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CJABINETE fflSTORICO,
QUE -^
' ASUAMAGESTADE FIDELISSWA,
O SE^iHOR REI
». jroAO VI.
CM O DIA BE SBUS FELICISSIMOS ANNOS^
13 sc MAJo nE 1818,
Of^erece
Fi-. CLAUDIO DA CONCEiqAO,
Ex- Definidor , Examioador Si/Hodat do Patriar*
chado de Lisboa , Pregador Regio , e Pa-
dre da Provinda tie Santa Maria •
(Tj-irrabida.
TO MO IF.
BESOE IO4O ATE'' I668,
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L I S r. O A :
Na, iMPREssAa R&gia. Anno 1819.
Com JLtunfn.
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V' 4
v
•V
V^ ONTEM este IV* Volumie os suc-
cesses de vinte e oito ann6s, em que
se comprebendem osReinados dooe*
nhot Rei:I>. JoSo IV., e seii filho o
Senhor Rei D. AfFonso VI.y que he
desde i64aat6 16^8.
Novos. tributes imposto&aos Fori*
tuguezes pelds CasteIhaiios« Tu(tiTiI«
tos d'Evora. 'Novas Juntas de Minis-
tFos Castelhanos. Pessoas maisprinr-
cipaes do Reiao cbamadas a Madrid.
Rieso/u^aa heroica destas mesinas fer-
sonagens, oppondo*€e ao prpjecto db
Filippe IV., queint^ntavi redusdr es-
te Reiiio a Provincia. He: n6meado o
Duque de Braganja Governador-Ge-
neral das armas de redo o Reino..- Dis«
curses que houverao sobrejsto. Vem
o Diique i' Villa de Altnada , onde
be visirado de todos os Grandes , e
Senhores.. iFassa o Duqiie a Lisboa a
ytmtar a Duqueza de (Mantua. Modo
com que f oi ;rccebid0. Heroica, resoi
IT:
lugio de Thora^ de Souza , mudan-
do-lhe a cadeira da lu^ar^ onde a ti*
nha mandado p6r a Duqueza de Man-
tua. Obsequies que recebeo da C6rre,
e do Povo. Volta a Villa-Vi50sa,'''lrii
stancias dos FidaJgos ao Duque para
acceitar a Gor6a dc PortugaL' Rece-
be t>rdem:d'£JRei deCastella para o
acompanhar' a Caralunlia*ra socegar
as rcTola96es daqueJle Estado. Re-
solvese o Duque a accehar a Corda
de Portugal; e liberiar a Patria do
captiveiro. JoSo Pinto -Ribciro parte
para .ViUa-Vijosa iajustar. com o Du-
que odia, e a forraa dast p6r tudo
em execu^ao. Pessoas^que entrir^o
na grande, e glorkiza empreza da
Restaura^So da Patria. ;
.He acclamado oSenhor D.JoSo
Rei de Porrugal. Mort^ de Migiiel '
de VasconccUos. Surprende-se a Du-
queza de Mantua. Passa as ordens pa-,
ra a entrega do Castello. de Lisboa ,
e ma is Torres , e Fortalczas. Sahe
da S^ a Prdcissao de ac(ao de gragas
com o Arcebispo D. Rodrigo daCu-
nha , em que a Imapero de Christo
desprega o bra^o da Cruzi' Elegem*se
Covernadores do Reino , em qoanto
aao xbega o novo Ret. He^^ mandada
rctirar ar Duqueza de Mantua^ para' o
Mbsteiro de* Santos. '^Chega a noi^icia
a VkUa-Vigosa. Parte EIRei pacaLi8>-
boa , onde he recebido coiii JOf nfalor
appIaiHo* He9cdaihado 4i6dia^i5: de
I>ezembro; ' Ceremomas ' desia "^ coroa>
^ao >> e: acbianfa^d. Cbega-. i Rainha
a Ljsboa. com seu^-fithos emre no*
¥0S vivas, e -accIama^Seff. r- -,
\ Sabendo-sei esta'- noticia^aehr .Ma*
dridy sc manda^ao! imperadDt -d'Ate*
manhS Ferjidndo KI. * segural-^'O^' In-
fante IX Duarte^ irmSauA'fiiRBr D.
Joao; Nomea El^er Mraistrcv^ira
o^despaciio,. e/.Ga7arnadoresuyasrPro^
nrxdcias*^ <To'rires, e KutsreUqsi^otivo*
ca G6rtes ; e o xiu^^elias se ^ieitermi*
fia^' Manda Eoibaix^doredva/^mn^a^
Ingla terra ,-THxfiIaridQii;[, Diiianuirca^
Soecia, e Rmpa«T£) ^cpie com '09^Em*-
batxadores sb passoa nestas > GAvtes*
He conduzidk'! arMadrid a Dcrijiiezai
de Mantua. E^^obre^e lionia con<-
j^ra^ao coiitrgrEiBi^i : sio prezos , e.
{xufttdososridsi Chc^to a LIsbqa va«
rias Armadas .coal 081 Embakaidorcs
y
Estrangdros, a Idareni.^r EIRei os pa*
rab^.R3>r^aL parte ;^08'/seur» Spberanos;
Priiweiromovtincnto das armas Gas-
telhanas; Nossas gI0rib2asacg6es.Ce-
Zcfbta^ao das seginidas , C6rte^ : o "que
nellas s^ d«rffrmin0o. : ...
iTomao os Fortugui^s dois na?
vjos da India:, quenviiihao para Et
Kel' fde Castella^ He degolada o Ses^
cretario . d'Esrado Luiz de Luicena;.
Erige-se o Tribunal doCon&elho Ul-
tramariiaa, Passa ElE.ei 'A Prdtincia
do, Alemtiijo ,: ficando;;arRainha;go-
vernando em Li^boel. Institbigao.da
Secretaria das Merc^. Manda ElRei
a RpmaiiNicblad Motiteiro represeiv-
tar iaor Papa os: dan^abs da Igreja de
PocfogiaL pela faka de Prelados* . Gi^
lebitibataJha doMo^t^jo^ cm<ju&to^
dflsrasr Na$6es admirdrao o valor For-
tuguer ^je^ t glorra^: das nossas arnaas.
Varios 'enccmtiDS, (Sta: que sempre al^
can^^inos a tvictoria: dos inimigosl
Os Hollandezes al&randb o Tratado
noft tomao variab prWas. Vai6f de
JoSof Fernarides : VieSa y D; An tonip
Filippe Gbmaraavi^d Henrique Diai[i
contta OS Hollandezes, '
Com a notlcia do gfande exef-
cito do Marquez de Leganes, passa
ElReisegunda Tez ao Aiemtiijo. Re-
tirada do exerciro do Marquez de Ld-
gahcs* Insultos de Roma feitos ao
nosso MinUtro naquella Cdrte. G>n-
vocao-se Cdrtes terceira ?ez; nellas
Bt jurou o Misterio da Concei^So ^ e
sedeterminoQ ser a Padroeira do Rei-
no. Manda EIRd a Univemda^e de
Coimbra jttrar o Misterio daConcei-
$ao. A solemnidade com djiie i«to se ,
fez. Hedegoladcfem Bruxellas D. Fe-
lix Pereira, Portuguetz, pelos Gast^
Ihanos , por Iheacharem em casa o
retrato d'ElRei D. JoSo IV.
Mandsi EIRei soccorrer a Bahia
crtnfra os HoJlaridezcs por Antonio
•Telles de Mehews, Gonde de Villa*-
Pouca, levando* por seu Alitiirante
Luiz daSilra Telles. Di-Ninio da
Cunha ao Papa hum; papel il'ElRet
D. joSo; e .b qbe eUe^continha. In-
tenta Domingos hckc matar EfRei
D. JoSo, quanikr/Ecompanhaii a Pro-
t:is83x> do ChrffOf deideos: ndo eanse-
|[Qe. o seu iorentt), TToUa^a Hospanha,
•c de Id outra yti a Povnsgiil -com o
mesmd fim , onHe* descoberta a tra?^
jSo foi punidp; » ^ - - . ;;
Victoria de Gararapes, que al«-
can^imos contra os^HoIJandezes.; Rer
tirada do exerclto Castelhano . vindo
«obre Ollven^a, em que.Ihe matginps
a Cosmander, e ohrigamos a fugirNO
Marquez de Leganes pjira Badajoz^
^m que brilhou o valor de D. JoSo
de Menezes. Ganha Salvador Correa
4]e S^ victorias aos HoUandezes. Es«
tabeJece ElRei casa ao Principe D»
Thebdozio. ContinuSo'em Roma as
perten56cl& d'ElRei, e nada consegue.
He dcigolado pelos Inglezes o seu
Rei Carlos L Viildo refogiar-se epi
Portugal OS Principes Palatinos, se
resolve emjConselho d'Estado o re-
ccbeflos, pelo voto do Principe !>.
.Theodosio.tTomao os^Pariarnentarios
quimce havi6i nossos.: Valpr de D« Ro-
drigo de 'Castro na! ¥il!aj, « Castellp
de Boda6,'mahdando degolar o seu
Governador.; Mt^rre prezo no Casteir
k> de. Lisbba o Marquez deMonteal*-
vSo« Rcffresenta^Sov qiw a Congrega*
9S0 dps *6ispos xie/flranfa manda ao
Papaya lErvm /daJgr^ja; de PortygaL
Morte do Principe D. Theodozio;
IX
Eiirre bs Heroes Portuguezfsteai
iiJgar o decimo setitno Arcebispodc
Lisboa , D. Rodrigb da Cuhha. Seu
Pai D. Pedro da Cunha. Francisco
Rebello, o terror dos HoUandezesy
fflorre is suasmSos em Pernambuco.
Joao Pinto Ribeiro. Andr^ de Albu-
querque. D. Fi'ancisco de Castro In*
quisidor-Geral , e Bispo da Guarda«
Tfaom6 de Souza. Manoel de Faria
e Souza, e Manoel Severim deFaria^
ambos c^Iebres Escriptores«
Convocao^se Cdrtes quarta vez ,
em que foi jurado successor deste Rei*
no o Principe D« AfFonso. Langamos
fora OS Hollandezes dos Estados do
Brazil , depois de os dominarem trin-
tsL annos , em que muito figurirSo,
Francisco Barreto , Pedro Jacques de
Magalhaes , Francisco de Brito Frei-
re, JoSo Fernandez Vieira, Andr6 Vi«^
dal, e Francisco de Figueiroa» Gele-^
bra^o desta victoria era Lisbok. Doen*
-ga d'EIRei ; sua; morte. Titulos qiie
creou de novo* Da-se noticia da Se^
fihora D. Maria, filfaa illegitima de
ElRei a Joao. ,
Segue«se.ao Throno o Senhor
D. Affonso VL, na idade de treze
annos* Sua accIama^So. Movinientos
de Casteila pela morte d'ElRei U.
Joao. Di a Rainha Regenre as provi-
dencias para se defender o Reino.
P6e-8e era caropo o nosso exerciro.
Sirio de Badajoz. Perda de Olivenja,
e Mourao. Rerirada dos Castelhanos,
que se julgavao vencedores. Ac^es
de Joanne Mendes de Vasconceilos ,
Affonso Furtado de Mendon9a , D.
Rodrigo de Castro, Conde deMisqni-
tella, e outros. Assalto do Forte de
S. Miguel. Sua rotnada pelos nossos
aosGistelhanos. Rerirada de Badajor
?ara Eivas , deixando o sito daquella
raga. Nomea^So do Conde de Can*-
tanhede , D. Antonio Luiz de Mene-
zes, Governador das Arroas, para o
fioccorrod'Elvas. Resistencia dosPor-
tuguezes na Pra^a de MongSo, que
por fim he rendida com honrosas ca*
picula^tfes, depois dequatromezes de
sitio^ Grande rictoria dos Portuguef
zes na glorioza batalha de Linhas
d^EIras, em que ndorreo Andr6 de
Albuquerque; e seu elogto. Grande
perda dos Castelhanos. Her6e&j que
nos morrerSo. Vawtagens desta vicfo-
ria para PortugaL O que se fez era
Lisboa i chegada desta noticia. Audi-
ta, o Conde de Cantanhede a Lisboa
a receber os applauses devidos pores-
ra victoria. Ftinda^So doCollegiodos
Dotninicos Irlandezes. Manda a Rai*
«Ha Regente pedir soccorro a Fran-
ca pelo Conde de Soure; e o seu
resultado. He excluido Portugal de
tddo o soccorro no Tratado de Fran-
ca com a Hespanha , celebrado nos
Pyreneos , celebrandose o casaniento
de Luiz XiV. torn a Infanta D. Ma-
ria Thereza,' filba de FilippelV. Rei
deHespanha. Vera deFran^ra Embai*
xador o Marquez de Choup ; e n^o
sendo aceitos os artigos, qoe propu«
nba, se retirou a Franca sem nada con«
cluir. Infedilidade de IX Fernand($
Tello de Haro/e o Duque de Avei*
to. Seu ca^igo. Ac^o < gloricza do
Gonde de S. JoSo rendendotto Foi'te
de Alcanizesi
Noticia dafunda^t<3f da Confen-
to de Marvtlla , e do mode com'x|ue
viet^o as Rdigiozas Inglezas do Mo«
cambo para Portugali Resti¥ui$^b d<i
XII
CarlosrIL :>ao Throrio MInghtewsi
Morte.do Cardeal Mazarini. Chega-*
da de D*Joao d' Austria, ftlho illegi-
timo de Filippe IV, cata hum exer-^
cico a Portugal* Guarn«cefli*se as'Dos*
sas Pra^s. ReconhMiS D^Joaod'Aus*
tria, por entre pe^s de artilharia,
Campo'Maiorj e se iretira para Bada^^
joz sem d^r principio a conquisra de
Fortufal* AcfSo raemorayel do Al*
feres Aianoel Ferreira.na estrada .<k
Ilibeira;. para Almeodraltjo. Morte
do Coade de Odcraira. Prisao, e des-
terro de Antonio Gonti.,. seu irorao,
e oiit/oj dapartidb d^BlRei. Entregar
A Biaibha o governo a< s^u filho* Da
prifick)io a fiilnda^ao do Convento das
Keligtozas; Agostinha«>Descal9a9.
. :. Nomeia ElRei D. AfFonso Go-
yernador da Provinqia do'AIemt^jo o
Conde 4e Villa- FJ6r,. D.iSancho Md-
noel. /V^itt' D, Joto i^ Austria com o
sea exereito. a Poriugal, e toma a
Cidade d^Evora. Sahe onosso exet?
cito dei Extremes, e Ihe da bataiha
no Amejxi^l : grande. pdrda dos Cast
telha^Os. jK^ecupera-se a Cidade d'Evo.*
ra. Inten^ando o Duque de Os^tM
xiir
tomar a Pra^a d* Almeida , he repel-
lido pelo valor Portuguez, que oobri*
ga a TCtirar'-se para a Cidade de Ro-
drigo, «endo nesra ac^ao grande a
gloria de Diogo Gomes.
FundagSb da Igreja de N«sa Se-
nhora da Piedade de Saiirarera , pela
victoria do Ameixial. Passa o Conde
de Villa-Fldr a Lisboa, e he nomea*
do em seu lugarGovernador das^ Ar-
mas daProvincia do AleratiJjo oMar-
quez de Marialva. Recolhe-sc' a Rai-
nha D. Luiza ao Gonvento doGrillo.
Volta dc Antonio Ct)nti, e JoSo Con-
ti a Lisboa, Interna o Principe de
Parma ganhar as Prajas de YaJcnfa ,
e he repeliido. Eiege EIRei FiJippe
o Marquez de Carraceha General do
exercito da Extremadura: seudiscur-
so sobre esta guerra. Vem com. o <seu
exercito sobre V/ilia-Vigosa. Di-seno-
ficia do nosso exercito, esua marcha.
FaHado. Marquez de Marialva aos
nosisos. Glorioza- victoria , que conse*
[urmos na batalba deMontes-'CIsros;
^erda doinimigo, esua derrota: nes-
sa perda. Agradeciraentos do Marquez
de Marialva aos rnxsQs Soldados.^ Fes^
tas^que se fizerao" por cstas victorias.*
Agradeciipentosd'ElRei aoMarquez,
e mais Cabbs de, guerra. Gloria de
Portugal com esta victoria. Da o Mar-
quez He Carracena parte a EIRei de
Castdla^ desta acjao. O desgosto d'EI-
Rei com a tal noticia, Volta o Mar-
quez de Marialva a Lisboa. Toma o
Marquez de Carracena .alguns luga-
res nad Fronteiras, a que da o tituio
de Cidades ; o que excita contra si a
raira dos Castelhanos. Entra emGal*
Jiza o Conde de Prado com hum exerr-
cito, onde destroe, e saquea algumas
povoajScs. Morte d'ElRei Filippe,
e 6a Rainha de Franca, Mai deLuiz
XI V. .
Recebe EIRei .D. AfFonso em
Salva terra a noticia da doen^a da Rai*-
nfaa sua Mai por -cartas, qu^ Ihe es»
creveo. Reposta d'ElRei, e do In-
fante a estawS cartas.. Voltao a Lisboa
a visiter stia Mai , que nesse dia aca-
ba a vida. Seu enterro , e traslada^ao
para onde hoje existe* Ajusra-se o
casamento d'EIRei com a Princeza
D. Maria Franctsca- kabel de Saboia.
Parle de Pariz^ e^chega. a Bishoa^
Festas que se fizerSo d sua chegada^
PisseQ$6es entre ElP^ei , o Infante ,
c o Conde de Castello-Melhor , que
obriga a este a retirar-se, c vivcr au-
sence da sua Patria dezoito annos, at6
que no fim delles he restituido d sua
casa , e Patria.
Novas perturbajSes do Reino*
Betirada da Rainha para oConvento
da Esperan^a. A carta que envia a
ElRei. Este yai ao Convento , e in*
tenta arrombar as portas delle. He
suspendido pelo Infante, e a Cdrte.
Manda a Rainha chamar q Infante
aoConvento, para 1 he fallarna grade
da Igreja ; e esta o encarrega .da sua
voha a Franfa , e restitqigSo do seu
dote. EIRei se estimula disso. Faz a
Rainha a mesma djiigencia com os
Gonselheiros d'Estado, e com os Ti^
rulos. A carta, que a Rainha escre-
veo ao Cabido da S^ de Lisboa ^ re-
fluerendo oseu divorcio. Reposta do
Cabido. Depoziglo d'EJReL Toma o
Infante posse do govemo do Reino ,
e prende a EIRei. .Antonki de Cavi*
de> apresenta ao Infante hum .papel
assignado por ElRei^ em que dimitte
r
d« si o go^erno, e o efifrega ad tii^
fante seu irmao. Cbnvocao-se Cdrtesr
Estas jurao ao Infante Principe Re-
gente de Portugal. Publica-se a par
nas Cdrtes de Lisboa , e de Madrid* -
Sentenga da Relagao Ecclesiasrl-
ca, em que dao por nullo omatrirno-
jiio d'ElRei com a Rainha D. Ma-
ria Francisca Izabel de Saboia. Publi*
cada a Senten^a, determina a Rainha
voltar para Franga. Lendo-se nos Tres-
Estados esta resolu^ao, selhe prop6e
o casamento com o Principe D. Pe-
dro, o que a Rainha acceita. Rece-
be-se por procura^ao. Vai o Principe
buscala * ao Convento da Esperan^a ^
e a conduz a quinta d'Alcantara, on-
de recebeo as ben^des matrimoniaes
pelo Bispo de Targa. Juntao-se as
C6rtes a 9 de Junho, e jurSo ao Prin-
cipe :D; Pedro Governador do Reino,
onde Eile tambem*da oseu juramen-
to. He reconhecido das outras Na'96es.
Vai EiRei D. Affonso para a II ha
Terceira. Volra a Portugal. Sua mbr*
te no Palacio de Cintra. Titulos que
creou.
^•. 1
O Senhr Ret D. Jooq IF*^ outav§
Du^ue, de Braganf^.
<• -• «
ft'.'
?" . ' J.
r •
to podi^do OS Portuguezcs «o^
TOrtar i^dr isnals tempo o captiveiro
Hespaoihol^ Se ajuntarao a 12 deOu? 1640
tubro im casa de D. Antao de AI-
«iada., a Miguel de Almeida ,
Monteiro-Mot Francisco de Mello,
Jorge, de Mdlp , Pedro de Mendon-
fa, Abtoaio de Saidauha^ e Jolo
into Rilieiro , . agents da, Qsa 1 de
Bragatifa.^ Gomej^rao todos a dift-
correrisobrc o cemedio: a lantos ma-
les, que o-'Reino padeciav e foi o
xesultado desta Junta oaccJaaiareni
p Seniior D« Joao Duqiie ;de BragaUfa;
\ Na^ceo Sto Villa^Viirosa a 18, de
Mar^ode 7604 ;( e celebrava os seuji
annos no dia 79. Foi b^ptizado no
dia::j5: |>dr ^^eu tio Spnhpr D. Ale:
2
xandre , Arcebispo d'Evora. Soube a
I^tinidaJe'cbm perfeijab'fT foi mui-
to applicado a Sagrada Escriptura.De-
pois coH^e^od alseir afFeijoado^dca^a y
e teve muito gosto pela Muzica, em
"wt fn ixiamsiYcis progres$6^. Nal
C6rtes deit/i^da em 1 6^^|^ alssistindo
o Duque de Braganga, como Con-
desravel , foi o Duque de Barcellos
b ^rinSeifO' que jtirdu neste; a«jio.
Pqr raorte do Dtf^ue IX TheoT
c>f^' I ddsio sell Pai , foi outatro^ Duque de
firaganja, e depois quinto> de GuU
toara^s , sendo o terceiro de Bari^el^
i6s. Casou o&m a Setihora IX Luiaa
Frand«ca^e Giisraao^ filha-do Dur
?M de Medina Sidonia y^ D. Manoel
ere* de Gusmao,. por procuvi^a^no
frkidpio de Janeiro dtiit^^'* roi rei»
<?et^cki em Elvas com toda^ a pDisrpa^
9 grSndeza all dejaneir^ t^tifigztxi
do iKd^^4ii«a3t> dia b fiispo d'Elvas ;
IX S^S^itiie d^ Matiod dd Noronfaa^
€Ste mafritAoi(fo. EniiViHa^V^igosa se
-' yPol n^e mestn^adao 'Homeada
Mpa ^^^sot^ii'fib de pGirrairail^l).<Mfti^
tua , viuva de Fcancisco GcnvAgSL j
IV; DuquedacjueMe E&tado, a qual
era prima 'coirrag d^ElRei FMippe
IV, , por s«l- ^Iha da Irtfanta D* C^*
tharina, fillia d'EJRei Filippe 11. ,
a qua! casou com Carlos Manoel\
Daqtie de Saboio. Esta elel^go foi
Cdtitra o qui^ se tiiiha determinado
nas Cdrtes de Tliomir; porSm ellii
entrou no fim do anno de 16^4! etd
Portugal. O Duque d6 Bhagarijft a
tnandou vizikr a Elvas , e dar-^lhe oi
pafabens da mi tinda por Frandscd
d^'Sousa Courmhb, seu Aposentddof*
M<5t. ContinuandO a Duqueza^ a jcr-
nadaf',' entrou 6 ttt Lisboa em Janeiro
de 1635'.
* Seguio«se lbg6 huttta inunda-
580 d^ novos tTibutos, e os p6vos sen*
tirSo ftotas oppre&86es, scndo ist6htt<i
tria publica i^Mt^o doi Twtadb*
aSsenrados rtn C6rr^s , reprftidas Vet
2es'\}urados, e'muitaaf rtiajs vezes- qu^
tirados. Isto WaSperou aos verdaaeR
A 2
4
roica resblv^^o deacabaretn emhtim
dia tao penoso jugo. f
Come^ou-se em 1635: a dispor
a liberdade por.meios disproporcio*^
nados; como -forao op lumultos .de
Evora.j Chegarao a Villa-Vijosa estas
vozes em' 1638, que de tal sorte al-
Yora^ou 0$ seus moradores , que .d<
noire come9arao alguns a acclatnar
o Duque D. JoSo Rei de PortugaU
O Duque , que se achava inolesto ,
xnandbu inesmo de noire ^ a seu iilho
pPuQue de Barcellos D. Theodpsiq
a socegar aquelle rumor ^ o que fez
xecolhendo-se ao Paldcio^deixando ru-
do/^ocegado, e spu . Pai. livre de cui-
dadp, que Ihe.causou iiquelle tumul-
to/
,;,:f .Soandq isro eitJ Madrid, teve
]Hmi Porruguez Diogp Soares,^ qlie
sexyis^ na Cdrre de J^adrid cotp 6
ei7^;prego de Secre^^Q d'ElRei .dp
Conselho de Portugal , q arrevimej[i»
to de dizer a EIRej em publico, que
n^OtS^ria Senhoi;. de Forrugal, ein
quajpto a Pra^a ^e V ^U^'Vi^Qaa sq
nad tornasse hum prado s&rripre ter-
de/ • -^ >
Os Grandes de Portugal, que
^o principlo desprezarao o primciro
moYiraenta popular, ja o respeitavao;
e aquelles que em segredo onao ap*
pfbyavSo , ja em publico o nSo con-
tradfziao. Assustou isto os validos
Gasrelhands, e o Cardeal de Riche-
lieu, primdro Ministro d^ElRei de
Franca, tao attento d gloria daquel-
la Monarchia, domo desejoso deaba*
ter a Hespanhola, mandou em 1638
a^Portugal com huraa instrufrjao ao
Senhor de Saiiit-P6, a explorar os
ammo& dos Pdrtuguezes , e a persua-
dir-lhes com a.sua admiravel poiitica
ii^ opportuna occasiao para a liberda*
cfe'da Patria, ofFerecendo-lhes tropay,
e'Arraadas, para poderera triunfar de
seas inimigos. E tambem • referem ,
que escrevera ao Duque , qiie recu-
^erasse oReltio de seus Avds, que a
dPranfa, e oufrOsPrincipes b auxilia*
riSo.
• • Os tumultos d^Evora forao pu-
iifdos, seudo enforcados hUn^y e ou-
tro9 coodfsinnadQs a ^^Us-^ ^nfprc^ti^
do-se em estatua o Juiz doPovo Cc-
timn^b Rodrigues, -e se^ Escrivao
Jp$o Barradas. O Algarve experifi^eaT
fou o mesHK> castigo , ppr hav^r W
guido os.tttjaultos d'EvoFa.
Par cste iiiotivo, c com o pr^r^
tcxto de melhorar 08 accidentesrar
feridos, ^e institnio huma Junta de
varios Ministros Castelh^nos em Pa->
dajdfi, e outra em Ay^mpnte, com
tao largos poderes, ique ficavjao seaK
cxercicio os Tribunaes de Porru,gaii
c OS Portuguezes verdadeiramente.^f sp
cravos em lugar de vassallos. P^cr
md^m destas Juntas., $q Jaiigavlo op-
Tois trlbutos , e se esgot^^So 09 c^*
bedaes !diO Reino. Fafa acabarem.de
todo com Portugal, cbam^rao aMa^
drid as principaes pesseas do Reiiro ^
^ssim. em :sangue , cotpo em letras ,
tanto Ecclesiasticos, como Seculares, ;
para o que- se mandar^o varias carr
tas d'ElBLci i Duqueza de Mantua,
que ella logo mandou entregar a Op
Rodrigo' da Cunha, Arcebispo de
Li^bpa ^ P; SebasciSp de Matter df
7i
JfoSo G)ttiini|p , Arcebbpo d'Eyora j
O. Caspar dot llego da Foa$eca| Wy^
po do. Porto j D« Diogo d^ S^va^^
C^nde de Pipffalegre jr JDlogQ hofW
de. Sdiisa , Cofide' de / Miran4a'4 lE^
Martinbo jAascaranI\^ ^ ^(CoQde dig
Santa rGwtt;, IX Frai^qifoq Caeftello?
UtancoiXhndc de Ss^hikgf^i iP. Ftajor.
cifco iLms? deS^ancas^Fev. GomiB^iVT
dador-Mdr d' Avis ; Frkt^^fiacOid^ Ap*^
drade Leitao , DezemWg^dor .i9%
Aggravosj; JoSo PinhejfQ;;DcfertJbarrr
gador do aPago; Recdbidft^ as oartas^
»e puzcrap:^a. cam i olio <iiodsai.QS nor^
meadosv Foi este suoce^so v exA l6^2*
Apenasfdsegliiao a Madrid ^ hao tl'*
verSo xm.cmiiitod dias. : mais ordem ^
qoe segmr a C^te, soiii pbd^rem
descobrir,' ^al fojsse orxfiegdcki pam
cjue erSoLchamadost . • < t *
Di^ndoijijiuito cuidadJsi em Cn*
t^h6i^vi&'4t Bragafirifa v'fic orde*
nou z OiiA^flFoii^ de LancEstre, Mas^
quez deif^rfo Sesuro 4 parai que:d!^
8
as Pfovinclas, e Gomarca« dc Rcim>i
e as Ilhas ^os Apores^- mandirao di-
versos' Fidalgos lerantar grande nu-
xnefo d« gente com o pretexio da^
gnetrk de 'Franja. Tarabem se man-
dou ciitre^ar,^ i ordem di Alrairante
Thomai; de Cl^&ub'urum, todos os na-.
vios de guefra , que se achassem nos
S^rtos da Reino \ e ab vDbque de
ragan9a^ chegou ordem para tirar
das suas terras mil vassal Icfs arma*-
dos. e que os entregasse^a .D. Anto-^
nioTello. E^ecutadas todas estas or-
dens sem t^ntradic^ao , ^ se 'drdenou
irem todoso^ Portugueses ^ . que ha^;
viio sid^ chamados i C6rte,. a casa
de varios Miniitros Castel^ianos sem
se communicarem hunsoont: os ou-<^
tros, debaiscQ de griaves penas. Po-.
sim nada, bastou ; porque. logo se
rompeo o segreda, e :se souBe ser a
proposta Hr-fie a cadabum.dos Mi*
nistros Poctngtiezes hum jJapel , . fcm
que.se .detfinnmava, que. o R'^ino de
Portugal :8e reduzisse a 'Provincial
5>erdQimo a regalia de Reijlor:-o que.
£IReL d^t^i^miisica j poit^ue cstava lir
9
Tre^ juramento^ QW fizera nas GAf-
tesj po^ delleio navia desobrigado
a pevfidia Eortugueza^^ : ( como ellet
diziao) fingindo casos, e concluin(k>;
que este era o parecer dos seus Theo-
logos , e Jaristas , que o liyravSo de
todovo eterupulo, e que ainda em;
tSo 4^ti&cada causa i^o queria El^
Reit executalla , sem 01 parecer de ca-^
da bum dos seus Ministros^ para que
dessejB o modo, com que^rse haviti
ifitroduzir 0. noro govemo de Porru-^
at / e quad seria o tx^ib para maid
aicUnaente se promulgarem as Leisi
adyertindo^se j que se n^o pedi4 pa-^
recer, se coavinha, ou nSo aquella re*
sqIm^o y I mas. sdmen te: a ifdrma , em
que se ha via, de executar, :
.^: Esta escandalosa profposta basta»*
ya s6naente para justifidar oprpccdi-
mento dos Portugueses ; quanco mais
tenddrseiquebrado todbs os/foros do
Rei6o, e faitado a toda? as. promsa^
sas.. Para a execugao. ddi sou pl^no
se. manjdou passar huma 'grande Ar«
mad$ 4 inverjtar no porto deLisbo^,.
pdrsi codl A sofflbra deste:poder ae
i
10
csta Armada, {|9orile6tiridiia VfOvi^Qn-i
oin, foi de^ti^idar no Gan^l dci I»g)a-K
ttifra pelorHaHatide^esu'^.i ( '- .^ >
Nao ras]ctondendo oa.iPoatugue**
site i proposca^<qfie.seihc8^fez, esqi*^
^bodo-se. cGuii:^(X;preti3X|o*i:{ie nacpbcH
Fim podercsi.para tvatair istiiia^li^fite
materia, foi^to o raotlMeide'seDpas*
aarem coaaca Por^gaL as ^aiiit injus*
I9S tOrdenst;!jpoit)ire aoimesnso cefA^
fbrao qobbnados todos oscprivUbgiM,
<^ augmenrtadbs itodos os moles. £l«
Rci naraeaiL^oDttCjife d« Brag!Sri$ra ,
por GoveraadoD'eGencraLidatr AriflM
de tado o.Bjerno.^ ciftja cam |$asSdda
cm Vectosilhar-dcvSayojra^aSrfA Ja-
neiro de i63i9(^!Uxe enviou oom outra
da mesinaj^data ^ lem que Ihe {>^tici-
pava, qiue pdaoi^i AVISOS, 'Que titihVde
qiie os/Frangezes: aprestayio Imttia
l^ndc Armadh contra Povtugat , ^
p^nrrsyifaai^a xhmno , que >se podtria
ceguir , bfenSd se previnisse ie sorte ;
^ft^ inScy pudesaem oa seus iniw ^gos
(ogrirr o» aevF. design ios^ seveioH^a
n
Vi^cmo,^ debaixo das ordkns da Vnn^
ceza D. Margarida sua Prima. I5|8tu<'
sou-sQ o iDuque;, mas nao sepdo ad^
miti4as 9? rai^itas jQ^^usaa, <)ue rfipre-»
s^roU) Ihe foi percisoacceitar o/ppfiA
tOj.e fiassar a-Almada*
Houverao sob^e js?o variQs disK
cursos , e entre elle^.de penrsou ^ <\\jt%
e^a eki^lo foi:4 .para prender o Dn^r
quevppis come tinha obriga^^o 44
vizitar as Torres^ e os navios d|nA,tl^
mada » seria fi^^U prendelo y e lievarU
Ip >a Cadis: por^^m, e^ta grande id^
nSo teveefFeito. OI>ikque yeio iVik
la de Almadar ; ' asqui foi vkitado de
todos OS Grandes , e Senhores ^^ ondf
IJie sond^rao o. anmo y e eUe pent»»
trou.o jRm de todos 0$ segredos, Di
Antomp de Mascarahhas Ihe disse ^
Qite tinha convocado toda a Nobreta
pare o dia , qae d Duque bomv^sse
d^ pa^r ^ Li^a, acrescentandoo
5PS Porqi^'e, ^^cvdia b^de ser nosso^
fajarrp. Yossai Extfelleneid alegre. a
Q Diiqve rm^trbu o nao mteti-i
dja ; de qae D.< Atitonio de Mas-(
$:af)»ibas Scqu t^apeoetrado, qucy
qoknclb foi o da-ttitfada, fiSoJquiz-
vol tar a Almad^ com psmais Fidal-
gos ,' que hiao ao acompanhaPmentb.'
G"Duqae nio conhcccndo bem aquel^^
tei'/ie quern devia fiar-se^ sondahda^
Ihes OS animo^, se hao dedarou cottr
atgutis dellesj-eentrerantas prdticas,
e- pcrsuas6es , ^rfmente'^lhe deixpu^es-^
p^ran^as, com respotider ao Monteiro-
M<Sr Francisco de-MdIo. =:Qqeam-
d% nSo ha via oCcadiSb. ;=: Esta repos-
tk nao deixou de animar os interes-
«ad6^, d6 qu^ se poderia lografr a
sua determindfio; ^ . . ^
"' Passbu DdqUe a Lisboa a' vi-
>irar a Ekiqiie^ de Mantua ^ haveti'^
^ itiuitasquesrSitfsnomodo, cbntquis
Kavia ser recebidw, £ntrou no'Pafo
esperando-o a Gapitao da guarda ao
p^ dk escada ,• baixando^ a "recebeilb
com huma esqliadra da guarda Real^
esiando a raais em' ala por onde pas-^
sou. Gs G)rregedores do Crifitie da
C6rre Andr^ Velbo-da Fonse^a,. e
Diogo Fernandes' Saiema , o esperd-i
rao ao pe da^'escada do Pajo, ^ahlii-
do a i:ecebdlo ps^Officiaes da Casn
13^
R<^^i:port:i 3erb*ao. Havendo oih>
4eiiado a Duqu^^a. a hum Official dai
Casa keal, Itie nauda^sei o lugar ^
c^AeijA y'qusLndo -se^entava ^ atrasan-
dor^bs^ ^ste, hum passo, Thom^ do
^ousa: com herpica reselugaoy e Ati^^
patriotico, pri^ciosa bdriaHpai, iqm
transm.iftio ads. si^w Grandes D^cmr^
dentps, o nao eofx^^ntiQ^.e^atpdz no
lifgar devido. Aiivizita.foi .dilatadai
e ifii^s^a. mesma tajxle yoltou p. DnquQ
pgtja.AIraada. rToda a C6rte coffcoty
r^o 'a assistir-lhe,ie:o Povo a;fedt^|aU
lo , [sepdo contijma^eme as^isttdo d!t
todj^ . : a Nobrez^ ^durante o tcttarpo >
91^ se demoroy em Alraada; o.q'ufe
lispnjeou, ranto ao -Dttque , que. 'diesd
da^ippr bem ertipfcegadta.a jbrt^da «6
pelo mc>tiT6 rdo$hobfi»qmos ,: qufe' ^-i
cha recd)id0. Naj'TOtTada do i]oy0fn6
se recolheo a VHU-Vifosa livr^idos
|^QS;,df. CasteUa>j v,ci dos peiigosr,
(|Aie.D aracajaYli). .' - : .-i.r-
../ De Cast4U .nefcftbeo o Quqn^
0i;deo8.^pis(ra fazefMfeuftja.Jeva de^SbU
mkiida a e^ctisd , delD curnpr^mentd i'
Oi^deftj mui ferttdmeftfei -
-r Cotno o ' Ehique^ nSa "d^^fe de^
tfoA^ra^o algu^ia dfr duerer ser c^
*idttdo'^Rei dePorwgal, imerrtjitaa
feti^r adS^nhbr D;^Diiarte seu irniSo^
g^e i^ava^ em Ai^mafiha ; mas ne-''
c;«6sitatido tao* gtaiide m^I de iiiai^
j)fti>mptb rMnedla, fiierao novas iiw
>»a[ndas* ao Du<}M6^d€f Bragan^a. Entk-tf
ds^ juieressadbsc da liberdade daPa^
c'mv^^^^^ OS ptiiiodros D. Miguel de
AlrDeida, descerxknte dos antigdd
Condes de Aferantes; D. Antao de
Afcnada, illustre descetidente dos
Condes de Abranche*^ ; Pedro de Men-
donja ; Francisco dt Mel lo, Montei-*
rd»-M45r; Atttonii^^de Saldanha ; D.
Antonio Mascaranha^; D, JoSo Fe-
mora, illustre 'Saderdote; c outfox,
qiie:^todps desejavSo sacrifitar a vid^
pela liberdade da.'Patria : s^ndoai?
^dpa^ de esodnd^o para toda a Na«
9^J o Cende Da^ue-* de Olitares Di
Gaipar d^ Guso^o^^ Diog^ Soares
15
em eHesfiatiba , e MigM] d9' ^vt^on^
celtas^em Portugal, a^ueli«s .sttggerkK
doij^estereKefcurandd; ^'' i« ^ - >
.^O^i Mowteircv^'Mbri Pi*attmp(> 4«
M^lpi^^fbveoi nes^e a»iK^ 'd^e 1640
ao Mamifez de.Fert^im , <e^ ao Cond
dede/.ViVnfb^o , IX A#ofiSO : de Poi^
tu^Iv pedindo-'Ihe >f\3fpf)e^«»ita88e^' lao
Dii^dd .E^'foSo a'ti^Ge^tdqde,^ cfiid
havialu^^eHeiacceitk^ a* Otjrda dfe Por^^
tugal^ qni for Direiny ^h^\perteimn
Bot^iivmar vias cliegdrSo r is{:a8 ra^
z6es ao^'Domie eneaisinbpdas peki
Ma^quei de Ferrelra^'e^ao^Conde de
Vii*iio»b p^ Jorge de McSIo;' irmJo
do 'Mo»teirGMM6n ^^ rjon^T] r. f -:
iTfimhs'p Duque de Brat^a^p em
Li^oa oocupado com negacios da
SIKH Ci^af riarjotio Prmo ^ibeimiV ^pe^
rito ncpDiftgho^Glvilv e riSraho. oarpOT'^i
e$reo«nao conhecido' da^ C&itc fqi
eieito poirtt^tnahejai^^ecfdraitiieme/^ii
te^^h^goefo pt- Iia23er'' wl pamcipǤ<fat
predsaftao Duque, if daf{ cwtpaa^ipr*
vldewsiais' fiace88aria^:)|war^ felJ3 ^Ittl
cujftt^T'd^/taiei^^^gtiaind'b aidomecl^ieMo;^
16
OS raovifBibrtto^ ddS'Pprtiigii^aes, e
Ffiieio a p^5l^i,4o 'Duque , ijeoebeo'
este ordera d'EIRei FiJippe/^para o
i^tompanferf^ a fC^ralgpha.St s6tegar
K rcv0luf5€!9r 4fqueIle.Pc«K:ipii46;
fr-tambeiB gonvi^ava a todos^: ds-Fi-
daJ'go5 pata^^Jte iiin, Gs -GatalSes ,
&rtificaador$!& ejn BarceUona , ibu8-
dfiio a p^oiejC^ao de Fran^i. OOu-
qttr, larub.qifi^recebeo estei()rdem^ se
retfirfveo^qlagb facceitar a CSor6a de
Portugal y (6 liyrar a Patria da e^cra*
vidao a-qiteesrava r^duzida*
::. FoL. en viadp Pedro de Mendon-
5a, AlpaifterJMWr, e Senhor dcMou-
rao a offerecer distinctamente o Rci^
no ao Duque d&jBragaiifa^m iiome
dos Grandes, certos de que o Poto
seguiria a.jsua yoz. Fezxajminho per
Bvpra ,odode cotntnumcou' ao Mar-
quess de.Ferteira , a D. Rodrigo sea
itmioi eaofCondeide ViiBio^o,- a comn
fDiBsa<p yl^fim; Ifyava. Estea eicrc^rao
a(OrDiiqi^-.per$U9dindo-o comiObvaa
in^tandsusia^ac^eitar taa generosa of^
fertac Pa^ndo Pedro de M^ndonja
fi Yilla^Visosa. acboU'oDiiquo: oasan^
17
(to M sua Tapada, onde passados oa
primeiros cumprimentos Ihe commu-
nicou o negocio, recommendando Ihe
ao meSfDo tempo guardasse delle se-
gredo aoseu Secretario Antonio Paes
Viegas , com raedo n^o desviasse es-
re ao Duque de acceitar a offerta.
O Duque respondeo , que em nego«
do de ranta pondera^ao Ihe era pre-
ciso tempo para meditar, e que da-
ria a resposta depois de communicar
o negocio com oseu Secretario, pois
estava certo Da sua fidelidade«
Conferio o Duque corn o seu
Secretario; e concofdando ambod,
f^assou ao auarto da Duqueza a dar*-
he parte do succedido , a que ella
generosamente respondeo: Que a in-
da que a morte fosse a consequencia
da Corda , tinha pof mais acertado
morrer reinando, que acabar servin-
do ; de' mais que todos os vaticinids
«dgurav3o a empreza, e que assim
s6mente a dilajao de soccofrer podia
ser prejudicial* O Duque achando tSo
conformes opiniScs , chamou a Pe-
dro de Mendonjid^ agrad^cend.o o
B
18
trahalho^ e o perigp a q\je se expaze-
ra ; respondeo, queestava prompto a
acceitar a Corda de Portugal, para a
fazcr respeitada de seus iniraigos.
Pedro de Mendonja quiz beijar a
inao ao Duque., o que elle recusou,
dizendorlhe , que nSo faltaria tempo
para aquella cererapriia.
Pedro de Mendonja, para dissi-
xnular a Jornada , partio para Mou-
r3o, e dcspedio hum correio a D*
Miguel de Almeida, em que Ihe.di-
zia : Que fora a Tapada ; que a ca-
ja andava levanrada; que se fizerao
algun^ tiros; que huns^ se acertarao.,
e,outros se errarao; e que era grai>-
de a prudencia de Joao Pinto Ribei-
ro. Nao percebendq D. Miguel este
aviso, o gu^rdou ate i sua chegada ;
o qua! dando aos da Junta conta da
reposta do Duque , a celebrarao com
luuitas demonstra^des de alegria , e
resolverao,. que passasse Joao Pinto
Ribciro a.Villa-Vifosa aajustar com
o Duque o dia, e a forma de se p6r
tudo em execufao. EUe o fez coco
o pretexto de dar cgnta ao Duqu^
19
de lnjma,detiiarpdayL:q6'e' tratia com.
a casa de Odemimi Jd Besre tempo
pb&ervava a Dtrq^eza de Mdntua to
dos OS passds dos Fidalgos de Lis«
boa J poncujo motiyo, sendo perigo*
sa a dila^So do negocio , foi preciso
mandar o Duque dizei; pelo inesmo
Jbao Piht4)i Ribeiro aos Confederal
dos , que principiasse a acclama^ So
por Lisboay'e nao por Evopa, como
estava premeditado, e isto quanto
antes.^ - '
Guardou-tse hum inviolavel se*
gredo. Os Fidalgos se ajuetaY^o em
casa de JoSo Pinto Ribelfo , que as*
sistla naPa§0, que o Duque de Bra-
ganfa,tirilra nesta Cidade, com tan-
t^ caut^la ^ que dei^avSo cs coches ^
e OS cavallos em diversas partes, ten-
do anticipadamente Joao Pinto Ri-
beiro maadado retirar os seps cria-
dos, e ponj^o poiKa^ Itiz^^ para nao
v^rera quem e»trava.
Finalment^'iiaquella noite , que
era Domingo 216 de Novembro, se
determinou pdr-se emetecujao oque
estava :a}ustadO) no Sabbado seguin-
3 2
20
te , primeiro dc Dczembro, cominu^
nicando-se a todos , que , por inter-»
ven^ao do Padre Nicolao da Maia,
estavao promptos o Juiz do Povo ,
EscrivSo, e Misteres, com alguns
dos da Casa dosVinte e qaatro. -
Deo-se parte desta conferencia
ao Arcebispo de Lisboa D. Rodrigo
da Cunha , Varao verdadeiramente
Fatrioti€0, que em Madrid recusou
o Barrete de Cardeal , que Ihe offe-
reciao , se elle desse o seu voto para
€ste Reino WProvincia, comoadian*
te veremos tratando deste insigne Pre-
lado, o qual, approvando a idea dos
Confederados, entrou nd numero del-
les , e o segttirao seus Parentes, e to*
dos OS Ecclesiasticos , que ihe esta*
vSo sttjeitos.
NSo faltando senao tres dias,
se deo parte a D. JoSo da Costa, que
fez se apressasse a concluslo do ne-
gocio; pois que corria grande risco
a demofa/ pelo medo de s^ revelar
Q segredo. Assentado odia, se deter-
sninou a hora, em quese deviao achar
noPa^o^ repartldos por rarias partes^
21
6 tanto que o relogio desse nove ho«
ras, sahissem todos do coche ao mes-
mo tempo: que huns ganhassem o
corpo da guarda , onde estava huma
companhia de infantaria Castelhana:
outros, que, subindo i sala dos Tudes-
cos, detivessem a guarda dos Archei-
ros : outros, appellidando a liberdade
das janellas do Pa9o, acclamassem
ao mesmo tempo o Duque de Br^gan*
(a Rei de Portugal ;' e que outros pas*
sass^m a matar o Secretario de Bsta-
do Miguel de Vasconcellos.
Amanheceo o dia feliz de Sab«
bado, primeiro de Dezembro, tendo-*
se todos confessado no dia antece«
dente , implorando o auxilio do C66.
paraesta tiograndeempreza. HaviSa
OS quaretrta Fidalgos confederados.
avisado a todos aquelles , de queid.
precisav^o : estes cohvidirlo outros^
dos quaes hejusto conserrar'^e ame*^
moria , e sSo os seguintes :
D. Miguel de Almeida. • >
D. AntS6 de Almada* '^
Jorge de Mello* '--
» i
> . r
«»,
22
Pedro de Mendon^a, Aicadde»-M6e
dc Mourao^* '
D. Antotlio Mascaranba^«: ; •
O Doutor ' Joari. Pinto B.ibffird*
D. Ahtoodc^ Tello. -
D. Gascaor Coirtinfao.
D. Luiz dc Almada.
Tiiom6 de Sbusa.
D. Alvaro. de Abranches.
D. Affonso <ie Meoezes*
D, Rodrigo de Menezes.
D, Joao da Costa. . - . ^
Antonio da Costa.
D. Antonio de Alea^oya. r-
D, jQao..d€.Sae Menezes, Catnarei-
' iro-M<4r, . of ^ , ..
Jo3o Rodriguesoje Sa.
Antonio de Saldanha*:
Jolo de Saldartha de Soufiav. if .
Joao de Saldailha da Qamaa o —
^iflionio'de Sildanha^-^u 'mt^i^;
Bartbolonaeo de Saldanha,..i$eu ir-^'
mao. . .? • . .
Sancho Dias de Saldanha.
O Conde de AtougUia. J ' i.
D. Francisco Coutiflho/$eu fir«liSo,
D. Vasco Coutinho. ,
/*#
23
Martim Affonw de Mella.
Manocl de Mello, seu filho.
Francisco de Mello de MagalbSes*
Antonio de Mello e Castro.
D. ]oio Pepcita , Prior de S. Nico-
lao.
FemSo Telles da Silva,
Antonio Telles da Silva^
D. Fernando Telles.
D. Antonio da Cuoha; :* y •
Tristao da Cunha de Atayde, t.*.-;
Luiz da Cunha. de Atayd^e Mello ,'
seu filho. . .'
EstevSo da Cunha, Deputado^crSan-*
to Officio. ., ' '
Luiz da Cunha, netp de D» AntSo
de Almada. ; ^ )
Luiz Alva^s da Cunha. « tl ^
Duarte da Cunha , seu filho. - '
TrlstSo de Mendon^a. ■' »/. • ' *
Henrique de Mendon9a , seu filho;
Luiz de Mendd^a, filho de Fedro^
'*de Mendonga.
D. Manoel Childe Rolim. >'
D. Francisco de- Sousa.
Di Paulo da Gafpa. v
O. Tbomaz de Noronha*
24
D. Francisco de Noronha, scu it-
tnao*
D. Miguel Maldonado.
Caspar Maldonado*
Vicente Scares Maldpnado*
Francisco Maldonado,
SebastiSo Maldonado ^ seus filhos«
Gonjalo Tavares,
Gii Vaz Lobo*
Ruy de Figuercdo.
Caspar de Brito Freire.
Luiz de Brito Freire , seu filho,
Manoel Velho.
Francisco BrandSo,
Francisco Freire BrandSo.
Frandsco de Sampaio.
O Padre Nicolio da Maia.
O CapitSo Marco Antonio de Aze-^
vedo. .
O Capit^o Vasco de Azevedo Cou-
ttnho , seu irmao.
Francisco de Vasconcellos.
Luiz de Loureiro ,\ Informador de
MazagSo*
O CapitSo Jo^o de Barros e Sousa.
Antonio do Kego Beliago. seu fir
Iho.
25
Antonio Figueira da Maia.
O Padre Berna^-do da Costa.
O Alferes Manoel Lcitao de Lima.
O Licenciado Gabrii^l da Costa^ Quar-
tenario da S^.
Manoel da Costa , seu irmao.
Paulo de Si.
O Capitao Diogo Penteado.
Martoel de Novaes Carvalho.
O Capitao Joao de Novaes Carva*
Iho.
Manoel de Azevedo.
Joao da Silva do Valle.
Miguel da Silva.
Gregorio da Costa.
O Alferes Francisco Tavares.
Gon^ralo de Sampaio.
O Alferes Manoel de Sampaio.
Caspar de Tovar.
Pedro de Abreu.
SimSo Corr^a da Cunha*
Luiz Alvares Baiyha.
Bento da Motta de GusmSo.
AfFonso Mendes.
Luiz Godinho , Escrivio do Pescado.
O GapitSo AntoniO' Franco de Lir
, ma.
26
Alberto Raposo- V
Paulo de Mouil-a.
JoSb' B^ibciro. ' ;
G ticenciado Garpar Cletjsente^' r
outro6.
Prompros , prevenidos , e arrna**
dos todos OS refdHdos , se vio entao
at6 que ponto sdbio o 'patriotismo ;
pdfe are 'itiuitas^ seiihdras^juiz^r^o ^er
parte na gloria deste dia. D. Filipipa
de Vilhena armando^' com sua*? pro*
prias maos a^seiis'.^ois fiihos, D; J&-
ronymo de Attaide,.'6 D. Francisco
Coutinho, cxhortando-^os a huina tSa
heroica empreia j^'-Hies disse: ;=:Ide,
meus fiihos, exnnguir a tyrannia, tf
vingar-'nos dos nossos inimigos; e es"^
tai certos, que se osucceiso nao cor-
responder ds nossas e$peran^as, vossa
raai nSoha de sobrfcviver huiii s6 itn
stante i infelicidade de taittas ptssoas
debem. IS Omesmopraticou D. Mai-
rianna de Lancastre , com seus dois
fiihos, FernSo Telles da Silva, e
Antonio Telles da.iSilva. DirigirSo-
se ao Pa^o por diiFerentcs cammhos^
27
a maioi* parte em liteiras, a fim de
inelhor esconder o seu ntimero , e as
arroas que leva vao. Dividirao-se em
quatro ba.ndos , como ehtre si tinh^o
ajustado^ Occupados todos os postos
peios Gonfederados, esperavSo com
impaciencia as nove horas , que era
a hora determinada para aexecugao.
Nu.nca o tempo Ihes tinha parecido
tao vagaroso* O receio , ^que fosse
descoberto o seu grande ndtnero , e
de que aJiora extraordinaria, em que
appareciaa no Pa^o, fizesse suspeitar
90 Secretiario Miguel de Va8Concel«»
los algutna cousa do seu designio,
Jhes caufuiva desassosaego. * £m fim,
dada$ a$ liove horas* , logo, todos sa^
hirao doJs.seus cocbes , e ayan^arao
ao Pajb. Jcirge de Mello:^ .Antotiio
de Meljo, « EstcvSoda'Cunhaj com.
algumi tgente que os seguiSb, deti*
ycrao i>s,$oldado6 Castelhanos, que
estavaa deguarda. D, Miguel de Al-
nietdai. ajnda que velho,- siibio arreba^
tad^iu^ntea Sala dos Tudescos, e^
disparou ^huffla pistola , signal que
se lAx^.tjWUtdo, para que se repar-
28
tissem pelas partes, deqiiecada hum.^
csrava encarregado. O Porteiro-M6r
Luiz de Mello, e Joao de Saldanha
e Sousa, ganharao o lugar , onde es-
tdvSo as alabardas dos Soldados. D,
Affonso de Menezes, Caspar Brito
Freire, e Maloel Antonio de Azc-
vedo, as lan^drao todas em terra, iin-
pedindo a que os Soldados as pudes-
sem toma^r: alguns intentdrao impe-
dir o passo da- porta , onde morava
Miguel de Vasconcellos ; mas 6 va-
lor de Pedro de Mendonja , e Tho-
xn^ de Sousa os carregou de sorte,
3ue dezampararao a porta ; e queren-
o ganliar .huma que hia ao quarto
da Duqueza de Mantua , ji a achi* *
rao occupada por Luiz Godinho Be- '
navente, criado do Duque de Bra*
gan^a , e por outras pessoas, que o
acompanhavao, as quaes matar^o hum
Tudesco , e ferirSo outros , e assim
OS fizer^o retirar. Neste tempo o res-
peitavel velho D. Miguel de Altnei*
da, perto de oitenta annos, com a
espada na mao disse gritando : =: Va-
lorosos Portuguezcs , yiya ElUei D.
29
Jdab IV., ate agora Duque de Bra-
gan^a, viva, morrao os traidores,
que nos arrebatario a Liberdade. s
Desta sorte chegou .^s varandas do
ra^o, repetindo as mesmas palavras
iDuiras vezes. Outros buscando a ca-
sa de Miguel de Vasconcellos , en-
trarao pelo corredor ; e encontrando
a Francisco Soares de Albergaria,
Corregedor do Civel da Cidade, que
sahia daSecretaria d'Estado, Ihe dis*'
serao todos t:: Viva ElRei D. Joao t=i
e elle arrebatado, tirando da espada,
respondeo z::Viva ElRei Filippe de
Hespanha , e de Portugal :=: a que se
seguio darera-lhe hum tiro de pisto-
la , que em poucas horas Ihe rirou a
vida*
Continuando os Confederados a
buscar Miguel de Vasconcellos, rom-
perao facilmente a porta da casa, em
que despachava ; e nao o acliando
jiella , julgirao ter fugido; porem
buma criada velha apontando para
lium armario de papeis Ihes indicou
cstar alii escondido. Abrio-se o ar-
mario J e logo D. AnCQnio Tello Uie
30
dispardu hum tiro, a que:sc seguirSd.
ourros, queolangarao por terra cheio
de fcridas mortaes, e ainda vivoo
lanf arao ao Terreiro do Pa^o • das
janellas abaixo , dizendo : r: Viva a
Jiberdade, eElRei D.JoaolV. ^ mor-
rao OS traidores. :=: O Povo execotou
aesle cadaver toda a crueldade , ar-
rastrando-o pelas ruas, e fazendo
mil desprezos, at6 que a Irmandade
da Santa Casa da J^isericordia Ihe
fez dar sepultura. Tal foi o fimde
Miguel de Vasconcellos , Portuguez
de nascimento, por^m inimigo da
sua Na§:ao , que em todo o tempo ,
que exerceo o emprego de Secreta-
rio d'Estado , fez todas as tyranniaa
ao povo sem respeiro a parentes,
mem amigos. Tendo ajuntado immen*
SOS cabedaes no exercicio do sen car-
go, foi tudo confiscado, sendo buma
grande parte saqueada pelo pov)^, que
quiz por suas proprias m^os pagar-
se dos damnos delle recebidos.
