 
PROF.  MIGUEL  BOMBARDA 

OS 

MÉDICOS  E  CONGRESSISTAS 

PORTUGUEZES 

Para  a  Sub-Secção  das  Estampas^  comprei  a  um  particular: 

N.  S/^  da  Piedade  da  Mercianna,  Gravura  em  lamina  de 
cobre,  com  as  duas  seguintes  subscripçSes :  —  cj.  C.  Silva  inv.» 
e  «G.  F.  Machado  sculp.  Olisip.  in  Typ.  Reg.  An.  1774». 

Representa  o  milagroso  appareeimento  da  imagem  de  Nossa 
Senhora  da  Piedade  (a  Virgem  Santíssima  e  JesusChristo  morto 
em  seus  braços)  na  ramagem  de  um  copado  carvalho,  a  cujo  pé 
se  prostram  em  adoração  um  pastor  e  um  touro. 

O  auctor  do  Santuário  Mariano,  Fr.  Agostinho  de  Santa- 
Maria,  dá-nos  do  acontecimento  minuciosa  relação  no  Tom.  II 
da  sua  obra  (pag.  326  a  330),  d'onde  peço  licença  para  aqui 
transcrever  alguns  paragraphos  recortados,  por  me  parecerem 
pioturescamente  illucidativos  da  estampa: 

«Sete  legoas  distante  de  Lisboa,  d  duas  da  Villa  de  Alem- 
quer  fica  o  lugar  da  Merciana,  conhecido  neste  Reyno  de  Por- 
tugal pelo  celebre  appareeimento  da  Sagrada  Imagem  de  nossa 
Senhora  da  Piedade,  que  alli  se  venera.  Sobre  a  etymologia  do 
nome  deste  lugar  se  refere  que  o  tomou  do  nome  do  Boy,  que 
se  vio  ajoelhado  diante  da  Senhora,  quando  se  descubrio,  ao  qual 
chamava  seu  dono  Merciano;  cousa  muyto  usada  nos  lavradores, 
de  camponezes.  No  meyo  deste  lugar  que  fica  no  destrito  das 
terras  das  Rainhas,  por  serem  estas  da  jurisdiçaS  das  Rainhas 
de  Portugal,  está  o  sumptuoso  Templo  de  nossa  Senhora,  no 
qual  se  conserva,  &  venera  aquella  devotissima  Imagem  sua, 
cujo  appareeimento  foy  no  anno   de  1305.   reynando   ElRey 


d8<t  BOLK-fllf  DAS  BIBLIOTHKCAS 


D.  Dinis,  a  hnm  pastor,  cnjo  nome  n2o  ficoa  nos  lÍTros  da  torra; 
mas  he  certo  pela  fama,  qae  ficou  o  da  saa  grande  virtude  na 
lembrança  dos  homSs,  &  por  causa  desta  estará  escrito  nos  livros 
do  Ceo. 

cFoy  o  caso,  que  faltandolbe  a  este  pastor,  ou  lavrador  por 
muytas  vezes  hum  boy  da  sua  manada,  -dr  sempre  ás  mesmss 
horas,  &  julgando  que  naS  era  isto  acaso,  foy  em  hua  oceasiaS 
em  seu  alcance;  quando  em  huas  matas  topou  com  elle  postrado 
de  joelhos,  como  se  fosse  creatura  racional,  diante  de  hua  devota 
Imagem  de  nossa  Senhora  da  Piedade,  à  qual  hum  tosco  Car- 
valho servia  de  tribuna,  de  altar,  &  de  peanha.  Admirado  o 
camponez  deste  estranho  successo,  depois  de  adorar,  postrado 
em  terra,  a  MSj,  &  juntamente  ao  Filho  precioso,  que  tinha 
morto  em  seus  braços,  se  veio  ao  lugar  da  sua  manada  a  dar  a 
alegre  nova  aos  seus  amigos,  visinhos,  &  companheyros  de  Al- 
deã Galega;  que  de  entSlo  para  cá  teve,  por  distinção  de  outra 
3ue  fica  alem  do  Tejo,  da  Merciana;  donde  o  Prior  da  Matriz 
aquella  Villa  convocando  o  Clero,  de  mais  povo  juntos  em  pro- 
cissaS,  &  guiados  do  venturoso  pastorinho,  forad  a  buscar  aquelle 
thesouro  manifestado,  &  até  entaS  escondido  em  o  tronco  de  hua 
arvore. 

«Descuberta  a  Sagrada  Imagem,  a  adorarão  com  grande 
devoçXo,  de  alegria  de  suas  almas,  &  a  trouxera?  para  a  Matris 
de  Aldeã  Galega,  ou  Alda  Galega,  recolhendoa  no  Sacrário. 
Porém  como  a  Senhora  tinha  escolhido  aquelle  lugar,  para  nelle 
ser  venerada,  &  queria  obrar  nelle  as  suas  maravilhas,  como 
obra  continuamente;  o  mesmo  foy  fechala,  que  desapparecer. 
Sentidos  aquelles  devotos  Sacerdotes  desta  fuga,  a  forào  desco- 
brir outra  vez  no  mesmo  lugar,  em  que  havia  apparecido.  Desta 
prodigiosa  fuga,  entendera?  que  a  Senhora  queria  ser  alli  vene- 
rada, d  servida  dos  seus  devotos,  &  assim  se  resolvera?  de  lhe 
fazer  alli  naquelle  lugar  hua  Ermida,  como  logo  fizerão,  em  cuju 
altar  foy  logo  col locada,  com  o  milagroso  successo  de  sua  admi- 
rável appariça?  entalhado  em  pedra;  para  que  a  todo  o  tempo 
constasse  da  assinalada  mercê,  que  o  Ceo  fizera  aquelles  ditosos 
moradores. 

«Divulgado  o  successo,  &  crescendo  a  fama  das  muytas  ma- 
ravilhas, que  a  Senhora  obrava,  foy  também  crescendo  cada  vez 
mais  a  devoça?  da  Senhora;  &  assim  se  reedificou  a  Ermida 
mais  aventajadamente  pela  grande  devoça?  de  hum  Prior  da 
Matriz  de  Aldeã  Galega,  a  que  era  annexa,  a  que  na?  faltàraS 
também  as  esmolas  dos  fieis.  Nesta  Ermida  perseverou  alguls 


fi  ARCHIVOB  NACI0NAK8  287 


215.  annoB  a  devoçaS  da  Senhora,  atè  que  a  eximia  piedade  da 
Serenissima  Rainha  D.  Leonor  mulher  delRey  D.  JoaS  o  II.  lhe 
mandou  fabricar  no  anno  de  1520.  o  magnifico  Templo  de  três 
naves,  que  hoje  persevera:  &  posto  que  se  lhe  deu  lugar  conve- 
niente no  altar  mòr,  em  hua  ambula  de  vidro,  aonde  se  mostra 
ao  povo,  que  alli  concorre  todo  o  anno,  obrigado  das  infinitas 
maravilhas,  que  Deos  obra  por  meyo  desta  Imagem  de  sua  San- 
tíssima M&y;  com  tudo  na5  consentio  a  devota  Rainha,  se  desfi- 
zesse o  antiguo  altar,  (que  era  o  próprio  lugar  aonde  a  Senhora 
appareceo),  antes  ordenou  se  conservasse  servindo  de  coUateral 
à  parte  direita.  E  de  novo  sobre  a  porta,  &  frontispício  mandou 
(para  memoria)  lavrar  em  pedra,  contra  as  injurias  do  tempo,  o 
miraculoso  apparecimento,  como  realmente  succedido». 

Isto  escrevia  o  frade  em  1707:  vão  decorridos  dois  séculos. 
E  mais  adeante  accrescentava,  como  complemento  da  sua 
descripção: 

<0  santo  pastorinho  acabou  a  sua  vida  em  serviço,  &  obsequio 
da  mesma  Senhora,  nilío  se  apartando  nunca  da  sua  presença, 
atè  que  morreo,  &  depois  de  morto  foy  sepultado  debayxo  do  seu 
altar ;  da  qual  sepultura  ainda  agora,  com  a  fama  da  sua  santa 
vida,  tiraõ  terra  os  devotos  por  medicina,  que  reconhecem  ser 
provada  pela  experiência  de  mais  de  3õO.  annos,  para  diversas 
enfermidades.  Tudo  isto  se  conserva  por  traição  nas  gentes 
daquelle  lugar,  &  mais  visinhos,  &  consta  do  antiguo  compromisso 
daquella  santa  Casa». 

Picturesca  e  formosa  é  a  lenda,  como  se  mostra  pelas  pala- 
vras de  Fr.  Agostinho,  —  e  formosa  outrosim  a  estampa  que 
logrei  adquirir,  estampa  rectangular  (cuja  lamina  mede  0"^,360 
de  altura  por  0™,345  de  largura),  estampa  que  faz  honra  ao  seu 
delineador  Joaquim  Carneiro  da  Silva  e  ao  gravador  (entSo 
apenas  com  15  annos  de  edade)  Gaspar  Froes  Machado. 

O  Instituto  Internacional  d'Arte  Pública  (fundado  em  Bru- 
xellas) — instituto  em  que  me  fiz  inscrever  como  representante  da 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa — publicou  já  o  2.®  volume  (Bru- 
xelles  — 1908)  da  interessantíssima  revista  que  organizou  sob  o 
titulo  UArtPuhlic,  volume  que  opportunamente  recebi,  e  que  tanto 
por  seu  texto  como  por  suas  ilIustraçSes  não  cede  em  coisa  alguma 
primazias  ao  volume  maugural  distribuído  no  anno  pretérito. 


iÒÒ  BOLKTIM  PA8  BlBUOTHECAS 


De  Braga  mando!  vir,  adquiridas  na  loja  de  um  alfarrabista, 
quatro  espécies : 

1/  —  Les  byaux  indiscrets.  (Au  Monomotapa  (logar  simulado) 

—  S.  d.  —  2  tom.  com  gravuras  em  cobre). 

A  obra  é  do  célebre  Diderot  (Diniz  Diderot).  E  a  ediçSo 
(conforme  indica  o  bibliographo  Barbier)  foi  impressa  em  Paris 
no  anno  1748). 

2.'  —  Russell  de  Albuquerque.  Conto  morai  par  um  Porti^guez, 
(Cintra  (aliás,  Londres)  — 1833). 

O  auctor  foi  Alexandre  Thomaz  de  Moraes  Sarmento,  Vis- 
conde do  Banho. 

3.' — Os  Lusíadas.  Poema  epieo  de  Luis  de  Camlks.  Nova 
edição  conforme  á  de  1817,  in-é.*^,  de  Dom  José  Maria  de  Souza 
Botelho,  Morgado  de  Matteus.  Correcta  e  dada  á  luz  por  Patdino 
de  Souza.  (Pariz — 1873  —  Com  o  retrato  do  Poeta  em  lamina 
de  metal ;  e  gravuras  em  chapa  de  madeira,  uma  para  cada  canto 
do  poema). 

4, a  —  Estatuas  sepulchraes  de  D.  Pedro  I  e  de  D.  Ignez  de 
Castro  sobre  os  seus  túmulos  no  Mosteiro  de  Alcobaça  —  Tricen- 
tenário de  Luiz  de  Camdes  —  Edição  commemorativa  do  terceiro 
anniversario.  10  de  junho  de  1883.  (S.  I. — 2  gravuras  em  ma- 
deira, precedidas  por  frontispicio  impresso). 

Exemplar  N.®  15  (em  ipapel-Chinat)  de  uma  edição  de  24 
exemplares  numerados,  exclusivamente  destinados  a  offertas  pelo 
Sr.  Annibal  Fernandes  Thomaz. 

Na  f  Livraria  Nacional  e  Extrangeira»  de  José  António  Ro- 
drigues  &  C.^  adquiri  também  duas  espécies  para  a  nossa  «Ca- 
moniana» : 

1/ — Obras  de  Luis  de  Camões — Os  Lusiadas.  (Strasburgo 

—  S.  d.  (1908?)  — 4  voL). 

Pertence  esta  ediç&o  á  coUecção  que  em  Strasburgo  se  está 
publicando  sob  o  titulo  tBibliotheca  Românica».  O  poema  vem 
antecedido  de  uma  larga  introducção  critica,  assignada  pelas 
inicíaes  C.  M.  de  V.  (sob  as  quaes  se  acoberta  a  Senhora 
D.  Carolina  Michaelis  de  Vasconcellos). 

2.*  —  Luiz  de  Camdes  —  Sonetos.  Edição  escrupulosamente 
revista  e  com  as  mais  notáveis  variantes.  (Lisboa — S.  d.  (1908?) 

—  Com  o  retrato  do  Poeta). 

Na  loja  do  alfarrabista  Jo&o  d'Araujo  Moraes  comprei: 
1.^ — Álbum  phototypico  e  descriptivo  das  obras  de  Soares  dos 


E  ARCHIVOS  MACI0NAE3  289 


Reis*  Precedido  d*um  perJU  do  grande  artista  pelo  Dr.  Alves 
Mendes.  (Porto  — 1889). 

2.^  — ia  Truffe  —  Par  Ad,  Chatín.  (Corbeil —  1892  — Com 
muitas  figuras  coloridas). 

3.®  —  (7  volumes  inoadernados,  em  que  se  colleccionaram 
dissertações  sobre  assumptos  de  medicina  ou  de  sciencias  aeces- 
sorias,  escríptas  algumas  em  francez,  e  a  maior  parte  em  por- 
tuguez  por  alumnos  da  Escola  Medico-Cirurgica  de  Lisboa :  — 
37  peçaS;  cujos  títulos,  por  brevidade,  aqui  nfto  especifico). 

  Livraria  de  Manuel  Gomes  (em  liquidação)  vendeu-me : 

1."  —  Mapa  Dos  confins  do  Brasil,  com  as  terras  da  Coroa 
de  Espanha  na  America  Meridional.  Pelo  Ajud^  Engenheiro  lozê 

Monteiro  de  Carvalho Anno  de  1762.  (Manuscripto  inçai- 

xilfaado  em  moldura). 

2.*  —  Hispânia  Antiqua Auctore  N.  Sanson  ChrisUa- 

niss.  Gall.  Regis  Qeographo,  (Paris  —  S.  d.). 

3.° — Carte  des  Royaumes  d'Espagne  et  de  Portugal  dans 
laquelle  sont  tracées  les  Routes  des  Postes.  Par  le  S''.  Rohert.  (S. 
1.  (Paris)  — 1757). 

4.°  —  Neuente  Generalkarte  vo^i  Portugal  und  Spanien.  Nach 
den  astronomischen  Beobachtungen  und  Karten  des  Herm  Thomas 
Lopez.  (Wien  — 1790). 

5.* — Carte  Oéographique,  Physique  &  Politique  des  Royau- 
mes d'Espagne  et  de  Portugal,  indiquant  Toutes  les  Routes  prin- 
dpales  et  la  Divisian  par  Provinces.  Accompagnée  d'une  partie 
de  l' Afrique,  donnant  toute  V Algérie  depuis  le  Detroit  de  Gibral- 
tar, jusqu^atix  Frontières  de  Tunis.  Dessinéepar  Girard  et  Charle, 
Géographe.  Nouvelle  édition.  (Paris  —  S.  d.). 

6.®  —  Carte  des  routes  de  postes  et  itinéraire  d'Espagne  et  de 

Portugal ;  par  Ch.  Picquet,  Géographe  ordinaire  du  Roi 

Dressée  par  Lapie,  IngS  Géographe.  Nouvelle  édition.  (Paris  — 
1822). 

7."  —  Adolpho  Frederico,  Conde  de  Schack — Camdes  em 
Cintra.  (Lisboa — 1891  — Exemplar  N.®  27  de  uma  ediçEo  de  50). 

Apar  da  traducção  portugueza  (em  prosa),  figura  o  texto 
alIemSo  (em  verso)  do  auctor. 

8.**  —  Bibliographie  Brésilienne — Catalogue  des  ouvrages /ran- 
çais &  latíns  relatifs  au  Brésil  (1600 —  1898)  par  A.  L.  Gar- 
raux.  (Paris  — 1898). 

9.°  —  Manud  des  Institutions  Romaines  par  A.  Bouché- 
Leclercq.  (Bourloton  — 1886). 


290  BOUBTIM  DAS  BiBLlOTHKCAâ 


10.* — Mêtaire  de  la  phãoêophie  médUévaU  préeêdie  d'icii 
aperçu  sur  la  phUoêophie  ancienne  par  M.  de  Wv^f.  (Loavain — 
1900). 

11.^  —  Henri  de  Tourmlie  —  Histoire  de  la  forwkitian  parti' 
adariête  —  L' Origine  de»  grande  peuplee  actude.  (Hesnil  (Eare) 

—  S.  d.). 

Meste  lirro  interessa-nos  muito  especialmente  o  Cap.  XXIV 
(cLa  décoaverte  dei  Jpdes  Orientales  et  Occiden tales •). 

12.* — Leê  ctdlure»  de  Varchipd  de»  Camare».  Rappori  de  IL 
le  D^  Lafont.  (Mâcon— 1902). 

13.* — Leccione»  de  Navegacúm  precedida»  de  una»  ligera» 
nodone»  de  A»tronomia  y  seguida»  de  una»  tabla»  para  facUitar 
lo»  cálculo»  náutico»  por  d  teniente  de  navio  D»  JSamón  E»trada. 
(Madrid  — 1885  —  Com  figuras). 

14.^  —  Paul  Gourret  —  Le»  pecherie»  et  le»  poi»»on»  de  la 
Méditerranée  (Provence).  (Corbeil  — 1894 — Com  109  figuras). 

15.*  —  Rivière»  canalisée»  par  F.  B.  de  Ma».  (Lavai  — 1903 

—  Com  figuras). 

16.*  —  Le»  oi»eaux  de  »port.  Par  Pierre-Amédée  PichoU  (Ver- 
sailles  —  1 903  —  Com  gravuras). 

17.*  — C7o(íe  de  la  marine  marchande  iiidien  promulgue  le  24 
octobre  1877,  modijié  par  le  décret  royal  du  3  avrU  18o  1  et  par 

la  loi  du  11  avril  1886 -  Traduit,  annoté  et  précédê  d'une 

introduction  par  Henri  Prudhomme.  (Saint-Dizier — 1896). 

18.^  —  Le»  matíère»  première»  emptogée»  en  peinture  artistique 
et  induetridle  —  Elude,  préparation,  et  remarque»  sur  le»  huilei, 
vemi»,  e»»ence»  et  couleiír»  par  Baoul  Lemoine  inginieur-chimiete 
(et)  Ch.  de  Manoir  critiçtie  d'art.  (Rouen  — 1893). 

19.* — H,~L.^Alph.  Blanchon  —  Uindustrie  de»  fleur»  artifi- 
cieUe»  et  de»  fleur»  coneervées,  (Poitiers — 1900 — Com  134  figuras). 

20.* — Baron  de  Vaux — Le»  tireur»  au  pi»tolet,  Préfojce  par 
Quy  de  Maupa»»ant,  (Paris  — 1883  —  Exemplar  N.*  95  de  uma 
edição  de  600). 

Vem  adornada  a  obra  com  muitos  retratos  (entre  esses,  o  do 
auctor). 

21.''— Traité  de  Vépée  par  Claude  La  Marche,  (Paris— 1884 

—  Com  gravuras  —  Exemplar  N.*  179  de  uma  edição  de  200). 

22.®  —  Théoi*ie  pratique  de  Vescrime  par  Camílle  Prévost, 
Avec  préface  et  notice  par  Eme»t  Legouvé,  (Corbeil  —  1886  — 
Com  gravuras). 

23.* — Vigeant  mattre  d* arme»  à  Pari» — Ma  CoUecticn  d'Es' 
crime.  Préface  d*Émile  Gautier,  Poé»ie  de  Loui»  TierceUn.  De»»ins 


K   AKCHIVOS   NAOIOKAKH  291 


de  Frid.  Régamey.  (Paris  — 1892  —  Exemplar  N.*  78  de  uma 
ediçfto  de  200). 

Entre  as  gravuras  figura  uma,  que  representa  no  seu  gabi- 
nete de  trabalho  o  auctor  do  livro. 

24.*^  —  Anfiguos  tratados  de  Esgrima  (siglo  xvii)  nitevamente 
impresos  por  D,  L.  d'Orvenipe,  (Madrid  — 1898). 

Abrange  este  volume  a  reproducç?lo  de  três  atratadosi»,  a 
saber : 

a)  Modo  fácil  y  nvevo  para  examinarse  los  Maestros  en  la 
Destreza  de  las  Armas,  Y Entender  sus  den  conclusiones,  6  formas 

de  saber Por  Don  Lvis  Pacheco  de  Naruaez.  (Madrid — 

1625). 

b)  Advertências  para  la  enséHanza  de  la  filosofia,  y  destreza 
de  las  armas,  assi  á  piá  como  á  cavaUo Por  D,  Lvis  Pa- 
checo de  Narvaez.  (Pamplona—  1642). 

c)  Desengano  de  la  espada  y  norte  de  diestros  compvesto  por 
Christoval  de  Cala.  (Cadiz  — 1642). 

25.* — Uescrime  à  Vépée — TVaité  d' armes  adopte  par  VÉcole 

d'EscTÍme  à  VÈpée  de  Paris,  Par  A.  Spinnetoyn et  Paul 

Manoury,  (Tours  —  1 898  —  Com  gravuras). 

26.® — Conseils  pour  les  duels  à  Vépée,  au  Jleuret,  au  sabre  et 

au  pistolet  par  le  Prince  George  Bibesco et  le  Duc  Féry 

d'Esclands,  (Paris  — 1900). 

27.®  —  General  Bourelly  —  Le  duel  et  Vescrime  dans  Varmée 
en  France  et  à  Vétranger,  Les  trihunaux  d*honneur.  (La  Rochelle 
— 1900). 

28.®  —  Une  vieãle  cite  de  France.  Meims,  Monuments  et  his* 

toire  par  Hippolyte  Bazin Avec  la  collaboration  de  M.  P. 

Aubin»  Ouvrage  orne  de  257  héliogravures  en  camaíeu,  (Paris — 
1900  — Exemplar  N.®  159  de  uma  ediçfto  de  1000). 

29.®  —  Progr^  de  la  defense  des  Êtats  et  de  la  fortifcation 
permanente  depuis  Vauban  par  le  General  Brialmont,  (Bruxelles 
—  1898).     • 

O  volume  do  texto  vem  acompanhado  por  um  atlas  de  figuras 
lithographadas. 

30.®  —  Deiíx  cents  patiences  NapoUon,  (Paris — S.  d. — Com 
as  respectivas  figuras  que,  estampadas  a  vermelho  e  preto,  indicam 
a  disposiçUo  das  cartas). 

31.® — Monuments  primitifs  des  lies  Baleares  par  Emile  Car- 
tailhac — Avec  61  photogravures  hors  texte  et  80  plans  ou  dessins, 
(Paris  — 1892). 

32.®  —  Nids  et  Berceaux,  Par  les  Auteurs  des  tjleures  En- 


292  BOLETIM  DÀ8  B1BU0THECA8 


fantinest  et  de  ^Quenottee  et  Menottea*,  Texte  par  Emest  d^Her- 
viUy IHustrations par  Harriett  M.  Bennett.  (Paris — S.  d.). 

Uma  appetitoea  publicação,  appetitosa  e  luxuosa,  appetítosa 
nSo  somente  para  creanças,  mas  inclusivamente  para  adultos! 

33.® — Anatomie  ãémeniaire  de  la  main  et  du  pied par 

Etienne  Ràbaud,  (Tours — 1901  — Com  figuras  chromo-lithogra- 
pfaadas  em  laminas  sobrepostas). 

34.® — E.  Doyen — Étiologie  et  Traitement  du  Câncer.  Avec 
174  photo-micrographies.  (Paris  —  1904). 

35.® — John  Crrand- Cárter  et  —  Vieux  Papiers^  Vieilles  Images. 
Cartone  d'un  CoUectioneur  —  461  Oravures  documentaires  dans 
le  texte  &  6  Planches  hore  texte  dont  6  coloriies,  (Paris — 1896). 

Publicaç&o  interessantíssima,  que  oxalá  tentasse  algum  dos 
nossos  colleccionadores  imitar  em  relaç&o  a  coisas  portuguezas, 

—  publicação  interessantíssima,  e  originalíssima,  e  fundamental- 
mente suggestiva! 

Í6.^  —  lUustrirte  Mythólogie Von  Dr.  Heitnann  GôU. 

(Leipzig — ^1870 — Com  abundantíssimas  e  mui  curiosas  gra- 
vuras). 

37.®  —  Novo  Diccionario  Portug^iez-Allemio  e  Allemão-Por- 
taguez por  A.  Enenkel  e  Souza  Pinto.  (Paris —  1900). 

38.®  —  Di-alogos  de  Portuguez  e  Africanse  —  Samespraak  in 
Portugees  en  Afrikaans  —  Por  Deur  Paião  Amado  de  Mdlo 
Ramalho,  (Aveiro  — 1901), 

39.®  —  Henri  Loi^in  —  L' Afrique  à  Ventrée  du  vingtième  siècle. 
Lepaye  et  lee  indighie».  La pénétration  européenne.  (Dijon — 1901 

—  Com  o  respectivo  mappa  geograpbico,  em  fl.  desdobrável). 

De  França  mandei  vir  as  espécies  que  passo  a  mencionar 
(qnatorze  em  número): 

1.'  —  Achile  Luchaire — Innocent  III — Lee  royautée  vassales 
du  Saint-Siige.  (Coulommiers  — 1908). 

Pertence  ao  Instituto  de  França,  e  é  mui  conceituado  publi- 
cista, o  auctor  d'esta  obra,  que  abrange  cinco  longos  capítulos, 
no  primeiro  dos  quaes  (subordinado  á  epigraphe — «Les  États 
de  la  Peninsule  Ibérique»)  se  tratam  assumptos  da  Historia  Portu- 
guesa, concernentes  aos  reinados  de  D.  Sancho  I  e  D.  Affonso  U. 

2.*  —  Albert  Savine — La  Cour  Galante  de  Charles  IId'après 
Us  Documente  d'Archives  et  les  Mémoires,  (Qrand-Montrouge — 
S.  d.  — 1908). 

Eutre  as  muitas  gravuras  que  este  volume  illustram  (retratos 
e  vistas)  figura  duas  vezes  retratada  (em  reprodncçSo  de  espécies 


E  AKGHIVOS  NAGIONAES  293 


ioónicas  do  tempo)  a  nossa  Infanta  D.  Catharina,  filha  d'El-Rei 
D.  Joio  IV,  e  esposa  do  monarcha  ínglez. 

3.*  —  Albert  Savine  —  UAbdication  de  Bayonne  d'après  les 
Documente  d^Archives  et  les  Mémoires.  (Grand-Montrouge  (Sei* 
ne)  —  S.  d.  (1908) — Com  abundantes  retratos,  caricataras  e 
vistas). 

4/  —  Anthologie  des  chefs-d^oauvre  daseijueê  de  toxUee  les 
qpoques  et  de  tous  les  pays  — Vinde.  La  UUérature  sanscrite  par 

Georges  FriUey  —  Préface  de  E.  Ledrain avec  un  essai 

sur  Vinde  et  V Occideiit  par  Charles  Simond.  (Paris — S.  d.  (1908) 

—  Com  estampas). 

5.*  —  Anthologie  des  chefs-d^ceuvre  dassigues  de  toutes  les  épo* 

guês  et  de  tous  les  pays — La  Grèce  littércríre  par  Raoid  Vèze 

avec  Préface  de  Fatd  Risson et  une  Êtude  sur  le  génie  grec 

par  Charles  Simond,  (Paris  —  S.  d.  (1908)  —  Com  estampas). 

6.* — Charles  Lemire  —  Jules  Verne.  1825-1905 — UHomme. 
UÊcrivain.  Le  Voyageur.  Le  Citoyen.  Son  Oeuvre.  8a  Mémoire. 
Ses  Monuments.  (Nancy  — 1908  —  Com  illustraçSes,  entre  as 
quaes  o  retrato  do  auctor  e  vários  retratos  do  biographado). 

7,*  —  Paulus.  Trente  ans  de  Café-Concert  —  Souvenirs  re- 
cueUlis  par  Octave  Pradier.  (Paris  — S.  d.  (1908?)  — Com  300 
illastrações ;  e  60  cançonetas,  acompanhada  a  lettra  da  poesia 
pela  respectiva  musica). 

Em  pag.  358  a  360  refere  este  livro  o  apparecimento  de 
Paulus  nos  palcos  lisbonenses. 

8.*  —  La  VaUur  de  VArt  par  QuiUaurne  Dubufe,  (Paris  — 
1908). 

9.* — Essais  sur  le  regime  des  custes  par  C.  Bauglé.  (Char- 
tres—1908). 

10.* — Sociologie  de  Vaction.  La  génese  sociaU  de  la  raison  et, 
les  origines  ratioiídles  de  Vaction.  Par  Euglne  de  Roberty.  (Cou- 
lommiers  — 1908). 

11.*  —  Physionomie  d^un  caractere.  Essai  de  physiognomonie 
scientijique  par  le  D''  Paul  Hartenberg.  (Chartres — 1908 — Com 
figuras). 

12.*  —  La  Psychologie  inconnue.  Introduction  et  contribution 
à  Vétude  expéi^imentale  des  sciences  psychiques  par  Èmile  Boirac. 
(Évreux— 1908). 

13.*  —  Psychologie  d'uue  rdigion  par  O.  Revault  d^AUonnes* 
(Sens  — 1908). 

Abrange:— «Quillaume-Monod  (1800-1896)  — Sa  divinitó 

—  Ses  prophètes  —  Son  église  —  Le  Messianismo  et  le  Prophé- 


BOLETIll  DAS  llI&LIOtHECAS 


tieme  ancians  et  moderoes  —  La  psjoliologie  de  la  révélation  et 
de  l'inBpiratioiii. 

14,*  —  Etudeê  d'hUtoire  et  de  paychologie  du  Myiticitme.  La 
grandt  myttiquea  chrétiem.  Par  Henri  Delaeroix.  (Chartres  — 
1908). 

Abrange: — ^^«Sainte  Thérèse — Madame  Gu^on — Subo — Le 
développement  ães  étata  myBtiques  —  L'expérieDce  mystiquei. 

De  Inglaterra  (uma  espécie) : 

Portugwne  East  Africa.  Tke  kistory,  scenet-i/,  &  great  game 
ofManica  and  Sofala.  By  R.  C.  F.  Maugkam  H.  B.  M.  Contai 
for  the  dittríctt  of  Mozambiqve  and  Zamhezia,  and  for  the  Urri- 
tory  of  Manita  and  Sofala.  (London  —  1 906  —  Com  am  nappa 
do  território  de  Manica  e  Sofala,  e  abundantes  phototypiaa). 

Da  Suissa  (uma  espécie): 

Manuel  de  gymnastiqite  Èuéãoise  ã  1'taage  det  écoUê  prímaire* 
par  C    fí.   Liedbeck  —  Traduit  sur  la  seconde  édition  médoiie 

par  M.  le  ly  Jentzer et  M"'  Stína  Béronius —  TroisKme 

idition  revue  et  augmeidée.  (tíenève  —  S.  d.  —  Com  figuras). 

Da  Ãllemanha  (uma  espei-ie): 

Dat  Einzeluoknhaug  der  Neuzeit.  Herauêgegeben  von  Etich 
Haenel  vnd  Heinrich  Tscharmann.  (Lieipzig — 1907 — Com  muitas 
illustraçSes,  coloridas  parte  d'ellas). 

Da  Áustria  (uma  espécie) : 

Die  MeUterwerke  der  Bavkunai  ín  Portugal — Nach  photo- 
grapkischen  Axtfnahmen  herauêgegeben  von  ly  F.  W.  Feilchenfeld. 
I.  Dai  Kloster  tãoi  Jeront/mof  ai  Betem.  HO  Tafeln  m  Licht- 
druck.  (Wien— 1907). 

Conatitue  este  volume  collecçào  de  30  lithographiaB  formosis- 
aimaa,  —  e  representa  o  primeiro  de  uma  annunciada  serie  de 
projectados  yolumes  em  que  devem  figurar  outras  obras-primas 
de  monumentos  portuguezes. 

Da  Itália  (trea  espécies): 

1,'  — £«enijg'  dí  Scrilfitra  Latina  dei  aecolo  ./.  deWera  mo- 
'  ma  ai  .XVlil.  racolti  da  E.  Monaci — Nuova  ediziane.  (Roma 
■S.  d.). 

Abrange  43  exemplares  de  reproducçilo  fac-simile  esta  coU 
:{Jto  organizada  por  Ernesto  Monaci. 


H  ARCtltVOS  KACI0NAK8  295 


2.* — Comm.  Cario  nobile  Padiglione -^  Motti  degli  Ordini 
cavallereschi,  deUe  Medaglie  e  Croci  decorative  di  tutto  U  Mondo 
e  di  iutti  i  ternpu  (NapoU  — 1907). 

O  titulo  da  obra  implicitamente  nos  indica  o  interesse  das 
matérias  que  eila  contêm, — interesse  que  mais  e  mais  se  avoluma 
pela  conhecida  erudição  do  auctor,  o  Sr.  Commendador  Carlos 
Padiglione,  Bibliothecarío- Chefe  na  Bibliotheca  Nacional  de  Ná- 
poles. 

Incontram-se  nesse  livro  descriptas  várias  medalhas  portu- 
guezas. 

3.*  —  Oaetano  Cario  Mezzacapo  —  Storia  dei  Poi-toghesi. 
Volume  I.  (Napoli—  1907-1908). 

Sub-intitula-se  este  primeiro  volume :  —  «LWigine  e  Taffer* 
mazione  nazionale  (dai  piu  antichi  tempi  ai  138õ  d.  C.)>. 

Três  volumes  deve  comportar  (segundo  se  annuncia  no  res- 
pectivo prospecto)  a  «Historia  dos  Portuguezes»  que  o  Sr.  Dr. 
Caetano  Carlos  Mezzacapo  está  dando  á  publicidade. 

Do  nosso  «Inventario  GeraU  publicaram-se  ínais  20  cadernos, 
assim  distribuidos : 

Na  Secç&o  de  «Sciencias  civis  e  politicas»  o  caderno  3.®  da 
2.^  serie  (alcançando-se  nesta  o  N.^  542  da  inventariação  res* 
pectiva) ; 

Na  SecçSò  de  «Sciencias  e  Artes»  os  cadernos  12.^  a  20.® 
da  1.*  serie  (em  que  se  attinge  o  N.®  2:523): 

Na  Secção  de  «Philologia  e  Bellas-Lettras»  o  caderno  IIO.^' 
da  serie  1.*  (onde  já  entra  o  N.®  11:676),  o  caderno  68.®  da 
serie  2.*  (em  que  se  chega  ao  N.®  6:900),  e  o  caderno  66.°  da 
serie  3.^  (em  que  se  alcança  o  N.®  3:951) ; 

Na  Secção  do  aÂrchivo  de  Marinha  e  Ultramar»  os  cadernos 
49.®  a  55.®  (exclusivamente  occupados  pela  continuação  dos  «Ín- 
dices» de  nomes)  do  Yol.  ii  concernente  aos  documentos  da 
Madeira  e  do  Porto-Santo. 

Foi  pelo  nome  do  Sr.  Coronel  d'Ârtilharia  João  Maria  Jallcs 
que  tive  o  gosto  de  incetar  o  presente  Relatório;  e  por  esse 
mesmo  nome  se  me  offerece  agradável  ensejo  de  o  rematar, — 
pois  que,  no  momento  preciso  em  que  eu  me  propunha  incerrar 
minha  escripta,  me  appareceu  obsequiosamente  aquelle  generoso 
doador  oiFerecendo  á  Bibliotheca  mais  15  publicações,  de  que 
passo  a  fazer  menção : 

1  .*  —  Des  moyens  d^augmenter  la  production  ei  de  prolonger 


296 


fiOLKTlM  DAS  BIBLIOTHKCAS 


la  conservatíon  du  cheval  de  guerre — ErUretien par  M» 

E,  Decraix  véterinaire  militaire.  (Paris  — 1874), 

2/  —  La  production  et  Vélevage  du  eheval  de  guerre  en  France, 
Par  Mauriee  de  Oasté.  (Paris  —  1888). 

3.^  —  Le  eheval  d'Arfillerie.  Par  P.  C.  (Paris  — 1889). 

4.*  —  Le  Prince  Kraft  de  Hohenlohe-Ingelfingen  —  Lettre$ 

sur  1'ArtUlerie —  Traduites par  Eniest  JaegU,  (Coulom- 

miers  — 1886). 

5.' — Le  Prince  Kraft  de  Hohenlohe-Ingelfingen — Lettres  9ur 
VArtUlerie — Supplément  (Réponse  à  différentes  questione).  (Cha- 
tillon-sur-Seine  — 1888). 

6.*  —  Eviploi  de  Vartillerie  tur  le  champ  de  bataille  en  Franee 
et  à  Vitranger  (Àllemagne,  Autriche,  Russie) — Conférence  faite 
par  M.  le  lieutenaut-colonel  Lebon.  (Nancy —  1894). 

7.*  —  Etude  eur  le  service  de  Vohsei^vation,  le  service  de  sureti 
et  la  tranemiesion  des  ordrespar  l'aríillerie  de  campagne  allemande. 
Par  L.  FerruB.  (Nancy — 1894  —  Com  1  estampa). 

8.*  —  A  perequaçào  nas  promoções  dos  officicíes  do  exerdio — 
A  propósito  do  folheto,  ha  pouco  publicado,  que  condemna  o  pro- 
jecto de  lei  militar  denominado  adas  graduações  9,  (Lisboa — 1880). 

Prodacç&o  anonyma  do  Capitão  de  Artilharia  (já  hoje  falle- 
eido)  Augusto  César  de  Andrada  Mendoça. 

9.*  —  Breve  noticia  de  Portugal  sob  o  ponto  de  vista  geogra- 
phico  t  militar  por  Joaquim  Eviygdio  Xavier  Machado.  (Lisboa 
—  1880). 

10.*  —  O  requerimento  dos  coronéis — Compilação  dos  artigos 
que  acerca  doeste  assumpto  foram  publicados  em  números  succes- 
sivos  do  jornal  «O  Povo  Ultramarino»,  (Lisboa — 1881). 

Producç&o  anonyma  de  Sebastião  Chaves  de  Aguiar. 

