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Full text of "A Lavoura : boletim da Sociedade Nacional de Agricultura Brazileira"

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Anno  XII  — Ns.  I  E  2 


Rio  he  Janeiro 


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Capital  Federal 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE   .AGRICULTURA 

Fundada  em  16  de  janeiro  de  1897 

Caixa-postal,   1245  Sede:   Ruas  da  Alfandega  n.   102 

Endereço  Telegraphico,  AGRICULTURA  e  General  Camará  n.  105 

Telephone  n.    1416  Rl°  DK  »NE'R<>      • 

DIRECTORIA 

Presidente  —  Dr.   Wencesláo  Alves  Leite  de  Oliveira  Bello. 

i°  Vice-presidente  —  Vago. 

2o  Vice-presidente  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel. 

,V  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

i°  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 
2"  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
3o  Secretario  —  Dr.   |osé  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 
4"  Secretario  —  Albe'rto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  no  Couro  Ferraz  Júnior. 

2o  Thesoureiro  —  Carlos  Raulino. 


Directores  das   Secções 

Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rangel. 

Applicações  do  Álcool Dr.  Sérgio  de  Carvalho. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá. 

Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto  Jacobina  e  Carlos  Raulino. 

Secretaria Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira  Júnior. 


Conselho    Superior 

Dr.  Elias  António  de  Moraes,  Dr.  Eduardo  Augusto  Torres  Cotrim,  Ernesto  Du- 
risch  Dr  Carlos  de  Rezende,  Dr.  Arthur  Getulio  das  Neves,  Joáo  da  Silva  Gandra 
(renunciado),  Dr.  Alfredo  Aug-usto  da  Rocha,  Dr.  Ernesto  Ascoly,  Luiz  Henrique  Lins 
de  Almeida  Dr.  Carlos  Oscar  Lessa,  Comm.  Domingos  Theodoro  de  Azevedo,  Dr. 
Leandro  da  Costa,  |oão  Dale,  Dr.  Ernesto  Cândido  da  Fonseca  Portella,  Luiz  Felippe 
de  Sampaio  Vianná,  Manoel  Galvão,  Dr.  Antonino  Fialho,  Dr.  J.  F.  Soares  Filho, 
Dr  Alfredo  Bandeira,  Dr.  Álvaro  Mendes  de  Oliveira  Castro,  Dr.  Henrique  Borges 
Monteiro,  Coronel  Cornelio  de  Souza  Lima,  Dr.  João  de  Carvalho  Borges  Júnior, 
António  de  Medeiros  (fallecido)  e  Edgardo  Ferreira  de  Carvalho. 


OollaboraçBO 

Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  para  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos.  ...  .  . 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  originaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d' A  LA- 
VOURA na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 


Condições  da  publicação  doe  aiimincios 


Uma  pagina 20$ooo 

Meia  pagina i2$ooo 


p 

or   3    VEZES 

Uma  pagina.    . 

5o$ooo 

Meia  pagina.  . 

3o$ooo" 

)s   annuncios  são   pagos   adeantadamente. 
Tiragem   5.000   exemplares 


ALAMEDA  DE  SERINGUEIRAS  NO  JARDIM  BOTÂNICO  DO  RIO  DE  JANEIRO 


Anno  XII  —  Ns 


Rio  de  Janeiro     Janeiro  e  Fevereiro  de  1908 


EDITORIAL 


à influencia  da  lua 


UBRAR\ 

NEW  YCVK 
BOTANICAL 


E'  sabida  a  attraoção  da  lua  sobre  os  corpos  existentes  na  terra, 
e  isto  não  é  mais  do  que  a  ratificação  da  grande  lei  de  Newton. 

E'  também  conbecido  que  as  marés  estão  sujeitas  a  esta  influ- 
encia e  que  os  phenomenos  a  ellas  referentes  reproduzem-se  de  13 
em  13  annos,  por  observações  feitas  nos  portos  de  mar. 

Além  desta  influencia  que  é  um  dos  factores,  si  bem  que  dimi- 
nuto, do  peso  dos  corpos  sobre  a  terra,  ha  outra  da  luminosidade 
da  lua. 

Como  se  sabe  lia  quatro  phases  da  lua,  que  são  meros  pheno- 
menos de  sombra,  pela  posição  relativa  dos  três  astros. 

Ha  evidentemente  noites  em  que  actua  a  luz  reflectida,  da  lua, 
sobre  a  terra,  chegando  ao  máximo  na  cheia. 

Sendo  a  luz  um  factor  importante  da  vida  dos  vegetaes,  por 
força  esses  representantes  do  segundo  reino  da  natureza  modificam 
ou  activam  a  sua  circulação  de  seiva  com  a  acção  não  constante  dos 
raios  lunares. 

Fica  provado  o  augmento  de  excitante  enérgico  da  actividade 
vegetativa  e  isto  vem  em  parte  explicar  a  crença  popular  da  influ- 
encia da  lua  sobre  o  corte  das  arvores. 

Henri  de  Parville  explicou,  porém,  que  esta  acção  da  lua  nos 
climas  da  zona  temperada  é  nulla,  o  mesmo  não  se  dando  em  re- 
lação a  região  tropical  onde  não  ha  inverno. 

Nestas  regiões  ha  calor  bastante  para  alimentar  a  vida  das 
plantas,  o  que  concorre  para  ser  mais  efficaz  a  acção  da  luz. 

Desla  sorte  foi  verificado  que  os  grãos  semeadas  na  lua  nova 
portaram-se  melhor  do  que  os  que  o  foram  na  cheia,  devido  a  que 
receberam  a  cooperação  durante  a  noite,  de  luz,  quando  despontavam 
de  sua  germinação. 

Assim  é  justo   que    não   sejam  derrubadas   as    arvores  quando 

estas  estiverem  em  pujança  de  seiva,    isto  é,   depois  que  a  acção  da 

lua  tenha  sido  exercida  durante    a    sua  plenitude.    A    razão   existe 

10  porque  ellas  apodrecerão   por  causa   da   rápida  fermentação   da  seiva 

que  se  suppõe  circular  com  mais  intensidade  nessa  época. 

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SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Isto  agradará,  por  certo,  áquelles  que  teem  taes  crenças,  sem 
saber  talvez  a  sua  causa,  como  fica  dito. 

E'  a  verdade  e  deve  ser  e«cripta,  e  a  bem  dessa  mesma  verdade 
é  que  venho  mostrar  que  nada  pôde  ter  a  lua  com  a  previsão  do 
tempo,  sobre  os  meteoros,  isto  é,  phenomenos  que  se  passam  no  meio 
atmospberico. 

Rem  que  deseja  o  povo  prever  o  tempo,  procurando  estabelecer 
relações  com  a  lua,  para  que  lhe  sirvam  de  guia  as  phases  deste 
salellite. 

Esta  prophecia  foge  por  emquanto  ás  nossas  observações,  dentro 
dos  limites  em  que  é  julgada  possível. 

A  influencia  da  lua  de  noite  é  só  devida  á  sua  luz,  porque  a 
attracção  também  se  exerce  de  dia,  occasião  em  que  o  pequeno  astro 
é  offuscado  pela  luz  solar,  múrmenle  quando  se  acha  em  conjuneção. 

O  pbenomeno  primordial  no  seio  da  atmosphera  é  a  temperatura 
e  será  o  sol  e  não  a  lua  o  astro  do  systema  planetário  que  possa 
influir  sobre  os  effeitos  oriundos  da  modificação  desse  elemento. 

Com  pequena  antecedência  e  por  meio  de  instrumentos  apro- 
priados é  que  se  prevê  o  tempo,  sendo  ás  vezes  impossível  ser 
noticiado  o  facto. 

Com  mais  acerto  se  procuram  estabelecer  as  communicações 
telegrapbicas  dos  meteoros  entre  os  paizes  limitrophes.  Tenta-se, 
desde  1902,  este  desejo  na  America  do  Sul  e  é  para  louvar  que  o  Estado 
de  s.  Paulo  se  tenha  collocado  á  frente  de  tal  movimento  scien  ti  fico. 

Desta  sorte  sim,  ha  possibilidade,  mas  não  como  muitos  querem, 
que  sejam  determinados  os  factos  de  um  para  outro  anuo,  havendo 
quem  se  lembre  de  dar  credito  ás  folhinhas,  mormente  nos  paizes 
novos,  onde  não  ha  observações  meteorológicas  seguras  para  a  pre- 
visão. Como  é  possível  determinar  que  chove  em  tal  dia  em  um  dado 
ponto,  quando  pôde  haver  um  vento  que  tudo  desvie,  o  este  é  resultado 
dadifferença  de  temperatura  entre  as  camadas  da  atmosphera? 

Sobre  o  assumpto  refere  Flammarion,  o  grande  astrónomo,  ex- 
emplos da  falta  de  previsão  do  tempo,  synthetisando  nestas  palavras 
a  .sua  opinião:  «  As  certezas  astronómicas  são  absolutas  ;  saiamos  o 
quese  dará  daqui  a  100  annos,  até  1.000  ;  mas  ninguém  sabe  o  tempo 
que  fará  amanhã.» 

Citam-se  casos  engraçados  do  modo  por  que  são  feitos  os  calendários 
nesta  parte,  tudo  por  supposição  sem  base  alguma . 

Nos  paizes  antigos  e  bsm  orientados  é  tomada  a  média  de  50  annos 
emais  de  observação  dos  postos  meteorológicos,  paia  que  sirva  de  guia 


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•A.VILHAO    DA    SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 
NA     EXPOSIÇÃO    DE    I908 


LAVOURA 


aos  seus  habitantes  em  suas  necessidades  quotidianas,  mas  não  passa 
de  uma  approximação  que,  fora  de  duvida,  já  adianta. 

E  neste  intuito  é  que  foram  estabelecidos  em  S.  Paulo  os  postos, 
pelos  pontos  mais  convenientes  do  Estado  ;  eeis  ahi  indicada  sua  utili- 
dade. Taes  serviços  são  de  vantagem,  principalmente  para  a  agricultura, 
mas  não  immediata  ;  dependem  de  longo  prazo  para  ser  colhido  o 
provento. 

Assim,  pois,  como  pôde  a  lua  ter  influencia,  quando  nau  nos  foi 
dado  colligir  regularidade  nos  meteoros,  tendo  estes  por  elemento 
gerador  a  temperatura,  que  depende  do  eoI,  o  qual  chega  a  produzir, 
em  seus  annos  de  maior  numero  de  manchas,  os  mais  sensíveis  effeitos 
sobre  a  terra  ? 

Queira  Deus  que  ainda  se  venha  a  conseguir  tal  predicção,  a  liem 
dos  interesses  da  humanidade  ! 

HlilTOB   Dii  SÀ. 


A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  na  Exposição  de  1903 

O  certamen  que  em  breve  deverá  ser  inaugurado  nesta  cidade, 
objectivamente  representado  por  uma  Exposição  Nacional,  ao  qual 
têm  de,  por  certo,  concorrer  todas  as  modalidades  do  trabalho,  ha  d  j 
pôr  aos  nossos  olhos  e  aos  dos  que  nos  visitarem  o  grão  de  intensidade 
attingido  pelas  forças  vivas  de  que  dispõe  este  abençoado  paiz. 

Para  muitos,  si  não  paru  todos,  será  motivo  de  culminante  admi- 
ração o  avantajado  adeantamento  com  que,  acreditamos,  se  hão  de 
apresentar  naquella  grande  feira  os  vários  departamentos  do  trabalho 
e  da  actividade  nacional,  representados  pela  lavoura,  pela  industria  c 
pelo  commercio. 

Todos  os  que  tomaram  o  honroso  c  árduo  compromisso  de  para 
lá  mandarem  os  seus  produetos,  esforçam-se,  com  vivo  interesse, 
para  que  estes  sejam  do  melhor  quilate  possível.  E  que  não  erra- 
remos nas  nossas  esperanças,  aliás  muito  bem  fundadas,  dil-o-á, 
dentro  em  breve,  depois  de  inteirada  e  apercebida  para  o  fazer  a 
opinião  competente. 

A'  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  não  podia  escapar  o  alto 
alcance  de  tão  útil  e  arrojada  tentativa.  E  assim,  envidando  todos  os 
elementos  de  que  podia  dispor  de  par  com  outros  que  lhe  foram  em 
boa  hora  concedidos,  ella  terá  também  o  seu  logar  em  pavilhão 
próprio,  onde  procurará  de  modo  exuberante  e  palpável  salientar 
as  estupendas  riquezas  da  nossa  flora  e  tudo  quanto  interessar  possa 
á  lavoura  e  industrias  connexasdo  nosso  paiz. 


SOCIEDAUK     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


Osea  programma  está  distribuído  do  seguinte  modo  ; 
1.°  Serviço  de  informação. 
2.°  Codificação  da  legislação  sobre  agricultura. 
3.°  Mappa  de  distribuição  de  culturas. 
4.»  Collecção  de  plantas  medieinaes. 
5.°         »         »       »       taniferas  e  oleoginosas. 
6.°         »         »        »       textis  e  matérias  corantes. 
7."         »         »        »       ornamentaes. 
8."  »  »        »        de  arborização. 

9.°  Exposição  dos  trabalhos  de  propaganda  da  Sociedade;  coope- 
rativas, syndicatos,  ele. 

10.  Estudos  da  situação  económica  do  Brazil,  do  ponto  de  vista 
agricola . 

11.  Collecção  de  animaes  e  insectos  úteis  e  nocivos  á  agricultura 
em  geral. 

12.  Collecção  de  produetos  agrícolas  do  paiz. 

13.  »         »  fruetos  e  tubérculos  do  paiz. 
li.  Jardim  do  pavilhão  . 

15.  Applicações  industriaes  do  álcool. 

0  programma  acima  referido  será  distribuído  por  seis  secções 
differentes,  e  da  maneira  por  que  vae  exarado : 

l.a  Projecto e  construcção  do  pavilhão— projecto e construcção  dos 
jardins.— Dr.  Souza   Reis. 

2.a  Collecção  de  plantas  medieinaes,  taniferas,  oleoginosas,  textis, 
corantes,  ornamentaes  e  de  arborização.— Dr.  Monteiro  da  Silva. 

3.a  Collecção  de  animaes  úteis  e  nocivos  á  agricultura,  collecção  de 
produetos  agrícolas,  fruetos e  tubérculos  do  paiz.— Dr.  Benedicto  Ray- 
rriundo. 

4. a  Applicações  industriaes  do  álcool  e  serviço  de  informações. — 
Dr.  Sérgio  de  Caroalho. 

5.a  a)  Estudo  económico  do  Brazil  debaixo  do  ponto  de  vista  agrí- 
cola.—Dr.  Syloio  Rangel. 

b)  Codificação  de  legislação  sobre  agricultura.— Dr.  Souza  Reis. 

G.a  Mappa  da  distribuição  das  culturas.  Esboço  geographico  do 
Brazil,  tendo  em  vista  a  agricultura.  Exposição  por  meio  de  diagram- 
mas  das  cooperativas,  syndicatos,  credito,  ensino  agricola,  associações 
de  propaganda.— Drs.  Paulino  Cavalcanti  e  Sousa  Reis. 

CONGRESSO  DE  AGRICULTURA 

Além  da  Exposição  levará  a  effeito  a  Sociedade  um  Congresso  da 
Agricultura,  á  guisa  de  um  outro  por  ella  effectuadoem  1901,  para  tratar 
de  assumptos  cuja  importância  torna-se  desnecessário  encarecer. 


A    LAVOURA  5 

Para  conhecimento  dos  interessados  fez  ella  distribuir  o  seguinte 
appello  acompanhado  do  respectivo  regulamento  do  futuro  Congresso, 
assignado  pela  competente  commissão  para  esse  fim  escolhida: 

Itlm.  Sr.— Na  derradeira  sessão  do  Congresso  Nacional  de  Agricultura,  a  7  do 
outubro  de  1901,  o  preclaro  congressista,  Dr.  Manoel  Victorino,  propoz  que  se  convo- 
casse nova  assembleia  da  lavoura,  dentro  em  breve  prazo,  porque:  «  Os  esforços 
da  classo  não  deviam  ficar  na  primeira  toutativa,  tu  'o  dependendo  da  tenacidade 
no  advogar  seus  interesses,  aceroscendo  que  muitas  das  questões  sobre  que  so 
havia  deliberado  reclamavam  novos  e  mais  profundos  estudos.» 

O  voto  unanime  da  assembléa  approvou  a  indicação  o  mais  a  incumbência, 
confiada  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  de  convocar  e  organizar  o  segundo 
Cong-esso,  como  convocara  o  organizara  o  primeiro. 

E'  o  que  vimos  fazer,  por  delegação  desta  Sociedade. 

E'  intuitivo  que,  limitar-se  o  esforço  da  agricultura  áquelle  primeiro  tontamen, 
fora  anniquilar-lhe  o  mérito  e  dosconhecsr  os  resultados  práticos  alcançidosno 
já  celebro  Congresso,  onde  accumulando  os  elementos  de  sua  energia  intollectual, 
até  alli  inutilizados  pela  dispersão  o  inactividade,  ella  conseguiu  apresentar, 
melhor  do  que  poderiam  fazel-o  velhas  e  repetidas  queixas,  um  sóbrio  informe  de 
seus  padecimentos  e  necessidades  e  o  cabal  formulário  dos  remédios  quo  lho  pare- 
ceram mais  indicados. 

N?,s  sociedades  modernas  os  interesses  que  se  não  agremiam,  organizam  e  for- 
talecem, em  prol  da  sua  exusa  especifica,  preferindo  eníregar-ss  á  tutela  discri- 
cionária dos  poderes  públicos,  são  esmagados  na  concurrencia  dos  mais  acti- 
vos, bem  avi-ados  de  que  a  acção  offlcial  é  deficiente,  illusoria  ou  atrophia- 
dor.i,  quando  se  não  exercita  de  dar  com  a  actividade  colligada  dos  co-interessados. 

Os  Congressos  de  classes  ou  profissionaes  cada  vez  se  repetem  com  mais  fre- 
quência, constituindo  já  uaia  como  funeção  orgânica  normxl.  E'  que  es  iastinctos 
de  conservação  e  de  melhoria,  e  também  a  experiência  longamente  adquirida,  os 
suggerem  como  preciosos  e  insubstituíveis  promotores  do  congraçamento  das  ener- 
gias indiviluaes  nos  agrupamentos  de  esforços,  por  semelhança  ou  affiniladede 
interesse»  ou  de  fios  ;  elles  approximam,  combina  n  e  formulam  as  idéas  e  os  seu- 
timentos,  deliberando  a  orientação  da  classe  unida  e  os  pont)s  de  convergência  da 
acção  coordenada. 

São  a  iniciativa  dos  immediatamonte  interessados  e,  portanto,  particularmente 
instruídos,  influindo  nos  poderes  públicos,  collaborando  com  ellos  na  promoção  das 
reformas,  informanio-os  das  realidades  apuradas  pela  pratica,  em  vez  de  deduzida 
dos  princípios  theoristas  ou  dos  expedientes  empíricos. 

O  primeiro  Congresso  conseguiu  um  exitJ  que,  por  ser  limitado,  nem  por  isso 
foi  menos  meritório  e  eflectivo.  Das  conclusões  em  que  consubstanciou  o  seu  pro- 
gramma,  algumas  conseguiram  impressionar  bistante  o  critério  deliberativo  dos 
poderes  públicos  pira  sí  cjrpjri ficarem  em  reformas  promissoras,  entro  os  insti- 
tutos legaes  do  paiz  ;  outras  recebem  execução,  cada  dia  mais  animadora,  pelo 
esforço  espontâneo  e  associado  dos  lavradores. 

Os  syndicatos,  as  cooperativas,  o  Ministério  da  Agricultura,  a  melhoria  da 
technica  agronómica  e  da  apparelhagem  agrícola,  a  instrucção  agraria,  etc, 
ideas  e  providencias  pelas  quaes  o  Congresso  pugnou,  tendem,  ou  já  começam  a 
ser  realidades,  de  presente  ou  de  futuro  próximo. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Melhor  quo  tudo  isso,  porém,  elle  despertou  a  consciência  da  agricultura, 
como  classe.  Dantes  era  ella  a  disseminação  egoistica  ou  o  ajuntamento  acci- 
dontal  ephomoro;  hoje,  sugestionada  pela  affinidade  dos  interesses  collectivos, 
propende  acceutuadamento  para  a  associação  e  para   o   cooperatismo  definitivo. 

Aos  que  se  afigurar  que  o  primeiro  alcançou  pouco,  como  resultado  posi- 
tivo, dada  a  vastidão  do  programma  que  redigiu,  lembraremos  que  o  terreno  já 
conquistado  ó  vasto  e  por  si  só  basta  para  glorificar   aquelle  tentamen. 

Competirá  ao  segundo  rever  as  conclusões  do  primeiro,  confirmal-as,  insistindo, 
ou  remodelal-as,  si  a  experiência  apurada  ou  a  superveniencia  de  novas  circum- 
stancias  o  aconselharem  ;  competir-lhes-á  confrontar  os  resultados  obtidos  com  a 
integridade  do  pensamento  do  programma  adoptado,  e  dizer  sobre  o  valor  pratico 
das  leis  e  dos  expedientes  do  governo  o  da  classe,  inspirados  nessas  conclusões,  indi- 
candc-lhes  os  defeitos,  as  reformas  o  os  complementos,  como  provas  experimentaos, 
sempro  sujeitas  á  revisão. 

Marcando  a  reunião  do  Congresso  para  18  de  julho  do  anuo  corrente,  a  com- 
missão  não  tem  em  vista  simplesmente  concorrer  com  mais  um  numero  para  o 
programma  das  festas  commomorativas  quo  o  Brazil  então  celebrará,  mas  princi- 
palmente aproveitar  a  feliz  opportunidade  de  poler  aquelle  funecionar  durante  a 
vigência  da  Exposição  Nacional,  onde  a  lavoura  brazileira  do  modo  positivo  e  pra- 
tico poderá  ser  estudada  no  seu  desenvolvimento  e  progresso,  nas  suas  necessidades 
e  aspirações. 

Por  assim  entender,  a  commissão  oxecutiva  propõe,  como  assumpto  de  delate, 
em  theso,  tudo  quanto  interessar  á  agricultura  brazileira  ;  pensa  que  limitar,  po- 
deria valer  como  excluir,  o  não  se  quer  arriscar  a  preterições  desazaias. 

EntreUnto,  tomará  a  seu  cargo  inculcar  algumas  questões,  que  lhe  pareçam 
proeminentes,  na  actualidade,  ao  estudo  e  delibsração  do  Congresso,  premunindo-se 
do  mais  copioso  acervo  de  informações  que  puder  rounir.  Essas  theses  sor-vos-ão 
communioadas,  em  tempo  útil,  e  para  ellaa  desde  já  solicita  a  collaboracão  da 
vossa  autoridado  technica. 

Rogae  espera  a  commissão  que,  na  formado  regulamento  juuto,  adlierireis  ao 
Congresso  e  que,  comparecendo,  ajuntareis  o  valioso  concurso  da  competência  que 
vos  distingue. 

Rio  de  Janeiro.—  Silvio  Ferreira  Rangel,  presidente.—  L.  A,  L.  de  Oliveira 
Bello,  vice  presidente.—  João  de  r  ar  valho  Borges  Júnior,  secretario  geral.—  João 
Baptista  de  Castro.—  Heitor  de  Si.— Carlos  Oscar  Lessa.—  Alfredo  Rocha.—  An- 
tonino Fialho. —  Alberto  Jacobina. 

REGULAMENTO 

Art.  l.»0  Congresso  de  Agricultura,  promovido  pela  Soei  da le  Nacionil  de 
Agricultura,  no  iotuito  de  estudar  sob  o  ponto  de  vista  technico  a  situação,  in- 
teresses goraes  e  especiaes  da  lavoura,  assim  como  os  meios  mais  enicazes  para 
o  seu  desenvolvimento  e  prosperidade,  reunir-S9-â  por  occasião  da  Exposição  de 
1908,  de  lõ  a  30  de  julho. 

Art.  2o.  Serão  membros  do  Congresso: 

a)  Os  representantes  das  sociedades,  instituições  e  associações  agrícolas  ; 

6)  Os  delegados  dos  Governos  Federaos,  Estaduaes  e  Municipaes  ; 


A      LAVOURA 


c)  Os  membros  da  Sociedade  Nacional  do  Agricultura  ; 

d)  Todos  os  interessados  na  lavoura  que  so  propuzerem,  até  a  véspera  da  in- 
stallaçrio  do  Congresso,  o  forem  inscriptos  pela  Commissão  Executiva. 

Art.  3.°  Os  membros  do  Congresso  receberão  um  cartão  do  entrada  intrans- 
forivel  para  as  sessões  e  terão  um  distinctivo  próprio. 

Art.  4.»  O  Congresso  comprehenderá  sessões  plenas  o  de  commissões. 

Art.  5.°  Somente  os  membros  do  Congresso  poderão  assistir  ás  sessões  que 
não  forem  publicas,  apresentar  trabalhos  e  tomar  parte  nas  discussões. 

Art.  d.»  O  Congresso  discutirá  e  apresentará  conclusões  sobre  a  situação  actual 
o  necessidades  da  agricultura  em  geral,  da  pacuaria  e  demais  industrias  ruraes, 
recebendo  a  Commissão  Executiva  desde  já,  e  até  30  dias  antes  .da  installaçâo  do 
Congresso,  ostraballns  quo  sobre  esses  assumptos  lhe  forem  romettidos  para 
serem  encaminhados. 

Aut.  7.°  Os  trabalhos  de  cada  sossãodo  Congresso  serão  coordenados  por  uma 
Commissão  Especial  designada  pela  Commissão  Directora. 

Art.  8.°  Os  pareceres  elaborados  sobre  os  alludidos  trabalhos  serão  examinados 
no  seio'das  Commissões  Especiae9,   antes  de  sorem  apresentados  ás   sessões  plenas. 

Art.  9.»  Nenhuma  questão  será  discutida  em  sessão  plena  antes  de  ter  sido 
estudada  pela  respectiva  Commissão,  que  emittirá  parecer. 

Art.  10.  Na  sessão  de  abertura  a  Commissão  Executiva  entregará  seus  poderes 
á  Commissão  Directora  do  Congresso,  que  preencherá  dahi  cm  diante  as  suas 
funeções. 

Art.  11.  A  Commissão  Directora  doCong.-essoo  as  Commisões  Especiaes  serão 
eleitas  em  sessão  preparatória,  realizada. 48  horas  antes  da  abertura  do  Congresso. 
Na  mesma  sessão  se.ú  apresentado  pela  Commissão  Executiva,  para  discussão  o 
upprovação,  o  projecto  do  Regimento  Interno  do  Congresso. 

Art.  12.  As  Commissões  Especiaes  se  entenderão  com  a  Commissão  Directora, 
para  lixar  a  urdem  do  dia  das  sessões  plenas. 

Art.  13.  As  conclusões  submettidas  ás  sessões  plenas  serão  sempre  apresen- 
tadas por  escripto . 

Art.  14.  Os  oradores  quo  tomarem  a  palavra  em  cada  sessão  devem  entregar 
ao  Secretario,  dentro  de  24  horas,  o  resumo  de  suas  communicações  para  os  rela- 
tórios. No  caso  em  que  esse  resumo  não  fòr  feito,  se.-á  supprido  pelo  texto  redigido 
pelo  Secretario. 

Art.   15.  Os  oradores  só  poderão  oceupar  a  tribuDa  por  espaço  de  15  minutos. 
Art.  16.  Será  publicado  pela  Commissão  Executiva  um  relatório  dos  trabalhos 
do  Congres  o. 

Art.  17.  Todas  as  publicações  concernentes  ao  Congresso  serão  distribuídas 
gratuitamente  aos  respectivos  membros. 

Art.  18.  A  Commissão  Directora  do  Congresso  resolverá  em  ultima  instan?ia 
sobre  qualquer  incidente  não  previsto  neste  regulamento. 

Esse  Congresso,  como  aquelToutro,  trará  aos  interesses  da  lavoura  os  mais 
benéficos  resultados. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Madeiras  e  vegetaes  úteis  do  Brasil 

(Continuação) 

Monographia  n.   41  —  Amostra  n.  44. 

FAMÍLIA  das  lauraceas 

Canellst  nhumirim  branca 

? 

Synonimia  —  Anhuiba-mirim  (?)  —  Canella-mirim(?). 

Habitação  —  No  littoral  dos  Estados  de  S.  Pauloe  Paraná,  entre 
Peruhybe  e  Guaratuba.  Vegeta  em  terras  regulares,  argilosas  ou  sili- 
cosas,  mas  nunca  em   mattas  virgens. 

Descripção  —  Arvore  de  caule  geralmente  tortuoso,  até  5,00  de 
altura  e  0,20  de  diâmetro;  casca  fina,  até  5  n'/m  de  espessura,  aromá- 
tica ;  folhas  bonitas,  simples,  intuíras,  quasi  sempre  alternas,  peciola- 
das,  mais  ou  menos  G5  '"/„,  de  comprimento  e  21  "'/,„  de  largura,  e  cori- 
aceas,  verde-escuras  e  vernicosas  na  pagina  superior,  deixando  ver  a 
nervação  ;  flores  pequenas,    axillares. 

Madeira  —  Côr  amarei lo-esverdeada,  tecido  compacto,  fibras  di- 
reitas, dispostas  em  series  longitudinaes  de  i/2  —  1  centímetro  de 
largura,  alternadamente  macias  e  revessas.  Talhe  duro  ;  rebelde  ao 
cepilho  e  dócil  á  serra. 

ApplicaçAo  —  A  madeira  é  utilisada  em  obras  internas  ;  as  cascas 
poderiam  servir  para  a  industria  da  perfumaria. 

Variedades —  Ha  a  «  Canella  nlmmerim  vermelha  ».  Yid. 

Monographia  n.   42  —  Amostra  n.   4. 

FAMÍLIA  das  lauraceas 

Cnnella  nliuiuirim  vermelha 

? 

Synonimia  — Anhuiba-mirim  (?)  —  Canella-mirim  (?). 

Habitação  —  No  littoral  dos  Estados  de  S.  Paulo  e  Paraná,  entre 
Perubybe  e  Guaratuba.  Prefere  as  terras  húmidas,  silicosas  ou  sili- 
co-argilosas;  é  raríssima  nos  terrenos  de  argila  pura. 

Descripção  —  Arvore  de  grande  copa,  porte  bonito  e  caule  recto, 
até  8,00  de  altura  e  0,50  de  diâmetro  ;  casca  grossa,  amarella,  muito 
aromática  ;  folha  menor  que  a  da  outra  variedade  descripta  ;  frueto 
preto,  apreciado  pelos  pássaros. 


A     LAVOURA  0 

Madeira  —  Similhante  á  da  variedade  precedente,  mas  a  côr  ama- 
ro] Ia  tem  uns  lindos  tons  côr  de  ouro.  Talhe  duro;  dócil  á  serra 
e  rebelde  ao  cepilho. 

Applicações  —  Madeira  para  canoas,  de  longa  duração  ;  o  de  pri- 
meira qualidade  para  esteios,  vigas  e  quaesquer  obra*  do  chão  ou  expos- 
tas ao  ar;  resiste  a  humidade.  As  cascas  conservam  forte  e agradável 
aroma  mesmo  durante  annos  após  a  sua  extracção;  podem  servir  para 
a    industria  da    perfumaria. 

Variedades  —  lia  « Canella-nhumirim  branca».  Vid. 

Monographia  n.  43 — Amostra  n  .  132. 

família  das  lauraceas 

Canella nhungurira  branca 

Syxoximia  —  ? 

Habitação  —  Ilha  do  Cardoso,  município  de  Cananéa,  littoral  do 
Estado  de  S.  Paulo.  Prefere  as  torras  seccas,  de  qualidade  regular. 

Descripção — Grande  arvore,  de  caule  geralmente  recto,  até  20,00 
de  altura  e  0,90  de  diâmetro ;  casca  avermelhada,  até  20  m/lfl  de  espessura, 
de  sabor  adstringente,  contendo  em  seu  tecido  uma  substancia  gor- 
durosa, epiderme  pardo-esverdeada  ;  ramos  pardacentos ;  folhas  simples, 
inteiras,  pecioladas,  mais  ou  menos  90  m/m  de  comprimento  e  28  m/ra  de 
largura,  membranosas,  acuminadas,  verde-escuras  na  pagina  superior  e 
saliente-nervadas  na  pagina  inferior ;  flores  pequenas. 

Madeira  — Al burno  de  côr  branca  e  cerne  de  côr  bruno-claro- 
avermelhada;  fibras  deseguaes,  revessas,  aspecto  assetinado,  lembrando 
o  cedro ;  ondeada  e  de  talhe  macio,  dócil  ao  cepilho  e  á  serra. 

Applicações— Madeira  para  mobílias,  canoas,  vigas,  caibras.tgboado 
de  soalho  e  obras  internas  em  geral,  para  o  que  é  uma  das  melhores. 

Variedades —  Este  vegetal  pertence  ao  mesmo  género  da  «  Canella 
nhopissuma». 

Observações  —  A  madeira  da  «  Canella  nhunguvira  branca  »,  si 
fosse  bem  conhecida,  substituiria  a  do  cairo  na  maior  parte  de  suas 
applicações  industriaes. 

Monographia  n.  44 —  Amostra  n.  84. 

FAMÍLIA  DAS  LAURACEAS 

Canella   Paulo  Teixeira 

LAURUS  ODORÍFERA,  VOL. 

Syxoximia  —  ? 

Habitação  —  Serra  do  Mar,  desde  o  Estado  de  S .  Paulo  ao  de  Santa 
Catharina  e  valle  do  rio  Ribeira  de  Iguape.  Vegeta  apenas  em  terras 
argilosas,  de  primeira  qualidade. 

21CG  2 


SOCIEDADR    NACIONAL    DK     AGRICULTURA 


Descripção  —  Arvore  de  caule  recto,  até  15,00  de  altura  e  0,45  de 
diâmetro;  casca  vermelha,  até  15m/m  de  espessura,  verrucosa  e  aro- 
mática. 

Madeira  —  Còr  amarello-fulva,  tecido  fibro-vascular  compacto, 
ondeada,  macia,  de  peso  regular  e  aroma  que  lembra  o  da  «Canella 
sassafraz  amarei  la»,  mas  não  tão  intenso.  Quando  velha,  a  madeira 
torna-se  pardo-avermel liada,  mas  conserva  sempre  aquelle aroma.  Dócil 
ao  cepilho  eá  serra. 

Applicações  —  Madeira  para  marcenaria,  vigas,  caibros,  taboado  de 
soalho  e  todas  as  obras  internas.  As  cascas  poderiam  servir  para  a  in- 
dustria da  perfumaria. 

Observações  —  Consta-nos  a  existência  da  «Canella  Paulo  Tei- 
xeira »  nas  proximidades  da  capital  de  S.  PauL  >,  o  que  nos  surprehende 
porque  só  conhecemos  este  vegetal  em  terras  de  primeira  qualidade. 

Monographia  n.    45  —  Amostras  ns.  52   (terras   silicosas)  e    JOt 

(terras  argilosas). 

FAMÍLIA  das  lauraceas 

Canella  s:issí»ÍV:>z  amarelln 

LAURUS  SASSAFRAS,  L. 

Synonimia  —  Anhvyba  —  Anhwjba  pe-ayba  —  Louro  —  sassafraz 
—  Pau-funcho,  dos  hespanhoes  —  Sassafras  —  Sassafrai  amarello. 
Todos  estes  nomes  são  communs,  em  differentes  logares  dopaiz,  a 
diversas  lauraceas  de  aroma  idêntico ;  na  Guyana  franceza,  á  Licania 
guianensis,  quando  o  individuo  é  velho  ;  e  na  Austrália  á  monimiacea 
Alherosperma  moschata . 

Habitação  —  Em  todos  os  Estados  marítimos,  desde  o  do  Amazonas 
ao  de  Santa  Catharina  ;  e  provavelmente  nas  Guyanas,  nos  paizes  vizi- 
nhoseaté  nos  Estados  Unidos  da  America  do  Norte.  Vegeta  indistincta- 
mente  nas  terras  argilosas  ou  silicosas. 

Descripção  —  Arvore  de  caule  mais  ou  menos  recto,  até  10,00  de 
altura  e  0,45  de  diâmetro  ;  casca  vermelha,  até  10  mm  de  espessura  nos 
indivíduos  que  vivem  em  terras  argilosas  e  mais  grossa  nos  que  vivem 
em  terras  silicosas,  verrucosa,  aromática;  ramos  aromáticos,  mesmo 
quando  seccos  ;  tolhas  simples,  inteiras,  membranosas,  penninervias, 
pecioladas,  mais  ou  menos    150  m/m  de  comprimento  e  53  m/m   de 


A      LAVOURA  11 

largura,  oblongas,  acuminadas,  verde-escuras  na  pagina  superior  e 
verde-claras  na  pagina  inferior,  nos  indivíduos  que  vivem  em  terras 
silicosas;  o.  Pilhas  simples  inteiras,  pergamentaceas,  pecioladas,  mais 
ou  menos  líOm/m  de  comprimento  e  48  m/m  de  largura,  oblongas, 
acuminadas,  saliente-nervadas  na  pagina  inferior  e  nervação  averme- 
lhada, nos  indivíduos  que  vegetam  em  terras  argilosas;  raiz  aromá- 
tica, de  lenho  amarello  e  casca  de côr  bruna. 

Madeira  —  Côr  amarella,  tornando  se  depois  amarello-pardacenta  ; 
tecido  flbro-vascu lar  compacto,  apezar  da  visibilidade  perfeita  das  fibras 
lineares  um  pouco  revessas,  intercaladas  de  pequenos  e  raros  veios  lon- 
gitudinaes,  de  côr  bruna  ;  ondeada,  assetinada,  sabor  picante,  muito 
aromática,  talhe  macio.  Dócil  ao  cepilho  e  á  serra.  Pesos  específicos 
verificados  (e  alguns  decerto  appl içáveis  a  outros  vegetaes  que  teem  o 
mesmo  nome  vulgar)  :  —  0,866  (Santa  Catharina  e  Rio)  —  0,900 
(S.  Paulo)  —  1,021  —  !,048—  1,002  —  1,080  (S.  Paulo)  —  1,082  — 
1,102 —  1,135  —  1,185.  Resistência  ao  esmagamento  :  carga  perpen- 
dicular, 405  ;  carga  parallela,  670  ;  sem  determinação  da  posição  da 
carga,  772  e  792  kilogrammas  por  centímetro  quadrado.  Peso  especifico 
do  carvão  —  0,182  ;  da  essência  a  10°  —  1,090. 

Applicações  —  Madeira  para  cohstrucções  civis  e  navaes,  dor- 
mentes de  primeira  classe,  marcenaria,  vigas,  esteios,  taboado  do 
soalho  e  demais  obras  internas  e  externas  em  geral,  durando  longos 
annos  quando  em  contacto  com  a  terra;  contém  um  óleo  essencial 
aromático,  do  qual  se  obtém  a  essência  de  sassafraz,  empregada  na 
medicina  e  na  perfumaria.  As  raizes  e  as  cascas  são  sudoríficas  e  uti li  - 
sadas  nas  affecções  rheumaticas,  syphiliticas  e  cutâneas,  parecendo 
efflcazes,  em  infusão  simples  ou  assoeiando-lhe  gemma  de  ovo,  para  a 
cura  de  moléstias  do  estômago  e  cólicas  intestinaes. 

Os  fruetos  teem  as  mesmas  propriedades  mediei naes  da  raiz  e  das 
cascas,  talvez  em  porcentagem  mais  elevada,  e  por  isso  são  preferidos 
na  therapeutica  local. 

Variedades  —  Conhecemos  a  «canella  sassafraz  preta»,  que  repu- 
tamos muito  superior  a  esta,  quer  para  a  medicina,  quer  para  as  indus- 
trias ;  é  um  pouco  rara.  Ha  diversas  lauraceas  conhecidas  pelo  mesmo 
nome,  mas  que  não  estudámos.  No  Estado  do  Rio  ha  um  «Sassafraz» 
cuja  madeira  é  de  tecido  frouxo,  pouco  resistente  e  muito  leve.  De  um 
outro  «Sassafraz»,  ou  talvez  do  que  descrevemos,  diz-se  ter  nos  poros  da 
madeira  uma  massa  parda  ;  é  possível,  mas  nós  nunca  a  encontrámos. 

(  Ibservações —  Em  França  e  na  Allemanha,  o  lenho  da  raiz  e  as 
cascai  deste  vegetal  e  dos  similares  são  objecto  de  commercio,  hoje  re- 


12  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

duzido,  mas  ainda  assim  do  certa  importância.  Dividem-no  actual- 
mente em  quatro  typos:  — achas  grossas,  lascas  grossas,  lascas  finas 
ecascas;  estas  são  as  mais  caras:  preparadas,  vendem-nas  em  quan- 
tidades grandes,  ao  preço  approximado  de  dois  francos  por  kilogramma. 
—  Quando  se  iniciou  a  construcção  das  estradas  de  ferro,  os 
dormentes  de  «sassafraz»  só  eram  recebidos  como  de  terceira  classs  ! 
Entretanto  duram,  em  média,  onzeannos,  exactamente  o  mesmo  tempo 
queo  jatahy,  a  peroba-rosa  eo  ipê-tabaco ! 

(Continua.) 

COLLABORACAO 


à cultura  do    coqueiro 

O  coqueiro  pertence,  inquestionavelmente,  ás  plantas,  a  cuja  cultura 
não  se  tem  prestado  no  Brazil  a  devida  attenção ;  tanto  mais  quando  o 
Brazil,  mais  do  que  qualquer  outro  paiz  do  mundo,  possue  vastos 
terrenos  que  podem  ser  utilisados  da  melhor  forma  para  essa  cultura, 
e  6  ologar  onde  se  pôde  tirar  um  lucro  cerlo  e  compensador,  tanto  para 
o  plantador  como  para  a  nação  cm  geral,  da  expartação  do  coco  e  de 
seus  produetos. 

Ao  ter-se  conhecimento  de  que  cm  Ceylão  (uma  pequena  ilha  do 
tamanho  do  Estado  da  Parahyba  do  Norte,  aproximadamente),  em  uma 
área  de  650.000  hectares,  existem  50  milhões  de  palmeiras,  póde-se.  facil- 
mente avaliar  a  importância  que  tem  attingido  a  cultura  do  coqueiro 
em  outros  paizes. 

Não  nos  devemos,  por  conseguinte,  admirar  si  a  estatística  de- 
monstra que  no  annode  1904  nada  menos  de  8.293.000  cocos  verdes, 
dos  quaes  6.733.000  para  a  Inglaterra,  535.000  para  a  Allemanha  e 
802.000  para  a  Africa,  foram  exportados.  Na  importância  de  mil  e 
oitocentos  contos  de  róis  (1  .800:000$000),  lambem  subiram  cocos  seccos, 
além  disso,  48S.000  quintaes  de  óleo  de  cô:o,  68.000  quintaes  de  fibras 
de  coco,  62.000  quintaes  de  cordas,  14.000  quintaes  de  cabos,  attingindo 
a  um  total  de  trinta  e  dous  mil  e  duzentos  contos  de  réis  (32.200:000$), 
cuja  cifra,  certamente,  não  representa  um  valor  de  somenos  importância. 

O  que,  anles  de  tudo,  deve  ser  tomado  em  consideração  é  que  esta 
cultura  não  produz  géneros  facilmente  susceptíveis  de  superproducção, 
mas  sim   géneros  de  primeira  necessidade.    Todos  os  produetos  do 


A     LAVOURA  Í3 

coqueiro  são,  tanto  na  Europa  como  nas  demais  partes  do  mundo 
civilisado,  tidos  em  grande  conta  ;  o  óleo  de  coco,  por  exemplo,  de  ha 
muito  empregado  na  fabricação  de  sabão,  tem  tido  um  constante 
augmento  no  seu  consumo  e  é  também  empregado  no  fabrico  de  velas, 
alem  de  ser  recentemente  adoptado  na  preparação  de  uma  manteiga 
aromática  de  coco,  muito  apreciada  na  Europa. 

A  fibra  do  coco  serve  para  atadores  automáticos  usados  por 
occasião  das  ceifas  dos  cereaes,  cuja  applicação  tem-se  de  anno  para 
anno,  cada  vez  mais,  adoptado  tanto  na  Europa  como  na  America  do 
Norte.  Os  bolos  de  coco  (resíduos  prensados  provenientes  da  fabricação 
do  óleo  de  coco)  constituem  um  alimento  muito  apreciado  para  os 
aniinaes  na  cultura  intensiva;  e  a  applicação  de  fibras  de  coco  é  de 
anno  para  anno  empregada  em  maior  escala  na  confecção  de  escovas, 
vassouras,  saccos,  redes,  capachos  e  outros  artefactos  de  industria, 
etc...  Devido  a  sua  barateza  tem  tido  applicação  para  substituir  as 
amêndoas. 

De  tudo  quanto  fica  acima  exposto,  se  deprehende  que  o  plantio  do 
coqueiro,  da  forma  por  que  é  feito  em  Ceylão,  pôde  também  constituir 
uma  cultura,  cujo  prospero  futuro  está,  de  antemão,  marcado  em  certas 
e  determinadas  localidades  do    Brazil. 

Por  esssa  razão,  não  é  ocioso  procurar-se  indagar  como  deva  ser 
installada  e  tratada  essa  cultura  ;  e  si,  portanto,  passarmos  a  discri- 
minar quaes  são  as  principaes  condições  vitaes  do  coqueiro,  chegaremos 
a  conclusão  que  a  productividade  desta  palmeira  limita-se  a  certas 
localidades  situadas  á  beira-mar,  dentro  dos  trópicos,  comquanto  que, 
fora  dessa  zona  e  afastado  do  mar,  o  coqueiro  também  cresça,  sem 
todavia  produzir  fructos. 

Nos  terrenos  ondulados  das  planícies  pode-se  plantar  o  coqueiro 
até  uma  distancia  de  150  kilomelros  longe  do  mar,  além  desse  limite, 
porém,  o  seu  desenvolvimento  decresce  e  a  sua  productividade  resente-se. 

A  influenciada  brisa  marítima  torna-se  quasi  que  indispensável 
ao  bom  desenvolvimento  do  coqueiro,  porque  pela  maior  evaporação 
das  folhas  estabelece-se  uma  mais  intensa  circulação  da  seiva,  e 
também  porque  fortalece  mechanicamente  o  tronco  da  palmeira. 

A  cultura  do  coqueiro  não  se  adapta  ás  culturas  das  montanhas  ; 
e  a  sua  producção  em  altitude  de703  metros— mesmo  nas  proximidades 
do  Equador— diminue,  e  quanto  mais  a  sua  altura  se  afasta  daquella 
linha,  tanto  mais  baixa  deve  a  sua  cultura  ser  feita. 

No  que  se  refere  ás  suas  necessidades  calóricas,  o  coqueiro  exige 
uma  temperatura  média  de  22°  c.  de  calor  regularmente  uniforme, 
cuja  pressão  mínima  pôde  cifrar-se  a  10°  c,  podendo,  por  outro  lado, 
supportar  como  máxima  uma  temperatura  limitada  de  calor,  em 
terreno  sufficientemente  húmido. 


\i  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Com  relação' ao  solo,  o  coqueiro,  salvo  nos  terrenos  pedregosos, 
cresce  indistinctamente  por  to  h  parte,  mas,  sempre  que  encontra  um 
terreno  argiloso  e  profundo,  cresce  melhor. 

Quanto  ú  humidade,  porém,  o  coqueiro  não  é  tão  frágil,  e  si  a  al- 
tura máxima  das  chuvas  annuaes  mantem-se  a  1,209  "'/,„,  a  pro- 
porção dessa  quantidade  é  sufficiente  ;  no  caso,  porém,  em  que  sejam 
irregulares  ou  menos  copiosas,  uma  irrigação  do  terreno  é  então  precisa 
para  produzir  o  mesmo  effeito. 

Si  se  pretender  explorar,  em  um  terreno  que  corresponda  ás  neces- 
sidades precisas,  dos  quaes  ha  grande  quantidade  no  Brazil,  a  cultura 
remunerativa  do  coqueiro,  deve-se  também  attender  a  outros  pontos, 
taes  como:  a  escolha  de  boas  sementes,  a  natureza  do  clima,  o  acurado 
plantio,  o  cuidadoso  trato  ea  racional  adubação. 

O  processo  da  sementeira  é,  naturalmente,  de  importância  capital, 
devendo  presidir  todo  cuidado  3111  dar-se  preferencia  âs  sementes,  cuja 
variedade  seja  mais  fecunda,  e,  dentre  essas,  tomar  as  sementes  das 
palmeiras  que,  pela  continuidade  de  sua  produclividade,  mais  se 
tenham  distinguido. 

Ao  ter-se  diversas  variedades  para  esse  fim,  pode-se  então  proceder 
á  cultura  das  differentes  variedades  do  coqueiro,  tendo  sempre  o 
cuidado  de  evitar  a  confusão  em  seu  plantio,  de  modo  que  cada  va- 
riedade tenha  a  sua  cultura  separada. 

Os  côccs,  destinados  a  servirem  de  sementes,  devem  ser  apanhados 
bem  maduros,  sem  entretanto  estarem  passados,  e,  por  occasiâo  de 
sua  colheila,  não  devem  ser  atirados  ao  chão,  porque  da  sua  queda 
da  arvore,  geralmente,  soffrem  contusões,  que,  de  antemão,  os  inuti- 
lisam  pára  a  sementeira  ou  concorrem  para  que,  mais  adiante, 
venha  a  ser  gerada  nina  planta  doentia. 

Devem  lambem  ser  somente  empregados  cocos  de  completo  desen- 
volvimento. 

Após  a  sua  maturidade,  os  cocos  devem  ser  conservados,  pelo 
menos,  durante  o  espaço  de  quatro  semanas,  antes  que  possam  ser 
preparados  para  a  sua  plantação,  a  qual  pode  ser  levadaa  effeito  de  três 
differentes  modos:  tanto  pela  sementeira  em  viveiro,  do  qual  oppoilu- 
namente  serão  as  plantinhas  transplantadas  para  o  logar  de  sua  cultura 
definitiva,  como  também,  por  meio  da  suspensão  sob  um  tecto  que  os 
proteja,  ou  finalmente,  por  meio  da  collocação,  em  um  logar  húmido, 
uns  ao  lado  dos  outros,  sombriamente  cobertos,  e  no  qual  o  terreno 
seja  fofo  e  poroso. 

As  despezas  de  plantação  e  custeio  para  a  sua  exploração  ficam, 
em  virtude  desse  augmento  de  producção,  consideravelmente  reduzidas, 
do  momento  em  que  ellas  cifram-se  á  mesma  s  >mma  tanto  para  10J 
como  para  150  cocos. 


A     LAVOURA  15 

Si  quizermos  indagar  qual  seja  o  modo  mais  apropriado  de  • 
adubação,  deve-se  repetir  o  que  já  acima  ficou  dito,  de  que,  por 
occasião  de  se  abrirem  os  buracos  para  o  plantio  das  mudas,  cumpre 
misturar-sea  terra,  delles  extrahida,  com  estruma  da  curral,  compo3to 
e  de  adubos  chimicos  afim  de  ser  a  mesma  torra  aproveitada  para 
encher  os  buracos. 

Por  occasião  do  plantio  nunca  se  deve  esquecer  o  estrume  do 
curral  ou  o  composto,  porque  estes  estercos  produzem,  por  meio  do 
enriquecimento  do  solo  cm  bumus,  um  melhor  desenvolvimento  do 
systema  radicular  e  por  essa  razão  facilita  um  consumo  mais  intensivo 
de  agua  e  bem  assim  dos  elementos  nutritivos. 

Nos  terrenos  ailtícienlemenle  ricos,  estes  dois  estercos  talvez 
sejam,  com  os  elementos  contidos  no  solo,  bastantes  para  fornecerem 
ás  plantes  a  alimentação  necessária  para  um  anno.  Si,  porém,  o 
terreno  for  muito  pobre,  então  deve-se-lhe  addicionar,  conjunctamente 
com  o  estrume  de  curral  e  de  compostos,  uma  maior  somma  de 
elementos  nutritivos,  por  meio  dos  adubos  chimicos,  cuja  dosagem  deve 
ser  approximadamen te  a  seguinte  por  500  palmeiras  : 

200  grammas  de  acido  phosphorico. 
»  »         »    polassa. 

»  »         »    azoto. 

Deve-se,  entretanto,  ter  o  cuidado  de  que  todos  esses  elementos 
nutritivos  sejam  dados,  pa-rque  a  falta  de  qualquer  um  delles  na 
adubação  importará  em  insuecesso.  E'  de  bom  aviso  dar-se  esta 
substancia  em  superphnsphato  em  saes  potássicos  de  30  %,  ou  kainito 
eem  sulfato  de  ammoniac  >  de  conformidade  com  a  seguinte  dosagem: 

Superphosphalo  com  20  °/o  de  acido  phos- 
phorico solúvel,  cerca  de 1,030  grammas 

Saes  potássicos  de  30  °/o  com  30  °/o  de  po- 
tássio             600         » 

Sulphato  de  ammoniaco  com  20  °/o  de  azoto, 
cerca  de 500         » 

O  melhor  é  misturar  previamente  esses  adubos  chimicos  e  depois 
distribuir  a  quantidade  total  de  2.160  grammas  acima  indicada, 
medindo-a  em  uma  lata  de  folha  ou  em  outro  qualquer  vasilhame  que 
contenha  essa  porção,  então  misturar  essa  mesma  porção  á  terra 
extrahida,  para,  com  ambos,  encher  15  dias  antes  da  plantação  os 
buracos  dos  quaes  foi  a  lerra  retirada,  como  já  tivemos  occasião  de 
mencionar  mais  adiante. 

Os  elementos  nutritivos  empregados  na  occasião  do  plantio,  todavia 
não  são  sufficienles  para  lazer  com  que    a  planta  attinja    a  um  bom 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


e  completo  desenvolvimento  e  para  que  venha  a  produzir  abundante 
colheita  e  fructos  de  primeira  qualidade,  o  que  facilmente  se  pôde 
deprehender  das  investigações  feitas  pelo  naturalista  Dr.  Bachhofen,  e 
pelas  quaes  ficou  provado  que  1.000  cocos  extrahem  do  solo  : 

3,'J      kilos  de  azoto. 

1,088      »      »    acido  phosphorieo. 

8,482      »      »    potassa. 

9,707      »       »    sal. 

1,043      »      »    cal. 

Cumpre,  entretanto,  addicionar-se  a  essas  quantidades  o  que  a 
planta  ainda  carece  para  a  formação  do  tronco  e  desenvolvimento  das 
folhas,  etc.,para  o  que  devemos,  de  dois  em  dois  annos,  calcular  para 
cada  mil  palmeiras  : 

50  kilos  de  azoto. 

15  »      »    acido  phosphorieo. 

106  »      »    potassa. 

19  »)      »    cal. 

136  »      »    sal. 

Na  pratica,  porém,  esta  norma  deve  ser  modificada,  sempre  que  a 
palmeira  deixar  de  florescer  ou  de  produzir  os  seus  fructos,  em  cujo 
caso  cumpre  elevar  a  dose  de  acido  phosphorieo. 

A  quantidade  de  potassa,  quando  as  cascas  dos  cocos  ou  cinzas  dos 
mesmos  forem  restituídas  ao  solo,  pôde  ser  diminuída. 

Os  coqueiros  precisam  tão  pouco  de  cal  que,  raras  vezes,  o  seu  em- 
prego torna-se  necessário  e,  só  quando  se  trata  de  um  terreno  argiloso, 
é  que  talvez  seja  útil  uma  certa  porção  de  cal,  para  o  melhoramento 
da  constituição  mechanica  do  solo. 

O  sal  é  indispensavelmente  preciso,  c  o  seu  emprego  é  mais  facil- 
mente applicavel  sob  a  forma  de  kainito  contendo  12°  4  de  potássio 
por  40  °/„  de  sal. 

Nos  terrenos  ricos,  pode-se  economisar  o  emprego  dispendioso  de 
azoto. 

Assim  si,  todos  os  dois  annos,  se  tiver  de  dar  estrume  de  cur- 
ral, e,  bem  assim  cinzas  de  cocos,  então  cumpre  addicionar-se  a 
esses  estercos  a  seguinte  dosagem  de  adubos  chimicos  por  500  pal- 
meiras: 

20  kilos  de  chlorureto  de  potássio  50  °/0 ; 

45  ditos  ds  kainito  12  °/u  ; 

70  ditos  do  superphosphato  20°/0  ; 

45  ditos  de  sulfureto  de  ammoniaco  20  °/0  ; 


A     LAVOURA 


140  kilos  de  kainito  ; 
70  ditos  de  superphosphato  ; 
45  ditos  de  ammoniaco  . 

Esta  mistura  deve  ser  espalhada  em  redor  do  tronco,  e  a  uma  dis- 
tancia de  cerca  de  20  a  50  centímetros  e  logo  após  enterrada  no  solo, 
com  todo  o  cuidado  de  modo  a  não  offender  seriamente  o  systema 
radicular. 

No  caso  em  que  se  não  possa  obter  cada  dois  annos  estrume  de 
curral  ou  composto  para  a  estercada,  então  deve-se  augmentar  a  quan- 
tidade dos  elementos  chimicos  até  a  seguinte  dosagem: 

90  kilos  de  ammoniaco  ; 
100  ditos  de  superphosphato; 
60  ditos  de  kainito  ; 
30  ditos  de  chlorureto  de  potássio. 

Afim  de  se  tirar  toda  a  vantagem  possível  desses  elementos  solúveis 
de  nutrição,  é  preciso  prestar  toda  a  attenção  aos  seguintes  pontos: 
manter  constantemente  o  circulo  em  redor  do  tronco  do  coqueiro  limpo 
de  gramas  ouhervas  damninhas  para  evitar  que  ellas  possam  absorver 
os  elementos  nutritivos  que  devem  aproveitar  ao  coqueiro,  e  também 
espalhar  os  adubos  em  redor  do  tronco  do  coqueiro  com  todo  o  cuidado, 
enterrando-os  logo  após  com  o  ancinho  sem  offender  as  raizes. 


{Do    Centro    das    Experiências    Agrícolas  do  Kalisyndikat,  Allemanha.  Ru 

Alfandeija  93,  sob.    Rio  de  Janeiro.) 


imos  a  seguir  as  duas  gravuras  referentes  a  este  artigo. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


EXPERIÊNCIAS  REALISADA3  PELOS  SRS.  H.  M.  ALLEIN  E  G.  T.  TAYLOR  EM  SUA 
FAZENDA  DE  LOXTON  E  PALMBANE  EM  CEYLÃO 


Em  u  na  área  de 


lira  de  terreno  sem  adubação    algu  na  uu  tejs 
4050  metros  quadrados 


Eru    uma  área  de  uma  geira  de  terra  adubada 


A     LAVOURA  19 

A  carreira  agrícola 

O  illustrado  engenheiro  agrónomo,  professor  Hector  Raquet,  na 
sessão  solerane  de  abertura  dos  cursos  do  Instituto  de  Gembloux,  para 
o  anno  lectivo  de  1907-1908,  proferiu  a  sabia  lição  seguinte  que  ver- 
temos devido  ao  interesse  que  desperta,  pois  que  se  trata  da  carreira 
agrícola . 

« Senhores  —  Uma  tradição  estabilecida  exige  que  nesta  cir- 
cumstancia  um  professor  deste  Instituto  vos  falle  de  algum  assumpto 
que  se  relacione  com  a  tarefa  qu3  devemos  effectuar  juntos. 

Cabe-me  a  honra  de  fallar  hoje. 

Pensei,  a  principio,  tratar  da  parte  do  programma  dos  estudos,  que 
ides  emprehender  ou  continuar,  mas  cedi  a  uma  preoccupação  que  me 
domina  todos  os  annos,  neste  momento  em  que  nos  achamos  reunidos. 

Tenho  vindo  aqui,  todas  as  vezes,  com  uma  curiosidade  e  uma 
emoção. 

Curiosidade  que  se  liga  aos  novos  estudantes  e  que  me  leva  a 
inquirir  si  elles  serão  numerosos  e  o  que  poderão  ser  ;  uma  emoção  que 
me  leva  a  formar  a  irrealisavel  aspiração  de  ver  no  futuro  o  que  será  a 
carreira  dos  moços  que  nós  preparamos  ao  papel  importante,  ao  papel 
essencial  consistindo  em  fazer,  com  o  auxilio  da  sciencia,  a  terra  pro- 
duzir com  toda  fecundidade. 

Portanto,  si  esta  aspiração  é  irrealisavel,  si  é  impassível  pedir 
ao  futuro  osegredo  dos  destinos  indiviluaes,  póde-se  ser  um  sonhador, 
perscrutar  esses  destinos  quando  se  tratadas collectividades.  Si  não  se 
pôde  prever  o  que  fará  cada  um  de  vós,  póde-se  mostrar  a  todos  que  a 
carreira  que  abraçaram,  que  a  missão  que  escolheram  e  para  a  qual  vos 
queremos  armar,  offerece  nobres  fins  ás  intelligencias  e  ás  energias,  nas 
proporções  da  actividade  que  exercerem,  ella  permittirá  servir  á  huma- 
nidade, sendo  homens  uieis  e  dando  grandeza  á  vossa  vida.  E'  disto 
que  vos  desejo  fallar. 

Pretendo  mostrar  como  a  carreira  do  agricultor,  do  criador,  é  digna 
do  trabalho  que  vos  exige.  Esta  carreira,  durante  o  tempo,  tem  gosado 
de  pouco  favor,  está  ainda  muito  desconhecida. 

O  prestigio  das  profissles  liberaes  exerce  um  attractivo  frequente- 
mente enganador.  O  salutar,  o  necessário  respeito  de  tudo  que  repre- 
senta o  pensamento,  de  tudo  que  nãn  exige  meios  e  forças  sinão  da 
intelligencia,  faz  considerar  ainda  cjm  um  certo  desdém  a  profissão 
de  que  o  rude  trabalho  de  lavrador  é  auxiliar. 


20  SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Em  todas  as  classes  da  nossa  sociedade  democrática,  parece  que  a 
nova  nobreza  seja  concedida  pelo  trabalho  exclusivamente  intellectual, 
independente  de  tudo  que  se  faz  pelas  mãos  do  homem . 

Costuma-se  dizer,  é  até  mesmo  uma  «chapa»,  de  que  a  satyra 
tomou  conta  que  —  á  agricultura  faltavam  braços.  Com  a  mesma 
exactidão  se  poderia  ter  dito  que  faltavam  intelligencias  á  agricul- 
tura. 

Um  moro,  lilho  de  burguezes  ou  camponezes,  cujos  pais  no  com  - 
mercioou  no  trabalho  da  terra  tivessem  adquirido  abastança,  esta  lhe 
facultando  emprehender  estudos,  elle  sonhava  subir  intellectualmente, 
sendo  medico,  advoga  lo,  engenheiro.  Nisto  consistia  somente  o  seu 
modo  de  ver  as  cousas,  a  actividade  superior . 

Estava  entendido  que,  sahindo  do  gymnasio  ou  do  collegio,  era 
para  a  Universidade  que  se  devia  entrar.  Seguir  os  cursos  de  alguma 
escola  de  agricultura,  embora  ornado  com  o  titulo  de  superior,  era 
decahir  ou  ao  menos  não  se  elevar. 

E  quando  alguns  se  resignavam  a  estes  estudos  de  agricultura  era 
talvez,  porque  pensavam  que  o  diploma  de  engenheiro  agrícola  fosse 
mais  fácil  de  obter  de  que  outros  pergaminhos. 

Uma  opinião  ainda  bastante  divulgada  actualmente  é  que  um 
homem  bem  dotado  de  intelligencia  não  se  pôde  consagrar  a  dirigir, 
a  desenvolver  uma  exploração  agrícola,  ou  melhorar,  ou  tornar  mais 
lindos  e  mais  puros  os  animaes  de  um  rebanho. 

Agora,  este  preconceito  começa  a  perder  sua  importância,  o  seu 
credito  em  breve  ficará  arruinado,  pois  era  um  preconceito  em  absoluta 
contradicção  com  o  espirito  novo,  com  a  nova  da  sciencia  da  vida  que 
o  progresso  dos  conhecimentos  humanos  estabeleceu,  com  a  concepção 
racional  que  o  homem  esclarecido  tem  principalmente  dos  seus  esforços. 

Para  rehabilitar  a  profissão  de  agricultor  ou  de  criador,  não  ha 
mais  necessidade  de  appsllar  para  santimentos  de  egoísmo,  nem 
mostrar  que  é  mais  invejável  a  existência  livre,  na  aprazível  opulência 
da  natureza,  o  trabalho  que  em  cada  dia  lhe  dá  um  novo  aspecto,  menor 
que  os  esforços  regulares  e  monótonos  no  gabinete  de  trabalho,  cujo 
êxito  é  também  problemático. 

E'  supérfluo  invocar  laes  cousas  ;  póde-se,  para  exaltar  a  missão  que 
nos  preparamos  aqui  a  desempenhar,  somente  invocar  a  nobreza  da 
tarefa,  seu  caracter  inclinado  á  formação  do  espirito  scientifico,  a 
educação  do  pensamento  livre,  soberano  e  claro,  mostrar  que  elle 
offerece,  exactamente,  e  num  gráo  superior,  tudo  o  que  attrahiria  os 
moços  para  as  profissões  liberaes. 


A    LAVOURA  21 

Si  as  producções  do  artista,  do  orador,  si  os  labores  do  medico,  si 
algumas  vezes  mesmo  o  génio  de  um  grande  militar  excitam  a  nossa 
admiração,  é  sempre  vorque  achamos  nisto  alguma  cousa  com  que 
augmentar  o  nosso  orgulho,  ou  com  que  acreditar  um  pouco  mais  nu 
poder  dos  homens,  no  eterno  combato  a  que  elles  se  entregam. 
0  homem  não  tem  sinão  uma  nobreza  :  é  aquella  que  lhe  dão  as 
suas  victorias  sobre  as  forças  que  o  cere  \m .  Elle  cresce  cada  dia  mais 
quando  consegue  superar  algumas  dessas  forças,  tendo  destruído  suas 
causas  ou  as  submettido  ao  serviço  das  suas  necessidades. 

O  altista  é  grande  porque  deu  á  matéria  aspecto  de  belleza  ;  o 
medico  é  grande  porque  elle  vence  os  males  que  desagregam  essa 
mesma  matéria  de  que  depende  a  nossa  vida  ;  o  militar  nos  parece 
grande  quando  elle  detém  as  forças  humanas  puramente  destruidoras 
e  cuja  acção  ameace  o  que  nós  consideramos  como  indispensável  ao 
nosso  trabalho  pacifico  ;  o  engenheiro  é  admirável  quando  imagina 
algum  meio  novo  de  oppor  uma  barreira  ás  forças  inconscientes  ou  de 
utilizar  estas  diminuindo  o  nosso  esforço.  Em  resumo,  o  individuo  se 
ennobrece,  torna-se  heroe  todas  as  vezes  que  a  sua  acção  pessoal  excede 
em  resultado  o  que  deve  aproveitar  só  a  elle,  cada  vez  que  se  augmentam 
um  pouco  os  meios  de  vida  de  que  a  humanidade  dispõe,  cada  vez  que 
se  allivia  um  pouco  a  tarefa  da  humanidade. 

Este  resultado  pôde  ser  sempre  mais  considerável  do  que  quando 
os  homens  afrontando  os  rigores  de  clima,  os  perigos,  vão  para  os 
immensos  territórios  dos  paizes  novos,  da  Austrália,  da  America  do 
Sul,  do  Canadá,  da  Africa  Central,  emprehendem  com  a  terra  ainda 
inculta  uma  lueta  paciente  e  cheia  de  perigos,  e,  armados  de  sua  sci- 
encia,  impõem  a  esta  terra  uma  fecundidade,  trazem  á  humanidade 
novos  recursos  devida.  Pensae  na  repercussão  que  exerce  esse  simples 
phenomeno:  pela  acção  desses  homens,  um  cereal  cultivado  mais 
abundantemente  se  vende  um  pouco  menos  caro,  torna-se  accessivel 
a  milheiros  e  milheiros  de  homens  que  se  achavam  privados  delle. 

Supponhamos  quanto  isto  concorre  para  formar  vidas  mais  vi- 
gorosas, mais  saudáveis  e  tudo  porque  a  sciencia  nos  mostrou  as  soli- 
dariedades da  carne  e  do  cérebro.   Não  ha  mais  claro  pensamento! 

Os  homens  fizeram  isto,  e  estes  homens  eram  agricultores  e  cria- 
dores. Haverá  missão  mais  nobre,  mais  brilhante,  mais  digna  de 
admiração  do  que  aquella  que  elles  assim  exercem?  E  nas  emprezas 
de  expansão,  de  colonisação,  que  outro  fim  justificável  não  têm  anão 
ser  o  de  fazer  a  terra  produzir  toda  a  riqueza  que  ella  contém,  pondo 
á  disposição  dos    homens   todas    as    forças  e  todos  os   recursos  que 


2;'  SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

pode  fornecer  sua  fecundidade  dirigida  pelo  saber  ;  neste  empre- 
hendimento  formidável,  o  agente  mais  precioso,  mais  indispensável 
— não  será  sempre  o  agricultor  ? 

Mas,  não  lemos  necessidade  de  evocar  estas  remotas  tentativas, 
esta  obra  de  conquista  nova  e  aventureira,  para  mostrar  quanto  é 
nobre  e  digno  de  attrahir  as  organi sacões  de  escola  missão  do  agri- 
cultor e  do  criador .  Sobre  a  nossa  velha  terra  da  Europa,  existem 
ainda  grandes  coisas  por  fazer;  desta  terra  é  preciso  conservar,  au- 
gmentar,  regularisar  a  fertilidade  e  por  terem  trabalhado  ahi  os 
homens  mereceram  a  verdadeira  gloria. 

Quero  citar  exemplos. 

Emquanto  os  criadores  consagravam  sua  actividade  na  valori- 
sação  dos  imrnensos  territórios  dos  paizes  novos  e  lançávamos  seus 
abundantes  rebanhos  através  das  immensas  planícies  de  pastagem, 
nas  duas  Américas  e  na  Austrália,  onde  as  diversas  raças  animaes 
submettidas  á  acção  dos  agentes  naturaes,  cuja  influencia  ellas  tinham 
de  soffrer,  encontravam,  com  a  sua  liberdade,  essas  condições  de 
existência  primitiva,  empenhavam  a  luta  pela  vida,  obtinham  mais 
vigor,  mais  robustez  ;  outros  criadores,  operando  num  campo  mais 
restricto,  applicando  os  methodos  da  sua  experiência  e  das  suas 
observações  praticas,  conseguiam  augmentar  a  força  transformadora 
das  machinas  animadas e  submettidas  ao  seu  império. 

Criavam  essas  admiráveis  raças  de  varias  aptidões  que  tê  n  feito 
sua  reputação,  sua  gloria,  sua  fortuna..  . 

E'  na  Inglaterra,  nesse  berço  de  renovação  agrícola,  que  se  vê  o 
apparecimento  desses  práticos  de  génio  que  illustraram  a  agricultura 
no  seu  paiz  e  adquiriram  uma  celebridade  universal  pelos  progressos  que 
conseguiram  realizar  na  criação,  pela  nova  orientação  que  souberam 
imprimir  ao  melhoramento  do  gado  ;  emquanto  que  o  agricultor  da  Eu- 
ropa continental  não  achava  justificação  de  alimentar  animaes,  anão 
ser  pela  necessidade  de  produzir  carne  salgada  e  declarava  o  gado  «  um 
mal  necessário  »  —  os  criadores  inglezes  proclamavam  que  a  ma- 
china  animal  tem  por  fim  essencial  produzir  trabalho,  leite,  carne,  e  o 
mais  ;  por  conseguinte,  deve-se  tirar  o  máximo  proveito  da  sua  ex- 
ploração, obtendo  a  maior  producção  co.n  despeza  minima. 

Elles  resumiam  nessa  formula  simples  todo  problema  zoote- 
chnico  e  para  resolvel-o,  a ppl içaram  methodos  que  são  a  base  de  toda 
criação  realmente  progressista:  a  selecção  dos  reproductores,  a  alimen- 
tação racional, ros  cuidados  da  hygiene.  E'  preciso  lêr  a  vida  desses 
grandes  criadores:  os  Bakewell,  ^os  Collings,  os  Jonas  Webb,  para  se 


A    LAVOURA  23 

vêr  com  que  incansável  perseverança,  admirável  tenacidade,  fé  pro- 
funda nosuccesso  final,  elles  proseguiram  sua  tarefa.  Esses  esculptores 
de  matéria  viva,  esses  organizadores  de  formas  animaes  transfor- 
mando conforme  os  seus  desejos  seres  animados  submettidos  ás  leis 
naturaes,  creando  a  belleza  útil  como  o  cinzel  do  artista  modifica  o 
mármore,  ennobrecee  idealiza  os  traços,  não  são  génios  iguaesdeum 
Phidias  ou  de  um  Miguel  Angelo? 

Arrancar  seus  segredos  á  natureza,  advinhar,  presintir  o  futuro, 
impor  sua  vontade  ás  forças  que  agem  sob  a  égide  de  leis  ainda  parcial- 
mente desconhecidas,  haverá  fim  mais  elevado,  acção  que  mais  nos 
desvaneça  ? 

Eis  o  que  elles  fizeram. 

A  zootechnia  pratica  hauriu  nos  trabalhos  de  Bakewell,  de  Gol- 
lings,  do  Jonas  Webb,  de  Malingié,  os  preceitos  que  constituem  hoje  as 
leis  fundamentaes. 

O  desenvolvimento  exacto  de  diversas  aptidões,  o  alto  poder  de 
assimilação,  a  reducção  da  ossatura  entre  os  animaes  de  corte,  a  rapi- 
dez do  crescimento  e  a  propensão  para  a  engorda  levada  até  aos  limites 
compatíveis  com  o  equilíbrio  das  leis  physiologicas,  tal  foi  o  fim  deter- 
minado aos  seus  esforços,  a  tarefa  constantemente  executada. 

Sabe-se  que  Bakewell  não  se  limitava  a  observar  seus  animaes 
durante  a  sua  existência  e  a  comparar  o  seu  augmento  no  peso  e  a 
alimentação  consumida  ;  elle  procurava  completar  suas  apreciações  ou 
a  confrontar  o  seu  julgamento  por  meio  de  autopsias  minuciosas  que 
se  executavam  em  cada  animal,  abatido,  entre  os  da  sua  criação  para 
o  consumo.  Bakewell  com  um  orgulho  legitimo  amava  mostrar  esses 
resultados  fornecidos  pelo  systema  novo  que  adoptava  e  se  differen. 
cava  do  até  então  seguido  nestes  dois  pontos  : 

Reducção  da  ossatura  em  vêzdo  esqueleto  volumoso  ;  criação  em 
consanguineidade  em  vêz  da  mistura  perpetua  de  raças  e  de  sangues 
extrangeiros. 

Estes  dois  princípios  foram  a  base  de  todas  as  suas  operações 
para  criação  ;  pela  judiciosa  applicação  elle  conseguiu  em  vinte  e  cinco 
annos,  apurar  essa  preciosa  raça  ovina  de  Disbley  que  conquistou  rapi- 
damente uma  grande  reputação,  e  quando  em  1760  Bakewell  apenas 
obtinha  pela  locação  dos  seus  carneiros  20  a  25  francos,  por  cabeça  para 
a  época  da  reprrducção,  em  1791,  trinta  annos  mais  tarde,  três  carnei- 
ros lhe  deram,   pela  locação  de  um  anno,  a  quantia  de  75 . OOOfrancos  ! 

O  seu  celebre  carneiro  Two  Founder  lhe  rendeu,  só  em  uma  época, 
31.500  francos! 


SOCIHDADK     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


A  celebridade  e  a  fortuna  foram  a  dupla  recompensa  para  a  sua 
beila  o  útil  carreira. 

Foi  ao  lado  do  criador  de  Disbley  Grange,  que  praticava  a 
hospitalidade  mais  franca,  que  Carlos  o  Roherto  Collings  vieram 
aprender  os  ensinamentos  de  que  tiraram  proveito  maravilhoso  para 
melhoramento  da  raça  de  Durham  a  qual  elles  ligaram  seu 
nome. 

A  criação  consanguínea  praticada  ao  principio  com  uma  certa 
hesitação,  depois  melhor  approveitada  e  continuada  através  de  uma 
ininterrupta  successão  de  gerações,  com  o  auxilio  de  reproductores 
cuja  forca  hereditária  nunca  enfraquece,  a  preoccupação  constante 
de  apurar  productos  para  obtenção  da  maior  vantagem  quanto  á  carne, 
deram  aos  rebanhos  dos  irmãos  Collings  uma  homogeneidade  sem 
igual  e  extraordinária  precocidade. 

Os  successos  que  os  reproductores  das  herdades  de  Ketton  e  de 
Barpmton  obtiveram  nos  concursos  e  a  admiração  que  despertaram 
no  mundo  dos  criadores  pela  belleza  e  regularidade  de  suas  formas 
conceituaram  rapidamente  a  sua  celebridade. 

«Toda  a  imprensa,  diz  um  escriptor  da  época,  celebrava  a  as- 
sombrosa maravilha,  e  todo  «  gentleman  »  que  quizesse  principiar  o 
melhoramento  do  seu  rebanho  ia  comprar  um  touro  dos  Collings 
até  que  chegou  a  occasião  de  se  considerar  um  grande  favor  obter 
um  desses  reproductores.  Quem  falava  dos  Durhams  melhorados  apai- 
xonava-se  agora  pelos  Collings  ;  os  adeptos  dessas  espécies,  que  se 
considerassem  capazes  e  dispostos  a  pagar  preços  elevados,  acudiam 
em  multidão  a  Ketton  e  a  Barpmton...» 

listas  operações  de  mr.  Collings  concluíram  em  1810  pela  venda 
geral  do  seu  gado  que  produziu  177.920  francos;  o  touro  «Comet» 
vendeu-se  por  26.250  francos  e  um  criador  que  appareceu  logo  após  a 
venda  desse  animal  declarou  que  teria  dado  por  elle  até  42 .000  francos ! 
Os  admiradores  e  amigos  de  Carlos  Collings  quizeram  perpetuar  a 
lembrança  da  sua  brilhante  carreira  e  para  este  fim  offereceram-lheuma 
rica  taça  de  praia,  «en  vermeib,  com  esta  inscripção  : 

«  Offerta  a  mr.  Carlos  Collings  —  o  grande  aperfeiçoador  da  raça 
Durham,  pelos  criadores  cujos  nomes  seguem  como  uma  prova  do  seu 
ieconhecimento  pelos  serviços  que  elle  lhes  prestou  com  os  seus 
criteriosos  aperfeiçoamentos  e  também  como  um  testemunho  de  estima 
pela  sua  pessoa.  — MDCCCX.» 

Como  bem  disse  Sanson  :  isto  vale  perfeitamente  um  titulo  de 
nobreza . 


LAVOURA 


RobsrfcoCoIIings  terminou  sua  carreira  de  criador  em  1818  ;  a  venda 
do  sou  galo  rendeu  196.325  francos  ;  opreoo  médio  de  animal  saiu  a 
mais  de  3  000  francos ! 

A  raça  de  Durham  melhorada  adquiriu  fama  universal,  póde-se 
consideral-a  uma  das  glorias  da  agricultura  ingleza  e  consagra  as 
victorias  dos  methodos  zootechnicos  modernos.  Sua  rápida  extensão 
causou  entre  os  criadores  de  todos  os  paizes  uma  salutar  emulação  para 
o  melhoramento  da  conformação  das  raças  bovinas,  de  que  ella  represen- 
tava o  typo  ideal,  e,  neste  ponto  de  vista  se  pôde  dizer  que  a  disseminação 
desses  representantes  exerceu  em  toda  parte  uma  influencia  feliz  sobre 
a  criação  bovina. 

O  methodo  que  produzira  entre  as  mãos  hábeis  de  Bakewell  e  dos 
irmãos  Collings  tão  brilhantes  resultadas  conduziu  egualmente  ao 
successo  outro  illustre  criador  de  carneiros  Jonas  Webb. 

Observador  de  génio,  pratico,  esclarecido  e  experimentado,  elle 
conseguiu  após  18  annos  de  esforços  incessantes  fazer  do  carneiro 
Southdown  um  modelo  de  perfeição  para  a  producção  da  carne.  Jonas 
Webb  conheceu  todos  os  triumphos  que  um  criador  possa  ambicionar; 
em  todos  os  concursos  em  que  participaram  os  seus  Southdowns 
melhorados,  elle  obteve  as  mais  altas  recompensas. 

Em  Pariz,  nos  certamens  de  1855  ede  1856  foram  concedidos  os 
primeiros  prémios  e  os  seus  esplendidos  reproductores  levantaram 
grande  enthusiasmo  no  mundo  dos  criadores. 

O  gado  ovino  de  Babraham  estava  conhecido  em  todo  mundo  e 
foi  único  acontecimento  nos  annaes  da  criação  o  da  venda  geral  dos 
carneiros  de  Jonas  Webb  que  se  realisou  a  10  de  julho  de  1861. 

Mr.  Robion  de  la  Tréhonnais  dando  conta  desta  memorável  jornada, 
escreveu : 

«  O  gado  de  Jonas  Webb  não  existe  mais  reunido :  os  famosos 
carneiros  cuja  locação  foi  disputada  durante  um  quarto  de  século  e, 
que  exerceram  tão  grande  influencia  para  o  melhoramento  das  raças 
ovinas,  em  todo  mundo,  estão  agora  dispersos  o  para  nunca  mais  se 
juntarem  sob  avara  do  eminente  criador.  Ha,  accrescenta  o  mesmo 
escriptor,  na  existência  de  cada  homem  um  instante  decisivo  em  que  a 
responsabilidade  da  vida  activa  se  torna  excessivamente  pesada,  ou, 
como  o  viajante  afadigado,  o  homem  sentindo  que  a  energia  necessária 
ao  cumprimento  de  sua  missão  começa  a  enfraquecei',  depõe  o  seu  fardo 
e  descança. 

Foi  talvez  este  sentimento  que  determinou  Jonas  Webb  a  realisar 
afinal  o  fructo  do  seu  génio.  » 

2160  4 


SOCIIÍDADK     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


Jamais  testemunho  tão  esplendido  <le  estima  e  de  respeito  foi 
offerecido  a  algum  agricultor  depois  que  a  agricultura,  nutridora  do 
género  humano,  se  tornou  objecto  de  altenção  e  do  estudo  dos  homens 
sérios . 

Os  annaes  da  agricultura  ingleza,  tão  ricos  em  acontecimentos  de 
todo  género  nada  offereeem  que  seja  tão  notável. 

Ao  lado  desses  nomes  de  que  se  ensoberbece  a  agricultura  ingleza, 
seria  injusto  não  mencionar  aquelles  que  em  França  trouxeram  o 
concurso  da  sua  sciencia  e  «la  sua  dedicação  absoluta  ao  progresso  da 
criação. 

Embora  a  sua  celel  ridade  seja  menos  considerável,  sua  ohra  mais 
modesta,  elles  merecem  figurar  em  bom  logar  entre  os  práticos  aos 
quaes  a  zootechnia  moderna  deve  pagar  um  tributo  de  homenagens 
justas. 

Si  os  criadores  inglezes  proseguiram  no  melhoramento  da  raça 
pela  raça  e  fizeram  da  «selecção»  o  seu  methodo  de  preferencia,  a 
mistura  de  sangues,  o  «  crescimento»,  a  ((mestiçagem»  conservaram 
em  França  um  favor  real . 

Preoccupados  com  fazer  beneficiar  a  criação  nacional  com  os 
resultados  adquiridos  pelos  práticos  de  ultra-Mancha  e  desejosos  de 
cons?rvar  em  seu  primor  essas  qualidades  tão  preciosas  de  adaptação 
ao  solo  e  ás  condições  do  meio  em  que  operavam  os  iniciadores  do 
progresso  zootech nico,  em  França,  recommendaram  a  importação  dos 
reproduetores  inglezes  para  o  melhoramento  pelo  «crescimento»,  dos 
gados  indígenas. 

Já  uma  importante  empreza  zootechnica,  á  qual  Tessier  eGilbert 
ligaram  seus  nomes,  exercera  sua  feliz  influencia  para  a  criação  ovina, 
pela  introducção  na  França  dos  carneiros  Merinos,  de  Hespanha,  ea 
criação  do  celebre  gado  de  Rambouillet,  no  domínio  comprado  por 
Luiz  XIV  ao  Duque  de  Penthièvre,  no  fim  do  XVIII  século. 

A  ovelha  de  Rambouillet,  destinada  á  producção  e  melhoramento 
da  preciosa  raça  de  lã  fina  que  constituía  o  factor  essencial  da  for- 
tuna agrícola  da  Hespanha,  e  que  este  paiz  tivera  a  previdente  sa- 
bedoria de  manter  nos  limites  de  suas  fronteiras  até  o  dia  em  que 
as  intervenções  regias  e  os  tratados  políticos  a  obrigaram  acederas 
rebanhos  ao  estrangeiro  —  a  ovelheira  de  Rambouillet  disseminou  os 
seus  reproduetores  entre  os  rebanhos  de  raças  communs  indooecupar 
as  differentes  zonas  do  território. 

O  progresso  que  resultou  foi  dos  mais  consideráveis  e  a  ovelheira 
de  Rambouillet  cujo   papel  tem  sido  tão  efficaz  para  o  melhoramento 


A     LAVOURA  27 

das  lãs  indígenas  adquiriu  rapidam  ente  uma  nomeada  universal.  De 
lodos  os  paizes  vêm  emissários  em  procura  dos  reproductores,  attin- 
gindo  alguns  a  preços  excedentes  dez   mil  francos!» 

(Do  Estado  de  S.  raulo.  ) 

££**íjK— « 


EXPEDIENTE 


Secretaria 

Syndicato  Agrícola  Alegrense-Ao  Sr.  Presidente  da  Socie- 
dade Nacional  de  Agricultura  foi  communicado  em  ofticio  pela  directoria  do 
Syndicato  Agrícola  Alegrense.  reeentemento  installado  na  Villa  do  Alegre,  que 
este  syndicato  tomou  a  deliberação  de  inscrever-se  como  associado  desta  Sociedade, 
sendo  na  mesma  occasião  resolvido  solicitar  desta  mesma  Sociedade  parecer  sobre 
os  seus  Estatutos.  Tomando  na  devida  consideração  tão  honroso  officio,  a  Direc- 
toria desta  Sociedade  confiou  a  analyso  dos  estatutos  ao  Sr.  Dr.  João  Baptista  de 
Castro  que  se  desempenhou  desse  encargo,  emittindo  o  seguinte  parecer  que 
publicamos  na  intrega  : 

«  Tenho  a  honra  de  informar  lhe  que,  acquiescendo  ao  seu  honroso  convite  afim 
de  emittir  o  meu  parecer  sobre  os  estatutos  do  «  Syndicato  Agrícola  Alegrense  », 
achei-os  perfeitamente  correctos,  já  no  que  respeita  a  lei,  já  nos  institutos 
propostos. 

Por  feliz  coincidência,  ao  ser-me  ommettida  essa  tarefa,  pude  verificar  com 
satisfação  que  a  associação  em  questão  é  o  resultado  final  de  uma  propaganda  que 
desempenhei,  ha  bastante  tempo,  na  Villa  do  Alegre,  junto  de  djis  amigos  que  alli 
tive  —  o  vigário  — Reverendíssimo  padre  Martins  Teixeira  e  o  fin  ido  juiz  de  direito 
da  Comarca  Dr.  Wanderley,  aos  qnaes  se  juntou  mais  tarde  o  P.omotor  Publico. 
Tendo  os  meus  filhos  uma  vasta  fazenda  no  Alegre,  onde  estive  algumas  vezes, 
adquiri  acolá  relações  e  delias  lancei  mão  para  divulgar  as  nossas  doutrinas,  como 
posso  provar  com  as  cartas  que  nesse  sentido  possúj. 

Os  estatutos  pareceram-me  um  tanto  rigorosos  de  mais,  em  certos  pontos  ; 
mas,  a  experiência  adquirida  na  pratica  é  quem  ensinará  as  modificações  que  por 
ventura  forjm  reclamidas  pelos  nossos  costumes,  contanto,  po--ém,  que  fiquem 
mantidas  em  sua  essência  os  sãos  princípios  básicos  dess;s  s dataras  instituições.  » 


Correspondência 

Evpedída  em  j  moiro  : 

Cartas,  ollicios,  telegrammas  o  circulares    . 
Irapresscs     .     • 


88  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Expedida   en    fevereiro  : 

Tolegraramas,  cartas  o  òfficios 4"2 

Impressos 45S5 

Recebida   em  janeiro  : 

Cartas 189 

Circulares    3 

Memoranda 10 

Oiiicio.; 33 

Telegrammas    .......: 6 

Idem  em  fevereiro  : 

Cartas 302 

Circulares    1 

Memoranda 10 

Offleios 39 

Telegr  immas , 11 

GAFANHOTOS—  Do  Sr.  Arthur  Baroneim,  lavrador  residente  em  União  da 
Victoria,  recebeu  a  Secretaria  a  seguinte  carta  que  damos  á  publicidade: 

«  Kas  minhas  lavouras  tive  três  passagens  suecessivas  de  gafinliotos.  Na  pri- 
meira em  20  de  outubro,  pararam  só  um  dia  e  desovaram  pouco ;  a  segunda  no 
dia  1  de  novembro,  pararam  nove  dias  e  desovaram  muito;  na  terceira  no  dia  22 
de  novembro,  pararam  cinco  dias  e  desovaram  também  muito. 

Nos  últimos  dias  de  novembro  começaram  a  apparecer  saltões  que  foram 
augmentando  diariamente. 

Tendo  a  Sociedade  Estadoal  de  Agricultura  publicado  no  jornal  uma  receita 
usada  no  Transwaal,  para  envenenar  os  pastos  e  as^im  extinguir  os  gafanhotos 
eu  experimentei,  porem  modificanJo  a  receita,  supprimindo  por  não  o  ter,  o 
carbonato  de  soda  e  augmentando  a  proporção  do  arsénico,  tendo  achado  o 
liquido  nas  primeiras  experiências  muito  fraco. 

A  solução  por  mim  usada  fti  a  seguinte:  100  litros  de  agua,  um  kilo 
de  arsénico  e  dous  kilos  de  assucar. 

A  solução  eu  applicava  com  uma  bomba;  primeiro  nos  pastos  onde  estavam  as 
manchas  de  saltões,  porém,  tendo  observado  quo  os  saltões  attingidos  pelo 
liquido  morriam,  applicava  directamente  sobre  os  mesmos. 

O  resultado  obtido  foi  acima  da  minha  e-peetativa,  pois  em  poucos  dias  livrei 
completamento  a  minha  lavoura  dos  pequenos  gafanhotos. 

As  minhas  lavouras  oceupam  uma  área  de  40  alqiuires,  porém  a  parte  mais 
infestada  de  gafanhotos  era  só  de  seis  alqueires. 

A  despjsa  por  mim  feita  na  matança  dos  saltões  foi  a  seguinte  ; 

1 1  kilos  de  arsénico 22$000 

22  kilos  de  assucar 11$009 

Cinco  dias  de  serviço  de  um  operário 15,^000 

Total 48$000 


A     LAVOURA 


Julguei  dever  enviar  estas  noticias,  conheconio  quanto  esta  Sociedaie  se 
interessa  pela  lavoura  e  por  tudo  o  que  pode  ser  do  vantagem  para  a  mesma. 

Esta  exporiencia  já  tom  silo  feita  pjr  muitos  e  a  Sociedaie  terá  noticias 
antecedentes  do  bom  resultado  que  se  obtém  na  extinccão  dos  gafanhotos  cora  o 
arsénico  o  por  isso  ponso  que  osti  minha  não  terá  outro  resultado  quo  confirmar 
o  que  já  muitos  terão  noticiado.  » 


Secção   Technica 


INFORMAÇÕES  —Em  18  de  fjvereiro  de  1908. 

O  Sr.  Jarbas  Guimarães,  em  carta  datada  de  Quoluz  de  Minas,  pediu  infor- 
mações sobre  um  tratado  de  criação  de  gallinhas. 

Indicou-se  em  primeiro  lo0rar  o  livro  de  C.  Voitelier  —  VAokullure  —Paris; 
sendo  também  indicado:  1",  Jacquo—  Le  Pomlaller—  Paris—  2o,  Lemoina  —Lélevage 
des  animaux  de  basse  cour  —  Paris  —  3o,  II.  II  —  Stoddard  —  The  New  Egg. 
Varm. 

O  Sr.  Adolpho  Rollemberg—  emcarti  ditada  do  «Engenho  Ejcurial»,  Sorgipa 
—pediu  informações  sobre  um  automóvel  para  Uvras  e  outros  trabalhos  agrícolas. 

Respondeu-se  que  S.S1.  encontrará  o  que  deseja,  lendo  o  n.  11  da  Livoura, 
de  novembro  de  1906  eo  10  do  outubro  de  1907. 

Além  disso,  para  informações  de  caracter  comraercial  S.S'  poderá  dii-igir-se 
aos  Srs.  Arens  &  Comp. ,  que  são  agentes  da  casa  Suul,  no  Brasil. 

O  Sr.  Joaquim  Cândido  Noves,  era  carta  datada  do  11— peliu  informações  di- 
versas, sendo:  Ia  qual  a  melhor  formicida?  2a  qual  o  preço  da  machina  des- 
tinada á  extracção  da  fibra  da  piteira  ? 

Quanto  ao  Io  quesito  —  informou-se  não  haver  estudo  serio  e  seguido  quo 
habilite  a  se  dizer  qual  o  melhor  formicida. 

O  producto  que  se  venda  sob  osta  denominação,  quando  applicado  com  pe- 
rícia e  repetidamente,  dá  sempre  resultado,  qualquer   que  seja  o  fabricante. 

Quanto  ao  preço  da  machina  de  ext-r  ihir  a  Abra  da  piteira,  vem  na  A  Lavoura 
de  outubro  de  190S,  pagina  538. 

O  Sr.  Domingos  Zatti  —  pede  informações,  sobre  onde  pode  encontrar  ramas 
de  inanahivas  das  mandiocas  —  Manipeba  e  Saracura  ? 

Não  sabemos  quem  possua  essas  variedades,  todavia  o  Sr.  Domingos  Zatti 
pôde  informar-se  na  DisliUaria  Franco-Brasileira  da  Várzea,  em  Jundiahy  —  São 
Paulo,  pois  ahi  fazem  grandes  culturas  de  mandioca  e  ê  bom  possível  que  conhe- 
çam essas  duas  variedades. 

O  Sr.  Agrippino  Duarte  —  de  Januaria  —  Minas  —  pedo  informação  sobre 
qual  o  processo  para  desnaturar  o  álcool  e  qual  o  melhor  processo  para  o  fabrico 
dos  vinhos  artiflciaes  ; 

Qual  o  melhor  processo  para  extrair  borracha  da  maniçoba. 

Informou-se  quanto  ao  Io  quesito:— para  desnaturar  o  álcool  omprega-se,  en- 
tre outras,  a  seguinte  formula: 

Para  100  litros  de  álcool  —  10  litros  de  methyleno  e  1/2  litro  de  benzina  ; 

2o  —  Ler  —  J.  Andibart  —  L'art  de  faire  le  vin  de  raisin  sec  —  Paris  ,  Ja- 
cqueim  —  Les    levrúres  —  Paris. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE      AGRICULTURA 


3o  —  O  único  meio  até  agora  empregado  é  o  das  tigelinhas,  usado  no  Pará, 
para  a  seriDgueira  e  no  Sul  para  a  maniçoba. 

O  Sr.  Arthur  da  Silva  Bernardes—  de  Viçoz  i  —  Minas  —  pede  informações 
sobre  se  a  lei  federal  que  concado  prémios  aos  seriícieultores  está  em  vigor  e  em 
execução. 

Informou-se— que  a  lei  está  em  execução  o  quanto  aos  demais  esclarecimentos 
— acham-seno  regulamento,  ás  paginas  390  de  2  do  setembro  d'A  Lavoura,  de  1907. 

A.  GrevyZebra-  No  numero  do  novembro  d'A  Lavoura  demos  noticia 
da  Estação  Zootechnica  que  os  Srs.  Herm  Stoltz  &  C.  fundaram  no  Jardim  Zooló- 
gico desta  Capital.  Os  mesmos  senhores,  na  qualidade  de  representantes  do  Sr.  Cari 
Hagenbock,  de  Hamburgo,  acabam  do  receber  um  prospecto  no  qual,  vem 
expostas  todas  as  vantagens  que  os  criadores  poderão  tirar  com  a  iutrodueção^da 
Grevxj-Zebra.  De  muito  bom  grado  accedemos  ao  pedido  que  nos  fez,  no  sentido  de 
transcrevermos  o  prospecto,  o  que  fazemos,  reproduzindo  a  gravura  que  acompa- 
nha o  mesmo,  para  melhor  orientação  dos  nossos  leitores  : 


«A  Grevy-Zebra  (Equus  Greoyi),—  dos  paizes  Somali  &  Galla  é  entre  as  diversas 
espécies  de  zebra  a  maior,  a  mais  bonita  e  a  mais  forte.  Ella  é  quem  tem  depois 
da  zebra  das  montanhas  (Eiuuí  Zebra)  o  mais  verdadeiro  typo  de  jumento  e  é  de 


A    LAVOURA 


ura  tamanho  considerável,  de  modo  que  no  seu  completo  desenvolvimento  ella 
alcança  a  altura  do  1  m.  45  cm.  ató  1  m.  48  cm.,  medida  esta  tomada  di  cruz. 
Pela  grandeza  e  belleza  do  seu  corpo  ella  6  especialmente  dotada  para  a  criação  de 
zebroides  mulas.  As  zebroides  que  até  agora  se  tom  ganho  pelo  cruzamento  da 
zebra  de  Burchell,  Chapman  &  Bohm  com  os  cavallos  tem  se  mostrado  animaes 
muito  bons  e  tenazes  para  o  trabalho.  Elias  possuem  pelo  menos  a  mesma  tena- 
cidade e  capacidade  de  trabalho  que  possue  o  burro  criado  pelo  cruzamento  entre 
cavallo  e  jumento  e  toda  a  sua  apparencia  é  mais  nobre  e  mais  bonita. 

Como  as  Urevy-Zebras  em  tamanho  são  somente  um  pouco  menores  do  que  os 
jumentos  de  criação  hespanhóes,  eu  considero  estas  zebras  o  mais  nobre  e  o  melhor 
material  de  criação  para  produzirem  em  seu  cruzamento  com  as  diversas  raças 
decavallos  uma  zebroide-mula  da  primeira  ordem.  As  grevy  zebras  têm  por  isso 
ura  valor  especial  para  a  agricultura. 

Especialmente  possuem  estes  animaes  uma  tão  boa  Índole,  que  uma  vez  aman- 
sados são  tão  seguros  como  o  mais  dócil  cavallo. 

Por  causa  do  typo  evidente  de  jumento  nestes  animaes  tenho  a  grande  espe- 
rança que  os  seus  descendentes  produzidos  polo  cruzamento  com  os  graudes  ju- 
mentos do  criação  hespanhóes  se  provarão  fecundos.  Para  provar  a  verdade  destas 
minhas  presumpções,  farei  experiências  logo  que  chegar  o  meu  transporto  de  grevy- 
zebras,  e  para  este  fim  reservarei  para  mim  para  tirar  a  raça  e  também  para 
cruzamento  com  grandes  jumentos  de  criação  hespanhóes  duas  zebras  inteiras  o 
seis  éguas.  Comeste  intuito  já  tenho  comprado  em  Stellingen  ura  terreno  de  mais 
ou  menos  seis  hectares,  o  qual  será  especialmente  arranjado  para  isto.  Se  pelas 
minhas  experiências  ficar  provada  uma  fecundidade  do  bastardo  produzido  pelo  gre- 
vy-zebra  e  o  jumento,  é  fácil  coraprehonder  que  valo/  extraordinário  tem  este  pro- 
ducto  de  cruzamento  para  conseguir  excellentes  animaes  de  trabalho  para  a  agri- 
cultura. Grandes  jumentos  de  criaç  lo  hespanhóes  foram  lia  alguns  mezes  vendidos 
em  America  para  criação  de  burros,  pelo  preço  exorbitante  de  3.200  dollars  cada 
um.  Como  a  experiência  tem  mostrado  que  os  productos  de  cruzamento  sempre 
ficam  maiores  do  que  foram  os  pães,  eu  espero  que  o  bastardo  da  grevy-zebra  com 
o  jumento,  pelo  menos  alcançará  uma  altura  de  1  m.  60  cm. 

Tenho  actualmente  para  vender  quatro  zebras  inteiras  e  oito  éguas;  mas, 
vendo  somente  uma  inteira  junto  com  duas  éguas,  peloproço  minimo  de  Mk.  18.000 
incl.  emballage,  fornecidos  livre  estação  ou  navio  Hamburgo.  Desda  o  dia  20  de 
fevereiro  estirão  provavelmente  as  grevy-zebras  expostas  em  Stellingen  em  meu 
jardim  zoológico,  o  rogo  aos  senhores  interessados  de  me  enviarem  eventl.  as  suas 
valiosas  ordens  o  mais  cedo  possível  ». 

Propaganda  ii^i-icola,  —  Está  sendo  feita  a  distribuição  do  folheto 
n.  VII  da  serie  que  esU  Sociedade  está  publicando.  Procedeu-se  também  á  reim- 
pressão dos  seis  prinuiros  que  se  tinham  esgotado,  tendo  sido  introduzidas  nelles 
algumas  illustrações  para  melhor  elucidação  do  texto.  Damos,  para  conhecimento 
de  todos  aquelles  aosquies  possa  interessar, os  títulos  destas  publicações  que  são  os 
seguintes  :  I  Cultura  do  algodoeiro,  II  Cultura  do  lúpulo,  III  Cevada,  IV  Consolida, 
V  Alfafa,  VI  Quatro  importantes  leguminosas  forrageiras  e  VII  Plantas  produeto- 
rasde  borracha.  Este  ultimo  ó  um  folheto  de  58  paginas  ;  na  sua  primeira  parte 
encontram-se  estudos  sobre  a  maniçobeira,  sua  cultura  e  exploração  ;  sobre  a  se- 


32  SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

ringueira,  sobro  ocaucho  ou  castilloa  elástica, e  finalmente,  sobre  a  Landolphia  Se- 
negalensis.  Vêm  depois  excorptos  do  parecer  elaborado  pelo  Sr.  Dr.  Miguel  Cal- 
moD,  como  membro  da  Comrmssíio  de  Agricultura  e  Industrias  Conn;xas  da  Camará 
dos  Deputado-:,  a  orca  do  projícto  n.  83,  de  1936,  do  Sr.  Deputado  Passos  de  Mi- 
randa Filho,  que  estabelece  a  mouopolização  do  commorcio  da  borracha-seringa. 

Segue-se  uma  noticia  suecinta  sobre  a  nova  planta  proJuetora  de  borracha  —o 
Guayule,  extrahida  do  boletim  d:i  Secretaria  de  Fomento  do  México.  Em  ultimo 
logar  traz  dados  estatísticos  concernentes  á  cotação  da  borracha  brasileira  do  varias 
procedências  e  qualidades,  nos  mais  importantes  mercados  nacionaes  e  estrangei- 
ros. Não  comportando  as  pequenas  dimensões  do  folheto  a  gravura  em  que  vem 
reproduzida  a  bellissima  alameda  de  seringueiras  do  Jardim  Botânico  do  Rio  do 
Janeiro,  incltiimol-a  abrindo  o  presente  numero,  para  que  melhor  se  grave  o 
que  então  atflrmou  o  autor  de  um  estudo  sobre  a  questão,  publicado  naquelle 
mesmo  numero,  sobro  as   possibilidades  aqui    da  cultura   da   Hevea   Brasiliensis . 

De  grande  bellez.i  e  exprimindo  uma  vista  do  Jardim  Botânico  desta  Capital, 
a  cargo  do  orapetento  naturalista,  Dr.  Barbosa  Rodrigues,  julgamos  assim  bem 
illustrar  a  nossa  revista  com  este  quadro  nacional.  O  mesmo  Dr.  Barbosa  Ro- 
drigues já  publicou  um  estudo  sobre  «  As  Heveas  ou  Seriugueiras»,  editado  em 
1900,  o  qual  rejommendamos  aos  interessados. 

A.s  gravuras  das  capas  —  As  gravuras  deste  numero  representam 
bellos  produetos  bovinos,  que  já  figuraram  no  opúsculo  sobre  o  inquérito  do  gado 
Zebú,  ultimamente  distribuído  pur  esta  Sociedade. 

A  da  frente  é  do  gado  Caracú,  de  propriedalo  dos  irmãos  Castro,  era  Minas,  e 
a  do  fundo  6  de  mescla  dos  gados  Caracú  e  Crioulo,  de  propriedade  do  Sr-  Visconde 
de  Ururaby,  no  Estado  do  Rio. 


A    LAVOURA 


Secção  de  plantas  2  sementes 


Distribuição    feita    pela    Sociedade  Nacional     de     Agricultura, 
durante  os  mezes  de  janeiro  e  fevereiro  de   1908 


£ 

SPE^IFICAÇÃO 

PESO 

Kilogrammas 

VOLUMES 

1.350 

40.000 

13.750 

16. COO 

5.310 

4.550 

1.9S2 

1.228 

55.450 

32.000 

8i0 

80.000 

5.000 

4.500 

15.000 

30  000 

1.400 

500 

13 

6 

25 

2 

Ccbollos 

78 

IS 

124 

112 

52 

17 

36 

Algodão  do  Maranhão 

32 
16 

Í5 

15 

15 

3 

1 

SOS. 910 

5S0 

■  lOYIMI.NTO    DA    SEC; 


Foram    satisfeitos  00  pedidi 
»        expedidas  6  cartas. 


-&»&$>  jj(€€€4- 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGKICUl.TUKA 


NOTICIÁRIO 


Sindicatos  agrícolas  —  Damos  a  seguir  o  regulamento  da  lei   dos 
syndieatos  agrícolas,  que  muita  utilidade  virá  prestar  aos  interessados. 

DEi  RETON.  G.532  -de  20  de  junho   de   i  i07 


0  Presidente  da  Republica  dos  Estados  Unidos  do  Brasil,  usando  da  auctori- 
zação  que  lhe  confere  o  art.  48,  n.  1,  da  Constituição,  decreta  : 

Artigo  único.  Fica  approvado  o  regulamento  que  com  este  baixa,  assignado 
pelo  ministro  de  Estado  de  Industria,  Viação  e  Obras  Publicas,  para  a  execução  do 
decreto  legislativo  n.  979,  de  6  de  janeiro  do  1903. 

Rio  de  Janeiro,  20  do  junho  de  1907,  19°  da  Republica. 

Affonso  Augusto  Moreira  Penna.. 

Miguel  Calmon  du  Pin  o  Almeida. 

Regulamento  dos  Syndrctos  Agrícolas,  a  que  se  refere  o  decreto  n.  6.532,  dista  data 

Art.  l.°E'  permittida  a  organização  de  syndicatcs  agrícolas,  que,  para  os 
effeitos  legaes,  são  as  associações  formadas  entre  profissionaes  da  agricultura  o 
industrias  ruraes  de  qualquer  género,  para  defesa  dos  interesses  de  ordem  econó- 
mica, social  ou  moral,  communsaos  associados. 

Art.  2.°  Os  syndicatos  terão  uma  denominação  particular  ou  quó  indique  seu 
objecto  de  modo  a  se  differençarem  de  qualquer  outrj  ;  sua  duração  poderá  ser  in- 
definida :  poiem  organizar-se  independente  de  auctorizaçãj  do  govc.io  e  são 
isentos  de  quaesquer  restricções ou  ónus. 

Art.  3.°  São  característicos  essenjiaos  dos  syndicatos  agrícolas  : 

n)  o  numoro  mínimo  de  sete  associados; 

b)  a  qualidade  pe:uliar  a  tolos  os  associado3  de  profissional  da  agricultura  ou 
de  industria  rural  de  qualquer  género  ; 

c)  a  existência  do  um  património  constituindo  capital  da  associação; 

d   a  fórraa  de  rnutualidade  em  todis  ai  operações  e  actos  dos  syndicatos. 

Art.  4.°  Consideram-se  profissionaes  para  toios  os  eleitos  da  lei  : 

O  proprietário,  o  cultivador,  o  arrendatário,  o  parceiro,  o  criador  de  gado,  o 
jornaleiro  c  quaesquer  pessoas  empregadas  em  serviço  dos  predius  ruraes,  bem 
como  a  pessoa  jurídica  enj  v  existência  tenha  por  fim  a  exploração  de  agricultura 
ou  outra  industria  rural. 

Paragrapho  única.  Perderá  essa  qualidade  todo  aquello  que  deixar  de  per- 
tencer a  qualquer  das  classes  de  que  trata  este  artigo, 

Art.  5.°  O  património  do  syndicato  agrícola  poderá  ser  limitado  ou  illimitado, 
mas  pertencerá  ao  fundo  da  associação,  não  podendo  em  caso  algum  reverter  aos 
associados. 


A     LAVOlikA 


Paragrapho  único.    Será  ordinariamente  constituído: 

a)  pelas  jóias,  mensalidades  ou  annuidades  estabelecidas  nos  estatutos  para 
que  os  associados  possam  gosar  das  vantagens  e  serviços  da  associação  ; 

h)  pelas  commissões  sobre  compras  e  vendas  feitas  ou  agonciadas  por  conta 
da  associação ; 

c)  pelas  taxas  que  forem  estabelecidas  para  outros  serviços  ; 

d)  pelas  multas  determinadas  em  estatutos  ou  regulamentos  ; 

e)  por  empréstimos,  subvenções,  donativos  e  legados. 

Art.  6."  Todos  os  saldos e  proventos  applicam-se  ao  augmento  do  património, 
não  podendo  ser  distribuídos  lucros  aoi  associados. 

Art.  7.°  Poderão  estas  formar  entro  si  caixas  ospeciaes,  de  soccorros  e  d  i  apo- 
sentadorias ou  quaesçiuer  instituições  de  mutualilalee  cooperação,  sem  prejuízo 
do  património  social,  e  constituindo  ellas  associações  distinctas  com  inteira  dis- 
criminação   de  responsabilidades. 

Art.  8.°  O  associado  que  se  desligar  do  syndicato  poderá,  todavia,  continuar  a 
fazer  parte  das  caixas  especiaes  a  que  se  refere  o  artigo  anterior,  mediante  as 
condições  quo  nos  estatutos  forem  fixadas. 

Art.  9."  O  numero  de  associados  poderá  ser  illimitalo,  c  nos  estatutos  devem 
ser  determinadas  as  condições  do  admissão  c  eliminação,  as  vantagens  e  ónus,  bem 
como  a  responsabilidade  dos  mesmos  associados. 

Art.  10.  E'  livre  a  todos  os  associados  retirarem-se  em  qualquer  tempo,  per- 
dendo, porém,  todos  os  direitos,  concessões  e  vantagens  inherontes  ao  syndicato, 
em  favor  deste,  sem  direito  a  reclamação  alguma  o  sem  projuizo  das  responsabili- 
dades que  tiverem  contrahido  (Dec.  n.  979,  art.  6o). 

Paragrapho  único.  Taes  respjnsabilidales  subsistirão,  emquanto  não  lerem 
liquidadas. 

Art.  11.  A  responsabilidade  a  que  se  ro.ere  o  art.  10  só  se  considera  effectiva 
para  o  associado  que  se  retira,  em  relação  ás  ob.w-iações  coutrahidas  pelo  syndicato 
até  ao  dia  da  commnnicação  escripta  da  su:i  retirada. 

Paragrapho  único.  O  asso 3 ia  lo  que  so  retira  ó  respjnsavel  pelai  cneommenJas 
quo  tenha  feito  directamente  ao  syndicato  ou  a  terceiro  por  intermédio  delle, 
asfim  como  pela  cotização  do  anno,  caso  não  tenha  sido  satisfeita. 

Art.  12.  A  organização  do  cooperativas  de  prolncçãoou  de  coes  imo,  caixas 
ruraes  do  credito  agrícola,  associações  de  seguro,  de  previdência,  de  assistência, 
etc,  não  involve  responsabilidade  directa  do  syndicato  nes  transacções,  sendo  a 
liquidação  de  taes  organizações  regida  pela  lei  coaimum  das  sociedades  civis  (Dec. 
cit.  n.  079,  art.  10). 

Paragrapho  único.  Os  bens  empregados  nessas  organizações  não  ficam  sujeitos 
ao  disposto  no  art.  30.  e  sua  liquidação  corre  sob  a  responsabilidade  dos  respectivos 
sócios. 

Art.  13.  Os  syndioatos  agrícolas  constituemse  por  deliberação  da  assembléa 
geral  dos  associados,  que  será  convoc.vla  para  eao  fim  pelos  fandxiores,  depois  do 
organizados  e  assignados  os  estatutos  por  todes  os  associados. 

Art.  14.  No  dia  desiguado,  reunidos  os  associados  em  assembléa  geral,  os  fun- 
didores apresentarão  os  estatutos  e,  lidos  estes,  será  sub eaettida  a  votos  a  reso- 
lução de  estar  o  syndicato  definitivamente  constituído.  Seudo  essa  resolução 
appr-ovada  por  dois  terços  pelo  menos,  do  numero  total  dos  associados,  lavrar-se-á 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


á  acta  da  install.ição  em  duplicata,,  p vim  ser  assignada  por  todos  os  associados 
presentos. 

Art.  15.  Approvada  essa  resolução  por  dois  terços  pelo  menos,  do  numero 
total  dos  associados  será  eleita,  o  em  segui  la,  impossado.  a  primeira  admi- 
nistracção,  devondo  a  acta  da  installação  do  syndicato  lavrar-se  em  duplicata 
e  ser  assignada  por  todo;  os  associados  presentes. 

Art.  18.  Dois  exemplares  dos  estatutos,  da  acta  da  installação  e  da  lista 
dos  associados,  autheniicados  pelo  presideute  e  pelo  secretario  do  syndicato 
agrícola,  serão  depositados  no  cartório  do  registro  de  hypothecas  do  districto 
respectivo,  aui  ficando  archivado  um  de  cada  exemplar  (Dos.  cit.  n.  979,  art.    2). 

Art.  17.  O  exemplar  será  paio  oílicial  do  registro  de  hypothecas,  enviado 
dentro  de  oito  dias  coutados  da  apresentação,  á  Junta  Commercial  do  Estado 
respectivo. 

Art.  18.  Outro  deposito  dos  estatutos  e  da  lista  dos  associados  será  pela  mesma 
forma  renovado  sempre  que  no  anno  anterior  houverem  solfrido  modificações, 
e  cm  todos  os  casos  o  recibo  passado  pelo  offlcial  do  registro  bastará  para 
provar  o  mesmo   deposito. 

Paragraptio  único.  O  registro  dos  documentos  e  respectivo  recibo  ficam 
isentos  de  quaesquer  ónus  o  serão  feitos  no  acto  da  apresentação  dos  mesmos. 

Art.    19.  Os  estatutos  declararão  o  seguinte: 

§  1.°  Denominação,  fins,  formas,  duração  e  sede  do  syndicato   agrícola. 

§  2."  Modo  pelo  qual  este  é  administrado,  e  representado  em  juizo  e,em 
geral,  nas  suas  relações   para  com  terceiros. 

§  3.o  Responsabilidade  dos  associados. 

§  4.°  Condições  de  admissão  e  eliminação  dos  direitos,  vantagens  o  ónus 
dos   associados. 

§  5.°  Condições  de  dissolução  do  syndicato  e  destino  que  nesse  caso  será  dado 
ao   produeto  do   acervo  social,  nos  termos  do  Decreto  n.-079. 

Art.  20.  O  registro  indicará  mais : 

§  1.°  A   data   do  deposito   de  documentos. 

§  2."  Os  nomes   dos  administradores  ou  directores   do   syndicato. 

§  3."  A  entrega  do  recibo  a   que   se  refere    o   art.   18. 

Art.  21.  Desde  a  dita  do  mencionado  deposito  e  registro,  o  syndicato 
agrícola  adquira  personalidade  jurídica,  como  pessoa  distincta  da  dos  respe- 
ctivos assoei ado3  e  pó  le  exercer  tolos  os  direitos  civis  relativos  aos.  seus  in- 
teresses. 

CAPITULO   III 

DOS    ADMINISTRADORES 

Art.  22.  Os  syndicatos  agrícolas  serão  dirigidos  por  dois  ou  mais  admi- 
nistradores, eleitos  pela  assemblea  geral,  entre  os  associados  inscriptos  e  quites, 
auxiliados  por  um  conselho  administrativo  com  o  numero  de  associados  que 
os  estatutos   determinarem. 

Paragrapho  único.  E'  requisito  indispensável  ao  presidente  do  syndicato 
ser  cidadão  brazileiro  no    go;o  de   seus   direitos. 

Art.  23.  E'   expressamente  vedado   aos    administradores  e  bem  assim  aos 


fundadores  o  ineorpjradores  dos  syndicatos   ou  uniões   de  syndicatos  agrícolas 
auferirem  lucros  uii  vantagens  do   qualquer  especio    ou  natureza. 


CAPITULO    VI 

DAS   UNIÕCS  DE  SYNDICATOS 

Art.  40.  Os  syndicatos  agrícolas  podem  fundar  uniões  de  syndicatos  ou  syn- 
dicatos centraes,  com  o  intuito  de  regularizar  o  funccionamento  dos  syndicatos 
locaes,  coordenando  o  concentrando  seus  esforços,  augmentando  seus  meios  de 
acção,  de  modo  a  poder  prestar  a  maior  somraa  possível  de  serviços  aos  as- 
sociados. 

Paragrapho  único.  As  uniões  deverão  abranger  syndicatos  ligados  por  in- 
teresses  communs,    territoriaes  ou   profissionaes  (Dec.  cit.,   n.  979,  art.  11). 

Art.  41.  As  uniões  de  syndicatos  e  os  syndicatos  centraes  adquirirão  per- 
sonalidade jurídica  separada,   do   mesmo   modo  que  os  simples   syndicatos. 

Art.  42.  Constituir-si-ão  na  forma  prescripta  para  os  syndicatos  o  terão 
es  mesmos  característicos  que  estos,  sendo  também  regidas  pelo  presente  re- 
gulamento. 

Art.  43.  Alôm  dos  syndicatos  organizados  e  constituídos,  de  accordo  com 
este  regulamento,  poderão  ser  admittidos  como  associados  das  uniões  de  syn- 
dicatos o  syndicatos  centraes  as  associações  agrícolas  ou  do  industrias  ruraes  o,  do 
mesmo  modo,   os  sócios   destas   instituições. 

Art.  44.  As  uniões  de  syndicatos  o  os  syndicatos  centraes  gosarâo  de  todas 
as  faculdades  que  o  presente  regulamento  confere,  estão  sujeitos  ás  suas  pros- 
ei ipções,  quanto  a    fundação,  modo  do  agir  e  do  liquidar. 

Art.  45.  Estas  associações,  b3m  como  os  syndicatos  agrícolas  organizados 
do  accordo  com  o  presente  regulamento,  ficani  isentos  para  a  sua  orgini- 
zação   e  funccionamento,   de  quasquer   ónus. 

CAPITULO  VII 

DISPOSIÇÕES    GERAES 

Art.  40.  Não  gozarão  dos  fivores  aqui  cmsigo\do3  03  syndicitos  locaes, 
as  uniões  o  os  syndicatos  centraes  qu3  estiverem  om  desxecor Io  com  este  re- 
gulamonto. 

Art.  47.  Não  6  permittido  a  nenbum  syndicato  especular  com  títulos  de 
qualquer  espécie,  podendo,  porém,  adquirir  bans  immoveis,  sem  outra  restri- 
cção,  a  não  ser  a  applicação  destes  aos  serviços  e  fins  previstos  nos  respe- 
ctivos estatutos. 

Art.  48.  São  da  exclusiva  competência  do  juizo  comme  rcial  as  questões 
relativas  á  existência  do  syndicato  agrícola,  aos  direitos  e  obrigações  dos  as- 
sociados  para  com   ello  e   entre  si  e    á  dissolução   e    á   liquidação   do  mesmo. 

Art.  49.  Oi  livros  de  escriptutação  dos  syndicatos  açricolas  serão  rubri- 
cados, pira  torom  fé  em  juizo,  pilo  membro  do  conselho  administrativo  que 
o  presidente  djsignar,  e  são   isentos  de   sello. 

Art.    50.    Revogam-seas  disposições  em  contrario. 

Rio  de  Janeiro,  20   de  junho   de    1907.—  Miguel  Calmon  du  Pine   Almeida. 


3S  SOCIEDADK    NACIONAL    DE    AQUICULTURA 

—  A  exportação  do  café  cm  Santa  Catliarina  vai  augmentando  pouco  a  pouco. 
A  exportação,  principalmente  para  as  republicas  do  Prata,  vai  tomando  pro- 
porções quo  os  mais  Estados  c  tfeeiros  não  devem  desprezar. 

No  2'  semestre  do  l'»07  importaram-se  no  porto  do  Montevideo  684.000 
saccas  do  café  procedentes  do  Rio  de  Janeiro,  55.400  do  Santos  e  477.200  do  Santa 
Catliarina. 

—  Os  Drs.  Nabor  Jordão,  Coronel  Moraes  Salles  o  Lins  de  Almeida,  nomeados 
pelo  Governo  de  S.  Paulo,  partiram  para  o  interior  do  Estado,  com  a  missão  de 
proceder  á  avaliação  da  futura  safra  do  café.  O  Sr.  Dr.  Carlos  Botelho,  Secretario 
da  Agricultura,  pretende  desdobrar  om  três  a  commissão  incumbida  da  avaliação 
da  safra  pendent  \  afim  de  que  ella  possa  apresentar  o  seu  relatório  o  mais  brovo 
possível. 

Cada  uma  dessas  commiísões  porcorrorá  uma  das  grandes  linhas  férreas  do 
Estado:— Mogyana,  Paulista  e  Sorocabaoa  e  a  inspecção  consistirá  em  apurar 
nas  diversas  fazendas,  por  meio  de  questionários,  a  quanti  lado  de  café  colhido 
até  o  dia  da  inspecção;  dividida  essa  quantidade  polo  numero  de  pessoas  encarre- 
gadas da  colheita  e  pelos  dias  de  serviço,  dará,  na  proporção  dos  cafeeiros,  a 
quantidade  corta  da  produção  do  cada  uma  das  fazendas. 

—  Em  Páod"Alho,  Pernambuco,  fui  effectuada  uma  reunião  de  agricultores 
e  proprietários,  convocada  pelo  Dr.  Severino-  Montenegro  e  coronel  Abílio  Pessoa 
afim  do  ser  fundado  um  syndicafo  agrícola. 

—  No  dia  10  do  mez  de  fevereiro  findo  realisou-so  na  sede  da  Escola  Agrícola 
de  Goyana,  a  quinta  reunião  annual  de  sua  assembléa  geral. 

Esta  instituição  é  a  primeira  que  se  fundou  no  Estado  de  Pernambuco  o  cuj^s 
resultados  têm  sido  os  mais  animadores. 

O  Dr.  Luiz  Corroía  de  Brito,  presidente,  perante  numerosa  assistência  usou 
da  palavra,  extendendo-so  em  conceitos  proveitosos  sobro  ávida  lisongeir.i  qu3, 
para  gáudio  ge  ai,   ia  tendo  o  Syndicato  Agrícola. 

Destinado  —  disso  elle— á  realisição  de  dois  grandes  idoiaes  que  eram  — a 
creação  do  credito  agrícola  e  o  banimento  da  ignorância  entro  o  proletariado  — 
notava  com  máxima  satisfação  quo  o  syndicato  attingira  a  meta  de  seus  intentos 
com  o  surprehendente  desenvolvimento  que  se  operava  nos  dois  básicos  elementos 
instituídos  para  a  consecução  de  seus  fins  —  A  caixa  rural  o  a  Escola  agrícola. 

A  primoira,  acereseentou  ainda,  fundada  para  a  creação  e  manutenção  do 
credito  agrícola,  já  se  podia  julgar  consolidada,  pois  durante  quatro  annos  reali- 
sava,  com  grando  regularidade,  todas  as  suas  operações. 

A  segunda,  tendo  apenas  uns  oito  mezes  de  existência  não  ora  monos  lison- 
jeiro o  seu  resultado,  cujo  testemunho  deram  os  exames  prestados  por  uma  turma 
do  alumnos  c  que  naquella  occasião  iriam  receber  o  justo  premio  do  seus  e-:forços. 
Numa  nova  plnso,  portanto,  entrava  a  agricultura  de  Goyana,  por  isso  mesmo 
quo  levantando  o  seu  credito,  dispunha,  em  melhores  condições  do  operariado  que 
deixando  de  ser  o  homem  —  machinasem  cultura  o  sem  estimulo,  se  transformava 
agora  no  auxiliar  intelligente  que,  culturanio  a  terra  iria  sabendo  emoregvr  os 
melhores  msios.  E  concluindo  se  i  bailo  discurso,  fez  sentir  quo,  so  a  quirta  reu  - 
nião  da  assembléa  geral  ínvia  sido  solemnisada  com  a  inaugurarão  da  Escola  Ag  •{- 
cola,  a  actual  so  salemnisava  com  mais  elfusão  ainda,  porquanto  o  faria  com  a  dis- 
tribuição de  promios,  provas  dos  doces  fruetos  que  ia  produzindo  a  mesma  Escola. 


A    LAVOURA  39 

—  O  Estado  do  S.  Paulo  importou  ora  1907  machinas  agrícolas  no  valo?  de 
5.30o  contos,  contra  925  cm  1903. 

As  machioas  para  a  lavoura  importaram  om  333  o  451  contos,  respectivamente. 
Outras  machiuas,  apparulhos  o  utensílios  diversos  variaram  nos  dois  annos,  do 
5.437  contos  a  9.919. 

Tiveram  também  sensível  augmento  os  valoros  de  alguns  géneros  alimentícios, 
que  do  7.758  conlos  elevou-se  a  10.967  ;  o  b.ualhau  teve  t  inibem  um  accrescimo 
de  865  contos,  a  farinha  de  trigo  subiu  a  7.661  contos  om  1907,  contra  6.695  om 
1906;  vorifiía-se  também  no  augmento  do  trigo  o:n  grão,  cujo  valor  foi,  respecti- 
vamente, de  8.220  o  0.215  contus  ;  em  compensação,  o  arroz,  do  qno  se  faz  actu- 
almente larga  plantação  em  todo  o  Estado,  soffreu  sensível  reducção  no  valor 
importado,  que,  tendo  sido,  de  2.400  contos  em  1906,  foi  apenas  d)  321  contos  em 
1907  ;  quanto  a  importação  do  vinho  também  foi  augmentida,  achando so  repre- 
sentada por  9.838  contos  em  1907,  contra  0.885  cm  1906.  A  industriado  papel  o 
suas  applicacões  também  revelou  accrescimo,   passando  de  1.646   contos  a  2.388. 

Em  1900  o  Estado  do  S.  Paulo  importou  algodão  em  bruto,  om  tecidos  e  em 
manufacturas  diversas  no  valor  de  6.5'JO  coutos, elevado  em  1007  a  10.800;  observa-se 
o  mesmo  facto  em  relação  á  lã  em  bruto,  em  lio,  em  toeidos  c  om  manufacturas 
diversas,  cujo  valor,  em  1903,  foi  de  3.000  contos,  elevado  no  anno  seguinte  a 
5.300;  a  juta  em  fio  importou,  no  anno  findo,  em  5.035  contos,  ao  passo  que  cm 
1900  não  passou  da  4.702. 

Tlie  Bly.rn.yer  Ii-on  Works  —  Inserimos  em  o  nosso  boletim  a  se- 
guinto  tralucção  de  uma  noticia  publicada  num  jornal  da  Cuiapas  que  nos  foi 
remottido  pela  casa  cuja  firma  encima  estas  li.ihas,  dispeann  lo-nos  do  quaesquer 
eommentarios,  pois  o  quo  ahi  se  lê  e  mais  que  significativo,  limitan  lo-nos  a  solicitar 
a  attenção  dos  leitores  para  o  annuncio  que  a  importante  '/asa  americana  começa 
a  publicar  em  o  nisso  periódico. 

NOSSO  ESTADO   PROGRIDE 

Comprazer  temos  assignalalo  o  desenvolvimento  que  têm  tido  em  nosso  Es* 
tadoas  transacções  commorciacs  da  grande  fabrica  «The  BlymyeL'  Iron  Works,  do 
Estado  de  Ohio.  da  Republica  Norte  Americana, representada  pelos  Sr.  Cueto  y  Com- 
panhia, banqueiros  de  Tuxtla  Guticrroz  y  Tonalã. 

Dissemos  «  com  prazer  »,  porque  esto  doson volvimento  não  somente  interessa 
áquolla  casa  americina,  mas  também  a  nossos  conterrâneos  o  a  nossa  terra.  Si 
aquella  fabrica  disso  aufere  lucros,  a  quo  faz  jús  por  sua  io.telligo.icia,  operosidade 
e  honradez,  de  maior  importanoia  o  mais  estiveis  são  os  dos  nossos  fazendeiros. 

As  machinas  da  casa  a  quo  vimos  do  nos  referir,  têm  contribuiJo  pira  fomentar 
nossas  riquezas  agrícolas,  já  pela  facilidade  do  seu  manejo,  j  i  pela  economia  que 
deriva  do  seu  emprego ;  vieram  converter  em  verdadeiro  prazer  trabalhos  que 
anteriormente  se  faziam  com  grande  difficuldade,  animar  a  todos  aquollei  que 
delias  se  servem,  porque  o  estudo  do  sou  engenhoso  mecanismo,  e  a  observação  do 
perfeito  rythrro  com  quo  funceionam,  inspiram  confiança  ao  observador  que  não 
mais  so  arreceia  do  so  atirar  ás  grandes  emprezas  modernas  o  desse  modo  onvero'a 
pela  única  trilha  quo  dove  libertar  a  clle,  a  nosso  Estado  o  a  nossa  Republica,  da 
concurroneia  das  raças  progressistas  que  lançam   mão  do  tudo  quanto  é  moderno 


40  SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

o  grande.  Com  estas  idéas  que  circulam  cm  outro  cérebro  e  com  o  natural  aflecto 
por  tudo  quanto  é  de  nossa  terra  e  pátria,  não  é  da  admirar  que  nosso  peito  se 
encha  de  alegria  e  satisfação  todas  as  vezes  que  vemos  entrar  em  nosso  Estado  uma 
das  installações  das  excellentes  machinas  modernas  da  casa  Blymyer,  pcis  bem 
«mprehon lê  nos  quo  este  facto  significa  um  passo  mais  na  senda  do  progresso. 

Em  parto  alguma  encontra-sj  casa  mais  afiavcl  e  que  sirva  com  mais  interesse 
a  seus  clientes  do  quo  a  destes  senhores;  cora  a  paciência  de  um  mestre  possuído 
da  maior  consideração  para  cjm  seus  discípulos,  elles  instrenm  a  seus  clientes  da 
maneira  mais  minuciosa  e  acertadi  que  so  póle  conc3b:r.  A  fabrica  tem  a  seu  ser- 
viço engenheiros  ospeaialistas  em  cida  ura  dos  ramos  agrícolas  para  os  quaes 
constroe  machinas,  o  os  senhores  agricultores  só  teriam  a  lucrar  em  os  consultar, 
podendo  terá  certeza  de  que  seiãoattoa  lidos  com  a  dovidi  cortezia  e  intelligencia. 

(Do  El  Heraldo  de  Chiapas.) 


ITopliiiisi,  Cíiussei-  «Ss  Iloplcins  —  Abrimos  os  annuncios  deste 
numero  com  um  novo  desta  importante  casa,  para  o  qual  chamamos  a  attenção 
dos  leitores. 


Marine  liada  de  cavallo  —A  leguminosa  conhecida  por  este  nome, 
que  é  o  desmolium  leocarpum,  dá  excellente  forragem  para  o  gado  e  óptimo  adubo 
vorde,  não  se  deixando  crescer  muito  para  não  endurecer. 

A  sua  producção  em  ramas  pôde  avaliar-se  em  19.000  kilos  por  alqueire  e  o  seu 
rendimento  em  grãos  attinge  a  225  hectolitros. 

Essa  planta  cresce  bem  no  moio  do  milho. 

O  trevo  da  Florida,  sua  varieiade,  rende  as  mesmas  utilidades.  Pôde  ser  cor- 
tado tws  vezes  por  anno  e  dá  em  cada  corte,  antes  da  floração,  corça  de  48.000 
kilos  por  alqueire. 

No  dia  16  de  fdvereiro  do  corrente,  foi  installada  na  quinta  d  j  Pirajá,  com  a 
presença  do  Governador  do  Estalo  do  Piauhy,  uma  escola  pratica  de  agricultura. 

— Acaba  de  ser  fundada  era  S.  José  dos  Pinhaes  (Estado  de  S.  Paulo)  a  Sociedade 
de  Agricultura  e  Protecção  aos  Animaes. 


A     LAVOURA 


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-OCIKDADE    NACIONAL    D!i    AGRICULTURA 


« 

i 

4,718,049 
5,5S3,014 
5,41S,540 
5,170,916 
4,786,493 
3,941,688 
4,599,149 
3,870,107 
4,032.10(3 
4,70S,5S3 
3,719,952 
3,599,291 

s 

8 

4.:  :92,337 
4,151,703 
í,24  i,185 
:;.374,933 
2.S90.172 
2,467,137 
2,813,784 
4,391,3S2 
5,051,055 
6,252,413 
7,029,327 
5,405,003 

1 

1 

4,029,795 

3.978,530 
3,997,009 
3,217,92) 
8,143,810 
1,854,705 
2,43S,736 
3,76S,044 
4,562,221 
5,71S,727 
4,675,171 
4.ij  :.4í5 

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ooooco— 'r-oOíCTtíJCi^ 

a 

a 

Janeiro    . 

Fevereiro 

Maio  .     . 
Junho.     . 
Julho  .     . 
Agosto    . 
Setembro. 
Outubro  . 
Novembro 
Dezembro 

s 

A     LAVOUKA 


PARTE  COMiYIERCIAL 


Movimento  do  mez  de  janeiro  de  1903 

Oítfó 

Existência  era  15  de  janeiro  569.028  sxecas,  coatra  574. 4 43  no  dia  31  de 
dezembro. 

Existência  ora  31  de  janeiro  521.693  sacoas,  coatra  569.028  no  dia  15. 
Entradas  em  janeiro  : 

Saceas 

Estrada  de  Ferro  Centnl  ih  Rrazil 54.061 

Cabotagem 17.878 

Barra  Dentro 1-18.532 

Total 220.474 

Venleram-se  336.000  saceas,  coatra  268.000  nj  mez  anterior. 

Na  primeira  quinzena,  em  Nova- York,  o  n.  7,  disponível,  foi  cotado  a  0  c. 
por  libra,  até  o  dia  9  o  a  6  1/8  c.  de  10  em  diante. 

Na  Bolsa,  os  preços  estiveram  sempre  em  alta,  registraadosa  :  5.75  c.  em  2, 
3  c  4  ;  5  80  c.  em  7  o  8  ;  5.90  c.  desde  9  até  o  fim  da  quinzena. 

Na  segunda,  em  New- York,  o  typo  n.  7,  disponível,  foi  cotaio  a  6  1/8  c.  por 
libra  até  o  dia  20,  a  6  3/16  c.  em  21  e  a  6  1/1  c.  dalii  por  dianto. 

Os  preços  extremos  da  Bjlsa  foram  5.90  c.  om  16  o  6.10  c.  em  25.  27  o  31. 
vigorando  nos  outros  dias  03  seguintes  :  5.95  c.  em  17  ;  6  c.  em  18,  20,  21  o  29  ; 
0.05  c.  em  22,  23,  24,  28  o  30. 

Os  embarques  do  mez  foram  de  268.216  saccw,  contra  270.393  no  mez 
anterior. 

Os  extremos  das  cota;3es  foram  : 

PRIMEIRA  QUINZENA 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  n.  0 5$100  a  5$501  3§172  a  3s71 1 

»      »    7 4^800  »  5-5200  3$268  »  3$54o 

»      »    8 4$600  »  5$003  3$  132  »  3$404 

»      »    9 4$400  »  4$300  2$&98  »  3$268 

SEGUNDA    QUINZENA 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  a.  6  5$400  a  5$700  3$676  a  3$881 

»      »    7 5$100  »  5$400  3^472  »  3$076 

»       »    8 4$900  »  5$200  3$336  »  3^540 

»      »    9 4$700  »  5$000  3$200  »  3$404 


SOCIEDADE     NACIONAL     DS    AGRICULTURA 


Café 

Movimento  do  mez  de   fevereiro 

Existência  om  15  do    fevereiro  529.319  saccas,    contra    521.606    em  31    do 
janeiro. 

Existência  om  29  do  janeiro  493.303  saccas,  contra  529,319  no  dia  15. 
Entradas  em  fevereiro  : 

Saccas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 73.106 

Cabotagem 24.245 

Barra  Dentro , 173.837 


Total 271.188 

Venderam-se  388.000  saccas,  contra  333.003  no  mez  anterior. 

Na  primeira  quinzena  de  fevereiro,  em  Nova-York,  o  typo  7,  disponível,  foi 
cotado  a  6  3/8  c.  por  libra  de  3  a  10  e  a  6  1/4  c.  em  1  e  de  11  em  diante. 

Na  Bolsa  houve  três  preços  para  a  opção  mais  próxima  (março)  :  G.  10  c.  em 
1,  5,  6  e  7  ;  6.05  c.  em  3,  4  e  8 ;  6  c.  de  10  em  diante. 

Na  segunda,  em  Nova  York,  o  typo  7,  disponível,  foi  cotado  a  G  5/16  c.  por 
libra  em  17  e  18,  a  0  1/4  e.  de  19  a  20  e  a  6  3/16  c.  em  29. 

Na  Bolsa  houve  três  cotações:  5.95  e.  em  17  o  18  ;  5.90  c.  em  19,  20,  24,  26 
e29  ;  5.85  c.  em  21,25,  27  e  23. 

Os  embarques  do  mez  foram  : 

294.616  saccas,  contra  268.216  do  mez  anterior. 

Os  extremos  das  cotações  furam  : 

PRIMEIRA   QUINZENA 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  n.  6 5$300  a  5$600  3$608  a  3$813 

»   »  7 5$000  »   5$300  3$  104  »  3$608 

»  »    8 4$800  »  5$103  3$268  »  3$472 

»   »  9.  .  .  '.  .  .   4$690  »  4$900  3$132  »  3$336 

SEGUNDA  QUINZENA 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typon.  6 5$400  a  5$500  3$Ô76  a  3$744 

•  7 5$  100  »  5$200  3$472  >  3$540 

»  8 4$900  »  5$000  3$336  »  3$404 

»   »  9 4$700  »  4$800  3$200  »  3$26S 

Géneros   importados  em  janeiro  e  fevereiro 

Qualidade  Quantidade  JaQeir0     p™*»  Fevoreiro 

Alfafa 19.454  fardos  $550  a  $560  9150  a  $160  o  kilo 

Arroz 3.121  saccas  de  18$000  a  3J$000  60  kilos 

Feijão     ....  2,341        »  a  18^000  a  22$000  o  sacco 

Farinha   de  trigo.  36.942  barricas 


A     LAVOURA  45 


Janeiro  : 

Preços 

American  i  (barrica) 25$000  a  25$500 

»         (sacca) 24$000  >  2i$503 

Por  duas  siceas 

Rio  da  Prata  : 

Ia  qualidade —         25  000 

2>          »          —          24$000 

3a         »         22$000  a 

Moinho  Inglez  : 

Nacional —         24$5G0 

Brazileira 23$700  a  23$750 

Buda  nacional 27$700  »  27$750 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$000  a  23$C00 

O.  0 23$000  »  24$000 

Fevereiro  : 

Americana  (barrica) 25$000 

»  (sacca) Não  ha 

Por  duas  saccas 
Rio  da  Prata  : 

Ia  qualidade 24$503 

2a  »  23.J500 

3a  »  22$000 

Monho  Inglez  : 

Nacional 24$500 

Brazileira 23$700 

Buda  nacional 25$700 

Moinho  Fluminense  : 

S.  Leopoldo 24$000  a  24$5Ó0 

O.  0 23$000  »  23$500 

Manteig-a, 

2.369  caixas. 

Janeiro  : 

Preços 

Dcmagny,  Isigny 2$500  a  2$58D 

Brétel  Fròres  (latas  sortidas) 2$280  »  2$320 

Lepelletier 2$500  »  2$540 

Modesto   Galione 1$850  »  1$950 

Esbjusen 2$550  »  2$580 

L.   Brum .  2$600  »  2$620 

Btisclc  Júnior 2$500  i  2$540 

Mosdst 2.|200  »  2$250 

Outras  mares 1$850  »  2$003 

A  nacional  vendeu-se:  a  dj  Minas  de  3$  a  3.J400  e  a  do  Su!  de  2$000  a  2$4C0. 


40  SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Fevereiro  : 

Domagny,  tsigny  (latas  sortidas) 2,^550  a  2$530 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$300  »  2$320 

Lepelletier 2$500  »  2$5?0 

Modesto  Gallono  (sortidas) 1$850  »  I$950 

E^bouscn Não  ha 

L.  Brum ã$560  a  ã$600 

Buselc  Júnior 2$500  »  2$520 

Mosdst    .     .     .     ■ 2$í00  »  S$830 

Outras  marcas 1$S50  »  2&000 

A  nacional  vendeu-se:  a  de  Miuas  de  3$  a  3$460  e  a  do  Sul  do  2$203  a  2s50(). 

Gensros  nacionaes 

Aii-u:n'tloiito 

Na  primeira  quinzena  o  mercado  deste  artigo  continuou  muito  firme,  lendo 
es  preços  adquirido  alta  de  5$  por  pipa. 

Na  segunda,  devido  ás  constmt33  oíTertas,  os  compradores  mostraram-so 
receiosos  de  baixa  provável  nos  preços,  o  que  no  são  deu,  foclian  lo  com  os  mesmos 
preços  da  quinzena  anterior. 

480  litros  —  base  de  20  grãos. 

Janeiro  : 

Preços 

Campos 175$000  a  183$000 

Angra 185$000  »  190$000 

Paraty 190$000  »  105§000 

Maceió 180$000  »  18">$900 

Aracaju, 1SO$000  »  185$000 

Pernambuco 1801000  »   185$000 

ISilna 175^000  »   180$000 

Parahyba 180*000  »  185$000 

Laguna 170$000  »   175$000 

Itajahy 170$000  »  175$000 

Mangaratiba 185$000  »  19f$000 

Paranaguá 170$000  »  175*000 

Álcool 

Muito  firme  esteve  na  primeira  quinzena  o  mercado  deste  género,  tornando 
frouxo,  o  com  biixa  nos  preços,  na  segunda.  Ainda  assim  as  entradas  foram 
regulares. 

Regularam  os  seguinte;  ['roços  som  o  casco  : 

PRIMEIRA     QUINZENA 

Preços 

40  grãos  2J3$0J0  a  3J5$000 

38   »    280$000  >  285$000 

36   »    270$000  »  275$000 


A    LAVOURA 


SEGUNDA    QUINZENA 

40  gráos  290$000  a  300$000 

38   »    275$000  »  280$000 

36   »    265$000  »  270$000 

Algodão 

Estevo  regularmento  firmo  esto  mercado  na  sexuada  quinzona.  O  que  houve 
de  nolavel  durante  o  mez  fui  a  firmeza  de  preços  da  segunda  quinzena,  sondo 
importantes  as  vendas  realizadas  a  preços  aseen  lentes  o  fechando  o  mercado 
firme. 

Assucar 

No  principio  do  mez  que  passamos  em  revista,  o  mercado  deste  produeto 
oiteve  em  constante  movimento,  em  tolas  as  qualidades,  com  mui  ti  firmeza 
e  sensível  melhora  nos  preços,  desorte  que  esteve  em  condições  favoráveis. 

Na  segunda  quinzena  notou-so  menjr  movimento,  cujas  cotaçõ:s,  no  emtanto, 
mautiveram-se  sustentadas  e  por  fim  comsignaes  de  alta. 

PRIMEIRA    QUINZENA 

Pernambuco  : 

P recos 

Brancj  usina $500  a  $540 

Dito  crystal $515  »  $520 

Dito  3a  sorte $520  »  $540 

Crystal  amarcllo $410  »  $460 

Mascavinho $330  »  $370 

Somenos $440  »  $150 

Mascavo  tom $315  »  $320 

Dito  regular —  »  $310 

Dito  baixo —  »  §300 

Sergipe  . 

Branco  crystal $500  a  $510 

Crystal  amarello $440  »  $460 

Mascavinho $380  »  $460 

Mascavo  bom —  »  $320 

Dito  regular —  »  $310 

Dito  baixo —  »  $300 

Bahia  : 

branco  crystal —  a  $54C 

Campos  : 

Branco  crystal $515  a  $520 

Dito  2o  jacto. —  _ 

Mascaviulio  .     .     , —  — 

Santa  Calharina  : 

Mascavinho $370  a  $380 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Pernambuco   : 


SEGUNDA    QUINZENA 


Preços 


Branco  usina $545  a  $550 

Dito  crystal $510  >»  .$520 

Dito   2a    sorte $520  »  $540 

Cryatal  amarello $140  »  $160 

Masca  vinho $400  »  $175 

Somenos s430  »  $440 

Mascavo  bom .  $310  »  $320 

Dito   regular —  »  $305 

Dito  baixo $230  »  $300 

Sergipe  : 

Branco  crystal 8510  a  $520 

Crystal  amarello $140  -»  $460 

Mascavinho $400  »  $160 

Mascavo  bom $310  »  $330 

Dito  regular —  »  $305 

Dito  b.ixo $230  »  $300 

Campos  : 

Branco  crystal $540  a  $550 

Mascavinho $153  »  $160 

Bahia  : 

Branco  crystal $540  a  $550 

Mascavinho $370  »  $380 

Ooroa.es 


PRIMEIRA  QUINZENA 

Feijão  proto  de  Porto  Alegre  novo.     .     . 

»      velho 

»     Sanfca  Catharina  ....  15$000 

»       Paraná  16$0OJ 

»      mulatinho 18$000 

»      manteiga 24$000 

»      enxofre 18$000 

»      de  cores,  nacional 12$000 

»      branco  extrangeiro 22$503 

»      amendoim  extrangeiro    ....  18$030 

Farinha  de  imniioca   especial.     .     .     .  8$800 

»        »           »           fim 7$S0O 

»        ■»           »           peneirala  .     .     .  7$400 

»        »           »           do  Norte    ...  — 

»        »           »           grossa,   Laguna  .  6$600 

»        »           »          gros, Porto  Alegre.  6$400 

Arr^z  nacional U5$000 

>      inferior 19$000 


Preços 


20$000 
19$000 
16$000 
17$030 
19$000 
2C$000 
20$900 
15$030 
23$000 
19$000 
9$000 
8$200 
7$300 

6$  300 
6$600 
2S$000 
20$;00 


A     LAVOURA 

Milho  amarei  lo  do  Norte Não  ha 

»           »         da  terra 7$000      a       7$500 

»      branco        »      » 5$200      »        5$500 

Amendoim  em  casca —          »        7$500 

Canjica 14$000      »      16$000 

Favas —         >        9$000 

Kilogrammas 

Alpiste $400      a         $440 

Batatas  nacioaaes ........  $100      »         $200 

Ditas  estrangeira Nominal 

Fubá  de  milho $120      a         $200 

Matto  em  folha $400      »          $500 

Tapioca $300      »          $400 

Polvilho $180      »         $200 

Carne  de  porco $760      »         $800 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma)    ....  1$000      »        1$500 

SEGUNDA  QUINZENA 

Preços 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo  .     .  —         a      18$500 

»        velho    16$000      »       17$000 

»              »    de  Santa  Cathariua  .     .     .  Não  ha 

do  Paraná Não  ha 

»        mulatinho 18$000      a      19$0n0 

»        manteiga 22$000      »      23$000 

»        enxofre —         »      17$000 

»        de  cores,  nacional 12$000      »       16$000 

»        branco,  estrangeiro —         »      22$000 

amendoim,  estrangeiro.     ...  —          »      19$000 

Farinha  de  mandioca,  especial ....  9*000      »        9$400 

>»        »           »           tina 8$000      »        8  >400 

»       »           »          peneirada  .     .     .  7$000      »       7$800 

»        »           »           do  Norte     ...  —                    — 

»        »            »            grossa,  Laguna     .  6$200      »        6$5oO 

»           >»           gros.  Porto  Alegre.  6s400      »        6$600 

Arroz  nacional 25^000      »      28$000 

»        inferior 18$000      »      22$000 

Milho  amarello  do  Norle Não  ha 

»             »        da  terra 7$500      »        8$000 

»        branco     »       » —          »        6$000 

Amendoim  em  casca 8$000      »        8$600 

Cangica I4$000      »      16$000 

Favas 9$000      »        9$500 

Kilogrammas 

Alpiste $360      a          $400 

Batatas  nacionaes $120      »         $180 

»      estrangeiras Nominal 

2166 


50  SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Fubá.  de  milho $120      a  $200 

Matte  em  folha ,     .     .  $400      »  $500 

Tapioca $340      »  $400 

Polvilho $180      >>  $200 

Carne  de  porco $800      »  $900 

Línguas  do  Riu  Grande  (uma)     ....  1$000      »  1$400 

Fumo  ena  rolo 

Houve  durante  o  mez  regular  movimento  Deste  mercado.  03  preços  conser- 

varam-se  estacionários. 

As  cotações  foram  : 

Preços 

De  Minas,   especial 1$500 

Dito  superior 1$300 

Dito  2a 1$000 

Dito  ordinário $800 

Goyano,  superior 2$400 

Dito  2» 1$700 

Baixo Nom. 

Rio  Novo,  superior 2$400 

Dito  2» 1$700 

Dito  baixo 1$200 

Pomba,  superior 1$600 

Dito  2a 1$20C 

Dito  baixo Nom. 

Carangola 1$500 

Picú,  especial 2&800 

Dito  Ia 2$000 

Dito  2a 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco Não  ha 

Fumo  em  f"<  >l  H.« 

Rio  Grande 12$000    a  15$000 


40  litros 1$800   a     1$900 

Fevereiro 

A.g-  uardente 

O  mercado  deste  género  esteve  um  tanto  paralysado  na  primeira  quinzena, 
quanto  ao  movimento  de  vendas,  porquanto,  do  género  recebido  foi  quasi  tudo 
para  entrega  de  compras  anteriores. 

Os  preços  contiuuaram  sem  alteração. 


A  LAVOURA  51 

Na  segunda  quinzena  entraram  714  pipas  de  diversas  procedências  e  o  mer- 
cado continuou  sem  uniformidade  e  a  varejo. 

Preços  de  480  litros, 
base  dé  20  gráos 

Campos 170$000  a  175$000 

Angra 185.i;000  »  190$000 

Paraty 190$000  »  195$000 

Maceió        180$000  »  185$000 

Arocajú 180$000  »  185$000 

Pernambuco 180$000  »  185$000 

Bahia 175$000  »  180$000 

Parahyba  180$000  »  185$000 

Laguna - 170$000  »  175$000 

Itajahy I70$000  »  175*0C0 

Mangaratiba 185$000  »  L90$000 

Paranaguá 170$000  »  1 75.5:000 

Álcool 

O  mercado  até  o  dia  15  conservou-se  em  boa  posição,    não  tendo   os  preços 
soffrido  modificação  alguma. 

A  procura  do  género  foi  de  pouca  importância.  Entraram  497  volumes. 
Na  segunda  quinzena  o  mercado  consnrvou-se  com  as  cotações  mais  ou  menos 
inalteradas,  não  obstante  as  entradas  que  foram  de  635  volumes. 
Os  preços  continuaram  os  seguintes,  por  pipa,  sem  o  oasco  : 

40  gráos     290$000  a  300$000 

38      »        280$000  »  285$000 

36      »         .      .      •      • 265$000  »  270$000 


Algodão  em  rama, 

Apezar  da  baixa  persistente  em  Liverpool,  os  preços  aqui  conservaram-se 
firmes,  embora  ainda  sejam  inferiores  aos  pedidos  pelos  centros  productores  do 
Norte. 

Na  segunda  quinzena,  manteve-se  estável,  com  negocio  pouco  activo,  tendo  os 
preços  soffrido  ligeiras  baixas. 

PRIMEIRA   QUINZENA 

Preços 

Pernambuco 1?$600  a  12$950 

Rio  Grande  do  Norte 12$500  »  12$800 

Ceará 12$500  »  12$800 

Parahyba 12$500  »  12.4800 

Penedo Nominal 

Sergipe » 

SEGUNDA.    QUINZENA 

Preços 

Pernambuco 12$600  a  12$900 

Rio  Grande  do   Norte 12$400  »  12$700 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Ceará 12$-i00  a  12$700 

Parahyba       12$400  »  12$700 

Penedo Nominal 


Assucar 

Durante  a  quinzena  até  o  dia  15,  o  mercado  deste  artigo  esteve  em  constante 
firmesa,  fazendo-se  negócios  bem  regulares  em  todas  as  qualidades  e  a  preços 
elevados. 

Convém  notar  que  a  maior  parte  dos  negócios  foram  realizados  no  intuito  de 
especulação,  para  revendas,  visto  ter  havido  sahida  para  o  interior. 

Na  segunda  quinzena,  os  preços  soffreram  sensível  reduc«,-ão  devido  ás  fortes 
entradas  e  também  á  alta  violenta  e  rápida,  fechando  o  mercado  muito  calmo  e 
com  poucos  negócios. 

PRIMEIRA    QUINZENA 

Os  preços  regularam  como  se  segue  : 
Pernambuco  : 

Branco  usina Não  ha 

Dito  crystal $590  a  $600 

Dito  3»  sorte $560  »  $000 

Crystal  amarello $470  *  $500 

Mascavinho $480  *  $500 

Somenos $470  »  $490 

Mascavo   bom $360  »  $370 

Dito  regular —    »  $350 

Dito  baixo —    »  $340 

Sergipe  : 

Branco   crystal     $590  a  $600 

Crystal  amarello $490  »  $500 

Mascavinho $430  »  §500 

Mascavo  bom $360  »  $370 

Dito  regular -    »  $350 

Dito  baixo —    »  $340 

Bahia  : 

Branco  crystal $600  a  $640 

Santa  Catharina  : 

Mascavinho .     .  $400  a  $440 

Campos  : 

Branco  crystal     $600  a  $620 

Dito  2°  jacto $470  »  $480 

SEGUNDA    QUINZENA 

Os  preços  regularam  como  se  segue  : 

Pernambuco  : 

Branco  usina Não  ha 

Dito  orystal ,     .     .     .  $570  a  $580 


A    LAVOURA 


Dito  3-  sorte $540 

Crystal  amarello $450 

Mascavinho $400 

Somenos $460 

Mascavo  bom $340 

Dito  regular $330 

Dito  baixo — 

Sergipe  : 

Branco  crystal $550 

Crystal   amarello — 

Mascavinho .  $370 

Mascavo  bom $340 

Dito  regular $330 

Dito  baixo — 

Bahia  : 

Branco  crystal $600 

Santa  Catharina  : 

Mascavinho $400 

Campos  : 

Branco  crystal -  $560 

Dito  2o  jacto 

Cereaes 


a  $550 
»  $460 
•  $470 
»  $470 
»  $350 
»  $340 


a  $570 

»  $470 

$350 

»  $340 


a  $440 
a  $570 


PRIMEIRA   QUINZENA 

Preços 
Feijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo     ...  —      a  1S$500 

Dito  velho     15$000  »  16$000 

Dito  idem  de  Santa  Catharina —      »  17$000 

Dito  do  Paraná Não  h  i 

Dito  mulatiuho 17$000  a  18$000 

Dito  manteiga 22$000  »  23$000 

Dito  enxofre —      »  17$000 

Dito  de  cores,  nacional  12$000  »  14$000 

Dito  branco,  estrangeiro —      »  2E$000 

Dito  amendoim,  idem 18$000  — 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$000  »    9$400 

Dita  idem  flna 8$000  »    8$400 

Dita  idem  peneirada 7*600  »    7$800 

Dita  idem  do   Xorte —  — 

Dita  idem  grossa,  Laguna 6$200  »    6$500 

Dita  idem  idem,  Porto  Alegre 6$400  »    6$600 

Arroz  nacional 25$000  »  28$000 

Dito  inferior 18$000  »  22$000 

Milho  amarello  do  Norte  .     .  ....  Não  ha 

Dito  idem  da  terra 7$400  a    7$600 

Dito  branco  idem —      »    6$000 

Amendoim  em  casca 8$000  »    8$500 


M  SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Caogica     14$000  a  16$000 

Favas 9$Õ00  »   10$000 

Kilogramma 

Alpiste $360  a      $400 

Batatas  nacionaes $li0  »      $180 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  de  milho $120  a      $200 

Tapioca $320  »       $400 

Polvilho $180  »      200$ 

SEGUNDA  QUINZENA 

Preços 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo     ...  -      a  18$500 

Dito  velho 15$000  »  16$0o0 

Dito  idem  de  Santa  Catharina 16$5O0  »  17$000 

Dito  do  Paraná Não  ha 

Dito  mulatinho 17$000  a  18$000 

Dito  manteiga 21$000  »  22$000 

Dito  enxofre 18j000  »   19$000 

Dito  de  cores,  nacional 12$00u  »   I6$000 

Dito  brauco,  estrangeiro 20.$'  00  -  2! $000 

Dito  amendoim,  idem 18$000  »  19.; 000 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$000  »    9$400 

Dita  idem,  fina 8$000  »    8$400 

Dita  idom,  peneirada 7$600  »    7$S00 

Dita  idem,  do  Norte —             — 

Dita  idem,  grossa,  Laguna 6$200  »    6$500 

Dita  idem  idem,  Porto  Alegre 6$400  »     6$600 

Arroz  nacional 25$0O0  »  28$00  I 

Dito  inferior 18$000  »  22$000 

Milho  amarello  do  Norte Não   lia 

Dito  idem  da  terra 7$400  a    7$600 

Dito  branco,  idem 6$000  »    6$500 

Amendoim  em  casca 8$000  »    8$500 

Cangica    16$000  »  18$000 

Favas 11$000  »  11$500 

Kilogramma 

Alpiste $360  a      $400 

Batatas  nacionaes $100  »      $200 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  do  milho $120  a      $200 

Matte  em  folha $400  »      $500 

Tapioca $300  »      $360 

Polvilho $180  »      $220 

Fumo  em  rolo 

Durante  o  mez  o  movimento  do  mercado  deste  artigo    ficou  estável, 
sando-se  os  negócios  com  preços  regulares. 


A     LAVOURA  55 


As  cotações   foram  : 

Preços 

De  Minas,  especial ......  1$500 

Dito  superior 1$300 

Dito  2a 1$000 

Dito  ordinário $800 

Goyano,  superior ...  2$400 

Dito  2»  .     .     . 1$700 

Baixo Nominal 

Rio  Novo,  superior 2$40d 

Dito  2a 1$700 

Dito  baixo .     .     • 1$200 

Pomba,  superior .      .  1$<500 

Dito  2a 1$200 

Dito  btixo Nominal 

Carangola 1$500 

Picú,  especial 2$800 

Dito  Ia 2$000 

Dito  3a  .      . 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco ...  Não   ha 

Puriio  em  foi  lia. 

Rio  Grande 15$000  a  18$000 

Sal 

Entraram  626.262  kilos   por  cabotagem,  do  nacional,   que   se  cotou  de  2$  a 
8$100  por  40  litros. 

Mercado  monetário 

Janeiro 

PRIMEIRA    QUINZENA 

A  existência  dp  ouro,  na  Caixa  de  Conversão,  em  15  de  janeiro,  ora  : 

Libras  esterlinas 5.849.868—10 

Francos  10.584.120 

Marcos — 

Dollara 39.085 

Coroas  austríacas 1 10 

Pesos    argentinos ....  1.190 

Pesetas  hespanbolas 90 

Ouro  portuguez 5$000 

»      nacional 100:330$000 


56  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

SEGUNDA  QUINZENA 

Em  31  de  janeiro  era  : 

Libras    esterlinas 5.826.111—10 

Francos 10.578.240 

Marcos   ...           8S0 

Dollars   . 120.415 

Coroas  austríacas 110 

Pesos  argentinos 1.195 

Pesetas  hespanholas 90 

Ouro  portuguaz 5$000 

»      nacional 103:6I5$000 

A  importância  do  notas  conversíveis  em  circulação  era  : 

Primeira  quinzena 100.633:870$000 

Segunda          »        100.522:440$000 

O  preço  de  soberanos,  (ora  da  Bolsa,  tbi  de  16$023  a  16$025. 

CAMBIO 

Vigoraram,  na  primeira  quinzena,  as  taxas  officiaes  de  15  3/16  d.  nos  bancos 
do  Brazil  o  15  1/8  e  15  3/16  d.  sobre  Londres,  ofíeetuando-se  os  negócios  bancários 
a  esses  extremos  contra  o  outro,  papel,  de  15  3/16  a  15  7/32  na  segunda  quinzena. 

As  transacções  elfectuadas  foram  pequenas. 

Os  extremos  das  cotações  officiaes  foram  : 

Londres,  90   d/v 15  1/2  a  15  3/16  d. 

Paris,  90  d/v $629  »        $632 

Hamburgo,  90  d/v $776  »        s779 

Portugal,    3  d/v 325  »    337  % 

Itália,    3   d/v $640  »        $643 

Nova  York,  a  vista 3$310  »       3?330 

Vales,  ouro —  1$793 

O  valor  official  de  mil  réis  foi  de  560  a  563  róis,  ouro,  e  da   libra  de  15$802  a 
868. 

Ágio  de  ouro  77-77  a  78,  51"  „. 

Fevereiro 

PRIMEIRA    QUINZENA 

A  existência  do  ouro,  na  Caixa  de  Conversão,  em  15  de  fevereiro,  era  : 

Libras  esterlinas 5.786.392— 10 

Francos  10.067.930 

Dollars 122.655 

Liras 4.590 

Coroas  auscri.icas •     .  110 

Pesos  argentinos 1.695 

Pesetas  hespanholas 110 

Ouro  nacional I04:330s0()0 

A  importância  de  notas  conversíveis  ein  circulação  era  de  99.8 


A  LAVOURA  57 

SEGUNDA    QUINZENA 

Em  29  de  fevereiro  era  : 

Libras  esterlinas 5.764.665—10 

Francos  10.559.430 

Marcos 150 

Dollars 124.545 

Liras 3.710 

Coroas  austríacas 110 

Pesos  argentinos 1.7^5 

Pesetas  hespanuclas 1 10 

Ouro  nacional  .     . 109:200$000 

A  importância  de  nntas  conversíveis  em  circulação  era  de  90.561 :950$000. 

O  preço  dos  soberanos,  fora  da  Bolsa,  foi  de  1(3$025  a  I6$076. 

CAMBIO 

O  mercado  continuou  estável,  vigorando  as  taxas  offlciaes  de  15  1/18  e  15  3/16 
d.  sobre  Londres,  sendo  as  transacções  bancarias  •ifTectuadas  a  esses  extremos  e 
as  de  outro  papel  a  15  3/16  e  15  13/64  d. 

Foi  de  pouca  importância  o  movimento  realizado. 

Os  extremos  das  cotações  foram  : 

Londres,  90  d/v 15  4/8  a  15  3/16  d. 

Pariz,  90  d/v $629  »        $632 

Hamburgo,  90  d/ v $776  »        $779 

Portugal,  3  d/v 325»    3  56  »/, 

Itália,  3  d/v $640  »        $643 

Nova  York,  á  vista 3$306  »      3$330 

Vales,  ouro —  l$793 

O  valor  ufflcial  de  mil  réis  foi  de  560  a  563  réis,  ouro,  e  o  da  libra  de  15$80 
a  15$868. 

Agiodoouro  77,77  a  78,51  %• 


-§&&»$  *£■*' 


SOCIEDADE    nAClONAL    DE    AGRICULTURA 


BIBLIOGRAPHIA 


Temos  recebido  mais  as  publicações  periódicas   seguintes  : 

Boletim  do  Instituto  Agronómico.— A.ooas:xmos  com  prazer  o  recebimento  do 
n.  1,  da  série  Ia,  desse  boletim,  que  é  mais  uma  publicação  da  Secretariada 
Agricultura,  couimercio  e  Obras  Publicas    do  Estado  de  S.  Paulo. 

Revista  Polytechnica.  —  Órgão  do  «Grémio  Polytecnnico»  de  S.  Paulo.— 
N.    18. 

Annuario  Estatístico  da  Associação  Commercial  do  Amazonas.  — Anno  de  1904. 

Revista  de  la  Secciân  Agronomia  de  lo  Universidal  de  Montevideo.  —  tf.  II, 
correspondente  ao  mez  de  novembro  de    1907. 

Bolelxn  dei  Ministério  de  Industria  i  Obras  Publicas,  da  Republica  do  Chile.— 
Anno  VI,  n.  2. 

Estnción  Central  Agr  .nemica,  de  Santiago  de  las  Vegas.— Circular  n.  26. 

Kolonial  Handels  Adressbuch  1908.—  Publicação  do  comité  colonial  de  Berlim. 


As  Necessidades  Alimentícias  das  Heveas  por  Ernst  Mager.  E'  uma  reprodu- 
cção  em  folheto  do  artigo  publicado  no  Jornal  dos  Agricidtores  de  30  de  setembro 
de  1907  e  impressa  nas  oilicinas  do  mesmo  jornal.  Rio  de  Janeiro,  1907. 

A  Cultura  do  Coqueiro  por  Ernst  Mager.  — Parahyba,  1907.  Editada  pela  re 
dacção  A' A  Republica. 

Ei  Salitre  ò  Nitrato  de  Sódio  de  Chile  en  los  Cereales  ;  El  Salitre  de  Chile  en 
el  cultivo  de  lu  Cana  de  Azucar  ;  Carlilla  PrdCica  sobre  el  uso  y  aplicu.cion  dei  sa- 
litre por  Rojas  Huneeus,  do  Instituto  Agrícola  do  Chile  ;  Dosagem  de  Adubos  ;  A 
Adubação  Racional  na  Citricultura  pelo  Dr.  Vincenzo  di  Mattel.  Todas  estas  pu- 
blicações foram-nos  remettidas  pelo  Centro  das  Experiências  Agricolas  do  Kiii- 
syndicat  que  tem  a  sua  sede,  no  Brazil,  á  rua  da  Alfandega  n.  93. 

Estatutos  da  Cooperativa  Tc.vtil  Sanseviera. — 1908. 

Mensagem  enviada  á  Assembléa  dos  Representantes  do  Estado  do  Rio  Grande 
do  Sul  pelo  presidente  Antjnio  Augusto  Borges  de  Medeiros. 

Relatórios  dos  Negócios  da  Fazeai  i,  do  Interior  e  Exterior  e  dos  Negócios 
das  Obras  Publicas  apresentados  ao  presidente  do  Estado  do  Rio  Grande  do  Sul 
pelos  seu-s  secretários  em  1907. 

Relatório  do  capitão  Dr.  Juvenal  Octaviano  Miller  intendente  do  Rio  Grande, 
apresentado  ao  Conselho  Municipal  em  sessão  de  1  de  setembro  de  1906. 

Memoria  apresentada  pela  commissão  directora  da  Sociedade  de  Criadores  Me. 
rinos,  de  Montevideo,  na  assembléa  geral  de  29  de  novembro  do  1903. 

Lepidopteros  do  Brazil  pelo  Dr.  Benedicto  Raymundo.— A  esta  obra  já  toda 
imprensa  desta  Capital  teceu  os  mais  justus  encómios,  quer  quanto  ao  seu  alto 
valor  scientifico,  quer  quanto  aos  desenhos,  na  realidade  primorosos,  e  magnifica 
execução  graphica  ;  por  isso  curupre-nos  tão  somente  levar  ao  seu  illustre  autor, 
direcior  desta  Sociedade,  os  nossos  parabéns,  agradecendo-lhe  a  offerta  de  tão 
valioso  trabalho  á  nossa  bibliotlieca. 


A    LAVOURA 


La*  Aves  Chilenas  por  Carlos  S.  Reed.  Concepción,  1907.  E'uraa  brochura  de 
132  paginas,  que  nos  foi  romettiila   pela  Sociedade  Agrícola  dei  Sur. 

Estatística  Agrícola  e  Zootechnica  no  anno  agrícola  d  de:     Ribei- 

rãozinbo.  Monte  Alto  e  Pinheiros. 

Relatório  d>  anno  do  1906  apresentado  ao  Dr.  Miguel  Calmon  <lu  Pin  e  Al- 
meida pelo  actual  direstor  da  Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil  Dr  Aa  no 
Reis. 


CATÁLOGOS 

Encyclopédie  Agricole.~Ca.t.\\ogo  das  obras  que  constituem  esfa  encyclopedia, 
publicada   por  uma  reunião  de  engenheiros  agrónomos  sob  o  .  Wéry, 

e  que  está  sendo  editada  pela  livraria  dos  Srs  J.  B  Baillière  et  Fils.  com 
a  sua  sede  em  Pariz,  a  rua   Hautefeuille,  19. 

Malèriel  pour  le  Balayage  et  VArrosage  —  L.  Papin,  rua  Baudrieourt,  68- 
Pariz. 

Up  to  date  Cranes.— Bedford  Engineering  Co.,  Bedford,   Inglaterra. 

Avery  Manufacturing  Co.—  Peoria,  Illinois,  Estados  Unidos,  1907-08. 

Williams  Llot/d  Machinery  Company.  337-339.  Dearborn   St.,    Chicago. 

The  Blymyer  Iron  Works  Co.  Cincinati,  Ohio,  Estados -Unidos.— Catalogo  de 
machinas  modernas  para  fazendas  de  canna  de  assucar,  arroz,  café  e  em  geral 
machinas  para  a  agricultura  tropical. 


Para  a  bibliotheca  foram  feitas  as  seguintes  acquisicões  : 

Dizionario  di  Agricoltura  por  Arturo  Bruttini.  Ed.  Francesco  Vallardi,  Milão. 
—2  volumes. 

Le  Viti  Ameicane  e  la  Viticottura  Moderna  pelo  prof.  Ferdinanlo  Vallese. 
Ed.   Frincesco  Vallardi,  Milão.— 1    volume. 

Tra  i  Carnpi  polo  Dr.  Domenico  Pinolini.  Kd  Francesco  Vallardi,  Milão.— 
1  volume. 

La  Fienagione  polo  Dr.  Domenico  Pinolini.  Rd.  Francesco  Vallardi,  Milão. — 
1  volume. 

Frutticoltura  pelo  Dr.  Alessandro  Vivenza.  Ed.  Francesco  Vallardi, Milão. — 
1  volume. 

Agricoltura  por  Alfredo  Viappiani.  Ed.  Francesco  Vallardi,  Milão,— 1  vo- 
lume. 

V Allevamento  dei  Bestiame  pelo  Dr.  Giuseppe  Santini.  Ed.  Francesco  Val- 
lardi, Milão.  — 1  volume. 

YW  Congrès  Lnternntionale  d'Arjriculture,  Borne,  Abril— Mai  1903  Ed.  Im- 
primerie  de  1'Unione  Cooperativa  Hditrice,  Roma.   1904.— 4  volumes. 

Le  Mouvemenl  Syndical  et  Cooperalif  dans  V Agriculture  Francaise  por  Elie 
Coulet.  Ed.  Masson  et  Cie.,    Pariz    1898.— 1  volume. 

VEcole  Nationale  d' Agricullure  de  Montpellier.  Eds.  Coulet  et  Fils,  Montpel- 
lier,  1900.  — 1  volume. 

Traitè  de  Chimie  Agricole  por  P.  Dehérain.  Eds.  Masson  et  Cie,  Pariz,  1902. 
— 1  volume, 

Naitveau  Traitè  de  Mécanique  Agricole  por  L.  Fontaine.  Eds.  Coulet  et  Fils, 
Montpellier,  1901.— 1  volume. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Guide  pratique  pour  V Analyse  des  Terres  et  son  Utilisation  Agricole  por  H. 
Lagatu  e  L.  Sicard.   Eds.  Masson  et  Cie.,  Pariz,    1901.— 1  volume. 

Traite  sur  le  Ver  d  Soie  du  Murier  et  sur  le  Mirier  p  ir  E.  M.iillot  e  F. Lam- 
bert. Eds.  Masson  et  Cie.,  Pariz,  1906.-1  volume. 

Séricirutture  por  Pierre  Vieil.Els.  J.  B.  Bailliere  et  Fils,  Pariz,  19)3.-1  vo- 
lume. 

La  Rectification  </■■  'Álcool  por  Ernest  Sprel.  Eds.  Masson  et.  Cie.,  Pariz.— 
1  volume. 

VAlcool  por  Albert  Larbalétrier.  Eds.  J.  B.  Bailliere  et  Fils,  Panz.  — 1  vo- 
lume. 

Ulndustrie  Lailière .  Soas  produits  et  Residues  por  Antonin  Rol -t.  Eds.  J.  B. 
Bailliere  ot  Fils,  Pariz,  1905.  — 1  volume. 

V Industrie  Agricole  por  F.  Convert.  El».  J.  B.  Bailliere  es  Fils,  Pariz,  1901. 
—  1  volume. 

Les  Culiures  Colonioles  por  Henri  Jumelle.  Eds.  J.  B.  Bailliere  et  Fils,  Pariz. 
—2  volumes. 

Cullurc-s  da  Ilidi,  de  VAlgêrie  et  de  la  Tunisie  por  Ch.  Riviòie  e  H.  Lecq. 
Eds.  .T.  B.   Bailliere  et  Fils,  Pariz,   1U06.  —  1   volume. 

Céréales  por  C.  V.  Carola.  Eds.  J.  B.  Bailliere  et  Fils,  Pariz,  19u5.  —  1  vo- 
lume. 

Arboricidture  Fruitière  por  Léon  Bussar  et  Georges  Duval.  Ed.  J.  B. Bailliere 
ot  Fils,  Pariz,  1907.  — 1  volume. 


Chamamos  a  attenção  dos  nossos  leitores  para  a  seguinte  noticia  abreviada 
da  obra— Loiíerie— que  os  Srs.  .1.  B.  Bailliere  et  Fils  acabam  de  editar  e  da 
qual  tiveram  a  gentileza  do  nos  enviar  um  exemplar  : 

Laitei-ie,  por  Charles  Martin,  ancien  directeur  do  1'Ecole  nationale 
d'industrie  laitière  de  Mamirolle,  2e  edilion.  1  vol.  in-18  de  421  piges,  avoc  128 
flg.,  broche  :  5  fr.;  eartonné,  6  fr.  (Encyclopèdie  agricole)  (Librairie  J.B.  Bail- 
liere et  Fils,  19,  rue    Hautefeuitle,  à    Paris). 

Ce  livre  s'adresse  à  tous  ceux  qui  ont  des  intérêts  dans  1'industrie  laitière, 
soit  à  titre  de   producteurs,  soit  comme  exploitants. 

L'ordre  adopte  est  le  suivant 

Uètud  du  lait  viont  en  tête.  Ce  liquid  est  de  composition  três  variablo 
et  il  importe  de  bien  connait.ro  les  éléraents  qui  interviennem  dans  sa  produ- 
ction,  afin  de  chercher  à  1'obtenir  avec  les  qualités  voulues. 

Les  microbes  joueut  un  role  si  important  dans  la  laitèrie,  qu'un  chapitro 
spécial  leur  a  été  consacré. 

Les  procedes  pratiques  de  controle  sont  decrits   en  détail. 

M.  Martin  déerit  ensuit  le  commerce  du  lait  en  nature,  puis  la  préparation 
du  lait  sterilisé. 

Vindustrie  beurriére  est  ensuito  traitée.  Elle  a  subi  des  perfectionnemonts 
notables  depuis  Fintroduction  de  1'écrémeuse  centrífugo. 

Vindustrie  des  fromages  presente  des  difficultés  plus  grandes,  car  des  ler- 
mentations  complexes  intervionnent.  Viennent  ensuito  les  installations,  le  pesage 
et  le  mesurage  du  lait,  la  traite,  lo  conditionnement,  après  la  traite,  le  trans- 
port.    La  fabrication  du  gruyére  a  été  particuliérement  dévoloppóe. 


A     LAVOURA  61 


Un  chapitre  a  été  consacré  aux  industries  diverses,  lait  condense,  lait  séché 
képhyr,  et,  un  nutre  aux  sous  produits,  lait  écrémô,  lait  de  beurro  et  petit 
lait. 

La  eoopération  laitiêre,  trôs  en  progrôs  dans  notre  pays,  ne  pouvait  être 
passée  sous  silence.  M.  Martin  l'a  signalée  en  donnant  les  détails  nécessaires  sur 
le  fonctionneraent  des  beun-eries  coopératives  et  des  fruitières. 

A  peino  les  prerniers  volumes  de  V Encyelopèdie  agricole,  publiés  par  la  li- 
brairie  J.  B.  Baill;ére  et  Fils.  som  la  directi  ,n  de  M.  Wery  étaient-ils  pu- 
bliés que  la  Sooiété  natiooale  d'agriculture ,  sur  le  rapport  de  sou  secrétaire 
perpetuei  M.  Louis  Passy  (de  1'lnstitut),  leur  aceordait  dans  sa  séance  du  28 
décembre  1!»04  sa  grande  mèdaille  d'or  á  Veffigie  d'Olivier  de  Serres.  Aujourd'hu 
que  la  publicatiou  est  arrivée  à  son  quatrième  volume  et  que  les  promesses  du 
directeur  et  des  éditeurs  ont  été,  et  au  dela,  realisées,  elle  vient,  dans  sa  séance 
solemnolle  du  8  janvier  1908,  de  lai  accorder  la  plus  haute  recompense  dontelle 
dispose,  le  Gro.nd  Prix  quadriennal  Eeuzè. 

Cest  dire  en  quelle  haute  estime  elle  tient  cotte  collection,  ceuvre  unique 
en  son  genre,  véritable  monument  élevó  à  la  gloire  de  1'agriculture  au  com- 
mencement  du  xx»  siécle. 

Le  catalogue  détaillé  et  illustré  de  V Encyelopèdie  agricole  est  adressé  grátis 
et  franco  à  toute  personne  qui  en  fait  la  demande  a  MM.  J.  íi.Baillière  et  Fils, 
19,  rue  Hautefeuille,  â  Paris. 


Rio  de   Janeiro  —  Imprensa  National  —  19U8 


ESTATUTOS 


CAPITULO  Ií 
dos  sócios 

Art.  8.°  A  socideade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  effectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i ."  Serão  sócios  effectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de  15$  e  a  annuidade  de  2o$ooo. 

§  2.°  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  estrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  â  lavoura. 

§  4.0  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  offlcial  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annuidade  de  5o$ooo. 

§  5.0  Os  sócios  effectivos  e  os  associados  poderão  se  remir  nas  condições  que  lorem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  fixada  para  esse  fim 
ser  inferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  9  °  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  Os  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente ;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial . 

§  i.°  Os  associados,  por  seu  caracter  de  conectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.0  O  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios ;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

§  3.0  Os  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assem bléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


REC3-XJL-A.lvrE3SrTO 


CAPITULO  VI 
dos  sócios 


Art.  18.  A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  1 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  19.  A  jóia  deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
accei  tacão. 

Art.  20.  As  annuidades  poderão  ser  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  200$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  deverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pago  a  respectiva  jóia. 

§  i.°  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2°  Para  esse  effeito  o  sócio  deverá  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  do  paragrapho  anterior. 

§  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  geral. 


SUMMARIO 
9 


Pags. 

A  Influencia  da  lua i 

A  Sociedade  na    Exposição   de  1908 3 

Madeiras  e  vegretaes  úteis  do  Brazil 8 

A  cultura  do  coqueiro 12 

A  carreira  agrícola 19 

Expediente 27 

Noticiário 34 

Parte   commercial 43 

Bibliographia 58 


Anno  XII  —  Ns.  3í-i 


MARÇO    B    ABRIL    DK   1908 


DA  . 

S«IE1ÍÍEJ1«IÈ] 
ií  topiBulèupa 

EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA  DE  BELLO  HORIZONTE 


Capital  Federal 


„Stjl  de  Minas"  — 
^^'^1&í  VIRIBUS  UNITIS  1^4?^4 


SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

Fundada  em  16  de  janeiro  de  1897 

Caixa-postal,   1245  Sede:   Raai  da  Alfandega  n.   10S 

Endereço  Telegraphico,  AGRICULTURA  e  General  Camará  n.  105 

Telephone  n.   1416  rio  db  jan«iko 

DIRECTORIA 

Presidente  —  Dr.   Weticesláo  Alves  Leite  de  Oliveira  Bello. 

i°  Vice-presidente  —  Vago. 

2°  Vice-presidente  —  Dr.  Svlvio  Feuheira  Rangel. 

3o  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

i°  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 
2°  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
3o  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 
4"  Secretario  —  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz  Júnior. 
2o  Thesoureiro  —  Carlos  Raulino. 


Directores  das  Secções 

Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rangel. 

ApplicaçCes  do  Álcool Dr.  Sérgio  de  Carvalho. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá. 

Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propagan  la  e  estatística Alberto  Jacobina  e  Carlos  Ra 

Secretaria Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira  Junior. 


Oonsellxo    Superior 

Dr.  Flias  \ntomode  Moraes,  Dr.  Eduardo  Augusto  Torres  Cotrim,  Ernesto  Du- 
risch,  Dr.  Carlos  de  Rezen  le,  Dr.  Arthur  Getulio  das  Neves,  João  da  Silva  Gandre 
renunciado),  Dr.  Alfredo  Augusto  da  Rocha,  Dr.  Ernesto  Ascoíy,  Luiz  Henrique  Lins 
de  Almeida,  Dr.  Carlos  Oscar  Lessa,  Comm.  Domingos  Theodoro  de  Azevedo,  Dr. 
Leandro  da  Costa,  loão  Dale,  Dr.  Ernesto  Cândido  da  Fonseca  Portella,  Luiz  Felippa 
de  Sampaio  Vianna,  Manoel  Galvão,  Dr.  Antonino  Fialho,  Dr.  J.  F.  Soares  Filho, 
Dr.  Alfredo  Bandeira,  Dr.  Álvaro  Mendes  de  Oliveira  Castro,  Dr.  Henrique  Borges 
Monteiro,  Coronel  Cornelio  de  Souza  Lima,  Dr.  João  de  Carvalho  Borges  Junior, 
António  de  Medeiros  (fallecido)  e  E  dgardo  Ferreira  de  Carvalho. 


Oollaboraçêo 

Serão  considerados  collabora dores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  para  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicai-la  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publica.los  soba  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  onginaes  não  serão  restitui  los. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d'A  LA- 
VOURA na  séJe  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 


Condições  <1a   puhlicstção  «los  annuncioi 


Uma  pagina 2o$ooo     Uma  pagina 5o$ooo 

Meia  pagina i2$ooo     Meia  pagina 3o$ooo 

Os  annuncios  são   pagos  adeantadamente. 


Tiragem   5.000   exemplares 


An  no  Xll    —  Ns 


Rio  ue  Janeiro 


EDITORIAL 


Exposição  d3  animaes  sm  Bello  Horizonte 

Esta  Sociedade  fez-se  representar  no  eertamen  realizado  em  24 
de  Fevereiro,  em  Bello  Horizonte,  pelo  seu  director  i.°  Secretario, 
Engenheiro  Civil  Francisco  Tito  de  Souza  Reis,  que  apresentou  á 
Directoria,  o  relatório  que  em  seguida  publicamos: 

«  Exmos.  Srs.  Presidente  e  mais  membros  da  directoria  da  Socie- 
dade Nacional  de  Agricultura  —  Tendo  recebido  a  honrosa  incumbência 
ile  ir  á  bel  la  capital  mineira  representar  esta  Sociedade  na  exposição 
de  pecuária  que  ahi  se  inaugurou  em  24  do  corrente,  com  a  presença 
dos  Exmos.  Srs.  Dr.  Miguel  Calmon  du  Pin  e  Almeida,  Ministro  da 
Industria,  Viação  e  Obras  Publicas,  marechal  Hermes  da  Fonseca, 
Ministro  da  Guerra,  e  Dr.  João  Pinheiro  da  Silva,  Presidente  do  Estado, 
cumpre-me  apresentar-vos  o  resultado  das  minhas  observações  no 
eertamen  que,  demonstrando  uma  das  riquezas  do  grandioso  Estado, 
marcou  nova  era  na  historia  da  industria  pastoril  mineira. 

Si,  ao  termos  conhecimento  de  que  em  Bello  Horizonte  ia  reali- 
zar-se  uma  exposição  de  animaes,  foi  grande  o  nosso  contentamento, 
pelos  rates  benefícios  que  provas  desta  natureza  trazem  ao  desanvob 
vimento  económico  de  um  povo,  maior  o  foi  ainda  quando  pessoalmente 
tivemos  occasião  de  observar  os  bellos  produetos  expostos,  mormente 
das  raças  cavai  lar  e  suina,  produetos  que  nos  deixaram  a  convicção 
de  que  um  pouco  mais  de  esforço,  trabalho  e  parsistencia,  darão  a 
Minas  Geraes,  em  futuro  próximo,  o  logar  a  que  incontestavelmente 
lerá  direito  entre  as  regiões  pastoris,  principalmente  produetoras  dos 
bellos  espécimens  das  raças  bovina,  cavallar  e. suina. 

A  acção  decisiva  e  patriótica  do  illustre  Presidente  do  Estado, 
Dr.  João  Pinheiro  da  SUva,  que  nenhum  esforço  tem  poupado  para 
desviar  o  riquíssimo  Estado  de  Minas  da  apathia  que  a  rotina  e  os 
interesses  individuaes  de  ordem  politica  collocavam  acima  dos  inte- 
resses geraes  com  evidente  prejuízo  da  situação  económica  do  Estado, 
começa  a  produzir  os  benéficos  effeitos,  despertando  nas  classes  pro- 
duetoras o  estimulo,  o  amure  o  aperfeiçoamento  do  trabalho  em  todos 
"-"os  ramos  da  actividade  humana,  unidos  em  uma  só  força,  que  aponta 
o  terra  de  Tiradentes  o  caminho  do  progresso. 

3124  1 


UBRARY 
NEW  YORK 

CjAKOBIN. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Na  exposição  de  24  de  fevereiro,  o  numero  de  expositores  foi  uma 
pequena  fracção  do  numero  de  criadores  do  listado;  não  foi  uma  expo- 
sição de  quantidade  e  sim  de  relativa  qualidade,  a  que  assistimos,  e  que 
representava  a  selecção  dos  productos  de  vários  municípios  e  ainda  o 
primeiro  louro,  que,  auxiliado  por  parte  dos  criadores  solícitos  em 
attender  ao  appello  do  Governo  Estadoal,  colhia  este  na  obra  de  legi- 
timo patriotismo  em  que  se  empenha,  promovendo  o  progresso  e  de- 
senvolvimento da  agricultura. 

As  dificuldades  de  transporte,  os  effei  tos  perniciosos  da  epizootia 
aphtosa  que  ainda  assola  os  campos  de  criação  no  Brazil,  concorreram 
poderosamente  para  a  diminuição  do  numero  de  expositores,  facto 
aliás,  que  nada  prejudicou  a  qualidade  dos  productos  expostos, — frisante 
attestado  da  nova  éra  de  trabalho  que  surge  para  o  povo  mineiro. 

O  successo  alcançado  pelo  primeiro  ensaio,  que  na  verdade  foi 
esta  exposição,  excedeu  em  geral  a  toda  a  espectativa  e  deixou  patente 
o  interesse  e  o  amor  que  ao  desenvolvimento  económico  de  Minas 
dedicam  os  agricultores  já  conscientes  do  primordial  papel  que  repre- 
sentam na  obra  progressista  do  governo  actual,  e  que  a  grande  somma 
de  trabalhos  empregada  na  abertura  da  picada,  oude  deve  trilhar  victo- 
riosa  a  agricultura  em  todos  os  seus  ramos,  têm  encontrado  o  apoio 
tão  necessário  ao  bom  exilo  da  causa  agrícola,  base  da  nossa  riqueza 
e  progresso. 

A  perfeita  e  benéfica  orientação  politica  do  Governo  Estadoal, 
secundando  a  politica  federal,  tem  dispertado  nas  classes  productoras 
o  estimulo  do  trabalho,  levantando  no  seio  da  população  rural  a 
esperança  de  que  melhores  dias  surgirão  para  a  lavoura,  cessando  a 
oppressão  que  a  tem  subjugado. 

A  diffusão  do  ensino,  a  creação  das  fazendas  modelos,  a  propaganda 
dos  syndicatos  e  cooperativas,  têm  trazido  á  população  rural  o  incen- 
tivo do  progresso,  desvendando-lhe  claro  horizonte  circumdando  um 
vasto  campo  de  acção  á  iniciativa  privada,  e,  oxalá  a  sã  politica,  que  no 
momento  actual  paira  sobre  Minas,  não  venha  a  ter  solução  de  conti- 
nuidade, para  que  a  obra  iniciada  em  tão  boa  hora  pelo  patriota  il lustre 
que  dirige  os  destinos  desta  parte  do  Brazil,  possa  attingir  ao  benévolo 
fim  que  tem  em  vista,  encaminhando  o  povo  na  fecunda  actividade  que 
elevará  a  Nação  ao  lugar  que  lhe  compete  pelas  innumeras  riquezas 
existentes  ainda  em  estado  intrínseco,  em  seu  seio. 

Antes  de  relatarmos  as  nossas  observações  sobre  as  varias  secções 
da  exposição,  daremos  as  instruccões  organizadas  pela  Commissão 
Central  para  o  trabalho  das  coin  missões  julgadoras. 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA   DE  BELLO  HORIZONTE 


PASSEIO  DOS   ANIMAES 


APOSIÇÃO  PECUÁRIA   DE  BELLO  HORIZONT 


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MONTENEGRl 


ITUINA  ,,  —  Puro  sangue  inglez 


A     t.AVOUKA 


1 1  julgamento  dos  animaes  da  raça  cavallar  foi  feito,  levando-se  em 
conta:  1°,  maior  perfeição  nas  qualidades  carac ler ist iças  da  raça,  qual- 
quer que  esta  fosse ;  2o,  tamanho,  belleza,  velocidade  e  bondade  de 
andar. 

O  tamanho  foi  dado  pela  altura  tomada  do  casco  de  uma  das  patas 
dianteiras  até  á  cernelha  e  a  velocidade  era  tomada  pelo  percurso  de  mil 
metros  na  raia  do  Prado  Mineiro. 

Para  os  touros,  levou-se  em  consideração  a  maior  perfeição  nas 
qualidades  características  da  raça,  qualquer  que  esta  fosse,  o  maior 
paso  em  funcção  da  idade,  suppondo  para  os  fins  da  classificação,  que 
o  animal  não  augmente  de  peso,  de  cinco  annos  em  diante. 

A  maior  quantidade  de  leite,  expressa  em  litros,  produzida  em  24 
horas,  sendo  as  vaccas  esgotadas  24  horas  antes  da  ordenhação  des- 
tinada ao  julgamento,  foi  o  criterium  seguido  para  a  classificação  das 
vaccas  leiteiras. 

Para  os  reproduetores  suinos,  o  julgamento  foi  feito  tomando-se 
o  producto  das  dimensões  —  circumferencia  tomada  no  thorax  e  com- 
primento —  eo  peso  do  animal,  ambas  em  funcção  da  edade,  conside- 
rando-se  para  os  fins  da  classificação  que  o  crescimento  do  animal, 
estaciona  depois  de  três  annos;  os  cevados  gordos  foram  julgados  pelo 
peso  vivo. 

Os  carneiros  foram  julgados  pelo  peso  antes  da  tosquia ;  pelo  peso 
da  lã  depois  de  tosquiado  o  animal  ;  pela  quantidade  da  lã,  debaixo  do 
ponto  de  vista  da  forma,  do  comprimento  e  da  resistência. 

Finalmente,  para  que  o  concurrente,  pudesse  receber  o  premio 
que  teve  o  seu  animal,  exigia  a  commissão,  apresentação  de  documentos 
provando  ser  o  expositor  proprietário  do  animal  premiado  pelo  menos 
seis  mezes  antes  da  exposição. 

Foram  os  seguintes  os  prémios  concedidos: 

Reproduetores  cavallares  extrangeiros:  3:000$,  2:000$,  1:500$, 
1:000$  e  500$000; 

Reproduetores  cavallares  nacionaes:  3:000$,  2:000$,  1:500$,  1:000$ 
e  500$000  ; 

Gado  bovino  extrangeiro:  3:000$,  2:000$,  1:500$,  1:000$    e 

500$000 ; 

Gado  bovino  nacional:  3:000$,  2:000$,  1:500$,  1 : 000$  e  500$000 ; 

Gado  bovino  leiteiro  extrangeiro  (hollandez  e  outros)  e  vaccas  lei- 
teiras nacionaes:  3:000$,  2:000$,  1:500$,  1:000$  e  500$000. 

Parao  gado  caprino  e  suino  os  prémios  foram  os  seguintes:  1:000$, 
400$,  300$,  200$  e 100$000. 


66  SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

Aos  reproductores  suinos  extrangeiros  e  aos  productos  nacionaes, 
os  prémios  concedidos  foram:  :!:000$,  1:200$,  700$,  600$  e  300$000. 


Trataremos  em  primeiro  logar  do  gado  vaccum,  pela  capital  im- 
portância que  para  nós  tem  o  desenvolvimento  deste  ramo  da  pecuária 
altenta  á  productividade  da  carne,  leite  e  trabalho,  mormente  a  pri- 
meira destinada  a  representar  no  mundo,  dentro  de  alguns  annos  um 
valor  não  previsto  sobre  o  actual,  pela  intensa  necessidade  já  mani- 
festada, do  consumo  da  carne  em   vários  mercados  extrangeiros. 

Assim  pois,  visando  os  três  grandes  problemas  que  o  djsenvol- 
vimento  da  industria  pastoril  em  relação  aos  bovinos  tem  a  resolver 
entre  nós,  penetramos  no  recinto  da  exposição,  ávidos  em  conhecer 
como  os  creadores  mineiros  encaram  a  solução  destes  problemas. 

Não  nos  surprebendeu,  a  maioria  evidente  do  gado  indiano  no 
certamen  do  Bel  lo  Horizonte,  e  com  prazer  registramos  aqui,  que  re- 
presentantes de  outras  raças  incontestavelmente  superiores  eram  apre- 
ciados com  particular  enthusiasmo,  assim  como,  também  alegremente 
deixamos  consignado  que  no  recinto  do  Prado  Mineiro,  onde  se  realizou  a 
exposição,  tivemos  occasião  de  notar  as  discussões  travadas  entre  crea- 
dores apologistas  do  zebú  eaquellesquenão  lhe  dão  a  preferencia,  sendo 
digno  de  nota  os  argumentos  poderosos  paios  últimos  apresentados.  Al- 
gumas vezes  mesmo  interrogados  manifestamos  a  nossa  opinião  con- 
traria ;'i  inlroducção  do  gado  indiano  e  tivemos  occasião  de  observar 
em  vários  criadores,  a  impressão  que  lhes  causavam  nossos  argu- 
mentos. 

Os  touros  da  raça  Simenthal  e  Schwitz  em  exposição  eram  tomados 
como  padrão  para  a  comparação  ao  zebú  e  incontestavelmente,  aquelles 
que  assim  procediam  tinham  ganho  de  causa  nas  discussões. 

Infelizmente,  forçoso  é  confessar,  foi  ao  gado  indiano  que  coube 
a  vicloria  no  certamen  que  vimos  de  assistir,  muito  embora,  bellos 
productos  de  outras  raças  estivessem  ali  representados . 

A  propaganda  lenaz,  feita  em  favor  desse  gado,  com  prejuízos 
futuros,  para  a  nossa  industria  pastoril,  está  por  tal  forma  enraizada 
entre  os  creadores,  que  abatidos  mesmo  dean te  de  argumentos  e  factos, 
não  se  deixam  convencer  da  imperiosa  necessidade  de  introduzirem 
novos  reprodudores  de  outras  raças  em  suas  criações. 

A  resistência  e  tamanho,  são  os  argumentos  em  torno  do  qual  re- 
side a  convicção  acima,  e  alguns  por  causas  todas  espedaes  querem 
fazer  prevalecer  as  qualidades  de  leiteiro  e  gado  de  talho,  á  raça  indiana, 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA   DK  BELLO  HORIZONTE 


GUARANY  ,,  -  da  raça  Maaga-larga 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA   DE  BELLO  HORIZONTE 


OSMAN  ..  —  Cavallo  árabe 


A  LAVOURA  67 

ai  legando  observações,  que  embora  verdadeiras,  são  oriundas  de  factos 
accidentaes  em  condições  todas  particulares. 

Infelizmente,  dá-se  com  os  creadores  de  Minas  o  que  se  dá,  com 
raras  excepções,  com  os  creadores  brazileiros  em  outros  Estudos.  Elles 
sentem  a  imperiosa  necessidade  de  melhorarem  as  nossas  raças  in- 
digenas,  e  longo  de,  methodicamente  procurarem  tirar  partido  dos 
elementos  bons,  apresentados  por  outras  raças,  na  reforma  do  nosso 
gado,  procurando  pela  selecção  dos  melhores  typos,  conservarem  os 
caracteres  peculiares  a  cada  aptidão  dos  reproductores,  visam  como 
condição  essencial  nos  cruzamentos,  não  as  bellezas  morphologicas, 
mas  tão  somente  as  qualidades  de  sobriedade  e  rusticidade,  quecol- 
locam  acima  de  todos  os  demais  caracteres  das  boas  raças,  conforme 
as  aptidões,  visando  o  fim  que  se  deseja  obter. 

A  mansidão,  precocidade,  productividade,  etc,  são  esquecidas 
pelos  nossos  creadores  o  só  as  qualidades  acima  encerram,  para  a 
grande  maioria,  as  únicas  condições  a  que  deve  satisfazer  o  animal 
reproductor. 

E'  pois,  nesta  mal  comprehendida  e  errónea  doutrina  que  a  grande 
maioria  dos  nossos  creadores,  fazem  basear  a  preferencia  para  o  gado 
indiano  como  reproductor  e  só  desta  forma,  se  justifica  a  predilecção 
pelo  zebú  entre  nós. 

Como  é  sabido,  o  gado  nacional  e  indígena,  necessita  de  selecção  e 
de  cruzamento  para  firmar  de  modo  positivoalgumas  qualidades  e  apti- 
dões, hoje  já,  sensivelmente  fracas,  devido  ao  pouco  zelo  até  então  exis- 
tente, consequência  inevitável  da  criação  extensiva,  ainda  não  de  todo 
abolida  entre  nós,  mas  já  felizmente  modificada  paio  mixto  extensivo 
—  intensivo,  hoje  notado  em  grande  numero  de  propriedades  agrícolas. 

Justo  é,  pois,  a  introducção  de  reproductores  extrangeiros,  mas 
obedecendo  a  preceitos  e  detido  exame,  de  accordo  com  os  princípios  da 
Zootechnica  Moderna. 

E'  já  bastante  combatida  entre  nós  a  introducção  em  larga  escala 
dos  decendentes  do  bos  indicus,  que  desde  de  alguns  annos  foi  ado- 
ptado pelos  nossos  creadores  não  sendo  aqui  occasião,  para  comba- 
termos este  facto,  aliás  já  bastante  discutido  no  seio  desta  Sociedade 
por  homens  de  reconhecida  competência  no  assumpto. 

Não  deixarei,  porém,  de  lembrar  aos  nossos  creadores  que  a  intro- 
ducção do  Zebú  é  um  mal,  e  um  mal  tão  grave,  que,  necessitando  o  gado 
indígena  apenas  de  modificações,  o  que  se  tem  notado  éa  absorpção 
completa  pelo  gado  indiano  devido  a  extraordinária  potencia  de  trans- 
missão hereditária,    tanto    individual    como  atávica,  apanas  em  pro- 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


veito  da  rusticidade  e  sobriedade,  que  incontestavelmente  não  deve 
ser  o  nosso  objectivo  primordial. 

Comprehende-se  que  o  reproductor  Zebú  possa  em  diminuta  es- 
cala ser  adoptado,  em  casos  especialíssimos,  na  perpetuação  das  quali- 
dades acima  citadas,  mas,  em  caso  algum,  a  introducção  do  sangue 
indiano,  deverá  ir  além  da  relação  1/2,  quer  com  as  raças  indígenas, 
quer  com  as  melhoradas. 

Preferimos,  incontestavelmente,  a  selecção  do  nosso  próprio  gado 
ou  cruzamento  com  gado  europeu,  como  hollandez,  normando,  schwitz, 
jersey,  charolez,  simenthal,  etc. 

Entre  estes  particularmente  destacamos  o  Simenthal,  variedade 
que  foi  representada  na  exposição  de  Bello  Horizonte,  pelo  touro 
«  Camponez »  filho  de  pae  Simenthal  legitimo  com  mãe  creoula, 
tendo  lm,45  de  altura  e  2m,25  de  comprimento,  que  com  doisannos 
e  11  mezes,  pesou  673    kilogrammas,  ou  sejão  cerca  de  45  arrobas. 

E'  de  facto  para  lamentar,  que  no  certamen  que  venho  de  assistir, 
nenhum  outro  producto  desta  variedade  fosse  apresentado,  attentas  as 
boas  qualidades  que  incontestavelmente  trariam  ao  nosso  gado  a  intro- 
ducção do  sangue  simenthal . 

Na  verdade,  um  rápido  golpe  de  vista  á  raça  jurássica  da  Suissa 
deixa-nos  a  convicção  do  valor  dos  representantes  da  variedade 
simenthal  e  do  aperfeiçoamento  da  sua  criação,  que  tão  poderosamente 
tem  contribuído  para  a  reputação  que  goza  a  raça  manchada  do  Jura. 

As  boas  qualidades  desta  variedade  são  hoje  universaes  e  a  dis- 
seminação deste  gado,  lentamente,  vae  se  fazendo  em  todas  as  re- 
giões da  Europa  Central  e  Oriental,  onde  a  producção  da  carne, 
alliada  a  uma  secreção  láctea  considerável,  constitue  a  principal  es- 
peculação zootechnica. 

Vigorosos  e  resistentes  ao  trabalho,  os  bois  da  variedade  Simen- 
thal são  estimados  como  trabalhadores.  A  conformação  regular  que 
apresentam,  a  facilidade  de  engorda  e  a  qualidade  de  sua  carne, 
dão-lhe  hoje  a  preferencia  na  Suissa,  de  onde  é  oriundo  e  nas  demais 
regiões  que  já  invadiu. 

No  estado  adulto,  os  touros  pesam  900  a  1.000  kilogrammas  e  as 
vaccas  de  700  a  800  kilogrammas,  attingindo  os  primeiros  após  a  en- 
gorda 1.000  a  1.200  kilogrammas  e  as  vaccas  a  900  e  1.000  kilo- 
grammas. 

O  rendimento  do  leite,  nas  varras  desta  variedade  é  de  2.000  a 
2.200  litros,  variando  a  quantidade  de  leite  necessária,  para  um 
kilogrammo  de  manteiga  entre  IS  e  28  litros  de  leite. 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA  DE  BELLO  HORIZONTE 


•GUARANY 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA   DE  BELLO  HORIZONTE 


PERUANO  „  —  da  raça  Polled  Angus 


ARGENTINO  ..  —  Touro  da  raça  hollandeza 


A    LAVOURA 


O  melhoramento  da  variedade  Simenthal  é  judiciosamente  feito 
por  meio' de  syndicatos  de  criação,  perfeitamente  organizados. 

No  certamen  de  24  de  fevereiro  em  Bello  Horizonte,  nem  o  louro 
indiano  «Militar  »,  premiado  em  primeiro  logar  e  de  propriedade  do 
nosso  consócio  e  amigo  Dr.  Viriato  Mascarenhas,  attingiu  ao  peso 
citado  do  touro  já  mestiço  «  Camponez». 

O  Zebú  Nellore  a  que  me  refiro,  pesado  no  recinto  da  exposição, 
accusou  620  kilogrammas,  emquanto  o  simenthal  « Camponez », 
pesou  673,  differença  sensível,  mormente  se  levarmos  em  conta,  que 
a  ossatura  do  zebú  é  muito  maior  que  do  simenthal. 

Entre  os  reproductores  puros  sangue  que  figuraram  na  exposição, 
citarei  o  touro  Schwitz  2  1/2  annos  de  idade  e  de  propriedade  do  Go- 
verno do  Estado. 

O  gado  Garacú,  estava  também  representado  por  alguns  exem- 
plares mais  ou  menos  bem  conformados,  assim  como  o  gado  hol- 
landez,  mormente  as  vaccas  leiteiras. 

O  adeantado  criador  da  Mantiqueira  Dr.  Eduardo  Sá  Fortes,  fez 
concorrer  á  exposição  algumas  cabeças  do  gado  de  sua  propriedade, 
hoje  productos  seleccionados  em  suas  fazendas  e  que  obtiveram  suc- 
cesso  principalmente  pela  quantidade  de  leite  authenticada  que  con- 
forme constou-nos,  attingiu  a   17  litros  em  24  horas. 

Entre  os  animaes  bovideos  que  concorreram  á  exposição  cita- 
remos os  seguintes  :  «  Militar  »  zebú  Nellore,  pesando  620  kilo- 
grammas, propriedade  do  Dr.  Viriato  Mascarenhas  ;  «  Milão»  também 
Nellore,  pesando  548  kilogrammas,  propriedade  do  coronel  Bruno, 
de  Uberaba  ;  «Corveta»,  puro  Nellore,  nacional  de  três  annos  ;  «  Sobe- 
rano »,  14  mezes,  puro  Nellore  ;  «  Palmeira  »,  14  mezes,  puro  Nel- 
lore, nacional;  «Peruano»,  polled-anges,  mestiço  com  o  Zebú; 
«  Curvellano,  7/8  de  sangue  zebú,  dous  annos ;  «  Mogyana  »,  vacca 
Nellore  importada;  «Granada»,  11  mezes,  producto  de  zebú  com 
hollandez,  todos  pertencentes  ao  Dr.  Viriato  Mascarenhas;  touro 
«Camponez»,  simenthal,  meio  sangue  filho  de  «Wandick»  puro  si- 
menthal remettido  pelo  coronel  Symphronio  Brochado,  além  de  muitos 
outros  de  origem  indiana,  infelizmente  em  grande  maioria,  hollandeza 
e  indígena  Caracú. 

Como  gado  de  talho,  obtiveram  o  primeiro  premio  os  zebús  Nellore: 
«  Militar  e  o  «  Milão  ». 

Na  categoria  —  gado  leiteiro  de  origem  estrangeira  —  obteve  o 
primeiro  premio,  o  bello  touro  hollandez  «Argentino»  de  proprie- 
dade do  Dr.  Eduardo  de  Sá  Fortes. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


Na  raça  leiteira,  obtiveram  ainda,  medalha  de  ouro  e  menção 
honrosa,  entre  outras,  as  novilhas  Hollanda  e  Brasileira  do  L)r. 
Eduardo  de  Sá  Fortes,  a  vacca  Norma  do  mesmo  proprietário  obteve 
meda  11  ia  de  ouro,  deixando  de  concorrei-  ao  premio  pecuário,  por  já 
o  ter  obtido  o  touro  Argentino  do  mesmo  proprietário. 

Em  resumo,  pois,  a  secção  bovidea  da  exposição  de  Bello  Horizonte, 
foi  representada  pelas  raças  indiana,  simenthal,  sclnvitz,  Caracú  e  hol- 
landeza,  destacando-se  esta  ultima  como  a  preferida  para  o  leite. 

