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Full text of "D. Fr. Antonio Correa da Ordem de Santo Agostinho, por graça de Deos, e da Santa Sé Apostolica arcebispo metropolitano da Bahia, do Conselho da rainha fidelissima minha senhora. : A todos os nossos amados irmãos, e filhos saude, e benção em Jesus Christo soberano pastor, e bispo de nossas almas. (I)"

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■«■ 


D.    Fr.  ANTÓNIO    CORRÊA 

da  Ordem  de  Santo  Agoílinho  ,  por  graça  de 
Deos  ,  e  da  Santa  Sé  Apoítolica  Arcebifpo 
Metropolitano  da  Bahia,  do  ConfeJho  da  Rai- 
nha Fideliíllma  minha  Senhora. 


l,1U 


A  todos    os  noflbs  amados  Irmãos  ,•   e  Filhos   faude  ,   e 

benção  em  Jefus  Chriílo  Soberano  Paftor  ,  e  Bifpo 

de  noíTas  Almas,  (i) 


Eratis  entm  ficut  oves  errantes  • 
feil  converti  ejlis  nunc  aã  Pajto- 
rem  ,  £?  Êpifcopum  animaram  vef- 
írarum,  1.  Petr.  2.  25. 


LEVANDO-}SrOS  a  Divina  Providen- 
cia da  humildade  do  Clauftro  á  fubli- 
me  Cadeira  (2)  da  Santa  Igreja  Me- 
tropolitana da  Bahia  ,  adoramos  os  feus 
profundos  confelhos  ,  (3)  e  nos  con- 
fundimos da  noíTa  indignidade.  Efta  nos 
.  obriga  a  dizer  com  verdade  ,  o  que  fó 
por  hum  exçeífo  de  modeftia  de  íi  di- 
zia o  Santo  Arcebifpo  de  Milão  :  Somos  o  mínimo  dos 
Bifpos  ,  e  o  ínfimo  no  merecimento.  (4)  Logo  nos  pene- 
trarão até  o  fundo  d'alma  as  palavras  do  Apoftolo  ,  quan- 
do nos  manda  coníiderar  o  miniilerio  ,  que  recebemos  no 
Senhor  para  o  encher  em  toda  a  fua  extensão.  (5-)  Se  efte 
na  exprefsão  dos  Padres  de  Trento  (6)  he  formidável 
ainda  aos  hombros  angélicos  ,  incomparavelmente  mais 
devemos  tremer  entre  vós  (7)  fem  a  virtude  ,  e  os  talen- 
tos ,  que  pedem  a  alta  dignidade  ,  e  as  obrigações  indif- 
peníaveis  de  hum  eítado  de  perfeição  o  mais  fublime  do 
Chriftianifmo.  Trememos  opprimidos  debaixo  do  immen- 
fo  pezo  de  noíTos  deveres  ,  e  fuccumbíra  aterrada  toda 
a  noíTa  pulillanimidade  ,  fe  nos  não  alentafle  a  efperança 
de  poder  tudo  naquelle  Senhor  ,  que  nos-  conforta  ,  (8) 
envia,  (9)  e  promette  a  fua  afliíbencia.  (10)  Rogamos 
por  ifíb  ,  dileclillímos  Filhos  ,  as  volTas  orações  ,  que  co- 
mo agradável  incenfo  (11)  fubindo  até  o  altar  da  Santa 
Jerufalem  ,  facão  defça  do  Ceo  ,  e  fe  derrame  fpbre  Nós 
o  efpirito  d0  Supremo  Paítor  ?  como  elle  mefmo  fe  pro- 
põe pelo  Profeta  ,  (i2)^para  gloria  do  Teu  Nome  ,  e  fal- 
vação  de  voíTas  almas  remidas  com  o  preciofo  Sangue 
do  Cordeiro  immaculado.  (13)  Sejão  ,  vos  pedimos  pelas 
Chagas  de  Jefus  Chrifto  ,  fervorofas  ,  e  inceíTantes  as 
voíTas  fúpplicas  a  alcançar  do  Todo  poderofo  os  dons 
neceíTarios  ,  para  que  o  firvamos  em  fantidade  ,   e  juftiça 


( 2) 

Quí  ponit  Jiumiles   in  fuilime.  Job 
5.  11. 

(  }  ) 
Judicia  Dei aíyjfus  multa.  P(. ;  5.  7. 


(4  ) 
Surti  minlmus  omnium  Eprfcopnrum , 
ffl*  Ínfimas  mérito.  Ambroí.  lib.  2. 
De  Pxnit.  cap.  S,  , 


f  5  ) 

Vide  minifleriwn ,  quod  aceepifli  hl 
Domino ,  ut  illud  impleas.  A  d  Co- 

ioir.  4. 17. 

(  i  ) 

SeíT.  (.  De  Rejormat.  cap.  1. 

(  7  ) 

Et  ego  In  tnfinnitate  ,  «5*  ttmore , 

ej*  tremore  multo  fui  apui  vos.    1. 
ad  Corint.  2.  ,'. 


* 


em 


Omnta  po/fum  in  eo  ,  quí  me  Con' 
fortat.  Ad  Philip.  4.   ;« 

(  '  } 

Sicut  itufit  me  Pater ,  &  ego  mH- 

to  vos.  Joaii.  20.  21. 

(ic) 
Ecce  ego  voíifium  Jiim  omnitms  ale- 
tas ufque  ad  cor.fummationem  [«.adi. 
Matth.iS.  20. 

(  TI  ) 

Cratto  mea  ficut  hicenfum   in  con- 

fpeílu  tuo.  Pf.  140.  2. 

(  12   ) 

Ego  pafcam  oves  meãs ,  ãieít  Do- 
minus  Deus.  Quod  perierat ,  requi- 
ram  ;  is  quoã  abjeâum  erat  ,  re- 
âucam  ,  eíT  quoil  coufraâum  fuerat , 
alliga^o  ,  25*  quod  Ufirmum  fuerat , 
conJWâaio ,  Sf  quoã  pingue  ,  &  for- 
te ,  cujloâiam  •  c?  pafcam  illas  in 
judicio.  Ezech.  (4.  15. 

(■'■»' 

Kedempti  etlis  preíiofo  San  guine 
quãfi  agni  immaculati  Chrifíi.  1. 
Petr.  1.  ij. 


%$^%*£g^W  todos  os  ^ÍTos  dias  ;  (I4)  e  fu/W™  .    „ 

^,luc.,74.  em  que  fuccedendo  aos  ^^ge Mente  mos  o  minério, 

deiros  do  feu  efpirito         P°lt0l°S  >   feJam°s  também  her- 


}.  11. 


^</«w«í  ír£.„  ÍBW  fiãucia 


L,  «  mife^I£^^^4e  .  confadir-nos  nefta 

nomeaç5o    chegámos    com   confia      }      g\       dÍ3  da  nofla 

™™£"«Z&mTZ-  Para  conieguir  a  mifericordia  no  arnifin  „      "°    da  graSa 

f  =£V^,S."^S~  e.a"raí"'  do  Ceo  as  viftas  LZ^aF^^J  «> 

vina  ,  que  dirieiffe  toH«    PartI™lares  da  protecção  Di- 

gloriâ   de  Deos      e  fm/    ^j  í"6"**8  á  h°nra  ,  e 

*w.  ««■«,„.  *  prefença  do  Altiffimo     e  com  * f  P™n>ndamente   na 

ífcíí"-—  ~  K  centrados  no  abyfmo  do  noT  J*  P°/  tem  ^l8>  con" 
SfftívH.'--*»  enVÍaíre  âo  f°"°    da  fua  grandeza  a  Vui'lli  "^Tk  508 

«>  para  que  efteja  ,  e  tSbalhe  eo^ofc ?Tlt ***? 

ne  ,  o  que  em  governar  o  feu  nnvn7"!„°J.e.,Nos  ?* 


(    Jo) 

Mitte  fam  âe  Calis  fanilis 

Çy    a  fr/7*  ntjmmU.-.jt'.:  J  . 