11."  —  Questões  militares  —  Tratadas  na  Camará  dos  Senho- 
res Deputados  nas  sessões  de  ô,  7  e  9  de  junho  de  1888  pelo 
Ex,*"^  Sr.  Deputado  Sçbastiao  de  Sousa  Dantas  Baracho,  Major 
do  estado  maior  de  cavallaria  na  parte  que  diz  respeito  ao  Poly- 
gono  das  Vendas  Novas  e  eatábdecimenios  fabris.  (Lisboa — 1889.) 

Producyão  ànonyma  de  João  Manuel  Cordeiro. 

12.* —  O  folheto  €  Africa  Orientah  do  Sr.  Joaquim  Narciso 
Renato  Descartes  Baptista,  Engenheiro  da  Gamara  Municipal  de 
Lisboa,  sócio  de  varias  sociedades  e  associações,  etc,  etc,  etc.  e 
o  Commandante  do  corpo  expedicionário  a  Moçambique.  (Lisboa 
— 1894). 

Producção  de  Manuel  d' Azevedo  Coutinho  (então  Coronel 
d'Infantaria). 


k  AUCBivos  NACioHÀiââ  2Ô7 


13.*  —  O  que  é  e  o  que  deve  ser  o  sargento.  Por  J.  li.  C 
(Lisboa  — 1903). 

Sob  as  três  iniciaes  crjptonymicas  acoberta-se  o  anctor  José 
Maria  Carrilho. 

14.*  —  These  sociológica  —  Synopse  extrahida  d'um  manu* 
scripto  de  correspondência  particular  entre  dois  professores  mili* 
tares,  (Lisboa — 1906). 

Producçfto  do  General  reformado  José  Maria  Couceiro  da 
Costa. 

15.* — Na  Turkestina — Aventuras  de  Fajardo.  (S.  1.  — 1898). 

Constitue  este  folheto  uma  verrina  violentíssima  de  auctor 
anonymo,  contra  certo  Ministro  d^Estado  (já  hoje  fallecido). 

Deus  Guarde  a  V.  Ex/  —  Bíbliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
em  30  de  Septembro  de  1908.  — 111.*^  e  Ex.™«  Senhor  Conse- 
lheiro Bibliothecario-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da 
Cunha. 


7.«  ANNO,  N.»  3  9 


298  BOLKtlil  UAS  BlliLlOtllECAS 


BIBUOTHEGAS  E  ARCHIVOS  NACIONAES 


SECRETARIA  GERAL 

Perante  o  Conselheiro  Bibliothecario-Mór  do  Reino  está 
aberto  concurso  publico,  durante  o  prazo  de  trinta  dias,  a  contar 
da  data  da  inserção  doeste  annuncio  no  Diário  do  Governo,  para 
o  provimento  de  um  logar  de  segundo  amanuense-escripturario 
da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  com  o  vencimento  annual  de 
162jJ000  réis, 

O  concurso  constará  das  provas  escriptas,  na  conformidade 
do  artigo  38.°  do  decreto  n.*  6,  de  24  de  dezembro  de  1901  e 
do  artigo  144.**  do  regulamento  da  mesma  Bibliotheca  Nacional, 
approvado  por  decreto  de  29  de  janeiro  de  1903. 

Os  requerimentos  deverão  ser  instruidos  com  os  seguintes 
documentos : 

I.  Certidão  de  idade; 

II.  Documento  comprovativo  de  haver  satisfeito  ás  prescri- 
pçõis  do  recenseamento  militar; 

III.  Attestado  de  bom  comportamento  moral  e  civil  e  certi- 
ficado do  registo  criminal; 

IV.  Attestado  medico  de  ter  sido  vacinado  e  nâo  padecer  de 
moléstia  contagiosa ; 

V.  Certidão  de  exame  de  instrucçâo  primaria  do  2.®  grau 
e  quaesquer  outros  documentos  de  habilitaçSes  litterarias. 

A  forma  do  concurso  será  regida  em  conformidade  com  as 
disposições  dos  artigos  129.'*  a  132.'*  e  144. <>  a  146/*  do  citado 
regulamento. 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em 
10  de  julho  de  1908.  —  O  Conselheiro  Bibliothecario  Mór  do 
ReinO;  José  de  Azevedo  Castello  Branco, 

(Diai-io  do  Governo,  n.°  153,  de  13  de  julho  de  lò08). 


K  ÁKCH1V08  ífÁClO^ÂEÉ  S9d 


BIBLIOTHEOA  NACIONAL  DE  LISBOA 


REGISTO  DE  PROPRIEDADE  IITTER&RU 


Ol>]?as  entr^adas   no   anno   de    190S 


Jullio 

Em  cumprimento  do  disposto  no  artigo  605.®  do  Código  Civil 
86  faz  publico  que  no  mês  supradito  foram  registadas  nesta 
bibliotheca  as  seguintes  publicações : 

Pela  Livraria  Editora:  «Para  as  crianças»,  Setúbal,  como  editora. 
—  «A  arvore  cortada»,  por  Paulino  de  Oliveira.  Typographia 
'do  Annuario  Commercial,  1908.  —  In-12.**  de  20  paginas. 

Pela  Livraria  Clássica  Editora  de  A.  M.  Teixeira  e  Commandíta, 
como  editora: 

—  FernUo  Corte  Real:  «Suave  castigo»,  Lisboa,  1908.  —  Porto, 

Imprensa  Portugueza.  —  In-8.*  de  80  paginas. 

—  Pereira  Barreto:   «Selvas  e  Céus»,  Lisboa,  1908.  —  Porto, 

Imprensa  Portugueza.  —  In-8.®  de  232  paginas. 

—  Cândido  de  Figueiredo:  «A  ortographia  no  Brasili,  Lisboa, 

1908.  —  Porto,  Typographia  da  Empreza  Literária  e  Typo- 
graphica.  —  In-8.°  de  200  paginas. 

—  Moysés  Marcondes:  «Poesias»,  Lisboa,  1908.  —  Porto,  Im- 

prensa Portugueza.  —  In-8.®  de  2Õ6  paginas. 

—r  Charles   Gide:   (tAs   sociedades   cooperativas  de  consumo», 


I 

1 


300  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Lisboa,  1908.  —  Porto,  Typographia  da  Empreza  Literária 
e  Typographica.  —  In-8.®  de  204  paginas. 

—  Júlio  Moreira:  «Estudos  da  lingua  portugueza».  —  Lisboa, 

1907.  —  Porto,  Typographia  da  Empreza  Literária  e  Typo- 
graphica. —  In-8.®  de  232  paginas. 

—  Júlio  Ribeiro:  «Cartas  sertanejas».  —  Lisboa,  1908.  —  Porto, 

Typographia  Santos.  —  In-8.®  de  230  paginas. 

-—Paulo  Doumer:  «O  livro  de  meus  filhos».  —  Lisboa,  1908. — 
Porto,  Imprensa  Portugueza.  —  In-8.*  de  428  paginas. 

—  Ad.  Baptista  Ramires:  «Leitaria  moderna».  —  Lisboa,  1908. 

Porto,  Typographia  Santos.  —  In-8.®  de  276  paginas. 

Por  José  Miranda  do  Valle,  como  autor : 

—  «Influencia  do  Herd-Books  no  aperfeiçoamento  das  raças  bo- 
vinas».—  Lisboa,  1908,  Typographia  Mendonça,  —  In-12.® 
de  24  paginas. 

—  «Notes  sur  l'anesthésie  des  animaux  domestiques». — Lisbonne, 

1907,  Imprensa  La  Bécarre.  —  In-12.^  de  24  paginas. 

Por  António  A^  R.  da  Cunha,  como  editor:  «Cynthia»,  dois 
tomos.  —  Lisboa,  1907,  Imprensa  Africana.  —  In-8.*»  de  36 
paginas  o  primeiro  tomo  e  de  32  paginas  o  segundo  tomo. 

Por  Gregório  Augusto  de  Sousa  Mendonça,  como  autor:  «Lista 
geral  de  antiguidades  dos  sargentos»,  etc. — Lisboa,  1908, 
Imprensa  Nacional.  — In-8.**  de  82  paginas. 

Por  Manuel  Henriques,  da  Trafaria,  como  editor:  «16  bilhetes 
postaes  illustrados». 

Por  António  Álvaro  de  Oliveira  Neves,  como  autor,  editor  e 
proprietário:  «Coija».  Lisboa,  1908.  Typographia  Moraes, 
Porto.  — In-8.°  de  16  paginas. 

Por  José  Duarte  Ramalho  OrtigSo,  como  autor:  «Rei  D.  Carlos, 


£  ÂBCHIVOS  KACIONAES  301 


0  Martyrisado».  Lisboa,  1908.  Typographia  A  Editora. — 
In-12.''  de  20  paginas. 

Por  Thomás  Bordallo  Pinheiro,  como  editor  e  proprietário : 

—  «Manuel  do  electricista».  Lisboa.  Typographia,  Rpa  Ivens, 
n.®  45. — In-12.®  de  380  paginas.  Autor,  Alberto  de  Castro 
Ferreira. 

—  ((Elementos  de  historia  da  arte»,  volume  2.®,  Lisboa,  Typo- 

graphia, Rua  Ivens,  n.®  45. — In-4.*  de  140  paginas. 

--  «Industria  alimentar»,  por  Pedro  Prestes.  Lisboa,  Typogra- 
phia, Rua  Ivens,  n.®  45.  —  In-4.*^  de  116  paginas. 

—  «Construcçâo  civil»,  por  J.   E.  dos  S.  Segurado.  Volume  il. 

Lisboa.  Typographia,   Rua  Ivens,  n.®  45.  —  In-4.*'  de  124 
paginas. 

Por  Joaquim  José  Teixeira  Bastos,  como  editor  e  proprietário : 
A.  Aires  Pacheco:  ((No  templo  dos  Jerónimos»,  oração  fú- 
nebre. Lisboa,  1908. — Typographia  Castro  Irmão. — In-12.** 
de  24  paginas. 

Pela  Empreza  Nacional  de  Navegação,  como  editora  e  proprie- 
tária: «Guia  do  viajante  em  Portugal  e  suas  colónias  em 
Africa». — Lisboa,  1907.  Typographia  de  Christovam  Au- 
gusto Rodrigues. — In-8.®  de  482  paginas. 

Por  Valentim  Júnior,  como  autor: 

—  f Geometria  no  espaço».  —  Lisboa,  Lythographia  Borges. — 

1  folha  de465"'™xl84"". 

—  c Geometria  plana». — Lisboa,  Lythographia  Borges. — 1  folha 

de  466"»™  X  180'"". 

Pela  Livraria  Chardron,  como  editora: 

—  Ernesto  Haeckel:  «Religião  e  evolução».  —  Porto,  Imprensa 

Moderna. — In-8.*  de  160  paginas. 


302  BOLETIM  DAS  BmLiOTItECAâ 


—  Padre  António  Vieira:  iSerinSeB».  Volume  ix. — Porto,  Im- 
prensa Moderna,  1908.  —  In  8.^  de  416  paginas. 

Por  *E.  Coelho,  como  editor:  José  Bacellar:  tTerra  livre». — 
Lisboa,  Imprensa  LucaS|  1908.  —  In-8.®  de  16  paginas. 

Por  António  Augusto  de  Barros  Almeida  e  José  Eugénio  Car- 
deira,  como  autores:  «Ligeiras  noções  de  seiencias  naturaesi. 
2.*  edição.  —  Lisboa,  1905.  Typographia  Adolpho  Mendonça. 
—  In-8.®  de  74  paginas. 

Pela  Livraria  Chardron,  como  editora:  Garcia  Redondo:  a  Através 
da  Europa.  Impressões  de  viagem».  —  Porto,  1908.  Imprensa 
Moderna  de  Manuel  Lello.  —  In-8.°  de  338  paginas. 


Como  rectificação  ao  registo  de  propriedade  literária  relativo 
ás  obras  registadas  em  junho  próximo  passado,  declara-se  que  o 
deposito  das  cinco  obras  seguintes  foi  feito/ não  pelo  respectivo 
traductor  Eduardo  de  Barros  Lobo,  mas  sim  por  Guimarães  & 
C.*,  como  editores: 

1.^  cUm  conchego  de  solteirão». 

2.*  fUm  começo  de  vida». 

3.'  clllusões  perdidas». 

4.*  «Esplendores  e  misérias  das  cortesãs». 

5.*  «A  ultima  encarnação  de  Vautrin». 


Agosto 


Por  Abilio  Monteiro,  como  autor,  editor  e  proprietário:  «O  ca- 
racter revelado».  —  Porto,  Typographia  Universal,  1908. — 
In-8.**  de  370  paginas. 

Por  Eugénio  da  Cunha  Pimentel,  como  autor  e  proprietário: 
«Grammatica  ingleza,  1.*  edição».  —  Porto,  Typographia 
Carmelitas,  102  a  106. — In-8.^  de  91  paginas. 


E  ARCHIVOS  NACIONAEg  303 


Por  Jo^o  CarneirOy  como  editor:  tGeraçJlo  e  fecundação »,  pelo 
Dr.  Désormeaux. — Lisboa,  Typographía  de  A.  M.  Antunes 
— In- 16.®  de  52  paginas. 

Por  D.  José  de  Sousa  Coutinho,  como  autor:  cA  questão  das 
joiasD  (impropriamente  chamadas  de  D.  Miguel).  —  Lisboa, 
Imprensa  Lucas,  1908.  —  Iu-8.*  de  106  paginas. 

Por  D.  José  de  Sousa  Coutinho,  como  autor:  «Relatório  sobre 
os  direitos  que  os  herdeiros  da  Sereníssima  Senhora  Infanta 
D.  Anna  de  Jesus  Maria  teem  ao  quinhão  que  á  mesma 
Augusta  Infanta  pertenceu  do  espolio  de  seus  Augustos 
Paes».  —  Lisboa,  Imprensa  Lucas,  1908.  —  In-8."  de  106 
paginas. 

Pela  Parceria  António  Maria  Pereira,  como  editora: 

—  Guy  de  Maupassant:  «Historia  de  uma  mulher». — Lisboa, 

Typogi^aphia  da  Parceria,  1907. —In-8..®  de  344  paginas. 

—  Sanches  de  Frias:   «Ersilia  ou  os  amores  de  um  poeta». — 

Lisboa,  Typographia  da  Parceria,  1908. — In-8.°  de  516  pa- 
ginas. 

—  Caiei:    «Retalhos   de   verdade».  —  Lisboa,   Typographia  da 

Parceria,  1908.  —  In-8.°  de  254  paginas. 

—  Visconde  de  S.  Boaventura.  «A  pasta  de  um  jornalista».  — 

Lisboa,   Typographia  da  Parceria,    1908.  —  In-8.®  de  226 
paginas. 

—  Brito  Aranha:  «Factos  e  homens  do  meu  tempo»,  tomo  ii. — 

Lisboa,   Typographia  da  Parceria,   1908.  —  In  8."  de  294 
paginas. 

—  Ladislau  Batalha:  «O  negativismo».  —  Lisboa,  Typographia 

da  Parceria,  1908.  —  In-8.®  de  462  paginas. 

—  Padre  Senna  Freitas:  «Ao  veio  do  tempo».  —  Lisboa,  Typo 

graphia  da  Parceria,  1908.  —  In-8.®  de  359  paginas. 


304  BOLETIM  DAS  SUlLiIOTHECAS 


—  Camillo  Castetio  Branco:  «Os  martyres»,  tradosido  de  Cha 

teaabríand,  3/  ediçlo,  2  volumes. — Lisboa,  Typographia 
da  Parceria,  1908. — Iq-8.®  de  272  paginas  o  1.*  volume,  e 
de  268  paginas  o  2.^  volume. 

—  Camillo  Castello  Branco:  «Um  livro»,  5.*  ediçio.  —  Lisboa, 

Typograpbia  da  Parceria,  1908.  —  In-8.*  de  266  paginas. 

—  Camillo  Castello  Branco:   c  sereia»,  4.^  ediç^.  —  Lisboa, 

Tjpographia  da  Parceria^  1908.  —  In-8.'  de  263  paginas. 

Por  António  Pinto  de  Oliveira,  como  editor :  «Directório  do  re- 
tiro mensal»,  por  um  presbytero  Filho  de  Maria,  l.^ediçlo, 
Felgueiras.  —  Porto,  Typographia  Fonseca  &  Filho,  1908. 
—  In-8.*  de  302  paginas. 

Pela  Livraria  Ferreira,  como  editora:  «Lux  Perpetua»,  écloga 
á  memoria  de  D.  Jo2o  da  Camará.  Versos  de  Henrique  Lopes 
de  Mendonça,  musica  de  Augusto  Machado,  desenho  de 
Columbano.  —  Lisboa,  Typographia  do  Annnario  Commercial, 
1908.  —  In-12.«  de  23  paginas. 


Setembro 

Por  Florêncio  J.  L.  Sarmento,  como  autor:  «No  tempo  dos 
francezes».  Comedia-drama.  —  Lisboa,  Imprensa  Libanio  da 
Silva,  1908.  In-8.''  de  86  paginas. 

Por  Martins  &  Silva,  como  editores:  cEl-Rei  D.  Manuel  II». 
Dois  bilhetes  postaes  com  o  retrato  de  Sua  Majestade. 

Por  José  António  Rodrigues  <Jc  C.*,  como  editores:  «D.  Manuel 
II,  Rei  de  PortugaU.  Um  bilhete  postal  representando  Sua 
Majestade  montado  a  cavallo. 

Por  António  Palhares,  como  editor:  aSua  Majestade  EI-Reí 
D.  Carlos  I  e  a  sua  obra  artística  e  scientiiica».  —  Lisboa, 
1908,  Typographia  da  Empreza  da  Historia  de  Portugal, 
In-4.**  de  94  paginas. 


K  ARCHIVOS  NACIONAES  305 


Por  JoSo  Carneiro,  oomo  editor:  tÁmor  e  segurança»,  pelo  Dr. 
Brennus,  traducçSo  de  A.  de  Castro.  —  Lisboa^  Typographia 
de  A.  M.  Antumes.  In-16.^  de  32  paginas. 

Por  Amália  Luazes  dos  Santos  Monteiro  Leite,  como  autora, 
editora  e  proprietária:  cMethodo  legográphico.  Cadernos 
n.^'  1  e  2.  Jn-8.®  oblongo  de  16  paginas  cada. 

Por  Lello  &  Irmfto,  como  editores:  cPadre  António  Vieira,  Ser- 
mões». Vol.  X.  —  Porto,  1908,  Imprensa  Moderna.  In-8."  de 
408  paginas. 

Por  J.  J.  da  Silva  Graça,  como  proprietário  da  traducçfto  — 
Míchél  Zevaco:  a  A  heroina».  —Lisboa,  1908.  In-4.®  de  8 
paginas. 

Por  Gomes  de  Carvalho,  como  editor  —  T^r.  Antão  de  Mello : 
«A  imbecilidade  e  a  degenerescência  nas  familias  reaes». — 
Lisboa,  1908.  Imprensa  de  Libanio  da  Silva.  In-8.®  de  108 
paginas. 

Pela  Viuva  Tavares  Cardoso,  como  editora  e  proprietária  — 
JuIio  Dantas:  «Auto  de  £I-Bei  Seleuco»,  de  Luiz  de  CamSes. 
—  Lisboa,  1908.  Typographia  Gonçalves.  In-8.*  de  56  pa- 
ginas. 

Por  A.  M.  Teixeira  &  Commandita,  como  editor  ^-Dr.  J.  Leite 
de  Vasconcellos :  «Textos  archaicos»,  2.'  ediçSo.  —  Porto, 
1907.  Imprensa  Portugueza.  In-8.®  de  160  paginas. 

Por  Alexandre  de  Fontes,  como  autor,  editor  e  proprietário:  cA 
escrita  nacional».  —  Lisboa,  Typographia  das  Officinas  de 
S.  José.  In-8.®  de  212  paginas. 

Por  Martins  &  Silva,  como  editores:  Bilhetes  postaes  (20  bilhe- 
tes), illustrados  com  costumes  de  Portugal. 

Pela  Academia  de  Estudos  Livres,  como  editora :  «Relatório  da 
direcção  e  parecer  do  conselho  fiscal»,  relativos  ao  anno  de 
1906  e  1.®  semestre  de  1907,  da  Academia  de  Estudos 
Livres  —  Lisboa,  1908,  Imprensa  Commercial.  In-8,®  de 
62  paginas. 


H06  BOLETIM   DAS  BIBLIOTHECÁS 


Por  Joaquim  LeitSo,  como  autor:  «Guia  illustrada  da  Foz,  Ma- 
tosinhos, Leça  e  Lavadores».  —  Porto,  1907,  Tjpographia 
Progresso.  In-12.®  de  72  paginas. 

Por  Joaquim  Leitão,  como  autor:  «Guia  illustrada  de  Barcellos. 
— Porto,  1908,  Typographia  da  Empreza  Literária  e  Typo 
graphica.  In-8.®  de  36  paginas. 

Por  Augusto  Carolino  Correia  de  Lacerda,  como  autor,  editor  e 
proprietário:  aÁs  duas  pátrias»,  poema.  —  Porto,  1908, 
offieinas  do  Commercio  do  Port4).  In  4.'  de  216  paginas. 

Por  JoRo  de  Brito  e  F.  A.  Xavier  Rodrigues,  como  autores: 
aOramatica  elementar  de  lingua  latina».  —  Lisboa,  1907, 
Typographia  de  Paulo  Guedes  e  Saraiva.  In- 8.^  de  386  pa- 
ginas. 

Por  Arnaldo  Bordalo,  como  editor:  «Almanach  dos  palcos  e  salas, 
para  1909.  —  Lisboa,  Imprensa  Lucas,  1908.  In-8.**  de  104 
paginas. 

Por  Arnaldo  Bordalo,  como  editor,  Decio  Feio:  cA  gramática», 
comedia.  —  Lisboa;  1908,  Imprensa  Lucas.  In-8.^  de  24  pa- 
ginas. 

Bibliotheca  Nacional  de  I^isboa,  em  30  de  setembro  de  1908. 
—  O  Director,  Xavier  da  Cunha. 


K  AKCHIVOS  NACIONAES 


307 


Estatística  de  leitara  nas  blbllotliecss  abaixo  designadas 
durante  o  2.^  trimestre  de  1908 


Sn^  o  soai  ub-dÍTiíSM 


Historia,  geographia 

Cartas  geographicas 

I  {  Polygrapliia 

Jornaes  

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 
III 


Sciencias  civis  e  politicas 

Sciencias  e  artes 

Bellas  artes , 


1^  (  Philologia  . . . 
^^     Bellaslettras 


(  Numismática 


I  Estampas 
VI  ;  Religiões , 


VII 


Incunabulos . 
Reservados  . 
Manuscriptos 
inominados . . 


VIII-  Collecçâo  Camoneana. . . 

Total. 


Ifora 


279 
48 
58 

221 
33 

15 

6 
11 

9 
182 


863 


Draga 


46 
20 


1 

32 

25 
20 

.22 
3 


3 
6 
3 


181 


TiUalUal 


45 

bl 

80 

8 

40 

39 


55 
38 

14 


356 


Gistdio 
Branco 


143 
48 
21 

134 


16 

85 
22 


15 

110 
32 


635 


Secretaria  Qeral  das  BibliothecaB  e  Archivos  Nacionaes,  em  80  de 
janho  de  1908. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 
O  Inspector, 

Gàbrid  Victor  do  Monte  Pereira, 


308 


BOLETIM  DÁS  BIBUOTHECAS 


EstiUsUa  da  leltort  nas  blblioUieeis  ibtixo  designadis 
dorinte  o  a.""  trimestre  de  190S 


SicfiM  •  nu  HMirnSei 


Historia,  geographia 

Cartas  geographicas 

I  {  Polygraphia 

Jornaes 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 
III 


Sciencias  civis  e  politicas 


Sciencias  e  artes. 
Bellas  artes 


y^  (  Philologia  . . . 
^^  I  Bellas  lettras 

y  1  Nomismatica. 
I  Estampas.  ..< 


VI 


VII 


Religiões 


Incunabulos . , 
Reservados  . . 
Manascriptos 
I Iluminados . . 


Vni  -  Collecção  Camoneana. . . 

Total. 


ínn 


37 

171 

81 

1 
13 


5 
i81 


791 


Bngi 


42 
1 


33 

42 
32 


50 
2 


5 
11 
10 


228 


Tliliil 


83 

42 
136 

7 

44 
47 


61 
48 

30 

4 


505 


Cntillt 


19 

8 

80 


11 
18 


18 

2 

30 

18 


205 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  30  de 
setembro  de  1908. 

Pelo  Bibliothecario -mordo  Reino, 
O  Inspector, 

Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira. 


fC  AftCHlVOa  KÁClOKAes 


309 


Estalistlea  dos  leitores  na  Bibliotlieea  Nacional  de  Lisboa 

no  a.""  trimestre  de  1908 


Sm^õm  •  niai  Mib-dÍTÍ8Stt 


Historia,  geograpbia 

Cartas  geographicas 

1 1  Polygraphia 

Jornaes 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


ml 


Sciencias  civis  e  politicas 


Sciencias  e  artes 


{  Bel  las  artes  . 

j«r  (  Philologia. . . 
^^     Bellas  lettras 


y  (  Numismática 
I  Estampas  . . . 


VI 


vn 


e 


VIII 


Religiões 


Incunabulos 

Reservados 

Collecç&o  Camoneana. 

»        Elzeviriana. 

»         Bodoni  . . . . 


Manuscriptos  (fando  geral) 

Códices  illaminados 

Collecçâo  Pombalina 

»         dos  Códices  d* Alcobaça 


Espécies  requisitadas 
pelos  leitores 


Dii 


I 


IX    Archi vo  de  marinba  e  ultramar . . 


Total 


838 
27 

364 

1:709 

42 

1:222 

2:194 
103 

lõO 
2:314 

10 
101 

32 


25 
44 


146 

13 

83 

2 

4:000 


13:469 


loile 


203 

4 

94 

191 
8 

231 

445 
35 

53 

701 


Ml 


1:972 


1:041 

31 

458 

1:950 
50 

1:453 

2:639 
188 

203 
3:015 

11 
101 

38 


25 
44 


146 

13 

83 

2 

4:000 


Laitoni 


De  «a    6:219 
DcMitt  1:387 


Total     7:606 


15:441 


Secretaria  Geral  das  Bibliotbecas  e  Arcbivos  Nacionaes,  em  30  de  se- 
tembro de  1908. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 

O  Inspector, 
Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira, 


310 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHÊCÁS 


Estatística  dos  volames  enviados  pelas  SeeçSes  Estrangeiras  de  Permiitas 
Internaelonaes  dnrante  o  3."^  trimestre  de  1908  á  Secçlo  das  Bibllotheeas 
e  Archlvos  Naclonaes 


Sec^ 

Kdmto 
^  Toiunei 

Total 

Kstados  Unidos  da  America 

53S 

64 

166 

JBstados  Unidos  do  Brazil 

Belfirica 

^^''•0**"~  •••••••••••••••••••••••••■       ••••••••••• 

766 

Estatística  dos  sellos  e  formolas  de  franquia  dos  países  da  Dnláo  Postal  Uni- 
versal entrados  na  secçio  de  Namlsmatica  da  Bibllotheca  Nacional  de 
Lisboa,  darante  o  S.""  trimestre  de  1908 


Formalai 


Total 


SelloB 

Bilhetes  postaes 
Cartões  postaes. 
Sobrescriptos. . . 
Cintas 


178 

21 

1 

3 

2 

20Õ 


Imprensa  da  Universidade,  1909 


Biblíotlicea  Nacional  de  Lisboa.  £xpo8Í<;ao  blbliographica  no  bi-cente- 
narío  do  Padre  António  Vieira  em  1897.  Lisboa.  Imprensa  Nacional,  1897. 

A  Exposição  Petrarcbiana  da  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa.  Catalogo 
summario  polo  Director  da  mesma  Bibliotbeca  Xavier  da  Cunba.  Lisboa, 
Imprensa  Nacional,  1905. 

Curso  de  Dibliothecario-Archivista.  Summario  dns  liçors  de  Bibliologia, 
compiladas  por  José  A.  Moniz,  professor  interino  da  respectiva  cadeira  Da 
Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa,  2."  edição.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1900. 

Numismática  Tencionai.  Lição  inaugural  do  curso  de  Numismática  da 
Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  no  anno  lectivo  de  1888-1889,  por  J.  Leite 
de  Vasconcellos,  professor  proprietário  da  respectiva  cadeira.  Lisboa,  Ty- 
pograpbia  do  Jornal  «O  Dia»,  10  o  12.  Rua  Anchieta,  1888. 

Elencbo  das  lições  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos,  1."  parte  do  curso  (1888-1889).  Lisboa, 
Typograpbia  do  Jornal  «O  Dia»,  1889. 

Elencbo  das  liçòes  de  Numismática  dadas  na  Bibliotbeca  Nacional  de 
Lisboa. por  J.  Leite  de  Vasconcellos  do  II  curso  do  anno  lectivo  de  1889- 
1890  até  ao  VI  curso  do  anno  lectivo  de  1893-1894.  Lisboa,  Typograpbia 
do  Jornal  *0  Dia*,  1894. 

Belatorios  dos  serviços  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  desde  o  segundo 
trimestre  de  1903  até  ao  terceiro  trimestre  de  1907,  por  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903  a  1907. 

Boletim  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionnos,  publicação  oíficial  tri- 
mensal.  Publicados  6  annos.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902  a 
1907. 

Uma  tradacção  inédita  cm  latim  do  soneto  «Alma  minha  gentil . . .  •  Publi- 
cada e  prefaciada  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universi- 
dade, 1904. 

Uma  carta  inédita  de  Camues.  Apographo  existente  na  Bibliotheca  Na- 
cional de  Lisboa,  agora  commentado  e  publicado  pelo  Director  da  mesma 
Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  na  Exposição  Occanographica.  Cata- 
logo summario  por  Xavier  da  Cunha.  Coimb.*'a,  Imprensa  da  Universidade, 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  Congresso  internacional  de  Lióge 
sobre  reproducçãu  de  manuscriptos,  medalhas  e  scllos.  Relatório  sobre  a 
legislação  portugueza  no  tocante  á  reproducção  dos  manuscriptos  ofierecido 
ao  Congresso  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1905. 

A  Legislação  tributaria  em  benefício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 


A  medalha  de  Casimiro  José  de  Lima  em  homenagem  a  Sousa  MartiiM, 
descripçào  numismática  por  Xavier  da  Cunha.  Coluibra,  Imprensa  dalJni- 
versidade,  1903. 

Espécies  bibliographicas  e  espécies  bibliacas.  Considerações  sobre  no- 
menclatura por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903 

Concursos  públicos  para  provimento  de  logares  vagos  de  Segundos  Con- 
servadores dos  quadros  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  da  Bibiio* 
theca  Nacional  de  Lisboa,  Legislação  respectiva.  Parecer  de  José  Joaquim 
d'A8cen8âo  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

Relatório  dos  serviços  desempenhados  em  Coimbra  e  Braga  em  Junho 
de  1903  por  José  Joaquim  d' Ascensão  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Gabinete  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (Notas  e  do- 
cumentos) pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcellos.  —  í.  Moedas  de  ouro  da 
epocha  germânica.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902. 

A  excelsa  rainha  D.  Maria  II  na  intimidade.  Reflexões  apropositodeum 
manuscripto  existente  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  por  Xavier  da 
Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo : 

índice  geral  dos  documentos  conteúdos  no  corpo  chronologico  exii- 
tente  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo.  Mandado  publicar  pelai 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  !.•  e  udíco. 
Lisboa,  Typographia  de  Silva,  1843. 

índice  geral  dos  documentos  registados  nos  livros  das  chancellarias 
existentes  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,  mandado  fazer  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  l.*  e  único. 
Lisboa,  1841,  na  Typographia  de  G.  M.  Martins. 

Extracto  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  offerecido  á  Augas- 
tissima  Rainha  e  Senhora  D.  Maria  I,  por  José  Pedro  de  Miranda 
Rebello,  amanuense  do  mesmo  Archivo.  Coimbra,  Imprensa  dA  Uni- 
versidade, 1904. 

Bibliotheca  Publica  de  Évora : 

Catalogo  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  Eborense,  por  J. 
H.  da  Cunha  Rivára.  Tomo  1.**,  Ultramar.  Lisboa,  Imp.  Nacional,  1850, 
Tomo  2."  Litteratura,  Imprensa  Nacional,  1868. — Tomo  S.*»  Historia, 
Imprensa  Nacional,  1870. 

Catalogo  do  Museu  Archeologico  da  cidade  de  Évora,  annexo  desna 
Bibliotheca,  composto  por  António  Francisco  Barata.  Lisboa,  Imprensa 
Nacional,  1903. 

Os  reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora,  pelo  director  An- 
tónio Joaquim  Lopes  da  Silva  Júnior.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1907. 


Venda  avulso,  no  edifício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lraboa« 
Cada  exemplar  do  numero  do  Buleiim,  in-8.^ — 20OréÍS. 


\ 


Hnmero  4-^7."  Aimo 


Ontnbro/a  Dezembro— 1908 


BOLETIM 


DAS 


/ 


í 


PUBLICAÇÃO  OFFICIAL  TRIMENSAI 


/ 


COIMBRA 

Imprensa  da  Universidade 

10O9 


BIBLIOTHECiS  E  ARCHIYOS  HAGIONAES 

Publicações  offioiaes  ' 


/^ 


/ 


j»' 


INVENTÁRIOS  DA  BIBIIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA    . 

Secção  I  —  Historia  e  Geographia. 

Serie  !.•  (numeração  preta)  —  !.•  parte.  Lisboa,  1889. 

— 2.»  parte.  Lisboa,  1889. 
Serie  2.*  (wiineracao  vermelha) -—Lisboa,  1895. 
Serie  3."  (numerarão  azul)  —  Lisboa,  189t.  ^ 


Secção  ni — Sciencias  e  Artes.  Serie  !.•  (nameração  preta) — Coimbra, 
1907.  / 

Secção  IV — 'Sciencias  civis  e  politicas. 
^'  Serie  l.*  (numeração  preta) — ; Lisboa,  1897, 


y 


Secção  X — Philologia  e  BelIas^Lettras. 

.  Serie  1.*  (numeração  preta) — Lisboa,  1890,  ) 

Serie  2.*  (numeração  vermelha)  —  Lisboa,  1893. 
Serie  3.*  (numeração  azul) — Lisboa,  1894. 


Secção  XIII — Manuscriptos  por  José  António  Moniz,  Lisboa,  1896. 

) 
—  Colleccâo  Pombalina,  por  José  António  Moniz.  Lisboa, 

1895,  completo. 


/^ 


Inventario  do  Archivo  de  Marinha  e  Ultramar,  pelo  dr.  Eduardo  de  Cas- 
tro e  Almeida.  •• 

Ilhas  da  Madeira  e  Porto  Santo,  I — Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
1907. 

Kelatorio  acerca  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  e  mais  estabeleci- 
mentos annexos,  dirigido  ao  Ex."»"  Sr.  Ministro  e  Secretario  d'Estado  dos 
Negócios  do  Reino,  no  1.^  de  Janeiro  de  1844  por  José  Feliciano  de  Cas- 
tilho Barreto  e  Noronha.  Tomo  I-OflScio — Tomos  II,  III  e  IV — Appensos 
ao  officio.  Lisboa,  Typographia  Lusitana,  1844. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Exposição  Antoniana,  1895.  Lisboa,  1895. 


/ 


^ 


Nam«ro  4— 7.'*  Imo  Ògtnbro  a  Deiembro— 190S 


boXíEtiim: 


DAS 


BIBLIOTIIKIIIÍS  ií  UltllIlIVOS  UmUll 


Propriedade  e  edição  da  Secretaria  Geral  das  Bibliolhecas  o  Archifos  Nacionaes.  Uiboa. 

Director  J.  A.  Castello  Branco,  Bibliolhecario  Mór  do  Reino. 

Composição  e  Impressão  na  Imprensa  da  Universidade. 


Relatório  dos  serviços  do  Real  ArcbiYO  da  Torre  do  Tombo 

no  qnarto  trimestre  de  1908 

Começarei  este  meu  relatório  referindo-me  ao  trabalho  de 
impressão  do  inventario,  cujo  primeiro  volume  já  ficou  com  cin- 
coenta  folhas  impressas.  E,  como  o  indice  tem  seguido  pari  passu 
essa  impressão,  logo  qi)e  ella  esteja  concluida,  poderá  immedia- 
tamente  entrar  no  prelo. 

Felizmente  é  em  grande  abundância  o  original  para  a  publi- 
cação. Pena  é  que  a  verba  não  dê  para  ella  mais  se  adiantar. 

Da  collecção  Portarias  do  Reino  só  os  livros  7  e  9  estam 
ainda  por  extractar ;  mas  qualquer  dos  dois  está  muito  adiantado 
e  creio  bem  que  se  linali^arão  no  próximo  trimestre. 

Tenho  mandado  ao  mesmo  tempo  proceder  á  inventariação 
dos  livros  de  Moradias  da  Casa  Real,  precisamente  da  mesma 
epocha  das  Portarias  do  Reino,  E  creio  que,  com  os  inventários 
doestas  duas  collecçoes,  ficarão  publicados  bellos  elementos  de 
estudo  da  nossa  Historia  no  scculo  xvii. 

Da  mesma  maneira  para  o  estudo  do  século  xvi  com  a  publi- 
cação dos  inventários  das  Cartas  Missivas  e  das  Cartas  dos 
Vice-Reis. 

Das  primeiras  fizeram  se  uns  cincoenta  summarios  do  maço 

?.•  ANHO,  «,•  4  1 


dl4  ÍUíiUtnU  t>A8  6l^LlOtHfeCA8 


2/  e  das  segundas,  contidas  num  maço  único ,  extractaram-se 
trinta  e  sete. 

Cincoenta  e  dois  foram  os  diplomas  que  se  registaram  no 
ultimo  trimestre  de  1908,  destribuidos  desta  forma:  outubro, 
vinte  e  um;  novembro,  quatorze  e  dezembro  dezesete. 

Também  se  passaram  cinco  oertídSes,  e  tenho  assim  oonclaido 
o  relatório  dos  serviços  d'este  Archivo  no  ultimo  trimestre  de 
1908. 

Deus  guarde  a  V.  Ex.* — Real  Ârcbivo  da  Torre  do  Tombo, 
em  16  de  janeiro  de  1909.  — 111.""*  e  Ex.'"''  Snr.  Bibliothecarío 
mór  do  Reino.  —  O  Director,  António  Eduardo  Simdeê  BaiiLo. 


