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D. Fr. ANTÓNIO CORRÊA
da Ordem de Santo Agoílinho , por graça de
Deos , e da Santa Sé Apoítolica Arcebifpo
Metropolitano da Bahia, do ConfeJho da Rai-
nha Fideliíllma minha Senhora.
l,1U
A todos os noflbs amados Irmãos ,• e Filhos faude , e
benção em Jefus Chriílo Soberano Paftor , e Bifpo
de noíTas Almas, (i)
Eratis entm ficut oves errantes •
feil converti ejlis nunc aã Pajto-
rem , £? Êpifcopum animaram vef-
írarum, 1. Petr. 2. 25.
LEVANDO-}SrOS a Divina Providen-
cia da humildade do Clauftro á fubli-
me Cadeira (2) da Santa Igreja Me-
tropolitana da Bahia , adoramos os feus
profundos confelhos , (3) e nos con-
fundimos da noíTa indignidade. Efta nos
. obriga a dizer com verdade , o que fó
por hum exçeífo de modeftia de íi di-
zia o Santo Arcebifpo de Milão : Somos o mínimo dos
Bifpos , e o ínfimo no merecimento. (4) Logo nos pene-
trarão até o fundo d'alma as palavras do Apoftolo , quan-
do nos manda coníiderar o miniilerio , que recebemos no
Senhor para o encher em toda a fua extensão. (5-) Se efte
na exprefsão dos Padres de Trento (6) he formidável
ainda aos hombros angélicos , incomparavelmente mais
devemos tremer entre vós (7) fem a virtude , e os talen-
tos , que pedem a alta dignidade , e as obrigações indif-
peníaveis de hum eítado de perfeição o mais fublime do
Chriftianifmo. Trememos opprimidos debaixo do immen-
fo pezo de noíTos deveres , e fuccumbíra aterrada toda
a noíTa pulillanimidade , fe nos não alentafle a efperança
de poder tudo naquelle Senhor , que nos- conforta , (8)
envia, (9) e promette a fua afliíbencia. (10) Rogamos
por ifíb , dileclillímos Filhos , as volTas orações , que co-
mo agradável incenfo (11) fubindo até o altar da Santa
Jerufalem , facão defça do Ceo , e fe derrame fpbre Nós
o efpirito d0 Supremo Paítor ? como elle mefmo fe pro-
põe pelo Profeta , (i2)^para gloria do Teu Nome , e fal-
vação de voíTas almas remidas com o preciofo Sangue
do Cordeiro immaculado. (13) Sejão , vos pedimos pelas
Chagas de Jefus Chrifto , fervorofas , e inceíTantes as
voíTas fúpplicas a alcançar do Todo poderofo os dons
neceíTarios , para que o firvamos em fantidade , e juftiça
( 2)
Quí ponit Jiumiles in fuilime. Job
5. 11.
( } )
Judicia Dei aíyjfus multa. P(. ; 5. 7.
(4 )
Surti minlmus omnium Eprfcopnrum ,
ffl* Ínfimas mérito. Ambroí. lib. 2.
De Pxnit. cap. S, ,
f 5 )
Vide minifleriwn , quod aceepifli hl
Domino , ut illud impleas. A d Co-
ioir. 4. 17.
( i )
SeíT. (. De Rejormat. cap. 1.
( 7 )
Et ego In tnfinnitate , «5* ttmore ,
ej* tremore multo fui apui vos. 1.
ad Corint. 2. ,'.
*
em
Omnta po/fum in eo , quí me Con'
fortat. Ad Philip. 4. ;«
( ' }
Sicut itufit me Pater , & ego mH-
to vos. Joaii. 20. 21.
(ic)
Ecce ego voíifium Jiim omnitms ale-
tas ufque ad cor.fummationem [«.adi.
Matth.iS. 20.
( TI )
Cratto mea ficut hicenfum in con-
fpeílu tuo. Pf. 140. 2.
( 12 )
Ego pafcam oves meãs , ãieít Do-
minus Deus. Quod perierat , requi-
ram ; is quoã abjeâum erat , re-
âucam , eíT quoil coufraâum fuerat ,
alliga^o , 25* quod Ufirmum fuerat ,
conJWâaio , Sf quoã pingue , & for-
te , cujloâiam • c? pafcam illas in
judicio. Ezech. (4. 15.
(■'■»'
Kedempti etlis preíiofo San guine
quãfi agni immaculati Chrifíi. 1.
Petr. 1. ij.
%$^%*£g^W todos os ^ÍTos dias ; (I4) e fu/W™ . „
^,luc.,74. em que fuccedendo aos ^^ge Mente mos o minério,
deiros do feu efpirito P°lt0l°S > feJam°s também her-
}. 11.
^</«w«í ír£.„ ÍBW fiãucia
L, « mife^I£^^^4e . confadir-nos nefta
nomeaç5o chegámos com confia } g\ dÍ3 da nofla
™™£"«Z&mTZ- Para conieguir a mifericordia no arnifin „ "° da graSa
f =£V^,S."^S~ e.a"raí"' do Ceo as viftas LZ^aF^^J «>
vina , que dirieiffe toH« PartI™lares da protecção Di-
gloriâ de Deos e fm/ ^j í"6"**8 á h°nra , e
*w. ««■«,„. * prefença do Altiffimo e com * f P™n>ndamente na
ífcíí"-— ~ K centrados no abyfmo do noT J* P°/ tem ^l8> con"
SfftívH.'--*» enVÍaíre âo f°"° da fua grandeza a Vui'lli "^Tk 508
«> para que efteja , e tSbalhe eo^ofc ?Tlt ***?
ne , o que em governar o feu nnvn7"!„°J.e.,Nos ?*
( Jo)
Mitte fam âe Calis fanilis
Çy a fr/7* ntjmmU.-.jt'.: J .
