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243>7 ^ '^
0,i,-f-n,CoO^ílc
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COMPENOIO
BIST0RIADEP0RTl]G4L
»BBBB M PmiMEtKMI VVTMBWKBM ATA
POl
T^f. St CtSbro V lrm8o,Rua iaBoa /^laa. 4 B.
UHMM 18H.
ü,o,i,-f-n,Ggoglc
SSo faJto$ todos oi exmplares mo n^cadot
jmlo auetor.
0,i,-f-n,CoO^ílc
' A ttístaTÍa ^'-a alma <l(t& sci«hn ; 'é « «fctottb^^'l^
- le 16 a paiMdo. Elte {m^ell^B as boai 011 aiii kCf«|t
doshomens. £ a vcrdadeiro nwammttmla , .yw f nüáw»
-«lente aof está roostrando a trisle flgura doi omím |Wr«
- d'elJa nos horrarisarnoa , e M ac^iies UIOiMa ^nt )>•
T«rdadeiros faeroes nos legaraiQ para 01 imitarmMr -
. É.poT isso ([tie eícriptor da bistoria esU ^rig«4p
Q.diier » terdatie, ainda quc seja «oittra a jpttrii^k
'contra «Pnncipc, ooQtra os shisí ba cotírt «i ptft-
{ici9h Segairenc* está'aereda , ap^scAtaado osiKlM
•0tt4véHfcÍactM~posslTel , moraiisando-os algnmas tC'
les , porém uDÍcamente'coBÍo éiori|áBr'fcofiiciasldD|o
religÍQSO, que náo tem proposito de ofTender pesgoai.
É obvia a ditHculdade de escrever b bistoria coo-
temporanea. escripior tem muitas reies de fallar da
pessoas v ivas , e que ás vezes sso de saas rela^oes od
amiiade. Taes circumstsnclas impedem as mais das ve>
zes o escrípLor de Bnaljsar com todo o rigor da crjti-
ca faislorica aclos publicos de grande transcendeDCÍa ,
deixando esie legado aos xindonros , que se dii geral*
mcute slo os que devem eicrefer melhor a historía da
nossa epocha ; e nós diiemos , que a defem escrever
peior , porqne muitas cousas ba que , nao eslaodo es-
criplas , só ouvidas da bocca dos propríos ÍDdividuog ,
com qu'e taes factos se passaram , £ que se podcm es-
crever com veracidade , e ainda assim é necessarío qu«
taes individuos déem todas as garanlias de probidade,
porqve t'.oKtrí Í^Wt. o.«QT>etor n^l informado pód«
o,i,-f-n,Googlc
tfamllúir boa té , t^ o e¡aaa , adQtterar os bctos ,
^no defem apparecer com toda a pureiai principaV-
aetite perante a.ntocidade.
A Doua cdnBcieiicÍB está tranqailla , porqoe proco»
rdnMS nao errar;' por¿iu, se ■ssim mesroo alguma rfr<
clannfio apparecer , que demandc repara^ao , justlQa
Ifce seri fdU n'uma segonda editfio. Esperjmoi pois,
j]Ue este nosso trabalho agradarí «o maior número , e
-Mlsfará ao seu. fim , a ÍDStruc^ño. da mocidade portu-
•gneu Dos ptincipees.ractos hisloríco»-do nosio pait.
UfboB 13 demlvdc 18»3.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
INTRODUCfAO Á HISTORIA.
HisTORiA. £ a exposífio da origtm, rtUgiSó, pro-
^MtM dos povos , da sna orgmUarao fciltiea , das ep»'
cbas tnais notaTGÍs dasuaymndefa tdecadencia ¿cc. &c>
Cbama-se:
■ HisTOBU ÜjnvERSiL.. — Quindo se descreve a hí*-
torU sagrada , eccIesiasUca , e política do mundo.
HisTDRu Gbril. — Quando se descreve a historía
geral de ama das partes de mundo , t. ^. a da Euro'
ra , a da Aui &c.
Hbtobia PiRnctiui. — Qaandotr>6U dos acoiiteci-
inentos particularw de algum impcTio , reioo , repsblica
&e. &e.
DlTUld DA Kbtoiu Uuvirsái..
0« historíograpbos modenios dtvidem geralmenle a
bJslDria uaÍTerul em (ret partes — Siétoria antiga ,
Bistoria da idade máéia , e Biitori» modcrna.
HiSTOBii ÁNTiGA. É a Darra^o dos aeontecimentos.
desde 1.* anno <5a crea;w) do muado até á quéda d&
imperio do occidente em 476 da era christa ,.ist(i é,
4476 annos depois da creaqao do muado,
HuToiu D* inAni ntDu. £ a narraráo Ao9 aconte'
cimcnlos desde a quéda do imperio do occidente em
476 da era cbrista , at¿ á quéda do imperio do orien-
te 00 grego, e tomada de CoDstantinopla pelos turcos
en 14a3.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
BiSTOBii KODERNA. É 3 narra^áo dos aconteciinenros
desdc a quéda do iniperio grcgo , e lomada de CnRslai>-
linopla pelos turcos em 1453, «té aos nossos dias.
GtVISlO Dl HtSTOBlA PlKTlCOUI.
A dÍTÍsiio da historia partículpr dos povos náo segnc
ncm.deve seguir a divisáo da historia udÍvcfs*!, mas
sim. ag epochas maie nolaveis da sna gnoáci» , deca-
dcncia &c.
NÓ5 os portuguezes e hespanhoes podémo^ dividir a
nossa historia gfiral cm Ires gravdes epochas. 1.* Bro-
CBi , desde a povoaQao de Hespaitha pclo^ Detos de Noé
em 16S6 do mundo , alé ao Nascimento <}e Nosso Se-
nhor Jesu Christo , ou 4000. 9.' Epocbi , desde o Nas-
círacnto de Christo .alé a batalha de Oiirique om 1139
da era. christSi.wdc for acclama^Q rei o prÍDCÍpe. D. '
, AfToQSO Heoriques , e se Iniujou a pcdra fundamenUl í¡
independeocia da 'Monarchia Portugiicza , separandorlL
do resto da Hespanha. 3.* Epoi^b*, desde a fuDdaQáo
da Honarchta Portugueiia até aos nossos dias.
A pritaeira epocha « a nossa. hisloria anliga , a *e-
gunda púde ser a-jiossa historia mcdi^, e a terceira 'é.
a nossa historia moderna.
As trcs epochas pDdem ser subdivididas em quitro
periodos cada uma , a sahcr :
1 .' Efocha oü HiSTORiA ArcriG*. 1 ." Periodú , primei-
ros povoadores. 2.° Periodo, invasao dos phenicios.
3." Periodo't invasáo dos cartbaginezcs. 4.° Periodo,
invasai) dos romanos-
2.* EpOCHA OU HlSTOOIl DA.lpiDE HAOIA. EH POBTC-^
CAi.. i.° ^PenoÍo, Nasc.imento de Píp^o Senhor Jesu
Chrislo, c ésuboiecimentp da ficligiao CbrislÜ. Í'
0,i,-f-n,CoO^ílc
Periódo, iDvasao ám povos do norte.-3.* Periodo, ii^-
vasio dos sarracenos. 4-.'' Periodo, Portugal erecUi em
condado a favor de D. HeQrique de Borgonha , e da
rainba D. Theresa.
3:' Epochjl 00 HisTOBii HODSBNA. 1." Ptriodo , fun-
dagáo da Uonarchia , dTuastia Capeto , ou Affonsinba.
2.* Ptñoio, djnastia Laso-Capeto, Joannina, ou de
Avis. 3." Periodo, d;na5tia Philippina. 4.° Perioio,
dfoastia Brigantina.
lí ü,o,i¡-n,Googli:
1
I. Coo^ílc
COnPENDIO
Bk
fllSTOl» BE POBTOGIL.
HISTORIA ANTIGA DE POttTÜGAL
]fe*do n povoacün <le neÉpnnfm pelos nrlos
dc A'oé , n(á Qo KMcliueRte <1e VlowMk Se>
nbor <>e>a' Ckrl«(o> '
PlllfEIKO PeBIODO.
Primaro* Pwodiora.
Addo do muodo 16S6. Castigon Deos os homens com
o Dilutio iiDÍversal, pertoiUindo unicamenle a Noé o
'nu bmilia, quc nio se acbBTam crÍmÍDOSos na cor-
rupfio geral , o aaWarem-se n'uina Arca , para depois
sercm os scgundos povoadorcs do mundo.
Noc ,-dividindo o miindo por seus filhos, dcu a Ja-
ptieL,.ficu terceiro flllio , a -Asia , dcsdc o Euphrales
alé ao Dor, ou Tenacs, e a Europa toda.
No anno do mundo 1792 partiu do orientc pnra este
ultimo occidcnte Tubal com muita gente da sua familia.
Os argonautas chegaram as nossvs praias , diz-se qae
pclos annos do mundo 1801. Agradados do apraiivel
o,i,-f-n,Googlc
10
siílo qDe se v ia peh bocca do rio , a quc hojc se cba-
ina Sado , Tubnl o escolheu parH ossenU» da nova co)o-
nia , fundaiK^o a primcira puvoai;ño de Hespanha , cha-
niando>lhe Selhitbala, qac qncr dizer ajuntamenlo de
Tdbal, quc com pouca corruprao do primciro conbc
cemos boje por Selubal.
A colonia fui crescenda , e pcnclrando até ís mar-
gens do rio Ebro, por isso esles povns sc chamarani
Iherog.
Succedeu a Tnbal seo filho lliero , ou nma scrie de
reis ou regulos, de quc a bistoria c a trsdi^.ao Tahulosa
ou nao fahulosa nos dá nuticia com os nomes de Ibe- '
ro , Jnbfdda , Brigo , Tago , Bcto , Gereao , Jupiter ,
Oiyri* , Lominiot , Uereulet Lybieo , Ilispalo , Biipa-
M, Heipero, Athalanto , Sieoro, Sie-eelio , £tuo,'e
Sie-ulo.
Os lusitanos , mais antigas quc ás corles de Lamego .
vendo estíncta a raca dc seus reis natiirae» , tomaram
a resolu^áo de nao admitlir reis eslranhos.
Entregues a um genero dc KOTerno lívrc , lembrados
da sua primilÍTa crca^áo , assím viveram por mais de
oilcnta annos , cnidando da cullura doi campos , da^ ■
gnarda dos gados &c.
Os hespanhoes elegeraro rej a nm rapitáo BfricatM
chamado Tesla, era lcmpo do qiial aportaram á Hes-
panha muitas ^cnlcs da Grecia ( i ) , as quaes rundaram
.0 lemplo dc Diana.
~ Baecho, filho de Scmelc, scompanbado de muitos
grcgos , invade a Lusilania. Os povos so assustam , que-
(1) Herodolo, opaisB»tigo hiiloriaiior d'aqucllpl tem-
Ea, dit qne, uatri doi pheuiriui, ucBbuiuai £eule* da
recia vteram a Hciiñuhi.
It
rem reiistir ; porém BmcIm oi p«raiud« , qne « alna
do leu rei Luso tinba Iransmi^rado pan o corpo de
Ljsias , qne Ihe vinha apprcsenlar como rei , o que a
sua simplicidade fez acreditar. Com lal arte os Insita*
nos acceitaram como rei a LyMÍiu , e a este k ■egnia
Jjyeinio -Cáio , Gorgorít , c Abidit,
Por cste tempo aportou a Lisboa (Tli^m, rei deltha-
ca, fugíndo da destrui^áo de Troia. Ulysses melhoron
a poroacÍD de Lísfaoa , que ilisas , bisoeto de Noé , ha-
via fundado, e Ibe pos i> nwne de Ulyssea,
SsaoKDO Pbiiodo. .
A hmtao doi Phevieiot.
A)i pelos annos 2963 do mundo , >s armadas pheni-
cías jnvadiram o Algarve e a Andaluiia. Logo que saV-
taram em terra os- novoa estrangeiros , corac^aram a as-
Bolar os poTos , principalmenle os andaluies.
Os tusilanos , em continuas lides com sens hospedes ,
Hcaram sempre victoriosos , já na defcsa propria , já
cm auxflío dos minhos.
Foram os phenicíos os povos mais commerciaDles
d'aquelles tempos. -
Tebgbibo Pkuodo.
A hvüttiao dot Carthaginetit.
[34S3] Os carlfaaginezes, vindo primeiro a Hespa-
nha em anxilio dos phenicios, acabaram por expulsaU
os , e n'ella eslabelecem o governo milllar. Os capilSes
Aniilcar, Asarobal, llymjlcoD, HaaoD, e principal-
o,i,-f-n,Googlc
12
.. mente o ^nde Aniibal , lendo eiperlmenUda ai nosns
aroias, enlcaderam quc Ihes cra idsÍs conventente a
«niizade dus lusitanoí , do que as bnstilidades. A, al-
liaD^a Toi duradoura., e os carthaginaies gaDharam mui-
tas ticloriaa eon o Qeuo^niElio.
O» romanos , invejosos da furtuiu dos carthagineies
na Hc&panha , lhe« dcclaram goorrai Annibat se prepa-
Ta para a campaoha., e levanta muita trapa.
Eutre os muitos cQQtÍníentes que recobe , vem o dos
lusilaaos cammaiuladas pHa pFÍmeírg Viriata. [JnM se-
rie dc victorias , enlre as quaes avulta a de Sagunlo ,
foi lan^ar o audacbso Annibal na cora^So da. Italia,
Ronia , assustada , manda os teus mais valentes gc-
ncracs ao encontro dc Annibal. Os exeicilos se encon-
tram , e a batalbn de Cannas, ganha por Anníbal , se-
rfa e uttiroo dia de Roma , se o genetal cartbagineE nSo
dormisse sobrc os louros da victoria. O uosso' primeíra
^ViriatO-foi morbi na iiaUlba ( 3785 ].
QOIBTO PnKODO.
A /nDorao áoi RomanM.
Anno do mundo 3793, ou 207 antes de Chrislo. A
Kiierra eotre Koma e Carthago continúa com successo
vário. Os lusilanos., commandados por Magon , Asdru-
bal ', Hanon e oulros guerreiros faiDosos , continusm a
merccer a rcputacao dos prímeiros soldados do miindo.
Oí romanos íís ordcns de Cornelio Scipiáo, e Gneyo
Seipiao , sao desbaralados , e morlos acus chefes.
(3795] Roma continúa envíando forifas , e faiendo
por ganhar vontadcs. graode Scipíáo toma muius
cidadcs, e as victurias íucccssivaa ijue elle o seus ge<
I. C^ioylc
I»
benes ganliBm »bre os cartíuisiiKkM obrlgatti estes a
«jefainparar a Hespaoln , depais áe n'ella dominareDl
84i annos ( 3797 ].
(3804) Seohores os romanot da Hespanba , esta 6
dÍTÍdida por ordem do senado em duas provincias i a
Cilerwr, que eram as terras da mBrgem direita do
Ebro até aos PjTcneos ; e a üilerior , qne erem aa dn
«sqtKrda do mcsino rio aié ao Oceaao. Estabelececam
nas doas provincias goTernadores com' o nome de pre-
tores, consulea , e proconsuleS. .
(3807 — 38S1J Os lusitanos nSo se acfaam salis-
fcitos de seus donifladaTes. teu estado era o de uma
guerra pcmiaQente, em que foram Tencidos os melb»*
res generaes da republíc» ( 3851 ). Cansados porím de
«m-estado tao iiu]uieta, acceitam a pax proposu por
Gaiba; porém este com covarde trai^áo manda dcgol-
lar nove mil laaibnos. ^
Um luútaoo dos nontcs HenninioB cttara goardado
para vingar a trai^áo de Galba. VirÍHto, bumildc por
naBcfmento , porém íllustrc pelas suas obras , larga o
bordio de pastor, para empunhar a espada de gencral.
Reune os poueos lusitanos quc rcslaTam d'aquelle
estrago , e todos juram sobre as feridag dos innocenlci
asaassinados , que jánuis dcporiam as armaa aem tomar
uma Tingan^a terri«el dos romanos.
Virialo abre a campanha com dei mll bomens, e em
repeli<ioi recontros os romaooB ílcam vcncidosi Roma
come^a a assitslar-se , e refor^os sobre rcfor^us , gcnc
raes experimeoladoi süo mandados á LusitaBÍa ; porém
a sorte Ihes é sempre adtcrsa.
( 3862 ] Os romanos , nio podendo vencer lealmenia
05 lusitonos , recorrerara á irai^áo , e o grandc Viria-
to apparcce morto na sua lenda.
u
(3920) Apesarda perda de Viriáto, a |^ra can-
tÍRUou com mais oU menoa furtima.
N'este Umpo o romano Sertorio (2), escindEiHsadd
da patria , acceilúU o commando que 09 nossos ilw mao-
[Uram ofTerccer a Africa.
O graodc Sertorio , o homem instruido nas armaí e
ni3 letras , estabclcce a stia prÍmcÍFa pra^a d'amas eia
Efore. Os mais illaslres gcneraes romanos , cntre ellea
Pompeo , sÍD vencidns n'uma scrie de campanbas , qne
durarara por mais de onie annos, e em qiK Sertorio
penetrou muitas reies pelo cora;io da Hespenha.
( 3931 ) PQmpeo , nao podendo vcncer os lusitanos >'
t!orrompe l'erpcua para aponhalar Sertorio, c o grande
capttáo cáe assassinada coiu vinte é nma punhaladnsi >
( 3941 a 39i4 ) A morte.dc Serlorio abateu por maf-'
tos annos os lusilanos , mas náo os fei largar aq armas i''
poróm vindo Julio Ccsar governar a HespanhH , conw
{ou a pralicar taes crnctdades com os lusítános , que
estes se poteram em campo , e Ihe dernm muilo oue
fazer. Julio Cesar rmatlnente venceu ; mas fi>i táo Itbe-
ral com os vencidos , que estcSo comc;iran) ■ respcitar,
(3933) Foram de pouca importaneia as comas da
lusitania diirantc doie annos ; porém dt'pols os cxcessoa>
do pretor obri^u os povos a levantarera-se , e Pompeo é'
mandado scgunda vez para os socegar'
N'csCe tempo Cesar , desobediente As ordcns do s»-
nado , dcpois de Tarios successos na Italia e Uacedo^
nia , passa á Hespinha , aonde por mnilos annos eslC'
paiz é o Ihealro dai guerras civis cnlrA Cesar e Pom*
pco , e cm ^ne os lusilanos foram cnvoWtdos comtNi-'
lendo por ambos os lados.
(2) Sertorio era de ua^ Mbiao*
,u8lc
IS
impcrador Angnsto Ccwr Ksolve vir cm pMsoa a
Ücspanha para apaiiguar qs povos , e a consegue dctH
tro em qaalro annos. Os lusilanoa Ihe dediraram tem-
plos e estatuas pelas roercís e privilegios que Ihes cotH
cedeu , singularissDdo-sc Evora , Ucrtala , Lisboa e
fiaotarem.
(4000) Cousas de ponca imporUincÍa se passaram
•té ao aono 4000 da era antiga ; eslamos por¿m eth
trados na epocba mais mcnioravcl , a do Naacimcali»
de Christo.
HISTORIA DA IDADE MÉDIA EM POIlTü-
GAL
PBIIIEinO PEUODO.
Nateimenlo dt Jen Chrisio , e eitabeletimmlo da tmi
Bcligiüo.,
Anno 1." de Chrislo. Imperana Augosto, e lodo o
imperio romano getava da mais profunda pnz. É oo
neio d'esta pai que Bescc o oesso Itedemptor Jcsu
Cbrísto.
Augnsto morrc. c os lusitanos mostram a lua dor
Iwrtal pcrda. Sticcctle-UieTiberio, e oo govcrno d'esto
tjnimo é cniciricado Jesu Christo.
A nova religiaa {danlada por Jeso Chriglo, c com
linlo tervor cullivado pur seus discipulus, fiucüficou
o,i,-f-n,Googlc
(«
Unto ti3 Hespantia , que até hojé atndíi nlo poderam oS
impios extingtiir esta planta dívina.
£ra a[£ muilo natural qnc nos pr-imilivi» tempos i
taova religiáo soITresse grande opposi;ao. Blla ia de en^
Contro a tantos vicios e inleresses creadosi e esia a
causa da crua gucrra que se Ihe fez.
As persegiii<;acs aos novoií chHslaos siiceediam»se
Omas ás outras; mas quanto maii a terra era regada
tora sangne dos mnrlyres , mais fecanda se appresen^
tava. Os gloríosos Apostulus nada lcmiam, e dBvam a
exemplo de como se murria pela I^é dc Christo; o a
nossa Hespanhn lcm o orgulho de conlar milhares de
marlyres da Fc Christa qos Ires primeiros seculos da
Igrcja.
Seguhdo PÍBIODOi
Á iacatáo dotpovos do noríe.
(403) imperio romano, enfraquecida pelas saas
divisóes, náo pódc rcsistir aos povos do Dorte, que o
Invadiram. O íiopcredor Honorio > vcndo o imperio ÍD-
Vadido por lantas gciites , alcmorisado thcs dá a Fran-
ra e Rcspanba para se estabelcccrcm.~
Invadida pois a Hespanha por láo diversas e barba-
ras gcntcs , quc se conbeccram pelos nomes dc nurcN ,
átanot , tíRidafoi ,' t^ingos , goda» c tUigodot , furkm
tamanhos os estragos que fizeram por onde passaram ,
ou se foram estabelccci-, que os povos logo come^aram
a manífeslar furtissima opposicao aos invasores.
Os alanos c saevos sc cstabcleccram ita GallÍM e
Portugal , e os vandaloS , selingos e (odos occuparam
a Andafuzia , e parte da Castella. Estes povos eram ea-
pitaneados por cbcres oii rcis naluraes , e por Jsbo dIo
sc qucriam sujcitar 6s aactoridades r
0,i,-f-n,CoO^ílc
. Forañi elles'qite Irouxerani a Hcspanha o readalts«
niD, e Cflin clle uma ansrchia de muitos secu]o3.
As rehellioes coiitra os rDtiiBnos cram contfuDas; 09
mesmosinvasoresesUvamn'uiDa guerra permanente uns
com os outros , c nño havia uma rur;a superior qne os
domasse. podcr dos romanos estava morto de faclo
na Hespanha , e a anarchia campeaia por lodas ag pro*
vincias d'esla par[e do imperiu.
- Os imperedores aindn sssím mandaram por Teics al-
gumas tropas para fazcr entrar os b^rbaros na obedien^
cia do tinperio; porém uraas veMs eram batidas, ou-
Iras cram. os proprios generaes romanos que se fazÍEHn
acclamar reis.
Os romanos roram de (odo expulsos; porém as guef
res cunlinuavam > e cada vez mais desa^lrosas.
A heregia de Ario havia-sc inlroduEÍdo na Hespanha>
Uuitos dos reis suevos e godos a scguiram , o qiie deu
ceusa a guerras cnL-arnigadas entre pais e filhos, qae
duraram cem annus, e causaram o martyrio de muitbs
beroes.
Os rcjs que se cnnservaram catholicos fiieram reunir
concílios , ora era Braga , ora em Toledo , e a Goal ei-
tirparnm de todo a heresia de Ario, quc chegou a ler
mais scctarioc que as de Lulhcro c Calvino.
Os vandalos passaram e Africa em númcro dc oileu'
ta mil : porém os outros povos estrangeiros sc eslabelc-
c«ram para sempre na Hespaiiha.
As guerras entre elles foram láo encarniradas , que
os god(A ecabaram com a ra^a dos rcis sucvos , em
583, com a morle do rei Eiirico; e Leovigildo, rei
godo . íicou scnhor de loda a Hcspanha , cstabelcccndu
n'ella o impcrio güdo.-
A serie dós reis suevos desde S09 alé 583 , e q»^
. «
IS
. terminaran em Eorico , rorsm i ffemWMríM , BediUa ,
Riciaño , Maiára , ( FranU e Frumario ÍRlrtin» ) , Bf
mUmundo , ( Theodulo , Vnemundo , Miro , Pharaioiro ,
RaehiU u , e Riciirio n tncnles ) , Thtodonán , Ariv
Mtro, Eurieo, [ADdíca intntio).
A morle das mais poderoias na^oes sao as gnerrat
civis. A nsEaa goda , eQfraqDecida por Unta desordc»
ÍBlcslÍna ,'desperta a cobica do* sectarios de Matoma
para a invadirem e a senhorearem. E como nunca b1-
tam traidores , ach^ram entre os gtnlog ym prompto a
sacrilicar a patria a TÍDgan^as pfirlicularei. traidor
(16 eiecranda memoria foi o cimde D. Juliáo.
Despcitado por affroDtas qae havia rccebido do rel
D. Bodrigo. dissimula-as, e sinda inculcatido grande
íélo , persuade o rei que coDlinuasse a maodar arrasar
as forlalezas do reino, obra come^ada p«lo rei Witisa
Sieu »Bteces5or. Inculcava o traidor esta medida como
de prímeira ncce&sídade , a fim de evitar as rebellióes
dos seahores fcudaes ; porém as suas Tistas eram des-
fortalecer a naQáo , para mclhor a subjugarem 03 inva*
■ores , que sA esperavam o sigDal.
Arrasadas as pra;aA da Hespanha , conde Jaliao
pMsa a Afriea , e dcpois ie cunrereDciar com califa . ,
volta a Hespanha para ganhar partido , e os ultimos
ajusics se concluem em ÚaLaga.
Seffuradas as cousas, conile paasa a Cetita , leva
sua filha, e comeca a eiecutar scu abominaTel pro-
jccto.
( 713 ] Tarif Abensarca iDTade a Hespaoha cAn doie
roil homens. Gsta for^a era apenas um recoDbecinento
quc os moiu'os faziam pafa se auegnrarem do bom re-
sulludo da conqnista que projecta.«am.
rei mal podia aioda acrsdilar na traifio d« MH
19
coRdt , liil é cegD«Ír3 dos mimarcbas qoatido le deiiam
''rnistar por Talidos.
povo clama contra sÍmilhaDte (rai^áo ; el-rei atto- .
níto manda armar a naqáo. Utn eiercíio desarmado se
ienne, e o rci dá o commando »o prÍDCÍpe D. íatgo
00 D. Sancba.
Os üois exercÍtoG sc encontram. Os godos aTan;ami
poréni Ingo no comé^o morrc o prÍDcipe D. SaDcho, e
eierciio godo é complctaaente desbaratado.
Ei'Tei marcha de Tolcdo para o exercito; por^m ji
Ds monros cnm o coDde Juliáo baTÍam passado a Africa
tarregailos de rieos dcspojns.
[714} El-rci D. Rodrigo apressadamente repara ta
roinas das muralhas das pracas, manda leranlar tro-
pas ; porcm Tarir Abensarca d3D dá tempo para que
eslcs aprestes se rcalisem.
Cofa poderoso excrcilo ÍDTadcm segcnda tez a Hespa-
nha o mooro Tarif Abensarca e o conde D. Julíio. El- '
r«i D. Itodn'go se apressa a ir recebcl-o com om eier-
cito oiais niimeroso , que agiierrido. As margens do rio
Guadalcte Toram e theatro d'uma das mais rigidas ba-
talhas que sc tetn dado Da Hespanha. rei , montado
tk) cavallo Orclia , fazia prodlgias ; porém todos os es-
for^os c valor pcssoal do godo.manarcha nio poderam
salvar a monarchia qQc elle mesmo tinha destruido. A
bal.i^a duroii oito dias , e vencidos D'ella os chríslaos ,
atabna a nionarchia dos godos, quc tanto sc nzeram
respeitar pot seu valor,
O rci , fugitÍTo , disfarea-se em traje dc pastor , roti-
ra-se a IScrida , e recolhido ao mosteiro Jc Cnulioiana ,
sli se descobre ao abhade Romano , c junlos se retiram
pwa a parte occidcnlal , e se refugiaram na Estrema-
dflra portugoeza , onde boje é a villa da pcdetacíra.
« * .
I».,,,.-. I. Coo^ílc
20
A serie doi nis godos desde 411 at£ 7t4, equa
terminaram em D. Rodrígo, foram; Atarieo, Atatdfo,
, Sigiñco, W<dia, Tkeodoredo, T^urismundo, T/teiuIeri-
co,,£urÍco, Áiarico lí, Getalieoi Thettd*rieo, AnuUa'
rioo ,' Theudo , Theudiido , Agila , Athanagildo , Liuva ,
Zeovigildo , Flavio Ricaredo , Liwca II, Wilerieo , Gwt-
áemaro , Siiebuto , Flavio , Suyniüa , Sitenando , Chin-
tila , Tulga , Chinduiuindo , Reeeiuindo, WanAa, Er^
vigio, Egica, Wiliia,.^ D. Rodr^o.
Tebcbiro Pebiodo.
A Invaiao doi Sarracefw*.
( 714 ) A batalha de Gnadalete , ou o ultímo dia dos
godos, foi scm dúvida um castigo do ceo. El-rei D.
Bodrigo, depois de ter feito muiCa penitencie n'uraa
cova , e morlo o seu companheiro , resolveu penelrar
mals pela terra dentro; e em uma ermida n'um monte
jonto a Viseu aCabou,seus dias. Seu corpo foi sepulta-
do na igreja de S. Miguel do Felal , junto a Viscu :
porém ■ passados muiios seculos , seus ossos foram tras-
ladados para Castella.
Em quanto o reí dos godos s¿ tratava da conquisU
do ceo para st , os mouros audaciosos conqnistavam a
Hespanha, rendendo as suas pragas , uraas pela for^a
das armas, outras por convenjáo. Em dois annos'ha-
viam senhoriado a Hcspanha , e os povos opptimidos
vjam com roágoa intima a raaior parte dos templos do
Deus vivo transforraados era mesquitas de Mafoma ,
dando cullo á mais nefanda religiao ; as mcias luas ot-
toraanas orgulhosas trcraular nos castellos dos princi-
liristaus , a sda dur rinalmciite os razia olbar para
ai
ludo islo como obra áú ceo para castigar a conup^ío
de setis coslumes , e de tanlos de seus principes , que
se havtam tomado tio dissolutos.
A polilica sarracena dá alguma liberdade ao collo
cathoiico, e conserra algiins condes e senhores chris-
taoB em diversas terras ; porém Indo isto com uma >a»-
sallagem repugnante.
(717J A; batalba dc Guadalete sobreveiu o infante
D. Pe\ajo , de antíquíssima família doa faespanhoes can-
tabros. Este illustre principe se retlra com as reliquias
dos godos ás moDtanbas das Asturias. Passado algum
teoqio o principe famoso , o primeiro beroe da Hespa-
nha do seculo rin, projecla sacudir o jugo dos barba-
ros.
Gommunica o seo intuito, e logo multas e Talorosas
gentes se Ihe reunem. No valle das Caogas é aeclama-
do rei pelo feu exercito, se exercito se póde chamar
is gentes de D. Pelayo.
Alahor , goTernador arabe , sabedor da sublevacao de
p. Pelayo com os chrlst3os d'aquelles montes, o ac-
commette com cento e oilenta e sete mil lAouros. D.
Pelayo os deslroe , e assim langa a primeira pedra fun-
damenlal á libcrdadc dá Hespanha.
O eccho de táo grande vlcloria chcgou aos mais re-
conditos logares da PenÍDsnla. Este primeíi-o triumpho
desperla em lodos o desejo de destruir o jngo maurl-
tano , e á porfla , priocipes e vassallos , tudo corre as
montanhas das Asturias.
Es'tava pois aberta uma terrivel guerra , cojos resul-
tados nao se podiam calcular. Has Deus , condoldo das
desgragas da Hespanha , prolegeu-a táo Tisivelmenle ,
qOe n'uma serie de campanhas , que áuraram seculos ,
a» armas catholicas foram fazendo taes conquisUs nas
lerras occiipadas pclos mo<iFns , que já no anno de 1073
Affünso Ti reinava cm Caslclla , LeÜo , Porlugal e Gal-
liza . cnm o tidtlo dc i[>ip«radür.
( 1063 ) D'enlre os muilos e illustrcs principes qiie
ao eccho das viclorias de Fernando o grandc, rel de
Castella, Leáo , Purliigal o Galliza, corrcram á Hcs-
panha a buscar gloria, vciu o nosso ÍDclito D. Henri-
que , conde dc Borgonha , o heroc qiie abriu os 'aliccr-
ces eni qae o grandu principe D. ArTonso Reariqqes .
scu lilho, laii<inu a primeira pedra fuadamental i mor
narchia e á liberdade porlugueza.
Era D. Uenríque de £orgonha terceiro (ilbo de D.'
Bcnrique , dnquc de Borgonha , e da duqucza Sibylls ,
filha de Renató , cnnde de Borgonha , ncto dc Uctberlo i
de Fr.inga , daque de üorgonha , bisneto de KoberLo i
reí de Fran^a , e terceiro neLo de Hugo Capeto, cabe-
ca dos reis capelos.
As ac^oes de D. Henrique foram tantas e.táo illus-
tres , que nenhum oulro como elk ganhou a estima do
monarcba e da nagao , que bem Ihe moslraram, dando-
Ihe nao equívocas provas áo allo aprcfjo em que tinhaia
seus servL^os.
E1~rei D. Fernando , precisado de descanro , resolvei^
enEregar os seus eslados e todas as suas glorias a seus
fllhos- Elle os repartiu , dnndo a D. SaDcho a Castella ,
3 D. AITonso Lcao, e a D. Garcia aGailiia o Portugal.
Cem depressa a desordcm se maHÍfcsta cntre os tres-
irmaíVs. D. Garcia , dciiando-se tevar pelas lisonjas do;
sca valfdo Vcrno , descontentoii lanlo os do scu reino ,
qiic uma revolucao o enlrcgou a D. Affonso , ücandu
assim Porliigal e Galiiza encor|K>radas a Leao,
D. Sancho perseguiu rortcinente a sciis i-rmaoSi po-
rím fui vencido, e morto ao cSreo úo, ^^ota.
,L-.-.,Coo.ílc
2S
Jf'eslas desordem de iriDlos . qne dafam omÍdiM a
falldos para os perdercm , D. Benrique acompaDboa
lempre a «1-rei D. Affonso ti , quer na próspcra , como
na advcrsa forluna.
D, Henriqtie era inseparavel de D. AfTonso ti. ElJe
jámais o desamparou nas desaTcn^as de faiailia , oii nas
guerras maís que nunca perigosag , em que el-rei [ 3 } se
embaraQou ccm os moarcs, obrando líiilas genlileiBS,
qoe reclBrnaTam nma nio vulfar récompetisa.
( f093 ) Affonso rt , reconhecido a lanla fidelidade e
• B tantn merilo do iliiislrc conde , o prmeia , dando-lhc
o gorcrno de PorlugBl d'aquelleS Irmpos com o titulo
de condado. Esta nostca^ao foi scm dávida uma gran-
de prova do muito em que o rei tinfaa os servi^os de
D. Henriqne.
Os portugoeies reccberam a nomea^ao do conde co-
mo o pitcursw 4a independencia dt PorlugaL
QriSTO PEBIOEO.
O emáado de Porlvgal.
(1093}Tcmos um condado denomÍDado Portugal,.
e diremos cm brevcs palavras d'onde deriva este nome.
£ opiniáo de muitos gcographos e hísloriadores , que
Porlugal deve o scu nome a uma povoarao chamada
Cale , que antigamcnlc houve no silo ondc hoje é Gaia ,
e por ser mal siluada resolveram scus hahilantes edifl-
car uma villa no logar ondc hoje está a cidsde do Por-
to , a qub deram o nome de Portui Cale , ou Porto ie
I. Coo^ílc
M
€tdi , Donie qué imidou , por meio de uma Mlerat^o fa~
cil , para o de Porlugalia , e por Hm para a de Port»-
gai , Q quai se estcudeu ÍDseDsÍTetincBte d'aquelles prí-
meiros habilailores a tado o paiz.
AigHns porém lia , qu« dizem viefa á fui de rio Douro
nn grande número de Gallot , c, q.ae, fundando uim
povoa^áo n'aquelle sitio, Ihe ptizeram o nome de P«r~
tm Gatlonm , oa P»rtú áos Galloi , e qtie pouco a pou-
co esle Dome se estendeu a todo o paie, e se adequotT
até »b ponto de formar o nome de Portugal ; porém igno-
ra-se abiolatanente a epocha deste aconteciiBento , e a
malivo que trouie aquelles Gatlos a esta terra.
D. Uenrique, enlrado na posse dn condailo de Por-
Uigal. que se dilatava aVcm do Doitro e Minho, com
as mais terras que conquistasse aas mouros até ao Tcjo
« GuidiaDá , come^ou logo coni as suas empreias a an-
nuDCÍar aas Portugucies , que tendo estes tanlas terras
mooriscas com q>ie engrandecer o novo estado , e náo
Ihea faltando , ncm vontade , ncm valor , o futuro maís
brithánfe os espcrava.
0. AiTonso VI, coma politico mui Ono que era , cal-
culava bem o (aluro , e apressou-se a dar em casamen-
. lo a D. Henriqae sua filha a rainha ( i ) D. Theresa , com
o conilado de Portugal em dote, livre de fcudo , se-
gUDdo os auctores portuguezes, c com feudo a Leáo ,
■eguDdo os auctores hespanhues.
Fosse Portugal dado com feudn , ou sem feitdo , é
certo que muito lucrou , porque oblcve um govemo cs-
pecial para o paiz , com chcfe natural , que le havia de
perpetaar nos descendcBles de D. ThéfesR. D. AIToiigo
0,i,-f-n,CoO^ílc
dcB a teiDpD o que mai! larde Iho podi« ter pt^Jido de
espsda na máo.
D. Henrique , aclivo sempre para alargar o peqaenA
territorio que Ihe troaie saa mnlher , só por sua mor>-
te embainhou a espada que desenbainhára a faTor d«
soa nova palria. Os triiiinphos furani succe&sivos. Nb
batalha de CordoTa acompaabou D. Henriqoe a s«u m^
gro, e por siias maos preudeu o rei mouro.
(1103] Depois da eipedí^áo de Cordo?a dizem ai
nossas chronicas que D. IleDrique passára i Palestina,
pelo baTer o papa Urbano ii nomeado par um dos doM
capities da primeira cruiada qae se resoheu no conci-
lio de Clcrniont , e qne de lá troniera o corpo de. S.
Giraldo . qne fui arcebispo de Braga.
D. Ilenrique, que já tinha a sua corfe em Gnima-
raes , inTadia com frequencia as terras inimigis , con-
qnjstando tntiiUs , e contam-se iesttete as batalhas can-
paes que ganiiou aos mouros.
Deu foraes á ctdade de Coimhra , « ds villas de Teo-.
tagal , Sonre , Certá , Atarara , S. Joáo da Pesqueira,
Guimaraes , e a outras Biuitas. Eipiou mnitas uKsqui-
las , fundou grandc número de templos , entre os ques
w conta a sé de Lamego , e muitos mosteiros para ei-
Tilisar reino.
Depois de uroa vida táo cheia de gloria , morreu o
conde D. Henríque na cidadc de Astorga , que siliaTa .
com setenta e sele annos de idade. sen cadaier foi
trasladado para a sé de Braga , aoode jai.
(1113) Morto D. Hcnrique, saccedeu-lhe seu Qlbo
D. Aifonso Henriques , de trcs annos dc idaáe. A rai-
"nha , sua mae , tomou as redeas do governo.
Entregou o principe ms «nidados d« seu aio Bgas
Honii ; e esle Ihe dí uma educaíSo a mais esmerada.
..Coüglc
S6
' ( ItSO ¡ Segundó a u|)int3o ile alguns alictores , a rai>-
nlia tornou a casar com D. Fernando Peres da Trava ,
tonde de Trastatnara , e em 1122 runda o convento de
S. Joáo dc Tarouua.
( 112S ) Apenas contava dezeaeis annos , já o prÍDci-
jpe por suas máos loma as insignias de cavalleiro no a1-
lar do Salvador, da igreja calhedral de Camora, qve
ñ'aquelle tempo eslsria sujeita^ Portugal. Funda o con-
Vento de Lafoes , trabalha no melhoramento das leis , e
inlroduE em Portugal a ordem dos Templarios.
( 1138 ) O principc , que já por esle tempo contara
deienoVe annos , qucr tomar as redeas do governo ; po-
rém sua mic , ambiciosa do pqder , recusa entregar-lhe
o dominio , qiie só devéra conservar na menoridade de
■eu filho.
Nao tenilo H. Affonso oblido de sua mae amigav«l-
inente o governo qne Ihe pertencia , lan^a mao das ar-
mas, e a cxclue á cusla de uma escandalosa balalha
que Ihe ganhára no campo de S. Mamede , junta a GuÍ-
maracs , a 24 de Junho de 1128.
A rainha é reclnsa no castello de Lanhoso , e de lá
pede a el-rei de Lelo, que a venha libertar. El-rei cor-
re prompto ao chamamento da rainba ; porím D. Affon-
50 ainda mais promplo o desbarala na veiga de Valde-
vcr.
El-rei de Lcáo , para se lavar da afTronta recebida do
principe , voUa no anDo seguintc ( 1129 ) com exercito
mais poderoso : cérca o principe na villa rle Guimariei .
t reduz a tanto apérto, que Egai Mmñx fiii occulla-
mente ajnstar com o rci sitiante certas condi(cíes para
este levanlar o sitiu, empenhando sua palavra.
Hetirado o inimigo, o principe nao qiiia eslar peloa
•rtigoi do tralado, o que dcu logar, diíem, a qne
I».,,,;. I. COO^ÍIC
27
&gu Uoniz eom sua mnlber e rilhns.se spiM'escBlaiSMa
em Toledo , para que el-re) tomassc n'clks vingani;a
pcla fal^a da palavra mat cuuopriija , c que el-rci Ihe
perdoára , admirado de LiiUa nubiezii d'alma. (3)
AlguDS iiobres da Gailiia se retnllam coutra Affoiu
so \u Ae T,eáo , c vem a l^ortugal offerccer a D. AffdR*
so Hcnriques uma grandc partc d'aquctle [eitio. A of-
ferta é acceita pelo prÍDCipe, e a posse d'aqiielle tcr-
rítorio é disputada pelas apmas, ficando veacido o rei
de Leáo Qas bal^ltias da Cerneja , e nn dos Arcos do
Vatdcvei, faxeniio prisioocira n'ejíta uJliaia ■ maii no-
bre gente de Leau.
arccbispo de Braga teriQÍna esta gucrra , Tencen-
do con ro^s o priocipe c o rei , c fai quQacja assigna-
da a paz de Tuy.
rei monro Cnj'une com trczenlos mil ttomens cérca
Coimbra.. principe purlugiici; aüstrou n'esta grasde
crise o scu genio militar, saLvando Coimbra.
( il30) A rainha D. Ttiercsa morre, e scu corpa ó
cooduzido á sé de Uraga. N'esle mcsma anno fí. AU
Ibnso iotroduE em Porlugal a ordem mililar dc Ualla.
(1134) Atbiicaram, rci mouro de Budaj'ii , faxgiier«
Ti a Porlugal. D. AlTonso o vence ; e para pefpe(«»r a
demoria d'csla campanha, nunda edificsr o mosleiro'
de San'a Cruz de Coimlira, que coraeQuu cm 1136.
(1135) D. AITanso náo dava trcgoas aos monros..
ü'este «ftoo lomou Leiria , c cdificou n'esia cidude Lin
(6) Duarte Nunei de T.elo b> iim Cbranira pag. ST,.
Drito ni Houirrhia Luiitiinii , e Uarlima uo CBlflWo •>**
Riiabai, n?!;am forinBlmentE o jegunao ra^impnlo <!■ rai-
BluS. TberMk.aguerHsatracititeHuOlball. AfbU-
w,a iiiopritie bo raileUo de Lanboio, ■ eocrraiU Lstoi-
« o (uw 4ai9 poi Bfiw Uosib
o,i,-f-n,Googlc
28
lorte eastelto, qnt¡ dooii a S. Theotonior l-" prior áá
Sanla Cniz de Coimbra. Gm sc^giiida tomou Torres No-
vas , e rccnlheii i sua capila) de r.oimbra.
(1139) A conqnísta do Alemlejo era a idéa consfan*
(e do prÍDcipc. O Alemtejo era o centro das opera;áes
do initnigo, c D. AITiinM) qiicria ali dar üra forte gn)pe
ao poder maDrÍtano, que nli agglomerava ^andes for-
^-■s para invadir Purtiigal.
O illustrc principe , mancebo ainda , mas j& consum-
luado capiláo , bcm sabia qiie o fnxer &gucrra énopaiz
inimigo. Toma a iniciativa, e s<>mente com tVeze roil
hoRiens abre audaciosamente a caiRpanba, saicdo de
Coimbra para o'AIcratejo.
Lngo na priméira jnrnsda Ihc morre o seu aio Egas
Moniz, perda sensivcl, pelo valor, pcla ñdclidade, e
mais pelo consclho.
Avancando para o cojacan do pniz inimigo, o eicr-
cito portugiiez chega ao campo dc Úuriqne.
No iflio dc Cabcgo de Rci , junto á villa de Gastro
Verde, o csper.ira Ismar com vínto regulos , cinco
d'ellcs reis pnderosos , e com um excrcito supcrior a
duientos mil faomens.
O principe porlngnei proclama ao sen cxercito , lcr-
minando, que ningriem temnssc a morte aonde e))e ar-
riscava a vida. discurso do principe produiiu um ef-
fdlo maravilfaoso.
O dia 25 dc ju)bo de 1139 amanbcceu o mais for-
moso e fausto dc quanlos Portuga) bavia Tisto, Poi a
AnsterliLE do sccuio ui. ( 6 }
(6] rriD tenho ilú'iita em aiier que ■ batilba il> Ouri-
qDe foi ■ ADiterlíti pQrtarueiA , porqac ai TantHEeui qiie
•avralnCBle wta baUUia dca ao gratide 1>. AtfoBW, tam-
o,i,-f-n,Googlc
ii
'b; AITunsó, animadb com.o auidío ác Ccas (?),
prccorria as filciras anDnDcíaDdo o coini!;o da batalba
cm que enlrava principe, e bavia de sair rei. O ÍDcli^
to principe é o primciro em toda a parte. niido das
armas, a fozeria dos mouros , o estrnndo dos instra-
mcntus bellicos , ludo cra horrnr , confusao c espanlo.
O exercito victoreia rfei a D. AfToDso, e a bataihá con-
linúa borrivej. D. Pedro Taio , D. Diogo Gon^alves Va-
lente, D. l.oureriEo Vicgas , Mem Itodrigiie.'i, Uartim
Uoniz obravara tanlas gcnlilczas, qoc mouros e cbris'
lüoB os olhafam arrebatados,
Terminou (inalmcnlc csta batalha no Itm dc scis ho'
ras dc porGado combatc , tendo alcanfado o novo rei e
os portugueícs uma gloríosa Vk-toria , ainda qiie á cus-
ta de bastantcs vidas portuguezas ; porém nada cm pi-o-
porgáo da mortandadc Teita nos ÍDricis.
novo rei , depols dc lcr lan^ndo em Ouriquc a ta-
DBA iNGULÁH HK UOKÁRCHIl FOnTDGUEZA , VoIIB a Coim-
bra , aonde é reccbido em triumpho, Para pcrpetuar a
mcmuria de láo grandc victoria dá accrescentamcDto ás
armas que herdára de seu pae.
A serie dos rcis e principes cathoticos qiie goíerna-
.ram cm Asturias, Oviedo, Galliza , l.cao, Portugal o
bem Naiioleüo ■• slriiDi;Au Do dia 2 de ileieinlirn ile IfiOS.
O pTÍnieiro , venreuil» oi reis munros ^lliaitui , fei codi qiie
n3o ló citcs , mai tambem ín prinripei rhrijtSoii o rcconhe-
cefiPin rci, O leEundo, veneeDdo oi ■Íliailoi, m abrignii ■
reronhccel-u camo «mperBilor dm fradeci». M. AlTunMi ia
dar ■! Iiat^lha) ao centro do paii iniinieD ; Napoleao faifa o
IT) b. AfTonio affirmou rom lolemne juritmento perai»
le oa ersniles da »■■ corte . eio Vnl, <|"c '>«'" ""* *"'"'"'
■'ppareri.lo na noitc de V5 de julhu <le li:i9. Eate documclt-
t« ■« coDiuvAva ua carlorio de AlcvbB^a.
o,i,-f-n,Googlc
3ft
C»s[cllí, (tcsdc7I7 atc li39,íurara: Petagio, FuriU
la , Affortto I, catholico , Frmla I, AaTtlio , SÍIq , .V<iu*'
r^l, jntnrso, Bermudo I, Affotuoll, ocasto, Rami-
n> I, Ordonho l, Affonio III, o grande , Gareia, Or-
dmlio II, Froila II, Affonso IV , aliriica . Ramiro Il',
Ordanho III, Orilonha IV , intiiisn , Simeho I, Rami-
ro ¡II, Bfrwxde II, Affonio V. ücrmudo III, FerMn-'
Úo I, o msgno, Garcia . Sancho II, D. Ajfonso FI,'
Affonio ril c Urraea , c D. Affomo 7111. Nü condad»
dc Portitgal, dcsde 1093 at6 Í139, D. Hcnriqae áá
liorgonha , D. Tkcrua áe Leáo , e D. Affatuo Bmriquet.'
- "fmmmmmm.
mSTOlílA MODERN,\ EM PORTUGAL
Ikrsde n fundncAn dn Mnnarcbln a(¿ aOK
PniMEita Peüioeo.
Dsnasiia Capeto cu Affoniinha.
O Sgnhoii D. Affonso i ( Co.vqvistabor ) 1.° Rei.
( 1 139 ) T>. AITonso i , sublimndo & cathcgoria dc rcl '
pelo excrcilo, tLacta dc íiuc o novo «diliílo da monar-
cbia porlngneza , comc^ado cm Ouriqne ■ sc continue a
ckvar com táo solidas hascs , qne jñmai^ os embales
dos scciilos ou diis homens o possam destrnir.
(ItÍO) D. AITonso viii de l.cño nao riiiíz reconhecer
o novo rclno dc Porlugal ¡ porém D. AJTunao i Ibe de-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
u
cUroú gmrra , invadiu os ieos cstados, « o obrieoii a
sssígnar ■ pax.
Ismar , aproTeitaodo-se da ansencia do cei de PorlU'
gal, renñe as rcliquias do scu exercilo. ÍDvade a Eic
tremadara , e toma I.ciiia. D. Theutcnio nio póde de-
fcnder Leiria ; porém , rcunindo genle , enlra no Alem-
tejo , e loma Arronclics.
{ iii3) O sabio rei conToca eorfet , para d'ellas sa-
ber se queríam o reino e o rci qiie o «lercíto accla-
mára em Ouriquc. Eslas cortes gao as prinieiras quc
hoQTe em Portiigai, o se rcuniram na igrcja de Santa
Maria dc Almacave , cm Lamego. Ciiaaiaram-se os Trn
E'taibti ¿o Beino , [rarqne se ciimpunliam dos depelaáo»
do Clero , Nobrexa , e Povo. A ira^ao , assim rennida cm
curies , acceila sotemncmentc o rcino e o qovo rci , e fat
leis para haver bom eoierno".
LoDren¡o Viegas , deputado do povo , c tambem prO-
curador d'el--rei , disse; — Senhorcs, *ós qnercis qua
el-rei vá ds cortes d'cl-rei dc Lcao , ou Ibe dé tribti*
to , ou a elgiima oulra pessoa?
Todos sc tevantaram, c tcndo as cspadas tinas em p¿, '
disseram ; Nái lomos litrci , naiso rci i lirre , notiat
mSof ncu liberítíram . e o imhor gue tal conienlir morra ,
e te fOr rei% nao reine, ma* perea o miiliorio. E o se-
nbor reí se letantou coia ■ carea na calieca , e espada
iHia na mao , e fallou a tiicios : ■ Vós sabeis muilo bem
■ quanlas balalbas tcnho Ceitas pnr vossa libcrdade , sois
■ d'isto boas tcstemunhos , e o 6 tarobcm mcu bra;o , o
■ n|iada ; se algucm lal cousa coDScnlir, morra pelo
■ mesmo caso ; c se Tor filho meu , nu ncto , nao rcine. »
B disseram todos : Boa palavra. Morra. Eí-reí , « for
tal que contifiía eta domitiio alheio , nSo reine. E el-rei
outra vcK t « Ani st fa^a. •
nvGoogli:
92
[II4S) t)> Airunso, já scguro do poder de Lcáoi
abrc a cain¡>nnha contra os sarracenos , e a 4 de feve'
rciro toma Lciria.
{1H6) EI-reL recebe em casamento D. Marald» ,
Tilha dc Aroadco ni, coude dc Saboia'-Moriana.
( Ui7 ) A fürle-praífl de Santarcm vae a cair cm po*
dcr di)s porlngiiei^es. D. AfToiiso sác de Coimbra com
poucos , pms esrorcados cavalleiros , e a praga é loma-
da a'8 dc maío. SimiUiaDte fcilo d'armas nao quÍE el''
[ci quc Hcasse sem racmoria , e para o perpetuar funda
o iDagnilico mosleiro de Alcoba^a , e iostiluc a ordcm
mililar de S. Miguel.
A toinada de Sanurem segne-Ee a rendl^ao de MaCra ,
« do furle caslcllo de Cintra.
( 1147 ) Já da Estremadura nao restava a conquislar
mflis do que n forte Lisboa , porque Lciria, Ourcm ,
Sanlarcm , Obidos c Cinira . quc cram , e ainda siio a
p^'íncípal tinha dc defcsa dc Lisboa, já cram dns por-
Lugiicics , c por isso a rcndi^ñn cra infallivcl , com dif' -
ferenca dc mais ou menos lempo-
Na scrra de Cinlra mcdildva D. AfTonso nos meios
quc linba para abbreviar csta eslupcnda cmprcza , quan^
do sc Ihc apprcscnta á sua visla uma armada com gen-
tcs dit norlc , c qiic navcgavam para a Palcslina. A ar-
mada vinba acossada dus clemenlos, e trazia a bordo
quatorzc rail inglczes , allcmaes c francezcs , commao'
dadus pelo duque da Normandia, chamndo Guilherme
da l.onga Espada. El-rci Ihcs roga quciram auxilinl-o
na (omada dc Lisboa , e cllcs acccitam. Dcpois de re-
fcitns dos dcslroíos do lempo, paricm para o Tejo.
. Em qnanlo os porluguczes aperlavam o cérco pelo
lado orienlai, os alliaijos fnziam outro laiilo pcli> lado
occidcnlal. agseüio durou cinco oieies. Deram'Ss
ü,o,i,-f-n,GoOglc
«5
kS»ltOs espantosos * e cwiabates horrivets , até qne , a
85 de ouLubro , o castello é levado <!e assalto pelM
portugueies , sendo Martim Monix o pTÍmeire que íih
trepidameDte avaDga á^^iorta , e se atra?essa n'ella f*-
TA ,mais se uáo^ íechar , sem qoe ^r ella tenba entrido
e esercilo portüguei , o que se eR«ctua por cime do
corpo do.beiue. Beguiu-^e a coBilMte m>is deseiperado
denlro do castello e cidade; porém em poticas horu
já as Quínas de üurique tremulararo aonde aÍDda ha
pguco se viam orgiilbosas as meías luas oltomaqai.
A caDqiiista de Lisboa fac tremer as pra^as mourlscas
d'além do Tejo. EUrei passa o Tejo , e reode Almada.
Em memoria da tomada do Lisboá , instituiu a or-
dem mililar de Avis , e fundou o grande convento de S.
Vicente dc Fóra em Lisboa. A cadeíra episcopal de Lis-
boB é restabclecida , e uomeado bispo Gilberto , ioglet.
( li57 ) Alcacer do Sal rende-se, N'este mesmo au-
Do morre em Coimbra a rainha D. Uafalda, e iaz em
Santa Cru(,
( jl62) Fcrnao Goncatves tama Bej'a pór um estra-
tagemat mesmo fas o famoso Giraldo sem Pavor , que
toma Evora em 1166 , e d'esta sorte' expipu os delictos
passadQs. A lomada de Evora obriga as pra;as de Evo-
ra Uonte , Scrpa , Mnura , _e Cczimbra a render-se.
(1166) rei, com sessenta larjceiros, marchou a
recoDhecer a forte praca de Pulmelja , qoe ainda se sus-
len[ava> quando se eucaDlra com o rei.mouro de Bada-
ioi, que com sessenla mil infanles e qHatro rail caval-
los vinha em soccorro dc Cczinibra , náo sabcndo da sua
'eoditao. Os mooros marchavam em desurdem • e c1-
'ei , vefido esla , os ataca 'láo vigoroBamentc , que em
ireve a vicloría é dos potlugue^es, Palmella , sem pti-
:r soccorrida, rende-sc.
0,i,-f-n,CoOylc
V - 3*
( 1175 ] A. otiém milÍUr áv Siinti«g« i IdMdttxfdi
•m Porlt¿Bl , e em 1179 reeebe D. Affouo i a ottrM
resl iñt «tos do osrdeai Albirbt , nutidada ptlo papa
AlCxaridre in. >.
DemsHfMl etitre él-rel de PorMgal e mu g«ro , o
r«i de LeSo , btem.oom qne estes neiMirchas reeorra»
ét armat. D. áXum i tiilra em Galliia , toiaa algmna*
|Wa^ds , e , coFn»id« para o sal , vae dar sobre os Uon-
ros em Badajt» , tomando esta prai;«. DnrBDie esta canH
panha , M iWm acompBnbado paV sen &)bo , o prioci-
■pt D. Sancbo , qaal bh baulba de Arganhol se poriod
bÍBarrMieiMe.
D. FeriURdo stgnn o rei de Poflitgial , e qMndo este
nafa da pra'^a para receber o de Leáo , qtiebron ttna per-
na fto fcrrolho da porta, e Beoa pisioneiro. Vm des*
bSIi^ siiDÍIhante ht com que Portcgal restitoa aa pr»-
^n conqaístadas em trdco da liberdade do monarcba.
( 1 18i ) E«U ÍBfelicidade aoonteeida a el-ref JAna ídB-
de de setenta annos , anímaD a AlbOjaque , r»i de So*
TÍlha , a Inndir PortngBl.
Coffl poderoso exercito Ttia o mouro evrcar el-rel
, ént SaOiarett. O ref de Leáo , ao aaber do perigo do mo-
nafcfaa portngvea , fiorre «m sen aniilto ; porém , qaan-
do chegB , j¿ fi. AiToDso titüu tefdo dk pri^ , e 4ei»
fvudo os fn«asores.
O prineipe D. Sancbo ífeg*e os ínflforeB, e mm^
sobre Sevilha , «únde as BCdtBs cbristas dío eram visUs
desde a perda da HMpanba. priucipe vé-ae oppríMi-
do pela foTfa nafneTÍea dos manros ; porém o nlor dos
portuguetes Bh»n;a aaia ^ande Tiotoría , lendo ovtuiH
daru de Srrtlba arrasudo , e M nioiirog pattoa tna cot^
p).eu foga , etttrando <n nOasol de enrolta coM etle* tm
TriBoa.
0,i,-f-n,CoOylc
»
M« i»MQo tenpo rei usttra de V«1eo(a toi dar
xAre PorLo dc Mui- D- Fuas BoupinlHi , govcrnidor ám
pnq* , em breve desbaraU inimigo. e lívra a pra;a.
(1184 ) D. Fuas, já conhecido como genera) em ter-
ra , tsan comiMDda da primeir* fnits portDgoeia ,
com que derrota os tiHiuros desde s cotla de Lisboa
alé ao Algarre. I'oiicob snDOB depois mgiTe D. fuas
em outro combate nsva].
(1185) O HiraKwlito, imperadwr de Harrocos,
Kompatihada ds Irtae reis e nuflKrosa eiercito , lem
áP«)tiuula ving» a afTptatideSeviliia, ecércaoprii^
cipe em Seutarem. £l-rei reccbe esta noticia em Coíb>
bra , e logo , a marckas ibr^as , vae em soccorro do
Glho e da praca , que ha cinca diai faiia leDai resi»'
tencia mi conlinuoi asíalloi dos InvBsores. D. Affonso
apparece i vista dó Inimígo , e « 10 de julho ataci oS
mouros. príncipe lambem sde da pra;a , e oa mmiros.
lao envolf idos « eomplelamente derretados , morrAido
v^nos reís , estre etles Hiramolim.
Foi esta a altiDU facanba do bravo r«f ^e fuodoa
QBi reinft, gaBhando cada palino de terra a trdeo da
sangue , e abateu a arroganeia de triDta e seis reis mOtt-
ros , que Tunflou • reediflcou as villas de Almada , Villa
friBC», Vllla Verde, Arruda , Aiambuja , a oulres
nniilas , e cento e cínceenta mosLeiroa.
D'entre os mailos beroes qae foram companbeiros
das fjlorins do monareha roerece distincto logar Gan-
Qallo Hcndes da Haia , ehama^o o lÁiador , pelas con-
linMs correrias que fasia ao paíi inimigo , n'uiaa daa
qtiaes raorrev , ganhaiMÍo flina grande vietoria.
■ Csrregado d» ttivmpfaos adqníridos eui cÍacocDta e
leie «DDoc de goferne, seado d'estes qvarent^ eom»
tei, BOrre.el-»i D. Affas»a i em Coimbra ■ 6 do
I. Coo^ílc
deEcmbro de 1165 , na idade de setenU e nis siinM ,
pois qne linba nascido em Gaimaráeí a 25 de Julbo-d«
1109. Jai em Santa Croi de Coimbra.
. SiNHOK D. SnrcHO i [ Potoidok } 2." Rn.
( 1186 ) Por morte de D. Affonso t é ecclamado rei
seu Albo o principe D. Sancho , tendo já (rlnla annos
de idade , e muita gloria adquirída.
Os mouros cstaTam qaielos , e el-rei , em logar de
faier guerra , tratava de caltivar os campos , reparar as
pra^as , de povoar os logares , e de eariqaecer o reíno
pela agricultars , merecendo o cognome de Agrieota ,
Poroador , e Poi da Patria. Dotoa cora liberalidade as
ordens militares de 6. Joao de Jerusalem ( UalU ] , do
Templo , e de Santiago , e a grande númeto de igrejai
e hospiUes.
{ 1188) Saladino bavia conqnistado Jerasalem, e os
cruiadas se preparavam para a resUurar. papa \}r^
baao iii convidou el-reí D. Sancho para esU empreza ;
porém povo pDrtnguet náo deixa ir o rei. Este, estl-
mulado, declara guerra aos mouros , e logo in*ade a
Andatuzia , ganhando algamas vanUgens.
{1189] Cbegou a Lisboa ama armada de crniados
do norle. El^ei Ibes rogon que , antes de passarem á
Syria , o ajudassem a conqaistar o AlgarTe.
A cidade de Silv^s foi posta em assedio, e depois de
longos combates foi toiuada. D. Sancho cedeu todo o
despojo aos alliados , reserrando para si a cidade para
n'ella reslabeleccr a cadeira episcopal, que oolr'ora
rsLívera Ha anliga Ossonoba. Ootras poToa^Qes do lito-
nl do Algarve tem a mesma sorte de Silves , e o rci de
Vortagal ajuuU ao seu titulo do rei do Algtnre.
0,i,-f-n,CoOylc-
37
(lldl) A Boticia da tomada de Silteg eiaspera o
inperadar de Uarrocos. Este se prepara para Tecm-
quistar a cidade perdida , e nianda aos reís'de CordO'
Ta e de Sevilha ordem para se Ibe reaiiirein.
Miramolim com o seu formidavel exercilo , di*idí)lD
em tres grandes corpos, entra por Portugal. O reino
achava-se enfraquecido por uma graode fome e peste ,
e por esla causa a resislencia aos inVasores for froo» ,
dando logar a que a sua sudacia erescesse a ponlo de
assediarem Tbomar e Torrés Noras , que , pros:imas a
eair em poder dos reis de Sevilba e de Cordofa , foram
livres pelos esfor^s do principe D. ARbuso. Esta de^
grafada invasáo deu novamente aos mouros a posse do
Algarve e d'outras pra^as do Alemtejo , entre ellas A>-
cacer do Sal. D. Sancho deixsu o lítulo de rei do Al-
garve , que tres annos antes havia tomado.
( 1 198 ) Desaven^as entre T^eao e Forlugal obrigaran
D. Sancho a invadir de mio armada aqnelle reino , e a
cidade de Tuy , e outras pra^as ficam por algum len>-
po em poder dos portngueies. Uorte da rainba D. Dut-
ee{íl99).
( 1200 ) Um eelipse total converten em nocte escura a
maior parle do dia , e uma grande fome ainigÍQ o rei-
no.. Elvas , que ainda ge conservava em poder dos mo»-
ro», rende-se, sendo esta a ultima victoría que as ar-
nias portngueias 'gaDharam no reinado de D. Sanobo t.
( 1201 ] principe D. AITonso casa com D. Urraca,
filha de D. AfTonso ii de Leao.
( 1211 ) Et-rei D. Sancho i gOTernon o reino vinte e
leis annos , « a pesar da sua grandc liLeralidade com
* os pobres e com as ordens; dis grandes despecas que
fei nas fundatoes ou rbedifica;oés da cidade da Guar-
di , e d« Tillas 4« Moole I*6r , VaU'^a > Covilha , •
.o.ílc
38
PeaaRiBGor , déicoQ avultadn rtqntiM {Mr lui mbrta ,
^e aconteceu «m Coimbra a 27 áa aarfo <te 1211 ,
conlflBdo cincoenta e seíe annos de idade, poia que
havta nasctdo a 11 de jiovenbro de 1194. Ji^ eai Saii~
ta CniE de Coímbra.
Senhob D. Affonso ii ( Gobdo ] 3," Rei.
(1311) A mortflde D. Sanefao i eteioaao tbrono leo
filho prÍQcipe D. Afibnso, tendo já de idade Tintc e
Beii 101109.
D. AITonso era breve leve grandes deMTen;9B com
seus ircniioi por cattsa das riqueiag que deitoo sea p»i ,
obngando o infante D. Femando a fogir para Caslella .
e a D. Pedro para Hárrocos; Sius irtnis tÍTenoi de se
detbnder d'elle nos seus caslctlos, e pedir aaillfa ao
rei de Leáo , e eo papi. Este acndiu com cerisuras;
«qnelle cOm um etercito, Tal escand^o fea perder mi>i>-
■to 4'oDlras boas qualidadei do menarcba.
Legou a villa dc .^ís aos eavallciros d'eala ordein ,
con*ocou corles para Cnimbra , faiendo n'ellas novas
íeis , efundou a ordem dos prégadores , ou de S. Do>
mingos.
( 1212 ) Hahomet it projecta a conquisla da Hespa*
aha , e poe cm movimento om exercilo regpeitave}.
perigo commum traz a aniSo aos priocipes christaas da
Hespaoha.
As desordens em qae PortDgal aiiida ee via envolvi-
do foram a causa de qtie o monarcha perlngnei lúio
CMse em pessoa com o sen exercíto para Castella , aende •
«'P^r'íro era grande ; porém.mandou eseolhidos HHda-
dos , aos quaes te deve prÍRcÍpalmoDte a «éiebre yicto<
0,i,-f-n,CoO^ílc
tfa 4h NitTU 4e Tolow . Hf» cHiipl«UiMot« Amüiúii
« plino* de ihboeaet.
( 1317 ) O iAguie e ama grfait parte ^o Alenteja
aínda se coaser*»*affl em opd«r <toi «gBreMf. ^te esla-
do era de impaeiracia para o moiiareba.
X'ealt teinpo ^porioa 00 Tejo uw tivutit de cnw-
dos, O bispo de Lisboa , D. Sueiro , coin «s oaTvUeinu
das ordens , os coiivíd*arBm a aDxilial-os na tomada de
Alcacer. Vinte*rail pffrtpfqewi e o» allíadoi BMrBliam
aobre aquella pra^a , aonde os cercados íizeram tanU
mHi(«ncia. que deratn lempo a wrem «oecorridi» pelos
reis de CQrdoj». Jaen, Beiiifaa, e Sadajos.
O animoso bisi>o nao desanirna. Os assallos á pra(« e w
Cdmbalea aot Boares «usiliadorM üo freqaeBtei, alé
qae , donvlados.todos , Alcacer M.repde ás «osn» vmS'
. O» reis dAfroUtioa em AlcRcer recebem reIbr;oi , «
oeream El*ai| pcwém el-rei em pesM* os ia« it«car,
9 .oB darroU em frente d' Elias . Monra , gerpa , p wp-
eorre esUs pm;as.
( 1219 ] Cinco religioiQi fraiicísauaa sio fUOdedos
«m jnisMo a UárrooM por S. Fraocisce d'As<i«, ■onde
MSKraa o martfrio, sendo degollados pela proprin
Bño á» rei. tntnile J>, Pedro, .qae ali Ae «cbava,
ounda Rs .reKqtiiu dos saUtos .niartfr«s paia f (KMigal ,
C:»c eaoserran em SanU Cruz de Coimb».
.Uina parU do clero esUva fallo de digeif^lin) . e «»t* .
Mlttdo , QM dava serios «iiidadtts « *lTr«i , r* clamajr»
Diedidas Tigonuas para conUr 01 ntdo^, £gtrf defSg"-
ram as «onan , represcqUDd» ao Sanlo PjiMp qne el-
rei os qiMria «ibulbar ds HOa dinitea; {lor^ Hob^
liom penen Umpo foí <il)od)do . «(■sdbíi) Í9 jiltol re-
clama^oes dtaMMrchi .fOrtHgMs , .« jiío .-ia ^ «^1«
■ itwrdoUs.
I. Coo^ílc
■ « ■Bi • tm 1S90.
m CMirin a 33 de abñi «e 1186.
Íl«Tm ■! MMBa ci4ad« a ^ dc I
idadí dc triMB e «iU ai
Ihcr IM mastún dc Alc*tMa.
O tewm D. Smaa ■ ;0 Cimn } 4.' Kn.
f 1923 ) A MOrte de D. JUfmia n (4c««a ao thnM sea
Clho e pñBCÍpa D. SuKbo~, trado viate e oa anos do
O noTo rei s^ne maa politíca cMoliadara , reití-
tflindo a Hias liat , M arcclÑspo de Bnga e ao clero
9t preJBÍcos qoe ha* i>n Mffrido ne antecedente reinado.
[ 1235 ) deMJo de dilaUr o fcíbo o &i eolrar pdo
Alcmlejo; e asMkra por tal fónna o poder isBaelita ,
que o papa Honorio inlbe fei honroios elo^ot.
(12Í0) At annu portngoeus continnam a ganhar
grandes «iclorías , e no Al^ne reDdeia CaccU , e Aya-
natne. E*tai TÍctoríat contra os ininigos eilcnios crain
|ir>r¿ffl neatralÍMdas pelas desordcns inteTWis que eo-
fraqaecian o reioo. nonarcha t6 cnidan em se di'
f erLir , uu etn ftter crna gnerra aos mooros , deisando
qiie (etil «alfdoi goverDassen o reíno i sua Tontade ;
fnüendi) timbem croa goerra aos poTos , lantando-lbes
peiadi)! tributu's • e loda a qualidade de Texa;5es.
clftro é lambcRi muíUp vesado, e rcprescnta ao papi;
01(0 ameafa el-rci com a» censDras ecclesiasticas.
( lílil ) N'uste amio um degradanle decreto auctorim
Ai juleni B L'um|tfar us empregos pubticos.
(i'H3) AMÍffl mvsmo a guerra progredia. Os nwar
ü,o,i,-f-n,CoOylc
ros, RprOT^itando-se óts nassis fr(iqti«us , hafíam re-
cdbnáo El«as ; porim o eiercito portuguez de prompto
■ f»t render. A mcsimi sorte tem Jcrumcnha , Serpa ,
Arronclies , e Uertola ; e no Algarve Aljezor , e l'av ira.
( 1245 ) Os Talidos do monarcfaa o f.iiem receber por
nulher a D. Hecia de'Harii. Este casatnenlo foi a des-
p»^» de D. Sancho. pOTO, tao opprimido já , des-
Mpera , vendo lancar-lhe mais trit)u[os arbitrariamcnle.
Os grandes tambem mostram o éea dcsconte»(eniento
por táo deeatinado gOTerno , e pedem o deslérro dos mi-
nisiros. O rei Ih'o promelte: mas'a rainha fax com qne
elle faUe ao que acabava de prometter aos rassallos.
Os fidalgos , indignados , qaeÍKam-se ao papa , que ,
depob de difTcrentes advertencias , lanca ifñ) interdicto
Mbre o reino. O medo decide el-rei a promelter a re-
&niia do3 abusos; mas S. Mecia «ence de'tiovo, fa-
lendo'com que o rei falte outra tcz á palavra.
Os babitantes d'Entre Douro e Uinho , can^ados das
Teiacoes da rainba . se levantam debaiio do comman-
flo de Raimundo Viegas Porto-Carrero , e afan^am até
Coimbra , aonde o povo se Ihes ajunla : arrebatam a rai-
nha , e a tbo encerrar no cBStello de Onrem. O rei quer
segair og roubadores , mas náo é ofaedecidb. A rsinha
i condnñda a Castella , onde morre sem mais Tero
marido. O rei nio mnda de conducta , e os grandes do
reino tratialham na sna deposi^áo , e propoem^ em sen
logir o ÍDtaule D. AfTaDSO, seu irmao. O papa é o pri-
meiro que reconhece este prineipe , qoe enlao se ■ncba-
*a em Paris , e logo psra lá caminham alguns prelados
e DiAres a p^estar-lbe Rdelidade e submissao. A guerra
citil comeqa j pnrém , a pesar do rci ler aioda om gran-
partldo, abandona liido , e relira-se a Toledo, onde o
rei de Caslella muílo bem o reccbe.
I. Coo^ílc
4>
( 1346 ] Cbef oa o ÍDfimte ragenlewnSieoto DOQiaa*
áo , e acceite por comtnui» CQnseatimeitto doB Tres Es«
lados do ReÍQO. Totna iago conta do goTemo d« feiooí
. porém algaos vassaltos fieis ao rei recusam ebedeeetv
Ihe.
D. FerBando, rei de Castella, reune am e»rcii«
para ioTadÍr Portugal , e restabfllecer a aDctoridaile da
iBonarcha ; porém . apenat o» generaes caslelbaDO» pi-
sam Bs ribeiras de cima Cda , os preladot porlngiKte»
Ifaes intimain as censnras e deeretos ponliGcios «ontra
fls que einbara;asseDt a regencia de D. ArToosa. Os cas*
telhanos desistem da empreza ; e ^-rei D. Sancho >•
- rctira a Tolcdo , onde , todo entregue a oht3.% pias , aca-
bou seas dias a 4 de junbo de 1248, tendo quareol»
e seís annos de idade , e vínte e citice de goverao , poU
que. comCQOD a reinar a 25 de margo án 1223. S*i m
capella dos reis , por elle .fDndada m sé át Toledo.
O Sbrbos D. ArFO.-no m' ( Soiomkz ) 5.* En.
( 1248 ) A pesar das bnllas do papa , que esbolhavcin
da soberanía a D. Sancho ii . e da decfsáo das eortcs ,
que depozcram o rei. em 1245 , e entregvrsm o forer-
no do reino a seu irmio D. AfFonso , de qwe tDmeii posso
em 1246 , Tassallos Kdelissimos hopve , qne biÚ> rcco*
nheceram a Tiolencia feila ao infaliz monarcfaa , dMdo
occasiio a que o ÍBfiinte regente slliaese algnmts pror
fss , qoe só reconheciam a auctoridade dn ret. Hoftim
de Prettas , go*ernador dc Coimbra , e Fermiido í>b«
cbeeo . alcaide mór de Celorico da Beira ,' fhafM lal
resistencÍB ao jafante . qoe este nio <n pMo «■ieitM'^
* ló depois da morte d'el-ret , ■noeedida a 4 d^ Jimbo
de 1248, é qne oa doú bemi aaroswtB m pnfM
-qW'O mútiarclui lurvia oonfiado á sna Ailat[da4«. Uitr-
tim de Freitas qaiz por sna pessoa certilicar-se da.moik-
<e da rei , indo para isso a Toledo , aonde sobre o ca-
darer de 0. Sancho ii depositoii as chavej de Coimbra ,
dando por lcrmiiiada a sua miuáo. Entio prestou preito
« hcHnenagem a D. Affooso ia , rei e tuccessoc legilimo
de seu irinio D. Sancfao n.
<0 rei de CastellB , que tentava b conquiila de Seri-
Iba , pede auxflio a Porlugal. Aíronso ui Ihe reaoda um
nercMo is ordens do mestrc de Santiago , D. Paío Pe>-
Ks CorreÍB , e de Martifn Femandes. üauifliodos por^
togDozes foi tio eflieaz , qoe a cidode foi tomada , e o~
nideCastelladeo o go«ernod'ellaa HarlimFernBiides.
( 1249 ) Affanso in iavade o reiua do Atgarre , le-
vaodo n'eeta expedi^o o grande D. Paio Peres Cor-
reia. As arinas portngueias foram liio feliies , que n*
oano s^uinte já os mouros e a scu chefe Abeo Maffo li-
nbam do todo sido eipulsas d'iquelle rcino ( 1259).
Conqnistado o Algarve, e expulgp o roouro Abes
Maffo , passou este á Andaliuia , e renuncion no infai>-
te D. AffoiTso , filbo de S. Fernando , todo o direito quc
tinha áqnelle paiz , renáncia queo infanle acceitou en
cambio da vílla dc Nieba e seu districtp.
( 1253 ) Deiejava Affonso m alongar o reino pela An-
daluzia , e logn ali vae atacar os mouras , e Ilics toma
algumas praigas. Affomo i., que já reinafa em Castella ,
inejoso doa Iriumphas dos portugoezes , nio só se iip-
pñe i cantinuafüo das conquistas na Andaluiia, mas
ÍDfenla assenhoriar-se do Algarve , debaixo do preteilo
da renáiicía feili prio mouro. Esta desaven^ entrc os
doís TOODBrchas terminoD cora o casam^to de D. Bri.
tes, Glha bastarda do rei castclhano, ficando Afionso
m con q ptM e liliMo de tm áo Alt^rfe , e cedqndo a
I- Coo^ílc
u
sen sogro os rendimenlos 'das terras tÁmeOte em •aa
vida.
TrI casamenlo era nulto , porque D. AfTonso ni estt-
va lcgitimamente casado com a condetsa de Bolunba
Malhilde , que deixou em FranQa , quando veiu gover-
nar Portugal como regcnte. Hathilde e o rei de Frat»-
i;a queixám-se ao papa d'esta acQao indigna do rei de
Portugal , e o pontillce langa a D. Alfonso c ao reíno
as censuras da Igreja. Estas Irouiteram gravissimas de*-
ordens ao reino , qiie sá temiÍDaram por morte da pri-
meira e legftima mulher d'el-rei. Os prelados portu-
guezes pediram ao pspa quizesse dispensar el-rei para
com segundo matrimonio ; tudo coDcedeu Urbano iT ,
sendo legitimado o inrinie D. Diniz , que já havia na»-
cido, e sendo'ainda Tiva Uathilde. Assim leiaitada a
censura , entroo a Dfdem e rcino a llorecer.
(1264) Os mniiros em guerra com Castella inradem
ai terras da AndalUKÍa . e AfTonso x pede soecorro «
seu genro , qtic promplo Ihe manda um eicelleote au-
xf lio de tropas escolbidas , com as quaes obstou ao pr»-
gresso dos invasores, O rei de Castella, agradccido a
,táo graode servigo, cede do direilo do uso fruclo do
Algarve, reservando unicamente o díreito do «oxUm
de cincoenta lan^as em sna vida , e qaando d'ellas pre-
Tal sujei^ao dorau poaco , porque no anno segDÍnte
o inlante D. Dinix foi com maitas tropas em soccorru
de seu avd , pe1n qne foi de lodo abolido o obrigalire
contingente (iaS7 ).
O reino estava soce^do e fforescente ; porém dcsín-
telligencias enlre el-rei e o clero Irooxeram novamenle
'"""''"'cóea ao paii. clero , venJo-se opprímido pelo
represenla para Roma , e dá logar i» ceif
*5
eatai dos papas Clémenle ir , Gregorio x , e loSo n ,
ou m. Kl-rei mostrou qnerer ceder, e «ijeil3r-»e is
ttetermiiui^óes da saati sé , e o moslroo por gna morte.
D. AfTonso ni Kavemou o reino trinta e doíg annos,
rBEendo boBs leis , vendo floreccr a justi^a , ■ agricnl-
tara e a commercio , e alimpando o reino de facínoro-
Ms: estabeleceu muitas feiras ,' entre ellas a da CoTÍ-
]hi ; fundou os conrentos de S. Domingos de Lisboa e
de Élvas, e o de Santa Clara de Santarem. Havia nas-
cido em Coimlira a S de maio de 1210, Horreu em
Lisboa a 16 de fevereiro de 1279 na.idade de sessenta
e Bove annos. }m uo mosleiro de Atcoba^a.
O Skhhdb D- DiNU I ( O LiTiiDoi ) 6.* Bn.
(1279) Por morte d'el-rei D. Afibnso nt sabEa ao
Hirono o principe D. Dinit seo fillio, contando ponco
inais de 17 annog de idade. Govemon o novo rei o rci-
no conjunctamente rom sua ináe, a rainba D. firiles,
alé completar og deioíto annos de sua idade,
Teve D. Dinii nma mui illustrida educai^, a que
sobre tudo se deve a grande prosperidade do reino no
scu governo.
Conforme os bons costumes d'aquelles tcmpog , el-rei
Toi faier a visila ao reino , principiando pelo Alemtejo ,
scsuiudo para a Beira e Eslrcmadura , f;uardando as
outras proviticias para o scguinte anno ( 1280 ). N'csla'
dtgressao eiterminou do reino toda a gente facinorosa
e perlurbadora do socégo púMico , supprinliu os ex-
cessos dos grandes conlra os peqnenos , deu grandes
privilegios ai» lavradoros , a qiie cbamava oa nercot da
[ 1282 } Estwdo el'Cei «m Trancoso , ali recebeu por
o,i,-f-n,Googlc
»»
nnHier a D. tnbel , inhnt» d'Aregio , que depbii lui
Santa Isabel , raÍDha^e Portugal.
( I2B7 ) Entre o reí e o infanle D. AeFonao , seu ir-
mao , se susciton uma s¿ria desaveo^a , que a linal ji
e infante nño se coDteBtava com menos úo qne a coroa
p*ra fii, siib pretexto de que D. Dinii h»TÍa ■aicido
antes do casamenlo de D. ARbnso e D. Brites estarle-
giltmada. Ei-rei cercou o inrantc em ATruticbes , po>
rém lodo se compoz por interrerencia da rsinha.
( 1288 ) N'esteanoo coDseguiu elTei ■ separa;lo da
ordem militar de Santiago da sujei^io a Casbella , e
tambem fundou em Lisboa a priraelra uuíversidade (|Bfl
houTe no roino, onde comegarsm oa estudos poblicM
com grande frueio e ■ecciu^áo.
( 129S ) rei de Castella com injustas preten^oes en*
Ira Bléivosnmente rm Forlugal ; porém el'rci ti. Dinii
logo Ihe rebale similbanle audacia , nao só eipnlsanda
03 caslelhanoB do reino , como seguindo-os por GaGtalla
denUo I abrasaiido-lbeg as praviucias da Estremadura e
Castcila Vclha. Ao mesmo tempo que os exercitos em
terra ganfaavam tio graodes vanlsgens , os nossos almi-
raBles apneioaaviRi nos máres as galés de Castella.
[ 1279 ) Üs castelhanos , assim derrotados , pedem a
paz. El-rei a coaeedoi pórim cwn gnndes vantageiis
para Portagal.
( 1303 ) N'este anno morre D. Brites , rainba , viu-
va de D. Affonso iif.
( 1304 ) rei de Castella , em guerra com os moiiros .
pt^diu'algum auxilio a Portugal. D. Dinii manda a seu
gcnro cem mil cruKados para as despezas da guerra , e
muiia gente paga i¡ sua cusla. Se o auillio de Iropas
foi importante , náo o foi menos o pecuniario , qae era
fOBiDfa )iT«ludissÍBM pflfa tquelle» t«ia^,
s„,-^-n,Co!.iylc
(iSOS) Vendo «Í-Ki qiie É pmfSéM iiitT«nM«de d*
Lisbaa nao prospeniTa pelas distrac<¡oea da corU , m-
denou a sua transferencía para Coimbra , onde a eit»-
belecen com mais largas dimeosoes e profeito geral.
O principe D. Affonso celebra em Lisboa com grands
ponipa d EGU casameUlo com a infanla D. Brites , filha
d'cl-rei de CasteÜa.
■ ( 1319 ) Á ordem milílar dos Templarios foi nnÍTei»
salmenie cttíncta. EI~ret, com os bens qoe estes c^
Talleiros tinham em Porlugal , fnstitaia a ordem Bilí-
tar de Chrislo.
Notava-se qae o principe D. Affonso , desde qne ea>
sára , e separára sua casa e goTcnio , data n'ella en-
trada a bomens estragados , faiendo capricho de os aii>-
parar; e dando-se todo ao exercicio da ea^a , tomaTa
por officio que só devéra ser passatempo para certas
occflsíoes.
Advertido de taes desvarios , o pñnclpe , naturalmen'*
le aspero , concebe vingan^a e odio aos seus, e ciosodo
gOTerno e do atfecto que el'-rei seu pae tinfaa a O. Af-
fbnso Sancbes , seu irnño , Ian;a mao das armas con-
tra sen pae. A rai¿ha metle-se de permelo , e Dos subur-
bios de Lisboa , no meio do combate , salpicada de san-
gue, eonscgue a santa rainha cfaegar a sen fillw, «
Satei'O entrar na obediencia no rei , e ao pae.
£l-re¡ D. Diuit gOTcrooti o reino qoarcnta e seis an-
nos, aniraando a agricuUura, as artes, e as sciencias;
fnodoa varios conventos , e quarenta e qnatro cidades
e Tillas ; e assim , dispendendo tanto . aínda deiiou por
lua mortc grandes riquexas. Morreu em Santarem aos
7 de Janeiro dc 132S com sessenta e qiiatro annos de
idade. BaTÍa nascido em Lisboa a 9 de onUibro de 1261.
Jai no mosteÍTO de OdÍTellat.
♦8
n (0 AuTo) 7.*Rit.
. ( 1335 ) A npvrte d'elrrei D. Dinii eleToti ao throno
sea filho o prÍDCipe D. AffoiuD, lendo quasi trinU e
qaafro aoDos de idade.
D. Afronso iT pegou no sc«plro com tal aspereu .
que fei com que Íhe dessem o nome de Bravo.
O ezercicio da ca{¡a linha^ tornBdo ero D. AfToiiso ,
en qoanto principe , nm'vícÍQ ; dcpois de rei , deixaTa
contiiiuameQte os negocioB do eitado , para se occupar
no aeu divertimento faforílo. N'uma d'egtas ca<¡adas se.
demoroa el-cei am met ,, e quando recolhen á corte ,
Ifigo os aeui ministro^ Ihe aDnunciaram a necessidade
de um conselbo. Eslando pciis él-rei em conaelho , co-
necou a relatar a grande qoantidade de animaes que
tÍDha morto; porém oa conselheiros fleis o interronN
pem , a com liberdade , mas respeitosamente , Ibe di>
xem : « Senbor , nao é assim que se govema o reioo ;
Heua nao tos tomará conta das feras qne foram mortas
na ca;ada , porém sim do hom governo qae fizerdes ao
vússo poTO : i precÍM ter mais cuidado nos negoiiiofl
puhlicos, genao. ... b &nao jWe?perguDtoo o rei ira-
do. R Faremos oulro rei , que nos gOTeme melhor. v
El-rei , advertido assim pelos Tassallos , emendoa-se.
odio .que o rei tinha a seu irmao D. Affonso San-
ches se atÍQÓu mais com o poder. Usou de calúmDÍa
indigna da magestade, toniou-lhe os bens, e o obrí-
gon a abacdonar o reino. inrante retira-se a Castella ,
onde era bem Tisto, e alcani^Ddb ali um esercito,
marcha , nao contra Portugal , mas contra o irmao íih
justo. D- Affonso it se Ibe oppóe á infasao, e arrasa
caslello de Albaqoerqoe , qae perteacia ao ÍDrante.
£s(e retjra para Cailella. .
I. Coo^ílc
w
' (DSS') fistara el-fei lirTe de sen irmao; porém ti-
abt Dens laDt^ado inao d'outro iDstruraento para casti*
gir'as saas fáltas. principe D. Pedro foi o escolfaido.
Graves desÍRtelligencias se travarani entre o monar*
Cba poTto^úez e o castelhano , poT cansa dos casaraen*
los dos prÍDcipes , e tlos máos tratamentbs qoe o de Cas-
teila dava á rainha sua mulher , que era filba do rel
pu-lDguei. Os dors monarchas lan^ám mao das arms.
Os portugiieKes invadeni a Andaluzia até ScTilfaa, e a
Galliza simultaneamente. A ofostinagSo de ambos os la-
dos era tal , que desprezaram as admoesla^oes do pap«. '
Os nossos rendíam muitas galés rnimigas ; porém logo
perderam nma gTande batalba naTal no Cabo de S. Vi-
renle. D. Affonso iv de^pica csta afTronta invadindo de»- .
■piedadamente a GallÍEa. rei de Oastella faz o mes-
mo au Algarve ; porém vendt) que nada assim consegue ,
cedeu , promellendo a sen sogro'tralar bem a rainha ,
e deíxou vir D. Conslanqa para casar com o prÍQcípe
D. Pedro.
(1338) A. nnÍTersidade é Irabsfenilá de. Coimbra
para Lisboa , em razio de n'aqaelle tempa estar a corte
n'aquella cidade , o que muito prejudicara os estudoi'
Bcademicos.
Casamento do principé D. Pedro com D. Constan^a ,
BlhadoduquedePenafíel, marqueide Vilhena ( 13403.
( 1340 ) Alli Boacem , iinperador de Harrocos , con-
jnrado' com o rei mooro de Granada , amea^a a Hespa-
nha com uma ruina igiiar i da prlmeira inTasao. Para
1*1 fim havia elle congregado os habitantes de Africa e '
da Asía , e com exercito ha muitos tempos assim dIo
Tisto passa a Bespanha.
reí de Castella manda sua filba a Portugal expor a
sea pae o grande perigb commum. A rainha chega a
4 • '
■ ''Cooylc
STora , onde « e«te estan , e £ all roccUda dwfanw
o reqneña a ina alla posi;So. D. Aflbnso n váe encon-
. trar-se eom len genro em OIÍTen^a , e ali se combi-
nam nos meios para fazer a gnerr^.
monarcba portugnez com um luiido e agnerrido
exercito marcbl para a Castella , onde foi recebido
como o libcrtador da Hespaoba. Em Sevilba , sobre tn-
do , chegaram as acclama^es ao seu apogéo.
Ós prÍDCÍpes chrístlos bzem conseibo. O rei de Cas-
lella é de parecer , qoe se entregue a praca de Tarifa
■os monros , sem arriscar já nma balalba , qne podia
perder ludo ; porém o bravo rei portugnei disse : ■ Ea
nio saf do reino para fazer aos monros guerra derenBÍ-
Ta , qne o caso eiige mesroo que tudo se arriscasse ,'
qne Tarífa se havia de conserfar , como se fosse a ca-
pital da peninsula bispanica. > As dÚTÍdas cessaram.
Nos campos de Tarifa estafa acampado nm exercito
de maís de quinhentos mil monros, e o rioSallado foi
leslemnnha da grande e cruenta balalba de que tomoa
nome.
Os inimigos , em núinero de maís de qninheolos mil *
eslavam acampados not campos de Tarifii e margens do
río Sallado, c a 30 de outubro de 1340 se deu a gran-
de e crnenta batalha , qne d'aqnelle rio lomou o nome.
rei de Portugal atacoo o de Granada pelo lado d«s
montes ; o de Castella accommetteu o de Uarrocos pelo
lada da agua. O cnmbate durou moitas faorai borroro-
co , porém mararilhoso pelos actos de valor. Os porlo»
guezes, tcndo já derrotado os de Granada, correm *
(leslruir os de Marrocos, qne obstinados se sustenta-
vam.'A eamageni acabou coro o dia , a TÍctoria com as
armas christas. Os mortos e~pr¡aíoneiros subiram a graiw
ria nümero , contando-se slguns priacipet nwuioi. ni
,u8lo
d« VdHsgal tó quer do ríqnlgsimo despojo — a.
armiu immigai , cinco bmdeirtu, e o prineip» mowV
( 1345 ) N'este anno morre a prínceia D. Conitatifi ,
iDDlber do prÍDcipe D. Pedro.
Com D. ConslaB^a linha vindo a fonmosa D. Isdci do
Cislró , sna dama e parenta. Horla D. Constan^a , D;
Fedro passa clandestinamente a segondas nupcias coia
D. Ignei , e o rei continlia a snppor TÍnro o priacípo
MQ fllho.
( 1354] A nniversidade toraa a ler traniferida para
Cvinbra, e n'esta occasiio el-rei'lbe concede amplot
privilegios.
( 135S ] Vendo el-rei qne priocipe naoescolhÍB pHn-
eeia fHira passar a segundas nupcias , Ibe intlma , como
pae e rei , que o &;■. O principe recu». D. Affonsa jfi
linha ■mpeitas do molivo qne bavia para tal recnsa.
El-rei «ppresenta este neKocio peranle os seos con-
selbeiros ; esles acharam que o meio mais prompto para
resolver o problema era a morle de D. Ignei ! ! con-
Mlho foi acolbido, e D. Affonso rr, aaclorisando BÍmi-'
HiaDte assassinato , transfbrmou-se de rei em tyranno.
De Monte-H6r o Velho parle el-rei para Coimbra ,
levando um apparato guerreiro , e os seus conselbeiro»-
verdugos. Dirige-se aos pagos dc D. Ignez , e entra na
■Ba camara. A infelir se lan^a aes pés de ses sogro
com seos innocentes fllbos. O monaroha parece eommo-
ñdo , e TÍe a retirar-se , qnando os conselheiros de ex'
ecranda memorfa , os fldalftos converlidos em algoses ,
Snallnente , Alvaro GongalTes , Pedro Coetbo , DJogo
Lopes Paeheco , qne haviam Gcado á porta , entram para
dMtro da eamara , e tmta cair • golpes de ponlikl »
ioMis príDCCit. -
I».,,,;. I. COO^ÍIC
D. P«4ro, ao receW a notícís da desastron mDrts
de snB tsposa , «pcbe-se de jasta colera coDtra os auaa^
(inos. Lan^a inao das armas , e os povos d'Entre Doaro
e Hialio e Trai-os-Montes foram oa que soffreram a>
coiisequencias da deshnmaRÍdade do rei e dos tDÍnis^
tros , e da colera do priocípe ; porque este , leirade pela
forga da paiilo , e em quanlo a razio nio chegon , poe
tudo a rerro e fogo.
( 13S7 ] D. AnoxAo IT goTemon o reino Irinta e dois
annos , rundou alguns estabelecime'ntos pios , e reedift-
cou a sé de Liaboa. HaTÍa oaseidg em Coímbra a 8 de
ferereiro de 1291. Uorreu a 28 Óe maio de 1357 , oa
idade de sessseuta e seis annos. Jaz na sé de Lisboa.
O Senhok D. Pboro I ( O Jdsticiuio ) 8.' Bsi,
(13S7) Mdrto el-rei D. Áffouo it, sabia ae tbrom
Ku filfao prÍDCipe D. Pedro, tendo trii)(a''e scte ao-
nos de idade.
noTo roonarcba , em qaantf principe , haria pn^
mettido a seu pae , que perdoava aos complices da Hwr«
ta de saa esposa ; porém apenas tomfHi as redeas do^
I^Terno, dii que, comobomem, podia perdoar ; porém
agora , como rei , nao podia deisar os homicidas de D.
-Ignez de Castro sém um exemplarissimo castigo ; ca^
ligu que o rei deíuDcto uao podia moralmeute dar , e
qae ■ elle , como seu successor , fóra transmiltide Ul
legade , a qne i> satisfazer para desaffrfmtar a justi^a.
ofTeDdida.
D. Pedro t de Portagal combina com D. Pedro i de
CasteUa, para este Itae entregar os tres yerdiigos de
princeta „ que em IfÍii^ lb« wtfegaria vtítn qae eita- >
•Vírtogal.
."-Coüglc
Apeus os tret portqtnMes tfottisiadoa em CistelU'
sooberam dos «ÍHitqs , Diogo Lopes Pubeco se mttm-
ton. AWaro Goni^Wet e Pedro Coelbo sao presos e eoD-
4uiidoi a Santaren , eidle el-rei tbes fas dar a morto
mais crael , eitrabindo o cora^io a Pedro Coelho pelo
peUo , e « Alvaro GonfalTes pelas eostas , e depois
queimados. patibulo b«TÍt ildo letantado derroBW
do palaeio real.
( Í3SÍ J D. Pedro d^lara , pcraote oa graiides do rei-
M , a Talidade do sea casanento com D. Ignei. Handa
lirar sen corpo , qne se gnarda*a em Santa Clara ds
Coímbra , e lodos os grandes do reino )he beijam a de»-
carnada máo como rainha. Depois d'esta ceremonfa , a
corpo i metlido u'uma liteira, e com o mais kuido,
mas iDgnbre acompanhameftto , aonde se Tin el-reí, e
todos os preladós e grandes do reino , i conduiido ao
nesteiro d« Alcoba^, para ali' ser depositado no so-
bertKi manieleo, já para esse fim mandado lenntsr
pelo monarcha. Darante^ Iransito, as deieHte legoa»
de estr^da , que corre de Coimbra a Alcoba^ , esta-
vam cbeias de povo restido de llieto , eom tochss acoe-'
■as , biendo atas para passar^o prestito funebre.
O reínado de D. Pedro i tornoo-se notarerpela Ilbe-
ralidade , e tambem pela sereridade do monarcha. Elle
diiia que *So passtfia bem o dia em que irio pratÍcaTa
aignma boa aci;ao. Qne queria traser as roopas bem
Iti^as, 0$ bra^es e as aAos bem lÍTres para I>eneSclar •
o poTOi As leis que so pubticaram durante o jea gO'
Temo fóram dnrísglmas , assim como a sua •xecai;So ,
qse el-rei por si qneria *er a maior parte das veies. O
poTO haTÍa-ge tomado litiglogo por oScio. Uroa leipro-
bíbe 06 adrOgadot , que enm os que atitaTam as [mt-
tai para hner dcmaDda*. Outr» lei ihb4« coaAscar ot
n, Co 1.1^^1 C
hens ao9 gugistrádM reiaei., oD.qae demoraisem M
pleitoi. Oulra lei severa £ promolgaiia cootra o laco «
OD contra as pessoas que o tÍDham sem podírem , e.me^
mo coiitra os qti& o promOTÍam , Tendeudo taes objectoi>
a credíto.
Foi D. Pedro i mníto inclinado ás bellss letras, á
ipusica, e á dan^a, seodo Tisto n'estes dÍTcrtimeDtos
muitas Tezes , nas ruas de Lisboa , em occasiao de fea-
tas públicas. Goveniou dez annos , ajuntoa tbesoaroa
aem oppressao albeia. Horreu em Estremoi fiS d»
janeiro de 1367 com qDarenta e sete annos de idade.
Havia náscido em Coimbra a Í8 de abríl de 1320. }u
Bo mosteiro de Alcoba^a.
' O StitHOi D. FEinimo t (0 Foukw») 9,* Rn.
f 1367 ) A motte d'el-rei D. Pedro elcTOB ao throi»
SCD Alho principe D. Pemaiido , tendo vinte e dois
annoSfde idade.
D. Fernando i achou nm reino forte , soceRado , rico ,
eoi vassallos contentes ; porém todas eslas felicidades ,
qoe a oagao gozara , em breve se dissiparam. O rei
frouio e ÍBConstante faz fraco e ÍDConstaBte o povo qne
'gúverna : assim acanteceu no reinad^o de D. Femando.
( 1369 ) Uorto o rei de Castelta D. Pedro i , D. Fer<
nando pretende aquelle reÍDo como bimeto de D. Ssd- '
cbo IV de Castella. D. Pedro bavia sido morto por sea
irmáo bastardo D- Henrique , qne entio se achava de
posse da coroa. Huitus lldalgos castelhanos reconbece-
ram rei dc Castella a D. FerDando i de Portugal , e Ibe
entregaram algui^as pra^as e cidades.
rei de Portugal , para melbor expellir do throDO
d« Caslella « Benri^ae o . ftu uoi» alliap<¡a cwn « rñ
aMMMde firaDada , e cora el-rei d'Aragio D. Pedro t*.
promeUcDdo D. Feroando receber em casamento a D.
LeoDor, filha do rei aragonex. Esta allian^a com Aitf
gio levou grandes thesouros a Porlugal.
Abríu-se a campanha por ntar e terra. A esquadra
poTtugueia Tie sitiar Sefilha , e o rci enlroD por Gal-
liia ; poréni D. Henrique ein breve o Tai rclirar. N'csU
jarnada veÍD de Gallíia Joáo Fcrpaodes Andeiro , qu«
«lí se fei tassallo porluguei , e depoís tantos males cau-
■on a Portngal.
.Continuava a giierra sem nenhuma Tanlagem para Por-
.logai , e só Incrativa para os castelhanos que milita-
vam DQ nosso exercito , e a projectada conquisla nada
sdranlava , até qae , par interven^ao do pipa Grego-
rio .u , se fei o tractado de pai com Castella , que foi
tssignado em Evora a 31 de mar^o de 1371 , estipu-
lando-se , que el-rei S. Fernando i casaría com D. Leo-
nor, fllha d'el-rei D. Henrique ii. El-rei D. Pedro it
de Aragio , estimulado pelo repudio de sua filba , lan-
{• mio daa grossas sommas qoe na sua corte eslavam
promplas para o mallogrado casamento.
Bem depressa D. Fernando se esquece do sen nltima
Gonlracto de casamento ; e tendo rejeilado as duas in-
fontas l>eonoreSf casa com D. Leonor Telles , mulher
de D. Joao Lourcn;o da Cunba , senhor <¡e Pombeiro ,
dirorciando-a de seu marido.
Esta cegueira do rei foi a cansa de grandes dislur-
bios Do reÍDO. Em Lisboa tres mil pessoas armadas , a
CQJa frente ia Fernao Vasques , alfaiate, corrernm so
pa<^ a censnrar e1-rei por tal procedimento , indigno
da magestadc. Fernao Vasques é préso e degoilado.
Joao Louren^o d« Cunha passou para Caslella , d'ond*
guerreou el-tei , já miUtando not exeicitoscaslelhBooa,.
o,i,-f-n,Googlc
5«
jj procuranda dar-The s morte cob veneiHi , pehi qn*
Ihe foram conüscados os bens , e.daijos a outros , qoe
apoiavam os erros do rei e da rainba.