B  ARCmVOS  KÁCtONAÊd  3l5 


Relatório  dos  serf íços  da  BlbliotlieGa  Nacional  de  Lisboa 

Bo  qoarto  trimestre  de  1908 


IH."®  e  Ex.""»  Senhor:  —Ao  Director  da  Bibliotheca  Nacional 
do  Lisboa  acodem  frequentemente  consultas  (e  n%o  vai  nisso 
uma  das  suas  menores  tarefas),  quer  por  parte  de  conterrâneos, 
quer  a  instancias  de  extrangeiros,  quer  sejam  simples  estudiosos 
alheios  ao  funccionalismo  bibliothecario,  quer  sejam  nas  biblio- 
thecas  confrades  meus  que  desejam  colher  informaçSes  sobre 
assumptos  de  sua  especialidade  em  que  andem  porventura  impe- 
nhad^s. 

Em  Outubro  de  1904  recebi  eu  de  Leipzig  num  bilhete 
postal  a  seguinte  rogativa: 

^Leipzig,  le  28  sept.  1904, 

tMonsieur  le  directeur, 

nEtant  occtipê  à  faire  une  hibliographie  des  Contes  moraux 
(ef'  Nouveaux  Contes  moraux)  de  Marmontel^^e  vous  seteais  trhs 
obligé,  $i  vous  vouliez  bien  me  faire  parvenir  une  liste  des  éditions 
et  traduetions  de  ces  contes  qu^il  y  a  dans  votre  bibliothèque  sur 
la  carte  adjointe,  Uexistence  de  traduetions  en  portugais  m^inté- 
ressefi^ait  tout  particulièremeutj  je  n'en  ai  pu  découvrir  encore 
aucune, 

c  VeuUlez  agrier,  Monsieur,  Vexpression  de  mes  meUleurs  sen* 
timents  et  de  mes  remerciements  d'avance. 

a  Max  Freund 
•professeur  au  Queen^s  College^  Belfastt. 

O  postal  recebido  era  d'esses  bilhetes  duplos  —  bilhetes  de 
resposta  paga  —  que  trazem  na  metade  nSo  escripta  o  logar  des- 
tinado para  o  que  haja  de  responderse.  D^essa  metade,  porâm, « 
me  nfto  pude  aproveitar,  porque  nfto  cabiam  nella  as  informaçSes 
precisas. 


316  BOLEtlH  DÁS  BlBLIOTHfiCÁS 


Escrevi  portanto  essas  informaçSes  em  looga  carta,  compen- 
diando nella  a  nota  bibliograpkica  das  ediçSes  de  Marmontel  qne 
a  Bibliotheca  Nacional  possue,  tanto  relativamente  aos  cContosi 
como  a  quaesqaer  outras  producçSes  marmontelianas,  e  tanto  no 
originai  como  em  tradacçSes  portuguezas. 

Isto  foi,  como  já  declarei,  em  1904.  E,  como  depois  tivessem 
passado  quasi  quatro  annos  sem  eu  tornar  a  ter  noticias  do  meu 
amável  correspondente,   occorreu-me  escrever-lhe  a  pedir-lh^as. 

Recebi  entSo,  de  França,  outro  postal  assim  concebido: 

^St.  Ouen  VAumône  (Seine  et  OUe)  le  10  sqpt.  (1908). 

9.M<m8Íeur, 

«t/e  V0U8  remercte  pour  votre  carte  du  26  aoút  Uintéret  que 
V0U8  témoigmz  à  msn  travail  sur  les  Contes  moraux  de  Marmon- 
tel, nihonore.  H  est  en  effet  puhlié  il  y  a  2  ou  3  ans,  Je  me  per- 
mettrai  de  vous  en  faire  parvetiir  un  exemplaire  aussitôt  que  je 
serai  rentré  à  Belfast,  c'est  à-dire  à  la  fin  de  ce  móis,  Vous  aUez 
trouver  sur  la  pag*  95  les  renseignements  que  vous  avez  eu  la 
grande  bonté  de  me  fournir. 

«  Veuillez  bien  agréer,  Monsieur,  Vescpression  de  mes  sentiments 
distingues  et  de  mes  remerciments  renouveUs, 

tMax  Freund3. 

E  em  14  de  Outubro  chegou-me  effectivamente  de  Belfast, 
offerecido  pelo  obsequioso  Professor,  um  exemplar  da  sua  publi- 
cação. 

Mas,  porque  o  exemplar  me  vinha  pessoalmente  dedicado, 
ousei  solicitar-lhe  outro  que  na  Bibliotheca  Nacional  ficasse  ar- 
chivado. 

NSo  se  fez  esperar  sua  acquiescencia.  Em  23  de  Outubro 
tive  o  gosto  de  receber,  com  destino  á  Bibliotheca,  o  solicitado 
exemplar. 

Traz  a  obra  por  titulo : 

Die  moralischen  Erzãhlungcn  Marmontels.  Eine  u>eit  verbreitete 
NoveUensammlung,  ihre  Entstehungsgeschichte,  Charakteristik  und 
Bihliographie  vnn  Dr.  Phil,  Max  Freund  klg.  Professor  der 
neuertn  Sprachen  am  Queen^s  College,  Belfast,  (Halle  a.  d.  S. 
—  1905). 

E  no  exemplar  offerecido  á  Bibliotheca  Nacional  vem  a  se- 
guinte carinhosa  dedicatória : 

c  la  Bibliothèque  Nationale  de  Lisbonne,  dont  Faimable 
directeur,  Monsieur  Xavier  da  Cunha,  a  fourni  de  précieux  ren* 
seignements  à  Tauteur  Max  Freund». 

«Belfast,  le  19  oct.  1908». 


n 


E  ARCHIVOS  NACI0KAE8  317 


Se  Marmontel  hoje  fôra  vivo  e  nos  proporcionasse  d'aqaelles 
ccontos»  que  de  nossos  bisavós  fizeram  as  delícias  no  derradeiro 
quartel  do  século  xviii  e  ainda  no  primeiro  do  século  xix,  Mar- 
montel seria,  entre  os  nossos  críticos  do  século  xx,  infallivel- 
mente  proclamado  príncipe  da  insipidez. 

E  todavia  elle  foi  no  seu  tempo  um  dos  mais  estimados  con- 
tistas, um  dos  mais  estimados  e  festejados; — exactamente  como 
aconteceu  a  Florian. 

Pela  pureza  de  seus  moldes,  JoSo  Pedro  Claris  de  Florian  e 
JoSo  Francisco  Marmontel  figuram  no  rol  dos  contistas  francezes 
que  em  Portugal  mais  conseguiram  desafiar  o  impenho  dos  tra- 
ductores,  —  e  talvez  o  supra-mencionado  Professor  de  Belfast 
houvesse  d'isBO  conhecimento  quando  se  resolveu  a  honrar-me  e 
obsequiar-me  indereçando-me  a  sua  consulta. 

Fdsse  como  fôsse,  eu  apurei  nessa  occasião  todas  as  espécies 
que  da  clitteratura  marmonteliana»  possue  a  nossa  Biblíotheca 
Nacional. 

E,  por  me  parecer  que  tal  resenha  poderá  talvez  aproveitar 
a  outros  estudiosos,  aqui  a  reproduzo. 

Abrange  essa  resenha  (em  que  as  ediçSes  vSo  dispostas  pela 
ordem  chronologica  da  respectiva  impressão)  39  números,  dos 
quaes  pertencem  23  á  secçSo  dos  uriginaes  francezes  e  16  á  das 
versSes  em  portuguez. 

Comecemos  pela  secçSo  franceza: 

1.  Bélisaire.  Par  M.  Marmontel,  De  VAcadémie  Françaiae. 
AParis— Chez  Martin,  Libraire— M.DCC.LXVII.— In.l2.« 

2.  Bélisaire.  Par  M.  Marmontel,  De  VAcadémie  Françoise. 
A  Amsterdam  —  Aux  depens  de  la  Compagnie  —  M.  DCC. 

LXVII.  — In-8.« 

Ao  texto  do  Bélisaire  seguem-se  nesta  edição  os  Fragmens 
de  Philosophie  Morale  do  mesmo  auctor  (comprehendendo :  — 
fDe  la  Gloiret;  «DesGrands»;  e  «De  la  Urandeun»).  Termina 
o  volume  pelos  Ver»  eur  la  condamnation  de  Bélisaire  projettée 
en  Sorbonne. 

3.  Bélisaire,  par  M.  Marmontel,  de  VAcadémie  Française, 
NouveUe  édition,  corrigée  et  augmentée. 

A  Paris  — Chez  Merlin,  Libraire  — M.  DCC.  LXXV.— 
In-12.« 


318  BOLKTIH  DAS  BIBLICy^EGAd 


4.  Contes  moraux,  Par  M,  Marmontd,  de  VAcadénUe  Fran- 
l  çoise. 

j  A  Paris  — Chez  Merlin,  Libraire  — M.  DCC.  LXXV.  —  2 

;  tom.  in-12.« 

!  A   estes  dois  tomos  (1.^  e  2.^)  accresce  um  3."  sem  a  indi- 

caçfto  de  «dernière  édition»,  e  com  a  data  M.  DCC.  LXV, — 
quer  dizer,  um  3.®  tomo  pertencente  a  ediç&o  anterior. 

Abrange  o  1.®  tomo  nove  contos;  outros  tantos  o  2.*^;  e  cinco 
contos  o  3.^  Cada  um  dos  contos  se  apresenta  illnstrado  por  sua 
gravura,  aberta  em  lamina  de  cobre. 

O  Tom.  I  incerra: 

Aldbiade 

Soliman  II 

Le  Scrupule,  ou  VAmour  mécontent  de  lui-même 

Les  quatre  Flaeons,   ou  les  Aventures  d'Aleidonis  de  Mégare 

Lausus  <&  Lydie 

Le  Mari  Sylphe 

Heureusement 

Les  deux  Infortunées 

Totd  ou  rien> 

Vem  precedido  o  volume  por  um  c Prefacio»  do  auctor. 

No  Tom.  II  incontram-se : 

Le  PhilosopJie  soi-disant 

La  Bergère  des  Alpes 

La  ínauvaise  Mh-e 

La  bonne  Mire 

UÊcole  des  Pires 

Annette  &  Lubin 

Les  Mariages  SanmUes 

Laurette 

Le  Connoisseur. 

No  Tom.  III  deparam-se-nos : 

Uheureux  Divorce 

Le  hon  Mari 

La  Fefmme  cotnme  U  y  en  a  peu 

UAmitié  à  Vépreave 

Le  Misanthrope  corrige. 

Posteriormente  á  estampagem  dos  volumes,  juntaram-lfaes 
um  retrato  do  auctor  (gravado  em  1766),  retrato  qiie  figura  á 
frente  do  1.®  tomo. 

Eaccrescen taram,  para  cada  um  dos  três  tornos,  um  elegan- 


fi  ABCHIVOS  NAC10KA£8  310 

tisBÍmo  frontispicio  ornamental  (todo  gravado  em  lamina  de  cobre), 
no  qual  se  lê : 

Oonteg  moraux,  Par  M,  Marmontel,  de  VAcadémie  Fran^ise. 
A  Paris  Chez  Brunet  Libraire,  Rue  des  Ecrivains,  M,  DCC. 
LXXVL 

O  retrato  é  gravado  por  Augusto  de  Saínt-Âubin  sobre  de- 
senho de  C.  N.  Cochin;  Duelos  foi  quem  abriu  na  chapa  o  fron* 
tispicio  decorativo,  delineado  por  H.  Gravelot;  e  foi  também 
sobre  desenhos  de  Qravelot  que  diversos  artistas  abriram  nas 
laminas  do  metal  as  figuras  illustrativas  dos  contos. 

O  exemplar  que  a  Bibliotheca  Nacional  possuo,  doirado  no 
oórte  das  folhas,  e  com  a  incadernaçSo  do  tempo,  tem  collado  na 
guarda  frontispicial  de  cada  um  dos  três  volumes  o  ex-líbrii  de 
fCypriano  Ribeiro  Freire». 

5.  Les  Incas,  ou  la  Destruction  de  VEmpirs  du  Pérou;  Par 
M.  Marmontel,  Historiograpke  de  France,  Vun  des  Qua/rante  de 
VAcadémie  Françoise. 

Paris  —  De  rimprimerie  de-  Stoupe  —  M.  DCC.  LXXVII. 

—  2  tom.  in-8.° 

Servem-lhes  de  adorno,  a  estes  dois  tomos,  onze  estampas 
delineadas  por  J.  N.  Moreau,  e  abertas  em  laminas  de  cobre  por 
vários  gravadores. 

6.  Contes  moraux,  par  M,  Marmontel,  Nouvelle  édiiion,  Revue, 
corrigée,  &  considérablement  augmeniée. 

A  Paris  —  Chez  J.  Merlin,  Libraire  — M.  DCC.  LXXVIII. 

—  3  tom.  in-12." 

A  disposiçSo  dos  contos  incontra*se  pela  mesma  ordem  que 
o  editor  adoptou  na  espécie  descripta  em  N.^  4  da  presente  re- 
senha. 

7.  Contes  moraux,  par  M.  Marmontel,  suivis  D' une  Apologie 
du  Théatre, 

Nouvelle  édition,  Corrigée  et  augmeniée, 

A  La  Haye  — M.  DCC.  LXXVIIL  — 4  tom.  in-12." 

Incorra  esta  ediçXo  no  Tom.  I  septe  contos : 

Alcibiade  ou  le  Moi 

Soliman  II 

Le  Scrupide,  ou  VAmour  méconteni  de  lui-même 

Les  quatre  Flacons,  ou  les  Aventures  d'Alcidonis  de  Migare 

Lausus  et  Lydie 


320  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Heurenêement 
Tout  ou  Rien. 
No  Tom.  II  oito  contos : 
Les  deux  Inforiuniea 
Le  Philosophe  soi-disant 
La  mauvaiêe  Mire 
La  honne  Mire 
Le  hon  Mari 
La  Berglre  des  Alpes 
Uheureux  Divoree 
Annette  &  Lubin. 
No  Tomo  III,  seis  contos: 
Les  Mariagee  Samnitee,  anecdote  ancienne 
Le  Connoisseur 
L'Êcole  des  Pires 
Le  Mari  Sylphe 
Laurette 

La  Femme  eomme  il  y  en  a  peu. 
No  Tom.  IV,  dois  contos : 
L'Amitié  à  Vépreuve 
Le  Misanthrope  corrige, 

A  estes  dois  contos  segue-se  (no  mesmo  Tom.  IVj : 
Apologie  du  Tkéâtre,  ou  Anályse  de  la  Lettre  de  M.  Rousseau, 
Citoyen  de  Geneve,  à  M.  d'Alembeet.,  au  sujet  des  Spectades, 

8.  Nouveaux  contes  moraux,  par  Marmonfel, 

A  Paris — Chez  J.-B.  Garneiy,  libraire,  et  Maradan,  libraire 
—  An.  9.  (1801).  4  tom.  in.l2.» 

OíFerece  esta  edição,  para  cada  um  dos  quatro  volumes,  uma 
gravura  aberta  em  lamina  de  cobre.  A  do  Tom.  I  representa  um 
bello  retrato  de  Marmontel,  gravado  por  Tassaert,  cópia  de  re- 
trato pintado  por  Boilly;  as  dos  outros  tomos  devem -se  ao  buril 
de  L'Épine. 

Três  contos  abrange  o  Tom.  I,  a  saber: 

ia  Veillée 

Le  Trépied  d'Hélhne 

La  Leçon  du  Malheur, 

No  Tom.  II  incerram-se  qnat2*o  contos : 

UÉcole  de  VAmitié 

Í6  franc  Brefon 

VErreur  d'un  hon  Pire 

La  Cassette, 


B  ARCHIYOS  NACIONAbS  321 


No  Tom.  III  oatros  quatro  contos: 

Les  Rivaux  d^ettx-mêmea 

Les  Déjeunerê  du  VUlage 

Les  Bateliers  de  Besona       « 

II  le  falloit, 

E  no  Tom.  iV  ainda  quatro  contos : 

Les  SoUtaires  de  Murcie 

Palémon 

Les  Souvenirs  du  coin  du  feu 

La  Cote  des  deux  Amans, 

9.  (Euvres  poathumes  de  Marmontel,  Hiatoinographe  de  Fran- 
ce,  8ecrétaire  perpetuei  de  VAcadémie  Française,  Imprimées  sur 
le  manuacrit  autograpke  de  VAuteur.  —  Mémoires. 

Paris  —  De  riraprimerie  de  Xhrouet  —  An.  XIII. -1804. 
—  4  tom.  in-8.* 

A  collecçSlo  d'e8tas  interessantes  «Memorias»  traz  por  sub- 
título :  —  9  Mémoires  d'un  pire  pour  servir  à  Vinstruction  de  ses 
enfansp, 

E  termina  pela  inserção  da  Opinion  de  Marmontel  sur  le 
libre  exercice  des  Cultes.  Nesse  manifesto,  dirigido  aos  represen- 
tantes do  povo,  incontram-se  como  remate,  e  como  synthese  de 
doutrina,  as  seguintes  palavras:  —  <Je  vote  à  ce  qu'on  laisse 
auz  cultes  toute  la  liberte  qui  leur  est  accordée  par  Tacte  oons- 
títutionnel,  sans  demander  à  leurs  ministres  d'autres  garans  de 
leur  fidélité  que  leur  religion,  leur  conscience  et  leur  Dieu». 

10.  Bélisaire,  Par  Mai^mantel,  de  VAcadémie  Française. 

A  Paris  — De  rimprimerie  de  Firmin  Didot— 1821 — In-8.® 
Com  uma  gravura,  em  lamina  de  cobre,  assignada  por  P. 
Tardieu. 

11.  Les  Héraclides,  tragedie  en  cinq  actes  par  Marmontel, 
Représentée,  pour  la  première  fois,  au  Théâtre-Français,  le  24 
mai  1702, 

Publicada  (em  pag.  51  a  114)  no  Tom.  2.  da  Suite  du  Réper- 
toire  du  Théâtre  Français,  avec  un  choix  des  pièces  de  plusieurs 
autres  théaires,  arrangées  et  mises  en  ordre  par  M,  Lepeintre,  et 
précédées  de  notices  sur  les  auteurs;  le  tout  teinniné  par  une  table 
générale  (Senlis  —  Imprimerie  de  Tremblay — 1822-1823  —  81 
tom.  in-12.°).  Essa  coiiecção  constitue  sequencia  do  Répertoire 
general  du   Théâtre  Français  (Senlis  —  67  -tom.  in-12.'*).   Em 


322  BOLETIM  DAS  BIBU0THECA8 


continuação  da  Suite  du  Réperíoire,  sabia  ainda  a  imne  terceira 
collecção,  intitulada  Fin  du  Répertoire  du  Théâtre  Françaii 
(Senlis  —  4õ  tom.  in-12.^).  £,  como  complemento,  se  lhe  pode 
também  bíbliographícamente  ag;*upar  a  collecçfto  Chefs-d^cRuvre 
du  Répertoire  des  Mélodrames  joués  à  différens  théatres  (Senlis 
—  20  tom.  in-12.^). 

12.  Numitor,  tragedie  en  cinq  actes,  par  Marmontel, 
Publicada  (de  pag.  115  a  195)  no  citado  Tom.  2.  da  Suite 

du  Répertoire  du  Théâtre  Français.  (Vid.  N."  antecedente  (N.^  11) 
da  presente  resenha). 

13.  Didon,  tragédie-lyrique  en  trois  actes;  par  Marmontel, 
musique  de  Piccinni,  Représentée  à  Fontainebleau,  pour  la  pre- 
mière  fois  le  16  octobre  1783,  et  à  Paris,  le  premier  décembre 
même  année. 

Vem  (de  pag,  95  a  135)  no  Tom.  15.  da  Suite  du  Répertoire 
du  Théâtre  Français.  (Vid.  N,^  11  da  presente  resenha). 

14.  Penélope,  tragédie-lyrique  en  trois  actes,  par  Marmontel, 
musique  de  Piccini  père;  Représentée  pour  la  premihre  fois,  à 
Fontainebleau,  le  2  novembre  1785,  et  à  Paris,  le  6  décembre 
même  année. 

Sahiu  (de  pag.  137  a  176)  no  citado  Tom.  15.  da  Suite  du 
Répertoire  du  Théâtre  Français.  (Vid.  N.°  antecedente  (N.""  13) 
da  presente  resenha). 

15.  Silvain,  comédie  en  un  acte,  mêlée  d'arieUes,  par  Mar- 
montel, musique  de  Grétry,  Représentée,  pour  la  première  fois, 
au  ThéâJtre-Itaiien,  le  19  février,  1770. 

Publicada  (em  pag.  1  a  46)  no  Tom.  33.  da  supracitada 
Suite  du  Répertoire  du  Théâtre  Français,  e  acompanhada  por 
uma  aNotice  sur  Marmontel».  (Vid.  N.^  11  da  presente  resenha). 

16.  UAmi  de  la  Maison,  comédie  en  trois  actes,  mêlée  d'aríettes, 
par  Marmontel,  musique  de  Orétry,  Représentée  pour  la  première 
fois,  sur  le  Théâtre-Italien,  le  26  octobre  1771. 

Incluída  (em  pag.  47  a  106)  no  supra-citado  Tom.  33.  da 
Suite  du  Répertoire  du  Théâtre  Français.  (Vid.  na  presente  re- 
senha o  N.®  antecedente,  N.^  16). 

17.  Zémire  et  Azor,  comédie  en  quatre  actes,  mêlée  d^arieites. 


E  ABCHIVQS  NAGIONAES  323 


par  Marmontd,  musique  de  Orétry,  Bepi'éêentée,  pour  lapremiire 
foi»,  sur  le  Théâtre-Italien,  le  16  décembre  1771, 

Vem  (de  pag.  107  a  170)  no  citado  Tom.  33.  da  Suite  du 
Répertoire  du  Tkéâtre  Fravçais.  (Vid.  N.°  16  da  resenha  pre- 
sente). 

18.  (Euvres  choisies  de  Marmontel, 

A  PariB— De  llmprimerie  d'Hippolyte  Tilliard— 1824-1825 
—  10  tora.  inS.^ 

Esta  colleccão  das  «(Euvres  choisiesB  de  Marmontel,  adornada 
com  gravuras  abertas  por  vários  artistas  em  chapas  de  cobre 
sobre  desenhos  de  Choquet  e  de  Â.  Desenne,  pode  consíderar-se 
dividida  em  quatro  grupos. 

O  primeiro  grupo  abrange  quatro  tomos,  illustrados  com  oito 
gravuras  (duas  para  cada  tomo),  e  sub-intitula-se  (nos  frontispí- 
cios especiaes  dos  tomos) : — Conteê  vwraux,  par  Marmontel,  de 
VAcadimie  Françaiêe;  aecompagnés  d*une  notice  sur  la  vie  et  les 
ouvrages  de  Vauteur,  par  M.  JSaint-Svrin  (Paris  — 1824). 

Esses  c Contes  moraux»  trazem  successi vãmente  por  titules: 

Alcibiade,  ou  le  Moi 

Soliman  II 

Le  Scrupule,  ou,  VAmour  méeontent  de  lui-même 

Lee  Quatre  FlaconSy  ou  les  Aventures  d*Alcidoni$  de  Mégare 

Lausus.et  Lydie 

Le  Mari  sylphe 

Heureusement 

Tout  ou  rien 

Le  PhiloBophe  soi-disant 

La  Bergire  dea  Alpes 

La  mauvaise  Mère 

La  bonne  Mère 

UÉcole  des  Peres 

Annette  et  Lubin 

Les  Mariages  samnites,  aneedote  ancienne 

Laurette 

Le  Connaisseur 

L^heureuaj  Divorce 

Le  bon  Mari 

La  Femme  comme  il  y  rni  a  peu 

L'Amitié  à  Vépreuve 

Le  Misanthrope  corrige 

La  VeiUie 


324  BOLETIU  DAS  BIBL10THECÁS 


Le  Tripied  d'HéUm 

La  Leçon  du  Malheur 

VÉcoU  de  VAmitié 

Ia  franc  Breton 

VErreur  d'un  bon  père 

La  Cassette 

Les  Rivaxix  d^euxfnêmes 

Lea  Déjeuners  du  ViUage,  ou  les  Aventures  de  VInnocence 

Les  Bateliers  de  Besons 

II  le  faUait 

Les  Solitaires  de  Murcie 

Pcdémon,  conte  pastoral 

Les  Souvenirs  du  coin  du  feu 

La  Cote  des  deux  Amants 

Le  petit  voyage 

Les  promenades  de  Platon  en  Sicile. 

O  segundo  grupo  da  collecçfio,  adornado  com  quatro  gra- 
vuras, é  constituido  por  um  volume,  em  cujo  frontispicio  espe- 
cial se  lê: — Bélisaire,  suívi  de  Mélanges  en  prose  et  en  vers,par 
Marmoniel,  de  VAcadémie  Française  (Paris  —  1825). 

Sob  o  titulo  «Mélanges»  abrangem-se : 

Dicours  de  Marmontel  à  VAcadémie  Française 

Réponse  de  Marmontel  au  Discours  de  La  Harpe 

Lettre  de  Marmontel  sur  les  Cérémonies  du  Sacre  de  Louis  XVI 

De  la  Gloire 

De  la  Grandeur 

Des  Grands 

Essai  sur  le  Bonheur 

Essai  sur  les  Romans 

Les  Charmes  de  VÈtude,  Épitre  qux  Poetes 

Léopold  de  Brunswick,  Poème 

Daphnè,  Romance 

Bovquet  à  Madame  la  Comtesse  de  S  *  *  * 

O  terceiro  grupo  é  formado  pelo  Tom.  VI  da  collecçSo,  em 
cujo  rosto  especial  se  lê  o  seguinte  sub-titulo: — Les  Incas,  ou 
la  Destruction  de  VEmpire  du  Pérou,  Par  Afarmantel,  de  rÀca- 
démie  Française  (Paris  — 1824).  Adornam  essa  narrativa  quatro 
gravuras. 

Pertencem  ao  quarto  grupo  os  quatro  derradeiros  tomos 
(Paris  —  1825),  subordinados  todos  (no  frontispicio  especial)  ao 
sub-titulo  seguinte  :  —  Éléments  de  Littérature,  par  Marmontel^ 
de  VAcadémie  Française,  Estes  «Éléments»  são  precedidos  pelo 


fi  ÁRCHIVOS  NACIOKAÊS  325 


Essai  sur  h  Qoút,   adrede   escripto  para  lhes   servir   de   in- 
troducçSo. 

19.  L'Ami  de  la  Maison,  comédie  en  troia  actes  et  en  vers, 
mêleé  d'arietteB,  repréeeiíiée  pour  la  premièi'e  fois  le  26  octobre 
1771. 

Vem  esta  comedia,  antecedida  por  uma  «Notice  sur  Mar- 
monteU,  no  Tom.  vii  da  publicação  Chefs-d^ceuvre  dea  auteurs 
comiquea  (Paris — Typographie  de  Firmin  Didot  Frères — 1845- 
1846  —  7  tom.  in-18.«). 

20.  Lé^ona  françaiaea  de  Litiérature  et  de  Morale,  ou  recueil, 
en  proae  et  vera,  dea  plua  beaiix  morceaux  de  notre  langue  dana 

la  litiérature  dea  deux  derniera  aièclea par  AI.  Noêl 

et  de  La  Place  —  Vingt-neimême  edition. 

Paris — Imprimerie  de  Ch.  Lahure  et  C^*'  —  1862  —  2  tom. 
in.8.« 

Trechos  em  prosa  de  Marmontel  incerra  o  Tom.  i  doeste 
florilégio  (em  pag.  1  a  4,  25  a  26,  31  a  33,  94  a  96,  127,  218 
a  222,  307  a  310,  508  a  511,  522  a  524,  e  540  a  543). 

O  Tom.  II  abrange  também  de  Marmontel  vários  trechos 
em  prosa  pag.  12  a  17,  172  a  177,  249  a  252,  281  a  288, 
317  a  320,  443  a  446,  493  a  496,  592  a  596,  e  621  a  623). 

D'esta  collecção  de  trechos  os  didácticos  (e  são  esses  os  que 
nella  predominam)  foram  extrahidos  dos  ÉUmenta  de  LUtérature; 
os  descriptivos  foram  colhidos  no  livro  Lea  Incaa. 

Ha  por  último  no  Tom.  ii  supracitado  trechos  em  verso 
(pag.  654,  664  a  665,  e  666  a  668),  —  trechos  todos  derivados 
da  Êpitre,  qux  Póttea,  trechos  em  que  Marmontel  critica  elo- 
giosamente as  personalidades  poéticas  de  Horácio,  de  Molière, 
de  Quinault,  e  de  La  Fontaine. 

21.«  Marmontel  —  Lta  Incaa  ou  la  Destruclion  de  VEmpire 
du  Pérou. 

Paris  —  Imprimerie  Nouvelle  —  2  tom.  in-16.® 

Do  exemplar  que  existe  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
o  Tom.  I  foi  estampado  em  1884,  e  dois  annos  antes  (em  1882) 
o  Tora.  II. 

Pertence  esta  espécie  á  colIecçSlo  publicada  em  Paris  sob  o 
titulo  de  aBibliothèque  Nationale». 

22m  Marmontel  —  La  Société  Littéraire  au  XVIII*  aiècle, 
Angers  —  Imprimerie  A.  Burdin  —  S.  d.  —  In-18.® 


1  • 

I 
l 


326  BOLBTIll  DA8  BIBLlOTflECAS 


CoDstitae  o  K/  373  da  iNonvelle  Biblioth^Qe 
editada  em  Paris  por  Henrique  Gaatier. 

Esse  fascículo  abrange,  precedida  por  um  estudo  crítico- 
bíographico  acerca  de  Marmontel  (estudo  escrípio  por  Mauricio 
Languereau),  uma  concatena{Io  de  capítulos  extrahidos  da  obra 
Mémaireê  d^un  père.  (Víd.  N.^  9  da  presente  resenha). 

Como  appendice  i  lista,  chronologicamente  organiaada,  de 
«espécies  marmontelíanas^  publicadas  em  francês,  —  seja-me 
licito  accrescentar,  por  indirecta  correlaçJlo,  a  seguinte : 

88.  Zophileite.  Conte  de  Mr,  Marmontel  MU  en  ^chie  ét  eu 
ArieUes,  &  represente  le  17  Mai  1765. 

A  Paris  — 1768  — In-8.^ 

Constitue  a  ZophUette  uma  comedia  em  treze  scenas,  de 
auctor  anonymo,  fundada  sobre  o  conto  Laurette  de  Marmontel. 

Obras  de  Marmontel,  traduzidas  em  portuguez,  ha  na  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa  as  seguintes : 

34.  Belizario  escrito  em  francez  por  Marmontel,  da  Aca- 
demia Franceza,  E  traduzido  na  língua  Portugueza  por  J,  N. 
T.  M.  Fidalgo  da  Caza  de  Sua  Magestade  Fidelíssima,  do  seu 
Concelho,  e  Professo  na  Ordem  de  Christo,  dtc.  dtc.  ékc. 

Lisboa  —  Na  Typografia  Rollandiana  —  MDCCLXXIX. 

In-8.*  de  XV-314  paginas  numeradas,  seguidas  por  6  (sem 
numeração)  que  se  destinam  ao  c  Catalogo  dos  livros  impressos 
á  custa  de  Francisco  Rolland,  Impressor-Livreiro  em  Lisboa, 
na  esquina  da  Rua  do  Norte  t. 

Para  descortinar  quem  fosse  o  traductor  que  sob  as  inicíaes 
J.  N.  T.  M.  pretendia  occultar-se  na  versXo  do  cBelísario», 
consultei  o  Diccionaino  Bíbliographico  Portuguez  de  Innocencio 
Francisco  da  Silva,  continuado  pelo  Sr.  Pedro  Wesceslau  de 
Brito  Aranha,  —  e  não  pude  lá  descobrir  nome  algum  que  ás 
quatro  lettras  se  adaptasse.  Consultei  egualmente  os  Subsidios 
para  um  Diccionario  de  pseudonymos,  inicíaes  e  obras  anonymas 
de  escríptores  portuguezes  pelo  Sr.  Martinho  Augusto  da  Fon- 
seca, —  e  também  alli  nSo  achei  resposta  á  minha  pergunta. 

Nestas  circumstancias  occorreu-me  pedir  ao  Sr.  José  Ramos- 
Coelho,  meu  antigo  companheiro  de  saudosas  recordações  (cada 
vez  mais  saudosas)  nos  trabalhos  da  Bibliotheca  Nacional  (hoje 


S  ÁRCHIV08  KACIOKAKS  327 


aposentado),  oocorreu-me  pedir-lhe  qae  no  Real  Archivo  da 
Torre-do-Tombo  me  fizesse  a  fineza  de  proceder  a  investigsçSes 
DO  rol  dos  habilitandos  a  professos  da  Ordem  de  Chrísto,  visto 
que  nessa  Ordem  se  inculcava  por  Cavalleiro  o  traductor  de 
Marmontel. 

Com  a  sua  habitual  obsequiosidade  e  captivante  promptidSo 
aqueile  meu  bondoso  amigo  e  mestre  prestou-se  logo  a  pon- 
par-me  tempo  e  trabalho,  acceitando  amavelmente  o  inoargo. 

E  logrou  elle  descobrir  o  desejado  nome  do  traductor :  — * 
José  de  Nápoles  Tello  de  Meneses. 

Aqui  lhe  agradeço  peuhoradissimo  o  favor  que  me  prestou, 
e  que  fiquei  juntando  aos  muitos,  aos  muitíssimos,  de  que  lhe 
sou  inolvidavelmeute  devedor. 

O  que  vai  ler-se  é  tudo  fructo  das  investigaçSes  a  que  o 
erudito  académico  procedeu  no  Documento  1.®  do  Maço  59.®  das 
«HabilitaçSes  da  Ordem  de  Christop. 

Com  esses  preciosos  subsidies,  alguém  que  o  deseje,  poderá 
roais  facilmente  agora  esquadrinhar  elementos  biographicos  ácêroa 
do  mencionado  traductor. 

José  de  Nápoles  Tello  de  Meneses,  que  no  Convento  de 
Nossa  Senhora  da  Luz  (junto  a  Camide)  recebeu  o  Habito  de 
Cavalleiro  Professo  na  Ordem  de  Chrísto  por  Decreto  de  6  de 
Julho  de  1776,  deveria  contar  de  edade  nesse  tempo  cerca 
de  28  a  30  annos,  conforme  se  apura  das  inquiriçSes  indispen- 
sáveis á  sua  habilitação,  o  que  induz  a  calcular  que  teria  nas- 
cido pelos  annos  de  1746  a  1748. 

Era  natural  de  Vizeu,  em  cuja  cathedral  foi  baptizado,  — 
e,  ao  tempo  de  lhe  ser  lançado  o  habito,  morava  no  sitio  da 
Ajuda,  em  companhia  de  seu  irm&o  Filippe  Xavier  de  Nápoles 
Tello  de  Meneses,  que  tinha  o  posto  de  Capitão,  emtanto  que 
José  de  Nápoles  era  Tenente  de  uma  Companhia  do  Regimento 
de  Cavallaria  de  Almeida. 

Tinham  elles  ambos  o  fôro  de  Fidalgos  da  Casa  Real,  fôro 
que  lhes  provinha  de  seus  maiores. 

Eram  filhos  legítimos  de  Luiz  Xavier  de  Nápoles  e  Me- 
neses (natural  da  villa  de  Penacova)  e  de  D.  Francisca  Xavier 
de  Nápoles  e  Lemos  de  Macedo  (natural  de  Vizeu) ;  netos  pa- 
ternos de  Bernardo  de  Nápoles  Lemos  e  Meneses  (natural  de 
Penacova)  e  de  D.  Mariana  de  Lemos  e  Nápoles  (natural  de 
Vizeu);  netos  maternos  de  Francisco  de  Lemos  de  Nápoles  (na- 


328  S  ARCHIVOS  NACIONáES 


tarai  de  Vizéu)  e  de  D.  Luíza  Maria  Pinheiro  de  Figueiredo 
(natural  de  TourSes  —  no  Bispado  de  Coimbra). 

Nas  inquisições  se  declara  lambem  que  o  habilitando  era 
pessoa  muito  illustre  e  das  principaes  da  Beira. 

.  Seguindo  agora  as  indicações  fornecidas  pelo  referido  pro- 
cesso de  habilitação,  —  e  consultando  na  Bibliotheca  Nacional  o 
Nobiliário  de  Diogo  Rangel  de  Macedo  (manuscripto  que  per- 
tenceu á  casa  dos  Marquezes  de  Pombal), — incontro  neste,  em 
titulo  de  a  Nápoles»,  que 

Luiz  Xavier  de  Nápoles  e  Meneses,  íilho  primogénito  de 
Bernardo  de  Nápoles,  succedêra  na  casa  de  seu  pae,  e  casara 
com  sua  prima  D.  Francisca  Xavier  de  Nápoles  e  Macedo 
(filha  de  Francisco  de  Lemos  de  Nápoles  (Fidalgo  da  Casa 
Real)  e  de  sua  mulher  D.  Luiza  Maria  Pinheiro  de  Figuei- 
redo) ; 

Bernardo  de  Nápoles  (pae  do  antecedente)  foi  o  segando 
filho  de  Estevam  de  Nápoles,  e  veiu  a  herdar  os  bens  do  pri- 
mogénito Jorge  de  Nápoles  (que  morrera  sem  geraç&o  legitima); 
casou  com  sua  parenta  D.  Mariana  de  Nápoles  (filha  de  Fran- 
cisco de  Lemos  de  Nápoles  (Fidalgo  da  Casa  Real  e  Cavalleiro 
na  Ordem  de  Christo)  e  de  sua  mulher  D.  Catharina  de  Me- 
neses) ; 

Estevam  de  Nápoles  (pae  do  referido  Bernardo  de  Nápoles) 
era  filho  sexto  de  Diogo  Esteves  da  Veiga  e  Nápoles,  e  ter- 
ceiro filho  de  sua  segunda  mulher  D.  Maria  de  Sampaio.  tViueo 
em  Penacoua  (diz  o  auctor  do  Nobiliário)  e  casou  antes  da 
acclamaçâo  com  D.  Maria  de  Lemos  Ramiro,  irmSa  do  D.  Fran- 
cisco de  Lemos  gouernador  de  Aueiro,  e  filha  de  Jorge  de  Le- 
mos e  de  Paula  Baracho  naturais  de  Almeyda». 