, r — ^^ wlcJil e trabaJhe comnof NT -
ne , o que em governar o fi-„ „„ '"umnolco > e Nos enfi-
,,„„,. olhos. (20) pJZôl Tl\°J V / u he agradavel aos feus
toral cuid do O ÍLo^IuT™"^ T ^ Paf-
âsSfléw*-* ra r Nos°™ %t\as(Xi0Lnta-v pr
S*-:^i«L,„« conheceremos o femblante do noffo XSL r ^ '
£,<«.ww mjSto/,„r; ta feja adifcncia d iu„aresn°"°;eba™0 > (") q"an-
urifdicçáo , immenfo « nf ' „° terreno Ja noffa
encarregado. IZ^sZ" ij^ ^W
- *•> ir4„« ,„„. culto denlixo da noflí ** TC f* 3 tod°S exhorta °c-
«■"^,!XfSr''- ^ Kfy^^t^fli^-^ Cada hum na
da caffdo Senhor W^ ' trabaIhar Pda formofoa
Noffo efmrito flo ' P Cl"? COm Srande íatisfaçío do
gàjr&í»:'» <4* aClade fjCV^* a,DÍ°Cefe J™ta c°* a
«>£í„r;,.f:a3*fe Noffo iu™P ; - /ara° tod0s mais fopportavel o
".,', i' '" ""»--'«»• íiy£ "««o jugo , e nao gemendo o Pa/W ;#« ™ir 1
SÃSIIÉ.'* dará em utilidade das ovelhas (Z.? ' m° redun-
Sst3^ :;folir ^o\K £SSáu" ^Lprr^
if#Ekw Ste-ss^díss^ dos co£ v - u:
-^ — ***** & o'X SSsíSSStííg dí
the-
'( J )
thedraí fuás influencias a todas as Igrejas inferiores. Don-
de devem correr as agoas faudaveis da virtude , e doutri-
na, que deite manancial , ou fontes do Salvador, (27) que HamUtu a!jU[?ln \avM 3e fm
>#comiéfte feu adorável nome honra , e exalta efta Metro- JEiíffiSSi % SST
tíjfrjptde toda a America Portugueza ? Donde deve fahir "***■»•
a luz fobre o Horizonte , por aíTim dizer , de todo o Ar-
cebifpado , fenao do alto defta primeira Igreja , que he
como o luminar maior de todas as outras ? Correfponden-
do a piedade dos primeiros Sacerdotes á dignidade do
meweutote,
(jus.
lugar, e á grandeza do minifterio , (28) que exercitao cu'n âignttates %■ kuujiu - , m-
O . ' ••10 • r * a. 1 J fertim Catheârãlibus , cã confervan-
comnofco no principal oantuano , lerão contemplados por â«m , mgenâamque Ecchf,«jncam
* rr J/1J 1.1 f \ K ãifciplinam fuerint inftituts. , ut qui
todos como a lorma , e o modelo do rebanho. (20) A «* otmerent , putau pmceiíe-
;.. .. j 1 rent > "Uísque exemplo efent , at-
bem conhecida probidade, e literatura dos membros, ?«<■ Epi/copos opera , & oficio Ja-
_i » - . - -,- . varent : mérito, qui ctd eas vocan-
oue compõem efte relpeitavel Corpo , e que IN os enche "<<-.. taies efe ietènt , quijuomu-
de efperança , gloria , e prazer , (30) Nos Iara conlervar s.eir.24. cíb-i^ô* ntflnut.
com todos, como recommendão ambos os Príncipes dos *<g* &** :*&** ex .«*»• • *.
Apoftolos, (31) a mais eftreita fraternidade. Olhando a <2m eJl'enim <J° \ves> m gau
todos como NoíTos Irmãos , e confelheiros , (32) além
dos cafos , em que por Direito nos he neceíTario para ThclTal- "• l\ix ,
obrar o feu confentimento , (33) refpeitaremos em tudo ífiSSiSt
o feu confelho , (34) que aíTegure o acerto, e a economia
littm , aut corona gloria.' Vos ejíis
leria nojfra , 59* gauáivm. i. ad
llgciiles. Ad Hom. i;,
( ?2 )
, _, , ' "._ " jT C3p.Novit.i'efiis , que. fiimt a Pia-
das noíTas determinações para o bem publico de todo o uti*.
Arcebifoado. \}b- '■ úrr- IO- ãí '';■'' ""? &»* a
í ■ i \ ' ■r Prxlatis fine confenfu Cai ituh.
Aos Reverendos Párocos , que chamados a parte do . r m ) ;
NolTo miniíterio , dividem comnofco o cuidado do gran- ^«tur fapiemu. pmv. ij.io.
de rebanho , que Nos foi confiado , e são também os
conducl^res do Ifrael Chriftão , recommendamos o zelo
da falvação das almas , que he o caracter , e deve fer,
para que aííim digamos , a paixão dominante de hum bom
Paftor. Como são comnofco Miniftros , e Coadjutores do
mefmo Deos , (35-) deftinados a apafcentar as fuás, e nel M-m fttl]%tt0^ Ui3L
NoíTas ovelhas , efperamos que lembrados da fua obriga- conmn. ,-. ,.
cão , (26) as nutrão com o pão da palavra divina , as 00
5 . ' KD ' .. . . n , l c ■ -r 1 C»r>- Qitotl De! timorem âejlatumo-
animem com folidas ínltrucçoes , as lantinquem pelas gra- «*•*»*». TrMent. ■■se-r. 5; «p. 2.