Quanto  ao  gado  de  talho,  a  victoria  coube  á  raça  indiana,  mas 
resta-nos  a  convicção  e  esperança  que  dentro  em  pouco  tempo  em 
outros  certamens  teremos  a  registrar  não  mais  a  mesma  victoria  e 
sim  a  dos  productos  oriundos  da  selecção  e  do  cruzamento  do 
nosso  Caracú,  com  os  reproductores :  Simenthal,  Schwitz,  Hereford, 
Charolez  e  Garonnez,  graças  ao  benéfico  sopro  revificador  que  alenta 
a  nova  orientação  económica  que  surge  no  Brazil. 

De  uma  cousa,  porém,  é  mister,  que  não  se  descuide  o  governo 
e  aquelles  a  quem  compete  zelar  pelo  futuro  da  industria  pastoril, 
—  a  creação  dos  postos  zootechnicos,  sem  elles  por  muito  tempo,  mar- 
charemos ainda  nas  trevas,  e  teremos  de  assistir  impávidos  á  ab- 
sorpção  que  nos  será  fatalmente  desastrada,  das  nossas  raças  indí- 
genas, por  outras  sem  qualidades  e  aptidões  que  nos  bastem,  que 
longe  de  reerguerem  o  nosso  gado  acabará  transformando-o  em  uma 
raça  inútil,  bravia  e  perigosa. 

A  secção  de  animaes  da  raça  cavallar,  foi  incontestavelmente, 
uma  revelação  do  desenvolvimento  deste  ramo  da  industria  pastoril 
em  Minas,  para  todos  os  que  visitaram  a  exposição  de  Bello  Horizonte. 

Concorreram  40  expositores  que  apresentaram  ao  certamen  cerca 
de  80  exemplares  nacionaes,  mestiços  e  reproductores  extrangeiros, 
destacando-se  particularmente  os  productos  nacionaes  denominados 
Manga  Larga  e  Campolina. 

Das  nossas  observações  no  recinto  da  exposição,  somos  levados 
a  crer  que,  em  relação  aos  equídeos,  a  orientação  seguida  em  Minas 
no  aperfeiçoamento  das  raças  existentes,  é  um  tanto  methodica, 
convindo,  porém,  que  desde  já  os  nossos  criadores  tenham  um  obje- 
ctivo fixo  no  melhoramento  das  raças,  de  modo  que,  a  introducção 
de  reproductores,  possa  alcançar  um  determinado  fim,  não  vindo 
perturbar  a  producção  cavallar,  pela  aneia  da  introducção  de  novo 
sangue  ext  range  iro. 

Bem  sabemos  que  para  isto,  mister  se  toma  a  fundação  dos 
postos    zootechnicos,  cumprindo    ao    governo,    não    mais  retardar  a 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA   DE  BELLO  HORIZONTE 


IHftl 


••••rí; 


SUMARÉ,.  —  Touro  da  raça  Caracú 


•  GAMPONEZ  ..  -  Touro  da  raça  Simmenthal 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA  DE  BELLO  HORIZONTE 


!RISA  ,,  —  Novilho  da  raça  Garacú 


SCHWITZ  ,.  —  Touro  da  raça  Suissa 


A     LAVOURA  71 

creação  cie  taes  estabelecimentos,  de  modo  que  possa  a  industria 
pastoril  entre  nós  alcançar-o  gráo  de  desenvolvimento,  que  facilmente 
pode  attirigii"   atlenta  ás  condições  que   tão  francamente  possuímos. 

O  desenvolvimento  dos  equídeos,  entre  nós,  é  facto  que  desde 
já  deve  chamar  a  attenção  do  governo  e  dos  creadores,  de  modo  a 
conjunclamente  com  o  gado  vaccum,  melhorarem,  poios  processos 
da  zootechnia  moderna,  as  raças  indígenas  existentes. 

Nenhuma  producção  zootechnica  justiiica-se,  sem  que  uma  ori- 
entação económica,  tendo  em  vista  as  condições  dos  mercados  su- 
jeitas á  lei  geral  da  economia  —  da  offerta  e  da  procura,  — e  as  in- 
ternas do  próprio  paiz,  presida  ao  critério  do  criador,  guiando-o  na 
empreza  a  que  se  dedica;  e,  no  momento  actual,  muito  embora  o 
progresso  colossal  dos  meios  modernos  de  locomoção,  o  desenvolvi- 
mento dos  equídeos,  está  perfeitamente  assegurado,  mormente  pela 
producção  visando  os  animaes  de  sella  e  os  de  tiro,  verdadeiros  ca- 
vai los  agrícolas  que  o  extrangeiro  já  acceita  de  longa  data  como  o 
mais  remunerador  no  tratamento  das  culturas,  attendendo  ao  enorme 
progresso  da  mecânica  agrícola. 

Recente  estatística,  que  nos  dá  P.  Diffloth  em  seu  ultimo  tra- 
balho sobre  as  raças  cavai  lares,  mostra  que  ao  lado  do  grande  des- 
envolmento  dos  automóveis,  grande  tem  sido  o  augmento  da  pro- 
ducção cavallar  dos  paizes  productores  e  que  os  mercados  consumidores, 
longe  de  estacionarem,  têm  progredido  mormente  no  que  diz  respeito 
aos  animaes  de  luxo  e  aos  destinados  á  remonta  dos  exércitos. 

A  população  equídea  da  Inglaterra,  que  tinha  diminuído  até  1900, 
augmentou  nos  últimos  annos,  sendo  a  differença  maior  de  1903 
sobre  1902  de  32.365  cabeças. 

Os  cavallos  de  omnibus,  animaes  de  tiro  longo  que  por  muitos 
annos,  foi  na  Inglaterra  em  numero  de  10  a  12  mil,  eleva-se  hoje 
a  17  mil. 

Km  1876,  na  Europa,  contava-se  o  coefliciente  de  30,5  por  mi- 
lhão de  habitantes,  elevando-se  este  coefflciente  a  38,4  em  1908  época 
da  apparição  dos  automóveis,  e  ainda  em  1902  41,95. 

Nos  Estados  Unidos,  em  1899,  quando  começaram  a  apparecer 
os  automóveis,  o  numero  de  cabeças  existentes,  era  de  13.675.307 
no  valor  de  511.047:813  dollars,  e  em  1905  este  numero  elevava-se 
a  17.052.702  cabeças,  no  valor  de  1.200.310.029  dollars.  Diante  dos 
dados  acima  conclue-se  que  apezar  do  progresso  da  viação  e  dos  mo- 
tores, eléctricos,  a  vapor  ou  de  explosão,  o  numero  de  cavallos  tem 
augmentado  sensivelmente  nestes  últimos  annos  e  que  os  creadores 

3124  2 


72  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

nada  teem  a  temer  das  evoluções  económicas  modificadoras  da  nossa 
vida  social  e  commercial. 

O  futuro  dos  animaes  de  sella,  quer  destinados  a  animaes  de 
luxo,  quer  a  remonta  dos  exércitos  e  o  dos  animaes  destinados  aos 
trabalhos  agrícolas  e  ao  transporte  de  grandes  pesos,  está  para  nós 
perfeitamente  garantido  pelo  gosto  e  amor  ao  luxo,  que  tende  sempre 
a  desenvolver-se  ao  lado  do  progresso  civilizador,  e  pela  necessidade, 
que  no  Brazil,  em  futuro  não  remoto,  terá  a  nossa  agricultura,  de 
taes  animaes  para  o  manejo  dos  seus  instrumentos,  deixando  ao 
gado  vaccum  as  funcções  primordiaes  de  talho  e  leite  e  só  acciden- 
talmente  a  de  trabalho,  como  dá-se  tanto  na  Europa,  como  na  Ame- 
rica; ainda  pela  nossa  natureza  montanhosa  não  poderemos  dis- 
pensar os  animaes  de  longo  tiro,  senão  quando  em  futuro  longínquo, 
a  mecânica  tenha  resolvido  economicamente  o  meio  de  transporte 
em  taes  regiões. 

Na  exposição  de  24  de  fevereiro,  vimos  com  prazer  vários  typos 
puros,  nacionaes  e  mestiços,  indicadores  do  cuidado  que  os  criadores 
mineiros  têm  dedicado  a  raça  cavallar,  procurando  aperfeiçoar  os  exem- 
plares indígenas  quer  pela  selecção  intelligente  quer  pela  cruza  com 
reproductores  extrangeiros. 

Trataremos  primeiramente  dos  animaes  nacionaes,  que  a  selecção 
aperfeiçoou  dando  typos  que,  nos  parece,  deverão  ser  os  preferidos  para 
os  animaes  de  sella. 

A'  variedade,  denominada  Manga  Larga,  oriunda  como  é  sabido  de 
um  reproductor  portuguez,  trazido  para  Cachoeira  do  Campo  ainda  em 
tempos  coloniaes,  coube  a  victoria  naquellecertamen. 

Pelo  Dr.  Ribeiro  Junqueira,  do  município  de  Sylvestre  Ferraz,  foi 
apresentado  o  cavallo  Sul  de  Minas  medindo  2m,31  de  comprimento 
por  lm,55  de  altura,  da  variedade  Manga  Larga  e  premiado  em  primeiro 
logar  na  cathegoria  dos  animaes  nacionaes. 

Ainda  da  mesma  variedade,  notamos  os  cavallos  Petronio,  pello 
tordilho,  com  lm,54  de  altura  e  2nl,20  de  comprimento,  que  obteve 
menção  honrosa  ;  The  Money,  com  lra,58  de  altura  por  2m,28  de  com- 
primento, de  5  annos,  propriedade  do  Dr.  Ribeiro  Junqueira  e  premiado 
com  o  4o  premio,  na  mesma  cathegoria  ;  Ladario,  com  cinco  annos  de 
idade,  lm,58  de  altura  por  2m,22  de  comprimento,  vindo  do  município  de 
Leopoldina  e  propriedade  da  família  Junqueira. 

Os  animaes  expostos  desta  variedade  apresentaram  caracteres  de 
força  e  agilidade,  sendo  as  alturas  sufíicientes  para  a  remonta  do 
exercito.  Um  grande  inconveniente  apresentam  para  tal  fim  que  éa 


EXPOSIÇÃO   PEC1    UlIA  DE   BELLO  HORIZONTE 


VARRAO  CANASTRÃO 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA  DE  BELLO  HORIZONTE 


VARRAO   CANASTRÃO 


CABRA  —  da  raça  Toggemburg 


A    LAVOURA  73 

marcha,  mas,  attendendo  a  largura  do  passo,  quer  nos  parecer  que 
algum  tempo  de  picadeiro  ensinaria  ao  animal,  mormente  ás  éguas, 
o  trote  necessário  ás  marchas  militares  ecom  reproductores  Oldemn- 
burgo,  ou  Hunter,  ou  mesmo  convenientemente  seleccionados  dariam  ao 
exercito,  bons  animaes,  mormente  para  a  ca vallaria. 

A  variedade  denominada  Campolina,  oriunda  da  antiga  fazenda  do 
Gampolina  em  Entre  Rios,  hoje  chamada  fazenda  do  Tanque  e  propriedade 
do  Sr.  Joaquim  de  Rezende,  apresentou-se  também  com  bellissimos 
productos  nacionaes,  dos  quaes,  citaremos:  Golias,  tendo  lm,60  de  altura 
e  2m,20  de  comprimento e  3  annos  de  idade ;  Oder,  lm,54  de  altura  por 
2ra,07  de  comprimento  e  também  com  3  annos  ;  Califa,  tendo  4  annos  de 
idade,  lm,61  de  altura  e  2m,04  de  comprimento,  procedente  de  Barbacena. 
Destes  animaes,  foram  premiados  com  o  2o  premio  o  cavallo  Golias 
com  medalha  de  ouro,  e  menção  honrosa  o  cavallo  Califa. 

Na  exposição  do  mesmo  proprietário,  vimos  o  cavallo  Adónis,  com 
2  1/2  annos  de  idade,  tendo  lm,61  de  altura  e  2,n,28  de  comprimento, 
reproductor  puro  sangue  Oldemnburgo  adquirido  pelo  Sr.  Joaquim 
Rezende,  na  Estação  Zoolechnica  de  Herm  Stoltz  &  C.  Este  animal 
mereceu  menção  honrosa  da  commissão  julgadora.  O  cavallo  Oldemn- 
burgo é  o  typo  adoptado  na  Allemanha  no  regimento  dos  Gouraceiros. 
Criado  em  grande  parte  do  tempo  no  regimen  do  pasto,  em  condições 
climatéricas  desfavoráveis,  adquire  uma  certa  rusticidade  tornando-se 
sóbrio  e  de  fácil  nutrição  ;  alimenta-se,  em  geral,  de  aveia,  feno  e  palha 
de  aveia.  E'  muito  precoce  e  com  2  annos  de  idade,  pôde  ser  perfeita- 
mente utilizado  em  trabalhos  agrícolas. 

Vimos  ainda  da  mesma  variedade  Campolina,  o  cavallo  Adegente, 
de  cinco  annos  de  idade,  medindo  lm, 50  de  altura  por  2m,  18  de  compri- 
mento, vindo  de  Caethé  e  propriedade  do  Dr.  Ribeiro  Junqueira. 

Pensamos,  que  os  productos  conhecidos  em  Minas  pela  denominação 
Manga  Larga  e  Campolina,  serão  os  futuros  cavai  los  do  nosso  exercito, 
mormente  se  a  introducção  do  sangue  extrangeiro  merecer  dos  nossos 
criadores  o  cuidado  necessário,  de  modo  que  as  qualidades  de  agilidade, 
força  e  marcha,  sejam  convenientemente  introduzidas. 

Existe  nas  Ilhas  Britannicas,  a  variedade  Hunter  que  se  subdivide 
no  Hunter  Inglês  e  no  Hunter  Irlandês,  que  julgamos,  daria  óptimo 
resultado  no  cruzamento  com  as  éguas  Manga  Larga  e  Campolina. 
O  Hunter  é  o  cavallo  mais  útil  da  Inglaterra,  pre3tando-.se  a  todos 
os  serviços 

Os  inglezes  o  adoptam  na  caça  pela  sua  agilidade,  e  esta  é  tão 
desenvolvida,    que    lhes   tem    valido  o  cognome  de    saltadores.  Os 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


primeiros  cavallos  desta  variedade,  foram  obtidos  em  Norfolk,  de  éguas 
de  puro  sangue,  cobertas  pelos  garanhões  de  tiro  de  raça  Norfolk.  E' 
na  Irlanda,  porém,  que  se  encontram  hoje  os  melhores  Hunter. 

Na  Inglaterra,  chama-se  hoje,  ordinariamente  Hunter,  ao  modelo 
regular,  tendo  bastante  sangue,  para  ter  energia,  prestando-se  perfeita- 
mente á  cara  e  tendo  grande  velocidade  natural  á  galope  e  além  disso, 
a  aptidão  do  salto. 

O  verdadeiro  Hunter,  enfrenta  os  obstáculos  sem  medo,  sem 
hesitarão,  saltando-o  com  energia  e  com    facilidade. 

E' sóbrio  e  incançavel,  podendo  passar  sem  comer,  muitas  horas. 

Os  animaes  inglezes,  desta  variedade,  tem  de  altura  lm,70emquanto 
que  os  irlandezes,  tem  lm,55e  lm,G0. 

O  Hunter  Irlandês  é  um  dos  cavallos  mais  resistentes  da  Inglaterra, 
transmittindo  a  sua  resistência  aos  productos  e  bem  assim  a  sua  agili- 
dade, sendo  apreciado  como  productor  de  cavallos,  destinados  á  remonta 
dos  exércitos.  A  sua  criação,  não  exige  detidos  cuidados,  com  dous  annos 
de  idade  já  pôde  tomar  parte  nos  trabalhos  agrícolas. 

Voltando  a  tratar  da  exposição,  vimos  dous  animaes  nacionaes, 
também  premiados,  ocavallo  Montenegro,  com  lm,00  de  altura  e  2ra,35 
de  comprimento,  producto  de  meio  sangue,  anglo-normando  com 
égua  crioula,  tendo  seis  annos  de  idade  e  que  obteve  o  Io  premio ; 
Mihado,  meio  sangue  anglo-normando,  producto  de  mãe  crioula, 
medindo  1»>,59  de  altura  por  2n,,39,  foi  premiado  com  o  3o  premio, 
ambos  procedentes  do  município  de  Oliveira  e  pertencentes  ao  Dr .  Donato 
de  Andrade. 

São  bellos  typos  de  animaes,  tons  cavallos  de  sella,  não  servindo 
para  a  remonta,  apenas  pelo  andar,  defeito,  porém,  oriundo  das  éguas 
que  serviram  de  progenitoras  e  de  fácil  correctivo  em  gerações  fu- 
turas, bastando  para  tal  fim,  o  ensino  em  picadeiro  do  trote  ao  pro- 
ducto ou  ás  éguas,  antes  de  serem  cobertas. 

0  cavallo  Predilecto,  nacional,  meio  sangue  inglez,com  sete  annos, 
vindo  do  município  de  Juiz  de  Fora,  medindo  lm,54  de  altura,  proprie- 
dadedoSr.  Theodorico  Ribeiro  de  Assis,  obteve  o  2o  premio  na  cathe- 
goria  acima. 

O  cavallo  Smart,  de  lm,55  de  altura  e  2m,23  de  comprimento,  com 
três  annos  de  idade  e  filho  de  reproductor  de  sangue  inglez,  de  pro- 
priedade do  Sr.  José  Ferreira  I.ei te,  do  municipo  de  Oliveira,  obteve  o 
A°  premio,  juntamente  com  o  cavallo  The  Money  a  que  já  me  referi. 

O  5o  premio,  foi  dado  ao  animal  Juriti/,  com  Lm,49  de  altura  e 
propriedade  do  coronel  Albino  Machado. 


EXPOSIÇÃO  PECUÁRIA  DE  BELLO  HORIZONTE 


JAGUNÇO  —  Bode  da  raça  "pescoço  preto,. 


DE    PREMIADO 


A     LAVOURA 


São  ainda  dignos  de  referencia  os  animaes:  Ituina,  puro  sangue 
nacional,  com  3  1/2  annos  de  idade,  lra,52  de  altura,  propriedade  do 
Sr.  Saturnino  Rocha;  Carlito,  puro  sangue  inglez,  do  Dr;  João  Tei- 
xeira Soares,  com  lm,65  de  altura;  Andaluz,  com  lm,65  de  altura, 
vindo  do  município  de  Além  Parahyba  e  de  propriedade  do  Dr.  J.  T. 
Soares;  Tamoijo,  meio  sangue  inglez,  com  lm,63  de  altura,  e  de  pro- 
priedade do  Sr.  Francisco  de  Campos  Valladares;  Oman,  puro  sangue 
árabe,  com  seis  annos,  l,n,55  de  altura,  vindo  de  Ub?raba  e  proprie- 
dade do  Sr.  Angelo  Costa;  Africano,  meio  sangue  árabe,  medindo  lm,53 
de  altura  e  propriedade  do  Sr.  José  Ribeiro  Junqueira;  ícaro,  com 
3  1/2  annos,  medindo  lm/tOde  altura  por  f",90  de  comprimento,  meio 
sangue  inglez,  vindo  de  Uberaba;  Brasil,  medindo  l'", 40  de  altura  por 
2"',  10  de  comprimento,  com  quatro  annos,  meio  sangue  inglez,  vindo 
de  Uberaba;  Sulika,  com  quatro  annos,  3/i  de  sangue  inglez;  Rio 
Branco,  meio  sangue  andaluz,  com  cinco  annos  deidade. 

Outros  animaes  nacionaes  da  rara  denominada  Sublime,  que  como  é 
sabido,  são  productos,  com  raras  excepções,  mal  aperfeiçoados  do  árabe, 
concorreram  também  á  exposição,  e  outros  com  a  simples  indicação 
de  raça  nacional,  também  se  apresentaram  naquelle  certamen.  Entre 
estes  citaremos:  Argentina,  com  três  annos  de  idade;  Corrupio  com 
lm,55  de  altura  e  2'", 20  de  comprimento,  com  3  1/2  annos  deidade; 
Çaruso  alazão,  lm,45  de  altura  por  2 m, 00  de  comprimento,  com  2  1/2 
annos  de  idade,  vindo  de  Juiz  de  Fora;  Rio  Negro,  procedente  de  Bar- 
bacena,  com  l1", 58  de  altura  e  21»»  de  comprimento. 

Ainda  como  único  representante  dos  ca  vai  los  do  Norte  da  França, 
boje  francamente acceitos,  quer  na  própria  Europa,  Estados  Unidos,  quer 
na  Argentina  e  mesmo  no  Brazil,  pelo  Exm.  Sr.  Barão  do  Paraná, 
apresentou-se  ocavallo  Vulcano  de  sete  annos  de  idade,  vindo  de  Juiz 
de  Fora,  filho  de  pae  Percheron  puro  e  mãe  de  l/i  de  sangue  árabe. 

Do  que  vimos  de  expor,  conclue-se  que  foi  na  verdade  anima- 
dora, a  primeira  exposição  geral  de  cavai  los,  que  na  sua  capital 
realizou  o  Estado  de  Minas.  Os  animaes  eram  bem  conformados, 
possuíam,  com  excepções,  os  caracteres  de  forca  e  ardor,  como  veri- 
ficaram os  que  assistiram  ás  provas  a  que  os  animaes  foram  sub- 
mettidos  na  raiado  Prado  Mineiro. 

Cumpre  aos  creadores  proseguirem  o  aos  demais  Estados,  jun- 
tamente com  os  respectivos  governos  imitarem  a  obra  verdadeira- 
mente patriótica,  em  que  se  empenham  Minas  Geraes,  S.  Paulo  e 
Rio  Grande  do  Sul,  que,  poderosamente,  secundando  o  Governo  Fe- 
deral, abrem  novos  horizontes  na  politica  económica  do  Brazil. 


76  SOCIEDADE     NACIONAL     DK    AGRICULTURA 

No  certamen,  como  vimos,  foram  apresentados  pfoductos  na- 
cionaes  seleccionados  de  bella  conformação;  animaes  mestiços,  typos 
já  bastante  animadores,  e  réproductores  estrangeiros  de  differentes 
raças . 

Notamos  a  preoccupação  do  cavallo  para  corrida  e  do  cavallo 
marchador  nacional  para  viagens,  e  aproveitamos  a  occasião  para 
tratarmos,  se  bem  que  ligeiramente,  dos  animaes  de  tiro,  cuja  pro- 
ducção  tem  para  nós,  como  para  todos  os  paizes  no  presente  momento 
capital  importância.  Os  cavai  los  de  tiro  têm  a  sua  producção  perfei- 
tamente garantida,  sendo,  ainda  par  muito  tempo,  difficil  ao  automo- 
bilismo entravar-lhe  os  inestimáveis  serviços  que  prestará  sempre 
nos  centros  de  maior  movimento,  em  pleno   domínio  do  progresso. 

A  medida  que  a  vida  commercial  e  industrial  de  um  povo  au- 
gmenta, a  sciencia  procura  resolver,  em  geral,  pela  mecânica  a 
questão  dos  transportes 

As  estradas  de  ferro  vencem  as  distancias  longinquas,  atraves- 
sando as  terras  de  um  extremo  a  outro  e  as  aperfeiçoadas  machinas 
marítimas  atravessam  os  mares,  a  portos  antípodas ;  mas  quer  uma 
quer  outra,  tem  os  seus  pontos  terminaes  e  não  poderemos  esperar 
que,  em  breve  futuro,  o  automobilismo  e  todas  as  modernas  applicações 
da  mecânica  possam  com  a  mesma  facilidade  económica  que  as  es- 
tradas de  ferro  e  a  navegação,  satisfazer  as  necessidades  do  trans- 
porte local. 

Ainda,  á  medida  que  augmenta  o  progresso  de  uma  nação, 
augmenta  o  seu  movimento  commercial  e  como  consequência  imme- 
diata  o  peso  e  volume  dos  fardos  a  transportar. 

Ao  cavallo  de  tiro,  portanto,  cabe  a  solução  do  problema  do 
transporte  local  por  meio  das  grandes  viaturas. 

No  Brazil  particularmente,  paiz  novo  que  começa  a  desenvol- 
ver-se,  a  criação  destes  animaes  é  uma  questão  que  desde  já  deve  ser 
tratada  com  o  carinho  que  tem  merecido  nos  demais  paizes.  Além 
disso  a  nossa  natureza  montanhosa  não  permittirá  com  facilidade 
económica  as  applicações,  quer  da  electricidade  quer  da  mecânica 
nas  questões  de  transporte  local.  Nos  trabalhos  agrícolas,  até  hoje 
quasi  de  um  modo  geral,  têm  sido  empregado  na  tracção  o  gado 
vaccum,  e  mister  se  torna  visarmos  desde  já  o  futuro  da  nossa  agri- 
cultura, o  desenvolvimento  da  mecânica  agrícola,  e,  portanto,  o  em- 
prego de  animaes,  senão  mais  fortes  que  o  boi,  pelo  menos  mais 
adequados,  apresentando  comtudo  as  mesmas  vantagens  e  também 
possuidores  do  passo  lento  necessário  á  rotearia." 


A     LAVOURA  77 

Neste  ponto,  seja-me  permittido  ainda  frizar,  no  estado  actual  do 
desenvolvimento  agrícola  do  mundo,  são  os  cavallos  de  tiro  os  destina- 
dos a  preencher  as  funcções  até  então  entre  nós  preenchidas  pelo  boi,  re- 
servando-se  o  gado  vaccum  ás  funcções  de  carne  e  leite,  cuja  necessidade 
nos  mercados  mundiaes,  tende  a  augmentar  descomedidamente. 

Os  nossos  creadores  devem  se  dedicar  ao  desenvolvimento  da 
producção  cavallar,  e,  sem  esqueceremos  animaes  de  sella,  e  os  sim- 
plesmente de  luxo,  vizarem  primordialmente  os  destidados  á  remonta 
do  exercito  e  os  de  tiro,  pela  situação  económica  que  garante  taes 
producções . 

Quanto  aos  suínos  e  ovinos  que  concorreram  á  exposição,  pouco 
temos  a  dizer,  principalmente  em  relação  aos  últimos. 

Os  suinos  estavam  bem  representados  por  bonitos  productos  de 
raças  nacionaes  e  extrangeiras,  entra  as  quaes  notavam-se  a  Yorkshire 
e  a  Berkshire. 

Na  categoria  de  cevados  gordos,  coube  o  Io  logar  ao  espécimen 
de  propriedade  do  coronel  José  Custodio  Dias  de  Araújo,  o  qual  pesou 
376  kilogrammas. 

O  2o  logar  foi  dado  ao  producto  pesando  307  kilogrammas, 
propriedade  do  Sr.  Joaquim  Cláudio  de  Salles.  Ao  animal  de  pro- 
priedade do  Sr.  José  António  Coelho  coute  o  3o  logar,  embora 
pesando  310  kilogrammas,  sendo,  porém,  seguido  tal  critério,  por  ter 
sido  o  suino  pesado  no  logar  da  engorda,  emquanto  que  o  segundo 
foi  pesado  no  recinto  da  exposição,  após  longa  viagem,  que  fatalmente 
havia  de  deixal-o  sentido. 

Pesando  302  kilogrammas,  foi  premiado  em  3o  logar  o  es- 
pécimen do  Sr.  Cândido  de  Paula  Silvino. 

O  5o  premio,  foi  obtido  pelo  suino  pesando  270  kilogrammas, 
propriedade  do  Sr.  Custodio  de  Almeida  Porto. 

Obteve  medalha  de  ouro,  o  suino,  cujo  peso  attingiu  a  258  kilo- 
grammas, de  propriedade  do  Sr.  J.  dos  Santos  Vianna,  e  ainda  o  de 
peso  de  240  kilogrammas,  do  Sr.  Raymundo  Soares  de  Azeredo. 

Na  categoria  dos  reproductores  suinos  obtiveram  prémios  pecuni- 
ários os  animaes  dos  proprietários  seguintes,  na  ordem  respectiva: 
Srs.  Ignacio  O.  de  Alvarenga,  Joaquim  Ribeiro  Junqueira,  Josias  M. 
Machado,  António  de  Freitas  Lima  e  Dr.   Viriato  Mascarenhas. 

Obtiveram  medalha  de  ouro  os  productos  dos  Srs.  Custodio  Ferraz 
Junqueira,  António  Carlos  de  Barros  Faria,  capitão  Roberto  F.  de  To- 
ledo, coronel  Francisco  A.  M.  Azevedo  Camará  e  Manoel  Teixeira  de 
Camargos. 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Alcançaram  medalha  do  prata  os  productos  apresentados  pelos 
Srs.  Dr.  Carlos  da  Silva  Fortes,  José  Belém,  Luiz  F.  dos  Santos, 
Caetano  Mascarenhas  e  António  Dias  Barbosa. 

O  gado  ovino,  estava  representado  pelo  gado  lanígero  e  caprino, 
extrangeiro  e  nacional . 

Foram  classificados  os  saguintes:  Caprino*  :  1"  premio,  ca- 
brito Brasileiro,  de  propriedade  do  Sr.  Fernando  Pinto  de  Azevedo; 
2o  premio,  cabrito  Petronio,  de  propriedade  do  Sr.  Raymundo 
Nonato;  3o  premio,  cabra  Alegria  do  Dr.  Carlos  da  Silva  Fortes, 
que  ainda  obteve  menção  honrosa,  pelo  cabrito  extrangeiro  Jagunço. 

Lanígeros:  Io  premio:  carneiro  reproductor,  Guarany,  mestiço 
de  merino  e  crioulo,  de  propriedade  do  Sr.  António  da  Cruz  Homem, 
pesou    48    kilogrammas    e    deu   uma    tosquia    de    1.100  grammas; 

2o  premio :  carneiro  reproductor  da  raça  Southdown,  mestiço, 
propriedade  do  Dr.  Carlos  da  Silva  Fortes,  pesou  63  kilogrammas  e 
deu  uma  tosquia  de  750  grammas;  3o  premio:  carneiro  Rambouillet, 
tosquiado,  pertencente  ao  Dr.  João  José  Vieira  —  Este  animal  estava 
ainda  muito  maltratado  pela  ultima  epizootia  da  febre  aphtosa. 

Eis  Sr.  Presidente  e  mais  directores,  o  resultado  da  minha  visita 
á  exposição  de  Bel  lo  Horizonte,  honrado  com  a  representação  desta 
Sociedade. 

O  relatório  que  vos  apresento,  é  cheio  de  lacunas,  mas  conto  com  a 
benevolência  de  todos  vós  e  com  a  dos  nossos  consócios,  esperando  que 
algum  resultado  útil  possa  advir  das  vagas  indicações  que  aqui  ficam 
para  engrandecimento  e  força  da  nossa  grande  Pátria  —  OBrazil, 

Não  terminarei,  porém,  sem  renovar  os  agradecimentos,  pela  gentil 
hospitalidade  que  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  por  mim  repre- 
sentada, recebeu  quer  por  parte  do  governo  mineiro,  quer  por  parte 
da  commissão  e  criadores. 

AosExmos.  Srs.  Dr.  João  Pinheiro  da  Silva,  illustre  Presidente  do 
Estado,  e  ao  nosso  consccio  e  amigo  Sr.  coronel  Francisco  Bressane, 
particularmente  agradeço,  confessando-me  grato,  pelo  fidalguia  com 
que  me  distinguiram. 

Rio  de  Janeiro,  fevereiro  de  1908.—  Francisco  Tito  de  Sousa  Reis, 
engenheiro  civil  pela  Escola  Polytech nica  do  Rio  de  Janeiro  e  director 
lc  secretario  da  Sociedade  Nacional  do  Agricultura. » 


A     LAVOURA  79 

Movimento  Agrícola  pelo  Estado  de  Minas 

E'  deveras  animador  ver-se  como,  sob  a  direcção  do  Di\  João 
Pinheiro  da  Silva,  o  Estado  de  Minas  se  orienta  e  evolue  em  busca  da 
solução  dos  mais  sérios  problemas  da  sua  economia. 

Parecia,  attenta  a  indole  pouco  innovadora  do  povo  mineiro,  que  os 
doutrinamentos  do  esclarecido  administrador  publico  passariam  incom- 
prehendidos  e  desajudados  da  acção  dos  seus  administrados.  Felizmente 
assim  não  tem  acontecido,  notando-se  por  toda  parte  a  mais  decidida 
cooperação  em  todos  os  emprehendimentos  que  vão  sendo  iniciados. 

S.  Ex.,  em  uma  das  suas  luminosas  mensagens,  censurou  acre- 
mente  a  norma,  pasmosamente  anti-democratica,  de  cuidarem  os  po- 
deres públicos  da  instrucção  superior,  deixando  em  lastimoso  abandono 
a  educação  popular,  concretizada  no  ensino  primário,  litterario  e  pro- 
fissional. Affirmou,  pois,  a  mais  decidida  intenção  de  orientar  o  seu 
governo  por  um  rumo  mais  consentâneo  com  a  indole  e  razão  de  ser 
do  regimen  por  que  nos  regemos. 

Sob  o  influxo  das  novas  idéas,  as  escolas  primarias  reorganisam-se 
por  todo  o  vasto  território  de  Minas  ;  a  instrucção  profissional-agricola 
diffunde-se. 

Genuinamente  republicano,  por  sentimento  intimo  e  meditado 
estudo,  S.  Ex.  entende  imprimir  em  todas  as  suas  reformas  um  certo 
cunho  social istico,  em  que  o  governo  intervenha,  não  tão  somente  como 
administrador,  mas  como  cooperador  e  orientador  dos  individuos.  E'  a 
bôa  escola.  Sob  o  seu  governo  a  frequência  nas  escolas  publicas  dupli- 
cou ;  os  comícios  formados  nas  mais  longínquas  e  diversas  paragens 
nm^eguem  congregamento  inusitado;  cada  exposição  que  se  realisa  no 
Estado  é  um  novo  triumpho;  as  colónias  despertam-se,  recebendo  novos 
colonos;  os  institutos  de  ensino  agrícola  popularisam-se,  attrahindo 
numerosos  visitantes,  ávidos  de  instrucção  e  decididos  a  esquecerem  de 
vez  a  rotina  em  que  vegetaram  até  aqui. 

Abre-se  positivamente  uma  nova  era  para  o  Estado  de  Minas:  éa 
era  do  trabalho  intelligente,  em  que  o  lavrador  tem  por  guia  a  sciencia 
e  não  mais  o  acaso  cego  e  caprichoso  ! 

O  Dr.  João  Pinheiro  tomou  as  fazendas-modelo  para  typo  dos  insti- 
tutos de  ensino  agrícola  que  está  organisando.  Seu  fim  é  pregar  pelo 
exemplo,  pondo  sob  as  vistas  e  ao  alcance  dos  lavradores  instru- 
mentos e  praticas  susceptíveis  de  serem  adoptados  por  quem  quer  que 
seja  que  se  dedique  á  honrosa  e  útil  profissão  da  cultura  da  terra. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Não  são  ainda  decorridos  dois  an nos,  após  a  elevarão  do  Di\  João 
Pinheiro  ao  governo  e  já  estão  em  pleno  funccionamento:  a  Fazenda- 
Modelo  da  Gamei  leira,  na  cidade  de  Bel  lo  Horizonte,  a  fabrica  e  estação 
sericicola  da  colónia  Rodrigo  Silva,  em  Barbacena  e  a  fazenda  da  Ca. 
Empire  Fibre,  situada  a  pequena  distancia  da  estação  de  Prudente  de 
Moraes . 

O  ensino  agricola-profissional  rege-se  pela  lei  n.  2.027  de  28  de 
julho  de  1907,  cuja  parte  referente  ás  fazendas-modelo  é  a  que 
de  novo  publicamos. 

FA.ZENDAS-MODELO 

Art.  49.  São  creadas  no  Estado,  nos  termos  do  art.  2"  da  lei  n.  438,  de  24 
de  setembro  de  1906,  sois  fazendas-modelo,  aos  pratos  que  olYerecerem,  a  juizo  do 
Governo,  melhores  condições,  mas  distribuídas  de  modo  que  sejam  localizadas: 
uma  no  centro,  uma  uo  norte,  uma  no  sul,  uma  na  zona  da  matta,  uma  no 
triangulo  mineiro  e  uma  na  zona  do  oeste. 

Paragrapho  único.  Estas  fazendas  terão  como  objectivo  principalmente  a 
agricultura  ou  a  pecuária  conforme  a  zona  om  que  ellas  SJ  installarem  fôr 
agrícola  ou  pastoril. 

Art.  50.  O  numero  das  fazendas-modelo  a  qu3  se  ref)ro  o  artigo  anterior  sò 
se  entende  com  as  fazendas  montadas  a  expensas  exclusivas  do  Estado,  podendo 
ser  aquelie  numero  augmentado  com  tantas  quantas  sejam  auxiliadas  polas  mu- 
nicipalidades, de  conformidade  com  o  disposto  no  §  2°  do  citado  artigo. 

Art.  51.  Na  installa.ão  das  fazendas-modelo  será  observado  o  plano  neste 
regulamento  determinado  e  que  estabeleça  os  quatro  typos  pelo  Governo  appro- 
vados. 

Art.  52.  Estes  typos  são: 

1.»  O  typo  A,  que  comp^ehenderá  uma  arei  nunca  menor  de  10  alqueires  de 
terreno  e  se  destina  á  demonstraçío  do  manejo  dos  instrumentos  aratorios,  é  li- 
mitado aos  trabalhos  de  cimp)  concernentes  á  preparação  da  torra  para  cul- 
tura, sem  m  ichinas  de  benefiiiamento  de  productos  ; 

2.»  0  typo  B,  que  comprehenderá  uma  ãrea  nunca  menor  de  25  alqueires 
de  terreno,  apparelhalos  de  peqmnos  maehinisraos  movidos  por  tracção  animal, 
conforme  a  planta  approvada,  tem  por  fim  a  demonstração  pratica  de  duas  ou 
mais  culturas  em  ponto  pequeno  e  o  modo  mais  económico  e  útil  de  sua  trans- 
formação o  aproveitamento; 

3.°  O  typo  C,  que  comprehauderá  uma  área  nunca  menor  de  40  alqueires 
d.s  terreno,  com  macliinism)  appropriado  ao  api^oveitamento  da  generalidade  dos 
productos  annuos  da  nossa  lavoura,  movido  por  força  hydraulica,  visa  demon- 
strar o  modo  maia  económico,  útil  c  pratico  polo  qual  se  podo  transformar, 
melhorando  a,  a  generalilade  das  propriedades  agrícolas  do  Estado; 

4."  O  typo  D,  que  comprehenderá  uraiárea  nunca  raeuor  de  80  alqueires 
de  terreno,  cjm  unehinismo  completo  para  aproveitamento,  não  só  dos  pro- 
ductos a  que  se  refere  o  n.  3  deste  artigo,  como  os  florestaes  e  a  producção  de 
lacticínios,  movido  por  motor  hydraulico  dos  typos  mais  perfeitos,  visa  a  de- 
monstração da  cultura  racional  em  graúdo  escala. 


FAZENDA   DA  GAMELLEIRA 


NOVAS    CONSTRUCÇOES    DA    FAZENDA    MODELO 


PLANTAÇÃO    DE     ABACAXI 


FAZENDA    DA  GAMELLEIRA 


I     ■■ 


**M**ÍÍ 


n 


iRROZAES    IRRIGÁVEIS 


MtLHARAL    PLANTADO     E     CULTIVADO     A     MACHINA 


A     LAVOURA  81 

Art.  53.  As  areia  destinadas  p  ira  as  fazendas-modelo  deverão  conter  pelo  menos, 
4  alqueires  (cerca  de  20  hectares)  de  terras  planas  ou  de  suaves  ondulações,  de 
fácil  accesso  aos  instrumentos  arat^rios,  no  caso  de  adopção  do  typo  A,  ou  uma 
área  mais  ou  menos  correspondente  a  um  terço  da  área  totil,  no  caso  de  adopção 
de  qualquor  um  dos  outros  typos. 

Art.  54.  As  Camarás  Munieipaos,  que  pretendam  obter  a  creação  de  uma 
fazenda-modelo  em  seus  muuicipios,  deverão  concorrer  : 

l.°No  caso  de  escolha  do  typo  A,  cora  as  prestações,  em  terras,  de  10  al- 
queires, com  uma  casa  e  um  paiol  e  em  dinheiro,  com  3:000$  de  uma  só  vez  ; 

2.°  No  caso  de  escolha  dos  typos  B,  C  ou  D,  com  as  prestações  em  terras  res- 
pectivamente, de  25,  4o  e  80  alqueires  do  4  hectares,  84  o,  em  dinheiro,  com  a 
metido  da  importância  dos  machiaismos  e  edifícios  necessários  para  o  typo 
escolhido. 

Em  qualquer  das  hypotheses  figuradas  as  terras  deverão  satisfazer  as  exi- 
gências do  artigo  anterior. 

Art.  55.  As  fazendas-modelo  serão  administradas  e  custeadas  pelo  Estado 
directamente,  pertencendo-lhe  a  propriedade  e  o  respectivo  r/udiraento . 

Art.  50.  Cada  fazenda-modolo  será  destinada  a  determinados  géneros  de  cul- 
tura, de  conformidade  com  a  natureza  do  seu  solo  e  condições  do  seu  clima,  ex- 
cluídos quaesquor  outros. 

Na  regiãj  agrícola  predominará  o  ensino  para  o  cultivo  da  terra,  sendo  o  da 
creação  puramente  accossorio  ;  na  região  pastoril  predominará  o  ensino  da  pe- 
cuária, sendo  então  accessorio  o  da  agricultura  propriamente. 

Art  57.  Em  cada  fazenda- modelo  o  Governo  manterá  : 

a)  Reproiuctores  bovinos  de  raças  escolhidas,  assim  como  reproduetores  de 
outras  espécies  de  animaes,  que  serão  cedidos  gratuitamente  para  a  fecundação 
das  fêmeas  trazidas  para  es?e  flm  á  fazenda  ; 

b)  Um  stock  das  machinas  na  mesma  fazenda  empregadas,  não  só  as  aratorias, 
como  as  de  beneíiciamento,  as  quaes  serão  cedidas,  pelo  preço  do  custo,  a  quem 
se  proponha  acompralas,  desde  que  o  comprador  exhiba  talão  da  entrada  do  preço 
respectivo  no  Thcsouro  do  Estado  ou  na  Collectoria  local. 

Art.  58.  Do  mesmo  moio,  as  machinas  a  que  se  refere  o  artigo  antecedente 
poderão  ser  cedidas  aos  colonos  loc  idizados  nas  colónias  annexadas  áí  fazendas- 
modelo,  mediante  pagamento,  como  preceituado  pira  outros  compradores,  ou 
sob  a  garantia  das  colheitas  do  anno,  para  esto  fim,  previamente  avaliadas  ;  as 
colheitas  serão  recebidas  em  espécie,  ao  serem  realizadas,  pelo  preço  corrente  dos 
respectivos  proiuctos  na  localidade. 

Art.  59.  As  fazendas-modelo  enviarão  pessoal  seu  ás  fazendas  vizinhas, 
para  o  flm  de  executar  qualquer  trabalho  de  amanho  ou  preparação  do  solo, 
tomando  taes  trabalhos  por  empreitada,  mediínte  remuneração  previamente 
ajustada,  de  accordo  com  as  bases  que  serão  opportunamento  publicadas,  ou  a 
salário,  de  conformidade  com  os  preços  correntes  de  serviços  similares  na  loca- 
lidade. Esses  serviços,  porém,  só  serão  prestados;  quando  os  interessados  depo- 
sitem previamente,  em  qualquer  das  estações  fiscaes,  a  importância  em  que  forem 
orçadas  ou  a  quota  que  for  fixada. 

Art.  60.  As  fazeodas-mo  leio  receberão  os  t,'aballudorei  que  os  fazendeiros 
do  Estado  lhes  enviem  para  ap.eniizagem  do  manejo  daquelles  instruiu > a, 03,  não 
excedendo  do  :;0diasa  sua   permanência  nas  referidas  fazendas,  dando  lhes    estas 


xn<;ii<;i>\i>i<;    nacional    d  li    AQUICULTURA 


morada  o  sustento  durante  o  máximo  daquelle  prazo.  O  numero  destes  trabalha- 
dores não  poderá  exceder  do  10  pessoas  nas  fazendas  do  typo  A  ;  do  15  pessoas  nas 
do  typo  B  ;  de  20  pessoas  nas  do  typo  C  e  30  pessoas  nas  do  typo  D.  Os  trabalha- 
djres  assim  enviados  ás  fazendas-modelo  ficarão  subordinados  á  ordem  nellas 
observada  e  tomarão  parte  em  todos  os  trabalhos  diários  sob  a  direcção  do 
mestre  de  cultura,  quo  os  expuls  irá  da  fazenda,  todas  as  vezes  que  se  tornem  ele- 
mentos de  perturbação  da  disciplina  do  estabelecimento. 

Paragrapho  único.  Na  hypothesc  de  ter  sido  a  fazenda-modelo  installada  com 
o  concurso  da  Camará  Municipal,  serão  admittidos  de  preferencia  os  trabalhadores 
aprendizes  que  forem  apresentados  á  Directoria  pelo  presidente  da  mesma  Camará. 
Art.  61.  Além  da  demonstração  pratica  dos  trabalhos  de  campo,  a  que  se 
referem  os  artigos  anteriores,  as  fazendas-modelo  também  ministrarão  a  neces- 
sária instrucção  pratica  a  moços  que  queiram  habilitar-se  para  a  profissão  de 
mestres  de  cultura. 

Para  esto  fim  as  fazendas-modelo  receberão  moços  de  conducta  reconhecida- 
mente- morigerada,  nunca  menores  de  18  annos  de  idade,  aos  quaes  serão  dadas 
residência  e  alimentação  gratuitas  e  transporte  ferro-viario  somente  no  caso  de 
reconhecida  pobreza.  Estei  moços  tomarão  parto  nos  serviços  diários  da  fazenda, 
durante  o  tempo  necessário  para  que  possam  assistir  e  executar  toJas  as  operações 
relativas -ás  culturas  om  exploração  na  fazenda,  desde  o  amanho  dos  terrenos  até 
ás  colheitas  e  o  preparo  de  seus  produetos,  sendo  instruídos  ao  mesmo  tempo,  em 
todos  os  detalhes  das  culturas  e  da  administração. 

Art.  62.  Findo  o  prazo  da  aprendisagem,  que  é  limitado  a  10  mezes,  os 
aprendizes  serão  submettidos  a  um  exame,  que  versará  sobre  os  differentes  tra- 
balhos de  campo  com  os  respectivos  instrumentos,  e  numa  exposição  suecinta  e 
verbal,  por  meio  de  perguntas  o  respostas,  das  regras  que  se  devem  observar  na 
cultura  das  espécies  exploradas  na  fazenda,  como  o  modo  de  plantaçio,  as  épocas 
próprias  para  as  dillcrentes  espécies,  o  modo  de  estrumação,  irrigação,  capinas, 
colheitas,  etc;  e  bem  assim,  om  relação  á  administração,  o  modo  de  escriptu- 
ração  observadi  n.i  fazenda  e  mais  detalhes  que  tenham  feito  parte  de  sua 
aprendizagem, 

Art.  63.  Este  exame,  presidido  pelo  chefe  teehnico,  será  feito  perante  a  Di- 
rectoria da  Agricultura,  Commercio,  Terras  e  Colonização,  sendo  examinadores 
o  chofe  de  agricultura  pratica  e  o  mestre  de  cultura  da  fazenda-modelo,  onde  o 
examinando  fez  a  sua  aprendizagem. 

Art.  64.  Os  exames  a  que  se  refere  o  artigo  antecedente  serão  prestados 
em  uma  só  época  no  anno,  no  mez  de  junho,  perante  a  Directoria  e  nelles  serão 
apuradas  as  habilitações  dos  aprendizes,  não  só  quanto  á  sua  pratica  dos  pro- 
cessos aratorios  e  oulturaes  ensinados,  como  quanto  ao  preparo  do  pessoal  de  cada 
um  em  relação  aos  outros,  de  moi'o  a  serem  escolhidos  em  cada  turma  os  cinco 
aprendizes  mais  habilitados  e  que  tenham  aproveitado  inteiramente  o  ensino 
dado. 

A  cada  um  do3  aprendizes  assim  encolhidos  o  (ioverno  poderá  dar  gratuita- 
mente, a  titulo  de  animação,  um  dos  melhores  lotes  em  qualquer  das  colónias 
do  Estado,  sempre  quo  seu  comportamento,  durante  todo  o  tempo  de  aprendizagem, 
nenhuma  nota  desfavorável  tenha  merecido. 

Art.  65.  O  numero  de  aprendizes  será,  no  máximo,  de  cinco,  nas  fazendas- 
modelo  do  typo  A;  de  10,  nas  do  typo  B;  de  15,  nas  do  typo  C  e  de  20,  nas  do  typo  D. 


FAZENDA    DA    GAMELLEIRA 


MILIIARAL    E    ARROZAL 


FAZENDA    DA   GAMELLEIRA 


(4)     MACHINISMO  DE  BENEFICIAR  CAFÉ  E  OUTROS  PRODUCTOS  AGRÍCOLAS 


A    LAVOURA 

Art.  66.  Cada  fazenda-modelo  será  administrada  por  un  agricultor  pratico, 
sob  a  denominação— mestre  de  cultura  e  sob  a  superintendência  geral  do  di- 
rector. 

Só  pôde  ser  admittido  para  mestre  do  cultura  o  individuo  que  conheça  a 
agricultura  do  paiz,  os  processos  de  cultura  aratoria  c  que  os  t3oha  praticado 
habitualmente  e  com  successo  por  conta  própria  ou  do  terceiros,  ou  que  os  tenha 
aprendido,  obtendo  um  certificado  de  mestre  de  cultura,  em  alguma  das  fazendas- 
modelo  do  Estado. 

Km  caso  de  concurrencia,  temi  preferencia  os  habilitados  pelas  fazendas  modelo 
do  Estado,  que  o  provem  com  o  respectivo  certificado. 

Art.  67.  Ao  mestre  de  cultura  cumpre  : 

1 .°  A  administração  interna  do  estabelecimento,  pelo  quo  deverá  dirigir  e 
fazer  executar  todos  os  serviços  da  fazenda  sob  todos  os  seus  aspectos  e  detalhes  ; 

2.»  Ouvir  os  colonos,  nos  casos  de  colónia  annexa,  provor  as  suas  necessidades 
e  represental-os  em  todas  as  reclamações  perante  a  Directoria  ; 

3."  Promover  não  só  as  culturas  da  fazenda-modelo,  como  as  do  lotes  nas 
colónias  annexadas,  levando  trabalhadores  o  colonos  ao  cumprimento  rigoroso  de 
seus  deveres  respectivos,  de  modo  que  todos  os  seus  serviços  de  um  e  outro 
estabelecimento  sejam  executados  convenientemente  e  nas  épocas  próprias  para 
elles  ; 

4.°  Manter  em  dia,  escripturada  em  iivro  próprio,  a  oonta  corrente  do 
colonos ; 

5.°  Receber  as  contribuições  dos  colonos  em  debito  e  arrecadal-as  para  os 
devidos  fins,  em  dinheiro  ou  in  natura,  liquiJando-as  neste  ultimo  caso,  e  reco- 
lhendo-as  mensalmente  aos  cofres  do  Estado,  mediante  guia  do  director  ; 

6."  Tomar  as  providencias  immediatas,  que  sejam  da  sua  competência,  e 
se  tornem  necessárias  para  o  perfeito  andamento  dos  serviços  a  seu  cargo,  em 
quaesquer  casos  não  previstos,  recorrendo  de  prompto  ao  chefe  do  agricultura 
pratica  ou  ao  director  para  aquelles  que  as  circumstancias  exigirem  e  escapem  á 
sua  competência  ; 

7.°  Ministrar  aos  aprendizes  admittidos  na  fazenda  o  ensino  a  que  se  refere  o 
art.  59  deste  regulamento. 

Art.  68.  Ao  mestre  de  cultura  incumbe  mais  manter  uma  eseripturação  deta- 
lhada, em  forma  de  estatística,  nos  livros  que  lhes  serão  fornecidos  pela  Directoria, 
onde  conste  com  toda  exactidão  : 

1.°  O  custo  de  cada  serviço  sob  sua  direcção,  especializando  o  custo,  pur 
hectare,  da  roçada,  do  destocameato,  da  lavra  e  da  gradagem  dos  terrenos  ;  e  de 
cada  operação  de  que  dependo  a  producção,  como  a  semeadura,  as  capinas  e  a 
colheita  de  cada  espécie  cultivada  na  fazenda  ; 

2.°  Ainda  pela  mesma  unidade  de  superfície,  a  quantidade  e  preço  da  semente 
plantada,  o  numero  do  pessoas  e  dias  empregados  em  cada  operação,  a  producção 
de  cada  espécie  ou  cultura  ; 

:;.°  Por  unidade  de  peso  ou  do  medida  (kilogramma  ou  litro)  conforme  a 
natureza  da  espécie,  o  custo  da  transformação  nas  machinas  da  fazenda  dos  pro- 
ductos  nellas  beneficiados,  verificada  por  igual  proporção  entre  a  matéria  prima  e 
o  producto  respectivo. 

Art.  69.  O  mestre  de  cultura  ministrará  mensalmente  ao  director  um  boletim 
em  firma  de  mappa  com  todas  as  especificações  do  artigo  anterior. 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Art.  70.  A  cada  uma  das  fazcndas-modclo,  Fnjam  ollas  fundadas  oxclusiva- 
mente  pelo  Estado  ou  cora  o  auxilio  das  municipalidades,  poderá  ser  annexada 
uma  colónia,  conforrm  ao  Governo  parecer  conveniente  observadas,  em  todo  o 
caso,  as  regras  neste  regulamento  estabeloíidas  para  á  creação  do  colónias  era 
geral.  » 

As  sabias  disposições  do  regulamento  que  vimos  de  transcrever  vão 
se  concretizando  em  factos  materiaes.  Já  não  são  simples  aspirações 
filhas  do  bom  desejo. 

Vale  larga  divulgação  o  que  diz  o  Dr.  João  Pinheiro  sobre  os 
interesses  capitães  de  economia  rural  d)  listado  que,  em  hora  feliz,  lhe 
veio  ás  mãos  para  administrar. 

Em  sua  primeira  Mensagem  ao  Congresso  do  Estado,  em  data  de  15 
de  junho  de  1907,  diz  S.  Ex.  sobreo 

ENSINO    AGRÍCOLA 

«  Avulta  dopoisdo  ensino  das  creanças,  como  necessidade  urgente,  a  do  ensino 
primário  da  agricultura  aos  adultos,  habituando-os  ao  manejo  simples  das  aperfei- 
çoadas machinas  agrícolas. 

Este  ensino,  contendo  duas  partes  osssenciaes,  uma  theorica  e  outra  própria- 
mento  industrial,  foi  dividido  de  modo  que  urai  repartição  espoeial  o  technica  se 
incumba  da  primeira,  e  a  divulgação  do  trabilho  mealimico  e  dos  processos  úteis, 
aconselhados  pela  theoria,  seja  feito  intuitivamente  pelos  mestres  práticos  de  cul- 
tura espalh  idos  polo  Estado,  operando  industrialmente,  para  que  os  agricultores 
possam  avaliar  das  vantagens  integraese  da  superioridade  dos  processos  novos,  com- 
parados com  os  da  velha  rotina. 

Esta  medida  vao  dar  irameliatos  resultados e  nella  está  a  bise  da  nossa  rege- 
neração oconomica,  as-sim  para  o  productor.cora  >  pira  o  Estado  que  da  agricultura 
tira  a  sua  principal  fonte  de  receiía. 

O  trabalho  agrícola  pila  vastidão  de  seus  recursos,  pala  sua  extensa  applicaçâo, 
pelo  seu  habito  generaliaado  em  todi  a  massa  do  povo,  peli  facilidade  da  sua  apren- 
dizagem, constituo  a  forma  simples  e  poderosa  do  trabalho  nacional,  e  por  elle  deve 
começara  reorganização  economici  do  Estado. 

Para  attendor  a  esta  necessidade,  foi  publicado  o  recente  regulamento,  que  a 
legislatura  passada  autorizou.  » 

FAZENDA   MODELO 

«  Iniciando  o  serviço  de  ensino  agrícola  o  ensaiando-o  praticamente,  tal  como 
deve  ser  generalisalo,  e  procedendo-se  á  formação  do  pis3>al  technico  necessário, 
o  Governo,  em  26  de  novembro  do  anno  passado,  adquiriu  a  f.izenia  da  Gamelleira, 
situada  a  cerca  de  seis  kilometros  desta  Capital,  e,  mais  tarde,  o  sitio  denominado 
—  Madeiro. 

A  despezajá  realisada  com  a  fazenda,  importa  em  27:785$050,sen  lo  21: 164$S80, 
relativos  a  immoveis,  semoventes,  machinas  e  utensílios  ;  6:>0:í$670,  referentes  A 
administração  e  pessoal  operário,  o  3 1 6$5iX) .  empregados  em  adubos  chimicos.» 


FAZENDA   DA   GAMELLEIRA 


SEMEADORES    DE   CEREAES 


OFFICINA     DE    CARPINTEIRO 


VENDA  DEMACHINAS  AGRÍCOLAS  10  ADUSOS  CH1MICOS 

«  Por  intermédio  da  Directório  Geral  de  Agricultura,  e  pelo  custo  da  Europa, 
Rio  e  S.  Paulo,  foram,  no  anuo  findo,  fornecidos  aos  lavradores  do  Estado  fertili- 
santes  chimicos  e  diversos  instrumentos  agrícolas.  Para  o  mesmo  tim  continua  o 
Estado  a  manter  o  stock  de  maehinas  agrícolas,  no  qual  os  agricultoras  encontram 
sempre  as  mais  modernas,  que  vão  sendo  empregadas.  » 

INDUSTRIA  SERICICOI.A 

«  Tive  oceasião  de  observar  pessoalmente,  em  algumas  famílias  de  colonos  das 
proximidades  desta  Capital,  a  simplicidade,  a  naturalidade  e  o  êxito  da  criação  dos 
bichos  da  seda. 

São  ellas  acc.jrdes  ora  affirmar,  para  semelhante  trabalho,  a  igualdade  de  con- 
dições, sinão  a  superioridade  do  nosso  clima  em  relação  ao  da  Itália. 

E\  em  iodo  caso,  o  que  se  pôde  chamar  —  industria  de  família,  própria 
principalmente  para  mulheres  e  moças,  devendo  formar  para  os  colonos,  um  inci- 
dente do  trabalho,  sem  duvida  alguma  muitíssimo  remunerador. 

As  difflculdades  que  encontra  para  oxpandir-se  estão  na  incerteza  de  mercados 
para  os  casulos,  naturalmonte  produzidos  em  pequena  escala  nos  primeiros  tempos, 
e  na  ausência  de  machinismos  para  beneficial-os. 

Attendendo  a  estai  necessidades,  o  Coverno  autorizou  a  installação,  em  Bar- 
bacena,  de  maehinas  para  o  beneticiamonto  do  producto.  mantendo  aUi  o  director 
da  colónia  Rodrigo  Silva  vivoiros  para  distribuição  de  mudas  de  amoreira,  tendo 
distribuído,  no  aono  findo,  106.000  mudas. 

A  producção  de  casulos,  naquella  colónia,  foi  de  2.040  kilos. 

A  intervenção  do  Governo  deve  ser  completada  pela  garantia,  no  principio,  da 
collocação  dos  casulos  produzidos  fora  da  colónia,  a  um  preço  minimo  fixo. 

Terá  o  offeito  de  facilitar  e  systematisar  a  producção  do  uma  inquestionável 
riqueza  para  o  Estado.» 

INDUSTRIA   TÊXTIL 

«A  empreza  «  Empire  Fibro  Company  »,  com  s5de  em  Nova  York,  Estados  Uni- 
dos, repro-ieutando  um  capital  de  350.000  dollars,  habilitada  a  funccionar  no  Brasil 
pelo  decreto  federal  de  li  de  abril  deste  anno,  mediante  favores  do  Estado,  propoz, 
em  contracto  com  o  mesmo,  de  12  de  abril  do  corrente  anno,  a  fazer  nelle,  em  vasta 
escala,  a  cultura  de  fibras,  principalmente  de  pita,  devendo  plantar,  dentro  de 
quatro  annos,  no  minimo,  um  milhão  de  pés  deste  vegetal  e  fazer  a  cultura  indus- 
trial do  arroz,  ompregando  maehinas  aperfeiçoadas  para  sua  cultura  e  beneficia  - 
mento. 

O  Estado  concedeu  terreno  para  as  respectivas  culturas,  obrigando-se  o  conces- 
sionário a  ter,  no  estabelecimento,  por  anno,  até  10  aprendizes,  indicados  pelo 
mesmo,  para  o  estudo  dos  processos  indu9triaes   aperfeiçoados    que  empregarem. 

A  companhia  já  encetou  os  respectivos  trabalhos.  » 

CULTURA  DE  CEREAES 

«  A  cultura  dos  cereaes  apresenta-se  naturalmente  ;  mas,  importados  em  vasta 
escala  do  estrangeiro,  onde  são  cultivados  por  processos  aperfeiçoados,  seus  preços 
eliminaram  a  competição  da  nossa  producção  interna. 


soi  IKDADK     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


Para  avaliarmos  os  recursos  que  a  terra  brasileira  pôde  esperar  dos  trabalhos 
agrícolas  do  todo  género,  neste  solo,  cujo  poder  productivo  não  tem  confrontos, 
basta-nos  olhar  para  os  Kstados  Unidos  do  Norte,  que  nos  têm  servido  de  paradigma 
para  as  questões  politicas  ;  não,  porém,  infelizmente,  para  problemas  do  trabalho 
material,  do  qual  é  resultante  sua  assombrosa  grandeza. 

A  maior  exportação  daquella  Republica  é  de  cereaes  e  seus  derivados,  em  cuja 
cultura  também  as  Republicas  platinas  têm  encontrado  opulência  para  o  povo  e 
grande  recurso  para  sua  avultada  receita.  Naquellas  republicas,  com  população 
pouco  superior  á  do  nosso  Estado,  a  exportação  só  do  productos  agrícolas  ou  cereaes 
foi  em  1905  de  $170.235.235  pesos  ouro,  ou  em  nossa  moeda  de  541 :296.976s72'J  e, 
em  1906,  de  $157.654.692  equivalentes  a  501. 294:624$152. 

Em  duas  outras  verbas  do  commercio  internacional  daquellas  republicas  en- 
contram-se  as  razões  e  a  explicação  desta  extraordinária  producção. 

Só  de  instrumentos  aratorios  importou  em  1905— $16. 532. 000  pesos,  ouro,  equi- 
valentes, em  nossa  moeda,  a  52.566:000$400  e,  em  1906  —  $17.158.000,  correspon- 
dentes a  54.557:292$600. 

A  causa  da  inferioridade  brasileira,  para  a  lucta  na  agricultura  com  os  outros 
paizes,  está  evidentemente  nos  processos  rotineiros  que  temos  seguido. 

Grande  responsabilidade  do  tal  situação,  digamol-o  com  franqueza,  cabo  aos  go- 
vernos do  paiz,  em  seu  pormanonte  descuido  da  educação  popular,  principalmonte 
da  educação  para  o  trabalho,  que,  na  agricultura,  em  nossa  terra,  depois  que  o 
mundo  civilisado  tanto  tem  caminhado,  é  feito  ainda  pelos  mesmos  processos  dos 
tempos  coloniaes.» 

Quem  com  tal  franqueza  e  desassombro  assim  se  expressa,  embora 
em  posição  offieial  de  alta  evidencia,  por  certo  não  mente  á  sua  consciên- 
cia, sob  o  fútil  pretexto  de  conveniência  publica.  Não  !  O  Dr.  João 
Pinheiro  da  Silva,  honrado  e  esclarecido  Presidente  do  Estado  de  Minas, 
não  se  filia  á  escola  da  cobardia  e  subterfúgios .  S.  Ex.  sente  que  tem 
uma  missão  social  a  cumprir,  e  elle  a  desempenha  fielmente,  sem 
ódios  e  sem  temores .  As  normas  que  tem  adoptado  em  sua  adminis- 
tração modelar  hão  de  conquistar  adeptos,  para  bem  da  communidadc 
a  que  pertencemos. 

Como  se  estejam  transformando  em  actos  os  doutrinamentos  do 
Dr.  João  Pinheiro,  mostram-nos  inequivocamente  as  photogravuras  que 
illustram  esta  noticia. 

Factos  e  não  promessas,  Res  non  Verba,  é  asynthesede  sua  pro- 
fícua administração. 


-SSS^jfrg-Sgg- 


FAZENDA   Dn  ALEGRE 


AUTOMÓVEL  AGRÍCOLA  PUXANDO  UM  SEMEADOR  DE   ARRoZ 


CEIFADORA  DE  ARROZ 


FAZENDA   DO  ALEGRE 


AUTOMÓVEL  AGRÍCOLA  PUXANDO  DUAS  CHARRUAS  DE  DISCO 


VIVEIRO  DE  PITEIRAS 


A     LAVOURA 


COLLABORAÇÃO 


Um  instituto  de  ensino  agricola-pratico  em  Minas  Geraes 


As  Escolas  D.  Bosco  de  Cachoeira  do  Campo 

Neste  tempo,  em  que  os  jornaes  e  seus  collaboradores  não  se  can- 
çam  em  dar  a  maior  publicidade  a  tudo  que  se  está  fazendo  em  prol  das 
cidades,  já  pelos  governos,  já  por  emprezas  particulares,  permittaque 
eu  venha  chamar  a  attenção  dos  vossos  leitores  para  um  pequeno  grupo 
de  homens,  que  sem  reclame  e  sem  ostentação,  empregam  intelligencia 
e  esforço  em  prol  da  nossa  agricul  Lura,  dos  nossos  lavradores  e,  sobre- 
tudo, da  instrucção  moral,  civica  e  pratica  do  nosso  operário  agricola, 
tão  esquecido  dos  nossos  governantes. 

Quero  referir -me  ás  Escolas  D.  Bosco. 

Instituto  destinado  á  instrucção  agricola,  situado  a  uma  e  meia  lé- 
gua da  estação  Henrique  Hargreaves  —  Ramal  de  Ouro  Preto  —  Estrada 
de  Ferro  Central  do  Brazil  —  próximo  do  arraial  de  Cachoeira  do  Campo 
e  dirigido  pelos  revds.  padres  salesianos. 

O  instituto  é  dividido  em  duas  secções :  a  dos  estudantes  e  a  dos 
aprendizes  agricultores  ;  aquella  destinada  aos  alumnos  que  querem  se- 
guir o  curso  de  preparatórios  e  esta  aos  que  se  destinam  á  lavoura. 
Referir-me-ei  unicamente  a  esta  secção. 

Os  aprendizes  agricultores,  cujo  curso  é  actualmente  de  doisannos, 
aprendem  rudimentos  deportuguez,  arithmetica,  geographia,  physica 
e  chimica,  historia  natural  e  do  Brasil,  agronomia  e  praticamente  pre- 
param-se  para  os  trabalhos  agrícolas  nos  campos  que  o  collegio  possue 
e  nos  quaes  são  empregados  todos  os  utensílios  de  lavoura,  desde  a  en- 
xada até  os  arados  modernos,  semeadeiras,  capinadeiras,  etc. ,  e  praticada 
a  agricultura  pelos  methodos  mais  racionaese económicos. 

( '» collegio  está  situado  numa  grande  collina  ligada  a  outras  que  a 
rodeiam,  o  que  lhe  dá  um  lindo  panorama.  Consta  de  um  grande  edi- 
fício de  dois  pavimentos  em  quatro  alas,  unidas  pelas  extremidades, 
formando  um  quadrilátero  com  um  grande  pateo  ao  centro,  construído 
quasi  na  parte  mais  alta  da  collina.  Neste  edifleio  acham-se  acapella, 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


salas  de  aulas,  gabinetes  dos  professores,  refeitórios,  cozinha,  padaria, 
banheiros  e  privadas,  possuindo  todos  janel las  para  o  exterior  e  portas 
para  extensa  varanda  que  internamente  circumda  o  pateo  destinado  ao 
recreio  dos  alumnos.  Em  torno  deste  grande  edifício,  sombreado  por 
grandes  arvores,  ficam  os  campos  de  agricultura,  hoje  cortados  em 
todos  os  sentidos  por  extensas  alamedas  de  arvores  fructiferas,  (pece- 
gueiros,  macieiras,  pereiras,  laranjeiras,  etc . ,)  tudo  bem  alinhado,  per- 
feitamente drenado  e  racionalmente  cultivado,  com  desenvolvidas  plan- 
tações de  hortaliças,  parreiras,  milho,  feijão,  batatas  doce  e  ingleza, 
mandioca,  canna,  etc. 

Os  serviços  de  escoamento  das  aguas  pluviaes,  nas  partes  altas 
e  inclinadas,  e  de  dreno  nas  partes  baixas  e  húmidas,  é  proficiente- 
mente bem  feito,  sendo  que  esta  ultima,  ha  bem  pouco  tempo,  ainda 
constituída  por  extenso  brejal,  está  transformada  em  bellos  taboleiros 
apropriados  para  qualquer  cultura. 

A  meia  encosta  da  colima  estão  situados  o  curral,  cocheiras  e 
pocilga,  e,  abaixo  delles  a  estrumeira  collocada  de  forma  a  receber 
todos  os  detrictos  delles  provenientes  que  após  a  necessária  fermen- 
tação e  preparo,  são  transportados  para  os  campos  de  cultura. 

Na  fralda  da  collina,  á  beira  do  córrego  que  por  esse  lado  a  banha, 
estão  os  edifícios  do  engenho  que  possue  machinismos  para  preparo 
de  vinho,  aguardente  e  álcool,  farinha  de  mandioca,  fubá,  assucar, 
manteiga,  queijos  e  preparo  de  latas  para  conservas,  fructas  e  ver- 
duras. 

Este  anno,  a  producção  do  vinho  já  se  elevou  a  cerca  de  5.000 
litros,  e  de  qualidade  bastante  saborosa.  Todas  as  construcções  são 
desystema  rústico,  pratico  e  económico.  Todos  os  trabalhos  agrícolas 
e  de  fabrico  são  dirigidos  pelos  revdmos  Padres  Leigos  Salesianos, 
nelles  tomando  parte  como  auxiliares  e  operários  os  alumnos  que 
assim.se  habilitam  na  pratica  de  todos  os  trabalhos  de  lavoura  e  in- 
dustrias correlatas. 

O  ensino  é  essencialmente  pratico,  e  afora  duas  a  três  horas  de 
aula,  os  alumnos  passam  todo  o  dia  nos  campos  de  cultura,  occupados 
nos  diversos  serviços  agrícolas,  como  o  preparo  da  terra,  sementeiras, 
adubação,  capinas,  colheitas,  etc. 

O  collegio  possue  também  alguma  criação  de  gado,  gallinhas, 
suínos,  sendo  estes  de  muito  boa  qualidade,  além  de  um  grande 
apiario  para  exploração  do  mel  e  da  cera. 

Para  demonstrar  o  quanto  sa  descura  no  nosso  paiz  da  agricul- 
tura, soprando-se  embora  a  todos  os  ventos  que  somos  essencialmente 


A  LAVGURA  89 

agrícolas,  basla  dizer  que  a  secção  de  aprendizes- conta  apenas  quinze 
alumnos  dos  quaes  uns  seis  lá  estão  por  conta  do  governo  de  Minas, 
que  entretanto  tem  direito  para  lá  mandar  vinte  alumnos  em  troca 
da  módica  subvenção  que  faz  ao  collegio.  E'  tamb3m  de  notar  que 
a  pensão  dos  alumnos  contribuintes  é  apenas  de  400$,  annuaes,  que 
com  as  despezas  de  1  ivros,  calçado  e  miudezas  não  vae  além  de  500$000. 
Dirijo  estas  linhas  ao  vosso  jornal  que  tem  sempre  pugnado  pelos 
interesses  do  povo,  com  o  único  fim  de,  caso  as  julgue  disso  mere- 
cedoras, publical-as,  tornando  assim  conhecido  do  publico  em  geral, 
e  especialmente  dos  lavradores,  a  existência  de  um  utilíssimo  insti- 
tuto de  ensino  agrieola-pratico  próximo  á  nossa  capital  eque  tantos 
benefícios  pôde  prestar  aos  lavradores  que,  dispondo  de  poucos  meios, 
quizerem  entretanto  instruir  seus  filhos  nos  methodos  pratico-mo- 
dernos  de  agricultura  económica. 

.ToXo  Dale 


A  cultura  dos  csreaes 

O  estudo  do  problema  económico  do  Estado  de  Minas  mostra, 
á  evidencia,  a  producção  insufficiente  de  riquezas. 

Assim  é  que,  de  par  com  sua  grande  população  e  com  a  ex- 
traordinária vastidão  de  suas  terras,  se  nos  depara  a  pobreza  pun- 
gente da  receita  publica. 

E  —  consequência  forçada  —  a  deficiência  e  a  má  remuneração  de 
seu  f u  ncciona  1  i  s  mo . 

Porque,  porém,  tão  doloroso  contraste? 

E'  a  pergunta  que  afflige  os  patriotas,  os  que  se  preoccupam  com  o 
bem  publico,  os  que  se  sentem  solicitados,  pelo  espectáculo  de  um  s<  ifflrí- 
mento  vasto  é  immerecido,  a  proeurar-lhe  o  remédio,  com  o  intuito  de, 
reorganizando  o  presente,  melhorar  o  futuro  para  a  geração  que  nos 
deva  succeder,  para  os  nossos  filhos. 

Quando  ao  observador  se  desenham  factos  materiaes,  é  meta- 
physica  ingénua  procurar  explicações  em  logomaehias  e  querer  re- 
mediar-lhes  os  males  por  umas  quantas  razões  abstractas,  mais  ou 
menos  sediças,  e  que,  no  domínio  da  positividade,    nada  adeantam. 

De  vez  em  quando,  ouve-se,  como  queixume  e  como  conselho, 
o  appello  ao  patriotismo  do  povo  para  ganhar  dinheiro,  como  si  não 
fora  esta   a  preoccupação  absorvente  de  todo  o   mundo. 

Não.  Para  ganhar  dinheiro  e  para  ganhar  a  vida,  é  escusado 
appellar  para  o  patriotismo;  os  instinctos  inferiores  a  isso  nos  im- 
pei lem  decisivamente. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


A  questão,  pois,  é  de  saber-se  como  se  ganha  dinheiro  e  en- 
sinal-o  ao  povo,  não  pelos  conselhos,  mas  por  factos  e  exemplos  a 
seu  alcance. 

Tendo  em  fito  a  situação  geral  económica,  na  qual  a  agricul- 
tura é  a  parte  principal  e  dominante,  a  que  interessa  a  grande 
maioria  dos  productores,  dividida  na  producção  insufficiente  de  ce- 
reaes,  visto  os  importarmos  do  estrangeiro,  e  na  producção  super- 
abundante do  café,  attenta  a  baixa  do  respectivo  preço,  a  actual  admi- 
nistração, com  um  programma  definido,  começou  a  executal-o,  desde 
os  primeiros  dias  do  seu  exercício. 

E'  sobre  a  producção  dos  cereaes,  no  ponto  de  vista  do  inte- 
resse publico,  que  vamos  examinar  quaes  as  conclusões  que  podem 
ser  tiradas  de  semelhante  acção. 

Havia  no  problema  patentes  contradicções.  A  terra  do  Brasil  é 
a  mais  fértil  do  mundo  e,  entretanto,  os  que  a  trabalham  vivem 
na  pobreza. 

O  clima  brazileiro  é  o  da  eterna  primavera  e  a  sorte  do  roceiro 
é  a  da  permanente  penúria. 

Para  este  clima  magnifico  e  para  esta  terra  ubérrima  chegam,  de 
paizes  estrangeiros,  cereaes  que  vêm  concorrer  em  preços  com  a  pro- 
ducção indígena. 

Porque  ? 

Estava  ahi,  inilludivel mente,  toda  a  questão. 

A  actual  administração,  vendo  neste  phenomeno  económico  a  ra- 
zão generalizada  de  todos  os  nossos  males,  no  que  se  refere  á  riqueza 
publica,  affirmou  que  a  causa  da  vasta  penúria  estava  nos  processos 
errados  e  atrasados  do  trabalho  da  terra. 

Prometteu  a  demonstração  deste  asserto .  Tomou  em  mãos  o  pro- 
blema, directamente,cpara  responder  comos  factos. 

Iniciou,  com  decisão  e  energia,  uma  cultura  modelo,  empregando 
os  machinismos  aperfeiçoados  que  os  outros  povos  empregam. 

Mais" do  que.isto,  sem  theorias,  sem  dar  lições  de  livros,  com  um 
homem  pratico  á  frente  do  serviço  e  com  os  próprios  trabalhadores 
communs,  quer  dizer,  executando  a  demonstração,  em  condições  de 
poder-se  generalizar  rapidamente  por  todos  os  ângulos  do  Estado,  den- 
tro de  umlanno,  que  é  o  prazo  da  roteação  das  culturas,  a  administração 
se  desempenhou  dos  seus  compromissos. 

Em  terra  atormentada  e  árida,  no  peor  trecho  das  nossas  terras, 
que  é  o  dos  cerrados,  verdejam,  neste  momento,  na  fazenda  da  Ga- 
melleira,  as  plantações  do  milho,  do  arroz,  da  mandioca  e  da  canna, 


A     LAVOURA  91 

procede-se  á  colheita  do  feijão,  de  batatas  e  já  se  effectuou  a  de 
cebolas  para  exportação. 

A  fazenda-modelo  não  foi  feita  para  ser  descripta,  mas  para  ser 
examinada. 

Estas  linhas  são  um  convite  útil  aos  senhores  agricultores,  para 
examinarem  um  negocio  que  é  o  delles  ;  verem  como  as  machinas 
trabalham,  o  seu  rendimento;  o  custo  minimo  deste  trabalho ; 
como  se  planta  ;  como  se  carpe  ;  qual  o  estado  das  plantações  obtidas  ; 
verem,  com  a  sua  pratica,  que  colheita  as  plantações  estão  promettendo, 
porque,  para  elles,  é  feito  o  ensinamento. 

Ficarão  convencidos  de  que  o  problema  é  simples,  viável  e  útil; 
o  trabalho,  remunerador  ;  o  pessoal  empregado,  diminuto ;  o  serviço 
effectivo conseguido  pelas  machinas  —  extraordinariamente  grande. 

As  culturas  se  podem  repetir  indefinidamente  no  mesmo  logar 
pela  adubação  ;  o  transporte  das  colheitas,  diminuído,  si  não  quasi  sup- 
primido,  pela  proximidade  da  cultura  da  residência  do  agricultor  ;  as 
cercas,  por  isso  mesmo,  feitas  de  uma  só  vez  e  permanentes,  elimi- 
nam despezas  que  se  não  repetem ;  a  fiscalização,  fácil ;  a  defesa  contra 
animaes  damninhos,  prompta  ;  o  serviço  feito  por  machinas,  com  ordem 
e regularidade,  é  perfeito,  e,  por  isso  mesmo,  esthetico. 

E  então  fácil  lhes  será  este  raciocínio  :  — si  em  terras  tão  ruins, 
se  obtém  culturas  destas,  como  não  será  nas  minhas,  que  são  melhores. 

Foi  longo  o  nosso  soffrimento,  longo  e  pesado.  A  maldição  do 
trabalho  escravo  nos  legou  este  quinhão  de  dores  que  a  geração  actual 
está  soffrendo,  como  todas  as  que  vivem  em  épocas  de  transição. 

Do  mesmo  modo  que  nas  longas  invernadas,  depois  de  chuvas 
continuas  com  o  céo  turvo  e  triste,  em  uma  clara  manhã,  costuma 
levantar-se  o  sol  radioso,  enchendo  de  luz  e  de  alegrias  os  campos, 
os  valles  eas  casas,  —  a  reorganização  agora  do  trabalho  é  esta  manhã 
do  dia  novo  para  a  terra  querida,  que  deve,  que  pôde,  que  se  ha  de 
libertar  do  grande  mal  que  a  npprime. 

O  problema  da  reorganização  do  trabalho  está  praticamente  retirado 
do  terreno  opinativo  para  a  situação  clara  e  simples  dos  factos  demons- 
trados. 

O  appello  feito  por  estas  linhas  é  para  que  visitem  o  campo  de 
demonstração  e  o  examinem,  aproveitando-se  o  mais  possível  do  es- 
forço feito  pelo  governo  na  execução  do  seu  programma. 

Do  Minas  Geraes  de  V-i  de  janeiro  do  corrente  anno. 


SOCIEDADE     NAGIOXAL     DE     AGRICULTURA 


Os  italianos  em  Nova  York 

Transcrevemos  da  Tribuna  de  Roma: 

«  E'  cousa  fácil  conseguir  o  auxilio  moral  das  entidades  col  le- 
ctivas; difficil  é,  porém,  obf.er  e<sa  outra  cousa  que  se  vhama  o  auxilio 
material  e  que  sinceramente  se  deveria  chamar  dinheiro.  Os  dous  auxí- 
lios estão  sempre  reunidos  nas  supplicas,  nas  instancias ;  mas  quem 
tem  de  providenciar  e  raspondercom  a  palavra  e  com  o  facto  apressa-se 
em  estabelecer  uma  parede  divisória  entre  as  duas  cousas  ;  concede  com 
effusão  generosa  todo  o  apoio  moral,  fazendo  com  a  palavra  as  mais  am- 
plas resercas  acercado  concurso  pecuniário  e  reduzindo  pelo  facto  o 
algarismo   a    zero  ou  cousa  próxima  desse   algarismo  tão  redondo. 

O  Régio  governo  é  bem  capaz  de,  na  volta  do  Correio,  enviar  as  suas 
Excel lencias  até  ao  extremo  das  mais  remotas  províncias  ;  as  veneráveis 
Camarás  de  Trabalho  aprofundam  o  beneficio  de  proclamara  solida- 
riedade de  todas  as  paredes;  os  Ministros  de  Estado  e  os  tutores  do 
povo  abrem  largamente  os  braços  com  as  mangas  apertadas  e  as  mãos 
vasias . 

Ao  contrario,  é  menos  difficil  obterá  contribuição  de  indivíduos 
filiados  a  instituições  que  exigem  sacrifício  provável  do  que  obter  a 
prestação  das  almas.  Quando  se  trata  de  interesses  públicos,  talvez 
porque  a  grande  luta  de  tantos  annos  contra  a  miséria  o  reduzio  á  ex- 
clusiva consciência  de  contribuinte,  o  cidadão  italiano  quando  pagou 
convence-se  de  que  nada  mais  lhe  resta  fazer. 

Bem  conheço  eu  uma  nobilíssima  instituição,  impsllida  pelo  mais 
puro  ideal  patriótico,—  a  Dante  Alighieri;  diversos  dos  seus  comités 
chegam  ater  um  milhão  de  sócios,  que  todos  pagam  as  suas  seis  liras 
annuaes  e  que  até  se  lamentam  se  o  cobrador  os  esquece.  E'  caso,  porém, 
raro  que  nas  assembléas  compareçam  mais  de  vinte  sócios,  se  bem  que 
nel las  se  trate  da  propaganda,  da  confiança  nos  conselhos  directivos  e 
de  concorrer  para  o  bom  andamento  de  toda  a  sociedade. 

São  Italianos:  pagaram?  nada  mais  é  preciso. 

Succede  isto  por  parte  dos  voluntários  da  italianidade .  Que  admira 
que  nas  colónias,  entre  as  famílias  dos  que  emigraram  para  além  do 
Oceano,  os  pais,  quando  mesmo  sintam  a  nostalgia,  apezar  da  recor- 
dação das  misérias  que  os  induziram  a  expatriar-se,  não  tenham  a  mí- 
nima idéa  de  procurar  obter  para  os  filhos  o  património  da  língua 
nacional,  para  elles  tãi  differente  do  dialecto  natal,  mais  mysteriosa 
que  o  latim,  cujas  palavras  ouviram  na  igreja,    lingua   reservada    aos 


A    LAVOURA  93 

funccionarios  públicos  nas  suas  repartiçõss,  aos    advogados    nos  seus 
tribunaes  ? 

Desembarcados  em  Nova  York,  encontram  em  volta  de  si  os 
diversos  dialectos  italianos  recheiados  de  assonancias  de  palavras  in- 
glezas;  se  por  acaso  algum  delles  lè  os  annuncios  nos  jornaes  italianos 
ahi  encontra  as  indicações  entremeadas  com  phrases  anglo-americanas  ; 
fora  da  sua  immediata  visinhança  sentem  fiemer  e  tumultuar  em 
inglez  o  movimento  em  que  devem  procurar  a  subsistência.  O  domínio, 
a  riqueza,  as  regalias  de  cidadão,  a  fortuna,  a  superioridade  americana 
compõem-se  no  seu  ouvido  em  lingua  ingleza ;  isto  os  persuade  de 
que,  para  ávida  no  mundo,  desde  que  se  procura  o  inglez  dos  ame- 
ricanos, o  resto  é  verbosidade  supérflua. 

Antes  de  mais  nada  procuram  subtrahir  os  filhos  á  obrigação  da 
escola,  afim  de  lhes  explorarem  as  forças  adolescentes ;  obrigados  a 
supportarem  a  escola,  a  ultima  idéa  que  lhes  vem  á  cabeça  é  a  de  que 
fói a  da  obrigação  taxativa,  é  a  de  que  os  filhos  possam  querer  uma  ou 
outra  hora  por  semana,  afim  de consagral-a  a  essa  Itália  onde  nem  elles, 
nem  os  filhos  poderão  obter  trabalho  ou  ganho. 

Até  agora  na  Argentina  são  mais  os  Argentinos  authenticos  que 
os  alumnos  italianos,  os  que  pedem  o  ensino  do  italiano  nas  escolas 
secundarias  do  Governo:  as  famílias  italianas,  salvo  raras  excepções, 
quanto  mais  abastadas  são  e  elevadas  na  ordem  social,  mais  procuram 
desculpar-se  coma  i  Ilusão  do  italiano  fallado  em  família.  Em  Nova- 
Yorka  multidão  dos  Italianos  que  fazem  parte  da  massa  emigrada,  nem 
sequer  sente  um  estimulo  de  lamentar-se  nesta  falta  daquella  illusão. 

Assim  é  que  obtida  pelo  benemérito  Francolini,  depois  de  muitas 
edemoradas  solicitações,  a  possibilidade  do  ensino  italiano  nas  escolas 
municipaes  de  Nova- York  desde  que  seja  pedido,  não  se  encontra  elle 
ainda  numa  metade  do  caminho  do  seu  nobre  propósito. 

Em  uma  população  escolar  de  cerca  de  30.000  italianos,  em 
nenhuma  escola  foi  solicitado  o  ensino  do  italiano  por  aquelle  mínimo 
de  trinta  alumnos  que  devem  fazer  o  pedido 

Mas  Francolini  é  do  numero  daquelles  poucos  a  quem  não  basta  a 
satisfação  de  ter  representado  o  seu  papel  :  quer  a  cousa  em  si  mesma. 

Gomo  Inspector  municipal  emprehendeu  a  visita  das  escolas,  per- 
guntando ás  creanças  italianas  das  duas  classes  superiores  se  não  dese- 
javam aprender  a  linguado  paiz  onde  seus  pais  e  mais  haviam  nascido. 
Muitos  responderam  que  o  fariam  com  todo  o  prazer;  talvez  porque  o 
banco  da  escola  é  de  per  si  um  elevador  das  consciências  juvenis  ?  Talvez 
por  simples  amnr  próprio,  em  face  dasuggestiva  pergunta.  Seja  como 


SOCIEDADE   NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


fôr,  responderam :  os  pedidos  estão  registrados,  e  dentro  em  pouco, 
pelo  menos  em  algumas  escolas,  começará  a  fazer-se  ouvir  o  italiano, 
teremos  os  primeiros  vagidos  da  « italianidade» . 

Giuseppe  Francolini  ganha  assim  duas  vezes  a  medalha  que  Dante 
Alighieri  lheconferio  pela  adhesão  municipal  que  havia  obtido.  Quando 
eleito  conselheiro  do  Comité  da  Dante  Alighieri,  propuzera  a  si  mesmo 
a  missão  de  conservar  ou  melhor  de  dar  a  lingua  italiana  aos  filhos 
dos  emigrados  italianos.  Não  a  pedíamos  emigrados  para  os  filhos? 
Pois  elle  iria  ter  com  os  próprios  filhos. 

A  sua  obra  não  exime  os  outros  sócios  daquil lo  que  o  seu  exemplo 
suggere  de  modo  evidente. 

Assim  como  elle  foi  em  busca  dos  filhos,  muitos  outros  deveriam 
ir  ter  com  os  pais,  penetrar  no  seio  das  famílias  e  ahi  foliarem  prol  da 
Itália,  mâieommum. 

No  banquete  de  honra  offerecido  pela  colónia  a  Francolini,  o  real 
cônsul  augurou  que  algumas  raízes  da  Dante  Alighieri  penetrem  nas 
vísceras  de  todos. 

Na  Opinione  de  Philadelphia  e  nos  principaes  jornaes  italianos  de 
Nova  York  foram  repetidas  as  exhortações  e  as  indicações  opportunas. 

Mas  a  grande  multidão  das  famílias  pobres  não  tem  lugar  nos 
banquetes,  e  nas  acanhadas  habitações  se  algum  jornal  é  lido  em  voz 
baixa  pelos  poucos  privilegiados  do  alphabeto  e  commentado  depois  em 
voz  alta  nas  conversas  do  bar,  os  assumptos  que  attrahem  e  esgotam 
a  attenção  são  os  gestos  dos  facínoras,  as  conspirações  dos  anarchistas, 
os  grandes  casos  criminaes,  as  escravas  brancas  e  a  chronica  negra  ; 
foi  necessário  o  caso  palpável  de  um  tenor  de  primo  cartello  e  o  motivo 
sensaccional  das  injurias  que  oaceusadoreo  magistrado  dirigiram  aos 
Italianos,  para  provocar  um  resentimento  popular  de  italianismo. 

Cumpre  que  no  programma  do  comité  de  Nova  York  os  sócios  com- 
prehendam  o  exercício  do  patronato  dos  immigrantes  na  parte  que  é 
indispensável  para  mover  os  corações  para  a  ambição  de  intelligencia 
italiana,  para  a  educação  dos  filhos  no  verbo  italiano. 

E'  difficil  ?  —  Os  membros  das  Congregações  religiosas,  não  exclusi- 
vamente contemplativos,  ensinam  pelo  facto  o  modo  de  fazer:  acompa- 
nhando a  sua  acção  com  pequenos  actos  de  caridade,  com  bons  conselhos 
sobre  as  cousas  necessárias  á  vida,  captivando  a  attenção  das  crianças 
pelas  imagens  e  a  gratidão  das  mais  pelas  caricias  paternaes  dispensadas 
ás  crianças,  levando  aos  domicílios  escuros  a  claridade  de  um  alegre 
semblante  affectuoso  e  a  simplicidade  das  boas  maneiras,  conquistam  a 
fé  nas  suas  promessas  do  Céo  e  dedicação  á  Igreja. 


A     LAVOURA 


Assim,  até  agora,  as  escolas  italianas  de  alguns  bairros  de  Nova 
Yorksãoquasi  todas  religiosas.  Se  os  sócios  da  Dante  augmentassem, 
como é bem  possível,  com  uma  colónia  de  500.000  italianos,  o  Comité 
poderá  fazer  as  suas  escolas .  Entretanto,  para  ganhar  tempo,  mediante 
uma  acção  pratica,  convirá  que  assumam  o  apostolado  doensino  italiano, 
tal  como  lhes  foi  offerecido,  nas  escolas  municipaes. 

E',  porém,  penoso,  convenhamos  :  além  de  affrontar  ambientes, 
cujo  percurso,  do  ponto  de  vista  da  hygiene,  é  pouco  menos  perigoso  do 
que  em  Roma  a  excavação  do  Quirinal  á  noite,  os  primeiros  apóstolos 
terão  de  affrontar  as  desconfianças,  talvez  até  as  más  palavras  que  a 
miséria suggere  á  inveja. 

Gradualmente,  graças  á  virtude  e  perseverança  nas  coisas  boas,  ás 
primeiras  desconfianças  perspicazes  contra  o  inesperado,  succederá  a 
persuação  de  que  se  não  trata  de  um  intruso,  e  finalmente  o  acolhimento 
do  desideratum . 

Compete  aos  superiores  pela  fortuna,  pela  intelligencia  e  pela 
educação,  dar  os  passos  de  approximação,  visto  que  elles  possuem  a 
possibilidade  do  beneficio. 

O  excellente  regulamento  determina  que  o  Comité  de  Nova  York  em 
primeiro  lugar  «  promova  a  escola  italiana  com  o  objectivo  primordial 
de  manter  intacto  entre  os  emigrados,  e  especialmente  entre  os  seus 
filhos,  o  sentimento  de  nacionalidade  » . 

Pois  bem  :  se  os  sócios  effecti vos  consideram  cumprido  o  seu  dever 
como  pagamento annual  da  contribuição  de  seis  dollars,  poderão  talvez 
perpetuar  uma  sympathica  pequena  academia  italiana,  mas  a  sua  obra 
ficará  encerrada  nos  limites  do  patriotismo  mundano  em  vez  de  con- 
tribuir paia  a  « italianidade  mundial  » . 


Do  Jornal  do  Conuuurrio. 


Os  italianos  na  Republica  Argentina 

Roma,  21  de  setembro  de  1906. 

As  condições  económicas  na  Republica  Argentina  foram  melhorando 
notavelmente  nos  últimos  annos,  voltando  o  paiz  a  um  período  de  desen- 
volvimento e  de  florescimento. 

Períodos  desses  na  historia  daquelle  paiz,  onde  tão  importantes  e 
de  tão  antiga  data  são  os  interesses  italianos,  vem  sempre  depois  de 
períodos  de  crise  é  de  depressão ;  mas,  na  sua  successão,  assignalam 

3124  5 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


sempre  uma  linha  ascendente  com  relaçã  i  á  extensão  das  culturas, 
á  quantidade  das  colheitas,  á  productividade  das  industrias  ruraes,  á 
criação  do  gado  e  bem  assim  com  relação  ao  apparecimento  das  indus- 
trias manufactureiras  e  ao  alargamento  do commercio. 

A  superfície  das  terras  semeadas  augmentoú  de  1888  a  1905  na 
proporção  de  um  para  Ires,  em  relação  á  superfície  total  do  paiz.  Só  nos 
três  últimos  annos,  de  1902  a  1905,  a  superfície  de  cultura  das  prin- 
cipaes  producçõ3s  agrícolas  da  Argentina  augmentoú  assim  :  trigo, 
de  pouco  mais  de  3.695.343  hectares  a  4. 903. 124;  a  do  feijão,  de 
1.801.645a  2.287.040;  a  producção  muito  remuneradora  da  herva- 
medica  de  1.733.164  a  2.033.090  ;  somente  a  superfície  de  cultura  do 
linho  se  acha  um  pou:o  reduzida. 

O  gado  não  somente  augmentoú  de  numero  como  especialmente 
de  valor,  graças  aos  aperfeiçoamentos  technicos  introduzidos  na  criação, 
graças  aos  cruzamentos  habilmente  procurados,  graças  á  exportação 
colligada,  por  meio  da  industria  frigorifica,  com  a  criação. 

Outras  industrias  affins  com  a  agricultura  tiverem  incremento  e 
são  desse  numero  a  dos  lacticínios,  e  das  refinações  de  assucar,  as  fa- 
bricas de  cerveja  ;  ainda  outros  signaes  de  progressivo  desenvolvimento 
se  manifestam. 

O  commercio  de  importação  e  exportação  augtmntou  nos  últimos 
annos;  o  de  importação,  que  era  de  114  milhões  em  1900,  elevou-sea 
183  milhões  em  1901  eo  da  exportação  no  mesmo  período  subiu  de 
154  a  264  milhões. 

A  Itália  lema  sua  parte  nesse  augmento,  mas  mo  na  proporção 
das  demais  nações.  A  Allemanha  e  os  listados  Unidos  só  em  três  annos 
duplicaram  a  sua  exportação,  ao  passo  que  o  augmento  para  a  Itália  foi 
apenas  de  12  a  19  milhões. 


Esse  desenvolvimento  económico,  agrícola  e  commercial  reactivou 
as  correntes  migratórias  que  se  haviam  retardado  um  pouco  e  assim 
como  augmentoú  a  immigração  lotai,  assim  augmentoú  a  immigração 

italiana  que  continua  sempre  a  constituir  o  núcleo  mais  forte  desse 
movimento. 

Em  1905a  immigração  italiana  para  a  Republica  Argentina  foi 
superior,  por  26  382  indivíduos  á  de  1904,  por  45.765  superior  á  de 
1903  e  por  54.246  superiora  de  1902.  Ella  quasi  triplicou,  portanto, 
em  quatro  annos,  continuando  a  ser  igual  o  augmento  nos  primeiros 
quatro  mezes  do  anno  corrente. 


A     LAVOURA 


Por  outro  lado  diminuíram  ás  repatriações  que,  como  é  sabido,  ha 
alguns  annos,  depois  da  crise  sóffrida  pala  Argentina,  Unham 
alcançado,  em  confronto  tias  partidas,  proporções  assas  elevadas  : 


Chegados 
Repatriado-; 


1903 

ÍUOI 

1003 

40.581 

50.964 

86.346 

26.813 

21.472 

15.101 

Esta  diminuição  que  se  nota  nas  repatriações,  ao  mesmo  tempo 
que  se  tornam  mais  numerosas  as  correntes  periódicas  de  immigrantes 
na  estação  das  colheitas,  demonstra  que  o  elemento  italiano  começa  de 
novo  a  encontrar  estável  collocação  na  Argentina,  especialmente  na 
colonização  daquellas  terras,  em  tão  grande  parte  fecundadas  pelo 
trabalho  italiano. 

Como  melhoramento  das  condições  económicas  e  a  consequente 
reactividade  do  fluxo  migratório,  também  o  governo  argentino  foi  le- 
vado a  occupar-seda  questão  da  immigração. 

E' sabido  que  a  actual  Hospedaria  dos  Immigrantes  de  Buenos 
Aires,  onde  os  recem-chegados  encontram  nos  primeiros  dias  comida 
e  alojamento  e  onde  funeciona  um  Officio  governamental  de  trabalho 
e  de  collocação  para  a  distribuição  dos  immigrantes  no  interior  do 
paiz,  se  tornou  insufifiçiente  não  somente  porque  o  local  não  c  tão 
amplo  quanto  necessário,  como  também  porque  não  responde  a  todas 
as  exigências  da  hygiene. 

O  governo  argentino  acaba  de  decretar  a  construcção  de  um  edifício 
capaz  de  recolher  dous  ou  três  mil  immigrantes,  edifício  esse  que  será 
levantado  num  local  próximo  da  parte  do  porto  a  que  aproam  os  gran- 
des transatlânticos. 

0  Ministério  da  Agricultura  da  Republica  Argentina  lambem  está 
estudando  novos  projectos  de  lei  com  o  fim  de  favorecera  colonização 
ea  entrega  ti  lavoura  de  terras  que  ainda  são  de  domínio  publico. 


Quiz  adiantar  estas  pequenas  considerações  sobre  as  condições  eco- 
nómicas modernas  da  Republica  do  Praia  como  uma  espécie  de  prefacio 
a  alguns  livros  velhos  e  novos,  sobre  os  italianos  na  Republica  Ar- 
gentina. 

«Os  agricultores  italianos  na  Argentina»  (Bolonha  1902)  é  o  ti- 
tulo de  um  livro  de  Pompeu  Ghinassi  em  que   elle  faz  uma  grande 


93  SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AQUICULTURA 

demonstração  do  modo  como  surgiu  e  se  desenvolveu  a  agricultura  na 
Republica  Argentina,  tratando  mais  particularmente  das  províncias 
de  Santa  Fé,  Córdoba  e  Buenos  Aires. 

Segundo  Ghinassi,  as  condições  melhores  nestas  três  províncias 
argentinas  seriam:  as  de  Buenos  Aires  ;  satisfactorias  as  de  Córdoba; 
menos  risonhas  as  de  Santa  Fé,  onde,  a  par  de  ricos  colonos,  ha-os,  em 
não  pequeno  numero,  que  se  vêem  obrigados  a  contínuos  êxodos. 

Uma  grave  praga  da  colonização  argentina  que  se  estende  não 
somente  pelas  três  províncias  indicadas  como  também  pelas  outras  onde 
se  pôde  dizer  que  a  agricultura  e  a  colonização  estão  ainda  em  período 
de  gestação,  é  o  «latifundismo»,  o  monopólio  de  terrenos  devido  ao 
grave  erro  do  governo  conceder  terrenos  a  preços  irrisórios  a  parti- 
culares que  delles  fazem  uma  verdadeira  especulação  industrial,  sem 
se  importar  absolutamente  nada  com  o  que  pôde  convir  á  agricultura  e 
ao  colono. 

«  Os  latifundistas,  diz  elle,  depois  de  terem  morto  a  colonização 
governamental,  impõem  aos  colonos  pactos  cada  vez  mais  leoninos. 
Dividem,  por  exemplo,  uma  légua  quadrada  de  terreno  em  80  lotes  de 
20  quadras  cada  um,  attribuindo  desde  o  principio  a  cada  lote  um 
determinado  preço  que  é  sempre  muito  elevado  ;  depois,  quando  os  lotes 
começam  a  ser  occupados,  augmentam  ainda  os  preços  dos  restantes, 
especialmente  dos  que  ficam  próximos  do  ponto  em  que  deve  surgir  a 
aldeia.  Assim,  dos  seus  terrenos  retiram  um  preço  50  e  100  vezes 
superior  ao  custo.» 

O  autor  occupa-se  depois  da  evolução  do  colono  na  Republica  Argen- 
tina. Acompanha-o  nas  suas  varias  condições,  desde  o  inicio  ao  apogeu 
da  sua  vida  de  trabalho,  de  simples  peão  de  chácara  a  co-interessado  na 
estancia  (tantero),  de  «tantero»  a  proprietário  e  de  proprietário  a 
rendeiro.  Registra  os  diversos  salários,  as  despezas,  os  contractos,  os 
diversos  preços  de  aluguel  e  de  compra  de  terrenos . 

Mostra  como  as  probabilidades  de  triumpho  estão  na  razão  inversa 
da  visinhança  de  centros  populosos .  Estuda  as  condições  climatológicas 
dos  territórios  de  Missiones,  de  Neuquen,  de  Rio  Negro,  e  as  probabili- 
dades de  êxito  que  offerece  a  colonização  naquellas  regiões. 

Por  fim  Ghinassi  trata  da  Patagonia,  estudando-lhe  o  possível 
desenvolvimento,  o  seu  progresso  demographico  e  económico  pos- 
sível . 

Nota  que  alli  houve  um  principio  de  verdadeira  colonização,  a 
Colónia  de  Galles,  constituída  por  um  grupo  de  habitantes  do  Princi- 
pado de  Galles;    mas,  dado  o  descuro    do  governo,   aquelles  colonos 


A    LAVOURA  99 

abandonaram  todo  o  trabalho  que  haviam  feito  e  dirigiram-se  para  o 
Canadá. 

ega  que  alli  reino  excessivo  frio  e  que  por  isso  o  clima  seja 
obstáculo  a  uma  boa  colonização,  eafíirma  que,  pelo  contrario,  o  clima 
é  saluberrimo. 

A  Patagonia  éum  campo  aberto  a  quem  tenha  iniciativa  e capital. 
O  Governo  Argentino  não  se  importa,  porém,  com  aquella  região:  a 
colonização  tem  de  ser  emprehendida  pelos  particulares,  ou,  para 
melhor  dizer,  por  grandes  sociedades  colonizadoras. 

«  Não  se  deve  usar  de  nenhuma  rhetorica,  diz  elle.  Os  promotores 
não  devem  proclamar,  como  tantas  vezes  tem  acontecido,  objectivos 
patrióticos  que  despertam  nos  indígenas  legitimas  susceptibilidades  e 
pouca  influencia  teem  sobre  o  Governo  Italiano;  tão  pouco  devem  aventar 
finalidades  humanitárias  que  não  eommovem  nem  os  governos,  nem 
os  capitalistas. 

Se  quizerem  attrahir  capitães,  o  que  equivale  a  dizer  se  querem  ter 
êxito,  essas  sociedades  devem  antes  de  mais  nada  ser  um  negocio  e 
possivelmente  um  tom  negocio  também  para  os  accionistas.» 

Mas,  para  que  a  colonização  tenha  êxito  devem  ser  protegidos  não 
somente  os  interesses  das  sociedades  como  também  os  dos  colonos  : 
por  isso  aconselha  o  autor  que  no  momento  de  convidar  os  agricultores, 
estejam  já  executados  os  mais  importantes  trabalhos  preparatórios  e 
que  sejam  activados  todos  os  elementos  indispensáveis  para  um  consor- 
cio civil. 

Explica  as  razões  que  fazem  preferir  o  agricultor  italiano  aos  das 
outras  nações:  a  preferencia  vem  simplesmente  de  que  o  nosso  cam- 
ponezé  frugal,  sóbrio,  perseverante  e  custa  pouco. 

O  autor  não  acredita  na  possibilidade  de  crear  uma  *  maior  Itália» 
na  Patagonia,  pois,  reconhece  que  a  colonização  alli  seria  mais  difflcil 
que  em  outras  províncias  da  Argentina ;  entretanto,  é  de  opinião  que  se 
se  perseverar,  a  colonização  dará  bom  resultado. 

Neste  seu  trabalho,  Ghinassi  falia  com  convicção,  adduzindo  dados 
e  factos,  citam  lo  relatórios  officiaes ;  as  suas  palavras  não  são  lançadas 
com   leviandade,  mas  sim  com  ponderação. 

Não  tem  elle  próprio  illúsões  e  por  isso  não  quer  que  as  tenham 
tão  pouco  os  outros  ;  não  se  deixa  seduzir  pela  fortuna  de  poucos  e 
põe-na  em  confronto  com  os  sacrifícios,  com  as  lulas  que  os  outros 
sustentam,  nem  sempre  cornadas  de  exilo. 

O  seu  trabalho  tende  a  demonstrar  quaes  são  as  verdadeiras 
condições  dos  agricultores   italianos  na  Argentina;    que  se   não  deve 


100  SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

partir  para  lá  coma  idéa  de  um  fácil  enriquecimento,  masque  o  que 
se  deve  é  querer  trabalhar  e  saber  lutar.  Km  geral,  nessas  o  mdições,  o 
emigrante  colherá  bam  resultado  da  colonização. 


A'  penna  de  Cario  Cerboni,  já  conhecido  por  outros  trabalhos 
históricos  e  económicos  sobre  a  Republica  Argentina  e  sobre  a  colónia 
italiana,  devem-se  outros  três  opúsculos  sobre  o  mesmo  pai/.,  elegante- 
mente editados  pela  livraria  Dante  Alighieri,  de  Buenos  Aires. 

O  «Manual  da  emigração  da  Itália  para  a  Argentina»  <•  o  resul- 
tado de  documentos,  memorias,  elementos,  indagações  que  Cerbani 
foi  promovendo  ecolligindo  durante  o  seu  longo  estádio  naquelle  paiz  : 
aexposição  dos  «Italianos  domiciliados  no  estrangeiro»,  da  Exposição 
do  Milão,  occasionoue  determinou,  por  assim  dizer,  a  publicação  desse 
volume. 

Acorrente  emigratoria  para  o  Prata  merece  ser  estudada  nos  seus 
múltiplos  aspectos;  mas,  ao  mesmo  tempo,  diz  o  autor,  deve-se  ajudar 
com  indicações,  com  conselhos  e  noticias,  o  emigrante  queaffronta  o 
enigma  do  destinoem  terras  dei le  desconhecidas. 

No  outro  opúsculo  —  «  Quantos  somos  na  Argentina  »  —  Cerboni 
traçou  summariamente  a  historia  da  emigração  italiana  desde  o  seu 
inicio  até  hoje,  analysando-lhe  as  varias  phases  e  as  differentes  cara- 
cterísticas, assignalando  a  importância,  o  desenvolvimento  ea  influen- 
cia que  ella  tem  tido  no  progresso  da  Republica  Argentina,  con- 
cluindo por  um  pormenorizado  exame  do  numero  dos  italianos  que 
vivem  actualmente  no  Prata  e  da  sua  distribuição  nas  diversas  cidades 
e  províncias. 

Finalmente,  no  terceiro  opúsculo  intitulado  «A  cultura  e  a  pro- 
dutividade do  solo  da  Argentina»,  eopilou  Cerboni  um  estudo  mono- 
graphico  sobre  as  condições  ethnicas  e  económicas  das  diversas 
regiões  da  Republica. 

Examinadas  as  províncias  de  que  se  compõe  a  Argentina  em 
relação  ás  vantagens  offereo  idas  aos  emigrantes,  seja  para  residência, 
seja  para  lavoura,  examinou  os  diversos  gráos  de  cult habilidade  do 
solo  nas  differentes  regiõas,  nas  zonas  cultivadas  o  na  sua  producti- 
vidade . 

Quando  será  feita  pelo  Brazil  uma  serie  de  elegantes  e  instru- 
ctivas  publicações  como  esta,  do  ponto  de  vista  da  emigração  e  do  com- 
mercio  italiano?  «Quiensabe?» 


A     LAVOURA 


«Last  not  lo ist, d,  vem  o  volume  sobra  «Os  italianos  na  Repu- 
blica Argentina»,  editado  em  Buenos  Aires,  pelos  meiados  do  corrente 
anno. 

E'  um  grosso  volume,  de  grande  form  jlo,  de  1143  paginas,  com 
cerca  de  900  illustrações  nítidas,  e  foi  apresentado  na  Exposição  de 
Milão  da  Gamara  Italiana  deCommercioe  Artes  de  Buenos  Aires,  como 
synthese  e  Índice  da  potencialidade  intellectual,  económica,  industrial 
e  commercial  dos  italianos  na  Argentina. 

Se  se  reflectir  nos  vitaes  e  múltiplos  interesses  que  ligam  a  Itália  á 
Republica  Argentina,  é  fácil  comprebender  que  uma  publicação 
destas,  devida  ao  trabalho  de  um  escolhido  grupo  de  diligentes  e  desin- 
teressados copiladores,  séria,  precisa,  apoiada  por  factos  e  documentos 
inexpugnáveis,  taes  como  são  os  fornececidos  pelas  melhores  estatís- 
ticas, ganlieuma  importância  muito  maior  do  queaquella  que  lheé 
dada  pela  occasião  para  a  qual  foi  especialmente  colligida. 

A  obra,  que  representa  uma  somma,  na  verdade,  respeitável,  de 
trabalho  paciente  e  consciencioso,  divide-se  em  duas  partes:  na  pri- 
meira são  expostas,  nas  suas  linhas  geraes,  as  condições  moraes  e 
civis  da  conectividade  italiana  na  Argentina,  em  todas  as  variadas 
manifestações  das  suas  exuherantes  energias,  por  meio  de  dezesete 
conceituosas  monographias,  illustrando  a  génese  e  a  vida  de  toda  a 
colónia  italiana,  desde  o  seu  modesto  inicio  até  aos  nossos  dias. 
Para  demonstrar  o  interesse  destas  monographias,  cujo  exame  par- 
ticularizado nos  levaria  longe  de  mais,  bastará  citar-lhes  os 
títulos: 

Traços  históricos — Lettras,  sciencias  e  artes  —  Gommercio  de  im- 
portação e  de  exportação  —  A  emigração  italiana  na  America  —  Agri- 
cultura argentina  e  colonização  —  A  obrada  Camará  do  Commercio  — 
A  industria  argentina  cos  italianos  —  Obras  publicas  e  engenharia  — 
A  imprensa  italiana  na  Argentina  -  Os  médicos  italianos  =  Bancos  e 
Caixas  Económicas  —  O  comité  buenairense  de  «Dante  Alighieri»  — 
As  instituições  italianas  na  Argentina  As  escolas  italianas  —  O  livro  ita- 
liano— As  missões  salesianas  —  Theatros  e  artistas  italianos. 

Na  segunda  parte  estão  reunidas  noticias  a  respeito  de  uma  quanti- 
dade dosprincipaes  estabelecimentos  italianos  nos  diversos  ramos  da 
industria  e  do  commercio,  a  respeito  de  companhias  e  firmas  parti- 
culares, sociedades  de  diversos  géneros,  círculos,  etc. 


SOCIEDADE  NACiOX.U,  DE  ACRK.UITURA 


No  todo  este  conjunto  que,  como  sempre  succede  em  publicações 
collectivas  deste  género,  apresenta  por  um  lado  algumas  lacunas  e  por 
outro  algumas  repetições — o  leitor  italiano  retira  com  vivo  compra- 
zimento a  prova  luminosa  daquelle  grande  desenvolvimento  do  génio  e 
do  trabalho  italiano  na  Republica  Argentina,  e  da  essencial issima  con- 
tribuição que  os  seus  compatriotas  ai  li  emigrados  deram  em  todos  os 
tempos  ao  progresso  geral  e  â  cultura  daquelle  paiz :  em  todos  os  ramos 
da  actividade  humana,  desde  o  trabalho  manual  ás  mais  altas  mani- 
festações do  trabalho  intellectual,  vemos  os  italianos  assignalarem-se, 
seja  pelo  seu  esforço  serio  e  tenaz,  seja  pelas  suas  geniaes  concepções. 

E  em  face  de  tamanha  exuberância  de  vida,  em  face  de  tão  bel  la 
e  fecunda  operosidade,  não  posso  deixar  de  salientar  as  opportunas 
observações  que  um  dos  beneméritos  collaboradores  do  volume,  o  pro- 
fessor GusonioFranzoni,  apresenta  no  capitulo  dedicado  á  emigração 
italiana  na  America.  Depois  deter  recordado  que  desde  1830  a  1905  a 
Itália  mandou  para  o  Novo  Mundo  pouco  menos  de  cinco  milhões  de 
emigrantes,  Pranzoni  prosegue  :  «Se  esta  expansão  pacifica  tivesse 
sido  um  pouco  organizada;  se  os  poderes  constituídos  houvessem  sup- 
prido  a  ignorância  dos  nossos  emigrantes,  favorecendo  o  espirito  de 
cooperação,  e  se  a  protecção  do  emigrante  se  houvesse  manifestado  de 
modo  muito  diverso  dessa  beneficência  mais  ou  menos  barulhenta  e 
sempre  desordenada,  a  Itália  possuiria  na  America  uma  força  incal- 
culável e  realmente  tiraria  da  sua  emigração  relevantes  beneficiosi . 

Palavras  de  ouro  em  verdade,  que  merecem  ser  seriamente  me- 
ditadas juntamente  com  muitos  outros  apontamentos  e  suggestões 
contidos  no  mesmo  capitulo  e  com  as  observações  e  conselhos  es- 
parsos em  quasi  todas  as  monographias  de  que  o  livro  se  compõe  : 
observações  e  conselhos  que  vindo  de  pessoas  serias  e  intelligentes  e 
bem  familiarizados  com  o  conhecimento  das  condições  da  nossa  colónia 
na  Argentina,  são  dignos  de  ser  tidos  na  maior  conta,  tanto  por  parte 
do  Governo  Italiano  como  por  parte  «las  associações,  como  ainda  por 
parte  das  pessoas  interessadas  no  desenvolvimento  da  sua  acção  res- 
pectiva na  florescente  Republica  Sul-Americana . 

Auguro  á  Camará  Italiana  de  Gommercio  e  de  Artes  de  S.  Paulo  uma 
publicação  igualmente  útil  e  importante  sobre  a  numerosa  colónia 
italiana  do  Brazil. 

Professor  Dr.  Vincenzo  G 
Da  Real  Universidade  de  Roma. 


(  Do  Jornal  do  Commcrcio). 


A     LAVOURA 


EXPEDIENTE 


Secretaria 

Sessões  da  Directoria  —  Na  sessão  de  directoria  de  21  de  janeiro 
de  1908  foi  concedido  o  diploma  de  sócio  remido  ao  Sr.  Carlos  Pacheco  —  idem 
idem  ao  Sr.  Alexandre  Cidade. 

O  Sr.  Io  secretario  communica  a  offertado  Dr.  Benedicto  Kaymundo  da  Silva 
à  Bibliotheca,  do  seu  importante  trabalho  «Lepidopteros  do  Brjzil». 

Offlcio  da  Sociedade  do  Agricultura  o  Protecção  aos  Animaes,  de  S.  José  doa 
Pinhaes,  cummunicando  a  sua  fundação  o  eleição  de  directoria. 

Carta  do  Sr.  Alexandre  Francisco  Pinto  —  faz  uma  descripção  dos  resultados 
que  tem  colhido  em  sua  fazenda  de  criação  e  faz  sciente  das  observações  sobre  a 
febre  aphtosa  e  causa-mortis.  Indica  as  receitas  que  tem  lançado  mão,  como  tam- 
bém os  meios  que  usa  para  impedir  a  mortandade  dos  porcos.  Resolveu  a  dire- 
ctoria aguardar  a  vinda  do  communicaate  para  resolver. 


Na  sessão  de  3  abril  recobeu-so  entre  outros,  um  telegramma  do  Sr.  Presi- 
dente do  Estado  do  Piauhy,  dando  seiencia  da  fundação  e  installação  de  uma 
Escola    Agrícola  na  Quinta   Pirajá. 

Concederam-se  diplomas  de  sócios  remidos  aos  Srs.  Dr.  Joaquim  Teixeira  de 
Mesquita,  José  Militão  de  SaufAnna  e  Joaquim  D.  de  Paula  Correia. 

Offlcio  do  Muzeu  Commercial  do  Rio  de  Janeiro,  solicitando  da  Sociedade  sua 
opinião  sobre  o  commercio  de  café  ;  foi  confiado  ao  sócio  benemérito  Sr.  Dr.  João 
Baptista  de  Castro,  que  já  tinha  no  emtanto  recebido  idêntico  pedido  do  muzeu, 
acceitando  a  Sociedade  as  conclusões  do  parecer  do  Sr.  Dr.  Castrojá  lavrado  e  offi- 
ciou-se  ao  muzeu, declarando  ser  o  parecei'  asynthese  das  opiniões  desta  Sociedade. 

Convocaram-se  os  subscriptores  da  «Cooperativa  Central  dos  Agricultores  do 
Brazil»para  uma  reunião  do  Assombléa  geral  no  mez  de  maio,  em  dia  que  fòr  desi- 
gnado para  a  installação  da  Cooperativa. 

Resolveu-so  que  areceiçãn  do  Sr.  Dr.  Wenceslau  Bel  lo.  Presidente  da  Socie- 
dade, o  de  volta  d%  Europa,  fosse  feita  com  toda  solemnidade. 

Na  sessão  de  23  de  abril  foi  conferido  ao  Sr.  Dr.  Wenceslau  Bello,  presidente 
da  Sociedade  Nacional  da  Agricultura,  o  diploma  de  sócio  benemérito,  pelos  ser- 
viços que  tem  prestado  á  agricultura  do  paiz. 

Foi  approvado  o  balanço  de  janeiro  a  dezembro  de  1907.  Foi  louvado  o  em- 
pregado Sr.  P.  Minervino  de  Oliveira  pela  correcção  e  zelo  com  que  mm  tem  a 
elaresa  da  eseripturacão  da  contabilidade  desta  sociedade. 

Concederam-se  6  mezes  de  licença  ao  Sr.  director  Sr.  Sérgio  do  Carvalho  a 
seu  pedido. 

3124  6 


104  SOCIEDADE     NACIONAL     UE     AGRICULTURA 

Concedeu  S3  diploma  do  sócio  remido  ao  Dr.  João  de  Carvalho  Borges 
Júnior. 

Tolegramma  do  Sr.  Dr.  Carlos  Botelho,  secretario  da,  Agricultura  de  S.  Paulo, 
convidando  a  directoria  da  Sociedade  a  reprosentar-sc  na  Exposição  Pecuária  do 
S.  Paulo.  A  Socied.ide  representou-se  pelo  director   Io  Socretario  Dr.  Souza  Reis. 

Foi  approvado  um  vot  >  de  louvor  ao  Sr.  director  Dr.  Sylvio  Rangel,  que  du- 
rante a  ausência  do  Sr.  presidente,  tlirigiocom  intolligencia  o  energia  os  destinos 
soei :ies,  ficando  consignada  na  acta  essa  maaifostação  de  seus  collegas  do  di- 
rectoria . 

Experiências  <le  sementes.  -  Esta  sociedade  recebeu  do  Sr. 
Dr.  Jacintho  Mattos,  engenheiro  agrónomo  o  director  da  Estação  Agronómica 
do  Florianópolis,  o  seguinte  communicado  : 

«  Cabi-me  dar  á  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  uma  resumida  noticia  de 
experiências  realizadas  nesta  estação,  com  trigos  distribuídos  em  setembro,  expe- 
riências que  tenham  talvez,  além  de  outro,  o  préstimo  de  rápida  orientação  era 
futuras  encommondas  de  sementes. 

A  Sociedade  Nacional  mandou  para  Santa  Catharina  as  seguintes  sementes  de 
trigo  :  algeriano,  shirifepi  c.arré,  Squore  e  norlh  alerlon ;  estas  eram  as  etiquetas, 
que  acompanhavam  os  respectivos  volumes.  Tentei  experimentar  esses  trigos 
como  plantio  do  primavera. 

Terreno  —  Breve  collina  com  ^0  metros  sobre  o  mar  o  delle  distante  cerca  de 
200.  Silico-argiloso,  pobre  decai,  retondo,  porem,  alguma  humidade.  Um  anno 
antes  havia  sido,  com  varias  culturas,  oocupado.  Lavrado  dous  mezes  atraz  com 
dous  ferros  cruzados,  foi  corrigido,  destorroado,  gradado  e  convenientementi  a  Ili- 
bado com  esterco  animal,  na  rasão  de  1  metro  cubico  para  um  are, 

A  11  de  setembro  foram  semeadas  as  variedades  citadas  em  sulcos,  traçados 
por  um  aradinho  Planet,  em  canteiros  de  10m,00  10m,00.  Convindo  acerescentar 
aqui,  terem  sido  as  sementes  curadas  por  um  banho  de  sulfato  de  cobro  e  pulve- 
rizadas com  cal. 

A'  excepção  das  domais  sementes,  de  um  louro  sadio,  as  do  shirif  eram 
de  um  pardo  sujo,  mostrando  péssimas  qualidades  de  germinação.  Os  factos 
vieram  provar  logo  este  asserto. 

Keita  a  semeadura  em  1 1  de  setembro,  cinco  dias  depois  surgiram  da  terra 
as  plantinhas  em  linhas  direitas  e  cerradas,  nascendo,  porém,  muito  rarefeito  ou 
quasi  nullo  a  shirif.   A  todos  sobrepuja  em  viço  o  algeriano. 

Em  resumo,  ê  este  o  aspecto,  que  apresenta  hoje  o  trigo:  o  algeriano  tem 
lm,20  de  altura,  está  regularmente  colmado,  promettendo  compensadora  colheita. 
Não  acamou  e  muito  ligeiramente  o  atacou  a  ferrugem,  em  breves  manchas, 
aqui  e  alli.  O  shirif,  nas  raras  toiceiras  que  deu,  esta  colmado,  mostrando  assim 
que  esta  variedade  prometto  e  que  á  má  qualidade  da  semonto,  deve-se  tão  so- 
mente, o  sacrifício  da  experiência. 

As  variedades  restantes  apresentam  misérrimo  aspecto,  muito  rachiticas, 
atacadas  pela  ferrugem  e  sem  crescimento  algum. 

Sem  mo  alongar  em  apreciações,  que  não  cabem  nos  limites  desta  ligeira  com- 
municação,  deprehendi  que,  dado  o  mesmo  solo,  a  mesma  composição  chimica, 
as  mesmas  condiçõjs  telluricas  e  thermicas,  o  trigo  algeriano  mostrou  aJaptarso 


A     LAVOURA 


admiravelmente  ao  nosso  moio.  Para  os  restantes  suppõe-se  logo  ser  muito 
elevada  a  média  tliermica  da  primavera. 

Além  destas  sementes  foram  experimentadas,  conjunetamento  cora  as  adqui- 
ridas por  esta  o-itabeleeimento,  outras  queessa  patriótica  sociedade  remetteu  para 
a  conveniente  distribuição  nesto  Estado.  Assim  procedi  a  regular  semeadura  de 
cânhamo  commum,  Unho  ordinário,  juta,  aveia,  eevadaguadrangular,  alfafa,  alf/o- 
dão,  ele. 

Solo  —  As  mesmas  condições  dos  precedentes. 

O  cânhamo  esta  florescendo,  tendo  nascido  rarefeito,  devid )  ás  más  condições 
germinativas  da  semente  e  apresentando  lm,lO  de  altura. 

O  Unho  ostenta  boa  floração,  1"',20  de  altura,  muito  b\sto  e  sadio.  E'  planta 
recommendavel. 

A  aveia  está  apresentando  as  espinetas,  tem  0m,80  de  altura,  linhas 
bem  corradas  e  viço  regular.  Melhor  aspecto  teria,  se  o  respectivo  plantio 
tivesse  sido  um  pouco  mais  cedo. 

A  cevada  comporta-se  optimamente.  Está  soberbamente  colmada,  espigas 
cheias  e  abundantes,  e  relativamente,  pouca  palha. 

Após  as  colheitas,  em  noticia  mais  ampla  o  detalhada,  com  dados  compara- 
tivos e  outros  elementos,  levarei  ao  conhecimento  dessa  benemorita  Sociedade  os 
resultados  obtidos  com  as  sementes,  que  ella,  obeleceado  aos  seu?  altos  desígnios, 
propaga  pelo  paiz  todo,  prestando  o  mais  assignalado  serviço,  que  uma  nação 
pôde  receber  :  levantar  as  suas  forças  abatidas  e  incutir-lhe  o  regimen  do  trabalho 
são,  enérgico  e  intelligente.» 


Correspondência   recebida  durante  o  primeiro  trimestre  de  1908  : 

Cartas 659 

Circulares 9 

Memoranda 24 

Offlcios 131 

Telegrammas 36 

Total 859 

Correspondoneia    expedida    pila  S3eretaria  durante   o    1 '  trimestre  de  1908, 
janeiro  a  março  : 

Janeiro  :  Telegrammas 28 

Offlcios 13 

Cartas 3.796 

Fevereiro:  Tele^ramins 54 

Offlcios 16 

Cartas 402 

Março  :  Telegrammas 47 

Offlcios 28 

Carias 375 

5.119 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Abril— 1908 

Cartas 3.454 

Offlcios 8 

Convites 9 

Noticias 28 

Telegrammas 41 

Registrados 33 

Folheto  da  borracha 675 

Gado  zebú  (folheto) 675 

«Lavoura» 2204 

7:127 


Pareeer  elaborado  pelo  Dr.  João  Baptista  de  Castro  a  uma  consulta  feita  pelo  Museu 
Commercial  a  pedido  do  Ministério  da  Industria,  Viação  o  Obras  Publieas 

lllm.  e  Exm.  Sr.— Honrado  com  o  recebimento  do  offlcio  de  V.  Ex.,  datado 
de  12  do  corrente,  cumpre-me  responder,  resumindo,  quanto  possível,  o  que  ha  a 
dizer  sobre  tão  importante  assumpto  ;  vasto  campo  para  escrever-se  um  trabalho 
completo,  recheiado  de  dados  positivos,  que  viriam  contribuir  largamente  para  a 
elucidação  perfeita  da  verdade,  isto  ê,  os  prejuízos  incalculáveis  para  a  nação 
brasileira,  descurando  por  completo  da  boa  nomeada,  de  uma  reputação  bem 
firmada,  não  somente  para  seus  cafés  como  ainda  para  quaesquer  outros  productos 
da  sua  exportação,  destinados  aos  mercados  mundiaes. 

Habituado  a  externar  as  minhas  convicções  sem  rabuço,  franca  e  lealmente, 
embora  desagrade,  não  deixarei  mais  uma  vez  de  seguir  essa  mesma  norma 
habitual. 

Nao  é  a  primeira  vez  que  trato  desta  mesma  matéria,  para  a  qual  não 
tenho  cessado  de  chamar  a  attenção  dos  governos  dos  Estados  e  da  União, 
convencido,  como  me  acho,  de  residir  ahi  toda  a  chave  do  commercio  estran- 
geiro, nas  nossas  permutas  internacionaes,  pormittindo-lhes  uma  exploração 
fraudulenta,  mas  immensamerite  lucrativa,  embora  fiquemos  relegados  ã  posição 
de  uma  colónia  estúpida,  incapaz  de  saber  vender,  ella  própria,  as  suas  innu- 
meras  riquezas  exportáveis,  consentindo  fazerem  desconhecidos  os  bons  cafés 
brasileiros  perante  os  consumidores  universaes  ;  emquanto  que,  ao  mesmo  tempo, 
toleramos  que  perdure  para  esse  nosso  producto,  a  peior  reputação  perante  essa 
mesma  massa  de   consumidores!... 

Eis  o  facto  inconcusso,  indiscutível,  que  o  Brasil  inteiro  presencia,  em  pleno 
século  XX,  em  que  pese  a  nossa  posição  de  paiz  maior  productor  do  mundo,  desse 
artigo  de  geral  consumo. 

Pouco  importam  as  classificações  das  correntes  do  opinião,  em  genéricas  ou 
geographicas  com  as  quaes  não  perderemos  tempos. 

Em  1869,  o  sábio  naturalista  Agassis,  na  sua  obra  —  «  Voyage  au  Brésil  » 
pag.  497,  jã  assim  se  expressada,  relativamente  ao  café  :  «  Grâee  a  leur  par- 
séverance  et  aux  conditions  favorables  resultant  de  la  constitution  du  sol,  les 
Brésiliens  ont  obtenu   une  sorte  de   monopolo  du  café.  Plus  de  la  moitié  de  ce 


A      LAVOURA  In: 

qu'ou  ou  cousomme  dans  le  monde  est  <le  proveuanee  brésillienne.  Et  cepen- 
daut  la  café  du  Brésil  a  peu  de  réputatiou,  il  est  même  cote  a  um  prix  inférieur. 
Pourquoi !  Simplement  parcequ' une  grande  part-.e  des  meilleures  sortes  produiles 
dans  les  fazendas  brésiliennes  est  vendui  sous  le  nom  de  Java,  de  Hoka,  de  Marti- 
nique  ou  de  Bourbon.  Or,  la  Martinique  exporto  par  au  sixcents  sacs  de  café, 
Ia  Guadeloupe,  dom  le  produit  est  connu  dans  le  commerce  sous  le  nom  de 
Lile  voisiue,  en  récolte  six  mille,  pas  de  quoi  alimentai"  le  marcho  de  Rio  de 
Janeiro  pendant  vingt  quatre  heures ;  1'ilo  Bourbon  n'en  fournit  guére  plus. 
Presque  tout  le  café  vendu  sous  cos  denominations,  quoiquefois  mème  sous  celle 
de  Java,  provient  du  Brésil,  et  le  soi-disant  moka  n'est  le  plus  souvent  rieu 
dautre  chose  que  les  petits  grains  ronds  des  caféiers  brésiliens,  cueillis,  á 
1'extremité  des  branches  et  soignensemont  triés.  Si  les  fazendeiros  comme  les 
planteurs  hollandais  vendaient  leurs  récoltes  sous  une  marque  speciale,  les  grands 
negocianls  de  Vêlranger  apprendaitnt  vite  â  distinguer  LES  QUALITÉS  et  l'agri- 
culture  brésilienne  y  ga.gnerait.  Mais  il  existe,  entre  le  fazendeiro  et 
l'exportateur,  une  classe  intermôdiaire  do  ruerchands,  mi-banqueirs,  mi-cour- 
tiors,  connus  sous  le  nom  de  commissarios,  qui,  en  melant  les  récoltes  diffe- 
rentes,  rabaisse  le  type,  ôte  au  producteur  toute  responsabilitó  et  enleve  au  produit 
ses  vêritables  caracteres. 

P.  L.  Simmonds  —  Tropical  Agriculture  —  1877 —num  bem  desenvolvido 
capitulo  sobre  o  café,  pag.  71,  diz,  referindo-so  ao  Brasil  «  The  quality  has 
been  so  inuch  improved  in  the  last  ten  years  that  much  of  the  coffee  is  sent  to 
Europe  and  sold  under  the  names  of  Java,  Ceylon,  Martinique,  San  Domingo  and 
even  Mocha. 

At  the  Paris  International  Exhibition  of  1867,  Brazilian  coffee  receioed  from 
thejwors  a  yold  medal  over  ali  other  coffees. 

Mas  nenhum  partido  tirou  dahi  o  café  brasileiro. . . 

Si  recorrermos  a  L.  Couty,  professor  de  Biologia  Industrial  na  Escola 
Polytochnica,  no  seu  relatório  de  1883  ao  director  dessa  escola,  pags.  67  e 
68,  lé-se  :  «  Nous  avons  conclu  de  ces  observations  que  si  le  café  coutait  cher  à 
produiro,  il  coutait  encore  plus  cher  à  vendre  ;  et,  certes,  á  ce  nioment  nous 
ne  nous  attendions  pas  à  voir  la  propagando  du  café  du  Brésil  en  Europa 
dirigée  par  ceux  qui  ont  le  plus  largement  profiê  d'un  état  de  choses  difflcile 
à  modiâer,  si  on  le  veut,  mais  en  tout  cas  absolument  nuisible  aux  vêritables  inte- 
rêts  du  pays  et  de  ses  productions. 

Nos  conclusions  restent  aujourd'hui  los  mêmes  ;  il  faudrait  changer  un 
systême  de  vente  qui  fait  passer  le  café  par  sept  intermédiaires  sans  compter 
les  eourtiers,  les  transporteurs  et  les  banques ;  il  faudrait  reduire  á  25  ou  30 
francs  par  100  kilogrs.  des  frais  de  trausmission  qui,  non  compris  le  fret, 
égalont  aujourd'hui  140  ã  160  francs  ;  la  simplicitê  plus  grande  des  échanges  ser- 
virait  au  producteur  du  Brésil  qui  toueherait  la  valeur  réelle  de  la  denrée  sans  en 
faire  profiler  des  intermédiaires  peu  utiles  ;  elle  servirait  aussi  au  consommateur 
d' Europe  qui  pourrait  payer  d  un  pri.v  plus  raisonnable  une  denrée  moins  sur- 
cliargée  de  frais  accessoires.  Cetto  baissu  du  prix  de  vente  ultime  serait  súra- 
menUe  meilleur  exciant  à  une  plus  grande  consommation ,  etc. . . 

Ainda,  temos  o  Sr.  Vau  Delden  Laern,  competentissimo  delegado  do  Governo 
Hollauduz,  incumbido  do  estudo  do  café  uomuuio  iuteiro,  o  que  aqui  permaneceu 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


muito  tempo,  estudando  a  fuuio  o  assumpto,  sob  todos  os  aspectos,  relativamente 
aos  interesses  do  seu  paiz  ;  no  meu  entender,  o  trabalho  mais  completo  o  con- 
sciencioso que  cmheco,  o  no  qual  se  verá  a  condemnacão  nossa,  economicamente 
lalando,  consentindo,  tolerando  que  os  nossos  cafés  fossem  vendidos  cjm  outras 
denominações,  de  outras  procedências,  etc.  etc. 

Eis  o  que  escreveu  o  delegado  do  Governo  Hollandez  á  pags.  310  e  211 . 

«  II  doitètre  indifforent  au  fazendeiro,  qui  achòte  son  produit,  pourvu  qu'il 
en  fasse  un  bon  prix. 

Et  bien,  Vensaccador  est  1'acheteur  de  café  local.  II  achète  et  vend  le  café  â 
ses  propres  risques.  Persomio  n'aurait  sérieusement  à  rediro,  s'il  faisait  tout  de 
son  côté  pour  être  agréablo  à  1'exportateur,  son  client. 

Du  point  de  vue  du  planteur  de  café,  comine  individu,  jo  trouve  la  plainte 
irrationnelle. 

La  question  a  cependani  un  tout  aitlre  aspect,  dos  qu'on  la  considere  du  point 
de  vue  èconomique.  Car  voici  ce  qui  arrive  :  Les  achoteurs  de  café  de  la  preraiero 
main  á  Rio  ne  portent  point  le  café  du  Brésil  assorti  sur  le  marcho  du  mondo, 
tel  qu'il  sort  de  Ia  fazenda,  ou  l'on  s'est  donnè  loules  les  paines  pour  amèliorcr  la 
qualitc  par  li  manipula lion  et  le  triaga,  mais  mèlangè  jusquW  en  faire  une  cspèce 
mogenne, 

Sur  les  marches  d»  monde  ou  ne  trouve  pas  de  café  propremenl  dil  de  fazenla,  il 
rCy  a  que  le  café  liga  ou  mèlangè. 

Le  produit  est  jugo  daprès  cette  qualité. 

Le  gout  de  terre  ou  de  terreiro  provient,  selon  moi,  de  ce  que  le  c  ifô  escolha 
est  fréquemment  mélangé  avec  de  bonnes  espúces. 

La  escolha  est  le  café  lo  plus  desagréable  à  la  vue  que  je  connaissa  ;  on  ne 
saurait  la  comparer  qu'au  café  de  Bali,  tel  quil  est  apportô  à  Sourabaya,  ou  ã 
celui  gánéralement  connu  dans  le  commerce  comme  café  pourri. 

Les  prix  sont  rcglès  d'aprés  ces  lypes  mogens,  cl  e.i-ercenl  une  influence  naturclle 
sur  les  marches  brèsiliens. 

Ainsi  les  ensaccadores,  qui  ont  encore  à  >upport)r  les  fraisde  la  liga,  ne  peu- 
vent  paycr  la  valeur  réelle  des  cafés  de  fazenda  êminemment  assortis. 

Et  c'esl  ainsi  que  le  fazendeiro  subil  le  conlrecoup  de  cette  opèralion  com- 
merciale. 

Je  suis  persuade  qi'on  ne  saurait  prevenir  celle-ci  vue  PAR  L'UXI'ORTA- 
tion  directe,  pour  le  compte  soit  du  fazendeiro  ou  du  coramissario. 

Sachant  Io  traitement  du  café  au  Brésil,  ou  ne  pout  nier,  qu'une  èxporfotion 
directo  y  doit  ôtre  au  profitdu  plantour. 

Ceponlant,  nnc  expirtation  directe  de  café  de  fazenda  sur  un.i  gr.mdo  èchelle 
ne  saurait  avoir  bien  dans  les  premiares  années,  d'abord  pour  les  raisons  déjã 
nommées,  ensuite  parce  que  les  grands  importateurs  d'Europe  et  d'Amerique 

TROUVENT  DE  L-AVANTAGE  Á  MA1NTENIR  L'ÉTAT  DE  CHOSE3  EXISTANT.  ILS  FONT 
JUSTE  LE  CONTRAJRE  DE  CE  QUE  EJNT  LES  ENSACCADORES.  Ils  réassorlissent  le  Café 
d'aprés  la  qualitc,  a/in  de  vendre  les  meilleures  sortes  soi's  des  marques  uvanlageu- 
semenl  comines, 

Tout  connuo  le  vin  du  Rhin  mousseux  se  vend  plus  facilement  chez  nous  et 


A    LAVOUK.Y  103 

d  ivantage  sous  la  marque  de  Koederer  ou  de  Carte  Blauche.  ainsi  le  produil 
superieur  de  Rio  et  S.intos  esl  vendu  fréquemment  comme  café  Java  ou  Ceylan  plan- 
tation. 

Eu  Franco  ou  no  vous  sert  généralement  que  le  café  ordinaire  du  Brésil ; 
cependant  le  gareon  de  café  será  bien  indigne  si  l'on  ne  croira  pas  boire  du  vrai 
ot  pur  Moca. 

Dans  le  commerce  du  café,  le  clioix  du  eourtier  ne  dépend  pis,  comme  dans 
la  vente  dautres  objets  de  commerco,  du  vendeur,  mais  de  1'achelettr  ou  de  l'ex- 
port  teur. 

Na  pag.   173,  lê-se: 

«  La  grande  importance  d'une  récolle  soignée  el  d'une  bonne  préparalion  esl 
prouoèe  par  les  différences  enormes  de  prix  entre  café  Java  particulier  et  celui  du 
gouv:rnement,  entre  le  produil  native  et  celui  de  plaittation  du  Ceylan. 

Bastante  su.trgestivo  é  o  que  publica  E.  Raoul,  no  seu  manual  das  culturas  tro. 
picaes,  pags.  158  o  159,  nestes  termos:  Emploi  commercial  des  cafés  da  Brésil. — 
D'après  les  statistiques  f jurnios  par  la  douane  1'rançaise,  três  exacto3  pour  cette  pro- 
venance,  les  cafés  du  Brésil  entrent  dans  la  consommation  française  dans  la  pro- 
portion  du  tiers  environ,  et,  d'apres  le  dirc  autorisé  des  principaux  negociants 
et  courtiers,  le  café  Santos  forme  les  dcux  tiers  environ  de  notro  consommation 
en  cafés  brésil iens. 

Neamnoins,  en  dehors  des  portes  de  commerce  et  des  villes  du  nord  de  la  Fran- 
ce,  le  coHSommaleur  ne  connait  guére,  de  nom,  les  cafés  du  Brésil,  el  surtoul  il 
ignorait  naguère  el  continue  encore  le  plus  souvent  a  iynorer  le  nom  des  cafés 
Santos. 

Uma  nota,  neste  ponto  diz  :  «L'empereur  Don  Pedro  II,  pendant  son  dernier 
voyage  en  France,  examinant  les  designations  de  caféi  que  l'on  rencontre  aux 
étalages  des  marchands,  eut  1'occasion  de  faire  três  souvent  cette  remarque  ;  le 
cônsul  de  1'empire  au  Hivrelui  donna  lexplication  de  cette  anomaíio.» 

E,  prosegue  o  autor:  «Les  sortes  sup;rieures  des  cafés  du  Brésil,  en  pirliculier 
du  type  Santos,  ne  sonl  pas  separées  des  autres  cafés  par  des  caracteres  e.rterieurs 
neltemeiíl  tranches  ;  ils  se  rapprochenl  bcaucoup,  au  conlraire,  dans  cerlaines  s<:ric~<, 
de  pruvenances  três  èluignées  du  Brésil.  En  outre  étant  donnée  1'énorme  produe- 
tion  de  la  provinee  de  Saint-Paul,  et  aussi  la  sélection  pratiquée  sous  la  directiou 
du  Club  de  Lavoura  par  les  cultivateurs,  en  vue  de  propager  telle  variété  qui  se 
rapproche,  comme  forme,  du  type  d'une  provenance  èlrangère  recherchée»  aqui  em 
outra  nota  diz:  «La  formule  ompirique  Marlinique  Bourbon-Moha  est  1'expression 
du  mélange  tevnaire,  le  plus  généralnment  demamlé  et  vendu,  mais  le  plus  rare- 
ment  comommé.  Le  Martinique  u'r.i<t<-  meme  plus  en  realité;  les  deu*-  autres, com- 
merrialement  parlant,  existent  à  peine.»  K  continua,  *nn  comprend  que  Von  puisse 
trouver  et  Von  trouve,en  effect,dans  les  provenances  de  Santrs,  des  séries  entiéres, 
equivalentes  exlerieurement  â  un  type  clranger . 

Le  Santos  est  légêrement  fade,  comme  odeur  el  comme  gout ;  c'est  pour  ainsi 
dire  un  café  neulre,  subissant  facilement,  sans  trop  reagir,  Varome  d'un  café  plus 
caracterisê  ;  aussi  esl  il,  par  excellence,  le  café  de  coupaje  ;  il  joue  le  role  de  l'é- 
quivalent  dam-  les  combinaisons  chimiques  el  sert  de  base  aux  substitution  el  aux 
mélanges  ;  c'est  la  mère  des  cafés,  et  c'est  sous  ce  nom,  pittoresque  et  vrai,  qu'il  est 


110  SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

familiérement  designe  dans  les  entrepôts.  Le  café  qui  lai  esl  mèlangé,  en  dose  plus 
ou  moins  forte,  ou  souvent  une  simple  étiquette,  change  son  éíat  civil  et  lui  reslitue 
ses  droits  d  la  consommation . 

Des  collections  paraUéles  formées,  l'une  avec  des  cafés  d'origine  non  brésilienne, 
Vautre  avec  des  séries  choisies  de  Santos,  trompent  Vceil  mieux  exerce.  Avant  la 
torréfaction,  V arome  seul  est  modifié ;  mais  ce  caractere  êchappe  le  plus  souvent  d 
V appreciation  de  Vacheteur.  » 

Si  deixarmos  a  Europa  e  buscarmos  os  Estados  Unidos,  não  monos  instructivas 
se  tornarão  as  nossas  investigações. 

No  segundo  numero  da  magnifica  publicação,  «La  Hacienda»,  do  anno  de  1905, 
pag.  40,  vem  estampado  o  artigo  do  Sr.  H.  Willy,  professor  e  director  da  secção 
de  chimica  do  Governo  dos  Estados  Unido?,  em  Washington,  o  qual  pelas  suas  in- 
vestigações scieutificas  acerca  dos  comestíveis  e  suas  adulterações,  muito  tem  in- 
fluído para  a  adopção  do  leis    protectoras  contra  os  alimentos  prejudiciaes. 

Copiamos  textualmente  :  «En  los  Estados  Unidos  la  práctica  más  detestable  en 
la  adulteración  es,  sin  duda,  la  do  ponerle  á  los  paquetes  rótulos  que  no  deberian 
llevar. 

Tan  es  asi,  que  en  los  Estados  Unidos  no  se  oyen  otros  nombres  cuando  se  trata 
dei  café  que  los  de  Mocha  y  Java  y  todo  el  mundo  parece  pedirlos .  Y,  sin  embargo, 
la  verdadera  cantidad  de  café  que  se  importa  de  esos  paises,  es  insignificante  com- 
parada con  la  importado >i  total  de  otras  regiones.  El  cifé  pues  que  se  cultiva  en 
el  Brasil  ô  Medico  y  que  se  vende  en  los  Estados  Unidos  como  produclo  de  Arábia 
ô  Java  es  tan  atroz  adulteración  como  si  el  vino  de  Califórnia  se  vendiera  por  fran- 
cês. Y  lo  mais  raro  dei  caso  es  que  los  que  adulteran  el  café  no  se  preocupan  de 
si  hacen  el  mal  ô  el  bien,  ô  por  lo  menos,  asi  parece. 

Es  costumbre  tan  universal  que  lo  toman  por  un  negocio  cualquiera  com  la  maior 
desfachatez.  Este  procedimiento  no  liace  justicia  á  los  paises  produetoros  dei  precioso 
grano  y  no  deja  de  ser  injusto  tambien  para  Arábia  y  Java  mismas,  por  cuanto 
el  consumidor  vive  y  muere  en  la  creencia  que  el  café  que  por  tanto  liempo  toma 
vino  todo  de  esos  lugares,  LO  cual  es  una  mentira.  Es  delrimental  d  los  demas 
paises  por  que  la  superioridad  de  esto  ó  aquél  café  no  se  atribuye  a  sus  respectivas 
procedências. 

De  aqui  que  todas  las  naciones  produetoras  de  café,  asi  como  los  consumidores 
mismos,  deberian  unirse  en  potencia  irresistible  á  fin  de  echar  por  tierra  tan  des- 
vergonzante  tráfico.  Las  leyes  en  los  diferentes  Estados  de  la  Union  Americana 
son  tales  que  no  seria  difícil  extirpar  el  primero  de  los  males,  —  la  adulteración 
dei  grano.  El  amor  d  la  justicia,  con  apoyo  oficial,  bastaria,  para  desterrar  el  segundo, 

el  rótulo  enganoso  de  los  envaes.  Al  llegar   esa   feliz  dia  cualquier  consumidor 

en  los  Estados  Unidos  podia  saber,  si  quiere,  donde  crece  el  café  que  á  la  mesa 
le  sirven  y  apreciar  las  virtudes  de  las  differentes  clases  segiin  la  procedência. 
El  consumo  do  este  articulo  en  los  Estados  Unidos  está  en  augmento  y  no  cabe  duda 
que  sabrán  mantener  la  supremacia  como  los  primeros  consumidores  dei  café  en  el 
mundo.» 

Ainda  temos  outro  depoimento  precioso,  na  collecção  dos  Manuaes  Hoepli, 
<  I  Prodotti  Agricoli  dei  Trópico»,  pags.  43  e  44,  onde  se  lê  : 

«1  piccoli  semi,  pisello  cosidetti,  si  scelgono  con  grande  cura,  pioche  venyono  spe- 
duti,  in  Europa  specialmente,  come  caffà  Moha  \  il  resto  si  spedisce  solto  e  nomi  di 


A    LAVOURA  II  t 

■S.  Domingo,  Java,  Martinica,  ecc.  In  Itália  il  Sardos  ed  il  Rio  si  mischiano  col 
Porto  Rico.  II  caífé  dei  Brasile  niigliora  nellinvecehiare.  Nei  porti  d' Europa 
questo  prodolto  sabisce  differenti  lavorazioni,  fra  le  quali  anche  quella  di  timjerlo  di 
vari  colori  a  seconda  dclle  q milita  chc  si  vogliono  imitare. 

II  Brasile  produce  circa  400  millioni  kg.  di  cafle  ene  viene  venduto  a  L  1, 
40  aí  kg.» 

Julgamos  suliicientes  as  citações  invocadas  em  abono  de  nossas  convicções, 
admirando- nos  apenas  de  tão  tardiamente  estarmos  nos  preoccupando  com  esta 
questão,  cuja  importância  não  soffre  discussão,  nem  maiores  delongas. 

Mas,  nem  por  isto  deixaremos  de  entrar  no  âmago  da  matéria  deste  succinto 
estudo  e  vamos  recorrer  á  fonte  limpa,  a  um  magistral  estudo  sobre  «a  falsa  indi- 
cação do  logar  de  proveniência  em  matéria  do  productos  vinícolas»,  estudo  que  so 
firma  nas  leis  existentes  nos  vários  paizes  e  nos  tratados  internacionaes  : 

Convenção  de  Paris,  1883  ;  de  Roma,  1886  ;  de  Madrid,  1801  ;  do  Bruxellas 
1S97,  etc. 

Dessa  obra  extraiamos  : 

«E'  graças,  á  liberdade  do  commercio  que  a  concorrência  pode  estabelecer-se, 
e  é  pela  concorrência  que  se  assegura  ás  transacções  o  seu  caracter  normal  em  lace 
dos  productores,  como  em  face  dos  consumidores.» 

«A  concorrência,  escreve  Montesquieu,  dá  um  justo  preço  ás  mercadorias  e 
estabelece  as  verdadeiras  relações  entre  as  mesmas.» 

«Mas  desde  que  existo  a  liberdade  de  commercio,— e  com  ella  a  concorrência,— 
não  se  segue  que  ella  seja  absoluta.» 

Em  matéria  commercial,  como  em  qualquer  outra,  mais  talvez  que  om  qual- 
quer outra,  o  limito  á  liberdade  de  cada  ura,  6  o  direito  de  outrem. 

Eis  aqui  por  exemplo  um  negociante  que,  a- força  de  trabalho,  de  esforços 
perseverantes  e  de  sacrifícios  esclarecidos,  conquistou  para  os  productos  que  elle 
vende  sob  um  nome  ou  sob  sua  marca,  uma  notoriedade  incontestável. 

Seria  de  equidade  tolerar  que  um  typo  qualquer  se  amparasse  desse  nome  ou 
dessa  marca  para  vender  o  mesmo  producto  ou  productos  análogos? 

Evidentemente  não.  E  não  Síria  justo  deixar  o  negociante  desarmado  deante 
de  qualquer  outro  processo  de  concorrência  desleal. 

Não  se  pôde  autorizar  alguém  a  usurpar  os  direitos  do  próximo,  a  saquear  os 
resultados  do  seu  trabalho,  sem  infligir,  a  um  tempo  a  equidade  mais  elementar  e 
as  regras  da  boa  ordem . 

Assim  bem  o  comprehendeu  o  legislador. 

Desde  que  a  livre  concorrência  foi  proclamada,  elle  applicou-se  em  impedil-o 
de  tornar-se  deshonesto.  E  numerosos  são  os  textos  estabelecidos  a  favor  do  nego- 
ciante ou  do  industrial  que  soffre  um  prejuízo  resultante  da  concorrência 
desleal. 

Elle  pôde,  conforme  os  casos,  invocar  as  sancções  penaes  da  lei  de  1824,  sobre 
os  nomes  commerciaes,  as  da  lei  de  1844,  sobre  as  patentes,  ou  as  da  lei  de  1857 
sobre  marcas  de  fabricas  ;  ou  simplesmente  pedir  reparação,  em  virtude  do 
art.  1382  do  Código  Civil,  pelo  prejuízo  quo  teve. 

Com  o  auxilio  dessas  leis  protectoras,  cada  qual  salvaguarda  o  que  lhe  toca  ao 
seu  merecimento. 

Sem  ellas,  ir-so-hia  ás  peiores  consequências. 
3124  7 


112  SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

O  mercado  seria  promptamente  presa  dos  menos  escrupulosos,  a  emolução  daria 
rapidamente  logar  ao  desanimo  entre  os  mais  bem  dotados.  E  o  paiz  que  tolerasse  um 
tal  estado  de  cousas  estaria,  sem  duvida,  commercialmente  morto. 

A  liberdade  de  commercio,  longe  de  ficar  enfraquecida,  só  é  melhor  respei- 
tada mediante  uma  protecção  desta  natureza. 

O  homem  honesto  pôde  tentar  todos  os  emprohenJimento4,  visto  como  a  lei 
prestadhe  o  seu  apoio  contra  aquelles  que,  sám  escrúpulos,  bem  como  sem  dillieul- 
dades,  procurassem  açambarcar  os  seus  esforços  em  alheio  provei  to . 

Porventura  os  mares  não  são  mais  livres  desde  quo  condemnou-se  a  pirataria  ? 

Estas  ideias  são  por  tal  modo  justas  que  não  se  limitou  só  em  proteger  os 
resultados  conquistados  pelo  individuo. 

Uma  localidade,  uma  região,  um  paiz,  em  consequência  das  qualidades  do  seu 
solo  ou  dos  processos  de  fabricação  nelle  empregados,  poude  conquistar  uma  fama 
particular  para  o  producto 

Assim  os  pannos  de  Elboeuf,  os  vinhos  de  Bordeaux,  os  vinhos  de  Champagne, 
são  universalmente  conhecidos.  Os  consumidores  sabem-no  tão  bem,  que,  para 
elles,  o  nome  do  producto  seguido  do  da  Itcalidade  é  a  garantia  de  sua  excellencia 
própria. 

Neste  caso,  não  haverá  um  interesso  geral  em  tomar  sentido  afim  de  que 
taes  denominações  não  vão  cahir  no  domínio  publico  ? 

Não  será  mister  garantir  que  o  producto  annunciado  do  tal  região  delia  pro- 
venha realmente,  e,  para  isso,  corcal-o  de  uma  protecção  legal  suficiente? 


Estes  conceitos  são  tão  sensatos,  tão  justos,  que  escusamos  encarecel-os,  sondo 
mais  que  extranhavel  a  linguagem  de  um  dos  documentos  accompanhando  o 
vosso  ofílcio,  quando  se  diz  : 

«  Os  chapéos  de  palha  fina  fabricados  no  Equador  e  uo  Peru  são  vendidos  no 
Brazil  com  o  nome  de  chapéos  do  Chile  e  na  Europa  com  o  de  Pauamá,  porque  os 
primeiros  recebidos  chegaram  ao  Brazil  via  Chile  e  á  Europa  via  Pauamá. 

Não  haveria  para  os  vendedores  vantagem  em  mudar  taes  nomes. 

Os  compradores  aqui  insistem  em  ter  chapéos  do  Chile  e  na  Europa  em  ter  os 
de  Panamá.  O  importante  para  o  Brazil  ê  que  o  café  brasileiro  seja  comprado  a 
bom  preço  sendo  de  ordem  secundaria  a  questão  de  nomes.  » 

Em  primeiro  logar  chapéos  carissimos,  do  Equador  e  do  Peru,  não  podem 
se  comparar  com  o  café  brazileiro. 

Em  seguida,  os  brazileiros  são  tão  ciosos  das  procedências  que,  até  hoje,  ainda 
conservam  as  denominações  :  queijo  do  reino,  pimonta  do  reino,  abelha  do 
reino,  etc,  que  nos  vem  de  Portugal,  ao  tempo  em  que  nos  jungia  sob  o  dominio 
colonial !... 

Mas,  o  quo  mais  importa  é  justamente  essa  questão  de  melhores  preços  para 
os  nossos  cafés,  o  que  de  forma  alguma  se  poderá  nunca  alcançar,  si  deixarmos 
permanecer  os  abusos  que  as  nossas  citações  revelam. 

Com  effeito,  o  Brazil  jamais  se  prooecupou  com  o  produzir  para  os  legítimos 
consumidores  de  café,  embora  se  tenha  tornado,  graças  ás  condições  naturaes  en- 
contradas no  seu  solo  e  clima  o  maior  produetor  do  mundo  desse  artigo  de  larguís- 
simo consumo. 


A    LAVOURA  Uá 

A  capacidade  do  paiz  cireumscreveu-se  em  produzir  para  o  commercio  inter- 
mediário, apenas,  todo  elleextrangoiro. 

Dahi  a  origem  das  fraudes,    ha  tempos  immemoriaea  instituídas. 

Os  paizes,  nossos  concurrentes,  esses,  inclusive  o  Haiti,  têm  os  seus  cafés  co- 
nhecidos, havendo  paizes  que  não  mais  produzem  café,  e,  no  emtanto,  continua-se 
a  vender  cafés  dessas  procedências,    como  acontece  com  a  Martinica,  etc. 

No  mundo  inteiro,  ninguém  pede  café,  a  ser  consumido,  obedecendo  ás  classi- 
ficações da  Bolsa  de  New  York,  typos  1  a  9,  engondrados  para  os  especuladores  e 
jogadoros  dessa  Bolsa,  favorecendo-lhes  as  compras  nos  mercados  brazileiros  tão 
somente  e  o  jogo. 

Todos  os  cafés  de  outras  procedências  são  altamente  cotados  nos  mercados 
mundiaes  eraquanto  que,  os  nossos,  não!.. .  Accrescendo  mais  a  circumstancia 
importautissima,  de  se  haver  diffamado  o  nosso  producto  perante  os  consumidores 
universaes. 

Produzimos  três  ou  mais  vezes  café  do  que  todos  os  demais  paizes  reunidos. 

Não  salta  aos  olhos  que,  como  attestam  esses  autores  citados,  o  Java,  Porto 
Rico,  Moka,  Martinica  e  demais  cafés,  vão  ter,  graças  as  nossas  colheitas,  e  aos 
predicados  que  tal  permittem,  um  considerável  augmento  para  satisfação  desse 
mesmo  consumo  universal? 

E  os  preços  altos,  assim  obtidos,  a  quem  aproveitam,  além  da  fraude  desho- 
nesta,  e  a  continuação  da  má  reputação  que  esse  commercio  intermediário  nos  soube 
fazer  gosar  ? ! . . . 

Só  e  unicamente,  este  estado  do  cousas,  inqualificável,  vae  approveitar  aos  in- 
termediários, no  nosso  intercambio  externo  e  interno. 

Nem  genérica  nem  geographicamente,  perante  os  consumidores  legítimos  de 
café  o  Brazil  é  conhecido,  a  não  ser  como  paiz  que  produz  um  café  intragável. 

li  chega-se  a  negar  nenhuma  importância  na  conquista  de  um  nome,  de  uma 
reputação ! ! ! 

Para  esses,  cujo  fito  é  conservar-nos  na  mais  crassa  ignorância  e  nos  vícios, 
assim  deve  ser  ;  mas  não,  nunca,  para  nós  outros  que  aspiramos  a  conquista  da 
nossa  independência  económica,  sem  o  que  a  politica  só,  para  nada  servirá  na  vida 
moderna  das  nações. 

Presumimos  que  o  Sr.  professor  Willy,  director  da  secção  de  chimica  do  Go- 
verno dos  Estados  Unidos  é  uma  autoridade  na  matéria,  o  que  nos  induz  a  repudiar, 
como  falsas,  as  informações  citadas  pelos  Srs.  F.  Ferreira  Ramos,  attinentes  ao 
cale  Santos,  quando  sentenciosamento  proclama: 

li'  certo  que  se  conseguirmos  vender  os  cafés  de  Santos  e  Rio  com  as  denomi- 
nações Java  e  Moka,  genéricas  e  não  geographicas:  —  o  Brazil  não  venderá  mais 
café  por  esse  motivo. 

Sim,  nas  especulações  da  Bolsa  de  New  York  e  para  aquelles  que  nos  exploram, 
uma  mudança  radical,  da  nossa  parte,  que  viesse  alterar  completamente  as  clas- 
sificações que  nos  foram  impostas  e  cuja  base  essencial  repousa  no  typo  n.  7  e  ou- 
tros, com  certesa  traria  sérios  embaraços  aos  especuladores  bolsistas,  nas  vendas 
licticias  dessa  e  outras  Bolsas,  que  pouco  se  incommodam  com  os  cafés  geographicos 
ou  genéricos,  a  não  ser  para  nos  deterem  as  iniciativas  tendentes  a  perturbar-lhes 
as  fraudes,  a  alta  especulação  c  o  mais  desbragado  jogo  que  essas  mesmas  Bolsas 
instituíram  sobre  o  café. . . 


lii  SOCIEDADE    NACIONAL    DE      AGRICULTORA 

Então,  para  nós,  quo  não  somos  conhecidos,  dejde  que  ollérecessemos  cafés  bra- 
sileiros dos  typos:  Moita,  Java,  Porto  Rico,  ele,  conhecidíssimos  o  apreciadíssimos, 
muito  mais  caros,  praticaríamos  um  crimo ;  mis,  quando  com  os  cales  bra- 
zileiros,  se  os  incorpora  ás  colheitas  dos  demais  paizes  produetoros,  fazondo-os 
passar  então  por  genuínos  .lava,  Porto  Hico,  Moka,  etc,  sob  o  manto  enérgico  da 
geographia  fraudulenta,  não  é  honestíssimo!?. . . 

E'  conveniente  expor  aqui  o  que  se  passa  com  o  café,  nessas  Bolsas,  extraindo 
de  um  autor,  tratando  das  «  Bolsas  de  Commercio  e  Agricultura  »,  pag.  92:  «  O  Sr. 
Van  Gulpen  negociant ;  de  cafés  em  Emmerich,  cita  os  seguintes  exemplos:  No 
anno  de  1887,  em  quatro  Bolsas  do  Commercio,  venderam-se  52.795.000  saccas 
de  café,  e  só  foram  entregues  9.185.0)0  saccas. 

Nos  quatro  últimos  mezes  de  1888,  em  Hamburgo,  os  negócios  a  prazo  sobre  os 
cafés  elevaram-se  ao  algarismo  colossal  de  8.776.000  saccas,  e  as  operações  sérias, 
seguidas  de  entrega  efléctiva,  só  attingiram  411 .500  saccas. 

Nos  quatro  primeiros  mezes  de  1889,  a  venda  a  prazo  aceusa  um  total  de 
2.161.000  saccas  e  só  se  entregaram  87.000  saccas. 

As  operações  ficticias  foram  dez  vezes  maiores  que  as  mercancias  reaes  no  penúl- 
timo dos  casos  e  vinte  cinco  veies  no  ultimo. 

Eis  outra  face  do  problema  que  demanda  sérios  estudos  da  nossa  parte,  pela 
influencia  desastrosa  desse  jogo  sobre  os  preços  da  mercadoria  legitima  e  do  com- 
mercio honesto,  o  qual  não  perturba  a  regularidade  da  lei  da  offerta  e  procura  em 
suas  manifestações  legitimas  e  não  apparentes,  como  acontece  com  essa  jogatina 
desenfreiada  actual. 

O  Dr.  Manoel  de  Carvalho  informa  perfeitamente  sobre  o  que  se  passa,  havendo 
porém  a  notar  que,  como  era  outras  praças,  no  Havre,  Hamburgo,  Bremen,  Bor- 
deaux,  Marseille,  Trieste,  Génova,  etc,  alguns  importadores  dispõem  de  machi- 
nismos  seus,  ondo  fazem  repassar  os  c  ifés  adquiridos  no  Brazil  sobre  as  classificações 
de  New  York  ;  e,  desfarte  dosmancham  eomplet  imente  esses  mesmos  typos  de 
New  York,  com  os  quaes  vão  imitar  os  cafés  mais  afamados  do  mundo,  apurando 
asiim  fartos  lucros. 

Os  resíduos,  a  escoria,  dessas  oporações  é  que  se  apresenta,  então,  como  cafés 
genuinamente  brazileiros,  cotados  a  vis  preços. 

Kesta-nos,  finalmente,  apoiar  o  parecer  do  Sr.  Léon  Capelle,  Director  Geral 
dos  Negócios  Consulares  e  Commerciaes  da  Bélgica,  cuja  opinião  judiciosa  acatamos 
devidamente. 

Em  conclusão   do  que  acabamos  de  expor,  resulta  ; 

Io.  Que,  embora  o  maior  produetor  de  café  no  mundo,  o  Brazil  não  seja  conhe- 
cido pela  massa  dos  consumidores  universa  s  desse  artigo ; 

2°.  Que  os  cafés  brazileiros  vão  ser  incorporados  ás  pequenas  colheitas  dos 
outros  paizes  produetores  de  cafés  bera  reputados,  bem  cotados,  que  são  conhecidos 
genérica  e  geographicamento  pela  massa  dos  consumidoras  universaes,  graças  aos 
vidos  que  foram  instituídos  e  cuja  base  repousa  nos  typos  da  Bolsa  de  New  York, 
que  permittem  todos  os  males  dos  quaes  estamos  seudo  victimas  ; 

3.°  Que,  se  deve  tratar  de  corrigir,  reformar,  essa  situação  humilhante  para 
o  Brazil,  sem  demora  : 

a)  comas  reformas  indispensáveis  aqui,  banindo-se  os  typos  americanos  ; 


A     LAVOURA 


l>)  com  os  apparelhos  indispensáveis,  armazéns  geraes,  omissão  de  warrants, 
bolsa  de  cafi'1  (s 'm  operações  fictícias),  leilões  públicos  para  as  vendas,  como  na 
Hollanda,  direitos  de  exportação  na  razão  inversa  das  qualidades,  de  tal  forma  que 
prohibam  a  exportação  das  escolhas  ordinárias  e  mais  sujidades ;  credito  agrícola, 
prémios  para  os  mais  fino^  cafés,  etc  ; 

c)  com  serviços  de  propaganda  commercial  pratica  no  estrangeiro,  dados  esta- 
tísticos completos  sobro  a  producção  mundial,  consumo,  stocks,  preços  correntes  do 
todos  os  cafés  do  mundo,  diariamente  publicados  na  nossa  imprensa,  etc.  ete.  ; 

d)  com  estudos  completos  dos  cafés  brazileiros  nos  diferentes  Estados,  suas 
analyses  scientilicas,  qualitativas  e  quantitativas,  degustação,  comportamento  na 
torração,  misturas,  etc,  etc,  em  confronto  com  os  cafés  de  outras  procedi mcias- 
elementos  indispensáveis  para  a  propaganda  commercial  e  reivindicação  de  predi, 
cados  para  os  posses  cafés,  etc.  ; 

e)  com  uma  organização  de  associações  cooperativas  de  producção,  aperfeiçoa- 
mento dos  produetos,  esua  venda  final  nos  mercados  internos  e  externos,  tudo  systo- 
matisado  e  federado  aos  centros  que  se  instituírem,  á  cuja  acção  se  subordinarão  os 
interesses  mútuos; 

f)  com  a  organização  do  Ministério  de  Agricultura  o  suas  dependências,  insti- 
tutos, etc.  etc,  como  um  guia,  um  pharol,  á  testa  do  todo  o  movimento  scientifico 
e  pratico  da  agricultura  e  industrias  agrícolas. 

Em  poucas  palavras,  assim  como  montamos  vários  institutos  para  investiga- 
ções e  preparados  que  curam  c  rtas  enfermidades,  dotados  com  os  elementos  que 
a  sciencia  alliada  ás  experiências  faculta  nas  applieações,  assim  também  devemos 
cuidar  do  café  e  mais  produetos  brazileiros,  especialisando-nos,  estudandoos  e  co- 
nhecendo-os  a  fundo  para  podermos  luetar  vantajosamente  na  concorrência  univer- 
sal, mais  intensa  pela  approximação  dos  mercados  mundiaes,  graças  á  rapidez  das 
communicações,  rompendo  com  o  regimen  colonial  em  que  temos  vegetado,  naciona- 
lisando  os  nossos  produetos  e  tornando  o  Brazil  conhecido  no  mundo. 

Reporto-me  ainda  ao  parecer  que  formulei  na  Sociedade  Nacional  de  Agricul- 
tura, era  commissão  dessa  mesma  Sociedade,  ao  respondermos  o  offleio  da  Asso- 
ciação Commercial  de  Santos,  commuuicando  haver  acceilo  offlcialmente  os  typos 
da  Bolsa  de  Nova  York,  naquella  praça. 

Esse  trabalho,  mereceu  a  attenção  do  Governo  Mexicano,  que  o  requisitou,  por 
via  diplomática,  do  Exm.  Sr.  Barão  do  Rio  Branco  ;  vem  publicado  no  boletim 
—A  Lavoura  —  orgam  dessa  rorporação  iliustio,  e  junto  encontrará  V.  Ex.  um 
exemplar. 

E'  o  que  me  cumpre  informar,  lamentando  não  possuir  maior  somma  de  conhe- 
cimentos. 

Empenhados,  particularmente  e  directamente,  na  solução  deste  magno  problo- 
ma,  nos  limites  de  nossos  recursos,  temos  em  mão  muitas  provas  documentadas 
para  coraprovarom  os  nossos  conceitos,  colhidas  pela  nossa  firma  commercial  de 
S.  Paulo-Bodé  &  Cia. 

Prevaleço-me  do  momento  para  reiterara  V.  Ex.  os  meus  sentimentos  de 
grata  consideração. 

"~"Ao  Exm.  Sr.  Dr.  Cândido  Mendes  do  Almeida,  M.  D.  Director  da  Academia  de 
Commercio  do  Rio  de  Janeiro. 


SOriKDAIlE     NACIONAL     OK     AGRICULTURA 


NOTICIÁRIO 


Cooperativas  Agrícolas    em    M  iiia,s 

Regulamento  a  que  se  refere  o  decreto  ti.  2180,  desta  data 

CAPITULO  I 
DOS  AUXÍLIOS  do  governo 

Art.  1."  A's  Cooperativas  Agrícolas  que,  sob  a  responsabilidade  pessoal,  so- 
lidaria e  illimitada  dos  associados,  se  formarem  nos  municípios  que  produzam 
no  mínimo  cem  mil  arrobas  de  café  por  nnno.  tendo  como  objectivo  principal  o 
benefleiamento  e  venda  desse  produeto,   serão  concedidos  os  seguintes    favores  : 

a)  Prémios  pecuniários  até  o  máximo  de  vinte  e  cinco  contos  de  réis  por 
município  áquellas,  que  montarem  e  mantiverem  machinismos  aperfeiçoado*  para 
o  rebeneficiamento  do  café,  em  logar  determinado  pela  maioria  dos  sócios,  podendo 
ser  fora  do  município  si  isto  convier  aos  interosses  da  cooperativa  ; 

/')  Subvenção  annual  de  seis  contos  de  réis  a  cuia  cooperativa,  para  instituição 
e  manutenção,  no  estrangeiro,  de  agentes  commerciaes,  prepostos  do  sou  serviço  ! 

c)  Prémios  pecuniários  correspondendo  adous  e  meio  porcento  do  valor  do  café 
por  ellas  vendido  ao  consumidor  ou  ao  retalhista  no  estrangeiro,  servindo  de  base 
para  a  determinação  daquelle  valor  a  média  da  pauta  offlcial  do  café  typo  7  ameri- 
cano, no  Brazil,  vigente  nos  três  raezes  anteriores  ao  da  venda  ; 

d)  Prémios  pecuniários  de  mil  réis  por  arroba  de  café  torrado,  por  ellas  di- 
rectamente ou  por  outrem,  que  for  vendido  no  estrangeiro  em  estabelecimentos 
para  esse  fim  montados  em  cilades  indicadas  pelos  fiscaes  do  governo  no  estran- 
geiro e  onde  não  exista,  já  estabelecida,  industria  idêntica; 

e)  Isenção  de  todos  os  impostos  e  sellos  estadoaes  devidos  pela  constituição  de 
sociedades  dessa  natureza. 

§  1 ."  Para  a  concessão  do  premio  de  que  trata  a  lettra— a,  premio  este  que 
poderá  ser  pago  adeantadamente  e  que  é  dado  com  o  fim  de  se  obterem  cafés  de 
qualidade  superior  ao  typo  7,  se  levarão  em  consideração  a  qualidade  e  a  quan- 
tidade do  café  rebenoficiado,  devendo  ser  o  referido  premio  contado  na  proporção 
de  30U  réis  por  arroba  para  os  typos  de  0  a  4,  e  400  réis  por  arroba  p;ira  os  typos 
de  3  a  1 . 

§  2."  Para  que  se  tornem  effectivos  os  favores  contidos  nas  lettras— c  e  d 
a  venda  deverá  ser  provada  por  meio  de  certifica  lo  ou  attestado  do  agente  do 
governo  a  quem  competir  fiscalizar  no  estrangeiro  as  operações  da  cooperativa 
vendedora . 

Art.  2.°  O  governo  poderá  também  conceder  prémios  de  quinhentos  réis  por 
arroba  de  café  torrado  por  particulares  que,  n  is  mesmas  condições  exigidas  na 
lettra— d  e  sob  a  mesma  fiscalização,  o  entregarem  ao  cousumo,  desde  que  seja 
de  procedência  de  uma  das  cooperativas  de  que  trata  este  regulamento. 


A  LAVOURA  117 

Art.  3."  Dos  prémios  sobre  o  café  torrado  o  governo  poderá  adoantar  até  o 
máximo  de  dez  contos  do  róis  ás  cooperativas  que  montarem,  para  a  venda  desse 
produoto,  casas,  geridas  directamente  por  ellas  ou  por  outrem,  em  local  reconhe- 
cido conveniente  pelo  fiscal  do  governo  no  estrangeiro. 

Si.0  Esse  adoautamento  será  feito  em  duas  prestações  iguaes,  sendo  a  pri- 
meira á  vista  do  parecer  do  fiscal  do  governo  e  a  segunda  depois  de  montada  a 
torrefacção.  Si,  depois  de  paga  a  primeira  prestação,  não  se  realizar  a  instal- 
lação  ila  casa,  o  governo  descontará  a  quantia  já  adoantada  nos  prémios  que  tiver 
de  pagar  á  cooperativa,  em  virtude  do  disposto  na  lettra— c. 

Art.  4."  O  governo  manterá  nas  praças  do  Rio  do  Janeiro,  Santos  e  em  outras 
que,  no  paiz  ou  íóra  delle,  se  tornem  necessários,  agentes,  da  nomeação  do  Pre- 
sidente do  Estado,  para  occorrer  ao  serviço  das  cooperativas,  e  estabelecerá  nas 
mesmas  praças  .armazéns  para  o  deposito  dos  productos  daquellas. 

Art.  5.°  O  governo  emprestará  ás  cooperativos  as  quantias  de  que  ellas 
necessitarem  para  a  realização  de  seus  fins,  até  o  máximo  de  vinte  e  cinco  por 
cento  do  valor  dos  bens  que  ellas  possuirem,  livres  e  desembaraçados  de  qualquer 
ónus  legal. 

§  1.°  O  empréstimo  poderá  ser  feito  directamente  ás  cooperativas,  ou  por 
intermédio  de  qualquer  instituto  bancário  escolhido  pelo  governo. 

§  3.°  Neste  ultimo  caso,  o  governo  providenciará  no  respectivo  contracto 
para  que  naquolle  instituto  os  juros  dos  empréstimos  a  prazo  máximo  de  um  anno 
não  excedam  á  taxa  de  8  %  • 

§  3.°  O  prazo,  juros  e  condições  do  empréstimo  leito  pelo  banco  ás  coope- 
rativas serão  estipulados  no  contracto  celebrado  entre  o  mesmo  instituto  de 
credito  e  aquellas  sociedades,  nas  condições  ajustadas  entre  o  banco  e  o   governo. 

§  4.°  E'  vedado  ás  cooperativas  empregarem  o  producto  do  empréstimo  em 
no,:.rocijs  ou  transacções  sob  nome  collectivo,  excepto  na  compra  de  material  para 
acondicionamento  da  mercadoria. 

Art.  6."  Além  das  medidas  concretizadas  nos  artigos  precedentes,  o  governo, 
ajuizo  seu,  promoverá  e  executará  quaesquer  outras  relativas  a  regularização 
do  commercio  de  café  no  interior  e  no  exterior,  e  á  propaganda  commercial,  para 
dilatar  o  seu  consumo  no  estrangeiro. 

CAPITULO  II 

DA  SECÇÃO  DO  CAFÉ 

Art.  7."  A  concessão  dos  favores  de  que  trata  o  capitulo  I  só  se  extenderá  ás 
cooperativas  que  se  submetterem  á  fiscalização  do  governo. 

Art.  8.°  Essa  fiscalização  incumbe  á  secção  denominada  «secção  do  café», 
annexa  á  Directoria  da  Agricultura,  'ferras  e  Colonização,  e  composta  de  um  fiscal 
geral,  um  chefe  de  secção,  um  auxiliar,  um  escripturarío  o  um  servente. 

Art.  9."  A'  secção  do  café  cumpre  velar  pela  rigorosa  execução  deste  regula- 
mento e  des  estatutos  das  cooperativas  e  pela  fiel  applicação  dos  auxílios  do  Estado 
ao  objectivo  dessas  sociedades,  definido  no  art.   Io. 

Art.  10.  Ao  fiscal  geral  incumbe  : 

a)  Exercer  ampla  fiscalização  sobre  a  organização  e  funecionamento  de  todas 
as  cooperativas  do  Estado,  e  assistir,  sempre  que  for  possível,  á  suainstallação ; 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


b)  Examinar  para  esse  fira  a  escripturação,  documentos  e  contractos  destas  ; 

c)  Eraittir  laudo  sobre  o  valor  dos  bens  das  cooperativas,  sempre  que  for  ne- 
cessário ; 

di  Dar  informações  e  esclareseimentos  ao  governo  sobre  a  constituição  dessas 
sociedades,  para  o  fim  da  approvação  dos  seu  estatutos  ; 

e)  Expor  ao  governo,  em  relatório  mensal,  o  movimento,  estado  e  situação  das 
cooperativas,  apontando  as  faltas  e  irregularidades  existentes  e  suggerindo  provi- 
dencias. 

Art.   11.  Ao  chefe  da  secção  incumbe  : 

a)  Responder  ás  consultas  feitas  por  particulares  com  relação  ao  boneficia- 
mento  e  cumraercio  do  café,  publicando  no  Minas  Geraes  aquellas  que  por  sua  na- 
tureza devam  sor  divulgadas  ; 

li)  Superintender  o  fazer  executar  todos  os  demais  serviços  congéneres,  que 
não  estejam  ospecialmente  mencionados  neste  regulamento,  mas  que  llie  forem  por 
autoridade  competente  commettidos  ; 

c)  Remettcr  ao  director  de  agricultura,  devidamente  informados,  os  papeis 
que  necessitarem  sar  apresentados  a  este  para  o  conveniente  andamento. 

Art.  12.  Ao  auxiliar  incumbo  : 

a)  Substituir  o  chefe  da  secção  em  suas  faltas  ou  impedimentos  ; 

!')  Catalogar  convenientemente  as  amostras  de  cale  que  forem  enviadas  á  secção 
e  mantel-as  em  exposição  ; 

c)  Executar  os  serviços  que  lhe  forem  determinados  pelo  chefe  da  secção. 

Art.  13.  Ao  escripturario  incumbe  : 

a)  Fazer  a  escripturação  do  movimento  de  entrada  e  sabida  de  objectos  na 
secção ; 

i>)  Escripturar  as  despezas  da  secção  com  compra  de  machinas  ou  outras,  assim 
como  também  qualquer  receita  que  porventura  haja  ; 

c)  Cumprir  o  que  lhe  for  determinado  pelo  chefe  da  secção. 

Art.  14.  Além  do  pessoal  indicado  no  art.  8o,  haverá  ainda  agentes  do  gover- 
no, instituídos  nas  praças  de  exportação  do  café  mineiro  e  nas  do  estrangeiro,  con- 
forme a  disposição  do  art.  4o. 

Art.  15.  A  esses  agentes  incumbe  : 

a)  Promover  o  embarque  e  o  desembarque  do  café,  bem  como  do  outros  pro- 
ductos  agrícolas  ; 

b)  Ter  sob  sua  guarda  esses  géneros  nos  arraazons  de  deposito  do  que  trata  o 
art.  1",  ou  em  outros  quaesquer  estabeleci  mentos  em  que  elles  se  achem,  antes  de 
serem  entregues  ás  cooperativas ; 

c)  Entregara  estas  ou  a  seus  legitimes  representantes,  na  proporção  e  quanti- 
dade era  que  forem  pedidos,  o  café  e  os  demais  produetos  agrícolas  confiados  á  sua 
guarda  na  forma  da  lettra  b  deste  artigo  ; 

d)  Fiscalizar  os  serviços  das  cooperativas  nas  ditas  praças,  ministrando  ao  go- 
verno, em  relatórios  mensaes,  ioformações  minuciosas  sobre  o  seu  movimento  e 
vida  comraercial  e  mencionando  nelles  todas  as  oceorrencias  que  se  derem  e  todas 
as  faltas  e  irregularidades  que  verificarem. 

Art.  16.  Aos  agentes  do  exterior  compete  mais  fiscalizar  as  vendas  referidas 
nas  lettras  c  ed  do  art.  1°  e  fornecer  ás  cooperativas  o  certificado  ou  attestado 
respectivo. 


A    LAVOURA 


CAPITULO  III 


SPOSICOISS   GKR.í 


ArL  17.  O  governo  poderá  entrar  em  accordo  com  as  administrações  dos 
Estados  interessados,  afim  de  ser  c.-tabelecida  a  cobrança  do  imposto  de  exportação 
no  acto  de  sabida  do  café   ou  como   for  mais  conveniente. 

Art.  18.  O  Governo  polerá  incumbir  a  pessoas  idóneas,  até  o  numero  máximo 
de  três,  o  de  escolha  de  nomeação  do  presidente  do  Estado,  a  propaganda  dentro  do 
território  mineiro,  das  cooperativas  agrícolas  e  de  suas  vantagens. 

Art.  19.  As  funcções  dos  propagandistas  durarão  o  tempo  que  for  conveniente 
ajuízo  do  governo,  e  serão  exercidas  nas  zonas  por  este  designadas. 

Art.  20.  Além  do  exigido  no  art.  7o,  para  a  cincessão  dos  lavores  constantes 
do  art.  1",  é  necessário  que  as  cooperativas  tenham  os  seus  estatutos  approvados 
pelo  governo. 

Art.  vi .  Para  esse  fim  ollas  enviarão  ao  Governo  um  exemplar  dos  referidos 
estatutos,  coma  prova  de  haverem  sido  archivadas  no  Registro  Geral  das  Hypo- 
thecas  da  comarca  respectiva,  o  documento  authentico  do  acto  de  sua  constituição. 

Art.  22.  Depois  de  examinados  esses  documentos  c  de  obtida  a  informação  de 
que  trata  o  art.  10,  lettra  d,  o  governo  approvará  ou  não  os  estatutos. 

Art.  23.  A  violação  das  disposições  deste  regulamento  acarretará  para  as 
cooperativas  a  rescisão  dos  contractos  celebrados  entre  estas  e  o  governo  e  a  perda 
dos  favoros  de  que  trata  o  capitulo  I. 

Art.  24.  A  despeza  com  os  serviços  creados  pela  lei  n.  454,  de  6  de  setembro 
do  1907,  será  feita  com  o  producto  da  sobretaxa  de  três  francos  por  sacca  do  café 
exportado,  mantida  a  sua  cobrança  emquanto  perdurar  a  crise  desse  gonero  e  des- 
tinada ella  exclusivamente  ao  custeio  desses  serviços  e  do  credito  agrícola. 

Art.  2.").  Os  serviços  constantes  deste  regulamento  correrão  pela  Directoria  do 
Agricultura,  Terras  e  Colonização  da  Secretaria  das  Finanças  do  Estado. 

Art.  20.  Os  empregados  da  secção  do  café,  bem  como  todos  os  outros  referidos 
neste  regulamento  servirão  como  contractados  o  serão  conservados  emquanto  bem 
servirem  e  for  necessário  o  seu  serviço. 

Os  seus  vencimentos  annuaes  serão  os  seguintes 


Fiscal  geral  do  serviço  do  café. 

Chefe  da  secção 

Auxiliar 

Escripturario 

Agente  no  Brazil 

Propagandistas  no  Estado  .     . 
Serventes  ....... 


000$^00 
000$000 
500$000 
200$000 
OOOiOOO 
6005000 
960â000 


Os  agentes  no  extrangeiro  terão  os  vencimentos  constantes  dos  respectivos 
contractos,  não  podendo  exceder  do  12:000$  anuuaes. 

§  l.'J  Além  desses  vencimentos  terão  o  liscal  geral  a  diária  de  15$,  o  chefe  da 
secção  a  de  14$  e  os  propagandistas  no  Estado  a  de  8s,  quando  om  viagem  exigida 
por  serviço  publico. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DF,    AGRICULTURA 


Art.  27.  0  presente  regulamento  ontrará  em  vigor  desde  a  data  de  sua  publi 
cação. 

Art.  88.  Rovogam-se  as  disposições  em  contrario. 

Secretaria  das  Finanças  do  Estado  de  Minas  Geraes,  em  Bello   Horizonte,  aos  • 
de  janeiro  de  1908.—  O  secretario  de  Estado,  Manoel  Thomaz  de  Carvalho  Brilto 


Forragem  tle  caima,  —  Canna  secca  triturada  — 
Invenção  ti©  Jardim  «fe  Oomp.—  A  canna  secca  triturada  con- 
serva a  canna  de  assucar,  da-lhe  uma  forma  mais  adaptada  aos  effeitos  indus- 
triaes  já  em  uso  e  a  diversas  outras  applicacões  novas,  especialmente  á  forragem, 
e  facilita  o  seu  acondicionamento  e  transporte. 

A  canna  sazonada,  recentemente  cortada,  é  triturada,  re  luzida  a  fragmentos 
e,  em  acto  continuado,  submettida  ao  calor  —  em  estufa  ou  ao  sol  —  até  com- 
pleta evaporação  da  agua,  que  contém,  para  sor  offerecida  ao  consumo  nas 
mesmas  condições  dos  seccos  em  geral, 

Existe  em  adiantada  construcção,  em  uma  fundição  desta  capital,  o  primeiro 
exemplar  de  um  apparelho,  combinado  para  triturar  e  enxugara  canna,  trans- 
formando-a  no  novo  producto  da  invenção  de  Jardim  &  Comp. 

Na  operação,  para  obter  a  verdadeira  canna  secca  triturada,  cumpre  haver  a 
maior  solicitude  para  empregar  sempre  canna  madura  e  fresca  e  evitar  que,  por 
demora,  desassoio  ou  indueneia  estranha  qualquer,  se  dè  inversão  da  saccharose, 
independentemente  do  emprego  dos  correctivos  alcalinos  e  sulfurosos,  que  só  em 
casos  excepcionaes  devem  sor  empregados, 

A  canna  é  que,  no  estado  natural,  uma  vez  cortada,  em  poucos  dias  entra 
em  inversão  do  seu  assucar  e,  logo  após,  em  fermentação  — ,  desde  que  se  ache 
beneficiada  pelo  nosso  processo,  tondo-se-lhe  evaporado  toda  a  agua  e  volatilizado 
a  chlorophyla,  fica  preservada  da  fermentação,  ao  passo  que  conserva  todas  as 
suas  outras  propriedades,  podendo  ser  guardada  por  tempo  indeterminado  sem 
prejuízo  do  aproveitamento  da  sua  riqueza  em  qualquer  applicação  útil  na  própria 
região  em  que  floresceu  ou  longe,  onde  porventura,  á  industria  o  ao  commorcio 
convenha  leval-a  ao  encontro  de  apparelhos  aperfeiçoados,  mão  de  obra  e  capital 
abundantes  e  baratos. 

Transformada  em  canna  secca  triturada,  a  preciosa  gramínea  apropria-se  a 
ser  embalada  com  vantagem  para  o  seu  fácil  manejo,  favorável  transporte  e 
commoda  armazenagem . 

Pela  mesma  suppressão  da  parte  aquosa,  mais  de  70  %  do  seu  primitivo  peso, 
a  canna  secca  triturada,  importa  uma  reducção  equivalente  nos  encargos  do  seu 
frete,  carreto  e  movimento  em  qualquer  uso  industrial. 

Pela  uniformidade  de  corpo  triturado  e  homogéneo  a  canna  é  predisposta  a 
qualquer  operação  fabril  de  maceração,  dediffusão  e  mesmo  de  expressão. 

Nas  applicacões  em  que  o  bagaço  tenha  de  ser  aproveitado  pela  sua  capacidade 
calorífica,  a  canna  secca  triturada  offerece  um  combustível  superior  que  inflamma 
com  mais  promptidão,  permitte  estreitar  as  portas  de  alimentação  das  fornalhas 
o  proporciona  queda  mais  regular  de  cinzas. 


A    LAVOURA 


Na  confecção  de  vinagres,  vinhos,  cervejas  e,  em  geral,  em  todas  as  indus- 
trias em  que  os  rosiduos  possam  ser  destinados  á  estrumagão,  a  canna  secca  tritu- 
rada apresenta  para  adubo  um  bagaço  mais  assimilável,  por  isto  mesmo  que  ó 
triturado. 

Quando  o  industrial  tenha  do  procurar  na  parte  lenhosa  da  canna  a  principal 
utilidade,  como  na  fabricação  de  papel,  do  explosivos,  etc,  a  conna  secca  triturada 
impõe-se  de  preferencia,  como  um  corpo  leve  quasi  pulverizado. 

Além  de  todas  essas  applicações  —  novas  algumas,  já  conhecidas  outras  — , 
a  que  nos  temos  referido,  sobreleva  uma  que  constituo  a  grande  novidade  da  canna 
secca  triturada,  o  nosso  principal  objectivo,  do  mais  relevante  alcance  pratico  e 
immediato  —  a  alimentação  de  todos  os  animaes  domésticos,  instituindo  uma  for- 
ragem de  superior  qualidade  e  preço  módico  que  deaominamos  forragem  de  canna, 
destinada  a  substituir,  com  vantagem  a  qualquer  outra  de  proceiencia  estran- 
geira, som  excepção  da  própria  alfafa,  ou  nacional,  para  base  do  regimen  estabular, 

A  forragem  de  canna  contendo  todas  as  propriedades  da  canna  fresca,  com 
excepção  da  agua  e  da  chloropliylaa,  constitue  uui  alimento  concentrado  e  rico  de 
assucar  que  offerece  uma  nutricção  solida,  facilitando  ao  mesmo  tempo  uma  di- 
gestão regularizada,  sem  as  frequentes  perturbações  a  que  o  abuso  das  forragens 
verdes  sujeitamos  animaes. 

A  riqueza  saccharina  da  forragem  de  canna,  superior  a  50  %  do  seu  peso,  pois 
a  canna  contém  até  perto  de  20  %  e  na  sua  transformação  em  forragem  perde 
mais  de  70  %  de  agua,  dá-lhe  um  valor  inestimável  e  a  colloca  fora  de  linha 
como  forragem,  pois  o  assucar  cahindo  no  estômago,  ô  quasi  immediatamente 
aproveitado  para  augmento  das  matérias  gordurosas  e  nutritivas  e  tem  admirave' 
poder  na  engorda  e  na  nutrição  dos  ossos. 

Com  a  eliminação  da  agua  a  forragem  de  canna  corrige  se  do  defeito 
das  gramíneas  forrageiras  em  geral  —  o  de  não  ser  possível  comerem  os  aDi- 
maes  tanto  delias  quauto  exige  a  manutenção  da  força  de  seu  corpo  —  ao  passo 
que  o  seu  abunlante  assucar,  unctuosidade  o  maciez  provocam  salivação  prompta, 
abundante  e  emoliente,  dádhe  passagem  suave  polo  esophago  e  fácil  digestão 
estomacal. 

Por  ser  um  corpo  triturado  e  macio,  a  forragem  de  canna,  além  de  ser  isenta 
do  inconveniente  de  engasgar  o  animal,  como  o  farelo  de  trigo,  não  maltrata-lhe 
abocca  callejando-a  e  ferindoa,  como  se  dá  com  o  capim  ea  própria  canna  cortada 
à  machina  a  golpes  transversaes,  de  contacto  sempre  áspero  que  apresenta,  as 
vezes,  pontas  acudas  e  até  gumes  afiados. 

Em  exames  comparativos  que  fizemos  proceder  no  Laboratório  de  Analyses 
Chimicas  da  Escola  Polytechnica  o  na  Casa  da  Moeda,  a  superioridade  da  forragem 
de  canna  sobre  a  alfafa  ficou  evidenciada  pela  sua  maior  quantidade  de  substan- 
cias alimenticias  e  digestivas. 

Diversos  factores  determinam  o  valor  de  uma  forragem,  mais  incontesta- 
velmente o  que  não  illude,  o  que  decide  em  primeiro  logar  é  o  seu  consumidor  — 
o  próprio  gado.  Os  bois,  oscavallos,  os  muares,  os  suinos:  todos  os  animaes  do- 
mésticos, acceitam  com  satisfação  e  de  plano  a  forragem  de  canna. 

Praticamente  o  valor  da  forragem  de  canna  se  observa  nos  engenhos  de  as- 
sucar, onde  no  período  da  mo.igem,  que  coincide  com  a  estiagem,  os  animaes 
alimentam-se  quasi  exclusivamente  dos  resíduos  da  fabricação,  e  não  só  resistem 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AHKiniLTUUA 


galhardamente  ao  trabalho  forçado  da  campanha  da  colheita,  cjmo  engordam  á 
vista  de  olhos,  afinam  o  pello  e  apresentam  vivacidade  notável.  Não  ha  uo 
Brazil  cavallos  tão  fortes  e  resistentes  como  os  da  zona  assucareira  do  norte,  e  ao 
sul  se  assemelham  muito  a  elles  os  do  municipio  assucareiro  de  campos. 

Circumstancia  dignado  nota:  as  vaccas  de  leite  dos  engenhos  de  assucar,  que 
durante  mais  de  metade  do  anno  se  alimentam,  principalmente  dos  residuos  da 
canna  emprega  la  na  fabricação,  são  imraunos  da  tuberculose,  tão  commum  nos 
estábulos  em  geral. 

As  novas  applicações  a  que  por  essa  invenção  so  adapta  a  canna— as  cervejas, 
a  pólvora  sem  fumaça,  e  principalmonte,  a  forragem— constituem  beneficio  real  e 
patriótico,  pois  nenhuma  outra  lavoura  reúne  taes  condições  de  lloroncencia  em 
todo  o  território  do  Brazil,  do  littoral  ao  alto  sertão,  nas  cabeceiras  do  Prata  ou  na 
foz  do  Amazonas,  qual  esta,  que  já  constituiu  a  principal  fonte  do  ronda  do  paiz  e 
ainda  hoje  o  continua  ser  em  diversos  Estados,  resistindo  na  luta  desigual  com  a 
beterraba  dptada  de  mão  de  obra  abundante  e  baraate  e  armada  de  todos  os  artificio 
o  favores  da  industria  e  capital  europeu. 

Mas,  a  transformação  da  preciosa  praminea,  em  rica  forragem,  vae  levar  con- 
forto aos  ílagellados  habitantes  da  zona  agrícola  o  da  região  criadora  do  Norte. 
O  sertanejo  criador  terá  nella  uma  alimentação  faria  a  enceleirar  no  bom  tempo, 
acautellando-se  para  periódica  épocha  das  vaccas  magras  e  o  senhor  da  engenho, 
quando  o  preço  do  sacco  de  assucar,  nas  crises  amiudadas  do  meivaio,  não  lhe  re- 
munerar o  custo  da  producção,  poderá  explorar  a  industria  de  criar,  refazer  e  en- 
gordar gado,  ensaccar  a  sua  canna  de  assucar  no  porco,  no  boi,  no  cavallo  e  fa- 
zel-a  caminhar  a  quatro  pés  para  as  feiras  e  mercados. 

Resumindo,  como  constitutivos  do  privilegio  o  seguintes 


CARACTERES 

Io,  triturar  a  canna  para,  em  fraumentos  triturados,  applical-a  a  qualquer 
utilidade  industrial,  jà  conhecida  ou  nova. 

2o,  seccaracanna  triturada,  ou  machucada  ou  desfibrada  oti  moida,  para  con- 
serval-a  ou  transportai  a  á  distancia. 

Z",  embalar  a  canna  secca  triturada,  ou  machucada  ou  desfibrada  ou  moida, 
comprimindo-a  em  blocos  saltos,  ou  amarrados  com  cordoalha  ou  aramo,  ou  guai'- 
nocidos  com  tola  de  qualquer  natureza. 

4o,  ensaccar  a  canoa  s  icca  triturada,  ou  machucada  ou  desfibrada  ou    moida. 

5o,  applicar  a  canna  secca  triturada,  ou  machncada  ou  desfibrada  ou  moida,  a 
qualquer  industria  ou  uso. 

6o,  fazer  da  canna  forragem  secca  para  alimentação  dos  anoimaes. 

7o,  a  denominação  de '•canna  secca  triturada"  que  damos  ao    nosso    produeto. 

8°;  denominação  especial  de  "forragem  de  canna"  que  damos  ao  nosso  me3mo 
produeto  quando  destinado  á  alimentação  dos  animaes. 


Exportação  de  rumo  jielo    lCstaclo  cio   liio   GS-x-íiiicle  tio 
]>íoi-te 


Kuogrammas 

1900 000  450$000 

I00Õ 4.256  2;788$000 

1904 Í6.992  2R:992$000 

1903 300  45OSO0O 

1905 3.600  4:9-0.^000 

1901 5545  3:780*000 


A.  manufactura  cio  rumo  n.»  Bahia 


RELAÇÃO  DAS  FABRICAS  DF.  CIGARROS,  CHARUTOS  E  DEPÓSITOS  EXISTENTES  NOS  DIS- 
TRICToS  ABAIXO  INDICADOS,  C0MPREJ1ENDID0S  NO  LANÇAMENTO  HO  IMPOSTO  DE 
INDUSTRIA  E   PROFISSÃO  DO  EXER' ICIO  DE    19116. 


DJSTK1CTOS 

NOMES 

RUAS 

Conceição.     .     . 
Mares  .... 

Fabricas  de  cigarros 

Manoel  Pacheco 

Mesquita    &  Comp 

Bastos  &  Maia 

Leite  &  Alves 

Martins  Fernandes  &   Comp.     . 
.José  Pereira  &   Comp.     .     .     . 

Rua  Manoel  Victorino. 
Corpo  Santo. 
Mercado  de  S.  João. 
Rua  da  Calçada. 

Largo  dos  Mares. 

Brotas.     .     .     . 

Fabricas  de  charutos 
Viuva  Machado 

Rua  das  Sete  Portas. 

Conceição .     .     . 

Depósitos 

Francisco  V.  de  Mello. 
Paulino  Lopes  Carneiro 
C.   Mello  &   Comp.     . 
Cezar  Augusto  &  Maia. 
M.  da  Silva  Ferreira  . 

Rua  da  Alfandega. 
Merca io  de  S.  João. 
Rua  de  Santa  Barbara. 
Travessa  do  Garapa . 
Rua  Formoza. 

Dannemann  &  Com.     . 
F.    Ferreira  &  Comp. 

»  das  Priucezas. 

»    »           » 

SOCIEDADE     NACIONAL      DE     AGRICULTORA 


Relação  das  fabricas  de  charutos  existentes  no  districto  da  collectoria  da 
cidade  de  S.  Félix  —  Bahia 


o 

ORDEM 

SITUAÇÃO 

PROPRIETÁRIOS 

1 

2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 

Ia  ordem 
1»      » 

ò"        » 
6a       » 
1»       » 
3"      » 
6»      » 

S.  Fclix 
Muritiba 

Dannoraann  &  Comp. 
Costa  Ferreira  &  Penna. 
Stonder  &  Comp. 
Manoel  Pedro  Barreto. 
Francisco  Pereira  &  Comp. 
Dannomann  &  Comp. 

Alberto  Waldliein. 

Exportação  de  charutos  no  Estado  da  Bahia,  no  quinquénio  1902-1906 


ANNOS 

VOLUMUS 

CHARUTOS 

VALOR  OFFICIAL 

1902 

1903 

4.340 
5.001 
4.932 

5.5H2 

44.172.C07 
51.861.395 
52.437.1  ir, 
60.714.756 
62.116.355 

1.198:323$067 

1.367:0281120 

1904 

l.::s0:75::^si 

1.036:748$0'.K) 
1.672:073$240 

5.675 

Exportação  de  fumo  no  Estado  da  Bahia,  no  quinquénio  1902-1906 


ANNOS 

VOLUMES 

PESOS 

VALOR  OFFICIAL 

1902 

1903 

1904 

1905 

1906 

602.925 
311.836 
330.950 
258.509 
316.031 

43.447.770.500 
21.020.110 

23.137.794.500 
17.904.052 
22.757.460 

20.497:126*045 
12.889: 7 1 C$582 
10.837:004$430 
8.564:014$465 
10.736:095$207 

Directoria  das  Rendas  da  Babia,  29  de  agosto  de  1907,  Flaviano  Cunha  Freire, 
escripturario. 


^ã^-jjH^€«- 


PARTE  COMMERCIAL 


Março  s  abril  de  1908 


Café 

Venderam-se  172.000  saccas  contra  160.000  do  anterior. 

Entraram  176.861  saccas  contra  293.162  no  mez  passado. 

Embarques  —  274  719  .saccas  contra  281.637  no  mez  anterior. 

Existência  no  dia  15  —  435.844  saccas  contra  493.368  no  dia  29  de  fevereiro. 

Existência  no  dia  31  —  392.510  saccas  contra  435.844  do  dia  15. 

As  cotações  foram : 

1*  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  n.  6 5$400  a  5$500  3$676  a  3$744 

»   »  7 5*100  »  5$200  3*472  »  3$540 

»   »  8.  .....  .  4$900  »  5$000  3$336  »  3$404 

»   »  9 4$700  »  4$800  3$200  »  3$268 

5a  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  n.  6 5$200  a  5*500  3*540  a  3$744 

»      »  7 4$900  »  5*200  3$336  »  3$540 

»      »  8 4*700  »  5$000  3$200  »  3$404 

»      »  9 4*500  »  4$800  3$064  »  3*268 

As  entradas  no  Rio  de  Janeiro  foram  : 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brasil 50.421 

Cabotagem 20.172 

Barra  Dentro 105.268 

Vigoraram  para  o  typo  7,  do  3$400  a  3*600  por  10  kilos  contra  3*550  a  3$650 
do  mez  anterior. 

Na  Bolsa  registraram-se  três  preços,  na  primeira  quinzena,  5.90  c.  em  7  e  9  ; 
5.85  c.  em  2,  3,  4,  6  o  10  ;  5.80  c.  nos  outros  dias  ;  na  segunda  quinzena,  5.80  em 
16  e  17  ;  5.75  nos  dias  18  o  19  ;  5.85  no  dia  20  ;  5.80  no  dia  21  ;  5.65  no  dia  23  ; 
5.70  nos  dias  24  e  25  ;  5.75  nos  dias  26,  27  e  28  e  5.70  nos  dias  30  e  31 . 

A-tox-il 

Venderam-se  180.000  saccas  contra  173.000  no  mez  anterior. 

Entraram  146.773  saccas  contra  185  863  no  mez  anterior. 

Os  embarques  foram  do  160.006  saccas  contra  483.277  no  mez  anterior. 


SiOIKHADE     NACIONAI,     HE     A(',lilf:i;i/n  HA 


Existência  no  dia   15  de  abril  403.405  saccas  contra  392.510  no  dia   31   de 
marro. 

Existência  nu  dia  30  de  abril  372.277  saccas  contra  40:;.4u5  no  dia  15  de  abril. 


COTAÇÕES 

1"  quinzena. 

Por  arroba 

Tnr  111  leiloa 

6.     .     . 

.     .     .          5$200  a  5S500 

3$540  a  3$744 

7.      .      . 

.     .     .          4$900  »  5$2O0 
.      .     .          4$700  •■  4$900 

3$336  »  3$540 
3$200  «  3$336 
::s034  »  3$200 

»   » 

.     .     .          4s500  »  4$700 

2'  quinzena 

Tor  arroba 

Por  10  kilos 

.     .     .          5s400  a  5S«00 

3$676  a  3$949 

7.  .      . 

8.  .     . 

.     .     .          5$ 100  *  5s500 
.     .     .           4$300  »  5$200 
.      .      .           4$600  »  5$000 

3$472  »  3S744 
3$268  »  3$540 
3$ 132  »  3$404 

Em  Nova  York,  o  Lypo  7,  disponível,  cotou-se  na  primeira  quinzena  a  6  c.  por 
libras  e  do  dia  16  ao  dia  28,  continuou  com  a  mesma  cotarão,  sendo  cotado  a  29  o 
a  30  do  moz  a  6  '/10. 

Na  Bolsa  registraram-se  os  seguintes  preços:  5.70,  nos  dias  1  a  4  ;  5.65,  nos 
dias  r,a  11;  5.60,  nos  dias  13  a  15  ;  5.1,0  nes  dias  16  a  25  ;  5.70,  a  27  ;  5.80,  era 
28  e  29  e  5.75,  no  dia  30. 

As  entradas  do  Rio  retalhadamente  foram  : 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 47.576 

Cabotagem 9.199 

Barra  Dcntr, 89.938 


Total 14*5.773 

Géneros  importados  em  março  e  abril 

Qualidade  Quantidade  Preços 

Banha  americana  .     .     .        14.150  barris    ....        s700  a    $720  a  libra 

»  ....  150  caixas    ....       1$200  a  ls220  a  de  lata 

Farinha  de  triío  .     .     .        47.137  barricas.     .     .     . 

MARi  O 

/-1  quinzena 


Americana  (barrica)    .     .     . 
»  (sacca)  —  Não  ha. 


A    LAVOURA 


Rio  da  Prata: 

Primeira  qualidade 24$0j0 

Segunda          »        23Ç000 

Terceira         »        21 $500 

Moinho  Ingloz: 

Nacional ■ 24$000 

Brasileira 23«£00 

Buda-Nacional 25$200 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$000 

O.  O   ...     • 23S000 

2»  quinzena 

Americana  (barrica) 25$000 

»  ísecca)  —  Não  ha. 

Rio  da  Prata: 

Primeira  qualidade 24$500 

Segunda         »        23*500 

Terceira         »        • 2ã$Òd 1 

Moinho  Inglez: 

Nacional 83$500 

Brasileira .  22$700 

Buda-Nacional 24S700 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$000 

O.  O 23S000 

ABRIL 

fi  quinzena 

Americana  (barrica 25$Ó00 

»  (sacea)  —  Não  ha. 

por  2  saccas 

Rio  da  Prata: 

Primeira  qualidade 23&500 

Segunda  »        22$500 

Terceira         »        21$000 

Moinho  Inglez: 

Nacional 23$500 

Brasileira 22$700 

Buda-Nacional 24$700 

Moinho  Fluminense: 

S.    Leopoldo 23$5G0  a  24$000 

O.  O 3*4500  »  23$900 

3124  9 


Ií8  SOCIEDADE     NACIONAL     DE      AGRICULTURA 

MARÇO 

Manteiga  —  1.945  caixas  : 

i*  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$550  a  2$560 

Brétel  Fròres  (latas  sortidas) 2.^2r,o  »  2$300 

Lepelletier 2$520  »  2$540 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1  $850  »  1$950 

Esbousen  —  Não  ha. 

L.  Bruni 2$560  »  2$600 

Busck  Júnior â$500  »  2$540 

Mosdst 2$200  »  2$250 

Outras  marcas 1$850  »  2$000 

A  nacional  vendeu-se  de  3$  a  3$600  e  a  do  Sul  de  2$200  a  2$500. 