,  r —  ^^  wlcJil   e  trabaJhe  comnof        NT      - 

ne  ,  o  que  em  governar  o  fi-„  „„  '"umnolco  >   e  Nos  enfi- 
,,„„,.  olhos.  (20)  pJZôl Tl\°J V  /    u    he  agradavel  aos  feus 

toral  cuid  do     O  ÍLo^IuT™"^  T  ^  Paf- 

âsSfléw*-* ra  r  Nos°™  %t\as(Xi0Lnta-v  pr 

S*-:^i«L,„«  conheceremos  o  femblante  do  noffo  XSL     r   ^  ' 

£,<«.ww mjSto/,„r;  ta  feja  adifcncia  d      iu„aresn°"°;eba™0  >  (")  q"an- 

urifdicçáo  ,  immenfo  «  nf         '  „°  terreno   Ja  noffa 

encarregado.    IZ^sZ" ij^  ^W 

-  *•>  ir4„«  ,„„.  culto  denlixo  da  noflí  **  TC  f*  3  tod°S  exhorta  °c- 
«■"^,!XfSr''-  ^  Kfy^^t^fli^-^   Cada  hum   na 

da  caffdo  Senhor    W^  '  trabaIhar  Pda  formofoa 
Noffo  efmrito    flo   '       P    Cl"?  COm  Srande  íatisfaçío  do 

gàjr&í»:'»  <4* aClade    fjCV^*   a,DÍ°Cefe  J™ta    c°*  a 
«>£í„r;,.f:a3*fe  Noffo  iu™P     ;    -  /ara°  tod0s  mais  fopportavel  o 

".,',  i' '"  ""»--'«»•  íiy£  "««o  jugo  ,  e  nao  gemendo  o  Pa/W     ;#«  ™ir  1 

SÃSIIÉ.'*  dará  em  utilidade  das  ovelhas    (Z.?  '  m°  redun- 


Sst3^  :;folir  ^o\K  £SSáu"  ^Lprr^ 

if#Ekw  Ste-ss^díss^  dos  co£ v  -  u: 

-^  —  *****  &  o'X  SSsíSSStííg  dí 

the- 


'(  J  ) 

thedraí  fuás  influencias  a  todas  as  Igrejas  inferiores.  Don- 
de devem  correr  as  agoas  faudaveis  da  virtude  ,  e  doutri- 
na, que  deite  manancial  ,  ou  fontes  do  Salvador,  (27)  que  HamUtu  a!jU[?ln \avM  3e  fm 
>#comiéfte  feu  adorável  nome  honra  ,  e  exalta  efta  Metro-  JEiíffiSSi  %  SST 
tíjfrjptde  toda  a  America  Portugueza  ?  Donde  deve  fahir  "***■»• 
a  luz  fobre  o  Horizonte  ,  por  aíTim  dizer  ,  de  todo  o  Ar- 
cebifpado  ,  fenao  do  alto  defta  primeira  Igreja  ,  que  he 
como  o  luminar  maior  de  todas  as  outras  ?  Correfponden- 
do  a  piedade    dos  primeiros  Sacerdotes    á  dignidade    do 


meweutote, 
(jus. 


lugar,   e  á  grandeza  do  minifterio  ,    (28)    que  exercitao  cu'n âignttates  %■  kuujiu - ,  m- 

O    .     '                              ••10                    •             r      *                 a.             1     J  fertim  Catheârãlibus ,  cã  confervan- 

comnofco  no  principal  oantuano  ,  lerão  contemplados  por  â«m ,  mgenâamque  Ecchf,«jncam 

*    rr                                           J/1J              1.1            f        \       K  ãifciplinam  fuerint  inftituts. ,  ut  qui 

todos   como   a  lorma  ,    e  o  modelo    do  rebanho.  (20)    A  «* otmerent ,  putau  pmceiíe- 

;..                       ..                               j                          1  rent  >  "Uísque  exemplo  efent  ,  at- 

bem    conhecida    probidade,    e  literatura    dos  membros,  ?«<■  Epi/copos  opera ,  &  oficio Ja- 

_i                                »    -     . -  -,-                     .  varent  :  mérito,  qui  ctd  eas  vocan- 


oue  compõem  efte  relpeitavel  Corpo  ,    e  que  IN  os  enche  "<<-..  taies  efe  ietènt ,  quijuomu- 
de  efperança  ,  gloria  ,  e  prazer  ,  (30)  Nos  Iara  conlervar  s.eir.24.  cíb-i^ô*  ntflnut. 
com  todos,  como  recommendão  ambos   os  Príncipes  dos  *<g* &** :*&**  ex .«*»•  •  *. 
Apoftolos,  (31)    a  mais  eftreita  fraternidade.   Olhando  a  <2m  eJl'enim  <J°  \ves>  m  gau 
todos    como  NoíTos  Irmãos  ,    e  confelheiros  ,    (32)    além 
dos  cafos  ,    em  que    por  Direito    nos  he  neceíTario    para  ThclTal-  "•  l\ix , 
obrar  o  feu   confentimento  ,  (33)    refpeitaremos  em  tudo  ífiSSiSt 
o  feu  confelho  ,   (34)  que  aíTegure  o  acerto,  e  a  economia 


littm  ,  aut  corona  gloria.'  Vos  ejíis 
leria    nojfra ,  59*  gauáivm.    i.    ad 


llgciiles.  Ad  Hom.  i;, 
(    ?2  ) 
,  _,  ,  '       "._      "    jT  C3p.Novit.i'efiis ,  que.  fiimt  a  Pia- 

das  noíTas  determinações  para  o  bem  publico  de  todo  o  uti*. 

Arcebifoado.  \}b-  '■  úrr- IO-  ãí  '';■'' ""?  &»*  a 

í  ■  i  \  '  ■r        Prxlatis  fine  confenfu  Cai  ituh. 

Aos  Reverendos  Párocos  ,  que  chamados  a  parte  do      .  r  m  )       ; 

NolTo  miniíterio  ,  dividem  comnofco  o  cuidado  do  gran-  ^«tur fapiemu.  pmv.  ij.io. 
de    rebanho  ,    que    Nos  foi    confiado  ,    e  são  também  os 
conducl^res    do  Ifrael  Chriftão  ,    recommendamos  o  zelo 
da  falvação  das  almas  ,   que  he  o  caracter  ,    e  deve  fer, 
para  que  aííim  digamos  ,  a  paixão  dominante  de  hum  bom 
Paftor.    Como   são  comnofco  Miniftros  ,  e  Coadjutores  do 
mefmo  Deos  ,    (35-)    deftinados    a  apafcentar    as  fuás,    e  nel  M-m  fttl]%tt0^  Ui3L 
NoíTas  ovelhas  ,  efperamos  que  lembrados  da  fua  obriga-  conmn.  ,-. ,. 
cão  ,    (26)    as  nutrão    com  o  pão  da  palavra  divina  ,    as  00 

5    .    '      KD     '  ..  .         .     n  ,     l  c    ■    -r  1  C»r>- Qitotl De! timorem  âejlatumo- 

animem  com  folidas  ínltrucçoes  ,  as  lantinquem  pelas  gra-  «*•*»*».  TrMent. ■■se-r.  5;  «p. 2. 