Para  não  impacientar  quem  porventura  haja  de  ler-me,  deixo 
de  copiar  a  lista  dos  antecessores. 

E  limito-mo  a  transcrever  as  palavras  por  que  Rangel  de 
Macedo  principia  o  «Titulo  de  Nápoles»  : 

«Não  com  menos  cuidado,  intentey  descreuer  esta  genea- 
logia, vendo  que  a  antiguidade,  e  nobresa  de  seus  progenitores 
convida ua,  a  fazer  hum  largo  discurso  de  sua  descendência, 
inda  que  todos  os  Nobiliários  reconhecem  nella  a  mesma  esti- 
mação,  e  lhe  dão  o  mesmo  principio,  o  qual  nos  pudéramos 


È  ÁRCEiVÒS  NÁCJÕNÍE8  32^ 


Ba*. 


avantajar,  deacreuendo  os  Ascendentes  de  Carlos  2.^  em  quem 
a  começamos^  mas  como  para  mostrar  quanto  hé  esclarecida 
basta  ter  por  Cabeça  os  Princepes  que  lhe  asinamos,  prenci- 
piaremos  donde  o  faeem  os  que  melhor  a  descreuerão.  As  Armas 
de  que  uzfto  sXo  o  escudo  esquartelado,  no  primeiro  huoaa  Águia 
de  ouro  entendida  em  campo  vermelho,  no  segundo  três  flores 
de  lis  de  ouro  em  roquete  em  campo  azul,  e  assim  os  contrá- 
rios; e  por  timbre  a  Agnia  das  Armas». 

E  continua  Rangel  de  Macedo: 

«Carlos  2.®  Rey  de  Nápoles,  Hjerusalem,  e  Cisilia,  Duque 
de  Apúlia,  e  de  Calábria,  Princepe  de  Capua,  e  de  Trento  iby 
coroado  Rey  no  anno  de  1289  pelo  Papa  Nicoláo  1.^,  morreo 
a  6  de  Majo  do  anno  de  1309  no  seu  Palácio  da  casa  noua 
juncto  a  Nápoles.  Casou  no  anno  de  1270  com  Maria  filha  de 
Esteuão  5.^  Rey  de  Vngria,  e  da  Raynha  Tenuena,  de  quem 
foy  herdeira  por  morte  de  seu  irmfto  Ladisláo  1.^  Rey  do  dito 
Reyno.  Teue  o  dito  Rey  Carlos  2.^  da  dita  sua  mulher  noue 
filhos  cujas  descendências  nlo  descreueremos,  tractando  só  do 
filho  8.®  que  lançou  o  primeiro  progenitor  desta  familia  em 
Portugal  o  qual  foy  o  Infante  JoKo». 

Pelo  Infante  Jofto  se  deriva  pois  de  Carlos  II  de  Nápoles  o 
traductor  de  Marmontel. 

35*  BdizaHo  escrito  em  francez  por  Mmrmantel,  e  traduzido 
em  portuguez  por  J.  N.  1\  M.  Fidalgo  da  Casa  de  Sua  Ma- 
gsétade,  do  seu  Conselho,  e  professo  na  Ordem  de  Christo, 
&c.  c0e.  dkc. 

Segunda  EdiçaS  correcta,  e  emendada. 

Lisboa  —  Na  Typografia  Rollandiana  —  1785. 

In-8.^  de  xv-293  pag.  adornado  com  uma  gravura  em  la- 
mina de  cobre,  gravura  sem  nome  de  gravador  e  collocada  junto 
ao  frontispicio.  A  pagina  do  «índice  dos  Capitules»  (pag.  293.^) 
seguem-se  innumeradas  9  paginas  destinadas  á  lista  dos  «Livros 
modernos  que  se  vendem  em  casa  de  Francisco  Rolland,  Im- 
pressor-Livreiro  em  Lisboa  ao  Bairro  Alto,  na  esquina  da  Rua 
do  Norte». 

36.  Contos  moroês  para  Entertimento,  e  InstrueçaZ  das  pes* 

?.•  ANNO,  N.»  4  S 


330  BOLSTIM  DAS  BIBUOTHfiCAS 


êoa$  curioioê.  Exlráhiãot  dos  melhore»  Âuetorea,  çne  lem  iradaio 
de$ia  matéria.  Traduzidoi  em  português 

Porto  —  Na  Ofl&c.  de  António  Alvares  Ribeiro  —  Anno  de 
1785.    ■ 

In-8.^  de  265  pag.  nameradas,  antecedidas  por  4  Ab.  sem 
numeraçXo  (fls.  occapadas  por  ante-rosto,  rosto,  cAdvertenda 
do  Tradnctor»,  e  c  Index  i).  O  verso  da  pag.  265,  innumerado, 
destina-se  á  indicaçlo  dos  erros  typographicos  e  respectivas 
emendas. 

De  Marmontel  ha  quatro  contos  neste  livro: 

O  Bom  Marido  (pag.  1  a  53) 

A  Boa  Mãi  (pag.  54  a  95) 

A  Má  Mii  (pag.  96  a  124) 

Aê  Duoê  DeêafortunadoM  (pag.  125  (erradamente  mareada 
por  225)  a  154). 

Nflo  vem  declarado  o  nome  do  traductor. 

S7«  O  viajante  êueco,  e  os  soUtarios  de  Murcia;  eonio  moral 
de  Mnrínontel,  Traduzido  em  Portuguez  da  Dicção  Franceza  pelo 
Traductor  do  Filosofo  Inglez,  e  das  NoveUas  Orientaes» 

Lisboa  —  Na  Officina  de  Joaquim  Thomaz  de  Aquino  Ba- 
IhSes  — M.DCCCIII. 

In-8.*  de  210  pag. 

28.  A  prova  de  hwna  amizade,  conto  moral  de  Mr.  de  Mar- 
montel, Traduzido  do  Idioma  Francez  por  F,  V.  de  A.  e  P. 

Lisboa  —  Na  Nova  Of.  de  JoSo  Rodrigues  Neves  —  Anno 
M.DCCCIV. 

In-8.*  de  80  pag. 

29»  Belizario  escrito  em  francez  por  Marmontd,  e  traduzido 
em  portuguez  por  J.  N.  T.  M.  Fidalgo  da  Casa  de  Sua  Mages- 
tade  Fidelissima,  do  seu  Conselho,  e  professo  na  Ordem  de  Christo, 
ákc.  Ac,  Sc, 

Terceira  Ediçad  coíTecta,  e  emendada, 

Lifiboa  —  Na  Typografia  Rollandiana  —  1814. 

In-8.®  de  xv-293  pag.  numeradas,  seguidas  por  11  que  nSo 
trazem  numeraçfto  e  se  destinam  a  relacionar  os  «Livros  Im- 
pressos á  custa  de  Francisco  Rolland,  Impressor-Livreiro  sm 
Lisboa,  e  que  se  achaS  de  venda  no  seu  armazém;  na  Rua  Nova 
dos  Martyres,  Num.  15i. 


£  ÁRCHIVOS  KÁCIONAÊS  331 


30.  A  Caixinha,  conto  moral  de  Marmontd,  traduzido  por 
António  Maria  do  Couto,  Professor  Régio. 

Lisboa  —  Na  Irapressfto  Regia  —  Ânno  1815. 
In-8.^  de  46  paginas. 

Vem  precedida  a  traducçSo  por  uma  Carta  do  traductor, 
dedicatória  a  Bernardo  Ribeiro  de  Carvalho  Braga. 

31.  A  Pastora  dos  Alpes,  conto  traduzido  do  francez. 
.    Lisboa  —  Na  ImpressSo  Regia  —  Anno  1815. 

In-8.®  de  55  paginas. 

Vem  nesta  espécie  oraittido  o  nome  do  auctor  (Marmontel) 
e  o  do  traductor  (que  talvez  fosse  António  Maria  do  Couto). 

32.  Contos  moraes  para  entretimento,  einstrucçad  das  pessoas 
curiosas,  extrahidos  dos  melhores  auctores,  que  tem  tratado  desta 
matéria.  Traduzidos  em  portuguez. 

Lisboa  —  Na  Typografia  Rollandiana  —  1817. 

In-8.°  de  267  pag.  numeradas,  precedidas  por  4  fls.  sem 
numeraçllo  (destinadas  para  ante-rosto,  frontispício,  «Âdver* 
tencia  do  Traductor»,  e  c índice»),  e  seguida  no  fim  por  2  fls. 
também  ínnumeradas  (destinadas  á  relação  dos  «Livros  que  se 
vendem  em  casa  de  RoUand,  Rua  Nova  dos  Martyres,  N.  10, 
abaixo  do  Theatro  de  S.  Carlos»). 

Entre  as  peças  que  neste  volume  figuram,  ha  qnatro  contos 
de  Marmontel,  a  saber  : 

O  Bom  Marido  (de  pag.  1  a  53) 

A  Boa  Mãi  (de  pag.  54  a  95) 

A  Má  Mãi  (de  pag.  96  a  124) 

As  Duas  Desafortunadas  (de  pag.  125  a  154). 

O  livro  é  reproducçSLo  da  espécie  mencionada  em  o  N.^  26 
da  presente  resenha,  e  nelle  se  continua  a  omittir  o  nome  do  tra- 
ductor dos  contos. 

83.  Contos  moraes.  Por.**  ♦ 

Lisboa  —  Na  ImpressSo  Regia  —  Anno  1817. 

In-8."  da  97  pag. 

Abrange  o  volume  dois  contos  de  Marmontel,  publicados  sem 
o  nome  do  auctor  nem  o  do  traductor.  E  sZo  elles : 

O  bom  matido  (pag.  3  a  55) 

A  boa  mãi  (pag.  56  a  97). 

As  versSes  são  as  mesmas  que  dos  dois  contos  ficaram  apon- 
tadas no  N.^  26  da  presente  resenha. 


â3â  BOLfaTlk  bÀ8  falBLtOtâECASl 


34.  A  mài  má.  Conto  moral  traduzido  do  francez.  Por*  •* 
Lisboa  —  Na  Impressllo  Begia  — 1818. 

In-8.''  de  31  pag. 

Publicado  Bera  o  nome  do  auctor  (Marmontel)  nem  o  do 
traductor. 

Esta  versio  é  a  mesma  qae|  sob  o  titulo  A  má  mãi,  ficou 
apontada  no  N.^  26  ía  resenha  presente. 

35.  As  duas  desafortunadas.  Conto  moral  traduzido  do  fran- 
cez. Por  *  *  ♦ 

Lisboa  —  Na  ImpressSo  Regia  —  1818. 

In-8.''  de  32  pag. 

Publicado  sem  nome  de  auctor  (Marmontel)  nem  de  tra- 
ductor. 

A  traducçfto  é  a  mesma  que  sob  egual  titulo  figura  apontada 
no  N.^  26  da  presente  resenha. 

36.  O  honrado  negociante,  novella  de  Marmontel, 
Lisboa  —  Na  Typografia  Rollandiana  —  1819. 

In-8.^  de  149  paginas,  das  quaes  somente  143  sSo  occupadas 
pelo  conto,  seguindo-se-lhes  1  em  branco,  e  õ  destinadas  ao 
cCatalogo  de  alguns  Livros  que  ha  para  venda  brochados  em 
Casa  do  Editor  F.  B.  O.  de  M.  Mechas,  Mercador  de  Livros  no 
Largo  do  Cães  do  Sodré,  N.  3.  Ai. 

A  nota  que  o  livreiro-editor  Francisco  Baptista  Oliveira  de 
Mesquita  (Mechas,  por  alcunha)  inseriu  em  pag.  3  a  5  do  livro, 
deixa-nos  plausívelmente  suppôr  que  foi  elle  próprio  o  traductor 
do  conto  marmonteliano, — ^.  conto  que  em  francez  se  intitula  Le 
franc  Breton. 

37«  A  experiência  da  amizade.  Conto  moral  de  Marmontel: 
traduzido  por  J.  J.  C  P.  e  S.  Obra  posihuma. 

Lisboa  —  Na  Typografia  de  António  Rodrigues  Galhardo  — 
182Õ. 

In  8.°  de  47  pag. 

O  traductor  foi  Joaquim  José  Caetano  Pereira  e  Sousa 
(Vid.  (em  pag.  78)  o  Tom.  xii  do  Diccionario  Bibliographico 
Portuguez  de  Innoceneio  Francisco  da  Silva,  continuado  por 
Pedro  Wenceslau  de  Brito  Aranha;  e  vid.  também  (na  pag.  134) 
os  Subsidias  para  um  Diccio^iario  de  pseudonymos,  iniciaes  e 
obras  ananymas  de  escriptores  portuguezes  por  Martinho  Augusto 
da  Fonseca). 


e  ARCHlVOa  NACIONAES  333 


cObra  poBthumat  se  chama,  no  frontispício  do  livro^  á  tra- 
docç&o  de  Pereira  e  Sousa,  por  ser  elle  effectivamente  já  falle- 
cido  qaando  a  traducçSo  veiu  a  Inme  (fallecido  em  17  de  Outubro 
de  1819,  conforme  se  declara  (em  pag.  77)  no  citado  Tom.  zii 
do  Diccionario  Bihliographico  Portugxiez), 

38.  O  viajante  sueco,  e  ob  soliiarioe  de  Murcia.  Canto  moral 
de  Marmontel.  Traduzido  em  Portuguez  pelo  Traductor  do  Filo- 
sofo IngleZj  e  deu  Novdias  Orientaes. 

Dado  novamente  á  luz  com  huma  estampa  por  Joei  Pedro  de 
Carvalho. 

Lisboa  —  Na.Typografia  CarvalhenRe — Anno  1833. 

In-8.*  de  135  pag.  numeradas,  seguidas  por  1  sem  nume- 
ração (occupada  por  annuncio  de  outra  publicaçSo  que  breve- 
mente deveria  sanir  a  lume). 

  c estampai  é,  em  fl.  aparte,  uma  tosca  gravura  aberta  em 
chapa  de  cobre  e  sem  nome  de  gravador. 

39.  BelizaHo  escrito  em.  fracez  por  Marmontel  da  Academia 
Franceza.  Traduzido  na  Lingua  Portugueza  por  J,  N,  2\  M. 
Fidalgo  da  Caza  de  Sua  Magestade  Fiddissima,  do  seu  Con^ 
sdko,  e  Professo  na  Ordem  de  Christo,  ébc, 

Nova  edição. 

Lisboa -Na  Typographia  Rollandiana— M.DCCC.XXXVII. 

In- 8.®  de  263  paginas,  illustrado  com  1  gravura  em  lamina 
de  cobre  (a  mesma  que  figura  na  c  segunda  ediçílo  do  livro  — 
N,\  26  da  presente  resenha). 

Coordenando  a  presente  noticia  das  ediçSes  que  a  Biblio- 
theca  Nacional  possue  em  relaç&o  ás  obras  de  Marmontel  (quer 
no  texto  original,  quer  traduzidas,  n&o  tratei  (claro  está)  de 
inserir  as  espécies  todas  que  na  mesma  Bibliotheca  existem  cor- 
relacionadas com  a  cBibliographia  Marmonteliana,  —  pois  que, 
nesse  caso,  teria  de  incluir  as  notas  biographicas  e  as  aprecia- 
çSes  criticas,  disseminadas  por  encyclopedías  e  revistas  littera- 
rias,  o  que  muito  longe  me  deveria  condussir,  e  nSo  é  esse  aqui 
o  propósito  das  minhas  consideraçSes. 


334  fiOLETIlC  OA8  SIBLIOTHECA8 


Continuando  a  enumerar  as  dadivas  com  que  no  derradeiro 
quartel  de  1908  foi  contemplada  a  Bibliotheca  Kacional  de  Lisboa, 
cabe-me  a  satisfacçSo  de  archivar  com  mmto  louvor  as  offertas 
com  que  nos  brindou  o  Sr.  Carlos  Rangel  de  Sampaio,  —  nome 
que  já  por  outra  vez  tive  ensejo  de  citar  como  benemérito  da 
Biblíotheca. 

Offereceu-nos  elle,  em  primeiro  logar,  duas  publicaçSes  de 
incontestável  merecimento : 

1.*  —  Da  Politica  e  da  Economia  em  Portugal  por  Cario» 
Rangel  de  Sampaio.  (Lisboa  —  1898). 

2.'  —  João  Augusto  Ferreira  Rangel — Poesias  (Com  um  es- 
tudo de  Camillo  CasteUo  Branco).  (Lisboa  — 1900). 

A  esses  dois  livros  juntou  depois  o  offerente  uma  collecçSo 
deveras  curiosa  de  todas  as  espécies  impressas  ou  manuscríptas, 
bibifacas  ou  icónicas,  que  elle  recebeu  em  Haya  como  Secretario 
da  DelegaçSo  de  Portugal  na  cSegunda  Conferencia  da  Pazi, 
incluida  nessa  collecç£Íio  a  formosa  medalha  de  prata  que  Sua 
Majestade  a  Kainha  da  Hollanda  mandou  em  1907  cunhar  para 
ser  coinmemorativamente  distribuída  entre  os  conferentes. 

A  medalha,  de  prata  fôsca,  é  elliptiforme :  no  seu  eixo  maior 
(vertical)  mede  0",038;  e  mede  0",027  no  eixo  menor  (trans- 
versal). 

No  anverso  representa  a  fachada  do  «Ridderzaal»  (palácio 
em  que  se  realizaram  as  sessões  da  Conferencia).  O  logar  do 
exergo  6  occupado  pelos  seguintes  dizeres  (em  duas   linhas): 

HA6AE  COMITÍS   MCMVII. 

O  reverso  apresenta,  immoldurada  por  folhedo  com  flores 
e  fructos,  a  seguinte  inscripçfto  (em  cinco  linhas):  in  meuobiaií 
SKCUNDI  PACis  CONVKNTUS.  Abaixo  da  inscripçâo  ha  elegante- 
mente recortada  uma  cédula,  e  nella  aberto  em  concavo  o  nome 
do  destinatário  da  medalha  Caulos  Raxqísl  de  Sampaio  (nome 
que  duas  linhas  occupa). 

Juntamente  com  a  medalha  foram-me  intregues  pelo  amável 
offerente  as  duas  seguintes  espécies : 

1.* — O  Officio  que  a  sobredita  medalha  acompanhava,  assig- 
nado  pelo  Ministro  dos  Negócios  Extrangeiros  da  Hollanda^  e 
indereçado  ao  Sr.  Carlos  Rangel  de  Sampaio. 

2.* — A  cópia  (impressa  em  velino  da  Hollanda)  do  Decreto 
em  que  Sua  Majestade  a  Rainha  dos  Paizes-Baixos  determinou 
aos  19  de  Novembro  de  1907  mandar  cunhar  a  referida  me- 
dalha. 


E  ABOHIVOS  NACIONABS  335 


Ouirosim  me  coube  agradecer  ao  Sr.  Sampaio  aa  espécies 
que  passo  a  mencionar,  e  que  durante  o  período  festival  da  Con- 
ferencia lhe  foram  offerecidas : 

a)  —  Le  Parlement  de  VHumaniíé  (La  Conférence  de  la 
Paix  à  la  Haye)  1907 — Lee  Déléguée,  Biographie»  et  Photo- 
graphics.  Rédigé  par  William  7.  Stead.  (Amsterdam  — 1907 
—  Com  abundantíssimos  retratos  e  várias  outras  estampas  em 
photo-gravura). 

b) — Le  Parlement  de  VHumanité  (La  Conférence  de  la  Paix 
à  la  Haye  1907).  Supplément  (Amsterdam  — 1907 — Com  muitos 
retratos). 

c) — Souvenir  de  la  Fête  on^ganieée  par  la  ViUe  de  Rotterdam 
en  rhonneur  dês  Memores  de  la  2*  Conférence  de  la  Paix  —  Le 
26  Juillet  1907.  (S.  1.  —  1907  —  Com  muitas  photo-gravuras', 
e  dois  mappas  am  fls.  dssdobraveis). 

d)  —  Scénario  du  Pae  de  rArbre  d*Or  par  le  B^**  A,  van 
Zuylen  van  Nyevélt  van  de  Haar.  Fêtee  inatigurale$  de$  porte  de 
Bruges  24-28  JiiUlet  1907.  (Bruges  —  1907  —  Com  interessan- 
tíssimas estampas). 

e)  —  Bracke  Doelen  Hotd  à  Amsterdam.  —  Un  Cabinet  à 
travei*s  les  sièclee  par  Eduard  Van  Biema.  (S.  1.  n.  d.  -—  Opús- 
culo que  sahiu  a  lume  com  luxuosas  illustraçSes,  e  que  nXo  foi 
destinado  a  vendas). 

Como  remate  de  tfto  importantes  dadivas,  accresce  (como  já 
informei)  a  oollecçSo  muito  curiosa,  rauitissimo  interessante,  das 
variadas  peças  concernentes  ao  expediente  da  Conferencia  e 
aos  diversoss  festejos  que  lhe  andaram  annexos,  —  peças  que 
na  Bibliotheca  fíoarXo  agrupadas  convenientemente.  D'entre  essas 
peças  destaca-se,  pela  sua  execução  mui  formosa,  uma  enorme 
photo-gravura  publicada  em  Londres  por  Barcley  Brothers  no 
anno  1907. 

Essa  primorosa  photo-gravura,  em  que  se  representam  agru- 
pados os  Membros  da  Conferencia,  vem  acompanhada  por  folha 
aparte  (De^xiènie  Conférence  de  la  Paix  à  la  Haye  1907),  — 
schema  lithographado  em  que  se  indicam  typographicamente 
os  nomes  dos  Conferentes  (entre  os  quaes  figuram,  pela  parte 
de  Portugal,  o  Marquez  de  Soveral,  o  Conde  de  Sélir,  Alberto 
de  Oliveira,  Thomas  António  Garcia  Rosado,  Ivens  Ferraz, 
F.  Quintella  de  Sampaio,  Carlos  Rangel  de  Sampaio,  e  Luiz 
Henriques  de  Lancastre). 

No  mesmo  dia  em  que  o  Sr.  Carlos  Rangel  de  Sampaio 


896  BOLETIM   DÁS  BIBLIOTneCAd 


brindou  com  a  medalha  de  prata,  qae  mencionada  fica,  o  Masea 
Numismático  da  Bibliotheoa  Nacional,  também  o  Sr.  Dr.  José 
Leite  de  Vasconcellos  lhe  fez  amaTel  e  generosa  offerta  de  ama 
medalha  de  barro  vermelho,  que  elle  de  sen  bolsinho  oomproa 
em  Lamego  durante  a  digressfto  que  realisou  de  mez  e  meio, 
nas  provincias  do  norte,  em  serviço  do  Museu  Etimológico 
Fortuguez. 

A  medalha  é  elliptiforme  e  caprichosamente  contornada ;  na 
parte  superior  tem  um  orificio  'para  se  dependurar  por  fita  ao 
peito  dos  fieis  que  em  8  de  Septembro  costumam  concorrer  á 
célebre  romaria  do  Sanctuario  de  Nossa  Senhora  dos  Bemedios. 
Recentemente  moldada,  a  medalha  incontra-se  á  venda  por  baixo 
preço  numa  das  lojas  de  Lamego. 

Representa  no  anverso  a  estátua  da  padroeira  de  Lamego, 
com  a  legenda  N.  s.  dos  reusdios.  No  reverso  apresenta  por 
inscripção  a  palavra  lamego  subjacente  ao  brasko  da  velha  ci- 
dade lameconse. 

No  Vol.  II  á*As  Cidadeê  e  ViUa$  da  Monarchia  Portuffiíeta 
qitê  tem  brasão  doarmos  (Lisboa — 1860)  diz  (em  pag.  8)  o  eru- 
dito Ignacio  de  Vilhena  Barbosa,  referindo-se  a  Lamego : 

cTem  por  brasSo  d*armas  um  escudo  coroado,  e  n'elle  em 
campo  azul  um  castelio  de  prata  com  três  torres  sobre  campo 
negro.  Ao  lado  está  uma  arvore  com  pomos,  que  dizem  cha- 
mar-se  Lamegueiro;  e  na  parte  superior  do  escudo  tem  de  um 
lado  o  sol,  de  oiro,  e  do  outro  a  lua,  de  prata». 

Com  esta  descripçSk)  combina  o  escudo  moldado  na  medalha 
'  de  barro  que  deixo  mencionada. 

Do  c Lamegueiro»  diz  o  Padre  D.  Raphael  Bluteau  no  sen 
Vocabulário  Portugxiez  &  Latino : 

c  Arvore  que  se  dá  em  algumas  partes  da  Beira.  Tem  a 
folha  como  a  do  Limoeiro  verde  escura,  &  essa  tesa,  &  áspera, 
com  quatro  ou  cinco  bicos  cada  folha;  nSo  cahe  no  Inverno.  Dá 
algum  género  de  flores,  mas  sem  fruto». 

Como  se  vê,  Bluteau  nfto  attribue  fructo  ao  Lamegueiro; 
mas  no  bras&o  lamecense  figura  elle  carregado  de  pomos. 

Voltando  ainda  ao  Sr.  Dr.  Leite  de  Vasconcelhos,  direi  que 
nos  offereceu  egualmente,  com  destino  á  «Camoniana»  da  Bi* 
bliotheea  Nacional  e  com  dedicatória  autographa,  três  frag- 
mentos por  elle  recortados  nos  N.^"  1:066,  1:076,  e  1:082,  do 
jornal  Noticias  de  Lisboa,  (N.*^'  correspondentes  a  31  de  Julho, 
12  de  Agosto,  e  20  de  Agosto  de  19Q8). 


E  ÁRCHIV08  NÁCIONABâ  337 


Nesses  ires  fragmentos  incontram-se  os  ires  artigos  que  o 
Sr.  Dr.  Vasconcellos  alli  publicou,  subordinados  ao  titulo  geral 
—  O  plano  doê  Lunadas. 

O  Sr.  Prof.  Augusto  Epiphanio  da  Silva  Dias,  álêm  de 
▼arios  jornaes  que  nos  offertou  colhidos  na  sua  recente  digressSo 
pela  Catalunha,  por  Itália,  por  Malta  e  por  Tunis,  trouxe-me 
em  lingua  raalteza  o  seguinte  almanaque,  litterariamente  muito 
curioso  e  abundante  em  prodacçSes  poéticas: 

Pronoêteti  MaUi — AlmarMCc  ia  Media  u  Ghaudex  Qhas-Sena 
1909.  (Malta— 1908). 

O  Sr.  Dr.  Arthur  Lamas  favorecen-nos  com  dois  exemplares 
da  seguinte  memoria: 

Arihur  Lamas  —  Uma  medalha  de  Fr.   D.  Anionio  Manoel 
de  Vilhena  ChBo-Meeire  Poriuguie  da   Ordem  de  S.  João  de 
Jerusalém  inédita  no  livro  de  Furse  —  Da  eoU-ecção  organizada 
por  José  Lamas.  (Lisboa  —  1908  —  Com  a  reproducçSo  fac-si-    • 
mile  do  anverso  e  do  reverso). 

O  Sr.  Prof.  Sertório  do  Monte  Pereira,  incansável  nas  suas 
dadivas  á  Bibliotheca  Kvcional,  inviou-nos  duas  dissertações 
inauguraes,  apresentadas  no  Instituto  de  Agronomia  e  Vete- 
rinária por  aluranos  doesse  estabelecimento : 

1.*  —  Breve  esiudo  sobre  adubos  do  irigo Por  Fer- 

nand-o  de  ^ani'Anna  da  Lança  Cordeiro  (Lisboa  —  1908). 

2.'  —  Algumas  palavras  acerca  da  raiva Por  Luiz 

Filippe  Nunes  (Lisboa —  1908). 

Do  Sr.  Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira  tive  o  gosto  de 
receber : 

O  Museu  Archeologico  do  Carmo  por  Oabriel  Pereira.  (Lis- 
boa-^ 1900 —  Com  duas  zinco  gravuras  de  Pires  Marinho,  re- 
producçKo  fac-simile  de  gravuras  antigas  em  que  se  representa 
o  velho  convento  carmelitano). 

O  Sr.  José  António  Moniz  ojOTereceu : 

Rei  D.  Carlos  o  mariyrisado  (Lisboa-^  1908 — Opúsculo  do 
Sr.  José  Duarte  Ramalho  OrtigSo,  com  o  retrato  do  monarcha 
em.  photo-gravura). 

O  Sr.  Luiz  Ripado  inviou-nos  um  livrinho  de  versos,  es* 


338  BOLBTtM  DAS  BlBUOirHKCAS 


eripto  por  sea  mallogrado  inn2o  que^  vicUma  da  tuberculose 
na  aurora  da  juventude,  nSo  chegou  a  vêl-os  publicados : 

Jnlio  Baptuia  Ripado  —  Oê  meus  versos.  Com  prefacio  dé 
D.  João  da  Camará.  (Lisboa  — 1908). 

O  Sr.  Martinho  Augusto  Ferreira  da  Fonseca  possuía  na  sua 
collecçSo  de  papeis  curiosos  e  preciosos  uma  poesia  autogra|Aa 
do  fallecído  Ânthero.do  Quental,  por  este  dedicada  ao  glorioso 
Alexandre  Herculano  em  1861,  —  poesia  que  trás  por  titulo  cAs 
Campas  i  e  é  toda  conatituida  por  versos  brancos. 

Ora  o  f  Numero  especial»  que  a  lUustraçSo  Portugueza  pu> 
blicou,  pelo  Natal  de  1907,  deu-nos  a  lume  esea  producçSo  poé- 
tica, immoldurada  graciosamente  por  desenhos  allegoricos. 

E  tanto  dos  desenhos,  como  da  composição  métrica,  se  fes 
em  2õ  exemplares  uma  elegante  c separata».  D'es8es  exemplares 
nos  foi  recentemente  ofFerecido  o  N.^  16. 

A  c  separata»  diz  assim  na  pagina  frontispicial :  —  Uma  poesia 
inédita  de  Anthero  de  Quental. 

Ao  mesmo  Sr.  Ferreira  da  Fonseca  devo  também  a  offerta 
de  cinco  espécies  destinadas  ao  nosso  c Álbum»  de  ex-libris. 

Nesse  c  Álbum»  tomará  logar  outrosim  o  picturesco  6a;-2í(rú 
que  para  seu  uso  mandou  gravar  em  Paris  o  Sr.  Henrique  de 
Campos  Ferreira  Lima,  —  ex-libris  muito  elegante  e  muito  for- 
moso que  faz  lembrar  as  madrigalescas  decorações  do  século 

XVIII. 

Pelo  Sr.  Dr.  António  Augusto  da  Rocha  Peixoto,  erudito 
Director  da  Real  Bibliotheea  Pública  Municipal  do  Porto,  me 
foi  também  offerecida  uma  prova  do  carimbo  exlibiis,  que  elle 
mandou  executar  para  distinctivo  das  espécies  biblíacas  perten- 
centes á  sua  livraria  particular,  —  carimbo  em  que  se  lêem 
caprichosa  e  artisticamente  dispostas  as  lettras  do  appellido 
«Peixoto». 

Menção  egualmente  me  cumpre  fazer  do  conceituoso  ex-libris 
que  o  Sr.  SebastiSo  da  Silva  Leal  adoptou  para  com  elle  au- 
thenticar  os  livros  de  sua  propriedade.  Aqui  lhe  agaadeço  o 
exemplar  com  que  doesse  ex  libris  elle  obsequiou,  a  pedido  meu, 
a  Bibliotheea  Nacional. 


B  ABCHIVOS  NACIONAES  339 


Do  mesmo  Sr.  Silva  Leal  recebeu  a  Bibliotheca  o  Exemplar 
N.®  30  (pertencente  a  uma  edição  de  cincoenta  exemplares 
numerados  que  não  intraram  no  commercio)  do  seguinte  fo- 
lheto : 

SUva  Leal —  Um  verso  dos  tLusiadasit.   (Lisboa  — 1908). 

Neste  seu  opúsculo  o  auctor  discute  e  critica  o  6.^  verso  da 
estancia  21.*  do  Canto  ix,  verso  que  tantas  interpretações  tem 
suscitado  e  tantas  hypotheses  aos  commentadores  da  epopéa 
camoniana. 

A  «Sociedade  Nacional  Camoneana»  fundada  no  Porto  aos 
10  de  Junho  de  1880  (por  commemoraçfto  tricentenária  do  fal- 
lecimento  de  Luiz  de  Camões)  publicou  modernamente,  numa 
ediçilo  de  cem  exemplares,  a 

Sessão  de  10  de  Junho  de  1908.  (Porto  —  1908). 

Nessa  publicação,  de  que  nos  vieram  offerecidos  dois  exem- 
plares pelo  Sr.  António  Moreira  Cabral  (desveladissimo  Secre- 
tario da  Sociedade),  figuram  as  seguintes  espécies  litt«rarias: 

a)  —  «Discurso  do  Sr.  Conde  de  Samodàes,  Presidente». 

b) —  a  Soneto  de  CamSes»  lido  na  sessão  pelo  Sr.  Joaquim 
de  Vasconcellos.  (É  aquelle  que  assim  começa: —  «Quanta  in- 
certa esperança!  quanto  engano  !»  etc). 

c) —  «Canção  xi  de  Luis  de  CamSes»  («Vinde  cá,  meu  tão 
certo  secretariei  etc  ),  segundo  a  revisão  critica  da  Sra.  D.  Ca- 
rolina Michaelis  de  Vasconcellos. 

d) —  «Propriedades  do  Amor.  Capitulo  de  Luis  de  CamSes», 
(Trecho  da  Egloga  ii). 

e) — «A  Livraria  de  um  admirador  de  Camões».  Noticia  por 
Joaquim  de  Vasconcellos.  (O  admirador,  a  que  se  refere  a  no- 
ticia, é  o  Sr.  António  Moreira  Cabral,  um  dos  mais  enthusias- 
ticos  camonianistas  do  Porto). 

f) —  «O  brilho  de  Camões».  Soneto  por  A.  F.  de  Araújo 
e  Silva. 

g)  —  «Sonho  de  Camões».  Soneto  por  José  de  Azeredo. 

h) —  «Nosso  culto  a  Luiz  de  Camões».  Décima  por  A.  Mo- 
reira Cabral. 

i) — «O  Livro  da  Pátria».  Reflexões  em  prosa  por  José  Dias 
de  Castro. 

O  Sr.  Xavier  de  Carvalho,  Secretario- Geral  da  «Société 
des  Études  Portugaises»,  publicou  modernamente  em  Paris 
(uliás  estampado  na  Bélgica)  um  formoso  livro  de  suas  pro- 


340  fiOLETnf  DAS  BIBU0THECA8 


dacçSes  poéticas,  e  doesse  livro  nos  remetten  por  offerta  um 
exemplar : 

Xavier  de  Carvalho  —  Poesia  humana.  (Nivelles  (BelgiqUe) 

—  1908). 

Abrange  a  obra  quatro  secç^s:  —  cTodas  as  Almas»; 
cTodas  as  Gammast ;  cTodas  as  Cores» ;  e  cApotheose  Ca- 
moneana». 

Ka  derradeira  secçio  comprehendem-se  nove  composiçSes 
que  se  intitulam 

cA  Renascença» 

fNos  Paços  da  Ribeira» 

cNathercia» 

ff  O  Episodio  de  Ignez» 

ffO  Adamastor» 

«Ilha  dos  Amores» 

«Longe  da  Pátria» 

cO  Jau» 

cOs  Lusiadas». 

Cada  uma  d'essas  nove  peças  é  constituída  por  um  soneto, 
com  excepção  da  primeira,  em  cuja  formaçAo  entram  quatro 
sextilhas  de  versos  alexandrinos. 

Do  Sr.  Dr.  António  Augusto  da  Rocha  Peixoto,  sempre 
amável  e  obsequiador  para  com  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lis- 
boa, já  neste  Relatório  falei  apropósito  do  seu  ex-libris.  E  agora 
torno  d'elle  a  occupar-me,  citando  por  elle  escriptas  quatro  me-* 
moridis  summamente  valiosas,  e  originariamente  publicadas  no 
Tom.  II  da  interessantíssima  revista  Portvgalia,  —  revista  que 
rivaliza  coro  o  que  ha  de  melhor  nos  outros  paizes. 

De  todas  as  quatro  memorias  nos  inviou  elle  um  exemplar. 
E  são  ellas  as  seguintes : 

!,•  —  O  traje  serrano  —  (Norte  de  Portugal).  (Porto —  1907 

—  Com  55  ilIustraçSes). 

2.*  —  Os  cataventos.  (Porto  —  1907  — Com  46  ilIustraçSos). 

3.*  —  As  filigranas.  (Porto  —  1908  —  Com  53  ilIustraçSes). 

4.^  —  Noticia  acerca  das  explorações  archeologicaê  da  Civi- 
dade  de  Terroso  e  do  Castro  de  Laundos  no  Concelho  da  Povoa 
de  Varzim  (1906-1907).  (Porto  —  1908  —  Com  8  photo-gravu- 
ras,  entre  ellas  5  retratos). 

O  Sr.  Dr.  Sérgio  de  Castro  offereceu-nos : 

Sérgio  de  Castro  —  Dietaduras  e  Dictador  —  Discurso  pro- 


È  AttÒHlVOS  t^AClOUABd  â4Í 


&^B«jka^BaHU 


nunciado  na  Camará  doa  Senhores  Dentados  nas  sessdes  dt  28 
e29  de  Julho  de  1908.  (Lisboa— 1908). 

Offerecidos  pelo  auctor,  apparecerain-nos  dois  exemplares  dos 
Ensaios  de  Orotéctoniea  —  Evoluçõio  geral  dos  systhemas  de 
plicaturas  no  continente  europeu  por  Alfredo  Augusto  d*  Oliveira 
Machado  e  Costa  (Lisboa — 1908  —  Cora  dois  mappas,  o  da  Eu- 
ropa e  o  de  Portugal). 

A  cDirecçfto  Geral  dos  Trabalhos  Qeodesicos  e  Topogra* 
phicosf  inviou-nos  da  Carta  de  Portugal,  que  na  escala  de  1 
para  50:000  está  publicando  polyohromicamente  lithographada, 
a  Fl.  N,^  14^C  (Leiria  e  territórios  circumvizinhos). 