2&  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2x540  a  2$560 

Brètel  Frères  (latas  sortidas) 2$300  »  2$350 

Lepelletier 2$500  »  2$320 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  »  1$950 

Esbousen  —  Não  ha. 

L.  Brum 2$580  »  2$600 

Busck  Júnior 2$500  »  2$520 

Mosdst 2$200  >  2$250 

Outras  marcas 1$850  »  2$000 

ABRIL 

Ia-  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) ã$540  »    2$55ú 

Brétel  Fréres  (latas  sortidas) ã$300  »    2$350 

Lepelletier 2$500  >    ã$520 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  »     l$950 

Esbousen  —  Não  ha. 

L.  Brura 2s5:>0  »    2$5S0 

Busck  Júnior 2$500  »    2s520 

Mosdst 2$2Cn  >    2$220 

Outras  marcas l$800  »    2$000 

A  nacional  veudeu-se:    a  de  Minas  de  :;s  ;J0  a   3$S00   e   a  do  Sul   de  2s-'0ú 

a  2$50O. 

i"-  quinzena 

Os  preços  foram  os  seguintes: 

Demagny,  Isigny  (latas  sortida<) 2$520  a  8$530 

Brétel  Fròres  (latas   sortidas) 2$300  »  2$320 

Lepelletier 2$ 480  »  2$ 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  s>  1$900 


A  LAVOURA 


L.  Brum  .  .  . 
Busck.  Júnior.  . 
Marclet.  .  .  . 
Outras  marcas  . 
A  nacional  vendeu-se: 
2*500. 


2*550  »  2$560 

2$400  »  8$450 

2$200  »  2$250 

I$800  »  2$000 

do    Minas  de  3$400   a  3.S600   o   a  do  Sul  do   2$200 

Géneros  nacionaes 


A-S"  uardente 

As  entradas  na  primeira  quinzena  furam  pequenas,  ao  mesmo  tempo  que  o  mer- 
cado consorvou-se  com  alguma  procura  e  sahidas  regulares.  Assim  sua  posição 
tornou-se  firme,  dando-se  alta  nos  preço*. 

Na  segunda,  conservou-se  firme  augmentando  depois  as  oliertas  do  género  a 
chegar,  os  preços  baixaram,  sem  que  os  negócios  se  tornassem  animados. 


1 

a  quinzena 

pipa  de  480  litros,  base  de  20  gráos: 

Campos 175S0OO  a  180$000 

Angra     .     .     . 

190$0ú0  »  195$000 

Paraty   .     .     . 

195$000  »  2()0$000 

Maceió   .     . 

185$000  »  190$000 

Aracaju  . 

185$0OO  »  190*000 

Pernambuco 

185$000  »  190|000 

Bahia.     .     . 

180$000  »  1*5*000 

Parahyba    . 

185*000  »  190$000 

Laguna  .     . 

170$000  »  175*000 

Itajahy   .     . 

170$000  »  175$000 

Mangaratiiu 

190|0  >0  »  195$00J 

Paranaguá  . 

1 70.5000  >  I75$000 

"  quinzena 

Campos 

170$000  a  175$000 

Angra     .     . 

180$000  >  185$000 

Paraty    .     . 

185$000  »  190$000 

Maceió    .     . 

I75$000  »   1'":- 

Aracaju  .      . 

175$O0O  »  1S0$000 

Pernambuco 

I75$000  »  180s000 

Bahia.     .     . 

17OSOÕ0  »   175$000 

Parahyba     . 

175$000  »  180$000 

Laguna   .     . 

.       170$000  »  175*000 

Itajahy    .     . 

.       170$000  »  175$000 

Mangaratiba 

.     . 

180$000  »  185$000 

Paranaguá  . 

170$000  s>  175$000 

!DADE  MAC10NA] 


Álcool 

Na  primeira  quiazoua  o  mercado  mantove-se  om  boa  posição  do  estabilidade, 
tendo  os  preços  obtido  ligeira  alta.  A  procura  do  ganoro  foi  mais  desoa volvi  da 
com  sinidas  regulareis.  Na  segunda  houve  baixi  1103  preços,  mostrando-se  o  mer- 
capo  bastante  indeciso. 

V"  quinzena 
As  cotações  foram  as  seguintes,  por  pipa,  sem  casco: 

40gráos.     .     .     , 205$000  a  300$000 

S8      » 280|000  »  285$000 

36      »    270$000  >  275$000 

2a  quinzena 

40  gràos 290$000  a  295$000 

38   » ãTõ^OOO  >  280$0u0 

36   > 265$O0O  >  2?0$000 

Algodão  em   rama, 

Esteve  até  o  dia  15  muito  calmo  o  mercado  deste  producto,  tendo-se  realisado 
vendas  a  preços  em  grande  disparidado  com  os  centro3  produetores.  Na  segunda 
quinzena  as  noticias  de  Liverpool  foram  muito  desanimadoras  ;  aqui  os  preços 
sustentaram-se  bem. 

í"  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  15  de  fevereiro 10.365 

Entradas  : 

Pernambuco 7. 103 

Parahyba 4.310 

Mossoró 2.281 

Assú 1.923 

Maceió 1-450 

Natal 1.036 

Ceará 300 

Maranhão 199         18.632 

28.997 
Sahidas  dos  trapiches 10.037 

Existência  no  dia  o 1 18.960 

Preços : 

Pernambuco I  2$  3  00  a  12.^00 

Rio  Grande  do  Norte 12$000  »  12$  100 

Coará 12$000  »  12J400 

Parahyba 12$000  »  12?100 

Penedo  —  (Nominal), 
Sergipe  —  (Nominal) . 


2a  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  29  de  fevereiro    .     , 12.945 

Entradas : 

Mossoró 2.1 12 

Pernambuco 2.020 

Assú 1.200 

Natal. 1,148 

Parahyba 300 

Coará 300 

Maceió 300 

Maranhão 135         7.51o 

20.460 
Saliidas  dos  trapiches 10.095 

Existência,  no  dia  15 ■     ■        10.365 

Pregos  : 

Pernambuco 12$300  a  IE$600 

Rio  Graude  do  Norte 12s300  >•  l?s<>0i> 

Ceará 12.S300  »  lã$600 

Parahyba 12$300  »  Lã$600 

Penedo—  (Nominal), 
sorgipe  —  (Nominal). 

Assucar 

Os  supprimentos  continuaram  avultados  na  primeira  quinzena,  tendo  os  preços 
soffrido  baixa  e  maior  parto  do  movimento  realisado  para  liquidações.  Na  segunda 
quinzena  esteve  indeciso  esto  mercado. 

Os  preços  regularam  como  so  segue  : 

P  quinzena 
Pernambuco  : 

Branco  usina $550  a  $560 

»       crystal y555  »  $565 

»      3a  sorte s525  »  $530 

Crystal  amarello $4(30  »  >?470 

Mascavinho $400  »  $460 

Somenos s450  »  $460 

Mascavo  bom $340  »  $350 

»       regular $335  >  $340 

Sergipe  : 

Branco  crystal S530  »  $550 

Mascavinho $380  »  $460 

Mascavo  bom $349  >»  s350 

»        regular $330  »  $335 

Branco  crystal $550  »  $560 

Mascavinho $440  »  .s450 


132  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Bahia  : 

Branco  crystal* $570  »  $590 

Santa  Catharina  : 

Mascavinho $360  »  $380 

2a  quinzena 
Pernambuco  : 

Branco  usina $550  a  $500 

»      crystal s530  »  $510 

»      3a  sorte $520        — 

Crystal  amarello $440  a  $470 

Mascavinho $360  »  $400 

Somenos $420  »  $430 

Mascavo  bom $340  »  $350 

>         regular  .     s32ô  »  $330 

Sergipe  : 

Branco  crystal $530  »  $550 

Mascavinho ^360  »  $450 

Mascavo  bom S340  »  s350 

»        regular 8325  »  $330 

Campos : 

Branco  crystal s5:íõ  »  s540 

Mascavinho $380  »  $420 

Bahia  : 

Branco  crystal s550  »  $570 

Santa  Catharina  : 

Mascavinho $350  »  $370 

Cerea.es 

ía  quinzena 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre  novo  .     .     .     .  18$000  »  1 8$500 

»      velho  15$000  »  16$000 

»         »      de  Santa  Catharina     ....  —      »  17*000 
»      do  Paraná  —  Não  ha. 

»     mulatinho     .     .     .          19$000  a  20$000 

*      manteiga 22$000  »  24$000 

»      enxofre 18$000  »  20$000 

»      de  cores,  nacional 1 4$000  »  16$000 

»      branco,  estrangeiro 20s000  »  2I$000 

»      amendoim       »        —        19$000 

Farinha  de  mandioca   especial 0$000  »    9$400 

>  »            »            fina 8$000  »     8$500 

»        »           >           peneirada    ....  7$600  >    7$800 

»        »           »           do  Norte —             — 

>  »           »            grossa,    Laguna    .     .  6$500  »    6$800 

>  »            »           Porto  Alegre    .     .     .  6$800  »    7$000 


A  LAVOURA 

Arroz  nacional 25$000  >  28$000 

»      inferior 18$000  >  22$000 

Milho  amarello,  do  norte  —  Não  ha. 

>  »         da  terra 7$000  »    7$400 

»      branco        »        » .  6$500  »    7$000 

Amendoim  em  casca 8$000  »    8$500 

Cangica    .     .     .     • 15$000  »  17$000 

Favas U$000  s»  11$500 

Kílograroma 

Alpiste $360  a      $400 

Batatas  nacionaes $160  »      $200 

»      estrangeira  —  Nominal . 

Fubá  de  milho $130  »      $200 

Maite  em  folha  .     .     . $400  »      $500 

Tapioca $300  »      $360 

Polvilho •     .     .     .     .  -S200  »      $220 

Carne  de  porco $960  »     1$000 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) 1$200  »    1$400 

2*  quinzena 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre  novo  ....  18$000  a  18?500 

»      velho —             — 

»         »     Santa  Catharina —         17$000 

>  Paraná  —  Não  ha. 

»      mulatinho 20$000  »  21  $000 

»      manteiga 26$000  »  28$000 

»      onxofre 18$000  »  19$000 

»      de  cores,  nacional 14$000  »  16$000 

»      branco  extrangeiro 20$000  »  21$000 

»      amendoim  extrangeiro —        l'.)$000 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$000  a    9$500 

»          r,          »          fina 8$000  »    8$500 

»         »    peneirada 7$600  »    7$800 

>         »    mandioca  do  norte.     .     .     .'    .  —           — 

»         »           »         grossa,  Laguna.     .     .  6$500  »    6$800 

»         »           >               »      Porto   Alegre.  6$800  »    7$000 

Arroz  nacional 25$000  »  28$000 

»      inferior 18$000  >  22$000 

Milho  amarello,  do  norte  —  Não  ha. 

»             »         da  terra 7$000  »    7$20O 

»      branco         »      » 6$500  »    7$000 

Amendoim  em  casca 8$000  »    8$200 

Cangica 14$000  »  16$000 

Favas 11$000  »  15$500 

Kilogramma 

Alpiste $360  a    $400 

Batatas  nacionaes $160  »    $200 

»        estrangeira  —  Nominal. 


134  SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Fubá  de  milho $130  »    $200 

Matte  om  follia $40u  »    $500 

Tapioca —  — 

-  Polvilho $200  »    $220 

Carne  de  porto 1$000  »  IslOo 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) I$lu0  »  1$300 

Fumo  eui  rolo 

O  mercado  esteve  estável,  realisando-se  negócios  regulares,  com    pequenas 

alterações  nos  preços.  O  movimento  da  segunda  quinzena  foi  mais  ou  menos  desen- 
volvido, sem  alteração  nas  cotações  da  quinzena  anterior. 

As  cotações  foram: 

i"  quinzena 

Do  Minis,   especial 1$600 

»         superior          Is400 

»          segunda 1$800 

»         ordinário 1$000 

Goyano  superior .  2$400 

»       segunda 1$700 

Baixo  —  Nominal. 

Rio  Novo,  superior 8$400 

segunda li^OO 

»        baixo 1$200 

Pomba,  superior I$600 

»        segunda 1*200 

»         baixo  —  Nominal. 

Carangola 1$500 

Pieú,  especial 2$800 

»      primeira 2$000 

»      segunda 1$200 

Bahia IslOO 

Pernambuco  —  Não  ha. 

2K  quinzena 

De  Minas,  especial ]$G00 

»         superior ]$400 

»         segunda 1$200 

»         ordinário ]$000 

Goyano,  superior •     .     .     .     .  2$400 

»        segunda     .          1$700 

»       baixo—  Nominal. 

Rio  Novo,  superior 2$400 

»         segunda l$800 

»         baixo 1$200 

Pomba,  superior 1$600 

»       segunda 1^200 

>       baixo  —  Nominal. 


A  LAVOURA  13". 

Carangola lijSOO 

Picii,  especial 2?800 

>»    .primeira 2$000 

»      segunda 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco  —  Não  ha. 
Fumo  em  folha  :  Rio  Grande,  de  15$  a  2o$000. 

Sal:  entraram  3.283.506  por  cabotagem  do  nacional  que  so  cotou  de  1$900 
a  2x000. 

AHRIL 

A.g-ixa.i.*clento 

Na  primeira  quinzena,  o  mercado  de  aguardente  esteve  frouxo  e  indeciso,  sendo 
de  suppor  que  se  registre  baixa  nos  preços  ;  as  remessas  foram  regulares. 

Na  segunda  quinzena,  continuou  apathica  tendo  se  realisado  algumas  vendas 
de  pouca  importância.  Nessa  mesma  quinzena  recebeu-se  noticia  da  frouxidão  do 
mercado  do  norte,  de  onde  teem  vindo  offertas  baixas  e  desencontradas. 

Os  preços  por  -18  litros  regularam : 

Va  quinzena 

Campos 165$000  a  170$000 

Angra 175$000  »  180$000 

Paraty    165$000  »  170$000 

Maceió 165$000  »  170$000 

Aracaju lf..r>$O0O  »  170$000 

Pernambuco 170$000  »  I75$000 

Bahia lc.5.§000  »  170$000 

Parahyba ÍOÕ^OOO  »  170^000 

Laguna lr.5$000  »  170$000 

Itajahy    . 170$000  »  175$000 

Mangaratiba 175$000  »  180$000 

Paranaguá 165$000  »  170S000 

2a  quinzena 

Campos 100$000  »  165S000 

Angra 170$000  »  175s000 

Paraty  175$000  »  180$000 

Maceió 160$000  *  165$000 

Aracaju 160x000  »  165$000 

Pernambuco 1<15$000  »  170$000 

Bahia 1  õõ$000  »  100$000 

Parahyba 160$000  »  105$000 

Laguna 160$000  »  1 050000 

It-ijahy KiiisOOO  »  105$000 

Mangaratiba 170$000  »  175^000 

Paranaguá 160$000  »  165$000 

3124  10 


136  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Álcool 

Os  compradores  estiveram  durante  a  primoira  quinzena  um  tanto  afastados, 
aguardando  futuras  evoluções  do  mercado;  na  segunda  quinzena  notou-se  pouca 
procura  para  novos  negócios,  e  os  preços  estiveram  fracos  o  fecharam  com  baixa. 

í*  quinzena 
Por  pipa  sem  casco: 

40  gráos 280$000  a  290$000 

38   »    270$000  >  280$000 

36   »     260$000  >  270$000 

2*  quinzena 

40  grãos 250$000  a  250$000 

38   »    235$000  »  240$000 

36   »    225$000  »  230$000 

Alyoilão  em  rama 

As  noticias  de  Liverpool  continuaram  a  ser  desanimadoras  ;  apezar  disso  os 
preços  sofifreram  ligeira  baixa  por  serem  insignificantes  as  entradas  nos  portos  de 
embarque  do  norte. 

Na  segunda  quinzena  continuaram  muito  desanimadoras  as  noticias  do  estran- 
geiro. 

/a  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  31  de  março 18.960 

Entradas  : 

Pernambuco 3.829 

Parahyba 1.970 

Ceará 1.700 

Mossoró 1.350 

Natal 200         9.049 

28.009 
Sahidas  dos  trapiches  .     .     • 1 1 .  177 

Existência  no  dia  15  de  abril 19.832 

Preços : 

Pernambuco 12S000  a  12$300 

Rio  Grande  do  Norte 12$000  »  12$300 

Ceará 12$000  »  12$300 

Parahyba.     .     • Il$800  »  12$000 

Penedo  —  Nominal. 
Sergipe  —  Nominal. 


A  LAVOURA 


2»  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  15 10.83:2 

Entradas : 

Maranhão 1.771 

Pernambuco 1.636 

Parahyba 1.236 

Ceará 751 

Assú 491 

Piauhy 25         5.910 

22.742 

Sahidas  dos  trapiches 8.436 

Existência  no  dia  30 14.306 

Preços : 

Pernambuco 1 1$500  a  12$000 

Rio  Grande  do  Norte 11$500  »  12$000 

Ceará 1 1$500  »  12$000 

Parahyba 11$500  »  11$800 

Penedo  —  Nominal. 
Sergipe  — Nominal. 

Assucar 

Na  primeira  quinzena  de  abril  o  mercado  esteve  frouxo,  soffrendo  os  preços 
baixa  em  tudas  as  qualidades.  Os  únicos  negócios  dignos  de  nota  foram  feitos  em 
crystaes  amarellos,  e  um  lote  de  mascavos. 

Durante  a  segunda  quinzena  o  mercado  deste  producto  esteve  bastante  movi- 
mentado, realisando-se  transacções  em  todas  as  qualidades,  cujos  prejos  foram 
elevados,  fechando,  porém,  calmos. 

Os  preços  do  mez  continuaram  como  se  segue  : 

1&  quinzena 

Pernambuco: 

Branco  usina  —  Nominal. 

Dito  crystal     $510  a  $580 

Dito   3a  sorte —    »  $500 

Crystal  amarello $440  »  $460 

Mascavinho $360  »  $460 

Somenos  —  Nominal. 

Mascavo  bom $315  >  $320 

Dito  regular —    »  $310 

Dito  baixo —         — 

Sergipe: 

Branco  crystal $500  >  $520 

Mascavinho $360  »  $450 

Mascavo  bom $315  >  $320 

Dito  regular —        $310 

Dito  baixo —       $300 


18  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Campos: 

Branco  crystal S500  »  $520 

Mascavinho $260  »  $380 

Bahia: 

Branco  crystal —        $530 

Santa  Catharina: 

Mascavinho —         — 

2"-  quinzena 

Pernambuco : 

Branco  usina    $530  a  $540 

Dikx-rystal $520  »  $540 

Dito  3"  sorte $510  »  $530 

Crystal  amarello $450  »  $460 

Mascavinho $400  »  $480 

Somenos $-120  »  $440 

Mascavo  bom $335  »  $320 

Dito  regular $330  »  $335 

Dito  baixo $320  »  §325 

Sergipe: 

Branco  cry.stal $510  »  $540 

Mascavinho $410  »  $460 

Mascavo  bom $335  »  $340 

Dito  regular $330  »  $335 

Dito  baixo $320  »  $325 

Campos : 

Branco  crystal $520  »  $53C 

Mascavinho.     .     .     , —         — 

Bahia: 

Branco  crystal $540  »  $550 

Santa  Catharina: 

Mascavinho $300  »  $380 

Oereaes 


Ia-  quinzena 

Sacco 

Feijr.o  preto  de  Porto  Alegre,  novo.     .     .     .  18$500  a  19$000 

;>      velho —  — 

»      de  Santa  Catharina 17$000 

»      do  Paraná    17$000 

»      mulatinho 21$000  »  22$000 

»      manteiga 26$000  »  28$000 

>.      enxofre 20$000  >  21$000 

»      de  cores,  nacional 14$000  »  16$000 

»      branco  oxtrangeiro —         20$500 

»      amendoim      »        —         19$000 


A  LAVOURA 

Farinha,  do  mandioca  ospecial I0,j;500  »  1 1$500 

»        »         »           fina           10$500  »  11$000 

»       peneirada 9$000  »  10$0>» 

»       do  Norte —            — 

»       grossa,  Lagana 7$800»    8{000 

»            »      Porto  Alegre 7$800  »    8$000 

Arroz  nacional 22$000  »  25$000 

»      interior 14$OO0  »  18|000 

Milho  amarello  do  norte  —  Não  ha. 

»          »        da  terra 7$000  »    7$800 

»      branco      »       » 6$600  »    6$00) 

Amendoim  em  casca 7$500  »    7$000 

Cangica I6$OOo  »  18$000 

Favas 11$500  »  12$000 

Kilograinma 

Alpiste $360  a    $380 

Batatas  nacionaes $140  »    $160 

i>       estrangeiras  —  Nominal. 

Fubá  de  milho $140  »    $180 

Matte  em  folha $400  »    $500 

Tapioca —           — 

Polvilho ...  $300  »    $220 

Carne  de  porco $9J0  »  LsOOO 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) 1x100  »  1$300 

Sacco 

Foijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo.     .     .     .  18$000  a  18$5O0 

»      velho —            — 

»         »      de  Santa  Catuarina 17$003  »  18$000 

do  Paraná 17,s000  »  I8$O00 

»      mulatinho IOsOjO  »  20$000 

»      manteiga 2ô$000  »  28$000 

»      enxofre     19$000  »  20$003 

»      de  cores,   nacional 14$000  »  l(i$000 

»     branco,  estrangeiro 18$000  »  20$000 

»      amendoim,      »        —          18$000 

Farinha  de  mandioca,  ospecial 1 0**  00  »  11  $000 

»        »            »          tina           9$000  »    9$500 

»       »           »         peneirada 9$000  »    9$500 

»       »  »        do  norte 

>.        >■           »         grossa,  Laguna  ...  r,$500  »    8$000 

»        »            »               »      Porto  Alegre     .  6$500  »    8$000 

Arroz  nacional 23$000  «  27$000 

>      intui  ior 14$000  »  18$000 

Milho  amarello.  do  norte  —  Não  lia. 

»           »           da  turra 0$õ00  »    b$800 

>»      branco  da  terra 6*000  »    6$200 


liO  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Amendoim  em  casca 7$000  »  7$2000 

Cangica 15$000  »  l(i$000 

Favas 12$500  »  13$000 

Kilogramma 

Alpiste $360  »  $380 

Batatas  nacionaes $100  »  $180 

»       estrangeiras  —  Não  ha. 

Fubá  de  milho $130  »  $i00 

Matte  em  folha $400  »  $500 

Tapioca —  — 

Polvilho $180  »  $820 

Carne  de  porco $760  »  $860 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) l.$000  »  1$200 

Fumo  em  rolo 

As  cotações  do  mez  foram: 

De  Minas,  especial 1$600 

»         superior 1$400 

»         segunda 1$200 

»         ordinário $800 

Goyano,  superior ã$400 

>        segunda 1$700 

»        baixo — Nominal. 

Rio  Novo,  superior 2$400 

»       segunda 1  $800 

»       baixo 1$200 

Pomba,  superior 1$000 

»        segunda 1$200 

»        baixo  —  Nominal. 

Carangola 1  $500 

Picú,  ospeciai 2$800 

»      primeira 2$800 

»      segunda •     .     .     .     .  1$200 

Bahia 1x100 

Pernambuco  —  Não  ha. 
Para  as  procedências  do  Rio  Graude,  o-<  fumos  velhos   regularam  de  15$  a  20$ 
e  para  os  novos  de  1 1$  a  15$  por  arroba. 

Sal 

Entraram  7.404.465   kilos  por  cabotagem,  do   nacional   que  se  cotou  de  2$  a 
2$  100  por  40  litros. 

Mercado    monetário 

MARÇO 

A  importância  de  ouro  na  Caixa  de  Conversão  a  15  do  março  era: 

Libras  esterlinas ,     .    5.711.041-10 

Fiancos  , .        10.543.480 


A  LAVOURA  1 

Marcos 4'JO 

Dollars 125.505 

Liras 2.650 

Coroas   austríacas 110 

Pesos  argentinos    ...........  2.145 

Pesetas  hespanholas 110 

Ouro  nacional 107:100$000 

A  importância  de  notas  conversíveis  em  circulação  era  de  98.G92:740$000. 

EM   30   DE    MARÇO 

Libras  esterlinas .    \  5.659.253 

Francos 10.529.280 

Marcos 20 

Dollars 125.925 

Liras 3.790 

Coroas  austríacas 110 

Pesos  argentinos 2.150 

Pesetas  hespanholas 110 

Ouro  nacional , 113: 


A  importância  do  notis  conversíveis  em  circulação  ora  de  9.786: 170$000. 
O  preço  dos  soberanos  fora  da  Bolsa  foi  de  16$025. 

CAMBIO 

As  taxas  olliciaes  foram  as  mesmas  anteriores  de  15  1/8  d.  sobre  Londres  nus 
■rangeirus  e  15  3/16  d.  no  do  Brazil.  As  transacções  bancarias  tizoram-se 
a  esses  extremos  e  as  do  outro  papel  a  15  3/16  e  15  13/64  d.,  não  se  registrando 
movimento  digno  de  nota. 

Na  segunda  quiuzena  as  t ixas  uínciaes  mantiveram-se  inalteradas,  como  ni 
quinzena  anterior,  15  1/8  d. sobre  Londres  nos  bancos  estrangeiros  e  15  3/16  d.  no 
Banco  do  Brazil. As  transacções  bancarias  flzoram-se  a  esses  extremos  e  as  do  outro 
papel  a  15  3/16  e  15  13/64  d.  não  se  registrando  movimento  digno  de  nota. 

Os  extremos  das  cotações  : 

Londres,  90  d/v,  15  1/8  e  15  3/16  d. 

Pariz,  90  d/v $629  a  $632 

Hamburgo,  9)   d/v $776  »  $779 

Portugal,  3  d/v $325  >  $336 

Itália,  3  d/v $639  »  $640 

Nova  York,  á  vista 3$295  »  3$330 

Vales,  ouro —  1$793 

O  valor  offlcial  de  mil  réis  foi  de  500  a  5í33  réis,  ouro,  o  da  libra  do  15$803 
a  15$868. 

Ágio  de  ouro,  77,77  a  78,51  %. 


sm,:i..;dadk     NACIONAL     DK     AHIíICUI.TI  KA 


AHRIL 

A  existência  de  ouro  Da  Caixa  de  Conversão  a  15  de  abril  era  : 

Libras  esterlinas 5.592.498-10 

Francos 10.516.330 

Marcos "0 

Dollars 120. 237-50 

Liras 4.590 

Coroas  austríacas 100 

Pesos  argentinos 2.275 

Pesetas  hespanhol  is 240 

Ouro  nacional 126:120$0Q0 

A  30  de  abril: 

Libras  esterlinas 5.572.736-10 

Francos .  10.510.730 

Marcos 70 

Dollars 126.212.50 

Liras 4.610 

Coroas   austríacas 100 

Pesos  argentinos 2.280 

Pesetas  hespanholas 2  lo 

( luro  nacional 125:260$000 

O  preço  dos  soberanos  fora  da  Bolsa  foi  de  16§  125. 

CAMBIO 

As  taxas  officiaos  mantiveram-se  inalteradas  como  na  quinzena  anterior  a 
15  1/8  d.  sobre  Londres  nos  baucos  estrangeiros  e  15  3/16  d.    no  Banco  do  Brazil. 

As  transacções  bancarias   flzoram-se  a   esses   extremos  e  as  do  outro  papel   a 
15  3/16  o  15  13/64  d.  não  se  registrando  movimento  digno  de  nota. 

Os  extremos  das  cotações  foram 

Londres,  90  d/v  15  l/S  e  15  3/16. 

Pariz,  90  d/v x629  a    $63-1 

Hamburgo,  90  d/v s776  »    s780 

Portugal,  3  d/v 325  »      330  % 

Itnlia.  3  d/v $638  »    $640 

Nova  York,  á  vi  st» 3$395  »  3$310 

Vales,  ouro 1.795 

O   valor  omeial   de   mil   réis  fui  de  560  a  563,   ouro,  e  o  de  libra  de  15$S03 
a  15S80.S. 

Ágio  do  ouro  77,77  a  78,51  °/0- 


££&»$««€3 


BIBLIOGRAPHIA 


Temos  recebido  mais  as  seguintes  publicações  periodidas  com  as  quaes  de 
bom  grado  permutaremos  : 

American  Agriculturist,  de  Mova- York. — Vol.  81,  n.  6. 

La  Avicultura  Pructica,  órgão  da  Red  Escola  Official  de  Avicultura  e  da 
Sociedade  Nacional  de  Avicultores,  de  Barcelona.—  Anno  XII,  n.   137. 

Journal,  do  Departamento  de  Agricultura  o  de  Instrução  Teehuica  da  Irlanda. 
—8o  anno,  n.  2. 

Qimrlerly  Journal,  da  Universidade  de  Liverpool.— Vol.  111,  n.  6. 

La  Ensenanza  Normal,  do  México.— Anno  IV,  n.   10. 

El  Heraldo  Agrícola,  do  México. — Tomo  VIII,  n.  3. 

El  Progreso  Horlicola,  periódico  para  distribuição  gratuitx,  editado  pela  Casa 
Domingos  Basso,  de  Montevideo.— N.  2. 

Boletim  do  Instituto  Agronómico,  de  S.  Paulo.  Novo  periódico  que  ora  inicia 
sua  piiblioção  e  destinado  a  prestar  grandes  serviços  á  agricultura  como  se  de- 
preende de  seu  programma.  Diz  o  seu  director,  I)r.  Max  Passon,  no  artigo — 
Ao  Leitor — :  o  Boletim  publicara  mensalmente  o  relatório  da  actividade  interna 
ilos  labo/atoriLis  c  domais  repartições  do  Instituto,  as  experiências  nos  jardins,  nas 
plantações  de  café  no  Taquaral  e  no  Campo  de  Demonstrações  de  Nova  Odossa, 
acompanhadas  de  instrucções  adequadas  ;  um  quadro  das  observações  meteoro- 
lógicas de  cada  mez,  o  calendário  agrícola  referente  ao  mezsubsjquenti,  acom- 
panhado de  conselhos  prophylacticos  contra  os  dimniíieidores  animies  e  vegotaes 
e  meios  de  combater  os  ji  existentes. 

Revista  do  Museu  Municipal  de  lguape. — Vol.  I,  n.  1. 

Revista  Commercial.—  Temos  recebido  os  primeiros  números  desta  revista 
que  começou  a  ser  publicada  em  Fortaleza. 

O  Entomologo.—  Recebemos  o  primeiro  numero  deste  boletim  mensal  de  ento- 
mologia agraria  que  se  publica  na  capital  paulista. 

Annuario  de  Estatística  Demographo  Sanitária,  pelo  Dr.  Sampaio  Vianna. — 
1906. 

Boletim  da  Intende-xcia  Municipal. -^Volume  correspondente  aos  meze3  de  ou- 
tubro a  dezembro  de  1907. 


VArachide  por  Jean  Adam,  Editor  AUiíiistin  Challamel,  rue  J  icob  17,  Paris. 
E'  o  primeiro  da  ferie  sobre  as  Plantas  Oleiferas  da  Africa  Occidental  Franeeza. 
A  presente  obra  que  o  editor  teve  a  gentileza  de  nos  enviar  é  um  trabalho  magni- 
ficamente impresso,  ornado  de  boas  gravuras  e  mappas,  no  qual,  na  opinião 
dos  competentes,  o  assumpto  6  tratado  de  modo  completo,  recommendando-se  por 
isso  á  leitura  des  interessados. 

La  Patola  pelo  DoU.  Tito  Franchini,  do  R.  Istituto  Superioro  Agrário  di 
Perugia. 

3121  11- 


144  SOCIEDADE    NACIOANL    D 15     Ai.uu  I.Tl  l:.\ 

La  Min  •  de  Sal  Gema  de  Zapaquira  por  António  L.  Armenta.  — Bjgotá,    190S. 

A  H  C  do  Agricultor,  pelo  Dr.  Dias  Martins,  19(18,  S.  Paulo.  O  seu  autor 
que  é  lente  de  liygiene  rural  da  «Escola  Agrícola  Luiz  de  Queiroz»  e  a  quem  a 
literatura  agrícola  nacional  deve  outros  trabalhos,  diz  no  seu  prefacio  que 
este  livrinho  foi  escripto  em  linguagem  chã  o,  si  accrescentarmos  que  nessa 
mesma  linguagem  o  que  é  essencial  ao  agricultor  que  se  inicia,  vom  tratado 
com  proficiência,  teremos  feito  o  melhor  elogio  do  útil  opúsculo  de  propaganda 
popul.tr. 

A  Leileria  do  Sul.— Boletim  n.  11,  do  Centro  Económico  do  Rio  Granie  do 
Sul. 

Liga  Agraria  Brasileira  projecto  por  Labieno  da  Costa  Machado  de  Souza.— 
S.Paulo,  1908. 

Arboretum  Amazonicum,  publicação  do  Museu   Goeldi,  4a  década. 

Relatório,  referente  ao  anno  de  1907,  da  Sociedade  Paulista  do  Agricultura, 
Commercio  e  industria. 

Relatório  da  Sociedade  Brazileira  para  Animação  da  Agricultura.  —  1908 
—  1907. 

Banquei  offert  par  le  Commerce  et  V  Industrie  à  S.  E.  le  Conseiller  Rodrigues 
Alves. — Publicação  da  Société  d'liconomie  Industrielle  et  Commerciale. 

tolice  sur  les  Feles  donnees  d  Paris  en  1907  en  Vhonneur  de  S.  E.  le  Conseiller 
Rodrigues  Alves.—  Publicação  do  Brésil. 

Escola  Moderna,  por  Dário  Velloso,  Curitiba,  1907. 

Diário  de  Pernambuco,  noticia  bistorico-bibliographica  por  Alfredo  de  Car- 
valho. 

Republica  de  Cuba. — Informe  de  la  Administración  provisional,  por  Charles  E. 
Magoon.  Havana,  1908. 

Mensagem  do  Prefeito  do  Dislricto  Federal,  de  2  de  abril  de  1908. 

Relatório  apresentado  ao  2o  vice-presidente  do  Estado  do  Paraná  pelo  Se- 
cretario  das    Finanças,   Commercio  e  Industria,  em  31  de  dezembro  de  1907. 

Retrospecto  Commercial  do  «Jornal  do  Commercio»,  de  1907. 


CATÁLOGOS 


Averg  Company,  Pooria,  Illinois.  1908. 

Ahliengesellschaft  fur  Feld  uni  Kleinbahnen  Bedarf  vormals  Oronstein 
&  Koppel.  Berlim.  —Catalogo  n.  000. 

Deere  &  Company,  Moline,  Illinois.  (Arados,  grades,  cultivadores).  Catalogo 
n.  29. 

Henry  Rodgers  Sons  &  C.«  Machinismos  modernos  para  fabricas  de  lacticínios, 
arados  e  machiuas  para  agricultura,  etc. 


Novas  aquisições  da  Bibliotheca  : 

Indian  Com  Cullure,   Charles  S.    Plumb,  Chicago,  1893.— 1  volume. 

The  Culture  of  Vegetables   and  Flowers,    Sutton  and  Sons.  Londres,    1 
volume. 


A  LAVOURA  li"' 

d    la  Pomme  de  Terre  ladustrielle  aí  Fourragêre,  Aimé  Girard.     Paris, 
18  (1.— 1  volume. 

Estas   três  ultimas  obras  foram  offeroeidas  polo  Sr.  Joaquim  Pacheco. 

Police  Sanitaire  des  Animaanpov  A.  Conte.  J.  B.  Baillière  et  Fiis.  Paris,  1906. 
—  1  volume. 

Aviculture  por  Charle3  Voitelier  J.  B.  Baillière  et  Fils.  Paris,  1905.— 1  volume. 

Apiculture  ppr  Robert  Hommel.  J.  B.  Baillière  et  Fils.    Paris,    1906.— 1  vo- 
lume. 

Legislalion  Rurale  por  Etienne  Jouzier.  J.  B.  Baillière  et  Fils.  Pai'is,  1904. — 
1  volume. 

Les  Serres  Verg:rs  por  El.  Pynaert,  5a  edição.  Masson   et  C.6  Paris,  1903. — 
1  volum?. 

Congrès  des  Caísses  de  Crédil  Agricole  Mutual  tenu  d  Montpellier  los  8  e  9  et  IO 
janvier  i904 .  Coulet  et  Fils,  Montpellier,  1904.  — 1  volume. 

Catalogue  Illustré  et  Descrijdif  des  Vignes  Americaines  por    Louis    Bazille    e  J. 
E.  Planchon.   Camille  Coulet,   Montpellier,    1885. — -1    volume. 

Les  Viynobles  d'Algerie  por  V.  Pulliat.    Massoa  et  C9. ,    Paris,    1898.— 1     vo- 
lume. 

L'Art  de  Faire  le  Vin  por  Fréderic  Cazalis,  21  edição.    Masson  et  C.   Paris, 
1900.  — 1  volume. 

Le  Thé  por  Antoine  Biétrix.    J.    B.  Baillière    et  Fils.    Paris,    1892.— 1   vo- 
lume. 

Selvicoltura  Generale,  por  Vittorio  Perona.  Milão.  Francesco  Vallardi. 

La  Conservazione  dei  Foraggi  Freschi  por  D.  Pioolini.  Milão,   Francesco  Val- 
lardi. 

Le  Gostruzione  Rurali  por  A.  Vantini.    Milão,   Francesco  Vallardi. 

Allevamenlo  dei  Bachi  e  Collimzione  dei  Gelso  pelo  prof.  N.  Passerini.  Milão, 
Francesco  Vallardi. 

Guida  perla  Classificazione  delle  Piante    por  A.    Zaccaria.  Milão,   Francesco 
Vallardi. 

Tecnologia  Foreslale  ed  Ulilizzazione  dei  Boschi  por  P.  Rizzi.    Milão,    Fran- 
cesco Vallardi.— 2  volunie3. 

Economia  Rurale  por  O.  Bordiga.  Milão,  Francesci  Vallardi.— 2  volume3. 

Agraria  por  N.  Passerini.  Milão,  Francesw  Vallardi.— 2  volumes. 

II  Riso  ela  sua  Collimzione  pelo  Doctor   D.  Pinolini.  Milão,  Francesco    Val- 
lardi . 


3124  —  Rio  da   Janeiro  —  Imprensa  Nacional  —  1908 


ESTATUTOS 


CAPITULO  ir 

DOS    SÓCIOS 

Art.  8.°  A  socideade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  effectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i.°  Serão  sócios  effectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de  15$  e  a  annuidade  de  20$ooo. 

§  2.°  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  estrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  á  lavoura. 

§  4.0  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  official  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  '30$  e  a  annuidade  de  5o$ooo. 

§  5.°  Os  sócios  effectivos  e  os  associados  poderão  se  remir  nas  condições  que  lòrem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  fixada  para  esse  fim 
ser  'inferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  9.0  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  Os  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente ;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

§  1."  Os  associados,  por  seu  caracter  de  collectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedaJe  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.0  O  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

§  3.°  Os  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


ZREQ-TTLAIIVEIEnNrTO 


CAPITULO  VI 
dos  sócios 

Art.  18.  A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sojíos  e  associados 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  19.  A  jóia  deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
acceitação. 

Art.  20.  As  annuidades  poderão  ser  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  200$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  deverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pago  a  respectiva  jóia. 

§  i.°  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2.°  Para  esse  effeito  o  sócio  deverá  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  do  paragrapho  anterior. 

§  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  geral. 


SUMMARIO 


Exposição  de  animaes  em  Bello  Horisonte 63 

Movimento  agrícola  pelo  Estado  de  Minas 79 

As  Escolas  D.  Bosco  de  Cachoeira  do  Campo 87 

A  cultura  dos  cereaes 89 

Os  italianos  em  Nova  York 92 

Os  italianos  na  Republica  Argentina 95 

Expediente io3 

Noticiário ■   •  n6 

Parte  Commercial 125 

Biblioyraphia 143 


FAZENDA  DA  GAMELLEIRA 


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Anno  XII  — N.  5 


de  Janeiro 


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le  AgpiBukkupa 


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horto  fructicola 
peVha 


* 


Capital  Federal 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Fundada  em   16  de  janeiro  de  1897 

Caixa-postal,   1245  Sede:    Ruas  da  Alfandega  11.   102 

Endereço  Telegraphico,   AGRICULTURA  e  General  Camará  n.  105 

Telephone   n.    1416  M°  n«  janeiro 

DIKHOTORIA 

Presidente  —  Dr.   Wencesláo  Alves  Leite  de  Oliveira  Bello. 

i°  Vice-presidente  —  Vagi 

2°  Vice-presidente  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel. 

|,i, ■■  1  lente        Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  SA. 

1°  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 
2°  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
3o  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 
4"  Secretario  —  Albe"rto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz  Júnior. 

2o  Thesoureiro  —  Carlos  Raulino. 

DlreotDres  das   Socçôes 

Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rancei. 

Applicações  do  Álcool  e  Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Secção  Tecli nica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá." 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto  Jacobina  e  Carlos  Raulino. 

Secretaria Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira  Júnior. 

Oollaboração 

Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  para  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  onginaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d'A  LA- 
VOURA na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

<  :<iiiiIIi.'<*m'n  <Ia  publicação  «los  sinnuncios 

1    !  Ml  IA   pagin  \       uma  pagina 

I I2$000 

3  .   . 30$ooo  51  i$i  b  11 1 

o  so$ooo 

12 ooífooo  l  ;<  1$ 

Os   annuncios   são   pagos  adeantadamente. 

Tiragem   5.000   exemplares 


SUMMARIO 

PAGS. 
Resumo  histórico  da  Sociedade in- 
justa homenagem i:o 

Homenagem    lo  Dr.  Bello 181 


90 


Horto  Iructicola  da  Penha 

^dul  1   io  na  Fazenda  de  S.  Mónica 

A  vida  rural 208 

Expediente 210 

Noticiário 217 

Parte  Commercial 220 

Bibliographia 231 


{ESIDEMTE    l>\    SOCIEDADE    NACIOXA.L    Dl      V.lilM 
I      Si  II    II  i    III   M    Ml.1,'1  I  l  I 


■ 


Í3Í 


Anno  XII  -  N.  5 


Rio  de  Janeiro 


Maio  de  1908 


EDITORIAL 


Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


L1BRARY 
NEW  YORK 
BOTA  NIC  AL 

UaRDEN. 


RESUMO    HISTÓRICO 

Seja-nos  permirtido  abrir  um  parenthese  nesta  serie  de  artigos  de 
fundo,  com  que  temos  mantido  a  nossa  revista  desde  que  tivemos  a 
honra  de  dirigir  a  sua  confecção,  como  director  da  Secção  Technica 
desta  Sociedade. 


Secção  de  plantas  e  sementes 

Lançados  sobre  assumptos  technicos,  que  nos  dizem  respeito  no 
vasto  campo  agrícola,  pelas  pennas  dos  distinctos  e  competentes  colle- 
gas  de  directoria,  perdoem-nos  desta  vez  os  nossos  benévolos  consócios 
e  leitores  a  inserção  das  presentes  linhas,  a  par  da  incompetência  de 
fazermos  um  ligeiro  retrospecto  da  vida  da  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura,  tarefa    muito  mais   cabível  a  outros  directores,  de   longo 


S0C3EDADB     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


tirocínio  e  relevantes  serviços  nesta  casa  de  trabalho  incessante,  com 
ardor  desinteressado,  pelo  bem  da  grande  fonte  de  riqueza  da  nossa 
pátria. 

Um  dever,  porém,  nos  impelle  a  tal  e  é  o  do  nosso  posto,  que 
nos  foi  designado,  e  o  do  cargo  que  occupamos  na  directoria. 

Escolher  este  assumpto  e  não  outro  technico,  foi  também  obrigação 
que  se  nos  julgou  devida  pelas  razões  que  passaremos  a  recordar. 

Um  anno  faz  que  esta  revista  tomou  a  nossa  direcção  e  pouco 
mais  que  fomos  eleito  secretario  geral ;  tempo  é  pois  de  relatar  os  factos 
da  vida  da  Sociedade  na  historia  da  agricultura  brasileira.  Ainda  accresce 
a  proximidade  de  uma  exposição  á  qual  vae  concorrer  esta  Sociedade, 
destacada  por  seu  pavilhão  especial. 


Secção  do  álcool 
Razões  são  bastantes  as  que  acabamos  de  mencionar  para  dedi- 
carmos o  presente  numero  á  exposição  de  nossa  vida  social  e  salien- 
tarmos os  factos  que  actualmente  mostram  o  grau  de  desenvolvimento 
a  que  chegou  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  depois  de  onze  annos 
de  lutas  e  trabalhos  patrióticos.  São  estes  modelados  pelo  ideal  da 
emancipação  económica  do  paiz,  por  meio  da  emulação  da  classe  agrí- 
cola e  da  defesa  de  seus  interesses. 


Haja  á  vista  os  valentes  esforços  que  está  fazendo  a  Sociedade  para 
bem  representar-se  na  Exposição  Nacional  de  1908,  afim  de  mostrar,  por 
este  lado,  o  que  já  tiver  produzido  em  favor  da  classe  agrícola  e  por 
outro  que  não  descança,  organizando  para  a  mesma  occasião  o  seu  Se- 
gundo Congresso  de  Agricultura,  que  acudirá  ás  necessidades  actuaes  da 
lavoura. 


Longo  tempo  decorreu  desde  a  emancipação  politica  do  Brasil  antes 
que  alguma  associação  se  fundasse  na  capital  do  paiz  para  tratar  dos 
interesses  agrícolas,  apparecendo  somente  na  phase  actual,  da  Republica, 
esta  Sociedade  Nacional.  Precedeu-a  de  longa  data,  27  annos,  a  Socie- 
dade Auxiliadora  da  Agricultura  de  Pernambuco,  o  que  muito  destacou 
a  lavoura  daquelle  Estado,  por  ter  sido  a  precursora  do  movimento  agrí- 
cola no  Brasil. 

Uma  houve  antes  destas  e  foi  a  Sociedade  Auxiliadora  da  Industria 
Nacional,  cuja  vida  teve  inicio  antes  do  meiado  do  século  passado  e 
que  se  dedicou  um  pouco  á  agricultura.  Está  hoje  transformada  em  o 
Centro  Industrial  do  Brasil. 

Teve  também  outrora  a  agricultura  um  campo  de  acção  nos  comícios 
que  se  realizavam  com  exposições  e  ensaios  de  instrumentos  agrários. 


SODTKnADE     NACIONAL    DF    AORIOJLTUPA 


Em  boa  hora  fundada  por  um  grupo  de  patriotas,  em  16  de  janeiro 
de  1897,  entre  os  quaes  figuraram  os  Drs.  Ennes  de  Souza,  Campos  da 
Paz,  Germano  Vert  e  Carlos  Travassos,  a  nossa  Sociedade  veiu  abrir 
de  vez  a  era  de  desenvolvimento  agrícola  do  paiz,  por  sua  tenaz  propa- 
ganda. E'  de  admirar  que  só  tão  tarde  isto  acontecesse,  tratando-se  da 
grande  e  magnânima  industria  que  restitue  ás  centenas  as  sementes  que 
são  lançadas  no  seio  da  terra  ;  de  incomparável  superioridade  a  todos  os 
ramos  da  actividade  humana.  Basta  lembrar  o  trabalho  que  é  perdido 
para  aproveitamento  das  forças  motrizes  nas  demais  industrias. 

Vem  de  molde  salientar  aqui  a  fundação  da  Sociedade  Brasileira 
para  Animação  da  Agricultura,  em  Paris,  a  10  de  junho  de  1895,  por 
um  grupo  chefiado  pelo  Dr.  Assis  Brasil,  que  de  longe  se  lembrou 
das  necessidades  da  lavoura  de  sua  pátria. 

Apesar  de  todos  os  conceitos  favoráveis,  é  custoso  o  desenvolvi- 
mento da  agricultura  e  mais  ainda  a  sua  reforma,  o  seu  aperfeiçoa- 
mento. Não  poucos  hão  sido  aquelles  que  a  teem  encarado  devida- 
mente desde  a  antiguidade,  como  Cicero,  Columella,  Sully,  Cromweli, 
até  aos  nossos  coevos,  bem  distinctos  aliás,  considerando  a  agricultura 
como  a  fonte  principal  de  todas  as  riquezas;  e  até  mesmo  na  mente 
de  revolucionários,  como  Saint  Just,  ella  é  aquinhoada  com  a  phrase 
criteriosa  de  que  só  um  povo  agrícola  pôde  ser  forte  e  virtuoso,  quando 
elle  sustentava  suas  idéas  sobre  instituiçSes  republicanas. 

A  America  do  Norte  só  por  si  é  um  bello  exemplo  em  boa  occasião 
apontado  ao  mundo  por  Washington. 

E'  preciso  levantar  o  nivel  moral  para  alcançar  taes  commettimentos 
em  beneficio  da  humanidade. 

Tal  é  a  honrosa  missão  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

Quaes  os  resultados  já  obtidos,  quaes  os  trabalhos  feitos,  quaes  as 
idéas  lançadas  ,  qual  a  propaganda  continua,  durante  este  período  de 
onze  annos  de  vida  laboriosa,  eis  o  que  vamos  examinar. 

Já  o  illustre  Dr.  Wencesláo  Bello,  quando  secretario  geral,  relatando 
os  trabalhos  effectuados  durante  o  a  nno  de  1899,  dizia  que  longa  era  a 
existência  da  Sociedade  com  três  annos  de  vida.  Que  diremos  nós  agora 
com  mais  oito  de  existência  penosa  e  entrecortada  de  dificuldades  de 
toda  sorte,  sem  fallar  no  combate  constante  em  favor  das  idéas  ade- 
antadas,  que  tanto  custaram  a  calar  no  espirito  dos  interessados,  apezar 
de  malhadas  na  bigorna  do  altruísmo,  do  desinteresse  e  do  patriotismo 
da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

Assim  é  verdade  infelizmente  ;  muito  lenta  e  custosa  é  a  propaganda 
em  uma  classe  que  não  visa  a  união,  e  em  que  lavra  o  desanimo  pelos 


A     LAVOURA 


revezes  que  lhe  causa  a  especulação.  Mas  apezar  de  tudo  o  horizonte  já  se 
vae  desanuviando  deante  das  iniciativas  publicas  e  particulares,  bem 
orientadas,  assumindo  sempre  a  Sociedade  o  posto  de  centro  de  defesa 
dos  interesses  agrícolas  nacionaes. 

Por  seus  órgãos  de  publicidade,  como  sejam  o  periódico  mensal 
qA  Lavoura,  com  seus  respectivos  supplementos,  a  serie  de  folhetos 
de  propaganda  agrícola,  além  de  innumeras  publicações  technicas  e  admi- 


1  wWÈLXJEBksémmÊ 

use 

#3» 

nistrativas,  tem  sabido  sempre  a  Sociedade  corresponder  á  boa  vontade  de 
seus  sócios  e  aos  auxílios  do  governo,  mais  directos  desde  o  tempo  do  Pre- 
sidente Campos  Salles,  enumerando  os  seus  feitos  em  prol  de  seus  desígnios. 
Correndo  anno  por  anno  e  compulsando  os  períodos  em  que  agiram 
as  differentes  directorias,  vamos  ver  os  trabalhos  que  por  sua  iniciativa 
tiveram  saliência  e  proficuidade. 


I89ir  —  Iniciados  os  trabalhos  da  Sociedade  Nacional  de  Agricul- 
tura, em  1 6  de  janeiro  de  1897,  ficou  a  sua  administração  a  cargo  da  se- 
guinte directoria,  depois  das  necessárias  combinações  para  a  sua  boa  gestão: 

Presidente  —  Dr.  Ennes  de  Souza . 

i°  Vice-Presidente  —  Dr.  Vaz  Pinto  Coelho. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


1°  Vice-Presidente —  Dr.  Campos  da  Paz. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Germano  Vert. 

i°  Secretario  —  Dr.  Jacy  Monteiro. 

•2o  Secretario —  Dr.  Sérgio  de  Carvalho. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  Joaquim  Tavares  Guerra. 

i°  Thesoureiro  —  António  Gomes  Paz. 

Teve  installação  condigna  em  salão  da  Escola  Polytechnica,  sendo 
dirigida  por  um  regulamento,  que  cuidava  sobre  todos  os  assumptos 
internos  e  tendo  por  base  o  bem  da  agricultura  nacional  e  occupando-se 
de  todos  os  assumptos  que  pudessem  trazer  o  progresso  agjj.ola  da  Re- 
publica dos  Estados  Unidos  do  Brasil,  entendendo-se  por  de'  tudo  que 
possa  referir-se  ás  aguas  e  florestas,  aos  assumptos  agrários,  a~e  íltura  do 
solo,  á  creaçao  e  ás  industrias  ruraes . 

De  prompto  desenvolveram-se  as  suas  forças  graças  aos  bc  -enieritos 
esforços  do  Dr.  Ennes  de  Souza,  que,  como  director  da  Casa  d  'oeda, 
daquella  época,  agazalhou  provisoriamente  a  Sociedade  nesta  a  de 
trabalho  omcial  e  fez  imprimir  o  seu  boletim  mensal,  a  começar  d  julho 
deste  anno,  nas  officinas  do  referido  estabelecimento. 

Neste  boletim  bastante  collaboraram  a  directoria  e  muitos  membros 
honorários  e  do  Conselho  Superior.  Também  figuram  neste  período,  re- 
presentando papel  saliente,  o  presidente  e  os  vice-presidentes  honorários 
Srs.  Dr.  Luiz  Pereira  Barreto,  Frederico  Albuquerque  e  Pedro  Soares 
Caldeira.  Houve  que  lamentar  a  perda  do  i.°  vice-presidente  honorário 
em  3  de  novembro  e  por  esse  tempo  mais  as  do  i.a  vice-presidente  hono- 
rário, a  do  Dr.  Collatino  Marques  de  Souza,  as  dos  Drs.  António  Seve 
Navarro,  Manoel  Leite  de  Novaes  e  Mello  e  do  major  Manoel  de  Freitas 
Novaes,  membros  distinctos  do  Conselho  Superior  e  que  grande  falta 
fizeram  aos  labores  da  Sociedade. 

Apezar  porém,de  contrate mpos,os  resultados  da  propaganda  fizeram- 
se  sentir  neste  anno,  pois  a  18  de  setembro  foi  aberta  a  2a  exposição 
agrícola  e  o  primeiro  concurso  regional,  promovidos  pela  Commissão  de 
Agricultura  do  Districto  Federal,  da  qual  era  presidente  o  Dr.  Ennes  de 
Souza.  Foi  encerrada  a  3o  do  mesmo  mez,  funccionando  no  prado  do 
Turf-Club  e  devendo  o  apoio  de  sua  iniciativa  a  esta  Sociedade.  Teve  a 
melhor  concurrencia  e  os  melhores  resultados  que  se  podiam  desejar 
naquelle  momento. 

Sob  a  influencia  benéfica  da  Sociedade  foram  inauguradas  duas 
associações  no  mez  de  julho  ;  primeira,  Sociedade  Agrícola  e  Pastoril  da 
Bahia ;  segunda,  Sociedade  Agrícola  Pernambucana .  A  Sociedade  Agrí- 
cola Fluminense  foi  logo  depois,  em  8  de  agosto,  fundada  do  mesmo 


modo,  bem  como,  a  i5,  a  Sociedade  Estadoal  de  Agricultura  do  Paraná. 
Finalmente  a  17  de  novembro  foi  instalada  a  quinta,  a  Sociedade  Agrícola 
de  Rezende,  sendo  estas  duas  ultimas  filiadas  á  Sociedade  Nacional. 
Ainda  teve  a  directoria  da  Sociedade  por  essa  occasião  noticia  da  formação 
da  Sociedade  Cearense  de  Agricultura,  sendo  estes  os  effeitos  da  expansão 
de  sua  propaganda. 

Apezar  de  bons  fructos  colhidos  durante  o  anno,  terminou  elle  com 
desintelligencia  entre  a  directoria,  o  que  é  doloroso  mencionar,  attento  o 
gráo  de  desenvolvimento  a  que  tinha  chegado  a  Sociedade,  brilhante- 
mente chefiada  pelo  distincto  mestre  Dr.  Ennes  de  Souza,  muito  embora 
tivesse  sido  a  mesma  Directoria  confirmada  em  suas  funcçóes  por  um 
voto  da  assembléa  geral  extraordinária  de  18  de  dezembro  de  1897. 

1898  —  Aberta  a  divergência  entre    os  membros  da  Directoria, 
ficou  acephala  a  direcção  da  Sociedade,  tendo  sido  instaurado  processo 
contra  os  que  motivaram  esse  incidente,  com  o  fim  de  haver  o    patri- 
mónio, o  qual  processo  foi  julgado  a  3o  de  janeiro,  dando  razão  áquelles 
que  conseguiram  reunir  assembléa  geral  em  7  de    fevereiro    para  organi- 
zação da  2a  Directoria,  que  ficou  assim  completada : 
Presidente  —  Dr.  Moura  Brasil. 
i°.   Vice-Presidente — Dr.  Campos  da  Paz. 
2o.  Vice-Presidente  —  Dr.  Joaquim  Carlos  Travassos. 
Secretario  Geral  —  Dr.  Germano  Vert. 
i°.  Secretario  —  Dr.  Eurico  Jacy  Monteiro. 
2o.  Secretario  —  Dr.  Sérgio  de  Carvalho. 

Os  i.°e  2.0  Thesoureiros,  devido  naturalmente  á  questão  havida, 
tendo-se  esquivado  ao  convite  de  prestação  de  contas,  foram  substituídos 
pela  Directoria  com  a  nomeação  interina  do  Dr.  Fábio  Leal,  para 
seu  Thesoureiro,  emquanto  não  interviesse  solução  judiciaria  final.  Já 
tinham  sido  antes  approvados  em  sessão  de  i5  de  janeiro  o  Regula- 
mento e  o  Regimento  Interno,  estipulando  uma  contribuição  para  os 
sócios  em  substituição  á  importância  com  que  contribuição  para  o 
Boletim . 

Tratando  da  reorganização  dos  serviços,  a  presente  Directoria  con- 
seguio  installar-se  em  salas  da  Repartição  de  Estatística,  gentilmente 
cedidas  pelo  Dr.  Sebastião  de  Lacerda,  então  Ministro  da  Indnstria, 
tendo  antes  havido  sessões  no  Lycèo  de  Artes  e  Officios  e  na  Associação 
Commercial. 

Pelo  mesmo  Sr.  Ministro  foi  concedida  a  impressão  do  Boletim 
"A  Lavoura"  na  Imprensa  Nacional,  o  qual  foi  regularizado,  quanto 
possível,  pela  commissão  de  redacção,  nomeada  na  sessão  de  Directoria 


SOCIEDADE    NACIONAL  DE     AGRICULTURA 


de  i3  de  abril,  sendo  Presidente  o  Dr.  Fábio  Leal.  Houve,  porém, 
neste  anno  dualidade  dessa  Revista,  pois  que  os  outros  membros  da 
Directoria  passada,  não  se  conformando  com  as  decisões  legaes,  fizeram 
imprimir  o  Boletim  durante  esse  mesmo  tempo.  Muito  justo  foi  o  titulo 
de  sócio  honorário  conferido  ao  Sr.  Dr.  Sebastião  Lacerda,  pois  que  só 
como  correr  dos  annos  é  que  os  serviços  são  devidamente  avaliados. 
Assim  é  que  ainda  hoje  goza  a  Sociedade  do  favor  de  ser  o  seu  Boletim 
feito  na  Imprensa  Nacional. 

Mais  outros  títulos  de  sócios  honorários  foram  conferidos  na  sessão 
de  4  de  abril,  em  numero,  que  foi  elevado  depois,  de  16,  sem  contar 
o  illustre  Dr.  Pereira  Barreto,  Presidente  honorário.  Teve  também  um 
dos  primeiros  títulos  de  sócio  honorário  o  Barão  de  Capanema  que 
fez  conferencias  brilhantes  na  sede  da  Sociedade.  Os  cargos  de  vice- 
presidentes  honorários  não  foram  preenchidos,  sendo  para  referir  que 
como  sócia  benemérita  foi  contemplada  com  justiça  a  Exma.  Sra. 
D.  Veridiana  Prado,  pelos  reaes  serviços  prestados  por  occasião  das 
exposições  de  Viticultura  de  S .  Paulo  e  Rio  de  Janeiro,  de  uvas  culti- 
vadas na  chácara  de  Pirituba,  promovida  a  ultima  por  esta  sociedade 
e  realizada  nos  dias  3  a  6  de  março  no  edifício  da  Prefeitura  Municipal. 
Esta  exposição,  na  qual  se  salientou  o  Dr.  Campos  da  Paz,  deu  em 
resultado  a  demonstração  de  que  a  viticultura  se  pôde  nacionalizar  no 
Brasil,  como  foi  proclamado  no  paize  no  estrangeiro.  Pelo  mesmo  Dr. 
foram  mandadas  6  collecções  de  photographias  das  uvas,  para  serem  re- 
produzidas em  jornaes  da  Allemanha . 

Tratando  de  regularizar  os  trabalhos  internos,  a  Directoria,  envi 
dando  esforços  para  as  respectivas  entradas,  conseguio  inscrever  440  so 
cios,  dos  quaes  165  satisfizeram  as  suas  annuidades.  Organisou  com- 
missões  particulares  e  methodizou  o  serviço  para  ter  posterior  desen- 
volvimento. Mesmo  assim  foram  distribuidas  sementes,  foi  novamente 
começado  o  museu,  foram  dados  á  publicidade  diversos  trabalhos  das 
commissões  sobre  assumptos  de  momento,  não  foram  descuradas  as  con- 
ferencias hebdomadarias,  a  principio  no  Lycêo  de  Artes  e  Officios  e 
depois  na  Estatística .  Deu  alarme  da  peste  dos  suinos  e  da  invasão  do 
phylloxera,  motivando  providencias  officiaes .  Tal  foi  o  empenho  da  re- 
ferida Directoria  para  assignalar  o  inicio  da  segunda  phase  da  Sociedade 
Nacional  de  Agricultura . 

189»  —  Herdando  ainda  a  lucta  do  direito  a  que  se  julgava  a  2.a 
Directoria  dos  bens  da  Sociedade,  que  estavam  na  Casa  da  Moeda,  o 
novo  anno  começou  entre  os  ardores  dessa  lucta  e  a  manutenção  dos 
membros  que  tinham  divergido  12  mezes  atrás. 


A   LAVOURA  155 

Até  que  emfim  a  justiça  fez-se  em  3  de  abril,  tendo  esta  Sociedade 
cabal  satisfação  de  todos   os  seus  direitos. 

Cahiu  esta  louvável  sentença  entre  as  mãos  da  3a  directoria,  eleita 
em  assembléa  geral   de  21   de  fevereiro. 

Ficou  assim  organizada : 

Presidente—  Dr.   .Moura  Brasil. 

t."  Vice-Presidentc  —  Dr.   Campos  da  Paz. 

•2.°      »  »         —  Dr.   Carlos  Travassos. 

Secretario  geral  —  Dr.   Germano  Vert. 

i.°  Secretario — Dr.  Jacy Monteiro. 

2.°         »  — Dr.  Aristides  Caire. 

r.°  Thesoureiro — -Dr.   Fábio  Leal. 

i.°  i>  —  Barão  de  Aguas  Claras . 

A  redacção  d1.!  lavoura  ficou  a  cargo  de  uma  commissao,  tendo 
por  presidente    o    Dr.   Fábio    Leal  e  por    secretario    o  Dr.    G.  Vert 

Tendo  renunciado  a  7  de  março  o  Dr.  Germano  Vert,  por  ausen- 
tar-se  para  S.  Paulo,  apesar  dos  reiterados  pedidos  da  directoria,  em 
attenção  aos  seus  valiosos  serviços  desde  o  inicio  da  Sociedade,  foi  em- 
possado no  cargo  de  secretario  geral  o  Dr  Wencesláo  Bello,  que  era 
até  então  membro  do  Conselho  Superior. 

Pouco  tempo  depois,  a  29  de  maio,  foi  roubado  á  vida  o  illustre 
Dr.  Campos  da  Paz,  que  relevantes  serviços  prestou,  desde  o  começo 
da  Sociedade,  não  só  a  esta  como  ao  paiz,  que  se  honrou  de  possuil-o 
entre  os  seus  scientistas  agrícolas.  O  seu  melhor  livro  —  Manual  Pratico 
do  Viticultor  Brasileiro  —  teve  a  mais  larga  distribuição  por  muitos 
Estados,  como  justa  homenagem   ao  seu  mérito. 

Continuaram  as  providencias  acertadas  por  influencia  da  presente 
directoria  contra  o  phylloxera  das  vinhas,  tendo  sido  o  foco  primeiro 
em  S.  João  d1El-Rey,  cujo  presidente  da  Camará,  Dr.  Joaquim  Leite 
de  Castro,  auxiliado  pelo  Dr.  Álvaro  A.  da  Silveira,  deu  um  bello 
exemplo  de  zelo  e  patriotismo,  fazendo  queimar  na  praça  publica 
todas  as  plantas  contaminadas  existentes.  Estudos  dos  entendidos  e  actos 
do  Governo  vieram  contribuir  para  minorar  o  mal,  vendo  a  Sociedade 
attendidas  suas  solicitações . 

Outra  epidemia  foi  a  peste  dos  suinos,  mais  tarde  classificada  de 
pneumo-enterite,  a  qual  provocou  iguaes  cuidados  da  directoria,  pedindo 
providencias  aos  poderes  públicos  de  Minas,  S.  Paulo,  Rio,  Espirito 
Santo  e  da  Capital . 

Foram  organizadas  instrucçóes  que  ainda  hoje  servem  de  precaução 
contra  os  prejuízos  desta  peste. 

«03  2 


SOCIEDADE    NACIONAL     DG     AGRICULTURA 


Labutou  a  directoria  no  sentido  de  assegurar  meios  que  defendessem 
a  lavoura  da  crise  que  atravessava,  com  a  adopção  do  ensino  agrícola 
pratico  e  do  credito  agrícola.  Tratou  em  seguida  das  tarifas  das  estradas 
de  ferro,  elemento  vital  da  agricultura,  chamando  a  attenção  em  primeiro 
logar  da  Estrada  de  Ferro  Central  e  conseguindo  reducção,  depois  da 
segundo  investida,  o  que  foi  de  grande  proveito,  principalmente  para  os 
cereaes. 

Atacou  com  interesse  o  melhoramento  da  cultura  do  café  e  do  seu 
commercio.  Deu  attenção  aos  trabalhos  internos  sobre  informações,  se- 
mentes, publicações,  etc,  desenvolvendo-os  mais  do  que  no  anno  an- 
terior, e  elevando  o  numero  de  sócios  a  562 .  Acolheu  diversos  trabalhos 
technicos  de  reconhecida  vantagem  e  produzidos    por    distinctos  sócios. 

Em  cumprimento  de  sua  árdua  missão,  conseguiu  a  directoria  que 
em  ao  de  dezembro  o  Ministro  da  Industria,  Dr.  Severino  Vieira,  en- 
tregasse á  Sociedade  a  Fazenda  Grande  da  Penha,  em  Irajá,  que  era 
-explorada  como  Horto  Vitícola  para  a  organização  dos  campos  de  es- 
tudo e  ensino  agrícola  pratico . 

No  mesmo  sentido  envidou  esforços  para  que  fosse  entregue  a 
Fazenda  de  Santa  Mónica,  em  Valença,  alcançando  de  egual  sorte  do 
Sr.  Ministro  da  Fazenda,  Dr.  Joaquim  Murtinho,  a  publicação  na  im- 
prensa Nacional  de  folhetos  de  propaganda. 

Não  esquecendo  a  grande  data  que  ia  ser  commemorada  no  anno 
de  1900,  da  descoberta  do  Brasil,  a  sociedade  entendeu  bem  de  fazer  um 
Congresso  de  Agricultura  e  Industrias  Ruraes  e  respectivo  Museu,  a 
realizar-se  em  14  de  julho  de  1900,  estudando  os  meios  de  leval-o  a 
effeito  e  confeccionando  o  seu  programma. 

Com  um  anno  de  tão  fecundos  trabalhos,  a  Sociedade  abria  nova 
era  promissora  das  mais  ridentes  recompensas. 

ÍOOO  —  Proseguindo  na  sua  rota  de  propaganda,  a  mesma  dire- 
ctoria resolvepublicar  em  folhetos,  para  distribuição  gratuita,  a  confe- 
rencia do  Dr.  Germano  Vert,  sobre  «o  gado  e  a  lavoura»  (n.  O)  e  a  do 
commandante  José  Carlos  de  Carvalho  sobre  o  «café  e  algodão»  (n.  7). 

Esta.série  já  tinha  sido  começada  com  cinco  folhetos  sobre  diversos 
assumptos,  como  n.  5  —  i  S99 — O  preparo  do  silo,  pelo  Dr.  Wencesláo 
Bello  ;  n.  4 — 1899— Moléstia  do  cafeeiro,  pelo  Dr.  Aristides  Caire  ;  n.  3 — 
1898  —  Alimentação  do  vegetal.  Conferencias  pelo  Dr.  Germano  Vert ; 
n.  2 — 1898  -r-  Industria  Partoril  — Conferencia  pelo  Dr.  Carlos  Travassos 
e  n.  1  — 1898  —  Viticultura.  Exposição  Vitícola  de  S.  Paulo  —  Re- 
latório apresentado  ao  Governo  do  Estado  de  Minas  Geraes  pelo  Dr. 
Campos  da  Paz. 


Al    LAVOl  l:  V  107 

Alguns  destes  assumptos  e  outros  foram  tratados  com  brilhantismo 
em  conferencias  feitas  na  sede  da  Sociedade. 

Foram  aventadas  e  bastante  discutidas  as  questões  relativas  á  intro- 
ducção  de  immigrantes  japonezes  em  nosso  paiz,  a  qual  só  hoje  vae  ter 
realização,  podendo  ter  sido  tratada  por  occasião  da  ida  do  commen- 
dador  Sanz  de  Elors  ao  Japão,  para  fazer  propaganda  do  café  brasi- 
leiro .  A  directoria  tentou  mesmo  introduzir  os  immigrantes  em  Santa 
.Mónica . 

Em  sessão  de  directoria  de  20  de  fevereiro,  foi  confirmada  a  assigna- 
tura  do  termo  da  cessão  dos  objetos  pertencentes  ao  Centro  Agrícola  da 
Vargem  Alegre,  pela  Secretaria  das  Obras  Publicas  do  Estado  do  Rio,  de 
accòrdo  com  autorização  legislativa,  e  obedecendo  a  certas  clausulas  de 
obrigações  por  parte  da  Sociedade.  Mui  justamente  tornou-se  a  directoria 
grata  á  Assembléa  e  ao  Governo  do  Estado  do  Rio,  na  pessoa  do-Exm. 
Sr.  Dr.  Alberto  Torres,  sendo  a  este  ultimo  conferido  o  titulo  de  sócio  ho- 
norário. Por  essa  accasião,  a  10  de  fevereiro,  era  entregue  a  fazenda  de 
Santa  Mónica  pelo  Sr.  Ministro  da  Industria,  o  Dr.  Alfredo  Maia,  sendo 
alcançada  também  por  esse  tempo,  de  accòrdo  com  o  director  da  Estrada 
de  Ferro  Central,  a  concessão  de  passe  annual  para  três  directores  da  So- 
ciedade e  de  frete  gratuito  a  Santa  Mónica  para  todos  os  objectos 
agrícolas  a  ella  destinados.  Houve,  portanto,  um  bom  inicio  de  exploração 
da  Fazenda  com  os  apparelhos  do  Centro  da  Vargem  Alegre,  que  foram 
destinados  a  esse  fim,  e  com  um  credito  do  qual  só  foi  apurada  a  quantia 
de  cerca  60 : ooo$ooo,  em  virtude  dos  revezes  do  Banco  do  Brasil. 

Agiu  até  meiadodo  anno  a  directoria  transacta  pela  dificuldade 
de  reunir  a  Assembléa  Geral,  o  que  se  deu  finalmente  em  julho, 
sendo  eleita  a  nova  e  feitos  augmentos  de  directores  pelas  necessidades 
dos  serviços,  como  se  vê,  havendo  a  suppressão  do  cargo  de  secretario 
geral : 

Presidente  —  Dr.   Moura  Brasil. 

Vice-Presidente  —  Dr.  Cândido  Barata  Ribeiro. 
»         »  »     Fábio  Nunes  Leal . 

í         »  — Barão  de  Aguas  Claras. 

Secretario  —  Dr.  Eurico  Jacy  Monteiro. 

»  d     Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

í  1     Amaro  Ferreira  das  Neves  Armond . 

Director  de  Culturas  —  Dr.  Aristides  Caire. 

»         da  Propaganda  —  Dr.  Wencesláo  de  Oliveira  Bello. 

i°.  Thesoureiro  —  Alberto  Jacobina. 

2".  s  António  Maximino  Pinto  e  Souza. 


loS  SOCíKDADH     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 

A  Fazenda  de  Santa  Mónica  ficou  a  cargo  do  D:.  A.  Caire  e  a 
da  Penha  sob  a  direcção  do  Dr.  Jacy  Monteiro. 

A  redacção  dM  Lavoura  ficou  com  o  Dr.W.  Bello,  como  redactor- 
chefe  e  o  Dr.  Sérgio  de  Carvalho,  como  secretario. 

Sendo  installado  o  serviço  na  Fazenda  de  Santa  Mónica,  foi  cila 
muito  visitada,  obedecendo  ao  cuidadoso  programma  da  directoria. 
Entre  ai  visitas  importantes  salientam-se  as  do  Ministro  do  Japão  e  do 
Dr.  Alberto  Torres,  presidente  do  Estado  do  Rio. 

Aquelle  mostrou-se  tão  satisfeito  que  disse  envidar  esforços  para  a 
vinda  de  famílias  japonezas  para  o  Brasil,  mesmo  á  custa  do  governo 
do  seu  paiz,  ou  de  qualquer  particular.  Este  declarou  sentir  muita  satis- 
fação por  tudo  que  via,  providenciando  para  que  viessem  alguns  appa- 
relhos  e  instrumentos  que  se  achavam  ainda  em  Vargem  Alegre . 

A  idéa  lançada  no  anno  anterior  da  fundação  de  um  Museu  fo; 
acolhida  com  boa  vontade,  quer  no  paiz,  quer  no  estrangeiro,  sendo 
recebidos  muitos  specimens.  A  difhculdade,  porém,  de  casa  para  a  sua 
installação  tem  motivado  o  retardamento  da  execução  desse  objectivo, 
muito  embora  a  directoria  tenha  envidado  esforços  para  obter  a  casa  por 
via  official.  O  mesmo  aconteceu  ao  Congresso  de  Agricultura.  Entre 
outros  productos  recebidos  salientam-se  os  da  Sociedade  Estadoal  de 
Agricultura  do  Paraná,  que  obtiveram  successo  no  Palácio  do  Congresso 
do  Estado,  quando  alli  expostos,  sendo  distribuidos  por  tal  occasião 
prémios  em  medalhas  e  menções  honrosas. 

A  Fazenda  de  Santa  Mónica  foi  accrescida  com  os  apparelhos  do 
laboratório  chimico  e  meteorológico  enviados  pela  Secretaria  das  Obras 
Publica6  do  Estado  do  Rio,  em  29  de  outubro,  e  pedidos  pela  directoria 
para  iniciar  trabalhos  de  analyses  e  observações. 

Pelo  fim  do  anno  foi  o  Dr.  Moura  Brazil,  na  qualidade  de  presidente 
da  Sociedade,  agraciado  com  o  diploma  de  sócio  da  Sociedade  Rural 
Argentina,  facto  que  assignala  o  desenvolvimento  das  relações  da  Socie- 
dade no  estrangeiro,  tendo  sido  nomeados  em  retribuição  sócios  corres- 
pondentes os  Srs.  presidente  e  secretario  daquella  Sociedade. 

Pela  mesma  occasião  foi  acceito  pela  directoria  um  donativo  de  doze 
contos  em  apólices  municipaes  concedido  pelo  Conselho  Municipal,  para 
auxiliar  os  trabalhos  da  Fazenda  Grande  da  Penha. 

Foi  autorizada  também  a  impressão  dos  diplomas  de  sócios,  ado- 
ptando-se  o  original  com  pequenos  accrescimos,  do  primitivo  diploma, 
feito  na  Casa   da  Moeda. 

Terminou  o  anno  com  a  Exposição  de  uvas,  procedentes  da  chácara 
do  Dr.  Aristóteles  Gomes  Calaça,   originada  pela   de   1898,   most-ando 


um  esforço  e  devotamente  em  prol  do  desenvolvimento  da  viticultura 
brazileira. 

Foram  discutidos  durante  o  anno  diversos  assumptos  importantes, 
da  occasião,  como  por  exemplo  o  projecto  de  locação  de  serviços  sus- 
tentado pelo  Senador  Moraes  Barros.  Tiveram  maior  incremento  os 
trabalhos  internos  da  Sociedade. 

lOOl  —  Com  a  demora  da  installação  do  Congresso  e  Museu 
Agrícola,  já  mais  de  uma  vez  transferida  pela  difficuldade  de  obtenção 
de  casa,  foi  obrigada  a  directoria  a  ceder  temporariamente  os  pro- 
duetos  que  a  Sociedade  Estadoal  de  Agricultura  do  Paraná  enviara, 
afim  de  figurarem  em  uma  exposição  naquella  capital.  Foram  tomadas 
as  deliberações  de  pedir  ao  Governo,  para  o  Museu,  a  antiga  Ucharia 
do  Paço,  ou  mesmo  mais  algumas  salas  da  Repartição  de  Esta- 
tística . 

Foi  apresentado  em  sessão  de  20  de  fevereiro,  pelo  Sr.  presi- 
dente, o  Sr.  Dr.  António  Carlos  Simoens  da  Silva,  que  tinha  sido  incum- 
bido particularmente  de  representara  Sociedade  na  Argentina,  Uruguay 
e  Chile,  por  occasião  da  visita  do  presidente  Campos  Salles  ao  Rio 
da  Prata,  junto  ás  Sociedades  congéneres  naquelles  paizes.  Muito  bem 
se  houve  o  Dr.  Simoens  estreitando  as  relações  agrícolas,  não  só  nas 
capitães,  como  pelo  interior  daquellas  Republicas,  trazendo  grande  có- 
pia de  sementes  e  publicações.  Tão  penhorada  ficou  a  directoria,  por 
este  relevante  serviço,  que  lhe  conferiu  o  titulo  de  sócio  honorário,  além 
de  lançar  em  acta  um  voto  de  gratidão  pelo  nobre  devotamente  á  causa 
agrícola  brazileira. 

Foram  modificados  os  trabalhos  culturaes  da  Fazenda  de  Santa  Mónica, 
no  sentido  de  serem  mais  bem  cuidados,  sendo  commettida  a  incum- 
bência de  dirigil-os  pessoalmente  ao  Dr.  Aristides  Caire,  mediante 
gratificação,  com  a  condição,  porém,  de  residir  na  Fazenda.  No  Horto 
da  Penha  foram  autorizados  alguns  serviços  para  iniciar  lavras  e  vivei- 
ros de  frueteiras,  concertos  de  ca^a,  cercas,  ctc. 

Attentos  os  relevantes  serviços  que  o  Dr.  Assis  Brazil,  presidente 
da  Sociedade  Brasileira  para  Animação  da  Agricultura,  tem  prestado 
á  Sociedade  Nacional  e  á  lavoura  do  paiz  em  geral,  foi  resolvida  a 
concessão  do  titulo  de  sócio  honorário.  Houve  por  essa  occasião  jubilo 
entre  a  directoria  por  ter  o  seu  presidente  recebido  igual  distineção 
daquella  Sociedade,  de  Paris. 

A  ultima  sessão  da  directoria  effectuou-se  cm  19  de  março,  depois 
da  qual  elh  se  demittiu,  acompanhando  seu  presidente  que  entendeu 
assim  proceder  porque,  sendo  também  presidente  do  Cen'ro  da  Lavoura 


lw>  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

do  Café  do  Brasil,  julgava-se  exautòrado  pelo  Governo,  pelarecusa  das 
preterições  daquelle  Centro,  severamente  criticado  pelo  Jornal  do  Com-, 
mercio,  em  artigo  que  parecia  ter  cunho  oíncial. 

Esse  Centro  tinha  personalidade  á  parte  c  tinha  cm  sua  adminis- 
tração alguns  dos  directores  da  Sociedade  e  representantes  do  commercio 
e  dos  Estados  de  S.  Paulo  e  Rio  de  Janeiro. 

Foi  por  isso  constituída  uma  commissão  directora,  composta  do 
barão  de  Capanema,  como  presidente,  e  dos  Drs.  Luiz  Carlos  Barbosa 
de  Oliveira,  Augusto  Bernacchi,  Aristóteles  Calaça  e  Sr.  Carlos  Moreira, 
encarregada  do  expediente  até  a  reunião  da  assembléa. 

Foi  então  convocada  a  assembléa  geral,  que  em  25  de  abril  acclamou 
a  seguinte  directoria  : 

Presidente  —  Dr.  Antonino  Fialho. 

i°  vice-presidente  —  Dr.  João  Baptista  de  Castro. 

2°  dito  —  Dr.  Luiz  Carlos  Barbosa  de  Oliveira. 

3o  dito  —  Dr.  Aristóteles  Gomes  Calaça. 

Director  da  propaganda — Commandante  José  Carlos  de  Carvalho. 

Director  de  culturas  —  Dr.  Bernardo  Dias  Ferreira. 

i°  secretario  —  Dr.  José  Mattoso  Sampaio  Corrêa. 

2o  dito  —  Dr.  Augusto  Bernacchi. 

3o  dito  —  Sr.  Carlos  Moreira. 

i°  thesoureiro  —Sr.  Jens  Sand. 

2o  dito  ■ —  Sr.  João  da  Silva  Gandra. 

A  redação  dM  Lavoura  ficou  sob  a  direcção  do  commandante  José 
Carlos  de  Carvalho,  como  chefe  e  do  Dr.  Sérgio  de  Carvalho,  como  se- 
cretario . 

Foram  nesta  sessão  salientados  os  relevantes  serviços  prestados  pela 
directoria  demissionaria,  que  deu  grande  impulso  á  Sociedade,  tendo  á 
sua  testa  o  Dr.  Moura  Brasil. 

Começou  a  nova  directoria  a  desenvolver  mais  ainda  os  serviços  a  seu 
cargo,  na  terceira  phase  da  vida  social,  de  modo  a  curar  da  Fazenda 
de  Santa  Mónica  e  do  Horto  da  Penha  e  pôr  em  dia  o  boletim  A  Lavoura. 

Foi  largamente  discutida  a  questão  da  dissolução  do  Centro  da 
Lavoura  do  Café,  sendo  apresentadas  propostas  no  sentido  de  ter  outra 
applicação  a  verba  do  Centro,  por  intermédio  da  Sociedade,  como  o 
estudo  sobre  a  lavoura  do  café,  campo  de  experiências,    ctc. 

Foram  empossados  no?  cargos  do  C?ntro  os  membros  da  directoria 
da  Sociedade,  nesse  anno. 

A  1 3  de  maio,  o  Dr.  Sérgio  de  Carvalho,  em  sessão  especial,  fez 
exposição  completa,  em  conferencia  publica,  da  sua  viagem  a  Montevideo 


A    LAVOURA  1G1 


para  tomar  parte  no  Congresso  Latino  Americano,  em  março,  onde  foi 
como  representante  da  Sociedade,  oíFerecendo  medalhas,  que  trouxera, 
sementes,  amostras  de  productos,  etc,  havendo-se  com  todo  o  brilho,  e 
apresentou  uma  lista  de  nomes  de  agrónomos  e  homens  importantes 
relacionados  com  a  agricultura  para  sócios  correspondentes,  o  que  foi 
confirmado. 

Foram  discutidas  as  questões  que  nesse  tempo  eram  aventadas  em 
S.  Paulo  para  minorar  a  crise  do  café,  como  queima,  etc. 

Occupou-se  a  Directoria  da  grande  idéa  dos  syndicatos  agrícolas, 
como  meio  racional  de  combater  a  crise,  na  sessão  de  directoria,  de  2 1  de 
maio.  Foi  logo  nomeada  uma  commissao  de  cinco  membros  para  formular 
as  bases  da  organização  do  5  syndicatos  agrícolas. 

Em  1 1  de  junho  com  o  sentido  de  valorizar  o  café,  é  acceito 
para  estudo  um  projecto  sobre  usinas  regionaes,  que  é  submettido 
ao  parecer  da  mesma  commissao. 

Foram  mandados  imprimir,  para  distribuição,  os  trabalhos  da  pro- 
paganda do  café  do  Commandante  José  Carlos  de  Carvalho  e  os  sobre  o 
café  e  industria  pastoril  do  Dr.    Assis  Brasil. 

Acolheu  a  Directoria  os  membros  da  recente  Sociedade  de  Agri- 
cultura Alagoana,  que  vieram  á  Capital  Federal  para  tratar  dos  meios 
de  debellar  a  crise  do  assucar  junto  ao  governo  da  União,  promettendo 
a  sua  cooperação  pela  causa  agrícola  no  sentido  da  iniciativa  par- 
ticular. 

Graças  aos  novos  esforços  desta  Directoria,  teve  finalmente  exe- 
cução o  primeiro  Congresso  Nacional  de  Agricultura,  installado  no 
Lyceo  de  Artes  e  Officios  e  funecionando  desde  20  de  setembro 
até  8  de  outubro,  com  toda  animação  e  concurrencia  que  merecia 
um  tal  certamen.  Tantas  e  tão  boas  idéas  emanaram  do  seio  de 
suas  discussões,  que  desde  logo  foi  reconhecido  o  valor  da  reunião, 
que  tanto  engrandeceu  a  Sociedade  pelos  factos  decorrentes  dessa 
primeira  e  patriótica  assembléa  agrícola.  Nelle  salientou-se  o  Dr.  Manoel 
Victorino  por  seus  grandes  trabalhos  nas  discussões  de  diversos  assumptos. 

Constituiu  assim  o  facto  de  maior  importância  do  armo. 

Foi  inaugurado  também  por  essa  epocha  o  Museu  da  Sociedade 
no  mesmo   Lyceu,    cuja  execução  foi  o  frueto   de  trabalho    pertinaz. 

Conseguiu  igualmente  a  Directoria  uma  subvenção  de  vinte  contos 
do  Governo,  em  setembro,  que  ainda  hoje  auxilia  seus  benéficos  serviços. 

Foram  tomadas  as  precisas  medidas  para  que  os  serviços  da 
fazenda  de  Santa  Mónica  tivessem  andamento,  fazendo-se  a  economia 
conveniente  por  não  mais  residir   nella  o  director   de  Culturas. 


162  SOCIEDADE    NACIONAL    DH    AGRICULTURA 

Teve  approvação  pela  directoria  o  Conselho  Superior  em  numero 
de  45  membros. 

Foram  attendidos  e  estudados  os  assumptos  tendentes  a  melhorar  o 
serviço  interno  e  a  desenvolver  o  plano  oriundo  do  Congresso  Agrícola. 

if)03  —  Como  consequência  do  Congresso  de  Agricultura,  reali- 
zou-se  na  Bahia,  a  10  de  janeiro,  uma  reunião  de  lavradores,  presidida 
pelo  Dr.  Joaquim  Ignacio  Tosta,  e  da  qual  resultou  a  creação  da 
Sociedade  Bahiana  de  Agricultura,  cujos  serviços  fizeram-se  logo  sen- 
tir beneticamente. 

Em  sessão  de  Assembléa  Geral  de  4  de  fevereiro,  foram  refor- 
mados os  estatutos,  reduzidos  os  membros  do  Conselho  Superior  a 
35  e  novamente   restabelecido  o    cargo   de  secretario  geral. 

Antes  tinham  os  estatutos  o  nome  de  Regulamento.  Este,  porém, 
foi  approvado  com  o  seu  verdadeiro  fim  em  sessão  de  directoria  de 
6  de   maio. 

Foi  eleita  em  4  de  fevereiro  a  nova  directoria   do   seguinte  modo. 

Presidente —  Dr.  Antonino  Fialho. 

i°  vice-presidente  —  Dr.  João  Baptista  de  Castro. 

2o  vice-presidente  —  Dr.  Wencesláo  A.     L.    de  Oliveira    Bello. 

3o  vice-presidente  —  Dr.   Aristóteles  Gomes  Calaça. 

Secretario  geral  —  Dr.   Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Director  de  culturas  — Dr.    Aristides    Caíre. 

i°  secretario —  Dr.   Jacy  Monteiro. 

2o        »  — Dr.  Augusto  Bernacchi. 

3o         »  —Alberto  Jacobina. 

i°  thesoureiro  —  Jens  Sand. 

2o  »  — João  da  Silva  Gandra. 

A  redacção  d\4  Lavoura  esteve  a  cargo  do  Dr .  Sérgio  de   Carvalho. 

Como  precursor  do  movimento  syndicatario,  fundou  -se  o  primeiro 
Syndicato  Agricola,  em  S.  Thiago  do  Iguape,  na  Bahia,  a  2  de  março. 

Emanada  do  seio  da  Sociedade  e  discutida  desde  antes  de  1 1  de 
março,  teve  realização  a  primeira  conferencia  assucareira,  na  Bahia,  em 
25  de  junho,  acompanhada  de  visitas  aos  principies  engenhos  de  assucar. 
Já  este  segundo  comício,  em  sentido  particular,  operou  resultados  mais 
directos,  em  favor  da  lavoura  de  canna,  e  ainda  marcando  outra  confe- 
rencia para  o  Recife.  Por  essa  occasião  foram  lançadas  as  bases  do  Syn- 
dicato Assucareiro  da  Bahia,  que  tão  bons  serviços  tem  prestado  aos 
interesses  locaes. 

Deu  ensejo  a  largas  discussões  o  projecto  do  general  Quintino  Bo- 
cayuva,  lançado  em  27  de  junho,  tendo  constituído  a  Sociedade  uma  com- 


A    LAVOURA 


missão,  para  sobre  elle  interpor  parecer,  a  pedido  do  Dr.  Ignacio  Tosta, 
como  membro  da  Commissão  de  Agricultura  da  Camará.  Este  parecer 
foi  approvado,  sendo  apenas  modificada  uma  conclusão,  havendo 
um  folheto  em  que  elle  foi  vulgarizado,  sob  o  titulo  de  «Valorização 
do  Café». 

Na  tribuna  parlamentar  evidenciou-se  o  Dr.  Ignacio  Tosta,  com- 
panheiro distincto  das  idéas  adiantadas  da  Sociedade  e  de  seus  Congres- 
sos, apresentando  a  i.)  de  agosto  um  parecer,  em  additamento  ao 
projecto  n.  322,  de  10  de  dezembro  de  1 901,  sobre  syndicatos  agrícolas, 
moldado  na  legislação  franceza.  Convém  assignalar  a  activa  propa- 
ganda feita  pela  imprensa  diária  pelos  Drs.  Wescesláo  Bello  e  Baptista  de 
Castro  a  favor  da  organização  dos  syndicatos  agrícolas. 

Em  setembro  teve  execução,  por  ordem  do  Ministro  da  Industria, 
conselheiro  António  Augusto  da  Silva,  a  parte  da  lei  orçamentaria  que 
mandava  dar  a  verba  de  1 00:00  $  para  a  distribuição,  de  plantas  e  se- 
mentes e  para  facilitar  a  introducrio  de  animies  de  raça  no  paiz,  ficando 
o  serviço  a  cargo  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  pelo  qual  ella 
muito  se  interessou  como  medida  pratica. 

Uma  grande  idéa  teve  concretização  neste  anno  por  meio  do  pro- 
jecto do  Dr.  Chíistino  Cruz,  apresentado  á  Camará,  sobre  a  creação  do 
Ministério  da  Agricultura.  Teve  como  fonte  de  origem  o  Congresso  Agrí- 
cola realizado  pela  Sociedade  em    190.1. 

1003  — •  A  Sociedade  teve  o  feliz  ensejo  de  ser  correspondida  no 
appello  que  dirigiu  aos  Governos  Federal  e  dos  Estados  para  a  repre- 
sentação do  Brasil  na  Exposição  de  S.  Luiz.  Deu  isso  motivo  a  visita  feita 
á  Sociedade  pelos  Srs.  J.  Buchnann  e  J.  Lewis,  o  ex-ministro  americano 
na  Argentina  e  o  representante  da  exposição  no  Brasil,  solicitando  a  sua 
intervenção  junto  aos  poderes  públicos. 

Outro  pedido  teve  a  Sociedade  de  D.  Cypriano  de  la  Pena  para 
que  ella  interviesse  sobre  a  representação  do  Brasil  na  Exposição 
Agricola  de  Buenos  Aires,  em  maio,  não  o  permittindo  a  exiguidade  do 
tempo  e  outros  motivos  de  crise . 

E'  para  salientar,  como  resultado  das  luctas  anteriores  de  propa- 
ganda sobre  os  syndicatos  agrícolas,  o  decreto  n.  979.  de  6  de  janeiro, 
um  dos  primeiros  actos  do  governo  do  Dr.  Rodrigues  Alves  em  prol  da 
agricultura. 

E  os  resultados  fizeram-se  sentir  neste  mesmo  anno,  pois  em  Per- 
nambuco foram  fundados  nada  menos  de  seis  svndicatos   agrícolas. 

A  31  de  janeiro,  1,  2  e  3  de  fevereiro  reuniu-se  em  S.  Paulo  um 
grande  comício  agricola  tendo  sido  a  Sociedade   brilhantemente  repre- 


164  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

sentada  pelos   Drs.  Wencesláo  Bello  e  Baptista  de  Castro,  que  apresen- 
taram o  seu  modo   de  vér  sobre  os  resultados  da  reunião. 

Teve  logar  a  9  de  maio  a  eleição  da  directoria,  que  mudou  de 
membros  somente  nos  seguintes:  30  secretario,  Dr.  Eduardo  de  Caldas 
Brito  ;  i°  thesoureiro,  João  da  Silva  Gandra  ;  -i°  tlicsoiirciro,  Jens  Sand. 
Directores  das  secções  —  Museu  e  Sementes  —  Dr.  Bello;  Bibliotheca  — 
Dr.  Baptista  de  Castro. 

Etfectuou-se  a  13  de  maio  mais  um  Congresso  Agrícola  Industrial 
e  Commercial  cm  Bello  Horizonte,  do  qual  fez  minucioso  relatório  o 
Dr.  João  Baptista  de  Castro,  na  qualidade  de  representante  da  Sociedade. 

Teve  começo  um  projecto  de  Escola  Pratica  de  Agricultura  no 
Districto  Federal,  apresentado  pelo  conselheiro  Leôncio  de  Carvalho, 
com  acquiescencia  dos  Governos  Federal  e  Municipal,  mas  não  vingou 
apesar  da  Sociedade  ter  prestado  o  seu  auxilio  moral,  discutindo  suas 
bases  e  apresentando  projecto  detalhado  para  a  organização  do  ensino 
no  instituto. 

O  Dr.  Augusto  Bernacchi  produziu  quatro  conferencias  na  sede  da 
Sociedade,  nos  mezes  de  junho  a  agosto  sobre  «Meios  para  debellar  mais 
facilmente  as  crises  no  Brasil». 

Em  setembro  conseguiu,  emlim,  a  Sociedade  installar-se  na  rua  da 
Alfandega  n.  102  e  General  Camará  n.  105,  sua  sede  actual,  onde  poude 
dar  desenvolvimento  ás  suas  secções  e  attender  convenientemente  aos 
serviços  de  que  já  estava  incumbida.  Ahi  tiveram  a  amplitude  necessária 
o  Museu  Agrícola,  os  serviços  de  escriptorio  da  Sociedade  e  bem  assim 
a  Bibliotheca  e  a  secção  de  plantas  e  sementes. 

Foram  igualmente  cuidados  os  serviços  da  fazenda  de  Santa  Mó- 
nica, continuando  a  servir  de  campo  de  experiência  e  de  demonstração  e 
os  da  fazenda  da  Penha,  que  começou  a  ser  Horto  Fructicola,  transfor- 
mando-se  em  viveiros  de  bacellos,  plantas  e  enxertos. 

O  que  se  salientou  nesse  anno  foi  a  Exposição  Internacional  de 
Apparelhos  a  Álcool,  inaugurada  em  18  de  outubro,  no  antigo  edifício 
do  Frontão  Velocipedico  Fluminense,  na  rua  do  Lavradio,  e  preparada 
desde  5  de   agosto  de    1902. 

Como  consequência  do  Congresso  de  Agricultura  e  da  Conferencia 
da  Bahia,  a  Sociedade  tratou  de  dar  execução  a  uma  de  suas  conclusões 
organizando  esse  tentamen,  inspirada  no  grande  progresso  que  o  álcool 
industrial  tomou  na  Allemanha.  Auxiliada  pelo  Poder  Legislativo,  no 
qual  se  salientou  o  Dr.  Joaquim  Ignacio  Tosta,  advogando  os  meios  a 
consignar  em  verba  para  realização  do  certamen  e  pelo  poder  executivo, 
110  qual  foi   um  dos  factores  o   Dr.  Lauro  Miillcr,  -Ministro  da  Industria, 


secundando-o  no  estrangeiro  o  Barão  do  Rio  Branco,  Ministro  do  Ex- 
terior, que  offereceratn  todas  as  facilidades  possíveis,  levou  ao  rim  a  So- 
ciedade essa  idéa.  Na  Europa  fez  a  propaganda  o  Sr.  João  da  Silva 
Gandra,  como  delegado  da  Sociedade  durante  os  trabalhos  preparatórios. 

Realizou-se  conjunctamente  a  Exposição  de  Flores  promovida  pela 
Associação  das  Crianças  Brasileiras,  que  muito  concorreu  para  o  successo 
geral. 

Funccionou  durante  a  Exposição  o  Congresso  das  Applicações  Indus- 
triaes  do  Álcool,  que  chegou  a  umas  tantas  conclusões  tendentes  a  vulga- 
rizar as  applicações  do  álcool  no  campo  industrial. 

Terminada  a  Exposição  em  25  de  novembro,  foi  constituída  a  Com- 
missão  de  Propaganda. 

A  Lavoura  dedicou  neste  anno  e  no  seguinte  um  numero  especial 
consagrado  á  Exposição. 

1904  — Após  os  grandes  trabalhos  que  de  1901  a  igo3  absorveram 
a  Sociedade  com  a  promoção  dos  congressoi  e  exposições,  entrou  ella 
neste  anno  com  a  fadiga  natural  por  tantos  emprehendimentos .  Assim, 
não  muitos  serviços  foram  levados  a  effeito,  convindo  citar  entre  outros 
os  que  se  seguem . 

Muito  effeito  causou  a  creação  doSyndicato  Central  dos  Agricultores 
do  Brazil,  sob  o  patronato  da  Sociedade,  que  teve  o  impulso  de  sua  orga- 
nisação  devido  ao  Dr.  João  Baptista  de  (astro,  funccionando  na  sede  da 
Sociedade. 

Foi  conseguida  a  verba  de  5o:oooSooo  destinada  omcialmente  á  pro- 
paganda das  applicações  industriaes  de  álcool,  o  que  deu  grande  movi- 
mento á  secção  que   foi  creada . 

A  Sociedade  teve  a  feiiz  idéa  de  convidar  os  Estados  para  se  fazerem 
representar  na  Exposição  Permanente  de  Fructas,  que  se  ia  realizar  em 
Buenos-Aires,  confraternisando  e  mostrando  ao  estrangeiro  os  bons  pro- 
ductos  brazileiros. 

Foi  lembrada  a  bella  idéa  da  realisação  de  uma  festa  das  arvores,  de 
accordo  com  o  Prefeito,  tendo  occorrido  depois  uma,  em  ponto  pequeno, 
em  Paquetá,  na  qual  a  Sociedade  se  representou  por  uma  commissão, 
fazendo  a  illuminação  da  festa  a  álcool .  Essas  idéas  eram  a  imitação  das 
bonitas  festas  de  arvores  inauguradas  no  Brazil  pelos  inspectores  agronó- 
micos de  S.  Paulo,  executadas  nas  cidades  de  Araras,  Campinas,  Itapira, 
Jaboticabal  e  Jahú . 

Foram  attendidos  tanto  quanto  possível  os  trabalhos  da  Penha, 
sendo  adquiridos  instrumentos  agrários  e  sendo  augmentada  a  pomi- 
cultura. 


SOCIEDADE    NAr.iovu,    DK     V.kicultpha 


Também  foram  adquiridos  livros  novos  para  a  Bibliotheca  e  frascos 
para  as  amostras  do  Museu  serem  bem  expostas. 

Retardada  a  eleição  da  nova  Directoria,  por  motivos  de  força  maior, 
teve  ella  logar  em  6  de  setembro,  dando  o  seguinte  resultado  : 

Presidente,  Dr.  Moura  Brasil. 

i"  vice-presidente,  Dr.  WencesláoA.  L.  de  Oliveira  Bello. 

2°       »  »  Dr.  João  Teixeira  Soares. 

3o       »  »  Barão  de  Aguas  Claras . 

Secretario  geral,  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Director  de  cultura,  Dr.  Aristides  Caire. 

i°  secretario,  Dr.  Eurico  Jacy  Monteiro. 

2o  »         Dr.  Eduardo  de  Caldas  Brito. 

3o  »         Dr.  António  de  Pádua  Rezende. 

i  °  thesoureiro,  Dr .  Leopoldo  César  Duque  Estrada . 

2o  »  Dr.  Fábio  Leal. 

Director  da  secção  do  Álcool  — Dr.  Sérgio  de  Carvalho. 

Teve  logo  nova  orientação  a  presente  Directoria,  prestando  toda  a 
attenção  á  Fazenda  de  Santa  Mónica  para  os  trabalhos  de  culturas  diver- 
sas, em  experiências  e  demonstrações  praticas  e  económicas.  Chegou  até 
ao  ponto  de  reduzir  as  despesas  em  outras  secções  da  Sociedade  para  dar 
áquella  maior  desenvolvimento,  cabendo  a  direcção  da  mesma  ao  director 
de  culturas,  em  commissão. 

íôOEJ  —  Nova  feição  tomaram  os  serviços  internos  por  motivo  de 
reforma  dos  estatutos,  realizando-se  uma  assembléa  geral  a  25  de  janeiro, 
da  qual  resultou  a  mudança  da  Directoria,  a  modificação  dos  estatutos  e  a 
nova  orientação  emprestada  aos  trabalhos  da  Sociedade,  que  desta  sorte 
entrou  na  sua  phase  actual . 

Foram  alterados  os  estatutos ;  entre  outros  pontos  supprimindo  o 
cargo  de  Director  de  culturas  e  augmentando  um  secretario  e  reduzindo 
o  Conselho  Superior  a  25  membros . 

Ficou  a  nova  Directoria  assim  organisada,  com  o  mandato  de  dois 
annos : 

Presidente,  Dr  Wencesláo  A.  L.  de  Oliveira  Bello. 

i°  vice-presidente,  Dr.  João  Baptista  de  Castro . 

2o       r>  t>  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel. 

3o       »  »  Coronel  Cornelio  de  Souza  Lima . 

Secretario  geral,  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

i°  secretario,  Dr.  Luiz  J.  da  Costa  Leite. 

2°  s  Dr.  Heitor  de  Sá. 

3o  s  Dr.  Alfredo  Dias. 


A     LAVOURA 


4o  d  Dr.  Carlos  Raulino. 

i°  thesoureiro,  Alberto  de  A. F.  Jacobina. 

2o  d  Edgardo  Ferreira  de  Carvalho. 

Directores  das  secções:  Horto  da  Penha  e  Sementes  —  Dr.  W.  Bello, 
S.  Mónica — Dr.  Sylvio  Rangel,  Museu  —  C.  Cornelio  Lima,  Bibliotheca, 
Dr.  Baptista  de  Castro,  Álcool  —  Dr.  Sérgio  de  Carvalho,  Boletim  —  Com- 
missão  tendo  para  presidente  o  Dr.  Bello. 

Mais  tarde  foi  revisto  o  regulamento  e  approvado  em  sessão  do 
Conselho  Superior  de  27  de  outubro  de  accordo  com  as  novas  disposições, 
ficando  creadas  as  10  secções  permanentes  em  vigor. 

Em  todos  os  serviços  foi  dada  outra  orientação  para  maior  desenvol- 
vimento e  melhor  andamento,  de  accordo  com  o  estado  de  cousas  e  a  posi- 
ção da  Sociedade . 

Começou  com  este  anno  a  distribuição  gratuita,  a  titulo  de  ensaio, 
das  formigas  cuyabanas,  adquiridas  na  Fazenda  das  Coroas,  em  Valença, 
de  propriedade  do  Dr.  Ernesto  Ribeiro  de  Souza  Rezende.  Houve 
grande  distendimento  deste  formicida  vivo,  fornecendo-o  também  a 
Fazenda  do  Mimoso,  no  Estado  do  Espirito  Santo . 

A  Fazenda  de  Santa  Mónica,  e  o  Horto  da  Penha,  iniciaram  os 
seus  novos  serviços  sem  esmorecimentos.  Naquella  foram  instituidos  os  cur- 
sos práticos  de  mecânica  agrícola  eattendidosde  um  modo  geral  os  trabalhos 
concernentes  aos  campos  de  experiências  e  de  demonstrações.  No  Horto 
da  Penha  começou  o  verdadeiro  aproveitamento  dos  seus  elementos  natu- 
raes  para  formação  de  um  Horto  Fructicola  e  viveiros  de  plantas,  devido  a 
ter  sido  designada  verba,  para  esse  fim  tirada  da  de  distribuição  de  semen- 
tes e  arbitrada  em  20  contos.  Assim  é  que  se  verifica  o  seu  desenvolvi- 
mento pela  differença  de  plantas  existentes  ao  começar  o  anno  em  numero 
de  3.247,  comparada  com  o  numero  de  28. 10 1  ao  findar  o  mesmo  anno. 

Realisou-se  no  Recife  a  2a  Conferencia  Assucareira,  secundada  pela 
Sociedade,  conforme  mandavam  as  conclusões  da  Ia  na  Bahia.  Foi  aberta 
em  14  de  março  e  encerrada  a  29  do  mesmo  mez.  Os  seus  resultados  e  as 
visitas  proporcionadas  d  lavoura  de  canna  no  interior  do  Estado  muito 
agradaram  a  todos  que  nella  tomaram  parte,  auxiliada  como  foi  pelo 
Governo  do  Estado .  A  Sociedade  fez-se  representar  por  seus  directores 
Dr.   L.  J.  da  Costa  Leite  e  engenheiro  Heitor  de  Sá. 

Em  5  de  abril  houve  uma  sessão  solemne  para  entrega  das  medalhas 
e  prémios  aos  concurrentes  da  Exposição  de  Álcool,  tendo  comparecido 
o  Exmo.  Sr.  Dr.  Lauro  Muller,  Ministro  da  Industria,  que,  com 
palavras  eloquentes  e  patrióticas,  muito  animou  a  Sociedade  na  sua 
árdua  tarefa. 


Convidada  esta  Sociedade  para  tomar  parte  nas  Exposições  que  se 
realisaram  em  23  de  abril  e  i  de  maio  em  Pelotas  e  Florianópolis,  pro- 
movidas respectivamente  pela  Sociedade  Agrícola  e  Pastoril  do  Rio 
Grande  do  Sul  e  pela  Sociedade  Catharinense  de  Agricultura,  de  bom 
grado  accedeu  ás  solicitações  das  distinctas  co-irmãs.  Enviou  esta  Socie- 
dade para  os  alludidos  certamens  não  só  varias  amostras  de  produetos 
agrícolas  constantes  de  seu  Museu  e  diferentes  machinas  agrícolas,  para 
cuja  remessa  se  interessaram  as  firmas  commerciaes  desta  praça,  Henry 
Rogers,  Sons  &  C°e  Arens  &  Irmão,  senão  também  os  apparelhos  a  aicool 
de  força,  luz  e  calor,  retirados  da  respectiva  secção,  e  outros  de  contribui- 
ção das  firmas  commerciaes  desta  capital,  Borlido  Moniz  &  Comp., 
Manoel  Gomes  &  Comp.  e  J.  M.  Camanho.  Serviram  de  artigos  de  expo- 
sição e  figuraram  como  factores  únicos  das  illuminações  dos  recintos,  sendo 
todo  o  serviço  provido  e  dirigido  lambem  por  emissários  desta  Sociedade. 

Além  disso,  fez-se  ainda  representar  junto  a  essas  festas  de  trabalho 
pelo  secretario  Dr.  Luiz  Joaquim  da  Costa  Leite,  e,  a  par  das  demons- 
trações praticas  de  utilisação  do  álcool  industrial,  fez  realisar  conferencias 
sobre  o  mesmo  assumpto  pelo  órgão  de  um  commissionado  especial. 

Os  Drs.  W.  Bello  e  Sérgio  de  Carvalho  receberam  diplomas  de  sócio 
honorário,  findo  o  certamen,  da  Sociedade  Agrícola  e  Pastoril  do  Rio 
Grande  do  Sul 

Por  occassião  do  3o  Congresso  Latino- Americano,  reunido  nesta  capi- 
tal, em  agosto,  tomou  parte  a  Sociedade,  tendo-se  realisado  em  sua  sede  as 
sessões  da  commissão  de  agricultura,  sendo  conferidos  os  títulos  de  sócios 
honorários  e  correspondentes  a  muitos  dos  membros  representantes  da 
Argentina,  Uruguay  e  Paraguay,  que  faziam  parte  da  secção. 

Continuaram  a  ter  incremento  os  syndicátos  agrícolas,  as  sociedades 
e  o  movimento  agrícola,  como  reflexo  do  movimento  operado  pela  Socie- 
dade. Assim  é  que  na  Bahia,  Alagoas  e  Santa  Catharina  appareceram  os 
elementos  justificativos  da  asserção  supra. 

Pernambuco,  porém,  foi  mais  adiante,  pois,  obediente  ás  conclu- 
sões da  2a  conferencia  assucareira,  synthetisou  a  forca  dos  syndicátos, 
creando  a  união  dos  syndicátos,  com  oito  regionaes  abrangendo  18  mu- 
nicípios. 

Foram  feitas  na  sede  da  sociedade  conferencias  pelos  Drs.  A.  Cân- 
dido Rodrigues,  J.  B.  de  Castro,  Leite  e  Oiticica,  António  de  Medeiros, 
Carvalho  Borges  Júnior  e  Francisco  Malta. 

O  boletim  A  Lavoura  teve  nova  vida  com  direcção  mais  assídua, 
pondo-se  em  dia  e  tratando  de  assumptos  technicos  interessantes,  sendo 
confiado   a  uma  commissão  directora.    Assim  é  que  foram  publicadas 


seis  monographias  e  espalhadas  em  folhetos  especiaes  sobre  as  seguintes 
matérias  :  I  —  Algodoeiro  ;  II  —  Lúpulo  ;  III  —  Cevada  ;  IV  —  Con- 
solida ;  V  —  Alfafa  ;  VI  —  Quatro  importantes  leguminosas  forra- 
geiras. Sob  o  titulo  de  Propaganda  Agrícola  os  folhetos  estudam  as 
culturas  das  plantas. 

A  sociedade  promoveu  um  inquérito  sobre  o  gado  Zebú,  iniciado 
a  25  de  maio,  afim  de  orientar  os  criadores  sobre  esta  raça,  em  vista 
das  repetidas  entradas  deste  gado  no  nosso  território  e  proveniente  das 
índias,  o  qual  foi  depois,  em  1Q07,  dado  á  publicidade  e  largamente  dis- 
tribuído. 

ii>o<i — Começou  o  anno  sendo  rendido  aos  Drs.  Lauro  Miiller 
e  Ignacio  Tosta  o  preito  que  mereciam  por  tantos  serviços  á  causa 
agrícola,  com  a  sessão  solemne  para  fazer  entrega  de  seus  diplomas 
de  presidentes  honorários,  em  a  data  anniversaria  da  fundação  da 
Sociedade . 

São  conhecidos  os  auxílios  que  o  Dr.  Lauro  Miiller  prodigalisou 
á  Sociedade  desde  que  assumiu  a  pasta  da  industria,  e,  quanto  ao 
Dr.  Tosta,  é  sabido  que  desde  o  congresso  agricola  elle  salientou-se 
como  patriarcha  da  agricultura . 

Como  uma  vantagem  aos  sócios,  resolveu  a  Directoria  em  abril 
estabelecer  os  fornecimentos  de  formicida  Paschoal,  julgada  a  melhor, 
mesmo  sob  o  ponto  de  vista  económico,  e  experimentada  em  concurso 
especial  de  S.  Paulo,  e  de  machinas  agrícolas,  arame  farpado  e  álcool, 
valendo-se  da  quasi  isenção  de  impostos  do  Syndicato  Central  e  reduc- 
ção  na  compra,  em  favor  do  lavrador.  Isto  resalta  aos  olhos  como  uma 
grande  medida  pratica  e  de  utilidade  directa  e  que  a  Sociedade  não 
trepidou  em  dar  prompta  execução,  attenta  a  vantagem  que  ia  ofterecer 
aos  sócios  em  seus  allazeres  do  campo.  E  não  enganou-se  a  Sociedade 
pois  o  destendimento  deste  serviço  tem   sido  cada  vez  maior. 

Realisou-se  em  24  de  maio  mais  uma  exposição  de  álcool,  em 
Porto  Alegre,  promovida  pelo  Centro  Económico  do  Rio  Grande  do  Sul 
e  secundada  pela  Sociedade  que  enviou  de  novo  ao  sul  apparelhos  e 
empregados  seus.  Por  essa  occasião,pelo  órgão  de  um  commissionado 
desta  sociedade,  foram  naquella  Capital  realisadas  conferencias  sobre 
a  organisação   dos  syndicatos  agrícolas. 

Solíreu  reforma  o  boletim  A  Lavoura  para  tornar-se  mais  attra- 
hente  e  noticioso  ainda,  com  grande  cópia  de  informações,  pondo  o 
leitor  ao  par  do  movimento  agricola  mundial,  illustrando  o  seu  texto 
com  bonitas  gravuras  e  tornando-se  mais  útil  pela  secção  de  annun- 
cios,  que  foram  restabelecidos  em  proveito  dos  sócios. 


SOCIKDADK     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Foi  a  sua  capa,  que  marcou  este  adiantamento  nos  ns.  3  a  5,  appare- 
cendo  mais  moderna. 

A1  vista  dos  bons  resultados  financeiros,  pelo  saldo  havido  no  armo 
anterior,  foi  resolvida  a  acquisição  de  seis  apólices  federaes  para  começar 
o  património  da  Sociedade,  cuja  compra  realisou-se  em  (ide  maio. 

Devendo  realisar-sc  em  junho  a  3a  conferencia  assucareira,  em 
Campos,  a  Sociedade  envidou  esforços  para  a  sua  execução,  não  sendo 
possível  por  motivo  das  enchentes  do  rio  Parahyba,  no  Estado  do  Rio . 
Teve  de  ser  transferida  para  o  anno  seguinte,  o  que  também  não 
logrou  resultado  por  não  ter  a  Sociedade  encontrado  apoio  no  governo 
do  referido  Estado.  Ainda  quiz  a  sociedade  reunil-a  em  sua  sede,  mas 
chegada  que  foi  a  época  da  safra  no  Norte,  não  houve  accôrdo  nos 
Hstados  interessados,  ficando  para  realisar-se  durante  a  Exposição  Na- 
cional de  1908,  como  parte    do  congresso  de  agricultura. 

Em  3o  de  junho  promoveu  a  Sociedade  uma  festa  agrícola,  por  meio 
de  uma  sessão  magna,  para  entregar  os  diplomas  de  sócios  honorários  aos 
Exmos.  Srs.  D.  Luiz,  bispo  de  Olinda,  e  Dr.  Christino  Cruz.  Aquelle  pelo 
seu  amor  á  agricultura  e  pela  parte  que  tomou  na  conferencia  do  Recife  ; 
este  por  serviços  agrícolas  á  Pátria,  salientando-se  a  idéa  levada  ao  Con- 
gresso Nacional  da  organisação  de  um  ministério  technico  de  agricultura. 

Foi  lançada  a  idéa  da  organisação  de  uma  Cooperativa  Central, 
sendo  preparados  o  respectivo  projecto  e  estatutos.  Tem  tentado  até  hoje  a 
Sociedade  levar  a  elfeito  esse  desejo  de  grande  alcance  para  a  lavoura  em 
geral . 

Em  julho  apresentou  o  Dr.  Ignacio  Tosta,  como  relator,  o  pro- 
jecto da  creação  do  Ministério  da  Agricultura,  Industria  e  Commercio, 
tendo  sido  por  isto  saudado  pela  Directoria  da  Sociedade  e  pelas  insti- 
tuições agrícolas  do  paiz.  Esse  projecto  foi  consagrado  mais  tarde,  a 
29  de  dezembro,  pela  saneção  presidencial  á  lei  votada  pelo  Congresso, 
o  que  veio  demonstrar  as  bel  las  intenções  do  novo  Governo  da  Re- 
publica em  prol  da  classe  da  lavoura.  A  alegria  causada  com  esse 
acto  foi  enorme,  pois  era  anciosamente  esperado,  pelos  benéficos  effeitos 
que  ha  de  produzir. 

Pelo  mez  de  agosto  houve  uma  reunião  dos  representantes  dos  syndi- 
catos  assucareiros  e  foi  formado  um  Comité  no  Rio  de  Janeiro  para  atten- 
der  aos  seus  interesses,  idéa  que  foi  fortemente  amparada  pela  Sociedade, 
que  se  tornou  o  centro  deste  serviço,  abrindo  logo  um  credito  para 
o  seu  inicio.  Foi  mantido  um  Boletim  quinzenal  de  informações  precisas, 
auxiliado  pelos  Estados  interessados  e  por  esta  Sociedade,  o  que  foi 
levado  a  elfeito  até  1907. 


A    LAVOURA  171 

Houve  recepção  nesta  sede  em  homanagem  ao  Dr.  Joseph 
Philipp  Wileman,  pela  sua  posição  junto  á  Convenção  Assucareira  de 
Bruxellas,  como  representante  do  Brazil.  Foram  conferidos,  em  4  de 
agosto,  os  diplomas  de  sócios  honorários  aos  Srs.  Drs.  Corrêa  de  Brito 
e  Paulo  do  Amorim  Salgado,  aquelle  presidente  da  União  dos  Syn- 
dicatos  do  Recife  e  este  gerente  da  Sociedade  Auxiliadora  de  Per- 
nambuco . 

Foi  notificada  a  invasão  dos  gafanhotos  no  território  brazileiro, 
tendo  causado  damnos  desde  o  Rio  Grande  do  Sul  até  S.  Paulo, 
Minas,  Rio  e  Capital  Federal.  Em  3o  de  outubro  a  Sociedade  acolheu 
em  sua  sede  o  Dr.  Susviela  Guarch  para  fazer  uma  conferencia  sobre 
o  estudo  desta  praga  e  meios  de  debellal-a,  com  desenhos  explicativos. 
A  directoria  agiu  junto  ao  Sr.  Ministro  da  Industria  sobre  a  extinccão 
no  Districto  Federal,  conseguindo  verba  no  começo  do  anno  seguinte  e 
fazendo  sem  demora  publicar  instrucçóes  para  a  destruição  dos  «  saltões  » . 
Encarregou-se  do  serviço  e  deu-lhe  cabal  execução,  conseguindo  extinc- 
cão completa,  do  que  apresentou  circumstanciado  relatório  ao  Sr.  Mi- 
nistro, com  estudo  da  invasão  do  insecto  e  dos  meios  defensivos .  Ahi  a 
Sociedade  pede  ao  Sr.  Ministro  que  organise  o  serviço  permanente  de 
defesa  agrícola. 

A  Sociedade  deu  publicidade  ao  i°  volume  dos  Annaes  do  Con- 
gresso Nacional  de  Agricultura  de  1901,  além  dos  avulsos  de  propaganda 
sobre  vários  assmptos. 

O  numero  de  sócios  attingiu  a  1.7 14,  sendo  í.624  contribuintes,  inclui- 
dos   140  associados. 

O  museu  ganhou  augmento,  contando  já  1.384  amostras.  A  dis- 
tribuição de  plantas  e  sementes  teve  largo  distendimento,  chegando  a 
ser  satisfeitos  3.609  pedidos. 

No  Horto  da  Penha  foram  feitas  54.720  plantações  e  o  mesmo  anno 
findou  enriquecido  com  22 1 .  096  plantas  e  enxertos,  sem  referir  os  j  2 
viveiros  diversos. 

Na  Fazenda  de  Santa  Mónica  continuaram  os  mesmos  trabalhos, 
inclusive  o  de  ensino  pratico  de  mecânica  agrícola,  sendo  envidados 
esforços  para  minorar  as  despezas  por  meio  de  renda  própria.  Foi  iniciado 
um  pequeno  campo  de  experiências  de  adubos  chimicos  dirigido  pelo 
Sr.  E.  Mager,  agrónomo,  como  representante  do  «Kalisyndikat  de  Stass- 
furti,  das  minas  de  potássio. 

A  secção  do  álcool  esteve  prompta  para  attender  aos  pedidos  de 
illuminação  e  informações,  assim  como  no  anno  anterior,  tendo  effectuado 
muitas  demonstrações  na  Capital  e  pelos  Estados,  concorrendo  também  ás 

■Í403  4 


si>ciki>\1>K,    \Ariii\.\i.    ]ik    .v;iun:i.'i'i:n.\ 


exposições  havidas,  com  brilhantismo,  não  descurando  da  propaganda 
oral . 

A  bibliotheca  progrediu  bastante,  pondo-se  em  relação  com  as 
publicações  de  diversos  pontos  do  mundo  agrícola  por  meio  de  acquisições 
e  permuta  com  A  Lavoura,  podendo  já  fornecer  leitura  variada  sobre 
a  especialidade  a  que  se  destina. 

Ficam  assim  relatados  os  profícuos  serviços  desta  directoria,  biennal, 
que  sempre  attendeu  a  tudo  que  ponde,  mantendo  o  ponto  de  vista 
económico. 

Não  teve,  porém,  completa  satisfação  a  directoria  por  ter  visto 
findar-se  em  27  de  dezembro  o  seu  distincto  3o  secretario  Dr.  Alfredo 
Dias,  que  sempre  cooperou  com  a  melhor  boa  vontade  para  os  serviços 
em  acção.  Salientou-se  por  seus  dotes  de  intelligencia  e  pelo  trabalho 
assíduo  no  seio  da  directoria,  onde  era  muito  estimado.  Foram-lhe 
pela  prestadas  as  homenagens  de  que  era  merecedor. 

íoor  A  Sociedade  Auxiliadora  da  Agricultura  de  Pernambuco  agra- 
ciou o  presidente  da  Sociedade  Nacional  com  o  diploma  de  sócio  hono- 
rário, o  que  muito  desvaneceu  a  esta  e  mais  estreitou  as  relações  da  união 
pela  classe. 

Depois  do  necessário  preparo  dos  elementos  para  a  convocação  da 
assembléa  geral,  inclusive  o  substancioso  relatório  do  presidente,  relativo 
ao  biennio  de  1905/6,  afim  de  ser  eleita  a  nova  directoria,  teve  logar  a 
mesma  assembléa  a  27  de  abril,  verificando-se  a  acclamação  da  nova 
directoria,  que  ficou  assim  constituída  : 

Presidente,  Dr.   Wencesláo  A.  L.  de  Oliveira  Bel  lo. 

i°  vice-presidente  Dr.   João  Baptista  de  Castro. 

2o       »  »         Dr.   Sylvio  Ferreira   Rangel. 

3o       »  y>         Dr.   Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario-geral  Dr.   Heitor  de  Sá. 

1  °  secretario,  Dr .   Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 

2o  »         Dr.   Benedicto  Raymundo  da   Silva. 

3o  »         Dr.   J.   R.   Monteiro  da  Silva. 

4o  »         Alberto  Jacobina. 

i°  thesoureiro  Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz  Júnior. 

2o  s  Carlos  Raulino. 

Foram  a  seguir  preenchidas  as  secções  com  os  membros  da  directoria, 
para  o  bom  andamento  dos  serviços,  como  consta  da  capa  dM  Lavoura. 
Foi  dada  ao  Boletim  a  direcção  precisa  para  servir  ao  escopo  a  que  se 
destina  em  todas  as  suas  secções,  de  modo  a  bem  agradar  aos  sócios  pelo 
seu  interesse  agrícola. 


A     LAVOURA  l<3 

Em  sessão  de  a3  de  maio,  foi  creada  a  secção  technica,  comprehen- 
dendo  a  do  Boletim  A  Lavoura,  com  o  seu  regulamento  á  parte,  e  bem 
assim  foi  dada  nova  orientação  á  do  Horto  da  Penha  com  a  nomeação  de 
um  superintendente  para  de  perto  desenvolver  as  suas  culturas,  com 
sujeição  a  obrigações  approvadas. 

A  3  de  maio,  inaugurou-se  em  Pelotas,  por  iniciativa  da  Sociedade 
Agrícola  e  Pastoril  do  Rio  Grande  do  Sul,  uma  exposição  agrícola  e  pastoril, 
para  a  qual,  por  meio  de  reiterados  convites,  foi  solicitado  o  concurso 
desta  Sociedade,  por  sua  secção  de  propaganda  do  álcool  industrial,  c  por 
cuja  annuencia  teve  ella  mais  uma  vez  ensejo  de  vulgarisar  naquelle  Estado, 
a  propaganda  que  vem  fazendo  desde  io,o3.  Com  os  apparelhos  seguiram 
empregados  para    installal-os. 

Em  sessão  de  3  de  junho,  a  directoria  resolveu  promover  a  orga- 
nização de  um  2o  Congresso  Nacional  de  Agricultura,  a  se  realizar  por 
occasião  da  exposição  nacional  projectada  para  o  anno  de  190S. 

Era  isso  a  continuação  dos  esforços  da  Sociedade  para  a  repetição 
da  certamen  de  igoi ,  pois  que  já  a  directoria  havia  proposto  ao  governo 
Rodrigues  Alves  a  realização  de  um  Congresso  e  uma  exposição 
de  agricultura,  e  auxiliara  depois  a  iniciativa  do  Congresso  de  Ex- 
pansão Económica  nos  trabalhos  preparatórios  de  uma  exposição 
nacional . 

A  Sociedade  fez-se  representar  no  dia  1 3  de  maio,  por  seus  directores 
Drs.  João  Baptista  de  Castro  e  Sylvio  Rangel,  na  inauguração  da  Escola 
de  Piracicaba  para  o  que  havia  sido  convidada . 

A  Sociedade  teve  a  infelicidade  de  descobrir  em  seu  ex-thesoureiro, 
Sr.  Edgardo  de  Carvalho,  um  director  que  não  se  revelou  cumpridor  de 
seus  deveres,  causando  prejuízos  económicos.  A  directoria  agiu  com 
energia  contra  o  mesmo  senhor  e  teve  a  ventura  de  superar  mais  este  revez 
com  a  boa  orientação  dada  pelo  seu  presidente  interino,  Dr.  Sylvio  Rangel. 
Assim  foi  por  ter  parado  para  a  Europa  e  America  do  Norte,  em  viagem 
instructiva,  o  presidente  Dr.  Wenceslao  Bello,  e  ter  resignado  o  seu  logar 
o  Dr.  João  Baptista  de  Castro. 

Foram  homenageados  os  Drs.  Wenceslao  Bello  e  Ignacio  Tosta 
na  secção  magna  de  8  de  junho,  inaugurando-se  os  seus  retratos  no  salão 
nobre  da  Sociedade. 

O  novo  Governo  Federal,  creando  a  Directoria  do  Povoamento  do 
Solo,  decretando  os  regulamentos  para  a  importação  de  animaes  de  raça, 
sobre  syndicatos  agrícolas,  sobre  dividas  provenientes  de  salários  de 
trabalhadores  agrícolas  e  sobre  prémios  á  sericicultura,  justificou  a  cam- 
panha que  mantinha  a  Sociedade  por  alcançar  taes  fins,  sendo  votada  em 


MH',IKI>\nH     \ACKiX\l,     ])K      MIUIIUILTIIRA 


ii  de  julho  uma  moção  de  congratulações  ao  Dr.  Miguel  Calmon,  pelos 
serviços  que  em  tão  pouco  tempo  já  prestara  á  lavoura. 

Foi  apresentado  e  publicado  um  longo  parecer  da  co  mmissão  nomeada 
pela  directoria,  tendo  como  relator  o  Dr.  João  Baptista  de  Castro,  sobre 
os  typos  de  café,  adoptados  na  praça  de  Santos  e,  da  Bolsa  de  Nova- 
York,  sendo  as  conclusões   approvadas. 

O  Horto  da  Penha  foi  honrado  em  agosto  com  a  visita  dos  Srs . 
Presidente  da  Republica  e  Ministro  da  Industria.  Mais  outras  visitas 
importantes  teve  o  Horto  e  na  sede  social  muitas  foram  as  pessoas  que 
distinguiram-na  com  a  sua  presença. 

Declarada  a  febre  aphtosa  em  alguns  Estados,  a  Sociedade  fez  im- 
primir circulares  com  os  meios  indicados  pela  sciencia  para  a  cura  da 
peste . 

Em  sessão  de  9  de  setembro,  foram  approvados  os  pareceres  das 
commissões  nomeadas,  sobre  a  creação  de  uma  Caixa  Auxiliadora  dos 
Empregados  da  Sociedade  e  sobre  o  projecto  de  reforma  de  tarifas  adua- 
neiras do  Dr.  J.  Luiz  Alves,  sendo  cm  ambas  relator  o  Sr.  Alberto 
Jacobina  e  publicado  o  ultimo. 

Em  sessão  de  9  de  outubro,  foi  unanimemente  acceito  sócio  bene 
meritoo  Dr.  João  Baptista  de  Castro  pelos  seus  valiosos  serviços  á 
classe  agrícola. 

O  mesmo  Dr.  Baptista  de  Castro  representou  a  Sociedade  na  Expo- 
sição Regional  de  Leopoldina  e  no  Congresso  das  Municipalidades  da 
Matta. 

Em  sessão  de  4  de  novembro,  resolveu  a  directoria  encetar  os 
trabalhos  para  a  Exposição  de  10,08$  renovando  as  commissões  para  esta 
c  para  o  Congresso  de  Agricultura,  já  resolvido  desde  3  de  junho. 

De  longe  vinha  a  Sociedade  com  a  idea  da  realisação  de  uma  ex- 
posição, o  que  foi  depois  resolvido  pelo  Governo. 

Em  a  mesma  sessão,  foi  approvado  o  parecer  da  commissão,  de  que 
foi  relator  o  Engenheiro  Heitor  de  Sá,  sobre  o  Regulamento  da  Dire- 
ctoria de  Agricultura  de  Minas,  elogiando  a  concentração  de  todos  os  ser- 
viços. 

Foi  feita  a  publicação  do  20  volume  dos  Annaes  do  Congresso  de 
1901,  completando-se  assim  os  trabalhos  daquelle  certamen.  Egualmente 
foi  reimpressa  a  série  da  «Propaganda  Agricola»  até  o  6o  folheto,  illus- 
trada  agora  com  gravuras,  e  apparecendo  o  n.  VII  que  trata  das  «Plantas 
produetoras  da  borracha»,  com  illustrações. 

O  movimento  sempre  crescente  na  Sociedade  tornou  mais  patente 
sua  posição  dedicada  na  vida  agricola  do  Brasil .    Assim  nas  suas  secções 


foram  encaminhados  os  trabalhos  de  forma  a  attender  melhor  ao  estado 
actual  do  progresso  agrícola,  quer  nas  secções  de  plantas  e  sementes, 
secretaria,  thesouraria,  como  nas  seguintes  : 

O  Museu  ganhou  grande  numero  de  amostras,  inclusive  de  madeiras 
com  as  respectivas  monographias . 

A  bibliothcca  enriqueceu-se  de  bons  e  modernos  livros  estrangeiros  e 
distendeu  mais  a  permuta  de  revistas,  recebendo  também  offertas. 

A  secção  do  álcool  continuou  a  propaganda  pelas  demonstrações 
publicas  e  particulares,  estendendo  seu  campo  de  acção  pelos  Estados 
do  Rio,  Minas  e  Rio  Grande  do  Sul  e  mantendo  prompto  serviço  de 
informações. 

Em  relação  ás  fazendas,  toda  a  attenção  foi  convergida  para  a  da 
Penha,  com  o  seu  novo  superintendente,  o  Dr.  P.  Cavalcanti,  que,  entre 
os  muitos  serviços  que  methodisou  e  creou,  como  installações,  plantações, 
etc,  levantou  a  planta  topographica  da  fazenda,  onde  delineou  os  serviços 
em  acção  e  projectou  os  que  convém  atacar.  Foram  por  isso  resumidos 
os  trabalhos  em  Santa  Mónica,  attentas  as  difficu  Idades  económicas  para 
mantel-a  no  ponto  que  merece. 

A  secção  technica  attendeu  sempre  ás  variadas  consultas  sobre  todos 
os  assumptos,  prestando  as  devidas  informações  que  foram  divulgadas. 
Occupou-se  igualmente  com  cuidado  da  confecção  do  Boletim  A  La- 
voura. 

A  Sociedade  nunca  deixou  de  attender  ao  pedido  de  sua  intervenção 
junto  aos  poderes  públicos,  alcançando  facilidades  para  a  lavoura,  como 
transportes,  etc,  e  viu  crescer  continuadamente  o  numero  de  seus  sócios, 
não  esquecendo  aquelles  que  a  auxiliam  enicazmente,  conferindo-lhes  por 
isso  títulos  honoríficos.  Satisfaz-se  finalmente  com  o  acolhimento  que 
tem  recebido  da  classe  e  do  Governo. 

Quanto  a  este,  cumpre  dizer,  que,  além  de  ter  confiado  á  directoria 
o  encargo  de  informar  sobre  os  pedidos  dos  favores  concedidos  por  lei  aos 
introductores  de  reproductores  de  raça,  em  grande  numero  foram,  em  to- 
dos os  annos,  suas  consultas  a  pedidos  de  informações  sobre  múltiplos 
assumptos,  ao  que  a  directoria  procurou  sempre  corresponder  com  grande 
zelo,  sentindo-se  honrada  com  essas  provas  reiteradas  de  confiança  de 
todos  os  governos  que  se  teem  succedido  depois  de  sua  fundação. 


Illustramos  estas  linhas  intercalando  algumas  photographias  das 
secções  da  Sociedade  para  bem  indicar  a  installação  que  ella  possue  actual- 
mente nos  edifícios  da  rua  da  Alfandega  n.  102  e  General  Camará  n.  io5. 
afim  de  perpetuar  o  desenvolvimento  a  que  já  chegou  na  éra  presente. 


176  SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGIíH.U.Tl  K  \ 

E  como  sendo  o  Dr.  Wencesláo  Bello,  o  distincto  presidente  de  hoje, 
um  dos  mais  incansáveis  batalhadores  que  tem  possuido  a  Sociedade, 
muito  se  honra  A  Lavoura  em  abrir  o  presente  numero  com  o  seu 
retrato  em  homenagem  justa  e  assaz  merecida  por  tantos  titulos  que 
ornam  a  sua  pessoa.  Accresce  a  razão  de  lhe  ter  sido  conferido  o 
titulo  de  sócio  benemérito  pelos  seus  relevantes  serviços  á  Sociedade  e 
á  causa  agrícola.  Com  desvanecimento  estampamos  também  a  sessão 
solemne  com  que  foi  recebido  no  seio  da  directoria,  depois  de  longa 
e  proveitosa  viagem  scientitica  á  Europa  e  á  America  do  Norte. 

Por  tão  sobejas  razões  e  por  ser  mestre  e  amigo,  apresentamos  a 
S.  Ex.  as  nossas  cordiaes  felicitações,  pedindo  vénia  para  dedicar  este 
pequeno  trabalho  do  resumo  histórico  da  Sociedade  Nacional  de  Agri- 
cultura. 

Heitor  de  Sá, 


Justa  homenagem 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  querendo  patenteiar  o  seu 
apreço  e  profundo  reconhecimento  pelas  innumeras  provas  de  alta  con- 
sideração que  lhe  tem  dispensado  o  honrado  Sr.  Ministro  da  Industria, 
Viação  e  Obras  Publicas,  convocou  uma  reunião  para  solemnisar  o 
acto  de  inauguração  da  photographia  de  S.  E\.  no  salão  nobre  da 
mesma  sociedade. 

A1  solemnidade  compareceram  muitos  distinctos  cavalheiros  da  nossa 
melhor  sociedade  e  alguns  dos  nossos  sócios,  desejando  manifestar  ao 
illustre  Ministro  quanto  o  acatam  e  admiram  pelos  seus  peregrinos 
predicados  de  cavalheiro  e  homem  publico. 

A1  sessão  festiva,  realizada  a  2  de  maio  de  1908,  assistiram  os 
seguintes  Srs.,  constantes  da  acta  referente  á  solemnidade,  cujo  teor 
é  o  que  damos  nestas  linhas  : 

b  A's  3  horas  da  tarde  do  dia  2  de  maio  de  1 908,  achando-se  pre- 
sentes os  Srs.  directores  :  Sylvio  Rangel,  Souza  Reis,  Benedicto  Ray- 
mundo,  Carlos  Raulino  e  Sérgio  de  Carvalho,  não  comparecendo  por 
acharam-se  ausentes  os  Srs.  directores  :  Wencesláo  Bello,  Heitor  da  Sá, 
Monteiro  da  Silva,  Alberto  Jacobina  e  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz 
Júnior  e  presentes  as  pessoas  constantes  do  livro  de  presença  dentre 
ellas  os  Srs.  Dr.  Carlos  Oscar  Lessa,  Carvalho  Borges  Júnior,  Amaral 
França  d'0  Paiz,  Francisco  Souto,  pelo  Correio  da  Manhã;  Dr.  Alfredo 
Rocha,  J.  A.  Gonçalves  Júnior,  Christino  Cruz,  Manoel  Costa,  pela 
Revista  Commercial.e  Financeira;!.  C.  de  Miranda  Horta,  Dr.  Oliveira 


A    LAVOURA  177 

Bello,  Arthur  Getulio  das  Neves,  António  Olyntho  dos  Santos  Pires, 
Dr.  Pádua  de  Rezende,  general  Thaumathurgo  de  Azevedo,  João  da 
Silva  Gandra,  comparece  o  Sr.  Dr.  Miguel  Calmon  du  Pin  e  Almeida, 
Ministro  da  Industria,  Viação  e  Obras  Publicas,  accedendo  ao  con- 
vite que  lhe  foi  feito  pela  directoria  da  sociedade,  sendo  recebido  na 
entrada  pelos  Srs.  directores  Sylvio  Rangel,  presidente  em  exercício; 
Souza  Reis,  Benedicto  Raymundo,  i°  e  2°  secretários;  Carlos  Raulino, 
2o  thesoureiro ,  Dr.  António  Olyntho,  general  Thaumaturgo  de  Aze- 
vedo e  Pádua  Rezende,  membros  da  Commissão  da  Exposição  Nacional 
de  [908. 

Depois  de  minuciosa  visita  á  exposição  de  objectos  já  preparados 
pela  Sociedade,  para  o  certamen  nacional  de  rgo8,  tendo  S.  Ex.  o 
Sr.  Ministro  occasião  de  visitar  varias  dependências  da  sociedade,  como 
bibliotlieca,  museu  etc,  é  convidado  pelo  Dr.  Sylvio  Rangel  para  se 
dirigir  á  sala  das  sessões,  onde  tomando  logar  á  direita  do  Sr.  presi- 
dente, que  convida  para  oceupar  a  esquerda  o  Sr.  Dr.  António  Olyntho, 
declara  aberta  a  sessão  solemne  em  homenagem  ao  Sr.  Ministro  da 
Industria. 

O  Sr.  presidente,  tomando  a  palavra,  lê  o  seguinte  discurso: 

«  Sr.   Ministro  ! 

Somos  muito  gratos  á  honra  que  vos  dignastes  conceder-nos,  vindo 
visitar  o  nosso  centro  de  trabalho. 

Não  sois,  certamente,  um  estranho  nesta  casa.  Ha  cinco  annos,  aqui 
estivestes  pela  primeira  vez,  collaborando  comnosco  no  memorável 
Congresso  das  Applicações  Industriaes  do  Álcool.  Éreis,  então,  muito 
moço  e  já  o  vosso  Estado,  onde  aliás  não  escasseiam  os  talentos  de  escol, 
havia  reconhecido  no  novel  engenheiro,  o  digno  herdeiro  de  altas  vir- 
tudes de  gloriosos  antepassados.  Não  nos  foi  ditticil  reconhecer  o 
acerto  da  previsão.  Naquelle  certamen,  em  que  se  debateram  com  grande 
elevação  tantos  e  tão  variados  assumptos,  nos  destes  frequentes  provas, 
não  só  de  brilhante  talento,  mas,  sobretudo,  de  grande  disciplina  inteí- 
lectual,  que  é  o  apanágio  dos  homens  de  Estado. 

Foi,  pois,  com  real  sympathia  que  vos  vimos  chamado  a  oceupar  o 
posto,  que  honraes,  na  alta  administração  da  Republica,  tanto  mais 
difficil  de  preencher  no  momento,  quanto,  é  certo,  o  cidadão  que  o 
deixara  lhe  havia  dado  brilho  excepcional,  graças  a  um  bello  talento  a 
serviço   de  inquebrantável  vontade. 

Não  nos  illudimos.  O  Congressista  de  iqo3  trazia  para  o  Governo, 
robustecido  pela  experiência  e  a  observação  de  outros  povos,  os  mesmos 
ídeaes,  a  mesma  fé  inabalável  nos  altos  destinos  da  Pátria,  a  mesma  con- 


178  SOCIKDADK     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

vicção  de  que  é  no  seio  abençoado  da  terra  que  está  latente,  á  espera 
somente  de  quem  a  venha  colher,  toda  a  matéria  prima  com  que  deve- 
remos archilectar  o  edifício  de  nossa  grandeza    futura. 

Apoiado  na  orientação  patriótica  do  eminente  Sr.  Presidente  da 
Republica,  não  tendes  perdido  tempo.  A  viação  férrea  continua  célere  a 
desenvolver-se  por  todo  o  paiz,  atravessa  campinas,  penetra  pelos  ser- 
tões, despertando  aqui,  estimulando  alli  as  forças  vivas  da  producção. 

O  povoamento  do  solo,  condição  essencial  ao  desenvolvimento 
desta,  já  o  iniciastes,  e  o  seu  completo  successo  não  se  fará  esperar, 
quando  aquelles,  a  quem  cabe  a  tarefa,  se  compenetrarem  de  que  o 
barateamento  da  subsistência  do  proletário,  por  eífeito  de  um  prudente 
e  equitativo  regimen  tributário,  é  o  meio  seguro  de  vincular  ao  nosso 
paiz  os  immigrantes   que  procuramos  para  elle  attrahir. 

A  propaganda  do  Brasil  no  estrangeiro,  secundando  a  obra  ingente 
e  imperecivel  do  grande  patriota  que  dirige  a  nossa  Chancellaria,  dentro 
em  breve,  estamos  certos,  começará  a  trazer  para  o  nosso  commercio 
internacional  os  benefícios  que,  com  perfeita  intuição,  soubestes  prever. 

Tendes,  é  certo,  Sr.  Ministro,  a  responsabilidade  de  uma  Secretaria, 
em  que  cada  directoria  por  si  só  seria  bastante  para  absorver  toda  a 
actividade  de  um  estadista  ;  ainda  assim,  emprehendendo  resoluto  a 
solução  de  grandes  problemas,  não  tendes  descurado  de  outros  que,  por 
mais  modestos,  não  são  menos  momentosos. 

Da  agricultura  propriamente  dita  vos  estaes  também  oceupando. 

As  estações  agronómicas,  os  postos  zootechnicos  começarão  dentro 
em  breve  a  se  propagar  no  paiz  ;  a  representação  da  agricultura  na 
próxima  Exposição  Nacional,  a  reunião  de  seu  Congresso,  que  nessa 
occasião  se  realisará,  não  teriam  o  brilho  que  estamos  habituados  a 
prever  si  lhes  tivesse  faltado,  um  momento,  o  vosso  decisivo  concurso. 

Mas,  não  basta  termos  fartos  meios  de  transporte,  precisamos  pro- 
duzir o  que  transportar.  Para  produzir  é  preciso  sabel-o. 

A  agricultura  não  é  mais  a  velha  arte  de  um  século  atraz,  mas  uma 
industria  de  natureza  extremamente  complexa,  que  se  aperfeiçoa 
todos  os  dias.  Na  concurrencia  universal  das  industrias,  a  victoria  ja- 
mais abandona  os  que  melhor  e  mais  barato  produzem.  Produzir  melhor 
e  barato  quer  dizer  aperfeiçoar  o  instrumento  de  trabalho,  multipli- 
cando-lhe  o  effeito  útil.  E1  o  que  precisamos  fazer. 

Para  que  podem  servir-nos  as  barreiras  levantadas  ao  livre  com- 
mercio internacional,  e  que,  fomentando  a  rotina,  impedindo  o  pro- 
gresso e  perfeição  do  trabalho,  sacrifica  a  grande  massa  dos  consumidores 
e  acaba  por  desvalorisar  o  próprio  produeto  e  arruinar  o  seu  produetor  ? 


A    LAVOURA  1.9 

A  lavoura  não  pôde  aspirar  uma  tal  protecção.  O  que  ella  deseja, 
o  que  cila  reclama  c  um  conjuncto  de  providencias,  prudentes,  harmó- 
nicas e  previdentes,  que  lhe  permittam  altrahir  e  baratear  a  mão  de  obra 
pelo  barateamento  das  condições  de  subsistência  e  de  relativo  conforto 
do  operário,  garantia  segura  de  sua  fixação  e  permanência  no  solo,  que  lhe 
venham  facilitar,  pondo  ao  seu  alcance,  os  meios  conducentes  ao  aperfei- 
çoamento e  melhor  utilisação  do  trabalho  e,  finalmente,  que  lhe  venham 
prestar  etficaz  concurso  para  a  conquista  da  sua  emancipação  da  tutela 
atrophiante  que  lhe  impõe  a  especulação  dos  mercados. 

No  estado  actual  das  industrias  ruraes,  a  concurrencia  do  baixo  preço 
com  a  melhor  qualidade  do  respectivo  producto  está  intimamente  ligada 
á  applicação  da  engenharia,  da  mecânica  e  da  ehímica  agrícolas  no 
amanho  da  terra  e  da  zootechnia,  da  chi  mica,  da  biologia  etc,  na 
pecuária. 

Assim  como  o  individuo  sem  pratica  de  laboratório,  por  hábil  que 
seja,  não  poderá,  sem  tentativas  frustradas  chegar,  a  realisar  uma  simples 
analyse  chimica,  assim  também  o  agricultor  inexperto,  por  mais  que  lhe  en- 
sinem os  livros,  nenhuma  probabilidade  terá  de  serbem  suecedido  em  uma 
primeira  experiência .  Mas,  emquanto  o  chimico  em  curto  espaço  de  tempo, 
em  horas  apenas,  pôde  repetir  o  trabalho,  até  conseguir  seu  intento,  o 
agricultor  estará  obrigado  a  esperar  muitas  vezes  um  e  mais  annos  para 
renovar  a  experiência  que,  não  raro,  lhe  consumirá  capitães. 

D'ahi  o  nosso  empenho  constante  em  favor  do  ensino  agrícola  pratico, 
em  escolas  superiores,  em  simples  aprendizados,  em  campos  de  experi- 
ência e  demonstração  eda  creação  de  institutos  apparelhados  convenien- 
temente, onde  os  interessados  se  possam  prover  dos  elementos  necessários 
ao  aperfeiçoamento  das  respectivas  industrias. 

Mas  não  é  tudo.  Todos  conhecem  as  lutas  travadas  pela  especulação 
no  commercio. 

Desse  phenomeno,  aliás  natural,  que  a  todos  alíecta,  produetofes  e 
consumidores,  a  lavoura,  entre  nós,  é  a  mais  sacrificada  das  victimas. 

Desde  o  café  e  os  cereaes  até  os  produetos  das  pequenas  industrias 
ruraes,  tudo  é  sacrificado  nos  nossos  mercados  á  ganância  da  especulação. 

No  regimen  de  desaggregação  em  que  ainda  permanece  a  lavoura, 
não  ha  meio  de  impedir  o  mal,  e  é  preciso  desconfiar  dos  projectos  salva- 
dores que  frequentemente  apparecem. 

A  união  dos  interessados,  ensina-nos  a  experiência  de  outros  paizes, 
é  o  único  meio  de  subtrahil-as  ás  garras  do  abutre.  Mas  a  lavoura  é  timida 
e,  com  alguma  razão,  demasiado  desconfiada.  Não  crê  na  efficacia  de 
meios  em  que  não  vê  empenhado  o  Governo. 


ISO  SOCIEDADE     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 

O  que  temos  nós  conseguido  neste  particular,  si  é  muito  pela  dificul- 
dade oiíerecida  pelo  meio  em  que  operamos,  é  pouco  para  o  que  aspira- 
mos. 

Na  França  a  situação  também  era  a  mesma,  mas  a  acção  vigorosa  de 
Waldeck  Rousseau  em  pouco  tempo  conseguiu  transformal-a,  fazendo 
surgir  por  toda  a  parte  as  associações  ruraes. 

Eis  ahi  uma  bella  vereda  convidando  o  Governo  a  trilhal-a. 

Sr.  Ministro,  no  caminho  da  propaganda  que  percorre,  prestando 
na  medida  das  suas  forças  os  serviços  que  julga  poderem  ser  úteis  ás 
classes  ruraes  do  paiz,  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  não  raro, 
tem  a  lutar  com  a  má  vontade  de  uns  e  a  inditlerença  de  muitos  e,  si 
lhe  é  licito  ser  indifferente  a  estes,  não  o  é,  por  certo,  protelar  a  ma- 
nifestação e  seu  reconhecimento  aos  que,  animando-a,  distinguindo-a, 
prestam-lhe  apoio  efficaz  na  obra  patriótica  em  que  está  empenhada.  Vós 
tendes  sido  um  destes  últimos  e  é  por  isso  que  ella,  desejando  dar-vos 
um  expressivo  testemunho  do  seu  reconhecimento,  com  viva  satisfação 
inaugura  o  vosso  retrato  na  pequena  galeria  em  que  se  acham  os  daquel- 
les  que  maiores  serviços  lhe  lèm  prestado. 

Procurámos  realisar  este  acto  sem  que  o  pudésseis  suspeitar  c  sem 
a  menor  ostentação.  E'  que  temíamos  que  este  viesse  diminuir  o  per- 
fume do  sentimento  que  nos  anima. 

Dentro  de  poucos  dias  voltará  a  occupar  esta  cadeira  o  companheiro 
e  amigo  querido  que  tanto  a  tem  honrado  e  cujas  aptidões,  avigoradas  pelo 
estudo  e  observação  que  acaba  de  fazer  no  estrangeiro,  maior  brilho 
lhe  virão  dar. 

Permitti,  pois,  Sr.  Ministro,  que  aproveite  esta  opportunidade  para 
juntar  ás  manifestações  de  gratidão  desta  sociedade  os  votos  pessoaes 
do  meu  profundo  reconhecimento,  pela  benevolência  com  que  sempre 
me  acolhestes  c  o  efficaz  concurso  que  vos  dignastes  prestar-me,  graças 
ao  qual,  coma  coadjuvação  de  leaes  companheiros,  puderam  os  meus 
fracos  hombros  supportar  as  grandes  responsabilidades  que  pesam  so- 
bre a  presidência  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura.  » 

Após  essa  substanciosa  peça  oratória,  que  foi  muitas  vezes  sublinhada 
com  calorosas  salvas  de  palmas,  o  Sr.  Dr.  Carvalho  Borges  Júnior,  em 
nome  do  Conselho  Superior  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura, 
manifesta  o  seu  reconhecimento  pelo  comparecimento  do  Sr.  Ministro,  o 
qual,  tomando  da  palavra,  agradece  a  manifestação  da  directoria  da 
Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  acostumado,  como  está  desde  ha 
muito  a  ver  nella  as  mais  bellas  manifestações  de  esforço  e  dedicação 
em  prol  do  progresso  e  engrandecimento  da  lavoura.    S.   Ex.   diz  sentir- 


se  jubiloso  por  achar-se  no  meio  dos  seus  antigos  companheiros  de  jorna- 
da. Agradece  c  acceita  esta  manifestação  como  sendo  dirigida  não  ao 
Ministro,  mas  ao  antigo  companheiro  de  lutas. 

«Esta  sociedade,  S.  E\.  o  aftírma  textualmente,  apezar  da  má 
vontade  de  alguns,  da  falta  de  comprehensão  de  muitos,  vai  trilhando  o 
seu  progressivo  desenvolvimento  e  cumprindo  o  seu  programma.  Para 
completa  execução  do  seu  programma,  ella  não  pôde  dispensar  o  auxi- 
lio do  Governo,  o  qual,  continuador  do  precedente  no  desenvolvimento  e 
auxilio  da  lavoura,  não  deixará  de  vir  ao  encontro  das  necessidades  de 
tão  útil  sociedade,  a  qual  amparará  dentro  da  lei,  sempre  com  muito 
boa   vontade.» 

Os  termos  firmes  e  categóricos  do  discurso  do  nobre  Ministro  foram 
calorosamente  applaudidos  pela  numerosa  assembléa  que  concorreu  á 
bella  festa. 

Relatando  o  occorrido,  a  Lavoura  junta-se  aos  senhores  lavradores 
para  generalisar  os  applausos  merecidíssimos  tributados  ao  joven  e  bene- 
mérito Ministro  pelo  muito  que  elle  ha  feito  e  p2lo  que  ainda  ha  de  vir 
a  fazer. 


Homenagem  ao  Er.  Wencesláo  Bello 

A  9  de  maio  ultimo,  solemnizou  a  Sociedade  Nacional  de  Agricul- 
tura a  volta  do  seu  caro  presidente,  que,  após  muitos  mezes  de  útil 
excursão  pela  Europa  e  Estados  Unidos,  lhe  veio  retomar  a  direcção, 
com  farto  cabedal  e  firme  vontade  de  continuar  a  penosa  faina  em  que, 
ha  tanto  tempo,  se  acha  empenhado  em  beneficio  da  lavoura  nacional. 

Foi  um  dia  de  sincero  jubilo  para  os  collegas  e  auxiliares  do  illus- 
trado  Dr.  Wencesláo  Bello,  cujo  espirito  cordato  e  tolerante,  como  soe 
ser  o  dos  homens  de  fina  educação,  lhe  tem  creado  uma  legião  de  amigos 
dedicados,  não  só  entre  os  seus  pares,  como  também  entre  os  seus 
auxiliare-. 

A  concurrencia  foi  considerável,  tendo  assistido  á  sessão  solem ne  e 
ás  diversões  que  lhe  seguiram  uma  selecta  sociedade,  em  que  se  distin- 
guiam varias  senhoras  e  gentis  senhoritas. 

Após  a  sessão  foram  proferidos  brindes  cordealissimos,  reinando  a 
maior  satisfação  pelo  acto.  Foi  uma  bella  festa. 

A1  sessão  de  posse,  que  se  passou  sob  a  presidência  do  Dr.  Sylvio 
Rangel,  compareceram  todos  os  membros  da  directoria,  com  excepção  dos 


.SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AHIUHII/TURA 


Drs.  Sérgio  de  Carvalho  e  Monteiro  da  Silva,  que  se  achavam  ausentes 
da  Capital . 

Aberta  a  sessão  o  Sr.  Dr.  Sylvio  Rangel,  presidente  em  exercício, 
toma  a  palavra  e  profere  o  seguinte  discurso  : 

«  Sr.  Dr.  Wencesláo  Bello  !  A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura, 
com  justo  motivo,  manifesta  hoje  a  viva  alegria  de  que  está  possuída,  por 
voltar  á  cadeira  que,  com  grande  brilho  para  elle  e  lustre  para  seu  próprio 
nome,  tem  sabido  occupar  o  seu  benemérito  presidente.  Seria  difticil, 
sinão  impossível,  pretender  enfeixar,  resumindo  nos  limites  de  uma 
singela  saudação,  toda  a  historia  de  vossos  abnegados  serviços  á  causa 
patriótica  que  aqui  nos  congrega,  e  a  que  tendes  dado  o  melhor  quinhão 
de  vossa  actividade  e  toda  a  vossa  dedicação. 

Ahi  estão  os  registros  de  nossas  deliberações.  Quem  os  quizer  folhear, 
não  terá,  por  certo,  difficuldade  para  reconhecer  que,  desde  os  seus  pri- 
meiros passos,  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  teve  em  vossa  bella 
intelligencia,  em  vosso  ardor  patriótico,  em  vosso  espirito  tão  tenaz, 
quanto  reflectido  e  methodico,  um  guia  seguro  e  um  dos  mais  valiosos 
cooperadores  da  sua  grandeza  e  prosperidade. 

E  foi  por  isso  que,  percorrendo  a  escala  hierarchica  de  sua  adminis- 
tração, chegastes  á  culminância  em  que  vos  achaes,  não  por  uma  mera 
casualidade,  mas  por  uma  imposição  indeclinável  ás  consciências  dos  que 
deseiam  ver  prosperar  a  nossa  aggremiação. 

E  como  não  ser  assim,  si  os  que  comvosco  convivem,  não  podem 
fugir  á  fascinação  do  professor  consciencioso,  do  mestre  apaixonado,  que 
sabe  tirar  da  arte  com  que  preparar  e  illustrar  a  intelligencia  juvenil 
de  seus  discipulos,  o  ardor  e  a  convicção  com  que  incute  no  espirito  dos 
seus  concidadãos  o  amor  á  cultura  da  terra,  como  fonte  perenne  de  felici- 
dade para  o  homem  e  de  riquezas  para  a  Pátria  ? 

Mas,  para  que  esta  apologia,  si  fallo  em  um  meio  em  que  todos  vos 
amam  e  admiram  ? 

O  momento  é  apenas  de  regosijo  e  de  esperanças ;  de  regosijo,  porque 
vos  temos  de  novo  entre  nós,  a  guiar-nos  com  o  vosso  conselho  de  amigo , 
com  a  vossa  palavra  de  estimulo,  com  o  vosso  exemplo  de  dedicação ;  de 
esperanças,  porque  o  cabedal  de  conhecimentos  que  nos  trazeis,  colhidos 
na  observação  dos  povos  adeantados  do  velho  e  do  novo  mundo,  é  um 
novo  e  poderoso  recurso  de  armas  e  munições  para  a  campanha  em 
que  estamos  empenhados  em  prol  da  lavoura  e  das  industrias  ruraes 
do  paiz. 

No  curto  período  de  onze  mezes,  tão  longos  aliás,  para  a  nossa 
saudade,  não  vos  preoccuparam  outros  intuitos  que  não  fossem  o  appare- 


A    LAVOURA  183 

lhamento  de  vosso  lúcido  espirito  para  a  grande  campanha  em  que  nos 
achamos  aqui  envolvidos. 

Desde  a  admirável  organisação  do  departamento  da  agricultura  dos 
Estados  Unidos  da  America,  até  ás  mais  modestas  caixas  ruraes  da  França, 
da  Bélgica,  da  Allemanha  e  da  Itália,  visitastes  neste  limitado  espaço  de 
tempo,  71")  diversas  instituições,  concernentes  ao  ensino  profissional  e  aos 
vitaes  interesses  da  agricultura,  trazendo  de  cada  um  as  lições  de  experi- 
ência de  que  nós  outros  aqui  carecemos .  Nada  mais  tendes,  pois,  a  lazer 
sinão  commandar.  Nós  vos  obedeceremos . 

Sr.  Dr.  Wencesláo  Bello,  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  tinha 
para  comvosco  uma  divida,  de  que  a  vossa  modéstia  não  lhe  havia 
permittido  desobrigar-se  até  o  presente . 

Delia  se  desempenha,  porém,  entregando-vos  o  titulo  de  seu  sócio 
benemérito,  que  ninguém  melhor  do  que  vós  o  tem  merecido. 

Acceitai-o,  pois,  como  a  manifestação  do  seu  profundo  reconheci- 
mento pelos  inolvidáveis  serviços  que,  com  a  mais  desinteressada 
dedicação,  lhe  tendes  prestado. 

Antes,  porém,  de  deixar  esta  cadeira  que  as  circumstancias  me 
forçaram  a  oceupar,  seja-me  permittido  manifestar,  neste  momento,  a 
gratidão  de  que  está  cheia  a  minha  alma,  para  com  os  generosos  compa- 
nheiros a  quem  tive  a  subida  honra  de  presidir. 

A1  sua  inexcedivel  dedicação  aos  grandes  ideaes,  que  nos  unem,  á 
sua  imperturbável  cordealidade,  sobretudo,  á  sua  lealdade  jamais  desmen- 
tida, devo,  em  primeiro  logar,  a  remoção  das  maiores  difficuldades  com 
que  tive  de  arcar. 

Eu  faltaria,  pois,  a  um  indeclinável  dever,  si  não  aproveitasse 
esta  opportunidade  para  dar  publico  testemunho  de  minha  profunda 
gratidão  e  estima  a  tão  dignos  amigos,  a  tão  leaes  companheiros. 

Mas  não  é  só  a  estes  que  devo  prestar  homenagem.  A  estas  também 
têm  direito  esses  collaboradores  anonymos  de  que  se  não  fala,  porque  não 
figuram comnosco  no  elenco  da  administração,  esses  modestos  funeciona- 
rios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  de  cuja  extrema  dedicação  á 
obra  patriótica  em  que  está  ella  empenhada,  tive  as  mais  significativas 
demonstrações  no  periodo  difhcil  que  tivemos  de  atravessar  e  que,  ainda 
neste  momento,  sem  outra  recompensa  que  a  nossa  gratidão  e  estima, 
supportam  tarefa  dobrada,  alegres,  cheios  de  enthusiasmo,  antegosando 
da  victoria  que  se  lhes  afigura  infallivel. 

Eu  quizera  que  aquelles  a  quem  as  contrariedades  da  sorte  ou  o 
egoísmo  da  vida,  predispõem  o  humor  contra  a  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura,  viessem  conviver  algum  tempo  entre  nós. 


ISi  SOCtEDADE    NACIONAL    DE    Ar.KieUI.TURA 

Seria  um  meio  de  demonstrar -lhes  de  que  é  capaz  a  dedicação 
collectiva  em  prol  de  um  ideal  grande  e  nobre,  e,  então,  elles  comprehen- 
deriam  que  o  segredo  do  nosso  successo  está  na  sinceridade  e  no  patrio- 
tismo dos  nossos  intuitos  e  que  estas  festas  de  cordealidade  que  celebramos, 
em  que  o  luxo  e  a  pompa  são  suppridos  pelo  nosso  enthusiasmo  e  pelas 
nossas  esperanças,  não  tèm  outro  fim  que  lembrar  aos  agricultores  de  todo 
o  paiz  que  aqui  estamos  cohesos,  um  grupo  de  cidadãos,  sempre  promptos 
a  empenharmos  esforços  e  dedicação  na  defeza  dos  interesses  legítimos, 
do  desenvolvimento  e  do  progresso  das  industrias  ruraes  do  nosso  extre- 
mecido  Brasil. » 

Em  seguida  o  Dr.  Carvalho  Borges  Júnior,  illustre  membro  do 
Conselho  Superior  da  Sociedade,  proferiu  as  seguintes  palavras  : 

<í  Acceitando  a  honrosa  incumbência  que  recebera  do  Conselho 
Superior  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  vinha  trazer  as  suas 
saudações  ao  Exm.  Sr.  Dr.  Wencesláo  Bello  pelo  seu  feliz  regresso, 
manifestando  deste  modo  o  elevado  apreço  em  que  eram  tidos  os  valiosos 
serviços  por  S.  Ex.  prestados  á  causa  da  agricultura  nacional.  O  Conselho 
Superior  estava  plenamente  convencido  de  que  os  estudos  que  S.  Ex. 
acabava  de  fazer  na  Europa  e  na  America  do  Norte  seriam  devidamente 
apreciados  e  se  traduziriam  em  fecundos  resultados  para  a  nossa  pátria, 
que  tanto  necessita  de  homens  operosos  e  dedicados  como  S.  Ex.,para 
conseguir  que  se  reerga  a  nossa  principal  industria,  um  dos  mais  impor- 
tantes ramos  da  actividade  nacional,  como  é  incontestavelmente  a  lavoura, 
que  infelizmente  se  acha  abandonada,  desunida  e  quasi  moribunda, 
embora  sobre  ella  repouse  a  fortuna  particular  e  publica. 

Acceite  o  Sr.  Dr.  Oliveira  Bello  as  saudações  do  Conselho  Superior 
como  a  expressão  sincera  do  muito  que  lhe  merece  S.  Ex.  que  pela  sua 
operosidade,  illustração  e  alta  integridade  moral,  se  tem  imposto  ao 
respeito  e  estima  dos  seus  pares,  do  Conselho  Superior  e  dos  sócios  em 
geral,  constituindo  a  sua  permanência  á  frente  dos  destinos  da  Sociedade 
a  mais  solida  garantia,  o  mais  seguro  penhor  do  seu  desenvolvimento, 
da  sua  sempre   crescente  prosperidade. 

Ao  concluir,  congratula-se  com  S.  Ex.  e  cavalheiros  presentes  pelo 
feliz  regresso  de  S.  Ex .  e  por  continuar  a  prestar  o  seu  valioso  concurso 
á  obra  de  regeneração  da  nossa  agricultura,  formulando  ao  mesmo 
tempo  os  mais  ardentes  e  sinceros  votos  pela  prosperidade  da  Sociedade 
e   felicidade  do  seu  esforçado  e  prestimoso  presidente . » 

Após  o  Dr.  Borges  Júnior  usou  da  palavra  òSr.  Campos  da  Paz, 
que  em  nome  dos  funecionarios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura, 
endereçou  estas  palavras  ao  Dr.   "Wencesláo  Bello  : 


A    LAVOURA  1S5 

«  Exmas.  Sras,  Exm.  Sr.  Dr.  Wencesláo  Bailo,  D.  D.  Membros  da 
Directoria   da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,    Illustres  Cavalheiros: 

Um  outro  que  não  eu,  fora  escolhido,  para  em  festa  de  tamanha 
magnitude,  dizerem  nome  dos  Empregados  desta  casa,  quanto  havia 
mister  a  quem  hoje  assume,  após  uma  longa  ausência,  a  presidência 
desta  benemérita  Sociedade . 

Motivo  ponderoso,  porém,  empeceu  lio  illustrado  quanto  distincto 
collega  poder  desempenhar  galhardamente  a  nobre  missão  que  lhe  fora  em 
boa  hora  confiada,  e,  na  falta  delle,  delégaram-me  tão  alta  incumbência, 
para  cujo  desempenho  cabal  e  perfeito,  são-me  as  forças  de  que  por- 
ventura possa  dispor,  por  demais  minguadas,  senão  positivamente 
nullas. 

Que  me  relevem,  pois,  os  bons  companheiros  de  labor,  e  todos 
os  que  me  fazem  a  gentileza  de  ouvir,  se  no  interpretar  os  sentimentos 
de  que  se  acham  possuídos  os  nossos  corações,  o  faça  com  uma  pallidez, 
uma  fraqueza  destoante  do  acuminado  gráo  de  intensidade  em  que  elles 
vibram. 

Exm.  Sr.   Dr.  Wencesláo  Bello  : 

Quando  um  dia  tivemos  entendimento  de  que  V.  Ex.se  resolvera 
deixar  este  grande  Paiz  que  se  ufana  de  tel-o  como  filho,  e  dos  mais 
nobres,  com  o  alevantado  propósito  de,  nos  grandes  centres  da  velha 
Europa,  e  na  grande  Republica  Norte-Americana,  ver,  observar  e  estudar 
quanto  é  capaz  a  intelligencia  humana  nos  seus  arrojados  e  culminantes 
surtos,  visando  a  prosperidade,  a  riqueza  e  o  bem-estar  dos  differentes 
povos  que  constituem  as  múltiplas  nações  ou  paizes  em  franco  apogèo 
de  desenvolvimento,  de  civilização  e  de  adiantamento,  —  exultamos  de 
alegria  e  de  orgulho,  porque  sabíamos  com  segurança  que  a  orientação, 
a  experiência  e  o  saber  já  tão  evidentemente  desenvolvidos  em  V.  Ex., 
requintariam,  primariam  em  quilate  ainda  de  maior  valia. 

Esse  contentamento  alimentado  por  um  orgulho  perdoável  e  mais 
que  justificado,  embalou-nos,  afagou-nos,  docemente  o  coração  e  a  alma 
por  algum  tempo,  e  acreditamos  que  os  doces  travos  da  saudade  que  uma 
dilatada  ausência  impunha,  não  nos  ralassem,  não  nos  consumissem 
tanto . 

A  certeza  do  nobilíssimo  intuito  que  o  levava  a  deixar  a  extreme- 
cida  Pátria,  em  busca  de  novos  conhecimentos  com  que  deveria  enrique- 
cer a  intelligencia,  já  bastante  cultivada  de  V.  Ex. ,  não  foi  bastante  para 
attenuar,  suavizar  e  minorar  siquer  os  tons  magoados,  dia  a  dia,  instante 
a  instante,  tirados  pelo  plectro  da  saudade  nas  cordoalhas  dos  corações 
sincera  e  dedicadamente  amigos. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


E  ouvimos  c  sentimos  essas  vibrações  saudosas  durante  longos 
mezes,  findo  os  quaes,  ellas  cessavam  por  completo,  ou  melhor  se  trans- 
formaram em  outras  que  nos  não  pungem,  ao  contrario  até,  cantam,  soam, 
como  em  manhans  de  maio,  as  notas  gárrulas  e  vibrantes  da  negra  e 
aveUudada  craúna. 

Temol-o,  pois,  de  tornada,  na  direcção  suprema  desta  bemfazeja 
casa  a  que  V.  Ex.  tem  dedicado  o  melhor  das  suas  forças  e  da  sua 
intelligencia,  fazendo  por  seus  sábios  conselhos,  por  suas  delicadas 
attenções,  por  sua  extrema  bondade,  em  cada  auxiliar  um  coração  amigo, 
extremoso  e  grato,  que,  liem  compenetrado  de  suas  fuhcçÕes  e  de  seus 
deveres,  empenham-se,  na  medida  das  suas  f  jrças  e  dentro  da  orbita  que 
lhe  foi  traçada —  por  levar  á  meta  que  se  tem  em  mira,  qual  é  de  feito 
o  problema  do  levantamento  e  do  progredimento  da  Agricultura  Brasi- 
leira, problema  esse  que  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  tem  pro- 
curado resolver  e  resolverá  por  fim. 

E quando  um  dia  a  historia  tomar  contado  acervo  da  Agricultura 
neste  Paiz,  certamente  encontrará  o  nome  de  V.  Ex.  ligado  aos  dos 
mais  extremados  campeões,  como  o  mais  decidido,  valente  e  pertinaz 
e  apontando-o  aos    porvindoiros  dirá  : 

Cubra  a  justiça  de  glorias  e  de  bênçãos  quem  tanto  faz  pela  grandeza 
de  sua  Pátria  ! 

Falia  em  seguida  o  Sr.  Carlos  Pacheco  : 

<l  Exms.  Srs.  Presidente  e  Directores  da  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura. 

Exmas.  senhoras. 

Senhores  representantes  da  imprensa. 

Meus  senhores. 

Exm.  Sr.  Dr.  Sylvio  Rangel. 

A  irreílcxão,  que  num  momento  de  enthusiasmo,  fe/.-mc  acceitar 
a  incumbência  de  meus  companheiros  de  trabalho  nesta  casa,  para 
vir  render  um  preito  de  gratidão,  é  a  causa  que  determinou  for- 
ear-vos  a  ouvir  as  minhas  singelas  palavras,  desprovidas  de  cor  e 
de  vida,  após  orações  tão  fluentes  que  acabam  de  echoar  por  esta 
sala . 

Sr.  Dr.  Sylvio,  sob  a  vossa  direcção,  quasi  10  mezes  tivemos  o 
prazer  de  labutar  em  prol  dos  interesses  da  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura,  procurando  mantel-a  no  nivel  em  que  a  collocou  Wencesláo 
Bel  lo.  Nesse  lapso  de  tempo  foi-nos  dado  apreciar  a  vossa  dedicação 
por  este  trabalho  de  Wencesláo  Bello,  ao  lado  do  carinho  dispensado 
a  cada  um  dos  vossos  auxiliares. 


Hoje  ide-vos  afastar  da  cadeira  presidencial,  e,  embora  ella  vá  ser 
occupada  pelo  dedicado  amigo,  os  nossos  corações  se  confrangem  de 
saudade  pela  vossa  ausência. 
Sr.  Dr.  Sylvio! 

A  vossa  trajectória  pela  presidência  da  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura,  si  vos  trouxe  ephemeros  dissabores,  augmentou  o  circulo 
de  vossos  amigos  com  uma  plêiade  de  dedicados ;  e  das  minhas  palavras 
poderíeis  ter  provas,  se  pudésseis  ver  os  nossos  corações,  onde  ,  acharíeis 
gravada  em  caracteres  indeléveis  a  dedicatória : 
Ao  Dr.  Sylvio  —  Amizade.» 

Levanta-se  o  Dr.  Wencesláo  Bello,  que,  visivelmente  commovido, 
proferiu  a  seguinte  oração : 

i  Minhas  Senhoras  —  Meus  Senhores  —  Quiz  a  directoria  da  Socie- 
dade que  eu  reassumisse  o  exercício  de  minhas  funcções  em  meio  desta 
solemnidade. 

Resolveram  os  amigos,  collegas  e  funccionarios,  todos  companheiros 
esforçados  na  cruzada  do  bem,  pugnada  por  esta  associação,  todos 
irmanados  no  mesmo  ideal  patriótico,  vir  aqui  cumular-me  de  louvores 
de  brindes  e  de  honrarias. 

Meu  coração,  Senhores,  transborda  de  reconhecimento.  Não  me  illu- 
de,  porém,  a  minha  consciência .  Bem  o  sei  ;  ella  irfo  affirma  :  é  a  vossa 
inesgotável  generosidade,  amigos,  que  persiste  em  attribuir-me  o  que  é 
antes  obra  de  vós  todos.  Na  vida,  certo  fecundíssima,  desta  Instituição, 
sou  apenas  e  só  tenho  sido  modesta  unidade  a  que  vós,  alinhados  á  minha 
destra,  valorizaes  com  o  vosso  próprio  valor,  por  vezes  muitas,  muito 
superior  ao   daquelle  que  a  benevolência,  ainda,  vos  deu  por  chefe. 

Sou  apenas  um  companheiro  leal  e  dedicado  que  procura  ser  útil 
ao  paiznoseio  desta  corporação,  auxiliando-vos  a  construir  na  lavoura 
nacional  o  alicerce  sobre  o  qual  tem  de  assentar  a  grandeza  de  nossa 
Pátria. 

Esta  corporação  a  que  votei  a  minha  existência,  os  esforços  que  em 
vossa  magnanimidade  acclamais  de  beneméritos,  exprimem  somente  o  in- 
tuito honesto  de  saldar  uma  divida.  Uma  divida,  sim,  Senhores.  Tenho 
por  dogma  que  a  Pátria  exige  por  direito  todo  o  esforço  de  que  é  capaz 
o  cidadão. 

Entendo  que  o  cidadão  ao  nascer  abre  uma  conta  corrente  com  a 
sociedade  em  que    vai  viver. 

Em  seu  passivo  se  registram  os  progressos  que  a  sociedade  conquis- 
tara, a  luz  que  lhe  illumina  o  espirito,  o  conforto  que  é  chamado  a  gozar, 
as  victorias  que  alcança,  os  proventos  e  a  felicidade  que  frue. 

4403  6 


188  SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

E' de  elementar  honestidade  procurar  saldar  essa  divida.  Só  o  pessi- 
mista e  o  egoísmo  fingem  desconhecer;  adies  o  opprobrio,  pois  são  réos 
do  supremo  dever  social . 

Não  é,  Senhores,  com  o  desempenho,  ainda  o  mais  escrupuloso,  dos 
encargos  remunerados,  que  se  o  pôde  conseguir.  A  sociedade  exige  mais  e 
melhor,  que  só  o  esforço  abnegado  pôde  dar,  pois  que  no  balanço  de  nossa 
existência  ha  um  grande  excedente  de  serviços  que  não  prestamos  e  de 
que  usufruímos  os  proventos. 

Reconheço,  Senhores,  a  grande  divida  que  tenho  para  comj  o  meio 
em  que  vivo.  Ella  é  a  belleza  grandiosa  e  os  inexcediveis  recursos  desta 
Pátria  de  que  me  orgulho  ;  é  os  exemplos  de  virtude  de  meus  adorados 
Paes,  os  extremos  de  carinhos  da  família,  os  thesouros  de  affectos  dos  ami- 
gos, a  benevolência  de  meus  concidadãos. 

Muito  grande  é  a  minha  divida  social  e  foi  o  intuito  honesto  de  pro- 
curar saldal-a  que  me  attrahiu  ao  seio  da  Sociedade  Nacional  de  Agri- 
cultura, com  a  intuição  de  que  seu  destino  era  semear  e  cultivar  com 
êxito  a  riqueza  de  nossa  Pátria . 

Vós,  Senhores  da  Sociedade,  viestes  augmentar  essa  divida  com 
vossas  demonstrações  de  aífecto  e  com  os  galardões  a  que  jamais  aspirara 
em  meus  melhores  sonhos  de  ventura .  Sinto -me  vergar  ao  peso  de  tão 
grandes  responsabilidades,  juro-vos,  porém,  redobrar  de  esforços  para 
bem  servir  o  paiz  no  seio  desta  corporação. 

Assumo,  Senhores,  com  o  mais  intenso  jubilo  o  exercício  de  minhas 
funcções  nesta  Sociedade  ao  vosso  lado,  pois  posso  proclamar  e  o  faço 
convicto  e  desvanecido,  que  os  meus  companheiros  de  trabalho  souberam 
honrar  o  nome  brasileiro,  sustentando  o  prestigio  de  nossa  amada  corpo- 
ração com  inexcedivel  zelo,  honestidade  e  proficiência. 

Não  é  esta,  Senhores,  a  opportunidade  para  dizer-vos  o  que  fiz  e  o  que 
aprendi  na  minha  viagem.  Fal-o-hei  em  meus  relatórios,  pelo  imprensa 
e  no  futuro  congresso  de  agricultura,  esperando  poder  mostrar  que  não 
poupei  esforços  para  corresponder  á  vossa  generosa  espectativa  e  á  hon- 
rosa confiança  do  Governo. 

Quero  antecipar,  porém,  que  voltei  mais  do  que  nunca  orgulhoso  de 
ser  brasileiro  e  mais  confiante  nos  grandes  destinos  reservados  á  nossa 
nacionalidade  e  isto  faz  com  que  me  sinta  feliz  de  volver  ao  seio  desta 
Sociedade,  para  cooperar  comvosco  no  progresso  desta  querida  Pátria 
emoldurada  por  um  céo  cheio  de  luz  e  de  vida  e  que  é  o  único  debaixo 
do  qual  se  pôde  querer  morrer,  a 

Tem  a  palavra  o  Sr.  Alberto  Jacobina  que  pronuncia  o  seguinte 
discurso : 


A  LAVOURA  189 

«  Sr.  Dr.  Sylvio  Rangel  : 

Sobre  a  vossa  cabeça  deve  tremular  incontestavelmente  também 
uma  das  faixas  do  gallardão  multicor,  cujas  fitas  se  espalham  neste 
dia  ao  sopro  dos  sentimentos  da  mais  nobre  justiça  sobre  a  cabeça  do 
benemérito  presidente  desta  casa. 

E  é  para  balbuciar  pallidamente  as  palavras  que  traduzem  o  sen- 
timento ardente  dos  presentes,  em  geral,  que  me  acho  de  pé. 

Causar-vos-ha  porventura  sorpresa  que  tenha  sido  eu  justamente  o 
escalado  para  a  honrosa  incumbência  que  ora    desempenho. 

As  idéas  que  defendo  nesta  casa  tiveram  ensejo,  infelizmente  para 
mim,  durante  a  vossa  gestão,  de  se  enunciarem  com  clareza  bastante 
para  fazer  crer  que  o  seu  defensor  se  julgaria  impedido  de  louvar  a 
direcção  que  destes  aos  nossos  trabalhos. 

Assim  não  é,  entretanto,  pois,  na  Sociedade  Nacional  de  Agricultura, 
a  paixão  do  ideal  commum  impede  que  a  divergência  dos  princípios 
obscureça  a  razão  de  seus  servidores  e  lhes  offusque  a  visão  nítida  do 
esforço  alheio  e  do  merecimento  de  cada  um,  por  affastados  que  se 
achem  em  seus  pontos  de  vista,  por  antagónicos  que  sejam  os  processos 
que  suggerem  para  o  mesmo  fim. 

Poderá,  senhores,  parecer  estranho  o  caminho  por  que  vou  enve- 
redando. Bem  sei  que  a  praxe  antiga  se  oppõe  a  que  se  exhiba  extra- 
muros a  verdadeira  situação  das  communidades. 

Bem  sei  que  a  mentira  convencial  acostumou-se  a  dominar  a  fronte 
das  imagens  que  representam  as  corporações,  desde  as  simples  asso- 
ciações de  classe  até   ás  mais  solemnes  assembléas  politicas. 

O  espirito  de  camarilha,  as  combinações  de  bastidores  substituem  hoje 
em  dia  a  franca  permuta  das  idéas  e  a  espontânea  emissão  das  impressões. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  meus  senhores,  tem  a  meu 
ver,  responsabilidade  demais  para  transigir  com  semelhantes  situações 
e  para  adoptar  semelhantes  processos:  responsabilidade  perante  aquelles 
que  a  compõem  ;  responsabilidade  perante  os  governos  que  a  teem 
honrado  com  a  sua  confiança  e  com  o  seu  auxilio  ;  e,  sobretudo,  respon- 
sabilidade perante  a  consciência  daquelles  que  a  dirigem. 

Eu  tenho,  portanto,  certeza  de  que  só  posso  honrar  a  Sociedade 
Nacional  de  Agricultura  fazendo  referencia  ás  opiniões  divergentes  que 
ella  abriga  e  que  luctam  em  seu  seio  pelotriumpho  dos  programmas 
que  defendem. 

Ninguém  duvidará  da  verdade  deste  facto  e  a  ninguém  é  dado  crer, 
de  hoje  em  diante,  que  esta  casa  se  governe  pela  transacção  silenciosa 
na  camaradagem  de  um  grupo. 


190  SOCIEDADE     NATIONAL     DE     AGRICULTURA 

Neste  recinto,  meus  senhores,  a  discussão  não  é  um  mytho  ;  e  não 
raro  entre  nós  as  decisões  são  tomadas  depois  da  victona  de  uma 
opposição  fundamentada  e  pertinazmente  dirigida  contra  as  idéas  que 
se  apresentam  a  principio  fortemente  apoiadas  ;  e  a  decisão  da  maioria 
é  a  decisão  a  que  todos  se  submettem  sem  appello.  Eu  tenho  sido,  não 
me  pesa  dizel-o,  um  dos  incorrigíveis  membros  desta  opposição  á  directriz 
indicada  por  actos  diversos  da  nossa  maioria,  e  justamente  por  isso  é 
que  tenho  também  a  consciência  clara  da  minha  insuspeição  quando 
venho  saudar  o  presidente  que  transmitte  nesta  data  ao  seu  digno 
successor  o  bastão  que,  de  modo  tão  galhardo,  tão  honesto,  tão  hábil, 
tão  talentoso,  e,  seja  dita  a  verdade,  tão  brilhantemente  efficaz,  empunhou 
na  direcção  da  propaganda  de  nossa  agricultura. 

Os  factos  convencem  muitas  vezes  áquelles  que  divergem  da 
execução  de  um  programma,  da  multiplicidade  dos  caminhos  que  con- 
duzem ao  bom  êxito. 

Eu  presto,  portanto,  homenagem  ao  successo  alcançado  pela  pre- 
sidência que  hoje  finda  no  período  preparatório  da  exposição  a  que 
esta  Sociedade  vae  concorrer,  e  saúdo  ao  Dr.  Sylvio  Rangel  pela  dedi- 
cação com  que  orientou  para  este  fim  os  trabalhos  desta  casa. 


Horto  Fructicola  da  Penha 

Distante  pouco  mais  de  um  kilometro  do  arraial  da  Penha  e  tendo 
uma  área  de  i  o  hectares  e  89  ares,  servido  pelas  vias  férreas  Rio  do  Ouro, 
Leopoldina  Railway,  varias  estradas  de  rodagens  e  possuindo  ainda  com- 
municação  marítima,  o  Horto  satisfaz  as  maiores  exigências  de  accessi- 
bilidade,  mostrando-se  assim  com  as  condições  para  sede  de  um  instituto 
de  ensinamento  da  pratica  rural. 

Sob  o  ponto  de  vista  agrícola,  as  suas  condições  em  nada  diminuem  o 
seu  valor.  Apresentando  pequenas  elevações,  os  seus  terrenos,  de  variadas 
composições,  são  na  sua  maioria  originados  dos  gneiss  e  micaschistos  que 
as  transformam  em  terras  argilo-silicosas,  silico-argilosas  ou  puramente 
silicosas  nas  baixadas  próximas  ao  mar,  sendo  as  primeiras  carregadas  de 
forte  camada  humosa . 

Prestam-se  todas  as  suas  terras  a  varias  culturas,  como  se  evidencia 
das  que  já  se  acham  culturadas,  onde  as  plantas  apresentam  grande  vigor 
e  productividade . 


O  seu  ponto  mais  alto  onde  se  acha   a    sede  do  estabelecimento, 


Sede  da  Administração 

constitue  uma  pequena  elevação  á  10  metros  do  nível  do  mar,  estando 
assim  a  cavalleiro  dos  demais. 


Entrada  da  casa  da  antiga  tazenda 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


O  orçamento  federal  votado  para  o  exercício  de  igo5,  designou  verba 
para  auxiliar  a  creação  de  um  horto  fructirola  e  viveiros  de  plantas,  a  cargo 
da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  mandando  comprehender  esses  ser- 
viços na  verba  destinada  á  distribuição  de  plantas  e  sementes. 


r£-:  , 


Estrumeira 

Autorizada  a  Sociedade  a  arbitrar  a  quantia  necessária,  foi  pedida  a 
de  20  contos  de  reis,  que  effectivamente  foram  postos  á  disposição,  auxilio 
esse  que  se  repetio  em  1906. 

Como  se  verifica,  data,  portanto,  de  190D,  o  funccionamento  regular 
do  Horto  Fructicola  da  Penha. 

Antes  desses  recursos  possuia  a  Sociedade,  no  Horto,  um  velho  vi- 
nhedo de  Herbemont,  um  inicio  de  pomar  e  alguns  pequenos  viveiros. 

O  vinhedo  devido  a  imperfeição  dos  processos  culturaes  não  deu 
resultado ;  o  restante  não  satisfazia  as  condições  para  a  producção  nem 
para  o  ensino  da  fructicultura. 

Essas  pequenas  plantações  estavam  na  parte  baixa  da  fazenda,  pró- 
xima a  antiga  casa  de  residência,  que  ameaçava  ruina  na  maior  parte  dos 
seus  corrtmodos. 


A  LAVOURA  193 

Iniciados  os  trabalhos  principaes  que  constaram  do  saneamento  e 
preparo  do  prédio,  reforma  de  uma  caixa  d^gua  e  construcçáo  de  outras, 
reconstrucção  das  cercas  e  desbravamento  do  terreno,  que,  em  sua  quasi 
totalidade,  era  conservado  em  estado  de  pasto  ou  de  matto  inçado  de 
espinheiros. 

Destacado  e  lavrado  successivas  vezes,  foram  iniciadas  as  plantações 
definitivas  e  a  formação  de  viveiros. 


Deposito  de  machinas  agrícolas 


No  anno  de  1907,  a  Sociedade  com  o  intuito  de  fundar  um  pomar 
que  servisse  de  exemplo  e  de  ensino  de  fructicultura,  bem  como  um  apren- 
dizado para  manejo  de  instrumentos  agricolas,  adaptando  assim  o 
estabelecimento  a  fins  práticos,  organizou  por  proposta  do  seu  presidente 
Dr.Wencesláo  Bello,  as  instrucçóes  que  se  resumem  nos  seguintes  artigos: 

1  ."  Fica  creado  o  logar  de  superintendente  do  Horto  da  Penha. 

2.0  Ao  Superintendente  compete: 

a)  organisar  os  serviços  e  a  respectiva  escripturaçáo ; 

b)  proceder  a  observações  e  experiências  de  fructicultura  e  a  ensaios 
de  culturas  industriaes  e  outras: 


104 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


c)  Organisar  um  aviário,  pocilga,  apiario  e  mais  departamentos,  obser- 
vando em  tudo  as  melhores  condições  technicas. 

Obedecendo  a  essas  instrucções  e  dando  seguimento  natural  á  criação 
do  Horto,  foram  iniciadas  varia>  bemfeitorias,  entre  estas  uma  cocheira  e 
um  estabulo,  ambos  de  accôrdo  com  os  requisitos  da  hygiene. 

Estas  dependências  são  interiormente  abertas,  guarnecidas  por  paredes 
ateraes,  cobertas  de  zinco,  cimentadas  e  possuindo  canalisação  de  maneira 
a  encaminhar  as  usinas  dos  animaes  á  fossa  da  estrumeira  simples,  que  por 
sua  vez  foi  construída  de  modo  a  satisfazer  as  exigências  das  culturas. 

Collocada  em  um  nivel  inferior  aos  estábulos,  provida  de  um  pavi- 
mento impermeável  levemente  inclinado  para  frente,  afim  de  que  os 
líquidos  escoem  para  fora,  de  onde  são  retirados  para  a  meda  de  quinze 
em  quinze  dias. 


Apiario 

Servindo  de  linha  divisora  entre  o  commodo  dos  muares  e  o  dos  bois, 
está  um  vasto  compartimento  onde  se  acham  guardados  os  vehiculos  e 
machinas  agrícolas.  No  seguimento  da  cocheira,  existe  um  commodo  des- 
tinado a  enfermaria  e  no  do  estabulo  um  outro  destinado  á  guarda  de  for- 
ragens e  residência  do  tratador . 


A  LAVOURA 


Além  dessas  construcçues  existem  ainda  o  apiario,  o  gallinheiro  e  a 
pocilga,  todos  feitos  de  accordo^com  as  regras  da  construcção  rural. 


Pocilga 

Ni  confecção  destes  commodos  foram  attendidos  não  só  os  preceitos 
ivgiene  e  conforto,  bem  como  a  economia. 


Alamed; 

O  Horto  tem  para  o  serviço  e  < 
4  Muares. 

4403 


seguintes  animaes 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


i   Cavallo. 
6  Bois. 

i   Suino  (Yorkshire). 

Quanto  a  vehiculos  e  machinas  agrícolas  e    instrumentos,  o  Horto 
possue : 

i  Carroça  para  bois. 
2  Carrinhos  de  mão. 
i   Carro. 


Viveiros  de  genipapeiros 


Arado  de  dois  discos. 
Arados  de  um  disco  reversível , 
Arado  de  ponta . 
Cultivadores  de  disco. 
Capinadeira. 
Destorroador. 
Ancinho  mechanico. 
Aradinho  de  discos. 
Bombas  de  irrigação. 
Machina  de  etiquetar. 
Bomba  Vilmorin . 


A     LAVOURA  197 

i   Machina  para  formigas  e  outros  instrumentos  taes  como  :  pás,  en- 
xadas, picaretas,  moendas,  etc. 

Estão  feitas  as  seguintes   plantações  definitivas. 

SECÇÃO  DE  FRUCTICULTURA 

8.000  Videiras. 

3.ooo  Figueiras. 

i.õoo  Fructeiras de  conde. 

1 .200  Laranjeiras  diversas . 


Viveiros  de  enxertos  de  laranjeiras 


20  Kakis. 

20  Sapotys. 

20  Abieiros. 

20  Abricós. 

100  Mamoeiros. 

8  Cajazeiros. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


2  Fructcirasi  de  pão . 
8  Macieiras, 
io  Pecegueiros. 
2  Pereiras. 


Enxertos  de  laranjeiras 


io  Litchis  do  Japão. 

i  Eugenia  Speciosa. 

i  Araçá-Assú. 

8  Jaboticabeiras. 
5o  Cajueiros. 


SECÇÃO  DE  PLANTAS  INDUSTRTAES 


6oo  Agave  sisalana. 
500  Hennequen . 
2800  Fourcroya  gigantea . 
•200         d  lidinea. 

6  Stelnigera  sebifera. 

2  Nox  de  kola . 

1   Camphoreira. 
200  Maniçobeiras  do  Ceará. 
3oo  í  »    Piauhy. 


6oo  Maniçobeiras   do    Jequié. 
io  Hevca  braziliensis. 


Plantação  de  agave  sisalana 


Viveiros  de  fructeiras  de  conde  e  maniçobal 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    ACRIGULTURA 


SECÇÃO  DE  VIVEIROS 


3.  Soo 

8.OO0 

:í  .  ooo 

2.200 

Soo 
3oo 

2.200 

i5o 

i.85o 

i5o 

Soo 

i  .3oo 


Laranjeiras . 
Fructeiras  de  conde. 
Genipapeiros. 
Mangueiras. 
Abieiros . 
Abacateiros . 
Cambucieiros . 
Jaboticabeiras . 
Cajueiros . 
Jambeiros . 
Jacarandás. 
Oitvs . 


Plantação  de  piteiras 


130  Saboneteiros. 
3 .  000  Cocos  de  catharro . 

800  Dendezeiros. 
1 5 .  000  Bacellos  de  figueiras . 
18.000       í  >  videiras. 


A     LAVOURA 


5.000  Mudas  de  canna  sem  pello. 

10.000       t  »      »       Ubá. 

10.000       i>  »       »       Macau. 

i  o .  ooo       ->         »      »       Piteiras . 
5.000  Laranjeiras  para  enxerto. 

Os  trabalhos  do  corrente  anno,  dos  quaes  alguns  já  se  acham  inici- 
ados consistem  na  construcção  de  um  gallinheiro  e  colmeal,  que  obede- 
ceram aos  preceitos  modernos . 

Também  se  installará  a  secção  sericicola  e  ampliação  das  cocheiras, 
pocilgas  e  cabraria  modelo,  afim  de  que  sejam  dotadas  de  reproductores 
de  raça,  iniciando-se  assim  o  curso  pratico  de  zootechnia. 

Já  se  acha  installado  o  curso  de  machinas  agrícolas,  de  enxertia  'je 
poda. 


O  Dr.  O'  Dwyer  lavrando  com  o  arado  de  dois  discos 

O  Horto  tem  fornecido  dos  seus  viveiros  grande  quai.tidade  de  se- 
mentes e  plantas ,  que  montou  no  seguinte :  oitocentos  abacateiros,  mil 
fructeiras  de  conde,  duzentas  Eugenia  speciosa,  tresentos  Abieiros,  qui- 
nhentos cambucazeiros,  40.000  bacellos  de  Rupestris  du  Lot,  i5.ooo  Ba- 
cellos  de  Herbemont,  80.000  bacellos  de  figueiras,  800  larangeiras  enxer- 
tadas, 200  mudas  de  canna  sem  pello  e  120  mudas  de  canna  Ubá 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Tem  ainda  o  cannavial  com  as  seguintes  variedades  : 
2.5oo  Cannas  sem  pello. 

800         d       Macáo . 
3 .  000        »       Ubá . 

A  fazenda  acha-se  delimitada,  tendo  sido  para  isto  feito  o  respectivo 
levantamento. 

B^HjN*^ 

COLLABORACÃO 


As  experiências  de  adubação  na  Fazenda  de  Santa  Mónica 

No  anno  passado  foram  levados  a  effeito,  pela  Sociedade  Nacional 
de  Agricultura,  diversas  experiências  afim  de  se  verificar  si,  por  meio 
de    uma  adubação   racional,    era  possível    augmentar-se  a   producçáo. 


Campos  de  experiências   da  fazenda    de  Santa  Mónica 

Os  ensaios    foram  iniciados    nas  culturas   do  milho,    arroz,  feijão, 
canna  de  assucar,  algodão,   batatas  e  beterrabas  forrageiras.     As  espe- 


A    LAVOURA  »» 

riencias,  porém,  nas  culturas  do  arroz  e  do  algodão  não  tiveram  o 
resultado  esperado,  devido  ao  fraco  poder  germinativo  da  semente 
empregada  nessas  experiências,  que  não  pegaram  em  nenhum  dos  lotes. 
A  experiência  em  batatas  não  poude  também  ser  levada  a  effeito, 
visto  como,  após  já  ter  sido  feita  a  distribuição  dos  adubos  nos  lotes, 
não  mais  havia  sementes  para  a  sementeira  dessa  plantação.    A  expe- 


Experiencia   de  adubação   em    feijão 


riencia  na  cultura  da  canna  de  assucar  ainda  não  teve  tempo  sufi- 
ciente para  dar  o  resultado  definitivo,  ficando  apenas  as  experiências 
em  feijão,  beterrabas  forrageiras  e  milho  para  constituírem  o  assumpto 
de  que  vai  ser  objecto  este  relatório. 

A  experiência  na  cultura  do  feijão  foi  levada  a  effeito  em  10  lotes 
perfeitamente  demarcados  em  um  are  cada  um,  nos  quaes  se  distribuiu 
a  dosagem  de  adubação,  prescripta  na  tabeliã   infra: 

4403 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Vj  kl  los  fie  chlorureto  de  potássio 

kilos  de  superphosphato 

i/.i  kilos   de  sulphato  de  ammoniaco 
*/a  kilos  de  chlorureto  de  potássio. 

kilos  do  supcrphoupbato 

V»  kiios  de  chlorureto  de    potássio. 
»       ►         i>  sulphato  de    ammoniaco 

kilos  de  superphosphato 

•/9  kilos  de    sulphato  de  ammoniaco 
30  kilos  de  cal 


*/a  kilos  do   chlorureto  de  potássio. 

kilos  de  superphosphato 

'/a  kilos  de  sulphato  de  ammoniaco 
30  kilos    de  cal 

Vs  kilos  de  chlorureto    de  potássio. 

kilos  de  superphosphato 

30  kilos  de  cal.  .    .   .    * 

1   */t  kilos  de  chlorureto  de  potássio. 


nia.  „ 


30  Idlos  de  cal 

4  kilos  de  superphosphato 

Vá  kilos  do  sulphato  de  ammoniaco. 


AUGMENTO    DB   PRODUCÇÃO 


5  400 


7  5oo 


Quatorze  dias  após  a  adubação  teve  logar  a  sementeira,  sendo  o 
feijão  capinado  varias  vezes.  O  resultado  desta  experiência  foi  o  que 
está  consignado  na  tabeliã  supra. 

Deprehende-se  claramente  desses  algarismos,  sem  maior  commen- 
tario,  a  indispensável  necessidade  do  auxilio  de  todos  os  elementos 
nutritivos.  A  safra  colhida  sem  adubação  produziu  200  kilos  por  hectare, 
ao  passo  que  a  safra  colhida  por  meio  de  uma  completa  adubação, 
produziu  11. 100  kilos  por  hectare,  o  que  representa  um  augmento  de 
810    kilos   por   hectare  na  producção.    Em  regra   geral,  porém,  deve 


este  resultado,  ser  considerado,  em  relação  á  média  de  uma  colheita, 
como  uma  producçao  baixa,  pois  que,  pelo  menos,  devia  haver-se 
colhido  de  2.000  a  3.5oo  kilos  por  hectare. 


Experiência   de  adubação   em   milho 
Sem  adubo 


Quando,  porém,  se  toma  em  consideração  que  em  um  solo  tão 
esgotado  como  o  da  fazenda  de  Santa  Mónica,  as  primeiras  adubações 
não  podem  ofterecer  ás  plantas  todo  o  beneficio  desejado,  sendo  retidos 
em  um  solo  tão  depauperado  os  elementos  nutritivos  em  primitivo 
logar  para  a  sua  própria  saturação,  não  é  para  admirar  que  se  tenha 
produzido  uma  safra  pouco  satisfactoria. 

A  experiência  em  beterraba  forrageira  apresenta  um  resultado 
idêntico. 

Foram  demarcados  quatro  lotes  de  um  are  cada  um,  cuja  adu- 
bação e  producçao  foram  como  se  segue : 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGBICl'LTI'KA 


s 

ADUBAÇÃO 

PRODUCÇÃO 

AUGMBK  CO 

por  are  —  */. 
88 

180 

j         ., 

: 

por  ar»  —  Hg. 

í 

,.j 

3  kilos  do  su  er  hos  hato 

a       »      »    chlorureto  de  potássio • 

ai»     salitre  "do  Chile ' 

3        f              chiorureto  de  [íot^ssir    . 

93 
63 

') 

kilo  de    hlorur 

77 

Também    neste   ensaio  a    producçáo    máxima    é  no    lote    com    a 
completa    adubação,  e    dk    comparação  entre  os  lotes  20  e  40  se  pôde 


•  Experiência  de  adubação  em  milho         (Com  adubo) 
facilmente    verificar    o    augmento    de    uma    dosagem    crescente. 


A  LAVOURA  *07 

Da  experiência  na  cultura  do  milho,  que  ainda  não  chegou  ao 
período  de  sua  colheita,  fica,  entretanto,  significativa  menção  na  illus- 
tração  em  seguida  reproduzida  do  seu  actual  estado  de  desenvolvi- 
mento . 

Experiência  em  milho  na  Fazenda  de  Santa  Mónica 


Aduba-  \ 

i  adul 

... 

SI  i1  l.s  .  snper- 
phosphako. 

200  ks.  salitre 
do  Chile. 

de20otas'sioaIPhatO 
4»0  ks.     super- 
phòsphato. 

200  kl.  sulpha 
de  potássio. 
ano  ks.    saliti 

Producção  : 

1.300 

ks. 

3.10O  ks. 

2.700  ks. 

3.000  ks. 

De  todas  essas  experiências  ficou  demonstrado  que  a&  terras  da 
Fazenda  de  Santa  Mónica  estão  actualmente  bastante  depauperadas  e 
esgotadas,  e  que,  tanto  aqui  como  em  outros  paize .,  a  producção  pôde 
ser  facilmente  augmentada  por  meio  de  uma  adubação  racional  dos 
terrenos  postos  em  cultura. 

E.  Maoer. 


snCIKDADE  NACIONAL    F>K  AGRICULTURA 


A   vida  rural 


Shorthorn  —  O  mais  popular  gado  de  engorda 

A    CRIAÇÃO    QUE    PREVALECE    SOBRE    TODAS     EM     NUMERO     E     DISTRIBUIÇÃO  

ÁS      RAZÕES     DA     SUA       POPULARIDADE  —    A     HISTORIA      DE    SEU      DESEN- 
VOLVIMENTO—  O    TYPO    ACTUAL      E    SUAS     VANTAGENS 

O  professor  W.  J.  Kennedv,  do  collegio  agrícola  de  Iowa,  pu- 
blica na  revista  «  Farming  »,  de  janeiro  próximo  passado,  um  artigo, 
ricamente  illustrado,  sobre  este  gado  de  fama  mundial,  o  Shorthorn. 
Agora  que  o  Brazil  quer  esmerar  mais  em  suas  ricas  criações,  acho 
conveniente  estudar  também  este  typo  melhorador  em  suas  formas 
actuae%  para  ver  se  convém  aproveital-o  nas  zonas  em  que  seja  pos- 
sível offerecer-lhe,  durante  todo  o  anno,  fartura  de  forragem  verde 
ou  secca.  Pelo  que,  vou  resumir  o  artigo  do  professor  Kennedv. 

O  ponto  forte  da  criação  do  Shorthorn  está  na  sua  adaptabilidade 
ás  mais  diversas  condições.  A  cepa  ingleza  foi  crescida  em  terrenos 
férteis,  abundantes  de  pastos  e  de  fenos ;  o  clima  era  temperado,  ze- 
losa e  boa  a  assistência  do  homem.  A  cepa  escosseza  foi  desen- 
volvida, principalmente  no  norte,  debaixo  de  condições  climatéricas 
mais  rigorosa  e  com  menor  fartura  de  alimento.  A  mistura  de  sangue 
no  gado  que  originou  o  Shorthorn,  tornou  plástico  este  gado  no  pri- 
meiro tempo  de  sua  constituição,  de  forma  que,  com  a  criação,  des- 
envolveram-se  diversos  typos;  o  vigoroso  e  forte  Shorthorn  de  en- 
gorda ;  o  leiteiro,  que  encontra-se  em  poucos  estábulos  ;  o  que  junto 
ás  duas  aptidões,   é  que  se  pôde    considerar  como    o    mais   acabado. 

Mudado  para  outros  paizes,  este  gado  adaptou-se  sem  soffrer  pelas 
novas  condições.  No  Canadá  tem  resistido  á  alimentação  no  curral ; 
nas  grandes  planícies  tem  firmado  sua  popularidade  contra  o  gado 
especializado  para  carne  que  ahi  se  achava  ;  nos  Estados  productores  de 
milho,  este  gado,  com  seu  producto  de  leite  e  de  terneiros  gordos, 
muito  ajudou  aos  fazendeiros  nos  tempos  difficeis ;  nas  fazendas  de 
criação,  os  touros  massiços  e  poderosos  teem  deixado  o  traço  do  pro- 
gresso, dando  vigor,  tamanho  e  carne  á  sua  descendência.  Sua  força 
os  tem  feito  donos  dos  rebanhos,  afastando  os  touros  fracos ;  sua  vita- 
lidade tem-lhe  dado  a  capacidade  de  resistir  ás  tempestades  do  in- 
verno; e  sua  actividade  e  vigor  teem  garantido  uma  boa  producção 
de  terneiros  em  toda  a  parte  onde  foram  introduzidos.  São  de  corpo 


comprido  e  nervado ;  defeitam,  porém,  hoje  no  comprimento  das  pernas, 
o  que  de  outro  lado  os  tornam  mais  demorados  e  seguidos  pastadores 
no  campo.  Na  fazenda  ou  no  mercado  os  novilhos  com  5o  °/e  ou  mais 
de  sangue  Shorthorn,  prevalecem  em  valor;  e  a  capacidade  das  vaccas 
de  pagar  seu  gasto  com  o  valor  do  leite,  criando  ao  mesmo  tempo 
bons  novilhos  para  o  mercado,  tem  firmado  o  credito  deste  gado  entre 
a  grande  maioria  dos  criadores  americanos. 

O  typo  agora  conhecido  pelos  juizes  de  exposições  e  pelos  cria- 
dores, é  o  extremo  typo  pela  carne.  Touros  maduros  pesam,  usual- 
mente, uma  tonelada  (kg.  907)  ou  mais;  vaccas  de  kg.  634  a  724 
e  até  kg.  81 5,  se  forem  preparadas  para  exportação.  A  solidez  é, 
todavia,  característica  deste  gado.  A  cor  do  pello  é  ruiva,  branca  ou 
rua.  Os  touros  devem  ser  de  peso  exigido,  baixotes,  grossos,  largos, 
de  formas  symetrieas,  de  extremidades  direitas  e  bem  marcadas .  Lar- 
gura das  cadeiras,  das  ilhargas  e  do  costado  são  qualidades  essenciaes. 
Nesta  moldura  a  carne  será  abundante,  devida  ao  completo  des- 
envolvimento dos  pesados  músculos  daquellas  partes.  A  cabeça  será 
curta,  larga  e  gorda ;  os  olhos  calmos,  sem  indicios  de  medo.  Os 
chavelhos  serão  curtos,  porém,  grossos  e  fortes.  O  pescoço  curto  e 
espesso,  as  espáduas  largas,  bem  situadas  e  bem  cobertas  de  carne 
na  summidade  e  nos  lados.  Com  tudo  isso  o  animal  mostrará  ossos 
limpos  em  seus  membros,  pelle  macia,  fácil  a  dobrar-se  e  coberta  de 
peilo  espesso.  Vigor  —  indicado  pelo  thorax  profundo  e  largo  —  deve 
caracterizar  cada  touro  bom.  Os  criadores  de  Shorthorn  fazem  muito 
caso  disto. 