ças  dos  Sacramentos  ,    as  preparem    a  lazer    com  eiles  no 

feculo  futuro  huma  porção  da  Igreja  eterna  dos  PredelU-     , 

nados  ,    e  receber   do  Príncipe  dos  Paltores  a  coroa  im- 

mortal  da  gloria.  (37)  Quanto  por  fuás  fagradas  funções  cm*»"uritiKnie,tPMjhrm, 

.,i  t-»  c   1  1  _       ""         vercipietis    iinmarcefciiiiem     " 

são  elevados  os  Párocos  lobre  os  outros  homens  ,    e  ain-  íw#»ii«.t.Pet.$.4. 
da  os  mefmos  Anjos  ,    aíTim  deve  fer  fummo  o  cuidado,  e 
incanfavel  a  vigilância  em  fe  moftrarem  aos  olhos  de  to- 
dos   Miniftros  lieis  de   hum  Deos  crucificado  ,    e   dignos 
de  difpenfar  os  myfterios  do  Pontífice  Eterno  dos  bens  fu- 

filmo      ( 3  Q\  Sic  tios  exiâimet  homo  ut  mhiiJTros 

lu-ivjo.    y$vj  ctrífti  ,   tf  âifpenfatores  myfferle- 

Que  útil    ás  ovelhas   o  Paftor  ,   que  ajunta   em  íi  a  ^-^^S^1)^ 
fciencia  ,  e  a  virtude  !  Por  hum  Paftor  poderofo  em  obras,  rm**^ Aaft^r.y.ii. 
e  palavras  na  prefença  de  Deos  ,    e  dos  homens  (39)  fe  ^^Zi^o^^tl 

*  ii  fór- 


uni 


(    ?«    ) 


f  40  ) 
í.B  omiiiiut   teipfian  prjúe  exem 
plum  iononim  operam,  Ad  Tit.  2.  7 


f  Al   ) 
Ante  oVesvadit ,  &  oves  Mim  fe- 
qiawtur.  Joan.  1  o.  4.  Ca».  Cum  PaC- 
torls  2.  q.  7. 

Í42.) 

Memento  voei  tue.  vocem  dare  v;r- 
tutis  ,  ut  opere  tua  vertis  conti- 
nant.  Bem.  iipift.  102. 

(  41) 
Quantum  èaput   ãiflat  a  memhis , 
tanium  Prslalus  debet  Cubditos    in 
aãione  prscellere.    Lau'i.  luii.  lib. 
De  ln/lit.Reg.  cap.  j. 

r-         v-  f  44  ) 

t^an.  fros  ,    qui  pr&fiiitius    dift.  40. 

L.  .57  quemquam  Cod.  <fc  E>;/i-.  JJ" 

t'/if/-.  Ma^/j  virtuteatitecellat  Pra- 

jul  ,   qttam   íionore  ,    &  digniiate. 

Greçor.  Naz.  1 .  Orat.  Apolo;;. 

(  4  j  J 

C.  VHiJT'4UCza(.i.  q.  1. 


(  4Í  ' 
Wk  qusrens  ,  ,/uod  mifii  vtile  e/l , 
fed  qiuã  mujtís  ,  ut  talvi  fiar.ti  1, 
ad  Corinth.  10.  j  j. 

u      *■  ■    „  (  47  > 

Hs.c  ãictt  Dominas  Deus  :  Va  paf- 

tqribus  Ifrael ,  qui  pafcetant  Jemet- 
ípfos.  Ezech.  j4.  2. 
•-"•■.  f  48  > 

kmpU  enim  eflrs  pre  tio  magno.  1. 
ad  Corinth.  í.  20. 

(  4.9  ) 
Jtidicitim  âurifimum  Jiis  ,   qui  prs.- 
funt ,  fiel.  Sap.  í.  s. 
(  50  ) 
Hac  diclt  Dominas  Deus  :  Ecee  ego 
Juper    paflores    requiram   gregem 
mettm  de  manu  eorum.  Ezech    ia. 
10. 

„       „  Ji') 

o  paftor  ,   &  idetum  itercUnqucns 

gregem.  Zach.  u.  j/. 


Pafcite  ,  qui  in  voiis  efl  gretem 
pomini  .  .  .  ,,eque  ut  dominantes 
m  Clens.  1.  Pet.  5.  2. 

r  ,    .      f  5  5  ) 

Cum  aujlentate  imperaiatis  eis  ,  J5 

cum  potentíà.  Ezech.  ,-4.  4. 
(  54  ) 

Tiident.  Se(T.  sj.  cap.  r.  D*  R„ 
/«/■«aí.  Eencd.XIV.  ConíúuCuto 
/empei: 


'  '  5  > 
£« ,  iioctuque  fíjlu  ureiar  ,  ©■  pí- 
'«  progregiíui  tais. Gemi.  ji.40. 


(4) 

forma  ,  ou  reforma  hum  povo  inteiro  ,  e  delle  pende  qua- 
fi  todo  o  bem  das  almas  dos  Paroquianos.  Por  iíTo  á  in- 
ftrucçao  eíTencial  ao  feu  officio  devem  ainda  os  Paftores 
fubaltcmos  ajuntar  o  exemplo  das  boas  obras,  (4o)  as  que 
pofto  que  mudas,  são  as  mais  eloquentes  ,  as'rnÍs  effidS 
vozes  a  tocar  o  coração.  A  vida  dos  Paitores  deve  fer  o 
exemplar  ,  que  edifique  os  fubditos  ,  os  anime  ,   os  mo- 

lio  -âá rrpl  ™-  fazT  poilca' ou  nenhuma  imP^~ 

sao  lenao  fe  firmao  nas  obras.  (42)  Como  o  Pároco  feia 
a  cabeça  ,  he  neceíTario  que  excedi  tanto  aos  outros  na 
virtude  ,    quanto    no  compoíto    humano    excede    a  cabeça 

rTor0nUelol  ^^  M  ?&****•  ^  O  que  he  fupl 
nor  pelo  lugar  o  deve  fer  mais  pela  virtude,  (44)  e  dar- 
fe  mais  a  conhecer  pela  pureza  dos  coílumes  "reputado 
juftamente  yú  ,  e  indigno  ,  (45)  0  que  excedendo  ^adt 
gnidade      nao   excede  na  doutrina  ,  e  na  probidade  ,  que 

fua°s  acedes"  '  T  ^  ^  ^  ^  a  esfe-  d- 

^  Que  deplorável  a  forte  de  muitos  infiéis  Miniitros 

õ.  1  aulo    (46)    bufeando  unicamente  a  fua  utilidade      fó 
Focurao  nutrir  a  fua  avareza  ,  e  apafeentar  a  fi  mefmos! 
(47)  Mes  nao  fentem  o  pezo  das  almas  ,  que  lhes  forão 
confiadas  ;  nao  conhecem  o  grande  preço  do  Sangue  ,  que 
Jefus  Chníb  por  ellas  derramou  •  (48)  não  confide lâ  o 
ngorofiffimo  juízo  ,    que  os  efpera  ,    (4p)  e  a  conraí       ° 
hao  de  dar  ao  Supremo  Juiz  ao  apparecer  no  formidável 
Tnbunaldefuajuitiça    (So)  Longe  de  nós  aquelles  ,  que 
fem  algum  fentimento  de  piedade  ,  que  he  a  alma  dos  ta- 
lentos, tem  fó  a  figura  de  Paíbres  /  (Sl)  e  são  purameia. 
te  mercenários  ,  em  que  não  havendo  o  coração  de  Paf 
tor;  nem  as  entranhas  de  pai  ,    affeclão  hum  ar  de  domi- 
nação tao  contrario  ao  Evangelho  ,    (y2)    e  huma  efpecie 