D, Miguel de Almeida^ FernSo
Telles da Silva , D. JoSo da Costa ,
,Thome de Sousa^ Pedro d^ Mendon^
31
p'^ D. Aritao de Almada , D, Lufa
^eu Jfilho, D- Antonio Liiiz de Me-
jp^zes, D. Rodrigo de Menezes seu
ifinao, D. Carlos de Noronha, An*
tomo de Saldanha^.D^ Antonio da
Costa y D# Antonso de Alcagova^
Joao Rodrigues de.Sl, Martim Af»
fon5o de Mello, Ltoiz de Mello, Mar
noel de Mello seu filho, TnstSo de
Mendonja^ Luizi de Mendon^a:, D»
Franqisco de Sousa , D. Thomais de
Noronlia, D. Francisco de Noronha,
D. Antonio Masctranhas, D. Fer*
hao 1 eJJes de Farp , Ruy de Figuct
tedo, Luiz: Gomes seu irmao, Fran-»
osGo de Sampaio/ Gomes Freire. de
^ndrade , e sen. filho Gil Vaz Lobo^
forao todos procurar a Duqueza de
Mantaa, qae a aoh^rao a huma ja.^
nella, pedindo ao povo que asoccor?
resse, e livrasse de tao pcrigoso Ian«?
ce. Par6m elles com todo o dedora
a obrigarao a qae se retirasse; e in^
tentando descer.ao Ttrrciro, taaibem
Ibo embaragdrab^ a .qlie eila disse:
:=: Senhores , ji estaes: satisfcitos , e
vingados com a morte do Mindstra
32
culpado , elle etti castigdda, vA($
passe adiante o furor , que nSo deve
entrar em cora^desdo nobre^: ett
prometto ,^que ElRei Cathblico tiit
b6 perdoe a todos, mas vendo a obe^
diencia y com que respeitaes o seil
servico , agrade^a v^r este Reint> H-
vre dos excessos do Secretario. ^■
O Arcebispo deBraga, President
te do Pa^o, sahindo do Tribunal
cbegou a tempo « que a Duqueza
acabava de prouunciar estas palavra^i
e intentou seguir o mesmo estilo;
por^m o respeito ^ que se observou
com a Duqueza, quebrou D« Miguel
de Almeida, mandando-ccalar; oque
elle fez retirando-se a hum dos quar*
tos interiores. A Duqueza continuou
no mesmo com muira soberaoia ^ se«*
gurando o perdSo doRei CatholiCo;
a que Ihe responderSo , que jd nSo
conheciSo outro Rei senSo D. Joao^
que haviao acclamado. A esras pala-^
vras se enfureceo a Duqueza , e fol
fiecessario a D. Carlos de Noronha
nandalla calar, e retirar com metioa
attenjao daquella^ com que a(^ alii se
33
rinha traltaido; porque Ae outra sorv
te era arrtscado perder-se-lhe o respet*
to: a que ella replicou dizendo:
n: Ainim ? Coino ? :=: A que D. Car*
Jos respondeo: s::Obrigando a Vossa
Alteza , que , quando nao queira en«
trar por esta porta , saia por aquel^
la janella* rr O que ouvindo se reti^
rou assostada com as suas Damas ao
seu Oratorio; e pedindo-se-lhe pas-
sasse ordem k D. Luiz del Caiupo ,
que governava o Castello, para que
^ao fizesse movifflento y assigncu na
forma, que estava. Ficou de guarda
i Duqueza D. Antao de Almada ^
comi algumas pessoas* Os outros Fi«
dalgos sahirao do Terreiro do Pajo^
gritando em altas vozes : z: Liberda-
de , viva ElRei D. Joao IV. t: Lo^
go todo o povd acclamou o novo
Rei. Concorreo muito para este di-
toso fim o ArcebispD de Lisboa D,
Rodrigo da Cunha; porque, tendo
noticia de que se executava tudo
quanto se havia pF€meditado,> sabio
da S^ ^ e no terreiro , que Ihe ficava
diante, achou a D, Pedro de Mene^
c
34
zw, Cdnde fle Cantanhedcj PresldciH
te da Camara, com todb o .Gorpo do
Senado, D. Aharo de Abraoches,
com a Bandcita da Cidade^, 'sergmdo
de todos, e buscando ao Arccbispo,
jd chegamlo defronte dalgreja de
Sianto Antonio, pouco distante da
S^ , quarido se ouvio gritar a poyo,
que httitia Imagem de prata deChris*^
to Crucificado ^ que lev^va hum Cz^
f>elISo diirnte do ArcebispOjdespre-*
gava bra^o direito: o !X}ire toAos
fitefao per coosa iBaravilhosa^ , con*
f^ssandc^^o asiim o povo prostrado
pOr terra, e di2endo queDeos appro- ^^
vava ic6ftr es'te signal a obra , que
acabavao de executar.
Dw G^stSo Coutinfio dando li*.
bendadie aos pfezos abrio as cadeas,
e todod se acfedrSo livre«. Chegcu d
ArcebispO'-ab Pago, c ji o achoii
cheio de gente de todos o^ Estadosr,
congratulajado-se todo« mutuamente
Pela libefdadfe da Patria, Voltarao ad
ftf ^ OS oatf-os Fidalgos j que liariao
gtedb pel* Oidade, t <lentro em tres
l^tai e$taya 4iido em tal ioc^go^ co-'
35
md $e iiuda b<5livera dccnte^ficlo; e
em poucos dias socegou todo o Rei-i
no, livrc de hum captiveiro de ses-
senca annos*
Era 'Quanto o novo Rei nSoche^
g^va de Villa* Vifosa j se deb b go*
Verno ao Arcefe-fepo de Lisboa , e ao
Afctebispo de Bfaga, que acceitou
mais portemor, que por ventade,
e a D* Lourenjo de Lima , Visc?ond^
de Villa-Nova da Cervcira, J)or st
eScusar 6 Inquisidor-GeraJ D. Fran-
ai^fcb de Castro* Tanto qiie os Go-
temadores acceitdtSo, etpedii^b logo
ordeiis para todo o Rdino, notJcjan-
db o succedido/itiandando armar to-
6d o Reinb coiithi a inva«lb de Cas-
t^Wa. - Dedpactfadoa os Correiofe ao*
meio dia , se rfefeblherao bs G6^«rhfa-
dorfis a suas'-elajas,^ admiradbs op ve-
i4fe a Cidade'no'mesnlo '^oce^av
que' no dia anteJed^nte ; as IdjaS^dc
Mercadores abertr'a's, e tudb -o rtaisi
na?-*raaior tranquiltdade nunca vista
erti'?taes acontecrknentos. Socegada a
Gfilade, Joao Rodrigues de Si/E>;
c 2
36
JoSo da Costa , e outros Fidalgos I
em hutna das gal^s , que estavao bo
rioy renderSo tres navios da Arma*
da Castelhana, que estavSo surtos,
e guarnecidos de Infantaria.
Entregou-se o Castello da Ci-
dade; e no mesroo dia as Torres de
Bel^m , Cabeja Secca , Torre-Velba,
Santo Antonio ^ e o Castello de Al-
mada , sendo a Duqueza de Mantua
3uem passava as ordens. Depois man-
irao Qs Qovernadores sahir do P^«
$o a Duqueza para o de Xabregas ,
onde foi acompanhada do Arcebispo
de Braga, e daqui foi mudada para
o Mosteiro de Santos das Com men- j
dadeiras de S. Tiago. Os Officiaes
de guerra, e fazenda ;CasteIhanos fb-
rao postos em custodia.
., ,^sta fiioriosa ^i^cyao liio tera
iguai na Historia:' nenhuma Na^So
ainda se restaurou. por semelhantes
passos, e por pessoas particulares,
e sem soccorros de outras Na^des: ]
humReino cercado deseus inimigps^
aeguro com presidios, e fortalez^s.
37
bem se yd ser esta acgSo auxiliada
por Decs, para «er eternaraente accla«
mada pelas maiores do Mundo.
Chegou a noticia a Villa- Vifo-
sa, levada por Pedro de Mendon^a ,
e Jorge de Mello , pela posta na se-
gunda feira 3 de Dezembro, a tem«
po qQc EiRei entrava na Capella
a ouvir o Serrtiao, referirSo-lne o
successo, beijarao-lhe a m$o, e man-
dou que se continuasse a solemnida-
de ; por^m alvoro^o foi tal , que
nSo deo litgar a seguir a ordera. Jd
se achata emViUa-VifOsa o Mar-
q«ez de Fferreira , e o Conde de Vi-^
miosOj que baviSo solemdemence ac«
clamado ElRei em Evora , com avi-
so quetiverSo deLisbpa: oMarquez
de Ferreira, Dr Franciscorde Mello,
que d ittiita^aO' de seus maibrer, man-
reve sempre com amor , e rcspeiro o
parentesco com ds Duques , foi o
primeiro, que «e offereceo a servir
ElRei ; 6 que agradeeeftdohlbe o Se-
nhor D. JoSo , Ihe d«a""^aepow o fu-
gar de Mord(Hno^M6» da €asa da
38
Rainha^ ^ ^ Marqaeza sita raulher;
o cargo d^ Caraareira^M6r,
Recoahecendo EIRei o <juanto
con^rinha partir com. brQvidade. para
Lisbon ,• • entrou no Coche , , acompa-^
iihaiido*a n^Hd o M^rq^i^z deFerrei;
ra, o Conde d« Vimioso... iPedro de
Mendbiifa,:^ Jorge d^M^lIo, e aca*
valio alguns criados da s&sl Casa* Sem
mais guarda, que o segyi.^sc, aahip
de Villa^Vifosa entre yiiyas-, '^ accljh
magdes^ que cominu^r^o ^fk Lisboa,
onde chegou seis dias d^pofis- de su^
gloriosa acclamacSo, sarlvaodo 4^^
chegada o Casjtello , e FortaUsajS da
Cidade^.Nessa mesnaa tirde beijirao
a mao a,£lGlex os, Xribujiaes., e-o
Auditor daLeg^cia, o.qual levantou
p interdifato por seis.:|ne^^s.,. que p
GjUeitorrrhavia deix4do,v.qil^ndo sa-
hio do Reinq iesic;andMisa^a dos Mi-
nistros de Gastelk* A' noitc se vio
toda a Cidadfi illuminada) nafl seou-
Tindo pelaa'ruas j fieo^a rvivas do Po*-
vo, co«i.tSa>eJ5ce?siv^ alegi:hi, quf
deo oaotiT(i z^Mm Fi^l^ Qlsi^
39
/han6 , que observava tuc(p o que «^
pa^sava f di^A^r : ::;^ H? posslYiei, qu;^
se tire hum Reino a EilRei Filippe
sd com luminarias, e viya^, sem mai^
exercito uem;podcr? Grande signal ,
e cffeito sem diivida do brafp Omm-
potenjte. de Decs, ir .
. EiRei logo com prud^ncia pro*
Jiibio as pomposas festas , que o Se-
nado da Camara de Li^boa queria
fazer , dizendo , que nao queria mais
prepara^es , que as da guerra para
defender o BLeino. Todas as Villas ,
,e Cidadea^acclamarSo solemnemente
40 novo Rei/ RenderSoi-se aos Portu*
^uezes osCastellos, eForcalezas dent
tro de'oicb diaS) entre eMea os de S.
Filippe, c Torre de OutSo na Villa
de SetubaK A Pra9a db Cascaes se
rendeo a D. Gastio GDUtinho a ib
de D^embro, e a la a Foftialeza dc
S. Gii<} a ' D* Francisco de- Sousa ^
govemando e^a Forraleza X). Fer^-
Tiando tfe la Cueva , a quern EIRei
4eo huma Commendaf ,- e fe£ outras
xnerc^s. in, - c' •
'Y^QC^a^ todas «9 difficuldades,
40
sc dispoz a solemnidade da corftagiSo
d^ElRei. Foi ella a ly de Dczembro,
em que a Santa Igreja cel^bra o ou*-
tavo dia da Concei^ao de ^laria San*
tissima. Baixou ElRei do Pa^o a bum
grande theatre, que se tinna prepa*
rado debaixo das suas janellas , ves-
tido de todas as insignias Reaes^
acompanhado da principal Nobreza
da Corte na forma, com que os Reis
de Portugal faziao semelhantqs actos ;
cu?tentava-lhe a cauda o Camareiro*
Mdr ; hia diante d'ElRei o Marquez
de Ferreira , do Conselho de Estado,
que fazia o officio de Condestavel^
e logo Fernao Telles de Menezes,
que fazia o officio de AIferes-M6r ,
com a Bandeifa enrolada; seguia*se
t> Marquez de Gouvea, do Conselho
de Estado, Mordomo-M6r, com a
sua insignia na mao, e todos os
Grandes, e Fidalgos na forma dp
costume y todos descobertos , e dian-
te OS R-eis d' Armas, Arautos, e Pas-
savantes, e os Porteiros da Cana com
^a^as de prata.
Tanto qM^ JBlRei chegou ao
41
^strado, o Repo^teiroMrfr desc^
brio a cadeira , e sentado ElRei de*
baixo de hum docdl rico bordado de
euro, e prata, no seu throno, to-
mou o sceptro de ouro na raSo di-
reira, que Ihe deo oCamareiro-M6r,
a cjuem o entregou Belchior de An*
drade, Thesoureiro do Thesouro,
2ue o rlnha em huma rica salva. O
londestavel ficou com oesroque nas
maos, em pe, edescoberro, come
vinha , no estrado pequeno da partd
direira d^ElRei , e o Alferes-Mor no
estrado grande da mesma parte, o
Camareiro-M6r de tri^ da cadeira,
e o Guarda-M6r diante do Camarei-
ro-M(5r, rambem da parte direita.
No mesino estrado grande da parte
direita estavSo os Prelados seguin*
tes:
D. Rodrigo da Cunha, Arcebis^
po de Lisboa , do Conselho d'Esra-
do; o Bispo D. Francisco de Castro,
Inquisiddr-Geral do Conselho d'Esta-
do ; D* SebastiSo de Mattos de No*
ronha, Arcebispo de Braga, do Con-
selho d'Bstadpj D* Francisco de
42
Soottomalbr , Bispo do Tiirgay DeSo
da Capiella Real , todos de$C9bertQs%
Da parte esqu^rd^t y no oic^mQ «9trar
do grande^ cncoswdo. a parede deUe,
o Mordomo-M.6r , e os raais . Granr
des do Keiao , t OfficiaQ$-M4res da
Casa d'ElRd> e Fidalgos >sern«jprer
cedencias* No segundo degrdo do cs*
(pado gra^de^ estavgo os Reis d'Arr
mas, Acauros j e Pajsavaiuesi e Per*-
teiros d^ M^^as , e logQ /se s^guizo
Q$ Senhorel? das terras, AlcaidesrM^-
ri?s , FidaIgo$ , e. MinisttOi? , qw^ sc
acharaopr^ji^nteq, noslugares 43raquc
pada hum $e podi^ m^lhor caccomn^a**
dar. ^ .'j •/.....' •»
PepQta rtd'JBl R.«i e«ter sentado ,
ftuhio o DtotutOfFMncisgoode Andria-
dc::Leita0r, CtezpnjbargadQi?)do$ Ag*-
gravos, ao estrado gra'nde, e ficando
nQ-cenfrOtd:? parte esqueni<[,,tecitou
Imiria I ebigaw? . X)racao , liibstfanda
cmn bem, fuEirtaiks razocai ajtistiga
com que tfSiiTr^tBstadoa d4 ReinO
acdamarao:, le re|jituiraa!a'BlRei a
Gor6a usyrpada a$ua AV^-A Sefihor
el IX CatJ^rina* Porque ^m que
43
fallecera ElR^i D. Henrique no i^
timo 4^ Janeiro de i>8o, logo «e
devolvera a successao dos mesmo$
Reinos d linha do VaraO', que era q
loFante D. Duarte sea irmao , filho
dfPlRei D. Manoel, de gloriosa. me.-
moria; oa qual em beneficio da re^
presenta9ao'8e achava em primeiro^
e mais proximo grdoao ultimo pos^
suidor a Serenissiipa Princeza D.Ca*
tharina sua sobrinha direita, filha do
di(o lufante, e neta d'ElRei D.Ma-^
noel , da qual hav;a nascido o mui-«
tojexcellcnte Principe D. Theodosio,
Duque de Bragan^a , Fai d'ElR^si,
que esiava presente , a. quern per(;en*
cia:;o m^smo direito, e ac^Slo, »$q#i$
tinh^o. OS , Principes, seus Progeriifpr
r0«l, parase desfprjarem (coiBqb.ji
entaaprotjestirSo) . e para se itivesFr
tir.^a tnesma successao, que se 11^
hayja usui'pado (como depoifes Mdff*
trar^i^ef$ doutosb.Tratados inslign§f
Juriscqnsiirltos ) e ultiaumente expees^
soU'4;'P]Rei a vonude, com rque^ai
Vwoas fjfi oiFereciap' a def^ndello/e a
fidelrdftde^ com q^e offereciaOjgs faf
/
44
zendas , e as vidas ; por Ihe segura-
yt^m perpetuamente a Cor6a , e o
t]uanto mereciSo , que Sua Magesta*
de Ihes guardasse seug forOs, usos,
e louvaveis costumes, privilegios,
prerogativas , franquezas, e preemi-
nencias, fai5endo-lhes era tudo a hon-
ra, eraercS, para que unidos no Real
amor, e seririjo de Sua Magestade,
JiSo s6 traiassem de conservar , e de-
fender a C6r6a , que acabavSo de
Ihe restituir, mas que Ihe dilatas-
sem , e ampliassem o seu Imperio.
Tanto que se acabou a fatta ^
o Resposteiro-M6r poz diante d'El-
Rei huma Cadeira raza^ coberta com
hum panno de brocade ^ dom a!mo«
fada do raesrao em cima ,^ outra
t08 p^s d'ElRei , e logo D. Alvaro
da Costa, CapeIlao-M6r, poz em ci-
ma da dita cadeira, e almofada hum
Missal aberto, e huma Cruz, e pos-
to EIRei dejoeihos fez o juramento
co$tumado nestes Reinos: ao qual
forao presentes o Arcebispo Priraaz,
c Arcebispo de Lisboa , e o Bispo
Inqtu8idor**GeraI \ e postos dejoeihos,
45
Francisco dc Lucetta do seu Const*
Iho, e seu Secretario d'Estado^ bia>
lendo a forma do juramento, que
ElRei repetia j tendo a mSo direita
posta na Cruz , e Missal , e o Sce--^
prro na esquerda , Disse :
" Juramos, e promettemos, com
^ a graf a de Nosso Scnbor , vos re-
"ger, e governar bem, e direit^men*^
^' te , e vos administrar inteiramente
^jusci^a, quanto a humana fraq^tesea
" permitte , e 4e vos guardar vossosr
** bons costumes^ privilegios , gra^as^^
" merces , liberdades , e franquezas ,
*^ que pelos Reis passados nossos an"*
** recessores forlo dados/ e outorga-
" dos , e confirraados. '*
Acabado o jufamento, se tor-t
nou ElRei a as^entar na sua cadeira,
e OS ArcebispoS) e Blspos volcarao
para os seus Iugares« Segiiirao^se qs
Grandesy Seculares, e Ecclesiasticq;;^
e Nobreza do Refno, que entao se
achava presente, a que deo princi-
pio o Duque de Caminba , que l^o
o Secretario d'Estado, e a forma :do
jwrana^nto era a segu^mc:
46
*^eirpcw^a1nienre por rttiflhaS' ma<>9 tt>
•^gWas, qufe eu recebo por nosso
^•*r<li^i e Se*ilH>r verdadeiro , e na-
** twal', ^a ttiuito AltOj e itotiito Po-
*^ deroso Rei D. -Joab IV* nosso Se-
*'Tihbr; e Ifife'fa^ preito , menage ,
***"feguhdo' <>-ft)ro, e costume destes
ii::i9iTatir6'qW?'^ acabou de jiirti'r
^oSftf a dita Chi^/ e Miseat, foi
Beijar a mab^a BlR'ea, e na 'raeSma
Sotmi o fizerSb' bs: outfos Grandes,*
Secu lares , e Preljidos , sera entre el*
h5 htiver'precfedeft?i« , porque o Se-
Cfetafio -d'Estadb declarou , que El-
Rei assim o marwkva. Concluio-^se
o'acto cotn <> Alfefres-Mor desenro-
Irffia-BAndeii* Rj^l ^ voltadopara o
P6tC>-tfizendo'trft vieses em Voz al-
ni:±;TleaI, Red /Real, pelo raui-
tft^Altb , e riiuito Pdderoso Senh^Hr
Rti t>. Joao IV. H^sso Senhor t= ;^' o
qtie-^b' Povp repdtia entre vivas'-,^ hb
flares acdama^6e*s , evidentes pro-
ta^ Sttf^eu cdi>6e^^ntMrtento.
Acabaid¥a soldranidade do^actd.
47
9e levahtou ElRei, e fcp Akt a$ gra»
^as ao Senhor , i Igreja da S^ Me«
tropolitana. Hia dia^te. o Condesta^
vel com o estoque/ 4iesenibaKihadb
levanfado, e o AIfer6d-M6r com a
Band)^ira Real, a pe^ e descobertos •'
e na mesftra foitna acotopanfaavao Ott
Grandest ^e havi^o assistido ad
actO'd'AtcIdma^lo. £lR<ci^hk a ct-*
vallo* Na Prafa do PeteiHnJio parou
ElR^^^Mvio hiimaOri^a^o qoDoqs
tor Fr&tichao RebeJto Honiem , Ve*i
readoi^ da Cama^a , t acabada ella
Ihe enrregou as chavfes daCidade d
Presidd^^ do Senado d^ Conde de
Cantanhdde, que ElRei d)nlou, 4
depois 'fts deo ao mesmo Corrde.
A*' pbi^a da Igreja © t^oebeo o
Arcebi^pi feve$tido d^ Pontifical*
acornpanhado do Cabido, com a Rxs^
liquia do Santo LtiAo was In^os^
que BlRei devotameftf^ adorbu ; e
depois 'de dkas as Or a^'i^s cosntixia^
daS) t^Qltod ao Pajo-, ehtfe'viva?, i
lagrima^de alegria, -que 'fla-vcrdadi
fa%ia c-mais agt-adavel espdctiaeulo* -
N«>:d* • de Nawl pas^cu EIR<3
48
a Aldegallega a esperar a Kainha,^
i qual acompanhava o Marquez de
Ferreira. que ha via partido a buscal-*
la , D. Vasco da Gama Cotide da Vi-
digueira, D. Francisco Coutinho
Conde de Redondo, e outros. Vinha
com a sua Camareira-M6r, que era
a Marqueza de Ferreira* Entrdrao
OS Reis em Lisboa com novos vi-
vas , e geral Contentamento trazendo
comsigo o Principe D. Theodosio,
a Infanta D. Joanna, e a Infanta D.
Catharina. Nomeou a Rainba para
Aya do Principe, e Infantas a D*
Marianna de Lancastre, viuva de
Luiz da Silva , Vedor da Fazenda ,
e do Conselho d'Estado , c ornou-se
o Pago das mais illusrres Datnas da
C6rte, e de pessoas de igual qualida-
de.
Apenas se soube em Madrid a
7 de Dezeiobro a noticia de ser ac-
clamado o Duque de Braganga , pelo
Corregedor de Badaj6s, se expedirSo
logo correios para Alemanha, pedin-
Jo ao Imperador Fernando III. a se-
guranga do Infante D. Duarte« Cau-
49
lou grah4<c 'adfbira^ab fia Cdl:te de
Madrid chegar a dla o Conde de
Figuer6 , que partira de Liiboa not
fins de Novembro, sem dar noticiA
alguma da acclamacao.
NoraeoQ ElRei loga Ministros
para o.Gbirerbo ,. e para o Despacho
de codos os diia o Arcebispo dt
Lis&oa, oVisconde D. Louren$o de
Liima, e o Mar^ez de Fcrreira. No^
pieou para o Cbflselho ; d^Estado^
alem dos ireFeridos , o Arcctfispo ,d^
Braga D. SebastiSo de MaiidC dfc
NotonBa , o rtiqiiisidor-taefal IX
Francisco de Castro' , b Majr^t^u de
y ilia Real. DL Luii de Noronha^
que ja 43a. ddmha^io: de Cartel IjL;tb
iiba este exercicio*, o.iuoade. de,Vi-?
mioso, e D. Miguel de Portugal: seti
irmad, DJ AntoRlo dcAtayde;, Con-
de da Casta nheirav e Castro iDliitro ^
D; Jorgd de^ Mascaraioha^;) ^Mafquet
de Monre MtibyD^ MigiisVd^Afc
flxeida y e fienriqtie Correa da» Silva«
r Pa rat o Conselho de Gtterrai ; ft*
r|o noraeados Jorge de Mello ^ Gt^
Dcrai ilas .<i^aies y \ £). Jos6 4^ .Alene-
m
^p^MnionUy de- SaUinha*., Jdo Pef!
piira'ICdrie^jReal , iPonjao Tclles, €
imf irroJo At«aiib T?eUe» da 'SU^ai
Mafhoascde lAibuqoor^e^oFersSo dil
Silveira , Martifnin^msrsoidc Mtk
i0, :i^);^Vae@flf^IMaSdafaffb8S) Conde
d^ O^dds , Ui 4Iraroode>AliraiKhts ^
> ' jVra. a Tribubfll do Q^emlar*
go ^dor/.iBafiDi , -nomeoa. Presidexii» d
VifcWiid^denVI lb-No vm da^Gervricag
,^ p^v-i^iNkmi^ros : ao8ebasmSo:<Cezdc
db Mefi$jsSs,^-do Conselfcia Geralds
S9nt(j OQicO]!, Di^ iBlodrigQ doiMi^
d«^noi;<iydURir joid flntbuBLibelib'^
f^ibT^t;^ Oi^dSkom ^'Otsmio CcDeifao de
|iOlMfistioiiBLe^edG^r.t^>rlQ€nde db SL
ixMiUfiM) ^dHD^1Qb^SItlra:^ 6fnrernfi
db% ^ IRi^a^SaCdQ cfibdUb Jt^o-Gof^
Yll«^i-^aRbSih9(a iiPve^djmdc da M^^
dQll(>qfi&c^cia ^e'iiirdebs^ R. Carlos
'""* 'Ordtartrhonii Junta jpam o |at>r.
51
V^co-daiGima*^ Gonde da/yidigtifii-
191 j J®, '^oaTj'j £e Mewezee , -RodTig6
Botelho, do seu Gonselha^a Faeeikr
dry iydro^Vfeira da^Sili® ^i^eti Pro-
cui-adbr ^a'^Fazenda'-i, ^eiB^nVtdvo M
Menetwl^ Gonde- As ^vSjsl pwnhede ,
rio Affonso de Barros Caminha,iES
cflvtid ds ^B Fal^eddauIEnta^j^depois
dBs6llrtGf^iedT«^riik:ia£0ta Juntd d)cls
' oSA^ix> rpaiuC&pdtSo /Gederd df
t«l5A)fReiftb/'a-D..^A6fonA) ddPdtt
ttig;aJ^TC«ndaf der yidiiobOty! e logo
ddpo% ca^^Ma^iasTiixl^^'AlieitaquimfB^
0€imno%tiliovde Govei»QadOTodlas Ali
t&$,hedjlqu« iucc^diso ii<x. CohdeGoo
YWi^zdfyi 9 '^ r>Ga.pIt3orfQefei^kl dcr AH
d^^ascs)i^ha9, ^qneifSsi sutlbddei^
d'^'CT^cCaph-oH^arhiri ^ A oh ly. '•:.- .-T
-b cIfc]:5fiJvof6 ^dciigtandiei'^ftt
tentiil detC^piSoHBvnJral , i fear a
Ma im£lertriaj lia Viihi^ de FitihtfL -^*
D 2
52
^rregou ao General ITJ Gistto 0>ia»
tinho , due assistla na Villa dc Va*
tei^a 5, tronteira de Tuy do Rcino
tie Galltza..
Tfas o^.Montes se divldfo em
tfois FrbnDeiros-JAores , Ruy de Fi-
;ueredo ^ -qtie jfssistia tcA Qmt^ ^ e
^ranckco^ jAc " (S^mpaio : '?em y Ula
?' O Gastdda de Li$boa a6 Gonde
de MonsanuyV^ ' :A Forraletza de S«
Gi3o a D. Jose de Meoeziep^ A Pra-
ck de Ca$caes:a^filaitamcA;tf06^o de
iMI^llo. A Tofre 'de Bet^m '& cAnto-
oip de Saldanha , e por. s^u.T^Aentje
Jaoitto de Secpteira. A ITorre Velha
SLiiv Lourenjo- 'de Ta:vcte.:iJ?enrch©
^ohdcdeiArougm. Ga$rellD.4e S^
FHippe >deSei!ubal D.Noiitcl deCasv
ttoi'e k Fortale^a deOaflorDajtnest
ma. Villa ja Afitonio de Moura; No
Reino do Algarve, e de.Sagres a
Ff'anciscD Kibeiro. No CasteTlo de
S. JoSo^da^ F6s, na Gd^dr do? P0rto,
o Gonde de PmaguiSo , . seub Dona«
tario Francisco de Si e MemzQ&
Em Vianna MaaoeLTelles/tnASo da
53
Condejie Unhao. Na: Prafa de 0H-»
Venja o Mestre de Campb Francis=j
CO dJ« Mello, e Ihe succedeo Rodri^
go de Miranda Henriqfuesi. ^m Cs^^
tella de Vide Di Njuno de Masca--
ranhas^ Em Serpa Manoel de Mellc^^
em logar de seu Pai Luiz de Mello,
Porteiro-M6r* Para Bija.foi mandai-^
do por Mestre de Campo D« r rM-»
Cisco de Sousa-, sobruibo , e berdeira
do Conde dePradb, c d sua obedien-
cia OS litgares vizinbos. Para Moura
o sen Alcaide*Mdr Luiz dja Silva.
Em MourSo Francisco de Mendour)
5a Fartado, filho do Gaarda-m6r da
Pessoa Pedro de MendonjA* Na Pra-
ja de Garapo^Maior FcrnSo de Li-
ma , por Pedro.de Al^^ajova. As co-.
marcas da Guarda , e Castello-^Bran^
eo D. Fernando de Menezes. Na Vil-
la de- MongSo , e seus coheomos D;
Affanso deMenezes iordem deGas!>
tio Coutinho. Ceimbraf e sua Con
mafca Gaspar de .Brito, a quern suc-i
cedeo D^ Luiz de Almada tia Capj-t*
tania^Mdo de Coinibra* Para Bqar^
cos^ fol matpdado Goojalo da Costa
Mello. Aiaoiitim ¥tnS6 rPerciwv
Iomega flcoa'iBepljbrdoGd^eft. 40
Lacerda, eto W^rraef^ D^-ficim^ do
MeUo, Capka^, d^ AidaiTde-JMlor da
jaa^sma CSdii^e^' Estes fbraa Qt pri-'
]ii«ip09 Gendraek^e Gabbs que 'COime-^
^ti& a contra$tar o gf ande podge doa
€a«rel!>ahog, a quem se*8eguir|o oun
fTo^ muJms ,' q4ae. deiidamor g!onoso
nOtoe i pfl«fepi(iade.
1641 T.-'^ NoMia i8 de Janeiro ii^nrQCou
BfRei CSirces *ia Cidadc tidi-iabctty
oiide concor^erSoi todos os Povos por
i^as Prncupadbree:iias,Cidadtea;tr Vil*5
He dci- Rem^v que tera voKJ »eila8^
Jwit^o (OS' Tres^E&tadoe^ do.^ Reinc^
a^EI'Hei por legitimo' Senhor de.srea
Iteinds, e ^tt Spccewor a'Principct
D; Theodosio. It Mznmk da :Cqnira^
BBspa* 'flj^Bi^as- .repfcseotottf^iirlElRei
em hwm^i ehsqiieitte Ora^ao fO/stwot
inisf ?&n}s^ q a imes a magnanittiidjH
<teV' ^ resoU^aio oPEiRei on' os^.i^^iie*
feffdcfiMideiJ:^u«.'ai!0parar« Segirio-so
Oojuramenlta; em que S9 obmvaraa
r
55
segtilnte^ eniq|tae foi a* primi^i^ prch
posi^ao d9S<jhH^f Grou sfgui»di. ve^
o Bispa. D.:Ma;K>el xli jGun^ft; ^
qaal refinrioy*' .({Ud £l^ei hana por
levantados f ock» f oe trihutiii.Ampo^
tos por EJRei de Castella : discorr§9
a Bifipo cofn propriedade M)»re a
vmio^ e de^insTeresse particular, i9
qpeEiReideixtva d clei^ao^doa Tret**
Mtados do Rieioo^ os meijos pa/a t
Ma defensa , ofFerecendo paramo dk^
pendio da, gusrra todas U rendas do
Patrhtionn]! Reali, e toda^ afr joias,
e prata lavrada, que haria tnti TH^*
souro da Cas^ ^de Bragan^a^ . A* e^ia.
dt^^iio re^ondea a Dob tori iFrancisr
eb Rebeilo Hoiuera , rVbrwdor da
Cartiara^ per parte dos E(bTO$, /em
tfHd rendeo as gragas a'&lK.ei,dje ak^.
ticipar ao& Povos as idercAs fdi^.ibei
J^vantar «s.tribut5sy os tm^iQS^^ em
gratki^a' de> rao siticfuiar beneficiav
Ihe offer^i&> a^ ^vidaisy -en-Fabendal
para 4defcT*a, e-^egurawfa dp'>t^iui;
Acabado o-atcer das C6fi]ea , mrandoci
EiRei, <)ue os^ > Ttes-EstadorW- a j^aip
56
o Ecd^iaostico y a Nobresa em Sati^
to Elojr, eem S. Francisco os Pixh
curadores dos Povos^ onde, depois de
dwersaS' conferencias , conccrdirMo
nos subsidios para a despeza da gaer-
ra. •••
Despedidas as C6ites ^ ficou in-
stituida a Junta dos Tres-Estadoa ,
nomeando^se Ministros de. cada hum
delles , para a distribui^So dos tribur
tos , de que resuldrSo ap Rei, e ao
Reino grandes utilidades.
MandoQ EIRei por Embaixado*
res a Fr^n^a, a Francisco de Mello,
Monreiro-M6r, e ao Doutor Anto*
nio Coelho de Carvalho, Dezembarr
[ador do Paf o , e por Secretario da
^rOfibaixada r Christovao Spares de
Abreu ,^ Dezembargador do Porto^
Fartir^o de Lisboaa 28 de Feverei*
ro ; cbegarao a A^rochella a , f de
Mar^, ' onde forao recebidps do
GrSo^Prior de Franja, da Ordena de
S. JoSo', Qsvernador daquella Cida^
de, com.especiaes denionstra96es de
affabilidade » e grandeza. ElRei os
ttaodon^^Qsp^r, ant^ decbegstrem.^
57
Szf\% com seus coches^ vindo' emliunr,
delles o Duque de Chevreuse , que.
08 recebeo, e cendtizLo a S« Germaio,
onde EIRel assistia. Em 2^ de Mar-
90 tiverao audiencia d^ElRei Luiz
XIII. , e do Cardeal de Richelieu ,
primeiro Minisiro daquella Monar*
chia. Tiverao audiencia da Rainha ,
e, depois devarias conferencias,* ajus«
tivio^ hum Tratado entre as duas Cd-
roas de paz perpetua, em que assen*
tirio ambos 06 Reia, de nao ajudar
aos inimigos de qnalquer delles com.
gente^ dinheiro, muni§6es, ou na-
vios, deixando livre aos HoUandezes
entrarem nesta Confedera^ao, sequ^
zessem. Que se faria guerra a EIr
Kei de Castella com code o vigor .^
e por todos os camihhos, que ae qf-
fevecessem* Q^e ElRei Christi^nissi-
xno se obrigava a mandar a Poi*tu-^
;al vinte navies nQS.,ulrimos do met
le Junho segttinte , para se umreitt
a ourros tantos d'ElRei de Portugal;
esperando^^se, que! qs Estados'Geraes
OS auxiliassein com ij^ual ni!imepo«
<^aquella armada mtentaria tomaic
2rrihbta*dQ nbva'^Htspaiifia , e procui*
rsrra hzQT rodd o'damno, que S6t%^
possirei fios poreoS) e navios de Ca8<*
tclia'^ sendo igtialmente'diviciidos oa
iritefesse^^ Que secontinuana oCom/
jpierbio entre^o^'dois^Reinos na meg-
ma f<iriua.,vqae bncjicempo dos anti-»
gos .filds derBoffogtl* C^uc ElRei
Chrlstianissimo^peritiictiria ^ t}ifre. pu*
d^esiem livrem&nte os navioi Porta-
gaeKs comprar nos fi[eus pottos todar
a sorce de monlfdes de guehra-, e bo*
CH) que Ifabs'fossem necessarias^CdfiH
cluido assirtt o^Tmtado , sefdespedi*
raorbs £mbaitadore« com cartas patai
ElRet, e voltarSo a Portugal :;naAT-
ni^da^ q^ae reio a Lidboa, de que era
C^i^eral o Marqaice' de- Bttz6 , sobri*
nho do Garffcal Rechilicu.^
' ?vK^t Edibaixadores , que forSo a
Iftigifi^ftrra , iabiria^ no mesmo dm ^
qticrroF dcfJ?rBihga2^/:€rffc)eUe» D. An-
taoide- Almada;, e"Pranctsc0 de Aih
df arfc ^ L^i tab, Dewtnbatgador do- Pa*i
^o V e^^or Secrietari^ da Stobaitada,
Antonio de iSbunode Mscedo; e a
7 deiiMsifqo chegiirio a Blemur, «<s&^
59
scuta i^(^ :de licivir«s ^ <pprt 'oq^
pftriiir&iiftAiinta*><io58ie' oSccretariQ g
pneriir Ucqn^a a EIRiw Qrioi I., part
ft wtrar D9 C6rt6; 6^e\fclle Ih^
C0ficedisa/tpi9d^ind9-ihe.pfi9>eifo^ Ihft
dcciaril^se pof bum ps^p§\ o direito>
?uciEiR^ D.J0S0 t'mUzr^tG6to9k (J0
ortug€l;f*r..qtte Anxonjtq de Sou9|b
f^z .cofD toda ^a elegaiici^, ^ clarez^ ^
4^e j^o ,»d mc$trou direito d'EK
ILei, rfiias ia tyr;inaia de Castdjt^
Depoi*#i«<^i^o com a A^iownidad^
costu^ada,* e permitcida etQ§ piaiore4
Soberiiioa da Eurbpa , cde- qw pouc^i
satisfeito, e escandalisado o £tnbai4
xador de^Castella D.:,/iffoMo Cardi-
nas , 99Mk> 'da; Corn^;, e os^ nosaos-fi^
zfraojaina enftrada a 7 ;de Abril^'
e focio*' /r^oefiidos d*EJRd,'TCMai dc^
raonltta^Qea de alcgrra, acbando 0.
mesmo agrado na Kainha . D. Heivi
riq^ta Maria, quf ei^a irma d'ElRdi
de Ffso^a* iGonferitido poicD'cs Mi«^
nistros; qms se Ibes derao^ ajustirad
cs TrltadoF de htiniar ipasL |>erp«ttti
para si-^ et seas dcsce mien res.. Qi)cxX5»
sattrV;iiaBaiiQi9 conaerrsriaaiiumamU
60
lerlSo 08 l^ormguezes cbiiipfar mu-
ni^es em loglttterra , e d« Iriglezei
tefrem liberdade de pdderedi ptssar
d servif na guerra em Portugal. Con-
cluido o Tracado, vohitii^ os Em-
b^ixadores^*LUboa^ fk:aiidl> em Lo^«
dres o Secretario Anromio de Sousa
de Macedo ^cafregad^ ^snegdcioiSy
edepois E^&akaddrd'ElRei na mes^
ma C6r?e,'ohde imprimio em 1645'
a sua ejBiGetteiite obra Lu sit ana Li^
ierata^ em que mostron evidenre*
nsente ci ' direuo do Seiihor Rei D,
JbSb. - ^
Tinha Umbem n& mesrao dia
parrido para Hoiianda o Embaixa-
dor Triscao de Mendos^ , levan*
do por Secretario da Embaixada a
Antom0' de Sousa, Tavares y Minis-
tfo de-Letras^ e liiuita capacidade.
Foi oEm'baixadorrecebido com muU
ta -satisFafilo^ por vSrem abatida a
Hespanba, e a Serenissima Casa de
Btagan^a oocupondo o throno de Por^
tugai ; e apezar de se terem os Hol-
landezes apoderado de diveraas con-
61
quistas dtstte Keino^ coiisqrAa India;
deiMalaea f e nd Ilha ck-£ei]So daa
Fortaliz^ de Ne^unibo,oc <^H6; na
Brazil J Pernirobuco, raraiba , Rio«»
Granck, rCfari ^ as ilha:^. de TaimaraW
ci , e )de Pernio de.Nor6nba) e pa*».
n a i^rt^ do Sul PorcotCalvo^ e Sa*
geripe; CDftii luda coaclUkx o EfbbnU
^adorSh^ujOfin iregoa^ycmides aanosr
entre Porttrgal >> e ^ds tEAados ,) que
aerajirdariS6 ^mtodai asfonssas con-»
f ra fcasreHa ^nentcfi'Semfo-se *esf e Tra-*'
tado.noBrazii!, t n^;Iitd«i t:om oik
tras t:f6ttdi96bsr^ 'pouconteis ao ReH
X)&. .Q2)elX)tHolUndezG8-tnaiidaria6
i stia ccfudtly {Juma- esquadra- die. vinid
ntvio) f. f)af d se lintrcns adsrd'dReiy
o: qtml |)(9dciriar urari dbsr £^ados' de{
Ho%nda rodos os O^Bctdes^ de gix^v^
»V)]4^ Jih6hfiarecdss$em>M^essi;jds.^'
odqtiaesnelle^.mandariSQ'j&vsxia cusra
^rsQ'jdbrigaiiiaa'a^QCCofrQr^ em qu4n
ta estjiresQeiti! em^^r^ugaJi;: e-que
4a it)Q$hiar^a6Vterf^ad!«^&)r inrac dai
HoRamfaif tiddas. as mtjoiftin^ ie iixft
^mflcnt«wnmrlitaresr para -it guerraj
Os^.Htoiibnd4iSfs, majndaMlo/ a IkboH
^
6^
9t Ardh:ichap(fe)C)Ue era ^ht^bnt«^ A't»
tados deb X), jJaraliem ^) E^k^rdS
b^ixsaioi eifei^vof Hinarid; Jsl^ . memn^
Armada ' ilotniiF'a Lreboa'^TrikSo di&
MS 'dreCkvaiUifYii^^ J quamidiuie.de at?4
ma»V' e t^riwl^of <te^gue»13l^ride'^qTO:
hwfja gF8ftA^if£rt?a-^o iii??9tli»'r mi -
-/: > Pa:nritttiia; a?:?;r8rde^ Mian^ipor
eift Francnkfoiilde! Sod^fi£k)min)rav
^ }69a4id<^ pcuiiSccitetflrriQed&^KadoiixaiH
Beaormbci r^admpriar. R etfa 9l^tdi> rf^r-k
p^ha^^ot^^Bdd fwaio mnitexb^ftPired
Qdad«^3£Kl0is^lbde:cfepODfi(k wfJor«
nal i^da:^c0mioio,opor(^^nfe$^edter'd»
d(r||KiideiiU;e|tii'Ki!|iier:a: D^amibd i&t
ffba 06m aL£bf|biuiha«30es{f^iftdi)-ail^
daqm, xroml^Mooi ^^oricldtf fsimfSoi^
csa ^ ^onda? aiffcoo' eoniivamfaf^dti
,1 f
63
cfe Gitstavo AdMfot^ enteilanda^ que
iicamQQte por tddosupi lugare^ :6tidf
ptssasscL: Chiegauioa ^idacje de ^td?
ckiioliit , CortQi daj^^^flitlba , e Idgo
foi visitado da sm^ parrclHo^^m da
duajemrdda . publica. im coodioidfi
cm ihurai £oche;da» ^auoha: cota'^'htta
Senador , e Marcfaamo |cby> Pd^3, rao
^puBli spgbiao': tid(fa)s>biajEiitb]iixadi»fdJ
K$idetlles^ naqnsU ai Coctk^y ! oi'do todd
9 ! i{?rin«ifiak NobjftfeS. iDjcqta. |6rte: eife
(roiif ia(»iPa$0 bo«|t)'>t£)(i«s uas cereifoo^
mas^jTda^ maior osic^is^aieii vA|)^has-Q
£iiibai;cadQnr:appa3r€^QQ .a^^.ppcia/: ^d|
floiDnranmaaiav 6«}i!09)2ntfni >a Rainha^
que n^o contando.oifi&v que qyjmcb
fl^anbf), r idsca i^a. aconb panbafd af .'d4[!^ ci n*
^k .doriReifMK^isd dbndoaL.^i'ft^p^sisii
Ihe] fcfcribtiaia; peep^Qa, toctina^^rj
bciftb^ifeo a Gj^b9rifiaHa>I£m(Latfo:s^4
^oei teHamnukD ibtA eflDtena^a^i.^e.^
<fi&SD>£3ham:eUer/:do]{l£iha:respor}diSO
ftoGEpibarix^Jdo^, ^^ss^gbsandp^li^t; Jii
9Qaiacs;dS{hnaTaE k C6raa d^.Soficift
64*
cootratar huma solida alliaif^a coot
a dip PoftugaL' Patsada a iudiencia
pdUica , come^oa loga a negocia-
^iOy em que se concluio hum Tra-
cado de AIltaD|;a eai cinco artigos
na tiagoa LatiMi que continhlo, ob<*
fiervar^se entre as duas Na^des ig«al
corrtepondericia , e Jivre commercia
em todos os portoi^ de hum , e outro
Reiiio. Cbnciujdo d Tratadp y rece-
hto o Embakadordartas da Rainha
da Suecia para £JRei de PbrtugaU
onde vohou M esquadra, que a Rai-
DFmlh^ coneedeO) em que trouxe ar^
rilharia v^anmas, e munig^es, sendd
cm Lisboa -appknidido o bom'^exita
tla'^sua negocia^o.tW'-'
- ; . '. 'J i^ra- Romar; f oi . nom eado -o Bis«
pcp 4^ Xa megq Dd : Miguel de For tu9
l^l'i :?nhScijvih tetras^ vircudes,
iDgii^/ vaior/e^^grbo; >leTaiido por
s«Q iaddscente -Panra4eao Rodriettss
iPati^ecb 9'i da iConaeilio de Sua &a^
gestade^. e do Geral do Santo Offif
cid, e por Sect^rario da Embatxada
Rodrigo Rodrigttes cde Lemos ) Der:
aembargadop do Poxto. Fardnio de
65
porto.de Arochela , atrpye^sando
JFranga, forSo a^Parit; e,.a 20 deOu-
tubro se eriabarcarao em Tolont, ^
cm poucQs dias entrirao cm Civita-
Vechia, porto qoe dista treze ]egoa$
de Roma. O.Papa UrbanoVIlL, se-
guindo opartido deCasrelia,.nao ac-
ceitou a Embaixada doBispo de La*
roeigo. ^0 ; Marquez de JU>s Velles ,
Embai^doF exrraordinario de Cas-
tella nfa. C6rte de Roma , maquinoyi
ludo isco.,?^-intentou .prendec o Bis*^
po; e <rj?{inetello a Napole?, ou ma-
tallo. O. Marquez de r oi^tcnajr, Era,^
baixadQf de Fran^, avisou ^. e acauy
telou ao Bispp; ppr^m:;a|}ezar de tu*
do isto iSahipdo ellei Jjq.dia 2C> d^
Agosto. as cinco Horaf da tqr4e a vU
zUar o^E^aixador df:Fr^n§at acoiut
panha40 A^ {^ortugu^tcs^ eFrance^
2es, foi aqf^mmectido pelo.Marquex
de Los VelUs , q ojgis Castelhanoa ,
onde liQUverao brigas^ .espadas de-*
sembajnhada^^ ataque .d^^ pistolas, tu-
do de parte a parte, at6que, ven«
cidos, OS Ca$teIhanos> s^.retirirao
66
flfeXosVefles ap^, te'ttdoses^fte mor*
to dels >?a*aHQaf do aeU <n^che, t^ixo
Castlelhano^ fftot-ffw , emtancfejf o Ca-^
}fi'tSb ;t>i Dk>g6 de^ Vargas yhocD em
Vaiorosb^, e vmte'f^efidoss.^ Efe parte
ifo Bispo fic^r^o moftos^kihfti Caval-
Jefm db -.MaPta'/sobfinHo^dd' Embat^'
3fedor dfe* !F^4rfe^, fe ddis JJa£;^ns seus,
e Iriini trfadi de Pantale^o B^odpigoes-
ef'q^at^ Ffrfrtde^^eg^ ferido&fc® Kfpd
fle Lamcfgo^Wvestido *de vater^ e
Cbmsttfncia' dft\seu$' rt!^i6r&St/>dhftldd
rfd boche cam fc-Titna chvmai*!;^^ ftiSM,
tfWimou'<)ff q^c^^ariSfy^^^ Au^t^en-
T8u o dtai^He; e ae^iiindo dSpdi^ a
jrifnada'paYr^casa 3fe Biuba4xaddr dd
Franca , voItAu -d<*l la ifo ' ^6& ^pose^
m. O cofeh^'do'Embaixadbf d^ Qas^
x&lst desfpgaasfa^ esreve^ (¥^ diad no
Iftesmo; laga?-d»-*pefitfek*k Si!^fii*5o
6S RotTtirttars^y ^^ igualftl#nft(f ii^'^Papa
este prott^Aii^hwx do6^lIb*^aft)K)es,
insiilr^dd huffi^ Minisffe^^bllco na
stia Cdrtc ;;^ntm tbdt) «>^^freito.
Mas ape^drife tudo iii6 & Papa nto
yeceBeti a EmWfJxada j que s6 sc di-
67
rigi'a d, reoder :ob«diencia i Sailta Si
<3amo filjio; da Jgreja , te que nadt
niais querts £l&ei D. Joao IV. ; e
•o Bispo .enAaRCtodo era Liome vol-
toti a Lisboa^ scm nada concUiir^
acabanda pottco <depois a vida.cheio
de vartudes^ e ffnerecimontof.
A Duqincza de Mantua^, recolhi-
da no Mosteiro de Santos^ ioi con*
du^ida a M^drSH, aoompaobadb do
Corregedorj do. Crime* die iiisfoo^ Lui?
Gomes de Bastp^ e>do Jiiix do Crir
aie SimSo: de jQlinreira .da GQiSta» Era
Elvas a recebeo/Martkoa AflPoi^so de
McUd , Gorerrtador das ArjasJMj vin-r
do-a tesperap daas Jegoa^ f6r^ da Ci-
dade aim <favallaria., Ofcfeiai*, «
peb'soas de .cHstiiT^^o da Pra^a, ob»
s^vando todas.* aacereroonias , ^ re^
psitx)s devddofe a. sua passoa;. e ni
mesma fcftda a acompanbou, quamdo
pzTtio para.fiadajds.
; Paseaodo ^ iCastella niglyis Se-
nhoires PoEfiiguezes, forao decjatado^
pbr incursos no crime de Leda^Ma-*
gestadey e shis bens coo&cados fii
« a Cdroa;
6a
Descobeirta- por EIRel D. Jd&o
huma cofijurajao corttra elle, fez pren-
der no dia 28 de Julho nas Torres,
e cadeas OS conjurados, eoutras pes-
. soas m^iBf de quern havi^o suspeitas*
JFeitas as prizoes, sahio EIRei com
semblante rriste , e tnagestoso a hu-
ma casa , onde a C6rte o esperava ,
A qual manifestou o sentimento, corti
que havia feito aquellas priz6es ; po-
rim qoe assim era perciso para a
seguran^a do Reino; no que todos
convierSo. Este mesmo sentimento
manifestou ao seu Povo por Editaes,
que mandou aBixar por toda a parte.
Seiido processados os reos, for^o
710 dia 29 de Agosto degolados na
Praja do Rocio o Marquez de VilJa*
Real, com cincoenra* e dois annos de
idade, o Duque dc Caminha com
vintee sete, o Conde dc Armamat
com vinte e quarro, e D. Agostinho
Manoel com cincoenta e Ofto : 'roor-
rerSo enforcados Pedro Baeca , Bel-
ch lor 'Cor rea da Fonscca, Diogo de
Brito Nabo^ e Mahoel Valentcj c
no dia 9 de Setembro forSo pcio mes^
69
, WO Grime enforcados def rente do Li-
rnoeiro Christovao Cogominho, e
Antonio Cor'rea, gritando todo o Po-
▼o ao tempo, que erao justijados:
*'Viva ElRei D. JoSo." Ficando no
thcatro os corpos dos quatro dego-
lados ato a meia noite , forSlo leva-
dos na Tumba da Misericordia i
Igreja de* Nossa Senhora dos Reme-
dios dos Carmelitas Descal^os. As-
sim acabou a casa do Marquez de
ViIla*,Real, huma das maiores do
Keino, pela origem , pela grandeza,
e pela authoridade, com que se havia
coDservado por mais de dqis ^eculps,
nio ficaodo successao aa Duque de
•Caminha seu fiiho. No dia das exe*-
cu0es se vestio EIRei de luto^e
roostrou a toda a Nobre^a o seu sen-^
timento por este successo. Julgando-
se a^lguns dosprezos sem culpa, sahi-
rao das prizfies ^ e outros itiorrerSo
nas Torres: entre elles foi o Arce-
bispo de Braga D. Sebastiao de Mat*-
tos de Nbronha , primeirx) author da
eonspica^So, que acfabou na Torre
4e S, Giio da Barra , tSo arrependi^
70
do dos ^eud errosy i|tKir.ttmjR<kHU' or
enterrassem no Adro : de ■qualquer
Igreja , e the pu^essem tniinar cam pa
raza 5 para (fu« nSo fi^aa;e m^moria
alguma do que f6ra/ : > v .
No dm 7 de Agosto entrou iw
Porto de Lisboa a Armada de Fran<-
^a, que se compunha devinte. Naos,
de que era General o'Mar^uez da
Berz6, sobrinho do Cafdeal Rechi-^-
lieu, d herdeiro da sua casa :• d qual y 1-
iiha re^Cfirklo do ouracrer . de Embai^
xador €Xtra<irdinario d^ElRc^i Chris-
fi^nissimo'j'para dar os parabens dn
$Xx^ ei:altd^oao thnono a ElRei.D.
JoSo* Tdve logo audiencia'^ ertltranr
do condu:^ido pelo Cohde de •Vinkk)*'
to. Recebeo EIRel o Marquez ma-
gfiificamenre; etendo.depois audien-
cia da Ramlm , e do Principe D.
Theodoslo , se recolbeo ouira vez a
borda, recusaiKio' magnifico apo*
^oro , quetio Pago se Ihe tmha pre-
paiiado.
Poiraordepois^ a jO de Setembro,
chegou Gucra Armada oMtihAt 4a
HoUanda^. igdal a de Fun^^ de que
71
era GeflDral Adri^QO Qyl^els, qui;
irazla o titiilo de EmhufSidot <dof
Esudo^. . Deo-Ih^ ElRei audiencia
eondiaido pflo ^ar^o de Alyitb. , ,,
O ,Condifc . de Ca^tellp-Melhot
J(rfo Rodrigtteai de Vajcoflcellgs ,
^fuerendo* g^nhar os Gaiq^e^ de pra-
fa , que ido Porto-Bello pa,ra Carta-
gena jcondii^ia Franciscp Di^n Piraen^
ta^ e entrar com eUes eqi Lisboa^
foi prezo^ e mal.trat^p} ^ depoii
voltando a.LUboa foi-reQpbjdo poc
£lRet com' lodas as demonstracoes
de honra s <? Ihe fez merc^ do TitjUr
lo de Coftde em dua^ .vida^.tQais, e
ps mesmos h^t% de Cdro^e Qrdens,
e o Qomeott ^ Conseik) de Guerra^
e Governador das Aripa^^ d^ Provinr
pia do: Mialio, prerni^ndo tambem
es que tfverad parte na libefdade dp
CZondek
' Apewf da guerra* de Catalunha,
para ohde 8e.a|antav^ tod«(,a tropa^
OS Castelhanot guaroecerao ao sua^
fronteiras ; e o prtmeirq tQovimf n^Q
4ts armas Casbelhanas foijCuDQtra OH-
kcnja, que,. dtfendetwjQfge cqw Y3loi>
72
bSrigou a' rctirar o' C^ondc dc Mon*
te-Rei, Governadordasarraas deCa$-
tella , perdendo-se dutentos homens
mortoSjC feridos , em que entrirSo*
Officiaes de importancia. Depois con-
segairao as tiossas armas diversas ac-
^Ses gloriosas , nao s6 na Provincia
do AIemt6jo, mas na Beira. Fernao
Telles de Menezes , que succedeo a
D. Alvaro de Abranches , ganhou o
Castello de Goardao , e conseguio
no seu governo reputa^ao em diver-
^a*s empr^zas , com que fez respeita-
das as armas , que mandava* Ruy de
Figueredo , na Provincia de Tras os
Monte^, enirrando pelo Reino d^ LieSo,
ganhou diversos lugares^ saqueou ou^
tros, e depois no de Galliza^ onde
se apoderou das VilJas de Vimbra ,
e Taraaguelos ; e queimando diver-
sas Aldeas , se recolheo rico de glo*
ria , ^ OS Soldados de despojos. D.
GastSo Coutinho , fazendo diversas
entradas em Galliza, fez respeitadas
as armas Portuguezas.*
No Algarve em huma bataria^
posu 'ao 'quarter de Alcoutim, fox
. 73
mortalmenteferidooMestre deCam*
po D.* Francisco de Castello-Branco^
iSlho de D. Joao de Castello-Branco,
de sorte que percisou de hutnsl cura
de rresannos; por&tn vivendo, foi ,
sendo filho segundo, o successor da
sua casa, e depois Coode de Redon- '
do; e faheceo em i686.
Sendo grandes as despezas da
guerra , e poucos os meios , que se
haviSo estabelecido nas priraeiras
C6rtes, se convocir^o segundas, ce-*
lebradas a 18 de Setembro na Sala J 64%
dos Tudescos com asceremonias co<3«
tumadas. Ajunt4rao*se os Tres-Esta-
dos doReino, oda Nobre^a em San-
to EI07, Ecclesiastico em S. Do«
mingos , e o dos Povos em S, Fran-
cisco. Era a proposta, que ElRei
mandou fazer , que os vinre mil in-
fantes, e quatro {nil cavallos, que
erao irecessarios para defender as
Fronteiras do Reino, se nao podijo
susrentar commenos dedois milh6es,
e quatrocentos mil cruzados; e qoe
para esta quanria ' se ajuntassem os
sueios mais suaves, para se tirarem do
74 ,
R^idO. Sendo f4rifl«'ai5 coiwttlttS) com
carddrSp, que as decimas ert o tti^
biito mais conydniente, ejguil ^ tm
quG to4os eotrarSo ; eo/n. propor§ao;
e depoie^ de;dispurada cm differentes
gonf^rencias esta- materia , concor-
d4a:£o csTr^isrEsjtados no tribute dos
dois milhoes^: je .quairocentos roil
i^fuzado$ paira. as despezas da guerra*
■r. DepoU, ttest^ mesmo anno, con*
^gqirao osSoldados da Forlalcza do
Casrello d« S. Filippe dallha-Tcr*
ceira a toranda de dbis inavk» d^
If)dia, que vinhao pgra, ElRei dc
, CJa$tellai e .seodo retpettidos a Li$^
boa, interessou nelies ElRei D.JoSo
consideravel ifaizenda. . .
1643 . . . No dia: J. de Janeiro falleceo.o
decimo setimo Arccbispo de Lisbea^
D. Rodrigo/da Cunha. Nasceo em
Lisboa na FregUczia de Sania Maria
Magdalena emSetembro de 1577,
felhb de D. Pedro da Cunha^ deque
abaixo fazertos. memoria pelo seu in^
carmparaYcI pamotiiroo. Foi sua^M^i
£>/ iMaria da Silva ,. filba. de Ruj
66r«ira da Siiuai^^ Alcaide»Mdr de
.75
SiWe*,; Senhor do Morgado de Moni*
chique, Guarda-Mpr do. Principe D4
Joao , Pai d'ElRei D. SebastiJo,. ^
df D. Izahel da Silva* Em Lisboa
api*endeo D, Rodfigo a Grammatical
e Huraanidades, Adn^ittido per Por*
cioivista dp Real ColI^gio.de.S.Pait-^
lo z II de AbrU de. 1^0, $e ap-
plicou a Jurisprudracia C#QOJiicay eta
que se doutofoj:.,. sendot padrinho
4esta funcao literaria seu primo
coiriB^o p. Andr6 de AliBeida, Len*
te de Prirda Jubilado namesma Uni*',
versidade de CoiiQbi'a. Pas^ando^ 9r
Lfisboa, foielmto Deputado do San*«
to Officio a 6 de Agosto de 1608 j
e.ddpoi^ passou a set IfK^uisidorrGcf
rai no mesina Cidade a 9 de Fevc*^
jretro de 161^. Pelo seu merecimeilto
o notoeou Frlippe IIL JBiapo de Por-
talegre, etQcuja dlgnid^ldle foisagrar
do a 8 deNoverabi'o de.i^iy ^ e •»
15 de Fevereiro do aifnoseguinte fei
a sua entrada pubKca nacjoiella Cidai-
de y cnde exercitou obras dignas de
etefna meiQoria 5 ja 'pe)Q <)ue redp^it^
io CulcQ Divinpy ji pel^ refonmt;
7
6
dos costumes. Desta Cathedral fol
transFendo para a do Porto, vaga
pelo Bispo D* Gon9alo de Moraes,
onde entrou a 14 de Abril de 1619.