ças dos Sacramentos , as preparem a lazer com eiles no
feculo futuro huma porção da Igreja eterna dos PredelU- ,
nados , e receber do Príncipe dos Paltores a coroa im-
mortal da gloria. (37) Quanto por fuás fagradas funções cm*»"uritiKnie,tPMjhrm,
.,i t-» c 1 1 _ "" vercipietis iinmarcefciiiiem "
são elevados os Párocos lobre os outros homens , e ain- íw#»ii«.t.Pet.$.4.
da os mefmos Anjos , aíTim deve fer fummo o cuidado, e
incanfavel a vigilância em fe moftrarem aos olhos de to-
dos Miniftros lieis de hum Deos crucificado , e dignos
de difpenfar os myfterios do Pontífice Eterno dos bens fu-
filmo ( 3 Q\ Sic tios exiâimet homo ut mhiiJTros
lu-ivjo. y$vj ctrífti , tf âifpenfatores myfferle-
Que útil ás ovelhas o Paftor , que ajunta em íi a ^-^^S^1)^
fciencia , e a virtude ! Por hum Paftor poderofo em obras, rm**^ Aaft^r.y.ii.
e palavras na prefença de Deos , e dos homens (39) fe ^^Zi^o^^tl
* ii fór-
uni
( ?« )
f 40 )
í.B omiiiiut teipfian prjúe exem
plum iononim operam, Ad Tit. 2. 7
f Al )
Ante oVesvadit , & oves Mim fe-
qiawtur. Joan. 1 o. 4. Ca». Cum PaC-
torls 2. q. 7.
Í42.)
Memento voei tue. vocem dare v;r-
tutis , ut opere tua vertis conti-
nant. Bem. iipift. 102.
( 41)
Quantum èaput ãiflat a memhis ,
tanium Prslalus debet Cubditos in
aãione prscellere. Lau'i. luii. lib.
De ln/lit.Reg. cap. j.
r- v- f 44 )
t^an. fros , qui pr&fiiitius dift. 40.
L. .57 quemquam Cod. <fc E>;/i-. JJ"
t'/if/-. Ma^/j virtuteatitecellat Pra-
jul , qttam íionore , & digniiate.
Greçor. Naz. 1 . Orat. Apolo;;.
( 4 j J
C. VHiJT'4UCza(.i. q. 1.
( 4Í '
Wk qusrens , ,/uod mifii vtile e/l ,
fed qiuã mujtís , ut talvi fiar.ti 1,
ad Corinth. 10. j j.
u *■ ■ „ ( 47 >
Hs.c ãictt Dominas Deus : Va paf-
tqribus Ifrael , qui pafcetant Jemet-
ípfos. Ezech. j4. 2.
•-"•■. f 48 >
kmpU enim eflrs pre tio magno. 1.
ad Corinth. í. 20.
( 4.9 )
Jtidicitim âurifimum Jiis , qui prs.-
funt , fiel. Sap. í. s.
( 50 )
Hac diclt Dominas Deus : Ecee ego
Juper paflores requiram gregem
mettm de manu eorum. Ezech ia.
10.
„ „ Ji')
o paftor , & idetum itercUnqucns
gregem. Zach. u. j/.
Pafcite , qui in voiis efl gretem
pomini . . . ,,eque ut dominantes
m Clens. 1. Pet. 5. 2.
r , . f 5 5 )
Cum aujlentate imperaiatis eis , J5
cum potentíà. Ezech. ,-4. 4.
( 54 )
Tiident. Se(T. sj. cap. r. D* R„
/«/■«aí. Eencd.XIV. ConíúuCuto
/empei:
' ' 5 >
£« , iioctuque fíjlu ureiar , ©■ pí-
'« progregiíui tais. Gemi. ji.40.
(4)
forma , ou reforma hum povo inteiro , e delle pende qua-
fi todo o bem das almas dos Paroquianos. Por iíTo á in-
ftrucçao eíTencial ao feu officio devem ainda os Paftores
fubaltcmos ajuntar o exemplo das boas obras, (4o) as que
pofto que mudas, são as mais eloquentes , as'rnÍs effidS
vozes a tocar o coração. A vida dos Paitores deve fer o
exemplar , que edifique os fubditos , os anime , os mo-
lio -âá rrpl ™- fazT poilca' ou nenhuma imP^~
sao lenao fe firmao nas obras. (42) Como o Pároco feia
a cabeça , he neceíTario que excedi tanto aos outros na
virtude , quanto no compoíto humano excede a cabeça
rTor0nUelol ^^ M ?&****• ^ O que he fupl
nor pelo lugar o deve fer mais pela virtude, (44) e dar-
fe mais a conhecer pela pureza dos coílumes "reputado
juftamente yú , e indigno , (45) 0 que excedendo ^adt
gnidade nao excede na doutrina , e na probidade , que
fua°s acedes" ' T ^ ^ ^ ^ a esfe- d-
^ Que deplorável a forte de muitos infiéis Miniitros
õ. 1 aulo (46) bufeando unicamente a fua utilidade fó
Focurao nutrir a fua avareza , e apafeentar a fi mefmos!