O ÍDfante D. Diniz , fi\Uo áe D. Igoez de Castro , e
irmao d'el-rei , nSo qaia beijar a mao á oon raÍDha ,
e passoii para Castclla. inraate foi para ísto acoDs»~
Ihado por Diogo Lopes Pacheco , que , nao contente de
ter assassinado a mác, e ter-)he lirado a coroa da ca~
be<:a , agora perde o üJtio , porquc lal conselho Ihe taz
perder o reÍDO, que raais tarde Ibe veiu a pert«Dcer de
direito. Os mais principes cederam for;ados.
■• A raioha e o seu prinieiro Talido, Joao FernBodes!
Andeiro , eram quem dfspuBham dos negocios do ests-
do a seu arbitrio. O povo e os nobres murmuraTam ;
porém el(a Ian;a a lUTa , eletando o «alido i grandeza
de üonde de Ourem. A luva fui leraDtada tarde , mas
com repelláo tao TÍ|;oroso , que os traidores se abala-
ram e baquearam por terra com eatrondoso estampido.
O duque de Lencastre , filho de Duarte ui de Id;;!»-
t«rra , era pretendente i coroa de Castella , e D. Fer-
^ nando , que ainda ha pouco o era lanabeoi , ide agors
alliar-se com o inglez para derrubar üeDrique u. Tudo
ísti) era nalnral ao caracler TOluvel de D.Fefnando.
( 1372) D. .Henrique II rcsolve invadir logo Porto-
galv e desafTrontar-se das injúrias recebidai de D.Per-
nando. N'esle mesmo anna nasce a princesa D. Bea-
Ifii , que , nascendo em comí;o de guerra , parecia o
presaRÍo das muitas, 'de que maij tarde foi a causa.
( 1373 ] Entra o rei de Castella por Porlugal , e
rei portuguez quer oppor-se-the , corao era d« sea
dcTer; porÉiD bouve fidatgos que o tmpediram, acoR-
Mlbando-lbe o contrário. Os castrihaDos sem opposifao
•raiifaia 8ol»'e Lisboa,-iiivesl<m-Da, e tonaa-n» gmi;
0,i,-f-n,CoO^ílc
gnvát eilt»fomis iid>3 « biendas ile sen's monAant,
D. Henríqufl n váe alojar-se no comento de S. Frao-
ciseo.
■ Em quanto o rev caslelhano' tomaTa LUboa , os ReiM
generaes assolaTsm as pminciiB d'Entre Douro e Bli-
' nho ; porém n'eslas ainda Ihes &aíu ao cncootro Ntiiw
GonpilveB , deiiando seu iilho no caslello de Faria.
O bravo portugnet é prisíoneiro dos castelhanos , «
pede a esles, que o leTem deñ-onte da castello de Fa-
rín , ^ra díser a seu filfao quo o entregne ; e levada
ali , ífitfma o fi[ho para nao o eolregar , ainda qne tísso
o seu corpo feito em pedsqos. Assim acontecen.
El-rei D- Fcrnando esta?a em Santarem muilo soce-
gado, Tendo arder o reino por lodoa os angulos.
O papa, coodoido de tanta.desgra^a, procnra con-
eiiiar os dois monarcbas. e consegue uma sospentao
d'armas. D. Benrique e D. Femando seavístamnoTejo
defronte de Sentarem , e flcam táo encantados da gen-
tileia e formosura nm do ontro, que logo assignam a
paz na prescD^a do legado aposlolico, e seretirrim pirft
as suas córles muito alegres, e elogiando-se reciproca-.
mente. A nacáo é que ficou chorando a perda de mui-
tos de seus filhos , e da -gua riqneza.
Beuniio de córtes em Atouguía ( 1373 ].
As inquieta^oes dentro do reinonáo cessaram. A'prin-
ewa D. Beatrix^nha estado contractada a casar com
qaasi todos os principes dá Europa ; porém a inconstao-
eia de seu pae rrustrava todos os ajustes.
- infante D. Joaó , irmáo d'el-rei , mata ás punha-
ladas sua mulher D. MariaTeltes, irmi da rainha .
tendo esta qne induziu o infante a commetter similhaiv-
te TÍIeca, fazendo-o.suspeitar de sua mulher ; porém o
fiiR principal «t Císia-O com a ptioce»" D. fisatiii , >«•
M
Alha , pira ñSo nr nita dla lobre o throno ■ irmil quH
aborrecit. O inranle , conhccendo a traiijia q'ae se Ihe
armoa, passa para Caslella, ofide foi feito coDde de
Valenca , e casou com D. Constan^a , filtia baslorda do
rei de Castella D. Henrique ii.
( 1379 ) ftlorto rei de Casletla D. Henrique n , «
gnerra se renoTa entre as duas na^oes. principe ,
conde de Cambridge, irmáo do rei inglei, *em logo
em saccorro de Portuga} cam um exercito auxiliar, O
contraclado a casar com a princeza portugiieza.
Praticaram os castelhanos os maiores borrorei na»*
nossas Tronleiras. Os nossos faziam o mesmo nas froo-
teiras de Castella , e na costa maritima ; porém tivemoa
a infelicidade de perder algnmas galés pela mi condo-
ela d» almirsnte Joáo Affonso Tello , irmao da rajnha.
N'e«ta guerra come;oa a mostrar D. Ntmo Alrares
PereTra , apesar dos seos poucos annos , o seu genio
militar e polilico , qne Fez admirar as geracoes fírturai.
O infante D. Joao , mestre da ordem de A«is, ca-
lamniado pela raiRba , é príso , e estára para ser de-
gollado ; porém el-rei , conbecedor da intriga , o man-'
doii soltar.
( 1383 ) ConlinuaTa a guerra com Caslella , e os doii
roonarcbas estavam entre Elras e Badajoz promptos &
decidir pelas armas a sna eausa, qaando vieram a
concerlns', assignando-se a pai com^ondi^áo do rei
de Castclla D. Joio i esposir a princeia D. Beatrii, o
qne sc efTecluoa em 14 de maio de 1383 , Tetirando-aa
o principe inglez mui despeitado.
(1383) casaraento da princeia fo» das ultim»
acgSes de D. Femando i , que , apesar dos muitos des-
eoncertos que praticou em qaasi dezesete anno* de rej-
mdo , coDtndo Rlgnm» acjoes boas cviAita. Fec tl-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
gUBwJeis provflllosu. Cereou d« mDrot t'cldado ié
Lisboa , e (brtificon ETora , Coimbra , e Santarem. Mu-
dou a UDÍTeraidade de Colmbra para Lisboa , em razio
dos lentes qae liDbam dos paizes estrangeiros niio que-
rerem residir em Coimbra. Uorreu em Lisboa a 22 de
Ootubro de 1383 tendo trínla e oilo anDos de idade.
Bavia nascido em Coimbra a 31 de OuUibro de 13tS.
¡*x ua S. Franciaco de Santarem.
laTTERBfiCÍII'O.
{ 1383 ) Uorreu el-rei D. Femando dejxando regeo*
te do reiiio a rainha D. LeonOr , sua mulher. A rcgeii'
te fat logo acclamar rainba de Portugal sua filha Di
Beatrit , casada com o rei de Castella D. Joio t.
Os desfarios da rainba regenLe ,- que cegamente s^
gaia os conselhos de seu vilfdo o conde Andeiro , a
idéa de que , coin a acclama^lo da nova rainha , o rci-
no ia cair em dorainio cstraDho , fcx descnvolTer nma
láo forlc opposi;áo lo novo governo , quc a na;iio em
poacos dias se achaEi na desordem maís espantosa , pro-
xima a ceir no profundo abjsijio em que la a ser lan-
(Bda por alguns Rlhos espurios; porém estes nada po-
deram contra o grande número dc seus verdadeiros e
briosoB Tilhos , que , reimidus em roda do eslindarte de
Oarique, a salvam , dando ao mundo am espeetaculo
grandioso.
A prÍDceia D. Beatric bavia nsscído porlngBCia ;
mas , tornando-se casb^lbai» , náo podia reinar em Por-
logal. Os infantes D. Dinii e D. Joao , flihos d'el-rei
D. Pedro i e de D. Ignei de Castro , estavam ausentes
em Caslella, e lioham elleg, por seus actos hosiis á
(UrU , twegtán esti , e 'peTdtdo o direito ao throoa
I. Coo^ílc
so
Hae Tfaes Jen ■en aTto nascimenlo. RestaTs o [nfañl*
Í). Joáo , gráo mestre da ordem de Avis , fl1h<:i basUr-
do d'el-rei D. Vedro i, e de D. Teresa LourenQo; po-
rém este, por i,llegitiino, 's6 podia subir ao tbrono por
eleI;ño das corles. tbrono portuguci eslava pois de
direito vago pela morte de D. Pernaiido i , e a» cortes
posteriores assim o jDlgaram.
A na^ao appellou para o patriotismo do grio net*
tre, e este nao era bomem que recnsasse o ser*il-a
como o primeiro.de seus filboi.
O primeiro desejo de lodos era que a rcgenciftpis-
lasse para as maos do infaiile ; este , para satisfaier ao
clamoi^geral , pede ao xei de Cistdla a investidira do
governo em quanto D. Beatrii nao désse a PorlDgal um
filho capax ^e rcínar. A conciliadora proposta foi re-
jeitada pelo rei castelhano , e o infante , senlido , apra*
vejla as boas disposi^oes do povo.em seu fafor.
A boa vonlade do povo a favor do iofante assusta a
regente ; esla , por Gonselho do conde ADdeiro , alma
do governo , manda o grao mestre para o Alemtejp com
o ñm apparente de o governar, mas as suas lcDtoes
eram o nuinda|>o lá assassinar. O infante e seus amigos
estavam senhores do ptano; obedece appareDtcmeote ,
e partc; porém, repassando logo o Tejo, enira no p»-'
(o subitamente, e mata o conde Andeiro , aurtor de
tantos males para a sua patria adoptiva-(6 de Deicni-
bro de 1383).
Espalha-se a noticia qve o infanle fóra assasainado
no pa;o > e o povo furioso corre ali para TÍngar-as. O
bispo de IJsboa, que era todo da regente, é procura-'
do , e fugínda para a torre da Sé , d'ali o lan;sm , e
o arraslam pelas ruas. ÍnfaDle apparece, e annuncia
a norte de AndeirOi que fo( recebida com applauM.
o,i,-f-n,Googlc
«i
A raiiiha foi Irsctsda' brioMmente ; por^m nSb m émáo
por legura etn Lisbo»i passa para AlMnqner, e d'ali
para Sanlarem. inTante é acclamado regnl» t áefen-
lor do rtino ( 16 de Dexcmbro de 13S3 ).
Conie^oQ o infante a «xeicer a goyerno áo Teino eom
nuila prudencia e fortuna., apesar de ler contra ti a
tnaior parte da nobreza^ qoe esUTa pela rainba , e p»*
Jo f^rande poder de Caslelia.
D. Beatriz appresentava algans IJdalfros contra a na*
^o com mcslre de Avls á frente.
(1384) rei de Caslella move-se para invadir o
reÍDO, e avan^a até Lisbaa , oude o regcnte o batc.
4)brigando-o a retirar para Santarcm , e n'cjta accasiao
O rei de Castella retira a rcgencia á rainha sna sogra.
Oulro corpo de castelhanos ás ordens de Pedro Alvarca
Pereira , que geguiu Castella , occi>pá o Alemtejo ; po-
rém D. Nuno Alvares Pereira , froDteiro mór no Alcm-
tejo, e irmao do general inimigi», o derrota na bata-
Iha dos Atoleiros ( 29 dc Jsneiro de 1384).
O rei dc Caslella cérea novamenle Lisboa por mar e
lerra. regenle em grandes apuros manda ordem pa-
ra o Porto, a fím de que a notsa csqiiadra lógo nave-
gue para o Tejo. Encarrcga ap arcebtspo de Braga ,
D.Louren^o, a dircc^io dos trabalhos dc armamento ,
e o arcebiapo ^o primciro nos estaleiros. e obrlga a
todos com o eicmplo a trabalbar para a sanla caosa da
defesa da patria. Se algnm se escusava por ser cleri-
go , dizia elle ; fTarobem eu , mas trabalbo*. E se ou-
tro dizia que cra rcligioso , instava elle : nE eu sou
'arcebispo*. Em bteve doie ndos , algumas scsscnla f^a-
leras , e sete navios ás ordens do geoeral Gon;alo ^(y.
drignes de Sousa se fiieram de vela para o Tejo , onde
eDlram i vi^a forsa derrotando a Isquadra castelbaiM .
0,i,-f-n,CoO^ílc
(1
lUpeilof ei^ núinero! pOFém, 'réfti^ailii eitá cau at
guns navios , continúa o bloqnei& da barra.
No (10) de cinco mezcs de cérco , o inimigo , enfra-
quecido pela gnerra, e por uma grande peste, retira
para Torres Vedras, e depois para as fronteiras. Al-
gumas cidades e pra^as se entregam ao regente, e os
portuguezes cumetani a ganhar animo.
D. I^eoQor conspira conlra a íida de sen genro; eite
3 faz recolhcr n'am conTenlo em Tordosilhas, oDds
morre em 13S6.
( 1385 ) Descobre-se uma conjurai¡ao contra o regeiH
te, e D. Garcia Gon^alves Valdez é qoeimado vivo.
regente conToca para Coimbra as cortes. Estas ,
depois de largos debates , em que tomou grande parto
o célebre jurisconsultd Joáo das Regras, declaram o
throno portugliez vago, pela impossibilidade de ser D.
Beatriz«9lrangeira , e D. DÍniz e D. JoSo espurios da
patrja, £m seguida se procede á elei^áu da fórma de
governo , e decidc-se que cootinue o mesmo proclama*
do em Lamego , c ainpliado em 'differentes epochas até
áquelle lempo. Seguc-se a eleicáo de nuvo rei , e Joio
das Begras n'um eloquente discurso mostra que o in-
f^nte D. Joáo , mestre de Avis , já regente , govemador
e defensor do reino, é o mais digno de occupar de
direito o throno que já de faclo oecupa , o mais digno
Hnalmente de defender as liberdades do reino. D. Joáo
é unanímemeiíte acctamado rei , tendo vinta c teis an-
nos de idade ( 6 d'abríl de 1385 ].
I. Coo^ílc
i3
.btniNDo Psbwim).
Dynattia Luio-Cafelo , Jóanttina , ni á» Avit, ,
Sntaoi D. Jolo i ( ó ■>■ Boa U^iobu ) 10.* Rn. ,
A deciiio das corles (fe Coimbnr , qoe declma ngd
n throno porfugveE , a eleí^o do neslre de Atís para
occnpar , foi a aolii^io mais logica > no cstado eiD qos
reino se acbava.
Algaiis iogares', que ainda segsiaiti Castélla , tio ii><
timados pelo novo rei para obedecer i decisio das eor^
tes, oaí fbr^a das sins armas , e mnitss se reDden.
£ certp qne o r^ente e p. Joio i eram a mespui
pessoa ; mas nitiraliiiente D. Jmío i valia mais qae a
niestre (t'AvÍB , dsTa mais for^ á nasSó para debellar
ei estrangei'ros , tiran a estes l«ds « id^ de transac-
c3o, e aú pels farca das armas poderiam estabelecer
um goTerno que , pa¡ra PortDga) , nanca seria o de tia-'
cáo livre e independenle. Por(Bga) havia de iusteDtar
até ¿ uUima a ofat'a das ctirtes de^oimbra , .havia d*
coDtioaar'a ser DarJa eom D. loSo 1 de PDrúigal , oit
batia de ser oma provincia de D. Jaáo i dé Castella.
O rei de'CaslelIa prepará-se para tiavi e mais deci-
Eivi invasio , contañdo com fe)ii resultado. O rei por-
(ugnez leranta mais trapas. Em <itiimaraes reccbe e)la
a noticia de. qne o rei castelhano iDTadia Alemtejo ,
e logo com o condestaTel parte para a Eslremadura.
Um troco de cavalleiros. castelhanos inrade a Beira ,
e saqneia Vizen , Trancoio , e ontra« mDÍlas terras;
porém JoSo Femandes Pachéco com alg«na fidaldos e
iatradsies , ao tudo pouCo mais de trcicntor homens ,
.-^.Coüglc
Ihes >iem ao eDeoQtM , e « desbvcam no c^bn re-
contro de Trancoio , tonwndo-lbes s rica prisa. .
D. Joao i áv CaptelU abandona o cérco d'Etns , e
CDire sobre Coimbra , aonde enlra para se Tingar da
terra onde lefe logar a exaltacáo do mestre d'Avis ao
tbrono portti^éi.
EstaTa el-rei em AbrantespensatÍTo , e sobre os maios
4« defflM indecisQ. O eondeBUvel o ba mndar contn o
TOto dos XlOB temiaoi eocaiu inimigo de frf nté , qiw
cr^ saperior a loqU mU bomens bem maniciados , em
qaanto qne o eiercito portugnei , prompto a sair-ltia
já 'pela (mdU, «aO eicédÍB a seis vij e qoinhetitos b»-
nens , aSo bem maniciadDs.
. DectdJdo B aUcar o iiÚDUgo , o nosso eiercito Tai ont
vevimeBto parft oeste , e nos campos de AljnbarroU
ae enconlrani ús dois exercjtos a 14 de agosto de Í3A5.
Os javens rei e GondesUvel ( ambes tiobaa a meuBa
idade , Tinte e, seit annos } esuyam dispondo as fortas
pana o aUquei.quattdo o ÍDÍmigo fei um movimenUt,
qne obrigoo as nossas a modar a frenfe, ficando com
a cafa pira o so) fl para o venlo , qoe Ihe metlia pelos
atbos todo.Q pó qoa e eieFcito casleHiana fsiia com oa.
seus. moTÍtnentos. Passado cSte Ínoidenle, tndo Sca ein
profuodo sileneio.
Ao som dos ÍDstrumeiitos bellicos dtesanolam os nos*
sos a bBodeira gloriosa de Oaríqoe, e rompem o
aUque. Os casUlhanos , togo no comé^ da baUUia , dis-
param dors tiros de pe^. BsU arma UrrÍTcI , ainda eo-
tao nao conhecida entre os apssos soldados , Ibes caB.>
aou basUnte espanto ; porém o. inTÍcto condesUTel os
reanima , Uwndo-lhes ver briasaaiente.cam « exemplo ,
earregando com x vanguarda sobre o inimigo , <pe U«s
itutruinentoa iitáa:;podian«intn peitoi portiigtiMes.
Couslo
6B
Q-íbIb%o forim cárrega de mm (3« vígwwUMhle
M MSBOS^, qoe o doBdMUtot teve ils reiirar- íobre
wuM ceatro , jé eiwrto p«r»'« reeeber: HeAi Bodrtgnes
teH d« ■nstenter io4» 0't>^ dfr itumig» , até qoe o
condeslatel , refeílo , avanna de novo 'ao sea pssto dt
Tahtiufila.
- A Bosn. diretta , envolvida n'niá inoniraté, i Boceer-
rida peto rei em pessoa , carregaiiclo elte e o coadesl»
vel eoúi táo . ruiiasé impeto sobre os oastetbenos , que
•stes, dtpretadot cofHplelaiDeiite , se poem ein tao pr&i
eipitada e'verfonhoea fuga, que desampararam o sea
rei-
- Bn qnmto as reliqaiu rfo etereite mieihiDo se rc
liraram em debandada para' a« firoDteirac , o sea chef^ ,
rei , se diri^e a Saniareni ; onde embarcs uo Tejo , e
se lecolhe í stw esqaadra , que( blúqoeava o porto dg
LisbMi d'ondei, daAdo á vela, rntTa em Sevtltia ear^
rcgádo de tncto , qne conservouem stf» vida ¡Attíi'eSjni
niemara^o dos se^ deavsttes'vni PorHlgaf.
■íí |iecáa:dc('i((lMíg«'sut)tD a dpie mil hoinenr, seuld
mais de metade prísiorieiros : a nossiF niio eicedeu t
duentas. Aos p«ringueiés degenéraijos, ^tie segaiam
Casietla. , nio ii deü quatttl i v'esie n6mei^ enfro» o
irmio do cendestatel i '
- e aKcbispo de Br9^,'&.<I.onr«nbo, (x'BStou n'esla
eeeBBÍio válioios Servícos i naíáb. Elle toi sempre vistd
no niMúr perigo eibortagdo m soldadüs a cainbafer pela
liberdade^ 'da patrie , e preltando os soccorros eapir**
liiaes aoR que inorriaiB na etlB ^eiesa.
El-rer D. hao t flcou tres dias no cflmpo. O eonde»*
lave) , feíto conde dé Ourem , váe a esta villa , e Jogo
leune a el*ii!ei'.em'Sai)larem. O moofrchA fel tnuilei
mcrces aM valentes de AlJHbBrrots^'
cs
' Segae-u logo outra Tictoria. O cottdestavel-enUa por
Castetla , e juttto a Valverde derrota os Gastelbanon em
número áe tjrinta mil , commaiitlados pelo grio mestr«
das ordens , morrendo o d« Santiago ( & de outabro do
,1385).
condestaTel recolhe ao reino , e em premlo é feito
conde de Barcellos. Ei-rei ainda fai om morimeBto lo-
bre Coria, mai sem resnltado.
{ Í.a87 ) Casamento d'el-rei com D. Filippa , filha do
duque de Lencastre. Perpetua-se a memoraTel balalha
dc Aljubarrota com a Eunda^Io do monumenlal conveo«
lo da Batalha , come;ado em 1388. As pra^s qoe aínda
obedeciam a Castella se rendem. El-rei preaide it cor-
tes reánidas em Braga ( 1388 ].
. ( 1390 ) Ttoze portugueies \»o a fnglaterra combaler
com doie inglezes para desaETrontar doie damas ingle-
xas. Iforle do rei de Castella D. ];ho i , e eleva^io da
Henri<Ilie ni, seu filho, eo tbrono. Assigna*4e nm tn-
ctado preliminar de pai , e dcsapparece o espirilo d«
revólla no reino , e com a pai florecem a agiicallora ,
as artes , e o commerciü [ 1393^).
( 1396 ) A sé de Lisboa £ elevada a archiepiscopal ,
e D. Joáo Annes primeiro arcebispo. D. Henrique m
reno^a a guerra sem resnltado. Horte de D. Henriqwfl
m (1406). D. Calharina de Lencastre , (8) regentedfl
Castella , assigna com Portagal uma fuspensao d'agmas
por doie aDuos. AMÍgna-se a pai entre Portngal e Gas-i
-tella, reconhecendo a regente o rei D. Joao i.
( ÍilS ) El-rei D. Jolo i , com dois de seua fllhoa»
passa a Afríca com um exercito, couquisla Cetita «14
nvGoogli:
67
de agMto , a toitw o titalo de rei de PortDgtl e ¿ó»
Algtrns, e seDhor de Centa. O ÍDfante D. Henríiiae,
Alfao d'el-rei D. Joio i, emprebende as 'deieobertaa. '
( 1419 ] Joio GoD<;al*es Zarco descobre a ilha da Ha-
deira. ContÍDDam ai detcobertas it£ ao cabo Bojador.
ABÍmado o ÍDranta , manda mais tres oáos , e Gil An-
nes , commandante d'nma , se adianU treEentas legoas
além d'este cibo , e passarim'Se cÍDCoenta anDos sem
que algom oulro se arealDrasse a ir maís longa,
( 1433 ) EKrei manda contar a era de Christo em lo-
gar da de Cesar. HaDda trailadar em talgar o codigo
de JnstÍDÍano. Eslabelece a rónna da saccessáo sem to-
ear nas leis fondamentaes da má&archja ( 1436 }.
( 1438 ] Casamenlo do infonte D. Doarte com D. Leo-
Bor , ÍDfanta d'AragÍD.
FfflDdaiwn-se maitos templos, palacios e couventos
dHTaDte o longo e brilhante reinado de D. Itiio i. Vol
este grande rei nm grande estadista , gnerreiro , pae .
de sens Tassallos, qm nunca tiveram,de arrependey-se
ie sublimar í catfaegoria de reí. GoTemon quarenta
e oito annos. HaTÍa naseído em Lisboa a 11 de abril
de 1358. Uorreu na mesma cidade a 13 de agosto de'
1433 , oa idade de tetenta e seis annos. Jai no eon- ,
Tento da Batalha.
Snmok D^ Doaite i ( BtoQofart ] 11." Rai.
( 1433 ] Horren o grande rei D. Joio i no dia anni-
Teraario de dnas grandes victorias por elle ganhas —
MJtibamta, t Ctuta. Foi scelamado rei , e entron no
gOTemo do reino seo filho D^ Duarte.
El-rei D. Daa'rte fei logo reconhecer por sens irmios
e grudet d« niao , ewao pEÍncipe hñdeiro legiümo
it c»roa, « ^aOlhft Vi^tíhxua, de Jifade ds TÍBtá
0ieEe0, sendo o9cln)eiiu.^Be tDouu o tituhi de pria>
cipe.
( 143'^) Cortes em Santarfn. Publtea^áo'da famosa
]ei mealaL, e de outras CDntca o liua. Os grandei üo
ntandadoa ppra >s prOTÍncias para nao se empeDharett
M corte, ficaodo íá ob: enpreKados tio pa^. '
Frejec(t-M a conqKÍata ile.TMiger , e snia'eipedi^
passa a. Afrita ao imiido dos iafonle* fí. Uemriqne /, s
D- Femando. Oa. pDiiugiieieB, carregados por uiU ex-
ercito d« trennloa mil moiiroE , ^'reduiidoseiitfleiit^
' á vUima éitf eiBÍdade , «.pedem gHÍpbnBáod'anftai. Ob
mouroj pedern Centa , e o inEanle D. Feriundo Bca em
refe&s tva quBDto D. Beariqae vem ao reiDo propbr a
coDvenfao,
( 14Í7 ) ReuOem-se as corlM em. Leiria-para a Bda-
{ao dos l^Kaaios.d-Afnca. Ascorhiv m mrattts», fl'i>
neBioo captÍTQ seiontoem a qne se<entiiegus CestaiJBP
cousa al^amav ^ó et-rei era do pareeer da eBtrega«
pela muita amiiade (jtK'IÍBba a seti irmM, e eame^a
a levantar um exercito para libectal-o.
( 1438.) Qrande pesté. qne assoU o reinó , • o rsdox
U> ultisio apuro. Cortea em, Sautarem.
Femáo Lopes é encarregado de escrerer ai'cbroBÍcaa
dos reis anlecessores. As sciencias prosperam pela mni-
ta proteCQfb que el-rei dava aos. aeiis ctiltifadon».' O
proprio moDarclia escrcveu sobre dirersos assumptos ,
e lera dolado de bastante. ehiQKencia.' '' ' '■
. Et-rei visita e ■ocawra oi psvoa coDrteniadoa peta
pesto , de que eile ID89HM é; ataCado eih ThoDMr , en4b .
inorre. povo o cborcA ct&n rerdadeiro lentfanente. '
: Dorbn cinco annoB, o soveraa d'elHrcí D. Duuüe.
Uol-reti.ftfi fic teteiobca.do. Ii3$,.>t«id»'qaamrti •
ü,o,i,-f-n,CoOylc
vet» uuiot ic íd«d*.aa|rii iwigM* «01 V&eu a Sf d<
4etembn> de 129t. 4u no coorfioto da Bttalha.
SABoa Di Anonbo r (0 Anicuio} i^i* Bñ.
{ 1438 ) Uorrco. ci-rtí D . Dmm , dcíiando nm ane-
ccbser de mcnos de sote aoDoi do idade ; e o teiBo i^
«(dado'pela {lute. principe O. i^iuo ¿ logo ac]a-
mado rei , e goterno do lirioo eBtregne k isa iii3e t
ráialur D. LeÓMri a^ando odispoBto oo tértaidenló do
reá D. Boarta.
. Ob grandea e o pOTO se opp^ita , e Mmeíam o Itt^
Ckile D. Pedro , du^ de Caintbrá , eo-ne^nta , e d»^
lenHir do HeiD». Comecam a hafer pdrturbBQSet tio rel-
Bo por causa dá regerída. As eortes reutlidBS em Lti-
bóa éntrcgam o gnenia do reino ád infaiite D. Pedhi <
ficando a! rainha catü a edooa^io dos filbbl. k rainlia ^
«ffendida , retira-iv para Gastella.
( 1440) 'Ai cortei., reunlda* tía Tórré^ Tedraí , gn.'
tliirisarti o' caianeiilfr d'«l-rei coiii D. IMbel , filba dd
ÍalBDle regetua.
(I444J eoDfal» Velhb Cabrbt deicttbré KKihipela^
90 doa A^res. ■
(14(6) JAorn ém Toledo t raittha D. LeoffOr, inu-
Iher d'el-MÍ D. Doarte. .O seu corpo fot (rasíadadd
para «oilvinilo da Batalhai
(1446) Bl4ffi C)te¿t aos qiiatorie Hnnos de icladé;
e • regtafe , ptñ-ailt* S« cortes retfbldas eiú Lishoa ,
Bn. di cdktta Ca aaa áduÍnfttrB^So , cnm que fica taixi
•atfsfeitoj'raiiaca o iea.{Bs8Uento, % pede a sea lia'
eéntinne cepi a dinMÍ^o doí oegocios dü reino.
tl447) D. AO^, iM]iWdfl Bragefi;a..ii-mi« d(i
regente , e alsnns ftdalgos , ciosos da aoiKorldaab áa
TA
regeiüe, principlam a^mal^aiital-ftcom o rei; Eite-i
dando t^trada ás intrif a», eiSDeKi ]). Pedro do gomt~
•no do reÍQO (1448].
Livre do: cargo dA.Boverno do reino , D. Pedro se
retira ás suas terras de Coimbra. Os calumniadores qoe
ficaram na corte persuadttDi el-rei , que seu tio Ib»
quer tirar a c^oa, e con&eguem qiK oÍDÍanteseja dc-
clarado Iraidor á patriji, s^m que Mia filbi, a ririDlM,
possa valer para co» el-r«) a EaTor de scu pae.
O innoceníe principe parte de Coipbcs para jusliB't
car-se perante o rei, seu sobriaho c genro.; poitem tíoiiio
Tiesse acompanhado d'um número maior de geute d'ir-
mas para siU; gua,rda , qifp kssim se .toroava preciso
para seguran^B ^e. fua peB|0a> oi verdadeiros traido-^
tes que cercavam él-rei persuadem este de que. o inn
^Dte marchava 'hostiImeDle.coDtra .a .sna auctoridade
teal. rei reane uqi eiercito quatro-vetes maior qoa
a guarda de D. Pedro;, e o váe qneoDlrari o que ■»
effectua a quafro legoas de Liabaa , do sitio da Alfar-
robeira. Deu-se uma batalba i 20 de-mar^o de 1449 ) ,'
em quc foi morlo o iardii ÍDfante com.todos os seus.
seu corpo llcou eipc^lo.par tres dias por ordeáid'el-
rei, alé que foi sepultado na igreja de AWeKa , a
d'aqui trasl^ado para A^brantei ,• depois para Saoto
Eloi de tisboi , e de Lisbaa para a BaUltta.i
(1155] A. merooria do regeoLeié rebabililada , RtD^
qne alffuro de seus ÍDÍmigos se atreva i^jfollar. .
( 1455 ) Morre em Evgra a iBÍDba O. Isabcl . e seu'
corpo é trasjadado para o amraUo da Batalba. Igual
traslada^áo se fai ao corpo de seu pac o infiote.régen-
te (1457), Saii fílho D. PedrooblemJicciita.pan^vol-.
lar ao reiDo , e el-rqi o f eslitoe a' todas 'as suas botiras
e digoidades. ,
I. Coo^ílc
TÍ
( <5K7 } CálHsto ni pnbllrá a eni»d« |uri s con-
qnista da Terra Santa. D.^fFoñso é o prínieiro prÍDCÍ-
pe qae se promptinca ■ marchar -, e maadi cunbar a
moeda cfaamada cruzadoa para pagámento do eiercito,
A morte do papa ffDstrou os planós d'el-rei , quc trins-
ferin a RUerra para Africa.
( 14S9 ] Aflbnso v passa a Afnca com ona eipedi^D
áe duxentas enibarcflfóes , e loina Alcacer-Cegoer. Por
csla occasijo tnstílain 3 ordem da Torre d'Espada.
[1460} Descobrem-se as ilbas de Cabo Verde. JHop-
re om Sagres o graode infaDte D. Henriqué.
Segunda expedi^áo a Africa; onde el-reiperded a
Elor do seu eiercitoi
( 1470 ) Casamento do principe D. Joáo com B. Leo-
nor, filba do duque de Vizen. Descoberta d« ilha de
S.'Tbomé.
( 1471 ) Pescobre-se a iIha.do Prinnpe. Terceira ex-
pedi^So a Africa. El-rei toma Anilla e Tanger, e Tol-
tando 8 PoTtugal, 6 recebido em (riunfo, e touia «
litulo de Act' de ParUtgai' e dot Alganxi, d'aquem *
d'aUm mar em Afriea. Estas Tictorias oa Africa dSo a
el-rei' cognome de Afñeano.
( 1473 ) corpo do santo infante D. Fernando é tro-
cado por alguns mouros captrras. O principe D. Joio
aepara a so» casa , e: ¿ este primeiro exemplo.
EstaVa'et-reí- juslo a passsr » scgundas nupcias com
D. Joanna ,. fllba é berdeira tfe Henrique it réi de Cat*
tella; porérii, loorrendo esle , se originaram desor-
dess , v « maledicéñcia dizia , qae Joaniuii nSo era 1e-
gftima , e Bomearam os castelfaanos a D. Isabel , irma
dorei defbDCto , e a casaram i:om' D. FerDando rci de
Artf^o.
Ó reí de POTm|aJ:i«M« « CasteU» com Yiirte miVh».
T2
mens p>ra lotíaT possc i* cbrMj-e ctH PkceoEÍtt des-
poaa I). Jo«nna , sua sitbnDfaa, T). AffoDso t laiiw o
tltulo de rci de Portugál e Castelta , e passa á cMad*
de Toro , que seguia a sua vat.
O principe D. Joao marcha dc Porltigat com uéi
exertito 3 refur^ar o re¡ , e iMÍdos tSo lUíar CamoraC
Sobre esta prai;a - appáreceu o r«i de Aragáo. e bütre
ella e a dc Toro se deu a memonvel batalba chama*
da.de Toro {maio áe 1476], ein que os portuguem
-tivei-am que ceder fio péso dos casldhanos , tendo ji o
princrpe D. Joio vencido os aragoneces; D. Duarle de
Almttida , que lema o estandarte real . depoii ie ler
8 máo direjla cortada , o tomou na eiqserda; e ttacc^
deialo^he o meBmo á ^querda , pegou con oi cotoi e
Com Ofl dentes , e o coaservou a(¿ ter cravado ie folpui .
D. AfTonso v, alTrontado por tal derrota., delia.A
goverAo do t-einí' a aeu filbo o priaGÍpé D. ItAn, eftsr-
te para Franfl a pedir auKÍIio a'Luiz ii. Bste iBolilaiu
cha, que só tinha boas paiavras « 3 priocipio recebo
Diagnincamenle o rei de Porbtgali porém , poi iDgge»^
toes do rei de Aragio , manda preñdeT a D. AffiWso ,
lendo-o recluso um anno. Posto o rci em iibGnfade;^
projécta peregrinat i Teira SlQta , e cKreiie t sen fl-
Iho , que se Ea^a aoclamar rei. As QrdeQS do mooarclia
BHu cumpridast e D. Joio.foi acelamado rei , em Saiw
tarem , a 10 de novenbro de 1477. A gUerra MO tillba
ccssndo desdc a párlida db reí para FmOQa..
Quasi só Linba Ih' Aff<nuD emprriMiididó «.joruto
da PaiesfÍDa , por^ j'sendá preaéittido do» leos., o fo-
ram bUscar a eantÍDho , e o trotneram para Portu|ñl*
Quitro dias depoís'da accldma^io dc D. Jmh ^ipa-
rece é1-re¡ no Tejo. D. Joán pede cnnselho ao dttqutf
de'Bregtafk, • «o t»deai iwgc d» GMa , 4uii ta(ks
73
pstíerani á bcmlt do Tejo , 'e )fae ■iÍMtm , tp¡t ei
'8 coro» a sea pai , o qne logo fez. D. ACTonso quer fa-
ler rei do Alf^arfe ■ seO Hlbo , que aáo abceila.
( 1478 ) Coiüínia a guerra com Castell»-; mas , can-
(adas as duas coroas , fazem a ftt , e O. AflbnGO r»-
nDDcfk ao IbrODO de CasEella , e por oid doa seusiBrtí-
gos tica Portugal seobor da navcgafáo da cosla de Gu»-
né (4 deselcmbro de 1479).
D. JosBTia , esposa d'et-reí , recolhe ao conretito de
Santa Clara de Santirein , com o sioplei lllalo de £«-
etUeHU Smhora.
(1480) O reino é aHligido por linia graode pestCi
D. Afrunio recolfie ao palacio de Cintra ; andaTS muit*
-pensaljro, e dtiia que qlieria entregar o goverso áé
reÍBo a seu filho > c entrar úa ordem de S- Franeiicei
porém sendo accoimnettido de peste , morre no mesmo
qDarlb db pa^o de Cintra , onde havia nascido.
Os- quarenta e tre^ annos do reinado de D. Affonso t
d3o roram s6mente empregados dds guerras e deseober'
tas ;. tamtwm se cullivaram as leltras. O regenle foi bo*
mem de graade saber, e o re! fallavd o idioma verna*
enlo com tanta onUara , que parecia composi^ao adver'
tida. Dimittlndo-se Fernáa Lopes do cargo de ehroHis»
la-mór de reino , logo el-rei ntimeou para o seu lugar
B Gomes Eannes de Aiurara. No pa^o real cf Etora sa
retmin nma copiosa livraría. Mandoti-se escreKr a hifl-
loria portngueEa em latidi , e animoram-se os sabios
eBtTaDgeUos a vir para Portngal. m
Uorren el-rei a 28 de igoslo de 1481 tendo qnarMK
fa e nore aonoR de idade. fie*ia Discido aos 15 de j**
neiro de f432. j« no'cdnvento át Bafalba.
I. Coo^ílc
a Sttmox T>. . Jolo' n ( PaMan PBivRto } 13.* Biu
(1481) í morte d'el-reí D. AJToiiso v íefc enlnr
pela seganda tci no governo do reÍDO ceii lilho O
prittcipe D. Joao , 'qve foi seguoda vei Reclainado rei ,
tendo vinle e seis añnos de idade (31 de agoito de
Itól).
D. Joao n reune logo cortes em Evora , j>rocur8 c<k
Bhecer bem os homcns capates de empregar no serri^a
da na;3o , dando tudo ao meieeinunlo , e nada ao mtuei~
menío. Refréa a liberdadc do povo, e abale o oi^lho
dos grandes , abolindo-lhes bs restos do feodalismo ,
que ainda existia. A nobreia, julgando^e oSéndida .
Ihe representa por seu chefe , o duque de Bragan^'a D.
Fernando ii; porém o rei náo os attende, e conUnáa s
grande obra das. rcformas ( 1482 ).
( 1482 ) Continuam as descobertas. Diogn de Asam-
buja cam uraa armada dascobre a costa de Guiné , Ain-
da a fortaleza de S- Jorge de Uína , e VDlla' a Lisbos
carregado de ouro e marflm. El-rei junta aas teas libi-
los de Sathor de Gidné.
O rei snspeita do duque de Bragao^a ,. e eate é itta~
sidu de íer correspondencia com o rei de Bespanha
contr.a Por^ugal . duqjie é préso , e metlido n'nma
torrfl do seii palacio em Efora. Confessa corresponder-
se Gom sen cunhado o reí de Hespanha , por¿m <|iio
esi^s rela^óes cram apenas de fapilia , e nada tinhaDi
de politicas. Assioi meimo el-rei , ou por acfaar prons
de críme, ou por odio contra o duffue , o metlea em
procflfiso, e é eondeinnado s ser degollado na pra^a de
Evora^ o que se eVecuU a 31 de jiu^ de 1483.
A mortc do ÍpfeÍÍE duque fei espBlhar a tristeia
BO reÍQo, e exasperar oi gTandes coDtni o r«j. Origi-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
18
Bamntse ^(ndes 0OBJur>;5es e^títra * sn» vida , qu
todas rebatea , algDmas por suas mios.
{ 1485 ) O duque de Viien , primo e cuDbado d 'el-
rei, e qoe mais larde devia occapar.o tbrono qoe foi
INTa D. Ifanoe) , daqae de Beja , csUva iramaiido con-
tra a vida do rei. Chamado o dnque ao pa;o de Seta-
bal, D. Joao ii , depois de o ler reccbido bem , Ihe
peTgnpta: ■Prinia, qae faria a quem o qiiiusse ma-
UrT> Hatal-o-hiapnmeiro, fespondeii o duque. cLa-
traste a tua senlenga, disse el-rei.n £ logo jhe crava
um ponhal , e ntata o duque ( 23 de agosto de 14S4).
El-rei manda formar.processo ao duqae morto, e ai»
seai complices , que (oram declarados CiimÍDosos d'alU
traício , e eiecutados os Dllimos.
( 1484 } El-rei despreia as ofTertss de Christovao Co-
loBibo para as descobertas. Colombo váe ufTerecel-as ao>
m de Hespanha, que as acceitn. Diogo Cáo conlinúa
ts deseobertas na Guiné , descobrindo o reíno do Con-
go, e o grandc rio Zaire. Na seguinCe. tiSgcm passa-
doienlas legoas além d'esle rio até Cabo Negro , e os-
Dossos missionarios táo conscguindo a conversio ao
cbrisliaitismo doa reis afrícanos da'GuÍné.
fl4SS) Qartbolomeu Dias com tres náos ebega í
eilremídade da Africa , e dá-)he o nome de cabo Tor-
mentaso ; mas D. Joáo u , alegre da descob^rta , Ihe dá^
o da Búa Etperanpa. Pedro Cuvilliá , e AITonso dc.Pai->
va partem para a India por terra. fio Cairo scpararam-
se , índo ASbns« de Paiva para a Eíbiopia , onde mor»
reu ; c CoTÍIhá ,■ depois de ter corrido a India , voHoU'
a Portugal traiendo curiosas nolicias.
El-ra raanda queimar uma easa de jogo , e publfca
l«s leTeras conlra os jegadorea , e contra o tuio. Um
- rei da Negricia , chega a Lisboa , e s« fw christB-
I. Coo^ílc
jvdeos expaUoB da Hespanha pelt iDqiüs!^ ^ reoebjí-
dos em Partngal , prainatmdo faierem-se christios; e>-
qtie se negnram á pronessa foram nuodadús pva as
«ooquista». Corles.ein Etoira p»ra delíberarem sobre- o-
casaweDlo do piiiidpe D. AITdiiso com D. Isobel, Qtba
e berdeira dos reis de fiespanha { 1490).
(1490) conde de Borba , Fernáo Masearenhas ,
Uartim de Tavora, e os Ueueies, filhos do'narquex
de Villa Real, obram raaravilhas sobre Alcacer Qm~
bir , Tar^ ; Caoif a , e oatras poToa;oes.'da mauritMÍa.
( 1491 j O principe D. AtToiiso dá uma quéda do ca-
lallo abaixe indo a correr peta maTgem do lejo jimla
a Saniareia. Recolhido iDoribando á cho^ d^un pobre
pescador, sobre a bumilde cama de fenaexbalou o nl-
timo siupiro nos bra^os de seo pse , de sua mie , c ds
Bua esposa , tendo apeius sete mgles de casado;
A coroa vegi a pertcnceT a D. ^anocl , duqne de
Beja. £)-rei, que nao gosLa do dnque , fat Itido (iara
que a .coroa pasac a D. Jot-ge seu rilho natural ;- porém
Bchando gfBnde opposiyao ua rainha e uo) grandes,
náo póds conseguir o seu desejo. D. J^rge foi entie
feito duqne de Coimbra , com toda a graiuEeia e «aia
de aeu vísavd o infainte D. Pedro.
O rei do CoBgo-convecte-se ao cbTÍstiatiismo. Bl-raÍ',.
atavado d'uma iBDguidez , conse&te , e ttomea seu her*
deiro e suecessor o duque de B<ga.
( 1492 ) Christovao Colombo descdhre o novo Conti-'
netite : ua sua valta-entra em Lisboa , e 6 bem ncebi-<
do por cl-rci. :
[ U9i ) Tratado de Tordesilhas entre Portugal fí Ba&-
panha , auctorigado pelo papa , para & demarcapio das
novas coBquiilas. A Europa via passira estas dñas oa-
«¡•w. a dÍTidir o mwdo.
,u8lo
•n ,
ji-*e duaa fertaleias no Trjo^para a defeia da
bánra. A Dwleslia d'eí-rei att^«nU; 03 medicaso maD-'
im para as caldai de Uoncfaiqtie , e insrr« ua Tilla
4e. ÍLl*or c(Hn tutpeitas de enreneDado. Antes de mor-
m eotregou nas niaoB^ D. Manoel mu filbo nalnral
t). loi^.
. DiirDtL qoalom aDuoi o ^erno de D, loSo n. Uof-
na a SS de DatnbrO de 149S, tendo quareDta annos
de idade. HaTÍa natcido eDi Liaboa a S áe isaio de
iW&, Jai na BatAlha.
. O SwHOi D. Uanoel I ( O VcKTOioso ] i4.* Rh.
(1495, 149(i) Morto él-rei D. Joio n , doqne d»
B^a , D. ManoeJ , eecupa tbrono , tendo vinte e oito
MBioa de idade.
O noTO rei convnca cortes parj 'Monte-M6r-o-No*o ,
ende se detemina partícipar a sua acclnma^So ao papa-
e ao rei de Hespanlia , e delerminati-se igualmente con-
tÍBuai' as Gonquista's. Noras expeditoes alo mBnttadag a
Africa, e os portugtiezes obtem TÍctorias em AreiDa e
ODtros pentoR.
. D. Jorge , dnque de Coimbra , ¿appreientado a el-
Ki , qne o reccbe muito bem. Aúk Ülhos do duque de
Bragan;a sao restituidos os' bens e as dignídades. O
cardeal Jorf;e é ebainado de-'Kóni'-t; porém a sua mui»
IB idade nao Ihe permitte recolber so reino. O ^apa
dispensa do eriibato og eommendadores e cavalleiros das
Ires ordens militares.
, ( 1497 ) Vascfr da Gama parte com qu?tr6 náos par»
dobrar cabo da Boa Esperanca. I.cvoo comsige as in-
ñgBes capitaes Paulo da Gama, spw irmáo, Nicoláo
Goell» ,■• GonsaUo Nune» : cad« iw> t*"»^» * w>iobi"o-
ü,o,i,-f-n,GoOglc
40 d'tims &áo , e V^sco o da «^eáí^So ( S de jaíki ]. .
£l-rei entrega n'esU occasiSo á Vaseo o mtppi e ine^
morias qiie Coelho ham mandado a el-rei D. Joio n.
El-rel pede para casamcDto a princeia herdeira d«
Gastella , D. Isabel , já Tiuva donosw) prÍBcipe S. At*
fonso. Os reis calholicos annuem debaixo da «ondi^ia
de serem eipiilsos de Portugal todos og jAdeos e moii-
ros que náo quitessem abra;ar o christianisino. Esle
paiso impoliticor'foi dado por el-rei , faaendo assim saír
de Portugal grandes riqueias. Expuhos os judeos e moD-
ros, casamento d'el-rei com a princeza D. Isabel'se
elfectupu (oulubro de 1497) em Valén^a d'Álcantat-á ,
e el-ret passa a Hespanha para ser jurado principe . e
herdeiro d'aquellé rcino. -
Vasco da Gama dobra o cabo da Aoa Esperan^ ( 29
de norembro 1497 ) , e logo so appresenla á TÍsta'dfl
Mo;amb¡que, Momba^a, Melinde, Calicut, e devassa
os mjres do ofiente.
( 1498) Na cidade de Toledo foram juradoi prínoi-'
pes 5erdeiro» de Castella el-rei D. llanoel , e a nintaá
D. Isabel sua mulher \ 2S de abril). Passjndo a SaVa-
, go;a para serem jiirados como principcs,herdeiros de
Aragao , ali morre de parto a rainha ( 24 de agoslo ] ,
daodo á lui o principe D. Miguel da Pai , qiie devia
ser futuro rei de loda a Hespanha , ao que obstou a
sua premaUira morte. Bt-rei D. Manóel voltou a Por-'
tugal.
( 1499 } A 10 de julho chega a Lisboa » nova dades-
coberU da India por mar , e logo a 29 do mesmo mea
cntra pelo Tejo , carcegado de riquczas para a nagSo,
Vtisco da Gama , dcpois'de ter dobrado o tí^ da Boa
Siperansa , desCoberto a Terra di Natal , o Rio do*
StU, Jlto áoi Smt Sisnast na Ethiopia , JHaMfcipa oIl-
Couslo
AFrica oiienlil , e CalieM na íoHa. M'ésbt atliiui ü'
dade foi loagestosameDte recetHdo pelo Camorim , o
mais poderoso ntonarcha da iDdii. Ootras po?oa{óes o
teceberam cbm grandeia c rcspeita.
' El-rei D. Hanoel premeia ob §randes lervifos do
Vasco dando-lhc o titnlo de Dom , e o Habilo de Chriita
psra elle e ftüs descendentes.
Comeca a edifícar-se o magniilco templo e mosteiro
de BeJem , para perpeLuar a descoberta da India. A s;-
nagóga dos judeos é reedifieada , purificada , e dada
phra o cullo catbolico, e boje é a igreja de ffossa 5e-
nhorada Conceigao dos Freires de Cbristo, em Lisboa.
El-rei , animado com o íelit snccesso de Gama , fai
partir para o mesmo déstino treie náos ás ordens de
Pedro AlTares Cabral. Um forte temporal obriga Cabral
acorrer muito para oeste , e descobre as costas do Bra-
>il ( 25 de abril ). Gaspar Corle-Real corre para o nor-
te, edescobre a Terra Nova. Colitintia Pedro Alrares
a sga viagem para a India; tocou eio Uofafflbique,
Qai1¿a , Melinde , ilhas de Anchediva , Calícut , reco-
Ihcndo ao reino no íim d 'este aDuo , OQ com¿(0 de 1901 .
Celebrou-se em Alcacer do S^l o segondo casameu--
to d'el-rei com D. jHaria , inf^nta de Hespanha, irioS
de SU3 prímeira mulber.
(1501 ) Joáo da Nüva lambem havia partído com tres
Mvios, e na viagem descobre a ilha da Ascensáo'; ga-
nba a primeira victoria naval na Indía, derrolando a
armada de Calicut: deiiou feitorias em Cochim e Ca~
nanor , e na volta para O reino descobre a ilha de Saa-
ta Helena.
(1602) Desde a volU de Pedro Alvarcs qiie el-rei
s« intitolava — Senhor da Navegacáo , Conquiita , e Com-
mertio ia£(ltiopia , Árabia , Per«o , e /nd«a. Para sega-
o,i,-f-n,Googlc
i«r Üo bkilhaBtMÍtuId daBds pek wgiuilb Téi á lii4U
6 sen gnaSe ttmiriata- D. Vitco da Gaim codí Tbta
Bias. &. Vaseo ¿«iToto o íei de Quilda , e fai Hmr {Brte
da iDdia tributjriaa PortugBl; depois recolheaorahio,
ttaseBdo o prteira tributo da India ( 1." dt MtEHitiro
db-lStS ].
Francisco d'AlbDqaerqne tanibeiii IiaTÍ8*i)artido ceiq
tns DÍOB ; protege e rei de Cocbúa coatra o Camoriñ ,
miSia iniaúgo , faimdo-lke grondcs efilragos na g«ite é
Ha &iesda. O reino é ataeado pela peste.
{f90a) Aff(N)sod&Albaqnefqne, D. Francíscad'AI'
weida , e DoaFle Pacbeco Pereira parteDi para a lodii ,
a ali » enetmtrara com Francisco Albuqnerqne . qa« ae
dÍEpimba a rundar nma fiirtaleia. Uatten-se máu i
«brá, e rnndou'se a fortaleia, de Sanlíago. Os Alb»*
qaerqsJBS Toltaram ao reino, deixando dnas caraielas
a Dnarte fecheco.
Antonío de SoldanhB cona tres navios espcraTa noc
wA'ea da ArabÍB as- náos de Ueca. Diogo Femiandes
Pereira deGcobre' a ilha de Saeotorá { abríl 9,). Baí
Lotirenco Eie' tribotan» o rei de Zasiibar. Rni c SaMa-
nha derrotam o rei de Uombaga , que fasia gnerra. ao
de Uelrnde , nesso aUiado. Duarte Paobeco faz respei-
tar as arraas portaguezas na IndU-
( 190-4 ] Lopo Sóares de Albergarria ektgk a CaKcut
eom uma esqoadre ; toma Cani^nor , e deslroe 4 ar-
' aada de Calicut , composta de oitenta e cÍDGO.Telad^
Logo dá sobre Pinane. DestroQS deicseteafios de Ueca ,
sustentadQs por Titite fustasi, nHtaadomais de doia mil
(150S) Outra tenvTel pesl» no reino. Os reis do
oriente le confederarsm para sacudir' os portngtieies;
peiM e Tic«>rei-D. naBoisoff de Alaiet<tv , c(w Tinlci
31
6 dof j nñ'ids héva ^ioiisiciiañ'ái , córre ji]Ué]lat part^
a <lé9lVtef x r%a. Btesfrúto tf réi de Quilda , e fiiDd'k
íiDia fortaTe^. mesfió' sdcc^sso em Mo)bba|¡a. Tadp
ilísf'íii í sufejnfeádo." ^
Fundam-ae fóHaleü^s etí Caüanór , e AntbÍdiVa. Fe<-
6r6 é'Á-iarjá em' SofKlla. t). LDnteo^o d'Jítmei'da ft^
Tetado a CéílSo , e táx {ríbbbno ñi tfe 'Golí. D.
Lou^enfd d'Almerda, Coita^dttlEe'ÁayÍo's e óilotentos b<^
mens de Iropa , ijerroU duzeiiCas YtfaS éé CaÍfcDt, é
mata mais-de trtri'iñif inomoá.
' Diogo d'á AzaniE^jiJi tohiá Ca'lW , ib' Madríta'ntB.
> As noSsaS áVihadas p^rá á' InUVa scgtlíam-s^' utttas j>
dUtraf. P'edTÓ de Anaya mar^há' ftain seiá velas' , e atrax
d'enc qitinze cdtti Tri^iao' cfa Ciiitha ,' e AffoHso de Al-
btl(pierque ,' qfire hflris de'sncceder no' VicC-reinado,
, Horrível matanca dos JDd^os em (.Tsboa', ^or causii
de d'ois fi'adés domintCos. Ef^fei' ili^'rtia' q^eiraar os
d'óiy frades íT"íos.
Tristáo da Curthh AéSCoÍré a ilfia íe Mfffdagascar
( t& dé jiHho ). D. Praritiscó d'é Almeiiñ chegí a' Guil-
ía , reslabclece a' paz . e fai o rei triWario ; queimt
IffoifiKB^a , alcan^a' Cánandr , f^z um traclado com o rei
Narslilga , é áá finSliitenté fuhdo' ed' Cocbim , séde do
seU gortriio. Fralflcisco Gnd'jie chcga a'So&lia. D, Lou-
rén^o' d'c A'IAiéid'a tdma pusse das ilbás Málllivas , des^
éin&arcá ém Céilad, e Tolia a ajudai' sen p'ae uo ataque
dc Cia.
( 1507 ) Jaqntl^ de Seqtifeit'a ettlra nd estreito de Ha-
lai;^.- /KTnnM) dé AHinquerque toma Mascáte , e fai tri-
bulario o rci de Ormuz, na Persia.
fíci^réi Ú': Prancisco de Alnleida , ¿din Tristáo da
Cimha , &. Ldilfeh^o de Alifaerda , e TÍMno da Curihá ,
pírtíein para* Panlue para qneliiiar rfs 'iiSo^ dé Mcc« e
€ *
■^ Cooylc
Calical, qna esUTam n'aqDelle porto defetididu por
qnatró mil saldadas, Deioito náos roram queimadu.
(1508) D. LoureoED de 'Almeida com oito naTÍos
l>ate-se contTa as armadas reDnidis de Cambaia e do
SoMao de Babylonia , porém é Tencido e morto.
TÍce-rei despica a morte do fllho , destntiado Da>
bol, e logo com dezesete naTÍos dá sobre Dia, 0Dd«
destró^a duientas Telas dos inimigoa, guarnecidas de
valentes mamelucDS.
Na Afríca conliouam Diogo da Azambuja , Princlico
Pestana , D. Joáo de tfeneies , o conde' de Borl», a
ganfaar graades creditos combatendo em Ariilla, L»-
racbe , Aiamor , MamDn , Cale ; Calim , e outros pontoa.
(1509) £I-rei manda resemir o codicillo das leU
por famosos jurisconsultos, Duarte Pacbeco derrota o(
francexes no mar.
( 1610 ) D. Saarte de Meoeies alcan^a uma gratid«
TÍctoria em Taoger. Os seus capitües Nano de Alaide,
e Lopo Barriga , ganbam' grandes creditos.
Sáem para a India com qnatorie Telas Filippe de
Cattro , Vasco Gomes de Abreu , Jorge de Uello , e
FerDÜo Soares. Sáo ]ogo seguidós de Diogo Lopes de
Sequeira com qualro , e de Jorge de Aguiar com doie,
D. Fraacisco de Almeida eutrega o Tice-reínado da
ladia a Affoaso de Albuquerque , e parte para o reÍDO.
Desembarcaado na Aguada de Saldanha , na costa de
Natal , foi morlo pelos negros , e atrsTessado por nma
seta nagarganla. Ograade capitlo, Teado-se feridoda
morle , fallou aos seus , e logo , arrancaudo a seta ,
cafu morlo.
El-rei maoda ao marischal D. Femando CoQtíuho
com uma Rrmada de quinze náos para destruir Calicut.
AIToaso de Albuquerque e Couliiüio atacam aquella ci-
."-Coüglc
«5
dade', faieDdo n'ella graDde estrago , »siin>como nal
náos de Meca , das qoaes qaeioiarain mnilas. FenuadQ
CotitÍDtio foi morto, e AlbuqQerqne iterígoiamenle fe-
rido.
Depois d'esta inrelicidade Affonso de Ubnqacrqno
toma Góa ao Sabaio , e a entrega ao Idalcao. Segun-
da TCt a rendea e conseTra para capital do imperío
portaguez no oríente. O rei de Samalra fai om tracta-
do com Seqneíra , que o Tice-rei approva , e por toda
a India nome portuguez era respeilado. mesmv
«contecia na Afríca. D. Fernando de Alaide ganha lO*
bte os moaros de Harrocos uma grande víatoria.
( ISÍl ] Malaca , cidade presidlada por trinta mil bo-
mens , eom tres mil pe;as de artilhBria , é atacada por
ASbnso de Albuquerque , que a toma , e n'eUa recebo
embaixadores de todos os principes e reis asiaticos :
manda Vasco de Abreu descobrir as Molucas , o qae
elle execula. IdalcSo ataca Gda, aproTeilando-se da
ausencia de Albuquerque; por£m é rechatado por U»-
noel da Canha Vasconcellos.
(1S12J Albuquerque recothe a G6a , e ganba nma
ftmosa victoria conlra o Idaleao ; loma a fortaleza da
Benastarím, e manda motitar cincoenta portugueies,
qae 'se tinham feito mahometenos.
Na Africa conlinuam as conquistas com vigor, e o'
rei da Harrocos é muítas vezes vencído por Femando
de AUide.
( 1S13 ) Ó daqae da Bragan;a D. Jaime passa a Har-
rocos com nm exercilo de dezeseis mit infantes, e dois
mil e quiuhentas tanceiros ; dá sobre a cidade de Aza-
tnor, e a toma é for;a d'armas. Os mouros descor^oa-
dos abandonam as cidades de Tite e Atmedina.
- dnqoe Tictorioio recolhe w reino , deixando o go~
I».,,,;. I. COO^ÍIC
Tcrno do .pxeicito a D. Jqño de UeDe^. E«te oiareba
s^bre Bcaacafii ', em quaQÍa {>. JBerpqrda Hinoel ia^,
TfsLia a cidade de Tafut , e Ñuuo de Ataide a de Tetneft.,
O rci do Congo manda a el-rei D. Manoel nraa cn-
baiiada, e leu pLbo tí. I|eprii)ue é appce^e^tfidD au
Bapa. .
Na Ipdia Albuquergue derrota os ^eis de ^aira , fi o
^e Benlain , e os obriga a pedir a pai.
El-rei D. MaDocl , engaDado pclos ininiigog do veD-.
cedor da India , Ihe detcroiina que abandone G¿a.,Ar-
fpngo de Álbuquerque , cunbeceudo o engai)0 , ajunta o
seu conselbQ , e depois de madura delibera^ao , guarda
a cidade , e conrundc seus inimigos.
(iS14] p. Jqáo de MeQe^ei continuaia eiD ^iamor
sendo terror dos mQuros , poréin a morte o arreba-»
tou. Mtfitos hero^s ficaram aiiida. fiur t^da a Haarila-,
nia eram victorÍBs ganhas pclos portuguez^s ás qrdens
dos insigiies capitiies D. Pedro de Meneies, coode de
Alcoutim; Dio^Q Lo^pes; AfÍQQsa de Noroaba, conde
de Oderaira; D. Joao Coutiaho; Diogo de MeHo ; Hea-
rique de Meqezes , e de ontros piuiios |>eDcmerilós.
rei ((e UacTQcos treme na aua capilal, da ^tbiopia'
nianda uni embaiiador a el-rei p. Mano^l.
Fez grande ecbo na Europa o epibaiiadar que e]-iei,
)|)sadou ao papa Leaó ( , náo s6 pela riqueea e í^ppara-
tp , como porque entre os rjcos prfs^nteí via-se Difa.
on^a mansa, e um elerante mui alto , o priineiro gae
tinha apparccido na Europa. O cbKe d'«sla «élebre efo-
baixada foi Trislao da Cunlia.
( iSlS ) AiTonso de Albuquemuc tanja Ornuz , e re<
cebe 6i cmbaixadore^ do soplii da Per^ia, O grande.
portüguci , que hayia feito grande a soa pAtria « o seii
rei , peiíe a p. if^j^^l a gtatfi ^t ía^el-^ dtt^ i^e
I».,,,;. I. COO^ÍIC
que na corte estaYam raivosos 4e eiiime contra w gldi*
rias (k Albuqueniue , faEem crer a el-rei , qne Ul p^
djdo bem &zia ver as tíaUs do vicerei ; qne olle sipi-
rau 8 aer — rH4o witnU, El-rei D. If aiwd «credlta ,
« manda ordem a ASbnÉo de Albuqueniae pars entregit
9 governo b Lopo Soares de Albergarta , que loga Wn
reodel-o.
O sophí da Persia e oc reis de Ormni pfferecem-ic «
AlliuqHerqae para coflserral-o do sau emprfgo á cojta
4e quaesqoer atcriaeioi. faeroe tndo reciua , e morro
fiel ao seu soberano , a quem escreve : « Qut o rei p»^
üa jtdgar peio gv» dle iinka feito , a do gvt tiAa eo»-
tíimaio a faxtr, » Hoitos piincipea asiaticos tomaU
lueto por elle.
( 1516 ) Pará comega a eer colonitado por Wnm-
CÍKo Caldeira Caslello Brapco. O Tice-rei da laáia Lo*
po Soares ik > pai a luna grande inrte dat conqnisias ,_
C manda una einlwÍKada á China e ao Pegrá.
. ( 1517 ) Fernindo d'Andrade ebega á'Ghina ,eéf
cebido com amizade; faz um traclade con o inper»*
4er . e ot poctugBeiea Gdnsegaen liceuQa paBa ediflcar
t cidide de Uieáo.
A ritÍDha D. Uaria «arre m Lisboa. Jai no cm-
\ta.\a de Belem. El-rei passa a tercciraa oupcias con
P. LcoROT, Alba de Filippe i de Heipanha ( ISiS].
( 1516 ) As vietoriaa na Afriea sao importantes. Ma-
lagio rendeD-se ás noasas arraas. Os'ii^oeios da Gaioá
.Wmbem o«capan as attenfDes d'e)-rei , que procura ci-
ñlisit aqaeHes povos pelos inauios da Teliglio^
Dñg» Lopea , qme fi áacm imstrEa da •■« espiritis ^o
defMtarineMlt Ae Smatn , e BiAca . incca<{e no go-
Teruo d'a India, e os negocios prosperam. Manda om
o,i,-f-n,Googlc
embBlxadftr'ao Prestés Joia- Panda a rorUleu de Chul ,
e decUra gaerrs aoHeliqne-At , seQbor de Diu.
(1519) ADtODÍo da SiWeira conqutsta Sorrate.
FerDando de Magalhaes , official da casa do rei , des-
gostoso por D. Manoel llie náo atigmeDtar o seu soldo ,
coiDo mereria , pelos seus bons servi^os , retira-se »
Hespanha. Carlos t, on i, o recebe graciosatnente, e
Ibe dá GÍDCo náos , com que se adianta até á ponta xd6~
Tidional da'AmerÍca , que 'dobrá , passando pelo estrei-
to , qne depois conservou o seu nome ; mas é assassina~
do na ilfaa da Matta , e das cídgo úios só uma voltou a
Hespanha.
(1521 ) AnConío Correia com quatrocetitos bomens
toma a ilha de Baharem , defendida por áote mil ara- .
bes. A rainha de Ternate permitLe a fundagáo d'om«
fortaleza na sua ilha, O reidc Ceiláo se oppoe a que
os porLugaeies se estabele^am n'aquella ilha; porém
obrigado cede , e pede paz. iOs portogneies residen-
tes no reino de Ormui sao quasi todos assassinados
no mesmo dia , eKceplo em Mascate. Malaca é defen-
dída por García de Sá.
Assim caminhava um reinado tao felii; , qne deu av
monarcha o cognome de Tmturoio. Teve D. Manoel a
boa fortuna de enconlrar homens eminentes para tudo;
guerreiros sabios e prudeDtes , jurisconsultos eiimios ,
historiadores Tcrdadeiros; e a todos el-rei protegeu,
particularmente a Duarle GalTÍo, e Bui de Pina,
chronistas do reino.
Já el-rei D. Maaoel gOTernaTa o reino ha Tiate e seis
anuos, quando a mQrte oarrebaton em Lisboa , na ida-'
de de cincoeota e dois bddos. HaTÍa nascido em AIco-
chete a 31 de oiaiode 1469. Jai no coaveDto de Belem.-
0,i,-f-n,GoÜglc
OSKmmD. htlam (O^iboso) IS.'Rn.
(1S21 ) Hoprea-o grande e felii rei D. Manoel, o
seu fitho , o principe D. loio , [ama as rcteas do go-
Tenio , tendo dezenove annos de idade. D. Joao iii era
homem mui piedoso, porém oao era por certo o ho-
mem para rej successor de D. Manoel. A smbi^io dai
conquistas e da gloria tinha IcTado os portiiguezes nos
ulliiDOS cem annos, e principalmente noa ullimos trin-
U , B láo espantosa grandeza , que , para a suslentar ,
se tomaTS preciso um rei guerreiro da esphera de D.
Joio 1.° ou D. AfTonso v.
Os carsarios francezes jí faaTJam sido balidos pelo9
nossos uaTÍos de guerra , e Francísco 1 ." , rei de Fraii'
(a , manda dar uma salisfa^ao a Porlugal,
D. Duarte de Meneies , gorernador da India , conli-
núa a ser oa Asia heroe, como o fóra na Africa. Sen
innio , D. Luiz de Heneies, capilao das Indias, dil-
tingue-se por seus servi^os.
(1523) Funda-se a fortaleza de Ternate lus Holu-
os, e a cidade de S. Thomé ein Heliapor. Anlonio
Tenreiro coroeca as suas Tiagens. El-rei manda uma
embaixada á Persia, porém é mal succedída. reiaa
é assolado pela peste.
h. Daarte de Meuezes acaba o sen goTemo na India ;
fica interinamente D. García'Henriqiies.
(1523) Heitor da Sitfeira é nomeado almirante das
Indias, para onde párte. D. Affonso de Sonsa derrutá
o rei de Pam, O Taior de Antonio de>-Brito faz com que
lodos os soberauos das Holucas maudem pedir protec-
(io aos portnguezes. gOTerno da India estava mal en-
tregoe nas mios de D. Garcia. Et-rei manda por TÍce-
rei «liiurante mór , D, V»go da Gan» , coode da Vi-'
diguera , e cdv^ já ¡estÍTesse velhe , Ifevx pvr Bd)antos
D. nenrique de Menezes , Pedro Mascaranhas , e Lopo
de Sanipab. A preseni^ ds coi>de da Vidisueira rcsta-
belece a ordem nas conquistas, mas a inorte o arreba-
la em Cochim ( IS^Í^.^uccede-Íbe D. HeBrique de
Menezes.
( 1525] Colonisa^ao da capitaoia do Espirito Santo
Da provÍDcÍa do Brazil. ,
^l-rei manda juiies deT^tra para todos os logarea n^
Ceasarios ; cnnserva uma restricta neuiralidade no meiu
das guerris que agilavam a Europa , e celebra o «eu
casamento com a infanta de Hespanha D. Catbirioa »
filha de Filippe i.
A .guerra , e as victorias na India continuam ramosoa
debaixn do goferno de D. Uenrique de Meaexes. Ta-
uanbia TÍc(orias«rBm poTéin mais devidas ao espÍEÍIo
marcial da naQSn , e esfor^os dos bravos soldados daa
escholas dos Vascos , dos Á^lbuqueiques , dos Beneiet .
e de lantos homens famosos dos reinadvs precedMrtea ,
do que ao caracter pessoal do nlanarcba , tfue eca mais
dado ás aciencias, e maii ptoieclor d'eslas, do ,qM
das conquistas.
O graade cantinente , ■ que depois se cfaanati Na*«
Hollanda , é descoberto pelos portuguezes.
( 1526 ) lastiUrifio em Portugal de tribunal da [H'
qnisifáo. Lopo de Sampata dcthsraU dei nail malabfrt
( 1527 Morre D.IHenriqae de Meiteies , gorenMÍM
da India. Pedco MascaraDbas , e Lopo Vai , questÍQiiam
sobre o mantlo, « ainda assin os aiÑmos seleaoc eoB>
tÍDuam nas coíiquiatas.
Loiirew^ Vasqm desAe>baE«a tra BoraM. Lapo Vaa
S>Ph* gxánd^ cubuit wb(«« ainiada 4e.£alii!Ht< A*
DMsag Jirmas fraDham ígDalmente trlonfót sobre o rei
de fiÍDláo Do mar Roxo, nas HoluGas, e em muiu»
outras partes do orleDle.
(1529J grande'mathematíco Pedro Naneg é no-
meado casmographo mór do rtino.
Nuno da Cunba toma conta du govcrno da India, ■
acabam as discDrdias enlre os duis rÍTaes do poder,
Conquisla do Tidore. O rci de Mombaea Gcá nosso tri-
bntario. fielchior de Souza Tavares váe em auilIJo dift
reis de Biicará, e devassa os rios Euphrales, e Tígre,
(1530] A colonisacáo do Braiil, já comcgada nq
ParáemlSlfi, come(a agora a ser attcndida porel-nei.
Hartim AfTonso de Souza é encarregado dc explorsr as
Goslasd'aquelle paiz.
ffuno da Cunha prrijecta a conqaista de Diu , e dü
fonnidayel alaque á ilha de Beth. Náo podendo eonse-
guir o aeu intento , recolhe a Gda , dciiando Anlonift
da StlTcÍra com uma armada para ínfestar is costas dq
Cambaia. '
( 1531 ) Espantóso trcmor de terra > que dura oila
dias (feverciro].
( 1532 ) Descoberla do Rio de Janeiro (1.° de j^nei-
ro}. Instituigáo do tribunal.da Mésa da ConscieDOÍa e
Ordens.
(.1634) Institui^áo da celebre companhia de lesos
por Ignacio de Loiola (o.Santo). £ Iransferida par«
Coimbra a tmiveraidade , mandando cl-rei vir dos pai-
les e&trangeiros muiLos professores dislinctos com que
a enríqncceu , dotando-a ígualmenle com cabedaes sufi
ficientes para sustentar a sua grandeia , como univer->
sidade de primeira ordem.
Garoia da HorU navega pira a India , onde ejcreve
ijibK. a» ÍTO^^s do orienle.
o,i,-f-n,Googlc
[ 1535 ) Nuao da Cunha rende Ba^atm. Atemorisado
o sultao Badni assigna a pai , e faculta a funda^io da
forlaleza de Diu na cosla de Guzarate. Manoel de Soo-
za ficou governador da Dova forlaleza.
Hartim AfTünso de Souza foi soccorrer o sultáo'COii-
tra o Mogor , e o governador foi para Góa , e logo bI-
canca a cessao das provincias de Bardeit, e Salsele.
O infanle D- Lui; com a mais luzida nobreia váe em
anxilio do imperador Carlos ▼, com uma armada para
a expedi;áo de Tuneg , na qual o iafante e as uossas
armas ganharam muito credito.
Colonisagíio do Maranhao , Ceará , Rio Grande , Fa^
rahiba , e Tamaracá, no Braiil.
Nao tardou a haver desavengas entre o rei de Can>-
baia , e o governador portuguez da India. Manoel de
Souza e ouíras portuguezes sáo mortos em DÍu ¡ porém
Antmiio da Sikeira e D. Jorge dc Menezes derrotam
e matam o sultao.
(1536) O grande e virtnoso Antonio Galváo empre-
ga um zelo oposlolico na conversau ao christiaDÍsmo
dos habltantes das Molucns.
( 1S37 ) Peregrinacoes de Fernao Mendes Pinlo.
( 1538 ) A morte do sulláo-fai colligar os mouros da
Asia e do Egypto contra os' portuguezes da India. Lá
marcham sobre Diu, o Solimao do Cairo , oldalcao,
e oulros. D. Joao Pcreira dcrrota o Tdakao , e. Antonio _
da Sitveira' dcslru^a ns armas colligadas , defendendo
heroicamentc Diu, nño tcndo mais de seiscentos bo-
mens , e Hcilor da Silveira levou tudo a ferro e a foga
pclas costas do mar Roxo. Ao'mesrao tempo D. Jorge
de Menezes fazia tremer as Molucas.
(1639) £ DOmeado governador da Indíi D. Garcia
de NoroDha , que logo estabelece a pu com Ciinbaia t
n
Cilicttt ; forlalece Din , t mom im ñm de seii rnnea,
( 1540 Succedeu no goforno dl ladia D. EsUÑo da
Gama. D. Estevaolevon o PJ Fraacisco Xavier [ o San-
to) , Q apastolo da India,
FundaQÍo do collegio de Sant'Iago de CaDgraDor
para educa^ao dos nihos dos gcnlios cuoverlidos.
Preparavam-se os tiircos para ÍDTadir Dovaioente a
IndJa; porém logo qne D. Estevio teve conbecimeDta
da projeclada invasáo, apressa-se a ir esperal-os até ao
Íiorto de Suei , baslando s6 esle rasgo de audacj'a do
governador , para os ÍDÍmigos desistíram da empreia ,
sao deixando os nossns dc Ihcs cauaar graves prejuiios
lias suas cidades tnaritimas.
N'esla' mesma occasiao o imperador da Abyssinia
pediu soccorro a D. Estevao Cunlra o rei de Adel. O
goTemador logo manda quÍDhentos homens ao mando
de seu irtnáo D. Cbrislováo da Gama ; o» expediciona-
rios obraram prodigios dc valor, porém tivemos a iu-
felicrdade de perdcr a D. Christováo.
A fiagem dc D. Estevao ao golfo Acabico foi escript«
geograpbicamente por D. Joao de Caslro, que alé boje
ainda aingueTD o eiccdeu.
(>15f 1 ) Marlim AITodso de Souza vjc goverDar a In-
día. Funda-se em G6a a cüllegio dos jcsujtas, dcno-
minado da Santa Fé. para a inslruc^áo dos meainos
chrislaoa , e dos ncophilris gentios.
( 1542 ] Descobre-se a Japáo , para onde parte o he-
TOe P.' Francisco Xavier, e lá obra maravílhas. Oa
DOssQs estabclecimenlos na Cbina progridem. O Idalcáo
retíra das terras de Sulscte , e Bardez.
( 1344 ) Corles em Almcirim , onde é jursdo principe
herdeiroD. JoSo , filho d'el-rei. PedroNunes c nomeado
lcnt« de nwliieiiuitica pafa a universidade de Coimbra.
♦4
■ (IS45 ) J). JaSó 4e Caitro í iii»neadn více-TeÍ da 10^
dia. Lonren^o Harqués descobre a bafaia , a qoe deu o
seu íiome. '
( 1546 ) El-rei manda aos portugueres na Abjs'siaia ,
^e procurcm descabrir camiDhos pclo interior para a
cosU de MelÍDde, e (ambem para a costa occideutat
da Africa.
Declara-se a gnerra etitre PDrtagal e Cambaia. rei
Hamoud manda sitiar Diu pelo seu visir Coge Sophar,
soldado eiperinientBdo nas guerras da Europá'. D. Joá<t
Mascaranhas, governador de Díu , defendeu a pra^a
eom um valor nunca visto. O general mahometano nior-
re n'uma sorlida dos nossos. Scu fllho Rumecao conti-
núa o assedio com maior vigor; e rccebe reFor^os de
(ropas , e materiaes de gaerra ; dá assaltos sobre assal-
tos ; porém D. Joáo Hascaranhas todos recha^a. Fer-
nando de Castro , fllho do vice-rei , já havia perccido
na defesa , no mome&to em que o inimigo fex ir petos
Apesar de tao brithantes feitos d'arinas,'a prai^a de
Diu cslava em grande risco. O vice-rei se apresla em
Góa para a ir soccorrer. Levanla ferro a' armada , í
chega á vista de Diu', deserabarca tropas, alaca a e>-
quadra inimiga , que destroe , e logo os nossos siein
da pra^a cm' tres Irogos , e o ininiigo é balido comple*
tamcnte , e obrigado a levanlar o assedio.
A cidadeUa de DJu precisava grandes reparos. D.
JoSo df Caslro pede á cídade de Gda trinta mil pardáos
para a sua reediflcacáo , mandando por (^arantfa de tin
avultado emprestimo vm eabeilo dai miñ barhai. Bepa'
rada a praQa, o vice-rei recolhe a GfJa , onde recebo
as honras do triuafo.
vlce-rei , aprei'eilanéo o deteoniomentft do íntmi-
• ü,o,i¡-n,Googli:
g« , aÍBÍi D. .tfawel de Líhm por loda a «oEta de
Camtuia metter tndo a ferro e á fogá. Ai cidides ds
Golg'a e Condar foram JDcendiadas. proprio více-rei
com tres mil bomms appresenta ttatalba ao sulláo , qae
aeampara em Sarrate cora grande ex^ercito , porém náo
fii acceita.
Em Ualaca , eio Ormni , nas-HoIucas e na Arabja ^
oniaram ds naMOS infmigos accoiBmetter-nos , porém
foram Tencidos triunranlemente. Assín as nossas arraal
rcbatiam qualqner audacia de iniinigos , onde quer que
elles appareciam, e a bandeira portogueza corria lí- ■
Gtoriosa nas <|natro parles do mundo.
Os ílheos e Porl» Seguro no Brazli , comc^am a ler
coJoiiÍMdas.
( í 547 ) Comecam a apparecer os efTeitos da desacer-
tada medida de abandonar at prafas de Arríca. Os mou-
ros,*tencidos ali sempre. conseguem por surpreia'uma
Tictflría sobre oé braios Liiii Lonrciro , e Tristáo do
Ataíde, sendo morto o primeiro.
Na India , D; Joao de Castro desbarala o Idaleao.
reí de Cainpas, alliado dos portiigaeies , expulsa d«
Eden os inouTOS , e pede soccorro ao nosso governador
de' Ormua. D. Paio de Nopónba commanda a expedi^ád
qne para ali é mandada , e logo que se appresenta á
fista d« iiiimigo , foge. vice-rei semiu bastante tal
fraqueza. '
(1S4S) Uorre D' Joáo de CaAro. diiendo-se que
foi masoado pe]a fraqueza de D. Paio deNoronha. Suc-
sede no Koremo i¡i India Garcia de Sá , que fai pa*
eom Cambaia.
(1549} Colonisacilo da ctpitania da Bahia. Thomé
deSouza , primeÍFogovernador psrel de Estado do Bra-
Ül,.l^« o* fundamentna A cidade d^aqiKlle nonie,
para aer a capital do Brazil.
I».,,,;. 1. COO^ÍIC
94
■ Sotge Cabra] , Tellio e »pertment&do soMado , t¿«
gDvernar a iDdU. que cooserva com gloria basUnls
para o Estado, rebatendo aggressues naa cidades de
Capocate, Tiracol, Coulete , e Panane.
' (1550) D. Affaaso de Noronha é DOmeado vic^rei
da India. O novo governador continüa a fazer respeit»
as nossas armas em todo e oriente.
Naufr^gio de Manoel de SouM de Sepulveda , e laa
mulher D. Leonor de Si.
. ( 1S5I ) Conclusao do magestoso templo e coDTenlo
de Belem. Conie^ a colonisa(3o de Pernambuco , «
Sergipe. Funda(áo dos seminarios de Salsete do norte ,
e Punicale, peios jesuitas. Tomada de Geildlo, capi-
tal át ilba do mesmo nome , no archipelago das Uo-
luvas. '
(15S3] Mon-e o grande Padre Francisco XaTÍer
( o Santo ) , jesuila , depoís canonisado.
Luii de Camoes passa á India em companhia de Fer-
nando Alvares Cabral , que voltava lá com quatro nios.
Casamento do principe D. /oao com D. Joanna, fi-
Iha do imperador Carlos v (novembro).
(ISfii) Morre o principe D. Joao , pae d'el-rei D.
Sebastiáo (.2 dejaneiro). Nasce o principe D. Seba»-
tiiio , depois rei ( 20 de janeiro ),
Edificam-se novas -cidades no Brazil, e dividem-se
D. Pedru Mascaranbas snccede no Rovemo da India ;
emprega todo o seu cuidado na fábrica da armada para
o eslreita de Meca ; porém a morte o arrebalou logo.
( 1S5S ) Francisco Ítarreto succede a D. Pedro Mas-
caranhas , que durante o seu triennio consegulu muitos
triunros pelas armas, e pela religiáo.
{ 1536 } Ff . Gsspar Á Crui (dominicaoo } préga •
I».,,,;. I. COO^ÍIC
MHHfellio m Cblu», f.aetem nm traúdu «dm u
cousas d'aqBelte ÍDperio.
1 1557 ) Os portiigueies derrotBiD 09 piratas , qne in>
feHam,os máre» d» Cbiton e iBHfim 09 fundamentoB á
cidade de Hacjo. -.
Uorre D. Joio m, deixando por MicceBBQr nm neto
de tres aanos. DuraDle seu reinado , qae durou tTÍiir
ta 6 GÍBco aDDOS, foram muitos missioaarios prégar a
EvaDgelbonaAsia, Africa e^merica , cm cujas regioes
03 seus generaes fiiérain innumeraveis conquistas.
Erigiu Dietrapolítana a Sé de Evora, e em bÍGpados
ai igrejoS de Míranda. , Leiria , Portalegre , Cabo Ver'
de, Codiim, e Malaca.
Poi o primeiro soberano que come^ou a der eonside»
ra(í¡o ao Brazil , faiendo-o colonisar. Derrogou as leia
antigas que mandaTam marcar os ladroes.na. cara; fui^
dou muitos collegios , e outros muitos estabelecimentos
uteis ,' até qae a roorte o arrebatou , estando em Lii-
boa, a 11 de jooho de 1557, centando cincoenta o
eÍDCO anBos áe idade. Havia nascido a 6 de janho do
1503. Jas no coDTento de Belem.
SmBo». D. SoÁsnlo i [ Desuido } Ifi.* Rn.
( 196T ) A moTte do piedoso rei D. JoSo m deTon
ao thropo seo neto D. Sebastiao , que apena;r tinba tres
annos 4c -idade.
.Tomou coDta ^ü regencia do reino a rainha D. Ca-
tbarína , avó d'ei-rei , e senhora de gtandes vírtudes e
tal^tos. A educa^io do joven rei foi entregue aos cui-
dadtis de D. Aleixa de MeAeies, varao muito sabio o
vittuoso. Para sen mestre fbi-lbe dtdo Luii Gon^Ives
áiL Camara, jesuiU.
7
ü,o,i,-f-n,GoOglc
^tllXt.yOanegotiiésáithMiifcoiiptnnm, e ogtm
de Coiutantino de Bragenga pan H lic lomH- ettt»
áo goveniD.
Chegoa o noM *fe«-t«i , a tegs eajtígcn o rHwM*
rei de CananoT , e tomon as cidadei de- Dalño e flol*~
tí ; niMldou ABWfif o Uonív Varreto sobr» m AñÍM ,
qn« fofam derrotados; manda t Tmü de Helfo para o'
Úslabar , aonde Tenciia omH poderMa armada , destniiv
» ctdadc de Uengalar, e cónqmsttKi'en) pestoa o Jm^
btSo.
( 1SS9 J DeBcobriinentO' da Hba 4e S- Piralo. Doarte
dfr Alb»C|«erque Coelho, doHelaFÍo de Pemamboco,
'descobre o rio de S. Francisco no- Braiit.
( ISfll ) 9. COnstantitao Üt Kagan^ acaba o sen TÍee-
reinado da hdia, e ésBbstítnitfoporD. Prancisco Coo-
tfnfao , conde tk Redbndo , qDe'OmserTa todo o orÍHite''
eom respeito e credito para a na;áo.
( 1962 ) Aiiiitaha regcnre de se» nmlo pro{HrÍ» ea*
Irega a regencia do reino ao cardeal jy. Hfearíqtie , tio
do' rci , e retÍFa-se a am convento. A abmidancia cobre*
reino; o cjimmercio para o oriente'é conrideraTel.
Na AfricaToi Hazagao rigorosamente cercada pelos
moaros, per£A ralorotameate defendida por AdtOBÍo
de Carralbo.
(ÍS63) Cada dia chegam noras das' ftcanbas dos
mssos n» IttdÍB,;' cada soldado é nm beroe. O fiee-ret^
conde de Redondo morre , e fica com e goremQ JoSo*
de UendUn^a al¿ qne o vie subgtituir D. Antao de No<
ronha. HorrÍTel terremoto na ilha de S. Uiguel.
' D. Paulo de Liina gatiha a ÍSraosa Tictoriá sobre s'
poderosa armada de Camata1&, obrigando o Rajaa'le-
Tanlar o cérco de' Gota.
( 1S67 ) Cuta foi abandonada , portae-iM» dimi' pr*»
Couslo
f?
jtíio,-e péáatmm is wmM iNpw i'a» pan Culiiib»
(HMlpmihi 09 i1kMd$ qoe se oppHÉaH áo tesO e^b>
belecinKínbi it'xjtieltis ^rj^cAs.
Hem áb Sü , ^«rttador gerat d» Itail . taics o9
finiAliiieBlc» i cidade do Ria de JtteiM, i qaeGh»»
Mnti de & dM<uM5» m meinDHa d'el-m.
( t568 ) Mi (fe Ceylao MativAa a qoncr App(iM4
M MSM estakeretirtíDlo A^aqadtv Hhv; parfin B. Btl^
AmM' de Sooia (t ohrígi' e ao seu esercito de tríiilK
«(I boiwm * rétti*' paVa o tcMnr dv i]!».
Ettrd t(MA as téien áágtmÍBo. fímtagpñmeini
Btíot db' ^fl gonrnb fer ñHndaP para vice^rei da fniiiri
«0 pwñt! D. fcafií de AtaMe , condc da Atongnia. O
líee-nt coitiefá a idb MÓpréi* em OMr e Bantfór.
N'esta occasiio os rcis do oriente se caMsphamn pira
Aeatfir Dt' ^onOgllMi ; poi^m' o cobd^ da Alot^nia
MnSt; «9 no9sai 'eoMptela* co» tnitf nflor e petíéis
AiKUr admii^vel^.
( n%9} Os' confcdendos mardiitr. Sobre M» vie •
Idalcao , o NiiamalHCO sobre Chaul , o Camori s(rtira
ChafS; rr o Actiem stobre Mataca , jstd i, «tuitro'dos
nossos {hmlos frinüipaüs de eccupl^So mHitar iiB'lndiR
farvm ^MIIMneanetlie a(eci(fos por eansiderimii for"
(|a9. O rei- de Acbem foi eotnpletamtfnte desbaratwlo
díM^' d« Hamta', e' OS' ovtro» balMos' v obrigados •
rttfrar.-
TÍce-rei e os seus cipiti^S' D- Jorge de Hen»es ,
D. F(4n(!Hco'MMcar(<aIlas , Biogo ffiascaTeriflas , e Tris-
fSo Yat &»■ VeigR , ganfaaram Ishfos immarchaTf^is na
AfFfesa á» palria', e A gtoTia do nome portoguec.
' ( iSÍO y O pltpa é ,0 i<ei de Hespanha- conTÍdam a el-
nei para- entrar' n'iRbir confei^ri{ao contra' os moaros.
( t571 } Para a Indía vío nomeado TÍce-reL D. Anl^
7 •
I».,,,;. I. COO^ÍIC
aíd de IToroidiat qoe ajHita pu com o Idalcl». fiu
1573 £ •nbstitDÍdQ.no gOTerno por ADtonio Honu Bip*
reto. Empreheiide Barreto a conqubta de MoDamotapa i
e mitus de SoñllB . aonde foi em .pesuM. Soccoma
llalBCa . apertadft pelas fotqts da rainba de lapari.
El-rei D. SebastiSo via desgostoso o abandoM dii
pra;as de Africa, e a grande obra de D. Joio i e A^
IbDso T qner elle terminar. Qner coroar^se rei de Htr'
rocos , e auenfaerear-se de toda a Arrioa , a logo pusa
■ raier peisoalmente nm recoDbecimeDlo sobre aqaelle
territorio matirilJiDo. Desembarea em Tanger, e-p«w-
trando no ÍDterior , tíq e plani«m oma forraal conqnis-
'tipara maia larde , e recolben ao reino, El-rei roanda
I ÍPaBlo Días de Novaei fnndar ó reÍDO > e concluir a
COD<¡uista de ADgula.
( 1576 ] AdIodío Barreto wtrega o gineTDO da lodia
« D, Dif^o de UeBaei. Este brioio portugnei mante-
Te poder doa portugnetes no oriente , qoe come^va
■ abalar^e pelaa contfonai conjnraüoes dos reia naln-
we*. ■ - .
Unley Hamét, rei de Uarpocos, teodo sido eipBlsp
do tbroDO por uu tio Hule; Holsc . pede aoccorro*
á Hespanha para conqnistar o teino. Filippe a nñ tb'oa
coDceden; mafD. Sebastiio. sendorogado, aprf»eita
• Dccasiio , e Ibe promette poderoso anxilío , contn o
parecer do sen congdho , do cardeal , e de sea tio o
r<i- de Hespanba Filippe n.
(1578) D. Loiz de Atiide, por diaer ao rei qa«<
expedi(Éio era imprudente, ibi mandado, pbr le^oada
m, gorarnar a India'. cardeal D. HenriqueDáoqDer
aeeeilar s regencia , qne é confiada a nm coDtelbo. D.
piogo de Souia , horoem de pooca eiperíencia miliUr , '
Í feitO general do eiercito.
ü,;,i,-f-n,C00^ílc
»
A fil de Jimho <ie á^ tisboa , c ebe^ a Tatiger' •
Anilla , londfl inarca d ita campo. llak; Hoinc , qtM
tinba junCado Dm"«erci(o seis veies maior qne «de
el-rei , se acampf na «la fmile a uma legoa da Alcaceis
quÍTÍr, Dá-ie batalha « 4 de agosto: oa poilagaetes
faiem prodigios : na prímeira iaveslida foi derroUda «
Tan^narda inimiga, asstm como a sva artilbaria ia k
caírem uosso pOder , e a-TÍctoría já era acdamada pel»
nossos,- porém um momento át snspeasSo fez perder d
trínnr». Os inimigos carregam sobre os nossos , eitennar
do9 peló calor e pela séde , e os cercam , detbaratandt^
03 inteiramente;
O nosso exereíta tere oito mil mortos , e maior n6-
mero de captivos : ot inimigos perderam mais de deioilo
mil bomens, '
-0 rei Uoíuc , grafemente doeüte , eipiron dettro di
liteira durante a batatha , e Ualey Hamet arogado no
río Uneacenr, indo na fngida.' El-rei D. Sebastíáo des-
appareceu , 6 ba grande conlradic^áo nosaactores sobré
se morren , on ficon prisioneiro.
O certo é que o reí portngnei naoapiiarecia, 0* fidal-
gos portagoeies prisÍ6Deiroi , reunidaa na tenda do no-
vo rei mouro, e os mesmos iaimigos, estavam crentec
qae era vivo D. Sebastiaoj
Um críado da casa real disse , qne íabta tmde estan
cadaver d'el-rei. Snppoe-se qoe esta declarB^áo do
criado foi s6 para ganhar o premio promettido pelo
rei monro a qoem o declarasse. Levado o criado ao si-
tio da batalba , laa;oQ mio d'nm corpo , inpossivet de
ser recenbecido. Estaia ttido retalhado, e bo naior
ettado de putrefic;io , por ter estado esposto ao inlgn-
so sol dnranle tres dias de igosto. rei monro chamoa
Al|DDi adalgo» priiioKÍros para o neoDbeccrcm ; po-
I. Coo^ílc"
féffl tms B priiKlpiq <»dA id»Dlá«si , e^ojvii 4i>eni
BBt Q n>rpa d-el-rei'O. SebBsUáúj Disje-iiedeppis, qae
ilto f4r^ uma estFsbegÍa para dar lempo a qus ^^-lei se
«Blvasse;.p<iis, julgtdo nM>rto, náo o^r<Kii''i'!'0B>BÍ3.
Maisrlaide, noisando j4 íiiippe b, o cadtvoT vein
para PoEtiJgál , e ae caji9«rira em Btíem.- Tamben) pos-
fteríomifinte app>r«csram algans Jii(tiirídw>B iatiUluidar-
•e D. Seln^á« rei dc Pc^Lugal. Vm d'ell«i d£U sarieg
Citidados 8 el-rei Filippe , pms muila genU scroditoa
^ve era o infalÍB rei portiigifei , e taltet nfia m esga-
aasscm.- (9)
ei Qnerfvwiitfif ñ*M tflIifWi*id«oft«»e,i>pi-efri(> W.
liio, ^e ficira c^pLiyq, e ilíifá,rf¡iila em ti|iqp|^ xd-
dadó, para melhorie poJer eicápar, comeguiu^la fu;:irpa*-
»do mais de um anno ; mai chegado ao Algarve , maiidDa
t*. SebaatiKo (ecrétBiHbDte'a «eu lio , qu* 'ocrufUTa o 'ieii
tbroilo, ávisol-p d«'>aa í:tt(!e«l» , • sue o ra>4«id respwdd-
I», que »'i«*cjá 4"^ T«i»? 1 «WBf^o ¿3p » m?»df*'l« p«*nder
O velho cardeál 'i novo ^l eitara cercado de Ctiríilavao
de Moura e acus Binigoa, qué qaerlain , e cDuKguirBm eo-
t^égkr 'Porfagal ■ ibnfuilia; e for Unt, «é' tal re<*MtB
Iwtire , derefim ■cT«iditaT qiie Eú iiMÍa obra 4*4 trwdír«
Sae vMder^m Portueal » f iUppe tf , do que 3» aip^is^?
e D, Henriqae,'que era quail cadarer ¡ e'tudp quantu le
fei DM ujtiino) dia* da lua Ttda , fndo foi 'obra da kMpa<
slmlBdiM.
O certo é gue inlitqlada D. ^ebaiti!» re) d^ Purtiie*}
paisou « IlalLf, e ríÍBflodo já ew Purtnsfl Fí1?,w>e '» "1*
UespatitiB , fui préso epi Venei^ , e cOQduziilo b Nspotci.
CTvíce^rei dé Napolei, conde de I,e"mo«,lh¿ fiillou etn pBr-
lIcúlBrÍdB^i de qtiBodo foí aahBÍKailor «m 'LittM» Junt*
^o ineaflTp f).. SisbHliivi, ÍKapiÍP, .o .<ío<|4^,,<:«rtO dfl qw
^Oaelle ho,(i|eui rra • prop^lO D- SeV^stiao rci de ^fl^Iugal ;
' í;oti.ÍemiiBdaa garés'pnr «odá. B TÍda , foi D. Sebailito
iBQttido {uiiwr g diiia''eH^, e'ó pvva^i'Vi.cautelu ^m
m
. Tin&a &. SebHtiio ^iusj y't^ a oineo sbdm. «en
TfÍBajdo /oi de linte e ujn aonos. Fei maitsi leis «
Smw dos eccIe«Í9»tMWf , e ¿eia Goidciria« á sqa Auctf
rr'ikde, e alterou muíui a.lcgisU^ao i^ofl reia aeusu»
^ecessoreg.
Sbiuoi S. pmiftiii I [ Cmo ) 17.* Rn.
'1578} A 22de.sgo«(o cli^ou a notfciado desaslrf
de, Alcjicer-quitír. a qa« lancoB PorlugBl m maior
cofisIcrDagap. cardeal D. Heorique toma Qonla dg go-
«erHo com. o titulo de protector , e cioco dias d^if 08
TretGitadot do Rdno , reunides emcortes 1 acGlanwrain
rei ( 28 de agoatG } ao meímo cardeal D. Benrique , GI1k>
d'el-rei D. MaBoel ,4endo já ses$«ita e Aeis annof de
idade.
k nagao , prevendo o« males qse a eBpera<ra > aooiow
pedia a el-rei noineasM um rei porlDgnei i poría D.
Henrique entretial» oi aaimos , d>z«Ddo que eeperav*
dispensa para cassr , quaodo elle ti eatava aonÍMCfnda
qvein melbor dir^to lÍBha ao foído. [ 10 }
ron elle Iia*U] D'uin ntvfo, qae o ntndiitla a 8. Latat
dc Birnneda , d« AnifalniÍK. Fallaram-tbe ot 4aqBM •)«
Hcdiaa SidoBÍa , c.U. SebaitUo perfnDion r/tir cmiu qoe
•'ieraai caDhacidÁi do rei ■ do daque. UmB etpada havia
.o rei dado ■□ duque, e logo a rcconheceu , ■uim como um
■Dnel que dera á daquCia. E dlne mali : B¡ie tmntl tak
i'fiaizD da ptára grmado a mei noinc. O «nnel foi Inpi
.dcKrBTuia, « e<fccUT«aacDte fiwado o fue dlii''
O rondemiud* á« g^léi, raeinioein fsrro*, dava cada *e*
■■li ruidido ■ Filippe. De S. Luc^r íoi tniDiporlMlo ■ nm
mtello, e Dunea maii le ranbe d'elle. E'' de inppor qae a
( HDJ 'Stíu ÍDta^ de &. Keitriqae iSo mui bqw
P'«a GMtra a mpMU que en nome lícHe w deu «o bj^
ü,o,i,-f-n,GoOglc
«19
Os^pTAenAttíM ersmt 1.* FÍU^'n rei de Beit»»<
nha, 2." Manoel Fetúbérto , duiim de Saboia, 3.* D.
Jntmúo , prior do Gralo , 4.* Aainmnilo Fariuie , prm-
clpe de Parnw , fi.° D. CatfaarÍDa , diiqueia de Bra^i-
^a. O 1.°, 2.* e 5.° pretendentes eram netds , e o 4.*
biineto d'el-rei D. Haaoel. O 3." Umbem era neto do
mesmo reí , por¿ni filbo oatural do ÍDfánte D. LdÍi. 0.
Catharina era a legftinaa guccessora, depoii D. Anlo-
Sio. 0» outros tinham perdido o direito por estranfei-
Tos , .s^unílo a lei rDndamcntal do estado. Havia nms
as irrisorias pretéa^óeg de Otbañna de Uediois , raí-
nha de Franca , e as do pipa.
■ ('1S79 } Éntre tantos pretendenles , e apertado ;»e)oa
castelhanos , el-rei se decide a cscolher ura siicccuor ,
inas a flnal nada resolve. Ajunta cortes , e Fiirfipe n
ajunta as suas tropas para apoiar as suas prelenQÓes.
Os senlifnentos dividein-se , e o medo faz al^ um parti-
do a favórjdo rei de Hcsp^nha ; muilos querem a duqnc-
Hi de Braganga, e gerahnente o povoquerD- AnioDÍe.
EBfpaquecendo o rei.de sande de dia em dia , o con-
selbo proclama os govemadores du reino , ^ue sao tia-
cft : — D. Jorge de Almeida , arcebispo de Lisboa ; D.
Francisco de Sá de Meoeze»; D. Joáo Hascaranbas < o
beroe de Diu; Diogo Lopes de Souza , seohor de Mi-
rasda; e Jq30 Telles de MeDezes, senhór de Avelrai,
os quaes tomaram o juraiñento de governarem seguodo
M leis do reÍDO.
( ISSO ) ^m quanto os negocioi do reino amea;avam
B ■abversáo da moaarchia por ciusa da successio , os
pererido no Algsrve. Se D, Henriqne fnue de ,tal Mbedór ,
por certo qne, tertllcsda a idcBtÍdade da peiÍM, «llt llio
eRtreiaTi a reiu. ■
0,i,-f-n,GoÜglc
negodot áñ tadl» canUnaavBih » pFOSperar delutto áo
gonma do conde da AtougDÍa. Na Ífrica', Paulo DiaS
de Noraes otiriga orei de Angola a fazer i paz. Mor-
n o * íce-rei da India : suecede-lhe D. Fernindo Te)le>
de Ueneies. Uorle do Idalcio.
Alrreiii-se as cortes em Almeirim. D. Antonio Pi~
nheiro , bitpo de Leirii , fei o dlscnrso da abertnra ( 11
dejaneiro ). El-rei , alHicto , eada vei se debilita maii,
IX Calharina paríe de Villa Vi^osa para Alméirima
»« o tio, fatla-Ihe, e o reí resoive-se a declaral-a sii(^
ccitara ; porém D. ChristOTÍo de Monra , do parlido de
Hespanha, o impeije, e n'esta irreso]a;iú continaoa
até ao dia 31 de JBneiro , em qne falteceu.
D. Henriqne fpi prior commendalario de Santa Crot
de Coimbra, arcebispo de Briga, d'Evora, e de Lis-
k», inqnisidor geral , CBrdea) , regente do reino, e
pornltimo rei. Poi insigne theologo. Mandou facer pelo
desembargidor Duarte Tftincs de Leáo uma conipi)ai;3o
de leis Dorissimas, fundou a qniversidade theologica
de Evora , « militos co))egio3 e eonventos , e a rorla)»'
n de 8. Íuliáo da Barra de Lislxu ; porém quasi lodo
dnrante a sna' ugencia , ou mesmo cono arcehispo , e
peacas durante o seu curto reinado de dezcsele mezes.