As  fêmeas  possuem  a  mesma  característica  geral  de  forma, 
qualidade  e  constituição.  Todavia,  as  vaccas  Shorthorn  devem  pos- 
suir mais  largura  de  bacia  do  que  os  touros  e  feminilidade  de  cara- 
cteres em  logar  de  masculinidade.  A  feminilidade  é  indicada  por 
uma  cabeça  curta,  larga  e  finamente  cortada,  concava  entre  os  olhos, 
com  chifres  finamente  encurvados,  pescoço  fino,  espáduas  mais  del- 
gadas, emfim,  um  maior  refinamento  geral.  Todas  as  vaccas,  para 
serem  boas  productoras,  devem  ser  também  boas  leiteiras  ;  de  outra 
maneira  ficam  sendo  o  incubo  do  criador. 
San  Remo  — (d'0  Paz\). 

G.  Rosai. 


SOilfEDADE     NACIONAL     DE     ACHICULTUR  A 


EXPEDIENTE 


Secretaria 


Sessão  de  Directoria.  —Na  sessão  de  21  de  maio  presidida  pelo 
Sr.  Dr.  Wencesláo  Bello,  de  volta  da  Europa  e  Estados  Unidos,  S.  Ex.  congratula-se 
com  seus  collegas  pela  boa  orientação  dada  aos  destinos  da  Socielade  na  sua  au- 
sência e  pelos  serviços  pelos  mesmos  prestados. 

O  Sr.  Dr.  Heitor  de  Sá  felicita  em  nome  de  seus  collegas  o  Dr.  Wen- 
cesláo Bello,  pelo  seu  lèliz  regresso  á  Pátria,  trazendo  do  velho  mundo  novos 
ensinamentos  para  serem  empregados  na  actividade  desta  casa. 


Cor  respondencia 

EXPEDIDA 

Cartas 507 

Officios 29 

Telegrammas 59 

Registrados 29 

A  Lavoura 3.815 

Inq.  do  Zebú 1.156 

Monog.  da  borracha 1.172 

RECEBIDA 

Cartas 229 

Circulares 4 

Memorandos 8 

Offlcios 34 

Requerimentos 216 

Telegrammas 8 


íhesouraria 


I   I   ! 
§   s   i 


J  B.  I*  O.  B  fcc  O 


§  f  i :  l 


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MM.IEDADK     NAUtiNAL     I)K     A<ii;!i;i  I/1'URA 


Demonstração 

da 

conta 

de  Lucros  e  Perdas 

DEBITO 

13S$000 

»  Biblioth. 

1:925$000 
2:216$059 

40.*  i00 
15:S77$940 
3:169$U0 
10:90SJ65b 
i:r,74jO0(> 
200$000 
í:353$600 

,  i     " 

»  Camará  Municipal  do  tataguaze-j 

,.   acerei 

»  Secretaria  da  Agricultura  (Bahia). 
»  Thesouraria 

1TO 

45:8774350 

»  Balanço  de    1907 

£0:475$030 

75$660 
136*290 

73:73>$690 

CRED 
de  Annnidades 

116:639$OÍ0 

40:885$950 

75:0í3§090 

li3:630$040 

Demonstração  da  conta  do  Fundo  de  Património 


- 

12:3344500 

No  corrente  anuo  : 

7:OJS$000 

400.JOOU 

Remissões 

Donativos: 

Recebido  do  D.-.   Wonccsláo  Bello 

IG5$000 

de  diversos 

y2.-j-.oo 

7:692$500 

10:04:        ■ 

aeiro,  31  de  dezembr 
l,  C»'tu   I 
sliofe  da  3»  secção. 


A  I,  A  VOU  RA 


Secção  Tschnica 


Director-  —  Fez  uma  viagem  do  recreio  ao  Rio  da  Prata  o  Engenheiro 
Heitor  de  Sâ,  director  da  secção  technica,  durante  um  mez  até  6  de  Maio,  tendo 
tido  occasião  de  estreitar  as  relações  da  Sociedade  nas  duas  Capitães  Platinas  o 
tendo  colhido  elementos  que  nos  serão  de  utilidade. 

Legumiiiosas  forrageiras  —  Da  uma  carta  dirigida  a  esta 
Sociedade  pelo  Sr.  Agenor  de  Paiva,  rosidente  eu  Bello  Horisonte,  extr.ihimos  os 
seguintes  interessantes  tópicos: 

«Inclino  envio-llie  o  resultado  daanalyse  que  moudei  proceder  de  cinco  va- 
riedades do  leguminosas. 

Estou  convencido  que  o  nosso  hello  paiz  produz  nativas  leguminosas,  tão  ne- 
cessárias para  o  aperfeiçoamento  de  nossas  raçis  bovina  e  cavai  lar,  que  bem  po- 
deriam substituir  a  alfafa.  Forragem  rica  em  hydrato  de  carbono  como  a  nossa 
canna  taquara  ou  cavallo  não  conheço  nenhuma.  Tenho  longa  experiência  sjbre 
forragens,  e  em  breve  pretendo  publicar  um  folheto  a  respeito. 

Actualmente  estou  empenhado  no  exame  de  uma  outra  planta  forrageira  e  em 
tempo  eommunicar-lheei  o  resultado.  Tenho  esperanças  de  obter  bons  resultados. 
Já  a  experimentei  na  alimentação  dos  animaes  e  tenho  notado  que  elles  se  nutrem 
melhor. 

Já  é  tempo  de  deixarmos  a  velha  rotina,  e  si  quizermos  nos  collocar  ao  lado 
dos  grandes  paizes  produetores,  precisamos  nos  intoressar  mais  pel  *  raechanica 
agrícola  moderna. 

Diz  o  Dr.  Assis  Brazil,  no  ultimo  capitulo  do  sui  magistral  «Cultura  dos 
Campos»,  que  as  forragens  indígenas  esperam  ainda  o  seu  Colombo. 

Tivesse  eu  meios  que  em  breve  não  precisariam  mais  de  nenhum  Colombo, 
ctc». 

Segue- se  a  analyse  feita  no  Instituto  Agronómico  do  Estado  de  S.  Paulo: 

N.  I:  Feijão  fartura,  de  carda,  mineiro. 

»   2:     »        miúdo 

»  3:    »       andú  ou  guandu 

»  4:     »        bravo 

»  5:     >>        chocalho. 
Para  100  partes  de  substancia  secca  ao  ar. 


N"» 

1 

2 

3 

4 

5 

Humidade     .     .     . 

4.73  °/0 

5.58  »/o 

6.04  7o 

5.96% 

6.23  7. 

Matéria  azotada     . 

17.15% 

22.97  •/. 

20.48  7,, 

13.567.. 

20.00% 

»        graxa  .     . 

2.290/.P 

2.73»/» 

4.88% 

4.21  7. 

2.33  7o 

»        não  azo',  ida 

40.29  7o 

33.96»/,, 

35.83% 

35.76% 

34.8H7. 

»        fibrosa.     . 

âO.88% 

29.66°/. 

27.09% 

34.80% 

29 .66  •/„ 

»       mineral    . 

15.24  "(o 

18.107. 

5.68 "  „ 

5.71% 

6.937° 

214  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Estatística  Geral  —  Recebamos  um  questionário  da  estatística  da 
Republica  e  satisfazemos  as  perguntas  relativas  ao  nosso  Boletim,  de  accôrdo 
com  a  lei. 

Damos  publicidade  ao  decreto  iaherente  ao  facto. 

DECRETO  N.  1.850  —  de  2  janeiro  de  1908 

Obriga  tolas  a;  auto  *i  lales,  riria  na  miULares,  associa;  "je-;,  empreza?,  companhias,  esta- 
lecimentos  indnstriaes,  commerciae;  o  outros  e  os  parlioulares  a  darem  as  infor- 
mações que  lhe;  forem  pedidas  pela  Directoria  Geral  de  Estatística. 

O  Presidente  da  Republica  dos  Estados  Unidos  do  Brazil: 

Faço  saber  que  o  Congrosso  Nacional  decretou  o  eu  sancciono  a  seguinte  reso- 
lução: 

Art.  Ia.  As  autoridades  feloraas,  civis  ou  militares,  os  presidentes,  directores 
ou  gerent;s  do  fabricas,  emprezas,  companhias,  associações  e  outros  estabeleci- 
mentos industriaes,  commerciaes,  de  instrucção  e  moraes,  bem  como  os  parti- 
culares, naeionaes  ou  cxtrangeiros,  domiciliados  em  qualquer  parte  da  Republica, 
são  obrigados  a  prestar  â  Directoria  Geral  de  Estatística  as  informações  que  lhes 
forem  pedidas,  nos  prazos  e  secundo  os  planos  e  modelos  adoptados  pela  citada  Re- 
partição. 

§  Io.  O  Governo  Federal  promovera  accôrdo  com  os  Governos  dos  Estados  e 
com  a  Prefeitura  do  Districto  Federal  para  obter  das  autoridades  estaduaes  e  mu- 
nicipaes  a  permuta  de  publicações  o  a  remessa  regular  de  informações  á  Directoria 
Gàral  de  Estatística. 

§  2».  As  repartições  federaes  e  as  emprezas  particulares  serão  obrigadas  a  en- 
viar á  mesma  Directoria,  independente  de  solicitação,  quatro  exemplares,  pelo 
menos,  dos  trabalhos  estatísticos  que  publicarem. 

Art.  2o.  A  falta  de  cumprimento  das  disposições  do  artigo  precedente  será  pu- 
nida com  a  multa  de  50$000  a  500$003,  cobrados  executivamente. 

Paragrapho  único.  A  cobrança  executiva  das  multa-;  impostas  compete  aos 
procuradores  seceionaes  da  Republica,  de  accôrdo  com  o  art.  125,  n.  2,  lettra  a  da 
Consolidação  das  Leis  referentes  á  Justiça  Federal,  approvada  pelo  decreto  n.  3.084, 
de  5  de  novembro  do  1898. 

Art.  3o.  A  execução  dos  serviços  de  que  trata  esta  lei  compete  a  funccionarios 
federaes,  podendo,  todavia,  sor  confiada  aos  Governos  dos  Estados,  mediante  an- 
nuencia  sua,  conforme  dispõe  o  §  3°  do  art.  7o  da  Constituição  Federal. 

Art.  4o.  Revogam-se  as  disposições  em  contrario. 

Rio  de  Janeiro,  2  de  janeiro  de  1908,  20°  da  Republica. 

AFFONSO  AUGUSTO  MOREIRA  PENNA. 

Miyuel  Calmon  du  Pin  e  Almeida . 
Augusto  Tavares  de  Lyra. 


Secção  do  álcool 

Director  —  Tendo  sido  concedida  licença  ao  Dr.  Sérgio  do  Carvalho, 
director  desta  secção,  foi  pelo  Sr.  Dr.  Presidente  designado  o  Dr.  Benodicto 
Raymundo  para  substituil-o   desde  o    dia   24  de    abril. 


Movimento    da    propaganda   das   Applicações   Industriaes    do   Álcool,  de  1903 
(outubro-inicio)   atá  1908  (maio). 

Serviços 
de  propaganda    Consumo 
Annos  pratica         de    Álccol 

Exposições  Litros 

I  Iluminações 

1903 4  8.550 

1904 47  5.000 

1905 73  5.800 

1906 80  9.100 

1907 126  9.930 

1908 30  2.500 

Constam  da  .4  Lavoura  e  seus  números  especiaes  o  desenvolvimento  que 
tiveram  os  serviços  práticos  acima.  Só  nos  cabe  lembrar  que  o  êxito  da  grande 
Exposição  inicial  provocou  a  realização  de  outras,  como  as  que  se  effectuaram  em 
Florianópolis  em  1905,  em  Pelotas  em  1905  e  1907  e  em  Porto  Alegre  em  1906, 
alôm  de  outras  de  menor  importância,  em  varias  cidades  dos  Estados  do  Rio  e 
Minas  e,  por  occasião  de  solemnidades,  na  sede  social,  onde,  aliás,  conservam-so 
os  apparelhos  em  exposição  permanente. 

O  di8tendimento  da  propaganda  escripta,  não  só  para  a  consecução  das  medidts 
necessárias,  por  parte,  dos  governos  e  particulares,  ao  bom  êxito  da  propaganda, 
como  também  para  o  impulsionamento  da  adopção  do  systema  a  álcool,  é  fácil 
de  apprehonder  compulsando  os  livros  goraes  de  cartas  e  respostas  da  Sociedade  o 
também  os  números  da  A  Lavoura,  mormente  de  1906  em  diante,  quando  este 
Boletim  iniciou  sua  nova  phase  de  propaganda  noticiosa. 

Montada  modestamente,  constituo  outro  serviço  a  o/pcina  de  reparos  e  expe- 
rioncias  desta  Secção.  Sua  acção  vae  além  dos  serviços  internos  para  aceitar, 
gratuitamente,  para  reparar,  concertar,  experimentar  quaesquer  apparelhos 
apresentados,  quer  por  sócios,  quer  por  pessoas  que  adoptem  os  apparelhos  a 
álcool. 


>i>circi>u>ií    na- :h >\ ai.   di:    míuiciltuua 


Secção  de  plantas  e  sementes 

Boletim  da  expedição  no  mez  de  maio  de  1908 


ESPECIFICAÇÃO 

PESOS 

Kilogrammas 

VOLUMES 

1.311 

999.500 
379.51  Kl 
83 

52.500 

8.345 

59.050 

27.500 

78.500 

9.450 

5.600 

5.600 

1.105 

3.650 

1.850 

20 

7.350 

6.500 

13.350 

195 

720 

1.200 

18 

50.500 

41.710 

1.300 

23.950 

350 

5.500 

5S.150 

154.500 

7.350 

500 

4 

183 

\\°i  1 

59 

43 

22 

llí 

16 

4 

98 

21 

17 

8 

13 

2 

43 

26 

22 

Pasualuni 

Snrihii 

2 

2 

36 

51 

7 

1 

2 

3.441.275 

1.166 

1.229 
142 

4. 007. 275 

1.371 

MOVIMENTO    DA   SECÇÃO 

Foram    recebidos  405  pedidos  de  plantas  e  semente-, 
satisfeitos  174  »        »    sementes. 

«        expedidas     2  cartas. 


íí^Oí-^ 


NOTICIÁRIO 


Conferencia  no  3-Iu.seu.  Commeroial  <lo  Rio  d.e  OTíi- 
íieiro  —  No  dia  29  de  maio,  o  Si-.  Dr.  MaDool  Pereira  Pacheco,  representante 
do  Estado  da  Parahyba,  na  Exposição  Nacional,  assistido  por  numeroso  auditório, 
fez  uma  narrativa  da  miséria  que  grassa  no  seu  Estado  em  consequeucia  da  soeca. 
O  illustro  conferente  sensivelmente  commovido  narra  as  scenas  de  fome  e  sede  que 
assistiu  nos  sertões  da  Parahyba,  quando  percorreu  aquella  zona  recentemente  em 
serviço  do  governo  do  seu  Estado. 

0  Sr.  Dr.  Pacheco  fez  um  appello  sentido  a  todos  os  presentes  para  conse- 
guirem por  esmola  géneros  alimentícios  para  serem  enviados  á  Parahyba,  afim  de 
não  se  deixar  morrer  á  fome  o  povo  do  sertão.  S.  Ex.  faz  histórico  rápido  do  que 
tem  sido  as  seccas  do  norte  e  termina  implorando  a  caridade  dos  brasileiros  c  cx- 
trangeiros  em  favor  dos  famintos  do  Norte.  Presidiu  a  conferencia  o  Sr.  Dr.  Cân- 
dido Mendes  de  Almeida,  tendo  tomado  logar  na  mesa  os  Srs.  Drs.  António  Olyntho, 
Ignacio  Tosta  e  o  Dr.  Pacheco.  —  Achavam-se  presentes  representantes  da  Imprensa, 
Senadores,  Deputados  e  grande  numero  de  membros  da  Colónia  Parahybana  no  Rio 
de  Janeiro. 

A  Lavoura  agradece  o  convite  de  S.  Ex.  eo  felicita  pelos  seus  patrióticos  de- 
sígnios. 

—  O  Dr.  Caro  e  o  professor  Frank,  de  Charlottemburg,  que  se  têm  oceupado 
especialmente  do  estudo  da  turfa,  acabam  de  terminar  uma  série  de  experi- 
ências, que  lhes  permittem,  graças  a  um  apparelho  que  inventaram,  extrahir  dos 
procluetos  das  turfeiras,  ura  gaz,  que  pôde  prestar  importantes  serviços  á  indus- 
tria e  principalmente  Is  usinas  eléctricas.  O  gaz  pôde  S9r  fabricado  no  mesmo 
logar,  durante  todo  o  anno  e  cora  pequena  despsza.  Os  inventores  extrahem-no 
da  turfa,  ainda  mosrai  contendo  10%  d'  agua.  Ao  mesmo  tempo,  graças  á  nova  in- 
venção, consegue-so  tirar  partido  do  azote  contido  na  turfa  sob  a  forma  de  seus 
ammoniacaesquose  tornam  prociosj^  fertilizantes.  Tèm  estes  um  valor  que  poderá 
compensar  largamente  as  despezas  da  extracção  da  turfa  e  ainda  deixar  lucro. 

As  turfeiras  assimexploradas  poderão  ser  depois  utilizadas  vantajosamente  pola 
cultura. 

—  Além  do  pó  de  ossos  e  do  sangue  deseccado,  fornecera  os  matadouros  amo- 
ricanos*adubos  conhecidos  pelos  nomes  de  lankage  e  de  azotina  A  lankage  é  o  resi 
duo  obtido  pela  evaporação  dos  líquidos,  provenientes  dos  restos  de  carne  o  de  ossos 
depois  do  separadas  as  matérias  gordurosas.  Estes  proiuctos  são  classifica  los  se 
gundo  a  sua  quantidade  de  ammoniaco  e  de  acido  phosphorico.  A  azotina  é  o  re 
siduo  obtido  na  extracção  das  gorduras,  quando  se  opera  sob  uma  forte  pr.issão 
A  azotina  do  commercio  contém  15  0/o  de  ammoniaco.  Os  chifres  são  igualmente 
vendidos  como  adubo,  depois  do  aquecidos  durante  5  horas,  sob  uma  pressão 
do  â'í  ,  8  %  quadrado,  afim  de  poderem  ser  pulverisados.  O  pó  contém  10%  do 
ammoniaco. 


SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA. 


—  Ha  muitos  annos,  procuram  diversos  sábios  enriquecer  os  solos  pobres,  nelles 
introduzindo  bactérias  nitriflcantcs.  Os  resultados  ate  agora  têm  sido  medíocres. 
Segundo  uma  recente  communicação  do  Sr.  Bottomley  ao  Club  Horticolo,  de  Lon- 
dres, parece  que  os  americanos  obtiveram  excellentes  resultados,  tomando  como 
meio  de  cultura  uma  mistura  de  maltose,  de  phospbato  de  potassa  e  de  sulfato  de 
magnesia.  Declara  o  Sr.  Bottomley  que  obteve  um  notável  augmento  de  colheita, 
empregando  essa  nova  nilragina. 

A.  ag^ricultixi-a  em  Minas  —  Foi  promulgada  a  resolução  da 
Camará  de  Prados,  isentando  dos  respectivos  impostos  de  industrias  e  pro- 
fissões, por  espaço  de  três  a  cinco  annos,  a  juizo  da  Camará,  os  dois  primeiros 
fazendeiros  que  em  cada  districto,  adoptarem  em  suas  propriedades  os  ser- 
viços, de  um  modo  comple  to,  por  meio  de  machinas  agrícolas,  depois  de  pro- 
mulgada a  lei. 

A  isenção  do  impostos  será  concedida  pela  Camará,  a  requerimento  do  in- 
teressado. 

Em  igualdade  de  condições  e  épocas,  será  isento  o  designado  pela  sorte. 

A  isenção  do  imposto  deixará  de  subsistir,  quando  o  agricultor  interromper  o 
serviço  agrícola  feito  por  meios  mecânicos. 

Uma  Ibatata  <ie  respeito  —  As  batatas  tão  depreciadas  nas  innu- 
meras  plirases  feitas  que  correm  mundo  estão  agora  se  rehabilitando,  elevadas, 
como  estão  sendo,  á  categoria  de  força  económica.  Citam-se  já  os  Estados  e  mu- 
nicipios  em  que  a  batata  prospera  magnificamente  e,  de  certo,  agradecido  por 
isso  o  precioso  tubérculo  capricha,  ás  vezes,  em  dar  productos  de  mara- 
vilhar. 

O  Popular  de  Araraquara  noticia  agora  que  está  em  seu  escriptorio,  para  quem 
quizer  admirar,  uma  batata  e  tanto,  pesando  15  kilos! 

O  enorme  tubérculo  1  diz  o  Popular,  queé  da  família  das  convolvulaceas,  foi 
colhido  na  chácara  de  propriedade  do  Sr.  Isaltino  Correia  de  Almeida  Moraes,  na- 
quelle  município. 

De  modo  que  hoje  a  maior  felicidade  que  se  podo  desejar  a  um  amigo  é  man- 
dal-o  plantar  batatas. 

—  A  agricultura  na  inglaterra  está  em  plena  decadência.  Em  1870,  alimentava 
metade  da  população;  em  1890  mal  podia  supprir  as  necessidades  da  decima 
parte. 

A  superfície  plantada  de  cereaes  diminuiu  em  enormes  proporções.  Dia  a  dia, 
portanto,  a  Inglaterra  se  torna  mais  tributaria  das  colónias  e  do  estrangeiro. 
Se  lhe  cortassem  as  communicações  marítimas,  isto  é,  se  se  lhe  arrebatasse  o  im- 
pério dos  mares,  os  seus  habitantes  vèr-se-iam  em  breve  perseguidos  pela 
fome. 

Taes  os  factos  que  os  trabalhos  da  grande  commissão  agraria  tornaram  pa- 
teutss.  O  numero  dos  trabalhadores  agrícolas  passou  de  1.695.000,  que  era 
em  1871  a  9.000  em  1901. 

O  relatório  da  dita  commissão  termina  com  estas  palavras:  «  A  situação  agrí- 
cola do  Reino  Uaido  é  absolutamente  anormal.  Em  nenhum  outro  paiz  do  mundo 
a  agricultura  se  acha  em  tal  decadencia>. 


A    LAVOURA  219 


Interessantes  informações  acerca  do  consumo  da  banana  na  Fkança. 
A  banana  é  desde  muito  tempo  conhecida  na  França,  mas  as  remessas  sérias 
datam  do  1886  para  cá.  Mesmo  om  1890,  o  consumo  em  Paris  era  quasi  nullo ; 
1.000  cachos  por  anno;  mas  não  tardou  em  augmentar  rapidamente.  Em  1895, 
subiu  a  5.000  ou  6.000  cachos ;  em  1900  a  18.000  cachos  e  actualmente  6  de  70.000 
a  75.000  cachos  por  anno. 

Para  dar  idéa,  porém,  do  consumo  total,  cumpre  accrescentar  Marselha e  acosta 
mediterrânea  com  200.000.000  cachos,  o  que  dá  uma  cifra  annual  máxima  de  300.000 
cachos.  Esta  cifra  é  na  realidade  ainda  muito  baixa,  comparada  com  as  dos  paizes 
vizinhos  :  Allemanha,  700.000  a  800.000  cachos;  a  Inglaterra  400.000  cachos  por 
anno. 

O  arsénico  emprega-se  geralmente  na  agricultura  como  insecticida ;  mas 
semelhante  processo  está  sujeito  a  graves  perigos.  De  um  lado,  os  operários  que 
manipulam  os  productos  arsenicaes  correm  o  risco  de  envenenar-se  ;  por  outro  lado 
o  veneno  que  fica  adhorente  ás  fructas,  aos  legumes  etc.  põe  em  risco  a  saúde 
dos  consumidores.  Citam-se  mesmo  alguns  casos  de  morte.  Em  vista,  pois,  disto, 
em  uma  communicação  dirigida  á  Academia  de  Medicina  de  Paris,  insiste  o  Sr. 
Cazeneuve  sobre  a  necessidade  de  prohibir  radicalmente  o  emprego  na  agricultura 
dos  compostos  arsenicaes.  Esta  prohibição  já  existia  na  França  desde  1846,  mas,  a 
fallar  a  verdade,  nenhuma  applicação  tem  tido.  A  observação  do  Sr.  Cazeneuve  é 
razoável,  mas  pouco  resultado  dará,  porque,  como  observa  o  Sr.  Riche,  a  agri- 
cultura não  conhece  melhor  insecticida  que  o  arsénico.  Os  inconvenientes  e  riscos 
que  poderão  resultar  do  seu  emprego  serão  sempre  considerados  como  quantidades 
desprezíveis. 

A  producção  do  milho,  na  França,  tende  a  desenvolver-se,  ha  cerca  de  uns 
vinte  annos.  Esta  planta  é  actualmente  cultivada  em  uma  superfície  de  mais 
de  500.000  hectares  e  o  valor  da  sua  producção  eleva-se  a  cerca  de  90  milhões  de 
francos.  Vem,  pois,  a  propósito  assignalar  as  tentativas  que  se  fazem  na  America 
para  applicar  o  milho  ao  fabrico  do  papel.  Para  conjurar  a  crise  do  papel  é  de  ne- 
cessidade encontrar  um  succedaneo  á  pasta  da  madeira. 

Na  Algéria  e  na  Tunísia  é  a  alfafa  que  fornece  a  cellulose ;  na  Birmânia,  os 
inglezes  pretendem  explorar  o  btmbú.  Nos  Estados  Unidos,  acha-se  muito  desen- 
volvida a  cultura  do  milho,  cuja  producção  alli  é  três  vezes  maior  que  a  do  trigo. 
Já  o  miolo  da  haste  do  milho  tem  diversos  empregos  na  marinha  dos  Estados 
Unidos,  ella  substituiu  o  miolo  do  coqueiro  no  calafeto  dos  navios,  assim  como  no 
fabrico  dos  explosivos. 

Para  a  industria  do  papal,  a  histe  do  milho  ô  uma  excellente  matéria  prima  ; 
mas  é  necessário  proceder  á  separação  da  casca  exterior  e  do  miolo:  este  problema 
foi  resolvido  praticamente  pelo  Sr.  Viggo  Drewsen. 

A  casca  exterior,  tratada  com  reactivos  convenientes,  dá  uma  pasta  idêntica  á 
da  madeira,  muito  boa  para  o  fabrico  do  papel  commum  opaco.  O  miolo  dá  uma 
pasta  que  pôde  ser  vantajosamente  utilizada  no  fabrico  dos  papeis  transparentes 
(papeis  de  manteiga)  e  de  certas  espécies  de  pergaminhos. 


-££-»Hí&€:€€3 


SOCIEDADE   NUeiOMAI.  DE  AGRICULTURA 


PARTE  COMMERCIAL 


Maio  de  1908 

Cafó 

Venderam-so  l.Vi.000  saccas  contra  174.000  do  raez  de  abril. 

Entraram  106.86:!  saccas  contra  144.424  saccas  no  moz  anterior. 

Os  embarques  foram  —  187. 127  saccas  contra  171 .610  no  mez  anterior. 

Calculava-se  a  existência  no  dia  15  de  maio—  372.614  saccas  contra  372.277 
no  dia  30  de  abril ;  no  dia  31  de  maio  —  349.01 1  saccas  contra  372.041  saccas  no 
dia  15  de  maio. 

Os  extremos  das  cotações  foram  : 


Typo  n.  6. 
»      >    7. 


í»  quinzena 

Por  arroba 

Por  10  kilos 

5$500  a  5$800 

3$744  a  3$949 

5$200  »  5$500 

3$540  »  3$744 

4$900  »  5$200 

3$336  »  3$540 

4$700  »  5$000 

3$203  »  3$404 

?»  quinzena 

Por  arroba 

Por  10  kllos 

5$600  a  5$800 

3$813  a  3$940 

Typo  n.  6.     .     . 

»       »     7 5$3(I0  »  5$500  3$608  »  3$741 

»      »    8 5$000  »  5$200  3$404  »  3$540 

»      >    9 4$700  »  5$000  3$200  »  3J401 

As  entradas  do  Rio  de  Janeiro,  retallrilamente,  foram  : 

ía  quinzena 

Saccas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Rr.izil 29.769 

Cabotagom 5.302 


B.irra  dentro.     .    . 

Total. 


Saccas 

Estrada  de  Ferro  Centr  i\  do  Brazil 31.830 

Cabotagem 8.189 

Barra  dentro 42.845 

Total 81.804 


A     LAVOURA 


221 


Em  Nova  York,  o  typo  7,  disponível,  cotou-se  do  6  '/i6  a  6  3/s  por  libra,  sendo 
6  Vi6  nos  dias  1,2  e  4,  6  3/ia  nos  dias  5,  G  e  7,  o  l/t  no  dia  9,  6  5/n  no  dia  1 1  o 
6  3/a  nos  dias  12,  13,  14  e  15;  a  6  l/i  e.  por  libra  nos  dias  18  e  19  e  a  63/8  c.  em 
todos  os  outros  dias. 

Na  Bolsa  registraram-se  os  seguintes  preços: 

No  dia  1  —  5.8;  em  ^  e  4  —  5.85;  em  5  —  5.95;  em  6  —  0.00,  em  7—  3.5;  em 
8e9—  0.10;  em  11  e  12  —  0.15;  em  13  —  6.20;  em  14  e  15  —  6.15  e  0.05  c.  em 
10  e  18;  0.20  c.  em  19  6. 10;  c.  de  20  a  27  e  6. 15  c.  em  28  e  29. 


Géneros  importados 


ia  quinzena 
Qualidade  Quantidade  Preços 

Farinha  de  trigo  .     .     .        22.504  barricas.     ...  —  — 

Americana  (barrica) —  — 

»  (sacca)—  Não  ha. 

Rio  da  Prata: 

por  2  saccas 

Primeira  qualidade 24$000 

Segunda          »        22$500 

Terceira         »        21|500 

Mjinho  Inglez: 

Nacional ■ 24$000 

Brazileira 23$000 

Buda-Nacional — 

Mjinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 23$500  a    24$000 

O.  O  ...     • 22,500  »    23$000 

5a  quinzena 

AmericaDa  (barrica) — 

»  (secca)  —  Não  ha. 

Rio  da  Prata: 

por  2  saccas 

Primeira  qualidade 23$500 

Segunda         »        22$500 

Terceira         »        21 $503 

Moinho  Inglez: 

Nacional 24$000 

Brazileira 23$200 

Buda-Nacional 25$200 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$000 

O.  O 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


fa  quinzena 
Manteiga  —  250  caixas : 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$500  a  2$520 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$300  »  2.$320 

Lepelletier 2$480  >  2$500 

Modesto  Qallone  (sortidas) 1$850  »  1$900 

Esbousen Não  ha 

L.  Brum 2$540  »  2$550 

Busck  Juniur 2$400  »  2$450 

Marclet 2$200  »  2$220 

Outras  marcas 1$800  »  2$000 

A  nacional  vendeu-se:  a  de  Minas  de  3$700  a  4$  e   a  do  Sul  de  2$400  a  2$600. 
2a  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$480  a  2$500 

Brètel  Freres  (latas  sortidas).  ' 2$300  »  2$350 

Lepelletier 2$480  »  2$500 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$500  »  1$900 

Esbousen s     .  Não  ha 

L.  Brum 2$500  »  2$540 

Busck  Júnior 2$400  »  2$450 

Marclet 2$200  >  2$220 

Outras  marcas 1$800  »  2$000 

A  nacional  vendeu-se:  a  de  Minas  de  3$600  a  3$ SUO  e  a  do  Sul  de  2$400  a  2$600. 


Géneros  nacionaes 

MAIO 
A..&  i  is  i  i-  <  1 « 5 n  t « s 


Tornou-se  melhor  a  posição  deste  mercado  devido  não  as  entradas  que  foram 
insignificantes,  as  quaes  constaram  de  270  pipas  de  diversos  centros  produetores. 

As  entradas  na  segunda  quinzena  tiveram  grande  augmento  e  constaram  de 
598  pipas. 


ía  quinzena 

Campos 

Angra 

Paraty 

Maceió 

Aracaju 

Pernambuco 

Bahia 

Parahyba 


Preços 
60$000  a  165$000 
70$000  >  175$000 
75$000  »  180$000 
17O$0OO 
1Ô5$000 
65$000  »  170$000 
165.Ç000 
170$000 


A     LAVOURA 

Laguna 160$000  a  165$000 

Itajahy •     .     .     .  160$000  »  165$000 

Mangaratiba 170$0J0  »  175$000 

Paranaguá 160$000  >  I65$000 

2a  quinzena 

Preços 

Campos 165$000  a  170$000 

Angra 175$000  »  180$000 

Paraty 180$000  »  18õ$000 

Maceió 170$000  »  175$000 

Aracaju 170$000  >  175$000 

Pernambuco 170$Q00  »  175$000 

Babia 170$000  »  175$000 

Parahyba 170$000  »  175$000 

Laguna 165$000  »  170$000 

Itajahy 165$000  »  170*000 

Mangaratiba 175$000  »  180$000 

Paranaguá 165$000  »  170,j;000 


A.lcool 

Na  primeira  quinzena  melhorou  de  aspecto  este  mercado  que  se  conservou 
firme,  ainda  que  sem  alteração  sonsivel  nos  preços.  Na  seguuda  quinzena  finda 
houve  procura  e  apezar  das  entradas  serem  avultadas  pois  contaram  de  863  vo- 
lumes de  diversas  procedências,  os  preços  tiveram  uma  alta  de  cerca  de  10$  por 
pipa. 

í"  quinzena 

As  cotações  foram  as  seguintes,  por  pipa,  sem  casco: 

40  gráos. 250$000  a  230.j;000 

38      » 235$000  »  240$000 

36      »     225$000  »  230$000  " 

5»  quinzena 

40  gráos 260$000  a  265$000 

38      » 24õ$000  >  250$000 

36      > 235$000  >  240$000 

A-lg-odiio  em   ia.m;i 


Com  a  forte  reação  operada  no  estrangeiro  desenvolveu-se  regular  procura 
que,  reflectindo  nos  mercados  productores,  determinou  alta  sensivel  e  brusca.  Per- 
durou a  mesma  situação  na  segunda  quinzena. 


s<h:iki>m>k  NACIONAL    de   agricultura 


1"  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  30  de  abril 10.365 

Entradas  : 

Mossoró 4.396 

Parahyba 1.128 

Pernambuco 1.785 

Natal 1.600 

Ceará 160         9.069 

23.375 
Sabidas  dos  trapiches 6.607 

Existência  no  dia  15  de  maio 16.768 

Preços : 

Pernambuco ll$700a  12$600 

Rio  Grande  do  Norte 11$500  »  12$000 

Ceará 12$000  »  12$500 

Parahyba 1 1$700  »  12$300 

Penedo (Nominal) 

Sergipe (Nominal) 

2*  quinzena 

Fardos 

Exi  tencia  no  dia  15 , 16.708 

Entradas  : 

Parahyba 2.980 

Pernambuco 2.089 

Ceará 997 

Natal. 900 

Maceió 900 

Maranhão 819 

Mossoró 815 

Piauhy 150         9.650 

26.418 
Sahidas  dos  trapiches 7.614 

Existência  no  dia  30 •     •        Is. 801 

Preços : 

Pernambuco 12$300  a  13$000 

Coará I2$300  »  13.^000 

Rio  Grande  do  Norte 12$000  »  lã$800 

Parahyba Iã$300  »  12$600 

Penedo (Nominal) 

Sergipe  12$000  »  12£400 


Assiicn1 

O  que  ha  a  informar  sobre  este  producto  éque  os  brancos  crystaes  toem  man- 
tido as  cotações.  Foi  a  mesma  a  situação  da  2»  quinzena  havendo,  porém,  a  dizer 
que  houve  maior  firmeza  nos  mascavos  o  mascavinhos. 

riUMEIRA    QUINZENA 

Os  preços  regularam  como  se  segue  : 

Pernambuco  : 

Branco  usina §540  a  $550 

Dito  crystal $520  »  $530 

Dito  3»  sorte $520  »  $^30 

Crystal  amarello $460  »  $480 

Mascavinho $380  »  $470 

Somenos $440  »  $470 

Mascavo  bom $340  »  $350 

Dito  regular $330  »  $435 

Dito   baixo —        $325 

Sergipe  : 

Branco  crystal     $510  a  $540 

Mascavinlio $400  »  $480 

Mascavo  bom $340  »  $350 

Dito  regular $330  »  $335 

Dito  baixo —        $320 

Campos  : 

Branco  crystal     $520  a  $530 

Dito  2»  jacto $420  »  $460 

Bahia  : 

Branco  crystal , $550  a  $570 

Crystal  amarello —         — 

Santa  Calharina  : 

Mascavinho $380  a  $400 

SEGUNDA    QUINZENA 

Os  preços  regularam  como  se  saguo  : 

Pernambuco  : 

Branco  usina $540  a  >560 

Dito  crystal $510  >  $520 

Dito  3a  sorte $520 

Crystal  amarello $460  »  $490 

Mascavinho $120  »  $480 

Somenos $430  »  $460 

Mascavo  bom $355  »  $300 

Dito  regular $345  »  $350 

Dito  baixo $340 


!ii  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Sergipe  : 

Branco  crystal $510  a  $520 

Mascavinho $420  »  $480 

Mascavo  bom $355  »  $360 

Dito  regular $345  »  $350 

Dito  baixo $340 

Campos  : 

Branco  crystal •     .     .     .  $510  a  $540 

Crystal  amarello $490  »  $500 

Bahia  : 

Branco  crystal    $550  a  $560 

Dito  2o  jacto $500  »  $530 


Cerea.es 

PRIMEIRA  QUINZENA 

Preços 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo    .     .     .  17$500  a  18$500 

Dito  velho —             — 

Dito  idem  de  Santa  Catharina 17$000  »  18$000 

Dito  do  Paraná 17$000  »  18$000 

Dito  mulatinho 17$00()  »  18$000 

Dito  manteiga 18$00(> 

Dito  enxofre 17$000 

Dito  de  cores,  nacional 14$000 

Dito  branco,  estrangeiro 18$500  »  19$000 

Dito  amendoim,  idem —        18$500 

Farinha  de  mandioca,  especial 10$000  »  10$500 

Dita  idem  flna 9$500  »  10$000 

Dita  idem  peneirada 8$500  »    9$500 

Dita  idem  do   Norte —            — 

Dita  idem  grossa,  Laguna 7$000  >    7$200 

Dita  idem  idem,  Porto  Alegre Não  ha 

Arroz  nacional  22$000  a  27$000 

Dito  inferior 14$000  »  18$000 

Milho  amarello  do  Norte Não  ha 

Dito  idem  da  terra ,     .     .  6$400  a    C$500 

Dito  branco  idem 5$600  >    5$800 

Amendoim  era  casca 7$000  »    7$200 

Cangica    15$000  a  17$000 

Favas 12$000  »  12$500 

Kilogramma 

Alpiste $360  a      $380 

Batatas  nacionaes $IM  »     ,$180 


A     LAVOURA 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  de  milho $120  a      $1S0 

Matte  em  folha ,     .     .     .  $4o0  >      $500 

Tapioca $400  »      $500 

Polvilho $180  »      220$ 

Carne  Je  porco $700  »      $800 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) —  1$000 

Cebollas  do  Rio  Grande  (cento) Não  ha 


SEGUNDA  QUINZENA 


Preços 


Feijão  proto  de  Porto  Alegro,  novo     .     .     .  I5J000  a  1C$000 

Dito  idem  da  Terra  Nova 14$000  »  15$0o0 

Dito  idem  de  Santa  Catharina 14$000  »  15$000 

Dito  do  Paraná  .     , 14$000  »  lõ$000 

Dito  mulatinho —      »  15$000 

Dito  manteiga — .      »  15^000 

Dito  enxofre —      »  15$000 

Dito  de  cores,  nacional 10$000  »  12$000 

Dito  branco,  estrangeiro 18$500  »  1 9^000 

Dito  amendoim,  idem 18.$000  »  18..-500 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$000  »    9$õ00 

Dita  idem,  fina 8$500  »    8.^800 

Dita  idem,  peneirada 7$600  »    8$000 

Dita  idem,  do  Norte —             — 

Dita  idem,  grossa,  Laguna 6^800  »    7$000 

Dita  idem  idom,  Porto  Alegre Não  lu 

Arroz  nacional 22$000  a  24$000 

Dito  inferior 14$00J  »  18$0QQ 

Milho  amarello  do  Norto Não   ha 

Dito  idem  da  terra C$200  a    6$500 

Dito  misturado,  idem 5,j600  »    5.j800 

Amendoim  em  casca 5$8u0  »    6$000 

Cangica 10^000  »  18$000 

Favas lo$000  »  10$500 

Kilogramma 

Alpiste $360  a      $380 

Batatas  nacionaes $100  »     $180 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  de  milho $120  a     $180 

Matte  em  folha $100  »     $500 

.Tapioca $400  »      $500 

Polvilho $180  »      $200 

Carne  de  porco  $G0C  »      $700 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) $900  >    1$100 

Cebollas  do  Rio  Grande  (cento) 2$300  »    2$500 

440  J  U 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Furno  em  i*ôlo 

Durante  a  quinzena  bouve  a   mesma   firmeza   que  notámos  na   precedente, 

continuando  inalterados  os  preços,  e,  quanto   aos  negócios,    estes  também    foram 
desenvolvidos. 

i"  quinzena 
As  cotações  foram  : 

Preços 

De  Minas,  especial 1$600 

Dito  superior 1$400 

Dito  2a 1$200 

Dito  ordinário $8(0 

Goyano,  superior 2$400 

Dito  2a 1$700 

Baixo Num, 

Rio  Novo,  superior 2$400 

Dito  2" 1$300 

Dito  baixo 1$200 

Pomba,  superior 1$600 

Dito  2a 1$200 

Dito  baixo Nom. 

Carangola 1$500 

Picú,  especial 2$800 

Dito  1» 2$000 

Dito  2» 1$200 

Bahia 1$100 

2a  quinzena 

Durante  a  quinzena,  o  mercadojpermaneceu  som  alteração  quanto  a  firmeza, 
registrando-se,  como  na  anterior,  negocio  ura  tanto  mais  desenvolvido. 

As  qualidades  mineiras  especiaes,  superiores,  segundas  ordinárias  foram 
cotadas  em  200  réis  mais  do  que  na  primeira  quinzena. 

As  cotações  foram  : 

Preços 

De  Minas,  especial 1$800 

Dito  superior 1$600 

Dito  2a 1$400 

Dito  ordinário 4$000 

Goyano,  superior 2$400 

Dito  2a 1$700 

Baixo Nom.t 

Rio  Novo,  superior 2$400 

Dito  2» 1$800 

Dito  baixo 1$200 

Pomba,  superior 1$600 


A    LAVOURA 


Dito  2* 1$200 

Dito  baixo Nom. 

Carangola 1$500 

Pioil,  especial 2*800 

Dito  Ia 2$000 

Dito  2* 1$200 

Bahia 1$100 

Para  as  procedências  do  Rio  Grande,  volhos  regularam  de  15$  a  20$  e  para 
novos  de  1 1$  a  15$  por  arroba. 


Entraram  1.811.040  kilos  por  cabotagem,  do  nacional,    que  se  cotou  do  2$  a 
2$100  por  40  litros. 


Mercado  monetário 

A  existência  de  ouro,  na  Caixa  de  Conversão,  em  15  de  maio,  era  : 

Libras  esterlinas    . 5.530.329—10 

Francos  10.501.530 

Marcos ■ 40 

Dollars 125.527—50 

Liras 2.280 

Coroas  austríacas 4.650 

Pesos    argentinos 100 

»     nacional. 130:750$000 


SEGUNDA  QUINZENA. 

Em  31  de  maio  era: 

Libras    esterlinas 5.510.460— 10 

Francos 10.480.060 

Marcos 40 

Dollars 125.292-50 

Liras 4.790 

Pesos  argentinos 2.290 

Pesetas  hespanbolas 50 

»     nacional 134:570$000 

A  importância  de  notas  conversíveis  em  circulação  era  : 

Primeira  quinzena 95.813: 630$00O 

Segunda          »        95.487:250$000 

O  preço  de  soberanos,  fora  da  Bolsa,  foi  de    16$025. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


CAMBIO 

As  taxas  offlciaes  continuaram  a  manter-se  inalteradas,  a  15  1/8  d.  sobre 
Londres  nos  bancos  estrangeiros  e  15  3/16  d.  no  Banco  do  Brasil.  As  transacções 
bancarias  fizeram-se  a  esses  extremos  e  as  do  outro  papel  a  15  3/16  e  15  13/64  d., 
não   e  registrando  movimento  digno  de  nota. 


Os  extremos  das  cotações  offlciaes  foram  : 


PRIMEIRA   QUINZENA 


Londres,  90   d/v 15  1/16  e  15  3/16  d. 

Paris,  90  d/v $629  a  $634 

Hamburgo,  90  d/v $776  »  $780 

Portugal,   3  d/v 325  >  330  % 

Itália,    3   d/v $638  »  $640 

Nova  York,  ,i  vista 3$i95  »  3$310 

Vales,  ouro —  1$793 


SEGUNDA   QUINZENA 

Londres,  93  d/v 15  1/8  e  15  3/16  d. 

Paris,  90  d/v $629  a       $632 

Hamburgo  90  d/v $776  »        $779 

Portugal  3  d/v 316  »    325  % 

Itália  3  d/v $638  »        $639 

Nova- York,  á  vista 3$295  »      3r3l0 

Vales,  ouro —       »      1$793 

O  valor  offlcial  do  mil  réis  foi  do  560  a  563  réis,  ouro,  e  da  libra  de  15$í-03  a 

68. 

Ágio  de  ouro  77-77  a  78,  51%  . 


£$&&$€€€€- 


BIBLIOGRAPHIA 


Recebemos  mais  as  seguintes   publicações    periódicas: 

Bulletin  de  V Instituí  Chimique  et  Bacteriologíque  de  l'E'tal  à  Gembloux  —  1908, 
n.75. 

Annales  de  la  Société  Academique  de  Nantes.-' Volume  7"  da  8a  série,  1906. 

El  Progreso  Hortícola,  periódico  para  distribuição  gratuita,  editado  pela  Casa 
Domingo  Basso,  de  Montevideo. 

Boletim  do  Serviço  de  Estatística  Commercial,  referentes  aos  doze  mezes  de  ja- 
neiro a  dezembro  de  1907. 

O  Immigrante,  publicação  da  Secretaria  da  Agricultura  do  Estado  de  S.Paulo. 
—An  no  I,  n.   1. 


Trabalhos  recebidos  no  mez  de  maio : 

O  Cornmercio  e  a  Industria  do  Leite,  da  Manteiga  e  do  Queijo  na  Suissa,  por 
J.  de  Oliveira  Murinelly.  Paris,  1908.  Este  trabalho,  fructo  da  op3rosidade  e  com- 
petência do  segundo  secretario  da  legação  brasileira  em  Paris,  foi  apresentado  como 
relatório  á  Secretaria  de  Estado  das  Relações  Exteriores,  e  agora  publicado  em 
brochura  para  distribuição  gratuita.  A  obra  comprehende  quatro  partes  que 
tratam  respectivamente  do  leite,  da  manteiga,  do  queijo  o  das  queijarias.  Na  pri- 
meira parte  mostra  o  autor  o  pap9l  importantíssimo  que  tem  a  industria  dos  lacti- 
cnios  na  vida  económica  da  Suissa. 

Ainda  nessa  parte  vêem  estudos  sobre  os  Leites  Concentrados,  Farinhas  Lácteas, 
Koumiss  e  Kefir.    A  falsificação  do  leite  é  tratada  com  cuidado. 

Na  segunda  parte  occupi-se  o  autor  com  o  fabrico  da  manteiga,  escolha  de 
machinismos  que  a  observação  própria  lhe  demonstrou  serem  os  mais  convenientes. 
Termima  esta  parte  com  um  estudo  sobre  as  Condições  da  boa  manteiga.  Defeitos  e 
Fraudes. 

Na  quarta  parte  estuda  as  Queijarias  e  o  aprendizado  dos  lacticínios,  na  Suissa. 

A  descripção  do  leite  normal  com  todos  os  seus  caracteres  physicos,  meios  de 
reconhecel-o,  das  differentes  raças  e  sua  excellencia  produetiva,  foi  por  parte  do 
autor  objecto  de  cuidadoso  exame.  F,' uma  obra,  portanto,  cuja  leitura  muito  se 
recommenda,  acerescendo  ainda  ser  de  fácil  acquisição. 

A  industria  de  lacticínios  no  Estado  do  Rio  de  Janeiro,  pelo  Dr.  Eduardo  Cotrim  ; 
Propaganda  do  Estado  do  Rio — A  Lavoura  do  Café;  estado  octual  deste  produeto, 
pelo  Dr.  João  Alves  de  Mattos  Pitombo  ;  Sobre  a  Propaganda  e  Collovação  de 
Alguns  Productos  da  Industria  Agrícola  Brazileira  nos  mercados  Inglezes  por  Fran- 
cisco Alves  Vieira;  O  Canal  de  Macahc  a  Campos  e  as  Industrias  Agrícolas  do  Muni- 
cipio  de  Macahé  pelo  coronel  José  Julião  Carneiro  da  Silva. 

Todas  estas  conferencias  realizadas  no  Museu  Commercial  do  Rio  de  Janeiro 
foram  publicadas  em  folheto,  dos  quaes  recebemos  exemplares. 

Procés-verbal  de  la  Sèance  da  Congrès  d' Horticulture  ouvert  d  Paris  par  la 
Société  Nationale  d' Eorticulture  de  Franoe. 


238  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Relatório  da  Companhia  Usina  S.  João  apresentado  á  assombléa  gorai  ordi- 
nária de  31  de  maio  de  1908,  pelo  seu  presidente  coronel  Ernesto  de  Campos 
Lima. 

Erposifão  Nacional  de  1908.  Relatório  apresentado  ao  Exmo.  Sr.  Monsenhor 
Walfredo  Leil,  por  occasião  da  exposição   previa   em  2  de  abril   de  190S. 

Relatório  apresentado  ao  Governa lor  do  Estalo  de  Pernambuco  polo  secre- 
tario geral  Elpidio  de  Abreu  e  Lima  Figueiredo,  em  31  de  janeiro  de  1908. 

Mensagem  apresentada  ao  Conselho  Municipal  de  Passo  Fundo  pelo  intondente 
Pedro  Lopes  do  Oliveira,  em  1  de  novembro  de  19J7. 

Relatório  de  1907,  apresentado  pela  Directoria  d  i  Associação  Commercial  do 
Maranhão. 

La  Pesca  en  La  Republica  Argentina,  parte  primeira,  pelo  Dr.  F.  Lahille. 
Buenos  Aires,  1906. 

Feria  Exposicion  de  Ganaderia  (1902 — 1903).  Informes  de  Ia  División  de  Gana- 
deria.  Buenos  Aires,  1905. 

Estas  duas  ultimas  obras  foram  oflferecidas  á  Bibliotheca  desta  Sociedade  pelo 
Sr.  Director  Dr.  Heitor  de  Sá. 


CATÁLOGOS 

Domingo  Basso.  Catalogo  geral  n.  58.  Arvores  fructiferas,  florestaes,  arbusto3, 
plantas  ornamentaes,  sementes  e  utensílios  de  jardineiro. 

Catalogo  do  Leilão  dos  Animaes  do  Posto  Zootechnico  Central  de  S.  Paulo. 
Estes  animaes  foram  postos  à  venda  após  a  Exposição  preparatória  realizada  em 
20  de  abril  de  1908. 

Foumitures  Hortieoles.  Catalogo  de  1908.  Ch.  Hitté,  rue  des  Bourdonnais, 
Paris. 

Cari  HagenbecWs  Tierpark.  Catalogo  de  animaes  domésticos.  Secção  I. 
Bovinos.  São  representantes  desta  casa,  no  Rio  de  Janeiro,  os  Srs.  Herm.  Stoltz 
&Comp.,  Avenida  Central  66—74. 


Aequisicões  da  Bibliotheca  : 

Microbiologie  Agricole  por  Edmond  Kayser.  Paris. Eds.  J.  B.  Baillière  et  Fils. 
1  volume. 

Agricullure  Générale.  Les  Sernailles  et  les  Récoltes  por  Paul  Diffloth.  Eds.  J. 
B.  Baillière  et  Fils.  Paris,  1907.  1  volume. 

Zootechnie.  Races  Bovines  por  P.  Diffloth. "Eds.  J.  B.  Baillière  et  Fils.  1908. 
1  volume. 

Pathologie  Gènerale  des  Animaux  Domestiques  por  C.  Cadéac.  2»  edição.  Eds: 
J.  B.  Baillière  et  Fils,  Paris,  1904.  1  volume. 

Thérapeutique  Vélérinaire  Appliquêe  por  H.  J.  Gobert.  Eds.  J.  B.  Baillière  et 
Fils,  Paris,  1005.  1  volume. 

Notiotis  d' Agricullure  et  d'Sorlicu!txre  d  1'usage  du  cours  moyen  et  du  court 
superieur  des  êcoles  primaires  et  des  écoles  primaires  supérieures  por  E.  Pamart. 
5»  edição.  Eds.  Masson  &  Comp.,  Paris.  I  volume. 


A     LAVOURA 


Les  Théories  et  les  Applications  Nouvelles  de  la  Greffe  polo  Dr.  Albert  Gautié 
eds.:  Masson  et  C.  Paris,  1  volume. 

Culture  :le  la  Pomme  de  Terre  Polagère,  Fourragère  et  Industrielle  por  L.  Mal- 
peaux.  Eds.  Masson  et  C,  Paris,  1  volume. 

Les  Levures  por  E.  Kayser.  Eds.:  Masson  etC,  Paris,  1  volume. 

VIndustrie  Oléicole  por  J.  Dugast.  Eds.  Masson  et  C,  Paris,  1  volume. 


Prairies  et  Plantes  fourragères.  E'  o  titulo  da  ultima  brochura  que  acabamos 
de  receber  da  livraria  J.  B.  Baillièro  et  FUs.  Damos  o  prospecto  dessa  obra  para, 
orientação  dos  nossos  leitores. 


«  Prairies  ei  Plantes  fourragères  »,  par  C.  V.  Garola,  professeur  départemental 
d'agriculture  à  Chartres,  2a  edition  revue  et  augmentée,  1  vol.  in-18  de 
50U  p-iges.  avec  150  figures,  brociu-  :  5  ir.;  cartonné:  6  fr.  (Encyclopedie 
agrícola;  Librairie  J.  B.  Bailliere  et  fils,  19,  rue  Hautefeuille,  Paris 

Les  plantes  fourragères  jouent  en  économie  rurale  un  role  chaque  annôe  plus 
important.  Dans  1'étuJe  que  leur  consacre  M,  Garola,  il  a  envisagé  les  plantes 
fourragères  non  seulement  au  point  de  vue  de  la  production  proprement  dite, 
mais  aussi  au  point  de  vue  de  leur  emploi  dans  la  nourriture  du  bétail.  II  a  donc 
donné  una  place  important  à  la  determination  de  la  valeur  alimentaire  des  dif- 
ferentes  plantes.  Le  cultivateur  y  trouvera  non  seulement  les  notions  nécessaires 
pour  arriver  à  produire  beaucoup  de  fourrages,  mais  encore  les  renseignements 
les  plus  utiles  pour  tirer  de  leur  traasformation  par  le  bétail  les  résultats  les  plus 
avantageux. 

Yoici  un  aperçu  des  matières  traitées  : 

Prairies  naturelles:  Graminées  ;  légumineuses  ;  composition  et  valeur  alimen- 
taire ;  exigences  et  fumures  des  prairies  et  des  pâturages  ;  eréation  des  prairies 
naturelles  ;  préparation  du  sol ;  ensemencement ;  exécution  du  semis  ;  organisation 
entretien  et  exploitation  de- herbages;  eotretien  des  prairies  fauchées;  plantes 
à  détruire. 

Prairies  temporaires  :  Prairies  artiflcielles  ;  luzerne ;  composition  et  valeur 
nutritivo  ;  climat  et  sol ;  rendement  et  durée  des  luzernières  ;  plantes  parasites 
et  animaux  nuisibles ;  cultures;  trèflo  violet ;  trôfle  blanc ;  tròfle  liybride ; 
sainfoin  ;  lupuline. 

Lourrages  annuels :  Trèfle  incarnai;  vesce;  pois  de  champs;  moutarde 
Manche ;  navetto  et  colza ;  côréales ;  fourrages  ;  seigle  ;  avoin j  ;  sarrasin ;  mais  ; 
millet.  Récolte  des  fourrages  :  Fenaison  ;  époque  de  la  fauchaison  ;  coupe  des  four- 
rages ;  dessiccation ;  transport  et  rentréa  ;  conservation  et  préparation  des  foins ; 
comprossion  des  fourrages  ;  ensilage  des  fourrages  verts. 

Plantes  sarclées  fourragères:  Belterave  ;  emploi  et  composition  ;  climat;  sol ; 
production  de  la  betterave  fourragère  ;  culture  ;  action  de  la  variété  et  de  1'espa- 
cement ;  rendements  par  hectare  ;  expérieuces  d'alimentation  et  de  digestibilité 
des  betteraves ;  pommes  de  terre  ;  exigences  climatériques  et  géologiques ;  sélection 
et  variótés ;  emploi  de  la  pomme  de  terre  dans  ralimentatioa  des  chevaux  de 
trait  ot  des  betes  à  cornos ;  préparation  du  sol ;  plantation ;  espacement ;  influenco 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AORlcni/TURA 


de  la  fragmentation  des  tubercules  et  de  la  profonrtcur ;  pratique  de  Ia  plantation  ; 
façoDs  d'entretien  ;  maladies  ;  suppression  des  tigos  ;  récolte  et  consorvation. 
Carotle;  composition  et  valeur  alinientairo ;  culture ;  plaee  dans  1'assolement ; 
prúparation  du  sol ;  semailles  ;  enti  etien ;  récolte  ;  conservation  ;  panais ;  navet ; 
chou-navet ;  chou-rave  ou  col-rave  ;  choux-fourragers :  topinambour,  ramilles 
et  feuilles. 

Ce  volume  a  étó  courunné  d'uoe  médaille  d'or  par  la  Société  NatioDale 
d'Agriculture. 

II  fait  partie  de  V Encyclopedie  Agricole  k  laquelle  cette  même  société  vient 
d'aoeorder  Io  Grand  Prix  Heuzé. 

Le  catalogue  détaillé  et  illusti-é  de  V Enct/clopédie  Agricole  est  adréssó  grátis  et 
franco  à  toute  parsonoe  qui  en  fait  la  demande  à  MM.  J-B.  Baillière  et  Fils,  19  rue 
Hautefeuille,  à  Paris. 


4403  —  Rio  ds  Janeiro  — Imprensa  Nacional  —  1908 


ESTATUTOS 


CAPITULO  (I 


Art.  8.°  A  socideade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  effectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i.°  Serão  sócios  effectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de  15$  e  a  annuidade  de  2o$ooo. 

§  2.°  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
si\lr  no  estrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

i?  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  á  lavoura. 

§  4.0  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  official  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuirem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annuidade  de"5o$ooo. 

§  5.0  Os  sócios  effectivos  e  os  associados  pi  k lerão  se  remir  nas  condições  que  torem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  fixada  para  esse  fim 
ser  inferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  g.°  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  1  >s  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

á,  1."  Os  associados,  por  seu  caracter  de  coílectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.0  < )  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios ;  é  limitado, 
'01  <-m,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

íj  3.0  Os  sócios  perderão' somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


REGULAMENTO 


CAPITldJ)  VI 

DOS    SÓCIOS 

Art.  18.  A  sociedade  prestara  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associados 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  iq.  A  jóia  deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
icceita  :ão. 

Art.  20.  As  annuidades  poderão  ser  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  200$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  c  independente  da  jóia, 
|ue   leverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pago  a  respectiva  jóia. 

§  i.°  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

s,  2."  Para  esse  etfeito  o  sócio  deverá  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
.10  .  i.-i  mos  do  paragrapho  anterior. 

í,  3."  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  geral. 


Anno  XII  — N.  6 


Rio  de  Janeirc 


Junho  de  190« 


®>QU , 

ím  âgpíeuMíípa 


GADO  CARACU*  PAULISTA 


fefe&s-s^g^s-frss^sa. 


^^yyyl  VI  RI  BUS  UNiTIS  j(4»^»4»<»€« 


CAPITAL  FEDEFAL 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Fundada  em   16  de  janeiro  de  1897 

Caua-postal,   1245  Seda:   Ruas  da  Alfandega  o.   109 

Endereço  Telegraphico,  AGRICULTURA  e  Qeneral  Camará  n.  105 

Telephone  a.   1416  bio  n«  j»nriro 

DIBBOTOKIA 

Presidente  —  Dr.   Wencesláo   Alves  Leite  de  Oliveira  Bailo. 

i°  Vice-presidente  —  Vago. 

2o  Vice-presidente  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel.     . 

3°  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Seugio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

i°  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 
2°  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
3o  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 
4"  Secretario  —  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz  Júnior. 
2°  Thesoureiro  —  Carlos  Raulino. 

Directores  das  Secções 

Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rangel. 

Applicaçôes  do  Álcool  e  Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá. 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto  Jacobina  e  Carlos  Raulino. 

Secretaria Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira  Júnior. 

Oollaboração 

Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  para  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  onginaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d' A  LA- 
VOURA na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assinaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

Coiidlçfies  <ln   \<\,  hllcação  dos  unauncloa 

vezes  meia  pagina      uma  pagina 

I I2$0O0  20$000 


3 

6    5O$O00  Q0$000 

17  " 


Os   annuncios   são   pagos   a  leantadamente. 

Tiragem   5.000  exemplares 


SUMJMARIO 

PAGS. 

O  Feijão  preto 235 

Barão  Geraldo  de  Rezende 237 

Albino  Barbosa 239 

Dr.  Germano  Vert 242 

As  nossas  fructas 243 

Cereaes   Europeus 249 

Expediente 251 

Noticiário 256 

Parte  Commercial 264 

Bibliographia 272 


Anno  XII  —  N.  6  Rio  de  Janeiro  Junho  de  1908 


EDITORIAL 

LIBRARY 
NEW  YORK 
BOTANICAL 

GAKUEN. 


0  Feijão  preto 

Entre  as  leguminosas,  quer  no  sentido  de  servir  de  alimento  hu- 
mano, quer  como  forragem,  occupa  em  geral  o  feijão  posição  saliente 
sobre  as  culturas  congéneres,  da  mesma  família. 

Encaixado  como  cereal,  na  accepção  vulgar,  é  alimento  forçado  no 
nosso  meio,  tendendo  felizmente  a  dilatar-se  as  suas  plantações  racional- 
mente exigidas  e  á  vista  do  seu  bom  comportamento  no  solo. 

O  curto  prazo  do  seu  cyclo  vegetativo  e  os  grandes  benefícios  que 
presta  á  terra  são  bel  los  incentivos  para  o  alargamento  de  sua  cultura. 

No  primeiro  caso  podem-se  obter,  como  é  uso,  duas  colheitas  no 
mesmo  anno,  o  que  é  grande  economia  de  tempo  para  o  serviço  agricola. 

No  segundo,  enorme  é  o  proveito  que  se  tira  com  a  adubação  verde 
além  da  vantagem  de  que  o  feijão  não  é  um  concurrente,  na  alimentação, 
do  azoto  terrestre,  um  dos  principaes  esteios  da  vida  dos  vegetaes . 

E  a  essa  razão  junta-se  a  de  ser  o  feijão  no  geral  uma  planta  baixa, 
não  sendo,  portanto,  obstáculo  á  luz  necessária  para  a  cultura  principal 
feita  conjunctamente. 

Taes  indícios  mostram  claramente  que  é  esta  cultura  a  mais  própria 
para  ser  realisada  com  a  do  café  ou  outra  semelhante.  E1  um  vegetal  fer- 
tílisante,  em  contrario  aos  das  outras  famílias,  merecendo  por  isso  e  por 
suas  qualidades  intrínsecas  a  attenção  de  todos  os  lavradores,  sendo  como 
é  um  dos  primeiros  legumes  que  salientam-se  nos  concertos  culinários. 

Em  vista  portanto  da  enorme  vantagem  das  leguminosas  em  relação  á 
especialidade  de  alimentação,  torna-se  evidente  que  é  preciso  mesmo  plantar 
uma  dessas  plantas  como  correctivo  chimico  natural,  e  melhor  de  que  o 
feijão  nenhuma  se  apresenta,  attento  o  consumo  que  lhe  dá  o  povo. 

Essa  propriedade  característica  de  tirar  o  azoto  da  atmosphera  por 
meio  do  micróbio  da  nitriflcação  que  enche  a  extremidade  da  radicula 
com  esse  metalloide  assimilável,  é  mais  que  bastante,  de  todo  recom- 
mendavel,  para  a  necessidade  de  ser  o  legume  plantado  em  companhia 
de  outra  planta,  afim  de  favorecel-a .  Em  Portugal,  chegam  a  plantar  o 
tremóço  só  com  o  rito  de  enterral-o  para  melhorar  o  solo.  Ora  por  tal  qua- 
lidade e  por  ser  mais  apreciado  que  outra  espécie  de  leguminosas,  como  a 


236  SOCIEDADE     NAOIOMAL     DE     AGRICULTURA 

fava,  hervilha,  grão  de  bico  ou  ervanço  e  lentilha,  tem  justamente  o  feijão 
o  seu  logar  como  segundo  na  cultura  dos  mantimentos. 

E1,  pois,  de  bom  aviso  que  seja  alternada  a  sua  plantação  com  a  do 
milho,  no  mesmo  logar,  nas  ruas  dos  cafezaes,  como  preceitua  a  boa  regra 
do  afolhamento. 

Dentre  as  variedades  de  feijão  quer  para  alimento,  como  o  mulatinho, 
o  vermelho  e  o  branco,  quer  para  forragem,  como  o  hollandez,  o  da  Flo- 
rida e  a  soja,deve-se  cultivar  a  que  melhor  se  dè  no  clima  e  que  também  offe- 
reça  valor  alimentício  compensador.  Estes  últimos  são  muito  duros,  mas 
a  soja  é  considerada  como  tendo  o  maior  numero  de  unidades  alimen- 
tícias. Deixo  de  fallar  no  feijão  chinez  que  dá  bom  rendimento,  no  andú  e 
portuguez,  cujas  culturas  são  raras. 

Attendendo  principalmente  ao  paladar  e  comparando  o  feijão  preto, 
de  que  ora  fallo,  com  o  vermelho  que  é  tão  commum  em  e  S.  Paulo,  Sul 
de  Minas,  como  observei,  vê-se  a  superioridade  do  primeiro  por  ter  mais 
unidades   alimentícias. 

E,  no  emtanto,  não  é  por  assim  dizer  cultivado  o  feijão  preto 
naquellas  zonas  ;  é  mesmo  por  muitos  rejeitado  de  suas  mezas. 

Não  sei  porque  tal  aversão,  quando  além  do  que  fica  dito,  elle  tem  in- 
contestavelmente um  sabor  especial, mais  agradável  que  os  outros  todos 
próprios  para  os  misteres  culinários. 

Não  pôde  haver  mesmo  feijoada  verdadeira  sem  que  seja  de  feijão 
preto . 

Ha  algum  receio,  por  parte  de  certas  pessoas  de  que  esta  variedade 
faz  mal  ao  organismo,  mas  não  vejo  base  para  isso  ;  se  fosse  por  condição 
alimentícia  devia  ser  mais  adoptado  o  branco,  que  éo  mais  rico  destas. 
Bem  sei  que  é  difficil  modificar  o  habito,  mas  julgo-me  com  acerto  indi- 
cando e  aconselhando  o  feijão  preto  como  o  melhor  de  todos  ao  paladar. 
Muito  feliz  serei  se  as  minhas  palavras  conseguirem  auxiliar  o  distendi- 
mento  da  cultura  do  feijão  preto. 

Heitor  de  SA 


A     LAVOURA 


Barão  Geraldo  ds  Eszsnds 

Findou-ie  em  Campinas,  onde  possuía  importante  propriedade 
rural,  o  adiantado  lavrador  e  prestante  cidadão,  Barão  Geraldo  de 
Rezende . 

Sob  a  direcção  pessoal  do  pranteado  titular,  a  fazenda  de  Santa  Ge- 
nebra tornou-se  de  tal  modo  conhecida  e  interessante,  que  raro  era  o  perso- 
nagem illustre  que,  indo  S.  Paulo,  não  a  visitasse,  tomando-a  como  typo 
e  modelo  das  boas  fazendas  cafeeiras. 

Pelas  amplas  e  aprazíveis  estradas  que  conduzem  á  Santa  Genebra, 
deslisaram  innumeras  vezes  as  carruagens  do  lavrador  fidalgo  transpor- 
tando diplomatas,  estadistas  e  agricultores  dos  mais  diversos  paizes  que 
alli  iam  para  aprender  e  admirar  a  arte  e  proficiência  com  que  o  finado  ti- 
tular dirigia  as  suas  vastas  herdades. 

O  Barão  Geraldo  de  Rezende  foi  dos  primeiros  lavradores  pau- 
listas que,  em  contraposição  á  sentença  —  O  Café  dá  para  tudo  —  inici- 
aram outras  culturas  subsidiarias  da  do  café . 

Ao  lado  do  cafeeiro,  cultivado  com  acurado  esmero,  mantinha  o 
Barão  Geraldo  de  Rezende,  varias  outras  culturas,  destinadas  ao  abas- 
tecimento do  mercado    campineiro.    Gereaes,    hortaliças,  leite,    aves, 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


ovos,  e  tantos  outros  géneros  de  primeira  necessidade  vinham  diária 
mente  da  fazenda  de  Santa  Genebra  e  se  distribuíam  pela  população 
campineira. 

Posto  que  a  direcção  de  Santa  Genebra  desse  trabalho  bastante  para 
occupar  mais  de  um  homem  de  grande  actividade,  mesmo  assim  o  seu 
infatigável  proprietário  e  principal  administrador  achava  sempre  o  precizo 
tempo  para  se  devotar  a  prebendas  de  ordem  mais  geral,  como  eram 
as  questões  bancarias,  as  de  propaganda  agrícola  e  outras  de  igual  jaez, 
que  requeriam  a  sua  presença  em  pontos  distantes  da  sé  de  da  sua  pro- 
priedade. 

Qualquer  problema  agrícola  que  se  apresentasse  tinha  a  sua  coope- 
ração como  collaborador  experimentado  que  era . 

Inspirado  sempre  no  mais  puro  civismo,  jamais  recusara  a  sua  parte 
de  trabalho. 

Assim  é  que,  além  de  fazer  parte  de  um  instituto  de  credito  em 
Campinas,  também  foi  do  Conselho  Superior  da  Sociedade  Paulista  de 
Agricultura,  onde  a  sua  voz  era  sempre  ouvida  com  acatamento  geral. 

Nem  só  estas  eram  as  peregrinas  virtudes  que  aureolavam  a  fronte 
do  pranteado  Barão  de  Rezende  :  e-a  elle  também  fino  cavalheiro,  dotado 
de  bondade  e  tolerância,  que  o  levaram  irresistivelmente  á  pratica  do  bem, 
ao  amparo  dos  que  sotíriam.  É  por  isso  que  sobre  o  tumulo  do  bon- 
doso titular  não  só  orvalharam  as  lagrimas  dos  seus,  sinão  as  de  muitos 
estranhos  para  cujos  soffrimentos  as  suas  mãos  bemfazejas  tantas  vezes 
levaram  remédio! 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  estampando  com  estas  linhas  o 
seu  retrato,  entende  render  preito  de  honra  e  reverencia  ao  Barão 
Geraldo  de  Rezende,  como  lavrador  e  como  cidadão. 


A  LAVOURA 


Albino  Barbosa 

i  Acaba  de  fallecer  na  cidade  de  Campina?,  em  pleno  vigor  de  seus  52 
annos  de  idade,  mais  um  eminente  agricultor,  daquelles  que  nessa  verda- 
deira capital  agrícola  do  grande  Estado,  maior  curiosidade  e  dedicação 
patenteava  pela  solução  das  questões  prementes  de  nossa  economia  rural. 

Albino  José  Barbosa  de  Oliveira  era  filho  do  conselheiro  do  mesmo 
nome,  que  presidiu  o  Supremo  Tribunal  de  Justiça  nos  últimos  annos  da 
monarchia  e  primo  do  nosso  illustre  chefe  o  sr.  conselheiro  Ruy  Barbosa. 

Era  um  dos  lavradores  mais  cultos  de  S.  Paulo  e  deixa  em  suas  pro- 
priedades como  legado  precioso,  paia  os  filhos  que  o  succederem,  os  attes- 
tados  de  seu  espirito  pratico  e  sobretudo  intelligentemente  económico. 

Fossem  outras  as  condições  de  valor  de  nossos  productos  e  conse- 
guintemente  das  terras  que  os  produzem,  epoder-se-ia  considerar  precioso 
para  a  numerosa  familia,  que  deixou,  o  resultado  de  30  annos  de  tão  cau- 
teloso e  pertinaz  esforço. 

Infelizmente,  porém,  isso  não  se  dá  e  é  forçoso  registrar,  ao  que  nos 
dizem,  mais  um  desastre  nas  empresas  arrojadas  que  homens  intelli- 
gentes  vinham  tentando  em  Campinas  de  40  annos  para  cá. 

A'  illustre  familia  e  ao  nosso  chefe  apresentamos  os  nossos  pezames  ». 

Assim  se  exprimia,  com  respeito  ao  illustre  lavrador,  cujo  retrato 
encima  estas  linhas,  um  dos  jornaes  de  maior  circulação  nesta  capital, 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


poucos  dias  após  o  seu  fallecimento,  occorrido  em  fevereiro  próximo 
passado. 

E  estas  considerações  de  alta  relevância,  tenuemente  esboçadas  na  rá- 
pida linguagem  de  um  noticiário,  poderiam  entretanto  servir  de  base  a  um 
estudo  vasto  das  condições  em  que  viveu  e  do  meio  em  que  luctou  um  tão 
brilhante  ornamento  da  classe  agrícola  do  Brasil,  se  alguém  tentasse  des- 
crever-lhe  a  existência  tão  fecunda  quanto  exemplar  e  pura. 

Sem  pudermos  pretender  tão  difficil  tarefa,  cumpre  que  aqui  dei- 
xemos entretanto  algumas  impressões  que  essa  vida  nos  suggere  e  que 
alguns  ensinamentos  pôde  conter  para  os  leitores  da  A  Lavoura. 

Albino  José  Barbosa  de  Oliveira  foi  para  a  vida  agrícola  um  prede  • 
tinado;  mas  essa  predestinação  não  passou,  no  seu  caso,  da  verdadeira  e 
real  significação  do  vocábulo  :  não  se  poude  caracterizar  pelas  vantagens 
auferidas  ou  pelo  êxito  alcançado  no  cumprimento  do  bom  fado. 

Designado,  quasi  ao  nascer,  por  seu  illustre  pae,  para  os  árduos  tra- 
balhos em  que  a  morte  acaba  de  surprehendel-o,  não  se  pode  dizer  delle 
por  tanto  que  estivesse  na  fazenda  fora  de  seu  logar. 

Depois  de  visitar,  ainda  adolescente,  os  paises  em  que  lhe  podiam 
ser  dadas  sobre  as  questões  agrícolas  do  tempo  as  melhores  lições,  veio  o 
ex-alumno  de  Gembloux,  como  todos  os  que  nessa  idade  voltam  da  Eu- 
ropa para  esse  mister,  repleto  de  fé,  exuberante  de  enthusiasmo  e,  como 
todos  elles,  cheio  de  illusões. 

Entretanto  o  que  nelle  se  tornou  logo  visível,  passados  os  primeiros 
exageros  e  os  contratempos  que  cercam  as  applicações  rigorosas  da 
theoria  européa,  foi  a  descoberta  sagaz  do  verdadeiro  critério  a  adoptar 
na  sua  vida  de  lavrador. 

Dois  annos  depois  estava  elle  gozando  da  dupla  vantagem  dos  conhe- 
cimentos que  a  escola  lhe  incutira  e  da  experiência  que  a  pratica  lhe 
dava  ;  e  assim  armado  começou  a  lucta. . .  . 

Faltava-lhe  entretanto,  para  elemento  decisivo,  um  capital  de  movi- 
mento capaz  de  collocar  ao  abrigo  dos  empréstimos  que,  pouco  depois,  a 
abolição  do  braço  escravo  veio  tornar  imprescindíveis  e  fataes  para  a 
nossa  lavoura. 

A  falta  de  organização  de  nosso  credito  fundiário  e  agrícola  ainda 
mais  agravando,  para  todos,  tão  difncil  situação  veio  dar  a  essa  lucta  bem 
como  a  todas  as  que  nesse  género  se  travaram,  uma  feição  cada  vez  mais 
gigantesca,  mais  trágica  e  mais  inútil. 

E  agora,  após  3o  annos  de  duração,  a  noticia  de  sua  morte  á  seguida 
dos  commentarios  que  acima  encontramos...  e  tudo  nos  leva  a  meditar 
na  causa  de  um  tão  máosucessocom  tão  invejáveis  condições  de  iniciação. 


A  sua  propriedade  valiosa  mal  basta,  segundo  as  noticias  que  che- 
gam, para  saldar  o  seu  passivo,  elevado  pela  própria  confiança  que  a 
todos  inspirava.  E1  a  reproducção,  portanto,  do  caso  «  Geraldo  de  Re- 
zende s> .  Assim,  facilidade  no  levantamento  dos  grandes  capitães  com 
que  lidava,  somente  lhe  servia  de  alimento  á  illusão  de  prosperidade  em 
que  vivia  como  vivem  todos  os  que  se  acham  em  tal  condição.    *• 

Trabalhou  por  conseguinte  a  vida  inteira,  como  poucos  imaginam 
que  se  possa  trabalhar ;  e  ao  fim,  está  provado  que  o  fez  com  dois  únicos 
resultados:  i°  alimentar-se,  bem  como  á  familia  ;  2a  pagar  juros  ao  ca- 
pital daquelles  que  nelle  confiavam. 

Se,  portanto,  neste*  caso  tão  promissor,  foram  baldados  os  esforços 
de  uma  vida  inteira  para  equilibrar  a  situação  financeira  da  exploração 
que  se  acaba  de  paralyzar,  o  que  diremos  do  maior  numero  dos  casos 
que  quasi  constitue  regra  geral  no  meio  agrícola  do  Brasil  ? 

A  illusão  é  inútil  ;  e  a  verdade  é  clara :  a  industria  agrícola,  se  tem 
sobre  a  manufactura  e  o  commercio,  grande  vantagem  para  o  bem  estar,  a 
tranquilidade,  a  independência  e  a  economia  domestica  de  quem  a  explora 
não  pode  (entretanto  e  é  a  justa  compensação)  com  nenhum  dos  dois  com- 
petir cm  rendimento  pecuniário.  Assim  se  nestas  duas  carreiras  pode  o  em- 
presário arrojado  fazer  facilmente  o  serviço  de  juro  e  amortização  do 
capital  alheio  com  que  inicia  a  sua  empresa,  naquella  esse  duplo  serviço 
é  quasi  impossível,  dada  a  extensão  do  tempo  necessária  para  concluir-se. 

A  lavoura  remunera  sem  duvida  o  capital  independente,  que  a  ella 
se  consagra;  mas  não  pode,  no  decurso  de  uma  existência  humana,  pro- 
duzir este  juro  e  mais  outro  capital  egual  ao  primeiro.  Eis  a  utopia  do  la- 
vrador brasileiro! 

Eis  a  transgressão  que  elle  commette  por  desgraça  própria  ha  mais  de 
20  annos  no  Brasil  contra  a  mais  clara  das  leis  da  economia  rural,  tão 
brilhantemente  expressa  na  formula  sabia  deLecouteux:  //  rty  a  pas  de 
Bonne  situation  agricole  sans  une  bonne  situation  economique. 

E1  o  sangue  dos  martyres  que  solidifica  o  alicerce  em  que  assentam  os 
ideaes  que  elles  defendem;  e  o  fracasso  rendoso  da  empresa,  que  pela  morte 
prematura  de  seu  tenaz  director  acaba  de  baquear  em  Campinas,  imprime 
nesse  defunto  o  caracter  de  exemplo  para  os  que  vierem  caminhar  sobre 
os  passos  resolutos  com  que  elle  pisou  no  caminho  de  sua  carreira  la- 
boriosa . 

E'  nesse  caracter  que  A  Lavoura  presta  hoje  homenagem  á  sua 
memoria. 


SOCIEDADE    NACIONAL  DS  AGRICULTURA 


Dr,  Germano  Yert 


A  Lavoura  estampa  com  orgulho  no  presente  numero  a  eftigie  do  seu 
antigo  redactor  chefe,  cuja  existência  preciosa  acaba  de  finar-se  em  Pira- 
cicaba onde  occupava  o  logar  de  lente  de  agronomia  da  escola  de  agri- 
cultura d^ssa  cidade . 

O  imprevisto  de  sua  morte,  as  circumstancias  de  que  ella  se  cercou 
foram  causa  da  nossa  demora,  que  a  nossa  insistência  não  poude  vencer, 
para  obtenção  desta  honra . 

Resta,  portanto,  á  Lavoura,  como  homenagem  sentida  ao  seu  antigo 
director,  a  lembrança  do  que  elie  foi  nesta  casa,  e  do  que  com  eloquência 
attestam  os  números  da  revista  que  o  nosso  archivo  agasalha  e  que,  orga- 


A    LAVOURA 


nisados  sob  suas  vistas,  formam  uma  das  partes  mais  brilhantes  da  nossa 
collecção. 

Germano  Yert,  podemos  dizel-o  sem  suspeição,  foi  durante  a  vida 
uma  synthese  da  honradez  e  do  trabalho. 

Era  um  temperamento  extremado,  no  qual  estas  duas  qualidades  se 
manifestavam  com  a  violência  de  verdadeiras  paixões. 

Por  isso,  todos  os  que  lhe  assistiam  a  existência  movimentada,  sem 
perscrutar-lhe  as  impressões  intimas,  extasiavam-se  ante  aquella  operosi- 
dade incrível  e  aquella  independência  extra-humana.  A  fraqueza  do  orga- 
nismo humano,  entretanto,  e  as  condições  precárias  da  vida  social,  são  os 
maiores  obstáculos  para  o  êxito  de  taes  individualidades  na  lueta  pela  vida. 

O  trabalho  excessivo  corroeu-lhe  o  organismo  outrora  robusto;  e  as 
ditliculdades,  talvez,  que  lhe  creava  a  intolerância  dos  homens,  e  contra  as 
quaes  já  não  podia  luetar,  abreviaram-lhe  a  existência  utilissima  e  pro- 
missora. 

Era  um  medico  illustradissimo;  mas  o  seu  temperamento  investiga- 
dor o  afastava  das  preoceupações  materiaes  da  clinica  para  approximal-o 
das  investigações  mais  novas  e  menos  procuradas  da  sciencia  agronómica; 
e  nesse  theatro  em  que  desenvolveu  a  sua  acção  o  seu  exemplo  foi  fecundo, 
e  foi  visível  o  sulco  que  deixou  na  sua  passagem  pela  vida  agrícola  do 
nosso  paiz  e  principalmente  pela  direcção  da  Sociedade  Nacional  de  Agri- 
cultura. 

E  por  isso  a  redacção  da  Lavoura  lamenta  saudosa  o  desappare- 
cimento  de^te  brilhante  espirito. 


COLLABORAÇÃO 

As  nossas  imotas 

Quando  não  tiveres  que  lazer  planta  uma  arvore,  porque 
emquanto  estiveres  dormindo  ellairá  fruetificando. 
(  Provérbio  chinez 

Na  porta  de  minha  cazinha,  os  galhos  entrando  quasi  pela  janella, 
tenho  uma  colossal  caramboleira  com  phenomenal  carga  de  fruetos  ma- 
duríssimos. Um  pouco  além,  cambucazeiros,  jaboticabeiras,  abacateiros  e 
outras  arvores  dão-me  um  tom  sylvestre  á  minha  humilde  choupana. 

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SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AQUICULTURA 


As  fructeiras,  que  no  anno  findo  pouco  ou  mesmo  nada  produziram, 
mostram-se  proliferas  neste  começo  de  1908.  Neste  momento  temos  aqui 
cámbucás,  jaboticabas,  carambolas,  romans,  cajus,  araçás,  não  fallando  em 
laranjas  e  goiabas.  Não  me  surprehendem  carambolase  romans  que  durante 
o  anno  todo  existem  no  pé.  Não  me  consta,  porém,  quecombucás,  jaboti- 
cabas, cajus  e  araçás  sejam  fructa  de  abril.  Umas  extemporâneas,  como  as 
jaboticabas,  outras  serôdias  como  cámbucás,  cajus  e  araçás,  certamente 
existem  actualmente  estas  fructas  porque  o  estado  meteorológico  é  exce- 
pcional . 

A  excessiva  chuva  no  começo  de  1907,  prejudicou  o  advento  das 
fructas  cujas  arvores  floresceram  na  segunda  metade  do  anno.  A  carestia  de 
chuva  que  tem  havido  desde  novembro  próximo  passado  tem,  a  meu  ver, 
concorrido  para  a  fructificação  de  fins  de  1907  e  começo  de  1908.  Assim, 
no  seu  tempo  próprio,  que  é  outubro,  minha  única  jaboticabeira  adulta  que 
tenho  ao  pé  da  cozinha,  não  deu  nenhum  fructo.  Neste  começo  de  anno 
deu  duas  pequenas  camadas  extemporâneas.  O  cambucazeiro  deu  pheno- 
menal  carga  no  tempo  próprio,  em  fins  de  janeiro ;  e  depois  disso  tem  ha- 
vido fructa  até  este  momento. 

Uns  araçazeiros  de  fructo  roxo,  que  ha  annos  não  fructificam,  este 
anno  deram  muito  araçá . 

Um  cajueiro  de  fructo  gigante,  na  beira  da  estrada,  que  dá  apenas 
cajus  para  os  viajantes,  este  anno  deu  tanto  que  chegou  para  meus  pe- 
quenos e  para  fazer  presentes.  As  figueiras  carregaram  como  ha  muito 
não  vejo. 

Tem  sido,  pois,  fructifero  este  primeiro  quartel  de  1908. 

A  meninada  mostra-se  jubilosa!  Minhas  fructeiras  distantes  nunca 
ostentam  fructos  maduros . 

Empregados,  passageiros,  caçadores  e  vadios  não  deixam  ama- 
durecer . 

As  poucas  que  existem  ao  redor  da  vivenda  ostentam  fructos  tão  ma- 
duros que  chegam  quasi  ao  apodrecimento .  E1  que  meus  filhinhos  não 
tocam  em  fructa  alguma  sem  ordem  dos  pães,  e  nós  só  consideramos  ma- 
dura a  fructa  oito  a  doze  dias  depois  de  tomar  a  ultima  côr. 

Ha  dez  dias  estão  vermelhos  os  cámbucás  ;  desde  ante-hontem  poderiam 
ser  comidos,  mas  dissemos  aos  pequenos  que  esperassem  a  irmanzinha,  e 
como  o  melhor  da  festa  é  esperar,  elles  aguardaram  contentes.  Do  colle- 
gio  chegou  hontem  minha  filha  que  vem  gozar  da  semana  sacra  as  férias 
promettidas.  Foi  um  delírio,  não  por  comerem  uma  fructa  vulgar,  mas 
por  gozarem  o  sabor  de  um  pomo  tão  maduro  como  mais  é  impossivel.  O 
cambucá  mal  sazonado,  isto  é,  simplesmente  amarello,  é  casca  e  caroço. 


A     LAVOURA 


Ficando  no  pé  dez  dias  após  o  amarellecimento  da  casca,  toma  uma  côr 
vermelho-roxeada  e  então  é  fructo  delicioso.  A  casca  fica  tão  fina  como  um 
cartão  e  o  caroço  de  facto  não  diminue,  mas  desprendendo-se  completa- 
mente da  polpa,  parece  menos  volumoso. 

Não  ha  vinho  generoso,  não  ha  licor  exquisito,  não  ha  doce  fino  que  se 
compare  comum  pomo  desta  ordem.  Todo;  comem  jaboticaba,  mas  ha- 
verá muita  gente  que  a  coma  deliciosa?  Eu  duvido.  A  jaboticaba  só  é  uma 
delicia  oito  a  doze  dias  depois  de  tomar  a  côr  preta.  Como  todos  a  comem, 
ella  é  apenas  casca,  semente  e  pequeníssima  fracção  de  polpa.  Dez  dias 
após  a  transformação  da  côr  a  polpa  desprendendo-se  da  casca  e  do  caroço, 
torna-se  volumosa,  e  casca  e  semente  desapparecem  quasi.  Muitas  pessoas 
desdenham  fallar  em  frueta,  como  si  isso  fosse  cousa  indigna,  própria  só 
de  crianças.  Os  três  entes  mais  poéticos,  mais  puros,  mais  bem  inten- 
cionados do  mundo  —  mulher,  creança  e  passarinho  —  são  os  maiores 
amigos  de  fruetas.  Eu  admitto  que  um  beberrão,  um  alcoólico  não  en- 
contre prazer  em  uma  frueta  ;  mas  um  homem  morigerado  só  não 
gostará  de  frueta  por  não  ter  comido  uma  bem  madura.  Geralmente  se 
diz  que  as  únicas  fruetas  boas  no  Brasil  são  bananas  e  laranjas.  Pro- 
palasse isso  porque  são  as  duas  únicas  fruetas  ordinariamente  consu- 
midas em  estado  maduro.  Devido  á  grande  abundância,  estas  fruetas 
amadurecem  e  apodrecem  no  pé  e  todos  comem-na  em  bom  estado. 
Si  as  pessoas  que  desdenham  as  fruetas  comerem  uns  cambucás,  umas 
jaboticabas  apanhadas  no  pé  no  momento  do  consumo  e  isso  dez  dias 
após  a  transformação  da  còr  verde  da  frueta,  não  dirão  com  certeza  que 
frueta  só  é  própria  de  creança.  Si  comerem  umas  uvas  moscatéis  ou  dedo 
de  dama,  de  videiras  plantadas  em  lugar  alto,  secco,  soalheiro  e  pedre- 
goso, dez  dias  após  a  transformação  da  côr,  comidas  no  acto  da  colheita, 
gozando  o  paladar  e  o  olfato  as  emanações  ethereas  do  bago  esmagado, 
com  certesa  dirão  que  acima  do  fiambre,  do  Champagne  e  dos  manjares 
feitos  pelo  homem  está  o  néctar  fabricado  pela  mãos  da  natureza. 

Meu  leitor  já  comeu  um  figo  bem  maduro?  Talvez  não. 

Muitas  pessoas  tomam  por  maduro  o  figo  rachado.  A  fenda  que  no- 
tamos no  olho  do  figo  é  devida  ao  viço  da  arvore  ou  ao  tempo  invernoso, 
ou  mesmo  á  combinação  dos  dois  factores.  Um  figo  está  maduro  quando 
não  tem  mais  uma  gotta  de  leite.  Pega-se  então  no  pedúnculo  do  fructo,  e 
com  o  prazer  da  abelha  libando  o  néctar  dos  bosques,  o  homem  sorve 
absorto  o  primor  fabricado  por  mãos  divinas.  Todo  o  leite  da  frueta  trans- 
forma-se  em  assucar,  e  sugando  aquelle  favo,  nos  dedos  fica-nos  apenas 
o  cabo  da  frueta.  Quem  come  um  ligo  maduro  poderá  dizer  que  frueta  é 
cousa  indigna  de  um  ente  barbado? 


snciKOADK     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


E1  sabido  que  a  maior  attracção  das  fruais  está  no  desprendimento 
dos  etheres  que  o  nosso  olfato  sente  ao  trincarmos  nos  dentes  a  polpa  divina. 
Não  é  o  aroma  exterior  da  frueta  que  embriaga  o  nosso  olfacto  ao  esma- 
garmos na  bocca  o  bago  appetitoso.  Uma  uva  dedo  de  dama,  ou 
uma  moscatel,  não  das  produzidas  nos  baixios  do  Rio  de  Janeiro,  mas 
nascida  de  videira  de  sitio  enxuto,  elevado,  castigado  pelo  sol,  cheio 
de  pedregulhos,  não  desprende  do  cacho  aroma  algum,  mas  trincada  no 
dente,  deixa  sentir  um  perfume  delicioso  a  que  os  francezes  chamam 
bouquel . 

A  frueta  só  é  boa  quando  é  madura. 

Mas  não  é  só  isso.  A  frueta  para  ser  boa  necessita  ainda  ter  o  pé  plan- 
tado em  terreno  apropriado  e  ser  o  produeto  consumido  no  dia  c  no  lugar 
da  colheita.  Todas  as  fruetas  polpoxis,  sem  excepção  alguma,  mais  que  o 
vidro,  precisam  de  cuidado  no  transporte.  Uma  banana  contundida,  uma 
laranja  machucada,  uma  manga  pisada,  é  frueta  imprestável.  Uma  laranja 
apanhada  com  pau  e  caindo  brutalmente  no  solo  e  rachando-se  não  tem  o 
gosto  de  uma  colhida  com  a  mão.  Fruetas  carregadas  em  balaios,  umas  em 
outras  se  roçando  ao  trote  de  cavalgaduras,  perdem  o  gosto  aprimorado, 
fermentam  e  apodrecem  logo.  Assim,  todas  as  fruetas  polposas  devem  ser 
consumidas  no  logar  da  colheita,  ou  então  conduzidas  com  o  máximo 
cuidado. 

Quasi  todas  as  fruetas  devem  ser  comidas  no  dia  da  colheita.  Al- 
gumas são  tão  boas  no  dia  como  depois.  Outras  melhoram  com  a  espera. 
Entre  as  fruetas  que  melhoram  sendo  guardadas,  lembro-me  momentanea- 
mente da  manga,  do  abacaxi  e  da  banana.  Comida  no  dia  da  colheita,  a 
manga  de  caro:o,  a  manga  de  pé  franco  tem  um  sabor  terebenthinado  que 
desapparecc  na  frueta  guardada . 

Comido  no  pé,  o  abacaxi  tem  um  gosto  picante  que  augrpenta  lavando- 
se  abjeca.  Dias  depois  de  colhido  desapparece  ou  diminue  este  caracte- 
rístico do  abacaxi.  Todos  sabem  que  banana  amadurecida  no  pé  ou  cortada 
muito  de  ve\,  tem  a  carne  dura,  e  algumas,  como  a  maçã,  ficam  pedrentas. 
Em  suas  Monograpbias  Agrícolas,  o  Dr.  J.  Travassos  diz  que  a  pedra  da 
banana  maçã  indica  falta  de  cal  no  terreno,  opinião  esta  confirmada  pelo 
Dr.  Barbosa  Rodrigues,  em  palestra  commigo.  Em  minha  pratica  agraria, 
tenho  observado  que  na  mesma  touca  e  observando  sempre  a  mesma  pra- 
tica na  colheita,  ha  cachos  com  bananas  pedrentas  e  outros  em  perfeito 
estado,  o  que  talvez  seja  devido  a  elleitos  meteorológicos  na  emissão  ou  na 
colheita  do  cacho.  Igualmente  tenho  observado  que  banana  colhida  ao 
amadurecer  só  tem  a  carne  dura  quando  o  pé  é  o  primeiro  ou  dos  primeiros 
da  touca,  quando  tem  muito  viço.  Bananeira  de  touca  velha,  de  terra  exgot- 


A    LAVOURA  2i7 

tada,  de  pouco  viço,  dá  banana  de  polpa  tenra,  mesmo  colhida  ao  ama- 
durecer. 

Eu  disse  que  manga  comida  no  dia  da  colheita  tem  gosto  terebenthi- 
nado.  Cada  escriptor  refere  o  que  tem  visto,  o  que  tem  observado. 

Já  comi  esplendidas  mangas  de  enxerto,  colhidas  no  momento  do 
consumo.  E1  possivel  que  o  gosto  terebenthinado  que  aqui  noto  seja  devido 
ao  terreno  ou  á  falta  de  educação  da  arvore.  Com  referencia  ao  abacaxi, 
ha  uns  que  comidos  no  abacaxial  tem  mui  pouco  sabor  picante,  ao  passo 
que  outros  não  perdem  o  característico  mesmo  guardados .  Entre  paren- 
thesis  direi  que  a  sensação  desagradável  que  o  abacaxi  deixa  na  lingua 
augmenta  bebendo-se  agua  ou  lavando-se  a  bocca.  O  terreno  é  um  grande 
factor  em  tudo  isso. 

Não  conheço  o  kaki,  fructa  da  moda  ;  dizem  que  não  pôde  ser  tragada 
no  dia  da  colheita,  mesmo  colhida  madura.  Ha  frucias,  como  a  laranja, 
que  são  tão  boas  frescas  como  guardadas.  Algumas,  como  uvas,  cambucás, 
jaboticabas,  carambolas,  pecegos,  ameixas  etc,  perdem  o  sabor  quando 
guardados.  A  jaboticaba,  estando  maduríssima,  absolutamente  não  pôde 
ser  guardada,  sob  pena  de  fermentar-se  e  perder-se,  mesmo  sem  viajar, 
sem  machucar-se.  E1  o  typo  da  fructa  que,  para  ser  apreciada,  deve  ser 
comida  no  pé. 

A  fructa  para  ser  boa  depende  ainda  do  terreno  em  que  está  a  arvore. 
Ha  fructeiras  que  indifferentemente  fructificam  em  morro  ou  varsea,  em 
lugar  secco  ou  húmido.  Ha  outras  que  só  produzem  em  terranos  húmidos 
e  adubados.  Fructeira  em  varsea,  em  terra  humosa  e  molhada,  é  mais 
frondosa,  mais  taluda,  seus  fructos  são  desenvolvidos  e  mais  bonitos,  porém, 
aguados,  chocos,  desenxabidos.  Fructos  de  arvores  de  lugar  alto,  secco, 
batido  pelo  sol,  são  mais  doces.  A  figueira  plantada  ao  pé  de  um  córrego, 
com  as  raizes  banhadas  pela  agua,  dá  figos  grandes,  porém,  ao  amadu- 
recerem, commummente  racham-se  e  não  são  tão  doces  como  os  de  fi- 
gueira de  lugar  secco.  Laranjeira  plantada  em  lugar  baixo,  enxarcado,  dá 
fructo  acido,  ao  passo  que  a  plantada  nas  encostas  invariavelmente  dá 
laranja  doce.  Em  geral,  arvores  com  raizes  em  lençol  d^gua,  dão  fructos 
péssimos.  Dizem  que  a  figueira  para  dar  muito  quer  ter  os  pés  n^gua 
e  a  cabeça  no  sol . 

E'  exacto  isso,  mas  é  preciso  não  confundir  pés  nagua  com  raizes 
atoladas  em  lençol  d'agua.  Jambeiro  plantado  junto  a  uma  banqueta  de 
rego  d'agua,  de  modo  a  haver  um  derrame  d'agua  humidecendo  sempre 
as  raizes,  dá  muito  jambo. 

Mas  si  plantarmos  o  jambeiro  em  terreno  pouco  profundo,  não 
temos  fructo.   Por  uma  má  observação  commetti  um  erro  ao  abrir  meu 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


sitio.  Na  fazenda  de  meu  avô  materno  havia  diversos  jambeiros  que  pro- 
duziam. O  que  dava  fruetos  mais  abundantes  e  gostosos,  estava  atraz  do 
moinho,  em  pequena  elevação,  e  tinha  as  raizes  cobertas  d'agua  espar- 
zida pelo  rodízio  do  moinho.  Ao  abrir  meu  sitio  plantei  uns  20  pés  de 
jambo  na  beira  de  um  córrego,  logar  baixo,  alagadiço.  Quasi  todos  mor- 
reram de  impaludismo  e  três  que  ainda  vivem  nada  produzem. 

Na  occasião  da  florescência,  a  jaboticabeira  quer  um  banho  d'agua, 
mas  plantada  em  logar  em  que  as  raizes  toquem  em  lençol  d'agua,  não 
fruetitica.  Igualmente  commetti  erro  em  plantar  algumas  dezenas  de  pés 
de  jaboticaba  na  beira  do  mesmo  córrego.  Os  que  vingaram,  nada  pro- 
duzem, com  22  annos  de  idade. 

Aprendi  á  minha  custa,  por  isso  só  mais  tarde  pude  fazer  nova  plan- 
tação em  bom  logar.  Por  causa  do  erro,  até  hoje  só  tenho  uma  jabotica- 
beira que  produz.  Pude  observar  que  a  jaboticabeira  só  exige  agua  no  pé 
na  época  da  florescência. 

Nessa  epoeba  ella  soffre  uma  febre  physiologica,  tem  muita  sede,  e 
si  não  houver  chuva  bastante  ou  banho  d'agua  nas  raizes,  não  vinga 
nenhum  frueto.  Somos  levados  a  acreditar  que  toda  planta  tem  mais  sede 
e  necessita  de  mais  agua  na  época  da  florescência .  O  tempo  secco  antes 
da  florescência,  parece  indicio  de  abundância  de  tlores;  mas  chegada  essa 
época,  o  exgottamento  de  humidade  nas  raizes  faz  abortar  a  florescência. 
Duas  plantas  de  meu  conhecimento,  a  jaboticabeira  e  o  feijoeiro,  fazem 
máxima  questão  d^gua  no  tempo  da  florescência. 

Fallando  em  agua  na  raiz,  lembro-me  do  genipapeiro.  Passei  minha 
infância  em  um  arraial  onde  havia  genipapeiros  nas  capoeiras.  Nunca  vi 
um  pé  que  não  estivesse  em  pequena  depressão  do  terreno,  em  logar  onde 
formasse  ephemera  e  pequenissima  lagoa,  extincta  logo  após  as  chuvas. 
Assim,  nos  mezes  de  calor,  na  época  da  grande  forca  vital,  cada  genipa- 
peiro oceupa  o  centro  de  pequena  bacia,  em  cuja  agua  banha  suas  raizes. 

Observamos  que  o  sabor  da  frueta  depende  do  terreno  onde  viceja  a 
frueteira.  Composição  chimica  do  terreno,  maior  ou  menor  quantidade  de 
agua  e  de  húmus,  maior  ou  menor  quantidade  de  raios  solares,  etc,  são 
factores  a  contar  na  boa  ou  má  qualidade  da  frueta. 

O  clima  também  muito  inllue  nisso. 

Na  zona  em  que  moro  não  ha  abacaxi  que  preste.  No  Rio  de  Janeiro 
comem-se  explendidos  abacaxis  vindos  de  Guaxindiba,  mas  pessoas  que 
conhecem  Pernambuco,  dizem  que  alli  existem  os  melhores  do  mundo. 
Todos  concordam  que  as  melhores  mangas  do  Brasil,  são  as  de  Itaparica  e 
Itamaracá.  Nos  Estados  do  Rio,  Minas  e  S.  Paulo,  acima  de  5oo  metros, 
não  ha  laranja  que  preste,  ao  passo  que  onde  moro  todas  são  boas,  á  e\- 


A  LAVOURA 


cepção  apenas  das  produzidas  nos  brejos.  A  romã  é  fructa  medíocre 
entre  nós ;  entretanto,  affirma-nos  o  Dr.  T.  Peckolt,  em  Caracas  ella  é 
digna  da  meza  de  um  B.  Savarin.  Em  Friburgo  nunca  pude  comer 
uma  banana  maçã,  que  alli  é  inodora  e  cheia  de  pedra  c  travo.  Nas  bai- 
xadas do  Estado  do  Rio  ella  é  aromática  e  appetitosa.  Masquem  nunca 
comeu  uma  banana  maçã  da  Bahia,  de  polpa  tenríssima  e  etherizada,  não 
conhece  a  melhor  obra  de  mãos  divinas,  dizem  as  pessoas  que  por  alli  pas- 
saram. 

Abril  de   1908. 


A.  C.  Ferreira  Paula. 


Cereaes  Europeus 

Foi  fundado  na  mais  robusta  esperança  de  chamar  para  o  facto  a  at- 
tenção  dos  interessados  que  resolvi  expor,  em  uma  vitrine  de  uma  das 
casas  commerciaes  mais  prosperas  desta  cidade,  amostras  dos  chamados 
cereaes  europeus,  produzidos  na  Estação  Agronómica  a  meu  cargo. 

Em  meio  o  desenvolvimento  desses  vegelaes,  fiz  á  benemérita  Socie- 
dade Nacional  de  Agricultura,  com  sede  no  Rio,  uma  exposição  das  con- 
dições dos  ensaios  de  culturas  neste  estabelecimento.  E  tão  útil  julgou 
aquella  Sociedade  o  conhecimento  dos  factos  apontados  naquella  exposição, 
que  entendeu  fazer  a  publicação  respectiva  em  dous  diários  da  Capital  da 
Republica e  na  sua  brilhante  Revista. 

De  ha  muito  comprchendi  a  necessidade  de  experimentarmos  intro- 
duzir em  nosso  meio  cultural  a  exploração  de  cereaes,  cuja  vegetação  fosse 
possível,  dadas  as  nossas  condições  thennicas. 

Além  da  vantagem  de  augmentannos  uma  fonte  de  renda,  afastaría- 
mos da  importação  a  sobrecarga  pesadíssima  de  um  producto,  que  é,  talvez, 
o  primeiro  elemento  da  alimentação. 

Asomma  enorme  de  40  mil  contos  é  todos  os  annos,  desviada  da  for- 
tuna publica  para  a  bolsa  extrangeira,  e  por  essa  cifra  pagamos  o  cereal,  que 
brota  vigoroso  em  nossas  terras  —  o  trigo,  o  symbolo  da  alimentação  hu- 
mana :  o  —  pão. 

Ha  em  geral  uma  apathia  contristadora  pelos  negócios  da  agricultura, 
uma  inditfcrença  irónica  por  isso,  que  em  verdade  são  os  músculos,  o 
sangue  e  a  cerebração  de  todos  os  entes  que  se  julgam  eminentemente 
superiores.  Tem-se  em  geral,  a  agricultura  como  uma  oceupação  servil ; 
os  produetos  que  brotam  da  terra  generosa,  como  coisas  somenos,  cuja  oc- 
eupação só  á  creaturas  humílimas  pertence.  E  no  entanto,  é  á  carência  de 


mK/.IKL>\DK    nacional    ok    agricultuha 


espirito  pratico,  que  não  possuímos,  absorvidos  por  um  resto  de  idealismo 
pueril,  que  ainda  não  penetramos  na  verdade  dessas  cousas.  Accrescente- 
se  a  falta  de  comprehensão  de  como  devem  ser  dirimidas  as  primeiras  ne- 
cessidades do  paiz  ;  eis  tudo. 

Assis  Brasil  cuja  autoridade  em  agricultura  só  pôde  ser  sobrepujada 
pela  elevação  de  seu  patriotismo,  aconselha  empregarmos  todos  os  esfor- 
ços para  a  introducção  da  cultura  do  trigo  em  o  nosso  paiz  e  são  palavras 
delle:  «  Penso  e  com  toda  a  convicção  ecom  iodas  as  veras  que  não  ha  obra 
vais  digna  do  patriotismo  inteligente,  ucm  mais  urgente  dever  da  publica 
administração,  que  a  tentativa  methodica,  tena^e  constante  ale  esgotar  os  úl- 
timos -recursos  da  sciencia  e  da  experimentação,  para  dar  d  nossa  terra  essa 
condição  especial  da  independência,  a  base  da  alimentação  — o  pão.  » 

Temos  um  campo  vastíssimo  para  experiências,  procurando  qual  a 
variedade  de  trigo  que  melhor  se  adapte  ás  nossas  condições  thermicas. 
Ha  variedades  que  requerem  uma  somma  de  temperatura,  que  vae  de. . . 
1.500"  até  3.3oo°  comprehendcndoa  germinação  e  a  fruetificação.  Com  um 
trigo,  cujo  cyclo  vegetativo  seja  de  três  mezes,  como  o  trimenia  e  o  algeria- 
no  e  dada  a  nossa  média  thermica  no  inverno,  para  esse  tempo,  temos  em 
funeção  uma  somma  de  1  .  Noo°,  temperatura  invejável  para  tal  producçao. 
Recue-se  ou  avance-se  a  época  da  sementeira,  para  evitar  que  a  floração 
seja  apanhada  pela  temporada  chuvosa  ;  dé-se  ao  solo  as  condições  de  mo- 
bilidade precisa  e  de  fertilidade  ;  faça-se  a  selecção  e  a  cura  dos  grãos,  te- 
nha-se  o  cuidado  necessário  durante  a  vegetação  —  e  eis  o  problema  re- 
solvido. 

Ha  espíritos  tão  avessa  e  systematicamente  contrários  a  tudo  quanto 
elles  não  comprehendem,  que  se  aventuram  a  dizer  sentenciosamente  : 
o  isso  não  se  dá  em  nosso  clima,  não  forcemos  a  natureza  » .  E  no  en- 
tanto, se  perguntássemos  a  taes  pessoas,  que  experiências  fizeram,  que 
livros  compulsaram,  emfim,  quaes  os  longos  e  pacientes  -estudos  e  ob- 
servações feitas  para  assim  se  abalançarem  a  sentenças,  que  julgam  lu- 
minosas... nada  diriam;  mas  vão  matando  a  iniciativa  alheia  e  implan- 
tando o  desanimo  onde  se  devia  destruir  o  espirito  de  rotina,  de  que 
inconscientemente,  esses  senhores  são  os  primeiros  arautos. 

E1  verdade  que,  com  as  experiências  realisadas  na  Estação  Agro- 
nómica, não  obtivemos  para  o  trigo  uma  proporção  para  a  produecão 
como  a  obtém  a  Inglaterra  —  27,7  ;  a  Bélgica  25,1  ;  a  França  1 5,4 ;  mas, 
a  Argentina  vae  somente  até  11,  e  Portugal  6  e  7  e  entre  estas  duas 
quotas  ficamos  perfeitamente .  Concedamos  mesmo  que  o  grão  descaia 
do  louro  para  o  castanho  ;  que  não  tenha  uma  estruetura  uniforme,  apre- 
sentando partes  rugosas  e  encarquilhadas.   Mas,  convenhamos  também, 


A    LAVOURA 


que  dada  a  exiguidade  de  tempo,  não  ti  vemos  um  solo  preparado  con- 
venientemente, siderado,  como  se  diz  em  linguagem  profissional,  e 
o  que  foi  obtido,  quer  quanto  a  producção,  quer  quanto  ao  peso  e  ta- 
manho do  grão,  é,  como  resultado,  fundamente  animador. 

Accrescente-se  a  quasi  impropriedade  da  época  da  sementeira  — 
meiados  de  setembro  —-  com  uma  elevada  media  thermica  e  tem-se  de 
sobejo  motivos  para  acreditarmos  em  fructuosas  experiências,  que  serão 
depois  melhormente  conduzidas. 

E  ainda  que  não  produzamos  nunca  o  trigo  como  os  centros  eu- 
ropeus, devemos  por  isso  largar  mão  do  recurso  que  temos  de  liber- 
tarmos-nos  do  dominio  da  importação? 

A  Allemanha  não  produz  carvão  como  Cardiff  e  nem  por  isso  deixa 
de  alimentar  as  suas  industrias  com  o  seu  próprio.  Não  tem  o  mesmo 
poder  de  colorido,  nem  mais  betume  e  matérias  extranhas;  submette-o 
a  lavagens,  expurga-o  das  matérias  terrosas  e  escorias  outras,  ajunta-lhe 
breu,  comprime  aquillo  tudo  e  eis  os  briqueís  arfrontando  no  commercio 
á  concurrencia  ingleza. 

Assim  nós,  se  devido  á  inconstância  de  clima,  e  a  causas  outras, 
não  podermos  fixar  a  época  de  plantio  e  a  variedade,  salvando  as  flo- 
radas  e  produzindo  em  abundância  para  a  exportação,  teremos  seguro 
porém  o  juizo, —  de  que  o  faremos  bastante  para  as  nossas  necessidades, 
guardando  as  nossas  economias,  que  ao  envez  de  irem  locupletar  o  ex- 
trangeiro,  ficarão  no  paiz,  distribuídas  em  applicações  úteis  e  provei- 
tosas . 

Jacintho  de  Mattos 

Director  da  Estacão  Agronómica  de  Florianopolit. 


EXPEDIENTE 


Secretaria 

Correspondência 

Expedida  em  junho : 

Cartas  e  circulares 2.177 

Registrados 87 

Offlcios 61 

Telegrammas  .     .     • 80 

5076 


2r,2  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

«A  Lavoura» 0.351 

Annaes  do  Congresso ,     .    .    .  249 

Inquérito  do  Gado 2 

Recebida  no  mesmo  mez 

Requerimentos 194 

Cartas 210 

Officios 40 

Telegrammas ■ 37 

Memoranda 4 

Circulares 5 

Visita,  —  Deu-nos  o  prazer  de  sua  visita  o  distincto  Dr.  Emílio  Vlieberg, 
professor  de  economia  rural  da  Universidade  de  Louvain,  que  veio  tomar  parte 
om  nosso  paiz,  não  só  uo  Congresso  Catholico,  como  no  Congresso  Agricola,  sendo 
para  este  ultimo  convidado  pelo  Dr.  W.  Bello,  quando  em  viagem  pela  Europa 
ultimamente. 

O  emérito  professor  foi  também  recebido,  em  sua  chegada,  pela  directoria 
desta  Sociedade.  Fará  conferencia  publica  nesta  cidade  e  om  outras  sobre  as- 
sumptos diversos.  Muito  gratos  ficamos  pela  vinda  de  tão  illustre  estrangeiro  para 
cooperar  na  solução  dos  problemas  que  vão  ser  discutidos. 


Horto  da  Penha 

Api-enciiy.aclo  Agricola  Elementar-A  Sociedade  está  orga- 
nizando no  Horto  Fructicola  da  Penha  um  aprendizado  agricola  elementar  c 
pratico. 

Para  esse  fim  já  possue  ne-se  estabelecimento  um  pomar  com  grande  varie- 
dade de  arvores  frutíferas,  viveiros,  culturas  de  plantas  industriaes  o  horti- 
culas,  cocheira,  pocilga,  estrumeira  o  apiario  bem  montado  e  boa  collecção  de 
instrumentos  aratorios. 

Iniciando  agora  o  aprendizado,  o  estabelecimento  fica  á  disposição  de  quem 
quizer  receber  o  ensino  pratico,  que  será  gratuito. 

O  ensino  do  manejo  dos  diversos  instrumentos  aratorios,  para  o  preparo  me- 
cânico da  terra  e  o  tratamento  das  culturas,  será  permanente  o  ministrado  em 
qualquer  época  do  anno,  bem  como  o  proparo  e  distribuição  de  adubos,  o  uso  de 
insecticidas  o  pulverizadores  e  principaes  operações  de  cultura.  Os  trabalhos  os- 
peciaes  de  poda  e  enxertia  serão  ensinados  nas  épocas  próprias. 

As  pessoas  que  quizerem  receber  o  aprendizado  registrarão  seus  nomes  no 
livro  de  visitas,  consignando  as  impressões  recebidas  e  os  resultados  que  houve- 
rem obtido. 

Será  facultado  um  certificado  de  habilitação  aos  que  quizerem  prestar  prova 
de  aptidão  perante  uma  commissão  da  directoria  e  que  forem  julgados  suffici- 
entemento  adestrados  nos  trabalhos  que  houverem  cursado. 

Actualmente  está-se  fazendo  ;i-;ibalhos  de  adubação  e  de  enxertia  de  videiras 
e  de  laranjeiras.  


Secção  Tecímica 

Fumo    Brasileiro     no    Japão 

Do  Cônsul  brasileh-o  no  Japão  recebemos  a  seguinte  carta: 

CONSULADO     DOS  ESTADOS    UNIDOS  DO  BRAZIL  EM    YOKOHAMA 

Sr.  Presidente— Tenho  a  honra  de  remetter  a  V.  S.  a  inclusa  carta  que  me 
dirigio  o  Sr.  Fioravanto  Chimcns,  negociante  nesta  jraça,  a  propósito  da  impor- 
tação do  fumo  brazileiro  no  Japão,  assumpto  este  que  parece  digno  da  attenção 
da  Sociedade  que  V.  S.  preside. 

O  consumo  do  fumo  neste  paiz  tomou  um  grande  incremento,  depois  que  o  Go- 
verno decidio  monopolizar  a  sua  venda.  O  povo  Japonez  é  de  natureza  propenso 
ao  uso  e  mesmo  ao  abuso  deste  artigo  e  facilmente  começa  a  abandonar  o  conhe- 
cido e  popular  cachimbo  «  kaseru  »,  cujo  pequeno  fornilho  só  permitte  a  aspiração 
de  duas  ou  três  fumaças,  pelo  cigarro  ou  charuto.  Este  abandono  foi,  em 
parte,  favorecido  pela  direcção  do  Monopólio,  que,  por  intermédio  dos  seus  for- 
necedores, se  tem  dedicado  a  uma  feliz  propaganda  do  fumo  sob  as  suas  variadas 
formas. 

Até  hoje  os  produetos  das  Ilhas  Filipinas  têm  gozado  de  geral  aceitação, 
graças  ao  seu  apurado  feitio  e  a  sua  barateza.  Os  charutos  de  Havana,  de  Ham- 
burgo e  de  outras  procedências,  e  os  cigarros  Egypcioa  s-ão  bastantemente  apre- 
ciados ;  porém,  de  todas  estas  marcas,  as  qualidades  inferiores  e  portanto,  ba- 
ratas, são  as  mais  procuradas. 

A  esto  offleio  junto  dois  catálogos  dos  preços  o  dos  typos  de  charutos  adoptados 
pela  Companhia  Geral  de  Tabacos  de  Filipinas,  e  que  poderão  servir  de  modelos 
aos  nossos  fabricantes  que  desejarem  encetar  negócios  com  o  Japão.  Todas  estas 
marcas  são,  mais  ou  menos,  conhecidas  dos  consumidores  Japouezes,  sobresahindo, 
entretanto,  as  que  estão  traçadas  com  tinta  vermelha . 

O  fumo  que  se  empregar  deve  ser  de  côr  clara,  e  naturalmente  fraco.  Os  cha- 
rutos devem  ser  bem  feitos  e  ter-se-ha  muito  cuidado  na  escolha  da  capa.  A  feição 
exterior,  o  aspecto  geral  do  artigo  para  exportação  deve  ser  bonito,  porque  no 
Japão  mais  do  que  em  outra  parte  do  mundo,  a  clientela  ê  sempre  attrabida  pela 
apparencia  seduetora  do  género  que  se  lhe  offereco. 

A  parto  interior,  a  buxa,  poderá  ser  de  qualquer  fumo,  contanto  que  seja  fraco 
maduro  e  bem  socco,  afim  do  evitar  um  ligeiro  amargor  que  se  nota  nos  nossos 
charutos  ordinários. 

As  caixas  devem  ser  bem  confeccionadas  e  agradáveis  ao  mirar. 

Quanto  aos  preços,  penso  que  se  pode  tomar  como  base  os  da  Companhia  de 
Tabaco  das  Filipinas.  (£  1-00-00  corresponde  a  10  pesos  filipinos)  Creio  que  se  po- 
deria fazer  um  pequeno  sacrifleio  nas  primeiras  remessas  e  vendel-as  mais  barato 
do  que  as  da  Companhia  Filipinas.  Mais  tarde,  quando  se  tiver  obtido  a  confiança 
do  Monopólio  o  a  preferencia  do  consumidor,  então  se  poderá  pouco  a  pouco  esta- 
belecer preços  correntes  largamente  compensadores.  Nessas  batalhas  económicas, 
como  em  toda  lueta,  a  vantagem  de  um  dos  contendores  está  no  conhecimento  que 
elle  tem  das  partes  fracas  e  fortes  do  seu  adversário. 


SOCIHDADE     NACIONAL    DK    AGRICULTUIiA 


Como  qualidade  o  uosso  fumo  é  muito  superior  ao  das  Filipinas,  que  não  tem 
perfumo  nêm  sabor  e  cujo  preparo  deixa  muito  a  desejar.  No  emtanto  as  Filipinas, 
tendo  fácil  transporte,  poderão  sempre  fornecer  mais  barato  do  que  nós,  sobretudo 
se  os  fabricantes  dahi  quizorem  sustentar  a  concurrencia.  Convém  pois  imitar  ou 
crear  desde  já  marcas,  que  mesmo  fabricadas  com  fumo  inferior,  sejam  pelos  co- 
nhecedores preferidas  ás  marcas  Filipinas,  a  má  qualidade  do  fumo  seu  sendo  favo- 
rável aos  nossos  charutos.  Assim  se  poderá,  em  momento  dado,  affrontar  folgada- 
mente os  baixos  preços  dos  nossos  rivaes. 

Bem  sei  que  tudo  isto  parecerá  a  primeira  vista  de  realização  difflcil,  mas 
V.  S.  deve  conhecer  melhor  do  que  eu,  a  situação  da  nossa  agricultura  e  a  ne- 
cessidade que  temos  de  verder  os  seus  productos,  que,  pela  fertilidade  de  nossas 
terras  podemos  sempre  oíferecel-os  bons  e  baratos. 

E\  entretanto,  necessário  um  pouco  de  trabalho  e  muitas  vezes,  ura  pequeno 
esforço  é  sufflciente  para  dar  prodigioso  desenvolvimento  a  projectos,  que  jamais 
se  realizarão  se  demorarmos  eternamente  na  nossa  prejudicial  quiotude.  Ja  lá 
vai  o  tempo  em  que  o  consumidor  era  obrigado  a  fazer  a  corte  ao  productor.  Hoje 
os  papeis  estão  trocados  e  o  futuro  pertence  ao  mais  activo  e  persistente. 


Senhor  Cônsul  do  Brazil.  —  Yokohama 

O  monopólio  dos  tabacos  do  Ooverno  Imperial  Japonez  enearregou-me  de  obter 
os  preços  correntes  e  amostras  de  charutos  extrangeiros,  para  saber  quaes  são  as 
marcas  que  poderão  ser  importadas  entre  as  já  existentes. 

Penso  que  no  Brazil  deverá  haver  fabricantes  de  charutos  que  poderão  ven- 
del-osâ  preços  favoráveis. 

Muito  grato  vos  ficaria,  Sr.  Cônsul,  quizesseis  escrever  para  o  Brazil,  afim  do 
que  fizessem  enviar  uma  pequena  quantidade  do  amostras  de  charutos  e  cigarros, 
que  me  esforçarei  o  mais  possível  para  introduzilos  no  paiz. 

A  importação  dos  charutos  se  desenvolve  dia  á  dia,  e  os  mais  vendáveis  são  os 
de  Manilha,  Havana,  Bélgica,  Hollanda,  Allemanha.  Estou  persuadido  que  os  preços 
dos  charutos  fabricados  no  Brazil  poderão  lutar  contra  a  concurrencia  dos  extran- 
geiros e  no  caso  affirmativo,  estou  certo,  poderei  fazer  grandes  encommendas  ás 
fabricas  que  me  enviarem  amostras. 

A  ci  Companhia  Geral  de  Tabacos  de  Filipinas  »  teve  ha  alguns  dias  uma 
ordem  no  valor  de  Yens  70.000  equivalente  á  Frs.  ouro,  180.000  (cerca  de 
120:0O0$000)  e  semelhantes  ordens  as  recebem  a  Insular  e  a  Oriente,  fabricas  de 
Manilha. 

Eu  mesmo  ha  um  moz  fiz  uma  pequena  ordem  de  charutos  do  Havana  no  valor 
de  6.500  Yens. 

Faço  notar  estes  algarismos,  afim  de  que  os  fabricantes  do  Brazil  vejam  que 
ainda  ha  uraa  praça  onde  poderão,  como  disse  acima,  fornecer  bja  mercadoria  à 
preços  vantajosos. 

No  primeiro  anno  dever-se-ha  fazer  me  desconto  um  pouco  mais  elevado,  sobre 
os  pregos  corrente,  afim  de  permittir  o  (reclame)  que  é,  como  sabeis,  a  alma  do 
commercio. 

Levei  cinco  annos  a  fazer  a  propaganda  de  meus  charutos  Egypcianos  de  minha 
fabricação,    porem,  tenho  o  prazer  de  ver  que  são  hoje  os  miis   vendavei3  e  daqui 


A    LAVOURA  255 

ha  um  aano  oitou   parsuadido  que  a  venda  será  augmentada  e  mesmo  dobrada,  o 
augmentará  sempre. 

Pediado-vos  bom  explicar  o  que  acabo  de  expor,  quando  escreverdes  para  o 
Brazil,  rjcebei.  Sr.  Cônsul,  rainhas  sauda;ões  as  miis  sinceras.—  Fioracante 
Chimens. 


Na  nossa  sede  social,  temos  á  disposição  dos  interessados,  o  catalogo  dos 
charutos  mais  acceitos  no  lapão,  assim  como  podemos  prestar  as  informações,  que  a 
respeito  nos  Ibrom  dirigidas.  Esperamos  que  os  fabricantes  de  charutos  não  deixem 
perder  a  occasião  que  so  apresenta  de  conquistar  este  novo  mercado. 


Damos  á  publicidade  com  pr.izer  a  seguinte  carta  recebida  pelos  Srs.  Arens  & 
Coinp.,  que  publicam  anuuncio  em  nossa  revista: 

Leopoldina,  26  de  maio  de  1908 
limos.  Snrs.  Arens  &  Cia. 

Rio  de  Janeiro. 

Como  um  do3  proprietários  do  engenho  de  beneficiar  arroz,  deuominado  «San- 
ta Adelaide»  installado  nesta  cidade,  com  as  p^rleiçoadas  machinas,  importa- 
das pela  acreditada  casa  de  VV.  SS.,  das  «Odicine  Moccaniche  —  Fonderie  H.  Tor- 
chetti  &  Cia.— Verselli,  Giá  Lecarni  Giusoppe»,  tenho  a  honra  de  communicar-lhes 
que  hontom  realizou-se  a  in  uiguração  solomno  dos  referidos  machinismos,  perante 
enorme  assembléa  de  homens  de  letras,  industriaes,  commerciantes  e  lavradores 
estando  presentes  as  altas  autoridades  judiciarias  o  administrativas.  O  resultado 
apresentado  pelo  engenho  de  beneficiar  arroz  foi  excellente,  agradando  a  todas  as 
pessoas  presentes,  o  que  coostitue  mais  um  eloquente  attestado  da  grande  com- 
petência do  dijtincto  mechanico  da  casa  de  VV.  SS.,Sr.  Frederico  Engert,  cava- 
lheiro de  tino  trato  social,  encarregado  por  VV.  SS.  do  montar  as  machinas  im- 
portadas da   Europa. 

Levando  esta  noticia  ao  conhecimento  de  VV.  SS.,  cumpre-me  agradecer-lhes 
a  cooperação  efflcaz  para  o  bom  êxito  do  Engenho  do  «Santa  Adelaide». 

Cumprimenta-os,  com  todo  apreço. 

Do  VV.  SS. 
Amo.  Att  e  Obo. 
IUndolpiio  Fernandes  das  Chagas. 


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SOCIKDADE     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


NOTICIÁRIO 


O  Café  —  Do  S.  Paulo  extrahimos  a  seguinte  noticia  da  rounião  dos  lavra- 
dores realizada  na  Capital  do  vizinho  Kstado  : 

<  Na  Sociedade  Paulista  de  Agricultura  realizou-se  domingo  a  annunciada 
reunião  de  lavradores  para  tratar  dos  cafés  baixos. 

Aberta  a  sessão  usou,  da  palavra  o  Sr.  Dr.  Raphael  de  Abreu  Sampaio  Vidal 
que  fundamentando  os  fins  da  reunião,  disse  que  hoje  uma  reunião  da  lavoura 
era  sempre  presidida  pela  certeza  e  confiança  de  que  seus  reclamos  encontram 
ecos  nas  altas  regiões  governamentaes. 

A  politica  económica,  iniciada  polo  Dr.  Jorge  Tibiriçá,  e  continuada  pelo 
Dr.  Albuquerque  Lins,  representa  uma  segurança  de  que  hoje  a  lavoura  pau- 
lista tem  por  supremo  advogado  o  próprio  magistrado  que  preside  aos  nossos 
destinos.  Lançadas  as  bases  e  organizado  o  plano  desta  politica  fecunda,  cumpre 
a  este  quatriennio  pôr  em  execução  a  série  de  medidas  que  hão  de  assegurar  o 
triumpho  completo  de  nossa  campanha  em  prol  do  café. 

Entre  essas  medidas,  avulta  a   magna  questão  dos  cafés  baixos. 

A  exportação  de  taes  typos  constituo  o  eterno  tuema  para  dar  moralização 
aos  cafés  braziieiros  no  extrangoiro,  6  uma  das  armas  de  guerra  sempre  ma- 
nejada contra  nós.  A  todo  o  transe  precisamos  arrancar  esse  instrumento  das 
mãos  dos  nossos  inimigos. 

Precisamos,  uma  vez  por  todas  resolver  essa  questão  dos  cafés  baixos. 
Temos  lei  a  respeito,  mas  que  ainda  não  foi  posta  cm  execução.  O  íim  principal 
desta  reunião  6  exactamente  pedir  ao  governo  que  a  regulamente  o  sem  demora 
a  execute  ainda  esto  auno.  Precisamos  agir  promptamento.  Muitos  estudos, 
muitos  trabalhos  já  têm  sido  apresentados  neste  sentido.  Até  agora,  porém,  não 
entramos  ainda  no  terreno  pratico. 

Estuda  as  diversas  formas  apresentadas  para  a  eliminação  desses  cafés,  mos- 
trando a  impraticabilidade  de  algumas,  sobretudo  a  cobrança  do  imposto  do  in- 
terior. Sustenta  que  esse  imposto  deve  ser  cobrado  em  espécie,  em  Santos,  por 
occasião  da  exportação. 

Depois  de  justificar  detidamente  a  sua  opinião,  apresenta  o  projecto  abaixo 
que  consubstancia  as  idéas  que  lhe   parecem  mais  praticas  e  correntes  a  respeito. 

Em  seguida,  o  Sr.  Dr.  Sampaio  Vidal  apresenta  a  seguinte  proposta,  para 
que  se  peça  ao  governo  : 

I.  Que  regulamente  e  execute,  ainda  esta  anno,  a  lei  que  taxa  os  cafés  baixos. 

II.  Que  a  cobrança  desse  imposto  seja  feita  em  Santos,  em  espécie,  por  occa- 
sião da  exportação. 

III.  Que  promova  junto  das  estradas  de  ferro  a  reducção  do  suas  tarifas  em 
proporção  do  imposto  que  for  cobrado  em  espécie. 

IV.  Que  o  café  recebido  com  o  imposto  seja  effectiva  e  immediatamente  eli- 
minado ou  destruído,  quer  por  combustão,  quer  por  trituração,  transformando-se 
em  adubo  para  os  cafezaes. 


A    LAVOURA  257 


V.  Que  uma  vez  fixado  o  typo  que  o  governo  recebei'  como  imposto,  as 
qualidades  inferiores  a  esse  sejam  rigorosamente  taxadas  com  o  máximo  da 
percentagem  legal  (20  por  cento),  de  modo  a  tornar  impraticáveis  a  entrada  ao 
mercado  e  a  exportação  dessas  qualidades  infei 

Além  do  Dr.  Raphael  de  Abreu  Sampaio  Vidal,  assignaram  essa  proposta, 
dentre  os  presentes  á  reunião,  os  Srs.  Dr.  Randolpho  Margarido  da  Silva,  Eu- 
génio do  Lacerda  Franco,  Dr.  Arthur  Nicolão  de  Vergueiro,  Dr.  Carlos  Car- 
neiro de  Barros  Azevedo,  Bento  Queiroz  de  Barros,  Dr.  Caetano  Duarte  Nunes, 
Francisco  José  Leite,  Salvador  de  Toledo  Piza,  João  Ribeiro  de  Barros,  coronel 
José  Ferreira  de  Figueiredo,  Dr.  Joaquim  de  Salles,  António  Augusto  Mendes 
Borges,  Alberto  Archanjo  da  Cruz,  Dr.  Luiz  António  de  Souza  Queiroz,  Hermes 
Alves  de  Lima,  Dr.  Fábio  Uchôa,  José  de  Sallos  Leme,  Cornelio  Schmidt,  Al- 
fredo Alberto  Fortes,  Dr.  Augusto  Ramos,  Paulino  Carlos  Filho,  António  J.  Ri- 
beiro (la  Silva  e  coronel  Arthur  Diedericshen. 

Logo  em  seguidi,  o  sr.  dr.  Arthur  Vergueiro  prttpoz,  como  alditivo,  podir 
ao  governo  que  continue  na  sua  acção  interventora,  regularizando  a  offerta  nos 
mercados,  de  accordo  com  as  avaliações  das  safras. 

Postas  em  discussão  as  duas  propostas,  o  úr.  Sérgio  Meira,  pedindo  a  palavra, 
pondera  que  se  deveria  convocar  nova  reunião  para  estudar  o  projecto  mais  de- 
moradamente, discutindo-o  mais  amplamente,  que  se  devia  fixar  o  typo  a  elimi- 
nar ;  que  lia  sempre  o  inconveniente  dos  outros  Estados  não  acompanharem,  o 
fazendo  outras  considerações.  Toma  de  novo  a  palavrão  dr.  R.  Sampaio  Vi  lai  e, 
contestando,  faz  sentir  que  a  questão  dos  cafés  baixos  foi  já  objecto  de  uma  lei 
votada  pelos  representantes  do  Estado,  em  sua  sabedoria. 

Não  são  os  lavradores  aqui  reunidos  quj  vão  deliberar  sobro  o   caso. 

A  lavoura,  hoje  unanime  em  valorizar  o  seu  producto,  apenas  vem  pedir  que 
o  governo  execute  uma  medida  que  já  6  lei.  Adiai',  crear  novas  discussões,  será 
uma  protelação  inútil.  Precisamos  agir.  Lembra  que  durante  muitos  annos  levá- 
mos a  discutir  planos  e  programmas,  mas  para  que  a  defesa  da  lavoura  fosse 
uma  realidade  viva  e  palpitante  foi  preciso  que  dois  homens  de  acção,  da  tempera 
de  Jorge  Tibiriçá  e  Albuquerque  Lins  tomassem  a  causa  a  peito  e  lhe  dessem  a  re- 
alidade. O  que  preeisamos,  pois,  ó  do  agir  sem  demora. 

A  eliminação  dos  cafés  baixos,  que  nos  desmoralizam,  é  uma  questão  vencida. 

Quanto  á  escolha  do  typo  a  eliminar  deixamos  este  detalhe  ao  elevado  cri- 
tério do  governo. 

Em  relação  aos  outros  Estados,  já  estamos  acostumados  a  levar  avante  impul- 
sos maiores,  mesmo  que   nos  abandonem  no   caminho. 

Termina  opinando  pelo  pedido  feito  ao  governo  na  for. na  do  seu  projecto. 
Posto  este  a  votos  foi  unanimemente  approvado,  com  additivo  do  dr.  Vergueiro. 

Foi  encerrada  a  sessão,  ficando  a  mesa  encarregada  de  levar  ao  governo  o 
resultado  das  deliberações  da  assemblóa. 

Comprindo  essas  deliberações,  pela  directoria  da  Sociedade  de  Agricultura  foi 
dirigida  ao  sr,  presidente  do  Estado  a  seguinte  representação: 

<  Exmo  sr.  dr.  presidente  do  Estado  de  S.  Paulo. 

Os  lavradores  de  café,  que  em  grande  numero  se  reuniram  no  dia  30  do  cor- 
rente, na  «  Sociedade  de  Agricultura»,  desti  capital,  resolveram    dirigir-se  a 


mh;!K1>\I>K     NACIONAL     DK     AiUílCULTUKA 


v.  «xc.  por  intermédio  do  presidente  da  m  srai  r(;união,  c  pjdir  ao  governo  do 
Estado  o  seguinte: 

Considerando  a  necessidade  de  eliminação  dos  cafés  baixos  que  tão  profunda- 
mente depreciam  o  nosso  proilucto  no  estrangeiro,  servindo  de  elemento  perni- 
cioso para  a  campanha  diffamatoria  movida  contra  o  «Café  Santos»  ; 

Considerando  que  a  idéa  de  til  eliminação,  como  me  lida  valorizadora,  além 
de  ser  já  objecto  de  uma  lei  do  Estado,  é  incontestavelmente  umi  idéa  vencedora 
entro  os  interessados  pelo  nosso  café, 

Pedem : 

I.  Que  o  governo  regulamente  e  executo  ainda  este  anno  a  lei  que  taxa  os  cafés 
baixos. 

II.  Que  a  cobrança,  desse  imposto  seja  feita  em  Santos,  «em  esp  cie»  por  occa- 
sião  da  exportação. 

III.  Que  promova  junto  das  ostradas  de  ferro  a  reducção  de  suas  tarifas  na 
proporção  do  imposto  que  for  cobrado  em  ospecic. 

IV.  Que  o  café  recebido  como  imposto  s<\ja  ellectiva  e  immediatamente  olimina- 
do  ou  destruído,  quer  por  combustão,  quer  por  trituração,  transformando-se  em 
adubo  para  os  cafesaes. 

V.  Que  uma  vez  fixado  o  typo  que  o  governo  deve  receber  como  imposto,  as 
qualidades  inferiores  a  esse  typo  sejam  rigorosamente  taxadas  cimo  máximo  da 
porcentagem  (  20  %  )  de  modo  a  tornar  impraticxvois  a  entrada  no  mercado  e  a 
exportação  dessas  qualidades  Ínfimas  ; 

Pedem  mais: 

Que  o  governo  do  Estado  continue  na  sua  acção  interventora,  lançando  mão  do 
medidas  tendeutes  a  regularizar  a  offorta  do  café  nos  mercados,  tendo  em  vista 
a  avaliação  das  colheitas. 

São  estas  as  idéas  que  os  lavradores  respeitosamente  apresentara  ;i  apreciação 
do  elevado  critério  do  v.    exc. 

S.  Paulo,  Sala  da  Assembléa,  no  Eiitlcio  da  Sociedade  de  Agricultura,  aos 
2  de  junho  de  1903. —  0  presidente,  Luiz  António  de  Sousa  Queiroz.— O  Secretario, 
Raphael  A.  Sampaio  Vidal.» 

Colónia,  Francisco  Salles  —  Na  conferencia  ultimimente  reali- 
zada, em  Bello  Horizonte,  entro  o  Governador  do  Estado  e  o  Padre  Domingos 
Albanello,  director  da  colónia  Francisco  Sal les,  em  Pouso  Alegro,  ficou  resolvida  a 
realização  de  diversos  melhoramentos  nesta  colónia,  dentre  os  quaes   se  destacam: 

Divisão do3  terrenos  ultimamente  ai. paridos  em    lotos  iguaes  aos  anteriores  ; 

O  estudo  d'agua  para  o  abastecimento  de  cada  um  desses  lotes; 

A  medição  do  perímetro  daquelles  terrenos  e  o  levantamento  da  respectiva 
planta ; 

O  estudo  e  o  preparo  da  estrada  para  automóvel,  ontre  esta  cidade  e  a  sede 
da  colónia. 

Destes  serviços  está  encarregado  o  capitão  Júlio  de  Barros,  agrimensor  pratico 
do  governo. 

Uma  vez  preparada  a  estiada,  o  governo  dotará  a  colónia  com  um  automóvel 
de  cargas. 


A    LAVOURA  259 

A.ratlo  Mineiro—  0  Sr.  José  Abdo,  residente  em  Queluz,  esteve  na 
capital  mineira,  onlo  foi  apresentar  ao  director  da  secretaria  da  agricultura, 
br.  Carlos  Prates,  um  arado  de  sua  invenção,  ao  qual  denominou  de  «Queluziano 
Mineiro».  A  exporiencia,  realizada  no  parque,  deu  muito  bom  resultado:  o  arado 
«  Queluziano  »  offerece  mais  resistência  do  que  o  «  Reversível  »,  especialmente  no 
corte  de  raizes.  Em  10  horas  de  trabalho  lavra  6.360  metros. 

O  Sr.  Abdo  foi  muito  cumprimentado  pelo  seu  invento. 

O  Ci»oclito  A-g-ricola,  rio  Paraná  —  Pelo  Presidente  do  Estado 
do  Paraná  foi  sanccioná  lo  o  decreto  que  autoriza  o  Poder  Executivo  a  garantir  o 
juro  annual  de  6%  por  10  annos,  sobre  o  capital  de  200:000$,  que  fòr  utilizado  por 
sociedaies  cooperativas  de  credito  agrícola  que  se  organizem  no  Estado,  com  as 
formalidades  legaes,  pelo  systema  Raiffeisen. 

Pecuária  em  Minas  —  No  dia  9  de  maio  effectuou-se  no  Cáes 
Pharoux  o  desembarque  de  onze  reproductores  do  gado  bovino,  dá,  raça  Lincoln 
Red  bairy  Shorthorn,  vindos  da  Inglatsrra  para  criadores  do  Estado  do  Rio.  Alem 
de  outras  pessoas  estiveram  presente  ao  desembarque  os  Srs.  Drs.  Weneesláo 
Bello,  Sylvio  Rangel  e  Souza  Reis,  directores  desta  Socielade. 

—  No  dia  16  desembarcaram  dous  touros  também  da  raça  Lincoln  Red  bairy 
Shorthorn . 

Tèm  ambos  um  anno  de  idade,  sondo  um  filho  de  um  touro  que  ganhou  diversos 
prémios  e  custou  12  contos  de  réis;  o  outro  é  filho  de  um  touro  que  ganhou  os  pri- 
meiros prémios  de  1906  o  1907.  Nessa  remessa  vinha  também  um  touro  de  raça 
Hereford.  Esses  reproductores  deslinam-se  ao  Estado  de  Minas. 

—  Itohen  Robin  Hood  é  o  nome  de  um  outro  touro  importado  pelo  Dr.  Carlos 
Pereira  de  Sá  Fortes,  criador  mineiro.  Este  touro  tem  uma  genealogia  illustre;  é 
filho  de  Royal  Governor  of  Etiennerie,  campeão  da  ilha  de  Guernesy.  Foi  criado 
por  Sir  H.  b.  Tickdowne,  um  dos  maiores  especialistas  desta  raça  na  Inglaterra. 
A  importação  foi  feita  por  intermédio  da  casa  H opkins,  Causer  &  Hopkins. 

—  beve  ter  seguido,  no  dia  18  para  a  America  do  Norte,  o  Dr.  Donato  de  An- 
drade, criador  no  município  de  Oliveira,  em  Minas,  que  vae  estudar  nos  grandes 
estabelecimentos  pastoris  do  Kentucky  e  do  Illinois  os  mais  modernos  processos  de 
criação  e  acclimatação  de  raças  estrangeiras,  pretendendo  fundar  logo  que  regresse, 
um  grande  estabelecimento  no  seu  Estado  Natal,  modelado  pelos  americanos.  Ao 
producto  de  raça  cavallar  apresentado  pelo  Dr.  Donato  de  Andrade  coube  o  pri- 
meiro premio  na  Exposição  Pecuária  de  Bello  Horizonte. 

Novo  trig-o  —  Lemos  no  Republica,  que  se  publica  em  Curitiba: 
«A  boa  nova  que  nos  vem  da  Argentina,   do  resultado  da  analyse  a  que  foi 
sujeita  a  farinha  de  trigo  brazileira  no  Laboratório  Chimico  de  Buenos  Aires,  de- 
monstrando a  superioridade  desta  sobro  a  similar  platina,  devo  servir  de  estimulo 
aos  Estados  do  sul  e  principalmente  ao  Paraná  na  fomentação  de  uma  cultura  que 
promette  farta  compensação  aos  que,  aproveitando  a  fertilidade  e  as  condições  cli- 
matológicas do  nosso  Estado  onde  outr'ora  floresceram  os  trigaes,  tentem  concorrer 
para  um  dos  maiores  factores  da  nossa  completa  e  futura  independência  económica. 
Diz  o  telogramma  ter  siio  a  dita  analyse  procedida  em  farinha  procedente  do 
Rio  Grande,  um  dos  grandes  celleiros  de  trigo  do  Brazil  no  começo  do  século  pas- 
sos 4 


SOCIEDADK     NACIONAL    DK     AGRICULTURA 


sado,  a  que  mais  tarde,  desanimado  ante  a  invasão  da  «ferrugem»,  anniquilando 
as  searas,  abandonou  as  plantações  para  somente  dedicar- se  á  industria  pastoril. 
O  mesmo  desalento  empolgou  pjr  essa  época  os  plantadores  do  planalto  ouritibano 
a  ponto  de  não  se  cuidar  mais  da  producção  de  um  cereal  de  tanta  importância 
alimentícia,  dando-nos  o  pão  que,  no  dizor  do  emérito  escriptor,  é  a  hóstia  consa- 
grada no  altar  da  civilisaçâo,  por  ser  o  seu  uso  um  attributo  dos  povos  mais  adi- 
antados. 

De  facto  o  trigo  só  começa  a  servir  de  alimento  ao  homem  depois  que  este  aban" 
dona  os  domínios  da  barbaria :  é  incontoste  que  só  os  povos  civilisados  comem  pão. 

E  se  a  simples  circumstancia  de  nutrirem-se  do  trigo  lhes  confere  tão  alto  pre- 
dicado, mais  consideração  devem  merecer  os  que  produzem  o  grão  precioso  e  o  ma- 
nipulam para  sustento  próprio  e  para  vendel-o  a  troco  de  ouro  a  outros  povos 
menos  previdentes,  como  nós,  infelizmente,  que  embora  possuidores  de  um  solo 
fértil  e  adequado  a  essa  cultura  abandonámola,  preferindo  a  suzerania  económica 
da  Argentina  o  dos  Estados  Unidos. 

A  ninguém  deve  ter  surprehendido  o  triuinpho  alcançado  pelo  trigo  brazi- 
leiro,  na  analyse  confrontativa  com  o  proiucto  argentino  ;  é  que  as  nossas  terras 
meridionaes  são  mais  apropriadas  a  esse  íim,  graças  ao  clima  temperado  e  á  óptima 
situação  geographica  a  coberto  das  inclemências  atmosphericas,  que  devastam  as 
planícies  transplatinas.  Era  excellente  a  farinha  daqui  enviada  para  abastecer  a 
capital  colonial  e  outras  praças  do  paiz  ;  de  Curitiba  ia  o  trigo  destinado  á  régia  e 
numerosa  comitiva,  que  em  1808,  aportou  ao  Rio  de  Janeiro  com  D.  João  VI,  con- 
forme o  testemunho  de  documentos  do  nosso  archivo  municipal. 

Mais  ainda:  nos  tempos  coloaiaes  (que  doloroso  contraste  !)  sahia  de  Paranaguá 
muita  farinha  de  trigo  para  alimentar  a  guarnição  e  soccorrer  a  população  esfo- 
meada da  praça  do  Sacramento,  no  Rio  da  Prata!  O  nosso  mal  foi  o  desalento 
ajudado  pela  rotina. 

Se  em  vez  de  se  quedarem,  vencidos  pela  «ferrugem»,  os  cultivadores,  sacu- 
dindo o  espirito  rotineiro,  appellassem  à  ignorância  em  que  nos  conservamos,  á 
falta  de  um  confronto,  da  superioridade  do  trigo  brazileiro. 

O  plantio  que  ora  se  inicia  neste  Estado,  equivale  a  verdadeira  rosurreição, 
cujos  effeitos  não  tardarão  a  se  fazer  sentir  na  economia  nacional  e  no  progresso 
paranaense.» 

A.  cultura,  tio  arroz  e  <io  trig^o  n.o  Braxil  —  Sobre  esto 
assumpto  publica  o  Tropenfllanser  o  seguinte: 

«  De  alguns  annos  a  esta  parte  o  governo  brazileiro  vera  se  empenhando  em 
promover  e  animar  nas  classes  da  lavoura  a  cultura  dos  diversos  géneros  de  pri- 
meira necessidade.  Nesse  sentido,  começou  por  fomentar  a  cultura  do  arroz, 
creando  prémios  para  as  grandes  plantações  e  estabelecendo  outras  medidas  favo- 
ráveis, como  reducçãode  fretes  para  o  arroz,  etc.  O  resultado  dessas  medidas  foi 
tão  auspicioso  que  de  1902  a  1906  a  importação  do  arroz  no  Brazil  cahiu  de  101 .000 
a  40.000  toneladas. 

Animado  com  o  êxito  dessa  experiência,  tem  agora  o  governo  as  suas  vistas 
voltadas  para  a  cultura  do  trigo,  e  está  disposto  a  auxilial-a  na  medida  de  suas 
forças.  Co:nprehende-se  facilmente  essa  preoceupação,  quando  se  pensa  que  só  no 
anno  de  1906  o  Brazil  importou  54.000  toneladas  de  farinha  de  trigo  c  232.000  tone- 
ladas de  trigo. 


A    LAVOURA  2iH 

Actualmente  a  cultura  do  tri,_;o  está  sendo  promovida  com  grande  actividade 
em  Sãi)  Paulo,  nas  colónias  do  governo  ;  consta-nos,  por  exemplo,  que  especial- 
mente as  experiências  feitas  em  Nova  O  les>a  tem  produzido  resultados  muito  sa- 
Usíae  tórios.» 


O  a,ssu.ea,i'  Ibrazileiro   110  Japão 

OFFICIO    DO     CON3UL     BRASILEIRO     NO     JAPÃO 

Consulado  dos  Estados  Unidos  do  Brasil  —  Yokouama,  30  de  Agosto  de  1907  — 
3»  Secção.— N.   15. 

Sr.  Ministro  —  Em  aditamento  ao  meu  offlcio  n.  8,  do  3  de  julho  próximo  pas. 
sado,  tenho  a  honra  de  rometter  a  V.  Ex.,  om  separado,  uma  pequena  caixa 
contendo  duas  amostras  de  assucires.—  A  amostra  n.  1,  representa  pjueo  mais  ou 
menos,  o  typo  do  .lava  14,  quo  6  o  assucar  geralmente  empregado  nas  refinarias 
japonezas.  O  seu  pre;o  varia  entro  13  e  11  shilliogs,  por  picul  ou  60  kilos.  Outras 
qualidades  procedentes  das  Philipinas,  da  Allemanha,  da  Áustria,  etc,  ete,  são 
também  usadas  aqui,  mas,  em  menor  quantidade. 

Os  rofinadores  de  Tukio  queixamse  bastante  do  typo  14  dj  Java,  cujo  rendi- 
mento não  é  o  mesmo  de  ha  alguns  annos  atraz.  Demais  o  enfardei xmento,  que  é 
feito  em  grosseiros  saceos  de  palhi  entrançaia,  deixa  muito  a  desejar.  No  dizer 
dessas  mosmos  refinadores,  em  igualdade  de  circumstancia,  cllos  preferirão  sjmpre 
o  assucar  de  uma  pulverização  mais  grossa,  e  acondicionado  em  uma  embalagem 
mais  cuidadosa.  As  outras  amostras  são  de  assucar  do  Perii,  para  aqui  expor- 
tado a  titulo  do  experiência,  que,  infelizraent;,  não  deu  bom  resultado.  Esses 
assacares,  além  de  não  serem  limpos,  deião  um  rendimento  muito  inferior  aos  de 
igual  typo  de  Java;  o  o  cheiro  desagradável  que  nelles  S3  nota,  se  conserva  mesmo 
depois  de  refina  lo.  Os  nosios  fabricantes  nãj  devora  perdor  de  vista  esto  exemplo 
e  para  quo  ellos  se  orientem  sobre  este  ponto,  é  que  remetto  a  V.  Ex.  as  refe- 
ridas amostras. 

II.  A  industria  de  refinação  de  assuc  ir  tem  tido  n  »s  últimos  tempos,  um  notável 
desenvolvimento,  graças  ao  patriotismo  o  a  sabedoria  do  Governo  Japouez,  que  não 
cessado  prodigalizar-lhe  uma  protecção  continua  e  benéfica.  Es;e  justo  apoio,  reu- 
nido aos  pacientes  esforços  dos  industriíes  japjnezes,  tem  d*do  resultados  verda- 
deiramente satisfactorios. 

O  Japão  do  hoje,  nascido  das  suas  próprias  forças,  elevado  a  categoria  do 
grande  o  poder.jsa  nação,  sinto  necessidade  dj  viver  sobre  si  mesmo,  de  croscor  e 
de  impor-sj  ao  Occidenie  pela  extensão  e  pelo  progresso  das  suas  industrias  e  pela 
grandeza  do  seu  commercio,  como  impoz-sj  ao  respeito  o  á  admiração  universal, 
pela  táctica  e  pela  bravura  dos  seus  soldados.  E  para  isto,  nada  lhe  falta,  nem  a 
iniciativa,  nem  energia  e  nem  liabili  lade.  Graules  refinarias  estão  em  via  do  for- 
mação e  outras,  já  em  plena  actividade  o  florescência,  são  coLsideradas  como 
emprezas  de  brilhante  futuro.  Dentre  ellas,  a  mais  importante  ê  a  «Dai  Nepoo 
Sugar  Reflnery,  O  limited»,  que  gira  com  um  capital,  do  11  milhões  de  yens 
ou  £  1.100. COO.—  Essa  companhia,  que  está   eslabelecila  om  Tokio,  á  margem  de 


sOCIHDAnrc     NACIONAL     1>E     AGRICULTURA 


um  dos  braços  do  Iuraida,  emprega  nas  suas  oficinas  os  melhores  e  mais  aperfei- 
çoados apparolhos,  produzindo  todas  as  qualidades  do  assucar  refinado  necessárias 
ao  consumo  interior  e  preferidas  pelos  paizes  importadores.  Não  se  pode  precisar 
a  cifra  da  produeção  dessa  refinaria,  porque  a  sua  installação  não  está  ainda 
completamente  terminada.  Entretanto,  desde  o  primeiro  anno  em  que  as  suas  ma- 
chinas  começaram  a  funccionar,  que  ella  distribuo  20  %  de  dividendo  aos  seus 
accionistas.  Das  possessões  japonezas,  somente  a  Ilha  Formosa  produz  assucar  em 
grande  escala. 

O  Governo  tem  procurado  fomentar  o  cultivo  da  canna  no  sul  do  Japão,  mas  os 
resultados  obtidos  têm  sido,  relativamente,  pequenos. 

III.  A  importação  do  assucar  no  correr  do  anno  de  1903  se  elevou  a 
yens  :  23.725.000,  oquivalentes  a  £2,372.503.  Em  tão  elevada  cifra  as  índias  Hollan- 
dezas  figuram  com  yens:  19.993.000,  vindo  em  seguida  a  Allemanha,  que  exportou 
yens:  1.904.400.  Se  comparamos  a  importarão  de  1900  com  a  de  1905,  que  attingiu 
a  yens:  13.706.000  verificaremos  um  lisongeiro  augmento,  que  em  grande  parte  deve 
ser  attribuido  ás  isenções  e  privilégios  de  que  ._roza  a  industria  de  refinação  de 
assucar  a  qual,  como  já  disse,  o  Governo  dispensa  uma  constante  e  proveitosa 
solicitude . 

Emquanto  a  importação  de  assucar  bruto  alcança  elevados  algarismos,  as  on- 
tradas  de  assucar  refinado  diminuem  dia  a  dia,  e  dentro  em  breve  desapparecerão 
totalmente  das  estatísticas  offlciaes. 

O  Japão  que  durante  longos  annos  foi  tributário  das  refinarias  estrangeiras, 
tornou-so  hoje  um  grande  exportador  de  assucar  refinado,  tendo  conquistado,  depois 
do  uma  bella  lucta  com  os  seus  concurrentes  de  Hongkong  e  outros  logares,  alguns 
dos  mais  importantes  mercados  da  China,  sem  contar  a  Coréa  e  a  Mandchuria,  que 
offerecem  um  fácil  campo  de  acção  ao  seu  commercio  e  a  sua  industria. 

Em  1903,  a  exportação  de  assucar  refinado  foi  de  yens:  70.UOO,  e  em  1S06, 
ella  se  elevou   a  yons  :  1.560.000. 

IV.  A  tarifa  aduaneira  do  Japão  soffVeu  uma  modificação  quasi  radical  depois 
da  ultima  guerra.  Pela  nova  tarifa, que  consta  de  538  artigos  divididos  em  19  grupos, 
a  renda  annual  das  Alfandegas  do  Império  é  avaliada  em  mais  de  40  milhões  de 
yens.  Os  direitos  de  entrada,  por  60  kilos  de  assucar,  são:  para  os  mascavos  e 
raascavinhos,  de  yens:  1.65  e  yens  2. ^5,  e  para  os  brancos,  de  yens  3.25  e  do 
yens  3.50.  Os  assucares  classificados  abaixo  do  typo  15  da  escala  hollandeza  gozam 
de  uma  baixa  especial,  quando  são  destinados  as  refinarias  do  paiz,  e  que  reduz  o 
imposto  aduan liro,  a  menos  da  metade  do  estabelecido  na  respectiva  tarifa. 

A  elevação  gemi  dos  direitos  não  attiugo  o<  productos  das  nações  que  gozam 
aqui  de  tarifas  preferenciaes.  Não  obstante,  a  Allemanha,  a  Inglaterra  e  a  França, 
apezar  de  estarem  na  lista  dos  paizes  mais  favorecidos,  concluíram  accordos  com  o 
.lapão,  nos  quaes  as  duas  primeiras  obtiveram  para  os  seus  assucares  as  seguintes 
baixas  : 

Typj  de  .lava  15  a  20  Jens  0,748  por  60  kilos. 
»      ..      »     acima  do  n.  20  — 0,827. 

O  elevado  i -oposto  de  consumo  instituído  durante  a  guerra,  foi  prorogado 
por  tempo  indeterminado,  visto  combinarem  as  necessidades  orçamentarias.  Esto 
imposto  é  o  seguinte  : 

Ia  categoria  (por  60  kilos)  Yens  :  1  mascavos  e  mascavinhos. 


A     LAVOURA 


3»  categoria  (por  60  kilos)  Yens  1,60  mascaves  e  mascavinhos. 

3«  »  »    2,20  brancos. 

p  »  2,80 

V.  São  estas,  Sr.  Ministro,  as  informações  que  me  parecem  de  natureza  a  in- 
teressarem os  nossos  fabricantes  de  assucar.  Se  mais  tarde  for  iniciado  um 
serviço  regular  de  navegação  entre  o  Brazil  e  este  paiz,  empregarei  todos  os  meus 
esforços,  que  espero  serão  secundados  pelos  agricultores  de  Campos  e  do  Norte, 
para  crear  no  Japão  um  vasto  e  lucrativo  mercado  de  assucar  o  outros  prodnctos 
brasileiros. 

As  minhas  esperanças  se  apresentam  sob  os  melhores  auspicios.  Já  o  Con- 
gresso Nacional  votou  uma  subvenção  para  uma  linha  de  vapores  directos,  e  os 
refinadores  japonezos  mostram-so  animados  da  melhor  bôa  vontade  a  nosso 
respeito. 

Além  disto  o  consumo  tende  a  augmentar  de  anno  a  anno,  e  com  elle  a  expor- 
tação de  assucar  refinado.  Convém,  todavia,  antes  de  realizar  qualquer  negocio, 
agir  com  grande  prudência,  afim  ae  evitar  o  caso  suecedido  aos  assucares  pe 
ruanos.  Os  lavradores  brasileiros  deverão  enviar  a  este  Consulado,  ou  directa- 
mente ás  refinarias,  amostras  de  todos  os  typos  de  assucares  susceptíveis  de  serem 
exportados,  e,  em  quantidade  suficiente,  para  quô  se  possa  proceder  a  experiências 
de  rendimento,  de  côr,  de  perfume,  etc. 

Os  assucares  brancos  deverão  ser  incluídos  nessas  remessas,  porque,  estou 
certo,  os  refinadores  daqui  farão  justiça  a  sua  superioridade.  E  que  lava,  a  te- 
mível concurrente,  em  vez  de  ser  considerada  como  um  obstáculo  á  realisação  dos 
nossos  projectos,  seja,  pelo  contrario,  francamente  admittida  como  um  incentivo, 
como  um  estimulo  para  o  desenvolvimento  de  um  trabalho  methodico  e  persis- 
tente, única  fonte  de  onde  poderemos  auferir  uma  larga  e  duradoura  prosperi- 
dade. Antes  de  concluir,  cumpre-me  informar  a  V.  Exa.  que  o  Yen  corresponde 
a  1.000  réis,  ao  cambio  de  15  dinheiros. 

Tenho  a  honra  de  reiterar  a  V.  Ex.  os  protestos  da  minha  respeitosa  consi- 
deração.—  Alcino  Santos  Silva. 

Exm.  Sr.  Barão  do  Rio-Branco,  Ministro  de  Estado  dai  Relações  Exteriores. 

O  Estado  Moderno  e  sx  Aji.i-iciiltu.x-a,  —  Começámos  a  pu- 
blicar o  annuncio  sobre  este  interessante  livro  no  numero  passado,  chamando 
para  o  mesmo  a  attenção  dos  leitores. 

Abóbora  gxg^ante  —  Foi  produzida  na  fazenda  «  Mourão»,  município 
de  Joazoiro,  Bahia,  de  propriedade  do  major  Enéas  Ferreira  Muuiz,  negociauto 
abastado  daquella  praça  e  fazendeiro  do  município, .uma  abóbora  pesando  20  kilos 
ou  20.000  grammas. 

O  major  Enéas,  proprietário  da  referida  abóbora,  expól-a  em  o  balcão  de  sua 
casa  commercial  ás  vistas  do  publico,  tendo  sido  muito  apreciada  e  tendo  recebido 
essa  semente  do  Rio  de  Janeiro,  por  intermédio  da  Sociedade  Nacional  de  Agri- 
cultura, da  qual  é  sócio. 

Fazemos  votos  para  que  o  major  Eneas  continue  a  tirar  proveito  de  seus 
esforços. 


SOCIKDADF.     NACIONAL     DF,     AORICULTURA 


PARTE  COMMERCIAL 


Junho  de  1908 

Café 

Venderam-se  110.000  saccas  contra  131.000  no  mez  anterior. 
Entraram  143.611  saccas  contra  136.003  saccas  no  mez  anterior. 
Não  houve  entrada  em  transito. 

Os  embarques  foram  :  134  043  saccas  contra  157.046  no  mez  anterior. 
As  entradas  do  Rio  de  Janeiro,  retalhadamente,  foram  : 

Saccas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 54.663 

Cabotagem 5.862 

Barra  dentro 84.987 

Total 145.511 

Em  Nova  York,  o  typo  7,  disponivel,  do  Rio  cotou-se  a  6  3/8  c.  por  libra  até  o 
dia  5,  a  6  5/16  c.  em  6  a  a  G  l/4  c.  durante  o  resto  da  quinzena  e  mesmo  consor- 
vou-se  duranto  o  mez. 

Na  Bolsa  heuve  as  cotações:  6  c.  até  o  dia  4,  5.90  c.  de  5  a  8  e  de  11  a  13; 
5.95c.  em  7  e  10  e  5.85  c.  em  15  e  17  a  24;  5.90  c.  cm  16,  26  e  27;  5.95  c.  em 29 
e  6  c.  em  30. 

Os  extremos  das  cotações  foram  : 

í*  quinzena 

Por  arroba        Por  10  kilos 

Typo  n.  6 5$600  3$813 

»      »    7 5$300  3.;608 

»      »    8 5$000  3$404 

>       »    9 4$700  3.4200 

2»  quinxena 

Por  arroba  Por  10  kllos 

Typo  n.  6 5$500  a  5$700  3^744  a  3$881 

»   »  7 3$200  »  5$400  3$560  »  3$676 

»   »  8 5$000  »  5$100  3$404  >  3$472 

»  >    9 4$700  »  4$800  3$200  »  3J268 


Géneros  importados 

Qualidade  Quantidade  Preços 

Banha  americana  ...  400  barris $600  a  $670  a  libra 

Farinha  de  trii:o  .     .     .        19.090  barricas ....  — 

i*  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

»  (secca) Não  ha 

Rio  da  Prata: 

por  2  saccas 

Primeira  qualidade 23$50O 

Segunda  »        22$500 

Terceira         »        ãl$500 

Moinho  Inglez: 

Nacional • 24$000 

Brazileira 23$200 

Buda-Nacional 25$200 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$000 

O.  O  ...     • 23$000 

Sa  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

»  (secca) Não  ha 

Rio  da  Prata: 

por  2  saccas 

Primeira  qualidade 23$500 

Segunda         »        22$500 

Terceira         >        21$õ00 

Moinho  Inglez,: 

Nacional 23$500 

Brazileira 22$700 

Buda-Nacional 24$700 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 23$500  a  24$000 

O.  O 22$50O  »  23$000 

/»  quinzena 
Manteiga  —  1 .  105  caixas : 

Demagny,  Isigny  (latos  sortidas) 2$460  a  2$480 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$200  »  2$220 

Lepelletier 2$450  >  2$460 

Modesto  Qallone  (sortidas) 1$850  »  1$900 


266  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA. 

Esbousen Não  ha 

L.  Brtim 2$500  a  2$520 

Buske  Juniur 2$400  »  2$450 

Marclet 2$I80  »  2$200 

Outras  marcas 1$800  >  2$000 

A  nacional  vendeu-se:  a  de    Minas  de  3#i00    a    3$800  e  a  do  Sul    do   2$400 
a  2$G00. 

2a  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$430  a  2$460 

Brètel  Fròres  (latas  sortidas) 2$200  »  2$2ãíJ 

Lepellotier 2$440  »  2$450 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  »  1$90Ú 

Esbousen s     .  Não  ha 

L.  Brum Não  ha 

Buske  Júnior 2$400  a  2$420 

Marclet 2$200  >  2$220 

Outras  raarcas 1$80J  »  2$000 

A  nacional  vendeu-se:  a  do  Minas  de  3$200a  3$500  e  a  do  Sul  de  2$200  a  2$600. 


Géneros  nacionaes 

A.g  ua.irden.te 

Os  supprimentos  recebidos  no  principio  du  mez  foram  pequenos,  conservan- 
do-sa  o  mercado  firme. 

Na  ultima  quinzena  o  movimento  foi  sem  importância,  conservando-se  as 
cotações  sustentadas. 

Preços  por  pipa  de  480  litros,  base  do  20  grãos: 


ía  quinzena 

Preços 

Campos 165$000  a  170$000 

Angra 175$O0O  >  180$Q00 

Paraty  180$000  »  185$000 

Maceió 170$000  »  175$000 

Aracaju 170$000  »  175$O0O 

Pernambuco 170$000  >  175$000 

Bahia 170$000  >  175$000 

Parahyba 170$000  >  175$000 

Laguna 165$000  »  170$000 

Itajahy •     .     .     .  165$000  »  170$000 

Mangaratiba 175$0J0  »  1X0$000 

Paranaguá 165$000  >  170$000 


AJcool 

As  entradas  na  primoira  quinzena  declinaram  sensivelmente,  conservando-se 
assim  durante  o  mez. 

I*  quinzena 

As  cotações  foram  as  seguintes,  por  pipa,  sem  casco: 

40  gráos 260$000  a  2Ô5$000 

38      > 245$000  >  250$000 

36      >    235$000  >  240$000 

.AJg-odão  em.  rania 

O  mercado  deste  género   esteve  na  ultima   quinzena  do  mez    influenciado  pela 
especulação,  que  etfectuou  vendas  para  entregas  futuras  a  preços  baixos. 

I3-  quinzena 
Preços : 

Pernambuco 12$500  a  13$300 

Ceará 12$500  »  13$000 

Rio  Grande  do  Norte 12$200  »  13$000 

Parahyba 12$300  »  12$S00 

Penedo (Nominal) 

Sergipe    .....     12$000  »  12$400 

2a  quinzena 
Preços  : 

Pernambuco 1 1$600  a  12$400 

Rio  Grande  do  Norte 11$800  »  12$400 

Ceará 11$800  >  12$400 

Parahyba 11$600  »  12$000 

Penedo (Nominal) 

Sergipe (Nominal) 


Assiuoar 

Na  primeira  quinzena  do  mez  reduziu  o  stock  e  uma  cifra  que  ha  alguns 
annos  não  se  registra  e  era  de  esperar  que  as  cotações  melhoi'assem,  sendo  que, 
depois  do  dia  15,  os  negócios  em  mascavos  e  os  lances  conservaram  se  sustentados. 

PRIMEIRA    QUINZENA. 

Os  preços  regulam  como  se  segue  : 

Pernambuco  : 

Branco  usina s520  a  $540 

Dito  crystal $500  >  $510 

Dito  3*  sorte $500  »  $510 

Crystal  amarello $420  »  $450 

5076  5  — 


18  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Mascavinho $380  a  $420 

Somenos $410  »  $430 

Mascavo  bom $350  »  $360 

Dito  regular $340  »  $345 

Dito  baixo $330  »  $335 

Sergipe  : 

Branco  crystal $500  a  $510 

Mascavinho $380  »  $460 

Mascavo  bom $350  »  $360 

Dito  regular $340  »  $345 

Dito  baixo $325  »  $330 

Campos  : 

Branco  crystal    $510  a  $520 

Dito  2°  jacto $480  »  $490 

Crystal  amarello $460  >  $480 

Bahia  : 

Branco  crystal $510  a  $520 

Dito  2° jacto   $480  >  $490 

Crystal  amarello —         — 

Outras  procedências: 

Mascavinho $360  a  $380 


SEGUNDA    QUINZENA 


Os  preços  regularam  como  se  segue  : 

Pernambuco  : 

Branco  usina $500  a  $510 

Dito  crystal $480  >  $490 

Dito  3a  sorte $480  >  $490 

Crystal  amarello $430  »  $440 

Mascavinho $370  »  $420 

Somenos $400  >  $420 

Mascavo  bom $345  »  $350 

Dito  regular $330  »  $340 

Dito  baixo $320  >  $325 

Sergipe  : 

Branco  crystal $470  a  $480 

Mascavinho $400  »  $430 

Mascavo  bom $345  »  $350 

Dito  regular $330  >  $340 

Dito  baixo $320  »  $325 

Campos  : 

Branco  crystal •     .     .     .  $480  a  $500 

Dito  2°  jacto $460  »  $470 

Crystal  amarello $430  »  $440 


A    LAVOURA 


Rranoo  crystal $490  a  $500 

Dito  2»  jacto $470  »  $480 

Crystal  amarello $420  »  $400 


Cereaes 

PRIMEIRA.  QUINZENA 

Saccos 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo    .     .     .  14$000  a  15$000 

Dito  idetn  da  Terra ll$000  »  12$000 

Dito  idem  de  Santa  Catharina 13$000  »  14$000 

Dito  do  Paraná —        13$000 

Dito  mulatinho —        14$000 

Dito  manteiga —        14$000 

Dito  enxofre —       14$000 

Dito  de  cores,  nacional 8$000  »  10$000 

Dito  branco,  estrangeiro 18$500  »  19$000 

Dito  amendoim,  idem 18$000  »  18$500 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$000  »    9$500 

Dita  idem  fina 8$500  >    8$800 

Dita  idem  peneirada 8$000  »    8$460 

Dita  idem  do  Norte —            — 

Dita  idem  grossa,  Laguna 6$80O  »    7$000 

Dita  idem  idem,  Porto  Alegre Não  ha 

Arroz  nacional 22$000  a  24$000 

Dito  inferior 14$000  »  18$000 

Milho  amarello  do  Norto Não  ba 

Dito  idem  da  terra 7$500  a    7$S0O 

Dito  misturado  idem Não  ha 

Amendoim  em  casca 0$500  a    7$000 

Cangica 10$000  »  18$000 

Favas 9$000  »    0$500 

Kilogramma 

Alpiste $360  a      $380 

Batatas  nacionaes $140  »      $?00 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  de  milho $140  a      $200 

Matte  em  folha $400  >      $500 

Tapioca $500  »      $520 

Polvilho $100  »      200$ 

Carne  de  porco $660  »      $700 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) $800  »"    1$000 

Cebollas  do  Rio  Grande  (cento) 2$200  »    2$400 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


SEGUNDA   QUINZENA 

Preços 

Feijão  prato  de  Porto  Alegre,  novo    .     .     .  Nominal 

Dito  idem  da  Terra  Nova 10$000  a  10$50o 

Dito  idem  de  Santa  Catharina 13$000  »  14$000 

Dito  do  Paraná —      »  15$000 

Dito  mulatinho 10$000  »  14$000 

Dito  manteiga 12$000  »  14$000 

Dito  enxofre —      >  12$000 

Dito  de  cores,  nacional .  6$000  »    8$000 

Dito  branco,  estrangeiro 18$500  »  19$000 

Dito  amendoim,  idem 17$000  »  18^00 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$000  »    9$500 

Dita  idem,  flna 8$500  »    8$800 

Dita  idem,  peneirada 7$800  »    8$200 

Dita  idem,  do  Norte —            — 

Dita  idem,  grossa,  Laguna 6$400  »    7$0OO 

Dita  idem  idem,  Porto  Alegre Não  ha 

Arroz  nacional 23$000  a  26$000 

Dito  inferior 16$000  >  20$000 

Milho  amarello  do  Norte Não   ha 

Dito  idem  da  terra 6$800  a    7$200 

Dito  misturado,  idem —    >    6$500 

Amendoim  em  casca fi$500  »    7$000 

Cangica    1G&000  >  17$000 

Favas 7$500  >    8$000 

Kilogramma 

Alpiste $360  a      $380 

Batatas  nacionaes $180  »     $200 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  de  milho  . $120  a      $200 

Matte  em  folha $440  >      $540 

Tapioca $440  »      $540 

Polvilho $440  »      $540 

Carne  de  porco $640  »      $700 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) $700»    1$000 

Cebollas  do  Rio  Grande  (cento) 2$300  >    2$400 

Fumo  em  rolo 

Manteve-se  estável  este  morcado  havendo  muita  procura. 

i»  quinzena 
As  cotações  foram  : 

Preços 

De  Minas,  especial 1$600 

Dito  superior 1$600 

Dito  2» 1$400 


A    LAVOURA 


Dito  ordinário 1$000 

Goyano,  superior 2$400 

Dito  2» 1$700 

Baixo Nom. 

Rio  Novo,  superior 2$400 

Dito  2» 1$300 

Dito  baixo 1$200 

Pomba,  superior 1$(500 

Dito  2» 1$200 

Dito  baixo Nom. 

Carangola 1$500 

Picú,  especial 2$800 

Dito  1» 2$000 

Dito  2» 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco Não  ha 


Entraram  4.551.390  kilos  por  cabotagem,  do  nacional,   que  se  cotou  de  2$  a 
2$100  por  40  litros. 

Mercado  monetário 

A  existência  do.  ouro,  na  Caixa  do  Conversão,  em  15  de  junho,  ora  : 

Libras  esterlinas 5.478.844—10 

Francos  10.462.040 

Marcos 470 

Dollars 126.107,50 

Liras 140 

Pesos    argentinos 2.710 

Ouro  nacional 139:400$000 

SEGUNDA  QUINZENA 

e  a  30  de  junho  era: 

Libras    esterlinas 5.464.229—10 

Francos 10.453.980 

Dollars 120.637—50 

Liras 2^0 

Pesos  argentinos 2.710 

Pesetas  hespanholas 25 

Ouro  nacional 138:830$000 

A    importância    de     notas    conversíveis    em   circulação   era  a    seguinte : 
189.618:760$000. 

O  preço  de  soberanos,  fora  da  Bolsa,  foi  de    16$025. 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


CAMBIO 

As  taxas  offlciaos  continuaram  a  manter-so  inalteradas,  a  15  1/8  d.  sobre 
Londres  nos  bancos  estrangeiros  e  15  3/16  d.  no  Banco  do  Brasil.  As  transacções 
bancarias  fizeram-se  a  esses  extremos  e  as  do  outro  papel  de  15  5/32  a  15  3/16  d., 
não   e  registrando  movimento  digno  de  nota. 

Os  extremos  das  cotações  offlciaes  foram  : 

Londres,  90   d/v 15  1/8  e  15  3/16  d. 

Paris,  90  d/v $629  a  $632 

Hamburgo,  90  d/ v $776  »  $779 

Portugal,   3  d/v 316  »  325  % 

Itália,    3   d/v $633  »  $639 

Nova  York,  á  vista.     ......  3$288  »  3$310 

Vales,  ouro —  1$793 

O  valor  offlcial  de  mil  rt5is  foi  do  560  a  563  réis,  ouro,  e  o  da  libra  de  15$£03  a 
15$868. 

Ágio  de  ouro  77,77  a  78,  51  %  . 

— £8^»35N€«€ 

BIBLIOGRAPHIA 


Temos  a  registrar  o  recebimento  de  mais  as  seguintes  publicações   periódicas: 

Eslaciôn  Central  Agronómica  de  Cuba. — Boletim  n.    10. 

La  Revista  Verde,  órgão  do  Instituto  Internacional  de  Agricultura,  de  Roma. 
— Anno  IV,  n.  5. 

L' Economista  Italiano,  de  Génova. — Anno  XII,  n.  23. 

Réoue  Intemalionale  du  Caoutchoua,  de  la  Gulta-Percha  et  le  Pneumo-Journal. 
— N.  de  18  de  maio  de  1908. 

Les  Marques  Inlernalionalcs,  de  Berna.— Anno  XVI,  tomo  III,  n.  180. 

The  Southern  Planter,  de  liichmond  (Virgínia).  — Vol.  69,  u.  5. 

Brazilian  Enyeenering  and  Mining  Remexa.—  Vol.  V,  ns.  1  e  2. 

Revista  da  Associação  Commercial  do  Maranhão. — Anno  I,  n.   1. 

Revista  Trimensal  do  Instituto  do  Ceará.—  Tomo  XXII,  anno  XXII,  lg  e  2°  tri- 
mestres de  1908. 

Secção  Meteorológica,  da  Directoria  de  Agricultura  do  Estado  de  S.  Pauli.  — 
Outomno  de  1907.  Serie  2a,  n.  2. 


Pelo  Sr.  Dr.  Heitor  de  Sá,  director  desta  Sociedade,   foram  offerecidas  á  Bibli 
otheca  as  seguintes  obras  : 

Sobre  el  Cultivo  dei  Maiz,  por  Juan  Francisco  Baldassare.—  Buenos  Aires,  1907 
La  Aradura  a  Vapor,  por  Hugo  Miatello.— Buenos  Aires,  1907. 


A    LAVOURA 


Contribución  ai  Esludio  de  las  Frutas  (Matizarias).  Variedades  recommendables 
por  Júlio  J.  Bjlla.—  Bueno  Aires,   1907. 

ElOlito,  por  José  Cilley  Vernet.  — Buenos  Aires,  1904. 

La  Agricultura  en  la  Provinda  de  Corrientes,  pelo  engeulieiro  agrónomo  Ro- 
berto Campioletti .  —  Buenos  Aires,  1906. 

Procedimentos  Químicos  para  Combalir  las  Enfermedades  de  las  Plantas,  por 
Otto  Appel.— Buenos  Aires,  1906. 

Experiência  sobre  el  Cultivo  dei  Algodon,  por  Adolfo  C.  Tounelier. — Buenos 
Aires,  1906. 

Experiências  sobre  el  'Cultivo  de  las  Remol achas  Porrajeras  y  su  Conservación, 
por  Adolfo  C,  T^nnelier.—  Buenos  Aires,  1906. 

Experiências  sobre  el  Cultivo  dei  Tárt  igo  Rojo  y  dei  Tabaco,  por  Adolfo  C. 
Tonnelier. — Buenos  Aires,  1903. 

Digesto  de  Leyes,  Decretas  y  Resolucimies  relativos  a  Tierras  Publicas,  Coloni- 
zacion,  Immigracion,  Agricultura  y  Comercio.  1810—1909.  Publicarão  feita  sobre  os 
auspícios  do  Ministério  de  Agricultura.— Buenos  Aires,  1901. 

Proyecto  de  Ley  Orgânica  presentado  ai  Ministro  de  Agricultura,  D.  Ezequiel 
Ramos  Mexia,  por  la  Comision  Asesora  de  Ensenanza  Agrícola. — Buenos  Aires,  1907. 

Proyecto  de  Ley  Orgauica  para  la  Eusunauza  Agrícola .  Ministério  de  Agricul- 
tura.—Buenos  Aires,  1901. 

Ley  n.  lti.  Cey  de  Patentes  de  Invención,  Ministério  de  Agricultura.— Buenos 
Aires,  1907. 

Ley  n.  31)73.  Marcas  de  Fabrica,  Comercio  y  Agricultura.  Ministério  de 
Agricultura.— Buenos  Aires,  1900. 

Ley  de  Tierras  y  Decreto  Reglamentario  de  S  de  Noviembre  de  1906.  Ministério 
de  Agricultura.— Buenos  Aires,  1906. 

Ley  de  Inmigracion  y  Regiamente  de  Desembargo  de  Inmigranles.  Ministério  do 
Agricultura.— Buenos  Aires,  1907. 


Receberam-se  ainda  as  seguintes  publicações  cuja  remessa  agradecemos  : 

Inlerpretacion  de  los  Analisis  de  la  Semilla  de  Alfalfa,  por  Juan  Ramón  Chavez. 
Publicação  da  Revista  «Córdoba  Agrícola». — Bell-Ville,  1908. 

Exploração  do  Rio  Ribeira  de  Iguape,  da  Commissão  Geograpkica  e  Geológica 
do  Estadode  S.  Paulo.—  S.  Paulo,  1908. 

O  Cavallo  Nacional,  por  George  Plantade.— S.  Paulo,  1908. 

As  Raças  Limousinae  Garonneza,  pelo  Dr.  Paul  Maugé.— S.  Paulo,  1908. 

A  Raça  Normanda,  pelo  Dr.  Paul  Maugé.— S;  Paulo,  1908. 

A.  B  C.  of  LimeCultivalion.  Publicação  do  Imperial  Department  of  Agrieul- 
ture  forthe  West  Indies,  1908. 

Seedling  and  Olher  Canes  in  lhe  Leetoard  Islands.  Publicação  do  mesmo  Depar- 
tamento. 

Relatório  da  Sociedade  Brasileira  pira  Animação  da  Agricultura,  para  1906 
—1907. 

Avsocixção  Commercial  do  Porto.  Relatório  da  Direcção  no  anno  de  1907. 

Conslructions  Rurales,  por  J.  Danguy. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


Acabamos  do  receber  a  2a  edição  desta  obra  quo  a  casaJ.  B.  Baillière  et  Fila, 
teve  a  gentileza  de  nos  remetter.  Como  temos  feito  para  outras  publicações  da 
mesma  casa,  inserimos  nesta  secção  a  seguinte  noticia  bibliographica  para  orien- 
tação dos  leitores  d'«A  Lavoura». 


Construclions  rurales,  par  J.  Danguy,  directeur  dos  études  de  l'E'cole  nationale 
d'Agriculture  de  Grignon.  1  vol.  in-16  de  50  pages,  avec  300  flg.,  brocho:  5  ír.; 
cartonné;  6  fr.  (Encyclopédie  agricole).  Libraira  .1.  B.  Baillière  et  fils.  19  rua 
Hauteíeuille,  a  Paris). 

Attaché,  pendant  de  nornbreuses  annés,  á  la  chaire  do  Génie  rural  de  l'E'cole 
de  Grignon  M.  Da.nguy  a  pu  reunir  des  notes  três  completes  sur  les  construo tions 
rurales,  qui  présentont  un  intérèt  tout  spécial  pour  los  agriculteurs. 

II  a  divise  son  livre  en  deux  parties:  Ia  première  relative  aux  princips 
génèraux  de  la  construction,  appliqués  aus  bâtiments  ruraux;  la  seconde  ayant  pour 
object  la  description  de  chacune  des  construclions  de  la  ferme.  II  a  suivi  1'ordre  des 
travaux,  en  commençant  par  les  terrassemenls,  puis  il  est  passe  à  la  maçonnerie, 
aux  charpentes  en  bois  ou  métalliqnes,  puis  il  a  termine  cette  première  série  de 
travaux,  qu'il  agroupés  sous  le  nom  de  gros  ceuvre,  par  les  couvertures.  Sous  la 
rubrique  Pelil  ceuvre,  il  donne  les  régies  relativos  à  la  confection  des  enduits,  des 
carrelages  et  des  pamges  ;  il  indique  on  quoi  consistont  les  travaux  de  menuiserie 
(parquets,  escaliers,  portes,  fenêtres,  etc),  de  serrurerie,  de  peintureet  de  vilrerie. 

La  deuxôine  partie  traite  dei  constructions  rurales  suivant  leur  alTectation.  M. 
Danguy  s'occupe  de  la  disposition  des  bâtimints  et  indique  Ia  placa  qu'ils  doivent 
occuper  sur  le  domaine.  II  étudie  ensuite  1'habitation  des  ouvriers  et  de  1'exploi- 
tant,  en  donnantles  types  d  installatinos  les  plus  commodes.  Pour  les  bâtiments 
reserves  aux  animaux  (écuries,  ótables,  etc),  il  montre  quelles  sont  les  conditions 
qu'ils  doivent  remplir  et  donne  les  dispo3itions  qu'il  faut  préférer  ;  il  a  fait  de 
raêmepour  ceux  affectês  aux  rócoltes  (granges,  hangars,  greniers,  fenils  et  silos)  . 
il  donne  les  conditions  d'établissement  des  rernises  du  matériel,  des  plales-formes  et 
des  fosses  á  fumier,  ainsique  des  citernes  d  purin.  Les  citernes  et  rêservoirs  des- 
tines ;i  recueillir  et  a  conserver  les  eaux  potables,  les  clotures  et  les  chemins  sont 
étudiésá  part ;  il  termine  son  ouvrage  par  un  aperçu  sur  les  devis.  A  propôs  des 
terrassements,  il  a  donné  les  rèidís  relatives  ã  leur  cubature  et  au  mouvement  des 
terres ;  ã  propôs  de  devis,  il  indique  comment  on  peut  faire  exécuter  les  trauvaux 
de  construction . 

Ce  volume  a  été  couronné  par  la  Société  Nationale  d'Agrictilture  d'une  médaille 
d'or.  11  fait  partie  de  1' Encyclopédie  agricole,  à  laquelle  cette  même  société  vient 
d'accorder  le  Grand  Pri.t  Heuzé . 

Le  catalogue  détaillé  et  illustré  de  V Encyclopédie  agricole  est  adressé  grátis  et 
franco  à  tout  personne  qui  en  fait  Ia  demande  à  MM.  J.  B.  Baillière  et  fils.  19,  rue 
Hautefeuille,  à  Paris. 


Rio  de  Janeiro  —  Imprensa  Nacional  — 1908 


ESTATUTOS 


CAPITULO  IÍ 

DOS    SÓCIOS 

Art.  8."  A  socideade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  eITectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i ."  Serão  sócios  eITectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de   15$  e  a  annuidade  de  20$ooo. 

§  2.°  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  estrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  á  lavoura. 

§  4.0  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  official  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annuidade  de  5o$ooo. 

§  5.0  Os  sócios  eITectivos  e  os  associa  los  poderão  se  remir  nas  condições  que  orem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  fixada  para  esse  lim 
ser  \nferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  9.°  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  Os  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  \ie  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

§  i.°  Os  associados,  por  seu  caracter  de  collectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  socieJale  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.0  O  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

§  3."  Os  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


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CAPITULO  VI 
dos  sócios 

Art.  18.  A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associados 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  iq.  A  jóia' deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
accei  tacão. 

Art.  20.  As  annuidades  poderão  ser  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  200$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  deverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pag-o  a  respectiva  jóia. 

§  i.°  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

5  2.0  Para  asse  effeito  o  sócio  deverá  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  do  paragrapho  anterior. 

§  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendodhes  ain  la  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  geral. 


FAZENDA  HARITOFF  NO  ESTADO  DO  RIO 


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PLANTAÇÃO  DF  CAFÉ  F  MANIÇOBA 


Anno  XII— N.  7 


Rio  de  Janeiro 


Julho  di  1908 


SSyiil 


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FAZENDA  NOVO  HORIZONTE  -MINAS 


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Capital  Federal 


Arados  de  discos  em  acção 


^VIRIBUS  UNITIS    |^»^»^^«€ 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Fundada  em  16  de  janeiro  de  1897 

Caixa-postal,   1245  Sede:   Ruas  da  Alfandega  n.   102 

Endereço  Telegraphico,  AGRICULTURA  e  General  Camará  n.  10b 

Telephone  n.    1416  rio  »«  janriko 

DUIBOTOKIA 

Presidente  —  Dr,   Wencesláo  Alves  Leite  de  Oliveira  Bello. 

i°  Vice-presidente  —  Vago. 

2o  Vice-presidente  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel. 

3o  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

i°  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 
2o  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
3o  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 
4"  Secretario  —  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz  Júnior. 
2o  Thesoureiro  —  Carlos  Raulino. 


Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rancei. 

ApplicaçÕes  do  Álcool  e  Museu Dr.  Benedicto  Ravmundo. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá." 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto  Jacobina  e  Carlos  Raulino. 

Secretaria Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira  Júnior. 

Oollaboração 

Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vi r-se  destas  columnas  para  a  propaganlà  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  onginaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d' A  LA- 
VOURA na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

<  :<>!i<ll<-õ<  •»  <la  publicação  dos  iinnuncioa 

vezes  meia  pagina      uma  pagina 


1 2$000  20$000 

30$ooo  5o$ooo 

5o$ooo  oo$ooo 

QO$000  I 70$000 


Os   annuncios   são   pagos   adeantadamente. 

Tiragem    5.000   exemplares 


SUAIMARIO 


As  orchideas 2-5 

Exposição  preparatória  de  S.  Paulo 277 

Instituto  Internacional  de  Agricultura 281 

A  cultura  da  banana  em  Santos 283 

Cultivai  as  amoreiras 285 

Expediente 289 

Noticiário 291 

Parte  Commercial 305 

Bibliographia 315 


Anno  XII  -  N.  7 


Rio  de  Janeiro 


Julho  de  1008 


EDITORIAL 


As   orchideas 


LJBRA«Y 
NEW  YORK 
SOTA  N  (CAL 
UaRDBN. 


Ao  lado  da  agricultura,  dos  trabalhos  do  camp>,  as  orchideas  re- 
presentam o  gozo  e  o  prazer. 

Depois  de  árduos  esforços,  o  encanto  das  orchideas  minora  o 
cansaço  physico,  enlevando  a  alma  que,  extasiada,  observa  tanta  bel- 
leza  natural,  o  colorido  vivo  e  extraordinário  de  flores  que  parecem 
antes  presentes  divinos  do  que  filhas  das  florestas. 

Nos  domingos,  o  agricultor  vae  passeiar  na  selva  ;  e  sobre  os 
troncos  cascudos  da  cangerana  e  do  jequítibá  elle  observa  as  epiphytas 
tão  radiantes  de  alegria,  desabrochando  suas  vistosas  flores. 

Elias  procuram  um  pouso  tão  elevado  com  receio  da  mão  rapace 
do  homem  em  colher  de  um  golpe  os  encantos  das  florestas. 

Pois,  si  os  madeiros  consentem  a  moradia  sobre  sua  carne,  teem 
a  compensação  do  aformoseamento  de  suas  superfícies  por  plantas 
elegantes,  aromáticas  e  de  um  esplendor  divino.  Tão  mimosas,  todos 
os  vegetaes  tratam-nas  com  carinho  e  desvelo,  ellas  que  representam 
o  bello  e  o  extraordinário. 

Do  mesmo  modo  que  a  sociedade  distingue  as  gentis  senhoritas,  a 
floresta  acaricia  a  orchidea  que  é  o  seu  genuíno  reino  do  amor. 

O  seu  néctar,  o  seu  perfume  inebriante  alimentam  innumeros  co- 
leopteros  e  colibris,  que  de  longe  são  attrahidos  pela  sua  fragrância. 

Os  agricultores  que  gostam  de  festas  plantam-nas  sobre  as  arvores, 
onde  ellas  vivem  satisfeitas,  sem  nenhum  trato,  somente  com  a  frescura 
da  noite  e  a  pureza  do  ar. 

Todos  os  annos  inflorescem;  e  seu  esplendor  serve  de  alimento  ao 
espirito  do  lavrador  que  se  eleva  até  o  Olympo  na  contemplação  de 
uma  natureza  brilhante. 

Em  vez  do  jogo  que  corrompe  a  alma,  é  melhor  cuidar  de  plantas 
que  nos  transmutem  virtudes,  tão  necessárias  á  pureza  de  nossos  sen- 
timentos. 

Um  homem  maligno  torna-se  o  mais  cordeiro  ao  lado  de  flores 
tão  mimosas,  como  ligadas  aos  anjos  do  céo  em  suas  bemfazejas 
intenções. 

Gomo  é  deliciosa  a  vida  do  campo,  tão  cheia  de  attractivos ! 

Junto  a  uma  natureza  pródiga  de  encantos  está  a  terra  feraz  que 
faz  brotar  com  viço  os  grãos  que  se  atiram  em  seu  seio.  Tudo  pro- 
spera, tudo  progride. 

6480  1 


soniKnvnR    nacional    nu   aoiuc.ui,tur.\ 


O  lavrador  na  rabiça  da  charrua  vae  lavrando  a  terra  e  cantaro- 
lando  alegre  e  satisfeito  comaquella  fé  na  farta  colheita. 

Não  ha  motivo  para  esse  êxodo  d.>  interior  para  as  cidades. 

\  verdadeira  felicidade  reside  no  campo,  e  possue-na  quem  faz  a 
agricultura,  que  é  o  dom  mais  precioso  que  Deus  nos  doou,  dando-nos  a 
torra  para  cultival-a. 

Quem  possuir  um  sitio  de  bom  terreno,  de  allitude  elevada,  com 
agua  abundante  e  potável;  próximo  n>>s  mercados,  clima  superior  e  um 
boa  collecçãode  orchideaa,  é  o  homem  mais  feliz  do  mundo. 

A  vida  agraria  é  aquella  que  proporciona  a  mór  messe  de  bem-estar 
e  felicidade. 

Esses  labyrinthos  infectos  das  cidades  só  promovem  desillusões 
e  revezes.  A  concurrencjfa  ê  tal  que  o  mérito,  o  trabalho  e  as  boas 
acções  são  palavras  vãs,  que  os  imbecis  e  os  incapazes  nulliflcam 
por  um  golpe  de  audácia. 

Quem  não  quizer  ter  as  orchideas  perto  de  casa  vae  aos  domingos 
ás  florestas  admirar  a  exposição  natural  de  bellas  flores,  muito  superior 
a  estes  certamensuniversaes,  em  que  o  ar  confinado  desbota  a  pureza 
virginal  de  setinosas  pétalas. 

Si  os  estrangeiros  amam  tanto  as  epiphytas,  que  mandam  agentes 
collectal-asem  paizes  longínquos,  por  que  motivo,  nós  que  as  possuímos, 
não  podemos  admiral-as  e  tel-as  bem  perto  de  nossos  olhos  para  nã, 
perdermos  o  especial  gozo  de  vel-as  e  cortejal-as  todos  os  momentos 
de  lazer? 

Habitante  de  n  >sso  clima  não  precisa  estufas  custosas  para  pro- 
tejel-as  de  invernos  rigorosos.  Em  um  cesto,  em  um  vaso,  em  um  fra 
gmento  de  madeira  roliça,  cora  um  pouco  desphagnum,  ella  cresce  e 
vive  vigorosa. 

<>s  nossos  jardins  públicos  não  possuem  uma  collecção  de  orchideas! 

Gozando  de  fama  mundial  de  paiz  das  flores,  brancas  como  o  mar. 
fim  e  de  belleza  descommunal,  o  estrangeiro  procura  em  vão  um  exem- 
plar de  parasita  e  não  encontra. 

No  eratanto  na  própria  Europa  elle  pôde  vêr  a  flora  epiphyta  do 
Brazil. 

A  Cattleya  Warneri,  considerada  a  rainha  das  florestas,  infloresce 
de  outubro  a  novembro. 

Percorrer  as  mattas  do  Espirito  Santo  nessa  época  é  o  prazer  maior 
que  se  pode  gozar,  para  quem  ama  as  flores,  porque  ha  muita  gente 
que  não  tem  este  eleva  lo  predicado  de  gostar  do  bello. 

A  Lsellia  Grandis  Tenebrosa,  outra  deidade  natural,  que  floresce 
de  novembro  a  dezembro.  Vive  nos  altos  das  montanhas,  sobre  os 
palmitos,  osipés  e  cedros.  E  muitas  vezes  sobre  a  rocha,  em  promis- 
cuidade cora  outras  plantas. 


A   LA    ÓUB  í 


A  Gattleya  Schilleriana,  a  princeza  das  selvas,  é  tõo  bella  em  seu 
conjuncto  que  nos  assombra. 

Procurada  como  uma  jóia  florestal,  é  bem  escáí  »na  vege- 

tativa. 

0  mez  de  agosto  é  o  tempo  de  sua  florescência,  que  marca  a  data 
festiva  para  os  colibris  que  se  deliciam,  osculando  o  seu  labello  de  um 
carmin  como  ardentes  lábios. 

De.  J.  R.  Moktbiko  da  Silva. 


Exposição  Preparatória  do  Estado  de  S.  Paulo 


No  dia  1  ne  maio  ultimo  inaugurou-se  ern  S.  Paulo  a  Exposição 
Preparatório  para  a  Exposição  Nacional  de  1908.  Foi  urna  bella  festa 
a  que  concorreram  todas  a-,  classes  sociaes  da  adeantada  capital  pau- 
listana. Aquelle  certamen  do  trabalho  foi  rnais  urna  prova  viva  do 
grande  adeanlamento  do  Estado  de  S.  Paulo  nos  rnais  variados  r 
da  actividade  humana.  O  dia  foi  de  triumpho  para  ;i  agricultura, 
industrias  e  bellas  artes  ;  mas  dentre  tudo  quanto  nos  prendeu  a 
attenção  destacaremos  o  que  se  refere  a  agricultura  e  industrias 
relatas. 

O  Governo  do  Estado  fez-se  representar  brilhantemente  por  varias 
repartições  dependente-  das  suas  Secretarias. 

Teve  maior  destaque  o  mostuario  apresentado  pela  Secretaria  da 
Agricultura,  Gommercio  e  Obras  Publica-. 

Foi  esta  a  que  mais  se  distinguiu,  porque  expoz  todos  os  anuaes  dos 
seus  vários  serviço,  dosquaes  se  pode  inferir  o  progressivo  desenvolvi- 
mento dos  que  são  confiados  a  cada  secção. 

Bello,  o  Mappa  Geral  da  Viação  Férrea  e  Fluvial;  importantíssimos 
os  diagrammas  relativos  a  estatística  eommercial,  isto  é,  das  importa- 
ções  e  exportações  «pelo  porto  de  Santos»  e  o  da  almmigração  p  >r 
nacionalidades  nos  anãos  de  18-it  e  19/7—  d  o  qual  se  deduzia  ■■•  predomi- 
nancia  do  elemento  italiano;  interessante  o  mappa  dos  núcleos  coloniaes 
a  ainda  sob  a  administração  do  Estado.  » 

O  Mappa  Geral  das  Culturas,  isto  é,  a  Estatística  Agrícola  do  Estado 
relativa  ao  anno  de  1901-5  e  o  diagramraa  em  saccos  referentes  á 
exportação  do  café  durante  o  anno  de  1903-7,  são  trabalhos  muito 
syntheticos  e  indispensáveis  para  conhecer  as  condições  do  paiz. 


278  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Os  quatro  Mappas  em  que  foram  delimitadas  as  respectivas  zonas 
de  producçãodo  café,  arroz,  algodão,  canna,  e  o  outro  mappa  grande, 
mostrando  a  cultura  especial  do  arroz  e  o  modo  de  o  conservar  em 
manipulos,  são  muito,  mas  muito  instructivos. 

São  curiosas  e  satisfizeram  um  sentimento  de  legitimo  orgulho  dos 
paulistanos  «as  plantas  desta  cidade,  mostrando  o  seu  desenvolvimento» 
—correspondentes  aos  seguintes  periodos  1810  —  1840—1831—1907. 

Suggestivas  são  as  photographias  da  Commissão  Geographica  de 
Exploração,  relativas  ao  novo  sertão  explorado,  e  dignos  de  toda  a 
attenção  os  mappas  geographicos  do  Estado  sem  relevo». 

Tudo  o  que  se  relacionava  com  o  importantíssimo  serviço  de  agua 
e  exgottos  alli  se  podia  estudar,  estando  traçados  em  mappas  especiaes 
as  redes  respectivas,  e  havendo  os  relativos  modelos  em  madeira, 
cimento,  barro,  gesso,  e  as  taboas  e  photographias  demonstrativas  de 
toda  a  engrenagem  technica  das  obras  correspondentes,  a  qual  pode 
ufanar-se  da  installação  do  hydrometro  do  italiano  Venturi,  a  única  do 
género  existente  no  Brasil. 

E  sobrepujando  muitas  outras  coisas,  que  nos  passaram  des- 
percebidas ou  não  recordamos,  apraz-nos  pòr  em  destaque  o  relatório 
que,  pela  mão  do  seu  director,  Sr.  .1.  N.  Belfort  Mattos,  a  Secção  me- 
teorológica publicou  sobre  o  serviço  meteorológico  e  sobre  o  clima  de 
S.  Paulo,  figurando  na  exposição  um  mappa  climatologico  do  anuo 
normal  e  quatro  mappas  meteorológicos   correspondentes  ás  quatro 


Trata-se  de  um  trabalho  scientifico  importantíssimo.  Certas  obser- 
vações contam  já  trinta  annos  seguros,  e  a  afflrmação  que  S.  Paulo 
goza  dum  clima  mais  temperado  que  outras  localidades  situadas  mais 
longe  do  Equador,  como,  por  exemplo,  na  Itália,  Syracusa  e  Palermo, 
é  bem  digna  da  mais  alta  consideração,  pois  ê  a  prova  demonstrada 
das  condições  privilegiadas  em  que  se  encontra  S.  Paulo  quanto  á  vida 
e  ás  culturas . 

O  relatório  que  citamos  é  rico  de  quadros,  minucioso  em  porme- 
nores climatológicos  dos  mêzes  mais  quentes  e  mais  frios  das  16 
estações  principaes  do  Estado  e  das  médias  normaes  de  não  menos 
de  66  estações,  que  se  vêm  espalhadas  no  território  estadual.  Os  es- 
tudiosos podem  assim  fazer  comparações  scientiflcas  e  os  homens  da 
vida  pratica  adquirir  a  prova  de  que  S.  Paulo  se  acha  em  esplendidas 
condições  climatológicas. 

Ao  lado  do  mostruário  da  Secretaria  da  Agricultura  figura  gar- 
bosamente a  do  Interior,  expondo,  entre  muitas  outras  cousas,  varias 
culturas  bactericas,  bem  como  grandes  collecções  de  preparados 
anatomo-pathologicos  de  doenças  referentes  a  vários  animaes  e  insectos 
transmissores  de  moléstia. 


Vêm  em  seguida  os  opúsculos  expostos  de  vários  trabalhos  scienti- 
ficos  executados  e  que  muitíssimo  interessam  á  classe  medica.  E  tudo 
isso  do  Instituto  Bacteriológico  do  Estado. 

O  Instituto  Serumlherapico  de  Butantah  expòz  os  soros  contra  o 
envenenamento  das  serpentes,  e  ainda  cobras  venenosas  vivas  e  mortas, 
bem  como  dentes  e  peçonhas  dessas  serpentes.  Viam-se  além  disso 
bellas  photographias   sobre  o  processo  dos  soros. 


POSTO  ZOOTECHNICO  DE  S.  PAULO 

PRODUCTO  DE  nHREFORD  S  CAUACÚ 

Finalmente,  o  Instituto  Vaccinogenico  do  Estado  apresentou  as 
photographias  do  estabelecimento  e  dos  processos  para  a  vaccinação  ou 
para  a  obtenção  do  pus  e  conservação  desses  productos  scientificos. 

A  juizo  de  prolissionaes,  este  Estado,  nesse  campo  scientiflco,  mostra 
ter  sabido  acompanhar  os  progressos  dos  tempos. 

As  exposições  em  geral  têm  justamente  o  escopo  de  pôr  em  relevo 
os  progressos  de  todos  os  serviços  públicos,  e  é  mesmo  da  historia  das 
ultimas  exposições  que  se  deprehende  como  é  cada  vez  mais  manifesta 
a  tendência  para  facilitar  o  estudo  e  generalizar  o  conhecimento  de 
quanto  nos  cerca,  de  quanto  constitue  a  nossa  vida  quotidiana  intel- 
lectual. 

Forçoso  foi  notar  uma  lacuna,  e  grande,  quanto  â  instrucção  pri- 
maria, cuja  importância  ninguém  ous  iria  discutir,  pois  que  na  exposição 
não  se  viu  organisada  uma  estatística,  que  pudesse  mostrar  o  seu  desen- 
volvimento, quando  é  sabido  que  o  Estado  de  S.  Paulo  gasta  na  in- 
strucção publica  precisamente  o  dobro  do  despendido  pelo  Districto 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Federal,  que  vem  immediatamente  depois  deste  Estado.  Esta  despesa 
representa  20  °/o  de  todo  o  orçamento,  e  disto  só  se  pôde  vangloriar 
o  Estado  do  Rio  Grande  do  Sul,  chegando  tambam  quasi  a  essa  porcen- 
tagem o  Pará. 

Iríamos  demasiadamente  longe  si  tentássemos  o  que  de  apurado  e 
grande  apresentou  a  possante  industria  paulista.  Falemos  apenas  de 
algumas  machinas  de  beneficiar  café,  pois  que  grave  lacuna  seria  delle 
não  nos  occuparmos,  como  régia  personagem  que  é. 

Comecemos  pela  machina  Amaral,  que  foi,  de  entre  as  machinas  de 
café,  a  que  maior  interesse  despertou  aos  visitantes. 

Da  uma  só  peça,  essa  machina  beneficia  por  completo  o  café,  rece- 
bendo-o  em  coco  e  entregando-o  nos  saccos  separados,  isto  em  qualquer 
numero  de  typos,  de  4  a  13. 

Lavradores  que  foram  á  exposição  admiraram  a  simplicidade  e  a 
accessibilidade  das  peças  da  machina  Amaral,  que  dá  typos  perfeitos  de 
café,  funcciona  admiravelmente  tanto  com  o  café  em  secco  como  com  o 
café  melado  e  se  desmonta  completamente  em  poucos  minutos. 

Outra  machina  que  funccionou  com  geral  satisfacção  foi  a  «Paulo 
Telles»,  que  empregou  no  seu  funccionamento  café  melado.  Com  esta 
machina,  ao  lado,  trabalhou  o  catador  Nicola,  excellente  peça,  bem 
como  a  machina  de  beneficiar  café  «Camargo  Santos». 

Ha  ainda  a  mencionar  as  machinas  do  Sr.  Dr.  Milita,  com  três 
peneiradores  automáticos  de  café  cereja,  que  attrahiram  a  curiosidade 
dos  visitantes. 

Mas  ao  mesmo  tempo  que  experimentámos  vivo  prazer  ao  admirar 
os  progressos  e  observar  a  variedade  das  industrias,  que  se  occupam 
de  manufacturar  os  productos  do  solo,  de  fabricar  o  que  é  mais  neces- 
sário ao  paiz  e  á  vida  quotidiana,  certas  grandes  industrias  fizeram- 
nos  pensar  nos  trabalhadores,  a  favor  dos  quaes  não  vimos  estudo, 
projecto  algum  para  a  instituição  de  mutualidades,  de  cooperativas  de 
consumo,  para  a  construcção  de  casas  operarias,  para  a  fundação  de 
escolas  populares  de  artes  e  offlcios,  para  a  previdência  contra  a  ve- 
lhice ea  incapacidade  physica  e  contra  os  desastres  no  trabalho,  tudo, 
em  summa,  que  se  estuda  e  se  prepara  para  a  vasta  e  útil  phalange 
dos  trabalhadores,  pois  é  sabido  que.  no  interesse  directo  das  próprias 
industrias,  de  necessidade  moral  e  material  se  tornaram  certas  provi- 
dencias e  previdências. 