(47) Mes nao fentem o pezo das almas , que lhes forão
confiadas ; nao conhecem o grande preço do Sangue , que
Jefus Chníb por ellas derramou • (48) não confide lâ o
ngorofiffimo juízo , que os efpera , (4p) e a conraí °
hao de dar ao Supremo Juiz ao apparecer no formidável
Tnbunaldefuajuitiça (So) Longe de nós aquelles , que
fem algum fentimento de piedade , que he a alma dos ta-
lentos, tem fó a figura de Paíbres / (Sl) e são purameia.
te mercenários , em que não havendo o coração de Paf
tor; nem as entranhas de pai , affeclão hum ar de domi-
nação tao contrario ao Evangelho , (y2) e huma efpecie
li * TriV/5'3) C1Muenada fcachriftâò, nada pafto-
ial O verdadeiro paftor ora , e facrifica , como he obri-
gado ^ (5-4) pelas fuás ovelhas , explica os mvíterios da
Religião expõe a moral deduzida dos Livros Sagra-
dos , e dos Santos Padres , oppóe-fe com efpiriro Apof-
tolico aos efcandalos , impede a torrente da iniquidade
promove com zelo chriltão a frequência dos Sacramentos [
a obíervancia dos preceitos , os exercidos devotos , a pra-
tica da oração mental o amor , e veneração á SantifLa
Virgem o maior refpeito , e adoração ao Soberano Ser
manancial de toda a noíTa felicidade. Elle como Tacob
íatiga-fe de dia , e de noite pela falvação do feifreba-
nho . (5-5-) elle prega , elle infta , elle argue , elle roPa,
elle rcprehende com paciência , e doutrina /elle em tu-
do
(í)
j 4-^,Uoiin fr/O Ffte prande minifterio, de que eipecial- vreâca ve^m \ m/ia opportu«e,
CIO trabaltia. {5 O) ^1LC gi'111"^- ÍUUU 7 T. í - importune, urgue,otJecra,increpa
mente pende a felicidade efpiritual dos Noffos amados h- ^j^tíLISS^
lhos, occupará toda a noffa vigilância , fem que percamos
de vifta os outros Ecclefiafticos do NoíTo Arcebifpado. Ah
quanta deve fer a probidade , e fciencia daquelks , que
pela impofição das mãos entrão no Santuário í Quanta a
fantidade daquelles , que tocao com fuás mãos os vafos do ^
Senhor' (l>7^ ' MunStmim, qui.ftrtis vafi Domi-
Atodos os Ecclefiafticos obrigados a maior perfeição «■ **•** »•
fobre o refto dos fieis , como que são os domefticos da ca-
fa da Senhor, e Miniftros deDeosrvivo, exhortamos a cor-
refponder ao efpirito da fua vocação , e não defmentir a
fantidade do feu eftado , para qtjé aífim longe de ferem z
affliccão , e o opprobrio da Efpdfa de Jefus Chrifto, fejao
a fua gloria , e o feu ornamento. Quanto pela fua profilsao ( jf }
fóra dos cuidados do feculo: mais confagrados a Deos , (58) ca„. d«^w,
■a. 2. q. I.
( 59 )
são elles huma porção efcolhida para a forte , e herança
do Senhor (5-9) devem com exceífo aos feculares , (60) cm-efeà ...«ufc».
ainda no meio de Babylonia, aíTim por fuás acções , como ^^^í/J?*~
por fuás palavras, exhalar o bom cheiro de Jefus Chn- ^
fto. (61) Elles são a luz, que deve alumiar a todos, os que ^^^«g-.^
eltão na cafa de Deos , para que vejao as fuás boas obras
e o-lorifiauem ao Pai Celeftial. (62) Que defagradavel el- LueeatUx ^âclm mm»,,
G giuxin^u.^iii. ww v / „t viieant ofiérâ vejtra tona , »*
npí^Trulo aos olhos de Deos , e eicandalolo aos aos no- Élorífice„t Mw.f«im , í«; *j
mens hum Ecclefiaftico com defejos , e acções mais defor- ~*^*£
denadas , que os mefmos filhos do feculo ! Eftes derramao
hum cheiro de morte na Igreja de Deos , e fazem o mo-
tivo de fua dor , e de fuás lagrimas , efcurecido o melhor ( ^ j
ouro difperfas pelas ruas as pedras do Santuário , (63) Thren.4.i.
perdido o refpeito, e confiança dos povos , vilipendiado o
Sacerdócio de Jefus Chrifto , e redundando no minifterio
a indignidade do Miniftro.
Deos pede dos feus Miniftros , além do homem inte-
rior , os finaes públicos de huma piedade chriftã , e Ec-
clefiaftica. Ainda que a virtude propriamente feja o orna-
to efpiritual (Talma , e a gloria da filha do Rei efteja to- f ^ ;
da no interior , (64) a compofição externa , que da a co- %«£*+,&»# **
nhecer o homem de probidade , (fij) he huma efpecie de Ex vifit eogn^J vir ,^ aUc.
virtude , que com o nome de rnodeftia a Santa Efcntura ^gf^^^--^
a todos recommenda. (66) Efta efpecialmente nos Mimf- Moãefl}a VÍ/J6Jta flt omúiliS
tros da Igreja fe deve fazer fenfivel nos veftidos , nos géf- •f-^,"
tos , nas palavras , nas acções , em tudo. (67) Como os Eç- m ^^ jfih \nce!J^ferm
clefiafticos por feu eftado dedicarão mais a Deos o efpiri- ^fJS&SS^XS^
to , e o coração , he jufto para a edificação do povo appa- f^/e&^m^^
reção exteriormente as graças , que hão recebido do Deos ■ ^ .
das fciencias . e Senhor das virtudes (68) para a lua pro- Delts rcUl,ilmm Dom}„uS e/i.
Ud5 iWV"Vi«" ,' _. , n J -~A~ Cor- rrtoic Ree. i j. Vommts vi' tutiim ip,
pria fantificaçao. Todas eftas graças^ devem ainda ler mais rJjrk%
\pfe (li
Pf. s.;.io.