Horrea em Almeirim a 3i de janeiro de 1580 na ida-
de de sesseota e, oito annoB. Havia naacido em Lis)>oa
S 31 de janeÍTO de 1512. Jai no conveDto de Belem.
BS«VarDO IMTEBBECÍNO.
" CoBJ a morte d'el-rel D. Henriqne comeíiiram os
cinco governadores, a governar o reioo ; mas táo dcsn-
nidos , lemerosai , e abalaáos , qne cada nm seguia o
partido dot oppoiitore» , a qae ■ piopensSo qs inclína-
I. Coo^ílc
m
*a , w talrex o altractjvo áo loteresse, iS<tllo mxí» ¡flc»-
ram perplexos , quando viram que el-rei D. HeRriqn»
no seu testamento náo attcndéra mais dt> Que is couuw
.da sua alma , deiiaQdo as do reiao ao arbjU'ia ^qs jní-
les que havia nomeada em eortes. goTerao leune cor'-
tes em Almeirim.
As prelengóes crescem. A raioba Isabel d'ln^aterrp
tambem veai com a sua. Qs governadoreg cada v«4 e|r
láo mais teQicrosos. D. Aiitanie íinha o pofo por $■>
mas náo tjnba o poder. A casa de Bragan;a s¿ lÍBha o
apoio do dlreitp, resolvido oa Uoiversjdade d» Coim-
|)ra. Filippe II de UBSpaikha atqea^va ludo £0« o di-
reito das arnai.
Com taes intenQées nao'qaíz Filippe n egperar a len-
tgnca dos juiies , « manda reuuir eip Badajoi um 4xer-
■cito para invadir Portugal, ás ordens do fanoso duqup
d'AUa.
Sabidas ^s inten^oes do rei de Hespaoha, i^ffmt
prelados e .nobres, em qiwin o ptnor da patria estava
.aciraa de tudo , uoem-se ao partido popular de D. Ao-
toDio , e eslo é acclaouido rei eo) Santa^ein [ 2i de jo-
oho ). Passa logo a Lisboa , sólLa os presog de I,iaiaeif
ro ; foi residir nos pa^os da Ribeira ; comecou a passftr
provisóes , nandou bater moeia , e rioalmentie intilulou-
se rei , e alKUinas viJlas do reioo seguiram a sua vox.
Os governadorcs da reino retV'am-se de A|iDQÍri||i
para Setubal , é dcpois a S. Lucas. Declaram rei a Fi-
Ítppc n , por Alvará datado de Badajcn a 7 d& agosto.
Este alvará é assignado por D. Joáo Msscarenhas , Prao-
cisco de Sá e Menezes , e Diog^o Lopes de Souia , a re-
feraadado pelo secrotaiio FÍlipp«^uDadilTaiesPet4ra.
0,i,-f-n,CoOylc
SKinoi D. Ajitoii».
Fílippe n, sabendo das open;oes qoe en Lisboa
eiecubiTa D. AntoDÍo, prior do Cralo, wandi ao dn-
tfae d'Alva, que com o seo esercito intadiue Portn-
g»\. O duqae logo occupa Elvas , Estremoi, £« ora ,
jfoate-Mor-o-NoTO , Seíubal , e depois de se faier se-
Bbor do forte de S. Juliio da barra , poe cérco a Lit-
boa, acampando fóra da ponte d'Alcantara._
D. Antonio nlo era o mestre de Avis . nem IS80 era
1S83. Cocpiudo espera deaodadameaie o ÍDÍmigo , e
apesar de nao ter mais de quatro mil bomens mal ar-
mados , accommette o exercilo castelbano , forle de vio-
le e dDÍs mil bomens <Jiscipliaadlsslmos , e commaBda-
doj por am tao acreditado general. O dnque d'Alva
dcsbarata os esqnadroes portugueies [ 25 de agosto ] ;
S). Anlonio foge, e os caslelbinas veDcedores e furia-
<og entram era [jsboa.
Os governadores da cidade entregaram as cbares
d'ella ao daqae vencedor, que logo mandou presidi^r
CMtello com tres mil CAStelbaoos, e imiita arlilha-
rii , e D. Filippe é acclamado rei com o nome dc YÍ-
Tbbcxuo Pbbiodo.'
Jh/nMtia PhiUppina.
O SnvoB D. fmírn i (0 PBcoEinB} 18.* Kei.
{ tSSO ) O duque 'd'Alta esUva seahar de Lisboa e
do Alemteia, e ao reslo do reioo- nlo havia quem ro-
siptissé a Fllippe n. que fai acclamado rei pelo direito
do mais forte. Mánda ír a oobreia do leino & uia p*"
,u8lo
i06
«en{i pará p>eslar óbeiliencla eo hoto réi. pDbllcAo-st
um armisticio , e I), Antocio é decrarado traidor , per*
tDrbador da paz , rebelde a seu reí , e inimigo da pa-
'tria [ 11 } ; o conde de' Viniioso , o bíspo da' Goarda , e
cincoenta pessoas de distinccEo náo entraram no ar-
misticio.
D. Anlonio baTÍa rétirsdo para a provincii do Mi-
nho ; por£m nao tendo meios para contÍDnar a resisten-'
cia , porqae os anjmos estavam abalidos , embarca parft
Fran^a.
As ilbas dos Acores conservam-se flejs a D. Antonin.
Ao seu governador D. Manoel da Silva havia D. Anto>
nio feíto conde de Torrcs Vedras.
£m quanto ti reiAO era subyigado coni tanta facilida-
3e, os nossos generaos na Asia t America ainda faziam
a admira;áo do miindo. rei de Cejlio , que nao tinba
filbos , fai doacSo dos seus eslados a el-rei de Fortagal.
Horre a rainha D. Anna de AusUna , mulhcr^e Filip-
pe I ( 26 de outubro ]. Por alvará de 4 de reverein» de
1581 é prohibida a moeda de D. Anlonío.
(1581) Filippe I, ji acclaniado rei , ainda aisiiR
'convoca cortes ( 12 ) para o reconhecerem reí ,- e a sen
filho D- Diogo principe herdeiro.^l-rei parte de Ha-
drid para Porlugal. Em Thomar , perante os Estadoi
do ReÍDo reuQÍdos em cortes , presta o jaraménto de -
bem governaro reino segundo as suat leis.nsos e cos-
lumes [ 19 de abril ). Cuninha para Lisboa , onda fex
uma entrada com magDincencia nuDca vií(«. Come^on
n declara tni-
(IZ) Dm rort'ei «Dtis» foram eítM ai idIcü a qae «s
póde clmiQar Chancelbria , poii ferun recoBbcccr «ni !■•
«1« CMuaaamade.
(11) NSo é nil, Um prínclpe eitrBB|:eiT« d
dor e inimigD da patria a. um prÍDCipe portusn
I. Coo^ílc
m
t lrsl>t ús porlDgoeiet com afTibilidadc > finendo-IIiel
muitaa merces , e augmenlando os privileglos do reÍHOi
Taiila liberalidade enganou muiloi , qtie só mais tatdo
■e desengaBarBoi , quando viam a patria escravisada , s
governada como paii conquisledo por estrangeiros.
Horre o duque de Bragan^a ; e eUrei , que sempre
se receava do dtreito d'aquella casa ,. propoc i duqneia
e easar CDni e])a , o que ella recusou com digoidode e
grandeia. Quando el-rei falla¥a com a dDqueia, eri
Gom um respeitó sigDÍficatÍTo, qtie bem moslrava qu«
]))B devia muilo,.e dcvia floda mnuu que uma coroa,
Dai DoasBs conquislas chegavatn as frotis com im-
ntensBs nqueiaa , e com a nolicja de ua Asia , Afríca ,
Amcrica , e na Madeira , haver sido reconhecido el-rel
p. Filippe. Só es A(oret nip se curvarami D- Francis-
CO Mascaraphas . condc. de Sanla CniE , chega á Índia
á tomar conla do goverño. No Braiil governava Mt-
Boel Cabral da Veiga.
' [ 1K82 ] A. ilha de Labna , nas- MoIucbs , submetle-
■e Bs nossai armas. re¡- de Fran^a reconliece D.
IntoDÍo camp rei de Portugaí , e Ihe dá auiilio.da
uma esquadra , tropas e diuheiro , com que parte para
os Agores a ouir-se aos leaes , que ali sustenlavam a sua
. D. Antonio desembarca com ot francezes em S. Hi-
guel, áo mesmo tempo que chegava a esquadra hespa-
Dhola ao mando de D. Alverd Ba^an, cnnile de Santa
Cruz, Os fcaDceies s3o atacados e vencídos depois de
reuhido combale. D. Antonio fugiu vergonhosamcnte ,
e attribue-ge a.perda do seu {Mriido i &ua cobardia.
D. Hanoel da Silva , ou o conde de Torrcs Novas , con-
tÍDÜa a sQstentar as ilhas do archipelago aijoriano. Os
fruueKi priñoneiro) forus tido* oomo piralas , e en-
,u8lo
(brcádos. t>. Alraro Ba^an 6 dei'ado áe cónda a marqKf'
dc Santa Croc.
Horre o principe D. Diogo. El-réi convoca corlea
para reconhecerem principe herdeiro a scu filho D. Fi-f
lippe.
( 1583 ) EUrcÍ Jurs de novo conservar os privikgioj
de seus ñofos subditos , e relira-se para Restianha , dei~
xando para gOTCrnar como Tice-rei a seu sobrinbo A1-'
berto, eardcal e árchiduque d'AusCrfa. Morre em Lis>
boa o duque d'Alva. marqnci dé Sanla Cruz ttppa-
rece seguñda vez nos Acorcs , rendc as ilfias , desbara-
Va partido dc D. Antooio , é o Talorosci D. Hanoe) út
ffilva perdcu a Tida.n'um cadaralso. O rei de CháU sé=
faz trihiJtario a Partugal.
(158i) Ticc-rcinado da India estaTS enlregue »
Duarte de Metieíes , conde de Taronea-, e o do Braci]
* Manocl Telles Barreto.
( 1587 ) Os portuguexes lCTantam Tortalezá' em -UaS^
<Aie, D. Panlo de Lima expugna a cldade de Jor , e
enlra triamphante cm KlDlaca, O bispi) da Babia D.
Antonio Barreiros goTema o Braiil ; e a colonÍsa(ia
d*aque)Ie vasto paÍE augmcnla.
, ( 1588 ] O goTerno da ladia é entreguea Vanoel dv
Souza Coatinho. '. '
D. Pilippe junta em Lisboa a famosa arfnada cliatÁa-
á^ a TnveiteiTEÍ, Bra composta de mais dé rento e viate-
Háos, e destinada a conquístar a Inglatet-nr. O com-'
' mando de lao soberba esquadra foi dado ao duque de'
Medina Sidoaiá.
Salu a esqnadra do Tejo navegando para o eanal dá|
Mancha para recehcr era Ffandres mais cincoenta míl
bomens dc dcsembarqne ; porém antes , uin forte tem-'
porM' desiF'aiu a 'esqusdra ('97 de julboji 'almiratrtfr
m
Íligkü Bnke , ttm naf ios mais costeihis , cafn sobre n
naTÍos dispersos , t[\K aprisiotioD , ob melteu no fundo.
A- perda da Hespantaa foi de cem náos , linte e cinco
vril homena , e mais de nove milhoes.
£' adTDÍraf e) a flrmeza e sangue frío com qne Filippe
revefeen tSo desastrosa noltcia. « Blandei , disse elle ,
nínha armada para coinhater os ÍDglezes, e nao os ele-
menlos. n E logo ordcnou que soccorressem os desgra-
^des , e recompensou aquelles qoe se tinham distin-
goido.
( 168S ) Isabel , rainha de Inglaterra , esEimnlada pela
itova'sáo que seu cunhado quixera faícr. no scu reíno ,
vde búscar ■ D. Anlqttlo , que pobremente TÍYÍa em Pa-
rtí , e fai com' elle um vergnnhoso tractado ,' pelo qual
se obrigava a conqutslar~lhe a coroa. Dma esqnadra in'
gleta com doie tnil hDmcns de desembarquc chegam Js
eostas dd'tortUgal , e desembercam na Ericeira e Pe-
niche. Sabidas no reinu as condicoes cnm qne foram
dkdds slmflhantes soccorros, ninguem se quix morer
paí» sftr eseraVo dé Isabel. Escravidao por escravidáo ,
cá linham uma. D. Anlonío nvarcha até Cascaes; porfm
Mndo passados cinCo dtas, sem qnc alguem se Ihe re-
Onisse, e vendo qtie o e)icrcilt> de FiH))pe se'preparave
para o ir atacar , rernibarca com os seus inglezes aii'
Xillartis , e nunca m.-iis lenlou fortuna.
Conquista completa do rciuo de Angola.
(fS90) Mathfas de Albuquerqne vice-rei da Indía,
e Christováo de Barros no Bratil. Tomada de Candia ,
Mpibt'dH ilbff de CeylSo.
■ ('Bg* ) D. írancisco de Soura vice-rei no Braril.
{ 1594) archidoque Alberto váe parirarcebispo dc
TOIedo, O ^oterno do rcfno é conflado a uma rcgencia -
de'«ÍM« HmMliT«s — arcelJispo do Lisbea , e conde
I».,,,;. I. COO^ÍIC
11«
de I>DrUlegr« , b conde do Sabc^l ,'« coad« di SnUi*
Crui (Mascarenhas), e UÍBuet de Uoura.
( 159S } Gabriel Spinosa se fai .pagsar por D. Sebat-
tíio. D- ADtoaio , prior do Cralo , escreveu a sua bist»>
ria ein doí» volumes , e morre eni Parfs inslítuindo o rei
de FraD^a herdeiro.dothrouodePortuf^al. LevantaB^so-
fortaleiag em Solor.
( 1597 ) condeda VÍdígueira vice-rei paraálndÍB.
rei de Portugal accláma^o rei de Ccf láo [ 33 <te maia}.
Terremoto eni Lisboa, que submergiu cinco ruas do
bairro de Santa. CatbarÍDa.
( 1S98) D, Filippe i goverDOU em Portngal dezAÍtO
annos. Uorreu uo Escurial a 13 de setembr» de 1&98|
tendo selenta e um annoi de idade. Havia nascido em
Valfaadolide em 15^7. Jai no Eseuríal.
Sbhbok D. Fiuppx n ( Pio) 19.° Bn.
(ISíA) Pela morte d'el-rci D. Pilíppe i siibiu. av
Uirono petí lilho o principb D. Pilippe , tendo vvite an-
ws de idade.
Filif^e n deixou oi negocios -do rcino á diacri^
io seu mÍDÍstro o duque de Lerma p bomem incapa^ de
goTernar.
A iMlitica a respeilo de Portugal modou. Filippe t
deiioa' gozat aos portuguezcs os seús privilegios , po-
rém OB minigtroa do seu successer foram cohibindo essas
regajias,
( 1599 } D. Fr. Aleixo de Ueneies «rcebtspo de Gda
TÍsita os povos cbristioi das serras de Ualabar, e ce-
lebra synodoi.
(1600) Primeir^ eipedi^áo dos- hollaDdeiei , e ia>
gleiei it Uolucai , ipai lem lacceHO, íundasáQ d'oum
o,i,-f-n,Googlc
cut forte nó 1*6^6 pelo célebre Sahador.Itibeiro' de
Souu , qae chegou a ser aGclamado rei do Pegú eni
' Ayres de Saldanha no loTemo da India. Os hóllan-
iems augtnenUm o n'dmOTo das suas náos nas Molucss ;
parém o vke-rei mabda Aodré Futtado de Mendonca
pafa ÍDÍpedir o commercio d'aquellei intaiores , o que
coosegue por alguns amos , -ganhando grande repuU^ao.
( 1602 ) Vtagem do jesuíla Bento dc Goes ao desco-
'brímento do GFan-Cálay», Diugo Boieltra' goverini o
Brazil.
■{ 1603 ) Publica'SQ a Ordeiuelo do reino , qne aiiida
hojevigora, na maior parle.
( 1604 ) D. Marlioi AfTDnso de Cftstro gove>rna o Brv-
nil. O goyemador d'Aogbla , D- MHnoel Percira Porjaz ,
tenta descobrir coramnnicacáo pelu inlerior para a cosla
.oríental da Afríca ( ISOe )'.
(1607) D. 'Fr. Aleixo de Meneies , arcebispo do-
G4a , goierHa o Bsudo da India , e Nicol&o da Hcirla
'Vein de Gba a PortBgB) por terra. O Monomotapa dia.
4 et-'rei de Portogat as minas que se acharsm nos geus
eBtados. rei de Achem , induiido pelos hollandezes ,
manda maUr lodos os portagueiee estabelecidos nos sctrs
esUdos. Os hallandezes s3o derrolados em Ho^ambique
(39 de martjo). impetador dc Honomotapa sé Ijga
c«m os.porlugueies , e manda seus Rtbos para se instrui"
rera na religiáo chrjsti.
'( 1608 ) El-rei manda jurar eni Hadrid seu fílho Fi-
líppe , de Ires mtnos , principe herdeiro. Governa a In-
dÍB D. Joio Pereira Porjai , conde da Feira , e o nosso
imperío ali Táe em'decadencift. Braíil prospéra de-
baixo do governo de D. Diogo de Menezes.
' '(1609)CoBquiitad«ilbade,Satidiva, pertodeBen-
gali , goTemtoda t ludia André FnrtKlo de IIendoti{a ,
e Ruí Louren^D de TiTOra. . ,
( 1610 ) Publicacio das TÍagens de Pedro Teix.eirB.
( 1613 ) VJagens de exploratio i ilfaa de S. Loaren-
^ , ordenadas pelo vice-rei D. Jeronimo de Aievedo.
Gaspar de Sonia gorerna o Braiit , e as oossas possessóes
Bli prosperam , apesar dot esfor^os reunidos doi gea-
tíos , bollandczes , ingleies , e fraocezes.
Filippe n reconhece a ÍDdependencia da Hollandi ,
com quem fai pai , deisando Portugal em gnerra coiB
os hollandeies.
( 1614 } Os franceteS'Sao espulsos do Uaranbio p or
JeroQÍmo de Albuquerque Coelho, que laofa ut funda-
.nentos iqoelle estado.
(1616) Come;a a perda das nossas eonqnistas no
oriente.
(1619) El-relFiIippe vema-Lisboa, ajunla cortesr
e fai reconbecer a seu filho Ftlippe priocipe herdeiro
de Portngal. As fest^s qne se flieraoi foNm táo grat>-
des , que Pilippe disse , que sú n'aquelle dia fóra rei>
O rei de Dongo , no serlio de Angola . se nos sujeita.
( 1620 ) Os boltandeies lanfam os fandamentus á ci-
dade de BalaTÍa, na ilha de Java.
( 1621 ] Filippe H de Parlugal já gOTernaTi ha Tinte
e dois aonos. Nao dissimDlaTa o odio q^ae tinha aos por-
tngueies ; mas o odio d'estes conim os castelhanos taift-
bem crescia cora a oppressáo de que estavam sendo tl-
Ctimas. A safda das tropas para os Paiies-Bai joí . o
traclado com a Hollanda , ai TeiatÓes continuameDta
feitas-a todas as classes da sociedade , foram as semen-
te* qne , Tinte snnos depois , produziram a gloriosa r^
to1d(Ío de 1640.
Morreu el-rei em Uadrid a 31 de DMr^o de 1631 ,
o,i,-f-n,Googlc
.toido quarenta e dois aDno» de idada. Havia nascido
cm Aladrid a 14 de abril de 1578. Jai no Escarial. .
O Senbok D. Fiuppb tn (0 Gbahdb) 20.° fiei.
(1621 ) Succeden a D. Filippe n de Porlugal o príii'
cipe D. Filippe, (endo dCKeseis annos de idade.
Em Tio esperavam os portiigDezes meinoras na sna
condigáo de vassallos do no»o rei. Fllippe ni, onpor
aversio propría , ou por inspira^oes alheias , continuoa
a ser l; ranno como seu pae , raiendo a Portngal aa
extorsocs mais injustas , tractando os porluguexes como
bratos , empfegando a corrupcao para a'char , enCre ^s
paturaes , instrumentos para faier execütar os seus dam-
nados pTanos.
( 1622 ) Apesar do abatimento a qne nos havia redn-
.tido o prccedente e presente reinado,.Bu; Fréire de
Andrade, na India. aiuda sastem a gtoría de Porlo-
gal , Tcncendo por tres Tezes os inglezes e hollandezffs
DO roar Roio; mas taes esfor;os eram inuteis nüo tendo
apoio-do governo.
( 1624) Os ingletes e hollandeies, alliados Com os
persianos , nos tomain Orinui. Os jcsuitas portuguezes
esiendem as soas missoes at¿ á capilal do Grio-Tibet.
O commanilante da pra^a de Hazagao derrota alí am
fotle eicrcito de inouros.
Os hollandeiefi aUcaro o Brazil. Os seus almirantés
Ermile e Wilbens se apoderam da cidade de S.'Salva-
dor da Bahia ¡ mas d'ella sao expnlsos rio anno segnin-
te (162S).
(^1629 } Henriqae LonoVe , almirante bollandcz , des-
embaFca em Peniambaca, e toma Olinda depois de
8 «
lU
oma falorosa defeDsa feita pelos portnenetes coniinaa-
dados por Mathias de Albaquerque.
( 1630 ) A frota qae Tinha da ChÍDa para Lisboa é
tomada pelos.hoUandetes.
(1634, 1637] Cuntinoam os bollandeies as suai
eonquistas no Bratil , apoderando-se das capitanias de
Tamacará , Parafba , e Rio Grande. Pedro Teiieini em-
prehende Dma Tiagem do Pará a Quito.
Filippe m manda a daqaezá áe Mantaa na qaalldada
de Tice-rainba goTcraar Porlugal , o que eiaspera os
portDgaezes.
As desgra^as sobre Portogal sáo continnas. As nossas
possessóes sao atacadas por ingtezes , franceies , e hol-
íandeies , que , a prelexto de taier guerra a Hespanha ,
nos conqubtaTam as nossas colonias , qne em gnnde
parte naoca mais voltaram ao dosso dominio. As nossas
~ tropas e recarsos , em vei de se empregarem em segu-
rar is conqaistas , qae tanlo sangae "nos haTÍam casta-
do, eram empregados nas gacrras da Catalunha, de
Franja , de loglatena , e da PUndres.
Na Asia e na Oceanta quasi todas as nossas ppsses-
sóes nos tinham sido conquistadas pelos hollandczes e -
Ingleies. Na Ameríca e na Africa/levavam o mesmo ca-
mioho para os hollaodezes e francezes.
SimÍlhaDte estado de consas era o mais desesperado.
Todos albavam para o duque dé Bragan^a , ou todos
qaeriam a liberdade, que só Ihes podia vir com a mo-
narcbia legltima , ou com a republicarjá em 163S esta-
vam os espirilos em tál agitagSo, que , prégando em
ETOra o padre Gaspar Corría , jcsuita ,- eslando presco-
te o duque de Bragan;a , disse elle : — Prineipt , verei
' ainda tohre a vMia cabeca a eoroa dt gtoria , á
jTHo' proia ao SeiAor jue to4ot nót chegvmoi. Aquella
Couslo
' üni incidente abrcviou a rcvolui^ao para o ú'u 1 .* á'í
dezembro ; a dnqae foi logp d'isto preveDÍdo. Aoa seis
priinitivos restanTadores já estavam associados alguiis
DUtros fidalgos , cavalheiros , ncgociantes , e cidádaos
chefes de familia , ao todo pouco maig de trczentos.
' .Erarn nove horas da manha do glorioso dia 1." dc
deiembro de 1640, quando os conjurados se dirigiraig
ao Terreiro do Pat^o para dar liberdade ao rcino , o»
sepDltarem-se com elle. Víam-se entre ellcs os ÍMbos de
D. Maria de Leocastre , e os dc £>. Filippa de VilhcDa.
condessa da AtoUguia , a queib snas maes armaram o
^shortaram a combatcr denodadamenle por táo justa,
CBusB. signal do ataque foi um liro de pistota dispa-
rado por JoBO Pinto Ribeiro, e oo mesmo iustanle os
eonjuradog se dirid^ em quatro handoa , e ao grito
de — viva D. Joao iT rei de Portugal, liberd^de, li-
berdade — catram sobre 04 iMnt08.qne Ihcs haviam sido
áestinados. 1.* bando , gniado por D. Migoet d'AI-
meida , ataca a guarda aHema. O 3;*', guiado peto mon-
leiro m6r Hello , seu irm3o , e Estcvao da Cnnha , otaca
a gnarda bespanhola diante do fbrte , obrigando-a a rcn^
fter-se e a dar vívas a D. Joáo ir. 3." , guiado pcl!>
caHtarísta mór Telto de Mcnezes , e Joiio PÍDto Itibeiro ,
ae dirige cootra » secretario d'eslado UigDel dc Vas-
concellos, b qaem apunhalarain , e tan^aram pela ja,-
nella fóra. Vasconcellos era jostamentc mais odiadfl dn
qao o fóra em 1383Lo conde Andeiro, quc tcve igual
sorte. Andeiro havia nascida gallega; porém Vasconr
eellas , nasGÍda portuguei , fot um espurio , tornaudo-
■e.GegOÍDstrumento de Filippe para tyrannisar seus p a-
trÍGÍos. O 4.*, guiado por D. Anfao d'Almada • Pedro
d;e Hehdon^a, D. Carlos de Noronha , e Anlunio de
Saldanba , se asscgura do palacio ,^e da viee-rajulia du-
"i».„,.-. I. Coo^ílc
48«« de Hantoa. BsU , •dmiFada de UBto roido , ^>e-
Koa a onia Janella a ver o que era. Cbegaram do mea-
mo ioaUnte D. Miguel de Almeida e outros , e queren-
do a daqueia sair do qaarlo, os conjurados a detive-
ram láo resjpeltosamente , que elta se aDÍmoa a pedir-
Ibea, que entrassem Da obediencia d'el-rei filippe,
poii assai estaTam vÍDgados com a morle dc Miguet de
Vasconcellos ; que ella Ibes prometüa perdáo. arce^
bíspo de Braga quii fallar a Tavor do Fitippe it ; po-
rém: foi interrompido , e maDdado calar por D. Uigoel
de Almeida. Entáo os conjurados disseraoi á duqneia ,
que já Dáo rec.oDheciara por soberano a el-rei Filippe ,
mas sim a D. Joáo iv , e qoe houvesse saa alteia de
recolber-se ao sen quarto para evitar qiic alguem. Iha
faltas5eaorespoita.-Como?L3nQando-apcla janellafóra.
Conciuidos estes ataques foi o duqae dcBraganta.ac-
clamado rei de Porlugal pdo nome de D. Joao iv pelo
povo qae corria as ruas de Lisboa , levando Alvaro dQ
Abrancbes o estandarte reat, e depois o foi tambem
por todos os tríbnnaes, corporat^oesiSfo, A duqueu) foi
obrigada a ássignar as ordena para a entrega do cas-
teHo e de ontras fortaleias de Li&boa. D. Rodrigo da
Cunha , arcebispo de Lisboa , foi incaBibído do gover-
no alé i chegada do novó rei. O arcebispo tevc por
coDselheiros p. Uiguel úe Almoida , Pedró de Jlen-
don^a , e D. Antao d'Almada.
QvtKTO PllIODO.
Djpuutía Brt¿atttina-
O Ssmoi D. Jolo IV (0 R«TAUBaMk) 91.' Ru.
(1640) O.daqne de Braganfa eslara accUmado rei
4< Portagal , recupenndo pela for;« ii» cousai 9 dt<
ü,o,i,-f-n,CoOylc
tlft
nito qoft ba lenenta mtí¡a Ihe estafa D»iri»do pela
íbr<^ nuior. Nunoa m viu uma reTolu^ao mais felii ;
em tres bons ■ e apenag com a perda da f ida de Ires
ifldividuos odíados , derrubaram os portugueies uma áj-
Butia iDtroduzida peio direito do mais forte , e collo-
caram no tbrono a d; uaalia que lá defia estar dasda
IfiSO pelo direito lesftimo.
- üo mesmo dia 1.° de deiembro, o arcebispo regeo-
te eipedia para Vílla Vigosa a Pedro de Meiulon(a,
e moideiro mór Uello , a preslar bomenagem ao naro
rei, e pira faielio conduiir logo para a capilal, nio
BÓ porqBe a sua presen^a se ioroava moi precisa , mii
porque em Villa Vi(osa'esUva exposto a ser sorpre-
bendido pelos bespanhoes. Aa mesmo tempo se espedi-
nm ordens para todas as terras do reina e proTÍnciai
do ullramar , a Gm de que fosse acclamado o rci por-
üignei. e fossem sollos todos os presos politicos.
' A dnqueza de Mantua foi mandada retirar par» •
paCO.de Xabregav, sendo acompanbada pelo arcebispo
ds Braga, e tratsda com a msguiíiceDeia e respeilo
davido á.saa alta gerarchia.
.' EWei psrliu de Villa Vi<;osa a 3, e ehegoa a LÍs-
hoa.a 6 de deiembro. N3o se póde explicar o alToro^o
4a cidade ao receber a noticia da cbegada do monar-
cba ; todos o queriam ver ; derramaram-se muitas lagri-
mas de alegria , de amor , e de salisfagio.
D. Joáo IT logo determÍDou ser coroado no dia 15 de
- deiembro , para o que se Qieram aprestes no Tecreiro do
Pa^o , e ao mesmo tempo se expedirim btísos a todosi
os titulares e fidalgos do reino, para se acbarem em
lisboa n'esse dia.
De todas' as terras do reino chegaTam notfcias de
w B'qllu acclamado o novo rei , e as guaroifóes cm-^
ü,o,i,-f-n,Co0^ílc
tQllianas se rendiiiu . icDdo logo as prs^tn giurnecidu'
pelss tropas portiiguezss qae á pressa se orpaDÍsavam,
O conde duque de Olivares. primeiro minislra de
Filippe IV , nño pdde acrcditar tal rcvolugaa. e nao sa—
bfa como havia de annuDciar ao rei uma siiuilhaDte no<
va. A (inal com um ar risonho se Ihe appresenta , e dii :
■ Seohor, -venho annunciar a vossa magestade uma fe^
Itt nova : vossa magestade tem um ducado mais que
ajunlar a seus cslados. s a E como? replicou o rei. ■ Íi
porc^oe ( Ihe torna Olivares ) o duque de Braganfa en-.
louqueceu, deí^ndo-se proclamar rei por um povo'
seduzido ; seus bens vSo ser confiscados e reunidos á
' ¥0ssa coroa. » rcí porém . a pesar da sua cegueira,-
duvidou bem da facilidade de similhaDte reuniaOi por-
que se coutentou em diüer : « £ preciao sem deznora
ouidar em extinguic uma lal revolucáó. ■
Passada porém a primeira impressáo , a govemo hés->
panhol julgou que , para reduiir Portugal , nao era ne-
cessario pór «xercitos em campo ; que uma assigniita-
' ra d'el-rei Filippe era sufBciente para reduzir i ob»-
díencia uma nacSo destiluLda de forcas . sem armas.
sem gante com exercicio militar , sem náos , e semdi-
nbeire para se poder defender. Similfaante juizo a res-.
peilo da revolucáo porlugueia foi reslmeDtc o queS'
«msalidou , pois deu tempo a que ludo se apreitasse
para uma rigorosa resistencia , quando mais tarde dok
alacarHm.
Chcgou dia 15 de deiembro , destinado para a co-
roa^o ou acclama^ao solemne do rei. Dois grandes.
theatros se haviam alevantadonoTerrcirodoPafo, pnra
onde el-rei se dirigiu acompanhado dc todos os grandes
do reino, arcebispos de Lisboa e de Braga, inquisidor
gflral , prelados , e oulros iBUÍtoa senbores. Diarqiiez d«.
o,i,-f-n,Googlc
FerreiF» «sristki como condesUvel ; en alferesmir D.
Férnad Tellade Meneies; secretario d'estadn-D. Frai»^
cjsco de Lucena , Taráo de grande capacidade , e rara
merécifnento. AsseDtou-se o rei no Ihrono , e )he appre-
seritaram a cn» e o evangelho , e ajoelhBodo deu o ju-
rámento.da maneira seguinte :
■ }aro , e prometto reger e governar este reino , a
adminisirar n'elle justí^a com aqoella pruSencia , siso-
df<za e moderi^o que me for passivel ; manlec os usog ,.
costomes, e dlTeitos d'esle reino, coucedidos e coif
flrmados pelos reis meus anteeessores. ■
O clero , a nobreza , e o povo denm depoit aeo
Jarametito de fldelidade : o primeiro qae o veciBcou fof
o arcebispo de Lisboa . que disse :
■ Eo juro qae recebo por meti'tegftimo rei , e ver-
dadeiro senhor . o alto, poderoso , e grande re[ D. JoSd'
iT , a quem Fendo homenagem em nome de todo o cle-
ro d'eslc reino. » Segniram-se os outros.
Acabada esta ceremouia , e por entre as scclama^oet
e TÍvas do poTO , foram todos & catbedral na mesma or->
dem com que saíram do pa^o. No camínbo estava o oor-.
po do sénado , e o desembargador vereador Francisco
RelKllo recitou um discurso analogo ao assunipto. Em
sefiuida oonde de Canlanhede, presidenle .do -se-:
nado, tomou n'uma band^a de ouro as. chBTes da ci>
dade , e as appresenlon a el-rei.Continaou sua mages<-
tade o caminho pur entre o povo immeno , que o vi-.
ctorÍBTa; e chfgsndo i^si, o arcebispo o recebea de
pontifical. Acabada a missa , el-rei voltou ao pa;o com'
mesmo seqtiito , c appliusos do povo.
A ceremonia da eoroa^áo foi o grande 1a;o com qne
el-rei se ligou com a na^áo; e se el-rei nunca'depois:
faltoU'Boi s¿ut juramoaUii , Umbem A m^aoMiWata-
te sustentou o seu.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
'El-m e ■en gOTemo eram activiniitioi em proier
a> pra;tf froolciras áe guanit;óes e de iuuni;5ea de
gaerra , e se preparava para apia séria canipanha ; sen-
do nolBvel , que em quanto o governo portuguei obra-
va llo energicameDte , o de Hespanha , por uma impre-
Tidencia que náo se póde eitplicar , náo procuravB k-
riamente alacsr Portuga]. , '
[ 1641 ) Os Tres Estados do reino se reunem em co^-
lei na cidade de Lrsboa. A 28 de janeiro reconhecem
a dynaslia bfigantina ; depols regulam tndo o oeceMa-
rio para a derensa e segurau^a do reijo , para g que
se maDdaram Taier nos paiies ettcangeiros grandea com-
pra» de armamentos, muni;5es de guerra, e eogaja-
mcDlos de tropas.
' £ncarregou-se conAdencialmente o padre Ignacio
Mascaranlias , jeguila ,- d'uma missio á CataluDha , a
fim de excitar os calaiies > continuarem TÍgorosos na
conquista da sua liberdade , para o que se Ihe Gieram
largas promessas. Para o Braiit roi o padre Vilbeos ,
e pera a Flaadres o padre Gabral, que todos desempe-
Dharam catHÍmente as scias missóes.
Igailmeute se mandaram embaiiadores a virias po-
tencias. A Fraii;a , loglatcrra e Suecia os receberam
eom bonra e estima^áo. A Hollanda convenctoooa uma
Iregoa por dei annos. A Dinamarca , por motivos par-
Itcalares, nao admitthi o dosso embaisador; porém o
rei o recebea particalarmeDte , assegurando qoe o novo
rei de Portugal nada devia. teraer da Dinamarca. Á
corte de Roma recasou , por tDOuencias hespanbolas .
receber o nosso embaiiador. A Fran;a assigoa um tra-
'Ctado de allian^a eom Porlugal ( 3 de junbo) , e nos
IDanda soceorrer.
- AÍDda 0« cvl«lba»» DÍO linbam feito Bm «Uqoe
(,i,-f-n,G00glc
pira reeapenr o domfnio em PaTtogal, e ji come{a-
vam a descoofiar do bom eiito da m má caina. Con-
cebem porém o damoado plaao de ■Uiciar algotis dea-
contenles para agsaisinar el-rei e a familii real. Os
conspiradorei , apesar do segredo comque dirjgiam os
seus infemaes plsDOS , foram dcacobertos , e presos o
arcebispo de Braga , o Itiquisidor gerai , o marqoes de
Vilta Real , o duque de Catnitiba , o conde d'Armamar ,
D. AgostÍDho Hanoel de V.ascoticellos , e outros. pr(M
cesso foi raptdo. Declarados traidores i patria e »o
rei , foram condemnados á morte. O duqve de Caiñi-
mba , DHrqiiei de Vina Real , o cende d'Annamar ,
e Vasconcellos, foram deffotlados (29 de Agosto) na
prai;a do Bocio , e os outros morrerain na prisao.
A ilha 'da Madeira reconhecen D. ItAo n ; o BraiÍI
ÍRaalmeote , e todas ss coloniaa , á propor^io que ié
chegaTa a notieia.
O Ínrante D. Duarte , irmao d'el-rei , estava ein Alle-
manha tervindo no eiercilo do imperio , em qae linha
o posto de tenenle general. O infaiite havía ganho ama
'boa reputa^lo militar, e nos era ella de grande auii-
'lio em taloccasiao. Uaodoii-seaoinianteqiierecolbeBse
30 Tcinó , islo togo no coméca da restaura^o ; porém
os Bvisos nin Ihe foram eo'mmnaicadoa , a pesar de iren
por nove dilTereDtes direc^óes.
Logo qtie o infanie leve notlcia doa acontecimentos
de PoríDgat , se dispoz a largar a AlleiDanha pari lir
prestar i sua patria os seiis grandes lalentos miliUnjs ,
de qnc-ella tanlo carecia ; porém o rei dc Hespanha já
estavá em ajustes com o imperador Feniindo iii , t>ara
este maridar prender o infante , o que se efTecluoii ( l^
de fevereiro ) em Ralisbona , com escandalo geral. Tal
eoinníHio liitba filippQ it oMuregada a algant- por-
ü,o,i¡-n,Googli:
Í2*
-lugneics degeRérados , a itsantf qtre até deriain sran-
áes Bneus á casa de BTagan^a.
CoaeQaram logo BOtas reclamagoes doi eastelhanos
para que o ÍDfante Ihes fosse enLregne , e o imperador
pratica a indigna ae^o de entre^ar a seus ininigos oin
prineipe, qae lantos serii^os prestára ao ímpeTÍo, re-
crbeRdo por tal enlr^a quartnta mil ptastrat.' D.'Da-
.orte foi entao condyzido ao castdlo de Milao, na Ita-
lia, onde por espa^ de oilo annos soRreu horroroso
'Bartjrio, atí que deu a alraa ao ereador. Nao foram
s¿ os porluguezes q»e loostraram o seii jasto sentimen-
Xo pelas desgra^as e perda do seu prmcipe: a Europa
civilíiada stigmatisoii , como deTÍa, o procedimenttf de
Pernandont.
"' (1643) Come^avam os castelhanos b )nquie[a[<-nos
ittaa fronteiras; o Qosso goferno tiao Ihes stÁreu o in-
salto, e logo rompe a guerra , inTadiddo a Calliia;
pürém como era nccessario ^zer uma diversio a favor
ide Luii ini de Fran;a , que faiia a gUerra' na Catalu-
'Rha , passoa o grosso do nnsso esercito ao Alemlejo , e
■fet assento em Evora , em quanto os gcnefaes conde de
Obñlos , e Joao Mcndes de Vasconcellos entraTMB por
Ostella. '
I A pra^a de Vatverdc foi atacada pelo nosso exerctto ,
e. togo se p(iz sftio a Badaioi para dar amoslras ao ioi-
nftgo de que nao o temiamos. Os castelhanos stacam
Villa Vigosa e Olivenca , porém sáo derrotados. A mes-
-ma' sorte tem no Hínho, aande o conde de Castello
U^'lhor os destro;a. De Trás-os-Uontes sio ignalmeote
afnf 'entados por Ru; de Alsrcao , e D. ítíao de Souia ;
na Iteira tambem Feniáo Telles de MeneEes rebale com
Talof- a oosadia dos inimigos. Mathias de Ahbuqnerque
inma. o goTerao do Alemtejo , o jupto pwi o conde do
ü,o,i,-f-n,GoOglc
12»
'QbidoB comiñús a (tanlMP tldorías sobre oi cartotlia-
Dos, defaetaado a EslreiDadura e AndalDtÍa.
Cortes em Lisboa. Tao^r recnnhece a dominafio
porlnguaa. duquc de OlÍTares cáe oa desgra(a.do rei
de Hespanha , e morre n'este mesmo anno.
( 1644 ) MoQambique ,- Hombata , a» cidsdes de Diu ,
DamSo , fiagaim , a capitaDÍa de Chaui , as forUkias de
Ottor, BrR;a)or, Uangalor, Cauanor , Canf^ranor, asc^
dades de COcbim , Coulan , Negapatani , Mcliapor , e a
maíor parte da ilba óe CeyUo recmhecem n nnve ret.
Os caslelhanos cdcm snbre OugueJla ; porém Matliias
de Albuquerque queíma Barca-Itota , Blontijo , e omtDOS
logares. marquci dc Torracusa , general da Estrem»-
dura bespanhoia , senti'do do destroco feito no diatrtcto
ido seu commando , manda o baráo de Molingnen com
.6:000 infanles , e 2:S0O cavallns alacar Albuquerque.
O general portuguei: com 6:000 infantes e 1:000
fiavallos corre a coconlrar o iotmigo apenaa teve DoL»-
eia do movimenla de Molinguen. A meia legoa do 1»-
gar do Montijo se avistaram os dois eiercitos , e Albo-
qtierque dispóc as suas tropas cnovenientcmeDte para -
receber o inimigo, que nao lardoti a atacar furíoa»-
nente os nossos. choqii£ foi lio forte , qoe a nOssa
cavallaria an^itiar hoUandeza rugiu precipitadamenle
sobre o regrmento dc infanleria de Afres dc Saldanba ,
que pot em dosordenada confusáo. Os castelbaaos dcram
segunda carga , e completnram a desordcm d'aquelle
regimento. Corren logn em seu súccorro a cavallaria
portogueia carregaodo o inimigo cOm denDdo; porém
■ cavallaria castelhaoa recebeu os, nossos com lanCo.va-
lor, que oa olvigou a retirar. O inimigo aproveita-se
.d'esta segunda occasiáo , e carrega a nossa inraoteria
láb rijamento ; qus lado Rcou «m complota dewfdoia.
I. Coo^ílc
12«
• Albaqaerqfle emtiocriticoiiKnnetito, fbrcejando por
reuDÍr os seus soldadog, tere o seu caTallo morto , «
'sería [Dorto ou prisiooejro , se um official fraocez , Ur.
de La Horle , nao Ihe dera logo o seu caTatlo para
. mantar.
A desordem era. geral. A dossb artilhana já linba
cafdo em poder do inimigo , apesar do» esforros do va-
loroso general D. JoSo da Costü , e o intmigOj cantando
B -victoria , se entregou ao saque. Matbias de Albuquer-
.que n'um momento reuDe os batilhoes dispersoa , e iO
caralloi , e pondo-se á frente d'elles cam a espada- na
máo , seguido de seus generaes e estado maior , preci-
pita-se furiosametite. sobre os castelbanos , relemaitdo
B nossa artilharia c bagagens. Este novo coinbáte foi
horrirel'. O inimigo fugia precipttadamente da metralba
da nossa arülharia , e das espadas da nossa cavallaria ,
qde scguia os fugilivos sem Ibes dar quartel, ainda
para além do Gaadiana , cujas margens offereeiam um
quadro horroroso.
A perda dos castelbanos foi de tras mil soIdadoS'mor-
tos , tres generaes , e cincoenla e qiiatro oSciaeB ; a
nossa foi de nore centos hom'ens.
A vicloria de MiHilijo fai.a primeira betalba de inh
portancia dada depois da restauragao. A naQfio a cele-
tn-Du com grandes regoiijos publicos, e preiniou o he-
roe Matbias d& Albuquerque , fatendo-o el-rei Gonde
de Alegrete_.
( IfifS ) Itefbrfados os castelhanos , poem eírco a Bl-
vas , porém sao obrigados a levaatdl-o. Domingos Lei~
te , homem obscuro , é seduiido pelos castelhanos para
-tentar conlra a vida do rei no dia (20 de junbo] da
procisSBo de Corpus Chrrsti ; porím o esplendor com
-qae el-rci acop>paDb«?a a procisHO ateiroil o regícida
o,i,-f-n,Googlc
12T
por la) f Jriua , qne, nSo se alreveu « dísparar. Lcite fol
préso e juali;ado; e querando el-rei perpetuar ests
acootectmento , fnndou o convento de Corpus Christi.
Os hoUandczes siío derrotados na batalba das Tabo-
cas em Fernambiico [ 3 de agosto ].
( 1646 ) Qatalha de' Telcna subre OB.hespanhoes ( iS
de seEembro). El-rei , peranle as cortes , lomou pot
proteclura do reino a Tfossa Senhora üa Concei^áo.
( 1647 ) condc dc Villa Ponca vác governar o Srs'
til em logar de Antonio lellcs da Silva, e lcv? umíi
esquadra |>ara coinbater os hollandezes.
(164S) A Ilespaiiha ajrista a paz com a Hollanda
para aiais facilmente nus siibjugar. A giicrra continúa
no Brazil conCra os holbndezes. Joao Fcrnandcs Vieira ,
André ViUigat, e Francisco Barrelo dc Uenezes náo oB
deixana respirar um inslante, c ganham a célcbre vi-
ctoria dos Guararapes ( 19 de abril ) cra Pernaratiuco.
Os hollandezes sáo igunlmcnle rcpcUiüos na Babia,
A sorte náo Ihes é niaÍB fcliz em Africa. Uma esqua*
dra nossa , ás ordcns de Salvador Corrca de Sd , os ex'
pulsa de Ángota e ilha dc S- Tbgmé. O rci do Congo,
que cum elles se altiára , obteni a paz , ceitcndo a Por-
tugal a ilba de Loanda. Uoire o graude Joáo l'inlo
Bibciro.
( 1649 ) El-rei poe casa a seu filho primogenito o
principe D. Theodosio , e é o primeiro que lnraa o ti-
tiilo dc Priruipe do Braiii, que fica anneio ao« imme-
diatue successores no throno.
. Scgunda victoria dos Gnarar.-ipcs sobre os holtande-
les. £m quanto assim em Pernamhuco os heroes Barre.
lo e, Vioira übram maravilhas, o pnlriolismo dos cida_
dáos do reino coDsegue organisar a grande Companiiia á^
Braiil, para faz«c opposi^ao á Companhia huUaudeza.
9
Cooylc
m
{ 1660} tyrBnno de IngtaterrSt Cromwel , depoii
•&e ter nioTto o rei Carlos i , manda ao alm'irante Blae ,
qne persiga a armada dos prÍDcipes palatinos do Rhe-
no , lobrÍDhos do infelii mooarcha inglci. Blac «s per-
segne até i barra de Lisboe , onde qner eiercer a sua
Tingan^a sobre os prÍDCÍpes ; porém o nosso governo ,
apesar do respeito que a inglaterra já n'esse tempo eti-
gia , e do apuro com a guerra de Hespanha. nio con-
sente que os principes sejam insullados no nosso pait ,
onde vieram procnrar hospítalidade.
Para rebaier a onsadia ingleia , el-rei manda a toda
a pressa apromptar qutnze nafios de guerra dos qne es-
tavam no Tejo , manda reforgar as fortalexas da barra
e expede ordem ao goTemador do Alemtejo , conde de
S. Lourenso, para fazer marchar tres regimenloi do
infanteria , e duzentos caTallos para refor^ar a guami-
(So da capital. Todas estas ordens foram eiecutadas
Gom ama rapidei extraordinaria.
Poi nomeado general da armada Antonio de Seqnei-
ra VareJBo , e para almirante D. Pedro de Almeida. Os
principes encorporaram as suasembarca^oes á esquadra
portngueia, e deram sobre o orgulhoso almirante in-
glei , que nio espera os nossos , dando occasiEo a que
os principes se (Izessem de vela , e se pozessem a sat-
To. Similhante acQao muito exaltou uq intcrior e ex-
terior a na;áo portugneza.
(16S3) A Companhia do Braiil ji pdde n'esle anno
mandar slguns navios para o Braxil , e n'elles váe o
noTO vice-rei conde de Castello-Uelhor. Outros navios
se (icam apromptsndo para partir para o mesmo desti-
no , e a nolfcia de siroilhante auxflio anima os Bossos
generaes de Pemamhnco, psra atacar seriaraeDle os
Íiollandczes , até os esptilsar d'aqnella pFOTlnda.
I».,,,;. I. COO^ÍIC
129
( 1653 ]' ó príiic¡p« D. Tfaeodosio , qne Uinlas «pe-
ranfas dava i na^áo , morre a 15 de maio. As cortc>
M reuDem , e jaram principe herdeiro a seii irmao o ÍD-
faote D. AfTonsD. André de Albaquerqne desbarata per>
to de Badajoi um corpo de caTallaria castelbana.
A Iuglalerra dcclara gnerra a HolIaDda. Esle acon-
(ecimento doi é de grande utilidade , o o noisa goiQr>
DO, aproreitando sabiameDte a occasiio, maida para
o firaiil sessenla naTÍes da Companhia. levando pOT
general Pedro Jaqnes da Uiigatháes , e por almiraule
Francisco de Brito Freire.
£m qnanto Francisco BarreLo , aa esperan^a da cber
gxia daarmada . dispuDha as cousas para atacar os hol-
lamteies na capital de Pernambuco , os &eus cabos Viei-
ra, Vídígal, Figueirda , e Camaráo, iam aperlando oa
ÍDiraigos,
Cbegada a nossa esquadra ao Recife , o general Bar-
reto se dispox para o alaque ( 20 de dezembro ] em
quanto o ^neral boUandez , Segismundo , se preparara
para destruir os lemerarios ( como elle Ihes cbamava ] ,
planos dc Barreto.
( 1654 ) Dispostas as cousas , Barreto manda .alacar
o forté do Rego por Vieira e Vidigal , e logo é toma-
do. Ao meimo tempo o valoroso Henrique Camarao com
o> aeus minas ganhava o forte dé Attaná ( 15 de jaDei<
ro ). Ú iaimigo , perdeudo siicccssÍTamente as snas for-
tifica^ocs, ficou reduzido á cidsde , e Segrsmundo ca-
pilula honrosamente , perdendo os hollandcKes , em no- '
ve dias, o dominio de vinle e quatro aunos. noseo
esercilo occupou logo á cidade do Recife. onde foi
recebido no meio das mais enthusiasticas e siueeras ac-
clamaqóes de seus habitantes.
Com a espalsÓo dos holtandetes de Pcmambuco, leve
9*
ü,o,i,-f-n,GoOglc
130
FrancÍKO Barreto s gloria de asKgnrar a Portagal a
traDqUtlUdade das vastas possessoes do Briiil.
yo\a conspira^áo contra a vida do rci. bispo de
Coimbra , Sebastiao Cesar de Ueneies , sea ministro
quiz entregat-o ao rei cle Hespanha.
( 1655 ] conde de Sartedas substiluia'no viee-rei-
nado da India o condB de Obidos, <]ue goveVnou com
gloria> O Dovo vice-rei contínúa a guerra com os bol-
hndetes nas nosias possessóes além da lioha , obrigan-
do-03 a levantar o silio de Cejlao.-prendendo q rei
d'aquella itha , que levou prgso a Góa , atado no banco
da sua Galé ; porém no anno seguinle a morte arreba-
tou o conde vice-reí , e os hollanitetes atacam novo-
tnenle Cejtao , tomam CoIuoiIk) , e se faKm senhores
de todaa i)ha(1656).
( 1656 ] D. Joao iv morre em Listioa ( 6 de norem-
bro ) , tendo cincoenta annos de idade. Govemou deie-
seis annos , duranle os quaes estabeleceu leis utilissis*
simu , e se crearam os tribunaes — Conselho UllrBma-
rÍDo , Conselbo de Gaerra , Jiinta do Commercio , Jun-
ta dos Tres Eslados , e oalros. Foi principe virUioso .
affavel , e justo; melbur politico do que guerreiro, e
inuito inclinado á musica. Ilavia nascido ero Villa Vi-
fosa B 19 de mar^o de ÍGOf. Sendo duquc de Bragan-
^ , casou a 21 de janeiro de 1633 com D. Luiza Fran-
cisca de Gusmáo , ñlha do doque de Uedina Sidonia.
Jai em S. Ticente de Fóra.
SuiBOi D. ArFOifBo vt ( Victouoso ) Sa.' Rei.
Peta morte d'el-rei D. Joio ir cofflefoa a reinar sea
fitho o principe D. Affonso, tendo trete annos de ida-
de. D. Joio iT Ünba Domeado taUira, e regeote do rei-
ü,o,i,-f-n,CÓOylc
no , arafnfaa sna nnlher , comeneida qne a<|ne1h qoe
por leD anlnRt e deGÍsáo o linha eleiado ao throno , la-
twria , duranle a menaridade de leu lllbo , conserTar-
Ihe a coroa.
Cnmeqaa a rainha o sen governo com nma prudencia
e taleoto , qne soube contrariar os projectos dos gran-
des que Uie queriam tirar o gOTemo , como baTÍam fei-
to á raÍDha D. Catharina de Austria , avó d'el-rei D.
Sebastíao. Cbamoa a si todos 05 frabaihos do conselbo,
lia todos os despachos, e nada escapaTa aos seus cui-
dados e Tigilancia. Hcdotoh allian^a com todas as cor-'
tes, de modo que poTo a tinha em adorB^Ía, • OS
grandes n odmiraTam e respeitavam.
X guerra com Hcspanha cstaTa amorlectda desde as
derrolas de Uontijo e Blvas. As campanhas estaTam li-
mitadas. a alguns pequenoa recontros ; porém agora a
morte d'el-rei D. Joao iv animon os castelhanos a dar
um golpe de mestre na qne elles chamavam remltifSo
portagueta.
( 16S7 ) general em cbere , conde-de S. Lourenso ,
■hre a cam¡ianba , « síija Valeo^a de Alcantara e fla-
dajoz ; porém nao s¿ fomos obrigados a levantar sílío ,
Mmo perdemos OIÍTen{¡a e Mourao.
( 16S8 ] Similhantes pcrdas nüo se podiam attribuir a
falta de talcnto e vigilancia do general ; porém o espi-
ríto p&blico desejaTa o commando das armas do Alem-
teju em outraS maos. ]oio Mendes de Vasconcelloc
aubstituiu conde de S. Louren^o , e a guerra conti-
nnou Tigorosa , retomando-se a pra^a de Houráo , abra-
lando muitas poTOa;Óea inimigas , e lomando-lhea mni-
tas presas. No ottramar iguatmente coulipuaTaro os nos-
sos generaes reconquislando algumas posseisóes dai
perdidas durant« o goierno <toi Filippes.
Teádo^se a nosso goTeriiD com ror^as para tentanmii
empreza de nome , resolvea-se o silio de Badajoi , coo-
tra o parecer do conde do Snbugal. Comecaram as ope-
rB;des pe!o ataque ao Torle de S. Chrislováo; porém.o
ataque mais notavel d'este círco foi o do forte de S-
Miguel, que o duque de S. Germano veiu loGCorrer
em pessoa. a
Os generaes VasconQellos c André de Albuqnerqoe
atacaram ao mesmo tempo o fortc c o duque , quc o qne-
rla descercar. O combaLe durou porBado quatro horas,
rendendo-se i discricáo o forle , e o eiercito caslelha-
no rctirou na inaior desordcm , perseguido tenazmcnte
por André de Albuquerqiie.
Estc noTo desastre exasperou a corte de Hadrid , e
logo o governo bespanhnl mandou fazer grandcs prepa-
rativos para soccorrcr Badajoz , qnerendo o prüprío rei
Filippe IV vir em pcssoa commandar o ataque; porém
resoWeram depois , que viesse o sea primeiro ministro
D. Luiz de naro.
Durava o assedio ha qúatro metes, qaando chegou
s notfcia , de que o inimigo marchava com grandes for-
^as em soccorro da praga. O ^f eneral Pedro Jaques de
Magalhaes aconselhou que o nosso cxercíto se relirasse
para Elvas , e o inimigo , orgulhoso das snas fortjas ,
ODsa vir pór cérco a esta pra;a (22 de otitubro).
O govemo do Elvas estava entregue a D. Sancho Ha-
nocl. Este illnstre general sustentou heroicamente o
apertado cérco qnc Ifae poi o inimigo , rebatendo os
seus repetidos assaltos , apesar da dÍEÍmaijao (^e uma
molestia cpídemica fez na nossa guarni^áo.
Nas provincías do norte lambem o inimigo dos in-
commodava , e ganhava algnmas vantagens no Hinho ¡
poriiQ o coade de Cutello'Uellior Ihe retMil<eu a ídso-
I. C^ioylo
133
lencia. A praca de Mnuuto, riUada pelo ii
descercada.
Assim se obraTa iias oalru fnñoaas; wut cslas p»-
qnenaa TÍctorias nada decidiam; a alleo{io genl en
para o Alemtejo, onde a pra^ d'Ehas coitfÍDiUTa a
lofl'rer oft. rigfH'es do mais estreito assedio , e recUm>-
Ta promptos soccorros.
gOTarDo nomeia o dnqne de ATCÍro general em cbe-
fe, para ir descercar ElTas; mos o daqne, depbis de
aeceiUr . reDuncioa o commando , qae logo roi dado u
conde de CantaDbede. (13)
HaTÍa divergmcia sobre a maneira de introdnzir os
soccorros na pra^a ; porém o general em cbefe , contia
o pareccr da maioria do conselbo de goerra . em Li»-
boa , qae decidfra qne se soccorresse nnicanHnte a pra-
^ , resolTeo eom os scDS generaes atacar o inimigo nas
iDas linhas , obrígando-o a am combatc geral , baTendo
toda a prpbabilidade de nio $6 introdniír os soccorrss
Da pra^a , mas mesmo i}e aalTal-a por nma Te>.
( lfiS9 ) general em cbefe , CMide de CanUnhede ,
lafu de EstrHnoi a 11 de janeiro , leTando nm esercíto
de dois mil e qDÍnbenlas csTallos , se(e pe(as de arli-
Iharia, e oito mil inbntci , amaiorparteaasiliares.Era
mestre de campo geoeral [ chere de estado maior gene-
ral ) o coode de Hesqnitella , geoeral de caTallaria An-
dré de Albaqnerqne, e general de artilharia AffoDSO
Fnrlado de Hondon^. AcompaahaTam mais o exercito
os tenentes graeraes Manoel Freire de Andrade, Gil
Vas Lobo Freire , Dinis de Uello e Castro ¡ Tanuricut .
(13) O dnqne d'ATelre puuin-H depoii para CMtella,
« nlippe IT premion a (Oa tnHio &aMd«-a dnqnc d* Cf
dadeBodrlto,
o,i,-f-n,Googlc
m
e os cominissaHas geráés Joio da SiWa de Sonca, e
Joáo Vaunicclli,
Os tergos de infaiitena eram caminaiidndos pelos
mestrcs de campo general Pedro dc Uello . D. ManoeT
Henriqiies , Antnnio Galviio, FcrnSo de Mesqiiila Pi-
menlel , Alvaro de Aievcdo Barrcto, Anloiiio dc Sá Pe-
reira , Gregorio de taslro dc Moroes , com os tcnentes
dc mestre de campo gcncral Uii'^o Gomea dtf Piguei-
redo, Manocl Lolíalu Pinlo, c Ascenso Alvarcs Barre-
ta, alfm de ontrus quc, por iinsencia dos mcstrc» d«
campo, erani commandados pclos sarnentos mórea. O
excrcito levava comsigi) tim (^randc comboi de munigóes
de bocae deguerra , paraintroduzirna praca. Asguar-
nifoes das pracas dc JorQracnba , Villa Vicúsa , Caio-
po Maior c Arronches , reuuirum-se ao eicrcito liber-
tador.
A 13 de janciro o exercíto formava era hatalha , i
vista do inimigo, comc^ando por o desalojar da Ala-
]aja dos Capaleiros, c collina^da Asstimada. Nao se
p£de explicar o alvora[;.o dos siliados ; todos sc vestiram
de t;alla ; os vivas atroavam ós ares , como so a gnerra
ji livera acabado.
D. Sancbo Hanoel safu da pra^a , alraTessaado pelo
ínimigo j frente da cavallaria da gnarniglíu , e veiu ler
com o general em chcfe. De noite recolheu á pra^a ,
di^poi uma batcria ilc vinte pc^as np balnarle do pñn-
cipe ao mando de Pcdro Jaques de Magalháes , e rea-
nindo a guarni^ao nos lemplos , oraram perante o San-
tissimo Sacramento eiposlo , e todos se prepararam com
os SacrameDlos da Igreja para entrar na batalba.
O inimigo recebeu nm refor;o de tres mii infanles e
qninhenlos cavallas. Duranle a noile , o chefe de es^a-
do maior general ( Hesquitella } e o generil André de
0,i,-f-n,CoO^ílc
t3S
Albnqnerqne flieram niii recODhecimento , t ó nosso
exercílo [omoti posicóes.
As 8 horas da manha ( 14 de jafieiro de 1659 ) avan-
coa o e!iercito em tt'ss coliimnas. A eoiumna do centro
era coinposta dc mil ÍQraDtes ás ordens de Díogo de ¥i-
gaeiredo , com fachinas, suslcntados por Ires mil in-
bntes ás ordcns do conde de Mesqiiitella , e de mil e
diitenlos cnvalliis dc André de Alhiiqticrque. A columna
da esqucrda , em forra de dois roil homens , era conv-
mandada por Oiniz de tlello e Caslro. A columnn da
dircila , ás. ordcns de M.inoel Freirc dc Andrade , era
composta de dois mil inranles, e novecenlus cafaDos.
O resto do ciercito (ormava era reserva com o. eom-
boi , e dcvia scguir os morimenlos da direita para com-
nnniear com a.pra^a.
D. Sancho tinha a gnarnigao da praca debaixo do
commfindo do Taloraso conde de S. Joáo ( Tavora ) , de
Fernao Corría da SílTa , e do hravo D. Joao da SiKa ,
■lojada na contra-cscarpa , para na primeira occasiao
dar as maos aos líhertadores.
Diniz de Mello cnm a esquerda toma denodadamenle
as (rincheiras , e póc o inimigo em fuga : iima parte da .
gnarni^áo da praca occupa as posi^óes ahandonadas. -
Üesquitella e Albiiquerqne , com o centro , avanqam
para o monte ( fortillcado ) da Graca, ondc estava o
qnarlel generat inimi^o , e o general em chefe D. Lnic
de Haro fqgc para Badajoz. Náo foi lao feliz a columna
da direila ; porqoe em quanto o general inimigo , dn-
qne de S. Germano, rennía a sda infanteria com nma
diligencia e inlrepidez admiraveis, o duque de Ossnna
com uma respeilavcl for^a de cavaUaria ohrigava « ler-
SO de Luiz de Souza de Menezes a perdor o terreno
g»bo. Luiz de Menezes , ferido morUlmente , aindB ani-
naTa «s seus soldados para o combale.
ü,o,i¡-n,Googli:
J36
N'ntc BiomGitto An4r¿ de Albaqoerque mn^a dei-
lemiilinienle sobre o iniinigo, qne . reLirado ás trio-
cheiras., ali o assalLa ; poréoi , no momento em qae com
o Hu baslio tocava na trincheira mostrando aos solda-
dos eono rtliu te tottuKam , nma bala o atraTessou por
baiio do braco, e lo¡to perdeo a vida. D. Sancho toma
e coromandu da dÍTÍsao de Albaqncrqae , e a pcleja
conlinuoa. O general castelhauo estava ferido oa cabe-
(s , e a desordem estava em todo o seo eiercilo , qne
relírava em completa debaudada, e o nbsso eiercito
victonoso eotrava na pra^a pela noite.
As bigagens, tendas, caiia militar, secrelaria da
gaerra , e o estandarle de Carlos * tndo caíu cm nosEO
poder. As fort;as hespanholas que tinham viudo para a
toraada de Elvas subiam a trinta mil inranles, e seis
■QÍI cavalles , de qae apenas recolheram a fiadajoz seis
mil : só no dia 14- foram mortos mais de dez mJI , sen-
do a nossa perda de oito cenlos homens, alguns offi-
ciaes de imporlancia , como Alboqueique, e o conde
de Sarzedas.
O ooDde de Cantanhéde voltoa a Lisboa a receber os
applaasos e o premio de tlo grande servigo, Ocando
'*Gom o goterDO do Alemtejo o conde da Aloaguia.
( 1660 ] Enlre os successos d 'esfe anno í memaravel
■ embaixada do conde de Soure á'FraaQs , para obstar
a que a pai dos Pf reneos nos causasse darano. conde
«bteTe promptoB soccorros , e tronxe comsigo o famoso
conde de Schontberg , e seis centos francezes boos en-
genheiros e artilheiro'g. Tambem foi cílebre a empreia
da naregagáo de uq) porlaguez desde o JapSo pclos
máres do Pólo arctico.
( 1661 ) Os castelhaoos flearam lio cortados do nosso
Eerro no e(rco d'Elras , qae em mais de un anoo nao
0,i,-f-niGoOglc
s Dc;aciac6« , Inida o
destreu de acabar a dañtelligcncM qoe haña coh a
de Lwklres , e o coade de Híniida * de aJBSbr as pa-
I» com > Hollnda , abmdofunda csU Baño todu u
»35 peftenÑes stibrc o Brazil. A inbnla D- CatbaríH
cssa com el-rei de Ingialern Carios n , leTand^ ca dato
a cidade de Tanger ( IS de maío de I6GI ].
Filíppe iT , qne nio desislia da sna leÍBa de deslnir
Portn^l , encarrega a dílEcil (arera de nos eoBqBÍstar,
a seti filtio natoral D. Joáo d'Anstría.
Taatos preparos da parle de Hespanba nos obrígaran
a CDÍdar de dós. O conde de Cantanhede , já elendo a
marqaez de HaríalTa , foi mandado ao Alemtejo cohm
apiilíar do coDde da Atangnia, D. Jwo d'Anslría abrc
a campanba tomando-ttos Arronches , e o caslello da
Alconehel ; porém , apenas lia qae o procnraTamos ,
retiron para Badajoi.
N'este OKsmo tempo o conde do Prado , geoeral da
prOTÍDcia do Uinho , soccorrído pelo conde-de Hesqni-
tella , qae manJara em Trás-os-Monles , laiem Trente
em Gallíia ao duqae de Ossuoa , derrolaDdo-o por dnas
veies. Ossuna corre sobre a Beira , e toma o farte de
Val de la Mala ; porém O. Sancbo Hanoel , já con<l«
de Villa Flor , desembaracado do Alemteja , no grande
choqae da companhia de Pcrales , castigou o diique eas-
lelhano.
( t662}D. Joáod'Austria torna a apparecer no Alcm-
tejo. marquei de Uarialra toma deilDÍtÍTamenU o
cammando das armas do Alemtejo , e procura o inimi»
go , que sTÍstou qnasí debaixo dos mnros dg Eslremoi ;
poiém náo espenndo biUHia das nossos , retrocéda ao-
o,i,-f-n,Googlc
138
hre Borba , qne saqneia , e descarrega d^ís o p¿M
daa suas arntas sohre Jortimetiha , qac 10^0 foi soccoi^
rida pelo marqncz.
£l-rei , frouiio , facilrini em ser rascinado por homens
pessimos , ii occastáo a geral desgosto no reino. K. pro-
pria rainha rejenle , nao podendo já sofTrcr os dissal)»-
res qne Ihe cansaTa el-rei seu fílho , sdnzido pelos qiie
qneriam goiernar í somlira d'elle , Ihe cntrega o gover-
no (23 de jnnbo «lc 1662). A grande rqinha disse a
■ea lilho : « Eis-aqui os sellos quc eu cnlrego a TOSsa
niasestade ; oxali que os emprcgue conforme mens áe~
sejos , e a felicidadc dos tossos poTOS. n Entregae o go-
«emo a el-rei , a rainha D. Luiia se retira ao conveDto
das agostinhas dcscal^as , qiic bavia fiindado no sitio
do Grilo.
D. AITonso Ti em libcrdade , se enlrcgoii a seu Talída
Antonio Conti : o conde dc Odemira , al£ ali no agra-
do, cáe na desgra^a , e o coude dc Castello-Uelhur fui
o minislro qoe governou com maior forga alé 1665.
( 1663 ) Era grande o perigo cm qiic n'esie tempo se
via o reino; porque U. Joáo d'Austria com for^as supe-
riores ás nossas andava despolico pelo Alemlejo , che-
gando as suas partidas a Alcaccr do Sal. Evura estava
sitiada, e os meios para a defcnsa cram poucus. De
todas as proTÍncias roarchavam para o Alemlcjo as tro-
pas qne n'ellas se podiaro escusar. Cnm eUas unidas
saiu de Estrcmoz o general conde. de Villa Fior , le-
vando pnr gencral da caTallaria^Iniz de Mello e Cas<
tro, e da artílharia D. Luiz de Mene/es.
Cbegou o nosso eiercilo á vista de Evora , porém ji
esta cidade estava em poder do inimigo, tremulando a
bandeira castelhana oos seus muros. EolSo o nosso
exerciio retrocedeu , resolrido o geoeral a esperar o
¡nímigo alfm do Degebe.
Couslo
13»
t). JvSo d'Amtria , Gonhecendo o nosso fntento , d«K
xa uma forle guarnt^ao eni £vora , e marcba para Cas-
iella para refaier-se, recebendo as recrutas que esla>
Tam promptas ; porém o cunrie de Villa Flor conheceo-
do o deíisnio . lüc foi no olcance , e os dois eiercitos
se encoiilraram (7 dc junho } da outra margem do Ters
nos campos do Amciiial , nio podendo o inimigo es-
quÍTar-se ao ccmbale.
O general da Bcira Manocl Preire de Andradc, e
o commissario gcral Gomes Freire, que mandavam a
cavalkiría do laüo esqaerdn , ambos dulodos de Tolor ,
e de disciplína, avan^am intrepidos snhre o inimigo,
com os fins de impedir-lhe a retirada. N'este movimen-
to perdeu a viila Hanoel Freire atravessodo por uma
bala. Diniz de Uetlo refor^ou logo o ataque com trcs
mil cavallos, e a bataiha tamou um caracter serio. A
oossa cavallaria obrava maravilhaS; e nao sendo as vis-
tas do gcncral portuguez dar um ataque geral , agora
move todo o enercito sobre a Infanteria castelhana que
occupnva as eminencias circumvitinfaas. ^oi faom di^
putada a batalba ; porém ganbdnios uma completa vÍcío>
'rÍB , dciiando D. JoSo d'Austria no campo , entre muí-
los cadaveres , rico despojo.
Os generaes conde de Villa Flor, o de Schombergi
o da Torre , D. Joáo da Silva , ACTonso Furtado de
Hendon^a , D. Luii de Menezes com os mais cabos e
oSiciaes ganharam n'este dia a admtra^io da Eurapa ,
poT screm os vencedores de láo famosu general. *
D- Joáo d'Austria , perdendo em Portugal a siia grau-
de rcpntB^iÍD militar, foi desahridam^nte recebido na
corte, e mesmo pelo rci seu pai.
nosso exercito marcba logo sobre Evora , que go-
rerMva o gcneral castelbuw conde de Sflrtiraaa. O va-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
IM
lor roconhccido do gfncral liespanhul nao fot capai de
resislir aos nossos ataques , e nos entregou a praea em
dia de S- Joáo. O marqucz de MariaWa acompanhou a
eiercíto na tomada de Evora.
As Dossas tropas foram aquarteladas , para descanca*
rem dis fadigas da guerra , á sombra dos Iriunros ad-
quiridos , e o geDerai Viila Flor passou i corle , onde
foi mal recebído na occasiao em que todos esperavim
vor os seus semiíos premiados.
Com sátisfaQÍo geral fui o condc de Villa Plor snbsti*
Iiiido no governo pclo tnarquez dc Marialva , nomeado
eapitao gencrnl , e furam igualmcnté piüiidos no gover-
no da provincia o conde de Schomberg , e o mestrc de
campo gencrsl , GÍI Vaz Lubo Freire.
Durante a campanhn d'estc anno, foram igualmente
felizes as nossas armas nas outras provincias, e cspc-
cialmenlo no cclebrado Ghoque de Val dc la Mula , ga-
nbado por AfTonso Fortado dc McndoDca.
( 1664 ) nosso eiercito estava oo estado o mais lu-
sido; c como os castelhanos nao nos procuravam, re-
solveu o gcneral em chefe, raarquez de Marialra, in-
vadir o paiz inimigo. Valenra d'Alcantara foi sitiada,
e depois de galbarda resistencia se sujcitou ao dosso
jiigo.
Igiial trinnfo gahboii o general dn Bcira Pcdro Ja-
(|iieg de MagalhÜcs , derrolando o duque de Ossuna so-
bre Castello Rodrigo (7 de julho).
■ A corte de Madrid desesperava com tAnta perda , e
nllDmente clamava contra o seu general em chefe D.
Joao d'Anstria. Este . vendo qne attribuiam a mi fortu-
na da gncrra , á sua má direc;So , rcnunciou o cargo ,
e safn da corte.
Fitippe IV , veado seu fllho humilhado , o credito dai
ü,o,i,-f-n,Co0^ílc
141
saas armas depreciado , empregs loóns os meios para
restsbclecer a opiniSo pefdída. Nomeía para capitao g»;
neral da Eslreinadura ao marqoez de Caracena , que n«
guerra da Flandres tinha adquirído a reputaQÍo de pri'-
meiro soldado da Ilcspanha. Aconipanharam a bsíe gran-
de tneslre da arte bellica muitos (ilhos da sua disclpli-
na , e creaturas loiias da EUa inspira^áo , c assim saíu
9 general faespanhol para a cámpanha, cnmecando por
emeodar os que etle chamava errog militares do prínci-
pe. Ao marquei: dc Itlarialva. c ao conde de Schom-
berg , náo assnstaTam os brados da fama do dovo com>
peiidor.
Bnlroo o general Caracena por Porlngal com quinte
mil inrantes e scis mil cavaltos escolhidng, e foi a sua
primeira e uUima emprCEa o sitio de Villa Vicosa , re-
preEenlando>se-lhe , qoe o sojeitar a corte dos lerenis-
SÍmos duques de Bragan^a ao dominio cBstelbano, era
quanlo bastava pnra obler a sujei^üo da moiiarchia.
Governava a pra^a Cbrrstoyáo de Brito PereirA , que
para a defender, ainda esquecendo a mcmoria de seus
tllustres progenilores , Ihe bastata o valor proprio sem
D soccorro do s.ingue. Chrtslovao de Brila defendeu a
pra^a com conslancia superior á potTia dos que a ala-,
No mesmo dia em que Caracena come^aTa o silio de
Villa Vinosa , cnme^ava Marlalva os aprestes para a
soccorrer. Náo lardou muito quc o nosso exercito em
forga de quinze mil 'infantes e cinco mil e qninbcntos
cavalloa aafsse de EsIremOi na direccSo de Villa Vi^nsa.
Os generaes que tinham a direcíio d'eslas aitnas ,
além do general em chefe , eram o conde de Schom-
berg, gfneral do Alemlejo; o mestre dc campo grn&-
ral, Gil Vai Ubo ; o general da cavallnria , Diuii dis
142
Hello,; u génerat da arlilharia , D. Luic de líenetes |
D geaeral da Beira , Pcdro Jaques dc Magalháes ; o ge^
neral de Trás-os-Monles , coDde de S. Joao ; Pcdro Ce^
sar de Henexes , general da cavallaria do Uinho ; e
Simao de Vasconcellos e Soaia, governador de Lis'
Se ■ conüanga que os nossos generaes tinham no no9>
Eo exercito era grande, náo era DieD~bs a que o gener.ll
hespanbol linha no seu. CHracena deixa Nicoláo S.nn-
^res com njil e oitocenlos bomens para guarnecer os
trabalhos do silioj e safu a eiperar o nusso eiercito
nos campos de Montet-ClaTot. Os castelhanos nos ataca-
ram com resoluQáo e dísciplina; mas a sua.ousadia rui
infeliz. Vencidos, depois de muitas horas de porfiado
combale , furam ohrigados a coroar ó nosso eiercilo
com nma das mais brÍlhaDtes victorias ( 17 de julbo
de 10G5 ).
A nossa perda foi de setecenlos mortos; a dos casle*
Ibanos dc qaatro mil , além de seis mil prisioneiros , qu'e
o nosso triunfanle etercito conduiiu a Villa V¡tu$a.
Esta consideravcl perda fez abrir o5 olbos a Fili[ipe
IV. Os scus vassallos já murinuravam de siinilhnnte |>cr-
linacia de guerra , que dnniva ha vinle e cinco annos ,
e que só IRc havia acarretado deSRra^as.
A batalha de Montes-CIaros linba decidido o pletto
da nossa liberdadc. Tndo quanlo Filippe iv ñzessc {wra
nos sobjiigar , era infructifero ; e conliecendo esta ver-
dadc, propoc uma canfefencia em Salvaterra paia tra-
tar da pa7 ; por¿m naUa so decide,
(1666) Náo solTi'cu o nosso ftovemo que um inimi-
go vencido ainda ousasse qucrer dilar o tractado de
paz. B como para alcani;ar segnra paz é muitas vezes
'^ciio fazer guerra , o nosso gov^tno maiida romper
I».,,,;. I. COO^ÍIC
Bovrakent^ aa bostÍlldades< eoBdo de SélioinberK tiñ'
póe immcnsas contribiii^Ges no oondado de Niebla, «
toma S. Lncas gobre a Guadiana, O conde do Prado
etUr'a em Galliia até Baion'na.
A rainh%]). Luiza de Gnsniao marre no aea convsn-
to do Grilo [ 27 de fetereiro ]. A na^So riu , com seDti-
mento Bastanle, morrer a grande rainha , ao meimo
tempo que complelava a cunqulsta'da liberdade porella
come^ada.
Casamenlo d'el-rei com a ditqueza de Neumurs D.
Uária Francisca laabel de Sabafa ( 27 de junho ). A no-
T> rainha chcga a Lisboa (2 de agosto). rei quer;
q«e scn irmio, o infante D. Pedro . case com M."' de
fiovillon, sobrinfaado tnarechal de Turenna; mas ella
se nega absnlutamente.
(1667 ) El-rei , cDnlinuandonassnasdesordens, dei-
gOBtou geralmenle a na^üo. Separado da raiobft, attan-
donado aos con^elhos do marquee de Castello Melbor «
maltrata seu irmño. A rainha , veiada pelo rei , e mal-
tratada pelo minístro , retira-se ao convento da Eape-
ran^a ( 2 de novemhro ). El-rei quer empregar a forja
pera^tirar a rainha do convento, o que nio consegue.
Eslas desordens augmentam o desconlenlaroenlo no rei-
no , e a rainba come^a a tratar da nuUidade do malri-
monio. '
tlma revolu^So palaciana o'briga o rei a abdicar o
Boverno no infante seu irmao (23 de novembro}.
ItBGKial DO InFANTK D. PkdBO.
(1667 ] Tomou a infanle D- Pedro conla do gover-
no do reino em nome d'el-reí sen irmáo ( 22 de novem-
bro) i e segUDilo os deiejus bém claramente pronuoct»^
10
m
4os pcM na^. EI-Ki eettTsrbelu» m pe{o;-perte
tralado eóm toda a grandeu da magetbde.
A guflrra coin HespiDha eslava quaú no eslado út
tregDs qae costuma preceder á pai. O regeate desft*
jara auignslar o cinné(o do sea gofemo, conchiindo
e trKlaáo com a na^BO vÍEÍnha. Carlos n, rcí d'Iaglw
torra , casado com a inni de regenle . qiier sér o dw-
dianeiro, c manda a Madrid o conde de Sandwicb,
mjnistro plenipoteneiario , para fazer desapparecer ai
dlBkaildadei.
Ot Tred Estados do Reino , reoDÍdDs em cortes , |ik
ram • ÍDfanie D. Pedro principe regente , e herdeii*
da eoroa (27 de jaQeivo). Assigna^se o (ractado d€ pas
eom Hcspanha ( 13 de fevereiro). Esta notícia canii
grandc alegría no reino. As cortes rcconhecem o trá-
etado de p» iato com a Hespanfaa.
A. rainba alcSnfJ nos Iribunaea a sentenca de nollí-
dade tto matrimonio com el-rei. O papa Clemente ii
eoDfirma eita MDtcDta. A rainba passa a scgundas nii*
pcjas com seu ctwbado o principe regeste ( 2 de abríl ].
( 1669 ) El-reí D. ACTodso é mandado para o castello
de S. T<áo Baptista d'Acigra, e o regenle emprega-M
era restabelecer o commercio , reformar os abusos , e
hD^ar OB fuDdamfiDtos de nm goYeriio sabío o Bores-
CeDte. - '
( 167S a 167B ) Descobre-se em Obidos uma eonspi-
racao csntra o rcgenCe : os hespanboes lao suspeitados ¡
Francisco de_Meadon;a c Anionio de Gnvide, dois dos
principaes conjarados, ááo punidos. Portugal conlinúa
em paz, apesar de uma guerra 'gcral DaEiiropá. Assi-
Kna-ie em Uisboa novo Imctado eom a Bespanba .para
rieierminar oa limiles da* coIoiúu4h4iím margeM da
Hiu da Prala.
m
eslevc seis annus. É dépois uaoiltda ^»f o ^lacio dJf
' £iatra, »iinde o c9DS«rv»eBi reclaso a|é á »a» morte ,
i|ue fui a 13 de setembro de 1689- Reinau «ÍDte e aeta
•iHins, govefnindo cinco annos, %»_ i qne f^veritaUp
Urtís nascido em LÍU>db a 29 t)e qgpato dc 16i3. Ja^
no mosleiro de Belem.
O Senhos D. Pedbo n [0 PícíficoJ '23.' ItEr.
( 1683} {iríneipe D. p.edro ló coin » morte ^'eUr^ '
¿ qus temou o titulo de rei..Moi're i Yaínha 0. Ifaha
frBncisca {27 dejeiemhro]. ia> no coavefto (]9$«ol9
Crucinio, cm Usboa , pw «^1« fundado.
( 1687 ) D. Pedr» ii pa|s> a seguadas onpcias coof
D. Maria Sophta ,^prj[weza do Bbepo ( 11 de. ^gostp)^
. ^EUheÍ ÍM imax pfÍRGCE^ herdeira a sua filhaC Isar
bel , e alcan^a dM Eitados 4o,il^ino reufúdoí pn po^
ies , permissiq pkra a prince^ji ea&ir com o (hiqtie de
Sahoia Vielor .imadeo ; porén) » pfiwalura mftcte d4
príttCHa, ac«Mte«Í(Ja a Sl>de ouUibriO de 1690, malf
logroii consorcio.
( 1697) AlgaBerrgiaientús mo miBdadoa cro auxÍT
lío do.Carlos u reí de Uespanlia , pflrÍR) sá pa^a servi-
rcm eontra os moaro's.
■ (Í700) A fBOrte de Cariús n, rej de Hespanha,
aconteeida n'este anno , veiu pár Portugat ein Dovaa
pollisóes. Tioha o monarcfaa hespaoiiol Teito tcsbtmcnto
aa eleitor.da Baviwa em 1697; (wr«m, ^evoj^ado cm
Í7jOO , fei ^sogondo testanealo , cm ^ue uoigcia por her-
dliro da «otm i'ilippe , 4«que d'Anj")) . e na 5ua falta
duquedeBcrrj; em terceiro logar o archi'duque Car.r
10 •
I. Coo^ílc
tM, Gom tondl^o ^ bCc Jontir a HnpitAa'M Impe*
rio; e aHiminieiite o daqae de Saboia.
O doqne d'Anjon é áectomada em Uedrid com o m* *
ine de ñlíppe T, e Portngal foi« prjmein'na^o qiw
o rccanhecen , e b>das as na^« da Enropa , «cepto o.
imperador da Allemanbt , leguirám a exemplo de Poiw
togai.
PortiiKal , Respsnlui , e Franca raaem nm tractodo d«
ellian^ oflensÍTa e defenaiva , e logo a esquadra fraii-
ceia ís ordens de Mr. de Reneao , qae encórporada á
nossa flcou ás ordens do conde de S. Viccnte , sguar-
dOa a Jnvasio qne se esperava do norte.
( 1703 } A politica fei n'este anno uma madan^a con>
sÍderaTel, Todas a| poleDcias qne hiTÍam reconhecido
Fílippe T o desamparam pan reconbecerem o arcbidii-
qoe d'Anstria cofno rei de BMpanba , coni o nome do
Carlos in. Filippe t fica s6 com a ajtianf a de sea aré
Luii nT , fl grande. Pertuga) eidra na grande alliaDfa
com o Imperio , ProTÍncias unídas , e Ingliterra:
( 1704 ] Cliegou o archiduque a Lisboa nta esqoadras
de loglaterra e Hollanda com d» mil inglezes , que sa
nnlram ao nosso eiercito. Reonido o exercito na B«- -
T^, Pedro n e Carlos m entraram por Castelli a bier
Om reconhecvmento , retírando-se depois a Porbigal.
( 170S ] Os alliados ganbaram depots a pra^a de GÍ-
braltar. Filippe fei os maiores esfor^os por reeobral-a ,
pcndo-lhe aperUdo círco por mar e terra ; porém saindo
de Lisboa a nosú esqnadra ás ordens de Gaspar de Atai-
de , e alguns navios dos alliados ás ordens de Leake,
inTestín e derroton a Mr. de Poíntes , que eom nma es-
qnadra de trtnta e cinco nios occnpava o Esfreito , ■
desendnre^dd i Biar ; leTUtou 9 •iti* exercitv i*
terr*.
n, C.OOylc
1*1
M pra^B de Valenca. Alacarain a brecEia doii regjin
IM portiigueces , Dm inglei, e ontro hollandei: o prv>
BMÍro qne « moiitoa fei q coronel D. Frascisco de Len-
cattre , qae no alto d'ella foi niorto. O conde de Co-
CDlím sasteotou a aTaiifada i freote do ontro regimenlo
portuguei : Gam a mesiaa biiarria se portararo os cor«-
Beis Doncason , inglei , e o conde de Norelles.
Guaratcida Valea^, lera&tou o eiercito o ean^i
e marchou ao «ttio de Alboquerque , qoe roi dirígids
palo general conde de Gallowa;. Derendeo-se « ioimígo
com resolu^ao ; porém Tendo a innlilidade da resiste»-
eia , entre^u por eapitnla{¡lo a praga , qne logo saar*
Dccemas.
£m quanlo as tropai rerreaeatam para depois ae em-
^garem no sitio ile Badajoi , o marquei das Hiiiat
loinau SaWaterra , que le rendeu á discricio , e depoit
afan^ea a Sarcai qne o inimigo desamparára , e foi en>
tregna ao lago. -
O litio de fiadajsi «onecofl eon aeérto t ppréiii ff '
«ilo foi inhlii. O conde de Gallowaj perdeii um brar
fo , e general Fagel tomou logo o logar de Gallowar
na qnalidade de ebefe d'estado maior geoeral , debaixo
das ordeni do marquei das UÍDas.
CoDtinvaTam os slliado» as opera(Se) do sftio , e a
marechal de Xessé se dispunha a soecorrer a pra;a. Oa
Doasos generaes , e principalmente o conde de S. JoSo .
lomaram asimaiores precaufoes pari eiitar a introdue-
(Bo dos soccorroB na pra^a ; pwím tiveram a infelíci-;
dade de ver iBBtlograr , por culpa do general Fagel , ai
aabiaa disposisoea que hariam o^doiado.
- arebiduqoe , od CarloB m, aalii de Lisboa na ar^
nuda ios «Uiaáesj c lama Pue^oM* To^as u naiB
ü,o,i,-f-n,GoOglc
m
é^adet'di eaMafñac s» 4««TaniratD fiéht p^rti^' 4e
enrlos tíl, qiie »nst«ttt»-ditt t<m grattcle enpenbo , e'»
fflejttio aeoniee«« á TaieHca. ■ •-
' lAáo seccessa de ItüifftjoE cstaVs bem áesfbrradttv
0» anlados iam renmitndu \oéá a monarchla de Hesf»-
rtftd á« doitiiAí» de Carloa m. A Ptanea , assust»da ,
spnra pars esta camfiátiha lodos os íc«s esforjos.
■ (1706) Foi enviaío n (hrqnB de Berwick para W«H
dár ds tropas d"el-r«i Filrppe , poi^ue- esíc prittcfpe ,
édin o inafechftl deTessé, HHíÍaeoni ihb corpotléeser-
cflo sepafaSo siliar Barcclona , em qimnto Berirtclt fa-i
ria frehle iti nossos , e * eonde de las Torres com oe-
tfv corpo de eterelMi fnfia frenle e lord Peterborsu^.
Sobre a tnarcha do e:tercito dc (erra decidin-se qm
Mdt^hasse tfit^iio ti Hadritt.
O éxereitb.^rd fofra 'de qiilirentí mil boinetis < sfl
pcn em mal-chÉ debalvo da^ ordens do mdt^wi das Hi'-
na»; c d&GanowHy. d«poís<de p»sar o tio Sotor , re-
solveu atacar o duqiie Ae Berwick, que aearepata eitt
Brogai. O duqiie pfocuVoU etílaí' o ataqiK , porétn a
sita retágtiarda foi derrotádH. PéMeinO» ii'éste combaW
Aconde de S: TiceWie. - ■
' O n<M50 etef eíto oeeiipnn Bróeas , qoe esfava deaam-
parada. Guarnecida esta praca , o marques das Minatt
matciiou sotve Alcifltíira , qne renden , apemr de estar
gtmrtiecida'coRi ctrteo mil homcns bem provldos'de tndoj
' Bendida Alcsntara , ae avamcou o ttaarqoez de FmtH
téira a MWdleja , qtie martttou atacar pelO conde de -
SoUre , e á sun ^itíirHieilo sí rettdliU prisioneifa. A mes-
na feticidáde tete bi Jn9o-4e Ataide snblw a cidade
de Coria , d'onití akía toá^ o eÁ^Hd 'pars Plicenclar
N'esta Mi^é d^ctdiram'tir ^en^áU nío íííflcaT «m
''''«otíctM^d eM«r tti) tÍHo- de'íBáttÍlRfKi^
I. Coo^ílc
14»
NSo ^ercMlo o 9m«nl m ¿befe ier * ncrdta «■
iaac^«, relroctdeu, e ««ÍDaUcarCidad^RodrígOi ^bs
K rendeu eai poacos dias ; e chegkiido a Ml« campo «
igradafei not(eta do leTanlaineato do (ilío da BaTcala'
na , rciolveti-H qne o eiercito BMrchasse direito a Mt*
átiá , ua idéa dc qae Carloi m ati le aoiria , e qne ot
hespaDhoea , TciMlu-a apoíado por tautas forfes , «baa'
doaarúiii Pilíppe.
Em todo o caminbo até Uadrid nao achon aargiMX
iniinlgos. 8afu Filippe d'eita corte para o nosM eier-
cito entrar n'ella (3 de jnlbo de 1706); porén, nst
- aconielbada Garlos, atraiou mafto os seas sagooloi»
por nio rir apparecer entre um poTO onde lodoi ^a»'
rian ^r aev rei.
Oa nosiDs geoeraes , rcndo a iaapasaibitidada im SM
conserTa;ao n'aquelle pais , onde Filippe e Berwlck ti-
Hfaana ntais TBDtagcra . sairara de Hadrid psva ValeQEi
a ajuDtsr-ie camCarloa, qns et deTftra terboKado aoi
Madríd.
Horre el-rei D. Pedro ii a de dcEeadiro de i70< .
lanáo ciaooeota e eita annoi de idade. GoTemo« Irintt
« oite annoB, aendo deseseis como regeBto. e Tintea
dois eomo rei, Haria uscido esi Liatioa a £6 da abril
de 1648. Jai «n 8. Vicflnl» d« P6ra.
O Siamt D. Jalo w ( O 'iiutuama ) 24.' Ka.
( 170fi ) k norte d'cl-ref D.^edro d e)«M «o tbo-
M aen AHio o pridEÍfw D. Joio , tendo apenai 4«*eaeia
annos de idade.
D. JeÍD T ratiAca a grand« allÍaBQa , eoDtin««ndo as
KMSas amus a sttlteDtar a canss de Ortol nf.
( 17^7 } O «Bqw áe Osmwt. tMH S«rf«. 0» ««ti«fM>
■Brqaec éu iSmtí-, -« lord Golloiri); etocMtnn o n»
recha) de Berwick á vista de AlmaQia , m Castelb No-.
va, dio balalha, e sáii inteifanieiite desbaraudos , B-
«ando doie regjiBeBtos partuguezes prisíoDeÍEOS ( 25 de
abril ). Os^alliados sc rielirarara ao reÍDo de Valen^ ,
que pouco leoipo ge conserTou na -obedieDCÍa de Carloi
m, seguiodo o inesBie eiemplo o dc Ar3ga,o.
Os alliados, a quem a batalha d'Alnuitta poz em
^paros , nzeram uoia diversao dc Tor^as. Uioaie.Gol-
Iffwñj atraTeisam para a Estreinadura , .e sobre Badajoi
sao novamente battdos. 0» alliatjoí , e prinDÍpBlineDte
Portugal, empregam todos os meios- para^ recuperar
perdido.
( 1708 ) El-rei celcbra o sen casamento com D. Ma^
ria Anna d'Aastria , filha do Imperador Leopoldo i (S6
de outubro).
(1710) conde de Storemb gaflha a gtande victfr*
lia de 9arago;a sobre o ^neral Bay. Os altiaáoi de
Carlos III entram pela segunda vez em Uadrid. A caosa
de FiUppe julga-se perdída; porém, recebendo uoto»
soccorros de FranQS , o duque de Vendoise ataca Sto-
remb em VÍUa VÍQOsa. na Castella Nova . e o desba-
rala. Esta rictoria póde diier-se que modou a Uct da
causa de Filippe, e o segurou no throno.
N'este anno morre José ii , imperador da Altemanba ,
e o arcbiduqne subíu ao throno ímpcrial. Come^ o
seu parttdo na Hcspanha a dcclioar muito , porque as
nacoes tambetQ náo desQaram que Carloi reunisse la-
manho número de estados: todavia PorUigal conMiMioa
a sustentar a guerra.
{ 1711 ) almiranle francei Dngiiai Tronin atacá e
loma a cidade do Bio de Janeira. marquei de Hei
tlaca Carofu-Hiier ¡ porém depoi»dfl>ii|iiiTigorosafe-
,u8lo
dfteBéit-ürita peTú eoode da Rlbetra, por espa;o dü
trmta dias, os litianteg retirain.
■ ( i713 ; Paz geral em [Jtracht (11 de abril ]. Assígna-
uo tractado de paz [13 de revereiro de_1719) entro
Portofal e Hespanha , na mesma cidade de Utrecht,
■eodo plenipoEenciarios o doque de Ossnna , o conde
de Taro'uca, e D. Luiz da Cunha.'Os principaes ap-
tigoa eraai , qae a Hespanha entregaria o castello de
'Konda com a aeo territpria , a ilha de Verdejo, ea
Mlonía do SacrameDlo ;'e Porlugal eutregaria Albuquer-
qoe, Puebla e seii tcrritorío, c Íhe seriam pSROS seit-
ecntos mil cniiBdos pelo assento dos neKros.-
Faiem-se progres^os immensos na cÍTÍlisa^io do ser-
táo do Braiil , e nas suas proTÍncias augmentaiQ as des->
eobertas'.
( 1716 ) A s¿ de Lisboa dividida £m oríentat e occi-
dental , sendo está uttiiaa elevada a patrlarcbai, e geu
primeiro patriarclia Ü. Thomai de AÍniefda.
- K esquadra portugueza , ás-ordens do conde do.RÍQ
Grande , vie em soccorro dos Tenezianos , que tintiani
tomado a Horea , e atacafam a Hha de Corfú. Os turcos
.Hio esperaram , e a armada recolheu a Lisboa.
( 1717 ) TornaTata os turcos a incomtnodar as iliias
do Uediterraneo; a Dossa es'quadra toma a sair,.e Q
conde do Rit>-Grande e o de S. Vicente , unidos em
Corfú com as OHlras eaquadras auxiliarea, ataeam os
lurcos junto ao cabo UatBpan;.e a pesar do inimi-
mige ser si^perior em forcns , furara Qbrígados a retirar
GOffl.grande estrago para a ilha dc Candja.
r.an^a'-se a pedra fundamenial á ^asilica de Mafrá
(17 de narembro). conde da Ericeira, TÍce-rei da
lndia , atcaD^a gloriosoi triunfos.
' (1720) Brecíjio do bispado do GtÍQ Pcri. InsUtui-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
fsa
flo 'da Aeadeinia Reai át HíiIoFla Pmlngiift» ( 8 áv
deiembro) com cincoenta Mademicos áos mns eradi'-
tos do reiiiD. Insliluem-se scademias militares pnra as
eatudos mathematicus , e tres cadeiras de direito cÍYil ,
e dnas do cammico na unÍTenidade deETors.
( 1723 ) A i>este mata mais de quaresta mil pcMo»
em Liabua.
(1738) Casameolo do principe áo Bnnit com Ife
Haria Aona Victoria , infanta dc Hespaaha , e da prin'. '
eeia da Berra D. Unria Barbara com o principe ilis .
Asturias D. FernaDdo.
(1729) Comc^a a ediñear-se o grande aquedueli»
das aguas livres para abastecer de agua a cidade dc ■
t.isbua, obra a raais gi^antesca da Earopa.
(1730) Sasra^ao da Basilica de Mafra [ITde n»-
Tembro):
(1733) conde de Sandonñl , Tiee-r«t da India,
Gonserva com bastaole dilHcatdade esfe Estado.
( 17(0} marquex de I.^urifal láe segnAda nt ko-
Tersar o Bstado de India , fai levanlar o sllio de Gda,
« retama alffumas pracas.
( 1741 ) fi lupprimtdo o arcebispado de LislMMt , ft-
caitdo s^menta x si patriaFChal ( 1 de selembro ).
( 1744 } Sendo vice>rei o nNrqvcz de Alonia , conU-
Búa a impedir o progresso do intmigo na India, e «
faicr respeitar as armas portngncMs.
( 174K ) Erec<;ao des bispados de S. Paulo < de Ifa-
rianna , no Braiil.
( 1748 ) Itenediclo ht conccde a al^rei e seos sacoas'
■ores o título de Fidetistinm ( S3 de deteml^ro ).
( 1750 ) Traetado com a Hespwha para deMrCaf ts
liraites das dnas 'coroas nas Indias nccidentvej.
' EI-r«í iwTia sido aUcado de unu ptnrlrti* • 10 dc
m
■ FoJ D. Jnio T doUdo de um gcnio grindiuso. Gon
vernoB o teino quarenla e trcs annos. Além <las funda-f
^óes do coTiTento de Mafra . e do aqueduelo de Liiboa ,
mandmi faKr em Roma a magníflca'capella áe S. Joio
Baptísta , qiTe m Té na igrcja de S. Roque , obra qiia
ctrslov Qm milhao de cruiadas. Fundou e aDÍmou a ÍD-
duslria manufactureira do reino. Estabcleceu livrarfss
faoiosas, e reediñcou o utilissimo hospital dai Caldas
da Bainha. Morreii em Ltiboa a 31 de julho-de 175(>,
teodo seiscnta e um annos de idade. Havia nascido a
2'2 de outubro de 1689. Jai em S. Vicente áe Fóra. .
SbNHOB D. JosCI 1 ( ItEFOSMÁDOB ) 25." Ru.
Unrto el-Tet D. Jolo y , foi acclaroado rei , eom M
SolemnidadeB do cosiome, seu ti^o o prÍDcÍpe do Bra-:
Cil D. Jftsé (7 de agosto), Uada trÍDla e seis anDas
de idade.
' D, José I achoa os cofres vasioi. Calcula-se que na
reÍDado áe sen pai foram para Roma ceoto e oitaDta mi^
thoes de cniMfios. A despeta com o coDTeDtft de Hafra
bavia sido enorme , assim eomo o fei a feita com o utí-
lisBÍmo aqueducto que abasteceu de agua a capital.
' Os primeiros. cuidados do inonarcha fhram o de ani*
rtat' a agrícultura , as aries e o oaninercio , para eom'
estes solidos elementus faEer prosperar a na^So , e ai>>
^meRtar o» rendimentos do Estado.
Bl-rei entregou-'se completameDte nai nwoa dO'Sen
prímeiro mtnislro , Sebasli^o José de Carvalho e Me)-
lo . bomera doiado de grande talenlo ftdminÍslraUvo.
<A trand» negocio» do Estodp r Ve a>é fto. niniKl»
I. Coo^ílc
tS4
4e-D. Pedrn a >ó<e.t»cUi7n «n cottes, reOBÍd(W.0|i
Tres Estadosdu Reino , comefavainagora , ntaiídoqaa
Bo precedente reirurlo , a scr dclibcrados pelo govemo ,
Min guardar respeiFo aos roros, e regaliag nacionaes.
Debaiia de sfmilhaxile sjstema se (uitriioarain muitas
leis , algumis sem-dúvida de gramlc interesse p¿blico«
poTÉm tambem algumss houTe ineonvenientes.
Chegou a Lisboa a frota do Briiil { 7 de dezembro)
carregada de dÍDheiro , e gencros coloniaes.
( 17S1 ) CreafáQ da Bela^io do Rio dejaiieiro.-e do
Seposrto PúblicD em Lisbua.
{ 1752 ) O comniercio dos diamantes é declarido t%-
clusÍTO . e flca debaíio da protcccao do rei.
(175S) Keforma da Jimta do Commercio (30 de se-
tembro ].
Horrivel terremoto (1.* de novembro) em Lisboa,
qae sabv«rte a cidwle , pereecndo mais de qaareata mil
■pestoas , e os prejuicos forara ealeulados em centenares
de milhóes. £l-rei e seu governo desetiToIveram n'esla
críse ama energia adiniravel. A cidade submergida ,.e
Mii babilaDtes vendo-se cercados de niinas e de cada-
veres , ainda o'eSle doloroso esEado faram atacados pela
cübifa dos salleadores. Estes em Damerosos bandos so
esfMlharam pela capital , assailaDdo as casts , OS habi-
taotes flas raas , e at£ is raulheres rasgavam as orelbai
para mais facilmenle Ihes ronbar as argolas ou bríveos.