No raez seguinte de Maio foi cha-
mado a C6rtes, que fez onacsraoFi-
Jippe, e nellas fez o officio de Secre-
tarie da Junta Ecclesiastica, eleitope-
los Preladof , que alii se acharao,
era qiie foi* iurado o PriiKipe D* Fi*
lippe , que depois foi Rei , e quarto
desre nome. Recolhido a sua Igreja,
Ihe mandou' o mesnao Rei offerecer
o Bispado de Viscu, que recusou; e
cRtao imprimio o Catalog6 dos Bis-
pos do Porto naquella Cidade em
1623. Promovido da Mitra de Bra-
ga em 16)6 para a de Ltsboa D«
Affonso Furtado de Mendon^a , foi
nomeado para aqudia Primacial Ga-
deira por ElR^i Filippe IV. ; e pas-
sai:ido-ihe as Bullas o Papa Urbano
VIII. a 27 de Janeiro de 1617 , to-
mou o Pallio no Porto das roaos de
D. Fr. Antonio dos Santos , Bispo
de Nicomedia ) a 13 de Maio. En*
tvando em Bt^g^ a 10 de Junho^ foi
77-
recebido pelos seits^ naturaes com
fesras.extraordinarias; 9 as inaiores
detnonsrra^des de jubilo^ Ctiidou lo-
go m reforma do Bre\^iario Braca^
r^nse, que era muito anrigo, assi^
lindo pessoalmenre com' Capitulares
doutos a esre trabalho pelo espa^o
de.doia annos. Cdmpoz hum Uyro\
^ue-imprimio no anno dc 1629, $0n
bre a prira«ira par te do Deere to de
Gracjaino;; e outro dos Comnienta-
rio9 sobre, a segunda^ parte do Decre-
to do raesmo Graciano. Escreveo our.
tro livro em i6^z ^obre a Prittiazia
iJa Igreja de Br^ga. Escreveo majs «
Historia Ecclesiasrica de- Braga com*
as vidas idos seus Arcebispos , e Va-^
rdea Santos , e emlnfcnt^s do A-rce-*
bk|lado9 em dois volumes, impre$so8»
emj634, e i6js*j e illustrou .^a.-
Igreja* com as l^nas virtudes pasto^
raes, sehdo a principaKa da caridade^
c compaixSo para com os pobir^s.
Vagando em 1635: oA'rcebispado do
LisbOa pela morte do ArcebI$po^D•
JoSo JMgnoel , foi provide nelle.D*
Hodtigo da Cupha cotn os honpn&r
TB
c©9 lugafes d<j GftmelhciVo d^Ee^tado,
t Ajudante d Princeza Margarida de
Marttua, que iniio goi^ern^vje^o^Rew
i«j; para ihe aijsisrir aoDespacho or-*
dinario. Rei::et)6^*o<PalIio damStx do
InqttwJdor-Geral D; Frtfndscode Cas*
trp na I^reja de Si Bento a lO de
Ago^to de 1636. Fez a eua crurada
p^blica, sahindif da Igreja de :S- Luia
pWafe portas de Santo AntSo^ aconi*
pannado das OrdiM, e Ncjbfwra'i
ct)m o Senado da Camara ,^ tia- for^
rtlsT disposta noCcrcfmonial Romano-
A(^^dlo torn a mvii6t vigirUncia' a fo-
fermar abiiPOg; t ^l^'mar as vircude^;
Cfcffti J*^roica!-»lfe^t-dade se oppo'2 4
hlipofeifao ck>s' wiHtifos 5 com oue o«
M1ft^5tr6s d^' fiejpanha fl^geJIad?4o
fife^Poi'tdguczes/^'di cbamado i Cjwi
fe)i» tora OS o«tro$ Keladoi, 6'Nt>-
bv^4*^, ^^W6 j^ 8^'dis€e, pawiiKJter-a
jras«^d6 doS''«iai^^efS •Miirim'ror da
€!6rte, defeffdfed^cbiri valor, €* cpn-
sWneii osfcfosiV fe « 4ibcrdade da Pa*
tfiaVat^ cheg^fri^9 ponro de despir^-
nr^ BarfeW'^der*Gardeal, qtjte ibt
7^
ofFereciSo, «e namdersse Ae pqrecer. Peiw
tendendo darem-^lheoijiirftmento de
segr^do fia>Cdrt6 de Madrid, respond
d«i 'nev«grido de hurftizelo samo;
« Aiti9ftrM)inguem< toe^^ pode dur }«>•
fsimtfnrd*.)^seniio o Suwimo P^mificd;
a qoa^iaa mined iatt); ou KiRei nas
C6rc^sv ifii E^r^ r^p^st^d"^ Aiasrrou quafi
ffa a- gMndeza 4^'i3Wi^tora^aov<|
^uahfoi ietiipm irialrcmve) a rodoa
«« «QOcessM pitosperte ^'^^ ihfelizes^
PedJfftdo'uKcin^ft f<»>a'Stbl?ar ' a sftwr
IgrejiaA, nfoi p^sriniido-a^Lisboa a •ai
^ lSi£a9>*<d6> i6^9\ £endD recebldo
nhadiD idi i^dWiO'Cfeiio V''e Rieiigi6e5
da C^ddcJe, -d^akor do^'EaJJto comot
Sa»PO^ ^jpeo^j ^ viflr^Io ^a Misericortlb
^m^'^M|ci9t2b'^at6 a^Sit^ Gausoa iaiA>^>
beftiog»;|nde> edifica^(f i> v^ ' ao&^ipdi
l»r6(9idaHg]U2^^cdi»( c6itiib:V0rdes7'Hai
mio i^JawBb^at^ Mdd ^«o %u i BemhU
M^rVin9\^eAxe foi- d^sM(Tioda ^
ptlitl(|icfo^^i^*t(ld«K csoti' luminans^v
A<^i] c^vifcaQ S3r«iodo Diocissaimj)
i)U^ 'kfft^ <^<rmtita attifor te nfio cef
80-
Icbrava, que fez na S^ de Lisboa s
30 de Majo de 1640; eas Constitai-
p&ea do Arcebispado de Liaboa, que
se acabarao de« imprimir por. ordetn
do D^o e Gabido Sede-vacjinie em
l6$6 y e sao por onde preseniemente
9e golverhi o Patrjarchado deLisboa.
Tcve al^rntiisfe^/este Prelado gra^e
parte na Eestaurafao deste Reiiro^
como acabamos de v£r. Quando em
2:8 .de larrwQ ,d«. 1641 $e ratificoii
ptdos Tres-;Gstado$ do Reiino oju-
ramentOf qiie.-se Jiavia feltaa £IRei»
e ao Principe, foi eUe O' primeira
P-relado, que. o raiificou ; : t a^sijStiQdo
nais C6^tes^np:d^a.seguirtJ:e| foi a pri-
mdra) testeitiutfiha deltas. Todas as
virtudes morae^, c political, que con-
stituem hum; vaxSo, perfeito, possuio
D^ Rodri^' da Cunha em gc4o su-
blime. Desde^ z, pj^imeira idade at^ a
uhima conservou illeza a.B^dacas-
tidade com.^anta exac^ao, qilCi dizeo^
^o^se na sUa.preseo^a al|iima pala-
vra mciiios inod^ta, a reprebendia mu-
^amente. com os signaes de p€Jo»
que no rotto B^ tiescobria ^ sefuindo
81
. settipre em«dcs^linma vida-exetttplan
Todas as suas rendas erSaidJstribui*
d^s pelos pdbres, nSo s6 com esmo-
Jds piiblicas; rttafi rambem'com gran-
de profusao as particulares , cue fa*
zia com tal' tecaro , qoe remediaVi
*as necessidades!, sem sercoiikecido o
Bemfeitor. Era^ todo o sea cUidado
o sustenco dos pobrcs, e^o cuko. DU
vina Jejuava rtodas as sextas" feiras ,
c Sabbados do anno, a que acre-
cetttava hum tfspero cilicio ^ ^ue or-*
dinariamearetratsia, alem defreqtien-'
fes disciplinas, ^ outras itiortiBca^^s.
Passava noite^ sem dormir gastando
muita parte era orar, ourras e^tudan-
do, como se v^ de seu^ esrimaveis
jcscriprbs* Soube com^perfeigao;, a pro-
funda 'sciencia 'da Sagtada Tbeolo-*
;ia, e Jurisprud^nda Cianoriita , a
^istoria EcdeSiastica , e Sebular do
ReinO) e foi hum grandfe^Ge'ii^aU-
gito. Cortf Apo^olica HbertJ^^; de*^
^ndeo a-immunidade Eccl^siadtica ,
asf prerog:flfirya$Y~dt saa Igrejar, e a
authoridadb-dt>5 6e« cararcter , cdfif«
as viol^hta^ (^osi^deit' de €asrelk«
f'
tica:i^snBi$pf)s (i;6y$ixm,' imprifpiit-
JWfl[.i^fiSf)eadier from iBa{i?l94rgtie:3a[^
em bsM&sio do? potbpfis.,: n^o feve
faaixel]as^';aiefD Qri)atQ(3 no s^u Fibiat
ciQ, Tiyi^ndd tappet re ^ que area
^ama^^emqiie morr^Qy ma era ima ,
Hem:s&jl^achou dinheiro algam pa<>
ya^os::ga^to8 do fuReriil,:que foi pr^
cissfl^rvend^r^ae DspQiiepf agioveis, t).^6
tinbf ;jifti : Wttj Palftcio , verificandors^j
Q I <^et^ leJile : m vitas -.ivf ^e^ repetia 1 1^ Se
qvaiiOdQ eu iijejprer , n^ ja&harem 5e«
vifilen^r^o *qtiero ^ue* me emerrem
€w 'Sggr^dQ^lss- E^tft ffi^iarecido Pre^
l^j^i ^^a^l^aade por: »a8ci:menjioi
«t vjfi»ide3jn»er^ceQ qf)#a acclamsi^p
iii>ivei!$aJ p^mQcwftMlmj? de ssPai
(k fou-ia.*: ]&lja jW0iyQ>;e tssj^a cKo-
«»ft a'jtf* i»»rt:e a,3.4^j5fiefDo de^
;e: ah»Ci* C?tel)iMda5i.^BWf rande*«e*
^uias,, Jg^i iscu cQrpQ.dep9«iiitdo n%
Cap€^ar)4^d!«.4a Cafh^rstl^ Passtdoa
cttaMiBA^ntve MOfiB) QnBLi7ftft>foi
83
trasladado, f:Ofl>% elle ppr hun\Hdade
tipba ordeiwdpj pars ^ pc^it% trav^^
dgi ipesipa $^, ch^ipada^ :;^,Popt9 4?
P^ro r= ; ^ sobre a campa $s grgvoi^
p scgujjnre Epifafip :
' -.• *
<« Dom Rorff'go d^ CMn^^8 ^ "
^ "P^i dtPatria/^
: "Coli^gul dp Collegio Rc-^I/'
** poutqr s\9s^ ^agrsdps Caqoqe^ ^ '^
/'^Pfcwptpr insignp,'*
/^ Inquisidpr /'
**Bl8pp'de Por^fiegre, e do Borjtp,"
*^ Arce(>i$po Prinu^x , e de Lifbo^ ''
'^•CaJpdeal npmc^do,^' ;
'' Que ti&o acc^itou por Jibcrtar a' Patiia '* ,
*f jGovtf naddr do Bjeino''
<< ConMtheifo d'Estadb. ''
^^Falleceo «!tn ^ de Janeiro de 1^41 ''
*^ de idade At 6^5 fldmot. *'
>*
€c TrasljadourSfe no a/xno de 1 70jt
iff por D. Pedro Alyajres da iCp/iha ,
f4 Trinc/iantf2-M(ir de Stfa ^ages^-r
» • • * I ) - ; ,- -
P 2
84
'^ Teiido dado noticia do esclare^
cido Arcebbpo de Lisboa D. Rodri-
gb da Cunhb , he tarobefn justo fa-
zer-se aqui' itiemdria de Sfeu grande
Pai D. Pedro da Cunha, Senhor d^
Taboa 5 Commendador de S. Mar-
tinho dc Dornies, em a'Ordem de
Christo , General das Gal^s do Rei-
jio, e das Costas do Algarre, Con-
selheiro d'Estado , filho de D. Ay-
res da Cuhha, Se^bot de Taboa , e
de D. Mayor de Bulhao, fiJha de
Affonso Lopes de Bulhao. Principiou
D. Pedro daCunha a servir cm 153Z
na Praja de Tangere, sendo CapitSo
della seu Primo D. Alvaro de Abran-
ches , soportando ahi o mal da pes-
te por seis jfnezes. Achou-se em 15:34
3io*S9CCorro deAzamor, quando os
JMouros ' a in^entavao $iti$r, donde
passoti a servir na Praja de Mazagao.
Da Africa passou a- Azia em 15*38 ,
•era tbmpanhia do Vice-Rei D. Gar-
cia de Norortha, e com~ elle se acTiou
no soccdrrb tJe Diu,- e em todas a^
cmprezas do seu governo, e do Go-
vernador do Estado D. EstevSo da
85
^ma^ cm que obrou a^^des dSeter:
na memoria*'. Depois de cinco annbs
de^ residedda: na India , vokou ao
Keino , mais rico de gloria y que de
fazdnda. Atdda bem nSa tinha desr
caiT^ado da jdrnada, quando logo he
iDeandado.acodir a Praga de A'kaccr^
invadidia pelo c^Iebre cosfarioBarba
Roxa 6ni.i5'44. Nomeado def^Qis em
i5r5ro Capjtao-Mof' dastGarf^s^fi^ Ar*
mada. da -Costa do Algat^ve , aican«
{Of grandest victoriasiCoatrar qsKTuf*
cos^ nos si^eiannos:, e trest^m^z^do
seu goveraid^^efm que oa^ivou entie
Iritrcos, e Mxjiuros- trezentos e oitea-
ta, tt)maaido4heR onze embarcajfies j
no que mo- ^6 : teve i trafadJrho^ ^v mas
tambem dbspeza xia^uafajsenda- Senr
dofcleito em .I'jyy Cap^ad-Mdride
biima Armnda-expedida taiFlaiAlres,
Hie signifix:oirEiRei .D.JoatDliiH. poor
huma carta / que sdmenri&tifiiav^a da
9P» pessoa aquella empress ,- iqitando
em outra pf>d)ia correr-gi9indevp€rigo#
O^donceitov qae'de seu.fvalorii^^ ca.-.
pi^cldade tinfta formad<jt BlBcei =D.
Je^, $e augmentdu cm seir iteeo, EU
86
R'ei Bl SebndaD , hbt»epndo»-a r Ga-<»
frit^D de Ceirta em^ ilfriyonde cste*-
ve qua)iJi>tin90annbs, trisnfando tan*
tis yeses, -^^coro efcfor^ack)! valor, dbs
Al6aid<i6 de Tteto^ VbJifaftedo a lis-,
bba , Mterirou £lRiei>" D; ^lebass^ ,
cpe-^f[^ d latoo^mpanliasb narjcabada:
d'A^icJi'*, para qwe fossef'Q dirtetor
da^ stnat'4c0ds ; de qiie w dtspenmii
e'^ra^ie'^h&hem dela^ooSyrqu^ ^^1^4
fav^i, e mdtw fefapfregadosT^no sertijo
. ^ PaffJa. UihiniatcieiiTe'swito Caqpii'
tto-M(ir d^iLisboayrrqaatiiio Fiiipp&
II. emmxyiem Portugai,.Uie/mandou
Aa^iy ^ue >0''Gsuia Manqui^ de Aitnti^
qo^rv'^i^^elbra^asse* o ^souo^aaitido^i , o
qiue eJlefttacfaicanieooe'idespresou, pnsH
ferrAd<S5?ai*^saaf dfcsgw^a^dfevacSoTcfei
aia ffiMiHa V e segxtKidcDr ao Setthof*
D; A^rtibhiov a tpiemctaQOiDpanhcm
m baltUIim 'de. AI<:a^tai-aj/.:sendo 1leI^^
k prrsabnehiE) db D^fue ^d'Alva^ : c
ctand^a para aTorkierde^Sbl^nov <raf
de e^ve! no!^ :antiosr iCQiif grilk6ea
ao9 p^sy ie'^oabando'.^cpmoellca tJeir^
aWu notoe^ glbrmot auwst us , d Pa-
ttia ^;« i: poateridadic* -DtkuLnAo ^
87
€Vtkft«LU\i^6n^3f '4Qiis fAh6s ; ! ev becos ^
<c.^ puze^sem pedra sf^t^rd'^iptdrar'mi.
<<^i^ Morg%(A3,^'e&i ^odhco^Pdirlugal
^nhi^l" Fori 0^|)u)ca<k> fib €Iw9tfa
d6^ Reat M^ii^ik)^ de Bd^TJvsefii
c«flQf|)a' de siib %6ptflturt^, :• ' 'v:^.: »
Fi««Ssc6 de^t}flc€*» , 8«Cftrfirio . die>
ri^ip^iif^ A^llfftaftikfe <i^i<> temped fffljtf
-"fi^ tor DeJffi»d''^i» f* dejiriiferdss-
^OWi^Thd^^UltParfiafinay WWtfA prt^
«iff!f»Pi^«*Hftf;*?j8afcfufe2?^dir'M
tSftaH* ci^iaiMb (JdiS C68^elJiefi^-d#
C^j^'ESpa^a ;-'e' *urrS' de lefrrf^v ^ifne
^f^CiittlhiyJ c JWW de' Fl^H^recto'
Delgadoi e doi^ f iWrtti^os , dizeada
m
tig(SffMi\ninte hi(tiA9 <^ft (trfilhaHC
vo«'->if6rti«5. AedtfB^Jila Sei&ffUd-
ga^V iesmrm A 'VftIaF,?eigciltihd»'J#
b^«*ri [«^ ifiaid^*^' }K)i#i4s; ^dt'tjlp
Sow
rt*, ,
pW|^'^p8f'deT^!iri9 3e«'efiftf. ■- '-*
9V
Marqdez tie Cascaes, tibuJoy ^ <)U9
ElE.^ ihe dep jjemi'satisfa^aciiV^f^
jorhaiddi- a . dafe ] xoono ) J&mbatxa^tiy
cxtpaordinario:,tir>peaaraw:ja ftAinJin
Regenne de Fmrfya^ iD^bADiMudAAuai
tvizyipelz moitQ'dl&iiKm ^sm^mtiriAb
Lhiiil^IIL:. ciieg6« a ,2G.dec;Aferil J
odde fiai ibuito' bemirecebido.r ■..^:^>^
Of rMindou.Elfiadi D.Joao arRno
ma Ki<:i3lao Mxitadiio.^ cotnrboctei^s
d6r:Ssitdo Eccteid^ico jipaea fsepi'e*i
aentac a© •Paparjcsi^E^amaB , -jque ' jjii^
decta^^'thda a^'RdligESt) ^deiPcA^to^git
Qonafia: faka, decPifelardos ,:j«:dBstiai€d
jaoiidlElRei paif4:?a(fiwiiiar,.(i5bi0i4
OS hanekjdeacceitacj.'.ge slr»ihe oofl«
ccxidMlem v cpio nEaaa i'ac6maiqd»l^^a>
twdQ^lqitiillo v'<}iic:x>i Suimiu^ Ebi*yfi4
privil^ios' don uEbeis od^\ d^apt tf^dyTdg
Hh v<ta ', fiii leciixfc ra ; ligi :de Ju Htif :H i PA
Innocencto Xjy-ipoipSm fcom^aP<\tftPt
danpa xlo Jgoverno cEarl^re^a f\^ ,1^1^
Ihbdlrid os' negifcios ;de-PbtV^II. o" i
A
9^
. Sendo fellies ^ toS6s os nc^sos
^ucce^sos do Aleart^jb, a bataiha do
Moctfijo:, primeiradepois da acbla^^
ipa^ao, tnerece ssr.celebrada por hu-*
tti^ das jtnais lAs^gnes ^ ac^des v qiie
tecn'acontecidd -na^nndo^ atteodK
dAs<aff*ctrcunstancidsvde sen o^nossoi
c^&r^ita desbaratado no principioda
batalha. JFbi eUa .a:26 de Maib ,^dia>
em .qse a.Igreja celebrava afesta do
Gof^»de.'Deos. O Marquez de Tor-'
r@et(sa kavia. unitbi^das- zsjgoiktm^
fOies^ixju^ «rSo' f^seisonil infanteypte
tiflfetre^cincJo rnifodawkllos* Al^JM^si
e$ia< gente. Beltr;>iL%on, viziifho a>
Monrjjf), situa(fi)i5obre o Gu^Uns^
Qnio seiobservavao^lnsfnoTimdiubs ,
adt^posi^des. dotiosso esasrcitoi' M/^m*
di^tf 6} Qiercito: Gaateiihand o BwiStcf
de^oLiagueii^ Genelnal de CavaUaria^^
Sblcjudo. vaJoroto V e pratSco , e leva*^
va a Didmaio deGusmao General de?
A^iHiarta i exenciraindd o posib dcf
jM^ifC' tie Campo.GerieraK DiVidi*'
r4onos^.dpis a infaniUria.i?jniiOTecor-
pot J, (tan cavaUaria cm trima •e^xjaa*'
tro.jEaqiuiidrdeii i^iiajcendo de*toda.
95^
estai gente hama $6 linba , com iv99
pe^a^ de arrilharia no$ dois tados-di*
reito , e esqucrda da infanrariar , le-
vando a forma de^lmm meior circulo,
xna:rchaTao a dar|)aialha. Em qaan*
to o BarSo de' Molinguen se deti-
nha ne8tasdisposic665, marcbava^Ma-
thias de ' Albbquerque para aquella
campanha com grande vagar ^ levnn^
do o exercitaein 'batalba. Havia dl-
yidido a infan^^ria^^m doifxorpos,
e a cavallaria em crtize batalh6es. ^A
jnfantaria marchia^va emr duas linhas ,
»So concendo raats,N que seis mil in-
fantes, e pouco maiB'de mil cavallos,
Eraa'nove horas, qaandb Oi^Gascetba-
nos chegirSo' i vista do nosso exer-
cito; Logo Mathias^' de Albuquerdue
mandou fazer alto aos seu^ Soldadfos,
4e'que voltassem a^^caras aps Ca^te-
Ibanos: proporciooou osclaros ; com-
passou as fileiras,e perfilou As filasj
cobri© com 08, caff OS o ladodirditb
do exercito, e parte da retaguarda,
guarneceo as baga'gens, fez preparar
a artilharia , e o t&mpa, que o ini-
94
. ^^ PrivilegiQ umigo he da N^pSo
^^.Pcjrtogue^jft rwbrld^petnder dc incen*
^^jtiy^osrrpara A% >c^6j5si , grandei : po-^
*^ r6m he fiecesg^rifej vak)ro«o$ Soldat
*V(S6si,Mq'u« vos. iflTnbrejs da jusci^a ^
♦^ coin .que <?f)r6astf«.Q Principe, a^ilc
^^obed^wmois, feda^qrrtnnia, com que
•^fomos trai^Of 'o;.jt^Qipo que nos
^^ dqmbirao wijes meaiBos inimigoa^
" que>'>igopa : t^tnoj' . prcsentes. Pel«
'^pririleira ratfe).ftahftwuos propi***
*^ aa Decs 6m e^ef dros , q.u^ , al^m
*' d.e assist Jrsein^r<?: .a ^ptrfe justifica^
^^<i$ , «tupenh0» ner Campo d« rOorir
*^:qiue;a i»ua .palavri- na vo^sii defcnaa*,
**;^.idura5Sb d^sjte ItDperiD* A 3egun-p
*''da vhs^ obrtga, :a qwe vaJorow* yof
*^ satiifajaes dos^ aggravoa de 8e$seflte
*raMQs^pftdecido9; eeorao a aliaa,
*'ra honra igtf^lflJ^nte- $ao no^ IV^rr
** tugueres OS doi^ poJos da vida,
** considerada a injuria , e pfesente ^
^catisft della, mm ae ^<^de escttaaf* f
*^batalka> Aem.d^viddr da vktoria^
cc
95
^^ T^fitfL Jie 9 rottwa fN^gpi.qsf riDS-
V«m elles ,fl;.pel6j<»r em hwfp^^.ii^
qha ( temeridaiir. «unc^ omrida ); e
" ^. caqfia, he ^: porqu^ mo porf^rao
vwcido * totalha; porqu^ raO jR-
"i#j9 M inioftigo uw^va^ , .dgtndf se
^?9fn^ a fiwpar. 4 CQRfi}$af>^i.4esre
/ vpsi» quf co^m :kgw\ ^wroiw ao qve
"t?mo$ no §afl3pp.d9 MOTtijo, Vw-
"^«9;P glwiiw«) D. JoSo I^udQiQp-
" ulla, :qtt^ ISa^ift irinca mitfetKnens.
'tftep^i-ai ttUinaam^nre dm qw <>
^' l^afqqcz de Torrcwsft fi^a «r*i Bk-!
*Vd:aj4^, nao i«ndo cauw , q.Mfi.p inj^
*' P«?Wl^*li*^ pwfc se ftchar nafeatallnt
•'rew&qufe p Cftaor d^ perdfilte*; &
j.fte.oiCeoefftliijQ exerflifo Joioligft
95
'*de c&iiscguir na reaUdade a victo-
•'ria ?' No successo de hoje consiste
" a c'dnserva^So^tie nossas ' vidas , a
*' Kberdade d^ W)ssa Pdtria , e* a opi-
^* niao da nossa Momrchiav Bern c6-
" nbe^o do 'vossp valor, que antes
"acceitarieisa morte infailiv^l^ que
vida affrontosa* E n2o vos pejo,
qtie obs9rveis as minhas ac96e§ ; por-
*'que fio tanto do alenrado espirito,
"que a.fodos vos aniina, que esperp
^^achar'erii cada bra^o vosso bunt
"Conselbeiro para com o Mu'ndo,
"e parft comigo: he tempo de acre-
"ditardes esra opini^o. A pelejar,
**valorosos Portugueieft, que o ini-
" mlgo vera chegando, a pelejar, que
"he o mesmo que mandar veneer.^
^ Acabada a falla , descarregou a
nossa artilharia sobre b inimigo, qu^
l^be fez hum enrage cortsideraveJ :
soffrdmos tambem o f6go dos Cas-
telbanos, e etles ju^lgdrao ganbar a
victoria. Mathias de Atbuqua-que
acodii^do com invericivel valor a'ro«
das «is partes, Ibei matir^o o cavaU
lo. MoAtado em oatro^ se unio^cotti
97
o GeheVal dd'Artflham D. JoSo di
Co^ta^ e carregdrSo sobre os Caste-*
Ihanos , que jd se dccupavao em re-
colheil* OS 4e^pojos dos niorros^ e dos
cfffros das bagagens^ Vendo-ie inves*
tides dos niesmos , que julgavao se-
pultadosj se enclierSo de pavor ; e de-
pois de sofFrerem o^ nossos golpes ,
forao inreiralmente desbaratados . ne«
gando OS nossos Soldados quartet a
todos OS inimigds, que encontravSo^
Marchar^o <oin este furor, depois de
seis horas de combate, e obrigarSo
o Barao de Molinguen a passar o
Guadiana • com a tropa., que pode
ajuntar dos que fugiao com tantu
precipitajSo , que muitos morrerSo
afogados. Acabou-se a batalha is 3
horas da tarde. Perdemos entre mot*
tos , feridos , e prisioneiros novecen-*
ros homens, etitre elles forao morrow
OS Mestres de Carapo D. Nuno Mas*
caranhas, e Ayres de Saldanha, os
quaes pelejirao largo tempo com
muito valor; JoSo de Saldanha da
Gama, CapitSo de Cavailos, Bartho-
Jom«o de Satdatiha^ Capitao de Infan^*
G
98
taria , RqdrigO Strcar?h,: Opitao de
Cavallos, Hollander jjoos S^rgQatos-
M6rej5 Jeronytno, Ferrer:^ ^ BelcKidr
do Cwo^ oiro Capitag^ 4e Infanta->
ria, eoutrosOFficiaes. Os prisioaeinos
que levario', logo que jCi come^oa
a baraiha, forao o Mestre deCatnpor
Eustaquio Pique, os Capitaes de Ca-f
vallos Fernao Pereira,jQCQode Fran-
cisco Fiasco, Genovez^ Manoel de
Saldanba, Jorge de MeHo, e D,
Francisca de Almada, Capitaes de
Infantaria , Niino da Cu;Blia , Fraa-
dsco Correa da Silya , e D. Diogo
de Mejje?;es, Capitao 4e Cavallos , o
qual, aiite$ de se Come^ar a batalha^
recebeo huma bala em huma perna,
qu^. encobrio aos seus Soldados , e
xnvestip logo tao valorosatnente as
tropas.inimigas:, que, rompendo cora
alguns Soldados as que achou dian?
t^, veio., ac^bar com cinco feridag
mortar na retaguarda de todos, e
:ficaQdQ np campo toda a noiie fntre
08 i^ortos, foi no dia seguinte des-
pido pelo6. paisanos dc Lobon,e re-
cQQbec^ndo. que estavaviYO^^ o levd-
99
rSo em hum cafro, com grande in-*
commodo sef, a Badajds, onde o cu*
rarao com tao pouco cuidado j que^
depois de hum anno*, que esicve na
cadea da Cidade de Carmona , veio
a morrer em sua casa- das feridas^
que recebeo na batalha. Os mais pri-*
sionelros, como diz o Conde da £ri-
ceira , padecerao em Granada bs ex*
cessos mais escandajosos, que em
tempo algum se expcrimentarao en-
tre Catholicos, • prevalecendo o odio
contra a piedade, e comraiseraf ao, de
que sempre forao dorados os Caste-
Ihanos. Perderao elles nabatalha qua-*
tro Mestres de Carapo, nove Capi-
taes deCavallos, quarenta e cinco de
Infantaria, eourros rauitos Officiaes/
e mais detres n<>l Soldados. Mathias
de Albuquerque recolheo quatro mil
e quinhentas armas dos Casrelhanos
mortos , e; dos que ^s larg^rao quan«
do fugirao. •
Chegando esta noticia a Ltsboa^
ElRei a cdebrou *cora muitas fesra^
indo a p6'com o Principe D. Theo*-
dosio i $6 ^ar as grapas ao Stnhor
G 2
100
dos Exercitos por tao assignalada vi-<
ctoria, acompanhadb de toda a Gran-*
deza daCdrte. Depois amandou par^-
ticipar aos Ailiados ; o que rodos ap-
plaudirao, e tbdas as Na96es adml*
ririo o valor Portuguez, e a gloria
das nossas armas. A Mathias de Air
buquerque fez ElRei a merce doTi-
tulo de Conde de Alegret6 , pela vi-
ctoria do Montijo.
Depois o Marqu^z de Tprrecu-
6a jun^tando mais de cinco mil infan^
tes, e mil e dezoito cavallos os en-
tregou ao Barao deMolinguen, para
qiie fosse queimar as Aldeas de San-
to Aleixo , e CJafara, vizinhas i Pra-
5a deMoura. Tanto que oGonde de
Alegrete soubeestanoricia emEIvas,
despedioJogo a D. Francisco de Sou-
saf Conde de Prado, e a Diogo Go-
mes de Figuefedo, com rropas, a guar*
necer. Moura , fazendo primeiro avi^
so a D. Henrique, que • governava
aquella Pra^a, do poder que o inimi-
go.juntava, para estarenci os nossos
frrevenidos. Chegov o Barao de Mo*
inguen a Santo Aleixo a 22 de Agoff*
101
fo ao romper da manhS , mandando
Jogo avan^ar a trincheira. Resistimos
fortemente, matando muitos Caste-
Ihanos, que chegirao asetecentos,
e OS moradores de Santo Aleixo tnor-
rerSo buasi todos. Desta Aldea pas-*
90U o Barlo a C^afara , onde , depoia
de rendida, se rerirou a6adaj<Ss« Re-
cebendo o Conde de Alegrete esta
noticia, quando roarchava paraMou*
ra'> inandou logo ao Monteiro-M6r,
que com a carallaria , e infantaria
oeOlivenga fosse queimar Salvale§o,
Jugar grande, cinco legoas distante
desta Pra^a; oqueassim seexecutou.
O mesmo mandou fazer por D. Jo$6
de Sousa , irm^o do Conde de Pra-
do, e Dfogo Gomes de Figueredo, i
Villa de S. Vicente, a qual foi des-
tfuida J e saqueada , apezar da resis-
tencia , que com as armas nas mSos
Ihes fizerao os seus moradores. O Go-
rernador de Albuqqerque, invcstindo
no caminho os nossos pela retaguar-*
da , onde marchava D. Joao de Sou-
^a, foi rebatido valoro^mente; o
que fez retirar os Cascelhanos com
102
miiitos feridofe , e o$ 'nossos se rec(>-
Jherao a Alegrete satisfeitos com a-
gloria , e com os despojos.
Houverao rauitos a>ais encon-,
tros, e cheques, em que, .alcan^ando,^
t>s Portuguezcs a victoria ,- raataraor
de continua <muitos Castelh^nos, sem-^:
pre com .drsV^antagera de armas. Dch
termiraanck). b Marqilez d^ Tortecusa)
»itiarEtva$, vera, cotn dozCiroil infaiifi
tes^ e dois mil e seisce6to&icavalIo8,'
dez pe^a^ de artilhafra , Cfdoisirnqr-
teiro<? , 'c cbega a Elvas no primeira
de Dezembro, dta faial pam Casiel-
la, e gl©rioso para osoPortttguczes ,
pois nelle se completavao quatro afl-
flos da sua maior gloiria, jestaurando
cste Reino. Ax:hava*fi^ o Conde dfe
Alegrete: com dois mi! .infantes, n'tf
tempo que o iairpigo cliegou a avis*
tar. Elvars. OsCastelhaaos.tendo con"
sideravel.perda' neste cefco, e os Por-
tugueses: grawde gloria,. se vifaoobrif
gados a largai? o siiio a 7 de Dezem-
hro', valenJo-se do- escuro. da noite;
e q^ando. amanheceo ejstava todo o
cxoxcito fora dos Olivaes.
103
Fotfio itarios os sutcefesos, e etvi
contros d*Eatre-Douro e Minho^
Tra$ OS Monces, e Beira neste anno,
Pe sorre que cm todas as Provincias
d<>Reino conseguirao glbriossos pro* .
gitessos a$ arm^ PortugUezas j, que
nio s6 def^ndiao suas Pra^asi^ mas
entrando peUs fronteiras de .Oastellv
destruirao Fracas, e ganbamp cmtrasy
queconservarao muitos annos i de s6r«
te que alguns successes cbntrarios,
que experitnemdrSo, s6 servlrSo de
Ikiatiiro de-conseguirem niuicas occa«-
diJe^ de maior reputa^ao ,> e gloria.
'^■' Os ]^)land«zes depois da tre-
goa* fizerao^ hiuma/ fortaleza em Sege*
ripe d'ElR^i^ e romdrao alguhias ca-^
l^vellas nos^as , al cerando . o Trata*
dd^'nao perdoando no mar' as^ pre*.
zas , e usaido em terra de todas as
rndiistrias' para roubar os moradores
de Pernarabuco. Le/antav3o-Ihes tes-
lennunhos; e co^vencidos por teste-
munhas fa^sas, Ibes tiravSo asmulhe*
res, as vidas, as fiazendas. Mas e^^taa
desgra^as vierSo a ser causa da feli«
104
cidade de Pernambueojia sua restau*
ra^io.
O priinelfo, que se anlcnou slis^
to, foi Joaa Fernandes Vicira, nani*
ral da Ilha da Madeira, casado com
a filha de Francisco Bereaguer, tamr
bem jda mesxna Ilha. Unirao-se atn?*
bosy eDprindpidrao algumas xnaqui-
joagdes^ que nao tiverao resultado por
faira dc: segredo, Depols, havendo*se.
retirado Joao Fernandcs Vieira , e
Francisco Berenguer para o interior
do mato com arnias, muni^oe^, e
bastimentos , que i lies t foi ppssivj^Iy
collocando-as em parte segura* junta-
rao parciaes. Escr^v^eo Joao Fcrnan^r
des Vieira a D- AnroniQiFilippe Ca-
marao, que esta va alojado com os seat
Indios em Segeripe d'ElRei, e pe-
dio-lhe que o soccorresse; a que el«
Je se ofFereceo, approva^do'lhe a re-
solu^ao , que tomava. A mesma di*-
ligencia fez Joao Fernandes, cooi
Henrique Dias , . negro de tanto va-
lor , que y depots de haver executado
acg^es memoravpis, cqmo diz o Coa-
de da Ericeira^ na guerra antecedent
•« v'
105
^ ^ fendo na mSb esquerda per hu-^
xna bala de mosquete, pedio que \hz.
€OFia;89em logo, como fizerSo; dizen*.
d6 qUe maia queria arriscar-se a mor-
ret de'preisa, qu€ copra lecer de va-
gar, bayeado taiitas toprezas a que
acodin Era Henrique Dias Govema*
dor de todos 08 negros , e mulatos;
a que se permijttia assent^r pra^a.
Ap^as Heorique Dias recebeo a
cafia de Joao Femandes, Ihe respon-
dt^o : que logo ma re ha va a soceorre**
]o,.e que Ihe dava sua palavra, de
naa pdr aos peitos'o Habito de ClH^is^.
to, de que ElRei Ihe havia fieito
mercf, sem . cetfaurar Pernambuco^
Sotao. «e lanparao osfuodameiirbs
^s glofiosas victorias , que ^akani^a-*
mos dos HaHindezes, como' Were*
nios* . . ..i t/,^^.•" •
Tendo ElRei' D. JoSoi^ noticia iSm
do gtande ekercito, com que oMar-*
quez de Xcganes sahia em campanha
coAtra Portugal y^ applicandd oa soc-
corros do Alemt^o , e prereniado a
defeza de Lisboa, pa$sou sefgbnda yez
^qucUa Proviiicia , e bastou isdmento
106
chegar a Alde^GaHega, para t]^ea
maior parte da Nobrcza partissa pan
a.I^raipa. d'Elvas^ havemlo disposto o
exercito , qu^ mandara. o Conrde^ db
CastellorMelhcir , Gorer^ador das Ar-
mas dajiProYincia d0j AJemtejo,/ e
feita 'todas as prev^en^Ses, com que
rebaei^o ^os- designios dos Castelhanos.
O excrcito do ^Marquez de Legane*
se reiirou a Badaj6zj.:sem que exe^
curasse . facf ao de impdrtanciac; e- fll^
Rei, pondo o seu excrcito era quar^*
teis deiriverno; .voltou de Monte^
M6r a Setubal, onde detendo-se pou«^
cos xlias:, depois de/ordenar a^ forri-
fka^Sa.idaquella Praoa , entrod ein
Lisboar? ai . 1 8 • de Seteotbro , i eom^' fesi
t^josf.AiBiversaes dd seus VassaUeb^ -'
ji rO(B>:insultoS''de'Rbma cada resi
cresciao mais. Sahindo da Igreja de
1H..A. NtoisBa'Senhbra do Po^ulo Nicolio
Monteiro , . Prior de Sodofeita , ^ que
assijtia :em Roma aos negocios do
Portugal, e havenda emrado em hu-
ma carro^a Domingo da Paixao , o
inv.^stio huma tropa de Castelhanos,
€ NapoJitanos, que^ dando huma c^r«
107
^ ga de pl^tolas, Ihe matdrao hum doa
cavallos da carro^a. Sahio della f>
Vfiot ,6. hum page* seu ja ;^a<>- feri*
do , qi)e cahio morto. Vendo o co*
i^heiro o perigo do Prior , naa<s6 &t
defendeo com a^e$pada na mlo^imglr
spflPreo alguns goipes, ate dar tempo
ao Prior salvar a sua vida emwhtima
ca^ , para on4^ f^gio. Acpdirao ^ah
guns Port uguezes, lie Jralianoa i casa»
cm Que Nicolgo Monteiro se, h^avia*
recolnido, levaraotno ao seu aftosen*
tO) ealguns Ihe aconselharao/quc^
lahisse deRoma; oque ellenSo qym
faaer, dizendo, que ajusti9a .doSun^
IBO Fontifice eira tao iguah^qoeo
segurava do segdndo encontro« Da-»
qui se ^^guio raandar o Ponti/ice sa^e
nir de Ro^na dehtro de tr^ dias ao
Conde de Siruela^^ Emhaisador rdo
Caatetla, para conservair oseurespeH
to* Apezar, detudo hto mandarab 6i
Ga^elhanos vir.de Nappies gente pan
ra o prcnderendi. efnendando . hiftii
excepso com outro- eiccfw. Qdmmufr
4»icou d Prior de .Sodofeita esra tna-
teria ao Embaixador de Franca; ^
108
este Ihe procurou 06 meios de segii*.
ran^a.
Sensivel, Jc^oFernandcs Vieira^
i$ calamidades pdblicas, acompanha*
do dosf $eus, se resolve rotnpfef com
OS HoUandezed , dia do Portuguez
Sadto Antonio a 13 dejunho. Sendo
avu^do disto OS do Supremo Conse-
Iho, mandlo pf ender a Joao Fernan-
des Vieira, e pi-oraettem mil fldrins
k quern Ihe apf^^entasse a sua cabe-
^a; dp que avisado Jb^o Fernandes
^ezjuntarmais genre aoseu partido;
e chegdrao a novecenras pessoas; e
determinou pelejar com elles na pri*
meira occasilo, que se Ihe offerccw*
se. Com: mil e quinbentos HoUand^-
MS vem do Recife Henrique deHufc
bosear JoSo Fernandes : este embos-
cado faz retiraf os Hollande^es des«
baratados. Depois disto foi unir-se a
D. Antonio Fiilppe Caroarao, eHen«
rique Dias. Estes itacdrSo os Hoi-
landezes, e Ibes fizerSo grande da-
mno. Henrique Huz pedio quarrel, e
se Ihe concedeo. Sahirao osOffitiaea
eomarmas, os soldados eem ellas^
I
109
€ OS Indies, por haverem sido t^aido-
res aoseu legitimo Senhor, forSo en*
forcados.
No$ fins de Dezembro dcste an-
no convocoti ElRei Cdrtes ; e Bellas
se. assentarao, que. o ntSnoero da gen^
te, que devia guarnecer as Aronceiras,
fossem dezeseis mil infantes, e qua-
tro rail cavallos; eque, para o paga-
mento deste^ soldos' e mais despeza
da guerra , se obrigarlo a contribuir
com dois niilh6es, e Cento ecincocn-
ta niil cruzados; os quaes haViSo de
sahir, hum milhdo , e setecentos mil
cruzados da Decima, e os quatrocen*
tos e cincoenta mil cruzados , que
lalravlo para a satisf^^So da dita
quantia, se tirariao do real de agoa
de Lisboa, seu Termo, e tbdo.p
Reino, do Direito novo da Ch^ncella*
ria , e Caixas de assucar, bens con-
iiscados, e de ausentes, todas as so*
bras do rendifnento da Casa de Bra-
gan^a, e do que parecesse necessario
acrescent^rTse de tributo dsllbas dos
Azores, come$;ando a cohfribui^So
cs(e aiino. 1^46
110
' E)stabeleceo'-se de novo a Junta
do8 Tres-Esrados, para correr por e^
la toda a administra^ao do dinh'eiro
dos Po^os. Para Ministros dcsta Jun-
ta noraeou o Estado da Nobreza Se-*
basriaoCczar deMenezes, Bispoelei-
to do P(^r6, e a D. Alvaro de
Abranches do Conr^lho de Guerra :
o Esrado dos Povos a Thome de Sou-
sa, Vedor da Casa d'ElRei, e Kuy
Correa l/ucas, Tenente-General de
Arrilharia do Reino: o Estado Ec-
clcsiastico a Pantaleao Rodriguess
Pacheco , Bispo eleito d^Elvas , e a
D. Pedro de Meneies, Bispo eleito
de Miranda. Ajusrdrao-sc outrascou*
sas niais. C6roou esias boas resolu-
f6es o devoto , e piedoso zelo , com
que EIRei declarou, que tomava por
Padroeira, e Dcfensora do Reino de
Portugal a Maria Saniissima noMis*
terio de sua Conceig^o Immaculada,
em o dia %y de Marpo, cm que a
Igreja celebra a Fe^a da Annuncia*
$5o da mesma Senhora , qoe nesse
jmna cah^ em Domingo de Ramos.
Pelas tres horas da tarde, jurou a
Ill
ijongtigio Tmmaculada , e imandou
patoar a segumte Provisao :
"D. Joao por grapa de Decs
*fReidc Portugal, e dos Algarves,
*.' daqucoi. , e dalem mar em Africa
*^Se5hor de Guin6, e da CoDquwta,
^^ Navegajao, eCbmmerciodeEthlb-
"piai Arabia/, .Persia, e da Indi^,
V eta: , etc. Fa^so . Saber acsi que eita
" mi0lia ProvijTO virem ,- qaeosendo
"ora restitiiido pormefcS muito par-
^' tlcular de Deos Nosso Senhpr A
*^Gor6a ^cssts inpm Rcinos,- e Se-
•*4»iw>fios de.Portugal, considerarrdo,*
*' quei!0'Scnh(M! Rel D. Affonso Hen-
*^ riqufisV meu Progenitor, e pfimeiro*
*' Ret deste fteko , sendo acclama-
**=dof,: e levantado por Rei, emre-
*' conbecimento detao grande mcrc^,
*'de conscntimcnto de seus Vassal-
**l6s,.tomou por especial adv<igada
*^aua a Virgeni. Mai de Deo^, Se-
''hboranossa , e debaixo de sua sa-
'^gcada'proteojlo, e amparo Ihe of*
Hfcceceo. a todbs os seus Successores,
.M^efS09', erVasisallos, com particu-
^^l^mimto^sm signal de feudo^ e
^Wassaliagem. 'Desejandd eu imitaV
^^ seu santo zelo , e. a singular pieda-
"de dos Senhores Reis meus Prede-
*' cessores , reconhecendo ainda em
^^mim avenrajadas, e continuas user*
^'c^s, e beneficios da liberal , € po-
^^derosa mao de Deos Npsso Sennor
"por intercessab da Virgem Nossa
*^ Senhora da Coticci^io* Estando ora
"junto em Cdrtes com os Trcf-Esta-
" dos do P.eino, Ihe fiz prop6r a obri-
gafla, que tinbamos de renovar^
e continuar esta prometsa^ e vene-
"rar com muito particular affecro.^
"e soleranidade a festa da sua Im-
" maculada ConceifSo* E nellas com
"o parecer de rodos assentamos de
" tomar por Padroeira denossos Rei-
^^nos, e Sedhorios a Santissima Vir-
" gem Nossa Senkora da G)ncei(3os
" na* forma dos Breves do Santo Pa-
" dre Urbano oitavo , obrigando>mo
"a haver confirma^So da Saota S6
Apostolica, e Ihe^Kyffete^ de novo'
em meu nome , e 'do Frindpe D.
TheodosiO) meu sobre todos amado,
^'c presado filho^ e todos meua des-
113
^ cetKlentes Successorcs , Reinoa , e
*' Vassallos d sua. Santa Casa da Con-
•^ceijao sita cm Villa*Vifosa , pbr
**ser a priiceira^ que houve em\He$«*
^^panba desta invoca^a^', cEHCoenta
^'cruzados deooro em dada hum an*
^^no, em signal de tributo, >e vassal*
'lagem* £ da mesmamaneira pro*
mettemos , e juramo* cmn o Prin-
cipe, e Estados de confe^ar, e de*-
•^ fender sem'pre (at6 dar a vida sen-
" do necessario ) que a Virgem Ma-
ria , Mai de Deos ; foi concebida
^^*^m peccado original, tendorespei-
" to a que a Santa Mad^e Igreja de
^^ Roma , a quern somos obrigados
^ "seguir^ e obedeccr, celebra com
f .^^ particular bfficio, e Fettasn^ Sari-
^^."tissima, e Immaculada Gonrci§3o;
^ ^f salvando porera este jurartlento no
*^caso, em-quea mesma Santa Igrei-
^*ja resolira; o* contrario. Esperando
"com grande cdnfianfa na infihita
" misericordia de Deos Npsso Senhof,
que por meib desta Senbor^ Padrdei-
ta, e PfDtectora de nossos Reinos ,
^ ^e SenboriM^ d^ quem por boora
114
^' nosia d08 confessamos , e< recohhe-
^cemds Vassallos, e tribuUrios^ nos
^^ ampare, e defenda de nossos Immi-
*^ gosf room grande accreficeDtamento
•^' destes ^emos^ para gloria de Cfaris-
'*^ to.Ndssb Decs, e exalragao de nos-
** sa Saiita:'Fe dtholica Romana*;
VcoarerflSof'das gentes, e reduc^lo
Vdos Heregesf. £ se ^Iguioa pessoa
-" intentar cousa alguma tontra.efta
*> nossa protniessa ^ jmraioanto, e vas-
tellflgcnivporeste inoda feito, seit-
do: Yassallo" o .ha?emos por nao na-
tucalv? C'^ueremos, qne^seja logo
" langodojfdra do ^Reino ; . e se fdf
*'Rei,. b^qnc Decs naq.pexmitta, ha-
**ja a «tia', e nossa- inaldi^ap j e naO
se C!Ontc:efltre nossos descbndenrcs ,
.€^pftrflnd)o ', que pelo'iuesrao Deos,
<*^ qwe. .no«ideo o Reino, .e sobio i
y Dlgitidide Real, sqa d^Ua ahatidOy
/'e d^pojado, E para . qju^ em rodo
/^ot'^J^eimpp haja certez^^ d^sta nossa
^•^elfli^ioy proinessa.^. e juranieneo ,
.*^g!:ftwd<^> e estabelecida era C6rtcs; J
'^In^<ta(D06 fazer ; ddla (tres Autod
'|>|iil>li«99; lium qiiie ser4; levado i
i'
115
j'C6fte >de Rdnia!^ para* ise 'expedfe
" a confirtto^^^ da Santa' Se/ A posto-r
* Mica r '® ' oiJf^os dois ^ r qne vjruhios ^
"dita^'cbrttfrrna^ao, eesta minha Pro*
•* viisaa W g^iarde no Garropidrda Can
'^ sa de'>I(Iodfa. SenhmsLoAz) Gonccifaflf
^'-de Vil}»*^k bsa ^ *e: na iiiossa »TorrQ
<ldo 'TofidMBUilDada nstxoi^CiiMtst df^
^f Lkbmt^Q'vinte ecirECOufdoanez dci
"iMayTOP^B^tehaz^r ^.^0drigil)CK Goe-i
^ Ihd ' b ikH ^i5a BOO d of jnasciminto 4e[
*:^Noss9oSehliODvJe^ Caaristo^fte'tnit
^•seiflatitcfef dficjiarcntfa frf) srisii/jPeditS?
^v^ieifasffii 5Hiia a'f5^.e0Cnas&n?^' • S
b; u.:!t^O(}RD 9 , ^t^:::^-•:J^o)? ?C;v--r..;Li
•6 -^li egnoM ,::r>rnofrr o3:ii.3 *;{>
d^TX^oin^&eadliuvni^ oatt^^o^o^alipi^
g^o^cjifasftdmniefeiidfen^lqto^^rrTVi^
gem rdiiosife SeiflKlfaojfiSra?ofconcebhfei
em gv«|fai^^ nidctiJ$Mecpei^cto:4im
|(inal^tcAtttf4b oteew^iil MUniversiH
da^^ cSi^asiicse^^xtoii&e I i^^al^af ide»
H 2
/
116
f&ma do tal juramenw] qbc se im*
prlmip'no fim dos Est£turos da mes*"
mz UoJnrerajilafle. LSo^scja Carta eoi'
Cla'iistrb' : a 20 de Judho. do dito an^
no ,) ieiirvx]tie>::se assentou • fmor^si^ o-
jiiramentiycGfm/»demnidiid« jjossivel ;-
e aaim >;iio'dia . 2S do ditia^ 4»i^z . ( pre***'
(^dendO'/jiaf iiresperaSliiuidfoa^Sb.,. e*
]%pic)iicsL 'de/JBfhos na Uaivemdade ^'
T&> (Os^L'Ciiitesr.de todas pasLFjrtuJdade^
jii GrprHa;^^ Universidade^ Ojr>dc
disse Missa de fFonrifi^k Sbilkoimr^
do 'deidSaiite^ AgbatiDhd> XSerat fdoi^
Conegos Regrantes, e Cancellario
da Univor^ade ; pr^gou Fr. heio
de Santo Thomaz, Monge de S«
Bfafito^^jr^iicnJe fde Vii^ert dc ?Theo-
]ogii£u^cafea4o^'^o Pontijfical^ ;o Gei^
jpaFlGai^QfiUbfid se pofeca lutin ladoitldb
Jkh^^f^^^ow^MitfZ' obBigp^^eifei
}4r)AwittDipl^ndbnd* emrii»^ csn
1^d:)D6dosr/i^joe)hci»|0^ dkoM) ^i^
a$8embiOiiQ ph^noo^do JMtmb^^()ettr9t
e6m> Alassal «Amiii:9;;.«fe|fl»^a> fteiCf^
117
com raassas , posto de joelhos fez d
juramento, eomesmo fizei'So os Len-
tes de todas as Faculdades por sua
ordem; eati aO presence se tem ob-
servado inviolavclmente estejuramen-
to.
Achando-se neste anno D. Felix 1647
Pereira Pbrtuguez em Bruxellas , foi
degolado pelos Cascelhanos, por Ihe
acharem em sua casa hum^ retrato de
ElRei D. JoS^f), e persuadir aos Por-
tuguezes, que serviSoa ElRei de
Castella etii'Flandres, que passassem a
Portugal. Deo a vida com tanto vw-
lor, que, artftfts de Ihe cortarem a ca--
bef a , declarou , que nao morria pew:
traidotV porqite nunca havia rido El-
Rei de Gastella por seu Rei, pois sd
b eta BlRei D. Joao IV. de Portu-
gal i e que esperava na misericordia
Divini, que na descendencia deste
Rei havia y£r o Mundo hum dilata-
do Imperio,
Neste raesmo anno mamiou El-
Kei em soccorro da Bahia, onde ri*
fiht entrado'huraa Armada Hollan-
deza, a Antonio Telles de Meneaes,
118
Gondejide VilU Pctiot , jQeneral da
Armadar^ com doze navios^ levando
por sqi Almirante Luiz da Silva TelT
les, com Batcnte de AJestrc deCam->
^'General* Ghegou o.tjpndf? de Vil-
la Pouca i Bahia oito dias depois dos
HbHaifdeze^ rJiaverem desajantelado
ia fortifiea^ao'^de Taparica.' Tomou
o Conde, posse do Governo ; e Anto-
Ilia Td'lesrrda Silva rjicoq assiwindo
«a Bahia tbdo t> tempo , que. o Con-
ide govemou. i.,.
f ' A :8 dei Marfd mk^frfo o Mes>
tre de Campo Francisco Rcbello,
grande em r^lox , e. pfudencia : foi
■x> terrondos HollandesseiJ, veBcendo*
*6stantias vezes, quantas,pelejava« Nes<r
te dia , icombatendo cpm elies , foi
-morto de ,IUjraa bal^ ev^ Pernambur
^o^ a qual Ihe eatrou pelos peitos*
Negotfiando era . Rpma o Padre
NutiQ daGunha as pr:«ten§6e$. d^ Por-
tugal, e vendo tudo baldado se resol-
-Veoitadar %J3Ufppapel nanaao do Sum*
■mo Pontificei tjue EJRei -D-JoSo pa-
^^a'leste effeito' Ihe .h^v^a mandado,
S^^ <^<*ti9feaii§S!^guh»t€5,.paz6esi
119
•
•
*
^^Qpe Deo8 IJosso Senhor havia ' *
^^restituido ElRei a posse, do Reina ^
^Vde Portugal, chamandp-6 n^o s6 o . /
*^direito :da heranja do,>lAfant€ D* ^^^
** Dugrtft seu Visavd , sqnap rti^mbeni
'.'as Lei§ ^o iBleino, em que nap^en- ,
trara com violencia (come, em ou-*
tco tem^P; sttccedeo a .Fiiippe II.,
sem atteocjer aa que .J^he escrevera •,
oSummp Pantifice Greg$>rip XIII.),
*5mas chamado pelos l^^s-i$?t^dos>
^Vdo Remo^ que tirarao da po$8e Fi-
*^Jippe IV» Rei ^c CastclU ;.pofy.este»
"^^respeito;, e Juntamente i?or.gyc;brar:,
^^o jiiramemp r com quei. prpmetteo
*^gua;rdar os/Fik-os , e PriHilegios de^
*i Portugal. E que sem cip^argo de
**acliar p.Reino., quando cntrara, m
*' posse, (leUe^. desarmadd, : e pobre^
^^por havesem os'CastelbtWSjleyado*
*^tudo quaiito era.^valo^i e estima-
**>^ao, havia resjstido. a traig^es :mui-
** tas veies intentadas contra a sua
^- Pessoa, e aos exercito? qpe proc^i*
-rarao '^a inyasSo* do Rein^p , .ficiwdo*
^*tficrii(we; as^s^as^ armas victdriosas ,
120
**algum Principe Estrangeiro. Que
"desca erperiencia podia Sua Santi-
^ dade cblligir a enganosa seguranja,
" com que os Castelhanps promettiao
** a Conquista de Portugal ^ se a paz
** universal se celebrasse sem esteRei-
**no entrar nella. Por^m osGastelha-
*^ nos tinhao por mais utii , e por
(c mais decoroso fazer a paz com os
€€ Hoilandezes Hereges , e seus vas-
«salIos, que com Portugal livre, e
rcCatholico. E que, para se justificar
€c com Sua Santidade, decWava, que
€€ em caso que ElRei Cathclico nSo
ccquizesse' admittir os justos meios
€€ de actornmodamenro , (fue elle es-
<*tava prompto para haver dc accei<«
<« tar, que tomava a Deos por tes-
<i temunha de que em caso , que Ihe
*^ nao basta^em os soccorros de Fran-
^^ca, CO mi que professava inseparavel
**amisade, que era forfa valer-se pa*
'^ra sua'deFensa das armas dos Sue-
" cos, e Inglezes, com profundo sen-
*^ Hm^nto de v^r ao mesrao tempo ar-
^* der Hespanha era guerra, e era he-
*' resia , quando $6 cte2ejava einprc-
CI
<c
121
'f^r o valor dese^s fassallos, edes-
pender os seusthesouros contra He-
rege;, e lafieis, espirito herdado
** de seus gloriosos Antecessores. Que
^'corao filho obediente da Jgfeja, lo-
^^;go quef6ra acclairaado Rei dePor-
^^tugal , mzmisLTR o Bispo de Lame-
^^go do seu.Conselho de Est^do a
'^dar obediencia ao' Summo Ponttfi-
*'ce Urbano VIII., e de que, depois
^^dehum anno deassiscencta em Ro*
ma , nem huma audiencia pudera
^^conseguir. Qpe mandando depois
*^ o Estado Ecclesiastico de Portugal,
'* com beneplacito seu, o Prior de So-
^ dofeita , Nicolio Monteiro , Bispo
^^eleito de Porralegre, a rratar do
^^provimento dos Bispados, que a
**hum^ e a outro intentdrao os Cas-
*^ telhanos f irar dedia a vida nasruas
*^ principaes de Roma , sera attenjao
Va venerafSo, e respcito/ que.se de-
'^viaguaudar napresen^a doSommtf
^ Pantifice. Eque dererminandb raan-
*^ dar o Marquez de Niza por Em-
V baixador a Sua Santidade, por n^o
'^atriscar a segunda d^sgraja, manda*^
1-22^
ra pedir' t Saa Santidadelioenja ^
para o poder fazer por GretnonvH-
"JQ, fc)riibaixadordeFran§a: que Sua'
''Santidade o nSo permittira , sendo
''queellenao perrendia mais favor,
^'que dar-lhe obediencia, como Prjn-
'cipe Carholico^ ab^ Vigario de Chris-
" to. Que sem dmbargo de todas es-
" :ias experienci^s^Tesrituira a Autho-
• V ridade, ^Si Apostolica y e' i ' seus
" Ministros. a jurisdicjao , que total-
*f mente « Ihes haviatirado por or-
"dem d^ElRei deCasteHa, -depois
*^ dt . prezo o ' Bfspt) Castracane Col-
** leicor Apostolica , ;parecendo-Hie
*' justo dar satisfajao do crimen' que
Tiao njandir^ fazer; eordenarac^jue
se observa^9em as censuras, que ^ti"
^\%^ forao desprezadas ; eque m Mi-
**nistros Reaes se'sujeitassem 'to Au-
ditor do Vicerfiolleitor , e Ihe pe-
dlssem absolvi^ao ; e antes . xjesta
^ diHgeticia nao permittira - que J-he
u fallasisern^'uemi que* exercitassem os
«« seus officios ; 15- havia dfeliberado ,
«<que se restitjissem aa GdUeitot",
^*6in caso'^tie itimiassei oa bens fie-
cc
123
w clesiastlcos , que *08 Castelhaitos
<i usurp^rao ds Igr^jas, e as eseriptu?*
c^ras,,. e.papeis que toraarlo ao CpU
<cleitor; eque raan<iara cessar as dcf*
u mandas sobre este particular ; e qua
a se ,pagasse a S6 Apostolica o que
<ida.,esmQla da .5uil|i -da Gruzada
«i esfava. applicado a fabrica de S^
« Pedro de Roiiiaj qlie demuitos an-
«nos antes senao pagava- Equene^
«nhuma destas Hnezas era poderosa
i^.a obrigar^ S^-Ap>?istoIica aconce*
€c der Elispp^ is Igrejas ide Portugal^
<<qu@^erat s6 oqu^'com ancia, e ^ui-*
icdad^j desejava*. Q^^ a Sua Samida^r
f< 4e bavia Chrisf o Nqssa Senhor en^
<«.t;?egae a cura da6-^Imas; e que to-*
<«do p 4efeitOy e^damno que pade-»
f^c^Sfi^^^s do seu Rieinb pot falta*
«<de> Pastor^ cabia sobre Ja conscien^
cixriaydeSua Saiiridade; .e que est©
<<pi:ej,ui2o das^alnjas, 'por faha de
#<Pat&tore^ s^. fjsf^adia com timcnta^
€€ v^l rujfla . ao I^gwsaimo donjinia
f€ da Gc[r6a de Portu^ na Azia ^ na^
fc Afrka,:^ m AmcFica, deixand6^«e
<< etQ muius part6s^e.adgiin[i$tt:4C-.Pi»
124
u Sacran\ento^' J)pr falta de Parrocos.