li  * TriV/5'3)    C1Muenada  fcachriftâò,    nada  pafto- 
ial    O  verdadeiro  paftor  ora  ,    e  facrifica  ,    como  he  obri- 
gado ^  (5-4)    pelas  fuás  ovelhas  ,    explica  os  mvíterios  da 
Religião       expõe    a    moral    deduzida    dos  Livros    Sagra- 
dos ,    e  dos  Santos  Padres  ,    oppóe-fe  com  efpiriro  Apof- 
tolico  aos  efcandalos  ,    impede  a  torrente  da  iniquidade 
promove  com  zelo  chriltão  a  frequência  dos  Sacramentos  [ 
a  obíervancia  dos  preceitos  ,  os  exercidos  devotos  ,  a  pra- 
tica da  oração  mental      o  amor  ,  e  veneração  á  SantifLa 
Virgem      o  maior  refpeito  ,  e  adoração  ao  Soberano  Ser 
manancial    de  toda    a  noíTa    felicidade.   Elle  como  Tacob 
íatiga-fe  de  dia  ,    e  de  noite  pela  falvação  do  feifreba- 
nho  .  (5-5-)  elle  prega  ,  elle  infta  ,  elle  argue  ,  elle  roPa, 
elle  rcprehende  com  paciência  ,  e  doutrina  /elle  em  tu- 
do 


(í) 

j     4-^,Uoiin    fr/O  Ffte  prande  minifterio,  de  que  eipecial-  vreâca  ve^m  \  m/ia  opportu«e, 

CIO   trabaltia.     {5  O)     ^1LC   gi'111"^-   ÍUUU  7  T.  í  -      importune,  urgue,otJecra,increpa 

mente  pende  a  felicidade  efpiritual  dos  Noffos  amados  h-  ^j^tíLISS^ 

lhos,  occupará  toda  a  noffa  vigilância  ,  fem  que  percamos 

de  vifta  os  outros  Ecclefiafticos  do  NoíTo  Arcebifpado.  Ah 

quanta  deve  fer  a  probidade  ,  e  fciencia  daquelks  ,  que 

pela  impofição  das  mãos  entrão  no  Santuário  í    Quanta  a 

fantidade  daquelles  ,  que  tocao  com  fuás  mãos  os  vafos  do  ^ 

Senhor'     (l>7^  '  MunStmim,  qui.ftrtis  vafi  Domi- 

Atodos  os  Ecclefiafticos  obrigados  a  maior  perfeição  «■  **•**  »• 
fobre  o  refto  dos  fieis  ,  como  que  são  os  domefticos  da  ca- 
fa  da  Senhor,  e  Miniftros  deDeosrvivo,  exhortamos  a  cor- 
refponder  ao  efpirito  da  fua  vocação  ,  e  não  defmentir  a 
fantidade  do  feu  eftado  ,  para  qtjé  aífim  longe  de  ferem  z 
affliccão  ,  e  o  opprobrio  da  Efpdfa  de  Jefus  Chrifto,  fejao 
a  fua  gloria  ,  e  o  feu  ornamento.  Quanto  pela  fua  profilsao  ( jf } 

fóra  dos  cuidados  do  feculo:  mais  confagrados  a  Deos ,  (58)  ca„.  d«^w, 


■a.  2.  q.  I. 
(  59  ) 


são  elles  huma  porção  efcolhida  para  a  forte  ,    e  herança 

do  Senhor     (5-9)  devem  com  exceífo  aos  feculares  ,  (60)  cm-efeà  ...«ufc». 

ainda  no  meio  de  Babylonia,  aíTim  por  fuás  acções  ,  como  ^^^í/J?*~ 

por  fuás  palavras,   exhalar  o  bom  cheiro  de  Jefus  Chn-  ^ 

fto.  (61)  Elles  são  a  luz,  que  deve  alumiar  a  todos,  os  que  ^^^«g-.^ 

eltão  na  cafa  de  Deos  ,  para  que  vejao  as  fuás  boas  obras 

e  o-lorifiauem  ao  Pai  Celeftial.  (62)  Que  defagradavel  el-  LueeatUx ^âclm mm»,, 

G   giuxin^u.^iii.     ww  v        /  „t  viieant  ofiérâ  vejtra  tona  ,    »* 

npí^Trulo  aos  olhos  de  Deos  ,   e  eicandalolo  aos  aos  no-  Élorífice„t  Mw.f«im ,  í«; *j 
mens  hum  Ecclefiaftico  com  defejos  ,  e  acções  mais  defor-  ~*^*£ 
denadas  ,  que  os  mefmos  filhos  do  feculo !  Eftes  derramao 
hum  cheiro  de  morte  na  Igreja  de  Deos  ,  e  fazem  o  mo- 
tivo de  fua  dor  ,  e  de  fuás  lagrimas  ,  efcurecido  o  melhor  (  ^  j 
ouro      difperfas  pelas  ruas  as  pedras  do  Santuário  ,  (63)  Thren.4.i. 
perdido  o  refpeito,  e  confiança  dos  povos  ,  vilipendiado  o 
Sacerdócio  de  Jefus  Chrifto  ,  e  redundando  no  minifterio 
a  indignidade  do  Miniftro. 

Deos  pede  dos  feus  Miniftros ,  além  do  homem  inte- 
rior ,  os  finaes  públicos  de  huma  piedade  chriftã  ,  e  Ec- 
clefiaftica.  Ainda  que   a  virtude  propriamente  feja  o  orna- 
to efpiritual  (Talma  ,  e  a  gloria  da  filha  do  Rei  efteja  to-  f  ^  ; 
da  no  interior  ,  (64)  a  compofição  externa  ,  que  da  a  co-  %«£*+,&»#  ** 
nhecer  o  homem  de  probidade  ,  (fij)  he  huma  efpecie  de  Ex  vifit  eogn^J vir ,^  aUc. 
virtude  ,  que  com  o  nome  de  rnodeftia  a  Santa  Efcntura  ^gf^^^--^ 
a  todos  recommenda.    (66)   Efta  efpecialmente  nos  Mimf-  Moãefl}a  VÍ/J6Jta  flt  omúiliS 
tros  da  Igreja  fe  deve  fazer  fenfivel  nos  veftidos  ,  nos  géf-  •f-^," 
tos  ,  nas  palavras ,  nas  acções ,  em  tudo.  (67)  Como  os  Eç-  m  ^^  jfih  \nce!J^ferm 
clefiafticos  por  feu  eftado  dedicarão  mais  a  Deos  o  efpiri-  ^fJS&SS^XS^ 
to  ,  e  o  coração  ,  he  jufto  para  a  edificação  do  povo  appa-  f^/e&^m^^ 
reção  exteriormente  as  graças  ,  que  hão  recebido  do  Deos  ■  ^  . 
das  fciencias  .  e  Senhor  das  virtudes  (68)  para  a  lua  pro-  Delts rcUl,ilmm  Dom}„uS  e/i. 

Ud5    iWV"Vi«"    ,'  _.      ,  n  J  -~A~    Cor-    rrtoic     Ree.  i j.  Vommts  vi'  tutiim  ip, 

pria  fantificaçao.  Todas  eftas  graças^  devem  ainda  ler  mais  rJjrk% 


\pfe  (li 
Pf.  s.;.io. 