-OrdeDOu o governo ,. que todos os salteadores apanba-
dos em flagraDle fossem lt>ga enforcados nos looaes do
, delicto , e seus Corpos eonservados na forca ; esta or-
dem. hoFrorosa , sem dúvida , e que se. eiecutou pon-
tualmenle , foí quem salvou a cidade dos horrofes do
assassino, c da pilhagem a que se via cDtregue.' Ale-
VMtanis^ barncas p«ra recoUier os iafelÍKi qoe »i-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
IS3
^vun dhtterao», •deeorrennMs lodM m tpe pMelsa»
vem , sem olbar a classe ; llDalmente derain-se proridea- -
ciaa taes, que só ellas fariftm grande o reÍDado de D:
Jotói.
A iiberdade do cominereio dog Tinbos do Alto Donro
estaT8 faietodo graodes casas inglezas em prejuiio doi
tavradoreS , e tambeot dos urgociaDtes porUigoeies.' Os
ingleles faaviíim estabclecido uma feitoriai.o govem*
■ destrae , e institue a Companhía Geral da Agricnllu^
ra e Commetcio dos Vinhos do Atlo Douro , estabeiecj*
menlo que chegou a ser , no Bea genero , um dos nuio-
Tes da Earopa.
Os ingleies que n3o gostavBm d« restríc^io que o
govemo acatuva de faier ao commercio dos vinhos do
Dooro, proinaveram no Porto uma subieva^io contra a
Companhia. O gorcrao manda tropas sohre o Porio-, e
' abafi a revolla , e Domeou unia Al^ada para ir lo Port4 ,
conhecer, e castigar os amotinados. Foram coDdemnar
dos ( 13 de oniubro de 1757 ) e punidos com pona Ult-
tioia , agoilcs e galés i confiseatio de bens e degredos ,
duienlos e oitenta e tres individiios de amtMs os-sexos*t
c deicsele iiBpuberes condemnados b palmatoadas , c «
irem ver as execn^oes.
- (1787) O primeiro ministro csOva n'uma guerra
aberta com os jeiuitas. Eales se- oppunham i emancl-
pa^áo dos judeos . e ao projectu do casamento da prÍDr
ceia do Braiil com.o duque de Cumlierland'. « Eis o
crime qne nunce so Ibes póde perdoar. ■ ( 14 ) Os jesui-
tas foram eipulsos do pa^o (ooite de 19 de setembro).
~(17W) Fet-se a diligencia psra que o odioso d'al-
n UitcmeBta fo^
I. Coo^ílc
ftb akMU di» GahÍB. •
Ajaáa . c bwMH MlMK>d
Coa D mMor ■r^fcda sc InlM de Imar cenhKÍ-
■cMd á«t refcicülu , c em dezcaibra foraiB prcaoa
• daqoc d'Aniro , a ■nrqaa c wai q Hc ia de TaTOni ,
Ijiíz BcnMTdode1^nin,eJiH¿llaríidcTan>n, scbs
CIIms; D. Jctwwim dc AUidc, cande di Atonpiia, e
do* plcbcM Bfas Jofc RoBciro , Joao HistiH , Manoel
Al*e* . e Anlonía Akcs.
f 17S9] A sentciiri defmilÍTi f»i dada a tS de ja-
nefro ein j<inia prcsidida pclos lrc« spcrctaríos d'Bst<t-
do, c a 13 se ciccmmi noi coodennados a pcna ds
MMK por nuneira lao cmel , como nio hatia eiemplo
(1A] IlerefEmi! S. lenario de Loiola fondott ■ Compi-
nllla d« JoOk para raiDlntFr nt erroi <te l^lfaFru e Ciltt-
iM.Claall b»e|tc*<>a*«'uIoI6.° Oi jenilM dscmpeah»-
rNln IRo ticm ■ tiia mii>Bu, qiie o prnKljliiimD lulbcraiiii a
(alfliitila rome^nu ■ TEtro^radir. ÁpparerFD o jnpieiiiimo ,
■ Ot liMiilH Um comtnliitb tño cncirai^Klam'eBle dt filhot
d« J^iii'euto, como m do Lntliera, e Cal*ln«.
„:-.-.,Coo.ílc
m
na Europa Aesde oi f randei nuptfríos qae sa flicrtDi'
«Qs cbrisUÍDS nM tempos da» grandes persegoifSes. Fo-
rani os reos levados á pra^a de Belero , onde ■ lufi Ibet
qticbraram oa ossos, rodando-os em vida, e lani^araa
00 fogo, outi:oieBquartejadas e lanqadoB ao fogo, oa'
tros gnrfotados e lan;ados tnmbem ao fogo, e no flm
Udas as cinias lan^das ao mar.
José Polycarpo dc Azevedo escapoa ao mesmo Bnp>
pifcio, e DUQca appareceu. Igualmente se considera-
ram eomo complices do alrocisslmo erime os padres
jcsnitas Joáo Alexandre , Joio de Mnttos , e outros com
u padre Gabricl HalaKrida, qac dcpois foi jusLi^ado
por crime de heresia. Os bcns da sociedade dos jesai*
Us roram conriscddDs ( 19 de JKneirn).
O primeiro minislro é elcvado á dignidadc de conJB
de Oeii'as ( 6 de junho ) , e seus irmñai Franciseo Xa-
tier de Mcndon^^i , e Paulo de Cartalho de Mt-ndon^a ,
foram tanibem depois nomendcs secrclartos d'CiUdOi
iDSlitiiÍcan ia coinpanhia de Poriiambuco [ Í3 de ñgw
tu¡.
Os jesuilns sáo pmcriplose hanidos do reiiio.(d ds
sclcnibro), doclarados inimigos da palria, o desoatu-
rulls.-)dns para sempre.
( 1760 ) llcnora;ao dn (3onselho d'Estodo. Foram cre-
ados mcmbros o cardcal patriarcha Saldnnha , D. Jiiño ,
Glho do infante D. Francisco, o marquei de Taiicos ,
o arccbispo d'Evora, o condc de Arraf olos , e os ■#-
cretarios d'eatado.
Casamento da prínceza do Brazil com sea tio o in-
fjnlc D. Pcdro ( 6 de junho ). O (toTerrifi manda snir do
Lisboa o nuDcio dc sua sanlidacle ( IB'de Junho ). Crca-
tao do officio de intcndentc ¿eTn] da pniicia da corle e
«■100.(23 de juiího} . e seu primeiro inlendente odcs-
embargador IgDacio Fcrrctra do gouto.
Couslo
m
(ITBt) Cm^ó do Erarío Hrg^.
(1762) Come;aiii as boslilidadcs entre a Heapanhi
e Inglaierra , por causa do Paeto de Fnmíjfo .- o nosso
goverbo Dio cede ás ameidai da Heapanha c da FraiH
(a, qáe eiigíam se deeiaraiw cMitra « Inglatern.
Aprosimain'se ai tropas d'aqiieltas na^oes para ai nos»
sas frontei ras ; mas o gof erno permanece llei ao seo sf s-
tema de neDtralidade.
A Hespanha declara guerra a Portiigal ( IS de ju-
nho), sendo o nosso paíi logo invadida pelo general
bespanhol marqueE de Sárria , que se fez senhor de *
qoasi toda o profincia de Triis-os-Uontes , e se enca->
minba para o Porlo. copde d'O Iteillj toma Alraei-
da por capitula^ao ( 23 de nxnsto ). PorlDgal tíd aisint
caTÍilosamente invadido o seU tcrritorio.
O duqtie de Lafóes é nomeaijo general ém cbefe do ~
exercito, e á pressa se prepara para repellir os ÍDva«
sores. O general conde de Lippe , que se tinha diitiu'
guido em Allemanha, é nomeado mareebal general , e
chcre do estado maior general. nosso eiercito coina
por encanto se apyrescDta n'um estado de organisaráo
e disciplioa admiraveis, e em varios .rcconlroi desba-
rata os hcspnnhoes.
Na Ameríca o general bespanhol Ccvalhos nes loma
a colonia do gacramento, e a iiha de S. Gabriel. Al
corles de Madríd e Versalhes conlínuam a soffrer gran-.
des perdas com a Inglalerra. Assigna-se a pai [ 10 de
fcverein)) entre Portugal , Hespanha , FreD; a , e In-
glalerra, sendo restituido a Porlagal tado quanto os
hespanhoes Ifae baviam tomado.
E rcnovado o'tribulo da dccima lan^ado em 166(
(26 de selembro).
(t7ft8) & creado o triboiMl da Hesa GeBMiÍa; 4
* ü.o.ii-n.C.OOylc
m
Kbolida B 'oálosa distlDC^.áo entre chrUtaoi noeoi, »
velhv», " , ■ ' .
{iÍ69.^ El-rei maixia dar o traUmento de magesta*
de Ao trihunal do Santo Officio.
. ( 1770 J Abre-so communicaíSo com a corte de Ro-
ma (25 i]e ago9to),.que estava impedida desde 1760,,
ArriTana de Souza erigida em cidade com o nome de
Penafiel. Erecíáo dos bispadoa.de Penaliel , e Bpja. A
vjlla de Pinhel elevada a cidade. Alguns mosteíroa e
ordchs sáo supprtmidos. Q conde de Oeiras elevado á
dignidade de marqne;! de Pombal.--
( 1771 ) Erec^áo do bispado de €astelIo Branco.
( 1772 ) Reforma dos Esliidos , e da Universiilade do
Ceimbráj crearam-se as faculdades de mathematica^
philosophia , e inailas cadeiraf para completar o ensi-
no das qne já hatia.
- ( 1773 ) ábolifáo da eíeravalitra em Portagal, Nova
loi pcla qual se alxiiiu toila a diiTeren^a enlre chriitaot
iWftoí , e christáos noror, e uma lerceira qiie dá o re-
gio praz-me á bulla de Clcmenlc iiv eipedída para a
extínc^ño da Companhia de jesus.
( 1774 ) Ereccáo dos hispados de Pinhel , e Aveiro.
( 1775 j E inangurada iio Terreiro do Pa^o a Eslatua
Equestre d'el-rei D. José i (6 de junho). Tlnha sido
fundida e cinzelada desde iS de outiibro de 177 Í' até
15 de maio , e collocada a 27 do dito mez de maio.
£ loda de bronze, e pesa duns mil arrobas. descnho
füi dado pclo archileclD Joaqufm Machado de Castro,
e a fnndÍQao foi feita dehaixo da 'dÍrec<;áo do insigne
engenhciro Barlholomeu da Costa.
- ( 1777 ) Já el-rci D. José i governava ha vinte' e tres
aimos , lcnHio em qite fez clcvar a nacao a um grúo de
pioiperidade, que fei a adroira^áo da Earopa. Tam-
11
160
' íiim dea a liberdade aos indios do Braxil. Creoa o»
cÍDCO HMrqaezados áe Lavradio, Tancos , AWilo , Cas-
feUo Mdhor , é Pombal ; os dez condados de Beiende ,
Bobadella , Lumiares , Bga , Cunha , Satnpaio , Oeiras .
Atambuja , l.onxá , e Redínha ; os dois Tiscondados de
Souto-d'EI-Rei , e MisqDitella ¡ e deu bs honras de
conde ao de Asséca. ■ ', ■
Morreu em ¿isboa a 2i de fe»ereiro de 1777 , tendo
íeSsenÍa e tres annos de idade. Haria nascido em Lis-
boa a 6 de janbo de 1714. Jaz em 8. Vicente de Fóra.
A SÉKHObi D. MaUa r (A Pibdosa) 26." Rei.
( 1777 ) Por raorle d'el-rei D. Jos6 , snbio ao Ihrono
sna ñlha D. Maria . prinasza do Bratil , lendo 33 annoi
de idade (24 de fevereiro).
; Verificou-se o que determinaram as leis fandameD- .
Íaes , quc na.faltá de varao , succeda a femea ,,que em
linha se seguir , e tif er casada cbm senhor porlugu^z.
foi pois acclamada solemnemente D. Maria i e seu an-
guslo esposo el-rei D. Pedro m (13 de maio).
A Hova rainha dispensou os servicos do marqu» de
l>omba1 , e escolhen para ministro assistente ao despa-
cho , e presidenle do real erarlo , o marquet d'Angeja t
para secrelario d'estado dos negocios do reino , o vit-
eonde de fiUa Nova da Cermira ; dos negocios estran-
geiros e da gucrra , Ayrei de Sá; e fia marínha e coo-
qoístas conservou Éfartinho de Sfello e Caitro. Üm dos
primeiros actos da sobcrana , e do seu goTerno, foi b
de mandar soltar todos os presós d'Estado.
A requerimento das peísoas accusadas de crimlnosos
d'Estado , durante o govérno do marquei , -se prucedéül .
i revisSo dos pcoeessoi em que havian -sido coulein-
' I6i
tibdog, e foram declarados tt'esU retís^o íBnecetites i;
náo só os vivos , como os tnorlos> É para DDlar que
tnuitos dos juiies que proferiram a seuten^a , tiiihaiii
eui oulro tempo volado pela condemna^tío dos mesniof
preaos. Era a politica que mudava.
. marqucz, agora accusado de crimes atroEes,'¿
processado , declarndo crimirioso, e digpo' de um es-
emplar castigo; porém a boodota rainha , teodo en^
considera^ao a sua avacfada idade e cnrerinidades , o
nanda desterrado para viute tegoas da corle. inár>
quez roi para a villa de Pomtial.
( 1778 ) Gomes Freire de Andrade da parl« de Por-
tiigaV , e Cevalhos da parte de Hespanh^ , sáo nomeadog
para decidirem da ultima lioha de divisSo da America ,
e a guerra do sul conclue-sc ;'assignanda-se novo Ira-
Clado dc allianca , em qito ambas as poleocias sc ajus-
(aram a aoccorn-r-se niuluamcnle , ficando oj hespa-
nhoes com a nussa colunia do Sacramento , com a iihi
de S- Gabriel , e as daas ilhas derAnno Bom , e Fcrnan-
do do Pó , no golfo de Guiaé; e r^stituindo-nos » ilha
e forte dc Sanla Calharina , e dando-nos em iudemnisa-
(lo uraa parle do Paraguay.
Porlugat conserva neutralidade entre.a guerra da
America com a Inglaterra.
¡ 1779 ] O conde da Azamhuja é noraeado para guc-
ccdftr no governo das armas ao 'gcneral 'Maclean, que
bavia succcdido ao marcchal conde de l.ippe.
I^n^a-se a pedra fundameDtal á fiasilica do Caraijao
dc Jesus ( 24 de outubro ).
Creacáo da Academia Real das Sciencias , ou refor-
ma da Ácadcmia de Ilisloria Porlugueza ( 24 de dczem-
bro).
( 1780 ) Allianfa e traclido de oopmercio com Ca-
11 •
162
ifaarÍDa d tmperatrii da Rássia. Novos tractados de al'
liaD^a o&íensÍTa e defensÍTa com a Inglaterra. Eslabele-
eem-ae aulas de esludos para o pública nos conTeDloa
dos reguiares. '
( 1781 ) Institnigáo da Academia das Bellas Artes
em Lisboa [23 de agostoj.
(1782) Marrc'O marquei detombal, deslerrado na
Tilla de Pombal (8 de maio}.
{ 1783 ) FuDdacao da Casa Pla em Lisboa.
( 1784 ) Troca das infantas em 'VÍIIa Vitosa ; a in-
fanta de Hespanha D. "Carlota , para'casar com.o in-
ftnfe de Portagal D. Joáo (depois el-rei o scnbor D.
JwEo Ti), e a itfanta de Portugal D'. Maria, para casar
com o inrante de Bespanba D. Gabriel. O casamento
teve logar a 8 de maio de 1789. - -
( 1786 ) Horre em Lisboa el-rei D. Pedro m ( 25 de
inaio), tendo iessenta e nore annos de idade. Jai em
S- Vicenle de Fóra.
( 1788 ] Morre o pHncipe do Brazil D. José , deixan-
do a na;io coberta áe sentimeiito e mágoa.
( 1789 ] Grande reToIu^áo em Fran^a , que , abafatla
por vezes , ao presente ainda dura , e bastaute tcni in-
qnietado o nosso reino por dtfersas vezes.
Creagao da Cordoaria .emXisboa. Dd-se princfpio ao
HOTO Erario no siLio da Patriarchal Queimada , obra
que , se se acabassé , faria a admira£áo do mundo , e
detxaria n'um ponto muito diminuto os edificios dos
Bancos de Londres e Amsterdao, ,
( 1790} Sagra;ao da sumptuosa Basilica do Corafáo
de Jcsus (15 de noyembro). Importou em 15 milhóes
dé cruzados , e foi dada ás filbas de Santa Tberesa de
( 1792 ) A rainha i aUctda de uraa molestia mcntal ,
o,i,-f-n,Gopgli:
e seu fllho . o prÍDcifM do Braiil D. Joao ,' toma as »•
áeas do governo , continuanclo todavia o eKpediente dos
negocios em name da sobcrana , apesar dos actos publi'
C09 serem assignados pelo principe, sem que prévia-
mente tivesse havido convoca^áo dos Tres Estados da
Reino , para que , reunidos em corles , deliberassem so-
bre tao importante negocio , como se fez em casos ideo*
ticos , e em outras epochas.
(1793) Dccreto para o encanamento do Hondego'.
^ As obras comeEaram , porém fqram interrompidas pcU
guerra com a Fran^a , quando nos invadiu.
A Pranca invade a Hespanha. Estava aqnella na^ao
Do faaior gráo de desordem ; tinha morto o rei , a rai-
nha, os principes., e as cabe^as dos cídadáos rolavam
na guilhotina aos milhares. Porlugal manda para a Ca-
talunha , para socCorrer a Hespanha , uma divisáo auii-
liar de seis regimentos de infanteria, e um corpo de
■rtilharia , ás ordens do tencnte general Joáo Forbes
Sbelater. Os regimenlos cram — 1 .* regimento de OIÍ-
venga (3.* de inf. ), commandado por Joáo Jacob de
Hestral ; regimento dc Freire ( 4.* de inf. ) por Gomes
Freirc de Andrade; l.*regimenIodoPorlo(6.''deinr. )
por José Corr£a de Mello ; regimento de Peniche ( 13-'
dc inf. ) por Bernardino Freire de Andrade ; S.° rcgi-
Biento do Porto ( 18." de inf. ) por D. Jolo Corréa de
Sá; regimento de Cascaes (19.* dc inf. ) pelo UonteÍT
ro mór; e uma brigada de 400 homens de arlilharía
commandada pelos majores Tetieira, e Bosa.
( 1794) Decreto para se abrírem novas eslradas de
Lisboa a Coimbra , e d'ahi ao PorLo , noraeando inspc^
ctor d'esta grande obra o descmbargador José Diogo
Uascaranhas Neto.
Crea^áo das aalas dc rortiBca;lo. José de Soabra d«
i6Í
Sitva é nomeada ministro dos negocios do reino , e para
bs estrangeiros e da guerra l.uiz Pinto Balsemao. O da-
qne de Tafoes é nomeado mareí:ba] general dos excrci-
tos junto á real pcssoa.
( 1795 ] Aos regimenlós da divisao suxiliar na Hes-.
panha fu'i concedida u seguihte inscrip^iio nas suas ban-
^eiras — Ao valor~do regimento de Olivenca &c, íic,
( 17 de dezembro de 1795 ). '
- ( 1796 ] O nosso exercito da CatalQnba chega a Por-
tugal coberlo de honras e de loujr^s.
( 1797 ) Chega a Portugal o p>incipc de Valdek para
Servir debainn das ordens do duque de Lafoes. Morle
do ministro Marlinho de Mcno , quc é substituido por
D— Rodrigo de Souza Coutinho. Creacáo do Alrniranta-
ño, e da firigada Real da Uarinha. Extincgao da Mesa ■
Censoria, dandv-se a sua auctoridade ao Ordinario,
Sanlo OfBcio , e Desembargo do Pa;o.
(1798) Creacao da Livraria pábNca da cidade de
Lisboa. É aberta n'cste mesmo anno, sendo inspector
marquez de Ponte de Lima , e bibliolhecario o desem-
bargador Antonio Ríbeiro dos Santos.
( 1799 ) Creacáo do tribunal do Prolo-Hedicato. Ábo-
)í;áo do ofGcro de correio mír , ficando a sua adminis-
IraQÍo a cargo do Estado. Crea^ao do papel moeda ,
assim como do papel sellado ( 1'6 ). '
Gontinuando as molestias da raínha , o pHncipe seu
itlho dcclarou-se principe regente do reino ( IS de jn-
Ibo], que já governava desde 1792 em nome de sua
augusta mái a senhora D. Maria i.
(16) Mai e)te papel mIMq «a d» 10 tiU a bllu., e
lemponrio.
BuKRCu Bo PuHon D. Jolo.
f^l799 ] Auumiu definilÍTainenle o governo 6 príncí-
pe I>. Joáo, noUDdo-ge muito, qae para am caso de
tanta gravidade, nao se canvocassem os Estados , oit
melhor , qae desde o reinado de D. Joao t houT^sse
lanto desprízo pelas liberdades nacionaes.
Come^oa o regente o seu goTerno assignalando-o pela
muita prolectaa dada ao commercio, alcan^Budo am
tal desenvoltimento , que em breve se tíu o reino cheio
de prosperidade , e «s^ portos de Lisboa e Porto rivali-
lando com as primelras pra;as mercBnlis da Eurapa.
(1801 ; Os goTernos da Hespanha 8 da Franja allia-
ram-se'para faier guerra a Inglaterra, e exigiam que
governo de Porlugal tambem entrasse na liga , a que
Ó regente se recusou. A Hespanha e a FranQa deKlaram
gnerra a PorlDgal , e as trojías das duas na^oes ÍQvadem
o nosso territorio ao mando do príncipe da Pai , e nos
tomanf Olíven^ , no Álemtejo. As tropas portnguezas
se movem por toda a parte , mas a gucrra é ile curta
darafaa , e ■ pai le conclue no mesmo anno ( 6 de ju-
nbo ] assignaDdo-se o tractado 'de Badajoi , em que Por-
tugal deíia em refens í Hespanha a pra;a de Oliveiv
Ca ( 17 ] , e á Fran;a uma prté da Guiana pelo Iracta-
do de Madrid de 29 de setembro. Mudan^a de miDÍsie-
rio. O general Lannes , embaiiador do primeiro constU
(Bounaparte] da repuhlica franceia , chega a Lisbóa,
(IT) A pra^ de Oliven^a devla ier-lM>i reiütuida >e-
[onda a traclada , porém m hnpanfaoei alé boje b tcni con-
«ervado cilcAndo a f¿ do trictndo. duaado m porlucueiei
■ tomaratn aoi frauceia em 1911 , dcvUm arvorar u ella •
■oua faindein , e >Ío a caitetbnna , poli nem um bctpaufavl
IbÍ'aUKarKiumutMpara a Bnawar do p«ilci4tw fiauceie*.
o,i,-f-n,Googlc
1«6
( 1S03 ) lDSttItii;3o da At;adeiiiia de Harinlia e Com-
tnercio na cidade do Porto, com aulas de philosophía ,
inatheraatica , commercio , nautica , desenho , e das lin-
guas ingle^n, e íranceM.
(1801) A ordcra de Santa Isabel , creada etti 1801
pela princeza do Brazíl D. Carlola . para as damns dl
primeira grandeía , é approvada (25 de abrii) peío
principe regenle.
(1806) Reforma nos unirormes, e dislÍDCtÍvOS no
cxcrcito ( 19 de maio ) , adoplando-se o plano do secre-
tario d'Estado Antonio de Araujo de Azevedo.
( 1807 ) Napoleao , orgulhoso de ter sobre a cabe^a
vma coroa das mais brilhantes da Europa , e que elle dí-
zia tinha achado na lama , orgulhóso dc dar a lei a Euro-
pa , sera a poder dar a Inglaterra , náo loleraM o seu or-
gulho qoe esta nacáo se !he appresentasse sempre altifa j
semprehoslil , e protcsla destruiro colossobritannico , e
redüzir osinglezesá infimaespecJe.EmbebÍdo poisoim-
peradornosseus gjganlescosplanosparadestruira snarí-
val , concebe o syst^ma eonlinentftl , oii a expulsao dos
Ingleics dos porlos da Eiiropa , inlimando as na; oes'para
qne Techassem os seus portos a todos os subdilos da Grao
Bretanha , seqaestrassem as suas propriedades , e os
prendessem.
O principe regentc dc Porlugal prestava-se a annuir ,
i primi'ira parte da intíraicao do imperador dos fran-
cezes , mas recusava a segunda e terceira,' porém tal
recusa trouxc a guerra que assolou o reino: e se esle
náo foi riscndp do mappa das pa;des , como queria o
despota da Europa , deve-o aos csforcos de seusbriosOs
fllbos , que em setc annos souberam mostrar aps franr
cexes , que o nosso solo era tngralo de mais para pr»-
duxir Áreolie, RivoH, Pyramidet , Zurieh, I'
AuUerlitz , Jena , Eyh» , Frifdland ^c. JCe.
I(Í7
Napo}Ño e CitIob it , rei de Hespanha , assignam o
Iraclado secrelo de Fuiilainebleati (37 de outubro ) ,
cm que depunliain do tlirono porliigiiez a casa de Bra-
gatica , e Porluga) ers riscado do mappa das na^óes,
sendo o seu lcrritorío occupado por um cxcrcito de qua- '
rcnta c cinco mil liomcns , e retalhado pcla manei'ra sc-
giiinle: — a provincia do Mínho formaria o reino da
Lusilania seplentrional a favor da rainha da Etruria;
as provini^ias dc Trás-os-Mantcs , Beira . e Estremadu-
ra lieariam cm sequcslro a üivor da Fran^a ; e o Alcm-
tejo e A1gBr\e rorroariam o principado dos Algarves a
favordoprincipc da Paz.
TrinU mil fiancezcs e quinze mil hespanhoes deliai-
xo do commando cm ch<^ do general Junot marcham
sobre Porlugal, e Junot cbega a Abrantes (24 de no-
vembra ).
A oolfcia da chegada dos rranceies a Abr<inles poi
ludo em alarme. O plano do inimigo era apoderar-se
da familia real; porém o príncipe regcnte immediata-
nentc toma a rcsolucao de embarcar com a familiá real
e corlc para o Eslado do Brazil ( 16 ) , frustrando assiia
os designios de Napolcio. Tudo sc poz em ordem de
partida , e o principe regenle , por decrelo de 26 de
no?embro , nomcou um conaelho de regcncia para go-
( 18) Rilaiiléti de traniportsr ■ rnrle nara o Braill tiao
era noie,. ül-rel D. JoSo iv eflnva já n'eiH re«u1a.;Io ,
qaiudo B furlUDa da guerra com Hej|iaiiha Ihe toue a.lver^
M. Em 1615 o irieamo rei elevoii o ItiiiJI á principado ■
fiivur do berdciro da coroa, na idca de que aqiictle KitadD
ÍbiiegovernadapelD ¡mmeiliiito surreitor. El-rei !>■ Jusé i,
quando a(-oDlei«u o detattroio lerremolo do 1 ." de novein.-
bro de.1755,.foi icoiiielbado pelo leo primeiro miHÍiliQ
para ir eilabélecer ■ corte no Braiil &c>
I. Coo^ílc
Ternar o reino doranle a sna amencia. N'esU meiDM
tarde tomou posse a
Jbgtncia do Refno tm nome do Principe RegenU ,
composla dos seguinles senbores; — Preiidente , mlir-
quez de Abranles , membm , o tenente geaeral Francis-
co da Cunba e Menezes, priucipal Castro, Pedro de
Mello Braytier, Luizde VascoDcellos e Souia : supplen-
tes — o leneDte general D. Fraocisco Xavier de Ñoro-
. nha , o conde Monteiro Hór ; secretarios o conde de
Sampaio, 0. Higuel Pcreira Forjaz , e o desembarga-
dor do Pa^o Joao Antonio Satler de Uendnafa,
A 27 verificou-se o embartjue da familia real , s sua
corte. A regencia dava ss suas providcncias para que
os francezes fossem bem recebidos , para assiio evitar
maiores desgra^s á na;ao. A 29 se fei de vela toda s
esqaadra. A 30 entrava em Lisboa o general frsocei
lunot , lomando posse das fortaleias com tal presteia,
que ainda chegoo a mandar fazer fogo sobre alguns na-
Tios da nossa esquadra. O general Taranco com a di-
TÍsSp hespanhola enlra no Porlo (13 de deiembro).
Junot , senhor do reino , come^a logo 'a legislar scm
se importar com a regencia. A 13 de deiembro manda
arvorar as aguias francezas no castello de Lisboa, e
nasmaís fortalezas do reino. Pordecreto de 19 do mcs-
mo mG2 manda seqnestrar toda a propriedade britanni-
ca , e a 22 dá haixa ao nosso eiercito.
Assim continoou Junot a governar atéao dia l.°de fe-
vereiro de 1808, em que o dito general organisa nofa
I. Coo^ílc
HegeiK-la eni ñome de NapoleZ» i, Ímperador do* franc*-
«e>, reidelialii, &«.
Presidente general Janot; membros condt da Ega,
J). Franciscü Rofad de Cattro, conde de Sampaio , e
^atfro de Melto brayner. ^
' (1808) novn guverno publtca (l.'de fevereiro)
decrelo dalado de Milao a 23 de dezembro, pelo qual
Napoleao impoé a Portugal á conlribuicao dc quárenta .
müliüei de cruíados.
■ O nosso exercito é desarniadb , e inandado para Frai».
ca. Muilos nobres «áo igualmente intimados para iretn
para aquella nacáo. Outros muíto livremmte rendem h»-
menagem ao impcrador , e pedem para entrar no sea
serviso e agrado. (19)
Em quanto os francczes e os afrancciados estavam
dispondo das cousas do reino, pHncipe regcnte e süa
real familia natrcgavam para as Terrás de Santa Crnz,
lendo solTrido no mar g^ande tormenta.
Cbegou a familia real ao Bio de Janeiro , e ali está-
beleceu o principe regente a sua corte, creando logo
todos os tribunaes taes qiiaes havia no relno. Nomeo(i
novo mÍDÍsterio, declarou guerra aos francetes, abriu
os portos do Brazil a lodas as na^oes , naalmente esta-
belecou-se a corte , como se estivesse em Lisboa.
Napoleáo bavia prcndido a familia rcal dc Hespanba ,
e og hespanhoes se levantam conlra os francczes. A
divisao bespanhola que eslava nas provincias do norte
de Porlug'al prende no Porlo o general francei Queroel
a 6 de junho , e a 7 parle para Hespanba.
(l>).AdotBvam o lol qus aateit. O inl que nté ao dia
30 de Dovembro o> alainidra , mergulhou no grande oceá- ^
no , n'aqacHe dia falal para Portug*!.
170 :
Ijvre Porlo e o Uinho de tropas , > cidaijc do Por-
to dá o grilo da ]il)erdade.( 18 de jiinho) , acclamando
principe rcgenfe, c o governo portugucz. Os chefes
da revolu^üo tao gloriosa , como reliz , forana o capiláo
UarÍK, tenenle ciirgncl Luiz Candido Cordeiro , e
(Milros. A 19 formoii-se a junla suprcma do governo
do Porlo , e deo-se principío á organisaíao do exercito
t>nra ir alacar Jimot, e líbcrlar Lishoa. calhusiasmo
é geral, o palriotismo efflcaz , e a energia sem igual.
mesmo espirilD se maRÍfcsta por toda a parte. Trás-
os-Monles segue a voi do Porto , e nomeia presidenle
da SII3 junla o gencrat Sel>u]vcda. Coimbra e a Beira
eipiilsam os francezes. .4lgarve se prununcía igual-
mcnte , e nomeia presidente da sua junta o coode dé
Castro Marim. Alcmtejo , apcsar de oceupado pelo
cruel Kcllerman , <dá o grito de libcrdadc em Evora ( 20
de juJho ). '
, general- Junot manda tropas para lodos os pontos.
Loison marcha sobre Eiora , e a toma dc assalto (29
de julho ) .
As nossas tropas do Minho e Trás-os-Monles , ás or-
dens do gcneral Bernardino Frcire de Andrade, co-
mecam a marchar para a Eslremadura ( fins de jolho ) ,
e nos principios de agosto chega em nosso auxflio um
exeroito inglci ás ordens de Dalrymplc, e Wellcsley,
Dalryroplc manda dcsembarcar no Porto a Wellesley
com algumas tropas, e o rcslo do eiercilo inglez des-
-cmbarca na Figueira e Estremadura, e sc rcune ao
nosso. general Wellesley, depois de lcr confcrcn-
ciado com a junta do Porto, partiu a unir-sc ao eser-
cito luso-anglo.
Junot manda o general Delabord a enconlrar os atlia-
' dos ; jppréra é batido na Roüía por Welleslc)' ( 17 de
I. Coo^ílc
17i
Sgosto ) I a lé relíra. Janot sie de Lisbóa com mais lro>
pas, porém £ lambcm desbaraíado por Wellesley na
batalha do Vimieiro (21 dc agosloj.
Vcndo Jiinot a ioipossiblHdadG dc sus(cntar-sc em
Portugal , tratou com os aHi;idos a céUbre «tnrHifño de
Cintra (30 de ,igos[o), ratiíicBila em Torrcs Vcdras
{ 3i dc agosto ) , pnra a UAA evacuaijaü de PorlHRal pe-
los exercilos francezes, Esles emliaicam no principio de
sclcmbro , levando todas as suas bagagens , e as riqueiaa
dO'paiz. A 15 de setcmbro se arvora a handeira porlu-
gueza nas fortalcüas de Lisboa , e ¿ Domeada a segunda
Regmeia do líeitto m nnme do Princijie Regentt de
-Poiívgal.
Prcsidentc, o liispo do Porlo , membros , o roarqueí
das Minas , o conde de Castro Uarim ,. D. Francisco Xa-
vier de Noronha , Francisco da Cunha e MeneEes'; se-
cretarios D. Wiguel Pcrcira ForjaE , e Jofio Antonio
Saller de Mendonra.
A princera D. Carlola Joatguina proteatou em 19 de
agosto conlra a rcnúncia feila pelos rcis leus pais c ÍT-'
maos a favor de Napoleáo, imperador dos francezes,
para quc simílhanU rcnúncia náo Ihe prejudicassc scus
dircitos á coroa de llcspanha.
A conven;3o de Cintra noo agradou a ningucm. Na-
poleáo exasperou-se conlra Junñt. Os ingleies mostra^
ram tao grande dcscontenlamcnlo, que o governo tcve
de lirar o cummándo ao gencral Oatrymple, ricando
Welleslcy com o eommando cm chefe. Os portugueics
accusavam o gcneral ínglcz de mcnos flel , por ier as-
signadu um tractado com um inimigo vencido , coDce-
dendo-llie o iGTar a> nossas prcciosidade*<
o,i,-f-n,Googlc
m •
( 1609 ) NapúleSo . psra mostrar a «tia desapprova^So
i conten^o feita pelo seu geaeral , maoda segunda. ex»
pedifáo contra Porlugal , ás ordens do marechal Soult.
Este habil general bale 08 anglo-hespanhoes epi GaUiia ,
mareha sobre a Coriinha , que totna (20 de janeiro)i
e faz <%)barcar precipitBdamentc og inglezes, dehaixo
do commando do general Moore , qne é morlo n'esla
bcm «angrenta ac^Bo. A cidnde dc Tuj tambem fui oc>
Cupada pelos fraMcczes (20 de fevcreiro},
Souit, senhor da-GalÍizB, roarcha sobre Portugal ,. e
toma Braga ( 20 de m^£o ] , sofl'ren'la por todo 6 Mi-
bho fracB resislencia. mesmo aconleceu do Porto,
onde «01^01/(29 de mar(o) buasi sem resisteocia. A
pe(^ena guarni;áo , quc ali tinhamoi , havia abandona-
do a cidade , e pas^ando á roargcts esquerda do Dou'
ro, alevantou o akjapio da ponte. ó.povo, que fugía ,
sein haver de qiic, porque os fi-ancem vinham mais
macios, corria sohre a ponte., sem sabcrdo'precípicio,
d'onde caíram , e pereceram mais de cinco mil pcssoas ;
c mais victimas hareria , a náo ser as providencias do
marechal Soult, que fet avan^ar uma respcitavel forQa.
de cavallsria e infanleria sobre a liibcira , a tomar a
ponte , para mais Dinguem n'eUaentrar. Porto deveu
niuilo n'esta occasiáo a S(iu|t.
' marechal Welleslej com o exercilo lusn-anglo mar-
cha ^obrc o Porto , d'oDde desalojn Soult ( 12 de maio ) ,
mais manobrando, do que combatenJq, cooseguindo
igualmente , qtie os francezes cvacuassem o Minho ( 17
de tnaio ) , e assjtn acabar a segunda invas&o das tropas
francczas.
Por decreto do principe regcnte , de 6 dc julho , da-
litdo do ttio de Janeiro , Qcou a rcgcncia ümitada a tres
tnembrus — o patrÍBrcha eleito, marque&dagUinast
e miiquei de Olbao.
Couslo
m '
Wclleilef coiO'O exercito lusa-anglo passa Í EslreiDa*
dura hespanhola , e uDÍdo eo general hGspanhnl Cuesla ■
gaoha sobrc os-JraDceies a famosa batalha de Talavera.
( 1810 ) Asjignam-se no Rio de Janeiro os dois tra-*
ctados de paz e allian;a , e cominereio cnlre Portugal ,
e a Grao-Bretanha ( 19 de fevereíro ).
As derrotas Quc os eüercitos francczeB luTÍam sof-
rrido eo) Portugal nas duas precedenles invasóes, d3o
cram para flcar no esqnecimenlo do orgulhoso Na-
poleSo , que determina (erceira iDvasao , - e a con-
-quisla formal de Portugal , mandando para lal fim reu<
Dirna Castetla Velha o 2.° corpo de exercito do com^
mando do generat Reynier; o 6.° ctH-po do commando
do mdrechal Néj , diique de Elchigen ; o 8.° corpo do
eommando do marcchal Junot, duque dc Ahrantes;
tendo por generaes de divisóes a Oudinot , Kelterman ,
Loison , e ontros de nome. ownmando em chefe d'es-
te formidavel exercilo , que tinha um efTcclivo da cem '
mil-inrantés . evinte mil cavallos, e um numeroso trcm
de artiiharia, foi dadn (decreto impeTÍal de 12 de
■bril) ao marcchal Masseoa , prjncipe d'Essling , a
quem o imperador chamava o braro doi braiot , o filho
qverido da victoria.
Uasscna chega a Valhadolid (12 de maio ) , toma o
commando do exercito, que manda rcuiiirein SalamaD-
ca, para d'aii vir cm direítura a Porlugal,
Em quanto os rraiicei^es avan^avam sobre Portugal , o
marecbal Bercsford organisava o nosso eiercito. e á
proporggo que os corpos se cooiplelavam em forija , e
manobra . os mandava rcunir ao marechal gcnerai cm
chefe Wellinglon. Eslc com o» exercilos aíliados ubser-
Taia o inimigo na fronlcifa , tendo a praca de Almcida
colterla pela divisao ligoira tuso-angto , áo comoMn-
I».,,,;. I. COO'JIC
4o éa geserat Oawte< , e fctJ;iiMl ii J« ila gtftent Ou~
H bwM fie tim a fj<iaiie Eodrí^, ^m máe
f It ée jtAo , dcpMS «á'unta herarca misleD.:¡a. O Ídí-
■Hj» bi *m Hnimentu snbre a !Titi^ini , <esa)<ijaDda
Crawíird ii ie joihu ' para liebaito d<is Buros da
prwa d'&iw^iita. CnwSinl , atacoiio wnaoarate ; ii de
jMtio ' , é a[T«p«l« para ab-n d<> Cüa . e > F^^S^ d'A>-
■ñla é inKtiiia c iirf»«i< ptrr Ldísihi psra ()ae $«
rcwla, coovite qae • sea ^««mdiH Cos rrprliiit.
M»scH poc ccrco rr^lar á praca 10 de a^osto ) ,
qae taBfañi rpiíisle n^laratcBtp : poréoa acmlccendo
qne nu boBba di> laÍBÍ^ caisse' di> paii>l da potrora ,
nta sv iornulíoa ' iS de ^>Mte ' . CiiPtHla niM cspl*-
sio borriiH , qae ca«sott graDle morUmiidc. C cstra-
gits írrcparaiei» bo BoiMmto. N'este e^ado nao cra
possiicl a contíniiarao da defe», e a pra^a capilDloil
[ 27 dc aftoel» ) boDrasaoM'iile.
I.ord WeltinstOD csipreknrie a reltrada com o ex'
crcílo para o Bnssaco . qne rircatiia «agarosamrDle ,
nas scoipre eobtindo a eslrada dc lisboa. O ^eneral
Crawrord robria a rrtirada briúsam^nte . faieado sobre
o Agarda oma derrsa , qoe fvt a aimirarao de Nej , e
JoDOt. Xs ponlrs da Dao e do Crís foran cortadas , e
CraVford exccaloo poDtaaliDCDte as ordros do mare-
rhal genefal , obstniindo as estradas pira demorar a
niarcba do ÍDÍmigo , alé qoe as baterias no Bussaco
eslÍTessem promplas , qne os noros corpos ali tíves^em
cb^adit dc rcfórco para dar Bma bilall» ao inÍDiíí^ ,
e que lodas eslas dcmoras finalmcDle , dariam lempo
para qse as lÍDhas dc defésa da capital se lcTassem ao
Fstado dc podcr recba^ar os ataqocs que Ibe fízesse o
' ncrejlo inimigo.
o,i,-f-n,Googli:
178
.eiercíto alliado, em fon^ de msmdU a seteUU
mil bomens , cobria a linha desde a estrema Mquerda
da serra do Bussaco , serra áo Cantaro , oté i ponte da
Hurcclla , tendo em reseiva a divisao do general HIII
Gom o scu quarlel general Da Lameire de Saala Eufle-
mia , ao p¿ da serra do Bussaco, do lado occidental.
quartel general em chefe eslasa no conTento. Assim
collocsdo nosso exercito, esbvam cotwrlas aa tres
estradas que o inimigo tencionava seguJr para eDtrar
na estrada real de Lisboa.
exercíto rrancez cobria as montanhBs orienlaes ent
frente do nosso exercito. A 26 de setembro fiEeram o»
francezes iim reconbecimento pcla estrada que por Sutla
se diríge ao alto do Encacnadouro , Luso, e estrada
real na Uealhada. A 27 atacam vigorosamente o mes-
mo ponto , e nio podendo ganhar a aUura , retrocedem ,
conservando porém as stias massas um fortisslmo fogo
de Btiradorég, De repente é atacada a nossa linha na
serra de Snnto Antonio do Cantaro , com o ÍDtuito de
seguir a estrada de Boláo e Coimbra , tomando a van-
guarda do nosso exercito. O inimigo alcan^a vantagens
n'este alaque , desalojando alguns regimcntos de mili-
cias portugueias . que guarneciam aquella parle da li-
nha, que por natureza cra fortissima. Já os franceies
comecavam a estabelécer-se na esplanada quc ba no
cume da mDnlanlia , quando chegaram alguns regiraen-
tos de soccorro, e o inimigo é compelíido a retirar
carregado a bayoncta , distinguindo-sc n'este fanioso
ataque o 8,° reginiento de iaranteria portugueza , que
sendo compostu de recrutas , para quem era novo
aquelle horroroso apparato, foi o corpo que mais se
distingaiu , e a qiiem se deveu a victoria d'aquelle dia.
general francez Slmeo ficou prisioneirQ , assim como
tre5 mil homeoi da soa divisao.
12
- I».,,,;. I. COO^ÍIC
m
UauMi* reconheciendo nos alaquet do dia S7 , qoc
bao podia desalójar o nosao exercito das snas fortissi-
tnas posiQoes no Bussaco ■ fai um niovinieDlo sobre o
nosso flanco esqnerda ; porém para o encobrir mandoa
■ODservar por todo o dia 28 om liroteio activo na linha
dos aliradores, e na noite de 28 para 29 lodo o.seu
exercitq se movia pela estrjda de Boialvo direito ao
Sardao a tomar a estrada feal de Coimbra a Lisboa. O
inimigo leve üo Bussaco quatro mil homeiis mortos , e
mais de trea mii prisioneiros , sendo a perda do nosao
exercito de mil.
Na mesma noite de 2S para 29 o nosso eiercito em-
prehenden a relirada para as linhas de Lisboa. A 30
batia-se a retaguarda dos alliados com a vanguarda fran-
ceia nos campos do Mondego ; porém no dia 1." de
onlnbro o exercito francex entrava em Coimbra , segpín-
'do a maÍDr for^a da tua cavallaria , i$ ordens de Kel-
lerman, para o lado da figueira, passando depois o
Uondego para a margem eiquerda.
Os francezes avan;avam rapidamente , porím a nossa
relirada nao se efTecluava cora menos rapidez c ordem.
sendo o inimigo bem escarmentado em Leiria pela ca-
vallaria do genersl Cotlon. Náo impediam porém tSo
ligeiras vantagcns a marcha victoriosa de Massena , que
se appresenlára á vista das nossas linhas a 7 de ontn-
bro , no momento em que o nosso exercilo tomava po-
si^oes, que só concluiram depois do dia II. A 12 li-
nha Massena o seu quartel general em Alemquer.
general Trant , que commandava uma dÍTÍsao de
milicias, e havia retirado para o Porlo, quandoMasse-
na rompen pelo Sardáo , agora cje sobre Coimbra , que
retoma aos fraDceies , 8 quem fez cinco mil prisionei-
ros entre a tropa da goarniflo e a doente nos bospílaeR.
I. Coo^ílc
m
Haisena come;a a raz«r algdns recoDliectmeiitps «o-
bre a$ linhas, de qne rcsuitaram oalras tanUs escars*
inii^as. Vnido porém que um ataque serio era maitQ
arriscado , cameea adesanimar , e mais , Tend(>-se n'um
paii inimigo, no princlpio do inTerno, sem vÍTeres ,'
em quanto que ao nosso exercito nada fattava,
A (tÍTÍsao 4o general HiIÍ passou para a margetn es-
qaerda do Tcjo. O marqnei de la Bomana com dez mil
hesponhnes se retniB ao nosso eiercito em 20 de ouln-
bro. A 14 de novembro Massena toma posÍQoes mais á
retaguarda , poslando e sua direita em Leiria , e a es-
querda ero Santarem. Lord Weltington avan^a com O
eiercito , e estabelece o seu qiiartel generai no CartaxOii
A posiclo do exercílo frsncci era delicada. D'alguns'
oRicios interceplados se soube que Massena dÍRÍa a Na-
poleao , que precisava mais sessenta mil bomens , e vi-
veres , setn o que nao podia tazer um ataque ás linbas ,
nein sttbsistir nn paii. A' Hespanha eslava toda insur-
reccionada contra os Bounaparles , e por isso se torna-
va arriscado quaesquer reror^os mandados u Porlugal,
todn a vez quc náo Tossem em far{;a que podesseni re-
pellir os jttaqiics dos hcspanhoes.
( 1811 ) O marecbal Beresford passa ao Alemtejo no
dia 1 .* de janeiro pnra obstar a qtie o ínimigo passasse
o Tejo. fiadajoz rende-se aos frgnceies por capitulacao
em ll'de fevereiro.
Conserva-se o exercito francet como paralyticodesde
o dia H de novembro, cslando as suas opera^óes re- ,
duzidas a forragear para comer. N'este estado recehe
um reíBrQo de IrinU tnil homens commandados pelos
generaes Drovel, Claparede, Foj, e Gardone . poréiu
nem asiim nos ataca , e na noite de 5 para 6 de mar-
(0 empreMide a aú retirada ..(endo desdo logo pec^
U *
. Cooylc
178
leguido pelo exercito allltdo. Durtnte á retírada ttí i
froateira houie os corobaLes de Poinbal , Redinba , Foi
d'AroQca , e Sabugal , em que at cagadores portuguezea
te bateram heroicameDte , principalmeDle em Pombal ,
onde lombaram da caTallaria franceza.
A relirada do eiercito francex fei inoTer o marechal
Beresrord sobre Campo Maior , abandonando o inimigo
o sitio que Ihe havia posto , e W retira para Badajot ,
sendo pers^QÍdo Talentemenle al¿ esla pra^a pelo re-
gimenlo 13.' de dragóes ligeiros inglezes, e pelos re-
gimentos de caTallaria 1." e 7." portDgueics, causando
•o iQimigo uma perda de seiscentos homens , em quanti»
a nossa foi de Irezentoi.
A 4 de abril ptiaTi Uassena lerrilorio hespanhol.
Beresford corre sotfre OIÍTeni¡a , e toma eSla pra^a a
IS de abril, depois de algama resistencia, e aprisio-
nando a sua guarnicao de quinhentos homens. Náo
«bstante esta pra^ ser occopada pelos brsTOS regimcD-
tos N."" 11 e 23 de infanterÍB , ■ bandeíri bespanhoU
foi arTorada nos sens muros. A regencia dcu n'este
«aso uma proTa de bem mal cntendida lealdade para
Gom Hespanha.
marechal Massena recehe noTos reror^os, e rcsol-
ve-se a alacar o exercito alliado , o que fei TÍgorosa-
menle no dia 3 de mato em l''uenleg de Honor. Foi
esta batalha bem disputada, poréra a Tictoria coroou
dsarmasdoeiercitoluso-anglo. inimigo perdeu qua-
tro míl homcns , e os alliados trcs mil.
A prara de Almcida é relomada em 11 de abril , e
assim lica pcla terceira tci Portugal lÍTre dos fTance-
ics , náo podeudo Napoleio conseguir o senborearHW de
Purtugal , nem por traifio, nem pela for;a.
* occupa^io das pra^as de BadajoE e Cidade Rodri-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
179
go pelos frantezes ers um 'uande obstaculopara ai
opera^oes An exercito.attiado, marechat Beresfonl
foi sitiar BadajoE ; porém o msrechal Soiilt quer levan- .
tar o sltio , para o qne mareha ie Serilha sobre aquella
praca. Beresford espera SouU em Albuera do dia 16
de maio, onde se dea uma das mais san^rentas bata-
Ihas da guerra da PeDÍasQla , decidtndo-se a Tictoría
pelo exerctto Ius»4nglo com a perda de seis mil bo-
mens, e oove mil do inimigo, a terga parte dos can-
batentes. K brigada porlugueKa dos regimentos N.** tí*
e 23." de infanleria recebeu s cavallaria polaca cm li-
nha , daodo-lhe nraa descarga cerrada á queima roupa;
callon-lhe bajonela , e a poi na mais complcta deban-
dada.
Depoís da perda da balalha de ^aentes de Honor,
o marechsl Hassena fol suhitituido pelo marechal Uar-
mont, duque de Baguia. Este habilissimo generat ma-
nobrara sobre Wellinglon , e a 37 de selembro , em
Fuente-Guinaldo , Ihe toma artilharla . e o obríga a
oma retirada , que foi um dos fetlos mais brilhantes da
guerra peninsular, e dc que nao se aponla exemplo na
historia modema. Dois bataihóes ÍDglezes , o regimen-
to portngaei de infantcria N.* 21 , com tres esquadróes
de cavBUaria iugteEa. e om parque de artilharia por- -
tugucza, repelliram o choque de quarenla esquadrSes
de CRvatlaria franceia , com sels pegNS de artilharia ,
commandados pelo general Hontbrun,, apoiados por
qnatone batalhoes de infanteria , e a competcntc arti-
Iharia do general Dorscune. A caTaltaria foi repellida ,
a artílbaría relomada por tima bríthante carga do 2.*
batalttlo do 5 de infantcría ingteia. Bra magestoso ver
como a infanteria relirava em qtiadrado por ama gi-an-
de distaiKÍa , tendo de pastar poir desflladeiros , o qns:
Couslo
fffecttiaTa bzenda ilto , e incía *otU a (br^ da rvU-
gnarda , em quanto ai ontras faces pasuram : a Mfal-
Uria /rancezs parava dnrante a passagem do obstacuio,
fazendo entao o ÍDÍmigo apenas alguns liros de arliiha-
ria. O marechal general reiira para denLro do quadra-
do portuguex, e maravíihado de l«nta rirmeia , triiiuta
os maÍDres elogios ao brava regimento N.* 21 , e á arli-
Ibaría portugueza.
A 28 de ouíul>ro o general Híll desbarala o geaeral
francei Gerard na balalha do Arroyo-del-UolÍnos , s«n-
do esta acgao mui gioriosa peb pericia que ali mos-
trou o neneral loso^nglo.
(1813) As tictorias coroavaia os exercilos luso-an-
glos por toda a parle. A pra;a de cidade Rodrígo fM
tpmada d'assaito em 19 de janeiro de 1812. A mesma
■orle teve a de Bad'ajoi , gue é tomada a 6 de abril ,
apesar de ser' defendidd pelo braio geoeral .Filippon.
depois de ler resistido ao primeiro e segundo silio. O
8.' bataiháo de cagadorea pnrtuguei foi o primeiro qiw
subiu a escralada peia castello de 5. CbristOTáo. A per-
da dos ailiados foi de perto de cinco mil homens dos
titios e assallo.
doqiie de Raguza , refor^ado pela divisao do ge-
nerai Bonnet , reune as suas for^as em Salamanca , e
manobra habiimenle Bmca;afldo os eiercitos ailiados;
porém Weilington.'disposloa recebel-o , manobra ton)-
bem Láo Itabilmcnte, como Harmonl. Assim andafam
os dois habilissimos generaes por espa^o de vinlA dias
observaDdo-se , e estodando-se peta maneira a mais cir-
cunspecla , al^ que no dia 22 de Jolho aleapi^ o ez-
ercito alliado a mais famosa TÍctoria de IDda a guerca
peninjiilar. Houto muilas pasifóes tomadas e retorai-
das, e (odai.as nuinot»«s erim execiOadas ,com gran-
ü,o,i,™,Googlc
Uí
Íe pericla de parte a pirte. A perda do ÍDhnigo fei ét
quíiue mil hoaieDB entre imirtos e prisioneiros , mni-
las boccas de fogo , agaias , e muni^Óes de loda a es-
pecie. Corpos inteiros depoieFam as armas , e foi a noi-
le- quem íaUon o eieTcito francei d'uma total rnina.
DÍE-M que similhante perda no exercitn ioimigo f6ra
em conseqoeDcia do ferimento do marecliat Harmont;
poréro Clausel, táo habil como o duque de ftaguta ,
tomou Jogo canümando. A pcrda do eiercito alliado
foi de seis inil homens.
Os exercitrts franceies na Hespanha retiram-se por
toda ■ parle diantc dos aljiados, que 6cam senhores da
Satamanca, e tomam Madrfd em 12 de agosto. Duis
IRÍI franceies quc guarneeciam El Retifo capítulam bs
dia 24. Os fraDcezes tinham perdido ama ter^a parte
da Hespinha.
O Castello de Burgos é posto em assedio a 17 de
selembro; porém a desobediencia do general hespanhol
Ballesteros fez com que José Bounaparte e Soult s^
rennissem , e obrigassem os alliados a leTanlar o sf lio
de Ourgos depois de ter dado alguns assaltos mortife-
rot. As for^as TranGeias rcunidas sobiam a cera mil
homens, que obrigaram a retirada do exercito alliado
para a fronteira de Portugal. Esta retirada tao tatal , a
que se cbama retirada de Burgot , entre^ria a Penin-
sula a Bounaparle, a nio ser a diAíplina do eiercilo
luso-a'nglo, que chegon á fronteira por meado de no-
Tembro , morto de fome , comendo apcnas algontas cou-
Tes, herTBS do campo, Irigo coiido', e boleta de axi-
nbfl : Tinha roto , desealgo , teniio morrido grande nú-
mero de indÍTÍduos afogados, on atolados nas estra-
daa , perqoe as grandes chuvas tinham posto os earai-
nboi-iDlnuisitaTCÍa. AccrtKta qne a caTBliaria fmeeu
I».,,,;. I. COO^ÍIC
ISS .
vinl» c<Hn »í poDUs dai espidas toeaitdo nas l^rreti-
nas do eiercito alliado; poTéin eale nunea perdeu a or-
dem. marechal general eiperoD por vexes o exercilo
francez para o coiDbater: porém o marecbtl SonU ha-
bilnaente o illudia manobrando sobre os Qanco» do ex-
ercito alliado, tomBndo-lhe muilas bagagens e prisio-
ueiros, e obrigando-o a déixar a Hespanha , sem ha-
ver mais do que alKumas escaramu^as. Mukos soldados
que se deiiavam aprisionar de inaai^ao foram mBnda-
dps por Soulf para os huspilaes , e Tollaram is Bleiras
do nosso exercilo: isto honra muilo a SouU.
Combate de Arapilcs ( 15 de novembro ].
( I8Í3 J A gutrra do norte fei com que Napoleao re-
tirasse de Hespanha alguaas tropas e alguns de seos
generaes , en'tre elles a Soult. Esta diversao de for;as
foi sera questáo uma das caasas mui poderosas para o
complemenlo das nossas victorias.
6 eiercito alliado, refeito da desastrosa relirada de
Bu[gos, em que teve a maior perda de toda a guerrk
peninsttlar, livre do astuto Soult , emprehendeD a sa>
marcha depois do meado de m.irco. Os franceses reli-
nram. sem combater, at£ á cidade de Victoria.
José BoDnaparte e o mareehal Janrdan esperavam «
nosso eKereilo em Victoria , tendo ordenado i divisio
do general Foy , qite estava era Bilbao , e á do gene-
ral Claussel , que estava em Logronho , para que >e
Ihe retmiisero. Esta jungao de for;as , que poden'a ser
fatal ao exercito alllado, soube-a evitar habilment»'
lord Wellingtan atacando''em 31 de iuuho, logo peta
manhá, o exereito franceK com todo o sea exercito,
tendo tido o cQÍdado de roandar a 6.' divbao a mar-
chaa for^adas occupar a estrada de Bajona para corlw
a retirada >o ÍDÍmi^, fomo quem ji coUaTa CQn *.
i».„,.-"'i. C^ioylc
t83
vLctorU. Logo poréni que a fl.* dirisSo tomou as posi-
foes qoe Ihe foram designadas peto marechal genera) .
a batalha se tornou geral , e o inímigo combalia em
retirada para Pamplona , deixando na sua retaguarda
mais de cento e cincoenta peqas de artilharia , com o
seu trem , e quaai lodas os bestas de liro , o thesouro ,
bagagens, espin|&rda3, mochilas, aguias . e outras
muiLas muni^oes de guerra. O rei Jiisc Boanaparte sal-
Kou-se Tugindo n'um ligeiru caTallo. O inimlgo pcrdcu
Sers mil homcns , e os alliados quátro mil.
Foi arrebalador ver a galhardia com qne marcharara
as brigadas compostas dos regimentos N." 9 e 31 de
iotqnteria 'da 3.* diVisáo, e a dos regimcntos N." 11
e 23 da i.* di?isao . com as armas em liberdade , cora
08 seus cafadores na frente , que eram os balalhoes -
N-" 7 e 11 1 TSo nolavel sangue frio dos brafos regi-
menlOB portugucxes mercceu ser disLinguido dando-se-
Ibes novas bandeiras , trndo os regrmentos de Infanle-
ria N." 9 , 11 , 21 , e 23 esle honrosissimo dislincliiro
em letras de ooro : —
Jvigarm qml i mai» eaieelleitU , .
Se ter do'jmndo rei , ov de tat genle.
■ as dos batalhoes de cacadores N." 7 e 11 :
DUtincíof vói *w$ na Ltua Hiitoria
Com w Lourot pte eothettet na vietoria.
(Ord. tSde mar^ode 1814].
A decisÍTa batalha de Victoría tet com qt>6 o exer"
cito francei piiasse o solo da Fran^a no dia l." de ju-
liio, deixando' porém guamecidas as forles pra^ss de
f<nplOTu , e 8. Sebastiio, Napolño manda qne o m»'
ü,o,i¡-n,Googli:
1*4
)«clul SouU tome o cotnmanda -do cimílo , eo relbr-
{■ com trinU mil solüadi»! dovus.
priniciro movimenlo de Soult foi o de qnerer íater
leTaDlar o siLio de Pamplona ,. para o que alacou o ei-
ercito alliado nas suas pusi^oes do Porlo de Maii , e
Ronccsvalhoi , no dia 25 dc jufliü. Lord Welliagton,
conhecendo as inlen^óes do inimigo , fcz conceHtrar as
suas for^as cm VíIlalM, Huartc . e suss visinhan;as.
Gobrindo a pra^a , dhde se combaleu com denodo not
dias 27. e 28. No dia.30 tomou o cxercilo alliado ■
oirensita , e so deu s célebre batalha dos Pyrencos ,
em que o inimigo foi novamente arrojado para o terri-
torio franccz. A perda da e^ercito francci avaliou-se
em quinze mil homens , seodo a do cxcrcito laso-anglo'
de seis mil.
Depois d'estas balnlhas as escaramu^as roram dia-
TÍas. A pra^a de S. Sebastiiio, defendida pelo general
Rci , tinha resistido ao primeiro assalto , c o marecfaal
Soult . querendo goccorrel-a , passou o Bidassoa , po-
réta os hespanhoes o repellirani cm S. Mar^al no dia
31 de agosto. cm quanló o escrcito alliado dava novo
assalto á praca , e a lomava com nma intrcpides admi-
ravel. A guarni^áo franccza , em númcro de dois mil
faoraons, rccnlheu á cidadella « rendendo-se no dia 8dc
sctembro; Os siti.tnles perdcram trcs mil homcns.
Em 7 de oolDbru o eiercito alliado passou o Bidas-
soa , e a 10 dc novemhro se deu a memoravel hatalha
de Nivcllc, ou tomada das linhas francezas, vencendo
os alliados os obslaculos que a natureza e a arte mili-
lar ali Ibe appresenlaram.
Tomadas as famosas linhas do inimigo , a exercilo
ae .preparou para os grandes alaquos dentro do leiTÍt»<
uo rrBuc«..Ífo dia 9 de d«aetobr« cometaram m ?«>-
I. Coo^ílc
181
gnÍDoléntos combates Junlo á praca d« Bay«Di» ( Fraiw
;a } , e a 13 01 alliados gan)iaraai a balatha do rio Ni-
Te, expalHndo o ÍDÍmigo dai suas furmidaTcis posi-
;5es enlre o KÍve e o Adour, apoiadas com fr)rti#ca-
%óes, e pela prai;a. Soult passa a inar^em direita do
Adour, dirÍKJndo-se para Dai. A perda do exercíto
luso-anglo foi de cinco mil homcna ; mas pixava a Fraiw
fa para mais náo a deixar seuio com a pai geral da
Europa .
{ 1814 ) A 27 de feverciro o enercito alliado ganba
a bem disputada batalha dc Ortbez . perdendo dnis mil
homens , sendo porém a pcrda do inimigo de cinco mil.
Uroa parte do eiercitu alliado , és ordens do mare^
cbal BeresCord , entra em Bordeos a 12 dc mar^o , oaAe
lem a gloria de arvorar primeiro a bandeira dos Bour-
bons, e procUmar a legitimidade de Luii xvin.
Soult, reforf^o pelas fur;as do general Suchet,
qner ainda tentar uma batalha , na sitnples idéa de
podcr vencer a lurd Wellinglon, pois que a essc lero-
po já constava do armistício , « da eipulsao de Napo-
leio, decretada a 3 de abril. O marechal francez es-
colheu uma nplima posigáo entre o canal de Langiiedoo
e o río Garona , nas alturas que dominam Tolosa ,' fa-
zendo alevantar reductos , e oiitras obras deeampanba;
porém o eicreito alliado zombou de todos os ohstaou-
los . ganbando no dia 10 de abril a batalhi de Tolosa ,
célebre por ser a ultima da guerra da Peninsula , e por
terminar vencendn um inímigo habil; A batalha come-
«¡on is dez horas da manha , e terminou junto á noite ,
relJraDdo-se S^ult para junto da cidade , onde o duque
de'Wellington nSo o quiz ir ataear, para nao bostili-
■ar a cídade. Soult retirou darante a noite., e dois dias
depois , a 12 de abril , entraTa..ein Tolosa o victoTÍoto
eiarcíto luso-aoglo.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
186
A 30 de maío aKSÍ)(na-se em Part» a pai geral , e 9
exercito partuguez cm Fran^ vulta á patria coroado
áe loitros, e cbeio de faonrBs e gioria ganhas n'uma
guerra de seis annos , raemorarcl por todos.os secnlos.
( 1815)-Abre-se o famoso congresso de Vienna , a
assemblea dus representantes das primeiras testaa co-
roadas da Eiiropa. Portugal é ali represenlado pelo con-
de de Palmelta , Antonio de Saldanha , c D. Joaqnim
Lobo da Silveira , e consentc que fíquc abolido IraG-
co da escraralura ao norto do Équador. Fecha-seocoii'-
gresso a 9 de jiinho.
O Braiil é elevado á cathegorla de reino por carta
de lei de 16 de dczcinbro, tomandu o sobcrano o tilnlo
de — flri do ReÍAo Unido de Portugal , BrOMÍl , e Aí-
garvet.
1816 ) Morre no Rio de Janeiro a rainha a senhúra
D. Maria 1 ( 20 de mar^o ) , come^ando o príneipe re-
geate B goreriuir coroo rci , com o nomo de D- Joao n.
O Seabob D. Jo.lo VI (0 Clurütb) 27." Rri. -
r 161 6 ] A morte da rainha a senhora D . Haria 1 fei
acclamar rei seu filbo principe regente de Portugal
(20 de mar^o).
novo rci o scnhor D. Joüo ri dá noro tilulo ao
principe da Bcira , que tomn o de Pñncípe Real do Bii-
tio (Jnido de Portugal , BrazU . e Átgarvei.
[ 1817 ) A gucrra no Rio Grande do Sut , Paragnay ,
e Rio da Prata contra Arligas, que já bavia principia-
do ha annos , conlinúa com fcliíes resultBdos , e a 30
de janeiro Montevideo , a principal pra;a, é tomada
pelos portugueies commandados pelo tenente general
Carloi Frederico Lecór.
0,i,-f-n,CoO^ílc
187
. A 13 de Diaio é declarado b caiaidenlo ijo serenissi-
mo seDbor principe real D. Pedro de Alcantare com a
archidiiqueza d'Austria a serenissíma D. Carolina Jose-
fa I..<eüpoldina.
c O mirecbal general Beresford tinba grande «scet>-
dencia no governo do reino. A regencia nada faxia sem
o consentimento do lord , e mesmo el-rei Ihe áava lal
latitDdé, que o reino de PorlQgal mais parecia nraa
parle inlegraDle do Beino CTnjdu da Grao Brelanha e
IrlaDda , do que do .Beino Unido de Portugal , Braiil ,
e Algarves. A ofilcialidade do exercilo era na atia ma-
xima parte ingleza, e similhante eslsdo dava baslanta
desgosto á na^áo , e ao exercilo.
Lord Beresford conbecia a posi;ao difficil em que es-
tava ; o desgosto da nacao Ihe era bcm patenle , e ima-
ginou, que o melhor meio de se segumr no poder,
era o do terror.
generat Gomes Freirc de Andrade épr6so, assim
como mais dezescte individtios. Accusados de quercrem
fázer uma revolu^áo para tirar o goverDO aos inglezes ,
(20) foram jnlgados criminosos d'alta trai^ao doie.
GoBBcs Freirc foi garrotado fóra da forttleza de S. ]u-
liáo da Barra , e onze , foram garrotados iins , e enfor-
cados outros no Campo de Santa Anna ( ISdeoutubro) ,
gendo depois'seus corpos qucimados , e suas cinm lan-
(;adas ao mar.
Similbantes ciecu(oes Hzeram com que 3 Ra;Bn abor-
recesse goralmenle os ÍDglezes , e em especial ao ma-
rechal ; e uma revolucáo para os expulsar era espera-
da a lDdos«s momcntos.
nvGoogli:
188
Cbega BD Etto de Janeira ■ Benbon D. Le(>[HMiiM .
esposa ia princi|je real o aenhor D. Pedro ( 5 de m^
\embrn).
Em Pernambtico ¿ descoberta unia conipira^io para
ilcar independente aqiiella partc da monarchia. Foi par»
lá maadada uma al;ada e Irnpas. Presoj os complices ,
foram condemnados , e eieenUdog.
( 18181 O senhor D. Joáo ti é acclamado solemne-
mente no Bin de Jan<:Íro (6 de revereiro).
(1819] Nasce no Rio dc Janeiro a princeza da Bei-
' ra B senhora D- Haria da GlnrÍH (aclualmente raiaha
em Porlugal com o nome de D. Maria it) no dia 4 de
abril , e R 3 de maio se celebra o baptismo da meimi
Auginlft Senhora.
(1820) ConlinuaTa e descontentamento pela esUda
da corte no Rio de Janeiro , e por a domina^io in^tle-
2a no paiz, sem haver ji as caasüs de 1808 a 1814.
Uma revolo^io estava imminenle. Deresrord váe ao Rio
de Juneiro reclamar d'el-rei ainda maiores poderes
(21 ) para debeltar qualquer reac^lo cnntra o seu go-
verno; pnrém na entanto, na cldade do Purlo , sc deii
o grlto de liberdade a 2Í de Mgosto , acclHmnndo-se ■
regeneracáo do pais, ou a reítaiiraQÜn das antigas cor-
tes. o regresso d'ei-rei o senhor D. Joño Ti ao reino
de Porliigal , e a demissáo dos ingletes das nieirds e
commnndos do exercitn. Taes pmmessas nie podiam
deixar de ser bem recchidag por todos m verdadelros
portuguetes. As provinciss do norle com as forcas mi-
jitares qiie as guarneciam ahra^aram o mnvlmento do
Porlo; ii'esta cidade se org.inisou um (^overno provlso-
rio para diriglr ns negocios até á instaura^áo de uina
nova regencia na capíUI.
( 31 ) SA M foiie o renunrlar ■ cariM nn •nBrecfial.
o,i,-f-n,Googlc
A regencia, uiu querendo annDÍr ao movínietito áa
Pprto , dea occasiao a que as tropas do norte se poxes-
irm em marcha sobre a capiial, d'ondc se aproiima-
Tam , qnaudo a 15 üe selerabro se secundou em Lisboa
o movimenlo do Purto, e se organisflu nma junta de'
govcrno ; porém , como já havia ootra no Porto . qoe
queria a primazia, viemm a nm acódo , inslailBndo-se
a JutUa Províñonal do Goremó Supreino dá Reino . sendo
seus memliros lirados d'uma e d'outra jutlla (1." de-
uutubro ).
Beresford rhega do Bio de Jnnciro; porém o gofer-
no o manda iotimar para nao desembarcsr , e o mare-
cbal sáe a barra de IJsboa. Os ingleies sáo eicluidos'
do exercito, subslÍluin<lo-se os seus logares porolBciaes
portugueiFS.
Sioiilhantes medidas jtparenlaf am boa fé, e alguem
Bcrcdilnu qnc o P'iiz ia renlmente gozar os inHoins de
iima vcrdadcira rc^cnera^ao: porém bem dcpressa pas-
siiu a illusáo , pnrquc aigims dns chcfcs do mi)VÍmenlo
comegaram bcm clnramcnte a moslrar as suas flesmedi-
das ambicoes, lcvando as cmisas para uma revolu^áo,
cm logar da rcgenera^ao que se havia proclamado no
Porto.
paií é inundado de escriplos para convencer o po-
vo, qne nao era possivcl a convoca^áo das corles pelo
tystema anligo , e quc o governo devía convocar ciirtes
cnnslituintes. Cnm cfTcito cllas se rcnniram segundo as
de Hespanha do anno dc 1812. Era a revolii^aa era
( 1821 ) Abertura das cortes geraes extraordinarias,
e conslituÍQlcs da nacñn portugucza (26 de janeiro),
assumindo poderes soberanos, e inlÍtulandO'Ee Sobet^
no « Ivgutte Congrttto Naoional.
I. Coo^ílc
190
As corles decretani ama regencia para eiercer o po'
der execuiivo em Dome d'el-rei o senhor D. JoSo ti
(31 de janeiro).
El-rei, principe real o scDhor D. Pedro, o sere-
nissímo senbor infante D. Hij^uel , assim cnmo (oda a.
corte, juram no Rio de Janciro a constituicSd que as
corles haviam de faíer em Lisboa (26 deVeTereiro).
Declara igitalmenLe el-rei , qne váe felicitar com a sua
augusta presenga a antiga capital da raonarchia.
As cortes mandam jtirar as bases da constituicáo ,
coine;ando a execugao deste dccreto pelas mesmas cor-
tes ( 29 de raargo ). patriarcha de l.isbo» recusa dar
o juramento. Aa cartes o desterram para o Bussaco, e
depois para Fran^a.
Kevnlu^ao no Hio de Janciro pedtndo a constituÍgSo
hespanbola de 1812 ( 21 de abril ). El-rei annuiii poc
forga de circumstancias ; porém no dia segointe annul-
la por oulro decreto tudo quanto na vespera se Ihe ha-
via cxtorquido violenlamenle.
El-rei entrega o guverno do Brazil ao senhorD. Pedro
com o titulo de Prineipe Regenti . e Coffar-Terunte d' Bí-
Bei m Gouerw Provitorío do RHm doBrasÍl . em qfian-
to nao le pvblieat»e a eorutiimtóo ( 2? de abríl ). El-rei
Umbem Qomeia um ministerio para govemar com o
principe.
El-rei e a ramilia real ( excepto a dn senhor D. Pe-
dro) emharcam no Bio dc Janeiro a 25 de abril , e a
26 ievanla ferro a esquadra. \ nolfcia da parlida do
senhor D. Jnio ti , traiida coro anlicipa^áo a í.isboa ;
chegou a esU cidade pela fra^aU Uaria da Gloria (27
de abril).
A 3 de julho entra » Tejo a esqaadra que condmía
el-rei, sua rea) fkmijia, e a corle. A* cortetdterttaM
ü,r,i,-f-n,C00¿ílc
m
n'étle memo áia 0» vivat pK tthmiam ck dor tM oectu
«i5o do detettAarque ^'el-rn. Os coDdes de Palmetla ,
de Paraty , o barao de Bio Sécco , Targine , Lobatos ,
e úutros que acoinpaDhaTam el-rei , sáo intimaiiog pelo
governo para náo desembarcarem. Ordena-se mais , que
el-rei desembarque em Beletn , anLes do meio dia , e
que náo baja arpaa^ao nas janeHas , por cau&a da grai^-
áe Ketentáo dai rtuu. Outras ordens, qae erám oulros
tanlos insullos a el-rei , foram emanadas das coftes , ou
do goTeniov
A pesar . porém , das restríc^óes das cortea , el<-rei tí
seohor D. JfSa n , acompaBbado dos serenissimos se-
nbores infantes D. Higucl , e D. Sebastiáo , desembar-
caram no Cáes da^ Cotumnas, dd Terr'eiro do Pa;o.'
pcla uma hora da Urde, dirÍKÍndi>.se á Basilica da
Sanla Maria Maior- {Sé), onde se demorou até ia tres .
saindo d^ois para o palacio d^s Necessidades , onde
ebegúu js tres e meia- As cineo boras TÍe á tala das
cortes («ntáo no conventa das Necessidades , janto aai
pSfo } , e raUAca o jurameDlo de fidelidade ás basea da
conslilUlQáo. Depois retolhe o seDlv>F D. Joáo vi ao pa-
go , e as eortcs Acaram era sessio permanente até á for-
maeao do ministerio, e dissolugao do poder esecutÍTO
da regencía , o que teve logar ás oilo horas ( 4 de Julho ).
'Aos coades de Palmella , Paraty &c. &c. se permitle
' o desembarqne , porém para residirem a vinte legoas da
corle , e dez do litorai ( 10 de julbu ).
El-rei , acompanhado dos aerenissimos senhores ín-
fantes D. Mignel, e D. Sebastiáo , 'tío langar a p«dra
fündainenlal ao monumento coBStita'cional , qne se eri-
gia na praca do Rocio. Para csta solemnidade formou
loda.a guarnj^áo de Lisboa , fecbando o quadrado,:iio
momenlu do acto, o legimento de infanteria N.° 4.
13
ü,o,i,-f-n,GoOgJc
Uoove Ires detctrgas, *im ¿cc. dic. ( Ift de seUm-
Iwo).
Monteriileo proclama a uñiáo com o Beino UniÜo
de PortDgal , Braril , e Atgarre ( 1821 ).
O c«ade do Bio Fardo é deposto do ^oTcrno da ln-
dia, poFuma reToIucáo' feita em Goa (16 de setembro
de 1821 ) , que proclaioa a coDstitui^o que sc bouver
d« faser. Tambem em 9 de Juaho , ua provincÍB de S.
Thomé , se juraram as bases.
As cortes decretam o regresso do principe reat , o se-
nhorD. Pedro, ao reiuo dePortagal ( 29 de Setembro).
Ú priocipe havia pedido para regressar. A sua desbar-
monia com O geueral Jorge d'Avilez, general ^as ar-
mas no Biú db Jaoeiro, produua cada dia scenas as
Btais desagradaveis e perigosas.
As cortes decretam governos provisories pflra o fira-
fÜ , em (panto se nSo ptomulgasse a consUtui^ao. Estea
goveruos proTÍnciaes seriam compostos de sete mem-
bros , eleítos pelas parochias &c. ( 29 de setembro ).
AlguDS d'estes goveraos ainda se chegaram a instaurar
na maior parte das pTDvÍBcias do Braiil.
congresso dá de Dcnhum effeíto a promocao reíta
por et-rei ( 23 ) em 2t de junho , a bordo da nio 0.
Joio VI ( 9 de novembro ).
S^o mandados refori¡os de. tropas para o Brazil ( 24
<)e novembro ) , assim como nomeados novos generaea
para os governos das armaa das provincías do Bra-
(22) Foi niua IbrtoiM p«n o nelno, o ter el-rel dotaJo
d'nin taracter braqdo e reiÍKDado: porqoe, le o monarclia
Íem euiia guerreiro, rortugal lalTei teria de paiiar per
deiordeni limllfaaiiles ^t que aniifiiryin a Ipglaterra no rei-
nads de Carloi i , qniDdo eite infelli monarcha qnil reba-
tcr pelm.arinu ■ audacia do partamcnt* iii|lei.
I. Coo^ílc
i»3
sil (9 de decembco ) , <ei)}raiido n'osle número o btigt^
deiro Joáo Carlos de Sjildanbe paraa proTÍDCÍa do'Rio
Grande.
A 9 de dexembro r«eebe o priiicipe rea) o decreto
das cOrtos , que o manda recolher ao rejnn , e a 10 es-
oreie o mesmo principe a el-rei dizeodo , que ia já cum-
prir as ordeDS d6 soberano congresso , eDtfegando o go"
Táno, para partir para Lisboa.
Crea^o do Banco de Lisboa (31 de deiembro).
( 1822 ) No Río de. Janeiro estava ludo n'uma grande
efiervescentia pela retirada do principe. O senhor D.
Pedro declara ( 9 de janeiro ) quc ficaria n'aquelle rei-
Bá. Esla resolu^áo foi uma re«ietencia ds ordens ema-
nadas da inai patria , e o primeiro passo para a total
independenCia do Braiil:
Jorge de Avilcz , qde conmaTidava a divisló das tro-
pas .porlugaezas no Bio de JaneirO, insiste pelo cDm^
primeDto .das or-dcns .d'eJ-rei e daa cortes. Esta insis-
tencia , no momento da declaracao do principe reil ,
foj o íigBat de guerra. Osdias 11 e 12 de jaDeim .de
1822 foram dias de lnclo para os portnguezes do Ilio
de Janeiro. A teima de Avilei em querer sustentar as
ordens das cortes exafiperou o principe a ponto de o fa-
lereiAcegar dcftnÍlivámeDle nos bragosda gentede Josá
Bonifacio de Andrade , acerrimo revolacianario , e apos^'
tolo da.ipdepeBdenci» do Braiil.
. O senhor.. D, Fedro i a pesar do formidavel eiercito
d6 pauUstal qoe José. BuDiraGÍo ihe mandou de auillio
contra os portugueies , náo podia appresentar contra
AvíIaz "mais de 106ft taoinens (23). Com tal gente, e
amiliado pela popiila^ do Bio, o senbor D. Pcdro
(23) Deputado nirSo aa leisSo de 38 de janbo de ÍéSÍ.
,Cou8lo
194
DiatuU intimar Avilei e a gem brayos canaradas para
pauarem á Praia Grande. Os bravbs soldados portu-
guezes , veQcedores de Napoleáo , obedecem ao priaio-
geulto d'el-rei, porém uao foTam vencidos. {24}
Abt)lH¡io dos tribuuaes snpremos no Braiil , a Gm de
se Ihes dar nova organisa^ao segundo as cireumstan-
cias especiaes d'aqnelle reino ( 13 de jaDeiro ).
A dÍTÍsao porluguexa ds Praia Graude embarca a li
de janeiro por ordem do senhor D. Pedro , e ■ 15 sáe
« EÜrra do Rio de Janeira, sendo escoltada até ao cabú
de Saoto Agostinbo pelas corvetas Líberal , e Uacia da^
Gloria.
Nis oDtras provinciis do Braiil . a pesar da agita^
qne reinava , fennenUd'a pelos apoitolos da ÍDdependeD-
GÍa , 05 govemos provísorios decretados pelas cortes e
por el-rei installaram-ae na Bahia , Maranhlo , Pará ,
PerDambuco , Uato Grosso , S. Pedro do Sul , e ontras.
Augroento no valor do ooro [ 6 de mar^ ). *
£ aonullada a senten^a qne condemnou Gomes Frei-
re , e seus companheiros ( 2 de jnnho ] , sendo mDÍto
notavel , qne esteja assignada por dois dos juiies que
assignaram a da condemnaeao.
O senhor D. Pedro> convoca nma assemblea constir
tainte para o Braiilv em opposi^o á do Reino Únido
de Portngal, Braiil, e Algarve (3.de JDnho].
Decreto das cortes , sancclonado por el-rei , «m qoe
dá por nnllo qnanto ó govemo do Rio de Jantñro tem
feilo'. Aanda recolber a Lisboa o senbor D. Pedro , lob
(24) Ai nouBi trop» no Bnnl téitt ildo eMavdlwdM;
DiM nio vencidu. Acabem-M ■■ CDnlÍdera^ie* « qne 4l000
lioineni tio baitBntei pan bier cDinpTÍr naBraulatordrau
do conereMo, e d*el-rei. — BoTEei Carneira na KMSa de
U 4* Jnlb» de 1832.
0,i,-f-n,CoO^ílc
t9S
r DM pnuriptaB Ra crastttui^tTpara
o rei 0« «ea succeasor qtie 3air do retno sem lícen^a
das cortea ( 24 , e 26 da jolho ).
O Sr. D. Pedro doclaron iniinigas as tropas portu-
gnetas , mandatido a todas ag auctoridades braiileiras
qne Ifae b;Bm guerra de eslerminio (1.° de agosto).
Hanifeslo do senhor D. Pedro ás nagoes ( 6 de agos-
to). N'este maniresto é insulUda e calomniada a na-
{io portugaeia.
As seisües das cortes estáo tormentosas por causa
dos negocioB do Brazil. O deputado Houra na Sessao
de 19 de setembro, (allando do decrelo de 3 de jn-
nfao , em qne o genbór D. Pedro conToca uma Assent-
Uea eonstituinte para o Brazil , dii : « Os bossos maio-
res , qne nio eram mais lifaeraes do qnen^s, depo-
nbam os reis e principes rebeldes á naQlo , &c. &c. b
O congresso aisígoa a constitui^áo em 23 de setem-
bro. A 30 £ jur^da solemnemente pelo mesmo cod-
gresso, e nó 1.* de ootobro por el-rei o senbor D.
Joao VI, &c. ÍLt.
No Rio de Jaaeiro forsm «{(uMdos , por ordem do se-
nhor D. Pedro , maís de tresenlos soldados portugneies
pertencentes i dÍTÍsüo da náo Vasco da Gama [ 30 do
.setembro, e 1.* de oatabro). crime d'estes inreliies
foi o pedirem a sna alteía real , qae os deixasse re-
gressar a Portuga).
A trtii(ao d'uns , a íaepcia oa mal entendida consí-
deraqao d'outrot deisou tamr a anarChia no Brazil a
poato , qae os reTOlucionarios oa partidarios da inde-
pendeacia acclamam o príncipe real o senbor D. Pe-
dro — Imperador eottjtiluetonal , e defetuor perpétuo.
d> BratÜ ( 12 de outubro ). SimtlhBnte índependencia
erai^llida por toda 3 geirte cordala d'nm e d'oulro
Couslo
m
hemisidiério , e elta prejiiiltcaTa aíé o propño Bftvo im-
perador , porque alicnava uma grande monarchia , para
ter um sceptro mais cedo, desmembrando uma paite
d'essa mcsma monarehia , que máis tardC'lleria t«da
ser por 'elle govefnada.
A senhora D. Maria da Gloria , filfaa do senhor D^
Pedro , muda o seu liliilo de princeia da Beira para o de
princeza do Grao Pará , titulo que , segundo s eonMi-
iuifáo imperial brazilcira , e o facto da independencia ,
era dado so herdeiro presuraplivo da coroa ímperial.
Morle de Manoel Fernarides Thomai , o principal
apostolo da revolu^ao p-'irluffueta ( 19 de novembni }.
Á rainha senhora D. Carlota Joaquina recuaa jurar
a constíluigáo [22 de novémt^ro). Similbanlc recnsa de
sua magestade dcu causa a unrá forte contesta^io cntre
esla e as corles, lermitiando/pela eiautoraQño da. rai-
nha ( 4 <te dezembro ). El-rei foi campellido a BSiÍRpar
táo dcgcadante decreto , assim eomo outro qae ot'deM-
va.a safda.da ei-rainfaa para fóra do rcino; parémsas
magestade resisliu contra sirailhante despotiamo ^.refof-
^ando a saa cansa eom o delieado estado da saude, a
que tacs violeoeias a tinham reduzido.
As cortes e el-rei decretBm , que a regencia do Bra-
lil residirá provisoriamente na Bahia ( 17 de dexembr» ).
O senbor D. Pedro decrela (.30 de dezembrO ] cartB»
de corso conlca o pavilbüo portuguez , e sua f roprie-
dade pñblica e parlicular. Muitos estrangetros lonnm
servi^o do novo imperador , principalmente n'egle
genero de guem. As corfes declardarreheldes as pro-
vÍDCÍas do Brazit que obedecerem ao govemo do Rio
de Janeiro. -
A^pesar porém da aMlama^ao do senbor D. Pedro , a
profincia do Maranhio « oBtras mulss jitriiBt wiciaite-
0,i,-f-n',CoO^ílc
. 197
mente a conslitllitio portsgueia , e nlo recebei& as or-
dena do prÍDCÍpe (Hi imperBáor. Os generaes do go*er-
oo do Hjo de Janeiro praticam at maiores crueldadés
Gontra os portugueies. Labalour fnsila os soldados por<
tagueies, e tambem os cidadios inermes, atjotta ou-
tros , V mette-OB nas enxovias aos ceutos , «nde os f»
BOlTrer as mttis crueis priva^oes ( 25 ).
£ innegaTel , que muitos dos homeBS da revolufáo
deram eausa is desgra;as que a nacao estava soffrendo.
No Brasil levarara as cousas para a perda d'aqnelle
reiao; em Portugal legislaTam inflnitamente para am-
bosoB hemis[Aerios. Sem dúvida que algmnas provi-
denciag houTC uleis ; porém mnilas eram intempestÍTas.
HaTÍB Dii desgüsto quasi geral.
A nacio viiinha ardia oos iiorrores da gserra ciTil.
O rei Femando vn estcTa como captÍTo em poder da
demagogía , e grande nAmero de seus subditos esfbr^a-
*am-se por libertal-o. eslado d* Hcspaoha era doiO''
roso , e as na^oes -se resolTeram , no congresso de Vero.'
oa, a tiberUr o rei de Hespanha. Á na^o franceia
conbe , como mais TÍsÍBba e naís poderosa , a empretal
de pacificar a Peniosula hispanica , e am eiercito de
eem mil homeos , ás ordens do duque d'&i^oHleme ,
tendo por generaes os melbores cabos do tempo do im'-
perio , e que flseram a guerra da PeninsnÍa, enlrara»
BS Hespanfaa pela- Catalunha e NaTorra.
O KOTcmo de Madrid preparaTa-se para uma TÍgorosa
résistencia ; porém as suas Irepas eedtrram o terreno
aoa francezes; apoderam-se estes d'uma grande párto
da Hespanba em pooces dias. As corles de Uadrid re-
líram-se com el-rei para Sevilha.
(ti) Petunibne»qae o diga.
1».,,,^. I. Coo^ílc
A entrada dos franoeEes «m Heipmha poiTáda a
Peninsula em agita^So. Em PoitDgal tarabein «s amigoa
d'el'Fei , o senhor. D. Juáo vi, recorreram áj arnws
para dar maíor latitode ao poder do monarefaa. O firi-
iDcJra grito foi dado na cidade de firaga a- 22 de f&^
vereiro ; a 23 era repetida em Villa Beal ; e a 34 e 95
loda a pr/ivincia de Trág-os-Uotites tinha secmdado o
m'ovimento. O conde d'Amaranle , qae foi qnem den o
gritoem Villa Reat , tomoa comniando do eswnto
reBtaorador, e em poncos dias se llie haviam jontado
osgeneraesGasparTeinelra , Hartinho Corréa , e outms:
As cortes e o goverho tomam miiitas medidas pira
süfTocar o movimente do dorte , e em poucos días di»-
~ panham de um enercilo muito superior ao do' conde
d'Amarant^. O cntfausiasino á»s tropas das cortes era
ephemero , corao se viw. em poucos dias,
O conde d'Amatsnte alcancoa □(> coméco da eampi'
nha algoims vgntai^eni , sendo a de'maior.impartaiicia
a de Santa Barbara , eni que aprisionou alguns carpos
de infantería e ca^adores; porém laes vdntagensforam
logo naatralisadas, porqne as for^as das cortes, ma-
Tiobrando de combínacáo com o general bespanhol Mo-
rillo , e oDtros das cortes hespanbolaa , obrigaram o ( 13
de abril ) o conde s pcnetrar pe1o centro da Hespanba
eom mil cavallos , e ponco mais de quatro mil inrantes ,
com que chegoo a Valhadolid , onde ge reunin ao eteP'
cito franoec, e tropas d'el-rei Femando vn.
duqne d'Angoaleme entra em Hadrid em S3 de
maío, retirando as tropas das cortes para Sevilba. Al-
gnmas tropas hespanholas , que acompanhavam o exer-
cito francei, avan^am para Palencia , e ontroa pontos
da fronteira portagDeza , sendo seguido este moTÍroen-
to pela divisáo portugoeiB do conde d'Anmnle.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
l»9
flniBd« nám«ro dc Iropsi das eortes de LisboB eita-
i»m áe ohierracao na fronteira desde Trái-os-Uonles
at¿ á Beíra. .0 goTerno faiia deporta^oes iqinKnias ,
porque doocaflava de tudo. O conde de Paimella, •
c«iide,d'Alva, e outros muítfls iiidividuos d'alta posi-
^ sooial sáo.desterrados. -
O senhor inranle D. Miguel sác' de Lisboa [ 26 ] para
SaaUrem a 27 de maio , á frentc do rcgimento de ÍDran-
teria N.° 23. Em Santarem se Ihe reunem outras tropts ,
o.geDeral Scpulveda , *e o brígadeiro Saldanha. (27)
Em 30 de maio o senbor Í). Joao ti, ou as coríes
pkra melbor díier , estigmatisam o procedimento do
senhor infanle , e dos que o seguiam; porém a 31 ,
qnando as cousas tinham tomado nma face raTCR-avel á
caasa real , o monarvha sje de;Ltsboa á freote da gtiar-
ní;iD da capíta) , e víe estacionar'Se em Villa Franca.
O lenhor D, Uígael recebe 1<^ wdem para se reunir
com Bs snaa tropas a el-rti seu au^oelo paí , o que prom-
ptamente executa.
No 1.* de junhn nomeia el-rei em Villa francv dovo
minislerio , em qbe antra o eonde de Palmella , Pam-
plooB ; Gones de Oliveira , e Palcio de Castro. rci-
no esti lodo prfmonciado a favor da causa real , sem
qae as cortes possam pdr em eampo for^as algumaa
para combatar el-rei , pois qne apenai em Lisboa al-
gamas guardas naoionaes pegam nas armas. As pro-
prias ttopas dos generaes Regoi e Ptgo, cbeias do
maíor entbusisamo , scclamam el-rei , sendo o ultimo
!26) Sem dúviila por ordem de len ■agnito pai.
XT) O brígadelro Saldanba mUtb prei<i Do CHtelio ile
H. Jorge por r«u»'d» coam do Braill, e póde CTadtr-te
para ae ir reaDlr »W deféDM»et <'el-rei , • da* «Dti|M Initi-
tni^.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
aoo
gcmera) insñludo na Bnrá pelos proprios soldades com
qaem ha poucoi dÚB condutAra o coade d'Amarante.
As tropag que >e reDniram a eWei e ao senfaor inr
finte aTan^am lobre Lisboa , onde entram com el-rei a
6 de jnnho , destrnindo todoi on prfeparaUTos de rc-
BÍstencia mandados faier pelag cortes. A entrada á'tí'
rei foi Terdadeiramente triampbal.
O monumento constítucional do Bocio foi demolidó
'pelo poTo , qne tambem com algmi tiofrrM^ 28 ) e fror
dei foram ii NecessidadeB , e despeda^ram as cadeiras
dos deputados iic. Alguns dos conapicuos . daranle o
gOTerQo da rerolu^áo , embarcaram no paqnete , e foran
para fóra do reino.
O senhor infánte D. Higuel f(H nomeado generaHasÍH
mo , entregando-lbe el-reí sea augusto pai o cominaBAo
em chefe do exereito.
A anetori^ade ríni.eataTa restabelecida em toda a m»-
narchia , esceplo n'aigans pontos do reino do Braiil ,
qus contÍnDavam rebetdes ao rei e á mái patria , on ,
para melhor diaer , rebeldes á uniio com Poriagal ; lo-
daria ag nossas tropas oa Bahia , diminolas infinitaraen-
te , contínnavam a combater os insurge&tes como noa
melhores tempos de D. Joio de Castro, e Aatoaio da
Silveira.
As cortes de Hespaoha depoem o rei Femando *ii ,
e leram para a ilha de Leáo ( 12 de junho ). Os frao-
cezes enlram em Sevilha « Í3, e vao a Cadii libertar
e\-ni catbulico.
Achava-se pois proclamads por cl-rei e pela na^iü a
antiga constitui;áo da monarchiai porém cfuerendá el-
0,i,-f-n,CoO^ílc
»1
ni qo* B BemMi comtitni^io eslWesse m haraioaia
ctra o seculo , nomeia ( 18 de Junho ) Dma commiuio
para propor «s rerormas qae os. tempus reclamavam.
P*ra GOBhecer de assumplos de táo alta magnitude , e1-
- rai promette conTocar og Estados do fieino , promessa
eUa qae foi «lui bem recebida.
O conde d'Amarante com a sua divislo chega a Lis-'
boa [ 24 de junho ) , onde é muilo bem recebido.
Oi negocios do Draiil nao melboravam para Portu-
g«l. A revulugao braEÍieira devia ter sido esmagada;
porém, se até aqal elia medron por fidta de ser com-
batida , como o brio nacioaal reclamava , agora mais
fronxidao havia para mandar reforqos ás provincias que
sostentavam a causa da nniao. As vioiencias qne o novo
imperador e seti gnverno pralicavam contra os portu-
gueies revoltam um cora<;áo amante da sna patria. Nüo
adulterem a historia , que a narragao fiel de similhan-
tes facitoa fará por muitos sccuLos iniiignBr os vindouros.
O oampojla batalha devia ser no Bratil ; porém «
reveluQÍo procurou distrabir d'ali a atlen^ao , envol-
vendo o pa^ n'um pelago de intrigas. Afastar d'ol-rei
os homens de Brmes cren;as , e sobre tudo a seu au-
gusto Glho o senhor inrantc D. Migucl , era o alvó da
revoluQÍo , qne náo se atrevendn a apparecer de frente ,
quer destruir a ordem de couaas com a hypocrisia.
(ÍS2\] marqueK de Lnulé, que seguíra Napoleao
contra a patria , e ha pouco havia sido perdoado por cl-
rei , apparece- morlo no pa^o de Salvaterra. Tao lamen-
tavel acontecimento é aproveitado pelos inimigos do se-
Dbor infante para eipaíbarem a m,iior das caltimDÍas
e<Mitra sua alleza reai.
Aínda náo havia um anno que cl-rei se havia livrado
d'om capüveiro , e i¿ estava. meltido n'outro d'ootro
I. Coo^ílc
202
gústo. SeuanKBBCo fllbo qner iia*aneiite NaÜlDÍf>'llw «
Eiia auctoridade; e coma conKnandanle eni cfaefedo ex-
ercilo reune a guarnicáo da capílal ( 30 de abril ) para
restitair a forQa ao monarca , seu augusto pai e leahor.
Simithante acto é desfigDrado pelos inimigos de sua al-
teta real , appresentandoto a el'rei como nma reroltt^o
para Ihe tirar a coroa. Os que appresenUvam assim a
questas a el-rei o condiuera para bordo de ama náo in-
gleta , onde manda comparecer seu augusto filho , e sua
altcaa real ahi se dirige promptamente para receber as
ordens de seu augusto pai. seuhor infaiite foi manda-
do viajar , e lixar a soa residencia em Viepna d'Aostria.
Estes tiltimos acontecimentos consolidaram a revo-
lufio brazileira. govcroo manda recolber lildaB as
tropas que ainda se batiam no Brazil. A 4 de jallM é
evacuada a cidade da Bahia, séde-entao da regenci»
portu);aeia no Braiil.
( 1S25 ) infelii monarcba andava pensativa^ Um de
scus fllhas arraacuu-lhe a melhor joia d» sua coroa , e
ambos Ihe faram arrebatados , para mais nao os ver.
Aconselhado para reconhecer a independencia do Bra-
ail , senhor D. Joao n assiai o pratfca por carta de
lei de 21 de novembro de 1825, reservando para si »
Ijtulo de imperador , em quanto vívo. El-rei tinba de^
clarado em vigor a constitui^ao portugueza , e esta pn>-
hibia ao rei a alicna^áo de quabiuer pori;áo de territo-
rio da monarchia , sera o conientimento dos Tres Eita-
dos do Reíno reunido^ em cortes. Tal emancipa^áo niío
se podia faier sem recorrer ás fórmas legaes; e máos
CORselheiros foram os que acobs^baram ao monarcha
que praticasse um acto despotico n'uma na^ao, a qnem
o mesmo rei acabava de diser, que Ihe estava reslitui-
da a sua liberdade. Bracil coutiuui»! pois de faetí
I. Coo^ílc
iiHlepeDdtote, etlireinos Umbem de direito/jtdqidrí-
do pelo tempo , e pela for^a das cousas , fwrém nunca
pdo acto da emancipa^o de 1825.
(182S] A promessa que e^rci fliera 4e convocar
eorlei naoca se realisou. Todas as boas intenqoes da
monarcba eram imitiliiadas por inlluencias das p«ssoas
<)ue o cercavan. Assim mesmo nio poderam por mni-
tas Tezes cooter , que o infcliz rei suspiñsse por man-
dar recolber o infante seu Otho.
A 4 de mar;o apparece el-rei d6ente , díieDdo-se
logo, qu« a molestia era graTÍssima. A 6 se publica
nm decreto em que el-rei nomeia , para o caso- de sua
morte, nma regencia para' goverjiar o reino até qne o
aeti legftimo succcssor ái as ontras proTÍdencias, A re-
gencia serfa coinposta dos seguintes senhores : — In~
fanta D. Jiabel Maria , patriareha de Litboa , dugtíe de
Cadavtü , marqttet de yallada , e condt dot Areot.
Gravea jaizos se tem feilo sobre a morte do senhar
D. Joaü VI ; e a pesar de que clta se deu ofücialmeiite
a 10 de mar;o, ha muito qoem a julgue acontecida
■ntcf d'este dia. Governou em Dome da rainha sua
mai sete annos; como regenledezeselc; e como ret dei,
Foi muilo infelii como rci , cnmo bomem , e como pai.'
Serla um grande rei para outra epocba , purém nao
para os tempns calamitosos em que viveu. Teve a sali»-
fa«^o porém de ver que , a pesar da sua ausencia , oi
portuguezes salvaram a patria e o seu throno d'as gar-
ras de Napoleao , ganhando o antígo renome dos beroes.
qne conqnistaram PoKngal aosmonros e a Castella , e ó
cngrandeceram nas cinco partes do mundo, obrando ma-
ravilhas taes , que até parcceram fabulosas. Havia el-reí
nascido em Lisboa a 13 de maio de 1767 , tendo por
coiuei)seaci« ciitcoenta e neTe annoi qtuiMlo lalleceu.
I. Coo^ílc
&H«ICU DJL SnrSOBA ÍMrAHfA D. ISABKL UáKUt
( 1826J A morte do senbsr S. Joao ti dnsoH Por-
lugal n'um mlerregno de.facto, e tambem h'diub po-
si^o bem melindroia.
A pesar do dcereto dft 6 de margo , que ordeoBva a
regencia de cídco membros , a senhora inlanta foi a
unica que eserceti o poder eiecuttvo, tomando conta
d»-governo do reino , apenjis se aDnunciou oiGcialinen-
te a otorte d'el-rei seu pai.
Toda a gente acnsata prcTÍa.ng grsndes males qae
amea^avam a naglo. Os parlidos' comefarBm a. de»eD>
vidver-se ; as afleÍQdes praioaes , ou de puro interesse ■
dominavam no maior núnera. Os bomens de conscien-
cia nada podiam Tazer,
Sastentavam uns, qoe.a coroa portiigneia perlencia
ao senhor D- Pedro. outros que clle^ pelos factos arw
teríores de desobediencia á (Dii patrtR , e reconheddo
imperador d'um reino estrangeiro, náo linha direito
á coroa portugueta , mas sim seu augusto irmao o se-
nbór D. Higuel. ":,
senhnr D. Migucl estava ns Allemanba. Oa indj-
TÍduoi que cercavam a senhora inranla Tcgente erate ,
na maiur parte, recoitheeidos como adeptos ao seohor
D. Pedro. (Jma deputasáo (29] fui mandada an.Braul
a comprimentar o imperador , oo Ictar-lhe a coroa de
Portogal (30)
- (39) Ot membrM da depatn^io fiiram o dnqoe de La-
I3ei, « ■rcebiipo de^Licedemooía , «•it«e«lurgadar Fran-
tttco Rlenterio de Paria e Uetlo , lodoi tre> bameiu d''aniB
probidade ■ lorin ■ pruTB. B' porém muito QOtarel , 'que
todoi tres segiiirani ■ cau» do tpnhnr D. Mijgael,~e o ju-'
ramin rei nos Bitailoi da BeÍDo em 18<8.
(SO) Talvci o* illaitrM ettadiitM do goKnM liraMCM ■ .