Todavia  a  exposição  da  Avenida  Tiradentes  foi  um  simples  ensaio, 
ura  primeiro  arranjo  destinado  a  anteceder  e  preparar  a  outra  defini- 
tiva que  ha  de  figurar  agora  entre  nos. 

E'  de  esperar  que  o  mostruário  paulista  seja  completo  e  grandioso 
como  o  nome  de  S.  Paulo  o  requer. 


A     LAVOURA 


Instituto  Internacional  ds  Agricultura 


Na  reunião  havida  em  Roma  para  a  constituição  das  commissões 
e  varias  secções  do  Instituto  Internacional  de  Agricultura,  couberam 
ao  Brazil,  México,  Argentina  e  Chile  logares  distinctos  naquella  sábia 
instituição. 

Segundo  se  disse  por  occasião  da  reunião  dos  delegados  em  Roma, 
a  culta  Europa,  esquecendo-se  de  que  faziam  parte  da  conferencia 
agrícola  umas  longínquas  nações  de  ultra  oceano,  não  lhes  deu  logar 
nas  commissões  do  Instituto  Internacional.  O  nosso  delegado  — Dr. 
Vieira  Souto— soube  protestar  em  tempo  contra  tão  estranho  esque- 
cimento e  só  então  a  culta  Europa,  dando  pelo  seu  involuntário 
olvido,  incluiu  os  delegados  das  nações  neo-latinas  nas  commissões  do 
alto  congresso  da  agricultura  mundial. 

Ainda   bem ! 

O  que  seja  esse  Instituto  e  o  fim  que  collima  dil-o  com  exactidão 
o  ex-Ministro  da  Agricultura  do  Reino  da  Itália  — II  Onorevole  Luiggi 
Rava  —  em  seu  discurso  inaugural: 

«O  Instituto  Internacional  de  Agricultura,  poderá  ser  o  Observa- 
tório do  movimento  universal  do  pensamento  e  do  trabalho,  dedicados 
á  arte  de  cultivar  a  terra.  Elle  indicará  para  cada  Estado,  para  cada 
região,  como  previa  Virgílio  : 

«Quid  quaeque  ferat  régio,  quid  ferre  recuset». 

E  assim  poupará  aos  colonos,  aos  emigrantes,  aos  industriaes, 
as  tentativas  que,  fatalmente,  devem  transformar-se  em  dolorosos 
fracassos . 

Pesará  com  a  precisão  dos  mecânicos,  indicará  como  balança  au- 
tomática, como  sobre  um  diagramma  preparado  por  determinações 
scientificas,  a  quantidade  da  producçãoedo  consumo,  o  numero  dos 
trabalhadores  e  dos  desoccupados,  a  zona  de  esterilidade  e  da  carestia, 
e  da  uberdade  e  da  abundância,  e,  depois  de  ter  rapidamente  ava- 
liado a  força  deste  poderoso  organismo,  encontrará  e  enunciará,  como 
boa  nova,  a  lei  do  equilíbrio. 

Fará  penetrar  na  consciência  dos  povos  o  principio  de  que  é 
crime  social  não  impedir  o  contagio  das  moléstias  que  atacam  a 
terra,  os  animaes  e  as  plantas. 

O  Instituto  exercerá  a  missão  de  estudar,  investigar  e  denunciar, 
no  intuito  de  as  reprimir,  as  falsificações  que,  offerecendo  nos  mer- 
cados matérias  primas,  se  esforçam  por  impedir  que  a  agricultura  colha 


2S2  SOCIEDADE   NACIONAL  ^DE  AGRICULTURA 

a  recompensa  e  o  pão  conquistados  com  o  trabalho  honesto,  e,  de 
tal  moio,  concorram  para  a  destruição  da  lei  moral  e  para  a  per- 
turbação da  pacifica  e  ordenada  evolução  social. 

Tornando  mais  certa  e  remuneradora  a  recompensa  de  todo  aquelle 
que  peça  á  justiça  da  terra  o  premio  da  applicação  e  do  trabalho ; 
unindo  os  fracos;  ensinando  a  distribuir  os  riscos  sobre  mais  larga 
base  de  acção,  poderá,  se  não  eliminar,  pelo  menos,  tornar  mais 
suave  a  antithese  entre  as  forças  que  geram  a  riqueza  agrícola.  E, 
de  tal  modo,  conseguirá,  talvez,  encontrar  o  principio,  a  lei,  a  for- 
mula de    amor  e  das  mais  altas  e  fecundas  harmonias  sociaes. 

O  Instituto  não  terá  e  nem  deseja  ter  ás  suas  ordens  a  espada  da 
coerção.  EUe  dará  livremente  noticias,  conselhos  e  cifras  estatísticas 
e,  com  serenidade  scientifica,  indicará  leis  e  reformas  úteis  aos  homens 
e  aos  governos  de  boa  vontade.  Será,  portanto,  a  sede  natural  dos 
convénios  e  dos  accôrdos  entre  os  Estados,  captando  a  confiança,  á 
proporção  que  as  idéas  conquistarem  terreno  sobre  a  opinião  publica. 

Uma  das  consequências  mais  generosas  desta  acção  estatística, 
jurídica,  económica,  será  o  conhecimento  mais  rápido  e  preciso  das 
varias  aptidões  dos  povos.  Do  estudo  das  differenças  e  das  tendên- 
cias de  integração  gerar-se-ha  o  respeito  reciproco  e  deste  será  fácil, 
então,    a  passagem  a  communitas  gentium». 

Já  antes  do  Ministro  Rava,  o  culto  e  intelligente  monarcha,  que 
é  Vittorio  Emanuel  III,  dissera  em  uma  corta  memorável  ao  Presidente 
do  Conselho  de  Ministros  da  Itália,  o  honrado  Giolitti: 

«Caro  Presidente  —  Um  cidadão  dos  Estados  Unidos  da  America,  o 
Sr.  David  Lubin,  expoz-me,  com  aquelle  calor  próprio  das  sinceras 
convicções,  uma  idéa  que  me  parece  acertada  e  boa,  pelo  que  a  re- 
commendo  á  attenção  do  meu  Governo.  As  classes  agrícolas,  geral- 
mente as  mais  numerosas  e  que  têm  por  toda  a  parte  uma  grande 
influencia  sobre  a  sorte  das  Nações,  não  podem,  vivendo  desunidas, 
prover  sufflcientemente,  nem  melhorar  e  distribuir,  segundo  as  razões 
do  consumo,  ás  differentes  culturas,  nem  tutelar  os  próprios  interesses 
sobre  o  mercado,  que,  para  a  maioria  dos  productos  da  terra,  se  vae 
tornando,  cada  vez  mais,  mundial. 

De  notável  utilidade  poderia  ser  um  Instituto  Internacional,  que, 
extranho  a  qualquer  fim  politico,  se  propuzesse  a  estudar  as  condições 
da  Agricultura  nos  vários  paizes  do  mundo,  assignalando,  periodica- 
mente, a  quantidade  e  qualidade  das  colheitas,  de  modo  que  se  facili- 
tasse, assim,  a  producção,  ficando  menos  despendioso  e  mais  expedito 
o  seu  commercio,  e  conseguindo-se  uma  determinação  de  preços  mais 
conveniente . 

Este  Instituto,  procedendo  de  concerto  com  as  repartições  nacionaes 
já  creadas  para  tal  fim,  forneceria  também  noticias  precisas  sobre  as 


A  LAVOURA  28  1 

condições  da  mão  do  obra  agrícola  nos  differentes  logares,  de  modo 
que  os  emigrantes  tivessem,  sobra  íssj,  uma  guia  segura  e  útil ;  pro- 
moveria accòrdos  para  a  defeza  commum  contra  as  moléstias  das 
plantas  e  dos  animaes,  para  o  que  seria  menos  efficaz  a  defeza  parcial; 
exerceria,  finalmente,  uma  acção  oppor tuna  sobre  o  desenvolvimento 
da  cooperação  rural,  sobre  o  seguro  e  o  credito  agrários. 

De  um  tal  Instituto,  órgão  de  solidariedade  entre  todos  os  agri- 
cultores e,  por  isso  mesmo,  elemento  poderoso  de  paz,  os  benéficos 
effeitos  seguramente  se  multiplicariam.  Ser-lhe-hia  digna  sede  a  cidade 
de  Roma,  para  onde  deveriam  convergir  os  representantes  dos  Estados 
adherentes  e  os  das  mais  importantes  associações  interessadas  no  as- 
sumpto, de  modo  que  ahi  agissem  concordes  — a  autoridade  dos  Go- 
vernos e  a  livre  energia  dos  cultivadores  da  terra. 

Tenbo  fé  que  a  elevação  do  fim  fará  superar  as  difficuldades  da 
em  preza.» 

O  Instituto  Internacional  de  Agricultura,  nascido  sob  tão  boa  es- 
trella  e  apadrinhado  por  mãos  de  extremo  carinho,  é  desde  hoje  um 
facto  de  incommensuravel  alcance  para  a  agricultura  universal. 


COLLABORACÃO 


A  cultura  da  banana  em  Santos 

De  todas  as  plantas  introduzidas  pelos  portuguezes  em  nosso  paiz 
a  que  mais  se  adaptou  ao  clima  e  terras  do  município  de  Santos  foi 
incontestavelmente  a  bananeira.  E'  verdade  que  em  todos  os  antigos  sí- 
tios que  formaram  a  nossa  prospera  lavoura  até  meiados  do  século 
passado,  encontram-ss  vestígios  de  cultura  de  café,  mandioca,  canna 
e  sabe-se  que  o  arroz  produziu  extraordinariamente,  notando-se  no 
sitio  «Coqueirinho»  restos  de  importante  cultura  de  chá  ;  mas  a  bana- 
neira radicou-se  de  tal  forma  ao  nosso  solo,  que  as  espécies  denominadas 
«branca»  o  «prata»  se  encontram  produzindo  bem  em  capoeirões. 

Verificada  essa  prodigiosa  adaptação  e  sendo  a  banana  uma  fructa 
deliciosa  e  muito  alimentícia,  os  nossos  mercados  sempre  tiveram  re- 

0480  2 


28i  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

guiar  procura  para  esse  produclo  e  mesmo  depois  que  a  nossa  lavoura 
desappareceu  completamente  pelo  extraordinário  desenvolvimento  com- 
mercial  do  porto  de  Santos,  que  absorveu  todos  os  braços  empregados 
na  lavoura,  pagando  salários  incompatíveis  com  qualquer  espécie  de 
cultura,  algumas  famílias  viviam  e  vivem  explorando  a  industria  do 
fabrico  de  doce  de  banana,  producto  obtido  com  a  banana  «branca»  e  a 
«prata»  e  muito  apreciado  na  Europa. 

Ha  20  annos  mais  ou  menos  um  negociante  emprehendedor  que 
tinha  relações  commerciaes  com  as  praças  de  Montevideo  e  Buenos 
Aires,  começou  a  remetter  pequenas  partidas  de  bananas  para  esses 
mercados.  Joaquim  de  Andrade,  vulgo  Joaquim  do  Branco,  viu  em 
pouco  tempo  a  sua  tentativa  prosperar  e  então  começou  a  aconsel bai- 
os moradores  do  Cubatão  a  empregarem  sua  actividade  nessa  cultura. 
Dentro  de  10  annos  a  lavoura  de  banana  começou  aaugmentar  regu- 
larmente e  o  consumo  era  sempre  superior,  de  forma  que  o  preço  de 
dúzia  de  cachos  de  banana  que  era  em  1885,  de  1$500  a  2$,  passou  a 
ser  de  30$  a  35$,  e  a  producção,  que  era  insignificante  em  1885,  foi 
em  1895  de  cerca  de  100  mil  cachos. 

Convém  notar  que  a  exportação  para  os  mercados  do  Prata  desap- 
pareceu completamente  com  o  augmento  da  população  da  capital  de 
S.  Paulo,  notadamente  dns operários  italianos,  que  fizeram  da  banana 
a  base  de  sua  alimentação,  especialmente  para  o  repasto  da  manhã,  no 
próprio  logar  onde  trabalham. 

Nestes  últimos  cinco  annos,  com  a  paralisação  da  corrente  irami- 
gratoria  de  origem  italiana,  o  consumo  ena  S.  Paulo  diminuiu  de  cerca 
de  um  milhão  de  cachos,  para  seiscentos,  approximadamente. 

As  culturas  novas,  quasi  todas  de  bananeira  anã,  tinham  tomado 
um  desenvolvimento  extraordinário  e  era,  portanto,  preciso  encaminhar 
a  producção  novamente  para  Buenos  Aires  e  Montevideo,  que  se  abas- 
teciam de  bananas  em  Santa  Catharina,  Paranaguá  e  Rio  de  Janeiro. 
Facílimo  foi  reencetar  o  commercio  de  bananas  comesses  mercados  e 
os  nossos  enormes  cachos  de  banana  anã  foram  acolhidos  com  verda- 
deiro enthusiasmo,  de  forma  que  a  exportação  no  anno  passado  attingiu 
ao  valor  official  de  470: 930$,  mas  realmente  foram  exportados  801.600 
cachos  no  valor  de  1.122:240$000. 

Si  o  Governo  Federal  interviesse  junto  ás  Docas  de  Santos  de  forma 
a  serem  diminuídas  as  despezas  de  capatazias,  transporte  dos  vagões 
do  pateo  da  Ingleza  para  o  cães,  atracação  dos  vapores  das  casas  de  Buenos 
Aires,  que  vêm  exclusivamente  carregar  bananas,  a  exportação  seria 
ainda  maior. 


A   LAVOURA  285 

O  preço  da  frncta  que  com  o  declínio  da  im migração  italiana  baixou 
a  5$  a  dúzia  de  cachos,  com  o  incremento  de  exportação  subiu  imme- 
diatamente,  tendo  estes  últimos  três  annos  oscillado  entre  10$  e  15$0(X>, 
preço  bastante  remunerador. 

Dissemos  que  as  culturas  novas  eram  em  grande  numero  e  para 
demonstrar  essa  asserção  basta  constatar  que  actualmente  existem  no 
município  de  Santos  mais  de  dois  milhões  de  touceiras  de  banana 
anãe  que  a  producção  neste  annodeveattingir  a  mais  de  dois  milhões 
de  cachos,  devendo  ser  o  duplo  nestas  dois  annos . 

Parece  que  uma  cultura  dessa  natureza  deve  ser  olhada  com  attenção 
pelos  Governos  Federal  eEstadoal,  porque  o  seu  maior  desenvolvimento 
está  dependente,  exclusivamente,  da  facilidade  e  baratesa  de  transporte. 

Cubatão,  26  de  julho  de  1(J08. 

António  AuoUjTo  Bastos. 


Cultivai  as  amoreiras  I 


O  MELHOR  CONSELHO   PARA   FAVORECER  A  SERICICULTURA  NO    BRAZIL 

Todos  aquelles  que  no  nosso  paiz  têm  escripto  algumas  palavras 
sobre  a  sericicultura,  são  quasi  accordes  em  afflrmar  que,  se  existe 
uma  producção  capaz  de  auxiliar  os  nossos  esforços  no  intuito  de 
garantir  a  prosperidade  do  Brazil,  esta  é  sem  duvida  alguma  a  da 
seda. 

Foram  até  creadas  leis  federaes  ( decreto  n.  6519,  de  13  de  junho 
de  1907),  e  estadoaes  ( lei  n.  733,  de  26  de  outubro  de  1902,  do  Es- 
tada de  Minas');  para  conceder  prémios  de  animação  aos  sericicultores. 
Foram  creadas  escolas  de  sericicultura  ( Escola  de  sericicultura  de  AgUa 
Branca,  subsidiada  pelo  conde  Asdrúbal  do  Nascimento,  vice-prefeito 
de  S.  Paulo),  e  colónias  quasi  exclusivamente  dedicadas  ao  desen. 
volvimento  da  sericicultura  (colónia  Rodrigo  Silva,  em  Barbacena— 
Minas  ).  Apezar  disso  as  estatísticas  aflirmam  que  não  existe  producção 
sericicola  no  Brazil. 

E  não  obstante,  a  criação  dos  bichos  da  seda  é  fácil,  não  requer 
esforço  algum,  a  ponto  que  delia  se  podem  occupar  mulheres  e  crian- 
ças, e  é  uma   das  industrias   subsidiarias  por   excellencia,    capaz   de 


286  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

estabelecimento  subsidiado  pelo  governo,  que  tenha  chamado  a  si  o 
auxiliar  05  pequenos  lavradores,  fornecendo-lhes  uma  renda  liquida 
sufficiente  para  tentarem  futuras  emprezas  mais  importantes. 

Também  foram  numerosas  as  tentativas  que  se  fizeram  para 
vulgarizar  a  industria  do  bicho  da  seda;  nenhuma  delias  conseguiu, 
porém,  um  resultado  definitivo,  nem  como  empreza  individual,  nem 
como  exemplo  para  os  outros . 

A  única  causado  pouco  incremento  que  tem  tido  entre  nós  a  seri- 
cicultura, deve  ser  attribuida  principalmente  e  quasi  exclusivamente  á 
falta  de  amoreiras. 

Nem  se  diga  que  entre  nós  a  amoreira  é  de  difficil  cultivo. 

A  amoreira  branca  (Morus  alba  Lin.)  cresce  e  desenvolve-se 
no  Brazil  com  maior  facilidade  do  que  em  qualquer  outra  parte  do 
velho  continente,  onde  necessita  de  grande  cuidado;  aqui  a  sua 
plantação  é  facílima  e  é  sufflciente  pôr  na  terra  um  simples  galho  ! 

Qualquer  terreno  serve  no  Brazil  para  a  cultura  da  amoreira 
branca. 

Todos  concordam  em  constatar  que  a  diffusão  da  sericicultura  deve 
ser  consequente  á  diffusão  da  amoreira  e  este  thema  é  tão  importante, 
que  na  Europa  julgou-se  necessário  crear  uma  sciencia  que  se  deno- 
mina na  Itália  gelsicolúura,  e  que,  salvo  melhor  opinião,  se  poderia 
chamar  em  portuguez  moreaciculturçt .  Mas  os  esforços  tendentes  a 
diffundir  o  cultivo  da  amoreira  têm  sido  quasi  sempre  inúteis. 

O  cultivo  da  amoreira  no  Districto  Federal  é  pouco  ou  nenhum,  não 
obstante  a  activa  propaganda  do  Sr.  António  A.  Pereira  da  Fonseca,  que 
fornece,  gratuitamente,  mudas  de  amoreira  a  quem  as  deseja. 

No  Estado  de  S.  Paulo  foram  compiladas  estatísticas  para  o  anno 
agrícola  de  1904  -  1905,  nas  quaes  foram  também  enumeradas  as 
plantas  de  amoreiras  existentes  nos  differentes  municípios  do  Estado. 

Bem  poucas  são  ellas  ! 

Que  se  deverá  dizer  quando  num  território,  como  o  do  muni- 
cípio do  Amparo,  cuja  extensão  é  de  23 .453,25  alqueires,  existem  apenas 
25  pés  de  amoreira  ?  E  20  pós  no  município  de  Piracicaba,  que  é  de 
45.000  alqueires. 

E'  necessário  que  os  poderes  públicos  attendam  de  preferencia  á 
diffusão  da  cultura  da  amoreira,  em  vez  da  sericicultura.  E  os  auxílios 
devem  ser  dados  antes  aquelies  que  plantam  amoreiras,  do  que  aos  que 
criam  bichos  de  seda. 

Excluindo  a  colónia  de  Barbacena,  já  mencionada,  não  existem, 
que  se  saiba,  institutos  agrícolas  ou  agronómicos,  ou  hortos  ou  outro 


A    LAVOURA 


encargo  de  distribuir  aos  milhares  ou  aos  centos  de  milhares  as 
mudas  de  amoreira,  apezar  de  todos  esíes  estabelecimentos  poderem 
estar  ou  estarem  realmente  em  condições  de  o  fazer. 

Somente  quando  todos  os  Estados  tiverem  sido  invadidos  pela 
amoreira,  então  é  que  os  fazendeiros  cuidarão  de  utilizar  a  folha  da 
amoreira,  dirigindo-se  espontaneamente  aos  respectivos  governos  e  até 
mesmo  á  industria  particular,  para  adquirirem  sementes  seleccionadas 
de  bichos  da  seda  para  criar  o  bombix  e  vender  os  casulos . 

Existem  actualmente  no  Brazil  muitas  tecelagens  de  seda;  rece- 
bem ellas  os  fios  da  Itália  ou  da  França,  exportando  capitães  locaes. 

Estes  industriaes  teriam  maiores  vantagens  fornecendo-se  aqui 
mesmo,  e  poderiam  assim  obter  os  typos  especiaes  de  fios  de  que 
necessitam  para  as  differentes  teceduras. 

Esses  mesmos  particulares,  como  o  conde  Asdrúbal  do  Nascimento, 
que  fundou  no  Estado  de  S.  Paulo  uma  pequena  factor y  para  a 
criação,  do  bicho  da  seda,  com  relativa  plantação  de  5.000  pés  de  amo- 
reira, que  está  actualmente  em  pleno  desenvolvimento,  poderiam  offe- 
recer-se  para  comprar  os  casulos  produzidos  por  centena  de  pequenos 
fazendeiros  ou  criadores  de  bichos  da  seda  em  todos  os  municípios  do 
mesmo  Estado  e  nos  dos  Estados  limitrophes  e  tomariam  até  a  reso- 
lução de  distribuírem  elles  próprios  e  gratuitamente  a  semente  seleccio- 
nada de  boas  raças  de  sirgos .  E  assim  procederiam,  porque  a  grande 
producção  e  a  relativa  colheita  de  casulos  lhes  permittiriam  a  instal- 
lação  e  manutenção  de  mecanismo  de  fiação  que  os  habilitaria  a  for- 
necer a  matéria  prima  ás  tecelagens  locaes. 

Tudo  isto,  porém,  só  se  poderá  realizar  quando  no  Brazil  a  amo* 
reira  tiver  a  diffusão  que  actualmente  não  tem. 

Vejamos  como  procedeu  a  China,  que  é  a  pátria  do  sirgo. 

Entre  aquelles  povos  de  raça  amarella,  tanto  hoje  como  nos 
tempos  mais  remotos,  a  attençâo  dos  governos  esteve  sempre  voltada 
para  a  diffusão  do  cultivo  da  amoreira,  de  preferencia  á  da  criação  do 
bicho  da  seda,  e  isto  simplesmente  pelo  facto  que  a  propaganda  de 
um  envolve  a  da  outra. 

Remonta  ao  tempo  de  Tchin-in,  governador  do  districto  de  Kien-ti, 
algumas  centenas  de  annos  antes  da  nossa  éra,  o  primeiro  edito,  que 
visava  favorecer  a  industria  da  seda,  como  sendo  a  que  deveria  enri- 
quecer o  paiz,  pois  que  as  colheitas  estavam  sujeitas  a  serem  destruídas 
pelas  enchentes  dos  rios  ;  pois  bem,  elle  impunha  por  lei,  que  «cada 
homem  do  povo  devesse  plantar,  mesmo  por  pequeno  que  fosse  o  seu 
pedaço  de  terra,  quinse  amoreiras  !! » 


28S  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

O  procedimento  deste  sábio  governador  foi  sempre  imitado  pelos 
seus  successores . 

Ainda  mais:  o  imperador  da  dynastia  dos  Wei  deu  a  cada 
homem  apto  para  o  trabalho  vinte  geiras  de  terras,  com  a  única 
condição  de  plantar  nellas  cincoenta  pés  de  amoreira. 

Assim,  também,  um  outro  sábio  imperador,  Hien-Tsong,  que  é 
o  mais  recente,  —  e  que  apezar  disso  subiu  ao  throno  na  dynastia  dos 
Thong,  no  anno  de  806 !  — ordenou  que  todos  o?  habitantes  dos  campos 
plantassem  dois  pés  de  amoreira  em  cada  geira  de  terra  que  possuíssem 
accrescentando  que,  se  entre  a  população  de  lavradores  se  encontrassem 
homens  que  amainhassem  terras  incultas  para  plantar  nellas  grandes 
quantidades  de  amoreiras,  não  se  devia  exigir  desses  súbditos  do  celeste 
império  nenhum  pagamento  de  imposto  ! 

Todos  sabem  que  a  primeira  criadora  de  bichos  da  seda  é  a 
imperatriz  ;  é  menos  conhecido  talvez  o  facto  de  ser  o  próprio  Es- 
tado, quem  com  especial  cerimonia  planta  as  amoreiras  que  deverão 
servir  exclusivamente  para  a  pessoa  da  imperatriz,  a  qual  attende  com 
escrupuloso  cuidado  á  criação  dos  sirgos. 

Assim  se  diffunde  o  exemplo  e  até  as  raparigas  mais  pobres  dedi- 
cam-se  em  casa  á  criação  do  bicho  da  seda,  «  indo  todas  as  manhãs  com 
o  elegante  cesto,  por  caminhos  distantes,  colher  as  folhas  da  amo-* 
rei ra,  com  as  quaes  alimentarão  os  pequenos  lagartos». 


A  ode  popular  que  está  muito  diffundida  na  China,  tem  este  titulo: 
«  Respeitai  as  amoreiras  !  » 

Nós,  aqui  no  Brazil,  ainda  não  podemos  imitar  esse  grito  sabia- 
mente patriótico,  que  admitte  vastas  e  diffusas  plantações  de  amoreiras: 
devemos  substituil-o  com  o  que  serve  de  titulo  a  estas  poucas  linhas 
sem  pretençâo:  Cultivai  as  amoreiras  ! 

Concluiremos  com  as  judiciosas  palavras  do  Dr.  Climaco  Bar- 
bosa, com  as  quaes  também  elle  concluiu  um  seu  resumido  trabalho 
sobre  a  sericicultura,  apresentado  no  primeiro  Congresso  Nacional  de 
Agricultura,  no  Rio  de  Janeiro:  «Um  alqueire  de  terreno  comporta 
uma  plantação  de  1 .000  pés  de  amoreira,  os  quaes  ficando  distanciados 
entre  si  quatro  metros  em  todas  as  direcções,  ainda  permittem  a  seu 
lado  quaesquer  culturas  intercalares,  de  onde  vê-se  que  o  amoreiral  não 
demanda  de  um  terreno  especialmente  dedicado  a  si.  Pôde  esta  plan- 


A    LAVOURA 


tacão  fazer-se  como  ensombramento  de  caminhos,  divisões  de  áreas 
para  outras  culturas,  e  até  para  embellezamenlo  de  ruas,  quando  os 
nossos  edis  assim  o  entenderem  — 

Por  semente,  galho  ou  alporca  aérea,  ou  subterrânea,  faz-se  esta 
cultura,  que  muito  daria  se  fosse  substituir  os  velhos  e  improductivos 
cafezaes. 

A  divulgação  deste  plantio  seria  de  grandes  vantagens  para  este 
paiz  ;  a  sua  animação  por  todos  os  modos  é  obrigação  que  compete  aos 
poderes  públicos  e  que  a  ella  não  se  devem  furtar,  pois  lhes  resulta 
dahi  uma  fonte  de  renda. 

Plantem  todos  os  que  têm  terreno,  porque  mesmo  sem  cuidados, 
dentro  de  três  annos,  estaremos  preparados  para  a  criação  deste  sirgo, 
que  por  sua  vez  estatuirá  entre  nós  as  diversas  industrias  que  delle 
podem  emanar». 


S.  Paulo. 
(D'0  Pois.) 


IRBIET  LINI. 


EXPEDIENTE 


Secretaria 

Correspondência 

Expedida: 

Cartas 550 

Telegrammas 619 

Offieios 17 

«A  Lavoura» 4.950 

Registrados 137 

Publicações  sobre  gafanhotos 669 

Recebida: 

Offieios 60 

Cartas 210 

Pedidos 140 

Telegrammas 94 

Circulares 3 

Memorandos 11 

Prospecto 1 


SOCiKIi.WiK     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Foruecumento  tle  a,i-a,iiie 

No  corrente  mez  foram  despachados  46  polidos  de  sócios,  solicitando  arame 
na  extensão  de  467.89)  metros,  tendo  importado  em  16:102$500. 

Essa  mesma  quantidade  de  arame  adquirido  no  mercado  teria  custado 
19:720$000,   o  que  determinou  para  os  Srs.  sócios  uma  economia  do  3:617$500. 


Secção  de  plantas  e  sementes 


DISTRIBUIÇÃO    DE    PLANTAS   E   SEMENTES  FEITA    PELA    S  KTEDADE   NACIONAL  DE   AGRI- 
CULTURA  DURANTH   O   1°  SEMESTRE     DE     1908 


ESPÉCIE 

1  NIDADES 

PKSO 

VOLCME3 

1.974 

1.166^,000 

1.900", 500 
719", 200 
50 3", 200 
530t,400 
16", 000 

3.647*,970 
166", 120 

1. 430" ,400 
358", 356 

Arroz  da  Carolina 

Milhos 

438 

Outros  ccreaes  e  leguminosas •     .     .     . 

293 
16 

144 

512 

Sementes  diversas 

959 

1.974 

10.447", 146 

5.530 

Foram  recebidos  1.010  pedidos  de  plantas  e  sementes. 
Foram  satisfeitos  1.095  pedidos  de  plantas  e  sementes. 


Secção  Technica 

Relatório  <lo  r>i".  Q.  Lix-Ivlett  —  A  imprensa  platina  oocupa-se 
sempre  cora  elogiosas  referencias  dos  informes  enviados  ao  Governo  Argentino 
pelo  nosso  illustrado  consócio,  Dr.  C.  Lix-Klett,  cônsul  geral  da  visinha  Republica 
no  Rio  de  Janeiro. 

Temos  sobre  a  mesa  a  Revista  de  la  Union  Industrial  Uruguaya,  cuj  \  paginado 
honra  se  illustra  com  um  bem  lançado  artigo  sobre  esse  nosso  amigo   e  consócio. 

Os  trabalhos  sabidos  da  luminosa  penna  do  Dr.  Lix-Klett  merecem  meditada 
loitura,  pois,  além  da  segurança  com  que  os  relige,  o  autor  iaspira-se  invariavel- 
mente em  sentimentos  bons,  visando  increme.itar  e  robustecer  a  obra  altamente 
benemérita  dx  paz  e  harmonia  entre  as  jovens  nações  do  nosso  continente. 

Os  publicistas  dessa  bna  escjla,  sim,  é  qua  são  bons  patriotas  ;  são  patriotas 
beneméritos,  não  só  da  nação  feliz  que  se  honra  do  os  possuir,  siaão  de  todo  um 
vasto  e  ubérrimo  continente,  que  só  da  paz  e  concórdia  esDera  a  mais.  esplendorosa 
e  incalculável  grandeza. 

E'  assim  que  soube  ser  patriota  o  iramortal  Bartholomeu  Mitra ;  é  assim 
também  que  o  sabem  ser  o  general  Júlio  Argentino  Roca,  Elihu  Root  e  Rio  Branco. 

O  nosso  digno  consócio,  Dr.  Lix-Klett,  embora  em  esphera  mais  modesta,  é  um 
incansável  obreiro  dessa  obra  boa  e  grande,  que  é—  A  Confrctemidade  Americana. 


NOTICIÁRIO 


Banco  Ç!entx*al  Agrícola  —  Damos  a  seguir  o  regulamento  appro- 
vado  pelo  governo,  para  execução  da  lei  n.  1782,  de  28  de  novembro  de  1907,  pela 
qual  foi  o  mosmo  autorizado  a  promover  a  fundação  de  um  Banco  Central  Agrícola : 

TITULO  I 

DENOMINAÇÃO,  PRASO  E  SEDE 

Art.  l.°  O  Banco  de  que  trata  a  lei  n.  1782,  de  23  de  novembro  de  1907,  func- 
cionará  sob  denominação  de  Banjo  Central  Agrícola  do  Brasil. 

Art.  2.°  O  praso  de  sua  duração  será  de  30  annos,  contados  da  data  do  doe  eto 
que  definitivamente  approvar  os  estatutos. 

Art.  3.°  A  sede  social  será  estabelecida  na  cidade  do  Rio  de  Janeiro. 

TITULO  11 

CAPITAL 

Art.  4.°  O  capital  do  Banco  será  de  30.000*000$  (trinta  mil  contos),  dividido 
em  150.000  acções  de  duzentos  mil  réis  cada  uma.  Desse  capital  o  governo,  se  assim 
julgar  conveniente,  subscreverá  uma  parte. 

6480  3 


292  SOCIEDADE    NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

Art.  5.°  A  importância  das  acções  será  realizada  ora  prestações  de  10  porcento 
do  seu  valor  nominal,  com  o  iutervallo  nunca  menor  de  30  dias,  precedendo  sempre 
annuncios  com  antecipação  de  Iõ  dias,  publicados  nos  jornaes  da  maior  circulação, 
com  excepção  da  primeira  prestação,  que  será  da  20  por  cento  no  acto  da  subscri- 
pção. 

Art.  6."  As  acções  são  transferíveis  desie  quo  tenham  realizado  20  por  cento 
de  seu  valor.  A  transferencia  se  fará  no  livro  competente  e  por  termo  assignado 
pelo  cedente  e  cessionário,  ou  procuradores  cora  poderes  especiaes  para  o  acto. 

Art.  T.°  Os  accionistas  que  não  efectuarem  o  pagamento  na  época  fixada  pela 
administração  ficarão  sujeitos  ás  penas  cominadas  pela  lei  das  sociedades  ano- 
nyraas. 

■  §  1.°  Exceptuam-se  os  casos  em  que  occorrerem  circumstancias  extraordinárias 
devidamente  justificadas  peranta  a  directoria,  dentro  de  30  dias  contados  do  ultimo 
annuncio  para  realização  de  qualquer  prestação,  sujeitando-se  neste  caso  o  accio- 
nista á  multa  de  50  por  cento  sobre  o  valor  da  entrada  em  mora. 

§  2.°  As  acções  cahidas  em  comisso  serão  reemittidas. 

§  3.°  O  producto  das  multas  e  ágio  das  acções  reemittidas  serão  levadas  ao 
fundo  de  reserva. 

Art.  8o  As  acções  serão  indivisiveis  com  relação  ao  Banco,  que  não  reconhecerá 
mais  de  um  proprietário  para  cada  acção. 


OPERAÇÕES 

Art.  9."  As  operações  do  Banco  serão  limitadas. 

§  1.°  A  adquirir  as  letras  hyp othecarias  dos  bancos  estadoaes  emittidas  depois, 
da  constituição  do  Banco  Central,  pela  cotação  da  praça  e  em  moeda  corrente,  veri- 
ficadas preliminarmente  as  condições  do  credito  e  solvabilidade  do  banco  emissor: 
-  Io,  as  letras  hypotheearias  dos  bancos  estadoaes  deverão  gozar  da  garantia 
de  juros  de  7  por  cento  por  parto  dos  respectivos  Estados  ; 

2o,  para  que  obtenham  os  favores  deste  paragrapho  os  bancos  estadoaes 
se  sujeitarão  á  fiscalização  permanente  do  Banco  Central,  occorrendo  ás  respe- 
ctivas despezas,  assim  como  publicarão  mensalmente  os  seus  balancetes  no  Diário 
Official. 

§  2."  A  descontar  os  papeis  de  credito  emittidos  pelos  bancos  estadoaes  ou  pelas 
cooperativas  de  credito  agrícola  de  responsabilidade  illimitada  com  garantia  da- 
quelles  bancos  e  provenientes  das  seguintes  operações  : 

a)  empréstimos  sobre  penhor  agrícola,  por  prazo  nunca>xcedente  a  um  anno  ; 

b)  desconto  de  letras  de  terra  à  ord^m  com  o  prazo  máximo  de  um  anno,  ga- 
rantidas por  duas  firmas  solvaveis.  sendo  uma  de  lavrador  ou  industrial,  além  da 
responsabilidade  solidaria  do  banco  estadoal  ; 

c)  desconto  de  loarrants,  letras  e  bilhetes  de  mercadorias,  emittidas  de  accordo 
com  a  legislação  em  vigor. 

§  3.°  A  empréstimos  por  meio  de  contas  correntes  ou  por  letras  a  prazo  infe- 
rior a  dous  annos  aos  syndicatos  e  cooperativas  de  credito  agrícola  de  responsabi- 
lidade illimitada. 


A  LAVOURA 


§  4.°  A  comprar  letras  hypotheearias  ou  outros  títulos,  por  conta  de  terceiros, 
mediante  commissão. 

§  5;°  A  receber  depósitos  em  conta  corrente  de  movimento  ou  letras  a  prazo, 
operando,  neste  caso,  cjnio  banco  de  depósitos  e  descontos. 

§  6."  A  receber  em  deposito  quaesquer  valores,  percebendo  uma  commissão  ra- 
zoável. 

•  Art.  10.  O  Banco,  sempre  que  julgar  conveniente,  poderá  realizar  directamente 
as  operações  do  que  trata  o  artigo  antecedente.  Será,  entretanto,  obrigado  para 
este  fim  a  manter  agencias  próprias  em  todos  os  Estados  onde  não  houver  bancos 
garantidos,  excepção  feita  do  Estado  do  Rio  do  Janeiro. 

Art.  11.  O  Banco  poderá  receber  pequenos  depósitos  em  conta  corrente,  abo- 
nando juro  superior  á  taxa  fixada  ás  contas  correntes  communs. 

•  §  1.°  Os  depósitos  desta  nataroza  e  sua  applicação  constituirão  objecto  de  uma 
secção  especial,  com  contabilidade  dissiucta,  inteiramente  independente  das  outras 
operações  bancarias. 

■  §  ã.°  O  Banco  eraittirá  uma  caderneta  especial  para  esse  fim,  denominada  — 
popular,  —  onde  serão  notadas  as  entradas  e  retiradas  do  capital. 

§  3."  Na  caderneta  serão  exaradas  as  condições  de  abertura  e  encerramento  da 
conta,  máximo  para  cada  deposito,  prazo  para  as  retiradas  e  épocas  de  capitali- 
zação de  juros. 

§4.°  As  quantias  assim  recebidas  serão  applicadas  na  aompra  de  títulos  da  di- 
vida publica  federal,  estadoal  e  do  Districto  Federal,  letras  hypothecarias  do  pró- 
prio banco  e  no  desconto  de  effeitos  commerciaes  de  primeira  ordem,  letras  aceitas 
pelas  cooperativas  de  responsabilidade  illimitada,  com  a  garantia  solidaria  do  banco 
local,  warranls,  letras  e  bilhetes  de  mercadorias  a  prazo  não  excedente  de  90  dias. 

Art.  12.  As  importâncias  recolhidas  pelo  Thesouro,  dos  saldos  das  caixas  eco- 
nómicas, até  30.000:000$  (trinta  mil  contos)  vencerão  os  juros  annuaes  de  2  por 
centro,  pagos  semestralmente. 


LETRAS     HYPOTHECARIAS 

Art.  13.  O  Banco  emittirá,  nos  termos  da  lei  n.  1782,  de  28  de  novembro  de 
1907,  letras  hypothecarias  do  valor  nominal  de  100$  (cem  mil  réis)  cada  uma,  ven- 
cendo juros  de  5  por  cento  annuaes,  pagos  semestralmente. 

Art.  14.  A  emissão  das  letras  hypothecarias  não  poderá  exceder  á  importância 
das  letras  hypothecarias  estadoaes  em  carteira  e  nem  o  quintuplo  do  valor  do  ca- 
pital social  effectivamente  realizado. 

Art.  15.  A  emissão  das  letras  hypothecarias  será  feita  por  séries  autorizadas 
polo  Ministro  da  Fazonia,  de  forma  a  nã)  niver  emissão  sem  prévia  autorização  do 
governo. 

Art.  16.  A's  letras  hypothecarias  eraittidas  nos  termos  dos  artigos  antece- 
dentes concederá  o  Governo  da  União  uma  garantia  de  juros  de  5  por  cento. 

Art.  17.  As  letras  hypothecarias  serão  nominativas  ou  ao  portador  e  terão  a 
numeração  de  ordem  correspondente  a  cada  série  emittida.  Serão  assignadas  pelo 
presidente  e  um  director  do  banco  e  levarão  o  sello  de  sociedade. 


294  SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

Art.  40.  Compete  ao  presidente  : 

§  1.°  Superintender  todos  os  negócios  do  Banco. 

§  2.°  Fiscalizar  a  stricta  observância  deste  regulamento  e  dos  estatutos. 

§  3.°  Convocar  a  assembléa  geral  ordinária  ou  extraordinária. 

§  4.°  Nomear  e  demittir  o  pessoal  do  Banco,  marcar-lhes  os  vencimentos  e  fi- 
anças, quando  julgar  necessárias. 

§  5.°  Apresentar  relatório  annual  ao  Ministro  da  Fazenda  e  á  assembléa  geral. 

§  6.°  Assignar  os  balanços  e  balancetes  e  toda  a  correspondência  do  Banco. 

Art.  18,  A  simples  tradição  é  sudicionte  para  transferencia  das  letras  ao  por- 
tador. As  nominativas  se  transferirão  por  endosso,  cujo  effoito  ó  apenas  o  da  cessão 
civil. 

Art.  19.  Opagamento  de  juros  das  letras  hypothocariasfar-se-ha  por  semestres 
vencidos   e  começará  nos  cinco  primeiros  dias  de  abril  o  outubro,  de  cada  anno. 

Art.  20.  O  pagamento  das  letras  hypotliecarias  se  fará,  por  meio  do  sorteio 
annual,  no  mez  de  Março  do  cada  anno. 

Art.  21.  Será  destinada  ao  resgate  das  letras  a  importância  recebida  aos  ban- 
cos estadoaes,  pelo  resgate  das  letras  sorteadas. 

Paragrapho  único.  O  Banco  fentral  verificará,  pelos  meios  convenientos,  até 
pelo  exame  dos  próprios  livros  das  bancos  estadoaes,  a  natureza  das  operações  que 
deram  logar  á  emissão  daí  letras,  assim  como  a  applicação  ao  resgate  das  quotas 
destinadas  á  amortização  e  aos  pagamentos  por  antecipações  feitas  em  dinheiro, 
na  forma  da  lei. 

Art.  22.  Nos  estatutos  do  Banco  ficará  estabelecido  o  modo  de  proceder-se  ao 
sorteio,  para  resgate,  das  letras  hypotliecarias. 

Art.  23.  Desde  o  dia  annunciado  para  o  pagamento  cessam  os  juros  das  letras 
sorteadas. 

Art.  24.  Os  juros  das  letras  hypotliecarias,  tempo  o  modo  de  pagamento 
devem  constar  dos  próprios  titules. 

Art.  25.  As  letras  hypothecai-ias  têm  por  garantia: 

Io,  o  fundo  social ; 

2o,  o  fundo  de  reserva  ; 

3o,  as  letras  hyp  Checarias  dos  bincos  estadoaes  emittidas  de  accordo  com  a  le- 
gislação em  vigor. 

Art.  26.  As  letras  hypotliecarias  resgatadas  serão  incineradas,  lavrando-se  do 
acto  um  termo  assignado  pela  directoria  e  conselho  fiscal  do  Banco. 

Art.  27.  As  letras  e  sua  transferencia  e  o  capital  social  estão  isentos  do  sello 
proporcional. 

Art.  28.  As  letras  hypotliecarias  emittidas  pelo  Banco  Central  gozarão  dos 
favores,  garantias  e  privilégios  concedidos  pela  legislação  hypotheearia. 

TITULO  V 

ADMINISTRAÇÃO 

Art.  29.  O  Banco  Central  será  administrado  por  três  directores,  sendo  um 
eleito  pelos  accionistas  e  dous  de  nomeação  e  demissão  livre  do  governo. 

Art.  30.  O  presidente  será  desij nado  pelo  governo  dentre  os  dous  directores 
que  nomear. 


A    LAVOURA  295 


Art.  31.  O  manda  toda  diroctoria  durará  quatro  annos. 

Art.  32.  O  director  eleito  pelos  accionistas  será  o  secretario  da  directoria  o  o 
terceiro  o  vice-presidente. 

Art.  33.  O  vice-presidente  substituirá  o  presidente  e  o  secretario  o  vice-presi- 
dente nas  suas  faltas  e  impedimentos  temporários, 

Art.  31.  O  director  eleito  pelos  accionist  is  poderá  ser  reeleito  o,  quando  o  não 
seja,  servirá  até  que  se  apresente  o  novo  eleito. 

Paragrapho  único.  São  inelegíveis  para  o  cirgo  de  director  os  impedidos  legal- 
mente de  negociar,  considerando-so  nullos  na  apuração  do  escrutínio  os  votos  que 
porventura  forem  dados  aos  que  estiverem  nestas  circumstancias. 

Art.  35.  Não  podem  exercer  conjuutamente  o  cargo  de  director  os  parentes 
consanguíneos  e  afflns  até  ao  2o  gráo  e  os  sócios  da  mesma  firma  commercial. 

Art.  3G.  O  director  eleito,  antes  de  entrar  em  exercício,  é  obrigado  a  garantir 
a  responsabilidade  de  sua  gestão  com  o  psnh  jr  de  200  acções  do  Banco,  as  quaes  fi- 
carão inalienáveis  até  seis  mezes  depois  de  cessar  o  exercício.  A  caução  far-se-ha 
por  termo  no  livro  de  registro. 

Art.  37.  No  caso  de  impedimento  temporário  do  director  eleito,  por  mais  do 
90  dias,  ou  falleci mento,  será  convidado  pela  directoria,  ouvido  o  conselho  fiscal, 
um  accionista  com  as  precisas  qualidades  pira  preencher  a  vaga. 

Paragrapho  único.  Se  o  impedido  fòr  o  presidente  ou  o  vice-presidente,  o  Mi- 
nistro da  Fazenda  designará  quem  o  deva  substituir. 

Art.  38.  O  presidente  tora  os  honorário?  de  2:500$  mensaes  e  os  directores 
2:000$  também  mensaes. 

Art.  39.  Compete  á  directoria  : 

§  1."  Deliberar  sobre  as  condições  goraes  dos  contractos,  admissão  dos  podidos 
de  empréstimos,  emissão  e  amortização  do  letras  hypothecarhs. 

§  2."  Determinar  a  taxa  dos  depósitos  e  dos  empréstimos,  bem  como  o  prazo 
destas  operações. 

§  3.c  Assignar  as  acções  e  letras  hypotb.eca.rias. 

§  4.°  Fixar  a  época  das  entradas  a  realizar. 

§  5.°  Determinar  os  dividendos  semestraes. 

§  G.°  Resolver  sobre  o  comício  das  acções. 

§  7.°  Exercer  livre  o  geral  administração,  para  o  que  será  investida  dos  poderes 
precisos,  inclusive  para  praticar  os  actos  mencionados  no  art.  102,  do  decreto  de 
4  de  Julho  de  1891. 

§  8.°  Crear  filiaes  o  agencias. 

§  9.°  Confeccionar  o  regimento  interno  das  secções. 

§  7.°  Representar  o  Banco  nas  suas  relações  com  terceiros  ou  era  juizo,  compe- 
tindo-lhe  a  outorga  de  poderes  a  mandatários  que  designar. 

§  8.°  Remettor  ao  Ministro  da  Fazenda  e  publicar  até  o  dia  10  de  cada  mez  os 
balancetes  do  Banco. 

TITULO  VI 

CONSELHO  FISCAL 

Art.  41.  A  asserabléa  geral  elegerá  anuualmente  três  fiscaes  e  outros  tantos 
supplentes. 


296  SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Art.  42.  Incumbe  ao  Conselho  Fiscal  : 

1.°  Apresentar  com  autecelencia  S3u  parecei-  sobre  as  operações  do  auno  para 
ser  lido  na  assombléa  geral  ; 

â.°  Denunciar  os  erros,  faltas  e  fraudes  que  encontrar  no  exame  dos  livros  o 
contas  ; 

3.°  Examinar  os  livros,  verilicar  o  estado  da  caixa  no  ultimo  dia  do  semestre  e 
a  existência  dos  títulos  pertencentes  ao  fundo  de  reserva. 

Art.  43.  Cala  membro  do  conselho  fiscal  percebirá  3:600$  annualmente. 

TITULO  VII 

ASSEMBLÉA  GERAL 

Art.  44.  A  assembléa  tem  poler  para  resolver  tolos  os  negócios  do  banco  e  po- 
derá deliberar  quando  acharem-se  reunidos  accionistas  que  representarem  no  mí- 
nimo um  quarto  do  capital  social. 

Art.  45.  Constituída  a  assembléa  pela  forma  prescripta  no  artigo  antecedente, 
poderá  resolver  sobre  tudo  o  que  fôr  de  sua  competência,  excepto  sobre  reformas 
de  estatutos,  liquidação,  dissolução  e  augmento  de  capital,  para  o  que  é  necessário 
acharem-se  reunidos  accionistas  que  representam  2/3  do  capital. 

Paragrapho  único.  Quaesquer  alterações  dos  estatutos  não  terão  vigor  sem  a 
approvação  expressa  do  Governo. 

Art.  46.  No  caso  de  não  haver  numero  legal  para  constituir-se  a  assembléa 
geral  observar-se-ha  o  disposto  na  lei  n.  434,  de  4  de  Julho  de  1891. 

Art.  47.  Todo3  os  accionistas,  ainda  sem  direito  de  voto,  poderão  assistir  aos 
trabalhos  da  assembléa  e  discutir  o  objecto  sujeito  á  deliberação. 

Art.  48.  Todos  os  annos,  no  mez  de  Agosto  e  no  dia  prjviamente  marcado,  so 
reunirá  a  assembléa  geral  ordinária  para  lhe  ser  apresentado  o  relatório  annual 
acompanhado  do   balanço,  conta  de  lucros  e  perdas  e  parecer    do  conselho  fiscal. 

Art.  49.  Nas  assembléas  tanto  ordinárias  como  extraordinárias,  o  numero  de 
10  acções  dá  direito  a  um  voto  e  assim  progressivamente. 

Art.  50.  Serão  admitidos  a  votos  nas  assembléas  geraes  ; 

1.°  O  tutor  pelo  tutelado  e  o  curador  pelo  curatelado  ; 

2.°  O  marido  pela  mulher  e  os  pais  pelos  filhos  menores  ; 

3.°  O  sócio  da  firma  social  pela  mesma  ; 

4.°  O  representante  da  administração  de  sociedade  anonyma  ou  corporação  ; 

5.°  O  inventariante  pelo  acervo  pro  indiviso  ; 

6.°  Os  syndicos  pelas  massas  fallidas. 

Art.  51.  Nas  reuniões  ordinárias  é  permittido  tratarse  de  todos  os  assumptos 
que  possam  interessar  o  Banco  ;  nas  extraordinárias  só  se  tratará  do  objecto  para 
que  fôr  convocada. 

Art.  52.  Os  donos  das  acções  ao  portador  e  transferidas  por  endosso  sãj  obri- 
gados a  deposital-as  na  caixa  do  Banco  pelo  menos  sjís  dias  antes  da  assembléa, 
sob  pena  de  não  tomarem  parte  nas  discussões  e  deliberações. 

TITULO  VIII 

FUNDO  DE   RESERVA   E  DIVIDENDO 

Art.  53.  Dos  lucros  líquidos  semestraes,  provenientes  de  operações  completa- 
mente ultimadas,  se  deduzirá  a  quota  do  10  %  para  ser  constituído  o  fundo  de  re- 
serva destinado  a  fazer  face  ás  perdas  do  capital  social  e  à  garantia  de  que  trata  o 
art.  24. 


A    LAVOURA  297 

Art.  54.  O  fundo  de  reserva  será  constituído  era  apólices  do  divida  publica  fe- 
deral ou  letras  hypothecarias  do  pronrio  Banco.  Os  juros  dos  títulos  do  fundo  de  re- 
serva pertencerão  ao  mesmo  fundo. 

Art.  53.  Deduzida  a  quota  do  fuado  de  reserva,  o  liquido  será  distribuído  em 
dividendo  aos  accionistas  até  o  limita  de  10  por  cento  ao  anno. 

Art.  51.  Havendo  excesjo  de  luoros,  além  do  divi  londo  fixaío  no  artigo  ante- 
rior, metade  constituirá  um  dividendo  supplementar  a  juizo  da  directoria  e  outra 
metade  será  escripturada  sob  o  titulo  de  fuulo  especial,  destinado  a  uniformizai" 
os  dividendos. 

Art.  57.  Os  dividendos  não  reclamados  até  cinco  annos  da  data  do  annuncio 
para  seu  pagamento,  prescreverão  em  favor  do  Banco,  salvo  se  fôr  provada  a  au- 
sência em  parte  incerta  do  accionista  respectivo. 

Art.  58.  Os  dividendos  do  Banco  são  isentos  de  impostos. 

TITULO  IX 

DISPOSIÇÕES  GERA.ES  E  TRANSITÓRIAS 

Art.  59.  Para  os  effeitos  do  art.  14  da  lei  n.  782,  de  28  de  Novembro  de  1907, 
a  directoria,  tomando  por  base  o  valor  de  cento  e  cincoenta  mil  contos  como  total 
máximo  das  operações  a  realizar  nos  differentes  Estados,  fixará  a  somma  das  ope- 
rações a  fazer  em  cada  Estado  na  proporção  da  população  de  cada  um.  A  tabeliã 
assim  organizada  será  sujeita  á  approvação  do  Governo. 

Art.  60.  Os  bens  que  o  banco  obtiver  em  solução  de  dividas  deverão  ser  ven 
didos  no  mais  curto  prazo,  a  juizo  da  directoria. 

Art.  61 .  O  Banco  poderá  crear  succursaes  e  agencias  dentro  ou  fora  do  paiz,  se 
julgar  conveniente  aos  seus  interesses. 

Art.  62.  O  banco  solicitará  dos  Governos  estadoaes,  como  condição  para  operar 
nas  respectivas  cir.mmscripções  territoriaes,  que  não  só  facilitem  por  legislação 
adequada  a  cobrança  de  seus  créditos,  a  execução  das  garantias  offerecidas  pelos 
mutuários,  como  isentem  do  imposto  o  Banco,  suas  operações  e  a  cobrança  dos  seus 
créditos. 

Art.  63.  O  anno  bancário  coincidirá  com  o  civil. 

Art.  64.  Verificada  a  impontualidede  do  Banco  no  serviço  de  juros  de  letras,  o 
Governo  occorrerá  ao  respectivo  pagamento,  promovendo  a  liquidação  amigável 
ou  judicial  do  iastituto  e  assumindo  a  responsabilidade  das  letras  hypothecariasem 
circulação.  No  caso  de  liquidação  judicial  os  liquidantes  serão  nomeados  pelo  Go- 
verno . 

Art.  65.  Nos  casos  omissos  observar-se-ha  o  disposto  na  lei  de  4  de  Julho  do  1891 
e  legislação  hypothecaria. 

Art.  66.  Revogam-se  as  disposições  em  contrario.—  Rio  de  Janeiro,  9  de  Julho 
de  1908. 


Centenário  do  Jardim  Botânico  do  Rio  de  Janeiro 

—  Com  a  presença  do  Sr.  Presidente  da  Republica,  Ministros  de  Estado  e  altas 
autoridades  civis  e  militares,  foi,  a  13  de  junho  ultimo,  condignamente  comme- 
m orado  o  centenário  do  Jardim  Botânico. 

Como  homenagem  a  D.  João  VI,  fundador  do  Jardim,  foi  alli  solemnemente 
inaugurado  o  seu  busto, 


298  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


O  monumento  dá  frente  para  a  «palmeira  mater»,  origem  de  todas  as  pal- 
meiras reaes  existentes  no  Brasil. 

Sobre  uma  pequena  base  de  terra  em  quadrilátero,  cuidadosamente  ajardinada, 
ergue-se  um  vistoso  pedestal  de  granito  com  dous  metros  e  oitenta  centímetros  de 
altura ;  em  cima  está  collocado  um  granie  busto  de  D.  João  VI,  em  bronze,  tra- 
balho do  esculptor  Sr.  Rodolplio  Bernardelli. 

Em  torno  desse  pedestal  estão  representadas,  por  exemplares  naturaes  e  já 
bastante  desenvolvidas,  as  plantas  introduzidas  no  Brasil  por  D.  João  VI,  entre 
ellas  as  arvores:  da  noz-moscada,  da  camphora,  do  cravo,  da  pimenta  do  reino,  do 
chá,  da  flor  do  imperador,  da  canella  e  da  magnólia. 

Na  face  principal  do  monumento  destaca-se  um  escudo  de  mármore  negro  com 
os  dizeres: 

«A  D.  João  VI—  o  fundador  tlrsle  jardim  » 

Nos  festejos  tomaram  parte:  o  Collegio  Militar,  Instituto  Profissional  Mascu- 
lino, Internato  do  Gymnasio  Nacional  o  outros  estabelecimentos  de  ensino. 

Em  vários  pontos  do  jardim  tocaram  bandas  de  musica  militares. 

A  execução  do  programma  começou  ás  2  horas  da  tarde  com  a  chegada  «lo 
Sr.  Presidente  da  Republica,  que  foi  convidado  pelo  Sr.  Dr.  Barbosa  Rodrigues  para 
retirar  as  bandeiras  nacionaes  que  velavam  o  busto  de  D.  João  VI. 

Em  seguida  fez-se  a  distribuição  da  Memoria,  escripta  pelo  Sr.  Director  do 
Jardim  Botânico. 

Esse  trabalho  forma  um  bonito  álbum  o  está  dividido  em  quatro  partes:  Brasil- 
Reino,  Primeiro  Império,  Segun  !o  Império  e  Governo  da  Republica. 

Stock  <le  ca,  Tê  —  Ficou  demonstrado  que  o  stock  de  café  na  praça  do  Rio 
de  Janeiro,  em  a  data  de  30  de  junho  próximo  passado,  era  de  280.794  saceas,  por 
motivo  da  apuração  da  existência  do  café  em  6  de  julho.  Este  numero  ficou  sendo 
adoptado  não  só  pelo  Centro  do  Commercio  de  Café  do  Rio  de  Janeiro,  como  pela 
Repartição  do  Estatística  Commercial,  Jornal  do  Commercio  e  outros. 

Cowmercio  de  café.—  A  Associação  Commercial  de  Santos  dirigiu 
ás  diuoreutes  praças  estrangeiras  o  seguinte  questionário  sobre  o  café: 

«  Qual  a  média  de  consumo  por  cabeça  ? 

Qual  o  augmento  annual  ? 

O  café  é  vendido  ao  consumo  crú  ou  torrado  ? 

Ha  misturas  de  substancias  estranhas  no  café  ? 

São  nocivas  á  saúde  ? 

Ha  leis  que  punem  as  falsificações  ? 

Estas  leis  são  executadas  com  rigor? 

Qual  o  frete  médio  por  kilometro  de  estrada  do  ferro,  por  sacco  de  GO  kilos  e 
por  via  fluvial  ou  canal  ? 

Qual  o  preço  médio  por  kilo  ou  por  meio  kilo  de  café  torrado  no  varejo  para  as 
classes  operarias  ? 

Este  café  é  de  boa  qualidade? 

O  Exercito  bebe  café  ? 

E'  de  boa  qualidade  ? 

O  commercio  de  café  pôde  ser  considerado  lucrativo  para  os  importadores  du- 
rante os  cinco  últimos  annus  ? 


A     LAVOUKA  299 

Quaos  as  causas  principaes  dadifferença  de  preço  entro  os  cafés  brazileiros  e  os 
de  outras  procedências  ? 

A  tendência  do  <'onsumo  inclina-se  mais  para  os  cafés  brazileiros  ou  para  os  de 
outros  paizes  produetores. 

Que  medidas,  a  seu  ver,  seriam  mais  appropriadas  para  o  alargamento  do 
consumo  l» 

Nas  respostas  ate"  agora  recebidas  declaram  as  praças  dos  Estados  Unidos  que  o 
consumo  é  alli  de  cinct)  kilos  e  3/4  por  cabeça  ;  o  augmento  annual  é  de  3  •/<, ;  o  café 
é  vendido  torrado  ;  não  ha  misturas  ;  o  preço  ó  muito  baixo  e  a  lei  as  prohibe  ;  as 
misturas  são  punidas  com  multas,  sendo  as  leis  sobre  isso  cumpridas  com  rigor  ;  o 
frete,  por  estrada  do  ferro,  para  os  principaes  centros  de  consumo,  situados  a  cerca 
de  1 .45  kilometros  do  Nova  York,  regula  ser  um  real  por  sacca  de  60  kilos  e  por 
kilometro,  ou  16  1/2  réis  tonelada-kilometro.  O  frete  por  via  fluvial  ou  canal  de- 
ponde da  distancia  ;  o  preço  médio  de  café  torrado  era  pacotes,  para  as  classes 
operarias  é  de  500  réis  por  1/2  kilo,  ao  cammo  de  15  ;  esse  café  ó  mais  ou  menos  o 
typo  6  da  bolsa  de  Nova  York  ;  o  Exercito  bebe  café  ;  a  qualidade  c  dos  typos  três  e 
quatro  de  Nova  York  ;  o  commercio  do  café  não  tem  sido  lucrativo  para  os  impor- 
tadores durante  os  últimos  cinco  annos ;  a  dilTerença  do  preço  ó  doviia  a  ter  o  café 
procedente  de  outros  paizes  que  não  o  Brazil  um  sabor  mais  agradável  e  menos  acre  ; 
a  tendência  do  consumo  inclina-se  mais  para  os  cafés  do  Brazil,  devido  a  her  oproço 
mais  módico  e  haver  muito  maior  abundância  ;  para  o  alargamento  do  consumo 
devia  haver  reducção  dos  preços  e  boas  qualidades,  isto  é,  Bourbon  de  boa  qualidade 
e  cafés  molles  e  deces.  Os  cafés  de  Minas  (  com  excepção  do  sul )  o  os  do  Rio  têm 
pouca  procura,  devido  ao  seu  gosto  demasiado  acre. 

As  da  Allemanha  responderam  que  o  consumo  é  mais  ou  menos,  de  três  kilos 
por  cabeça ;  o  café  é  vendido  tanto  cru  como  torrado,  sendo  quasi  todo  torrado  e 
vendido  nas  cidades  ;  ha  diversas  misturas  e  subát  meias  estranhas  ao  café  ;  não  são 
nocivas ;  ha  leis  que  as  punem  e  são  cumprid  is  com  rigor  ;  o  frete  médio  é,  ap- 
proximidaniente,  de  dois  marcos  por  sacca  e  por  kilometro ;  o  preço  médio  por 
libra  (  450  gratnrnis)  no  varejo,  para  as  classes  opsrarrv?,  vai  de  0.90  até  um 
marco  o  ó  de  boa  qualidade  ;  o  Exercito  bebo  café  que  é  também  de  boa  qualidade  ; 
a  differonça  de  preço  entre  os  cafés  brazileiros  e  o  de  outras  procedências  é  devido 
a  ser  melhor  a  qualidade  destes  ;  a  tendência  do  consumo  depende  inteiramente  dos 
preços  e  das  qualidades ;  para  au.^mentar  o  consumo  é  preciso  apresentar  bons 
cafés. 

As  praças  da  França  responderam  que  a  média  do  consumo  é  de  dous  kilos  e 
1/2  por  cabeça  ;  o  augmento  annual  do  consumo  é  3  "/„  ;  o  café  é  vendido  tanto  cru 
como  torrado  ;  ha  mistura  de  chicorea  e  glucose,  que  não  são  nocivas  ;  ha  leis  pro- 
hibitivas  do  falsificação,  applicadas,  com  rigor;  o  freto  da  Estrada  Havre-Paris, 
que  tem  220  kilometros,  é  de  15  francos  por  1.000  kilos  ou  quatro  cêntimos  poi- 
seis kilos-kilometros,  e  na  via  fluvial  Havre-Paris,  é  de  12  francos  por  1.000  kilos 
ou  35  cêntimos  por  60  kilos-kilometros ;  o  preço  médio,  na  venda  a  varejo  para  as 
classes  operarias,  é  do  três  francos  e  1/2  por  kilo  ;  com  direitos  aduaneiros  de  um 
franco  a  30  cêntimos  o  kilo  não  é  possível  ser  de  boa  qualidade  esse  café  ;  o  Exercito 
bebe  café,  sendo  a  maior  parte  do  Rio,  para  estimular,  o  algumas  vezes  de  Santos  ; 
o  commercio  de  café  tem  dado  lucro  aos  importadores,  excepto  no  ultimo  anno;  a 
differença  de  preços  entre  os  cafés  brazileiros  e  os  de  outros  paizes  é  devida  ã  dif- 
6  íso  i 


sni;iEli\l>K     NAr.loNAl,     DE     A'".R  I  CULTURA 


ferença  do  qualidade  o  quantidade;  a  tendência  do  consumo  ó  a  favor  dos  cafés 
brazileiros ;  o  alargamento  do  consumo  depende,  em  primeiro  logar,  de  proços 
baixos  e  depois  da  introducção  do  café  na  Rússia  e  do.augmento  do  consumo  na  In- 
glaterra. 

As  da  Ilollanda  responderam  que  a  móJia  do  consumo  é  de  seto  kilos  c  200 
^rammas  por  cabeça,  sendo  quatro  kilos  e  680  grammas  do  Brazil  o  dous  kilos  e 
523  grammas  de  outras  procedências  ;  o  café  é  vendido  cru  e  torrado  ;  não  ha  mis- 
turas ;  é  impossível  dar  a  média  do  freto  por  sacca  de  60  kilos  por  kilometro.  Esto 
systerna  é  adoptado  no  Brazil,  mas  não  na  Hollanda.  O  frete  depende  do  destino  e 
principalmente  da  quantidade  despachada.  O  frete  de  Rotterdam  a  um  logar  dis- 
tante 142  kilometros  é,  ao  cambio  de  15,  por  estrada  de  ferro  240  réis  por  sacca, 
por  canal  173  réis  por  sicca  ;  a  um  outro  logar,  distante  230  kilometros,  o  frete  é, 
por  estrada  de  ferro  24')  réis  p  ir  sacca  o  por  canal  240  róis  pr>r  sacca. 

Estes  dados  demonstram  a  impossibililade  que  ha  em  dar  uma  média  d  3  frete, 
porque,  quanto  mais  longa  for  a  disíancia  e  maior  a  quantidade,  tanto  mmor  é  a 
tarifa.  O  preço  médio  no  varejo,  para  as  classes  operarias,  é  de  533  róis  mais  ou 
menos,  por  meio  kilo  ;  nos  grandes  centros  operários  tomam  café  de  qualidado 
correspondente,  mais  ou  menos  ao  typo  sete  americano.  No  interior,  porém,  os 
trabalhadores  tomam  café  melhor ;  o  Exercito  usi  café  do  Brazil  e  de  outras  proce- 
dências ;  devido  a  concurrencia,  não  se  pode  aíBrmar  quo  os  njgotdantes  tenham, 
ultimamente,  auferido  resultados  lucrativos  ;  a  principal  cama  da  differença  de 
preços  entre  os  cafés  brazileiros  e  o  de  outras  procodenciís  é  devida  a  differença 
em  qualidade.  Estes  últimos  regulam  ser  no  geral,  do  fava  maior,  torração  melhor 
e  de  gosto  mais  agradável,  devido  em  parte  a  sjr  de  arvore  differente  e  om  parte 
a  receber  um  preparo  mais  cuidadoso.  Alguns  fazendeiros  do  S.  Paulo,  en- 
tretanto, já  produzem  e  preparam  cafés  excel lentes.  Se  ollc3  exportassem  seus 
cafés  com  os  nomes  das  fazendas  impressos  na  sacca  ria,  como  fazem  os  lavradores 
de  Java,  fariam  com  certeza  uma  propaganda  módica  e  lucrativa ;  como  ficou 
dito  acima,  ha  preferencia  pelos  cafés  de  outras  procedências,  devido  â  qualidade 
ser  melhor  ;  o  meio  mais  effleaz  para  conduzir  ao  augmento  de  consumo  é  produzir 
cafés  de  bom  gosto,  a  preços  módicos  e  que  estejam  também  ao  alcance  das  chsses 
operarias. 

As  da  Bélgica  responderam  que  o  consumo  pjr  habitante,  tem  seguido  a  se- 
guinte progressão:  1895,  Ires  o  meio  kilos ;  1900,  quatro  kilos;  1005,  seis  e  meio 
kilos  ;  1006,  sete  e  meio  kilos ;  vende-se  crú  e  torrado  ;  a  raiz  do  chicorea  torrada 
(importante  producto  de  cultura  om  Flandres)  é  quasi  a  única  mistura  de  café,  de 
que  augmenta  a  côr  e  o  gosto  o  que  o  povo  reputa  hygienica  pelas  suas  quali- 
dades especiaes  ;  a  lei  não  pó  Je  cohibir  a  mistura  que  o  consumidor  faz  por  si  e  a  seu 
gosto;  ha  uma  lei  contra  as  falsificações  e  applicam-n'a  contra  os  que  procuram 
na  tinta  e  na  coloração  esconder  os  estragos  muito  pronunciados ;  o  frete  pela 
tarifa  de  mercadoria  é,nas  linhas  ferreis,  do  francos  0,00666  (?)  por  saccx-kilometro, 
sendo  um  pouco  menor  no  transporte  fluvial ;  o  preço  pago  pelos  fornecedores  do 
povo  ô  de  francos  0,50  a  0,85,  mas  o?  rjtalhistas  duplicam  quasi  e3se  preço  p3lo 
risc  i,  perdas  e  despezas  do  artigo  e  ainda  pelo  lucro  que  auferem  ;  quanto  ã  quali- 
dade, é  um  café,  in  st  i  le  bom  e  oriiaario,  ou  superior  misturado  de  cafés  inferiores  ; 
o  Exercito  recebe  10  grammas  de  café  por  cab9ça  e  por  dia  ;  a  qualidade  depeude 
dos  fornecedores  osjus  intermediários ;  o  commercio  de  iinpjrtação  tom  sido  muito 


A     LAVOURA 


30) 


precário,  desvantajoso  mesmo ;  dahi  os  grandes  carregamentos  e  a  rude  con- 
corrência, sendo  carto  que  a  maior  pirte  dos  negociantes  Bzeram-se  torrefactores  e 
trabalham  com  a  froguezia  inferior ;  ó  o  aspecto  dos  caf  :>s  do  Brazil,  sempre  mistu- 
rados desordenadamente  na  região  da  origem  ou  no  armazém  dos  expedidores, 
a  causa  da  differença  dos  preços;  se  o  caf)  fosso  mais  cuidadosamente  preparado 
e  mais  agradável  ao  paladar,  alcançaria  maior  preço  ;  a  tendência  ú  favorável  aos 
cafés  doces  do  Brazil,  porque  os  preços  são  mais  accessiveis  ao  povo  ;  a  resposta 
pôde  ser  encontrada  no  conjunto  do  questionário. 

E'  preciso  café  bom  e  a  preço  módico  para  augmontar  o  consumo  entre  as 
classes  operarias  inferiores  ;  e  é  preciso  mais  cuidado  no  boneficiamento  e  no 
aspecto  das  qualidades  superiores  para  lutar  contra  as  bellas  o  excellentes  quali- 
dades da  America  Central,  S.  Salvador,  México  e  Guatemala. 


Esta  gravura  representa  um  cebolal  plantai] 
Euclydes  de  Castro,  no  Estado  de  Santa  Cathari 
mezes  de  idade. 


tratado    pessoalmente  pelo  Tenente 
0    cebolal    aqui   figurado  tom    dois 


Disse  Elisée  Reclus  que  nenhuma  região  no  mundo  offerece  condições  para  o 
cultivo  do  café  como  o  Brazil,  na  zona  comprehíndlla  entre  os  parallelos  15°  e  16°. 
E'  efectivamente  urna  planta  que  cala  dia  mais  se  torna  e-iclu-iivamsnte  ameri. 
cana,  a  proporção  que  o  sou  cultivo  vae  diminuin  lo  alhuros.  Ceylão  estí  esgotada  ; 
Java  só  em  limitadas  zonas  produz  b;3m  o  café  ;  o  Congo  Francez  e  o  Congo  Belga 
e  ainda  a  enorme  região  que  se  estende  desle  Victoria  Nyanziaté  ás  nascentes 
do  Zambeze,  sob  o  domínio  iuglez,  nãj  poderão  jamais  nos  assustar,  p^la  infario- 
ridade  do  produeto,  de  que  temos  exemplo  no  café  Libéria ;  o  México  ó  obrigado 


302  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

a  im  trabalho  tãi  p?noso  e  tão  caro,  qm  tora  da  abinlonar  essa  cultura  om  breve 
tempo;  a  Anaerica  Ceitral  não  píderã  ir  além  d)  p:>ueD  que,  com  o  Haiti,  for- 
nece ao  commercio  do  mundo  A  sua  cultura  abrange  a  zona  comprehendida  desde 
as  Antilhas  e  o  Panamá  até  o  Paraná  e  o  Piraguay.  Era  nenhuma  outra  parte 
do  globo  elle  se  pólo  desenvolver  cora  a  facilidade  o  exuberância  cora  que  cresce 
na  America  do  Sul  e  especialmente  no  Brazil. 

Em  1875  a  média  da  proiuccão  do  Brazil  era  de  3  milhões  de  saccas ;  hoje  é 
de  12  milhões  e  meio  de  saccas  e  até  mais. 

Os  primeiros  pés  de  café  chegados  ao  Brazil  vieram  para  o  Convento  do  .Santo 
António,  no  Rio  do  Janeiro  ;  ura  delles  foi  min  lado  para  Taubaté  e  foi  deste  ca- 
feeiro que  so  espalharam  mudas  para  S.  Paulo  e  Sul  de  Minas. 


Do  julho  do  1'j05  e  janeiro  de  1906,  o  México  exportou  fibras  de  piteira  no 
valor  de  17.413.3i5  pesos  mexicanos  ou  ap proxi madame n te  2  '>. 000:000$  em  moeda 
brasrileira. 

>ío  Estado  de  Minas  e  em  muitos  outros  pontos  do  Brazil,  a  piteira  (ayave)  6 
nativa  e  dá  unia  excellente  fibra  ou  estopa. 

Em  Bello  Horizonte,  por  exemplo,  as  toupeiras  nativas  de  pita  cressem  e  de- 
d  isonvolvem-se  extraordinariamenta  paios  peioros  terrenos  da  cidade  e  jaz  intei- 
ramente desxprovoilalaa  matéria  prima  de  tão  útil  vegetil. 


«  Segundo  os  boatos  que  circulara  em  Manchester  duas  grandes  quebras  tèm 
actuado  sobre  o  commercio  do  algolão:  a  quebra  de  um  fabricante  dos  arredores 
de  Boston  e  a  de  um  negocianto  do  Manchester,  grande  comprador  de  peças  tecidas. 
Os  negócios  dos  tecidos  vão  tão  mal,  que  receia-se  vêr  as  casas  menos  solidas  sue- 
cumbir  em  consequência  da  baixa  nos  preços.  As  estatísticas  do  Board  ofTrade, 
que  acabam  de  ser  publicadas,  indicam  uma  diminuição  das  exportações  de  algodão 
om  peças,  aliás  menos  importante  do  que  se  poderia  presumir.  As  exportações  de 
tecidos  manténn-se  em  cifras  satisfact  irias,  sobretudo  com  destino  ao  continente.» 


Os  principaes  paizes  exportadores  de  milho  para  a  Inglaterra  tèm  sido  até 
agora  os  Estado  Unidos  e  a  Argentina.  Segundo  The  Standard,  de  Londres,  o  valor 
das  amostras  de  milho  do  Indostão,  q'ie  se  apreS3ntaram  ao  mercado  do  Londres, 
faz  esperar  grande  dejenvolvimonto  nas  plantações  daquelle  paiz,  de  modo  a  poder 
exportar  pira  a  Inglaterra  o  n  grande  esjila.  A  cultura  indiana  de  milho  tem  ad- 
quirido ultimamente  grande  importância.  Na  província  de  Bengala  as  plantações 
de  milho  abrangem  uma  área  de  1 .826.000  acres  (737  hecteres)  e  no  resto  da,  índia 
abrangem  1.200.000  acre3  (485.000  hectares),  distribuídas  em  diversas  regiões.  A 
península  toda  possue  9.000.00)  de  hectares  plantados  de  milho.  Calcula-se  o  seu 
rendimento  era  26.000.000  de  hectolitros. 


A  nós  que  com  tanta  imprevidência  destruímos  as  mattas  e   que  por  isso  sof- 
fremos  seccas  periódicas,  calha  perfeitaraentj  a  censura  que  so  desprende  dos  se- 


A    LAVOURA  303 

quintas  conceitos,  inspirados  a  um  jornalista  do  Madrid  pelo  espectáculo  das  inun- 
dações de  que  foi  victima  um  i  parte  do  solo  hespanhol: 

«As  forças  da  natureza  não  querem  sor  escr  tvis;das,  nem  desdenhadas. 
Querem  que  as  amem  e  animem,  não  com  o  culto  suporsticioso  e  estoril  dos 
antigos,  mas  com  o  cultivo  inteligente,  esforçado,  que  onsinam  a  sjienoia  e  a 
experiência. 

Ha  poucos  mezes  perecia  de  sede  a  mota  lo  do  solo  liespinhol.  Já  se  faziam 
preces,  implorando  chuva,  ao  passo  que  a  agua  corria  com  os  rios  para  o  mar,  di- 
zendo com  irónico  murmúrio:  Por  que  me  pelos  com  tanto  afan  ao  c  éo,  tendo-mo 
tão  á  mão  aqui  na  terra  ?  Agora  metade  da  Hospinha  se  afoga  entro  aguaceiros 
violentos  e  torrentes  devastadoras.  Não  lancois  inúteis  e  pueris  maldições  contra 
as  aguas  desoncadeiadas.  Nenhuma  força  natural  é  má  de  per  si.  Se  esse  amor  vi- 
gilante da  natureza  se  transforma  em  estrago  e  extermínio,  lancem  os  humanos  a 
culpa  á  sua  imprevidência,  á  sua  desidia,  á  sua  cobiça  ruim. 

Se  ilerrubaes  as  ruattas,  quo  goram  a  nuvem  benéfica,  porque  clamaes  contra 
a  ausência  da  nuvem  ?  Chega  por  fim  a  nuvem  negra,  que  vem  dos  mares,  o  se  não 
encontra  nos  montes  u  arvoredo  amoroso,  que  lhe  dotem  as  aguas  e  as  leva,  lentas 
e  fecundas,  para  o  seio  da  terra,  porque  praguejaes,  ao  vêl-as  precipitar-se  com 
cega  impetuosidada  pelos  cerros,  ladeiras  e  barrancos,  arrastando  quanto  encontra 
era  suacu-reira  vertiginosa? 

Sem  piedade  haveis  arrebatado  á  irmã  agua  sua  irmã  arvore  e  a  agua  vinga-sa 
sem  piedade.  Reeonhecoi  nesses  testemunhos  do  vindicta,  que  a  agua  e  um  S3r  iutel- 
ligente,  parecendo  ser  feita  a  vossa  imagem  e  semelhança,  que  também  on  certas 
occasiões  tão  deshumanamente  vos  portaes. 

Entrantanto  ella,  a  bôa,  a  previdente,  a  maternal,  sabondo  talvez  de  que  sem 
ella  seria  impossível  a  vida  no  mundo,  quor  portar-se  sempre  bem,  sempre  gene- 
rosa e  fecunda,  com  a  condição  porém  de  que  proourem-na  com  afinco,  tratem-na 
cora  esmero,  aproveitem-na  com  amor,  som  maldizel-a  em  suas  forçadas  ausências 
e  em  seus  forçados  transbordamentos,  culpa  ás  mais  das  vezes  da  imprevidência  e 
quiçá  da  perversidade  humana.» 

«Aqui  no  Uryguay,  diz  El  Siglo,  e  nós  dizemos  Umbam  aqui  no  Brazil,  conspi- 
ramos todos  para  que  succala  o  me3mo  que  a  Hespanha  hoje  deplora.  As  ilhis  e 
as  margens  dos  rios,  outr'ora  ricas  de  exuberante  vejetaçlo  arbórea,  achim-se 
hoje  nuas  e  despovoadas;  aponas  uma  ou  outra  vez  plantam-se  algumas  arvores, 
à  titulo  do  offorenda  symbolica  a  Natureza.  Entretanto  na  Allemanha  leva-se  o 
culto  da  arvore  até  ao  ponto,  de  que  os  arvoredos  plantados  á  beira  do  caminho  são 
objecto  de  solicito  esmero  da  parte  dos  proprietários  visinhos,  obrigados  pela 
municipalidade  a  volar  pela  sua  conservação  e  tratamento.» 

O  deseccamento  dos  pântanos  dos  Estados  Unidos  permittiria  tornar  productiva 
uma  superfície  capaz  de  alimentar  a  12  milhões  de  indivíduos,  danlo  a  cada  um 
para  cultivar  16  hectares  de  terreno  pelo  menos.  Resultaria  dahi  um  augmento  de 
valor  equivalente  a  cerca  de  25  bilhões  de  franco3.  Os  trabalhos  exigiriam  uma 
despesa  de  10  milhões  de  francos. 

A  questão  está  sendo  estudada  o  acredita-se  que  o  Congresso  votará  os  fundos 
necessários. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA. 


CONGRESSO    DOS    FAZENDEIROS     PARAENSES 


.ingresso,  reunido  na  capilal  do  Estado  do  Pará,  foi  o  ponto  de  partida  do 
movimente  agrophilico  que  de  tempos  a  esta  parto  se  vai  operando  no  opulento  Estado 
do  extremo  norte. 

A  photographia  representa  a  sessão  solemna  presidida  pelo  Dr.  Augusto  Montenegro, 
Governador  do  Estado,  tendo  á  sua  direita  o  prestimoso  Intendente  do  Belém.  Senador 
António  Lemos.  Sentado  entre  a  mo;a  da  presidência  e  a  tribuna  onde  o  Dr.  Lyra 
Castro  lê  o  discurso  inaugural,  está  o  Dr.  Jos.i  Ferreira  Teixeira,  alma  e  braço  do 
movimento  agrário  do  Pará. 


As  arvoras,  diz  um  distincto  hygionista,  deseccam  o  solo,  diminuindo  a  humi- 
dade dos  terrenos  e  todos  sabem  que  a  humidade  6  um  factor  principal  entre  os  que 
mais  predispõem  o  homem  á  enfermidade.  As  arvores  refrescam  a  atmosphera, 
moderam  a  velocidade  e  a  acção  dos  vento?  insalubres;  fixam  grandes  massas  de 
poeiras  astmosphericas,  isto  6,  subtrahcmnas  ao  contacto  immediato  com  o  homem 
e  é  bem  sabido. o  papel  infectuoso  do  pó  das  cidades,  carregado  em  geral  de 
micro-oi'ganismos,  mormente  quando  e  directamente  levantado  de  solos  conta- 
minados. 

Attenuam  as  arvoras  o  excesso  de  insolação  das  ruas  e  das  habitações,  regula- 
rizando a  temperatura  a  contribuindo  assim  directamente  para  manter  a  salubri- 
dade thermica  urbana.  As  arvorese  as  plantas  em  geral  augmentam  a  permeabili- 
dade do  solo,  facilitando  a  penetração  do  oxygeno  e  activando  concurrentemente 
a  deseccação  dos  terrenos,  dando  em  resultado,  dentro  da  unidade  de  tempo  e  de 


e  ■=   a 

'3  c_  g 


A  LAVOURA  305 

superfície,  a  oxydações  orgânicas  completas,  isto  6,  á  distribuição  dos  resíduos  e 
immundicies  que  o  homem  fatalmente  arremessa  ao  sido. 

Possuem  as  arvores  muitas  outras  maravilhosas  propriedades  salutiferas, 
porám,  o  que  mni?  as  caracteriza  como  preciosíssimos  agentes  da  saúdo  publica,  6 
que  são  poderosas  e  ineasgotaveis  fornecedoras  do  oxygcno  e  modificadoras  do  acido 
carbónico,  em  consequência  da  acção  da  chlorophylla  das  plantas,  matéria  que,  sob 
a  acção  da  luz,  decompõe  o  acido  carbónico,  assimilando  o  carbono  e  pondo  em 
liberdade  o  oxygeno.  «  Sem  a  chlorophylla  e  sem  o  sol,  disso  Jules  Courmont,  a 
atmosphera  tornar-se-ia  em  breve  irrespirável.» 

A  existência  nas  aglomerações  urbanas  de  jardins  o  parques,  o  plantio  de 
arvores  nas  ruas  não  constituem  fomente  um  elemento  do.  ornamentação  e  de  bom 
gosto,  são  indispensáveis  pira  a  salubridade  urbana  e  para  a  hygiene  publica  em 
gorai.  Nunca  se  recommendará  assas  a  multiplicação  c  a  conservação  das  arvores 
em  todos  pontos  em  que  fôr  possível  plantal-as.  B'  um  dos  melhores  systemas  do 
saneamento  e  uma  fonte  inesgotável  de  oxygeno. 

As  habitações  humanas  deveriam  estar  sempre  rodeadas  de  arvores  e  de 
plantas. 


PARTE  COMMERCIAL 


Julho  ds  1903 

Ca,  fó 

Venderam-so  140.000  saccas  contra  129.000  no  mez  anterior. 

Entraram  192.229  saccas  contra  153.724  no  mez  anterior. 

Embarques—  181.219  saccas  contra  302.468  no  mez  anterior. 

Existência  em  15  —  281.974  saccas. 

Existência  em  31  —  280.804  saccas. 

Na  Ia  quinzena  em  New- York  o  typo  n.  7,  disponível,  do  Rio,  foi  cotado  a 
6  1/4  c.  por  libra  em  1,  14  e  15,  a  5  1/16  c.  em  11  e  13  e  a  6  3/8  c.  nos  outios 
dias.  O  de  Santos  cotou-se  a  7  5/8  c.  em  1  o  a  7  9/16  c.  durante  todo  o  resto  da 
quinzena. 

Xa  Bolsa  registraram-se  os  seguintes  preços  para  a  opção  mais  próxima:  6 
c.  om  8  e  11  ;  6.05  c.  em  1,  7,  9,  13  e  14;  0.10  c.  em  15  e  6.15  c.  em  2  e  6. 

Na  2^—0  typo  n.  7,  disponível,  do  Rio,  foi  cotado  a  6  1/4  c.  por  libra  até  o 
dia  29  e  a  55/10  c.  em  30  e  31.  Também  o  de  Santos  a  79/16  c.  até  29  e  a  75/10  c. 
nos  dous  últimos  dias  da  quinzena. 

Os  extremos  das  cotações  na  Bolsa:  0.10  c.  em  16  e  5.00  c.  em  31,  tendo 
vigorado  nos  outros  dias  as  seguintes:  0.05  c.  em  17.0  c.  de  18  a  21  ;  5.85  c.  em 
25;  5.80  c.  em  24  e  27;  5.75  c.  em  22;  5.70  em  23  e  29;  5.65  c.  em  S8  e  30. 


i  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Extremos  dns  cotições: 

P  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  n.  C 5$390  a  5$903  &$813  a  4$017 

»      »    7 5|300  »  5<500  3$608  »  3$744 

»      »    8 4*900  »  5  SI  00  3Ç336  »  3$472 

»      »    9 4>600  »  4  #800  3$138  »  3$218 

Por  an-o&a  Por  dO  kilos 

Typo  n.  6 5$630  a  5$900  3$813  a  4$017 

»      »    7 5$2)0  »  5$590  3$549  »  3-744 

»      »    8 4$900  »  5$  100  3S336  »  3*472 

»      »    9 4$600  »  4$8O0  3$  132  »  3$2C8 

As  entradas  ilo  Rio,  retalhadamente,  luram: 


P  quir>sena 

Saccae 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 25.453 

Cabotagem 8.640 

Barra  dentro 42.319 


Total 76.417 

2*  quinzena 


Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 44.4'U 

Cabotagem 4.360 

Harra  dentro 06.982 


Total 115.812 


Géneros  importados 

Banha  americana 2)0  birris 000  a  070  a  libra 

Farinha  do  trigo 0.475  barricas    ....  —         — 

P  quinzena 

Americana  (barrica) •     .     .     .     .  Não  ha 

Dita  (sacco) Não  ha 


A     LAVOURA 


Por  2  soccas 

Rio  da  Prata  : 

Ia  qualidade 23,500 

2»  dita 22$500 

3*  dita 21*590 

Moinho  ingloz  : 

Nacional 23*500 

Iírazileira 22J700 

Buda-Nacional 24$700 

Moinlio  Fluminenso  : 

S.    Leopoldo 24$000 

G.    0 23$000 

2'  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

Dita  (sacco) Não  ha 

Por  2  saccos 

Rio  da  Prata  : 

Ia  qualidade 23$500 

23  dita 22J500 

3a  dita 21$500 

Moinho  Inglez  : 

Nacional 23,i500 

Brazileira 22$700 

Buda-Nacional 24$700 

Moinho  Fluminense  : 

S.    Leopoldo 24$000 

G.    0 23$000 

!*■  quinzena 
Manteiga  —  530  caixas  : 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$450  a  2$460 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$200  »  2s250 

Lepelletier 2$440  »  2*450 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$8  )0  »  1$900 

Esbousen Não  ha 

L.  Brum Não  ha 

Buske  Júnior 2*357  a  2$400 

Marclet 2?200  »  2.^220 

Outras  marcas 1$8.)0  »  2?000 

A  nacional  vendeu-se  :    a   de   Minas,    de  3$  n  3*400,  e  a   do   Sul,   de  2$200 
a  2*600. 

6480  5 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


2"  quinzena 

Domagny,  Isigny  (latis  sortidas) 8f4í0  a  2$460 

Brotei  Freros  (latas   sortidas) ãj2Ó0  »  2$?20 

Lepelletier 2=430  »  2$410 

Modesto  Gallonc  (sortidas) 1$850  »  1$900 

Esbouson Não  ha 

I-.  Brum Não  ha 

Buske  Júnior 2$350  a  â$360 

Marolet 2J180  »  2$ââ0 

Outras  marcas 1  $300  »  S$000 


A  nacional  vendeu-so  :  a  de  Minas,  di'  :  -.'  i0  n    -  :".i. 


Géneros  nacionaes 


.Vs,iia.i-<lciit«' 


O  mercado  no  principio  do  mez  so  manteve  muito  firmo  devido  á  exiguidade 
de  stock  em  mão  dos  compradores  ;  no  fira  do  raez  melhorou  de  preços  e  fechou 
muito  firme  ás  cotações  que  se  seguem  : 

ía  quinzena 

Proços 

Paraty    185$000  a  I90$000 

Angra 170JOOO  »  17õ$000 

Campos 160$000  »  165$000 

Maceió 165$000  »  170$000 

Pernambuco 165$000  »  170$000 

Aracaju  165$000  >  170$000 

Sul 160$000  »  I65$000 

2a  quinzena 

Paraty    190$000  a  200$000 

Angra 180$000  »  190$000 

Campos 170$000  »  175$000 

Maceió 170$000  »  175*000 

Bihia 170$000  »  175$000 

Pernambuco 170$000  »  175^000 

Aracaju 170$000  »  175$Q00 

Sul    170$000  »  175$000 


A    LAVOURA 


Álcool 

Na   primeira   quinzenio   mercado  apresentou    alta  franqueza    nas  cotações, 
continuando  muito  firme,  melhorando  ainda  m%is  para  o  fim  do  rnez,  não  ob3tanto 

as  entra  Ias  terom  sid  >  regulares. 

''  7 -ena 

40  -rios 870$000  a  580.J000 

ÍS.8   » 2i5j000  »  260|ooo 

3,5   » 215{000  »  25Q$000 

4  I  gràos 290.JOOO  a  300|000 

3S   » S70$f!00  »  28O.Ç000 

:;.;   >, go  l?00  i  »  870$  00 

Als"o<lfio  <>m   rama 

Duvanto  tolo  o  moz  Inuve  pouia  animação  no-s  negócios  desto  produeto. 

O  movimento  gorai  do  mercado  foi  o  soguinto  : 

F.-u-dos 

Existência  no  dia  30  de  junho 17.791) 

Entradas  : 

Pernambuco 3.033 

Parahyba 2.071 

Ceará 1.779 

Mosíopó 1.313 

Natal 1.100 

Sergipe 600 

Maceió 400 

Maranhão 205        10.506 

28.305 
Sabidas  dos  trapiches 6.792 

Existência  no  dia  15  de  julho 21.513 

Preços  : 

Pernambuco I  l.f 500  a  l2$0OO 

Rio  (irande  do  Norte U$500  »  !ã$000 

Ceará 1 1$500  »   I2$000 

Parahyba 1  l.-âOO  »  ll$500 

Maranhão llsáJO  »  ii$500 

Ponedo Nominal 

Sergipe Nominal 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Exigência  no  dia  15  cio  julho 21.513 

Entradas  : 

Pornambueo 2.415 

Assú 902 

Parahyba 524 

Maranhão 504 

Coará 301 

Mossoró 300 

Sergipe 300         5.24  5 

26.759 

Sahidas  dos  trapiches 7.499 

Existência  no  dia    31  do  julho 19.260 

Preços : 

Pernambuco 11  $300  a  11$500 

Rio  Grande  do  Norte 10$900  »  11$300 

Ceará   10$900  »  11$300 

Penedo Nominal 

Sergipe Nominal 

Maranhão •     .  Nominal 


Assucar 

Durante  a  primeira  quinzena  de  julho  o  mercado  deste  artigo  esteve  sempre 
movimentado  e  as  sahidas  foram  tão  boas  quanto  inesperadas,  sen  lo  digno  de  nota 
terem  os  embarques  para  o  Sul  compensado  as  entradas  do  Campos.  Na  segunda 
quinzena  occorroram  factos  que  desorgaoisaram  por  completo  o  mercado,  que 
ficou   indeciso  e  com  cotações  nominaes  para  os  crystaes. 


Pernambuco 


Ia  quiri 


Branco  resina 
Dita  crystal  . 
Dito  3a  sorte  . 
Crystal  amarello 
Mascavinho  . 
Somenos  .  . 
Mascavo  bom. 
Dito  regular  . 
Dito  baixo.     . 


$529  a  ,$550 
$490  »  ÍS00 
S490  »  $500 
$440  »  $450 
$':*>  >■  $450 
$400  »  S420 
$340  »  $350 
$330  >»  $340 
$320  »  $323 


A    LAVOURA 


Si  rgip  i 


Branco  crystal $480  »  $490 

Mascavinho $400  »  $-100 

Mascavo  bom $340  »  $350 

Dito  regular $330  »  §340 

Dito  baixo $320  »  $325 


Campos  : 


Branco  crystal $500  a  $510 

Dito  do  2°  jacto $460  »  $480 

Crystal  amarello $450  »  $460 

Mascavinho $400  »  $460 

Bahia  : 

Branco  crystal $500  a  $510 

Dito  2"  jacto —        — 

Mascavinho — 

Outras  procedências  : 

2*  quinzena 

Os  preços  regularam  como  so  segue  : 
Pernainbueo  : 

Branco  resiua $530  a  $540 

Dito  crystal $530  »  $540 

1  >ito  3;'  sorte    .     .     .     .     • $520  »  $530 

Crystal  amarello $470  »  $4C0 

Mascavinho $420  »  $460 

Somenos —       — 

Mascavo   bom $350  »  $355 

Dito  regular $340  »  $345 

Dito  baixo $330  »  $335 

Sergipe  : 

Branco  crystal    $520  a  $530 

Mascavinho $450  »  $480 

Mascavo  bom «350  »  $360 

Dito  regular $340  >  $345 

Dito  baixo $330  »  $335 

Cnmpos  : 

Branco  crystal $540  a  $550 

Dito  2o  jacto $510  »  $520 

Crystal  amarello $480  »  $490 

Mascavinho $460  »  $480 


Mir.lKDADK     NACIONAL     DF,     AGRICULTURA 


Bahia  : 

Branco  crystal 4530  a  $550 

Dito  2"  jacto — 


Mascavinho 
Outras  procedenc 
Mascavinho 


<  ereacs 
/"  quinzena. 


s,u-r, is 


Feijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo    ....  Nominal 

Dito  idem  da  terra 10$000  a  lOfãOO 

Dito  idem  de  Santa  Catharina Nominal 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito   mulatinha —         10$000 

Dito  manteiga I2$000  a  13$000 

Dito  enxofre —          12$000 

Dito  de  cores,  nacioiril 7$030  a  10$000 

Dito  branco,  extrangeiro I7$500  »  19$000 

Dito  amendoim,  ide  a 17$500  »   18$50J 

Farinha  de  mandioca   especial 9$500  »  lOfOOO 

Ditiidem,  liaa 8$500  »    8^800 

Dita  idem  peneirada 7$800  »    8$200 

Dita  idem,  do  Norte —            — 

Dita  idem,  grossa,  Laguna 6|800  »    7$000 

Dita  idem,  idem,  Porto  Alegre C$200        6$l00 

Arroz  nacional 23$J00  »  26$000 

Dito  inferior 16$00)  »  20$000 

Milho  amarello  do  Norte .  Não  ha 

Dito  idem  da  terra 6$800  a    7$200 

Dito  misturado,  idem —              6$500 

Amendoim  em  casca 6$500  »     7$000 

Cangica 16$000  »  18$000 

Favas 7$'100  »     8g000 

Kilogrammas 

Alpiste S360  a      $380 

batatas  naciunaes si 80  »      $200 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  de  milho ,     .  $130  a      $209 

Mate  em  folha $140  »      $540 

Tapioca $100  >»      $520 

Polvilho $160  »      $200 

Carne  do   porco $640  >      $700 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) $800»     1$100 

Cebolas  do  Rio  Grande  (cento) ã$300  »    XJ.slU0 


A     LAVOURA 


2a  quinzena 

Saccos 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre,  novo  ....  Nominal 

Dito  idem  da  terra 10$000  »  10$500 

Dito  idem  de  Santa  Catharina Nominal 

Ditj  do  Paraná Nominal 

Dito   mulatinho —          1OÇ00O 

Dito  maiiteiga 17$000  a  18^000 

Dito   enxofro 12$000  »  13$000 

Dito  de  cores,  nacional 7$000  »  10$000 

Dito  branco,   extrangeiro ,  18$5O0  »  19$000 

Dito  amendoim,    idem ISsõOO  »  19$000 

Farinha  de  mandioca,  especial. ÍO.^OOO  »  10$j00 

Dita  idem,  fina 9$000  »       $500 

Dita  idem,  peneirada 8$500  »    9$000 

Dita  idem,  do  Norte —            — 

Dita  idem,  grossa,  Laguna fS^OO  »    7$000 

Dita  idem,  idorn,  Porto  Alegre ^  Cs  10o  »    6$600 

Arroz  nacional 23$  00  »  26$000 

Dito  inferior I6$000  »  20$000 

Milho  amarello  do  Norte Não  ha 

Dito  idem  da   terra 7$2O0  a    7$400 

Dito  misturado,  idem 6$500  »    6$800 

Amendoim  em  casca Gs*n  ..    7$030 

Cangica 15$103  »  16$0J0 

Favas 7s"nn  »    8$000 

Kilogramma 

Alpiste $330  a      $180 

Batatas  nacionaes $180    >      $203 

Dita  extrangeira .  Nominal 

Fubá  de  milho $130  a      $200 

Matte  em  folha $440  »      $540 

Tapioca  .     , s40 1  »      $480 

Polvilho $160  »      sino 

Carne  de  porco $700»      $800 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) $900»     1$100 

Cebolas  do  RioGrande  (canto) 3$400  »    3$800 

Fumo  o m  x*olo 

O  morcado  deste  pro  Uieto  conservou-se  inalterável  durante  o  mez: 

As  cotações  foram  : 

Preços 

De  Minas,   especial 1$800 

Dito  superior 1$600 

Dito  2" 1$400 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Dita  ordinário 1$000 

Goyano,  superior 2$400 

Dito  8» 1$700 

Baixo Nom. 

Rio  Novo,  suporior 2$400 

Dito  2» ]$800 

Dito  baixo 1$200 

Pomba,  superior 1$600 

Dito  2a 1$200 

Dito  baixo Nom. 

Carangola ]$500 

Picú,  especial 2J800 

Dito  Ia 2$000 

Dito  2» 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco Não  ha 


Entraram  7.867.913  kilos  por  cabotagem   do   nacional,  que  se  cotou 
2$100  40  litros. 

Mercado    monetário 

A  existência  de  ouro  ua  Caixa  de  Conversão  a  15  de.  julho  era: 

Libras  esterlinas 5.435.093 

Francos    10.433.260 

Dollars 126.450 

Liras 300 

Pesos  argentinos 2.735 

Ouro  nacional 144:580$ 

Em  31  de  julho  era: 

Libras  esterlinas 5.425.615 

Francos     10.408.320 

Marcos 70 

Dollars 127.870 

Liras 220 

Pesos  argentinos 2.7Í0 

Ouro  nacional 142:370$ 

A  importância  de  notas  em  circulação  era: 

a  15  de  julho 94.260: 180$000 

a  31  de  julho 94.114:490$000 

O  preço  dos  soberanos  fora  da  Bolsa  foi  de  16.025. 


A     LAVOUBA 


As  taxas  cfflciaes  continuaram  a  manter-se  inalteradas,  a  15  '/s  d.  sobre 
Londres  nos  bancrs  exlrangeiros  e  15  3/í6  d.  no  Banco  do  Brszil.  ^s  transacções 
bancarias  fizeram-se  a  esses  extremos  e  ao  i>o  outro  papel  de  15  5/3S  a  I53/ied., 
não  se  registrando  movimento  digno  de  nota. 

Os  extremos  das  cotações  officiafs  foram: 

Londres,   90  d/v 15  1/8  e  15  3/16  d. 

Paris,     0  d/v $629  a  $632 

Hamburgo.  E0  d/v $776  »  $779 

Portugal,  3  d/v 318  »  325  % 

Itilia,  3  d/v $638  »  $639 

Nova- York,  á  vista 3$?88  »  3; 310 

Vales,  ouro —        »  1§793 

O  valor  official  de  mil  réis  foi  de  5f 0  a  563  réis,  ouro.  e  o  da  libra  de  IE$£03 
a 15$868. 

Ágio  do  ouro  "7,77  a  78,51  %  . 

£££*•}£«*££ 

BIBLIOGRAPHIA 


Temos  recebido  mais  as  seguintes  publicações  periódicas  : 
The  Amtralian  Official  JournalofTro.de  Marfís.  — Vol.   3,11.   23. 
Revista  de  la  Unión  Industrial  Uruguoya,   de  Montevideo. — Anno  IX,  n.   152. 
Boletin  Industrial,  de  Buenos  ^ires.—  Anno  XIX,  vol.  LX,  n.  741. 
L' Itália  Económica,  de  Roma.— Anno  VII,  n.  8. 
II lustra zione    Genovese—Anno  I,  n.  8. 
O  Universo,  de  S.  Paulo.— Anno  III,  ns.  19  e  20. 
Revista  Social,  da  Capital.— Anno  1,  n.  2.     ' 
Revista  da  Associação  Ccmmerciol  do  Amazonas. — Annol,  n.   1. 
Boletim  Official  do  4°  Corgresso  Medico  Latino- Americano    e   da    Exposição  In- 
ternacional de  Bijgiene  Annexa. — JuDho  de  1908,  n.  1. 


Temos    ainda    a  accusar  o  recebimento  dos   seguintes  trabalhos  cuja  remessa 
agradecemos  :  | 
,     Manual  do  Agricultor  Brasileiro  por  C.    A.    Tannay.  Rio  de  Janeiro,  1839, 
typ.  Imperial  e  Constitucional  de  J.   Villcneuve  &  Comp.,  1  vol.  broch. 

Dissertação  sobre  as  Plantas  do  Brazil  por  Manuel  Arruda  da  Camará.  Rio   de 
Janeiro,  1810,  Imprensa  Regia,  1  vol.  broch. 

i!4S0  6  - 


3lfi  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Estas  duas  obras  foram  offerecidas  á  Bibliotheea  pelo  Sr.  Dr.  João  Raptista  de 
Castro. 

Relatório  apr  'sentado  ao  Dr.  João  Pinheiro  da  Silva,  Presidente  do  Estado  de 
Minas  Geraes,  pelo  Br.  Manoel  Thomaz  de  Carvalho  Britto,  Secretario  interino  das 
Finanças,  em  1908. 

Leis  do  E<tado  de  Pernambuco  no  anno  de  1908. 

Relatório  apresentado  ao  Dr.  Jorge  Tibiriçâ,  Presi  lente  do  Estado,  pelo  Dr.  M. 
J.  de  Albuquerque  Lins,  Secretario  da  Fazenda.  Anno  de  1906. 

Sociedade  Humanitária  dos  Empregados  no  Commercio  de  S.  Paulo.  Relatório 
apresentado  a  Assembléa  Geral  de  26  de  jmeiro  de  1908,  pelo  presidente  Luiz 
Moreira  de  Mello. 

Relatório  n.  55,  da  Directoria  da  Companhia  Mogyana. 

Le  Brasil  et  ses  Etats .  Diversos  opúsculos  ornados  de  mappis  e  diagrammas, 
com  dados  estatísticos,  que  a  Comraissão  Brasileira  do  Propaganda  na  Europa  tem 
feito  distribuir. 

Como  este  recebemos  outros  em  diversos  línguas. 

Mate  por  Maurice  Francfort.  Paris,  1908.  Estudo  sobre  as  propriedales  nu- 
tritivas, liygienicas  e  fortificantes  d  i  horva  brasileira,  impresso  para  distribuição 
também  pela  Coramissão  Brasileira  de  Propaganda  na  Europa. 

Die  Getreideemte  der  Welt  im  Jahre  1907 .  ã»  edição.  Traducção  em  allemão 
da  publicação  do  Ministério  da  Agricultura  da  Hungria,  sobre  a  colheita  universal 
dos  coreaes  em  1907. 

Le  Mate  por  A.  Morem  de  Tours.  Paós,  1908,  ediíor  G.  Steinheil,  2,  rue  Ca- 
semir-Delavigne.  O  volume  que  temos  sobre  a  mesa  ê  uma  brochura  muito  bem 
impressa,  ornada  de  magnificas  gravuras.  A  publicação  deste  trabalho  tambom  foi 
feita  pela  Commissão  Brasileira  de  Propaganda  na  Europa.  A  obra  ó  dividida  em 
quatro  pirtes  que  tratam  respectivamente  do  histórico,  modo  de  extracção  do 
alcalóide,  physiologia  e  propriedades  hygienieas. 

Engrais  por  C.  V.  Garola.  3a  edição.  Paris,  1905.  Chamamos  a  attenção  dis 
nossos  leitores  parao  prospecto  desta  obra  que  os  seus  editores.  Srs.  J.  B.  Bailliére 
et  Fils,  tiveram  a  gentileza  de  nos  enviar,  o  qual  vem  publicado  no  fim  desta 
secção . 

Pelo  Sr.  Director  Bibli  jthecario  Dr.  Heitor  de  Sá  foram  offerecidos  á  Bi- 
bliotheea os  seguintos  trabalhos  : 

Experiências  sobre  Ulilización  de  la  Fibra  dei  Lino,  por  Henri  Proumen.  Buenos 
Aires,  1906. 

Principales  Leguminosas  I<orrajeras,  por  Mário  Estrala.  Buenos  Aires,  1907. 

Las  Leguminosas.  Su  utilidad  en  la  Agricultura  por  Mário  Estrada.  Buenos 
Aires,  1908. 

Principales  Gramindceas  Forrajeras,  por  Mário  Estrada.  Buenos  Aires,  1907. 

Instrucciones  sobre  Prados  Niturales  y  Arlificiales,  por  M  irio  Estrala.  B.ienoj 
Aires,  1907. 

La  Semilla  y  la  Siimbra  dei  Trigo,  por  Mário  Estrala.  Buenos  Aires,   1906. 

Informe  sobre  las  Enfermidades  de  la  vida  en  Li  Rioja,  por  Eduardo  S.  Rana. 
B oenos  Aires,  1906. 

Instrucciones  Practicas  para  el  Cultivo  de  los  Cereales  en  la  Republica  Argen- 
tina, por  Eduardo  S.  Rana.  Buenos  Aires,  1905. 


A    LAVOURA  317 


Informe  sobre  el  Cultivo  de  la  Yerba  Mate  por  Leon  Roger    Buenos  Aires,  1906. 

Estúdio  Informe  sobre  el  Sorghum  Halepensis.  Período  de  1902-190S,  por  Adolpho 
C.  Tonnelier.  Buenos  Aires,  1906. 

Preparacion  dei  Suelo,  por  Mário  Estrada.  Buenos  Aires,  1907. 

Informe  sjbre  las  Estaciones  Experimentales  de  Agricultura  en  los  Estados 
Unidos,  por  Ricardo  Coll.  Buenos  Aires,  1903. 


Pocket  Catalogue  and  Parlial  Price  List   of  Pumps    and  Hydraulic  Machincry, 
Goulds  Mfg.  Co.,  Séneca  Fali,  N.  Y. 
Chemie.  Catalogo  da  casa  Gustav  Fock,  de  Leipzig  (Lipsia). 


Engrais,  par  C.  V.  Garola,  directeur  de  la  Station  agronomique  de  Chartres, 
38  édition,  1  vol.  in-lB  do  50)  pages,  aves  34  fig.  Broche:  5  fr.;  cart.:  6  fr. 
(Ency.lopèdie  agricole).  Librairie  J.  B.  Bailliòre  et  fils,  19,  ruo  Hautefeuille,  Paris. 

Les  engrais  se  phwent  au  premier  rang  des  agents  que  1'agriculture  met  en 
oeuvre  pour  augmenter  les  rendoments  et  abaisser  les  prix  de  revient.  II  est  donc 
nécessaire  que  tout  praticien  soit  éclairé  sur  leur  nature,  leur  valeur  agricole, 
leur  mode  d'emploi  judicieux  et  économique.  11  faut  ausu  qu'il  soit  à  mame  de  se 
les  procurer  sur  le  marcho  aux  meilleuros  conditions  de  prix  et  de  qualité. 

Apròs  avoir  pté  un  coup  d'ceil  sur  la  physiologie  de  la  nutrition  des  plantes, 
et  digagé  les  primipes  fondammtaux  de  l'einploi  des  engrais,  M.  Garola  étudie 
les  raoyens  de  corriger  les  défauts  physiques  et  chimiqtiis  des  terres  arables,  à 
l'aide  des  amendements  calcaires,  p>ur  permettre  d'y  obtenir  le  niaximura  d'e(Tet 
des  engrais.  Puis  il  passe  en  revue  le  fumier  de  ferme,  en  mettant  en  relief  son 
role  foudamental  comparativeraent  á  celui  das  engrais  de  commerce,  les  engrais 
organiques  divers,  les  engrais  de  commerce  azotes,  les  engrais  phosphalês  et  les 
engrais  potassiques.  M.  Garola  donae  da  nombreuses  preuves  experimentales  de 
1'efflcacité  des  divers  engrais  dans  los  sois  et  pour  les  cultures  auxquels  ils  con- 
viennent. 

II  abord  alors  la  rêglementalion  du  commerce  des  engrais,  rendue  si  nécessaire 
par  les  fraudes  auxquelles  la  cultivateur  a  étá  penlant  trop  longtamps  en  but.  II 
insiste  sur  l'utilité  des  syndicats  agricoles  pour  1'achat  des  engrais  en  commun  aux 
meilleures conditions  de  prix  et  pour  assurer  aux  cultivateurs  toute  garantie  sur 
la  qualité  des  produits  achetôs. 

Enân  il  aborde  la  partia  techniqua  de  Ij.  questiou:  Vemploi  des  engrais  pour 
les  différentes  cultures  (céréales,  plantes  sarclôes,  lógumineuses,  prairies,  etc.) 
dans  les  diversos  natures  de  sois  et  suivant  la  rotation,  en  s'appuyant  sur  ses  re- 
cherches  personn^Iles  relativea  aux  basoins  Jes  plantes  en  élémeots  nutritifs,  ã  la 
marcho  de  1'absorption  de  ces  príncipes  alimentaires  pendaut  la  durée  de  la  végé- 
tation  et  à  1'énorgie  du  travail  radiculaira  aux  diverses  phasos  de  la  vie  des 
plantes.  En  partant  de  ces  données  physiologiques  fondamentales,  il  a  fait  com. 
prendre  aux  cultivateurs  qu'elle  doit  être  la  nature  des  fumures  à  employer  et 
leurs  doses  économiques,  dans  les  cas  si  divars  que  presente  la  pratique  agricole. 


ESTATUTOS 


CAPITULO  II 

DOS    SÓCIOS 


Art.  8.°  A  sociedade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  effectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  1 ."  Serão  sócios  effectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de  15$  e  a  annuidade  de  2o$ooo. 

§  2.0  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  estrang-eiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  á  lavoura. 

§  4.0  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  offlcial  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annuidade  de  5o$ooo. 

§  5.0  Os  sócios  effectivos  e  os  associados  poderão  se  remir  nas  condições  que  lorem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  fixada  para  esse  fim 
sei  inferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  g."  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  Os  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente;  terão  direito  a 
todas  xis  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

§  [."  Os  associados,  por  seu  caracter  de  conectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.0  O  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios ;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

§  3."  1  »s  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


IFLTEGTTLAZIVEEISrjTO 


CAPITULO  VI 

DOS    SÓCIOS 

Art.  18.  A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associados 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  iq.  A  jóia  deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
accei  tacão. 

Art.  20.  As  annuidades  poderão  ser  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  200$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  deverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pago  a  respectiva  jóia. 

§  i.°  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2.0  Para  esse  effeito  o  sócio  deverá  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  do  paragrapho  anterior. 

§  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  geral. 


W                      TÊ 

ai 

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JARDIM  BOTÂNICO  DO  RIO  DE  JANEIRO 


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Rio  de  Jankiho 


Agosto  os  1908 


^OUETJAl 

DA   . 

0  pi™  AiFiiir  mil  k  ffliirraíf 


asa  asa 


de  ■  Agpieulsbupa. 

XI'.  (SIÇÃI  •  NACI  INAL  DE  190» 


Capital  Federal 


ss  VIRIBUS  UNITIS  €€ 


SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

FlJNUADA    EM    |6    DE    JANEIRO    DE     l'v)~ 

Caixa-postal,   1245  Sede:    Ruas  da  Alfandega  d. 

Endereço  Telegraphico,  AGRICULTORA  e  General  Camará  n.  127 

Telephone  n.    1416  bio  n«  janeiro 

DIRECTORIA 
Presidente  —   Dr.    Wencesláo    Alves  Leite  de  Oliveira   Bello. 

i°  Vice-presidente  —  Vago. 

2o  Vice-presidente  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangei.. 

3°  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

i°  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tiro  de  Souza  Reis. 
2°  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
3o  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 
I    Secretario  —  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  do  Couro  Ferraz  Jun 
2°  Thesoureiro  —  Carlos  Raui.ino. 

Directores  «las    Secções 

Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rangel. 

Applicaçôes  do  Álcool  e  Museu Dr.  Benedicto  Kavmundo. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá. 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto  Jacobina  e  Carlos  Raulino. 

Societária Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira    lunior. 


Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  para  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabiliza  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assigaados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilida  le  dos  autores. 

Os  originaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  a  Redacção  d' A  LA- 
VOURA na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  aceeila  assi^nateras. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

Condlçõe»  «la   publicação  <!«>•*  iiniiiiiicUis 

VEZES  Ml  IA    PAGINA         UMA    PAGINA 

1     I2$000  2O$0OO 

3  30$ooo      5o$ooo 

') 90$ooo 

12  go$ooo  i70$ooo 

Os  annuncios  são   pagos   adearitadamente. 

Tiragem   5.000   exemplares 


SU  MM  A  RIO 


PAGS. 


\r\oies  de  sombra 

:'  (  oiieresM)  Nacional  de  Agricultura 

<i   1'avilhão  da  Sociedadj  na   Imposição 

A  Pecuária  na  Exposição  Vaoiial 

Algumas  madeiras  e  veeetaes  úteis  do   Brazil 

A  i  abra 

Empresa  Vinícola  do  Brazil 340 

Expediente ^4- 

Noticiario 351 

Parte  Commercial 355 

Bibliographia 3Ò4 


3» 


EXPOSIÇÃO  NACIONAL 


Aspecto  em  dia  de  festa 


Anno  XII  —  N.  8  Rio  de  Janeiro  Agosto  de  1908 


EDITORIAL 

NEW  YORK 
BOTANICAL 
GAROEN. 


Arvores  de  sombra 

E'  visível  a  necessidade  da  arborisação  das  praças  e  ruas  de  uma 
cidade,  já  pelo  embellezamento  que  traz,  já  pelas  vantagens  que  produz, 
ao  clima  e  salubridade,  já  emfim  pelos  effeitos  de  sombra  mitigantes  dos 
ardores  do  sol. 

E  nessa  faina  teem-se  muitos  dedicado  para  fazer  crer  a  verdade  de  tal 
asserção  em  beneficio  publico. 

Justa  é  portanto  a  nossa  ideia  de  fazer  a  propaganda  de  arborisação 
nas  cidades,  com  especialidade  nesta,  tão  assolada  pelo  calor  durante  a 
estação  do  estio,  que  é  bem  prolongada. 

Assim  escolhendo  as  melhores  espécies  para  cada  clima,  indicamos 
para  aquelles  que  são  menos  quentes  as  acácias  e  os  plátanos,  de  orna- 
mentação própria  para  as  ruas. 

Em  S.  Paulo  são  frequentes  as  magnólias  amarellas  com  benéficos 
resultados,  de  bella  copa  e  bonita  cor. 

As  nossas  ruas  largas  já  se  portam  bem  com  os  oitys,  mas  estes 
devem  ser  educados  para  produzirem  o  effeito  desejado. 

Graças  ás  observações  do  Dr.  Monteiro  da  Silva,  nosso  distincto 
collega,  podemos  indicar  algumas  espécies  convenientes,  devido  á  pratica 
que  elle  tem  da  zona  marítima . 

No  nosso  littoral  ha  muita  arvore  e  arbusto  que  se  prestam  para 
arborisação,  ainda  com  os  predicados  de  possuírem  o  mesmo  habitat, 
isto  é,  natureza  egual  no  solo  e  no  clima. 

E  é  justamente  na  costa  que  devemos  procurar  as  arvores  para  sombra. 

A  figueira  oity,  muito  elegante  c  copada,  de  folhas  persistentes,  de 
rápido  crescimento,  é  muito  abundante  na  praia  e  pega  de  galho. 

O  abaneiro  ou  mangueira  da  praia  é  uma  outra  arvore  de  muita 
belleza  e  de  prompto   crescimento. 

Quem  percorre  as  nossas  restingas  fica  encantado  com  o  porte 
2;  elegante  do  abaneiro  que  produz  agradável  sombra. 

A  herva  de  lagarto  é  um  arbusto  de  um  aspecto  bonito,  muito  acima 
do  oity.  Si  nas  florestas  apresenta-se  tão  vistoso,  o  que  será  nas  cidades, 
i-i    quando  educados  pelos  progressos  da  arboricultura  ! 


Sn«IKI>.\I>J'.     \ACH)\AI.     DK     ,\r,l;!(',m,TURA 


A  Bougaínvillea  Speciosa  é  uma  trepadeira  que  se  presta  para  arvores 
de  sombra . 

Basta  amarral-a  em  um  supporte  até  que  tome  a  configuração  de 
um  arbusto,  copado  e  interessante. 

Durante  três  mezes,  de  julho  a  outubro,  fica  dorida,  produzindo 
um  effeito  encantador. 

A  Mírindilia,  que  é  uma  arvore  bonita  e  com  elegante  copa,  existe 
em  quantidade  no  Trapicheiro  e  Tijuca .  Citamos  também  a  sapucaia  e 
o  ipê  tabaco,  que  dão  lindas  flores  cor  de   ouro. 

Vêem  depois  as  palmeiras  nossas,  como  o  palmito,  o  gariroba,  opaly, 
a  brcjaítba  e  outras  de  um  porte  gracioso  e  muito  interessante. 

Em  vez  das  plantas  exóticas  que  estão  apparecendo  no  Rio  de  Janeiro, 
devemos  procurar  as  plantas  indígenas  de  muito  maior  belleza,  elegância 
e  durabilidade .  Além  disso  teem  maior  desenvolvimento  e  crescimento 
rápido . 

E  para  mostrar  que  o  resultado  produzido  já  foi  notado  é  que 
as  ruas  como  Uruguayana,  Assembléa  e  Carioca  são  mais  apreciadas 
que  a  Avenida  Central,  porque  esta  não  tem  arbòrisação  con- 
veniente. 

E  quereryio  fazer  comparações  basta  citar  o  que  de  visa  obser- 
vámos na  fallada  Avenida  de  Mayo  de  Buenos  Aires.  Esta  só  tem 
de  melhor  que  a  nossa  a  arbòrisação,  que  é  de  duas  lindas  filas  de 
plátanos  nos  passeios,  e  que  a  custo  são  tratadas,  pois  durante  dois 
mezes  do  anno  seccam  com  os  rigores  do  inverno.  E'  incrivel  dizer 
isso,  pois  debaixo  da  constância  do  calor  em  que  vivemos,  mais  facil- 
mente e  com  mais  vantagem  para  o  povo,  nós  deviamos  possuir 
arbòrisação  nas  ruas  e  praças.    Lá  é  abundante  a   arbòrisação  publica. 

E  assim  é  que  deve  ser.  Fazemos  votos  para  que  sirva  de  incentivo 
o  exemplo  citado  em  beneficio  geral.  Não  é  preciso  encarecer  esta 
necessidade,  pois  ella  é  palpitante.  No  Congresso  de  Agricultura,  agora 
realisado,  foram  votadas  conclusões  por  indicação  da  nossa  commissão 
sobre  este  assumpto,  as  quaes  aqui  repetimos. 

«  7»  —  QUe  os  Governos  municipaes  devem  promover  a  realização 
de  festas  das  arvores,  por  intermédio  dos  alumnos  das  escolas,  como 
foi  feito  em  S.  Paulo  pelo  serviço  agronómico  do  Estado,  por  ser  um 
bello  exemplo  aos  particulares   e  interessados.» 

i  8a  —  Que  os  Governos  municipaes  procurem  executar  a  purificação 
e  deseccamento  dos  sitios  pantanosos  e  valles  húmidos  por  uma  plan- 
tação de  boas  espécies,  como  de  eucalyptus,  para  a  salubridade  de  suas 
terras.» 


A    LAVOURA  321 

d  9a  —  Que  os  Governos  municipaes  procurem  plantar  arbustos  já 
copados  nas  ruas  largas  e  nas  praças  das  cidades,  para  mitigar  os 
ardores  do    sol,  e    beneficiar    o  ar,  tendo  viveiros  para  esse  fim . » 

«  ion  —  Que  nos  jardins  não  predominem  os  gramados  e  sim  arvo- 
res e  arbustos,  para  serem  francamente  úteis  aos  habitantes,  que  assim 
podem  ter  parques  no  centro  das  cidades,  muito  justificáveis  sob  o  sol 
da  zona    tórrida  e  mais  consentâneos  como  clima.» 

Chamando  a  attenção  dos  leitores  para  uma  noticia  sobre  esta 
propaganda  publicada  por  nossa  revista  em  o  numero  passado, 
aqui  transcrevemos  outra  d'0  Pat\,  em  que  abundam  considerações 
favoráveis  sobre  o  beneficio  que  prestam  as  arvores  e  as  flo- 
restas : 

«  As  arvores  são  talvez  o  produeto  mais  bello  da  natureza  ;  deve-se 
á  sua  presença  o  aspecto  mais  variado  que  tomam  as  planícies  e  é 
graças  a  ellas  que  as  montanhas  adquirem  os  seus  principaes  caracteres 
de  belleza. 

As  arvores,  porém,  não  representam  unicamente  uma  das  bellezas 
infinitas  da  natureza,  são  também  um  elemento  essencial  de  salubridade, 
de  prosperidade,  de  vida. 

Num  artigo  da  Bibliothcque  Universelle,  E.  Tallichet  previne-nos 
dos  perigos  que  resultam  da  desarborização  imprudente,  que  destróe 
esses  elementos  benéficos  em  tantos  paizes. 

i  Algumas  regiões  da  Hespanha,  da  Africa  do  Norte,  da  Ásia 
Menor,  antigo  berço  da  humanidade,  que  foi  durante  muito  tempo  um 
jardim,  estão  hoje  e  em  grande  parte  desoladas  e  estéreis,  graças  á  obra 
desastrosa  da  desarborização. 

A  industria  das  mattas  racionalmente  explorada,  com  o  fito  de 
conseguir  um  melhoramento  continuo,  pôde  ser  tão  remuneradora  como 
qualquer  outro  cultivo. 

Está  se  experimentando  hoje  em  dia  um  systema  novo,  pelo  qual 
não  se  cortam  sinão  as  arvores  adultas,  para  as  substituir  immedia- 
tamente  por  plantações  novas,  e  isto  com  o  intento  de  dar  ás  plantas 
a  quantidade  de  ar  e  de  luz  de  que  precisam  para  prosperar. 

As  arvores  respiram  como  os  homens,  por  meio  do  tronco,  dos 
ramos  e  sobretudo  das  folhas. 

As  florestas  constituem  a  reserva  de  agua  potável,  sem  a  qual  uma 
região   está  condemnada  á  esterilidade  e  ao  despovoamento. 

Não  ha  nascentes  onde  não  ha  arvores  ;  e  nestes  casos  a  agua  em 
vez  de  ser  o  principal  factor  da  vegetação  torna-se  o  seu  mais  temível 
rlagello. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTCRA 


Por  causa  da  seccura  da  atmosphera  as  chuvas  tornam-se  raras  e 
irregulares  e  caem  geralmente  por  forma  violentíssima  :  alagando  o 
terreno  sem  o  penetrar  ;  reunem-se  em  torrentes  devastadoras,  fazem 
entumecer  os  rios  que  transbordam,  semeando  a  destruição  e  a  morte. 
Nos  Estados  Unidos  da  America  do  Norte,  onde  se  arrazaram 
enormes  florestas  para  dar  espaço  a  novas  culturas,  o  mal  tornou-se 
irremediável,  e  oxalá  que  esta  lição  sirva  para  outras  terras,  que  ainda 
teem  a  felicidade  de  conservar  intactas  muitas  das  suas  preciosas  mattas. 
O  ar  privado  quasi  totalmente  de  humidade  produziu  nos  habi- 
tantes aquella  magreza  c  aquella  nervosidade  exageradas  que  os  dis- 
tinguem. 

Os  ventos,  que  as  florestas  já  não  reprimem,  teem  lá  uma  impe- 
tuosidade sem  exemplo,  e  os  cyclones  varrem  o  continente,  causando 
enormes  damnos. 

As  differenças  de  temperatura  são  excessivas,  podem  verificar-se 
num  só  dia  desequilíbrio  de  mais  de  40  gráos. 

As  tempestades  violentas  que  se  desencadeiam  do  outro  lado  do 
Atlântico,  teem  muitas  vezes  uma  repercussão  funesta  na  Europa  ;  de 
modo  que  também  nós  soílremos    pela  imprevidência  americana. 

Os  montes  são  os  verdadeiros  depósitos  de  agua  que  alimentam 
a  planicie  e  os  habitantes  desta  ultima  deveriam  preoccupar-se  mais 
de  que  não  fiquem  estéreis  e  nus,  e  de  que  os  valles  não  se  encham 
de   destroços  arrastados  pela  força  das  aguas  pluviaes. 

Também  não  convém  esquecer  que  a  electricidade  se  emprega  hoje 
como  força  motriz;  a  agua  destinada  a  produzil-a  por  baixo  preço  torna 
cada  vez  mais  valiosas  as  montanhas,  pois  que  o  descer  delias  adquire  a 
força  que  se  emprega  na  producção  da  energia  eléctrica . 

Para  isso  é  necessário  que  as  correntes  sejam  tão  regulares  quanto 
possivel,  sem  alternativas  de  seccagem  e  de  cheias;  comprehende-se, 
pois,  como  uma  desarborização  imprudente  pôde  prejudicar  irremedia- 
velmente a  regularidade  destas  correntes  de  agua  e  por  conseguinte  a 
producção  normal  da  força  eléctrica,  fonte  moderníssima  de  immensa 
riqueza.» 

O  papel  da  arvore  no  mundo  é,  pois,  um  papel  regulador  e  har- 
monizador dos  elementos  propensos  á desordem  e  á  violência.  E ainda 
por  este  lado  são  úteis  ao  homem,  dando -lhe  um  exemplo  moral  que 
elle  deveria  comprehendcr  c  imitar  mais  intelligentemente  do  que  o  faz 
na  generalidade . » 

Nós  temos  ainda  frondosas  arvores  nas  ruas,  que  nos  prestam  abrigos 
agradáveis,  como  por  exemplo  a  alameda  de  Fiais  Benjamina  o  Religiosa, 


A     LAVOURA  323 

em  S.  Luzia.  O  mais  natural  porém  é  a  plantação  de  arbustos,  já  copados, 
havendo  porém  um  viveiro  de  mudas  de  todo  o  tamanho  para  as  substi- 
tuições precisas  nos  casos  de  morte  de  algum  individuo. 

Não  devemos  todavia  desprezar  as  grandes  arvores  existentes  como 
as  palmeiras  do  Canal  do  Mangue  dispostas  em  quatro  renques  de  bello 
effeito. 

Os  nossos  jardins  offereciam  mais  vantagens  com  sua  maior  quan- 
tidade de  arbustos  do  que  com  os  gramados  por  que  foram  substituídos 
em  pane. 

Estes  são  mais  adequados  aos  climas  frios,  como  nos  jardins  inglezes, 
e  não  num  clima  como  o  nosso,  onde  sobejam  os  arbustos. 

E1  natural  e  agradável  que  se  tenha  no  centro  da  cidade  os  pequenos 
bosques  para  aquelles  que  não  podem  ir  ás  florestas  procurar  abrigo  e 
allivio  para  o  calor. 

Para  abonar  proficientemente  as  palavras  ditas  em  favor  da  arbo- 
risação  das  ruas,  transcrevemos  em  seguida  trechos  do  artigo  do  Dr.  Ennes 
de  Souza  publicado   ha  cerca  de  seis  annos : 

«  Entre  as  regiões  que  mais  carecem,  pelo  seu  clima  ardente,  ser 
mitigadas,  em  bem  da  hygiene  e  do  bem  estar  das  populações,  pela  pro- 
tecção das  arvi  ires,  acha-se  com  certeza  uma  grande  —  a  maior  —  do 
nosso  paiz . 

Entretanto  poucos  são  os  logares,  entre  nós,  em  que  se  pôde  gozar  da 
frescura  das  sombras  proporcionada  por  uma  racional  e  bem  desenvol- 
vida plantação  de  arvores,  escolhidas  dentre  as  muitas  que  se  podem 
prestar  a  esse  grande  beneficio. 

E  de  uma  maneira  geral  mesmo  se  pôde  affirmar  que,  sendo  o  Brasil 
o  paiz  onde  crescem  as  mais  bellas  e  copadas  arvores  de  sombra,  é 
elle  exactamente  aquelle  talvez  em  que  menos  proveito  se  tira  de  tal 
circumstancia . 

Entretanto  tudo  convida-nos  procurar  a  protecção  das  arvores  e  por 
conseguinte  plantal-as  e  tratal-as  de  modo  a  nos  favorecerem  o  mais 
possível. 

Nossas  praças,  nossos  quintaes,  nossos  terrenos,  as  encostas  de  nossos 
morros  carecem  de  plantações  arborescentes,  já  pelo  seu  embellezamento, 
já  em   vista  de  sua  incontestável  utilidade. 

Não  seria  portanto  dos  menores  serviços  que  a  administração  muni- 
cipal prestaria  á  população,  que  se  move  atravez  de  suas  estradas  e  ruas 
principaes,  esse  de  plantar  e  conservar  de  distancia  em  distancia  arvores 
de  sombra,  bem  escolhidas  a  principio  pela  sua  rápida  expansão  fo- 
lheai, etc. 


SonKOADK     NACMXAI.     1)K     AiiRlGTJI/TURA 


Sobretudo  nas  praças  destinadas  a  estações  de  vehiculos,  junto  ás 
estações  da  Estrada  de  Ferro  e  nos  logradouros  públicos  destinados  a  mer- 
cados e  feiras  é  que  a  arborisação  para  sombra  deve  ser  a  mais  densa, 
bem  plantada  c  bem  cuidada  ou  conservada. 

O  terreno  vasio  deve  ser  plantado  em  horta,  jardim,  vergel  ou  pas- 
tagem, si  de  uso  particular ;  arborisado,  si  logradouro  publico.  Expnsto 
aos  raios  solares  sem  cultura  alguma  num  clima  abrazador  como  o  do 
Rio  de  Janeiro,  baixada  do  Estado  do  Rio  c  Norte  da  Republica  é  que 
nem  é  agradável,  nem  razoável  nem  útil.» 

Hkitor  ce  SÁ, 


T  Congresso  Nacional  ds  Agricultura 

Ainda  mais  uma  vez  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  com  o 
apoio  dos  poderes  públicos  e  o  concurso  evidente  dos  interessados,  con- 
seguiu levar  a  effeito  um  Congresso  Nacional  de  Agricultura,  o  segundo 
que  se  tem  realisado  nesta  capital,  e,  como  o  primeiro,  para  tratar  dos 
palpitantes  problemas  que  gravitam  em  torno  da  lavoura  e  das  industrias 
que  lhe  são  connexas. 

A  respectiva  commissão  organizadora  do  2°  Congresso  Nacional  de 
Agricultura,  sob  a  presidência  do  Dr.  Wencesláo  Bello  e  secretariada  pelo 
Dr.  João  de  Carvalho  Borges  Júnior,  realisou,  no  dia  7  de  agosto  do  cor- 
rente anno,  no  Palácio  Mõnroe,  uma  sessão  preparatória,  tendo  por  objecti- 
vo a  eleição  da  Mesa  que  deveria  dirigir  os  mibalhos  do  alludido  Con- 
gresso. 

De  feito,  aberta  a  sessão  á  qual  concorreu  grande  numero  de  congres- 
sistas, foram  eleitos  :  para  presidente  honorário  o  Exm.  Sr.  Dr.  Miguel 
Calmon  du  Pin  e  Almeida— Secretario  da  Industria  e  Viação  \  e  vice-pre- 
sidentes  honorários  os  Srs.  Drs.  Igna cio  Tosta  e  Wencesláo  Bello. 

A  Mesa  effectiva  do  Congresso  ficou  assim   constituída  : 

Presidente  —  Dr .  Lauro  Severiano  Míiller  ;  i°  Vice-Presidente  — 
Dr.  Christino  Cruz;  i"  Vice-Presidente  —  Dr.  Álvaro  Nunes  Pereira; 
i°  Secretario  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel  ;  20  Secretario  —  Dr.  Ber- 
nardo Pinto  Monteiro;  3o  Secretario  —  Dr.  Ildefonso  Simões  Lopes; 
4o  Secretario  —  Manoel  António  dos  Santos  Dias  Filho. 

No  dia  9,  ainda  do  mesmo  mez,  teve  logar  então  a  sessão  solemne 
de  installação  do  referido  Congresso,  sob  a  presidência  do  Sr.  Dr.  Miguel 
Calmon,  ecom  a  assistência  dos  Exms.  Srs.  Dr.  AffonsoPenna,  Presidente 


A    LAVOURA  395 

da  Republica  e  Conde  de  Selir,  Ministro  de  Portugal,  e  grande  numero 
de  senhoras,  representantes  das  duas  casas  do  Congresso,  da  lavoura  e 
classes  affins,  e  jornalistas. 

O  Sr.  Ministro  da  Industria  usando  da  palavra,  pronunciou  sub- 
stancioso discurso,  memorando  quanto  se  havia  feito  no  i° Congresso,  quan- 
to se  tinha  conseguido,  sendo  o  balanço  posto  em  evidencia  por  S.  Exa. 
bastante  favorável  aos  grandes  interesses  da  lavoura.  Terminou  dando 
como  encetados  os  trabalhos  do  %°  Congresso  Nacional   de  Agricultura. 

Tomaram  parte  neste,  33o  congressistas,  sendo  :  do  Amazonas  i  ;  Ala- 
goas 18  ;  Bahia  7  ;  Ceará  5  ;  Districto  Federal  80  ;  Espirito  Santo  10  ; 
Goyaz  4;  Matto  Grosso  4  ;  Maranhão  3  ;  Minas  Geraes  2 1  ;  Pará  6  ;  Piauhy 
6  ;  Parahyba  10;  Pernambuco  71  ;  Paraná  8  ;  Rio  de  Janeiro  28;  Rio 
Grande  do  Sul  24 ;  S.  Paulo  10 ;  Sergipe  4 ;  Santa  Catharina   10. 

O  Congresso  effectuou  sele  sessões  plenas,  durante  as  quaes  foram 
approvadas  e  discutidas  278  conclusões,  apresentadas  pelas  12  com- 
missões  especiaes. 

Estas  funccionaratn  regularmente,  tendo  em  algumas  delias  sido 
feitas  substituições  por  não  terem  podido  os  Srs.  congressistas  eleitos 
exercerem,  por  força  maior,  os  seus  cargos,  excusando-se  por  cartas  e 
telegrammas. 

O  movimento  das  commissões  foi  o  seguinte  : 

i.a  Café.  Reuniu-se  quatro  vezes  e  apresentou  ir  conclusões. 

2.a  Caiina.  (3a  Conferencia  Assucaretra).  Reuniu-se  nove  vezes  e 
apresentou  51  conclusões,  tendo  approvado  as  instrucções  para  a  4a 
Conferencia  Assucareira  a  feãlisàf-se  em  S.  Paulo,  a  2  de  julho  de  1909. 

3.a  Algodão  c  outras  fibras  textis.  Reuniu-se  sete  vezes  e  offereceu 
cinco  conclusões. 

4  a  Fumo.  Effectuou  cinco  sessões,  dando  13  conclusões. 

5.a  Fructicullura.  Em  cinco  sessões,  redigiu  1 3  conclusões. 

6.a  Mate  e  Pinho.  Nas  três  sessões  realisadas,  apurou  1 5  conclusões. 

7."  Borracha  e  Cacáo.  Reuniu-se  cinco  vezes  e  ultimou  14  con- 
clusões. 

8."  Diversas  culturas  e  industrias  ruraes.  Nas  três  sessões  que  rea- 
lisou,  redigiu  40  conclusões. 

9-a  Industria  Pastoril.  Em  quatro  dias  de  sessões,  organizou  45 
conclusões. 

io.a  Ensino  agrícola.  Effectuou  seis  sessões  e  apresentou  20  con- 
clusões. 

1 1  .a  União,  previdência  e  credito  agrícola.  Reuniu-se  nove  vezes, 
redigindo  21  conclusões. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


12. *  Factores  económicos.  Trabalhou  nove  vezes,  e  ultimou  28 
conclusões. 

Durante  a  elíectividade  do  Congresso,  foram  realisadas  diversas  con- 
ferencias sempre  muito  concorridas  : 

i.a  «Sociedades  Agrícolas  da  Bélgica  »—  pelo  professor  Emilio 
Wlieberg ; 

2.:i  «  Raças  vaccuns  convenientes  ao  Brazil »  —  pelo  Dr.  Assis  Brasil. 

3."  «  Acção  dos  Governos  no  augmento  da  riqueza  pastoril  »  —pelo 
Dr.  Carlos  Botelho. 

q.a  «  Organização  Commercial  da  Industria  Assucareira  »—  pelo  Dr. 
Corrêa  de  Brito. 

5.a  «  O  cavallo  militar  » — pelo  Dr.  Assis  Brasil. 

6.a  4  Os  importantes  resultados  da  vaccina  anticarbunculosa  » — 
pelo  Dr.  J.  B.  de  Lacerda. 

7.a  4  Causas  permanentes  da  crise  da  lavoura  de  canna  » — pelo  Dr. 
Leite  e  Oiticica. 

8.a  «  Da  intervenção  do  Governo  Federal  da  Suissa  em  favor  do 
desenvolvimento  e  da  prosperidade  da  agricultura» — pelo  Dr.  Pedro 
L.  Soares  de  Souza. 

« 1. '   «  Cooperativas  alcoólicas  da  Bahia  » — pelo  Dr.  Alfredo  Cabussú. 

io.a  «  O  problema  agrícola  » —  pelo  Dr.  Christino  Cruz. 

A  Mesa  do  Congresso,  conforme  deliberação  do  mesmo,  nomeou, 
para  a  redacção  final  das  conduções   approvadas  a  seguinte  com  missão  : 

Drs.  Wencesláo  Bello,  Ignacio  Tosta,  Sylvio  Rangel,  Christino 
Cruz,  José  Lobo,  Estacio  Coimbra  e  Álvaro  Pereira. 

O  2o  Congresso  Nacional  de  Agricultura  encerrou  os  seus  trabalhos, 
em  sessão  solemne  effectuada  a  3o  de  agosto,  tendo  a  ella  comparecido  os 
Exms.  Srs.  Presidente  da  Republica  e  Secretario  da  Industria    e  Viação. 


O  Pavilhão  da  Sociedade  na  Exposição  Nacional  ds  1908 

A  inauguração  official  do  nosso  Pavilhão  effectuou-sc  no  dia  26  de 
agosto,  ás  2  horas  da  tarde,  com  a  presença  do  Sr.  Presidente  da 
Republica,  acompanhado  pelos  Srs.  Dr.  Miguel  Calmon,  Ministro  da 
Industria  e  Viação,  General  Feliciano  Mendes  de  Moraes  e  Coronel 
Alvares  da  Fonseca,  chefes  das  casas  militar  e  civil  da  presidência 
e  seus  ajudantes  de  ordens. 

Aguardavam  os  Srs.  Presidente  e  Ministro  os  Srs.  Drs.  António 
Olyntho,  Getulio  das  Neves,  Conde  Cândido  Mendes  e  general  Thau- 
maturgo  de  Azevedo,  membros  do  Directório    Executivo,  Drs.    Wen- 


cesláo   Bello,    Sylvio    Rangel    e     Souza    Reis,    Benedicto    Raymundo, 
Monteiro  da  Silva,   Senador  Lauro  Miiller  e  general  Jacques  Ourique. 
A  banda  do  2°  de  artilharia  do  Exercito  executava  diversos  trechos 
de  musica  no  Pavilhão. 


Entrada  do  Presidente  da  Republica  e  comitiva  no  Pavilhão 

O  Sr.  Presidente  da  Republica  e  mais  membros  da  commissão 
começaram  sua  inspecção  pelo  primeiro  andar,  demorando-se  no  exa- 
me da  collecção  de  cannas  de  assucar  e  varias  fructas  do  paiz  e  accli- 
matadas.  Passaram  á  secção  de  fibras  de  varias  plantas  textis  da  nossa 
flora,  á  dos  muitos  cereaes  ahi  expostos  de  todas  as  zonas  do  paiz 
e  ao  museu  zoológico. 

Nesta  occasião  foi  servida  uma  chávena  de  matte  á  S.  Ex.  e  á  sua  co- 
mitiva. 

Depois  de  amistosa  palestra  com  os  presentes  subiu  S.   Ex.   ao  pavi- 


S.  Ex.  examinando  os  Mappas  de  Geographia  Agrícola 

mento  superior,  onde,  sentado,  examinou  detidamente  os  álbuns,  nos  quaes 


32* 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


se  acham  os  mappas  agrícolas  de  todos  os  Estados,  com  a  designação 
da  producção  de  cada  zona,  mostrando-se  satisfeito  com  esse  tra- 
balho e  dizendo  ser  de  grande  interesse  agrícola  para  nosso  paiz, 
sendo  também  a  primeira  iniciativa  a    esse  respeito. 

Dirigindo-se   depois  S.  Ex.   para  o   andar  térreo,  onde  está  insta  1- 
lada   a  secção  de  apparelhos    a£  'álcool,    machinas  agrícolas    e    machi- 


Ç.  Ex.  é  convida-lo  a  dirigir-se  ao  jardim  das  plantas  iudustriaaá 

nismos  para  a  fabricação  de  queijos  e  manteiga,  visitou  também  o 
jardim,  onde  se  encontra  uma  bella  e  variada  collecção  de  plantas 
ornamentaes,   industríaes  e  indígenas. 

O  pavilhão  da  Sociedade  é  de  aspecto  simples,  guardando  em  suas 
linhas  geraes  o  da  ordem  corynthia  que  deu  origem  á  sua  architectura, 
em  todo  o  corpo  principal  do  edifício,  o  qual  abrange  os  dois  primeiros 
pavimentos. 

O  terceiro  pavimento  é  constituído  por  um  terraço,  tendo  ao  centro 
um  torreão,  que  supporta  a  cupola,  e  onde  existe  um  salão  de  forma 
octogonal  regular  com  área  de  cerca  de  6o  metros   quadrados. 

O  terraço  que  circumda  esta  sala  tem  uma  área  approximada- 
mente  de  cerca  de  160  metros  quadrados.  Encimando  a  cupola  nota- 
se  uma  esphera,  sobre  a  qual  descança  a  estatua  de  Ceres,  trabalho  de 
esculptura  do  artista  hespanhol  Sr.    F.   Basols. 


A    LAVOURA  389 

O  segundo  pavimento  compõe-se  de  um  grande  salão  octogonal, 
tendo  i3'",6o  de  vão  livre,  o  que  muito  favorece  a  impressão  dos  vi- 
sitantes, permittindo  bonita  installaçao. 

Este  salão  tem  oito  columnas,  nos  vértices  do  octogono,  as  quaes 
sustentam  um  entablamento,  ornamentado  com  modilhões  e  ovolus, 
obedecendo  ao  mesmo  estylo  da  ornamentação  externa.  E1  inteiramente 
branco-marfim,  tendo  oito  metros  de  pé  direito,  sendo  a  sua  decora- 
ção com  ligeiros   toques  de  ouro. 

Em  torno  do  salão  existem  quatro  salas,  também  inteiramente  pin- 
tadas de  branco-marfim.  O  primeiro  pavimento  tem  a  divisão  exacta 
do  segundo,  notando-se,  porém,  no  salão  central  quatro  columnas 
verdes,  tendo  os  capiteis  ligeiramente  dourados.  A  pintura  deste  pa- 
vimento é  toda  verde  claro  e  a  do  terceiro  verde  mar. 

O  accesso  ao  primeiro  pavimento  é  dado  pela  escadaria  exterior  de 
cimento  armado,  e  pela  escada  interna,  collocada  numa  das  salas  lateraes. 

Externamente  o  pavilhão  apresenta  a  cor  pérola,  notando-se  nos  cor- 
pos salientes  que  o  circumdam  quatro  frontões,  sustentados  por  duas 
columnas  cada  um  e  nos  quaes  vêm-se  em  claro  escuro  as  telas  pintadas 
por  Mário  Costa,  allegoricas  aos  quatro  problemas  vitaes  da  nossa  agri- 
cultura: o  ensino  agrícola,  a  união  agrícola,  a  lavoura  e  a  zootechnia. 


tiva  do  Pavilh;i 


Na  porta  de  entrada  principal  do  edifício,  no  segundo  pavimento, 
no  tympano  do  frontão  que  a  encima,  lê-se  em  uma  fita,  que  enlaça 
os  ramos  de  café  e  fumo,  a  divisa  víribus  imitis,  adoptada  pela  socie- 
dade, desde  a  sua  fundação.  A  altura  total  do  edifício  é  de  32  metros, 
tendo  uma  área  útil  de  66o  metros  quadrados. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AfiRICULTURA 


O  pavilhão  é  circumdado  por  um  jardim  de  plantas  ornamentaes, 
onde,  em  bem  desenhados  canteiros,  todos  gramados,  surgem  lindos 
grupos  de  flores  de  variados  matizes. 

Ainda  como  predominante  attracção,  é  justo  salientar  os  trabalhos 
de  mosaicultura  existentes,  figurando  entre  elles  dous  lindos  jarros, 
tendo  im,6o  de  comprimento,  uma  pyramide  de  2  metros  e  ainda 
uma  linda  corbeille  em  forma  de  barco,  situada  na  parte  em  frente 
ao  Theatro  da  Exposição. 

Este  jardim  é  illuminado   pela  própria  luz  eléctrica    do  Pavilhão 


A  Pecuária  na  Exposição  Nacional  de  1908 

Io   TURNO 

A  secção  de  pecuária  da  Exposição  Nacional  de  1908  veio  provar 
por  meio  de  suas  amostras  quanto  andamos  transviados  na  rota 
económica  que  vamos  trilhando  ;  porquanto  o  que  parece  ter  fi- 
cado patente  do  nosso  certamen  nacional  é  que  somos  um  paiz  com 
tendência  para  o  industrialismo  e  pouco  pendor  pela  agricultura  em 
seus  múltiplos  departamentos. 

A  secção  pecuária  foi  mais  um  reforço  a  esta  these.  Era  de  esperar 
que  um  vasto  paiz  como  o  nosso,  onde  se  desdobram  e  exuberam  extensas 
e  gordas  campinas  naturaes,  apresentasse  abundantes  e  bellos  espé- 
cimens de  animaes  domésticos;  porém  assim  não  foi.  Em  vez  de 
gados  finos  e  variados,  formados  pela  selecção  consciente,  o  que  vimos 
foi  um  mostruário  pequeno  com  os  typos  differentes  entre  si,  mostrando 
não    estar   ainda    disseminada   a    verdadeira    orientação. 

Todavia  já  é  tempo  de  termos  idéa  assentada,  sinão  sobre  os 
problemas  de  toda  a  zootechnia  nacional,  pelo  menos  sobre  o  que 
melhor  possa  convir  a  certas  e  determinadas  zonas  deste  immenso  paiz. 

Vimos  ao  lado  do  Hereford  o  Zebú  de  ditferentes  variedades,  o 
Turino  figurando  ao  pé  do  Buffalo,  o  Durham,  o  Simmenthal,  o  Jersey, 
o  Caracú   e  outros  mais. 

Entre  todos  esses  gados,  uns  eram  importados,  outros  filhos  de 
productores  extrangeiros  e  criados  em  condições  especiacs  de  trato, 
mui  afastadas  das  normas  propriamente  industriaes. 

Nossos,  propriamente  nossos  eram  os  Caracús,  e  é  bom  que  se 
repita,  havendo  destes  alguns  espécimens  dignos  de  honrosa  menção. 

Porque  seja  ainda  pouco  conhecido  entre  nós  vamos  dizer  algumas 
palavras  sobre  o  gado  Simmenthal,  representado  na  Exposição  por 
um  lote  de  reproductores  importados  ultimamente  pelo  Coronel  Durish 
para  cedel-os  aos  Srs.  criadores,  após  alguns  mezes  de  acclimação. 


A    LAVOURA 


O  touro  Dragão,  aqui  figurado,  tem  24  mezes  de  idade  e  possue 
todos  os  característicos  da  raça  Simmenthal,  a  que  pertence 


E1  de  Gruyère  —  Suissa  —  filho  de  pães  premiados  e  importado 
por  Durisch  &  C. 

E1  um  bello  animal,  muito  carnudo,  bem  conformado,  pintado 
de  branco-damasco  e  amarello-claro . 

A  raça  Simmenthal  ( raça  do  valle  do  rio  Simmen  )  começou  a  ser 
seleccionada  desde  18Õ9  ;  «  sua  reputação  é  universal  e  tende  a  se  acclimar 
em  toda  a  parte  na  Europa,  onde  a  producção  da  carne  alhada  á  de 
creaçáo   láctea  constitue  principal  escopo  do   criador.»  André  Sanson. 

Sua  pellagem  é  constituída  pelas  cores  branca  e  amarella,  formando 
malhas  mais  ou  menos  extensas,  chifres  curtos  e  claros,  tem  anca  larga, 
peito  amplo,  membros    locomotores  curtos. 

A  raça  Simmenthal  produz  excellentes  bois  carreiros,  rústicos  e 
forçosos,  de  engorda  fácil  e  excellente  carne,  o  que  muito  os  recommenda 
para  o  açougue .  No  estado  de  engorda  completa,  os  bois  de  Simmenthal 
pesam   1.000  a  1.200  kilos,  peso  vivo. 

As  vaccas  desta  raça  são  boas  leiteiras,  porquanto  dão  em  média, 
no  correr  do  anno,  2.000  a  3. 000  litros  de  leite,  com  uma  riqueza 
butyrica  variável  de  3,3  a  5  °/0,  isto  é,  são  precisos  20  a  3o  litros  de 
leite  para  1  kilo  de  manteiga,  conforme,  bem  entendido,  a  estação  do 
anno,  qualidade  das  rações  e  idade  da  cria. 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Depois  de  alguns  annos  de  observação,  sobre  a  alta  inspecção  da 
Federação  Suissa  dos  Syndicatos  de  Criação  da  Raça  Simmenthal, 
estabeleceu-se  uma  interessante  tabeliã,  em  que  figuram  numerica- 
mente :  i°,  o  numero  das  vaccas  leiteiras  submetlidas  á  observação; 
2°,  numero  de  dias  de  lactação  ;  3o,  numero  de  dias  de  um  parto  a 
outro ;  4o,  quantidade  em  kilos  de  leite  ordenhado  durante  o  tempo  da 
lactação  ;  5o,  quantidade  em  kilogrammas  do  leite  ordenhado  por  dia  ; 
õ°,  quantidade  em  kilogrammas  de  manteiga  por  ioo  litros  de  leite  ; 
7o,  quantidade  em  kilos  de  matéria  secca  ou  caseifera. 

As  observações  alli  registradas  referem-se  a  88  vaccas  leiteiras, 
pesando  cada  uma  em  média  687  kilos,  a  duração  média  da  lactação 
foi  de  359  dias,  espaço  médio  de  uma  cria  a  outra  418  dias;  a  pro- 
ducção  de  leite  por  cabeça  durante  o  período  de  lactação  foi  de  4.1  23 
kilos  de  leite,  a  producção  diária  de  cada  vacca  foi  em  média  de  1 1  kilos 
e  460  grammas  de  leite ;  a  producção  total  de  manteiga  para  cada 
vacca  subiu  a  162  kilos  ;  a  producção  total  de  matéria  solida  de  cada 
vacca  durante  a  lactação  foi  de  537  kilos. 

Estes  dados  são  interessantes,  pois  photograpbam,  por  assim  dizer,  o 
valor  económico  da  raça  Simmenthal,  em  boa  hora  introduzida  entre  nós, 
primeiramente  pelo  governo  de  Minas  e  agora  pelo  Sr.   coronel  Durish 


Piro  —   Fazenda   Coronel' João  Francisco  —  Rio  Grande  do  Sul 

O  cavallo  aqui  representado  por  esta  gravura  pertence  á  raça  dos 
pequenos  percherons,  os  quaes  servem  para   tiro    rápido  e  para  sella . 


A    LAVOURA  333 

Os  percherons  são  animaes  originários  da  região  franceza,  deno- 
minada Perche  ;  são  de  cor  russa  manchada  de  pequenas  malhas  mais 
escuras  do  que  a  pellagem  geral  ;  são  vivos  e  nervoscs,  tendo  em 
média  a  altura  de   im,5o  na  variedade  pequena. 

O  typo  aqui  figurado  é  um  bello  animal. 


A   secção  canina,  embora  restricta,    é    pouco  variada  ;  apresentou 


bello  espécimens  da  raça  dinamarqueza.   A  gravura  supra  representa  um 
casal  de  galgos. 


Algumas  madeiras  e  vegetaes  úteis  do  Brazil 

(Continuação) 

FAMÍLIA  das  meliaceas 

Canjerana 

Cabralea  cangerana,  Sald.   Gam. 

Synonimia: —  Açafroa  (nome  que  dão  mais  frequentemente  a  uma 
meliacea  de  outro  género,  a  Guarea  trichilioides  Cav.,  bem  como  á  bixacea 
Bixa  orellana  L.,  á  composta  Girthamus  tinctoria  L.  e  á  zingiberacea 
Curcuma  longa  L.)—  Caierana  (de  certo  erro  de  graphia  ou  de  imprensa) 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


— Cajarana,  no  Ceará  (onde,  parece,  dão  o  mesmo  nome  á  balanopho- 
racea  Lophophytum  mirabile  Schott.  e  Endl.)— Calumba-brasileira  (não 
Caluna,  nem  Calunga)  —  Canarana  (não  se  confunda  com  uma  gramínea 
amazonense  de  egual  nome)—  Cangerana,  nos  Estados  do  Rio,  S.  Paulo 
e  Paraná  —  Cangerana-assii  —  Cangera<ia-de-maminha,  nos  arredores 
da  capital  de  S.  Paulo  —  Cangerana-de-prego,  no  Rio  Grande  do  Sul— 
Canhar ana  (talvez  erro  de  pronuncia)—  Canjarana  —  Canjerana,  na 
Bahia  e  no  Espirito  Santo  —  Cayá-raha,  dos  indígenas  tupis,  «  parecido 
com  o  cajá  »  —  Kayárana  (a  mesmi  cousa)-  •  Pan-deSanto  (nome  que 
decerto  deram  á  madeira  para  explicar  que  cila  serve  para  esculptura  ; 
não  deve,  pois,  confundir-se  com  vegetaes  de  nome  quasi  egual,  como  a 
zygophyllacea  Guayacum  sanctum  L.,  uma  ternstremiacte  do  género 
Kielweyera  e  uma  leguminosa  do  género  Zollcrnea). 

Habitação  —  Encontra-se  em  todo;  os  Estados  marítimos,  desde  o 
Ceará  (?)  ao  Rio  Grande  do  Sul,  sendo  mais  abundante  nos  de  S.  Paulo 
e  Paraná ;  é  pouco  sensível  ás  altitudes,  preferindo  sempre  terrenos 
seccos  e  argilosos,  de  boa  qualidade . 

Descripção—  Grande  arvore,  até  12,00  de  altura  e  0,65  de  diâmetro, 
dimensões  estas  que  consta  serem  excedidas  na  vertente  oriental  da  serra 
do  Mar  ;  caule  recto  ;  casca  um  pouco  fibrosa,  pardacenta,  aromática  e  de 
sabor  amargo;  folhas  compostas,  grandes,  até  om,  70  de  comprimento; 
foliolos  oppostos,  mais  ou  menos  1 55  m/m  de  comprimento  e  55  m/m  de 
largura,  coriaceos,  peciolados,  acumi nados,  oblíquos  na  base,  nervura 
central  saliente  nas  duas  paginas,  sendo  vernicosa  a  superior  e  um  tanto 
pubescente  a  inferior,  bem  como  o  rachis.  Flores  em  paniculas  axillares. 
Fructo  ovóide,  de  31  X  29  m/m  mais  ou  menos,  atroviolaceo,  com  cinco 
óculos,  contendo  cada  um  duas  sementes,  verde-esmeraldinas  antes  de 
amadurecerem  ;  fruetifica  em  março  e  abril  (região  de  Iguape). 

Madeira— Côr  de  rosa  avermelhada,  com  cerne  vermelho-carregado  ; 
tecido  bastante  compacto  e  poros  pouco  visíveis,  dócil  ao  cepilho  e  á 
serra.  Pesos  específicos  verificados:  o,65S  (Rio  Grande  do  Sul)— 0,693 
(S.  Paulo)—  0,734  —  0,753  —0,768  (Rio  de  Janeiro)— 0,824  (Rio  Grande 
do  Sul).  Resistência  ao  esmagamento  :  carga  perpendicular  ás  fibras,  3i  7  ; 
carga  parallela,  449  ;  sem  determinação  da  posição,  546  kilogrammas 
por    centímetro  quadrado. 

Applicações—  Madeira  para  perfumaria,  esculptura,  torno,  mar- 
cenaria, caixilhos  de  janella,  bolandeiras  de  rodas  de  engenho,  pranchões, 
taboado,  frechaes,  tirantes  ;  construcção  naval,  obras  internas  e  externas  e 
hydrau liças,  porque  resiste  muito  á humidade  e  ao  ar;  esteios,  postes  e  dor- 
mentes de  segunda  qualidade,  não    obstante   terem   a  mesma  duração 


A    LAVOURA  335 

(u  annos)  de  outros,  como  a  peroba  e  a  laranjeira,  consideradas  de  pri- 
meira qualidade.  As  cascas  conteem  bastante  tanino  associado  a  matéria 
corante  cinzenta  ;  o  córtex  é  tónico  em  doses  moderadas,  vomitivo  em 
doses  médias  e  emmenagogo  violento  e  até  abortivo  em  doses  elevadas, 
provocando  dejecções  alvinas.  As  cascas  das  raizes,  em  tintura,  xarope  ou 
extracto,  são  consideradas  anti-febris,  úteis  no  tratamento  das  sezões  e 
febres  catarrhaes. 

Variedades  —  Além  da  C.  miúda,  meliacea  de  outro  género  (Gua- 
rea  trichilioides  Cav.),  supponho  que  na  região  de  Iguape  e  em  geral 
nos  Estados  de  S.  Paulo  e  Paraná  existem  duas  variedades,  a  menos 
que  avançando  em  edade,  os  indivíduos  vão  perdendo  suas  boas  quali- 
dade industriaes  e  me*mo  diminuindo  sua  densidade,  o  que  espero 
verificar  opportunamente. 

Observações  —  Não  obstante  ser  este  vegetal  um  dos  mais  impor- 
tantes que  povoam  o  sul  do  Brasil  e  de  pertencer  elle  a  uma  das  familias 
mais  úteis,  ha  ainda  grande  confusão  não  só  nos  nomes  vulgares,  como 
também  nos  scientificos ;  a  confusão  vae  até  ao  ponto  de  alguns 
escriptores  darem  o  nome  de  «Cangerana  »  a  outras  meliaceas,  como 
sejam  a  Carapa  guianensis  Aubl.  e  a  Guaiea  cernua. 

—  A  madeira  a  que  no  Estado  do  Espirito  Santo  dão  o  nome  de 
«Cangerana»,  é  não  só  absolutamente  diversa  da  «Cangerana»  de  Ca- 
nanéa,  como  muitíssimo  inferior  em  qualidade. 

—  O  nome  de  «  Caiu mba  brasileira  »  deve  ter  sido  dado  á  nossa 
meliacea  pelos  primeiros  escravos  que  desembarcaram  no  Brasil,  decerto 
porque  elles  lhe  notaram  os  effeitos  tónicos  da  Calumba  verdadeira,  que 
é  a  menispermacea  africana  Cocculus  palmatus  D.  C. 

—  «  Calumba  »,  que  é  palavra  angolense,  já  serve  para  designar 
uma  gentianeacea  americana,  a  Frasera  Carolinensis  Walt. 

Monographia  n.  47  —  Amostra  n.  9 

FAMÍLIA    DAS    MYRSINACEAS 

Capororoca  Pequena 

Rapanea  venosa    A.   DC. 

Synonimia  — Caa-poro-roca,  dos  autochtones  «filhas»  ou  imatto  que 
estala»  (ao  fogo)  ou,  segundo  Martius  e  parece  que  com  menos  funda- 
mento «arbusto  de  ramos  quebradiços»  —  Caporoquinha  eCapororoca 
branca  de  folha  miúda  no  Rio  Grande  do  Sul  —  Jacaré  do  matto  (esta 
espécie?),  em  alguns  logares  de  S.  Paulo. 

8052  3 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Habitação — Nos  Estados  marítimos  do  Brasil,  desde  o  de  Alagoas 
ao  do  Rio  Grande  do  Sul,  e  talvez  na  Republica  do  Uruguay.  Vegeta  nas 
capoeiras,  e  de  preferencia  nas  terras  fracos  e  silicosas,  nunca  se  encon- 
trando nas  mattas  virgens. 

DescripçÃo  —  Arvore  bonita  e  de  caule  recto,  até  8,00  de  altura 
e  0,45  de  diâmetro;  casca  até  10  m/m  de  espessura,  verrucosa,  porosa, 
quebradiça,  de  còr  branca  que  oxyda  ao  ar  e  se  torna  rosada ;  ramos 
crassos  com  as  cicatrizes  das  folhas  antigas  e  as  extremidades  tomen- 
tosas ;  folhas  simples,  inteiras,  alternas,  pecioladas,  base  cuneiforme, 
acuminadas,  83  m/m  de  comprimento  e  22  m/m  de  largura  mais  ou 
menos,  ob-lanceoladas,  peciolo  e  nervura  central  tomentosas  ;  inflores- 
cencia  lateral,  pedicellada  ;  flores  pequeninas,  esverdeadas ;  fructo  pe- 
queno, preto  ;  floresce  em  abril. 

Madeira— Cor  branca,  pesada,  fibras  grossas,  irregulares,  tecido 
compacto,  dócil  ao  cepilho  e  á  serra . 

Applicações  — Madeira  somente  para  linhas,  caibro  se  obras  internas, 
porque  não  resiste  á  humidade ;  dá  óptima  lenha,  preferida  pelos  fer- 
reiros para  o  fabrico  de  carvão.  As  cascas  conteem  tanino,  mas 
parece-nos  que  em  fraca  porcentagem.  Os  fructos  são  apreciados  pelos 
pássaros. 

Observações  —  Parece  existir  algures  uma  «  Canella  capororoca  >• 

Monographia  n.  48  —  Amostra  n.   123. 

FAMÍLIA    DAS    MYRSINACEAS 
Capororoca-  ussú 

Cybianthus  Regnelli  Mez  ? 

Synonimia  —  Capororoca  grande .  (Vide  a  da  espécie  antecedente). 

Habitação  —  Encosta  oriental  da  serra  do  Mar,  no  Estado  de 
S.  Paulo,  faltando-nos  informações  sobre  os  demais  Estados  do  Brasil. 
Vegeta  apenas  em  terras  argilosas,  de  qualidade  regular,  seccas  ou 
húmidas. 

DescripçÃo  —  Arvore  magestosa,  de  caule  recto,  até  16,00  de  altura 
e  0,43  de  diâmetro  ;  casca  vermelha  até  1 2  m/m  de  espessura,  muito 
adstringente,  com  epiderme  fina,  branca-esverdeada  e  farinosa  ;  ramos 
crassos,  com  as  cicatrizes  das  folhas  cahidas ;  folhas  inteiras,  simples, 
penninervias,  longamente  pecioladas,  peciolo  até  25  m/m,  folhas  até 
295  m/m  de  comprimento  e  122  m/m  de  largura  mais  ou  menos,  de  base 
cuneiforme,  nervura  central  saliente,  coriaceas  ;  inflorescencia  lateral  ; 
flores  pedicelladas ;  fructo  bacciforme,  com  fragmentos  do  estylete  no 
ápice. 


A     LAVOURA  337 

Madeira  —  Alburno  cor  de  rosa-avermelhado  e  cerne  rosa-des- 
maiado  ;  fibras  grossas  e  irregulares,  apresentando  um  trançado  lin- 
díssimo, idêntico  ao  dos  carvalhos  e  com  bonitos  veios.  Dócil  ao  cepilho 
e  á  serra,  mas  só  deve  utilizar-se  depois  de  bem  murcha,  porque  racha 
facilmente  quando  verde. 

Applicaçóes  —  Madeira  especial  para  mobílias,  graças  á  sua  belleza, 
e  também  para  vigas,  esteios,  caibros,  taboado  de  soalho  e  outras  obras 
internas  e  externas  ;  contém  tannino,  talvez  em  porcentagem  elevada, 
fornece  varas  altas  para  cercas  de  gado  e  óptimo  carvão.  As  cascas  são 
muito  ricas  em  tannino,  próprias  para  a  industria  do  corturne,  posto 
esteja  elle  associado  a  matéria  corante  de  cor  rubra  ;  empregam-nas 
também  em  banhos  contra  as  affecções  cutâneas. 

Variedades  —  Si  este  vegetal  não  é  o  Cybianthus  Regnelli  Mez, 
será  evidentemente  uma  sua  variedade,  o  que  pretendemos  verificar 
quando  dispusermos  do  material  necessário. 

Observações  —  O  caule  da  Capororoca-ussú  apresenta  a  singulari- 
dade de  ter  o  alburno  mais  duro  que  o  cerne,  posto  que  um  e  outro 
sejam  bem  fortes.  E'  além  disso  um  dos  raros  vegetaes  cujo  caule  talvez 
possa  fornecer  tannino  em  quantidade  apreciável  industrialmente. 

Monographia  n.  49 — Amostra  n.  73. 

FAMÍLIA    DAS    MYRSINACEAS 
Capororoca    vermelha 

Rapanea  umbellata  M 

Synonimia  —  oA\eitona  do  mato  (?),  no  Rio  de  Janeiro  (não  con- 
fundir com  a  verbenacea  Vitex  montevidensis  Cham.,  duas  lythraceas  do 
género  Cuphea  e  uma  myrtacea,  que  teem  todas  o  mesmo  nome  vulgar) 
—  Canelon,  na  Republica  do  Uruguay  —  Capororoca  de  folha  larga,  em 
diversos  logares.  (Vide  as  duas  espécies  precedentes  e  não  se  esqueça  que 
ha  diversas  «  Gapororocas  »  desta  mesma  família  e  da  das  Vinteraceas,  as 
quaes  teem  synonimia  bastante  complicada) . 

Habitação  —  Em  todo  o  sul  do  Brasil,  desde  o  Estado  do  Rio  de 
Janeiro,  e  também  na  Republica  do  Uruguay.  Não  se  encontra  em  terras 
de  primeira  qualidade,  mas  sim  nas  regulares  e  até  nas  ordinárias,  mesmo 
quando  fortemente  silicosas .  Os  indivíduos  que  vegetam  nas  terras  seccas 
do  littoral,  desenvolvem-se  muito  mais  do  que  os  que  vegetam  no 
interior. 

Descripção  —  Arvore  de  caule  recto,  até  10,00  de  altura  e  0,45  de 
diâmetro  ;  casca  até  1 5  m/m  de  espessura,  vermelha,  cheiro  e  gosto  de 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


kerozene,  adstringente,  epiderme  regular,  suberosa,  fendida,  quasi 
palhete  ;  ramos  crassos  ;  folhas  simples,  inteiras,  coriaceas,  geralmente 
alternas,  pecioladas,  oblongas,  mais  ou  menos  1 1  o  '"/,„  de  comprimento 
e  45  m/m  de  largura  ;  intiorescencia  lateral,  formada  na  axilla  dos  ra- 
minhos verrucosos ;  flores  abundantes,  pequenas,  violáceas  ;  fructo 
indehiscente,  globuloso,  violáceo  ao  amadurecer. 

Madeira  —  Côr  rósea  com  lindas  veias  vermelhas  e  marcheta- 
mentos  oblíquos,  pelo  que  muitos  a  confundem  com  a  de  um  carvalho 
(proteacea).  Dócil  ao  cepilho  e  á  serra.  Peso  especifico  —  0,829  (Rio 
Grande  do  Sul) . 

Applicaç5es  —  Madeira  para  obras  internas,  taboado,  vigas,  ripas, 
etc,  exigindo  ser  secca  antes  de  desdobrada,  porque  empena  muito  ;  dá 
bôa  lenha.  As  cascas  conteem  bôa  porcentagem  de  tannino  e  são  já  em- 
pregadas como  tannante  de  primeira  qualidade . 

Observações  —  Esta  e  as  demais  «Gapororocasn  teem  a  particula- 
ridade de  empenar  e  rachar  muito,  o  que  é  lastimável,  porque  as  madeiras, 
devido  á  disposição  irregularissima  das  fibras,  apresentam  um  marcheta- 
mento  que  lhes  daria  importante  logar  na  marcenaria  de  luxo. 

Suppomos  que  em  alguns  logares  dão  ás  aCapororocas»  em  geral, 
ou  pelo  menos  a  esta  espécie,  o  nome  de  «Sobro»,  allusivo  á  suberosidade 
da  casca.  Ha,  porém,  outros  vegetaes,  de  diversas  famílias,  com  o  mesmo 
nome  vulgar. 

Continua 

COLLABORAÇÃO 


A  cabra 


A  cabra  é  uma  bemfeitora  da  humanidade  e  é  o  que  vamos  provar. 

Um  dos  melhores  alimentos  indispensáveis  á  vida  humana,  e  sem 
contestação,  é  o  leite.  E'  com  effeito  indispensável,  tanto  ás  crianças, 
como  ás  pessoas  enfraquecidas  pelas  enfermidades  ou  pela  velhice. 

A  preoccupação  de  achar  um  bom  leite,  nos  leva  a  aconselhar  o 
leite  de  cabra,  a  leiteira  das  crianças  e  das  pessoas  de  saúde  delicada . 
Hoje,  que  a  tuberculose  faz  tantas  victimas,  devemos  ter  todo  o  cuidado 
possível,  principalmente  sabendo  que  o  leite  das  vaccas  tuberculosas 
torna-se  em  muitos  casos  o  principal  factor  desta  terrível  moléstia. 


Além  disto,  a  vacca  também  é  portadora  ás  vezes  de  outras  doenças, 
não  menos  perigosas  para  a  humanidade  como  a  peste,  febre  typhoide, 
aphtosa,  e  também  a  escarlatina. 

Por  isso  deve-se  fazer  uso  sempre  que  for  possível  do  leite  de  cabra, 
pois  este  animal,  além  de  ser  completamente  refractário  á  tuberculose, 
o  é,  igualmente,  para  as  outras  moléstias  communs  ao  gado  bovino,  e  as 
creanças  alimentadas  com  elle  resistirão  melhor  a  essas  terriveis  mo- 
léstias ;  este  leite  tem  também  a  propriedade  de  ser  muito  nutritivo  e 
de  fácil  digestão,  e  é  o  que  mais  se  assemelha  ao  leite  humano  pela  sua 
composição. 

Para  se  dar  um  exemplo  do  quanto  este  leite  é  usado  e  apreciado 
na  Itália,  affirma-se  que  o  finado  papa  Leão  XIII  não  fazia  uso  senão  de 
leite  de  cabra,  tirado  e  bebido  quente  do  calor  animal,  e  a  isto  em  grande 
parte  se  attribuia  o  vigor  de  sua  saúde  e  o  seu  espirito  lúcido  em  tão 
avançada  idade . 

Emquanto  aos  defeitos  que  algumas  pessoas  lhe  apontam  de 
ser  este  leite  quente  e  de  fazer  com  que  as  crianças  alimentadas  com 
elle  sejam  nervosas  e  traquinas  são  considerações  que,  além  de  não  ter 
senso  commum,  só  se  propalam  por  pessoas  ignorantes,  pois  a  maioria 
dos  médicos  illustres  daqui  e  da  Europa  recommenda  este  leite  como  um 
dos  melhores  e  nunca  faliam  nestes  inconvenientes . 

Este  animal  tão  útil,  tanto  pelo  seu  leite,  como  pela  sua  carne,  etc, 
deve  ser  cuidado  e  estimado  muito  mais  do  que  tem  sido  até  agora, 
pois  as  suas  vantagens  o  torna  precioso  principalmente  para  os 
proletários;  além  disto  sendo  bem  tratado  acostuma-se  a  estar  preso  em 
um  logar  acanhado,  comtanlo  que  não  seja  húmido  e  tenha  um  bom 
telheiro  para  se  abrigar  da  chuva.  O  chão  deste  deve  ser  de  pedra  ou 
cimento ;  nestas  condições  gosarão  saúde,  se  bem  que  sempre  que  pu- 
derem estar  soltos  darão  mais  leite  e  os  filhos  se  criarão  com  maior 
facilidade,  ficando  mais  fortes  e  robustos .  Emquanto  á  alimentação,  este 
animal  é  um  dos  mais  fáceis  de  sustentar,  pois  come  quasi  toda  quali- 
dade de  hervas,  galhos  de  arvores,  principalmente  de  jaqueiras,  videiras 
e  mangueiras,  folhas  de  bananeiras,  pão,  farello,  milho,  feijão  cosido,  etc, 
emfim  quasi  toda  a  comida  de  casa,  comtanto  que  seja  sempre  collocada 
em  vasilhas  bem  limpas  e,  se  fòr  dado  em  feixes  o  capim,  deve  ser  amar- 
rado e  pendurado  para  não  se  sujar  nem  ser  pizado  por  elles,  porque,  se 
não  houver  este  cuidado  não  o  come. 

Para  terminar  diremos  que  deve-se  generalizar  a  creação  deste  tão 
útil  animal,  pois,  além  das  vantagens  acima  enumeradas,  se  não  immuniza 
completamente  contra  a  tuberculose  a  pessoa  sustentada  com  o  seu  leite 


340  SOCIEDADE    NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

todavia  ficará  mais  forte  e  também  menos  apta  a  contrahil-a.  Por  isto  a 
« Liga  Contra  a  Tuberculose »  deve  sempre  recommendar  e  acon- 
selhar o  uso  deste  leite,  pelos  meios  que  estiverem  ao  seu  alcance,  e  com 
isto  prestará  um  relevante  serviço  á  humanidade  soffredora,  para  ajuda-la 
a  combater  um  dos  seus  peiores  flagellos  :   A  —  Tuberculose. 


Empresa  Vinícola   do  Brasil 

Do  Correio  de  Maceió  de  12  de  maio  do  corrente,  transcre- 
vemos o  seguinte  a  respeito  deste  importante  estabelecimento  in- 
dustrial : 

«  Ante-hontem,  domingo,  S.  Ex.  o  Sr.  Dr.  Euclides  Malta  rea- 
lizou uma  excursão  ao  engenho  Satuba,  propriedade  agricola  do  Sr.  co- 
ronel Pedro  de  Araújo  Lima,  afim  de  ver  as  amostras  que  manda 
para  a  Esposição  Nacional  a  Empresa  Vinícola  do  Brasil  alli  estabe- 
lecida . 

A  visita  foi  particular;  S.  Ex.  desejava  além  do  mostruário,  ver 
a  fabrica  de  vinhos  e  licores  extrahidos  do  caldo  de  canna  e  de  outras 
fructas  nacionaes,  funccionando  ;  queria  detidamente,  sem  as  pragmá- 
ticas do  oflicialismo,  estudar  esse  grande  melhoramento  do  nosso 
Estado,  e,  acompanhado  apenas  por  quatro  amigos,  tomou  o  trem  de 
subúrbios  em  direcção  áquella  fabrica.  Recebido  com  a  maior  cordia- 
lidade pelos  sócios  da  Empresa  Vinícola  do  Brasil,  S.  Ex.  e  seus 
companheiros  de  excursão  apeiaram-se  em  casa  do  illustre  Sr .  Dr.  João 
Valle,  onde  se  devia  servir  o  almoço  e,  depois  de  se  ler  servido  o 
café,  seguiram  todos  para  o  edifício  da  fabrica  precedidos  do  distincto 
industrial,  fabricante  do  Néctar  do  Brasil  e  de  todos  os  productos  da 
mesma  fabrica,  incontestavelmente  a  única  e  a  primeira  no  género 
neste  vasto  paiz.  O  Sr.  commendador  Brandão,  mestre  na  industria 
a  que  se  dedica,  consciente  de  seu  valor,  a  todos  explicou  minucio- 
samente e  com  clareza  todo  o  funccionamento  das  diversas  peças  e 
apparelhos  alli,  naquelle  grande  edifício,  por  elle  collocados  e  mon- 
tados na  melhor  ordem  possível,  com  toda  a  segurança  e  mesmo  laxo 
de  installação,  pois  foi  elle  o  Sr.  Brandão  quem  pessoalmente  dirigiu 
toda  a  montagem  dessa  vasta  officina  do  trabalho  e  do  progresso  ,  com 
todo  o  esmero,  trabalho  esse  digno  do  todos  os  encómios  que  ao  distincto 
industrial  não  faltaram  de  todas  as  pessoas  presentes . 


A    LAVOURA 


341 


Excedeu  em  muito  á  expectativa  dos  illustres  visitantes  tudo  o  que 
alli  viram,  subindo  de  ponto  a  satisfação  geral  quando  tiveram  de  provar 
o  que  alli  actualmente  se  fabrica  e  vae  para  a  exposição,  e  que  não  é  tudo 


Vista  geral  da  fabrica 

ainda  que  podem' produzir  os  conhecimentos  profissionaes  do  Sr.  com- 
mendador  Brandão . 

Lá  estavam  os  dous  typos  de    vinho  de  canna  —  Néctar  do  Brasil 

—  o    typo  —  Particular  —  e  o  Moscatel,  e  em    licores  o  —  Chartreuse 

—  Cacáo  —  Anisette,  —  a  aguardente    desinfectada  e  pura,  os    xaropes 

—  de  Grozelha  e  Gomma  —  e  o  vinho  de  genipapo,  claro,  límpido,  de 
sabor  delicado,  o  que  de  melhor  temos  visto.  A  exiguidade  do  tempo  não 
permittiu  ao  illustre  homem  do  trabalho  que  mais  desenvolvesse  seus  co- 
nhecimentos no  fabrico  de  outros  productos,  que  prometteu  nos  dar  depois. 

A  impressão  recebida  de  tudo  que  alli  ha,  do  trabalho  que  alli  se  faz, 
da  perseverança  desse  homem  que  não  poupou  esforços  para  levar  a  bom 
termo  essa  obra  magnifica,  foi  a  melhor  possivel .  E'  como  elle  mesmo  o 
diz  :  i  A  organização  dessa  fabrica  era  para  mim  uma  questão  de  prin- 
cipio ;  quiz  demonstrar  que  os  capitães  aqui  empregados  não  foram 
postos  fora,  o  Estado  das  Alagoas  foi  dotado  de  um  estabelecimento 
modelo  e  único  no  género,  nós  não  perdemos  nosso  tempo,  e  respondemos 
assim^aos  que'  tanto  nos  malsinaram .  » 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Serviu-se  o  almoço  de  delicadas  iguarias,  ao  meio  dia,  havendo  ao 
champagne  diversos  brindes,  destacando-se  o  de  S  Ex .  o  Sr.  governador, 
ao  Sr.  coronel  Pedro  Lima,  sócio  commanditario  da  empresa  pelo  seu 
espirito  emprehendedor,  digno  de  imitação  e  de  applausos  pelo  muito 
valor  que  traz  á  iniciativa  particular  neste  Estado,  e  ao  Sr.  commen- 
dador  Francisco  Pinto  Brandão  pelos  seus  grandes  conhecimentos 
profissionaes  e  pela  sua  tenacidade  no  trabalho. 

Lembrou-se  então  a  ideia  de  dar  como  inaugurados  os  serviços  da 
fabrica,  desde  que  está  ella  em  bom  funccionamento,  e  passando-se  nova- 
mente ao  escriptorio  da  Empresa  Vinícola  do  Brasil  foi  ahi  lavrada  a  respe- 
ctiva acta  que  abaixo  transcrevemos.  Visitaram-se  depois  as  diversas 
dependências  da  fabrica,  a  caixa  de  agua,  a  fonte  que  fornece  agua  para 
todo  o  necessário,  os  apparelhos  heaíer-waset  para  os  operários,  e 
que  communicam  com  fossas  inodoras  construídas  pelo  systema  do 
Dr.  Valle,  os  encanamentos  de  esgotos  de  aguas  servidas,  tudo  deixando 
a  melhor  impressão. 


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Ao  entrar  no  edifício  que  tem  7Õ  metros  de  comprido  por  23 
de  largo,  nota-se  á  esquerda  o  escriptorio  e  a  elle  annexo  o  labora- 
tório em  que  trabalha  o  Sr.  commendador  Brandão,  e  á  direita  um 
vasto  salão   para  expedição  dos  productos ;  entra-se  na  fabrica  própria- 


A  LAVOURA  343 

mente  e  veem-se  alinhadas,  —  i  8  de  cada  lado,  —  36  dornas,  sendo 
seis  grandes  com  a  capacidade  de  30  pipas  cada  uma  e  3o  menores  com 
a  capacidade  de  1  o  pipas  cada  qual .  Todas  ellas  são  ligadas  por  cima 
e  por  baixo  por  encanamento  de  cobre  estanhado  a  estanho  fino 
por  dentro  e  por  fora,  communicando-se  entre  si  e  com  duas  bombas 
que  para  qualquer  delias  pôde  conduzir  o  caldo  da  canna  vindo  das 
moendas.  Ha  mais  dois  filtros  de  grande  capacidade,  um  grande 
alambique  a  fogo  nú,  e  um  menor,  a  banho-maria,  para  a  prepara- 
ção dos  perfumes.  Ao  entrar-se  descobre-se  toda  a  vasta  installação  produ- 
zindo um  magnifico  elíeito,  e  de  qualquer  ponto  do  edificio  póde-se  fisca- 
lizar todo  o  serviço.  Toda  a  communicação  dos  líquidos  entre  as  dornas  e 
os  diversos  apparelhos  é  feita  por  meio  de  torneiras  e  pelas  bombas,  o  que 
facilita  grandemente  o  trabalho  com  grande  economia  de  pessoal. 

A1  tarde  pelo  trem  das  cinco  horas  voltaram  todos  os  visitantes  satis- 
feitos e  bem  impressionados  pelo  que  viram. 


ACTA    DA    INAUGURAÇÃO    DA    FABRICA    DA  EMPREZA    VINÍCOLA    DO    BRAZIL 

«  Aos  dez  dias  do  mez  de  maio  de  mil  novecentos  e  oito,  no  enge- 
nho Satuba,  propriedade  agrícola  do  Sr.  coronel  Pedro  de  Araújo  Lima, 
município  de  Santa  Luzia  do  Norte,  Estado  de  Alagoas,  presentes, 
ás  onze  e  meia  horas  do  dia,  o  Exm.  Sr.  Dr.  Euclides  Vieira  Malta, 
governador  do  Estado  ;  Dr.  Demócrito  Brandão  Gracindo,  coronel  Ja- 
cintho  de  Medeiros,  (senador  estadoal),  coronel  Pedro  de  Araújo  Lima, 
Dr.  Luiz  Joaquim  da  Costa  Leite,  commendador  Francisco  Pinto 
Brandão,  engenheiro  João  Pinto  da  Silva  Valle,  Srs.  João  Carlos 
Leite  Júnior,  Beraldo  Caldas,  José  Vicente  de  Araújo  Tatá,  Pharma- 
ceutico  Álvaro  de  Aquino  Braga,  Luiz  da  Rosa  Machado,  e  eu,  Joa- 
quim Goulart  de  Andrade,  primeiro  secretario  da  Camará  dos  Depu- 
tados Estadoaes  ;  percorrido  o  grande  edificio  da  fabrica  da  Empreza 
Vinícola  do  Brazil,  soba  firma  Brandão,  Costa  &  C .,  depois  de  exami- 
nados os  differentes  productos  industriaes  da  mesma  fabrica,  que  são 
vinhos  e  licores,  todos  derivados  da  canna  de  assucar,  notadamente  o 
chamado  Néctar  do  Brazil,  em  seus  vários  typos  de  vinhos,  foi  dado 
por  inaugurado  pelo  Exm.  Sr.  Dr.  Euclides  Malta  o  mesmo  importante 
núcleo  agricola-industrial.  E  para  memoria,  eu,  Joaquim  Goulart  de 
Andrade,  lavrei  a  presente  que  assigno  com  os  presentes. 

Satuba,  10  de  maio  de  1898. — Euclides  Vieira  Malta,  Pedro  de 
Araújo  Lima,  Francisco  Pinto  Brandão,  T)r.    Lm\  Joaquim  da  Costa 


seCIEDADB     NACIONAL    DH    AGRICULTURA 


Leite,  Demócrito  Brandão  Gracinda,  Jacintho  Medeiros,  João  Carlos  L . 
Júnior,  Beraldo  Caldas,  Álvaro  Aquino  Braga ,  José  Vicente  Tatá,  João 
Pinto  da  Silva  Vallc,  Joaquim  Goulart  de  Andrade,  Lui\  da  Rosa  Macha- 
do, Júlio  da  Rocha  Uns . » 


Damos  a  seguir  as  analyses  seguintes  que  muito  abonam  os  produ- 
ctos  da  empreza  de  Satuba  : 

«  Dr.  Luiz  de  Carvalho  e  Mello,  lente  cathedratico  de  chimica  mi- 
neral e  analytica  da  Escola  Polytechnica  do  Rio  de  Janeiro  —  Boletim 
n.  128 — Analyses  de  duas  amostras  do  producto  NÉCTAR  DO  BRA- 
ZIL,  pertencentes  aos  typos  Moscatel  e  Particular  : 

A  TV  jVLYSJES  s 

Tendo  procedido  ás  analyses  do  Néctar  do  Brazil,  typos 
«Moscatel»  e  «Particular»,  de  que  fomos  encarregados  pelo  Sr.  Fran- 
cisco Pinto  Brandão,  chegamos  a  conclusão  de  tratar-se  de  productos 
obtidos  do  caldo  da  canna  de  assucar  cuja  fermentação  foi  suspensa 
por  processos  puramente  physicos. 

A  amostra  typo  «  Particular  1  otferece  riqueza  alcoólica  de  17o, 
deixa  um  extracto  secco  a  100o  C.  de  8,  4  %,  constituindo,  em  sua  quasi 
totalidade,  por  saccharose  e  traços  deglycose  e  contem  apenas  gr.  0,08o  °/0 
de  sulphato  de  potássio.  A  amostra  typo  «Moscatéis,  de  i3°  de  riqueza 
alcoólica  com  um  extracto  secco  a  100o  C.  de  12,2  %,  também  consti- 
tuido,  quasi  totalmente,  por  saccharose  e  traços  de  glycose,  encerra 
gr.  0,087  7o  de  sulphato  de  potássio. 

As  bebidas  analysadas,  que  apresentam  côr  ambreada,  de  tonalida- 
des different es,  obtidas  pelo  caramello,  revelaram  absoluta  ausência  de 
álcoois  superiores,  agentes  conservadores  e  outras  substancias  nocivas 
á  saúde. 

O  fino  aroma  e  agradável  sabor,  ao  lado  da  média  riqueza  alcoólica, 
e  absoluta  ausência  de  corpos  nocivos,  tornam  o  typo  «  Particular  t  do 
INeetar  d.o  Braail,  recommendavel  como  excellente  bebida  de 
mesa. 

O  typo  «  Moscatel  »  igualmente  puro  e  de  suave  aroma,  porém 
mais  adocicado  e  menos  rico  em  álcool,  constitue  uma  boa  bebida  para 
paladares  delicados.  DR.  LUIZ  DE  CARVALHO  E  MELLO.  —  ZELI- 
NO  ANTÓNIO  PINTO  DE  MIRANDA.  -  DR.  OCTÁVIO  SEVERO. 
—  Rio  de  Janeiro,  23  de  junho  de  1906. 

Laboratório  Municipal  de  Analyses.  —  Visto  —  DR.  PAIVA 
COELHO.  —  Director.  Analyse  n.  i3.  —Examinando  o  producto  Ne- 


A    LAVOURA  345 

ctar  ao  Tti-thxil  (typo  Moscatel)  remettido  pelo  Sr.  Francisco  Pinto 
Brandão  ao  Laboratório  Municipal  de  Analvses,  verifiquei  pela  analyse 
a  que  procedi  :  ser  uma  bebida  natural  produzida  pela  fermentação  do 
sueco  da  canna  de  assucar,  não  contendo  substancias  nocivas  á  saúde  c 
sendo  o  álcool  empregado  de  boa  qualidade . 

Rio  de  Janeiro,  [5  de  junho  de  1906.  —  OChimico,  Pharmaceutico 
DÁRIO  FERREIRA  PINTO. 

Laboratório  Municipal  de  Analyses. — Analyse  n.    14.  —  Ari*to. 

—  DR.  PAIVA  COELHO.  —  Director.  —  A  analyse  a  que  submetti  o 
produeto  denominado  iNectin-  tio  Bx-aasil  (typo  Particular),  envia- 
do por  Francisco  Pinto  Brandão  a  este  Laboratório,  revelou  tratar-se  de 
uma  bebida  natural  produzida  pela  fermentação  de  sueco  da  canna, 
em  que  não  ha  metaes  tóxicos,  oriundos  da  fabricação  ou  manipulação, 
bem  como  substancias  conservadoras  nocivas  á  saúde.  O  álcool  empre- 
gado é  de    boa  qualidade.  —  Rio    de    Janeiro,    i5de  junho    de     1906. 

—  O  Chimico  auxiliar,  Pharmaceutico  —  J.  M.  DA  SILVA  CASTOR. » 


EXPEDIENTE 


Secretaria 

Correspondência  recebida  : 

Cartas 375 

Officios 56 

Telegrauimas 51 

Circulares    6 

Correspondência  expedida  : 

Cartas 34ò 

Officios 33 

Telegrammas 154 

Circularas 4. 185 

Noticias 68 

Boletim  «  A  Lavoura  » 784 

Foi-necimeuto    cie  :n-a,me 

Foram  satisfeitos  28  pedidos  de  arame  farpado,  feitos  pelos  senhores  soeios, 
com  a  extensão  de  289. 31)5  metros,  tendo  importado  em  9:86^$500. 

Igual  quantidade  se  fosse  adquirida  no  mercado  teriacustado  13:333$  o  que 
produziu  uma  economia  para  os  sócios,  que  se  utilizaram  da  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura,  de  3:523$500. 


345  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Visittis  —  Visitaram  a  sede  desta  Sociedade  e  deixaram  consignadas  suas 
impressões  no  respectivo  livro  de  visitas,  os  Srs.:  Dr.  Francisco  Isidoro  Rodrigues 
da  Costa,  redactor  da  Revista  Agrícola  da  Sociedade  de  Agricultura  Alagoana,  e 
Fernando  Augusto  de  Albuquerque  Sarmento,  representante  da  Sociodade  Ala- 
goana de  Agricultura. 


Secção  Technica 

Correspondência  e  Circular  tio  Si*.  Mig-uel  F.  tio 
Monte,  solbi-e  o  tilg^oclfio  —  «  Brazil— Mossoró,  12  de  fevereiro  de  1908  — 
Mm.  Sr.  Presidente  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  —  Rio   do   Janeiro. 

Respeitável  Senhor  —Confirmando  a  minha  ultima  a  V.  Ex.  volto  a  as- 
sumptos de  interesses  dessa  tão  útil  quão  humanitária  sociodade. 

Por  intermédio  da  Companhia  Commercio  e  Navogação,  dessa,  remetto  um 
encapado  com  lettroiro  a  essa  sociodade  contendo  amostrx  do  algodão,  frueto  de 
semente  mandada  vir  do  Egypto  e  distribuída  por  minha  lirma  commercial  M.  F. 
do  Monte  &  Cia,  conforme  circulares  quo  distribuímos  em  fevereiro  do  anno 
passado . 

Queira  mandar  procurar  no  escriptorio  daquella   companhia. 

Reputo  um  produeto  sinão  genuíno  quasi  genuíno,  o  peço  submetter  tal  amos- 
tra a  exame  de  entendido  de  fibra  de  algodão  do  Kgypto,  dignanio-se  dar-nos  a 
sua  classificação. 

Devido  a  falta  de  inverno  regular  a  producção  dessa  semente  distribuída  foi 
rara,  porque  muitos  não  plantaram  receando  perdel-a. 

Essa  amostra  6  produeto  do  trechos  de  açudes.  Não  ha  duvida  que  esta  se- 
mente germina  e  produz  em  nossa  região  com  muito  proveito,  e  penso  que  será 
cultivada  em  larga  escala  tanto  mais  porque  julgamo-n  >s  com  boa  disposição  para 
continuar  na  propaganda  do  cultivo  do  algodão  em  geral  iutroduzindo-lhe  as  mo- 
dificações e  methodos  práticos  que  alcançar  de  rainhas  observações  experimentaes. 

Incluo  uma  circular  quo  acabamos  de  distribuir  ao  nosso   povo. 

Nella  já  demos  alguma  orientação  das  observações  praticas  que  tenho  ensaiado. 

Peço  para  ella  a  valiosa  attençíio  de  V.  Ex. 

Temos  trabalhado  na  propaganda  do  melhorar  o  acondicionamento,  descaroça- 
geni  e  plantio,  o  com  prazer  já  registramos  notavol  melhora  a  todo  respeito. 

A  qualidade  de  algodão  sujo,  do  caroço,  viciado,  tem  diminuído,  augmontando 
o  de  boa  qualidade. 

A  producção  no  geral  tem  augmentado,  e  todos  os  agricultores  já  conservam 
o  zelam  melhor  os  seus  algodoaes. 

Plantei  observando  as  regras  da  circular  inclusa,  40.0)0  covas  de  caroço, 
semente  escolhida  da   melhor  qualidade  «Sealsland». 

Nasceu  muito  bem,  mas  a  estiada  prolongada  já  matou  muito. 

Se  tivesse  poços  artezianos  servidos  por  moinhos  de  vento  que  é  regular  e 
certo  aqui  nada  perderia  porque  estou  convicto  por  ensaios  que  tenho  feito,  que 
o  algodão  prospera  perfeitamente  bem  com  irrigação,  mesmo  sem  chuva  alguma, 
nasce  bem,  cresce  e  produz  vantajosamente. 

Tenho  prova  pratica  disto. 


A    LAVOURA  347 


Julgo  mui  pratico  o  estabelecimento  de  poços  nesta  região  ate  20  léguas 
distante  do  littoral,  nos  valles  dos  rios,  que  denunciam  abundância  d'agua  no 
sub-solo. 

Com  elles  flcaria  resolvido  para  aqui  o  problema  das  soccas,  como  ficou  a 
.  superabundância  de  sal  depois  das  montagens  dos  moinhos  a  vento.  Seria  do 
grande  conveniência  o  Governo  mandar  abrir  um  poço  para  uma  estação  ex- 
perimental. 

Eu  cederia  o  terreno,  e  tomava  parte  grátis  na  direcção  de  serviço,  plantio, 
e  irrigação. 

Com  uma  estação  experimental  já  .so  podia  iniciar  reproductores  de  gado  de 
molhor  raça,  ao  contrario  tudo  será  frustrado  por  falta  de  forragem  certa  e 
apropriada. 

Essa  tão  humanitária  quão  útil  Sociedade,  que  prova  tanta  dedicação  pela 
felicidade  do  paiz  e  que  já  tom  colhido  tantos  fructos,  prestaria  um  acto  de  ca- 
ridade e  patriotismo  se  conseguisse  do  Governo  a  abertura  por  proftssiona.es  com- 
petentes de  um  poço  em  qualquer  parte  apropriada  do  Norte,  para  uma  estação 
experimental. 

Não  precizaria  grandes  poços— pequenos  com  capacidade  para  irrigar  área  re- 
gular. 

Isto  desbravado,  particulares  se  moviam  a  introduzir  em  suas  terras  alguns 
poços. 

Conto,  essa  Sociedade  so  voltará  para  o  Norte,  que  possuindo  terras  ubér- 
rimas, vantagens  naturaes  que  nenhuma  outra,  o  gente  invencível  pelo  trabalho, 
força  de  vontade,  de  Índole  dirigível  o  de  fácil  assimilação  ao  ensinamento,  verá 
em  pouco  tempo  terminada  tanta  calamidade  do  seccas  convertendo-se  em  larga 
producção  e  prosperidade  a  seus  habitantes. 

Com  a  minha  estima  e  consideração  subscrevo-me. 

De  V.  Ex.  Amigo  e  Obr. —  Miguel  Faustino  do  Monte.» 

Circular  —  M.  F.  do  Monte  &  C. 

lllui.  Sr.— Nosso  ultimo  trabalho  foi  em  pequenos  avulsos  que  fizemos  dis- 
tribuir, e  recommooda-vos :  «  Plantae  algodão  no  secco.  Cobri  vossas  terras  de 
algodoeiros,  que  vós  e  vossos  gados  tereis  abundância  ».  Não  foi  intuito  nosso 
dar  palpite  sobre  probabilidades  de  chuvas  ;  foi  apenas  lembrar  aquillo  que  vós 
mesmos  já  tendes  praticado  om  pequena  escala.  Vieram  chuvas  em  janeiro  ; 
aquelles  que  plantaram  no  secco  não  estão  longe  de  lucrar  o  trabalho. 
Conheceis  bera  o  algodão.  Foi  proveitosa  aquolla  lembrança?  Avaliae  vós 
mesmos. 

E  assim  é  que  quando  todas  as  vossas  terras,  mesmo  essas  capoeiras  que 
consideraes  cansadas,  estiverem  cobertas  de  algodoeiros,  o  que  estes  nos  campos 
suppram  a  densidade  do  matto  que  derrubastes,  tereis  algodão  em  abundância, 
e  vossos  gados  encontrarão  abundante  forragem  da  melhor  qualidade  para  resis- 
tirem a  seccas  e  a  repiquetes. 

Por  experiência  própria  estamos  habilitados  a  assegurar-vos  que  o  algodão  ú 
a  planta  adequada  e  fadada  para  enriquecer  nossa  tórrida  região. 

Temos  plantado  algodão  «  quebrado-preto  »,  «Mocó»  ou  «sedinha»  e  algodão 
de  caroço  granle,  pelludo-esverdeado.  Esto,  pensamos  ser  o  de  «Oeste»  ou 
«  New-Orleans  »  e  aquelle  o  «  Sea-Island  »,  de  Nova  York. 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


O  do  caroço  esverdeado  rceommendamos  que  seja  semeado  dos  campos  e 
capoeira?,  para  os  gados.  E'  ello  de  fibra  longa  o  forte,  e  resisto  mais  que  todos 
aos  rigores  da  secca,  conservando  verde  folhagem,  e  dando  fruetos  pelo  verão, 
mesmo  em  terrenos  duros,  seccos,  escalvados. 

O  « quebrado-preto  »  é  também  resistente,  mas,  a  sua  flb:'a  é  curta,  além 
de  que,  produz  menos  durante  o  verão ;  e  sendo  esta  a  semente  mais  antiga 
entre  nós,  desle  annos  cultivada  sem  o  menor  cuidado  na  escolha,  o  por  isso 
já  de  péssima  qualidade,  é  forçoso  quo  seja  substituído  pelo  «Mocó»  uu  «  se- 
dinlia  »,  cuja  fibra  ó  longa,  gorda,  se  lusa  ;  e,  além  disso,  é  clle  o  mais  valorisado 
nos  mercados  consumidores.  E'  mais  resistente  do  quo  aquelle ;  produz  mais 
durante  o  verão;  durante  quatro  ou  cinco  annos  dá  boa  producção,  e  ha  quem 
affirme  produzir  durante  10  a  20  annos.  Reeommondamos,  pois,  o  «  Mocó»  ou 
«seJinha»  como  a  qualidade  preferível  a  tolos  os  respeitos.  E'  indispensável 
prestar  attenção  á  semente;  a  somente  má,  sem  o  necessário  desenvolvimento, 
chocha,  colhida  antes  de  tempo,  não  podo  dar  um  arbusto  vigoroso,  capaz  do 
boa  producção. 

A  nossa  attenção  e  nosso  esforço  devom  preparar  o  largo  cultivo  do  algodão. 
Paizes  onde  a  cultura  do  algodão  reclama  maiores  dispêndios,  e  mais  aturados 
cuidados,  auferem   enorme   lucro  dessa  industria. 

Quanto  despendemos  em  adubos,  estrumes  para  nossas  terras?  Nada.  Só  esse 
facto  dá-nos  grande  vantagem  para  a  victoriosa  competência.  Nosso  solo  é  ubér- 
rimo e  ainda  dispensa  certas  despezas  de  cultura.  E'  preciso,  entretanto,  outros 
cuidados  e  methodo.s  adaptados  ao  clima  e  ás  suas  particularidades. 

Sob  esse  ponto  de  vista  o  nosso  descuido  principia  desde  o  abrir  a  cova  para 
a  semente.  Si  quem  deseja  edificar  uma  casa  esmera-se  em  cuidar  do  alicerce. 
é  também  indispensável  que  em  se  tratando  de  plantar  cuide-so  da  base  para  a 
planta;  e  esse  alicerce  é  a  cova.  Devemos  abrir  uma  cova  larga,  em  certa  pro- 
fundidade, aterrando-a  depois,  até  quasi  meia,  com  terra  frouxa,  sem  torrões; 
lançar  então  a  semente  sobro  essa  cova  o  acabar  de  cobril-a.  Esso  systema  é  de 
clara  vantagem,  porque  proporciona  á  planta  om  seus  primeiros  dias  de  tenra 
germinação  um  solo  arejado  e  frouxo.  Accresce  ainda  a  vantagem  de  guardar 
a  agua  das  chuvas  em  maior  abundância,  e  esta  circunstancia  só  por  si  é  de 
toda  importância,  pois  serão  menos  destruidores  os  o  Afeitos  dos  constantes  ve- 
rões o  períodos  de  estiagem  :  a  planta  poderá  esperar  mais. 

A  cova  larga  afasta  mais  o  matto  da  planta,  que  assim  ainia  poderá  es- 
perar mais  pela  limpa.  Esta  limpa  nunca  deverá  ser  feita  paca  «escalvar»  a 
terra.  A  terra  escalvada  fica  sujeita  aos  fjrtes  ardores  do  sol,  que  rapidamente 
extrahe  lhe  tola  húmida  lo.  E  além  disso  a  terra  da  superfície  é  cheia  do  detritos, 
paues,  etc,  si  for  arredada  pela  limpa  para  o  meio  das  carreiras,  tornar-se  á 
a  terra  mais  estéril.  Não  arrumeis  o  mitto  em  carreiras,  em  leirões:  espalhao-o. 
Si  for  possível  cobrir  a  torra  com  palhas,  capim  secco,  folhas,  mais  abrigada 
ficará  cila  dos  raios  solares  o  mais  adubada  estará.  E'  preciso  acabar  com  o  per- 
nicioso systema  de  cDivaras.  Esses  resíduos  seccos  que  são  queimados,  capins, 
hervas,  resto  das  plantas  anteriores  não  farão  mal  á  nova  planta:  são  lorças 
do  producção;  a  terra  vegetal  é  óptima  para  a  prosperidade  da  lavoura. 
Quando  muito,  queimeis  o  matto  secco  mais  posado  que  possa  difficultar  as 
limpas. 


A    LAVOURA  349 


As  limpas  devem  ser  foitas  antes  que  o  matto  cresça  e  ao  redor  da  cova  do 
algodão,  ficando  os  espaços  das  carreiras  com  o  matto  ;  a  terra  ficará  abrigada 
e  não  sjrá  destruída  preciosa  forragem. 

Essas  palavras,  que  tomamos  a  liberdade  de  vos  dirigir,  não  tem  por  fim 
vos  ensinar  regra  em  vossa  profissão.  Observae,  reparae,  sede  cuidadosos  em  es- 
tudai- vo<sa  trabalho;  assim  vos  dirigireis  melhor  e  não  andareis  ás  apalpadellas  ; 
traballiae  também  um  pouco  para  o  bem  geral,  mandae  informações  úteis  e  pro 
vei  tosas  de  vossas  experiências.  Nos  achareis  sempre  promptos  para  ouvil-as  e, 
em  vosso  nome,  fazel-as  chegar  ao  conhecimento  de  tolos. 

Com  os  cumprimentos  do  —  M.  I< .  do  ilonle  &  C.» 

Miacliinismos  para  a  mandioca — Recebemos  do  Sr.  Dr.  Manuel  de 
Albuquerque,  residente  em  Cantagallo,  uma  carta  em  a  qual  commuuica-nos  este 
senhor  ter  achado  muito  elevado  o  orçamento,  que  os  Srs.  Areus  &  Comp.  publi- 
caram em  um  dos  números  passados  d'.4  Lavoura,  para  machinismos  para  man- 
dioca. Diz-nos  mais  achar-se  habilitado  a  fornecer  um  engenho  completo 
por  2:000$,  em  tudo  perfeitamente  igual  ao  que  os  mesmos  Srs.  Arens  &  Comp. 
têm  á  venda. 


Descascador  Eng-ellberg-— Dos  Srs.  F.  Upton&Comp.  recebemos 
earta  communicando-nos  a  remessa  do  seu  Catalogo  C,  onde  se  encontra  o  descas- 
cador  «  Engelberg  »  que,  dizem-nos  os  mesmos  Srs.,  é  hoje  grandemente  ado- 
ptado   cm  S.  Paulo. 

Uemetteram-nos  ao  mesmo  tempo  amostras  de  arroz  e  café  beneficiados  com 
esto  descascador  americano,  por  onde  se   pôde  bem   evidenciar  a  verdade  da  sua 


Mussu 

Na  edição  d'A  Lavoura  correspondente  ao  mez  do  outubro  ultimo,  publicamos 
alista  de  nomes  de  madeiras  de  Cananóa  (Estalo  de  S.  Paulo)  cujas  amostras, 
extrahidas  por  ordem  desta  Sociedade,  se  acham  convenientemente  preparadas 
no  respectivo  Museu. 