*  iii  vi- 


í  h  1 

•  Qitoã Ji  ncctjhrio  fatetmir  ,  nullam 
alitiã  opus  aãeo  Sanâum,  ec  ãivimttn 
a  Chrifti  fidelibus  traílar!  pcffe , 
quam  hoc  ipjitm  trementhitn  my/le- 
riam  ,  quo  vivifica  illa  fio/lia ,  qud 
Dío  Pairi  reconciliati  fumas  ,  in 
àltari  per  Sacerdotes  quoiiâie  im- 
molútur.  Trid.  Decrct.  De  obferv. 
©"  evitanã.  in  celetr.  Mijfa. 

(7o) 
Salis  etiam  appatet  omnem  operam , 
&  âHigestram  in  eo  ponendam  efe , 
Mt  ,  quanta  máxima  fieri  potejl  , 
interior}  corais  imtnãitia  ,  W"  puri- 
tate  ,  atque  exteriori  devotiimis , 
nc  pietatis  fpecie  peragatur.  Trid. 
ibidem. 

Ecce  tf  o  vohifcimt  fum  omnibus  âic- 
íus  íifqtie  ad  confummationem  íaculi. 
IVm.tr1.2ii.  20. 


Joan.  t.  2j. 


(  7=J 


(  1 '  > 

Slcut  portavimus  imaginem  terre- 
mi ;  portemus  &  imaginem  cxlejiis. 
I.  ad  Corinth.  1 5.  45. 

s.  Pet.  1.  4. 


Lib.  2.  De  Pstnti.  cap.  í. 


-      .  <7t) 

Quomam  vos  eflis  Prestrteri  ,  & 
ex  vobis  pende t  anima  iliontm.  Tu- 
<iuh  S.  31. 

(  77  ) 
Veceata  populi  mei  comedem  ,  {?  ad 
inimitatem  eorum  fubtevabunt  ani- 
mas eomm.  Et  erit  ficut  popuhis  , 
fie  Sacerdos.  Oleje  4.  s.  Cs.il  íunt , 
tf  ãuces  cticorum  :  cacus  atitem ,  fi 
c&co  ducatum  ptajtat  ,  ambo  in  fo- 
veam  caãur.t.  Matth.  1  5.  14. 

f  78  ) 
Certus ■  furrt  autem  fratres  mei,  & 
ego  inje  de  vobis  ,  quoniam  &  ipfi 
pUni  eflis  ãiVetlione  ,  repieii  nmíii 
feientia  ,  itn.ut  poljitis  aHeruirum 
monert.  Ad  Rom.  í  5. 14.    . 


(6) 

viuveis  na^funçfes  fagradas  ,  principalmente  naquella 
que  he  a  mais  augufta  ,  a  mais  fanta  de  toda  a  Religião 
chnftã.  (69)  Falíamos  do  Sacramento  do  Altar,  que°  he 
como  o  centro  da  Religião  ,  em  que  o  Mediador  do  Novo 
Teftamento  Jefus  Chrifto  ha  recopilado  todos  os  feus  Di- 
vinos Myfterios  ,  e  em  que  o  Sacerdote  á  face  dos  fieis 
deve  unir  como  eflenciaes  a  efte  tremendo  myfterio  da  nof- 
fa  reconciliação  todos  os  fentimentos  de  devoção  ,  (70) 
que  fe  diíFunda  aos  mais ,  os  toque ,  os  mova  a  adorar  com 
a  maior  reverencia  o  Sacratiílimo  Corpo  ,  e  Sangue  de 
Noífo  Senhor  Jefus  Chrifto  realmente  prefente  em  nof- 
fos  Altares  até  a  confummação  dos  feculos.  (71) 

^  Ah  quanta  deve  também  fer  junta  com  a  feiencia  da 
Religião  ,  e  da  moral  chriftã  a  piedade  ,  e  o  efpirito  da 
Lei  Evangélica  naquelles  ,    que  com  as  chaves  do  Ceo  nas 
mãos  são  deftinados  a  diftribuir  os  thefouros  celeftes      e 
fazer  corra  o  Sangue  do  Cordeiro  ,  que  tira  os  peccados 
do  mundo,  (72)  no  Sagrado  Tribunal  da  Penitencia  !  Re- 
prefentando  ao  mefmo  Deos  no  poder  de  perdoar  os  pec- 
cados não  concedido  a  algum  dos  Anjos  ,   he  necefíario 
o  reprefentem  também  na  fantidade  dos  coftumes  ,  e  mais 
que  os  outros  fieis  ,  deixada  a  imagem  do  homem  terre- 
no ,  facão  refplandeça  nelles  a  imagem  do  homem  Celef- 
te  ,  e  Divino.  (73)  Ainda  que  Deos  fó  infunde  a  graça, 
que  nos  faz  participantes  da  fua  Divina  natureza  ,  (74)  os 
ConfelTores  são ,  os  que  mais  immediatamente  contribuem 
a  efta  acção.  Conftituidos  juizes  em  huma  caufa  ,  que  de- 
pende fó  do  foro  Divino  ,  médicos  das  enfermidades  do 
homem  ,  meares  ,  e  pais  efpirituaes  do  povo  Chriftão ,  ár- 
bitros  das  confeiencias  ,    depofitarios  da  Religião  ,    qual 
deve  fer  a  pureza  dos  coftumes  ,  o  ardor  do  zelo  ,  a  liber- 
dade do  efpirito  ,  a  clemência  do  animo  ,  a  juftiça,  a  pru- 
dência ,  a  doutrina  ,  a  fortaleza  ?  Todos  eftes  dotes  deve 
o^ConfeíTor  pedir  a  Deos  com  fervorofa  ,  e  contínua  ora- 
ção ,  como  de  íi  attefta  o  grande  Ambrofio  ,  (75-)  penetra- 
do da  grandeza  do  minifterio.  Defte  próprio  da  Lei  Evan- 
gélica ,  e  refervado  na  enchente  dos  tempos  aos  Sacerdo- 
tes da  nova  alliança  ,  depende  a  reforma  dos  coftumes  ,  a 
tranquillidade  da  fociedade  humana  ,  a  fantificação  das  al- 
mas. (76)  Mas  que  fe  pôde  efperar  de  hum  ConfeíTor  fem 
feiencia  ,  e  probidade  ,  fenão  o  que  o  Senhor  dizia  em 
hum  ,    e  outro   Teftamento    (77)    daquelles  Presbyteros  , 
que  longe  de  corrigir  os  peccados  do  povo  ,  por  fua  igno- 
rância ,  e  fua  perverfidade  augmentão  a  iniquidade  ,  pre- 
cipitados huns  ,  e  outros  no  abyímo  eterno.    Queira  o  Se- 
nhor pela  fua  infinita  mifericordia  a  experiência  nos  faça 
dizer  com  o  Apoftolo  ,  (78)  que  eftamos  certos  da  carida- 
de, 


■HM 


(7) 
de  ,  e  fciencia  dos  Confeflbres  do  Nofíb  Arcebifpado  ,  de 
forte  que  ornados  com  eftas  qualidades  pofsão  exhortar  ,  e 
corrigir  os  outros  no  feu  Tribunal. 