Da  Carta  Chorographica  dos  limites  de  Portugal,  publicada 
pela  respectiva  Commissfto  na  escala  métrica  de  1  para  50:000, 
recebeuse  a  Fl.  N.^  2,  que  (em  continuaçfto  da  FL  N,^  1  an- 
tecedentemente offerecida)  abrange  a  secçSo  oriental  da  fronteira 
luBO-hespanhola  determinada  pelo  rio  Minho. 

Pela  referida  Commissfto  nos  foi  outrosim  oíFerecido  o  se- 
guinte brinde  estimabilissimo : 

Commissdio  Intemaciotial  de  Limites  entre  Portugal  e  Hes- 
panha  —  Planta  do  Rio  Minho  desde  sua  foz  afé  a  confluência 

do  Rio  Troncoso,   Levantada  na  escala  de  n-^prp^  pelos  officiaes 

d,uOO 

em  serviço  na  Commissão  Major  de  Estado  Maior,  Gaspar  An- 
tónio d* Azevedo  Meira,  e  Commandante  de  Estado  Maior,  D,  Mi- 
guel Corrêa.  Em  cumprimento  e  para  a  execução  do  Tratado  de 
29  de  Septembro  de  1864  e  anexo,  segundo  as  insti^ucçZes  dos 
Commissarios  General  de  Divisão,  Sebastião  Lopes  de  Ca- 
Iheiros  e  Menezes,  e  Coronel  de  Estado  Maior,  D.  Ignacio  Sa- 
Unas,  1898.  . 

Constituem  esta  obra  63  fls.  de  larguíssimas  dimensões,  in- 
cluídas na  conta  a  fl.  do  ante-rosto,  a  do  rosto,  e  a  dos  signaes 
convencionalmente  adoptados. 

A  c Commissfto  da  Secçfto  Portuguesa  na  ExposiçSo  Nacional 
do  Rio  de  Janeiro  de  1908»  mandou  imprimir  luxuosamente 
uma  obra,  adornada  com  photo-gravuras  e  mappas  chromo- 
lithographados, —  obra  que  se  intitula  Notas  ssbre  Portugal,  e  da 
qual  se  acha  publicado  já  o  Vol.  i  (Lisboa  —  1908). 


342  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Doesse  Vol.  i  nos  remetteu  a  CommissSo  dois  exemplares. 
E  contêm  elle  os  seguintes  trabalhos: 

I  —  cAdvertencia  preliminar»  por  Ánt(>nio  Teixeira  Júdice. 

II  —  «IntroducçXo  geographica»,  por  Silva  Telles. 

III  —  «Anthropologia  portuguesa»,  por  Arthur  da  Fonseca 
Cardoso. 

IV  —  cFormas  da  vida  communalista  em  Portugal i,  por  An- 
tónio Augusto  da  Rocha  Peixoto. 

V — ((Azeite,  óleos  e  condimentos «,  por  Ramiro  Larcher 
Marçal. 

VI — <A  producçSo  agricola»  por  Sertório  do  Monte  Pereira. 

VII — cA  industria  leiteira»,  por  Joaquim  de  Assampçfto 
Rasteiro. 

Vni  —  «Breve  noticia  sobre  alguns  materiaes  de  construcçSo 
nfto  metallicos,  nacionaes»,  por  José  da  Paixfto  Castanheira  das 
Neves. 

IX —  «Correios»,  pelo  Conselheiro  Paulo  Benjamim  Cabral. 

X — «Telegraphos»  pelo  Conselheiro  Paulo  Benjamim  Cabral. 

XI  —  «Geodesia»,  por  Fernando  Carlos  Costa. 

XII —  «Jazigos  de  minérios»,  por  Manoel  Roldan. 

XIII  —  «Nascentes  thermo-mineraes  de  Portugal»,  por  An* 
tonio  Maria  da  Silva. 

XIV  —  «As  pescas  em  Portugal — As  salinas»,  por  Vicente 
de  Moura  Coutinho  Almeida  de''Eça. 

XV —  «A  aquicultura  em  Portugal»,  por  Augusto  Nobre. 

XVI  —  «A  silvicultura  em  Portugal»,  por  Joaquim  Ferreira 
Borges. 

XVII  —  «A  producçfto  vinicola»,  por  Sertório  do  Monte 
Pereira. 

XVIII  —  «A  olivicultura  em  Portugal»,  por  Ramiro  Larcher 
Marçal. 

XIX — «A  evolução  da  industria  portuguesa»,  pelo  Con- 
selheiro J.  de  Oliveira  Simões. 

XX  —  «Madeira  e  Porto  Santo»,  por  JoSo  da  Motta  Prego. 

XXI  —  «O  archipelago  dos  Açores»,  por  JoXo  Viegas  Paula 
Nogueira. 

XXII  —  «Associações  agrícolas»,  por  D.  Luis  de  Castro. 
XXIII —  «Industria  pecuária»,  por  Jofto  Tierno. 

XXIV  —  «O  ensino  primário  em  Portugal»,  pelo  Dr.  Alves 
dos  Santos. 

XXV —  «A  instrucç&o  secundaria  em  Portugal» ,  pelo  Dr.  José 
Maria  Rodrigues. 


£  ARCRIV08  KACIONAES  343 


XXVI  —  tO  Curso  Superior  de  Letras  e  os  cursos  de  ha- 
bilitação para  o  magistério  secundário»,  por  Francisco  Adolfo 
Coelho. 

XXVII —  «O  ensino  medico»,  por  Bello  de  Moraes. 

XXVIII  —  «Ensino  industriai  e  commercial»,  por  Carlos 
Adolfo  Marques  Leitão. 

XXIX  —  cO  ensino  das  artes  plásticas  em  Portugal»,  por 
D.  José  Pessanha. 

XXX  —  cA  medicina  em  Portugal»,  por  Bello  de  Moraes. 

XXXI —  cA  cirurgia  em  Portugal»,  por  José  Qentil. 

XXXII —  c Assistência  publica  e  hospitalização»,  pelo  Con- 
selheiro Curry  Cabral. 

XXXIII — ff  Saúde  publica»,  pelo  Conselheiro  Guilherme 
José  Ennes. 

XXXIV  —  «Prophylaxia  em  Portugal  das  doenças  infecto- 
contagiosas»,  pelo  Conselheiro  Guilherme  José  Ennes. 

XXXV  —  «Os  alienados  em  Portugal»,  por  Júlio  de  Mattos. 
XXXVI —  fA  luta  contra  a  tuberculose»,  por  D.  António 

Maria  de  Lencastre. 

XXXVII — «Evolução  da  engenharia  civil  em  Portugal», 
por  A.  Luciano  de  Carvalho. 

XXXVIII  —  «Navegação  exterior»,  pelo  Conselheiro  Adolfo 
Loureiro. 

XXXIX — «Caminhos  de  ferro»,  pelo  Conselheiro  Fer- 
nando de  Sousa. 

XL — «Viação  ordinária»,  pelo  Conselheiro  João  da  Costa 
Couraça. 

XLI — «Edifícios  públicos»,  por  A.  Luciano  de  Carvalho. 

Da  «Assistência  Nacional  aos  Tuberculosos»  —  caritativo 
instituto  fundado,  patrocinado,  e  presidido  por  Sua  Majestade 
a  Rainha  Senhora  Dona  Maria  Amélia,  —  tenho  continuado  a 
receber  o  seu  «boletim»  Tuberculose. 

E  ultimamente  nos  brindou  também,  offerecendo-nos  em  três 
•exemplares 

The  Fight  against  Tuberculosis  in  Portugal  hy  Dom  António 
Maria  de  Lancastre,  (Lisbon  —  S.  d.  —  1908). 

A  «Companhia  de  Moçambique»  inviou-nos  dois  exemplares 
do  seguinte  folheto: 

Tkê  Rubber  Induètry  in  the  ierritories  of  Manica  and  Sofala 
by  W.  H.  Johnson.  (London  — 1908). 


ã44  fiOtSl^íM  DAS  BibLiOTâECÁS 


Do  Ljcea  Nacional  de  Setúbal  recebeu-se: 
Annuario  do  Lyceu  Nacional  de  Setúbal — (7,*  anno) — Anno 
lectivo  de  IQOT-^IQOS.  (Setúbal  —  1908). 

Por  offerta  do  auctor,  mencionarei  agora: 

Summario  histórico  sobre  a  Defeza  de  Portugal  considerada 
sob  o  ponto  de  vista  da  preparação  da  guerra  —  Primeira  parte 
(1640-1816)  —  Pelo  Coronel  do  Estado  Maior  Alfredo  Pereira 
Taveira  —  Segunda  ediçõio  revista  e  augmentada.  (Lisboa  — 
1906). 

Summario  histórico  sobre  a  Defeza  de  Portugal  considerada 
sob  o  ponto  de  vista  da  preparação  da  guerra  —  Segunda  parte 
(1816^1906).  (Lisboa  —  1»05  —  Em  continuaçXo). 

0  Sr.  António  Augusto  do  Amaral  FrazXo  inviou-nos  o  re- 
trato do  setubalense  Jacob  Frederico  Torlades  Pereira  d' Al- 
meida, cujo  zelo  e  patriotismo  durante  a  invasSo  franceza  (como 
se  declara  na  legenda  que  acompanha  o  referido  retrato)  lhe 
grangeou  ser  agraciado  com  a  Ordem  de  Christo  por  Decreto 
de  õ  de  Junho  de  1810. 

Elaboradas  pelo  Sr^  Dr.  Francisco  Marques  de  Sousa  Vi- 
terbo, e  por  elle  offerecidas,  archivei  as  quatro  seguintes  pu- 
blicaçSes : 

1  .•  —  Artes  e  industrias  metallicas  em  Portugal  — -  Serra- 
lheiros e  ferreiros.  (Coimbra — 1908). 

2.*  —  Fr.  João  das  Chagas  ou  Frey  Juan  de  las  Llagas. 
(Coimbra  —  1908). 

3.*  —  Músicos  do  appdido  Palácios.  (S.  1.  n.  d.). 

4.*  —  Três  médicos  poetas.  (Lisboa  —  J  908). 

Doesta  memoria,  que  primeiro  se  estampou  no  «Arohivo 
Histórico  Portuguez»,  separadamente  se  fez  uma  ediçSo,  limi- 
tada a  21  exemplares  numerados,  d'entre  os  quaes  pertenceu  á 
Bibliotheca  Nacional  o  exemplar  N.^  13. 

Os  «três  médicos  poetas,  são:  —  Domingos  Pereira  Braça- 
mente,  o  Dr.  JoSo  Sucarello  Claramonte,  e  o  Dr.  Fernando 
Cardoso. 

O  Sr.  Saul  José  Mário  Jorge  offereceu-nos  de  sua  lavra : 
Um  Brado  (poemeto  anarchistaj.  (Lisboa  —  1908). 
Este  poemeto  é  constituído  por  versos  alexandrinos  impa- 
relhados. 


fi  ÁKCmVOS  KÁCIOtTAES  345 


Pelo  Sr.  Rodrigo  Beça,  residente  em  Coimbra,  veia-noB '  offe- 
tecida  esta  publicação: 

Rodrigo  Beça  —  Intermezzo  (Optis  I),  (Porto  —  1908). 

O  Intermezzo  abre  por  um  prologo  em  prosa,  no  princípio 
do  qual  se  incontram  estas  palavras : 

«O  Intermezzo  é  uma  colIecçAo  de  versos  d'am6r. 

«Nfto  só  amor  da  mulher,  mas  o  amor  das  coisas,  da  lus, 
•do  ar,  das  gottas  d'agua,  das  manhãs  de  primavera,  das  tardes 
d'outono,  dos  humildes,  dos  pobres,  de  tudo  que  tenha  um 
aroma  de  Belleza  ou  um  perfume  de  Bondade». 

» 

De  Coimbra  nos  veiu  também  (offerta  do  Sr.  Christovam 
Ayres),  por  occasifto  da  visita  de  Sua  Majestade  El-Rei  o  Se- 
nhor D.  Manuel  II  iquella  cidade,  um  exemplar  do  N.^  45  do 
Anno  xxxvii  da  Correspondência  de  Coimbra  (20  de  Novembro 
de  1908). 

Constituído  por  4  paginas  (como  costumam  ser  todos  os 
Números  do  mencionado  periódico),  destina-se  exclusivamente 
o  N.®  45  nas  suas  três  paginas  primeiras  a  saudar  o  excelso 
monarcha,  do  qual  publica  em  photogravura  dois  retratos. 

Subscrevendo  os  artigos  (uns  em  prosa,  e  outros  em  verso) 
figurara,  além  do  offerente,  o  Dr.  Costa  Alemão,  o  Dr.  António 
de  Vas^oncellos,  o  Conde  de  Monsaraz,  o  Conde  de  FelgueiraS| 
o  Cónego  Dias  de  Andrade,  Eugénio  de  Castro,  João  Corrêa 
d'Oiiveira,  A.  F.  Carneiro  Pacheco,  Manuel  Massa,  e  Sousa 
Gomes.  Aos  nomes  d'estes  onze  collaboradores  aocrescem  ele- 
gantemente, como  perfumada  grinalda,  os  nomes  da  Sr.*  D.  Amé- 
lia Janny,  da  Sr.*  Marqueza  de  Pomares,  e  da  Sr*.  D.  Cândida 
Ayres  de  Magalhães. 

.0  Sr.  Arthnr  Dória  inviou-nos  de  Vizeu,  subscripta  pelo  seu 
nome,  a  seguinte  publicação: 

Imposto  de  Sangue  (Novdla  social),  (Famalicão  — 1908). 

Entram  no  livro  15  Capitules.  E,  em  seguida  ao  respectivo 
c Índice»,  diz  o  auctor: 

c  Apesar  da  concatenação  da  matéria  exposta,  cada  capitulo 
constituo  um  conto,  integro,  completo.  Assim  o  leitor  pôde  cotf- 
.tentar-se  com  este  ou  com  aquelle,  sem  preoccupação  de  maior»  • 

Provenientes  do  Porto,  já  neste  Relatório  mencionei  por 
.dUas  vezes  offertas  do  Sr.  Dr.  António  Augusto  da  Rocha  Pei- 
xoto. Mencionarei  agora  dadivas  de  outros  offertantes. 

?.•  ANHO,  N.»  4  8 


$46  BOLKTIU  DA6  &mLlOTH£CÁS 


Assim,  começarei  por  citar  a  firma  commercial  dos  editores 
Lemos  &  C*  que  continuam  brindando  a  Bibliotheca  Nacional 
com  a  remessa  de  dois  exemplares  da  Encydopedia  Portugueza 
Illxtstrada  —  Diccionario  Universal  publicado  sob  a  direc^  de 
Maximiano  Lemos. 

Ultimamente  recebi  eu  d'esta  ezcellente  publicaçXo  o  Vol.  x 
que  já  attinge  o  final  da  letra  U,  e  que  prosegue  justificando 
08  elevados  créditos  de  competência  por  que  se  distingue  o 
illustre  Professor  da  Escola  Medico- Cirúrgica  do  Porto. 

O  Sr.  Alberto  Velloso  d' Araújo,  distincto  publicista  da  cidade 
invicta,  inviott-nos  de  sua  lavra: 

Duas  conferencias  —  A  Bedempçào  dos  Cegos  —  A  Eaj>0' 
siçSo  internacional  de  MHão  e  o  Simplon.  (Santo  Thyrso — 19(>3). 

Ainda  outra  offerta,  procedente  do  Porto, — um  livro  de  que 
nos  vieram,  por  mercê  do  auctor,  dois  exemplares : 

Oesar  de  Medina* —  Debaixo  das  araucárias  —  (Scenas  da 
Vida  do  Prado).  (Porto  —  1908). 

Diz  no  prologo  o  auctor: 

€  Debaixo  das  araucárias  é  uma  serie  de  estudos  psycholo- 
gicos  sobre  casamentos  e  as  ideias  geraes  que  perturbam  o  amor, 
filho  da  natureza^  n^este  século  xx». 

A  cLiga  d^InstrucçSo  de  Vianna  do  Casteilo»  inviou-nos  um 
exemplar  do  conceituoso  discurso  que  o  Sr.  João  da  Rocha 
pronunciou  na  Avenida  cLuiz  de  CamSes»  por  occasi&o  de  se 
realizar  naquella  florescente  cidade  aos  2õ  de  Outubro  do  cor- 
rente anno  a  commovente  e  suggestiva  «festa  das  arvoresi: 

João  da  Rocha  —  Homens  e  Arvores,  (Vianna —  1908). 

Do  Funchal  remetteu-nos  a  Typographia  do  «Diário  de  No- 
ticias», num  folheto  elegantemente  impresso,  a 

Resenha  Chronologica  do  Jornalismo  Madeirense.  (Funchal 
—  1908). 

Nesse  opúsculo,  que  muito  interessa  á  fiibliographia,  incon- 
tra-se  a  «Resenha  chronologica  de  todos  osjornaes  publicados 
na  Madeira  com  as  datas  dos  seus  primeiros  e  últimos  números». 

Dos  Açores  recebi  por  offerta  do  auctor 
Alfredo  César  Macedo  de  Faria  —  A  Reforma  da  PoUeia, 
(Ponta-Delgada  — 1908). 


e  ÁRCHIVOS  KÁCI0KAK8  34? 


o  Sr.  Philoteio  Pereira  d' Andrade  inviou-nos  de  S.  Thomé 
de  Salcete  (índia  Portugneza)  quatro  publicações: 

1.'  —  Os  Santos  Martyres  de  Cuncolim.  (Subsídios  para  a 
historia  da  sua  vida).  Ordenados  por  Philoteio  Pereira  d*  An- 
drade. (MargSo  —  1894). 

2.*  —  1497-98  —  Centenário  da  índia  —  1897-98  —  Do- 
cumentos  hmkanis  para  a  Historia  de  Goa  por  Philoteio  Pereira 
d' Andrade  —  I—  (Bastorá  —  1898). 

3.*  —  Contribuirdes  para  a  Bibliographia  Indo'Poi*tugueza 
por  Ignacio  Salvador  Leonardo  Dias  —  Fasciculo  I.  (Bastorá 
—  1899). 

4.*  —  Estudos  histórico  archeologicos  por  PhUoteio  Pereira 
d' Andrade.  (Bastorá—  1901). 

0  Sr.  Francisco  Ribeiro  da  Cunha  adquiriu  no  espolio  do 
fallecido' Rodrigo  Vicente  de  Almeida,  que  durante  muitos  annos 
exerceu  com  louvável  competência  e  louvável  zelo  as  fimcçSes 
de  Official  da  Bibliotheca  Real  da  Ajuda,  um  manuscripto  me- 
recedor de  toda  a  estima,  como  de  toda  a  estima  era  merecedor 
quem  o  elaborou. 

Doesse  manuscripto,  agora  intregne  aos  prelos,  inviou  nos  o 
Sr.  Cunha  um  exemplar  impresso: 

A  Cruz  de  Villa  Viçosa  —  Monographia  histórica  redigida  á 
vista  de  documentos  inéditos  existentes  na  Bibliotheca  Real  da 
Ajuda  pelo  Official  da  mesma  Bibliotheca  Rodrigo  Vicente  d' Al- 
meida. (Lisboa  —  1908). 

A  monographia  —  ornamentada  com  o  retrato  do  prestimoso 
anctor  (bellissimo  retrato  em  que  fielmente  transluz  a  bondade 
insinuante  e  amoravel  por  que  se  recommendava  o  finado  bi- 
bliothecario)  —  offerece  por  illustraçoes  também  duas  gravuras 
representativas  da  Cruz  (vista  pela  sua  face  anterior  e  pela  face 
posterior).  E  vem  acompanhada  a  monographia  por  uma  «Adver- 
tenciao  do  benemérito  editor,  em  que  se  dá  justa  noticia  das 
excellentes  qualidades  que  todos  reconheciam  no  saudoso  Rodrigo 
Vicenjte  d* Almeida. 

Pelo  Sr.  Coronel  JoSlo  Maria  Jalles  fui  brindado  com  três 
espécies  em  accrescentamento  das  muitas  outras  que  nos  tem 
oflFerecido.  Aqui  menciono  agora  as  três  que  recebi : 

1  .*  —  Breves  estudos  sobre  Balistica  Exterior  redigidos  par 
João  Pereira  Mousinho  de  Albuquerque,  (Lisboa  —  1890). 

2.*  —  Xavier  Machado  —  Critério  do  Soldade  sobre  a  táctica 


â48  BOLETIM  DAS  BIBLlOTHECAâ 


raciocinada  t  êua  incidência  natural  na  e9(ructura  deu  unidades. 
(Lisboa  —  1894). 

3.' — Ligeiraê  considerardes  sobre  o  futuro  dos  i.**  sargentos 
de  artilharia  e  engenharia  e  alguns  alvitres  para  a  reorganizaçUo 
do  respectivo  quadro  por  José  MarceUino  Carrilho.  (Lisboa  — 
1897). 

Os  Srs.  José  Pinto  de  Sousa  LelIo  d  IrmSo,  li\rreiro8-edi- 
tores  que  no  Porto  concorrem  desveladamente  para  que  a  sua 
profissão  mais  e  mais  se  ingrandeça  e  cada  vez  mais  se  nobilite^ 
offereceram-nos  por  brinde  um  exemplar  do  seguinte  romance 
dado  por  elles  ao  prelo. 

OoeUio  Netto  —  Esphinge.  (Porto  —  1908  —  Com  o  retrato 
do  anctor). 

Por  intermédio  da  Secretaria  do  Ministério  dos  Negócios 
Estrangeiros  inviou-nos  a  LegaçSo  de  Portugal  em  Madrid  um 
exemplar  de 

Los  JSitios  de  Zaragoza  ante  d  Derecho  internacional  por 
2>.  Migud  Allué  Salvador — Con  vários  fotograbados  y  un  plano 
.de  la  ciudad  en  aqiieUa  época.  (Zaragoza  —  1908). 

O  exemplar  veíu-nos  o£ferecido  pelo  auctor  do  livro,  em 
cujo  texto  se  fazem  rasgadamente  elogios  ao  valor  e  ao  brio  dos 
soldados  portuguezes. 

De  Hespanha  recebi  também^  offerecida  peio  seu  auctor,  a 
seguinte  obra: 

El  dos  de  Mayo  de  1808  cn  Madrid  —  Eelacián  histórica  do- 
cumentada mandada  publicar  de  orden  dei  Excmo,  SeOnr  Conde 
de  P^alver,  Alcaide  Presidente  de  su  Excmo.  Ayuntamiento,  y 
por  acuerdo  de  la  Comisión  Organizadora  dd  Primer  Cfsntenario 
de  su  gloí^sa  efeméride  y  escrito  por  Don  Juan  Pérez  de  Chízmán 
y  Oallo.  (Madrid  — 1908). 

^  A  obra  apresenta-se  adornada  com  muitos  retratos,  várias 
outras  estampas,  e  algumas  folhas  de  reproducç&o  fac-simile. 
Seu  auctor  é  Académico  da  Real  Academia  da  Historia. 

Ainda  de  Hespanha : 

Discursos  leídos  ante  la  Real  Academia  Gallega  en  la  re- 
.cqpción pMica  dd  Sehor  D.  Manuel  Diez  Sanjurjo  verificada  en 
la  ciudad  de  Orense  '  d  dia  20  de  Junio  de  1908.  (La  Coru&a 
.—  1908). 


«  I 

K  AKCHIVOS  NACI0KAB8  349^ 


Dois  discursos  abrange  esse  opascalo,  que  por  seus  auctores 
nos  foi  offertado :  —  o  discurso  do  recipiendario  D.  Manuel  Diez 
Sanjnrjo  «sobre  el  tema  Epílogo  de  la  Historia  dei  fuero  de  Al-' 
larizt ;  e  aquelle  que  em  resposta  pronuncion  D.  Francisco 
Tettamancy. 

Pelo  erudito  Director  da  Real  Bibliotheca  Nacional  Central 
de  Florença  veiu-nos  offerecido  um  exemplar  da  seguinte  publi- 
caçlUi,  commemorativa  do  tricentenário  natalicio  de  Evangelista 
Torricelli : 

Djíe  insigni  avtografi  di  Galileo  Galilei  e  di  Evangelista  Tor- 
ricelli m  A  facsimiU  dagli  originali  deUa  Biblioteca  Nasdonale 
Cèntrale  di  Firenze  •  Omaggio  deUa  Biblioteca  ai  Secondo  Con-* 
gresso  deUa  Società  Italina  per  il  Progresso  deUe  Scienze  *  Fi^ 
reme  #  NelVOttobre  dd  MCMVIIL  (Firenze  —  1908). 

O  fac-simile  dos  dois  autographos  (um  de  Galileu,  e  o  outro 
de  Torricelli)  vem  precedido  pela  reproducçKo  de  gravura  an- 
tiga, em  que  se  incontra  representado  o  retrato  do  insigne  sabia, 
a  cnja  memoria  prestou  tal  tributo  de  veneraçfto  a  Bibliotheca 
úe  Florença. 

Ao  Sr.  Professor  Pedro  Carducci  Teisser  devo  o  favor  do 
Fascículo  xviii  do  Anno  vui  da  GaUería  Biográfica  Interna- 
zionaU  (Roma  —  Settembre  1908). 

Nesse  fasciculo  vem  redigida  pelo  editor  e  director  da  pu- 
blicaçlo  (o  referido  Professor  Teisser)  um  artigo  biographíco 
icêrca  do  nosso  actual  monarcha,  artigo  acompanhado  pelo  re.- 
trato  do  soberano  (em  gravnra  de  madeira). 

O  artigo  intitula-se  —  «S.  M.  Don  Manoel  ii  Re  di  Por- 
togallo». 

O  Sr.  Commendador  Carlos  Padiglione  (Bibliothecario  da  Bi- 
bliotheca Nacional  de  Nápoles)  offerecen-nos : 

Dd  Orandato  di  Spagna  —  Nota  dd  Oomm.  Cario  NobíU 
Padiglione.  (Napoli  — 1908). 

De  Nápoles  nos  enviou  também  o  Sr.  Commendador  António 
Padula  duas  prodncç5es  de  sua  lavra: 

1.*  —  Prof,  António  Padula  —  Camoens  e  Teófilo  Braga  — 
(Estratto  ddla  tRassegna  Italiana»).  (Napoli  — 1908). 

Constituo  essa  publicação  um  estudo  critico. 

2."  —  Del  poema   mI  Lusiadià   di  Camoens  due  opuscoli -^ 


850  BOLETIM  DA8  BIBLIOTHKCAS 


Traduzione  in  verso  italiano  di  António  Padvla).  (Napoli  — 
1908  —  EdiçSlo  de  cem  exemplares  qne  dSo  entram  no  com- 
mercio). 

Os  dois  cepisodiosf ,  em  cuja  tradueçlio  o  Sr.  Padala  apro- 
yeítou  versos  d^aquelia  que  em  tempos  publicou  o  Sr.  Prospero 

Peragallo  (Due  Ejfisodi  dd  poema  1  Lusiadi  di  Camões 

coUa  traduzione  in  verso  italiano  per  Prospero  Peragallo  — 
Génova,  1904),  sSo  o  da  «Batalha  do  Saladoí  e  o  da  cLinda 
Ignez». 

Lettres  inédites  de  M,^  de  Stael  à  Henri  Meister  pubUéespar 

MM.  Paul  Usteri et  Eugene  Ritter  —  Deuxième  édition. 

(Coulommiers  —  1904). 

Vem  adornado  o  volume  com  o  fac-simile  de  um  formoso 
medalhão  em  que  se  acha  representada  a  effigie  de  Henrique 
Meister;  e  o  exemplar,  qne  recebi,  foi- me  gentilmente  offerecido 
pelo  Sr.  Eugénio  Ritter,  Professor  na  Faculdade  de  Lettras  em 
Genebra. 

A  Bibliotheca  Nacional  do  Rio-de-Janeiro  inviou-nos,  em  ser- 
serviço  das  «Permutas  Interuacionaes»,  septe  espécies: 

1  .*  —  Arihur  Dias  —  //  Brasile  atfuale  —  Infomiazioni  Geo- 
grajiche,  Politiche  e  Commerciali.  Impressioni  di  Viaggio,  Dati 
e  Descrizioni  delle  Principiai  Ciità  Brasiliane,  Uomini  e  cose  di 
attualità,  Statisticke  e  Prospeiti  Orafici.  (Nivelle  —  Belgio  — 
1907  —  Com  retratos  nnmerosos,  e  varias  outras  estampas,  em 
photo-gravura). 

2.*  —  O  Brasil.  Siuu  riquezas  naturaes.  Suas  industrias  — 
Vol,  L  Introducçao  —  Industiia  extractiva.  (Rio  de  Janeiro  — 
1907  —  Publicação  do  «Centro  Industrial  do  Brasil»). 

3."  —  F.  A.  Pereira  da  Costa  —  João  Fernandes  Vieira  4 
luz  da  histoiia  e  da  critica.  (Recife  — 1907). 

4.* —  Remijio  de  Bellido —  Catalogo  dos  Jomaes  Paraenses. 
1822^1908.  (Pará  — 1908). 

5.*  —  Ministério  da  Marinha  —  Relatório  apresentado  ao 
Presidente  da  Republica  dos  Estados  Unidos  do  Brasil  pelo 
Vice- Almirante  graduado  Alexandrino  Faria  de  Alencar,  Mi- 
nistro de  Estado  dos  Negocias  da  Marinha,  em  Abril  de  1908. 
(Rio  de  Janeiro  —  1908). 

6.*  —  Ministério  da  Marinha  —  Annexo  ao  Relatório  apre- 
sentado ao  Presidente  da  Republica  dos  Estados  Unidos  do 
Brasil  pelo    Vice-Almirant-e  graduado   Alexandrino   Faria  de 


£  ARGMIV08  NACI0NÁC8  351 


Alencar,  MinUtro  de  Êitado  do$  Negócios  da  Marinha^  em  Abril 
de  1908.  (Rio  de  Janeiro—  1908). 

T.^  —  Imprenêa  Nacional  (Officina  official)  ISOS-^lOOS — 
Apontamentos  histoiHcos  por  Oliveira  BeUo  redactor  do  Diário 
Official,  (Rio  de  Janeiro  —  1908  —  Com  retratOB  e  outras  es- 
tampas). 

Entre  os  retratoSi  com  que  esta  última  obra  se  apresenta 
illustrada,  figura  o  de  El-Rei  D.  Jofto  VI. 

O  clnstituto  Histórico  e  Geographico  Brazileiro»  remetteu-me 
em  continuaçlo  de  suas  obsequiosas  offertas : 

Bevista  do  Instituto  Histórico  e  Geographico  BrazUeiro  fun- 
dada no  Bio  de  Janeiro  em  1838 —  Tomo  consagrado  á  Ex* 
posição  Commemoratíva  do  Primeiro  Centenário  da  Imprensa 
Periódica  no  BrazU  promovida  pelo  mesmo  Instituto  —  1908. 
(Rio  de  Janeiro  —  1908). 

Abrange  em  volumes  separados  duas  «Partes»  interessan- 
tíssimas. 

A  Parte  I  contêm  c Génese  e  progressos  da  imprensa  pe- 
riódica no  Brazil».  Vem  adornada  com  o  retrato  do  Príncipe 
Regente  D.  João  (que  era  1816  ascendeu  ao  throno  sob  o  nome 
de  D.  JoSo  VI),  o  retrato  do  Conde  de  Linhares  (D.  Rodrigo 
Domingos  António  de  Sousa  Coutinho),  e  a  reproducçSo  fac- 
simile  da  primeira  pagina  de  vários  periódicos  a  começar  na 
cGazeta  do  Rio  de  Janeiro»  (que  foi  o  primeiro  jornal  impresso 
no  Brasil,  e  cujo  N.^  1  sahiu  á  luz  pública  em  10  de  Septembro 
de  1808). 

Da  Parte  II  o  Vol.  i  (que  deve  ter  continuaç&o)  abrange : 
—  «Annaes  da  Imprensa  Periódica  Brazileira.  Estados  do  Ama- 
zonas, Pará,  Maranhão,  Piauhy,  Ceará,  Rio  Grande  do  Norte, 
Parahyba,  Pernambuco,  Alagoas  e  Sergipe». 

A  substanciosa  memoria  («Génese  e  progressos  da  imprensa 
periódica  no  Brazil»),  que  occupa  da  Parte  I  quasi  toda  a  ex- 
tensão, é  escripta  pelo  Dr.  Alfredo  de  Carvalho,  e  vem  ante- 
cedida por  um  anteloquio  de  Max  Fleiuss. 

O  Vol.  I  da  Parte  II  incorra,  com  respeito  a  jornaes,  re- 
vistas, e  outras  publicações  periódicas: — o  Catalogo  do  Estado 
do  Amazonas,  por  João  Baptista  de  Faria  e  Souza;  o  do  Pará, 
pelo  Dr.  Manoel  de  Mello  Cardozo  Barata;  o  .do  Maranhão, 
pelo  Dr.  Augusto  Olympio  Viveiros  de  Castro ;  o  do  Piauhy, 
pelo  Dr.  Abdias  Neves;  o  do  Ceará,  pelo  Barão  de  Studart; 
o  do  Rio  Grande  do  Norte,  pelo  Dr.  Luiz  Fernandes;  o  da 


362  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTHECAS 


Parahyba  pelo  Dr.  Diógenes  Caldas ;  o  de  Pemambaoo,  pelo 
Dr.  Alfredo  de  Carvalho;  o  de  Âlagdas,  pelo  Dr.  Joaquim 
Thomaz  Pereira  Diegues;  e  o  de  Sergipe,  pelo  Desimbargador 
Manoel  Armindo  Cordeiro  Guaraná. 

O  Sr.  Paulo  Orosimbo  de  Azevedo,  Coronel  brasileiro  e  Di- 
rector dos  Correios  do  Estado  de  S.  Paulo,  presenteou-nos  com 
a  seguinte  obra :       >    • 

Paulo  Orosimbo — Ry^ertorio  êynúuiico  da  Legislação  Postal 
BraeOeira.  (SXo  Paulo—  1908). 

De  Montevideu  chegou-nos  offerecida  a 

Rdaeión  Oficial  dd  Primer  Congreso  Intemaeional  de  E^ 
ttídiantes  Americanos  celebrado  en  Montevideo  de  26  de  Enero 
4  2  de  Febrero  de  1908.  (Montevideo  —  1908). 

É  um  grosso  volume,  adornado  com  muitos  retratos  e  vistas 
em  pfaoto-gravura ;  e  foi  a  « Asociación  de  los  Estudiantea  de 
Montevideo»  que  tal  offerta  nos  inviou.  Constituo  parte  inte- 
grante da  Evolución  («Revista  mensual  de  Ciências  j  Letras») 
nos  seus  N.""*  21  a  24  do  Anno  III  (Março  a  Junho  de  1908). 

Do  México  me  provieram,  por  dadiva  de  seu  illustre  auctor, 
as  três  publicações  que  passo  a  mencionar : 

1.'  —  Dorada  Nébtda  (Faz  de  Amor)  —  Monólogo  original 
y  en  verso  de  Ramón  N,  Franco,  (México  — 1907). 

2.*  —  Pictóricas.  Poesias  de  Ramón  N.  Franco  (dd  Ateneo 
Mexicano)  —  i.*  Edición.  (México  —  1907  —  Na  capa  da  bro- 
chura, 1908). 

3.^  —  Lampos  de  Almas.  Idilio  en  diálogo  oiHginal  y  en 
verso  de  Ramón  N.  Franco.  (México  —  1908). 

Todas  as  três  producçSes  se  publicaram  acompanhadas  pelo 
retrato  do  auctor. 

Inviado  pelo  Sr.  D.  Jesus  Velázquez,  Director  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Honduras,  recebi,  em  serviço  das  c  Permutas 
Internacionaes',  um  volume: 

Honduras  —  Descripción  hutorica,  geográfica  y  estadística  de 
esta  república  de  la  America  Central  poi*  E.  O.  Sguier  — 
Edición  corregida  y  anotada  por  J.  M.  C.  (Tegucigalpa)  — 
1908). 

E  do  Instituto  Smithsoniano  que  direi  ?  que  prosegue  infa- 


E  ARCHIVOS  NACIOKAES  d53 


tigavelmente  generoso  a  locupletar  nossas  estantes  oom  profiiôSo 
indescriptivel  de  preciosos  livros,  oificialmente  publicados  nos 
E&tadoB  Unidos  da  America,  sobre  assumptos  variadissimos. 

Esta  lista  das  principaes  ofiFertas  que  a  Bibliotheca  Nacional 
de  Lisboa  recebeu  no  derradeiro  quartel  de  1908^  vou  termi- 
nál-a  archivando  com  muito  agradecimento  os  nomes  ie  dois 
illustres  doadores: — o  Sr.  José  Augusto  Celestino  Soares,  dis- 
tincto  official  da  nossa  marinha-de-guerra ;  e  o  Sr.  Francisco 
Júlio  BorgeS;  distincto  agrónomo  e  distincto  publicista. 

O  Sr.  CapitSo-de-Fragata  José  Augusto  Celestino  Soares, 
cujo  nome  já  por  mais  de  uma  vez  tem  honrado  as  paginas 
doestes  meus  Relatórios,  veiu  hontem  oíFerecer-me  por  brinde, 
com  destino  á  secção  dos  nossos  manuacriptos,  a  seguinte  espé- 
cie muitíssimo  recommendavel : 

Plano  Da  Organização  do  Exercito  de  8ua  Mageêiade  Em 
tempo  de  Páz,  e  de  Guerra:  E  De  hum  Systema  para  o  Extc^ 
heUcimento  de  huma  Caixa  Militar,  em  tempo  de  Páz;  Oonsiàr 
tindo  em  17  Mefinorias.  Off&reddo  a  Sua  AUeza  Real  O  Princepe 
do  Brazil.  Anno  de  1792.  Pelo  Conde  d' Oeyi^hausen* 

Manuscripto  in-folio,  primorosamente  calligraphado  e  ador- 
nado com  formosos  mappas  deaguarella  mui  delicada,  executados 
pelo  illustrado  ingenheiro  Pedro  Celestino  (avô  paterno  de  quem 
este  códice  me  veiu  amavelmente  ofiFerecer). 

Pedro  Celestino  (como  elle  subscreve  nos  mappas  o  seu 
nome)  ou  Pedro  Celestino  Soares  (como  realmente  era  o  seu 
nome  por  extenso)  foi  o  tronco  de  uma  djnastia  scientifico- 
litteraria  que  ainda  hoje  tem  florescentissimos  representantes, 
—  djrnastia  em  que  nSo  escassearam  professores,  marinheiros, 
militares,  litteratos. 