Substituímos  agora  aquella  lista  pela  que  segue  abaixo,  na  qual  não  só 
seguimos  a  ordem  alphabetica,  para  mais  fácil  consulta,  como  também  fazemos 
o  numero  de  ordem  corresponder  ao  das  monograpbias  que  temos  publicado  e  ao 
das  que  continuarmos  a  publicar. 

1.  Aleixo.  9.  Arapaçu  pequeno. 

2.  Almecega  branca.  10.        »  »        (cerne) 

3.  »         vermelha.  11.  Araribá  amarello. 

4.  Araçá  de  fruoto.  12.  Araticun  cortiça. 

5.  »      peba.  13.  »        do  morro. 

6.  »      pyranga.  14.  Aroeira  branca. 

7.  »      vermelho  do  pequeno.  15.        »       vermelha. 

8.  Arapaçu  grande.  U">.        »  »       (raiz) 


SOC.IKDADB     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


17. 

Bacopary. 

62. 

Caujuja  vermelha. 

18. 

Baguassú. 

63. 

Cedro  grande. 

19. 

Batata. 

64. 

»         (raiz). 

20. 

Uatitõ-pequeno. 

65. 

Crindiúva. 

21. 

Iiotarú  branco. 

66 . 

Cuayrana. 

ai  . 

\.  Botarú  branco  (  outra  amostra). 

67. 

Cubatan  branco. 

2i. 

Bucuhuva  grande. 

68. 

»       vermelho  da  arêa. 

23. 

Caandapuva  grande. 

69. 

»             »         do  barro. 

24. 

»           pequena. 

70. 

Capiuva  branca. 

25. 

Cabreúva  parda. 

71. 

Espinho  de  judeu. 

26. 

Cabreúva  vermelha. 

71 

A.  Espinho  do  judeu  (  outra  amos- 

27. 

»               »        (cerne  I. 

tra). 

28. 

Cae-e-levanta. 

72. 

Estopa. 

29. 

Cafeeiro. 

73. 

Figueira  grande. 

30. 

Canuna  bi*anca. 

74. 

Gracuhy  do  Grande. 

31. 

»      roxa. 

75. 

Grão  de  gallo. 

32. 

Caixeta  branca. 

76. 

Guabirobado  matto. 

33. 

»       vermelha. 

77. 

»         domestica. 

34. 

Cambará  Guassú. 

78. 

Guacá  de  onda. 

35. 

Cambuhy  amarello. 

79. 

Guachichin. 

36. 

»        preto . 

80. 

Guajupiroca  da  arêa. 

37. 

Canella  amarella  da  arêa. 

81. 

»           de  folha  grande. 

38. 

»               »        do  barro. 

82. 

Guajuruvá. 

39. 

»       anhuiba  amarella. 

83. 

i.uanandy-carvalho. 

40. 

»       catinguda. 

84. 

»         cedro. 

41. 

»       de  veado. 

85. 

»         piolho. 

4i. 

»       nhojirara. 

86. 

Guapeba  vermelha. 

43. 

»       nhopissuma. 

87. 

Guaraparin. 

41. 

»       nhumirim  branca. 

88. 

Guaricica  branca. 

45. 

»               »         vermelha. 

89. 

»         vermelha. 

46. 

»       nhunguvira  branca. 

90. 

Guatambú  da  arêa. 

47. 

»       Paulo  Teixeira. 

91. 

»          do  barro. 

48. 

»       sassafraz  amarella  da  arêa 

92. 

Guayraua  amarella. 

49. 

»            »                 »         áo  bar- 

93. 

»         branca. 

ro. 

94. 

Guriatan  vermelho  da  arêa. 

50. 

Cangerana. 

94  A.      »              >         do  barro. 

51. 

Capororoca  pequona. 

95. 

Guruguva. 

52. 

>         ussú . 

96. 

Ilerva  cidreira. 

53. 

»         vermelha. 

97. 

Imbirussú  vermelho. 

54. 

Caquera  femer. 

98. 

Ingá  branco. 

55. 

Caroba  branca. 

99. 

Ipé  tabaco. 

56. 

»      roxa. 

100. 

»        » 

57. 

Carvalho  branco. 

101. 

»        » 

58. 

»          vermelho. 

102. 

Ipeuva. 

59. 

Cataya  vermelha. 

103. 

.laboticabeira. 

60. 

Catiguá 

104. 

Jacarandá  branco. 

61, 

Caujuja  branca. 

105. 

»           pytanga. 

A  LAVOURA 

351 

106. 

Jacarandá  py tanga,    (cerne). 

136. 

Picherica-ussú. 

107. 

»          rosa. 

137. 

Pimentinha. 

108. 

»           roxo. 

138. 

Pindaúva  parda  da  arêa. 

109. 

»          una. 

139. 

»           »       do  barro. 

110. 

Jacarépirana  branoo. 

140. 

»        vermelha. 

111. 

»             vermelho. 

141. 

Pinho  vermelho. 

112. 

Jaeatahuva. 

142. 

Pitaguará  amarello. 

113. 

Jacatirão  de  flor. 

143. 

»          branco. 

114. 

Limãosinho. 

141. 

Seriuva  grande. 

115. 

Majaruvoca  vermelha. 

145. 

Simbiuvâ. 

116. 

Mamãosinho. 

146. 

Tabueuhuva  branca. 

117. 

Mandaguahu  pardo. 

147. 

»           vermelha. 

118. 

Maudiparana. 

148. 

Tajuba  do  morro. 

119. 

Mangue  manso. 

L49. 

»        »      » 

120. 

Manguerana. 

150. 

»        »  sambaqui. 

121. 

Maria  molle. 

151. 

Taruman  da  arêa. 

122. 

Maricá. 

152. 

»         do  barro. 

123. 

Marmeleiro  do  matto. 

153. 

Timbouva  poça. 

124. 

Massaranduba  grando. 

154. 

Urucurana  branca. 

125. 

»             pequena. 

155. 

»         pequena. 

126. 

Mochita  vermelha. 

156. 

Uvalha. 

187. 

Murta. 

157. 

Uvatinga. 

128. 

Nogueiro. 

158. 

Vamirim  branco. 

1^9. 

Úleo  branco. 

159. 

»        ferro . 

130. 

Olho  de  cabra. 

160. 

»         vermelho. 

131. 

Paipuna  grande. 

161. 

Vapuronga. 

132. 

Papagueia  vermelho  da  arêa. 

162. 

Vuape  branco. 

133. 

Paratudo. 

163. 

»      do  morro. 

134. 

Páo  David. 

164. 

»      vermelho. 

134  A.  Pão  sangue. 

165. 

Vuapericica. 

135. 

Peroba  rosa. 

*§&HQfr€€€€- 


NOTICIÁRIO 


Cu.ltu.va,  tio  tvigro  —  Pelo  Sr.  Homero  Baptista  foi  apresentado  a 
Camará  dos  Deputados  o  seguinta  projecto  que  visa  fomentar  em  nosso  paiz  a 
cultura  do  trigo  : 

O  Congresso  Nacional  decreta  : 

Art.  l.°  E' concedida  a  qualquer  synlieato  ou  cooperativa  agrícola  que  cul- 
tivar o  trigj  asubveação  annual  de  15:000s  (iiuiuze  contos  de  réis). 

Art.  2.°  Essa  subvenção  será  paga  em  prestações  trimostraes,  duraute  o  praso 
de  cinco  annos. 

805á  5 


352  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Art.  3.°  Somente  gosará  dos  favores  desta  lei  o  syndicato  ou  cooperativa 
agrícola  que  provar  : 

a)  achar-so  organizada  de  conformidade  com  a  legislação  vigente  ; 

6)  abranger  a  plantação  de  trigo  uma  área  superior  a  200  hectares  ; 

c)  manter  na  direcção  da  cultura  de  trigo  um  teehnico  do  reconhecida  compe- 
tência e  pratica  comprovada. 

Art.  -1."  Quando  se  reunirem  cinco  ou  mais  syndicatos  ou  cooperativas,  que 
satisfaçam  as  condiçõas  desta  lei,  para  o  fim  especial  de  estabelecerem  campos 
de  experiências  e  laboratórios  apparelhados  para  o  estudo  de  entomologia,  phyto- 
patkologia,  microbiologia,  pbysica,  chimica  e  meteorologia  agrícolas,  perceberão 
conjunctamente,  e  por  espaço  de  cinco  annos,  a  subvenção  annual  de   30  contos. 

Art.  5.°  Ficam  isentos  de  impostos  aduaneiros  as  machinas  e  instrumentos 
agrícolas  apropriados  ao  arroteamento  e  amanho  da  terra  e  á  colheita  e  benefi- 
ciamento  dos  respectivos  produetos  ;  os  adubos  e  insecticidas,  as  machinas  e  appa- 
relhos  destinados  á  purificação  e  á  preparação  de  massas  alimentícias  e  outros 
produetos  do  trigo  ;  as  machinas  e  apparelhos  destinados  aos  laboratórios,  postos 
meteorológicos  e  campos  de  experiência  e  demais  instrumentos  necessários  ao 
mesmo  fim  —  quando  importados  para  uso  exclusivo  dos  syndicatos  e  cooperativas. 

Paragrapho  único.  Os  importadores  retirarão  esses  objectos  mediante  simples 
requerimentos  aos  inspectores  das  alfandegas  e  administradores  das  mesas  de 
rendas. 

Art.  6.°  Um  anno  depois  de  posta  em  execução  esta  lei,  pi'ovidenciará  o 
governo  para  que,  nos  Estados  onde  existam  syndicatos  ou  cooperativas  para 
cultura  do  trigo,  sejam  os  seus  produetos  preferidos  nas  concurrencias  publicas 
federaes. 

Art.  7.»  O  governo  promoverá  accordo  com  as  estradas  de  ferro,  emprezas 
de  navegação  e  outros  meios  de  transportes  para  a  reducção  dos  fretes  dos  produetos 
de  trigo. 

Art.  s.°  As  associações  subvencionadas  em  virtude  desta   lei  são  obrigadas  : 

a)  a  prestar  á  Directoria  Geral  de  Estatística  e  aos  Ministérios  da,  Agricultura 
e  da  Fazenda  as  informações  que  lhes  forem  requisitadas  ; 

b)  a  apresentar  annualmente  o  relatório  dos  trabalhos  executados  durante  o 
anno  com  minuciosas  informações  dos  estudos  realizados,  das  observações  feitas  e 
dos  resultados  colhidos  ; 

c)  a  facilitar  aos  agricultores,  que  o  solicitarem,  a  visita  dos  seus  campos  do 
cultura  e  laboratórios,  prestanlodlies  as  informações  e  facultando-lhes  os  meios 
de  adquirirem  conhecimentos  práticos  sobre  cultura  do  trigo. 

Art.  9.°  O  governo,  no  respectivo  regulamento,  estabelecerá  as  regras  para  a 
fiscalização  das  associações  subvencionadas  por  força  desta  lei. 

Art.  10.  São  revogadas  aí  disposições  em  contrario. 

Sala  das  sessões,  10  de  junho  de  19J8.  —  Homero  Baptista. —  Diogo  Fortuna.  — 
J.  Simeão  Lopes. —  João  Abbott. 

A.  estatística,  da  producção  «los  cereaes  no  mundo 
—  Trigo  —  : í .  1 60  milhões  de  alqueires,  correspondendo  a  86  milhões  de  toneladas 
métricas  :   o  alqueire  vale  litros  30,6  e  pesa  kilos  27,2. 

Três  paizes  produzem  a  metade  dessa  cifra  :  os  Estados  Unidos,  600  milhões  de 
alqueires  ;  a  Rússia,  541  ;  a  França,  328.  Os  demais  paizes  são,  por  ordem  :  índia, 


A    LAVOURA  353 

286;  Itália,  159;  Allemanha,  128 ;  Hungria,  120;  Hespanha,  115  ;  Argentina,  101 
milhões  do  alqueires. 

Milho  — 2.896  milhões  do  alqueires  ou  73.500.007  toneladas  métricas.  Só  os 
Estados  Unidos  produzem  2.286  milhões  de  alqueires. 

Aveia  —  3.371  milhões  de  alqueires  ou  49  milhões  de  toneladas  métricas  :  Es- 
tados Unidos,  871  milhões  de  alqueires ;  Rússia,  825  ;  Allemanha,  494  ;  França, 
208  ;  Canadá,  204;  Austria-Hungrii,  190. 

Conteio  —  Mais  da  metade  e  produzida  pela  Rússia  :  890  milhões  de  alqueires  ; 
Allemanha,  372. 

Cevada—  Rússia,  197  milhões  de  alqueires;  Allemanha,  145  ;  Estados  Unidos, 
114;  Japão,  80. 

Arroz—  China,  24.500.000  toneladas  metr.cas;  índia,  21.700.000.  A  producção 
mundial  é  quasi  igual  a  do  trigo. 

Alpiste  —  índia,  542  milhões  de  alqueires  ;  China,  cere  i  de  500  milhões  ;  Rús- 
sia da  Europa,  78  ;  Rússia  da  Ásia,  45  ;  .lapão,  12  ;  Estados  Unido?,  5  milhões  de 
alqueires. 


Segundo  uma  recente  communicação  apresentada  a  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura  da  França,  vende-se  em  Vienna  o  leite  puro  por  20  cêntimos  o  litro. 
Em  Paris,  compram  no  por  20  cêntimos  o  litro  os  vendedores  á  retalho  e  dão-no  ao 
consumo  por  um  preço  que  varia  do  25  a  40  cêntimos.  Em  Berlim,  o  preço  inva- 
riável ó  de  20  cêntimos  o  litro.  O  exemplo  que  oíferece  Londres  é  ainda  mais  sur- 
prehendente.  Nessa  cidade,  com  uma  população  de  cerca  de  6.000.000  de  habitan- 
tes e  onde  se  dá  actualmente  uma  crise  de  leite,  originada  não  por  escassez,  mas 
por  não  quererem  os  retalhistas  pagar  alguns  cêntimos  mais  exigidos  poios  proprie- 
tários de  estábulos,  ha  grandes  difflculdades  do  abastecimento  ;  mas  ainda  assim 
retalha-se  o  artigo  na  razão  de  40  cêntimos  o  litro,  preço  este  alli  considerado 
exorbitante  ! 

Aqui,  no  Rio  de  Janeiro,  o  litro  de  leite  custa  600  réis  e  mais  !. . . 


Empregando  os  cactos  para  alimentação  do  gado,  transformaram  os  americanos 
esse  ílagello  de  suas  planícies  em  um  precioso  recurso.  Diz  o  Journal  <V  Agriculture 
Tropicale,  que,  depois  quo  a  attenção  se  volvou  para  o;  empregos  novos  do  álcool 
desnaturado,  pensa-sa  em  aproveitar  o  cacto  como  produetor  do  álcool.  Parece 
mesmo  que  vae  adianta  la  essa  tentativa  e  com  resultados  satisfactorios,  visto  como 
em  certos  pontos  do  Texas  occidontal,  já  se  começa  a  trabalhar  com  alambiques 
portáteis . 


Segundo  informa  o  Financial  Xews,  organiza-se  um  syndicato  para  crear  no 
Brazil  uma  empreza  de  exportação  de  gado.  E'  excellente  essa  idéa,  diz  o  Messar/er 
de  São  Paulo,  pois  que  a  Inglaterra  mania  buscar  carneiros  e  mais  gado  em  navios 
frigoríficos,  que  effectuam  a  viagem  da  Nova  Zembla  á  Inglaterra,  ou  três  vezes 
mais  a  distancia  que  a  separa  do  Brazil  e  estamos  persuadidos  qu3  o  Governo  Fe- 
deral tem  o  maior  interesse  cm  facilitar  a  installação  de  semelhantes  companhias. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Não  só  a  creação  dessa  nova  exploração  agrícola  servirá  para  augmentar  o  com- 
mercio  de  exportação,  como  desenvolverá  o  consumo  interior  do  paiz,  que  sente 
falta  do  carno  fresca,  especialmente  os  Estados  do  norte  do  Rrazil,  como  o  Pará  e 
o  Amazonas,  que  importam  grande  quantidade  de  carno  sccca  da  Republica  Argen- 
tina. 


Em  um  artigo  publicado  na  Reforme  Sociale,  estuda  o  Sr.  Dufourman- 
telle  o  credito  agrícola  na  França,  na  Allemanha,  na  Itália  e  na  Hungria  : 

«  Foi  a  Prússia,  diz  elle,  o  foco  de  onde  sahiu  a  idé  i  primeira  do  credito 
cooperativo,  de  que  é  a  Allemanha  a  terra  clássica  e  o  mais  rico  centro  do  expan- 
são. Na  Itália,  ura  sopro  poJeroso  de  solidariedade  social  vivifica  todas  as  asso- 
ciações agrícolas  ;  na  Hungria,  as  associações  federadas  se  substituem  progressiva- 
mente á  acção  do  Estado.  Na  França,  data  de  1889  o  despertar  da  idéa  do  credito 
cooperativo.  A  iniciativa  particular  contribuiu  para  isso,  ao  mesmo  tempo  que  a 
intervenção  financeira  do  Estado,  pondo  á  disposição  das  caixas  regionaes  do 
credito  agrícola  adiantamentos  temporários  e  gratuitos.  Resta,  porém,  completar  a 
obra,  inspirando  ás  populações  ruraes  as  medidas  a  realizar  pola  organização  das 
federações  e  pelo  emprego  sabiamente  comprehendido  dos  recursos  e  das  economias 
locaes . » 


Na  adubação  do  fumo,  o  azote  facilita  o  contribuo  para  o  desenvolvimento 
da  folha.  Um  excesso  de  azote  ó  prejudicial,  porque  retarda  a  maturação  e  faz 
elevara  porcentagem  de  nicotina. 

O  acido  phosphorico  é  indispensável  na  adubação  do  fumo,  como  nas  difforentes 
culturas,  mas  a  sua  acção  não  está  estudada  :  é  apenas  reconhecido  que  basta 
empregal-o  em  quantidades  moderadas. 

Os  saes  do  potassa  são  de  grande  importância  na  cultura  do  fumo.  A  potassa, 
tanto  ou  mais  do  que  o  azote,  contribue  para  o  devido  desenvolvimento  da  folha  e 
além  disso  tem  uma  influencia  directa  na  combustibilidade  do  fumo.  O  chlorureto 
de  potássio  diminue  as  condições  da  combustibilidade ;  ao  passo  que  o  sulfato  de 
potássio  a  facilita;  pelo  que  na  adubação  do  fumo  é  indispensável  o  seu  emprego. 

Os  elementos  fertilizantes  preferíveis  para  adubação  do  fumo  são  :  nitrato  de 
sódio,  phosphato  de  cal  e  sulfato  de  potássio. 


Acaba  de  realizar-se,  dizem  os  jornaes  europeus,  o  fabrico  de  lã,  graças  á 
agua  do  mar.  Os  resultados  obtidos  têm  sido  estupendos  e  maravilhado  ainda  aos 
mais  scepticos.  ii'  obtido  esse  têxtil  pela  precipitação  de  soluções  cellulosicas  pela 
agua  do  mar.  A  cellulose  encontra-se  em  toda  a  parte  e  a  agua  do  mar  nada 
custa.  Assim,  pois,  póde-se  fabricar  facilmonta  esse  novo  têxtil,  que  se  presta  a 
ser  fiado  do  mesmo  moio  que  o  algodão  ou  a  lã. 


Segundo  o  Móis  Colonial  et  Maritime,  o  commercio  da  juta,  nestes  últimos  tem- 
pos, tem   tido  considerável    incremento.    A  Inglaterra,  a  Allemanha,  os   Estados 


A  LAVOURA  355 


Uaidos,  a  Áustria  e  a  Itália  empregam  grande  quantidade  desse  têxtil,  que  mandam 
vir  de  Bengala,  onde  cultiva-se  a  maior  parto  da  juta  empregada  no  mundo.  Na 
França,  a  industria  da  juta  faz  viver  a  cercado  30.000  pessoas  e  do  82.056  tone- 
ladas ora  1898,  a  quantidade  da  juta  importada  o  empregada  no  consumo  subiu 
a  118.911  toneladas  em  1902,  a  72.000  cm  1903,  a  S7.164  em  1904  e  a  97.360 
em  1906. 


O  girasol  é  cultivado  era  certos  paizes  para  usos  industriaes,  especialmente 
na  Rússia,  nas  províncias  do  norte  e  do  caucaso.  Das  semontes  extrahe-so  um 
óleo  que  serve  para  o  fabrico  do  sabão  e  mesmo  como  óleo  do  cosinha.  As  hastes 
e  as  folhas  são  incineradas  para  estrahir-se  a  potassa.  Em  1907,  as  cinzas  do  girasol 
renderam,  nas  24  fabricas  do  Cáucaso,  15.030  toneladas  de  potassa. 

Saloxo  —  Acha-se  exposto  no  pavilhão  da  Sociedade  Nacional  de  Agricul- 
tura o  «Saloxo»  sal  especial  para  gado.  Este  sal  é  um  sal  desnaturado,  destinado 
unicamente  ao  consumo  do  gado  bovino,  lanígero  e  cavallar.  E'  preparado  com  o 
sal  gemma  húngaro,  o  mais  puro  até  hoje  conhecido,  com  addicionamento  de 
oxydo  de  ferro  vermelho  e  de  pós  de  losna,  sendo  este  preparado  absolutamente 
inuocuo,  como  está  provado  pelas  experiências  praticas  feitas  em  estabelecimentos 
zootechoicos  do  Governo  Hungaro,  manifestando  ao  contrario  propriedades  apperi- 
tivas  e  digestivas  na  boa  alimentação  dos  animaes.  Folhetos  cora  demais  infor- 
mações acharão  os  interessados  juntamente  com  o  produeto  exposto  no  pavilhão 
da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 


PARTE  C0MMERCIAL 


Agosto  ds  1908 


Café 

Venderam-se  17H.000  saccas  contra  13S.000  no  mez  anterior. 

Entraram  887.287  saccas  contra  240.761  saccas  no  mez  anterior. 

Os  embarques  foram  :  233  171  saccas  contra  190.793  no  mez  anterior. 

Existência  em  15  de  agosto:  325.942  saccas;  em  31  do  agosto:  331.320  saccas. 

Os  extremos  das  cotações  foram : 

í»  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kiloa 

Typo  n.  6 5$500  a  5$600  3$744  »2|813 

>  »  7 5$100  »  5J200  3$472  >  3*540 

»  »  8 4$800  »  5$900  3$268  »  3$336 

»  >  9 4$500  »  4$600  3$064  >  3$132 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


2*  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kllos 

Typo  n.  6 5$500  a  5$700         3$744  a  3$881 

»      »    7 5$  100  >  5$300  3$472  »  3$608 

»      »    8 4$800  »  5$000  3$268  >  3$404 

»      »    9 4$500  »  4$700  3$064  »  3$200 

Em  Nova  York,  o  typo  7,  disponível,  foi  cotado  a  5  "/18  c.  por  libra,  e  o  da 
Santos  a  7  5/16  c-  durante  todo  o  niez. 

Na  Bolsa  os  seguintes  preços  registraram-se:  5.05  c.  em  1,  11,  12  ln,  20  o  31  ; 
5.60c.  em  3,  6,  7,  8,  10,  13,  14,  15,  17,  18,  21,  22  e  29  ;  5.55  c.  em 4,  27  e  38; 
5.50  c.  em  5,  24e26. 

Entradas  no  Rio  de  Janeiro,  detalhadamente  : 

!"■  quinzena 

Saooas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 52.26N 

Cabotagem 4.141 

Barra  dentro 69.539 

Total 125.949 

2'  quinzena. 

Saooas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 56.336 

Cabotagem 5.728 

Barra  Dentro 99.274 

Total 161.338 


Géneros  importados 


Qualidade 

Carne  secca 


Quantidade 

28.832  fardos: 


ia  quinzena 

Rio  Grande  (systema  antigo) Não  ha 

Dita  (systema  platino)  nova $660  a  $720 

Rio  da  Prata,  nova,  patos  o  mantas $660  »  $760 

Ditas  idem,  manta  só $700  »  $800 

2&  quinzena 

Rio  Grande  (systema  antigo) Não  ha 

Dita  (systema  platino)   nova $660  »  $720 

Rio  da  Prata,  nova,  patos  o  mantas $680  »  $740 

Ditas  idem,  manta  só $760  »  $820 

Farinha  de  trigo  .     .     .        19.800  barricas ....  — 


ía  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

>  (secca) »      » 

Rio  da  Prata: 

Por  2  saccas 

Primeira  qualidade 23$5oO 

Segunda  »        22$õ00 

Terceira  »        21$500 

Moinho  Ingloz: 

Nacional 23$500 

Brazileira 22$700 

Buda-Nacional 24$700 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$000 

O.  O  ...     • 23$000 

2»  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

»  (secca) »     » 

Rio  da  Prata: 

I>or  2  saccas 

Primeira  qualidade 24$000 

Segunda         »        23$000 

Terceira         »        22$000 

Moinho  Inglez: 

Nacional 23$500 

Brazileira 22$700 

Buda-Nacional 24$700 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$000  a  24$500 

O.  O 23.$O0O  >  23$500 

í*  quinzena 

Manteiga  —  517  caixas : 

Demagny,  Isigny  (latns  sortidas) 2,$500  a  2$550 

Brétel  Frère3  (latas  sortidas) 2$200  >  2$240 

Lepelletier 2$470  >  2$480 

Modesto  Qallone  (sortidas) 1$850  >  1$950 

Esbousen Não  ha 

L.  Brum 2$500  a  2$550 

Buske  Juniur 2$350  »  2$360 

Marclet 2$200  >  2$220 

Outras  maroas 1$800  >  2$000 

A  nacional  vendeu-se:  a  de   Minas,  de  3$2O0    a   3$500  e  a  do  Sul,  de  2$400 
a2$700. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


2*  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$540  a  2$550 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$220  »  2$250 

Lepelletier 2$470  >  2$480 

Modesto  Gallono  (sortidas) 1$850  »  1$950 

Esbousen 2$500  »  2$5?0 

L.  Brum 2$340  »  2$550 

Buske  Júnior 2$350  »  2$360 

Marclet 2$200  >  2$220 

Outras  marcas 1$80)  »  2$000 

A  nacional  vendou-so:  a  do  Minas,  de  3$000  a  3$400  e  a  do  Sul,  de  2$400  a  2$700. 


Géneros  nacionaes 


Aguardente 


Houve  grandes  as  entradas  da  quinzena,  pjis  reflectiram  muito    na    segunda, 
registrando  grande  baixa  nos  preços. 


/»  quinzena 
As  cotações  por  pipa  de  480  litros,  base  de  20  grãos,  regularam   as  seguintes: 

Preços 

Paraty  190$000  a  198$000 

Angra  180$000  >  185$000 

Campos 165$000  »  170$000 

Maceió K '«$000  »  170$000 

Bahia 165$000  >  I70$000 

Pernambuco 105  $000  >  170$000 

Aracaju lfõ$000  »  170$000 

Sul 165J000  »  170$000 

2'  quinzena 

Paraty  165$000  a  175J000 

Angra 155&000  »  I60$000 

Campos 145ÍO00  »  I50&000 

Maceió 1459000»  150$000 

Bahia 145$000  »  150?000 

Pernambuco 145$d00  »  150$000 

Aracaju 145|000  »  150j000 

Sul 145-;O0O  »  150$000 


A     LAVOURA 


^Vlcool 

No  principio  do  mez  o  ra  srcado   o  iservou-se  Armo,  tendo  sido  regulares  as  en- 
tradas, fechando  frouxo  para  o  8m  do  mez,  como  abaixo  damo?: 

í»  quinzena 

P cecos 
40  gráos 290$000  a  300$000 

» <!7li;00:J  >   280$000 

3<i      > 260|000  >  270$000 

-'"   •!•■•> 

40    ;ráos 230$000  a  S90j 

>     260$000  9  270ÍOOO 

•■ 25OJO00  »   26  i$000 

A.ls,o<l£lo  em    i-ítiiiíi 

lei  '  íi  iu  ■  baixa  'In  more  ido,  na  l1  quinzena,  devido  ás  noticias  desfa- 
voráveis de  Liverpool,  continuando  na  segunda  quinzena,  havendo,  porém,  alguma 
estabilid  ide  i 1  fechar  o  moz. 

Prin 
Entradas  : 

Parahyba 1.794 

Natal 1.100 

Pernambuco 117 

Mossoró 304 

Ceará 235      3. 85.'; 

24.483 

las  dos  trapiches 5.339 

Existência  no  dia   31 19.144 

Preços : 

Pernambuco 9$0Q0  a    9$800 

Parahyba 9$000  »    9$600 

Ceará 9$700  »  10|000 

Penedo Nominal 

Sergipe Nominal 

Maranhão Nominal 

Segunda   quinzena 
Entradas  : 

Parahyba 

Pernambuco 1.300 

Mossoró 1-051 

Natal 800 

Piauhy ■'' 

Assú 320 

MaranMo 

26.545 
8052  ,;  - 


SOCIEDADE     NACIOXAL     DE     AGRICULTURA 


Saliidas  dos   trapiches 5.912 

Existência  no  dia  15 20.633 


Preços  : 

Pernambuco I0J030  a   U$000 

Parahyba 9$600  »  llsOOO 

Ceará 9$<500  >  11$0  0 

Penedo Nominal 

Sorgipe Nominal 

Maranhão Nominal 

Assucar 

Nullos  foram   os  negócios  o   os   compradores  do  todo  o  me/,  conservando-sc 

estes  quasi  que  numa  posição  do  espectativa  diante   das  volumosas  entradas  do 
Campos,  sendo  o  preçj  do  quisi  tod-is  as  quilidades  fixado  na  2a  quinzena. 

Primeira  quinzena 

Os  preços  regulam  como  se  segue  : 

Pernambuco  : 

Branco   usina —        — 

Dito  crystal $500  a  §520 

D,to  3'  sjrta $500  »  $520 

Crystal  amarello $440  »  $450 

Mascavinho $400  »  $450 

Somenos $420  »  $430 

Mascavo   loi: $345  »  $350 

Dito  regular $340  ^  $345 

Dito  baixo $3:%  »  $335 

Sergipe  : 

Branco   crystal     $500  a  $520 

Mascavinho $420  »  $450 

Mascavo  bom $345  »  $350 

Dit)  regular $340  »  $345 

Dito  baixo $330  >  $335 

Cimpot  : 

Branco  crystal     $520  a  $540 

Dito  2»  jacto $500  »  $510 

Crystal  amarello $400  »  $470 

Mascavinho $420  »  $4f,o 

Bahia   : 

Branco  crystal $510  a$520 

Dito  2"   acto —          — 

Mascavinho —         — 

Ouir  is  procedências: 

Maícavinho —         — 


A     LAVOUKA 


Segunda  quinzena 

Os  preços  regularam  como  so  seguo  : 

Pernambuco  : 

Branco  usina —         — 

Dito  crystal $500  a  $520 

Dito  3a  sorte $-.00  »  $520 

Crystal  amarello $420  >  $440 

Mascavinho $410  »  $440 

Somenos , $420  »  $430 

Mascavo  bom $340  »  $350 

Dito  regular $330  »  $335 

Dito  baixo —       $320 

Sergipe  : 

Branjo  crystal $500  a  $520 

Mascavinbo $400  »  $450 

Mascavo  bom $340  »  $350 

Dito  regular $330  >  $335 

Dito  baixo —        $320 

Campos  : 

Branco  crystal $530  a  $540 

Dito  2"  jacto $480  »  $500 

Crystal   amarello $450  »  $160 

Mascivinno $390  »  $400 

Dahia  : 

Branco  crystal $510  a  $530 

Dito  2°  jacto —          — 

Mascavinbo —          — 

l  )utr  ■     ;<<  oceá 

Mascavinho —         — 

Cereaes 

Regularam  os  preços  : 

Saccos 

Feijão  preto  de  Porto  Alegro,  novo     .     .     .  Nominal 

Dito  idora  da  Terra  Nova 10$000  a  10$500 

Dito  idem  de  Santa  Catbarina Nominal 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito  mulatinho Nominal 

Dito  manteiga !8$000  a  20$000 

Dito  enxofro 12sOOO  >  I3$000 

Dito  de  cores,  nacional .  7$00)  »  KB000 

Dito  branco,  estrangeiro 20$000  >  2I$000 

Dito  amendoim,  ubm 1S$500  »  20.000 

Farinha  de  mandioca,  espocial 10$000  »  10$500 

Dita  idem,  fina í>$000  »    9$500 

Dita  idem,  peneirada f$'00  »    9$000 

Dita  idem,  do  Norto —             — 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

Farinha  do  mandioca,  grossa,  Laguna  .     .     .  6$600  a    0$800 

Dita  idem  idem,  Porto  Alegro 6$400  »    6$600 

Arroz  nacional 23$00i  l 

Dito  inferior ]6$000  »  20$000 

Milho  amarello  do  Norto Não   lia 

Dito  idem  da  torra 7$300  a    7$500 

Dito  misturado,  idem 6$800  »    7$000 

Amendoim  em  casca 8$0f!0  »    9$000 

Cangica    15*000  >  10$000 

Favas 8$000  »    8$500 

Kilogramma 

Alpiste $360  a      $380 

Batatas  nacionaes $180  »      .$200 

Dita  estrangeira Nominal 

Fubá  do  milho $130  a      $200 

Matte  em  folha $4no  »     $500 

Tapioca $360  »      $400 

Polvilho $180  »      $?<)0 

Carne  do  porco $6*0  »      $'''40 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) 1$000  »     1*200 

Ce  boi  las  do  Rio  Grande  (cento) 4$000  >    4$200 

Fumo  em  í-ôlo 

Preços 

Do  Minas,  especial [$600 

Dito  superior ISlOO 

Dito  2a" 1$200 

Dito  ordinário ]$000 

Goyano,  superior "$100 

Dito  2» 1$700 

Baixo Nom. 

Rio  Novo,  superior 

Dito  2' 1$800 

Dito  baixo 1$000 

Pomba,  superior l$'50O 

Dito  2a 1$200 

Dito  baixo Nora. 

Carangola 1$400 

Picú,  especial 2$000 

Dito  Ia 2$000 

Dito  2* 1$000 

Bahia ■    1$I00 

Poma  ubuco Não  ha 


Sul 


Entraram  7.676. 
2$400  por  40  litros 


kilos  por  cabotagem,  do  nacional,  que  se  cotou  de  2.$200 


A    LAVOURA 


Msrcado  monetário 

Existência  de  ouro  na  Caixa  do  Conversão  : 

EM    15   DE   AGOSTO 

Libras  esterlinas 5.403.2&5 

Francos  10.396.470 

Dollars 127.935 

Liras 440 

Pesos    argentinos 2.750 

Marcos 10° 

Ouro   nacional 148:870$000 

EM  31    DE  AGOST  > 

Libra-;    esterlinas 5.375.870 

Francos 10.378.150 

Dollars 128.235 


Liras. 


argentinos 


120 

2.450 


Ouro  nacional 150:540$000 

A    importância    do      notas  conversíveis  em  circulação    era  93.760í420$000. 
O  preço  dos  soberanos,  fura  da  Bolsa,  foi  de  |6$025. 

CAMBiO 

As  taxas    offlciaes  continuaram  a    manter-so    inalteradas,  a    15  1/8  d.  sobre 
Londres  nos  bane  )S  estrangeiros  o  15  3/16  d.  no  Banco  do    Brasil .    As   trafisaci  ões 
bancarias  fizeram-se  a  esses  extremos  e  as  do  outro  papel  de  15  5/32  a  15  3/16  d., 
não  .-e  registrando  movimento  digno  de  notv 
Os  extremos  das  cotações  offlciaes  foram  : 

Londres,  90   d/v 15  1/8  e  15  3/16  J. 

Paris,  90  d/v 

Hamburgo,  90  d/ v £776  »         "'■> 

Portugal,   3   d/v 318  »     325 

Itália,    3  d/v $63á*        $039 

Nova  York,  á  vista 3$288  »      3$3I0 

Vales,  ouro —  1$793 

O  valor  official  do  mil  réis  foi  de  560  a  563  réis,  ouro.  e.  ó  da  libra  do  15$í>03  a 
15$868. 

Ágio  de  ouro  77,77  a  78,  51 


£££*35N««€ 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


BIBLIOGRAPHIA 


Recebemos  mais  as  seguintes  publicações  periódicas,    com  as  quaes  permu- 


to Riaista  Verde,  órgão  do  Iustituto  Internacional  de  Agricultura,  de  Roma. 
—Anno  IV,  ns.  6  e  7. 

Iahresbericht  der  Kãniglichen  Lamhoirtschaftlichen  líochschule  in  Berlin.— 
Anno  XVI. 

Revue  de  Viticulture.—  Anno  15»,  tomo  XXX,  n.  764. 

Universttd  Çommerciale  Luigi  BoccoH. —  Annuario  do  anno  escolar  1907—  1908. 

Bolleltino  delia  Arboricultura  Italiana  —  Anno  IV,  I[  trimestre. 

The  Journal  of  the  College  o/  Agriculture  Tohohu  Imperial  Unieersity,  de 
Sapporo  (Japão).— Vol.  111,  part.  I. 

Revista  da  Acuhmvi  <'r  irense. —  Tomo  XIII,  1908. 

Annaes  da  Bibliotheca  e  Archico  Publico  do    Porá.— Tomo  sext  >. 

Temos  ainda  a  registrar  com  os  nossas  agradecimentos  o  recebimento  dos 
seguintes  trabalhos  : 

O  Estalo  Moderno  e  a  Agricultura,  p;Io  Sr.  D".  A.  Gomos  Carmo.  Rio  de 
Janeiro,  1908. 

Interesses  Económicos  da  Lavoura  pelo  Sr.  Ur.  João  do  Carvalho  Borges 
Júnior.  Rio  do  Janeiro,  1908. 

Pequeno  Conselheiro  Pratico  de  Horticultura.  Publicação  do  Centro  de  Expe- 
riências Agrícolas  do  Kalisyndikat. 

Flora  Têxtil  do  Paraná  pelo  capitão  Domingos  Nascimento.  Curityba,  1908. 

Exposição  Nacional  de  Í908.  Catalogo  gerai  do  EU  ido  de  S.  Paulo. 

Asociaciân  Rural  dei  Uritguay  —  Reglamtnlo —  Programa  ds  la  Expostcion 
Nacional    Anual  de  Animais    à   Galpon    a  cii  ibrar-se  em  Montevi  léo   em    190S. 

Manurial  Experimenls  wit\  Sugar  Cant  .ithe  Leeioard  Islands,  1906-1907. — 
Publicação  do  Imperial  Department  of  Agricultura  for  ihe  West  Indies. 

Estatística  Ag ricofr.  e  Zootechnica  no  Anno  Agrícola  de  1904-1905,  do  Espirito 
Sant  i  do  Turvo,  Una,  Pereira  e  Boa  Vi4i  das  Pedras. 

i  A  rALOGOS 

Catalogue  dei  Oaerages  sur  les  Cuítures  Coloniales  et  les  Productions  des 
Colonies.  Augustin  Chillamíl,  17,  rui  Jacob,  Paris,  190?. 

The  Blgmyer  Iron  Works  Company.  Muhinas  modernas  para  o  serviço  geral 
das  fazendas  de  canna,  café  e  arroz  ;  installações  do  motores,  eta. 

Caldeiras  de  vapor.  Catalogo  illustrado  n.  1.141.  São  únicos  agentes  dos  fabri- 
cantes Ruston,  Proctor  &  Comp.,  limitod,  Lincoln,  Inglaterra,  no  Rio  do  Janeiro, 
os  Srs.  Victor  Islaender  &  Comp. 

Machinas  a  vapor.  Bombas  ceotrifugas,  elevador  ss  e  cabrestantes  a  vapor, 
motores  a  petróleo  «  Ruston  ».  Catalogo  illu-traio  n.  1.148,  da  fabrica  Ruston, 
Proctor  &  Comp.,  limited,  Lincoln. 

Machinas  para  plantações,  Catalogo  illustrado  n.  1.1-17,  Ruston,  Proctor  & 
Comp.,  Lt.,  Lincoln. 

Eaage  &  Schmidt.  Catalogo  de  Flores,  plantas  e  sementes  para  190^. 


le  Janeiro  —  Imprensa  Nacional  —  1908 


ESTATUTOS 


CAPITULO  II 

DOS    SÓCIOS 


Art.  8.°  A  sociedade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

-'i  ■:--  eifectivos,  o >rrespondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i.°  Serão  sócios  elíectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de   15$  e  a  annnidade  de  2o$ooo. 

s  2."  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  n<  1  extrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.°  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevante-       ...  -    tenham  tornado  beneméritos  i  lavoura. 

§  4.0  Sei  io  associadas  as  coi  .r.içõe  :  iracter  oflicial  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  jue  contribuírem  c a  jóia  le  30$  e  a  annnidade  de  5o$ooo. 

-  5."  <  )s  socins  eifectiviK  e  1  >s  associados  poderão  se  remir  nas  condições  que  forem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  lixada  para  esse  fim 
ser  inferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  o.°  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  (  >s  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membn  >s  da  1  lirect.  iria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  lisjutmdo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  1  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestai-,  in;e,  cadentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

§  [."  Os  associados,  por  seu  caracter  de  colectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.0  O  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios;  é  limitado, 
porem,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cardos  de  administração. 

.5.  3."  1  is  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  asscmbléa  geral  resolvei'  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


REGTJLAJVTEJMTO 


CAPITULO  VI 

DOS    SÓCIOS 

Art.   18.  A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associado 

quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  iq.  A  jóia  deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
acceita  :ã  1. 

Art.  20.  As  annuidades  poderão  se  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  2t.  tis  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  200$  e  0$,  n  sp  etivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  devera-  pagai  e  n  .i.i!.  ■  c  iso. 

Art.  22.  11-  sócios  e  issociados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pago  a  respectiva  jóia. 

§  i.°  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annnidade,  poderá  remir-se  mediante 
.1  apresentação  de  20  sócios,  desde  [uc  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2.0  Para  asse  elTeito  o  sócio  devera  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  d<>  paragrapho  anterior. 

.;  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  le  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
-1  i"  --licita  ia-  poi  escripto,  ale  três  me/e-  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  asscmbléa  geral. 


m 


<r- 


PAVILHÃO  DA  SOCIEDADE 


I  .Matua  de  <  'civs 


/    ^ííçí«*ÍÍ€€€*«í*í*$*SÍ€*5*S*^S*í^*^5Í**^**5^ 


V 


Anno  XII  —  N. 


Rio  db  Jansiro 


Setembro  db  1908 


SlIEIllfclÉl 

de  Âgpieutiupa 


w 


EXPOSIÇÃO  NACIONAL  DE  1908 


Capital  Fed< 


Jardim  de  plantas  industriaes  da  Sociedade 

ss  VIRIBUS  UNITIS  «« 


BRAZIL 


SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

Fundada  em  16  de  janeiro  hr  [897 

Caixa-postal,   1245  Sede:    Ruas  da  Alfandega  n.   108 

Endereço  Telegrapkico,  AGRICULTURA  e  General  Camará  n.  127 

Telephone  n.    1416  rio  dr  jansiro 

OI  KR  OTO  III  A. 

Presidente  —   Dr.    Wencesláo   Alves  Leite  de  Oliveira  Bello. 

1°  Vice-presidente  —  Vago. 

2o  Vice-presidente  -    Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel. 

3o  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Cerai  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

etário        Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 

2o  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 

3o  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  .Monteiro  da  Silva. 

l    Secretario  —  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

1"  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz  Júnior. 
2°  Thesoureiro  —  Carlos  Raulino. 

Directores  das   Secções 

Fazenda  de  Santa  .Mímica Dr.  Sylvio  Rangel. 

Applicações  do  Álcool  e  .Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá. 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto  Jacobina  e  Carlos  Raulino. 

Secretaria Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira  Júnior. 

Oollaboração 

Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  paia  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assimilados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  originaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d' A  LA- 
VOURA na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

Condições  <la  publicação  «los  annuncioa 

VEZES  MEIA    PAGINA         UMA    PAGINA 

I I2$OO0  2O$0OO 

3  30$ooo  5o$ooo 

6 MOVIDO 

12 oo$ooo  i-oljjooo 

Os   annuncios   são   pagos   adeantadamente. 

Tiragem   5.000   exemplares 


SUMMARIO 

PAGS. 

Fxposição  Nacional 36- 

le  Nacional  de  Agricultura  na  Exposição  Nacional'.  308 

A  Pecuária  in  Exposição ' j-e 

Algumas  madeiras  e  veiretaes  úteis  do   Brazil   ......  382 

O  azote ^86 

Expediente \  ,g6 

Noticiário ...'.'  407 

Parte  Commercial 411 

Bibliographia 42? 


Anno  XII  -  N. 


Rio  de  Janeiro 


Setembro  de  1908 


EDITORIAL 


Exposição  Nacional 

JARDINS    ORNAMENTAL    E    DE    PLANTAS    INDUSTRIES 

No  jardim  de  plantas  industriaes  fronteiro  ao  Pavilhão  da  Sociedade, 
ao  lado  de  varias  plantas  te.xtis  estro,  muitas  fructeiras,  oleaginosas,  gom- 
miferas  e  especiarias. 


LIBRARY 
NEW  YORK 
BOTANICAL 

UAROBN. 


Caramanchão    He    Orclii(le;is 


A  piteira  (Fourcroya  gigantea,  Vent)  está  bem  representada  por  typos 
robustos  e  vigorosos ;  o  sisal  (Agave  rigida  sisalana)  e  a  outra  espécie 

8724  ! 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


denominada  henequem  (Agave  rígida  elongata)  esião  patentes,  o  pri- 
meiro sem  espinhos  nas  folhas,  ou  somente  no  ápice,  e  o  segundo  com 
bastantes  espinhos  nas  bordas  das  folhas. 

A  distincção  principal  de  uma  e  outra  espécie  está  justamente  na 
ausência  e  existência  de  espinhos . 

A  sansevieria,  tão  rica  de  fibra,  e  vulgarmente  conhecida  pela  deno- 
minação de  «rabo  de  lagarto»  é  uma  planta  muito  industrial  que  precisa 
ser  bem  conhecida. 

A  sua  cultura  é  uma  necessidade  em  todo  o  paiz,  pois  suas  fibras 
já  teem  boa  cotação  nos  mercados  da  Europa,  onde  são  conhecidos  por 
linho  negro. 

Sansevieria  Guincensis  é  a  melhor  espécie,  já  cultivada  nos  jardins, 
como  planta  ornamental. 

Logo  em  seguida  está  um  typo  de  Bromelia  lagenaria  que  é  o  gravata 
de  rede,  ou  croá  do  sul. 

A  sua  riqueza  têxtil  é  conhecida,  e  pelo  comprimento  de  0,80  a 
1  metro  de  suas  fibras,  muito  macias  e  resistentes,  constitue  uma  planta 
jmmensamente  industrial. 


l               \ 

Mosaicultura — A   Jarra 

Dando  um  corte  apenas  no  primeiro  anno,   dessa  época  em  diante 
pode  ser  feito  de  seis  em  seis  mezes. 


A     LAVOURA  367 

Um  outro  tufo  é  de  género  Bilbergia  também  muito  têxtil. 

Cozidas  as  folhas  em  uma  solução  alcalina,  as  fibras  que  se  obteem 
sao  iguaes  á  própria  seda,  tal  a  sua  brandura  ao  tacto,  seu  brilho  e  com- 
primento. 

E1  um  gravata  abundante  em  todo  o  paiz,que  vive  sobre  os  arvoredos 
e  sobre  as  rochas. 

Mesmo  em  Copacabana  encontra-se  em  abundância.  Plantas  gom- 
miferas  ha  a  Hevea  Brasiliensis— a  seringueira — a  maniçoba  (Manihot 
Glaziovii)  do  Ceará  e  Jequié,  que  são  as  duas  principaes  quali- 
dades. 

O  Caúcho  (Castiloa  elástica),  a  Landolphia  Senegalensis  e  a  Man- 
gabeira  (Hancornia  speciosa) . 

Fructeiras  ha  uma  variedade  enorme,  desde  as  melhores  da  Europa 
até  o  nosso  genipapo  (Genipa  Brasiliensis);  81  qualidades. 

Café  de  diversos  typos  e  procedências,  1 2  espécies  ;  chá  da  índia 
(Thea  Chinensis),  Congonha  (Ilex),  Matte  (Ilex  Paraguayensis),  Cacáo 
(Theobroma  cacáo),  Canna  de  assucar  (saccharum  officinarum),  4  espécies  ; 
são  plantas  económicas  de  muito  valor  industrial.  Sobretudo  a  primeira 
que  constitue  a  mais   importante  riqueza  do  paiz. 


Paineiras  diversas, 
o  Ricinus  Communis  - 


paineiras  industriaes  e  plantas  oleaginosas  como 
a  mamoneira  ou  carrapateiro. 


S')i:iKIUDU     NACIONAL     DK      AGRICULTURA 


Bromelias  ornamentaes  em  muitas  espécies,  3o,  cada  qual  mais  ele- 
gante em  seu  porte  e  diversidade  de  cores  desde  o  róseo  vivo  até  o 
branco  de  mármore. 

Uma  notável  collecção  de  orchideas  com  mais  de  cem  espécies,  dis- 
posta em  um  caramançhel,  ao  lado  do  jardim  ;  1 200  exemplares . 

Outras  plantas  ornamentaes  como  as  Marantas,  Heliconias,  Pipero- 
mias,  Gloxinias,  Amaryllis,  Griffinias,  Adianthum,  Splenium,  Philo- 
dendrom,  etc.  estão  em  profusão,  ostentando  sua  roupagem  de  gala. 
Alli,  naquelle  estreito  espaço  está  bem  patente  uma  amostra  de  nossas 
bellezas  naturaes  ;  e,  se  desse,  então,  o  sombrio  das  selvas  e  a  humidade 
e  calor  de  suas  entranhas,  que  successo  não  se  conseguiria  com  as  va- 
riedades de  cores  das  folhas  e  o  explendor  do  colorido  das  flores  ! 

No  jardim  propriamente  dito  ornamental,  que  cerca  o  Pavilhão,  bem 
delineados  canteiros  repletos  de  lindas  e  raras  flores.  O  que  attrae  mais 
attenção  são  05  espécimens  de  mosaicultura  cobertos  de  trevos  e  únicos 
que  se  apresentaram  nos  diversos  jardins  da  Exposição. 

O  extraordinário  de  suas  formas  chama  logo  a  attenção  do  visitante, 
que  na  verdade  se  admira  do  conjuncto  tão  bem  esboçado. 

Taes  são  os  principaes  relevos  da  parte  externa  do  Pavilhão  da 
Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  na  Exposição  Nacional  de  1908. 

Se  não  houve  brilho  bastante  não  foi  por  falta  de  boa  vontade,  de 
esforço  e  de  trabalho  da  commissão,  que  fez  todo  o  possivel  para  cumprir 
o  seu  dever. 


Dr.  Monteiro  da  Silva. 


A  Sociedade  Nacional  do  Agricultura  na  Exposição  Nacional 
de   1903 

A  muitos  terá  parecido  extranha  a  ousadia  desta  Sociedade  em 
se  apresentar  á  Exposição  Nacional  de  1908,  em  pavilhão  especial  e 
com  exhibição  sua. 

Esse  arrojo  teve  inicio  em  honrosissimo  convite  feito  pelo  illustre 
Ministro  da  Industria,  o  Exm.  Sr.  Dr.  Miguel  Calmon. 

A  directoria  hesitou  muito  em  acceital-o,  ante  a  tremenda  respon- 
sabilidade que  teria  de  assumir. 

Não  lhe  fora  confiada  a  organisação  da  secção  agrícola  daquelle 
certamen,  secção    que,   pelo   regulamento,  não  existiria  de  facto,  frac- 


Caramanchel  de  orehideas  á  entrada  do  Museu   A.gri 


Mostruário  de  artefactos  de  fibras 


A    LAVOURA  3>9 

cioaada  como  devia  ficar  entre  as  collecções  separadas  e  independentes 
dos  diversos  Estados. 

Faltavam-lhe  esses  elementos  de  amostras  e  o  meio  de  as  obter, 
quando  a  tarefa  competia  a  commissões  especiaes  e  com  destino  áquellas 
collecções. 

A  exposição  da  Sociedade,  no  emtanto,  teria  de  ser  toda  no  inte- 
resse da  agricultura  e,  pelo  caracter  da  associação,  não  podia  se  limitar 
a  determinada  zona,  mas  sim  abranger,  quanto  possível,  esse  ramo  de 
actividade  em  todo  o  paiz,  dando  assim  uma  idéa  approximada  da  pro- 
ducção  agrícola  do  solo  brasileiro. 

Não  querendo  desertar  do  posto  de  honra  a  que  era  chamada,  a 
Sociedade  procurou  desempenhar-se,  augmentando  seu  museu  agrícola, 
organisando  collecções  que  se  approximassem  desse  objectivo  e  encetou 
trabalhos  e  estudos  que  interessassem  a  todo  o  paiz  em  sua  actividade 
rural  e  permittissem  conhecel-o  nesse  factor  essencial  de  sua  vida 
económica. 

A  reunião  de  seus  catálogos  dará  uma  idéa  parcial  do  que  foi  a 
sua  exposição  de  productos  agrícolas  e  extractivos. 

Mas  não  é  tudo.  Nossa  exposição  não  foi  só  de  productos,  mas 
também  de  trabalhos. 

Entre  estes  está  a  collecção  de  mappas. 

Todos  os  paizes  bem  organisados  possuem  a  sua  geographia  agrí- 
cola mais  ou  menos  completa  e  exacta .  Nesse  particular  o  Brasil  não 
tinha  nem  pouco  nem  muito,  nem  bom,  nem  máo. 

Entende-se  por  geographia  agrícola  o  modo  de  distribuição  dos 
factores  que  influem  sobre  esse  género  de  producção,  a  distribuição  das 
culturas  e  das  espécies  industriaes  espontâneas,  com  a  indicação  das 
regiões  e  das  áreas  que  ellas  occupam,  e,  finalmente,  a  intensidade  da 
producção  dessas  culturas  no  todo  e   nas  diversas  regiões. 

Dentre  os  factores,  uns  são  naturaes,  outros  são  obra  humana . 
Aquelles  são  a  constituição  geolugica,  a  natureza  dos  terrenos  agrícolas, 
que  se  formaram  com  elementos  das  rochas  desaggregadas  e,  finalmente, 
o  clima. 

Poder-se-hia  capitular  entre  elles  as  vias  naturaes  de  communicação 
e  assignaladamente  os  portos  e  os  rios  navegáveis  e  que  são  elementos 
naturaes  com  que  os  paizes  são  mais  ou  menos  favorecidos  como  escoa- 
douros necessários  á  sua  producção.  São  de  obra  humana  os  meios 
estabelecidos  para  essa  circulação  dos  productos  e  bem  assim  os  trechos 
navegados,  as  vias  férreas  e  de  rodagem.  Em  appendice  a  estes  caberia 
incluir  a  densidade  de  população,  como  factor  da  somma  de  productos, 


370  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

a  organisaçáo  da  classe  agrícola,  pela  influencia  que  tem  sobre  a  den- 
sidade da  producção,  a  distribuição  dos  meios  de  aprendizagem  e  de 
ensino,  como  condições  para  o  esmero  e  proficuidade  no  aproveitamento 
de  todo  o  conjuncto  de  factores  económicos  da  vida  rural. 

Sobre  tudo  isso,  bem  como  sobre  a  distribuição  e  intensidade  das 
producções,  já  existiam  certamente  estudos  feitos ;  mas,  ou  não  estavam 
elles  systematisados  ou  ainda  não  haviam  sido  devidamente  orientados 
e  postos  ao  alcance  dos  interessados  para  o  estudo  e  conhecimento  do 
paiz,  sob  esse  ponto  de  vista  geographico  especialíssimo  e  da  mais 
evidente  utilidade. 

A  Sociedade,  então,  no  intuito  de  fazer  os  visitantes  da  Exposição 
Nacional  conhecerem  o  paiz  e  a  sua  agricultura,  sob  esse  importante 
ponto  de  vista,  emprehendeu  systematisar  e  coordenar  tudo  que  estava 
conhecido  com  relação  a  esse  objectivo,  e  com  esses  elementos  organisou 
uma  collecção  de  53  mappas  e  diagrammas,  com  a  qual  inaugurou  a  sua 
secção  de  geographia  agrícola. 

A  ella  pertencem,  além  dos  referidos  mappas  e  como  seu  comple- 
mento, uma  collecção  dos  typos  de  solos  agrícolas  e  outra  de  correctivos 
e  adubos. 

Essa  secção  é  trabalho  original,  que  pela  primeira  vez  se  organiza 
em  nosso  paiz. 

E'  certamente  falha,  porque  apenas  se  inicia  e  por  deficiência  de 
estudos  systematicos  feitos  com  essa  orientação.  Tem,  talvez,  erros,  por 
defeito  de  informações  e  por  erros,  talvez,  dos  próprios  trabalhos  por 
outros  feitos  e  que  são  as  fontes  necessárias  dos  dados  para  esse  em- 
prehendimento. 

Não  faltaram,  porém,  esforços  para  a  melhor  e  mais  completa 
systematisação  possível.  Grande  é  a  bibliographia  onde  foram  esses 
dados  procurados  e  ainda  houve  recurso,  e  grande,  a  competentes,  que 
podiam  também  informar  com  proficiência. 

As  lacunas  serão  aos  poucos  preenchidas.  Os  erros,  si  os  houver, 
tornados  evidentes  e  realçados  agora  pela  graphia,  mais  facilmente  serão 
corrigidos,  por  nós  ou  por  outrem,  do  que  quando  sumidos  ou  diffun- 
didos  estavam  em  revistas,  relatórios  e  outros  escriptos , 

Em  todo  caso  ahi  se  encontram  muitas  noções  da  maior  impor- 
tância para  o  conhecimento  da  vida  económica  do  paiz,  noções  que  não 
estavam  de  nenhum  modo  vulgarisadas,  que  muito  dirhcilmente  pode- 
riam ser  obtidas  por  uma  mesma  pessoa  e  que  agora  ahi  estão  reunidas, 
coordenadas,  claras  e  ao  alcance  de  quem  quizer  consultar  os  nossos 
mappas . 


Secção  de   industrias  extractivas  —  .Mostruário  de  tibi 


Mostruários  de  algodão,  painas  e  lios  de  seda 


CollecçÕes  de  libras   textis 


Mostruários  de  sementes,  farinhas  e  fibras  textis 


Mostruário  ele  café  e   mate 


truario   de  cereaes 


Esses  mappas  não  são  nem  mais  incompletos  nem  mais  defeituosos 
do  que  todos  os  mappas  geographicos  que  existem  sobre  o  paiz,  e  que 
nem  por  isso  deixam  de  prestar  inestimáveis  serviços  ao  conheci- 
mento que  todos  deviamos  ter  no  mais  alto  gráo  de  perfeição  sobre 
a  nossa  nacionalidade. 

Só  uma  observação  prolongada  e  attenta  poderá  dar  idéa  clara  do 
que  são  esses  mappas  e  de  sua  utilidade. 

Formularemos,  no  emtanto,  uma  indicação  resumida  do  modo 
por  que  elles  se  encadeiam,  se  combinam  e  se  completam,  e  que  permitta 
conhecer  a  orientação  que  á  sua  organização  presidio  e  a  natureza  das 
informações  que  elles  fornecem. 

Um  grupo  de  mappas  representa  o  Brasil,  com  indicação  dos  limites 
dos  Estados,  dos  principaes  rios,  montanhas  e  cidades  e  nelles  estão 
representadas,  num,  a  constituição  geológica  com  os  terrenos  indicados 
por  idades  ou  por  períodos,  noutro,  se  representa  a  distribuição  dos 
terrenos  agrícolas,  por  sua  natureza  physica  ou  geotomica,  deduzida 
das  rochas  de  que  provieram  por  decomposição. 

Assim  conhecido  o  que  diz  respeito  ao  solo,  dous  outros  mappas 
informam  a  respeito  do  clima,  indicando  um  as  altitudes,  pela  divisão 
do  paiz  em  três  zonas  dilferentes,  segundo  a  alt'tude  vae  de  om  a  3oom, 
de  3oom  a  iooora  ou  a  mais  de  iooom.  Outro  indica  as  temperaturas, 
assignalando  as  regiões  em  que  o  thermometro  vae  de  o°  a  i5°,  de  15o 
a  25°  ou  a  mais  de  25°. 

Em  mappa  especial  é  dada  a  densidade  de  população,  com  a  in- 
dicação das  zonas  em  que  esse  coeficiente  por  kilometro  quadrado  é  de 
menos  de  um  habitante,  ou  se  eleva  de  1  a.  .  .  ou  a  mais  de.  .  . 

Conhecido  o  terreno,  o  clima  e  o  coeficiente  de  população,  passa-se 
ao  estudo  da  distribuição  das  plantas  úteis,  espontâneas  ou  cultivadas. 
Para  isso  um  grupo  de  mappas  indica,  separadamente,  a  área  occupada  no 
paiz  pela  seringueira,  pela  maniçoba,  pela  mangabeira,  pelo  matte  e 
pelos  pinheiraes.  Outro  grupo  mostra  as  zonas  de  nossas  principaes  cul- 
turas, como  as  do  café,  da  canna,  do  algodão  e  do  cacáo. 

Esta  parte,  porém,  precisando  ser  mais  especialmente  estudada,  em 
vista  da  sua  grande  importância,  é  dada  em  detalhe  num  grupo  de  mappas 
estadoaes.  Assim,  foi  feito  um  mappa  em  escala  maior  para  cada  Estado 
com  a  indicação  das  zonas  occupadas  por  seus  campos  de  criação  e  pelas 
culturas  que  ahi  mais  se  distinguem,  por  sua  importância,  ou  por  sua 
especialidade. 

Esses  mappas  indicam  também  os  géneros  agrícolas  que  são  importa- 
dos e  os  exportados  em  cada  Estado. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AORICULTURA 


Finalmente,  como  synthese  da  situação  económica  de  cada  pro- 
ducto  de  exportação  e  da  agricultura,  em  geral,  do  paiz,  a  collecção  de 
diagrammas  representa  a  estatística  da  exportação  de  cada  género  no 
período  de  igoi  a  1906,  com  indicação  das  quantidades  e  respectivos 
valores  e,  por  ultimo,  faz  o  confronto  entre  a  exportação  geral  do  paiz, 
a  sua  importação  geral,  a  exportação  dos  géneros  agrícolas  e  a  importação 
de  géneros  agrícolas. 

Completam  a  serie  de  informações  o  confronto  da  área  e  da  po- 
pulação do  paiz,  com  os  principaes  paizes  da  Europa  e  da  America,  e  os 
mappas  das  vias  de  communicação  :  estradas  de  ferro,  de  rodagem  e  rios 
navegados ;  e,  por  ultimo,  a  distribuição  dos  estabelecimentos  de  ensino  e 
das  associações  agrícolas. 

Ao  lado  desse  trabalho  de  que  foi  encarregado  o  Dr.  Manoel  Paulino 
Cavalcanti,  agrónomo  e  auxiliar  da  Sociedade,  esta  apresentou  na  Exposi- 
ção o  Herd-Book  Nacional . 

Esse  é  o  registro  genealógico  dos  animaes  de  raça  importados  no  paiz 
e  que  o  Sr.  Ministro  da  Industria  confiou  ao  critério  e  execução  da 
Sociedade,  autorisado,  como  estava,  a  organisar  esse  trabalho  por  disposi- 
ção orçamentaria. 

A  Sociedade  traçou  o  plano  desse  registro,  de  accordo  com  os 
pedegrees  que  os  importadores  são  agora  obrigados  a  apresentar  para 
obter  do  Governo  a  indemnisação  das  despezas  de  importação,  e  o 
completou  com  todas  'as  informações  que  acompanham  os  animaes,  de 
modo  a  garantir,  por  seu  registro,  a  mais  perfeita  e  completa  identifi- 
cação dos  animaes  importados. 

A  esse  registro,  já  agora  iniciado  com  algumas  inscripções,  seguir- 
se-ão  os  Stud-Book,  Flo':-Book  e  o  Pig-Hook  nacionaes,  bem  como,  por 
iniciativa  da  Sociedade,  os  registros  ^ootechnicos  desses  diversos  ramos  da 
pecuária  nacional,  de  accôrdo  com  a  indicação  apresentada  por  seu  presi- 
dente ao  ultimo  Congresso  Nacional  de  Agricultura. 

Entre  os  trabalhos  organisados,  além  dos  referidos,  cumpre  assi- 
gnalar  a  secção  de  Zoologia  Agrícola,  que  suppomos  ter  sido  pela  primeira 
vez  exhibida^com  o  seu  verdadeiro  caracter,  que  consiste  na  reunião  e 
estudo  dos  animaes  nocivos  á  lavoura  e  dos  que  lhe  são  úteis,  compre- 
hendendo  as  diversas  classes  e  ordens  zoológicas  ;  a  dos  fructos  e  pro- 
ductos  diversos  conservados,  sem  perda  dos  caracteres  externos,  como 
convém  ás  collecçóes  permanentes  ;  varias  publicações,  como  são  os 
«Apontamentos  para  a  Geographia  Agrícola»  do  paiz,  a  «Noticia  sobre 
as  Associações  Agrícolas  do  Brasil  em  1908»,  a  collecção  de  leis  que 
regulam  as  associações  agrícolas,  sob  o  titulo    «Syndicatos  e  Coopera- 


MiKlniariu   t!e  truclns  o   protluctns  orne 


Scc\'ã(i   de    LlcuiJruliinKt 


Secção  de  industrias  extractivas  -  Lado  direito 


Secção  de  industrias  extractivas  —  Lado  esquerdo 


A  ni  mães  úteis 


Secção   de    zooln-ia   aurícula  —  Aniniaes 


A   LAVOURA  373 

tivas»,  e  as  monographias  de  propaganda  sobre  o  chá,  o  café  e  marte,  a 
exploração  da  borracha  e  a  exploração  de  madeiras  no  paiz  ;  finalmente 
um  importante  trabalho,  cuja  impressão  não  poude  ainda  ser  concluída, 
é  a  «collecção  de  leis  referentes  á  agricultura,  desde  o  annode  1808». 
As  collecções  constam  dos  catálogos  ;  do  que  porém  só  as  photo- 
graphias  podem  dar  uma  pallida  ideia,  é  a  disposição  em  que  foram 
apresentadas,  não  pela  riqueza  das  installações  que  só  serve  para  agradar 
a  vista  e  distrahir  a  attenção  do  valor  intrinseco  que  tem  as  amostras 
para  estudo,  mas  pelo  modo  por  que  estas  foram  devidamente  offerecidas  á 
observação,  com  a  rotulagem  nitida  e  accessivel,  na  qual  eram  indicados 
o  nome  vulgar,  a  classificação  scientifica  e  a  procedência.  A  installação 
em  vitrines  que,  por  sua  construcção,  permittia  o  perfeito  exame  das 
amostras,  como  é  feito  nos  melhores  e  mais  modernos  museus  da  Europa, 
concorria  para  que  se  pudesse  tirar  pelo  estudo  o  maior  proveito  da 
exposição  feita. 

Essas  collecções  abrangeram  os  productos  da  grande  e  da  pequena 
cultura,  os  diversos  de  espécies  industriaes,  espontâneas  *e  cultivadas  ; 
a  referida  collecção  de  zoologia  agrícola  e  um  jardim  de  plantas  indus- 
triaes, onde,  a  par  de  grande  collecção  de  arvores  de  fructa,  nacionaes  e 
acclimadas,  se  viram  collecções  a  outros  fins  destinadas,  taes  como  textis, 
gommiferas,  forrageiras,  oleaginosas,  ornamentaes,  etc. 

Não  só  a  variedade  de  productos  deve  ter  attrahido  a  attenção 
dos  que  sabem  ver  em  exposições.  Augmentava  o  valor  das  collecções 
a  circumstancia  de  cada  uma  delias  abranger  um  numero,  por  vezes  ele- 
vado de  Estados,  o  que  podemos  resumir  no  seguinte  quadro  : 

Fumo 17  variedades  cultivadas  em     7  Estados. 

Café —  d  1  tio» 

Matte 29  »  »  »       3        d 

Gereaes Go  »  5  »     i3         » 

Leguminosas  ....       141  »  »  "9        » 

Farinhas 52  »  »  »     1 1         » 

Chá 6  »  »  »       2         d 

Sedas  e  casulos    ...     —  »  »  »       5        1 

Painas 16  »  »  16.1 

Sementes  industriaes.  õo  »  »  »      [6         » 

Algodão 32  »  »  1     14        i 

Fibras 65  >  »  »       7         » 

Productos  extractivos.     .     —  »  »  »      9 .  .     » 

Além  dessas  collecções  a  Sociedade  exhibiu  :  a  de  suas  publicações 
de  propaganda,  composta  de  86  números  de  seu   boletim  A   Lavoura 
8724  2 


374  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

c  75  publicações  diversas  ;  a  de  Revistas  Agrícolas  que  se  publicam 
no  Brasil  em  1908  ;  bibliotheca  agricola  do  Brasil,  compreendendo 
além  daquelles  trabalhos,  410  obras  onde  se  via,  desde  a  de  Frei  José  Ma- 
riano da  Conceição  Velloso,  escripta  em  1778,  sob  o  titulo  «O  Fazendeiro 
do  Brazil»,  até  as  mais  recentes;  collecção  esta  que,  se  não  constitue 
por  si  só  toda  a  litteratura  agricola  do  paiz,  dá  idéa  já  approximada  do 
pouco  que  existe  escripto  sobre  essa  especialidade,  aliás  fundamental  para 
a  vida  nacional. 

Accresce  referir  a  exposição  de  apparelhos  para  as  applicaçóes  indus- 
triaes  do  álcool,  que  se  manterá  durante  toda  a  Exposição  e  que  con- 
tém os  mais  variados  typos  para  a  producção  de  força,  calor  e  luz; 

Uma  installação  completa  de  leiteria,  que  funccionou  com  o  melhor 
êxito,  no  intuito  de  demonstrar  o  fabrico  de  manteiga  ; 

Uma  avicultura  mecânica  e  grande  collecção  de  instrumentos  agrí- 
colas completaram  a  exposição  permanente  da  Sociedade. 

Além  dessa,  porém,  será  organisada  com  o  maior  brilho  possível  uma 
exposição  de  flores  durante  três  dias,  e  bem  assim   uma  de  fructas. 

A  Sociedade  organisará  os  seguintes  catálogos  : 

Secção  de  Agricultura. 

Secção  de  Productos  Agrícolas  conservados. 

Secção  de  Dendrologia . 

Catalogo  do  Jardim  de  Plantas  Industriaes. 

Secção  Industria  Extractiva. 

Secção  de  Zoologia  Agricola . 

Secção  de  Applicaçóes  Industriaes  do  Álcool . 

Secção  de  Publicações  Agrícolas . 

Secção  de  Geographia  Agricola . 

Da  Exposição  de  Flores,  fructas,  pássaros  e  productos  da  pequena 
lavoura. 
Não  serão  elles,  porém,  simples  enumeração  das  amostras.  Antes 
constituirão  resumidos  estudos  de  tudo  o  que  for  exposto,  em  numero  de 
cerca  de  3 .  000  espécimens .  Elles  portanto  instruem  sobre  as  collecções 
que  constituirem  a  exposição  da  Sociedade.  Desse  modo  conservarão 
sempre  a  sua  utilidade,  tanto  mais  quanto  essas  collecções  se  destinam  a 
ficar  em  exposição  permanente  no  Musèo  de  Agricultura  e  Industrias  Con- 
nexas,  que  a  Sociedade  mantém,  desde  o  primeiro  Congresso  Nacional  de 
Agricultura,  em  1 901,  com  o  qual  foi  inaugurado. 

Muitas,  lisongeiras  e  honrosas,  são  as  referencias  que  a  imprensa  tem 
teito  aos  esforços  da  Sociedade . 


A  Pecuária  na  Exposição 


4  annos  e  5  mezes 


do  Snr.  C°l.  Francisco  Leite 


E1  o  mais  bello  espécimen  da  raça  Caracú  que  figurou  na  Expo- 
sição Nacional. 

O  bello  animal  chamou  a  attenção  geral  pelo  seu  enorme  corpo, 
verdadeira  montanha  de  carne  e  gordura.  Nenhum  bovino  lhe  levou 
vantagem  em  tamanho  e  peso.  Cacique  provou  de  modo  material  o 
valor  da  nossa  boa  raça  Caracú,  incontestavelmente  vantajosa  por 
ser  de  nosso  paiz. 


SOCIEDADE    NACIONAL  DB  AGRICULTURA 


§e» 


Zebú  da  raça  brahma,  de  anno  e  4  mezes,  cria  do  Sr.  Dr.  F. 
Marcondes . 

E'  um  bonito  novilho  no  seu  género  Manso  como  um  cão  caseiro, 
mas  tem  pernas  por  4  caracús. 

Como  zebú  é  digno  de  menção 


Secção  de  Iacticinii 


Secção  de  geographia  agrícola  —  Bibliotheca  e  informações 


I^HP '        jii^^H 

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^^^■it. 

Exposição  da  Sociedade  Protectora  dos  Animaes 


E1  da  raça]  'Nellore  e  descende  do  celebre  Castor .  Foi  creado  pelo 
conhecido  creador  de  Zebús,  Sr .  Dr.  Elias  António  de  Moraes,  que  é 
incontestavelmente  um  dos  mais  acreditados  criadores  do  gado  indiano 
no  Brasil. 

O  animal  aqui  representado  foi  objecto  de  conversas  as  mais  contra  - 
dictorias  :  uns  o  qualificam  de  monstro;  outrospelo  contrario  acham-no 
o  Adónis  dos  bois .  Tot  Capita  ....  Seja  como  fôr,  no  seu  género  é 
um  typo  notave! 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


(&èL  ■    R        ' 

•^k      :"X      '                  \ 

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■  ^.±à£;m 

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«4.  -        «O*             -        1 

I 

Jò/a  e  seu  lindo  filho,  baptisado  por  Se/e  ate  Setembro,  em  lembrança 
da  data  gloriosa  em  que  respirou  as  brandas  brisas  da  Praia  Vermelha . 

Nasceu  na  Exposição  Nacional,  sendo  seus  progenitores  dois  bonitos 
bovinos  da  raça  hollandêsa. 

Pertencem  ambos  ao  Sr.  Capitão  Carlos  Augusto  Guimarães.  Augu- 
ramos ao  joven  Sete  de  Setembro  muitos  louros  e  uma  numerosa  e  forte 
descendência,  para  maior  prosperidade  da  nossa  industria  leiteira . 


A    LAVOURA 


-«aKEÊSSÕ®»- 


Este  cavallo  tem  seis  annos  e  meio  e  já  foi  premiado  na  Exposição 
Pecuária  de  Bello  Horizonte,  onde  alcançou  o  50  premio.  E'  um  bom 
marchador  e  pertence  ao  Sr.  José  Ribeiro  Junqueira. 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Vampa  é  um  meio  sangue  percheron.  E1  um  bello  lypo  médio  de 
cavallode  sella. 

Pertence  ao  conhecido  criador  Dr.  Elias  António  de  Moraes,  do 
Estado  do  Rio . 


~xíir^>oAoAoAoAoAo<«§^~ 


Estes  bellos  animaes  pertencem  ao  Dr.  João  Penido  Filho,  grande 
caçador  de  perdizes  e  uma  das  pontarias  mais  certeiras  que  se  possam 
desejar.  São  da  raça  Perdigueira  e  acodem  da  direita  para  a  esquerda, 
pelos  nomes  de  a  Nilo»,  «Campina»,  «Duquesa»  e  «Bangue». 


C2  .mu,  ,.»ii.  .Miiii  ..iiiii  ...iiii  x) 
<~  i||in>  i||in>  i||iin  i||im'  i||iii''  XD 


soi  IKDADE  NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Algumas  madeiras  e  vegstaes  úteis  do  Brasil 


N.  54  —  CAAQUERA-FEMEA,  Cássia  dormiens  Vell.  —  Fa- 
mília das  Leguminosas  (divisão  Caesalpiniacea) . 

Synonymia: —  Alleluia  (ha  algumas  papilionaceas  de  egual  nome,  e 
este  é  ainda  extensivo  á  composta  Mikania  drástica)  —Caa-chira  —  Caáker 
«folha  que  dorme»  — ■  Caqueira  —  Caquera  —  Kaà-kjrra  (todos  synony- 
mos  applicaveis  também  ás  leguminosas  Cássia  sericea  S\v.  c  índigofera 
dominguensis  Spr.  L.)—  Camâra. 

Descripção:—  Arbusto-arborescente  inerme,  de  caule  recto  até  t>,oo 
de  altura  e  0,45  de  diâmetro,  com  accentuada  tendência  para  curvar-se 
sobre  a  agua  quando  vegete  á  beira  de  rios  ;  ramos  com  casca  bruno- 
lenticellada;  casca amarella,  fina,  aroma  desagradável;  folhas  caducas, 
compostas,  paripinnadas,  até  i\  jugas;  foliolos  inteiros,  curto-peciolados, 
ápice  mucronado,  mas  ou  menos  41  m/m  de  comprimento  e  10  m/m  de  lar- 
gura, cartaceos,  oblongos,  penninervios.  Mores  amarellas,  em  paniculas 
abundantes. 

Applicações: —  A  madeira,  que  é  de  còr  branca,  muito  leve,  porosa 
e  assetinada,  serve  para  obras  internas,  caixoteria  e  pasta  de  papel;  as 
cascas  são  usadas  algures  como  purgativas . 

Distribuição  geographica; — Quasi  todo  o  Brasil.  Vegeta  somente 
nas  capueiras  e  de  preferencia  nas  terras  ordinárias. 

Observações: — ■  Ha  a  «Caaquéra-machot,  que  se  distingue  não  só 
por  ser  armada,  como  porque  05  fructos  (vagens)  são  maiores,  attingindo 
talvez  o,25  de  comprimento.  Também  só  vegeta  nas  capueiras. 

N.  bb  —  CAROBA  GRANDE,  Jacarandá  semiserrata  Cham. — Fa- 
mília das  Bignoniaceas. 

Synonymia: —  Caa-rob  folha  amarga,  do  tupy  guarany  —  Caroba 
branca  (não  Sparattosperma  lithontripticum  M.,  que  tem  o  mesmo  nome 
va\g&r)—Caroba-de-broto-verde,  (não  «C.-de-flor-verde»,  que  é  a  Cybistax 
antisyphilitica  M.) —  Caroba-dc-jlor-roxa  (não  «C.-de-broto-roxo»,  que  é 
a  Jacarandá  obovata  Cham.)  Cvuba-do-malto —  Carob-ussá,  no  Rio  de 
Janeiro  (no  Amazonas  o  mesmo  nome  vulgar  pertence  a  Jacarandá  copaia 
Don(?i. —  A  denominação  «Caroba»  é  extensiva  a  diversas  bignoniaceas 
e,  no  Rio  Grande  do  Sul,  á  samydacea  Cascaria  sylvestris  Sw.,  que  aliás 
tem  outros  nomes  vulgares.  —  O  nome  latino  não  pertence  ás  arvores 
brasileiras  (Jacarandás),  que  embora  de  diversos  géneros,  estes  são  todos 
da  grande  família  das  Leguminosas. 


Descripção  : —  Arbusto  arborescente  de  folhas  caducas,  até  <3,oo  de 
altura  e  0,3?  de  diâmetro;  casca  avermelhada,  até  o,"1/,,,  de  espessura,  com 
epiderme  brancacenta  e  renovável ;  folhas  compostas,  imparipinnadas  ; 
loliolos  serrados,  ovaes,  verde-escuros  na  pagina  superior  e  mais  claros 
na  inferior,  saliente-nervados  sendo  as  nervuras  laieraes  obliquas  ;  tiores 
roxas  em  paniculas  terminaes  ;  frueto  capsula  de  cor  bruna,  lenhosa,  de 
margens  onduladas,  achatada,  2-valvar  ;  sementes  numerosas,  amarellas, 
membranosas  e  aladas. 

Madeira  : — ■  Còr  branca,  tecido  linear  fino,  porosa,  assetinada,  dócil 
á  serra  quando  sècca  e  ao  cepilho  emquanto  verde.  Peso  especifico.  o,6i'5 
(Rio  Grande  do  Sul). 

Appucaçóes: — •  Madeira  para  taboado  de  forro,  caixoteria,  pasta  de 
papel,  cepas  de  tamancos,  ripas  e  obras  internas;  as  folhas  são  empre- 
gadas como  suecedaneas  das  da  «Caroba  preta»  (vid.) 

Distribuição  geographica  : — Estados  do  sul  do  Brasil,  desde  o  de 
Minas  Geraes  ;  e  também  na  Republica  Argentina.  Prefere  as  terras  ex- 
clusivamente argilosas. 

N.  56  —  CAROBA  PRETA ,  Jacarandá  obovata  Cham. — ■  Família  das 
Bignoniaceas. 

Synonymia: —  Caa-rob  "  folha  amarga",  dotupi-guarany — Cjroba-dc- 
broto-roxo  'não  "Caroba  de  flor  roxa"1,  que  é  a  Jacarandá  semiserrata 
Cham.) —  (V.  "Caroba  branca"). 

Descripção: — Arvore  de  folhas  caducas,  até  io,oode  altura  e  0,45  de 
diâmetro;  casca  até  4  m/m  de  espessura,  brancacenta  e  de  epiderme  re- 
novável; folhas  compostas,  imparipinnadas;  foliolos  coriaceos,  pontuados 
de  negro,  saliente-nervados  e  muito  amargos;  dores  no  ápice  dos  ramos. 

Madeira: —  Madeira  de  còr  branca  tornando-se  amarella  e  muito  bo- 
nita com  o  envernizamento,  macia,  dócil  ao  cepilho  e  á  serra.  Peso  espe- 
cifico, 0,570.  (Rio  Grande  do  Sul  . 

Applicações:—  Madeira  para  taboado  de  forro,  caixoteria,  portas  e 
obras  internas,  pasta  de  papel ;  as  folhas  conteem  o  alcalóide  "carabina11, 
o  acido  carobico  e  uma  resina  aromática:  graças  a  esta  circumstancia,  teem 
propriedades  depurativas,  anti-syphiliticas  e  anti-blenorrhagicas,  pelo  que 
são  empregadas  na  therapeutica  contra  as  respectivas  enfermidadrs  e  ainda 
contra  as  escrophulas. 

Distribuição  geographica: —  Estado  do  Rio  de  Janeiro  S.  Paulo  e 
Paraná ,  e  talvez  nos  visinhos  vegetando  em  terras  húmidas,  argilosas,  ou 
silicosas,  mas  preferindo  estas. 

Obserx^ações: — E  evidente  que  todas  as  bignoniaceas  designadas  pelo 
nome   de  "Caroba'"  teem  propriedades  medicinaes  idênticas,  mas  não 


384  SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

na  mesma  proporção;  entretanto,  as  mais  fracas  podem  legitimamente 
ser  consideradas  suecedaneas  das  outras.  Comtudo  ainda  (e  ha  bastantes 
annos  que,  empírica  e  arbitrariamente,  se  dosa  a  parte  usada  deste  vegetal; 
não  foi  feito  o  estudo  botanico-chimico  das  diversas  espécies,  pelo  qual  se 
chegaria  ao  único  modo  racional  de  estabelecer-se  uma  dosagem  média, 
porquanto  as  folhas  (foliolos)  que  são  fornecidas  aos  laboratórios  manipula- 
dores de  drogis,  quasi  sempre,  como  temos  verificado,  sÁo  de  espécies 
differentes. 

N.  57  —  CARVALHO  BRANCO,  Rhopala  heterophylla  Pohl.  var. 
pinnata  Meiss.—  Família  das  Proteaceas. 

Synonymia. — ■  Carne -de-vacca,  nos  Estado;  do  Espirito  Santo,  Rio  de 
Janeiro  e  Minas  Geraes  (no  Rio  Grande  do  Sul  dão  o  mesmo  nome  vulgar 
ás  styracaceas  Styrax  aauminatus  Pohl.  e  S.  leprosus  Hook  e  Am.)—  Can- 
xi-cahen — Carvalho,  no  littoral  do  Estado  de  S.  Paulo  e  nos  Estados  do 
Paraná,  Santa  Catharina  e  Rio  Grande  do  Sul —  Calo-cahem,  Caxi-cahcu, 
Coxi-cahen,  Cuchi-caheu,C>.duajé,  Culucahen,  Cutucanhé,  Cutucanhen,  cor- 
ruptelas «Coti-cahen,  que  parece  ser  a  forma  perfeita  do  nome  que  os  abo- 
rígenes davam  a  diversas  proteaceas  arborescentes —  Faia  no  norte  do  Es- 
tado do  Rio  Grande  do  Sul  (o  mesmo  é  dado  no  Rio  de  Janeiro  a  uma  cor- 
diacea  do  género  Cordia) — Faia-grande,n?>  Maranhão — Guaxica,  no  oeste 
do  Estado  de  S.  Paulo —  Jerilacaca,  (Nome  da  scrophulariacea  Brunsfelsia 
Hoppeana  Dl—  Páo-de-palmatoria,  no  valle  do  Tietê  (Estado  de 
S.Paulo)  onde  os  pescadores  chamam  «Carvalho»  a  uma  arvore  de  que 
extrahem  a  grossa  casca  para  fazerem  bóias  de  redes  (Tucajé  Tuca/ihc, 
outras  formas  imperfeitas  de  iCoti-canhê»  (Cr.  ainda  a  «Observação» 
inserta  no  fimdesta  monographia). 

Descripção  —  Arvore  de  pouca  copa  quando  na  floresta,  mas  muito 
elegantesi  ceset;  isolada  ;  caule  cylindrico  e  recto,  até  8,00  de  altura  e 
0,45  de  diâmetro  ;  casca  amarello-avermelhada,  fendida,  quebradiça  ; 
folhas  compostas,  coriaceas,  grandes  ;  foliolos  irregulares,  pungente-acu- 
minados,  semi-serrados,  os  jugos  superiores  sempre  maiores  e  o  foliolo  ter- 
minal tendo  até  0,28  de  comprimento  e  0,17  de  largura  mais  ou  menos, 
verde-brilhantes  na  pagina  superior  e  ferrugineos  na  inferior  ;  flores  pe- 
quenas, conchegadas  e  incompletas,  dispostas  em  racimos  avaliares. 

N.  58— CARVALHO-VERMELHO,  Rhopala  Gardnerii  Meiss  — 
Família  das  proteaceas. 

Synonymia:  —  Carvalho  Roxo,  na  zona  de  Iguape,  Estado  de  São 
Paulo—  (o  nome  de  «Carvalho-vermelhou,  no  Rio  Grande  do  Sul,  é  com- 
muma  uma  caesalpiniacea  do  género  Cássia).—  Tem  logar  aqui  toda  a 
Synonymia  indicada  para  a  espécie  precedentemente  descripta. 


A  LAVOURA  38  • 

Descripção  : —  Arvore  de  pouca  copa  quando  na  floresta,  mas  bem 
elegante  si  cresce  isolada  ;  caule  cylindrico  recto,  até  10,  oo  de  altura  e  65 
de  diâmetro;  casca  até  8  m/m  de  espessura,  irregularmente  fendida  e  reves- 
tida de  epiderme  escura;  folhas  simples,  inteiras  discolores,  longo  peciola- 
das,  saliente-nervadas.  pubecentes  e  ferrugineas  na  pagina  inferior  i35m/m 
de  comprimento  e    1 20  m/,„  de  largura  mais  ou  menos;   flores  pequenas . 

Madeira:  —  Pequeno  alburno;  madeira  de  gosto  adstringente  e  côr 
vermelha  a  vermelho-escura:  em  tudo  o  mais  offerece  a  descripção  do  Car- 
valho branco,  que  lhe  é  toda  applicavcl,  sendo  todavia  este  muito  superior 
não  só  em  belleza,  graças  á  coloração,  como  também  em  durabilidade. 

Distribuição  geographica: —  A  mesma  da  espécie  precedente. 

.Madeira — Grande  alburno  ;  madeira  de  cor  rósea,  resistente,  com 
fibras  trançadas  como  as  do  Carvalho  de  Europa,  deixando  ver  bem  pa- 
tentes os  utriculos  dos  raios  medullares;  conforme  o  corte,  apresenta  um 
marchetamento  singular  lindíssimo,  formando  um  tecido  compacto  e 
duro,  frequentemente  atacado  pela  broca,  dócil  ao  cepilho  e  á  serra,  per- 
dendo parte  de  sua  belleza  com  o  envernizamento.  Pesos  especifico;  ve- 
rificados :  0,858  (Rio),  0,960.  0,967  (Rio),  1,045  (Rio  Grande  do  Sul); 
resistência  ao  esmagamento,  sem  determinação  da  posição  da  carga, 
472  kilogrammas  por  centímetro  quadrado. 

Appucações  —  Arvore  para  ornamentação  de  ruas  e  jardins,  pela 
belleza  de  suas  grandes  folhas  discolores. —  Madeira  para  construcção 
naval,  mastros,  antenas  e  vergas ;  marcenaria  de  luxo,  torno  ;  taboado  de 
soalho,  frechaes,  obras  internas,  carpintaria  em  geral ;  de  primeira  quali- 
dade para  vigamentos,  tirantes,  esteios  e  postes. —  Varas  flexíveis  boas 
para  bengalas. 

Distribuição  geographica — Estados  marítimos  do  Brasil,  desde  o 
do  Maranhão  ao  do  Rio  Grande  do  Sul,  vegetando  indifferentemente  em 
terras  argilosas  ou  silicosas,  mas  sempre  sêccas  ;  todavia,  parece  fora  de 
duvida  que  a  maior  densidade  (da  qual  depende  em  grande  parte  a  bel- 
leza do  tecido  fibro-vascular  dos  indivíduos  desta  família)  é  obtida  pelos 
que  vegetam  em  terras  silicosas.  E1  possível  que  algures  attinja  um  desen- 
volvimento maior. 

Observações.  — Os  nomes  « Carne  -  de  -  vacca », « Carvalho»  e  « Faia  o 
explicam-se  do  seguinte  modo:  o  primeiro,  porque  o  tecido  lembra  a  carne 
de  rez;  o  segundo  e  o  terceiro,  porque  o  mesmo  tecido  se  parece  com  o  das 
duas  plantas  européas  assim  chamadas  vulgarmente.  Os  antigos  colonos 
nunca  perdiam  a  occasião  de  dar  denominações  portuguezas  a  plantas  que 
apresentassem  qualquer  similhança  com  outras  de  seu  paiz;  também  em 
Angola  ( Africa  occidental)  elles  deram  o  nome  de  «  Carvalho  »  á  combre- 


385  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

tacea  Combretum  lepidotum  Hochst.,  lá  como  aqui  despresando  os  nomes 
indígenas. 

Algures,  no  norte,  dão  a  uma  arvore  média  revestida  de  casca  tão  ás- 
pera que  serve  de  lixa  aos  tartarugueiros,  bem  como  a  uma  ochnacea  do 
género  Ouratea  e  a  uma  espécie  de  Rhopala,  o  nome  de  i  Cajueiro-bravo 
-da-Serra  »,  que  cabe  melhora  dilleniacea  Curatella  americana  L.  Esta 
ultima,  além  daquelle  nome  vulgar,  tem  outros,  como  sejam  «  Sobro  &  e 
«  Sambahyba  »,  nomes  estes  confusamente  attribuidos  no  Piauhy  e  Mara- 
nhão a  variedades  de  Rhopalas  (  nos  Estados  da  Bahia  e  Rio  de  Janeiro, 
«  Sobro  »  é  apocynacea  ).  Na  Exposição  Nacional  vè-se  uma  amostra  de 
Rhopala  (  Gardnerii  Meiss? )  com  o, 3o  de  diâmetro  e  a  indicação  a  Sam- 
bahyba » :  quem  conhece  um  pouco  a  rigorosa  propriedade  com  que  os  abo- 
rígenes denominavam  as  cousas,  logo  vê  que  elles  não  poderiam  ter  assim 
chamado  a  espécie  de  que  nos  occupamos  ou  outra  affim. 

Uma  tão  deplorável  confusão  não  tende  a  desapparecer.  Em  trabalho 
recente  e  de  caracter  official,  attribue-se  ás  florestas  do  Paraná  o  Quercus 
ilex,  o  celebre  «  Carvalho  »,  importante  na  mythologia  grega,  mas  que  evi- 
dentemente não  faz  parte  da  flora  americana. 

Em  1818,  o  Governo  reservou-se  o  privilegio  do  corte  desta  arvore  e 
do  das  suas  congéneres,  sendo  por  elle  vendida  a  madeira  aos  particulares 
e  especialmente  aos  estaleiros,  com  o  lucro  de  20  °/0. 

Consta  existir  uma  «  Canella-Carvalho  »:  não  a  conhecemos. 

COLLABORACÃO 


O  azote 


Estudo  especial  do  azote.  —  Origem.  —  Formas  chimicas  sob  que  existe  na  atraos- 
phera  c  no  solo.  — Absorpção  pelas  plantas.  —  Alterações  que  experimenta  o 
papel  que  desempenha  na  nutrição  vegetal.  —  Applicações  praticas  ás  diversas 
culturas. 

O  azote  ''i)  é  um  gaz  incolor  e  insípido,  que  forma  as  quatro  quintas 
partes  da  atmosphera.  O  seu  nome  significa  corpo  sem  vida.  Tem  pro- 
priedades chimicas  negativas  ;  não  é  absorvido  pelos  reagentes  ;   não  se 


(1)  Este  importante  trabalho  sobre  o  «Azote»  constitue  um  capitulo  especial  de  um 
livro  que  em  Hespanha  está  no  prelo. 


combina  directamente  com  os  outros  corpos,  á  temperatura  c  pressão  nor- 
maes  ;  e  manifesta  grande  tendência  para  voltar  no  seu  estado  primitivo, 
quando  constitue  os  corpos  azotados. 

Apezar  d^is-o,  é  um  dos  elementos  que  mais  contribuem  para  a  vida, 
porque,  precisamente  cm  virtude  da  sua  instabilidade,  imprime  caracter 
á  complexa  molécula  quaternária  de  que  forma  parte  conjunctarnentecom 
o  owgenio,  o  hydrogenio  e  o  carbonio,  cujo  rápido  dynamismo  e  elevada 
atomicidade  explicam  as  intrincadas  e  vertiginosas  mutações  chimico- 
biologicas. 

As  plantas  precisam  de  azote  para  a  sua  nutrição  e  desenvolvimento; 
contècm-n'o  cm  proporções  variáveis  até  4  por  cento,  e  utilisam-nV)  como 
elemento  essencial  dos  princípios  immediatos  — a  chlorophyla,  o  glúten, 
a  caseína,  a  legumina  e  a  aleurona,  bases  do  protoplasma,  que  é  a  ma- 
téria prima  das  cellulas,  causa  da  incessante  rcproducção  dos  tecidos  e  do 
desenvolvimento  das  energias  vitaes. 

Todas  as  questões  que  suscita  o  estudo  da  origem,  estados,  evolução, 
transformação  e  aproveitamento  do  azote  pelas  plantas  serão  sempre  de 
interesse  palpitante  para  a  agricultura.  Poderá  o  agrónomo  despreoc- 
cupar-se  dos  elementos  orgânicos  que  a  natureza  tão  copiosamente  prodi- 
galisa  ;  mas,  quanto  ao  azote,  nunca  deixa  de  com  afan  indagar  quaes  os 
meios  mais  úteis  e  económicos  de  o  poder  administrar  ás  culturas,  em 
virtude  da  inércia  e  quasi  absoluta  inutilidade  do  immenso  caudal  de 
azote  que  encerra  a  atmosphera.  E,  n1esta  tarefa  scientifico-pratica,  é 
grato  consignar  que,  provada  a  insubstituível  funeção  vital  do  azote — pois 
sem  elle  não  vegetam  as  plantas  —  os  agrónomos  de  todos  os  paiz?s  riva- 
lisam  em  obter  a  solução  exacta  do  problema  agricolo-economico,  utilí- 
sando  os  grandes  progressos  da  sciencias  physico-chimicas  e  biológicas. 

Evidentemente  todo  o  azote  combinado  e  circulante  procede  da 
atmosphera .  Nos  primeiros  períodos  geológicos,  a  capa  gazosa  do  globo 
terrestre  soffreu  a  acção  directa  da  pyro-espheia,  e  o  azote  combinou- 
se  em  grande  quantidade  com  o  oxigénio,  contribuindo  com  o  carbonio 
c  o  hydrogenio  para  a  alimentação  dos  primeiros  seres  organisados.  Pos- 
teriormente a  exuberante  vegetação  própria  do  período  carbonífero  puri- 
ficou a  atmosphera,  fixando  enormes  quantidades  de  azote  que  hoje  se 
extrahem  da  hulha  ou  restos  fosseis  d^iquellas  plantas .  Mais  tarde,  os 
restos  de  myriades  de  aves  marítimas  fixaram  também  um  immenso  de- 
posito de  azote  nas  grandes  nitreiras  do  Chile  . 

Na  actualidade,  são  outras  as  condições.  O  azote  atmospherico  tornou- 
se  inerte  ;  as  plantas  organisam  e  assimilam  o  azote  mineral  para  o  cede- 
rem aos  animaes,  assim  como  ao  homem  que  com  elles  vive  n'uma  for- 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


cosa  relação  de  dependência;  evoluciona  o  azote  das  plantas  para  os 
animaes  e  destes  novamente  para  aquellas,  mineralisando-se  no  inter- 
vallo;  perdem-se  quantidades  importantes  de  azote  durante  o  cyclo  evo- 
lutivo dos  compostos  orgânicos  ;  e  o  que  o  solo  retém  nos  seus  diverti- 
culos,  se  basta  para  a  vegetação  espontânea,  não  satisfaz  todavia,  ás  ne- 
cessidades cada  vez  mais  imperiosas  da  cultura   forcada. 

Perante  estas  circumstancias,  o  agricultor  olha  com  maior  attençao 
o  duplo  aspecto,  agronómico  e  economico-rural,  da  alimentação  azotada, 
utilisa  o  azote  fóssil  dos  nitratos  e  do  ammoniaco,  e  também  procura  tirar 
proveito  do  azote  livre,  servindo-se  dos  ph?nomenos  da  nitrificação,  que  a 
bacteriologia  hoje  ensina. 

Sobre  este  assumpto,  provoca  surpresa  e  admiração  tudo  quanto 
se  tem  escripto  desde  a  brilhante  polemica  de  Boussingault  e  George 
Ville,  e  as  conclusões,  na  apparencia  contradictorias,  a  que  chegaram 
agrónomos  illustres,  até  aos  notáveis  trabalhos  de  Bréal,  Prazmowsky, 
Schlcesing,  Mazé,  Winogradsky  e  Berthelot,  sanccionados  pela  experi- 
mentação. Felizmente,  após  tantas  discussões  e  contra-provas,  a  questão 
pôde  julgar-se  esclarecida,  impondo-se  a  verdade  experimental.  Pres- 
cindindo de  fazer  a  chronica  de  taes  controvérsias,  limitar-nos-hemos  a 
expor  o  resumo  dos  factos  demonstrados,  cujo  exacto  conhecimento 
serve  de  guia  á  pratica  das  culturas. 

Sob  quatro  differentes  aspectos  se  mostra  o  azote  natural.  Livre, 
constitue  a  maior  parte  da  atmosphera  ;  combinado  com  o  oxygenio, 
forma  os  nítricos  e  os  nitratos,  denominando-se,  então,  azote  nítrico  ; 
unido  ao  hydrogenio,  origina  o  ammoniaco  e  chama-se  ammonical  ; 
finalmente,  nos  compostos  hydro-carbonados  integra  a  matéria  orgânica 
e  diz- se  azote  orgânico. 

AZOTE     ATMOSPHERICO 

A  atmosphera  contém  azote  nos  seus  quatro  estados.  A  grande 
massa  do  gaz  livre  forma  a  quasi  totalidade  ;  o  ammoniaco,  os  nitratos 
e  o  azote  orgânico  das  partículas  que  fluctuam  no  ar,  existem  em 
proporções  mínimas. 

Desde  séculos  que  se  conhecem  factos  demonstrativos  da  indis- 
cutível influencia  do  azote  atmospherico  sobre  a  nutrição  das  plantas. 
Kifectivamente,  as  plantas,  sem  adubo,  encontram  mais  azote  do  que 
aquelle  que  lhes  pôde  fornecer  a  terra  por  decomposição  lenta  da  matéria 
orgânica;  as  florestas,  os  prados  e  as  plantas  espontâneas  vegetam  vigo- 
rosa e  indefinidamente  sem  receberem  adubos  azotados,  e  até  mesmo 


A    LAVOURA  389 

as  plantas  adubadas  utilisam  maior  quantidade  de  azote  do  que  o  exis- 
tente nos  adubos. 

Diante  de  taes  provas  não  se  pode  duvidar,  e  lógico  é  admittir, 
que  as  plantas  utilisam  relativa  e  indirectamente  o  azote  atmospherico. 
Vejamos  como  e  em  que  gráo  isto  se  realiza. 

O  azote  livre  é  um  elemento  passivo,  sem  aftinidade,  e  incapaz  de 
se  deixar  absorver  directamente  pelos  vegetaes  superiores.  Lawes,  Gilbert 
e  Pugh  assim  o  demonstraram,  e  mais  tarde  vieram  também  confirmal-o 
as  experiências  de  Berthelot.  Todavia,  nada  mais  certo  do  que  fixarem 
as  plantas  o  azote.  Até  ao  penúltimo  quinquennio,  ignorava-se  o  meca- 
nismo deisa  fixação,  e  isso  deu  causa  á  controvérsia  havida  entre 
Boussingault  e  G.  Ville.  Ambos  estes  sábios  tinham  razão  ;  porque,  se 
o  primeiro,  atendo-se  á  realidade  dos  factos,  negava  em  absoluto  a 
absorpção  directa  do  gaz,  o  segundo,  fundando-se  nas  poderosas  razões 
da  insurficiencia  do  azote  orgânico  do  solo  e  da  do  azote  ammoniacal  e 
nítrico  da  atmosphera  para  a  alimentação  das  plantas  não  adubadas, 
deduziu  theoricamente  que  o  excesso  de  azote,  ás  vezes  enorme,  como 
o  das  leguminosas,  só  da  atmosphera  poderia  derivar.  Com  esta  opinião 
o  illustre  sábio  G.  Ville,  si  não  logrou  demonstrar  a  sua  affirmativa, 
rastreou  ao  menos  a  solução  racional  do  problema,  procurando  a  origem 
do  azote  no  único  manancial  que  llvo  podia  ministrar  ;  não  foi  exacto 
na  crença  da  absorpção  directa  do  azote  livre,  mas  os  fundamentos  da 
sua  doutrina  eram   racionacs  e  assentavam  noutros  factos  agrícolas. 

Mais  tarde,  o  grande  Berthelot  poz  termo  á  contenda,  desvendando 
o  mysterio  da  fixação  do  azote .  As  suas  experiências,  continuadas  por 
muitos  annos  com  aquella  tenacidade  que  é  própria  dos  sábios,  resolvem 
claramente  o  assumpto  e  provam  que  o  azote  livre  não  é  absorvido  pelas 
plantas,  mas,  por  diversas  maneiras  e  condições  fixa-se  na  terra,  onde  as 
plantas  o  vão  haurir.  De  começo,  as  experiências  de  Berthelot  causaram 
assombro,  suscitaram  duvidas  e  provocaram  controvérsias.  Schliesing 
oppoz  reparos,  negou  os  factos  e  adduziu  experiências  pessoaes  contra- 
ditórias. Apesar  disso,  Berthelot  foi  aperfeiçoando  os  seus  processos 
experimentaes  na  Estação  de  chimica  vegetal  de  Meudon  ;  Gautier  e 
Drouiu  confirmaram-lhe  a  descoberta  em  França,  como  Frank  lha  con- 
firmou na  Allemanha.  Depois,  Hellriegel  descobre  os  micro-organismos 
das  leguminosas  ;  Winogradsky  amplia  esses  estudos  ;  e  por  fim  as 
nascentes  idéas  são  sanccionadas  como  verdades  impostas  pela  expe- 
rimentação. 

A  terra  não  é  um  conjuncto  de  corpos  inertes,  privados  de  vida; 
representa  mais  alguma  cousa  :   na  sua  massa  vive  e  desenvolve-se  uma 


SOCIEDADE     NAI.IONAI,     DE     AGRICULTURA 


infinidade  de  micro-organismos  que  de  continuo  lhe  modificam  a  compo- 
sição e  despertam  enei-gias,  fixando  o  azote  livre  da  atmosphera.  Esta 
propriedade  é  commum  a  todos  os  solos,  tanto  os  cultivados  como  os 
incultos  e  os  desprovidos  de  vegetação.  Quando  se  esterelisa  uma  terra, 
matando-lhe  os  germens,  cessa  a  fixação  do  azote  ;  não  se  csterelisando 
a  terra,  o  azote,  dentro  de  certas  condições,  continua  a  fixar-se  até  aos 
limites  naturaes  do  trabalho  microbiano. 

Numerosos  são  os  minúsculos  seres  vivos  que  fixam  o  azote.  Do- 
tados de  diversa  Índole,  vivem  ás  vezes  subordinados  e  distinguem-se 
pelos  seus  caracteres.  Admittem-se  hoje  os  seguintes  grupos  de  micro- 
organismos fixadores  : 

i."  Bactérias  ou  micróbios  extrahidos  da  terra  e  cultivados  no  labo- 
ratório, taes  como  o  bacillo  Megateriwn  tio  abundante  na;  aguas  e  nos 
solos,  os  bacillos  A,  B,  C,  D,  E,  F  e  G  de  Gaignard,  e  o  bacillo  de  \Yi- 
nogradsky . 

2."  Bactérias  que  vivem  nas  raízes  das  leguminosas. 

3.0  Sementes  puras  de  algas  microscópicas,  como  são  o  Aspergillus 
niger,  a  Alternaria  tenuis  e  o  Gjmnoascus. 

4.0  Algas  e  fungos  associados  com  micróbios. 

Excluindo  o  <  lostridium  pasteurianum  que  é  anaeróbio,  todos  os 
demais  germens  necessitam  de  oxygenio  livre.  Todos  fixam  o  azote,  mas 
em  quantidade  variável,  segundo  as  espécies  e  o  meio  em  que  vivem. 
Como  lei  geral,  está  provado  que,  sem  substancias  hydrocarbonadas  ou 
endothermicas  que  forneçam  energia,  não  podem  os  germens  exercer  a 
funcçáo  fixadora  do  azote.  As  substancias  saccharinas,  glucoses  e  pentoses' 
são  os  hydrocarburetos  que  no  laboratório  mais  activam  a  vida  destes 
micróbios,  representada  pelo  a ugmento  do  azote  fixado.  Na  terra  vegetal 
os  resíduos  das  plantas,  sob  a  acção  diastasica  dos  fermentos,  converte-se 
parcialmente  em  xyloses,  pentoses,  arabinoses  e  outros  compostos  sus- 
ceptíveis de  serem  assimilados  pelos  germens.  Como  alimento  secundário 
também  elles  utilisam  as  matérias  azotadas,  demonstrando  a  experiência 
viverem  melhor  em  meios  ricos  de  azote  combinado. 

O  azote  fixa-se  no  solo  e  intrega-se  no  protoplasma  dos  micróbios  no 
estado  de  compostos  orgânicos  complexos,  albuminóides  ou  amidados, 
solúveis  e  insolúveis. 

Deste  modo  as  terras  accumulam  uma  notável  quantidade  de  azote, 
que,  segundo  Berthelot,  varia  entre  35  e  38  kilogrammas  por  hectare. 
Neste  facto  está  a  explicação  dos  obscuros  phenomenos  que  tanto  pre- 
oceuparam  os  agrónomos ;  o  azote  das  plantas  espontâneas  e  não  adubadas, 
e  o  excesso  do  das  fertilisadas  provém  desta  fonte  terreo-microbiana. 


A     LAVOURA  391 

Para  que  a  fixação  do  azote  se  realize  regularmente  e  atttinja  o  seu 
maximum,  é  preciso  que  as  terras  tenham  uma  composição  média,  sejam 
argillosas  ouhumiferas,  mas  não  acidas,  medianamente  ricas  de  matéria 
hydrocarbonadas  e  porosas,  para  permittirem  a  circulação  lenta  do  ar ; 
além  do  que,  a  sua  temperatura  interior  oscillará  entre  io°  e  40o,  e  a  hu- 
midade será  de  2  a  3  por  cento  nas  terras  em  cultura,  e  até  1 3  nas  de  pousio. 
Ainda  mesmo  nestas  condiçães,  a  accumulação  tem  seus  limites  ;  chega  um 
momento  em  que  as  matérias  orgânicas  diminuem  e  o  phenomeno  enfra- 
quece, ou  então  sobreveem  accidentes  que  matam  os  micróbios  fixadores. 

O  lavrador  deve  contar  com  o  azote  fixado  mas,  isso  não  o  dispen- 
sará do  emprego  dos  adubos.  As  culturas  obrigadas  a  maior  produecão, 
além  de  exigirem  muito  mais  azote,  também  de  um  modo  indispensável  o 
requerem  num  estado  de  absorpçáo  mais  rápida  do  que  aquelle  em  que 
se  encontra  o  azote  do  solo. 

A  alimentação  azotada  das  plantas  em  vida  commum  ou  symbiose 
merece  estudo  especial.  Sob  o  ponto  de  vista  scientitico,  tão  symbiotica  é 
a  associação  das  bactérias  e  das  algas  Nosloc,  Sttchococcus  e  Cysticoccus, 
estudada  por  Kossowitch,  Schhesinge  Bouilhac,  como  o  éa  associado 
das  bactérias  e  das  raizesdas  leguminosas.  Em  ambos  os  casos  o  micróbio 
lornece  o  azote  á  custa  dos  hydrocarburetos  do  vegetal  superior. 

O  azote  das  algas  é  uma  parte  da  totalidade  que  o  solo  tira  da  at- 
mosphera  ;  o  das  leguminosas  excede  em  muito  este  ultimo  e  possue 
alto  valor  agrícola  que  importa  estudar  detidamente. 

Desde  a  publicação,  em  1887,  da  memoria  de  Hellriegel  e  Willafarth, 
até  hoje,  tèem-se  realisado  numerosas  experiências  concernentes  á  bio- 
logia, unidade  e  funeções  dos  micro-organismos  das  raizes  e  ao  modo  de 
reagir  das  differentes  leguminosas,  experiências  que,  parece  hão  de  ser 
fecundas  de  applicações  praticas.  Prazmowsky,  Beyerink,  Laurent, 
Bréal,  Berthelot,  Nobbe,  Hiltner,  Salfeld,  Mazè  e  Naudin  confirmam  e 
ampliam  os  trabalhos  das  dois  agrónomos  allemães,  adduzindo  novos 
factos  e  valiosos  ensinamentos  culturaes.  O  muito  que  a  tal  respeito  se 
encontra  escripto  p  jde  resumir-se  nas  seguintes  palavras  : 

1 .°  As  leguminosas  apresentam  nas  suas  raizes  umas  nodosidades  ou 
tubérculos  de  tecido  parenchymatoso  e  muito  vascular,  produzidos  por 
um  micro-organismo  ainda  mal  determinado,  o  qual  para  certos  auetores 
seria  um  fungo  schizomyceto,  o  Rlu-obium  leguminosarum  ou  dadochy- 
tnum,  e  para  outros  seria  uma  bactéria,  o  Bacterium  radicola  Beyerinki. 

2.0  Quer  estas  espécies  se  considerem  como  uma  só,  mas  com  di- 
versas variedades  para  cada  leguminosa,  quer  se  considerem  como  con- 
stituindo uma  única  variedade  neutra  que  se  adapta  ao  solo  e  á  planta,  é 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


certo  que  ellas  variam  consoante  as  culturas,  porque  as  que  vivem  sobre  o 
feijão  e  sobre  a  acácia  não  têm  acção  sobre  a  serradella,  sobre  o  tre- 
moceiro,  etc. 

3.0  Em  condições  normaes,  quando  as  plantas  contém  todas  as 
nodosidades  que  podem  supportar,  como  provam  as  experiências  de 
Frank  e  de  Berthelot,  alimentam-se  primeiro  do  azote  do  solo  até  se 
desenvolverem  os  tubérculos  fixados,  começando  então  a  accumular  uma 
grande  quantidade  de  azote  livre,  que  varia  de  90  a  500  kilogrammas 
por  hectare,  abrangendo  o  que  é  absorvido  pela  cultura  e  o  que  é  ar- 
mazenado na  terra. 

4.0  O  azote  nitrificado  do  solo,  os  nitratos  e  o  ammoniaco  são 
absorvíveis  pelas  plantas  leguminosas  e  utilisados  nos  casos  em  que 
ellas  não  teem  nodosidades.  Se  nas  culturas  ordinárias  os  adubos  azo- 
tados vêem  a  mostrar-se  inefficazes,  provém  isso  de  que  a  dose  de  azote 
livre  fixada  satisfaz  plenamente  ao  limite  máximo  exigido  pela   cultura. 

5.°  O  acto  da  vida  commum  ou  symbiose  das  baterias  e  raízes  é 
uma  infecção  d'estas  ultimas,  e  por  isso  se  rege  segundo  as  leis  geraes 
da  bacteriologia,  e  assim  se  explica  o  facto  de  que,  já  por  degeneração 
das  baterias,  sua  desegual  repartição  no  solo,  differentes  variedades  c 
exgotamento  das  suas  funeções,  já  pelo  maior  ou  menor  grau  de  resis- 
tência das  leguminosas,  nem  todas  por  egual  são  aplas  para  produzir 
tubérculo,  ssuecedendo  que,  na  pratica,  o  numero  destes  é  muito  irre- 
gular, ora  abundando,  ora  escasseando  ou  faltando  mesmo  de  todo. 

ó.°  Para  supprir  a  deficiência  ou  faltada  funeção  fixadora  do  azote 
livre,  além  do  uso  racional  dos  adubos  azotados,  aconselha-se  a  inocula- 
ção dos  solos  com  terra  de  campos  em  que  tenha  vegetado  luxuriante- 
mente a  leguminosa  que  se  quer  explorar,  pratica  muito  mais  útil  do  que 
o  emprego  de  culturas  puras  do  micróbio  especifico  denominado  Nitro- 
gina  pelo  Sr.  Nobbe,  porque  este  produeto,  nem  sempre  se  adapta  ás  pro- 
priedades do  solo,  resultando  frequentemente  ticar  inefficaz,  como  se  vé 
do  grande  numero  de  insuecessos  obtidos. 

Fundado  no  estudo  da  flora  microbiana  do  solo,  um  agricultor,  o 
Sr.  Caron  de  Kllenbach,  isolou  um  micróbio  cujas  culturas,  applicadas  a 
varias  plantas  contidas  em  vasos,  produziam  40  por  cento  mais  do  que  a 
aveia  e  3o  por  cento  mais  do  que  o  trigo  dos  vasos  ou  talhões  não  ino- 
culados. Esse  micróbio  tem  o  nome  de  Bacíllus  Ellei;bachii\  c  as  suas  cul- 
turas chamam-se  Alinite.  Também  estes  excellentes  ensaios  falliram  na 
pratica  ;  talvez  venham  a  dar  resultado  mais  tarde,  quando  os  processos 
forem  mais  perfeitos,  porque  fundamente  suppõe  Caron  que  o  referido 
micróbio,  que  não  é  senão  o  Bacillus  Megaterium,  tem  a'propricdade  de 


desaggregar  rapidamente  a  matéria  orgânica  azotada  do  solo,  o  que  é 
exacto,  e,  além  disso,  o  micróbio  rixa  o  azote  livre,  á  custa  dos  hydratos 
decarbonio.  Trata-se  de  um  dos  muitos  micro-organismos  fixadores  do 
azote,  e  já  se  disse  que,  abundando  elles  nas  terras,  se  não  inocularmos 
grande  quantidade  de  caldos  culturaei  addicionados  das  substancias  que 
taes  micróbios  mais  facilmente  assimilam,  isto  é,  as  matérias  xylosas,  pen- 
tosas  e  saccharinas,  pouco  augmentarão  as  proporções  d^zote  utilisavel. 
Assim,  a alinite,  se  porventura  representa  uma  esperança,  não  tem  por 
cmquanto  nenhum   valor  agrícola. 

A  electricidade  atmospherica,  actuando  lenta,  silenciosa  e  continua- 
mente sobre  o  azote  livre,  fixa-o  no  solo  á  temperatura  c  pressão  ordi- 
nárias. Fracas  tensões  eléctricas  de  pequeno  potencial  favorecem  a  com- 
binação de  exíguas  quantidades  de  azote  com  as  substancias  hydrocar- 
bonadas  da  terra,  originando  compostos  análogos  aos  que  elaboram  os 
micro-organismos  fixadores,  conforme  se  deprehende  das  numerosas  ex- 
periências feitas  por  Berthelot  nos  campos  eléctricos  de  Mendon. 

Certos  corpos  orgânicos  oxydantes-oxydaveis,  que  facilmente  absor- 
vem oxygenio  e  o  cedem  a  outros  compostos,  para  continuarem  a 
absorvel-o  e  a  cedel-o  indefinidamente  e  lentamente,  também  fixam  o 
azote  em  me.iores  porporções.  O  ether,  a  es;enciadc  terebenthina,  os 
hvdrocarburetos  aromáticos  e  as  aldehydes  estão  neste  caso  e,  como  a 
terra  por  vezes  os  contém,  é  lógico  suppôr  que  de  algum  modo  elles 
hão  de  contribuir  para  o  fixação  do  azote  livre . 

O  azote  nítrico  existe  na  atmosphera,  onde  é  gerado  intermittente- 
mente  pela  acção  das  fortes  tensões  eléctricas  das  nuvens  tempestuosas. 
Graças  a  estas,  o  oxygenio  combina-se  com  o  azote,  formando  pequenas 
quantidades  de  acido  nitroso  e  acido  nitrico,  os  quaes,  com  o  ammoniaco 
do  ar,  dão  origem  a  finas  partículas  de  nitrico  e  de  nitrato  ammoniacal 
que  os  ventos  arrastam  e  as  aguas  dissolvem.  No  parque  de  Montsouris, 
o  ar  contém  um  a  cinco  milljgrammas  em  tempo  normal,  e  até  12  du- 
rante as  grandes  tempestades,  por  cada  100  melros  cúbicos. 

A  quantidade  de  azote  nitrico  trazido  ao  solo  pelas  aguas  pluviaes 
varia  segundo  as  regiões.  Na  Provença  é  de  2,80  kilogrammas  por  anno 
e  por  hectare-,  em  Rothaussted  de  4,1  kilogrammas,  e  em  Hespanha  é  de 
2,7  a  3,5  kilogrammas.  Seja  como  for,  este  azote  não  é  para  desprezar  e 
constitue  uma  das  causas  da  fertilidade  natural  das  terras. 

O  ar  contém  ammoniaco  em  proporções  mínimas  de  1,2  milli- 
grammas  por  100  metros  cúbicos  nos  campos  e  de  2,2  nas  cidades.  Este 
gaz  derive  certamente  das  putrefacções  orgânicas,  e  na  atmosphera  com- 
bina-se com  o  acido  carbónico,  formando  bicarbonato.  Quer  neste  estado, 


394  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

quer  sob  a  forma  de  nitratos,  as  aguas  meteóricas  dissolvem-r^o  e  depois  o 
fixam  na  terra.  O  ammoniaco  fixado  durante  um  anno  em  cada  hectare 
calcula-se,  termo  médio,  em  2,5  a  5  kilogrammas.  O  Dr.  Warnington,  em 
Rothaussted,  recolheu  2,7  kilogrammas. 

O  notável  agrónomo  Schlcesing  é  da  opinião  de  que  as  terras 
absorvem  directamente  o  ammonico  do  ar,  na  quantidade  de  1  2  a  20  kilo- 
grammas, por  anno  e  por  hectare,  quando  estão  seccas,  e  até  5o,  quando 
húmidas.  Funda  elle  esta  opinião  em  experiências  relativas  á  troca  de 
ammoniaco  entre  a  atmosphera  e  a  terra,  as  quaes  experiências  parece 
demonstrarem  que  a  terra  tira  este  gaz  da  atmosphera,  mas  não  lrfo  cede. 
A  lei  das  tensões  dos  gazes  explica  o  mechanismo  dessa  fixação,  porque, 
sendo  maior  a  tensão  do  ammoniaco  atmospherico  do  que  o  da  terra,  é 
natural  que  seja  fixado  por  esta  até  se  estabelecer  o  equilíbrio  entre  as 
duas  tensões,  como  succede  com  as  terras  seccas  que,  estando  impróprias 
para  a  nitrificação,  armazenam  o  ammoniaco  e  só  deixam  de  absorvel-o, 
quando  têm  tensão  igual  ao  da  atmosphera ;  pelo  contrario,  os  solos 
húmidos  que  nitrificam  o  ammoniaco  e  o  contêm  em  pequena  quantidade 
e  com  fraca  tensão,  não  cessam  de  fixar  o  da  atmosphera. 

As  idéas  de  Schkesing  têm  sido  combatidas  por  Berthelot.  Estes  dous 
sábios  discordam  em  muitos  pontos  de  chimica  e  de  biologia  ;  Sehla-sing 
negou  sem  fundamento  a  doutrina  da  fixação  do  azote  livre  pelas  terras, 
doutrina  sustentada  por  Berthelot,  o  qual  por  seu  turno  ataca  parcial- 
mente com  êxito  a  engenhosa  theoria  da  circulação  do  ammoniaco, 
tão  calorosamente  defendida  por  Schhesing. 

Demonstrou  Berthelot  que  as  terras  exhalam  ammoniaco  e  compostos 
azotados  voláteis;  que  o  acido  sulfúrico,  mais  do  que  qualquer  outro 
corpo,  e  portanto,  mais  do  que  a  terra,  absorve  avidamente  o  ammoniaco 
atmospherico;  que,  generalisando  os  resultados  das  suas  experiências 
de  Meudon  relativas  ao  ammoniaco  fixado  numa  superfície  de  1 1 3  centí- 
metros quadrados  de  acido  sulfúrico,  um  hectare  coberto  pelo  referido 
acido  absorveria  apenas  5, -i  kilogrammas  de  ammoniaco;  que  o 
bicarbonato  ammoniacal  da  atmosphera  tem  uma  tenstlo  muito  variável 
que  se  relaciona  e  depende  do  excesso  de  acido  carbónico  e  do  vapor 
d\agua;  que  o  amoníaco  da  atmosphera  combina-se  em  parte  com  certos 
princípios  da  terra,  diversos  daquelles  que  o  emittem ;  que  a  faculdade 
de  as  terras  emittirem  e  absorverem  ammoniaco  dá  logar  a  trocas 
gazosas  entre  as  terras  e  o  ar,  trocas  devidas  a  reacções  complexas  ainda 
mal  definidas  e  de  caracter  physico,  chimico  e  bacteriológico ;  e  final- 
mente, que  não  existe  nenhuma  relação  de  reciprocidade  entre  o  ammo- 
niaco do  ar  e  o  da  terra . 


A     LAVOURA  393 

Sob  o  ponto  de  vista  das  applicações  agrícolas,  atendo-nos  ao  cri- 
tério experimental  de  Berthelot,  julgamos  exaggerados  os  algarismo;  de 
Schhesing  relativamente  ao  ammoniaco  retido  pelo  solo  ;  c  sem  negar- 
mos que  a  terra  o  absorve  do  ar,  admittimos,  com  a  maioria  dos  agró- 
nomos, que  o  ammoniaco  se  fixa  na  proporção  de  2  a  3,5  kilogrammas 
por  hectare . 

O  azote  das  partículas  orgânicas  que  tluetuam  na  atmosphera  apenas 
existe  nos  sítios  vizinhos  das  povoações.  Praticamente  esse  azote  não  tem 
importância.  ODr.  Warnington  diz  que  em  Rothaussted  as  aguas  das 
chuvas  trazem  annualmente  para  o  solo  um  kilogramma  de  azote 
orgânico. 


Deriva  de  três  procedências — a  atmosphera,  a  terra  e  os  adubos. 
O  nitrato  e  o  nitrito  de  ammonio  dissolvido  nas  aguas  pluviaes,  em 
contacto  com  a  terra,  ou  são  absorvidos  directamente  pelas  plantas  ou 
reagem  sobre  os  calcareos,  formando  o  azotato  de  cal  que  também  é 
absorvido . 

As  matérias  orgânicas  do  solo  e  dos  adubos,  b2m  como  o  ammoniaco, 
em  condições  adequadas  que  adiante  serão  minuciosamente  descriptas, 
quando  tratarmos  das  terras,  sollrem  certas  transformações  e  convertem-se 
por  fim  em  nitrato  de  cal  e  de  potassa. 

Os  nitratos  de  soda  e  de  potasst,  sós  ou  associados  a  outros  fertili- 
santes  constituindo  adubos  completos,  fornecem  á  plantas  outra  fonte  de 
azote  nítrico. 

Os  nitratos,  graças  á  sua  solubilidade  e  poier  oxydante,  são  a  melhor 
das  formas  para  a  nutrição  vegetal.  Liebig  duvidava  da  sua  efhcacia  e 
suppunha  que  o  ammoniaco  era  o  único  composto  azotado  capaz  de  pro- 
porcionar o  azote  ás  plantas.  Boussingault,  nas  suas  celebres  experiências 
sobre  a  cultura  do  Helianthus,  em  solos  esterilizados  a  que  acerescentou 
nitrato,  poz  em  evidencia  a  ai isorpção  directa  e  completa  do  azote  nítrico 
e  o  augmento  de  peso  da  planta  relativamente  á  quantidade  de  nitrato 
empregado.  G.  Ville,  Cloêz,  Hellriegel,  Grandeau  c  Pougual  confirmaram 
essas  experiências.  Está  hoje  fora  de  duvida  a  acção  nutritiva  preponde- 
rante dos  nitratos.  A  natureza  e  os  factos  provocados  pelo  homem  estão 
claramente  a  demonstral-o,  porquanto  quasi  todo  o  azote  utilisado  pelas 
plantas  entra  sob  a  forma  nítrica  e,  quando  racionalmente  se  administram 
nitratos  ao  solo,  é  notória  a  exuberante  marcha  das  culturas  e  o  in- 
cremento das  colheitas. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


O  azote  nítrico  é  sempre  absorvido  pelas  plantas  mais  rapidamente 
do  que  sob  qualquer  outra  forma;  mas,  ainda  mesmo  nos  raros  casos 
em  que  directamente  são  absorvidas  quantidades  mínimas  de  azote 
ammoniacal  ou  amidado,  o  phenomeno  realisa-se  mais  lentamente. 

O  estudo  do  azote  nitrico  receberá  o  seu  complemento  nas  seguintes 
epigraphes,  em  que  fazemos  a  comparação  das  diversas  formas  sob  que  se 
nos  apresenta  o  azote. 

(Continú  i 


EXPEDIENTE 


Secretaria 

Confereucia  —  Kealizou-se  no  dia  lã  !e  setembro,  no  salão  nobre  da 
Suciedade,  a  conferencia  do  Dr.  António  Carini,  professor  do  Instituto  Pastour  de 
S.  Paulo,  que  versou  sobre  a  Febre  do  Texas  ou  Tristeza  do  gadi,  sendo  essa  confe- 
rencia ouvida  por  numeroso  e  selecto  auditório  e  tenlo  a  cila  comparecido  todos 
os  membros  da  directoria.  0  Snr.  Professor  Carini  discorreu  sobro  o  assumpto  com 
a  competência  que  lhe  e  própria,  desfazendo  duvidas  e  controvérsias,  c  pondo  em 
destaque  a  etiologia  da  moléstia,  o  carrapato  como  elemento  vector  e  os  meios  de 
tratamento. 

E  m  tempo  opportuno  esta  Sociedade  fará  a  distribuição  om  folhetos  com  gra- 
vuras da  conferencia  do  illustre  homem  de  sciencia. 

Correspondência,  durante  o  mez;  de  setembro 

Recebida: 

Cartas 375 

Offlcios  (íovernos 3 

»       Particulares 19 

Circulares 0 

Telegrammas 5 

409 
Expedida: 

Cartas 1-16 

Offlcios  Governos 4 

»       Particulares 13 

Circulares 210 

Telegrammas    ..." 9 

Noticias 95 

Boletins  «  A  Lavoura  » 4.518 

Monographia  «moléstias  de  animaes» 741 

5.766 


Fornecimento  de  arame  farpado 

MEZ  DE  SEtEMBRO  DE  1908 


MBTMGBM 

CUSTO 

PEDIDOS 

Sociedade 

mercado 

Economia  realisada 
pelo  lavrador 

,99.758 

G:Wí}3im 

9:220$000 

2  313f7O0 

Fornecimento  de  formicida 

MEZ  DE  SETEMBRO  DE  1908 


tATi8 

custo 

TEDIIIOS 

Fornecido    pela 
Sociedade 

Ad.j 

irido    no 

Economia  realisada 
peio  lavrador 

13 

206 

S45|S0  1 

i:030$000 

184$S00 

Movimento  da  secretaria 

Correspondência  recebida 


0FI.,C,OS 

ANN03 

Carta. 

Diversos 

Governos 

Circulares 

Tele- 

1900  (de  1  de  outubro) 

93 
355 
451 

1.370 
1.579 

2.933 

376 

210 
289 
238 

i73 
lsi 
3iS 

40 
30 
12 

97 
121 
114 

13S 

3 

41 
13 

67 

3 
15 
140 

190;! 

190S 

171 
1  16 
157 
257 

1908  (até  30  de  setembro) 

14.173 

2.228 

673 

301 

1.108 

SOCIEDADE     NACIONAL     DF,     AGRICULTURA 

Movimento  da  secretaria 

Correspontlencia  expedida 


o„,c,03 

Crias 

Diver  os 

.ovemos 

Circuiares 

grampas 

ÍSJS  (do  26  do  janeiro) 

1S99 

229 

491 

yua 

210 

33i 

413 

462 

473 

1.736 

1.878 

2.7  ti 

62 
102 

136 
71 
41 

161 
■>  .'3 

237 

59 
136 
7.1 
63 

S7 
13; 

97 
103 

1.014 

4.407 

1308  (até  30  de  setembro) 

9.372 

1.354 

806 

16  5S5 

2.1195 

Fornecimento  tlt»  arame  íttrpado 


cu.ro 

Ped  dos 

Metragem 

Quando  for- 

Quando  adqui- 
rido 
110  mercado 

Economia  r^- 
alisada 

1907 

193S  (alé  31  do  agosto)  .   .   . 

£79 
£93 

31S.Ú20 
1.96S.163 

2. 401.020 

7.;    ;  Sj  0' 
83riT3i500 

-1:715,0  10 
v>  !:S89  SOO 
U7:7..5$õ00 

7:i7i$40D 
33:324$  ou 
32:431*700 

6!S 

4.720  205 

17J:07S:310 

24S::61.jOO0 

75:«8l;*OJ 

Fornecimeiito  <lc  formicida 


cu 

sro 

Latas 

Quan  io  fornecido 
ueli  Sociedado 

Quando  adqu'rido 
no  mercado 

sada 

1906  (do  março,) 

2.449 
2.  COS 
1  620 

10:2S5íSO) 
12:205^200 
6:S04$000 

12:245$000 
11:330^000 
S: 1C0 .000 

1:959489.0 

2:324^890 
l:2JÒ.;S0O 

190S  (até  ago^toj 

6.973 

29 : 295$ 50 J 

34:875^000 

5:5SOi800 

Secção  fochiiica 


Recebemos  da  casa  llerm.  Stoltz  &  C.  o  seguinte  prospecto: 

Para  arranjar  para  a  agricultura  nas  regiões  tropicaos  ura  gálio,  próprio 
para  o  clima  destas  regiões  e  capaz  do,  com  as  condições  de  lá,  prestar  serviços 
consideráveis,  foram  importados  pela  firma  acima  meaeciona  la  "bulfalos  leiteiros 
da  índia."  São  estes  animaes  muito  pesados  ode  uma  coustrucção  muito  forte, 
distinguindo-so  o  seu  leite,  conforme  mostram  os  attestados  mais  abaixo,  por  uma 
grande  ri^ue/.a  de  gordura. 

Além  disto  sào  estes  animaes  muito  próprios  para  trabalbo,  sendo  em  sua 
pátria  muito  usados  para  este  fim. 

A  importação  destes  bufíulos  leiteiros  deve-se  por  isso  recommendar  como 
soudo  especialmente  vantajosa  para  aquellas  regiões  tropicaes  nas  quaes  se  deseja 
um  gado  que  produz  muito  leite,  rieo  em  gordura,  e  um  gaio  que  ao  mesmo 
tempo  é  capaz  de  prestar  grandes  serviços  como  animal  de  trabalho. 


As  informações  seguintes  dão  uma  iJé.i  clara  e  exicta  d)  grani)    valor    eco- 
nómico deste  gado . 


«iciKDADE     NACIONAL    Dlí    AGRICULTURA 


Sobre  o  leito  e  a  utilização  pratica  do  buffalo  leiteiro  importado  da  índia 
anterior  pela  iirma   Cari  Hagenbeck 

As  vaceas  dos  buffalos  leiteiros,  quo  forneceram  o  material  para  os  exames  foram 
importadas  pela  firma  Cari  Hagenbeck,  Stelliogen,  em  fins  de  fevereiro  de  1908,  da 
Índia  anterior.  Todas  as  vaceas  davam,  na  occasião  dooxame  do  leite  leite  "novo"'. 
O  modo  de  mugir  é  o  mesmo  emprega  lo  para  com  as  nossas  raças  nacionaos 
dogado;  somente  convém  mencionar  que  a  vacca  do  buffalo  leiteiro  guarda  o 
leite  um  pouco  mais  e  que  o  ubere,  logo  antos  quo  so  começa  a  mugir,  deve 
sempre  ser  amassado  com  as  mãos  (imitando-se  o*  movimentos  da  novilha)  para 
que  o  leite  "corra  bem".  Caso  a  vacca  tenha  uma  novilha,  deixa-se  esta  começar 
a  chupar,  afastindo-a  logo  que  so  começa  ver  o  leite  nas  tetas,  e  assim  continua-so 
a  mugir.  Os  animaes  são  acostumados  a  serem  mugidos  do  lado  esquerdo,  e 
recommendase  deixal-os  com  este  costume. 

Quanto  ao  leite  mesmo  apresentamos  os  detalhes  de  2  exames  feitos  separada- 
mente, um  por  um  instituto  scientifico,  e  o  outro  no  laboratório  de  um  chimico 
juramentado,  Sr.  Dr.  C.  Enoch-Hamburg.  Hermannstrasse,  5. 

A  reação  do  leite  é  neutra.  O  gosto  do  leite  é  agradável  mas  muito  mais 
doce  do  que  o  da  vacca.  A  sua  cor  é  bem  branca  e  não  transparente.  A  camada  de 
nata  quo  se  forma  em  cima  do  leite  depois  de  umas  12  horas  (cerca  de  12—15 1.  dão 
1  kg.  de  nata)  é,  tanto  como  aquello,  bom  branca,  e  assim  também  a  manteiga 
feita  desta  nata.  Diversas  vozes  se  tem  feito  manteiga,  dando  1  kg.  de  nata  de 
leite  do  buffalo  leiteiro  como  minimo  320  gr.  e  como  máximo  440  gr.  de  manteiga. 
A  manteiga  tem  um  gosto  agradável  e  característico  de  manteiga,  é  fácil  de 
pôr,  podendo-se  usal-a  para  preparar  as  comidas  da  mesma  maneira  que  o  leite  de 
vacca.  Q  lando  no  pasto  flea  esta  manteiga,  tanto  como  a  das  vaceas  communs,  em 
voz  do  branca,  amarella. 

Quanto  a  quantidade  absoluta  de  leite  do  buffalo,  fica  esta,  em  litros,  menor 
do  que  a  de  leite  das  nossas  melhores  vaceas  leiteiras  nacionaes  e  egual  à  producção 
do  nosso  gado  dos  paizes  altos.  Como  producção  total  de  leite  tem  as  vaceas 
importadas  do  buffalo  leiteiro  dado  diariamente  mais  ou  menos  10.1,  mugidas  de 
manhã  e  de  tarde.  Xo  julgamento  critico  desta  quantidade  de  leite  diária  deve  se 
considerar  que  os  animaes  em  questão  quanto  á  comida  e  tudo  encontraram,  pela 
importação  da  índia,  novas  condições  a  que  nã->  estavam  acostumados.  Conside- 
rando-se  que  estes  animaes,  com  o  corpo  quasi  sem  pollo,  chegaram  da  sua  pátria 
quente  para  encontrar  o  nosso  inverno,  não  se  pode  negar  que  todas  estas  cousas 
tiveram  uma  influencia  menos  favorável  para  a  producção  do  leite.  E'  fora  de 
questão  que  os  animaes  uma  vez  liem  acelimados  e  accostumados  com  a  alimen- 
tação daqui,  possuem  todas  qualidades  para  ficarem  boas  vaceas  leiteiras.  Ainda 
que  ellas  não  possam  chegar  a  ser  comparadas  com  as  nossas  melhores  vaceas 
leiteiras,  fica  todavia  a  quantidade  menor  recompensada  pela  maior  riqueza  de 
gordura,  assucar  de  leito  ealbugem,  justamente  aquellas  substancias  que  dão  ao 
leite  o  seu  valor  como  alimento,  e  quo  fazem  do  leite  não  somente  um  meio  de 
alimento,  mas  directamente  um  alimento  humano. 

Em  vista  dos  exames  bacteriológicos  do  leite  sempre  terem  dado  um  resultado  ne- 
gativo, isto  é,  que  nunca  se  tem  encontrado  no  mesmo  qualquer  bactéria,  e  mais  que 
o  leite  do  buffalo  é  muito  rico  era  assucar  de  leite,  parece  poder  ser  utilisado.mistu. 
rado  com  5o  %  de  agua,  como  alimento  do  grande    valor  para  crianças  pequenas. 


Leite    de    buffalo 


INSllTTTO     S<'IEN1IKI'"'I) 


Leito  de  manhã 

Leite  ilo  ni.uili.i 

leito   do   tard« 

Leite   do   Urdo 

6,8    % 

17,57  % 
1 ,03C6 

0,6    % 
17,43  % 
1,0370 

38,8  % 
1,0335 

Peso   espec.  a  temi).  He  15o  C 

17,81  % 
1,0:135 

cm  MH":  '   .iui;\mi:\"I  uv> 


Peso   espec.    a    tei 
Agu» 

Substancias  seccas 

das    quites  : 
Gordura 


Partes  de  cir 
Albugem  tota 


oiti  de   maiiliã  Leito    .lo    Urdo 


5,7S 
0,74 


'ARA   COMPARAÇÃO  DO  LEITE  DR  SENHORA,  DE   VACCA  E   DE  JUMENTO 
(Conforois  Prof.  Dr.  H.  Munclc.) 


loii  .'In  sonho: a 

Leito  de  vacca 

l.itit.i  'In  liiill.i',.  Ioitiiir'1 
(Médio) 

Leito  do  jnmeute 

Peso  esp.  á  temp.  de  15»  C.  .  ,  . 

9,8 

3,1 
5,0 
0,2 

1,5 

1,026-1,034 
$7.4 
12,0 

3,7 
1,8 

0,7 

1,038-1,034 
84,84-82 ,24 

16,27-17,76 

7,3—5,2 
5,4 

0,75 

4,41 

Substancias  seccas 

0,4 

1  Caseína 

A  lbii!/ein   total.  < 

(Albumina  .  .   .   . 

1,7 

402  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

O  leite  do?  animaes  em  questão  não  apresenta  differenças  microscópicas  com- 
parado com  o  leití  commum  de  vacc.x,  toroando-se  porém  notável,  como  era  de 
suppor  por  caim  da  grande  quantidade  de  gordura  que  demonstra  a  tabeliã  de 
comparação,  o  enorme  numero  de  pequenas  partes  de  gordura  que  contém  este 
leite  em  comparação  com  o  da  vacca. 

Tanto  na  acidificação  espontânea  como  na  artificial  separa-se  a  caseina,  como 
no  leite  commum  ds  vaccas,  em  flocos. 

"Curioso  e  vantajoso  para  o  leite  é  "assim  diz  o  caimico  juramentado  em  seu 
Parecer,"  a  sua  grande  cousistonoia,  sem  qualquer  transformação.  Depois  deter 
estado  três  dias  em  uma  garrafa  aborta  o  leite  ainda  não  tinha  (içado  azedo.» 


A    LAVOURA 


Secção  ds  plantas  e  sementes 


Distribuição  de  plantas  e  sementes  feita  na  Sociedade  Nacional 
de  Agricultura,  de  setembro  de  1902  a  sstembro  de  190S 


ESPECIFICAÇÃO 

UNIDADES 

«2SSL. 

rOMJMBS 

Plantas  vivas 

\rveres  fructiferas  do  paiz  —  Espécies:    aba'  aleiro,  ableiro. 

anona,  ameixa  amarella,  ameixa  de  Madagáscar,  ábricó 

comriM.il,  amoreiras,  araçá  de  coroa,  bacupary  do  norte, 

l.e.jlji,    butiá.    cabelluda.    cacaoeiro,    cajaseiro    manga, 

cajueiro,  caoelleira,    chrysophy.um    kaioytum.    cid  eira, 

craveiro  da  índia,  cambucá.  carambola,  cookia  aalzata. 

Iji.i-ii  a  s^eciosa.  fructa  pão,  tructa  de  conde,  fructa  da 

condessa,  guabu-oba  de  s.  Paulo,  genipupo,  jambo  b  anco, 

o,  loureiro,    mangueira  de  Itamaracá,    mangueiras 

ir.ei-.as,    oityseiro,    pimenta   do    re^no,    pimenta  da  Ja- 

maica, sapola    preta,    sapouseiro,    sapiirai.-,,    tâmara    e 

12U.342 

Arvores  fructiferas    de   clima  frio,   plantas    florestaes    o    de 

ornamentação  —  Esueeies:  Amendoeiras,  ameixoeiras     do 

.lapa-»,  azarolciras.  asufaifelros,   avelanciras,  castanhei- 

ras,   cerejeiras,    damasquelros,    Agueiras,    grosoiheiras. 

takyseiro  do  Japão,    micieiras,  niaruie.eirus.  moranguei- 

ros,  nogueiras,    nespereiras,    oliveiras,    pecegiien  os,    pe- 

reiras, acácias,  aylantus,  fraxinus,  ultnus,  mioio  juiibrisin, 

paraizo    poante,    uuercus,  amoreiras    varias,    catalpas. 

platanus,  buxus,  Iraxini.  tila,  acer  campestris,  ligustri  e 

49.039 

4sn 

- 

2.SC6 

Mrdas  fel  *.-VF>idt 

7 

Sementes    germinadas  —  Espécies  :     Garcinea    man^ustana, 

Isola,  mrva  ensete,  musa  fetiche,  ervthroxilon  coca,  ster- 

culia  acuminala,  pistache,  musa  avnoldiana,  musa  textiiis, 

lancium  dome-ticum  (strafic),  castilhôa  elástica,  minst.ca 

fi-agrans  (noz  moscada).    iodoicL-a  sechellarum,  strieknos 

(nux  vumica).  toluifera  balsamnm.  i i j o I o ^  de  champignon 

103 

e  landolphia  Kirku 

3  227 

— 

Mudas  de  Agave  Si-alana  acamada 

2.400 

- 

12 

»       »    figiíeipas  aacionaes 

ir,.  255 

- 

387 

>       »    abaff4xi 

277.6S3 

- 

079 

Raizes  de  Consolida  do  Cáucaso  (simphyluui  asperrimuni)  ,  . 

10  1-0 

- 

189 

Modas  de  canna  da  Ilha  de  Barbados  —Variedades:  D20!>e 

L:  117,   1.566,  1.753  e  3.412 

5.156 

825 

Mudas  de  cnnnas  nacionaes  —  Variedades:  sem  pello,  roxa, 

liba  o  outras , 

7,8*3 

132 

Iiacellos  de  videira  —  Variedades  de  uvas    de    mesa,  vinho  e 

porta  garfo 

41S.8J0 

5.790 

Knraizados  do   videira  —  Variedades  de  porta  earfo 

:,  098 

90 

919  023 

10.488 

SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


ESPECIFICAÇÃO 

UNIDADES 

KILOOnAMMOS 

«~ 

Cereaes  e  leguminosas 

Arroz  —  Variedades:  nacionaes:    doiiradinho,  cattete.  pacho- 
linho  e  de  casca  preta  ;    estrangeiros  :    Maluyaski.    Hir- 

- 

14.. "40, 330 

4 .765,350 

S. 970,500 

4.432.000 

3.3 19. 500 

105.300 

0,800 

1.065.1500 

Trigo  —  Variedades  :  grego  de  folha  larga  da  Itália,  Victo- 
ria  branco,  Lniziania.  Puro.  P.iloma.  Argentino,  do  .lapão. 
molle,  Barbado  de  Rivet.  Dourado,  Grécia,    Escossia  de 
inverno.  No.'-.  Kichelle  Blanche  de  Nápoles,  do  Cabo,  Tou- 
zelle  Kouge  de  Pro vence,    Hvbride    du   Tressor.  Kichelle 
Blanche  hativr,  S.inare  Ilead ,  ThuniiL-er  Dividendum,  Ma- 
iorica,    Rieti,  Redondo,    Largo,    Maqui.  Wellmans    Life, 
Ruppert,  D.  Shriff  à  épi  earré,  North  Allerton,  d'Algeria 
Grece  dWntros,  Schanstedt,    Xerez  e  da  Zelândia  .   .  .  . 

Milho  —  Variedades:  90  dias,  Condado  de  Chester,  de  40  dias, 
Ferro,    assucarado.    Cattete.    nacional    miúdo,     Golden 
Beautv.Country  Centleman.  Adams,  Goldep,  Comospobtnn 
Minnesota,   Witlie    Corv.    Black    Mexican.    Snow    Flake. 
White  Prize,   White    Èvergrecn,    Non   Plus  Ultra,  Mam- 
mouth,    Dacota,    Yowa    Mine    Gold,    Leaning    e    Cbaro- 

1.859 

Feijão  —  Variedades:  da  China,  Branco,  Bravo    do    Piauhy, 
Amendoim  do  Paraná,  de    trepar,    Amarello,    Mulatinho, 
Chumbo  e  Chocolate  :  americanos:  Everbearing,  Ued  Va- 
lentine,  Best  of  ali,  Cow  pea  Clay,  Whippermill,    Boston 

Centeio  —  Variedades:  Saint  .Tean,  Geftnt  de  Montagne,  Tuflu, 
Margreves,  Nasa  de  Sued,  Blen  Alpes,  Pethkuser,  s>.  Diniz, 

Soja  —  Variedades:  do  .lapão,  amarella  e  preta 

123 

Tremonoa  -  Variedades:  azues,  amarellos  o  brancos  .   .   .  . 

37.198,780 

10.27-. 

Forragem 
Capim  Jaraguâ 

35.148,000 

10.916.000 
S07.800 
28.250 

11.000,600 
:•  284,850 

4.453,301 

4. 470 

1.330 

Alfafa  —  Variedades:  Saliva  de  Provença,  Medicago  Media, 

Aveia  —  Variedades:  Prolífica  da  Califórnia,  Melhorada,  Tar- 
taria.    Grande    amarella,    Polonesa    branca,    Colômbia, 
Suécia  branca,  Milton. \Ye|ca  rm\  Sibéria. '1  riiimpho,  Branca 

Cevada  —  Variedades  :     petit    Oderbruck,    da    Grécia.   Petit 
Blen  da  Escossia,  da  Mandcburia,    Imperial,  Americana, 
de  inverno, Chevaber  noir  bative.  t.olta  de  .oiro  da  Unha. 
Branca    da  Grécia,    Carne    dbivor,  Golden  Thorpe,  Gold 
meloue,  Mouiinouth  :  de  verão  Hofb.-au,    Hannah  o  Bava- 
ria  I.and 

1.749 

A     LAY01   HA 


ESPECIFICAÇÃO 

UNIDADES 

PESO    FM 

voli;mis 

- 

633,700 
1.488,300 

850.530 
t  858,320 

436,400 
136,600 

390, 14H 
48,500 
1 ld. SUO 
127.350 
79,460 
31,560 
33,300 
15,920 
40,000 

3..  000 

10.240 

9 .  150 
.".  000 
0,700 

Beterraba  forrageira  —  íeis  variedades 

1  171 

73S 

Sorgho  —  Variedades:  IIaleoensis.de  assuc 
Trevo  —  Variedades:  violeta,  encanado,  do 

Japão,  Prt 

a  tau 

310 

32 

78 

Couve  Rutabaga  —  Variedades:  amarella 
Ray  Grass  —  I.olium  itaiicum  e  lolium  per 

23 

43 

-'7 

S 

1 

2 

2 

13 

10 

, 

2 

2 

Marjolin,    Victor, 
i  '.-,  bali, 

r,  Halle,    Poussè 
leu  1'onlders,  l'he 
neen  Early,  Nen 
,     Puritan-Early, 
nperator,  Delica- 
br.    Maiker,   Fin 

«.320,720 

17.027 

Vãmente  i  diversas 
líatatas  —  Variedades  :     Ma^num    Iiomi'», 

Royale,  Hell-  ,  de    r'..l.leliav.   I':,  ■»    ,- 

rouge.Quaraolaine.  Scli.-iw  1'rni'ç.— ;<■,  - 
Vio  ette.  Vitelotio.  Prince    riu    liali-s.  i 

('an'a'.U."i;.    i''   v'.Í.1"i"":m    L   1::^'  li  'il"l'i' 
debout.Grand  Chance  ier,  <  aaTe.  Reine 

York  n.   •.']"l"Xna'';  ''),".' :   ,  „',  .  l\'í  i  1 ,   |.|\l'. 

11.535,0  »i 

3.227 

SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA 


3SPlíCIF!O\eÃ0 

~ 

KILOCRAMMOS 

VOLUMES 

Algodão  —  Variedades  :  Sea  Islnr.d,  Cpland  A  len  Improvorl, 
Big  Bali,  TurUestan,    Gordon    Pacliá,  Mit-afite,  Peterkin, 
Iwanovitch,    Peruviano,    Caravouico    da    Auslralia,  .-ca 
Island  aclimado,  de  Pernambuco  o  do  Maranhão 

21. 271, "01 

3.477 

Maniçoba  —  Variedades:  Ceará.  Jequiê  (Bahia)  e  Piauhy.  .   . 

- 

8.965,650 

«.363 

Linhaça  —  Variedades:  Alba.de  Nápoles,  Campaina.  Rigver, 
Comraum  e  de  Erfurt 

- 

805,800 

1.193 

Cânhamo  —  Variedades  :  Grande  de  Nápoles,  Commum.  Thu- 

- 

367,200 
883,850 

Sarraceno 

_ 

90,630 

s. 

Gyra-sol  —  Variedades:    Branco,    da    Rússia    e    da    Rússia 

- 

185,8)0 

126,377 
58,100 

56" 

Cebola  —  Variedades:  Maggiola,   Mommouth.  Bassai  o,  Mer- 
Teille,  Rainha,  1'anz.   1'ella  Roccj  Vermelha,  Del'a  Kocca 

Café— Varieda dei:  Maragogipe, Bourbon, da  Arábia  e  Botocatíi 

2 

Fumos  —  Variedades:    Flora,    Conneclicut,    Amerslort,    Vir- 
gínia,   Marvland,  Havana,  Sumatra,    Kenlucky,    General 
Graot,   Bunanza,    [.anea-t-r.     ohi.i,     Sahnichi,    Sterling. 
Granville.  Couutv  Yellov/,  <  lold   Leal',  Hyce  Yellow  Pnor. 
Conqueror.  \\  bile  st«m.  1  andreth.  Porto  Rico,  Tnrk  San- 
sum,    Bafro  Spanish,  Cuba,  Oronoque  Bahia  e  acliraados. 

53,250 

2.66 

_ 

19, («Hl 

1 

_ 

18,500 

í 

Abóbora  —  Variedades  :    Monstruosa    verde,    amarella,    ver- 
melha e  branca,  Nápoles,  ];o^t Marreco.  Mudère  Patê 

d'Ita.ia,  Branca  di  Maio,  Vermelha  di  China  , 

25,800 

88 

- 

19,300 

18 

Linho  Pirini 

- 

33,700 

5 

Tomates  —  Vari'  dades:  Perfection,  grande  vermelho,   Ficar- 
razzi,  Rei  Humberto,  Poderosa,    Cereja,  Garfiald,    Rubi  e 

27,250 

1.03 

Melancia  -Variedades:    Favorita    da    Florida,   TíoIb's  Gem, 

9,455 

15 

Melão  —  Variedades:    r-etted  Gem.,  PiVific.  Klecley  Sweet 
da  Florida,  Abundantia,  assnear  do  Tonrs  Red  di  Nápoles 
Branco  di  Nápoles,    Portugal,    Monstruoso    Turquia,   da 

20.010 

67 

Eucalvptus  —  Variedades;  Globulus,  Gignntea,  Peperita.  Re- 
sinifera,  Amygdnlina,  Robn«ta,  Obliqua,  Rostrata,   Vini- 

2".,1T5 

2.27 

~ 

7,',i90 
0,456 

4 

12 

Iuulo 

4S 

Salt  Bush 

- 

3,850 

Cannas  (em  toletes)  —  Variedades:  Sm  pello,  Cayana,  Porto 

- 

29.1<!4,000 

15 

A     LAVOU KA 


_» 

UNIDADF8 

«ZÉS- 

VOLUMES 

Ramas  de  mandioca  —Variedades:  Aipim    do  Bauró,   Rosa, 
Casca  de  Carvalho  e  Sulinga  roxa.       .  .  v 

Sementes  —  De  fructas  nacinnaes,    arvores    do    sombra,  ma- 
deiras de  lei  e  plantas  medicinaes 

- 

1.O7S.00O 

191,750 

6,000 

1 ,950 
8,000 

ro 

Outras  sementes  —  Variodades:  llesmodtum  Tortunsum,  Erio- 
dendroo,  Anlracluos  mu,  stiiliagU    Sebifera,  chiiimova, 
Krythrina  Umbrosa,  Santalum    Álbum,  Quassia  Amara  o 

~A 

Cen   [bre  (tubérculos 

2 

g 

68.326,463 

21.751 

919,023 

177.845,963 

ro  de  pedidos  da  secção  de  plautas  e  se 

Recebidos 

Satisfeitos 


durante  o  mesmo  período: 


NOTICIÁRIO 


Estado  de  Pernambuco-  Organização  do  serviço  agronómico.  Pelo 
governador  do  Estado  do  Pernambuco  foi  sanecionada  a  lei  n.  940  do  Congresso 
Legislativo,  pela  qual  6  autorizado  o  Governo  a  croar  o  serviço  agronómico  do  Es- 
tado. E'  o  seguinte  o  seu  texto  : 

Art.  1 ,°  0  Governador  do  Estado  fica  autorizado  a  crear  o  serviço  agronómico 
que  comprehenderá  e  terá  por  fim  o  seguinte  : 

§  1»  O  enskio  profissional  agrícola. 

§  2.»  O  estudo  não  só  dos  actuaes  systoma  do  cultura  e  da  industria  pastoril, 
como  de  culturas  novas  adaptáveis  ás  diflerentes  regiões  do  Estado. 

§  3.°  A  organização  de  estatística  sobre  a  agricultura  em  geral,  bem  como  o 
estudo  das  condições  de  producção,  de  consumo  no  Estado  ou  fora  delle,  dos  prodti- 
ctos  do  exportação  ou  daquelles  que  possam  vir  a  ser  objecto  de  eommereio  exterior 
do  Estado,  para  informação  dos  interessados. 

§  4.°  A  distribuição  de  sementes  e  plantas  que  convenha  generalizar. 


•40S  SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

Art.  2.°  Para  esse  flm  o  Governador  do  Estado  poderá : 

I .»  Estabelecer  em  pontos  que  julgar  mais  convenientes,  nas  proximidades  das 
estradas  de  forro,  até1  seis  escolas  agrícolas  e  pastoris  para  systematizacão  das  cul- 
turas existentes  o  exploração  de  novas  culturas  e  para  aoclimacão  de  boas  raças  de 
aniraaes,  devendo  cada  escola  ter  um  campo  do  demonstração,  um  laboratório  e 
uma  bibliotheea. 

A  primeira  escola  será  montada  no  município  do  Recife,  ou  nas  suas  proximi- 
dades e  terá  um  posto  zootechnico. 

2."  Contratar  professares  ou  instructorcs  ambulantes  para  o  ensino  pratico  de 
culturas  agrícolas  de  modo  que  sejam  facilitados  e  divulgado.*  os  conhecimentos 
modernos  sobre  agricultura  e  applicação  de  macbioas  para  o  mesmo  fim. 

3."  Organizar  na  Secretaria  da  Industria  uma  secção  especial,  composta  de  um 
chefe,  um  ajudante  e  dous  auxiliares,  destinados  exclusi vãmente  á  estatística,  á  dis- 
tribuição de  sementes  e  aos  negócios  da  agricultura. 

4.°  Crear  oommissões  municipaes  do  agricultura  com  sele  em  cada  município, 
comDosta  de  cinco  membros,  todos  agricultjres  e  residentos  nos  respectivos  muni- 
cípios, para  o  fim  de  auxiliar  o  Estado  e  representar  os  interesses  da  agricultura 
local  e  cujos  cargos  são  gratuitos. 

5."  Estabelecer  o  ensino  superior  de  agronomia  na  Escola  Livro  de  Engenharia 
Civil  do  Estado,  á  qual  poderá  annexar  uma  estação  experimental  e  posto  zoote- 
chnico, organizando  para  isto  os  respectivos  programma  o  rogulamento. 

Art.  3o.  Nas  escolas  agrícolas  o  Governo  estabelecerão  ensino  technico,  dan- 
do-lhe  o  cunho  mais  pratico  possível  e  manterá  não  só  reproduetores  bovinos  de 
raças  oscolhidas  e  outras  espécies  do  animaes.  que  serão  cedidos  gratuitamente  para 
a  fecundação  na  própria  Escola,  como  um  stock  de  machinas  aratorias  o  de  benefi- 
ciamento,  as  quaes  serão  ce  lidas  pelo  custo  a  quem  quiser  compral-as. 

Art.  4°.  O  curso  das  escolas  será  de  dous  annos  e  as  condições  para  a  admissão  e 
matricula  serão  estabelecidas  em  regulamsnto  que  o  Governo  do  Estado   organizar. 

Paragrapbo  único.  O  ensino  nas  escolas  será  gratuito. 

5o,  O  pessoal  de  cadi  escola  será  composto  do  professores  até  o  numero  de  seis 
inclusive  um  mostre  de  culturas  e  dos  auxiliares  que  forem  oitrictamente  neces- 
sários e  cujos  vencimentos  serão  marcados  pelo  Gove.nador  do  Estado. 

Paragrapbo  único.  A  nomeação  do  mestre  de  culturas,  que  poderá  sor  contra- 
ctado,  deverá  recair  em  pessoa  que  conheça  a  agricultura  do  paiz,  os  proeesisos  de 
cultura  aratoria  e  quoos  tenha  praticado  por  conta  própria  ou  de  terce ra  pessoa. 

Art.  6.°  Tanto  os  mestres  de  cultura  como  os  demais  professores  serão  conser- 
vados emquanto  bem  servirem,  podendo  ser  dispensados  a  todo  tempo. 

Art.  7.°  As  escolas  agrícolas  receberão,  além  dos  alumnos,  cujo  numero  não 
excederá  do  30  em  cada  escola,  os  trabalhadores  que  os  agricultores  ou  fazendeiros 
lhes  enviem  para  aprendizagem  do  manejo  de  instrumentos  aratorios,  não  exce- 
dendo de  30  dias  a  sua  permanência  no  estabelecimento, 

Art.  8.°  Findo  o  prazo  de  aprendizage  m  de  que  trata  o  ait.  4."  os  alumnos 
serão  submettidos  a  um  exame  das  matirusqu*  tenham  feito  parto,  tanto  do  curso 
pratico  como  theorico. 

Paragrapbo  único.  Apurada  a  habilitação  do  alumno  em  todas  as  matérias, 
se-lhe-á  dado  um  certificado,  que  o  habilitará  a  mestre  do  culturas  em  qualquer 
escola  agrícola  do  Estado. 


A    LAVOURA  409 

Art.  9.  Em  cada  escola  realizar-se  A  annualmonte  uma  exposição  tanto  di)  pro- 
duetos  agrícolas,  como  ile  animaes,  executando-so  nossa  occasião,  perante  o  publico 
e  no  campo,  trabalhos  agrícolas  com  instrumentos  aratorios  usados  na  escola,  ou 
outros  que  a  experiência  tenha  dosmonstrado  vantagem  sobre  os  adoptados. 

Paragrapho  único.  Para  essa  exposição  poderão  Governo  estabelecer  premio-;, 
que  não  excederão  de  dous  para  cada  espécie  de  animaes. 

Art.  10.  As  municipalidades  ou  associações  particulares  quo  fundarem  escolas 
agrícolas,  do  accordo  com  o  regulamento  que  for  dado  para  execução  desta  lei,  po- 
derá, o  Governo  auxiliar  pela  forma  que  julgar  mais  conveniente,  devendo,  porém, 
este  auxilio  consistir  em  fornecimento  de  machinas,  ferramontas  agrícolas,  se- 
mentes c  animaes  de  raça  para  reproduetores. 

Art.  1!.  Serão  de  preferencia  fun  ladas  escolas  agrícolas  nos  municípios  que 
offarecerem  ao  Governo  uma  área  de  terreno  suffleiente,  casa  e  a  importância  do  três 
contos  de  reis  (3:000?000)  em  dinheiro,  por  uma  só  vez. 

Art.  lá.  Pod  Tá  também  ser  creado  a  c  irgo  da  secção  de  estatística  um  boletim, 
quo  publicará  mensalmente,  não  só  todos  os  actos  olliciaes  expedidos  o  que  inte- 
ressem á  agricultura,  como  artigos  sobro  questões  do  interessa  geral  da  lavoura  e 
o  resumo  dos  relatórios  e  informaçõss  fornecidas  pelos  mestres  de  culturas  ou  ins- 
pectores do  serviço  agronómico. 

Paragrapho  único.  O  boletim  será  distribuído  gratuitamente  pelas  escolas  agrí- 
colas, commissões  municipaes,  prefeitos  e  chefes  das  repartições  do  Estado. 

Art.  13.  Além  das  escolas  do  que  tratam  os  arts.  2o,  3',  4o,  5\  6°,  7",  8°  e  9»  e 
de  outros  serviços  de  que  cogita  a  presente  lei,  o  Governo  fica  autorizado  a  fundar 
as  instituições  necessárias  a  completarem  a  organização  do  serviço  agronómico  e 
zootechnico  do  listado  e  a  dar-lhes  os  respectivos  regulamentos. 

Art.  14.  A  receita  para  a  installação  e  custeio  do  serviço  agrouomico  do  Es- 
tado será  constituída  pelo  seguinte  : 

Paragrapho  1 .°  Pela  verba  quo  for  decretada  no  orçamento  do  Estado. 
Paragrapho  2.°  Pelo  imposto  predial  que  for  lançado  e  do  qual  o  Governo,  em 
caso  algum,  poderá  lançar  mão  para  qualquer  outra  despesa. 

Paragrapho  3.°  Pelas  doações  ou  auxílios  que  o  Ooverno  da  Uuião,  as  munici- 
palidades e  os  particulares  fizerem. 

Art.  15.  Para  a  execução  da  presente  lei  o  Governador  do  Estado  fica  autori- 
zado não  sóa  despender  ate-  a  quantia  de  conto  e  cincoenta  contos  de  réis  (150:00iiã), 
pari  o  que  poderá  abrir  o  respectivo  credito,  como  a  expelir  o  necessário  regula- 
mento. 

Art.  15.  Revogam-S3  as  disposições  era  contrario. 
Senado  do  Estado  de  Pernambuco,  em  8  do  junho  de  1908. 


SyndicatoH  agrícola,*  -Fundou -se  em  Cametã,  Estado  do  Pará,  o 
Syndicato  Agrícola  Cametáense,  filiado  á  associação  congénere,  que  tem  sua  sede 
em  Belém. 

—O  Syndicato  Agrícola  Abaetéense,  tarabem  do  Estado  do  Pará,  desdobrou-se 
em  uma  cooperativa  de  producção  de  milho,  algodão,  arroz  e  feijão,  contendo  já 
mais  de  40  sócios  mscriptos. 


110  SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Instituto  Itttertt*oionaldo  A<?ricultura-Pclo  Si'.  Presi- 
dente da  Republica  foi  sanccionada  a  resolução  legislativa,  approvando  o  accordo  fir- 
mado em  Roma,  pira  se  estabslecjr  um  Instituto  Internacional  do  Agricultura, 
com  sede  na  mesma  cidade. 

Ffcetoeneíicianieiito  do  café.- Foi  inaugurada  em  Bello  Horizonte, 
com  apresençi  do  Presidente  do  Estado,  a  machina  para  rebenoficiamento  8  aper- 
feiçoamento do  café,  fabricado  em  Hamburgo,  pelos  Srs.  Paul  Kaack  &  Companhia 
o  de  que  são  agentes  únicos  no  Brazil  os  Srs.  Dr.  João  Baptista  da  Castro,  João 
Baptista  de  Castro  Júnior  e  José  Bode.  Esta  machina,  Installada  na  secção  do  café 
da  Directoria  do  Agricultura  do  Estado  é  a  segunda  montada  no  pailz,  a  pri- 
meira sendo  a  existente  em  Santos,  onde  tem  prestado  grandes  sorvços,  larga- 
mente utilisada  como  tem  sido.  Experiências  feitas  demonstraram  ser  olla  perfei- 
tamente apta  a  manipular  o  café,  imprimindo-lhe  o  typo  desejado,  como  ficou 
evidenciado  pelo  cotejo  com  os  typos  existentes  na  mesma  directoria. 

Hm  lavrador  que  assistiu  o  seu  funcionamento,  escreveu  as  seguintes  linhas  para 
o  «Jornal  do  Commercio»  do  Juiz  de  Fora,  que  transcrevemos  com  a  devida  vénia: 

Vio  café  antes  de  entrar  nas  machinis — Massifiquei-o  typo  8—  ruim  e  cor  de 
terra;  saiu  das  raic.iinis  bam  bmito  e  b3m  repara  lo  ;  venJo  a  mostra  primi- 
tiva, não  se  dirá  que  6  o  mesmo. 

Vi  em  três  latis  amostras  do  um  mesmo  café — uma  a  primitiva,  classifiquei 
typo  7,  e  as  outras  duas  proparaias:  superior  despolpa  lo,  brunido  com  a  bella  côr 
azulada.  O  europeu  elassiflea-o  do  Porto  Rico. 

Ninguém  diria  serem  os  mesmos  um  e  outro. 

Vi  em  três  tiras  de  papel  as  diversas  colorações  que  po  lemos  dar  ao  café— 
mais  de  30  as  diversas  mircas  que  com  facilidade  e  pratica  emprestamos  ao  nosso 
principal  produeto. 

A  machina  é  uma  maravilha. 

A  còr  é  impregnada  asecco,  ein  pó  misturado  com  agua  no  regador  o  junto  ao 
café.  Inútil  ó  dizor  que  a  côr  é  tirme,  nada  a  faz  deixar  o  café  o  é  do  tolo  inosua, 
completamente  inollensiva. 

Tudo  tem  por  fira  dar  ballcza  e  enganar  a  vista. 

E'  uma  maravilha,  repito. 

A  Cooperativa  Agrícola  de  Juiz  de  Fora  vao  ter  uma  dessas  machinas,  o  é 
caso  para  dar  parabéns  a  ella,  so  conseguir  um  pessoal  idenco  e  pratico  que  pos- 
sa mauejal-a  com  intelligencia  e  amor. 

Nesta  zona,  onlo  o  café  é  de  boa  classiiieição,  passaremos  a  só  vender  typos 
especiacs— despolpados,  1  e  3». 

Fazenda  Modelo  —0  Ministro  da  Viação  mandou  pôr  ã  disposição  do 
Estalo  de  Minas  20:000$,  para  a  fundação  de  uma  fazenda  modelo,  com  campos 
de  demonstração,  no  mauicipio  da  Campanha,  no   mesmo   Estado. 


Valorização  do  assucar-  A  Colligaçao  para  Valorisacão  do  As- 
sucar,  em  sessão  solemne  e  de  accordo  com  os  representantes  da  Sociodade  Auxi- 
liadora de  Agricultura  e  União  dos  Syodieatos  Agrícolas,  resolve,  para  valorisar 
a  safra  de  1908—1909,  o  seguinte: 

1",  acceitar  a  avaliação  da  safra  em  1.800.000  saccos; 


A    LAVOURA  411 

2",  determinar  a  fabricação,  no  principio  da  safra,  do  20%  em  assucares  typo 
Demerara  e  bruto  mellado  com  destino  exclusivo  á  exportação  estrangeira  ; 

3o,  estabelecer  que  se  ordenará  maior  porcentagem  se  as  circumstancias  assim 
o  aconselharem  ; 

4o,  prohiblr  as  vendas,  de  assucares  brutos  e  seccos  e  purgados  de  banguês  até 
o  dia  15  (quinze)  de  outubro  de  1908,  ficando  entontido  que  não  se  poderá  transigir 
com  os  banguès  que  não  tiverem  fab.-icado  a  sua  quota  do  brutos  mellados; 

5",  as  usinas,  depois  do  terem  complotado  a  sua  quota  de  Demerara,  fabri- 
carão as  qualidades  que  a  commissão  determinar,  de  aecordo  com  as  necessidades 
des  mercados  comsumidores  do  paiz  ; 

6",  as  valorizações  das  safras  de  usinas  e  banguès  serão  submettidas  ao  juizo  da 
Colligação,  Sociedade  Auxiliadora  de  Agricultura  o  União  dos  Syndicatos  Agrícolas. 

Recife,  24  de  julho  do  1908.  —  Pela  Colligação  para  Valorização  do  Assucar, 
Joiquhn  Limi  da  Amorim,  presidente.  —  JoCu  Eustáquio  Pereira  (Faneca),  secre- 
tario.— Francisco  de  Assis  Cardos.),  thesoureiro.  —  B.  de  Senna  Pontual.  —  Luiz 
Ferreira  Gomes  di  Silva.  —  A/fonso  Taborda.  —  Johm  Thom. —  Álvaro  Pinto  Abreu. 

Concordamos.  —  Pela  União  dos  Syndicatos  Agrícolas.  —Manoel  Colaço  Dias, — 
Geroncio  Iii  \s  de  Arruda  Falcão.  —  Pula  Sojiedado  Auxili  tdora  de  Agricultura.— 
Davinos  dos  Santos  Pontual .  —  Samuel  dos  Santos  Pontual . 


PARTE  COMMERCIAL 


SstembrodslSOS 

<3cenei*o.-*    importados 

Banha  americana 5J0  barris 070  a  080  a  libra 

Carne  secja 1 1 . 3  !i  fardos —        — 

Os  preços  regularam  como  se  segue: 

Rio  Granle  (systemi  antigo Não  ha 

Dita  (systsma  platino)  nova $Gs0  a      $720 

líio da  Prata,  nova,  patos  e  mantas     ....        $33.1»      $720 

Iiitas  idem,  manta   só ,     .     .        $700  »      $860 

Farinha  de  trigo 7.100  barricas 

Os  preços  regularam  como  se  segue: 

Americana    (barrica) Não  ha 

Dita  (sacco) Não  ha 


MJC.ircPADE     NACIÚWI,      DE     AGRICULTURA 


/a  quinzena 

Por  2  saccas 
Rio  da  Prata  : 

1»  qualidade 24s500 

2a  dita 23$500 

3a  dita 22$000 

Moinho  Inglez: 

Nacional 23í500 

Brazileira 22$700 

Buda-Naciomil 24$700 

Moinho  Flurninenso  : 

S.    Leopoldo 24$000  a  24$590 

O.    0 23$000  »  23$500 

2'  quinzena 

Americana  (barrica.) Não  ha 

Dita  (saceo) Não  ha 

Por  2  saccos 
Rio  da  Prata  : 

Ia  qualidade 25$000 

2a  dita 24$000 

3a  dita 23$000 

Moinho  Inglez  : 

Nacional 24§000 

Brazileira 23$20O 

Buda-Nacional 25$200 

Moinho  Fluminense  : 

S.    Leopoldo 24$500 

O.   0 83$500 

;a  quinzena 

Manteiga  —  2.761  caixas  : 

Os  preços  foram  os  seguintes: 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2?530  a    2$550 

Brétel  Freres  (latas  sortidas) 2$220  »    2x240 

Lepelletier 2$470  »    2$480 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  »    1$950 

Esbousen Nilo  ha 

L.  Brum 2,^540  a    2$550 

Buske  Júnior 2$350  »    2$380 

Marclet Não  ha 

Outras  marcas l$8D0  »    2J000 

A  nacional  vendeu-se  :  a  do  Minas,  de  3$200  a  3$600,  o  a   do  Sul,   de  2$400 
2$800. 


2J  quinzena 

Domap-ny,  Isigny  (latis  sortidas) 2$520  a    2$530 

Brotei  Fròres  (latas  sortidas) 2{200  »    2$220 

Lepelletior 2?420  »    2$440 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  »    1$900 

Esbousen Não  ha 

L.  Brum 2$550  a    2*600 

Busko  Júnior 2$350  »    2^360 

Marclet 2*200  »    2$220 

Outras  marcas 1$800  »    2$000 

A  nacional  vendeu-so  :  a  do  Minas,  do  3$<300  a  4$  ;  a  do  Sui  de  2$400  a  2$800. 

Café 

Venderam-so  223.000  saccas  contra  120. SOO  no  mez  anterior. 

Entraram  305.538  saccas  contra  333.608  no  mez  anterior. 

Existência  no  dia  15  —  380.950  saccas  contra  331 .318  no  dia  31  do  agosto. 

Existência  no  dia  30  —  379.023  saccas  contra  360.950  no  dia  15. 

As  cotações  foram: 

ía  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  n.  0  5$000  a  5$900  3$813  a  4$017 

»  »    7 5$200  »  5$500  3$540  »  3$744 

»   »  8 4$900  >  5$200  3?336  »  3$540 

>   >  9 4*600  >  4$900  3$132  >  3$336 

2a  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  n.  6  5$700  a  5$800      3$881  a  3$949 

»      »    7 5$300  »  5$400      3$008  >  3*676 

»      »    8  ......     .      5$000  »  5$100      3$404  >  3$472 

»      »    9 4$700  »  4?800      3*200  »  3$268 

Na  Ia  quinzena  em  New- York  o  typo  n.  7,  disponível,  do  Rio,  foi  cotado  até  o 
dia  4,  a  6  c.  por  libra  e  o  de  Santos  a  7  5/16  c.  De  8  em  diante,  o  do  Rio  cotou-se  a 
6  1/8  c.  e  o  de  Santos  a  7  7/10  c. 

Na  Bolsa,  as  cotações  subiram  de  5.70c.  em  1  a  5.80  c.  em  2, 3e  4;  e  a  5.90  c. 
em  8,  9  e  10.  Declinaram  depois  para  5.85  c.  em  11  o  12  e  para  5.75,  c.  era  14  e  15. 
Vendoram-se  204.000  saccas,  contra  484.000  na  quinzena  precedente. 
O  preço  mais  baixo  registrado  na  Bolsa  do  Havro  foi  de  40  francos  por  50  kilos 
em    1,  e  o  mas  alto  42.25  francos  em  7,  8  e  10. 

Nos  outros  dias  regularam  os  seguintes:  42  francos  em  9  ;  41.75,  em  11  e  12  ; 
41.25,  em  5e  14;  41, em  3;  40.75,  em2e4;  40.50,  em  15. 

Na  2a— o  typo  n.  7,  disponível,  do  Rio,  foi  cotado  a  6  1/8  c.  por  libra  durante 
toda  a  quinzena.  O  de  Santos  cutou-se  a  7/16  c.  ató  o  dia  26  e  a  1/4  c.  nos  três 
últimos  dias  do  mez. 

s;2*  7 


,lí 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Na  Bolsa  registraram-se  as  seguintes  cotações  :  5.83  c.  o.  em  17,  18  o  19; 
5.75  c.   em  16;  5.00  c.  era  30  ;  5.55  c.  em  29,  e  5.50  c.  nos  demais  dias. 

Venderam-se  253.000  saocis,  contra  204.003  na  quinzena  precedente,  eem  se- 
tembro  457.000,  contra  678.000  era  agosto. 

O  preço  mais  alto  registrado  na  Bolsa  do  Havre  foi  o  de  41.75  francos  por  50 
kilos  em  16,  17  18,  e  o  mais  baixo  o  de  38.71  c.  em  2o. 

Nos  outros  dias  vigoraram  os  seguintes  •  40.75  era  16;  40  frs.  em  21,  22  o  30  ; 
33.50  em  23,  21,  25  e  29  ;  39  frs.  em  28. 

Foram  vendidas  216.000  saceas,  contra  230.000  na  quinzena  anterior,  ou  sejam: 
440.000  ora  setembro,  contra  304.000  em  agosto. 

As  entradas  do  Rio,  retalhadamente,  foram: 


ía  quinzena 


Sacras 


Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 68.148 

Cabotagem 8.709 

Barra  dentro 95.383 

Total 172.330 

2*  quinzena 

Saccas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 75.599 

Cabotagem 7.565 

Barra  dentro 110.094 

Total 193.258 


Géneros  nacionaes 


A.g-  tia  rden  te 


Durante  o   mez  todo    a  posição  do  mercado  foi  duvidosa,   notando-se,  no  fim 
do  mez,  tendência  para  maior  baixa.  Esteve  na  primeira  quinzena  muito  frouxo. 


Preços 

Paraty  160$000  a  170$000 

Angra 150|000  »  155$000 

Campos 140$000  »  145$000 

Maceió 140$000  »  145$000 

Bahia 140$000  »  145$000 

Pernambuco 140$000  >  145$000 

Aracaju 140$000  >  145$000 

Sul 140$000  »   145^000 


O  Estado  Moderno 

e  a  Agricultura 

Leiam  esse  bello, 

útil  e  interessante  livro 

de  500   paginas,  ampla  e 

nitidamente  impresso  e  illustrado. 

K'  um  trabalho, 

na  opinião  dos  críticos, 

«de  grande  fôlego 

e  que  deve  figurar  na  estante 

de  todo  brazileiro». 


&leço   de   venda. 


6S000 


Em  talas  as  livrarias  do  RIO,  S.  PAULO  e  CAMPINAS. 


Estabelecimento  de  Plantas 


Grande  variedade 
de  arvores  Iructi- 
feras  nacionaes  e 
extrano-eiras,  arvo- 
res de  sombra  e 
ornamentação,  por 
preços  baratíssi- 
mos. 


CASCADURA 


Rua  Nova  k  D,  Fedro,  37 


Especialidade  em 
enxertos  de  laran- 
jeiras, tem  sem- 
pre Je  10  a  12  mil 
pés,  e  acondicio- 
namento, despa- 
cho e  plantações 
para  todos  os  Es- 
tados  do    Brazil. 


Gam|iiiiho,  101 


Alfredo  da  Silva  Ribeiro 


Vi. 


INDUSTRIAS  NUEVAS  DE  GRAN  PORVENIR 

AVICULTURA  —  APICULTURA  — LECHERIA 


LA  INCUBADORMi.isi.ln  recnnoci.li  ser  el  fac- 
tor principal  en  Ia  Crfa  de  aves  ;  la  persona  que 
desea  adelantar  en  esta  industria,  debe  tener 
Incubadoras,  .  riader  >s,  aves  buenas  v  un  iibri 
práctico  sobre  la  crianza,  etc. 

Las  incubadoras  que  vndemos,  v  de  (as  cuales 
hay  en  .is  .  má  de  10.000  en  la  Repdblici  \rgen- 
tina,  todas  vendidas  por  nos  tro-,  sen  aparatos 
modernos  de  primeira  clase  y  automáticos  que 
necesitan  solo  ã  minutas  de  trabajo  por  dia.  ba- 
ranj  mos     a   empo 

Aves  de  raza  pura  procedentes  de  nuestro 
criadern  "txcelsior"  se  consideian  mejores.  que 
aquellas  que  se  importait  dei  exterior,  porque 
estan  completamente  aclimatadas  Teneinns  tio 
razns  entre  ;00  .  aves. 

Los  l.ue  os  para  incubar  que  vendemos  son 
tan  buscados  que  bny  que  .  edirlos  c.in  vários 
dias  de  anlicipacion.  "l.a  calidad  de  los  pollos 
obteni.los  de  estos  buevos  se  recuerda  por  mncho 
mas  tiempo  que  el  precio  que  se  habia  pagado  [.oi- 
tos huevos. 

Remitimos  luievos   frescos  de  aves   de    sangre 

correo  á  todas  las    Republicas   Suil-ainoricanis, 
i.iandandonos  por  carta  certiBrada 
15..00)  reis  por  docena  de  huevo^. 


.  postal 


"La  Qjfa  dei  Avicultor",  gran  obra  en  to. 
mos  con  HO  l  páginas  de  text  ■  y  más  de  loujilos 
traciones,  es  el  mejor  libro  sobre  la  crianza  de 
aves,  construcción  de  gatlineros,  eníeruiedades- 
de  aves,  cria  de  patos,  pavos.  gansos,  palomas. 
conejos,  abejas  y  perros  ;  conliene  descripcíones. 
y  vistas  «le  muchos  ciiader..s  extranjei-os.  etc. . 
etc.  Recomendada  por  las  autor  dades  dei  ramo 
y  los  grandes  diários  de  esta  República  Precio. 
con  franqueo  pagido  10.000  reis 

f  picultura  Moderna  ó  El  cultivo   d»  Abejas.  Te- 

para  apicultores.  Precios  y  descripciAn  en"el  libro- 
mencionado  arriba. 

Letleria.  labricación  de  manteca  y  quesos.  le- 
cbes  pasteiiri/ada.  etc  Podemns  facilitar  ã  los 
interesados  las  mejores  máquinas,  aparatos  y 
útiles,  cuya  deacripeión  delallada  se  eucuentra 
en  las  dos  obras  ilustradas  v  uiblicudas  por  la 
casi  :  Lecheria  Moderna  y  Manual  dei  Quesero 
premiadas  en  la  Fxposición  de  St.  Lou-s.  Precio. 
de  cada  obra  5.000  reis. 

I,i  cas-i  de  Reinhold  es  la  mas  antigua,  vasta 
y  mejo  •  su  tida  de  toda  la  América  dei  S.id,  esta- 
blecida  desde  más  de  *0  anos. 

Pidanse  los  catáloiíos   ilustrados  ro»  prerioa  de 


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Calle  Belgrano  451,  Buenos  Aires,  República  Argentina. 
(Agencia  —  La  Aurora) 


2*  quinzena 

Paraty   150*000  a  1RO$000 

Angra     140$000  >  145$000 

Campos 130$000  »  135$000 

Maceió 130$000  »  135*000 

Bahia 130$000  »  135$000 

Pernambuco 13fl$000  »  135$000 

Aracaju 130$000  »  135*000 

Sul 130$000  »  135$000 

Álcool 

No  mercado  deste  género  as  entradas  foram  insignificantes  ;  mesmo  assim,  o 
mercado  soffreu  baixa  nos  preços,  sendo  indecisa  a  sua  posição. 

/•  quinzena 

40  gráos.  .  .  , 2S0$000  a  285?000 

38   >  260$000  »  265$000 

36   >  250$000  >  225$000 

2*  quinzena 

40  gráos 270$000  a  275$000 

38   »  250$000  >  255$000 

36   »  240$000  >  245$000 

Algodão  em  rama 

Devido  á  escassez  das  entradas  e  melhores  noticias  de  Liverpool,  o  mercado 
na  Ia  quinzena  tornou-se  mais  firmo  e  os  preços  tiveram  alta. 

Na  2*  quinzena  do  mez  raantove-se  estacionário  o  mercado  deste  producto, 
cujos  preços  acham-so  agora  de  paridade  com  os  de  Liverpool. 

O  movimento  geral  do  mercado  foi  o  seguinte  : 

/»  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  31  de  agosto 19.144 

Entradas  : 

Mossoró 800 

Pernambuco 600 

Parahyba 322 

Assú 204 

Ceará 200 

Somma 2.126 

Total 21.270 

Sabidas  dos  trapiches 5.124 

Existência  no  dia  15  do  setembo 16.146 


416  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA. 

Preços  : 

Pernambuco 9.?300  a    95800 

Parahyba 9$200  »    9$600 

Ceará 9$300  »    9$800 

Penedo Nominal 

Sergipe Nominal 

Maranhão Nominal 

2»  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  15 16.145 

Entradas  : 

Parahyba 1.839 

Pernambuco 637 

Natal 1.750 

Ceará 600   4.826 

20.972 

Sahidas  dos  trapiches 6.566 

Existência  no  dia  30 14.406 

Preços : 

Pernambuco 9$300  a    9$500 

Parahyba 9$000  >    9$230 

Mossoró 9$000  ..    9$200 

Ceará 9$300  »    9$500 

Penedo Nominal 

Sergipe Nominal 

Maranhão Nominal 

Assucar 


Este  marcado  esteve  na  Ia  quinzena  em  situações  precárias,  continuando  assim 
até  o  fim  do  mez,  conservando-so  as  cotações  sustentadas,  embora  não  tenha  havido 
movimento  melhor,  nas  remessas  para  o  interior. 

Neste  periodo  os  supprimentos  recebidos  constaram  de  40.184  saccas,  sendo  de 
Pernambuco  2.469,  de  Sergipe  4.000  e  de  Campos  33.712;  as  sahidas  dos  trapiches 
foram  de  42.001  saccose  a  existência  era  orçada,  em  207.103  saccas. 


Os  preços  regulam  como  se  segue  : 
Pernambuco  : 


Branco  resina —         — 

Dita  crystal $500  a  $520 

Dito  3a  sorte $500  >  $520 


A     LAVOURA 


Crystal  amarello $410  »  $430 

Mascavinho $400  »  $440 

Somenos $410  >  $420 

Mascavo  bom $340  >  $350 

Dito  regular $330  »  $335 

Dito  baixo $300 

Sergipe : 

Branco  crystal $490  »  $500 

Chrystal  amarello $400  »  $430 

Mascavinho $380  »  $450 

Mascavo  bom $340  »  $350 

Dito  regular $330  >  $335 

Dito  baixo $300 

Campos  : 

Branco  crystal    $530  a  $540 

Dito  do  2»  jacto $450  »  $470 

Crystal  amarello $450  >  $460 

Mascavinho $390  »  $450 

Bahia  : 

Branco  crystal $510  a  $520 

Dito  2o  jacto —       — 

Mascavinho —       - 

Outras  procedências  : 

Mascavinhos —       — 

2%  quinzena 

Neste  período  os  supprimentos  recebiJes  constaram  de  62.020  saccas,  sendo  de 
Pernambuco 669,  de  Sergipe  1.248,  do  Campos  57.463,  da  Bnhia  400,  de  Maceió 
1.634,  da  Parahyba  1.634  e  de  outras  procedências  73;  as  sahidas  dos  trapichas 
foram  de  4;!. 038  saccas  e  orçando-se  a  existência  em  228.958  saccas. 

Os  preços  regularam  como  se  segue  : 

Pernambuco  : 

Branco  resina —       — 

Dito  crystal $500  a  $520 

Dito  3a  sorte    .     .     .     .     • $500  »  $520 

Crystal  amarello $420  »  $440 

Mascavinho $410  >  $440 

Somenos $420  »  $430 

Mascavo   bom $340  »  $350 

Dito  regular —        — 

Dito  baixo $320 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Sergipe 


Branco  crystal $500  a  $520 

Crystal  amarello —       — 

Mascavinho $400  »  $450 

Mascavo   bom $340  »  $350 

Dito  regular $330  >  $335 

Dito  baixo c $320 


Campos 


Brinco  crystal $530  a  $540 

Dito  2o  jacto $480  »  $500 

Crystal  amarello $450  >  $460 

Mascavinho $390  >$460 

Bahia : 

Branco  crystal $510  a  $530 

Dito  2o  jacto —        — 

Mascavinho —       — 

Outras  procedências  : 

Mascavinho —       — 

Cereaes 

í1  quinzena 

Saccos 
Arroz  nacional 22$000 


Dito  inferior 16$000  »  20$000 

Dito  agulha,  1»  qualidade 39$500  »  40$000 

Dito,   2a  qualidade 35f000  »  36$0O0 

Dito,  3a  qualidade 2S$000  >  30$000 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre Nominal 

Dito  idem  da  terra 9$000  a  10$000 

Dito  idem  de  Santa  Catharina,   superior.     .     ,  Nominal 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito    mulatinho Nominal 

Dito  manteiga 18$000  a  20$000 

Dito  enxofre,  nacional 12$000  »  13$000 

Dito  de  cores,  nacional 7$000  a    9$000 

Farinha  de  mandioca  especial 9$500  »  10$500 

Idem    flna 8$800  >    9$200 

Idem  peneirada 8$200  »    8$G00 

Idem  grossa 6$000  »    6$400 

Idem,  do  Norte  (grossa) —  — 

Idem  de_Laguna  (grossa) 6$400  >    6$600 


LAVOURA 


Milho  amarello  do  Norte Não  ha 

Idem  da  terra 7$200  a    7$400 

Idem,  idem  misturado 6|500  »     7$000 

Cangica 15$000  »  16$000 

Favas 8$000  >    8*500 

Kilogrammas 

Alpiste $360  a      $400 

Fubá  de  milho $130  a      $500 

Mate  em  folha $400  »      $500 

Tapioca $320  »      $360 

Polvilho $180  >      $200 

Carne  do   porco $580  »      $040 

Linguas  do  Rio  Grande  (uma) 1$000  »    1$200 

2a  quinzena 

Saccos 

Arroz  nacional 22$0OO  »  24$000 

Dito  inferior 16$000  »  20$000 

Dito  agulha,  Ia  qualidade 38$õ00  »  39$000 

Dito,  2'  qualidade —       35$000 

Dito,  3»  qualidade 30$000  >  31  $000 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre Nominal 

Dito  idem  da  terra 9$000  »  10$000 

Dito  idem  do  Santa  Catharina,  superior.     .     .  Nominal 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito   mulatinho Nominal 

Dito  manteiga 18$000  a  20$000 

Dito  enxofro  nacional 12$000  »  13$000 

Dito  de  cores,  nacional 7$000  >    9$000 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$200  »  10$200 

Idem,  flna 8$600  »    9$000 

Idem,  peneirada 8$000  >    8$400 

Dita  idem,  do  Norte  (grossa) —           — 

Dita  idem,  Laguna  (grossa) 6$000  »    C$400 

Milho  amarello  do  Norte Não  ha 

Idem  da  terra 8$500  a    y$000 

Idem,  idem  misturado 8$J00  »    8$500 

Cangica 15$000  »  16$O0O 

Favas 7$000  >    8$000 

Kilogramma 

Alpiste $330  a      $440 

Fubá  de  milho $140  »     $150 

Matte  em  folha $400  »     $500 

Tapioca $320  »      $400 

Polvilho $180  »      $200 

Carne  de  porco $640»      $700 

Lin?uns  do  Rio  Grande  (uma) $900  »    1$200 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AORICULTURA 


Fumo  em  rolo 

Os  negócios  foram  pouco  importantes  durante  todo  o  mez: 

/a  quinzena 

Preços 

De  Minas,   especial 1$400 

Dito  superior 1$200 

Dito  2a 1$000 

Dito  ordinário $900 

Goyano,  superior 2$200 

Dito  2» 1$500 

Baixo Nom. 

Rio  Novo,  superior 2$000 

Dito  2» 1$400 

Dito  baixo $900 

Pomba,  superior 1$4<>0 

Dito  2a 1$200 

Dito  baixo 1$200 

Carangola I$200 

Picú,  especial 2$400 

Dito  Ia 1$300 

Dito  2» $900 

Bahia 1$100 

Pernambuco Não  ha 

21  quinzena 

Dita  de  Minas,  especial 1$400 

Dito  superior 1  $200 

Dito  2a 1$000 

Dito  ordinário $900 

Goyano  superior 2$200 

Dito  2* I$õ00 

Baixo Nora. 

Rio  Novo  superior 2$000 

Dito  2a 1$400 

Dito  baixo $900 

Pomba  superior 1$400 

Dito  2» 1$200 

Dito  baixo 1$200 

Carangola , 1$200 

Picú,  especial 2$400 

Dito   1» 1$800 

Dito  2» $900 

Bahia 1$I00 

Pernambuco Não  ha 


A     LAVOURA 


Sal 

Entraram  2.935.948  kilos  por  cabotagem   do   nacional,   que  se  cotou  <Je  £$  a 
2$200  por  40  litros. 

Mercado    monetário 

A  existência  de  ouro  na  Caixa  de  Conversão  a  15  do  setembro  era: 

Libras  esterlinas 5.340.942 

Francos lo.3;8.090 

Dollars 128.740 

Liras 80 

Pesos  argentinos 2.460 

Ouro  nacional 150:480$ 

A  importância  de  notas  conversíveis  em  circulação  era  de  91.747.260$. 

Em  30  do  setembroo  era: 

Libras  esterlinas 5.307.477 

Francos     10.302.3u0 

Marcos 1  000 

Dollars 122.745 

Liras 360 

Pesos  argentiuos 2.470 

Pesetas  hespanholas 100 

Ouro  nacional 151:320$ 

A  importância  do  no  ".as  conversíveis  em  circulação  era:  9á.210:770$U00. 

0  preço  dos  soberanos  fora  da  Bolsa  foi  de  16.025  a  16.050. 

CAMBIO 

As  luxa-;   oilleiaus  continuaram  a  manter  se  inalteradas,  a    15   l/s   d.    sobre 
Londres  nos  bancos  estrangeiros  e  15  3/)6  d.   no  Banco  do  Brazil.    As    transacções 
bancarias  fizeram -se  a  esses  extremos  e  ao  do  outro  papjl  de  15   5/3,    a   15  ;i/i«  d- 
não  se  registrando  movimento  digno  do  nota. 
Os  extremos  das  cotações  otflciaes  foram: 

Londres,   90  d/v 15  1/8  e  15  3/16  d. 

Paris,  90  d/  v $630  a        $632 

Hamburgo,  90  d/v $776  »        $779 

Portugal.  3  d/v 310  »    32ó    \ 

Itália,  3  d/v $638  »        $039 

Nova- York,  á  vista 3$Í88  »      3.310 

Vales,  ouro —        »       1$793 

O  valor  offlcial  do  mil  reis  foi  de  560  a  503  réis,  ouro.  e  o   da  libra   de  lr>$803 
a  I5$868. 

Ágio  do  ouro  77,77  a  78,51  %  . 

&&£&$€€€€  — 

872Í  8  - 


sor.lKDADK     \  \i  ]n\'.\|.     DK     AGRICULTURA 


BIBLIOGRAPHIA 


Recebemos  mais  as  seguintes  publicações  periódicas,  além  das  que  temos 
registrado  mensalmente  : 

Révue  Inlernaliomrfe  du  Caoulchuuc,  de  la  Gutta-Perchu  et  le  P  neumo- Journal— ■ 
Ns.  de  jullio  e  agosto  do  corrente  auno. 

Annual  Report  of  lhe  Bureau  of  Sugar  E xper im ml  Station,  de  Brisbano  (Queen- 
sland).-19u7. 

Annali  delia  R.  Slo.zione  Agraria  di  Forli.  —  FaSC  XXXVI,  1907. 

Bollellino  U/ficiale  dei  Minisleru  d' Ag  rico1  tara,  Industria  e  Comnurcio,  da  Ualia. 
—  Auno   Vil,  vul.  IV,  JUs.j.  5. 

Scienza  Prvlica,  de  Milão.— Vol.    II,  n.  4. 

Giornali  Yinicolo,  ile  Casale  Monferrato. — Anuo  34,  n.  35. 

Gazela  das  Aldeias,  do  Porlo. — Auno  13,  D.  661. 

Anules  dei  Mu^eo  Nacional  de  Buenos  Aires. — Serie  111,  Tomo  IX. 

Exportador  Americano,  de  Nova  York.  — Vol.  LX1I,  n.   2. 


Temos  ainda  a  registrar  o  recebimento  dos   seguintes    trabaluos  cuja  remessa 

agradecemos: 

Relatório  de  19)7  aprasent  ido  á  Camará  Municipal  de  S.  Paulo  pelo  Prefeito 
Di'.  Amónio  da  Silva  Prado. 

Relatório  d  >  Biennio  Social  de  1905-1906  apresentado  á  Assembiea  Geral  dos 
Associados  da  Associação  Ge. 'ai  de  Auxílios  Mútuos  da  listrada  de  Ferro  Ceniral  do 
Brasil. 

Statislica  dei  Commercio  Speiiale  di  l mporlazione  e  di  Esportastone,  referente 
ao  período  decjrrido  de  1."  de  janeiro  a  30  de  junho  de  I9u7.  Publicação  do  Minis- 
tério das  finanças  Ja  Itália. 

Exposilion  [ulemalionile  dei  Iniustries  et  du  Traoail.  Programmas  o  classi- 
ficação do  eonamen  que  se  realizará  em  Turim  de  abril  a  outubro  de  1911. 

Adubação  da  Canna  de  Assucar.  A  cultura  no  Brasil.  Publicação  da  Delegação 
Brasileira  da  Associação  de  Propaganda  Salitreira  do  Chile. 

O  Frio  Industrial.  Suas  applieações.  Discurso  pronunciado  na  Camará  dos 
Deputados  pelo  capitão  di  mar  o  guerra  José  Carlos  de  Carvalho. 

Breve  Noticia  sobre  a  Estação  Agronómica  de  Alagoas.  Publicação  da  Sociedade 
de  Agricultura  Alagoana. 

Estatística  Agrícola  Zooleckniea  no  Amui  Agrícola  de  Í904-1905  de:  Parnaliyba, 
Lav  rinhas  da  Faxina.  S.  Miguel  Archaujo,  Bananal,  Treinembé,  S.  Bento  do  Sa- 
pucaby,  S.   Paulo  dos  Agudos,  Sarapuliy,  Guararema  c  Áreas. 

Da  Sociedade  Brasileira  para  Animação  da  Agricultura  que  tem  a  sua  sede 
em  Paris,  recebemos  as  seguintes  obras: 

Le  Urêsil .  tí  uma  obra  volumosa,  magnificamente  impressa  e  ornada  de  gra- 
vuras muito  nítidas,  publicada  pola  revista  France-Brêdl  e  na  qual  os  interessados 
a  respeito  de  cousas  brasileii  as  encontrarão  grande  copia  de  informações. 


A  LAVOURA  423 

La  Voche  Laúxòra  por  P.  Dechambre.  Paris,  1907.  Editor  Charles  Amat. 
11,  Rue  de  Mezieres.  1  vol.  ene. 

Les  Cultures  fruitières  de  plein  vent  por  H.  Latlère.  Ed.  Charles  Amat.  Paris, 
1905.  1  vol.  broca. 

Le  Porcetses  Produils.  Lard  et  Jambon  por  Cyrille  de  Lamarche.  Ed.  Li- 
vraria Bleriot,  55,  Quaides  GraDds  Augustins.   Paris.  I  vol.  cart. 

Les  Meilleurs  Moyens  de  Gagner  de  VArgent  aoec  les  Moutons,  por  Henry  Girard. 
Ed.  Livraria  O.  Vildior,  8,  Boulovard   Denain,  Paris.   1905.   1   vol.  broen. 

Court  d' Agricirftiae  por  A.  Delaignes  e  E.  Palice  .  Chateauroux.  1  vol.  broli. 

Da  Exposição  de  S.  Luiz  d  Califórnia,  ao  Colorado  e  ao  Canadá  na.  America  do 
Norte  por  F.   Ferreira  Ramos.  Antuérpia,  1907.   1  vol.  broch. 


CATALOOOS 


Catalogue  Generale  des  Pepinières  Crouc  et  Fih    Eurticultnirs  au  Vai  </' Aulnay 
Chateiiay  (Seinei.   1908-1909. 

Matéria  Eorticole.  J.  C.  Tissut.  Catalogo  para  1907. 


Zoolechnie  Génèrale.  Produetion  et  Amélioration  du  Bétail  por  Paul  Diffloth. 
Paris,  1909.  Cara  orientação  dosSrs.  leitores  da  A  Lavoura  damos  a  seguir,  como 
já  temos  feito  para  outras  publicações,  o  prospecto  da  obra  acima,  agradecendo  á 
livraria  editora  a  remessa  do  exemplar  que  temos  sobro  a  mesa. 

Xootoelmie  g-énér-iile,  produetion  et  amélioration  du  bétail,  par 
P.  Difflot.  Préface  de  M.  P.  Regnard.  1  vol.  in-18  do  442  pages,  avec  81 
photogravmvs.  Broche",  5  fr.;  cartonoé,  6  fr.  (Librairie  .1.  B.  Baillière  et  flls,  19, 
rua  Hauteteuille.   à    Paris). 

Le  premier  chapitre  montre  1'iraportance  eapitale  de  produetion  animale  et 
établit  la  progression  constante  de  1'mdustrie  zooteehniquo.  Des  tableaux  suecinets 
índiquent  1'état  actuei  do  la  produetion  du  biMail  en  France  et  à  1'étranger. 

L'étude  des  fonctions  économiques  conduit  à  1'eximen  de  1'individualité  et  des 
causes  pouvant  rinfluencer,  sexe,  àge,  etc.  Les  caracteres  de  1'individualitô  pou- 
vant  être  masques  par  1'apparition  de  variations,  il  importait  d'examiner  les 
variations,  soit  indépendantes  do  1'interventiou  humaine  (milieu,  climat,  etc.);  soit 
occasioonées  par  lintervention  bumaine.  L'appIication  des  méthodes  de  gymnas- 
tique  fonctiounelle  retient  longtemis  1'attention  de  M.  Difflotli,  et  son  influence  sur 
les  divers  apparoils  met  en  relief  des  conséquences  d'un  intérét  considírable. 

L'alimeutation  a  élé  Tobjet  de  toute  la  sollicitude  de  1'ameur. 

L'éleveur  doit  assurer  la  fixation  des  variations  aiusi  produites:  1'étude  de 
1'hérédité  des  tares  et  mutilations,  du  sexe,  de  la  couleur,  lui  permettent  dediriger 
à  son  avantage  ces  forces  natuielles. 

Los  méthodes  do  reproduetion,  sélection  sont  étudiées  aveesoin. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Le  dernier  cliapitre  traite  dcs  prorédés  de  defenso  contre  les  maladies  conta- 
gieuses.  L'éleveur  doit  en  elTot  connaitre  les  prescripr.ions  légales  qui  3'appliquent 
en  cette  oeeurrence,  et  les  notions  exposée^  sur  les  inóeul  itions,  les  vancinations, 
etc,  lui  permettront  d'appliquer  lui-mâme  cos  mesures  préventives. 

A  peine  les  premlers  volumes  de  V Encyelopédie  agricole,  publiés  par  la 
librairie  .I.-B.  Bailliêre  et  Pjiô,  seus  la  direction  de  M.  Wéry  étaient-ils  publjés 
que  la  Société  oationale  d'agriculture,  sur  le  rapport  lo  sou  secrétaire  perpetuei, 
M.  Louis  Passy  (de  1'Institut),  leur  accordait  sa  grande  mèdaille  d'or  a  Velfigie 
rVOHvier  de  Serres.  Aujourduui  que  la  publicat.on  est  amvée  â  son  qaaranSième 
volume,  elle  vient, dans  sa  séance  solennello  de  10  18,  «le  lui  aecurder  la  plus  liaute 
réeomponse  dont  elle  dispose,  le  Grand  Pnx  quatriennal  Heazé.  Cesi  dire  en 
quellehaute  estime  elle  tientcette  collection.oeuvre  uaiqueeuson  genre,  vériublo 
monumeut  élevé  à  la  gloire  de  1'agriculturo,  au    commencemenc  du    xx"  siecle. 

En  mêine  temps,  M.  Miíline,  adeien  ministre  de  l'agriculture,  la  plus  haute 
personnalité  du  monde  agricole,  lui  adressait  à  li  tribune  du  Sénat.  cet  éclatant 
hommage.  «Sous  la  direeiion  et  1'impulsion  de  son  bonorable  directeur,  les  pro- 
fesse ur  de  1'inâtitut  agronomique  ont  entrepris  depublier  une  Encyelopédie  agricole 
qui  est  assurément  uno  des  publications  les  plus  reiíurquables  qui  aient  été  faites 
dans  les  vingt  dernières  années.  Ils  on'  drestó  le  bilan  do  la  soience  agricole  au 
coinmencement  du  xx8  sièMe.» 

Le  catalogue  détaille  etillustré  de  \' Encyelopédie  agricole  est  adressé  grátis  et 
franco  a  toute  personnequi  en  fait  la  demande  à  MM.  J.-B.  Bailliêre  6t  tils  19,  ruo 
Hautefeuille,  à  Paris. 


8724  —  08  —  Rio  de  Janeiro  —  Imprensa  Nacional 


ESTATUTOS 


CAPITULO  II 

DOS    SÓCIOS 


Art.  8."  A  sociedade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  effectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i.°  Serão  sócios  effectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de  15$  e  a  annuidade  de  2o$ooo. 

§  2.0  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  extrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  ã  lavoura. 

§  4.0  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  odieial  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annuidade  de  5o$ooo. 

§  5.°  Os  sócios  effectivos  e  os  associados  poderão  se  remir  nas  condições  que  forem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  fixada  para  esse  fim 
ser  inferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  q.°  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  Os  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

§  1."  Os  associados,  por  seu  caracter  de  coílectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2."  ( 1  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

íi  3."  ( )s  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


R.EG-TTL^.lVrElSrTO 


CAPITULO  VI 

DOS    SÓCIOS 

Art.  18.  A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associado 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  ig.  A  jóia  deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
accei  tacão. 

Art.  20.   As  annuidades  poderão  ser  pa^as  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  200$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  deverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pag<  1  .1  respectiva  i<  iia. 

."  O  sócio  iinr  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2.0  Para  esse  effeito  o  sócio  deverá  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  do  paragrapho  anterior. 

§  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatariós,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  geral. 


PAVILHÃO  DA  SOCIEDADE 


5ECÇÃO  DF.  HORTICULTURA 


Riu  db  Jkneiro 


de  ígpiipfepa 


s^^ 


fPCPOSIÇÃO     V)E  FLORES 


Capital  Federal 


Collecçãn  de  çalaflitis  -    Viuva  Lietze 
$$  VIRIBU3  UNITIS  «€ 


SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

Fundada  em  16  de  janeiro  de  1897 

Caua-postal,   1245  '  *  Sede :    Ruas  da  Alfandega  a. 

Endereço  Telegraphico,  AGRICULTURA  a  General  Camará  n.  127 

Talephone  n.   1416  «m  n*  jumíiho 

DIRECTORIA 

Presidente  —  Dr.   Wencesláo   Alves  .Leite  de  Oliveira  Bello. 

i°  Vice-presidente  —  Vago. 

2°  Vice-presidente  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel. 

3o  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

Io  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 

2o  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 

3o  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 

4"  Secretario  —  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  JoXo  Pedreira  do  Couto  Ferraz Junh 
2°  Tliesonreiro  —  Carlos  Raulincf. 

Dlreoíoros  das  Sebções 

Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rangel. 

Applicações  du  Álcool  e  Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá. 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto 'Jacobina  e  Carlos  Ranlino 

Secretaria Dr.  Souza  Reis. 

Thesouraria Dr.  Pedreira  Júnior. 


Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  para  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradores  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  originaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d'A  LA- 
VOURA na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

« :<»ii<li<,-ò<-"  <ii.   |>(|bll<-»ç»<>  .l..~  iiniiiiiiotos 

vezes  meia  pagina      uma  pagina 

I •    .     .  I2$000  20|000 

3 30$ooo      505000 

6  5o$ooo      oo$ooo 

12 qo$ooo     -i70$ooo 


annuncios  são  pagos  adeantadamente. 

Tiragem   5.000   exemplares 


SUMMARIO 

PAfiS. 