€<Que OS Summos Pontifices cosiu*-'
«< marlo sempre dfecidir em negocios
fcde maior'importancia em consisto-
4;*rio publico, ou particular; e que
w nSo harendo materia de maior pe-
i( 20, nem de consequencias mais re*
ulevantes per ser utilidade'sua se
«cnao tratava. Eque nao sabia acau-
€i sa, a que pUdesse attribuir esta de-
€4 monstragSo ; porque entendia , que
unio poderia haver Cardeal algutti,
^<que acortselhassie a Sua Sarttidade ,
wser raelhor deixar perder tantas al-
<< mas sem Pastor, que perraettir-lho
<« por nomea^ao sua concedida aos
<c Rcis seus Atitecessores* Principal-
is mente bavendoddterminado oCon-
^ cilio Tridentrho , que, para o pro-
«< vimento do^fiispados, preqedesise a
crnomeajao dosReis, ou dos Possui-
w'dores dos Reinos. Que ElKei de
«1]}aficella y comd Catholico , se nSd
€< poderia qui^ixaf (fc que Sua Santi-
«rdade executasse a deterttti^a^Sfp do
^<Concilioi Que Sua Santidade nao
««cottui&ftVa>deriJuiz nos titigios dos
125
u Rei*6* i c que Hilipfte 11. f6ra:. o
M. pru9pie^ro : que prdtic^ra , e seguing
<ie$tariQpinlSo , qus^i^ tinnara a i]v»
<c jtf$j^a posse de Poncugah: E que b»
irf Suipmosr PpntiliQfis ;n Predecessoce^
(^ de^uac^goiidade, :»^Qri2Qstuinavaa
ic attend^f (Oiais,- quje ^ tern das aU
If mas ,' p^rtcendo-Ihrcjf jysfo , coibo
^iVigim$ ^ Chrkm in^ ;erra , : je©
<^^i9t}iomBlum ae-itodoa OS Catiu>*
^ lkm<l Kj;qu^ Su^ Sabjddade segulo
^^Tedfcrrfrifejs^Sp divertOaCjanu qti©
<f Heflih^cfilBW* R*i ,i'irt*ml "<tfttaQ filb»
^^oAr9i^vm -mtpite cipo4*5doi segwarv
^<firop.(Dek9( fiojn; -Q'^nsa^iiiento hafcia»
*%:diBlitquid,Q6cbnthg6ca Sir«a*S6 Apds^
^^.ii^cii, iiiMya: jC<]^dJej«(|ue}iaiai0SM
¥eiiHi(ipafpmnili^?b[qo€( friiidferaf u^i^
¥j<$imohii(f5L£ri«fcipCfl inflel'^ cni/|[e»
«rreg^idBbqutiI« ihtp)0HireipliarfVa)0»
t<'6fenfa^eni<^ji .depis)(i^:t^e s4rx>nhca.Qi^^ ci»
f^)itioii5r««i4xp«*leBcia-ff(Wii sjue-^i*
^ S»itfidadi6n9dmiiri9«r^^ if^r}fisfii$a^
^:£s|ft4^ jtfmpim^ da^^Igneja tlmi^
^€^l(altivdtp^^bla3{do Rcijode
u menos cbrif^iib d MoftarchJdPor-
«rtugueza, po^'cxceder a tockm na
ctf^elo do aogmento da f(6' Catholica^
^ levandd-a« ^^om grande dlspendiov
<c € traba U«J^i d$ ^ftia Is ircrndTas- partes
(w?ido Mufidt),0€fintf7VeneW^^o^3'd'Obe^^
•cdiencia ddlgrejd; Que o Papa-Gle-
iiitnente V'lil, j^tdera 'o'-Rtfiha dfe In-
wglaterra; par Wife parecer pfecfeo ac^
«jCOflimodar>ie'atf drct^«eJ:do Itn^
«< perador >Ca<rJ6g^ V>.;- e iiqu^ pa^sador
cvipouco ti^tt^^efa pal^s^dni'-Uen^
<*.rlque VUI.^^Rei^ de- Ingbi^eita-;^ e
VTsetti attef>0^oa;oifaV(tt- ^aweteclente
«ido Porir!fi)oe,^^d(S^xarap^rdWfia5ftiek
♦<<Ic Reibo^ a^iftr CaxtielkjP^iujHbigtfc*^
«<^tarai dai^c}«e-'tbrte*rUui»*«n tiD%ne->
orja Oft Hew| Ecplesiafi^tos^;5Kqu«r^ol^
♦^Heregei-jfite h:i^i3oiti*uff«clofrQ3ie
H cf/Papaifi!l€tae«ife VjIIfPJ^edebAcfr^nd
^gremiovdfeslgreja^ •:a fiiflfiapieiJV.*
«|Jft><I?ai»ria//n^ettii att^ttdb^bjtrtflf^
<9gs^di^, :ebmdtffidr(;^s'Aiei.'Filipjptf
«*Ii% e dgTscablttiiikifnM. <>««?erai
«fcertcs <^ef>ytelwfaqteviiiW iieg*
m
<c.ao Summo PoDtrBcev nem conseivk
4< tir beresia , nqn scisma nos seut
<(ReinoS', cotno a .nSo admittiraa
€€ OS Rds Portuguezes seus ^ntepassa^
icdosn pordm que se na falta dos
<<6Upos:^ depois de consultar, coom
#<;lhe era precisan^ente necessario , oa
i< Mifiis^ros Ecclesiasricos , e Secular
M res itas materia^ pertencentes i Igre«
♦< ja ,♦ se originasse'daf lijberdade mi-
<< litar, cammercio, e. trato com ha^
€<*jrcges^i e infies algum succcsso rae-
«i.DOS 'aeoente,e mil arlgreja (o qua
«• ;pe(aa lapo permittlsse .)4 que espera^
l« vayique' nao cabisse a: culpa sobre
oa. sua>.conscienqikf'poi&^nao era eU
«ie a causa denaohav^r Bisposy-nem
#f defiiltar Nutaio Apostolico^ ie Mi-
^^•mstros Ecclesiasticps^^que ptidefiR
4c Sfeija ' hresist ir aos> males , » que sobreH
MiTie^om. Que na ektrerpk necesSdai*.
<f:de. Ihe segtiraySao^^lgr^ndcs Letradosi/
^qfyesegurameiiDt^ podia iobrar, 'cdtw6
f « sej .ci3o"hottv:^9w acce? so, e recursd
f<d S6 Apostdica 9£ quefaltanddi-lb©
«.ttbte ^ como yfer>iaddir3menlefTgirfe^
<r4^:, tocavji hesic'^caso aos GbH*
128 .
H dos, per nomea^ao, sua eleger Bis*^
ccpos, como antigamente se fazia
€€em Hespanha, e ainda se conser-
€t vava em algumas partes. Qpe Sua
ii Sanridade se nao poderia deacon^
<i:renrar desta resolu^ao\ quando, co*
€€ nhecendo, que elle poderia usar de
€i todos estes reroedios , nSo tratava
u dc definir as suas justas pret<^ns6es*
u E que, se por ultima resolugSo, Sua
€i Santidade antepuzesse os interes*
€€ ses de Gist^lla , a sua justi^a , oue
<c determinava juscificar'^se com todos
iros Principes CHristaos para que
cfem oenbum tempo se Ihe puzesse
<4a culpa de qualquer modo^ que
ffsuccedesse*"
- / Todas est^s ra^s venciririo
nuito ao Papa ; porSm nao o deter-
nHfiarSo a decidir-se a favor d'ElRei
de Portugal ^ e da mais jusfa de to-
das as causas. A Religiao, « a pieda*
de^d'dElRei foi tal , que, apezar dea*
tas raz6es, e do conselho dos Sabios,
cdoformando*se com o parecer do
Xrifamial da Santo Officio, que dea-
apprchrou estas opini6e$^ a nada pror
12$
ceded ,'^!b •'{)odendd Gonseguir em
ttes Pdotificados , <}ue forlo Urbano
VIII. ^ Innoccncio X., e Alexandre
VII., cousa aiguma da S6 Aposro-
lica.
Ne«te anno se ofiereceo Domini
gosLeite, para matar o Senhor Rei D;
Jo§o IV. ; e para este efFeito part io dis
Castella < acompanhado de Manod
Roque, a quern occultoo este segre*^
do: ^hegando a Li^pa^ no inez dt
Maio, alugDiu humas casas na riui
dos Tdrneirck , is delkaifoi insensi^
velmente alugando todas .as que se
continuavSo, at^ huma pequena pra*
$;a , que iicava por deeraz^ da Igreja
de S. Nicoi^o. Feira esrta diligencia^
fez na parede fresras com pontarias
oppost^as, para seguraf o tirOy (M
pela frente, ou jpelas espaldas d'El-
Kei, quando no dia 20 ^de JunhQ
aconspdnhava a ProcissSo d^ Corpo
de Decs. NSo ^irtio ieste inalvadd
design 10 o effeito, que elle-des^jav^a;'^
p6rqu« ) perdendo Domingos £^ir)e'^;
todo perrnrBado, a pontariary contH
ABou .{iela vsgunda / fresta:;^ e iguaJt^
ISO
fRent0 nacir. t^vel effettf* iJRwsqu .EIi
Rdi li vre da perigo ; e UomingQS Leir
tie volcou para Hespanha com.Ma-
noel Roque seu cotn{ianheiro ^ onde
deo as suas desculpas , que forao ad*
qoittldas. Segunda vez ¥em a Lisboa
£om o mesmo inrento > e o. comVnu*
fvicou a Manoel RoquQ, o.que oao
tinba feito da prlmeira yez. Este
adiantandQ*8e> com o prelexto d« alu^
gar casas , o participou a ElRci la*
^ que diegou a Lisboa ^ X{ue proi3>
{^tameotf^tnacidoU prend^ a Domin*
gps Leit^, o qual confessou o seu
4elicto, e,foi:sencenceado a ttiorrer
^bfortrado , bbrtando-se*lhe prioieiro
^ mios em yida no . Peloiriiaho , e o
aeu corpp :,fciro em quarcos esteve
liiuitQ9.oias exposto ao publico.
^ MandouEIRei render as gra-
mas a'Deos em todo o Reina por cao
lissigbal^a beheficio ; e a. Rainba
jnandou, qiLie.nc9tJugar,.CAde Domin^
gp$ 'Leibe f Jhte^tara eracutar o seu
fl^^igQio^^eJedificassJe bum Coovento
dedicada, AQ SantissimOt Sacra n^eotc^i
«.0'n9Jiiid9u^Qccuparipd[o8 Bleljgioaoi
Carmelitas Descal^os.
131
dxercito Portugue?, dj^ydcis mil e '^4^
quinbentosSoIdados, deque era Mes«.
tre deCampo .General Francisco Bar«
reto de^MenezeSy e Cabos principaes
Jq3o Fernanda Vieira,. 4^^^ Yi*
dal de ^egrelros, D. Aatonio Filip-
pe CamarSo, ^, Henrique. Dias^ com-^
bateo coatra oexerQito HoUande; de
sete mil equatrocenros, combatentes^
e seis pe$a$^ de anilhari^ em ^eroacD-j
buco juncq, %i;hun$ rnqri^ies^^ a que
chamlOf G^r^rapes •: com tf 9 d^ifiptual
ciimera consegqimos grande <victo-
ria , ^ .mprre^do < dos nossos , oitepta , e
guatrai passandq os feridos de quirs
nlTentos..em qu€.tivemos riquissimos
dcspoib^^i catrando p Bstaqdarte da
^epub|iiq^.,de\ fioHan e.
nove Bandeiras. Depois de cinco ho?*
dM^entQs.hon^enis^ em .quf^^ntrirao
ceiitq e pitenta Offiqaes^V dpk Co^
ipoeis, bqip deUes H5n^;^q^\e : iHua; j
q f eridos. f of^ r q^asi, lodps, ^ j , / , ,
1,; , jA ,?!q;/i[5f JuBhpi ;amanhecw TOr,
'152
mil irtfanfWV'c'tres'mil civallos, is
drdens tie' C6?fmanderi/^^d6 jbromet-
teo a EIRei de Hespahha a Conquis-'
fa de Portugal, otjual rit^iJou avan-^
jar por qtiatro partes-, crdestindu pa-'
fa si Ktima porta na estrada coberta,
por onde bs Soldados sahiSo' a tra-
balhar. AvarijirSo os Castelhanos
^nimosamcnte , animados p^Io Mar-
<|uez de Laganes. Antes de set em sen-
tidos montar^o dois baluartes, e nes«
fe- tempo tocdrSo arraa os sentinel-
ks : acodirSd os Soldadds' dos cor-
pds d^ guarda' viiinhos, e al^uns mo-
/adores j que sustentarSo com "valor
o primeiiT) itnpeto dos Castelhanos,
?Ue derSd'Iugar 'a acddir bs* outros.
). Jorge dtf Menezes,, logo que ouvio
o rumdr/s&.Ievantou da trauma, e to«
manda a^'su^ espada , f a primeira
foupa que eh^ontrou, Veio d rua aju-
ddr , ^' *tiitf »r bs que jd'aChdu bata-
Ibando; deSorte que obrigdrSd ao's
Ostelhftafuos'a voltar Ss costas com
tal dezacdrdb, ()ue i^Sb'^tinandp com
o lugi[T,-ondte tiribSo^deiiadb as es-
cada^Si-se^'precipitii«t) ^abaiiio dW
w 1
133
Balaarte««>Cr^Keo p cpmhia|te:^ e D»
Jp|o d^ JMenezes ,, cqiq; txf^ feridaf
no peito , cpberto (desai^gue (pmba-
tia (COfD. v^pn* Durou P.ipefigp at^
q)ie rooipepra :ipanh|» /N«^.}i;enipQ
chegandp Oismander ;fol.;tnpr.io . pcnr
hum Soldada iipsso , ; cp;Qc^}\iiqia paV
ia,..Mor!^ ell^ ccssdr^ptpdgs onmot
vimentos do cdrpo do exercito. O
Mai:^uez/d^ Laggne$ seir^tircni para
BadajQ?s , .aWiijSfi : as; j?sp.?risjfjf§f ;,d»
CoiiqiW8ta:4e;?^t!|igaUj,4wafldo »
Prapa cpbe^ta 4e sangue, ppf98so d?
mortoi , e * ,a. .f^ampanha > d^rhtidf^^
pa def^nsoroa ;,de .. OliyenM Mfeviq
huma gtoria- iipmortaj J q jP«JpSo de
Menezea recj^bep d^ElKjei Jiucqa car^
ta de agrad^ioientps os 9iajfff,lippro^
aoa, cacfitg sp^ Li8bpa,ja-.^3fd€iju4
nho do'ii^esnioafino* ^q : ^' - 7
Depoia deste successp, intentd-^
rao 08 Ca8(ellmi^s outran eipprezaai
mas todaajfom^.talJnfeli^V^^e:, ^qjiq
^ aerviap de .augmraiar^ja^fllorja fk>a
Portuguezea. _ .'- ^nr • •/<
. O Condfl de S. Lpugcjjo jcpni
mi] e ijQinhfntoa carallps^ :^jrerDar
^k^f Di' J<Slo 'Masdirtinhas, Gtn^
i-ai de CiVallaria , e ^bls' kiH' infaii«»
tes I orafenT'deAndi'd de» Aftuquef-i
due, fthffoia ttn Cast^Ilk:' chegiilid
auiis ' 'Kgdis' il^rti dfe "B^dajdz por
GWadi'aH^'atltta, * ftzento grande
Jfrgzi^ 's^-'ifettrou & iUtz ^e Bada-
02.o:n...- ■.•• - -- ^^f- -■■- _
< ^ NIo 6bfi^d6 nada' tfm^cMA <o
P^id^fe:Niiho"da Cuifca^i nSandtiii 'Bt-
Rei adDoarer- MahoeF'Alytires'Gar^
Hlho, c^* a -ihstrticc^^a* <5eftiridtiai^
em Rorai- o* requertfftdhttts <te P6!^
tugat pete 'que pe^tfendiS' '^'"ittateriai
Ecdesikstrcaii: e qxi^ ¥i8to' -^ fiflV<^
Nundd," '^ddfa ao f«fiK», <J«e Sua
Santidkde IfionSeasse a hum dbs' Pre-
ladds d<felePRciiid, cdW o TiWilo <!«
Visitadpr ; porque disti: ' isdrfe podlSd
ceisaf algufls incdnvehientes .' que se
SitdedSd jio R^^ido; pdr^ttiWte ichaii^
d-a m^sma impbniblKd^r, que ds
dutrd^^i ' iictfu^ tddo Hd taS^iiid estado;
Neste anno morreo D. 'Antonio
Fitippe'^^C^tfai^o,' q^e a^^fbd^ 'de en-
fermidatle> 'e neUe inim Sdtlado de
135
granule taltif, «8plrit<y '^rdti'cldfiiaiefl-i
te catholicd. • -^' •*""'■ • \
Sabi^d>de Lisbob >Siih>a(k)r Cort
r^a de Sd^te^fftolTittilG tkiGovcff^
nador do Rio de Janeiro, e Caphlci^
General'46)R«?no<d6 Angdlay g^nhou
victt}fi»s ebrittz Ki»M6ti3fadtk9'i tcH^
duistbtf 'f'k^s , ctf^i^u' >£4R:ei d«
Corfg^ , ^'a Raiftha 'Girtgaj 6 ^ ftz' *>
•5dies-dert8fHilf^nieii6iria."'J ' •• *>b
Deo Eifief • priiM Ji>^' <Ji esie a tft 1 649
lio pondd Ga^a ^0(F^Hl:ii«e: D.Thfci^
dosio ,^ S«^»-Ma^<^*?4^ ^ *m' htiiil
quarto i^ftfi'c^' ha 'f(<il$^ii*« itSi Him
i^omciKi-'p6t 1s*0S GdtitiSi'Hottje'hs'di
GSmif^ a llfenri<Jue' *le StMwaf, Coritft
de Miranda, aFernSo Tfelfts da ^1-
va, G6nJrei^^VM1aWMalbf> f^ ^uno
de Mefla«wei;Gind<^a^'VaVdo8KeW,
b ^'*D; ^f^/^riO 'd« tE^^Hiti'Brdncbl,
•Cbh^e d5«'Vi^la-Nd*ai'Q'c«"co timp^
depois etftHVSo- >•{[ servir^o-Principe^,
coni ies*e ffigstfeo etWcKilSi^; D. Ltfft
dePdrt«lgili,'€bnae ileViW?b«o, JbSi
Nuries da Cunha, D.^hWii*z»de Ni|».
•fbriha ;:'GbHdg'^ao.rfttc#, •« D.' Joib
LDboMi'SIIvdrav Ci8id6>it« Oriok,
o.
e BarSo f4^/,4Wvtia;. S^partHt ElRel
para sustento da Casa .do. Principe
ti^do o FdB^imefifcf 4Q»!P\iCado de
Bragan^^i e deo'li^e oy^ras 'Cdnsigna-
V ContlftuamJo o Marquezfde, Ni-
f: vend<]iijas , lalf ^^esvdcf^f at^ des*
4?0nt^rtr§ pglo ;gf)Mj?raQ 4afR>^^^ e
da valia do.C^^^tr.MAWwim , ftz
r^f grand^s ipflrCfrtM i.RaHfth* .da} parte
4?EI Kdi Dw Jpgp , .9 jflures eH?,sagra-
4ieceo,.9 deixaildo plVlvquez, assi$-
tinda a^ft wgQCWs . de JFj-W^ Chrisi-
IQv^o Soam de Abreo com/O titulo
de , Presidefl<e /chegou a Li^bio^xom
feliz viggeini. , . ,. .« ;-.
o <jpntiiiuairdo em; Roma as per-
ten56es d*ElR)§i com oS^03mQ'ro|lr
jtifice^ )90liciff(4ai pelo Padre Nqtlo da
(Cunha y^Q IDoutor Manoel Alyares
OrrUh0i,oe^^{v M^nflpJ Pacheco, e
.l^ada /qon^gumdo , 4cqiHe)|pavSo ^
JBlBLei grandfs/Letrados da Eiurapa^,
ijue^.jia^lalfa'cl&.fccursso i-$.e^App^-
^olica,; podia -ju^ar dost.tnejps,; que
acima mo i?jSifi9^^4oB^ .n>«;:eUe de
i87r
mats nada qm^usa^vo^isr^que deigOl
g08, Q supplica9 comqi filhp . obe4ie«7
Neste anno motreo D. Joao de
Menez^S) Varao siog^l^r,^ de etc)v
na meiBona* r, .»••/ 'i
As guerras Ci>is de Ip^Iaterr^
cresc^rSo com tantQ e^ceisso^ que EI^
Rei D« Jo^o ordeopu^ria AiitpQiodf
Sousa .d9^;Macedo^ que se retira^
da C5rte-4e Londres^^' pOf nap quefr
rer , que Minisjtro .seij: jlbs$p tesrqm ur
nha de huma tao deshumana ac^a^
£1 Rei. Carlos I.y depois de experi-
xneo^ar varios rey^fes-, da fortunafj^
^oi vfndi'dP.por quatTQC^nta^ n)i| lir
bra? csterliMs aos P^Ujof^f arias 4f
Londres^,pfIos Escqp^e^ que o h^
yiSo ampar,ado I e passado de Escor
cia ao Cjlastello de Uombi/, cincpe^f
ta legoas de Londres, com. gusu-cjai
xia ParlamentO) a^quemdisse, quanr
do tofB^rao enrregaT'd^i^sua pesspa^
fltte de ro^lhor, yoot^^ /jija com }y
que a havi^o compr^dpyr-do que j^
caria conn os que o unbap, vendifjp.
£ tirado df "Hombiyr po^ ordem df
f 38
_ - ,
qlie o p^rki^guia'^ o condusio a bum
grande exercito , que governava uni-
4b a Cromb^et;; artifiljfc^^rib^ jifrimei-
Fbs anhos c d^ 6£f?as mec¥nicas. E^tfe
Rei nSoachandp em hum Keirrd't^o
Eiellicoso vassafld'algumV^J^^^^^ ^tre-
vesse ' a defehdisr a^ sua catiiaVfoi tfa-
tado lodignateeMii, durante- o tempo
9a sua priis§6^Pati que- seA^enceado
4 morte Tdi. d^goladd 6m publico
cadafalso iiodia' lb de Fevereiro des^
te anno. ^ =
' A3 deJUnho moffed W Ma-
drid o c^Iebre Historiador ;' Mahp^l
Tie Firia e'Soti^.' ISIasceO 'hi Ffovin-
•eta d'EiitWiDwh-o e MftihbV Ho Val-
fc'de Viifcte. Adqiilrlo eat'raditbs an-
Om de est(id6$'^^ndes ebWIfeklmen-
Ttos. Foi inif^e Historiadbt',* illus-
%raAdo'aM^ N^^Jfd com asmembrias
tIo que toi>^iffiro:bS PtottugUiies Aas
Qiiati'o PifJeS'^iltfMundoj' oque dei-
%bu eicriiptb ^%is vol't^iti^; Indi^
tAdo i ?6cu^'htb s6c6thp6t ihuitas
^tis, po^6m in'ereceo tantbebi, como
Ganji6esV e^'oo&e de PrihcipiS' dos
15$
PdeiaL Mereceo'd eithnajiSd dos hK^
ttrei^S Sabibs do sen tbmpo , e tefil
pelos' b'iiS ^scriptos hum grande ne^
me naPftsterid^de^
A fi de Agtysw t&orreo joio
Finto ^beiro. Na$oeo na Villa^ di
Aii^ara«Ke dt MaMet PInfo Ribeiroi^
« Hel'eM^^mes' da Siha, am bos d«
nidbre faiiiitia^ Esrad^ndo na Univerf
bidade de Coimbra U JaY^i^prudencii
Civil; ^^{6 consummado nesta Scren-
cia. <!)^^ftti zelo pek> amor da Patri^
(B iAc6ltiparavei patrlotibmo moscrou -/i
evidfehtertacnte nos .^ervicos , que iei
na Resiaura^So deste ReiDo, comid
fica" dlto. ' Defcikfeo os Dlreitos^'da
Seiilibr llei D. Jo3fa IV j;^ com ais ma^k
eiriddtites 4-az6^s contra W a nt3gairiir«-
tas'^da CAtoz de FcMtagd. 'Depoi^ <ite
ter sfdo Jul2 de Fora' dii Villa deJi*
nhel; Pdtite de Limh , e outrcM Lu**
garesV^im que manlfei^tfu a 'sua'H^
tcfrtftiifa^) is ^desintenesse Y foi Ddzbm^
b^rj^ador do Pa^o ^ Fldiitgb da Ca«4
Rieal , <36ntador-M<Sr da JPazenda /^^
Guafd^-^Mdr da Torre do l^diiiba
Foi tasado com Di Mafia da'P^di^
140
4ra'^ ^ quern ntp/teve filb^. Jaz ses-
puka4o no Clac^tra de S.Fraticisca
da CIdade ems^pultura proiH'lav.!* ,
Depois da tragka ffiS^ed'El-
Rei' de Inglarerra Carlos (^,iSeu fi-
iho I Carlos 11. y andou disco^r endp^ fii-
gjtiiwo com'^ajt^fa^IidJl^s'para
9e livrar da tyraaiio Crpfljowcj^-que
tomou a .^i < rg^yiernp ^, cf»mr o TTitiH
I0 :s de PlHMiectoc 4a R^pu^lica <!c
I^gbterra<r:::.Fugindo igualjrpiente 0$
F/iocipe^ B^oberto, e Maiiriri^ to?
165^0 0i4rSo o porta 4^1 tiisboa. SegiM-ps o
.{s^nerai Blac^; v^ipparecendo em Cas-
«Ms qom huma Armad^; f loglez^ »
i^dmposta dep^uifi^e ftavios, .fj^rten*
iS^y se :lhe.. ^nU'lga^sem bis. ^riiKJpes.
Sto$io:ElCl$i Id iQvi$adia 9 ^e > Ihe f c(^
f)!ondeo cortJ: ..rewJUfSo ; ^/reccaiKlo
^tguln dtteatidp: dp General Blac^
•fi.jprevemo.,, faeefido naarc^ar' do
Al^mt^joi!tfe8:ir^r9os de ipfantaria^
q^sduzentos (;a.ieaUoa > preveni^dQ: os
2»gare3. m^iritinio; ^ nomclando para
govel-nar Pfenlthe G>itde :4a Ericci-
j»vD. FeiDaQdOj 4e JVLenf^s ; SeFu-
1m1-q Qondet de Fmdo P« :Ff%oci8CQ
y
141
cle^dtiisi;'tm= CascadiF d'Conde de
Cantanhede D. Antonio Luiz deMe*^
nezes. Ghamou ElRei a Conselfao de
Estadp, em que elle assi^tk)^ a Ran
tihstf e o Principe. Di$putou-se sobre
a eiitf^ga" dbs Prificipes^Palatiiidsj
em quehduverSo varias &{>ini6es con*
tra^ias: por^m o Princrpe D. Theo-*
dosio fei huma elegante fdila ; que
o Cond*-Ha Erl^eira diz^ cons^fvara^
tm seu ppder da propria letra defiM
Principe ; e he a seguinte : . '^
' » u Persiiado-me, qae- julgariia -svt^
€< perfkfo "^ qtialquer v arSd pr^dettttf
(cesra ekhprta^So a'bum>^R<ei pnldtrH
crti^ttid, e a semeNiarhY^bi Miiti'^roii
(< em nfiiny jiegocib^ifitfhiKfito. Oxili
<*o Machavelisnio ,- qUt' /«6 ot mar
<V s^uaz^k' usuri^i^o 6 liittio '^e pfw*
<rdent«8. Ppr^rndt-hcand^ ^ti. taitt>*
(vria, 'rrafttaios dti xUgsKio^ qtte'sse
/f prbp($r. ^^Idrecia hd podco teiilpo o^
<'c^ee{^h^>Ahglieaiii6<f«btfito do I«ii»
(Vperio (^Carlos I.>,'i^|ktHS8ifiio td^
142
tf rde mudar ^ jiis{tftnic»)tQ o :gpy efno ^
use levaocdU/a furiosi <li«Cordia .dos
<i^ Pari amen tBr4os.. Depois de diver-:
icsos, e 4iiV:i4Qso$ successes foi pre*
4f zo ElR(9i jegitimo pe]p$ ^ubditos
fcrebeldes; ;,e np princlpior^do anno,
u pq^ssadp, CQiu bprrivel dezat^inO) ex-
ec iraordinarip' fu;rpr «. viperjosa jalva,
ffnunca vjsta crueldade,: em Lon«
c/dres, eoi b|}(p ;tiieatro piiblico^ sen-
<fdci authdres Farfaix, e Qomx^wel.
€tOh crueh e inaudita maldade! O
oilHel da Gr^rBretj^oha p4gou: com a
ffcaibe$a s^ piqmas^ que as perficUv
<^ v^fl^ailos ^(nergGiila, ^iiS com, rado.
<* d^. ser prppff^ra hum Rei tao gran-,
^!de'entregdf,a.;.yid^ p^lo!! deJiros de
^€ €f U6 sul:|di^s« Goncluidos ^sres sqc-
^i.Cj»sp5, tpd^sirps prjinpipjMrdoMun-
4iido .fecpob;cK:erao . a Carlpa IL per.
w kgidpio, ^ii5j5ftfiQri,.:.e ,Rpi .de In-
y^iaijf rra , :.P;^ qtt^l . njaodoui j logo a
Iff ^a.X^rCf^-hum j4)Vtiadp cj^mado
"itis^, queki^ifje^t^ipep carras.\de crjcn-
*9» 4o ssih^i^.fias qjuaicf.Ihe.da-
«fr>?a .autho^^jl^ p^m tiiat^ covi EI«
/^
149
f f tas eo;! Si^ii nome pelo Principe Kch
<ib^rtoseu Sobrinho* Coflsultadosea-.
<cte nctgocio, delitHSfpu ElRei meu
€€ Senhor. responder a Lisia , com a
(i sign.i^c:a$ao da amizade assentada
<f conji ,to4os o&IpglezeS) e que ba*i
ccvia deadmittir livneme^te nos scus
f < portos «as Qaos daquella na^ao, €em
cidistinfSo alguina, ^ quepoderi^o
<f vender ; as prezas , e re|azer-se dd
« qualq^eir dam no , coip declara^So ,
<< qi|.e a$ que eotrassepi no portq, ou
<c fossefp d'El^ei , ou dos qije sen
fcgui39;7fli causa do Parlamento » Ihea
(4. olta.. fi^ria: licitb sahifem. delict 4ih
c<.tes:dQ p^sf^rem tr^s diast Com csn
<< te cooqertq entrirao. Dos portos d^s^
^tsi' Cida.de ps Priniripes R^beriQ, Go*
(« neral jd'E'IRei dd QrSfBjfetaqhai a
<(SQU irnaaorMauri):ic>^i{;ra^eiido em
usua companbia tres navioa mef«
cccanti», r^Dmados aos Parlamentav
^^jiQs^MtmtMdQ Vi^deloakpaFf W9^
<c;temar.09.quietos aegpi'i^'; Occasion
«Anott i ^ fUStc ^.pegOQiq . graq^^ (oeftH
4«si^! ipe}f(>o receio prevMjida da Pftsi
144
fi ar£ ao mez de Fevererro passado.
€€ Neste tetnpo e^tando aprestados os
4< Prihcipes pari navegarem , appare«
it ceo a 20 de Mer^o em Cascaes a
4€ Armada Parlamentaria , que con«
^cstava de qiiihze navibs , e Blac seu
«< General declarou por cartas, que
<«era oseu intento pelejardentro do
«^< porto de Lisboa , com os Principes'
^ Palatinos Roberto , e Mauricio.
ic Vista maduramente esta pro|::i6stist
ii nos mais ^cretos consdlhosii'ElRei
«<mea Seiihbr; se detet-mitiou por
<^v6tos de todos, que primviro se
«<>imp^disse com suavidade ao^ Par^
<<lamentarlos tSo temerario intento:
«^ por^m persistindo neik, coito fogo,
<<e ferro se Ihe$ resistisse a entrada
tt da Barra. - Este he o facio , 6 Pru-
^f'dentds , atten^So , e perseTeran^a
t«no del%)-adov soliciios dn irossa
<^ propria titilidade. Ac^ oihde cbega-
€tti a iroz da nossa maldade, se se
M perinittir a eni^ada dsi 9afm etfi som
•«4e gueri^ eoncra estes i^ndpes ^
^^fibi^qile ptii'te-ffepohi ed'JStletlcio*?
^>Na*vcidd4e Mde diegarrai -as ac<
145 '
I
V$6<s cib^ Piafhiixientarios , ahi soard
^a infamia dds Portuguezes. Que di*
Hrld as Na^Ses estraogairas, quando
^^ se Ihes propuier hum semelhante
^^ caso ? Aonde estd , 6 Lusitahos , a
^' Jidnra antiga , e o valor de vossos
f^ Progenitor e$ ? Por temor quereis
^^admitdr a injusti^a dencro de vos-
^*sos liinites , e prezais'-vos deexce-
— der a todos em ser raa^ndninoos ?
^^}A perdeis a antiga generbsidade
^'de vossos Av6s? ]i vesfalta obrio,
^^ e ji se ausenta de v6s a fidelidade ?
•*^ NSo vos envergonhaes'de emregar
^ nas mSos sacrilegas dos' Rebeldes ,
^ dentro de hum muro fechado^ huris
^^ Principes recebidos como amigos?
*^ He possivel , que sendo os primei-
^^ros na generosidade, e forraleza
^^queiraes ' ser os primeircs desdc 6
'^principio do Mundoy que di?gene-
*^ reis com iio intoieraTel permissSo ?
** Pergunto ; Que justas ,. e indigiias
5f patavras Jan^arieis contra aqoelles^
'^que J^ssem nas historian ria^tigas ,
-^que forSo compreheftdidos^em rSo
^ gfande m^idade ? Qonttz v6s mes-
K
• 14a
^^b«j i|iie denuro : lias pfrtrt^ ^e ^o
'-' imimt pelejar j e; pfllor Bivino. so-
*' 1009 oihrigddtMs a defw^ter m lM»fe-
" qtie aqwette , qM^ci a WW a ^npr
-'Cofilwccis^ (|i^ OS Padaw<f»wJos
**' ii<) rdbeld»v epoc hiwn;vSo te»or
** <tofinmiiiaes. . fesibtir. ; i .««rd«de co*
*• chte S*Dttrr , €»!}» tte que n^tr Se-
^.^ cwilQcliiife. «lPflris petdoados, ^rfw)
^'oBtfOi. rcctber^b; caaitigos eternos?
** Affligwywsi com q tewor do po-
'^ diBC ftes Padamdniaaiios;^ quft i ©a*
*^ nlli «evjia die dp^yawccr , e gran-
*^ Mieft Mt imiBigos ElRei da Gri*-
^* IretaiiB* > « Rcif dcFnaaja , Di*
^^ aamtfca,,& Sttejciai;-o p^de w que
*! rtroiirpfliiefeioonirti :v,6aai« jwrnas »de
*^ liollwdfti Ccfiio, ^qtte ifcw^^ djgpw
-^ide ¥96 mput»ffkm/j|PM dottdos, se
'Hal ^^swciiMrdos :'. pott Rao atfi^ fi9^
147
*f8iv€lacharem-se ouHfoat,, que sigSo
^Ijigual dezatino* A prava desu ver««
^idzde heevidemte. Gis.F^94iceze8 tem
*^den^nciado gucrra aos^ P^Ian^enta-
^^rios*^ JEilKsi de Diijiaouixca lue pri«
" mo SiCgwd^ d^EIRei ^aGri-Bret^-
^^oha: ajuda-o a Rainh^ df^Suecia
'^com difiheiro$, e arma^, q hie yqz
^fpubiica^ que dece;raiina ca^ar com
** p. Principe Mauricio ^ qar Hollan«
^' dezea river^ muho tmvp cQi sua
^comp^nhia^^lRqide.Iii^ifrt^ e^
** he I|ptp^?io ,o e3tre^tp p^^ntescQ ,
** que tein coijq, o Prinqipe de Oran*^
*^je: clatua o povo, q\i& sCr d/^ipeod^o*
V 9s Prinqipes,. que esica,Q d^a^ixQ d^r
I' sotpbm do now) Re^i Ser iij)4?^inp,
^^e qui^ ^e nSo, baistarqtp o& t^^^pt*
%i^ave$, Sje defexidip (^n^ fWfra , O'
*^. foga Qj^and4>ou.vi$ref, que:0$Prm«*
%ipes 9 se. detinhao contra ^ Vifi^ta*'
I de <io Ppvo^ qquize^ies f eg4|ir j^^^o-
^ negocio presence nto f^^ifi .c^pd^
*^ seu yoto, para oiostrajdes cow ey\^
*^dpncif^, que obifaesrcoin p,^ix^:>
fa^etidtO ^^st^. ppini^ bfalUyed cpm'
K 2
148'
"seu Ihrkdo d^ElRei delngk terra,*
** que veio tratiar da paz; e quefentfo'
**adraittir contra 'a ^ua armada, reed-'
"Ihida hos nossos portos, a dos Par-*
** lamentarios. Quereis, que* vos diga
^•^o que he isfo? He arrdjat-vos a
*^ hum precipicio , por vos livrardes
**de ^hUflti touro, que vos investe.
'*Nao tendes' que teraer os abomi-
**naveis Parlamentarios ; porque ve^.
^' mos mainifestos todos os signaes ^
"qud amea^ao a sua ruina; sendo o
^^ jJriraeiro o terrivel Snfluxo das es-
"trellas, e aquelle comera infausto^
"que appareceb emLondres; que as-
**sim corao prostrou a grandeza de,
*f CaHos^l. , e o reduzio a hum fu-
** nesto rhearro , cortada , e dividida
^^acabcji, tamberh significou, qu^
•* o Parlamentb sem ella morferd bre-
*^ vemente: ecnnstara aqualquer As:
*^tToIogo raediociremenre douto, que
^icom a certeza, que p6de haver nos
" dlscursos huraanos , quasi no anno
"'de i6'5ri , serd' diminuido d podei;
'^dd Parlamehfo, e ati o de i65'5:
"cntrard emlJondres triUnfantc Car-
L .\
149
./^los IIi^ifE lodo isto, que) dfRrino,
.i^consta eoflif ^vicj^nciaf ^aosque lem
J/ phscrvadtO' o na^cimcffttp -idnEIBiei ,
Jf^p i)a nQvs^rAe^uWicajiie)?!^ rpvolu-
c^ .{ap dpsr^pngs dpMundoi O^egun-
.(*,*vdx> §ign?^ foi^buip grancte t^rreoio-
4f to , de <irte .sc>origiwi»ofe«toa ter-
-^^i?ivel wppdtade Bono^r derHolJatl-
.f^da cofttrfea Armada dosParJairlenr
^f^tarios^ q«9r, l^vpil .rouito«r,nav w 'a
■|piciue^r,e?f 'p^sre^ ^ye CQSiwjtia siui-
J/rced^r . ap§^t^<5.feniQtoai^i J^6i\gio/ de
J.' qu^ mQ tfM^^ coBtiinuaj^ jQb eKpQdt-
-fAjSo ,,; QWe. , ^li t f a,ia V)av'j]|?'lttapsQte* V'a
r * a i^:?^ndog3b^h!ieiiM septo9m*icr^ ''e
liajOOtvAnapie.^-rtujp iqiwdifad^rf slo. 45^'>
•■lAjiglica^jf ^i^i^b^yo!!^ -$eib
-l*air«pdfti^,rCbflp*^r4(Jfi>fdtoWtc^ |»3b
s*ii'4o B|wgtt^ftSMaia?!3d»steql^Jirad'<i,
8Bii(^a;-43^ift 'lienor dflC^i^atrot/ Xjrt-
/or«(f SOTiifti fc^W:^du?ai^! ej«^iileptf-
!i i>l iea* * Dai«3( :a«ijites<i «*»: fcaiif a^:. dk
D!i4uii!ruifta ^ (porMS^enci'ii todaaltRfitiJ-
^7rias ii i9imr^hfi^Ji^fih^&hiBd^ huth
" mwto, "^a V ibe agoi^a W^Se IngUtef-
^^ turba^ s^a<^ >ft^r mtap€tUSb ^iR> tfib-
memo
.^ Suwtn^ Pbfififid^' liuifia ridWfa
c^^led, e que ll9e eonc^erat^'iiberdfo^e
t ' ' de (^fiK^<^6»' ' rl^Mf^d^io "^ do < Se-
161
<Vah^ indio^ qyiQ'<poqco /mflis dunri
!M di& ir«f.#HKMs .« ¥idi 4eftft desord^-
Mhos as|^«t8(0!:itgQriOiawIaia7aohofirft
I'ldlP^ Parti>g||mfti|.iM6 ;agoea iovioi*
t<Mlidft:M|)«r(}M(¥:, ^t^ pefjtaiisiiao pro*-
YiliQ^i^ot aiVQfMp^iiiiiM«« Parar^ili^noa^
^per(i<R^n?ai,i'.>n«iia* <degj5in)aar>fetqttf
tl fwr hqmi .rSr^p^ftdafiHf.asfiflrfMfi^s^
^>«tif»d^ if ofaAitfba, ^mfH|r$h ajUai^
-'ij«f «&<> iP ofsm<^/fAdftii ^^Mvitefi) «a
-£fiaiiWLf|^i|^JM^t)^.f'.^OiMHi9ati)^ ^a
Md$a9«»ilf»i:QJia)jf9i%'qM^^«>f)^dtfga4
?!: lad^ 5 o2o>f^apw9 -ci^sidf f af ; qii^
Ui
^rios: se^se fofem l^go, succdder-
€i noshhi bem ; se c^uizere'm- pertt\ttni^
•fceri «u«ivos s^gitm-, ^e/o tttW,
c< e o remo os lanceiii dbmbisos i^or*
«i'to^ : ; pdi-que a r»flldl4k{ de pel«^dr ',
If pelo^fie^ 66^caixl^ deltl>6radb , ^«<tei
« eta , ^^ 'pfudMtotmiMi^^e 'ton^eri
<crudo aquijiol, ^Ht^ c^ a [u^ri^a se
«^ ta pelo^mpidp Mm^ Quai^*
M do^'algueiti diz; ic^dl^ra <ii}m recti
tc^ ra^flSo^todas as CDCRasV e lilb site-
«cce<tem-^feotiforine :a razSo , nSo se
«ba dd^piiMar adiatitr; itias pMV^^-
€4 riji^kO;^ ad prhieipio sedec#4^du
<ADki^to^'alD0e^tahum pi'^etfrM-
s« m<$'C3^)>iif$o/ dizead0;e]ue^eiii''qil|n*
4< soV^rif riwlfnUfav^V^^'^QaMA^^ii-
tfs rat etH'^ds rnAmsar ttfMi&? ^ixf Qei'I^e
«< sef<i|tfli|^t' d<l4iuMa^p^llM^'eiEbdlM|»[^
«<<)ue orS^i^ dtfVe <l0)ysidei«r^4biia^
*€^ Otff^af parte^a^to^Mf!; :e q«fdi<ao
(«^iAc^o»'OS ^ticc^sd*V?^f^"^c*f^;
«« jSo cerrbs osciMs6|}A>sC Com'^ses
(«F«ii4afi90oM»klird oqtiesljitCK Cciti
153
<)cAfcVefm abraQdar osanitnos dosPaf-
*«ic^Ta:f0entari<A%< ' ^af^ que 'deyiscSo do
,<citifdrito coide^^D', propoatosy con*
^Wfofitie o dir^iTo i:omiaiiiBi jvoS'Oorr-
'Tc c^ftos cd^radM;; hi^ poacQ ,tein][A>
'Vc'j^tre as dutsr^CofdaS'; iperqucy ain-
- €^ d^^ que eti^sq se constiiida 'saoces-
^o^t*eii do Rjihfivde Iiig^aiteriiis^^^o
'4i^i$b9 roeadeckHr Mra materia ■^entfe
Nit^sc Pa^kNUemarioa , e ElReL;(e ai- «
u'%im 'fte^' '^(lurito giiardaroios os
I "i^HMicertos f^s^ffotf dom tambosii ^ torn
i c<ft fbdb {)eiteiKlereitt eiitya^ mk^ip^rro
"(U»<s>tttra - Hi^fidifcac' i»jontade , oen} .rfi-
'^<i»irti^f|;aModev>eiiD$) deisan^AO&b)])-
(( primir das suaV zttCA%^\'ejn\^B.<t^cfti^
c^;r^pi||fiar a^'i^i)^^ iSbm^^a fc^^afKf de*
[^^ts n%]i^liiia*iKriispoMpaafcaBiN»^
iMiftr We}dc68i|d8^4o$€abofidaBana tbr
9ic tifiadav' '£ ^Mdo* 4^na<raogid€in 1 de-
QCktfelis^^ itaitfrali/i. Wpdrae io^Ui^ >a
.^ -ii^tdi»ia;;:l8^ bea> qv^Ji^lgcAfBiaa
•29yi<hetet» ^lj^miynbpinf^fl(tfbpiri}he
154
^^ beroijsujeitar. . Phqci^^ #i(e$e4M4p
« feliainente hum tfitgQci6 owfi?ft ^P
<^ qoe vclle Jiatia |>ci3Bu^*daj? -^Jffi^*-
-** qiie^^ 4i»s. cm . tuma iriega^iip* .^^ »•
*^ 5S0, qoe se aadgntft -itolitp * ) pfr^iP
^f. que Of Ml Goteotbaj/^ ^na^rj^ew
" fondado- ^ Cf i ioai$? prutt^l^ B Jul-*
t^^.Mpdo cfjairtcefc «ortirtrio:p^.4uajs
'/' mb^ avaKott 9 ^«Wj¥W# fOR i^tis
^'sabiau^ Ab inesmas (maitoMigQ ;- pof-
> ^^ qticy tjaaad^ ae: na<> Ofi^feflneM -to-
'^^ dosxoai'ia iiiMiia*(:)Q^&nJaO;, .^iV^^cflr
i ** idqnflbr proBpcrM»Bl»f-*. ieoufiPWia» ,
-^.beiBdpon4aiadoi Vi a^ :?bS li^r^.-r; >/^
-//2: ciiatd: plec9ua4k> $)i^^f^i|iQ dr!fi^l^
«a^ f€pt^gA noa< firia^^fifs^ ^alaOiapft,
*a)dui4mKfto^>f pftnaHnrisiA Anofidd
-fit tma^nmtAd^i^4fipq^
*«i Aittdqiof:^ i&qibWi :V^iitH^^
f€lq^4*or 90ibql4n\ii'aiitcsa D^ j!^^
3JAKiA]|||[iii|dayirA&d diMegui¥ki-<¥)ft-
.'«kxcU> Ajrimerf/rque , btiriiri^^do
'i>anP^aad|>»jR}abQrco^gef Mfttfndp
U6
-e«ft!i' n fftfiatitaritf, aa«'>h»?u'X?b»|!«<^
-rfi^'g^rnt)! df^AfttUd*^, «'eW|!«oie%i
seu lugar a Jorge de Mello , GdM- '
t»v «iiA^'e.>n« «M(ii^l«6ui')«y(t«it4i,
a ArtiRiba3d«^'fMi^niiiem«>v>^^
(Cotti><^^t4aotitji)) ^itorafiaifiit^, que
145
-'^i«bckltfs «b4)it(i>8i €6s ieai na«fe^ ,
-£«Afi' a i»fQntart«f, aae kttfia'^lf«^d^
•dMdfJa^' Alriiilirdfi><4k>P*Haft)«ntdi'0s
'M§'irftf#ad9i,'r4e«Mltfit^d<>f^K^;'Ve
•ito^l^mt)! <^ii^yti^dl>, He'^oi^
teu lugar a Jorge de Mello , GtfHi- '
Ifffl rtlQ« ®t4^(jni(tiiaM pi¥'iku Al-
-fiftraUM iE>; l^sdfo 4«iiAI<lieidaii49eA-
qfrouMb .jfumm id^s- «oAth¥o&« whir
-as «i«^^K-iiid «i«$i>>^liftt«"t«yfi«mb,
sHidbi^ta^dd Bin F«il)«iiM;<if "de * Soala
a Arnaiii83d«''e«*tetf)iefllo, dlAe^
Q:oiti>^^t4a<^'>nk> ^iA&t»ammtty qae
-A I
nji6
^i^epftk'. dcrmerto se-entrefptt-:. a ifae
^vio>< MwQel ^»f?heCQ. dc Mejlpi tiwn-
.a^A«oada,)ew0ij<rMQ 4^5 .PwlMttfeii*
;t^rio« a fr0U^} i^u^iyioba.dc) ^f«il>,
.S,«W: tomargQ.qwiize>ijaW3iSj}f fi sWt-
tgaed^ ': o8 f)0«m9ritiai;Q$; , d^ypnib^fl^*
ig«ir4« a ^^an 4f If o(a v^pfl^^ssapdo^se
r^ir>9f.ig^qi QfJ^siQripsef P^^IJ^ilr
-: /. uAndi?^ d«; AU»iqper<pio com teU
ititom «ia<jYii4Iair4e?Si|l^teiTa, i«j$ui<b
(AttiM'A^gc^^>(^ jCida4€ride\l^i!f« ^re
effia.df} .Qliwn^iv^Mendo'.biiin graii*
i4ft.%te^ §ol£|j^f^n(issoa, <e?I^.-btik
uyijosaj5i:cr;B^»(a06vto(te:^«p sef4fr
157
v1^ JS1G«» Soldados , itiandou pedir a
seU'^-Ptti dinbeiro para satisfazer d^
sdldbii, que se detiSlo ^ depois volcou:
a Luboa. ^ --
IXRodrigode Castro, ganhan-
do a Villa , e ^GasreMo de BodSo ,
mandou degolar o Governador , 6f
quarenta Soldados, que se pu^^rSb
em^ defi?nsa , saqueando , e qtieiitiftii-
do a Villa, recolhendo-se osnossot;
ilfafios com a gloria, rkos coni'ttV
despojos.
x^o primeiro de Janeiro roorreq X^J*
presDO' no Gastello de Lisboa D. Jc*-
ge de Mascaranhas I. Conde de'Cdse
tello-Nov6 , e Marquei de Monte-
AlvSo, filho de D. Francisco de
Mascaranhas , e tf e D; Jeronyrtia de
Castro. Tinha sido Governaddr da
Praja de MazagSo, t de Tattgert.
Sendb arguido de faccionafio de Cas-
tfelli*, fbf ^rezo, e recliiso no Gastel-
lo de List)ba, ondd a(idboti, dispondo
o seii ehferrosetol pdfopa, e atdpfo-]
fclBib ie doljras^ew t^ii'^TOS'pfOr^sfiia
iiSoite. Jirss scpultado no Conrerito
^ Eremitast d^^. Paolo de'Setubal-
l*8.f
em Earn Nma^ wpgff^g^jSa d^QSlBia? ;
negocios £cclesiasticos , £1^4i D«.
JqIp \he mgncjAu '^pcip > que* linha
p4$$f!^; QQtn ai C«ria 'de RdiPi*, «,
Fe^g^nter p«-9Jeio^, por onde fiq4«T
^?ia §(9fl3eguir dq Sanin^o Ponti^ pa
rs^fn^iq; pjra ^ Igr^j» dQ Pormg^l.