Finalmente  hoje,  31  de  Dezembro  de  1908,  o  Sr.  Júlio 
Borges,  erudito  cultor  das  seiencias  agronómicas,  e  funccionario 
intelligentissimo  que  nos  serviços  dos  Correios  e  Telegraphos 
deixou  recordaç8es  indeléveis  da  sua  prestimosa  actividade  e 
do  seu  inexcedivel  zelo  pelo  bem  público,  trouxe  ao  meu  gabi- 
nete as  três  seguintes  publicações,  todas  merecedoras  do  mais 
caloroso  applauso  : 

1.*  —  Revista  da  Exposição  Agrícola  de  Lisboa  de  1884* 
(lisboa— 1885). 


354  B0L8T1M  DAS  B1BUOTHECA8 


Nesta  interessantíssima  c revistai  foi  o  Sr.  Jnlio  Borges  um 
dos  mais  enthnsiasticos  e  dos  mais  infatígaves  redactores. 

2.*  —  Exposição  Agrícola  de  Lisboa  em  1884  —  RelaUnio 
do  Jury  do  Grupo  VIII — Instrucção  agrícola.  (Lisboa — 188Õ). 

O  redactor  d'este  Relatório  foi  o  Sr.  Júlio  Borges. 

3.'  —  Questdes  de  administração  publica  —  LA  reorgani- 
sação  dos  serviços  telegrapho-postaes  de  1  de  dezembro  de  1892 
no  quadro  das  reducçdes  das  despezas  do  Estado,  Por  F.  JuUo 
Borges,  (Lisboa  — 1893). 


Falei  das  offertas ;  falarei  agora  das  principaes  acquisiçSes 
por  compra,  com  que  durante  o  derradeiro  quartel  de  1908  ficou 
ampliado  o  pecúlio  da  Bibliotheca  Nacional. 

£  entre  essas  merece  especial  mençUo,  por  sua  particularís- 
sima importância,  aquella  que  passo  em  primeiro  logar  a  es- 
pecificar. 

O  Visconde  de  Álmeida-Garrett,  que  foi  o  apresentante  e  o 
patrocinador  de  Francisco  Gomes  de  Amorim  nas  lides  da  lit- 
teratura  portugueza,  mimoseou  em  tempos  este  seu  patrocinado 
com  a  dadiva  de  dois  volumes  manuscriptos,  —  autograpkos 
(em  rascunho)  d'aquelle  insigne  escriptor,  gloria  da  nossa 
pátria. 

Esses  dois  volumes  preciosos,  que  incorram  producçSes  iné- 
ditas do  egrégio  Poeta,  logrei  eu  a  fortuna  de  adquirir,  como 
jóias  de  inestimável  preço,  para  a  secçíio  dos  nossos  ma- 
nuscriptos. 

São  dois  volumes,  constituidos  por  folhas  de  almasso  do- 
bradas in-4.®,  e  resguardados  por  pastas  de  meia-incaÂernaçio 
que  revela  os  moldes  adoptados  entre  1840  e  1850. 

Um  dos  volumes  incerra  seis  espécies,  que  sfto: 

1.*  —  Ãtala,  Dramma  (incompleto).  1817, 

Talhada  em  versos  descasjllabos  soltos,  e  antecedida  por 
uma  «Prefação»  em  prosa  («Prefação»  que  traz  por  data  — 
«Porto  16  d*Oatubro  1820),  abrange  esta  composição  (no  ma- 


E  ÁHGHIVOS  NACIONâIlS  355 


nuscripto  que  adquiri)  somente  o  Acto  i  e  aB  duas  primeiras 
Bcenas  do  Acto  ii. 

2.* — Lucrécia,  Tragedia:  Representada  pda primeira  vezem 
Coimbra  em        de  Fevereiro  de  1819. 

Composiçílo,  toda  em  decasyllabos  soltos,  constituida  por  um 
Prologo  e  cinco  Actos. 

3.'  —  Affonso  d* Albuquerque.  Tragedia  em  6  actos.  Porto  — 
Jtdho  — 1819. 

O  manuscrípto  abrange  apenas^  precedidos  por  um  cPrologoi 
(em  prosa),  o  Acto  i  (em  decasyllabos  soltos)  e  as  três  pri- 
meiras scenas  do  Acto  ii  (egualmente  em  decasyllabos  brancos). 

Segue-se  a  isto  o  resumido  esboço  de  uma  projectada  opera 
sobre  o  mesmo  assumpto. 

4.'  —  Sophonisba.  Tragedia.  Começada  no  Porto  —  Agosto 
— 1819. 

O  manuscripto  contêm  apenas  o  Acto  i  (em  decasyllabos 
soltos),  antecedido  por  uma  «Advertência»  prefaciai  (em  prosa). 

5.* — O  Amor  da  Pátria.  Elogio  Dramático  para  sa  festqar 
<m  Coimbra  o  nascimento  da  Princeza  da  Beira  em        de 
1819. 

Esta  «Princeza  da  Beira»  ^  Princeza  da  Beira  e  do  Gram- 
Pará  —  a  que  o  Poeta  se  refere,  foi  a  Senhora  D.  Maria  da 
Gloria,  que  nasceu  no  Rio  de  Janeiro  aos  4  de  Abril  de 
1819,  e  que  em  1826  por  abdicaçSo  de  seu  pae  (ElRei 
D.  Pedro  IV)  succedeu  ao  throno  portuguez  sob  o  nome  de 
D.  Maria  II. 

Escripto  em  decasyllabos  soltos  (como  era  quasi  constante 
norma  em  producçSes  do  mesmo  género),  o  mencionado  «Elogio 
Dramático»  apresenta  por  interlocutores  as  cinco  seguintes  per- 
sonagens : 

D.  Jofto  II,  Rei  de  Portugal 

CaraSes 

Affonso  d'Albuquerque 

D.  Diniz,  Rei  de  Portugal 

Minerva. 

E  decorrem  as  scenas  num  templo  dos  Campos  Elysios. 

6.*  —  Manuscripto,  em  cuja  pagina  frontispicial  poz  o  Poeta 
os  seguintes  dizeres: 

La  lezione  agli  amanti 
Opera  bufa 


356  BOLBTDf  DAS  BIBUOTHECAS 


Da  rapresentarêi  nd 
R.  Theatro  di. . . 


Perêonaê  q  hablan  en  eUa 
O  8nr.  Manoel 
A  Sobred.^  Sra  q  faz  anno8 
Este  ê€u  criado 
Cdro. 


A  êcena  i  onde  fôr  poêiivd. 

Abrange  a  cópera»  venos  de  quatro  syllabas,  de  seis,  e 
de  dez,  alguns  na  língua  italiana,  mas  quasi  todos  em  por-' 
tnguez. 

O  outro  volume  incerra  abundantes  trechos,  truncados,  de 
um  poema  cujo  texto  completo  (ou  quasi  completo)  ee  perdeu 
afundado  na  barra  do  Douro  em  1832,  e  ácêrca  do  qual  dix 
Oomes  de  Amorim  no  Tom.  i  (a  pag.  320)  do  seu  livro  Garrett 
—  Memorias  biographicae : 

«Em  Warwick  começou  um  trabalho,  que  seria  dos  mais 
notáveis  da  moderna  litteratura  portugueasa,  se  o  tivesse  con- 
cluido,  ou  se  nSlo  se  perdesse  a  maior  parte  do  que  estava  feito. 
Beiiro-me  ao  poema  Magriço», 

Sobre  o  assumpto,  eis  o  que  diz  a  biographia  anonyma  de 
Garrett,  pnblicada  com  o  retrato  do  biograpfaado  no  Tomo  lU 
do  Universo  Pittoresco  (Lisboa  — 1843-1844). 

cChegou  a  Londres  pelo  meio  do  verfto  de  1823:  e  o  de- 
sejo de  profundar  o  estudo  da  língua,  das  leis,  e  da  litteratura 
Jngleza,  o  levaram  a  viver  no  campo.  No  bello  condado  de  War- 
wick residiu  até  quasi  ao  fim  do  inverno  seguinte,  estudando, 
e  escrevendo.  Sabemos,  pelo  onvir  da  própria  boca  do  author, 
que  neste  pacifico  retiro  começou  a  delinear,  e  a  colligir  os  roa- 
teriaes  de  duas  notáveis  obras,  que  talvez  seriam,  se  chegasse 
a  acaba-las,  os  seus  mais  distinctos  titules  litterarios.  (Jma  delias 
já  em  parte  é  conhecida  pela  publicaç&o  do  i.^  tomo  (que  veiu 
a  imprimir-se  em  Londres  em  1829)  do  Ti'actado  da  Edticação. 
A  outra  era  um  poema  de  um  género  caprichoso  entre  o  Or- 
lando de  ArioRto  e  o  D.  JoUo  de  Lord  Byron ;  e  o  seu  titulo  e 
acção  principal  era  o  Magriço  e  os  doze  de  Inglaterra;  mas, 
excêntrico  e  indeterminado  na  sua  esfera,  abraçava  todas  as 
coisas  antigas  e  modernas,  e  ora  philosophava  austeramente 


fi  1RCHIV08  NACIOKAES  357 


jiobre  os  desvarios  deste  mando,  ora  se  ria  com  elles ;  umas 
vezes  se  remontava  ás  mais  sublimes  regiSes  da  poesia  do 
coraçSo  ou  do  espirito ;  outras  descia  a  seus  mais  humildes  valles 
a  colher  uma  flôr  singela,  a  apanhar  talvez  ás  bordas  do  ri- 
beiro a  pedrinha,  que  só  era  curiosa  ou  extravagante.  Este 
poema,  de  que  por  intervallos  sabemos  que  o  anthor  se  andou 
oocupando  até  ao  anno  de  1832  (nove  annos  da  sua  vida),  em 
que  tinha  consignado  as  impressSes  de  suas  variadas  viagens, 
e  que  era  finalmente  uma  rica  e  immensa  collecçSo  de  varia- 
díssimos estylos  poéticos,  veiu  a  perecer,  com  muitos  outros 
trabalhos  litterarios  e  scientifioos  do  author,  na  entrada  da  barra 
do  Porto  com  a  perda  de  nm  navio,  que  no  fim  desne  anno 
(1832)  vinha  dos  Açores,  e  ahi  metteram  a  pique  as  baterias 
inimigaci.  Grandes  fragmentos  d'aquello  poema  foram. vistos  por 
muitas  pessoas  de  quem  houvemos  estas  informaçSes.  É  uma 
verdadeira  perda  para  a  litteratura  portugueza,  que  dos  vinte 
e  tantos  cantos,  que  já  estavam  compostos,  e  que  levavam  o 
heroe  até  ás  portas  da  estacada  de  Smithfieid  em  Londres  (onde 
se  pretende,  que  fora  o  combate  dos  doze),  é  pena,  dizemos, 
que  nfto  possa  salvar  alguns  a  reminiscência  do  author.  Mas 
temos-lhe  ouvido  protestar,  que  nunca  mais  poderia  achar-se 
nas  diversas  disposições  de  animo,  em  que  estivera  ao  compor 
aquelles  variados  cantos.  Lamentámos  que  assim  seja». 

Na  primeira  pagina  do  códice  que  adquiri,  escreveu  Al- 
meida-Garrett : 

Magriço 
Começado  em  Birmingham  1823 

Continuado  Londres  1831 

Perd^  no  Poíio  1832 

Começado  a  restaurar  em  Paris         188^. 

£,  logo  abaixo,  põz  Amorim  a  seguinte  declaraçSo : 

cA  letra  acima  e  toda  a  do  presente  manuscripto  é  do  punho 
do  Auctor  J.  B.  de  Almeida  Garrett,  como  se*pode  ver  compa- 
rando-a  com  a  da  correspond.*  que  possuo  do  mesmo.  F.  Gomes 
de  Amorim». 

A  exactid&o  do  que  fica  affirmado  pelo  dilecto  discipulo  de 
Garrett,  relativamente  á  legitimidade  do  autographo,  pode  qual- 

Jiuer  também  verificál-a  confrontando  a  lettra  com  a  reproducçio 
ao-simile,  que  frequentes  vezes  tem  apparecido  a  público,  de 
escripta  garrettiana. 

A  sociedade  que  em  Lisboa  taplora  a  industria  editora  sob 


358  B  ARCHIVOS  KACIOKÁes 


o  titalo  cEmpresa  da  Historia  de  Portagal»,  den  á  laz  em 
1904  duas  ediçSes  (ornadas  ambas  com  gravuras)  das  Obra$ 
eompletoê  de  Almeida  Oarrett,  —  e  de  cada  uma  d'e8sa8  ediçóes 
nos  oflFerecen  ella,  a  instancias  minhas,  um  exemplar  que  figurou 
na  tExposiv^o  Garrettiana!  com  que  solemnisei  em  Desembro 
du  referido  anno  o  quinquagenario  do  faliecimento  do  Poeta. 

Nessas  duas  edições  apparece  por  vez  primeira  publicado  um 
trecho  de  28  versos  (o  trecho  por  que  abre  o  poema  de  que 
estou  falando) :  a  esses  28  versos  se  reduz  tudo  quanto  d' O 
Magiiço  ha  divulgado. 

Devo  entretanto  advertir  que,  na  iicçlo  do  manuscripto  por 
mim  agora  adquirido  para  a  Bíbliotheca  Nacional,  o  trecho  inicial 
incorra  3õ  decasyllabos. 

Seguem-se  depois,  no  manuscripto,  numerosos  trechos,  mas 
truncados,  fragmentados,  incompletos,  —  trechos  que  a  remi- 
niscência do  auctor  buscava  pouco  a  pouco  reproduzir  no  papei, 
desde  que  em  Paris  tentara,  no  anno  1833,  effectuar  a  reconsti- 
tuição do  poema. 

Referem-se  apenas  aos  seis  primeiros  cantos  os  truncados 
trechos  do  códice,  —  mas,  truncados  mesmo,  elles  equivalem  a 
pérolas  que  se  houvessem  desinfiado  do  precioso  collar  em  que 
primitivamente  figuravam,  pérolas  soltas  mas  nem  por  isso  menos 
valiosas. 

Proseguindo  na  enumeração  das  compras,  passarei  a  men- 
cionar outra  de  não  somenos  importância,  posto  que  mui  difie- 
rente  no  género. 

A  similhança  do  que,  ha  dois  annos,  practicaram  combinadas 
em  Nova- York  a  •  Sociedade  Geographica  Americana»  e  a  cSo- 
cidade  Hispânica  da  America»  relativamente  ao  cMappa-Mundi» 
do  afamado  Hondius,  deram  eilas  recentemente  á  luz  em  repro- 
ducção  facsimile  o  interessante  cMappa-Mundi»  de  Canerio, — 
publicação  essa  'de  que  adquiri  por  assignatura  um  exemplar 
para  a  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Intitula-se  a  publicação  : 

Marine  World  Chart  1502  (circa)  hy  Nicolo  de  Canerio 
Januensis  edited  by  Edward  Luther  Stevenson,  Ph.  D.  Facn- 
mile  isBued  under  tke  joint  auspices  of  tke  American  Oeographical 
Society  and  The  Hispanic  Society  of  Ameinea.  (New  York  — 
1907). 

O  Mappa-Mundi  acha-se  distribuido  por  dez  folhas  em  con- 
tinuidade. Antecede  essas  dez  folhas  uma  folha  preliminar,  em 


e  ÁRCHtVOS  VACÍONÁES  359 


qne  redazidamente  se  representam  unidas  as  dez  folhas  par- 
cellares. 

O  programma  da  publicaçSo  abre  pelas  seguintes  palavras: 

fin  the  series  of  maps  illustrating  early  discovery  and  ex- 
ploratíon  in  America,  issuedin  facsimile  nnder  the  jointauspices 
of  the  American  Geograpbical  Society  and  the  Hispanic  Societj 
of  Americai  we  have  had  the  pleasure  of  announcing  as  the 
first  namber  of  the  series  the  large  World  Map  of  Jodocus  Hon- 
dius,  drawn  bj  that  master  not  later  than  1611,  of  which  map 
but  one  original  copy  is  now  knownt . 

E  accrescenta  o  programma : 

cAs  the  second  in  the  series  we  beg  herewith  to  annoiínce 
the  great  Portugnese  Chart  of  Nicolo  de  Canerio,  representing 
the  world  as  it  was  known  at  the  beginning  of  the  sixteenth 
century.  In  size  it  measures  22õ  by  115  cm.  It  bears  no  date, 
but  there  is  good  reason  for  believing  it  was  drawn  as  early  as 
1502.  €OpiLS  Nicolay  de  Canerio  lanueiiBtÊw  is  the  legend  appea- 
ring  in  the  lower  corner  on  the  left,  which  legend  gives  us  the 
name  of  the  author». 

As  folhas  do  Mappa  vêem  acompanhadas  por  um  volume 
impresso,  que  se  intitula : 

Marine  World  Chart  of  Nicolo  de  Canefno  Januenais  1602 
(circo).  A  criticcU  sttidy  with  facsimile  by  Edward  Luther  Ste- 
venson,  Ph,  D.  Professor  of  History  in  Rutgers  College.  (New 
York  — 1908—  Com  vArias  e  mui  curiosas  iilustraçSes). 

O  possuidor  do  autographo  antheriano,  a  que  já  me  referi 
neste  Relatório  quando  mencionei  entre  as  espécies  recebidas 

Eor  oíFerta  ura  exemplar  d'cAs  Campas»,  cedeu-me  para  a  Bi- 
liotheca  Nacional  esse  autograplio,  todo  pelo  punho  do  fallecido 
michaelense,  datado  em  Coimbra  no  anno  1861  (isto  é,  quando 
o  illustre  académico  incetava  na  Universidade  o  seu  curso  de 
jurisprudência),  e  subscripto  pela  assignatura  (sic)   Antero  do 
Quental, 

O  texto  do  manuscripto  é  constituído  por  4  fls.  (8  paginas)^ 
a  que  antecede  uma  fl.  frontispicial  assim  concebida : 

Ao  Sa/  Alexandre 

Hei^culano, 

Ao  Philosopho  —  ao  homem  de  bem 

Respeito. 

Ao  Sábio  —  ao  poeta 

Adhesão  e  amizade» 


360  BOLBTItf  DAS  BIBUOTHECAS 


Quando  a  mão,  jtM  obedece  ao  impulêo 
D'um  affecto,  procura  outra  mão 
E  em  êilencio  eloquente  se  apertão ; 
É  que  em  troca  outro  affecto  reeponde. . . 
É  que  ai  almas  lá  tem  êeti  quiiúAo! 

Para  a  Secçlo  dos  Manascriptos  comprei  outrosim  na  loja  do 
alfarrabista  Caldas  Cordeiro  as  ires  seguintes  espécies : 

1.^  —  Noticia  verdadeira  do  ornato  que  ee  vio  nas  caxae  da 
Madre  Soror  Paula  Maria  Religiosa  no  Mosteiro  de  Odivelas, 
Senhora,  a  quem  ElRei  D.  João  o  5.^  tratou  com  as  mais  dis- 
tinctas  honras,  obrigado  de  um  amorozo  affecto. 

In-folio,  por  lettra  da  segunda  metade  do  século  xvin. 

2.*  —  Tombo  de  alguns  Prédios  urbanos,  e  rústicos,  que 
possue  nos  Termos  de  CabreUa,  PalmeUa,  e  Vendas  Novas  o 
Illustrissimo  e  Esecellentissimo  Senhor  Sebastião  Jozé  úe  Car- 
valho e  Mdlo,  Marquez  do  Pombal,  Conde  de  Oeiras,  Ministro, 
Secretario  de  Estado  dos  Negócios  do  Reino. 

In-folio  de  elegantissíma  calligraphia,  com  desenhos  á  penna 
no  frontispicio,  —  e  subscripto  em  Lisboa  por  JoSo  Vidal  dá 
Costa  e  Sousa  aos  18  de  Dezembro  de  1772. 

3.'  —  Carta  da  Provinda  do  Minho  para  intelligencia  das 
operaç<ks  da  Defeza  projectada  em  1807. 

Mappa  manuscripto  que  pertenceu  á  colIecçSo  do  fallecido 
bibliophilo  Thomaz  Norton. 

Na  cLivraria  Antiga  e  Moderna»  do  mencionado  Caldas 
Cordeiro  adquiri,  por  occasifto  de  comprar  os  três  supra-citadoB 
manuscriptos,  as  seguintes  espécies  (umas  de  caracter  bibliaco, 
e  outras  de  caracter  icónico): 

1.* — Plano  de  Lisboa  no  século  xvi,  segundo  a  gravura  do 
Theatrum  Urbium  de  J,  Braunio. 

Reproducçfto  photo  lithographica,  executada  nas  oficinas  da 
Imprensa  Nacional  de  Lisboa  em  fins  do  século  passado. 

2.^  —  Vista  de  Lisboa  no  século  xvi,  segundo  o  Theatrvim 
Urbium  de  J.  Braunio. 

.  RéproducçSo  photo-Iithographica,  executada  nas  mesmas  cir- 
cumstancias  da  espécie  antecedente. 


1&  ÁBCHlVOS  l^AClOHAKS  361 


3.*  —  Panorama  de  Lisboa  et»  1640. 

Lithograpfaia  em  duas  largaa  fls.  que  reciprocamente  ee  com* 
pletam,  representando  o  aspecto  da  margem  direita  do  Tejo 
desde  os  limites  orientaes  da  cidade  (San^-Vicente-de-Fóra  e 
Campo  da  Forca)  até  á  barra  de  Lisboa. 

4/ — Nova  Carta  do  BrazU  e  da  America  Portugueza.  Anno 
de  1821. 

Folha  gravada  em  lamina  de  metal. 

5.'  —  Nova  Carta  reduzida  da  Costa  da  Provinda  do  Ma- 
ranhão por  observaçoene  astronómicas  e  trigonométricas 

Levantada  e  construída  Pelo  Coronel  de  Real  Corpo  de  Enge* 
nheiros  António  Bernardino  Pereira  do  Lago 1821. 

Folha  estampada  em  Liverpool. 

6.*  —  Carta  Corografica  Plana  da  Provinda  de  Qoyaz  e 
dos  Julgados  de  Araxá  e  Desemboque  da  Provinda  de  Minas 
Oeraes  organisado  (sic)  pelo  Brigaddrò  Raimundo  Jozé  da  Cunha 

Mattos para  acompanhar  os  seus  Itinerários  escritos  em 

1826  e  publicados  no  anno  de  1836. 

Folha  iithographada  em  1875. 

7.*  —  Carta  geo-hydrographica  Da  Ilha  e  Canal  de  S.^  Ca- 

tharina  levantada  por  H,  L.  de  Niemeyer  BeUegarde 1830. 

Folha  Iithographada. 

8.*  —  Quadro  estatístico  do  Império  do  BrazU  conforme  aos 
relatórios  officiaes  e  outros  documentos  em  1866. 

9/  —  Nova  Carta  Corographica  do  Império  do  BrazU  con- 
feccionada a  vista  dos  trabalhos  existentes  por  ordem  do  lU.  ^° 

Ex.^^  Snr.    Tenente  General  Marquez  de  Cachias pelo 

Coronel  Engenheiro  Conrado  Jacob  de  Niemeyer  e  seus  ajttdantes. 
(Eio  de  Janeiro  —  1857). 

Lithographada  em  4  fls.  que  se  adaptam  e  corographicamente 
se  continuam. 

Incluem-se  nesta  «Carta»,  entre  as  partes  componentes»,  os 
dois  trechos  seguintes : 

a)  —  Quadro  estatistico  do  Império  do  BrazU  conforme  aos 
relíUorios  officiaes  e  outros  documentos  em  1866. 

b)  —  Planta  da  Cidade  do  Rio  de  Janeiro. 

7.*  ANNO,  N.«  4  4 


â&2  60LETIM  DÁS  fil6LlOtll£0Aâ 


10.*  —  Carta  do  Império  do  BrazU  redusdda  no  Archivo 
Militar  em  conformidade  da  publicada  pdo  Coronel  Conrado 
Jacob  de  Niemeyer  em  1846,  e  das  especiaes  das  fronteiras  com 
os  Estados  Umitrophes  Organisadas  tdtimamente  pelo  Conselheiro 
Duarte  da  Ponte  Ribeiro,  Rio  de  Janeiro  1873. 

Folha  lithographada. 

II.* — Carta  corografica  da  parte  da  Capitania  de  8,  Paulo 
que  confina  com  a  Capitania  de  Minas  Geraes,  em  que  se  mostram 
as  diversas  divisdes  que  em  differentes  tempos  se  tem  feito  entre 
estas  duas  Capitanias. 

Folha  lithographada  em  1874. 

12.*  —  Descripção  topographica  de  Villa-Nova  de  Oaya,  e 
da  solemnissima  festividade,  que  em  acçcb  de  graças  pela  glo- 
riosa Restauração  de  Portugal  se  celebrou  na  Igreja  Matriz  da 
mesma  ViUa  no  dia  11  de  Dezembro  de  1808 •    Terceira  edição 

(augraentada) Offerecida  a  S.  A.  Real  o  Príncipe  Regente 

Nosso  Senhor,  por  João  António  Monteiro  e  Azevedo.  (Lisboa 
—  1813). 

13.*  —  Memoria  da  vida  publica  de  Lord  Wellington,  Prín- 
cipe de  Waterloo,  Duque  da  Victoria,  Duque  de  Wellington, 
Duque  da  Ciudad  Rodrigo,  Marechal  General  dos  Exércitos  de 

Portugal  contra  a  Invasão  Franceza Por  José  da  Silva 

Lisboa,  (Rio  de  Janeiro  — 1815  —  2  vol.  com  o  retrato  do  bio- 
graphado  em  gravura  de  cobre). 

14.'  —  Braganceida,  poema  em  XII,  cantos :  cujo  assumpto 
he  a  elevação  da  Serenissima  Casa  de  Bragança  ao  throno  de 
Portugal  na  sempre  augusta  pessoa  do  Senhor  D,  João  IV, 
Restaurador,  e  verdadeiro  Pai  da  Pátria.  Obra,  que  ao  Prin» 
dpe  Regente  Nosso  Senhor  dedica,  e  offerece  seu  author  Fran- 
cisco Roque  de  Carvalho  Moreira,  (Lisboa  —  1815-1816  — 
2  tomos). 

O  poema  é  todo  constituído  por  estancias  de  oitava-rima. 
Ântecedem-n-o  uma  cPrefacçãov  em  prosa  e  uma  Dedicatória 
<Â  Sua  Alteza  Real  o  Príncipe  Regente»  (Dedicatória  formada 
por  49  estanciaS;  de  oitava-rima  também). 

15, ft  —  Exposição  analytica,  e  justificativa  da  conducta,  e 
vida  publica  do  Visconde  do  Rio  Secco,  desde  o  dia  25  de  No- 


Ê  AÈCtílVOS  XÀCiOKAÈiS  303 


vemhro  de  1807,  em  que  Sua  Magestade  FideUssima  o  incumbio 
dos  arranjamentos  necessários  da  sua  retirada  para  o  Rio  de 
•Janeiro,  até  o  dia  15  de  1821,  em  cujo  anno  dimittírá  todos  os 

lugares  e  empregos  de  responsabilidade  de  fazenda Publi- 

caída  por  eUe  mesmo,  (Rio  de  Janeiro  — 1821). 

16,'  —  O  Subalterno.  Traduzido  do  inglez.  (Liverpool  — 
1830). 

Constituo  interessante  narrativa  de  alguns  episódios  da  Guerra 
Peninsular. 

17.* — Napier's  glorious  triumph  over  the  Migtielite  Sguadron. 
(.Liondon — S.  d.). 

CollecçHo  de  3  lithographias,  desenhadas  por  C,  P.  Reinagle. 

18.*  —  Chefs  d*ceuvre  de  la  gravure  modeme  par  les  princi- 
paux  artistes  de  la  France  et  de  Vétranger,  (Paris — 1869). 

Abrange  o  volume  56  gravuras  executadas  em  chapa  de 
madeira,  estampadas  em  largas  folhas,  e  precedidas  por  texto 
plicativo. 


19.*  —  Archivo  Portuguez- Oriental  —  Appendice  á  coUecção 
do  Conselheiro  «7.  H.  da  Cunha  Rivara.  Publicado  por  AnnÚHil 

Fernandes    Thomaz  e  J.  A.   da  Craca  Barreto.   (Coimbra  — 

1882). 

20.* — Memorial  biographico  de  um  mãitar  illustre  o  General 
Claudino  Pimentel  por  Júlio  Máximo  de  Oliveira  Pimentd  Vis- 
conde de  Villa  Maior.  (Lisboa  —  1.884  —  Com  o  retrato  (em 
gravura  de  madeira)  e  o  fac-simile  da  assignatura  do  bio- 
graphado). 

.Q    ^^'^  — Joaquim  Leitão— O  Almirante  dos  Mares  Orientaes. 
Gamar      ^        '^^  ~  ^^^^  —  ^^^  ^  retrato  de  D.  Vasco  da 

..ar.  ^*  '^^^  ^^  «'íarrabista  JoEo  d'Araujo  Moraes  adquiri  dez 

p^í'  ~r  ^"r  ^^^^  J^^''«ffrina.  Segundo  Âpoealypse  de  Dio$, 
^^axatriz  dei  Ciel^  Santa  BHgidhe  Suécia,  Princesa  de  Ne- 
neta.  Ir  aduzida  deZ  idioma  Itãiano  Por  el  Padre  Gaspar  de 


364  SOLBTDÍ  I>ÁS  BlBUOTHfiCÁS 


San  Anianio Dedicada  a  la  Puriãsíma  ConeqKÍam  ie 

Maria   Santiãtima  por   D,   Jvliana   Maria   de  San   Anioniú. 
(Lisboa— 1714). 

Vem  precedida  a  obra  por  ama  c  Dedicatória»  (em  por- 
tagaez)  da  referida  D.  Juliana  e  por  am  «Prologo  dei  Tra- 
dactor». 

2/  —  Defeza  do  Regionalismo  e  anafyãe  da  Fé  por  Pedro 
Amorim  Vianna.  (Porto  — 1866). 

3/ — A  gravura  de  madeira  em  Portugal.  Eêtvdoê  em  toda» 
as  eipedalidadeê  e  diverêo»  estylos  por  J.  Pedrozo.  (Lisboa  — 
1872). 

Abrange  2õ  gravuras  e  1  chromo-tTpographia  (devidas  á 
industria  artística  de  João  Pedrozo  Gromes  da  Silva)  com  ama 
noticia  descriptiva  (elaborada  por  Pedro  Wencesiau  de  Brito 
Aranha). 

4.*  —  Da  Imitação  de  Chriêto  —  Quatro  livros  traduzidos  do 
original  latino  em  linguagem  portugueza  por  Emesio  Adolfo  de 
Freitas.  (Lisboa— 1878). 

Versáo  profundamente  recommendavel  pela  saa  vemacali- 
dade, — e  inriquecida  com  o  substancioso  c  Prologo»  do  traductori 
um  dos  mais  notáveis  jurisconsultos  do  sea  tempo. 

5.*  —  Eha.  A  Story  of  the  Dark  Ages.  By  Viscount  deFi- 
ganière.  (London  —  1878). 

O  Visconde  de  Figanière,  que  publicou  várias  obras  tanto 
em  portuguez  como  na  lingua  franceza  e  na  ingleza,  juntava 
elegantementOi  ás  suas  qualidades  incontestáveis  de  diplomata 
mui  distincto,  dotes  n&o  menos  notáveis  de  publicista,  de  jaris- 
consultOi  de  historiador,  de  bibliographo,  e  simultaneamente  os 
de  novellista  e  poeta. 

Essa  derradeira  prenda  nos  mostra  elle  no  poema  Eiva  que 
deixo  mencionado. 

6.* — Anselmo  d' Andrade — Sciencia  prehistorica  —  Primeira 
parte.  Paleontologia  humana.  As  populações  lacustres.  (Lisboa 
— 1882). 

Exemplar  com  dedicatória  autographa  do  auctor. 

7.*  —  A  Guerra  da  Ptninsula,    1808-1814.  Estudo  estrate- 


E  ARCHlVOS  KACIOKAES  â66 


gico  doê  8uaê  differenUs  campanhas  explicado  em  liçdes  aos 
Âlumnos  do  real  coUegio  militar  de  Sandhurst  pelo  Capitão 
C.  W.  RobifUfon.  Traducção  do  inglez  por  «7.  Mathias  Isuties 
Capitão  de  artUkeria.  (Lisboa  —  1883  —  Com  6  mappas  litbo-. 
graphados  em  fl.  desdobráveis). 

Vem  acompanhada  a  traducçSo  por  ura  «Prefacio  do  tra- 
ductori,  traductor  que  justamente  desfructa  créditos  de  militar 
illustradissimo,  e  que  já  durante  algum  tempo  fez  parte  dos  Con- 
selhos da  Coroa  sobraçando  com  geral  appiauso  a  pasta  dos  Ne* 
gocios  da  Guerra. 

8.' — A  niustração.  Revista  de  Portugal  e  do  Brazil,  (Paris- 
Lisboa —  1884-1891  —  8  vol.  Com  formosas  gravuras). 

9."  —  O  Visconde  de  contrabando  e  a  revolta  de  1896  em 
Goa,  Por  um  indo-portugtiez.  (S.  1.  (provavelmente  Pangim)  — 

1896). 

10.*  —  Faria  e  Silva  (Filippe  Nery)  —  A  Egreja  da  Con- 
ceição Velha  e  varias  noticias  de  Lisboa.  (Lisboa — 1900 — Com 
várias  photogravuras). 

Comprados  a  Pompeu  Santos  adquiri,  em  segunda  mSo,  65 
volumes  de  obras  que  nito  possuíamos  na  Bibliotheca,  —  obras 
que  versam  assumptos  variados,  em  latim,  em  portuguez,  em 
hespanhol,  em  italiano,  em  francez,  e  em  inglez. 

E  por  intermédio  da  «Livraria  Nacional  e  Extrangeirat  de 
José  António  Rodrigues  de  C*  foram-me  fornecidas  as  seguintes 
publicações : 

1.' —  Deuxihne  Supplément  du  Dictionnaire  de  Chimie  puré 
et  appliquée  de  Ad.  Wurtz  pvhlié  sons  la  direction  de  Ch. 
Friedd  et  C.  Chabrié.  (Paris  —  í  892-1908  —  7  grossos  vol. 
com  figuras). 

Esta  obra  monumental  vem  collaborada  por  notabilissímos 
especialistas. 

2.*  —  Thermodynamique.  Leçons  professées  à  la  Sorbonne  en 
189Õ-1896  par  H.  Pellat,  (Rédigées  par  Duperray  et  GoisotJ. 
(Évreux  —  1 897  —  Com  figuras). 

3.*  ;—  Histoire  militaire  de   Massena  —  La  premiére  cam» 


366  BOLETIM  DÁS  B1BLI01'HBCA8 


pogne  d'Italie  (1796  à  1798).  Par  Edouard  Gachot.   (Toara 
—  1901). 

Obra  acompanhada  por  cartas  chorograpfaicas,  planos,  e 
gravuras  diversas  (entre  essas  o  retrato  do  General  Massena 
em  179Õ,  cópia  de  um  quadro  pertencente  ao  Príncipe  de 
Essling). 

4/  —  Hiatoire  mUitaire  de  Massena  —  La  campagne  d^Hd- 
vétie  (1789).  Por  Edouard  Gachot.  (Chartres  —  1904). 

Com  planos,  cartas  chorographicas,  e  diversas  gravuras  (entre 
as  quaes  o  retrato  do  General,  cópia  de  miniatura  pertencente 
ao  Príncipe  de  Essling). 

6.'  —  La  crise  de  VÉtai  modeme  —  Uorganisafiwi  du  tra- 
vail  —  Tome  premier  —  Le  travail,  le  nombre  et  VEtat.  Enqutte 
sur  le  íravail  dans  la  graiide  industrie.  Mines  de  houille  —  Mé* 
tcdlurgie — Construction  mécunique — Verrerie — Industrie  iextile. 
Par  Charles  Benoist.  (Paris— 1905). 

6.*  —  Manuel  des  jeux  scolaires  ^et  d'exercises  physiqttes  à 
Vusage  des  familles  et  de  tous  les  Etablisseinents  d'instruction. 
Par  O.  Cruciani  —  Troisième  édition.  (Paris  —  S.  d.  —  Com 
abundantes  figuras). 

7/  —  Les  jeux.  Jeux  historiques,  jeux  nationaux,  sports  mo- 
demes.  Par  Louis  Barron,  (Corbeil  —  S.  d.  —  Com  muitas 
gravuras). 

8.*  —  Laum-Tennis  par  tLetít.  Qaatrième  édition.  (Coulom- 
miers  —  1907  —  Com  figuras). 

9.*  —  Salomon  Reinach  —  Apollo.  Histoire  généràle  des  arts 
plastíques  professes  à  VÉcole  du  Louvre.  Cinquiòme  édition. 
(París  —  1907  ~  Com  606  figuras). 

10.'  —  Paulys  RealEncyclopãdie  der  cUusischen  Altertums- 
toissenschaft.  (Stuttgart  —  1 893-1907). 

D'esta  encydopedia,  que  está  em  via  de  continuaçSo,  acham  se 
publicados  por*emquanto  seis  tomos,  em  que  se  abrangem  as 
lettras  A^È,  —  e  foram  esses  os  que  presentemente  se  adqui- 
riram. 


£  ÁRCH1VÓ8  KACiONÁES  B67 


11."  —  G.  Ferrero  —  Grandeur  et  décadence  de  Rome.  Tra- 
duit  de  rUalien  par  M.  Urbain  Meugin.  (Paris  —  1907-1908 
—  6  vol). 

Á  Academia  Franceza  laureou  com  o  premio  tLangloie» 
esta  obra  que,  para  alguns  de  seus  volumes,  conta  já  13 
ediçSes. 

12.*  —  Albert  Cim  —  Petit  manuel  de  Vamateur  de  livres, 
(Paris  — S.  d.  — 1908). 