* iii vi-
í h 1
• Qitoã Ji ncctjhrio fatetmir , nullam
alitiã opus aãeo Sanâum, ec ãivimttn
a Chrifti fidelibus traílar! pcffe ,
quam hoc ipjitm trementhitn my/le-
riam , quo vivifica illa fio/lia , qud
Dío Pairi reconciliati fumas , in
àltari per Sacerdotes quoiiâie im-
molútur. Trid. Decrct. De obferv.
©" evitanã. in celetr. Mijfa.
(7o)
Salis etiam appatet omnem operam ,
& âHigestram in eo ponendam efe ,
Mt , quanta máxima fieri potejl ,
interior} corais imtnãitia , W" puri-
tate , atque exteriori devotiimis ,
nc pietatis fpecie peragatur. Trid.
ibidem.
Ecce tf o vohifcimt fum omnibus âic-
íus íifqtie ad confummationem íaculi.
IVm.tr1.2ii. 20.
Joan. t. 2j.
( 7=J
( 1 ' >
Slcut portavimus imaginem terre-
mi ; portemus & imaginem cxlejiis.
I. ad Corinth. 1 5. 45.
s. Pet. 1. 4.
Lib. 2. De Pstnti. cap. í.
- . <7t)
Quomam vos eflis Prestrteri , &
ex vobis pende t anima iliontm. Tu-
<iuh S. 31.
( 77 )
Veceata populi mei comedem , {? ad
inimitatem eorum fubtevabunt ani-
mas eomm. Et erit ficut popuhis ,
fie Sacerdos. Oleje 4. s. Cs.il íunt ,
tf ãuces cticorum : cacus atitem , fi
c&co ducatum ptajtat , ambo in fo-
veam caãur.t. Matth. 1 5. 14.
f 78 )
Certus ■ furrt autem fratres mei, &
ego inje de vobis , quoniam & ipfi
pUni eflis ãiVetlione , repieii nmíii
feientia , itn.ut poljitis aHeruirum
monert. Ad Rom. í 5. 14. .
(6)
viuveis na^funçfes fagradas , principalmente naquella
que he a mais augufta , a mais fanta de toda a Religião
chnftã. (69) Falíamos do Sacramento do Altar, que° he
como o centro da Religião , em que o Mediador do Novo
Teftamento Jefus Chrifto ha recopilado todos os feus Di-
vinos Myfterios , e em que o Sacerdote á face dos fieis
deve unir como eflenciaes a efte tremendo myfterio da nof-
fa reconciliação todos os fentimentos de devoção , (70)
que fe diíFunda aos mais , os toque , os mova a adorar com
a maior reverencia o Sacratiílimo Corpo , e Sangue de
Noífo Senhor Jefus Chrifto realmente prefente em nof-
fos Altares até a confummação dos feculos. (71)
^ Ah quanta deve também fer junta com a feiencia da
Religião , e da moral chriftã a piedade , e o efpirito da
Lei Evangélica naquelles , que com as chaves do Ceo nas
mãos são deftinados a diftribuir os thefouros celeftes e
fazer corra o Sangue do Cordeiro , que tira os peccados
do mundo, (72) no Sagrado Tribunal da Penitencia ! Re-
prefentando ao mefmo Deos no poder de perdoar os pec-
cados não concedido a algum dos Anjos , he necefíario
o reprefentem também na fantidade dos coftumes , e mais
que os outros fieis , deixada a imagem do homem terre-
no , facão refplandeça nelles a imagem do homem Celef-
te , e Divino. (73) Ainda que Deos fó infunde a graça,
que nos faz participantes da fua Divina natureza , (74) os
ConfelTores são , os que mais immediatamente contribuem
a efta acção. Conftituidos juizes em huma caufa , que de-
pende fó do foro Divino , médicos das enfermidades do
homem , meares , e pais efpirituaes do povo Chriftão , ár-
bitros das confeiencias , depofitarios da Religião , qual
deve fer a pureza dos coftumes , o ardor do zelo , a liber-
dade do efpirito , a clemência do animo , a juftiça, a pru-
dência , a doutrina , a fortaleza ? Todos eftes dotes deve
o^ConfeíTor pedir a Deos com fervorofa , e contínua ora-
ção , como de íi attefta o grande Ambrofio , (75-) penetra-
do da grandeza do minifterio. Defte próprio da Lei Evan-
gélica , e refervado na enchente dos tempos aos Sacerdo-
tes da nova alliança , depende a reforma dos coftumes , a
tranquillidade da fociedade humana , a fantificação das al-
mas. (76) Mas que fe pôde efperar de hum ConfeíTor fem
feiencia , e probidade , fenão o que o Senhor dizia em
hum , e outro Teftamento (77) daquelles Presbyteros ,
que longe de corrigir os peccados do povo , por fua igno-
rância , e fua perverfidade augmentão a iniquidade , pre-
cipitados huns , e outros no abyímo eterno. Queira o Se-
nhor pela fua infinita mifericordia a experiência nos faça
dizer com o Apoftolo , (78) que eftamos certos da carida-
de,
■HM
(7)
de , e fciencia dos Confeflbres do Nofíb Arcebifpado , de
forte que ornados com eftas qualidades pofsão exhortar , e
corrigir os outros no feu Tribunal.