Q^ Preiados gft^gr^gadps , vc^f!d(p 4,
jwtjga d% CMsa , maBd4rao 9 ^^((1%
a Christovao Bispo Bellemit^O ^ ^^n^
$«iTQg^Q 4qs se»j5 f)egQ<;i€)s ^ e da
Ig^)*ja d? Poptpg^l, cpm hama (»r?^
";Sanijygde OS B^spp? ^« ?gr^ dq
'.- Fmnj* , pBrgprMBd4)8 pcio Swe^r
't^t^jp^ 9uei ,4e P^fugal »>bre q quo
"4««« ftzeri para que s^tr? os, §eaf
^'^gii?0 Qjws^S, ?cha^4pr^e^ Igt^t
"j».^fi)do o fejf P^einp Miqva? dff
** P^s49Cc§ , flp?)Pw4fl, flu^, «ii^ tMn
'J^l^ fi9rre?ppij4piH:ia. qMg geippra
VJW»Y« po, Pj^JBiq i^Gcleaifstic^ du
cc
cc
C(
m
^f{fqi3s<B09So s^mioKfnto dc9raa-4ate
*i particular. £&ce he , IS^atjissiqao Pa^
•* hfi > o Esi^do ^ Igr^ja de Porm-i
1« 9 ^ual fij^m p6de ,a?r auiis
fnqppQ ao .?ovo , nura mg}^ .peri*
V g09P d R^ligi^o ,. neiD iBdia apto^
Vpo^ir^ para eiceuar f:oi)tra Vofsa
^' S^ntidade a k^ejpi. 4<?s o^^qf* NSo
*' aifiH) , i^ f«f)ierHn«ptadi»ifBP i?ipn*
*' ««i, Wt€Mio f^t?? perigQi, f fgwm
awfjpwro^jtlgffja de<PQrt«g»l »i*
" ma A^ yprdadiewai P^l, p^tp^ i{|lw
-^nwr6w 4«^ grgMecw^dnracSo^ocs^
'" yiitSo »t^ a§«wir ai Vpsa^ $apt|i|^
^' com ^ graiidea^ dAfPBOt> n ii90f n^
^^^ ddr d^ AM4a irff)3< caHss^ni^ ^os
** persy«diwOT,iq«ejHf <»br;^gajSO: WP*^
^^ imifH^rtiiiriar segiu^a vex a» Vpa^
l^aibSamidtdle^ iiiita9dp 5pm mwto
< 4s j(r4cM^. litFOs pvA.?v^i^
1
m
^l^b ehvfembs j^ ^olJf a Vossa- Sfn-
** tidsde cartas , sehSo ao Bispo Bd-'
•<rehirtaho, o qual por scu grafide
"lenge^nJlo, e piedatfe, e pela estima-
*^f2b que tein entre Nos, nio pode-
•^w deixar de ser rauito acceito ; a
'^'Vossa Santidade. Ou? i , Senhof^ 3! a
" Igreja de Franja, quevosroga, que
^^^^acodindo aos pertgos da de Poftu-
"gal, qiieiraes tambem attcnder a
^< Digniaade da S6 Apostolkra^ e ata-
^'Ifiar hum scisma , que he o maior
<^de tbdos os itialesr Apartai oa lo-
bos; que sem castigb algum estra-
gl(o o rebanho Pdrtuguez; emquan-
^'to falrSo OS Pas^dres , que vigiem
"a saude de suiis oyelhas. Aquelle
** foi na verdade sempre o priraeiro
"cuid^o dos Sdtniiids Pontifieesv o
"crear novos Bispcf$ ^, q-ue preparas*
'** seiA tt 'Poy o pal^ 'Deos ; ou dar ,
''^uanto lua'is breviementtf Ihe fosse
'^possivel, tfspo20s as Igt*^jas viuvas^
*^\p2YvL t^ue a ReligiSo nio pad^dssse
'•tt^rrftuento coife oct^^o de ^firfta
'^deWesi Po/que^ se (et>itio>dizCrpria-
'^jn^ywhrigtm das'HeiVailas fae ch^
161
9
wgar o Bispo, que he hutn s6, a itt
icdesprezado de alguns.subditos, fap«
** cilmente poderd Vossa Santidado
**antever quam grande perigo dcHe-
^^rezias, e Scisma amenga o ReJno-
•*de Portugal, em oqual, de tantos,'
**n3o ha mais que hum s6 Bispo ve*
*Mho, e achacado* A^s razSos d'El-
<*^P.ei de Hespanha sepodemTespon*
<^der com huma s6 palavrar.porque,
'^que ha de Vossa Santidade fazcr, se
^'elle para serapre oppuzer inconve-»
^'iiientes i nomea^ao dos Bispos, st^
"nao quecobre porarmas oque ava-
*Mia por sea ye que ElRei dePortu-:
^^ gal defenda com as mesmas oRew
" no , que jjor bfeneficio de restitui*
^' f ao alcanfbu. V6s que pelo Princi-
^' pe dos Prelados sois Qonstitutdo Sum^
" mo Pontifice da Igreja, usai do of-
" ficio de tal, e constitui Paslores at
" Ovelhas Portuguezas , . para que re-
**duzao aorebanho asque,aiidao des-
^^ yia^as delle , e as livrem das gar-^
Vgantas dos Lobos, que bramindo
**sobre cllas as:.procurao tragar. Po-^
^^ r^m^ para que nao sejamos-fuaismo-
\
162
<«lestos aVossa Satitid^k, reitiet-!-
cctemos o^mais aoBispo Belleniitano^
tiCfue^ievn 0OS&O nome, tratara com
<v Vbssa' Samidadc ejte ncgocio. Es-
«r pc^anI^)s^, . <pre^eHe:alGanfari diante
«^ de ViDsaah-%ncidBde .0 lirgar devida
trd' GjtiMeTA lEpiscopal, i Atiihori-
w' dade -iiacjuieireis , qi^ jo toandao , ao
<i respeit0i c[ue, osmesmps tern i San-
<f ta Sifr^ Apostblica. Enttretanta deze-
«jatno8'a'Vo^Santidad^ Ibtoga vida
•< per brenij e/utiUdadcv da Igreja. Pa-
wris anno de 160.": - •
. O Biip0 Bellemitario,'^ ant€s que
pamss&'|)^a' Koma ; escreveo a El-
kei hiinEi«ica?rta do. thcor'«eguinte : ^
> *^0 Ekado Eccidsiaetico.df Fran-
«i ja , ~ achanda-se eih Gqiigresso-Ge-
<« ral em^ Paris y e sende^perguntado
« pelo Fnibaixador dc Vossa Mages-
a.tade sobre o estado .&£ Igreja de
wiPorcuMlvicpfldoendeKse'ldo seu de-
<<zamp£t>s tratoacom ardente zelo,
€€e procurou meios com que fudesse
«< ajudar sua irml carissima, que llie
*♦ pedia: soccorra Escreveo- ao Sum-
•< moc Ponnfice , fez - nuiitos officios
a
I
c^coTrt. WW; Nuncio; esenclo agora 4-
<<; naltoe^t-e. pergUntftdo ; negupda y?^
<c.eitfrao>Tie de Yossa Real Magesrj^-
4< de ^"rasalvep .wyiar hum Bifpo^^
.wR4>an(a»j.:0 qu^l em norae do.CIefp
<fdeFr^9^7r^t€ pr^e^entemcnte cojp
^c Su^(S«pji(iade ^ste, tSo grande ne-
f^ gociQ^ ^Pip9 -aqjuella reVerencia, pr^-
u AcnQiAii: ^ zdo que conveip , e cui-
i8< dad.Qftaf^-^; e, ^iligenX^enpc Ihe fajg
« as insi3W?«as iiecejsyflfi.as , at^. qw5
V RJ'OJr.f^d 5'fl*^rtejas-.4^sti2 Reino. £
<iacQivdmii o Esr^darios, 3ispos el^-
-«i'ge»-n9Qjp«ra-^$ta.fM^^qf e p6r sq-
<r brpgmeuti' bo«ibto^,f.ppsto que fr^-
^KCotiyr:0:)pezo. de t?o4p^-e$ta negoci^-
rjc fatfcfi:fi^£if&)i3 , Serenissimo Rei,
<c qi^ifiSQjtfcdquellei^ f^nSiiiito temiy>
4€.banJih^Q.rO'd^iQ»p^r.o de tanr^s
iicIgrrjas^Tle ©s dajBipc» jqUe deljcae
'<rpo(ymh'ist£guir as'^raloias , acceitei
i9CiCi>iiii:g!na^e gostp Dtqiie^; para b^gi
jfr.d0ste23te^cio j/md) iaira mandado:
cc^cofrio^ijiiem^ achandcose iq anno pag«
<csado5em<>Rjdina^ sao^receou repsf*
vic-awttaarfia^ Sua Saqti4ad«.. huxna , :>e
<rmmt»s^'vczes «te$l pre^izos daai ai-
L 2
164
'«mas. E se s6 com o iifi^fero da
«caridade Christa fi)ij r3o*s<3licico do
icque convinha ^sJgr^jas dePortu-
^i€ gal^ com quanto mals esfor^fo, ago*
<c ra 'que sou mandado a isro «^mcsmo,
ic proseguirei eifipre^a d^^tanta im*
:« portancia. Tenho por fcertb; cjue
'€€ he- escusado encarecer mare esta ircr*-
^cdade. Presente he ao Erobaixador
^«cde Vossa Margestadc, quanio em
>< Paris trabalhd para veneer as diffi*-
^cculdades, que se ofFerccerSo, c
«quam sincerainente me houve nes*
« tes particulares, com roda «• verda-
^cde^ Digo em poucas palavras^ que _
«< guardarei em tudo a inviokyd^ fd-,
,wque dev.o a Vossa jyiagestade:; ^c
u que nSo perdoarei a cuidado^^aigum,
'<iOU trabalho, atd quemifibar^Emba^-
y«<,xada obre o dczejado efFefecov!^ o^
.^*« faga notoriar-minha fidelidffdhd,' nao
^^s6 com pala^^ras'j' sen^o tamftem com
- « obras. Parti de Paris a 6 desee nie^
<spara que com mais brevidade po&-
«csa executar OS mandados^dcv Vossa
'"*€ Magestade , que em Roma^TOpero
-i»rcceben Sou^com' tudo coastrangi^
165
do^ pafa evitar os ca^baragos, com
que OS Hespanhoes poderiao procu-^
rar impedir mqu caminho, a fazer
mais larga Jornada, passando com.
a brevidade possivel as altlssimas^
montanhas dos Gr7s6e8, esperando
ser etB Roma .pelo fim da Quares«
ma4 O Author dc todos os bens^
em cuja mao estd o direlto de t(y
dos OS Reinos , seja servido de fa-*
vorecer ^os dezejos de Vossa Ma-
gestade, para que o fructo, que esr
pera de minha diligencia , possa cu
com: o favor, e virtude do mesmo
publicar para gloria sua, consola-
$ao de Vossa J^agestade , paz de
todo o Reino de .i^ortu^al , e bem
espirirual das almas* Escripta a 20
de Fevereiro de i^yz. '^
Satisfeito PlReii com esta nego-
cia^ao , se persuadio conseguir desta
vez do Summo Pontifice o bem, que
tanico dezejava para a Igreja de Por-
tugal ;.por^mnaorendo nada effeito^
^cou tudo no mesmo estado*
No primeiro de Janeiro morreo i6f^
P. Francisco ^c Castro^ filho de D«
166
AlvarO'de Castro, tinioe Vedor da-
Fazenda d'EIRei D. Sebastiao^ e seu
Embaixador adiversas Cdrre^daEu-
ropa , e de D. Anna de Awyde, ne-
ro dcf grande D. JoSo de Castro, IV.
Vicc'Rei da India, Nasceo em Lisboa
6tn 1^74. Estudando em Coimbra,
se graduou n^ Sagrada Theologia.
Foi Reitdr da mdsttia Universidade,
Presidente do Tribunal da M^za d»
Consciencia, e Ordens. Depois passou
a Bispo da Guafda ,. em ^u^ na coh-
ffrraafao de Paulb V. recebeo novo*
elpgios a sua capacidade. Deste Bid^i
p^do publicau ais Constitui96eS) parai
reforma dos vicios-, e cultura das
virtudes, sertdo o Pai dos pobres , e
o exemplar de rodasas" virtudes, que
com edificajao. de rodos praticava ,
roacerandb o sell corp6 com' jejuns,
vigilias, e penitencias. Daquelle Bis-
pado veio a Inquisidor-Ge#al destes
Reinos; e nesra Dignidade jurou a
BHRei D. Joao rv, a 1$' de Dexem-
bro de 1640, e foi premiado torn a
tiomeajfo de Conselheiro d'Estado.
O mesmo acto de fidelidade pracicott
167
em Janeird de 164T , jurando weces-
gor desta Monarquia o Priocipe D.
Theodosio. Nao obstante as suas vir*-
tudes , e a sua fidelidade , sendo sus*
peito de mcnos fiel a Patria , sofFreo
alguns tempos a prizio de hum car*
cere , at6 que , conhecida a sua inno-*
cencia, sahto soke a 5: de Feverelro
de 1643 , e restitaido aos seus iuga«
res* Em 1646 jurou na Capella Real
o Misterio da Purissimai Cpncei^o
de Maria Santissima Nossa Senfa^ynu
Fundou a grande, e magnifica Ca*-
pella de =: Corpus Christi rr no Con*
vento de Bemfica da Ordem do met
Padre S. E)omingos, e a Ca$a doNo<>
viciado do mesmo ConrentO) depoii*
to das cinsas de seus Grandes Ascen«>
dentes*' Cdntando 79 arniosde idade^
acabou neste dia santameiite-.a vida.
Jaz sepuhado no presbitetrio da parte
do Evangelho da mesma Capella que
fundou.
A TC de Mato deste mesmo an-
BO morreo o Princi|wr D. Theodosio.
Nasceo este Senhor em Villa- Vijost
a 8 de FeYereiro de 1634*. Tere por
168
Mestr^ D. Pedro Pueros , Cavalheira
Irlandez, que o instruio nas Bellas Le-
tras. Logo nos primeiros annos se
applicou de tal sorte as sciencias ,
que*embreire sahio consutnmado ndt*
las, fazendo os maiores progresses
nas Matfaematicas , explicando parte
dos seis livros de Euclides conforme
a expoiijfSo de Clavio a JoSo Rodri-
gues de Si^ e Joao Nunes da Ciinha,
que com elle frequentarao o ipesmo
estudo da Filosofia , e TJieologia.
Era tal a sua tnemoria , que aos chi«
CO annos repetia toda a Doutrina
ChristS y e Misterios da F6 , as La-
dainhas dos 'Santos , e de Nossa Se-
lihora, o' Credo da Missa, Prefacia
do Commum, Evangelbo de S.JoSo,
e outras devotas ora^des da Igreja ,
sdmente de as ouvir aos Sacerdotes
no Sacrificio da Missa, e outras pes-
soas de\rotas em diversas occasi6es.
Aos sete annos rezava de memoria o
Officio de Nossa Senhora , em cujo
/exercicio o acompanhou o Gonde da
IBriceira D. Luiz de Menezes, codo o
tempo que Ihe assistio, come elle
169
mesmo diz no seu Portugal Reitau*^
rado. Tinha taes conhecimentos, qu^
admirou os roesmos Doutores dai
Universidades, que o praticdrao. Te;^
ve toda a precisa instrucSo do Direi-
to Canonico , e Civil. Da Medicina,
e da Chimica teve bastance luz, dis-
putando com os maiores Medicos.
Soube perfeitamente a Historia , . e
della extrahio todos os documentos,
para bcm governan Foi perico nas
Artes de Forrifica^ao, e Pintura : em
£fn era hum Principe Sabio , perfei^
to , completo , e virtuoso. Foi tio
grande a innocencia dasua vida, que
se aflirma morrer com a gra^a ba-*
prisma!. T^o inclinado d virtude da
esmolfl , que tudo quanto seus Pais
Ihe davdo mandava distribuif pelos
pobres , nao reservando para si cou-
sa alguma. Principiava o dia com
santos exercicios, gastando muitasr
bora^ na Orapao. O seu maior gosto
era conversar com Var6es Sabios , e
virtuosos, aos quaes pedia frequenreu
nsente, que Ihe e?plicassem: =:.Qpe
cousa era Deos ;=: recreando^se de
170
ouTir expUcar suas infinitas perfei*^
{6e8 , e attributos. Continuamente o
andava louvandoy repetindo muicas
v$zes« =;:Q}ie Grande Oeos temos!
Que icnmensa formosura lie a sua! ::r
Todas as vezes, que o Relogio dava
horas, fazia hum fervoroso acto de
coatri^ao ; confessava-se quasi todos
OS dias, commutigara todos os Do-
mingos, e todas as Fescas maiores
do anno, tanto de Cbristo, Nossa
Senhora, como dos Santos da sua de*
vo^Of Castigava asperamente o sea
corpo com cilicios , disciplinas , e jd-
jtins. ^edltava de talsorte nos Mis*
terios da Payzao , com os bragos es-
tendidos em cruz , que muitas vezes
ficava transportado. Rezava o Officio
Divino, com toda a perfei^So* Ouvia
Missa com tanta devojao, que der-
ramava copiosas lagrimas todo o tern-
po, q*i^ ^I'^ dtirava. Era tal a sua
modesria , que , se acontecia alguma
vez ouvir algumas ^ palavras menos
modestas^ nunca mats tornava a con-
▼ersar voluntariamente com aquella
p^ssoa a quem as ouWa. Diz jotf^
171
Cardoso no s«u Agiologio I^uskano ^
e o Cond« ^a Ericeira no Portugal
Restanrado, que o Principe D* Theo*
dosio fizera treze cgnflssSes geraes >
etn menos tie tre^ annos, sendo a ul-
tima no principio da enferraidadle.)
Foi este Senhor jurado Principe , «t
herdeiro defete Reino, a 28 de Janei-
ro de 164U A 2 deMaio o nomeoii
ElRei, porhuma Carta Patente, Cp^
fonel da Nobreza , com quatro Ter^
508. Em 1645' poroutra Carta Paten*
te feita ai27 deOutubro, o declarou
Principe do. Brazil , e Duque de Bra*
gan^a , fazendo-lhe doagao de todo
o Est ado desta Casa., com todas as
jurisdicjdes , rendas , e padroados ,
e datas que pertenci^o aos Ouques
de Bragan^a/ na mesma forma d^
doa^des da Ca«a , pelas quaes el le a
possuira at^ o tempo ,. em que f6ra
restituido i Cor6a destes Reinos/^e
que na mesma forma a possuiria o
Principe , e passaria a todos os Prin*-
cipes herdeiros doReino; ordenando^
que em nenhum tempo se> pudess^ .
unir d Corda, da qua! totalqaente a
(
172
separava ; e que os Successoresdos
Reis deste Reino se cbamariSo Priti-
cipes do Brazil^ e Duques de Bragan-
(a ; declarando , que no teitopo , que
faltasse Principe, os Reis govemassem
o Estado da Casa de Bragan$:a, com
a mesma divisSo de Ministros do seu
Tribunal , independente de todos os
ourros , na forma que nella se prati-
cava. Foi este Principe ornado dos
dons da natureza , e da gra^a. Esti-
mava osVar6es doutos, em qualquer
Faculdade , ou Arte liberal : admit-
tia OS Sabios a sua presen^a, e os
tratava com. particular distin^ao, fa^
vorecendo-os , e premiando-os. Tao
amigo dos Soldados , que sentia nao
v^ premiados todos os benemeritos ;
e quando foi a Elvas assds mostrou
o seu amor para com elles , como fi«
ca dito. Parrio para esta Cidade a 2
de Novcmbro de ifiyi , sem licenja
de seu Pai, acompanhado s6mente de
D. Luiz de Portugal , Conde de Vi-
jnioso, e JoSo Nunes da Cunha seus
Gentis-Homens da Camara. Entrando
emElv,as, Andre de Albuquerque Ihc
173
offereceo as chaves da Cidade, e
montado o Principe a cavallo, debai^
xo de hum Pallio, o I^vou de redea
D. Joao da Costa , que go>rernava as
Armas da Provincia na ausencia do
Conde de S. Louren^o. Depois o se-
guio com > beneplacito d'Elftei a
iD^ior . p^rt'e da Nobreza. De Elvas
Eassott 2L' Villa*Vi^osa, e dabi a Lis*
oa nos fins de Dezembro do mesmo
anno. Depois o nomeou ElKei Ge-
neralissimo das Armas detodo oReip
no, ficando todos os postos Milita*
res, e Cdnsultas^ que.tocavSo i guer*
ra, aoseu drbitrio, com a mesma ju«>
risdiccao, e faculdade , que competia
a Em^iv f^fssando as Patentes em
*seu nome^^cuja Patente foi passada
em. Lisboara 25* dej'dneiro de 165^2 :
vc que^elietadministrou' com pruden-
ciB y e^]\M\^^^ Amava ;de tal sorte o
Povo',^ qiie pauiras vmas reperia:
tu Que, iserhaso hoovesse, tempo dcvfe
•vi seusJVassaKos livres das oppress6e^,
«c qui padfeclao , q;ie bfii? queria ser
«<cRei(de Ewtugal. " Bor^^cujo motir
4V0, £bi « vuiUbi a m ado id& ^todos J Des4t
174
a idade Se treze anhof.assistlo no
Conselho d'Estado; e ^eodo o seu
«roto sempre p mais segliro, era ou-
vido! de todos rorao oraculo. Tanio
confiava ElRei no seu^tafenro, que
nos maiores negocios eiil -Coriselfid
rosiurnava diier estias pailavrasr ^'Qua:-
«ro ouvir o TOeu Satemat)/?^ Muitos
dos seus votos se conserv^a de sua
propria letra , comb ja.;viait)s.^ quanr
do tratarribs dos Princijies Pilatinos.
Dizia muitas vezes: « QueoRei hok-
•ivixde se»tir, c chorar, xljaeiiouAres-
<(se .critninoisos, e desafbrados noseu
<« Reino;^ mz^ que IheinSo ha^ia de
wfalrar corti' o'castigo^" e pena,"* se-
lf gundo as'Lcifi , e Onfenaj 6cfe del-
uIq', pofqtiede outra sort^ tom^ri3o
KOusadia (parafizerem mBit^i peior.V
RepresQniando era htima octa$i^o
oerra Dama' ao Principe^ i»>'saas^af-
fligdes, eaaecessrdadier; elle se coii-
stemou tmiDo, :^tie Ibe afyebentirSa n
Jftgrimaa^caolque etla dtftse^ /(i Sinto
ii^mujwpSehhor, terdadbfa Vossa
<if^Aite2af'iTToflvo de raniS ddr;*': O
tjual ' Ihe i^rcsspondbo : cc^Mio poderei
175
u ser. bom Rei , 99\ mm% olhos nto
i( chorarem ot apertos , e ajigqstif^
<f de meiis Vassallos. '' Tratanuo cste
Principe com tantas pes^oas ni»nca
consta^ rque escandali^asse algueni*
Qnivalecefndo d« jiDina molestia^^ ^k
qqe eslwc gravem-ente enfef coo ^ • Iha
pergiijDtou o sett .Cajtellio: ::;:Se'jna
fbrja do mal sentiai.iiyorrerPt: Km^
pondeo; #cQue riaoi$i,nia8 quo.tmb4.
f< grandissiind descoc^okfio , ctijdato
iii qttc havia deappawcer iajate a Divio
«<na. .Magestade^ s^m'lhp ter ^foiip.
€f ne^^ vida algum $crvigo .cQPstdoi^
u raMal* ' • . Etifcnpaiodo. ; gravemeritesj
cahiojdo todo na>i(tj9ma>jeiis a,Qs)iht»
de Alcantara aos 3. de) M^io ; jQ^epn
nhejocrjdo :$cr^ chcgado' O; t^mpoj^^in
terminer iBciis dias.^ riccbeocbn^lfco-
da a edj^ficaf^o ^:iSacrMn^ntoer!nt^
dia 9., Perftdadiiid!O^Hi6> algans ^B:ali^
giozos, obrigadofidas.^dgriitias^.ikkMisf
Pais, qiie pedtfesea a. I)p|)<r vidai^pftr^
a empregaf no aciiosaiOto*8ervj$io^ ^cM
tpoiideo I' iwQbeitatsi^'iima^ f;poH
(< que estara de t6da; a.^^dra^So^ife*'
<r3igftada nar* vios»»de l>iriaii^ fe.^d
176
ic^desejava vlf-se: m Gloria.*^ Voltati-
do-8^e para seus^^Pais, Ihesdisse: ^cQue
ccse nio entristecessem ; porque e$ta--
uva comgrande confian^a emDeos,
€i entendendo , que a sua morte con«-
(« vinha para a sua salvag^o , e que
crihes prometria serseugr^nde inter-
ne pressor, quando se visse na Patria
f^ Celestial*'' Vindo nesta occasjlo o
Juiz do Povo visicallo , e representar
da parte delle o seu sentimento , e o
quahto fazia para itnpetrar do C^o a
sua saude ^ ' Ihe respondeo ; << Dizei
H^i& ineu Povo, que, se Deos me der
<c'vida, toda:hei degastar em sua de-
#c f-^ftsa , se«3lo> que melhor o defen-
crderei li no €60/' Depois mandou:
^Que se pedrsse ao Reinq perdSo
^^jdos defeiros do §eu governo , e pe-
^5die a EIRei v^ que se pagasse logo
^ibfe-sefvifosi' doS' sc^s criados, lem-
^ibiando-.lhe juhtamcnte, que raan-
" d^se- : Prigadofes :, . Evangel icos is
^^ Conquisras; *ei2Commendou-lhe, que
•*TO-/lesempettbasstde hum voto, que
** haviia feito: acRainha Santa Iza-
^ bel , quanido ^jiassou per Escreniw
177
/<de Ihe levantar Jium Teii>plo, no
<« lugar em qAie faUeceo. ^* Diz^n4o-
Ihe hum Religiezo, que breveraenre
jiavia de faz^r a . infi^llivel Jornada
dos iportaes ; respQiijdeo rindosNun-
ca entendi , ^ que unco se dilatasse. tr
Todo o tempo. da. tnolcftia pa.ssou es«
te Principe nflf^^mais' pantos exerci-
cios, ate ao dia 15* de Maio, em
quf abrapadp ^^qm (5I Imzgeia^ de hum
-Santo Christina .Gr,uz^ dizendo : . Pr^*-
ins mi hi cor tuifmj^et ego dabo tibi
cor meum. « SJcutf desiaerat cervus
ad fontes uquairupt , ita dgsiderat
.anima mea^ ad -te ^ylieus : ..expirou
na dita C^inta.de.AIcantara, confa:i>
do 19 annos 3 mezes,.e 7..dipas. dje
idade* For ^epultftdp no Re^^^MoS^
teiro de Belepi. Era -^ste Princif^ dae
estatura proporcicmada , e /jde gentil
prelsenfa , com o rosto branco , e co-
rado, olhos J e cabellos negros;, ^0
.eoi'pp robusro, antes de debilitadp
|>elas molestias. Compoz yarie^s Obras«
Depois- da morte dp, Principe
D- Thcodosio . chamou EIRei C6r-
tea a 22 d^ Outubro^ P^^^ nplla$ ser
M
178
fiJradd feWeifcfessb*- desltes fleinos sea ff-
Iho 6 Pfincif>e D^ Affbftso: 6x\ue se
'fefe -ccym as cerera^nliis tostumadas*
•AhWs de se ^cabarefla as Cdrtes jja-
•ifAcefa Efli^*!^ 9ft>Vtt>^l^e , na iiiortc
•da fefehta- D. JttMiA ,^^sua fiJha ftiais
velba a '17 de' Nov€«t>«>, qtn6 jaz
Isepirft&da ^b ReaT Mosteiro de Be-
'Ae^urps-, ^;Mestre de Ompo
-Generhl Fraricistfe iirf^to , e ^ Ge-
neral da Armada dir Companhia do
XDortimercio, Pedto Jaquez Maga!hSes,
laA^Veiilfora delNerhanituco osHo!-
^afAdeziSj de que '^ra Govefnad^r o
•Gfettefal ' Segisiwttridb j * chamiirSo ir
^ortsdHio ao Alffiii^aftte da Armada
"Ffaticf&p d6 Brito PVefre, aps tree
^estresde CamfR>', JoSo Ferna^des
Vfeira r'Ahdr^ Vi«NI, e FNncisco de
Figueiroa , e a fodos OS C^tiacB.
Pfoposto por Frandsco 6a^rero 6
esrado da Gtierra , assendrfib t^dos,
apezaf dias nossad pbbcas forfas, de<)i5
atacar.RecoWieo-se fiArimada Pedro
• •• • -
yaquez de MagalbSes; t FrtncirtrO
de Brlco ficbu ei^ rerra goterifaitdd
179
a'gente da Ar6nd(Sa. FriiDC^piiT^ 'd .
ririo alo}ando-«e. juaato s^ JEotie de
Satifias , a Mesri^ de Campo Andre
Vidal , e nanjesma distanckid^a. fola-
te Jbao Fcraandes'. Vieira ,- c^ Henri-
^e Dias. Aoiamanhccer ^' dia ly, l6^j^
de Janeiro , cora^i^du a jagaruai^nc^ai
amUharia , e mosquctaria ' contra O
"Fwte do RegOj t foi responlBido com
inuItipUcadb csrrondo : dej a^jiaria
do® fortes de Bmm , do Mar 4©^A1»
tanaii , do Pditte .Velho^ csPonasrdor
Recife. Jugirao at -batarias de* huma,
6 outra parte. at^'^sitres horaa dg^ar-
de, j&m que os HoUandez^s despafifi
rio inais de seiscemtas balasi d^ar^
tilharia , era que ^g&nhamosr^O'EDrfe
dro; R egcn; o^ qmj fcustow a ^Vlda '^ cin-
eo' Soldado3'^noisor^ e qiiinze^feridosi
liSitiamos depots oFofbide-^lu
(anar ^ e o rongu^manaos ,* capitulars
dde:da tnesma sorte ^ qire o'^OcRi^^go,
custaTido' esta conqiutsta^ a vicfa ta^qi^a^
tro SoMadoS v dwesds.- fei^idos , '' e
fiiorto d Alfere^ 'Jliomef Rtidtignle^i
noFdrre aeyrfe-^er v'iht^ 'fioUatidtt*
Ksn niorto^ ^ ' e otftti^s ^t dn toi'iftr id^ti
M 2
180
AchirSo-se heSte -Forte ftote pejas dc
artrifaarik d« bronz^, e huma de^ei^
ro, e ficaYa exposta as suas batarias
a Praja do Recife;; e depois dcste
apertado sitio se renderao os Hollan-?
Ui^: dezes , capitulando-»e com o General
Segxsnsuixdo , assignando*se as cftpi-
tula^^es no dia 26 de Janeiro. £n*.
trou na Prafa do Recife* Francfsco
Barrefcov^ e os Mestres de Campo ^
achandotnellay e nos Fortes cento e
yints rtrespejas de^rtilharia de bron^
zc, cferrfo e setema dc ferro, muoi-^
foeSi) e manthnerftos^.para vraais de
humrarina , e giiande quantidade ,de
outros instrumentos y e massame pa-»
ra- 0'iappareIho dos jiayios.
' Na .Paraiba/:RioiGrattde, e eta
todas as mai^ Fptrtaiozas occupetdas
peips.HbHandezQs^MJao boy ve difficul-
dade, nexn, foi Decessaria mais diU^
genci&i,^()i2e^ a de -ihes. mandar gtaar^-?
ni^sto^'y r>p6rque t:i)fidc». osrHollandezes
dos Pir^idlos,',S(^<<biji esta m)tic|a, so
cmbftt^ifa^ para;H<>I}a«)dtf. Esta novra
eofehctiodi gloria-a- /Francisco Barre*^
181
tbda aquelIa\?rovincia do Estado do
Brazil livre daS'poderosas mSos. dois
Hollandezes, que dorainarSo^pelo^ es-r
|)a(^0' de trinra annos , principiando
em 1624 , era que tom^rSo a BiKia.^
Aqui se devem render louvores
aO' patriotismo d^- JoSo Fernandes
Vkira , que, pelas suas primeiras act
^^V he tido como a pedra ^funda-f'
mental deste edificio. Andre Vidal
he tambera digno de grande louver,
por sustentar val6rosamente.:a gtier*
ra , a que Jolo Fernandes dea prin*
clpiOj acoi'npanhado do Mestre de
Campo Martina Scares Moreno , de*
pois o Mestre de ' Campo Francisco
de Figueiroa, e Henrique Dias. Ten-
do fiuma particular gloria nesta em-
preza Francisco Barreto, e Pedro Ja*
quezde Magaihaes.
Succedeo a RestaurajSo: de Per-
narabuco oito di^s depois de haver
tdmado pbsse iia Bahia do Governo
do* EstadO'di^ Brazil D, Jeronjrroo
de > Attayde^ Gonde de'Af^iguia, que
sUWfefdeo a<) Conde de Ca«t^Ha'-Me-
(hor^e com «8ra graa^^ fortunadeo
182
prineipte ao seu .feltz goverho, tSi3
decantado ^m toda aqmella parte dc
America.' ' •..
f . iir.Erancidco Barreto ioandou dar
a El&ei esta opricia pelo M.est<§
de Campo Andre Vidal, a qus^l che-
gou a Li^boa a 19 de M^t^q, dia^
em tqat ElRei festejava 06 seus an*
nos^ oicpie foi muico appiaudido dia
Cdrte, e ide todo oReinou EIRei fez
grandes merc^^ aos qup tiverao parte
neste successo gloriosoVeaJolo Fer-
nandas Vieira nomeoa Con&eliieiro
de Guecca , e Ihe deo a futiira sue-
cessao do Governo de Angola.
16^ S ^- A 16 de Dezecabro falleceo
Manael 'Seyerim de JP^ria. Nasceo
na Cidade de Lisboa , ^Uio de Gas-
par Gil Seyerim; Escrivao da Fazen-
da, e de D. Juliana de Fafia sua Pri«
ma, e aegunda mulher. Educado na
Oasa! de seU tio Balthazar de F^ar'i^
fieverira , Conego, e-Chantre da O-
4bhedral d'Evora , frcqueotou a Uni-
9r)ersi.dade'dd mesma Mietroppte^ on*
-de fez taes progreissoa , que se douto-
cott om /TJbiQologia. Recoltiido seu XiP
189 :
^ Gla.nstr<« ,4» Cartuxa , com t^^on
me d« D. %8Ui^ 4« Faria, repuaQy^ii
ofUe a Coqexi^., 4? <iW tpipou' pas-,
sc a 8 dc Maio dc) l6o^y e 4o 0an*
trado a i6. deSepembro de,^6ci9;,se^
guindot em.tudo os passos de^u Tio^
fanfO 119 as$i$teacia 4q 9f^^<3 a Pfi^A
ai . frnfusUp <ja,8, cstn^lasjv: eiqrTqm
^ri^umia a maior :parte da sua ren4a«
F09 hiima ^XceUeQC^ LivFaria , peJ^
^ualHIade, e iraridade, ci>nstando dcr
Llvro^ r^rissimos , eatre Qs quaes se
distinguiSo $$ obra« do Infante IX
P<jdrQ, glhQ d'ElRei D. Jo§p I, , im-
pre^Qs seis annos , depols de ioveiir
t^da a impresisSo eoiBasiiea: a Chro-'
nka de D. Affbnso Henriques da le-
trilroriginai do graiKle Andre de Re^
f^Qdis , mai$ cop^^a, que a de Duai>
te GalvSa: as Ob^as do insigne Fr,
Li^iz de Granada, na Lingoa Japoi^e*
tsk : hum Volume: e^ipripto no antigo
pap^ro do Egypto : oufro em folbas
de palma, abertos ^em esryip d^
fierro os caracieres,: SQuijQis yolume^
R» Lingoa Qhincme , cqm preciosa^
eac^dtroa^&es ido Y^rks se^as^ ebxQr
1S4
chiifras '"3fe- admlfkvef ^artificio. Esfa
LiVraria festava piffeht^ a todos os
qui' della 'se queri jp ^aproveitar. Or-
denou tarabem hum Museo, com-
postp dfe Estatuas- Vasos, Medalhas,
e Moedas'Gregis , e'ftibmanas, co.
mo tambrcm Principes Godos, ellieis
PorrugiiezeS, entire as -quaes mef€cia<S^
particular iestiraagSo huma de prata
em queesrava gfavado Sertorio com
a Cerva ; outra def)Qr<y com a effigie
d'ElRei Waraba , e outra do mesmo
metal do Martyr S. HermenigiMd.
Investigou com gratide trabalho di-
versos Archivos , e Cartorios , donde
extrahib aquellas noticias , que o fa-
zem o mais celebrado Antiquario do
seu tempo. Por eleijao^do ^u Gabi-
do foi noitieado a i8 de Dezembro
de 1634, juritaraente com 'o DeSo
Fernando de Mello, para cumpri*
mentar a Duqueza de' Mantua D.
Margarida de Austria , quando pas-
sou por Evora para Lisboa a gover-
nar este Reino. Opprimido com o
pezo dos annos , e das molestias re«
xiu«ciou as duas Prebendas^ ^ue £08«
185
$uia na Cathedral d*Kvof a » cm seu
Sobrinho Manoel de Faria'Severim ,
toFnando posse da Conesia a 4 de
Abril de 1633 , e do Chantrado a 19^
de Mar^o ^e 164^^ GDncorreo com
grande liberalidade para a fundafSo
<io Collegio^dl)s Meninos OrfSos de
Evora , insrituido por seu Sobrinho
Manoel de Faria Severira. Conhecen-
do ser mortal a sua ultima enfermi-
dade, ordenou o seu Testamento,
que Ihe escreveo a 27 de Agosto o
Doutor JoSo da Costa Pimenta, De-
zembargador da ReJajao, e Reitor
do Collegio da Madre de Deos. Re-
cebidos os Sacramentos com summa
devopo, espirou ria Cidade d'Evora,
quando contava se^enta e dois annos
de idade.no dito dia. O seu c^Asvet;
acorn pa nhado das Communidades Re-
ligid2as, Clero, e Confrarias da Ci-
dade, Nobreza, e Povo, foi conduzi-
do ao Convento da Cartuxa , onde ,
cm hum angulo doCemiterio, se Ihe
ded scpultura. Sobre a campa estao
abertas as Armas dos Sevcrins, e Fa-
rias^ com a segalnte Inscrip^ao :
186
fiM^M^I Se^crim de Faring
<< Chantre, e Conego da Se d'Bvora^
<celegeo para si eata s^puhura asaiset
^ por SUA * derofat). , qqpho por .e^ar
4< nella a Corpo da.F* l>« &iaU^ii (k
<(Fana $eu cio, qua faUeceo ^enda
#< Prior dest^ Cpayeiita a j de Aibrif
tide i6is^'' : ' . !
Foi Manoel Severim de Farit
de boa esiacura , mrnxo corpulentov
olkos stz^esy naciirglmenta descorado,
mas de agradavel preaenfa. O nom^
deste inslgne Var^q he celebradq per
los mais famosos E^crjptores, fazen-
do'lhe rodos os devidos elogioa ; m^i
recendo honrosa memoria pelo zelo,
com que procuroii as Memorias da
$ua patria, Cprnpoz rouiias , e «cel-
hnte$ obras, enrre ellas rem hqm
disrinto lugar : Discursos varios po^
liticQs: ProfnptM«ltiQ espiriruai :. No-
ticias de Portugal. Cont^n) oito TA^
cufissoe , If dos meios , com que Por-
tugal pode cresper fm grands nu-
mevQ. de genre, para augmenro da
Miliaria , AgrkuIjHrft ^ e Narcgajlo*
187
antig^naenjte Jigvia em: Portugal, x
d^-forj^as mUijjirfts, qiue :boj« ;J«m
para se conservar , e ficar superior a
9eus! contraiuo$. III. Da Nobrezd. daf
FaoiiUas de Ppriugal, com ft noticU
4e :$Da ^nti^uidade, orig^m dps A pi
pteiidps, Cjrazao dos Braz^es ddi A<^^
mas d^ ^ad^ iimpa. IV. Sobre as moe**
das dc Portugal. V. Sobre as Univer^
eidades de Hespaiiha. VI« Sobre a
propaga^ao do Evaogelho nas Pro*
viQci^s de Guin6« V}|. Sobre as caur
sas de muitojs naufragios, qqe fazem
OS navios da carreir^ da Ii^ia , peia
grandeza delles. VIII. Sobre a pere^
grina9^o, onde se v^.a noricia de al«*
guns Cardeaes Portuguezes, eelogiois
de ajgunis Portiiguezes insignes^ Esta
pbra, depois de Impressa era i^jij ,
sahio segunda vez addicionada . por
p. Jose Barbosa, Clcrigo Regular,
e Chromsta da Serenissima Casa:fde
Bragan^a, com a vida do Author im-
pr^ssa no prifldpio desta addi^ao em
5740.
Cpstum^va ElRei D. Joao IV^
188
sabir bum' dia nks(imtim> i siia C^tn*
ta :da Tapada de Alcantara a re^
1656 creirtiseuespiritb. No dia 2f deOu-*
tubro ,• achando-se riesta-Qjiinta , te-
ve de n^okar ao Pajo- antes do meio
dia^ porcausa dehuma d6r, que sen^
tio^'^em huma ilharga : applicarSo-se
logoiodos osremedlos ; por^m omal
foi Crescendo , que era lioma supres-
sSo de ourinas ; e passados seis dias
de mblestia^ em que ji parecia ter
algumas melhoras, entrando no seuf
aposemo o Secretario d'Estado Pedro
Vieira da Silva a ftllar-lhe em al-
gumas coisas de importancia, Ihe dis^^
se EIRei , que o de que primeiro
queria tratar era de fezcr o seu Tes-
lamcnto; Pertendeo o Secretario ani-
mallO', dizendo-Ihe, que nSo estava
o m^l em estado de ser necessario
tratar da morte, que ainda havia de
ter Vida , que tao pfecisa era para o
bem.de seus Reinos: ao que EIRei
respondeo: «Que o dispdr para a
c^mofte nao perjudicava a vida; e
<cque Deos Ihe era testemunha, que
^^Ue Ihe nSo pedia a vida y senao o
189
<^que mais c6nvi€dse para -a «ua ^al*
ii va^ao.-* O Secretario obedeceo com
lagriipas* Pedio EIRei huma gart^ta^
em que tinha.o rTestanientQ , que fi-
zera em Salvater/a , em cwtraigual
docnja ; e depois de communicar icoxti
o seu ConEessbr algumas cou^as'de
consciencia , xhamou o Secretario^
e llie^eclarou'b qUe jdcterrpinavia susv
tentar^ ou alterar-do primeirorTesta?-
mento. Nessc tne^rrio. dia^^s ^^ horag
da tarde veio o Sagrjado LVrapcd ' da
Freguezia de- Su >Jdliaof^ iconduiido
pelo Bispo .:GapellaO'M:6r'^ IDliMa^
noel da. Giinha.i:*a«s>stido da[;&lltnba>^
Principe', e Infaotes* = .1 . "
Ghegou o CapellSo-Mcir junto
ab 'leito, e pergantairidoose qtteria: Sua
Magesfade receberoGorpo'.de Chris*
tCtpor Viaticb? Riespondeo qiie isim;
Bticnmando^ a perguntdr^he^se'tinha
alguma cousa-de. que scDeooncili^,
d>^, quer estava. qmeto'em sttaxoii*
acienqia. Depoi^jclatLxConfisa^ seguio^
te. o acto 'da.|'pPoce$i!a9So da- F6 ^i a
qual lida pdo GapeliSo-Mbrf foi Bib-
P^el repeiTnda lem >Vs^ claca 'todaa jis
190'
fjskvras della y m&strando em algun9
potitos particular deTO^Sd, domo fot
M expresrio do Sitrameftto da^iEil-
charfstia, na obediencia ao Papa co«
mo successor de, S:.' Pedro , Vigario
de Christo^ e Cabeja da Igreja ; e
pelo muhoy que era dev^to do Mis-
tetio' da Conceijao , quaado cbegoa
ao artigo , qilCifWUp do peccado orr^
ginal, pando os oHio? em horoa IfDa«^
gem' da inegroa Senbora^ que finha
a ilbarga do Icito, chorou. Offere*
ceiido iMBDfiin'O B|spo CapellSo-Mdr
»• BlR>di o livro * 'para xbnfirraar com
a ac^Sio'da mSo d.'que:tinfaa pronun-
ciado, ElRei Ihe'toinbu o mesmo
livra condi arfibas as mics, e com
wmraarevereocia^^' .B^temur^ o bei-
JDu^ danda mulras. gra^s a tDeo$>, e
Jiedindcr a todosj Ihas dessem per el^
^y . nao s(^ por ser c^iado no gfemio' da
l^jar^osjoom a^'Verdbdeira Doutriria
do .x]ue^' devia- segtiir; ma?- itarabem
porque nem na materia c da' F^ , nem
erp netrhuma das propozijfles, que
^iife^ruiestadb, nunta 'tiyera a me*
«>r^iividii^ depois que se entendia'^
191
4ieTi!i deirara tetn^re imeriortaofie i^i
estar disposte a da? a vida por quaU
qaecdelias. Tornindo aijeijar ©li*
vro, e dando-o.ao CapellSo^Mdr, li-
das outras ora^^es^, recebea co^: to«-
<da a ternura , e devo^ao o Sagrado
Viatico. Dep^is de hum grande w*
^aco de devota ora^So, chamou ao
-Capellao-M6r^ e Ihe disse q«e esta*
va resignado na vontade de Deo$, e
dfae n^o piedia nrais vida , que a que
fosse necessaria para salv^gao de »ua
-alma; eque, na cerreza de que se
4Krhava nos ulcimos termos dajsuavi^
da^ Ihepediadeclarasse a todos osseus
Vassallos: ccQueemtDdo o tenopo
<^-do seu garernotiverta scmppetea-
^€^0 deorar oque Ibje parecena' mais
sfCOflveniente ab service de Deos:, t
%€ conservE^fo dflO'seu Reino* Queiwte
^cmaterks Ecclesiasticas procurara
c€ sempre segair as opini6e8 das pds-
«<^oas de kti'as de maior vlrtbde ,. v
-ff<i(ue, para ju^tifica^aodesra. v^erdade,
jic ijkixava entregwe ao CapeHab^Mcir
XK todos as papeis pertencentes a estas
<^tsmcrias.'' Depob disto. cbanncm a
192
Duque de Cadayalj ^ abrajando-a
Ihe fdeo OS doc4iaieiitos, que devia
«eguir^ repetindO'-lhe . as obrlga^^eff,
que devia ao Marquee seu Pai , e i
MaFquezasisa Mai, a queiii ihe re«-
comnietidava, que asaistissecom muito
resp^ito; ^e que a Raiaha, e Principe
4iao tinha que o deixar reporomenda-
do, poi? Ihe deviao asmesmas obriga-
^6es.y nem a elle as de obediencia,
e zelo do que fosse conveniente ao
Reino. O Duque assegurou a ElRei
oque iheencomroendava com asrepe-
tidas . provas , que os da sua Casa
sempre derao de leaes Vassailos* Pe-
dio, que Ihe trouxessem o seu Testa-
tnento ,. que o queria approvar* Fei-
ta esta diligencia , toandou entrar os
Conselheiros d'Estado , Presidentes
dojs Xribunaes, e mais Ministros , e
depots de pedrr. a.rodos perdao de
algjum escandalo seu, que tivessem
TeQebidoi-declarou: fcQue Deos Ibe
« havia f^ito merce de Ihe dar aiu*>
)E( mo :^para perdoar huroa ofFeo^a ,
««que havia tido de aJguns de seas
c«« Vassallos , por Ihe constar perso*-
193
€i mirSby que elle por accre^eemdf •thtf'^
^csouros, devertira os cabedaes dft
«Cor6a, qile isio procedefa d^ fe-»
ccgularidade, com que sempre ajus^
cc tara as despezas pelas receitas ; e
<cque a morre, que costume desc^o-*
€€ brir os segredos da vida^ faria tnsL*
€€ rtifestaf ^esti cefteza. Que sobre tu-
«do Iheencocpeiidava muito auniSo,
«eobediencia i Rainha , que eratf
€€ OS u4i)Cos meio^ da conservacSo^ do
€€ Reino. " Todos Ihe beijarSo a tnto
banhados em lagrimas; e quando
cheg^rao o Camareiro-M6r Luiz de
Mello , e Caspar de Faria Severim ,;
Secrerario das Mercys, agradeceo a
cada hum em particular obeil], que
haviao servido. Passou ElRei a ncMite
em confinuos colloquios com hums
Imagem da Concei^lo, que 'finha &
cabeceira , de que era devoti^sirao ,
are que na manhS seguinte fez mais
alguns apontamentos , e dispozi96es
concernentes ao Culto Div^rft) na sua
Capella ^ e fallando nella ao ^tu Cs-*
p'eIlao«Mdr ,' Ifaedisse: icN^b quiz
a Deos y que acabasse a Capella : . ^
194
€c pai^fr-me f qw me [fen nisto nier^
^< c^;. ^rque se .a -^^faara., pn^era
«te^ v^glom dQ quo. f^e^se; mas
€f nhor .g'.YDntade , jqw tive d^ o aen-
» vir^ sem €U. ter^>a vai^gloria de o
: J^> manha scgxiinfe v^ndo EU
R?>> que/creecia a f^bf e^ majidou cba**
WM^ajR^ipha, o, Principe > e Infanrj
^si,..e depois de ab^a^ar a todos^
Ihps.disfie, que^ de^f^odo seguk , e
^Uar a vjda , elirDrte .do verdadei-
?Q; Mesfre Jesus Cbxicto , Ihes dixw ,
Q qu^. elte na Cruz recommendara a
^a^ MSi Maria Santisaima , e a sen
Qiscipulo S. Joao.; e qontinnou coia
ffi^tiadS'palavras: u A' Rainba encois-.
^ met3do» cjie ao Priooipe conao a fi*
%(lhb'.de .aminos, e do dell a o fari
(,<mui^ (Conio cohvepa^ e ao Princi->
i^pe mandp re$peite 'setispre a: sua.
4f Mai^ eein tudo Ihedediqite aobe-.
</ djejocia , que Ihe deve como sen fi<t
: / B ' pie^ndo ' ha siSo. do Priiici*^
pt > : e < np . da lofiditei dt9se a eife^
195
«^ Pedro , nao sabes o que perdes: a
$€ arabos encomniendo,que trareis se«i-
u pre de ser ipuito zelosos da Reli-
ve giSo Catholica , muito obedientes
cca vossa Mai, muito amigos., e uni"
icdos, e confopfties; porque este he
€€0 unico caminho de vos ccnbervar-
♦<des, e ao Reino em paz, uniao , e
«<justifa.'* A Rainlia banhada em
lagriinas retirou seus Rlhos , per [he
nSo aggravar mais a molestia. Reco-
ihida a Rajnha , mandou qhamar o
Cabido da Se , e o Senado ddi Cama-
ra. Chegou pf imeiro o Cabido , re-
presentado nas pessoas do Deao An-
dre Furtado, do Chanrre D. Rodru-
go da Cunha , e dos Coiiegos Nun©
da Cunha d'Efa , e D. Luiz da Ga-
naa, Depois d'ElRci Ihe agradecer as
demonstragdes , que tinhao feito por
sua saude: <cLhes encoraraendou o
luzelo do Cuho Divino, visitas dos
€€ Ecclesiasticos, rcforroacax) dos cos*
ictumes, e uniao dxDS votos: pbrque
«* considerando , que com a, sua falta
<^poderia ser maior a Irberdade , se-
^cria preciso, que fo^em .duplicadas
N 2
196
€€ as pre?eng8es/* Os Capitulares Ihe
re«pdnderSo encarecendo os favores
de Sua Magestade, a esperan^a da
sua vida, e a satisfa^ao do que Ihes
ordenara.
Depqls dje fallar ao Cabido, en-
trou o Senado da Camara , de que
era Presideirte D* Joao de Sousa da
Srlveira , Vereadores , Procurador ',
Misteres, e Juiz do Povo : ElRei es-
for^ando a voz ]i debilitada : ccSU
^ gnificou o grande dezejo, que sera-
«pre tivera de administrar justica,
<«e de que o governo de Lisboa fos-
w se , como cabe§a do Reino , o roe-
«^ Ihor regulado, para que desteexem-
♦< plar sahissem todos o* effeiros, que
« seropre trabalhara correspond essem
<« as disposi^es. Que era tempo de
«« Ihe pagar o Povo o amor, que sem-
*< pre Ihe tivera ; e que na certeza de
« que havia de acabar a vida muiro
<c de pressa, rogava a todos, que, nao
<<faItando so agradecitnento que Ihe
« deviao, nao diminuisseita o zelo de
«< administrar justi^a , nem o atnor
••daconservayao do Reino. Qye lhe«
197
aentregava a Rainha, Principe, e
f€ Infantes , para que os servissem , e
€€ guardassem da industria y e podec
(cde seus inimigos.'*
O Presidehte a penas p6de res.-
ponder com poucas palavras debulha-
do em lagrimas, certificando aElRet
do amor, e fidelidade de todos os
seus Vassallos.
Nao se esqueceo EIRei de fal-
hr ao Juiz do Povo , e ao seu Escri-
yao , que estavao de joelhos para o6
p^s da cama*, e dando-lhes a raao
com grande benignidade Ihes disse :
4c Meu Juiz do Povo , meus homen$
«<bons, bem conheco o muico , que
€€me amais, e todo esce Povo, e
99 que sois muito solicitos em meu
«<servi^o, e zelosos do bem com-*
€< mxHn. Eu tarabem mealegraya mui*
M to toda« as vezes , que vos via , as-
«isim como a vossos antecessores , e
f^Homens do Povo, porque tenho
«de vcSs outros grande satisfajao^
€i Eu estou muito conforme com a
wyontade de, Deos i\este estado. Ahi
<f VOS iica a Rainha ^ e meus^ £lho8 ;
198
^ encomrtrendo-vo-Ios muito, e fio
i€de v(58, e do amor que me cendes^
i€ trafaneis muito de s4ja conserva^aoi
f€ e servif o , e da qtiiera^So de todos
ftfcofno fids Vas«alIo«.*'
O Juii do Pdvo derrafflandn mni*
tas ligrirtea^ Ihe refefio o senrimeii^
td, que 6 PovO tinba da sua docn^^
e. o inuito , que o amava, e concioio
dizencio : =::? Rei , S^flbor, se Decs
for serHdo levar pdra si aVossaMa*
gestadd, n6s Hcamo^ mui desampara^
dos. ti Ao que EiRei Ihe replicou :
<« Nao ficareis , nSo ficafeis: que fi-
fe <isl^s bera encomraendados. Elevan*
*«do-nie meu Senhof Jerjs Cbristo 4
icgforia, corao confio rtos raereci-*
<«niento* de seu precioso sartgae,
€c la rogar ei per v6s, e por ^ta Mo-
icnarquia." BeijdraoOutra vez sutitto
a EjRd, e sahir^o t6dos trisie^, e
magoados.
Deotambem ElReiorderti, para
qUe Ihe chamassem osCondes de Vi-
mioso; de S. JoSo, S. Lour^n^o,
CasteIlo*MeIhoj?,^e Rujr Fernandas
de Alirtida, prcios pela infellz ^«fl*
/
199
ikocia do jogoidt fnHla^ 'em que-foi
arorto D. Luiz.de Poctu^I ^ JCondt
it .Vimioso ^ li. ferido o ,iGd«ide' 6t
Si.^ Jioio'seaj coniiado; e. por^c^- as
pbrtiek. flao 4)bf!aeL:cedhlo JE^i perd^
da borte 'do. G^Ude,' estaVao^ todois
emvarias pdides; CbqgirMr d 'pnesem
^a^'d'ElRel^^nicnos .o^i6}lHKle de'S^
Jbihp , que fo dila tou pdr&e^r i p^cs<i
m' Tdrre MseUia* cLogo qoe EtfteL ot
vio , Gsr:>cli0nieB^'ao ^en feird'y^'ecxjmi
sembkmte secbnsi Ihes^ dissrrruc Qott
<c ha>ta-9entido ras^uicorto ti^^ €[ue
(c^havilisi falhiddi da &da'^rr^t\ga, >e
ft aicawa defta aepara!§i^ai'por6m qbe
#<n&D qaerBat' acabqr a' vrda osem o»
^ v^, eioe &ixar amigos : que os ha^
«4 vii nKiodado chamarv, paraobonse»
«giiif hiiQ], !e oUtro eiFeitOv e para
«<?!|a& totHasfetn' nelte execapla* do
iiquanto convtofaa perdoar^agigrayos^
^ pnbTe^a\ra que; mdrria sem :odk> ;
unettk ' ^ucrer- satisfa^ao algimi^; de
A S6US ihktiigoss qt|9 pt)r ttvUtfa^ ve-
cc zes, como era ndtorio, o foavi^tf iti^n-
<«dado matarV eqiieal^m desraiAlri-
«vgii9&OiC9citol4iasi ,^ 06 deyU cdnven-
200
U cer^.quanto necessitavaoReinocom
f<a fa^ra de uniSo de todos os seus
c< Vassallos para a defensa de sens fi->
filhos^, e conserva^ao da Cor6a de
€i seus Descendentes. " O Conde de
yimioso disse a ElRei,:que perdoa-
va a todos , que tinbSb concorrido
finr a :morte; de seudrmad : o que
IRci agradecco. - Chegando depois
o Conde de S. Jo3o, ;ElRei J he re-
petio tqdo o qtie ficava: dito diante
dos outros, ao que o Conde respon-
deo:. ziQue nao eraelle hum Vas-
ealio , qtie deixasse de obcoecer a S.
M, para tao justo, e necessario fim,
como o que Ihe propunha da conser-
vagao doReino. fcs Continuou ElRei
dizcndoTJfcDou muitas gra$:as a Deos
fxqaie i imitajao deChristo possodi-
w zep-To^. na ultima hora : Pacem re^
€$ linquQ vabis , pacem me am do ya-
€i bis : eu vos dou paz, eu vos deixo
•rem paz , eu vos rogo nao queiracs
" ir contra esta minha vohtade , pois
^^ he tao conveniente para vossa quie-
^^lajap, e do Reino, E para que eu
-Uwa parte yi con»Jado,.mc ha-
201
f^veis de prometter de serdes ami-*
*'gos. " Todos assim o prometterao,
estando presente a Rainha, e beijan-
do*lhe a mao sahirao compungidos
de tao edificante ac^ao.
Mandou tambem chamar a D.
Rodrigo de Menezes, Regedor das
Justl^as: e agradecendo-Ihe o bem ,
que ezercItaYa aquella occupa9lo^ Ihe
encommendou dissesse da sua parte
aos Desembargadores: ^^Que Ihes
^' lembrava quanto, em todo o tempo
^^que reinara, tratara da subsistencia
^^da justi^a ; e que assim Ihes encom-
^^ mendava , que nSo faltassem i
^^ observancia t]ella : porque sendo
^^hum dos atributos Divinos, era
^^hum dos principaes fundamentos da
*^ conservajao das Monarchias. ^' . D.
Rodrigo s6 p6de responder a esca
pratica comassuas lagrimas. Persua*
dido ElRei ter satisfeito a tudo o
que convinha para o governo do Ri^i-
no futurd , que deixava , se entregou
de todo ao que pertencia ao eter-
no« Mandou chamar a Fr. Domingos
de. Santo Thomaz^ e Fr. Martinho
202^
dia Foiisbct, Mestres em TheoJogia ;
da Ordem do ineu;6adre S. Domin-
goSj.'i 3eu8 Pr^gadoiM; e depots d«
Ib^ .comcnunicar niaterias muito im«
jportantes a sua consciencid', Jhes dis^
ge r.'^'Qac com toda a vej^dade afjfir-
•^ mata) que, ainda que sempre ih^^
V trafa gratide irtcUnafSo A justiga \
^^ e aos Mini^tros $ que a guardav^q^
^^ que nio se lembrata,^que executas*
^^se ac^^d alguma de justi^a, enten^
^^dendo' que a encontrava; pomSitx
^^ que este zelo, e aUida- outran virru-
^^des muito menoee<^ bem sabia, que
^^ pirocediSo da Divina Mi^riCordta ^
^^pois em si nao podia i&r tnaia qu^
^^ defeiros : '' o que tado admirou a
estes Religiozos. ErSo muitas as ro-
gativas , que de cbntinuo se faziao i
Deos, pela saude d'£iBLei, e nume^
rosas as procissods de penitencia com
devcfti^simae Imagens. Entre ellas
mej^^ce partiailan men^ao a dosmeua
ReHghazos da Provincia d'Arrabida.
Esta devota, e edificante prociosao,
depoig de haver entrado na capelUy
oade rezirao liuma devotisaiaia luZ*
\
503
dainha, e totaarad huma dUciplina,
que, cotno dizc^rn.aEscriptordaqueil-
le tempo, maisparecia ccuel^ do qu^
espcra, 6ntodrao na Camara d'EIRei
(que OS raanddtt qh^itiar i sU2i;pre*
fen^a pelo tnuito Imor, que . nos ti-
oha) no seu tan\ capuchb nJgDfBai
preces, que.ElRei folgou muiro de
ouvir, advertindo , ainda.naquelle es«'
tado, que guardavao regr^tf da Mu-
sica J e disse .ap Camarciro-Moi^:
" Que nao oUvira', havia nmiWs^ tern*
^^po$,- cousa ^ que tanco o dekitasae^
<' Mm trouxesfc 4 memoria a ^^ harmo*^
f'«ia , e co!ttonat*tis , que im^ no
i'Cib.'' Depois Ihc falldu Fn Inno-
cencio, aquera EIRei lanyou og bra*
50S. ao pescojo. E querendo este Re-
ligiozo animallo com os sei^'annos^
e <;dm esperan^as de Deos-lhe dair
saude, Ihe dftfee;^ ElRei : **Rogai a
** Dfcos, que em infm se cumpra sua
^^Divina yontade/' E beijaiido El-
Rei d Rellquia se recolheo a procit^
sSd. Chegando D. Miguel deAiraew
da , e^te venef^v^I velho coberto de
can6 , carregado de annos , e banha-
204
do dclagrimas, a despedir^se d'ElRei,
djsse: "He possivel meu Rei, e meu
" Senhor , que ides v6s de tao pou-
cos annos , e que fico eu de noven*
ta ! " ElRei lanfando-Ihe os bra^os
ao pescoso Ihe disse: "Vou com
•*grande descan^o, porque vos deixo
*^ para assistirdes i Rainha, e a meus
^^filhos. " No Domingo pela nianha
onzeno da doen^a Ihe perguntou o
Bispo CapeiI^o-M6r , se queria rece-
ber o Sacramento da Ua^ao, a que
respondeo , que de muito boa vonta*
de. Dilatando-se algum espa^o apre«
parai^So para receber este Sacramea*
to , disse ElRei ao Camareiro-M6r ,
que queria que o ungissem : advertio-
Ifae elle, que ji Sua Magestade o ri«
nfaa dito; respondeo: ^'Qiiando mo
^^perguntdrao, satisfiz a proposta*, e
"agora quero raostrar, que eu pe-
"90 e dezejo este Sacramento, para
*^bem de mlnha alma.'* Ministrou-
Ihe o Capeliao-Mor este Sacramen-
to , e o recebeo com profunda devo-
5ao. Depois de Ungido , tornou-se a
rcconciliar, disse 9 Confessor Missij
205
e commungou segunda vez por de«
vo^ao com muitas lagrimas , tocjp
abrazado no amor Divine. Repetio ,
e ouvio repetir muitas orajdes; e na
segunda feira 6 de Noverab^'o perro
do meio dia, no meio dassuas maio-
res agonias disse por duas vezes em
voz clara , e intelligivel , pondo os
olhos em huma Imagem de Nossa
Senhora da Concei^ao, a que cha*
mava sua Companheira, porque sem«
pre atinha ailharga dacaraa. =: Vir-
gem da Conceijao, valei-me : Virgera
da Conceijao acodi-me. ^ Logo o
Camareiro-M6r Ihe meteo a v^la na
mao ; e re2;ando-se o officio da ago-
jnia espirou com huma convulsSo de
nervos, contando cincoenta e dois
annos, sere mezes, e dczoitodias,
dos quaes foi vinte e seis Duque de
Barcellos, dez de Breganga , deze-
seis menos vinte e quatro dias Rei
de Portugal. O Conde Camareiro-
JVtdr Ihe cerrou os olhos ; e depois
de o encommendarem a Deos todos
08 que estavao presentes Ihe beijirSo
a mao. Nessa tarde se ajunt^rSo m
206
Papo ot Conselfaeiros d'Estado; al-*
gun^TituIos, e Officiaes da Otsa:
em piTCsfenja de todos abrto o Spcre*
tario d'Estado o Tcstamento d^EI-
Rei, e se achou, que deixava nomca-
da a Rainha D. Luiza por Tutora,
e Curadora de seus filhos, Regenre,
e Governadora do Reino: ordenava
que se acabasse a Capella Real : que
»e prosegui^se^ e aperfei§oasse o Mos*
teiro de Santa Clara de Coirabra:
que sereparnssera vinte mil cruzados
de esmotas pelos Mosteiros pobres :
que sepulrassem o seu corpo na Ca-
pe]la-M6r5 no Mosreirode S. Vicen-
te de Fora ( e foi o pritnciro que
se enterroxi neste Mostciro) que se
'dissessem com a brcvidade possfvel
o niimero de Missas , que, depois dc
cem- ipil, a Rainha achasse , que era
conveniefttev e que «e' instituissem
quatrb Missas quotidianas. Os Povos
sentirSo era extreme a morte desrc
bom Soberanc. Foi ElRet D. JoSo
ly. 'de meaa estatura , muito gen-
ttl anteis ^as bexigas, que Ihe mu-
dtfrSb'o prlnaeiro scmblante, cabello
207
Joum, olhos^azuis, alcgrcs^ *grada-
veis, a barha loatis, cUra, que o ca-
bejl(^ o corpo ^0830, e robustQ- Foi
este Monarca , como dizera oa Es-
cfipfc>fC8 / Ycnccdor na Europe, de-
ffi^deo-se em Africa, pclejou na
Azia , e triuirfbu na America. Iivcli-^
«tadx> ^ ca^a , e a Musica , nao dei^n
xou de ser muito zeloso do Cairo.