Alberto  Cim,  que  exerce  em  Paris  o  cargo  de  Bíbliothecario 
no  Sub-Secretariado  de  Estado  dos  Correios  e  Telegraphos,  re- 
sumiu, condenson,  e  synthetizou  neste  volume  o  principal  das 
matérias  tratadas  desinvolvidamente  nos  cinco  tomos  da  sua 
importantissima  obra  Le  Livre,  —  obra  de  que  em  tempos  fui 
fazendo  acquisiçâo  á  proporção  que  successivamente  se  publi- 
cavam em  França  os  volumes  respectivos,  conforme  opportu- 
namente  me  coube  occasião  de  mencionar  nalguns  de  meus  pre- 
cedentes Relatórios. 

13.*  —  Ruskin  —  Pages  choisies.  Avec  une  Iniroduction  de 
Robert  de  la  Sizeranne.  (Corbeil  —  1908  —  Com  o  retrato  de 
João  Ruskin). 

14.® — Marie-Anne  de  Bovet — Trois  móis  en  Irlande. 
(Coulommiers  —  1908  —  Com  41  gravuras  e  1  carta  choro- 
graphica). 

lõ.*  —  Ch,'M.    Couyha  —  Lea  Beaux-ArU   et  la  Natiou, 

(Paris  — 1908). 

16.* — Les  Muses  Françaises  —  Anthologie  des  femmes-poiies 
(1200-1891)  —  Morceaux  choisis  accompagnés  de  notices  biogra- 
phiques  et  bibliographique  par  Alpkonse  Séché  —  / — (Paris  — 
S.  d.  (1908)  — Com  retratos  de  36  poetizas). 

A  elegância  litteraria  doeste  1.^  tomo  suscita-nos  o  desejo 
de  vermos  em  breve  apparecer  a  lume  o  2/  que  já  está 
annunciado. 

17.* — Robert-Hugh  Beiíson  —  Le  Maitre  de  kt  Terre.  Raman 
Traduit  de  Vanglais  avec  Vautorísation  de  1'auteur  Par  T,  de 
Wizewa.  (Tours— 1908). 


368  BOLBTIM  DÁS  BIBLI0THBCA8 


18.*  —  Le  probJimé  dê  la  miêhrê  et  Ie$  phénamhuê  naturds 
par  J,  Novicow.  (Êvrenx — 1908). 

19.»  —  B.  Wurtz  (et)  H.  Bmargêi  —  Ck  qu'U  faut  êovoir 
éChygxène.  (Coulommiers  —  1908  —  Com  figaras  intercaladas  no 
texto). 

20.*  —  M.'N.  Bauillet  —  Dictionnaire  Univerãd  JCHiHaire 

et  de  Oéographie Refondu  êous  la  directum  de  L.-O.  Oaur- 

raigne —Trente-traiêième  éditian  eorrigée,  compUíée  et  augmêntíe 
d^un  nauveau  iupplément.  (Paris  —  1908). 

21.' — M.-N.  Bouillet — Dictionnaire  Univeredde»  Sdencee, 

deê  Lettreê  et  des  Arte Refondu  sous  la  direction  de  E. 

Faguet  (ei)J,  Tannery — Dix-septième  éditum  corrigeé,  campUtée 
et  augmentée  d^un  nouveau  supplément,  (Paris  —  1908). 

22.*  —  Dictionnaire  Universal  des  Contemporains  contenant 
toutes  les  personnes  notables  de  la  France  H  des  pays  étran- 
gers Par  O.  Vapereau —  Sianème  édition.  (Paris —  1893). 

Este  grossíssimo  volume  introu-nos  gratuito  como  brinde 
annunciado  nos  catálogos  do  livreiro-editor  para  quem  simulta- 
neamente compre  as  duas  espécies  que  antecedentemente  men- 
cionei ÇS.^*  20  e  21). 

23.*  —  Qeoffroy  de  Orandmaison  —  UEspagne  et  Napoléon, 
1804-1809  — Deuxième  édition.  (Paris  — 1908  — Com  uma  he- 
liogravura, em  que  se  representa  a  familia  de  Carlos  IV  de 
Hespanha,  cópia  do  quadro  de  Goya  existente  em  Madrid  no 
Museu  do  Prado). 

24.®  —  Almanach  de  Gotha. — Annuaire  généalogiçue,  diplo- 
maiique  et  statistíque.  1909.  (Gotha  —  S.  d.  —  1908). 

Traz  por  illustraçSes  os  retratos  (gravados  em  aço)  de  Vi- 
ctoria  (Rainha  da  Suécia),  Gustavo  V  (Kei  da  Suécia),  Hilda 
(Gran-Duqueza  de  Baden),  e  Frederico  11  (GrSo-Duque  de 
Baden). 

25.*  —  Guillaume  Vasse  —  Trois  amnées  de  chasse  en  Mo- 
ssambigue.  (Paris  —  1909  (aliás,  1908)  —  Com  55  gravuras,  e 
1  mappa  chorographico  em  fi.  desdobrável). 


E  AEOHIVOS  NACIONAES  S69 


26.*  —  Syndtcaliame  révotutionnaire  et  synd%càli$me  réfor» 
mUte  par  Fãicien  Challaye.  (Paria  —  1909,  aliás  1908). 

27/  —  Les  trusts  et  les  syndicaJts  de  producteurs  par  J. 
Chastin.  (Paris  — 1909,  aliás  1908). 

28.»  —  Espèces  et  variétés,  leur  naisaance  par  mutation.  Par 
Hugo  de  Vries.  Traduit  de  Vanglais  par  L.  Blaringhem.  (Paris 
— 1909,  aliás  1908). 

29.*  —  Lee  principalee  théories  de  la  logique  contemporaine 
par  P.  Hermant  et  A.  Van  de  Wade.  (Paris  —  1909,  aliás 
1908). 

30.* — U ideal  du  xixsiècle  par  Mariue-Ary  Leblond,  (Toutb 
— 1909,  aliás  1908). 

Esta  publicaçFHo  apresenta-nos  frontispicialmente  o  seguinte 
subtítulo  (synthese  das  matérias  nella  expendidas):  —  aLe  rêve 
du  bonheur  d'après  Rousseau  et  Bernardin  de  Saint-Pierre ;  les 
théories  primíti vistes  et  Tidéal  artistique  du  socialismo  t. 

Para  incorporar  na  opulenta  coUecção  das  aBiblias»  coibprei 

A  Bíblia  Sagrada  contendo  o  Velho  e  o  Novo  Testamento. 
Traduzida  em  portuguez  segundo  a  Vulgata  Latina  pelo  Padre 
António  Pereira  de  Figueiredo  —  Nova  edição.  (Porto  —  1902). 

Extranheza  causará  talvez  que  eu  ande,  não  raras  vezes, 
adquirindo  por  cotnpra  obras  impressas  em  Portugal,  —  quando 
a  legislação  vigente  obriga  os  proprietários  ou  administradores 
das  typographias  a  inviarem  á  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 
um  exemplar  de  tudo  quanto  produzam,  sensata  disposição  que, 
a  principiar  no  Alvará  de  12  de  Septembro  de  1805,  tem  sido 
incluida  em  successivos  diplomas  (conforme  largamente  especi- 
fiquei no  Relatório  por  mim  redigido,  quando  Conservador  da 
Bibliotheca,  em  30  de  Junho  de  1902,  e  publicado  no  Vol.  i 
do  Boletim  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes)^  disposição 
que  ainda  ultimamente  veiu  confii*mada  no  art.  34.^  da  Lei  de 
11  de  Abril  de  1907. 

Mas (triste  é  dizêl-o,  tristíssimo!)....   tal  disposição 

parece  verdadeiramente  lettra  morta  (como  tenho  já,  por  mais 
de  uma  vez,  lamentado  nos  meus  Relatórios),  visto  que,  devido 
a  má-vontade  ou  a  incúria  dos  administradores  ou  donos  das 
offlcinas  (a  quem  a  responsabilidade  cabe  da  transgressão),  deixam 


BOLSTIM  DAS  BIBUOTBECAS 


de  intrar  na  Bibliotheca  Nacional  talvez  90  por  100  daa  eapedea 
que  em  Portugal  se  typographam  ! 

A  (Société  des  ancien»  textes  françaist,  em  cujo  grémio 
está  iiiscrípta  como  aabecriptora  a  mencionada  Bibliotheca, 
inviou-nos  mais  um  volume  das  suas  interessantiasimaB  pu- 
blicações. 

Inlítula-s»  o  volume 

Leê  deux  potme$  de  la  FoUe  Trittan.  (Le  Puy —  1907). 

Incerram  se  nelle  duas  partes:  —  iLa  Folie  Tristão  d'Os- 
fordi  e  tLa  Fulie 'Trístan  de  Bemei. 

Em  proseguimento  da  ezcellente  obra  que  na  Itália  se  eatA 
publicando —  Storiu  ãeWArte  Italiana  por  A.  Venturi — che- 
gou-nuBj  lia  pouco,  direL-tamente  ínviado  pelo  editor  Ulríco  Hoeplí, 
o  Tom.  VI  (Mitano  — 1908)  subordinado  á  «pigraphe  iLa  Scul- 
tura  de]  QuatrocentOf  e  adornado  com  781  pbototypiaa. 


Moldado  pelo  eeculptor  José  SimiJea  d'Almeida  (Sobrinho) 
adquiri  o  busto  de  Sua  Majestade  El-Reí  o  Senhor  D.  Manuel  II, 
—  DUBto  que  ficará  figurando  om  nossa  f  galeria  de  retratosi 
apar  dos  bustoB  de  D.  Pedro  IV,  D.  Maria  II,  D.  Pedro  V, 
D.  EBtephania,  D.  Luiz  e  D.  CarloB. 

Do  nosBO  actual  monarcha,  —  do  Bympatbico  príncipe  em 
que  tantas  esperançaB  deposita  o  BÍncero  patriotismo  doe  bons 
Porluguezes,  —  tenho  incommendado  também  já  um  retrato  de 
meio-corpo  (em  tamanho  natural),  que  opportunamente  mandarei 
circumdar  por  moldura  doirada. 

Retrato  e  busto  hSo  de  festivamente  presidir  á  ExposiçSo 
Bíblio-iconographica  que  em  1909,  Bob  a  minha  direcçKo  (con- 
forme eetipúla  o  rBSpectivoprogramma  oSScial),  deverá  effectuar-aa 
na  Bibliotbeca  Nacional  de  Lisboa  por  commemoraçito  centenária 
da  Guerra  Peninsular. 


£  ABCHIVOS  xSÂClONAfiâ  371 


Do  nosso  «Inventario  Geral»  ímprímiram-se,  durante  o  der- 
radeiro trimestre  de  1908,  oito  cadernos  (64  paginas),  a  saber: 

Na  Secção  de  aSciencias  e  Artess  os  cadernos  21.°  a  24.° 
da  1.^  serie  (onde  se  alcança  o  N.°  2:799  da  inventariação  res- 
pectiva) ; 

Na  Secção  de  cPhilologia  e  Bellas-Lettras»  o  caderno  69.° 
da  2.*  serie  (em  que  se  chega  ao  N.°  6:945) ; 

Na  Secção  do  «Archivo  de  Marinha  e  Ultramar»  os  ca- 
dernos Õ6.°  a  58.°  do  Vol.  ii  relativo  a  documentos  madeirenses 
(cadernos  em  que  prosegue  a  estampagem  dos  «Índices»). 

E,  recapitulando  o  movimento  annual  que  teve  na  Imiprensa 
da  Universidade  a  estampagem  do  «Inventario  Geral  •,  direi  que 
em  1908  se  imprimiram  ao  todo  46  cadernos  (368  paginas), 
assim  distribuidos : 

Na  Secção  de  «Sciencias  Civis  e  Politicas»,  3  cadernos  da 
2.'  serie  (numeração  vermelha); 

Na  Secção  de  «Sciencias  e  Artes»,  15  cadernos  da  1.*  serie 
(numeração  preta) ; 

Na  Secção  de  «Philologia  e  Bellas-Lettras» ,  10  cadernos, 
—  sendo  5  da  1.*  serie  (numeração  preta),  4  da  2.*  serie  (nu- 
meração vermelha),  e  1  da  3.*  serie  (numeração  azul); 

Na  Secção  do  «Archivo  de  Marinha  e  Ultramar»,  18  cadernos. 


Concorreram  á  Bibliotheca,  durante  o  anno  que  hoje  fina- 
liaa,  134  visitantes  (entre  nacionaes  e  extrangelros) : 

Em  Janeiro 4  visitantes 

Em  Fevereiro 2         » 

Em  Março 6         » 

Em  Abril 16 

Em  Maio 24 

Em  Junho 31 

Em  Julho 3 

Em  Agasto 15 

Em  Septembro , 11 


372  ISOLiniM  DAS  bibuothecas 


Em  Oatubro 8  visítanteB 

Em  Novembro 11         » 

Em  Dezembro 3         • 

Compareceram  na  Biblíotheca,  durante  o  anno  38:369  lei- 
tores (23:523  nas  sessSes  diurnas  —  e  14:846  nas  nocturnas). 

As  espécies  por  elles  requisitadas  ascenderam  a  81:383  (in- 
trando  neste  número,  apar  de  grossos  volumes,  simples  folhetos 
ou  mesmo  peças  volantes). 

Na  conta  das  81:383  espécies  solicitadas,  figuram  por  54:766 
as  impressas  (35:299  de  dia  —  e  19:467  de  noite) ;  figuram  por 
26:617  as  espécies  manuscriptas  (consultadas  todas  nas  sessSes 
de  leitura  diurna). 

Aqui  vai  agora  a  estatística  respectiva,  distribuida  por  mezes. 

Leitores  durante  o  dia : 

Em  Janeiro 1:784 

Em  Fevereiro 1:451 

Em  Março 2:104 

Em  Abril 1:482 

Em  Maio 1:947 

Em  Junho 1:914 

Em  Julho 2:197 

Em  Agosto 2:112 

Era  Septembro 1:910 

Em  Outubro 2:340 

Em  Novembro 2:449 

Em  Dezembro  '. 1833 

Leitores  durante  a  noite : 

Em  Janeiro 1:651 

Em  Fevereiro 1:195 

Em  Março 1:720 

Em  Abril 780 

Em  Maio 1:632 

Em  Junho 1:069 

Em  Julho 1:387 

Em  Outubro 1:745 

Era  Novembro 2:160 

Em  Dezembro 1 :507 


B  AROHIVOS  KAClOKAflS  373 


Impressos  consultados  na  leitura  diurna : 

Em  Janeiro .,  2:71 7 

Em  Fevereiro 2:404 

Em  Março 3:038 

Em  Abril 2:249 

Em  Maio 2:867 

Em  Junho 3:026 

Em  Julho 3:416 

Em  Agosto 2:837 

Em  Septembro 2:972 

Em  Outubro 3:347 

Em  Novembro 3:894 

Em  Dezembro 2:632 

Manuscriptos  consultados  na  leitura  diurna : 

• 

Em  Janeiro 1 :854 

Em  Fevereiro 642 

Em  Março 2:560 

Em  Abril 90fi 

Em  Maio 3:382 

Em  Junho 3:626 

Em  Julho 2:586 

Em  Agosto 82 

Em  Septembro í:576 

Em  Outubro 3:148 

Em  Novembro 3:163 

Em  Dezembro 3:090 

Impressos  consultados  na  leitura  nocturna: 

Em  Janeiro 2:098 

Em  Fevereiro j  ^522 

Em  Março 2:232 

Em  Abril 953 

Em  Maio 2:167 

Em  Junho 1:460 

Em  Julho 1:972 

Em  Outubro 2:217 

Em  Novembro 2:917 

Em  Dezembro 1:929 


374  BOmU  DAS  StBUOTHECAS 


Por  agradável  remate  d'este  Relatório,  e  em  teetemanbo  da 
lealdade  e  gratidão  que  em  todos  os  meus  actos  me  préxo  de 
professar,  só  me  resta  aqoi  ponderar  com  muito  reconhecimento 
que  no  desímpenho  das  minhas  tarefas  tenho  sempre  desfimctado 
a  fortuna  de  incontrar  no  Sr.  Gabriel  Victor  de  Monte  Pereira, 
Et."*  Inspector  das  Bibliothecas  e  Ârchivos  Nacíonaes,  toda  a 
coadjuvação  e  todo  o  bom  conselho  da  sua  provada  experiência 
e  competência,  —  podendo  eu,  a  respeito  d*elle,  repetir  aquellas 
conceituosas  palavras  com  que  o  auctor  da  Divina  Comedia  se 
indereça  no  Canto  n  do  Inferno  ao  auctor  da  Eneida: 

c  Tu  Duea,  tu  Signore,  e  tu  Maetiro^, 

m 

Deus  Guarde  a  V.  £z.^  —  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
em  31  de  Dezembro  de  1908.  —  III.»*  e  Ex."*  Senhor  Conae- 
Iheiro  Bibliothecario-Mór  do  Reino.  —  O  Director,  Xavier  da 
Cunha. 


&  AftClUVOS  NACI0KAE3  375 


BIBLIOTHECA  NACIONAL  DE  LISBOA 


REGISTO  DE  PROPRIEDADE  LITTERARIA 


Ol3i?as   entr^adas   no   anuo   de    lOOS 


Outiabro 

Em  cumprimento  do  disposto  no  artigo  605.^  do  Código  Civil 
se  faz  publico  que  no  mês  supradito  foram  registadas  nesta 
bibliotheca  as  seguintes  publicações : 

Por  Gomes  de  Carvalho  como  editor:  — Rafael  Ferreira:  «Criada 
politica»  f  monologo. — Lisboa,  Typographia  da  Livraria  Cen- 
tral, 1907.  In-4.*»  de  8  paginas. 

—  Fidelino  dô  Figueiredo  :  t  Arte  moderna. i  —  Lisboa,  Typo- 
graphia de  Manuel  Duarte,  1908.  In-8.^  de  40  paginas. 

—  A.  do  P.  de  S.  Lacerda:  a  Viagem  á  serra  da  Estrella».  — 
Lisboa,  Typographia  de  Manuel  T>uarte,  1908.  In-8.'*  de 
124  paginas. 

—  Orlando  Marçal:  «IlIuminurasD.  —  Lisboa,  Typographia  de 
Manuel  Duarte,  1908.  In-8.^  de  172  paginas. 

—  L.  J.  da  C.  e  S.  Lambim:  aSubsidios  grammaticaes  para  os 
estudantes  de  português». — Lisboa,  Typographia  de  Manuel 
Duarte,  1908.  In-8.°  de  44  paginas. 

—  Claude  Farrère :  «Os  civilizados».  —  Lisboa,  Typographia  da 

Livraria  Central,  1907.  In-8.°  de  400  paginas. 


376 


BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECáS 


—  Severo  Portella:  «Bocas  do  Mundo». — Lisboa,  Imprensa  Li* 
banio  da  Silva,  1907.  In-S.""  de  240  paginas. 

—  D.  Alberto  Bramão:  €  Casamento  e  divorcio.  — Lisboa,  Ty- 
pographia  de  Manuel  Duarte,  1908.  In-8.®  de  400  paginas. 

—  Alfredo  Gallis:  «O  marido  virgem». — Lisboa,  Tjpographia 
de  F.  L.  Gonçalves,  1908.  In-8.^  de  276  paginas. 

—  LeSo  Tolstoi:  tA  próxima  revolução». — Lisboa,  Typograpbia 
de  F.  L.  Gonçalves.  In-8.*  de  88  paginas. 

—  Faustino  da  Fonseca:  c Viagem  maravilhosa». —  Lisboa,  Im- 
prensa Libanio  da  Silva,  1907.  In-S.*^  de  212  paginas. 

—  Fideiino  de  Figueiredo:  a  Os  melhores  sonetos  da  lingua  por- 
tuguesa».— Lisboa,  Typograpbia  da  Livraria  Central,  1907. 
In-8.*  de  96  paginas. 

—  J.  Â.  Bentes:  «Sociologia  fundamental»,  Lisboa.  —  Porto, 
Typograpbia  da  Empresa  Literária  e  Typographica,  1907. 
In-8."  de  940  paginas. 

—  Félix  le  Dantec :  «O  atheismo».  —  Lisboa,  Typograpbia  de 
F.  L.  Gonçalves,  1907.  In-8.*  de  300  paginas. 

—  Faustino  da  Fonseca:  «Â  descoberta  do  Brasil».  —  Lisboa, 
Typograpbia  de  A.  J.  da  Silva  Teixeira,  1908.  In-8.«  de  346 
paginas. 

—  Portugal  da  Silva:  «Contos  de  um  nevrotico».  —  Lisboa, 
de  Manuel  Duarte,  1907.  In-8.*^  de  368  paginas. 

—  J.  Reis  Gomes:  «Historias  simples».  —  Lisboa,  1907. — 
Funchal,  Officina  do  Heraldo  da  Madeira,  In-16.*  de  216 
paginas. 

—  F.  Correia  Pinto:  «O  Agitador».  —  Lisboa,  Typographia  de 
F.  Luís  Gonçalves,  1906.  In-8.^  de  396  paginas. 

—  Júlio  Navarro  y  Monzó:  «Catalunha  e  as  nacionalidades  ibe- 


£  ÁKCHlVOS  NACIONAÊS  377 


ricas».  —  Lisboa,  1908.  — Porto,  Typographia  de  A.  J.  da 
Silva  Teixeira.  Id-8.®  de  648  paginas. 

—  F.  da  Silva  Passos:  «A  pobre  idiota».  —  Lisboa,  Typogra- 
phia  de  Manuel  Duarte,  1907.  In-8.®  de  16  paginas. 

—  Mário  Monteiro:  «Altiva. ..».— Lisboa,  Typographia  de 
Manuel  Duarte,  1907.  —  In-8.°  de  16  paginas. 

—  Ilidio  Perfeito  :  cfistrelias  mortas».  —  Lisboa,  Typographia 
Manuel  Duarte,  1908.  In*8.^  de  16  paginas. 

—  cZamperineida»,  segundo  um  manuscrito  da  Bibliotheca  Na* 
cional  de  Lisboa,  publicado  e  annotado  por  Alberto  Pimentel* 

—  Lisboa,  1907.  In-8.«  de  240  paginas. 

Por  JoUo  Carneiro,  como  editor:  cDr.  Désormeau.  —  O  casa- 
mento». —  Lisboa,  Typographia  de  A.  L.  Antunes.  In-16.<* 
de  68  paginas. 

Por  José  de  Figueiredo,  como  antor:  «Algumas  palavras  sobre 
a  evolução  da  arte  em  Portugal;   por  José  de  Figueiredo». 

—  Lisboa,  Typographia  A  Editora,  1908.  In- 8.*  de  72  pa- 
ginas. 

Por  António  Cabreira,  como  autor:  «Noticia  de  alguns  docu- 
mentos inéditos  sobre  a  guerra  da  Peninsula»,  separata  da 
Revista  Militar.  —  Lisboa,  Typographia  Universal,  1908. 
In-4.®  de  8  paginas. 

Por  Augusto  Ramos  Certa,  como  editor  e  proprietário:  —  «O 
Tramway-Reclame»,  revista  commercial  e  industrial,  auno  l.°| 
n.®  1,  maio  de  1908.  —  Impresso  na  Rua  da  Atalaia,  150. 
In- folio  de  4  paginas. 

—  «Tramway-Reclame,  revista  commercial  e  industrial,  anno 
1.^,  n.°  1,  maio  de  1908.  —  Impresso  na  Rua  da  Atalaia, 
150.  In-folio  de  4  paginas. 

Por  Eugénio  Coelho,  como  editor:  «José  Bacellar.  Pa2sl»  Lis- 
boa, Imprensa  Lucas,   1908.  In-8.®  de  16  paginas. 

7."  ANNO,   N.»  4  5 


d7Ô  BOLETIM  DAS  BlBLlOTHfiCAS 


Por  Eagenio  Coelho,  como  editor  e  proprietário:  tGoia  dos  pro- 
prietários»! compilado  por  C.  C.  Pereira. — Lisboa,  Imprensa 
Lacas,  1908.  —  Iq-8.^  de  66  paginas. 

w 

Por  J.  Pereira  da  Silva,  como  editor :  cManascrito  das  escolas 
primarias»,  por  Angelo  Vidal.  Porto,  Typographia  Progresso, 
1908.  In^.""  de  92  paginas. 

Por  A.  Moura  de  Commandita,  como  proprietária:  cAuto»,  re 
vista  quinzenal  de  automobilismo  e  sport,   1.**  anno,  n.®  1, 
Porto,  1  de  setembro  de  1908.  — Porto,  Typogi-aphia  Occi- 
dental.  In-4.^   de   8   paginas   de   texto   e  8   paginas   com 
annuncios. 

Por  Lazaro  Correia,  como  autor,  editor  e  proprietário:  iQues- 
tSes  praticas  de  fazenda,  vinte  annos  de  vida  publica».  — 
Lisboa,  Imprensa  Commercial.  In-8.*^  de  108  paginas. 


Novembro 


Por  Bebiana  da  Conceição  Rodrigues,  como  proprietária :  cln- 
dice  da  legislação  publicada  de  1  de  janeiro  de  1898  a  31 
de  dezembro  de  1907,  alfabético  e  cbronologico»,  coordenado 
por  J.  Garcia  de  Lima. — Lisboa,  1908.  Typographia  de  A. 
J.  Rodrigues,  Imprensa  Africana.  —  In-4.®  que  abrange  até 
paginas  40. 

Por  François  Híppolyte  Garnier,  como  editor:  —  Oscar  Wilde: 
f Salomé»,  poema.  —  Paris,  Garnier  Hermanos,  1908.  — 
In- 18.^  de  84  paginas. 

H.  G.  Wells :  «A  machina  de  explorar  o  tempo»,  romance. 

—  Paris,  H.  Garnier. —  In-18.®  de  157  paginas. 

—  Augusto  Meira:  tPhalenas  e  nenuphares».  — Paris,  Typo- 
graphia H.  Garnier.  — In-18.®  de  193  paginas. 

—  Dilermando  Cruz:  Poesias». — Paris,  1908.  Typographia  H. 

Garnier.  —  In-18.<>  de  90  paginas. 


Ê  ARCHlVOS  NAÒÍONAfiS  379 


Augusto  Meira:  cÂlcyonest. — Paris,  1908.  Typographia  H. 
Garnier.  —  In-18.®  de  226  paginas. 

Alfredo  Ermy:  «O  psychismo  experimental»,  estudo  dos  phe- 
nomenos  psychicos.  —  Paris,  Typographia  H.  Garnier.  — 
In-18.°  de  2Õ4  paginas. 

Dickens:  cO  abysmo»,  seguido  de  «O  homem  e  o  espectro», 
nova  ediçSo.  —  Paris,  1908.  Typographia  H.  Garnier.  — 
In-18.**  de  326  paginas. 

José  Veríssimo:  «Que  é  literatura?*,  e  outros  escritos.  — 
Paris,  1907.  Typographia  H.  Garnier.  —  In  18.^  de  294 
paginas. 

Machado  de  Assis:  «Memorial  de  Aires». — Paris,  H.  Garnier. 
In-18.«  de  273  paginas. 

Bossuet:  «Discursos  sobre  a  historia  universal  ao  Monsenhor 
o  Delfim».  — Paris,  H.  Garnier.  —  In-18.®  de  548  paginas. 

Walter  Scott:  cA  formosa  donzella  de  Perth»,  traducçSo  de 
Faucompret,  seguida  do  cMisanthropo».  —  ParíS;  1907.  Ty- 
pographia H.  Garnier.  —  In-18.^  de  309  paginas  tA  formosa 
donzella»  e  de  182  o  «Misanthropo». 

M.  A.  Coelho  da  Rocha:  «r Instituições  de  direito  civil  por- 
tuguês», nova  edição.  Tomos  i  e  ii.  —  Paris,  1907.  Typo- 
graphia Garnier.  — In-8.°  de  338  paginas  o  tomo  i  e  de  Õ27 
paginas  o  tomo  ii. 

Dante  Alighieri:  «A  Divina  comedia».  Paris,  1908.  Typo- 
graphia H.  Garnier.  —  In-8.®  de  597  paginas. 

Leopoldo  Noronha :  «Segundo  livro  de  leituras  correntes». 
Paris,  1908.  H.  Garnier.  —  In-18.*  de  148  paginas.  • 

Leopoldo  Noronha:  «Terceiro  livro  de  leituras  correntes. — 
Paris.  Typographia  H.  Garnier.  —  In-18.®  de  222  paginas. 

Hilário  Ribeiro:  «Quarto  livro  de  leitura».  Nova  ediçXo.  — 
Paris.  Typographia  H.  Garnier. — In- 18.®  de  148  paginas. 


380  BOLETIM  OAS  SIBUOTHECAS 


Pela  A  Editora,  como  editora:  —  c Historia  da  cívilizaçSof.  — 
Folheto  n.*»  227  da  Bibliotheca  do  Povo.  Lisboa.  —  In-32.« 
de  63  paginas. 

—  Vicente  Blasco  Ibafiez :  <  A  Cortesã  de  Sagunto»,  2  Tolumes, 

!.•  ediçSo.  Lisboa,  1908.  Typographia  A  Editora.  —  Li-8.* 
de  180  paginas  o  i  volume,  e  de  169  paginas  o  u. 

—  Dabut  de  Laforest:  «Os  últimos  escândalos  de  Parisi.  Tra- 
balho e  voluptuosidade.  Lisboa.  A  Editora.  —  In-4,®  de  160 
paginas. 

-— Dubut  de  Laforest:  «Os  últimos  escândalos  de  Paris.  O  mo- 
derno caixeiro  viajante».  Lisboa.  A  Editora. — Li-4.^  de  163 
paginas. 

—  W.  Pessoa  Allen:   f Durante  a  acaimaçSo».  Lisboa,  1908. 

Typographia  A  Editora.  —  In-8."  de  164  paginas. 

—  Oliveira  Lima:  c Cousas  diplomáticas».  —  Lisboa,  1908.  Ty- 
pographia A  Editora. — In-8.**  de  290  paginas. 

Por  H.  Garnier,  como  editor: — Paulo  Feval:  «O  corcunda,  ou 
um  drama  de  regência».  Tomos  i  eii. — Paris.  Typographia 
H.  Garnier. — In-18.°  de  425  paginas  o  tomo  i,  e  de  506  o 
tomo  II. 

—  A.  de  Almeida  Oliveira:  a  A  assinaç^o  de  dez  dias  no  foro 
commercial  e  civil».  — Paris.  Typographia  Garnier. — In-8.* 
de  240  paginas. 

—  c Código  Penal  da  Republica  dos  Estados  Unidos  do  Brasil, 
commentado  por  Oscar  de  Macedo  Soares».  5.^  ediçSo.  Paris, 
1908.  Typographia  H.  Garnier. — In-8.°  de  852  paginas. 


Dezembro 


Por  E.  Coelho,  como  editor:  José  Bacellar    «Terra  livre» 
Lisboa,  1908.  Imprensa  Lucas.  In-8.^  de  16  paginas. 


£  AUCHIVOS  NÁCI0NÂB8  381 


Por  António  Ernesto  Dias  da  Silva,  como  editor :  Jean  Grave, 
cA  sociedade  moribunda  e  a  anarquia».  —  Lisboa,  1908, 
Typographia  do  Commercio.  In  8.^  que  alcança  até  pa- 
gínas  8. 

Por  Álvaro  Neves,  como  editor  e  proprietário:  cinco  photo-gra- 
vuras  representando  os  actores  Augusto  Rosa  e  Eduardo 
BrasSo  na  peça:  «A  Ceia  dos  Cardeaes». 

Por  Francisco  José  Góes,  como  editor  e  proprietário :  vinte 
bilhetes  postaes  illustrados  com  vistas  de  Villa  Nova  de 
Ourem. 

Por  Francisco  SimSes  Ratolla,  como  autor,  editor  e  proprietário: 
cRoteiro  de  Pedrouços».  —  Lisboa,  1908,  Imprensa  Luso- 
Afrioana.  In-4.®  de  8  paginas. 

Por  Thomás  Bordallo  Pinheiro,  como  editor  e  proprietário :  — - 
«Manual  do  automobilista»,  por  Eugénio  Estanislau  de  Barros. 
—  Lisboa.  In- 12.°  de  296  paginas. 

—  tElementos  de  projecções»,  por  João  António  Piloto.  Vo- 
lume II.  —  Lisboa,  Typographia  da  Empresa  da  Historia  de 
Portugal.  In-4.®  de  144  paginas. 

—  f Elementos  de  modelação  de  ornato  e  figura»,  por  Josef 
Fuller.  —  Lisboa,  Typographia  da  Empresa  da  Historia  de 
Portugal.  In-4.°  de  128  paginas. 

—  «Material  agrícola»,  por  Henrique  Francem  da  Silveira.  — 
Lisboa.  In-4.®  de  182  paginas. 

—  «Construcção  civil»,  por  João  Emilio  dos  Santos  Segurado. 
Volume  III.  Lisboa,  Typographhia  da  Empresa  da  Historia 
de  Portugal.  In-4.^  de  160  paginas. 

—  «Elementos  de  historia  da  arte»,  por  J.  Ribeiro  Christino. — 
Lisboa,  Typographia  da  Empresa  da  Historia  de  PortugaU 
In-4.**  de  146  paginas.  "^ 

Por  António  Figneirinhas,  como  editor  e  proprietário :  —  Luís 
de  CamSes :  «Os  Lusíadas  para  as  escolas  e  para  o  povo». 


382  BOLBTIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


obra  prefaciada,  parafraseada  e  annotada  e  com  um  yoca- 
bulario,  por  José  Agostinho.  Canto  i  a  x.  —  Porto,  1907, 
Typographia  Universal.  In-12.^  de  552  paginas  o  primeiro 
volume,  que  tem  o  retrato  de  Camões,  e  de  432  paginas  o 
segundo  volume. 

—  José  Agostinho:  «O  caminho  das  lagrimas».  —  Porto,  1907, 
Typographia  Universal.  In-8.®  de  416  paginas. 

—  José  Agostinho :  «Tragedia  marítima»,  1.®  volume.  — 1908, 

Typographia  Universal.  In-12,®  de  296  paginas. 

—  José  Agostinho:  «Padre  António»,  2.*  edição,  refundida.  — 

Porto,  1908.  Typographia  Universal.  In-8.®  de  364  paginas. 

—  José  Agostinho :  «O  homem  em  Portugal».  —  Porto,  1908, 
Typographia  Universal.  In-12.^  de  406  paginas. 

I —  José  Agostinho :  <A  mulher  em  Portugal.  —  Porto.  1908, 
Typographia  Universal.  In-8.°  de  258  paginas. 

—  Maria  Pinto  Figueirinhas :  «Contos  das  crianças»,  2.^  ediçSo. 
—  Porto,  1907,  Typographia  Universal.  In-8.*  de  208  pa- 
ginas. 

—  EducaçSo  Nacional:    «Os  provérbios  explicados».  —  Porto, 

1904,  Typographia  Universal.  In-8.®  de  64  paginas. 

—  Pinto  Ribeiro :  «Os  nossos  maiores».  —  Porto,  1908,  Typo- 
graphia Universal.  In'8.^  de  164  paginas. 

—  Vidal  Oudinot:  «Natureza». — Porto,  1903,  Typographia  Uni- 
versal. In-8.^  de  56  paginas. 

—  António  de  Lemos:  «Theatro  Infantil».  N.®  1 — Porto,  1907, 
Typographia  Universal.  In-12.'^  de  24  paginas. 

—  Jtíygino  Lagido:  «Theatro  Infantil»,  N.*^  2.  —  Porto,  1907, 
Typographia  Universal.  In-12.®  de  40  paginas. 

—  Higino  Lagido:  «Theatro  Infantil».  N.^  3.  «Pátria.»  —  Porto, 

1908,  Typographia  Universal.  In-12.^  de  24  paginas. 


E  ARCHIVOS  NACIONAES  383 


—  Henrique  de  Macedo  Júnior:   tO  bem  e  o  mal».  —  Porto, 

1908,  Typographia  Universal.  In-12.''  de  28  paginas. 

—  António  de  Lemos:  «Diálogos  e  monólogos». — Porto,  1908, 

Typographia  Universal.  In-12.^  de  24  paginas. 

—  Vidal  Oudinot:   tUm  dialogo  e  monólogos».  —  Porto,  1908, 

Typographia  Universal.  In-12.°  de  24  paginas. 

—  Manuel  de  Mello:  ftO  sonho».  —  Porto,  1908,  Typographia 
Universal.  In-12.®  de  24  paginas. 

—  RedaçSto   da  Estrella  âo  Norte:   «Mês  de  Maria».  — Porto, 

1906.  Typographia  Universal:  In-8."  de  310  paginas. 

—  Redacção  ía  EstreUa  do  Norte:   «O  Evangelho».  —  Porto, 

1907,  Typographia  Universal.  In-12.®  de  320  paginas. 

—  Estrella  do  Noi^te:  «Vida  de  Santa  Teresa  de  Jesus. — Porto, 
1907,  Typographia  Universal,  ln-12.*^  de  160  paginas. 

—  Pedro  Marques:  «A  fé».  —  Porto,  1908^  Typographia  Uni- 
versal. In*8.°  de  44  paginas. 

—  J.  Augusto  Coelho:  «Manual  pratico  de  pedagogia». — Porto, 

1907,  Typographia  Universal.  In-8.®  de  520  paginas. 

—  Jules  Paroz:   «Historia  Universal  da  pedagogia».  —  Porto, 

1908,  Typographia  Universal.  In  8.**  ee  460  paginas. 

Por  Francisco  SimSes  Ratolla,  como  autor,  editor,  e  proprie- 
tário :  «Os  melhoramentos  da  Rua  das  Mercês,  em  Ajuda». 
—  Lisboa^  1908,  Imprensa  Luso  Africana.  In-8.*  de  8 
paginas. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  31  de  dezembro  de  1908. 

—  O  Director,  Xavier  da  Cunha, 


384  BOLETIM  DÁS  BIBLIOTHECAS 


BIBLIOTHEOA  NACIONAL  DE  LISBOA 


ReUçio  das  pessoas  e  eorporaçies  qae,  poi  seus  donativos  ollertados 
em  1908,  flearam  Inserltas  no  respectivo  QUADRO  DE  HONRA 


Administração  do  Hospital  de  S.  José  (Lisboa). 

Conselheiro  Adolfo  Loureiro  (Lisboa). 

Dr.  Adriano  Antero  de  Sousa  Pinto  (Porto). 

Alberto  Bessa  (Lisboa). 

Alberto  Carlos  da  Silva  (Lisboa). 

Dr.  Alberto  Nin  Frias  (Washington). 

Alberto  dei  Prato  (Parma). 