Exposição  de  Flores 425 

\  Pecuária  na  Exposição  Nacional 43c) 

Barão  de  Capanema .    .  444 

Dr.  João  Pinheiro 447 

Madeiras  e  vegetaes  úteis  do  Brazil 449 

A  esterilidade  das  vaccas  e  sua  cura 454 

Factos  agrários 457 

O  azote   .    . 458 

Expediente 471 

Noticiário 474 

Parte  Gmimercial 475 

Bihlic  igraphia 184 


Anno  Xlt-N.  io 


Rio  de  Janeiro 


Outubro  de  1908 


EDITORIAL 


Exposição  d°  flcrss 

Não  foi  de  um  jacto  que  levámos  a  elíeito,  no  recinto  da  Exposição 
Nacional,  a  idéa  da  realisação  da  festa  das  flores  no  dia  -zò  de  outubro 
próximo  passado. 

Quando  em  11)07  assignou  o  governo  da  Republica  o  decreto  que 
estabeleceu  as  bases  da  organisação  de  uma  Exposição  Nacional  no  Rio 
de  Janeiro,  no  seio  desta  sociedade  surgiu  victorioso  o  projecto  da  ex- 
posição e  concurso  de  flores  e  fructas  no  grande  certamen,  cuja  inaugu- 
ração era  naquelle  decreto  rixada  para  i5de  junho  do  corrente  anno. 

Nada  de  positivo  existia  então,  relativamente  ao  programma  da 
grande  festa  do  trabalho  e  emquanto  outros  tratavam  da  elaboração  dos 
regulamento;  das  diversas  secções  da  Exposição,  na  sede  desta  sociedade 
era  convocada  uma  reunião  de  floricultores,  que  se  realisou  sob  a  presi- 
dência do  Dr.  Sérgio  de  Carvalho,  3o  vice-presidente  da  Sociedade,  tendo 
para  secretários  os  engenheiros  civis  José  Américo  dos  Santos  e  F.  T.  de 
Souza  Reis. 

Nella  foi  discutido  o  modo  por  que  seria  executada  a  exposição  de 
flores  e  dado  o  aviso  aos  floricultores  que  desde  então  iniciaram  traba- 
lhos especiaes  no  sentido  de  serem  perfeitamente  apparelhados  na  época 
precisa. 

Causas  accidentaes  afastaram  a  Sociedade  da  acção  conjuncta  com 
os  promotores  da  grande  feira  do  trabalho,  obrigando-a  a  cuidar  mais 
detalhadamente  e  de  modo  exclusivo  da  sua  representação  na  Exposição, 
o  que  acarretou  por  completo  a  paralisação  da  propaganda  e  organisa- 
ção da  exposição  de  flores,  muito  embora  a  representação  do  Districto 
Federal  disto  cogitasse,  de  modo  porém  restricto,  cerceado  nos  limites  da 
sua  zona  administrativa. 

Não  tinha  porém  desapparecido  do  nosso  programma  o  primitivo 
projecto  de  estimular  por  todos  os  meios  o  desenvolvimento  não  só  da 
floricultura  como  também  da  fructicultura  e  horticultura  e,  animada  pelo 
Exm.  Sr.  Ministro  da  Industria,  em  fins  de  setembro  próximo  passado, 
resolveu  a  Sociedade  levar  a  elíeito  a  exposição  de  flores,  para  a  qual  já 
tinha  recebido  solicitações  de  alguns  floricultores  do  Districto  Federal. 

Desejando  porém  trabalhar  de  accôrdo  com  o  Directório  Executivo  e 
cr,  Districto  Federal,  procurou-os  nesta  occasião,  combinando  os  meios  de 
cr.    execução  e  chamando  a  si  a  incumbência  da  organisação  daquella  festa. 


LlBRARY 
NEW  YORK 
BOTANICAL 

CARDEM. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Solicitada  pelos  floricultores  que  iam  concorrer  á  exposição,  resolveo 
a  Sociedade,  ao  lado  dos  prémios  do  Districto  Federal,  instituir  também 
três  categorias  de  prémios  em  cada  uma  das  secções  da  exposição. 

Inaugurada  em  25  do  corrente,  no  pavimento  térreo  do  pavilhão 
da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  a  exposição  e  concurso  de  flo- 
res foi  uma  valiosa  mostra  do  aperfeiçoamento  da  floricultura  entre  nós. 

Não  foi  grande  o  numero  de  expositores  profissionaes  e  de  amado- 
res que  concorreram  ao  appcllo  que,  cm  nome  do  Directório  Executivo, 
Districto  Federal  e  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  lhes  foi  feito,  mas 
os  poucos  que  trouxeram  o  seu  auxilio  a  esta  festa,  primavam  pela  quan- 
tidade e  qualidade  de  flores  que  apresentaram. 

Variedades  as  maisbellas,  e  as  de  mais  difficil  cultura,  foram  tra- 
zidas para  o  harmonioso  conjuncto  da  exposição,  dando  ao  salão  onde 
se  ostentavam  os  primorosos  productos  da  floricultura  nacional,  um  as- 
pecto verdadeiramente  fantástico  e  seductoramente  encantador. 

A  festa  das  flores,  como  vulgarmente  foi  denominada,  constou  da 
exposição  e  concurso  de  flores  e  plantas  assim  divididas: 

Io   GRUPO  —    PROFISSIONAES 

iil  secção  —  Plantas  ornamentaes 

2a  secção  • — Flores  cultivadas  em  vasos 

3a  secção  —  Arte  floral 

2o  GRUPO  —  AMADORES 

Ia  secção  —  Plantas  ornamentaes 

2a  secção  —  Flores  cultivadas 

3a  secção  —  Flores  cortadas 

Para  cada  uma  das  secções  em  cada  grupo,  instituio  a  Sociedade 
Nacional  de  Agricultura  as  três  categorias  seguintes  de  prémios,  sem  nu- 
mero determinado. 

1,1,'ANDE  PREMIO 

.Medalha  de  Ouro 
Medalha  de  Prata 

Além  destes,  houve  também  os  prémios  instituídos  pelo  Districto  Fe- 
deral para  os  floricultores  do  Districto  nas  secções  de  Arte  Floral  e  de 
Flores  cultivadas. 

Ojury  designado  pela  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  ficou 
composto  da  seguinte  forma: 


A    LAVOURA  427 


Presidente:  Dr.  Wenceslao  Bei.i.o. 
Membros  :  D.  Júlia  Lopes  de  Almeida. 
Sr.  Olavo  Bilac. 
Dr.  J.  R.  Monteiro  da  Silva. 
Sr  .  JoÃo  da  Silva  Gandra. 
( )  E uno.  Sr.   Prefeito  do  Districto  Federal  nomeou  para  a  distribui- 
ção dos  prémios  que  olFereceu  para  os  expositores  do  Districto,  o  mesmo 
jury  acima,  escolhido  pela  Sociedade. 

A  casa  Hortulania  dos  Srs.  Jens  Sand    &  C.   instituio  também    um 
premio  para  o  amador    de  floricultura,  do  Districto  Federal,  que    apre- 
sentasse melhor  collecção  de  flores  annuaes  na  exposição. 
Inscreveram-se  no  concurso,  os  seguintes  floricultores  : 


Casa  Flora  —  Schlick  «n:  C. —  Districto  Federal. 
Viuva  Lielze —  Districto  Federal. 
Viuva  Silva  &  Filho  —  Districto  Federal. 
Manoel  Pereira  da  Silva  — Districto  Federal. 
António  Rodrigues  Pinto  —  Districto  Federal. 

2a  SECÇÃO 

Casa  Flora  —  Schlick  &  C—  Districto  Federal. 

Casa  Hortulania  —  Jens  Sand  &  C. —  Districto  Federal. 

Viuva  Silva  «Sc  Filhos  —  Districto  Federal. 

.Manoel  Pereira  da  Silva  —  Districto  Federal. 

António  Rodrigues  Pinto  —  Districto  Federal. 


Casa  Flora —  Schlick  «Sc  C. —  Districto  Federal. 

Casa  Hortulania  —  Jens  Sand  (Sc  C.  —  Districto  Federal. 

Casa  Jardim  — Langgaard,  Waldemar  &  C.  —  Districto  Federal. 

2o    GRUPO —   Ia    SECÇÃO 

Dr.  Emilio  Machado  Pereira  —  Minas. 

2a  secção 
Dr.  Júlio  Zamith  —  Nova  Friburgo. 


sociedade   nacional   de   agricultura 


/>a    SUCÇÃO 

Dr.  Júlio  Zamith  —  Nova  Friburgo. 

Dr.  A.  Gomes  de  Mattos  —  Districto  Federal. 

Dr.  Adolpho  Hasselmann  —  Districto  Federal. 

Collegio  Anchieta — Nova  Friburgo. 

Dr.  Galiano  Emilio  das  Neves — Nova  Friburgo . 

Dr.   Sérgio  de  Carvalho— Palmeiras. 

Dr.   Bernardo  Souto— Districto  Federal. 

Família  Marques  Braga — Nova  Friburgo. 

Oscar  Guanabarino— Nictheroy . 

D.  Emília  Alves — Districto  Federal. 

1).  Maria  Rezende  da  Silva — Districto  Federal. 

Dos  expositores  inscriptos,  compareceram  os  seguintes 


Casa  Jardim — Langgaard,  Waldemar  &  C. 

Casa  Flora-Schlick  &  C. 

Casa  Hortulania— Jens  Sand  &.  C. 

Viuva  Thereza  Moser  Lietze. 

Viuva  Silva  &  Filhos. 

Manoel  Pereira  da  Silva. 

António  Rodrigues  Pinto. 

Todos  do  Districto  Federal. 


Coronel  Galiano  Emilio  daí  Neves  Júnior— Nova    Friburgo. 
Familia  Marques  Braga — Nova  Friburgo. 
Collegio  Anchieta — Nova  Friburgo. 
Dr.  Júlio  Zamith— Nova  Friburgo. 
Dr.  Bernardo  Souto— Districto  Federal. 
D.  Maria  Rezende  da  Silva— Districto  Federal. 
D.  Emilia  A.  Alves— Districto  Federal. 
Oscar  Guanabarino  Júnior — -Nictheroy. 

O  jury  reunido  no  dia  25  iniciou  os  trabalhos    terminando-os    no 
dia  26,  apresentando  o  seguinte  resultado  : 

Prémios  instituídos  pela  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  : 


<2 .          ^M 

A    LAVOURA  429 

PROFISSIONAES  —  TRABALHOS    DE    ARTE    FLORAL 

i.°  Grande  Premio  á  casa  Flora. 
■i."  Grande  Premio  á  casa  Jardim. 
Medalha  de  ouro  á  casa  Hortulania. 

PLANTAS   ORNAMENTAIS 

Grande  Premio  á  viuva  Lietze. 

Medalhas  de  ouro  á  casa  Flora  e  á  viuva  Silva  &  Filhos. 
Medalhas  de  prata:   aos  Srs.  Pereira  da  Silva  e  António  Rodrigues 
Pinto. 

FLORES    CUI.TIV  \h\s 

Grande  Premio  a  Casa  Flora. 
Medalha  de  ouro  á  Casa  Hortulania. 

Medalhas  de  prata  a  casa  Viuva  Silva  &  Filhos  e  aos  Srs.  Pe- 
reira da  Silva  e  António  Rodrigues  Pinto. 

AMADORES  —  FLORKS    CULTIVADAS 

Grande  Premio  ao  Dr.   Júlio  Zamith. 

FLORES    CORTADAS 

Grandes  Prémios  :  ao  Collegio  Anchieta,  ao  Dr.  Júlio  Zamith  e  á 
família  Marques  Braga. 

Medalha  de  ouro  aos  Srs.  Guanabarino  Júnior  e  a  Bernardo 
Souto. 

Medalhas  de  prata  ás  Exmas.  Sras.  DD.  Emilia  Alves  e Maria  Re- 
zende da  Silva. 

Prémios  instituídos  pelo  Districto  Federal  : 

Primeiro  Grande  Premio:    (cartão  de  ouro)  á  Casa  Flora. 

Segundo  Grande   Premio:   (cartão  de  ouro)  á  Casa    Jardim. 

Cartão  de  prata,   á  Casa  Hortulania  e  a  casa  Viuva  Silva  &  Filhos. 

Tendo  a  casa  Hortulania  instituído  um  premio,  (um  canário  belga 
cm  gaiola  artística)  destinado  ao  amador  que  apresentasse  maior  va- 
riedade de  flores  annuaes,  o  jury  resolveu  conferir  esse  premio  a 
E\ma.  Sra.  D.  Maria  Rezende  da  Silva. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Deslumbrante  era  o  aspecto  que  apresentava  o  salão  escolhido  para 
a  exposição,  todo  elle  repleto  de  milhares  de  flores  de  variados  matizes, 
impregnada  a  atmosphera,  desde  alguns  metros  de  distancia,  do  deli- 
cioso aroma  que  delias  emanava,  dando-nos  a  impressão  de  um  pa- 
raíso encantado,  onde  algumas  horas  eram  passadas  longe  do  tenebroso 
rumor  da  vida. 

Diante  de  cada  installação,  desfilavam  centenas  de  espectadores, 
que  nas  súbitas  contracenes  das  faces  deixavam  ler  o  enthusiasmo  pelo 
bello  espectáculo  que  se  lhes  deparava  e,  ao  mesmo  tempo,  a  impresssão 
do  valor  encerrado  na  nossa  floricultura,  mostrando-lhes,  mais  uma 
estrada  quasi  inexplorada,  da  nossa  riqueza  ainda  em  estado  intrín- 
seco. 

Muitas  das  flores  e  plantas  que  alli  ostentavam  toda  a  sua  bel- 
leza  constituem  já  commercio  um  tanto  regular  e  em  não  pequena 
escala  para  o  estrangeiro,  perdendo-se,  no  emtanto,  a  quantidade  e  a 
espécie  das  exportadas  na  rubrica  «Plantas  vivas»,  com  que  são  regis- 
tra-las na  nossa  estatística  commercial. 

A  viuva  Lietze,  suecessora  do  seu  marido,  alcunhado  o  rei  dos 
calladiuns  nos  centros  de  floricultura  allemã,  mantém  ainda  hoje  re- 
gular commercio  de  exportação,  para  as  praças  de  Hamburgo  e  New- 
Vork,  commercio  este  que  iniciado  pelo  velho  Lietze,  foi  sempre  o 
grande  estimulo  que  o  fez  tornar-se  o  cultivador  incansável  dos  bellis- 
simos  exemplares,  que  já  conhecidos  no  estrangeiro  eram  em  quasi 
maioria  desconhecidos  no  Brazil.  O  Estado  do  Espirito  Santo,  empenha- 
se  no  momento  actual  pela  systematisação  do  commercio  das  orchideas 
que  parecem  ter  o  seu  grande  empório  nas  mattas  do  visinho  Estado. 
Numa  palavra,  parece  que  nasce  no  Brazil  uma  corrente  impetuosa  no 
sentido  de  favorecer  á  floricultura  nacional,  corrente  esta  manifestada 
no  commercio  para  o  estrangeiro  que  apaixonados  cultivadores  incitam 
com  a  propaganda  e  com  actos  e  na  reforma  por  que  passam  os  nossos 
costumes,  que  tem  despertado  o  desenvolvimento  do  gosto  artístico  ao 
mesmo  tempo  que  nos  faz  valorizar  tudo  aquillo  que  ainda  hontem 
nos  parecia  fútil  e  banal.  Como  consequência  desta  mudança  de  há- 
bitos, tem  crescido  o  movimento  commercial  de  flores  entre  nós,  sur- 
gindo no  commercio  a  lueta,  oriunda  da  procura,  e  já  se  notam  com- 
petidores sérios  ao;  antigos  profissionaes  que  até  bem  pouco  tempo 
enchiam  a  rua  do  Ouvidor,  com  os  ramalhetes  de  violetas  enfiados  em 
chuchus  e   mamões  verdes. 

Na  actual  exposição  foi  de  facto  digno  de  nota  o  esforço  hercúleo 
empregado  pelos  três  principaes  profissionaes  do  Districto  Federal   que 


rabalho  artístico  —  Casa  Flora 


Secção  de  cravos  —  Dr.  Júlio  Zamith  —  Friburgo 
I  .  irbeilles  de  rosas  —  Paul  Neyron  —  Sr.  Bernardo  Souto 


A    LAVOURA  431 

se  inscreveram  no  concurso,  procurando  conquistar  cada  um  a  palma 
da  victoria. 

A  secção  «Arte  florais  foi  uma  das  mais  lindas  do  certamen,  gra- 
ças ao  apurado  gosto  c  delicadeza  dos  artistas  nos  primorosos  trabalhos 
expostos,  quer  nas  installações  de  conjuncto,  quer  na  confecção  deta- 
lhada de  cada  peca  ornamental,  apresentando  formas  as  mais  exquisitas 
e  originais  de  corbeilles,  cheias  de  flores  raríssimas  e  de  seductora 
belleza. 

Na  secção  de  «plantas  ornamentaes»  salientaram-se  as  collecções 
de  calladiuns  da  viuva  Moser  Lietze  e  as  de  begónias  da  Viuva  Silva 
iSc  Filhos,  do  mesmo  modo  que  nas  demais  secções,  exemplares  os  mais 
curiosos  foram  merecedores  de  cuidadosa  attenção,  como  se  pode  con- 
cluir da  descripção  detalhada  que  passamos  a  fazer  de  cada  uma  das 
installações  dos  expositores . 

CASA    FLORA 

Occupando  todo  um  lado  do  salão  com  artistica  installação  de 
hastes  de  madeira  pintadas  de  branco,  formando  um  chalet  tendo  aos 
lados  dois  alpendres  simétricos  em  forma  de  puchado  e  guarnecidos  de 
pilares,  também  de  madeira,  systema  privilegiado  da  casa,  e  ornamen- 
tadas as  platibandas  com  decorações  do  mesmo  systema,  apresentou-se  a 
Casa  Flora  no  concurso  do  dia  23,  honrando  a  tradicção  do  nome  já 
conquistado  no  Rio  como  o  mais  artistico  dos  nossos  estabelecimentos 
de  flores. 

O  conjuncto  desta  installação  era  de  um  maravilhoso  eileito  artis- 
tico de  extraordinário  bom  gosto,  igualmente  revelado  nas  peças  orna- 
mentaes, que,  dispostas  em  degráos,  e  arrumadas  sem  o  duro  aspecto  de 
symetria  e  sem  a  desordem  dissymetrica,  impressionaram  alegremente  a 
vista,  prendendo  a   attenção  por  tempo   indeterminado. 

\  grande  variedade  de  flores  raras,  de  extraordinária  belleza  umas, 
exquisitas  outras,  davam  maravilhosa  harmonia  na  reunião  de  milhares 
de  flores  expostas  por  esta  casa . 

Ao  lado,  em  uma  mesa  improvisada,  disposta  em  pequenos  vasos 
de  vidro,  figurava  uma  grande  collecção  de  cravos  de  cores  diversas, 
rajados  uns,  de  uma  só  còr  outros,  apresentando  uma  indefinida  colora- 
ção de  todos  os  matizes,  salientando-se  pelo  tamanho  e  pela  còr  os 
sulferinos  e  os  còr  de  canna  ligeiramente  rajados. 

Cobrindo  esta  banqueta  armava-se  um  arco  sustentado  por  duas 
columnas,  tendo,  á  guiza  de  capitel,  ramilhetes  de  Lilium  (Copos  de 
Leite]  e  Gladiolus,  palmas  de  Santa  Rita. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DK     AGRICULTURA 


Toda  a  installaçáo  da  Cisa  Flora  estava  ornamentada  com  asparagus 
plumosus  matizados  de  rhodhantes  brancos  e  róseos. 

A.'  direita  do  grande  carramanchel,  o  primeiro  plano  era  occupado 
com  20  variedades  de  Begónia  Rex  e  Lilium  longifolium  de  extraordi- 
nária belleza  ;  no  segundo  plano  via-se  um  grande  ramilhete  de  cravos 
sulferinos,  algumas  begónias,  clivias  e  uma  pequena  corbeille  toda  feita 
de  cravos  brancos,  violetas  de  Parma  e  angélicas  dobradas ;  no  ter- 
ceiro plano,  em  bella  disposição  artística,  figuravam  grupos  de  agapan- 
thus  brancos,  gladiolus  diversos,  chrysanthemos,  orchideas,  lupinus  alba, 
stephanotes,  amaryllis,  etc,  etc;  no  ultimo  plano,  uma  grande  cesta  de 
forma  original  toda  feita  de  lilium,  agapanthus  brancos,  ramos  de 
aspargs.  Vasos  com  palmas  de  Santa  Rita  de  variadas  cores,  comple- 
tavam a  ornamentação  deste  plano. 

Tornara-se  ainda  digno  de  nota  uma  pequena  cesta  feita  com  cra- 
vos pallidamente  róseos,  Watsonias  Stephanotes  e  angélicas ;  uma  cor- 
beille de  grande  tamanho,  ornamentada  artisticamente  com  Oncidiuns 
amarellos  (Oncidium  Marshallianum),  gladiolus  amarellos  e  roxos, 
orchideas  roxas  (Cattleya  Warnerii,  Harrisonia;,  Intermédia,  Miltonias, 
etc.)  e  chrysanthemos  diversos  e  de  muita  belleza. 

Uma  harpa,  composta  de  angélicas  dobradas,  cravos,  gladiolus,  hor- 
tênsias cor  de  rosas  e  Iberis  umbellata,  tendo  como  colorido  dominante  a 
còr  rósea.  Ainda  em  um  vaso  via-se  um  lindo  grupo  de  rosas  Frau 
Carlos  Druscky  que  despertaram  a  attenção  pela  brancura  de  neve  das 
suas  pétalas.  Azáleas,  callas  amarellas  (novidade)  c  brancas, ly rios,  clivias, 
begónias  e  palmeiras  mignons,  completavam  a  ornamentação  do  lance  a 
direita  da  installaçáo  da  Flora. 

No  lance  esquerdo,  sobre  o  fundo  verde  da  parede  destacava-se  um 
espelho,  bellamente  ornamentado  com  cravos  purpurinos,  gladiolus  ligei- 
ramente arroxeados  e  oncidiuns  harmonicamente  dispostos  sobre  mol- 
dura sulferina. 

Sete  vasos  de  vidro  symetricamente  collocados,  continham  ramos  de 
liliums  brancos,  lilium  aurantium  (do  Japão)  gladiolus  roxos,  oncidium, 
angélicas  e  Watsonias  diversas. 

Bellissimo  aspecto,  apresentava  uma  pequena  corbeille  de  rosas 
«Imperador  de  Marrocos»  artisticamente  ornamentada  com  avencas, 
asparagus,  cravos  sulferinos,  brancos,  rosáceos,  vermelhos  vivos.  Ainda 
uma  pequena  cesta  de  palha  cor  de  violeta,  toda  ornamentada  de  chry- 
santhemos amarellos  e  cravos  americanos  cor  de  canna,  despertava  a 
attenção,  pelo  bom  gosto  da  confecção  e  contrastes  de  colorido. 

Como  peça  de  detalhe  artisticamente  confeccionada  foi  digno  de  nota 


'rahalliu  artisti 


Beçonias  —  Viuva  Silva  &  Filhos 


A     LAVOURA  433 


um  cysne  feitode  gladiolus,  Watsonias,  rosas  Paul  Neyron,  e  Purpura 
d'Orleans. 

Também  artístico  e  de  muito  gosto,  eram  os  dous  bouquets  de  noiva, 
feitos  um  de  angélicas  e  cravos  brancos  c  outro  de  cravos  cor  de  rosa, 
pendendo  de  ambos  fitas  de  seda  branca  e  de  gaze,  bordadas  nas  pontas. 

Begónias,  avencas,  asparagus,  rhodhantes,  centáureas,  lilium  auran- 
tium,  amaryllis,  etc,  completavam  a  ornamentação  da  primorosa  expo- 
sição da  casa  Flora. 

CASA    JARDIM 

Occupando  o  lado  fronteiro  á  installação  da  casa  Flora,  preparou  a 
Casa  Jardim  a  sua  installação  de  arte  floral,  tendo  como  motivo  principal 
um  carramanchel  de  canna  da  índia,  chapeado  de  metal  branco,  orna- 
mentado com  vasos  de  calladiums,  em  todi  a  peripheria  inferior.  Ao 
fundo,  na  parede,  um  espelho  decorado  com  ramos  de  Nympheas  áurea, 
roxas  e  amarellas  e  ramos  de  avencas.  Suspensos  na  armação,  um  lindo 
bouquet  de  noiva,  feito  de  cravos  brancos,  grupos  artísticos  de  Dhalias 
Cactus,  Palmas  de  Santa  Rita,  goivos  brancos,  cravos,  azáleas,  rosas,  rho- 
dhantes asparagus,avencase  flores  de  oncidium.  Pequeninas  cestas  com 
violetas  de  Parma,  cravos  rajados,  etc,  completam  a  ornamentação  do 
carramanchel.  Ao  centro,  sobre  uma  meza,  uma  bella  corbeille  contendo 
orchideas:  Laelia  purpurara.  Cateleyas  intermédia,  labiata  e  gigantea,  rosas 
diversa  >,  cravos  variados,  purpurinos,  rajados,  róseos,  amarellos  e  brancos, 
azáleas,  goivos,  liliuns,  angélicas  e  asparagus. 

Esparsos  do  interior,  vários  vasos  contendo  dhalias  cactus,  cravos, 
rosas  e  artística  palma  de  rosas  Paul  Neyron  e  Fran  C.  Druscky,  Lajlias 
gigantea,  orchideas  hybridas  Schilleriana,  Harrisonia ;  vasos  com  chry- 
santhemos,  rosas  Paul-Neyron  e  Maman  Cochet,  completam  a  orna- 
mentação interna. 

A  direita  do  carramanchel,  sobre  uma  meza,  notava-se  uma  artística 
corbeille  de  rosas  Paul-Neyron  e  outra  não  menos  artística  feita  de  nym- 
pheas áureas,  anthurium  Scherzerianos  e  amaryllis  hybridos  ;  ainda,  vasos 
com  crysanthemos,  dhalias  cactus,  rosas,  cravos,  e  angélicas,  profusa- 
mente dispostos,  terminavam  a  installação^da  Casa  Jardim. 

CASA    HORTULANIA 

Com  modesta  installação,  mas  apresentando  flores  muito  bonitas,  fez 
a  casa  Hortulania  bella  exposição,  reunindo  em  vasos  e  corbeilles,  as 
seguintes  flores  e  plantas:  Calladiuns,  cravos  brancos,  róseos,  purpurinos, 
vermelhos  e  rajados  diversos ;  cravinas,  oncidiuns,  calas,  orchideas  : 
Ladias  diversas,    cattleyas  variadas.  Lyrios,  cinerarias,  angélicas,  sau- 

46  2 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


dades  roxas  c  brancas,  azáleas,  centáureas,  chrysanthemos,  fuchsias, 
calladiuns,  rhodhantes,  hortênsias,  asparagus,  palmas  de  Santa  Rita,  pal- 
meiras, rosas  de  diversas  variedades,  agapanthus  brancos  e  roxos,  violetas 
de  Parma  e  avencas. 


VIUVA    THtíREZA    MOSER    LIETZE 

Concorri 

11,1. 

na  secção  de  Plantas   ornamentaes,  apresentou  a  se- 

guinte  collecção  de  calladiums  : 

CALLADIUNS   ANTIGOS 

i     vazo 

com  4  A 

55— Sapopemba. 

i         » 

i 

6  A 

199— Veiga  Cabral. 

i         » 

» 

6  B 

1  o3 — Caramurú . 

í         > 

D 

8  C 

9— Itaúna. 

i 

t 

3  D 

35— Timbyra. 

i         » 

> 

12   D 

53— Brinco. 

i 

í 

5  D 

80  —  Mrs.  John  Laing. 

i         » 

» 

5F 

67  -  Rio  de  janeiro . 

i         » 

» 

ii  F 

74-  Jurupais-tatá . 

!               i> 

» 

5  F 

80— Hortulania. 

1              » 

» 

5  F 

96— Iriri. 

1              » 

» 

4  K 

4 — Azulão. 

I 

D 

5  K 

23— Calabar. 

1                    0 

" 

4K 

32-  Gitirana. 

CALLADIUNS    NOVOS 

i     vazo 

com  3  n. 

1— Ca  rei  pó 

i 

» 

5  n. 

12— Canhotinho. 

> 

5  n. 

i3— Bleu.. 

i          » 

» 

6  n. 

21— Eduardo  Carneiro  Leão 

b  n. 

38-  Almeirim. 

i          » 

» 

3  n. 

3y— Macaia. 

i          • 

i 

9  n. 

5i—  Tibinçá. 

i 

» 

5  n. 

66— Penalva. 

i 

• 

5  n. 

76— Camaragibe. 

I                  D 

p 

8  n. 

81  — Mendanha. 

I                  » 

i 

7  n- 

106— Muaná. 

I 

i 

6  n. 

1 1 4 — Saquarema . 

I                  » 

i  n. 

1 1 5     Diogo  Flores. 

1                  » 

> 

6  n. 

124— Pêro  Coelho. 

I                  t 

» 

5  n. 

174— Descalvado. 

Rosas  expostas  pelo  Sr.  (Iscar  ( iuanaharino  Jn 


Secção  de  margaridas  do  Sr.  Pereira  da  Silva 


LAVOURA 

435 

i     vazo  com  5  ri 

187— Nuporanga. 

i     5  n. 

204  — Itaporanga . 

ULTIMAS    NOVIDADES 

i     vazo  com  6  n . 

•285— Pedro  Alaria  Binot. 

i 

i     6  n. 

286— Marapatá. 

i         • 

•     8  n. 

286— Mara  pata. 

i         » 

•     6  n. 

287 — Juruá. 

i 

d     6  n. 

288— Macapá. 

o     (3  n. 

288  — Macapá. 

i 

»     6  n. 

289 -Page. 

í         i 

•     4  n. 

290— Soberano. 

í 

o     5  n. 

294— Jaçanan. 

i         > 

p     5  n. 

294 — Jaçanan . 

i 

p     4  n. 

3o2  -Carmo. 

1                    P 

p     5  n 

3o3  — Massiambú . 

I 

»     5  n. 

304— Javary. 

I                   » 

p     7  n. 

3o5— Esmalte. 

1 

p     5  n. 

3o(i — Dr.  João  Baptista  de  Castro. 

I                   » 

p     b  n. 

307  — Itamaracá . 

I                   » 

p     5  n* 

3o8 — Camacan . 

1 

»     6  n. 

309 — Pepery. 

1                   « 

•     4  n. 

3i3 — Suassuhy. 

1                   D 

»     6  n 

314 — Iguaraçú. 

1                    P 

p     7  n. 

328— Anadia. 

1 

p     3  n, 

304—  Plácido  de  Castro. 

1                    1 

p     4  n. 

376— Sumaré. 

VIUVA    SILVA    &    FILHOS 

Foram  as  seguintes  as  plantas  expostas  : 

'Palmeiras 

Areca 

Speciosa . 

i     Areca  rubra . 

•2     Phenix 

cananense. 

i     Latank 

rubra . 

i     Kentia 

Lindnú 

í     Licuala 

hórrida 

i     Pinang 

í  decora 

í     Lewistonia  Sinensis. 

i             » 

Hoog 

endroppú. 

i     Seaíorthia  elegans. 

i     Areca 

Lutescens. 

SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Trinax   radiata. 
Areca  madagascariense . 
Hyophorbe  Werschafeltii. 
Athalea  funifera. 
Stevensonia  grandifolia . 

PLANTAS    DIVERSAS 

Dion  edule. 

Zamia  villosa. 

Araucária  excelsa. 

Curculigo,  recurvada 

Pincenecutia,  tuberculata . 

Maranta  zebrina. 

Medinilla  magnifica. 

Asparagus  plumosus . 

Morrissonia  tuberculata. 

Anthurium   regalis. 

Collecçáo  de  margaridas  em  8o  vasos. 

»  »  cinerarias  com   i5  variedades. 

Begónia   Rex :  5o  variedades  á  seguir  : 
Emilia. 
Hertha. 

Rockertiana.  (novidade   1908' 
General  Glyserio. 
Amaury  Fonseca. 
Nellós  Hearte  (Novidade   190S) 
Perigunia. 
Fé. 

Bento  Leite. 
Emil  Copp. 
M.m"  Halley. 
Gloirie  de  lopiaine. 
Victor  Lesse  ur 
Verdi. 
Talismani. 
M.'»e  Louise  Pemot. 
Tenebrosa . 
Lavinas  Salles. 
Conforme . 
Plinio. 
Diamant. 


Bouquets  de  noiva  —  Casa  Flora 


Corbeille  de   rosas  Paul  Neyron       Casa  Jardir 


A  LAVOURA 


Lídia  Fonseca. 

Dr.  Germano  Vert. 

M.m"  Tibot. 

Aracy . 

Brasileira. 

M.'"0  Richard. 

M.rae  Graustemberg. 

Cabocla . 

Parisiense . 

Roi  des  Rouges. 

Plutão. 

General  Crone  (novidade). 

Erim. 

Luiz  Dantas  (novidade   1908). 

Hilma  (novidade) . 

Gloire  de  Montreal. 

Jayme  Silva  (novidade   1908). 

Cecy. 

Moema . 

Louise  Classon. 

Oto  Foersten. 

M.">e  Amaury  Fonseca. 

Barão  de  Itacurussã. 

Dr.  Ramos  de  Azevedo. 

Inimitável. 

OSCAR    GUANABARINO    JÚNIOR 

Em  profusão,  arrumadas  em  uma  cesta  expôz  : 
Rosas  Paul  -  Neyron . 
Rosas  Captaine  Chryste. 
Rosas  Marganil. 

DR.    JÚLIO    ZAM1TH 

Com  uma  linda  collecção  de  craveiros  em  flor,  em  numero  de  12 
variedades  e  mais  quinhentos  cravos  soltos,  concorreu  este  expositor, 
que  francos  elogios  mereceu  pela  variedade  e  belleza  dos  cravos  ex- 
postos . 

BERNARDO    SOUTO 

Em  duas  corbeilles,  expôz  as  seguintes  variedades  de  rosas  : 
Príncipe  Negro. 
Bella  Maria. 


SOOIEOAWÍ   NACIONAL     Itft     AORir.ltl.TlIRA 


Purpur. 

Vick  e  Caprice. 

D.    MARIA    REZENDE    DA   SILVA 

Expoz  uma  colleçao  de  amores  perfeitos  e  variedade  de  lyrios, 
espirradeiras,  papoulas,  sempre-vivas,  saudades,  flores  de  begónias, 
dhalias,  Ixora  coccinea  e  calliopsis. 

D.     EMÍLIA  ALVES 

Apresentou  vinte  variedades  de  rosas,  entre  as  quaes:  Paul-Neyron, 
Souvenir  de  la  Malmaison,  Apoteker  George  Kofer,  Perole  des 
Jardins,  Captain  Chrysty,  etc. 

Quatro  variedades  de  crysanthemos,  treze  variedades  de  dhalias 
cactus,  das  quaes  quatro  novidades  de   1908. 

CORONEL    GALIANO    EMÍLIO    DAS    NEVES   JÚNIOR 

Expoz  bellas  rosas  de  muitas  variedades;  cravos  diversos,  sau- 
dades e  azáleas. 

COLLEGIO   ANCHIETA 

Concorrendo  na  secção  de  flores  cortadas,  apresentou  um  bello 
trabalho  representando  um  globo  terrestre,  todo  feito  de  cravos  de 
muitas  variedades,  assentando  em  um  taboleiro  todo  de  amores  per- 
feitos, onde  se  liam  as  iniciaes  do  collegio  feitas  com  cravos  brancos. 

FAMÍLIA   MARQUES    BRAGA 

Entre  as  collecçoes  de  rosas  expostas,  foi  a  mais  variada  a  apre- 
sentada por  esta  expositora,  em  numero  de  trinta  e  uma,  notando-se 
na  collecção  os  únicos  exemplares  existentes  na  Exposição,  das  rosas 
murta  e  de  banks. 

Além  das  rosas,  expoz  também  grande  variedade  de  cravos,  pa- 
poulas, anthuriuns,  myosotis,  saudades,  agapanthus,  lyrios  alba,  ama- 
ryllis,  oncidiuns,  palmas  de  Santa  Rita  e  goivos. 

MANUEL    PEREIRA    DA   SILVA 

Expôz  margaridas  em  numero  de  180  vasos  e  variedades  roxas, 
brancas  e  vermelhas,  begónias,  rosas  diversas,  avencas,  cravos,  calla- 
diuns  e  ainda  uma  bellissima  samambaia   de  grandes  dimensões. 

JOSÉ   DOMINGUES 

Além  de  uma  grande  collecção  de  margaridas  de  diversas  vari- 
edades, apresentou  também  as  seguintes   variedades  de  rosas: 


beille  organizada  pel< 
Ur.  Souza  Reis 


Cofbeille  da  Casa  Jardim 


Paul-Nevron,  Purpura  d'Orleans;  F.  Carlos  Druscki,  Bella   Maria 
e  Souvenir  de   la  Malmaison. 


ANTÓNIO    RODRIGUES    PINTO 


Com    collecções   pequenas   de     margaridas,    cravos,    asparagus   e 
samambaia,  apresentou-se  este  expositor  no  certamen  das  flores. 


Rio  de  Janeiro,  Outubro  de   1908. 


Eng°.    Sousa  Reis, 


lo"secretario. 


A  Pecuária  na  Exposição  Nacional 

3o  TURNO 

Lord,  touro   de  três  annos  e  meio  de  idade.     E'  da  raça  suissa, 
cor  de  rapoza.    Foi  importado  pelo  Estado  de  Minas.    Lorde  umjbello 


espécimen  da  raça  schmti,  a  qual  se  recommenda  por  sua  ru^ticidade 
e  como  boa  leiteira  ;  também  produz  bons  animaes  para  trabalho  e 
carne. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Dividem  geralmente  a  raça  suissa  em  três  grandes  grupos  :  raça 
grande,  media  e  pequena.  Todos  os  três  grupos  distinguem-se  pela  pe- 
llugemcor  de  rapoza,  desde  a  cor  de  rapoza  amarellada  até  a  cor  de 
rapoza  quasi  negra.  O  fio  do  lombo  c  a  barriga  do  gado  schwit\  tem 
a  cor  amarellada. 

O  gado  sclnvi/;  varia  em  peso  vivo  desde  400  a  700  kilos,  pro- 
duzindo as  leiteiras  2.400  a  3.000  litros  de  leite   por  anno. 

O   leite  das  vaccas  suissas  contem   3  a  4%  de  manteiga. 

O  gado  schwit^  acclima-se  perfeitamente  nas  regiões  montanhosas 
de  Minas  e  Estado  do  Rio.  E'  um  excellente  gado  para  se  cruzar  com 
o  nosso  Caracú. 

Sofía  é  uma  égua  de  cinco  annosde  edade,  pertencente  ao  Dr.  João 
Penido  Filho.  Foi  premiada  na  Exposição  Nacional  e  com  justiça,  pois 
é  um  bello  animal. 

E1  cria  de  Minas  e  excellente  montaria. 


Bahia  é  um  animal  mestiço  de  Caracú  e  zebú  ;  pesa  750  kilos 
de  peso  vivo.  Foi  boi  de  carro,  mas  na  época  da  Exposição  já  estava 
apartado  para  o  corte .  Mereceu  a  attenção  dos  visitantes  por  sua  boa 
apparencia  de   animal  sadio  e  nédio. 


Carneiro  cara  negra  exposto  na  Exposição  Nacio  nal  de  igo8  ;  posto 
que  bello,  nada  oíferecia  de  extraordinário  a  não  ser  seu  bom  estado 
de  saúde.  E'  um  animal  nacional  perfeitamente  acclimado. 


SOCÍEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Pellado  é  procedente  do  Ceará  e  distingue-se  por  ser  privado  de 


W^tm  \     Iff!     FF.'     "W 

G  S  S.BB  jÉL                ^sáfc 

l 

pello.   E'  um  bom  marchador  pertencente  ao   coronel   José   Pio.    Fez 
figura  na  Exposição  pela  sua  exquisitice. 


A    LAVOURA 


l^^Cambucá  boi  de  corte,  mestiço  de  zebú   e  caracú.  Pesa  óóo  kilo- 
grammas  de  peso  vivo. 

Araby  é  um  grande  touro  zebú   pertencente  ao  coronel  Adolpho 
Ferreira.   Um  animal   monstruoso,  com  5  annos  de  idade.    Fez   bonita 


figura    ao  lado    dos 
Nacional  de  iqo8. 


seus    congéneres    que    figuraram    na    Exposição 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AQRICULTURA 


Barão  de  Capanema 

Após  prolongados  soffrimentos  e  na  dilatada  idade  de  84  annos, 
finou-se  em  28  de  julho  do  corrente  anno,  nesta  cidade,  o  Dr.  Gui- 
lherme Schuch  de  Capanema — Barão  de  Capanema. 

Era  um  nome  conhecido  e  respeitado  no  Brazil  inteiro,  senão 
também  fora  delle. 

Toda  sua  vida,  pôde  dizer-se,  foi  inteiramente  consagrada  ao  ser- 
viço da  Pátria,  e  destaca-se  por  uma  serie  ininterrupta  e  valiosa  de 
árduos  trabalhos  que  perduram  e  hão  de  perdurar  sempre  na  memoria 
de  todos  os  brazileiros  que  o  distinguiam  e  veneraram  com  a  beneme- 
rência a  que  tinha  direito. 

Os  cargos  elevados  que  lhe  foram  confiados,  as  commissões  scien- 
tificas  que  lhe  couberam,  a  sua  collaboração  efficaz  em  todas  as 
questões  agitadas  no  seio  das  varias  associações  scientificas  de  que 
era  digno  membro,  aqui  e  no  estrangeiro,  deram-lhe  um  real  destaque, 
um  prestigio  pouco  commum,  como  o  exigiam  a  sua  vasta  erudição 
o?  seus  múltiplos  e  profundos  conhecimentos  nos  differentes  ramos 
em  que  a  Sciencia  se  desdobra.  E,  por  isso,  todos  os  seus  trabalhos 
timbram  por  um  alto  valor,  que  se  lhe  não  contesta,  próprio  de  quem, 
como  elle,  era  um  verdadeiro  sciente. 


Assim  é  que  ao  seu  estudo  e  á  sua  competência  se  devem,  entre 
outras,  as  seguintes  obras : 

Dissertação  sobre  o  methodo  de  divisão  de  Homer  e  sua  applicação 
d  álgebra.  Rio  de  Janeiro,   1848,  in-8.°. 

Quaes  as  tradições  ou  vestígios  geológicos  que  nos  levam  á  cer- 
teza de  ter  havido  terremotos  no  Brazil.  Memoria  lida  na  sessão  do 
Instituto  Histórico,  de  24  de  novembro  de  1 854.  Vem  na  « Revista  » 
trimensal,  tomo  22o.  pags.  135  a  139. 

Algumas  observações  acerca  da  influencia  exercida  pelos  progres- 
sos do  homem  sobre  a  vegetação  e  o  aspecto  physionomico  dos  paizes 
que  elle  habita.  Memoria  offerecida  ao  Instituto  Histórico,  a  21  de 
setembro  de    1848. 

Trabalhos  da  commissão  scientifica  de  exploração.  Relatório  da 
commissão  geológica.  Rio  de  Janeiro,  in-4.0.  Foi  este  relatório  pu- 
blicado com  o  da  commissão  geológica.  (Veja-se  Manoel  Ferreira  Lagos.) 

Relatório  sobre  a  fabrica  de  ferro  de  Ipanema.  Rio  de  Janeiro, 
1864,  37  pags.,  in-fol.  Fora  o  autor  encarregado  pelo  Governo  de  um 
exame  da  dita  fabrica,  exame  com  que  se  restaurava  esse  estabele- 
cimento já  abandonado. 

Exame  do  mappa  do  Amazonas,  levantado  pela  commissão  de 
demarcação  de  limites  com  o  Pará.  Pará,  1865,  in-fol.  Assignam  tam- 
bém este  trabalho  H.  L.  dos  Santos  Werneck  eM.  A.  Vital  de  Oli- 
veira. 

Decomposição  dos  penedos  no  Brazil .  Lição  popular,  proferida  em 
25  de  junho.  Rio  de  Janeiro,  1866,  32  pags.,  in-8°.  Esta  lição  foi 
feita  por  occasião  de  achar-se   no  Brazil  o  celebre  Agassis. 

Apontamentos  geológicos  (ao  correr  da  penna.)  Rio  de  Janeiro, 
1868,  80  pags.  in-8°. 

Canna  de  assucar.  —  Memoria  lida  na  sessão  do  Imperial  Instituto 
de  Agricultura,  na  noite  de  3o  de  julho  de  1867,  etc.  Rio  de  Ja- 
neiro,  1867,   sete  pags.  in-8°. 

Algumas  palavras  sobre  os  telegraphos  e  Ministério  das  Obras 
Publicas  no  Brazil.  Rio  de  Janeiro,  1869,  42  pags.  in-fol.  de  tresco- 
iumnas.  E'  uma  reimpressão  de  artigos  já  publicados  no  Jornal  do 
Commercio. 

Relatório  da  Inspecção  geral  dos  Telegraphos,  no  anno  de  1869, 
apresentado  ao  Sr.  Diogo  Velho  Cavalcanti  de  Albuquerque,  Ministro, 
etc.  Rio  de  Janeiro,  1870,  54  pags.  in-fol.  Gomo  este,  ha  vários  rela- 
tórios, correspondentes  aos  outros  annos,  publicados  nos  relatórios  do 
Ministério  da  Agricultura. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


Apontamentos  sobre  as  seccas  do  Geará. — Rio  de  Janeiro,  1878, 
in-40. 

Ensaios  de  sciencia  por  diversos  amadores.  Rio  de  Janeiro,  1876 
a  1880,  três  volumes  in-40,  com  este.  E'  uma  publicação  periódica, 
redigida  com  João  Barbosa  Rodrigues  e  B.  C.  de  Almeida  Nogueira. 
O  primeiro  numero  é  de  marco  de  1876  e  contém,  de  Capanema,  o 
artigo  «  Os  sambaquis»,  de  pags.  78  a  89.  Em  outros  números  acham-se 
seus  «Estudos  botânicos  »,  Observações  sobre  a  origem  do  barro  verme- 
lho na  provincia  do  Rio  de  Janeiro,  etc. 

Ultimamente  quando  se  discutia  o  tratado  das  missões,  celebrado 
por  Q.  Bocayuva,  escreveu  Capanema  vários  artigos  no  Jornal  do 
Commercio,  que  foram  reproduzidos  com  o  titulo  <i  A  questão  de  li" 
mites  » . 

Em  verdade,  porém,  os  serviços  que  mais  o  celebrisaram  e  o  tor- 
naram conhecido,  foi  a  organização,  installação  e  inauguração  do  tele- 
grapho  no  Brazil,  ha  mais  de  óoannos. 

Por  tal  maneira  ficou  o  seu  nome  vinculado  á  Repartição  que 
superintende  os  serviços  telegraphicos  que,  não  ha  muito,  ao  se  ce- 
lebrar o  jubileu  do  Telegrapho  no  Brazil,  foi  inaugurado,  no  vestíbulo 
da  alludida  Repartição,  o  seu  busto  em  bronze,  como  viva  homena- 
gem ao  muito  que   por  ella   fizera. 

A1  agricultura  foi  elle  também  deveras  prestadio  como  o  de- 
monstram a  sua  memoria  sobre  a  Cama  de  assacar,  lida  em  sessão 
do  Imperial  Instituto  de  Agricultura,  na  noite  de  3o  de  julho  de  1867, 
e   outros  trabalhos  mais,  alguns  delles  inéditos. 

A  esta  Sociedade,  de  que  era  elle  sócio  honorário,  prestava 
igualmente  relevantes  serviços,  e  as  brilhantes  conferencias  que  na 
sede  da  mesma  effectuou,  ainda  são  recordadas  como  memoráveis. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  que  o  teve  como  sócio  hono- 
rário, e  qA  Lavoura,  como  seu  collaborador,  tributam  á  sua  imma- 
culada  memoria  as  mais  vivas  e  sinceras  homenagens  de  admiração  e 
de  saudade. 


Dr,  João  Pinheiro 


O  vulto  eminente  que,  ainda  ha  pouco,  em  pleno  destaque  no 
vasto  scenario  politico  da  pátria  brazileira,  deixou  de  existir,  a  'í6 
deste  mez,  era  justamente  apontado  com  um  cadinho  cheio  das  mais 
ricas  esperanças,  dessas  que,  por  serem  raras  e  valiosas,  o  paiz  aspira  e 
delias  muito  e  muito  carece. 

A  sua  estadia  curta,  rápida,  nas  culminancias  da  politica  do  paiz 
não  lhe  deu,  infelizmente,  margem,  para  que  a  sua  acção  guiada  por 
uma  cultura  transcendente  e  irmanada  a  sentimentos  pátrios  fulgurantes 
e  indiscutíveis  podesse  dar  forma  e  feição  conveniente;  a  essas  espe- 
ranças, crystallisal-as  mesmo,  porque  no  evolver  de  factos  de  tão  subido 
quilate  o  vagar  é  um  factor  de  que  se  ha  mister. 

Nesse  minguado  tempo,  porém,  que  lhe  coube  agir,  como  presi- 
dente do  grandioso  Estado  de  Minas,  fel-o  com  alto  discernimento,  sabe- 
doria e  patriotismo. 

Politico  virtuoso  —  como  só  podia  comprehender  Aristóteles  o 
politico  —  republicano    puro    entre  os  mais  puros,  espirito  peregrino  e 


SOCIBDADB     NACIONAL     W?     AGRICULTURA 


scintillante,  energia  de  tempera  Damasquina  que  era  um  ^incitamento 
para  os  tímidos,  coração  bemfasejo  e  nobre,  sempre  prompto  á  pratica 
do  altruísmo,  —  o  Brazil  inteiro  o  reconhecia  como  tal  e  bem  lhe  no- 
tara o  cuidado,  o  carinho  e  a  confiança  com  que  lançava  em  terreno 
tão  feraz  as  boas  sementes  que  só  elle  as  possuía,  sementes  que  ger- 
minaram, começam  a  florescer  e  hão  de  fructificar  em  breve. 

Para  corroborar  quanto  affirmamos,  basta  que  ponhamos  de  mani- 
festo aqui  o  magnifico  fecho  de  sua  mensagem  ao  Congresso  mineiro, 
de  i5  de  junho  deste  anno  :  «  abrir  escolas  que  illuminem  a  intelli- 
gencia  das  crianças  ;  ensinar  o  trabalho  aos  adultos  ;  guiar  e  aconselhar 
nas  duvidas,  aos  productores  ;  cuidar  das  questões  materiaes,  sem  o 
abandono  da  parte  espiritual  e  moral  ;  ter  o  culto  sincero  da  liberdade  ; 
tornar  a  paz  garantida  ;  a  justiça  amada  ;  paternal  o  exercício  da  auto- 
ridade ;  conciliadora  a  politica,  é,  senhores  representantes  de  Minas 
Geraes,  operários  ephemeros  que  somos  do  serviço  permanente  da 
pátria,  —  é  termos  trabalhado  pelo  grandioso  ideal  republicano,  na  terra 
mineira,  que,  primeira,  o  sonhou,  por  elle  deu  vidas  e  o  tem  executado 
nestes  dezoito  annos  de  regimen,  sem  retrogradações  e  sem  precipitações. 

E'  a  realisação  do  lemma  que  se  increve  no  pavilhão  brazileiro. 
pela  perfeita  conciliação  da  Ordem  e  Progresso.» 

A  agricultura,  como  o  ensino,  mereceu  do  grande  morto  as  mais 
vivas  e  ininterruptas  cogitações ;  e  estas  ficaram  magnificamente  corpo- 
rificadas no  regulamento  a  que  se  refere  o  decreto  n.  2027,  de  8 
de  junho  de  1907,  regulamento  este  que  remodelou  por  completo  e  de 
modo  conveniente  a  directoria  da  agricultura,  commercio,  terras  e  colo- 
nisação,  tendo  A  Lavoura,  de  setembro  de  1907,  a  fortuna  de  pu- 
blical-o. 

A  fazenda  da  Gamelleira,  uma  das  suas  mais  gigantescas  crea- 
ções,  é  uma  bem  organizada  escola  pratica,  onde  o  ensino  primário 
agricola  é  ministrado methodicamente  e  de  accordocom  os  preceitos  scien- 
tificos  os  mais  apurados. 

A  tal  respeito,  A  Lavoura  de  fevereiro  c  março  e  de  abril  de 
1907,  se  manifestou  assignalando  a  organização  irreprehensivel  do  útil 
estabelecimento  e  a  affluencia  avultada  de  interessados  que  lá  iam  com 
o  propósito  de  aprimorar  os  seus  conhecimentos  technicos. 

O  regulamento  sobre  1  Cooperativas  Agrícolas  em  Minas  »,  datado 
de  4  de  janeiro  do  corrente  anno,  é  outro  padrão  de  glorias  do  sau- 
doso extincto  ;  e  os  resultados  económicos  delle  derivados  hão  de  ser 
dos  mais  salutares  e  benéficos,  como  tem  acontecido  a  todos  de  igual 
quilate. 


A    LAVOURA  4i9 

(  íutros  muitos  serviços  de  valor  inestimável  poderíamos  aqui  pôr 
em  relevo  ;  mas,  desistimos  de  semelhante  intento  por  estarem  todos 
elles  no  conhecimento  dos  brazileiros  que  ainda  o  choram  e  o  hão  de 
chorar  por  longo  tempo. 

A  Lavoura  sinceramente  partilha  da  dor  e  do  lucto  que  amar- 
guram n  coração  da  pátria,  com  a  perda  de  tão  illustre  e  distincto 
filho. 


Algumas  madeiras  e  ve^staes  utsis  do  Brazil 

(C  mtinua  ão) 

FAMÍLIA  DAS   LAURACEAS   (?) 

«:.-«i.-<y;i   vermelha 

Sysonv.mia  :—Caa~ataya  (mutto  ferro).  Caa-aty-aia (matto  medicinal'. 
Caa-tay-guassu.  Caa-tiaya.  Gatay a  grande.  O  mesmo  nome  é  commum  á 
polygonacea  Polygonum  acre  H.  B.  K.,  á  rutacea  Pilocarpus  pinnatifolius 
Lem.  e  á  scrophulariacea  Vandellia  crustácea  Benth.,  todas  plantas  medi" 
cinaes  da  flora  brazileira. 

Descripção  : —  Arvore  de  grande  copa  e  caule  mais  ou  menos  recto, 
ate  S,oo  de  altura  e  0,4?  de  diâmetro  ;  casca  fina  e  glabra ;  folhas  inteiras. 
oppostas,  pecioladas,  coriaceas,  q5  m/m  de  comprimento  e  44  mm  de  lar- 
gura mais  ou  menos,  ob-rhombeas,  nervura  central  saliente,  forte  aroma 
idêntico  ao  do  «Loureiro  commum»,  depósitos  de  óleo  essencial  visíveis  á 
transparência  ;  frueto  comestível  (?),  preto   :  . 

Madeira  :— Côr  vermelha-rubra,  lecido  compacto,  muito  dura,  sabor 
adstringente,  dócil  ao  cepilho  e  á  serra  e  offerecendo  boa  superfície  para  o 
verniz,  mas  sendo  bastante  perseguida  pela  broca. 

Applicações  :  —  Madeira  de  primeira  qualidade  e  talvez  uma  das 
melhores  do  paiz,  para  toda  e  qualquer  obra,  durando  séculos  ;  as  cascas 
são  empregadas  como  aromatisante  ou  condimento  na  confecção  de 
cuz-cuz  e  outros  pratos  ;  as  folhas  são  sudoríficas,  usadas  nos  defluxos  e 
moléstias  do  peito,  sendo  crença  que  emquanto  se  faz  uso  delias,  deve  o 
doente  abster-se  de  beber  agua. 

Distribuição  geographica  :—  [lha  de  Cananéa,  Estado  deS.  Paulo, 
onde  parece  sub-espohtanea .  Vegeta  em  terras  silico-argilosas  e  de  prefe- 
rencia nas  silicosas  húmidas  ;  é  raríssima  nas  terras  puramente  argilosas. 
46  4 


SOCIEDADE    NACIONAL  DE  AGRICULTURA 


FAMÍLIA  das    meliaceas 


Trichília  Richardiana  .  1 .  Jus 


Synonymia  : — Cataguá(em  alguns  municípios  do  Estado  do  Rio  de 
Janeiro  dão  este  nome  a  papillionàcea  Platycyanus  Regnelli  Benth.,que 
tem  outros  nomes  vulgares) — ('.■jãligud  (nos  arredores  de  Santos  este  nome 
é  commum  á  lecythidacea  Couratari  estrellensis  Raddi).  A  palavra  tCa- 
tiguá»  parece  designar  no  oeste  do  Estado  de  S.  Paulo  a  rutacea  Metro- 
dorea  pubescens  ;  além  disso  é  commum  a  diversas  meliaceas  do  mesmo 
género  da  que  aqui  descrevemos. 

Descripção  : — Arvore  pequena,  bem  copada,  de  caule  recto,  até 
4,00  de  altura  c  0,25  de  diâmetro  \  ramos  glabros,  brancacentos  ;  casca 
avermelhada,  adstringente,  até  5  m/m  de  espessura,  revestida  de  epiderme 
brancacenta  e  tina ;  folhas  compostas,  2-4  jugas  ;  foliolos  oppo^os,  lancco- 
lado-acuminados,  peciolados,  mais  ou  menos  145  m/m  de  comprimento  e 
õi  m/m  de  largura,  reticulado-nervados,  nervuras  visíveis  á  transparência; 
fiòrespedieelladas  \  frueto  capsula  oblonga. 

Madeira: — Còr  avermelhada,  tecido  compacto  e  firme,  talhe  duro, 
bonita,  olferecendo  boa  superfície  para  envernizamento.  Peso  especi- 
fico, 0,688  (S.  Paulo). 

Àpplicações: — Madeira  para  marcenaria,  carpintaria  em  geral, 
postes,  dormentes  de  segunda  qualidade  e  obras  internas,  As  cascas 
conteem  bastante  tannino  e  são  empregadas  no  cortimento  de  couros, 
dando  a  estes  còr  amarella;  a  infusão  das  cascas  é  considerada  anti-rheuma- 
tica,  anti-hydropica  e  insecticida,  e  por  isso  usada  pelo  povo  para  com- 
bater as  enfermidades  correspondentes,  bem  como  para  purgativo . 

Distribuição  geographica  :— Estados  de  S.  Paulo,  Paraná  e  Rio  de 
Janeiro. 

Observações  : —  Vários  auetores,  sem  fazerem  reparo  na  improprie- 
dade do  termo,  dão  «Catiguá»  como  corruptela  do  tupi-guarany  «Caa- 
tinguá»,  que  traduzem  por  «arvore  de  folha  branca»,  quando  tal  palavra 
só  pôde  traduzir-se  por  «folha  e  frueto  brancos»,  a  folha  e  frueto  espi- 
nhosos» c  «matto  de  frueto  espinhoso»,  designações  que  não  lhe  cabem  ;  o 
nome  é  guarany  (Coatiguá)  e  significa  «frueto  de  coati» . 


A    LAVOURA 


FAMÍLIA  DAS  (?) 


Caujuja  branca 

Synonymia  :  —  Farinha  secca  '■:  (não  a  ochnacea  Ouratea  castanaefolia 
Engl.,  assim  chamada  em  quasitodo  o  pai/,  nem  a  cordiacea  que  no  Rio 
Grande  do  Sul  tem  o  mesmo  nome  vulgar). 

I)i  scripçÃo  :  -Arvore  muito  copada  e  de  caule  recto,  até  10,00  de 
altura  e  0,45  de  diâmetro;  casca  até  10  m/m  de  espessura,  de  sabor 
adstringente  e  revestida  de  epiderme  ferruginea  na  qual  vegetam  sempre 
muitos  cogumelos ;  folhas  maiores  que  as  da  espécie  adiante  descripta 
cf.  «Caujuja  vermelhas). 

M  \m  ir  \: — ( \òr  branca  com  manchas  amarcllo-roseas,  leve,  ondeada, 
molle  e  porosa,  mas  olíerecendo  bonita  superfície  para  o  verniz ;  dócil  ao 
cepilho  e  á  serra. 

Applicações: — Madeira  parataboado  de  forro,  ripas,  cai\oteria,.  obras 
internas  e  lenha  de  inferior  qualidade.  As  cascas  podem  servir  para  a 
industria  do  cortume,  posto  não  devam  ser  muito  ricas  em  tannino. 

Distribuição  ghographica:  -  Littoral  dos  Estados  de  S.  Paulo  e 
Paraná  e  decerto  em  outros.  Vegeta  indiferentemente  em  terras  silicosas 
ou  argilosas,  preferindo  sempre  as  de  inferior  qualidade. 

Observações  : — Não  nos  foi  possível,  pela  inopportunidade  da  época, 
determinar  esta  espécie,  nem  a  immediata.  O  nome  «Caujuja»  apparece 
agora  impresso  pela  primeira  vez. 

Caujuja  vermelha 

Synonymia  :  —  Cf.  a  espécie  precedente. 
'  Di  scripçÃo  :  —  Arvore  muito  copada  c  de  caule  recto,  até  12,00  de 

altura  e  0,45  de  diâmetro  ;  folhas  oppostas,  pccioladas,  serradas,  1 4.?  m/m 
de  comprimento  e  [8  m/m  de  largura  mais  ou  menos,  obova es,  base 
estreita,  pergamentaceas,  saliente-nervadas,  um  pouco  ásperas  e  mais 
claras  na  pagina  inferior;  flores  brancas   ?);  fructo  pequeno  (?) . 

\1  vdeir  v  :  —  Côr  vermelha,  assetinada  e  brilhante,  mostrando  os  utri- 
culos dos  raios  medullares;  dócil  ao  cepilho  e  á  serra. 

Applk  vções  :  —  As  mesmas  da  espécie  precedente,  á  qual  esta  é 
comtudo  superior. 

DlSTi  :   ■  1  ■ih ca  :  A  mesma  da  espécie  precedi  til'' . 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


FAMÍLIA   das    meliaceas 

Cedro  grande 

Cedrela  fissilis  Vell.  var.  anstralis  St.  Ilil. 

Synonymia:  —  Acafou,  no  Comté  (Guyana  franceza)  —  Acaiaca, 
Acaiacáa  e  Acayaca,  dos  aborígenes  (nomes  entre  elles  mesmos  extensivos 
a  algumas  lauraceas)  —  Acajou  femelle,  dos  francezes  (para  o  distinguirem 
dos  «acajous»  legitimos,  que  são  também  meliaceas  americanas  e  africanas) 

—  Acayoiba,  dos  hispano-umericanos  —  Caju  catinga  (?,  não  «  Acaia- 
catinga,  que  parece  ser  algures  uma  terebinthacea)  —  Cedar,  na  Guyana 
ingleza  —  Cèdre,  em  Franca  —  Cedro  aromático,  —  Cedro  batata,  nos  Es- 
tados do  Amazonas,  Pará  e  Espirito-Santo^  Cedro-branco,  no  .Maranhão 

—  Cedro  cangerana  —  Cedro  cheiroso  —  Cedro  da  várzea  (distinecão  local 
feita  pelo  povo  do  littoral,  masque  não  tem  outra  justificativa  que  a  do 
terreno  em  que  occasionalmente  vegeta)  —  Cedro-wá,  na  Republica  do 
Paraguay  —  Cedro  ondulado,  (certamente  a  madeira,  quando  esta  é  mais 
ondeada)  —  Cedro-rosa,  no  Espirito-Santo  —  Cedro-serpa  —  Cedro-ver- 
melho,  nos  Estados  do  Amazonas  e  Matto-Grosso  —  Igary-yb  «  páo  de 
canoa  »,  dos  guaranys  —  White<edar,  na  Inglaterra  (não  porque  seja 
branco,  mas  por  ser  menos  aromático  que  alguns  outros) — Yáporaissib, 
dos  aborígenes  guaranys.  (Não  será  novidade  dizermos  que  a  synonimia 
deste  vegetal,  como  de  quasi  todos  os  outros,  é  tão  extensa  quão  confusa  ; 
e  não  só  a  synonimia  vulgar,  como  também  a  scientifica,  havendo  deno- 
minações eguaes  que  apenas  difierem  de  auetor.  Dir-se-ia  que  quanto 
mais  conhecida  a  planta,  mais  confusamente  ella  é  descripta  !  Devido  a 
isso,  a  synonymia  vulgar  serve  geralmente  para  as  diversas  espécies). 

Descripçao  :— Arvore  magestosa,  de  rápido  crescimento  e  caule  recto, 
até  iõm,oo  de  altura  e  im,5o  de  diâmetro  (desde  o  Estado  do  Piauhy  ao 
do  Rio  Grande  do  Sul,  constando  que  no  do  Amazonas  duplica  ambas  as 
dimensões)  ;  casca  vermelho-carmim,  fibrosa,  até  1 5  m/m  de  espessura, 
aromática  e  adstringente,  revestida  de  epiderme  pardacenta,  em  camadas 
superpostas,  fendida ;  raizes  muito  longas,  ás  vezes  mais  de  40  metros, 
geralmente  de  forma  elliptica,  lenho  côr  de  rosa,  talhe  duro,  fortemente 
aromático,  com  casca  vermelha  e  embirenta  e  revestida  de  epiderme 
crustácea  e  ferruginea ;  ramos  de  epiderme  luzidia,  rugosa,  cinzenta, 
mostrando  as  cicatrizes  das  folhas  antigas;  folhas  compostas,  i2-jugas5 
rachis  pubescente ;    foliolos  inteiros,    pergamentaceos,  mais    ou  menos 


A    LAVOURA  453 

i3o  m/m  de  comprimento  e  40  m/m  de  largura,  oblongo-acuminados,  ner- 
vura central  pubescente  apenas  no  ponto  de  partida  das  nervuras  obli- 
quas ;  flores  pequenas  ;  fructo  capsular,  lenhoso. 

Madeira: — Alburno  esbranquiçado,  cerne  vermelho,  aromático,  poros 
muito  visíveis,  ás  vezes  ondeado  e  um  tanto  medulloso,  fibras  finas,  di- 
reitas, talhe  muito  macio,  dócil  á  serra  e  um  pouco  rebelde  ao  cepilho . 
Pesos  específicos  verificados  :  o,5i5,  0,522,  0,538  (Rio  Grande  do  Sul), 
0,582,  0,596  (Amazonas),  0,609,0,621,  0,62o,  0,628,  o,638  (Rio  Grande 
do  Sul),  0,640,0,714,  0,723  (Rio  de  Janeiro)  e  0,771  ;  resistência:  à 
lle\ão,em  libras,  2,744  por  pollegada  cubica  e  em  kilogrammas,  769  por 
centímetro  quadrado;  á  carga  perpendicular,  em  libras  4,914  por  polle- 
gada cubica  e  em  kilogrammas,  845  e  970  por  centímetro  quadrado ;  á 
carga  parallela,  em  libras,  3,598  por  pollegada  cubica  e  em  kilogrammas, 
260  e  36 1  por  centímetro  quadrado;  sem  determinação  da  posição  da 
carga,  467  (Amazonas]  e  743  (Espirito-Santo)  kilogrammas  por  centímetro 
quadrado . 

Applicações  :  —  Madeira  para  construcção  naval,  escaleres,  canoas, 
esculptura,  perfumaria,  molduras,  obras  de  entalhe  e  de  torno,  taboados  de 
forro  e  de  soalho,  marcenaria  e  carpintaria  em  geral,  caixoteria  e  especial- 
mente caixas  para  assucar  (norte  do  Brasil)  e  para  charutos  (Europa), 
bem  como  para  dormentes  em  lastro  de  pedra  britada,  onde  se  verificou 
durarem  tanto  como  os  de  madeiras  de  lei;  da  serragem  extrahe-se  um 
principio  amargo  e  febrífugo.  As  cascas  conteem  uma  resina  que  torna 
a  madeira  inatacável  pelos  insectos;  são  eméticas  e  adstringentes,  óptimas 
para  cortume  e  perfumaria;  de  infusão  na  agua  destinada  ás  aves  e  aos 
porcos,  curam  algumas  enfermidades  destes  animaes.  As  folhas,  de  cheiro 
desagradável  quando  verdes,  conteem  o  mesmo  principio  amargo  que 
existe  na  madeira .  As  flores  dão  óleo  essencial;  e  a  sua  infusão,  addicio- 
nando-lhe  um  pouco  de  resina,  é  anti-spasmodica  e  fortifica  a  membrana 
interna  dos  ouvidos.  A  resina  contem  óleo  volátil,  um  principio  corante, 
acetato  da  chumbo,  gomma  e  fécula.  Ha  já  longos  annos  que  um  medico 
pretendeu  haver  tirado  vantagens  do  emprego  do  xarope  de  cedro  em 
casos  de  tuberculose  pulmonar. 

Distribuição  geographica  :  —  Nas  Guyanas,  em  todo  o  Brasil,  sendo 
mais  abundante  sobre  a  costa,  e  nas  Republicas  do  Uruguay  e  Paraguay. 
Vegeta  em  terras  argilosas  ou  silico-argilosas,  mas  sempre  fortes . 

Observações  :  —  A  palavra  "cedro1'  vem  do  árabe  "kedron"  e  serve 
para  designar  muitos  vegetaes,  geralmente  da  família  das  Pinaceas,  dis- 
tribuídos pela  Ásia,  Europa  e  norte  da  America.  Com  a  chegada  a  Gé- 
nova da  madeira  da  Auiba  guyanensis,  lauracea  americana  que  os  ar- 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


madores  genovezes  pretendiam  servir  para  mastros  de  navios,  tal  nome 
lhe  ficou  cabendo,  como  entre  nós  ainda  hoje,  no  Estado  do  Paraná, 
chama-se  "Cedro-pardo"  a  outra  lauracea,  a  Ocotea  ou  Oreodaphne 
splendens;ena  Africa  Occidental,  átamai  icea  Tamarix  articulata  Vahl. 
Porém,  só  as  meliaceas,  aliás  bem  representadas  na  Africa,  na  Ásia  e  na 
America,  mas  apenas  as  espécies  de  lenho  aromático,  são  commcrcial- 
mente  reconhecidas  como  "cedro-".  O  México  é  o  paiz  que  maior  quantidade 
fornece  á  Europa  e  designadamente  á  Bélgica,  que  é  a  principal  consu- 
midora, para  caixas  de  charutos;  mas  essa  exportação  diminuiu  abrupta- 
mente ha  uns  três  annos,  subindo  muito  o  preço.  Foi  então  que  os  euro- 
peus procuraram  e  acharam  cm  Africa  uma  espécie  de  "acajú."  ordinário 
e  barato,  do  qual  se  servem  agora  para  as  quatro  faces  lateracs  das  caixas  ; 
apenas  o  fundo  e  a  tampa  são  de  "cedro",  para  dar-lhes  o  aroma  repu- 
tado indispensável 

—  Uma  carta  de  lei  de  i  799  regulou  o  corte  e  a  venda  desta  essência 
florestal,  no  Brasil,  destinando-a  especialmente  aos  arsenaes.  Começa  a 
ser  rara,  sobretudo  nos  logares  de  onde  a  exportação  foi  ou  é  relativamente 
fácil;  conviria,  por  isso,  fazer  a  replantação,  tanto  mais  que  é  arvore  que 
dá  corte  em  1  3  annos. 

—  Segundo  o  notável  botânico,  Sr.  Dr.  Barbosa  Rodrigues,  a  madeira 
dos  "cedros"  enterrada  em  logares  argilosos  e  húmidos,  adquire  a  côr 
e  o  aspecto  da  "nogueira"  de  Europa,  investigação  a  que  os  industriaes, 
sobretudo  os  francezes,  devem  ligai-  justo  valor 

(  Continua) 

COLLABORACÃO 


A  «stsrilidade  das  vaccas  e  sua  cura 

A  porcentagem  de  vaccas  infecundas  que  lenho  observado  nesses 
últimos  seis  annos  de  pratica,  na  Itália  e  aqui,  é  verdadeiramente  notável; 
tanto  que  os  criadores,  com  grande  razão,  consideram  esssas  falhas  de 
fecundidade  uma  calamidade,  pelo  damno  considerável  que  lhes  acarreta. 

De  facto,  o  bezerro  que  deixa  de  apparecer,  e  que,  poucas  semanas 
depois,  poderia  ser  vendido  com  lucro,  já  constituo  o  primeiro  prejuízo. 
E  si  depois  considerarmos  a  suppressão  da  secreção  láctea,  o  prejuizo 
augmenta.   Porque  a  verdade   é  que  a  produecão  do  leite  perdura  com 


A    LAVOURA  •    • 

abundância  durante  alguns  mezcs  e  vae  decrescendo  até  que  a  mama 
ou  sécca  ou  dá  uma  quantidade  tão  escassa  que  não  merece  a  pena  ser 
tirada. 

E1  por  isso  que  vemos  na  Itália  venderem-se  para  a  matança,  tio 
outono,  as  vaccas  que  não  ficam  prenhes  ate  áquella  época,  e  substituil-as , 
ou  antes,  pondo  em  togar  delias,  outras  já  prenhes,  com  vista  na  pro- 
ducção  do  leite,  próxima  e  abundante,  porque,  sendo  o  leite  em  qual- 
quer parte  do  mundo  o  alimento  typico,  será  vendido  a  bom  preço. 

Entretanto  o  criador  pergunta  :  quaes  são  as  causas  que  determinam 
as  suppressóes  da  prenhez  ? ...  Eu  não  me  proponho  reproduzir  as  hypo- 
theses  creadas  pela  fantasia  dos  leigos  :  digo  apenas  que  o  pbenomeno, 
pelo  menos  na  maioria  dos  casos,  depende  unicamente  da  maneira  como 
os  animaes  são  tratados  e  resguardados  ;  e  é,  na  verdade,  edificante 
observar  como  em  ricas  regiões  de  gado  bovino  não  se  tenha  feito  um 
passo  para  diante,  attestando  o  melhoramento  da  producção  bovina. 

Na  opinião  de  Hess,  uma  das  causas  mais  frequentes  da  esterifidade 
é  proveniente  da  presença  de  corpos  estranhos. 

Mas  outro  motivo,  forçosamente  mais  preponderante,  deve  ser  pro- 
curado na  imperfeição  dos  órgãos  genitaes,  caracteristicamente  femininos, 
que  pedem  ser  atacados  de  moléstias  taes  como  tremores,  kystos,  bubões 
tuberculosos,  etc,  dando  em  consequência  as  vaccas  chamadas  atouradas, 
sempre  em  cio,  nunca  prenhes,  apezar  dos  repetidos  coitos,  e  que,  para 
ceval-as  afim  de  servirem  ao  menos  para  o  corte,  ter-se-ha  de  recorrer  á 
castração . 

A  porcentagem  maior  de  esterilidade,  depende,  porém,  unicamente, 
da  retenção  (ainda  que  parcial)  da  placenta  e  da  sua  putrefação,  que, 
como  veremos  depois,  prepara  terreno  absolutamente  hostil  á  fecundação. 

Em  diversas  circumstancias  e  em  repetidas  vezes,  propuz-me  dar 
uma  explicação  deste  phenomeno  e,  fazendo  experiências  com  os 
papeis  sensibilissimos  de  tourncsol,  estabeleci  que  nas  novilhas  chegadas 
ao  termo  physiologico  da  prenhez,  a  reacção  é  sempre  alcalina,  ás  vezes 
neutra,  nunca,  porém,  acida. 

Depois  do  parto  conserva-se  sempre  nas  mesmas  condições, — acida 
ou  neutra — si  o  parto  fizer-se  rapidamente,  de  maneira  que  se  não  dê  pu- 
trefação alguma  da  placenta  ;  porque,  si  o  contrario  sueceder,  a  reacção 
de  alcalina  muda-se  em  acida,  conservando-se  assim  por  espaço  de 
semana  e  mezes,  ás  vezes  para  sempre . 

Ora,  é  fácil  explicar  a  razão  da  suppressão  da  prenhez ;  e  si  qui- 
zermos  recordar  um  pouco  o  que  a  puysiologia  ensina  a  esse  respeito, 
veremos  que  os  nemaspermas  se  conservam  viáveis  em  meios  alcalinos 


156  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

ou  neutros,  emquanto  que  nos  meios  ácidos  morrem  rapidamente,  c  os 
seus  movimentos  ficam  paralysados. 

Consequentemente,  dos  preservativos  e  de  um  tratamento  technico 
desses  animaes,  depende  successo  favorável  ou  desfavorável  nos  ajunta- 
mentos, pelo  que  affirmo  —  deixando  a  vários  autores  (Reneff,  Burmeis- 
ter,  etc . )  o  encargo  de  discutir  a  importância  e  a  verdade  da  asserção  — 
que  se  dando  o  caso  de  retenção  da  placenta  em  uma  novilha,com  a  subse- 
quente putrefacção,  não  se  deve  abandonar  o  animal,  e  sim  mandal-o  ao 
sanatório,  para  que  seja  facilitada  a  expulsão. 

Mas  não  param  ahi  as  causas  de  que  tratamos  :  é  necessário,  em 
primeiro  logar,  combater  o  catarrho  que  pouco  ou  muito  fica  depois  do 
curativo  (e  com  o  qual  o  coito  seria  inteiramente  sem  valor)  e  impedir 
que  por  meio  do  touro  se  contaminem  as  outras  vaccas,  e  deste  modo 
augmente  o  numero  de  vaccas  estéreis,  com  prejuízo  enorme  dos  estabe- 
lecimentos agrícolas. 

A  cura  desses  animaes,  devo  dizer  com  toda  a  franqueza,  não  c 
nem  dillicil  nem  custosa  — duas  virtudes,  portanto,  que  permittem  quer  ao 
grande,  quer  ao  pequeno  criador  adoptar  a  priori  o  remédio,  cm  todos  os 
casos  que  se  lhe  apresentem . 

Por  minha  parte,  sem  querer  absolutamente  reprovar  os  Biscones 
Merlin,  tão  usados  com  explendidos  resultados  em  França  e  em  Hespanha, 
insisto  muito  na  conveniência  de  uma  abundante  irrigação  uterina  com 
o  lisoformio,  com  a  creolina,  acido  tannico,  salicilico,  etc. 

Uma  vez  expulsa  a  placenta  e  todos  os  seus  resíduos,  continuo  com 
as  soluções  alcalinas,  taes  como  o  bicarbonato  de  sódio,  agua  de  cal  fil- 
trada ou  decantada,  isto  para  neutralizar  a  acidez.  E,  para  que  os  nemas- 
permas  possam  encontrar  meio  óptimo  ás  suas  funcç5es,  alguns  dias  antes 
do  coito  e  também  depois,  aconselho  as  lavagens  de  agua  assucarada. 

Com  estes  meios  pouco  dispendiosos,  simples  e  scientificos,  meus 
collegas  c  eu  sempre  colhemos  resultados  esplendidos,  favorecendo  os 
interesses  dos  criadores  e  da  agricultura. 

Emquanto  ficarmos  adstrictos  ás  curas  empíricas,  tanto  nesses  como 
nos  animaes  de  qualquer  espécie,  não  somente  deixaremos  de  fazer 
qualquer  adiantamento  no  campo  do  verdadeiro  progresso,  mas  para  não 
dizer  nada  de  peior,  permaneceremos  no  estado  actual,  na  verdade  pouco 
satisfactorio,  pelo  menos  para  nós  outros. 

Dr.  Achilles  Rigodanzo. 
Outubro,  1908.  — Rio. 


A     LAVOURA 


Factos  agrários 

A  FLORESCÊNCIA  DOS  CAFEEIROS 

«Tudo  que  Deus  faz  c  bom,  de  máona  Terra  só  existe  a  obrado 
homem » . 

Cada  dia  me  compenetro  mais  desta  verdade  firmada  por  Aimée 
Martin. 

E1  sabido  que  nesta  região  os  mezes  frios  são  seccos.  A  estiada  é 
normal  de  maio  a  agosto.  Em  alguns  annos,  os  mezes  frios  dão  al- 
gumas chuvas  e  as  plantas  ostentam  algum  viço  relativo  ao  tempo ;  ha 
outros  annos  em  que  o  tempo  frio  passa  quasi  sem  chuva,  causando  isso 
grande  depauperamento  ás  arvores.  Este  anno  o  estio  foi  bastante  in- 
tenso. Em  agosto  os  cafeeiros  começaram  a  vestir-se  de  grandíssima 
carga  de  botões  floraes  que  deviam  desabrochar  em  setembro.  Com  a 
excessiva  secca,  os  botões  não  se  desenvolviam,  e  os  lavradores  desta 
zona  já  em  agosto  previam  um  fracasso  na  florescência.  Estando  ainda 
rachiticas  e  tisnadas  as  frágeis  gemmulas,  um  mez  após  á  sua  formação 
os  fazendeiros  nos  primeiros  dias  de  setembro  davam  como  completa- 
mente abortada  a  colheita  de  1909. 

Este  estado  desanimador  perdurou  ainda  quasi  um  mez,  pois  só  no 
dia  22  de  setembro   chuveu  aqui  pela  primeira  vez. 

O1  grande  Natureza,  quanto  és  prodigiosa  ! 

Já  nos  últimos  dias  de  setembro  a  transformação  era  pasmosa.  Os 
botões  floraes  crescidos  e  entufados  davam  a  todos  signaes  de  grandes 
esperanças.  Como  é  sabido,  a  flor  do  cafeeiro  tem  grande  poder  hygro- 
metrico,  exige  humidade  atmospherica  para  seu  desabrochamento  e  só 
se  expande  horas  antes  ou  após  uma  chuva  portanto.  Nos  últimos  dias 
de  setembro  estr.  n  os  botões  prestes  a  desabrochar,  porém  a  atmos- 
pliera  estava  de  modo  secca  e  não  coadjuvava  as  arvores.  No  dia  i° 
de  outubro  não  se  via  uma  única  flor  aberta,  mas  eis  que  na  manhã  de 
2,  os  cafesaes  amanheceram  cobertos  da  neve  almejada,  do  lençol  al- 
víssimo, promissor  de  esperanças  nossas .  Foi  uma  surpresa  geral  e  agra- 
dável. Este  desabrochar  repentino  e  geral,  estando  o  tempo  secco,  pre- 
nunciava chuva  próxima.  De  facto,  na  noite  de  2  e  3,  o  céo  toldou- 
se,  houve  trovões  brandos  e  mansa  chuva  cahiu  em  beneficio  nosso. 

E1  demasiado  cedo  para  se  fallar  a  respeito  á  intensidade  da  colheita 
próxima  futura .   Excesso  de  sol  n<  >s  longos   dias  de   dezembro  e  janeiro 

iò  5 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AORICULTURA 

prejudicando  o  desenvolvimento  dos  grãos;  queda   de  granizo  derru- 
bando os  fructos ;  tanta  cousa  poderá  ainda  comprometter  a  carga... 
Si  nada  houver  de  anormal,  a  colheita  será  grandíssima  pois  a  flo- 
rescência o  prometteu . 

Miracema,  10  de  outubro  de   1908.  —  2A.  C.   Ferreira  Paula. 


0  Azote 

( Conclusão ) 

AZOTE    AMMONIACAL 

A  atmosphera,  o  solo  e  os  adubos  são  as  três  fontes  que  nos  for- 
necem o  azote  ammoniacal. 

O  bicarbonato  ammoniacal  do  ar  fixa-se  parcialmente  no  solo  e  só  em 
diminutas  proporções  o  absorvem  as  folhas  de  certas  plantas,  sendo  as  do 
tabaco,  segundo  Schlcesing,  as  que  fixam  maior  quantidade  de  ammoniaco 
aéreo.  Este  experimentador  e  Miintz,  partindo  da  observação  de  que  uma 
planta  artificial,  cujas  folhas  de  amiantho  impregnadas  de  fracas  soluções 
acidas  fixam  uma  quantidade  de  ammoniaco  tal  que,  applicada  a  um  he- 
ctare de  cultura  forraginosa  ascenderia  a  80  kilogrammas  de  azote,  dão 
importância  exaggerada  á  absorpção  foliacea  do  ammoniaco,  suppondo 
que  este  penetra  em  quantidade  apreciável  pelos  estornas  das  folhas,  dis- 
solvendo-se  nos  suecos  das  mesmas.  Comparar  as  folhas  vivas  a  super- 
fícies inertes  banhadas  por  um  acido  é  manifestamente  um  erro,  porque 
nem  a  parte  exterior  das  primeiras  tem  nenhum  acido,  nem  os  seus  suecos 
são  exclusivamente  ácidos,  e,  ainda  quando  o  fossem  fracamente,  nem 
assim  poderiam  condensar  o  ammoniaco,  como  querem  aquclles  dois 
experimentadores,  pois  a  continua  circulação  da  seiva  bastaria  a  impedil-o. 
E  tanto  assim  é,  que  o  illustre  agrónomo  allemão  Mayer,  de  Heidelberg, 
expondo  ao  ar  livre  culturas  de  sementes  em  soluções  nutritivas  isentas  de 
corpos  azotados,  ao  desabrochar  das  folhas  não  observou  nenhum  au- 
gmento  de  azote,  não  achando  nas  pequeninas  plantas  mais  azote  do  que 
o  existente  nas  sementes.  Se  o  ammoniaco  da  atmosphera  tivesse  sido 
utilisado,  a  analyse  do  vegetal  revelal-o-hia.  Podemos,  pois,  affirmar  que 
o  ammoniaco  atmospherico  não  exerce  sobre  as  plantas  nenhuma  acção 
directa  que  possa  ser  aproveitada  na  pratica  da  agricultura. 

O  ammoniaco  do  solo  deriva  da  decomposição  das  matérias  orgâ- 
nicas, dos  adubos  orgânicos  e  dos  saes  ammoniacaes.  No  solo  se  oxyda  ou 


A    LAVOURA  451» 

nitrifica  o  ammoniaco,  transformando-se  em  nitrato  de  cal  directamente 
absorvível.  Ma?  uma  parte  do  ammoniaco  absorve-se  também  sob  a  forma 
de  saes,  como  se  prova  pelas  concludentes  experiências  de  Múntz  am- 
pliadas por  Mazé.  Mas,  se  analysamos  estes  factos  de  laboratório  c  os 
relacionamos  com  a  heterogénea  composição  da  terra  lavradia,  para 
tirarmos  deducç5es  úteis  á  pratica  agrícola,  verificamos  que,  em  egual- 
dade  de  circumstancias,  é  sempre  maior  o  poder  de  absorpção  e  de  nu- 
trição do  azote  nítrico. 

Com  elfeito,  Mazé,  cultivando   o  milho   em  caldos  nutritivos  pre- 
viamente esterilisados,  obteve  os  resultados  seguintes  : 


1 

1 

1 

1 

8„      g 

|j  3 

Coitaras 

S'ã 

1 

-a  1   S 

:1 1 

Io       1" 

i,    « 

— 

u. 

•" 

l 

44 

i  por  i.ooo 

Nada 

8  900 

232,8 

2 

3" 

» 

7-425 

197- 1 

3 

45 

!> 

8.910 

261 

4 

44 

Nada 

i  por  i .oco 

6.225 

232.5 

5 

39 

Nada 

" 

5-135 

189,3 

Demonstram  estas  experiências  que,  embora  o  nitrato  contenha 
iõ,õ°/0  de  azote  e  o  sulfato  de  ammonio  21  °/0,  todavia  absorve-se 
com  mais  rapidez  e  utiliza-se  melhor  o  azote  nítrico  do  que  o  ammo- 
niacal,  como  se  deprehende  dos  pesos  das  plantas  e  do  azote  durante 
a  experimentação. 

Nos  campos,  em  virtude  da  abundância  dos  germens  nitrificadores 
é  impossível  realisar  estas  experiências  comparativas.  Todavia  Pougual 
praticou-as  com  êxito.  Para  isso,  em  dois  vasos,  um  com  terra  de  la- 
voura contendo  microorganismos  e  o  outro  com  terra  esterilisada  e  por- 
tanto sem  nenhuma  espécie  de  micróbios,  cultivou  plantas  eguaes,  adu- 
badas com  a  mesma  quantidade  de  sulfato  de  ammonio  ;  finda  a  expe- 
riência, observou  que  as  plantas  da  terra  ordinária  utilisaram  cerca  de 
20  °/o  mais  de  azote  do  que  as  outras,  prova  evidente  de  que  o  ammo- 
niaco transformado  em  nitrato  se  assimila  mais  rápida  e  totalmente  do 
que  o  sulfato  ammoniacal  em  natureza. 

( )pinam  alguns  agrónomos  que  a  absorpção  ammoniacal  se  realisa 
com  muito  maior  frequência  do  que  se  crè.  Fundamentam  esta  opinião 
no  facto  da  grande  profundidade  alcançada  pelas  raizes,  pois  suppõem 
que,  não  se  dando  a  nitrificaçáo  além  de  um  metro  abaixo  da  superfície 


460  SOCIKDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

do  solo,  quando  as  raises  penetrarem  a  dous  e  até  mesmo  a  cinco  metros 
de  profundidade,  á  falta  de  nitratos,  háo  de  forçosamente  absorver  o  azote 
ammoniacal  e  o  orgânico.  Tal  opinião  é  porém  errónea  e  demonstra  pre- 
cisamente o  contrario  do  que  se  pretende  provar,  porque  os  nitratos 
espalhados  na  terra  e  originados  pela  nitrificação,  quando  não  são  absor- 
vidos na  camada  activa,  escoam-se  e  descem  ao  solo  inerte  ou  ainda 
ao  subsolo  impermeável,  onde  constituem  uma  fonte  de  alimentação 
azotada  que  as  plantas  utilisam,  acontecendo  profundarem  as  raizes 
ainda  mais  do  que  a  quantidade  normal  precisamente  em  procura  dos 
nitratos,  como  demonstram  as  rigorosas  experiências  de  Lawes  e  Gil- 
bert  em  Rothaussted. 

Na  pratica  agrícola  conta-se  com  todos  os  factores  capazes  de  mo- 
dificarem aterra,  e  as  culturas.  Neste  caso,  geralmente,  o  azote  é  absor- 
vido sob  a  forma  nítrica,  salvas  poucas  excepções  em  que  a  nitrificação 
é  insulíiciente  ou  nulla,  dando-se  então  a  assimilação  dos  saes  amoniacaes 


O  azote  orgânico  abunda  nos  solos  fazendo  parte  do  húmus  e  dos 
adubos  orgânicos. 

A  terra  vegetal  contem  notáveis  quantidades  de  azoto,  variando 
entre  0,5  e  2  por  1.000,0  que  equivale  a  5. 000  até  2.000  kilogrammas 
por  hectare.  Esse  elemento  encontra-se  sob  a  forma  de  princípios  orgânicos 
mal  definidos,  e  quasi  inteiramente  insolúveis. 

Até  a  poucos  annos  era  crença  geral  a  absoluta  insolubilidade  e  a  im- 
possibilidade da  absorpção  directa  do  azoto  orgânico.  As  lentas  e  sueces- 
sivas  transformações  das  matérias  orgânicas  em  ammoniaco  e  nitratos,  e 
o  facto  evidente  da  insuficiência  das  grandes  doses  de  azoto  orgânico 
do  solo  para  satisfazer  as  necessidades  das  colheitas,  pareciam  confirmar 
essa  opinião. 

Esta  doutrina  foi,  em  parte,  modificada  por  estudos  experimentaes 
recentes.  Dehérain  e  Petermann  demonstraram  a  penetração  lenta 
de  mínimas  proporções  de  húmus  dissolvido  atravez  da  membrana  do 
dyalisador,  deduzindo  d'ahi  a  possibilidade  de  o  húmus  ser  também  ab- 
sorvido pelas  mais  ténues  radiculas  das  plantas.  Berthelot  e  Itoklasa, 
investigando  as  transformações  que  soffre  os  restos  orgânicos  em  virtude 
das  bactérias  dosolo,  descobriram  a  existência  de  corpos  intermediários, 
verdadeiros  elos  que  fazem  a  transição  entre  o  azote  orgânico  e  o  mi- 
neral, isto  é,  asamidase  as  alcamidas,  compostos  solúveis  que  de  con- 
tinuo se  estão  a  formar  e  de  continuo  são  absorvidos.  O  conjuncto     de 


A     LAVOURA  401 

todos  elles  denomina-sc  azote  amidadoe  solúvel,  e  a  sua  proporção  na  terra 
e  variável,  ainda,  que  sempre  exigua,  oscillando  ordinariamente  entre  0,2 
eo,6  por  100  de  azote  orgânico  total. 

Agricolamente  permanece  de  pé  a  antiga  opinião,  porque  as  pequenas 
quantidades  de  azote  orgânico  absorvível  nada  significam  na  pratica,  in- 
cluindo-se  na  totalidade  do  que  existe  no  solo,  sem  dispensarem  a  neces- 
sária applicacão  do  azote  complementar  rapidamente  absorvível  para 
forçares  rendimentos.  Por  tanto  só  a  titulo  de  interesse  scientifico  se 
poderá  insistir  no  fraco  poder  de  absorpção  do  azote  orgânico. 

Absorvidos  os  nitratos  e  uma  pequena  parte  dos  saes  ammonicaes  e 
dos  corpos  amidados,  quaes  são  as  transformações  que  elles  experimentam, 
que  papel  desempenham  e  que  energias  consomem  para  se  converterem 
em  matérias  proteicas  destinadas  a  accumular-se  nos  fruetos  das  plantas? 
Muitas  são  as  experiências  executadas  pelos  chimicos  para  desvendar  o 
mysterio  dessas  transformações  ;  e  sendo  diíficil  pronunciarmo-nos  em 
favor  dos  resultados  obtidos,  temos  por  mais  lógico  deixar  qualquer 
exclusivismo  e,  partindo  de  factos  biológicos  passados  no  interior  do  ve- 
getal, admittir  theorias  racionaes  que  suppram  a  falta  de  demonstrações 
rigorosas. 

Os  nitratos  circulam  coma  seiva  e,  chegando  as  folhas,  os  dous  ele- 
mentos do  sal  dissociam-se,  segundo  Bach,  reduzindo-se  o  acido  nítrico 
por  intervenção  dos  raios  ultra-violetas,  e  passando  ao  estado  de  acido 
hyponitroso,  o  qual,  fixando  dous  átomos  de  hydrogenio  produz  a  hydro- 
xilaminn,  base  que,  unida  a  aldehyde  methylica,  gera  a  formiamida,  capaz 
de  polymerisar-se  e  ser  ponto  de  partida  ou  núcleo  inicial  das  matérias 
albuminóides. 

O  ammoniaco,  quer  se  oxyde  e  transforme  em  nitrato,  como  pensa 
Berthelot,  André,  Heckel  e  Lu ndstreem,  quer  se  deshydrate,  é  provável 
que  também  origine  a  formiamida,  como  faz^m  os  nitratos. 

Os  corpos  amidados  são  produetos  que  derivam  da  oxydação  das 
matérias  albuminóides,  e  por  isso  logicamente  se  presume  que  elles  de  novo 
possam  regenerar  essas  matérias,  que  representam  uma  organização  su- 
perior   á  da  formiamida . 

Partindo  do  núcleo  inicial,  as  mutações  suecessivas  que  elle  experi- 
menta, até  á  definitiva  constituição  dos  albuminóides  são  por  completo 
desconhecidas. 

Efeito  que  n'esta  sériede  complicadas  transformações  se  gasta  muita 
energia  subministrada  pela  luz  e  pela  oxydação  dos  compostos  ternários. 
E  assim  se  explica  porque  A  que  as  grandes  doses  de  nitrato  produzem 
etfeitos  mais  rapidamente  aprecia\reis,  porquanto,  ao  mesmo  passo  que  o 


SOCIKOADE     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


nitrato  fornece  azote,  proporciona  também    oxvgenio  nascente  que.    vai 
activar  as  transformações  intra- vegetaes . 

Organizado  o  azote,  forma  parte  de  corpos  muito  atómicos  e  instáveis, 
constitue  oprotoplasma  e  condensa-se  nas  cellulas  de  chorophylla  ou 
choroleucytos  do  apparellio  aéreo  nascente.  Ahi  continua  a  condensar-se, 
ahi  estimula  a  funcçao  chlorophyliaíiâ  e  ahi  contribue  para  a  fixação  da 
energia  solar  e  sua  transformação  em  trabalho  chimico,  com  as  reducçÕes, 
as  syntheses  e  os  desdobramentos  ;  graças  aos  quaes  se  formam  a  fécula, 
os  assucares,  a  cellulose,  os  ácidos  orgânicos,  as  matérias  proteicas,  etc. 
Mais  tarde  sobreveio  a  deseccação  das  folhas,  enfraquece  o  poder  chloro- 
phylliano,  e  o  azote  dos  princípios  quaternários  emigra  dirigindo-se  pata  os 
fructos  ou  órgãos  accumuladores  que  elle  tem  de  integrar  constituindo 
a  legumina  das  leguminosas,  o  glúten  dos  cereaes  e  a  aleurona  ou  grânulos 
de  proteína  dos  tubérculos. 

O  azote,  emquanto  desempenha  a  primeira  serie  de  funcçóes 
mobiliza-se  e  circula,  sotlre  metamorphoses  incessantes,  exerce  enfim  uma 
acção  que  bem  se  pôde  denominar  circulante  ;  quando  se  lixa  nos  fructos 
ou  productos  explorados  pelo  lavrador,  immobilisa-se,  é  um  elemento 
nutritivo  essencial  de  reserva;  e  manifesta  a  sua  acção  integrante,  unin- 
do-se  a  outros  princípios  nutritivos. 

Variadas  e  múltiplas  são  as  applicações  de  utilidade  immediata  para 
a  pratica  agrícola  usual  que  podem  deduzir-se  das  experiências  e  dos 
princípios  agronómicos  acima  expostos.  Pormenorisal-as  todas  seria  tarefa 
longa  e  enfadonha:  omittil-as  equivaleria  a  deixar  sem  remate  um  capitulo 
tão  importante  como  é  o  do  azote.  N'essa  hesitação,  limitar-nos- hemos 
agora  a  expor  apenas  o  resumo  synthetico  das  applicações  mais  principaes 
e  evidentes  que  logo  á  primeira  vista  se  reconhece  serem  perfeitas  demons- 
trações do  grande  proveito  que  o  agricultor  intelligente  pôde  tirar  dos  re- 
feridos conhecimentos . 

Inspirada  a  agricultura  na  observação  e  na  experiência,  é  natural 
que  demoremos  na  serie  de  factos  experimentaes  que  na  segunda  metade 
do  século  XIX  surgiram  para  investigar  conhecimentos  dantes  ignorados, 
confirmar  os  trabalhos  de  laboratório,  esclarecer  as  duvidas  que  se  le- 
vantam, quando  se  applicam  e^ses  trabalhos  d  cultura  em  grande,  e  de- 
monstrar a  certeza  da  conclusão  económica  synthetisada  no  irrefutável  prin- 
cipio de  que  a  maior  quantidade,  á  mais  adequada  applicação  e  ao 
mais  alto  poder  de  absorpção  de  azote,  corresponde  a  maior  remuneração 
das  culturas. 

As  celebres  experiências  de  Vincennes,  tão  notavelmente  executadas 
por  Georges  Ville,  inclinaram  os  ânimos  dos  agricultores  práticos  a  favor 


A    LAVOURA 


dos  chimicos  e  especialmente  do  nitrato  de  sódio.  Simultânea  e posterior- 
mente Lawes,  Gilbert,  Warington,  Dehérain,  Grandeau,  Petermann, 
Maerker.Dyer,  Wagner  e  muitos  outros,  nas  granjas  e  estacões  agronómicas 
estrangeiras,  os  directores  das  granjas  hcspanholas  de  Valência,  Barcelona, 
Saragoça,  Madrid  e  Xerez,  nós  e  numerosos  agricultores  práticos  que  se- 
cundaram a  nossa  campanha  propagandista  dos  adubos  chimicos  coinci- 
dimos todos  em  sanecionar  de  um  modo  concludente  e  decisivo  a  dou- 
trina de  G.  Ville. 

Está  hoje  fora  de  duvida  a  indiscutível  efficacia  cultural  e  econó- 
mica dos  adubos  azotados.  Todas  as  experiências  agrícolas,  de  labora- 
tório, das  granjas,  das  estações  agronómicas  e  as  realisadas  pelos  pró- 
prios agricultores  em  extensas  propriedades  e  dentro  das  condições 
económicas  a  que  se  cingem  as  culturas,  confirmam  isso  absolutamente. 
Se  porventura  existem  pequenas  discrepâncias,  em  nada  ellas  se  refe- 
rem aos  fundamentos  do  principio  agronómico,  e  apenas  versam  sobre 
os   estados  do  adubo  azotado  e  a  época  do  seu  emprego. 

Os  eloquentes  ensinamentos  dos  factos  e  a  innegavel  influencia 
exercida  por  todos  os  factores  que  interveem  na  vida  e  no  rendi- 
mento das  plantas  cultivadas,  evidenciam  que  o  azote  é  mais  neces- 
sário no  principio  da  primavera  e  que,  se  durante  o  outono  o  espa- 
lharmos no  solo  sob  qualquer  das  suas  formas,  elle  se  perde  em  grande 
quantidade,  porque  as  plantas  não  o  aproveitam,  emquanto  se  não 
activa  o  desabrochamento  das  folhas  e  emquanto  o  azote  não  começa 
a  exercer  a  sua  acção  circulante,  que  termina  integrando  os  fruetos  e  os 
demais  órgãos  explorados  pelos  agricultores. 

Como  consequência  da  premissa  anterior,  deduz-se  que  o  azoto 
orgânico,  pelas  lentas  metamorphoses  e  fermentações  que  experimenta 
antes  de  se  converter  em  nítrico,  pôde  considerar-se  como  um  ma- 
nancial mediano  e  perenne  de  fertilidade,  mas  insuficiente  para  as 
grandes  necessidades  alimentícias  das  culturas,  ao  ponto  de  que  o  azote 
contido  no  húmus  da  terra  é  bem  pouco  aproveitável,  por  ficar  inerte 
e  immobilisado.  O  azote  dos  adubos  mixtos  ou  estrumes  é  mais  activo, 
mas  precisa  de  sóffrer  as  fermentações  ammoniacal  e  nítrica,  e  estas, 
pela  lentidão  com  que  se  produzem,  não  o  põem  em  condições  de  com- 
pleta e  rápida  absorpção  para  poder  satisfazer  a  todas  as  exigências  nu- 
tritivas das  plantas.  O  azote  dos  guanos  naturaes,  dos  resíduos  córneos 
de  torrefação,  do  sangue  secco  e  d'outros  produetos  orgânicos  de  decom- 
posição rápida,  embora  se  nitrifique  mais  depressa  e  possa  utilisar-se  na 
cultura  intensiva,  é  mais  caro  do  que  o  dos  adubos  chimicos  e,  em  maior 
quantidade,  não  produz  rendimento  superior  ao  destes  últimos.    Não  ob- 


46-4  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

stante  isso,  em  determinadas  condições  culturaes,  quando  se  quer  modifi- 
car as  propriedades  physicas  dos  solos,  embora  se  saiba  que  o  azote  orgâ- 
nico soffre  grandes  perdas  e  não  estimula  o  curso  da  vegetação  na  prima- 
vera, no  emtanto  elle  presta  importantes  serviços  como  fertilisante  perió- 
dico, devendo  associar-se-lhe  na  primavera  outro  adubo  azotado  supple- 
mer.tar,  isto  é,  o  nitrato  de  sódio. 

Relativamente  a  absorpção,  e  aos  effeitos  subsequentes  sobre  as 
plantas,  do  azote  ammoniacal  do  sulfato  de  ammonio,  e  do  azote  ni- 
trico  do  azotato  de  sódio,  pouco  temos  a  acerescentar  ao  que  acima  ficou 
dito.  E1  certo  que  ambas  essas  formas  do  azote  são  directamente  absor- 
vidas ;  mas  o  azote  ammoniacal,  salvo  raras  excepções,  se  nitrifica  com 
bastante  rapidez  nas  terras  húmidas  e  fortes,  ao  passo  qu  >  nas  terras  le- 
ves e  seccas  se  nitrifica  lentamente . 

A  acção  do  sulfato  de  ammonio  nõo  se  manifesta  de  prompto ; 
exige  algum  tempo  para  poder  ser  apreciada  pelo  agricultor ;  mas  vem 
por  fim  a  traduzir-se  em  excellentes  effeitos  estimulantes  e  nutritivos  do 
vegetal.  Pelo  contrario,  o  nitrato  de  sódio  absorvido  rapidamente,  tam- 
bém rapidamente,  desenvolve  a  sua  acção  nutritiva  imprimindo  grande 
incremento  á  vegetação,  como  se  vê  na  frondosidade  e  na  intensa  còr 
verde  das  folhas. 

Em  resumo,  o  azote  ammoniacal  actua  em  virtude  da  sua  gradual  ni- 
trificação,  sendo  absorvido  só  nesse  estado  ;  o  azote  nitrico,  por  ser  utili- 
sado  directamente,  é  absorvido  mais  depressa  e  em  maior  quantidade, 
satisfazendo  opportunamente  ás  grandes  doses  de  azote  que  as  culturas 
exigem  no  começo  da  primavera. 

Sobre  os  solos  actuam  de  modo  diverso  os  dois  grupos  de  saes  azo- 
tados. O  sulfato  de  ammonio,  nas  terras  desprovidas  de  cal,  não  se 
desdobra  e  leva  muito  tempo  a  nitrificar-se  e  a  ser  absorvido  ;  nas  terras 
calcareas  dá  logar  a  dois  saes,  o  nitrato  e  sulfato  de  cal,  orig;nando-se  an- 
tes o  carbonato  de  ammonio  que  é  fixado  pelo  húmus  e  pela  argilla,  sob 
a  forma  da  humatos  e  silicatos  poiybasicos.  O  nitrato  de  sódio  não 
soffre  modificações  apreciáveis;  ás  vezes,  reagindo  sobre  o  carbonato 
cálcico,  transforma-se  em  nitrato  de  cal  e  carbonato  de  soda ;  mas  a 
soda  sempre  fica  no  solo,  porque  as  plantas  a  expellem  de  novo  pelas 
raizes.  O  sulfato,  na  sua  evolução,  perde  3  por  cento  de  azote  ;  o  nitrato 
é  completamente  absorvido,  sem  perda  daquelle  elemento.  A  salubri- 
dade do  nitrato  concorre  certamente  para  que  este  sal  se  infiltre  e  es- 
coe até  ás  camadas  profundas  do  subsolo;  mas  também  não  é  menos 
certo  que  tal  condição,  vantajosa  em  determinados  casos,  por  favorecer 
o  aproveitamento  rápido  do  azote  pelos  vegetaes,  se  ás  vezes  faz  per- 


der  uma  parte  fertilisante,  pôde  todavia  evitar  esse  inconveniente,  logo 
que  deitemos  o  nitrato  por  diversas  vezes  e  nas  proporções  devida  a  cada 
cultura. 

Por  ultimo,  a  humidade  atmospherica  e  a  do  solo  modificam  os  effei- 
tos  dos  referidos  saes.  O  sulfato  de  ammonio  exige  agua  abundante  para 
reagir  e  ser  absorvido.  Se  a  humidade  é  pouca,  formam-se  nos  cam- 
pos efflorescencias  de  gesso;  o  carbonato  de  ammonio,  incompletamente 
retido,  vnlatilisa-se  e  perde-se  em  parte;  c  a  nitrificação  fica  impedida 
ou  retardada.  O  nitrato,  corpo  muito  hygroscopico,  absorve  grande 
quantidade  de  vapor  aquoso  da  atmosphera  e  lentamente  se  vae  infil- 
trando atravez  das  camadas  activas  do  solo,  dando  aos  terrenos  um 
certo  frescor  que  tanto  agradecem  as  culturas,  especialmente  na  penín- 
sula hispânica  e  nas  regiões  meridionaes,  onde  são  escassas  as  chuvas . 

O  effeito  total  do  sulfato  só  é  comparável  ao  do  nitrato,  quando 
existe  humidade  excessiva,  e  ainda  neste  caso,  para  quantidades  eguaes 
de  azote,  o  nitrato  é  superior  ao  sulfato. 

Com  respeito  ao  modo  de  actuar  dos  dois  compostos  sobre  os  fer- 
tilisantes  do  solo,  tenha-se  bem  presente  que  o  sulfato  de  ammonio 
pulverisa  o  calcareo,  e  que  o  nitrato  de  sódio,  pelo  seu  alcali  põe  em 
liberdade  a  potassa. 

Resumindo  e  generalisando:  os  saes  ammoniaeaes  são  inferiores 
ao  nitrato  de  sódio.  Prova-o  a  experiência  quasi  secular  de  todos  os 
paiz.es.  Já  a  inducção  theorica  o  tinha  presentido ;  mas  a  série  de  ex- 
periências realisadas  desde  Boussingault  até  hoje  demonstra-o  plenamente. 

A'  frente  de  todas  as  culturas  deve  figurar  a  dos  cereaes  e,  sobre- 
tudo, a  do  trigo  ;  e  á  testa  dos  ensaios  devemos  pôr  os  da  granja  de 
Rothamsted,  executados  pelos  il lustres  e  venerandos  agrónomos  ingle- 
zes  Lawes  e  Gilbert  durante  móis  de  meio  século. 

Estes  dois  sábios,  num  período  de  32  annos,  desde  1 852  até  [883, 
obtiveram  na  cultura  do  trigo  os  resultados  seguintes,  referidos  ao  he- 
ctare : 


ADUBO 

Qi  ixi  \rs 
MÉTRICOS 

Sem  adubo.     . 

8,62 

Só  o  mi  adubo  m 

neral 

lo, o-, 

Com  adubo  miner 

i]  mais 

4« 

il  ourai  nm 

is 

dei 

ZOti 

amnioniacal    .     .     . 

1 6 ,  08 

»        »         » 

» 

oo 

» 

» 

>> 

» 

2  1  ,83 

»       »         » 

» 

M4 

» 

» 

» 

»              ... 

24-  04 

»        »         » 

9b 

* 

* 

* 

»              ... 

2  5,70 

466  SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

Estes  resultados  da  experimentação  demonstram  eloquentemente 
que  a  um  kilogramma  de  azote  ammoniacal  corresponde  um  augmento 
de  colheita  de  i2,3o  kilogrammas,  a  um  kilogramma  de  azoto  nítrico  um 
augmento  de  iók,3o.  Ha  portanto  em  favor  do  ultimo  uma  differença  de 
4  kilogrammas,  o  que,  salvo  casos  especialíssimos,  dã  grande  superiori- 
dade ao  nitrato  de  sódio  sobre  o  sulfato  de  ammonio  na  cultura  do  trigo. 

O  dr.  Waryngton,  comparando  as  experiências  feitas  sobre  cereaes 
nas  granjas  de  Rothamsted  e  de  "SYoburn,  publicou  um  artigo  pratico, 
muito  bem  elaborado,  nos  Annaes  agronómicos  francezes,  concluindo  que, 
quando  se  empregaram  quantidades  relativas  de  sulfato  de  ammonio  e  ni- 
trato de  sódio,  contendo  a  mesma  dose  de  azote,  a  colheita  foi  sempre 
mais  abundante  nas  terras  nitratadas;  e  que,  se  nestas  ultimas  represen- 
tarmos graphicamente  por  ioo  o  rendimento  obtido,  nas  adubadas  com 
sulfato  de  ammoniaco  esse  rendimento  é  apenas  de  74,08  até  "8,04  por 
cento. 

Os  dois  auctorisados  chimicos  agrónomos  francezes  Munt/  e  Gi- 
rard,  experimentando  no  campo  de  Joinville-le-Point  com  adubos  azo- 
tados chimicos  e  orgânicos,  alcançaram,  com  egual  quantidade  de  azote 
os  seguintes  resultados  referidos  a  um  hectare  de  cultura  de  milho : 

flrSo 

AJubOS 

Quintaes  me- 

<  mu  nitrato  de  sódio '43 

d    sulfato  ammoniacal >4' 

»    sangue  secco 130 

»    cornos  torretactos 123 

»    estrume  de  carneiro 102 

»    excrementos  humanos 99 

D    estrume  de  gado  vaccum 93 

Nos  ensaios  realisados  no  horto  de  Villatt^a,  sob  a  nossa  direcção, 
obtiveram-se  os  seguintes  resultados  por  hectare  : 

<3râo  Palha 

Adubos 

Hectol.  Kilog. 

<'(iiu  adubu  mineral  c   271    kg.  de  nitrato  de 

sódio 38.79 

Com   adubo  mineral  e  200  kg.  de  sultato  de 

ammonio -4-05         5-OI° 

Com  21.500  kg.  de  estrume  de  curral  .     .     .  12.94         2.476 

D.  Ignacio  Calatayud,  no  seu  campo  de  Agres,  na  província  de 
Alicante,  com  adubo  completo  no  outono,  e  com  2o5  kilogrammas  de 


nitrato  de  sódio  por  hectare  na  primavera,  obteve  48,98  hectolitros  de 
trigo ;  com  o  mesmo  adubo  mineral,  addicionado  de  400  kilogrammas 
de  sulfato  de  ammonio,  alcançou  43,18  hectolitros. 

O  distincto  tratadista  e  professor  de  agricultura,  Dr.  Rafael  Lopez, 
obteve  na  cultura  de  trigo  de  sequeiro  augmentos  de  6  a  11  hectolitros, 
empregando   i5o  kilogrammas  de  nitrato  de  sódio  por  hectare. 

Para  a  cevada  e  outros  cereaes  miúdos,  também  a  experiência  agrí- 
cola tem  mostrado  a  vantagem  do  emprego  do  nitrato  de  sódio.  Assim, 
a  cevada  cultivada  em  Rothamsted  com  o  nitrato  de  sódio  rendeu,  sup- 
ponhamos,  100  ;  com  o  sulfato  de  ammonio  só  rendeu  86,80.  Em  Woburn 
o  sulfato  produziu  apenas  75,0c) ;  na  Mancha,  de  Hespanha,  o  nitrato 
deu  ,'ío  °/0  mais. 

Quanto  a  aveia  e  centeio,  as  experiências  feitas  em  Hespanha  e 
noutros  paizes  accusam  20  °/o  de  excesso  de  producçáo  em  favor  do 
nitrato  de  sódio,  comparativamente  com  o  sulfato  de  ammonio. 

Pelo  que  respeita  ao  milho,  além  das  experiências  já  citadas,  de 
Miintz,  as  nossas  de  Villatoya,  Ornara  Agrícola  de  Valência,  Silla, 
Olleria  e  Oviedo,  accusam  na  producção  um  excedente  de  25  a  84  °/0  em 
favor  do  emprego  do  nitrato  de  sódio,  comparado  com  o  sulfato  ammo- 
niacal  (l). 

Nos  raros  casos  em  que  as  leguminosas,  por  falta  ou  atrophia  das 
nodosidades  fixadoras  do  azote  atmospherico,  ou  por  defeito  de  adaptação 
d<  is  micro-organismos  fixadores,  exijam  adubos  azotados,  utiliza-se  van- 
tajosamente o  azoto  nítrico,  como  demonstraram  Frank,  Berthelot  e 
Naudin,  e  como  comprovam  as  nossas  experiências  na  cultura  do  amen- 
doim, accusando  um  excesso  de  4.300  litros  por  hectare  sobre  a  parcella 
testemunha  (-). 

Com  tubérculos  e  raízes,  as  experiências  da  granja  franceza  de 
Grignon  dão  por  hectare,  nas  terras  nitratadas,  uma  producçáo  de  296 
hectolitros  de  batatas  e  34.000  kilos  de  beterraba  melhorada  de  Vilmorin 
ao  passo  que  com  o  sulfato  de  ammonio  a  colheita  foi,  respectivamente, 
de  25o  hectolitros  e  29 .  000  kilogrammas . 

Os  nossos  ensaios  de  Bocairente,  com  a  batata  Quarantaine  de  la 
Halle,  mostram  que,  empregando-se  o  adubo  mineral  de  360  kilos  de 
sulfato  de  ammonio  por  hectare,  se  colheram  37 . 728  kilos,  e,  substituin- 
do-se  o  sal  ammoniacal  por  480  kilos  de  nitrato  de  sódio,  que  conteem 


(i)  V.  o  opúsculo  «Abono  dei  Maiz»  pelo  dr.  C.  Giner. 

(2)  «Los  abonos  nitrog-enadosen  el  cultivo  de  las  Leguminosas»,  pelo  dr.  C.  Giner. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


uma  quantidade  de  azote  igual  ao  adubo  precedente,  a  colheita  subiu  a 
45 .  970  kilos . 

As  experiências  de  Dyer  c  Schrivell  na  Inglaterra,  as  de  Foussat  e 
Grandeau  em  França,  as  de  Rizoli  na  Itália,  e  as  nossas  em  Hespanha, 
provam  mais  uma  vez  a  vantajosa  c  rápida  acção  fertilizante  do  nitrato  nas 
culturas  horticulas,  taes  como  a  couve,  a  alface,  a  escarola,  a  alcachofra,  o 
cardo,  o  tomate,  o  melão,  o  morango,  o  espargo,  a  beringela  e  outras 
plantas  da  mesma  indole  e  de  prompta  vegetação,  nas  quaes  o  nitrato  de 
sódio,  intelligentemente  empregado,  dá  producções  superiores  em  35  por 
cento  ás  que  se  obteem  com  o  sulfato  ammoniacal. 

E,  por  ultimo,  nas  culturas  arbustivas  e  arbóreas,  que  consideram 
permanentes,  também  o  azote  nítrico  se  avantaja  ao  ammoniacal.  Res- 
pectivamente á  vinha  são  muito  demonstrativas  as  experiências  compen- 
diadas na  obra  do  prestigioso  viticultor  de  Montpellier,  o  sr.  Ed.  Zacha- 
rewicz,  o  qual  preconiza  o  nitrato  de  sódio  como  adubo  azotado  prefe- 
rível pelos  maiores  rendimentos  que  produziu  durante  quatro  annos  de 
ensaios  em  diversos  terrenos.  As  nossas  experiências,  feitas  com  as 
variedades  de  videiras  cult  ivadas  em  Hespanha,  corroboram  os  resul- 
tados cbtidos  porMiintz  e  por  outros  viticultores  franceses,  demonstrando 
que  com  adubo  completo  se  alcança  um  augmento  de  producção  que 
vae  até   14  000  kilogrammas  de  uvas  por  hectare. 

As  arvores  fruetiferas  agradecem  sempre  muito  mais  o  nitrato  de 
sódio  applicado  methodica  e  succe5sivamente  do  que  o  sulfato  de 
ammonio  applicado  uma  só  vez . 

A  laranjeira,  arvore  muito  produetiva  na  península  hispânica,  rende 
mais  com  o  nitrato  do  que  com  o  sulfato  ammoniacal .  Uma  serie  de  expe- 
riências continuadas  durante  cinco  annos  consecutivos  demonstram  a 
nossa  asserção.  Em  duas  parcellas  eguaes,  de  83, 16  ares  cada  uma,  plan- 
tadas ambas  de  laranjal  em  plena  producção,  sendo  a  primeira  par- 
cella  adubada  com  adubo  mineral,  2.000  kilos  de  dejectos  humanos 
(dosando  5o  de  azote  orgânico),  e  10S  kilos  de  sulfato  de  ammonio  (dosan- 
do 22,5o  de  azote  ammoniacal),  e  a  segunda  parcella  com  32o  kilos  de 
nitrato  de  sódio  (dosando  48  de  azote  nítrico),  a  producção  foi  de  [8  [.80 
kilos  de  laranjas  na  primeira  parcella  e  23  .52o  na  segunda. 

Com  macieiras,  pecegueiros,  pereiras,  damasqueiros,  etc .  as  nossas 
experiências  nos  hortos  de  Valência,  Fuente-Podrida  e  Villatoya  põem 
em  evidencia  a  notável  acção  fertilisante  do  nitrato  de  sódio ;  porque, 
applicando  a  cada  arvore  o, 5  a  1  kilogramma  de  nitrato,  juntamente  com 
adubo  mineral,  obteve-se  um  augmento  de  producção  avaliada  em  20  a 
35  kilogrammas  de  frueto. 


A     LAVOURA  469 

Muitas  outras  experiências  poderíamos  citar ;  mas  abstemo-nos  por 
amor  da  brevidade  e  por  nos  parecer  que  as  que  iicam  referidas  bastam 
para  demonstrar  ate  á  evidencia  a  vantagem  do  emprego  agrícola  do 
nitrato  de  sódio,  comparado  com  os  outros  adubos  azotados . 

Terminaremos  por  isso,  apresentando  um  quadro  synoptico  onde 
vem  indicada  a  quantidade,  a  epo;a  e  o  modo  de  applicação  do  nitrato 
de  sódio. 


(i)  «Experiences  sur  les  engrais appliqués  ala  culturede  Ia  vigne».  [900.  Mont- 
pellier. 


SOCIEDADE   NACIONAL   DE  AGRICULTURA 


Nitrato  de 

sódio 

Plantas  cultivadas 

Quantidade  por 

Kilogrammas 

Época  da  distribui -ão 

do   nitrat  j 

Modo  de   emprego 
do  nitrato 

Tii1' ide  regadio 

Primavera 

Por  duas  vezes,  a  lanço 
e  em  partes  eguaes, 



no  i°  de  março  e  no 

1"  de  abril. 

Tricô  de  sequeiro 

Na  primeira  lavra  ou 
sacha. 

Cevada,  centeio  e  aveia  de  se- 

ioo a  150... 

Idem,  idem,  idem. 

queiro. 
Milho  regadio 

300  »  400. . . 

No    principio    do 
verão. 

A  1 a  porção  ao  semear ; 
a  2a  no  desbaste ;   a 

3a  ao  espigar. 

Milho   de  sequeiro  em  climas 
húmidos. 

250 

Idem 

Idem,  idem,  idem. 

Leguminosas  que  accusem  falta 
de  azote  por  enfraquecimento 

50  a  too... 

15  a  30  dias  depois 

Em   duas   vezes  con- 

de nascidas. 

secutivas  e  em  partes 

do   poder  fixador   do  azote 

eguaes  com  uma  sa- 

atmospherico. 

cha  ligeira . 

Batatas  de  regadio 

300  n  400. . . 

Primavera 

Em  duas  vezes,  metade 
ao  semear  e  a  outra 
metade  na  primeira 
sacha . 

Batatas  de  sequeiro 

150  »  250... 

Idem,  idem,  idem. 

Beterraba  saccharina 

Primavera    e   fim 

Por  duas  ou  três  vezes 

do  verão. 

em  linhas,  logo  de- 
pois de  nascida  a 
planta  ena  amontoa. 

Couve,  alface  e  outras  hortaliças 

300  a  400. . . 

Depois  da  trans- 

Por duas  ou  três  vezes, 

utilisadas   pelas  suas  folhas, 

plantação. 

ao  transplantar  e  30 

caules  ou  flores. 

dias  depois 

Pimentão  . . , 

Idem,  idem,  idem . 

Tomateiro 

350 

Idem 

Liem,  idem,  idem. 

Melão 

250  a  35..... 

Uma  parte  ao  semear, 
e  as  outras  duas  20 

a  25  dias  depois. 

Laranjeira 

250  »  500. . . 

í  'rinKi\  era  e  verã< ' 

Três  vezes :  começo  de 
abril,  meado  de  maio 

e  começo  de  julho . 

Vinha 

1  'rimavcra 

Março,  em  linhas. 
Uma  só  vez,  a  lanço, 
debaixo  da  copa  das 

Oliveira 

100  »  150. . . 

Fim  do  inverno  e 

na  primavera. 

arvores,   sem    tocar 

nos  troncos. 

Arvores  de  fructo  em  geral  . . . 

200  )>  300... 

Primavera 

Uma  ou  duas  vezes, 
começando  em  feve- 
reiro, quando  des- 
perta a  seiva. 

A     LAVOURA 


EXPEDIENTE 


Secretaria 

Correspondência 

Expedida  em  outubro  : 

Cartas 135 

Offlcios 15 

Circulares     .     . 351 

Telegrammas 250 

«A  Lavoura» 4.908 

Monographia  sobre  moléstias  de  animais 3.069 

Recebida  em  outubro  : 

Cartas 255 

Requerimentos 191 

Offlcios 21 

Telegrammas 34 

Circulares     5 

Memoranda 12 

—  Em  17  de  outubro  realizou-sc  na  sede  de?ta  sociodale  a  conferencia  do 
Di\  Eduardo  Torres  Cotrim,  sobre  a  «  Febre  do  Texas  »,  á  qual  compareceu  grande 
numero  de  lavradores,  achando-se  presentes  todos  os  membros  da  Directoria.  (Foi 
publicada  no  Jom  ti  do  Commercio  e  vae  ser  distribuída  em  folhetos.) 

—  O  Dr.  Wencesláo  Bello,  presidenta  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura, 
recebeu  do  Sr.  Franco  Vaz,  director  da  Esc  da  Correccional  Quinze  de  Novembro  o 
seguinte  offlcio  em  30  de  outubro  de  1008  ; 

«Exm.  Sr.  Dr.  Wencesláo  Bello,  Presidente  da  Saciedade  Nacional  de 
Agricultura. 

Visitando  hoje.  em  companhia  do  horticultor  desta  escola,  o  Horto  Fructicola 
da  Penha,  sob  a  competente  administração  do  Sr.  engenheiro  Paulino  Cavalcanti' 
tive  occasião  de  verificar  o  cnthusiasmo  o  a  dedicação  com  que  o  mesmo  cuida 
daquelle  fnturoso  instituí;  agrícola,  que  está  falado  a  prestar  muito  bons  ensi- 
namentos áquelles  que  em  nosso  paiz  se  dedicam  á  cultura  do  solo  e  ás  industrias 
correlativas. 

Como  seja  meu  intuito  dessnvolver  também  grandoimnte  as  nossas  plantações 
aqui  na  escola  e  como  esteja  em  meu  espirito  accentuando  a  tendência  para 
cuidar  com  maior  empenho  da  pomicultura,  informei-me  com  aquelle  engenheiro 
relativamente  ás  fructeiras  que  o  Horto  mais  facilmente  poderia  ceder,  por  inter- 
médio dessa  benemérita  sociedade,  ficando,  assim,  bastante  esclarecido,  para  poder 
solicitar-vos  a  concessão,  em  favor  desta  escola,  das  seguintes  espécies  fructiferas  : 
mangueiras,  200;  geuipapeiros,  200;  abieiros,  100;  fructeiras  do  conde,  200;  cam- 
bucazeiros,  100;  oitys,  100;  jaqueiras,  100;  jabotieabeiras,  50. 

Saudações.  » 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Secção  Technica 


Formigas  cuyulbitiiiis  —  No  intuito  do  prestar  aos  nossos  sócios 
esclarecimentos  positivos  e  fidedignos  acercadas  qualidades  attribuidas  a  estas 
formigas,  como  destruidoras  das  saúvas,  quern-quens  e  outros  insectos  nocivos  á 
lavoura,  continua  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  a  franquear  as  columnas  do 
seu  jornal  á  inserção  de  quaesquer  contribuições,  experiências  o  attestados,  que 
lhe  sejam  endereçados  e  se  destinem  a  comprovar  a  utilidade  e  valor  económico 
das  mesmas  formigas. 

Abrimos  hoje  espaço,  e  o  fazemos  com  prazer  as  communicacões  e  attestados 
que  recebemos  do  nosso  consócio  o  collaborador,  membro  do  Conselho  Superior  da 
Sociedade,  Di .  Carvalho  Borges  Júnior,  applaudindo  o  osforço  e  a  tenacidade  com 
que  esse  amigo  da  lavoura  ss  tem  dedicado  á  propaganda  do  género  e  espécie  de 
«Cuyabanas»,  que  cultiva  em  larga  escala  nos  terrenos  de  sua  propriedade  em 
Valença.  Estado  do  Rio  de  Janeiro,  e  das  quaes  se  iem  incessantemente  oceupado 
em  artigos  publicados  n' A  Lavoura  e  no  Jornal  do  Commereio  desta  capital. 

Começamos  pela  communieação  feita  ao  Jornal  do  Commercio  pelo  nosso  con- 
sócio Dr.  Ernesto  Ribeiro  de  Souza  Rezende,  1"  Secretario  da  Assembléa  Legis- 
lativa do  Estado  fluminense  (varias  de  26  de  novembro  de  1906): 

«  Mais  uma  descoberta,  que  reputo  importantíssima,  acabo  de  fazer  relativa- 
mente ás  formigas  cuyabanas,  o  que  será  de  grande  vantagem,  não  só  para  nós 
brazileiros  como  também  para  os  uossos  visinlios  do  Prata. 

Deu-se  da  seguinte  maneira: 

Possuo  na  Fazenda  das  Coroas  uma  lavoura  nova  denominada  «  S.  João»  e  que 
oceupa  uma  área  de  10  alqueires,  mais  ou  menos;  desta  área  nove  alqueires 
possuem  lormiyas  cuyabanas  e  o  restante  não.  Esta  lavoura  foi  invadida  pelos 
gafanhotos.  Tendo-so  de  fazer  a  capina  do  milho  nesto  mez,  verificou-se  que  não 
havia  um  só  ovo  no  terreno  oceupado  pelas  cuyabanas,  o  contrario  justamente  que 
sedava  no  alqueire  restante,  mas  foi  vista  grande  quantidade  de  ovos  e  de  pe- 
quenos gafanhotos.  Deduz-se  d'ahi  que  ã  formiga  cuyabana  presta-nos  mais  esse 
relevantíssimo  serviço,  qual  o  de  extinguir  também  os  gafanhotos. 

Sem  mais  assumpto,  etc.» 

(Esta  carta,  datada  de  24  do  novembro  de  1906,  está  assignada  pelo  Dr.  Ernesto 
Ribeiro  de  Souza  Uezcnde,  proprietário  da  fazenda  das  Coroas  do  Município  de 
Valença). 

1"  attestado: 

■   Exposição  Nacional  de  1908  —  Rio,  23  de  agosto  de  1908. 

lllm.  Exm.  Sr.  Dr.  Carvalho  Horgcs  Júnior  — Pela  presente  declaração  feita 
e  assignada  por  meu  próprio  punho,  afflrmo  que  as  formigas  cuyabanas,  (A  Pre- 
nolops  fulva)  são  do  um  grande  valor  económico  para  as  Dossas  varias  espécies 
de  cultura. 

A  minha  afTirmaçao  firma-se  no  que  se  tem  passado  na  capital  do  Estado  da 
Parahyba  do  Norte,  onde  existem  as  ditas  formigas  prestando  os  melhores  serviços 
na  destruição  das  terríveis  saúvas  (atta  bosonata). 


A    LAVOURA  473 


Os  largos  e  praças  arborisadas,  bera  como  muitos  terrenos  das  chácaras  dos 
arrabaldes  da  Capital,  ostentam  hoje  uma  vegetação  admirável,  graças  aos  serviços 
prestados  pelas  importantes  cuyabánas.  E,  note-se  bem,  esses  benefícios  ainda  são 
incompletos  por  causa  do  pouc  i  tempo  de  existência  das  euyábanas  alli. 

Elias  foram  importadas  por   mim.    ha  uns  dous  ou  três  auncs  apena 
sido  fornecidas    por   três   vezes    pela    Sociedade  Nacional   do   Agricultura    desta 
Capital. 

Notei  que  as  ditas  formigas  são  de  moradas  inconstantes,  fixando-so  ora  em 
ura,  ora  em  outros  pontos  ilos  terrenos. 

Em  falta  do  alimentação  carnivora,  como  seja.  a  realizada  pela  destruição  que 
faz  Das  suas  naturaes  inimigas  —  as  saúvas  — ,  ell as  procuram  o  assucar.  Isso, 
poréra,  não  prejudica  de  fornia  alguma  a  sua  adopção,  porque  só  comerão  o  dito 
assucar  si  for  encontrado  em  vasos  abertos  e  nunca  roendo  ou  furando  saccos  o 
outros  depósitos  do  mesmo  assucar. 

Não  vi  nunca  essas  formigas  atacarem  os  pequenos  animaes,  a  não  serem  as 
larvas  de  insectos  e  parasitas,  que  se  desenvolvem  nas  arvores,  como  nas  da  fa- 
mília das  aurentiaceas  (larangeiras). 

Muito  poderia  dizer  ainda  aqui  a  favor  de  taes  formigas,  mas,  deante  da  minha 
palavra  de  honra  e  do  caracter  oílicial  de  quo  me  acho  revestido  por  parte  do 
governo  da  Parahyba,  termino  dizondo:  felizes  os  lavradores  que  adoptarem  em 
suas  propriedades  a  criação  em  grande  escala    das  legitimas    formigas    cuyabánas. 

Pôde  o  Sr.  Dr.  Carvalho  Borges  Júnior  fazer  desta  minha  declaração  o  uso 
que  lhe  convier. 

Rio,  23  de  agosto  de  1908.— O  presidente  da  Commissão  agrícola  Parahybana  e 
representante  do  r.overno  do  Estado  da  Parahyba  no  2o  Congresso  do  Agricultura 
o  Exposição  Nacional.  Dr.   José  Manoel  Pereira  Pacheco.-» 


Propaganda  Agrícola  —  Sob  esta  rubrica,  tem  a  Secção  Techuica 
da  Sociedade  Nacio  lai  de  Agricultura  dado  a  lume,  pouco  a  pouco,  differentes 
trabalhos  instruetores acerca  de  assumptos  pertinentes  á  lavoura  nacional. 

Assim  é  que,  depois  de  haver  publicado  oito  monographias  com  os  titulos(I) 

Ih  Cultura  do  Lúpulo,  (IH  Cultura  da  Cevada,  (IV)  Cultura 

\lida,  (V)  Cultura  da  Alfafa,    (VI)    Quatro    Importantes  Leguminosas   Forra- 

lo  Solo,  (VII)  Plantas  Productoras  de    Borracha   (VIII)  i 

ao  Districto  Federal,  tevo  de    reeditar    este  ultimo   trabalho   por  se 

haver  exgotado  a  primeira  edição,   estando   agora  fazendo  não  só  a  distribuição 

deste  como  lambem  do  de  numero  IX  da  mesma  serie  com  o  titulo  —  Moléstias  de 

I 

imeira  dessas  duas  ultimas  publicações,  vem  largamente  descripto  tudo 
quanto  esta  Sociedade  pouie  fazer,  por  determinação  do  Sr.  Ministro  da  Viação, 
para  extracção  c  m  ileta  La  praga  do  gafanhotos  no  Districto  Federal. 

Os  meios  de  que. ella  lançou  mão  para  rebater  com  segurança  a  calamidade 
que  ameaçava  á  lavoura  do  mesmo  Districto  e  de  outras  zonas  foram  coroados  do 
mais  completo  êxito. 

Os  interessados  encontrarão  no  folheto  em  questão  tudo  quanto  se  torna 
preciso  saber  para  exterminar  inimigos  dessa  ordem. 

46  7 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Na,  segunda,  a  que  tem  por  titulo  Moléstias  dos  Animo  es,  vêem  condensados 
o  processo  da  inoculação  da  vaccina  .mti-carbunculosa  do  Dr.  J.  B.  de  Lacerda  ; 
a  inoculação  pelo  systema  Pasteur  Chamberland  ;  informações  sobre  as  raol -»tias 
observadas  no  Brazil  em  animaes  domésticos  ;  zoonoses  observadas  no  Brazil  — 
«)  causados  par  parasitis  vegetaes,  6)  por  parasitas  animaes,  c)  de  causa  obscura 
e  um  appcudice  ;  febre  aphtosa  ou  peste  de  bocca  e  pé  (dos  antigos)  do  Dr.  J.  .1 . 
Duarte  Guimarães  ;  e,  finalmente,  estudo  e  observações  sobro  o  quebrabunda,  ou 
paste  de  cadeiras  —  do  Dr.  Adolpho  Lutz. 

Esse  trabalho  traz  differentes  phofcogravuras  que  muito  esclarecem  a  techaioa 
da  inoculação  da  vaccina  auti-carbunculosa. 

Desfarte,  vai  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  cumprindo  ã  risca  o  que  se 
contém  nas  lettras  B  o  C  do  art.  2o  das  Disposições  Regulamentares  que  regem  a 
Secção  Technica,  approvadas  em  sessão  de  directoria  de  i3  de  maio  de  1907. 


NOTICIÁRIO 


Movimento  cooperativo  —  Organi/.ou-se  em  S.  Pedro  do  Pequiry, 
município  de  Mar  de  Hespanha,  uma  cooperativa  agrícola,  cuja  directoria  tiecu 
asssim  constituída :  presidente,  coronel  António  Olyntho  Ribeiro;  secretario,  Dr. 
Luiz  Bonifácio  de  Araújo;  thesoureiro.  coronel  Virgilio  Viauna. 

—Ainda  no  mesmo  Estado  de  Minas  acabam  de  sor  organizadas  três  coopera- 
tivas agrícolas,  das  quaes  uma  na  cidade  de  Leopoldina  e  duas  nos  districtos  de 
Santa  Izabel  e  Providencia,  pertencentes  ao  mesmo  município. 

Impox-taeãu  de  animaes  —  Foram  importados  pela  casa  Hopkins, 
Causer  &  Causeros  seguintes  animaes  destinados  a  diversas  fazendeiros  e  criadores: 
Dom  IHnero,  jumento  nogro,  da  raça  «Large  Black»,  adquirido  na  Inglaterra  para  o 
Sr.  losé  Soares  Pereira  Júnior,  criador  no  município  de  Valença,  Estado  do  Rio. 
Três  lanígeros  da  raça  « Southdown »  e  um  casal  de  suinos  da  raça  «Large 
Black»,  adquiridos  também  na  Inglaterra  para  o  Sr.  Dr.  Christino  Cruz.  «  Dutch 
Belted»,  touro  de  raça  hollandeza,  quo  alcançou  o  primeiro  premio  na  Exposição 
de  Loug  Brancu,  para  o  Sr.  João  Barbosa  da  Silva. 

Finalmente,  33  galliulias  da  raça  «  Partridge  Wyaudotte  »,  destinadas  a  um 
criador  do  Estado  de  Minas. 

Cultura  tia  cevada  —  O  Sr.  Carlos  Becker,  engenheiro  technico  da 
cervejaria  Germânia,  de  Juiz  de  Kóra,  tendo  feito  ha  tempos,  com  resultados  favo- 
ráveis, uma  pequena  plantação  de  cevada  em  terrenos  contíguos  áquelle  estabe- 
lecimento, trata  agora  de  levar  uma  cultura  em  larga  escala  em  terrenos  do 
município  de  Barbacena,  mais  apropriados  para  esse  mister,  graç  is  á  sua  tempe- 
ratura mais  fria. 

Fazenda  modelo  —  Em  Oliveira,  Minas,  trata-se  da  fundação  de  uma 
fazenda  modelo,  tendo  para  esse  fim  o  Sr.  Francisco  Fernandes  de  Andrade  e  silva 
ofterecido  magnifico  terreno  ao  Governo  do  Estado. 


A  LAVOURA  475 

Estação  agronómica  de  Porto  Alegre  —  Esta  estação  que 
relevantes  serviços  tem  prestado  á  agricultura  rio-grandense,  vae  iniciar  era  larga 
escala  a  distribuição  de  arvores  fructi foras,  alem  da  vinha. 

Unsaios  cuidadosos  teem  sido  feitos  nc>ta  estação  com  relação  á  plantas  forra- 
geiras, sendo  feito  a  selecção  das  semont  is  com  o  maior  capricho. 

Oposto  agronómico  de  Guaporé,  que  é  uma  succursal  desta  estação,  possue 
um  pomar  de  5000  metros  quadrados,  contendo  200  arvores  fructiferas  e  um  par- 
reiral com  3000  pés  das  castas  cultivadas  na  capital. 

Para  os  seus  serviços  possue  a  estação  um  pequeno  observatório  meteorológico. 


PARTE  C0MMERCIAL 


Outubro  de  1908 

Café 

Vcnderam-se  2o7.000  saccas  contra  ,'01.000  110  mez  anterior. 

Kntrarara  310  356  saccas  contra  351.265  saccas  no  mez  anterior. 

Os  embarques  foram:   3J4  7Ò7  saccas  contra  2>9.612  no  mez  anterior. 

Existência  em  15  deoutubro:  357.667  saccas;  em31  de  outubro:  2-9.612 saccas. 

Os  extremos  das  cotações  foram  : 

Em  Nova  York,  o  typo  7.  disponível,  foi  cotado  a  6  ;/10  c.  por  libra  e  nos 
dias  1, 2  e  3,  e  o  de  Santos  a  7  l/t  c.  Do  dia  5  era  diante  o  do  Rio  cotou-se  a  6  </4  c. 
e  o  de  Santos  a  7  5/16  c. 

Na  Bolsa  os  seguintes  preços  registraram-se:  5.60  c.  no  dia  1  ;  5.55  c.  em  2  e 
3;  5.50  c.  em  5,  0,  7  e  9  ;  5.45  c.  em  8,  10  e  12  :  5.  10  c.  om  13,  14  e  31;  5.35  c. 
em  15  e  16;  5.30  c.  em  17.  I9e30;  5,25  c.  era  20,51  e  29;  5.20  c.  era  28  ;  5.15 
c.  em  22,  -J3,  21  e  27  e  5.10  c.  ora  26. 

Entradas  no  Rio  de  Janeiro,  detalhadamente  : 

7a  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  u.  0 5$5t0a5$800  3$744  a  3$949 

>      >    7 5$100  »  5|400  3$472  »  3$6?6 

»      >    8 4$800  »  5$100  ?$268  »  :$472 

»      >    9 4$590  »  4$800  3$064  »  3$268 

2"  quhtttina 

Por  arroba  Por  10  kllos 

Typo  n.  6 5$400  a  5$700  3.;'176  a  3$881 

»      »    7 5$0:J0  >  5$300  3$4o4  »  3$608 

»      »    8 4$700  »  5$000  3$200  »  3$404 

»      ,9 4$400  »  4$700  2$996  »  3J2O0 


476  SOCIEDADE  NACIONAL   DE  AGRICULTURA 

As  entradas  do  Rio  detalhadamente  foram: 

1*  quinzena 

Sacca* 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 52.679 

Cabotagem 1 1.179 

Birra  dentro 94.149 

Total 158.007 

2'  quinsena 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 55.112 

Cabotagem 9.985 

Barra  Dentro ST. 252 

Total 152.349 


Géneros  importados 


Qualidade  Quantidade  Preços 

Banha  americana.     .      .  —  a  do  barril 

s670  e  $680 

.i   de    libra 

e  a  ite  lata 

1*020  a   1S040 


Farinha  de  trigo  .     .     .         I4.M00  barricas.     ...  — 

í*  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

>            (sacca) »      » 

Rio  da  Prata: 

Por  2  saccí 

Primeira  qualidade 255500 

Segunda          »        24?000 

Terceira          »        23$000 

Moinho  Inglez: 

Nacional ■ 24$000 

Brazilcira 83J200 

Buda-Nacional '     25$200 

Moinho  Flumiuunse: 

S.  Leopoldo 24$500 

O.  O   ...     • 23.^500 


A    LAV01  RA 


2»  quinzena 

Americana  (barrica) Não  lia 

>  (svcca) »      » 

Rio  da  Prata: 

Por  2  saccas 

Primeira  qualidade i5$500 

Segunda         »        24$500 

Terceira  >        23$500 

Moinho  Inglez: 

Nacional 24$000 

Brazileira 23$200 

Buda-Nacional 25$200 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$500 

O.  O 23$õ00 

ih  quinzena 
Manteiga  —  ,'50  caixas : 

Demagny,  Isiguy  (latos  sortidas) 2$500  a  2$5á0 

Brétel  Frôres  (latas  sortidas) 2$220  »  2$240 

Lepelletier 2$420  >  2$430 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  »  1$900 

Esbousen Não  ha 

L.  Brum 2$õ40  a  2$550 

Buske  Júnior 2$350  »  2$380 

Marclet Não  ha 

Outras  marcas 1$S00  a  2$000 

A   nacional   vendeu-se:    a   de  Minas,  do  4$  a    4$20O  e  a   do  Sul,  de   2$400 
a  2$C00. 

2l  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$500  a  2$540 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$200  »  2$240 

Lepelletier 2$420  »  2$440 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$850  »  1$950 

Ksbousen Não  ha 

L.  Brum 2$550  a  2$560 

Buske  Júnior 2$350  »  2$380 

Marclet •  Não  ha 

Outras  marcas 1$80:}  a  2$000 

A  nacional    vendeu-se:  a  de   Mina?,  de  3:J800  a  3$200  e  a  do  Sul,  de  2$500 
a  2$8  10. 


SiiCIKDADK     WCIONAL     DE      ACRIOULTURA 


Géneros  nacionaes 

Aguardente 

O  mercado   esteve  frouxo   e   em  baixa  durante  a  1    quinzena  melhorando  do 
situação  para  o  fim  do  mez. 

í»  quinzena 
As  cotações  por  pipa  do  450  litros,  base  di' ^0  gráos,  regalaram   as   seguintes: 

Preços 

Paraty  135$000  a  140$000 

Angra >  .  .  .  125$000  >  130$000 

Campos 1I5$000  »  120$000 

Maceió 115$000  »  120$000 

Bahia 115$000  »  120$000 

Pernambuco 115&000  »  120$000 

Aracaju 115$000>  120$000 

Sul 115$000  »  120$000 

■2'  quinsena 

Paraty 140x000  a  150,s000 

Angra 130$000  »  1^5$000 

Campos 120$000  »  125$000 

Maceió 120$000  »  12")$000 

Bailia 120$000  »  125Ç000 

Pernambuco 120$000  »  125$000 

Aracaju Iã0$000  »  125JJOO0 

Sul 120*000  »   IS5$000 

Álcool 

As  offertas  baixas  feitas  por  Pernambuco  fizeram  com  que   abaixa  mais  so 
accentuasse  sendo  todo  de  incerteza  a  posição  do  mercado.  Apresentou  o  mercado 

mais  firmeza  depois  do  dia  15,  havendo  esperanças  de  melhoras. 

/a  quinzena 

40  gráos 230$000  a  240*000 

38   » 210$000  >  2ã0$000 

36   > 200$000  >  210$000 

3*  quinzena 

40  gráos 235$000  a  240$000 

38   » 215$000  »  2201000 

36   »  2,0$000  »  210$000 


AJgOClíiO    em    r;un:i 

Foram  improfícuos  todos  os  esforços  para  baixar  os  pregos  que  estão  firmes  por 
terom  attingido  a  paridade  do  de  Liverpool  ;  apezar  di-^so  os  interessados  na  baixa 
venderam  aqui  lotes  por  preços  iuferioros  aos  dos  mercado*  europeus. 

Primeira  quinzena 

Existência  no  dia  30  de   setembro 1 4 .  4<  »t ; 

Entradas  : 

Pernambuco 2.590 

Parahyba 1.646 

Natal 1.35H 

Ceará 733   6.319 

20.725 
Sabidas  dos  trapiches 8.650 

Existência  no  dia  15  de  outubro 12.075 

Preços : 

Pernambuco !>$000  a    9$300 

Parahyba 8$500  »    95000 

Ceará 9$000  »    9$200 

Mossoró 8$800  »    9$200 

Penedo    ' Nominal 

Sergipe Nominal 

Maranhão Nominal 

Seijunda   quinzena 

Existência  no  dia  15 12.075 

Entradas  : 

Parahyba 2.286 

Pernambuco 1.871 

Natal 1.161 

Assú !-061 

Ceará :,(|" 

Ki o  descarga: 

Pernambuco 1.550 

Parahyba 711 

Cear., 400      9.570 

21.645 

Sabidas  dos   trapiches 9.169 

Existência  no  dia  31 12.476 


SOCIKDADK     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Preços  : 

Pernambuco 8$300  a  9$000 

Parahyba 8$300  »  8$800 

Rio  Grande  do  Norte 8$300  >  9$000 

Ceará Nominal 

Penedo Nominal 

Maranhão Nominal 

Sergipe Nominal 


Assucar 

Durante  a  Ia  quinzena  os  supprimentos  recebidos  foram  inferiores  ás  sahidas 
tendo  havido  melhora  nos  preços  para  algumas  qulidades.  Nos  últimos  dias  da  2* 
quinzena  os  compradores  retiahiram-se  nas  compras  e  continuando  fortes  entradas, 
principalmente  de  Campos,  os  vendedores  fizeram  differença  nos  preços  ficando  o 
mercado  em  completa  paralisação. 


Primeira  quh 

Os  preços  regulam  como  se  segue  : 

Pernambuco  : 

Branco   usina Não  ha 

Dito  crystal Nominal 

Dito  3'  sorte $500  a  s520 

Crystal  amarello $380  »  $390 

Mascavinho $300  »  $420 

Somenos Nominal 

Mascavo  bom $320  a  $330 

Dito  regular —        $310 

Dito  baixo $290  a  $300 

Sergipe  : 

Branco  crystal $480  a  $500 

Crystal  amarello Não  ha 

Mascavinho $390  a  $420 

Mascavo  bom —       $330 

Dito  regular —        $320 

Dito  baixo -        $300 

Campos  : 

Branco  crystal    $50 J  a  $530 

Dito  2o  jacto $460  »  $490 

Crystal  amarello $400  »  Sito 

Mascavinho $390  »  $410 

Bahia  : 

Branco  crystal Nomiu  il 

Dito  2o  jacto —          — 

Mascavinho —         — 


A    LAVOURA 


Outras  procedências: 

Mascavinlio $360  a  $400 

Dito  bom $320  »  $330 

Segunda  quinzena 
Os  preços  regulavam  como  se  seguo  : 
Pernambuco  : 

Branco  usina Não  ha 

Dito  crystal $480  a  $490 

Dito  3a  sorte Não  lia 

Crystal  amarello $330  a  $370 

Mascavinho $380  »  $400 

Somenos $390  »  $400 

Mascavo  bom —        $320 

Dito  regular —       $300 

Dito  baixo $200  »  $280 


Sergipe  : 


Branco  crystal     $470  a  $495 

Crystal  amarello Não  ha 

Mascavinho $360  a  $420 

Mascavo  bom $310  »  $320 

Dito  regular —       $300 

Dito  baixo $260  »  $280 


Campos  : 

Branco  crystal —    a  $500 

Dito  2»  jacto $440  »  $460 

Crystal  amarello $420  »  $430 

Mascavinho $360  »  $400 

Oereaes 

1*  quinzena 
Regularam  os  preços  : 

Arroz  nacional 22$000  a  24$000 

Dito,  inferior 16$000  »  20$000 

Dito,  agulha,  Ia  qualidade 38$500  »  39$000 

Dito,  8»  qualidade 36$000  »  36$500 

Dito,  3a  qualidade 28$000  »  3O$0OO 

Feijão  preto  de  Porto  Alegro,  novo     .     .     .  Nominal 

Dito  idem  da  terra 9$000  a  I0$0Ú0 

Dito  idem  de  Santa  Catharina,  superior  .     .  9$000  »  10|000 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito  mulatinho Nominal 

46  3 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Dito  manteiga 22$000  a  24$000 

Dito  enxofre,  nacional 14$000  >  16$00O 

Dito  de  cores,  nacional 8$000  »  lO.yOOO 

Farinha  de  mandioca,  especial S$200  »  10$200 

Idem,  fina 8$600  »    9$000 

Idem,  peneirada 8$000  >    8$400 

Idem,  grossa 6$000  »    6$400 

Idem,  do  Norte  (grossa) —            — 

Idem,  de  Laguna  (grossa) 6&000  a    6$400 

Milho  amarello  do  Norto Não  lia 

Idem  idem  da  terra 9$200  a    9$500 

Idom  idem    misturado 8(800  »    9$000 

Cangica 15$000  >  17$000 

Favas 7$000  »    8$000 

Kilogi-amma 

Alpiste $360  a      $400 

Fubá  de  milho $160  >      $220 

Matte  em  folha $400  >      $500 

Tapioca $300  >      $360 

Polvilho $180  »      $200 

Carne  de  porco $640  >      $700 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) 1$000  »     1$200 

2*  quinzena 

Arroz  nacional 22$000  >  24$000 

Dito  inferior 16$000  >  20$000 

Dito  agulha,  Ia  qualidade 38$00.)  »  :!9$000 

Dito,  2a  qualidade 35$000  >  38$000 

Dito,  3a  qualidade 28$000  »  29$000 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre 10$000  »  U$000 

Dito  idem,  da  terra 10$000  »  11  $000 

Dito  de  Santa  Catharina,  superior  ....  9$000  »  10$000 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito  mulatinho 8$500  a  U$000 

Dito  manteiga 24$000  »  26.S000 

Dito  enxofre,  nacional 13$000  »  15$000 

Dito  de  cores,  nacional 10$000  »  14$000 

Favinha  de  mandioca  especial 9$ -00  »  10$500 

Idem  fina 8$600  »    9$200 

Idem  peneirada «$000  >    8$400 

Idem  grossa 6$000  »    C$400 

Idem  do  Norte  (grossa) 

Idem  de  Laguna    (grossa) 6$000  »    6$400 

Milho  amarello  do  Norte —         8$500 

Idem  da  terra 8$500  »    8$600 

idem  idem  misturado 8$000  »    8$20i 

Cangica I5$000  »  16$0OO 

Favas Nominal 


A     LAVOURA 


$380  a 

$400 

$160  > 

$800 

$400  » 

$500 

$300  » 

$360 

$180  » 

$300 

$  '.00  » 

$700 

1$000  » 

i$aoo 

Alpiste 

Fubá  da  milho 

Mato  em  folha 

Tapioca •     . 

Polvilho 

Carne  de  porco  

Liniíiias  do  Rio  (irande  (uma)     .... 

Fumo  em  rolo 

Os  negócios  neste   mez   continuaram  a  carecer  de  interesse,  tenJo-se  operado 
baixa  quasi  geral,  fechando  calmo  o  mercado. 

As  cotações  foram : 

Preços 

Do  Minas,  especial 1$200 

Dito  superior 1$100 

Dito  2» 1$200 

Dito  ordinário $800 

Goyano,  superior 2$200 

Baixo Nom. 

Rio  Novo,  superior 1$800 

Dito  2a $800 

Dito  baixo $800 

Pomba,  superior 1$200 

Dito  2» 1$000 

Dito  biixo $900 

Carangola 1$100 

Picú,  especial 2$200 

Dito  1» 1$600 

Dito  2» $800 

Bahia l$100 

Pernambuco Não  ha 


Entraram  6.020.730  kilos  por  cabotagem    do  nacional,  que  se  cotou  de  2$ 
2$200  por  40  litros. 


Mercado  monetário 

Existência  de.  ouro  na  Caixa  de  Conversão  : 

EM    15  DR  OUTUBRO 

Libras  esterlinas õ. 265. 464 

Francos  10.365.000 

Marcos 130 


íSí  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Dollars 129.090 

Liras 1G0 

Pesos  argentinos 2.510 

Pesetas  hespanholas 100 

Ouro   nacional 162:100$000 

EM   31    DE  OUTUBR  I 

Libras    esterlinas 5.239.   3'í 

Francos 30.365.110 

Marcos 320 

Dollars 129.030 

Liras 40 

Pesos  argentinos 2.615 

Pesetas  hespanholas  .     .     , 100 

Ouro  nacional 159:393$000 

A  importância  das  notas  conversíveis  em  circulação  era  9i.l38:870$000. 
O  preço  dos  soberanos,  fora  da  Bolsa,  foi  de  16$050. 

CAMBIO 
As  taxas    offlciaes  continuaram-so    a  manter    inalteradas,  a    15  1/8  d.  sobre 
Londres  nos  bancos  estrangeiros  e  15  3/16  d.  no  Banco  do    Brasil.    As   transacções 
bancarias  flzeram-se  a  esses  extremos  e  as  do  outro  papel  de  15  11/04  a  15  7/32  d. 
não  ,-e  registrando  movimento  digno  de  nota. 
Os  extremos  das  cotações  offlciaes  foram  : 

Londres,  90   d/v 15  1/8  e  15  3/16  d. 

Paris,  90  d/v $629  a        $632 

Hamburgo,  90  d/ v $776  »        $779 

Portugal,   3  d/v 310  »    320  % 

Itália,    3   d/v $638  »        $639 

Nova  York,  a  vista 3$288  »      3$295 

Vales,  ouro —  1$793 

O  valor  offlcial  de  mil  réis  foi  de  560  a  563  réis,  ouro,  e  o  da  libra  de  15$b03  a 
15$868. 

Ágio  de  ouro  77,77  a  78,  51  %  . 

BIBLIOGRAPHIA 


Recebemos  mais  a.;  eniintes  publicações  periódicas,  com  as  quaes  permu- 
taremos: 

The  New  Zealcnd  Varmer,  de  Âuekland  (Nova  Zelândia).  —  Vol.  XXIX, 
no.  9. 

The  Agricultural  Experimenl  Stalion  of  ths  Colorado  Ayricullural  College,  — 
Boletim  no.  126. 


A     LAVOURA 


The  Bulletin  of  the  Norlh  Carolina  ~Departme.nl  of  Agriculture.  —  Vol.  29. 
nos.  0  e  7. 

América,  revista  mensal  illustrada,  que  se  publica  em  Bullalo  (Estados  Unidos)- 

—  Tomo  1.  no.  2. 

Contribi  tions  from  lhe  United  States  National  Herbarium.  —  Vol.    XII,  parte  I. 

—  Catalogue  of  the  Botânica  1  Library  uf  John  Donnell  Smith  present,ed  in  1905 
to  the  Smithsonian  Institution.  Parr,.  11  —  The  lecythidaceM  of  Costa  Rica,  por 
11.  Pittier  de  Fábrega»  Tonduzia,  a  new  genus  of  apocynaoeae  from  Central  Ame- 
rica por  H.  Pittier  de  Fábrega.  A  collection  ofplants  from  the  viciuity  of  La 
Guayra,  Venezuela  por  J.  R.  Johnston.  Part.  Ill  —  Studies  of  Tropical  American 
Ferns  por  William  R.  Maxon. 

.1    nales  d    la  Sociètè  A  .ademiqu        ■  Nantes.  —  Vol.  8o,  da  <Sa  serie  (19)7). 

Revista  de  Agricultura  y  Cria,  de  Maracaibo  (Venezuela).  —  1908,  no.  47. 

Boletim  de  la  Socied  id  Nado  tal  de  Igrl  Mura,  de  S.  .íosó  da  Costa  Rica.  — 
Anno  II,  ns.  12  e  13. 

Revista  de  la  Union  Industrial  Uruguaya.  —  Anno  VIII,  ns.  136  a  138;  anno  IX, 
ns.  1-9  a  156. 

O  Lavrador,  órgão  das  escolas  moveis  agrícolas  «Maria  Christina»,  do  Porto.  — 
1908,  n.  62. 

Revista  do  Museu  Paul, Ma.  —  Vo!.   VII. 

Temos  ainda  a  registrar  o  recebimento  dos  seguintes  trabalhos  cuja  remessa 
agradecemos: 

Conferencia  realizada  no  dia  24  de  agosto  de  1908,  no  Palácio  Monroe.pelo 
Dr.  .1.  Baptista  de  Lacerda  sobre  «as  importantes  vantagens  colhidas  com  a  appli- 
cação  da  vaccina  anti-carbunculosa  no  Estado  de  Minas  e  em  outros  Estados  da  Re 
publica»,  por  occasião  do  Segundo  Congresso  Nacional  de  Agricultura, 

Vo  Brasil  á  índia,  por  Theophilo  Godoy. 

Projecto  de  lei  sobre  lar  tçõ.o  d  \  serviços  e  parceria*  a, /ricota  e  pecuária,  adoptado 
pela  Commissão  de  Agricultura  da  Camará  do  Município  de  S.  João  da  Boa  Vista  e 
acceito  pela  12"  commissão  do  Segundo  Congresso  Nacional  de  Agricultara. 

OMunic'pio  de  S.  Benta.  —  Publicação  do  «Novidades»,  de  Itajihy.  1908. 

Estatística  do  Commercio  do  Porto  de  Santos  com  os  pa.izec.  estrangeiros.  —  Ja- 
neiro a  março  de  1903,  5a  serie.  n.  1. 

.1  faltara  do  Café  no  Brasil,  Cultura  e  Idubação  do  Ugodão  no  Brazil,  Cartilha 
Pratica  sobra  o  uso  e  applicação  do  salitre  do  Chile,  por  F.  Rojas  Huneeus.  —  Estes 
folhetos  foram -no3  remettidos  pela  delegação  brasileira  da  Associação  do  Propa- 
ganda Salitreira  do  Chile. 

Companhia  Indu  ttrial  l  .    -  Temos  sobre  a  mesa  um  exemplar  da 

brochura  organizada  para  a  Exposição  Nacional  de  1908.  E'  um  trabalho  bom  im- 
presso, ornado  de  excellentes  gravuras,  com  nm  desenvolvido  estudo  descriptivo  da 
Fabrica  de  Tecidos  C  amaragibe  e  da  Usina  de  Goyanna. 

Bolsa  de  Cereales,  de  Buenos  Aires.—  Catalogo  do  Museu. 

La  Lecheria  como  negocio.  —  Publicação  da  Sharpless  Separator  Company, 
West  Chester,  Pensylvania,  Estados  Unidos  da  America  do  Norte. 

Unfermented  Apple  Juice,  por  H.  C.  Gore.  —  Publicação  do  Departamento  de 
Agricultura  dos  Estados  Unidos  da  America  do  Norte.    Washington,  1908. 

Relatório  da  Secretaria  de  Estado  dos  Negócios  das  Obras  Publicas,  apresentado 


486  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

ao  presiden  te  do  Estado  do  Rio  Grande  do  Sul,  pelo  secretario  Cândido  .lose  do 
Godoy,  em  28  de  agosto  de  I90S. 

Relatório  da  Associaçã o  dos  Empregados  no  Commercio  do  Rio  de  Janeiro,  rela- 
tivo ao  biennio  de  1905-1906. 

Relatório  da  Associação  Commercial  de  Campos,  apresentado  á  assombléa  geral 
de  26  do.jullio  le  1908,  relativo  ao  exercício  de  1907-1908. 


CATALOUOS 

Pepinières  Transon  Fréres  &  D.  Dauvesse  Réunies.  —  Barbier  <k  Ci9.  Orleans, 
16  —  RoutedOlivet.    Preços  correntes  para  o  anno  1908-1909. 

Slms  &  Groot,  Enkhuizon  (Paizes  Baixos).  —  Catalogo  de  sementes,  numero  de 
12  de  outubro  de  1908. 

Semine  e  Piantagioni  Antumnali,  Frumenli,  Avene,  horaggi.  Estabelecimento 
Agrario-Botanico  —  Fratelli  íngegholi,  Milão,  Corso  Kuenos-Aires,  54. 

Real  Companhia  Horticolo- Agrícola  Portuense.  —  Catalogo  especial  e  descri ptivo 
de  sementes  e  outros  artigos.  N.  43.  Endereço:  Porto,  Quinta  das  Virtudes,  n.  5, 
rua  dos  Fogueteiros. 


4(3  —  08  —  Rio  <le  Janeiro  —  Imprensa  Nacional  —  1900 


ESTATUTOS 


CAPITULO  ri 

dos  sócios  ,     ' 

Art.  8.°  A  sociedade  admilte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  effectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i.°  Serão. sócios  effectivos  todas  as  pessoas  residenteò  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de   15$  e  a  annuidade  de  20$ooo. 

3  2.0  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  exlrángeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  á  lavoura. 

§  4.0  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  official  e  as  associações  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annuidade  de  5o$ooo. 

§  5.0  ( )s  sócios  effectivos  e  os  associadtfs  poderão  se  remir  nas  condições  que  forem 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  fixada  para  esse  fim 
ser  inferior  a  dez  (io)  annuidades. 

Art.  q."  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  Os  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria?  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente ;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

§  1."  Os  associados,  por  seu  caracter  de  conectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.0  O  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios ;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

§  3."  Os  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


REQTJLAMEWTO 


CAPITULO  VI 

DOS    SÓCIOS 

Art.  18.  A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associado 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  19.  A  jóia  deverá  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  apôs  a  sua 
accei  tacão. 

Art.. 20.  As  annuidades  poderão  ser  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  20 >$  e  51x1$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  deverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pago  a  respectiva  jóia. 

§  1 .°  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2.0  Para  esse  effeito  o  sócio  devera  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nps  termos  do  paragrapho  anterior. 

§  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  geral. 


.   , 


í  % 


EXPOSIÇÃO  DE  FLORES 


unbambaia  exposta  pelo  Sr.  J.  Pereira  da  Silva 


V 


Anno  XII  — N.  11 


Ri"  be  Janeiro 


NciVK.UBKO    DK    1908 


HãvõurS 


ÇQUETíAj 

DA 


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de  A^pieuískupa 


EXPOSIÇÃO    DE  FRUCTAS 


Capital  Federal 


Aspecto  de  um  canto  do  salão 
ss  VIRIBUS  UNITIS  í€ 


BRAZIL 


i  MM) 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Caixa- postal,    1245  Sede:    Ruas  da  ilfandeça 

Endereço  Telegraphioo,   AGRICULTURA  e  General  Camará  n. 

Telephone  n.    1416  mo  n«  janribo 

l>Ilt  BOTORIA 

Presidente  —    Dr.    Wencesláo   Alves   Leite  de  Oliveira   Bello. 

i°  Vice-presidente        Vago. 

2"  Vice-presidente        l)n.  Sylvio  Feureiua  Rangel. 

3°  Vice-presidente        Dr,  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Oeral  -    Dr.  Heitor  de  Sá. 

i"  Secretario  —  Dr.  Francisco  Trio  de  Souza  Reis. 
■■  Secretario  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
V  Secretario        Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 

I    Secretario  -  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro        Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferr az  J 
■"    I  hesonreiro        (  Iari.os  Raulino. 

Dlrnotoroí  <liis   w jõ«s 

Fazenda  de  Santa  Mónica Dr.  Sylvio  Rangel. 

Applicaçfies  do  Álcool  e  Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  S;i.' 

Plantas  e  sementes  e  Horto  da  Penha  .    .  Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística \lberto  Jacobina  e  Carlos  Raulino. 

Secretaria      Dr.   Souza  Heis. 

Thcsournria Dr.  Pedreira    [nnior 


Serão  considerados  collaboradores  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se    .lestas    columnas    para    a    propaganda    'la    agricultura,  o  que  a  redacção  muito 

agradece.    A  lista  dos  collaboradores   será    publicada   annualmente  com  o  res los 

trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  originaes   não  serão   restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d' A  LA 
V(  »URA  na  sede  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

A   LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

F.'    listribuida  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

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VEZES  MEIA    PAGINA         UMA    PA(iINA 

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Oi  i$(  ioo  I  71  $000 


ião    pagos   adeantadamente. 
Tiragem    5.000   exemplares 


SUMMARIO 


Exposição  de  Frnctas 487 

\  Agricultura  na  I  Aposição  Nacional.    . 503 

A  pecuária  na  Imposição  Nacional ....  coo 

Da  <  rincão  no  Lirazil 511 

O  trig-o    .          5,6 

!<....           520 

Noticiário ':■>  = 


,ph, 


Anno  XII  —  N.  n  Rio  de 


Novembro  de  iç 


EDITORIAL 


L1BRARY 
NEW  YORK 
BOTANICAL 

QARDEN. 


Exposição  de  fructas,  verduras  e  pássaros 

Era  sua  exposição  a  Sociedade  apresenta  uma  colleccão  de  fructas 
dopaiz  eaclimadas.  Não  foi  completa,  mas  não  foi  também  pequena. 
Eram  porem  fructos  conservados  em  frascos.  Como  colleccão  de  muzeu 
el la  satisfizera  bem  o  seu  intuito,  pois  que  a  persistência  dos  caracte- 
res externos  dos  espécimens  permittia  dar  uma  ideia  da  fructicultura 
dopaiz. 

Por  mais  perfeita,  porém,  que  fosse  a  conservação  das  fructas, 
sentia-se  bem  que  alguma  cousa  lhes  faltava  que  diminuía  a  sua  bel- 
leza  e  os  seus  encantos. . .  era  a  liberdade,  era  a  vida,  era  a  fragrância, 
era  todo  esse  conjuncto  de  predicados,  que  se  não  descreve  e  que  as' 
fazem  appetecidas,  seduzindn-nos  lodosos  sentidos. ..  eaté  induzindo 
ao  furto  travesso,  talvez  innocente. 

Não  bastava  a  exhibição  que  fizéramos,  nem  a  grande  colleccão 
de  plantas  fructiferas  de  nosso  jardim  de  plantas  industriaes.  Havia 
sempre  urna  lacuna  e  só  uma  exposição  de  fructas  poderia  preenchel-a, 
mas  de  fructas  livres,  vivas,  comestíveis... 

Estávamos  nos  últimos  dias  de  outubro  ;  a  Exposição  Nacional  de- 
via se  fechar  impreterivelmente  a  15  de  novembro.  Acabávamos  de 
fazer  a  exposição  de  flores.  Antes  não  havia  sido  possível  reali7al-a 
taes  e  tantos  haviam  sido  os  trabalhose  fadigas  acarretados  pelos  mos- 
truários que  enchiam  o  pavilhão.  Escasseava  pois  o  tempo  sem  se 
poder  appellar  para  maior  prazo.  A  época  era  má,  era  a  peiordo  anno 
para  exposição  de  fructos.  Mas  era  preciso  preencher  a  lacuna  da  Ex- 
posição.. .  e  portanto  não  havia  a  discutir  :  era  preciso  que  a  Sociedade 
fizesse  essa  exposição,  a  despeito  de  tudo. 

A  Sociedade  resolveu  fazel-aeem  15  dias  preparou  e  inaugurou  a 
exposição  de  fructas  em  seu  pavilhão  no  dia  12  de  novembro. 

A  Sociedade  também  havia  mantido  uma  exhibição  de  prodUctos 
da  pequena  lavoura,  .pie  se  renovavam  a  breves  íntervallos.  o  espaço 
porém,  era  acanhado,  não  havia  portanto  uma  verdadeira  exposição  de 
verduras.  Era  outra  lacuna  que  precisava  ser  preenchida  e  por  'isso  a 
Sociedade  resolveu  associal-a  á  sua  exposição  de  fructas.  Seria  mesmo 
um  meio  das  duas  exposições  encobrirem  as  sua,  deficiências    poisque 


cr 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


a  época  era  também  a  peior  possível  para  a  exhibiçãode  productos  hor- 
tícolas. 

Outra  deficiência  da  Exposição  era  a  de  pássaros  nacionaes. 

A  Sociedade  apresantava  alguns  em  sua  collecção  de  Zoologia  Agrí- 
cola; mas  eram  mortos  e  conservados.  Alguns  outros  se  viam  ainda 
por  essa  forma  em  vários  mostruários.  O  Districto  Federal,  é  certo, 
exhibira  um  viveiro,  grande  e  elegante  com  algumas  espécies  de  suas 
matas.  Mas  era  só  ;  era  tudo.  Aornithologia  brasileira  não  fora  represen- 
tada. Não  se  viam  os  bellos  cantores,  tão  decantados,  de  norte  ao  sul 
dopaiz .  Em  meio  dessa  exhibiçãq  geral  dos  productos  do  paiz,  dir-se-ia 
que  esses  pássaros,  esses  deliciosos  cantores  das  matas,  os  sabiás,  as 
graúnas,  as  patativas. . .  eram  phantasias  dos  poetas  e  viajantes... 
ouso  estes  os  sabiam  apreciar,  sem  que  se  tivesse  ainda  educado  na 
população  o  gosto  por  esses  esplendores  da  natureza,  sem  que  houvesse 
ainda  amadores  que  os  cultivassem  e  col leccionassem. 

Resolveu  por  isso  a  Sociedade  reunir  ainda  os  pássaros  nacionaes 
á  ultima  de  suas  exposições,  no  grande  certamen  da  Praia  Vermelha. 

Eis  a  génese  da  exposição  de  fructas,  verduras  e  pássaros  na- 
cionaes, que  se  realizou  de  12  até  15  de  novembro,  encerrando-se  com 
a  própria  Exposição  Nacional. 

O  que  foi  ella  ? 

Concorreram  23  expositores  de  fructas,  37  de  verduras  e  13  de 
pássaros. 

A  installação  dos  mostruários  foi  feita  pela  Sociedade  no  andar 
térreo  de  seu  pavilhão,  onde  occupava  o  salão  central  e  suas  dependên- 
cias. Extrema  simplicidade  presidira  á  sua  organização,  para  maior 
realce  do  que  era  exposto.  Mas  um  carramanehão  collocado  ao  cen- 
tro do  salão,  dominando  alguns  mostruários  e  de  onde  pendiam  gaio- 
las de  pássaros  em  grande  numero;  duas  grandes cornucopias de  vime 
de  onde  emergiam  numerosos  e  variados  productos  hortícolas,  e  as 
flores  e  folhagens  que  entrelaçavam  os  mostradores,  combinando  seus 
tons,  formas  e  aromas  formavam  com  a  profusão  de  productos  um 
conjuncto  do  mais  agradável  effeito,  a  que  os  pássaros  variegados, 
saltitantes  e  sonoros  em  seus  cantares,  davam  uma  nota  alegre  de  vida. 

Muitos  milhares  de  pessoas  em  constante  romaria,  durante  quatro 
dias  e  noites  encheram  o  recinto,  e  taes  foram  as  manifestações,  tão 
expressivas  eram  as  physionomias  dos  visitantes,  que  não  duvidamos 
afflrmar  que  a  exposição  satisfez  plenamente  á  curiosidade  geral,  dan- 
do boa  ideia  do  queo  paiz  produz  nessas  especialidades,  a  despeito  das 
grandes  difflculdades  que  fora  mister  vencer. 


A    LAVOURA  489 

Temos  prazer  em  transcrever  aqui  as  palavras  de  Olavo  Bilac,  pu- 
blicadas no  «Jornal  da  Exposição»  na  véspera  da  abertura  da  exposição 
de  pássaros,  legumes  e  fructas,  agradecendo  as  delicadas  referencias  ás 
iniciativas  desta  Sociedade: 

«Convém  insistir  sobre  a  importância  da  exposição  de  pássaros, 
legumes  e  fructas,  que  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  realiza 
amanhã  no  interior  do  seu  lindo  pavilhão. 

E'  a  segunda  iniciativa  louvável  da  sociedade,  este  anno,  para  en- 
corajar e  estimular  os  pequenos  agricultores  do  Districto  Federal. 

A  primeira,  —  a  exposição  de  flores,  —  foi  uma  das  notas  mais 
seduetoras  da  Exposição  Nacional;  dentro  da  linda  sala  do  pavilhão, 
em  que  havia  um  perfume  entontecedor,  apinhou-se  durante  três  dias 
e  três  noites  a  multidão,  deliciando-se  com  o  mais  formoso  espectáculo 
que  pode  ser  dado  a  olhos  humanos:  uma  completa  anthologia  viva, 
—  não  no  sentido  figurado,  mas  no  sentido  preciso  do  vocábulo,  — 
umacollecção  animada,  palpitante,  maravilhosa  das  mais  bellas  flores 
que  produz  a  nossa  terra. 

A  segunda  iniciativa  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  não  é 
menos  louvável,  nem  menos  poética . 

Também  os  legumes  e  as  fructas  têm  a  sua  poesia.  Os  antigos, 
que  adoravam  Flora,  também  adoravam  Vertumno  e  Pomona,  casal 
benéfico  de  deuses,  — ambos  protectores  dos  pomares  e  das  hortas. 
Vertumno  tinha  o  seu  templo  em  Roma,  perto  do  Grande  Mercado  da 
Urbs  ;  e  Pomona,  que  favorecia  com  o  seu  amor  e  com  o  seu  amparo 
todas  as  arvores  fruetiferas,  era  de  todas  as  nymphas  a  mais  venerada 
pelos  romanos. 

Annexando  á  sua  exposição  de  legumes  e  fructas  uma  exposição  de 
pássaros,  a  Sociedade  de  Agricultura  lhe  acerescenta  um  mérito  novo. 
Fica  assim  prestada  uma  homenagem  completa  a  todos  os  elementos 
que  dão  alegria  e  seducção  á  vida  rural  :  ás  flores,  que  deliciam  os 
olhos,  aos  produetos  alimentares  da  terra,  que  são  uma  riqueza  ao  al- 
cance de  todas  as  mãos,  e  aos  pássaros,  que  devem  ser  protegidos  da 
fúria  cruelmente  devastadora  dos  caçadores,  porque,  se  alguns  delles 
podem  causar  damnos  ás  lavouras,  muitos  lhes  prestam,  ao  contrarie, 
extraordinários  serviços,  exterminando  os  insectos  nocivos. 

Mas  não  se  trata  apenas  de  uma  homenagem  poética,  prestada  a 
flores,  fructas  e  pássaros.  Trata-se  de  uma  animação  efficaz,  dada  aos 
pequenos  lavradores  da  cidade,  e  do  desenvolvimento  de  uma  providente 
fonte  de  trabalho  e  de  fortuna  para  muita  gente.  E'  por  isso  que  a  Socie- 
dade Nacional  de  Agricultura  merece  francos  e  enthusiasticos  louvores. 


SOCIEDADE    N  \.C10NAL     DE    AGRICULTURA 


Se  ha  no  Rio  de  Janeiro  tanta  gente  pobre  e  sem  occupação, 
que  outra  arena  de  actividade  se  abre  hoje  para  toda  essa  gente  ? 
nenhuma...  Entretanto,  no  dia  em  que  a  pequena  lavoura  tiver  nos 
subúrbios  do  Rio  o  incremento  que  deve  ter  —só  não  terão  trabalho 
produclivo  os  amigos  da  ociosidade  e  da  malandragem;  porque  estes 
férteis  campos,  que  cingem  com  o  seu  immenso  estemma  verde  a  ca- 
pital da  Republica,  podem  dar  uma  verdadeira  riqueza,  solida  e  magni- 
fica, a  mais  de  um  milhão  de  lavradores. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  nem  parece  uma  sociedade 
brasileira  :  prefere  os  factos  aos  discursos  e  a  acção  fecunda  aos  re- 
latórios estéreis.  . .» 

Só  a  Sociedade  se  prompti ficara  a  dar  prémios  aos  expositores. 

Para  esse  fim,  a  exposição  foi  dividida  em  três  secções,  que  esta- 
vam,  aliás,  naturalmente  indicadas,  pois  que,  de  facto,  se  realizavam 
ahi  três  exposições  : 

A  de  fruetas 

A  de  verduras 

A  de  pássaros  nacionaes. 

Para  cada  secção  a  Sociedade  instiluio  as  seguintes  cathegorias  com 
numero  illimitado  de  prémios:  grande  premio  —  medalha  de  ouro 
—  medalha  de  prata  —  medalha  de  bronze. 

A  commissâo  julgadora  foi  composta  dos  Srs. : 

Dr.  Wencesláo  Bel  lo  —  presidente. 

D.  Júlia  Lopes  de  Almeida. 

Olavo  Bilac. 

Dr.  Benedicto  Raymundoda  Silva. 

Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 

No  dia  lí,  feito  o  julgamento,  foi  apurado  o  seguinte  resultado  : 

SECÇÃO   DE   PÁSSAROS   NACIOXAES 

Grande  premio  :  ao  Sr.  Henrique  Suckow  Joppert  (Districto  fe- 
deral) . 

Medalha  de  ouro:  aos  Srs.  Pereira  de  Brito  (Districto  Federal); 
Dr.  Jay me  Abreu  (Districto  Federal) ;  Dr.  J.  Carvalho  Borges  Júnior 
(Valença),  Estado  do  Rio. 

Mcdoiha  de  prata  :  aos  Srs.  Martinelli  Felice  (Barbaeena)  ;  Leo- 
vigildo  Pires  Simões  (Capital  Federal);    Sr.  João  Lopes  (Barbaeena). 

Medalha  de  bronze  :  aos  Srs.  Joaquim  D.  de  Paula  Corrêa  (Ma- 
tinas   Barbosa),  Minas ;    Joaquim    Claro   (Barbaeena);    José   Cândido 


A    LAVOURA 


Pereira  (Bar)  aceno);    Tu  lio   Sponda    (Barbacena) ;    Santos  Berganini 
(Barbacena). 

SF.CCAO    DF.    FRUCTAS 

Grande  premio  :  Governo  do  Estado  da  Bahia  ;  Viuva  Silva  &  Fi- 
lhos (Districto  Federal);  Manoel  Gonçalves  Corrêa  (Districto  Federal). 

Medalha  de  ouro:  Coronel  Gervásio  Monteiro  da  Silva  (Espirito 
Santo);  Dr.  Aristóteles  Ambrosino  Gomes  Calaça  (Capital    Federal). 

Medalha  de  prata  :  Bernardo  &  Sobrinho  (Capital  Federal);  Do- 
mingos Baroni  (Barbacena)  ;  Conde  de  Villela  (Capital  Federal). 

Medalha  de  bronze  :  Joaquim  Serrado  P.  da  Silva  (S.  Gonçalo), 
Estado  do  Rio;  Sebastião  José  Trez  (Friburgo),  Estado  do  Rio;  Vito 
Pentagna,  (Valença),  Estado  do  Rio ;  Martha  Reichers  (Districto  Federal) ; 
António  José  .Mendes  (Friburgo). 

SECÇÃO   DF    HORTICULTURA 

Grande  premio  :  Srs.  Ambrósio  Porret  (Pelotas),  Rio  Grande  do  Sul ; 
Luiz  Freire  de  Aguiar  (Tinguá),  Estado  do  Rio. 

Medalha  de  ouro  :  Coronel  Gervásio  Monteiro  da  Silva  (Mimoso), 
Espirito  Santo. 

Medalha  de  prata  :  Srs.  Dr.  Francisco  de  Castro  (Districto  Fe- 
deral) ;  Humberto  Boratto  (Barbacena) ;  Narciso  (Ilha  do  Governador) ; 
António  José  Mendes  (Friburgo);  Augusto  M.  Braga  (Friburgo). 

Medalha  de  bronze :  Srs.  Zi  lie  Daniel  (Barbacena);  Alfredo  Oví- 
dio (Barbacena) ;  Amílcar  Savassi  (Barbacena);  José  Joaquim  Miranda 
(Ilha  do  Governador);  Colónia  Rodrigo  Silva  (Barbacena);  José  Luiz 
(Ilha  do  Governador);  Manoel  Gonçalves  Corrêa  (Districto  Federal); 
Costa  &  Comp.  (Realengo),  Districto  Federal. 

Damos  a  seguir  a  relação  dos  expositores  com  uma  breve  noticia 
dos  produetos  que  exhibiram,  dividindo-os  nas  três  classes  a  que  cor- 
responderam os  prémios. 

EXPOSITORES  DE  FRUCTAS 

ESTADO  DA   BAHIA 
Produetos  expostos  : 

Mamões  de  Ca  yen  a.  Cacáos. 

Atas.  Fructas de  Conde. 

Mamões  de  Tonkin.  Beritá  da  Ilha  da  Madeira. 

Melancia.  Bananas  —  sote  veriodades 


492  SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Goiabas.  Prata. 

Genipapos.  Ouro. 

Tairarindos.  S.  Thomé. 

Ga  j  ús.  Cayana. 

Groselha  branca .  Da  terra . 

Sapotys.  Maçã. 

Sapotas.  Uvas  —  alguns  caixos  de  Izabella. 

líomãs. 

Laranjas  —  Selecta  de    umbigo  —  grande  profusão  da  legitima  laranja  da  Bahia. 

Brutamonte. 

Tojará  do  Japão  —  uma  miniatura  muito  interessante  e  curiosa,  com  toda  a  appa- 
rencia  de  laranja,  mas  apenas  do  tamanho  de  uma  pequena  ameixa,  das  chama- 
das do  Japão. 

Limão  azedo.  Laranja  da  China. 

Limão  Gallego.  Laranja  da  terra. 

Laranja  lima.  Tangerinas. 

Laranja- tangerina. 

Abacaxis  —  grande   profusão  do  maior  formato  e  explendido  aspecto. 

Ananaz.  Ananaz  bravo. 

Cocos  de  dendú  —  grande  numero    de  cachos  completos,  das   duas   variedades  de 

fruetos,  alongados  e  globulosos. 
(ocos  da  Bahia  —  grande  numero  de  duas  variedades  verde  e  pardo. 

Côeo  piassava  —  vários  cachos. 

Abacate  roxo.  Maracujás. 

Mangabas . 

Bernardo  Sobrinho  —  Estado  do  Rio. 

Producfos  expostos  : 
Melancias.  Mamões. 

Jaca  manteiga.  Jaca  dura. 

Jaca  molle.  Laranja  natal. 

Abacaxis. 

Viol  Celeste  —  Barbacena  —  Estado  de  Minas. 

Producto  exposto  : 
Pecego. 

António  José  Mendes  —  Friburgo  —  Estado  do  Rio. 

Productos  expostos: 
Lima  da  Pérsia.  Cidra. 

Limão  doce.  Limão  gallego. 

Viuva  Silva  &  Filhos  —  Districto  Federal 

Productos  expostos: 
Fructa-pão.  Romã. 

Jaca-jasmim.  Figo. 


Secção  ác  jenipapos,  groselhas,  tam 


A    LAVOURA                                                       493 

Sapoty . 

Morango. 

Panrlano. 

Goiaba. 

Cacáo. 

Monstera  deliciosa. 

Ctarysophylum  kaynito. 

Limão  de  Jardim. 

Manga. 

Ingá. 

Ficas  parceli. 

Jambo  branco. 

Côeo  da  Bahia. 

Kugenia  speciosa. 

Maracujá. 

Fructa  de  c.jndessa. 

Pitanga  uvaia. 

Pêra. 

Cambuhy. 

Pecogo. 

Araçá. 

Laranja  azeda. 

Grumixama. 

»      serra  d'agua. 

Abricó. 

»      Natal. 

Cabelluda. 

Lima  da  Pérsia. 

Guabiroba. 

Limão  doce. 

Cidra. 

Coronel  Gervásio  Monteiro  : 

xv  Silva  —  Mimoso  —  Estado    do    Espirito   Santo. 

Productos  expostos  : 

Fructa-pão. 

Lima  de  umbigo. 

Cacáo. 

Limão- tangerina. 

Fructa  de  condo  enxertada. 

»     azedo. 

Monstera  deliciosa. 

»      doce. 

Bergamota  de  umbigo. 

Banana  (oito  variedades). 

Martiia 

Reichers  —  Capital  Federal. 

Productos  expostos  : 

Baunilha  (planta). 

Baunilha  (fava). 

Joaquim  he  Paula  Correia  —  Mathias  Barbosa. 

Productos  expostos  : 

Jaboticaba  miúda. 

VlTO  Pemta 

gna  —  Valença  —  Estado  do  Rio. 

Productos  expostos  : 

Jaboticabas  grandes  : 

Luiz  Freire  de  Aguiar  —  Estado  do  Rio. 

Productos  expostos  : 

Laranja  pêra. 

Fernando  José  Rodrigues  —  Guaratiba  —  Estado  do  Rio. 

Productos  expostos  : 

Laranja  pêra. 

PENHA 

Productos  expostos  : 

Banana  ouro. 

SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Domingos  Bauoni  —  Tijuca  —  Districto  Foderal. 

Productos  expostos  : 
Morangos. 

João  Sille  —Ilha  do  Governador. 

Productos  expostos  : 
Caju. 

F.  Loco  Júnior  —  Penha  —  Districto  Federal. 


Productos  expostos  : 
Jaboticaba  miúda. 


António  Telles  Bittencourt  —  Mirity. 

Productos  expostos  : 
Laranja  pêra. 

Sebastião  José  Trez  —  Friburgo  —  Estado  do  Rio. 

Productos  expostos  : 
Laranja.  Cidra  do  umbigo 

Turanja. 

Joaquim  Serrado  P.  da  Silva  —  S.  Gonçalo  —  Estado  do  Rio. 

Productos  expostos  : 
Abacaxi.  Laranja  da  Bahia. 

Conde  de  Villela  —  Capital  Federal. 

Productos  expostos  : 
M;içã. 

Manoel  Gonçalves  Correia  —  Capital  Federal 

Productos  expostos  : 
Uvas  —  12  variedades  de  enxertos  do  viti-vinifera,  ramas  e  cachos,  a  saber: 

Moscatel  preta  Alexandria.  Mistress  Pearson  branca. 

Santa  Maria  do  Alcântara,  preta.  Moscatel,  roxa. 

Cyria,  branca.  Korintho,   sangue  vivo. 

Almeria,  branca.  Moscatel  Roza. 

Fernando  do  Le?seps,  branca.  Isabel  melhorada,  preta. 

Malvasia,  branca.  Chasselas  doré. 

Dr.  Aristotei.es  a.  Gomes  Calaça. 

Productos  expostos  : 
Uvas  — 2  variedades  de  uvas  (cachos)  e  uma  rama  com  cachos. 
Eparsc.  Balavri. 


A    LAVOURA 


EXPOSITORES    DE    LEGUMES 

Governo  do  Estado  da  Bahia 

Productos  expostos  : 
Abóboras  diversas.  Inhamo. 

Coroa.  Cará. 

zille    Daniel— Barbacena— Estado  de   Minas 

Productos  expostos  : 
Repolho.  Tomate  Garfield. 

Abóbora. 

Viol  Celeste— Barbacena— Estado  do  Minas 

Producto  exposto  : 
Repolho. 

Augusto  M.  Braga— Friburgo— Estado  do  Rio 

Productos  expostos  : 
Repolho.  Batata  ingleza. 

Beterraba  roxa.  Alcaxofra. 

Firmino— Ilha  do  Governador— Districto  Federal 

Productos  exposto^ : 
Abóbora.  Couve. 

Losi  ih  Felice.— Barbacena— Estado  de  Minas 

Producto  exposto  : 
Abóbora. 

António  José  Mendeí— Friburgo— Estado  do  Rio 

Productos  expostos  : 
Batata  ingleza.  Peruvian  Carot. 

Batata  doce.  Aipim. 

Manoel  Fernandes  Figueira— Districto  Federal 

Producto  exposto : 
Coroa  preto 

Clsta  &  CoMr.— Realengo— Districto  Federal 

Productos  oxpostos  : 
Abóbora.  Pepino. 

Beringela.  Maxixe. 

,1, 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Manoel  Luiz  Folia'—  Friburgo— Estado  do   Rio 
Productos  expostos  : 
Abobora-morango. 

Alfredo  Oliyio— Barbacena— Kstado    de  Minas 


Productos 

expostos  : 

Batata  ingleza. 

Cebola. 

Narciso- 

-Ilha 

do 

Governador — I 

Productos 

expostos  : 

Batata  doce. 

Maxixe. 

Tomate  Garfield. 

Ervilha. 

PimeDtão. 

Vagem. 

Amílcar  Savassi— Barbacena— Estado  de  Minas 

Productos  expostos  : 
Cebola . 

Umberto  Boratto— Barbacena — Estado  de  Minas 

Productos  expostos  : 
Cebola.  -  Alcaxofra. 

José  Joaquim  Miranda— Ilha   do  Governador— Districto  Federal 

Productos  expostos : 
Maxixe.  Ervilha. 

Tomate  perinha.  Vagem. 

Pimentão. 

Colónia  Rodrioo  Silva— Barbacena— Estado  de  Minas 

Productos  expostos  : 
Repolho.  Alho. 

Alface. 

Acorci  .Tosé — Barbacena — Estado  de  Minas 

Productos  expostos  : 
Couve.  Cenoura. 

João  B.    Cantarutti — Barbacena — Estado  de    Minas 

Producto  exposto  : 
Repolho. 

Viuva    Silva  &  Filhos— Districto  Federal 

Productos   expostos : 
Pimenta  do  Reino.  Coroa. 


ipía  de 


Coronel  Gervásio  Monteiro  da  Silva— Estado  do  Espirito  Santo 

Productos  expostos  : 

Alface.  Palmito  dooo. 

Couve.  Oariroba. 

Aipim.  Paty. 

lnhame-rosa.  Urucrt. 

Marta  Reichers— Districto  Federal 

Producto  exposto  : 
Pimenta  do  Reino. 

Joaquim  Paula  Corrêa— Mathias  Barbosa 

Producto  exposto : 
Abóbora. 

Luiz  Freire  de  Aguiar— Estado  do   Rio 

Productos  expostos  : 
lnhame-rosa,  pesando  GO  kilos.  Cará. 

Espargos.  Araruta. 

Alcaxofra. 

João  Pacheco— Friburgo — Estado    do    Rio 

Producto  exposto  : 
Inhame. 

João  Orestes  Tiiurler— Friburgo— Estado  do  Rio 

Producto  exposto  : 
Repolho. 

Dr.  Francisco  de  Castro  —  Capital  Federal 

Producto  exposto : 
Couve. 

Leopoldo  Capanema  —  Ilha  do  Governador  —  Districto  Federal 

Producto  exposto  : 
Tomate- perinha. 

José  Luiz  —  Ilha  do  Governador  —  Districto  Federal 

Productos  expostos : 
Tomate-perinha.  Abóbora  d'  agua. 

Vagens.  Ervilha. 


António  Telles  Bittencourt  —  Mirity 


Producto  exposto  : 
Repolho. 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Alexandre  M.  Leal  —  Friburgo  —  Estado  do  Rio 

Prudiielos  expostos: 
Tomates  Garfield.  Tomates  Mikado. 


João  Dai.e  —  Distri<-t,r >  l-vderal 


Productos  expostos 
Abóbora. 


M.  Abreu  &  Comp.  —  Capital  Federal 


Froducto  exposto  : 
Abóbora . 


Manoel  Gonçalves  Corrêa  —  Capital  Federal 


Producto  exposto 
Alho  Porros. 


Producto  exposto 
Aipim. 


Ilha  do  Governador 


urdo  Sobrinho  —  Capital  Federal 


Productos  expostos : 

Quingombôs.  Aipo. 

Pimentões  doces.  Rabanete  róseo. 

Beterraba.  Fava  Mangalô. 

Tomate  Garfield.  Chuchu. 

Funcho.  Nabos. 

Ambrósio  Perret  —  Pelotas  —  Rio  Grande  do  Sul 

Productos  expostos  : 
Alcaxofras.  Espargos. 

Fiiburgo  —  Estado  do  Rio 
Productos  expostos  : 
Abóbora  branca  para  dose.  Pimenta  chifro  de  veado. 

Pimenta  de  cheiro  (duas  variedades).     Pimentão. 
Pimenta  malagueta.  Repolho. 

EXPOSITORES  DE  PÁSSAROS 

Henrique  Joppert  —  Districto  Federal 
Pássaros  expostos  : 
Mutum  pinima  (Crax  pinima,  Pelz.)  Casal  —  Procedência:  Pari. 
Macueo  (Tinamus  solitarius,  Vieill.)  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Jaó  (Crypturus noctivagus,  Wied.)  —  Procedência    -Rio  de  Janeiro. 
Inhambúassú   (Crypturus   absoletus,    Temm.)  —Procedência:    Rio  do  Janeiro. 


A    LAVOURA  499 


Inhambú    codorna   (  Tinamus  guttatus,    Pelz.  )  —  Procedência:  Rio  de  Janeiro. 

Inhambú  tururí  (  Crypturus  souí,  Ilerm.  )  —  procedência:  Districto  Federal. 

Inhambú  chororó  (  Crypturus  parvirostris,  Wagler.  )  Procedência  :  Districto  Fe- 
deral . 

Inhambú  do  campo  (  Crypturus  sp.  )  —  Procedência  :  Minas. 

Perdiz  (  Ruinchotus  rufe-cens,  Temra.  )  —  Procadencia  :  S.  Paulo. 

Codorna  buraqueira  (Taoniscus  nanus,  Temra.  )  —  Procedência  :  S.  Paulo. 

Capueira  (  Odontophorus  capueira,  Spix.  )  —  Procedência:  Districto  Federal. 

Pomba  iro?al  (  Columbi  speciosa,  Gm.  )  —  Procedência  :  Norte. 

Pomba  Jurity  (  Lept  otila  reichonbachi,  Pelz.  )  Pi-ocedoacu :  Rio  de  Janeiro. 

Pomba  espelho  (  Uropelia  geoflroyi,  Tomm.  et  Knip.  )  —  Procedência  :  Districto 
Federal. 

Pomba  cinzenta  (  Claravia  pretiosa,  Ferrari  Peroz.  )  —  Procedência  :  Districto 
Federal . 

Pomba  rola  vermelha  (Columbigallina  talpacoti,  Temm.  et  Knip.  )  Casal  —  Pro- 
cedência :  Districto  Federal. 

Pomba  rola  cinzenta  (  Columbigallina  passeriua  grisseoU,  Spix  )  Casal  —  Proce- 
dência :  Districto  Federal. 

Pomba  cascavel   (  Scardafella  squamosa,  Temm. )  Casal  —  Procedência  :  Minas. 

Aza  branca  (  Columba  picazuro,  Temm.)  Procedência  :  Bahia. 

Pomba  picui  (  Columbula  picui,  Temm.  )  Casal  —  Procedência  :  Bahia. 

Pomba  mineira  (  sp.  )  —  Procedência  :  Minas. 

Pomba  Jurity  vermelha  ( Geotrygon  montana,  Linn.)  —  Procedência  :  Districto 
Federal . 

Sanan  (  Creciscus  albicollis,  Vieill.  )  —  Procedência  :  Kio  de  Janeiro. 

Araponga  (Chasmarhynchus  nudicollis,  Vieill.)— Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 

Cotinga  (  Cotingacotinga,  Linn.  )  —Procedência  :  Pará. 

Sabiá-una  (  Platycichla  flavipes,  Vieill.  )  —  Procedência :  Districto  Federal. 

Maitaca  (  Pionus  maximiliani,  Kiihl.  )  — Procedência  :  Norte. 

Maitaca  do  Amazonas  (  Pionus  menstruas,  Linn. )  —  Procedência:  Amazonas. 

Periquito  de  aza  amarella  ( Brotojeris  chiriri,  Vieill.  )  Casal  —  Procedência  : 
Minas. 

Periquito  tuim  (  Brotogeris  tirica,  cm.  )  Casal  —  Procedência:  Districto 
Federal . 

Periquito  tapado  (  Psittacula  passerina,  Linn. )  Casal  —  Procedência  :  Districto 
Federal. 

Arara  vermelha  (  Ara  chloroptera,  Gray  )  —  Procedência  :  Norte. 

Arara  Caninde  (  Ara  araúua,  Linn.  )  —  Procedência  :  Norte. 

Virabosta,  Chopim  (  Aaptus  Chopi,  Vieill.  (  —  Procedência:    Rio  de  Janeiro. 

Bicudo  (  Oryzoborus  maximiliani,  Cab.  )  —  Procedência  :  Norte. 

Avinhado  (  Oryzoborus  angolensis,  Linn.  )  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 

Colleiro  do  brejo  (  Sporophila  coitaria,  Bodd.  )  Casal  —  Procedência  :  Rio  de 
Janeiro. 

Colleiro  papa-capim  (Sporophila  caoruloscens,  Bonn.  et  Vieill )  Casal  —  Proce- 
dência :  Rio  de  Janeiro. 

Colleiro  da  serra  (  Sporophila  gutturalis,  Licht.  )  Casal  —  Procedência  :  Rio  de 
Janeiro. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Patativa  (  Sporophila  plúmbea,  Wied.)  —  Procedência  :   Parahyba  do  Norte. 
Caboclinho  vermelho  (  Sporophila  nigroarantiã,  Bjdd.)  -Procedência:  Norte. 
Caboclinlio  branco  (  Sporophila  pilo.Ua,  Sol.?)  —Procedência:  S.  Paulo. 
Caboclinho  bico  de  ferro  (  Sporophila  sp.)  —  Procedência  :  Districto  Federal. 
Cigarra  (  Sporophila  flavirostris  ?)  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Chorão  (Sporophila  leucopetera  hypoleuca,  Licht.)  —  Procedência  :  Norte. 
Brejal  |  Sporophila  albogularis,  Spix.)  —  Procedência  Norte. 
Chanchão  (  Sporophila  superciliaris,  Pelz.)  —  Procedência:    Rio  de  Janeiro. 
Serra-serra  (  Volatinia    Jacarini,     Linn.)    Casal  —  Procedência :    Districto    Fe- 
deral. 
Canário  da  terra  (  Sicalis    llaveola,   Linn.)  Casal  —  Procedência  :   Districto  Fe- 
deral . 
Tupy,  Typio  (Sicalis  arvensis,  Kiill.)  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Tico-tieo  (  Brachyspiza   caponsis   Miill.)  Casal  —  Procedência  :   Districto   Federal. 
Xexéo  (  Cassicus  persieus,  Linn.)  —  Procedência  :  Norte. 
Gallo   da  Serra  (  Coryphosspingus    pileatus,   Wied.)   Casal  —  Procedência  :     Rio 

de  Janeiro. 
Pintasilgo  (  Spinus  ictericus,  Licht.)  Casal  —  Procedência  :    Rio  de  Janeiro. 
Azulão  (  Cyanocompsa  cyanea,  Linn.)  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Corrupião  (  Xanthornus  Jamacai,  Gm.)  —  Procedência  :  Pará. 
Sanhassú   do   coqueiro  (  Tanagra  palmarum,    Wied.)  Casal  —  Procodencia  :  Rio 

do  Janeiro. 
Sanhasú  roxo  cu  de  encontroj  (  Tanagra  oruata,  Sparm)  Casal  —  Procedência  :  Rio 

de  J.ineiro. 
Sanhasú  azul  (  Tanagra  episeopus,  Linn.  )  Casal  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Trinca-ferro  (Sxltator  maximus,  Miill.  )  —  Proccdeneia:  Rio  de  Janeiro. 
Tié-sangue  (Rhamphocelus  brasilius,  Linn.)  Casal  —  Procedência:  Rio  do  Janeiro. 
Tié-preto  (Tachyphonus  coronatus,  Vieill.)  Casal  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Gau  lerio,  Virabosta  ( Molothurus    bonariensis   sericeus,   Licht.  )  —  Procedência  : 

Rio  de  Janeiro. 
Quelé  (  Caryothraustos  canadensis  brasilensis,  Cab.  )  —  Procodencia  :  Rio  de  Ja- 
neiro. 
Bico  de  lacre  (  Estrelda  astrild.  )  —  Procodencia  :  Rio  de  Janeiro. 
Sahyra  sete  cores  ( Calospyza  tricolor,  Gm.  )  Casal  —Procedência:  Districto  Fe- 
deral. 
Sahy  amarello  ou  Sahy  havana  (  Calospyza  flava,    Gm.  )  Casal  —  Procedência  : 

Districto  Federal. 
Sahyra  roxa  ( Calospyza  brasiliensis,  Linn.  )  Casal—  Procedência  :  Districto    Fe- 
deral. 
Sahy  da  serra,   Sahy  andorinha  (  Procnias  tersa,  Linn.  )  Casal  —Procedência  : 

Districto  Federal. 
Sahy-papagaio,  Sahy  verde  (  Calospyza  thoracica,  Temm.  )  Casal  —  Procedência  : 

Rio  de  Janeiro. 
Sahy  bicudo  (  Dacnis  cayaua,  Linn.  )  Casal  —  Procedência  :  Rio  do  Janeiro. 
Sahy-beija  flor  (sp.  )  Casal  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Gaturamo  verde  (  Chlorophonia    viridis,   Viell.  )    Casal  —  Procedência  :  Rio   de 
Janeiro. 


H.Suckow  Joppert 


A    LAVOURA  501 

Gaturamo  filó  (sp.  )  Casal  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 

Gaturamo  fim-fim  (  Euphonia  xanthogastra,  SuqJ.  )  Casal  —  Procedência:  Rio  de 

Janeiro. 
Gaturamo  paulista  (Euphonia  pueturalis.  Lith. )  Casal  —  Procedência:  S.    Paulo. 
Gaturamo  ipi  (sp.)  Casal  —  Procedência  :  S.  Paulo, 
(iuará  (Eudocimus  ruber,  Linn.)  — Procedência:  Pará. 
Iriré  (Uendrocygna  viduata,  Linn.)  —  Procedência:  Norte. 
Marreca  de  cara  branca  (Aaas  puna?)  —  Procedência  :  Districto  Federal. 
Marreca  espelho  (Nettium  brasiliense,  Gm.)  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Marreca   bico   vermelho  (Dendrocygna    discolor,    Scl.    et  Sal v.)  —  Procedência: 

Norte. 
Marreca  amarei  la  (Uendrocygna  fulva.  Gm.)  —  Procedência  :  Norte. 
Gralha  do  campo  (Uroleuca  cyanoleuca,  Wied.)  —  Procedência  :  Minas. 
Gallo  de  campina  (Paroaria  gularis,  Linn.)  —  Procedoncia  :  Norte. 
Garibaldi  (sp.)  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Canção  (Cyanocorax  cyanopogon,  Wied.)  —  Procedência  :  Norte. 
Papagaio  do  mangue  (Amazona  amazonica,  Linn.)   Casal  —  Procedência  :  Minas. 
Jacu  do  norte  (Penélope  pileata,  Waglor.)  —  Procedência  :  Norte. 
Mutum  cavallo  (Mitu  mitu,  Linn.)  Casal  —  Procedência  :  Noite. 

Du.  João  de  Carvalho  Borges  —  Valença 

Sabiá  da  matta  (Turdus  albicolíis,  Vieil.)  —  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 

Jayme  Abreu  —  Pará 

Corrupião  (Xauthornus  Jamacai,  Gm.)  —  Procedência  :  Pará. 
Gallo    do    campina    (Paroaria    gularis,    Linn.)  —  Procedência  :    Pará.  (Domes- 
ticados.) 

Pereira  de  Britto 

Japu  (Gymnostinops  bifasciatus,  Spix.)  —  Procedência  :  Maranhão. 
Japú-assú  (Ostinops  decumanus,  Pall.)  —  Proceiencia :  Maranhão. 
Graúna  (Aaptm  Cnopi,  Vieill.)  —  Procedência  :  Maranhão. 

Leovegjldo  Pires  Simões  —  Districto  Federal 

Sabiá  da  praia  (Mimus  lividus,  Licht.)  —  Procedência  :  Districto  Federal. 

Virabosta  (Aaptus  Cuopi,  Vieill.)  —  Prjcedencia  :  Minas. 

Avinhado    ou    curió    (Orizoborus    angolensis,  Linn.)  —  Procedência :   Rio    do 

Janeiro. 
Canário  da  terra  (Sicalis  flaveola,  Linn.)  —  Procedência  :  Rio  de  Jaueiro. 
Caboelinho  (Sporophila  nigrourantia,  Bodd.)  —  Procedência  :  Norte. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


Colleiro  papa- capim    (Sporophila    caenilescens,    Bona.    et.    Vieill.) 
deneia  :  Rio  de  Janeiro. 


João  Lopes  —  Barbacena 

Bicudo  (Orizoborus  maximiliani,  Cab.)  —  Procedência  :  Norte. 
Colleiro  do  brejo  (Sporophila  collaria,  Bodd.)  —  Procedência  :  Minas. 
Avinhado,  Curió  (Orizoborus  angolensis,  Linn.)  —  Procedência  :    Rio  de  Janeiro. 
Pintasilgo  (Spinus  ictericus,  Licht.)  --  Procedência  :  Rio  de  Janeiro. 
Patativa  (Sporophila  plúmbea,  Wied.)  —  Procedência  :  Norte. 


Martinelli  Félix  —  Barbacena 

Sabiá-laranjeira  (Turdus  rufiventris,  Vieill.)  —  Procedência  :  Miuas. 
Sabiá-cica  (Tricalaria  cyanogaster,  Vieill.)  —  Procedência  :  Minas. 
Bicudo  (Orizoborus  maximiliani,  Cab.)  —  Procedenc:a  :  Minas. 

Joaquim  D.  Paula  Corrêa  —  Matinas  Barbosa 

Bicudo  (Orizoborus  maximiliani,  Cab.)  —  Procedência  :  Minas. 
Virabosta  (Maluthrus  bonariensis  sericeus,    Licht.)  —  Procedência:    Minas. 
Pintasilgo  {■■!)  (Spinus  ictericus,  Licht.)  —  Procedência  :    Minas. 
Canários  belgas  (2). 

Joaquim  Claro  —  Barbacena 

Curió  (Orizoborus  angolensis,  Linn.)  —  Procedência  :    Minas. 