I>fcviiio; Tao amantc deDeoe, e de-
vc>ro d<> Santissimo .Sacraieento^ quo
i3Uoca o nonu»jsra »eni grirnde rev^
^eptcifl- Ao Misreuio da CoiKeigao
c$)in$agi?ou o mab: paKticuIar affdcto,
a devQcao , comp ji viosos.
Creou de novo diversos .Titwlo^^
erenovou Gift res cm pessoas daraes-
Q%a familia.
. Ao PrifKi'ipe D. Tbeodowo hen?-.
deiffb do Reino ordenoju .por buma
Carta Patented $e chama^e P^iccipe.
do. Brazil , e Duque de Bragati^a , a
iij de Outvbroi.de 1645!*
Ao Infante D. Pedrd seu filho
£ez doac^ xk GdaAa de JB^ja^ cam
<ttituloi..dc. "Dnqjue, renotaiiaJo esca
Dignidade, que tivpra EJRei D; Ma-
208
noel antes de ser Rei , por inercl de
ElRei D. Joao II. Foipassada adoa-
^ao em Lisboa a ii de Agosto de
165-4. '
A D. Nuno Alvares Pereira de
Mello, quarto Marquez de Ferreira,
quintoConde deTentugal, creou Du-
que de Cadaval. Foi passada a Carta
a 18 de Julho de 1648.
A D. AfFonso de Portugal, Con<»
de de Viraioso, fez Marquez de
Aguiar a 8 de Setembro de 1643.
A D. Alvaro Pires de Castro ,
VI. Conde de Monsanto, creou Mar-
quez de Cascaes a 15^ de Noyembro
de 16415.
A D* Ystsco Luiz da Gama, V.
Conde da Vidigueira , fez Marquez
de Niza a t8 de Outubrp de 1646.
A D. Francisco deFaro fez Con-
de deOdemira a 9 de Julho de 1646.
A Mathias de Albuquerque creou
Conde de Alegrete no primeirb de
Junho de 1644,
A D. Fernando de Mascara-
nhas creou Conde de Serem a .18
de Abril de 1643.
2og
A^D.' Ffanciscd de Sousa Con^
de de Prado a 17 de Mar^o de
1644*
A D. Fernando de Menezes con-
firmou o titulo de Conde da Ericen
ra a 11 de Abril de 1646.
A Antonio Telles de Menezes
creou Conde de Viila-Pouca de Aguiar
a 5 de Agosto de 1647.
A D. Miguel de Alrae/da creou
Conde de Abranres, renovando este
titulo, que ja tiverao seus antepas-*
sados ^ passada a Carta a 12 de xslo-
vembro de 1645'.
A D. Joao da Costa creou Con-
de de Soure a 15 de Outubro de
1652.
A FernaO Telles de Menezes
creou Conde de Villar-Maior , a 29
de Agosto de 165*2.
A D* Vasco Mascaranhas Con-
de de Obidos a i^ de Maio de
1 646.
A D* Vasco Lobo, Barao de
Alvito, creou Conde de Oriola.a 19
de Dezembro de 16c 2*
A D« Antonio de Noronba
o
210
creou Conde de Villt- Verde a lo rfe
Dezembro de i65'4«
A D. Pedro de Castello-Branco
fez Visconde de Castello-Branco jun-
m a Sacavem a 25' de Setembro de
1649.
A Thom6 de Sousa fez Vedor
da Fazenda por Carta de iz de Ja-
neiro de 1646.
Este Thom^ de Sousa, quarto
Ay6 do actual Excellentissimo Mar-
quez de Borba , Fernando Maria de
Sousa Coutinho , IV. Conde de Re-
dondo , e hum dos Governadores da
Rei»o , foi sexto filho de Fernao de
Sousa, e de sua segunda mulher D.^
Maria de Castro, filha de D. Siniao
de Castro , Senhor de Reriz , Bemvi-
Yer , c por falta de seus irmaos suc-
cedeo na Casa. Era hum dellea D.
Diogo de Sousa, Arcebispo d'Evora,
de que fallaremos no anno da sua
morte de 1678. TeveThom^ de Sou-
sa cordial affccto a Casa Real de Bra-
gan^, a quern seu Pai servio ate de-
pois da morte da Senhora D. Catha-
^'^a , assistindo na mesma Casa que
211
siSrvi^] twio a tfonfidchcia dos ma lo-
res negocios; e no Cartorio desta
Qsa s:^; conserva cierte doa^ao, feita
pelo Duq^e o Scnher D. Theodosio
I. em 10 de Juaho dc 15^38; que as*
sis prova tudo isto* No mesmo Cai>
torio e^istein conhe^inientos legaes
de donatives fieitos tanto per Tho^'
m6 de Sousa , como par seus Des-
cendentes, a Casa Real: e. he rradi-
jao corrstante, e niuito respeitavel
da mesma Casa, que Thom^ de Sou*
sa, depois de ter trabalhado o mais^
que Ihe foi possivel, na causa da Pa-^
tria^sendo hum dosdemaior influcn*
cia na restitui^ao da Real Corda so
Senhor Rei D. Joao IV. , como te- j
mos visto, offerecera toda a sua pra* ▼
(a , euro , e ricas preciosidades ad
Hiesmo Senhor cm fauma rica Berlin-^
da , que ainda hoje se conserva nas
Gocheiras Reaes; e he igualmente
tradi^ao, que em agradecimemo, e
niemoria deste donativo , * o Senhor
Rei D. Joao IV. sahiaitodos os an*
DOS em dia do Ckx-po deiDeos nesta
JBerlindat Isto . xn^spao^ ccnbd ou?ida
2
212
{mr vezes da boca do mesttro ExceP
enfissirao Marqiiez de Borba. Sendtjf
fhome deSousa herdeiro deiranien-
sas riquezas dt seu Fai, pot* sua mor-
te so restarao dividas a seu 6\bOj dc
eujas dividas falem roen^ao os Alua*-
rdS) passados para as Commendas de
Santa Maria de Gondar da -Ordem
de Christo, e de Santa Maria de
Messejana da Ordem de S. Tiago;
declarando , que priraeiro se pagas-
sem a-s dividas que ficarSo ; de cujo$
Alvaras ha copias legaes. Fallecea
em Elvas a 19 deNovembro de i6j\S.^
Foi casado com D. Firancisca de Mc-
nezes, filha de D. Joao de Castello-
Branco, e de D. Cecilia dc Mene-
zes, filha de D. JoSo Coutinho V^
Conde de Redondo, per quern se de-
dusir2o osdireitos da Casa de Redone
do, a D. Cecilia de Menezes de quent
forao filhos, D. Francisco de Castek
lo-Branco VIII. Conde de RedonJOy
c D. Francisca de Menezes, em quem
recahioodireitoda Casa, decujo ma-
trimonio nascera© ©sseguintes filhos r
Fcrjjio d« Sousa, Vcdor dos Scnho-^
213
tes Rets D. Affonso VL, D. Pedro
II. , e D. Joao V. , que o creou I.
Conde dq Redondo nesca familia, de
que \he p^ssou Carta a i de Mar^o
de 1707. D. JoSo de Soasa, Arcebis*
po de Braga, e de Lisboa, de quem
fallareiBOs em o anno da sua raorte
de 1710. D. Cecilia, e D. Maria de
Menezes Religiozas do Mosteiro de
Santa Martha«
Restituio as rendas ao Mosteiro
de Alcobaga , que estavao unidas a
Abbadia Commendataria , tornando-
as aps Monjes na mesma forma, em
que Ibas dera seu invicto. Av6, e Pre^
decedsor D. Affonso Henriques, con«-
firmando, e ratificando a Doagao por
Carta, de 4 de Fevefciro de 1642.
Foi ca^ado o Senhor. Rei D. JoSo
ly. com a Rainha D. Luiza Fran-
cisca de Gusmao, dequem tratare-
Hio^y qM^i^lo ckegarmos ao anno da
sua morte.
Nascerao desta uniio , o Princi-
pe. D. Theodosio , de quem ji trata-
raos:
. A Seoiiora D. Annajc nasceo em
214
ViIJa-Vi^o» air dc Janeiro ^ i^^fy
efalbceonamesiyib'dia. jai^norMos*
titira das Chagas^ da m^sma Vifta*
< ' A Senlroi* Iwfanta IX Joanna :
Hasceo.em -ViJJa-^ifosa a*t8^ de Se*
tembro de J 6^ : falleceo a ty de No-
vembro' de 165^3., « jaz no Rc«ll Mos«
t^iro de Bei^m^, juntamiinr^ com seua
ii^maos* '
A Senhora D. Catharina : Raw
sha da GrJ-Bremtiha , dd <joe fare-
jDos .raenjSo flO Tomo V.
O Senhor D. Mano^I : nasteo
em' Villa-Vijfosa a 6 de Set^mbfo d^
1640^ e faileceam me$mb did. Jas
Ao Mosteiro dbs Eremitaa de Sanro
Agostinha» ^ . , .
^ ElRei.D.AffonsO' VI., de que
yai a tratar o Capltulo II.
ElRei a Pedro III. , qtie occu-
para o Capitulol. do Torao V.
Teve fdra do mafriitioi^kj a Se-
nhora D. Maria, nascida- a 31 de
Abril do i(J44vdeh'uma Senhora h'm-
ja desanguej que enfrando depois
no Convento de Chellas profes<ou
a vida Religiotia, Educad^ cm casa
215
do Secret ario d-Estado Antonio de
Cavide, eiitfou a 25: de Mar^o de
1650 no Mosteiro de Santa There-
sa dej^sus, das CarmeUtai Descal*
^as de Carnide, per ordem de ElRei
^eu Pai, a receber as instrug^es dt
Madre Michaella Margarida de San-
ta Anna^ filbadoIiDperador Mathia^
e Parenta do mesmo Senhor Rei IJ.
Joao IV.^ Fuadadofa do dito Moa^
teiro de Carrlide em 1642, sendo vin*
te e dois annos 8Ucce8si?os Priora»
Estimott ElRei inutto esta filha, o
que ft8s&9.prova a segninte Carta,
^ue Ihe.escreveo antes de morrer:
«< Minha filfaa, foi.Deos servido,
f^que a primeira yez que tender car-
"ta miiiha , seja despe?dind6-nae de
'^ YtSs , dando-vo8 a rainha bengSo
".a<iompa:nbada de Dcos, que fique
^' com vosco , e lembrai-vos sempre
^' de teiro, coracJ eu o fio de vof . Es-
crita era Lisboa a 4 de Noverobro
^^de 1 6-? 6-.; Vosso Pai , que fica com
*^ graiide sentimenio de vos nSo tfir/'
-«c
216
Sen Pai no Testa mentp feito a
a de Novembro declarando-a por fi-
Iba Ihe faz a merce -da Comraenda
maior de S. Tiago, e das Villas de
.Torres^ Vedras , e Collares, e dos lu"
gares dis Azinhaga , c Cartaxo , que
logo fez juntamentc Villas com ju-
risdi^ao d parte , e estas doa96es de
juro , e herdade para sempre sujeitas
a Lei Mental: e se no decurso do
tempo houvesse ddvida. ordenava ao
seu Successor , satisfizesse tudo. em
equivalente. Ordenava mais o darem*
se*lhe cincoenta mil cruzados para
com por a sua Casa. OSenhor D. Af-
fbnso VI. confirmou a doa^ao por
hum Decreto de i8 de Novembro do
Imesrao anno; e o Senhor D. Pedro
11. , que muito a estimou, Ihe escre-
veo de seu proprio punho nesta for-
ma:
ciHonrada D.Maria minha ir-
$€ ma. Eu o Principe vos envio muiro
<csaudar, como aquella que muiro
«arao, e'prezo. A' Junta da Incon-
<« fidencia mandei ordenar, vos man-
Mdasse entregar todo o dinheiro,
217
wque da verba doTestamento d'EI-
<cRei meu Senhor, e Pai, que Sail*
€c ta Gloria haja , e declarag5es de
4c Antonio de Cavide constou vos to-
«cava, e junraroente aquelies redir,
€€ ros, do que estava dado a juro, e
<«de hum, e outro podeiR disp6r co-
ccmo de cousa vossa; e porque te^
€€ nho entendido , vos sSo necessarian
(cpessoas, que vos assistao assim den-
€c tro da Glausura , como fora deJJa j
€f me rnandareis declarar as que vos
ccfaltao, para melhor conveniencia
4i do vosso servijo , assim das Reli-
^^giozas, que dentro vos hSo de as-
*^sistir, como das seculares ca defo-
^[ ra , as quaes vos mandarei noraear
^'miiiro i vossa satisfaj: 3o , -e aprazi-
^' mento. Era Lisboa a 15 de Novem*
J^brode 1677,"
Principe.
A Rainha D. Maria Francisca a
foi visirar a Carrtide, e Ihe fez gran-
des honras, mierendando no seu apo-
sento. A C6rte Ihe dava o trataraen-^
to de Alteza. Viy^o sempre neste
218
Mosteiro era Habito de Religioxa ^^
ainda que era de materia mais fina.
Propoftdoi-scrlhe para Espozo o Du«
^ue de Cadaval c5ni approra^ao Re**
gia, respotideo: :=; Que, naoisahiria da
Giausura senao em posras a romar
ocitro Espozo: que eUa< ja tinha £
muito tempo#!=:^ Rejcieou tambem
ser Commendadeira de Santos, di-
zendo : =3 Que D. Maria Josefa de
Santa Thereza nao deixaria o Con-»
vento de Santa Tiiereza^ ncm depois
de morta.S' Suas rendas erao todas
distribuidas pelos pobres. Principiou
a Igreja de Santa Thereza das Car-
raelitas dcscalg as de Carnrde a 15' de
Outubro de 1662 , que se vio acaba-
da'^a 15' de Outubro de i663. Ornou-
a de. excelientes rerabulos^ ricas a]^
faias, e preciosa Custodia para ex-*
por o Santissimo Sacramento. Fez a
Capella do Senhor dos Passos, man-
dou JaVrar OS dois cdros das Rdigio-
2as, e outras obras ri^aia, ebi que
gastou a<:in)a. de duzentos mil cruza-
dos, e estabeleceo p*ra seu fundo os
*^itos ajinuaes de, quarenta mil cru-
219
Mdos^ pov cujo itiotTvo^velo a serTa
Fadroeira do Gonvento , por Escri*.
tufa piiblka de 15 de Outubro de
1685'. No ttte^nao anno deoprincipio
A fdnda^ad d^ Convertto de S. JoSo
da GruzdoiClartiaeUtas Descal5os do
ifiesrao lugar de Carnide, deque se
lan^ou a prin^eira pedra a 24 de Ju^
jiho, com huma inscripjao em latim,
que dtzia: ser a Fundadorft dai^elle
Mosteiro P. Maria filha d'ElRei D.
Joao I\f., Rei Je Portugal'; t*inando
seu irraao ElRei D. Pedro 11., no
anno de 16%. Detxou no seu TestaA
mento o Padroado destes^ dois Con-
ventos, eoutros muitos pios lep;ados.
Falleceo, recebendo todos o^ Sacra-
mentos com summa edificajao , a 7
de Pevereirb de I693 , quhndo con-
tava quarenta'enove annos de idade,
c quarenta e tr6s de Clausura. Sea
corpo jaz no coro debaixo em hum
Tavrado Mausoleo , com hum epita-
fio era larim / que declara ser filha^
do Senhar Rel D. Joao IV;, que. en*-'
trou de seis annos na Clausura , qiie
fi>i a Fundadora daquella ^ Igreja ^ e
220
C6ro para a6 Religiozas ; e o dia ^
mez, e anno da sua morte, acinaa
dito. Por sua morte se recolheo El-
Rei par cinco dias , e tomou lujto de
capa comprida por hum mez , e fez
aviso a Cdrte para pr^ticar o mesmo.
Ao seu enterro forao assistir alguns
GavalJeiros d-Escado, e Titulos.
C A P I T U L O II.
Vida , e AcfSes do Senhor D. Af-
fonso VI , e XXII. Ret de
Portugal.
^^S^ Jt ELA morte do Senhor Rei D.
Jo5o IV, ficou seu filho o Senhor D.
AfFonso, aa idadede trezeannos^ Suc-
cessor da C6roa de Portugal. Nasceo
esre Senhor a 21 de Agosto de 1645
em Lisboa, estando seu Pai em Evo-
ra. Foi baptisado a 13 deSetembro
na Capella-Real pcio BIspo Capel-
lao-Mor D.Manocl da Cunha, lew-
221
dd i |)ia pelo Marquez de Ferreira ^
Mordorao-M6r da Rainha, sendo Pa-*
drinho o Principe D^Thebdosio. Nas
C6rtes celebradas em Lisboa a 21 de
Outiibro de idjj foi jorado Princi-
pe Herdeiro deste Reino. Destinovr-
se logo o dia 15' de Novembro pa-
ra o Auto do Icvantamento , e jura-
mento, que os Grandes, Secu lares ,
e Ecclesiasticos , e raais pessoas Jhe
haviao de fazer: o que se praricou
is tres horas da tarde. O Infante D.
Pedro fez o officio de Condestavel
com o cstoque dezembainhado , e le-
vantado em ambas as maos , ajudan-
do-o a sustentar Ruy de Moura Tel-
les , EstrJbciro-Mdr da Rainha , por
ser o Infante de oito annos. Antonio
Telles de Menezes , Conde de Villa-
Pouca deAguiar, fez o officio de AI-
fcres-M6r do Reino, levando a Ban-
deira. Depois d'ElRei estar sentado'
no throno , e todos os mais nos seus
higares, depois do mesmo' Rei ter
jarado , e promettido guardar os fa-
ros, costumes, privilegios, gragas,
iiberdades / ^ franqcezas^ que peloa
222
{Ids seus Predecessores forao eonce-
didog, disse o Rei d' Armas de Por-
tugal: :=:Maflda. ClRei Nosso Se-
nbor, que neste acto venhao jurar,
e beijar a mao os Grandes, Tirulos,
SecuUres, e Ecclesiaspcbs , e mais
pessoas. da Nobreza , agslm como se
acharem, sem precedcncias, nem pre-
juizo do direito de algum. rr O pri-
meiro ,v que jurou, foi D. iVJiguel de
Almeida . Conde de Abrantes , Mor-
dorao-M6r da Rainlia, M3i d'E/«
Rei y em cujo nome fez o dito jura-
menio , por virtude da carta do po-
der, e prpcurajiao da mesma Senho-
ra , a qual foi lida em voz alta pelo
Secretario d^Estado. Jurou emsegun-
do lugar o Infante D. Pedro , como
Infante, porque cqmo Condestavel ha-
via ser o ultimo. Seguirad*se depois
OS Duques , e todos o$ mais Senho-
res na forma do costume. Jurou -era
ultimo lugar o Secretario d'Estada
Pedro Vieira da Silva. Acabado a
acto, -desceo ElRei do seu throno,
com o-Sceptro Real na mao, e foi
iCapella, ondc 3e canton oT^Deufft
223
Laudamus^ com geral contentamen-
to de seus Vassallos.
Ficando ElRei deb^ixo da Tu-
toria de sua Mai, esra Ihe deo Q
quarto, que havia sido de Principe
D. Theodosio, conrinuando por Mcst
tre d'ElRei, e de 8eu irmao o Infan-^
te D. Pisdro, 'Nicoldo Monteira, Prior
de Cedofeira, depois Bispo do Porto;
e para seu Ayo Ihe Bomeou IX
Francisco de Faro, Conde de Ode-
mira,
Chegando a Madrid a noticia di
inortc d'EIRei, foi excessive o con-^
tentamento do8 Castelhanos , t logo
ElRei Filippe fez marchar para as
fronterras do Alerat^jo as juas tro-*
pas corn mais calor. Dcspedio cora»-
missarios a levantar infaataria ; man-
dou fazer nas fronteiras celJeiros pii*
blicos de trigo ; acceitou a offer ta doa
Grandes, qpe se obrigarao a copdu-^
xiT a Badajcz grande ntiraerp de ca-»
Tallaria, e fez espalhar, que na se-^
guinre Primavera partia a/recuperat
Portugal, pelos mesmc^ passos d«
wu Ajvd p. FiJippc IL, tudo fom^n^
524
tado pof D* Lui^ de Haro. Chegati-
do estas noticias ao Goyernador da
Provincia do Alemt^Jo , o Conde de
Soure, este o partici|)ou a Rainha,
gara logo se cuidar na defensa do
.eino. Sem demora se derao as pre-
cisas providencias , distribuindo a
Rainha as ordens .para letas , e re-
niontasy e mandando dinheiro para
as fortifica§6es. O Conde de Soure ,
deixando o governo da Provincia a
Andr^de Albuquerque, chegou a Lis-
16^ J boa nosfins de Janeiro, onde foi bem
recebido da Rainha, e de todos os
mais Ministfos, honrasdevidas a sua
capacidade. Por^m os seus adhaques,
e a fa Ira de providencias , que Jhe
derSo para defender o Alerat^jo, o
obrigdfao a nab voltar, noroeando-se
entao era seu lugar o Conde de S*
Lourenjo. Noraeou tambem a Rai-
nha a Manoel de Mello , Mesfre de
Campo , e Governador da Praja de
Moura, Governador da Provincia do
Alemtdjd; e a Affonso Furrado de
Mendonga, Mestre de Campo, e Go-
vernador de Campo-Maior, Capltao*
General da Artilharia.
••I'^y
225
Nos pryKJpios de Abril p^irtky
oConde deSvtoprenjo para oAIem^
t^jo , e chegou a Elvas , . ond? foi
muito bem recebido. Andr6 de Al-
buquerque Ihe deo aviso de todas as
preveD^6es dosCasteIhanos/6 doxno-*
do, com que o Duque de S« Germat]^
se. prevenia , tendo chegado a Bada-
joz nos principios de Janeiro, pro-
curando com todo o cuidado a nossa
ririna. Com efFeito o Duque marchou
com o seu exercito para Olivenja a
12 de Abril, com pouco mais de seis
mil infantes, e dois mil e quinhen-
toscavallos. Constava aguarnigao de
Oliven^a dequatro mil infantes^ bas-
tantes munigSes, e mantimentos pa-.
ra muiros mezes. Logo que o Conde
de S. Louren^o teve a noticia deque
OS Castelhanos estavao sobre OIiven<«
$a , mandou a Lisboa pela posta o
General de Artilharia, AfFonso Fur-
tado deMendonj^a, adarparte dRai«
])h^« Depois voltou com a reposta
dizer ao Conde, que ella Ihe pr^nie^
tia todo o soccorro possivel : sahio
o nosso exercico d'Elvas em o dja de
226
Sdbbado 28 de Abril, coristando rfe
dfts mil mfanWs, dois itjil de caval-
lo, ^Uatbrze peja^ deartHhdrhi, e
tfs maifs nauni56e$ precisas , indo a
infantaria dividida era rinre bata-
Ih6es , e em vrntc c oito esquadrocs
a cavallaria. Erao Mesrres de Cara-
po dos Terfos' da Provincia, o Cot>
de de S. Joao, a Conde da Torre,
6 BarSo de Alvito, que snccedeo no
goverho a Manoel de Mello, SitnSo
Correa da Silva , Pedro ' de Mello ,
D. Manoel Hennqties, Agostinho
de Andrade Frelre , JoSa Leite de
Olifeira , Diogb Sanches del Poco:
de Li^boa o Conde de Miranda , e
dutro^. Elegeo o Conde por Capirao
da sua guarda a D. Luiz de Mene*
zes. Marchou o exercito toda a noi-
te; eao Domingo, antes de amanhe-
cer , se adiantou o Governador de
cavallaria , Manoel de Mcljo , com
doi^ mil cavallos, e mil mosquefei-
ros , a facilitar junto a Jeruroenha a
passargem do Guadiana , a quern se-*
guTo todo o exercito por huma pon*
tc de barcas, que sc formou sobrc a
227
rioi Tflrito que pa&sou o exctcitd ,
occupou o sifio , que o Mestre de
Campo General Jhe destinou parase
^lojar. Ficou o quartd«^debaixo da
artilham de Jerumenha', com d fren-
te em OHvenfa , c a retaguarda cm
Guadiana. O nosso exerclfo havfe
crescido em numefo de dofee rail in-
fantes />0dt}is mil c dttzentos caval-
Idsl '• ^y
* ^ O'CJonde de Si Lontcngo se re-
solveo afeascaf OS Castelbanos nos seus
alojanr^ros; ciquartelando o exerci-
to no' sifid da Aaalaya ^de-Castello-
Velho, Cfoo dis^ava dos quarteis pou-
CO raais' detiro de mosquete ; por^m',
nao tendb-l&to ^ffdto, marchou com
o exercitt? a' 4 daMaio, hpma s6 le-
goa ; t tKf^dla feegatnte 30. amanlieoet
marchoU^eja'^featalha , ^lef «ndo tod^d
10 corpo (fe ^^vallaria noi^Ao direito
da infanteHi*' Depois d^^imieiltarcm
toraar o Fbfte d^ S. Christov^o por
Aua$ vezes ,' e nSo o conseguirem ,
marchflfaii a ^itiar Badajd^* '
. Chegandb'aifr d^'Maio'd vista
4aqueHa 'Pra^a*, m^ndou b^ Ctiide de
p 2
228
S. Lourenfo conduzir d'EIvaSf toda
a artilharia grcssa , que era necessa--
ria para dar prlncipio ds batarias , e
ao sitio. Demos humassalto aPraca,
pordra com mao successo; o que o
Conde sentto assira pelas disposijrocf*,
e circunstancias delle, coroo peio des-
cngano de se impossibilitar o soc«
corro de Olivcn^a. Passou depois o
Guadiana, e ficou alojado sobre o
Rio Caia ; e no dia seguinte conti-
nuou a marcha para Jerumaaha, s6
com o fundamento de aaimar ossi-
tiados : a este tempo chegdrao de
Oliven^a as capitttla96es , que Ma^
noel de Saldanna havia feito com o
Duque de S. German, para a entre^a
desta Praga : oque se fez, sahindo 7i-
vre a guarni^o com armas, e ban*-
deiras, os moradores com sua roupa^
e mantimento, recebendo Manoel de
Saldanha -na Praga a 30 de Maio a
guarni9S(o Castelhana , sahiodo ellc
com idois mil e trezentos infames, e
huma companhia de. cavallos. Esta
perda foi bem sensivel , e tSo desa*
gradavel ao Conde , .i Rainha , c a
229
tbda a C6rtc, que se ^guio ser Ma-
noel'de Saldanha castigado com pe-
na de degredo para a India por toda
a vida.
Victorioso o Duque de S. Ger-
man com a tomada da Pra^a de Oli-
venga, depois de a deixar em estado
de defensa , marchou com dez mil
infantes, e quatro mil cavaflos a si-
tiar Mourao, que ficava cinco iegoas
distance de Olivenga, menos de fau-
ma de Mon9araz, intcrpondo-se a
corrente do Guadiana encre as duas
Fracas em igual distancia de ambas.
Chegou o Duque dqUella Praja a ij
de Junho, onde governava o Capitao
de Cavalios Joao Ferreira da Cunha.
Nao rinha Mourao raais. defensa,
que hum antigo, e peqaeno Castel-
lo , em que so havia mantimentos , e
muni^des para quatro mezes. Mosrri«
rao OS sitiados constancia , e valor
ua defensa da Praga; porera, nSo po-
dendo resistir por mais tempo, en-
tregarao o Castello no ^'fim de seis
dias de sitio, com honradas capitu*
la^oes.
230
Perdidas as duas Prafa« Je 0!w
venja, e ;MourSo, nomea a Rainha
Tenente-General daquelle cxercito at
Joanne Mendes de Vasconcellos^ a
Andre de Albuquerque Mestre de
Campo General, e ao Conde de S*
Louren^o chama para Ihe assiscir aa
Conselho. Chegando o Conde de S,
Lourenyo a Lisboa, parte Joanne
Mendes de Vasconcellos para o Aletn-
t^jo , com o Titulo de Tenente-Rei.
Apenas chega a por sitio a Pra-
^a de Mourao, acha a cnvallaria ini-^
rniga reparrida eni varios troyos, fa*
2endo perdas consideraveis , e os pai-
^anos nos carapos d'Elvas, Villa- Vi-
josa , e Monfaraz , e o Duque de S.
German reconhecendo com grande*
parte da cavallaria Campo-Maior,
wm o raesmo dcstino d-Oliven^a.
Sahindo Joanne Mendes de Vascon-
cellos com o exercito d*Elvas a ^^
de Outubro , constando de nove mil
infantes, e dois rail e duzentos caval-
l6s, e dez pe9as de «rtilharia, fez re*
t*rar para longe os inimigos, que se
JuIgav5o vencedores : distinguindo-ic
231
jtiqito neste eficontro A'^^'^^ .d^ M"
buquerque , Jo3g Vanlcjiellj, u, Jqap
da Sily^^ D. Martinho Rib>eifa, Jps^
Pess^Rlia, Fernao de Sou8,a Coutmhq,
e oxxttos. Movea<Jp-se Joaone Meii-
des de Vasconcellos cam o grosso
do exercito para o aloiamenjo ^
Terena , em quanto D. papcho M^-
i)oeI com a vanguarda ganhava p&
posros sobre Mourao, €jonfieguimo^
po quKUo dia degitio zS^deOxJtubro
capitular , e a entrega no dia 30. O
jexercito d'EIvag^ e a Praja ficbu en-
trcgue ao Mestrc de Campo , Fran-
cisco Pacheco Mascaranhas, m.archaft-
do^-para Lisboa Joanne Mendes d^
VascoaccHqs a regular o piano d^
futura cappanha, tendo deixado o
exercito em quarteis dc inverno*
Pquco tempo se dilatou Joanne
Mendes de Vasconcellos em Lisboa ,
depois de ajustadas as prevengoes da
campanha ; mas antes de partir fou-
be, que estava nprae^do para Mestre
de Campo General D. Rodrjgo 4e
Castro. Declarava a sua Patents, que
^crviri^ de scgundp Mestre de Cam*
232
po General; Chegbu Jaanne Mendes
de Vasconcellos a Elvas ; e, pouco de-
pois da sua chegada , mandou ao Te-
nente-General de CavalJaria , Diniz
dc Mello de Castro, fazer huma en-
trada pela parte de Alcantara, que
daquelles campos conduzio huma
grande preza , a qual Ihe nao pode-
rSo tirar os Castelhanos com quatro-
centos cavallos.
l6y8 Sahio o exercito d*Elvas a iz
de Junho constando de rreze mil in-
fantes , tres mil cavallos, vinte pejras
de artilharia , dois morteiros , e todo
o mais necessafio. Sahindo d'Elvas
desfilado, ficou alojado junto ao Rio
Caya. A 13, dia do Portuguez Santo
Antonio, passou o Caya , e marchou
formado a alojar-se no sitio de Santa
Engracia, vizinho ao Forte de S.
ChristovSo. Em quanto o exercito «e
aquartelava, esteve a cavaliaria for-
niada na campanha, distante das rou-
ralhas de Badajoz, o que bastava pa-
ra nao ser offendida das balas da ar-
tilharia. Estava o Forte de S.Chris-
tovao situado defronte dc Badajoz ,
233
da parte de Portugal , nSo havendo
mais distancia entre elle , e aquelU
Pra^a , que a largura do Guadiana.^^
que nao he grahde. Constava a sua
guarni^^o de quatro mil Infantes , e
dois mil cavallos. Apenas o nosso
exercito marchou para esta Pra^a,
logo appareceo aCavallaria formada
da ponte, com as costas para o Gua-
diana, fazendo frente i nossa, que
esperava se aquartelasse o exercito.
Algumas horas se passarSo sem mo-
vimento de parte a parte. Deo prin-
cipio ao corabate Vasco Martinz ,
firovocado por hum Castelbano a pe-
ejar, dezafiando-o com arrogancia:
travou-se huma escaramuja , que o
General de Cavallaria, Andre de Al-
buquerque, deo ordem a D. Luiz de
Menezes , que avanjasse , pois que
elle Ihe mandava dar calor. Investio
D. Luiz com os batalh6es inimigos,
que achou visinhos, eobrigou osCas-
telhanos a voltarem as costas, procu-
rando huns salvar-se no rio , outros
cm a ponte ; porque os da Cidade Ihe
234
fecbaf^ a^ porras, nao deixando Qii«
trar dentro ncm ao Doque de Ossu-
na , que s^ retirou por aquella parte.
Forac mortos rauitos Officiaes, e Sol-
dados 'y e depois se dec priacipio as
batarias contra o Forte de S, Chris-
tovaqu
Na manhaa do quintjp dia , em
que s? caraejarao o$. ataques, sa-
hlo de Badajoz o Duque de Ossuaa
com dois mil cavallos ^ e passando q
Guadiana , e Caya fez alto junto aos
Olivacs d'EIvas: logo Andre de Al-
buquerque unio acavallarJa, que con-
stava dedois mil, e quinhentos cavalr-
ies: compassou os batalhdes ; passou
o Caya'; e observandp que a cavai-
laria inimiga persisria no niesmo si-
tio, aconselhado do Commissario-
Geral Joao Vanichelli, mandou pe-
dir a Joanne Mendes de Vasconcel-
los rail raosqueteiros : o que elle prom-
ptamente fez is ordens do Mestre de
Campo , Diogo Mendes de Figuei-
redo. Comelles bateo osCastelhanos,
voltando o Duque de Ossuna as cos*
\^f*
tas^, ficartdo prUidme^iros oaais dei tre^r
sjentos jnimigos , fofa os ,que sp afo4
garao na passagem do Guadiana.
Di8poJ5to7oaiv>e Mendes de Vas^
concellos, a passar o Guadiana^ econ*
tjnuar o sirio de ^adajoz, o fqz a ij
de Julho, ficando sobre o ria Xevo^
ra fabricado bum quartel, que foi
entregue ao.Mestre.de Campo, Jo3o
Leite de Oliveira. Neste quartel leve
principio a linlia de circunvallagao,
a qual rematava na ponte de barcas,
que se lan(jou no Guadiana ^ na bre*
KP distancia , que ficava por ciipa de
Badajoz: e com estas fortificajoes
pareceo ficava cerrado o corda.o da
parte de Portu^l. Deo-se principio
ao quartel daCorte, tanto que oexer-
cito passou o rio ,- no mesmo sitio
em que a ponte estava lanjada ; e pa-
ra se facilitar comraodamente esta
obra, seoccupou hum monte, chama*'
do o Cerro do Vento, em que se
plantou huraa bataria de artilharia.
Pordm, como se nao podia continuar
a linha de circunrallagao , sem se
gatjli^r o Mosteiro de S» Gabriel ^
t
236
t
fue ficava poaco distante da.mura-*
l)ia , e hum grande Forte , que os
Casrelhanos harilo levantado em h\i<*
ma Ermida visinha ao Mosteiro da
iiivdcagao de S. Miguel, que coa-
stava dectncobaluarresfabricados de
terra , e faxina , e os parapeicos a
prova de artilharia, ordenou Joanne
Mendes de Vasconccllos , a Andre
de Albuquerque , e a D. Rodrigo de
Castro, ja neste tempo Conde de M.is-
quitella , marchassem a occupar o
Mosteiro de S- Gabriel , para Hear
ma is facil a empreza do Forte de S.
Miguel. Marchou Andre de Albu-
querque, e chegou ao Mosteiro an-
tes de amanhecer; e depois de reco-
nhecido o poder dos inimigos, derer-
minou pelejar com elles. Apenas co-
rae^ou a subir o raonte, se retirarao
OS inimigos com muita pressa, e pou-
ca reputagao, tendo ja dado princi-
pio a hum Forte, no Cerro das Maias,
que, se o conseguissem , Ihe scria
muito vanrajoso. Retirados os inincii-
gos, marchou Andre de Albuquerque
para o Mosteiro de S. Gabriel , que
237
facilmentc foi gainhado, rendcndo-se
alguns infantes, que o guarnectao^
Passanjos a reconliecer o Forte de S.
Miguel, acabado com toda a perfei-
jao, communicando-se por huraa li-
nha com a Praja, e tao visinho a el-
la, que odefendia cora'cincoenta pe-
jas de artilharia , assestadas para es-
te efFeito , corai a guarnigao de doi«
mil cavallos, e seis rail infantes, gof
vernados pelos Cabos , e Officiaesr
Maiores do exercito de Castella. :,
Observadas estas difficuldade?
por^ Andre de Albuquerque, e oCpBci^
de Misquitella, se resolveo em.CQii^
selho intentar-se o assalto do Fprt^
a todo o risco. Para este efFeito fe%
o General de artilharia, Affonso Fuiy
tado deMendonja, levantarhumabar
taria de seis melius canh6es tao. vi-
sinha ao Forte , que o mestno Forte
a cobria de artilharia da Pra^a-XFoi
o Terjo do Conde de S. Joao hum
xlos que assistirSo ao trabalbo. de se
fabricarj este, intentando reconb^cor
o Porte, sem o reparo. da trincheira,
que estava levantad^^ Ibe velo Jiuma
240;
jhanos recuperar scus postos j e fb-'
rao derrotados depois de quatro bo-
ras de corabate , rendendo-se o For-
te i discri^So dosf vencedores , sabin-
io OS Castejhanos sem armas^ e o9
Irlandezes com ellas , t€ndo-se antes
retirado o exercito com o favor da
nevoa, que se levantou do Guadiana,
^$rando o^olclaro« Deixamos o For-
te guarnecido com quatrocentos in-
fantes, e entregiie ao Governador
Fernao Martinz de Seixas, Sargento-
JMidr do Terjo de D. Manoel Hen-
riques. Foi este successo glorioso
pelo valor, com que se conseguio,
venccndo-se as roaiores difficuldades,
e morrendo mirira gence de parte a
parte.
Ficdrao feridos o Ouque de Ca^
daval com fauma perigosa b^Ia em
}}um hombro, e outra ferida mais
leve. O Tenente-General Diniz de
iVIello e Castro , com sete feridas , e
outros muitos CapitSes. FicarSomor-
tos OS Capitaes de Cavallos , Alvaro
de Miranda Henriques, Francisco
Sodri Pjercira, e o CapitSo de Infaa-^
J
241
taria Antonio da Franca/ que caMndo
morto de huma^ balla ao arangar o
Forte,, detendo-se os Soldados por
€sta occasiao, os reprehendeo seu ir--'
mao Duarte da Franca, qae era feu
Alferes, e saltando o corpo, arrimou
i crincheira huma escada; morrerao
mais tres Tenentes, e trezentos Sol*
dados Portuguezes* Os Caetelhanos
forio em maior numero: e era hum
objecto bem lamenta?el v^r o Mos*
teiro de S. Gabriel convertido em
Hospital , onde ae viao montdes de
pernas , e bra^os cortados , e se ou«
viao OS clamores de tantas victimas
da guerra. PerderSo mais todos os
Soldados do Ter^o, que derrotou P»
l^ttfz de Menezes.
No dia seguinte ao do rendimen*
to do Forte , acfaando-se, em defensa
o quartel da G6rte, teve principio o
segundo, a que se deo o nome de'S,
Gabriel, pela visinhanga do Mostel-
ro , que durou quatro mezes. Entre-*
gou-se ao Conde de Misquitella : bre^
vemente se poz em defensa; e pdssa*
mos a levantar o quartel delleviihas,
de
e ert o ultimo, e que Joanne Men«
^cs de VascoikeHos: entregou ao
Conde Camareiro-M6r ; e depois de
varias escaramuyas , vindo de Cascel^
la hum grande exercito, comraandado
por D. Luiz de Haro , a soccorrer
Badajoz, fizemos para ElvasTiuma bri-
Ihante retirada, Tal foi o exito do
meraoravel sitio de Badajoz.
Logo que D. Luiz de Haro te*
vc noticia da retirada do nosso exer»
cito, passou a Badajoz, e a 15: de
Gutubro. se alojou junto ao rio Caya
da. parte de Portugal. Constava o
exercito de quatorze mil infantes,
cinco mil €avallos,^artilharia , mu»
j)i56es , e mais petreclios de guerra.
Fassando no dia seguinte o Caya^
rendeb com pouca. resistencia as pe-
quenas Villas de Sama Eulalya, e
VilJa-Boim , incapazes de se defendc*-
rem ; em cujas operaf 6es gastou cin-
co dias o exercito Gastelhano; e a
12 de Outubro, antes de amanbecer,
chegou a occupar sobre a Pra^a de
Elvas o Mosteiro de S. Francisco,
Kas prepara}6es dos Castelhanof)
gf43
patra cotitlnukrem o sitio d^EIni, <9
nas dispozi96es dossitiados, para d^
fendella, sepassarSo osprimeiros did9
do sitio* A ^14 de Novqmbro deo
Andr6 de Albuquerque i excQu^So a
ordem, que tinha da Rainha para sa-^
hir d'Elvas com AfFonso Furtado d&
Mendon^a, e rbdos os mais Officiaes
de guerrra, e f^zenda, ^uq forao ne«
cessarios para «e previnir o exercito,
que havia de;soc0orrer Elv'^s. Sahin-*
do daqui, ds io'*horai^ da noite, pela
porta de S, Vicente com os mais re*
feridos, chegai^o sem peri go a Es-*
rremds, apezar de serem sentidos doi
inimigos^ Ficou o Governo da Pray^i
enrregue a D, Saficho Mamoel, e Pe-
dro Jaques de Magalhaes goverrtan-
do a artilharia ; je Hcirao os Mestres
deCampo com osseusTergos na Praw*
ga, que com a genre Auxiiiar, e Or*
denangas se conti^rao onze mil pra^
fas; por6m a maior parte della en*
ferma pelorauito, que tinha pade*
ddo na campanha de Badajoz.
Fizerao os sitiados algumas sorv
rida$ com f^liz successo, oade pnesio*
244
mkrio jilnto das liabas alguhs Sokia«
dos. Andr^ de Albuquerque , quando
entrou em Estremds, achou governan-
do aquelle districto a .D. Joao For-
jaz , Conde da Feira^ ettt quern con-
corriao todas as virrudes, que o fa-
ziao dignd de roaior dominio.
Nomeando a Rainha ao Conde
de Cantanhede , D. Antonio Luiz de
Menezes, Governador das Arraas, pa-
ra o tiioccorro d'Elvas , por Carta de
ao de Novembro, elle partio logo
para o Alemtejo, e chegou a Estre-
mds , onde o esperava Andr^ de AI*
buquerque,. com grande satisfa^So de
o ter por General,
Os Castelhanos padeciSo muito
pelo rigor do inverno, fries, e Fal*
tas de reparos, adoecendo immensos,
e Fugiado grande niimero para n6s,
cujo mdo exemplo nSo foi imirado
do^ Portuguezes; pois passando de
tres mil osque entrdrao em Portugal,
durante o tempo do sitio , nao con*
stou passar hum s6 Portuguez para
o exercito Castelhano.
Ja a este tempo tinha sido sitia*
245
tia a Pra^a de Mon^ao a 7 de Outu-
bro , que governava o Tenente Mes*-
tre de Campo General, Lourenfo dt
Artiorim Pereira : aqui derao os Por*
tuguezes evidences pFOvas de valor,
e constancia, renovando a memoria
do famoso cerco de Diu. EatrdrSo
pela Provincia d'Entre-Douro e Mi-
nho OS CasteHianos, e (jallegos com-
niandados pelo seu General o Mar-
quez de Vianna: poz-se neste dia o
exercito sobre a Pra^a : combateo-se
de parte a parte de dia, e de noite,
no espa^o de quatro mezes , perma-
necendo os sitiados constantes na de*
f ensa da Pra^a' : obrirSo sempre pro-
drgios de valor, que espantou osmes**
fiios dstelhanos. Reauzidos os de*-
fensores d uhiraa extrensidade, seren-
derao com honrosas capitula^des , sa-
hindo da Pra^a duzentos e. trinta e
sers homens , res to de dois nail , que
nella havia.
Sahio d«Estrem6s o nosso exen-
eito, commandado pelo Conde de Can^
tanhede, em hum Sabbado 1 1 de Ja- ^
iiciro. Era seu Mcstre de Campo a '^^
U6
jCeneral'de Cavalkrjd, Aiiclr^ cle Af-
huquerque j e de infantaria D. Ro*
dHgo de Castro, Conde deMisquitel^
ki Capitao-General de Artilharia,
Affbftso furtado de Mendonp : os
Tetieftteii-Generaes de cavallaria da
tj"Ovltteia do Aleoatejo erSo Achim
dd Tainaficurt, e Dirviz de Mello
de Castro t da Provincia da Beira ,
MaiiOel Preire de Andfade, e Gilvaz
Lobp i do Rcino do Algarve , Pedro
de Lalanda .: Commissarios*Geraes de
cavallaria^ Joao da Silva de Souza, e
JoSo Vanichelli* Constava a Infanta-
ria de oitp rail Soldadod^ dois roil
e quinlientois pagos, osmaU AuxihV
l'es4 e Ordeilai>^aSi divididos em dez*
eseis Esqiiadr^es, governados pelos
Me«tfes de Campo, Pedfo de Mello^
D* Marioel Henriques, Antonio Gal-
v3d J Fernando de Mesqulta Pimen*
tel , Bartplhottoeo de Azevedo Couti-
i)ho, Gabriel de Castro Barbosa, Lul2
de SoMza dejVtenezei, Luiz de Mes-
qulta Pimentcl, Alvaro de Azcvcdd
Barreto^ Antonio de Sa Pereira^ Grc*
i gotio de aitto de MoMct. O Tch
247
go de Manoel Velho , que havia faf-
lecido em Esrreni6s ^ governava o
Xenente Mestre de Campo General:^
Affonso de Barros Torvao : o de
Mertola, o CapitSo-M6r Lucas Bar*-
roso Sembrano: o de Moura , o Sai>
gento-M6r Balthazar de Sa de Sou*-
toraaior : o do Conde da Torre , o
Sargento-M6r , Manoel Nunes Lci^
tSo : o de Francisco Pacheco Masca»
ranhas, o Sargento-Mor Manoel da
Silva Dorta. Compunha^se a cavalla^
ria de dois rail eqiiinhentos cavallbS)
e quatrocentas egoas,e constava o trem
de sete pe^as de artilharia de can^pa*-
jiha, com todas as preven^6es con*
venientes. Na retaguarda do exercito
marchavao duas mil cargas de mu«
ni^des, e mantimentos, e duas mil
cabef as de gado , para se introdu^i-
rem na Praga , se fosse possireL
Apenas chegou o nosso exerci*
to na segunda feira 13 , e divisoii as
dilatadas linhas dos Castethanos , fbi
excess! vo oalvoroeo emtodos osSol^
dados, relusindo visivelmente melles a
•rdente de^ejo de pelejar. O G)]ide
248
^e Cantanhede , para dar ao$ fiitiadoir
a certeza da sua chegada, mandou
disparaf a artilharia, a cue a Pra^a^
€ o Forte de Santa Luzia responde-
rio com repetidas salvas, que emhu^
ma, e.outra parte muhiplicavao o
alvcro^o. D« Sancho Manoel acora-^
paohado dos Officiaes, e pessoas par^
tkulares, ornados^ de galas, epiumasi
montaraoa cavallo ; e.sahindo da Pra^*
|a com a cavallaria, carregarao fu-*
riosamente os sentinellas, e compa*
nhias da guarda do Quartel da Corte,
onde nSo acharao maior resistencia }
recolhendo-se d noite na Pra^a.. onde
accommodou o General de artilharia^
Pedro Jaques de Magalh^es, no ba^
luarte do Principe , que dominava o
sitioj por onde o exercito determina*
va romper a linha, vinre pe^as dear*
tllharia das mais grossaa., de que os
Castelhanbs receberSo muita perda ,
jna bataiha do dia seguinte. Ordenou
D4 Sancho ManOel, quenaquella noi*
te estivesse exposto o Santissimo Sar
cranfiento ; e os Soldados sc prepard-
tio nio fid com as armaS| mas iam«^
249 .
ibem cotfi supplicas ao Ente-Supretco^
confiss6es , e outros exercictps.
Tomando quarrel o nosso exer-
cito, se adiantir^o a reconhec^er 08
alojamentos dos ininiigos Andr6 de
Albuquerque, e o Conde de Misqui-
tella ; e achando as suas linhas bem
forrificadas, voltarao a dar conta ao
Conde de Cantanhede , que ao raes^
mo tempo recebia o aviso de Fran-
cisco de Bfiro Freire , de haver the-
gado a OS Castelhanos o soccorrb de
tres mil infantes, e quinhentos caval-
los* Este , cada vez mais constante
na sua resolujSo, determinou rom-
per as linhas. Os Castelhanos Rzerid
o ^eu conselho ; e havendo votos de
^nosdarem batalha fdra das linhas,
resolveo D. Luiz de Haro esperar-nos
dentro dellas.
Amanheceo o dia de terfa feira
14 de Janeiro , o mais feliz, e ditoso
para a Na^So Portugueza ; e logo o
Conde de Cantanhede , na frente doa
€eu& SoldadoS) Ihes fallou. nestes ter-
mos:
« Os mejis anoos ^ e as minha^
250
r experiencias, valorosos Portuguezef ,
( roe tem dado tao verdadeiro co*
€ nhecimento dos successes futuros ,
cque do governo politico , e do so*
ccego dapaz passei volunrariamente
< ao exercicio militar , e d incerreza
(dos successes da gucrra^^^ nao s6
f por sacrificar a vida peJa liberdade
€ da Patria , que todos restauramos ,
csenSo por entender, que das mes*
ctnasdiFficuldades, que se offerecerao
«^ para juntar este exercito* haviSo
• de sahir os instrumentos do soccor-
< ro d'Elvas , apezar da opposi^ao
<dos Castelhanos. G^m grande con-
< tenramento considero lograda esta
( esperan^a ; porque no heroico va«
( lor , aue vejo manifesto em cada
< qual dos vossos semblantes , reco*
( nhe^o que acertei , como Gedelo
< por Divina Providencia , na esco*
<lha dos companheiros , que elegi
< para esta generosa empreza , tendo
por infallivel , que nio poderd nes*
te instante haver no Mundo oppo^
si(3o^ que bastasse a resistir a vosf
>08 impulsos > quanta mais i debc*
251
u tldaide de huma fraca trincheira de*
u fendida por huma Na^So, tantai
cc vezes vencida por v6s outros , e
<c vossos a^tepassados , e agora eliga*
«<nada, presumindo , que determina*
«< mos romper a linha por outra par-
«te^ o que se verifica , reconhecen*
ci do-se quen^o temnella guarni^So;
€i porque o exercito estd dividido em
•c todos OS qoarteis^ raodisranres hutis
«< dos outros, quemuito primeiro ha-^
«< vemos n6s chegar a romper a li*
«nha, que elles a defendella: vanta^
<< gem , que desde logo nos come^a
« a segurar a victoria. He D. Lui2
€i de Haro o General, que tenho pof
« opposto, a que nio reconhe^o van«
•< tagem ; eos mais cabos deste exer«
c< cito e^tcedem tanto aos dos inimi«
<< gos, como tem mostrado as muitas
<<occasi6es, que delles triunfarao,
<< e entre Soldados , e Soldados , vos
« mesmos conheceis a differen^a, sent
«necessitar a minha estima^So de
c^explicar o que nella venero, espe-*
«« rando v^r brevemente provadas es-*
M taa infallivels proposi^Ges ^ e libef''
252^
cfado» fT0S90s parentes, e amigos^sh^
ctiados na Pra^a, que temos a vista>
€ tanto mais opprimicios do contagio^
cque do8 Castelhanos, que na guer*
€ ra das sortidas , qu'e he a que s6
< tern sustentado, por se nao atreve-
( rem os Castethanos a caminhar com
« aproches , sempre tem sabido glo-
criosamente vietoriosos; por^m tao
€ lastimosamente oflPendidos das en-
cfermidades, que me assegura D*
€ Saneho Manoel , que ha dias , que
cmorrem trezentos homens;ecoma
c he infallivel , que se logo Ihe nao
cacodirmos, perecerSo todos, de*
cvereos gastar o tempo mais has
cobras, que nas palavras, seguran-
< do-vQs, que vereis as minrhas emr
«tudo conformes. He tempo, valo-
H rosos Soldados , de investir aquel-
( las linhas , de veneer aquelles ini-
cmigos, de soccorrer aquclla Pra^a,
<e de livrar aos nossos vfenerados,
< e kgitimos Principes do cuidado ,
€ com que aguardSt) a noticia destc
< successo. '* f
Ainda bem nSo tinha acabado
253
it fallar, quando logo tbdo o <exer-*
cito com hum s6 rumor manifestoa
o ardenre dezejo , em que todos es«»
cavSo de investir as linhas.. Dado o
signal se come^ou ocombat'C. Os Ter-
90s da vanguarda do exercito, asskti-
dos de Aixdr6 de Albuquerque, e do
Conde de Misquirella , rota a linha ,
ganhdrSo hum dos^~~cinco Fortius ,
que a guarneciao. Com tlo fdiz prin*
cipio marchou o Conde <le Cauta-
nhed« em bataiha , e fez retlrar oa^
primeiros defcnsores da linha.
Os Duques de S. German, e de
Ossuna vendo que o seu exercito ca-
mirihava i ultima ruina , faziSo at
possiveis diligencias de reduzir os
Tergos d-e cavallaria i forma convex
niente, e engrossar por todas as par-*
tes OS soccorr OS* Vendo Andr6 de Al-
buquerque , que o Terfo de D. Luiz
de menezes perdia o terreno, que ha«
via ganhado , nSo podendo tolerar ,
que OS seus SoMados voltassem as
costas aos inimigos , arrojou o caval*
lo ao centro do Esquadrao, exbortou
aos que se retiravlo^ e persi)adindo«
'*k-
OS a t]oe vbltassem ascaras, os leVou
jtinto da estacada do Forte, e tocan*-
do nas esracas com' abengala, os
adv^rtio como haviao de arranc^las;
obedecerao os Soldados, emendando
o erro antecedence. Logo huma baia
tirada do Forte acertou ho peito de
AndiiJ de Albuquerque, entrando por
entre o extremo do bra^o direiro a
lan^ou por terra morto , asKisrido da
Vedor-Geral , Jorge da Franca, e do
Contador-fGeral Antonio de Torres,
que lavados em lagrimas levarao a
seu corpo a Elvas..
Quasi ao raesmo tempo, que
morreb Andr6 de Albuquerque, rece-»
beo o Duque de S. German Jiuma
bala de mosquete no alto da cabe^a,
o que servio a afrouxar mais o com*'
bate; O Conde de Cantanhede mar-
chou a gegurar com o soccorro o
triiinfb ^a entrada da Pra^ia, tendo-se
exposto em todbs OS conHitos aos maro*
res perigoa. D. Sanclio Manoel vera
exercitar o posto de Andr6 de Al-
buquerque, deixando a Prafa entre*'
gue a. Eedror Jaquez . de Magalh3e«.
255
Dlirou a peleja muitas horas , com 1
victoria indecisa, at6 que cortadas as
liohas, e desbaratados inteiratnente
OS Castelhanos , se declarou a victoi'
ria a favor dos Portuguezes. O Con*
de de Cantanhede, continuando a mar*
eha, entrou em Elvas a render na S6
as gramas devidas ao Deos das victo-
rias , por tao assignalado bcneiicio ;
c yoltando ao exercito, se' a quarte-
lou , quando cerrava a noite , em o
valle que fica entre aPra^a, e o For-
te de Nossa Senhora da Gra^a.^ que
nessa mesma noite se rendep ao va-
lor do General de Artilharia, Affon*
so Furtado de Mendon^a, queo ata^^
cou com OS Terf OS do Conde de S^
JoSo, SimSo^Coinrea da Siiva, e com-
panhias de oqtros, com que se reform
^irio. Os Casteihanos, valendo'^-se. do '
beneficio da n'^ite, se retirairSo para
Badajoz os que escapirSo da^batalha,
e com tanta confusSo ^ e desordem »
?ue muitos perecerlo na correncodo
laya, c Guadiana.Ao amanirefrer es»
palhando-se os Soldados peios quar*
250;w
teis dos inimigos, recdiheraa riquis-*'
«imos despojos.