Ao mefmo fim fe ordena a pregação do Evangelho
tão útil, enecelTaria a toda a Republica Chriftã. (79) Quem cmUn& reip(JiU «»« :»«.** w
ignora da palavra Divina mais penetrante, que a eipaua xnd.Sejt. 5. DeRefirmat.c^.2.
de dous fios , que chega a dividir no mefmo homem a par-
te animal da efoiritual , (80) depende a falvação dos pó- Vims eJl ei:!m Jf°mJ w <., e? 41-
vos e a p-rande obra da conversão dos peccadoresr i\ pa- *„„>•„■, &.yernngtns «/?.« «</<«-
vw 5 g««»>*v "^ 1 __, vifionem ar.ims. , ac Jpiritus , som-
lavra de Deos illuftra o entendimento , penetra o coração, w*gm «^w, « «*»/«*». as
deftroe o vicio , colloca a virtude fobre o throno , faz a
gloria da Religião. Como efte exercicio Apoftolico feja a
principal obrigação dos Sagrados Miniftros da primeira
ordem, (81) e fem legitimo impedimento não deva ad- Priiãl.ãt-imU {2l2,quoã Èpird
mittir fubftituto , (82) o praticaremos com toda a rrequen- ^ K'eíormyat. CaP. 4.
cia que Nos feja poííivel , principalmente na noíTa Ca- c.^.fin.i. u enim & o$c.tàtg.
nital Nenhuma obrigação propõe o Doutor das Gentes te/u/ícor corem pen.&jjfu chn-
rIL &_? 11 J ■ C fto, peradvetitumipíiusj®num
em termos mais expreílos , appeiiando para o ngoroio e}US , vr&ãica w-tum. 2. a«i 1 imo-
Tribunal de Jefus Chrifto no dia final dos feculos. (83) th"4,1'
Como efte minifterio feja também delegado aos Minif-
tros fubalternos , para o qual o Tridentino Nos manda
efcolher (84) homens idóneos ao executar faudavelmente , Seff.5iI){^iWp.í.
recommendamos a todos os Pregadores , que por virtude
de feu carafter confiderando-fe Embaixadores do Senhor
ao feu povo , com o mefmo efpirito do Apoftolo não fun-
dem a fua pregação nas perfuasões da fabedoria humana,
mas na demonftração do efpirito, e virtude. (85-) Que mais '*SemfmuSí^Qicafíomeam
efficaz efta mefma palavra , concorrendo no Orador Evan- %^f^JZ^^
gelico o bom exemplo da vida ! He mais fácil accender o •***■ «;«*c™*. ,4.
fogo do amor Divino no coração dos ouvintes , quando o ^
7e1o como em Teremias , (86) anima as palavras , e o v«-í«w ew «««ys tatá* áratut.
Pregador tem o feu coração todo abrazado. A pregação
do Evangelho eftabelecida por Deos para a falvação dos
juftos , e conversão dos peccadores , por eftes canaes im-
puros j quanta feja a pureza das agoas , paíTa muitas vezes
a fer inútil , fe as acções do Pregador são pouco edifican-
tes , por não dizer efcandalofas. Os coftumes nada Chri-
ftaos , e nada Ecclefiafticos põem grande obftaculo no efpi-
rito dos povos aos infinitos frutos de falvação , que Deos
efoerava do feu minifterio. (87) pefa vos, «««!, pfmctm-tf
1 PaíTando já do Clero Secular ao Regular , protefta- ^^ 's'lí-
mos o maior refpeito a todas as Sagradas Familias defte
Arcebifpado , affegurando a cada hum de feus profeíTores
toda a NoíTa benevolência , e venerando em cada hum os
feus Santos Fundadores. Ainda que pela fragilidade hu-
mana , e o commercio com o mundo tenha perdido o Ef-
tado religiofo parte do feu primitivo efplendor, não fahio
am-
IMI
Thres. i. í.
( »»)
(8)
ainda da filha de Sião toda a fua formofura. (88) Renun-
ciando os Religiofos os empregos exteriores da fociedade
civil , não deixao de render ao Eftado os ferviços mais im-
portantes pelo exemplo de fuás virtudes , o fervor de fuás
orações , e os trabalhos do minilterio , a que a Igreja os
ha aífociado. Nada tem a Igreja, que mais a edifique; na-
da , que mais a illuftre , e exalte.
São os Religiofos <
( s? )
Columaa , & coroas. fiSti , pretlofk
margarite. , templi ttlfiu lapides ,
cajus ■funãametltum , i5 lápis angu-
laris ejl Ctirijlus. GrejoivNaz. orat.
ult. injiil.
f jo)
Cant. ;. 7.
( »« )
Cant. 7. 1.
^ »■ { "í)
Conítit. Dum intra 22.Leon.X-
( ?? )
Ut omres regulares, tam viri , quam
mulieres aã regulx. , quam profeiji
funt , prajcriptum vitam inftituant ,
e>" compomnt. SeíT. 25. cap. 1. De
Regular.
( 34 )
Piai. 50. 1 £. /-
( 9? )
De Jurtfd. Orâiiiar. in exempt. p.
2,4.45.
f >< '
In Cap. Grave ãe Offic. Oral*.
i 97 )
In Append. 1. acl tom. 1. Theolog.
Dogmat. <&' Moral.
( 9S )
Lib. 9. De Syn. Dixcef. cap. 1 5.
( 99 )
Epift. IlI.Lib. j.iniiiít; 2.
( ico )
Cap.i. ãe Privileg. in 6. Clem.Fre-
queus ãe excef. Pr&lat.
( 101 )
Ut tam Eprfcopi , quam Fratret prg.-
foti ( quorum opera veluti lucerna
arãentes fupra montem pofitu omni-
íus Chrifti fiãelibus lúmen vrsíere
ãebent) aã Dei lauãem,fiãei CatUo-
Vicn exahationem , po/mlorumque fa-
lutem ãe virtute in virtutem prolí-
ciant. Coadh. Dum intra. Leon. X.