Ao  mefmo  fim  fe  ordena  a  pregação  do  Evangelho 
tão  útil,  enecelTaria  a  toda  a  Republica  Chriftã.  (79)  Quem  cmUn&  reip(JiU «»« :»«.**  w 
ignora  da  palavra  Divina  mais  penetrante,   que  a  eipaua  xnd.Sejt.  5.  DeRefirmat.c^.2. 
de  dous  fios ,  que  chega  a  dividir  no  mefmo  homem  a  par- 
te animal  da  efoiritual  ,    (80)  depende  a  falvação  dos  pó-  Vims  eJl  ei:!m  Jf°mJ  w <.,  e?  41- 
vos      e  a  p-rande  obra  da  conversão  dos  peccadoresr  i\  pa-  *„„>•„■,  &.yernngtns «/?.« «</<«- 

vw  5  g««»>*v    "^  1  __,  vifionem  ar.ims.  ,  ac  Jpiritus  ,  som- 

lavra  de  Deos  illuftra  o  entendimento  ,  penetra  o  coração,  w*gm  «^w,  «  «*»/«*».  as 

deftroe  o  vicio  ,  colloca  a  virtude  fobre  o  throno  ,   faz  a 

gloria  da  Religião.    Como  efte  exercicio  Apoftolico  feja  a 

principal  obrigação    dos  Sagrados    Miniftros    da  primeira 

ordem,  (81)  e  fem  legitimo  impedimento   não  deva  ad-  Priiãl.ãt-imU  {2l2,quoã  Èpird 

mittir  fubftituto  ,  (82)  o  praticaremos  com  toda  a  rrequen-  ^  K'eíormyat.  CaP. 4. 

cia      que  Nos  feja  poííivel  ,  principalmente  na  noíTa  Ca-  c.^.fin.i.  u enim & o$c.tàtg. 

nital     Nenhuma  obrigação  propõe  o  Doutor  das  Gentes  te/u/ícor  corem  pen.&jjfu chn- 

rIL  &_?  11         J  ■  C      fto,  peradvetitumipíiusj&regnum 

em  termos  mais  expreílos  ,    appeiiando    para    o  ngoroio  e}US ,  vr&ãica  w-tum.  2.  a«i  1  imo- 
Tribunal  de  Jefus  Chrifto  no  dia  final  dos  feculos.    (83)  th"4,1' 
Como    efte  minifterio    feja  também  delegado    aos  Minif- 
tros fubalternos  ,    para    o  qual  o  Tridentino  Nos  manda 
efcolher  (84)  homens  idóneos  ao  executar  faudavelmente ,  Seff.5iI){^iWp.í. 
recommendamos  a  todos  os  Pregadores  ,    que  por  virtude 
de  feu  carafter  confiderando-fe  Embaixadores    do  Senhor 
ao  feu  povo  ,    com  o  mefmo  efpirito  do  Apoftolo  não  fun- 
dem a  fua  pregação  nas  perfuasões  da  fabedoria  humana, 
mas  na  demonftração  do  efpirito,  e  virtude.  (85-)  Que  mais  '*SemfmuSí^Qicafíomeam 
efficaz  efta  mefma  palavra  ,  concorrendo  no  Orador  Evan-  %^f^JZ^^ 
gelico  o  bom  exemplo  da  vida  !   He  mais  fácil  accender  o  •***■  «;«*c™*.  ,4. 
fogo  do  amor  Divino  no  coração  dos  ouvintes  ,  quando  o  ^ 

7e1o  como  em  Teremias  ,  (86)  anima  as  palavras  ,  e  o  v«-í«w  ew  «««ys  tatá*  áratut. 
Pregador  tem  o  feu  coração  todo  abrazado.  A  pregação 
do  Evangelho  eftabelecida  por  Deos  para  a  falvação  dos 
juftos  ,  e  conversão  dos  peccadores  ,  por  eftes  canaes  im- 
puros j  quanta  feja  a  pureza  das  agoas  ,  paíTa  muitas  vezes 
a  fer  inútil  ,  fe  as  acções  do  Pregador  são  pouco  edifican- 
tes ,  por  não  dizer  efcandalofas.  Os  coftumes  nada  Chri- 
ftaos ,  e  nada  Ecclefiafticos  põem  grande  obftaculo  no  efpi- 
rito dos  povos  aos  infinitos  frutos  de  falvação  ,  que  Deos 
efoerava  do  feu  minifterio.  (87)  pefa  vos,  «««!,  pfmctm-tf 

1  PaíTando  já  do  Clero  Secular  ao  Regular  ,  protefta-  ^^  's'lí- 
mos  o  maior  refpeito  a  todas  as  Sagradas  Familias  defte 
Arcebifpado  ,  affegurando  a  cada  hum  de  feus  profeíTores 
toda  a  NoíTa  benevolência  ,  e  venerando  em  cada  hum  os 
feus  Santos  Fundadores.  Ainda  que  pela  fragilidade  hu- 
mana ,  e  o  commercio  com  o  mundo  tenha  perdido  o  Ef- 
tado  religiofo  parte  do  feu  primitivo  efplendor,  não  fahio 


am- 


IMI 


Thres.  i.  í. 


(  »») 


(8) 

ainda  da  filha  de  Sião  toda  a  fua  formofura.  (88)  Renun- 
ciando os  Religiofos  os  empregos  exteriores  da  fociedade 
civil  ,  não  deixao  de  render  ao  Eftado  os  ferviços  mais  im- 
portantes pelo  exemplo  de  fuás  virtudes  ,  o  fervor  de  fuás 
orações  ,  e  os  trabalhos  do  minilterio  ,  a  que  a  Igreja  os 
ha  aífociado.  Nada  tem  a  Igreja,  que  mais  a  edifique;  na- 


da ,    que  mais  a  illuftre  ,    e  exalte. 


São  os  Religiofos  < 


( s? ) 

Columaa  ,  &  coroas.  fiSti  ,  pretlofk 
margarite.  ,  templi  ttlfiu  lapides , 
cajus ■funãametltum ,  i5  lápis  angu- 
laris  ejl  Ctirijlus.  GrejoivNaz.  orat. 
ult.  injiil. 

f  jo) 
Cant.  ;.  7. 

(  »«  ) 

Cant.  7.   1. 

^     »■  {  "í) 

Conítit.  Dum  intra  22.Leon.X- 


(  ??  ) 

Ut  omres  regulares,  tam  viri ,  quam 
mulieres  aã  regulx.  ,  quam  profeiji 
funt ,  prajcriptum  vitam  inftituant , 
e>"  compomnt.  SeíT.  25.  cap.  1.  De 
Regular. 

(  34  ) 
Piai.  50. 1  £.  /- 


(  9?  ) 
De  Jurtfd.  Orâiiiar.  in  exempt.  p. 
2,4.45. 

f  ><  ' 

In  Cap.  Grave  ãe  Offic.  Oral*. 

i  97  ) 

In  Append.  1.  acl  tom.  1.  Theolog. 
Dogmat.  <&'  Moral. 

(  9S  ) 
Lib.  9.  De  Syn.  Dixcef.  cap.  1  5. 

(   99  ) 
Epift.  IlI.Lib.  j.iniiiít;  2. 

(  ico  ) 
Cap.i.  ãe  Privileg.  in  6.  Clem.Fre- 
queus  ãe  excef.  Pr&lat. 


(  101  ) 
Ut  tam  Eprfcopi ,  quam  Fratret  prg.- 
foti  (  quorum  opera  veluti  lucerna 
arãentes  fupra  montem  pofitu  omni- 
íus  Chrifti  fiãelibus  lúmen  vrsíere 
ãebent)  aã  Dei  lauãem,fiãei  CatUo- 
Vicn  exahationem ,  po/mlorumque  fa- 
lutem  ãe  virtute  in  virtutem  prolí- 
ciant. Coadh.  Dum  intra.  Leon.  X. 