Foi €sta perda para Castella ha**
ma das maiores, que tiverao em mui-^
COS secQlos; porque, depots de tercm
^ntrada de soccotro naquelle exerci-
to trinta e seis mil . homens , achou
D. Luiz de Haro para defender as:
Jinhas no dia da batalha quatorze
mil infantes , e tres mil e quinhentos
cavallos; e passando*se roostra etn
Badajoz no dia depois da baraiha ,
se nao acharao mais, que cinco mil
infantes ^ e mil e trezeritos cavallos ^
e destes perecerao muitos em pouco
tempo. Entre xnortos, e prisioneiro^
passdrao de dez mil; Recolherao*se
fro nosso trem de arttlkaria dezesere
pefa* de varios calibrcsjtres^mbrtei**
ros^ cinco petardos, quinze mil arma>^
muitasi^bandeiras, quantidade de rou«
ni§6es.,'e.condu2ir3o*-se,para a Praca
grande niimero de.mantiraentos. Os
mortos' do nosso elercito forao os
mais principaes Andre de Albuqtier-
que^ Varlo de tSo singulares virtu*
257
des, (}tie do exercicio de Soldado^
que tcvc no principio da guerra do
Brazil , chegou ao de General , pas«
sando por todos os posros. Grangeou
de todos geralmente o aindl* , e esti*
ina^ao. Temeo a Deos, Venerou os
seus Soberanos , e amou de cal sorte
a Patria , que por ella deo a pfopria
vida. Nasceo este Heroe na Villa de
Cintra a 20 delMaio de 1620, sendo
seus Pais G^spar de Albuquerque , e
D. Angela de Noronha^ filha de D«
Pedro Lobo , e D. Brites da Silveira*
Foi Andr6 de Albuquerque Alcaide-
M6r de Cintra , Commendador de
S. Mamede de Sortes, na Ordem de
Christo y tao Valoroso , qu4^ a elle se
deveo a maior parte do trlunfo des«
te dia. Morreo de trinta e nove an-
noS) estando contratado a casar com
D. Anna de Portugal , filba de D.
Jbao de Almeida, Vedor da Casa do
Senhor Rei.D. Joao IV., que era
Dama do Pa^o. No dia seguinte da
batalha deo o Conde de Cantanhede
ordem i sepultura do corpo de An-
idr^ de Albuquerque , com todas as
R
258
funebres demonstrag6es tnilitarey^
que naerecla a memoria de hum Va«
rao tSo assignaiado pelas suas excel«
lenies virtudes. Foi sepultado no Mos*
teiro de S. Francisco^ Todos os Es«
criptores Ihe fazem os maiores eio*
gioy. ^
Naa foi menos sensivel a morte
de D, Fernando da Silveira , irmao
do segundo Conde de Sarzedas, o
Conselheiro de Guerra. O Mestre de
Campo Luiz de Souza e Menezes*
Os CapitSes deCavallos JoSo Ferrei-
ra da Cunha , e Andr6 Gatino , dez
Capitaes de infantaria, dois Ajudan^
tes , dez Alferes , e cento e setenta e
sete Soldados. Ficdrao feridos os
Mestres de Campo, o Conde de S.
Joao, o Conde da Torre, Siraao Cor*
rea da Silva , Bartholoraeo de Aze-
vedo Coutinho , Antonio Galvao , o
Tenente Mestre de Carapo General ,
Ascenfo Alvares Barreto, Luiz Fran-
cisco Barem , quatro Sargentos-M6-
res , hum Ajudante de Tenente, vin*
te e tres Capitaes de infantaria , oi**
%^ Ajudantes ^ yinte e dois Alferes^
259
rrinta e dols Safgentds, e sBiscentoy
Soldados.
Foi esta victoria das tnaiore?
consequencias para Portugal; dP<^on«
trario se seguia a invasao em todo Q
Reirio , soiFrendo os golpes das espa-
das dehuraa Najao, enfurecida. Kesr
pirqu Portugal , /"ecupcrarao os Po-^
yo8 novos alentos, so-ou em todo o
Mundo o valor dos Portugu^zes : as
Na§6es estrangeiras a vista desta yIt
Ctoria contrahem novas allianfas,,
donde se concliie ^ ser esta victoria o
segundo fundamento da conservajSo
desta Monarquia , e da liberdade dt
Patria*
Chegou esta noticia a.Lisboa;
a tempo, queEIRei estava assistindo
ao Sermao do primeiro dia da fcsta,
que a Nobrez^ costumafazer aoSant-
tissimo Sacramento da Fregu^ezia de
Santa Engracia , para desaggravar o
Deos Sacra mentado, pelo insulto. feir
to naquella Igreja, no tempo do go-
yerno de Castella. Pr^gava tO Padf^
D. Prospero dos . Martyres , CDneg(^
RegulardeSafitoAgofitinbOf Suspi^nr
K 2
260
dco-sc o SermSo no espajo, em que
se cantou o Te Deum Laudamus\ c
depois o finalisou rendendo a Deos
^s gramas por tSo assigdalada victo-
ria.
Voltoa ElRei ao Pajo entre vi*
vas , e applausos do Povo.
Com licen^a da Rainha passou
o Conde de Cantanhede a Lisboa^
a lograr os bem merecidos applausos
da victoria. Quando o Conde chegou
a casa , onde EIRei o esperava , deo
este alguns passos a recebelo , honra
singular, porem merecida por seus
esclarecidos feitos.
A 4 de Maio deste anno, iito
a Rainha principio a funda^So do Col-
legio dos Religiozos Dominicos Ir-
Jandezes da Cidade de Lisboa, no si-
tio do Corpo-^Santo , lan^ando neste
dia a primeira pedra D. Francisco de
Sotomaior , Bispo de Targa , eleito
de Lamego.
Ficando o Reino depois das cam-^
panhas de Badajoz , e Elvas falto de
muita gente, se resolveo a Rainha
maQdar por Embaixador a Fran9a o
261
Cond€ de Soure, pedir a ElRei Chris-
tianis^imo o soccorro d^ quatro mil
homens de JnFantaria , e mtl cavalr
Jos , qae seriSp pagos por Sua Ma-
gestad^ Christianissima. Partlo o Con*^
de de Lisboa a 13 d^ Abril, em hu«
ma Nio Ingleza, levando par Secre*
tario <da Embaixada a Duarte Ribei-
TO de Macedo, piessoa de conhecida
estimagao. Nesta viagem recebeo a
Aoticia da total itiudan^a do governo
de Inglaterf<a ; porque Ricardo Cror
muel , que ha via succedido a seu Pal
up governo Supremo, etitulo de Pro-^
tector , estava deposto , e reduzido i
vida particular , e o Parlamento oc-^
cupava a authoridade Soberana : que
o Tracado de paz entre as Cdroas de
Franga, e Castella se tinha por ajus-
tado; porque em Flandres se havia
publicado suspensao de armas, at6
nova ordem. Sentio o Embaixador
esta noticia , persuadido nSo poder
cpncluir os negocios, de que hia en«
carregado. Continuava o governo da
Monarquia de Franca a Rainha Re-
gime , D. Anna de Aiisiria } e entra*
262
ira ElUei seu filho LuizXIV. na ida-
&e de tifite e hum annos, sendo pri-
meiro Ministro d'Estado , o Cardeal
Julio Mazarihi , que 'tihha l^vado i
Franga a hum ahb gfao de gloria >
pelas victorias que havia conseguido
o Marechal de Turette, hum dositte-
Ihores Gen^racs, que ttve a Europa,
Cujo no me ser4 eterno nos Fasto« drf-
i|uelk Monarquia.
Propondo-se para Espozas d^
Luiz XIV. quatro Princezas , qufe
trao : D, Cathari^a , depois Rainha
de Inglaterra ; Hertrlqu^ra de Ingla*
terfa; que foi' Duq^id' de Orleas;
Mai'garida deSaboya, quecasou corA
O Duque de Parma; e D. Maria The-^
teza de Qstella , foi esta proferidi
is outras.'
Eritrfe osPyrertebSj'ohdeacabao,*
k comers?) a dividir Hespanha de Fran-
ca, s^fabricou huma cspecle de Pala-
CIO de madeira na Ilfea d6s FayzSes ,
entre Fuen'te Rabia, ultima Prafa de
GuipuBcua 5 e Andaya , ultimo lugaf
da Bi^caia : aqiii se celebrou o Con*
gfesso f em cujo fratadd era Porta-
263
fil excluida de tddo o soecoiro dtf
ranga taoto directe^ como indire^
ije. Depois $^,virfao neste PaJ^cia 09
dois Monarchas de Franga, e C^srel*
U, e se conclulo o casament^ da Iih
fanra D. Maria Tfaer^za com Lui^
O Cardeal, depois desta ultima
delibera^ao, reve hiima larga conSe^
renqia com o Cppde de Soure, em
que o desenga.nou de nao poder cQn?
cluir o que pertendi4 , persiiadjndo ,
para evirar os estragos da gaerra accei**
tar o que se Ihe pfopunha , at c^ero
Conde respondeo: que se desenganas*
se, que Portugal sao havia admittir
a menor subordina^ao a Castella* No
dia seguinte da conferencia btis^ou o
Marquez de Choup ao Conde Em«»
baixador, e Ihe mostrou da parredo
Cardeal a instruc^^o , que >le?i3va«
Continha ella tres Capitulosilrno L
com palavras plauziveis sc encai^ecia
tudo o^ que se tinha obrado, todas at
diligencias, que sq haviao feitopela
inclusao de Portugal na paz, chegair*
do^e a offerecer por ella todas ^
264
Pragas , que , no decursso de vinte e
cinco annos, tinhao occupado as Ar-
mas Francczas com prego inextiraa-
vel de sangue, e thezouros; por^in
que nio dando os Mintstros de Cas«
tella ouvidos aesta pratica, antes de-
clarando ser effeito della , hum obs*
taculo invencivel para 'a inclus3o da
paz , se passara a proebrar os meios
de algum acommodamento , que evi-
tasse damnos de huma guerra , que
nio podia terminar-se sem lamenta-
vel ruina. Erao os meios, que se
propunhSo no II. Capitulo: que
o Reino de Portugal se reduzis-
se ao Estado do anno de 1640, es-
quecendo*se tudo o que se tinha pas*
sado y sem que se pudesse intenrar
aogao, ou castigo algum pelos da-
mnos recebidos, antes huma intelra
resmui^ao de todos os bens , que os
Vassallos Portuguezes tivcssem em
qualquer parte da Monarchia de Cas-
tella; Dizia o III. Capitulo: que a
Casa de Braganga seria conservada
em todos os foros ,' prerogativas , e
graadezas que tinha > c que seus sue*
265
cessores seriSo Governadores, e Vice*
Reis perpetuos de Portugal ; e para
seguran^a da observagSo destas con*
di$6es, ficaria por fiador ElRei Chris-
tianissimo, havendo-se por infracfSo
da paz qualquer altera^ao que tive*
sem , e protnettia defender com as
arraas tudo o que se (irmasse no Tra-»
tado< O Conde desprezou tudo Isro;
e tendo novas conferencias cona o
Cardeal , que o persuadio com fortes
razdes a estar por estes Capitulos ,
nada se concluio.
No tempo, em que aconteceo o
que ilea referido, chegou o Marquez
de Choup a Elvas, onde entrou a 7
de Dezembro : daqui passou a Lisboa,
onde o esperava, por ordera da Rai-
nha , D. Lucas de Portugal , Mestrc
Sala d'ElRei , e o conduzio is casas
do Marquez de MontealvSo, que es-
tavSp adere^adas por ordem da Rai«
jiha : teve hospedagem tres dias , e
audiencia no fim delles, acompanha-
do de D. Lucas. Nomeou-lhe a Rai-
nha por confcrentes, aos Condes de
Odemira , e Cantanhede , p assisti^
266
c esta corferfcncia o Secretarip d'E»^
tado Pedro Vicira da Silva. Juntos
05 MinistroS) e o Marquez de Choup
na Secretaria d'Estado , principiou o
Marqtiez: a pratica com hum largo
exoirdio do esrado dos negocios da
Europa, da nqcessidade, em que se
achava ElRei Christianissimo decon*<
cluin a paz, edar repouso a^eus Vas«
sallos, das diligencias, que continua*
w sobre a inclusao de Portugal , e
que ultimamente nao pudera conse*
guir mais , que as condi96es aponta*
das era hum papel, que ofFercceo,
6 s^.:as mesmaSy que.ficao referidas*
Logo que se lerao, respondeo oCon?
de de Odemira , ser ifnpraticavel o
que se propunha. O Conde de Canta-
i3hede,-Ievantando-se5 disse: que,se
a Nobreza, e Povo soubessem o que
continhao as proposJjSfes , que se ha-
viao lido I, que nenhuiti dibs que esta*
vao presentes estavSo segurosnaquel*
Je lugar* Acabou-se a conferencia ;
e dando 6 Secrerario d'Estado conta
della a Rainha, foi despedido o Mit
oistro, que volfou pafa Frapya, sa*
267
hirtda daqui a ii die Dezembro-, tt6
admirado do que ouvio, que, qoando
ehegou a Franca , nio fez mais , qu6
exaggerar ao Cardeal Mazarifti a re^
sdlugao , e consrancia dos Ponugue-»
zes, fundada, al^m do valor natu-
ral , no lusimento , e niiraero de tro*
pas , e fortifica^6es das Prajas.
'f 'Tendo.nomeado a Rainha Em-
balxadof para Holla nda a D. Ferftan*
do Tdlo de Faro,: este junto com a
Duqae d'Aveiro fugirao para Cagtel^
la 5 por cujo motivo fbi aquelle sen-
tcnciado i morte , € o degoldrSb^ em
cstatua, queimartdo-o com o tti^sma
theatro, cuja execujSo se fez em
Agosto deste anno. Este te?e a mes-
ma sentenja, e se executou em 1663,
66nfiscando-se-lhes todos osseiisbens*
Governando o Conde de S. Jo3o 1660
a Provincia de Tras os Montes, na
iusencia do Conde de Misquitella,
marthou com oito mil infantes, ire-^
2intos cavallos, e duas pejas de ar*
tilharia a atacar Alcanizes , povoa-
$5o de Castella a Velha, situada seis
legoas da raya das Cidades de Bra-*'
268
g^nca 9 e Miranda. Chegou ; e avati-
^ando por muitas partes , se rendeo
o Force , custando muitas vidas aos
defensores. Deteve-sc na Villa quatro
dias ; e depois de saqueada , e quew
mada, se retirou com os Soldados^
ricos de despojos, e aoimados a gran--
des emprezas.
No dia 19 de Mar^o deste an-
no se disse a j)rimeira Missa solem-
ne ) e se depositou o Santissimo Sa-
cramento no Sacrario do Convento
de Nossa Senhora da Conceijao de
Marvilla , do qual julgo a proposito
dar a noticia da sua origem. Divul*
gad a a fama dos miiagres de Santa
Brizjda , Princeza Sueca , teve devo-
jao Henrique V, , Rei da Gra-Breta-
nha, de fundar hum Convento desta
ReligiSo; e antes decamejar asguer-
ras com a Franja , mandou ao cele--
bre Mosteiro de Vasteno em Suecia
(priraeiro daOrdem Brigitana) bus^
car quatro Religiozas , que em Lon*
dres edificdrao o suraptuoso Convene
to de r: Monte Sion rr a quem do^
tQu com largas rendas. No anoo se-»
269
guinte professdr^o doze Novigas, fi*
Ihas dos Principaes Cavalleiros , fa-
zendo esta' fun^So o Arcebispo de
Cantuaria, Primaz delnglaterra, com
assisrencia de toda a Casa Real. pe«-
pois Henrique VIII., negando a obe*
diencia d Igreja , e excommungado
por huma Bulla do Papa Clemente
VI L em 15*36 y mandou sahir estas
Religiozas para Fora, dando*lbes huma
pequena cotigrua. Daqui fugirao elJas
para o Esrado de Flandres, e se re-
colherao era hum Convento da sua
ordero. Passando aqui alguns tempos,
torndrSo para o Convento deLondrea
no segundo anno, em que governa-
vao OS Reis Catholicos, D. Filippe
IL , e a Rainha D. Maria. Por^m
niorrendo esra , e entrando a gover-
nar a Rainha D.Izabel, pertinaz He-^
rege , torndrSo as Religiozas a pas-
sar a FJandres. Aqui forao tao per-
seguidas, que, para escapar d furia
dos Hereges, sevirao obrigadas afu-
gir para a Cidade de Anvers, onde
estiverSo hum anno muito incommo*
dadas* Depois passaodo a Malinas^
\.
270
ahi permanecerad algutis atinos^ em
quanto esta Cidade esreve sujeita a
Castella ; porem sendo tomada pdo
Duque dc Orange, for a o Barbara men*
te tratadas, e postas em risco: por
cujo morivo tornarao a fugir para a
Ndrmandia de Franca, fazendo assen*
to na Cidade de Ruan, Aqui estive-
rao q^jnze annos; masdepois invadi-
da esta Cidade por Vandoraa , Prin*
cipe Herege , navegarao fugiijdo pa-
pa a Hespanha ; por^m, nao podendo
chegar a algum dos seus portos, fo-
rao itnpeliidas pelos.yenros a entrar
a barra de Lisboa , e a 20 de Maio
de 15' 94, se virao neste Reino, es-
capando a duas fragatas IngJezas^
que vinhao em seu alcance. Obtida
a Jicen^a dos Governadores do Reino
para dcsembarcai-era, o 6xerao acocn^
panhadas da Nobreza da Corte , re-^
colhendo'se ao Real Convento da
Efperanga vinte e tres Freiras In-
glczas. Os Governadores do Reino,
idando-lhes humas casas no sitio do
Mocambo, que huns dias antes as
tjnhao tornado pelo fisco, ahi fuodi^^
271
tio o sea Convento, para o que mnU
to as ajudou Filippe II. O Arcebis*
po de Lisboa as foi visitar, C p6r
em clausura ; e a mais Nobreza toda
Ihes fez os maiores obsequios.
Para este Convento fugio , por
conselho do veneravel Padre Antonio
da Concei^ao, chamado o Beato An-
tonio, D« Leonor de Mendanha, nas-i^
cida na Cidade de Lisboa a x8 de
Janeiro de 1576, na Freguezia de
Santa Justa , filha , e unica herdeira
de Jorge Vaz de Campos , e de D,
Izdbei de Mendanha , a qual se cha*
mou Madre Brizida de Santo Anto<>-
nio. Aqui viveoquarentaannos occul*-
ta a sua virtude. Depois inrentando
fundar hum Convento da mesma Or*
dem / por conselho do seu confessor
o Beato Antonio, para Portugoezas ^
pedio ao Arcediago da S^ de Lisboa
dFernSo Cabral , natural do Algarvct,
Ihe quizesse vender humaqninta, que
tinha em Marvilla, ao que elle res*
^t)ndeo , que de ^res quintas , que ti»
^ha naquelle sitio, todas ihe da ra*
£lle mesmo dbamou Mestres , dellr
272
neou a obra, e deo logo -para ella
doze mil cruzados, e outras coisaf
mais; abrio pedreiras, e principiou
o Convento com licenja do Senhor
Rei D. Joao IV- O Arcediago fez
iiuma Escriptura , em que dotava
aquella quinta para a funda^So do
Convento ) a qua! assignou a Madre
Brizida de Santo Antonio, e nomeou
as Fundadoras delle. Succedendo no
dia 17 de Agosto de 165:1 arder to-
do o Convento do Mocambo as no-
ve horas da manha, se recolherao lo-
go ais Religiozas acompanhadas de
toda a Fidalguia ao Convento da Es*
peran^a ; o que a Madre Brizida em
Dome de todas muito agradeceo , on-
de estiverao at6 que se Fez de nojro
o Convento , onde hoje existem , e
donde tornirao a sahir no tempo da
invasao dos Francezes , como vere-
mos no seu competente lugan Mor«
rendo a Madre Brizida a 29 de Ju-
nho de 165-5', ^^ levantarSo muiras
contradic^des a respeito do Convento
de Marvilla, as quaes vencidas, se rc-
colherSo as Religiozas ao dito
273
rento no dia i8 da Maryo com'to^
a solemnidade, acomp^nhadas da prii^
cipal Nobreza , tendo primeiro beija*
do a mSo a Rainha D. Luiza de Gus-
mao, e a seu filho ElRei D. Affba-
30, VL No di^ 19 se fez o que fica
ditp» O Cabido elegeo para Prelados
do novo. Convento o ATcediago Fun-
dador, o fiispo eleito d'EIvas, e An-
tao de Faria da Silva : e$res nomear
rao por Abbadega a Madre Thereza
de Jesus > Prioreza a Madre da. Or-
dem Ignez de S* Sebastiao , Porteira
a Madre Aleixa de Santa Brizida; as
quaes governando doze annos prat^
cdrao tudo, o que no seu Convenro
se gbservava, ate que governando as
Forcuguezas ipudarao na jTorma^ qup
hoje se v6 , nao por abuso , ou relar
xagao, mas por sejulgar sermaiscon-
venient^ ao espiricpj.- e por conselho
do Arcebispo D. Antonio de Meor
• don^a. J
O Arcediago foi hum grande
^BemfeitOr deste Convento , concor-
rendo com todo onecessario para el*
le. Renunciando a Cadeira no iilho
v., • - • • •
s
p
274
do Conde dc Cbiddi? , se ^eSMgOu cfa
(bhtigti^io de as^isUr na S^: fez no
pzieb destfe Conv^rtto huitias peque-
Aas ca^as, onde vivia com tdda ^ de-
-cencia. PoWos tnfezes anties d'^ fallc-
t«r, d^t^rminbti com icu I'rmao Fn,
Pedro de Santo Agosdnhb erigl^
huttHa Igrejia hk parte onde hojfe se vfe,
t p^t'a este intento mandou tortair
fcum arvo'redo i entrdda do pa*eo ; t
i^uando ji tfnha aberto os ali'cerces ,
falleceo a 17 d^ Maffo de 1666 ; se*
jpa-ltou-se no dia seguinte, em que sc
•completavao seis annos de ftinda^ao.
^Depdzitado *«feu corpo na Capelt**-
•^Mor, iPoi depois trasladado para a
'tfova Igreja t6 itiesmo lugai* , t nil
l^dra da cadapa Ise v^ b segtjiiire cpi-
-rafib: '
irS^lftira db Arcedkgb daSe
H^t Lwbba Feri>5d Cabt^l ^ Fund*-
cidor deste Convento. '*
Seu itmSo'Continucu a obra,^pro-
▼eitaiido-sfe do que tinha ddrado o
275
Aam h%6 de prata dourada, e cXitr^s
cousas rnais. Este Fr. Pedro de San*
to Agostinho , irmSo do Arccdiago ,
era Religiozo da Provincia dos AI-
garve«: sendo sagrado Bispo de Con-
dtan^a para, coadjutor do Bispo de
Coirabra D. Manoel de Noronha, fbi
depois nomeado por EiRei D. Pedro
II. Deao da sua Capella de VilJa-Vi-
(osa»
Depois veio D. Izabel Henri^tieg
reedificar o Convento de Marvilla.
Foi esta Senhora, filha de Diogo Ro-
driguez Lisboa, e de D. Branca Tor-
res, casada com Diogo Lopes Tor-
res; a qual acabando a Igreja , e fa-
zendo os dorraitorios se recolheo no
mesoio Convento com sua filha, D«
Juliana^ a ay de Marpo de 1681, Deo
Jogo duas alampadas de prata , hum
Palijo rico com varas domesrao me-
tal, seis castigaes para o Altar-M6r^
a cruz para as procissl6es, outra para
o Santo-Lcnho, hum cofre para o
Saiitissimo , Custodia ,x6roas para as
imagens , e diaderaas para os Santos,
ejoutrae cousas ma is dcgrande valort
s 2 '
276
Instituio neste Convento quatro Ca-
pellas, com rendas sufficientcd, c a
dois destes Capellaes avantajou a es*
mola para serem confessores da Com-
munidade. Viveo dezannos, e rres
mezes nesta Clausura. Falleceo a 16
de Julho de 1^91, passando ja deoi*
tenta annos de idade. Estd sepuhada
no coro' debaixo*
Sua fiiha D. Juliana contlnuou
a viv^r no mesmo Convento, fazendo-
Ihe muitas obras, e muitas esmolas ;
deixando por sua morre hum legado
decern rail rcisannuaes para a Com-
liiunidade, e cincoenta para varias
fcstas particulares do Convento, aug-
mentou a congrua aos dois Padres
Confessores, e aos dois Capellaes.
Falleceo D. Juliana Maria de Santo
Antonio a 3 de Agosto de 1714,
com setenta e quatro annos deidade.
Esta sepultada no coro de baixo.
Tern este Convento fl6recido em
muitas virtudes , de sorte que scm-
pre mereceo a estiroagao dos Sobe-^
i^nos, e de todos os Nobres do Rei-
no. O primefro Marqucz dc Marialr
277
ya D. Antonio Luiz de Menezes, ven*
cedor de insignes batalhas , quando
se recolheo a sua casa , priraeiro que
entrasse ncUa, veio a Igreja de Mar-
villa prostrar as Bandeiras diante da
Iinagem da Conceigao , que o valor
Fortuguez tirou das maos dos inimi*
^os. Ainda hoje nestc Convento se
•az tudo com a maior perfeigao.
Por^m estd reduzido a onze Religio-
zas, nao tendo para sua sustenra^ao
mais do que cento e sessenta r^is dia-
rios na forma da Lei, para cada Iiuma,
apezar do seu grande rendimento,
que todo esta por adrainistra^ao , ha
rouitos .annos, para pagamento de
dividas antigas. Fa^o esra niemoria
em obsequio das onze Religiozas,'
que existem; pois se fazem dignas
disso pela sua muita virtude. O. An«
tonio Caetano de Souza , insigne Es*
criptor,elogiando. esta Religioza Cora-
munidade, dizque: ccaquellas pru«
wdentes virgens (fallando das Ingle-
cczas) forSo Authoras de dois tao
irexemplares Mosteiros, que militSo
if debaixo da Regra de Santa Brizida*
278
€4 Na observahcta daquellas virtuosasr/
u e primeiras filhas de sua Madre
(c Santa Brizida , que aparecerao na
€€ nossa Cidade de Lishoa , depois se
fi erigio o Mosteiro da Conceip^o de
tc Marvillt, que fldrece em observan-
€€ cia , e Religiao , edificando de sor*«
« te o seu regular roodo de vida ,
^^que he esta Casa beneraerita da
$i universal escima^ao da Cdrte.
O Padre Mestre Fn Estacio da
Trindade, Ereraita Descalfode Santo
Agostinho , frequentando muito este'
Convento de Marvilla , e confessan-*
do muiros annosalgumas Religiozas,
rompe nestes elogios : «< Vi as agra-
a daveis noticlas dos meios , por on-
ce de dasdesgra^as delnglaterra rrou-
i€ xe a Divina Providencia a Portugal
^<as Venturas; pois daquellas $e ori-
«ginou a de possuir neste Convento
iihum mineral de virtudes, e hum
uthezouFO de toda a Santidade."
O Padre Manoel Monteiro, da
Congrega9So do Oratorio , falltndo
do^ Convento de Marvilta cm 1744,
dis assiin : u A fundn^o de hum Cod«
279
if veptQj ^u^ a Provicl«cij^ do A,lti?H
is simp ppr mfiios impen^tr^veis tr^ns^
c( plantou 9 este R^elao , e nelle fan
«c voreceo corii tap ^special benigni-
41 dade , qu^ pao s6 p^f oiittio que sq
f(engi$$e, e estabelece&se, mas quQ
<^ si^gulafme^ite se acredita$se, sendo^
uespelho d4 vida Mon^tica, raodelq^
^«da Regular observanpi^ , e exem-
<f pigr da perfeifaq.R^iigiq?^ , como^
(c se (nostra nas admiraveis vidas da^
f«RcligiQ?;as, que ate agofa tern iFa-
ic lecido ; e tambera se ^std mostf^af*.
icdp nas daquellas, que ainda estao
^(vivendo, que mediaJite a Divina^
c^Gra^a, e a sua perseveran^a, pro^
f< mettem a Hisforia n^o ti:ie!ios gio^
€4 riosa materia. " A' vista destes elo^
gios nada posso acrescentar mais dq
que.dber, que sendp presentement^
s6 onze Religiozas de sessenta, qu^
geropFe teve este Convento, nellaf
fldrece o me«mo espirito, ^ mesm^
virtude, e a mc^raa Religiao, sofFren-
do com toda a paciencia , e conforr
midad^ a dura , e pezada mao dop
^epifN^s^ Iquv^ndo ao seii Diriiip Es^
280
poso, scm faiearem aos actos dfe
Communidade , apezar das suas mo*
lestias, e avuhadas idades.
A 9 de Junho deste niesmo an^
to entrou ElRei Carlos IL, filho de
Carlos I., em Londres com notavei^
demonstra96es de alegria , e conten*
taraento de scus Vassallos , que a
chamdrSo aoThrono delnglaterra, o
(l)ual casou cotn^ a nossa Infants D«
Catharina , como vercroos.
1661 No anno seguinte inorreo o Car-
deal Mazarini.
Ajusrand'o ElRel Filippe trata-
dos de paz era S. Joao da Luz com
ElRei de Franca Luiz . XIV. , seu
genro, a^^lfcbu> todas as forfas da-
sua MonaVquia contra Portugal , no^
meando por Capirao General seu fi-
lho illegitimo D. JoSo d' Austria, ava-*
liado por merecedor dosmaiores cm-
pregos daquella C6roa ; e nao contan-
do mais que trinta e trcs annos de
idade, tinha todo o conhecimento
da guerra pela experiencia das bata-^
Jhas, era que se tinha achado. Este,
^hegando a C^afra a zy de MarfO >
281
se deteve poqcos dias; e passando i
Badajoz , se comefdrSo por todas ^
partes a manifestar as prevcB56es da
campanha , e ao rnesmo passo se au-
gmentavao as guarni^des das noss^s
Prafas. D. Jo3o d' Austria juntando o
seu exercito marcha a reconhecer a
Praga deCampo-Maior, com tresmil
cavallos, e seiscenios infantes. Sendo
avisado disto o Conde de Atouguia,
manda raarchar para Campo-Maior
a D, Luiz da Costa, com quatrocen-
tos cavallos, e outros tantos infantes,
seguido do Conde de Schoraberg , e
do General da cavallaria, com quatro
batalhoes. Entrou D. J-^uiz da Costa
jiaquella Praja coin xteml^D conve-
iiiente. Chegando D. Joad d'Austria
a reconhecer Campo-Maior, por en-
tre balas de artilharia , e aiosqueta-
ria , e observando que para render
aquella Praga, era necessario maior
exercito do que aquelle , que havia
convocado, se desenganoti de dar
principio i conqulsta de Portugal
por aquella empreza, e se r^firou pa-
s'^ Badajoz. Sahindo daqui em i^ de
28^
Junho sealojou comdowdias demaiv
cha solwe Arroncbes , cuja Villa to-
nioUy guarneceo, e fortiiicou. Depois
rerirando-se daqui com muita pressa
para Albuquerque , quando o Conde
de Atougqia o buscava para o ara*
car no seu quarrel^ nia conseguio O.
JoSo d'Austria na empreza de Ar*'
ranches o credito , que pertendia.
He digno de memoria Manoel
Ferreira, Alferes da companhia de
cavallos do Teaente*General , Olnis
lie'Mello de Castro, que sendo manf^
dadp por pratico do paiz , e s6 com
iiove cavailos, por nSo sersentido, eih>
controu na esrrada da Ribeira para
Almendralejo duas companhias dein*
fantaria, levantadus de novo, que
xnarchavaD de Granada paraBadajoz:
investindo-as com valor, asdesbaratou
com cofifuzao , daixando-Ihes feridps
OS dois C^pitaes, e muicos Soldados,
yoltando carregado de despojos, sen**
do 03 d§ niiaior e.stirpa9ao as dusts
Bandeiras das companhias, que o
Conde 4e Atouguia maudou a Elr
Rei.
283
•Nao fne>horava EIReic^tnofan**
1)0$ nem de inclina^oes, nem de exi?n«
cicios,, tendo grande communica9ao
com Antonio Conti, e seu irmao Joad
Conti, que haviao facilitado a enrra-«
da a outros faomens de bai^a condi^»
§ao. )
A If de Marjo niorreo o Con^
de deOdemira. Not dias da sua doeni-i
9a foi visitardp por EiRei , e pela
Infante. Deixou elle sua filha mais
reJha, viuv^ do Conde da Feira, Ca-
nada com o Duque de Cadaval , por
Ihe nio iicarem filhos do primeiro
matrimonio.
Nesttf anno se desposou ainfan- t66z
ra D. Catharina com ElRei de In*
glaterra Carlos II.
A grande gloria, que o Marquee
de Marialva havia conseguido na ba-
talha de Linhas d'Elvas, fez com
que a Rainha o nomeas^e Governa*
dor da Provincia do Alerat^jo , para:
ofide partio logo , e fez progrepso^
proprios do seu valor.
Tendo a Rainha dado , a 4 de
JUnbo 9 quarto 40 Infante D. Pedro ^
284
e dispando-se a entregar t) governo
a seu filho ElRei D. AfFonso VI. ,
mandou a i6 de Junho prender An-
tonio Conti , seu irraao Joao Conti ,
e outros tambem socios do partido
d'EIRei; e nesse mesmo dia forao
conduzidos a hum navio , que os le-
vou desterrados para a Bahia, sem
que ElRei b soubesse, fazendo-se tu-
do isto durante o tempo em que es-
teve no despacho.
No dIa 23 de Junho, juntos no
Pajo todos OS Tribunaes, Nobreza,
c principaes do Povo, entregou a Rai-
nha OS Sellos Reaes a seu filho, e
- dimitindo com elles de si o governo,
ficou ElRei de posse do Reino. Foi
este o ultimo successo do governo-
da Rainha D. Luiza.
Logo que a Rainha se separoa
do governo, deoprincipio ifunaa9ao
do Convento das Religiozas Agosti-
nhas Descal^as em huma quinta, de
quelhes fez offerta o Conde da Pon*
te y situada sobre o T6jo no sitio do
^ , Noraeou BlRci para Governador
285
da Provinda do Aletnt^jo o>Cohde
de Villa-F16r D. Sancho .Manoel,
que, partindo para o Governonos
primeiros dias de Mar^ o, tratou com
grande actividade das prevenjdes do
exercito, e defensa da Provincia.
A 6 de Maio mandou D* JoSo
da Silva , que assistia em Elvas, avi-
«o ao Conde de Villa-FI6r, que D.
Joao d' Austria sahiracom oseucxer-
cito de Badajoz , e ficava alojado so-
bre as Barrocas de Caya. Constava o
exercito de doze mil infantes, seis
mil e quinhentos cavallos, dezoito
pe^as de artilharia , em que entravao
seis meios canh6es, ires raorteiros,
quantidade demuni^oes, emantimen*
tos conduzidos em tres mil carros, e
muitas bagagens. Alpjou-se o exerr
cito de Castella no Ameixial.distante
Jiuma legoa de Extrem6s para a par«
te d'Evora; e vindo sobre esta Cida«*
de a tomarao. De Extrem6s sahio o
nosso exercito a 22 de Maio a socr
correr Evora , que constava de on2e
xnil infantes pagos, e Auxiliares, di*
irididos em yinte e hum esquadraa^
286
t de trcf« mil cavallos, repartidoa em
c^ssenta e quatro batalh6es, de quin^
%e pe^as de arcilharia , com todas as
i¥iunic6efl fiecessarias ; por^mchegan**
do a Evora achirao rendida a Praga,
tendo D* Joao d* Austria entrado rriun*
fante nesta Cidade- D.JoSo d* Austria
-mandando tres mil cavallos , e dots
<uil infantes a Alcacer do Sal, Villa
^ituada sobre o Rio Sado, que junto
-i Pra^a de Setubal desagua no cnar
Oceano, consfgtiem os Castelfaaoos
<a entrada nesta Villa.
ResolverSotse os nossos Cabos
dar & batalfaa no sitio do Ameixial i
-para ahi fa«eiti marchar o excrcitot
Era Governador das Arina^ D. San*
tho Manoel, Conde de Villa^FIdrr
General de cavallaria Diniz de Mel*
Jo de Castro : da artilharia D. Luiz
-de Menezes: GoNrernador dai irmak
^trangeiraS) com exercicio de Me$*
•tre de Carapo General, o Conde
•Schotnberg. Seguio ocxercito a mar-
cha sem «lguma oppozigSo; edepoii
de totnar varios pontosj se alojou so*
bfce Od^ebe> rio que nasce na Sefra
287
ie 0«sa, e corre huirfa legoa dist jn'<^
te d'Evora. Marchou ao mesmo tem-^
po Dk Jo^o d' Austria na volta do
tuesmo rio^ e na passagem dtlle pa*
dtceo tanto estrago da nossa artilha*
ria, que ficou o campo juncado d«
cddaveres. ' .
No dia 8 dc Junho a tarde /-s*
irchava D» JoSo d'Austria aquartelftr
do com ;a maior parte do exercitjO
«m kxtm IB ante tao emihenr-c, qiie
^We mestnd o coinparou ao Castello
de Milao; 6 na Carta j que «screvet>
•a ElRei seu Pai depois dajbatalha^
JhiB diaia: «Qu.c nao fbrm^rar a t>aj-
titur&iSL iBielhorc,. ncm mai« (Segura
»4 Pra§a d'Armas dd que aquHla ^jtiir
»incncia. '^ 'Poroutras estava dividido
-o resto do exercito, e era todas o
atacarao no mesmo tempo .osnossosf,
^ubindo ( ditia tambem D. Joao de
.Ausfria na tnesma carta) conic ga-
,teindo. Subirao os nosios p6r e^tre
<homr08 de b&k«, e, dpezar dia dii^fft
TiBSistencia, chegirao a6 ako daqyel- '
.leg 'mJDiites: 'dombAterao o inimigo
'4jom l(al valoi* , que 'em pouco H0^
288
foi totalcoenie desbaratado vhum exer-
cito, que poucas horas antes se con-
siderava' incontrastavel , tanto peU
^ capa'cidade dos Cabos, como pelo
valor dos Soldados , e fortaleza do
sitio.
A perda dos Castelhanos nesta
bataiha foi muito cdnsideravel : fic4-
rao no campo mais de quarro mil
tnortos detodas as Naifoes; e os pri-
^ioneiros passirao deseismil, em que
, entravao dois rail e quinhenros feri-
dos. ForSo OS Officiaes de maior sup-
posi^^o cinco Mestres deCampo Cas-
telhanos, dois Coroheis Alemaes,
quatro Comraissarios-Geraes de Ca*
vallaria , hum Tenente Mestre de
Campo General, onze Capitaes de
cavallos, setenta e cinco de infanta-
ria, vinte e dois reformados , trinta
Alferes, grande numerb de Officiaes
menores, e de pessoas de qualidade^
'enrrando nelias o Marquez de Licbe,
-herdeiro de dois vaUdos, e cinco ycf
zes grande de Hespanha; 6 Mestre
'de Campo D. Angcio de Gusmao^
-fijho. do Duquc -de Midina ,de .Ia$
289
S*orres; O Conde de Escaknte D#
Joao Henriques : edas tropas Estran^
geiras o Conde de Fiesca; o Conde
de But; o Conde de Locesquein^ To-
marao-se oitope^as de Artilharia^, que
erao todas as que tra^ar p exercito ,
hum morteiro, grande quantidade de
armas, nail e quatrocentos cavallo^,
que se trepolarao pelas companhias,
f6ra outros muitos de que se n^o fez
lista , tornados pelos paizaoos / e sol-
dados. Mais de dous mil carros car-
regados de alfaias preciozas , em que
entrava quantidade de prata, ouro,e
joias; dezoito carro^as, tres dellas
da pessoa de D- Joao d'Austria, a
sua Secretaria com todos os papeis,
que continliao os segredos mais Ini-
portantes; doze Bandeirasde infanta-
ria, quantidade de Estandartes de Ca^*
vallaria , e o mais importante para a
gloria militar, que foi a de D. JoSo
com as Armas Reaes de Castella ,
ppr huraa parte custozamente orna-
das, e da outra huma empreza, que
mostrava o Sol em campo <;eleste|
dando resplendor i Lua entre Estrel«
T
290
las , cbtii linraa letra cjue ^izia : StM
es Sikl^ s^rd Dei dad.
X)os fdrtuguexes ittorrerSo mil solda-
dofe, ^ ficafao quinhenros fet-idos. En-
%re OS mortcs tattsftu grafide sertti-
iBeMb ;^ p^rda dfe Mirtoel Prrfre de
^AndVftde, General da Cavallaria dd
Beira/ ^elo seu grande valor, ^elo ,
e actiVidade ; biogb Scares de Al-
♦flfeiSa ; Mestre deCampo do Tergq
dofe Au^iliares do 'CraTo ; Fernab
Mafrtfhs de Seixas , Tenenre de Mes-
frq d^' Campo General; ChristovSo
At Srt'to, CapitSo de Arcabuzeirosda
guafda do Conde de Villa-Flor^ e qs
CapltSes de CavalTos, Luiz Vat de
&queita ,' Estevao Scares , Jo3oTor*
res d^ Sequeira; os C^hae^ de
Jrifahtaria raulo Nogweira , JoSo da
Silvia Batboza 5 Pedro Alvares, Jo3o
fle Motfra , Manoel Gon^alves d^
Carvaiho, Doming6s dc Almeida, e
JtTohimo Moffeira^ t ficSi^o tnuitos
officlaes feridos. D. Joao d'Austria ^
J>erdkfe abatalba, se f^rirdu para Ar-
rbific'hes , e daqui park Badajoz. '
• ©<Conde de VillA-Fi^r ta^Aea
291
I6gck Jeranimo Ac Metrdcn^a, Inmr ai
ElRei a alegre noticia da Victoriaiw
Ch«goa a LisBoa' ! no dia . segulnte ,
cj^e* era Sabbad6 9 de Jui>h6, ^ onze
horas cfa noite*'. i-Iaogo que . sc .di Yiil*r
g6u/a iK)ticia,:b«ixobElRci> acompa-
nbado. do InfaR^e, a Capella dar' ag
gca^as ao Alrissimo. Porio muitas
as Festas que se fizerao ; e ElRei ,
mniidou fazerj suffragios , c dizer
quanridade de Missas pclos Officiaes;
e soHffdos que itiorrerao na bataiha*
Cbnseguida ^sta Victoria , mar-*
cbouLjo exercito:.v.cncedor a recUperar
a; Cidade d'Evora Com o soccorro.da
wes mil e quinhentos infantes, ctre-*
zentor .cavallos, qiue de Lisboa. con^
duzro o Marquez! de Marialva, aj-r
guido de muiiros Titulos, c Gav:a.llei*
rro* pidncipaes da 'Corte : o que, wrar
efFeito- consegufrSo toraando por ca-?
pitulajao a Cidade d'Evora no did
X'4 de Junho. Fioarao nos Baluartea
montadfis treze pcfas de Artilharia ^
em qae entravao seis meios canhde^i
Sahirab da Praga tres mil e duzentofi
T 2
292
infantes , e oitocentps e doze cavaf-
los. ^
Em qua n to D, JoSo d' Austria
passa de Badajoz a Madrid d trarar
com seu Pai dos meios de se vingar
da ofFensa recebida , vem o Conde de
Villa-Flor com licen^a d'ElRei rece-
ber osapplauzosdevidos ao seu mere-
cim^nto.
No dia 2 de Julhd vindo o Du-
que de Ossuna tomar a Pra^a de Al-
meida , a investio por cinco partes ,
sendo em todas ellas repellidos os
Castelhanos peld valor dos Portugue-?
zes. O Duque de Ossuna, refor^ando
OS soccorros , e animando os coitiba-
tes, se considerava senhorda empreza;
por^m a vigilancia, com que a todas
as partes acodia Diogo Gomes , e o
valor, com que defenderao a brecha
OS Capitaes de cavallos de Tras os
Montes , obrigou o Duque a retirar-
se para a Cidade de Rodrigo com
perda de quatrocentos infantes. Mor-.
rer3o na Pra^a cincoenta soldados , e
ficdr^o outros tantos feridos^ e logrou
^
293
t)iogo Gonies universal estima«
^ao do valor, e acerto com que pr^
servou na defensa della roda aquella
Provincia.
Nos primeiros dias de Janeiro 1^64
passou ElRei^acompanhado do Infan-
te a Santarem, a lan^ar a primeira
pedra na Igreja de Nossa Senhora da
Piedade dos Eremitas Descal^os de
Santo Agostinho,, situada no ch^o da
Feira, a 25* de Janeiro, orago, a que
a devo^ao attribuio a Victoria do Ca-
nal; affirmando'Se, que, sendo debar-
ro a materia de que era formada, se
virao na vespera daquelle dia na mi*
lagroza Imagem movimentos sobre-
naturaes i vista de todo o povo. O
como esta Imagem escapou na inva-
•sao dos Francezes em 18 10, nds o
veremos , tratando dos estragos da
Villa de Santarem, no seu competen-
tc lugar. ^,
O Conde dpVilla-Fldr, passando
a Lisboa , se deo por desobrigado do
governo das Armas da Provincia do
:Alerot6jo, sendo logo nomeado em
ieu lugar o Marquez de Marialva
29^
CDtri ' o Tftulo de Capitao Gcnertr,
-que ne5te mesmo anno tomou a Pra*
jca de Valen^a aos Casteihanos.
Resolvida a Rainha a deixar a
1665' Cortc,^ so recoTiieo lio dia 17 dc Mar-
" <^ts\ Saibbadode Ramos^ ao Convento
do i^ril'lo , que ainda nio estavaraca-
li^do* Sahio do Pa^o .^^cbnapanhada
d'ElRier^ do Infame, e de toda a
Nobreza, que a segairSo at^ enrrar
nas ditas, pouras e imperfeiras, casas
do Conveoxo.
Logo neste annocbegarSo a Lia-
•boa Antohio Conti , e Joao Conti
por ordem occulta id^EIRei; poretn
na6 podendo existir na Corte se rcti-
ipou Anconio Conti i $ua quima de
Oelf as ^ e depois ioy mafidado r^xAvc
ifiZ Cidade' do Porto, JoSo G>nti se
!Comentott com a Thesewaria , e Be-
nefioipo de S. Miguel de Freixo : tea-
do am bos rendas sufficientes.parapaa-
'^fem a ^rda.
A 10 de Mar^p) Jntentando ga-
• iihaf Valenja o PriRcipe de Par«a ,
.l^aeral da, Cavatiaria Estrangeira d^
i.^^^> $901 doj^ Qiilj infs^f s I ^
fr^» o^t e qomhentosi cavallos , js^^qr
o^rigado 9 retirar-se com. gr^^od^ pef^^
j4a para o Me?obcilho. .- [
Elegenda EiRei D. J^'iltifiP?
(jea^ral do Exercitp 4? K^tvex^a^^\;i^
X^ ao Marqu^z de Carraceqa, est^af-*.
firma logo dar-lhe pouco cuid^do. f^
coaquista de Portugal; porque todp^
QS infortunios, que Castella b^yia pa-*
^ecido na guerra antecedente, 4^^^
file , se origioarao itiai^ da ignoraa-
fia do$ Cabos , que commandavao 09
fxercitos, que do valqr dos Cor^Ur
git^zes ; porque todos sa empenbirslo
^ti^ . conquistar Praga^ fronteirajs ,
havendo ser o principal , e uaico obi*^
jecto a ^mpreza de Lisboa;-:poFqi)e^'
CO corfando*se a cabega , acabav^ 4p
bum golpe o corpo de huma Monar-i
chia : qpe D. Luiz de Harp fora des-^
baratado sobr^ a Pra^a d'EIv^s , e
p. Joao d'Austria depois de haver
ganhado Evora : e que se buns, e mi»
frps se r\1io houverao dilatado nesta^
fimprezas de poucas consequencias j
€ tqarchassem a.Lisboa, lograriao co&r
IkQl 9s seMs iatenco^ ^ e n^^ ^4^0
295
Ittgar d uniSo das forpas Portuguezas,
ao passo que desbaratavSo as pro-
prias:. que ScipiSo sem Cartago nao
triuhfaria dos Africanos, e Cezarsem
Roma nSo conseguiria odominiodo
imperio ; e que sendo maior perigo
dos conquist adores perder batalhas,
Sue ati esta fortuha dos conquista-
ores 08 destruia ; porque, nSo poden-
do comprar as victorias sem o prego
de rouitas vidas , se arruinavao nas
feiicidades ; e por conclusao consistia
a conquista de Portugal em ganhar
Lisboa , ou ao menos a Villa d^ Se*
tubal, para que huma s6 ac^ao ar-
rastrasse muitas consequem^ias , e os^
soccorros maritimos pudessem susten-
tar hum dos dous lugares, que se
cohquistassem. Tal foi odiscurso^que
exp6s a EiRei Filippe o Marqucz
de Carracena. Approvou ElRei a re-
solujpao; e nomeou ao Duque dc
Aveiro General d'Armada , e o man-
dou passar a Cadiz apparelhar trinta
Navios, e vinte Gal^s , em que ha*
Tiao de embarcar oito mil soldados,
grande Qumero de munijfies, manti-
297
ftietitos , e petrechos de guerra , que
nSo teve effeito.
No principio de Maio , chegou
o Marquee de Carracena a Badajoz
corn oseu poderozo exercito. OMar-
quez de Marialva prevenio outro, ^
No primeiro dejunbo se pozem
marcha o exercito Castelhano com
intento deganhar Villa Vifosa. Con-
stava elk de quinze mil infantes, se*
te mil e seiscentos cavallos , quatorze
pe^as de artilharia,' dous morteiros,
grande numero demuni^6es, equan-*
tidade de carruagens de manfimentos.
Entrou o Marquez o tirretorio de Vil-
la Vi^osa , dando no dia 13,6 14 os
primeiros assaltos aquella Pra9a , a
que OS valorosos defensores rezistirao
com valor, e admira^So do Marquez
de Carracena. A 15* intentdrao os
Castelhanos queiraar a cstacada ; po-
r6m, sendo rebatidos, perderSo osin-
srrumentos desra operagao.
De Extremds parte o Marquez
de Marialva a soccorrer Villa Vij osa.
Consrava p nosso exercito de quinze
mil infantes^ divididosem vinteeoito
, 298
csquadlr^es: a cay^H^ria secocnpunhft
de cinco mil e quinh^ntos cavalios}
porapunha-se o trera da artilharia
de vintc pe^as, e tudo o mais pre^
cisQ para a manobra: . era Mestre de
Campo General oCpnde Schomberg:
General de cavallaria Diniz de Mel-
lo de Castro: da artiljiana D« LuU
de Menez^s , ^ntrando t\este exerciro
quasi toda a Nobr^za de PortugaU
Aq romper da manh^ 17 de Ju-»
nho, distribuidas as ord.ens, e signa^
]ados OS postos, se po^ o exercito em
iDovimepto: forroados os dous cxerr
cifTos np sitio de Montes-Claros, se
dividirao os Generaes pelqs postos
ynais importantes. OMarquezdeMa-
rialva, depois de haver corrido codo$
OS postos com semblar)tealegreeri80<»
iiho, proferio estas palavras.
(c Segunda vez, valorosos soldat
l^dos, porDivina permissao corre pov
«mir}ha conta exhortar-vos a copse^
i< guirdf s, rompendo pelos perigos de
<f huma rba^alha, as consequencias d^
♦<huma. victoria; e se t}x priiiieirs( ^
f< n4 pccasxao de Ifinha^ i^&yi$^ jVliT
299
^^gtHes as QQfsnbars mdes^for^osiis^
4fh^ agora raziio, que as ardiets if>
«f venciveis ; pois ae muhiplicirio dc
i^isprte as expcriencias dovosso yaloi%
Me <la vossa felicidade, que podeis
f* corner ejta victoria (que supporrhn
.f< infalJivelmente alcan^ada) corab tri-
?« buto indi^entavel , que vos-paga
^f » fortuna. Cpmpunha-se o pcqueno
«exefcito, com que rompcmos a«
vJinhas d'&lyas, de poucas tropas
/^<pagas, as mais Auxiliares, e Or-
^ denangas : e. com este inferior par-.
^^tido vencemofi ham exercito forti-
"fiCaado, numeroso, e veterano : se*
.^guirao-se a cste tao raulriplicados
,w e gloriosos successos, qiic, ainda que
<f o tempo fora^raaisdilatado, menSo
^<padera dar lugar para referiHos : -va^
<^ha^se cada* hum -de vos da suame^-
ifmoria, que he o melhor mappa^
f^em qu-9 cpstumao debuxarfje- as
^iKf glorias ; lembrando-vos porcm- dat
/^ c^mpanhas antecedentes ; porqu«
Hjprto muitat as circunstancias ma*
<cp:avilhosas da batalha do Canal' v da
i^f$^ypefja§la!d'£yora^ da bataUiaii«
300
if Castello^Rodrlgo , da Tomada dis
«< Valenga , e dos progresses das Pro-
Mvincias de Entre Douro, e Minho,
«6eira , e Traz os Montes, que, nao
ccpodendo desenganar a arrogancia
«de no^sos inimigos, esta os obriga
«a buscar-nos na desordent, tendo-nos
«<por invemriveis no valor; porim
€c vencendo as nossas ^xperiencias at6
<*a incontrastavel ligeireza do tempo,
« temos conseguido formar o exerci-
« to era perfeita regulkridade, com
c^vantagem singular no sitio, queoc-
"cupamos. Espero, que rebataroos o
<<primeiro impulso dos Castelhanos,
«^ na certeza de que esta priraeira ac*
<< f ao nos segura a victoria; porque,
«como he tao distant^ adivisao, que
<< fica entre o corpo de cavallaria ,
«e infantaria iniraiga, e tamberaem-
«<bara9ado oterreno, difficultosaracn-
<< te podera toraar f6rma o exercito
«*de Castella , desvanecido o irapeto
<j^do primeiro combate : e corao re^
^'conhejo, que soi^ todos tSodestros;
"que nao dependeis de niais ordens^
«cque: das voss^ expericncia^ , erectt^
301
cf^tai oque vos ensinaremos accident
uxe$ deste conflicto , valendo-vos da
€i doutrina , que aprendesres nos sue-
<c cessos passados, econseguireisinfal-
^t livelmente na presente occasiSo su«
«<perior victoria a todas as ootras,
ctque tendes alcan^ado.^'
Esta falla cxcirou nos cora^des
de todos OS niais ardentes desejos do
coinbate, e de praricar ac96es dignas
de iro mortal niemoria. O Marquez
de Carracena tambetn animou osseus
soldados com outra falla ^ arguindo
aos Cabos antecedentes, desapprovan-
do o seu sy^tema, dizendo : ser Portu-
gal muico grande Reino para se ga*
nhar Pra^a a Praja ; e muito peque-
no para resistir d perda de huma ba-
talha , principalmente nao> podendo
ser soccorrido dosseus alliados, senSo
pelas incertezas da oavega^ao : con^
cluindo, que, se ganhassem aqueija
batalha, se podia darsemduvida Por«
tugal por conquistado. O Marqueas
de Carracena subio ao alto da gran*
de sf!rra da Vigayra , que ficava enx
igu^l distancia de hum , e outro cor»
302
po» Arhx^da hum , e oufro exerctto,^
se dea pfincipio a bataiha is oitohb^
ras da inanha; e for tao violentay
qiiej-^dcipoie de sete horas de combate,^
ds.tres -da tarde cederSo 08 inimigoS'
a victoria, e obrigou o Marquez de
Carracena a retirar-.se , seguido -do
Duqire de Ossilna , cjue como parti-
cular havia assistido nesta campailha/
t de outfos officiaes , e pessoas de»
grande qualidade. O Marquee de Ma-
rial va^ .vendo, que a infantaria per-*
tistia em pelejar, marchou com os
Tergos da segunda linha, e rexerva;
€ investindo acabou de desbaratar 09
Gans^hanos , e entrou victhriozo , e
triunfiinte cora o exercitp por VilJa-
Vifosa, rendendo-se, antes de chegar
dqueHa Praga, hum grande corpo de
infantacia, que sc havia retirado de
fiorba. Com esta victoria ficou tao
pyostrada, e abatidaja vaidade Castfc-»
ihanay que nao s6 Portugal :, mas to»
da a E'uropa , triunfou da sua des^
graja. ,
Passarao de qtiatro mil morfos^
^p» GcicJbo^ia caoipaJiJKi, 4oexer€ita
50'3
lie Cagtella^ c dt seis tnil pffizibht?!-
roM\ era que entrirao muiteis Grander
de Hespanba. TotttarSo^se tres mil e
quiflhentos cavallos, que se dividirao
pelas eompdnhw* ,- e pfrlo Reino,
^uat^rze pei^ai- da artilhai^ia , dous
morteiroSj •quahridade de baias, to-
days as armas da- infafttaria ; p6rque
toda>a que s^a^liou n^ bitalha f5cou
em. Pot-tugftI t oitertti feseis Ba^tiras
de infantark , de^oito de fatrsllarift,
OS timballes do Marquee deCal-rate-
Ti^\ e do Prirtcijbe de Parma, •e^iutras
inuitas cousais inais perreficeiit^s^^d
cxefcito. -
•- ' A tio^ perda nao passou de se*-
t^cerYtos rti'6Tro^ :*- os feridos* passdrad
de dous mil. '
' Ch^gando 6" ex(»fcito a Villa- VU
^osa , entroa b M'a^que^ de MatidivA
tth Odadella ,^ 6deo os seus a^'iddd*-
iftt^itos aos--v*l0rbs6s Sfeldsrdfe&j qW^
com tanto credito de suas pess^ttfe,
c gldria deski^itestendenr^d, se acha-
Logo o Marqfuez de Mi?
xDandou dar parte, a ElRei destt
304
ccsso; e chegando, a noticia no dii
seguinte as sere horas da tarde, bai-
xou EIRei , e o Infante a Capella a
dar asgra.^as aoSenhor por tao assl-
gnalado beneficio. Da Capella sahio
EIRei ate d S^, acompanhando o
Santissimo Sacramento , que levou o
Bispo de Targa (eleiio de Lainegoy
e voltou ao Pago acompanhado da
Nobreza , e seguido do Povo , que
cora vozes dealegria applaudia huma
tao grande Victoria.
RecoJhido EIRei ao Pajo, des-
pachou o Conde de Castello-Melhor
}|um correio ao Marquez de Marlal«
va com carta d'ElRei ; em que Ihe
agradecja o valor ^ e acerto com que
havia procedido, e outras para os
Cabos, e Officiaes-Maiores, e ordem
para continuar nosprogressos, na for-
ma que julgasse mais conveniente
ao credito, e ucilidade das suas Ar-
^^raas.- - .
Foi esta a ulti-ma das seis bata-
Ihas, que os Portuguezes ganharao
aos Castelhanos, depois da acclama^ao
do Senhor.Rei D. Joaa IV., e a vi-
y
ge^gtifnv ffrhnemi contanda: as de ou«
tros Sectti^s , como dizem os EscrU
ptortSj'^ientreelles o Conde da Eri-
ceira, al^mide tnemoraveis recontros^
em quo os: Portuguezes sempre sahi-*
rSd victoriosos; Todas • as Na96es da
Europa adminarao. a viptbrta dc Mon<*
tes-iClascm £lla^ decidio JuititDameDtei
da sorte de Portugal ,..e da desgra^a.
de Gasrella. '.o
O Marqtiez de Carracena , reti-
rando-se a-Badajbz com as. poucas'
tropas y-qu^. escap^rao.da hatalba , es*.
creveo a El^ei dando-lhe parte da in^
felicidade: , que havia padecido , di»
zendo: que, observando os preceitos.
militareS) atacara a bataiha com fir*
mes esperafi^asida iviotoria: que a.
pleiteara com grande ardor todo o
tempo^queJke fora possivel; por^m,
que, depois'de passadas muitas horas
de furiosofcombate, fora desbaratado
com .tat>LConsid?rayeI'perda do exer*
cito de.t^QntygaIv'.qu!e.'hi?e9emet)te de*
term ina vz peneMnir a Pr o v incia do
Alemt^jo , ^:f swluyao de q»e esporava
a CQQsequenctt: -ite > felt w&. :$uccGts$os 9
y
306
por^tn^ qjieyparaexecti^aT«te]id:entc>j,
necciiita^a : de. jsoccorros -piiomptosv*
de.gente, edinbecro. fisca-caiHa^ leva*
da por Jram yeu< confidefate , foi cn^^
tregue n^ raaa d'ElAriv 'q^«^ o achou
no Bdm^'Rertro; e quando a"Iia, che*
gandb a]qin?Ue:pontO).iefD' qde cMarf*
qjues dedariiva^, que a'^eroifidi.fora:
desbaratbdo^ a^ deixou : caliif das maoiPy
dizendo: r: Parece , que Jo cjuifre
Dids::: e semidar: oucra .reposta ao
Official,' que Ihe levOB^^a carta, ae
recolheo com mostras de grande sen-
timento. . ;^ :- s v "*
PoucQs dias depois^de irquartela-
do a exerdto, vokou o Marqaezde
Marialva aiLisboa a recd>er os bem
merecidos * loavores de scu heroi»^
mo.'