D, ( '°2 >
Rogmmis auiem vosfratres , ut . . -
ve/trwn negotium agatis. i. ail
Thefial. 4. 11,
Anjos tutelares dos Reinos , e dos Impérios , as columnas
da Fé , (89) as pedras preciofas dajerufalem militante,
os fortes de Ifrael , que guardão o leito do verdadeiro Sa-
lomão (90) contra os inimigos da Igreja , as tropas efco-
lhidas do bem ordenado exercito de Deos vivo , (9 1) que
fuitentão as verdades da Religião , e da Moral Evangéli-
ca , os Miniítros fieis , que com os Bifpos cooperão (92)
para a fantificação do povo de Deos até o introduzir na
terra da promifsão. Efte conhecimento , ainda que fó pro-
feíTamos a regra do grande Doutor, e grande Santo Àgof-
tinho, Nos fará refpeitar todos os Corpos Regulares , e da-
rá a ver , que no affeclo fomos de todos os Sagrados Infti-
tutos , que illuítrao o noíTo Arcebifpado. Merecerão efpe-
cialmente toda a noíTa maior alfeição , os que offerecendo
o edificante efpe&aculo de huma vida regular, e útil, mais
corre fponderem á fublime perfeição do feu eirado , como
aos Regulares de ambos os fexos recommenda o Sagrado
Concilio de Trento, (93) e aífim nos ajudarem a produzir
frutos de falvaçao na vinha , ou campo , que o Pai de fa-
milias com aquella providencia , que tem em fuás mãos as
noíTas fortes, (94) commetteo á noíTa cultura. A experiên-
cia , ajudando-nos Deos , moftrará a todos , que longe de
querer ampliar os confins da noíTa jurifdicção com os Re-
gulares, além dos cafos, de que efpecialmente tratão Eraf-
mo Chokier, (95-) Fagnano, (96) e Natal Alexandre, (97)
citados pelo SantiíTimo Padre Benedi&o XIV. , (98) pro-
curaremos guardar inviolavelmente os feus juftos , e bem.
merecidos privilégios , concedidos pela Sé Apoftolica , co-
mo além do grande Gregório (^c,) nos mandão outros mui-
tos Supremos Pontífices. (100) Teremos fempre prefente
a noíTo efpirito ,0 que nos recommenda o Santillimo Papa
Leão X. , em confpirarmos pela diligencia , e cuidado dos
Regulares para o louvor de Deos, a exaltação da Fé, a fal-
vaçao dos povos. (101)
Em fim a todos os amados fieis da noíTa Diocefe
recommendamos com o Apoítolo trabalhem no importan-
te , e eííencial negocio da falvaçao eterna , (102) centro,
em que tudo do homem Chriltão deve terminar. Confide-
rando todos o alto fim, a que fomos deltinados os filhos da
adopção , gravemos no fundo d'alma o fanto temor de
Deos,
(?)
Deos , que junto com a obfervancia dos mandamentos he
o tudo do homem , (103) e o conduz á feliz immortalida- Del,m time , è°llâata ejus a.
, _ , 1 r • í~^ _ „ ferva, íioc efl enim tmnis homo. Be-
de. Lembrando-nos , que naícemos mais para o Ceo, que cieí.ia.ij.
para a terra , e nefta noíTa mortal peregrinação não temos
aqui Cidade permanente, (104) afpiremos fó aaffegutar ^ entm ,^s\íc mttnenUm
0 luo-ar , que nos eftá promettido na J eruíalem Celeite , ^fe™ '/'f /"!"re,m lruiu:'ri""iS'
aquella Cidade fanta , de que o mefmo Deos lançou os
fundamentos. Efta folida confideraçao nos moverá a exerci-
tar aquellas obras boas , que facão certa a noíTa vocação ,
(ioçY e fem as quaes he morta a fé . infruíhiofa a reli- atraíres maiu f«°lJte, «tper tona
.*' f .*. opera cerlam vejlrtm vocatlonem ■',
ffiaO. (IOO) & electionemjàciatís. 2,eei. 1.10.
Não defeemos agora a exhortaçoes particulares , que- jac. 2. 17.
rendo a experiência junto o confelho de homens pios , e
doutos , como nos recommenda o Santiííimo Padre Bene-
dito XIV., (107) Nos enfine, o que devemos obrar na re- Ub.(,DeS^HCíp.to,
forma de qualquer abufo fegundo as máximas de Jefus
Chrifto , e as regras da prudência chrifta , que recommen-
dada aos Bifpos por Direito Divino , e humano, (108) fe- ^^(j^
rá, ajudando-nos o Senhor, o primeiro , e único movei de a-d,íl- ->•
todas as NoíTas acções. A todos os nofíbs Diocefanos pro-
tejamos a propensão do noíTo animo , fegundo o efpirito
do Senhor inclinado a paz , e a fuavidade , (109) o que fio»)
.«././' j 1 • 1 CC ■ i. T_ J ' ' " x. ••* "SO cogito fnper vos , ait Voml-
por 1110 10 nao produzindo elreito a brandura , a imitação nus , cogimunes pacis , # ,m af-
da Sabedoria Divina , que ajunta a luavidade , e a rorça,
(110) romperá em mais fortes, e efficazes remédios contra Attwit *jk}u}£è\ifiMm rmt-
aquelles, que como afpides , (111) fazendo-fe furdos á voz t .'W™-*»*"****
do Paftor, viverem obftinados em hum inteiro efquecimen- pfai.75.5. ( IU."