D,  (    '°2    > 

Rogmmis  auiem  vosfratres  ,  ut . .  - 
ve/trwn  negotium  agatis.  i.  ail 
Thefial.  4.  11, 


Anjos  tutelares  dos  Reinos ,  e  dos  Impérios  ,  as  columnas 
da  Fé  ,    (89)    as  pedras  preciofas  dajerufalem  militante, 
os  fortes  de  Ifrael  ,  que  guardão  o  leito  do  verdadeiro  Sa- 
lomão (90)  contra  os  inimigos  da  Igreja  ,  as  tropas  efco- 
lhidas  do  bem  ordenado  exercito  de  Deos  vivo  ,  (9 1)  que 
fuitentão  as  verdades  da  Religião  ,    e  da  Moral  Evangéli- 
ca ,   os  Miniítros  fieis  ,    que  com  os  Bifpos  cooperão  (92) 
para  a  fantificação  do  povo  de  Deos   até  o  introduzir  na 
terra  da  promifsão.    Efte  conhecimento  ,  ainda  que  fó  pro- 
feíTamos  a  regra  do  grande  Doutor,  e  grande  Santo  Àgof- 
tinho,  Nos  fará  refpeitar  todos  os  Corpos  Regulares ,  e  da- 
rá a  ver  ,  que  no  affeclo  fomos  de  todos  os  Sagrados  Infti- 
tutos  ,  que  illuítrao  o  noíTo  Arcebifpado.  Merecerão  efpe- 
cialmente  toda  a  noíTa  maior  alfeição  ,  os  que  offerecendo 
o  edificante  efpe&aculo  de  huma  vida  regular,  e  útil,  mais 
corre fponderem  á  fublime  perfeição  do  feu  eirado  ,  como 
aos  Regulares  de  ambos  os  fexos  recommenda  o  Sagrado 
Concilio  de  Trento,  (93)  e  aífim  nos  ajudarem  a  produzir 
frutos  de  falvaçao  na  vinha  ,  ou  campo  ,  que  o  Pai  de  fa- 
milias  com  aquella  providencia  ,  que  tem  em  fuás  mãos  as 
noíTas  fortes,  (94)  commetteo  á  noíTa  cultura.  A  experiên- 
cia ,  ajudando-nos  Deos  ,  moftrará  a  todos  ,  que  longe  de 
querer  ampliar  os  confins  da  noíTa  jurifdicção  com  os  Re- 
gulares,  além  dos  cafos,  de  que  efpecialmente  tratão  Eraf- 
mo  Chokier,  (95-)  Fagnano,  (96)  e  Natal  Alexandre,  (97) 
citados  pelo  SantiíTimo  Padre  Benedi&o  XIV.  ,  (98)  pro- 
curaremos guardar  inviolavelmente  os  feus  juftos  ,  e  bem. 
merecidos  privilégios ,  concedidos  pela  Sé  Apoftolica  ,  co- 
mo além  do  grande  Gregório  (^c,)  nos  mandão  outros  mui- 
tos Supremos  Pontífices.  (100)  Teremos  fempre  prefente 
a  noíTo  efpirito  ,0  que  nos  recommenda  o  Santillimo  Papa 
Leão  X. ,  em  confpirarmos  pela  diligencia  ,  e  cuidado  dos 
Regulares  para  o  louvor  de  Deos,  a  exaltação  da  Fé,  a  fal- 
vaçao dos  povos.  (101) 

Em  fim  a  todos  os  amados  fieis  da  noíTa  Diocefe 
recommendamos  com  o  Apoítolo  trabalhem  no  importan- 
te ,  e  eííencial  negocio  da  falvaçao  eterna  ,  (102)  centro, 
em  que  tudo  do  homem  Chriltão  deve  terminar.  Confide- 
rando  todos  o  alto  fim,  a  que  fomos  deltinados  os  filhos  da 
adopção  ,    gravemos   no  fundo  d'alma   o  fanto  temor  de 

Deos, 


(?) 

Deos ,  que  junto  com  a  obfervancia  dos  mandamentos  he 

o  tudo  do  homem  ,  (103)  e  o  conduz  á  feliz  immortalida-  Del,m  time ,  è°llâata  ejus  a. 

,  _  ,  1  r  •  í~^ _     „    ferva,  íioc efl  enim tmnis homo.  Be- 

de.  Lembrando-nos  ,  que  naícemos  mais  para  o  Ceo,  que  cieí.ia.ij. 

para  a  terra  ,    e  nefta  noíTa  mortal  peregrinação  não  temos 

aqui   Cidade  permanente,  (104)  afpiremos  fó  aaffegutar  ^  entm  ,^s\íc  mttnenUm 

0  luo-ar  ,    que  nos  eftá  promettido  na  J eruíalem  Celeite ,  ^fe™ '/'f /"!"re,m  lruiu:'ri""iS' 
aquella  Cidade  fanta  ,    de  que  o  mefmo  Deos  lançou  os 

fundamentos.  Efta  folida  confideraçao  nos  moverá  a  exerci- 
tar aquellas  obras  boas  ,  que  facão  certa  a  noíTa  vocação , 
(ioçY  e  fem   as  quaes  he  morta  a  fé  .  infruíhiofa  a  reli-  atraíres maiu f«°lJte, «tper tona 

.*'    f  .*.  opera  cerlam  vejlrtm  vocatlonem ■', 

ffiaO.     (IOO)  &  electionemjàciatís.  2,eei.  1.10. 

Não  defeemos  agora  a  exhortaçoes  particulares  ,  que-  jac.  2. 17. 
rendo  a  experiência  junto  o  confelho  de  homens  pios  ,    e 
doutos  ,    como  nos  recommenda  o  Santiííimo  Padre  Bene- 
dito XIV.,  (107)  Nos  enfine,  o  que  devemos  obrar  na  re-  Ub.(,DeS^HCíp.to, 
forma    de  qualquer  abufo    fegundo    as  máximas  de  Jefus 
Chrifto  ,  e  as  regras  da  prudência  chrifta  ,  que  recommen- 
dada  aos  Bifpos  por  Direito  Divino  ,  e  humano,  (108)  fe-  ^^(j^ 
rá,  ajudando-nos  o  Senhor,  o  primeiro  ,  e  único  movei  de  a-d,íl- ->• 
todas  as  NoíTas  acções.  A  todos  os  nofíbs  Diocefanos  pro- 
tejamos  a  propensão  do  noíTo  animo  ,  fegundo  o  efpirito 
do  Senhor  inclinado   a  paz  ,    e  a  fuavidade  ,    (109)  o  que  fio») 

.«././'       j  1         •       1  CC    ■  i.  T_  J  '    '        "  x.      ••*         "SO  cogito  fnper  vos  ,   ait    Voml- 

por  1110  10  nao  produzindo  elreito  a  brandura  ,  a  imitação  nus ,  cogimunes  pacis ,  # ,m  af- 
da  Sabedoria  Divina  ,    que  ajunta  a  luavidade  ,  e  a  rorça, 
(110)  romperá  em  mais  fortes,  e  efficazes  remédios  contra  Attwit  *jk}u}£è\ifiMm  rmt- 
aquelles,  que  como  afpides ,  (111)  fazendo-fe  furdos  á  voz  t .'W™-*»*"**** 
do  Paftor,  viverem  obftinados  em  hum  inteiro  efquecimen-  pfai.75.5.  (  IU." 
to  das  obrigações  da  Lei  chriftã.  Nós  eftamos  perfuadidos , 
que  muitas  vezes  he  mais  útil  ,    e  efficaz  a  benevolência 
que  a  aufteridade  ,  a  exhortação  que  o  caftigo  ,  a  caridade 
que  o  poder.    Se  pela  gravidade  do  deli&o  for  neceíTario , 
deixada  huma ,  tomar  a  outra  vara  ,   de  que  falia  ò  Profe- 
ta, (112)  ainda  então  com  o  efpirito  de  Jefus  Chrifto,  co-  Agimp/,  mm  Àll *&*«* ,  umm 