O Marquet de Carracena deze**
Java mostrar aa Mundo o dezejo, em
que estava de ^ednendar amio succesi*
so de MoBtesKCFaros ; por cujo m0ti<^
vo , naor poebAdo ' >conseguir maiores
Erogressos ^ fazia vanras entradas em
igarea abertosi, e TquaslidespbvMdoa,
e coiisegitia refibhirciii-^ ^este^ racces^
^7
tftolos' dd'Cids/des populosas aos Iu«
^ares em qiteerttravSo. Por6m, conhe-
cendo-sit>a engano» excitou contra si
a-Taiva dos 'Castelhanos , que Ihe foi
riiais serisivd , que a perda da bata-
A iS'de Outubro sahio bConde
cfePradd ,- Gdvernador das Armas de
Entre-Dburp'e Minho, com o exer-
cirb em camp^bha, passon oRio Mi-
nho junto '^o ^Ftjrte deGaydo: dete*
fii^se* dcfii -dias para aperfei^oar a
forma da marcha; passados eH^s, a
cdntinuoti era tfes linhas, e eritrou em
Galiza sem'ppposij^o. Depois de sa-
queado dfe^rJctd de Val de Rosal^
j)assou asperisfeimas Serras , d des-
truio osr'Valles de Minhoz, e Frago^
so , havertdo .desbaratado a Villa dd
Gondomar. I^qpois erapregou o exqr^
c;tb/ein'*ssquear,.a 'Villa .de Boucas.
que 'fitV sabi^^ 6 mir . junto a Vigo*
Luiz Poderit6|'Vi^e-Ri^ ':de Gfaliza^J
j\intoU Hiirba njrf Infantes/ e ditocen-
to& 'cavaflo's^j^^e becupou a Portel^ de
S. Colmkclb\ ' sitio , por btid^ 6 exer-
V 2
308
cito havia passar, querenda contmuar
amarcha. Logo que osnossos osavls-
tirao, marcharao para Redondela, e
lassirSo da outra parte da ponce de
Pampayo : occupou o nosso exerci-
to o sitio de S, Colmado; e foi no
dia seguinte queimada a Villa dePor*
rinho, e nella as fabricas de farinhas,
e biscoitos , que alimentavSo o exer-
cito inimigo , e de todos os iugares
destruidos foi grande o despojo. De-
pois sitiirSo a Vilia da Guarda , cu*
]0 Forte se entregou por capitulagao
a 20 de Novembro.
Neste mesmo anno a 7 de Seteni-
bro morreo ElRei Filippe, na idade
de sessenta ehum annos^ havendo rei«
nado quarenta e cinco , e governado
Portugal dezenove annos e setc me-
266. Casou aprlmeiravez com aPrin-
ceza D. Izabel de Borbon , filha de
Henricjue IV, Rei de Franca, de que
teve oito filhos, o Principe D. Bal-
thazar, que morreo mancebo, a firin*
ceza D. Maria Thereza, que casou
com ElRei de Franja Luiz XIV. , og
scis mpiTcrSo xneninos, Casou segua**
309
fli vet com a Princeza D. MaHlarini
a*Austria.' filha do Imperador Fer-
nando ill. dfe que teve tres-filhcs, e.
iitima filha, que foi D. Mi^Ygarida de
Austria ] ^rirtieira raulher do Impera-
db/Lebpolddt. Jaiz sepultardo ho Mos-
feirt) "do Esborikl. Deiiou o gpverno,
dti RSino entregue 4 Rainha na me-,
ftoridade de 8eu fifho Carlos II. , que
Ihe succedeo ria Gbr6a , de cfue hou-
verSb perigo$as dissens6es chtre ella,'
C' D. J6ad d'Aiistria. V 1554
' '- A 20 de- Janeiro niorreo a 'Rai-
tikt de Franca D. Anna d' Austria',
MSid'ElRei Luk XIV.
- " For este fcfnpo passou EIRet IX
Affonso -^ SaT^arerra , acompanhado
db Infante D. . Pedro. Aqui recebferao
a' i)6ticia da Wblestia da RainHa sua
MSi; qtie por cartas participou ^ seus
filhos o est?d& dar'^ua saude, e se des<^
pedia delleSj'deit^ndo-Ihes suas naater-
ftalts benefits.- Dizia^a carta d'EIR.ei:
u;i;d tfcFilhoVfico em tal estado, que
A^dUVidSo OS Medicos da minha vidal
^e'eu com dies entendo', que nSo
\ »
•
«4 porquje ,i»P s^i,,^? apefnpa dar;^ Hog
wgar.^a.iOUjfr? I?reven^9fj ff» apeffQ
(.( alma , '^.^aphandp-.njKe jmpos^{3)iiUta!r
« da p^n^o ^sscaf g9.i4pl{aj s^ ^jv.^
« cotpo ipeu. ^Uia, .RP??P,v fax?r ,^^
«« cpi\ftjinjf4n;Tijd.o ?^4^g<»> le»9W^«3
♦« dp; vop <tqf eSpu. WKsg-^jNl^j ^, e t«d«»
€« efvpero de. .v6s , qaa^o^ reconjiiejai^
((.af;, pbr^gagdcs C9ni ..q4Ki iOftscestjS^
«<Aqui espero a nvort^ .en(tr^;.a8 ifgri-^
<< n^%,d9^.u^;U€S 9'rque'ifalla,-«uido o
(( nieu, inaior e^ntint^nrp Oi&ey djssao^
i'paro. Pego-»05, <|ue-v d^ppirde:.^
<f |ZQc4?s' o x^ue dey«jf> ^pela mlnba a}-
44 « i^iiiuinente quej,^K>^-t^ir)haB:jfi|n^
(«,d«g6e8 acabeis de fazf c ,0 q«fe:|i][«3
^*'fll^' P^lfoiittir que, . mcai^l sfmi^i^
**^\V>* P9nq>»e sd ,:eftaniE<»hft qoe
«< dttx»enifw „ad»cjtig«U?-yosy , gtw ff»A
♦tn^Q, Iw d«pPeo|», 49ifpe4ir,^oj)|a ^
f€ lade r^^valfllbcif , r cfne es^en) guac*
iide, e defenda a Vossa Magestadts
fi jafgpit^ <9^-/dizGS ? a«nx»c iiXabrega^s
fi^6 4« FeY«!Ki«c>rderjj666;?' :
-ns^^^ni loq it 'p •(• <Ra]fifla« • ".-i*
• J . Diz/%1 a ^Cait a do. Ihfa me :
i(durarcf^Ti4a!^ike tSo poa^o^ct^ttcisor
ii^Mtknl^tmi vejo lacab^r. Sou V09.
#isa Mai ,');i^>esrand0{iie<)cao(iinho 'p»-
<« raf a :>9eflti]tQra ^t.i&a'os^rit^quch) ^die^
ff.X4r^efli^ a)(in^!ial bco^a^<>£oin ieUa
#^:yoa>cnQOifnikffndof'Q^enH7n dcrDeoa,
^^t a* obcxiffinct]! dovoasejvoiaa^i^im
cC'^uej^vo^-iica toda aLfelicixfodei e
f c ij^timafkiiem e bite depdr da!m>^ha
M Qionte iros iemDceb'dapininha :alai»y
4<.qUA iddaid^^ts aemea aofabr.^ Deog
«cvp9 guarde felizes , '% diloxados aiv-
«<:abskr^al]r^p9 26 derBenrmIro de
4< i666i^* ' • . ' ' ' ^^ •^' *
{ I. . ..■-'.: - .1 V. ifiaidha. . ' '- 'i
r *
' ' / A^ carta paira ^iia filhtf ^a^EainM
sin
'assim: ' ^' iJ-rrS^ .!; -^ . '. 5
irKilhay: o temf>b\)U« Hf^ p6de
ccdurar a^ vida^tia obsdsi^o em- qim
€€ roaddo fazer es.ta a Vossa Mages*
ictadeuWf^ pouco, que por instan-r
€€ tes me rejo acabar. O estado, em
€€ que ttfe adio^ de pfe^efite ^^ iiSo di
"« lugar^atnsBiores legiKiosv'ifue a mN
-uuhwheo^io^^ jesta VQpr lango'^da ca^
<«iiaa efiii/^que .ficQ^" leifibrando^vm
4iccom.:cdJajp'Jiig^F etii'que esi-ae^; e
wir.as (sbfigagtiesf • com a:jae fostes pare
ni^lellnrrvTOisiif^inKjda I^greja Gathoika^
,«cauida;j marist)iqoe(>miiiliarr«h)o vof
«^( r& V fiando>do vosso amoi^oque vot
Hf iembrftreda muita da : mmlia aima ^
ff que TQ^lo soube «u mffrecer 'em inW
f I fiia Tidar; Xabregaa^dUei^everei^
4c ro d'e; f 666. • ' ': > 'w' rK!!<- -^ »•• ^>
< . ;Ec» tflmbem. oes^dffll s&ta'^ fei^
ra o seu Testamento , em que ncK
meou .a.iElKH seu filbo berdeiro, c
Testa men teiro.
No dia 27 Sabbado, recebeo q
Viaiico por; lonSof 4o Vi\gama.clo€ Oli*
813
♦Jjifer, pof Tlio fattflrno eicempl(^'dil
tobediengiaii Fregwezia. AVdez Ikv^
ras da wanhS se d^o>recarfo i Rai-
fiha da ch^gada doM^n^n^ 6tG6uH
V)ea/Mortdomo-M6r d^Efft^i seu fi-
lliOi^^'Smifio de Vasoonceilos eSmn
tta; &Qfje'rmdor da Casa^dn Infante >
<|ue'^nnibo«i>ihe.trai$f^ ^^repcsfa 4a9
soa^t cartas. AlandoovRue'entnas^eiD^
e aiQbps^^ IJie beijardo <Br<mio ; com
gvmde.MitriroensrcbUraipeff e Ifae erv^
tr^r^Ti^s cairtas^i !e adei|ii^didos<^o»
Fidtttgofft'lavntandau Itn^^-^j i^c€fti(iisi9
cmn mnijfa uBCtea^6.'^.£]^aia a/ cai{t»
<r esra mMt ,f que pbrociartll de Vrosit^
u Magertaderrecebo^ fic^^d^'camtnli^^
<<'ctin^<ddda>a pre8sa;'*'p^cHlbdbraDeo^>
a cfkjt p&^ina ztenhsi ^u aconsola^ao^
cede beijaria naao deVossa Magea^
« tade, e, para que seja a Vossa Ma-
ce gestade^presente esta minha resoiu-
€i^iOy despacho aoMarquez deGcu-
uva^Asn (MordomorMAti ordbmin^
<<do-|he que com a maior hre^idaxi^
«fjcI)eBiK{.ffi& p(£s de 'Testa Mag€sta*
JL» : i Zfl''V. ^' ' ^^ **
M 4e todos seJ4 :de matidra r^^qu^ eu
UP nio fafa aibmpo Aero dizer ^
i^Yossa Mdge3t^«, as QbWgapd^st d^
a ft I ho de 'Vtssa - Magestade com , que
^<'e conforme aisBb ejtpertflieftbafia
f € ad . pessoas r, i^^^tie i serv'iiii (ii < V ossji
(( Mageatadfif rx^t^rrhiais,; que iseiv mim
^tfora , csti rm> <;b os serTii^toSy que a
ur Vossa iyEaj^s{sidejteiErifiiito,jio»qui9
Q flsv: fandapSes 'de, Vo»a ^ag^^c
^aj4idarep com! fiodo o calor^^. 'tcnso
Hipm estaf.'crftka.'fa^ ; € espmb em
<c Decs , que ha de dar a Voasa'^aMaR
^^^igesta^ie jsto. queTefirb«<^dttatde .Deos
<%9 ileab ^9soa*.de Vossa. Magearade
<#i6oiTio. d^ejo^ e hei mister* SaJira*
^f^tsttsai^G di^ Fevereiro de 1666; Ben
«^}a:aa maos de Vlossa Magettadf o
<<^sea muito obedUente fiiho4 : -
;i G^ntioha^ a)icarta do Infinite or
315;
y tSft;4y)«da^j'efgr#s,plid*era' «pli-
<ttW>r«if^Q.^ :dq)0{i$. der haver recebidq
fl ?jrfW'W <) qj^« Vps^af'Magesi^de me
4^{^nM^g^Ude o i^mo corre^poo?
«ttIwbMfilBgr«TJ^s ^f^wre^ ^osidn*
M'li^l^nfo,' qU9 d aliiia:psi4ece naoon-^
i{;$i4i?rdSaA4a fak4'^i^^initao gram
^^4mh*p«>,^fietp4d?^^er'i q»ofllpeU
^^)t<ttrii90< . de,yiO«5arfttig^4^^i?aQ
<<j.§ B«i:t<)li^di^twjai. 4?EU^«a! mivt^ Sth
f6 nh^fi'Ficrt da : MifeSf icpicfHa rDivifiarv;
^'fffteme»rtt-q*ierJM4§idaBr.an ajVnws*
*-lM4N^e«ft4* por,ttift**f>s§nnos:*^i<Uf
*Jfl* M«l« JV4a^f§9«^igMi»rd€rDew7
^^como eu mais que rodo^ dezejo^
"oS%]w«wr< 26 i^effcjfiiro d« 1666.
y
316
* Ottvindo a Rtikiha estias dirtn
Cdm gr^nde ternufa, esperava aiifeto-
sa sefus filhos ; por^m v^ndo qfre- hiei^
vinhSo levantou- a mao ; e kii^oit ti
benfao para a porta ; pOr ohdfe ell^
d^i3o entrar. JfeVoito horas etirrotr
ElRei, e Infants ac6mpanh^^^\'d<i^
Goride de G^«tcllo^Melhor, cdfe Si*
mlo de Va$cf6tteelk)s; puzerSd^^e de
joelhos, e pedir^'a sua MSi a beO'*-
jao, e nSo podendo ella ji rd^pon-
dei^lhed^ mai^' ^iie com a tefniH^ dos>
olhos, Ihe tirou «>rtlao q«fe^ cHftfra
Cttbefta D. Izabet dj8 Castro; scti«
filhos Ihe beijdfao a ibSo, e fc&a c**'
ta ceremonia , Veltfil^ao ad PafO ; e
pouco depois kt ]K)v^ horas da noire
expirbUy tendo reeebldo todos OS %-
crimen tos, e pedido a todos geral-
isrente perdto^ cotttdndo cinGoeiitft'e
tr^saiinos, qtKiritytibeteS} equiilzidias
deiidade. . j > - ^ ' <
> 'Ew virmde -do iseu Testiiliieiito
foi o seu Real corbo depositado na
Igreja des3 Corpus Christi s=: no Hos-
picio «dos. Carrbclitas Descalfos, era
quanto se nSo acab^ra a Igreja dp
lAosteiro dag R«Iigiozks Descal^ks de
Santo Agostinho, (\ue ella havia fun«>
dado, e dorado, Porem logo que, die
se acabou , foi para ahi trasladado o
seu corpor por seu neto, o Senhor Rei
D. JoSo v., a 17 de Junho de 1717,
onde. Jaz de traz do Altar Mdr.
For morte da Rainha se entre*
gou EIRei de tal sorte aos seus di-*
vertimentos j que o governo do Reir
no estava todo no poder do Conde
de Castello-Melhor* Isto nSo obstan-
te, mandou continuar as obras, que
sua Mai' tinha principiado, e tomou
em muita considera^So toda a fami*
lia, que pela m^sma sua Mix Ihe
foi recpmmendado.
'i^cste mesmo anno se ajustou o
casamento d'ElRei D, Affonso VL
com a jPrinceza D. Maria Francisca
Izabel de Sabo/a, Duqueza de Ne--^
xnottrs, e de AumiMle, <por Francisco
de Mello Torres, Marquez de S^n*.
de , e Conde da Ponte, conao Procii-
rador , e Embaixador extra ordinar 10
d^ElRei a AfMor-iHl C6rte de
Franja..; : «^ ..
5a is
' De Pariz partio a Pf iiiceta a 29
de -Maio, chegando a Arrochella em
rinte e dois dias, cento e vinte le-
go^$ de Pari?, aconipanhada do Mar-
quez de Sande-j e outros. Vindb em
huma Armada dfedez navid^ deguer-
ra , em que ernbarcou a 4 d^ Julho ,
chegou a Li^a a 2 de Agbsto, dan-
do ruhdo na Jonqueira- ao meio 6iai.
Abordo da Capitanii chegou o Con-
de de Castelio^M-elhof, e a Marque-
za sua Mi\y a quern ElRei havia no-
meado Gam^i*eira-M6r da Rainha ,
Hcando a Marqueza assistindo a sua
Ama : voltou t) Conde* a 'buscar El-
Rei , o qilal* sslfiio do Pa'ja & seis
horas da tarde, rlcaraenre'Vestldo,
acompanhado do Infante. Chegou o
Bbrgantim d'ErlRei d CapitSoia, em
due a Rainha vinha embarcada. A*
porta da Camara. veto recebtr a El-
Rei. Cheg(y6''b rlAfg^t a .b|iijar-ihe a
mSo* e nfo coftsentro que ajocflhasse.
N(> dia Jegoinr^ fol 6 desemBarque.
SejijifidoB o3 Monarrfias de roda a
Cdrre^ ^e apefirSo ja denoW lia^gre-
ja das Religiozas Flamengas B.eca-
319
kta$ (3a iOfdeifi So meti Padre S.
Ffanrfsco, Convfento que fica onidb
i Qainiiard'EJRei, chamada da Tai
j^adade Aicanraf^-, que eitava pre*
venid» para sua a$sisceticia , os dias
^ue fc^sera rtecessarios, para se prepa^
taK&-$ua eiitrada em Lisboa. Langou
as bertfSes aosdesposados o Bispo de
Tar^ 5'afe'ito de Lamego , e Capel-
Wo-M<5r. Ac^bada a ceremonia , t'or-
rt^rao -OS Reis a entraf nas carro^as,
e pas^ifao o breve tranfeitd, que fica
dft fgiNrja fi>c>fta'da Qulti^a. Acbm-
panhau o Ihfartrie c& Refe are i por-
ta da segunda anW^cSttiara , e se r6-
colheo pat'a a Qtlltttlst de'Luiz Cezar
de Menezefe. queUe^Jfet havia preve*
nido^ poi near pouco distbftt* d*E!-^
Re%. ^^:^^.-5 ^- • ^ . '..... . ?
Pducd depoM paTtio a Armadd
paraPwnja ; e aea{)ad<W oS arcos tri*
nnftfes; qvie- eHo ddzeveis , enffdi;3o
OS Sieis (tffl Lisboa ti' f 9 'd6 Agostoj
on<ft: stf'AzerSo ffiwlfis, e gratide^
fero^'l «Uia chegida.\Pbiifca disfttn-
ci«id«»pritoeiro'arc!d e«avi kvantado
hum th«atrO, qae^06cap4va Pr«ii
320
^ente do Scnado da C^mara^ Verpa-*
dores, e raais Ministros daquelle Tri-
buhaL Acabada a Oraig^o, qu>e Ihe
fez ChristovSo Scares d'Abrea, Ve-
reader mais antigo , e.ntregou o Pre-
•idente da Cainara Ruy Fernandes
de Alraada as chaves da Cidade a
£lRei , qye ordenou as desse d Rai-
liha, e ella^ acceitatido-as/Ihas to^-
J10U a entregan Entrdrao os Reis na
Sd, onde se cantou o Te Deum Lau^
damus ^ e depois se fecolherao ao
Fafo. A Rainha seagradou rouito de
tanto applaii$0, e magnificencia, com
x]ue foi recebida nesta Gidade.
No dia seguinte ao da entralda
d'EIReij sahio;© Infante da Cdrte
com a sua Casa, e foi as9istir na
Quinra de Queluz, duas legoas dis^
tante de Lisboa« Por6m adoecendo a
Rainha, vinha o Infante varias vezes
de Queluz assistif^no Pa^p, ei noute
se rorriava a recoUier i dira Qiiitira*
Por evitar este incowmodo disse a Rai*
»ha ao InfaAte ser raelhor assisrir na
C6rte-Real dur;ante os dias. da sua
'Mestia, o qMe^elle acceJfjOM. ; r..
321
f*' Melhorando a Rainha V sc con-
tinudrao as festas^ que tiverao prin^
cipio a 15^ de Oucubro.
SeguirSo-se depois as didsensdes
€fltre EJRei y o Infante , e o Conde
Ae Cattello-Melhor* ; por cujo moti-
ve sahioeste da C6rte despedtiKlo-se 1667
d'ElRei, andando algum tempo in-
cognito em PortugaL Passou incognn
to por CastelJa a Fran9a , de Franca
a Saboya, e de Saboya a Inglaterra;
e em dezoifo annos.^ qae eateve au-*
^rite da sua Patcia, procurou sempre
OS interesses, e a\gloria de .Portugal^
principal men te na assistencia da Rai-
nha D.Catharinadelnglaterra, qulan-
do a furia dos hereges se conjurou
contra a sua ionocencia , e incompa*
raveis virtudes, como veremos, tratan«>
do desta Rainha « e por sua media-*
fSoalcan^oud'ElRei noannode 1686
licenga para voltar a este Reino, e.
assistir na Villa do Pombal com a
8ua familia , e pouco depois Ihe fot
Beirmittido o viver em Lisboa. -Foi
J^uiz de Vascoaceilos e ^oaza IIL
Gonde de CasteUoMelbor; Senhor
X
.\.
32?
do ^itieljhM^ Almecufoary e Kouta
S^9{a ,t Akaide^Mdr , • e tGonimenda4
dor GO PombaJ, Seohcr doConda^o
da C^alji^tja V Rcppsbetro-'Mcir , Escri-
Y^Q.dli BuridadCyidiDiConselbb d'£sta<»
do:,*'§ dfpoia 40'C<'tiscAfaorid^^thdk»
do ^^hor Reii D- Joao V, . Nascea
ejpi i6*^6 y' e morreora: ijide Agosto
d^ ijlOi Foi Mimstaro theio de^ie^o,
MJgHahcia'^^ e mutti eapaioidade. \ ' i
^ . Auseate. o Gorifle: dc Castello-i^
Me]h$>r dfl as$istj^x0ia d'ElRei , in*
t^iidw .o Iiifantq, jk todos os que Ihe
assi^U^, Icetsadriao'OSfDGvkiieQtos 'que
pefF^rbiavSo o Rehioci Intentou o Inn
famse congrapr-se bom ElRei, apai^
tandq-rlije do animd todo o receiov
e deacouiliajifa 5 dequer.^eUe estivessc
perisusadido; por6in?£lRd nSo so se
nao cangra^oo, mas c6miebeo:co3i^a
6 Infante temor , t off to em summo*
grdo. . '-:*
Creskjerao as > perturha56cs na
£Leino; e pareceo o remedio tnaim-
sftudavel.a tantos nKrles convocarem^
s^ Cdrtes^'para que comtaumSo dot
Tves^J^tadod se di&se^ forma ao ^a?
323
v^rno do Rehio, e se paQessem atb<
lirar -zs novidades escdi]dal0«a&« Ap
provou 'Olafatfite esra a^imio ; por^m,
coitio pars o:ajuman»ento dasCdrre^
era perci^ar^a toniade d'EHRei^ e e^
ta era oppost^ a que 9e fuiies^m at
CdrteSji t) 'Senado da G^rcFara d^ Lia^^
boa represencou a ElRei em huiDfl
larga Co»iiuIta as isuitas, e grandma
xnaterias, qae exigiSo a unilo doi
Tres*E8r^d«)s do R^ido ^ por nSo ser
possivel derermiwaretn-^e i^tn e€ta-
rem Junn^s ; mas BlRei • insiatio em
nSo consefitif' na convi:)ca^^o daa C6r-
res, ap^kal* de o persuadirem a issd
TDdos <»C©n9elheiros d*E«tado. Nes-
ta perpleicidade houverfio varias opl-
niSesj e fei d reeulrado dijllad erttre-
gar-se <* gbt'erno a R^lnha, e ao In-
fante ^ficftndo em BIRei a authori-
flade se^ e*€fcicio : que b Mar-
t\fk^ d^ &hde expoz ao Cdn$fi\ho de
Est^do',e'n3o feve mais efFeito, que
a ifldigna^^^ d'ElReJ*
Divrilgando-se a ' iiftcapttcidade
d'ElR^} para o matriftionio, enrroij
Oilis^ftbor em tbdo o-povo^ eaRa}-^
X 2
it
324
nha reduzida a grande afflicgSo deter^
mina deixar a C6rte; e no dia ^\ de
Noveitibro pelas tres horas da tarde,
a.ssistida da familia , que a cdstuma-
va acompanliar 5 entrou no Convento
da Esperan^a da Ordem de Santa
Clara; e logo que entrou entregou
ao seu MordoniO'M6r huma carta ,
que levava escrita paraElRei^ econ*
tinha as seguintes raz6es :
Deixei a Patria , a Casa , os
Parentes , e vendi minha fazenda ,
" por vir acompanhar Vossa Mages*-
'^ tade com desejo de o fazer i sua
1^ satisfa^ao , e tenho sentido muito
'^ a desgraga de o nao poder conseguir,
^^ por inais que procure! ; e obrigada
^^ da niinha consciencia me resoivi
** em tornar para Franja nos Navies
*^de guerra, queaqui chegdr^o. Pefo
'^ a Vossa Magestade me fa^a mercS
^' de dar-me licen^a para isso , e de
'^ me mandar entregar o meu dote ;
^^ pois que Vossa Magestade sabe n|uir
^^ to bem , que nSo estou casada com
*| elle, e espero da grandeza de Vos-.
" sa Magestade me inande fazer aa^
325
" sim entrega do meu dote , como
^* tambem o favor oue merece huma
'^ Princeza Estrangeira , e desampara-
^'da nesces Reinos, e que velo bus-
^'car a Vossa Magestade de parte
" tio distante. ''
Apenas EI Ret recebeoesta carta;
partio logo para o Convento da Es-
peran^a ; e achando as portas fecha*
das, mandou com furh>sas vozes, que
Ihe trouxessem machados para seque-
brarem : ao que se oppoz o Infante
com grande resolu^So, e juntamente
o^Grandes, persuadindo a ElRei com
fortes raz6c8 a desistir da empreza ,
e voltdrao todos ao Pa^o acompa-
nhando ElRei.
Na manhi dodia seguinte man-
dou a Rainha pedir ao Infante, quU
zesse ir fallar-lhe a grade da Igreja
da Esperan^a: oque fez com licen^a
d'ElRei, e a Rainha o encarregou
da sua volta a Franga , e restitui^So
do seu dote : o que elle prometteo
fazer quanto Ihe fosse possivel. Vol-
tando ao Pa^o, participou a ElRei o
iiegooio da Rainha ^ de que jnuico
326
le edcan^aUsou. A Rainha hi com
ps Cpof eibf iiffos d'Ettado 9 ,e com os
Titulo9 a in^^ma diligeacia , que ha-
via feito com o Infante, ^clarando
% todos qu^ a- ^tia pertea^ ^ tra jus-
tificar em Juizo , que o mat/rimoQio
^suva nnlUa ^a impotenciad'EIRei ;
e infprmt^ ai Rainha deqaclao Ca^
bido da Sp de Lisboa tocav^ ler Jul?
4a causa do divorcio ; Ihe ^acreveo
liuiQa carta , que contuiha as seguia*
tes r«z6es :
" Apa(;t-ei-me da companhia de
fj Sua Mag^tade , qae Peos guards,
*^por nao hav^r tide cffeito o mfltrU
^^ moniq , • em. que nos ooncertamos ,
e por nao poder soffVef maia tem-^
po OS escrupgjoa de ntinka con-
*^ scieocia, xjue me foz dissimnlar at^
*^ agora Q aqior que tenhoetiKrecem
^ ^'estes R^ipo^.. Esperoque Sua Ma>
f^gesrade^ oo^o mjclhor restemunha
f^ da minhfiL i^z^o^ a dedare ^ para me
fVr^colhei! In^e^emeote a: Franca, sem
*^ embacafo i mtnha pessoa , e it>go
r ao Cabidada _Sant|i Si.diesia Cida*
^ ^ ia..qyeQt>ppr aeus/JViibisccoe ten
'327
^},^,^(^ imniM abreviar, quanto fcir
^^ possivel , favoi^ecendo em tado'^ 6
l^^tkC! for jttsto'^ : a . huma Estwfigeira
^i^migPtda^a.dies^^a der.bS^ipb-
!V,^r viverjina- terra ^ tpjeMsi^dp tab
iVi^ogCi bqwaaf /com tant<» goteo^ e
inpode snako. .cefnfiadameate;>ent^n-
^'d^f'de tnim'^ociCabido, ipie^ietti to-
"l^a a parte, eai'Hquc afeiwir*, ^be-
*lfT^i rcconhpoet ,^ i e agfadtt:er ^^ cbr-
rieziia, cdra/quenie trac5bVJLM»oa
%%z de Novcsrabro de 1667.^^ ]> •
.i'Maria Erancisca Izabd; de'Sfttk^ia.
..r J:imiou^»e o Cabido^; e llda a
<9rCa refecida., respondeo a e\h na
kiraiar sdgiiiotc r •
« " Lecjse neste Cabido com grsLti"
t de sentimento acarta de Vo?«a Ma-
Sg^sHacie,; eicrita em lu do' correa-
\\<^i par. #carm<is. alfefutenditj a re-
^ solujao, que Vossa Mag^^tade havia
^jtomadmy de ae recoiher inesse Con-
^H/enw^ oora detenoina^Sotdeie voh-
^ tir. a Fran^) dsBampar^indo a Poi^
^OAgai^onde he tlo aititada, # v^he^
338
.^^ Jttko da Igreja o Matrimonio oon-
*^ trahido entre ElRei Nosso Scnhor,
"e Vossa. Magestade. -
" Os termos , ^ Senbora , ordina-
"rios da Justija, que se permittem
" a qualqucr. pessos^ particular , roal
^^se podemnegara Vossa Magesta-
^^de,.quando as materia^ cheguem
** a este. estado •, por^ra concorrem
"neste negocio tantas circunstancias
"digBat de ^pondcrafSo, que pedi'
*^ mos a Vossa Magestade licenf a, pa*
" ra que, antes de entrar nelle, o en*
^^ comendemos , e fagamos enconaci-
**dar a Deos, esperando da sua m-
^* sericordia seja servidOidc oenCami?
^^nhar a seu sartto intento, bem uni-
*Wersal deste Reino, e ^onscrvajac
*^ de Vossa Magestade , a quern c
*^rqesmo Senhor guarde por felize
"anuos , concio todos Ibc pedimos , <
<*de2ejaraos.''
ReecHihecendo os . Conselheiro
i'Estado, a Nobreza, e o Povo di
iisboa. o perigo manifesto da Mo
]iarchia> que.flutuava na^ ultima des
esp^ra^^O de falur zq BLeiao .gof«:
S29
no, e a ElRei Successores pek sua
4tnpotencia , originada da l^sSo com
que ficara' na enfermidade , que pa<
d^cera nosseus primeiros annos, con*
-GdrdarS0 todos ietn datem o goverito
ao Infante. Por oujo motivo , no dia
seguinte entrou no'Pa^o o Marquee
de Gascaes; e eonstando-lhe que £1*
Reiainda dormiaf, bateo a porta com
tapta violencia, que acordou, e man-
dou qua Iheabriss^m. Entrou oMar*
quez com liberdade^ cbegou ^ cama
d'ElRei, e Ihe dis«e que nao era tem-
po de idormir com tanto descan^o ,
3uando se tratava do grande negocio
epdr termo aos mal^s do Reino;
e visto que a Providencia Ihe negara
as acf 6es para o |f0verno , e da fe-
cundidade para a gefa^ao; efa nb*
meado o Infante- para^a Regenoia do
Reino , hem como o tinha sido D.
AfFonso III. pela iftcapacidade d'EI-
Rei D« Sancho Capello , e o Infante
D. Pedfo na menorldade d'ElRei D«
Affbndo V.
A esta proposta do Marquez res-
potidto ElRei com vozes despropozi*
;
330
wjo e^rondo entrarao os Cooselhn*-
roa ct'JEstado , qu9 escarao juntos^ i
;pr<eaen(a d'EiR^i:;: ire> porsttadtttdo^b
lUi^Uo ^. o Qaoretokerad-y ' crescetidib-
Jhe cftda veis toate-a^iira, e dea^spem*
^iok Passou o Dm}UQ de Cadarai a
dat pai;te distoaoIiiMfonfe^ que. achon
tcoimpanliado do9 quefamiliarmen^
Iher-as^istiao: af«s!ie|» gonsulitoit o que
d^vh ffaj,^ n^tQcziso ^ os quaes res*
pond/erao , qrte o infants ewi obrig^i-
d'Q no foro da wnscicflcia, cqoad irar
fi>ed*aio -succ^^spr jti^ElRciyia jtomar
po$£^e dp gov^rngf/da MofliarqutavpOT
<}tf^Iquer caQiiiif;hf>,^que fosse fact jvel^
yi5to,.fer.i^p^f9doSJi!^dP$ as diligeacias
pan Teduzir.Sy^i cseu irmao i dc^
coRO^f^j e vaiinigayelfjCQrrcppomdencia ^
QQ^Qfirrewioi pa^^resf^ £m coca zelo
tod(^ 06 qo^^siarafi^ ^presentes > e66
mais:qu>e ^:.aelfkaivSa .promptos adb^
4?fieHhe; e ^iii« .dssre parccer erSi
ositp^inrfsiI^tra.dft^i^ 4iom qtett ft
havia consulrado est6 grands n^ocio*
CaQv^ncldp.<^rl!i3&a^e d^ rai^f^ tao
351
Com esteiol«Bto,5aMo daCfiitt*
R^jil qu^rta feira i^ dor jNoveinbrd
pelas tres horas da ta.rde, agompani^dt
do d?i iiiaior parte da/.N^breia.Jdb
Lisboa, do Senado da C^inara , QA
sa dos vinte e quatro, e de iramonf
60 parvjQ/ i^peop-scQlnfaivtie dfe hu-
niairarroga do patj^o daQapella^ ir?ii-
saraot a buscald os ConoeJheiros il'^s^
tado^ subio ao quarto d'El&eij-^ joiiub^
com OS 'GohaeUaeiroa d'^Elstado \ e £a-
zendo-lhe wovas instanciaa,- sendo to-i
das baldadas , o InfajnK^- ilhe fechocf
^» poi^ta peta 'parte defbra^: e orsde-
nou .seiizesse < o mesma a rodas aq^uel-
Jas pori^s por onde se ^pudesse^ocn-
tfiunicar. Os Mojos ida' Gatpara^, fe*
patrulhas d'ElRei ainda' arronabafa6^
buma 'dejlas , que ftcaW'kn da ediata^
^ escadado corrcdor dia SaJa dosrTia-
descos ;• porira ate«oridfl(JiS\ «e>^i-
tUfiKS^ e ddfifampapar3<^^'^ ^ajo^qud
todo seQccupou deseflthieltes; e rm-
da*"dD^f eppos da gO^ftfif^d da CAri',
fd > cflcan^ JllRd acotDpanhadd ^s'
/
332
pessoas , cpnc s6 se juigirao precisa^^
para assistirem aoseu service, entre
06 qua^s forSo Antonio de Ca>vide
(xjue servia a ElRei de Secretario
d^Estado ) ^ o qual sahio da Camara
d'ElR^ei com o seguinte papel , que
fez por interven^lo sua, e propria le-
tra:
"EIReiNossoSenhor, tendores-
^peico ao Bscado, em que o Reiao
^ se acha, e ao que Ihe representou o
' Conselho d'Estado, e ourras muiras
^cousaS) e raz6e8, que a isso o obri-
' garao de seu motu proprio , poder
^Real, e.aibsoiuto, hi por bem fazer
^ desistenciadescte seus Reinos, assim,
^e da manetra, que os possue, de
Mioje em dianre, para todo serapre,
^em a pessoa do Senhor Infante D«
^ Pedro seu irmao , e em seus legiti-
^ mos E)escendentes , com declara^So
^que do melhor parado das rendas
^delles reservassem mil cruzados de
^renda em cadahum aiino, dos quaes
^p^dera testar por sua morce por ceoi*
^po de dez dnaos; eoutro sim reser-
Vva a Cam de Braganga^ com todw
333
^^ suas perteti5as : e em £6 , e verdade
*'de Sua Magestade assim-o roanda:
^^cumprir, e guardar, me mandou
"fazcr estej e o firmou. Antonio de
^^Cavide o fez em Lisboa a 23 de
•*Novembro de 1667.''
AchdTa-^e o Infante no Gonse-
Iho d^Esrado, quandoAntOniodeCa*
vide entrou a entregar-lhc o referido
papeJ) que leu Pedro Vieira da Silva,
ji restituido i sua antiga ocCupa^ao
de Secretario d'Estado pelo Infante.
Mandou logo o Infante passar osdes-
pachos, que erSo necessaries, para
que se separas^em os effeitps , que
ElRei mandava reservar para seusus*
tento; e conferindo-se no Conselho
d'Estado a parte , onde ElRei havia
de assistir , se assentou , que fosse nq
mesmo quarto, em que esrava , no-*
ineando-se-lhes para o servirem as ^_
pessoas, de que mais se agradasse; e ^
mandando-Ibe o Infante perguntar^
quaes era aer yido escolber , apontou
334
•
©fticarmerttQ JJuni:tiJd5D, qtr^tfamr^
(io susteDtG'^t^ c^<^s da ca^a.
r jAqueHa noite dormio o Infante
oo Pafo ; ^s«»rid(^ dos sea^^ triados ,
66 Duqutf^ de Cadatal y o Conde de
Sarzedas, Mfgu^l^ Carios, e:.algumas
outrai jJessoas. No dia seguinte se
despacharao proprios a rodo o Reino,
asm carPtfs^em nome d'E^Rei , assi-
gnadas pelo IhfianTe, em qee-ordena-
va V c\^^ ^^ jprrmeira dia 4n mez d«
Janeiro do 341 no ^ seguiftta Htive&sem
env Lifebiia csfi P-fbCiaradore& das C6f-
refe das' QJdardes'/^e ViUa$,*^^l«i costu-
Ttiao mand^ds a scmelhaiftres Congres-
• Chegando a Lisboa Osf'Prc^ura-
^res das Ghi*t<?s , se jtimJ^d #ra'Sa-
i668 ia;.aos Tiridescos a ^7 de'J&rteiro
dsf'Tres Estados do Reind, onde foi
o Infant^ jurado Principe, e depois
dehuroa larga Ora§So deD. Manoel
^ de Noroftba ( poucos niez6? , de^pois
r Bispo de eoiitibra ) fkei»ad o dcguin*
te juraradnto:
*-• ^^Juranibs aos Santos^ Evinge*
5S5:
^ihds corpor8ini«n(% cotti . nossar nidpi;'
^ysM:xdm o 4eclarrarDo«i que rpconiic-
'* cptBOR.por «cRss0: vetdadeiroi'tf na-
*fca4^cii,^ cinirlta' excellente Principe'
't Db *cd!t6 > miro kghima d'BXkei
¥fDLji>ao.IV.,:«»d^ ftaiffha D* iiui-
f-.ia.rste'Hiuihery/e.imiSo da mwitb'
VSffltja^ e muiiO' fpoderozo Bygi -D.'
VnAfioijsa VI.' N<)SSO Senbor;'^6a*
*!^verdad!eirD, e Mfu^al Sii^Gcessorfti
V)6oib2r'desteS' BujinOsfj' «• COffaO) stus
^iviertiadeS-OB ,. er: niatiifacw Sul>tKt0« V
*^ e VassalJos , '(^xre stfmos , Jhe^ faae-
"-.mcfe pleito,. e ^homeita g^ftti , c pro-
*^inettBim>S5 ^qoeiidepojs cTos dia^de
*^SlKrvMagtesRidfc ,3ft?llecendo.^fiflH *fi-
^VlRos'legkiitnos y o* reconb^aer^mo^s^;
*iiJOfve'*Darura^Rj« , e Senhop d>e$ee«
'iJBc^os de Pdywrga^l, (^ dos :Aig«r-
^-vesi^d'aquem^ -^ d-aktn mar ^ eiff
'fvAfrica, Senfrdf deGein^, e?daC©«^
"qirisra, N^vegisiiatr, G§miMercjfe> da?
*i £tiii6pia , Aratea ^ Fei^ftb ^ e^^ 'Indl«j
"etc. e Ihe obedeceraos em tudur^ -ci
336
^ jOiaos no: alto*; €.110 ba«o y c -fare-'
^i.mos, por elle gotri^, e maiuere-
*i.tnQs paz, a quern ^06 mandar, e'
V.nio obed«ceren305, , aetn reconfaece-'
^•^remos outro. algunv Rer,- salvo a
^ elle:, c tudo o rfobr^dito jaramos a'
^f Ddos , e a esta Cr^z , e aos Santos
^* Evatigelhos , em que corporalmpn-
^t re pomos nossas maos, de assim em'
*• tudo , e por tudo o guardar , e em'
*'* signal de sujci^ao, obediencia, e
*> reconhecimento do dito Senhorio'
*• Real beijamos a.raao a Sua Aire-
l^za, que esta prezeute.**
Gclebrado o juramento do Prin-
cipe, ;tiverao principjo os congresses
de .eada hum dos tres Estados do
Reino t o da Nobreza na Casa Profes-
sa de S. Roque da^pnipanhia deje*
5USv o dos Povos im S. Frantisco <Ja
Gidade da Observancia : o dos Eccle-
siasticos no Gonvento de S. Domin-
gos da Ordem.dps Pregadores. Foi
o/reftul.tado conscfvar o Infante o ti-
tui<> de Principe, e Gdvcrnador do
Keino.'
t \ .No dia 10 M Mar^o »e p«bU-
lAEftyoa^^lfc-dd^adrid d Tratado db
Paz^wmre ®lRii D; . AlTdn^ VI. , «
I>»^C^|itos^>irv >assignad6 pelo Princi^
gRl»g»i«Cp4): i^tdlrov-i^ dijRainba
9A9XiBr^Amn» d« Aikcnci, 'M£|^ ?
Rbi da«^(Hdi[»ahas'fi6'^ue«'foi d^
gtaiu$«c^tili9f«(<b/ f atii;^ ^raoCaatet*-
n is6tk(p p4^ Portugal , < ^e * princf*
plda^ til^i^totr^jepoia 'de>^^ neb-
ra de vinte e oito annos; dbiteSta^
ok^bid^IItMlltllio^, (^ddbderaDperda
d^ElBoll^^diX. fiebam^i Cofitxnteno
tFtata^^M^ at^timfSjC^ue em aui]>
' i«a»'^y6tf>p^i(8mbelecer« f bama:^ pqs
piettonib^ ^rmd , t e <iqt iiEilacrel «ntre
disr dapobiiciis^o do idesfDO TrahPf-
do; (f<issando^Ddo^Ios acu» de Jios>
tUidadb:>^.^ terra V 8 /far- taiar enl
todos^^ds <Mflp i Keinoa:^! Senbortos ii :e
VassaUoQ' lie^ (qtmit][Ue3/^qiiaUdade j e
condifii>(i^e ifoosenl^nrrotiuttr^e/iL
Portuj^al as Pra^as, que durante ?a
5t»^rfz'ilwfoiaitdio asafmxsd'ElRei
la tho|icd jiBe^a^ 4^e ^uriote a iaed«-
. ^ T
<x>t)i ;^nii!^cto£4'SlSLeiIl(^lieiticiQ
£ftnfosidl9 t2onnii ojio 9 sjnfy t^h si
fipoEssada 41915 Ui'B»MisQ«>ailto^«lli '
<torpifi:RiOQ[isobridp .i^imwpwitf) 4«
-S^rJSeiraiiomaiBisi <^ji>ilbo^,fii» iKbf
Anrgadnresaip RqlafSn Eoe^e^jittidli
-e pobidKalaipdetlli&igo /.SaUiHdft^
^iporz6n^nQtoi£Eabi4o;A^a])(ibiivcb^
039
o «eg«$$«\^«3:Pe^eH9r^ ]e« sdirf ftito
'/s^'anil ioaiiefitoa-:iei5«Rtiiiltti:(ft]8e4k
lsEein9ti'4 (^ooiiQili d&ta>fienhQfit«^ib
ctfili; <fi ^ok (SMhaqistjTtirin-db
, brj^tfh^jjda ptJsuKJi^ aptfewi^tft^
" vnJoL^ atstcrr<iMi|n zniclii sfaarfeaf.
lostra-se, que no espa^o fiditts^' Of'
teiasdpr.fmbos;cen«faniuic:4> dito
£^ m^tiittfliiliatv a»?«3D i|>ugici&£ f«z«b,
u'oApiiUcapdbxiirrdiU^aUb noiral, tpi^
rif6«ie«t^ .dbr:<tii£iu- se. ncquer t :pdr
-^fitiv 2da aip^teiK!«:vdla'iiii)n.:S9-
. T 2
-J
340
*» nhor V *prdcedida 4i ^sfwrnidade '
**<jue twtV'^fendo A^n^^^ na dita
Vkiade iAeiMVd, « jl:«gora irremo^
.it vivel ' oor urte hu^ana t' t' que tu-
-*^do^se^piWvW supei^atftindatifemente
«* pcIoi5 meios ^pprovados pordireird^
^^ toni :<i^ quMS o Ait6 impedimehto
^^Rci cffiif tefWos dd icerteza y ao me*
<^ lies mbi^ai ; > n0$ qiibiev ^ev^taoi se
^^nSd requk inspec^d^;;'iA^ ezpc-i^
t^* riendii trieifinai ; on ^de<^i6iird^ ttm-
-^^ po 'a^Bittafii>t dque tado visto com'
:^^o is/ail dc^^auttoa,*^' disbcmij^do
^^ direito y jttl^o^ o~ ditti'J twf;nnK>mo
*^ contrahido entre os^kos Serenissi*
'/' moi^'Seohbres ; pbK^ co&tjahida de
*• Aicio fe nlo de direito y e'o dedat-^
Vr^o'tpor nnllo^ 4c,qbe^bc>dit08 Se^
^^* nhores"^ pudeiib fatdr de ai-oque
-^^beni :ihc6 fiarecer'^ e^xju^ Inja duri-
fVsSoide trens na fbnma^ de setis con^
Pitblicada a senoen^a, e saben*
do a- Rainha que estaya desobrigada.
dot .la^os ' do matrimoiiib , mandoii
ideclarar' aos tres Estados^ que em
tirtude da iencen^a 4ada a sett faror
\
341-
vcuie nSo pddila^ f^zec ^<sem primeiro
ifae «er retiituido a sett dote ^ que
s«m 4eai0rA eiigia. r
-r L6o-ne/fsm cada htfm. dOi Tres-^
E&rados o papel, que a Rainlia re«
metteo^ e a f:6pia da Senten^a dad*
a $eu favor na sepaiiafSo do tnatrb
monia; e rodps }ulgir3o> qui o raeio
alals coQ^enieotQ era caMr o. Princiv
pe D. Pe<ir0 Com a Ranihfi^, rvisto a
/diiiculdade de ajumar ^jd^ dinlieiro^ j$
fa$lo nas urg0ficia8 do^^^io^e ne*
cedsitar aPrlncjpe deE8f»09a;paradar
wctessaQ' aoaReino^ Pi;of)iaz€e este
negocio i Rainha ^ e^ella re^ondieo,
queobngadd ,do affeccor^ que devia
ao^PortugHezeis » p d^s hlt:6^8;pQlriti-
cas, que se Ihe havi^ representado'
coniveni^nfes dconserv^S? ^Pi^eiBp)
dava o seVi consent imemcv^QQrdeal
de Vaodomji >» Lega4iQ ^ a>jLa«^^ dis^
ponsouv. Btlq8)fundat9^iit^s (Sk Sen'^
ifiofa .dada a^ fayoijbdf. Rainba., na
separaglQ^o matrimoffipi, n$K^impe«r
ditnc^eo d^jPi^Mica Hqnes^jidadQ, para'
«e podor tfartar o .casaqMnto sncre oa
Fri nd|(Mn D^ J 4Jr«r 4e ' IMmpHlri ' h
B^Meuiq B1»aiici6etf:'tzj^^!}er^tib(^/
dispensara aos Rei» At' Botollii^ 4^
gaanVnde^ tf<|(ilo( 'C4s)^flfii«^ ifui: am-
bos cdsai^ %o»ir ILuiss "ilanii iGdttf^
eoflftt>ibad«( !^6r hdtd* Sti})^ do'Fa^
licafl dlllgfeiwiss.'J - f i' " • •
i Tafifb qtiipcfeigoitt Ltria d«V«i«
jti cott»^<J'Blffe#*'do Owdftll As Vftn>i
^<M i ^tf pririitti^- Oita¥S d»
1^!M:^ 'W ^^iSk'Abinl'i tldaieaiido^
k ptMr^PWtiMdbf^i'^ MK^quMT de
Mark1^-jG^PHlKdi|»e| s V^ Ew^t de
iG&da>^1 dtf'RBlftbv dlf'(Nfceb«0 »d
fa^o > o Bis^^dd Tfirgli ' 'ifMtisfilido
34S
^betea HA '^Beriatiii d^^^Ant^emo?
Sahindb.^iinniKKipSd ^toHmg^^Ck^^
m^ ,C(ii^s«feSo)h^2€S}mRaId^can«
tara. ChegMlto^S ^efiaP^nM^^^lbOfS
Onifiif^/<Mtf^i^ur'estiVflr'cr(Bj9po de
^fididsrte ^^fmftdM fti'^ db Jutfbe
dd GbvthilidOf ^b^fteiin)i^'«ij|]r^M
larM^t^^yihfglWj; cflffe} ^traoobflfe*^
dof ft^oiiireil^ ie^ 8cu« '>Vassallob r b ^oe
mite<wjmtt^ ;^ r^^'B oil ;.;^ »
*> , oi'^hrL'^'' i- ' ,.17 r?'o^V\ .G >^
344
•< dades^ e franquests ^ que pdbr Reih
^itnewSxtdebcssores «qs foraor dado^;
Or oatorgadb» 9 q: cM&Ff«ad0s.''it ? :«
rSo o segmn(;er jiaramf iu;€i» • .; f
u JiioaoKHi^ -AM Samibs, .Eirai^^
f c ibo94(Wp<»t^iiiQnte,^(aiiW8»9 m&M
<c rocados, que reconbecQOioi opor 11.0$?-
<( so Governador , e ^Bcfg^nte destes
<!f Rtiaoay pclo impedti0t«M:.perpe-
#«ltto d^ Sua Dd^estade aa^fonmr,
<f qtie Qi «MM>4 j^lfadoi af>.tii)iite[ air
:Mito, et qiuirbtteMeltei^M.PfHicipe D#
«<PedTO, iiHKh legW9«irid?Bl^ct Th
^f; JoSq IVii, pe.-da. Hainht -D* :Lui«*
Msuf^ Mulhfif , irmSe,f:e Cuivdordo
« rauiro alto , e muito podiefoso Rjei
aD. Affonso VI. , seu verdadeiro^ e
« natui^l .aao^sftxr .nfihiCpr^r destes
« Reiuos , e como verdadeiros, e na«
ii<toraesniiibdUf)»irqite nomw dt Sua
^1 m^hfligftat asj^QD ^ lida ^Maneira que
4<o feeinpftjfe?EIR«isD^ijQa0 liV*^
^^ sou Pa^ft j»';f lft.«if a :AfifiM«ft;«>
MS
« li^$0r^- que agoda ftor wn»ri«ip»!>
« dim^fiitfrprivaaios ; 4d goveroo , e
»#.<Oi|^9nme8tiii jurHldifio^.poder , «
«< autireftUMe , oo^>^tte scintpre. ! «f
« JMr4rSo..o9:Rels, ne 3«nhor«s destt
«<Coi;4i»i '« obedecereoK^eQ: tvdp ,
<« e p9r tttdo i .MU8 mandados, e juji-
« 208 no alto, e no baixo , e hrfim99
f< pfffr^ g»eita^.^ iQAntf^^ip* paz,
i««,a , q^eqr^Qin :nah4«f' i .« 'nSp; obecUh
.«.a..Qep%i)efa .«sta A»?< « aos Sa<i*
utff^(^ii^ifi^lhmy df»riq»fcCorpw»fc-
-^f a^^ . poiQoa 00881^ i#^, e assio*
McmrMf^o* e ! ppr, iw^o ;gtt;ir4ar,:«
.« eojiftigp^l jdfi apjj^o., ,pMiencia>
« jcr9fioniifletmt^^.4^4ito BenhoFqqik
,Mc]ivHsdig|lo.lUai,ib«iJ4ni08 f MSv
jj< ao&w Altf»:,. qoe esti pre8ente^>*?
. . ■j.F.eitQs.pa jurainen;o8 , -se pa^
jrcriiadpr»:«i:R<gei»te .4qr^i|HMod«»
■as orjleRS .^ despacjios, , fiic;ajR4o abcpli)*
iri?, .e ,paci%a <3flv^ijadqr ;d? tpc^Qf
6»i 1M«?* ) » S<i«M>§fi«« 4?c ?pn«g%^
\
m
r
llllftj » }nglM9riti^( <que ft^nftmi t>'-Md«
flM)«i)rC«'3qW:nxiSitft9{lo Os ri»1«}<fi/6
filaVr d; li\fFoftl^np»a'vOl«ttf|}or-dik
V6tt6U pA^ ^ lEltirtb i -«i$a^ndi6 nd
Pitl&ck) d« OHtri % "^idla^ddlWiiD r«i-
tb^ kit d^Stffetlfbfd, MMKtfb ^fHK«d6
MisSi , iiUfe «Ak«> dtf6: oVais't^Wpt^ijM
«^pi ati"MdiJ^ei»y^d6'B<4eai/ IM
fii)^ -ttdo»'i6li ESdi^fiS^^i^'^e te-
€K>'Affbiiifcr^Vk^'a M»'ift:e¥Hi|fAK-
!/4 Beijd -tt Itiiil -MSo' M^ft 15, €k
« A
Mm :3in^iplicftteP MetdickTos Vraba-
e generoso cm fazer merciSs ^ libd^
|j»ra Tddcfty i* tio fdiz^'M jctTO^anba,
qoe* igualdu :is Vi(^iH-ra»<^dm:4^ bai.
ralhas, dando^se muitas no seu I^M*
pb' : * comb ttm^s' yistg 9 > d'c ' tal sorte
rioso. ;=: Na sua morte o Paj^a lAmJ^
cttftcio Xt; cdfeibitiir fidftnokle^ Exe-
qttia& em 4l6md, ^ '^ - ' 0^ V
■*•?••' f . • • /T r , r • 'k
*» ^' 4 J . • . 1 * A * ■' -fit*. -^
Creou OS seautntes Titulo^^ ' ^ i
k • . I •> •■ < . . / ,
. A' Dl Ahf duTb Ijiii^ di^ Meiiertti^
lC«!id6 "kid J0bntaiiife(te V cr^oti ' Mwl
A Francisco de Mellov Odndil
4a Ponrey ofez Ma^qMfll de Senile a 21
die Abf^ft de-t<J6il' - ..\ :. ' O
A £>. FfMCkOo'^e -Sd :>s :M«M4
«e^ . Qiddme P^fia^Guido^ ^ez Mar-
quel^ #^ Sbftf es'a 1 de Janeiro ' <ie i^f 9I
AD.* Itddrigo dc) CtoirQ i^eM
G6ikib» de Mi^smiitelia ^ cftrtb pas*
A . -D* SdiBjdio Maifoel creMi>
Caode de ViU^<^J6r a ^^ 4eJufibode
\: -A J<Ao Nat>06 da Cunha cfctou
JCdnde de S/Vkente »2:d^Abril:.deb
j\ A NttnQc d4 Cunlia de Ataidcr
f(M .Coode de PbM^vel a ly de Abril
AD*. Pedro < 4e Ostcl Jo-Branca,
Visconde de Castello Briincf) , fca
Conde de Pombeiro a 6 de Abril de
1662,
A D. Manoel da Camara fez
Conde di Ribeicd GraBde dc juro, e
Wdade , conforioe a Let Menral.^
mudando iieste tirulo o de vi)}a«.
Franca^ pOT carta deiXjrde Secembro
de 1662. ^ ;:
_ A D. Luiar de . Almeida creott
G>nde d'Avintes, de i}iue rirotQ carta
passada a J7 4e r^^epeiro .^ 1664.
. ; A Louren^aide Souza^ da Silva
fea^ Conde; df.iS> Tiago de Pidttido a
t:6 de Nowmbro de 1667*
; A AffoDso Furtado de Meodon*
Sa fez VisCQode cde Barbapeoa « dc
349 ^''^
tque se Ihe passou carta a 19 de De-
TCcnbro die i^i, - .— -- - -^ ^:
A Martim Corrca de Si feas
Visconde de As^eca^^ ig de Japeiso
4ei666, ' - '^ ^
V z'
r •^'
A Luiz de Souza de Macedo ,
filho de Aotonia^lG^^QUza de jM^^p^-^^,.
do^ do^eu CbnselW^^^gS^rerario
d'Esrado , fez BarSo da uha Grande
de Joannes a 27 deSetembro de i666.
O mais^ que se passou durante
a deposi^ao-do S^khdr^^ltei ^D. iif-^^ ^^. .>
fonso VI., ft6s ^\ttf^o»^* fefcrir^^^C
Regcncia do PriBcipe -R •Pedrd'i^^r :^ ^^
que vai dar ^rinftei^ Tortib ^r. J: .^iD
^^ ri?«w IF.
350 (:%.>
^ •*"»•■ *
^ ofcf»osM ob CSU08 ^b sii/J A
CAP. Tl. .Vi4§,i^T^ cAfMi\4p i.b i;jv i;;;ri
Senh0r D. Affonso Vh , V
XX//. iiW i/tf Portugal • . . 220
?
t<3^ dar!£Estoriji:iLiM^taoi»n(Kkl(e dik
gjnr^ Ai SsS hoTi A«A ^£^>^^
riques. (i) Vence clU'^oMiotl a^fkri
mpsa batalha de Catnpo de Ourique^
e he acclamado Rei de Portugal. (2)
Rendeo-se ao Senhor Rei D. JoSoI.
a Cidade de Tiiii.^jSiLDescubrio Pe-
dro Alves Cabral a Cidade de Qui-
Wa^itser (Sb9St $taiRfirbippiri)iitipglU&K
(4) Foi neste iii;ft:A^f9«91|li»ifiiftfii«
dade de Tunes, em que teve muita
gloria o Infante D. Luiz* (5-) Obra-
rao OS Portugueses neste dia ac^iSes
dignas de immortal memoria no se-
gundo cerco de Diu. (6) Nasceo a
Serenissima Senhora D. Maria Fran-
cisca Benedicta , Princeza do Brazil ,
Viuva. (7) Foi o nascimento da Se-
renissima Senhora Infanta D. Maria,
d'Assump^ao. (8) Neste dia pois, re-
commendavel por tantos motivos,
(0 ii'^p- (0 I1J9- CO 1^98- C4) 1500*
Cs) 1535' C<5) 154^. (7) 1746. W^iSoj.