to das obrigações da Lei chriftã. Nós eftamos perfuadidos ,
que muitas vezes he mais útil , e efficaz a benevolência
que a aufteridade , a exhortação que o caftigo , a caridade
que o poder. Se pela gravidade do deli&o for neceíTario ,
deixada huma , tomar a outra vara , de que falia ò Profe-
ta, (112) ainda então com o efpirito de Jefus Chrifto, co- Agimp/, mm Àll *&*«* , umm
■Á- r ri r • T» J J HP voeavi Decorem , es* alteram voca-
mo aos rSiípos períuadem os reipeitaveis radres de iren- viPmieuum, &pav,gregem. z*
to, (11 7,) procuraremos temperar com a fuavidade o rigor, '' '7' (no
7 y ■)<J . ,. . n. r nn , r r r Se\T. i\. la Decreto De Refitmat.
com a mifencordia a julhça. hitara lempre prelente a noi- «P. 1.
fo efpirito a máxima do prudentiílimo , e fuaviííimo Prela-
do o noíTo grande Pai Agoftinho em preferir a inftrucção
ao império, a admoeítaçao á ameaça. (114) AuSuft.Ep?ft.-í4..(oiim m) reutur
JEl ' f i 1 1 ir J T Cta.cmejpafa.es i. dift.44.
Daremos em fim a cada hum dos nollos amados Ir-
mãos , e Filhos feníiveis provas do NoíTo amor , e a Deos
tomamos por teftemunha , que amamos a todos nas entra-
nhas de Jefus Chrifto, (115) promptos a derramar das Teftls enlme{ft SJJ/W, «umo-
vêas , como he obrigação do Paftor , (nó) todo o fangue %^J^,ãf^!Tlh,s
por qualquer das almas commettidas á NoíTa paftoral vigi- B<ms aajior animem jitm ãat ?«
1 • o • • ^ Tt cl w. _' mitos ruis. Joan.io. u,
lancia. beja reciproca entre o raltor , e as ovelhas a cari-
dade recommendada univerfalmente a todos os fieis pelo
So-
■ - 1 ■ ■
Manãatum ttovum Ho volts , ut ãi-
ligatis invicem. Joan. i ;. ?4-
( ii S )
Multiiiiãinis autem creâentmmerat
cor unum , C anima una. AC\i Apolt.
( 119 )
Pater Sancte , ferva eos hl notnine
tuo , quos âeâifii mMi.jottv. 17.11.
f. 12b )
Deus virtutum convertere , refptce
âe Cce!o , & vide , & vijita vineam
iftam , ©" perfice eam , qitam platt-
tavit âexterã tua, & fuper filium
tomiiús , quem confirmafli tiii. Pfal.
7J-M- ,
2. ad Corinth. 1. ;.
( 122 )
Fraires mci carijimi, 1$ ite/iâcra-
iiffimi, gauãium metim , ©' corona
meu. Ad Philip. 4. 1.
C"-i) ,'.:.:
Eti quoá fiaíeam vos ia corile. Aa
Philip. 1. 7.
( 124 )
QratepronoVis : Véus autem pacrs ,
cui eâuxit âe morluis F aflorem ma-
tiium ovium Dominum noftrum Je-
fum Cnri/tum , táptet vos 111 omni to-
no, ut facial is eius vohmlaiem, fa-
ciais i'i vobls , quoâ placeat coram
fe per lefum Chriflum , cui efl glo-
ria in fiicula /acultrum. Ame». Ad
Hebr.ij.ií.
cmeo
CW\k
( 10 ) M»aè
Soberano Legislador, (117) e reine entre todos, como nos
primitivos, e felices feculos da Igreja , aquellc efpirito de
concórdia , (118) que une no tempo os corações em Jefus
Chrifto até os unir no mefmo Deos eternamente. Roga-
mos áquelle Senhor, que por fua grandeza, e mifericordia
he o fupremo , e univerfal Paftor , guarde 110 feu nome a
todos, os que entregou ao noffo cuidado, (119) e olhe do
alto Ceo para efta fua vinha , e a aperfeiçoe , lançando
juntamente os olhos da fua infinita piedade fobre Nós , a
quem por participação da fua graça confirmou para a cul-
tivar em feu nome , e a governar como huma preciofa por-
ção da fua Igreja. (120) Efte Pai de mifericordia , e Deos
de toda a confolaçao (121) nos faça ver , amados Irmãos,
a voífa fé , e a voffa piedade , o que além de fazer menos
penofo o noífo minifterio , Nos encherá de^ incrível ale-
gria , e moverá a dizer com o Apoftolo : Vós fois o noífo
gozo, e a noíTa coroa. (122) Attendei , cariíTimos Filhos,
a efte , ainda que indigno , voíTo Paftor , que vos tem no
coração , (123) e vos falia mais com a ternura de Pai, que
com a authoridade de Superior. Concluímos com o mefmo
Apoftolo: Orai por Nós. (124) O Deos de paz, que refuf-
citou dos mortos o grande Paftor das ovelhas Noífo Senhor
Jefus Chrifto , vos aperfeiçoe em todo o bem , para que
façais a fua vontade , e elle em vós obre , o que mais lhe
agrade por Jefus Chrifto , a quem feja dada toda a gloria
por feculos de feculos. Aífim feja.
Ordenamos ao nofíb Reverendo Provifor faça intimar
efta noíTa Paftoral a todos os Reverendos Párocos do noíTo
Arcebifpado , para que eftes a publiquem nos três primei-
ros Domingos feguintes a feus Freguezes á eftaçao da Mif-,
fa Conventual. Dada em Lisboa no Convento de N. Se-
nhora da Graça a 5- de Maio de 1780.
Lugar )$( do Sello.
Fr. António Arcehifpo da Bahia.
LISBOA. Na Regia Officina Typografica. Anuo de 1780. Com Lieettja da Real Me^a Cenjona.