■Á-  r  ri  r  •       T»     J  J       HP  voeavi  Decorem ,  es*  alteram  voca- 

mo  aos  rSiípos  períuadem  os  reipeitaveis  radres  de  iren-  viPmieuum,  &pav,gregem.  z* 
to,  (11 7,)  procuraremos  temperar  com  a  fuavidade  o  rigor,     ''  '7'    (no 

7   y        ■)<J    .  ,.  .     n.       r  nn        ,    r  r  r     Se\T.  i\.  la  Decreto  De Refitmat. 

com  a  mifencordia  a  julhça.  hitara  lempre  prelente  a  noi-  «P.  1. 
fo  efpirito  a  máxima  do  prudentiílimo  ,  e  fuaviííimo  Prela- 
do o  noíTo  grande  Pai  Agoftinho    em  preferir  a  inftrucção 
ao  império,  a  admoeítaçao  á  ameaça.   (114)  AuSuft.Ep?ft.-í4..(oiim m) reutur 

JEl  '  f  i       1  1  ir  J  T        Cta.cmejpafa.es  i.  dift.44. 

Daremos  em  fim  a  cada  hum  dos  nollos  amados  Ir- 
mãos ,  e  Filhos  feníiveis  provas  do  NoíTo  amor  ,    e  a  Deos 
tomamos  por  teftemunha  ,  que  amamos  a  todos  nas  entra- 
nhas de  Jefus  Chrifto,  (115)  promptos    a  derramar   das  Teftls  enlme{ft  SJJ/W,  «umo- 
vêas  ,  como  he  obrigação  do  Paftor  ,  (nó)  todo  o  fangue  %^J^,ãf^!Tlh,s 
por  qualquer  das  almas  commettidas  á  NoíTa  paftoral  vigi-  B<ms  aajior  animem  jitm  ãat  ?« 

1  •  o    •  •  ^  Tt    cl  w.  _'      mitos  ruis.  Joan.io.  u, 

lancia.  beja  reciproca  entre  o  raltor  ,  e  as  ovelhas  a  cari- 
dade recommendada  univerfalmente  a  todos  os  fieis  pelo 

So- 


■  - 1  ■  ■ 


Manãatum  ttovum  Ho  volts ,  ut  ãi- 
ligatis  invicem.  Joan.  i ;.  ?4- 

(  ii  S  ) 

Multiiiiãinis  autem  creâentmmerat 
cor  unum  ,  C  anima  una.  AC\i  Apolt. 


(    119  ) 
Pater  Sancte  ,  ferva  eos  hl  notnine 
tuo  ,  quos  âeâifii  mMi.jottv.  17.11. 


f.  12b  ) 

Deus  virtutum  convertere  ,  refptce 
âe  Cce!o ,  &  vide  ,  &  vijita  vineam 
iftam  ,  ©"  perfice  eam  ,  qitam  platt- 
tavit  âexterã  tua,  & fuper  filium 
tomiiús  ,  quem  confirmafli  tiii.  Pfal. 
7J-M-  , 

2.  ad  Corinth.  1.  ;. 

(  122  ) 
Fraires  mci  carijimi,  1$  ite/iâcra- 
iiffimi,  gauãium  metim  ,  ©'  corona 
meu.  Ad  Philip.  4.  1. 

C"-i)       ,'.:.: 

Eti  quoá  fiaíeam  vos  ia  corile.  Aa 
Philip.  1.  7. 

(  124  ) 

QratepronoVis  :  Véus  autem  pacrs  , 
cui  eâuxit  âe  morluis  F  aflorem  ma- 
tiium  ovium  Dominum  noftrum  Je- 
fum  Cnri/tum ,  táptet  vos  111  omni  to- 
no,  ut  facial  is  eius  vohmlaiem,  fa- 
ciais i'i  vobls  ,  quoâ  placeat  coram 
fe  per  lefum  Chriflum  ,  cui  efl  glo- 
ria in  fiicula  /acultrum.  Ame».  Ad 
Hebr.ij.ií. 


cmeo 

CW\k 

( 10 )  M»aè 

Soberano  Legislador,  (117)  e  reine  entre  todos,  como  nos 
primitivos,  e  felices  feculos  da  Igreja  ,  aquellc  efpirito  de 
concórdia  ,    (118)   que  une  no  tempo  os  corações  em  Jefus 
Chrifto  até    os  unir  no  mefmo  Deos  eternamente.    Roga- 
mos áquelle  Senhor,  que  por  fua  grandeza,  e  mifericordia 
he  o  fupremo  ,  e  univerfal  Paftor  ,  guarde  110  feu  nome  a 
todos,  os  que  entregou  ao  noffo  cuidado,  (119)  e  olhe  do 
alto  Ceo  para  efta  fua  vinha  ,   e  a  aperfeiçoe  ,  lançando 
juntamente  os  olhos  da  fua  infinita  piedade  fobre  Nós  ,    a 
quem  por  participação   da  fua  graça  confirmou  para  a  cul- 
tivar em  feu  nome  ,  e  a  governar  como  huma  preciofa  por- 
ção da  fua  Igreja.   (120)  Efte  Pai  de  mifericordia  ,  e  Deos 
de  toda  a  confolaçao   (121)  nos  faça  ver  ,  amados  Irmãos, 
a  voífa  fé  ,  e  a  voffa  piedade  ,  o  que  além  de  fazer  menos 
penofo  o  noífo  minifterio  ,  Nos  encherá  de^  incrível  ale- 
gria ,   e  moverá  a  dizer  com  o  Apoftolo  :  Vós  fois  o  noífo 
gozo,  e  a  noíTa  coroa.   (122)  Attendei  ,  cariíTimos  Filhos, 
a  efte  ,  ainda  que  indigno  ,  voíTo  Paftor  ,  que  vos  tem  no 
coração  ,  (123)  e  vos  falia  mais  com  a  ternura  de  Pai,  que 
com  a  authoridade  de  Superior.  Concluímos  com  o  mefmo 
Apoftolo:  Orai  por  Nós.  (124)  O  Deos  de  paz,  que  refuf- 
citou  dos  mortos  o  grande  Paftor  das  ovelhas  Noífo  Senhor 
Jefus  Chrifto  ,  vos  aperfeiçoe  em  todo  o  bem  ,  para  que 
façais  a  fua  vontade  ,  e  elle  em  vós  obre ,  o  que  mais  lhe 
agrade  por  Jefus  Chrifto  ,  a  quem  feja  dada  toda  a  gloria 
por  feculos  de  feculos.  Aífim  feja. 


Ordenamos  ao  nofíb  Reverendo  Provifor  faça  intimar 
efta  noíTa  Paftoral  a  todos  os  Reverendos  Párocos  do  noíTo 
Arcebifpado  ,  para  que  eftes  a  publiquem  nos  três  primei- 
ros Domingos  feguintes  a  feus  Freguezes  á  eftaçao  da  Mif-, 
fa  Conventual.  Dada  em  Lisboa  no  Convento  de  N.  Se- 
nhora da  Graça  a  5-  de  Maio  de  1780. 


Lugar  )$(  do  Sello. 


Fr.  António  Arcehifpo  da  Bahia. 


LISBOA.  Na  Regia  Officina  Typografica.  Anuo  de  1780.   Com  Lieettja  da  Real  Me^a  Cenjona.