I. Coo^ílc
***
O iinpcrador do Brazil aceeila a eoroa porlugueza ^
qae Ihe rorani leTar, e loina o ncimc de D, Pcdro iv
ein 25 do abri).' A 29 publica a rarla constilucioiiaj ,
que sua magestade imperiál olTerece á monarebia por-.
lugueia no comÍEO do seu reinado , para scr acceita e
jurada pelae Tres Ordens do Eshtdo. ( 31 )
Em 3 de maio sna magestade imperial abdica (32)
coBdicioDalmenle a coroaem sua augusta filba a seabora
D. Maria da Gloria , princeza do Grao Pará. { 33 )
A i»is9áo dc traier a cart? consütucional a Portugal
foi dada pelo imperador ao inglez Carloa Stuard , a quai
cbegou a Lisbaa em 30 de juaho.
O goTerno do reino diiTÍdaTa proclamar t carta sem
o consentiniemo dos Estados do llcino juntos em cor-
les; poréra o gcneral Saldanha , goTernaUor militardo
Porto, instoupelaaccjama^áoiequandonaoseñiícsse,
boa lembi'anqa dejul°;arein que podertim ■iiím reuDÍr oo-
Tameute o Brsiil a Purtngal. Se lal tiyeram na mciite, rf
■en nome deve ler levailo á miiii rFmata poiteriJiide! ¡ '
( 31 ) A ineDte do legblBdiir foi lem dúvlUa piira Mt oOft-
recida aot Trei Kitailoi do Reino, reunido* eni cortiu.
( 32) Acto de abdicaqáo do 3 de inBÍo de IB26-
(93) A neDliora I). Maria da Gloria, srluM rKÍnha do'
Portugal, nnsreu prírtctza da Bcira, tiiulo que Ihe pSr-'
lcncla por tcr a prlmomuila do Brincípe real; pvrém , te*
paraado-ie o Braiil, deiiands de faier paite da mooiT-
thia poTtufueiB, ropilituindo-ie imperiu indep«iid»ute , e
icndo B aenhora D. Matta dn Gloria a priinuecnila du im>
perador , deiiau em I8I3 o titula portoguíz pora tomaT e
de ptltueta ÍB^riBf , que Ihe perteDrin legundo ■ cuDili-
tiiffio braiilsira , e rono herdeirB prmunptiva da coroa.
■inperi^I , ^r 11R0 }iav«r vafli; na orruii.^n ein quc te prn-
clamou o iinperio, c ■ roiistÍIuii^Úo brBiilira; parém nat-
eendo em 1S?S prínripe imperiol D. Pedro, Iuhidu voIÍk
o éf prÍHctta 4Ío OrSo Tái-á, ((ue partcoce a» berd«lr«
pf ^Ptn^iia A*P*^ '*•' [tMntipe imjiei fal.
206
iDBrcliaTa com aa tropas do sea commaiMlo sobre tAa~
boa. A carU foi pois acclainada em 11 dejDlho, co-
me^anda lodos os actos publicos a ser em oome do 8e>
nhor D. Pedro iv.
Sknhob D. Pbdbo ir, 28." Rei.
( 1826 ) inKlez Stuard , que foi portador da carta
CODstitucional , o foi tambem do decreto que coañrma-
\a a regencia na pessoa da senhora infanta D. Isabel
UaFÍíi : foi ignalmente portador dñ notíCia do acto de
abdicaoao , e qoe o imperador ordeaava o casamento do
senhor D. Htguel com a senhora D. Haria da Gloria.
Sbqbkcu Di. Sbndoba Infinta D. Isabel Haxu , KM .
KOMB d'eL-BBI.
A senbora infaDta D. Isabel Haria continuOQa go-
vernar o reino como regente , porém agora em nome
d'el-rei o seohor D. Pedro ir. governo manda que
no dia 31 de julho tenha logar o juramento da carta
conslitucional. Bsla ordem foi o signal de resistencia.
O regimento de infanleria N.° 24 , estaciooado em Bra-
ganca , acclama ( 26 de julho ) o senhor infante D. Mi-
guel rei de Porlugal. brigadeiro^BtoBÍo Tarares
Haggessi com o regimento de cavaluría N. 2 , e al-
gUDS miliciaDOs de Villa Vicosa , secanda n'esta «11«
o grito do 24 , no mesmo dia do juraiDento da carta ,
porém sem a ter jurado. O 17 .'' de infaatería , estacío-
nado cm Estremoz, tendo jarado na manha de 31 ,
mas já bastante lumnltuosamente , de tarde segne o
grito do 2.' de ca*allaria , e vae unir-se'lhe. Alguos
arlilheiros do 3.° regimento tambem se nnem ao 3>* e
17.' Todog eales corpog ^rarain logo em B«^lWlw.
ü,o,i,-f-n,GoÜglc
Eib 12 de sdembro o brigadeiro BeTaardo da Silvcint
com o N." 11 dc infanlerin , estacionado em Almcldai
seguo o mesrao destino. Em 5 de outiihro o marqueK
de ChüTes tnmbem acclama o senhor D. Miguel em
VilU Beal. 4.° de cafadorcs e o li." de infanteria
do Algarve tambem se proauDCÍám pela mesma eausa
etn 15 de outubro. A 21 segue o mcsmo destioó o 7.*
de ca^adorcs, que estava em Villa Pouca de Agaiar.
Segum eslés corpos na sua emigracio voluntariá mui-
los cnDlingenles d'oulros, assim como generaes, ma-
gistrados , &c. dic.
(íoverno dn regente , vendo similbante defecfáo no
cxercilo, e observando o cspirito püblico , principal-
mcnte no norte , orienle , e sul do reino , pcde ao go-
vemo britannico ausflio para a occssiso em que oS emi-
gradns tcnt.issem penetrar no reino , ou proiflovesseiB
alguiD pronunciamcnto mais serio. O goierDo brílannico
expede as suas ordens para estarcm promptos dcz mil
homens de tropas escolhidas a Gm de embarcarem para
forlugal á primeíra ordcm.
O barao de Viíla Sfcca , commissionado pelo senhor
D. Pedro, appresenla-se em Vienna d'Aostria a eiigjr
do senhor. D. Higuel o seu juramento á carta , e o seu
consenlimentn para se pcdir a sua saritídade as dispen»
sas para celebrar os esponsaes com sua augusla sobrinha.
senhor D. Higuel annue a tuiio , e em 29 de oulu-
bro celebram-se por procnra^ao os esponsaes dos mes-
mos soguslos senhores em Vienna d'Austria.
"Morre no Rio de Janci'ro a imperatriz senhora^D.
Xeopoldtna (11 de dezembro].
As torqas dos emigrados entram no Atemtejo e em
Tris-os-Montes (dezembro). Maggessi , que comman"
dava as do Alemtejo e do Algarve , eutroti por Villa
14
ü,o,i,-f-n,GoOglc
«08
Vi(Maj úiKle aprÍBÍonoa a for^a da «mllvia-7 «li a-
itciooain. Ob «oldados toiqaraii] o serví^o , Msim cpino
iuis algnD» contingentes de dÍTersos corpos se Ihe reti-
IWfaDl, e <B spera<¡oeR n'aqaelU provÍBcia comefarani.
Algmu «ombsies boDve esm Tanlagein para as tropas
dfi Uaggesii ( dci^bro ) ; porém refbr;ado o c»nde
de Villa Flor com mais tropas, Uaggessi é obriga-
Ío > CQtrar per BespaBhp , pasgando d'ali ao norle x
ftser jonecw oom o marqiui de Chaves , viscMides da
V»nea , ée Ifoiellos , e outros que sustentavam a mes-
ma cansa , e liabam já n'esla provincia feito capilular
firagaBft «om o 3." e 31.° de inTanleria, e o ii.' de
caTalItria ; Aljneida eoin o 6.* de infaDleria , algans
ca(ad»re« do novo 7,'. e o 10.° de cavallaria , e arti-
Ihlría montada &c. Todos esles corpos tomaram o ser-
tjfo qoa fe faiia em nome do senbor D. Migael , assiiii
•Mltí¡ quasi toda a íor^ do 12.° de infaoteria , e dú
6.'- 4 9."^ eaT^llaría, além de muitos conlingentes
de «ntros corpos; qu^si todos os regimentos de mili-
cias de Trás-os-Uontes e Beira , e alguos do Uinbo,
■iHÍto pQ«€| annado fnc. Em Tris-os-Uontes e no Ui-
whú tinbam deixadp os viscondes de Monte Alpgre, ()a
Amha , e putr«s giw com illgumas tropas d« infanto-
ria e cavallnria , e mui^ povo aimado , faiiam freptc
í» tropas de r«gentc-
is fftTí»! priDfÍpaos do marqaeü de Chave». vís-
Gond» de If^lelios e da Yarfiea, avanfam fvii a
Bcira.
EataH poif 9 Datáa eqvolvtd» no^ hprreres d« gcwra
civil , cm que as ambjQt^ de muitos, f lat^aran),
EBtoa RO Tpjo ( 24 <>« ÍtK*»bi<) ] a eüquadr» ÍBgÍesa
que cfmdmia u^ brJlhflntp dirlü^ d* Iropaf dc ^ñnsi
it ordfBf Aa ífverat ^littfo^. ^t^ aH<t)>» Untq a tcm^
1K¡ den eTinfde fot^ nlonl e natcrial ao gortnio dt
regcDte.
( 1837 ) DepDÍs de varios recontrt» ^ o amát de Yillfl
'Ftor bate os Bens sdfersaríús em Corncbe da Beira ( 9
de janejro ) ; e ftS obríga a retirir tebTt Pi&hel , e p»*
nctrar eni Hespanha ( 11 de janeiro ) ; p«ra ireDl appt- -
Teeer novsmente em Tri^-os'Uontes. Almeida com >
.sna gnami^o entrega-se ao genisrai Villa FIAri
As for^s belligeranleS conrer^m agora to^a* para
ss provincias de Trjs-os-Monles e Mínbo. Os ingleiefl
«Tnn^ani para o interíor do reino ^ aL¿ Ooimbra. O mat^
quec de Chares avgn^a sóEire x> Póflo t por firaga ; po^
Tétñ , depois de Táríos corabates na Hirilia , empreheit-
-de a £ua retirada , sem mais poder rebfeer'-se dot det-
1ro;ns qne havia sDfTrldo. £m 8 de marf'o ós resllB dts
snas tropas entravam em Hespanha pnr Abellana e Ssd-
ia Anna , e foram internadis pafa Valfaadolid.
3." de Brtilbaria i é um batalháó do 8." de iura»-
teria , e mnilA povo d'filtss acclamanr o senhor D^ Mi-
gnel. general Canla [¡allimi até poder rearíir fw^as
do governo , com qiie os obrigoo i ccdér , depbis de
muitd fogo de metralha i fusilariá, c cargai de caval^
laria (39 e 30 de abtíl).
lenbor D. Pedro hnmci^ atí sehbor D; SIigBel sM.
logar-lcnente em Porliigal ( 3 de jalht) ).
- A regenle dimítte do tninisterio da gubrra ao ^ene-
ral Saldanba ( 20 de jalho ). Os amigos do gcnera) pe-
dem tamaltuosaaetite noa diai 2i a 2T a sda rcinte-
^ra^io no niinisterío ] porém o gDTérno da régeote d^
troe pcla fbrf a os tmnultos , tetidó para esae ñm feilA
entrega do cotnmando da ftfr^a armada da eapital a«
conde de Villa Ftor.
A tMteii dc ^n • MHboii D< íedro hiTÍ» A(»ii«ado
14 •
ü,o,i,-f-n,GoOglc
210
ao senfaor D. Higoel para lOD logar-tenente regeiite de
Porlagal cfaega a Vienna d'Aaslria a 27 de agosto , e
a Lisboa em ReCembro , encbendo de alegria oí habi-
tantes da capital e do reino. ( 34 } Soa alteia real es-
creve em 19 de outnbro a laa aagitsta irmáa regente,
diiendD-lhe , qne tendo acceitado o gOTerno de Portu-
gal , ficava preparando-se para recolber ao reino . eqne
Ihe mandasse para Faimoutfa uma fragata e um brigne.
Ainda primeiro do qoe a carta de sna alleza real á re-
genle, o mioistro partDgaei na Aastria tinfaa eipedido
para Lisboa a nolfeia de que o senbor D. Uigael ac-
'ceitára o govemo. Esta noifcis cfaegou em 24 de outu-
Itro , e a S5 já a fragata Perola e o brigue Tejo davam
á vela de Lisboa para Postsmoutfa. chegando a Fal-
moatfa em 6 de DOvembro. £m IS d'esle mei escreve
siia alteza real á regente , diiendo-lfae , que podería
acoatecer que a sna cfaegada ao reino tivesse logar an^
tes da abertara das cortes ordiaarias , e que por isso
serla bom eonvocal-as ettraordinariamente para a seisio
real do jaramento , e eatrega do governo do reÍDo.
O banco de Lisboa sospende o pagamenlo das snas
notas em 6 de deiembro , e pede ao governo qae Ihe dé
carso for^ado por seis mezes. governo nega-se [ÍO
de deiembro ] a sinMlfaante pedido ', e que liquide , se
estí em eslado de qaebra. banco convoca a sna as-
^semblea geral , e ama commissio examina o estado do
baneo , e vé que nao bavin moiÍTo para similhante sDs-
peasáo de pagamento. A attitude séria do goverao fei
enlrar a direc^áo do banco na ordem , e até auiilion
bastante o mesmo banco para restat>clecer o credito
que por dias havia perdido.
( S4 ) fiucta'de LÍiÍMa d« 1." d« oalDbni de Un.
ü,o,i,-f-n,Co0^ílc
ari
O goTMDO maDda qoe o untdo de Lisboa publiqHe
^r nm batuJo , que lúja feslejos pnblicos por tres dias
i cbegada do senbor D. Miguel , e o senado manda sair
em IS de deiembro om dos mais brilbaiites bandos
dos que se tinham listo.
O Mobor D. Miguel deiiava a Allemsnha , onde vt-
veu pof espaca de tres annos ^nbando a estima de
muítos monarehas e príncipes , eom qnem conviven , e
de quem receben as maiores fineias. Os elogios que
todos os jornaes prodigalisaram ao principe portagaei
sio infinitos ; porém lobre todas as amiiades que sua
alteu real ili grangeou , a amizade mais fntima e mais
sincera foi a que teve com o duque de ReÍGfastadt , on
Napoleáo ii , filho dé Napoleio-i, imperador dos fran-
ceies , e neto de Francisco u , imperador d'Aastria. Os
dois ( 35 ) principes mais pareciam dois irmaos ami-
gos , do qne simplesmente dois amigos.
Sua alteza real partiu de Vienna a 6 de deiembro ,
ehegou a Hanich a 9 , a Cbarlsrucb a 13 , a Slrasbur-
go a IS, e a Parfs a 20. A embaixada portugueia foi
esperar o principe a dez legoas de distaiKÍa de Parfs.
O rei de Fran;a , toda a familia real e a corte o reee-
beram com todas as distinc;oes devidas i sna alta ge-
rarcbia. ( 36 ] A 27 partia sua alle» real para Lon-
dres , oode cbegoa a 30 de deiembro. A sua chegada
produiin grande sensacao em loda a Inglaterra. Os ob-
■eqnios que o prineipe reeebea do rei e da eorle , e ge-
ralmeale da Da^io iugleta , eicederam a toda a eipe-
(35} Bra bcm iliigaUr n'eata Mcukao ■ poi^Io doidoU
GiDCÍpei. Haii tarde, eia 1033, quanilD o leDbor D.
icuel rerelwD em Santarein ■ notiria d^ morte do Mu
ínlínM «Diigo, foram bMt^ntea ■■ lagrima» que dCTramou.
(34) Gueu de Lbboa de 8 de juLclra dc.l&lB.
I. Coo^ílc
su
ctatÍTi. Todo» u ((neiiam ei¿ed«r «bl «tneqniar o pri-
nteiro principe brigantino ( 37 ) que pisqva o territorio
brita«nico.
( i^8 ) Em quanto o principe.DOs paxtea estrangairos
recebia láo altas provas de sympailiia , a na;áo porlD'
gneia preparava-se para recelier o len regente como a
dignidade e o brio nacional reciaraavam.
Na eamara dos depuLados , em sessao de 21 de jn-
neiro , o deputado Gravilo disse em summa : n Estan-
do nó» tüdos os dias esperando por sua iltéia real , a
regenle do reino , a camara deve ter nomeada uma de-
puta;So para ir a bordo feticilar o mesmo augosto se-
nhor pelo seu regresío ao reino. » Porém na scgnintc
seisáo , sob proposta do deputado Wan-Zeller , suppri-
míu-se a pilavra a boráo , e decidiu'Se que a deputafSo-
fotte »i a Urra.
principe embarcott em Poslmnth a 9 de feverciro ,
e chegou a Lisboa a 22, A 26 do dito mei tmnoD sna
alteia real posae do govemo do reino em sessao reaL
estraordinala , preslaado o jnramentoprescriftoiu cir-
U coDStituciona^
Mo mesmo dia 26 de fevereiro naraeou m» 'alten
real o seu minislerio pela maneira segainte : — . Dun
que de Cadaval, miniilro auistente ao deipscbo io
gabinete de sua alleia real. Heino , José Antonio de
Óliveira I.eite de Barros , e ioterÍMiiienl» csm a past«
(ar) V<>lMM*ai ganlH inslnH' <)'•»•. tcM^, «<« U
*e achua «Mai «•■Mk'
ü,o,i,-f-n,GoOglc
213
dá' mMÍBba e nttrániar. Jasti^ , Lui» té Paali íarta-'
do.de Castro do Rio óe Hendoii;a. FaEeDda , conde dé
Leuii ( D. Diogo ). Guerra , conde de Villa Beal , fican"
do ÍDterinameote com a p^ta dos estrangeim. Bm 3
de mareo ho'ave recomposi^áo miaisterial , entrando o
ooode do Rio Pardo para a gaerra , e o conde de VilM
Real flcoH eom os estrangeiros. Foram ignalmente aa-;
mesdos para o conMlhod'Estado o marqnei de Borbti,
o Mspo de Vizeu D. Francisco Ateiandre Lobo , t o
principal Freire.
EalavHm os «nknos aiada muito agiUd<H pelos eBei-
tos da guerra cifjl, qae podémos dizer estava m«i»
ababda pela inOuencia e preseo^a das trt^as jngleias , -
do que estÍQCU. B ainda qne a miís compromettídtf
psrte do exercrio , qne em 1S26 e 1837 acílanlou nñ>
ao senllor D. llignel , esUva intemado ecn Hespanha',
f^i basUote a preaen^ do principe paVa haep com qM
a na;ao sv «gitasse a tat ponto , qne aerfa até impoA^
Tol ao goTeMo SDffocar o entbnsiaBmo manifesUds , «ent
lantar a DKama na^o enl novos horrorer da gm/rtit
cifíl.
minigterió fei ÍDcrepado ua tessio de 6 de aar^ff,
ns eamára Acé pares , pelog eondes da l^tpa' e Liata»'
res , per nSo so eppor á torrcnte manifcstada , tofnandtf
o conde de Villa Real a defesa dos seas collegas , que
n'^ssa occoslÍD nio'éstanm da CifflKira. N'este ÍQGÍddn'
te , occorrido Qa cainara dos pafes , sSo noUViyis a'S pa'
Uvras prorecidas pelo CMi^ da Taipa. « Par» conhe-
oermos quaot» ifito def ft detagradiE aO'Senhor tn^le
0: Higo^, KnB9ptRe<tai.tM-aahÍ9toríKdB'saaTlda"r
qpaDdiremfmS', na e$t»ba'dh je^rx^ db Ittaft,
algmis ifliiusfra» Die dísSeraOI ,- que o' qperlain reco-
nhecer priñcipc real de PorHigal , é to» coDstanle qiie
o,i,-f-n,Googlc
«»*
•ua alleia se qaiiera valer de sna» armas pira det|ri-
car esla aíTronta , que Unto feria os seus sentimeDtus
de amizade cumo irmao, e de amor á legitimidade
Como vassallo. » ( 38 ]
O regente .dissoive as corles ( 13 de maf^o ) , e no-
meia uma c'ommissáo para propor uma lei de eieicües ,
conrnrnie a tnesma csrta , mas em harmonía com os
usoa e.costi)mes da na^áo. O governo íicou n'uma di'
ctadura de facto. Tüüos os ministros ncaram no minis-
terio , excecto o conde de Villa Real , que deiiou a
pasta dos estrangeif os , entranilo o visconde de Sao-
Todns as corporacóes do reino mandaram depiita^ñes
a folicitar sua alleza real pelo scu felií regresso ao
reino. Com -(toas d'estas depulacoes, a da iinivcrsida-
de , e do cabido da sé de Cuimbra , aconteceu uri faclo
borrivel nos annáes da hrstoria das nacoes civilisadas.
Alguns dos membros das ditas deputacoes se reupiraoi ,
como geralmente c costumc , para fazer viagem com
menos aborrecimento.. Uma legoa adiaoLe de Cundeixa
foram assaltados [18 de marifo ) por treze esludantes
da uDÍverSidade os indefesos e desapercebidos ientes e
conegns. Os tigres conduxen seus respeitaveis mesjLr«s
para fóra da eslrada , levando o honrado e anciáo lente
. (3S) Gite fact» honra lobremaDelra o lenIiaT D. Mignel,
porque em 182«, ■ peur d» derardeni du Braiil , detor-
den» em qne foi envolviilo o lenhor D. Peiiro peloi teimo-
lo> de cá e de lá, o (enhor O. Mieuel nflo q'uit aproVeitar-
fe da alierti ila indepeadenria dé faeto, para reverter «m
lea TaTor acaroa portogueia; poii aluda cra poiii'el haver
uma reciincilÍH^io cDtre o prinripe e « uagio, reconrili'-
qao tio ardentemente deiejada por todoi oi Iiodí portngue-
lei, e in> atteia, «01 portaguci, nSo cedia o pano ■ nin'
215
Uattbeufi pcla niSo , porque o scu estado de aocÍaDÍdade
e susto oao Ihe permitlU camÍDhar. Atnafram oa cria-
dos, poxeraiD as suas vicliiDas «m linha , e procede-
ram ao arrombamento dos bahús , examitiando e ras-
gaDdoinuitus papeis, Dcpois d'isto comecam o massa-
cre. O IcDte de medicina Figueiredo roi o primeiro
que caiu com uni tiro na caheca , scguiiidu-se logo tres
liros DO lente dc caDones Mattheus , a quem um dos
mahados aciibou de matar cspétando-lhc um punbal na
cafae;a. e depois Ihc lirou os olhos. lcnle Neves ,
de pbilosophia. cscapou a rogos de.seu filho, que se
olTerecia morrcr , mas Que por miserícordia conier-
vaisem a tida a seu pai. Sobre o, conego Falcao descar-
regaram sete tiros , e quarenta puuhaladas; o deáu le-
TOU'CÍDCO tíros , e grande número de golpcs; um so-
brinho do conego.levou sele liros; outro kvou um liro.
Horroroso espectaculo '. Os diseipulos assassinarem seus
lentea e companheiros , todos pessoaa de tanlo rcapei'-
to, e que náo tÍDham outro crime mais , do qiie irem
Gumprir o mandato por parle de suas respeitaveis cor-
pora^des, de rendcr homcnagem ao throno.
No meío da catastrophe apparece uma mulher dO
logar da Présa , gríla , e póe todos os povos em alar-
me , que correm sobre os assassinos ; esles , espavori--
doa , fogem em direccües oppostas. Tambem n'este lem-
po passava o general da fieira Alta, Agoslinho Luii
da Fonseca , que fei ir a sua escolta de cavallaria em
auidio do povo , e persegui,(ao dos hottenlotes. Por ou-
tra casualidade passava uma escolta dc ca^adnres , e
Bo meío d'ella já vinba disrar^ado um dos criminosos ,
que, sendo descoberto , foi lugo préso , assim como
nuis q'uatro logo nas imroedia^oes de Condeixa , sendo
doU tirados de denlro d'um cano , onde por aijaso fo'
o,i,-f-n,Copylc
21«
ram riítos por am 'rapai qne aGOrapMhtvB <»■ eaeado-
res. poTO , seguÍDdo os outros , fui prender maisqiia-
tro ao Raba^al. Os qiililro restantes escaparara , le os
Dove presos forain rcunidos em Condeiia, e d'ali ceo-
duzidos em seguranca para as cadeias da nDÍversidade.
Os (Dfelizes que do massacre ainda escaparam com vida
Ibrara tambem coBdaiidos a Condeiia, onde se Ihes
preslaram os primciros soccorros, e Blguni ainda so-
brerÍTeram.
A maior parte das tropas inglcias embarcan para
Inglaterra (29 e 30 de mar^D).
scDado de Lisboa representa ao senhor D. Higae] ,
qne se .declare rei ( 25 de abril ). alto clero e quasi
toda a nobrcia reunem-se em casa do duqus de Lafoes
no mcsmo dia 25 de abril , e assignam uroa represenla-
{io a soa alteta rea! em igual sentida da do senado.
(39) Sua alleia real oáo se declara rei , porém assu-
me o poder supremn , e comefa a goremar como re-
gente do reino , e depositario do poder snprem» , at¿
qoe as corles geraes dos Tres E^tados do ReÍDO o rc-
conheceram rei. (40) Dosde o dia 25 de ^iil qne os
abtos publicos deiiaram de ser emaaados em nome d'el-
rei o senhor D. Pedro 4t. N'este roesmo dia embareoii
o resto das tropas ingleias quc ainda guarneciam as for-
latezas da barra de Lisbaa , sendo loga guarneciAas
por nroa forca do 4.' de ÍDfantería.
BKscfcu fio Skirob InrANTK D. MiaiJEf..
No mesmo dia 25 de abril, era que o seoado d«
0,i,-f-n,CoO^ílc
817
Lüboa, atto clero e alta nobreia repreMDtaraia a»
scobor D. Miguel , que sc declarasse rei , o senado da
' camara de Coiaibra, a universidade , o bjspo com o
cablda , scguido da maximn purte da cidade, acdama'.
vam solemaemenle sua alteza real como rei de PortU'
gül , Algarves , e seus Dominius'. lavrando-se o com-
petente auLo com as furmalidades da estilo.
Os destacamentDs do 11.° de cagadores , e do 8.° de
cavallaria, qne ali eslavam dc guarniciio, annuiram »
flzerara o scrvigo , palruihando pela cidade, náo ha-
vendo desordens a lamcntar. Aveirotambem se proDUit-
ciou no mesmo sentido. Em 30 d'abril é igualinenle
acclamado no Algarve , tomaodo parte na acclama^io
á blspo, e general da provtncia , Palmeirtm.
Em 3 de maio o regente convoca os Estados do Rei-
no para a cidnde de Lisboa, -a fim de decidirem os
pontos de direito sobre a successio do reino. N'estc
mesmo dia , no Rio de Janeiro , abdicava formalmeBle
, o imperador do Brazil a coroa de Portugal em sua au-.
gusta Htba a senhora D. Maria da Gloria,
A senhora infanta D.. Isabel Maria stigmatisa por sea
manifesto de 20 de abril o abuso que pessoas mal iit<
taicionadas faziam do seu nome giara snbverler 'a or-
dent pAblica &c. (41 ) Eitinceáo dos regimentos do-
«Hamercio , aliradores , e aniltüeiros oacionaes de Lis'>
boa (lide maio).
O eonde do Rio Pardo tinha passado ao exercíto um'
gr*nd& n¿mero de ofüciaes, que eram oulros lanlos
íoimigos do governo. Uma revolu^ao miJitur apparcoe'
DO Porto ( 16 dc naío ) , onde se fórma uma jmita pre-
vÍMOrÍa m nom d-'ei-rei o tmhor D. Ptdro tv ,- e reo-
(41) Waf. GMat»- d« t4ibMlf.« tlt.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
218
Bíitdo-se mais algiim corpos i gnarnifao do Porto.,
marcham sobre a capital para livrar o regente da coac-
(áo ( assiin o diziam ] «m que eslava ."e resUbelecer a
aucloridadc do scnhor D. Pedro iv.
O governo do regenle reonc tropas para operar can-
tra 3s for^as da junta do Porto ; chama ás armas (odas
as pracas com baiia desde lS-20 , e manda crear cor-
pos de volutitarios rcalístas.O governo do Porto Uin-
bem nio sc descuidava de augmcntar as suas forcas.
Em 25 de maio nia batalhao do 2." áe infaitLería,
eslaciunado em i'avira , pronuncia-se a favor do moví-
racnlo do Porto. Em 26 a pra^ d'Almeida com a sua
guardjgáo do 15.° de linba sejue o mesmo movimento.
gencral Palmeirim coDSegue fazer com que o 2."
batalháo do 2.° de liniia abandone oa ofliciaes , e se Iho
reuna noTamcQle í 27 de maio ) , restabelecendo qo AI-
garve o ^overno do regente, ou do rei segundo diiia
.o mesmo general. Estas operafoes* porém,, eustaraDi
algumas viclímas, principalmeníe em Faro.
As for^as priScipaes do PorLo occopavam Coimbra .
Condelia, Soure , e Pombal. As do rcgente marcha-
vam por Leiria e.Thomara procurar os scus adTerurÍos.
Nas provincias do norte nenbumas vaBtagens obti-
nham as for^as do Porto. Os generaes do regente n'a-
quellas provinciás eram Gabriel Franeo de Castro , ge-
neral das armas du Purto ; D. Alvaro da Costa Uace-
do , general do Minhu; vjscondc do Pcso da Regoa ,
general dc Trás-os-Montes ; Agostinho Luii da Fonse-
ca , general da Deira Alta; visconde de S. Joáo da
Pesqueira . general da Beira Baiia. viseonde de Saola
Martha commandava a divisáo ligcira de Trás-os-Moo-
lea e Minbo. Do exercito de opera^ües commandava
Povoas a ranguarda ; a 1.* dÍTÍsáo o visconde.de &au-
I. Coo^ílc
219
Kel;'i 3.' i> ciDndfr d'Albandra ; ¡r 3.* o'fisroiide'dé
S. Joao da Pesqaeira ; e a 4.* o visconde do Péso da
Kegoa.
Nas protincias do sul tudo obedecia ao regenle. As-
Eim eslaTa a jonla do Porto, apcnas scnhora do lítoral
desde o Porto até á Figueira , com mnilo poucas le-
goas para o imeriar.
A 6 de JDnho foi a cidade de Viseu occupada pelas
for^as do general Agostinho Luiz da Fonseca , e Al-
nieída achara-se sitiada. A 10 os f^cnerá^s Gabriel ,
D. AKaro, viscnndes do Péso da Regoa , e de Santa
Marlha, tinham o seu quartel general em fialthar, a
qnatro legoas do Porto. A maíor parte das Forgas d'estes
generaes éram compostas de miUcias e Toluntarios reá-
listas, á pressa organísados. As for^as de linha eram
o 6." de cavallaria , e alguns soldadus do 9.°; de in-
fb&teria o 12.", un) batalban do 9.°, e parte do 21.*;
deca;adorespartedo6.°c 11.°, e l.'e^." pronsorios.
pecreto do regente'mandando abrir as córles gerbes
dos Tr«s Estados, era 23 de Jnnho [ 19 de junbo).
Os estudanles assassínos de sens lenlcs foram con-
demnadis i mortc , e eiecntados [ 20 de junho) na for-
ca RO Cáes do Tojo , em IJsboa , os nove quc já esta-
Tam presos. LamentAmos este quadro, qae e'nchen' de
desgoso tanlas familjas rcspeitaveis ; mas clle fdj uoi
dos acfos de vcrdadeíra justiga , uma satisfa^áo á mo-
ralidade pública, uma desaiTronta á briosa e ciilta na-
gao portugiieza , e í distincta corporacün acadeniica da
universidade. Infelitcs mancebos , que foram arrastados
ao crime por inlluencias occuitas a qoc se haviara li-
gado.
A ilba Terceira , que em 27 de maio acclamára rei
ao Mnb«r D. Higuel , i agora snbjngada pelo batalhao
ü,o,i,-f-n,GoOglc
220
S.° do eapdoíci , que lendo annaido á BccIáina{3o do
Biesmo senhor, Acclnma agora novamente ao'scnhor D>
Pedro iT (22 de junhu).
A pesnr da agitafáo ein qne o reino se achava , os
procnradorcs das cidades e Tillas do reino chegaram a
Lisboo ao chamamcnto qiic Ihes ñiera o regente pela
carta contocaloria de 3 de mjio, A 23 de junho, dta
destinado por decreto dc sua alteza o regente pam a
-aberlura das cortes geracs dos Tres Estados do BeÍDO ,
leTe logar , pelas cinco horas da lardc , no palacio da
Ajuda , a solcmnidade da scssáo real da abeTtura , se-
gondo os antigos costnmes do reino.
EslaTflm os Estados reunidos na magnffica ssta des-
tinada parn o acto, quando o aiigusto principc entron
na mcsma sala Tcslido ao antigo.modo portoguez ( todos
Atsim cst^vam Tcslidos, cxccplo os ecelesi'aslicos , e
magistrados ) , e preccdído dos porteíros da maga , reis
d'armas . arautos , passafantes , c comitiva real , tocan-
do o) ministreis snai charamcUas. Sua altcza real se
dirigin ao throno , e fcchando-se a porta para todus os
<¡ue ali nao tinbam Toto , collocaram-se os procnrado-
res das lerras nos seus compctentes hancos , e nos seus
respectivos togares os bracos do clcro, e da nobrcaa.
O dnque de Cadatal , que fazia as Vexes de condesta-
Tcl , lcTantou-o csloquc , e entao lea o bispo de Viseo ,
D. I^rancisco-Alcxandre Lobo , o discurso da proposi-
^o ás cortcs , e acabado ellc , leu a resposl» o descm-
bai^dor José Acurcio das Nctcs , um dos procurado-
res pela cidade de Lisboa , a quem isso por antigo uso
eompetia.
Concluida a lcitura , desceu do ihrono o príncipe,
e Tiritou eom a mesma ordem para o seu quarto , d'onde
paaMO á lala do beija-mio , e o den aoa Tr*s BiMoa ,
,u8lo
'221
e 9 oatTái uuitas pesutas qne emicorrenm ao pa^o por
«sta soleoHie occasiao.
Nos dias seguidtes c.ome^aram os Tres Estados a func-
eionar ; o ckro na igreja'de Santo Antonio da Sé , a
nobreza na igreja de S. Roque , e os procuradores dos
povos em S. Francisco da cidade.
As forgas prlncípaes dos eKercitos belligerantes se
aprosímavam a Cündeipi. As tropas da junta dn Porto
M baviam reconcentrado desde Condcixa até CoÍDibra ,
p as do regente , e do coniinando do gencra¡ PoToas ,
e TÍsconde de S. Joáo da Pesqueira , aproiimartm-se.
O general Povoas os Blaca na madrugada do dia 24 de
junho , comeqando a desalojar os seus advefsarios desde
Samache alé á Crui dos Marou^os. combale foi por
veies mui vivo , c só (crminoa pela nmte. Se houvcsse-
inos de chamar gtoria á adquirida nas guerras cítís ,
áa que estamos bem longc, a d'eslc dia pertenceria ao
8/ de caQadofes , 8.°, 16,°. e SS.° de inranteria , e
milicias d'Aveiro ( 1.' e 2.* brigada de infantería da
dÍTÍsáa da vanguarda do cxercíto do regente ).
As for^as ds junta dispnnbam-se a defender Cflim-
bra , e o gcneral Po>oas a atocal-as ; para o que man-
dou passar á sua csquerda a 3.° e 4.' brigadas de in-
fanteria , nma brigada de artilharia, e a 2.' brigada
de cavallaria do commnndo dc Affonso Fiiftado de Mcn-
don;a ; á sua direita a 3.' divisaa do commando do
Tisconde de S. Joáo da Pesqueira , cm quanlo clle Po-
>o»s fieava com a 1 .* e 3.* brigadas de infanteria , o
principsl da artilbaria , e a 1.* brigada dfi cavallaria
do commando do coode de S. T.ourcnco.
Coimbr* era 4ccidHlameDte atacada no dia 2G pelos
flancot e centro ; porém na noite de 25 para 26 fni a
Gidadc precipila^amciiteabandojpadat as»imC(uoogr»i-
s„.-.-n,Gopglc
de iiAmen) de mani^oes, «rmameDto, artltturís, &c.
Ao amaahecer do dia 26 entravam em Coimbra as for^
(■s d09 generaes Povoas , e viscoiide de 9- Joao da
Pesqoeira , no mcio das mais eslrepitilsas acclsma^oFS ;
( 42 ) segiiimlo poDco depois Dma parte d'estas forfat
para a freote , para apoiar os moTÍmentus da 3/ e i.'
brigadas , e 2.* de cavaltaria , que scmpre foram mar-
cbamlo pela esquerda , a Gmrfle cortnr a retirada ás
tropas da junta. Eslas baviam lavado de Coimbra oj
presas pnliticos, os qiiaes Toram bastRnte maltratados,
e alguns assassínados darante a marcha.
Os genernes Palmetla , Saldanha, Villa-FIor. e on>
tros cbegados de Infrlaterrn , loniain o commando das
Iropas da jonta , e a 28 e 29 esperaram Povoas e Pes-
qneira nas fortes posicoes do Marnel e Vonga. Os fe-
, neraes do regente alacam novamente os seus advcrsa-
rios, e alcancam novas vanlagens , faiendo-os abando-
nar aquellas posicoes , para lomar as de Grijd, onáé
projéctBvam defpnder-se.
As cortes geraes dos Tres Eslados do Beino deci-
dJrani qiie o retno pertencia ao senhor infante D. Hi-
giiel ; [ 43 ) era visla do qiie sua altcza real se decla-
rou rci cm 30 de junho. Igualmenle se deii por nstlo
jaramento prestado ao sefihor D. Pedro iv , e á carta.
Sbnhor D. HtfiUEL 1 , 29.* Rbi.
Era impoSBÍvel fszer parar a torrente dos aeontect-
mentos. Em Lisboa as cortes declararam rei ao senhor
D. Higuel . cm qnanto o sea exereito vencia os solda-
dos da junta.em nome do senhor D. Pedro iv.
0,i,-f-n,GoÜglc
m
- t>«5aIojiM}os das posÍQoes de Colmbra e áo yooiga ,
ede toda a Beira e Minho , doininavam spenas ba ci>
da<le c stiburblaa do Porlo e ua praca d'Almeida , com
a qual nunca poderam comiHunicaT do Porto.^m con-
sequencia dn cérco que llie bavia posto o gcneral da
Alta Beira com miliciaa a voiunlarios realistas das duas
Bciras.
As tropaj da junta , ainda em graode ror; a pela quan-
lidade e qualídade ( pois era quasi tudo 1.' linha),
depots da retirada do Vouga occuparara as posi^óes de
Grijii, posí^óiis mui vanlajüsas para a arma de ca^a-
deres , em que consiítia a sua principal forfa ( 1.* d«
Íulho).
Tudo prometUa qae o Porto só serfa abandonado pe-
bs fbr;as da junla , no easo dc se ter perdido nms ba-
lalha uas suaa vizinhancas, Povoas e S. loao da Pes-
queira , de combinaqBo com os geoeraes realistas ña
Úinho, náo só se preparavam para atacar em GrijiS,
mas mesmo a cidade do Porto; porém na noite de 3
para 3 dc julho a junta c seus generaes abDtidonam a '
cidade e o seu eiercílo, e emharcando no vapor Bef-
fast ( onde tinfiam víndo os mais Dotaveis ) , ratiram-se
para Inglalcrra.
' A 3 de julho o exerctto da Jimta abandonav» o Por-
fo, retirando-se pelo Minho para Galliza; c Povoas,
■ qaem o senado do Porto logo mandou participar qua
a cidade eslava abandonada , passa o Douro , e occupa
a cidade no mesmo dia 3 , ainda á vista do Belfagt.
As tropas realistas guardam a mais cstricla dísciplina ,
tío havendo a lamentar o mais leve desgosto.
No Porto deixa Povoas uma guarnigáo , e todo o
esercito marcha soforc o exercito da junla , qtie retirava
M itwíor deiordein, ji maito acoHado pelas 3.' e 4.*
14
Cooylc
m
^kvíso^ realislas. Os soldados qae ab|odoiuTaD)'as ñkU
ras da-juDU ersin immensos. balalhao 6.° de caea-.
^re$ abaadooa as suas lileiras em Santo Tyrso, e vem
appreseolar-se ao Porto em 4 de julho , conduzido pelos
cOiciaes ÍDferiorQS. mestno passo é dado por muitos
«oldados d'outros corpos, que desertayam aps bandos.
Duas fragatas brazileiras deram á vela do Ítio de Ja^
nairo, conduzÍDdopara Porlagal sua magestade a fiai-
|lba de Portiiga) ( 5 de julho ).
. A guarnJ^ao da pra;a d'AImeida, qne em 27 da
naato seguira o partido da junla , depois de ter protcs-
^o jBdelidade ao seuhor D. Miguel , o acclania oova-
mente como rci ; porém o gGoeral Agostinho Luiz da
Fonseca nao Ihc acceita a acclamagáo , e só uma ren-
diifSo á discri^áo, para a guaroifao se aproveilar do
úiduUo.de 18 dc juQho. Goveroava a pra^s o brigadeiro
lÍirBj c assedio continuou ( 6 de julho ].
Sessao real da jurameQto prestado pcio scnhor D,
Uigael , como rei , peranle as corlcs geraes dos Tres
JBstados do Keino , com lodas as formaljdadea osidas
em taes aclos. bispo de Viseu reciton , anles do ju-
tamento, um bello discurso aDalogo ao acto. Acabado
o discurso , o rei ajoelhou, e jurou , sqbre o livro dos
Sacitos EvaDgelfaos , que s^urava o minislro Ab reiao .
qual fkiia as vezes de cscrivao da puridide. Depoisi
seguiu-se o juramento de fidelidade dado pelas cortes.
SuraDte o acto , o condestavet teve o csloque levaota-
4o , e o alfcres mór a bandci;'a real des^Drolada. O
acto celebrou-se no palacio da Ajiida ( 7 de julho }.
As reliquias do exercito da juuta do Porto eDtraram
sm GoJIUa pela Porlella do Uomem, junUi a Lobios
( 9 de julho ) , perscguidas muilo de perlo pelas tropas
re^listas. da 3.' divisáo ,. e tea^o {í^i4i4.o > is^e Jt mi>
I. Coo^ílc
fctirsda do Vongi, nuis de clnéo mil hom'eiú eUre -
mOFtos, prisioneiros , e appresenlados.
O vtsconde de S. Joao da Pesqueira expediu ( 10 da
jttlho ) um de seus ajadantes d'ordens ; com officies pira
as aucCoridades do reino viiinho , a flm de se procedei
00 desarmameníó e recolbimento de todas os objectos
do Bstado , pira o quc auctorisou a ter qiraesiiner con*
ferencias , ou fazer reclama^oes das anclorídades faes'-
panholas , ao mBjor AITonso Bolétho de SBmpaio , cnnt*
lúandante de um batalháo de ca^adores da 3.* dívisao
rcalista , com o qual e oatras tropas occapava Carra*
Ihosa.
03 eommissionados do exereitorealista recebem das
auctoridades hespaoholas os obj«clos pertencentes aa
■ Cílado ; porém quasi tudo em pessimo estado. Uuitos
soldados e ofRciaes recolhem aoreino para gozarem do
indulto. Os mais compromettidos etnbarcsra para a Tei^
eeira , Madeíra , InglBterra , Frao^a , dt.
' E nomeada oma algada para na ctdade do Porto jul-'
gar 6s individuos compromettidos lios acontecimento^
Se ii de maio (14 de julho).
Encerramento das cortes geraes dos TresSflados-dv
iteino (IS de julho;.
A pra^a d'Almeida com a' sna gaami^o entreg;eh^«
á discriíáo (16 de juHio).
Morte do grande botinico portugnei Felit de AreW
lar Brolero [ S de agosto ).
O bispo'de Viseo c nomeado reEormador gerel do»
esludos do reino [7 de-agosto).
O coronel Lemos loara a ilha da Hadeíra ao coronel
Valdez ( 22 de agosto ) , fazeodo entrar esta parte da
monafchia na obediencfa do senhor D. Uiguel. VaJdÉz
r«iro«-sé p4ia bordo i'ma navio inglei. . -
15 •
m
■ ÁA baUlfaift 8.* d« ca;adoref, « ao nglineato d*
niliciai d'ATeiro , lio concfdidas biDdeiras de dittinc-
|lo [2Jdfl «gosto).
Os emigrados do roarqaez de Chavei recolbem ao
reino , onde agora iSo }ouvados peto goTerno.
As fragalas que coDduziaro laa roageatade ■ rainba
foram entrar no porto de Gibraltar ( 2 de setembro }.
Este ac(»itecimeRto de grande importascia , o> erros
praticados por todos n'esta oceasiao davam logar a lon-
ga analyse, para o qoenao estamos ilispostoi a eotrar.
Das coDseqtKDCias Glhas de táo grandes erros , nero o
aenhor D. Higuel é calpado , e mcnos a senhora D. Ha-
rÍB dá Gloria , porém sim as pessoas d'ambos oa |mf-
lidos , qufl obstaram a nroa firme uniáo, que a PrOvÍ-
dencia parecia condaiir a Portugal na pessoa de'uma
princeza de dotb annos , qufl em todo o caso era rai-
Bha de Portugal , esposa do senhor D, Miguel , r«i , oo
infante , e que nl^vinba actHnpanbadq de amesercita
para degthronar seu augusto tio. As rrigatas Gierani-Be
4e Tela par^ Inglaterra , osde sna magestade foi TÍTer
cproq particular até receber ordens do imperador seu
anguito paí.
O senhorD. Pedro, qnando lcve notfcia das aflon-
(eciroenloi dc Fortagal , náo moitrou sDrpVeta , nem
receÍo.Sua roagestade imperial contaTa^e sua auges-
la' filha teria sido recebida como Ihe era devido. A 27
de selembro o encarregado dos negocios de Porlugal
Ho Rio de laneiro OfliciaTa 'para o visconde de Santa-
rem , ministro dos Degocios estraogetros do senhor D.
Uiguel , dizendo gue o marquea d'Aracatf Ihe deela-
rjra da parle dc sua roageslade o 'imperadordo Bro-
a1 , que apesar das madangas occorridas altimunante
em Portugal , .ts r^acoet coniiBeFCÍsei de nBtiw io-
'";*•
m
ttttub e eonveDÍeiKla para ambas ai paliei eonüiiáa'
vam gem intcrnip^áo algama , c qne o mesmo encarre^
gado serfa admiltido para tratar D'aquella oorte de ta-
do <|nanto fosse caneerDente ás referidas rela^óes , qm
snbsistiriam na conformidade do traclado de 29 de agot-
to-de 1835. ( 44 ) Esle docQmento prora qne o Br«iil
e Portugal ficaram em rela^des de amíiade.
Os emigTados comegaTam a formtgar para a ilbaTer»
ceira , ende 'furain ostabelccer unia regencia em nom*
da señbora D. Uaria n. O gOTeruu do reioo- preparavK
iima expedi^ao para snjeitar a ilha , on , melbor , os in-
-difiduoB ati reonidos , porqne os habitantes da ilba eram
^almente decidiilos partidarios do senhor D. Miguel ,
e se armaram a-panto de que por muilo tempo'os emí-
grados apenas dispuDham do lerrcno que pisavam. O
goverDo da Terceira obrava para com seus habitantes
, arbitrariedi<Ies inaudltas, dispoodo da lua vida-e f»<
xenda. Esle despotismo em nome da liberdade .indigna-
va Btá a muitos qne para ali se haTÍam acalbido fugin-
do á impolitica pcrsegui^ao quc no reino se Ihes faiia.
(1839) O brigadeiro Moreira lenta subleiar a bri-
gada real da marinha na noite de 9 de janeiro , dentnt
'da len proprio qnartel , onde é pr¿so eom outros indi-
ndnos qae o seguiam no mesma sentido. k 12 do .dito
sméDomeada aaia commissáo militar para julgar Mo-
reira e seus companheiros. A 26 3e fevereiro faraoi
julgados onxe d'estes infelizes, seodo Moreira e mais
qnatro condemnadoi a soffrcr o supplícío da forca . o
^ne tere logar no Cáea do Sodré, em 7 de mar^,
»eDdo>lbes depojs decepadas as cabe^as , e aos seis mí-
tiiites Ibes foi applicada a pena de TJrios degredoa
para Afríca.
(M) Mxa. GtMi«'4« i.i!bH B.* na-
I».,,,;. I. COO^ÍIC
. Ootroft TÍnte e tres iiidivídnas de mats on i&aM)s im-
portsncia foram condemnados pela alcadi do Pórto ,
por accordáo de 9 de abril , dei a soffrer o supplicio
da forca na praga nova do Porlo , o que se esecnlou
em 7 de maio, sendo-lhes depois decepadas as cabe-
^as , e eipostas no Porto , Felra , Aveiro , e Coimbra ;
e aos ireie restaDtes foi applicada a pena de vsrios de-
gredos para Affíca e lodia , leodo quatro de mais bai-
xa cofldicáo de soñVer a pena de seoites , cm que tam-
l)em faram coodemDados , e que se'eaecutou em 16 de
jonho- Estes infelises foram dos euvalTÍdos nos acomle-
Gimeotos do Porto no anno aatecedeote de 1828. .
, O conde de Vilia Flor , um dos cbefes principaes
dos emigrados , tinba ido para a Terceira tomar a p»-
aidencia da regencia , e commando da for^a armada . o
que deu for^a moral á ^uarnitjáo. O conde náo póde fa-
ur cessir o teTror , quc seus soldados haviam imposto
na ilha ; porém é certo , que o fez dimínuir.
A eipedicao destinad^a tomar a ilha Terceíra safa
de Lisba em i6 de junho, e era.composta do 1." e 11.°
de casadOres, do 7." e 16." de lioha , um corpo de
artilharia , e outro de artÍGces engenheiros, A esqua-
dra devia ir i ilha de S. Uiguel para ali ser rerorca-
da a etpedi;aa com os segandos batalhoes dos regimeo-
tos N.°' 1 . 13 , e 20 de linha , e nm corpo de arlilh»<
ria. O commandanfe da esquadra éra o chefe d'«sqiia-
dra Rosa, e da tropa o coro'nel Lemos.
AnnuDCÍou-se que o asylo dos naufragos na foi do
Douro, já pravlde do b'arco salva-vidas, e tudo o maia
necessario para salisfazer aos bumanos Gi» da sna iosti-
tuÍ;áo , esUva prompto a loccorrer os infeliies que
precisassem de seus soccorros.
^o prímeiro de jultio profcriu a Alfada áo Porto
ü,o,i,-f-n,Co0^ílc
mais riina'seDteiH;» de niorte, e oatra de (tegredo 'per-
petuo. A de morte foi commutada por carta regia á6
16de jalho (46).
A esqoadra realista appresenta-se á vista da Terceira.
No dia 11 de agósto t«D[a faxer um desembarqne oa
TÍIIa da Praia , porém ou par falta de meios de desem-
barqae, on por má.direccao, a primeira for^a que
desembarcoB foi rcpellida ñcando perto de qninheDtOS
homens mortos, ou prisioneiros, cntrando no número
dos primeiros ddís dístinclos officiaes^ tenente coro-
nel Azeredfl , e o major D. Gil Annes Hesquilella.
As forcis da'regencia tioham convergido todas á Til-
Ib da Praia , e uma segunda tentatÍTa u'aquella occa-
mo, teria o tnesmo rcsnjtado da primeira. Os ofRctaea
da egquadra e da divisao 'eipcdicionaria fizeram con-
selho, e deliberaram desistir da empresa , em quaQto
tíSo reunissem reforcos, porém a guariiiíao [da(_Hha
ntinca mais foi atacada.
Horte da princeza do Brazil D. Haría Francisca Be-
ncdív:ta , TÍuva do principe D- losé ( 18 de agosto ).
A rainha embarca em Porlsmoulh para o Brazil , na
companbfa da impcratriz do BraKÍl a senbora|D.^Ame-
Ha (30 de itgosto).
A 2 de outubro, receben o presidente do«[E9tBdos
llRÍdos as credenciaes ao ministro dc 9ua magestade|fi-
delissima. No dia 11 tambcm o condc da Figueira foi
rccebido no palacio do Escurial pclo rei de Respanha ,
entregando n'essa occisvio as crcdenciaes que o acredi-
taTara como enviado cxtraordinario e. ministrí» plenipo-
- (45) O roDdemiiado i morte era Ignacio Mooíi, ta-
pilao de mUícia* de Guiaiaraes. Parece que |ir)tv»u ler de>-
rendeDte de EgM Hodíi, o inie Ihe vnl4r« pora ■commu-
tB<¡io da pen»^
Í3«
ttnclario de tpa mag«>lade Sdelisslma « Jants-^ ma
inagesUiIe catbolica , e a 14 do referido met de oWu-
,bro, lamhem era receljidn nn palacio f)e Quelui o mi-
Distro hespaDliol Bcreditado jiinlo de sua magestade fi-
delíssjma. A 9 de deEemb:'o tamhem roi rccebiih> oa
corte, o envíado eitraordinario e ministro pienipoteti-
Giario da Repnblica dos Bstados Unidos da Amerie« ,
ealreganda as credenciaes que o acreditavam junte de
iua inaxRst,ide ñdeiissimi. ^
( 1830) Morle de sua magestade a rainba D. Carlota
Joaquina (7 de janeíro).
O marqiiez de Cbaves falleee em Liaboa (7 de mar-
5o).Tsrahem o viacond« de Vartea morre repentina-
menle , cslando no Porto general das armas (34 da
mar^o ). O viacondc de Varzea foi um dos geDeraesemi-
gradns em 1S27 com o marquez de Chaves.
imperador do Brazil rccómmenda os emÍKrados
portuguezes á phiIaatropi« das cimaras braiileiras. A
regencia da Terceira estava eibausta de meios , ch^r"^
do a crear bilhetes de 100 , a SOO réis com ,c«rsa
Éra voz constanle que a Inglatcrra , a quem o egta-
do das cousas em Portugal incommodava por causa d»
seu commerüio, instava eom o senhor D. Pedro para
reconhecer scu irmio como rei de Portagal, oa llie
fliesse a guerra , porém as duas camaras expressaram-
ie do modo mais formil cootra a uUima perten^o.
senhor D. Migucl já havia mandado ao Bto de Ja-
neiro uma fragala de guerra portugueia , condititndo a
heran;a paterna , que pertencia a seu aagasto innáo o
■enhor D. Pedro. A beranfa foi reCebida c a fragata
Toltou a Portugal. Este facio [H'ova boa íé, qoe os
dois priDcipes se cnteDdíam , t qae en breve , ai>e*ar
Couslo .
»31
Í^mí» Tonladcs de nMiitos , a faDñlía real brÍgaBlÍM
Mtaria piiblicaaieitte reconciliada.
Osgovernos das grandes potetictas da Europa que an-
davam metUdos n'esla reconcilia^So , exigiam para esie.
üm as conferencias na Europa , porcm o seohor D. Pedro.
queria-as no Rio de Janeiro. cedendo Qtiatffienle para|.
que fosseoi em Londres. senhor D. Pcdro inaDda.pari' .
ua'enbaixador ao marquez de Santo Amaro., á &iro^
pa , para por media^io das mesmas grandes potenñafi'. -
torminar as desaven^as públicas enlre os doU-^WOS--
O marquei chegou a Brest , em lo de junho , a bordo.
da. fragata braziletra Principe Imperiai , porém as con-
{«rtnctas nio cgrae^aram por causa da morte do rei de
laglalem Jorge iv acontecida a 26 do rererido mez de
junbo-de 1830. Por outro lado, muitos dos emigrados.
UaUvam de ímpedir a reboncilia^ao da familia rcal.
, Foi preso na frunteira hespanhola um dos estudarites
«omplice no horroroso alteniado de IS de mar^o de
1838. Conduiido a Lisboa Fbi enecutado na.forca , no
Caes do Tojo ( 9 de julho) , scndo-!he depois deccp.a-
da a cabe;a e as máos , que Gcaram cipostas no pa-
tibnlo.
Um acontecínicnto cxtraordiaarto vciu miidar a face
a todos os negocios polilicos da Europa. Este graode
aeoiUecimenlo (ai a revolucio de jnlho em Frani;a. A-
27.de julho raanifeslou-sc na cidade dc Paris uma gran-
de reac^áo contra alguns deerelos promulgados pclo go-
verno. Eslc, qiicrendo pela for^a , faierccssar os lo-
niilltos , fex exasperar mais os amolinados, a qiiem se
reuniu a guarda nacional , e cm breve Paris era nm
campo de balalha horrivel. A 28 já a revuliiíáo linhi
wn governo provisorio eslabelccidn no Holel de Ville ,
« adoptaáo a baudeira Iricolor. Ka madrugaija d< 29
I. Coo^ílc
33fi
tné a trnpa tte coneentrar-se bo Lóurre e Talhefrías ,
d'onde pelas 2 horas da tarde sairam para S. Cloud os
regimeatos das gúardas , os suissos , a artilharia , e os
hnceíros , encorporaQdo-se bÍí a esla coluihna os d«sta-
Camenlos qae occiipaTam aqucllc ponlo^ ODde se acha-
va snn magestade Carlos x com (oda a sua fiiroilra. No
dia 30 maiidou sna magcslade pelo duque de Uortinarl
algUBias conlesU^des sobre propostas snleriorcs , so go-
Vcrno provisiona) , e pelas 3 boras cla manlii do dia 31
saia el-rei em direitura a RambouiUct, acompanbado
sJDda d'uín respeitavel exereiio fíel a Biia magesUde.
N'cslc raesnio. dia trasludüu-se o duque de Orleans,
para a capital , tcnilo sido caovidado a exercer o togar
dc tencnta general do reino , por iima mensagem da
iD.tTA BBCBKTA qae se rcunio . cunsistcnle de 27 pares ,
e i5 dcputndos, qnc se achavani cm Parfs. A 9 de
a^sto, Carlos i, o seu lllho o Dalfím abdieam a co-
füa no d'aquc dc Bordeos , neto do rei , e sobrinho do
DelGm. Sua m»gcstai1e cscrcve n'esta occasiio ao re-
genle scu primo a segdínte carta :
Sobrcscripto : .J meu Frimo o Duqw d*. Orlemt,
Lvgar Tenente GeMTal do Rdno.
• o Ram^uiUet, 2 dc Agosto de 1830,
« Primo. fle demasiado grande a pens que etperí-
mento pdos males quc afTligem ou qne podem amca-
i^r os meus povos, para eu nao procnrar hum meio de
os cvitar; por (anto tcnlio resolvido abdicar a Coroa a
ravor de meu Ncto , o Diique ite Bordeot.
' DcIOm' qiie p.irticipa nos mcus proprios senli-
menlos lambcm rcnuncia seus direitos a faTor de seu
Eobriuho.
u Na qualidade de Lugar Tenente General quc sois
éo Itejao, lereis.^ne dispor le procUme a eleTajio de
ü,o,i,-f-n,GoOglc
233
BtKrÍ^ r ao Throno ; ilem do qoe tomareis todts ■»s
disposiíoes que vos tocareüi para rcgular a nova forma
de fiovernp na racnor iiíaüe do iiovo llei : limilo-rae
por ara a dar a conhecer estaa disposiíoes que sao htira
meio de aÍDda eviCar muilos males.
« Cominunicttreis as minhas intcngSes ao Corpo Di-
plamittico, e o mais brevc que for possivel fsreis com
que eu veja á proclamacáo qne vai itar a conhecer o
meu Nelo como Hei , debaiio do nome de Hénrigae v.
1 O ViscoDde dc Foiuac-Latow Tai encarrogado de
vos entregar esta caVta , e tem orJeia de se enteníier
conivosco para o ajuslc que se ha de fazer a favor das
pcssoas que m? tom acompanhado ; assim como das dis-
posicdes comenienles ppló que me toca e a minha fa-
niilía. Nós ultcriormente lomaremos as outras medidas
que sao cousequencia da mudanga de Reinado.
-B Eu »08 renovo , Primo , a seguran^a dos scntiraen-
tos com qae sou vosso alTeisoado Piimo. = Cartot. =
Lvit Ántonio. »
No dja 3 saiu Carlos s de Rambouillct, tomando a
estrada de Gherburg. Luii Filippe>, porcm , em vea do
faier o qae a honra diclava, scr o (lol depositario da
coroa dc Hcnrique v, feí com que em 7 de agosto , '■
as eamaras.em diminuto DÚmero declarasscm o throno
«ogo, poT dois ou Ircs votos, e o acc.lamitssem a clle
rei . com o noi¿e de Luiz Filippe i ( 46 ) Á vista d'es-
(46) A idéa de níorpiir o tbronn itc S. Liiii senniua-
Ts Iia muitm auDo) bs raliBqB doi tlrleaoi. !*a faorroroaa
reTolui;ia friinc>u de 1789, ■ 1Í<J4 o duqiie de Ortcani
FilSpFK! Joié, dc^oii mui voluntarianiciile PÍli]ipe R^bIí.
té , foi um dos prÍDcipaes cbefci , qae fei rolnr ■ rabeq» lio
rei , <U rBinbo , giromovendo oi ■tuniiutoi áot principes ,
&e, ftc. A &ati tambcDi r«Í0D • mu w niv) i<f ieiu,«.
23»
tu noras occuFroncías , Carlm «om ■ lua fenilia eia-
tiarcam ein Cherburg ( tl de agoslo) pira Inglalem.
Assim cafu do Ihrocia um rci poderoso . e que , ainda
ILO día 20 dc julho, rccebia nas Tulberias as relicita-
cócs , pelas vicloriaí quc o ciercito francei ás ordens
do illusLre marechal Bourmonl ganhira em Ar^l , to-
nando esU cidade em 5 de julho , aos barbaros , qae
ali sc acoilaTBm , e tinham vergenhosamente , as na-
«¡oea da Europa tríbuiariai.
A refolui^io de f ranra deu ba&lantes , e bem foada*
átí csperancas aos cmigrados poMBgueies. Blla apa*
•ea Glhit Luíi Filippe, jjenerBl. republirano . leve de fagir
pira uio MiffTer a turte ilo pii'. Tudoi ns teiti bei» foran
ronSiraJai e vtnitidas, Buiin roitio o KaTÍam >ido M do rci
bc. Pene*iiido por tnda ■ parte, Loii Flllppe »6 arboé
repoDno, qnanda ni emigTHqio ic foi enngratar coBi'«m(
reaet parentet qoe bonduBsmcDtc enqaecerBin ac Hia» ^ffe»-
wi e ■■ de KU pBÍ &c. Itr. Pruinuverám o leu ÍBSameulii
CBm uma firha do rei de NBpnlei , enlio aijtadai na Ilha
de Sirliia. ^a qoéda <le Napuleio , em 1814 , iiti Lnii arm
orcupar o (hrono de teoi tnBÍorai. O rei nada quii da ib-
dcmuiisijia pe la pcrtlB ils lua cbsb , maDdou parcin ei>lTr|¡ar
»o duijne de Orleans o fiue reilaTa da lua , e uma ÍDitemiii-
•B^in <le duienlot i<iilhGes de frincoi. O duqne de Or-
lean» muilo iubuiiiM) BpiiBreutemente a Luii x>tii pedia-
Ihc ■ grata dt> tr^lBiDenlo de BÍteu real , mn) Luli ztiii
nnura quii ■anuir , porein por lua lanrte , tubindo aa tliro-
Bo leii innOo CarJui x, enlüo Luii Filippe abtere do rei
■en piÍHlo, u»D tii o tititlo de aUcia rea) , mai tuda qDBnls
^BÍi. Kiii a raiSo purqne Carlo* confiaTa na leBldadc da re-
j¡e«tc , n^i nao leve ■ peripiraci'^ de Luii xtiii , para to-
t o boinem leuipre ■inliiiiaso , e Que
■i;bo cum n Junla Stereta que de
■ deitruii;3o dui Baurlwni. Outrui urandalai
n Junla Steríta que de ha mailo pmje-
EuÍTBai coDiD o loUmeBto e nnrlc do prindpe de CoRiIé ,
• daatanv 4a rei c da famili* leal, ks. ftc.
nhéu * Buropí de surpreza , « os luonarcbas tetit»
TOSM de Ihe faier goerra. A Belgica reTolucionou-M
contra a BoHaada , acclamaiulo a sna indepeDdeDcia
( 30 de agosto ) , o em qaasi todos oa reinos spparc^
ccK mais ou meoos lentatÍTas dc IranstorDar a ordem
de cQusas estabelecida , porém sobre indo aonde foram
«BH tenazei foi na Hespanha , llalia , e PoloDÍa.
Os emigrados contÍDuavam a reunir oa ilha Tcrcei-
ra , e haTJa preparativos para atacar as outras ilbas. Oa
príswoeiros do dia 11 de agosto de 1829 sofTriam o»
mais crueis tormenLos , algnns foram fusilados. No rci--
no, tambem o governo nio cedia do seu lameDlavcI
systema polilico , c as cadeias reliuham muítaí indivi-
duos por crimes poliljcos.
. (1831 ) Na madrugada do dia 8 de fcTerciro appa-
ECM em JLisboa uma uova lentalÍTa dc revoIugSo. Alguna
indtviduos foram presos , e jalgados por uma commis-
sáo nomeada erp 9 do dito mez , scodo condemnadoa
sete , a soffrcr a pcoa de garrote , e excculados no Caos
do Sodré , ,no dia IR dc mar^.
0-reÍDO TÍnnbo taml)em era iMStanle ÍRqttielado.As
lenlaliras para revolucionar o paiz oao ccssavam. As
invasoes pf:lo Udo dos PyrcDeos , c pela 'costa da An^
daluiia seguiam-se umas ás outras. govcrno manda-
va fagjlar e garrotar todos os qiic cram apprehcndtdos.
Na Fran^a , moyinienlos rcalistas na Vendé , republíca-
nos em París , Leáo 6íc. Ka Bclgica , na Polouia &lc. &c.
Uido.cra dssordem, fruclo da revolugáo de julho.
A morte de Jorge iv , os acontccimcnlos de 1830 ,
e I safda dos lords Wellingloif c Aberdeen do mÍBÍslc-
rio ÍDglez flzeraro paralysar as pegociacocs cnlaliotadag
uo ^nno aiilecedeBte para a reconcilia^ao enlrc os doia
principei da casa <le BrHganfa. Os diplomaUs ficaraia
nvGoogli:
236-
eituperaclos com a rcvolu^áo rranccia dc 1&30, qiie
aptiresentaTa uma catadura horrivel , ameacahdo absor-
ver 01 diplomatas , e até o mundo. Os diplomatag tor-
Mndo a si do primeiro siisto , come^arnm a prestar a
Mia attengao aos graodcs ncgocios eoropeos , scm se
ioiportarem por muito tempo, com os de Portngal.
Os inaujos da revotucao foram apparecer no Rio de
JaneÍFO, e o senhor D. Pedro foi expulso do throno,
obrigado a abdicar a coroa imperial br.)sileira (7 de
abril) em seu augusto lilho o principc D. Pedro. Ai
camaras proccdcram logo A elcigáo da regencia.
O senhor D. Pedro rctirou-se para bordo d'uma náo
tngleza,'n>i occasiio da rcvolucáo; nomenu por tnior
<)c scus augustos ülhos a Jüsé BonifacJo dc Andrado e
Silva , a quem cha'mou o scu melhor amiffo. Siiá mages-
tadc reeommcndou js camaras Ihc eonservasscm a no-
mea^ao feita em José Donifacio, porém o seu pcdido,
náo foi attendído. £ notavcl a segutnte carla dc despc-
dida fcita pelo senhor D. Pedro aos seus ingralos bra-
fileiros, na occasiño da sua parlida para a Europa:
aNáo sendo possivel dirigir-me a cada hum dos meus
Terdadeiros amigos em particular, para me despedir,
e Ihes agrad«cer ao mesmo tcmpo os ohsequios, que
ne flzeráo , e outro sim para Ihes pedir perdao de al-
gnma ofTensa , quc de mim possao ter, Hcando certoi
qoe , Ec em alguma cousa os aggravei , foi scm a me-
nor intencáo de ofTendelloB; fa^o esta carta para qt/e,
impressa , en possa deste moda alciD^r o fim a qiie
me proponho;
Eu me reliro para a Europa , sandoso da Palría , áo»
Filhos , e de todos 09 meus verdadeiros amigos: Deixar
objectos tao caros , he summamente sensivei , ainda ao
£iH'ai¡io mais durp ; mis deixallot para sasttntar « hon-
■ ü,o,i,-f-n,GoOglc
m
:a tiSa|>4de hattt maior K)oría, AdeM Palria , fahM
amigos, e adeos para semprc.
aBordo da Ma Ingleza ITiirfpjfe, 12 de Abril d«
,831. . .
D. Pedro d'Aleatdara da Braganta e Bourbm.
O governo inglci pediu umi &atisra(üo ao govemo
portoguez por Ires excessos de suctoridade .corameltÍT
dos Gontra treg subditos bntanuicos. A reclama;BO ersi
justa , e o governo demiltiu o juii do crime Belforl
por (er praticado uma diligencia de noite eni casa de
Qin subdito inglcx, o que em contra os tracledos com
a Grlo-Bretanha. Ootro subdilo britannico foi abso1vi-<
do do t'ributo do maueio de qoe por leí era isempto^
e se Ihe havia lan^ado indcvtdamentc , sendo reprehen-
dida a aucloridade que havia abusado. Tambem foi de~
millido do servÍ£o da marinba mílitar o cbeCe de dii
visáo. Everard , por caplurar indeTÍdemente , no mac
dosAsores, o paquete inglpzSantaHelena; qoocondu-,
zia para InglaMrra suidados invalidos do oxercito bri-í
tanniep , e as malas com despacbos para o mínistro da9
coloñias. Igual satisfa^ao já havia dado o goveroo bri-
tannico ao portugucz, demittindo o capitáo do briguo
de guerra iuglez Vigílant.
QuiZemos apprescntar esta exigencia jusla para eon^
fronlar com oulra injusta. Foi a do governo francei ,-
que por se ter applicado a lci a um indivíduo da saa>
Datáo , que havia delinquido oo nosso paiz , paii livre:
e indepcndente , pediu a soltura do preso , e uma grOa-
ga iodemnisntao para o supposto olTendído ( (7 ) , •
par« dois ou tres inditiduos mais. brio aacional nao
(47) OflbiidUa fu] B'NaiiSo Portnenci», pelo eitnmeei»
^,,4»Cc*|cou ^a tu«> lcii,
o,i,-f-n,Googlc
m
pntílti» (JtfB K ütM laó d«gratiaW< priWa ü* «ib»
iDÍssio a estrangciros, e o govemo ^eciisou dar a s»-
tisfíifau podida. gorerno fFancel appelhHi )ogo para
As armas, e o portuguez para o soccorro ilo governo
brilaanico , conÁailo 'nus Lraclados que exislcnt cnlre ai
4U3S niQÓBs , porqué a Gram-Brelanha é obrlgsda a
Boccorrer Portugál qnando seja aggredtdo por outra na-
^, seja a aggressóo jnsla ou injusta. Uma esqaadn
franceia se appreseota a tiloqucar os nossos portoa , e a
'fetptarar os noswts navios de gnerra e mercantes , e o
ItaTernü porta^iei poucas ou nenbumas providencias
éan para repeUir a agj^ressao franceZa , quando teo-
Ussc Íbr^sr a liarra do Tejo , oit algum dBSembarque
n'outro ponlo. O dui;ne de l^fdes foi nomeado pira
gOTernador milítar da ctUndc e parlido do Porto, po-
rém náo che^it a ir tofnar posse do seu goverao. Ñat
camaras inglezss clamBva-se contra-o píocediinmto do
governo franccz para codi Portugal , « nsa sessóes de
34, e 2S de jiinho eKpressavdi-se lurd Wcllington, e
lord Abcrdeen nos lermos majs positivos s Que Forln-
gal era allíado da Inglaíerra ha'quatrocenlns annos , e
aonde os sutaditos britinnicos gozavam de protcc^ao e
privilcgios como em ncnhum outro paii ; qiie ero trd-
•0 das vantagens commerciaes <)ub Portugsl fornece á
GranPBrelanha , esia devia quanto antcs soccorrer a
lia;áe portugucza eontra o ataqiie de c|ue cstssa amea-
^ida pcla Fragca. Qiie era necessnrio acabar com o e»-
lodo das cous<i« era Portugal reconheccndo D. Higne] ,
. e acabar cstn o estido da Terceira , &c. &c. Que o se*
iKcano de Portugal se snsleatava no throno ha maito
tempo seni receber ausflio estranbo , 6lc. ¿cc. •
. - llavia pois toda a probabilidade de Portnga! ser soe-
c«rrido n'esla erí» pela Granb'BretaQhi , t («Int qiM
I. Coo^ílc
m
e tfMfelsA^da'gmnio tMrlrffOW 'fÍMie «áaiAli» tnla eM .
fMráHfadfl U^40C«orr(M: £¡:c«'h>,''qae as diicBiBot*
das cantarM - inKleHs bím fgnáéttiti »0 > gwter^o á»
LaÍE Fili^p» , e esCe deo) lego orderw pmftiVas m sh
Biniild' BousBÍD , qne-bloqaeata osiwwot potta3',<pa»
for^ar » bn-raisdm perda de teinpD , e'bmnbanlMriLis-
biM, 'se nSo Ibe desBem' a satish^ e infleaiBÍSB^
Oigitfts.' ■ ■■■.:,,/ ,.\ ' ¡'.ú.'..-- ■
- Parte'da'ttqnadraiDínigar 0'ii<a». 3 fp^Ui5:,!« 9
eorvelBB , Én-^raid a fos d« Tej», dattaHéo-imttoB na»
TÍds-Rira dabsrn. Ab íbTtatHBBirGsia)mn"deBgaanieci«
das.-prineipalmeiile de BFtilbffiroB , 6 ob fnnCeiesi env
trarara itnpUnmnente , teadainais, n'esse dia^ tido^lt
TantBfcerad'iHn faiee»o'dia de briia', {iT«raT«í aos' sem
fiss. Jj olnünigo dentrodo Tejo, fexfoga sobre-os nan
vios partugueus, que comtfiponderam froaxKnentet '
sendo aprisioBados Wte; O'geTetao teee- tempo de SB
ptepanr para a guerr», e poder résistir até i ctMgada
do^ seccorrós 'da ÍDglateira; que aecewariantente btH
rlamdevir; porém a eua isouria fbi ttí , ((neiu^clÍB ain
qne a esq^adra ínimiga for^ava a barra , cbegoli á •I'QrT
rede S, Jaliáo o majords attUbatia José d» Bos«;Gut
rado, para coi>becer BBnecx^SÍdBdes-da.CDTttleaKri p«T«
o BCS'eBtado-de defeaa! ■■ : ur--' -li ,.
- O proeedimenta do ^Temo fiuKes esGandaUaott *
todos os individaot para qüem'náaera indifTerente o la^
BBlta feifa» á patria. Hsbto nm portugnei , qAe -granr
ftvi en tal eríiennm iríbnto-de retpnlo, <ynt deve
«er levsdO á maia remota íiaBteridade, e foi elte-o'to-
«ente' •orohel'do «xerCit» D.:JoBé Migoet de N-twotiba.,
que n'essa accaaiio éilptafireM) .na Totre de -^, Juliao
cmBptindo a sentenc* de.dojs 9m<>i de prisia.em qu«
&i«.«oniltnutado Hr tfliK^.a9;«;?teina eof^tUucioiiaU
16
Wliw» ie, rac^ , ycda M gMcn» pa» «itlnr ne
Hnéf»4HaBÉe i fBBirt cos • ttñ^ Bste'Mfio tio
i|i|iw M' «y wcitjá j e iw Bugekide' Ib* peiAMm o
BWto deleáp»r4«* bUan pMe ciíib^u' » itttffln^j.
- OinB9>go*íatoriew,(pMr iemar «MABeriKgsl, t
Iñ ali» qae • sanma desflnel«eii-«lg«m« «mrRii
recnseDdo entregar a fortaleu de S. Juliio , e faaet
•oa»Pi«ag«; nn tMCta4o> etsqM o* sabditoa fran-
«an> lUMeto gWiBdo ei weaMea priiilegÍM , q« m
teglaet go aa T M . alaiftBte , em iúIÍibo reKaeaa, pc
4t a •rtlini ie doia >nWitoa freaecn» ( 48.) , a ia-
¿enaÍMfiti 4» oito. e«B*09 e aeteDla. e eiMe ohI IraB-
Mt tperlv óm eente e q«ar«Bla eatos. de r¿is) pan i
m qBOÍSMM, * daapBBu da cKpedÍ^o, aBnnllafia |
é% * P *i i «t-aenteDgat-gwitrt o« fraDcasea, a desitsiM
«t MenAarte geral da ptMoia e 4a seia deatBabvga-
4brai, qMebaTÍmi jolgtda, iqmitdo a» l«g , aos frao-
eBBet qae idto miieitaniD ts leis do paiaaaiida ti-
^iis , • flttalnKMe' tDdaresfiei «ckia de degrida^^» te-
tlaRi ptbttetdoe' na folba efficiai do gOvtna^ O govei-
B» -pñftriv salísfater a- M^aiitia da soHiira á99- prt-
Sot . «nttUa(ii>-d» seolea^ ^ deniasifr dos< 'HiBgittra-
dos , indeB»iis«{ao pecnDiaria ; « a poblifiaQÍo d« to*
4ot «ifst' a^oi Ba MhB oneial ( 49 ) aaDJailar'a capi-
Wl ao ooBflicto 4e u>a bQmfaardeMne^. Vetam eelio
KStMDMiB 0« mrlOB retidoB dos portot de Fraaca » po-
iréú cMWenMMi , e naBdBfan pafa-Pranfa, e« «»•
tflo' da 'indttnaita^ pteBBáaria-,-oi «ote n«TÍoa'd« es-
^a4ra^rtn^m;iBdeitldatMnletpriifa>B«é»sB0X«}«.
JLpestr da agitoi^im^m qoe -o {aicjM'TÍa desde o prÍD'
Í48} Parece qne um (« hkvfa natariIiUito portiine*.
«I IMI, SuhriaBtBW' á' «MIB 4t UOm *,*: 1«&
I».,,,;. I. COO^ÍIC
etpSo é* pnunto'niiMd*. *m {lúr iitaogamm h
k>m dncindado dos inUrsiies inilartMs , e ák io»«
Inic^'.da pañ. Estes ^ah rmas ie admÍBñtra^Í*
píUMVtÍBbán sera^ utadoiMs batMÍs e probas 111Í0&
do (uwle da Ijomi D.. üioga , taiaitíxo da- faM5d< ■ •
a ÍDStrticfio pública nas do sabio bispo de Via«a fii,
^attcñco'AleiiftdN Lobo. Pela r«^Tti;io da reforiu
l^erál dOB eilados se offercceo ■ pnuao anMial 4fi
40t>¿M0 F¿ii a quffner pessoa qne se ackaise eoH
Circas de eospar om diccÍDoario latma , • oolre latt^
BO portDgnei ( 20 de agosla ).
- Os nwgridM oa Terceir^. ommdiK pela rwolnsia '
frMKcu qoa 01 pcfltegix. e posterjormeiite p«lá tvw
hifia bmtlaia <}u¿ eipiriHN do thrano ñap^a] ao w^
Dhor D. Pcdro. pwa- Hk dar cstt sen{i«r por cbefe , da
qoe elles estaiam bem longe , a »3o ser Ul saecesEO,
uinBO^.s eiBpreaa» msiiHes,' pAtsando-a a^ee«ar'B«
das íihas dos A^ores. Eslc succesio foi em graMle part
le dcTÍdo ao estadji áe fraqHCCt nMritíma em que o
goTerno do reino ftcoB depoís da éttavm^ «eaa a Prau-
fa. Aa rtcteKmfOes franceza»quecone^ranem ISd»
■Mr^a, logb cn IS de maio donm em reHtltBdo.ti ca*
ptara de bbtÍiov portagneie» feít» pelo almirante fioas-
ajn , e depois eaijulho ■ tomada da etquadra na Tejoi
■eiD Fiarer goertá de direilo; porém sim de facto e d«
parte éo govem» da Fran^ , ooma se t¿ d« segHÍBta
pMfiiato ftuta pelo visBOBde de Stntaiem, mjiHStrodo*
Mgocie>'Mtraiig*n-es , Bdirígido'ap aJaairaBle francea:
- afir. Bario, ->-Nit(tcDdar.o Gov«rfle'PeftugneEpn»>
yoeaAo, Dem'féita a gHerra á F.ranfa... ante* pelo cobt
Irário baiDalti lu Bw:poai^ relatífti ^rq coin o Go*
Tosnd thnneei todt»- os oteios fandades «as pHiieÍpMt
HUtfkhik pwtittibwaa'-ttKSesjMriUMdM, «atiag^*
16 •
Cooylc
m
iBcoQtroTtn-Ms do Erir«íUi ttsi úeata para. b «ÍUr t Ite
é inpoishs) admiUir o prÍBclpio de que de aiM guer-
ra de ftcto feiu peU FnD^a , e decUiMda como Ul em
a NotB de V. £!■* de 8 do corrente, se queinm obler
ViírmUts e coos^ueiicias que resulUus da gtiecra de
diredo. , . .
' *A defeu do pKfirio territorío sendo de dirato in<
éíipntaTel commum a todas as Na^oes , o GoTerbo Vot-
tagnei oio podia deíxar de ol»lar i viola^o do mei-
nle tecrilorio, qnaDdo nuforcada a entrada do Tejo,
pela Esquadra de V. £i.*
« Porta&to o GoTemo Portngsei protcsla solemne-
mente i face da Earopa , e do Uimdo , peta captun
, Mta pOT V. Ex.* das embarcaEoesde Giierra.Portngu^
2« , qne se acbavam fuDdeadaí no Tcjo, '
• «íteceba'V. Ex.* &o,
*' irSecretaña de Estado dos Negocios Esttwguros,
m 14de julhode 1831.
' kA sua Ex.' Sr. Bario Anmtn.
[ Assigaado ] ■ FÍMOndf áe Santaran. ■
A mtrada , e presenca da esqnadra fmceia ein Lis-
bea tamhem animon os canstiluciooaes e Untar uma
rerolo^íio em Lisboa', para derrubar'O gBvemo, e para
essc flm 'poderam alGan^ar riivolatíioQar a tnaior parte
io rcKimeiHo de «faBteria n.' i pelas dez .horis da
nóite de 21 de agoslo. Gomecon a desordem deatro da
qnartel , matando o capiláo Victoria , fBritido OBln»
ófficiaes , sargentos , e toldados qtie nab quizeraia ao-
tiuir. Um official corren a dav pute ao regidiente de
infanteria n.° i6 , e a outros Goi|>a> do que u jttasaTa
Bo quartel áo A. Este, commaBdado por.iUnindividuo
eitranho aort^iBento , safu do qoarlel pelas dei horu
" mia , leniMlQ «IgDiu officitGi oJiKÍgwÍei.'iiUtta aa
I. Coo^ílc
Hñ
irco ñt rda dc 8.' ftenlo foi teñp«IllJa a retrópadirj
Obrigiáo iwlo rffgifocnto de inilicias de Lisboa Occh
dcDtal , e 10/ conipanhia da Guarda Real de Policia ;
qoe alí Ihe fei frente. Segnhi depois por diVersas Tnat
at6 BO Rocia onde (Aeg'oa pela m^ia noitc , matandb
dBranle^ o traiisito ao conde de S. Harlinho , ao major
da FoÍicÍB , e a outras pessoas. A. Gurda Beal da Po>
licia baTÍa' tomado posi;áo no lada occidenlal do Ra>-
eio, e qitando o regimento n." 4 all entrara sofffeH
ama descarga da Pólicia , qae poz o regimenlo en con>
fitsio, e raga. A Policia, e o regimento n.° Ifi.forai»
■prisionaodo os fugÍtÍTOS , outros se appresentaram nos
dÍTcrsos qaarteis. O brigideiro Nnno Taborda , que se
bavia jdo postar no largo da Boa Horte com a peqae>- '
na fer^ do regimento , que ficira fiel ao govemo , ali
eeeebeñ os offlciaes , e soldados qne foram por liolen-
eia , e qno safram das fileiras logo qne poderam. Pelaa
dúag horas da madrugada do dia 32 , tudo era silencio.
N'este meimo dia , por um atiso , foí nomeadóam con-
seiho do aTorigua^o para conhecer quem forain os in-
dÍTÍdnos do mesmo rcgimcnta , mais camproipettidos
ná rerótD^io; e por decreto de 2t foi igiialmente íio-
meado nm CMtselho de guerra , para jalgar t» mesmos
compromettidosi
bispo de Viien é sabslitnido na reforma geral dos'
estndt^ , pelo monge de S. Bemardo Fr. Fortunatn d«
8. BOBVentúra (37 de agosto), depois arcebispo de
ETorá.
estado de Porhigal e dos A^ores ch'Bmava muiio
a atten^o das 'eamaras ingleias , e nas sessócs de 6 ,
e 17 de agoslo , 6 , e 10 de S^lembro bflvia nas mes-
mas eamaras discuQÓes acaloradas o .interessantes sobre
<» nepwÍM de PwrtoB»!- ministerig Grey era incre-
I».,,,;.' I. COO^ÍIC
pééit pelof terf t pM* ifle ter 'soMon-Uto PoTtn^ con^
Ira aaggl^etáSo frHcec* , p4r nio rvctwbtttr o seiiíbor
D. MigD^ , a timbem ^or oopsentir (<fQ awñlihr) o
yrmamcDUt dos erojgrados'áoi Acorcs-, para oade se &-
'siam rcmessBs dc geate racruUda not dircrM» ^iies
da EoFOpa, navioi ; annas ^ e maiS'mHiÍQ&ds degner-
ra , tiidd cotai propDsilo de invsdir Poriugah O eonde
de Gref ifjiuBlmenle censaroa a WelÍii^tDn — par'nio
ter hito esae reconhécimento durante a siia adnÍDÍstra-
jio , tosdo eoBcorridD para <(ae oulcss DS^deS' o fit»'
lem, a que Welltngton e Aberdeen re6poñdi;r*m qne
m n» dia i& de Dovembro dc 1S30 ; Sean erae negoeia
decidido no ■titihterio , porÉtn que a- tm tafda úo ga-
lÍBete no dia iS deíiára etse iritiniatiim ao nobt<e eon-
'de; que se a dívida áo miniiterio eB recsitliMcr D.
Higael er« por csusa da «mni$tí&, ditse' WeHiagton,
eu a Sfianco da parte dü soÍMrano déPortagalfcn. &c.*
Fallaram mnitos' lords fré e coBtra , 'e algttus por ma-
Boir* BUf acre eonlra a Fratifa , conlra o máiisterie
ñglei , por obandonar Perlugal aos rrancezes , 6 cimln
a tiipedi^o dos A^res , seu cbefe dce. ftc.
O eonselho de aTCrígttafio , formado no ré^nent*
n.° 4 , issíffi como commandante do mesmo fegimen-
to , Taborda , appresentaram os seos Irabalhos ao CMse-
Ibd de gnerra. Bsle por sedteil;! de T- á» akttmbrb ap-
plica as ordenaDQas mi'litares a 18 individuos ^acas
do dito r^imento a saber — i alferes , 1 ciid«(fl ,' 9
sargenlos , 1 cabo , 1 larobor , e S soldados , mandwMlo
que fossem passades pelts 'armais , eseeufSo Mti , qne
se fei no Campo de Ouriqae , ne dia 10 do dilo mr>
de tetembro, na presen^a des contingentei dos eortns
da gdamigao , come é de castnme. No dia 92 fsram
Pri« ilMiBio c«&«elh9 de iwm MfiUDcMtM a MfNr »
m
H, «safeer-r* 1 mnñtsOy i piíuM, 9 tamboru, 3 es*
bw, 1 «nps^ada.e 13 »oidadaa. A exccncao tew lot
¿ar a 34 do dito ■!« , M wsmo iooid , na fiÑaa d*
cMtnmei
Uorte 4a fodre Joié AgoKiidM d^ Mando ,- «m dos
Biellions4tni|torei,e«ndordoBiiona«l»Dipoa (3d«
ent¿bf»)i
Poi reMUdd em «idteiKta pública o «reebiapo dft
Pietra, bo paiacio.d'ijnda « «itregaDdo«s cradeaciaea
do nero papa Gngorio XVI , qu o ooivdilan caaio
BaocÍD apa^t^co jaaín ^a peMoa de «oa Hignlads 6h
deliMiBa (2S de ouuibro). f|^l recebineiito ba¥i«
Ceilo saa uMidade Gregorío XVI , no pdacio d» Qhí-
rinal , em 21 de aetambro , ao Bt«ri|nei de Lavmdio^.
aabBxadaiMe toa «ageetada Sdeliuima iinilo fc wa
. O- cmieUio de g«emi prokriu terceira 8aiiteD{¡a a M
iDdividuoe i^ifaa do r^inwto b." 4, eendemaaBdo
BWia a ■eraD pseMdoi peláf arnMa dO das dítM prataa *
a laber : 1 leBaüte , i ■wsicas i 1 «onele , 1 piftiio ,
fi iBBibarei , 8 larganlof , S cabei « 1 «B^Wfada , e IS
saldados : a degredo perpatHO 1 {lií'aita , e 1 soldado ;
e fliram.sbKilttdoa 1 eapitfo, 1 lenente, 3 alferef, 1-
eiiw^áo i^udante , 1 oadete, 1 «argMitOj.e i ealda'
dos. For decreto de 26 de outubro foi gua mfgestade
aerrida ceifaBBtar DapvBa immediata , a pena de ttbr-
lo aos arínta priBieiroi HidividBoi.'
KeBboma dÚTÍda faaTÍadeqiie o senfaor D. Vedro,'
baréDdB perdido dnS' «otom , aitsTe i 4esta da «X-
pedi^io, qae tioÉB par flttdeslbronar Mn BB§Mta Ít>'
~ , e oMcr amnMte b eoroa pOrtngBan. SarÍB ,
I. Coo^ílc
tt cetonHn ) «e^a^coroa detia retertet para' o uahor
'D.Psdro, se para, sui .augnila Ílba. ¿ fOE conslaDia,.
qiie .fif^re eate deUcatlii'fKito hoHTcraai conbutacaes
Oiui sérias , resolvendo-se flnalineDte que a senbBr D.
Vedro^Betía regenUt.di^aiile a iBe«Orid'Bd« de sua «e-
gwia flUU'; Su« íBKgubde tnverial , topndoe liltalo
de dnqoe de Bragan^a , disgolveo a regencia da Teicci-
n , 'para lomac aobre si essa rcspODMbiliáade. .
> Ú.nÍDÍslerMi^ái^ei Grey , e o ftsncci de Xuit Fi-
lip^i protegÍMn.qpaü claranieBle a eiípeditjio , « pri-
«oeif o por CBUia dot interesm com^tciaes da Gfio-
Sretanha i porqae o lenbor D. Uigael. náo quii ucrí-
licar. oa iotenesies :iio paii.aoi da. sua caosa , < » te-
gtiado. mnvído pela poliilca.orleaniBLa. .
.0 senhor D.;Pedro coiitratiia ctnpreitidioi -oob «s
banqueiros das pracas de Londres c Parls, hypothecan-
do naa só os beiis do Bstado , mas a>s das otdeiH reli-
^osas. Os seos, 4gcn(ei «ctivav«n iera Krftoga, Belgi-
t¡i, InglaLerra , lr)aada,.£scacÍ8 , &Cíitc. engajamen-
los de. geOte e navioslpara a sua expedifBo. tn tbe.Isle
af.Di)g& reuniram casco da cbaraada primeipa diviüo
ÍDftleza , 'qne mandarBm para os AjOfes , onde se^a
timbem um .aclivissiiao: recrulamÉDto. D'outroa pontos
das ilhas ibritauotoas ,. e do.contíncBle faiiam. iguaes
remcssBs.
Q;GeDbor D, Migoel , apesar da perda de. lete dos
melhores navios da esqofldra portugueu, qne os'frao-
cezes levarara , e. quo ifnr.issoperdeu o dmmrio dos
Acores , prepara-se parg reoeber no Reino , e na Mí-
d«ira a aggressáo de seu augutto.iraiao, Jeranttvdo um
«xeccitD formidatel , cumo Portugal nooca teve , exco-
pteíndo o da guerra peniii»i4M'. Além do Qurcilo IH*>-,
0,i,-f-n,CoO^ílc
S4T
Uri iriiMnoii is snnas s m^ «ai ibuu', e'áimto
4M1 Boj-tu^l appregentkva oiaa aUiUide reapeilMreU
Akb o ,]fetado>'peden faier fíice a lao eBúrnes desp»^
m,,D^««Mrno decretou en 12 e 18 de.DOTCmbro nm
enpmUi»o de mil c duientos conl«s, ao jaro de 5
por lOQ ao.mino , deTeiido este empreitinio ser lan^a-
te ptU uaQdra aegUMile : — 800 centos »^re ns ca-
piAalísUi das pr»f w de lisboB, e 400 aes do Porlo,.
CoimbrR , fi Figueira : abrtu cofrea oin todas as terras
pana duitinuar 1 reoelíer doDativos em dinbeiro ou ge-
neros cotn que quae^qufr pessoas quizesscia coDCorrer:
pera as. urgeneias doEstüla, e cste segundo appillo
bSo^ em vEiu.
. rEtn nofeMibro comeQaraBi os.corpos de 1/ e 2/ li-:
pha a sairdas suas pra;a» para.irena eccvparas peisl-
f óes q«e: Uids rorwa desbinadM . e foriBer as cinco di-'
viioa ent que exercito se dividiu. Os regimentos de-
milicÍBS , e os italaíboes de rohliitarios reBlúlas appre-
settaTtni uma apparencia railiiar, qfie Qs.pt-iBeíras ri~
Talisavem com os melhores corpos de infiinteria de li-
Bbí\ e 09 a^TOdos.' cem es melbores de infantcria li-
geíra. cominandQ do exercilo eslara na pessoa dni
■«iliDr D. Uigsel , tendo por sen chefe de estado niaior
«O'Oonde de Barbaeena , e ajudante general ao narqiNn
do^TaWo;. Os.igeDeraes daa dÍTÍSó^s eram dal.* o fis-
Cónde do Peso á» Begua , 2.' Alvaro das PovoaSy 3.'
AngtHto -Pintt) de Moraes Sarment», i.' viscoiide de
Saata Marbba, e 5.' visconde da Mokllos.
. Jía«e em Heudon ( Fran^a ) a princeza D. Maria,
Amelia fliha do senhor D. Pedro { 1.' dp deMmbro).
JfOf a' téntatÍTa para reToluciooar a Hespanba. Tarti-
jos, que'haTÍa orgsnisadogente. eai. Gibraitar, fat aat
Dquene pro«incia,de,Miilaga.> poite ctm.
I. Coo^ílc
HMmo maludo dss tns MtKiuuoMs . OgMHVl r«*^
IñU Horem deslMnta a «i^ioio d* Tort^ , « OHH
MgM em S de demiabro , ■prigUnil'^ fam &4^d« «•■■
«(uip»ib«iro£ , Fn Alqiicrii , *0M ¡«gou d« H«Ug«.
Ko dU 11 do dito «Mt fonm twlM pasndoi pdw ■(■■!.
As cM^wis unl«liTas para rervltar ■ BflifMiltfe b^
qaietatafli >. Penunda vii.' E8te mooMiAa , pwa ^■n
nao era ÍDdiB'ereiite a TMlÍrica ie PortOKa) ,-dMlanMl ■•■
g«*eriias frandet a inglet , que se algwna na; io wxi-
Íiaue a inv«sio coDtra ttortugal , ■ HeipMibk-lhria en-
mr no (•rrtlorlo portugnei ain eierctW sBAcitule para
Bostentar o soberanD que occupaTa» thron.^Os gonr-
nos da Franfa e da Inglaterra nlo aaiilianni «diB ■
soa bandelrt a invasio , mai DiBtidavain ilefeiiiiv da do
Eénbor D. Mn oSoiaes , soldtáot , navtos , anna« .
&B. dEC. A Heipanba mandeu pirt ■ fronteir* vm cxcp-
cilo de obiérra^o om for^ de viale a trinU Btil boBMii>
-•(Í832) £ báptisnla fta cipella do patacio du Tn-
UMFÍai tm Parls , a senbera priwiea B. Ibria An^
(14^ jaDeiro}. i
O senhor D; Pcdr» etegi' am A«aru (S3 d« £em-
rciro } : inipBccfoM as Sum tropM . osqnaán 8tc 8|u
iBaK«8Ud« iniperlal tenU a)Ml3ar-sa do aKlKpclaB» da
Hadcira, e ConvMa o govcraador, ^erat D. Alnn»
da Costa UeHrnitella , ■ ■tMndeoar o «OBlbK' D. Hisnel ,
e «otregar a Hadeira c suas defwndeacias. D. AlMro ,
qne nao era tiomcm capai do faltar aO i'ti qoe jnrán,
repelle a proposEa do setibor D. Podro G*a tonu Ir-
nen , caiDo dai annos ailtM bavla ÍWtO eai HMAevi-
deo , qnsodo o nM^mo augullo seiHror o cMvldbn' t
afaandoiur a ciuía úa patria e 4d ref , pan se lMr.ao
Bratil, cono fiEera é genera) teeir.
' A r^iln 4c i». AlfkrO dIo asr>i)on *« HBÍWr 9.
'oylc
Pe^a , qw «oRtaTa Mm of jmBmot recuf bos is Vaf
deH-a para o b^m eiHo tla saa cn^eia. fro^etoii «ii-
&a tomal'a pela ÍOTca , mandaRdo , qtie o »eu almiriuiMi
( e eapitáo da BHrÍBba ingleia Ssrtoríus ) Ihe poiess».
Í>hM}fle¡o.
■Q geutnl V. AI«aro , distincto oa arte da gadTa e&-
mO' era sabitltt , tinha tios aUimos qu^tro neics ^aafo
B ilha n'am qstado de defosa , que aada deiiara a dc*»*
jar. Desde e pria«jpio do anno qm o govemo Uie b»^
via maiKlada dois refor^es de tropss eseolhidas de 1.*-'
línhfl , etn tigQiero de -mil e seiscentos' lioEieBS , offi-.
ciaes saprBnumerarios flrmes e eiperimcntados para er^
gatiwar novos eerpos, lúnni^es de gyetra &:c. &c. O
genera] costava pois já ( var^ ) para n defesa da Mft->
deirav e^ uma opti«a e Gel guarnji;go foite d« oil».
mil homens, seodo iuetade de l.'.linba, e coolan-
iguatoaeBl^ com o apoio dos fasbilaatcs, i1i>e lúio qu»-<
riaiB a g»erra dentro da <Ba ilha. senhor D. Pedro-
arriscatido'ee a fiEer viaalaqpe na Madeira , emqueti-
nba de loctar coBtra «ma gaarnii^io decidida por a
CUM que defetulia, arriscaTa-se a terminar a lucta
sobre a oesla da fler do Oceaao , sem aportar ás praias
da tAsitaoia. i
- O barae de QuÍDtcIla i eiautorado dc fodas «s «u»
booras por naoqBerer entrar ne Erario eote vinte cnn-
tos de E^ii em qtie fei collectado para o empTcstímo
for^ado des «il e dnsentos canlos ao juro dc & por 106-
ao anno , decrelado cm 12 e 18 de novembro de t83t.
O senhor D. Pedro pobtfca o manifesto dos direitpi
de sua otigusU Filba ao throoo porluguei ( SO ].'0 le-'
nherD, lligiie] tembem pablÍGao seti noUvcl maDifeato-
ItO) Uulbile 4k «mlnra 9. aCaria h.
áh'iS 'áe líitrso de l'S3S [ 5t ] «n qne mostra.os aeás.
- Ssrtórias appresmia-se i visla ák Hadeira Gm 29
éé fnarcn , totna posse da ilha do Porto Santo ; e de-
clara o.blnqueio da Hadeira. Algans ntíos de goarra
da Repubiica dos EaUdos Unidos nio qaixerañi rcco-
ntiecer ó bloqueío , e eatrarain o porlo , sssim coma
ootros drnamarquezcs . e na ilba aanca faltaram pro-
visñea. Sartorius no nm de cincoenta e cínco dias de
bloqueio ('SS de maio) relirou-se para oa Acores , e o
projectn de tomar o archipelago da Hadeira ficon ad-
diado. D,- Alfaro mandou logo occupar a ilha do Porto
Abandonado o prnjecto de tomar a Uadeira í tin
fiir^a , o senhor D. Pedro embarca com a sna eipedi-
gfio , em que traiia sete mil e quinhentos bomens de
tropas de lerra , donfando n'esle nüraero íres mil es-
(rangeiros de varlas na^óes , e se^ áirígn ás costas de
Pot-tugal.' A guamicñoda esqnadra era quasi toda com-
posta de estrangciros (mm poucos portuj^uetes).
' ^ovenio do Senhor D. Higiiel publicá em 30 de
jmho, que todns'os portos Karitimos ficara declarados
em estado de sítío, logo que aeja vista a esqnadra ag-
grcssora. Dsu oatras pl-OTÍdencias concernentea a asse-
garar a manntencSo da ordeiR pfiblica. RenOTarani-se
05 decretos anteriores, cin que cóncedía amnistia a'lo-
das as pragas da expcdi^ao até sarjento inclusi*fe , qae
se aprosentassem. Dcpois esla gra^a se estendeu aos úf-
íiciaes até capitSo-
' Os expedicianarios , sabedorei do estado de defesa
deLisboa, c costas circumTÍtinhat, náo tencionaTam
faier o seu desembsrque n'esla» paragcns para nao cor-
(fil) HanlCeitodvienhvr Di Uljnel i. '
m
nrem, o mco' <t^iw toUl deitnüfiHtt Jf*; im'iMtHÚIÍt
dada de ala^af ,|.Í8boB dírigirain as.próaa ác mks na-
vips para a costa do norte , e a 7 de julho se avÍsUvapi
Bobra a GosU de Viila do Coitde, Fovoe de Vaniiij
ll«thosiolio9 ', &c. A 8 deu fundo a tiro de fii^l á»
praia , lui poqaeaa enseada de Lavre , e.come^ou o des?
embarqiie , io*DdaDdo logo o senhor D. Pcdro um pBri
laineBUrio ao brigadeiro José Cardoso , qae coni a 3:*
brígada da 4.* divisáo occupava Villa do Conde, con*
Tidando^ a upir-se-lbe com a sua brigada; poréa su
nagesUde Uve uma resposU b«m desagradavel ..acresr
cenUqdo /oa4 Carda»a , que &e maadasse outro parla'*
meDUrio para o mesmo fiiii , o maudava pasiar .pelaS
'rmas-
general visconde de SanU Marlha , commaDdisU
da 4.* divisio do eiercito de opera^oes , sáe do Porlo
direito a í,ajte com o regimento de milicías de Braga ,
e um esqsadráú do regimento de cavallaria de Cbaves .
e se poiíaram a um tiro de canháo, coDservando uma
lereoidade propria de portuguezes- SaoU Hartha já ti>
nba «;ipedido ordem para 0^3.* brig^da se Ihe reunir
Do Latre ; porém o desembar(|uc esUva já muibo adiaqi-
tado, e »S commaDÍC3(;oes cortadas, e por isso se tfir-
Bavq Ul junc^ao impralicavel n'aquelle local. Hso sen-.
do possivcl ao generat realbU obsUr ao desemliarque.
do imperador ■ reliruu sobre MatliqsÍDhos em freute:
dos atiradores cuDtrarios. Pela uoite recolheu ao Portu
ordenaoilo a evacui^áo d'esU cidade ■ e qoe se effe-
éUion pflla madrsgada do dia 9, s«odo Doniesmo dia;
occupada p«)o senher i>t^J'edio. J^s pof.i;oes dos belli-,
ger^litM no .dia 9 eram, o scnhor.p.'Pedro no Por-.
lo , SaoU HarUia em Villa Nova d»Gaia , e a 3,* bri-:
gada 4a 4.* ^ÍTÍaio [iaté qanioso} eoi Valiongo, po-,
ü,o,i¡-n,_Googli:
ft»
fl4a««l«rd«m de fwnttr ao »1 ^ ■e1miMra:M ir
nir i saa divisM. No dia 10 entravam a foi <)• Dou-
r» alfou Bavios da «sqwdra do senber D. Pedro , e
«S trapas de Sanla Uarlha d« nMrgem esquerda fMÍan
Ui a»tna tiroteio para a margeDi direila , d'onde ersn
■ correipaodidai , asstm oomo o faram tom raais de tre-
aetttot Ures de oanbio disparadoa dos na*ies. A 10 pe-
U Mile retirava-se o ^eneral Saota Uartba lafcre Cirijó
«4HB ai ftrigjtda» t.' e 3.* ,-e a 11 foi eslabeleeer e sch
qwrtel goieral eai (Niveira de AaeDMÍs , oBde espara-
va a S.' e 4.' brigadas d« ms dñisio , e o ■aiflio da
S.* divñio do eoiBnaad* do geBwal Potom para' ope-
nwn lobre o Porto.