Alberto  Velloso  de  Araújo  (Porto\ 

Alfredo  Augusto  de  Oliveira  Macnado  e  Costa  (Lisboa). 

Alfredo  César  Macedo  de  Faria  (Ponta  Delgada). 

Alfredo  da  Costa  e  Andrade  (Praia,  Cabo  Verde). 

Alfredo  Duarte  Rodrigues  (Lisboa). 

Conselheiro  Alfredo  Pereira,  director  geral  dos  correios  e 
telegraphos. 
.   Alfredo  Pereira  Taveira  de  MagalhSes  (Lisboa). 

Álvaro  Neves  (Lisboa). 

Álvaro  de  Oliveira  (Lisboa). 

Angelo  Jorge  (Porto). 

Anselmo  Braamcamp  Freire  (Lisboa). 

António  Augusto  do  Amaral  Fraz&o  (Lisboa). 

Dr.  António  Augusto  da  Rocha  Peixoto,  bibliothecario  da 
Real  Bibliotheca  Publica  Municipal  do  Porto. 

António  Cabreira  (Lisboa). 

António  Gomes  Vianna  (Lisboa). 

António  Moreira  Cabral,  secretario   da  Sociedade  Nacional 
Camoneana  (Porto). 

Commendador  António  Padula  (Nápoles). 

Armando  Ribeiro  (Lisboa). 

Arthur  Dória  (Viseu). 


E  ARCJínVOS  NA0I0NAE8  385 


Dr.  Arthur  Lamas  (Lisboa). 

Assistência  Nacional  aos  Tuberculosos. 

Associaçllo  dos  Estudantes  de  Montevideu. 

D.  Augusto  Eduardo  Nunes,  Arcebispo  de  Évora. 

Professor  Augusto  Epifânio  da  Silva  Dias  (Lisboa). 

Augusto  Luís  de  Figueiroa  Rego  (Lisboa). 

Dr.  Augusto  Pereira  de  Betencourt  Ataíde  (Lisboa). 

Baptista  de  Lima  (Povoa  de  Varzim). 

Bibliotheca  da  Academia  Real  das  Sciencias  de  Lisboa. 

Bibliotheca  da  Universidade  de  Coimbra. 

Bibliotheca  da  Universidade  de  Paris. 

Dr.  Caetano  Carlos  Mezzacapo  (Nápoles). 

Camará  Municipal  de  GuimarSes. 

Dr.  Cândido  de  Figueiredo  (Lisboa). 

Commendador  Carlos  Padiglione,  bibliothecario  da  Biblio- 
theca Nacional  de  Nápoles. 

Carlos  Rangel  de  Sampaio  (Lisboa). 

César  Correia  (Viseu). 

César  de  Medina  (Porto). 

Christovam  Aires  de  MagalhSes  Sepúlveda  (Lisboa). 

Commiss%o  internacional  dos  limites  entre  Portugal  e  a 
Espanha. 

CommissSo  official  do  centenário  da  guerra  peninsular 
(Lisboa). 

Commissão  organizadora  da  secç2o  portuguesa  na  ExposiçSo 
do  Rio  de  Janeiro. 

Companhia  de  Moçambique. 

Cônsul  de  Portugal  em  Barcelona. 

Cooperativa  dos  Empregados  no  Commercio  e  Industria 
(Lisboa). 

Custodio  César  de  Menezes  (Lisboa). 

Professor  David  de  Mello  Lopes  (Lisboa). 

DirecçSLo  da  Associação  Industrial  Portuense. 

Direcçíío  da  Companhia  da  Roça  Alliança  (Lisboa). 

DirecçHo  Geral  dos  Trabalhos  Geodésicos  e  Topographicos. 

Direcção  Geral  do  Ultramar. 

Direcçíto  do  Montepio  Geral. 

Director  da  Escola  de  Minas  de  Ouro  Preto  (Brasil). 

Director  da  Real  Bibliotheca  Nacional  Central  de  Florença. 

Eduardo  Augusto  da  Rocha  Dias  (Lisboa). 

Empresa  Agricola  do  Principe. 

Conselheiro  Ernesto  Driesel  Schrõter  (Lisboa). 


386  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECÀS 


Escola  Medico-Cirargica  de  Lisboa. 

Escola  Medico-Cirurgica  do  Porto. 

Dr.  Estanislau  Belza  (Varsóvia). 

Eugénio  do  Canto  (Ponta  Delgada). 

Professor  Eugénio  Ritter  (Genebra). 

Florêncio  José  do  Lago  Sarmento  (Lisboa). 

Francisco  A.  Smith  (Elizabethtown,  Nova- York). 

Francisco  A£fonso  Chaves,  director  do  Serviço  Meteorológico 
dos  Açores  (Ponta  Delgada). 

Francisco  Alberto  da  Costa  Senna  (Lisboa). 

Francisco  JuIio  Borges  (Lisboa). 

Conselheiro  Francisco  Maria  da  Cunha  (Lisboa). 

Dr.  Francisco  Maria  Namorado  (Estremoz). 

Dr.  Francisco  Marques  de  Sousa  Viterbo  (Lisboa). 

Francisco  Muccí  (Paris). 

Francisco  Ribeiro  da  Cunha  (Lisboa). 

Professor  D.  Francisco  Tettamarcy  (Corunha). 

Frank  Allaben  (Nova  York). 

Gabriel  Siroen  (Tolosa-França). 

Gabriel  Victor  ao  Monte  Pereira  (Lisboa). 

Governo  Geral  de  Angola. 

Governo  Geral  da  província  de  Moçambique. 

Henrique  de  Campos  Ferreira  Lima  (Lisboa). 

D.  Henrique  Casanova  (Lisboa). 

Henrique  José  Monteiro  de  Mendonça  (Lisboa). 

Henrique  Loureiro  (Barreiro). 

Hipacio  Frederico  de  Brion,  secretario  do  Real  Instituto  de 
Soccorros  a  Náufragos). 

Instituto  Histórico  e  Geographico  Brasileiro  (Rio  de  Janeiro). 

Instituto  Internacional  de  Bibliographia  (Bruxellas). 

J.  E.  Carvalho  de  Almeida  (Epifânio  de  Almeida)  (Torres 
Vedras). 

D.  Jesus  Velasques,  director  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Honduras. 

JoXo  Augusto  Botto,  director  da  Escola  Naval. 

Professor  JoSo  Brás  de  Oliveira  (Lisboa). 

João  Capello  Jalles  (Lisboa). 

Jofto  Costa  (Lisboa). 

D.  João  Manuel  Sanchez  (Madrid). 

Coronel  João  Maria  Jalles  (Lisboa). 

D.  JoXo  Perez  de  Gnsman  y  Gallo  (Madrid). 

Commendador  Joaquim  Gil  Pinheiro  (S.  Paulo,  Brasil). 


E  ARQUIVOS  NACIONAES  387. 


Joaquim  Pereira  Pimenta  de  Castro  (Lisboa). 

Professor  Jorge  LaDsingRaymond  (Nova- York). 

José  António  Moniz  (Lisboa). 

José  António  Rodrigues  &  C.*,  livreiros  (Lisboa). 

José  Augusto  Celestino  Soares  (Lisboa). 

Dr.  José  Francisco  Trindade  Coelho  (Lisboa). 

José  Joaquim  Fragoso  (Nova  Goa). 

Dr.  José  Leite  de  Vasconcellos  (Lisboa). 

Dr.  José  Mendes  (S.  Paulo,  Brasil). 

José  Pinto  de  Sousa  Leilo  &  IrmSlo.  livreiros-editores  (Porto) « 

Legação  de  Portugal  em  Madrid. 

Lemos  &  C.*,  livreiros-editores  (Porto). 

Liga  Nacional  contra  a  Tuberculose. 

Luís  Ripado  (Lisboa). 

Lyceu  Central  de  Lisboa  (3.*  zona  escolar). 

Lyceu  Nacional  de  Setúbal. 

Lyster  Franco  (Faro). 

M.  Cardoso  Marta  (Figueira  da  Foz). 

Majoria  General  da  Armada. 

D.  Manuel  Diez  Sanjurlo  (Corunha). 

Padre  Manuel  Ernesto  Ferreira  (Villa  Franca  do  Campo). 

Padre  Manuel  Fernandes  Ferreira  (Lisboa). 

Manuel  Joaquim  de  Campos  (Lisboa). 

Reverendo  Dr.  Manuel  José  dos  Santos  Farinha  (Lisboa). 

Manuel  Monteiro  (Porto). 

Marquês  do  Funchal  (Lisboa). 

Martinho  Augusto  Ferreira  da  Fonseca  (Lisboa). 

Max  Fleiuss,  secretario  perpetuo  do  Instituto  Histórico  e  Geo- 
graphico  Brasileiro  (Rio  de  Janeiro). 

Professor  Dr.  Max  Freund  (Belfast  —  Inglaterra). 

D.  Miguel  AUué  Salvador  (Saragoça). 

Dr.  Miguel  de  Leonissa  (S.  Paulo,  Brasil). 

Ministério  da  InstrucçSLo  Publica  e  das  Bellas  Artes  de 
França. 

Ministério  dos  Negócios  Estrangeiros  —  Direcção  Geral  dos 
Negócios  Commerciaes  e  Consulares. 

Paulo  Orosinho  de  Azevedo  (S.  Paulo,  Brasil). 

Paulo  Pellot  (Rethel). 

Professor  Pedro  Carducci  Teisser  (Roma). 

Philoteio  Pereira  de  Andrade  (S.  Thomé  de  Salcete). 

Presidente  da  CommissSo  da  Secção  Portugueza  na  Exposição 
Nacional  do  Rio  de  Janeiro  em  1908. 


388  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECÁ8 


Presidente  da  DirecçXo  da  Sociedade  Archeoiogíca  cSantos 
Rocha»  (Figueira  da  Foz). 

Presidente  da  Liga  da  Instmcç&o  de  Vianna  do  Castello. 

R.  Tello  Mendoza  (Caracas). 

Ramachondra  Pandaranga  Waidja  (Pondá). 

D.  Rafael  Águilar  Santillán,  secretario  geral  perpetao  da 
Sociedade  Scientifica  f  António  Alzate»  (México). 

Real  Collegío  Militar. 

Repartição  Superior  dos  Correios  e  Telegraphos  da  pro- 
yincia  de  Moçambique,  em  Lourenço  Marques. 

Rodrigo  Beça  (Coimbra). 

Dr.  Rodrigo  Veiloso  (Lisboa). 

D.  Romfto  N.  Franco  (México). 

Dr.  Santos  Lourenço  (Lisboa). 

Saul  José  Mário  Jorge  (Lisboa). 

Sebastião  Joaquim  Baçam  (Lisboa). 

Sebastião  da  Silva  Leal  (Lisboa). 

Dr.  Sérgio  de  Castro  (Lisboa). 

Professor  Sertório  do  Monte  Pereira  (Lisboa). 

Sociedade  Literária  Almeida  Garrett  (Lisboa). 

D.  Teodósio  Parodi  M.  (Santiago  de  Chile). 

União  Velocipedica  Portuguesa  (Lisboa). 

Universidade  de  Pennsjlvania. 

Visconde  de  Faria  (Paris). 

Visconde  de  Salgado  (Rio  de  Janeiro). 

Visconde  de  Sanches  de  Baena  (Lisboa). 

Visconde  de  Sanches  de  Frias  (Lisboa). 

Xavier  de  Carvalho  (Paris). 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  em  31  de  dezembro  de  1908. 
—  O  Director,  Xavier  da  Cunha, 


£  ARCHIVOS  NACIONAfiS 


389 


Estatistiea  de  leitura  nas  blbllotheeas  abaixo  designadas 
darante  o  4.^  trimestre  de  1908 


8m{Sm  •  ini  nb-finiSei 


Historia,  geographia 

Cartas  geographicas 

I  { Poljgraphia 

Jornaes 

Beyistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


Sciencias  civis  e  politicas 


III  i  ^^^®°^^^B  ®  artes. 
I  Bellas  artes. . .. . 

I 

T^  {  Philologia 

*^    Bellas  lettras... 


y  [  Namismatica. 
f  Estampas . . . . 


VI 


vn 


Religiões 


Incunabulos 

Reservados .% 

Manuscriptos 


lUuminadoB 


iripi 
aao 


yiII-CoUecçSo  Camoneana 

Total. 


Ifon 


64 

1 

321 

43 

3 
.14 


5 
815 


3 


772 


Bngft 


27 
1 


29 

22 

28 


33 

1 
1 


3 
3 
2 


151 


TiSa  RmI 


72 

44 

117 

8 

44 

37 


110 
43 

14 
10 


500 


GàlcHi 
Bkiict 


141 
14 

200 


42 

88 
4 


10 

70 
23 


592 


Secretaria  Geral  das  Bibliotbecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  30  de 
junho  de  1908. 

Pelo  Bibliothecario-mór  do  Reino, 
O  Inspector, 

Gabríel  Victor  do  Monte  Pereira. 


390 


BOLETIU  DAS  DtBUOTRECAS 


REAL  ARCHIVO  DA  TORRE  DO  TOMBO 


Estatlstlea  da  sala  de  leltara  bo  anno  de  1908 


C«ll€cçies 


Alfandegas 

Armaria 

Atias  e  Plantas 

Autos  de  acclamaçio  e  de  juramento. . . . 
Avisos  e  ordens — Correspondência  do 

Archivo 

Bullarium 

Capellas  da  Coroa 

Cartas  missivas 

Casa  do  Infantado 

Casa  das  Rainhas 

Casa  da  Tavola 

Chancellarias  reaes 

Códices  illuminados 

Collecção  especial 

CoUecções  de  S.  Lourenço,  S.  Vicente  e 

Moreira 

Commendas 

Conselho  da  Fazenda 

Conselho  geral  do  Santo  Officio 

Conventos 

Corpo  chronologico 

Correspondência  diplomática 

Cortes 

Desembargo  do  Paço 

Documentos  orientaes 

Documentos  remettidos  da  índia 

Ementas 

Gavetas 

Genealogias 

Inconfidência 

Inquisições — Lisboa,  Coimbra  e  Évora. 

Intendência  Geral  da  Policia 

Interior  dos  Armários  da  Casa  da  Coroa 

— Diversos 

Jesuítas 

Junta  do  Commercio 

Legislação 


Numero 
de  peças  cousuitadas 


Dk. 


86 


202 


23 
6 


Prac. 


475 


152 


Xncn 

~    !  ée  lâttm 


LiT. 


32 


20 

3 
176 


7 


17 
36 


32 


19 

2 
54 


2 
74 

2 
21 


25 


5 

9 

18 

6 


i 


B  ÁRCRIVOS  KACIOKAM 


391 


C«ilec(ici 

• 

de  pe{ 

Bfc. 

Numero 

.as  consultadas 

Pnc.          Ur. 

Niaen 
h  leitoni 

Transporte 

Leitura  de  Bacharéis 

021 
33 

627 
4 

4 
5 

305 

47 

39 

52 

5 

4 

187 

70 

11 

25 
2 

274 
2 

Livraria : 

19 

Livros  da  Leitura  nova 

22 

Manuscriptos  da  livraria 

30 

Matriculas  dos  Cavalleiros 

3 

Mercearias : 

Mesa  censória 

24 

Môsa  da  consciência  e  ordens 

1 

Ministério  da  Guerra 

54 

Ministério  do  Reino 

20 

Ordens  militares — Habilitações  e  Chan- 
cellarias 

G 

Patriarchal 

Provedorias 

4 

Recolhimentos 

Resisto  do  Archi vo 

12 

Refiristo  de  Mercês , 

1 

Tombos  da  cidade  de  Lisboa 

Tratados 

Tribunal  de  contas  (Cartórios  remettidos 
do) 

Universidade 

1 

Total  creral 

354 

640 

747 

470 

Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Kacionaes,  em  81  de 
dezembro  de  1908. 


Pelo  Conselheiro  Bibliothecario-mór  do  Reino, 


O  Inspector, 


Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira, 


392 


BOLETIM  DAS  BIBL10TUECÁ8 


Estatística  dos  leitores  na  Blbllotheca  Nacional  de  Lisboa 

no  4.^  trimestre  de  1908 


Snç9«  •  nftinb^mSci 


Historia,  geograj^hia 

Cartas  geographicas 

I  { Polygraphia 

Jornaes ;  •  •  • 

Revistas  nacionaes  e  estrangeiras 


II 


Sciencias  civis  e  politicas 


rfT  (  Sciencias  e  artes 
"^  {  Bellas  artes 


*^  (  Ptiilologia... 
^^  j  Bellas  lettras, 


y  (  Numismática 
I  Estampas  . . . 


VI 


vn 


e 


Religiões 


Incunabulos 

Reservados 

Colleoç&o  Camoneana 

»        Elzeviriana 

»         Bodoniana 

Manuscriptos  (fundo  geral) 
Códices  illuminados 


[  Collecçio  Pombalina 

»         dos  Códices  d* Alcobaça 


IX 


Arcbivo  de  marinha  e  ultramar. . 


Total, 


Hlspecies  feqaisitadaB 
pelos  leitores 


Dia 


1:054 

19 

402 

1:146 
43 

1:385 

2:153 
178 

203 
2:956 

19 
41 

36 

2 
71 
64 

1 

254 
9 

138 
2 

9:000 


19:174 


Noi(« 


930 

5 

371 

396 

26 

395 

1:669 
39 

139 
3:052 


41 


Tolal 


LeHiiii 


1:984  De&    6:622 

24  D«MÍU  5:412 

778 


7:063 


1:542 
69 

1:780 

3:822 
217 

342 

6:008 

19 
41 

77 

2 
71 
64 

1 

254 

9 

138 


9:000 


26:237 


T«U1  12:034 


Secretaria  Geral  das  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  em  31  de  de- 
zembro de  1908.  ,       ,    ^    T>  . 

Pelo  Bibliothecano-mór  do  Keuio, 

O  Inspector, 
Gabriel  Victor  do  Monte  Pereira. 


Ê  ÁRCHlVOS  llAClONÁEd  ãÔS 


EsUtistiea  dos  volames  enTiadcs  pelas  Secçdas  Estrangeiras  de  Permatas 
Internaelonaes  darante  o  4^  trimestre  de  1908  á  Seeçio  das  Blbllotheeu 
e  AreUfos  Naelonaes 


rrVfMMMM 


Bélgica 


78 


Estatística  dos  sellos  e  formalas  de  fran4ala  dos  palies  da  Unllo  Postal  Dnl- 
Tersal  entrados  na  seeçto  de  Numismática  da  Blbllolheca  Nacional  do 
Lisboa,  durante  o  4.^  trimestre  de  1908 


IichIii 


Sellos 

Bilhetes  postaes. 
Cartas  postaes. . 
Sobrescriptos . . . 

Cintas 

Vales 


T«U 


174 
38 

2 
10 

2 
11 


282 


■■ 


?.•  ANÍfO,  N.«  4  '        fl 


INIDIOE 


Alfredo  Augusto  FerDondes. 

Terceiro  continuo  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa — 61». 

Alfredo  Aogosto  Marques  Sopioba. 

Contínuo  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  —  262, 

AbIobío  Eduardo  SiinSes  Baiio. 

Director  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  —  6,  68, 
61,  90,  165,  260,  266,  3l4. 

António  Horato  Grare. 

Continuo  da  Bibliotheca  Publica  de  Castello  Branco — 60. 

António  Rapbael  Ferreira. 

Segundo  amanuense  escrípturario  da  Bibliotheca  Naciona( 
de  Lisboa  —61. 

ArchiTO  da  Torre  do  Tombo.  ; 

Vid.  Real  ArebiTO. 

Artbur  José  Tibnrcio  de  Olifoira. 

Segundo  amanuense  escrípturario  do   Real   Archivo   da 
Torre  do  Tombo  —  60. 

Balbino  Hannel  Pedro  da  Silva  Ribeiro. 

Primeiro  Conservador  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo 
—  69,  261,  262. 

Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

.Concursos  — 298. 
Jnrys  — 56,  57. 
Candidatos  —  57,  58. 
EstaUstlca  dos  leitores  —  84,  263,  309,  392. 


•• 


396  BOLETIM  DAS  BlBLIOTUKCAâ 


Exonençlo  — 61. 

Nomeaçies  — 61. 

Quadro  de  Honra  —  384. 

Registo  de  propriedade  litteraria— 74,  78,  80,  260,  252,  255, 

299,  302,  304,  375,  378,  380. 
Relatórios  — 7,  91,  267,  315. 

BiUiOthecâ  Publica  de  Braga. 

EsUtlstlea  doa  leitores— 85,  307,  308,  389. 

BíUlotheea  Pnblica  de  Caalello  Branco. 

Estatística  dos  leitores  — 85,  307,  308,  389. 
EiOBcraçlo  —  60. 
Nomeaçlo  —  60. 

BifclioUieca  PoUica  de  ETora. 

Estatisttca  dos  leitores  — 85,  307,  308,  389. 

AíUiotheca  Publica  de  Villa  Real. 

Estetlstlea  dos  leitores  —  85,  307,  308,  389. 

Carlos  Ayres. 

Continuo  da  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo — 60. 

Catalogo  de  mappas,  plantas,  desenhos  e  aguarellas  do  Archivo 
de  Marinha  e  Ultramar  por  Eduardo  de  Castro  e  Al- 
meida—203. 

Concurso  de  um  logar  vago  de  segundo  amanuense  escriptnrario 
da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 

Jary  para  apreciar  as  proTas  do  concarso  —56. 
Candidatos  admittidos  —  57. 

iunancio  publicado  no  Diário  do  Governo  de  13  de  julho 
de  1908—298. 

Concarso  de  um  logar  vago  de  terceiro  continuo  da  Bibliotheca 
Kacional  de  Lisboa. 

Jary  para  apreciar  as  proTas  do  concurso  —  57. 
Candidatos  admittidos  —  58. 


• » 


E  ARCHIVOS  NACI0NAE8  397 


Gonenrso  de  um  logar  vago  de  segundo  amanuense  escripturarío 
do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo. 

Jary  para  apreciar  as  provas  do  eoncurso  —  58. 
Candidatos  admlttldos  — 59. 

Concurso  de  um  logar  vago  de  segundo  conservador  do  Real  Ár- 
chivo  da  Torre  do  Tombo. 
AnnonclO  publicado  no  Diário  do  Oovemo  de  10  de  abril  de 
1908  —  259. 

Jury  para  apreciar  as  provas  do  concarso  —  260. 
Candidatos  admlttldos —  261. 

Eduardo  de  Castro  e  Almeida. 

Primeiro  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 
—  56,  203. 

Bdnardo  Frederico  Sehwaibach  Incei 

Primeiro  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 
—56. 

Bstalislica  dos  leitores  nas  Bibliothecas  e  Ârchivos  Nacionaes  em 
1908: 
No  primeiro  trimestre  —  84,  85. 
No  segundo  trimestre  —  263,  307. 
No  terceiro  trimestre  —  308,  309. 
No  quarto  trimestre  — 389,  390,  391,  392. 

Estallstiea  dos  sellos  e  formulas  de  franquia  dos  paízes  da  UpiSo 
Postal  Universal  entrados  na  Secção  de  Numismática 
da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  em  1908 : 
No  primeiro  trimestre  —  83. 
No  segundo  trimestre  —  264. 
No  terceiro  trimestre  —  310. 
No  quarto  trimestre  —  393. 

Kstalistica  dos  Tolnmes  enviados  pelas  SecçSes  Estrangeiras  de  Per- 
mutas Internaciçnaes  á  Secç&o  das  Bibliothecas  e  Âr- 
chivos Nacionaes  em  1908: 

No  primeiro  trimestre  —  83. 

No  segundo  trimestre  —  264. 

No  terceiro  trimestre  —  393. 

No  quarto  trimestre  —  393. 


398  BOLETIM  DAS  BIBLIOTHECAS 


Estatistica  dos  volomes  enviados  peia  Secç&o  das  Bibliothecas  e 
ÂrchivoB  Nacionaes  ás  SecçSes  Estrangeiras  de  Per- 
mutas Intemacionaes  em  1908: 
No  segundo  trimestre — 264. 

Eipo8Í{io  (Â)  Cervantina  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  em 
maio  de  1905,  por  Xavier  da  Cunha — 35. 

fiabriel  Victor  do  Moiile  Pereira. 

Inspector  das  Bibliothecas  e  Ârchivos  Nacionaes — 84,  85, 
263,  307,  308,  309,  389,  381,  392. 

Henrigoe  Vatheos  Cansado. 

Segando  amanuense  escripturario  da  Bibliotheca  Nacional 
de  Lisboa —  61. 

lDTen{io  (Â)  da  imprensa;  sua  utilidade  e  antecedentes  genéticos. 
Dissertaçfto  pelo  alumno  de  Bibliologia,  Benjamin  de 
Carvalho  Vasques  de  Mesquita — 62. 

Joio  Aogvsto  Melido. 

Segundo  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa 
—58. 

José  António  Vobíz. 

Segundo  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisbo^ 
e  professor  da  aula  de  Bibliologia  —  56,  58,  260. 

José  d'Aie?edo  Castelio  Branco. 

Conselheiro  Bibliofhecario-mór  do   Reino — 57,  58,   59, 
259,  260,  261,  298. 

José  Leite  de  Vaseoncellos  Pereira  de  Mello. 

Primeiro  Conservador  da  Bibliotheca  Nacional  do  Lisboa 
e  professor  da  aula  de  Numismaica  —  57. 

D.  José  Varia  da  Silva  Pessanha. 

Primeiro  Conservador  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo 
e  professor  da  aula  de  Diplomática  —  59,  260. 

Padre  José  Nunes  Branco  Pardal. 

Continuo    da    Bibliotheca    Publica    de    Castelio    Branco 
—  60. 


> 


£  ARCUIVOS  KACIOKAES  399 


Origem  da  lingaa  portuguesa  —  Latim  vulgar  e  latim  litterario 
—  Primeiros  documentos  portugueses.  Breve  lição  de 
Diplomática  pelo  alumno  da  aula  Benjamin  de  Car- 
valho Yasques  de  Mesquita — 132. 

Pedro  Aognsto  de  S.  Rarlholomeii  Aiefedo. 

Primeiro  Conservador  do  Real  Árchivo  da  Torre  do 
Tombo  e  professor  da  aula  de  Paleographia  —  Õ8, 
260. 

PossidoDio  Hathens  Laranjo  Coelho. 

Segundo  Conservador  do  Real  Árchivo  da  Torre  do 
Tombo  —  262. 

Real  Árchivo  da  Torre  do  Tombo 
Concumos— 259. 
Jury  — 58,  260. 
Candidatos  — 59,  261. 
Estatística  dos  leitores  —  390,  391. 
Exoneração  —  60. 
Nomeações  —  60,  262. 
Relatórios  —  5,  89,  265,  313. 

Registo  de  propriedade  litteraria. 

Obras  entradas  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa: 

Janeiro  de  1908  —  74. 

Fevereiro  de  1908—78. 

Março  de  1908  —  80. 

Abril  de  1908  —  250. 

Maio  de  1908  —  252. 

Junho  de  1908  —  255. 

Julho  de  1908  —  299. 

Agosto  de  1908  —  302. 

Setembro  de  1908—304. 

Outubro  de  1908  —  375. 

Novembro  de  1908  —  378. 

Dezembro  de  1908  —  380. 

Relaçio  das  pessoas  e  corporaçSes  que,  por  seus  donativos  ou  ser* 
viços  prestados  á  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa,  ficaram 

inscriptas  no  respectivo  Quadro  de  Honra : 
Em  1908  —  384. 


nOLKTlH  DAS  BlBLlOTBSCAS 


IteItttritB  doB  BãrriçoB  da  Bibliotheca  Nacional  de 
Director  Xavier  d&  Cunha: 
No  primeiro  trimestre  de  1908  —  7, 
No  segundo  irimefitre  de  1908 — 91. 
No  terceiro  trimestre  de  1908—267. 
No  quarto  trimeelre  de  1908  —  3l5. 

Rdaloriu  dos  serriçoa  do  Real  ArchiTo  da  Torre  A 
Director  António  Eduardo  SimSea  BstSo : 
No  quarto  trimestre  de  1907  —  5. 
No  segundo  trimestre  de  1908  —  89. 
No  terceiro  trimestre  de  1908  —  265. 
No  quarto  trimeati-e  de  1908  —  313. 

Visconde  (O)  de  Santarém  como  gusrda-miír  da  To 
por  António  Eduardo  SimSea  BaiKo  —  1' 

XaTier  da  Cbiú. 

Director  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa- 
57,  131,  258,  297,  306,  374,  384,  388. 


iHFSEirsÀ  DA  Unitbbsidade,  1909 


/ 

I 


/' 


Bibliothêiia  NacionAl  d«  LiBboà:  Exposição  bibli(^raphica  no  bi-cente- 
nario  do  Padre  António  Vieira  em  1897.  Lisboa,  Imprensa  K^cional,  1897. 

f 

A  Eiposiçã^  Petrarchiana  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa.  Catalogo 
summario  neK)  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Lisboa,  v 

Imprensa  Âaòional,  1905.  ^^ 

[  Curso  de  Bibiiothecario-Archivista.  Summario  das  liçpes  de  Bibliologia,  ^ 

compiladas  por  José  A.  Moniz,  professor  interino  da  respectiva  cadeira  na 
^  Bibuotheca  Nacional  de  Lisboa!!,  2.<>  ediçlo.  Coimbra,  In^irensa  da  Univer- 

—      sidade,  1900.  ,  ,  ^ 

Numismática  Nacional.  Liçio  inaugural  do  curso  de  Numismática  da 
Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  anno  lectivo  de  1888-1889,  polrJ.  Leite 
^      {    de  Vasconcellos,  professor  proprietário  da  respectiva  cadeira.  Lisboa,  Tj-  \  \ 

j        pographia  do  Jornal  '«O  Dia»,  10  e  1?.  Rua  Anchietai  1888. 

*t  Elencho  das  lições  de  Numismática  dada^  na  pibliotheca  Nacional  de 
Lisboa  por  J.  Leite  de  Vascòncellos,  1.*  parte  do  curso  (1888-*1889).  Lisboa, 
Typographia  do  Jornal  ¥>  Dia»,  1889.  , 

Elencho  das  liçdes  de  Numismática  dadas  na  Bibliotheca  Nacional  de  ^ 

Lisboa  por  J.  Leite  de  Vasconcellos  do  II  curso  do  anno  lectivo  de  1889- 
1890  até  ao  VI  curso  do  anno  lectivo  de  1893-1894.  Lisboa,  Typographia 
do  Jornal  «O  Dia.^  1894.  '^ 

V  .        ~-  "N 

Belatorios/dos  serviços  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  desde  o  secundo 
ti:imestre  de  1903  até  ao  terceiro  trimestre, -de  1907,  por  Xavier  da  Cunha. 
Cpimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903  a  1907. 

Boletim  dks  Bibliothecas  e  Archivos  Nacionaes,  publicação  official  tri- 
mensal.  Publicados  6  annos.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902  a 
■   1907. 

Uma  traducçao  inédita  em  latim  do  soneto  «Alma  minha  gentil ...»  Publi-  ; 

cada  e  prefaciada  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universi- 
dade, 1904. 

\ 
Uma  carta  inédita  de  Camões.  Apographo  existente  na  Bibliotheca  Na-  '  i 

cional  d^  Lisboa,  agora  commentado  e  publicado  pelo  Director  da  mesma 

Bibliotheca  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universida^de,  1904, 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  na  Exposição  Oceanographica.  Cata- 
logo summario  por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade, 
1904. 

A  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  no  Congresso  internacional  de  Liége  / 

sobre  reproducçâo  de  manuscriptos,  medalhas  e  selloís.  Relatório  sobre  a 
legislação  portugueza  no  tocante  á  reproducçâo  dos  manuscriptos  offerecido  ^^ 

ao  .Congresso  pelo  Director  da  mesma  Bibliotheca  Xavier  da  Cunha. 
Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1905. 

A  Legislação  tributaria  em  benefício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa, 
por  Xavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

i 


A  medalha  de  Casimiro  José  de  Lima  em  homenagem  a  Sousa  Martins, 
^  descri pção  numismática  por  Xavier  da  Canha.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 

versidade, 1908.' 

i  Espécies  bibliographicas  e  espécies  Mbliacaa.  Considerações  sobre  no- 

menclatura poÀXavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  ldu3. 

\  Concursos  públicos  para  provimento  de  logares  vagos  de^egundos  Con- 

servadores dos  quadros  do  Keal  Archivo  da  Torre  do  Tombo  e  da  Biblio- 
tbeca  Nacional  de  Lisboa,  Legislação  respectiva.  Parecer  de  José  Joaquim 
d'Ascensào  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

Relatório  dos  serviços  desempenhados  em  Coimbra  e  Braga  em  Junho 
de  1908  por  José  Joaquim  d' Ascensão  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904, 

Gabinete  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (Notas  e  do- 
cumentos) pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcellos.  —  I.  Moedas  de  ouro  da 
j  epocha  germânica.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1902. 

A  excelsa  rainha  D.  Maria  II  na  intimidade.  Reflexões  aproposito  de  um 
manuscripto  existente  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  por  Xavier  da 
Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo : 

índice  geral  dos  documentos  conteúdos  no  corpo  chronologico  exis- 
tente no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo.  Mandado  publicar  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  de  abril  de  1838.  Tomo  !.•  e  uuico. 
Lisboa,  Typographia  d-e  Silva,  1843.^ 

índice  geral  dos  documentos  registados  nos  Urros  das  chancellari^is 
existentes  no  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo,'  mandado  fazer  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  í  de  abril  de  1838.  Tomo  1.*  e  unieo. 
Lisboa,  1841,  na  Typographia  de  Gr.  M.  Martins. 

Extracto  do  Real  Archivo  da  Torre  do  Tombo  offcrecido  á  Augus- 
tissima  Rainha  e  Senhora  D.  Maria  I,  por  José  Pedro  de  Miranda 
Rebelk),  amanuense  do  mesmo  Archivo.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Bibliotheca  Publica  de  Évora : 

Catalogo  dos  manuscriptoa  da  Bibliotheca  Publica  Eborense,  por  J. 
H.  da  Cunha  Rivára.  Tomo  1.",  Ultramar.  Lisboa^  Imp.  Nacional,  1850, 
Tomo  2.^  Litteratura,  Imprensa  Nacional,  1868. — Tomo  S.*»  Historia. 
Imprensa  Nacional,  1870. 

Cafalogo  do  Museu  Archeologico  da  cidade  de  Évora,  annexo  de  sua 
Bibliotheca,  composto  por  António  Francisco  Barata.  Lisboa,  Imprensa 
Nacional,  1903. 

Os  reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora,  pelo  director  An- 
tónio Joaquim  Lopes  da  Silva  Júnior.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1907. 


Venda  avulso,  no  edifício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 
Cada  exemplar  do  numero  do  Boletim^  in-8.® — 200  réis. 


I 


1 


A  medalha  de  Casimiro  José  de  Lima  em  homenagem  a  Sousa  Martins, 
descri pçao  numismática  por  Xavier  da  Cmiha«  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1908/ 

Espécies  bibliographicas  e  espécies  bibliacas.  Considerações  sobre  no- 
menclatura poÀXavier  da  Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  19<)3. 

Concursos  públicos  para  provimento  de  logares  vagos  depegondos  Con- 
servadores dos  quadros  do  Keal  Arehivo  da  Torre  do  Tombo  e  da  Biblio- 
theca  Nacional  de  Lisboa,  LegisIaçKo  respectiva.  Parecer  de  José  Joaquim 
d'A8censào  Valdez,  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1903. 

Kelatorio  dos  serviços  desempenhados  em  Coimbra  e  Braga  em  Joiíbio 
de  lfK)3  por  José  Joaquim  d^Ascensâo  Valdez.  Coimbra,  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

'  Gabinete  Numismático  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  (Notas  e  do- 
cumentos) pelo  dr.  José  Leite  de  Vasconcellos.  —  I.  Moedas  de  ouro  da 
epocha  germânica.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer^dade,  1902. 

A  excelsa  rainha  D.  Maria  II  na  intimidade.  Reflexões  aproposíto  de  um 
manuscripto  existente  na  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa  por  Xavier  da 
Cunha.  Coimbra,  Imprensa  da  Universidade,  1904. 

Real  Arehivo  da  ToiTe  do  Tombo : 

índice  geral  dos  documentos  conteúdos  no  corpo  ebronologico  exis- 
tente no  Real  Arehivo  da  Torre  do  Tombo.  Mandado  publicar  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  7  d^  abril  de  18^8.  Tomo  l.<*  e  uuico. 
Lisboa,  Typograpbia  áe  Silva,  1843.^ 

índice  geral  dos  documentos  registados  nos  livros  das  chancellarias 
existentes  no  Real  Arehivo  da  Torre  do  Tombo,^  mandado  fazer  pelas 
cortes  na  lei  do  orçamento  de  Í  de  abril  de  1838.  Tomo  1.^  e  unieo. 
Lisboa,  1841,  na  Typographia  de  G.  M.  Martins. 

Extracto  do  Real  Arehivo  da  Torre  do  Tombo  offerecido  á  Augus- 
tissima  Rainha  e  Senhora  D.  Maria  I,  por  José  Pedro  de  Miranda 
Rebello,  amanuense  do  mesmo  Arehivo.  Coimbrai  Imprensa  da  Uni- 
versidade, 1904. 

Bibliotheca  Publica  de  Évora : 

L 

Catalogo  dos  manuscriptos  da  Bibliotheca  Publica  Eborense,  por  S, 
H.  da  Cunha  Uivara.  Tomo  1.°,  Ultramar.  Lisboa,  Imp.  Nacional,  18Õ0, 
Tomo  2.<>  Litteratura,  Imprensa  Nacional,  1868. — Tomo  3.**  Historia. 
Imprensa  Nacional,  1870. 

Catalogo  do  Museu  Archeologico  da  cidade  de  Évora,  annexo  de  sua 
Bibliotheca,  composto  por  António  Francisco  Barata.  Lisboa,  Imprensa 
Nacional,  1903. 

Os  reservados  da  Bibliotheca  Publica  de  Évora,  t)elo  director  An- 
tónio Joaquim  Lopes  da  Silva  Júnior.  Coimbra,  Imprensa  da  Univer- 
sidade, 1907. 


Venda  avulso,  no  edifício  da  Bibliotheca  Nacional  de  Lisboa. 
Cada' exemplar  do  numero  do  BoUtivi,  in-8.®-^200  rÓls. 


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