O senhor D. Pcdro Iqgo no acto do sen desembarqne
yw«ta«oa i nagio {Mrlugueia dizendo-lhe o motivo da
soa TÍnda a Portagal. O scnher D. Higeel igwalmenl*
pniclamoii i na(ao, e >»eseTCÍto (10 e 11 dejalfao).
Foram os dari«s de gnerra que se íkeram soar estron-
dewntmtte por todoa os angulos da infelii LusHania,
atotand'>-a até aos fendamentos ; e hoje sao dociUBe».
tb« im^ortamissímos pára a verdade da bistovia da 003-
sa: patrie'. -
Scsde o día do desembBrqae, que miHtoS soldados
e sargentos do sentior.D. Pedro seapprcseaUvam is
tropH, e i» avetorídides reatMÍas, e eram elles, na
IkalDr parte , dos apristooados dob A^ores , e doe reeni-
MoynaB mesmss Hhav.
gmeral Santa Marlha reanÍD no dia 19 de joHio
M'Cirmpe de OIÍTeíra ^ Azemeis m 3:'^ e 4.* bdigadas'
da'sna divtño. Na proriicia d«*lIlaho flcara gOverMn-
do o rtscoBde de-HbHte Alegre, e na de Trás-ffs-Hon-
» vfs«oade d« S'. loBo da Peaitfcir»,' ainbo» estes^
é asifi}r{»sde'4«e.podi«B) disporf
o,i,-f-n,Cooylc
m
Í/S L* Uah». c alnHtU'U>rpoi 4e mílKHS e ToluaU»
rÍM MAlwtw defceraiB para o lado do Porto para obsgi(-
fw «.«««ÍBeBtoft do exAFCito d» senhor 0. Pedfoi
q«ft peveo >e afi&Uva da cidade qiu occupa?B. .
DO'Wl iqu*1m^4 ■ divüao do geBersl Poto» { a 2.* )
elieja da coafiaafa- A 3.* dÍTÍsao . da coinniM(do do g9«
Deral ^BMDto , tantuMn marchava apóa da 2,* , porén
pauHdaomtRr e pof brigadat. Tiado Satia pareecr qc»
a luet» nio anfa dDjradsüra , attsbd«nd« ás for^aí , •
poNSAQi'dp» IfelligeraDtes. povoss ooeupoa a> post^óet
da 4.* divisSo ein 15 e 16 de julbo, anmgiLdo lo§«
maÍB pan 4 fraale.. A 4.* dÍTÍsÍo patwu o rio Dooro ,
^n «perae m norte do Porto , e ua batalbid é'eala -
diíisio, a de talaajtarios realiitaa d« Brag», (anA«
«larahadte iwta^ameBtC ds S. Juo da Ufldeira para •
norte , fhwwtii_ a atloif áo de seiis adversM-io* , q«o «■•
darm ao eeñ>ael Hodges con ura balalb«> ingl»,
oulro fla 18, oaoBi 2 pefas de eampenha aUear e b»-
tal^ NalisU , o que lexe logar no dia tS em Pare-
. d«B. O eeraiel Leite Pereira , cQmaiaBdaBle do bate*
ihio, fei retÁraBdo ev* atiradoTM sobre Deufiel, e se»>
áo tli cebrtsdo pOr 300 heacns de erdeBangas. P«r
muito-tempo sustentou o conbate nae rttas de Páalel *
e retinod» depoifl de ter eegotade- quaú tode o caito-
xam, eslTflu Badges aa cidade, oBde- » demor«ti
apena» cioe* tiorae , retietodo depeti de ler ineendiado
«n «iv*«it«. jN- Áe> ft^ ingleieB deÍMraia m eaiopo-,
mais de qnarenta morlosi
A Sa d» JHlh» wfit dO' Popb)- e gesenil y\^ Ffor
c«B cÍMCft-. imf< betnens. « foi ata«ar o geMrri SaBtH
IteFtlM en PsHle FMTelra o»d* aei.dea tw» Dwrtifen '
WntMto 4« pile •■ iiarVa , Aea^d» e» VeH<SMMte» «c^
o,i,-f-n,Googlc
«■{■■ildo ti itfenBfR pbsifStis', fárém o s«tAor O; Pe-
dr« , qne'obseiTava (XM^Ito (joé a noticia de- Poiris
VerreÍKi feaiia producido no Porto , matHlh durante a
Doite reCari;ar o gcnéral ViHa Flol- com todas as rorcM
■inda esisleates no Porto , 'e o cambale recomecoD n«
dia 23 na Granja , por cspa^o dcdez hqras , combalen-
do-se de parte a parte cüdi encarBÍi^ameDto. As perdas
de Bmbas os lados foran mai grandes , e oe éxereítos
flcBram novamente em saaa posi^oes , Seoi que aenhtia
posia coDtar victori*a , cooiecando depois a soa reEira-
da a tomar quarteis , Villa'^lor na Perlo, e SaiilaiMarT
tba ein PenaSel..
. Em 27 de julho fei Pofoas ain mOTÍinenlo de'Dbser-
n^HO sobre Grijd e Vílla Nava. Daas escanas 4e S«r¿
tórlai amea^araKi a Figaeira em 3 de agostO; porém o
gorernadar ,.coroDel Uetto, Ibe mandou fazermo fogo,
e as escnnas se flteraiu aa largo. Iguaes ameacas já tí*
nlnin fciio em outros portos da easta, chegando cm
Villa do CoDde a deilar genlc ein terra; *
O geDera) Tisconde do Peso tla Regoa i nngneade
pat-a commindar o exercHo de operagoes sobfe o Por-
to. passando o duque de CadaTal a eommandar a f.*
diri»a , que ati agora commandafa o Tiiconde do Pe-
H> da Itegoa ( 4 de agoslo ).
Coatinuavam oi navios de Sartanu» a fazer aiaeaeas
de desembarqiie por toda a oosta até á foz do Tvjot
* qiiereiido porem eSeclual-o em Aveiro , forani repelli-
i^of, assim como por doas veíes em VHla do'Oonde,
onde ))erderam genle em terra.
" O sehhor D. Pedro náo coatara ser reeebido f»o bos-
tílmetite. O estado da lua causa o inqulélan sen -dú-
Tida. Na impossibilidade de bater 'o eiercito r«elMta
li'aoiabaUUia casBpiU' concebeo. o plaan de » ÍtJMt
ü.o.ii-n.CoÜglc
CTi' deialbe , e átsim -0 infnqaeeei-. As stDgiiiMleiita*
befttfaas de Poote FerFeira e Granjaiiio deram o r»-
fitiltado que o iniperador precisáTit. Era preciso um-fei-
-to de estrondo; bater uma daa doas dÍTÍisÓes qoe ce^
cavam o Porto , arreme^ando-a'pelo menos alé aos coti-
ñm de Trá»-os-Uen(es , ott Goimbra. O pnmeiro fa^
Uion , seguDd« estava em vesperas de ser levado a
«seeu^ao. Desde o dia 27 de jullio em que se Tei um
pequeno réeonhecimeDto sobre as fori;as de Povoas , em
Grijó , generai conchiíu , que Ipgo que as tropas do
Benbor D. Pedro livesscra descancado dis jóniadas do
dia 22 , e 23 , a sua dtvisSo seria atacada. Povoas , ba^
btl g«neral , collooon as snaa Iropes estrategicamente a
fln de poder tirar partido de todos as armas , é no cass
de podet attrabir os sens'aátersarios a Gaadra de Souto
Redondo e envol«el-o« n'uma batalha geral , linha toda,
a probabilidade da viclona , e assim aconteeen.
O general Villa Flor sain do'Porlo na noite de 6
para 7 de agosto com todas as for;as disponi?eis. Pela
vuoa hora e meia da noite recebea Povoas parle verbal
do brifad«iro Canavarro de que os postos avaogados da
!■* brígada foram atacados na occasiáo cra qbe tinhK
feito patrulhar o piquete cnlre Grij¿ e Villa Nova. Avi-
sados igoalmente os corpos , eites com rapidei e sem
eonfusao , se reuniram ás brigadas , e dcntro n'uma fao-
ra tudo se movia cm ordem e regularídade legundo as
ÍAStrucfóes do general , e }á este com a 1 .* e 2.' brt-
gadas estavam em Souto Redondo promptos a receber^
alaque, porém »ó depois do sol nasccr é que o fogo
come^ou em for^a nos f)iqaetcs , que foi bem reecbido
]»eIos batalbses^de volimtarios realistas de HangoaMe ,
e do Penafiel , e nm. contingente de cavallaria n.° 8
( f uaái»} qoe 4«ve occutao de carrcvar dvas v«ies SD-
17
fwndo Fmou ordBMB a ratinéa dos ^qaetfs c- uui
-Menas lobre a linha de «m peñtio , e comBdo a li-
nha dea oi vim ao rai qae dcÍEadia , qae fenM rapc-
tldM co» «Hwiiamo ; fea ■■» bUa ao r^inaeMla n.'
-M ( Bngaf^a ) • Uw ncnDineiidaa qne sónente em-
yngáut tUM deioa^a, e eamgaage i baytmeU , logo
qae o sen (■■iwaiidaalc ( Doolel ) racebessc ord«n do
lirigadeÍHi CaBaTarro conuaaBdaiite da 1.* brigada. To-
éo Bcra en eapecU^o o dqtidaBdo qne Villa Flor ata-
eaiso Po^oas lendo a attitode cni qoc o esperara com
• n 2.* dÍTiiÍo , sai BM iu anÍB. Um «10 fogo. de atí'
ndoras e artilkaria nunpea soke ■ linha de Povoas,
qso'Ibe tinra das fileiras Itastantes atridados feridos.
Pofoas jalgon o laoBeoto oppertimo de atacar , e o re-
ginento 24 , coinraandado pelo tenenle coronel Dootel ,
apoiado por nn eiqnadraode caTatlaría 8 do conunat»
do do teocnle coronel Ios¿ Uibana, carregoa á bayone-
(a sobre a artilbaria qne ihe ficoTa em írenle tomandt)
Bna pei^ e am obDz con nma braTnra , lamentaTel em
pierra fralricida. O choque foí-táo Tiolenlo, qoe as
tropas de Villa Flor iciram, iramediata e completa-
meñle am derrota , e retirada sobre Joilo., persegui-
das por toda a divisao do sen sdTersario, at¿ além de
firiji, soiFreDdo coatfniias cargas , qoe qnasi todas su^
iMitou eom hiiarria o bravo eoronel Pacbeco do regi-
mento 10 , unico corpo , que cooseTTBTa alguoia ordem.
■. X perda foi numerosa , moral e pbysicameBte. Os pri-
MOnerroB «appresentados subiram a tretentos. No Porto
tudo Boou atonilo com a deriota de Souto Kedond».
O senbor S. Pedro conhecea a impossibilidade de
avan^v para o interior do reino , e adopta o plano do
**foftj|eut«ria«itatfrM>P9Fto, e «pwir, Aaw fts.
0,i,-f-n,CoO^ílc
«87
Naí caairis ingTézM rsnovardiii^ os debiteí sobro
a questao portagueia. Sartorias foi ali accusadode hs-
ver abusado da bandeira tngleia para fios da cüDSft qae
adoptára ( 16 de agosto ).
Ccint¡nua*aiD a a);glomerar-s« trapaa sottre. o 'Porto ,
principalmente as da 3.' dÍTÍsáo a refor^ar a 2.* c 4.*
O fiscondedo Peso da Regua btvia tonado o commaD-
do do corpo do exercifo de operago^ sobre o Porlo , e
■s tropas iam apertando o cérco , porém kntamenle.
A 8 de selembro avangoa a 2.* divisio dos Carra-
Ibos sobre Yilla Nota de Gaia, que louiou é Tiva for-
^a, eieepto a posigao do c(nmtito da Serra do Pilar
que foi alacada e defendida eoiA valor faeroico. N'esfe
alsque foi gnlTemente ferido o bowado 'e bravo coro-
ne) Rtfdrh^ de Sooia Tndella , coiniliatrdante do regi-
ment« de milf cias de Tondella , na oecasiia de carregar
á bayoneta com o seu regimento , dentro da e&rca. No
dia 10 flterfim oS siUadoa ttn desembarque na pfata ,
e srmultaoeamente ■na sbrtída da Serra do Pilar, Ua-
vando-se rijo comhate , em qiie os silíados foram obrí-
gados a retirar is saas tríncbeiras.
p A esqunlra realista de 1 náo, I fragata , 3 corve-
tas, 3 brigofes,^ 1 vspor safu a barra de Lisboa ( 11
de setemtn-o) para estabetecer o bloqueio do Por^). O .
bl6qnei« foi officialmente amiunciado aos govcrnos , mi"
nistros , e constite] das M^oes estrangetm , qae o re^
coBheceram.
kí baletias atsestadas sobre o Porto e margem es^
qoerda do rio DourO raiiam conSideraVeis estrsgos met-
lendo navros a pique , irrazando c3sas &c. Náo meno»
éstragoa faEÍamis baterias do Porto sobre Villa Nova
de Gsia, assim como a» sortidas quasi diaiias, quft
«Q BaÍH ott UtCBor' far;a' a» siliadef RHHm para am
17 •
t outro lado do eyercilo sitiante. Esperm-je todoi os
dias nm ataque geral á cidade , lendo os siliados g>rati-
des espefan^as nas saás farmidafeís forliQcajoes , e n-
lor doa seos , e os sitiantes no aeo nlimero e ralor. O
viscoDde do Peso da Regua atacou tinalmcole as liabas
em 29 de setemfaro , por ires diversos pontos ao norte ;
porém a má direc;io do' ataque fez ceder o ardor , e
a Talenlia de suas tropas em frenle das foHes posi^oes,
boa dcfesa, e v^lor dos sitiados, mas náo sem hater
a lamentar perdas considcraveis de um , e oatro lado.
A 6 de oulubro foi nomeado marecbal do exerctto o
dnque de Cadaval. A 7 declara o seobor D. Migucl
qae Tai^passarDma'rcrísta ao eiercito de opera^oes so-
'bre Porto. A 8 nomeia o duque de Cadaval 'comnun-
danle em chéfe de todas as tropas da capital e pro- '
vincia da Estremadura que nó momenlo houvesse , oa
Tiesse a haver , f(TrtaIczas de uma e: outra margem do
Tejo e do litoral , que faiiam a defesa de L'isboa Slc. ¿ic.
Hodia 10, a ^uadra do mando de Joao Felix. que
tinha arribado a Vi^o, sji aquelle porto , e se encon-
tra com a de Sartorius nas alturas dis iihas de Baio-
na. resullando um combale renhido no dia 11 pelas 3 *
horas da manhá , comecando Sartorius a suá rctirada
pelas 4 horas , e ás S já o 'fogo da csquadra de Joio
Feliz nao Ihe dava alcance. A esqnadra realista reco-
Iheu ao Tejo para refor;ar-se daS avariss , e recomecar
as opera(¡oes. A 14 foi o conrento da Serra do Pilar
denodadamente atacado pelo habii , e bravo brigadeiro
PeÍKoIo. A guarnicáo defendia-ge heroicaniente. Mut-
tos , e distinctos ofüciaes realistas estávam já fóra do
combate morlos , od feridos gravemeDtc. Peixoto caíu
mortalment^^rido ( e dizem quc por um alferes de c»-
-idores^,4c5er(«do para a Serra n'aqaelle dia , wi ni
ü,o,i,-f-n,GoOglc
259
Tcspwa ) qaaada á fireñte do sen regímento de ca^dores
da Beira Baiia ( Oi 8.° de ca;adores ) niandaTa aTan^E
Í3 trincheiras. Os atacantes relirarain leTando o seti
chefe Peixolo , que roorFen dois dias depois em Tirtnde
de seus graTcs ferimeatos.
O senbor D. Hignel , e snas aogastas irnüs as senho-
fas inrantas D. Isibel Maria , e D> Haría da AMma-
p;ao , saem de Ltsboa a 16 de outofaro para le estabe-
leeerem por algum tempo era Braga , a llm de o senhor
D. Mígttel estar mais perlo do sea eiercito. Por todas
as terras do Iransil» foram os augnstos viajantes Ticto-
riados. A sua entrada em Coimbra , acontecida a 20 do
dito mei , foi um dia de alToro;o ineipltcaTel. AqueUa
cidade nao via um rei dentro de seus muros desde o
senhor D. Podro ii. O corpo da Uuiversidade , o bispo ,
o cabido, o senado da camara , as auctoridades gítís e
militares , tropas , e pessoas de todas as chsses saf ram
a esperar a iámilia real fóra da cidade , como é práti-
ca de antigas eras.
Assalto de noite á Serra do Pilar, qtte foi repellido
(34 de OQlubro).
O Tísconde do Peso da Regua foi exonerado do com-
maado em cbefe do exercito de opera;oes sobre o Por-
to, e nomeado para o govemo das armas da corte e
prOTÍncia da Estremadura , de que foi eionerado o TÍ3-
conde de Veiros / mas nomeado n'esta occasiao [ S6 de
ootubro ) marechal do eiercito em atten^ao á sna lon-
ga carreira militar , e relevantcs serTÍ^os feitos ao Es-
tads. O visconde de Santa Hartha tomou o commando
em chefe do eiercito de operaijoes sobre o Porto.
A Eimilia real depols de ler visitado tudo quanlo haT
TÍa de DataTel em Coimbra , salu d'esta cidade no dia
39 de oQtubio na direc^lo de Braga , onde chegon no
II .-" I. Caoylc
dfa ( * de nOTanllM , etDlCiHuiido a recflber ftroni «ñ« '
eqaÍTOcas 4e verdsdeiro respeito, inteteMe, e mesBHj
Bmor , notando-ge qae indÍTÍduos.até ali conheeidos por
desatfeclos i ordem dc consas, eram os mais empe-
Dhados em obscquiar os reaeg viajaQtei.
Sortídas pelo lado de QuebraDlOes e Furada : foram
repeVlidos ( 14 dc noTenibro ).
Os sitíados comeca*am » ter eKicei de mnRÍ^oes ;
principalmente TÍveres. As deser^oes eram grandes,
alé mesmo nos estrangeiros. Huitos nsTÍos tinfaam lido
' mettidos a pique pelas faaterias. Havia necessidade de
fazer sortidas-para obter communica^óes , c mtmi^ÓGS.
A 14 de norembro se effectuaram tres sortidis , duas
ao sul por Quebrantdes , e Fnrida , sendo repellidos
pelas tropas da 3.* dÍTÍsáo ; jgnl sorte tiveram na ser-
tida ao norte por Lordello , onde foram cortados pela
2.' dÍTÍsao , seguindo parte para b cídade , :e parte pa-
ra casletla da Foi. A 17 fiieram ontra íguii •ortida
por Paranhos e Crui das Begateiras.
O brigadeiro Lemos loqja o commando da 3/ dÍTÍ-
sáo , e Sarmento passa a lomar o da 4.' No Porto taro-
bem havía madanQas. Ao general VÍ|U Flor foi tirado
comiaandO'; porém fbi feilo daque da Terceira pelo
senhor D. Pedro.
Os sitijidoB Aieram uroa aortida efla for^a de leii mit
homens sobre os Bcampamentos da 2.' e 4.* dÍTÍsóes
em Ramalde, e Paranhos, conseguiodo ÍBcendiar aW
gamas barracas do acampameDto do eieccito sÜiaDtc ;
foram porém repellidos por uma oBrga dada per nm es->
quadrao do'regimeoto de OTalIaria de CbaTes , o oim
denada pelo general Telles Jordáo (38 de nOTeñbio).
O senhor D. Migoel creoti nma diitinc;áo ie Mlér
e oierito pani o íea exarcito (14 de dcHHAc*}. • - ~
I».,,,;. I. COO^ÍIC
• Srttt ■ysloia Í9 !i«lM» en m» MwsiM* jIm '
süiadM |M» (rt)ler Tir«ret , racrarar ■rtiIliarU , « át9-
tratr as dbr» do sitlo. A 17 de deicmbrD llitrám os
■iliMlos DDtra soTtida para o lal pelo titto da Furada.
fl Candal , deisaDdo na sua esquerda a guami<¡io dn
Serra fque fóra refotfada dnraDte a Doíte por UDi ba-
talhao ÍDglei, e ooUo frances ) eib attitude de ataque,
para apoiar os seDV iDOTÍneDtos do oenlro e direíta ;
forain poréni repellidos pelo brigadeiro Lemos, com-
maBdaDle da 3.* diiisiio, distÍDgDiado-se n'esta ac^aa
o batalbio de ToIuDtarios realistas da CoTÍiha e Fun-
dao , e o 17.° de infaDleria (3.° reg. de inf. d'Elras) ,
q«e poieram os aggreiiores cni precipitada retirada so-
bre rio Donro, oade pereceram em grande Dftmera
afogados , e deiiaiHlD mDÍlos mortoi do campo , e gran-
de n6m«» de prisioDeiroi. Nasna retirada ÍDceDdla-
ram o conreDto de Val da Piedade, qne todo arden,'
e eocrararam Dma bateria na Farada « mas ISo mal,.
qae seodo [VúmptameDte desoDcravada Ihes fes logo
mDÍto fogo.
No Diesmo dia i7 em qae se dara a aci¡ao ná nar-
gtm esquerda do DoDro , o •enhor D. Uiguel passaw.
reriaU ia 2.' t 4.' divisdes dosca eiercito, acainpa-
das ^o norte, correDdo n'esta occssiio ^raDde riseo,
pelo ranito fogo que se Ihe fet das batcrias dos sitia-
dea , quendo as obscTrara , e aos belIigeraDtes da mar-
gem esqaerda. No dia IS fai o mesmo augttsto senbor
passar rerisla i 3.' diriuo acampada em Villa Nara
de Gaia , e a t^risitou a fundigio dc ferra de Crestu-
ma ; regt^s^aDdo a firaga no dia 20.
As obras do sitlo cada téi ge adiantarsm niais , priu-
eipalmente nas bateriaa do sul para fechar a barra áo
Oonro, porqae o principal empenbo dos siliantas era
ndutrem' peh iant m. cxcraUO'do senbot D- Pe^.
O general em cbefe do exercilo realisU dcclara MS-e»'
tratigeiroB qae o porta se acha fecfaado pelas baterias ,
o o bloqueio é reconbecido alé pe)Gs ingleies. O faln-
ro de Porlo era horrtvel. Algum niTÍo qae se arnsca-
ya a enlrar a barra , e CKapafa de ser ineltido a piqoe
na occasiáo da entrada , nem pur. isso estaTa livre de
ter tal sorte , poÍB mesmo denlra do Douro, niuitot
forsm inetlidos ao rando, ou incendiados. A esqoadrí-
Iha que os siliaDtes lÍDham em Anotes tambem aada
deixava entrar. Na cidade come^airain a escacear os
ntantimentos. Ai tropas cstrangeiras ao senico da se-
Bbor D. Pedro estavam n'um estado de insnbordina^ao
insupportavel porfalladepagamento, e per ontras moi-
tas priva^ees qne os alormeDtaram.
( 1833 ) O anno de 1832 haria corrido , detsBBdo ao
senbor D. Pedro e aos seus cercídos oa cidade do Por-
to , depois de seii mezes de desenganos. As poucas
deger^óes que.sua magestade imperial rec^udo exer-
cito dercQSor de seu augusto irmio , nio compeBsaTam
as muitas que diariamenLe abandonavam as suas Mei-
rat. Nüo baTÍa harmonia entre os principaes chefes no
Forto , e sobre ludo a falta de meios , e nio baver qaem
adiaDtasse mais dinheiro , tudo faiia parecer que a causa
do seahor D. Pedro se eacaminhaTa a uma completa
dissalui;Ío.
O'general francez Solignac (32) conseguiu eotrar no
Porto , e senhor D. Pedro o fez marechai do sea extr-
ISÍ) SoUgnac foi o vileDte ofGcial fnncet que em 1803
fagiu dii ordeDaoi^i de Thomai' , mai alicou o cirio de
Notia SenhoTa da Amdiaoein, toDiaMdo-lbie diia* ban-~
deitu, 4c.
.CousJo
m
clloy déD-ltie cominaDdo, e ao mcsmo 'tempo o iio-
IMOD msjor general.
A esqtiadra'dc Sartortns é obrigada pelo gofemo
besftanhol a sair da bafaia xle Vigo , e prohibe-se quo
selbe vetKtani TÍíeres. A esquadra naTegD para as cos-
tas do Perlo, e a-24 de janciro rompcu tivissimo fogo
sobre o castello do Queijo , eslrema direila da líalia .
dos sitianles do Porto , e ao mesmo tempo oma for;a
de sete balatbóes , e um esqiiadráo de lanceiros saíu
do Porlo e alacou por T.ordello e Nogovilde a 2/ di-
?isao (Telles Jordao ) , traTDndo-se um rijo comlisto
em q»e pereccram baslanles portugueies. Úma fragaía
da esqoadra Ae Sarlorius tambem sofTrcu baslante do
fogo qoe.lbe fer o caslello do Queíjo. '
O general Cordova , noTO mÍQÍstru hcspanhol , cfilre-
g» as suas credcnciaes Tio paco em Braga ( 16 áe ja-
neiro) com as formalldades do costume.
.Oespirito dc rerolla maniresta-se na esquadra- de
Sartoríus, qne vai cslaeionnr-se nas ilhas de Baiona,
e receando-se qae os marintieiros levassem a fragata
D. María. Sarlorius exigía os soldos para si , c para
08 lens marínfaeiros , quando n3o qiie se recolbia n In-
glaterra , e vendia os navlos para se pagar. Igaaes des-
iptelKgencias havia com os estrangeiros cngajados , re-
tirando-se do servi^o , Hogdes , e outros oQiciaes e sol-
dados , com os quaes passou a Inglalerra , bafendo al-
gUDS ofliciaes , e muitos soldados que preferiram appre-
sentar-K, como os que quasi diariamcnte se appredcn—
taram , no campo do senhor D.Miguel.
O senhor D. Pedro lanca no Porto noTas conlribai-
;5e> no ralor de qualrocentos conlos de réis , para po-
der contÍDuar a faier face is despeias da guerra cm
qoe estaia empeBhado.
ü,ol,-f-n,GoOglc
.. {) conde de S. LoureD{o, tniiiíslro át Kflerrt'do M-.
nhor D. Uiguel, »«i tomar o eommando do exemtOv
de operasoes sobre o Porlo ( 21 de feíefeiro ) , 6canda
ÍDterÍDanieDle com a pasta da guerra o chefe do estado
maior general do eiercito , conde de Barbacena. No
dia 4 de mar^o fei o conde de S. Lourenco um reco-
nheeimenlo sobre toda a linha do oorle e aal , operan-
do Umbem a csquadrilha do Doiiro. As tropKa avauGa»
ram denodadamente , chegando as da esquerda { ♦.'
divisáo) a occupár poBÍ;des sobre as trÍDCheiras, ptAo
que mais se Ihe póde chamar um ataque fbrmal. Parte
das Iropas realistas aó recolfaeram aos seus rcampamen-
los pelo sol posto , sendo os pontos por ellas occupa-
dos n'aquelic dia , Dovamcnle occupados pelos sitiados.
As perdas foram grande»do parte «parte.-O eiercito
realista leve basUntes officiaes ÍÓra do combale , aendo
dus oflicíaes superiores , morto o major Castro do 20.*
de infBnteria ( Ábraotes ) e mais cíhco gravemente feri-
dos. Uagoa-Bos o coracao o ter de narrar scenas tio
trisles , a hravura de porluguezes ( algans , d'ambos os
campos. nossos inUmos amigos) em guerra fratrícida,
mas é historia , e a historia nSo deve ser adulterada.
Oi tcmporaes nio deiiavam lentar a barra , meEmo
a linchas. Um brigue , que tentoii entrar cm 6 de mar-
(o, foi mettido a pique pelas baterias da Furada. A
pentiria rcina no Porto fiorTÍvelmeDle , }i pelos erCeilos
da guerra . já pcla fome , e pela ch(4cra-morbi» pira
ali importaila pelos estrangeiros.
Os soldados a^orianos que haviam abandonado ai G-.
leiras do (Dnhor D. Pedro cram em lao grande núrae-
ro, que o senbor D. Miguet mandou em 9 de mar^o,
organisar nm batalháo cooi os qiie pedtam para MDti-
Duar fervifo no eicrcito realisU.
üo.i<-f-n,GoOglc
Á efqmdnt ia SartorÍBs canliniiiva no nesRo «Ur
dodfl tntami^o, « o senhor D. Pedfo demittiu San-
lorÍDS.mi 13 de.niar9a', nuniliiido entregar o comniitnr
do ao capitáo Crosby , a qiie 8arturius recusou obeder
cer , B proleston contra o que elle fhamava violcncia
do govefBo da regencia. ¿enhor D. Pedro mandon
Crosby , e Dojle á esquadra para prender o almiraiil» ,
miisáo sem dúvida de bem difficil eiecucao. Os enT
viados apprewDtaram'Se a Sartorius diaendi^lhe, \ós
¿bis nosco prisioDeiro , a que Sartorias respondeu , t¿>
é qae o sois , e os metlcD no porao da fragata D. &la-
ría. SartArius Imbrou ao scnbor D. Pedro o proccáü '
metUo de lord Cochran» para eom tua mageilaá* imperiat.
O senbor D. Pedro procuraTa de ho moito quem subsli-
tuisse no commando da sua csqnadra a Sarturliis , «
etle DHistraTa.bastaijLe dissabor por tal proccdimenta
de sua migcstade imperial , nio se lembrando qae ha-
vÍB itdo elle Sfrtorius qucn havia organisado a sm
esqnadra para teolar a expedifáo , e o primeiro a len-
lar 08 primeiros perigos dc nma tal guerra.
O govemo áo senbor D. Uignel manda abrir nai
pra^as de Parfs e Londres um empreslimo de qiiarenta
mílhoes de francos (15 de mar^). £ certo, q*0 %
causa do senfaor D. Pedro se reputava perdida n>s pra-
^als estrangeiras , porque a.náo ser assim , nao havería'
ban<]ueiro qne eDlrBsae para tal emprestimo como ttté-.
etÍTamenle faouve , e muitp de prompto ; poréra o go^
Terno do senhor D. Hignel ponco le apraretloa de sU
iDÍlfaanlc recurso, parqnc aconteccudo pouco depois a
ioesperada lomada de Lisboa pclo senhor D. Pedrn, a.
gOTentD d'esle senhor lan^oa mio dos ruodos que ba\ift
do dito empraitiroo.
Safram de Hadrid para PortagKl e pnncen d» Bci;
ü,o,i¡-n,Googli:
n T>. Ibria Teresa , e os senbonn ínGiQt^ T>. Seltts-
liio , e D. Carlos com as snas familias , en) 16 de mar-
i¡o , chegando a EWas a 21 , a Villa V)(¡osa n 03 , e a
¿itboa a 29 do dito mei.
Telles Jordio foi dcmitlido do comraaitda da 2.* di-
visáo do corpe do eiercito sobre o Porto , passaDdo a
govefiuc de novo a Torre de S. Jnliio da Barra ( 19
de marco ).
Ac^o nas Antas do Piohal entre os sitiados , « parte
da 4.' dÍTisio que se oppoz aos trabalfaos da linha de de-
fcsa dos sitiadoSf em 24 de marco. A 25 rizeram os gi-
liados uma pequena sortida para o sul sobra a bateria
da poDla do Cabedello a ftm de a deslruir, retirando
,sem poderem consegair o seu imnito. A batería da ponta
do Cabedello , pela sua proximidade á bocca da barra ,
naa deixava passar a salro os mais pequeDoi barcos.
Em 7 de abril fui o commande da esquadra tirado
RO chefe de esquadra Joao Felii , passando a exerccr
o logar de major Gcneral da Armada , e inspeetor do
Arscnal Beal de Harinha. Para o commaado da esqua-
dra foi nemeado o chere de divisáo Abotm.
Sortida do Porto para a tomada do Covelta ( 9 d«
abri4). Oi sitianles tractarara dc rctomar o poDto, do
Covello , r|ue nño consegairam ( 10 de abril ).
O senhor D. Uíguel passa rcvista ao eiercito era 19
e 20 de ahril. Do Porto faram lnn^ados para fói^ crian-
^s, velhos e estrupiad'ts poc oao tecem abrigo n'uma
cidade lio estrcítanicate sitiada, e ondese tornaTaDi
jncommodos. scnhor D. Uiguel manda rccolher ai
criancas m collegio dos padres jesuitas em Coimbra ;
aos oatros tambem manda dar abrígo, sendo mandados
para os corpos dc veteranoa , os que eram militares , ft
haviam sído aprisioMdos.
ü,o,i,-f-n,Googli:
t67
' As tMiteríirs ráalisUs metleram AaJs dois brífttes o. pf-
qW', assim como algnmas catraias (21 e 23 de abri)).
A cbolera morbDs descDTOlTeu-se em Lisbaa e por
todo o litoral , onde fez horriveis estragos. O gotvmo
. áá as mais acertadas proridencias para gbter a dimi-
nui^ao do.contagto.
O general Saldanha foi (inalmente chamado para tq-
mar o commando do nercito do senhor D. Pedro, on-
de faaria faastante desintelligencia entre os cberes. Sar-
loriiig esperava receber os pa^amentos alé ao fim de
«bril', quando nüo qae retirava cobi a esquadra. Quio-
telta Bppresent»-se so scnbor D. Pedro, e Ihe presla os
aeosgrandes fundos, cont que o imperador aínd^'esla
vei pdde livrar-se dós gTandes apuros em que se TÍa'i
e saivar , se assim se póde diier , a saa causa.
O Porto «offria toda ■ qualidade de priva^óes, e o
exercito sitiaBte cada vea se lumava mais animado 'it .
agnerrido. K guerra teria acabado, sem dúvida , ae ti-
vesse havido da parte dos generaes realistas mais um»
pouca de energia. A esquadrilha realista no DourO «
em Bfathosirihos continüava a inqnietar os sittados.
senbor D. Uignel passa oatra rcvista ao eiercito a 9 e
10 de maio , e a 11 reeolbeu a Braga'.
castelto dc Gaia , j¿ artilbado, rompe em 14 de
maio , o fogb contra a cidade. Os agentes ctmsularGS
estrBDgeiros irvoram as baodeiras das snas respecliva»
na;oes, e represenlam ao general em chefe do corpo '
do exercito , qoe sitiava o Pfrto , que houvcsse de as
mandar respeitar ; porém o conde de 5. Louren;o res-
ponden que nao podia faier cessar o fogo nem garan*
ti-Ios das contiogencias , a qne pela saa eslada na ci-
dade sitiada dles se achaiam expestos, mas que do
caso (te qoererem prover i sua s^nran^ retiranlo-stt
,u8lo
4'élU, «stava a^tóriiado a permiUir'lhes que o po-
dMsem ctTectuar. MdíIos marinheíros estraDgeiros dei-
sam • servi^o úo senhor D. Pedro, e se reliram pari
Ingíitcrra. Forsm mettidos ao fuudo mais dois biates
(16 de maio), qoe eutravam a barra do EhHir.o. As
appresentacoos de tropas do Porto continnavam ( 25 e
27dcmaio).
' A senhora príaceia da Beira , e os senhores infanla
de Hespanba passam. de Lisboa para Coimbra com »
guas familias. Cbeganim áquella cidade em o 1 ." de
}«nho , e senhor Ü. Higuel chegpu ali pela posta no
día 2 para vísitar sua auguste irmá , tio , sobrínhos , e
primo^ No dia 4 tambem chegaram á mesma cidadc
U lenhoras iirfaotas D. Isabel Maria . e D. Hai-ia d'As-
gump(io. Snas alteias reais ftcaram residindveia Cainv-
bra , c o^nhqr D. Higiiel parliu de Goimbra no dii
12 i pela posla , e foi assentar a sm quartel geDeril
na qninta da Pettra , lo noTle d» D<ñir« , janto a»
exercKo , onde cbegaa pela mña bora depois da meii
noile do dia 14.
Chegaram a Inglrtevra loMaáQs estropiados do exer-
cito do scnhor D. Pcdfo, retirando da cidade do Por'
to. Estcs individuos apprescnliTam o aspectode homens
qóe tinham luctado com todas as prí'va^s.
O smbor I>. Migael attgmenüiva o seu eiereito, e
esperava o mirechal Baormont , e outros friDeeEes ge-
nerses e oSeiaes screditados ptira Hies cenfiar eom-
snndos. Uandou a Inglaterra coraprar trcs vapores pa-
ra rcforear a esquadrx , e o commaBdo' d'esta seria da-
do a tord Etiote , qne se preparava a parfir noB niesmos
vapores , traaendo para distribiiir pela esquadra triflta
•ttciwss , quÍDhentos marinheiroB , e algnns artílheiros
iKgVéats. Tódos eAes refor^s mn espendni «Cé-3I> de
,i».„,.-. I. Coo^ílc
jatíté , e é 'certo , que o's smigos da sentier D^ P«dré
uo estraitgeiro Ihes daTam importancia , e ínstaTam ^■^
ra qu« uma pirte do eaercito Ao ¡mperador safsse do
Í>orlo , paFq,ue tal safda era uma necessidade absoluta
para náo lerem ali morrer'uma causa , pela qual tan-
íos sacriflcius se baviam já felto. A safda para fúra iSa
Porto era sujeita a grandes conlingencias , mas era o
UBÍeo meio de obler alguma cousíi , e náo admittia de-
inoras; o general Saldanha era d'esla opiniüo, e logo
qae tODMHi o comraando trabalhou por abrir commnni-
ca(aes pela Luz ao oorte do rio Douro , e farem cstas
obraa de grande proveito para a causa que o geDeral
derendia.
O gof emo do senhor D. Hignel sabía qne se trataT^
d'uma eipedí^ao da parte do Perto; porém parecia
'acreditar qua ella teria logar por terra rompendo a li-
Bba , e náo per var. Os preparatÍTos dos generaes rca-
listas , mandando reunir no exercito sobre c Porlo ,
grande uümeTo de transporlcs, indicaiam qnc espera-
»am seguir a eipedi^áo , e para isso qiieriam , que na-
da TalUSse ao seu exerci(o para uma rapída marcha.
O scnhar D. Pedro obtevc restaurar a sna csquadr*
das máosdc Sartorius cora o dinheiro que em abril ihe
prestou o bario de Quintella. Em Inglaterra engajoir
Bovos offlciaese marinheíres .e entTeos primeiros oca-
pitao Napier, a quem fez almiranle , e the entt^goa o
commanilo da esquadra. Naofoi sd em abril que Quin-
tella prcstou soccorros ao seohor D. Pedro , poís jd des-
de os fins do aano préteóto ( 1832) Ihe tinha Tatfdo
tm firandes apBtas ; porém o imperader bem Ihe retri-
buiu lacs Anezas , dando-Ihe cm 10 de novembro de
1832 , cMtracto do tabaco por doic annos , consa al^
aii oi* fbla , faieBdo-lhe pesteriormetite ootras mercé»'
ü,o,i,-f-n,Googli:
S70
hotwfificas , taes como , etn abril o titalo de conde de
Farrobo, em maio o de grao crui &c. éic. Ootroa oihí-
tos individuos foraro sgraciados pelo mcsmo aDguslo
scabor, o entre elles o mnrqueE dc Palmella eteTado
á grandcia de duquc. Por ouiro lado tambem o senhor
D. Uigucl rccompensava os seus fieis servidores , e as
familias dos que percciaro nos combalei. Alguns trai-
dorcs LeTC o senhor D. Uiguel , que depois de rccebc-
rem postos e hoaras do mesmo aogasUi senhor , foram
para o campo do seahor D. Pedra , oude Ibe foram ga-
raniidas.
Besolveu-sc no Porto , qac a expedÍEÍo fosse Unfa-
d« ao Algarve , para o que a esquadra de Napier se
«prosimou ao Porto , e ali f6ra da barra recebeil dois
mil e quiaheiitoE homens dc [ropas escolhidas , daodo-
W o commando d'esta fori;a ao duque da Terceira.
. duque de Palroclla acompanhavtA expcdi^üocorao de-
legado dg regeute , em materias civis , para o caso de
podcr exerccr csscs puderes , cm algum pouto em quc
a cxpedifáo sc podcssc firmari cmbarque concltiJu
cm' 20 de jutihu , pela nüva communicario da Lui , lO
norte da rio Douro. -
Os generaes rcalislas livcram logo conbecimento dft
deslino da e:tpcdisao, c dcstacaram psra o Alemlejn
Uma ramosa brigada de tres a (luatro mil homens át
tropa¿ dc todas as armas, confiando o commando d'eS-
ta for(a ao brigadeiro Nuno Taborda, tcndo por chefc
d'cstado maior ao lenentc coroncl Augusto Xavier Pat-
mcirim , de qucm o senhor D. Uiguel muilo csperava ,
pela sua condiicta passada, dislincto cm todos os com-
bales do cérco do Porto , agráciado liberalmenle , e go-
«ando da amiiailc do sobcrano qiic jiirára rui aind» an-
tet qiw B na{$« olBcialmeatc o rcGOahecesse conao tat.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
m
' estado da ¿espanlia m assDitador. Pernaiidff vn
lendo casado e éaTÍuVada por trca vezes b3o pAde obter
ñihos. Ibrono passava cfn tal caso para sen irmáo o
jnrante D. Carlos ou fllfaos d'este , em c^So de fnorte oa
abdica^ao. Ferbahdo passon a quarCaB nupcias comMa*
ria Christina, fllhadó rei de Ñápoles. yaría Ch'rísti-
n> Ihe deo duas fllbas , mas as fllbas i)3o pódiám; dd
direito reinar em Hespanba , que Ib'o vedava a )ei sa-*
lica ( S3 ) , lel que reguUTa a successáo em Hespanha
depoía da ttiorté de Carlos ii, admittiado uoicámente
es (ilhos varocs com exclusao perpetfia das femcas.
Apesár da lei , Fernando.oa Uaria Cbrisliná , qne-
ríam que sna (illia inais vclba reihasset mas para isso
cra pfeciso naáa mciios do-que destruir a lei pela qual
a casa dc Bourbon occupava o throuode S. Fcrnando,
6 que excluiu a 'dynaslia dá casa'd'Austriá. Destrilida
a lei saliía, a cAsá d'Anstría poderiá áspirar i nová-
meDle occupar o Ihróno dó Cárlos i [imperador Car-
los 1). Todavia as funestas cotiséqaencias que pode-
riam traxer a Hcspaulia uma tal mudan^a náo faram
Gapazes de fater parar a torrentc das ambi<¡aes. Fer-
nando vii dominado por stia muther , e eSIa pela in-
tfucncia dos governos de Luiz F¡lippe,'e de Guilher-
me iT ; rooribundo o rei , e ( sc houvermos de ,Bcredi-
tar as dcclara;oea em Parls e Rouia feitas pela pto-
pria rainha D. Maria Chrlstina' qdando eKpatriada por
Espartero) sem saber o qüe fazia, praltca o acto mais
(fiS ] S«b e*te nome é eonlierido ná hiitaTÍa nm codigo
Aé lebdoi franc-Mliencei , hibiUnteidairaar);eiHdBSia]e,
•TÍlMlra da ADemiaha,^ diipoitqiu mai* noUiel d'eite co-
'■"" é ■qaella que Brohibe ai niDtberei a gucceiiao a terra
d.^h«|
diEo e ■qaella que Brohibe ái niDtberei a gucceiiio a terra
Mlica. Rfla diipMÍ^io tomou-K agim da* lei* fuadameatae* ,
4« monHcliM frraceic, ■ d« heafwikola dcide ITOOi
I. Coo^ílc
rra
AupaiicQ , Miptillmdo a lei ptla qn>l relMTS e a loa
bñili« deide Filippe v. ialeDte D. Carloa , manda-
do uir pan Portugal, tiDha préviamcDte felto os seus
praleilo*. EsUndo já o ÍDraote em Portusil > nuiiKtou
•iodt • carta de proteslo Beguinle ao rei sen irmio:
« Seohor. Bo .' D. Carlai Maria Isidro de Bourbon ,
íatmin de HeipaDba , eitaodo bem eonvencido dog le-
gitimoi direitos , qne tenho á coroa de Hespaaba , no
cuo de que V. H- nSo deíxe lilho vario-, declaro que
a minlui consciencia e a mínha bonra oia me permiL-
tem o prestar o juramento, ou reconbecer oulros di-
nitos. Eu o deelaro assim , Senbor , aos Beaes p¿s de
V. H. yosiD aETeÍcoada Irmio e Subdíto — O lafante
D. Cartos de Bpnrlmii. No Palacio do Ramalhao , em
33 de Abril de 1833. »
(h protestos do fnfante de ntda Taleram- A infanta
liaria isabel foi jurada princeia das Asturias { berdei-
n da coroi ) , oo dia 20 de junho , tendo n'este tie-
gocio nma parto mui scliva os governos francei « in-
glci. O infiata D. SebBsUao , rei de Napoles , o rei
de Sardenha protestaram tamtiem contra uma lei que
es esbalbaTB dos seos evenluaei direitos como mem-
l>tos da casa de Boorhoa. As oulras potencias , etce-
ptnaDdo a Fraaca e Inglaterra , tambem nSo reconbe-
«er.ain a ordero de tnccesslo noramente esubelecida
em Hespanba. Haria CbrislJna mandava por «eu mi-
nístro Zea Bermudci prometter a D. Carlos a mao da
jOven princeza para seu filho , tambem principe das As-
hRÍas; porén D. Carlos negou-se sempre acceitar o
[■Tor do IhroBO para sea filbo, quer«idttHt sómente
obler pelo 'direlto,
. A lei salica introdndi^ Cma Ftlippe t em Bespa- ,
Bba pwa leparar ett4 peteoGÍa if. M cjm d'iiutria ,
0,i,-f-n,CoOylc'
873
(bi 'áekoáÜt^ p«los heipktibdcs áé Filípiie V , taiÍNl-'
dos pelos fraDcezes, eontra Carlos in óa archtduqaft'
d'Aaslria, é seu parlido em HespRDln laiiliado por
Portugal , iDglaterra , Atislria , Bollandi , Dinamarca , '
e.Suecia. Foi ama famoia gOerra de quatorfo ■nnoi, eut
<tae trtunfou a dfnaSlii BoUrbonlca , é a lei gilica ; Í
esla lei depois jurada e dcfendida por lóda i naj^ft
pór mats d'uin seculo , línha em HéSpaaha gra&de prés-
íigio , e dava a D. Carlos bein fundadas esperati^S parai
poder supplaniar ú revola^ño qtn deltruia • lel de nc-
cessao com os scns direito).
A 34 de jniiho deserBbarcoa dnrpfe da Teteelra
na praia de Cacetla no Algarve. X'esle menno dia uma
eScutia artitliada, qiie cottdD^ÍB oítenla e taotos ingle-
les para a esqiiadra dc Napier , fot tao^di pelo rento
rijo sobre Peniche , d'oiide Iba Sieram fo|a nbrtganao-é '
S rendcr-se, ñcando Idda » getile ptisíoneiíá. Oatrft
navío com írtittdezcs já heTla anteriormenle jido «pre^
Sado , qaasi pela mesma, fúrma ni cofta áa norte.
Os emissarios do setlhor D. Pédre Inbathavain por
fkier atgnma e<Misa no interlor pira apofal- a eipedtfüo.
Já nó mez de abfit hnuve uma tetitBtÍTa no' Pendio,
danda o grito unl suldado do deposito de eavallaria n.*
8, porém grito nüo foi onvído, e a sotdedo fiigia..
A 21 de junho akt hespanhol r^sidenie na Barqoinha
cúnseguiu com alguns contrabandistas dar o griio peto
senhor D. Pedro , sendo logo seguido pdr outros ind)-
Tidnos , e dirigindo-sé a Thomar , onde nSo havia ¿trar-
»Í93o , aK Szeratn i accIamae3o da rainha t ptTém togo
liveram de fngir pttrg Hespanha em debaifdftda peri«K
guidos pelo bstalhao Asoriano, • por elguma cavalla-
ria , e ordeoanfes.
f isconde de lCoIellos , general do Alg<rre , • tiún-
18 »
I».,,,;. I. COO^ÍIC
e da 5.* dWIiSo áo etercito do naliór D. ll!>
guel> nm obstoa ao desembarqne d> eipedi^ao , nem
manobroii ■certadamente para obstar ao seu progresso ,
4e mineira qne , qnasi sem resisléncia abandonou a
promcia, relirando para o Alemtejo, « o duque da
Terceira , sris djas depois do sea desembarque , en
senhor do Algarre.
A esqóadra realisti safa a faarra dc Lisboa ~ne dia
1.* de julbo, tefldo o chefe de dimlo Aboim ordem
de naregar para a altnra do Porto , ou Viila do Coode.
Eata ordem foi dada pelo .seubor S. Higuel [ 54 } a
qaüm acoDselbaranl est^plano , dizendo-lbe , que a jan-
ta reTolucioDBria eni Lbboa tratava de corronaper' os
officíaf;», e guarDJgao da esqnadra, e alé mesmo lan-
^ar o fogo á mesma esqoadra, aotes da chegada de
Bliote , e mais ofBciaes , q marinbeiros inglexes. O se-
nbor D. Higuel Sásustado com taes revelacoes , tomoo
o consetho, de que era melhor , qoe a esquadra safsse
do Tejo , para o norle , oode o mesmo augusto seubor
Ike pBSsaria nma revista , e n'essa occasiao tiraria o
commahdo a Aboim , e o enlregaria 'a Eliole, leDdA
logar, sem reccio de reTOlugáo , a iatroducfáo dos oRi-
ciaes ingl^tes &c.'; porém Aboim , em logar de cuiu-
prir as ordens do sen soberano, navegou em direcráa
opposta procurando Napier , náo fazendo caso das obser-
Ta;oes, que um oSdal seu subordiuado Ibe fizera a i
tat respeito! A 2 de julho a esquadra realista eslava
á vista da de Napier nas aUoras do Cabo de S. Vicen-
te. Napier mandou a Lagos cbamar os seus vappMS,
que se Ufe reuniram de tarde , porém recusaran^ entrar i
B flcn leui '
27B
em combale sem qae se Ihes iixse doas ebíI libras á
cada nm ; todávia Napier conlla?a n» inimigo qtw línba
a vencer, e no dia-S pelas duas buraa da tardc atacan
a náo Bainha de PorlDgal , sem faier cago da náo l>i
Joáo Ti í SS ) . que se entregon scm tWr am tiro, e
qirasi Benhui&a resistencia flieram os onlros navios, e^
ccpttiando a nio Hainhs, que se defendea herokMuen*'
le. Dcntro ein poncos minulos a esquadra er» toda "áe
Napier . cxceptBando duas eorvetas e nm bfigHe que es-
caparam. brigue foi ler á Hadcira , onde se conser-
vou , e as duas corvetas entraram o porfo de Lishoa.
A saida da esqttadra do Tejo , antes da chegada dos
vepoKS, de Eliote, c, mais refor^os qoe se esperavam
por dias , deu logsr , e ainda hoje dá a reflexSes pou-
co bonrosas para^algms dcs homens que dirígiram 09
negocios politicos e aeonselharam o seobor D. Higael,
duranle o seu reinado.
A caosa da rainba ganhen rapidamente nma grande
posiqao com a tomada dá eaqoadra adTersaria. Reror-
eada a divisao do duque da Tcrceira com tropas da
btigadafla marinhsapri«Íoaadas na esquadra, mas que
tomaram o servifo, assimcomo com ofücjaes e soldados
appreséotados no Atgarve , emprehendéu o avancar por
todo o liltoral , o similhante avanco pouco risco pod»^
ria t«r com uma forte esqnadra que parallelamente se-
goia a eipedi^ao , para a receber no caso d'ain revei.
Quando taes acontecimentos tiaban logar , cbegava'
i Vianna do Hinbo om dos vapores eomprados pelo
gov'erno do scnhor D. Higuel, conduiindo o marechal
Bourmont, com oulros geaeraes, e oiliciaes franceics
para o eicrcito. A 14 dc julho fai Bourmont nonieada
(65) Officiode N«fi«Miniahtrod« marinha.- •
sr?6
pel9 teiilior D. Higuel OMrcclul gwml Ao csercíle,
C cbefe d'ettfAa maioT JDnta di sua real pessoa. O te-
HentQ genaral conde dc Barbacena foi t^mbeni n'esle
IBCSiiiQ dia elevBdo i dígnidaile de iHareebal do exerfilo.
BoarQOiit sabedor dus aconlecimenlos do sul do rei-
no qño esUva wcegado em quanto oao y'is^e a cJ|Mta]
em máos capates de dirigir a sua giiarni;ao para * de-
fesa da mesmB, e um general habil no Álemiejo, que
era o campo oade ^e esperaTa fusse tbeatro de grandes
acontecimentos. Defendida Lísboa , o duque da Tercei-
ra ou bavia reembarcar , oii aTanfar para o cora^ip do
reino; no primeiro caso a giKrra terraÍBaTa no sal ,
pelo menqs mameDlaneamenle ; no «egiiqdo, o duque
«bria uma campanfaa oode os getieraes poderiam mo&-
- (rar a siu pericta militar , e uma campanha qiM nais
agradafa ap aoldad» > larto , durante um aano , do de-
fender, e atacar paredes. Bourmant mandou alguns
generaes e «flBciaes ao duqne de Cadaval dand»-lheB as
Wtrucfoes uecessariaa para poderem obter um bom re-
SnUado para a cansa do rei que defendiam, porém ei
«fficiae» píio poderain tomar os coanMndoS 9pporlii-
Bamente (56). .
O general Uolellos estabeleoea o sen qiiaTlel geoe-
ral em fieja, onde tii^a uma forija re^pcitaTel. A 17
de julbo general Tcreeira, esta»do em Uessejaoa,
COmmtmica aos o^ciaes da sna divisáo, que abaDdoMH
Vt Múlellos eat Bcja , e drteminava que. a expedi^o
W dirí^iase ao Tejo: cate iwfimeqlo onsado agrd^
dou, e fpi exccata4o. A, 21 entroa a divisái) eipedi-
cionaria em Alcacer do Sal , a- 22 em Ateitio, !»•
(M) QiiaiidoiM<iflidBe*fhiiicei« diaganm a Colatbra,
UDhuii loemr Di graodn ■coDtecioienloa doa diai 2i d* jn-
n, C.OOylc
vn
xnido mutlaa pritÍODeÍNu , rceebeiido apprMenlédM
O duqae de CidaTal lunda alguot cerpos , eaa fat^»
de trei mil bomcni , para Cacilbai ái ordeM do gea»-
ral Tellea Jordáo , M\tt guppondo, ^n» Molelloa «■
Taborda segniani de perto a Terceira , na raa Tetagnar-i
da. A 33 rui Telies Jordao alacado na Cora da Vieda<i
d« e Cacilbas, delxando-se estopidameDte derrotar *
sos seos 5otdad<M. Os fagítivos corriam sobre o Caea
de Cacillias, onde ns maior desordem embarcatain
para Lísboa ; porém n'ests tempo Dma forta dos len-
eedores CQrreiido sobre aqnelle ponto , ■lcan; ou a appr»-'
sentacSo de miiilos , fcz graode número de prísÍMie*^
ros , matoa rouiiiasiiiios doa soMados de Telles Jordio ,
e a este mesmo general , a qKi» deram uma aMtt*
ontel , faxendo-ú em pedai;os.
O govemo da eapital possnido do terror panico ^ qoe
■ derrota d« Talles Jordiio )ba tDrundla , láro tendo tm>'
tieias posÍlÍMa de UoleHos , os boaloa de tpte vinbtt
lá exercito de Xeries , fec cem que no dia 24 d«
madnigada abandonasse cobardemente a j:apital do rej*
no , onde tíqha nma guanifSa superlor a dOEe mil bo-
mens finnes , e a coberlo das fortiflca^Ses da margem
direha do Tejo. Sobre~láo vergoabosa retirada noito
se fklloa , tem faDado , e ha de fallar por mniloa av-
nos, e n'esses muitos annos qnchSo de vir, £ qne oa
noscos vindouros bau de aclarar siniilliante mjstcrío,
peis nift i d« «rer , q«e as pe»sou ao.faeto dos nego-
oioB ocenltoa d'aqneHe'tent^, deiieni de descarregar
a nti conscíencla , legntdo ao fUaro' ntiúilscnptDS ctna
a.wrfatlo verdtuivira d'esse» wstlerio* • pwa que leja
I. Coo^ílc
tí9
ttHitmáñ a menoria, e boa repBtlcSo de tDaitos Ín-
difidaos , UQS já mortos , oatros ainda v iros ( &7 ).
.Afoaodonada a cspital . algum pofo miudo primeíro ,
e depois todo , come^ou a correr a» raes acclamando
a seshora D. Haria ii , o seiihor D. Pedro &c. (SS)
GoineQarBni a pFeparar-sc transportes para conduzír a
l>Í3boa as tropas do duqiíe daXcrceira, que nao esce-
dÍHD niuita a 1:600 homcDs. ArrooibaTain'SC as cadeias
do Linoeiro e d'outras prisúes, stdtando todos os pre-
sos , consequencia logica do triunfo do dia tm quant*
■« tratasse de soltar presos polilicos; porém proeeder
criminoso nos qne KOltaram mslTados . que horrorísa-
ram a capital , onde porpetraram novos- crimes.
. A divjsao da general TÍsconde de Holellos chegon a
Selubal no dia 24 , Oo inesmo. dia em que. o duque pas-
sava para Lisboa. A marcha de Afolellos desde Bcg'a
foi Tagarüuasimn ; cúm duas marchas dobradag teria
cbegado a Almada ao mesmo tempp que o duque , e
este flcarÍB u'uma posi^áo, airtscadÍMÍms , attendeDdo
» que a esqiiadra nao apparecia , poís o venlo nao )he
tioba Aáa favoravel n'aquelles dias. Molejlas deixando
a estrada dc Setul>al a Lisboa, marcba para Aldeia
(Sfr) EDteiHlo qne « bomeni hanrada, leJB qoal fbr ■
faMtideira ctn que milite , nSo A*"j» o Uii)éo ile (raUM- , e
neni tSo pouco os bous filhoi ou oelo) goilario de ver ao
faturo oi noinet de leui avót ligado* ■ hiitoria com tia Ín-
fsinsntei tpilhrtm.
'{58) Bram dk «laiar parle oi qae oatr'ora acclaniaTani
o lenhor D. Miguel, é lamtteni o qne le cottnoia dar ■
¥iem Tence, coing reipunileu d graiule D. fr. Manoel do
enacalo, arcebispa de BTora ca occaúia em qne a gene-
ral francei Liúion tomou ■ cidada de Brora e pettnntaa
ao arcebiipo — qaem TÍTeT fimn Vfnei ^ gmrrtil ¡ tai «sta
> bella reipoita do arcelHfpo.
0,i,-f-n,GoOglC'
Gallega , 'se&do sbandoniido pela chefe d'Estádo maior
Augusto Xavier PBlmeirrin , e pelo brigadeiro Ndoo
Taborda , qae deserUram para se appresentareni. ao du-
que ^» Tecccira I MoJellos lúio podendo patur. o Tejo
em Aldeia Galkga , como se diiia leociooava , para se
reunir ao duque.de Cadaval , passou-o em Vallada,
reuRÍndo-se ao duque em Leiria &c. Napier e Palmem
cam a esquadra entraram no Tejo a 25.
Bourmdnt estava impaciente por noticias do snl , p»-
recendo bIo querer ientar cousa séria , sobre o PorU),
lem ter a cerleta da seguran^a da capital. Oa geáe-
raes e olHciaes , que elle havia .mandado ao dvque de
CadaTa) o encontraram por Leiria em canfiiia retjra-
da sobre Coimbra.
fiourmoiit , depoisdeler obsenado as liohas , fez s»-
bre ellai , em 25 de julho , um reconhecimeDto , qite
todos temclassiBcadOGOmoumgrandéataque.SeBoVT".
mont chamaTa reconhecimento áquelle roodo de ata-,
car, como seriam entáo os seus ataqoesf Os do Porto
t^lvez náo resisti^m a mais dois , a mÍD lerem ganhi^
a grande forca phyaica e moral que Ilies deram os suc-,
cessos do sul de 23 e 24 de jutho.
I A ánciedade do senbor D. Pedro e dos seui nao era
THeaas pela rcceio quc lÍDham do resultado da mar-
clia de Terceira sobre Almada , áo que a do senbor
D. Mig:ael e dos seus , pela seguran;a de Lisboa. A.
2& de jvlho pcla noile chegou ao Porlo um vapor in-
glei como expresso para levar a notlcía da vicloria do
dia 23 , c da occupa^áo de Lisboa pelo duqnc da Ter-
ceira, depois de abandonada pclo duq^ue de Cadaval.
A 26 o senhor D. Pedro passou ao mesmo vapor ti>-
8|ei , e partiu para Lisboa , ande descmbarcou a 28.,
A'o ineiiao día 29 chegon a ,Villa do Cvnde o rapor
: ■ Cousio
(8»
fjtrá daá Itbas ( nm dos trei compraSos m iDglalerra
pan.aesqAadra realijU) c«ndaiÍDda mais quinze oP
flciaes fraDceies , eotre elles dois geaeraes , e lambem
Kliole, qoe veiu especialmente para se oríentar sobre
o eslado dos negocios , depois do aprísionameDto da
csqaadra realisU, que elle esUVa deslinado a com-
Biandar.
cardeal Jastiniano , nuneio de sna sintidade , foi
Bandailo sair de Lisboa dentro em Ires dias pelo se-
Bhar D. Pedro (39 de julho). Em Lisboa faiíam-se
armamentoi com a mesma on mait kctÍTÍdade com que
se Hieram no Porlo um anno antes ¡ ludo era obrigado
a alisUr-se nos baulhoes de linba , ou nos moreis Ott
fiios. A» linfaas come^aram a alcTBntar-se a toda a pres-
sa. goTemo promalgaTa nma immensidade de noTas
teis , e pnblicaTa as promulg'adas um A^ores , e no
Portifr EsUg leis cram na 'maior parte destniiAdo todoa
os aniigos tribuoaes , suppressao parcial de conventos
&c. &c. CreiercitodosenhorD.Pedra angmentaTa, ¡i
pelas deserfoes do csnpo realisU , ji pelas recritas ,
cavallos, e toda ■ qnalidade de petrechos que Ibe re-
metliam de Inglalerra e Fran;a. A lua esquadra ígnal-
mente aiigmentoa com os ntvtos qne ainda acharam no
Tejo , entre os quacs se encontrvam as doas eorreUi
fbgjdas da baUlha do dia 5 de jnlho, e o Taper Jor^
ir, uro dos tres cnmprados para a esqnadra realisU.
O miaislerio inglet rcconhece ■ senhora D. Haria ■
( 9 de agosto ) entregendo n'este dia as suas creden-
ciaes Lord William Roussel. Esperara-se igual procedi-
menlo de Laii Fiiippe. ministro bespaitttol , general
CordOTa , nSe reconheeendo o noTo guverno esUbele-
oido em Lisboa , relira-se para CoitUbra para- Acar jniv
1« da peasoa do ttnhor D. Miguel. A cMlero WrtMii-
nvGoogli:
S8i
«onlíatun ■ ftier Knnáet MtragM por Ud« o'ltlaralk
AccoDnnetlendo Uipbem o exercilo do HBbM\D. Ui'
goel , fei n'elle gfande deilrofo; muitot e altoa per^
aonagens morrerani em Coimlira atacadoa d'esta bmh
Jestia , entre eltes o ajudanle general marqaei de Tam-
cus, o mioisiro do reino coode de Ba&to Joai Anlo»
Dio de Oliveira Lcile de Barros , o inteodcnte geial da '
policia, &c. &c.
O senhor D. Uiguel fei oi seusconselhoa , nos qnae*
ae tratoo das ulleriores operafóes. Da esqoadra apenaf
Ihe resbiTam doia vapores , porém prometteu-ie a Eli»*
te fundoB para comprar uma esquadra ignal á do s^»
pbor D- Pedro, e o almiraiite realista devia partir,
eomo effectivamente partiu , para Ii^laterra a iratap
(Tesse negocio. 8obre opcragóes tarreslres , assenlou>(a
qoe sobre o Porto ficasse um exerclto superior a dea
inil homens de obsena;ao, e qae reunindo vinte-acÍB>
to mil homeos marchassem sobre Lisboo.
O levaBtamento do c¿rco do Porio foi demtiada-
mente moroso para um caso do lanta gravidade para a
caDsa. realista , como era o de retomar a capital , o qna
terinn eonsegoido, se com rapidci destacain do Porlo
vint^ mil homens ; porém o tcmpa decorrido desde Sd
de jalho at¿ 6 de agnsto íot todo perdido em conferena
cias &c, , isto é , tempo necaisario para chegar » ^
Lisboa ( S9 );. Só ■ 9 de agest» é qua o exereito re»>
tista eomctoú a lcTanlar ao nMta of sens postos nwis
avan^dos ; tendo comtndú ji eome^do a narcbar gran^
{69] AdBilra qna lead» «m janKa l<^« a exercilB en
eipectalÍTa p«ra fater Qtna tapul' niarcba tebn o eierct-
to do iCDbor D. Pedro, ijue te ■nppuDha querii roioper a
tli>k> •i ..!. Ai, ».._i_ «É..0 tiia coDiÍdcraTani ■ tamada
I. Coo^ílc
m .
d« nninero d« tfopas, que «&traTtiii ea Coinbra na
día ÍO , com o s«nbor D. Misoel , o mareehal gene^
ral , e todo o seu numeroío esUdo ntaior. - •
• Edi Lisboa raiia-se acréditar, qne o exercito rea-
lista Dáo lCDlaTB um alaqae á capital , que elle .esUn
lotalmente dcsfeito.; porém esta idéa foi deslniida na
dia 11 , quando tiveram notieii d> marcha do eiercito
realista. Lisboa foi noTamente présa áe nm bando dc
eialtados, quc recomcEaram as scenaS do dia 34 de
julho, matando, ctpancando, Slc- O senbor B. Pedro
sctivava as linhas , c faiia lodos os ecfor;os pelas guar-
necer , e para mostrar qne nio tÍBtia receio , que a
guerra estava acsbada ; apesar das medidas de defesa ,
qae em táo grandes propor^oes se tonaTam , decretoo
em 15 de agosto ,.que as eleitoes para cortes cxtraor-
dtuarias livesscm logar oodia 1.° de oatubro. Era islo
uma estrategia , c nada mais , pois a Bao ser alguma
cabe^a vasia , ¿ que acreditaría , qae a guerra estaría
lerminada ahtcs de OBtubro , dispondo o senbor D.
H iguel de todos os recursos do reino , e domiAindo o
senher. D. J'edro pouco mais de Lisboa, e Porta. '
O duque de Lafóes fui encarregado pelo seu garer-
no de faxer vender todo o vinfao da companbia do Alto
Douro, que ostivesse annazenado em Villa Noti de
Gaia, para que o governo do senbor D. Pedro náo ti-
rasse d'ali os grandes recursog que a sua posse offere-
cis. duquG propoi ao general Saldauha , que dei-
xasse emharcar- para loglaterra os ditos vínhos , qne o
seu producto serfa depositado no Banco de luglaterra ,
até ao fim da guerra. Bstas ncgociacóes du^aram oito
dias, c observando os gcneracs rcaliflas , que o quc
sc qaeria da partc do Porlo cra demurar .csle negocio ,
e como a dcmora eiiibarai¡ava as opera^^es .'qoe o con-
dede Aln¿r tinfaa enr lista levinlanda o sttio, man-'
doa { 17 de ■gosto } lancar o rogo aos annatens oiidé
«xiatia o vinfao, pa» qae os seus cantririos náo sO
aproveitassem de lao grandea valores [ 60 ).
O exercitú realista rennido em CoiqibTB em iórca sn*.
perior a vinte e cinvu mil homens , destinados a tomvr
Lisboa ,'ainda apprététilflTlim bm aspeclb aiarciat admi-
ravel, apeMr dos seus }á desbaratados uniFormcs , e
iflcAiDRiodos d'uma penesa campanha d'um anno , e nm
cérco de dei metes. A eaTalIaria'priacipalmente, com-
posla em groode psrte de ofiictaea c soldados da guer-
ra peninsiilar , fazia a admira^ao do marechal fiour^
mont , que ainda n'aqiiene eslado a comparara á me-
Ibor do mtindo. As tres divisóes em qne eslava oi^a-
msado éste-corpo do exercito comecam a sair de Coim-
bra a 14. Clouet commandava em chefe. A 1.* divisio
do GOmmando do gencral mBrqnea I.arochcjaqnclira ,
atraTe;saodo o Tejo na Charausca roi occupar Salvalerra
de Hagos para scgurár as communicagóes com o Aleoi-'
tejo ; a 2.' is ordans do gcneral Lcnws , dirigiu-sc por
Thomar a Santarem ; a $.' áa ordcns do general Ñu-
nea de Andrade seguiiv a estrada real de Leiría b Li»-
boa. O quartel general rc«l safu de Coimlira no dia
i8 , wguindo ar 3.' ditisáo , perém tudo marcfaava len-
tamenle , coniuminda o tempo em planos , scffl nuoca
(CO) Na farqa da paixio multo >e fallon contra o proce-
(Umento d» Beaeral realtita ; porém u>t> coni rHiilo , purque
o daqtR! de Lafiíei, eji rande de AJinér procuri<r«ia meioi.
raioBTeia para eviur tal deitrai<;io ; nio foram ■tlendidas
■1 Hias propoilai p«lo geDvral advenariu , callocoBdo-Di tal
reciua am poil^iu de utar do direita da guer» , que enii-
n« ■ liiar todot m recartoi ao iniiitÍED &G. fcC. Nao le. pan-
*e porém , ^m appróv» • paMO-daiv pelo geaeral Almér.
0,i,-f-n,GoOglc
m
hntt nma fl*m6 délibera^ao, eomase reqaerem to-
4as ts gucrrat, e cuni eepeoiatidade nas. civis. Parecia
blalidade no eiercilo realisla, as snas marchas eram
senipre morosas, nao Ibe serTÍntlo de eiemplo o re*
saitfdo da morosidade na canpaDba do «imo antcce-
dente.
O general Saldanfaa safu das linhas para o lado do
norte { 18 de a^osto ) e atacan o brigadeiro Panlaleao
lan^ando'O para fóra das suas posígoes , lícando o silio
levantado por aquelle dado. general conde dc Almér,
qoc estava em Villa Nova , Cerreu para acudir ás trop»
do gtneral Panlaleáo; porém nao podendo efiectnar a
sva passagem em tiramil por o seu anlecessor general
Glouet ter destruido a ponte do barcas ali levantada ,
tere de ir passar a Arncltas , podnido cbegar só no dia
19 ao campo realísta , que animou , e come^ou a esta-
betecer o bloqneio no Porto , sogundo o noTO plano de
oampanha. A 20 leiantaram oi realístas p sitio , pelo
lado dc Villa Nova de Gaia para ir tomar as posifoes
de Ovar, Feira , S. Jíao da Madeira correndo na di-
Fectáo 30 Douro a ligar com á üdI^ estabelecida pe-
le lado do norte. Na octasiSo em qne os realislas aban-
donaram Villa NoTa ; feram. alacadss pela gnami^iu
da Serra do Pilar , que havia sido grandemcnte refor-
(^da já para tal fim. N'esta etpecie de sorlída conse-
gQÍram aprisionar , e appresentar-se um grande nnme-
To de soldados rcaüsta.s [ 61 )■
conde de Saldanha embarca no Perlo para Lisboa ,
detxando o govemo d'aqaclfa cidade ao'geDeral Slubbs
(« ) 0« ■cOBtecimento» de JbHm de flOS eiliiMnliti inn»
dMnno á rmut» TeatbU, qae o •eu eserr))» dimlMrlir M«-
■MMWMhMMla peht dMn^glMi qm fHTMldntM IblMI ftrm
'«Mf M-^nr « cMM^ «•(eMlw Dir Pvtiti.
• ü,o,r,-f-n,Co0^ílc
M5
(93 ie agMla). Qaisi todas as tropis de IídIib »tí aft
exislentcs no* Porto , tinbam igualmente paBudo a Li>-
baa. ciercito do senbor D. Pedro tiiihi n'eslM epa*
cba uma forfa de 36:000 homens, meUde do l/ lí.'
nha contando ja 600 caTalIos. Já m v¿ , que a for^a
áo Getihor D. Pcdro , de repente se poi quaii ignal i
do senhor D. Miguet , excepto em caTallaria , porém
nao poupava esfur^os. para a angmenltr , já nandando
recolher quantos cavaUos e muares p€de encontnr eni
Lisbo) , e no Riba Tejo , já mandando-ot compfar .e&t
Inglaterra. rccrutamcnlo para o seu exercilo nSo o
r^iia com menos vígor, e náo o gatisfbzendo o que se
oblinha no paiz , mandaTa-o activar na Inglaterra , Ir-
landa , Escocia , Franc» , Belgica Acc. &c. Corpos em
grande for^a se organÍBavam n'aquellcs paites para pas-
sar a Portugal ao serf i;o do imperidor ; e como a for*
luna da guerra se apprcsentaTa da parle do senhor D.
Pedro , em taes recrutamcntos já náo havia difficulda-<
des como quando eram para passar aos A;ores , e ao
Porto estreitamente cercado. De opera^üeS ao norte»
desde o dia t^ e 20 de agosto qiie nao havia nada no-
tavel ; apenas no dia 3 Gieram do Porto nma sortida até
Penaflel , e logo' outra no dia 4 sobre ViIIa do Conde ,
recolhendo ao Porto com duzentos prisioneiros, quasL
todos do rcgímenlo de milicias de ViUa do Conde.
O esercito realjsta avancava de Santarem e Torres
Vedras , relirando sobre Lisboa a divisao do duque da
Terceira , qne em doas columnas observava os movi-
mentos do excrcito realisfa. A S de sctiemt>ro atacou
Bonrmont as linhas de IJsboa em seis columnas com k
for\;a de doie míl homens , apoiados por oit» pe^as ds
arUlfaaria , e aiguoA {ortes esquadroes. O principal ata^
que roi f«la» «str«d«s 4« Palbavi ,' e Afco do Cego.
i-n,Googli:
286
JBonVfl nigói 4t ftlor de amboi ós eurcilós , « e's rea'
liatas podeciam ter peneLrado a cidade , se am outro
movimento opportaDamente soccorresse m bBtallÑes de
ToTanUríos de Lamego , CoTÍIha e FDndSo , cacadores
n." 8 , e os regiraenlos de inffmleris n.° 8 , 17 , e 24
qne ás ordens do brigadéiro DubreQÍI avaD^aTain cora-
josamcnle por Palhavñ. Depois de treee boras de fogo
09 realistas estarnm nos seus acampamentos , e dizia-
se qnc para renovar o alaque no dia seguiute ; porém
elle nao leve logar , dando assim tempo aos sittadosa
reparareñ as suas trtncheiraa , fortes &c. &c.
' O marechal Bourmont prOpot nm ataqne nortnnio
faxendo p,enetrar do interior da cida'de tres miF idfan-'
tes cm columna ccrrada , apoiada a cuhimna pela com'
petente artilbaria , e algúns eaqiradróes de caTallaría;
algans oE&ciaes francezcs sc ofTereceram a marchmr de
frente. O platio foi rejeítado por muito arríscado , po-
rém era elle o unica de , em taes alturas , dar um gol-
pe mortal na eaasa do senbor D. Pedro, ou tambein
acabar desdc logo com a do senhor D. Higoel. Rejet-
(ado o plano, iratoü-se de oulro , que^era chamar a
átten;3o para a esqnerda da linha'de defesa de Lisboa ,
onde sé devía fazcr' nm ataquir serio, e no mómcnto
ém que as tropas do senhor D. Pcdro paTa ati tives-
sem eorrído,'as massas do eiercilo realiata com todi
8 sua cavallaria penelniriam a todo o custn pela cidade.
Optano Eoi rejeílado pelo generat Clouet , qué tambeoi
kigo pédiua sna dcmissáo. general Gouvea Osorio
flncarregoD-se de diri^ir o ataque , o qne fez com duas
brigadas pelo Altdde 8. Joáo (t4 de setembro), pt^
rém sem o resnltado, que esperavam. Desde esle dia
qne os gcneraes pareciam ter renunciado a qualquer
alaque ás liDhas dé Lisboa, que livesse por fim o le- ,
28T
Tal-3S á viva Tor^ ; porém lambem o tempo cnrria stin
«e haver (omado no campo. reatista nm partido.
jenhor D. MigDel faaTÍa luctado até agora iiao a&
coolra seu augtuta inaáo , auiiliado pelos govcrnos da
lagUterra , Fran^a , c Belgica', mis agora contra o go-
verno de Bespanfaa , que exigiaa expulsao do senbor
inrante D. Carlos do territorio portuguez, para onde o
Dtesmo governO'o havia mandado. O estado moriitundo
em que se achava o rei de HespaDha , Fcrnanda tii ■
nelteu o goTerno nas maus da rainha D. Maria £hris-
lina, que odj'ava seu cunhado , a ponto de que para
ler apoio nio duvidou cntregar-ae nas máos dos revo-
lucionarios , qnc apoiados pelos mt^mos govcrnos Ín.-
glCE, francez, e belga , haviam constanleiaente íeiía
gocrra ao [lodcr do rei seu augusto esposo. O.senhur
U. Migoel negoa-se a scr inslrumento da raiaha Cbris-
lina para ler o pcrseguidor de seu anguslo tio e cu-
nhado , assim coma se havia negado o senhor D. Joáa
IV a ser instrumcnío do lyranno Cromwel! , qu^ndo
este eKÍgiu a enÚ'e^a dos principes paUtinos , que ti-
nham seguido a sorte da causa Bu ínreli^ rei da Ibgln-
tcrra Carlos i. A recHsa do senbor D. Miguel trouie-
ibe mais um adversario, qne mais tarde se tomou em -
tnimtgfl poderoso, e ao seohor D. Pedto um a'Uiilio
poderosissimo.
O impcrador, activo em organisar o seu ctercito ,
esperavx em breve mais tropas eslrangeiras com.que o
rcfor;asse„ e podesse fatcr levantar o cérco dc l.isboa ,
eemprehcnder novas opera^oes , pois as suas tropas
apcnas dominaTam no Porto , Peniche , Lisboa , Sctu-
bal , Lagos , Faro , e OlhBO. No Afgarve priocipalmen-
te estavam cm grandes apuroa , pelo cÉrbo que Ihe faa-,
viam posto a'aqQctlu.lies pratjaa as gaerrilhas e va^.
19
I».,,,.-. I. Coo^ílc
Nmtaríos rinlistils d* {trovfncía. Estes esforgos pari
eipulsar 4tt AtgBrre oí «eldidoa do seiibar D. Pedro
Íraib tisia detidos á bo« TÓntMe d'ai^UeHes povos, do
^e aos eiTorqiis dos gGneries realhtns. Os sitiados de
hagai flxeraDtnnia sortida (15 de settüibro ) para re-
^nir os sitiantes. Selubal quasi abBndanadi' pelo se-
irtior D. Pedro poderk ter sido oecBpada pelas tropai
d» aeiihor D. UifUeU
O Tapor Loi-d.dM lltias chégon ao porto dc S. Ifar-
tiliho condutÍDdo algvBs soccerros qae os agentes do
^enhor D- nigtiet cm Londres poderam Brranjar. No
Tspor VierHH «Igims efflcTfes inglezes, entre clles o
gencrat Macdamald , official qu6 ñiera a guerra penio-
lAilar ab serrlgo da Hespanha. Erá'lnB occasiao .para
ÍCT empregBiJo Ho eiercita realisU pela descredilo
f itDm^rícids ) ém qoe ji estaTam 03 generaes fribee-
t6s. k HacdflnaTd foí oñ^erecido o logar vago peta de-
ttiiSio do generfri GtoOet , logar que o' gvaeral kiglei
iSrietwii.
Bonrmcitit , coDfaeceñde » impossifailtdade £e innier-
xür t> eterdto ha offensÍTa por Biuito tempo , propei
plnfio de o retfrar para Loures , a rer se a)¡ padia al-
trahir as tropas^o Senhor D. Petfro para as baler n'uma
botatha gírat, pela Ki^eíioridado da sm cavallaria ;
quc desde logo se mandasse rortiflcar Santarera , Lei-
rjá e Obidos, a flm de servir de base de uttei-iores
upéra^Ses, no caso de serem ohrigados s retirar, por
nifeito da perda da batatha que csperava tivene lc^ar
itas iitfmedíacdes dc Lisboa. Era snn qaeslio, este pla-
no do raarCchJt , o dhits proprio p«ra or^niisar o exer-
cHo, ttorBll9BtK>, é fntcT d'ísUnvalTer a peri«fa no
ramif!> , anfoMdfi pdr ums Vtt cmh o tcrrrrel sjHteras
d« tuMw mmprt t atawr oim«9t íetffmUB &Ci O re*
o,i,-f-n,Googlc
250
nlior , e come;araiii a dsr Um motÍTos de desgosln zS
márecba! , qiie esle pediu a sua dcmíssio, que loga
Ihe foí dada. Bourmont, Ciouet, e outros muitos offi-
cíaes francczes foraiD por Hespanha , para embarcarein
para Italia ; todavia o marechal ^como homem de bem ,
deixou ainda no cxercilo dois de seus filhos , Dm d'el-
les conde Lnix de Bourmont.
A scDbora p. Uaria ii cbegou a Lisboa em 22 6e
setembro. Sua magestade , na sua-passagem 'por Ingla-
lerra , foi recebida pclo rei Guilherme iv com todas tS
honras devidas a lesta coroada ; e nem podia deixar d«
assim ser , vislo o rei de loglaterra ler ji reconhecido
B mesma 'augusta senhora. Setembro de 1834' j¿ nSo
era o Belembru de 1828. No mesmo dia da cbegada d»
ralnha a Lisboa foi o conde de Saldanba feito mare-
chal do ciercito.
Mallogradas as negocia^Ses para termínar a gnerra ,
e para «vitar , em parte , qae no exercilo realista se
abracdsse o plano de campanha , uUimamente appre-
senladó por BonrmoQt.'para o que.parecia haver sua
dbposisáo, mandou o senhor.D. Pedro refor^ar a guar-
ni^So de Peniche com tropas do Porto, a flm de po-
derem tomar a ofFensiva por aquelle lado , tomando
.Obidos aoB realislas. Refor^ada a guarnÍQáo de Peni-
cbc , esta safu da Prate c tomou Obidos cm 29 de Se-
tembro , flcando senhora de alguos máteriaes de guer-
ra que ati bavia.
A morte de Femando vii , ba tanto lempo. esperada ,
realÍBou-sc finalmcntc no dia 29 de selciDbro. Fernan-
do ha muito ^uc cra quasi cadavec, María.Cbristina'
foi quem governou , assim se póde diier , de^de qae
eHlron em Hespanha. A guerra civil matiirestou-«Q «pe-
nas foi conbccida-í morte de Feniando: en « eoos^
0,i,-f-n,CoO^ílc
29i
qoencta das iiUimas medi<]is do gOTcrno quc aboliu a
íei de successáo. A princcza D. Uaria Isabel Toi pro-
clamada cóm o nome de [sabcl ii , sendo o seti nomc
Uarij. (63) Os governos francez e inglee reconhece-
ram logo Isabel ii , o que deu grande forqa moral á
sua acdama^ao. A regenie Maria Christina dispunha
dc um eiercito e do ihesouro, mas nem por isso p4-
de obstar a que Carlos v fossc logo proclamado (' 3 , Í,
&c. &c. de outubro ) na Navarrá , e nas provincias dc
fiiscaia, Alava, Guipuscua, Castellas, Aragáo, Va-
lencia, e Catalunha, e n'otitros pontos d'outras pro-
vincias. movimentn carlista assustou por tal rórma
o partido da nova rainha, e ao seu protector LuizFÍ-- '
)ippe, que sc julgou quasi inevttavel á intcrfcrcncJ.i
Aranceza. Os libcraes mais eialtados quc ainda se acha-
vam no exilio , tacs como Mina , Valdcz , Jaurcgui &:c .
¿lc. foram chamados para serem os dcfeitsdrés da caosa
da joven rainha. As nolabilidades palacianas do parti-
do carlista dirigiam-se a Portugal a procurar o sen rei .
mas os soldados, ou os vcrdadeiros defcnsores da lei
salíca corríam a procnrar a gloria nos campos da Na-
varra e das Vascongadas. A regcnLe Uaria Chrislina
ínsisle para que o stnhor D. Miguet expulse do lerri-
torio porliigiicz a seu augusto tio e cunhado; porém o ~
senhor D. Miguel insiste na rcsposta que aQleriórmento
dcra a lacs reclama^ócs-
O baiSo de Morlicr fOÍ nomeado' por I.uík Filippe
(fiS) Foi parainoslrar que ji tinba ha*iilo eiit» rainha
reinaiite em toda * HetpiDha , e' osiim foi , qunnda le reu-
nln u Heipanb* pelo cHam«ilto de Itabel de CHtella rom
ITerDHida da Ar'fio tiai 147«, ma* eulio «Dda oio batia
a lei que exclaia a* fcmeai, por(|uc a lci mIíc* «lata eni
UcapaDha dg amio de 1700.
i,n:.-' I. CoO^ílc
sm embaiudoF ctn Llsboa , juoto úo govetno da taí-
nba a seühora D. Mana n ( 10 de outubro ).
O generai kfatdoDaíd titt frenle de Lisboa itkosll-M]-s«
a prihcipio ^i^postD a lAudar o systetuá dc guerrá , se-
gmndo o que iiaVia plaotsado o inarecha) Bourmont ;
|>oréiii >tu-se, que frcoo n'uCQ éstidb de ipalhia, áes'-
'de dia 18 de sclen^o cm que lomDü o connnando ,
>té aos pTÍmciros dias de ouinbro. £ra notarel esta fal-
í» dc euergia eltt qoasi todós os getteraes realistas. Nos
prJmeirúS d!as de o<Iiubro sc obserfon qtre do excrciló
ícalista se ÜeMnfOheu uma actividade espantosatio le-
^antamcnto dls fortiñcagoes , náo só para repellir ({lul-
'^uer ataque que de dentro sc Ihe flzesje, más mesmo
pclas guarnt<;3es dc fcaicltc e Obidos , que tinham já
feito avancar dois úa trcs tnil homcns sobre Tofres Te-
dras. Idacdonald tcntionaTa na noite de 11 fazer um
ataquc bocturno soln-c Lisboa , a fim de poder lan^ar
por ineib artiHcioso um corpo de Iropas na cidade ,
Dnde csperava achar apoio n'nnta conlraretolngffo ; po-
rém senhor D. P'cóíro, sabcdor dos platios , mi jmt
acaso, safu das sQas litiba^ no Ijia 10 de olilubro pe-
las Dove horas da tnanh; , no intuito de atacar os st-
tianles. O exercito realista desde a rerista da mattha
ique au'davii dispefso , e facil foi aos soldados do sc-
bbor D, Pcdro , o alcancar as prltneiras vantagtens;
reubídos porém , quatido eram de^ Iioras a acíSo se ti^
nba tornado [cnhida , priiríipalmcDle no íílio de k>alma
de cima e de baixo: de ambos os lados se obrarara
gentifezas di'gnas d*uma otitra qüalidade ié guet-ra. O
bravo brigadeíro realista Coclho, maudando cellocar
duat pei;as dc arlilbafia em Telfaeim, <et ali desar^
í«iar 08 bBUIhoes inglesm , -e iscqBHiiedava 5éri«m«n>-
lc a paisagem das tropas atacantes pda nlrada (lT>'(toiii>-
m
pD Giúdc. Oielb» fpi gnMneDte fetUo , wmla inteUr
liu'ds |M cBaintDftnáo ia artilharia peJo coroael v*imit
deBockelÍBM. Na esquerda da linha roaiííU as Ivig^
das ie Osori» e do ctHtde Luix de BowoiffQt suslcnt^r
rant ataquas fortiasinos. Loiz de Bouraient, prtncÍjMl-
taoente , ntostroa a'eele dia grande rakor e .geiiio hhH-
tar , qoerendo aó cmq a sua farigada fsMr «iMn qne «
victoria ae deciiüise pda ca«sa qoe tioftíra. ilacad»
sas altaras do Can[>o_ GraiidG , Íuiz de BofirBiont m
peltía 01 toidaáos da senhor D. Pedro porsefUÍiidB^
tíé Penfaa de Fraf»;a , e ÁUa do Pina , ^íad» e«m
ÍMtaacia , Bias em váa , reíbr^os ^ara avantai- , até <me ,
carregado por uma fur^a superior, e <HMu oatvgia,i«r
ve que retirsr Mbrc « Campo Grande , aaáe talTaxa »
[HFrameRte , mai quasi de envoIU com os «tacaote».
qnoado cltegarain os TcTor^.ai , Iravando-^e DM'.o cQta-
bAc , emqae iraai'e usia cirga de cVfallaria díula Pfi9
Bujor Corv4 de CaaÁcs , occaaiüs em ffve £e«M fertdDi
O ceroBd Olinewa Ao regimeot« 14 tiEÜxm fw fenido
«noi^ltneMc.
As fereas .jráctpaes do sevÍMu- !>. Pedro ailjMw
SobrC'O Caii|po£raBdc, entk se travou (mUo <i0Btb4e>
haraMla ainas ?aTgak de .CBNiUarú. £n(raqm<wl» #
cefltro ircatista , «s ulacaitcg penebwcam (MiAt) ^das iil-
-tnraa dvLumiar, que.tenuram il«mar. m3s4otwrfi-
pellidos pela presenfa e intrepidefl, da simbin- h. Mi'
gnd ,^q»e en pessea reanin as tropas ,imoaitrasflo n'es-
la ocoagiño f^ande valar. OfteHbof D. P«dr« «M íot^ ,
de dia sata fóra dae tmbas e otoerwar «s ttdtÍceranLes .
rccotfeeDd» de^w ao Sot4»¡ do Uaniqoe. A, neile kiler-
rompea nU sene lie «anbeln*., morttCerot cotna c$ 4a
giiem fnniualw- , «egwH(o s teaUntinb» «1« tBÜitflre»
qiK-«alnnia a'j»K, /t a'tia),m- O exercils reálista
ü,o,i¡-n,Googli:
Kdinpoo Tio Lnmiar i \-itta doa leiH advemmft, fi-
cando «obre as amias. Pela ineia Doite saiu o senW
D. Uisael do Pa^o de Lumiar , reUrando-fte para Lob-
rei , comecande tambem as hagageni do exercitó en
retirada }iara SantareiD. O eierciLo cffeclflau o aeü mo-
Timenlo aobre Lonres comegando pela uma hwíi á>
Boite a desDlar a arlilbaria , e sHcceuÍTamente a. in*
faoteria , e caTallaria , assim como ds feridos e daea-
tes , aem que iiad* fícasse á retaguarda, cbegando a*
iimanhccer a Lourcs onde tomarám posi^oes , »end«
este moTÍmento do cserciLo realista feilo-coni tal oi-
dém c segrédo , que só na taaiihS de 1 1 , ¿ que o ma-
rechal jSsldanba , leve d'clle.notfcia. Estabclecidas a
tropas realislas ñas suas posigoes dc Lourcs , só coue-
■¡arara a ser atacadas depois do meio dia pot alguaj
lancerros , e atiradorei;. porém sódápots das trcs ho-
Tas , na chegada da aririharia , é qae o combate sc tor-
Bou energico. Q&'realistas conserraram as suas posi^oes.
Ho mcsmo dia 11 deoutubro , em que se dava a ac-
(So de Loores , a guamiráo de LaKOS , aperlada pelai
realístas , propoK o cnlregar-se ; pedíndo aoi sitiaDtn
qne para elTecQiarem a sua entrcga , se aproximaasen
das muralhas ; e no momento em que se aproximaTaDi
Ihes deram umadcscarga ó qtieimi roupa , faiODdo-lbes
grandc mortandade. Similhaale maneira de faier a guer-
ra náo merece commenlos , o faclo por si falla.
EmHespanha faiia proseljtos a causa de D. Carlos.
As provincias do norte estavam levantadas em massa.
O general car{ista D. Sanlos Ladron Toi apriSionado no
, dia f3¡ de ouliibro, c logo fusiiado pelos chrlstinos.
sangue de D. Santos clamou por vitigan^a conlra um
ínímigo que encelava uma gucrra de barbaros , em lo-
gar de uma gucrra em qiie lealmeule se balesseiD pe-
Itis princif^B d^nstícoe poütico qQe represetiUirain of
dois partidos. O logardeD.;Sflnlo9 foi subsliluido .peh>
c&rooel Zumalacari'eeDÍ , que por vODtMle geral dos
poTDS e do exercito carlista f«i acclaioado seu general
em chere. Havia grande^ calhegoria* no campo carUs-
ta, mas todas annuiram dc boa lonlade á escolbs do
Rovo chefe. Zumalacarregui náo desmcntiu das espé-
rangas , e Con6an;a n'elle deposiladas, Em pouco len-
fo c]|e «ra cwibecido jh) innjido conio um beroe d(>
JI095O seculo.
, Deixánios os cxercitos bell¡geranl«s nas suss pesf'
^es de I/>nres depois das batalhas dos dias 10 e 11
dc oulubro. Macdonald ttuha as tropas realistas por lal
fócma collocadas , que Saldanha nao se animou a re-
Huvar o cembale no dia 12. general rcatista , na ceor
rormídade do plano da camiianha adoplado , evacumi
Lottrcs no dia 12 para ir estabelecer em S^ntarem o
centro das suas Dperacóes. O exereito realista chegom
a Santarem no dia 15 de outubro na melbor ordcpi ,
sem ter sido incommodado pelg exercito do senhor D.
Pedro. Este retirada deu grandes creditos ao genera}
Uacdonald pela ordem em que fei marcbar o exercite
fauDdOrO respe¡(ar pelo marechal Saldanha. Macdu-
nald manda para a siia direita tres roil hoipens para
occupar Leiria, e para a sua esquerda uma.outra co-
lumDB a fim de assegurar a posse do Alemtejo. Salda-
nba tomou posi^oes no Carlaxoi e suas immed¡a;oes.
govemo belg» , que conjQnclamcnte com os gorer-
nos francez e ingle^ prestaram tá^ efficares protecnóes
á caDSR do senhor D. Pedro', leconhece a senhora &,
Uaria ii em 23 de outubro.
coronel Florencio t mandado de Lisboa tom nít
e dutentos bomens'para occuptir Alcacer do Sal , o qu»
' \ Co^ílc
296
effectaoa m 2$ de ootobra , coiíe^ii^Q lo^ á drti-
licar aqnelle imjmrUnits 'poBto,
A raiutia Hsria Chríslina úrdenti a iesarmatamAo de
todos oi corpos.de Toliuitarios realistas de Hcspanha,
em 2T de outobra.
As fortificacoes de Santarcm progrediram com tal
rapidez , que em brere esU grandc villa c imporlaDte
poHtu militar se poz em i3« respeiUfel estado de de-
fesa , quc se tornou o OHilro e capJtal do par^ido rea-
lisU. OseDhor D. Uíguel e o scu minidtcrio d'ati maii-
davam Srdens para a maioria do rcino que Ifie ^ede-
cia , e muito do coracie abrarava e ardcDteraentc de-
f^ndia ■ san causa. (64)
O senhor D. Pedro i timitado i -oc«iipar¡« d« lá«
-poucO terreno , nio podia 'levaatar dc prompte um exer-
citft como o i;u£ precisava para entrar cfli oampanba.
A guerra , na actaalidade , náo era a 4e defender as li-
Hfaas éa Porto , e as de Lísboa; «ra taKet nois «éria ,
porqne n'ama batalha eampal pedia ^r4er « em% eau-
ea : excmpks d'eites «mis appres«nta em ■gTmaáti nú-
tneiv a historia gerat. -t^rdmeo aos seas ageotcs He es-
Uangeiro, <f«e« toda a pressa llBCisen b eoapra de
'nais 'Seisceittes eavnltoa , « cnga^seem mais Ires mil
«oldadog , e que csl« seccorros fossem «iaflda4«i6 <««
promptidio. Estas tfopas eram na maiur parte d» «xer-
Tito franeeE, inglcE, e telga , a iqnom davam baisa ,
(M) O jnsiur míiitero., oo o ettado •!■ Iorí¿m pbfura
do paii, ÍDqueitiimiivélpente pertencla aíoAa ao partido
'tíe 1). Miguel , de luótlo que , li exrepi^So rle Liiboa , da
-Vorto , PaiMlU . Setubrf , Pe>)Vchc,Laí;M,f aw ,« «MfcS*
com ■ parte ¿t BilrcmBdiira, ipie vai^rté S>»tamaá 4ed»
• «Hi leilnidDTeÍBo •aaUuJ» eocHcSo a4tbraqav«, « nr-
¿eiitemcatc defendia A,c. &.C. Soriauo, But,.do Cérco do
Tertio, Vrt.i!,'o p,g. W6, « 3ST.
cooyic;.
297
i^erécendp-Itics o patsar a FortH^) ao séni^ é6 t«-
nbor D. Pedro , onde se ftppméntarfliti a t»iti a capn-
paoha orgsnisados em corpos sepaTados dos porlugue-
zcs , iiSEindo dos oniformcs inglezes &c. &c-
general reaKsta , cond« dc Alinér , eada vM aper^'
lafa mais o Forto , c attendcndo ao grande desfalqiife
da guarnicao d'aquella cidade , principfllmenle cin tr«^
pas dc 1.* linha , que quasi toda (inha passado ysra k
Eslremadura , a cídade du Porto estava em risco de ser
alacada , ou surprehendida ; e tomada a «egmda c«pi-
tal do reiao, a focc da gnerra ranito mndaria. so
nbor D. Pedro inslava cdhi fitnlilis para sair e opcrar;
porfm Slubbs rcspomilia quc nao tfnha for^a para lea-
laT taes empretas sem -correr o grande risco dc ser der-
rotadu ; 4|ue a gente que liolia era na niaior parte útís
batalhSes fixes &c. &c. 9tutibs náe saía do PortD , e
o general realista, com o seu t|uanel general em Sal-
lar , fazia correr as soas pairulfias até perlo das tinbas
d'aquclla cidadc. Para em cerlo modo salisfaier os exi^
gencias do scu governo , e para titie nao o atrcusassvm
de Talta de coragem , o general Stubbs , em 3t de ou-
tübro, fez nm reconhecimento sobre Gríjd, -onile M
carre^ado pelt>í realisias aié aos Cartallios , vbrigaD'
dó-o a rctrrar para o Porto.
O gencral Lemos passou Q eSítiieTdh d<o l%Jo coia
lUiiis íoYqas , para gorernar o Alenítejo e o Algam
em nomc do scnhor D. IHiguel. Lemos , attivo scm-
pre , toma Alcacer do Sa! «o ti¡& 3 de novembro , lie»-
'truínilo Compl'etamenle a 'brígada do rorotrel Florencio
-que ocCopaTa atiueDe ponlo. I.emos foi ciWderoradb
'com uma commenda da ordem ■*e cbrtslo , e f>romoVt-
d6 por dislínctáa a teneiíte -generta gradttado. S'e'-
nbcrr D,'P«drb nAmdnn metwt- tm «otiseHio de eoenti
M coroDcl Florcncio , para mpDtider peU derroU de
Jklcacer , porém Florencio foi absolvido.
Stubbs sde novameDte do Porto em 5 de novembro
dirigiiido-se com'ilDÍs mil bomens e dois esqnadróes
sobre S. Manaede d'lDCcsla , onde foi repeJlido pelo ge-
neral Almér , amca^aDdo-o dc tlanco , e obrigaDdo-o a
.ganbar O Porto a toda a pressa. conde de Almér
loanda tropas sobrc a Maia.'onde aprisioDou alguns
oreciaes , lomou gados dtc.
O senhor D. Pcdro chegou ao Cartaso para passar
reTÍsU ao seu CKercila ( 6 de DOTcmbro).
Ao sdI fei Saldaoha um moTÍmcnto sobre Pernes no
dia 11 de Dovembro, dcstruíndo os moinhos , o a^u-
de, e tomando Ririnhas qiie ali havia para o eiercílo
realista. Esta vantagem Coi porém contrabalan^ada pela
derrota qne no mesnio dia 11, na Barroca d'Alva,
soffreu uma for^a de Saldanha , quc foí dcstrutda por
Keríenó , ajudante de Macdonald, Desdc este momcDlo
que Setubal foi mais sériamenle amea^ada pcto gene-
ral t.emas. Sincs foi abandunada passando a sua guat-
nifáo para Splubal , cnde tambem chegou Napier coin
um rerorco de dDzenlos belgas.
Apesar da carcocia de recursoj , o eiercito reatisti
progredia na sua organisa^áo e disciplina , appresen-
lando já em Santarem um efTectivo de quinzé mil ho-
mens de tropas regularcs, havendo oulros quiaze inil
Dos mais pontos por clles occupados. Eram os restos
d'um cicrcito de oitenta mil homens quc tinham em
jtilho de 1832. O recrutamento faiia-se com dedic'acao
para elevar o eiercito a cincoenta mil homens. Haria
muitos soldados e officiaes que se susteDlavatn á stia
cusla., havendo at¿ coramandanlcs , que fardaram com-
' pletameute á sua ciuta os corpos do seu cmmando,
899
pob a tanto ós leva«a a soa deilicafEo peta caosá reá-
lista.
senKor D; Pedro tinba cí^nqnistado ' palino « p«V-
M« os pontos mariUmos qae domtDava (66), ou me-'
Ihor, soube 'bem aproveitar-se dos erros militares e
polilicos dos seuB adversarloS , para levar a sna cauSa
ao 'ponto em que eslava. Scnhor das dutis capitaes do
reino , oude achou vaslos arsenaes bem providos , c o^
grandes recursos publicos e parliculares quc as mes-
mas Ibe offereciam , coroado com as suas victorias para
á sombra d'ellas podcr continuar o levantamt^niú de
emprestimos e récrulamentos fiSra do rcino, todavia o
sca ciercito náo se acbava em eslado de lomar a ofren~
siva, e seu crcdito no estrangeiro' resentia-se pe)a
conlinuacio da guerra , e dcsinlclligencias entfe os sctis
principaes parlidislas. A prolobga<;.áo da gnerra , priiW
cipalmcnte dcpois. da lomada de Lisboa , nio era espe<
rada em Franca e Inglaterra , aonde os agentes do s&<
nhor D. Pedro scrapre aflirmaram, quo loda a nacao
porlugueia ó receberia dc bracos abertOs ; por¿m ven-
do a maneira como f¿ra reccbido, e os seus apuroS
no Porto , Bppellavam para s occupacao da capilal do
reino. Lisboa foi toraada , e apesar de todos os rccur-
sos materiaes e moraes que a posse da capítal data aÜ
gcnhor Di Pcdro , a gucrra promettia grande dura^ao,
é d'islo mesmo cslava já convcncido o proprio impe-
rador. Estas circunslancias rizeram com quc o scnhoí
D. Pedro enconlrasse difficuldades para o tcvanlaraenta
de iiovos.xmprcslimDS , de quc o seu governo tanto prc-
(86) A cuito te aiuteDlavam ot pÓDCoi poDlM maritlmo*,
ue foram palmo ■ palmo roBquiiitad«i. Soriapo. Hiit. dp
que foram palmo ■ palmo rouquiiil
Cdrco do Porto. Vol. I.^ p>S' 3W
aeo
cinra pan fasor l^cs it enomet detpeus4o Mn cxct-
cito, esqiiadra , corte &c. &c.
O gOTemo ie Msdrid tendo fcilo. rfpqtidas eiígcn-
ci>s ptn que o scnhor 0. Uiguel expulsasse do terri~
torio poflitguei ao Epnhor D. Carlos , e nao senda al-
tendidas a> suas rec1ama;ües , m^Bda era 12 de no-
Tembre relirar psra Uadrid o Reneral Cordova, sen
iniiiistro na carlc do scnhor D. Miguet- U<>ria Christi-
tia , em rcpresalia do que acabsTa de rcceber do go-
veroo do lenhor D. Migni^ , qae f oQscnlia dcpositoi
de carlistas oa fronlcira partugueiiL . opde k organisa-
«am para a guerrear, {wriBÍtte que na rrontcir» besp»-
ohola se possan fomar depoiilos de deserlores porlu-
gucies , oa de outros quaesquer deseoQtenles , a fim dc
te podereiH orgnnisar para invadtr o terrilOTÍo porla-
guei coDtra o senhor O. Miguel a favor do senhor
D. Pcclro. Esta pemisKÍo logo dcQ logar > furmar-M
|im d^posito de descDQlentcs em S. Vicentc , na £str^>
inadura hespanbola , coq o Aki de invadir o AJto Alenf
tejo. A 16 de novenibro ai^aBÍsarani ali lun gOTemo,
« prnclamaram a coovvdar genht,, e os eipigsarios w
fronteíra para «li mandavam a g«nte que podiam.
As tropas deChrUtina, em for^a de quínie inil ho-
mcns, at^icam a cidade de Victoria . qne toiiKtiB aes
carlistas ( 21 dc novembro )..
. As for^as rcalislas de abscrTHtáo ao Porto, qada ta
■naís aniraadas, amcacam Villa Nova dc Qaia , cbc-
gando no dÍB.22 de jiovcmbro alé aos CnrtalbM.
Na Gorte do senhor D. Pcdro havia grande divergen-
cia, Os poucos parcs qne cm 1828 íicaram ficis i carla
faiinm grande opposi^áo no ministerio pela sna politi-
ca perseguídora, e promulga^ao de leis destrnidoras
ét tudo a litulo de refbrinas. Os «cquealm mAfc m
30t
bens dos rtalislas, e a' TeDd»'d(M 4\io6 betls faiitf-ae
cttn ■etÍTÍdode. Tfada chegava. aer^orD. Pedro coa^
SDltou o cenEelha d'Estado sobrc > necessidade de laiH
^r nóTt» tributas , e sua magestade imperlal o'eata'
ecca&iio f S3 de novembro.) outíq da bocca do duqtie
de PalmelU e de Trigostf coasas quc muito Ihe ñew
gradoram , é fizeram nniigír baslante , conservaDdo to-
davia no seu ininislerio os uUra liberaes.
SluLbs leDlou outra sortida sobre Garvoeiro e Val-
lon'go, nlío alcan^ando vanlagüm algtHBa ( 2fi de no-
vembro).
As tropas ñc Cbriílina tomam Bilbáo aos Carlislas
em 96 de nov«mbn>; todavia ZumalacarregDÍ conlínii»'
va • ganhar diarianenlo TÍctorixs sobrc os chrislinos,
e 8 organisar un grande exercito cont oa recursés to'
inadoa ao iaimigo, 0« sncccsrivol revcici eDrureciaik
«s christinos, quo tiravaiD a vingan^a ct^rde dc fo--
silar ot prtsioneiros , assasstnlarbomeiii, miilheres, 'm-'
ccndiando as pavOBcoeg &c., faicndo a guerra como
es aehagons. (GG) Zumatacarre^ui nio pndia deixar
de loniar rcprcsalias, e as iDfflou para confer o furor
dos chrislinos. D. Carlo) annservava-se em PorlUgal ,
devendo lcr parlido para a Navarra , a partithar os pc-
rigoi e glori» dos geas Pcis dermsores ; porém com-
mettcti o crro de sc dcixar Ccar, para ■jadar a perder
■ causa de sen sobrinha.
Um noTo inforlonio come^on a altrauar a posícao dm
flUÍ] A nVMá pitim cltlT Unbe» fbi BtffCiina vom Bm»>
chM> de pwdanf ^mt i)yerein<il ■paiar, aUi Bnda «m l-Fla-
Sla ái pratindai u Hetpuiha , nlo tü Bot primcinM dia»
n guerra djnailica , porém do rmqo de lete hiidoi qua
duroa. Todk a «giM ao OccaNO nio i laíBcienle para ai
■aoa
nalistas. Bm Santárcm' deseBTolvHi-M nma terrÍT^I wh
leslia tf pfaoitfc , qse quau poi todo o exercito fóra da
combate. Uavia dia de morrerem n'oTenta a cem soldi'
dos. Uuilas pessoas particularcs perecíam ignaltnente
de tao terrirel tnolestia. N'esta lamentavel círcunstaD-
cia foi preciso ao generai Hacdonald mandar vir do
esercilo de observa^áo sobre o Porto unu brigada pan
supprir as baixas dos que haviam morrido , ou esla-
váin' nos hospjtses.
Este novo desastre no eicrcilo realista fei conccber
a idéa ao govemo do senhor D. Pedro, de que a oc>
easiáo serfa sem dúvida favaravel para álaear Almér.
pelo julgarem menos forte em consequencia da For^
d'ali deslacada para Santarem; porém estavam lalio-
rando n'um grande erro. Almér, senhor do Minho,
Tris-oR-Uontes , e Beiras, acliviva o recrutameiita,
or^anÍsavB novos corpos de linba, introduiia no t\et-
'cito a arma de cavallaría de lanca enlregando a instruc-
^ia d'este corpo a um habil officisl íraDcei , e fíial-
mente discíplinava o corpo do eiercito do scu comiiMn-
do , faEendo-D sérinmente rcspeitar pelos adversarii»
q^ue tinha na sua frcnte. A forea com que o genenl
realista Gcou sobre o Porto , era nño só suRÍcicDtc pan
conter a guamirao d'aqueil* cidade, mas promelLÍi
em lireve amea;al-a. , ■•
Stubbs estava no desagrado , e cra arguido pelo f<f
verno de nada faier. duqHc da Terceira foi caovidailo
para ir tomar o commando no norte; porém o duqnt
recusou. Foi enláo 'maadado o general Torres , já barii
do Pico do Celeiro , para toraar o commando Qo Partn.
Celjíiro chegou' ao Porto nos ñns dc novcmbro , porém
OBa achou Slubbs disposto a entregar-lbe o commanda,
teuiiuprcciso ir «rikiii posilÍTX do stuhor D. Pedio.
i,n:.-' I. CoO^ílc I
305 .
' llO'dia i.' de detenbrofDÍ » cidade do PorU «aqea-
(ad& pelo cónde de Atmér, que coin duaa columflas'
fazia sobre ella um reconhecimento. Stubbs safu com a
giiarnicüo ao ciicontrO de Alraér ná baixa da Areosa , .
mas debaíxo da protec^áo das linhas; porera carrega»
do. pela' cBvallarja realista foi obrigado a retirar coin
perda i.cntrando n'esta a do bravo coronel Pacheco ,
chefe d'estado maior de Stubbs , que foi ferido morlal-
menle , morrendo no dia scguinte.
A opposiíáo ao minjslcrio do senhor D. Pedro con-
linuava com grande calor. O conde da Taipa dirigia-
duas carlas ao impcrador, dictadas em estilo táo for;
Ic , qiie conde fot mandado prender ( 7 de deierabrg ),
Os parcs prolcstaram (11 do dezerabro) contra simi-
Ihante procedcr do govcrno , como atlentatorio ao arligfi
26 da carla constiñicional. As eousas tornavam-se ca-
(la dia mais complicadas na corte de Lisboa.O mesma
Kapicr oiisou fallar ao impcrador sobre a má direccáo
dos ncgooios politicos, e no desgoslo geral que havía
no povo , e Do exercito. Os ingleies queriam até qua
o minislerio fosse dcmitlido, e qiie se organisasse um
outro mbderado , quc désse garantias a todus os par-
lídos, inclusivamenlc ao partido realisla^ ministro
ingltt exigiu a suspensao da. venda dos beos seques-
Irados aos realislas, e a venda foi suspensa. Os ingle-
zes n'esles seos planos levavam em visla o poder alcan-
^ar o lermo da gucrra pcla paz , conciliando os parti-
<]o5. So estas náo cram as suas vislas, ao nrenos elles
assim o fíizÍBm acreditar. coronel Hare fa araiuda-
das vezes a Santarem para conferenciar com p ministe-
rio realisla , e com o barao de Riimrord , enviado hes-
panbol. Algumas exigenciai se rixeram , que os reali»-
tas leieítaram coqio inadmissiveis , e is negocia^óei m
«0 ,
m .
tonrrompeuñi linila d'eita m. Estas interf«r«ntíu
titranfteirai c opposi^oes davam serios cuidados av'se-
Bhor D, Pedror que tcDdo notfcia do quanto lairavi
na seu exercito o espirito oppasicionista , chegou a con-
ceber a idéa, qiie mais d'uini tei tivera , de qiie Ibe
fiieriam tirar a regencia. Sua mngestade impcrial,!
prelétto de passar uma revista ao sea exercUu , vai aa
Cartaxo (13 de deiembro) para coDbecer o espiriia
de que o mesmo eiercito se achava animado , coDstaa.
do depois que o lenhor D. Pedro voltira mais socega-
4o a lal respeito, pela promessa que o marvchal Sal.
danha Ibe fizera.
A gnarra de Hespanha tomava cada tci mais incre-
nento. Apesar das perdas de Vicloria e Bilbáo , a caa-
u de D. Carlos tomaTqum aspecto l3o ameagjidor para
■ cania de Isabcl, qde Luii Filippe mandou para a
fronteira um exercito de cincochta mil homeiis pront-
' plos a entrar eni Hespanha para sustentar o novo priih
cipie dynaslÍGO.
Cordova havia cbegado a Madrid nos princípios de
deiembro. A conservagáo dc D, Carlos em Portugal
dava occasiao a bostílidades cntrc os govenras de Chris-
tina e do scnhor D. Uiguel, e a permissio ds se for-
marcra depositos de emrgrados portugnczes na rrontcira
hespanhola jé era declara^io dc guerra de racto entre
os doísj^uverflns. N» praca de Marvao se reunÍMn lam-
hem alguns emigrRdos carlistas, e dizia-se que aqiiella
pra^a Tóra posla i disposigao de D..Carlos para d'ali
lazer om ponlode apoio para organiaar uma e^tpedicao,
c invadir a Eslremadura hespanbola. Bram os dois go-
tcrnns a faier represatías um ao outro,
A II de deiembro satnm de S. VicoDlc os emÍKra»
*M. qoa auuliados peh» cbriiliBot. « por um «fficial
0,i,-f-n,CoOylc
fntéríor dr ^artil;Co da p»;a , qne de proposito rett)
rou de noite a sentinela do poato éscolbido para entra*
rem, surprehenderani na madrugada do dia 12 a ci^
dadells de Harvao , que tomaram , e ciH seguida a pra*.
(a e parte da guarni^áo. brigadeiro Pinto., que tti
. achaTa príso em Uarvao , tomou o commando da pr»>
f a , rorga armada , e governo ali Inita.urado , para or-
gantiar fur^as no Alto Alemtejo. brigadeiru, e g(H
Ternador re'ilista foi para o calaboii;o , d'onde ha pon-
co salra o brigadeiro Pinto. A surpreia áa Mai-vao tert
um caracter trai^óeiro, e qnasi hespanbol. brigadeú
ro Pinto escreveu em i3 de dezembro á rainba Chrí»>
tina a pedir-lhe soccorros para sustentar a pra;a , vjslo
a Ímpns$ibilidade de sor soccorrida por sua magcstada
imperial D. Pedro. Cnm os 'soccorros dos christinos m
pra(a de MarvSo immeilialtmenle se pox em bom esla>
da de defesa, e'incómmodou bastante os realistas por
aquelle lado, obrigaodo-os a ter sobre aquelle pout»
nma columna de tropas de todas as armas,
A Euppregsao da venda dos hens sequestrados awi
reatistas Tei com que algnns agiladores fiiessem um tuv'
tnulto na cidáde <to Porlo no dla 16 de dezembro , na
occasiáo em quc a commisjáo municipal tevanlara «
■equeslró i casa do negociante Sonto. Os agitadorei
invediram a casa da camar.t, e os seus memhros cor-
reram risco. A commíssao muniuipal foi díssulvida.
general Stubbs cedcu flnalmente o commando no
Porlo ao bario do Pico do Celeiro , depois de Ibe ser
expressamente assim ordcnado. senbor D. Pedro Ibe
remunerou por esta nccasiau os servÍQos passados, dan-
dn-lh^o lilulo de barao de Villa Nova de Gaia ( 18
dé dezembro).
Hrcorte 4o seidior D- Hignel aecasanm I(«ilml4
> «O* .
Cooylc
toe
tfÍB. nada hzét , i que o general' etá chere áo' eierciti
realisU respondia , que queria organisar e disciplinat
bem eiercito para abrir a campanha na priinavera da
aDRO de 1834; porém, continuando as accusa^oes, o)
íésgostos do gencral roram lac$ , que o levaram a leguir
<i exemplo do marechal ílourmont , pedindo a sua do^
nissao do commando do eTercito, que tadavia nio
Ihe foi dada com promplidao Como a fiourmont; ii^
sistindo poTÍm pela demissáo , esta Ihe foi dada em 2S
de detembro , e nomeado o 'general Povoas pam o 5ut>-
stituir. Esta mudaoga do commando para as mios de
PoToas eiultou de prazer os inimigos de Hacdonald,
nas nao os homens que Tiam no general demittidoo
'general disciplinador ; e que contÍTera Saldanha desde
OS dias 11 de oulubro. Povoas e SaiMa Marlha com k
suas TÍTalidades em jiflho e agosto de 1632, deixaram
pr'olongar a lucta , que tantas desgrarfas fez pesar so-
brc a nagao, c sujeilando a causa que defcndiam ás
conlingencias e caprichos d'uma ionga guerra , caprt-
chós que Ihe deram cra rcsullado o esiado perigoto, ¡
bu perdido da sua causa, tal i'omo (tcou pelos aconte-
eiraentos da tomad^ da esquadra , c tomad»- dc Lisboi- |
Estas considcraroes faziam com que os ofBciaes dislin-
CÉos de ambos os ciercitos conhccecem , qu'c PoToai
nSo cra o hoinem de acgao para um caso tSo serio , co-
no era em tacs alluras o commandar o eiército rcalisla.
marechal Saldauha , querendo como solemnisar a
«ntrada de Povoas no commando do eicrcilu que Ihe
era. opposto , manda ao brigadeiro Macedo com um»
forga dé cavallaría, c alguma infaníéria levada na f;a-
í-LÍpa dos cavallos. fazer uma sortida sobr'e Torres No-
" vas, no dia 21 de dozembro, a fim de destrnir os mol-
nhn. e farinhas qne n'aquelU tilla iHTÍa- pata o'excr-
,u8lo
m
«íti> r«aliala, e cODaegulndo o fim 'piia que «li íóra^
reliron Uacedo com rapidcz sobre o seu exercito, Mt'
capando a qualqucr ataque de for^a maior da parte dot
Fealistas.
A vifla de Sclubal , conslanlemente amea^ada pela
geoeral Lemos desde a derrola de Alcscer, come^ptt
á chaoiar a mais séria at[en;áo do senhor D. PedfO,
mandaDdo activar as fortificacdcs , e augmeQlar a stiy
guamicao. i
Terminava o anñn de 1833 , que lao cheio de acoii>
lecimeiitos se apprfscntou. No princfpio de janeiro o
senbor D. Pcdro e o seu excrcito luclavMn no Porto
com todos OE hoi'roreg d'uma cidade estreitamente si<
tjada, tendo a sua causa cm gravc risco, em quanlo
Hae ao senhor D. Miguel e ao seu exercito nada fálla-
va , e tínha pela sua parCe toda a probabilidade da fi-
ctoría. Agora tudo estava^ niudado , appresentandifc-se o
exercilo do senhor D. Pedro abundantemente proTfda«
bcm Tcstido , e equipado , em quanto qne ao do senboc
D. Migticl faltavam as cousas mais precisas para fazer
a guerra. Os dois cxercitos, npesar d'esCa despropor-
qao moral , iiáo tinham forfa para sc debellafem um
ao outro ; « sonsiderando phjsica e'moulmente as foF-
{<16 dc cada um,.a continuagáo da guerra por parte da
cxercito realisCa nSo dava a este um caracler mentM
heroico, do que a defesa do Purto pelo .exerGÍlo do
senbor D. Pedro.
( 1834 ) Entravo o aano de 1S3Í , e a guerra eatara
bem loDgc da aua lermina^o; e ainda que as proba.>
bilidadcs do triampho estavara todas pela parte do sfr:
piiar D. Pedro, nem por isso o partido realisU, que
confiava na Caíta da naijgc, desesperava de poder pov
UD) d'essec acontecimeDtos extraordinarios , com qna t
Mt
l«ÍTa capríchoianente fai n'in» nomenlo nHdar « b-
ce doa negocios , poder melhorar a sna cauu , e pól-t
pelo menos eni ettado de.poder negociar coni TanU-
gem. As aacloridades realistas por toda a parte eran
■elosissimas no recrulamento , e em pruporcionar w
Bieins de Tardar, e fazer subsislir o seu exercilo.
No Algarre (iierem ero 3 de janeiro os sitiados de
Faro nma sortida sobre o campa realista. Na Estrema*
diira falleceu era Santarem , no dia 6 , a senbora infaiK
la D. Uaria da Assutnpgao , 'quc desde deiembro estava
•tacada da fehre lyphoide que grassava n'aquella villa;
nnde tinha arrebatado grande núnero de nolabitidad«
io partido rcalisla , e mais de cinco mi) soldados. No
Blesmo dia 6 de janeiro fei a ^ainifao realísla de I.ei'
ria om moTÍmento sobre Alcoha^a;, éAo Alemlcjfe'ta»
bem os realislas atacarani'a ^a^^ MarTáo.
Os realislas rortiltcavitn-eartitharám o castello (
cidade de Lciría , onde tibbant para sua defesa mil t
qninhenlos homens , qnasi todos de milícias e votoola*
Vios realittas , e ura esquadráo áo regimento de cavtl-
laHa n.° t. Saldanha projecta temar Leirir e abrir vmi .
CommiiDÍcacáo para o Porlo, o» , {«lo meaos, cortar i
dos realist^s entre Coimbra e Santareio. A empresa^ta
baslante arriscada , porém tent(Hi>se, .üeuniitdo SaÍH»-
aba para tal tentativa uma fnrca dé quatro mii e qui*
nhentos in&ntes , trer regimenlos de caiallaria , e t
comjetenle M-tÍlharia, for;a quasi toda ürada do Car-
la^io , deixando slinha aÍi bastante cnfraqnecida , t
expoata aqm gDlpe de mestre da partc dos realislas,
■e etles tiressem n'essa «ceasiso em Saitf axein . Iim $f
neral que , reiinindo i pericia q aotÍTÍdsdé e aadacia,
Mardiasse lobre Ltslws éiñ quanto Saldanbii w wttr»'
Hrta em í*iria.
.uslo
**»
' StÚHri^a ippreaeBliw-str' tobre Leiria' «« H de j»r
Beiro, A guarnr^o esperou o ataqtie fúra de leiu lii^
da rraqiiisiÍRios entrÍDeheiraiiieDtos ; porén vendo e e»*
rancl Pitta O^orio a superioridade de seus advf rsarioa ,
aliBDdoBoi) B tidade e' easlello , rclirand'o-se «obre a es-
Irada dos Mscitadas, seodo logo reilo prigioDeÍro com
untros muilos ofGciaes e snldados. A cavalhirÍB de Sal^
danha correu depois sohre os ftigitívos ^eoi Ihes daE
^uarlel , sendo notavel que SHldanha no scu oiBcio ai>
minijlro da giKrrá se fanglorie de qne o seu esladi»
inalor lodo lítessfl a honra de lÍDfir as suas espadat
no Mngne de portufcieies que linhain o crime . coma
elles, de peasar diversamente. Esta acfio da tomad»
de I^iria, olluda pelo lado bumanitar.io, foi uma da»
^ne Difiís deslustrarám a guefra civil da BUfcesgao.
Em Hespanhk coniiwaTa a rjiusa de D. Carlas a f»-,
>er proselflos. No Aragao, Vakn^a, e Culalunha s«
■ rmafBm og carlistas em grande forfa . e se liatiam c^
rajasamenle coroo seus irmáos da Navarra e Vasconga.<
das peia lei Mlica , por seiis foros, e pela eua liber^
dade. Zea era accussdo pelos ehrislinas de protegep
claDdeslinamente s cansa carlisla , o» dus biapanos-sa-
liences. Cbrjstina demittiu Zea Bermudes em IS de ja*
neiro , nomeando para o 'seu lugar yartÍDei de la Bosa ^
de senlimentos opposlos a Zea. Martinez de la Rosa fei
deseuTolver completamente a revolu;3o em Hespanha.
Á qttéda do wíatslerio de Zea Bermudei bí.um golr
p» lerriid M causa realislai Zea , se bem qiie tivess*
aoandado retJTtr a mínistro Curdova , e feile naó pou-
€t bofililidade to seBhor 0. Mignri por acinle peja
protee{So dada a D. Carlei, é certo q«e nunía quíft
•Birar «n •rrwjo' slgsm que tivesse por fim o reco*
«hwiiMecto afBcttJi 4* iudHira J>- UJiria u, com i "'
' . ■ .-^.Coüglc
yiilsSo 40 «enhoT D. Uignel para fóra da PenÍDÍált.
Alé le dissfl , que Zea teolára o senhor D. Migael offe-
recendo'the a corpa da PeDÍnsuhi , casando^ com D.
Isihel II , poréra que csla proposta fdra rejeilada pelo
, IDesmo augusto senbor, e (fue igualiBenle rejeitára lu-
éa quanlo tivesse por rim obrigal-o a expulsar D. Car*
las para fóra da Peninsula. Havia aínda a probattilida-
de no (empo de Zea , de que se o ministerio realisla se
encoslassc Analmente para o lado de Chrísttna ,'os sol-
dados d'cslj, que oieram ajudar eo senhor D. Pedro,
)nr« derrubar do throno a seu augusto írmao , virian
com a»suas primilivas (éncóes para o segurar.
Os realislas f»iam einda grandes esfor^os para re-
enperar por si uma poGÍcao, fazendo por organisar dd-
los corpos , e «nimando os scus com esperañcas n'uiin
egquadra , qne se diiia tratBTam de arranjar os agco-
leg realisiag no eslrangeiro.
A t7 de janeiro'deu o senhor D. Miguel noTae am-
pla amnistia, passn Ijastante politico, se tivesse sidn
dado cinco anaos antes. N'este mcsmo dia foi a pr*u
áeLagas novamenle atacada pelos rcalislas. |
A 22 de janeir* mandou Saldanha uma forca sobr«
Aldeia da Cruí , a flm de apprchender uma porcao d«
dinheiro pertencente ao exercito realista. Saldanha des-
'4e dia Ifi que havia feito activar aa ohras de defesi
de Leíria , e deixando n'esta cidade mil e quinbentos
homens , dezoito pecas , e cincoenla cavallos , gaiu a
il5 sobro Torrcs Novag , onde surprehendeo oma forfa
do r'egimento de cavallaria de Chaves , resultando d'cs-
■tn surprexaLim combate.
OB'ehristinos cada vez invadiam com mais fre(|uen-
■^M as'fronleiras portuguezas. Iguaes invasoes faeiaiD
o* emigrados porlügHezes.ipDiados pelfii clú-isiiiiM.'
i,n:.-' I. CoO^ílc
Slt
Üstn-ÍDTasocs' linham os nucloridades ' rcalistas das
fronteiras ein coDlinua inquietaráo.
Do Porlo Rzeram, cin 2€ dc idnciro , uma sorlidi
sofaro Villa do Condc. ^^uerrilheiro Batalba', qne cm
HespanbB havia organisado uma gucrrill)a de cavalla-
ria , fniia correrias pelo Alemlejo. A 27 saiu clle dt
Setiibal e corrcu rapidamcntc até'Moura. Saldanha,
quc nio se detnor.ou cm Torrcs Xovas, corrcn sobre
Pernes , onde ee trarou uma accñu cm que o gcncral
rcalista Cnnavarto foi faalido por galdnriha cm 30 da
janciro. A 31 fiteram oa realislag um novo ataque á
pra^a de Marvio. A 10 de revcreiro fcz a guarni(3o do
Faro uma outra sortida. A priinavera prometlía pois
ffrandes aconlecimcntos , principalmcnte ao noríe e aa
sul do reíno , pela aclividadc quc se notava em amboS
os partidos bellígerantes.
O general Lemos preparava-sc a lomar Setubal , pl»>
BO que lalvcz nao Ihe désse o resullado qne esperiva,
em atlenfio a que a villa já n'esse tempo estava em
fcom eslado de defcsa. Os planos de Lemos foram frus-
trados d'esta vei pela ordem que rccefaeu para marcfaor
com tres mil bomcns das tropas do ful para Sanlarcmt
onde eDtrou pela noile de té de fevereÍTo. Em Sania-
rem qaeriam qne se disse uma batalfaa a Saldanha.
general Povoas irresolulo, can^ado pela idadc e estado
pbysico . -t mesmo -moral , porque já havia ponca con-
fian^a n'elle, nio se qoeria cncarrcf(ar da cxccii^ao de
planoB arrtscadns. Povoas perdeu muito na sna rori;a mo-
ral , pela apathia que mostrou de 15 a 30 de janeiro ,
qne f^z conhecer ao excrcito que a pericie do gcnctHl de
aada vale , qnando Ihe falla a energia , e mesmo a aO'
dacia para aproveitar-se d»s erros mililares 'dos seos-
advei^His , ou , jne|h«r., 8eb«r aprovcitar i «ccujia
ü,o,i¡-n,Googli:
S13
tfSerna, e nSa iolla. Eslana realidade eslesosdotM
406 raiem distinclo o geDeral , d'outra rórina desce a
eiphera dM generaes rulineiros , que só sabeai combater
eom grandes meias , e com a quasi ceiteia da victariai
' O general Lemos tomou o commands da ata direiti
do exercilQ realist> em Santarem. A 18 de fevereiro,
pelas seit horaj da manhi , mandou Lemas romper o
tofo em frente da ponle doXeleirn , com qualro |iecas
e um obi» , apoiado por mil inFantes e dois esqiiadróes
quc linha emboscados. Q reducto rcal da pante da
Asseca fompcu igualmente o fugo, onde appresentou
Bina for^a de dois mil e quinhentos homens , e um for<
te esquadrao. As seís b m»», quatro eolumnas de in'
bntcHa cora oitn esquadrocs passaram a pante do Ce-
leiro tnmando a difec;ao de ViUa Nova do Onteiro , e
$anta Uaria , muito i esquerda de Saldanha. Esta fori
fa-era apoiada pof doie pe^as, e Ires obuzes. 0,ma>
techal Siildanha conhecenda os niovimeiitos do ^eaeral
Lemos , em quem sem dúvida se divisava a e:(ecu;ao
d'um plano ousado, corre com as suas prineipMs for-
fts, apniadas por oito hoccas de rugo, a oooupar Paul
e Atmnster. Pelas onie horas a infiinterÍB e cavaliarit
pealisla marchivam cm frente de Almoster, sendo io-
commodados pelo fogo de artilharia e fugueles mandi-
da bier pclo brigadeiro Schwalbalc, a quem a gene<
hI realisla mandou respondcr conf a stia artslharia.
I,amos coutinuou a mandar avan^ar pela esquerda sete
oorpos de inranteria e a cavallaria , que SaldAnba man-
dou seKuir parallelamente por cinco corpui de inraDle-
ria , e dojs regimeQtos de caTallaria. Em qnauto e»-
tes raovimentoi se praticavam na eslrema esqnerda de '
Saldanha , na poBle da A»eca faavia ríja combate , que
^pait da laeiQ üím GoiitíatiMr'«a acüviiHiio. fafo 4<
i,n:.-' I. CoO^ílc
«Í3
«timdoKi. Pelo iDMo dia , « ^neral realrstadeeUrtaca
fcas as inlen^oei de avan^ar iobre LUboa , íe as 0|k-
racoes d'aqiielle dia Ihe dessem um fesultado favorap
vei , rompendo as sua« trnpas em enthiisiasticas acela-
inagóes ao rei que defendiam. Eram ires horas da tai^
de quando os atiradores e arlilbaria realisla romperani
c fogo aclivamenle. As quatro boras e meia se Iravoii
rijo combate na puntt dc Sxnta Haria , onde morreu o
brigadeiro realista Sanla Clara. Spbrc Almoslerse com-
batia iguaimenle com desoda. A esla mcsma hora de
ataqiie , oiilra columna se preparava a passar a valla na ,
ponle do Celeiro. k morte do hrigadciro Sanla Clara
segniu-se logo a do brigadHrq Brassaget, e seii aju-
daiite de campo.o tenenle Dubrevil, e a desordem se
ÍDlroduziit nas lileiraa realistas. Lemos mandtiu a sM
cavtllaria para assegurar a relirada siibre Sanlaremi
o qne efTectuou já pcla noile. Esta balalha foi de am-
bos os lados dada com valentia e pericia. As perdai
foram grandes. Do exercito de Saldanha morreu o co>
ronel Miraitda, morte nio menos sentida , qiie a do
Sania Clara , e BrassageL Ox realistas atlrilmjram r
■na ínfelietdade n'este dia ao brigsdeiro [tebocho , to-
do ctralura de Povoas , e ao commandanle da cavalla-
ría Orinhi. I^o dia srguinle (19 de fevereiro) foi o gc
neral P«voas demittido do commando em chefe do extrt-
cilo , notntido-se dizer a ordem dn dla . |ir(o r^qvtrtr ,
em raxao <¡ó wu eitado phyHco « moral. general Lemoa
sutistitaiu Povoas. N'este mesmo día se deu nova orga-f
DÍEa^ao ao exercito realista , ma^ndando-sc cnmplelar os
corpos de 1.* linha que fornm supprimidos em 1829,
voltaDdo á creatio dida em 1806, alé t89S. Para al-
guns dos novos corpos jí havia cucos em dirersas ter>
ru «4 amiG « fnj 4« mw<
ü,o,i,-f-n,GoOglc
' 3U
' A enlrada do gencral Lemoi no cüramanila do «léF-
cilo realislá iiáo fui ambicíanada por estc gcncral , qut
tinha o bom setiso dc pensar quc nao era lidalgo, e
que por isso náo Ihe serfa posstyel oblcr iim sincero
apoío da classc privilegiada, constantenKnle iM'Ovada
nos coinmaiidos do cxcrcito desde o coméco da lucu.
O gcncral LemoS reciisaía pois siniilhaDte honra, po-
rém o senhor D. MigiH-l Iheordenou positivamcnte que
toraaasc o commando do exercito, dizcndo-lhe mais.
qiie nao se teiido pudído arranjnr a csquadra 4)ür rnlli
de meios , estata resolvido a vender os snas jo.ias.{ 67 ] ,
para com ellas se obter uma esqiiadra igiial á de scus
adiersarios. Lemos obcdeceu.
O exercílo rcalista mctlido em Suntaremrn'umibro |
niasmatico , e.hamoH desde logO a aLtcncáo do novo ge-
neral em chcrc, qne fez sair as tropas para o campo,
para tomarem o ar livre, e assini restal>clecen a saude
do soldado, táo dcteriorada pela tcrrivel iñolestia át
qne poucos deiiaram de ser accommetlidoe.
O gcneral Lemos tinha adquirido cerla reiiiitafáo,
quando , seodo coronel , foi mandado commandar a ci- 1
pedÍ;ño para tomarajlha da Madeira , oqne conse-
gaiu com reticidaile no dia 22 de agosto de 1828 ; po-
rém esta reputa^áo foi bastante annullada' no anno se-
guinte noalaque daTerceira em 11 de agosLo de 1839;
e sc-bem que Lcmos se juatificou, comtudo nao deiia-
ram de the attriboir, em parlc . o máo successo dn
dcspmbarqiie da Villa da Praia. Poslcriormctite Lemos,
como geñerat commandante da 3.* dÍTÍsáo no eérco do
- (67) Tnn JoÍBi nSo le Tendrrim, nem ■ ciqnailra Tclni i
■e bem qiie te afñrmi , qiie le traclava leriamrBte áa tc* '
«Deojninento , na ocriiilo em qiiea IneUlerra , FrnB^ , •
nripuiba dellbenrara esUeTÍr a Isvvrdv tralHW B. Pfdi*.
i,n:.-' I. CoO^ílc
31S
Porlo, M nm Sos officlaeí genleraej mafE'aetno^'BiÍlf
leloso , e qpe mais ínconimodda os sitiados n'aqirplla
Gidade ,. fechando-lhes a barra , e repellindo lodai a>
sórtidás qúe fiierain soLrc a'margem esqucrda do Dou-
ro. Lemos eonlÍDHDU a mostrar ié]o , cifergia, e brar
Tnra duranle o cérco de Lisboa', e depois a liirltiM .
que por veccs o coroou no 'Alemtéjo , tex eaquecet t»
successos da Terceira , e come^on a ganhar certo jKeSr
tigío ño cxcrclta , pelo que s sua subidci so Commaiido
em chere foi até certo ponto de satisra^io para a maio-
ria do eiercilo, qlie via preraiados os servii¡os do ge-t
neral modcrDdo^'e todo cbeio de dedica^áo pela Gau-
sa real.
cande de A)m£r passou a commandar no Alémtejcí
em logar do general I.cmos. Almér, general habil a
energico, tinha tomado conla de um eicrcito de obi
serra^o ÍDdisciplinado , e doiiBva nm eicrcilo discl-
plÍQadissimo ; por^m Almfr tirado do coromando'do it-
ercito do norlc era iim golpc terrivel para a causa rea'r
lisla. A salda do general d*AIm¿r scgain-sc logo a mar-
cfaa de duas brigadas para o sul , dciiando o corpg do
ciercílt) de obscrva^io sobrc o Porto baslante enfra-
quecido; todavit com taes' dcáfalqucs aiñda a guami-
^ao do Porto esta^a conlida a colwrto das suas linhaí,-
scm se arriscar a tomar a iniciativa oas opera;3es.
Nolava-se que no eiercilo realisla mnitos ofiiciaes
eram passados a veleranos , ou a govcrnos dcprifías em
eslado dc desarmamento. I<láo havia díivida qae algnnf
d'cstes ofHciaes mereciam tal arrflmo pela sua falta de
eaergía ou aptidáo; poróm tambom t innegavel, que
no meto d'esta expurga^ao foram posios de parte ofli- *
ciáec beuemeritoE , al^uns dos qoaos havÍBro feílo com
'grdddcs credilffs as gucfraS 41 Península e de Mosict
Slfí
vfdéo, »C[ae Ígnalrooite enun fldelisíinios ho scoiioi!
D. Uigád , a quem poderiam coDtÍDuaR a preitar ser-
Ti^os de graade Taiia. •
De operi;óes mililares -fiieram ama soitida sobre S.
BarflioliUBeu do Piiio , em 22 dc fe*ereiro. A. 97 fat
a Gidade de Fifo oDtu veE atacada pelos realistas. A
SS fqgiiipara Alcaái^ [Hespanha) o geoeral Jorge
de Arilei, que estava emSrsgaDca príso, raas a qDem
te conceiiia licen^ para.passéar oom ura ollícial da
gnárni;&e. Avilei orginiiou em Hespanba nma noTa
expedifio.
O govomo britanDico mostrava-ae ÍDdigposto contra.
o scnhor D. Pedro, por conservar no seu minislerÍQ
rdilÍTÍdiiós de ópiniáeB exageradas, é- qne ñsnhuinas
garantias davam para sc poder obter a reconcilia^áo
di familiá portugueza , HDÍcos desejos, diiiam os mi-<
BÍstros de GRÍlbcrnie it , dc lodos os esfor^s da na^
;io britannicar Os poucos indÍTÍduot da antiga aris-
tocrecia portugueza , qoe segaiam o iroperador , apoia'
Tam tM gencralidade a polilica ÍDglexa a respeito de
Pórtngal , faiendo porlaiilo opposi^áo ao miaisterio do
regGDte.
Lord Wítliam RuMell foi Babstiiaido por lord Ho-
ward de Walden na embaixada de Lisboa. O BOTb ni-
nistr« brítatinico come^on logo a inlrometler-se nos ne-
goeios politicos do tiaii, com bastante despeito para
eom o smhor D. Pcdro, poii sem deferencia aiguma
pafa Ooni o mesmo angiisto senlior , propoi [ S8 de fe-
vereiro ) « mediicao ÍngJcia para o acabamento da guer-
ra , devendo os govemos britannico e o de Luiz.'FiIíp*
' pe serem os arbitros nas negociajoes con 03 reáliatas .
porqm esi» nio conQaTam no goremo do senbor D.
PBdro^ Slmilbante oasBdia irritou'o iiDperador , itrila-'
ü.o.ii-n.CoO^ílc
J17
(So (|M aÍDdi o ministro britanQlco ftt eabít ao »■&
álto grjo , qaando oa sua appresettta^So aa corte diri«
giii o seu disctifso unicamente á rainha , sem Tazcr cesi)
fiu menqáo do imperadur , que era regcnle em nume d*
•ua anguata filha. A aniinusidade do ^nhur U. I'cdra
CORtra lord Howard augmentava diaríamenie, che^n*
do a conceber , que O ministro inglei tinha instruc^óc»
para o hostiliiar,
A causa realístn, apesar de ter ofatido gravdes me^
Ihoranieulos naleriaes , e de IihIus os esrur^os de scuj
(ieÍ3 defcnsores , parccia a muiliM que la siiccumbir n<t
presente anna ao poder conihinado das na^ñn que ha' '
viam adnplado a politica da revdu^io de julho, iiUi é,
que siircnmbiría ao podel' dns governos iiiglei e lielga ,-
e sohre ludó ao de Luík Filippe e de Marla Chrisiifla.
A face que osnegocios Lomaram desde a quédadeZea
Sermudez assim o indicavara. O seiihor D. Pedro já ti-
nha a promessa dn entrada d'uin corpu dc ciercilo de
christinos, que -dcviam etttriir na proxjma primavcrjt
para terminar com á questáo portugiieza a favor da se-
nhora D. Uaria ii, com a cxpnlsño do senhur D. Mi-
gucl. Era a potitica de Luis FilÍppe.supplanUndo a d9 .
gat>inele de Guilhernie iv , qoe cunie^ « dar auiilioa
ao senhor D. PedrO para as suas eTpedi^fics, a fim de
pela for^a obter a annuencia do partldo reali^ta BDt
seas Gns, o qae teria conseguido, te oi realislas h
deixagsem levar inais pdos interesses individnaes , Ú9
que pelos do pundonor , despreiaodo os juramciitDS
preslados ao seu chefe.
A 2 de marfo feE 'a guamí^áo de Setuhal nma Gor-
tida sohrc Rilvas. A 1 oulra snrlida 4c l^iria e[itir«
Aldeía da Cruz , ondc foi surprehcndiiio'O hatalhño de
voluAtanos jeali^s de Trancoso. A 19, oulra aortida
ata.
4« Faro. A iü outra da praja de Uarvio. K'H fui
aprjsionado nas atturas de Vigo o vapor realisU I.Qrd
das llbas, e mais doi$ navios carrcgadoa de muDÍcoes.
' scnhor D.Pedro assiitnou dois decretos, umei-
autoraiido seu augusto irmáo das hcfnraa devidas ao s«u
alto Dascimento! ootro extÍDgutndo a casa do infaiil^
do encorparando os stus bcns dos do eslado ( 18 da
inarco). Esles decretos foram como.ein represalía i
diplomacia britannicn; poréra o minislro ioglei fezcn-
do pouco caso dc laes decrelos , cooIíduoh s sua gner-
ra ao minislerio do ácnhor I). Pedroi a quem commU'
Dicou a sua ten^ao de continuar nas suas diligftncMS
'pcla lcrmina^áo pacirtca da lucta , qtie aflligia Púrlu-
gal. Lord Howard passou poís ao Carlaxo para abtir
Gommunicatdes com o ministcrioreatista cm Sautarcoi,
subre as hasos dus antigos projcctos de saida tempora-
ria do senhor D. Miguet pára fóra de Portngal , reco-
Ihendo o mcsmo augusto senhor an rdno , qaando aca-
basse o praso roarcada, scm que se Ibe podesse lolher
scii, regresso á palria. A nada d'islo annuia o minís-
terío do jcnhorD. Pcdro , e olé se di^ia , que o mes-
mo imperadoF, conlra a vontade da Inglaterra, quen)
casar a rainha sua Tilha eon^ um principe da saa esco-
Ilia , mas que , segnndo as vistas dn gabinete inglci ,
Dao dava paz a Porliigal , porquc s6 puderia satisrazer
nm partido , raas nunca a maioria da naijao portugne-
la- Notava-ge. nos documenlos oilieiaes, c alé ira rela-
lorio do^ccreto dc 18 de marco, nma jinguagefn Ikií-
sa contra o senhor D. Miguei , tinguagcm qiie csle se-
nhor nunrn conscnLiu que os seus usassem contra sea
augusto irniiio i parentes , e esta Ünguagem ofücial ds-
ya azas aos discurios c estilo dc jornacs o luais offoDsi-
Tos, aií S aiigMsfa casa de Bragan(¡a na pessOB d'ua
I. Coo^ílc
u»
d« le.Hf'prÍDGÍpMl tMDdfras. nüiMid'o iágicM nigUl
moderatio na lÍDgaagera para coin a priocjpfl brigan^
tino ; qae no eslito official se pozessera de parte as ei<
pre<&6es offensivM de usurpador e outras similhaates^
e que no geral se usasse d'uma linguagcm de regpeitft
e polide^í , assioi como Ihe fosse restiluida a sua cas^
&c. &c. Que as nomea^oes ecclesiasLicas . civis e ml-
lilarei,,feitas pelo goferno reaiisU, fossem ein parta
garantidas, pagando-se ns soldos aos militares &g. \
í/trá Howard,na aua chegada ao (artaxo escreieqi
para Santareiq tp ministra da guerra eonde de S. Loa~_
rcn^o, mas cm particular; porém o niinistro recpsou
qualqiier conirauDkaQáo que náo tivesse por sf uai ca'^
racter fraoco e oQicial (68), exigeiicie a que o mi-
iiistra inglez ÍBunedialamcnte satisfeK , e umá entreTÍila
bouve na ponte d'Asseca [ 22 de marQo ] entrc o gene-
ral Lemos , a ministro brilannico , mareohal Saldanha ^
almiranle Parker , c mais dois oDiciaes da mirinha io-
gleza. Os qualro ultimos afaslaram-sc , e Lcmos e Ho-^
ward ricaram para eatro si coafcrcnciarem e regulai'eia
as tiases da negociagao para a paz; porém o gencrai
Lemos com a franquexa que o caraclerisa logo decla>
ron , que era preciso pdr de parte a eiigencia da sal-
da dú senhor D. Higuel para fóra de Portugal , po'rqus
ncm cHe, nem os outros' qne mililavam debaixo das
bandeiras realistas, estatam resolvidos á abandonar a
rei , qualquer que fosse a gravidade c mngnitude- dot
■acrincios que para isso bouve^sem de fazer. Howard
fei uma etposi^iío ao géneral realista dos perj'gos a que
te expnnbam nao acceilando as proposlas, porquc a
(C8) DDrante o c4no da Porto tatnbcin olllBitre Adak
go Tecuian rccebcr (artai da (cnhor l>. Pedr*, lem qae*
MBlwf B. Hi|il9l ÍMM labeaoe de t«« comipoBdcMÍw.
hStnev^O itíiáát tAxAt* elki U f» lofBr «ii. étc.
l?o calor da ^eitío LeDIos iinda onraAam^(« peTBon-
loo ao itoínístro ÍngtcE : dizci-me , milord , é ou aáo i
» senbor D. Mignel feí de Porfügtt? {ironOieUeu on TÍSó
t^oiDetlea o gabinete dt S. JamM que jjmais sü Mtiy
Aiette^ii, ou CDDsenlirii que outros sa intromeltesieiD
tom for;> antiada i faTor d'al^m dbs dois princ^
Sk Cisi de BraganifaT — A nora pofitlca dc gibioelt
' dai Tnlberlas e de 8. Jimes , depois da destbroDAc»
^e Cartos i em íarfs , e da quM» do doqué de 'Wel>
Kngton etH Londrés, nlo pemiilte tat i'eCónbecÍmen-
4b , e hoje mesmo o ^oTerno de Usilrid naa s& abra-
foti esU polilica, mas está invadiodo Portngal conln
t senbor D. Hígnel ; acrescentarido o lofd , qoe o» nf
fislas tinham Já feito t>astante para salvsr b sna honra,
i acceitar as basés da negaciaQBo. Os dois commissio-
Bsdos nlo podet'am cbegar ■ om BC<}rdD , e o geneHl
I.emos retíroo-se a Santarem , onde ó senbof B. Mi'
S'nel anciosamenle esperaTB , para saber o resullti)*
a conferencia , de que foi informadü coitt > ímíot í-
¿elidade. tlord Bowacd re[|n>u-se para LiSt>oa , od<I(
- ^oucos dias depois receben a denDÍIÍTB ^esposta olfr
tial , dada peto DÍiriistro conde de S. LMiren^o. Foi
ksU a ultima interferencÍB do gabinete inffltt ^ra lef
ininar a guerra em Portugat por ontrot frielos , que nM
Ibsiem os da for^a ¡ porém Ínfetizmente Aaa Toi p<^
(ÍTel lerar os dois partidos contendores a um acArdftj
tom o quat se teriam cTÍtado, sein dú^ida , grandf
ta»\pi qne postcrfotmente carrcgafam sobre o infel
Portugal , ji pelos cfí^itas do acabitOPott» da gnetl
pela guerra, ji porqae muilos ÍDdÍTÍduoi do -pBrlil
reatlsla , faoffiínk entÍReAtei cta Tiftiidéd e Mber > C
ntfa Ws flot M8»ci6s ^ubliíidli fo4«M« Mr í|lT«t
m-
i iiH jBtrÍA « UM'lú^ <|e v»¡a tsleotu • mi^n|<t
qas grfiHdÍMÍmas crisei em qve > nai^o se ^eot íj!m
4epoÍi de 1834. Querer levar % qu^taq portugueia «
unua solutio paciGc* , exigindQ iqcriQcicu de houra é(->
t^lusiuQeute a ufn dus partidos , ^ue era o menao qut)
4ixer : — n^ preferínm a gvfirra á jfat. Sq ^e tfvessi^
propoito , como prelÍDiÍDar daa iiegocía;oes , q íiii^M,
liezqporsria cle ambos os priacipes , qu prescin^isaeif) do^
«diQso da laida d'uoi com a eiclusio do outrp , e, coot
a cainposif io 4'*UQ mÍDÍiterio ({Ue d¿sse garantias d'or''
dem 4 todos, serla qiujlo ponivel entao obter a Ua
desejada recoociliafao .4o^ portuguefes , e yraudef nia»
les se terism evitailo^ .
. Effl Hespauba progrcdia a fortuua dos cirliíta) SOt
bre ot chfislinof . Q general Zumatacarref¡Di eutroa en^
Victqria. Q gaverD9 de Madrid recete em ^l de inar-.
(0 enxbaiiadqr ia Mahor D. Pedró , e recqqhecje j^
unbora D.'Maria ii^ ^epoif 4? W rqconhfci^o q 10^
Qhor P. UÍguel I !
, Os Fealiibis abafldmiram o c¿rpo de Marvao en) jl^
de marQO, pa.ssando as fori^s que faiíam o cérco i QCt
cupar Porlalegre e Castello de Vidc. N'este mesffl,o diti
foi surprehendidi a villa de Cjminha por Napier, an-
yiliado pelos bespanhoes chrisLinos. A 25 foi a TÍ|Ia d^
$erpa atacwla por 8i da Banijeira ,'que havia sfifdo d«
Álgarye p^ra e&ie fim i por^m a guarni^io da pVa^a.
i;ompw^ doi baUlbofs de rcalistas de Serpa e Mer-
ío\9, repel)i» oi «tacante* com denodo. A. 26 estava
Sá da Bandcira em Be]a ; poréra o bTÍgadciro cOnd*
Uiii da fionrmont • segnia , ^ssiiD C.omo o brigadeiró
Cabreira , qne (om !ima forc^ do tres a quatro Q3¡I hor
QJflBS piHaTa • »9ffV BO Al«arve pontra p íoronel $i
u Vtaátín. Asft>tni$%a ip ^«1« , ^ ^^ ^40 '0,
-'Cooylc
- . Sáí
ftir;adi coin 'algiíns corpot do *u1, i itodis crdnu d>
Pico do Celeiro , sobre o brrgadeiro Quiniioiies , t em
Saolo Tjno te deu nm combale no Ü\a 26 de marco
cm'qne ficaram mal os realltíis. O general )os¿ Car-
áosa , que n'cssc lempo estava em- OlíTeira d'Aseiiteis ,
fbi a loda a prcssa tomar o commando das suas tr6pai,
c qae QuÍDhoncs Ihe deixára dérrolar , fazendo nm et
feito lerrivel nos realisl^s. Jia me^mo dta 26 fei i
^amitáo de Marráo uro ataque á pra^a de Caslello di
Tide, quQ estava guarnccida pelo halalháo de volun-
tarios de Portalegre commandado pelo coronet Villalft-
hos , milicias de Efora , Idanha , e algnns destaeameii-
los , e lodas eslas for^as dcbaixo do comroando do go-
Temador da praqa o brigadeiro Doutel ,- o qnal repellin
e pcrseguiu as forcas atacanlcs , e as teria anniquil*-
do , se a columna do commando do coronet Cofvo , qat
cstava em Portalegre , tivcsse feito o movimento inii-
cado por Doulel. Corvo línha era Portalegr« o regi-
niento de inranteria n.° 31 , batalhao de Toluntarios ii
COTÍIha, regímento.de milicias de Tilla Ví^ osa , sn-
«eola cavallos , e duas pe;as de artiHiaria. Napier , dc
pois do seu desembarqae em C^minha ', marchon sobn|
Valcn^a, qtie atacou no dia 31 , mas sem resuItadoV
pelo que Ibe Cstabeleceu sfíio. Em 3 de abril 'davad
Plco do Ccleiro c Cardaso nma renhidá ec;io na ÍMH
retirando 03 realislas a Lomar peíícoes em AEaaranltf
No mcsmo dia 3 de abril rendea-sC Vaienfft a Napi(4
A 4 , sorlida sobre Lonlé , repelliSa pelo^ rfidlfátas. /
T ataque 'no Ferragudo , nt> Algarví. -
Ds belligeranlei ao norle e aosnldo reriM batiari
Se dcnodadamcDte , sendo rar^t o dia em'que d5o t;
Tessc a1gqm combate, em quanio que «o ceBlro (
nin c(^ n'tnaa 'eipecie ie tn«9t4»diBtf lMUlt»4
m
AlmMtor, «nMsma [itvecia nio. havu' ali Tontade.d^
eom^ter i^rqiie se via qoe o general Lemoí deábkcár
va fiirijBs cobsKdQfBTeÍs para o sul.e norte , e Saldaahk
destacava eii^a) paca íazer face ás operaQoes dos rear-
listas.'n^s estreoiiiiades. do reino ;. porém estcs esrorgoi
dos realiatai eram purroiiitos coDSÍderados inuteis. SI^
les poderiam coDtinuar a guerra cootra o senhor D. '
Pedro , aposar de todos os soccorros queo imperado^
recebi4 dos estraDgeiros, e talvej que a sorte da gueo-
ra Ihss fossc mais faToraTel no fuluro , porque se do^
tava muila vida nos novos gencraes , e a guerra £ muitO'
capríchosa ; porém naa poderiara continuar a guerra. '
contra a Fraufa , iDglaterra , e HespaDha , que come-
^avam directamcnte a invadir o reino para os obrigar
a depor as armas. A continua^o da guerra era pois.rEy
putada poc muitDS'iudÍTÍduos como só desastrosa para
n natáo , sem que podesse dar o ^iumpho á causa reat.
TroB m>l christiaos occuparam Chaves e Uirandella a^
dia 9 d^ *^"^ r mais otilros corpas hespaohoeB- SUr-
periores a vinte e cinco mil homens come^avam a tor
trar.por a fleira , Alemtcjo , c Algarve , teodo por codi-
'iDaDdanlo em chefe ao general Rodil. Apenas se verifi-
cúu a .ÍDV^o directa da parte da HespaDha , e em táa.
.grande for^a , os animos dos realistas cairam cm gran-
de desalcDto. Oñ que ainda, combateram , depois de Utl' ^
acoalflcímento, foram mais lcvados por uma lidelidad^
extreim , d<>'<inc por coDTebcidot de alcan^ar bom eiito.
dsque da Terceíra , acompaDhadó de mais for;a&
'gse leTOU de Lisboa, foi lomar o commando das for'
^ss áo ñorte , que commandaTa Pico do Celeiro. A 10
.e 11. de abrii se deu enlre os g^neracs Terceira e Car-
deso 0« i>em;dis[lutado3 eombates da ponte de Amarati- -.
j|>,^.Cardie«9 rilinu, peio ^[ueioiniutío censacai^
.-í^.Coüglc
MtM M ■iau; (wrém it^iMtaikMU, perqtte vetii im-
K'isi'rel »> general realísU d eobsernr i^elle pOQto,
i4o n'ate de iem SaacM iiiiu ti6 fri&i)e tbr^ de
Iropss cbrittinas , que já havikm alacado o fenerai Rsi-
inundo, (omando-lhe Brlilliarja , bagagei» &C. A« Tor-
'¡£36 de milicias é ñe ToluntaTÍos realistas n'iquellas pro-
Tíncias debandaTatfi para juas trasas , e áu noUbilidi-
des 'appresentaram-se ao duqUe da Terceira , en 12 At
'tibñ] , os ^eñeraes visconde áe Santa Hartha , Joat
'da Silveira , e otitros nlaitos individút» , que depois dt
ftzereilt. a sna submit^ao ao imperador , ae retírsran
Ípara suas casas 6 vida prÍTada.
~ Ao aUI foi Setttfoat aiacada no dia- 12 peltt condt
Inii de SonnnoDt , qub por pouco nio occupa « villi
'por suTpreza. Cabretra avan^oa ptra o centro do iV
^Tve snbre Si da Ba&deira. No norte cúDliñaaTa o di-
vue da Terceira a avan^ir paVi Trás~OA-Uontes ; de ac-
Wtrdo com os christinos, e coin as for^as hespanhol»
'e portugueieas do general Atitel, Cfue lamt>«Hi bam
enirado de Hespanha. Os gieneraes realistas abaiidoQi-
Yam toda a margeln direlta Ati Douro em 17 de abril,
'passando este rio na barta do Pociubo , na dírecfio dt
Trancúso. Os realistas atlribuiram ainda assitno al>ai>-
'dono láo rapido do iiorte do Douro a faKa cOmmettidi
'pelO general Gouvéa Oserie , qoe fui quein de raclo
'commandou as tropas realistas depoit da retirada dt
Amarante. general flodil-com oito mil homehs occv-
'para a Guards. Almeida , die ha i6iií(d ameSsadá pelu
tropás christinas de Rodf 1 , TÓi abandenM]% pelo g«-
Vtrnador, generdl Nuncs de AndradC', eta 18 de
'ábril. Os realistas coMerviAam n'esU pre^ 'óitvcti'-
'lós presos polHicos qbe'pafalli tín&ám Sido yenlovidcs
'dai outras cadaiaa *> íeíiw.,«ffgoTe««lw *»■*©!«*
i».„,.-" I. C^ioylc •
fl<^r.l(>4W • « 9«»> ellc 0* yoderja leTar. Oa pMJtw fe.
rain ,logo «oUoi , e deJjaixo do coiomando do corús^)
Valdet sé organisaram , e innaraDi para faicr a gUt^T>
J1ÍS40 da pra^ em Dome-da raÍDba. Ílodil náo aiancoa
Além da GiAfda, em quanta Tercetra nia se apro^;^
mou para operar de coiomam accárdo. D. Carlos f|]gÍH
da Guarda á eotrada de Bodil , e foi ler i Chamqsqi
com algnns poucos suldados hespanhoes qoe seguiam •■
pua causa , e que liaviam eroigrado para Portugal. Of
^«neraes Osorio c <Cardoso .coüm os restos das suas tro-
jtas' juntas á guarai^áo de Almeida oecuparam Vizeu «
Ca'stro Daire. lerceira passou o Douro em22, e occOt
pna I.amegp.
&sstgDaurse a quadrupla alI¡BD{a offensÍTa e defeiH
^iva «nlre os goveinos ■ias Tulberias, de fi. J&iaQs,.^
Ilfadridj « Lisboa , para eipulsar-da Peninsula aok s^
jihor«s D. Migtid ,e D. Carlos de Bourbon (32 i»
abril ). lata dqpois io gabinete hespanbol baver recp-
nhfcido teDbor D. VigDel camo rei de Portugal., e a
de S. Jajnes detdarar no comégo da lacU , que m>ap»
se intrtmetleria , ncm conseDtÍria ,q|ie oulrqs se iuUo-
mettesnim eom forga aroiada ufs questoes que l)a?ia
cDtre os dois priacipes di Ca&a de Bragan^ , fallanda
a esLa promessa , ipter:ferindo ÍDdirectameDle a favor
do senhor jD. f «dr« , .recoahcceDdo depois a seDbora
D. Uaviajij «;eg»rH sHÍgiiaiido o tr^clado da gufidr^-
1)1« :al1íani¡a para o 6« de eipul&ar do territorio da
Pe^ioaub híspaniea ao.seDbor'D. Uiguet , emprcgaudo
Wfifiiflft.'Mflsntfls, it>r>daDdo.O£Ofe^DO ÍDgloi e fran-
x«i qa ■flW iWgtiadrafi^ e o heapaDbol um formidavel
Axef«ílft « .DOfl^ga), ,tta .'quantÁ um oulro.é ,grapde
«ifWCÍCo ikmo§t .^oa*< 4t ot»erva(áo .nos Pyrencqs
I. Coo^ílc
846
liarte io eietcilo dt Christína , qne é» ordñta 4a Ri>-
~ dil , Serrano , Latre , &c. 6ic. faiiám a campantaa em
Portagal.
As for^as realistas ao sul &o Dooro , e do comman-
do do brigaddro Bcrníirdino de Moura , háviam relira'
Ío á,tomar p<)siqÓes sobre o Vouga , na occasiSo ()ue
ó generai Cardoso rítiroii para Trás-os-Monlcs. Do
Porto passaram as forgas áo baráo do Pico do Celeiri)
h ocQupar as posicóes de Oliveira , Soulo Eedoudo,
Óvar e Feira ', tibandonadas pelo brigadeiro Moura;_pi>-
tém este gcneral , logo qtic os generaes Cardoso , e
Osorio se aproximaratD a Viteu e Castro Daire, afao-
(ou noramente a tomar as suas anligas posi^es, no
dja 24 -áo abril, que forain abandonadas precipitada-
jnGDtc pela^ forcas de PicD do Celeiro. Este movinenlo
,de Bernardino , e a reconíenlra^So das tropas reglislas
por Castro Daire , faria recolhcr ao Porto on a conser-
Varem-se na dircita -do Douro as Iropas do duque, a
aao scr a cooperacao (jue lioha«i rtos hespanhoes. Kn-
Ire afguma for^a dos realístas e Terceira houve uea pe-
qóeno combate em.Castro Daire no mesmo dia 2t á»
abrjl , 'e no Algarr'e a dírisao'do brigadeiro Cabreira
' bateu Sé da BBtideira em S. Bartholomen dcMessines,
obrigando-o a reconcenirar-se Qovamente nás Ires pra-
(Bs de I.agos , 'KaiS^ , e Olhao.CabrcÍTa ím promovido
por dislinc^Ro a msrecbal de campo. A'^9 se deu oa-
tfo combate no norte , na Ponle Pedrinba ' sobre o rio
PaÍTB , «nlreas trtfpas do duque da Terceíra e dos ge-
fi^raea Osorío e Cardoso , e a 2 dé maio a bri^da bos-
panhola , do coramands do barao' de Garandolfet ', ata-
■ cou o povo armado em Gouvea c ■Céa, qoe 'deblrofoo.
A S entron Terceira ém Viieu , eos'generaes realis-
■»at . flanqueHdM pelos hespanhges, C9BK>^l^.* «fr
0,i,-f-n,CoOylc
i*r w (lífeecZa de Coiinbra. A S fbi a pn; ■ d* ITira
attcada |ior Cabreira. N'eile menBO dia o brigvdeífto
Houra com quatro mtl homens -cbbria Coimbra, acam-
pando na Healhada , e Osorio e Cardoio reliravaB^fior
jCondeW». Uoura, oa Urde de 6, aT*n;an a lomar po-
BÍfocR no Bussaco , deixando na^Ucalbada o 13.° de ca-
^ado'res , valBntarios de PenaOel, e umi esqiiadrio 4e
cafallaria n." 1 ; potém tendo já os generaes Osorio- e
Cardoso relirado sobre Botio, em coosequencia d'e
Bodil ja occupnr a Ponte da Murcella , 'o brigadeiro
Uoura retn^i'adou pira a Uealhada peli noite, e na
nudrugadade 7 retirou sobre Coimbra , onde entron
ao raesmo tempo que as reiíqutas das fori;as: qne reü-
ravam do norte. O general Gout^a Osorio lomo» o cúm-
BHndo de lodas as fer^as rcunidas em Coimbra. Sup-
funba-«e qne o« realistas esperassevi a Terceira en
Cóimbra, cidade qae estaTn já regulamiente fortifioh-
da. O duquie en'lrou na Ueilhada no dia 7 , d'onde safn
lura Coimbra na maidrngsda de 8 , esperando ler de
atacar a cidade , parao que tex avan;ar as suaa tropas
oom todas 18 disposi^óeS mililares para eatrar n'um
oombate. A dívisao hecpanholB'do general Serraaoea-
Uva a 8 em- Uertola , avam^ndo sobre o Algane co-
brindo a estrada do Aleibt'ejo panTXquelté reino , palt&
eortar as communtca^oesdeCabreira eom o Alemléjtf.
Coirabra foi abandonada b 8, entnndo n'este dia na
cidade'o doque-da Tercerra , e'Napier na vitla dá Pi-
goeira , avanfando logo com as snas forcas de dtsem-
barqHe rennidas em Lavos ás de Lairia ,*Bobre Soure.,
wHe eotrou a 9, Os raali&tag reuntndo a« for;u do not-
i\eíí columna qtte tinbam no Uondega e PoHabahi relf-
racam pcla estrada de ThomsrjnTerceira detnarou-tfe'
-«n GwHArt WM' di«f 9 c.l9>.« a'cste aHimo', <Uá t«N
o,i,-f-n,Googlc
iMt Mrtna cMiferencla co» Bodít .p»a «ontiiUTew s»-
fbn attérioces Aperacow- Pictf úo CeleÍFo fei pccHpaf
ATcira, e * pedído iloJuque da Tcrceira mandou tnda
■ tHB ovallaria de Inncetm ( qu^si todos os cavatlos
-•'■aldados eraoi iogJezes ) a reuDÍr lo dnque. A M sala
■m difisáo do Terceira pela eslrada de Tliomar. A vitl)
'de Pombai foi occupada no niesmo dia 11 . ficando as-
■Ím sberla a comniunica^so de Usboa com o Porto.
Tcnceira foi a CoDdciia a 11. Napier cooi »? suas for-
fas e as de Leiria seguiram a e^r^a dcTorres Novai
:iobre a TÍIIa c castello de OureBi, que estava rortilica-
da e'gUBTBeada, assim comoo cafilctlo pelo batalhao
•ée cirimtarias realistas de Mengoalde , e regiinento ^t
-jntaatería n.° 7. A 13 Bcava Terceira em Auciáo. 0»
-raalistas reuníram todas as suas forgas do norle em Th^
iimr, e ili receberam de reforco uma.brigada maDdada
-de Santarem. O general Gnedes lemou o coiniiurDdo dai
ifor^as realístas TCUDÍdBs em TEiomar. A -13 eiiitou o
Mirtnn' D. Pedro uma carta rcgia ao general cotide'dt
XlBdeira D. Alvaro MesquiloUa, goTerD.adDr e c«piláo
igeneraí da Uadeira e Pofto Santo , coni'ídaiido-o a fa-
-ser a «oetBffla^io da raiatui , visCo estar já .aoclainada
-«m quasi todo o reiao. O general Guedes abandoDOR
'Thoniir a 14., «ntrando n'ella o duqoe da Terceira.
-N'dste Aeanu) óia iolimou Kapter a goanii;ña de 00-
irem para sc:r«nder , a que «e recusou jnQStraod» dts-
-pasifoes de se deTeuder; parim no dia 15 pediram cíf
-pitnla^so, qtte Ihes foicencBdida 'com tsdas¡as faioiiraA
.da guerra , depoodo m «rmas , e;retirattda-8e para suas
-aaaM, veaáo * tíUb e^oicastetlo oecDpBdo.porHapÍBr.
-Gttedoi evperou o daqiK [His ellnras da Asseiceira , «
'4egoa e meia do Tfabmar . «stindo os,aeDi>5oldados«oa-
'-*'*" '*««'aeiitotB., JBig«<a «npíawi vija.qwB
1. Coo^ílc
<8»
mris TorcBS ptrai dar uma fcatdhi • TereetrB^ w ptla
nenos vlria o general em cfaefe Lenoa. A ara^oraii^
foDla D. Isabe) Haria passoti de SSntsrNn para Bkat,,
para nio ficar esposta aos riscos d'um sitio ou GoaA*-
te' em Santaretfi. Xapier reunia-se « Terceira oa doUa
de 15. Saldanba estava em commuaica^áo cem Tercei-
ra. De Santarem foram mandadoa dois esquadréea 4^
Telor^o aa brigadeíro Spering , que oocupava 5al»teF-
ra , e para eritar que Saldanha passasse a margeiB e»-
qverda do Tejo. Guedes tÍDha de combater com u
relÍqDÍas d'nm exercito desaDÍmado. Os bespanhoes
flanqneaTaia as for;is de Sanlarem . niBrchaiMlo sobre
AbraDtcs , em qoanto outro corpo merehafa pelo Ákmk-
-tejo a reonir-seás fer^as de UarTJo, e o genaral Ser-
rano dava r« maos a Sá da fiandeira. O duqne daTe»-
Ceira laJa de Thomar na meaha do dia 16, e ^wtas
'Sele hor^s le encontraram ss avanjadas em Saota GiU„
onde hs&ve üm pequeiío tiroteio , retiraodo os realÍAtW
wbre as saas for^aB principaes. Guedes linb» seis nil :
iirfiinteg, qninbetitos cavaltos , « oilie boceas de-fogüi.
'Terceira tittha aproiimadímente a mesme for^a em ofl-
vallarÍB t¡ artJiharia , porém-tinha «aís infadteria. Aa
des re^lístas «slafam divididasem Ires brigadag , len-
do o commando da que oc<ni[á*a-a dirMla-o brigadei-
'TO Bemardino de Moara', da do oenlro o -brigadeino
Ricardo, e o da esquerda o.brígadeiro UauTÍty . coin-
mandando toda a cavallaria brigadeiro marquei de
'PuJssebx, e em segondo o earonel víseondcde-Clacíi,
-« a artilhati< ocapÍtioLobo. O.dHqae^UnibeB tinha qs
'suai fdrcatjtdlvididai am trei ralnmnas , oommaBdaodo
a da direita eúrmel íjaeiroa, ^do'cnlro 10 bríga-
-deiro NépMiaento, e a e«ia«r4a o -'tniecte. tJonoMt
-BhMitfrt a¿ LoMa , «9BuitiMtamd»ta4« ii-!piT*iU**l««
..Coüglc
aa»
camtiel J9s£ da-FoBseca , e a ■rliUnria-'S jm^ Piwhl
Pelas-ime (iorA -BTah^rain as trapaa do düqtie-sobre
es reilistA) , e áf 1t) horas o fe^ se tisha. tórnado go-
fal í sa«t«ntando os realislas as'suas posif 5es - com d&-
Bodo, e mais db que se csperava de trO{)as que< em
^randc parte , tomaiam' posi^Óes depois de uma longa
'e penosa marcha em retirada, que baslRiite as desor-
ganisDu. Apesar de lodns' as desproporfóes pbjsicas •
inoraes, ds realistas já tinham os scus cantrários en
grandes epnros fchi seu afltiio fogo de artílkaria , qge
Ihes tinbam abalado a direita e ceDtro; e mandmdo o
duqae carregar sobre a esquerd» dqs reaüslas , com
cnei^ía , e pelas sua^ pTÍncípaes fortas , o '^eperftl Goe'
des mm opportuneinerile ordenou so brÍgBdeiro.mai^
quei de Pufssbtii qac com dots esquadroes de ca^ado-
r«s e lan;eirss do 2." e.8.° de caTallatia carregasGe a
di'reltn dnt s«us Kiversarios ; esta carga foi dada con)
'bravura e galtKirdia ao grito de viva o rei ! &zesdare-
'tÍFar'oi seus contrarios sobrc as ssas reservas ;- e cjin-
tinubndo os esquadrocs a avan^r , enlhUsiasmados pelo
bom successo da sua carga, esolamaTeiB' : TÍcloria !
Tictoria ! grito que /oi logo repetido eO) toda a linlia.
A batalba éstkva gaoha-ptor Guedcs , e o duqoe orde-
nava a retirtdai pocém Puysseux e Clacy iotempéslivii-
mehte cohlinuaram a conduzir osiesqaadroes , que sik
bi^am B passo de 'carga , econ a maior flrmeu , a
«otlina qae Ihes íleavd de.frente, onde estava a infsB-
'ttria da cotumtifr do coronel Queiroz , qaerelíirou para
(briAir os qiiadradM, e Da dceislao que a <CBTa)laria
r«alÍ8ta se iproximavB piraidar nova carca , Queiro*
-onleiion uAia descarga gérati recuUando o rerimenlo
'■nmU'du distlncto Pufsseux , e a dM«DÍil>as3o da c»>
'T^la^ í^oe Ttndo ó sen ctefe por terra , fWrd^u « oc-
0,i,-f-n,Goi3gli:
isl
itB>> « deo cflitaa-sas leA cobtrtrlo». O eovÓBel €1«*.
C7,.affieMil niomeBQS distÍBCto', Bem meooíbnwQ i{M,
Pa^sseox , tonoo o cOBHiHndo',' ajicMr do Bstt -niio ei^
tado ite laude , e Cn todos oa possñeis pars meltcr &
enallaria etn oidem ; porém iMci etáentendido, portiue
nio falJava oada « porluguez , nem láo poncp ali.bavi^
qnem Ihe csteDdene o francea; progredindo por teato
■ deiordem , qtie foi levada a toda« ae iileiras pela xa-
VBllaria , atemorísada pela perda do seu cOBimaaclanta
. geral ; todavja o regiiUeiito de ÍDfanteíia a° 16 e obata'
Ihio de voluntarjos reaiisás de LamegeiMmia se deten-
djuaeem i^or, apesarda metralha que osdieinafa. 0)
dnque mmda carregar sobre o centro , qoando ludo co*
m<;ava em deiordenida reltrada pcla estrada de Coas^
tan^a, BaFquinha ^Torres Noias, e Golega. A cavatla'*
ria e srt.ilhBria atropeUava a abalida inranteria , nSo ha*
TCiido n'esta occasiae am of^cial , qoe oom.firawta fl-
ceiso coBter ■tanunba desordem , faiendo com q((a «
cavaltiria roltasse a prolegef a retirada da iafanteria ,
na qual se Tiain ainda alguns InlalMes fotmaidus em
quidrado resistindo, nas iflutilmeute ; porq<ie , ttao
leodo Soccorridoi , tíveFam de d«por as armas o regi-
mento é* infanteria n.° 13 , e Um balalhao flo regitt
meato n.* 16. Os realislas perderana mil e quotro cen-
(os homcns , ns maior parte prisioneiros ou appreiedla-
dos, orto pet^s de ailÍltiaHa, quatro bandeiraB, toa-
gagens , reiervas &.c. , e os seos atlTerfarioB , segundo
o'olBcio do duque , tñeram tins quatrocentos bomens
ffira do combate. O dnqoe A» Terceira deveu a viétoria
d'esle dia á morte do chefe ()a cavallaria reilista , e i
iatelligéneia níiilardo seu chefe d'estado maior Loai.
relro. Os retliMa* 4icviam ter ganho egta ' batalba , rei
farcajido «s tnqrti d^ Aamceíra c«m alguos es^M-
,ü,o,i¡'-n,Googli:
3S3
Mm ', « eifadom tirBdu d« Saittroai ,^ o qae nuúfa»
Iton podaria» ter feito lem eafraqnecBr ■ loa li&ba.
6 se^or D. Higitei , oa o icD general em cfaefe de-
fiam ler-se appresentado aos leus soldados » AMcicek
1« i e assim satísfaier-lhes a desejos lao >llamcBle m»-
ntfestadoí, e para o qae boave lempo. £ n'estas grw-
d«s esolemnes crises. que teiQos\ígto teig, principei,
e mesmo ebefes de partido appreseotar os shis lalea-
Mw , e a andacia qne mnitas me» tem feilD mudar a
bce d'uma- caasa julgada perdida , pa'ra a pcHÍgas de
TnKedora, e a batalha da Asseieeira , ganba peloa rea-
listas , e com om i^neral ÍDtelligente e.andaciosa, fo-
deria produxir um d'esses phenomenos , qne a hisloria
nos appreseñta , e que fazem a nossa_ admira^io. Ol
bomens grandes só se pudem mostrsr. grandes nas grw-
des crises.
general viscondc de 8. Joio ds Pesqueíra ofQeiov
da pra^a de Abrantes^ ( qae ainda estaTB debaixo do
domÍDÍo do senhor D. Uigael ) ao tninistroda gaem
do senbor D. Pedro , fatendo a sua snbmissi»i scnbora
D. Maria n. A maneira por que o Tiseonde redigia «
seu ofitcio é basljmte censurarel , por serde um homeiii
de qiiem era tao conhccido o seu proceder em 1888,
e BUbsequenles aDnos du reinado do senhor .D. Higiwl
f 16 de maio J.
No mesmo di» 16 de maio, tio memaravet mi di»-
wngSes dos portngneies , eram ctmdHtidos de Estrc'
moE para Elvas setenta e nm presos politicos. BaU
eommisaio de transrerencia dos presos foi eacsrregada
pelo general conde de Alaér ao auijitor do exerettQ
Hanocl Haria Coutinbo de Albci^aria Freire. Este iih
dividno, eonhatído slé ali como um •cei'rtD» realísU,
qait KfoTMr «1 raai opiaio«f politicjis coa oai {0ito
tétíttaáio, nBt ipiBGlisloa b vlia a tnitoiirfelüat;
que DÍo moTrtriain >e fossein coiHÍIaiidos para Elru
como o.^Terno provideBtemtate ordeiMia para oio ha- -
V0r ontra icena ¿o castello de EttTcmot. Albergaria e>-
tando com Ds presoa na eslalagem da (toreda , « din*
levoas de Eitranm, fez com qae ot prcsos se apode-
railím das annas da eicolta , tr«vando-se eiiLre a Iro'
pa e os preioB um confiieto em qne foi mortalmcnte !»■
ríd» leneote commandanle d« escolta , e gravemenU
alguDi loldados , fugítido o resto da escolla para Estrs*
moi: O govemador d'esta pra^a, brigadeiro Pereira,'
ofRciou immediatamcnte ás aodoridades militarcs e ci«
\is de HoDforte, Villa Vi^osí e Jeruiaeiiha para quei'
rdonindo as suas ordenan^as e as forcas qne podessem *
fosseni no alcance dos fagilivos , e no dialT lodas at
cslradas se achavam tomadas. Foí dolorosa esta scen»
de persegulrio , porqnc dos.presos qiie fagiam n« <di-
r*c;áo dc iiespanha , foram muitos d'ellcs mortoi h
passagcm do GiKidÍans , oo afogados n'esle rio. A- ns>
sistancia dos fugitivos era mui frouvá , como sc podÍK
«perardc'honiens tfetidos na cadeia alguns ha cíbc*
« sels annos. Itffcliiesenm os presos de Estremoi,
pofqne já no amia antecedente , a 37 de julho , na oc*
casHío d«s desastres dc Uatellos , o povo mitKl« cor>
rcD amotinado sobre as cadeias da tilla para massiicrar
01 pri<sos , o que nSo pMe conssgair petos esfsrfoi d«
o^poilfio qoe Btttaib as aoctoridades ; porín ai amo*
Dnados , guiadoi por uni rapar , correram para o cai>
tello , onde lubitsmente penetraram , e caindo lobpe oi
presoB ali eslstentci, Ihea derátn tima morte bartmni,
pBrtindo^OS 8 golpe de machado ! !
O general Guedes dirigiu a nia marofaa pela eitrsda
diBüwyiiMn •.SaQMPm. A t7 csWtm e» brigadei*
■ ■ ' Couslo
M*
^M BetaMhM'e-Rícftrdo.ni ChitsoM», .o 'dnqae d»
Terceira n« Gollcgi, e Napier cm Torres. Novas;»
«enbor D. Higael em SaBtttfem , e o senfaor Ü. Pedro
Bo Cdrlnxo. bTÍgadeirO losé Ürbeno foi matMtodo para
a €hiK)i;3ca cok o regimeDto de cavallaria r." 6 a re-
for(;ar assfar^as de Bemardino e Bícardo, A villa de
ganUrem bu abandonada na noite de 17 para 18 n'ama
•rdem que nao se esperáva d'um eiercilo em desman-
Ida^aa. O senhov D. Híguel as&istiu á passagem da
exercilo, e foi dos ullimos qne passoti á margen es-
querda do Tejo. José Urbano, esquecido dos grandes
benefícios que haTÍa recebido do seu rei , deserla pari
o campo do senbor D. Pedro eulregando por trai^e
4 regimento de canallaria d." 6 (Gbaves), illudindo
os soldados I . dizendo'lbei , que apassagcm i margen
dJreila do Teja tiuha por flm libertar o rci prowmo
a ser prisioneiro. ESectuada a passagem junlo da Gol-
kga , José Urbaoo lormeu a cavajlaria , e a foi mel-
ter DD cenlrodas ÍQr^as do duque da Terceira,. aquem
tiveram de se entregar grílando o brigadeiro Urbano;
e o coronol Anlonto Cardoso de Albuquerque : viva ■
«arta constitucrónal 1 viva B. Harla ii! brigadeir»
Bernardino transmíLtiu .para o senbor D. Migucl a na-
Ucia da traifio de José Urbano , e dirigiu a sna mar>
cha Bobre Evora. senbor D. Pedro e o marechal
Skldanha entraram «18 em Santarem. Um etqBadrio
do regJnteoto de cavallaria n.' i «li se appresentoa
levado pelos seus offíciaes. imperador^recebea os
iTftnsnigns lírbano.e outros, mas nao Ihes deu craisi-
derafinio algunu. Beunídos em Santarefn os-dois mare-
chacs Terceira e Saldanha , e njo podendo o senhor
D. Padro'ACompaohar o sea exercito., em consequeo-
ci«.do tca H mi* esladfl ét Hv4e, íriwwt qw Ter>
ü,-o,i,-f-n,GoOglc
4tít» patMtte Tejo em Sañfareai) «m qoMit* Sidá*>
bba , Tollando ao Cartaxo , o roi passsr a Salfaterra oii
dta 21. N'este mesmo dia chegara o senhor D. Hignel
a Evora . o&de já estava o scnhor D. Carlos e saa fa-
milia com uns dazentos oflSciaes bespanboes , qaasi to-
do5 montados, e setecehtos soldados. O vlscond^ de S.
Joao da Pesqueira eDvi'oii segundo officio >o ministro da
guerra do senhor D.'Pedro, participandu-lhe ter feito
a acclama^áo da rainha cm &braDieÍ ao dia 30 do
maio , e que esteva reunindo forgas dos appreseniados ,
e esperava mais a guerritha de Madureira para manítr
o Mcégo público , dizendo mals : — c. náo se torna pr»-
ciso que outros corpus vcnhatn occupar Abrantes , e s*
distrálam do pnncipal tim , i perieguííao doi inimigoM ,
e im total ealerrnitiio e deitruicao. ■ Terceira e Sal^
danha com um excrcito superior a vlnte mil homeni
marcharam quasf parallelamenle, seguindo Terceira»
estrada de Coruche a Estreraoz para Gom Rodíl obstat
a passBgem dos realistas para Elvas, ondc bavia gran-
de nümero de provlsoes de guerra , em quanio Salda-
nha marchava por Arraiolos sobre Evora Monte , • o
g'eneral chrístíno Setrano marcfaava sobre fieja.
As fur^as rcalislas do reino convergjram lodas pani
o Alemtejo, e ainda appreseotavam um elfeclivó res-
peltavcl. O Alemleja ainda poderla ser o tbealro da
grandes acontecímenlos mílítares , se tivesse ha\tdo dá
parte dos tealislas a preven^áo dc abastecer dc provi-
-eoes de hocca e de guerra as suas principaes pra^as;
culdado que só Ihcs vaiu muito dcpois das tfopas hes^
panhoias dc Chrlslina esiarem cm opera^oes na Beira ,
e sobre o Alemtejo e Algarve , pois só em prÍDCÍpidS
de maio é que o commissario geral do eKcrcilo , des-
-cffbarKadat J0R9 Qaudencio Torres . deu. algiuoat prn^
M
i,n:.-' I. CoO^ílc
m
TMfUcEw para bier abaítecer Jf.vivereí d3o iú b pr>t%
d'ElTas , Ria> as de Campo Mai<ii- , e Ca^tello de Vide. K
pra^a d'Elvas prÍDcípalmeiite (inba uin rormidavel abaj-
tecimenLo de municoes de guerra , c a sua guarni^áo
foi refor^ada com um balalhao do regimenlo de iofaD-
teria n.° 14, e o batalbÜQ de volunUrios reaLÍslas dt
Faro.
As tropas reunidas em Evora com o senbor D. Ui-
gnel subiam a deieseis mil úir^mtes , mil e quatroceo-
tus cavallos, e trinta e cinco pcQas de campanha de
diíTerentes calibrea , e um graiide material de guerra.
A divisio de Cabreira po Atgarve subja a Ires mil íih
ianles, duKeDtos cavallos , e seis pe^as dc artilharia,
af¿ra o corpo franco de cavaJlaria o gucrrilhas., Havia
mais as guarq^i^óes das peqnenas prajas , que na maioi
parte linbam convergido para Ehas , CaslelLo de Vide ,
Campo Haior , e Serpf , podendo cantar-se , que o exer-
«ito realista no Alemtejo c Algarve ainda appresenlava
uma forga aprosiiiiadameiite a trinta mil homens. Na
Uadeira havia uma guaraí;ao de det mil homens. P»-
l-ficta ÍQCrivel , qne o exercito realisla ainda appresen-
tasse uma for;a similbaute , depois dc üntos dcsastres.
tk 22 proclamoo o senhor 0- Higuel , prolestando con^
tra a violencia das na;o«s estrangelras , que coai gcui
esercitos , e com as ^uas esquadras, se vieram. Íntro-
nelter n'uma questáo só portugueia , para o fíni de o
obrigarem a abandonar os seus . e a patria , intromet-
ter-se rinatmente n'uma .queslao qua.só I pDrluguezei
xflmpelia o direito de a decidir. .
. Ko dia 23 o senfaor O. Hignel reunin o presidlu a
■m ceúseltiar a que assistiu o senbor D. Carlos d«
Boarbon , t>s mÍBÍstros de estado , os generaet dc divi-
»#•• • d< _brigad«íi f ccmlntiidmlfs.ft« .«trct>t em i
ioaniMiido efl^tÍTO, aHÍm como algons outros índiri-
duos d'alta posiqáo social, qu« foram convidados t
ajsistír ao dilo . conselbo ; de generaes setn commanda
sóassistiu general Guedes. Propoi-se le oo eslad»
presente do exercito , e das cousas em. rela^io aos efTeÍ^
toj qne ia produiindo a qoadnipla a{lian;a , convi-i
ria conliDDar a guerra , oa entrar em negociaijdes para
deporeO as armas, e a^sim e?itar mait derramamentft
de saague portuguei , em grande parte feilo correr pelq
Terra estrangeiro. Os individuos que entraram no con-
Selho rui;am de'ofríniao ^ segundo o testimunha do pro-.'
prio geuersl Lemos cosmandanie em chefe do exerei*
lo realisla, que em viila, mats das for^as da quadru*
p)a allJafl^a , do que mesmo dasijue tÍQham na sua fren-
te commandadas por Saldanha , e nó^ sea tlanco díreito
por Tcrceira e Rodil , e no esquerdo por Serrano , náo
era possivel a «oiHinuacao da guerra coni esperan^aji '
de vebcimento, e que s¿ foram cohtra esta opiniao, •
faravo e habit brigadeiro commandante geral da arti-
Iharia Lqíi Goitherme Coelho ( 69 ) , e o coronel com-
BiaDdanle 4e brigada Prancjsco José de Gouvéá, 4
qoem o coron^l Luii de Figueiredo fei observaQóes, I
qtie Coefho e Gouvía nao responderam ; mas sem qne-
rermos ci9)leatar o teslimunfao insuspeilo d'um caia-
Iheiro tño respeitivel enmo general Lemos , é certo,
que muitos éommandantcs de corpos sairam do conse-
tho como desesperadoB por tal deliberaqio , declariindo
lue diWeram , que os seaj respeclivos corpos e&lavam
jrotnplos e eqttrar já em fogo , se tanto era prcciso ,
ippOfido-se portento á proposta para a depnsitSo da|
(60) O brtjcadetraC«í<fao,ietidacfimniaii^nUfaraI d*
rtilharla do cArce de Bilbao po^ p«lM CMÜitM W l&M^
9% •
i,n:.-' I. CoO^ílc
Irmat , • Mto testtmttnbo Umbem ainda bo]* nos f
appreseDtado por aiguDS d'csses comntandantes qui
^ÍDda TÍvém no presente anno de 18S3. Senhor D.
Uiguel ealeve pela delibcracáo dO conselho , e encar-
regou o general Lemos de enlrar eni negociaroes com
6s marechaes Terceira e Saldanha , sendo mandado ne
ÍDesmo dia 23 o general Guedes ao quartcl gcfieral dc
£aldanha com o lim de obler uraa suspensao d'armas,
tomo preliminar da confencao a que se ia proceder,
Lemos escreveu aos marcabaes para es^e (im , susleih
tando com elles uma correspondencía actit-a nos diai
S3 , 24 , e 26 de maio. Agostinho José Freire , miais*
Iro da gucrra áo seohor D. Pifdró , cscrevia em 24 aoi
Inarecbaes diiendo-lhes que nada de demoras com i
¿onvcDcÍo, porque poderia o inimigo reuDÍr as soii
for^as &c. &c. , tal era o respeito , quc Ihe impuDhi
exercito realista , ainda nos seus nllimos dias.
' A delibera;ao tomada po conselho feito cm ETora,
te bem qne judiciosa , náo agradou á maioria do exer-
tilo , que optava pela gnerra , ou , pelo menos , pai)
que se désse ainda üitaa batalba nos campos do Aleni-
lejo. A 24 passava o scnhor D. Miguel a sna ulthiu
revista ao esercilo, c n'esta occasiio recolbia de A^
tacer do Sal a Evora a brigada dó commando do con-
de Luiz de Bourmout. Correu que Bourmont dissera
que, sc assislísse ao consetho que se fet no 'dia 23,
);)roporia sair d'Evora com oito mil homens eseolbidos.
t ir alacar Terceira oa Saldanha que estavnn a oit"
legoas de diKlancia nm do outro, e serfa nnii poséivtl
b balcl-os em detalhe, atiendeiido a qne estaríam sii
bem desprevenidos para receber uiq.íitaque tao atrevi'
do, e táo pouco esperado da parte do exercito realii
M, que elles jaigaTun DEtisfrACff d9'q«9 M rvnUdao
ealara. Ha*ia msito quem te lembrasss de pasi» ú
VascoDgadas , plano qiie poderja miiilo bem ser levid»
a e^eito, se nao fosse a.desanima;30 em qoe eslaTam
o3 generaes. Elvas bem presidiada, assim como algu*
mas outras pra;as do Alemtejo , poderiam entreter uin
grande eiercito para serem [oinadas. Elvas principal-:
mente serfa impassivel redtizil-a pela forga tendo TÍT»-
res. O exercito realista podia ser coBduzido até reunic
a Zumalacarregui , nas Vascougadas. Se os exercitoa
combinadus o seguissem, dciiavam as pra^as occupa-
das pelos reallstas sem u'tai cérco regular, e ss desconp
tcntes perseguidüs por lodas as proTÍocias haviam pará
ali cOnvergir por forga de necessidade, e assim aa-
gmcnlar. a sua for^a. Ficandó os esercitos siliando ■■
pracas , os rcatistas podcriam raarEhar lentaraente por
luda a Kespanha , até tomar Úadrid , qae eslava pouco
guamecída , e em todo o caso dar grande impulso i
'Ctiusa do senhar D. Carloa . que já se achava como
communi com a do senhor D-. Miguel. Mesmo a guar-
ni^ao da Hadeira poderia tcr sido eonduzida ao Algar-
ve , e apossando-se de Faro, ou d'alguma outra pra^
imporlantc n'aquelle reino , coRÜnuar ali a guerra ; •
ciiso náo podcsse ou nño conviesse o desembarque na
Xlgarrc, poderia tainbcm ler passado a.Hespanha. A
Uadeira , no estado prcsente da quesláo . nio era poO'
to que para es realistas \atesGe a pena fazer sacrificw
pela Eoa cunscrvagao , empregando ali tropas famosas .
que com maig proveito para a sua causa poderiam scr
emprcgadBs no GontÍDeDte. Nada se fez , porque nñu bar
TÍa no campo realista na homem que , reunihdo ener-
gia e inOuencia , deliberasse osenhor D. Sliguet a coi^-
doiir aquelJe's braires soldados portuguezes , quc , ape-
su. de raal Ttslldoa , ii»l tal^ados , e brto^ de toCfrer
Couslo
SM
prÍTB^Ses, mnÍtM feitas áe prqpodte para otrler de-
Íec^oes, eitfrám promplos a «egQÍr o leu rei aonde
«lle os qniiesse lcTar. Era um exercito que iá'nio bri>
Ihara pelos setis etegantcs uoifortnes eonsumidos na lun<
ga Incta fralricída , tnas qtie brilhava pelas criixes d«
(lisÍÍDc^áo gantias em defesa da Fatria na campanha da
Península e de Monlevideo , c que adqt^aTam o peilo
de grsnde número de olHcíaes e saldados. Estes vde-
ranos, iiiftindindo respeito e brio& á mocidade militar,
faiíam-nos pensar commuramente que Ibes era niaij
glorioso succumbir com a sua causa n'uma balalha,
Binda que dada no centro de Hespanha , do que depo-
rem as armas tendo ainda uma ror^a táo respeitavd.
Hapólelo disse dG|)oi$ do desastre dc Waterloo — Eu
Ii5« d*¥¡a confiar nos grandes, qne já estavam canf»-
dos de guerra , e jí nao lioham nada « ganbar ; devii
fhier grande s6 a quem o merecessc, promoTeDdo no
exercito desde anspecada até ao coroRel , os eoronrú
B generaes , os gcneraes a marechaes . agracia1-os com
tilulos &c.'&c.'(70). A divisao de Cabreira comeeoo
s recoDcentrar-se no AtgarTB abandonando o c£rco i'
Faro , porqus o general hespanhol Serrano , qne baiU
' (TO) Oi ofRrtaes ■upei'iarei *So qnerHm morrer bh pl*-
, alrlca da Evara , e deiFÍaram rer termÍDada m gaerra; ot
MldiHloi, peia ootra ]iart«, CflaTaBi ptomplos pan comlw
ler e derTainar o MD utlimn uDgcie ein lUfeDia da csuu dc
n. Niguel. KdUo que devia elte fater? ~- O qi»¡I Devii 1
ter g^radeddo aoi offtciaei □> leos' seriÍi;o> , e d^)ttil-«.
<|BBd-o a rommando di> iea eiercíto a d'Ainlér , on Boni-
aiDBt, prpaioTer.in offíciaei qire quíicHem Bear, e jiroTH
M Tacnturai rom bomeas tiradyi dai ñleirnt. Cbm uia eie*-
rito «ssim^táa pcrfeitamenle dedicado á >ua cauia , tCDdJ
tudo a ganliar, e iiada ■ pcrder, terinm mBrchado tahn
Madrid, regniMlo «■ ciirlUt*, « é idai» {«)»*«•> 40« iL
1341
Mtr«d« 'por Bferlola , cortafa-o , Kado já em 18 6eeii>
ftio Béja com parte do seu esercito, A 2S taibbem s
general Lemos recebea do marecbsl Sáldanha um oHi*
cio en*iaDdo ao mesmo lempo os arligos e insimc^ei
'de que di'zi» nlo se podia afastar, porqae assim Ib'a
ordcnava o seii govcrno , artígos quc na ccmTeDcio fo-
ram copiados pakvra por palavra , "scm quc de nada Ta-
lesscm as reílexoes feitas por Lemos , sendo apenas re-
Formado o artigO que dÍEÍa respeito ao embarque do
tenbor C Miguel , que devia ser em Aldeia Galle^a ,
deixando-llic depois a escolha do porto. Na rerdade
alguns artigos eram táo ofí'ensÍTos para os realistas,
que deviam por hoRr.-i suq q^uebrar a suspensao d'ar>
tnas , e romper tiovamente as hoslilidades, e preferi-
rem o ficarem ali lodos sepullados , se a sorte assiro n
permiltisse, mas náo assignarcm uma cunven;áo inde'
corosa. Todavia assignon-se do día 26 , passando o ge-
nefal l^moa para esse flm ao quártel general de EVo-
ra Monte, oode estavam os dois nwrechaes do senhor
D. Pedro. O geoeral Lemos pobticou « Este acto foi
para mim de maior repugDancia, e o do maior dii*
sabor qae tive na minha vida militar. d Lemos , qu'ano
áo passou a Evora Monte, foi igualmenle encarregada
Í>elo senhor D. Miguel para tratar do cmbarque do se-
nbor D. Carlos , « 4e sua familía ; porém os marecbaet
responderitm que d9o estavara aDctorisados para isso ,
e foí ebtáo <^e mr. Granl , seerelario da- legaíao ingle* ,
Ca eifl- LisbM , (B ofterecev psra esses arranjos , con-
dujdó» os quaes-ot siambae« disseram, que nio (1-
Cario* t«rüt ■gora tüm i»l de HmmbW . e Higael poderia
A*t*i ter recoperado m coraa. O. pédro >cbon-ie do PotIo
ctn nnia paifi^ó ntaito pelor fte. tr. NapEer, ^atwtM do
tvttvtA», tvan fl ^ fmg. «4, e ÍVt.
nvGoogli:
Uf
n^n emllarla iwa ■ tna tM<Ai» ', Mm Iwitai para
as bagageos , ao que o general Lemos respondeu qu«
podia rornecer lanto a cavallaria como as cavalgaduras ,
o que ludo Toi acceite. A 27 de maio o senhor D. Ui-
gael annunciou com a seguinle proclamacáo a con-
ven^ao reita enlre os generaes chefes dos eiercilos bel-
ligeraotes':
« Soldados — valnr que tendes desenvAlvido qnaiH
do tendes sido chaniados a combaler pela minha co-
roa , e a vossa fidetiítade á minha pessoa no meio da
¿ífficullosa conlenda em que lcmos sido empenhados,
vos tornam dignos dos mais altos elogios, e inereceia
loda a mínha gratidáo.
Háo ohstante isso, como as tres Grandes Potencias
de Inglatérra , Franga e Hespanha , conjunclamcnle
com Governo de I.isboa tem concluido um Traclt-
do , cujo objecto é obrigar-me a deixar este Reino, a
cotitinua^áo da guerra unicamente póde conduzir a inu-
til effusáo de sangue Portugaei que me é lág caro.
Só esta consiilcraQgo me indax a.separar-me de vñj.
Jls convenQoes e arranjos que procedem d'esta resolif-
(Üo esláo coocluldos, e em brevc vos scráó communi'
cados : enlio sabereis que estipulacóes se [em fcilo
para vossa seguranca. Náo é a falta de coQfiauca em vós
que me induziu a dar este passo,. maa uma convicfio
da impossibilidade de vcocer as Potencias que se nos
oppócm , c o dcscjo de evitar os mal^s , a que a presen-
(a dc Eicercitos Estrangeiros eiporia ci nosso amado
paiz. Tenho razüo para.espcrar, pela vossa disciplÍDa
e pela vossa obcdiencia a mim, bem corai) pelo amor
que me tendes sempre Icstimunbado, qne as trópas so
conduiiráo na crisc actual como tropas dignas de obe-
dacar ao ssu rei ; é por isso qoo outra V« íoj [«COIB'
0,i,-f-n,CoOylc'
34S
mo'do obiirvancia de ordem e tranquilllddde, pelat
quaes fa^o reBpúDsaveis o$ CominaDilantes , e OlBciaej
de todas as graduacñes.'
Lembrar-vos-heis , qiie nao 6 um aclo de rraqucza -
que eu exijo de \6& , raas meratnente dc resignacaot '
cedcndo ás forcas desproporcíonadas , qiie , scgiindo o
tractado acima mcncionado, sc cslao preparando p»r\
se derramarem por este pah. Apreciareis como mere-
cem estas razóts, que a prudencia dicCa, para etitar
calamidades quc coDsummariam as miserias do no«gi>
paii.
Recommcndo-Fos outra vcí ordm e resignacáo. Es-
tai certos que eu nuDca csqueccrci o vosso valor, ■
Tossa cooslancia, e a vossa ridelidadc. Conlribuí pois
peta vossa condncta ao bem do nosso querido paíz.
(Assignado) Miguel.
No Palacio d'Evora , 27 de maio de 1834. d
Assim deixon o senhor D. Migticl dc oicrccr os po-
derei -magestaticns que Ihe foram conferidos pclas cnr-
tes Kcraes dos Tres Eslados do itcino, reunidos ent
1828. infeliz principe desccu do tlirono resignado ,
e leria feilo um bora governo , sc rcinasse n'oulra epo-
cha , que náo fosse a d'iiÍDa agitacio gcral «uropea , e
em quc rui for^oso^ ao scn governo Comar o cstado de
defesa permanente. Assiin mesmo, apcsar da agilacio
em qiie a na^ao se viu , as sciencias, as arCes^ e a in-
dustria tiveram proleccáo do ^nverno , e do seu augusto
chcfe , que para dar o CTcmplo vestia o panno das fútiri-
cas naciunaes , mandando, quc o exercito náo usasso,
d'outro, assím como deu semprc preferencía a Indos
os oI>jcctos da indaslria pordigucxa ; e comii o ctcm-
plo é sempre o discnrso mais cloquenle , a corle , e
qau\ todos os porlugueies scjjiuiam o eiemplo do che-.
«H
k So eitadó , qne sborrects o laio , qne é o cancró t\tu
íoe as nacócs (71 ). Este patriotismu cada tcx se arrit-
gava mais, c via-sc que tanibcm aj fabricas de papc)
iDmaram grnnilc desenvolvÍDiento, havendo poucas pei-
soas qbe escrevessem^in pape> estrangeiro.
Em virlude da convenQio piibticada n'este dia (27
ét maío) o senhor B. Miguel dcvia snir para fórn do
reino dentro em quinze dias, escolhendo o porlo onde
Hie aproiiveste embarcar, e um iiavio de.guerra doi
áts naeóes da quadnipla allianra. Garantia-se ao se-
nhor D. Migucl uma pensao de eessenla contos deréis
annua^s em atten^án ao seu clepado nascimento , per-
. mittindo-se-lbe mais o dispor da sua propriedade par-
licular e pcssoal , devendo porcm restiluir as joias e
qnaesquer artigos perleticentes á coroa , ou a particn-
lares. nugusto principe dcu ordem para que tudo
fosse restiliiido fielmcnte , o que assíra nconleccu , sen-
áo nolavel que Oj dínhniros dos deposilos piiblicos «^
tiveisem intactos por espaeo de do^ annos , como acOn-
leceu cora n deposit') público do PorLo , retirado oo
dia-S de jiilho dc 1833, na occasiao em que ali eo-
trou o imperador ( 72 ) , intacto o dinheiro . joias , li-
írosN que l«do fui entregnc no acio da convengao , res-
pcitando-se'assim a propriedade pírticulaf , nas Biaio-
fes crises , e de que jiiq ba exerapjo na hístoria. Os
mÍQÍstros.d'estado duraitte o governo do senkor D. -Mi-
(Tt) Eisla opiaiSn anhre o Inia é conteitaif* por «t~uni
aurlore' . qne teni etrrípta lobre eFOnainla poiitira.
{71) Náo «D a thcinuro, mai oi iÍTro) Htr (tepqtilo p&-
bliru <to Porto, iliohcirn ■i'ultailn, joui ftc. íarmai entre-
Euei pp|a gavernD ila aeahnr D. Misucl tiD HCta Jn coaveii-
^o <le Rfarii Hnnte. Deputado Klaia , di )ei]üa dn camara
•1« deputHdM d« 6 d« narv) ^ ItUS.
. ,o„„-.-.,Coo.ílc
■3«
fUtñ GomiDelteram sepi dúviái gramlea erros póliLf cM .
que etles tnesnio pagaram ; porétn safram cdid as sua>
maos tio limpas.'com a saa bonra tao sem maneba ,
que os que ainda bnje vivem podem com nobilisEÍoiO
orRulho dútT : — Nós sertimos a na^ío cdm bonra;
aqui eslaraos mais pobres do qae eDtrámos'.
Tambein pela convencáo o esercito rellísla serla
'desarmado, mas os ofiiciaes conservariam as sb«s pa-
tentes legilimamente adquiridas (73), ou passaHam á
etasse de paísanos os qne assím o desejasieni. Os sol-
dados marcbariam para os depositos das rc»{iecti*ai
ftrovincias a'que perteociam scos cocpos , parD segun-
do a convcn^ao serem mandados psra seus Isres , aqiiel-
les que nao qnizesscm cootinusr do servico militar. O
coDde de 8.- Lonrenro expcdiu o aviso áe 27 de nraio
M Bjndanto gcnera) Gaüao' Itfexia , remeltcndo-lhe
igtialmeDle a cópia da conven^ao assignada pelas ma-
recbaes Terccira e Saldanha , e lenente general Le-
nos, a fim de se come^ar a dar cumpriracnto i dila
conven^áo. avisando-as iropas e os governadnres dal
pra^as realistas para depórem as'armas , e entrarem na
obediéncia do governo do rcgenté em neme da raÍDha,
e conuimnar esse grande aeto de obediencta das rea-
- (^3) Pitentei lafiitfm» «io tndai a* ^ae ti« c*mhMn
per qualiiBer eoveruo «Isbelecida. CHrlui ii tecciihereii a*
pMtoi cooreriUiJf pcl» rcplihlirii ii>f;Icii , uu ptTu l'rutectiir,
Bm ISU , p 1S]S n> llourhDns recouhcferam n¡ pmtoi (ou-
fcrídni pelfl repuhtirt.e pelo irtperlu ; na HulUnila., na
AlleniMnha , e dh ItMlii Broatereu « mtunai e cm H»|u-
Mbi, ■peMr do Sflterun de D. Carlof , e dcpiiii o lie leu
filbo o conile ile Munliuolin nan se ter eítabeivciilo rni
!&l>drid , todoi i» pnttoi e be^eSriiM p«r ellei conreridot
ten lido (flrsnlklot koi hcipBnhoei que ten pmlailo «b**
S4e
líslas para com o seu augusta chcfe. OrJenaya-se-lhei
Dada menos , do que largar as armas , perderem as suas
eolloca^oes . e todos os seus empregos , que para iDUÍr
tos era condemnal-os a verem morrcr as suas raqiiTÍas
nos horrores da miseria. Bram sobeji». niuLivos csles
para levar tatitos homens ao desespéro; porém a dis-
ciplÍDa voluntaria , e a mais rigorosa , foi a que sc
observoü no campo realista ; esta é n verdade , e esla
verdade Ihes faE muita honra. Apenas roram vislos al-
guas militares quebrarem as suas espadas e espiojtar-
das , como em desafógo ou prateslo coníra a sua des-
graca ; e se algumas eipressóes se ouviram cootra os
cbefas que por impericia ou por desacertos , e alguni
por Irai^oes , oa levarara áquelJe estado , nao se viu
que attentassem contra a vida de alguem , ou promo-
vessem motins para conseguir taes fins. Era sem dAvi-
da a preseni;a e a voi do principe , quc elles respeifa-
vam tanto na sua desgrai;a , como nos melhores diaj
ÚA sna grandeza , quem conlinha aquelle povo , que de
todos os cantos de Portugal para alí se aggtoroerára.
ReGBNGIá tlO SBnnOB D. PbDBO, DOQCB DE BBAflAXfA,
EM ItOHB Dl BlIItHA A SKNHORA D. MaRIA II.
Deíxiroas escriplo-, que em 182S se inslalloo na ilba
Terceira um governo provisorío em nome da senhora
D. Maria ii , e esle governo durou até 15 de mar^o de
1830, dia em qiie se inslallou uraa regcncia nomeada
pelo iroperadiir do Brazil o senhor D. Pedro ■ . coroo
lulor de srta augusla filho a scnhora D. Maria da Glo-
ria, em qucm siia magestade imperial havia abdicado
a Goroa de Porlugal oo. dia 3 dc maío dc 1828. Os
tnembros da rcgencia da Terceira foram — prMÍdenle
^.
« marquei do POmelU , vogaes o CDftde áe ViIIa F)or,
e fosé Antonfo Guerrciro. Os acoDtecÍiUentos do Rio
iv JaneÍTO era 7 de abril de 1831 , que derrubaram do
tliTono imperia) ao senhor D. Pedro , IroUTeram o me&<
tao augusto senhor á Europa , e com o litulo de dnqoa
de Bragatica tomou a direc^ao dos negocios de soa au-
¿asla Tilha. Qtiegado á Terccira, assumiu o go?eriio
tomo regente em 3 de tnar^o de 1832. Correram oa
(empos, e os sdcccssos dá guerra vieram, como aca-
bdnios de Vcr, coroar os seus esror^os e os dos seus
álliados , consegoindo dcrribar do throoo a seu augusto
irmáo , que pclo acto convencional de Evora Uonle
lniDdou depdr ns armas ao seu' exercilo , e entrar lodos
os dominios da nionarchia portogneia na obcdiencia do
regenle em nome da rainha.
~ No mesmo dia 27 de maio, em que se publicou a
conveh^io dc Evora Monle , deu o rcgcnle uma amnis-
lia geral ; c sc bcm quc esta amnislía já estava no cs-
pirilo da convencao , esle aclo do senhor D. Pedro , no
apogéo do seu triumpho. é digno de ludo o elogio.
Hio foi elle purém hem recebido dos exaltados , a quem
o grande aclo do regenle , assim como o da conven^ao ^
tbes dcsagradou muilissimo, -pois quériam que o im-
pcrador mcltesse em proccsso , e Ihes cntregasse o prin-
cipe scii auguslo irmáo. Os furiosos, transtornadorcs
de loda a ordem pública , delibcraram nos seus clubs,
mandar emissarios para o Alemtejo com o fím nSo s6
de perpetrar o assassinatu na augnsla pessoa do senbor
D- Higuel , e nas pessoas de seus indefesos soldados e
■migos, como tambem dé os ronbar, Os minislros da
Pran^a, da Inglalerra, c da Suecia, sabedores d'esle
execrañdo projeclo , represcntaram ao regente para que
• lev sonrna déss§ a> provid^nQias coDC^raeDtes a e\i*
,u8lo
Ur DMt ac^Ío que Unto detlDstraríi o praprío saAoc
D- Pedro como o sen partido. O regente Rundoa o mi-
BÜtro da gnerra Agostfnho Joíé Freire p«ra o csctcí-
to , ■ (im de prover ■ S8guran;a ,d<i principe e dos cott-
Tencinnados, e capilnlados em geral , e Uoibem park
eijgir do senhor D. Hignel novos artigos e dectara-
foes. Aí proTÍdencias do.regcntc para faier aborlar os
dclealafeis planos dos exaltados ■iada os enfureceD
nais, e füi eirtio que elles redobraram os seas eafor-
{os para conseguir seus cnminoscis fms , oao »e limi-
tando já a sua raiva á pessoa do principe infeUi , oo
de seas infeliies amigos , porém já pretendiam igoal-
mente sacrillcar o proprio senhor D. Pedro, I quem
crandeiDcnte insultaram no theatro de S. Carlos na Hies-
ina noile de 27 de liiaio. O imperador tenao-se assin
olTendida, rompeu com os tnmuUnosos , c do seu ca-
marote Ihes disse com voz tirine : fóra eanatha I Esl«
justu desafógo do senhor D. Pedro ertfureceu aqaelU
genle qne elle bera conhecia, o siia niagestade viu lo-
go o df^sacato quc rot feito á sua imperial pessoa alí-
randorlbB com palacos, e depoís na rua com laina. Po-
démos dÍEcr aíTiiutamcnte', qiic n'este dia abriram Hieii
eepultiira ao ser\^ar D. Pedro, para o comecar a enler-
rar no meslno diñ do teu Iriumphó. Os assassinos 1«
eorriam para as cslradas do Alemlcjo. nÜo cscapaoda
o giicrrilbeiro Batslfaa com os seus. Ao Batalha foi dis-
tribaido uln impQrlanle papei ; elte foi o que occupna
lod'is as estradas do Alemtejo , pur 'onde o senhor D.
Uiguel leria de passar , para assim poder cnmmeUer o
nernndn críme de regicidto por meio do punhal ou do
bacamarte , já quc o augusto regenle nao se prampti-
flcava romper deide togo a cotiTen(aa , e aiada raais
rompcr os ktjoi .do sangue , eptregaailo SM aagMto
o,i,-f-n,Googli:
m
reproduc^ao dos cBpecUculos de Whií-Bidl, e da ^rí-^
(a da Revolu^ia [ boje da CoDcordia).
Em qu^nto em Etora se dava Gto ao grande ^rama
tragica que atsolou. ['ortugal , 'o regcDle asEÍgnaTB en
Lisboa, eia 28 de maio, o celabre decrclo da extinci
Cáo total das ordens religiosas. Outros muitos decretoB
¡orava promulgados n'esles di^s em quanto as armas es-
tavam quente j , como diziam os ministros d'estado d(t
tal epocba. Era a conlinuayáo do programma encela-
(]o , uáo para reTormar , mas para destruif todas as an->
ligas institijicijfs do paiz. D'entre esla destrui^io ge^
ral , a. da dealrui^áo da couipanhia dos viahos io Alla -
Ihiuro lancou em pouco tempo aqueJle belJo paii n^
maior miseria. Miiitos foram os individuos ecclesiasti-
cos (jue licaraea reduiidos a morrer de fome , por Ihea
Ber«iQ-arrcbMadoS 09 scus bcns , ou benclicios. Sccn-
larcs havia oo fnesinu caso. jdesralquc que similhnn-i
tcs mcdidaf deiiiani faier na reccila nacion.il erani
cibTÍas. — A'á9 maicm a gailinha q»e póe ovoi ile mtro ,.
esclamou lord Wellington n'uma das scssocs. da regen-
cia., .jquando algum de scus memhros tm occasÍRo da
• puros financciros para snstentar oexercito que dcfen-
^ia a wtssa qwñda pffleia, propoE a exlinc^io dc.al-
giins coD?enlo5. Havia sem dúvida mnitas corpQragóos
reljgiosas que estavam fóra do seu instítula, 'que dc-
mandavam ser refurmadas, e mesmo eitinguLr as quo
Uáo esUvMKm caaonicas; porém devi.n geguir-se' eoi
lao ímporlante assumpto os meios por que em outras
«pochas ootras reformas e extincgSes similhantes se fl-
EcraiD'.'Mesmo o governo do senhor D. Miguel que aca-
bava de caír , bavia cncct»do com a corte de Boroa ne-
gocífCOfjs pua.Ievar a elTeiti:) esta r«fociiia. fiavia mti»
o,i,-f-n,Googlc
«M
, é elrcimiUiitia de qoe pardecreto d« meiiM dú M
te canvoCafani ai cortes para IS de agasto; ora com
.as cortcs láo aproiimadamciile a abrirem^, e'geguiH
éo a caria e t liberdaiie lao altamcale, mas tambein
tio raliamenle infocada , eram as mesmas corln quem
tinbam o direito de decídir aisumplos de tio alu sa-
gnilude social.
- desarmainento do exercito realista liavia camie^
áú, Poucos foram.os soldados que acceitaram o ñcat dd
■erTÍ^o, e esses foram Da maior parte de CHallaría, t
homens que nao leitdo outra vid^ , {trefeTÍam aqaelli
para náo se eiporcm a morrer de fome.
' Nu dia 29 de maio recebeu o general l.emoa am oF-
Scio do general Cabreira , dalado de S. Hartinbo d»
Amoreiras ( Algarve ) , participando-lbe que cam as ror-
{as qae linba náo podia coDserYar-se no Algarve eta
TÍsla da cntrada das Iropas bespanholaa , e do terroT
que liuha causado nas suaa tropas a cooperacao das ror-
;as dos altiados , o abandono de Santarcm r traí^ao de
José llrbano , e pessima coñducta dos olBciaes do bi-
lalháo de cagadores n.* 4,.g do capiláo Pioliciro dt
cavailaria n.° 8. ir Meu general ( diiia Cabreira a Le-
mos ] , para tanlos desgosEos nao jutgaei eu estar gttac'
dado (74}; em lim, resla-me a satisracau de dii^r,
que servi de coracao., e qne nao servirei outro rei4|iie
. nio seja o nosso , e feliz de mim se elle me acredítar. *
Cabreira dizia mais na ofScio , que marchava en direi-
lura a Evora , e que Ibe dissesse o qué «le*ia faxer.
. (71) Infalii, qne ■indB eitaTa goardadn p*ra ibbIi trisle
wrle. Lo^o depoii da coDveuqlo fai príio, e nietlido na
'cadeia de Faro, onde al|;iiB», que nüu eTam »pMes At
YrnteT Dociinpo eite bravo mitilar, tivcram a cotürdia d*
*atnr ■■ cadcU, « •)) o atHuiÍMr « g^rn de poalMl 1 ;
..Coüglc
íSlli
lemos respondea bo- meimo dia^ , diiendo s Cabrei-
ra i qDe. no pontD^nde se achasse fiiesse depdr as ar-
niis ds tropas da sua dÍTÍsao , fazendo-as recolhec en
am d^posito , para o que nomeasse officiaes , e , dissol-
Ttdas as Iropasi as mandasse para os pontos indicadof
na conven^áo.
-Caslello.de Vide guarnecida pelo regimento de-iii-
fanteria b." 10, batalbio de .ToluntarÍDS realistas de
Portalegre, regimentos d& milicias da Jdanha, e de
^rora , um esqiiadréo de caTallaFÍa , um parque áeat-
^ÍJbaría de campaDfaa , e todo 0;material da praga ca-
.pitulou com general hespaflhol Rodil, debaixo de
lionrosas condi^ües.-A brigada portugueia qoc guarne-
cia a pra^a era comnundada pelo coronel do regimen-
to n.° 10 Rodrigo de Sooza Tadella , que iambem foi
jjnem assigneu b capilula^o com o general faegpanhot.
. ^ guarBÍqlo , depoig de largar as.armas, saf u da' pri-
^a com es suas bagagens , conservando os oÍEciaea ai
suaa espadas, patentes &c. ¿[c.
Na madrngada do dia 30 de maio saiu de £v<»'a o
senhor D. Higuel para Sines , levando para »ua escol-
U o regimento de lanceíros da rainha , e uma peqns-
jia for^a da sua aotiga caTallaria. ^Ta mesma occasiao
safU'para Aldeia Gallega o seohor D. Carlos de Bour-
bon cen> a sna familia , acompanhados por uma forte
escolta. Ao mesmo lempo que safam as pessoas reaes,
come;aram a entrar na cidade as tropas de Saldanha ,
e eiercito realista rennido ali cslaTa quasi todo des-
armado. Em viflude da convenQao de Evora , celebrada
a 26, Elvas, Campo Haior,.Íerumenha, Serpa , &c.
abriram as snas portas no dia 31 is tropas alliadas da
qnadrupla allian^a , e o generai Cabreira , estando em
GaMT» ikei , «rdenoa a deposií¡lo das arisas á diriMO
«3
ü,o,i,-f-n,Googli:
352
4o set¡ Éonniamlo*, tm Titiudé <kí atAexa. {(iie'Imii
recebido dageneral Leiños em o oKcío diudo de S9.
Calireira fei a soa submissio coD» a díf^dade profiría
de vm nlilJtar e caralfaeirOi « de hoiDea de Grm«
creB^M. k 31 estara coftelaido e desafnameiito «b
Erora.
No dia 1.* de jnnbo embarcoa em Atdeia Gslle^,
n'aln dos escsleres da eiqDEfdra it^Ieca , o senhor D^
Carios d« Bodrbon e sna' ángmu faiBÍIÍB ,- qoe faran
recebldos a bordo da njo Dotiegal eom umB saWa reaU
prestando-lhes as Tnañ aKas attefl^oes. Grande númere
de bespatifaoes de fflia gerarcbia embarramn com o se-
nbor D. Carlos. Sodil reelamon a enlrega do senhor
D. Carlos , porém nSo fei attendido {wles ingleacs. Ne
Ineimo dia 1 .* de jonho pclas cinco horas da tarde cfae-
gon a Sines o senbor D. Uignet. O gserrilheiro Bal»
Iba lá o esperara no trensito de B«ore a gines com a
«ar gnenilha de faetnoroMs' postailos a d» lado da es-
Irada. A apparencia de tal bomem féi oom qne o 1»
hente coronel de lanCeiraíSimioInrante, qne escolkr
H o senhor D. Hignel , fizesse sair a toda a bríáa d*
'destacamentó de lanceiros alé á frente do gDerrilheiro,
S qnem dirigÍD algumas palarnis qoe náo forato onií-
das pelos'da cOmitira. X entrada da villa cstan om
grande número de indÍTÍduos-da'mais in&ma -claase ,
génte mandada de Lisboa , qne rennida i mariitha^em
■da corveta portognexa qhe ati estava ñtndeada ( e conr-
mandada pelo capitao Limpo ] , 'flieran mm ■ssnada
indigna . amca^ando com espadas e ponhaes ns pessoa»
'qucacompanhBvam o senhor D. Hignel', cfaegando a
ferfr am cavallo [ 75 ) , e arrojaado pedraa , bateram
(ys) Officlo de Simio Infántb ao lAiitiilro'Ja zuemi ein
a ae Jñttliit (l« I8M, ■
Cbuslo
3&»
t«m BN M eupitÍQ át hinceifos D. Cnto* lC*Kar»>
nlu». OseBtior Dv Higael subia pan a cmi ^a* Iba
«sUva deUinada para passar a noit«. O gcDCfSl LeSMi
oeascrvoa-se á porU > e o cotBi»aiidaale di guarda man-
dtxi diierao ceiiuiiaDdante dos la.nceii'at, ^ne (]cess«
■cconiniadar pqaella gente. Simao IpAnle fei pasUr uiq
forte desUcaoiwto proiino i habiüt^o nal , e o« aoiDT
tinailores se eontiveram algiiiD tanla. Os coinniaDd«B<
lea da fragala iagleia Stag, e da correla Neinrod ooti^
a EUa offioiattdade logo >e appresenlarain ao «enbor D.
Miguei , e kñ estio que o gevera) LeaiQS . qoe *e tü
nba coniervado coa a guarda dos Tinle MÍdJidot r«%>
Itstas á porla'do pa^o.para ae oppcH- aos aiHitiaadof ,
consideraDdo » senher D. Higuel já lirre de perigO>
sabio « escada , e Iho dis&e qm passado ugu ba» 4e
deacflDce cra Kelbor emb«rcar , e annaindo o aBguiU
principe á pnpesta , o general roi fillar <» coffliDa»i
dante doi laoGeires pan qoe esfe Giesse desenibaragai
o caniialio para d^r legar ao caibaniDf . Oi lanceire*
Sxeran atas a p¿ desde o pafo até ao logar do «Btnri
ffae. Ealao b seiriior D. Uigoel desoeu a cal^df pm
a prat* |whi braco de commandaole da fragata Loetliget
e d« Ñeicdoagate , caramindanle da corveta , com a snx
Bomitiva , e os officiaes ÍDglNej na retaguarda. Darao-
ie t> tempo da marcba e do embarque aqueila mi«era-
rel fiente conprada psra k- att , nao deijon de vecife> '
war ceotra o senbor B. Higael e s<U seqoito, apossaiw
4}o-se depois de algnma ti^i^eiD do senbor D. Mignel ,
e dos caaallos de qataí toda a coimtiva. senbor D<
JUíffuel entroa na fragata Stag , onde foi recebido cont
B 9Mlf» real dada pela fragala e corvetá iagleia , e cont
todas as honras devidas ao icn allo nascimeDto. Ot in-
«le¿e» MD oecnlUTaB a sna iDdjgnafio contrx o pri>>
«3 .
ü,o,i,-f-n,GoOglc
5SÍ
e»der d'acfQfllls povo , e da gvariH^Ío dt ctírMU pn^
tngaen. Tad« ■ guarní^io in^eza se tníovtan pordi-
minaif aos teus hospedeí as suas saudades e amti^a-
rii. Limpo nSo só aio correspondea com a su caneta
á salva dos inglMes , porém mandoa ■ sna «larínlMgeRi
pira a assnida £cc. O scnhor D. Higur-I conserToa o
inaiaT siBgae frio e lerentdade dnranle o motím , e sem-
pre com o chapeo na cabe^a sen laier caso dos vivas
. qoe se davam. Os do seu seqoito pralicaram o mesmo
tratando-os com o despréio qne merecia tal Kente.'Bsi-
Imrcaram com o senhor D. Mi^uel os generaes Lemos ,
Galvao Ueiia , e Coelho , e os offiiciaes conde^e SooTe ,
Joio Btldy , D. Bemardo de Almada , D. AntoniO'da
Sllveira , os desembargadorea de Paco Guüo , e Ganden-
cio Torres , o corregedor Uascaranhas , dois capelllej ,
C ontros indÍTÍdaos at£ ao námero de vinte e aete , aXém
de trínta e seis críados do priocipfl, e dai pessoas<do
iea sequito. Depois do embarqne Simáo Inlante recla-
noii porordem do goremo algnmas pessoas dis qne cs-
tlTama bordo , porém nao Hie foram entrognei. Exi(^a
nats certas dec|ara;oei que se Ibe nio fiierem. No dii
S a fragala Stag e a corveta Nemrod lerantaraai fcrro e
foram fundear em Cascaes. commandaiite da esqiu-
dra ingleia em Lisboa , Parker , fot a bordo visitar o
senhor D. If íguel , com quem teTo ama longa eonTer-
* sB^ao; tambem Parker qnii ver o general iTemi»,' a
quem dirigin palavras affectaosag, A 3 safa úo Tejo a.
nio Donegal para- Inglalerra. "A Wag e Nemrod con-
servaram-se em Cascaes noi diaa S , 4, e 6 ■ raceber
mantimeñtog, As péssoas do seqnito do senbor D. Ht-
|[uel escreveram is suBs.fntnÍHt». O sehhor D.' Migael
ncébeu ali noticias de saa angus'tá i^mS a senhora in-
fanu D. Isabel^Varia. Soa Blteta reai , q<)«ia»(«a El*
o,i,-f-n,Googlc
nt-iiMtbe da sorts d« seu augatto irmáo, as lagriinBí ^
Ibe ÍHDbaram o raglo , e o sea esUdo de gsode a priioD
d< acompanbar sen augusto irniaa. [ 76 ) , a qaem sen
dúiida teria suavisado baslantc as amarguras do exilio;
' Cometjaram as tropas desannadas a marchar para o>
pentof desigiados na conten^io. Os hespanhoes earli»*
tas foram nnndados para Santarem , e depois para 09
pontoes da oto Cabo de S- Vicenle , onde se conserta-
ram nns poucoa de ennos, perecendo quisi todos. Al
eítradas estavam eheias de aasalariados pa.ri roabar>
eipancar , e inatar os iadcfesas realistas que recolhiam
a snai.caaaB ao abrigo d'uma solemne conven^áo ga^
ranlJda por ires 'gruiáes potencias que Tieram ajudar
<i desamMl-os. Forsm dolorosas as sceDas de Uonte*
mor-o-NoTO, Santarem, Lisboa , e outros mnitos poii-
tos do reMo , onde os eonTencionados cafam por lerra
a golpes de punhal, ou da metratha dos bacamartes.
A Beira tremia debaiio do p£so do bacamarte e do pni-
nbal doB s«eln-ados de Midoes, e de Villa Nova de
Foacoa- Hopra á cidade do Porto ..que fei'a terra onde
SB conlaram menos violencias depois da Tictoria. Est*
desfecho da guerra cívil foi o punhal cravado no cora-
^O do imperador , que ja náo tinba forgas nem phfsi^
cas , nem mesm» moraes para CAnter tamanha anarchis^
4)s desgostos , e quem sabe que mais , o tinbaro pros*
trido de tal fórma , que a sua morte era esperada 'pre?
matiiramente.
A tí de junho foi reeoQhecido na ilha dr Ifadeira o
governo do regente en nome da rainba. O proprio ^on-
(TK} Sabre • tenfcarBÍAhtil* ter doejo* de ■cDni|wnbü
■cu «ugntto (rinlo, nfe ponO lal aniriiTar, porém refir»<
~- " t OTl|iittfeirTlptD poT u» fatallielro qu^moit»
356
ée éa Madeln' D, Ahan) fai qttAtr fex a acclaancao
depots qite tefe noticia dos aUimos aconteciineiitos de
reÍBO. áo nolaTeis algnmas fraMS , qae se eDcefltram
no officio de D. Alvaro-, onde se f6 que a sna rijatém-
pera falhon n'esta occasiio. Ainda tnais notafel , qm
elle se assignasse para com o^goferno áo scnhor D. Pe-
llro com o titulo de eonde da Hadeira , qüe Ihe hafis
dado senlior D. Higue) em recompensa 'd« sua fide-
lidade na conserva^o d'aqnetle importanie arcMpela-
go. Todavía D. Al?aro nio fai consemdo Ito goverDO
pelo senhor D. Pedro, e o seu minislro dS reino ful-
ininou eontra o general nma portaria^ em qoe' a^ra-
inenle » ceDsnniTa por nsar "de similhante' tilalft. dmi
outra portaria de severa repreheneüo foi dirí^ída i ca-
mara mnnicipal de Villa VÍ;osa . por esta no seti aatci
ée acdama;io da rainha nsar das frasts de vaUaUo* «
vmmUngem ; e mais por no dito auto nio bllar na cai^
to coDstiiacionnl , e dar e tratameñto de seivnissÍRn
senhora á raÍDha, e íinalmeirte ordenavS qne • camara
fizesse nm oat'ro aulo de ae'clamá^o anaiogD ao sjf-
temb ¿Lc. &<>,
A IS de junho chegava a Portsfuoiitfi o sAibor D.
Carlos e sua faníilhi. Áli foi que «'.gioverno in^lek Ihc
pediu renonciasse os sens direitos á coroa de Hespa-
Bha, B qae scnhop D. Cartos se recusM. Dft PorlS-
■ BiDUlh se dirígiu is vixinhancas de Lond^es ; onde es-
tabclecen a sua residencia. ó senhor D.Higtffil tara-
bem che'gou a GehovQ.'e a 26 de junho ptiblieOB ñ'a-
quella cidade o sén novo manifesto dé protesto •, ^qiie i
face da Enropa fci contra a violéncia das naqóes qne ,
ofarigarahi i conven^áo 3e ^6 de inaia ;' CclébrAla em 1
í vora , aUcntkloria aos seiis dircitos', ñelos qoMs -pro-
tesiflva *c. órc. ^ .. -
ü,o,i,-f-n,Coi.Vílc
857
. A,c«iv£D;ao de Jelvora e .ami^&lia do regenle dai^
debaito da pfotec(ao das poteiicUs'da quadrup1aaJIian7
£a camQcaram logó a ser 60(^1 ismadas. Os ministroi
ptpediram porlarias a maodar preoder alguDS indivi-
duos que.descan^avaifi ao abrigo de [So solemñe In-
cUdo, Os prereitus , subprefeitos , e provqdares , ainda
Jevwdo <t fea KcJo muito aiémido do ministeno , pren-
di^iii «m grandc escala , e deftortavam aÍDda em maior.
iDdividuos de ambos os scsos e algung filhos familia ,
e que oada tÍDbdm ÍDOuido Da politica , dío cscaparam
a esse furor vingativo das «ovas auctoridades. EsCas
/echavan) os olhos aos assassiaatos e roubos que se fom-
inettiam a.tsda a bora , e por borriveis modos. Os raui-
tos aclos iutolsraveis que algumas auctoridades reátis- '
.ías deitaram praticar por aiguns subalter&os ou deDua-
'fianliet davam pretesto para tág barbaros eicessos ; po-
té¡a quem proMiFar beBi couhccer as coosas a fupdó
acbará em graode parte agora nos perseguidores os
paeunos ipdividuos que p furam no passado govemo^
algups que até estavam presos jwlos seus escessos , ,e
disseram quando Ibes foram abcrlas as portas das ca-
deias (oDdc deviam jaur), que ali> estavam pela sua
adbosio á raiuha e á cartá , quando o verdadciro mo-
Í.ÍVO eram os scqs altcDtados coutra a sociedade. A odiosa
fi ahsurda lei das indemnisacües poi-se em prática-, c
jum grande númcro de ceusas d'esta ordcm comegavam
a ser tentadas contra os realislag. Outros , ainda dcspre-
Kadores de tal )ci , empregando a for;a e o terror , sc
.apossavam dos bens sem formalidade alguma juridica.
Algumas anctaridades houve que eropregaram ura líla
lirDtal na et pnUao dos frades , faiendo questao até so-
lire os objectos do scu .farticular uso. Commovía ver
tsnu de^ra^a , e e#ta contmo^áo chegnva % muilos das
I. Coo^ílc
368
mie de BWthor boa H -defiñderam «i túnu ÍBStÍtaMJSéi.
gorenio facendo por toda a parle ama receita espan*
losa na veoda do rico espolio e propriedades dasordeni
religiosaa , nem por ígio se tíb n'elle dia|M>aíeóes de coic
tio Doinerosas qnanlias se pagar o papel moeda qwefón
- estincto pelo regente, assim coino dimÍBDÍrft diridi
pública , em grande parte feita para organisar a expe-
di^áo , e susteBtar a lueta ciHitTa o senbor D. M igue),
Opartido chámadoda opposi;ioaccugava ogoremodcii
inales passados'C prescnLes, e dizíam que era precÍM
guerrear o ministerio nas prosimas elei^oes de depu-
tados. L'm acontecimeato nolaTel Toiu aÍDda raaer huí)
exacerbar os dois partídos , e agitar o pait. O coroncl
Bodrigo de Souia Pizarro, qne na soa eraigracio dt
Parfs havia escrípto contra a regencia do senbor D. Pe-
dro , appareceo em Lisboa depois de terminada a ga«r-
ra ciTil. O goTerno o mandou prender , e no acto di '
prisáo ( 23 de jnoho ] Pizarra ronipeu nas miaioret ei-
GÍama;oes conlra o senbor D. Pedro e seos miaistros,
diiendo ao proTedor do 2.° districto: • Eu nSo reco-
nhe^O essa auctoridade laperior; o-senhor D. Pedro é
um prjncipe braitteiro qoese arrogira arbitrarianientt
« regencia d'estes reinoa , e a queoi elle nunca reco-
nbecíra nem preslíra ioramento ; que o seahor D. Pe-
dro era muíto capat de fater e mandar eiecntar q seu
assassinio, porque já od Riode Janeiro tinha VMtidada
assassinar qualone indÍTÍdooi &c. dic. E que estando
parte d'esses assassinos faoje era Lisboa, algnnt esUTa
de certú esperando-o por'ordem do gererno-pani con-
metter n'elle um novo assassinato , díc &c. Hais aeres-
centou , que o goTerno era composto de tadróes , e qne
'Me era persegnido por nanca comer nem deixar co-
«er ; qiie det bratileiro» gOTernaram .toje ffprtngal :
o,i,-f-n,Googlc
3M •
{TT^qiie es ewpregados ptiUíi:«3 eslavam' «endHliM a«
KeTcrno , e qtte aquelteí qae ainda nio o estavilQ era
porqae ainda Ihes nio lÍDham cliegado ao preQo^ > Ó
partido da opposi^ao cDme^uD desde logo b faier todoa
osesfer^os para,qae PÍEarro nlsse'depatádo nas pro-
xifMS etej^s.
A 27 de junbo D. Csrles evadiu-se da lnglaterra.
At«*e em Paris , e atravessando a Franca ( incognito )
arrajon-ie denodadamente cntre os seusaoldidos da Na-
Tsrra. Eate pasM fbi tido como andaciaso, e elogiadA
por mvitos que o reputavam .de um espirito fraco. Fes
o qne devia ter- feito em outiibro oti novembro do an-
n» preccdente , e por aerto qu¿ o passo dado em j'anfaa
de 1834 nao foi mais arriscado do que o tería sido nos
fin do anno de 1838. No estado presente as forcas dos
carlislas erara já grandei , porém as dos chmtÍDos lam"
bem cresceram constderaTelmenie sobre Zumalaearre-
gni qnando aeabob a guérra de snccessao em Porlugal ,
porqne todas as tropai de Rodil , T^tre , Lorenio , San-
gaaiMna , Serrano, Condorlocet &c. roarchaTaro para
o norte de Hespanha; todavia estes grandes reforc;as
dos cbrFStinos nio eraro sufücientes para sDbjugar o
paVlido carlista nss Vaicongadas , onde estava cheio de
uma TÍda de gigaiHe; vida toda dada pelo hihil , itt-
trepido, e fetii Zumibcarregni. D. Caríos esUva se-
goro ao ahrígo de tal ehefe. Quiieram tentar a sna D-
dclidade, mas iiia o conseguiram. Era aimla a ln^la-
terra quc pedia. a subtBÍssio de Ziimalacarregui a lr(-
ca de grande posi^a'o. A Inglalerra scnfpre a appare-
eer a apaiiguar as desordens da caaa alheia : é notavet
eata bumanidade britannica. Rodil havia tomado o com-
. (77) Vcja tw docamcnlM pnbHendoi oa camnra dm <!*•
putitdM CM kmSo de de setcinbr» de iSM.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
366
*M>Bdo do exore^ cfaríftlÍBO no iiorl« t«- ^ (le jtA&u ,
para Zamalioirregui ter a gloria do ler mMSUiH a veD-
cer ,. cbmo já baTÍ« feito a Mina , Vaitiez , e- twioi
Dirtros.
■ Chegarain a l.isboa aoUciaí d&.no EaUd€< 'd» India
haTer sido acclamado em 10 de jaDeifo o goT«ra»d«
regento eifa name da rainhaJ' Era goveroador d'aquekle
Gstado D. HatKwl de Vorlugsl e CaslfO , qufr para al)
fóra mandado em-1827: foz depttis a acelamataQ. di
eenhor D. Migael , depoís a da aeabMa D. Macia, t
■olire todo fei muito bom goTerBo.
- A ímprensa declamava psra qae ÍMsem exolutdos á»
nma ot reatíataa . e sdbre tudo qae náo fossom ?oU-
doí Qi indÍTÍduos que haviam assi^ado o reqaerimeft-
to de 25 de itirii de 1828 eni casa do duqae de Lir
lóe», ou qae tomuam parte dos Tre» EsUdea., e.cb»-
goti a JBtoleraneii a ponto de se pnblicaren os UQmes 1
d'eises ifidifidaog. Esta intolerancia dosgostMa - mcs- '
-mo 'algDDfr indlviduos que , apesar de hivcrem asMgiu*
do o reqnerimeDto e o. auto dos Trea Estado^ -em qw
declarMii orsenhor D. Hignel rei legitiniBdePortagal, 1
rcconhectam agora como legftima á lenbora J>. Marii
n . lendo modiflcado gratidementa as. suaa Qpinioes po- 1
fiticas. É b^'certo que todas eatas desialelligeDciai
=entre o partldo vencedor detegradavim ao regeBte , <
que as suas afree;5es physicas oada vet mais se desen-
volviam pelas caiisas moraes. Uma pequena ■selbon
4he despertou desejos de ir ao Poito , e eates desejot
■Hie roram mtftto aiH>ti"ididos { segundo se disse ) pelo>
iseiis minislras , que estavam na persvasao qae a ida dc
•reKente áqaella cidade fiiria ganbar ali as elei^Ses pek
. JnintsterJo. A 861 erabarcou o imperador, suaaugmU
mha a Tainh«,-e « iaiptKitf iz , e no dÍA 27 eaUarau
»«1
abám do'Porto, iato 6, no i
um anao qne 9>ira d'aqiMHa cidad«.-Os tugustcn via*
jaiiles demonrM»-M n'atiuetta cidtde dn díu , eai-
barcando a 6 de agosU) para Lisboa , onde cb^arsia
« 7. Em Lisboa , e n'nma graade parte dás leiras. do
reÍM se organisava a gitarda naeional. A 15 de agost*
S9 «briram as cories. a' 18 foi o seohor D. Pedro part
' •< CaMas ; porém , nio obtendo melhoras , recoiheu t
Lisboa a SÍ. A-prtmeira questáo das cortes to'i a da
regencÍB. Foi eBta ama quettcio 'importante. O Mnhar
D. Pedro nao podia ser regenle ségundo a carta. O
parlido eslan peit dfvidido em dnas opinióes; nnt
■qm , apesar daditpoti^ÍD da .carta , queriam a conti»
ihm;Ío 4t Tegenoia «om teflas as attribui^oes do po-
der mederador na pesaoa d« imperador ; Mtros , qua
c regencÍB h désse í •enlnn infam» D. Isabd Hariat
A 35 se deciditi ifw eratÍDnasBe regente o imperedor ;
Mn por ona -qutsi tolalidade d»s camaTae: Logo se
-tfitou ( 27 de agoito ) de ontro negocio importsBtiisi*-
»0 , o do ctRsmento da >»inha , pedindo^ em cortei
aifetorisnisem • s«)kor D. Pedro a eeeother nn prinw
«ipe estranfreiro ; por^m este negocie do casamentu foi
fnterrompMo pela'interpella;io feila ao ministerio pele
l»iÍo de Rendsfle retatÍTO ao prolesto pnblicado a 2«
de }Unho pelo senbor D. Uigue) emGenova. Este acOD-
teciAiento den otcasiao a ^ue^ na camara dos deputa-
<los- algDns dos seus membros desenvolvessem a animor
-aidade qne tíñham o^tra rsna real pessoa. O depub
lado Sousa Aieredo propoi: que fosse reetiflcadu pelaa
;éortes o decrtlo d« tS dc mor^ó qoe esatitftrou o se-
nhOr D. Uiguel , ,e que sé declarasse quc i successao
4'^Me p^rincipf nunea podesfe r«iiaar em^prmgal. S^
enln-ie deputado Silva SaB«liM-p«diiKÍÓ'u;a}wadtr
I».,,,;. llCoO^ílc
BMite r t com gMndes iapreca(MS tMU». o pitncipe ;
qne M Qomeisse.uma oominissáo para formular ua»
lei-que Ihe sfip'icasse a peoa de morte se eile voltuse
1 Portugal , 4eTendo ser julgada BUmmariameate. Foí
noraeada a conimissáa de scte memlirpi para formulaT
a lei , e aiguiu deputa^m iBO&lraram o »eu lilo patrio*
lico pedindo qae fussem li4os do oiiBaerQ doa ioscri-
ptos. A caiisa d'esta medida era o .caraeter serio qut
tiaha toiBado a gucrra dc Haspanha >. e a .noticia dc
que o príncipe porluguez, imitando seii.tio J>, Carlos,
bavia passado á Hespanba , e muiloi tambeBt acrediU-
nm , que se inTeotou lal tug» paca dar occa&iao a si-
mílbante proposta. Seja porém o que for , o ccrio é que
a seisáo de 28 ainda fo4 curiosa , toraaod» novammta
■ palavra o deputado Siha Sanches , GontinuaDdo « ««u
discurso Do gotto da sessio anlecedenle « comparaDds
C principe a Nero &c. &c. Segaiu-4e o depiita4o l^e-
nel coiB mais algum .camniediraentd , e logo o-haña
de RendufTe, qae n'nm l<«go discDTSO cbeio de pbri*
ses ultrajanies pintou o senbor D. Uigael camo o maior
monstro produaido d^sde a creaeio do moBdo! ! ñD
Ihe e^capando tambem a stia dóse de imbeci) a D. Ct^
los. BendufTe mandou poig para a mesa uma proposii
em doís artigos: o 1.* para fater applicar ao senbw
D- Uiguel as penas de ordenatao do livro 6." , titale
ñ.° I corao traidor á nacño e á palria ; o 2." que desde
logo fosse prÍTado da presta;áú dos sessenta contos es-
tipuUdos pela conTeD^ao de Érora Honte. ( 78 ) O nu»-
(7E) Era bein.ocíaM e*te I.e artigo, poi^ve nada ae Ibt
liavU dido , e todfli ■uppóem , <)ue nem tcnqcle* tiafaiim de
tal pr«il(i;ÍoyiitIiraicr. Agotliuho Jc»é Freire tliuc ii>i
corict m 1834, que Buncá iHiuTe lcaciv de caiUBrir ai
o,i,-f-n,Googlc
táoi€pMíáo barXo 'conlituioa- (^tnflo 'íoblv i tttÜsU
dade de tnarcar com iiHlmduAlidade v suecesModo
rein&, e de tilmatieira qtre nlTi restasse a menor dú-
vida, de que a detcendencia de D. Migoel jániais le-
tia dJreitOs ao throiio portoguec ; c obscrtou quc posto
estcja estabelecido na carla ehi quanto á linha descen-
dente , nio o está clararaente cm quanto a collBterel ,
e por isso ofTerecia nma mocao para qoe se dectaras-
sc coin«;ar a linha collaleral ( dé que irala O artigo ÍB
da cartaj na pessoa da^enhora prineeza do Bran) D.
Januaria , e soa descendencia legitimn &c. Cíc,
• As persegni^oes que se faieiam áos do partido rea-
tisla , daiam em resultado a emigracao para Túra do
reino. Eram ranitas as notabilidades qne se haviam
etílado , contando-se os duqnes de CadaTal., de'LB-
foes, crovtroi miritos nobres , magistrados. militares,
« mesitio paisanos fogiatn dos' horrÍTCis marlyrios qae
TÍaM fazer no reino. Huitos erhigraYam para Hespanlia
entraodo a raia , e estes íam engrossar as rileiras caf-
Kslas. OMros , pássandb a Fran^a , d'ali ctiiraTam para
a Na*arra para o mesmu flm. Na sessaode2S de agtñto
o depniado Uacario de Castro , expondo o'eslado las-
timoso dfls provincias , pediu qne fossem convidadog os
minlstros d'éstado a darem esciarecimeñtos sobre o qne
constava da emigra^aó de muitOs oiRciaeE portugnetes
para Hespanba , e mesmo de peizanos: queera peri-
fosa esla deser^ío , que elle attribara ás perseguí^óes
quesetinbamleito&c. Aindanasessáo do 1 .' de selem-
hro disae o mesmo deputado, que se o minislerio nao
sabla como eTÍlar taes emigra^Scs , elle Ihe dizia —
'menOs pcrségiiifoes, e mats vigilancia. que sc ássim
»áo se evitareai , será comludo pailo pot^ivel a soa di-
ninuí^lo. ;: ' '
."-Coüglc
• MAO«rio M CiMro: em bMn«« pcnMraiiIc e pMW»
tfor;, elle Tii pelo paissdo qail seria aolubiroortniU
tado -do parseguÍRoes feiUs com unia^guerra civH á
porU , giierl'a cm qiie d'4iid des campoa se batÍHn poB
principios, pelos quaes o« sold.idos dc. Evora Úoote
■yoipathHaTaiD. N&o hayis dávida qae efBciaes , s^di.
dús , e ptísanM psHaTaBi'fHn'a as VascoB^adas atrare»'
saDdo a Castella &c., ou embaraaDdo para Fran^a t
Italia para d'ali o poder ein> faaer mais sem piseo {Í9)-
Apesir dos iduíIos que pereceram dí lucla , qoafldo
- aconteceu a traicao de Maroto^m 1S39, o^aunieFOdat
portugu^s quc entraram em Fran^a ( segunde o oBi-
clo do censul portugnec em BaTonaj foi de eiDCQ mil
n (antOs , e isto afdra a» 'qne ficaram cqid os batalboej
■traifaados por Maroto. Orn addicionando a esla cod-
ta 09 queiDÍIitaTam do exarcila de Aragio como bre-
. «o geBera) eaode de Morella ( Cabrtiira ) t e na Calalih
nfca no eKercito do eonde de Bespanto , a aea nAmeto
dcTÍa ser muito consideraTel,
' No áia 31 prestou o senbor D. hdra a'iHBA .ft«]a it
palacio da Ajoda o seu juramentocomo regWUe em imm
«e da raiaha. Na caraara dos depulados contiatMva «
fliscuiuio aobre a auctorisaqio ^ara o casamento da rai'
nha Gom principe eKtrangeÍro , c na sess&o do 1 .* dt
•etembro disse o depntado -Rodrigo da Penseca Uaga-
Ibaes, ftoe como escríptor ^oiera dúvidas á-Teraoida-
de das cortes de Lamego; porém cOmo deputadD as dc-
gt ) Foi ETande o ndmera doi poTlo|tDeiei qne pa*»rai>
eipuiba ■ mititar debiixD 4' battdeirii ^o D. Carlco,
^orw di Carmieati engijgu em Pgrtoical Iiibb dívÍs2o Bari
o lerv^o ie Chri.(in», poréiii que em graníe DÚmero p»
taram ad campo CBrlistii Oatro Uato acoBlecen com • di
TíOo •okiriar 4o barSQ dai ADlai. i
365
cÍHni genqiMi éic, ^ e ^e «egar iilo Serk dcsfamlt
«B gfMNte «diAcM. ^ - . . I
Em HMpaDha tritap'Be nai ct^Les da oon esUligl»
rtot dado por Chratina , de rivalidar o decrcto' de 4
de jaBeiro, em que.a niegnia Chriítina ¿aQÍu o seobot
D.-Corloe. lnfaaLe-D. Sebastiio. nio quercndo rcco*
nbecer aDOTaOTdem de cousas, qne ofiendÍBm os seoi
direilos ao thrcmo , toniou o partido de seu Lie D. Car.i
tos , relirand»-se para Ilalia. Na Catalanha fui aprisio*
nedO'e fusilado o.generfll carligla Roraagosa. A soihof
ra intáDta de Parlugsl D. Haria Francisca , esposa do
senbor D. Carios, fallecen em Londres a 4 de scteiU'r
bro. N'este mcsmo dia chegava a Roma ( dcpois de tet
visiiadn Genova , Floren^a , Par ma , Uiláo &c. ) o so*
nbor D.-Migael de BragaaQa , acoapanhada do honraV
dÍBSimo marquez de Lafradio. e d'outros indiriduoa
qna Ibe faaiam a corle. O santo padre Gregnrio xti*
de santa memoria , recebea o-Bcnhor D. ■Higuel con
lodas BS honris devidas a testa ooroada. Este recebi*
mento nio agradoü aos gftvernos signatarios da qnadrur
pla alÍiHifa , e o ministro de Laiz fibppe . em Roma «
\i rcpiesentou , mostrando o quanto o seu goTerno sa
haTÍa «fTeadído pela mancira cona a carte pontificia
recebéra o prÍBcif e pgrtuguei ; porém Gregorio iti m*
Ihe deu oufides, e eontinuou nas suas attensoes part
eom o scnhor D^ Miguel , lratand».o como rei , e man*
dou 'preitacional-o 'roensalmente com uma grosia qaan>
tia para poder viver CDi Roma conm era dcvido ao seii
allo naseimento.
Na camara dog depatides, em sesiio de iO de le*
tembro , appresenton o depnlado Ferreka de Cas tro ni»
projeclo de )ci psra que quem serrin o scnhor D. Hi«
guel I nio-podesse servk a ienb»r« D., Uaria n. Bsi» ■
,u8lo
m
nao aguardands coDveDÍeDcias oOé«d«ll graiKleiiiralS
aos aeophytos e cathecumeDos q^ , abruados no lutD
lélo da nova religiáo , lüo queriam qoe Ibe foise lem-
brado oerro em que por tatlto tenpo eslmraig , e on-
de íoram tio esircnuos aposlolos. N'esta sesño e nai
■egaÍDtes se apprescniou á camara o coobecer da vali-
dade da elei;io do caronei Piiarfo para podec lomac
■ssento como deputadu pele Doaro. partido mioiste-
rial argnmentafa contra a illegibilidaile de PÍEafro , coia
o processo instaurado contra o depulado eleilo , t 4IK ,
visto estar pronunciado , náo podia ser TOtado , -oa ta-
Itdar-lhe a elci^áo. A opposifáo queria qae Piiarro se
defendesse i barra d> camara, porém vencen-se qoe
ata. No dia iO e 11 continuou eata acalorMa díscns-
aao. O goTerno miuidou uma for^a de caTatlaria pam 11
UrgD das cortes,' o que deu occasiao a contesUQÓei
cntre algttns dépntBdos e ús mintstrús , «ettdo a final
retirada a tropa ali exiraordiiurismeote pos^da -, t >
{■izarre negada a entrada na camara por nao grandt
tnaioria. Hana esla tempestade na' camara dos dcputi-
dos para admittir , ou nio admiUir na camara o homea
liberal qae ousou escrever conlra asenhor D. Pedro.
em quanto que na camara dos pares outra dJscBssio
havia para nao serem admittidos , ou serem stlaBÍItidai
alguns nobres que officialmente recoDhecerani rei legi-
timo ao seDfaor D. Miguel. A camara dos par«a em
i828 seguiu na sua quasi totalidade > caasa áo senhoc
D. Miguel, Dio só assignando um reqnerÍHWDto en
casa do duqne de Lafóes , no dia 35 de abríl d'aquelli
Bnno ,' em que pediam ao augusto principe se daclaras
«e rei, porque rétno inconlestavelmeUle Ihe perten
xia , como assignatido depols auto 4a BCcUiiu^ao dc
tiefBtbdeii do.BeÍtto, cm qne. recoB^eniD ni h»
gltimo d'eetes reioos ao-senfaor D. Mignel, Ol piras
qm ^iffl de^rexaran a carta do seiibor D. Pedro, e
a íoí posiciq de par, foram pdo mesmú lenborD.
Pe^ro e«lotdea da c«D(ira por Hm deeralo da djetAdi>-
fs; porém é-cerio que - nenbnm dos p«res ■igaaUirÍos
do reqaerimtoto ou do auto de 1828 »e appregeDlM
^ro 183i a toacr asaeBto &a camara , á eicep^io áa
conde de Paret; , que sendo um dos signatarios da oasa
do duque de La^es , refgrmoudepois as suasopinides.
P pequeno námero de indÍTÍduoa de qne coijstavíi a ei^
fnara alta iei codi qiie.o regente &oineasse por laa ciT-
Ía regia do 1." de letembro bovos parei, contando-se
entre esleso condede ^ampaioi Ántooio, o de Pen^
Se] , o. de Pprto Saltto , .e o de Farrobo , qne todos fr-
ferva parte dos Tres Éftados ; e«s tres nmmos aind*
insis baviam a&signedo o requerimeute de 2& de abril.
oonde da Taipa e«ulroB paresda opposi;ao se oppn-
nbam fi entrada na'camara dos qaatro pares Sampsif),
penafiel , Porto Sanlo , e- Farrobo ; perénv foram Tescb-
dos iwlo partido minuterial , qae os'defendia «IteKiiL-
do os serví^os que slguns dos agraciados já haviMn
*preslado. A 13 coucluiram ai camaraf 08 deI»teB sobra
o caiamento da rainba , deeidindo-ie qoe podesse ca-
lar com.principe estrangeirOj e da escelba do seobet
p. Pedro, B qaem esta delíbera^ foi logo-offlciil-
mente^ GommaDÍoatja. Para esta decisSo epipregaram al>-
guns oradores o eiemplo das eertes d« Leiria de 1376 ^
que diziam dispensaram a princeza .Bealrii , filha d'el-
rei Dí Fernando i, para pqder casar cem príncipe es-
traBgeiroi. e o das cortes de Lisboa-, qoe em 11 d«
daKembrp.dfi.lfi79 cimeederua que a princeia D. Isa-
bv\t filh«,e ber^nn d'ei-rei d. Pedn).a> podesse ca-
S4
* ü,o,i,-f-n,GoOglc
S&8
wr eoBi' Qm príncipe' R»b(riaiio. úm de D. SMbfa i
lavito contortado ; mis meSmo eooeede&4o a Teruidi-
de de lal lieei>$a , nós Timos qoe ella serria f«nt lan-
•^ o relnD noi horrerea de gnerra cifil , hcñido com
qoe a nafSo tiresse de repellir oa fllhoa esparíos e oj
estrangeiros , tencendo-os bos Atoleiné, Tráneom,
AljiibaTrola , e ValTerde , e que pela decisao dai cor-
tes de Coimbra em 5 de abrit dc 1385 foi leTantada ms
dynastia naclonal na pessoa do Hestre de Avis , qne en
um lllfao natural , mas ^oe efa nm portogoeE digno de
reinar , cómo jí havia mostrado durante a sna rcgeiicja ,
e eTÍdent«mente o contiúoon ■ moBtrar tw sen hmga ,
e fftoríoso reioado. A senhon D. Bealrís tanbem era
nma grande senbora digna de reinar; mai 09 pertB-
gnetes nao combatíara peisoas , porém as cMu». O se-
gnndo caso dado era D. Isabal poaca for^a ám. ^ra
bora aif nmento na preiente qnesláa , aos propagtiado-
ras de tal licen;). D. Pedro nfoio rei qne abuoa com-
plettmente da for^a da nagSo rennida em cortes , e po-
dftflMS diter , qne primeiro rei absoliito em Psrtagat.
Haa é innegaTel qne D. Pedro n era liDmem flM en
IMlitiea , e eile bem presente tÍDbi os acontecjineotos
4e 1383 a 1385 , qne expelliTam d» throno s mha d«
yemaiido i; e para obstar a qne sedésse nm similhaii-
le conOlcto , D. Pedro u , contn sna Tontad« , cono i
sabido pela hiitoria , passon a segmdas nnpeiaB eom
Ifhfia Itabel., princeia do Itheno, nnicaneide para
obter filbo tbtío , qne poSesse a snccessao do reino a
coberto da gnerra cítÜ. A prineeu Isabel , apesar de
ilelibera;So das eories , e de estar já com os sens Tínte
•evla afiDoif ■ saa morte aconteeida emíll da fmtobre
■ñe 16M, veln acfaal-a »0 esUdo de celibato , e el-rei
i< n'esse Uníd tiBhi aKeeiirada A Hecúsl» do tein<
o,i,-f-n,Googlc
tm filbM TuSeff (pie Um dea flu legmát mallier,
•rredudo asaim a gaerra ciiil {votBvel , qae poderia '
luTer nb r^o , se saa'fllhai leBdo tmÍGa berdeirai
tivesse casado cun am estranKeÍra.contra o espirjlo pú'*
blico do reino, aitida mais qne contra o disposlo nas
cortes de Latn^o. G tambem a lei de Lamego náo d»
qne oase'com principe, mas sim qite no caso qae nl» '
baja no reino prindpe para easar com a filha do se?
nhor rei , quando esta seja herdeira , que seja OKoUii-
do um doB nobres do reíno mais qualiflcado Slc.
O conde da Louai 4). Díogo havia sido prtso qaant
do.receIhÍB a sna casa no mea dofllaro, e -ceodo con-
dutido a Ltsboa , fef meltido no eastBllo. Hana o eoii>
de requerído a sua soltufa ,' porqae a toa detODflo na
eadeia era uioa viola;á<t da «onfen^o e aitmiatia d*
&7 de maio. O conde éra par do relno desde 1826 , « i
apesBT de que o seehor D. Pedro hayia eiclaido os pa*
res que reconbéceram rei ao senbQr D. Higuel , toda*
Tia esta escleslo , Begundo a propria carta,' nio tinha
forgas em direito , púis que es paret c¿ podem ler eir
ctnidos da ceanra por «ma decisia especial 4a menui
camara oonstttfifda em triÍKiiMÍ de jristtft. Nada H
bavia feíto para dar ama tal iegalidade i expalsio , «
pnrtanto os par«s estavBffi fór« do nso do seu dlreito i
mas nao do direito incoiite^vel de tomarem Besenfo; '
•u pelo menoa dos seus crimes pessoaes serem jnlga*
dos pela camara. Siisciton-se n'esta o facto da retei^a*
do conde do Louza , e o par- { novo } Pico do GeleirO
sastentou a validade da esclusao dos pares em questao ;
porém ceDcle de Lmiíares se Ihe oppM argnmenlan-
do com direito da camara , e qne oi pares eram pa-
res em qtñDtú a mesma camara nSo désee ima eeoten-
f« %» ihai Bcgftm tli ■ entrada &c. j todtTÍi , apesar
t4 •
I».,,,;. I. COO^ÍIC
370 1
d'ettes bodi argiiinentos , a camara Datrquíi tomiir eo-
nbecimento da violencia que o governo pralicava com
coade da hmuA i qne era am par. Outras muitaa vio-
lencias e morteg le praticavam pelo reÍBo. Lamentavel
o e^petaculo aas ruas de B«ja , onde foram asuiMÍDa-
doi com o maior sangne frio deioito presos politicos.
Lamentaveis ontros muiloa , qae uao qaeiemes Barrar,
porque o noaso cora^So o repagsa.
O lenlior D. Pedro estava como morlo. e a sna mo-
]esLia tinba tomado tat iutensidade , que elle ba lenH
poi ló era nominalmente regentei oa seus miuistroi
«ram quem tndo faiiam. Em IS de setembr« -recebe-
Tam as camaras a despedida ofScial de sna magestade
Ímperial , em que diita , que tendo recebido no dia
antecedente os sacramentos como fllbo da Igreja ,' e nao
podeodo , pek) seu máo cstado de saade , canlinnar na
regencia do reino, bonvesBem as camaras de or&enar
o que melhor Ities pareeesse, qne elle flcava iaiendo
votos ao C^o pela felicidade pAblica. As camaras fica-
T«m egi se3sao premanente para dar as proTÍdeocias
que o caso exigia. Houve ainda quem se lembrasse da
Muhora infanla D. Isabel Haria para a regeocia áa
xeino durante a menoridade da rainba ; porém esta prth
posla feila pot Trigoso oa camara dos pares s¿ teve seis
Votos. Na camara dos deputados nem em tal se talloa,
• foram todos unanimemente de accdrdo em declarar
a rainba maior , o qne teve logar oa mosma sessao de
18 de selembro de 1834.
A uNHOBi D. VaKU'Hi 30." Ru.
( 1834) Estamos entrados na e|>acb« eip qne a actoal
«berani^ lomou u redew do govemo do leiaoj e leio,
o,i,-f-n,Googlc
371
sido ella nma Gpoch& farta de acontecimentús , qne natf
analjsaremos , e apeúas apontaremos aljuns dos Ikctos
mais salientes qne decorreram.
Declarada maior a raínha , a senhora D. Uaria n ,
assignou o sea primeiro decreto em 19 de getembro
annaindo á deUberafao tomada pelas cortes no dia an-
tecedente. A 20 preston o sen jnramento na conformi-
dade do artigo 78 da carta conatitucional , e com aa
formalidadcadoestilo, nopalaciodascortes. A24mor-
ren o senhor D. Pedro, estando no palacio de Qneluz.
A 2S eelebrou'se o seu enterro , sendo condniida o seot
cadaver ao ÍaEÍgo de S. Vicente, e depois o seu cora-
;3o tnmGportado para a cidada do Porto , pars ser de^
posítado na real eapelta da Lapa. Em o Í." de deiem-
bro celebram-se os desposorios da senhora D. Haria il
eom priocipe Aogusto de Luctemberg. Lei de 19 do
deiembro , em que é cicaútQrado o senhor D. Uignel ,
seus descendentes, e prÍTados dc seus t>ens, flcando
elle , sua sneceasSo , ou os que pegarem em armas «
sen favor, sujeitos á pena de ser fusiladog dentro em
TÍDte e quatro boras sem dependencia da tribunal su-
perior!-! !
(183S) Prepera-se nma divisáo auxiliar de seis mil
homens para ás ordens do barlo das Antas ir soccoir-
rer Christina eentra os carlistas. A 35 de janeiro che-
ga a Lisboa o principe D. Angaslo , e celebrera-se as
ben^los matrimoniaea com a senhora D. Maria ii. Sua
alteza real foi nomeado marechal gencral. A 28 de mar-
;o morre o principe Augoslo. Em Hespanha zombav»
ZumalacarregDi dé tod'as as ror^as qne a quadrupla al-
lian^a mandava sobre elle. Em junho eslava o itlustre
gnerreiro sitiandD a praca dc Bilbáo; n'ura dos atnquea
foi feiido , e oáo imdo a ferida dc grande consjüera-
ü,o,i¡-n,Googli:
37»
fSo a prlDcIplo, o despréso qua d'ella tei o general
Ibe den a morte , parqoe de repenle appáreceu com uin
caracler tao serlo e perigoso , qae ]he regullou a morle.
p seiütior D. Carlos fei todas as bonras a Zumalacarre- |
gui , eleTando-D a grande de Hespanba de 1.* classe,
capitao general , conde de Zamalacarregdi , duqae da
Victorfa dcc. &C.
, ( 183S ) No l." de janeiro celebron a senhora D. Ma-
tia u o sen aegundo coosorcio com o principe o senhor
X>- Femando de Saie Cobourgo Gotha. Sua aheia real
cfaega a Lisboa a 8 , e a 9 teve logar a ratificafaa áo
Gonsorcio com sna mageslade. principe foi'nomeado
marechal genera). O senhor D. Fernando vai á cidade
do Porto , opde chega a 7 de julho , e a sua volta a
LÍsboa teye logar por terra , chegando i capíCal no dia
27. A 9 e 10 de SBtetpbro tere logar a reiolu^ao d«
liisboa feita pcla guarda nacional, sendo destrnida a
earta constitucional , c substitliida pela constiluiciode
33 de sclembro de 1823. A rainba foi aos pa^os da
camara manicipal jDrar a canstitui(ao. A 4 de novcm-
br(t reacsao para rcíUbelecf r. a carta , tendo « rainba
idú para o palacio de Belem. Agostinho José Freire
(am dos ministros da carU') qae para ali se dirigii
foi moTto á Pampalha , onde esteve eiposla , e por es-
earneo , com uma tigela na barriga para receber es-
mola. Os ÍDglezes chegarsm a desemharcar tropas em
Selem , porém a attitude da guarda nacional as fez em-
barcar, e flcarem todas as cousas.s^gundo a reToluQao
leita em setembro.
■ ( 1837 ) A 18 de janeiro teve logar a primeira sessio
preparatoria das cortes constituintes , e a 26 do dito
mez a sessao reál da abertura. Revolta do batalbiio i.'
«le CBsadorei na vjlla dt'Pmté d« S»ca, acGlanaii4>
I. Coo^ílc
873
a.carla'. b«r$o 4e Leiña lomon o camnuqdo d'ette
ÍOT^ü , ¿ qual se rtnmram algons volunUríos da rainht
que esUvam em Braga , e alguns sohUdos do 9 de íih
anteria. A 17 entrou esU for^a «ni ValeD(a do Hioho
pers^nida pelo bario de Almargem. Os uarecbaes Ter-
ceira e Saldanha aafram de Lisboa com algans lancei-
ros , e reunindo a esUs- em Torres NoTas o regimento
de caTalIaría n." 4, marcharam sobre Castello Brahco
e Coimbra , até que , em 27 de agosto se encontraram
¿om as for^s do bario do Bomflm no Chlo da Feira ,
joDto á Tilla da BaUlba , e ali se den uma ac^áo , em
que os marechaes ficaram mal. Terceira e Saldanba se
dÍTÍgiram novame^te peU Beira Alu para sa uiúrem ia
íor^as dfl Valcn^a ¡ porém já a esse Lempo a ditÍBÍO do
(isconde das AnUs tÍKÍu catrado em Tris-os-Uontea
abandona^o preciptUdamente a sna pou;io do Ebro ,
obrigado pelo general carlUta Zariategui. Cousa de mil
boQieiis da dÍTÍsáo do AnUs passaram para o lado dos
cartistas logo qne entraram em Portogal. A 16 de se-
tembro naace o prinCÍpe real o senbor D. Pedro de AI-
(aaUra. A 18 se deu o combaU de RuÍT^es . ganho por
AdUs sobre o barao de Leiria. A 19 assignou-se a con-
vensio de ChaTes entra Anlas e os marechaes , saindo
estes e outras noUbílidades cartisUspara f¿ra doretno.
fl838) A 9 e 13 de niarso revalUs democraticaa
em Lisboa. A 4 de abril jurou a rainba a ¿onstituÍQÍo
de 1 S3S. Nova revolU no dia do Corpo de Deos. Foi
disaolvida a goarda nacional. Remechido, que no
Algarve e no Alcntejo tinba levanUdo fofQas a favor
do aeahor D. Uiguel, Cbi aprisionado e fusilado em
Faro (2 de sgo»to]. Nasce o seabor inCanle D. Luix
Filippe. «m 3^ de ouiobro.
. i iM9 J Grandes dcsÍDtellígenciaí e d^fccrñcs no par-
I. Coo^ílc
3T*
Udo (etoiiMiU , ptasuido' pira-o 11019 cAnpo ordei-
ro. O generalHarotOi-coinniAdMtcflmchele do-ezer-
cito caritsli nas Vascoogadas, vende-se « Chrísliita ,
enlregiotto aqnellas prorinclas , e ama parte consid»-
n*el do erercito carliita do norte. Este exercito po»-
nido do panieo que can^on táo eslroadosa trai(ao , •»-
Ira em Fran^a com proprio seahor D. Carlos.
(1840) O general' chrístÍDo Etpartero, depois d«
ter segnrado as Vascongadás qne Ihe entregmi Maroto ,
tinha aTBn^do com todas as forfas sobre Cabreira. O
fcraTo conde de Horella receben a Esptrtero nas snas
posi^des da Castella , Aragáo , e Valeo^ , fosendo es-
tacar o general cbrislino. Cabreira cáe gr^emente
doen[e com mD tjfbo. Espartero recorre a compras , e
alcan^ Blgnmas no Aragao , c na Catalnnha eDwegiiin-
do fater assassinar o conde de Hospuiba, general
em chefe carlista no príncipado. Depois das cOniM >s-
■im preparadai , Espm-tero aTantoo , e Cabreini B'mna
Uteira quasi áa porta* da morte foi retiranda at^ á Ga-
talonha , e depois para Frani¡a , oñde ainda entioa com
trinta mil homens persegnidos por perlo de cen nil.
Bevolta-se em Castello Branco o regimento de inbnle-
ria n.* 6 cora o fim de derribar ministerio. Este re-
gimenlo , nao tendo apoio , foi retirando sobre a frco-
teíra , e ali a]guns soldados e sargentos assassinaram
eeu caronel Uiguel Augnsto. Ao mesmo tempo ha-
via em Listwa moliai ( agosto } para proleger os mo-
Timentos qqe egperavam nas prorincias. Espartero Bmea-
;a invadir Portugal por causa da naTcga^áo do Donro.
N'csta crise se vin, qne todos, fem eiceptio de par-
tidos . eslavam animados para rebater a audacia casl^
' porfia todos se prepararafli &c.
o,i,-f-n,Googlc
tvra «Bda vei maía o ten partldo, e u preparSTa oc*
cuttamenle para derríbar a coDStitoi<;io.
(1842) Prcparadas as cousas Costa Cabral vai aft
Port<) a pretexlo de visitar seQ pai ,- c ali faz nma re-
TolD^ao [ 27 de jaoeiro ) para restabelecer a carla. Em
Ltsboa ba preparatÍTos de resistencia. Cabral marcbá
com as tropas do oorte sobre Lisboa ; porém , quaodo
cfaegaTa a Coimbra , boute em Lisboa a proclama^áo
da carta no castello a 7 de revercíro. Paredia que ia
haT^r resistencia aos do caslello , porém tudo se aca-
bou com a restaura^ao da carla cm 10 do mesmo met
de Tevereiro , prnmettendo a raioba na sua proclamacáo
que a carta hafia ser rerormada. A 16 de mar;o nasce
o senbor inrante T). Jo3o.
( 1843 ) Nasce a senbora infanta D. Maria Anna em
Sl de jalbo. A rainha 'í»i onia viagom ao Alemlejo,
DO 'outono, e reeolbe por Thomar a Lisboa.
(1844) Revolta da cavailaria 4, batalháo de ca;a-
dores n." 1 , e regimento de inrantería n.' 12. con-
de do BomSm so poi é Itsta da reTolu;Io , com o fim
de rennir mais Íút^hs , e marcbar sobre Lisboa a der-
rsbar o ministerio; porém vendo-se sem mais apoio no
eiercito , retirou sobre Almeida , onde capitalou com
gcneral barao da Fonte Nova em 28 de abril. Bomlím
e a mais oüBcialidade foram para Hespanba. Costa Ca-
,bral fui elevado a conde de Tbomar.
(1845) Nascimento da seohora infenta D. Antonia
em 17 de ferereiro. seu baptisado fei-se na Igrcja
de Belem cora grande pompa.
( 1846 } povo , acabrnnhado com tantos impostos ,
e desgostoso pelas novas leis de conlribuigáo directa ,'
e da saude , revolta-ge no Hinho ( marco }. A rcToIn^
¡io c9inofou por caotii de um entgrFo 'dentro d'uma
I».,,,;. I. COO^ÍIC
,376
igreji. De Guifflariea Tui maodida Iro^^para Gbrigu
a que o cnterro se nzeise fóra da igreja , Uafando-se
fionüiclo, em. que a tropa refrocedeu. Foi mais reforco
de tropa , e o poio tocou a rebate na Poroa de Lanho- |
fo, e este toq'ue foi-se .generaliundo a toda a provio- !
í;ia , e os conaictos entre a tropa e o povo appareciain
já por lodas as terr^s. O povo grilafa abaiio.os ca-
t>ract, abaiio os impostos, vivam.aí lets.do feolior D.
ÍoEo VI , viva o seohor D- Higuel , os nossos .capitiei
nor«t &c. &c. Bra uma revolutáo espoDlanaa i; popD-
lar, que náo tinha cbefes. goveroo manda ipais ira-
pas de Lisboa e d'outros pontos sobre o Minho , e nas
cortes appresenlaram leis para reprimir a'refoIa(iú
fusilando o povo que se eocontrasse cora arm*s ua
faáo dcc. Estas leis foram a^rovadaR pelaa doas e^taa-
ras , Totando por ellas al^ ecclesiasticos de aVU gerar-
chía , diiendo que a leguran^ do estado assim o «xi-
giaFOmiaistro da jostt{a José Cihralfoi para o PortD
Gomo logar tenepte da rainha. As leis de r^resaio de
^ada valeram. José Cabral en po«QO teinpa terc qne
bigir, apvpado pela revolu^ qpe IrTonfova por todas
9S províncías do norte. Os realiitas parece qu^ deviam
ter aproveitado esta rcvolugae paca o seii partido; po-
Xém foi notavel que'neBhum homem de importaaGÍa
d'aquelle partido safsse a dirjgír o movimento insnr-
reccional. Safram os sctembrislas , que já mnito latde
Q aproveitaram faKcndo muitas promessas ao pQvo &c.
4 revoIuQÍo, corao o relampago, entfou em Lisboa em
21 de maio, opde houve.grandes tumultos, codOícIos
enlre a Icopa e o povo , de qoe resulUM a morte de
muitos dos oltimos , scndo tambera assassinados ou fe-
tidos pelt tropa alguQs cidadáes iaemwB , que acban-
<l0::Be Có{4 de soa.casa wtes de «p^rfcer o movfmen-
o,i,-f-n,Googlc
to, reeolhiam pacifluineiite aoui» de mu &idIIí^
Os cabraes rDgtram para Tóra do reipo. duqDe-de
Palmella foi chafflado para organkar a mÍDÍsterio. P«l-
mella eslaTa n'este tempo com os selembristBS. Estes
alcan;aram*por um acaso o que oao podoram «bter
n'uns poucos d'anoos , fazendo nmas ppucas de revoln-
foes. O regimento d.° Ifi, que tinha ido parao Minbo
com losé Cabral , foí apedrejado era Lisboa qnando r^
colfaen á capital. A 23 de julho nasce o senbor ínfaolA
D' Fernando. povo do Minho continuava em ^rapd»
parte insurgidc^ conlTa o- governo , e acclamando o se-
nhor D. Uiguel. coode das Antas foi mandado com
trepat par)i apaiiguar o Uinho.-A 6 de ODtnbro a corte
fei nma reac^áo co'ntra o goTernoesisIenle, e conse-
guÍD derrul)al-o , apparecenda aa madrugada do dia 7
toda a guami(áo da capital ero armas , com os dois
marechaes á frcnte, organjsada nofo m>nislerio &c. A
rainba proclamou. duque da Terceira foí para o Por-
to como logar tenente da raí»ba ; porém qoando o va-
por lá chegou , jí na cidade tinham recebido a noticia
telegrai^ica dos acontecimentos da Lislm. Jos¿ PasaoB
dírígiu o moTÍmento insurreccional no Porto G^mtra o
duque, que foi prÍBO coni quasi lodos os quc o acom-
panbaTam , e mettidot no Gaatello da Foi , e mais tar-
de passados para a cadeia da Relt^o. Oraaniaou'ie no
Po'rto lima junta provisoria e suprema ,^e que tomou
a presidencia o conde das Antas, que estando no M4-
nho para ap»iguar os rDaKstas , tbíu para o Perto
para tomar o commaado do exercito da junta , e a pr«-
sidencia do govemo. Antas marchou sobre Lisfafta , 4ei-
'xaado o Minbo e Trás-os-Montes. Os roalistas do Mi-
nho contÍDaaram a trabalhar por uu conta t e j¿ linham
4 MM frente « tir«a4eiro BMnardiiw CoeUi^ át ííím~
,u8lo
378
ra, e í^gmi ffutros ofReÍaes. Huilos realistas serviam
Bls bandeiras da junta do PorlO- Hacldonald appare-
cen no Minho , e tomou o commandb dos reallstas , e^
tabeleccndo o aeu quartel general em Braga , onde se
come^aram a organisar lentamenle. O baráo do Casal,
general da rainha no Hinho, marcbou sobre o Porto;
porém Si da Bandeira , general da janla , safii com
nma for^a superior sobre Casal , obrigando-o a retirar
sobre Trás-os-Hontes. AlgarTe tambem tomon o par-
tido do Porto, c as tropas d'ali, marchando para o
Alemtejo ás ordens do brigadeiro Celestino , foram der-
roladas pelo general da rainba , Schwalbaki em Vian-
na do AÍemtejo (novembro). Saldenba hsTÍa safdo de
Listioa, já feíca duqué : seguiu o marechal dlreito a
Antas, que tomou posicóes em Santarem, toinaodo-AS
Saldanlia no Carlaxo. 5i da BaDdeira atacon Casa\ ent
Val-de-Passos , porím desertando-lhe os regimentos de
inranleria n.* 3 , e IS , que passaram para Casal , lere
Sí da Bandeira de retirar para o Porto. general rea-
lista Guedes tomou o servifo da junta do Porto, on-
tros olficines seguiram estc excmplo. Casnl assim refor-
^ado avanga sobre o ^rto , mas nao bavendo dentro a
revolu^ao que elle esperava , levanta campo , e vaí $o-
bre BragR. Os realistas estavam mal organisados, por-
quc UackdonqU náo tratava da sua organisatjiío scríl-
mente , chcgando até a mandar para casa os soldados
qne se Ihe appresenlavam com o lim de defender a cao-
sa do senhor D. Miguel , diiendo-lhes qoe qaando fos-
sem prccisos os chamaria. Braga foi atacada por Casal
enCrando n'aqnella cidade ( 20 de dezembro ] , onde as
suas tropas commetteram atrocídados. Os realistas re-
tiraram sobr^ GvimaTáes, e ali estabeleceram o sea
centre d« accSo. J>e Santarem safn dom diríiao i> or>
t. Coo^ílc
3T»
dcosdo c«ide do Bomfimj ivaBfindo pelo Qanco «•■
querdo de Saldanha sabre Lirirai ; poréin Saldanba o
seguía , e em Torres Vedras o derrotou e apr^sioDon ,
e a toda a divisao, Antas, que egtaTa. cDm a oalra.dH
Ttsao a tres legoas de distancia do BoiniÍDi , nao. soo
corren este gcneral. Aiitas retiron sobre o Porto, e
Saldauba o foi seguindo muito do vagar.
( 1847 ] A jiinla do Porto v endo-se perdída pela se-
rio de desastres soffridos em Vianna do Alemtejo , em
Val-de-Passog , e em Torres Vedras , cbamoa os rea-'
listas em seu aniilio, com os postos que tinbam recor
bido do senbor b. Uiguel. O geueral realista Guedea
gerria muilo para este passo. A junla de lepenle le Tia
refor^ada com grande número de batalhoes , que como
por encanto appareciam. general Povoas proclama na
Beira , e vai para o Porto com grande anxilio moral'B
material a favor da jnnta. O senhor D. Uiguel , qno
ainda se conservafa em Roma , sáe d'aqucUa tidade ~
paraLondres , lalvex com o intuito de passar ao oorte
de Portugal. O geoeral MaGkdonald foi morto por trai-
C^on'uma digressio que fei para o lado de Villa Beal.
As tropas d'este geoeral , com Bemardiao e ontros che>
fes , seguindú o ciemplo dc PoToas o Guedes , se onem
i jufata do Porlo. Esla se acbava forte como uma na^io ,
e dava bastaote cuidado o estado de Porlugal aos si-
gnatarioi da qoadrapla allianta. A juotrdispnoba de
oroa esquadrilba de vapores saperíor í do governo da
rainha , e nuis tarde obteve tambcm uma corveta de
guerra que desertoo para o Porto. Com taes meios de
Iranaporte a junta reforfon as suas tropas no sul com
nma divisio que para ali mandon ís ordeoa do geo&*
ral Sá da Bañdeira. Este general foi desembarcar ao
Jklgane, < d'ali marchoa pxra « Alcmlejo a lát«r joa.
ü,o,i,-f-n,GoOglc
386
fle ema'ai'lbrtú dfBron, 4e qns m coauundaBte
«m cheTe o conde de Hello. Sá da Bandeira cbegoa a
Setdbal, c >H fei alto, e PcanÍB oma for^a respeila-
Tel. SaManba nio passan al¿m deOU*eira d'Aaemeis,
Bio se Tendo nas opera^oes dot generaes da rainht
eoBM qne poiesse em perigo a eiislencia da janla do
Porto. & 29 de abril se fci oma revolo^o em Li^oa ,
a^ritando os presos do limoeira , por£m foi snffocado
cste movinMnto. O general eoDde de VínhBes foi com
fw^as sobre Setubal , e nó dia 1.* de maío se den no
Alto do Viso nm combale. O general Almarffem conse-
gma qoe as tropas da rainha , que se conser*aTam en-
eerradaa no caslello de Vianna do Hinbo.-o abando-
najsem de noíte ( maio ) , por^m foram aprisionados
perto de treientos soldados e officises qnaodo se era-
diam para Valenca , qne Almargem foi cercat. K% tro-
pat ú* junta appresentavam uma apparencía brilbnte.
O general Povoas oocopava a Regoa , e Goedes , e Ber-
nardino limparam a prorincia de Tras-os-Uontea , bt*
tendo Bemardino ao barao de Vinhaes em Hiranddla ,
obrigando-o a entrar em Hespanha. Assim desembara-
^da a provtncia de TraB-o»-Uontes , Casal obrigado a
passar o Doaro , e a reconcentrar-se em Castro Daire ,
Pofoas occnpon Lamogo. Goedes e Bemardino entrara
uo Porto. A ^adropla alliaDfa preparava-se para ian-
dir PoKogal para desarmar as tropas da junla. Beraar-
dlno com a soa divisio ocenpoo VJIIa No*a de Gaia ,
« Gnedes Iteou com a commando no Porto em qaanto
o conde das Antas sa(a do Porlo com uma briihanle
«ipedicño qae fei embirear para eom ella sallar n'nm
doi pontos do sul. 4 31 peias cinco horas da manhi
laTantava ferro defronte da barra do Porto a esqnadra
li' jnnta , portai íiA tud»tprmoiiadO'peU'Mq«»dr« in*
0,i,-f-n,CoO^ílc
SSl .
gtea, «algtiiU.nAffU frMeete»é desiMflhoei. 6s it^
glete^ coDdMÍram as trooas prisioneiras e esqaadra
ptra o Tejo , sendo osnftTios «nlregnes ao g^OTerao dá
nÍDba , e oa prisioiKÍfoa metlidos na Torre de 9. Ju*
liio. O exercjto hespairiiol ein for;a de Vinte e cíncO
mil homens is ordens do general Concha , entrou pelo
, Uinlio e por Tri«-o$-Hontes arantando snbre o Portoi
e foi entao que Saldanlia se rnoteu alé Vitla Nots , on-^
de generat Bernardioo recefaeu com nm-TÍTo fogo:
8á da Bandeira «bandonou os seos sotdados , c esteá
dispersarain>s« cada obi para onde pAde , cheggndo bíq-
da atguns ao AlgarTe, A janla do Porto fez com os hca^
panhoes nina cORren^io para a entrega da cidade ,
eonsas da jnnta , e esta coDT«n;ao foi assig nada eni
Gramidope1ogeneral€esar de VaseoncelTos, eConeha;
Os bespanhoes entraram eñtio no Porto , e dapois SaU
danha. O. exercito da junta fbi desarmado e dissoÍTÍ'^
do, e moílos soldados foram essaasinados no transito
para seas lares. As tropas prisioneiras em S. Julila
Ibram pouco a pouco enlregoes ao goTcrno da rainiia;
RcaDdo ali só os olBciaes , qae em Tirtode do tractadd
de Gramido e da quadrupla altian^a foram todos solto!)
no dia 7 , e 9 de jullio , fazendo-se o mesmo aos pre-
■os polílicos qne em grande ntiuiero eiichtam as cadoiaf
de Lisboa. No Porto tambem foi^olto o duque da Ter't
ceira e lodos oi'prcsog poIi\icos, um ou dois dias m-
tes da entrada dos hespanhOes. Assim acafoou a guerra
chamada da Haria da Fonte , por ter origem a qncs.*
Uio de enlerramenlo , eom uma malher assim chamBda,
Nascea o senhor infante D. Augusto a 4 de ooTcinhro.
( 1848 ) ReTo1a;(io popular era Parfs ( 1 8 dc fevereí-
To ) , em qne foi derribado do Ihrono o uslirpader LdI*
l'^ltlt^, apewr d«ter UdM osieasfflboseota oi cMo-
382
BMndoi (los-eiereUoB , qas Hbiun a qatlre c^os nril
^omens , e da esquadrs , que era i, terceira da Earo-
pa. Csrlos x , em 1830, lafu de Franca com digaida-
de , ainda acompanhado al¿ á fronteira por um graude
eicrcitoi Luii Filippe fugia ás apnpadas. A Enropa
^pprcsentou-se toda em agita^ao e refoIu;áa. A de Ho-
Oia cODtra o santo padre Pio ix te*e Ivgtr esa Doreia-
jwo , comefando pelo assassinato do conde de Rovi-
Sua Saulidade fugiu para os estados de Napolea , alé
goe foi reslabelecida a sua auctoridade.
( ÍSi9 ) conde de Tbomar enlrou Dovantrate para
p ministerio por ÍDDaencta do dnque de Saldanha , qne
declaroa naa corles , qoe antes queria todos oa cabraet
na camara dos deputados , do que uin só dos ds jnnta
do Porto. A náo Vasco da Gama é muito damníficada
pels temporal no Kio de Janeiro ; porém ei poiUigue-
jes ali preslam grandos sommBs para o sea Tepars
l maio }. rei de Sardanba foge da derrota de NOTan ,
f Tem ter ao Porlo , onde morre cm julfto, sendo poa-
GO depoig seu cadaver transporlado para GeDOva. Oi
chins assassínam o goTemador de Hacáo , Amaral ( 22
de agostoj. Graodes accusaifoes conlra o cottde dt
Tbomar.
( 1850 ) dnque de Saldanha é demittido do cargo
de mordomo mór da casa real (reTereiro). O.duque
pede entao a demissao dc todos os cargos de commis-
sáo, por Dao querer servir com o conde de Tbonur. O
govemo appresenta um prujecto de repressao da .impren-
sa. Hilbares de individuos de Lodos bs. parlidos enchc-
ram as columnas dos jornaes protestando coDtra esli
TÍolencia da liberdade do pensamcnto; todavín o pro>
jecto mezes depois foi lei.
No anno aDtccodeate , algumas genbofas ImtíiuB or
o,i,-f-n,Googlc
ganisado nnu conHBMSÍio com o flm de promover alt-
DualmeDte mn baile , para com o produclo dos bilh^
(es da entrada loccotrer' os officiaes desralidós pela
ci>DTeJ(¡BO de Bvora Monte , oa as TÍOTas dos qae ji
eram fallecidos. Uma ontra commiísáo organÍMram par»
roceber um subsidio aÜmeDticio para o suihor D. Ui-
gnel^e firagao^. Como amiliireB d'eita comBtissao,
algutis caTslheiros orgasis^ram oatras , porém o gover*
no as mandoB'ÍDtímar para se dissolverem (mar;o),~
e náo continuarem a promover e receber os subsidios;
todavia 3S senboras , spesar fl'esta TÍoteDcia , coutinna-
ram a receber as qnantias com que qualqner pessoa
qaixesse concorrer, para^pie-'a tta^ao portugneía báo
passasse ntais pela vergonfaa de dar o espectaculo ás na-
^oe» , de deiiar morrer.ile fome , n'nm pais estranho ,
Kum principe porlngoeii, G)ho do nosio bom rei o se-
nbor .D:. Joao n. Este» acontecÍBientos cbegaram ao co-
nbecimento do leahor D. Uígníl , e o [H-ini!ipe do lea
eiilio de Inglaterra escrevau as seguintes cartas ás s&-
nhoriM da' cammissio i e a nm jomal poetagnea. As ae-
nfaoru eoTÍaram a carta do senbor D. Uiguel ao) n»
4acton8 ds Ka^o» eoma legainte carta:
o,i,-f-n,Googlc
: 3«* I
■ ■ ■»*:
' Boglnos «VT.se aimm puUicsT no aen wred¡.
Udo jornal t inclusi csrU do'Senbor D. Uigoel de
BriK«*ca • qne livemot a boDra de receber pelo paqoele
■dtíinamente cbcgsdo.
AprareitáiDM esU occMÍio de asse^ar • tt. qiw
somos coa nniU coiuiders¡áo
De TT.
' Uuto «ttents) TeDeradOm
LiíbM fi de msio de ISfi».
CendMfa de Pmtiriro.
Jt. Maria CarMa ds lima. BoMn i'MtmÍ^
D. Akm da CvAa Maiáanta r Mnfxe».
D. Ibría Itfto Cerria i« Sá.
- « Ea «ría tido por ingTslo , se deizssse de agnde*
CCT-TOB , Seaborai , qne coBpoiCstes a Commissio cen-
tral em Lisboa, eoni o fim de promoTer em PortDgal,
e s mea favor , nma subscrip^o alimcnticia , e poc
isso cumpro n'esU occasiao o deTcr, de tos dair ama
prova dó mea recoohecimenta , peU Tossa muito nobn
e bandosa lembrance ; agiadecer-TOS , e aoa cavalhei-
ro) , qae tos ajadarsm , os trabalbos * que tos déstes ,
para mitigsr a penoss situa{;ao , a que em terra estra-
nba me rednEÍu a ÍDJusta espolia£Ío de toda b minba
propnedade , de qne ha dei^eís annos estoa privado.;
Na certeza que apreciareis este mea especial tesü-|
monho de gratidao , se por isso o quiierdes publicar .
■unile tolgwei qae o isoodoiDteiropoiHBTalÍair.M tq&i
- - 38!t
As.tirindes , e qne ,' to Knlimento da ctoridide , }aih
cbes a lieroismo proprio íb Senlnrai Portt^eias.
Fa^o Totog ao Ceo para qne recwipeDSe as Tossas
Dobres ^aalidades.
Sou Touo mDito aifeGtiiosa
D. Mijiutl da Braamta.'»
Beihill em 18 d'abril de ISÍÍO.
Na oútrá carta dirigida ao jornal a NaQao expressa-
se Bssim :
« SenÁorei.Bedaetont da ífaeáo.
« É pela primeira 'vei 'que dirijo uma commiinicaf So
ao f osso joTDal , mas , n'esie momento , é am dever meu.
Na lerra do exiHo, espoliado de (oda a minha pr<^
priedade, e [hoaro-me de o diier) pobre, porqoe,.
nos ciuco aliDos do meu governo, nao bouve em mim
Dunca o pensamenlO egoisla e desiíacioiial , de cothe-
sourar , prevenindo desterro , qoe a forga mc impoi ,
e mais tarde acbou meios de aggravar, tenba sido faa
tempos , parcameute sustentsdo só pelo tribulo da ÍeaL
aSéisSo de Portugueies , qne , do poaco qne Ibes resta ^
tnuito espoDtaneamente repartém comigo.
Sei afrora , porém , qne o govemo existenlc em Vof
(ugal estorva , por medidas ames^adoras , os tnbalbos
d'aqseDes^ qae tio nobremente pnunoviam a subscri-
pgao destinada á minha indispensarel subsistencie. De- '
cjaro , pois , ein testjmunbo de gratidáo aos meus aeis '
anHgos , que antes soffrerei a altima miseria , e que o
mODdo a veja , do qne servir de pretezto a qtuilquet
pertMuícÍo, qne possa augmenlar o námero das vi*
V> *
Cooylc
m
títmuátHáA^áe; il«lmwlo unben (pt ; M eeUv
«10 cálcalo forfaF-me pela indigeiicia a qaalqaer aeto
ÍDcDfnpatÍTet com a minha dignidadc e bobra , o cál-
cala é teta fundameoto, porqne, ODtregando-me nss
niioi di ProTÍdéncia Dirina , me coDserrarei fiel ms
neas dereres.
Por esta oecasiáo', coma portagaez , ros sigoifico a
HtÍBfa^o com qae lenho Tisto o modo TerdadeíraEaente
Dacional, por qae haTOis deféndidó ok interessU da not-
sa cara patria.
SoD volso aQeífotdo '
J). Mgvá d« Bratimfa. •
Bexbill , em Í8 d'abnl de I8&0. - '
Ai cartas do prinélpe loTantacam graDde ftolemiea
antre a imprensa. A do go?emo Tomiton imprecaQOes
coDtra o reat «xilado. Alguns jomaes porém hoine qae
registraram as cartas com a defida considera^. O
Patriola disse maito em dnas palavras — ahi -tem as
carta'i , senhores , reqMndam , se é qne tem resposta a ■
dar. A Rerola^áo de SetembTo , depois de traBKrever
as caitas , escreTCU um artigo contra acto ill^al do
gsTerno, e no qnal se lé « Sao consas d'este mnado'
O qtie foi rel , escrefc hoje Drtigos para es jomaes ,
e , deremos confessal-o , foi melfaor uso da peana , qoe
do sceptro ( t um adTersario do senliar D. lligwl liae
falla ) ; é maior no exilio , qae sdire o throno du. du. •
O Ecco Popolar, jomal do Porto, escreTeDdo sobre o
raesmo assamplo, disse ■ Folglmos de regiitrar Mte
docDmento , qae sobrs iiiauirii honrB' o prÍDCJpe e de*
sni4a dcc. dcc, >
0,i,-f-n,CoO^ílc
387
' Vorre em 13 de outubro ( 6i 5 horas da Urde ) o d^
qoe de Palmella , tao célebre na diplomacia portagaeza.
( 1B51 ] O marechal Saldanha prepara uma reTola^áo
para derribar o conde de Thomar. A 7 de abril silu o
marechal de Lisboa , e roi a Hafra para levar comsigo
o regimento de infanteria n." 7 , porfm nSo pMe con-
teguir scnao levar alguñs soldados. batathao 1.' de
catadores, estacionado em Sctobal , seguiu o,niare'
ebal , assini pomo o S.* de cacadores que estava de
qoartel em Leiria. O goveruo manda for^as sobr^ Sal-
danha , e este , sem alcaD^ar angmentar o número dos
■euí Boldados , manobra sempre eTÍtando qualquer en*
contro com as tropat que o perseguiam. comman-
dante «n cfaefc do exercilo (o senhor D. Fernando )
aVancoti de Santarem para Coimbra , e ali estabelécea
O seu quartel general. Saldanhs , sem nada poder fa-
xer , abandona na Beira Alla os dois batalhóes que par-
tilbaTam os riscos da revoln^io. márechal entraTa
tm Lobios ( Galliza } no momento em qne José Peisos
feiia rebenlar a revolta no Porto. Esta fo! feita pela
balalbáo de ca^adoreg n.° 9 , e infsnteria n.* 2 , sendo
morto 1¡raT0 coronel Cardoso do 2." de ÍDfanleria no
nomento em que , agarrando as bandeiras do aeu re-
gimmto, nio as qaeria deisar levar aos soidados re-
Tollados. conde do Casal , general no Porto , quis
e6m o resto da guami^ao obstar i revolugáo; poiém,
Tcndivse dMamparado, fuglu (24 de abril), e a re-
I0la;ao trinnrou no Porto. Os dois hatalhSes n." i e S
narobBTam logo a procnrar o abrlgo d'aqnella cidade ,
e SaldaDha, a quem se mandon communicar este, já
inesperado acontecimenlo , correu sem demora para o
Porto. Esta nolicia fei logo grande impressao to eier*
cito , pe|o mdita qii« a'eUe t«m « mmcba] SaldH'-
Couglo
388:
^a , á H tropu que tm Cirinbra estimjB cpm s r} o ■
lenhor D. Fernando n , flcaram em grande alarnic.
general bario de Uesquila com os regimeQtoSde-laQ-
uirqs da reiaha , de graaadeiros da rainha , de infan-
teria n.'' 1 , e uma companliia de. 16 desertou para q
narechal Saldanha , deiamparando o sen rei , e sea
commandante em chefe. O senhor J>. Femando reliroq
ptra Lisboa com o resta daa Iropas quc Ihc Gcaram
fieis. conde de Thomar fugiu pela segunda vez. Jio
Por(o chamou-se regeoeragao í reTolufao , e assim ñ-
coD cfarismBda. O marechal cqme^oi) do Porto a diclar
a lei para Lisboa , d'onde mandaram os navios de guer-
ra e vaporeg buscaT-o e is suaa tropas , com as quaes
tntroa triunfante ern^ Lisboe no dta 13 de maio. A tr»-.
pa foi passar em continencia por defronte do pa;o. A
rainba soffreu desgoslos uo Ihe^tro de S. Carlos. O go-
Terno em dictadura expede oma immensidade' de de-
cretos. Eiposi;io universal de Londres, em que mui-
tos produclos da nossa industria foram premiados. Mui-
tos portQgueies foram n'esta occasiio a Londres , e ali
Uveram a honra de fallar ap senhor D. Míguel , inesmii
01 seus adversarios politicos, GDtraudo n'este número
o conde de Thomar ( Costa Cabral ]. scnhor D. Ui-
guel parle para a Atiemanha para casar com a senbO'
ra priticeia Adetaide de Loewenstein,.e o seu consor-
cio teve logar a 23 de setembrO , no palacio de Hea<
bach junto a PrancforL sobre o Meno. pri»eípe vin-se
■'esta occasiáo cercado de portugueies , que foratn as-
atsfir a láo solempe acto. O oosso sabio e apostolo pa-
dre losé de Souia Tavares ( Sacra Pamilia ) deixou o
•ea rebenho de Withim ( loglalerra J para ir estar jun-
to á r«al pessoa d^ senhor D. Higuet , e instruir • s*-
Hiora prfnceM Adelude nai comas portugueias.
0,i,-f-n,GoÜglc
S8d
(1862) ilni padre republicano tenU 'conlra nyiát
da rainha de Hejpanha [2 de fe«ereiro]. Nanrragio do
rapor Porlo na Ibi do Donro (29 de ii]ir;<L] : morre-
Tam se«scnta pessoas. A rainlia , o rei , o principe , e
o senhór infanle D. Lutz visitam o Minho ( abríl e
niaio). Morre o conde das Antas em 20 de maio.
'. senhor D. UÍgUel publica em Langensetbold , a
18 de janho , nm novo protesto contra a liolencia ds
quadrupls allián^a , e artigos addicionaes de 18 de
agosto de 1834 , que o obrigaraDi , o prímeiro a aban-
donar a patria ; e ámbós a permanecer fóra d'ella. Que
pelo protesto de 18 de junho ratiBcava a süa prodar-
mafao de 22 de maio de 1834, e protesto reito' em
Geuova a 20 de jnnbo do mesmoanno. Que protestava
fiualmedte cónlra a itólencia qne compelle a qne leQl
fllfaos DEi5;am em patz estrangeiro—
' Publica-se o «cto addicional á carta eonstitacional ;
em 6 de júlho. A 8 foi o principe real jnrar a eárta
peraete as cortes. A 17 foi a rainha e ■ corte laA^ar
n pedra angiilar no monumento que na pra^a dé D',
Pedro ( Rocio) se alevanta ao mesmo sentior D. Pedro;
- Nasctmento da senliora princeia D. Haría das Neves,
Alfaa do senhar V. Higuel ( S de agosto ). A 8 fgi ba-
ptisada a princeza pelo bispo de Wurtzburg , no pala-
cio de Heubacb , com grande soleiñnidade. A agua era
portagoeza , Jerada de Guimaraes da mesina fonte qna
a brolon para o baptísroo do senhor reí D. Atfoataílen-
riques. Foram padri>i)ios o pri&cípe CarJos de Loewens-
tein , e sua alteza rcal a senhora iiirenta D. Isabel Ma-
ria, por quem tocou sua alteza a prlnceza Sophia de
Itembourg. O senhor D. Migucl viu-se ainda n'esta oc-
catiao cercado de muitos portuguezes que furam a AI-
lemanha para leteni a bQura de asuttifem a ^o s«*
0,i,-f-n,CoOylc
^ m
lettni Mto. nurqaei it LaTndía foi qdem le<n^ a
prÍBCGia nofl bra^oa no acto lulemne. A 10 parlin ü
iDarquei para Portngal com o marqnei de Penaln í
conde d'Almada , e os outros portugnezes Gdalgos, pro-
prjelarios, fabricaDles, iwgociaDtes&c. que linbamido'
a Heobacb com aquelle anico Om.
Uorte de lord Wellington em 14 de selembro. A 3
dp setembro morre o general realiata José Cardoso. í
7 de dezembro lambem morre o visconde de Holcllos,
oalro geoeral Fealislt.
(1SS3) Horre na ilha da Uadeiri a lenhora príñ-
cezB D. Maria Amelia (4de ferereiro). A virtaosa prín-
GCia baTÍa para ali ido tomar ares para rer se podia
restabe1ecer.4e de uma (isica que haiia adqnirído. A 4
de abril morre na sua casa do Atalho ( junto a Agveda )
o honrado realista ttodt'igo de Souia Tudella , célebre
pela sna bravura na tomada de Villa NoTa de Gaia era
9 de aetembro de 1832, e depois pela cepilulaqáo de
Castello de Vide com o general hespanhol Rodil , em
' 1834. A 7 de maio foi a rainba assistir i inaDgura^o
do caminbo de ferro de Lisboa í fronteira de Hcspi-
Vfaa. A 11 entron a barra de Lisboa o Tapor qae cod-
dnsia sua magesUde a imperatrii do Braiil D. Amelia i
que Bcompai^aTa o cadaver de soa aognsta filha a se-
nhora princeia María Amelta. A 12 se fez o funeral da
illnstre flnada , sendo condvt'iAo o cadaver a S. Vicente
de Fóra , e saa tnagestade imperiil desembarcon teco-
Uiendo-ie ao sen palacío.
o,i,-f-n,Googlc
EnRATlS PHINCIPAES.
p.g-
lill.
ErrOfl.
Emend.
150
25
Mn
Joiíi
196
10
Gtáo Pará
imperial
Sll
2danDt>3ií
1833
1S32
.
3 idiin
Santarem
Lislna
227
9
regencia
gofemo
240
29
os sele
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m
27
dos sele
íoi dei
o,i,-f-n,Googlc
0,i,-f-n,CoO^ílc
ÓBHA« MODEIINAM
PvUicadas por Jaaqmm lopei Carreira de Hdlo , Dirf '
elor do CMtgio dt JVpt*a Senhora da Cmcei(ao
tm lÁihoa.
Compendio da Bitloria de PortDgal desdc os primei*
ros poToadores alé nossos dias. 1 vol. 1853.
Resomo da Historia de porlogal para OM dos alam-
tios das aDlas de instnic;ao primaria ( fica no prelo ).
CoinpendÍD de Geograpliia'para nso ias escholaB ( flci
Doprielo].
Brete Tractado dc Chorographia Portogneu Histt^
rica e Polilica. 1.* edi^o, 1 vol. 18S0.
Compendio da Chorographia de Portugsl e Dominios
para nso dos alumnos das anlas de lostruc^io prima-
ria, approvado por Si'a MASKSTADt pela Secretarja
d'Estado dos Negociós do ReÍDO sob consnlla do
Contelho Si^ríor d'MrnvtSo PfUiiea, 2/ edi;ao , t
TOl. 1853.
Compendio de Civilidade , Beligiosa e Moral , para
■tso dos alumnos das eseliolas de inatnicfao primana ,
approTado por 8oa ÜAeESTaDE pela Secrelaría d'Eslado
dos Negocios do Reiiw sob coiunlta do Coñtelho St^e-
rior d'butnecao PMiea. 2.* edi;io , 1 vol. 18S3 { Qca
110 prelo a 3.* edi;ao).
CompcDdio de Duutrina ChtÍsU , Dogmatica e Ho-
ral , para nso d«a alumnos dSi aulas de inslruc;3o pri-
maria , approfado por SvM Haowtidb pela Secretaria
d'Estado dos Ncgocios do Reino sdb consulta do Conr-
selhó Saptrior d'AtdrwFckr Publica, t' edifio, 1 rol.
18S3-(flca no prclo a 9.* edi<;.ao).
Venden-se em Mm dos srs. Bertrands ao Chiado
n." 4S ( aoi Hartyres ] ¡ na rna Angusta n.* 8 , loja do
sr. Lavado ; na Úo ir. Pereira , na mesma rua n.* 188 ;
o nas iMis do costume. No Porto , rua dás Uortas n.*
144. Em Coimbra, em cata do tr. Orcal.
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