Gaudorio,   Virabosta  (Malothrus    bonariensis     sericeus,    Licht.)  —  Procedei 

Minas. 
Azulão  (Cyano  campsacyanea,  Linn.)  Procedência  :  Minas. 
Canário  da  terra  (Sicalisflaveola,  Linn.)  —  Procedência  :  Minas. 
Papa-capim  (5)  (Sporophila  caeruleícons,  Bonn.  et  Vieill)  —  Procedência  :  iV 

José  Cândido  Peueir.v  —  Barbacena 


Azulão  (Cyanocampsa  cyanea,  Linn.)  —  Procodencia  :  Rio  de  Janeiro. 

Fradinho  (Spjrophila  nigrourantia,  Bodd.)  —  Procedência  :  Norte. 

Curió  (Orizoborus  angolensis,  Linn.)  —  Procedência  :    Norte. 

Canário  da  terra  (Siealis  ilaveola,    Linn.)  —  Procedência:  Rio  de  Janeiro. 

Pomba  Jurity  (Leptotila  reicheubachi,  Pelz.)  —  Procedência  :   Rio  do  Janeiro. 


A    LAVOURA 


Rómulo  Stefe  —  Barbacena 
Canário  belga. 

Túlio  Sponda  —  Barbacena 
Inlian.bú  chororó  (Crypturua  parvitostris,  Wagl.)  —  Procedência  :  Minaf. 

Santos  Bergamini  —  Barbacena 

Papagaio  Juruassú  (Amazona  farinofa,  Boldu.)  —  Procedência  :  Minas. 
Novembro  de  1908. 

Dr.    Wencasldo  BeUo. 


A  agricultara  na  Exposição  Hacional  de  1908  no  Sio 
de  Janeiro 


As  gravuras  que  damos  a  seguir  fixam  alguns  aspectos  da  agri- 
cultura dos  Estados  na  Exposição  Nacional . 

A  exposição  de  S.  Paulo  foi,  como  de  razão,  o  triumpho  do  café  ; 
mas  ao  lado  deste  destacavam-se  muitos  outros  productos  agrícolas 
dignos  de  menção  pelo  papel  que  estão  chamados  a  representar  na 
economia  do  adeantado  Estado  da  Federação . 

Por  exemplo,  o  arroz,  que  ainda  ha  pouco  tempo  constituía  um 
sorvedouro  de  dinheiros  paulistas,  por  isso  que  vinha  todo  elle  do 
exterior,  figurou  na  Exposição  Nacional  sob  as  mais  variadas  formas 
e  em  quantidade  avultada. 

Alli  viam-se  photographias  representando  os  campos  experimen- 
taes  de  Moreira  César,  amostras  de  arroz  em  rama,  de  arroz  em  casca, 
arroz  pilado  de  vários  typos,  sendo  alguns  tratados  pelos  mesmos 
processos  por  que  passa  o  arroz  mais  fino  que  nos  vem  do  estran- 
geiro. 

Outros  productos  interessantes,  sob  o  ponto  de  vista  da  economia 
nacional,  eram  as  forragens  alli  representadas  pela  alfafa  e  derivados 
do  milho.  O  milho  occupou  lugar  proeminente  na  Exposição  de 
S.    Paulo. 

Pelas  paredes  e  em  vários  pontos  dos  differentes  edifícios  em  que 
se  expunham  os  productos  paulistas,  viam-se  nitidas  photographias 

714  3 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


representando  os  institutos  mantidos  pelo  governo  paulista  era  bene- 
ficio da  agricultura. 


Um  trecho  da  exposição  paulista  em  que  se  vèm  amostras  de  café  e  muitas  photographias 
mostrando  fazendas  e  culturas  experimentaes. 

Outra  bel  la  secção  foi,  sem  duvida,  aquella  em  que  figuravam  in- 
strumentos e  machinismos  agrícolas. 

Sem  termos  a  intenção  de  omittir  os  nomes  de  outros  concor- 
rentes á  Exposição  Nacional,  damos  a  seguir  uma  gravura  de  pagina, 
que  mostra  quanto  foi  grande  e  completa  a  exposição  feita  pelos 
Srs.  Arens  &  C. 


Na  exposição  de  Minas,  sob  o  ponto  de  vista  agrícola,  o  que  mais 
chamou  a  attenção  dos  visitantes  foram  a  secção  sericicola  e  a  do 
fabrico  da  manteiga. 

O  publico  affluiu  para  alli  em  ondas  volumosas  a  admirar  o  tra- 
balho do  Bombyx  mon,  o  beneficiamento  e  tecelagem  da  seda  e  bem 
assim  o  manipular  do  leite,  transformado,  ante  a  curiosidade  do  pu- 
blico, em  appetitosa  manteiga. 


A     r.AvoninA 


Os  Srs.  Hopkins  Causer  and  Hopkins  tiveram  a  boa  idéa  de  ex- 
hibir  os  seus  machinismos,  e  andaram  bem,  pois  obtiveram  completo 
tnumpho,  que  lhes  redundará  em  altos  e  valiosos  negócios. 


Secção  do  Pavilhão  de  Minas 


que  íigur;m  os  apparelhos  —  Alía-Laval —  distinados 
fabrico  da  manteiga 


Incontestavelmente  a  exposição  do  Estado  do  Rio  Grande  do  Sul 
foi  a  mais  completa  de  todas  quantas  observámos  na  nossa  festa  de 
trabalho. 

Alli  figuraram  com  uma  bella  arrumação,  em  que  presidia  a  mais 
segura  systematização,  não  só  productos  industriaes,  fabricados  com 
material  nosso,  como  um  opulento  mostruário  de  productos  agrícolas, 
representado  por  cereaes  vários,  carnes,  etc,  etc. 

A  gravura  seguinte  representa  a  agricultura  sustentando  o  mundo 
na  mão  esquerda.  A' direita  da  figura  allegorica  vê-se  uma  ruma  de 
saccos  de  farinha  de  trigo,  e  á  esquerda,  varias  conservas,  lãs  e  outros 
muitos  productos  agrícolas. 

O  bicho  de  sedae  a  abelha  alli  também  figuraram  com  saliente 
destaque,  e  nenhum  outro  Estado  apresentou  tão  completa  secção 
apícola  quanto  a  do  Rio  [ Grande  do  Sul. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Basta  ver  a  gravura  abaixo   exposta  para  se  ter  uma  mui  pallida 
do  valor  de  tal  secção. 


A   apicultura  na  secção  do  Rio  Grande    do  bui  na  Kiposição  Nacional  de  1908 


A    LAVOURA  507 

O  Estado  de  Santa  Catharina,  em  relação  ao  quanturnáe  sua  popu- 
lação, foi  incontestavelmente  o  que  fez  mais  bella  figura  na  Exposição 
Nacional . 

A  variedade  e  boa  ordem  com  que  se  exhibiu  impressionaram 
enormemente.  Santa  Catharina  trouxe  para  a  Praia  Vermelha  cereaes, 
tabaco,  productos  suinos,  productos  bovinos,  muita  matéria  prima  e 
muitos  productos  industriaes.  Foi  uma  verdadeira  revelação. 


Um  canto  da  secção  de  Santa  Catharina 

O  Estado  do  Paraná  é  um  dos  Estados  de  maior  futuro  do  Brasil . 
Clima  ameníssimo,  terras  férteis, de  óptima  topograph ia,  aguas  abun- 
dantes, rios  caudalosos,  em  grande  parte  navegáveis,  riquezas  naturaes 
ainda  por  explorar .  Com  estes  dons  naturaes  o  Estado  do  Paraná  ha 
de  crescer  grandemente,  é  certo. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Sua  exposição  foi  das  mais  completas,  merecendo  muita  atten- 
ção  um  sem-numero  de  productos  industriaes  com  matéria 
prima  sua. 

O  que,  porém,  mais  agradou,  foi  o  rico  mostruário  de  ma- 
deiras   preciosas,  tal    como   mostra   perfeitamente  a  illustração  aqw 


Mostruário  de  madeiras  do  Estailo  do  Paran 


Uma  feliz  idéa  foi  a  de  permittir  que  as  fabricas  estrangeiras 
expuzessem  os  seus  productos  fora  de  concurso.  Isto  permittiu 
que  muitos  representantes  de  fabricas  estrangeiras  mostrassem  na 
nossa  Exposição  alguns  machinismos  de  alta  valia  para  a  lavoura 
nacional . 

A  importante  casa  commercial  dos  Srs.  Herm  Stoltz&C,  desta 
cidade,  concorreu  á  Exposição  com  muitos  machinismos  e  instrumentos 
agrícolas,  que  attrahiram  a  attenção  geral  do  nosso  publico. 

A  illustração  seguinte,  de  pagina,  mostra  alguns  objectos  do  bello 
mostruário  daquelles  adeantados    commerciantes. 


Mostruário  da  Casa  Herm  Stollz  &  Comp. 


Machinismo  destinado  ao  preparo  (descaseamento)  do  algodão,  oxposto  pelos  Sr3 .   Schill 
e  Comp.,  desta  Capital. 


A  Pecuária  na  Exposição 

GADO  EXPOSTO  PELO  SR.  MANOEL  BERNARDEZ 

Das  notas  fornecidas  pelo  expositor,  extrahimos,  as  seguintes, 
relativas}  aos  principaes  animaes  que  figuraram  neste  raez,  illus- 
trando-as  com  as  photographias  : 

Cap  Ortegal,  puro  sangue,  variedade  Postier,  nascido  no  Rio  da 
Prata  no  dia  25  de  setembro  de  1905.  Reproductor  para  obter,  com 
éguas  creoulas,  cavallos  fortes  para  guerra,  para  sella,  para  tracção 
urbana  e  agrícola.  O  cruzamento  reúne  força,  resistência,  agilidade 
e  helleza. 

Rubim  de  S.  Paulo,  novilho  de  raça  Devon,  nascido  no  Rio  da 
Prata  em  novembro  de  1907. 

Rosa  de  Uberaba,  novilha  da  raça  Flamenga  (variedade  de  grande 
tamanho),  nascida  no  Rio  da  Prata  (Cabana  Plomer)  em  novembro 
de  1907. 


SlO  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Rubim  de  Alagoas,  novilho  de  raça  Devon,  nascido  no  Rio  da 
Prata  era  dezembro  de  1907. 

Rubim  do  Rio  Grande  do  Norte,  novilho  de  raça  Devon,  nascido 
no  Rio  da  Prata  em   dezembro  de  1907. 

Ouro  Preto,  novilho  da  raça  Flamenga  (variedade  de  grande 
tamanho)  nascido  no  Rio  da  Prata  (Cabana  Plomer)  em  4  de  setem- 
bro de  1907. 

Importados  para  demonstração  por  Manoel  Bernardez. 

DESCRIPÇÃO  EXTRAHIDA  DO  CARTAZ  QUE  ACOMPANHA  OS  BOVINOS 
DA    RAÇA    DEVON 

«  A  melhor  raça  para  reformar  por  cruzamento  o  vaccum  bra- 
zileiro.  Bom  leiteiro.  A  melhor  carne  bovina  do  mundo.  A  raça 
de  mais  rápida  engorda  e  de  mais  fácil  nutrição.  A  de  menos  osso  e 
mais  carne  em  proporção.  Onde  o  Durham,  o  Hereford,  o  Hollandez, 
o  Lincoln-Shorthorn  e  outras  raças  degeneram  ou  morrem,  ella  se 
mantém  e  progride.  Não  exige  cuidado.  Mantém-se  perfeitamente 
com  os  capins  brazileiros.  Quando  não  tem  pastos,  vive  de  folhas 
e  cascas  de  arvores.  E'  bom  animal  de  trabalho.  Raça  natural  e 
forte,  impõe  seu  typo  no  primeiro  cruzamento.  Com  o  Caracâ  dará 
um  producto  que  fará  o  Brazil  um  grande  paiz  criador  e  productor 
da  melhor  carne. 

Póde-se  comprar  no  Prata  por  um  terço  menos  do  preço  da 
Europa  e  aclimado,  com  só  quatro  dias  de  viagem  e  com  a  quarta 
parte  das  despezas. 

Importado  para  demonstração  por  Manoel  Bernardez . » 

DESCRIPÇÃO   EXTRAHIDA  DO  CARTAZ   QUE   ACOMPANHA  OS   BOVINOS 
DA   RAÇA   FLAMENGA 

«  Raça  especial  para  granja  e  leiterias  perto  das  grandes  cidades. 
Possue  superior  qualidade  leiteira.  Dá  tanto  leite  como  a  Hollandeza, 
porém  com  alta  porcentagem  de  manteiga.  Rústica,  precoce  e  mansa. 
Engorda  bem.  Bom  para  talho  e  trabalho.  Entre  três  e  quatro  an nos 
o  boi  gordo  attinge  de  900  a  1.200  kilos.  Insuperável  como  melho- 
radora  para  fins  especiaes  de  leiteria. 

Esta  raça  chegou  no  Rio  da  Prata  á  sua  mais  alta  perfeição,  sendo 
difflcil  encontrar  exemplares  semelhantes  no  paiz  de  origem. 


). 


Mllln    m    ~    ^    | 

M"A 
í 


A    LAVOURA  511 

Pòde-se comprar  pelo  preço  da  Europa  ou  menos,  em  cinco  dias 
de  viagem  e  com  sexta  parte  dos  gastos. 

Importado  para  demonstração  por  Manoal  Bernardez.» 

&$$&  jQt$€€3 

COLLABORACÂO 


Da  criação  no  Brazil 

Considerações  sobre  a  Exposição  —  Apenas  alguns  dias  são  de- 
corridos ;  as  portas  da  Exposição  fecharam-se  sobre  todas  aquellas  bellas 
manifestações  do  progresso  que  nos  foi  dado  admirar,  eem  breve  sub- 
sistirá somente  a  saudade  das  cousas  que  já  não  mais  existem  e  ás 
quaes  devemos  a  recordação  de  horas  cheias  de  encanto  e  de  grande 
interesse. 

Não  direi  que  ella  constituiu  para  nós,  estrangeiros,  objecto  de 
grande  admiração,  pois  sabíamos  qvie  o  povo  brazileiro,  habitando  um 
paiz  cheio  de  grandeza  e  formosura,  possuía,  no  mais  alto  grão,  o 
gosto  natural  das  cousas  bellas. 

Não  nos  podia  elle  reservar  uma  desilusão,  fazendo  desfilar  diante 
de  nossos  olhos  as  múltiplas  riquezas  que  deve  á  prodigalidade  de  uma 
Natureza  generosa,  e  mostrando  como  soubera  adaptal-as  ás  necessi- 
dades de  uma  Civilisação  raffinêe. 

Fica-nos  seguramente  a  impressão  geral  de  que  este  paiz,  que  é 
por  suas  bellezas  naturaes  o  mais  pittoresco  do  mundo,  tornar-se-á 
também  um  dos  mais  importantes,  no  dia  em  que  explorar  de  um 
modo  completo  os  magníficos  thesouros  que  encerra  em  seu  seio. 

Todavia  o  Brazil,  verdadeiro  celleiro  de  abundância,  não  poderá 
realmente  reivindicar  o  titulo  tão  desejável  de  «paiz  agrícola»  senão 
quando  tiver  aperfeiçoado  as  raças  que  vivem  em  parte  do  seu  im- 
menso  território. 

E  tendo-se-me  pedido  ajuntarás  minhas  impressões  pessoaes,  al- 
gumas indicações  sol  ire  este  assumpto  tão  digno  da  emulação  dos  cria- 
dores, direi  que  o  primeiro  esforço  deve  ser  orientado,  com  vistas  a 
applicação  deste  principio  fundamental,  em  criação  mais  do  que  em 
qualquer  outra  cousa:  a  qualidade  deve  prevalecer  sobre  a  quantidade 
ou  antes  marchar  parai lelamente  com  ella. 

714  4 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Infelizmente  este  preceito  tem  sido  com  frequência  infringido  e 
tive  muitas  vezes  occasião  de  constatar  que  para  muitos  fazendeiros 
era  um  ponto  de  honra  ignorar  o  effectivo  de  seus  rebanhos,  primeiro 
erro  que  torna  mais  difficeis  as  tentativas  de  mel  hora  do  gado,  quando 
se  reconhece  a  necessidade  de  recorrer  a  ellas. 

Comtudo  esforços  efficazes,  cumpre  reconhecel-o,  têm  sido  envidados 
nestes  últimos  annos,  e  a  secção  de  animaes  que  pudemos  estudar  e 
muitas  vezes  admirar  na  Exposição  do  Rio,  revela  um  esforço  real  que, 
si  não  soffrer  solução  de  continuidade,  dará  aoBrazil  o  primeiro  logar 
que  elle  e  chamado  a  occupar  entre  os  paizes  agrícolas  da  America  do 
Sul. 

Sem  entrar  em  detalhes  scientificos,  nem  procurar  tirar  conclusões 
geraes  de  experiências  ainda  restrietas,  esforçar-me-ei,  sobretudo,  num 
exame  —  à  vol  d'oiseau  —  si  assim  me  posso  exprimir,  para  tirar,  em 
poucas  palavras,  do  facto  a  licção  que  elle  comporia,  com  as  melhore? 
esperanças  para  o  futuro. 

Uma  falta  commum  a  todos  aquelles  que  pretendem  aproran- 
dar-se  na  tão  delicada  sciencia  da  criação,  é  acreditar  que  o  aperfei- 
çoamento de  raças  só  pode  ser  obtida  por  meio  das  mais  expeditas 
importações  de  gado  estrangeiro. 

Não  ha  duvida  que  este  gado  com  o  correr  dos  tempos  poderá 
contribuir  para  o  real  progresso  da  criação,  por  meio  de  cruzamentos 
bem  dirigidos,  isto  é,  pela  fusão  opportuna  de  suas  qualidades  supe- 
riores com  as  d<i  gado  indígena  :  mas,  justamente,  esta  fusão  sôserá 
opportuna  quando  os  dois  participantes  não  apresentarem  qualidades 
sensivelmente  differentes . 

Goncebe-se,  pois,  a  necessidade  primordial  de  aperfeiçoar  o  mais 
possível  o  gado  indígena,  pois  que  de  sua  qualidade  depende  também 
a  excellencia  dos  futuros  cruzamentos. 

Antes  de  terem  obtido  este  primeiro  resultado  de  tão  grande  alcance, 
os  proprietários  não  devem  ter  pressa  de  importar  gado  de  paizes  cujo 
clima,  solo  e  alimentação  sejam  muito  differentes  dos  do  Brazil,  e  cuja 
accliniatação,  por  consequência,  será  muito  incerta. 

Ora,  si  a  criação  doca vallo  exige  ainda  muita  perseverança,  a  vacca 
bm/.ileira,  ao  contrario,  bella  por  si  mesma,  pôde,  si  se  transformar  a 
criação  extensiva  ou  semi-sel vagem  em  uma  criação  intensiva,  cuida- 
dosa, adquirir  rapidamente  muito  boas  qualidades. 

Lancemos  agora  uma  vista  d'olhos  sobre  o  gado  que  figurou  na 
Exposição,  afim  de  que  possamos  do  presente  tirar  conclusões  que  visam 
o  futuro. 


A     LAV0UKA  513 

Mas,  já  o  disse,  os  esforços  nosenlido  do  aperfeiçoamento;  fendo 
sido  apenas  feitos  de  alguns  annos  a  esta  parte,  para  sermos  cate- 
góricos, avançaremos  ainda  um  pouco  ás  apalpadellas,  procedendo,  como 
sempre,  por  eliminação.  Deresto.os  resultados  obtidos  para  uma  mesma 
raça  variam  muito  segundo  a  maneira  de  operar  década  criador  e  tam- 
bém segundo  ascondições  que  divergem  ás  vezes  muito  de  um  Estado 
do  Brazil  para  outro. 

Uma  tendência  bastante  funesta,  como  todas  que  apparecem  sob  a 
influencia  de  uma  moda,  de  uma  mania  muitas  vezes  irracionaes,  é  o 
abuso  do  Durham,  animal  de  grande  valor  em  seu  paiz,  mas  que  no  fim 
de  certo  tempo  causa  surprezas  infalliveis-a  experiência  tem-no  mos- 
trado por  toda  a  parte,  desde  que  elle  é  exportado  para  uma  região 
onde  encontra  condições  d  inerentes  das  de  seu  paiz  de  origem.  Dbje- 
etar-me-ão  que  a  Exposição  nos  apresentou  espécimens  muito  resis- 
tentes desta  raça  ;  não  o  negarei,  fazendo  notar,  todavia,  que  estes  poucos 
typos  foram  seleccionados  d'entre  numerosas  partidas,  que,  de  um 
modo  geral,  não  corresponderam  ao  que  delias  se  esperava.  E,  como  a 
criação  commercial  deve  combinar  o  minimo  de  despeza  de  custeio 
com  o  máximo  de  renda,  todo  o  animal  (nestas  condições  está  o  Durham 
por  sua  delicadeza)  que  não  puder  satisfazer  esta  regra,  e  tornar-se  o 
typo,  o  modelo  para  as  grandes  criações  praticas  como  as  do  Brazil,  i\Q\r 
ser  rejeitado. 

Já  que  as  importações  inglezas  estão  na  moda,  haveria  toda  van- 
tagem em  dar-se  preferencia  ao  Hereford,  mais  rústico  e,  portento,  mais 
acclimatado,  ou  ainda  ao  De von  que,  com  qualidades  similares,  já  pro- 
porcionou alguns  bons  resultados  a  um  proprietário  do  Rio  Grande. 

Esta  raça  teria  dado  também,  segundo  se  diz,  resultados  satisfa- 
ctorios  na  Republica  Argentina.  Alas,  como  não  podemos  constatar  nós 
próprios  este  facto,  guardamos  sobre  el  le  reserva,  e  é  evidente  que  todo 
estrangeiro,  qualquer  que  seja  o  seu  paiz,  que  faz  propaganda,  considera 
antes  de  tudo  o  seu  próprio  interesse  e  age  em  um  fim  commercial 
proveitoso  a  si  mesmo.  Convém,  pois,  Ioda  a  circumspeeção  no  tocante 
ás  affirmações  que  vêm  de  fora. 

Por  que  não  recorrer  também  ao  grande  e  magnifico  boi  francez 
Charolez-nivernez,  verdadeiro  typo  de  boi  para  tal  lio,  e  que  tem  a  van- 
tagem de  já  ter  fornecido  muitos  cruzamentos  no  Brazil  ! 

Este  animal  de  alto  porte  é  su eficientemente  resistente  e  merece 
ser  favorecido. 

Seria  também  de  interesse  continuar  os  ensaios  com  os  bois  suissps 
(Friburguezas  ou  raça  escura)  que,  si  bem  que  importados  das  altas 


PIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


regiões  da  Helvécia,  adquiriram  em  seu  paiz,  onde  são  criados  ao  ar  livre, 
uma  rusticidade  que  conservam  muitas  vezes  no  estrangeiro. 

Tivemos  occasião  de  admirar  na  Exposição  dous  magníficos  pro- 
ductos  da  raça  escura,  pertencentes  a  um  proprietário  do  Estado  do 
Rio,  assim  como  diversos  bezerros  friburguezesederaçasimmenthal. 
E'  verdade  que  estes  últimos  foram  recebidos  lia  pouco  tempo,  mas 
a  Sociedade  Suissa,  que  os  recebau,  afflrina  ter  tirado  bons  resultados 
de  remessas  anteriores. 

Nas  grandes  criações  que  eu  dirigia  ha  pouco  no  Egypto,  onde  o 
clima differe  pouco  do  do  Brazi),  consegui  touros  suissos  muito  bellos 
tpie,  com  certos  cuidados,  é  verdade,  conservaram  durante  longos  annos 
suas  grandes  qualidades  em  toda  sua  descendência. 

E1  possível  também  que  a  vacca  simmenthal  guarde  suas  qua- 
lidades leiteiras  em  certas  regiões  húmidas  ou  em  outras  menos  quentes, 
como  no  Estado  de  Minas. 

Diversas  vaccas  européas  podendo  constituir,  em  condições  hygie- 
nicas  propicias,  uma  grande  fonte  de  lucro  pela  extensão  da  industria, 
não  só  do  leite  como  do  queijo,  ha  um  grande  partido  a  tirar  com 
esforços  orientados  nesta  direcção. 

As  pequenas  vaccas  hrttãs  edeJersey  só  nos  deram  typos  bastante 
degenerados,  o  que  se  comprehende,  sabendo-se  que  el las,  verdadeiros 
animaes  para  a  criação  em  estábulos  como  Durham,  só  têm  a  perder  com 
a  transplantação.  Comtudo  a  vacca  de  (iuernesey,  um  pouco  maior  e 
mais  rústica  do  que  a  de  Jersey,  resiste  mais. 

Mais  não  devemos  nos  preoceupar  muito  com  estas  pequenas  raças, 
pois  muito  delicadas  a  principio  nos  paizes  quentes,  nem  sempre  darão 
boas  vaccas  leiteiras  e,  além  disso,  produzirão  bezerros  minúsculos  que 
dariam  uma  magra  renda. 

Tivemos,  ao  contrario,  occasião  de  admirar  bellos  e  numerosos 
exemplares  de  vaccas  normandas,  flamengas e  hollandezas,  que  faliam 
alto  em  favor  do  seu  ensaio  e  seria  muito  para  desejar  que  este  fosse 
coroado  de  completo  êxito,  porque  é  incontestável  que  estas  vaccas 
attingiram  ao  mais  alto  grão   de  perfeição  como  leiteiras. 

Tendo  em  vista  o  grande  numero  de  partidários  e  de  detractores 
do  zebú,  não  podemos  nos  eximir  de  dizer  algumas  palavras  sobre  este 
assumpto;  e,  cm  primairo  logar,  convenhamos  em  que  só  o  facto  de 
tantos  criadores  brazi  lei  ros  tomarem  o  partidodeste  animal,  já  é  por  si 
só  sufficiente  para  demonstrar  que  elle  possue  até  certo  ponto  qualidades 
que  tanto  S3  lhe  contestam,  pois  nunca  vimos  travarem-se  discussões 
ardentes  sobre  objectos  cuja    imprestabilidade  seja   incontestável. 


A    LAVOURA  515 

E'  reconhecido  que  o  zebú  oriundo  da  índia,  paiz  de  clima 
muito  áspero,  offerece  uma  certa  resistência  a  diversas  moléstias  con- 
tagiosas dos  paizes  quentes,  o  que,  uma  vez  bem  demonstrado,  con- 
stituiria a  sua  principal  vantagem,  porque  o  zebú,  é  geralmente  sa- 
bido, apresenta  muitas  vezos  uma  conformação  defeituosa,  ossatura 
desenvolvida  em  excesso,  pelle  espessa  e  pouca  abundância  de  carne. 

Mas  afinal  de  contas  o  nosso  principal  intuito  é  a  obtenção  da 
carne  para  o  talho,  o  que  torna  as  malformações  (estreiteza  do  peito, 
altura  das  pernas,  etc.)  bastante  secundarias;  e,  pois  que,  com  uma 
acelimatação  inquestionavelmente  fácil,  este  animal  tem  já  dado 
aqui  excel  lentes  cruzamentos  como  meio  sangue,  poder-se-ia  ao 
menos  nas  regiões  perigosas  para  as  outras  raças,  dar  boa  acolhida 
a  este  estrangeiro  que  não  parece  regatear  os  seus  dons,  e  não  con- 
vém cruzal-o  além  do  meio  sangue,  pois  que  a  experiência  tem  de- 
monstrado, parece,  que  o  zebú  entra  em  decadência  quando  este 
limite  é  excedido. 

Vemos,  pois,  que  o  zebú,  apezar  de  não  possuir  muito  grandes 
qualidades,  pôde  prestar  serviços  em  certas  regiões  e  não  deve  ser 
condemnado  sob  pretexto  de  que  o  hospede  asiaticoj^lisonjeia  menos 
o  nosso  amor-proprio  de  criadores  de  que  o  gado  europeu,  o  qual, 
com  razão  ou  sem  ella,  consideramos  de  mais  nobre  origem. 

Convém  em  criação  premunir-se  contra  estas  subtilezas  preju- 
diciaes,  si  não  perigosas,  e  encarar  os  próprios  interesses  pelo  lado 
essencialmente  pratico. 

Não  me  deterei  nos  ovinos  que  deram  cruzamentos  felizes  com 
os  merinos  de  Rambouillet ;  devem  constituir,  assim  como  os  equí- 
deos, objecto  de  um  estudo  especial. 

Tão  pouco  me  alongarei  sobre  os  porcinos,  dos  quaes  foram 
apresentados  bellos  specimens,  principalmente  entre  os  de  raça 
ingleza. 

Mas,  adaptando-se  o  porco  com  facilidade  aos  novos  meios,  seria 
conveniente,  tratando-se  da  criação  extensiva  corrente,  introduzir  as 
raças  francezas,  como  a  Perigord,  typo  de  porco  andador,  e  a  crao- 
neza,  que,  mais  delicada,  é  verdade,  pissue  melhores  qualidades 
commereiaes,  e  poderia  ser  cruzada  com  o  canastrão  do  paiz. 

Lembrarei  apenas  que  tive  mais  uma  vez  occasião  de  admirar 
muito  bellos  burros,  pois  é  universalmente  sabido  que  o  Brazil  excede 
neste  género  de  animaes. 

Nossa  curiosidade  foi  também  vivamente  despertada  pelos  muito 
interessantes  hybridos  «zebroides»,  que  são   devidos  ás  bellas  expe- 


SOCIEDADE    NACIONAL    DH     AGRICULTURA 


riencias  e  á  sciencia  zootechnica  de  um  criador  brazileiro.  A  esla 
curiosidade,  para  os  estrangeiros,  ainda  se  «leve  accrescentar  o  inte- 
resse que  estes  animaes  promettem  para  o  futuro  e  sobre  o  qual 
faltarei  ulteriormente. 

Emflm,  contra  a  vossa  espectativa,  senhores  criadores,  que  des* 
prezaes  quasi  um  filho  de  nosso  paiz,  não  posso  deixai'  de  eneo- 
miar  o  vosso  lindo  «earaeú»,  que  pôde,  por  um  aperfeiçoamento 
persistente,  nos  proporcionar  uma  parte  das  qualidades  que  ides 
buscar  ás  vezes  bem  longe  e  que  deve  constituir,  não  o  esqueçamos, 
a  base,  a  primeira  pedra  deste  edifício  que  com  nobres  esforços  e 
um  êxito  certo,  erigis  actualmente  ao  renome  futuro  das  bellas 
criações  que  cobrirão  dentro  em  pouco  os  verdes  campos  do  vosso 
admirável  Brazil. 

Rio  de  Janeiro,  novembro  de  1908. 

GUSTAVE     MÊTRAL, 

Ex-yeterinario  em  eh  •!'.■  dos  domínios  da  S.  Alto/a  o  Khodiva,  encarregado 
do    serviço  veterinário  da  Força  Policial  Feder.il  d.i  Brazil. 


0  trigo 

A  cultura  do  trigo,  que,  ha  muitos  annos,  foi  entre  nós  iniciada, 
tendo  tido  mesmo  algum  desenvolvimento  em  certas  zonas,  tanto  do 
norte,  como  do  sul  de  Minas,  havia  desapparecido  completamente  sem 
uma  causa  conhecida. 

Sendo,  porém,  este  cereal  o  mais  importante  de  todos  pelo  seu 
consumo  universal,  alliado  ao  sou  grande  poder  nutritivo,  o  governo 
do  saudoso  mineiro  Dr.  João  Pinheiro,  determinou  que  fosse,  no  campo 
de  experiência  annexo  á  Directoria  de  Agricultura,  e  em  outros  esta- 
belecimentos agrícolas  do  Estado,  estudada  cuidadosamente  a  sua 
cultura. 

O  resultado  das  experiências  feitas  até  agora,  naquelle  campo  e 
a  partir  de  fevereiro  ultimo,  é  o  mais  animador  e  concludente  que  se 
poderia  esperar,  permiltindo,  por  isso,  desde  já,  aconselhar  o  plantio 
do-trigo,  si  não  em  todo  o  Estado,  ao  menos,  nas  zonas  de  campo 
que  tenham  um  clima  semelhante  ao  desta  região. 

Das  variedades  experimentadas,  como  se  vê  abaixo,  todas  se  des- 
envolveram e  produziram  satisfactoriamente,  destacando-se,  todavia, 
as  denominadas  Barleto,  Majorca  e  Trimenia. 


A    LAVOURA  517 

Quand)  â  época  de  plantação,  as  experiências  demonstraram  ser 
a  iflâls  própria  a  que  vae  do  meados  de  fevereiro  a  princípios  de 
maio. 

As  culturas  feitas  nesse  intervallo  não  foram  atacadas  por  doença 
alguma,  nem  perseguidas  pelos  pássaros,  apresentando  ainda  a  grande 
vantagem  de  se  poder  fazer  a  colheita  em  tempo  de  secca,  o  que  não  suc- 
cederá  com  as  do  junho.  Km  terrenos  férteis  não  ha  necessidade  do 
emprego  de  adultos,  e,  si  além  disso,  forem  frescos,  raramente  tor- 
nar-se-á  necessária  a  irrigação. 

As  plantações  dos  mezes  de  julho  e  agosto  ficaram  muito  preju- 
dicadas  pelos  pássaros  e  não  attingiram  o  desenvolvimento  das  ou- 
tras;  as  de  setembro  e  outubro  tem  sido  atacadas  por  um  insecto 
que  corta  as  plantinhas  antes  de  alcançarem  15  centímetros  da 
altura. 

As  experiências,  porém,  serão  continuadas  até  se  fechar  o  eyclo 
em  janeiro  vindouro ;  e  dahi  em  deanle  se  fará  o  plantio  somente 
nos  mezes  em  que  os  resultados  tenham  sido  melhores,  experimen- 
tando-se  também  outras    variedades. 

A  média  da  producção  obtida,  calculada  por  hectare,  de  14,7 
hectolitros  para  o  trigo  Trimenia,  16,7  para  o  Ferro,  20,6  para  o  Ma- 
jorca,  24,2  para  o  Barleto  e  16  para  o  Francez,  (*)  é  muito  satisfacto- 
ria,  comparada  com  as  que  se  acham  no  livro  de  Assis  Brasil  (A 
Cultura  dos  Campos)  e  relativa  a  diversos  paizes. 

Assim  éque,  segundo  o  que  alli  se  encontra,  a  média  de  hecto 
litros  de  trigo,  produzidos  por  hectare,  para  os  seguintes  paizes  é:  In- 
glaterra, 27,7  ;  Bélgica,  25,1;  Hollanda,  22,2;  Noruega,  20,8 ;  Dina- 
marca, 17. 1  ;  França,  15,4;  Áustria,  15  ;  Hespanha,  14  ;  Argentina,  12; 
Estados  Unidos,  n  ;  e  Portugal  9. 

Nas  experiências  realizadas,  as  plantações  quasi  todas  foram 
feitas  em  linhas  afastadas  de  40  centímetros;  entretanto,  esse  afasta- 
mento poderá  ser  apenas  de  25  a  30  centímetros,  o  que  permittirá  plan- 
tar-se  maior  quantidade  de  sementes  e  obter-se  um  augmento  cor- 
respondente na  producção. 

O  peso  dos  trigos  colhidos  foi  tamhem  muito  satisfactorio ;  pois, 
segundo  Assis  Brasil,  o  hectolitro  dos  melhores  trigos,  pesa  80  kilogram- 
mas  e  dos  inferiores  70,  ao  passo  que  o  dos  nossos  foi  em  média, 
de  76,1. 


(•)    As  gemente?   desta   variedade  de   trigo  vieram     da    Arpentinc    com  este   nome 
-Trigo  Krancex. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


Itcsultudo»   obtidos  sobre  a  cultura  «lo  trigo  "o  Campo  de    expe- 
riência «In   Directoria   «lo  Agricultura 

Terreno  ligeiramente  inclinado,  pobre  o  serro,  exigindo  irri- 
gação. 

Plantação  em  sulcos  de  profundidade  de  4  a  5  centímetros. 

Fórmula  de  adubação  para  ÍOO,1"2- 

Escoria  Thomas,  2  kilos.— Sulfato  de  potássio,  1  kilo.— Cal,  5  ki- 
los.— Esterco  animal,  300  kilos. 

Procedência  das  sementes:  trigos  Trimenia,  Farro  e  Major  ca,  da 
Itália;  Barleto  e  Francez,  da  Republica  Argentina. 

Cura  das  sementes:  banho  ralado  em  solução  de  sulfato  de  cobre 
a  4%. 

Trigo  Majorca  —  Plantado  em  7  de  fevereiro.  Área  100"2.  Semente 
empregada  0/750.  Linhas  espaçadas  de 0.40.  Os  colmos  attingiram  a  um 
metro  de  altura,  tendo  afilhado  bem.  Foi  ceifado  em  22  de  agosto,  tendo 
produzido  17  litros  de  grãos. 

Irigo  Trimenia  — Plantado  em  7  de  fevereiro.  Área  100"'.  Linhas 
afastadas  de  0,40.  Attingiu  a  1  metro  de  altura.  Foi  ceifado  em  meiado 
de  agosto,  tendo  produzido  11,5  litros.   Semente  empregada  0,750. 

Irigo  Farro  —  Plantado  em  7  de  fevereiro.  Área  100ra!.  Linhas 
espaçadas  de  0,40.  Semente  empregada  0,1  750.  Attingiu  a  1  metro  de 
altura,  tendo  havido  desigualdade  na  granificação.  Foi  colhido  em  20  de 
setembro,  tendo  produzido  15  litros  de  grãos. 

Trigo  Farro  —  Plantado  em  12  de  março,  em  linhas  espaçadas 
de  0,47.  Área  100'"2.  Semente  empregada  0,750.  Foi  colhido  em  30 
de  setembro,  tendo  produzido  14  litros  de  grãos. 

Tri go  Majorca  —  Plantado  em  12  de  março,  em  linhas  afastadas 
de  0.40.  Área  1001"2.  Semente  empregada  0,1 750.  Foi  ceifado  em  21  de 
setembro,  tendo  produzido  21  litros  de  grãos.  Attingiu  a  lm,  10  de 
altura. 

Irigo  Trimenia  —  Plantado  em  12  de  março.  Área  100m2.  Semente 
empregada  0/800.  Cresceu  pouco.  Foi  colhido  em  setembro,  tendo 
produzido  8  litros  de  grãos. 

Trigo  Francez  —  Plantado  em  6  de  abril,  em  linhas  espaçadas 
de  0.40.  Área  100m2.  Semente  empregada  0,440.  Foi  colhido  em  23  de 
setembro,  tendo  16  litros  de  grãos 

Trigo  Barleto  —  Plantado  em  6  de  abril.  Foi  ceifado  em  21  de 
setembro,  tendo  produzido  24,5  litros.  Área  100Mi.  Distancia  entre  as 
linhas  0.40.   Semente  empregada  0.750.   Attingiu  a  l'",60  de  altura. 


A    LAVOURA  510 

Trigo  Farro  —  Plantado  em  6  de  abril.  Área  50. mS.  Semente 
empregada  0,325.  Foi  colhido  em  I  de  outubro,  tendo  produzido  10  litros 
de  grãos. 

Trigo  Majorca  —  Plantado  era  LS  de  abril.  Área  :>0.'"\  Distancia 
entre  as  linhas  0.40.  Foi  colhido  em  1  ■<  de  agosto,  tendo  produzido  10,5 
litros.  Semente  empregada  0,'  320. 

Trigo  Trimenia  —  Plantado  em  16  de  abril.  Área  50m2.  Distan- 
cia entre  as  linhas  0.40.  Atlingiu  aO.DO  de  altura.  Foi  colhido  em  15 
de  agosto,  tendo  produzido  10  litros  de  grãos. 

Trigo  Trimenia  —  Plantado  a  16  de  maio.  Área.  50, '"\  Semente 
empregada  0/440.  Distancia  entre  as  linhas  0.44.  Foi  colhido  em 
15  de   outubro,  tendo  produzido  10  litros  de  grãos. 

Trigo  Barleto  —  Plantado  em  1(5  de  maio.  Área  50'"3.  Linhas 
espaçadas  de  0.44.  Attingiu  altura  média  de  1  metro.  Foi'  colhido  em 
1  de  outubro,  tendo  prcduzido  12  litros  de  grãos.  Semente  empregada 
0',   340. 

Iritjo  Farro  —  Plantado  em  10  de  maio.  Área  50'"-.  Distancia  entre 
as  linhas  0"',44.  Attingiu  a  0"',60.  Foi  colhido  em  15  de  outubro, 
tendo  produzido  11  litros  de  grãos,  semente  empregada  0,440. 

Trigo  Majorca  —  Plantado  em  16  de  maio.  Área  50"'\  Distan- 
cia entre  as  linhas  0,44.  Foi  colhido  em  10  de  outubro,  tendo  pro- 
duzido 9,5  litros.  Semente  empregada,  0',440. 

Trigo  Trimenia  —  Plantado  em  13  do  junho.  Área—  100  m\ 
Linhas  espaçadas,  de  0"\30.  Semente  empregada  0l, 750.  Attingiu  a 
0m,50  de  altura.  Foi  ceifado  em  20  de  outubro,  tendo  produzido  1 4  litros 
de  grãos. 

Trigo  Majorca  —  Plantado  em  13  de  junho.  Semente  empre- 
gada O',600.  Distancia  entre  as  linhas 0,30.  Attingiu  a  0a,70  de  altura. 
Foi  colhido  em  20  de  outubro,  tendo  produzido  25  litros. 

Trigo  Farro  —  Plantado  em  13  de  junho.  Área  —  100",2. 
Distancia  entre  as  linhas,  0,30.  Semente  empregada,  0,750.  Foi 
colhido  em  2  de  novembro,  tendo  produzido  12,5  litros  de  grãos. 

Pesos  de  100  litros  de  cada  uma  das  variedades  de  trigo  colhidos 
no  campo: 

k 

Trigo      Trimenia 78,5 

»  Farro 73,0 

»         Barleto 76,5 

»         Majorca 76,5 

Média 76,1 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Quuili-o    resumindo  s»«  experiências 

(P.ira  1 00m?) 


VARIEDADES 

MEZE3 

H 

g 

§ 

o 

ta 

Fevereiro 

Março 

Abril 

Maio 

JUDhO    

X  11,5 

X     8,0 
X  20,0 
X   20,0 
X    14,0 

1 

X    15,0 
X    14,0 
X  20,0 
X  22,0 
X   12,5 

••:  17,0 

X  21,0 
X   21,0 
X   19,0 
X  25,0 

X  24,5 
X   24,0 

X    10,0 

Médias 

14,7 

16,7 

20,0 

24,2 

16,0 

Média  das  médias  —  18,4 


Do  Minas  Geraes. 


-&$&HfiM3$€- 


EXPEDIENTE 


Secretaria 


Oori-espoiídoiicia,  diiiTvnte  o  incz  cie  íiovemlbro 

Expedida  : 

Circulares 336 

Telegrammas 100 

Cartas 96 

Registrados 10 

Oíflcios .  6 

Monographia  da  «  moléstia  dos  animaes  » 331 

«A  Lavoura» 3.850 


A    LAVOURA  521 

Recebida  : 

Ollicios 25 

Requerimentos 111 

Cartas 235 

Telegrammas 40 

Circulares 5 

Memoranda 6 

Boletim 1 

Representação   1 

Fornecimento   tle  arame  (arpado 

Pedidos  satisfeitos 37 

Extensão  dos  rolos  (  metros ) 310.852 

Custo  dos  mesmos,  fornecido  pela  Sociedade  .  .  .         9:6ti8$600 
Custo  adquirido  no  mercado 13:130$000 

Economia  realizada  pelo  agricultor 3:4G1$100 

Agradecemos  á  Directoria  do  Grémio  Polymathico  «Manoel  Xavier»,  de 
Petrolina,  a  gentileza  da  participação  de  ter  sido  empossada  a  nova  Directoria 
que  deve  gerir  os  seus  destinos  no  período  annual  de  1908  a  1909. 

Carta  honrosa  —  Bambuhy,  20  de  outubro  de   1908. 

«Exm.  Sr.    Presidente   da  Sociedade  Na  uonal  de  Agricultura. 

Tive  hontem  a  agradável  communicação  de  ter  sido  admittido  como  mem- 
bro da  Sociedade    Nacional   do  Agricultura. 

Ilonra-mo  sobremaneira  esse  Tacto.  Oxalá  que  possa  eu  contribuir  de  algum 
modo  para  o  engrandecimento  dessa  patriotici  aggremiação,  que  visa  impulsio- 
nar a  mais  valente  fonte  de  riqueza  quo  possue  o  Paiz.  Sim,  eu  creio  que 
nenhuma  outra  a  esta  poderá  se  igualar,  uma  vea  que  soja  nacionalmente 
explorada,  e  creio  mais,  que  não  são  os  nossos  productos  mais  compensadores 
os   mais  explorados. 

Muitíssimas  riquezas  existem,  que  são  ainda  pouco  conhecidas  e  outras  intei- 
ramente desconhecidas,  especialmente  na  fecundíssima  fonte  de  fortuna,  cuja 
exploração  faz  objecto  dessa  bem  orientada  sociedade.  Estou  plenamente  con- 
vencido de  que  o  esforço  individual  será  impotente  para  abrir  lastro  commer- 
cial  e  industrial  ás  novas  descobertas  de  nossa  pujante,  fecunda  e  variada  flora. 
Só  o  esforço  collectivo  será  capaz  de  resultados  satisfactorios.  Só  nelle  eu 
creio  como  elemento  vivificante  das  forças  amortecidas  pela  descrença  do  lavra- 
dor, cansado  pelos  roàneiros  processos  legados  por  noísos  maiores  ;  só  nelle 
espero  como  força  capaz  de  operar  reaes  metamorphoses  que  vão  libertando 
o  lavrador  da  penúria  a  quo  estava  condemnado  pelos  prejuízos  de  educação 
facilitando-lhe  o  traballio,  triplicando-lbo  a  producção  e  remunerando-lhe  muito 
mais  fartamente  o  seu  afan,  hoje  novo.  Esse  esforço  collectivo  está  [ perfeita- 
mente synthetisado  hoje  na  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  além  dos  syn- 
dicatos   agrícolas. 

Tanto  a  fortuna  particular,  como  a  publica,  augmentam  suavemente. 


522  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  pois,  si  não  são  excessivamente 
optimistas  as  minhas  previsões,  esta  fadada  a  operar  a  resurreição  da  riqujza 
publica  pelo  augmento  da   paiticular,  que  já  vae  operando. 

Julgar-niG-kei  muito  foliz,  si  conseguir  concorrer  com  qualquer  contiQgen to 
para  essa  obra  gigantesca. 

Agradeço,  pois,  sinceramente  reconhecido  a  acceitação,  como  lambem  a 
proposta  de  meu    nome. 

Para  o  bom  desempenho  do  meus  devores,  preciso  bem  conhecer  os  estatutos 
da  sociedade,  e  peço  a  V.  Ex.  remetter -me  um  exemplar,  e  bem  assim  avi- 
sar do  qualquer  contribuição  pecuniária  que  cumpra  fazer  agora,  afim  de  que 
eu  a  satisfaça   som  demora  alguma. 

Grato  a  V.  Ex.  pela  sua  gentileza  para  commigo,  subscrevo-me  com  ver- 
dadeira estima  e  real  consideração 

O   consócio  e  amigo,  Antero  Torres, 

CíhCê  —  O  Sr.  Dr.  "Wonceslão  Bello,  Presidente  da  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura,  recebeu  do  Sr.  João  Ferreira  da  Rosa,  lavrador  de  café"  em  Bata- 
taes,  Estado  de  S.  Paulo,  a  seguinte  cirta  : 

«  Saudações  —  Tenho  o  prazer  de  participar-lhe  que  os  lavradores  deste 
município,  em  reunião  hoje,  tomaram  a  resolução  de  não  colherem  a  safra 
de  café  pendente  de  1 '. »08  a  1909,  alini  de  valorisar  rapidamente,  convidan- 
do pelos  jornaes  da  capital,  aos  outros  municípios  no  Estado  a  adherir  ao 
movimento  para  o  qual  já  se  acha  convocado  um  Congresso  de  Lavradores 
em  .lalai  ou  s.  Manoel.  E'  uma  medida  justa  e  necessária  e  não  importa  om 
muito  para  uma  classe  que  se  acha  habituada  a  solTrer  e  ser  sempre  desam- 
parada e  deixada  á  selecção  natural,  aggravada  sempre,  e  em  todas  os  tempos, 
por  impjstos  desarazoados  e  tarifas  monstruosas.  E,  por  cumulo  do  caiporismo, 
nem  escolas,  nem  leis  que  a  protejam  existem,  a  não  ser  uma  ou  duas,  quanto 
a  escolas.  Parece  que  a  maldição  de  Deus  cahio  sobre  esta  raça  latina,  que 
invadindo  a  America  do  Sul  e  parte  da  do  Norte,  as  conquistaram  a  canhão 
e  strichinina,  expurgando  seus   legítimos  donos  e   apossanJose  de   seus    bens. 

Poço-lhe  dar  publicidade  na  A  Lavouro,  a  noticia  da  reunião  dos  lavra- 
dores aqui,  onde  tomei  parte,  e  pedi  aos  collegas  fluminenses,  mineiros  e 
espiritosantenses  suas  adhesões  a  esta  nossa  resolução,  levados  pelo  desespero. 
E'  perder  muito  pouco,  pois  muito  mais  perderam  com  a  abolição  e  muito 
temos  perdido  nestes  últimos  annos,  que  o  café  mal  tem  nos  dado  para  custear 
as  lavouras  e  nossa  subsistência  e  educação  dos  filhos,  perecidos  ou  levados 
com  a  maior  economia  possível.  Entretanto  as  estradas  de  forro  prosperara 
e  dão  dividendos  enormes.  O  Estado  locupleta-se  desapieda  lamente,  as  alfan- 
degas cobram  oxorbitancias  e   o   clamor  é   geral    o  justo. 

Assim   Deus  nos  proporcione  melhores  dias    e   razoável    credito,   pois   com 
justa  razão   estamos  desacreditados  no  estrangeiro,    porque  vivem  os    Gover- 
nos deste  paiz  gastando  o   alheio  e  peiindo-o  sempre  emprestado,  sem  nunca 
so   lembrar  de  pigar  o  que  ha    tantos  annos   emprestaram-lhe. 
E'  com  toda  a  estima   e  consideração  do   sócio   e  criado  amigo, 

João  Ferreira  cia  Rosa.  » 


Secção  Tschnica 


Expôs  içtlo  A^rioola  om  Fribiu-go  —  Começam  a  se  mani- 
festar os  effeitos  de  incitamento  devidos  ã  Exposição  Nacional  e  que  se  hão  de  contar 
entre  os  maiores  benefícios  que  cila  ha  do  produzir. 

Vau  t:r  a  prioridade  o  município  de  Friburgo,  que  animado  com  os  brilhantes 
resulta^ los  obtidos  por  seus  representantes  nas  exposições  de  flore  \  fructas  e  legumes, 
que  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  realizou  ao  grande  certamen  da  Praia 
Vermelha,  pretende  agora  realizar  por  si  uma  exposição  do  mesmo  género  na 
bella  cidade  de  Friburgo. 

Essa  iniciativa  dos  membros  da  Camará  Municipal,  com  o  intolligente  e  dedi- 
cado concurso  do  Dr.  Júlio  V.  Zamith,  distincto  amador  da  cultura  das  llores,  vae 
ser  realizado  em  princípios  de  fevereiro  próximo,  tendo  silo  convidado  para  abrir 
a  exposição  o  presidente  da  Socieladc  Nacional  de  Agricultura,  que  não  podia 
deixa?  do  accoitar  tão  honrosa  distincção. 

A  Camará  instituirá  premio?,  constantes  do  apparelhos  agrícolas,  taescomo: 
arados,  capi nadei ras,  apparelhos  para  tratamento  ds  arvores  fructiferas,  etc.  A 
Sociedade  Nacional  de  Agricultura,  por  sua  vez,  pretende  olTerecer  prémios  de 
animação. 

Ao  fazer  publica  e3la  notuia,  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  não  pôde 
deixar  de  manifestar  seu  applauso  A  Camará  M  inicipal  de  Friburgo  por  sua  uti- 
líssima iniciativa,  apontando-a  como  oxe  nplo  digno  de  ser  imitado  pelas  outras 
municipalidades  do  Estado. 

Será  assim,  substituindo  as  lutas  e  rivalidades  estéreis  e  atrophiantes  da  poli- 
ticagem  por  essas  pugnas  do  trabalho  agrícola  era  festas  de  emulação,  tão  cheias 
do  encantos,  quanto  de  proveitos,  que  se  ha  de  a  lavoura  redimir  de  suas  crises, 
fazondo-se  respeitar  e  estimar  c  ensinando  assim  como  S3  fundam  as  bases  para 
a  prosperidade  sua  e  do  paiz. 

>Ia,iitlioca,  — Tem  o  Brasil  uma  grande  riqueza  na  facilidade  e  abundância 
com  que  produz  a  mandioca  e  essa  riqueza  é  partilhada  pelo  maior  numero  de 
nossos  Estados. 

No  emtanto,  abstrahindo  do  partido  que  tiram  dessa  planta  para  a  alimentação 
local,  quasi  nullo  é  o  interesse  apurado.  Da  mandioca  só  exportamos  a  farinha 
dosso  nome  e  são  bem  fracos  os  algarismos  que  representam  tal  commercio,  que 
muito  a  custo  vai  aug-mentando  de  modo  pouco  apreciável ;  ura  pouco  de  polvilho 
que  também  vai  ao  estrangeiro,  o  eis  todo  o  modesto  contiagente  com  que  essa 
utilíssima  plauta  concorre  para  a  vida  económica  do  paiz. 

Diz-se  que  a  farinha  6  alimento  para  pobres,  imprópria  para  mesas  aristocrá- 
ticas o  paladar  civilizado.  Sob  essa  forma,  é  certo,  a  mandioca  encontra  difflcul- 
dade  de  abrir  mercados  e  dahi  remita  a  falta  de  desenvolvimento  de  seu  com- 
mercio. 

No  emtanto,  o  polvilho  o  a  tapioca  são  verdadeira?  preciosidades  que  a  man- 
dioca eucerra  ;  já  são  conhecidos  e  procurados  em  todo  o  mundo  e  tem  assim 
mercado  já  feito  e  ganntido.  O  Brasil  não  os  explora  senão  em  escala  insignifí- 


SOCNínAHK     NACIONAL     DE     AGRICULTORA 


cante,  talvez  porque  já  constituem  industria  fabril  o  nós  estamos  ainda  bem  mal 
preparados  para  industrias  que  não  sejam  agrícolas,  as  quaes  só  vivem  por  efteito 
da  protecção,  qus  tanto  se  tem  exaggerado  o  que  tão  dilílcil  está  tornando  a  vida 
s  •m  nenhuma  vantagem  económica  para  o  paiz. 

Acreditamos  que  a  própria  farinha  de  mandioca  encontrará  mercados  no 
estrangoiro  quando  já  pudermos  colher  os  resulta  los  de  uma  bem  orientada  e 
persistente  propaganda  de  nossos  productos.  Mas,  ainda  mesmo  sem  isso  e  sem  a 
industria  do  polvilho  o  da  tapioca,  a  mandioca  podo  se  constituir  objecto  de  grande 
commercio  externo,  sendo  exportada  em  espécie. 

Soubemos  em  Antuérpia  que  a  nossa  commissão  de  expansão  económica  tem 
recebido  pedidos  importantes  desS3  producto.  .lá  antes  nos  fora  coramunicado  que 
o  Museu  Commercial  desta  capital  recebera  pedido  de  algumas  toneladas  para 
inicio  de  commercio. 

Nada  se  tem  adiantado,  no  emtanto,  de  positivo,  nessa  questão,  cuja  impor- 
tância, aliás,  6  ovidente,  pois  que  o  valor  real  de  uma  nação  ó  afferido  hoje  pelo 
valor  de  seu  commercio  externo. 

A  difficuldade  inicial  do  problema  6  que  a  mandioca  não  pôde  ser  exportada 
no  estado  em  que  a  terra  a  produz,  pelo  risco,  que  corre,  do  se  deteriorar  no  porão 
dos  navios  durante  a  viagem,  não  podendo  tampouco  supportar  os  ónus  do  trans- 
porte em  camarás  frigorificas,  como  se  faz  com  as  fruetas  e  as  carnes,  por  isso  que 
precisa  ser  producto  barato,  em  sua  qualidade  de  matéria  prima. 

Para  que  o  preço  que  se  consiga  encontrar  nos  mercados  estrangeiros  possa 
ser  remunerador,  sorá  preciso  a  desoccar  com  esmero. 

Esse  é  o  problema  que  cumpre  resolver,  obtendo  o  producto  por  buxo  preço,  para 
adquirir  assim  mais  um  bom  género  de  exportação,  que  virá  beneficiar  á  lavoura 
de  muitos  Estados,  pois  é  sabido  quanto  e  barata  a  cultura  da  mandioca  entre  nós. 

Acreditamos  que,  resolvido  esse  problema,  o  êxito  é  certo,  pois  não  faltará 
mercado  consumidor  e  é  de  esperar  que  nossos  homens  de  governo,  sabendo  com- 
prehender  o  seu  dever  em  face  das  exigência-;  da  expansão  económica  do  paiz, 
providenciarão  de  modo  ellicaz  para  que  os  fretes  e  os  impostos  não  impossibilitem 
esse  commercio  matando  em  seu  nascedouro  a  producção  agricola  que  precisamos, 
podemos  e  devemos  crear. 

A  Sociedade  Nacional  do  Agricultura,  em  sua  ultima  reunião  de  directoria, 
resolveu  chamar  a  attonção  dos  interessados  para  esse  importante  problema,  e,  no 
intuito  de  estimular  as  pessoas  capazes  de  achar  a  desejada  solução,  instituiu  três 
prémios,  sendo  o  1°,  de  1:000$,  o  2»,  de  600$  e  o  3°  de  400$000. 

Para  isso  a  Sociedade  exige  dos  concurrentes:  Io,  a  descripção  detalhada  e  clara 
do  processo  empregado  ;  2o,  a  demonstração  do  custo  de  producção  do  preparo 
industrial  ;  3o,  a  apresentação  do  producto  na  quantidade  minima  de  cinco  (5)  to- 
neladas, em  e3tado  de  ser  embarcado  e  remettido  para  a  Europa,  como  experiência, 
até  31  de  maio  próximo  futuro. 

São  condições  de  preferencia  para  o  premio  :  Io,  o  maior  preço  alcançado  na 
praça  de  Antuérpia,  com  margem  para  lucro  ;  3o,  menor  custo  do  preparo  indus- 
trial ;  3o,  a  maior  quantidade  de  producto  apresentado. 

A  Sociedade  se  promptitica  a  auxiliar  a  exportação  e  a  venda,  por  conta  dos 
productores. 


NOTICIÁRIO 


Crelito  ^«•-riool»  em  Mimis  —  Publicamos  ora  seguida  o  de- 
creto n.  230i,  qu3  trata  da  instituição  do  Crelito  Agrícola  no  Estido  de  Minas 
Geraes: 

«  0  Vice-1'residente  do  Estado  do  Minas  Geraes,  para  execução  do  disposto  na 
Li  n.  400,  de  13  de  setembro  de  1905,  derreta: 

Art.  1 .»  E'  autoriz  ido  o  Secretario  de  Estado  djs  Negócios  das  Finaaçxs  a  ce- 
lebrar, de  accordo  com  o  Bane )  de  Uredito  Real  de  Minas  Geraos,  para  instituição 
do  credito  agrícola,  mediante  as  seguintes  condiçõos  : 

§  1.»  O  Banco  se  obrigará  a  fazer: 

a)  desconto  de  lettras,  bilhetes  de  mercadorias  e  warrants  emittidos  de  accordo 
com  a  legislação  em  vigor  ; 

b)  descontos  de  letras,  notas  promissórias  acceitas  por  lavradores  e  indus- 
triaes  ou  exportadores  de  produetos  da  lavoura  e  industria,  com  garantia  de 
duas   firmas   reconhecidamente  solvaveis  ; 

c)  descontos  de  ordens  sacadas  por  lavradores  ou  industriaes  residentes  no 
Estado  a  prazo  máximo  de  quatro  mezes  ; 

d)  empréstimos  sob  garantia  de  penhor  agrícola  ; 

e)  empréstimos  a  lavradores  ou  industriaes  sob  garantia  pignoratícia  de  apó- 
lices da  divi.la  publica  federal  ou  d )  Esta  lo,  de  produetos  industriaes  ou  agrícolas, 
ouro,  prata  e  pedras  preciosas  ; 

0  empréstimos  sobrj  primeira  hypotheca  de  immoveis  ruraes  ; 

g)  abertura  de  credito  em  conta  corrente  de  movimento  sob  garantia  hypothe- 
caria  ou  pignoratícia  para  custeio  das  lavouras,  acquisição  de  machinas  agrí- 
colas, machinismos  aperfeiçoados  de  b.»ieflciamento  dos  produetos  ag/ieolas  ou 
para  reforma  e  melhoria  de  machinismos  já  existentes  ; 

h)  empréstimos  ás  cooperativas  agrícolas  do  responsabilidade  illiraitada,  me- 
diante as  garantias  convenientes; 

;■)  recebimento  de  depósitos  em  conta  corrente  ou  a  prazo  fixo. 

§2.°  Os  empréstimos  feitos  pira  o  fim  especial  de  constituição  de  lavouras 
aperfeiçoadas  com  garantia  pignoratícia  de  instrumentos  agrícolas  addicionada  á 
hypotheciria  de  irnraoveis,  serão  limitados  ú  quantia  que  for  fixada  no  con- 
tracto. 

§  3.°  Os  empréstimos  hypothecarios  que  forem  feitos  pela  nova  carteira  de 
credito  agrícola  serão  subordinados  a  ostas  condições: 

1  não  p jderão  exceder  a  um  terço  do  valor  venal  dos  bens,  tendo-se  em  vista 
o  que  serviu  de  baso  para  o  imposto  territorial ; 

II  terão  o  prazo  máximo  do  dous  annos. 

§  4.°  Os  empréstimos  hypothecarios  a  prazo  maior  continuarão  a  ser  feitos 
pela  actual  carteira  hypothecaria  do  Banco  de  Credito  Real  do  Minas  Geraes,  na 
forma  do  contracto  existen.e  e  de  accordo  com  a  legislação  em  vigor. 

§5."  Os  empréstimos  destina  los  a  custeio  das  lavouras  e  em  geral  os  que 
forem  feitos  sob  garantia  de  penhor  agrícola  terão  o  prazo  de  um  anno,  e  não    po- 


526  SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

derão  exceder  ao  valor  de  metade  da  producção  provável,  aUendendo-se  além  do 
calculo  da  colheita  pendente  á  média  das  quatro  anteriores. 

§  6.°  A  taxa  máxima  de  juros  e  descontos  da  nova  carteira  de  credito  agrí- 
cola será  de  8  °/0  ao  auno. 

§  7.°  Krnquanto  se  fizer  a  cobrança  da  sobretaxa  do  3  francos  pjr  sacca  de 
café,  o  Governo  poderá  determinar  a  reducção  da  taxa  de  juros  e  descontos  até  6  °/0 
annuaes  para  as  operações  puramente  agrícolas,  reduzindo  na  mesma  proporção 
os  juros  cobrados  ao  banco  pelas  quantias  effecti vãmente  empregadas  em  taes  ope- 
rações. 

§  8.°  Serão  estabelecidas  agoncias  do  I  lanço  nos  muuieipius  em  que  a  directoria, 
de  accordo  com  o  r.overno,  julgar  necessário. 

§  9."  Mediante  garantias  espr>ciaes  e  com  assontimeuto  prévio  do  Governo,  po- 
derá o  barco  lazer  empréstimos  a  emprezas  de  construcções  ruraes  quo  so  propo- 
nham a  montar,  por  conta  de  agricultores,  fazendas  mo  lelos,  praparan  lo  terrenos 
destinados  a  culturas  intensivas  e  installando  machiDismos  de  boneficiamento  de 
produetos  agrícolas. 

§  10.  Nas  mesmas  condições  poderão  ser  leitos  empréstimos  ás  Camarás  Muuici- 
pães  que  se  proponham  a  funiar  usinas  de  electricidade  aproveitando  força  hydrau- 
lica  para  illuminação  publica  e  cessão  de  força  motriz  a  industrias  manufactoras. 
§  11.  No  contracto  que  for  celebrado  para  creação  da  carteira  de  crelito  agrí- 
cola serão  estabelecidas  clausulas  garantidoras  dos  interesses  do  Estado  ligados 
aos  do  estabelecimento  bancário,  ficando  expressamente  estipulado  que  as  opera- 
ções feitas  furadas  bases  determinadas  correrão  sob  a  responsabilidade  pessoal  do 
Director  que  as  tiver  ordenado. 

Art.  2.°  O  Governo  depositará  no  banco,  a  titulo  de  empréstimo  para  as  opera- 
ções de  que  trata  este  decreto,  até  a  quantia  de  dez  mil  contos  de  réis. 

§  1."  As  quantias  depositadas  vencerão  o  juro  annual  de  5  %.  pago  semestral- 
mente. 

§2.°  O  emprostimo  será  amortizado  em  20annos,  a  contar  de  1"  de  janeiro 
de  1913. 

Art.  3.°  O  banco  terá  o  mesmo  capital  com  que  está  constituído. 
Art.  4.°  O  Governo  intervirá  na  administração  do  banco  nomeando  um  di- 
roctor,  que  sorá  o  Presidenta  e  ao  qual  caberá   o  direito  de  vetar  as  deliberações 
da  directoria  que  lhe  parecerem  contrarias  aos   interesses   do  Governo,  havendo 
desse  veto  recurso  para  o  Secretario  das  Finanças. 

Paragrapho  unieo.  Os  estatutos  do  banco  e  as  reformas  que  nelles  forem  feitas 
serão  submettiJas  à  approvação  do  Governo  do  Estado. 
Art.  5.°Revogam-se  as  disposições  em  contrario. 

Palácio  da  Presidência  do  Estado  de  Minas  Geraes  em  BjIIo  Horizonte,  21  de 
novembro  de  1908.—  Júlio  Bueno  Brandão.  — Juscelino  Barbosa.» 

I3aiico  de  Custeio  Rural  —  Xo  Thesouro  do  Estado  do  S.  Paulo 
foi  assignado  o  coutracto  para  constituição  do  Banco  de  Custeio  Rural  do  Itapira, 
ficando  o  mesmo  nestas  condições  habilitado  a  receber  50:000$ em  apólices  especiaes 
de  auxilio  agrícola. 

Ensino  A.g-1-ieola  e  Commercial  —  O  Sr.  Dunshee  de  Abranches, 
deputado  pelo  Estudo  do  Maranhão,  apresentou  á  Camará  dos  Deputado3  o  seguinte 
projecto  do  lei  : 


A    LAVOURA  527 

«  O  Congresso  Nacional  decrota  : 

Art.   I.°  Na  Alfandega  do  Maranhão  será  cobrada  por    espaço  de    dozannosa 
taxa  de  1  %  sobre  o  total  de  cada  nota  de  despacho  do  importação,  sendo  a  respe- 
ctiva importância  mensalmente  entregue  á  Associação  Commercial  daquelle  Estado. 
Art.  2°  Em  virtude  deste  favor,  essa  Associação  se  obrigará  a  dar  As  quantias, 
que  receber,  a  seguinte  applicação  : 

a)  Organizar  e  manter  cursos  theoricos  o  práticos  de  commercio  e  agricultura, 
ssndo  o;  cursos  práticos  de  agronomia  localizados  fora  da  capital,  onde  fõr  julgado 
mais  conveniente  ; 

5)  Construir  edifícios  adeqmdos  a  essas  instituições  ; 

c)  Publicar  um  boletim  semestral,  dando  conta  .i  lavoura  de  todos  os  progressos 
da  agricultura  e  da  situação  economico-fínanceira  da  Republica,  peraute  os  merca- 
dos estrangeiros  ; 

d)  Distribuir  sementes  e  plantas  novas,  que  possim  ser  com  vantagem  accli- 
roadas  no  paiz; 

c)  Facilitar,  por  todos  os  meios  ao  seu  alcance,  o  povoamento  do  solo  mara- 
nhense, estabelecendo  um  serviço  completo  de  informações  sobre  clima,  produeção, 
riquezas  naturaes,  meios  do  transporte,  preços  de  géneros  e  sua  collocação,  e  terras 
devolutas  nas  diversas  zonas  do  Estado  ; 

f)  Crear  o  serviço  de  estatística  commercial  do  Maranhão  ; 

g)  Emprehender  todos  os  melhoramentos  tendentes  a  desenvolver  os  conheci- 
mentos commerciaes  o  agrícolas. 

Art.  3o.  A  Associação  Commercial  do  Maranhão,  para  executar  os  serviços 
comprehcndidos  no  artigo  anterior,  poderá  dar  como  garantia  de  qualquer  emprés- 
timo os  recursos  que  lhe   são  concedidos  na  prosente  lei. 

Art.  4".  Uevogam-se  as  disposições  cm  contrario  .» 

O  CíiPé  do  Brasil  iiíi  Exposição  tio  ^Vsti .— Ao  café  brasi- 
leiro foi  conferida  a  distineção  máxima  no  certamen  do  Asti.  Obteve  o  diploma  da 
taça  de  honra. 

Ins»t  it«toTiitei'naeioniil  cie -\.e-i'ieiilt uva,— Inaugurou  as  suas 
sessões  no  dia  27  deste  mez  este  Instituto,  cuja  sede  é,  cimo  se  sabe,  em  Roma. 
A  sessão  foi  presidida  pelo  Sr.  famillo  Barròre,  embaixador  de  França  junto  ao 
Quirinal,  achando-se  presentes  tolos  os  delegados  nacionaes  e  estrangeiros. 

Importação  de  aniiiines .—  O  Governo  de  Minas  adquiriu  os  seguin- 
tes aniniaes,  importados  do  Rio  da  Prati  o  que  figuraram  na  exposição  feita  por 
occasião  da  Exposição  Nacional,  pelo  Sr.  Manoel  Bernardez  : 

Cap  Ortcgal,  cavallo  reproduetor,  da  raça  Percheron  Posticr  ; 

Ouro  Preto  e  Rosa  de  Uberaba,  casal  de  raça  flamenga,  de  grande  tamanho  e 
excellcntes  qualidades  leiteiras. 

Casal  de  lanígeros,  cara  negra,  de  raça  Oxford-Shire-Dcwn  ; 

Destes  animaes  foi  também  adquirida  pelo  Dr.  Carvalho  Brito  uma  cordeira 
cara  negra,  para  a  sua  fazenda  do  Pedro  Leopoldo. 

—  Destinados  ao  Sr.  Mário  de  Oliveira  Barboza,  fazendeiro  e  criador,  ciiegaram 
pelo  vapor  Terence  cinco  exemplares  da  raça  suissa  I  arge  Black  Essex,  adquiridos 
na  Inglaterra.  Estes  animaes  descendem  directamente  de  animaes  que  obtiveram 
diversos  primeiros  prémios  e  dous  campeonatos,  tendo  sido  um  delles  o  campeão  do 
1908. 

714  6 


558  SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

Kxi>osição  Agrícola. — A  Sociedade  Pastoril,  Agrícola  o  Industrial 
do  Jaguarâo  pretende  levar  a  effeito  em  1S09,  uma  exposição  agriojla,  tendo  para 
esse  fim  convocado  os  seus  membros  para  uma  assembléa  geral,  em  que  se  dis- 
cutirão as  bases  do  futuro  certamen  e  para  confecção  do  respectivo  programma. 

Posto  Zooteclinieo  em  Perntimlbiíeo.  —Pela  Directoria  da 
Contabilidade  do  Thesouro  Federal  foi  concedido  o  credito  de  100:000$  á  Delegacia 
Fiscal  de  Pernambuco,  para  ser  posto  á  disposição  do  Presidente  da  União  dos  Syn- 
dicatos  Agrícolas,  para  a  fundação  de  uma  estação  agrícola  e  pjsto  zootechnico  na 
cidade  do  Recife. 


PARTE  C0MMERCIAL 


Novembro  de  1908 

Café 

Yenderam-so  160.000  saccas  contra  201.000  no  mez  anterior. 

Entraram  220. 4S8  saccas  contra  253.383  no  mez  anterior. 

Os  embarques  foram  de  371.321  saccas  contra  353.425  no  mez  anterior. 

Existência  no  dia  15  —  252.625  saccas  contra  289.612  no  dia  31  de  outubro. 

Existência  no  dia  30  —  270.766  saccas  contra  252.625  no  dia  15. 

Os  extremos  das  cotações  foram: 

ía  quinzena 

Por  arroba  Por  10  hilos 

Typo  n.  6  5$600  a  5$800  S$813  a  3$949 

»      »    7 5,$200  »  5.^400  3$540  »  3$67ò 

>  »    8 4$900  »  5$1U0  3$336  »  3$472 

>  >9 4$600  »  4$N00  3$132  >  3$368 

2a  quinzena 

Por  arroba  Por  10  hilos 

Typo  n.  6 5$Õ00  a  5$800  3$744  a  3$949 

>  »    7 5$200  »  5$")00  3$540  >  3j744 

>  »8  4$900  »  5$200  3$336  >  3$540 

»      >    9 4$600  »  4$900  3$132  »  3$336 

O  typo  n.  7,  disponível,  do  Rio  cotou-se  em  New- York  a  6  1/2  c.  por  libra  e 
o  de  Sautos  a  7  5/16  c.  Na  Bolsa  os  preços  foram:  4.45  c.  em  2;  5.40  c.  em  4  e  9; 
5.35c.  em7  e  10;  5.30c.  em  5  e  6e  11;  a  5. 25  c.  em  12;  5.20c.  em  13;  5.10  c. 
em  14;  5.05  c.  em  16,  17,  20,  21,  27,  38  e  30;  5  cem  18,  19  e  25;  o  4.95  cem  23e24. 

As  entradas  do  Rio,  detalhadamente,  foram  : 


A    LAVOURA 


í»  quinzena 

tíaccau 

listrada  dj  Ferro  Central  do  Brazil 39.653 

Cabotagem 4. 709 

Barra  dentro  56.612 

Total 101.034 

2»  quinzena 

Saccas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 42.454 

Cabotagem 10. 5*14 

Barra  dentro 66.430 

Total 119.454 

Géneros    importados 

Qualidade  Quantidade  Preços 

Carne  secea  (do  Rio  da  Prata) 17.430  fardos 

Durante  o  mez  : 

Rio  Grande  (systema  antigo) Não  ha 

Dita  (systema  platino)  nova $630  a      $760 

Rio  Grande,  Fronteira,  patos  e  mantas $720  >      $800 

Rio  da  Prata,  manta  só S740  »     $900 

Farinha  de  trigo 12.200  barricas 

4a  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

Dita  (sacco) Não  ba 

l'or  2  saccas 
Rio  da  Prata  : 

1»  qualidade 25.s000 

2»  dita 24$000 

3"  dita 23$000 

Moinho  Inglez : 

Nacional 24$000 

Brazileira 23$200 

Buda-Nacional 25$200 

Moinho  Fluminense  : 

S.    Leopoldo 24$500 

O.  0 23$500 

2'  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

Dita  (sacco) Não  ha 

Por  2  saccas 


530  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Rio  da  Prata  : 

Ia  qualidade 

2a  dita 

3a  dita 

Moinho  Inglez : 

Nacional 

Brazileira 

Buda-Nacional 

Moinho  Fluniiuense  : 

S.  Leopoldo 

O.  O 


25$50U 
24$500 
23$500 


24*500 
23$7ti0 
25$700 


24$500 
23$590 


ía  quinzena 

Manteiga  —  G00  caixas  : 

Deraagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2^520  a    2$540 

Brétel  Frôres  (latas  sortidas) 2$200"  »    2-^240 

Lopelletier 2$430  »    2$4"í0 

Modesto  Gallone  (sortidas) l $850  »    1$950 

Esbousen Não  ha 

L.  Brura 2$550  a    2$560 

Buskc  Júnior 2$350  »    2$380 

Marclet Não  ha 

Outras   marcas 1$8 J0  a    2?000 

A   nacional  vendeu-se  :  a  de  Minas,  de   3$400  a  3$600  ;    a   do   Sul,  de  2$500 


2a  quinze 


Domagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$520  a    2$540 

Brotei  Frercs  (latas  sortidas) 2{200  »    2$240 

Lepelletier 25440  >    2$4f'>0 

Modesto  Gallone  (sortidas) 1$S50  »    1$950 

Esbouscn Não  ha 

L.  Bram 2$">50  a    2$560 

Buske  Júnior 2$350  »    2$360 

Marclet Não  ha 

Outras  marcas 1$800  a    2$000 

A  nacional  vondeu-so :  a  do  Minas,  de  3$400  a  3$C00  ;  a  do  Sul  de  2£400  a  2,$800. 


Géneros  nacionaes 

Aguardente 

Durante  a  Ia  quinzena  o  mercado,  si  bem  que  com  pmeo  movimonto,  so  con- 
servou estável  e  sem  alteração  de  preços;  na  21  quínz3na  o  mercado  tornou-so 
frouxo  e  os  preços  soffreram  baixa. 

Por  pipa  sem  o  casco  : 

ia  quinzena 

Preços 

Paraty 140$000  a  150$000 

Angra 130$000  »  133$000 

Campos 120$000  »  I25$000 

Macjió 12)$000  »  125$000 

Bahia 120.J030  »  125$000 

Pernambuco 121$  100  »  12x$000 

Aracaju 120$000  »  I25$000 

Sul 120$000  »  125$00Q 

2*  quinzena 

Paraty 125$000  »  1 40$000 

Angra 125$000  >  130$000 

Campos 115$000  >  120$000 

Macoió US$000  »  120.10C0 

Bihia 115$000  »  180|000 

Pernambuco 115$000  »  120^000 

Aracaju 115$000  »  120$000 

Sul ,   .   .   .  U5$000  »  120$000 

jVlcool 

Na  Ia  quinzena  do  mez  o  mercado  esteve  com  pjuca  procura,  tendo  sido  maiores 
as  entradas,  que  constaram  de  4">3  volumes  de  diversos  centros  produetores.  Du- 
rante a  2'  quinzena  o  mercado  esteve  frouxo  devido  a  insistentes  offertas  do  Norte, 

/*  quinzena 

40  gráos  .   .  , 220$000  a  230$000 

Íi8      >       230$000  »  210$000 

38      >       190$000  »  200$000 

Por  pipa  som  o  casco  : 

2'  quinzena 

40  gráos  170$000  a  180$000 

38   »   1(10$000  >  1701000 

30   >   150ÍO00  »  160$000 


SOCIEDADE    NACIONAL    DK    AGRICULTURA 


Algodão  em   i-;i  mu 

Atoo  dia  15  manteve-so  inalterado  tanto  nos  mercados  productores  do  Norto 
como  no  estrangeiro ;  do  dia  16  em  doante  o  mercado  esteve  regular,  bem  susten- 
tado, conservando-se  os  preços  sem  mudança. 

/*  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  31  de  outubro 12.476 

Entradas  : 

Natal 4.301 

Parahyba 2.235 

Pernambuco 1.425 

Ceará 643 

Assa 512         9.116 

21.592 
Sabidas  dos  trapiches 8.926 

Existência  no  dia  14 12.666 

Preços  : 

Pernambuco 8$6C0  a    9?000 

Rio  Grande  do  Norte 8$300  »    9$000 

Parahyba 8?600  >    8$800 

Ceará 8$600  »    9$000 

Sergipe Nominal 

Penedo Nominal 

Maranhão Nominal 

2*  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  15 12.966 

Entradas  : 

Pernambuco 7.060 

Parahyba 3.148 

Ceará 1.100 

Natal 500 

Assú 231 

Maceió 200        12.245 

25.211 

Sahidas  dos  trapiches 8.686 

Existência  no  dia  30 16.525 

Preços  : 

Pernambuco 8$600  a    9$000 

Parahyba 8$600  »    8$800 

Rio  Grande  do  Norte 8$400  »    8$600 

Sergipe 8$200  >    8$600 

Ceará Nominal 

Penedo Nominal 

Maranhão Nominal 


Assucar 

No  principio  do  mez  os  compradores  deste  género  conservaram-se  na    especta- 
tiva,  aguardando  a  abertura  dos  preçosda  eoliigação,  sendo,  pois,  quasi   nullos  os 

negócios  feitos.  No  fim  do  mez  fizoram-se  alguns   negócios  de  vulto   em  brancos, 

crystaes  e  mascavinhos;  mas,  infelizmente,  o  mercado  não  melhorou. 

I3  quinzena 

Pernambuco  : 

Branco  usina Não  ha 

Dito  crystal Não  ha 

Dito  3a  sorte $450  a  $460 

Crystal  amarello $340  >  $170 

Mascavinho $333  >  $330 

Somenos $380  >  $390 

Mascavo  bom $280  »  $293 

Dito  regular $260  »  $370 

Dito  baixo $240  »  $250 

Sergipe : 

Branco  crystal $450  »  $470 

Chrystal  amarello Não  ha 

Mascavinho Não  ha 

Mascavo  bom $280  »  $290 

Dito  regular —      $270 

Dito  baixo $240  a  $250 

Campos  : 

Branco  crystal $470  »  $480 

Dito  do  2»  jacto $420  »  $450 

Crystal  amarello $400  »  $420 

Mascavinho $360  »  $380 

Bahia  : 

Branco  crystal , —       — 

Outras  procedências  : 

Mascavinho —       — 

Mascavo  bom —        — 

2a  quinzena 
Pernambuco  : 

Branco   usina Não  ha 

Dito  crystal $415  a  $430 

Dito  3a  sorte $400  »  $420 

Crystal  amarello $360  »  $380 

Mascavinho $340  >  $410 

Somenos $320  »  $310 

Mascavo   bom $200  »  $280 

Dito  regular —      $260 

Dito  baixo —      $240 


li  SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 

Sergipe  : 

Branco  crystal $400  a  $110 

Crystal  amarei  Io Não  ha 

Mascavinho $300  a  $300 

Mascavo  bom -        $270 

Dito  regular —       $270 

Dito  baixo —       $240 

Campo t  : 

Branco  crystal $430  a  $440 

Dito  2o  jacto $370  »  $410 

Crystal  amarello $310  >  $3S0 

Maseavinho  ; $3L0  >  $370 

Maceió : 

Branco  crystal $415  a  $420 

Crystal  amarello $3< >0  »  $380 

Mascavinho s340  »  $360 

Mascavo  bom $270  »  £280 

Dito  regular —       .s260 


lh  quinzena 

Suecos 

Arroz  nacional 24$C00  a  2<>|000 

Dito  inferior 18?000  »  22JG00 

Dito  agulha,    1»  qualidade —       39$000 

Dito,   2a  qualidade —        36i;000 

Dito,  3»  qualidade 2  '.$000  »  28$000 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre 10$000  »  12$000 

Dito  idem  da  terra 12$000  »  13$000 

Dito  idem  de  Santa  Catharina,   superior.   .   .  .  10$000  »  12$300 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito    mulatinho 8|500  a  lOsOOõ 

Dito  manteiga 22$000  »  24$000 

Dito  enxofre,  nacional 14$000  »  16$000 

Dito  do  cores,  nacional 11*000  »  14$000 

Farinha  de  mandioca  especial 9$500  »  10$000 

Idem    fina 8$G0O  >    9$200 

Idem  peneirada 8$000  »    8$400 

Liem  grossa 6$200  »    6$500 

Idem  do  Norte  (grossa) —  — 

Idem  de  Laguna   (grossa) 6$000  »    6$S00 

Milho  amarello  do  Norte 8$000  »    8$300 

Idem  da  terra 8£000  »    8$300 


A     LAVOURA 


Idem  idem  misturado 7*500  »    8$O0O 

Canglca 15$000  »  16$000 

Favas 7$000  »    8$000 

Kilogrammas 

Alpiste $380  a      $4C0 

Fubá  de  milho $140  »      $200 

Matte  era  folha $"100  >      $500 

Tapioca $::00  >      $360 

Polvilho $170  »      $200 

Carne  do  porco  $000  >     $?0o 

Línguas  do  Rio  Grande  (uma) 1$U00  >    1$200 


2"  quinzena 

Saccos 

Arroz  nacional 24$C00  a  25$000 

Dito  inferior 18$000  »  2 1  $000 

Dito  agulha,  Ia  qualidade —       38$000 

Dito,  2a  qualidade 34s000  »  35$000 

Dito,  3"  qualidade —       26$000 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre IOsuOO  >>  12$000 

Dito  idem  da  terra 12$000  »  13$000 

Dito  idem  de  Santa  Catharina,  superior.   .   .   .  10$000  »  12$n00 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito  mulatinho 8$500  a  11$000 

Dito  manteiga 26$000  »  28$000 

Dito  enxofre  nacional 14$000  »  16$000 

Dito  de  cores,  nacional 11  $000  »  14$000 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$500  >  10$200 

Idem,  fina 8$600  »    9$200 

Idem,  peneirada 8$000  >    8$400 

idem,  grossa 6$200  »    6s590 

Dita  idem,  do  Norto  (grossa) —           — 

Dita  idem.  Laguna  (grossa) C$000  »    6$200 

Milho  amarello  do  Norte 8$G00  »    8$800 

Idem  da  terra 8$300  »    9$000 

Idem    idem  misturado "$800  >    8$200 

Cangica  15$000  >  16$0^0 

Favas 8$000  >  12$000 

Kilogramma 

Alpiste $380  a      $400 

Fubá  de  milho $140  »     $200 

Matte  em  folha $400  »      $500 

Tapioca $300  »      $360 

Polvilho $170  »      $200 

Carne  do  porco $600  »      $700 

Línguas  do  Rio  Orande  (uma) 1$000  »    1$200 

4  7  ■ 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


I-1  n  m o  em  rolo 

Os  negócios  foram,  pouco  importantes  durante  todo  o  mez. 

1*  quinzena 

Preeo3 

De  Minas,  especial 1$200 

Dito  superior 1$100 

Dito  2" 1$000 

Dito  ordinário $800 

Ooyano,  superior 2$200 

Baixo Nom. 

Rio  Novo  superior 1$800 

Dito  2» 1$030 

Dito  baixo $800 

Pomba  superior 1$200 

Dito  2a 1$000 

Dito  baixo $900 

Carangola 1$100 

Picú,  especial 2$200 

Dito    Ia 1$600 

Dito  2» 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco Não  ha 

2a  quinzena 

Dito  de  Minas,  especial 1$100 

Dito  superior 1$400 

Dito  &» 1$000 

Dito  ordinário $800 

Goyano  superior 24000 

Baixo Nom. 

Rio  Novo  superior 1$600 

Dito  2a 1$000 

Dito  baixo $800 

Pomba,  superior 1$200 

Dito  2» l$000 

Dito  baixo $900 

Carangola 1$100 

Picú  especial 2$200 

Dito   Ia l$r>00 

Dito  2» 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco Não  ha 

Sal 

Entraram  6.820.429   kilos   por  cabotagem,  que   se    cotou  de  2$   a  8$200  por 
40  litros. 


\    LAVOURA  537 

Mercado    monetário 
Existência  do  ouro  na  Caixa  ilo  Conversão  : 

EM    15  DE  NOVEMBRO 

Librab  esterlinas 5  211.381 

Francos 10.307.110 

Marcos 2.000 

Dollars 129.785 

Liras 60 

Pesos  argentinos 2.080 

Ouro   nacional 166:040$ 

EM  30   DE   NOVEMBRO 

Libras  esterlinas 5.186.517 

Francos 10.370.180 

Marcos 3.840 

Dollars 130.585 

Liras 280 

Pesos  argentinos 2.270 

Pesetas  hespanholas 50 

Ouro  nacional 165:210$ 

A  importância  ile  notas  conversíveis   em  circulação  ora  de  90.704:850$000. 
Preço  dos  soberanos  fora  da  Bolsa—  1P$050. 

CAMBIO 

As  taxas  offlciaes  continuaram  a  manter-se  inalteradas,  a  15  1/8  d.  sobre  Lon- 
dres nos  bancos  estrangeiros  e  15  3/16  d.  no  Banco  do  Brazil.  As  transacções  b»n- 
carias  fizeram  se  a  esses  extremos  e  as  do  outro  papel  de  15  13/16  a  157/32  d.,  não 
se  registrando  movimento  digno  denota. 

Os  extremos  das  cotações  offlciaes  furam  : 

Londes,  90  d/v 15  1/8  e  15  3/16  d. 

Pariz,  90d/v $629  a  $632 

Hamburgo,  90  d/ v $776  a  $779 

Portugal,  3  d/v 300  a  305  •/„ 

Itália,  3  d/v $537  a  $638 

Nova  York,  á  vista 3s288  a  3$295 

Vales,  ouro 1.793 

O  valor  offlcial  de  1$  foi  de  $500  a  $563  ouro  e  o  da  libra  de  15$803  a  15$868. 
Ágio  do  ouro  77,77  a  78,51  %• 


-$§&3>jQt$€€3 


-nniIÍDADE     NACIONAL     DK     Af.RlCUI.TURA 


BIBLIOGRAPHIA 


PUBLICAÇÕES   PERIÓDICAS 

Recebamos  mais  as  seguintes: 

Memoirs  of  lho  Department  of  Agricultnre  of  Índia  —  Vol.  I,  n.  1,  part.  II. 

The  Agricultura!  Journal  of  In<H<t,  do  Agricultural  Research  Instituto,  de  Pusa 
(Bengala)— Vol.  III,  part.  I. 

Anules  Agronómicos,  publicação  do  Ministério  da  Industria  e  Obras  Publicas  da 
Republica  do  Chile.— Anno  III,  2°e  3o  trimestres  de  1903,  ns.  2  e  3. 

Boktin  de  Agricul  ura,  órgão  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  do  S.  José 
da  Costa  Rica— Anno  II,  ns.  15  e  16. 

Bolelin  dei  Ministério  de  Industria  i  Obras  Publicas,  da  Republica  do  Chile.— 
Anno  VII,  n.  1 

TRABALHOS    DIVERSOS 

Com  os  nossos  agradecimentos  temos  a  aceusar  o  recebimento  dos  seguintes  : 

Cullure  cl  Prâparation  du  Sisal,  por  A.  Marques.  Editor  Augustin  Cballamel, 
17,  Rue  Jacob,  Paris,  1  vol.  broch.  Nesta  obra  veom  reunidos  os  estudos  feitos  nas 
ilhas  Hawai  pelo  autor,  que  6  o  gerente  do  consulado  írancez  em  Honolulu. 

E'  um  livro  de  muito  valor  pratico,  que  põe  o  leitor  ao  corrente  de  uma  das  mais 
rendosas  industrias  do  uosso  tempo  «o  sisal»  ou  «henequen». 

Conhecendo  de  vísu  as  zonas  das  agaves,  o  Sr.  Marques  basêa  a  sua  descripção 
era  factos  práticos,  que  muito  elucidam  uma  questão  agrícola  de  tanto  valor  mer- 
cantil . 

O  Brasil  precisa  conhecer  essas  plantas  textis,  que  fizeram  da  península  de 
Yucatan,  tão  estéril  e  secca,  um  Eldorado,  onde  as  fortunas  se  suecediam  de  dia 
para  dia,  produzindo  assombro  em  toda  parte,  attrahindo  de  um  modo  brutal  o 
capital,  que  rendia  300  °/0  ! 

E'  um  livro  que  merece  ser  lido  e  meditado. 

Distillerie  Agricole  et  Industriei le,  por  E.  Boulanger.  1  vol.  broch.  Editores  .1. 
B.  Bailliere  et  Fils,  19,  rue  Hautefeuille,  Paris.  Chamamos  a  attencão  dos  leitores 
para  o  prospecto  dessa  obra,  que  publicamos  no  fim  desta  secção,  limitando-nos  a 
relembrar  que  ella  faz  parte  da  magnifica  Encydopedia  Agrícola  que  os  mesmos 
editores  estão  publicando  e  á  qual   por  diversas    vezes  nos  temos    referido  nesta 


Memoria  presentada  por  el  Director  de  Fomento  Dr,  Carlos  Larrabure  i  Corrêa 
ai  Seno,-  Ministro  dei  Rumo.  Tomo  I,  1907-1908,  Lima,  Republica  do  Peru. 

Memoria  dei  Ministério  de  Industria  i  Obras  Publicas  presentada  ai  Congreso 
Nacional  en  1908 .  Santiago  (Chile),  1908. 

Fungus  Diseases  of  Cacaoand  Sanitation  ofCacuo  Orchards,  por  F.  A.  Stockdale. 
Publicação  do  Imperial  Department  of  Agriculture  forthe  West  Indies. 


Commercial  Sicilian  Sumac,  por  F.  P.  Veitch.    Publicação  do  Departamento 
Agricultura  dos  Estados  Unidos.  Washington,  1908. 


Fratstti  Sgaravatti.  Catalogo  geral  n .  83.  Estabelecimento  do  Horticultura  om 
Saonara  (Pádua),  Itália. 

Augustin  Challamel,  17,  rue  Jacob,  Paris.  Catalogue  des  ouvrages  sur  los  Cul- 
tures  Tropicales  et  les  Productions  des  Colonies.  Outubro  1008. 

Sluis&Groot.  Prix-CourantProvisoirodo  Graines  pour  Marchands.  Enkhuizen, 
Pays-Bas.  Catalogo  de  12  de  outubro  de  1908. 

Re  il  Companhia  Ilorlicolo- Agrícola,  do  Porto.  Catalogo  geral  e  doscriptivo  das 
plantas  e  outros  artigos.  N.  41. 

Meat  Exlracls  and  Similar  Preparations,  por  \V.  D.  Bigelow  o  F.  C.  Cock. 
Publicação  do  Departamento  de  Agricultura  dos  Estados  Unidos.  Washington,  1908. 

Conlribuliuns  from  lhe  United  Slates  National  Ilerbarium.  «The  Mexican  and 
Central  American  Specios  ofSapium»,  por  Henry  Pittier  —  Vol.  XII,  part.  4. 

Estúdio  sobre  los  Trigos  dela  Provinda  de  Santa  Fe,  por  Carlos  D.  Girola, 
Buenos  Aires,  190V. 

El  Cultivo  dei  Trigo  en  la  Província  de  Buenos  Aires  g  los  Trigos  dei  Sud  de  la 
mistna  en  la  Cosecha  de  1902-190!  por  Carlos  D.  Girola.  Buenos  Aires,  1904. 

Estúdio  sobre  los  Trigos  de  la  Província  de  Entre  Rios,  por  Carlos  D.  Giiola. 
Buenos  Aires,  1901. 

Estúdio  sobre  los  Trigos  de  la  Província  de  Córdoba  por  Carlos  D.  Girola. 

As  quatro  ultimas  obras  foram  oíferecidas  á  Bibliotheca  polo  seu  illustre  autor, 
engenheiro  agrónomo  Sr.  Carlos  Girola. 

A  Pita,  sua  cultura  e  beneficiamento,  por  Pedro  A.  Gonçalves  de  Carvalho. 
Porto  Alegre,  1903. 

11  Caffè.  E'  um  folheto,  no  qual  o  seu  autor,  Sr.  F.  Canella,  reuniu  diversos 
dos  trabalhos  da  propaganda  que  tom  feito  era  prol  do  nosso  principal  produeto. 
Milão,  1908. 

Estatística  Agrícola  e  Zootechnica  no  anno  agrícola  de  100-1-1005  das  seguintes 
localidades  do  Estado  de  S.  Paulo:  S.  Sebastião,  Jatahy,  Cruzeiro,  Araçariguama, 
Cabreuva,  Lagoinha  e  S.  Vicente. 

A  Imprensa  no  Amazonas.  1851-1908.  Publicação  do  Governo  do  Estado. 
Manàos,  1908. 

7°  Congreso  Rural  Anual  celebrado  na  Associação  Rural  do  Uruguay  sob  os  seus 
auspícios.  Montevideo,  1908. 

Estação  Experimental  de  Agricultura.  Relatório  apresentado  pelo  director  da 
estação  André  Goeldi  ao  secretario  de  Obras  Publicas,  Terras  o  Viação  do  Estado  do 
Pará  sobre  os  trabalhos  executados  no  primeiro  anno  (1907-1908). 

Directoria  Geral  de  Estatística.  Relatório  apresentado  ao  Dr.  Miguel  Calmon 
du  Pin  e  Almeida  pelo  Dr.  José  Luiz  S.  Bulhões  Carvalho,  director  geral.  Rio  de 
Janoiro,  1908. 

Exposição  Nacional  no  Rio  de  Janeiro  em  100^.  Catalogo  Ollicial  da  Secção  Por. 
tugueza,  por  B.  C.  Cincinnato  da  Costa.  Lisboa.  1908. 

Catalogo  do  Ministério  da  Guerra  na  Exposição  Nacional  de  1938.  Rio  de  Ja- 
neiro, 1908. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Catalogo  da  Secção  de  Fibras  preparadas  pelo  Dr.  José  Caetano  de  Almeida 
Gomos,  director  da  Cooperativa  Toxtil  Sanseviera.  Exposição  Nacional  do  1908. 

Catalogo  do  Estado  do  Maranhão.  Exposição  Nocional  de  1908. 

Noticia  sobre  o  desenvolvimento  da  Industria  Fabril  no  Districlo  Federal  e  sua 
situação  actual.  Publioção  feita  pela  Prefeitura  do  Districto  Federal  para  a  Expo- 
sição Nacional  de  1908.  Milão,  1908. 

Distillerie  agricole  et  industi-ielle,  álcoois,  eau-de-vie  de 
fruits  et  rhums,  par  E.  Boullanger,  chef  do  laboratoire  à  1'Institut  Pasteur  de 
Lille.  1  volume  in-18  de  500  pages,  avec  100  figures.  Broche:  5  franes.  Cartonné: 
ôfranes  (Libi'airio  J.  B.  Baillièro  et  fils,  19,  rue  Hautefeuille,  à  Paris). 

Uindustrie  de  la  distillerie  a  pour  objoct  la  produetion  de  1'alcool  par  la  dis- 
tillation  des  mouts  fermentes.  Ces  mouts  peurent  s'obtenir  aux  depens  d'un  grand 
nombre  de  matières  premières.  On  reserve  ordinairement  le  nom  à' eau-de-vie  aux 
álcoois  qui  proviennmt  de  la  distillation  des  vins,  cidres  et  fruits,  et  on  designe 
sous  le  nom  plus  general  d' álcoois  les  produits  obtenus  par  la  fermentation  et  la 
distillation  des  betteraves,  des  melasses,  des  grains,  etc.  Les  eaux-de-vie  snrvent 
exclusivement  á  la  consommation  de  boucho  ;  les  álcoois  sont  employrs,  non  seu- 
lemente  pour  la  consommation,  mais  aussi  pour  d'autres  usages  industrieis  tels  que 
la  fabrication  des  vinaigres,  1'éclairage,  le  chauffage,  la  force  motrice,  etc. 

Les  principales  matières  utilisées  pour  Ia  fabrication  des  álcoois  sont  la  bette- 
rave  et  la  melasse  de  betteraves,  les  substances  farineuses  telles  que  le  mais,  1'orge 
leseigle,  le  riz  et  le  manioc,  1'avoine  et  la  pomrae  de  terre.  La  transformation  de 
ces  diverses  matières  premières  donne  lieu  à  des  industries  três  diverses,  dont 
quelques  unes  présentent  pour  1'agriculteur  le  plus  haut  intérêt.  Le  livre  de  M. 
Boullanger  a  donc  sa  place  marquéo  dans  V Encyclopédie  Agricole. 

Après  quelques  pages  de  notions  générales  sur  1'alcool  et  1'alcoométrie,  M.  Boul- 
langer útudie  les  matières  premières  de  la  distillerie,  matières  sucrées  telles  quo 
la  betterave,  la  málasse,  les  fruits  et  mieis,  et  matières  amylacées,  telles  que  les 
grains  et  les  pommes  de  terre. 

Vient  ensuite  la  préparation  et  la  fermentation  des  mouts  ;  pour  chacune  do 
ces  matières,  les  méthodesde  traitement  les  plus  nouvelles  sont  exposées  en  dètail. 

Le  chapitre  suivant  est  consacré  à  la  distillation,  à  la  rectification  et  à  l'apu- 
rationde  1'alcool. 

Le  volume  se  termine  par  le  controle  du  travail  et  le  rendement  en  álcool  et 
par  1'étude  des  résidus  de  la  distillerie. 

Cet  ouvrageestla  reproduetion  de  1'enseignement  professe  par  M.  Boullanger; 
il  rendra  service  non  seulement  aux  élèves  qui  désirent  acqui  rir  les  connaissances 
tliéoriquos  et  pratiques  indispensables  pour  aborder  1'industrie,  mais  aussi  aux  dis- 
tillateurs  et  aux  agriculteurs,  en  leur  permettant  de  comparer  entre  elles  les 
diverses  mèthodes  de  fabrication,  eu  leur  montrant  les  services  quo  peuventse 
rendre  mutuellement  la  scienco  ot  la  pratique. 


714  —  09  —  Rio  do  Janeiro  —  Imprensa  Nacional  ■ 


ESTATUTOS 


CAPITULO  II 

nos    sorios 

\it.  8.°  A  sociedade  admitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 
Sócios  el  s,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

í  i.°  Serão  sócios  eífectívos  tolas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
levidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de   15$  e  a  annuidade  de  20^000. 

;  _•."  Sei.io  soeios  e<  u  respondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  extrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedicação  e 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  á  lavoura. 

í  4.°  Serão  associa  las  as  corporações  de  caracter  offlcial  e  as  associações  agrícolas, 
tiliadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annuidade  de  50$ooo. 

S,  5.0  (  )s  sócios  eífectivos  e  os  associados  poderão  se  remir  nas  condições  que  forem 
preceitua  las  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  lixada  para  esse  fim 
ser  inferior  a   lez  1 10)  annui 

Art.  >)."  '  >s  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos la  soeie  ia  le.  1  is  temais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação   le  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimidade. 

Art.  io.  (  is  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assistir  a  todas  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente;  terão  direito  a 
publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilitada  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

51.  Os  associados,  por  seu  caracter  de  coílectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2.»  1  1  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  tojos  os  sócios;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cardos  de  administração. 

§  3.0  1  >s  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


3=ldBC3-TTT_,JA.JVEJ31srTO 


dos   sonos 


Art.   18.   A  sociedade  prestará  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associa  lo 
|n;in  lo  estiverem  quites  com  ella. 

Art.    19.  A  jóia  devera  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três    mezes  após  a  sua 
accei  tacão. 

Art.  20.  As  annuidades  poderão  ser  payas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  ass, , ciados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias    le  200$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
■rão  pairar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e   associa  los    não   poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pairo  a  respectiva  jóia. 

'  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  te  :o  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2.0  Para  esse  effeito  o  sócio  devera  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  do  paragrapho  anterior. 

;  ;v"  Serão  considera  los  beneméritos  os  sócios  que  tízerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia   le  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos    los  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
tonselho  superior  e  para  a  assembléa  >reral. 


^a 


\ 


EXPOSIÇÃO  DE  FRUCTAS 


Secção  de  fructas  diversas       Governo  da  Bahia 


Anno  XII  —  N.  li 


Rio    DK    JaNKIRO 


Dezembuo  dk  1908 


© 


J 


yJBSBUL 

de  Ac[pieulskupai 


HORTO  HA  PENHA 


Capital  Federal 


PREPARO   im  SOI.O 


^  VIRIBUS  UNITIS  €« 


BRAZIL 


SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA 

Fundada  em   it>  de  janeiro  de   1807 

Caka-postal,   1245  Sede:    Ruas  da  Alfandega  n.   108 

Endereço  Teleçraphico,  AGRICULTURA  9  General  Camará  n.  127 

Telephone  n.    1416  bio  nu  jjnriuo 

DIUBCTOKIA 

Presidente  —  Dr.    Wencesláo   Alves  Leite  de  Oliveira  Bello. 

i°  Vice-presidente  —  Vago. 

2"  Vice-presidente  —  Dr.  Sylvio  Ferreira  Rangel. 

3°  Vice-presidente  —  Dr.  Domingos  Sérgio  de  Carvalho. 

Secretario  Geral  —  Dr.  Heitor  de  Sá. 

i°  Secretario  —  Dr.  Francisco  Tito  de  Souza  Reis. 
2"  Secretario  —  Dr.  Benedicto  Raymundo  da  Silva. 
3°  Secretario  —  Dr.  José  Ribeiro  Monteiro  da  Silva. 
4    Secretario  —  Alberto  de  Araújo  Ferreira  Jacobina. 

i°  Thesoureiro  —  Dr.  João  Pedreira  do  Couto  Ferraz  Júnior. 
2o  Thesoureiro  —  Carlos  Raulino. 

r>l  roetoi-os  das   Socíõe§ 

Horto  da  Penha Dr.  Wencesláo  Bello 

Fazenda  de  Santa  .Mónica Dr.  Sylvio  Rangel. 

Secretaria,  Álcool  c  Museu Dr.  Benedicto  Raymundo. 

Secção  Technica  e  Bibliotheca Dr.  Heitor  de  Sá. 

Plantas  e  sementes         Dr.  Monteiro  da  Silva. 

Propaganda  e  estatística Alberto   [acobina. 

Tliesouraria Carlos  Raulino. 

Oolln  boração 

Serão  considerados  collaboradóres  não  só  os  sócios  como  todos  que  quizerem  ser- 
vir-se  destas  columnas  paia  a  propaganda  da  agricultura,  o  que  a  redacção  muito 
agradece.  A  lista  dos  collaboradóres  será  publicada  annualmente  com  o  resumo  dos 
trabalhos. 

A  redacção  não  se  responsabilisa  pelas  opiniões  emittidas  em  artigos  assignados,  e 
que  serão  publicados  sob  a  exclusiva  responsabilidade  dos  autores. 

Os  originaes  não  serão  restituídos. 

As  communicações  e  correspondências  devem  ser  dirigidas  á  Redacção  d'A  LA- 
VOURA na  sede  da  Socieda.le  Nacional  de  Agricultura. 

A  LAVOURA  não  acceita  assignaturas. 

E'  distribuída  gratuitamente  aos  sócios  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

Condições  <l.->   publlcnção  «los  nnnuncioa 

vezes  meia  pagina       uma  pagina 

I 12$ 20$000 

3  30$ooo      5o$ooo 

6  5o$ooo      oo$ooo 

12 9  $1  OO  17'  >$< » IO 


Os   annuncios   são   pagos   aJe  mudamente. 

Tiragem   5.000   exemplares 


SU  MM  AR  IO 


Criação  de  Carneiros 541 

A  defesa  da  Sociedade  na  Camará 544 

Escola   agrícola  de  Goyana 550 

Fixação  do  azoto  pelos  micro-organismos 569 

Extincção  da  Formiga  Saúva      574 

Expediente 579 

Noticiário 582 

Parte  Commercial \q,, 

Bibliographia 599 


Anno  XII  -  N.   12  Rio  de  Janeiro  Dezembro  de  1008 


EDITORIAL 


Criação   de  carneiros 

Ainda  pouco  desenvolvida  entrenós,  a  criação  de  carneiros  é  no 
emlanto  uma  das  mais  remuneradoras  fumas  da  exploração  da  indus- 
tria pastoril. 

Os  Estados  do  Rio  Grande  do  Sul,  Minas  e  S.  Paulo,  começam  jà 
a  cuidar  attentamente  no  desenvolvimento  da  criação  de  lanígeros, 
mormente  o  Rio  Grande  do  Sul,  onde  são  encontrados  rebanhos  des- 
destinados  á  producção  de  lã,  consumida  nas  suas  fabricas  de  tecidos  e 
em  algumas  fabricas  de  chapéos  no  Estado  de  S.  Paulo. 

A  quantidade  porém,  ainda  insuficiente,  não  basta  nem  mesmo 
para  o  consumo  do  próprio  Estado  que  recorre  aos  mercados  platinos, 
principalmente  das  fronteiras  para  o  fornecimento  da  lã,  necessária  ás 
suas  fabricas. 

Nos  Estados  do  Norte,  a  criação  dos  ovídeos  quasique  se  resume 
no  gado  caprino,  sendo  de  modo  quasi  geral,  dominante  o  systema 
extensivo,  e  visada  commercial mente  a  exportação  dos  courinhos. 

Até  então,  a  attenção dos  nossos  criadores  está  por  assim  dizer  vol- 
tada somente  para  o  gado  vaccum,  cujo  aperfeiçoamento  vae  se 
accentuando  pelo  cruzamento  com  animaes  de  caracteres  ethnicos  bem 
definidos. 

E'  já  notável  o  desenvolvimento  que  vae  tendo  entrenós  a  im- 
portação dos  bovideos  puro-sangue  que,  ao  lado  da  selecção  no  nosso  pró- 
prio gado,  levará  aos  nossos  campos  uma  população  bovina  composta  de 
indivíduos  sadios,  satisfazendo  perfeitamente  ás  condições  exigidas  para 
a  carne,  leite  e  trabalho,  uma  vez  que  os  princípios  fundamentaes  da  re- 
producção,  ensinados  pela  zootechnia  moderna  não  sejam  desprezados  e 
que  os  criadores  escolham  de  preferencia  para  reproductores  animaes 
de  boas  raças,  abandonando  a  tendência  infelizmente  notada  de  infestar 
as  nossas  campinas  com  o  gado  adquirido  no  littoral  da  índia. 

A  lei  de  importação  de  animaes  reproductores,  facilita  do  mesmo 
modo,  a  entrada  de  indivíduos  das  varias  espécies  da  industria  pas- 
toril, devendo  o  nosso  criador  aproveitar-se  das  vantagens  que  ella  lhe 
offerece,  procurando  desde  já  introduzir  indivíduos  das  melhores  raças 


LIBRAPV 

NEW  WUK 

UaKUBN. 


SOCÍEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 

),  quer  lanígeros,  caprinos,  suínos  ou  equídeo,  simultaneamente 
com  o  vaccum . 

Os  ovídeos,  como  os  bovideos,  produzem  a  carne  e  o  leite,  sendo 
ainda  explorados  para  a  produção  de  lã,  pelles  e  sebo,  aliás  mais  rico 
em  stearina  que  o  dos  bovideos,  e  por  isso  o  mais  procurado  para  a 
fabricação  das  vellas. 

O  consumo  universal  da  carne  de  carneiro  é  considerável, 
havendo  mesmo  paizes  que  a  consomem  mais  do  que  a  do  gado  vaccum. 

A  criação  dos  lanígeros  na  Austrália  tez  a  riqueza  desta  região  e 
na  Europa  inteira  as  lãs  australianas  tem  sempre  a  preferencia  dos 
mercados. 

Nas  Republicas  do  Prata,  o  desenvolvimento  da  producção  la- 
nígera tem    sido    grande,  representando  avultada    riqueza. 

O  Brazil  presta-se  perfeitamente  ao  desenvolvimento  da  criação 
de  carneiros,  estando,  porém,  neste  ponto  ainda  bastante  atrazado, 
sem  ter  tirado  o  proveito  das  boas  condições  com  que  a  natureza 
o  doutou. 

Cumpre,  pois,  que,  os  nossos  criadores,  voltem  as  suas  vistas  para 
este  ramo  de  industria  pastoril,  aproveitando  as  vantagens  que  o  actual 
regulamento  de  importação  de  animaesde  raça  lhes  proporciona,  não  es- 
morecendo no  movimento  que  parece  ter  se  iniciado  para  desenvolver 
entre  nós  a  criação  dos  lanígeros,  como  julgamos,  pelos  pedidos  de  in- 
formações sobre  as  melhores  raças  de  ovídeos,  que  nos  tem  chegado  na 
Secretaria  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura. 

Quanto  aos  reproductores  lanígeros  a  introduzir,  convém  lembrar 
que  não  nos  devemos  limitar  a  determinadas  raças,  sob  o  falso  pretexto 
de  se  prestar  esta  á  lã,  aquella  á  carne,  provado  como  está  pela  sciencia 
zootechnica  a  inexactidão  do  antagonismo  physiologico  entre  as  duas 
producções  e  poder  um  mesmo  individuo  produzir  simultaneamente 
carne  e  lã . 

Além  disto,  os  dois  productos,  são  igualmente  apreciados  podendo 
o  mjunctamente  dar  lucro  ao  criador, uma  vez  queeste  adopte  os  modernos 
processos  hoje  empregados  na  Europa  e  que  consistem,  em  traços  geraes, 
na  manutenção  de  um  mesmo  numero  de  cabeças  em  um  rebanho,  sendo 
o  commercio  feito  com  o  numero  excedente,  o  que  tem  permittido  aos 
criadores,  cobrir  todas  as  despezas  com  o  producto  da  venda  da 
carne,  obtendo  como  lucro  liquido  o  resultado  auferido  com  o  com- 
mercio  da  lã. 

Um  outro  ponto  ainda,  que  deve  preoccupar  os  nossos  criadores  na 
importação  dos  lanígeros  de  raça  éa  direcção  da  corrente  económica  no 


A    LAVOURA  543 

momento,  á  qual  devem  seguir  estrictamente,  de  modo  a  entregar  para  o 
consumo,  productos  de  primeira  qualidade,  de  fácil  venda  e  remu- 
neradora. 

O  productor  deve  ter  sempre  bem  presente,  a  lei  da  offerta  e  da  pro- 
cura, determinante  das  condições  económicas  da  produeção,  orien- 
tando esta  deaccordo  com  o  gosto  e  necessidade  de  momento,  de  modo 
a  satisfazer  ao  mercado  consumidor. 

Orientar  a  produeção  de  carneiros  no  sentido  do  commercio  ae  lã, 
não  deve  ser  exclusivamente  a  doutrina  adoptada  tendo  em  vista  o  baixo 
preço  desse  produeto  em  virtude  da  sua  affluencia  nos  mercados,  de- 
vida ás  producções  da  Austrália  e  da  Republica   Argentina. 

Desde  cerca  30  annos  passados,  manifesta-se  a  crise  na  Europa 
pela  concurrencia  das  lãs  cólon iaese  platinas,  que  chegaram  mesmo  a 
dominar  os  mercados. 

Xo  em  tanto,  na  Republica  Argentina  o  commercio  das  lãs  tem  di- 
minuído, baixando  aexportação  de  237.110  toneladas  em  1900  a  168.599 
em  1904,  sem  que  nenhuma  epizootia  tivesse  grassado  nesta  época, 
sendo  a  baixa  tão  somente  explicada  pela  depreciação  dos  preços  nos 
últimos  annos. 

As  condições  económicas  da  produeção  da  lã  e  da  carne,  aconselham 
no  momento  actual  aos  criadores,  seguir  uma  orientação  tal  de  modo  a 
preparar-se  para  o  commercio  de  ambas  não  esquecendo  que  os  mercados 
para  carne  tendem  a  desenvolver-se  pelo  augmento  de  consumo  sempre 
continuo,  que  se  observa  actualmente. 

Os  criadores  argentinos,  a  medida  que  sentem  a  diminuição  no 
commercio  das  lãs,  vão  sendo  remunerados  com  o  augmemto  que  lhes 
prop  u-ciona  a  exportação  de  carneiros,  quer  em  pé,  quer  congelados  e  que 
elevou-se  de  2.485.949  cabeças  em  1889  á  perto  de  5.000.000  em  1904. 
Mas,  se  augmenta  o  consumo  de  carne,  o  de  lã  tende  também  a  au- 
gmentar,  diante  da  necessidade  que  naturalmente  se  impõe  no  uso  de 
roupas  de  lã,  não  havendo,  portanto,  nenhuma  justificação  para  o  aban- 
dono de    uma    das   producçõas. 

O  productor,  porém,  sujeitando-se  ás  leis  económicas,  deve  obe- 
decer a  corrente  que  se  manifesta  no  momento,  satisfazendo  ás  exigên- 
cias dos  mercados  consumidores. 

No  momento  actual,  o  productor  deve  ter  em  vista  que  a  lã  deve  ser 
considerada  como  um  produeto  accessorio  ecujo  valore  proporcional  ao 
do  produeto  essenck-1  que  é  a  carne,  salvo  casos  excepcionaes,  da  falta  de 
mercado  ou  de  outra  em  que  possa  haver  interesse  relativo  na  produeção 
da  lã. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Na  França,  a  criação  de  carneiros  tem  tido  a  orientação  que  dizemos 
acima  e  nas  fazendas  mais  próximas  aos  grandes  mercados  onde  a  toa 
qualidade  da  carne  é  a  principal  exigência  do  consumidor,  os  criadores 
têmquasi  queexclusivamen te  se  dedicado  aos  carneiros  de  peso  médio  de 
45  kilogrammasou  um  peso  liquido  de  20  kilogrammas  de  carne. 

A  maior  despeza  que  esta  criação  possa  acarretar,  pelo  facto  de  ser 
mais  despendiosa  a  criação  dos  pequenos  animaes,  em  proporção 
ao  seu  peso,  será  compensada  pela  facilidade  da  venda  do  producto  e 
maior  preço  que  attingir  a  sua  carne. 

A  raça  Charmoise  proveniente  de  Loir  et  Gliair-França,  na  fazenda 
de  Charmoise  foi  obtida  pela  mestiçagem  com  as  raças  kent,  berrichone, 
tourangelle  e  merino,  e  depois  pela  selecção  e  consanguineidade  foram, 
por  Malingiéem  1843,  firmados  os  caracteres  da  variedade.  (*) 

Os  caracteres  desta  raça,  são:  ta  lhe  e  peso  médios,  cabeça  curta  e  larga 
na  fronte,  perfil  rectilinio,  peito  largo,  lã  branca,  sem  manchas, grossura 
média,  e comprimento  de  0,m15.  E' rústico  ede  fácil  engorda,  sendo  na 
França  considerado  o  carneiro  tanto  das  regiões  ricas  como  das  regiões 
pobres. 

Rio,  1908  setembro. 

Sousa  Reis, 

Engenheiro   Civil 


A  defesa  da  Sociedade  na  Camará 

Trasladando  para  as  columnas  do  nosso  boletim  o  discurso  pro- 
ferido pelo  Dr.  Henrique  Borges  Monteiro  em  sessão  da  Gamara  dos 
Srs.  Deputados,  de  2  de  dezembro  actual,  não  nos  move  a  vaidade  de 
pôr  em  relevo  quanto  de  honroso  e  elevado  para  a  Sociedade  N.  de 
Agricultura  se  encontra  no  alludido  discurso,  mas  tão  somente  o  dever 
de,  ainda  uma  vez,  pôr  os  nossos  consócios  e  todos  os  quecojitam  da 
agricultura  do  paiz  ao  corrente  dos  esforços  despendidos  por  esta 
sociedade  em  prol  da  santa  causada  lavoura,  tão  esquecida  de  uns,  tão 
malsinada  por  outros. 

Accresce  ainda  que  á  Sociedade  não  ficava  bem  calar  o  longo  e 
substancioso  discurso  do  illustre  deputado  Dr.  Henrique  Borges,  em 


(")   La  race  da  la  Charmoise—  P.  'le  la  Chamberlière. 


A    LAVOURA 


defesa  ás  accusações  levantadas  na  mesma  casa  do  parlamento  bra- 
zileiropor  um  dos  seus  mais  dignos  membros,  accusações  essaá  de 
todo  infundadas  e  injustas,  como  soem  ser  as  que  não  têm  por  base  a 
evidencia  de  factos  eloquentes  e  incontestáveis. 

Agradecendo  de  publico  ao  distincto  deputado  Dr.  Henrique  Borges 
a  espontaneidade  e  sinceridade  da  brilhante  defesa  com  que  nos  hon- 
rou, passamos  a  transcrever  o  discurso  em  questão: 

O  Sr.   Henrique    Borges  -  Sr.  Presidente,  a  hora  adiantada  em 

que  hontera  foi  iniciada  a  discussão  do  parecer  sobre  as  omendas  ao  orçamento 
da  Viação,  lè/.-me  suppor  que  ella  continuaria  hoje  e  assim  proporcionar-niu-hia 
ensejo  do  adduzir  algumas  considerações  om  defesa  da  Sociedade  Nacional  de 
Agricultura  contra  as  accusações  formuladas  pelo  illustre  deputado  Sr.  Calogeras, 
cujo  nome  peço  permissão  para  declinar,  como  também  das  emendas  que  formulei 
com  outros  collegas  de  bancada. 

Tendo  sido,  porôin,  hontem  mesmo,  encerrada  a  discussão,  prevaleço-mc 
desta  hora,  para  supprir  a  omissão  afim  de  que,  a  par  das  necusações,  figure  nos 
annaes  desta  casa  a  defosa  da  benemérita  sociedade  com  os  dados  estatísticos  que 
farei  publicar  em  seguida  ás  minhas  palavras. 

Para  que  a  defesa  pudesse  ser  completa,  em  face  da  grande  autoridade  moral 
do  que  merecidamente  gosa  o  honrado  deputado  polo  Kstado  de  Minas,  pelo  seu 
talento,  pela  sua  vasta  illustracão,  extraordinária  capacidade  de  trabalho  e  pela 
elevação  com  que  encara  os  assumptos  sujeitos  ao  seu  estudo,  entendi  preferível 
trazer  escriptas  as  minhas  observações. 

As  accusações  feitas  á  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  são  tanto  mais 
injustas  quanto  mais  visam  apoucar  os  serviços  de  uma  corporação  já  reconhecida 
benemérita  pelos  órgãos  autorizados  da  lavoura,  da  administração  publica  e  do 
próprio  Congresso,  onde  não  são  poucos  os  membros  que  conhecem  e  têm,  com 
justiça,  apreciado  a  sua  decisiva  influencia  na  evolução  agrícola  que  se  vae  ope- 
rando no  paiz. 

Disse  o  illustre  deputado  em  seu  discurso  proferido  na  sessão  de  30  de 
outubro  : 

As  incumbências  commetlidas  d  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  mais  pare- 
cem de  ordem  litteraria  do  que  pratica,  si  a  julgarmos  pelo  boletim,  incomprehensivel 
para  a  maioria  dos  nossos  lavradores,  e  pelos  discursos  que  se  celebram  nas  sessões 
periódicas  daquella  associação . 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  é,  como  todos  sabem,  uma  associação  de 
propaganda  ;  e  esta,  como  é  natural,  se  exerce  pela  palavra  oral  e  escripta. 

A  contrariar,  sem  duvida,  o  modo  de  ver,  a  respeito,  polo  honrado  deputado, 
estão  as  estatísticas  que  constam  de  quadros  publicados  pela  operosa  associação, 
e  pelos  quaes  se  verifica  o  desenvolvimento  crescente  de  sua  correspondência  para 
toda  parte  do  paiz  e  do  estrangeiro,  onde  a  sua  influencia  chega  por  meio  desses 
discursos,  desses  boletins  e  de  grande  numero  de  monographias  distribuídas 
annualmente  sobre  varias  culturas  e  outros  assumptos  práticos,  além  de  publica- 
çõos  interessantes  e  opportunas  pelos  jornaes  desta  capital. 

Das  referidas  estatísticas  so  verifica  que,  somente  nos  nove  primeiros  mezes 


SOCIEDADIO    NACIONAL     DE     AQUICULTURA 


deste  anno,  recebeu  a  sociedade  2  935  cartas,   274  officios   diversos  e  mais  138  do 
Governo  da  UDião  e  dos  Estados,  8.000  circulares  e  582  tolegrammas. 

Que  a  sua  acção  não  é  simplesmente  theorica  e  litteraria  estão  ahi  a  provar 
os  factos  que  se  reproduzem  todos  os  dias  e  que  não  escapara,  por  certo,  aos  que 
se  interessam  sinceramente  pela  lavoura  nacional. 

Já  em  1899,  quando  foi  denunciada  a  introducção  da  philoxera  em  Minas,  por 
videiras  importadas,  coube  á  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  dar  o  alarme, 
verilicar  o  facto  e  providenciar  para  a  destruição  das  plantas  portadoras  do  peri- 
goso inimigo,  conseguindo  com  esta  providencia  o  mais  completo  êxito. 

Quando  a  pneumo-enterite  se  manifestou,  em  Minas  e  no  Rio  de  Janeiro,  cau- 
sando grandes  devastações  nos  suinos,  foi  ainda  ella  que  tomou  a  iniciativa  de 
mandar  um  profissional  estudar  a  moléstia  e  que  vulgarisou  instrucções  sobre  a 
sua  prophilaxia. 

Em  1906  teve  ainda  a  sociedade  opportunidade  de  prestar  reaes  serviços  de 
caracter  inteiramente  pratico,  como  se  verifica  pela  leitura  do  seguinte  trecho  da 
mensagem  de  1907,  do  eminente  Sr.  Presidente  da  Republica: 

«  Os  gafanhotos  causaram  lambem  sorios  daranos  em  al_runs  Estados  e,  com 
especialidade,  no  Rio  de  Janeiro,  S.  Paulo  e  Districto  Federal. 

Como  (experiência  e  no  propósito  de  attender  á  solicitação  dos  pequenos  lavra- 
dores na  visinhança  desta  capital,  incumbi  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 
de  emprehender,  segundo  instrucções  approvadas  pelo  Governo,  a  extincção  desta 
praga  na  areado  Districto  Federal.  As  providencias  adoptadas  não  podiam  provar 
melhor,  pois  em  pouco  mais  de  três  mezes  se  concluíam  os  trabalhos  com  o  mais 
brilhante  êxito.» 

Ainda  no  anno  passado,  ao  annnnciar-se  o  apparecimento  da  febre  aphtosa, 
quando  os  poderes  públicos,  desarmados,  nenhuma  providencia  tomaram,  ella  fez 
publicar  pela  imprensa  da  Capital  instrucções  interessantes  e  utilíssimas,  que 
reproduzidas  pela  imprensa  do  interior  e  distribuídas  em  circulares,  foram  as 
únicas  providencias  levadas  em  auxilio  da  nossa  industria  pastoril. 

Recentemente  conhecida  a  invasão  de  nuvens  de  gafanhotos  nos  Estados  pró- 
ximos, praga  que  por  falta  de  providencias  adequadas  por  parte  dos  poderes 
públicos  ameaça  tornar-se  endémica  nesta  região,  a  única  providencia  que  se  sabe 
ter  sido  contra  ella  tomada,  consta  de  publicações  da  Sociedade  pela  imprensa  da 
Capital  e  larga  distribuição  de  avulsos  com  minuciosas  instrucções  para  combater 
o  temeroso  mal. 

Por  sua  exclusiva  iniciativa  e  a  expensas  suas,  tem  ella  feito  estudar  no 
estrangeiro  diversos  productos  nacionaes,  entre  os  quaes  lembrarei  algumas  varie- 
dades das  nossas  painas  que  estudadas  na  Hollanda  foram  reconhecidas,  algumas 
iguaes  o  outras  superiores  ao  Kapoh,  producto  similar  procedente  da  índia  e  das 
Antilhas  e  que  tem  franco  consumo  na  Europa. 

O  seu  boletim  dá  conta  de  todos  estes  trabalhos,  como  de  muiios  outros  ainda 
não  menos  importantes,  taes  como  o  commercio  de  fructas  para  o  estrangeiro,  os 
precessosde  acondicionamento  experimentados  em  varias  remessas,  etc. 

O  grande  numero  de  associações  agrícolas,  já  superior  a  150,  existentes  no 
puze  que  vão  invadindo  as  paragens  longínquas  do  Amazonas,  Matto  Grosso  e 
Goyaz,  em  sua  quasi  totalidade  filhas  da  propaganda  da  Sociedade,  a  ella  ligadas  e 
acceitando  as  suas  inspirações,  é  a  melhor  prova  dos  reaes  serviços  desta  associa- 


A     LAVOURA  547 


ção  em  uru  paiz  cuja  riqueza  e  prosperidade  estão  precisamente  no  desenvolvimento 
da  agricultura  e  onde  o  único  órgão  conhecido,  que  solicitamente  pugna  sem 
deseanço  por  estes  interesses  ô  a  benemérita  Sociedade. 

Si  em  seu  começo,  a  sua  propaganda  tinha  um  caracter  theorico,  com  o  fim 
de  preparar  os  espíritos  e,  portanto,  o  terreno  em  que  tinha  de  operar,  ninguém 
ignora  que  logo  que  ella  reconhecou  o  meio  propicio,  enveredou  resoluta  pelo 
caminho  da  pratica. 

Nesta  ordem  de  idéas  cumpre  destacar  em  primeiro  logar  os  dois  notáveis 
congressos  r  acionaes  de  agricultura,  projectados  e  realizados  por  exclusiva  inicia- 
tiva da  Sociedade,  sob  os  auspícios  do  Governo  da  União  e  nos  quaes  se  fizeram 
representar  officialmente  osgovernos  do  todos  os  Estados,  assim  como  agricultores 
de  todo  o  paiz,  entre  os  quaes  muitos  membros  do  Congresso  Nacional. 

i)o  primeiro  destes  congressos,  não  ha  negal-o,  parte  a  benéfica  transformação 
que  se  vae  operando  na  lavoura  nacional,  quer  no  tocante  á  sua  união  e  congra- 
çamento  para  a  defesa  de  seus  legítimos  interesses,  que»  relativa  ás  modifica- 
ções dos  velhos  processos  agrícolas  e  adopção  gradual  dos  consagrados  pela 
sciencia  moderna. 

Ainda  nesse  memorável  congresso  tiveram  seu  berço  todas  as  reformas  e 
providencias  legislativas  tendentes  a  auxiliarem  o  desenvolvimento  da  agricultura» 
entre  os  quaes  convém  notar  o  Ministério  da  Agricultura,  as  leis  dos  syndicatos  e 
das  cooperativas,  a  distribuição  gratuita  de  plantas  e  sementes,  o  auxilio  para  a 
introducção  de  naproductores  e  muitas  outras. 

Além  destes  dois  congressos  organizou  ainda  a  sociedade  o  Congreso  das 
Applicações  Industriaes  do  Álcool,  em  que  tomou  brilhante  parte  o  illustre  depu- 
tado Sr.  Calogeras,  a  primeira  Conferencia  Assucareira  da  Bahia,  de  que  resulta- 
ram a  2a  e  3a  e  resultará  em  breve  a  4a,  a  reunir-se  em  S.  Paulo. 

Destes  certamens,  é  preciso  ser-se  cego  para  se  não  ver  os  benefícios  colhidos 
pela  lavoura  da  canna,  que  nelles  estudou  e  preparou  a  sua  actual  organização. 

Ainda  do  ponto  de  vista  da  propaganda  pela  demonstração  pratica,  é  preciso 
citar  a  bella  exposição  de  uvas  por  ella  realizada  no  edifício  da  Prefeitura  desta 
capital  e  que  auxiliada  pelos  ensinamentos  proficientes  do  Dr.  Pereira  Barreto, 
deu  verdadeiro  impulso  á  viticultura  entre  nós,  podendo  hoje  considerar-se  viti- 
cultores os  Estados  de  Minas,  S.  Paulo,  Paraná  e  Rio  Grande  do  Sul. 

Pouco  antes  havia  ella  feito  uma  exposição  agrícola  em  um  dos  prados  desta 
capital,  e  deve  estar  ainda  na  memoria  de  todos  a  bellissima  exposição  de  appa- 
relhos  destinados  ás  applicações  industriaes  do  álcool,  também  aqui  realizada,  eas 
que  se  seguiram  as  de  Porto  Alegre,  Pelotas,  Formiga,  Florianópolis  e  ouiras, 
cuja  utilidade  pratica  ninguém  poderá  contestar. 

Uma  visita  ao  pavilhão  da  sociedade,  na  Kxposição  Nacional,  bastaria  para 
mostrar  a  orientação   e    o  espirito  pratico  que  preside  á  sua  propaganda. 

Deixando  de  parte  as  collecçSes  propriamente  agrícolas,  as  bellas  collecções 
de  fibras  tcxtis,  di  madeiras,  a  secção  de  zoologia  agrícola  e  outras,  os  catálogos 
explicativos  e  instructivos,  ctc,  basta  entrar-se  na  sua  secção  de  informações 
para  admirar-se,  ã  par  da  vasta  collecção  de  trabalhos  de  propaganda,  quer  refe- 
rentes á  agricultura  propriamente,  quer  á  questões  económicas  de  real  interesse 
para  o  paiz,  os  mappas  agrícolas  organizados  em  conjuncto  e  em  detalhes,  por 
Estado;,  mostrando    sua  composição  geoologica,  a  natureza  de  seus  terrenos,  seu 


54S  S0CIEDADI5     NACIONAL     DH     AGRICULTURA 

clima,  a  distribuição  de  suas   diversas  cultura;,   suas  vias  de  communicacão,  seu 
commercio  do  importação  e  exportação,  etc. 

Alóm  destes  ainda  alli  se  encontram  outros,  assim  como  diagrammas,  mos 
trandoa  superfície  e  a  população  dos  Estados,  as  zonas  occupadas  no  paiz  por  cada 
umadas  nossas  principaes  culturas  e  industrias  extractivas  do  origem  vegetal  eo 
movimento  económico  de  nossa  producção  agrícola. 

Estes  trabalhos,  que  ropresentara  adrniravol  osforç  >,  mereceram  unanimes 
applausos  dos  competentes  que  o  examinaram  o,  si,  como  ó  natural,  não  repre- 
sentam uma  obra  perfeita,  são  certamente  um  inicio  bera  orientado  para  ser  com- 
pletado, com  inestimáveis  vantagens  para  o  estudo  do  paiz  e  de  sua  propaganda 
do  ponto  de  vista  agrícola. 

Em  relação  ao  serviço  de  distribuição  do  plantas  e  sementes,  que  a  sociedade 
tem  feito  por  conta  do  governo,  e  cujas  contas  são  prestadas  perante  o  Thesouro, 
de  quem  tem  sempre  recebido  as  quitações,  si  ha  queixas  contra  esto  serviço,  n5o 
faltara,  mesmo  aqui  na  Camará,  quem  dè  testemunho  da  solicitude  cora  que  a 
sociedade  procura  desempenhar-se  delle. 

A  distribuição  de  plantas  e  sementes  é  feita  naturalmente  de  accordo  eom  as 
verbas  decretadas  para  o  serviço. 

A  sociedade  convida  no  principio  do  anno  os  interessados  a  fazerem  seus 
pedidos  e  desde  que  reconhece  que  estes  tem  attingido  ao  numero  que  as  respecti- 
vas verbas  podem  comportar,  declara  pela  imprensa  estar  encerrada  a  inscripçâo 
dos  pedidos,  que,  entretanto,  não  se  suspendem.  Este  anno,  por  exemplo,  dada  a 
redueção  considerável  da  verba,  desde  maio  a  sociedade  declarou  não  poder  mais 
attender  a  pedido  de  plantas  vivas  para  o  corrente  anno,  entretanto,  até  agora 
estáarecebel-os.  Naturalmente,  taos  pedidos  não  poderão  ser  attendidos  e  dahi 
não  raras  as  queixas. 

A  sociedade  tem  tido  reclamações,  poucas  é  certo,  referentes  a  plantas  chega- 
das a  seu  destino  em  máo  estado.  Faz  o  que  lho  cumpre,  levando  a  reclamação  ao 
conhecimento  de  quem  fez  o  transporte.  O  que  pôde  mais  fazer?  Que  responsa- 
bilidade lhe  pôde  caber  no  transporte  de  plantas  vivas,  com  demoras  o  baldoações, 
sem  terem  cuidados  culturaes  por  muitos  dias  ? 

O  quadro  da  distribuição  de  plantas  e  sementes  pela  sociedade  até  setembro 
ultimo  demonstra  a  necessidade  de  ser  augmentada  a  verba  para  este  serviço,  que, 
sem  duvida,  tem  concorrido  efflcazmente  para  o  desenvolvimento  da  fructicultura 
e  da  polycultura,  em  geral,  entre  nós. 

Pelo  referido  quadro  se  vê  quede  18.083  pedidos  feitos  á  sociedade,  somente 
15.798  puderam  ser  attendidos,  resultando  uma  difforença  de  2.285,  no  numero  dos 
quaes  se  acharão  provavelmente  muitos  daquelles  a  que  se  referiu  o  honrado 
Sr.  Calogeras. 

S.  Ex.  responsabiliza,  cora  grande  injustiça,  a  Sociedade  Nacional  de  Agricul- 
tura pela  carestia  do  álcool,  que  certamente  impede  o  desejável  desenvolviraent  > 
da  propaganda  industrial  deste  producto.  Mas  o  que  pôde  fazer  a  Sociedade  Nacio 
nal,  para  diminuir  o  preço  do  álcool,  anão  ser  pela  propaganda  oral  e  escripta, 
pelos  constantes  appellos  que  faz  aos  poderes  públicos  no  sentido  de  serem  postos 
â  disposição  da  lavoura  as  estações  agronómicas,  os  campos  do  demonstração  e 
experiências  para  o  flm  do  se  habilitarem  os  lavrador.s  a  produzirem  bastante, 
bom  o  barato? 


A     LAVOURA  ai'1 

Não  seria  mais  justo  responsabilizarmo-nosa  nós  mesmos,  que  em  vez  de  alo- 
ptarmos  esta  simples  politica,  nos  temos  deixado  arrastar  por  preconceitos  de  um 
exaggerado  proteccionismo,  querendo  ver  nos  altos  preços  e  na  carestia  vantagens 
reaes  para  a  industria,  sem  prestarmos  attoacão  aos  int  Tessos  da  massa  geral  dos 
consumidores,  como  se  fez  ainda  ha  pouco  com  relação  aoassucar  ? 

A  sociedade,  como  todos  sabemos,  recebe  unicamente  dos  cofres  públicos,  a 
titulo  de  subvenção,  a  exigua  quantia  de  20:000$,  que,  reunida  á  renda  pro- 
veniente das  annuidades  dos  soeios,  constitue  os  recursos  de  que  ella  dispõe  para 
attonder  aos  trabalhos  de  propaganda  e  do  informações,  de  que  se  pôde  fazer 
idéa  pela  estatística  de  sua  correspondência,  a  que  acima  rr.o  referi  e,  ainda 
mais,  ao  desenvolvimento  de   seus  importantes  museu  e  bibliotheca. 

Sua  direotoria  é  composta  do  prestimosos  cidadãos  que,  com  admirável  de- 
dicação e  louvável  patriotismo,  lho  dedicam  todo  o  tempo  que  lhes  deixam  livres 
as  profissões  do  que  vivem. 

Em  consecutivos  rei  itorios,  que  circulam  impressos,  a  directoria  tem  afflr- 
mado  a  impossibilidade  em  que  está  a  sociedade  de  manter,  sem  os  recursos 
necessários,  a  fazenda  de  Santa  Mónica  em  condições  de  poder  prestar  á  sua 
propaganda  pratica  os  serviços  que  julga  necessários.  Seus  directores,  todos 
oceupados  com  os  trabalhos  de  que  tiram  a  subsistência,  não  podem  se  entregar 
;i  administração  regular  de  um  serviço  que  exige,  além  de  competência  technica, 
cuidados  permanentes  o  ininterruptos. 

Por  isto,  a  directoria  tem  empenhado  esforços,  já  com  as  administrações 
passadas,  já  com  a  actual,  no  sentido  de  ser  aproveitada  aquella  fazenda 
para  a  installação  de  uma  estação  agronómica  e  posto  zootechnico.  obtendo 
finalmonto,  do  actual  Sr.  Ministro  da  Industria  a  promessa  de  que  isso  se 
fará. 

Como  se  vè,  a  sociedade  nenhum  recurso  recebo  para  custear  a  fazenda  ; 
entretanto,  ainda  que  com  grandes  sacrifícios,  alli  mantém  um  aprendizado  agrí- 
cola, onde  muitos  proprietários  rui'aes  foram  pessoalmente  aprendor  o  manejo 
e  applicação  das  machinas  agrícolas  o  flzeram-se  experiências,  entre  outras,  do 
applicações  de  adubos  chimicos  cujos  resultados  se  acham  descriptos  em  seu 
boletim  e  expostos  na  Exposição   Nacional. 

Mas,  si  não  é  possível  á  sociedade  sub-dividir  os  seus  esforços  com  os  min- 
guados recursos  de  que  dispõe  nem  por  isto  tem  deixado  do  oceupar-se  com  a 
propagando  pratica.  Concentrando  neste  particular,  todas  as  suas  attenções  pira 
o  Horto  da  Penha,  mantém  alli  um  aprendizado,  tem  iniciado  serviços  para 
transformar  esto  estabelecimento  em  uma  Kstação  Agronómica,  tendo  já  no  cor- 
rente anno,  distribuído   mais  do  12.000  plantas  vivas. 

O  fornecimento  de  aramo,  formicidas,  iustrumentos  agrários  etc,  a  seus 
sócios,  é  ainda  a  demonstração  cabal  do  espirito  pratico  que  domina  a  So- 
ciedade Nacional  de  Agricultura. 

Querendo  demonstrar  a  seus  sócios  as  vantagens  dos  syndicatos  e  coopera- 
tivas no  tocante  á  acquisição  de  produetos  necessários  ao  custeio  das  lavouras, 
resolveu  fazer  a  applicação  em  relação  áquelles  produetos.  Ella  somente  os 
fornece  aos  seus  sócios,  quando  quites  de  suas  contribuições  annuaes  e  que 
remettam-lhe  a  respectiva  importância  ou  autorizem  o  pagamento  no  Rio,  á  vista 
do  respectivo  conhecimento. 

1410  2 


SOCIEDADE     NACIONAL     DR     AGRICULTURA 


Como  se  trata  do  propaganda  ella  não  retira  commissão  alguma,  como 
fazem  os  syndicatos  e  cooperativas  para  o  custeio   do  serviço. 

Em  publicação  recente  pela  imprensa.  mos'.rou  a  sociedade  que  uào  dis- 
pondo de  capital  para  importar  directamente  e  ter  o  necessário  deposito  para 
attender  aos  pedido-;  de  arame,  é  obrigada  a  contractar  annualmente,  mediante 
concurrencia,  com  casas  commerciaes  que  se  incumbem  de  mandar  vir  o  artigo, 
armazenal-o  e   fazer    as   remessas,  á  medida  que  chegam  os  pedidos. 

E  natural  que  o  contractante  tenha  lucros  compensadores  para  o  empate 
de  seu  capital,  despezas  de  armazenagem  o  serviço  de  expedição  da  mercadoria 
e  si  o  honrado  Sr.  Deputado  Calogeras  quizesse  ser  justj  para  com  a  sociedade 
teria  um  bom  ensejo  em  tace  da  explicação  clara  e  cabal  ora  fornecida  sobre 
o  assumpto. 

Certamente  a  cifra  do  arame  farpado  fornecido  pela  sociedade  a  seus  sócios  é 
bem  insignificante  em  relação  ao  total  do  arame  de  todas  as  qualidade-;  importado 
no  paiz,  mas  nem  por  isto  é  menos  instruetiva.  para  o  lavrador,  a  demonstra- 
ção que  se  lhe  pretendeu  lazer. 

Com  effeito,  pelas  estatísticas  publicadas  pela  benemérita  sociedade  se  vo- 
ritica  que  ella  tem  já  attendido  a  62-i  pedidos  no  total  de  4.720.205  metros  de 
arame,  importado  para  os  seus  sócios  em  173:078$300.  A  mesma  porção  de  arame 
comprado  no  mercado  custaria  208:360$.  Resulta  dahi  que  os  sócios  da  socie- 
dade fizeram  uma  economia  de  7ó:281$400,  pequena,  é  certo,  em  relação  a  todo 
o  arame  importado  no  paiz,  mas  bastante  para  demonstrar  aos  lavradores  que, 
unidos  em  syndicatos  ou  cooperativas,  elles  conseguirão  realizar  economia  na 
acquisição  de  artigos  para  o  custeio  de  suas  propriedades  e  que,  em  relação  ao 
arame  farpado,  taes   economias  se  elevarão  a  30,  31  %. 

Do  exposto  resalta  a  injustiça  com  que  o  honrado  Sr.  Calogeras  julgou  a 
Sociedade  Nacional  de  Agricultura  que,  pelas  suas  tradicções,  pelos  inestimáveis 
serviços  que  vem  prestando  á  lavoura  nacional,  se  torna  ca  la  dia  mais  merece- 
dora da  estima  e  consideração  publica  e  inc.~nte-tavelmente  credora  da  pro- 
tecção ilos  poderes  públicos  de  quem  tem  sido  um  auxiliar  efflcaz. 

Passarei  agora,  Sr.  Presidente,  a  uma  ligeira  analyso  do  parecer  da  honrada 
Commissão  de  Finanças  sobre  algumas  das  emendas  que  tive  a  honra  de  for- 
mular. 

Direi  desde  logo  que  não  comprehondo,  nem  me  parece  justificável,  o  superior 
desdém,  permif  ta-me  a  expressão,  com  que  ella  fulmina  grande  parte  das  emendas 
como  de  interesse  puramente  local. 

O  que  é  o  interesse  nacional  senão  o  eonjuncto  dos  interesses  locaes?  0  quo 
somos  aqui  senão  representantes  de  interesses  regionaes? 

A  emenda  n.  212,  referente  á  desobstrucção  dos  rios  que  desaguam  na  bahia 
do  Rio  de  Janeiro,  não  attende  a  uma  conveniência  puramente  estadual,  pois  que 
esse  serviço,  cuja  despeza  annual  é  limitada  a  100:000$  pela  sub-emenda  do  Sr. 
Deputado  Balthazar  Bernardino,  interessa  ao  saneamento  desta  cidado.  ás  obras 
do  seu  porto:  são  o  seu  complemento. 

A  emenda  n.  170,  consignando  a  verba  a  verba  de  200:000$  para  a  limpeza  e 
rectificação  dos  rios  SantAnna,  Guandu,  s.  Po  .Iro  e  Cara  mijo,  interessa  imme- 
diatamente,  directamente,  á  conservação  do  leito  das  Estradas  Central  e  Auxiliar, 
que  são  próprios  federaes . 


\     LAVOURA 


0  orçamento  deste  serviço,  foi  por  ordem  do  ex-ministro  da  viação  Dr.  Lauro 
Miiller,  feito  por  intermédio  da  Estrada  Contrai,  que  já  tem  feito  trabalhos  parciaos 
no  interesse  da  conservação  do  leito  de  suas  linhas. 

Quanto  á  limpeza  do  canal  de  Mossoró,  na  lagoa  Araruama  e  ao  seu  prolonga- 
mento, despeza  quo  não  excederá  de  trinta  contos  e  de  que  trata  a  emenda  n.  244, 
também  interessa  a  união. 

Da  limpeza  e  prolongara  'nto  desse  canal  depende  a  continuação  da  producção 
dosai  em  salinas  que  rendem  annualrmnte  pira  a  União  cerca  de  noventa  contos 
de  réis,  como  se  vê  no  quadro  que  publicará  em  seguida  a  este. 

Exactamente  quando  sopra  o  nordeste,  que  tanto  favorece,  na  região,  a  pro- 
ducção do  sal,  as  aguas  fogem  do  canal,  impeliu 'o  a  prolucção,  o  que  não  se 
dará  uma  vez  prolongado  este  até  o  outro  extremo,  pois  as  aguas,  desobstruído  o 
canal,  circularão  desembaraçadamente. 

A  despeza  está  orçada  em  menos  de  trinta  contos  de  réi-  o  feita  a  objca,  a 
renda  da  União  duplicará  de  modo  que  em  um  exercício  ella  resarcirã  com  va  1- 
tagem  a  importância  despendida.  A  despeza  6,  pois,  de  natureza  rcproductiva. 
A  nudaque  a  União  aufere  actualmente  e  de  quasi  !X)U00$  annuaes  o  com  a  obra, 
orçada  em  menos  de  30:000$,  crescerá,  na  misroa  proporção,  ao  augmento  da 
producção  do  sal. 

Estou  corto  do  que,  ao  votar  as  emendas,  a  ("amara  tomará  em  consideração  o 
que  venho  de  expor  [Muito  bem  ;   muito  bem.) 


quadros   estatísticos    demonstrativos    a  que  se  referiu  o  sr.    deputado 
Henrique    Borges 

Sociedade  Nacional  de  Agricultura  —  Movimento  da  secretaria: 

Correspoi  denciu  recebida  —  Ofjícios 


AN  NOS 

CARTAS 

DIVERSOS 

COVE'  Kfi| 

[RCULARES 

TKI.K- 
CRAMM»! 

1900  (do  1  de  outubro) 

93 

355 
451 
1.553 
1  370 
1.579 
1.855 

3d 

2S'.l 
238 

1S2 

30 
42 
83 

97 

12! 
114 

4! 
3S 

301 

3 

140 
167 

1903 

190: 

1906 

1907 

171 
136 

1908  (até  30  de  setembro)     .     .     . 

2.035 

257 

li.  175 

2.228 

673 

1.10S 

MiCIKDADK     \\i:l.).\L     D1C      \OniCHr,TIJH  A 


Correspondência  expedida  —  Officios 

ANNOS 

CARTAS 

DIVERSOS 

— 

CIRCULARES 

TELE- 
GRAMMAS 

1898  (de  26  do  janeiro) 

1899.     ...     

229 

491 
360 
210 
33? 
413 
462 
478 
1.796 

62 

136 

44 

164 

223 

237 

36 

3!) 
13(5 
79 
33 

»1 
132 

io: 

1.044 

2.50S 

4.407 
8.006 

4 

3!) 

1DS 

119 

204 

227 

339 

473 

1908  (até  30  de  setemb 

■o).      .      .      . 

2.723 

.  5S2 

9.372 

1.354 

806 

16.565 

2  095 

DISTRIBUIÇÃO   DE   PLANTAS   E  SEMENTES    DE   SETEMBRO    DE    1902  A    SETEMBRO    DE    1908 

Plantas  vivas 


:  frucliferas  do  pai; 


Especificado 

Espécies:  Abacateiro,  abieiro,  anona,  ameixa 
amarella,  ameixa  de  Madagáscar,  abricó 
comraura,  amoreiras,  araçá  de  coroa, 
bacupary  do  norte,  boribá,  butiá,  cabel- 
luda,  cacaueiro,  cajazeiro,  manga,  ca- 
jueiro, canelleira,  chrysophilum  kainy- 
tum,  carambola,  cookia  anizata,  eugenia 
cidreira,  craveiro  da  índia,  cambucá, 
speciosa,  fructa  pão,  fructa  do  conde, 
fructa  da  condessa,  guabiroba  de 
S.Paulo,  genipapo, jambo  branco,  jambo 
rosa,  jaboticaba,  jaqueira,  laranjeiras 
diversas,  lixia  da  Inlia,  limoeiro  azedo, 
limoeiro  doce,  limoeiro  gallego,  loureiro, 
mangueira  do  Uamaracá,  mangueiras 
diversas,  oitiseiro,    pimenta   do    reino, 


A     LAVOURA  ò:3 

Pes» 
gspcelloicSo  Unidade         cm  kllosrannius  Mama 

pimenta  da  Jamaica,  sapota  preta,  sapo- 
tyseiro,  sapucaia,  tâmara  e  tamarin- 
deiro        123.342 

Arvores  fruetiferas  da  clima  frio,  plantas 
florestaes  e  de  ornamentação 

Espécie:  Ameodoeiras,  ameixeiras,  da  Eu- 
ropa, ameixeiras  do  Japão,  azaroloiras. 
azufaifeiros,  avolaneiras,  castanheiras, 
cerejeiras,  damasqueiros,  figueiras,  gro- 
selheiras,  kakyseiros  do  Japão,  maciei- 
ras, marmelleiros,  morangueiros,  no- 
gueiras, nespereiras,  oliveiras,  peceguei- 
ros,  pereiras,  acácias, aylaotus,  fraxinus 
ulmus,  mimosa  julibrisin,  paraíso  gi- 
gante, quercus,  amoreiras  varias,  ca- 
talpas,  platanus,  buxus,  fraxini,  tilia, 
acer  carapestris,  ligustri,  robina  .     .     .  49.039         —  2.896 

Mudas  de  agave  rígida 480         —  7 

Sementes  germinadas 
Espécies:  Garcinea  mangustana,  kola,  musa 

ensete,  mu*a  fetiche,  erythroxilon  coca, 

sterculea  acuminata,    pistache,    musa 

arnoldiana,  musa  textilis,  lansium  domes- 

ticura,  (stratific),  castilhôa  elástica,  my- 

ristica  fragans  (noz-moscada),   lodoicea 

snchellarum,    stricknos    (oux-vomica), 

toluifera  balsamum,    tijolos  de  cham- 

pignon  e  landolpha  Kirku 3.825         —  103 

Mu  las  do  Agave  Sisalana  aceliraada  .     .     .  2.400         —  12 

Mudas  de  figueiras  nacionaes 15.255  385 

Mudas  de  abacaxi 277.083         —  679 

Raizes  de  consolida  do  Cáucaso  (simpbytum 

asperrimum) 10.130         —  169 

Mudas  de  canoa  da  ilha  de  Barbados,  va- 
riedades: B208  e  B  147,  1.566,  1.753  e 

3.412 5.656  —  225 

Mudas  do  canoas  nacionaes,  variedades:  sem 

pello,  roxa,  Ubá  e  outras 7.885         —  138 

Bacellos   de  videira,   variedades  de  uvas  de 

mesa,  vinho  e  porta  garfo    ....  418.890         —  5.790 

Enraizados   de   videiras,    variedades    porta 

garfo 5.098         —  90 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


Cereaes  e  leguminosas 

Arroz,  variedades:    nacionaes:  douradinho, 

cattete;  pacholinho,  de  casca   preta.      .          —  — 
Estrangeiros  :     Matuyaski,    Birmânia,    Ca- 
rolina e  Piemonte 14.540.330  3.738 

rrigo,  variedades:  grego  de  folha  larga,  da 

Itilin,  Vietoria  branco,  Luziania,  Duro, 

Polónia,  Argentino, do  Japão,  molle,  Bar- 
bado de  Rivet,  Dourado,  Grécia,  Escócia 

de  inverno,    Noé,  Richelle   Blanche  de 

Nápoles,  do  Cabo,  Touzelle  Rouge  de  Pro- 

vence,  Hyliride  de  Tresor,  Richelle  Blan- 
che hative,  Square  Head,  Tliuringer  Di- 

videndura,    Majorica,     Riet,     Redondo, 

Largo,  Maqui,  Wollmans  Life,  Rupp;rt, 

D.  Shriffá  épi   carré,  North    Allerton, 

d'Algeria,  Grece  d'Antros,    Schlan    ted, 

Xerez,  da  Zelândia 4.765.350  1.859 

Milho,  variedades:  90  dias.  Condado  deClies» 

ter.  de  40  dias,  Ferro,  assucarado.    Cat- 
tete, nacional    miúdo,    Golden    Beauty, 

Country,    Gentleman,    Adams,    Goldel. 

Cosmopolitan,  Minnesotta,  White,  Cury, 

Black    Mexican,   Suow    Flack.    White, 

Prize, White  Ever^reen.Non  Pias  Ultra, 

Mimmouth,  Dacota,    Vnwa   Mine  Gold, 

Leming,  Champignon 8.970.500  2.373 

Feijão,  varie lades:  da  China,  branco,  Bravo 

do  Piauhy,  Amendoim    do    Paraná,    de 

trepar.   AmaMio.   Mulatinho,   Chumbo, 

Chocolate. Americanos:  Everbearing, Red 

Valou  ti  ue,  Best  of  ali;  Uwi'  pea   cLy, 

Whippermiil,  Boston,  Sraall  Beans 4.43Í.00O  770 

Centeio,  varie  lades:   Saint  Jean.   Geaut  de 

Montagne,    Tuffu,  Margroves,    Nasa   de 

Sued,  Bleu  Alpes,  Pethkuser,   S.    Diniz. 

Schlanstedt,  Geant  d'hiver 3.319.500  1.075 

Soja,  variedades:  do  lapão,  amarella,  preta     ....  105.300  183 

Lentilha 0.200  1 

Tremocos,    variedades:    azues,   amarellos   e 

brancos 1.065.600  735 


37.198.780  10.374 


EspociHcȍ5o  UnHul  cu  kilognnmas         Volumes 

Forragens 

Capim  .Taraguá 35.148.000  4.470 

Capim   gordura  roxo 10. 91b. 000  1.330 

Grarama  de  pernambuco 807. 800  209 

Capim  Guinéa AS. 250  53 

Alfaia,  variedades:  Sativa  de  Provence,  Me- 

dicago,  Media,  Carré  d'hiver,  de  Poitou, 

Precoce 11.600.600  3.177 

Aveia,   variedades:   Prolífica   da   Califórnia, 

Melhorada.  Tart  ria,  Grande   amarella. 

Polonesa     branca,      Columbia,     Suécia 

branca,  Milton,  Welcame,  Sibéria,    Tri- 

umpho,  Branca  de  Canadá,  de  Aeines,  Si- 

ciliuna,  de  Ligorno,  Columbus,   Strubes 

e   Dollar 3.284.250  i.047 

Cevada,  variedades:     Petit    Odorbruck,    da 

da  Grécia,  Petit  Bleu  la  Escócia,  da  Mm- 

dchuria.  Imperial,  Americana,  de  in- 
verno, Chevalier  noir   hative,  Gotta   de 

ouro  da  Itália,  Branca  da  Grécia,  Carrier 

dhiver,  Gjlden   Thorpe,    Golde   raelone. 

Ma  ramo  utti.de  verão,  Hofbrau.  llinnah, 

Bavaria,  Land 4.453.300  1.749 

Sulla  de  ilespanha C33.700  160 

Betirriba  firrageira:  seis  variedades. 1.482.300  1.171 

Cenoura  forrageira:  quatro  variedales 8)0.030  738 

Nabo  forrageiro:  cinco  variedales l.ã')8.820  939 

Teosiutho 436.400  151 

Sorgho,  variedades:    Halepeusis,  de   assucar 

ou  Saccharatum 436.600  310 

Trevo,    variedades:    Violeta,   encarnado    do 

Japão,  Pratonse  e  do  Egyptn 390.140  317 

71.726.190  15.K81 

Ervilhaça  de  Aveia —  — 

Viscia  Sativa —  48.5)0  .32 

Couve    Rutahaga,    variedades:    amarella    e 

branca —  119.800  78 

Ray    (írass    lolium    italicum    e    lolium  pe- 
rene      —  127.350  63 

Dactylis:  Glomerata  e  P.dotense     ....  —  79.460  26 

Acelga  forrageira —  31.560  23 

Lathyrus  Sylvestris —  30.2  10  43 

Aufhoxantum  Odoratum —  15.920  27 


556                            SOCIEDADE     NACIONAL 

Utà     AGRICULTURA 

KspociGcação 

1'niil.iJcs 

Pcsi 
cm  kiltgranimas         folumj 

Esppucelta 

— 

40.000 

2 

Avena  Elnlioi- 

— 

ZOA   0 

8 

SO.OjO 
IO. 500 

. 

Beta  vulgaris 

Festuca  amudiaacea  e  Hoteropliilla    .     . 

— 

IO.  Í40 

2 

13 
10 

Pôa  trivialis 

_ 

9:150 

5.000 
0.700 

Checharo 

— 

Sementes  diversas 

Batatas,  variedades:  MangnumBoDum,  Mar- 
jolin,  Victor  Royale,  Belle,  de  Fontenay, 
Early  rose,  Excelcior,  Longue  rouge, 
Quarantaine,  Schal  Princesse,  Suttons, 
Flouball,  Violette,  Vitellote,  Prince  de 
Galles,  Gigante,  Richters  Imperator,  La 
Bretonne,  Athenes,  BleueRiesen,  Simson, 
Canadá,  Perle  von  Erfurt,  Klau  Buther, 
Halle,  Pouse  de  bout,  Grand  Chancelier, 
Chave,  Reine  des  Poulders,  The  Dootor, 
Phoenix,  Omega,  Nieren,  May  Queen 
Early,  Neworn.  2,  Remarkable,  Gold- 
ball,  Idaho,  Puritan-Early,  Gloire,  La 
Cza.rine,  De  six  semaines,  Imperator,  De- 
licatescs  Alpha,  Erfurt  Gold  Florke, 
Prof.  Dr.  Maiker,  Finde  Siècle    .     .     . 

Algodão,  variedades:  Sea  Island,  Uplaud 
Alien  Improved,  Big  Bali,  Turkestan, 
Gordon  Pachá,  Mit-aflfe,  Peterkin,  Iwa- 
noviteli,  Peruviano,  Caravonico  da  Aus- 
trália, Sea  Island  aclimado,  de  Pernam- 
buco e  do  Maranhão 

Maniçobas,  variedades:  Ceará.  Jequié,  (Ba- 
hia) e  Piauhy.     .     , 

Linhaça,  variedades:  Alba  de  Nápoles,  Cana- 
paina,  Rigver,  Commuru  e  de  Erfurt.     . 

Cânhamo,  variedades:  Grandj  de  Nápoles, 
Commum,  Thuringer,  Goant  Piemont  . 

Sarraceno    

Serradella 

Gvra-sol,  variedades:  Branco  da  Rússia  e 
da  Rússia  aclimado 


21.271,500 

3.477 

2.965,650 

1.362 

805.800 

1.198 

367.250 

342 

223.250 

163 

90.550 

83 

53,250 

2.668 

19,000 

16 

18.500 

— 

A    LAVOURA 

i: citado  UiUtadí 

Cebolla,  variedades:  Magiola,  Mamraouth, 
Bassano,  Merveille,  Rainha,  Pariz,  Delia 
Roca  Vermelha,  Delia  Roca  Branca,  Ma- 

dère  di  Maio — 

Café'  variedades:    Maragogipe,  Bourbon  da 

Arábia,  Botucatú — 

Fumos,  variedades:  Florida,  Couecticut, 
Amerisfort,  Virgínia,  Maryland,  Havana, 
Sumatra,  Kentncky,  General  Grant,  Bo- 
nanza,  Lancaster,  Ohio,  Salon^hi,  Ster- 
Iing,  Granville,  Country  Yellow,  Gold 
loaf,  Hyce  Yellon  Prior,  Conqueror, 
White  Stem,  Landreth,  Porto  Rico, 
Turk  Sansum,  Bafra  Spanish,  Cuba,  Oro- 

noko  Bahia  e  aclimados — 

Mamona  de  Zanzibar — 

Castanha  do  Pará — 

Abóbora,  variedades:  Monstruosa,  Verde, 
Amarella,  Vermelha  e  Branca,  Nápoles, 
Boston  Marroco,   Madére  Plate  d'Italia, 

Branca,  di  Maio,  Vermelha  da  China.     .  —  25,800"  88 

Quiabo,  variedades:  Chifre  de  voado.     .     .  —  19,300  182 

Linho  Perini —  36,700  54 

Tomate,  variedades:  Perfection,  grande  ver- 
melho, Ficarrazi,  Rei  Humberto,  Pon- 
deross,    Cereja,    Garfield,   Ruby   e  Mi- 

kado —  27,250  1.039 

Melancia,  variedades:  Favorita  da  Florida, 
Kelbs  Gem,  Monstruosa  Branca,  Ho- 
mero       —  9,455  152 

Molão,  variedades  Nettei  de  Gem,  Proliflo, 
Klecley,  Sweet,  da  Florida  abundantia, 
assucar  de  Tours,  Red  di  Xapoles,  Branco  . ,  ■  . 
di  Nápoles,  Portugal,  Monstruoso,  Tur- 
quia da  Hespanha,  Cantaloupe  Ale- 
gria   —  20,010  678 

Eucaliptus,  variedades:  Glóbulos,  Gigantoa 
Piperita,  Resinifera,  Amygdalina,  Ro- 
busta, Obliqua,  R  os  trata,  Viminalis, 
Collosea,  Marginata,  Gumu     ....  — 

Amoreira,  variedades:  Branca  e  Preta.     .  — 

Juta — 

Lúpulo — 

Salt  Bush — 

Cannas  (em  tuletes)   variedades:  sem  pello, 

Cayena,  porto  Macáo,  Ubá  o  outras.     .  — 

U10 


25,175 

2,272 

7,390 

44 

18,000 

12 

6,456 

183 

3,850 

6 

1.124,000- 

150 

SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AORICULTURA 


194,750 
6,000 


especificação 

Ramas  de  mandioca,  varie  iade3:  artpim  de 
Bangú  Rosa,  Casca  de  Carvalho  e  Sutin- 
ga  roxa    

Somentes,  de  fructas,  nacionaea  arvorss  de 
sombra,  madeiras  de  lei  e  plantas  me- 
dicinaes 

Holcus  Lunatus 

Outras  sementes,  vai-iolvdcs:  desm)Jiura 
Tortuosum,  Eriodendron  Anfractuosum, 
Stitingia  Sebifera,  Chirimoy  a,  Erithrina 
Umbrosa,  Santalum  Álbum,  Quassia 
amara  e  chá  da  China 

Gengibre  (Tubérculos) 


Totaes  geraes  .... 
Numero  de  pedidos  na  secção  de  distribuição  de  plantas  e  sementes,   durante  o 
mesmo  período. 

Recebidos  —  18.083.  Satisfeitos  —  15.798. 

Fornecimento  de  arame  farpado  —  Custo 


- 

1.950 

8,000 

68.326.463 

17.845.963 

21.751 

019.03o 

59.540 

ANNOS 

1 

MBTRAGM 

QUA>DO  FOR- 
NECIDO PELA 
SOCIEDADE 

QUANDO      AD- 
QUIKIDO    NO 
MERCADO 

ECONOMIA 
REALIZADA 

1906  (da  julho) 

1907 

1908  (até  31  de  agosto)   .     .     .     - 

51 
279 

348.020 
1.968.165 
2.404.020 

14:439$Ô00 
73:365$200 
85:273$500 

21:71õ$000 
108:889*500 
tl7:755|500 

7:275$400 
35:524$300 
32:4S1$700 

628 

4".  720. 205 

173:073$30Ô 

248:360$000 

75:281$400 

Fornecimento  de  formicida  —Custo 


- 

LATA  S 

QUANDO  FOR- 
NECIDO PELA 
SOCIEDADE 

QUANDO     AD- 
QU-IRIDO    NO 
MERCADO 

ECONOMIA 
REALIZADA 

1906  (do  março) 

2.449 
2.906 

10:285*800 
12:205$200 

12:2451000 
14:530$000 
8:100$ 1 

1:959$200 
2:324$800 

1908  (até  agosto) 

1.620 

6:804$000 

l:29*5$800 

6.975 

29:295$000 

34:875$000 

5:580$>>00 

COLLABORAÇÀO 

Escola  Agrícola  de  Goyanna 

CULTURA  DO  FUMO  NO  ANNO  DE  1908 
Experiências  de  culturas 

Fumo  —  Esta  importantíssima  solanacea,  que  da  America  se 
estendeu  por  todo  o  mundo,  foi  cultivada  em  pequena  escala  e  por 
systemas  differentes,  seja  com  referencia  á  natureza  do  terreno  e  á  sua 
fertilidade,  para  se  observar  o  desenvolvimento,  o  aroma  e  a  qualidade 
das  folhas,  para  as  diversas  manipulações.  Considerando  que  as  con- 
dições climatéricas  locaes,  se  não  são  superiores,  não  são  em  nada 
inferiores  ás  do  Estado  da  Bahia,  e  que  neste  Estado  pôde-se  perfeita- 
mente produzir  o  mesmo  fumo  e  as  mesmas  folhas  para  especiaes 
qualidades  de  charutos  e  concorrer  com  o  fumo  havano  no  mercado, 
foi  com  tal  intuito  e  ao  mesmo  tempo  para  ensino  dos  alumnos  que 
se  procedeu  á  sua  cultivação. 

Para  tal  fim  foi  arado  o  terreno,  parte  deste  adubado  com  estrume 
de  curral  e  a  outra  parte  sem  estrume.  No  dia  1  de  maio  foram  feitas 
as  sementeiras  das  seguintes  variedades  de  fumo  :  Petiço,  Jorge 
Grande,  Gigante,  Guchaboe,  Havana,  Maryland,  Kentucky  e  Lingua 
de  Vaeca. 

Foi  boa  a  germinação  das  sementes  Petiço,  Jorge  Grande,  Gigante 
e  Lingua  de  Vacca  ;  má  as  das  variedades  Guchaboe  e  Havana.  Nada 
se  conseguiu  das  variedades  Maryland  e  Kentucky . 

Do  fumo  Havana  só  cinco  pés. 

Do  Guchaboe  uns  100  pés. 

No  dia  16  de  junho  foram  transplantadas  em  quadros  separados 
as  mudas  de  fumo  petiço,  Jorge  Grande  e  Gigante. 

No  dia  23  de  junho  as  mudas  do  fumo  Guachaboe. 

No  dia  7  de  julho  as  mudas  du  fumo  Lingua  de  Vacca. 

O  terreno  é  de  natureza  arenosa. 

Foram  adubados  de  modo  diverso  os  diversos  quadros  para  se  veri- 
ficar a  sua  importância  sobre  o  desenvolvimento  e  producção. 


m  SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Tenho  a  notar  que  pessoas  do  logar  passando  pelo  caminho  e  ao 
contemplarem  a  plantação  do  fumo  feita  em  tal  terreno,  puzeram-se 
a  rir;  diziam  que  se  tinham  tempo  e  dinheiro  a  perder,  mas  este 
dito  transformou-se  nelles  em  admirarão,  quando  viram  o  desenvol- 
vimento do  fumo,  as  dimensões  das  folhas  e  em  grande  numero 
accorreram  para  examinar  a  cultura. 

As  diversas  qualidades  de  fumo  foram  durante  o  seu  cyclo  vege- 
tativo alimentadas  com  adubos  chimicos,  applicados  por  processos 
differentes. 

No  mez  de  julho  observou-se  que  as  variedades  de  fumo  Jorge 
Grande  e  Petiço  estavam  se  desenvolvendo  com  certo  vigor.  Cresciam 
com  menos  energia  os  fumos  Gigante,  Guchaboe  eLingua  de  Vacca. 

No  dia  3  de  agosto  foram  applicados  ao  fumo  os  adubos  chimicos, 
que  a  titulo  de  experiência,  foram  enviados  gratuitamente  a  esta  Escola 
pelo  director  do  Centro  de  experiências  Agrícolas  do  Kalisyndikat,  do 
Rio  de  Janeiro. 

Os  adubos  foram  distribuídos  na  seguinte  proporção  por  hectare: 

Kilogrs. 

Salitre  do  Chile 150 

Superphosphato 240 

Sulfato  de  potassa 150 

Deve-se  notar  que  a  applicação  do  superphosphato  e  da  potassa, 
devia  ter  sido  feita  antes  da  plantara'»,  mas  assim  não  poude  ser  por 
terem  os  adubos  chimicos  chegado  na  época  da  plantação.  Apezar 
disso,  no  fim  do  mez  de  agosto  notava-se  uma  differença  sensível  no 
fumo  ;  este,  depois  da  applicação  dos  adubos,  desenvolveu-se  vigoro- 
samente com  folhas  grandes,  tanto  na  largura  como  no  comprimento, 
attingindo  diversos  pés  uma  altura  de  um  metro  e  40  centímetros. 
Ao  mesmo  tempo  notou-se  que  a  acção  dos  adubos  chimicos  fez-se 
sentir  com  mais  intensidade  no  terreno  que  recebera  previamente 
adubo  de  cocheira  ;  neste  o  fumo  desenvolveu-se  mais  precocemente, 
chegou  a  uma  maior  altura,  fornecendo  maior  producção  de  folhas. 
No  terreno  sem  estrume  de  curral  a  actividade  fertilizante  isolada  dos 
adubos  chimicos  demonstrou  uma  differença  traduzida  em  uma 
demora  de  vinte  dias. 

Este  facto  vem  confirmar  mais  uma  vez  as  experiências  do 
illustre  agrónomo  P.  Wagner  e  do  illustre  chimico  de  Darmstadt,  e 
a  importância  da  applicação  simultânea  do  adubo  chimico  com  o 
estrume  de  curral. 


A    LAVOURA  561 

No  dia  9  de  setembro  o  fumo  dos  quadros  ns.  1  e  2  estava  no  seu 
máximo  desenvolvimento,  apresentando-se  os  pés  de  uma  altura 
variando  entre  l'\30  e  1ra,60,  com  folhas  de  70  centímetros  de  com- 
primento e  32  de  largura  para  as  maiores;  de  50X25  as  médias  e 
35X20  as  menores. 

Foi  este  mesmo  dia  aproveitado  para  se  tirarem  as  photograph ias 
que  mostram   as  differenças  e  acção  dos  adubos  chimicos. 

Como  termo  de  prova  da  fertilidade  do  terreno  foram  cultivados 
os  feijões  macassar,  os  quaes,  como  se  observa  na  respectiva  photogra- 
phia,  não  se  desenvolveram,  tendo  mesmo  morrido  a  maior  parte  dos 
pés,  tornando-se  assim  nulla  a  producção. 

Apresentamos,  para  maiores  detalhes,  em  quadros  synopticos  as 
producções  respectivas,  as  datas  das  respectivas  colheitas,  a  sua  dimi- 
nuição em  seccagem  etc. 

Os  quadros  ns.  3,  í-  e  5  foram  de  regular  desenvolvimento.   - 


S0CIKDAD15     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


O 

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cr    8 

Terreno    preparado    com 
adubos  chimicos  líquidos. 

Produccão 
(Kilogrammas) 

Folhas  verdes    .          35 
»       seccas    .           4,666 

Produccão  por  hectare: 

Folhas  verdes  .     3.723,404 
»        seccas   .        495, SOS 

t>    ■" 
■-     a 
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D      o 

a    g 

FUMO  GUCHABOE 

Terreno    preparado     cora 
adubos  chimicos  líquidos. 

Produccão 
(Kilogrammas) 

Folhas  verdes    .          68 

seccas    .           9,066 

Produccão  por  hectare: 

Folhas  verdes    .     6.533,461 
»        seccas    .        871,730 

5      ™ 

H 

FUMO  GIGANTE 

Terreno    preparado    com 
adubo*  chimicos  sólidos  e 
líquidos 

Produccão 
(Kilogrammas) 

Folhas  verdes    .        117 
»       seccas    .          15,600 

Produccão  por  hectare: 

Folhas  verdes    .     4.775,510 
»        seccas    .        632,653 

o     £ 

S?7 

«i  ^ 

o     g 

FUMO  JORGE  GRANDE 

Terreno  preparado  com  es- 
trume de  curral  e  adubos 
chimicos  sólidos. 

Produccão 
(Kilogrammas) 

Folhas  verdes    .        363  % 
»        seccas    .          48,400 

Produccão  por  hectare: 

Folhas  verdes     .    7.270 
»        seccas    .        968 

s.l 

o  1  •? 

■<     1 
o    g 

H 

FUMO   PETIÇO 

Terreno  preparado  com  es- 
trune  de  curral  e  adubos 
chimicos  sólidos    e   líqui- 
dos. 

Produccão 
(Kilogrammas) 

Folhas  verdes    .        373 
-        seccas    .          49,773 

Produccão  por  hectare: 

Folhas  verdes    .    7.313,735 
»        seccas    .        975,156 

A     LAVOURA 


Quadro  n.  1  —  Fumo  Petiço 


Agosto . 
Setembro 


Do  pi 


IMl.MIÇUl    EM  K1LO-* 
POR 


8,3.1  p  r 

8,a<?  » 

8,33  » 

7,  6  » 

0,46  » 

6,70  » 

G,f0  » 


Quadro  n .   II  —  Fumo  Jorge  Grande 


3 

MLZES 

COLHEITAS 

FOLHAS 

KILOOES. 

DIMINUIÇÃO  EM  KII.OS 

IOR 

FOLHAS  SBCCAS 

30 

Agosto. 
Setembro 

9a 

De  areia 

15 

30 

6,33  por  1 
8,33    »    1 

7 

» 

3» 

.        » 

10 

S,33    »     1 

to 

» 

4» 

Do   pé    . 

i:,o 

10         »    1 

24 

Outubro 

5» 

»    meio 

591  2 

30 

0,40    »     1 

13 

» 

7^ 

»        , 

49 

6,70    »    1 

23 

» 

8» 

De   cima 

9 

6,90    »    1 

27 

» 

9» 

Total 

11 

6,f0    »    1 

3631/2 

SOCIEDADE     NACIONAL    DK     AGRICULTURA 


Quadro  n.  III  —  Fumo  Gigante 


1 

ME7.ES 

COLHEITAS 

FOLHAS 

K„.0,,1S. 

DIMINUIÇÃO    EM  KILOS 

P.JR 

FOLHAS    SECAS 

11 

14 

13 
23 

27 

Setembro  .     . 
Outubro    .     . 

3»    .     .     .     . 

5a    ... 

6»      ,      .      .      . 

De    areia     .      .      .      . 

Do    meio     .... 

De    cima     .     .     .     . 

Total    .     .     .     . 

10 
44,5 

IS, 5 

10        por  1 

6,40    »     1 

0,70    »     1 
6,90    »    1 
0,90    »     1 

117 

Quadro  n.  IV  —  Fumo  Guchaboe 


DIMINUIÇÃO    EM  KILOS 

2 

MEZES 

COLHEITAS 

FOLHAS 

KILOCRS. 

POR 

FOLHAS    SECCAS 

11 

Setembro  . 

ia      ...       . 

De 

areia     .... 

3 

10        por  1 

24 

»        .     . 

2»     .     .     .     . 

» 

»        . 

8 

7,  6    »    1 

r. 

Outubro     .     . 

3»    .    .    . 

Do 

meio     .... 

12 

0,40    »     1 

13 

»         .      . 

4»     .     .     .     . 

» 

27 

0,70    »     1 

27 

» 

...... 

Do 

cima     .     .     .     . 
Total    .     .     .     . 

18 

6,93    »    1 

68 

Quadro  n.   V  —  Fumo   Língua  de  Vacca 


s 

MEZES 

(  OLHEITAS 

POLIAS 

KIL00B, 

DIMINUIÇÃO    EM    KILOS 

Pi  |R 

FOLHAS    SECCAS 

11 

24 

13 

27 

Setembro  .     . 
Outubro     .     . 

>      ...       . 
4»      ...      . 
5a     ... 

De    arei  i     .     .     .     . 

Do    meio     .     .     .     . 

De    cima          .     .     . 
Total    .     .     .     . 

7 
9 

10        por  1 

7,60    »     1 
0,40    »     1 
0,70    »     1 
6,90    »     1 

35 

A    LAVOURA  565 

Na  serragem  foi  verificado  que  a  média  geral  é  de  7,5  kilogrammas 
de  folhas  verdes  por  1  kilogrammas  de  folhas  seccas. 

Na  fabricação  dos  charutos  foi  verificado  que  1  kilo  de  folhas 
seccas  dá  para  fabricar  200  charutos,  no  valor  de  100  réis  cada  um. 
Nos  cálculos  de  costuração  das  folhas  de  fumo  para  seccagem  ficou 
verificado  que,  em  média,  um  trabalhador  em  uma  hora  pôde  costurar 
kgr.   4,030  de  folhas  de  fumo,  ou  pares  115,  ou  folhas  230 . 

A  titulo  de  experiência  foi  no  dia  20  de  julho  feita  mais  uma 
plantação  de  fumo  em  quatro  quadros,  de  uma  área  cada  um  de 
100m3,  em  terreno  de  certa  fertilidade  e  de  natureza  argi lo- arenosa.  As 
qualidades  de  fumo  foram  :  Petiço,  no  de  n.Ie  Jorge  Grande,  Gigante 
e  Petiço  no  de  n.  II.  No  de  n.  I  foram  enterrados,  antes  da  plantação, 
ramos  verdes  de  feijão  da  Florida . 

O  terreno  de  n.  II  foi  plantado  nas  mesmas  condições  em  que 
se  achava . 

Admirável  foi  o  desenvolvimento  do  fumo  Petiço  no  terreno  de 
n.  I,  pois  obtiveram-se  pés  de  lm,70  de  altura,  tendo  as  folhas  90  cen- 
tímetros de  comprimento  e  de  largura  35  centímetros.  Diversos  visi- 
tantes levaram  folhas,  cheios  de  admiração. 

No  terreno  de  n.  II  as  plantas  desenvolveram  irregularmente  e 
diversos  pés  morreram  por  causa  da  humidade  do  terreno. 

Os  resultados  da  producção  etc,  vêem  demonstrados  no  quadro 
junto. 

N.  1  —  Quadro  I  —  Fumo  Petiço 


DIMINUI'  AO    EM  KILOS 

POR 

FOLHAS     SECCAS 


10        por 

10  » 


6,90 
6,90 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


N.  1  -  QUADRO    I 

N.  2  —  QUADROS  II, 

III  E  IV 

ÁHEl    100m8  (TERRENO    AROl   o-arenoso) 

ÁREA    300m3    (TERRENO     ARC.I 

.o  arenoso) 

Fiimo  Petiço 

Fumos  Gii/antc.  Jorge  Gra 

ide  c    Petiço 

Terreno  —  Enterramento  das  ramas  e  folhas 
de  feijão  da  Florida,    plantadas  no  dia  11 
de  dezembro   de   I90i   c  enterradas  no  dia 
16  de  julho  de  1908. 

Terreno  —  Sem  adubação,  de 
diçies   em    que    se    a?hav 
húmido,  causa  da  mo.'te  de 

ti  do  nas  con- 
i.     Cm    pouco 
muitos  pés. 

PRODUCÇÃO 

producçXo 

(Kilogrammas) 

(Kilogramma-0 

Folhas   verdes 84 

Folhas   verdes 

S2 

»        seccas     11,600 

»       s;ceas    

10,933 

Producçãopor  hectare: 

Pro.lucção  por  hectare  : 

Folhas   verdes 84.000 

Folhas  verdes 

.      2.733,333 

»        seccas 1.160 

»        Beccas     .     .     .     .     . 

361,433 

N.  2  —Quadros  II,  III  e  IV—  Fumos  Gigante,  Jorge  Grande  e  Petiço 


DIMINUIÇÃO    EM  Kl    0? 

< 

MEZE9 

COLHEITAS 

FOLHAS 

Kl.  OGR.S. 

TOR 

FOLHAS  SEi  C    S 

11 

Setembro  .     . 

1»     .     .      .      . 

De   ar.  ia     .     .     .     . 

3,5 

10        por  1 

24 

,»        .     . 

2*     .     .     .     . 

»        »        .     .     .     . 

9 

7,  6    »    1 

5 

Outubro    .     . 

3»     .     .     .     . 

Do    mio     .     .     .     . 

5 

6,40    »     1 

13 

»        .     . 

4»    .     .     .     . 

»        »        .... 

33 

6,70    »    1 

2? 

»         .     . 

r,a     .     .     .     . 

De    cima     .     .     .     . 

2õ,5 

6.90    »     1 

3 

Novembro.     . 

6»      ...       . 

»        »        .     .     .     . 

6 

6,90    »     1 

Total     .      .     .     . 

82,0 

Além  das  supra  mencionadas  experiências,  no  dia  5  de  agosto, 
com  as  ultimas  mudas  de  fumo  que  ficaram,  foram  tomados  cinco 
quadros, cada  um  de  100me  e  adubados  do  seguinte  modo,  para  com- 
provar, mais  uma  vez,  a  utilidade  dos  adubos  chimicos. 


A    LAVOURA  5(37 

Em  todos  os  cinco  quadros  foi  posta  uma  camada  de  estrume  de 
.•urrai  e  em  seguida  prccedeu-se  do  seguinte  modo  : 

Quadro  n.   1  —  Sem  adubos. 

Quadro  n.  2  —  Salitre  do  Chile,  superphosphafo  e  sulfato  de 
potássio . 

Quadro  n.  3  —  Salitre  do  Chile  e  superphosphato . 

Quadro  n.  4  —  Salitre  do  Chile  e  sulfato  de  potássio. 

Quadro  n.   5  —  Superphosphato  e  sulfato  de  potássio. 

Os  adubos  foram  applicados  nas  seguintes  proporções  por  Hec  : 

Kilogrs. 

Sulphato  de  potássio 150 

Salitre  do  Chile 150 

Superphosphato 250 

Sendo  por  100ma  : 

Sulfato  de  potássio 11/2 

Sulfato  do  Chile 11/2 

Superphosphato 2  1/2 

Durante  o  desenvolvimento,  os  quadros  ns.  2,  3  e  4  apresenta- 
ram-sede  uma  côr  mais  verdes,  com  folhas  e  pés  maiores. 

O  quadro  n.  4  apresentou-se  sempre  com  folhas  mais  amarei  las 
e  de  menor  desenvolvimento. 

O  quadro  n.  1  com  demorado  desenvolvimento. 

Para  maiores  indicações  juntamos  em  quadro  as  datas  de  colheita, 
os  dados  relativos  a  producção  etc.  : 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


I      4 


1 

&                     1   -1 

o*  »              °     ^        •     •     '    2        '     " 

^         3                                                            S          .          .          .               o         "                               O         " 
r/J       W                                                     H         *        *        *             (s.                                     h 

1 

Salitre  do  Chile,  1  Já  kilogr. 
Sulfato  de  potássio,  1  Já  kilogr. 

COLHEITAS     DO   FUMO 

(Kilogrammas) 

Em    8  de  outubro    .    .        11 
»    14    »         »         .    .        18 
»    28    -         »          .     .        14 
»      7    o    novembro     .        — 

Folhas  verdes.    ...        43 

seccas     .     .     .          5,733 

Por  hectare  . 

Folhas  verdes  .     .     .      4.300 
»        seccas  .    .     .          573,3 

I 

Salitre  do  Chile,  1  %  kilogr. 
Superphosphato,  2  Já      » 

COLHEITAS    DO  FUMO 

(Kilogrammas) 

Em     B  de  outubro    .     .          S 
»    14    »        *           .     .        13 
»    28    »                    .     .          9 

Folhas  verdes.    ...        34 
>       seccas.    •     .     •          4,533 

Por  hectare  : 

Folhas  verdes  .     .     .      3. 400 
»        seccas  .     .     .          4:3,3 

1 

Salitre  do  Chile,  1  1/2  kilogr. 
Sulfato  de  potássio,  1  Já  kilogr. 
Superphosphato,  2  Já  kilogrs. 

COLHEITAS    DO    FUMO 

(Kilogrammas) 

Em    S  de  outubro    .     .        12 
»    14    »        »           .     .        13 
»    28    »        »            .     .        17 
»      7    »    novembro.    .        15 

Folhas  verdes.    ...        57 

seccas     .     .     .          7,603 

Por  hectare  : 

Folhas  verdes  .     .    .      5.700 
seccas.     .     .         760 

1 

Sem  adubos 

COLHEITAS   DO    FUMO 

(Kilogrammas) 

Em    8  de  outubro    .     .          4,    5 

»    14    »       »           .     .          S 

»      7    »    novembro     .          6 

Folhas  verdes      ...        23,    5 
«.       seccas     .    .     .         3,133 

Por  hectare  : 

Folhas  verdes  .     .     .      2.350 
»        seccas.     .     .          313,300 

A    LAVOURA  5tíy 

Dos  dados  expostos  conclue-se  : 

a)  que  está  claramente  demonstrada  a  utilidade  da  applicação  dos 
adubos  chimicos  juntamente  com  o  estrume  de  curral  ; 

b)  que  o  azoto  dos  adubos  chimicos  exerce  uma  actividade 
potentíssima  sobre  as  transformações  dos  elementos  nutritivos  dos 
vogetaos  ; 

c)  que  a  actividade  desnitrificante  do  azoto  é  mais  activa  em  pre- 
sença de  substancias  amylaceas  ; 

d)  que  o  azoto  contido  na  massa  dos  vegetaes  verdes  enterrados 
teem  acção  mais  rápida  do  que  aquelle  contido  no  estrume  de  curral ; 

e)  que  o  estrume  de  curral,  appl  içado  nas  devidas  condições  eco- 
nómicas, é  insuficiente  para  o  fornecimento  de  todas  as  substancias 
úteis  necessárias  ás  plantas  ; 

f)  que  para  se  obter  uma  boa  producçãoé  indispensável  a  appli- 
cação dos  adubos  chimicos  conjunclamente  com  o  estrume  de  curral . 

Escola  Agrícola  de  Goyanna,  15  de  fevereiro  de  1909.  —  Domingos 
Gèooanetti,  director. 


Fixação  do  azoto  gazoso  pslos  microorganismos 

INOCULAÇÃO   BACTERIANA   DO  SOLO 

O  solo  não  é,  como  se  acreditou  por  muito  tempo,  um  meio 
absolutamente  inerte  onde  a  planta  vae  buscar  aquillo  de  que  ella 
tem  necessidade  para  a  sua  existência  :  é  elle  sede  de  reacções  in- 
cessantes —  physicas,  chimicas  e  biológicas  ;a  terra  tem,  como  disse 
Berthelot,  qualquer  cousa  de  ser  vivo.  E'  um  meio  onde  pullulam 
innumeros  microorganismos,  vivendo  isolados  ou  em  symbiose  com 
os  vegetaes  superiores,  e  onde  se  passam  continuas  transformações 
de  desaggregação  e  de  synthese.  Certos  agentes  são  para  nós  auxiliares, 
por  assim  dizer,  indispensáveis ;  por  exemplo,  os  que  transformam  a 
matéria  orgânica  complexa  em  matéria  mais  simples;  outros  são 
antes  prejudiciaes,  taes  os  desnitrificadores.  Sua  existência  e,  por  con- 
sequência, seu  modo  de  acção,  depende  das  condições  do  meio  no  qual 
elles  se  acham  ;  dahi  se  conclue  que  o  lavor  do  solo  e  sua  mobilisação. 
de  que  dependem  sua  humidade,  aeração,  exercem  grande  influencia 
sobre  estes  seres  infinitamente  pequenos  ;  a  composição  da  terra,  seu 
calor  especifico,  sua  cor,  seu  poder  absorvente  para  as  soluções  nutritivas 
constituem  igualmente  factores  que  não  se  devem  desprezar. 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Dentre  todos  estes  micróbios  insistiremos  particularmente  sobre 
uma  categoria  :  a  daquelles  que  contribuem  para  retirar  da  atmosphera  o 
azoto  no  estado  gazoso  e  a  transformal-o  em  substancias  assimiláveis 
para  os  vegetaes  superiores,  dos  quaes  a  agricultura  aufere  benefícios. 

Constituem  elles  espécies  diversas  e  as  suas  condições  de  vida 
são  differentes,  como  vamos  ver;  com  elles  têm -se  mesmo  procedido 
a  inoculações  bacterianas  do  solo,  muitíssimo  interessantes. 

Aos  antigos  physiologistas  causou  estranheza  o  facto  das  florestas 
experimentarem  continuas  perdas  de  azoto,  sem  receberem  nenhuma 
compensação  ;  as  pastagens  elevadas  das  montanhas,  das  quaes  se 
retiram  matérias  azotadas  sob  a  forma  de  leite,  queijo,  carne  e  lã, 
a  única  adubação  que  recebiam  era  a  fornecida  pelas  dejecções  ani mães 
e,  não  obstante,  a  sua  fertilidade    não  diminuía. 

Estes  factos  levaram  a  suspeitar  a  intervenção  do  azoto  como 
reparador  destas  perdas. 

Boussingault,  em  1850,  concluiu  de  suas  experiências  que  não 
havia  nenhum  ganho  devido  a  esta  causa;  Georges  vi  lie,  pouco  mais 
ou  menos  na  mesma  época,  chegou  a  um  resultado  opposto,  sem 
todavia,  explicar  o  mecanismo  do  phenomeno;  Lawes  e  Gilbert, 
em  Rothamstedt,  obtiveram  resultados  análogos  aos  de  Boussingault. 

Procurou-se  verificar  si  não  seriam  as  aguas  pluviaes  as  porta- 
doras do  azoto:  sabe-se,  com  efíeito,  segundo  a  experiência  de  Ca- 
vendish,  que  o  azoto  e  o  oxygenio  se  unem  soba  acção  da  scentelha 
eléctrica,  formando  o  acido  azotico  ;  além  disso,  a  putrefacção  das  ma- 
térias animaes  introduz  ammonea  na  atmosphera.  Dosagens  feitas  por 
Boussingault  e  em  Rothamstedt  demonstraram  que  não  era  despre- 
zível a  contribuição  dessa  fonte,  mas  a  quantidade  fixada  nestas  con- 
dições não  compensava  as  perdas.  Pesquizas  foram  feitas  no  sentido  de 
verifícar-se  si  o  solo  podia  absorver  directamente  a  ammonea;  as  expe- 
riências de  Georges  Ville  e,  posteriormente,  as  de  Sachs  e  de  Schlcesing, 
permittem  responder  aífirmativamente  ;  mas,  como  mostraram  Ber- 
thelot  e  André,  este  composto  azotado  quasi  não  existe  no  ar  e,  quando 
existe,  é  em  proporção  insignificante. 

Em  1885,  Berthelot  demonstrou  que  as  terras  aráveis  fixam  o 
azoto  do  ar  directamente  sob  a  influencia  de  micróbios,  propriedade  que 
ellas  perdem  quando  aquecidas  a  uma  temperatura  de  120  grãos.  Estes 
resultados  foram  confirmados  pelas  experiências  de  Gauthier  e  Drouin, 
assim  como  pelas  de  Pagnoul. 

Em  Grignon,  Dehérain  constata  igualmente  em  uma  pastagem 
um  ganho  em  azoto  que  não  podia  ter  outra  explicação. 


A    LAVOURA  571 

Finalmente,  Winogradsky  consegue  isolar  o  agente  desta  trans- 
formação, o  elostridium  pasteurianum,  micróbio  anaeróbio,  que  em 
um  meio  artificial  hydrocarbonado  fixa  o  azoto. 

Posteriormente,  Beijernick  isolou  igualmente  dois  outros  fer- 
mentos, o  cuotobacter  chroococcum  e  o  azotobacter  agiUs  apresentando 
as  mesmas  propriedades  physiologicas. 

Prelendeu-se  também  que  as  algas  fossem  capazes  de  effectuar  esta 
transformação,  tomando  por  base  as  constatações  de  Schlcesing  Fils  e 
Laurent ;  mas  differentes  autores,  entre  os  quaes  Kossorvitsch,  Bouillac, 
Stoklasa,  Sehneidewindee  Cbarpentier  mostraram  que  as  algas  isoladas 
não  podiam  desempenhar  essa  funcção;  cumpria  que  ellas  se  asso- 
ciassem a  bactérias. 

O  modo  de  fixação  do  azoto  gazoso  que  acabamos  de  indicar  pela 
intervenção  de  bactérias  especificas  não  é  o  único  ;  ha  um  outro,  talvez 
mais  interessante,  porque  os  agricultores  tiram  proveito  delle  ha  já 
muito  tempo  :  basea-se  na  introducção,  por  occasião  do  afolhamento, 
de  leguminosas  denominadas  plantas  ferti lidadoras. 

Tinha-se  observado,  com  effeito,  que  a  olheita  de  cereaes,  após 
uma  cultura  de  trevo,  por  exemplo,  era  muito  mais  rendosa  do  que  a  dos 
mesmos,  após  uma  cultura  de  beterrabas,  apezar  de  não  ser  dado  ao  solo 
adubação  azotada.  Estas  leguminosas,  não  obstante  o  seu  considerável 
consumo  de  azoto,  deixavam  um  solo  muito  rico  deste  elemento,  mesmo 
depois  de  diversos  annos  de  cultura . 

Já  vimos  que  GeorgesVille  suspeitara  o  phenomenj,  mas  somente 
em  18S6  é  que  se  teve  delle  explicação. 

Foi  nesta  data,  no  Congresso  dos  Naturalistas  de  Berlim,  que 
Hellriegel  fez  conhecer  a  existência,  sobre  as  raizes  destas  plantas,  de 
nodosidadcs  no  interior  das  quaes  se  encontravam  bactérias  fixadoras  de 
azoto . 

Este  autor  cultivava,  em  um  solo  sem  azoto,  uma  leguminosa  e, 
depois  de  ter  pu  1  ver isado  sobre  este  solo  terra  na  qual  vegetara  uma 
planta  da  mesma  família,  obtinha  um  desenvolvimento  inteiramente 
normal . 

Uma  vez  retirada  a  planta  verificava  augmento  bem  sensível  na 
quantidade  deste  elemento.  Novas  experiências  feitas  com  a  collaboração 
de  Wilfasth  coníii-maram  os  primeiros  resultados. 

Breal,  em  1388,  conseguiu  inocular  estas  bactérias  em  raizes  de 
tremoços,  picando-as  com  o  liquido  proveniente  de  nodosidades  da  alfafa. 

Schlcesing'  Fils  e  Laurent  demonstraram,  de  um  modo  rigoroso,  a 
fixação  do  azoto  gazoso,  tendo  verificado  o  desapparecimento  de  30  cen- 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE    AGRICULTURA 


timetros  cúbicos  deste  gaz  em  uma  atmosphera  confinada  e  encon- 
trando-os  fixados  na  planta. 

Mazé,  cultivando  estes  microorganismos  em  um  meio  artificial, 
formado  decaído  de  feijão,  addicionado  de  assucar,  poz  em  evidencia  a 
fixação  do  azoto  que  marchava  de  par  com  a  destruição  do  assucar. 

Havia,  portanto,  symbiose  entre  a  leguminosa  e  a  bactéria,  for- 
necendo uma  matéria  hydrocarbonada,  a  outra,  a  matéria  azotada.  Estes 
ensaios  de  laboratório  confirmaram  os  dados  da  pratica:  em  1888,  com 
effeito,  Salfeld  semeara  terrenos  turfosos  com  ervilhacas,  ervilha  e 
milho;  este  solo  tinha  recebido  cal  e  escorias  e,  além  disso,  40  kilo- 
grammas  por  are  de  terra  sobre  a  qual  vegetara  no  anno  ervilhaca. 
O  beneficio  foi  considerável. 

A  existência  destas  nodosidades  não  era  ignorada,  mas  o  seu  papel 
era  completamente  desconhecido ;  attribuia-se  a  sua  presença  a  um 
phenomeno  physiologico  ou  pathologico.  Estas  excrescências  apre- 
sentam-se  sobre  a  raiz  principal  assim  como  sobre  as  radicellas  ;  podem 
attingir  a  quatro  ou  cinco  millimetros  de  diâmetro  e  não  passam  de 
radicellas  abortadas. 

Encontram-se  nas  cellulas  do  parenchyma  pequenos  corpúsculos 
unicellulares  em  forma  de  baquetas  de  tambor  rectas  ou  curvas,  de 
Y  ou  de  U. 

A  bactéria  recebeu  o  nome  de  B.  radicicola,  a  forma  sob  a  qual  ella 
é  mais  particularmente  útil,  sendo  antes  designada  sob  o  nome  de 
Bacteroide . 

São  estes  microorganismos  específicos  da  planta  na  qual  vivem"? 

Assim  pareceu  a  NobbeeaHiltner  ;  com  tudo,  certas  experiências, 
notadamente  as  de  Breal,  provam  que  esta  especificidade  não  é  absoluta. 

Uma  vez  adquiridos  estes  dados,  alguns  sábios  esforçaram-se  por 
melhorar  as  colheitas  por  meio  da  inoculação  bacteriana  do  solo. 

Fizeram-se  tentativas  no  sentido  de  cultivar-se  uma  bactéria  iso- 
lada porCaron  d'Ellenbach,  denominada  B.  Elleribachensis ,  bactéria 
que  Stotklosa  identificou  com  o  B.  megatherium,  micróbio  aerobio ; 
estas  culturas  foram  vendidas  sob  o  nome  de  alinite.  Os  resultados  não 
corresponderam  á  espectativa  e  parece  mais  provável  que  este  fermento 
torna  mais  solúveis  e,  portanto,  mais  assimiláveis  os  princípios  azo- 
tados do  solo. 

Com  o  azobacter  os  ensaios  não  foram  mais  felizes,  de  forma  tal 
que,  actualmente,  não  se  cogita  mais  de  semelhante  tentativa. 

Tem-se  procurado  cultivar  as  bactérias  das  leguminosas  em  meio 
artificial;  os  ensaios  neste  sentido  foram  levados  a  effeito  por  Nobbe  e 


A     LAVOURA  ™ 

Hiltner,  que  fizeram  preparados  semeando  micróbios  em  uma  geléa 
vegetal,  preparado  este  a  que  deram  o  nome  de  nitragina. 

No  momento  de  ser  este  preparado  utilizado,  é  elle  diluído  em  agua 
e  rega-se  a  terra  e  as  sementes.  A  principio  os  resultados  foram 
muito  variáveis. 

Schribaux  conseguiu  melhorar  terras  calcareas  de  Fontainebleau  e 
constatou  que  as  terras  leves,  pobres  em  azoto  e  em  bactérias,  poderiam 
colher  desta  operação  benefícios  consideráveis. 

Diekson  e  Malpeaux,  era  Pas  do  Calais,  fizeram  constatações  aná- 
logas. 

Hiltner  atlri buiu  os  insuccessos  observados  a  uma  applicação  irra- 
cional da  nitragina  e  affirmou  que  as  secreções  das  sementes  em  ger- 
minação eram  nocivas  a  estas  bactérias  ;  aconselhou  que  se  fizesse  a 
injecção  depois  de  tel-as  deixado  se  intumescer.  Procurou  igualmente 
auxiliar  o  desenvolvimento  dos  micróbios,  addicionando  ao  meio  de 
cultura  assucar,  peptona  ou  leite. 

Alguns  annos  mais  tarde,  a  questão  foi  retomada  por  Moore,  nos 
Estados  Unidos,  que  constatou  que  a  bactéria  preferia  o  azoto  combinado 
equea  sua  actividade  se  attenuava,  quando  forçada,  a  assimilar  o  azoto 
gazoso. 

Lançou-se  então  mão  do  algodão  para  regal-o  com  culturas  liquidas  ; 
após  a  deseccação,  tinha-se  assim  um  meio  fácil  de  transportar  a  cultura. 
Entre  os  ensaios  feitos  em  1903-1904,  75  a  80  %  foram  favoráveis. 
Em  1905,  fizeram-se  numerosas  tentativas  na  Inglaterra  com 
culturas  microbianas  americanas  e  allemãs,  tendo  sido  mãos  os  resul- 
tados ;  attribuiu-se  o  insuccesso  ao  facto  dos  microorganismos  mor- 
rerem no  fim  de  dois  mezes  de  deseccação  no  algodão. 

Na  America  voltou-se  para  as  culturas  liquidas  em  frascos  e  na 
Inglaterra  (no  King's  College),  emprega-se  um  pó  que  conserva  a  sua 
actividade  durante  mais  de  dois  annos.  Desta  vez  os  resultados  favorá- 
veis subiram,  em  1906-1907,  a  80%. 

Consecutivamente  a  estes  estudos,  foram  formulados  alguns  prin- 
cípios práticos  para  o  emprego  destas  culturas  bacterianas,  os  quaes 
não  se  podem  infringir,  sob  pena  de  insuccesso.  A  temperatura  não  deve 
se  afastar  de  25  gráos.  Cumpre  humedecer  as  sementes  e  fazel-as 
seccar  á  sombra  ;  póde-se  também  semeal-as  sobre  terra  que  se  espalha 
em  seguida,  como  si  se  tratasse  de  adubos. 

Os  terrenos  áridos  constituem  um  mão  meio  de  cultura  para 
estes  micróbios  ;  é  preciso  mais  que  a  planta  tenha  a  seu  alcance,  em 
quantidade    sufficiente,  os  diversos  princípios  nutritivos  de    que  ella 

141U  5 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


tem  necessidade,  além  do  azoto  ;  si  o  solo  contém  azoto  nítrico  as  nodo- 
sidades  não  se  formam.  A  escolha  cuidadosa  das  sementes  não  deve 
ceder  o  passo  aos  cuidados  culturaes. 

Entre  os  benefícios  proporcionados  por  estas  operações  têm-se  uma 
renda  maior  para  uma  despeza  insignificante,  augmento  dos  resíduos 
deixados  no  solo  pelas  colheitas,  melhora  na  qualidade  do  producto  e 
em  muitas  uma  precocidade  mais  accentuada. 

Ma  Noruega,  como  fizera  Schultze  em  Lupitz,  procurou-se  valorizar 
os  terrenos  turfosos,  semeando  leguminosas,  após  prévia  inoculação  do 
solo  por  nitragina  transportada  em  terra  de  leguminosas,  enterrando 
em  seguida  estas  plantas  como  si  se  tratasse  de  adubos  verdes.  A  expe- 
riência deu  grandes  esperanças. 

Em  França,  Lauvray  assignala  duas  tentativas  feitas  na  Nor- 
mandia, uma  em  terreno  argiloso  com  alfafa,  outra  em  terra  marno- 
argilosa  esilicosa  com  ervilhacas  ;  os  resultados  foram  bastante  ani- 
madores. 

Após  50  annos  de  estudos,  parece  desta  maneira  termos,  finalmente, 
dados  mais  precisos  sobre  o  problema,  e  devemos  notar  que  os  nossos 
conhecimentos  sobre  este  assumpto  alargaram-se  mais  depois  que  os 
methodos  de  estudos  se  fizeram  sentir  com  mais  energia  e  ao  mesmo 
tempo  mais  rigor;  porque  podemos  dizer,  com  o  Dr.  Hall,  que  a  agricul- 
tura é  de  todas  as  artes  a  mais  antiga  e  a  mais  espalhada  e  apezar  disso 
só  mui  recentemente  é  que  nella  foi  introduzido  o  methodo  scientifico. 

H.   Gkrcelet. 
Da  llevvc  de  Viticulture , 


A  Extincção  da  Formiga  Saúva 

O    MELHOR    FORMICIDA    ATE'    HOJE    CONHECIDO  —  UMA    EXPERIÊNCIA 
CONVINCENTE 

Todos  sabem  que  o  poder  legislativo  brasileiro  recompensou  o  Sr. 
de  Capanema,  com  a  somma  decincoenta  mil  francos  (cerca  de  30 
contos),  por  haver  applicado,  pela  primeira  vez,  uma  droga  venenosa  o 
«sulfureto  de  carbono»,  no  extermínio  da  formiga  saúva,  e  com  ellas 
ovas,  larvas  e  nymphas.  Depois  dessa  longínqua  experiência,  que  fez  ga- 
nhar bom  cabedal  ao  introductoraqui  no  paiz  duma  droga  bem  conhecida 
no  estrangeiro,  muitos  foram  os  commerciantes  que  fabricaram  insecti- 


A     LAVOURA 


cidas  e  formicida  com  a  mes:na  base  do  sulfureto  de  carbono,  mas  os 
fazendeiros  e  lavra  iores  affirmam  que  nenhum  desses  insecticidas  cor- 
respondeu ao  seu  intuito,  e  que  nenhum  delles  se  pôde  p  -econizar  como 
o  meio  mais  pratico  e  racional  para  a  completa  extincçãoádas  formigas. 


E  hoje,  apesar  de  todos  os  inventos,  mais  do  que  nunca,  a  saúva  não 
dá  tréguas  aos  cultores  de  chacaras,quintaes  ou  pomares.  Na  nossa  cidade 
em  todo  o  interior  do  Estado  e  em  quasi  t-  doo  Brasil,  a  nossa  heroina 
inspira  terror,  desenvolvendo  todos  os  artifícios,  innovando  expediente 
de  absoluto  dominio  do  solo,  provando  dispor  da  faculdade  de  «prever 
para  prover» ,  nãosomenteem  relação  á  vida  presente  como  também 
em  relação  á  perpetuidade  da  espécie . 

Não  obstante  a  guerra  encarniçada  que  lhes  move  o  homem,  as  sa- 
úvas são  o  que  são,  continuam  a  apostrophar  todos  os  elementos  in- 
fensos. Para  dar  uma  idéa  de  sua  diffusão,  diremos  que  o  numero  de 
cidadellas,  no  minimo,  na  zona  comprehendida  pela  curva  do  rio  Para- 
hyba,  pôde  ser  avaliada  em  cincoenta  mil.  Cincoenta  mil  saúveiros,  com 
cincoenta  mil  habitantes,  na  media,  dão  dois  mil  e  quinhentos  milhões 
de  indivíduos  !  Si  compararmos  o  quadrado  de  novecentas  léguas,  que  foi 
o  numero  que  serviu   de  base  para  este  calculo,  e  o  aproximarmos  da 


576  SOCIKDADIÍ     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

superfície  geral  que  a  saúva  habita,  o  Cacto  subirá  de  valor  de  um  modo 
estupendo.  (1). 

Em  consequência,  portanto  da  diffusão  da  saúva  e  dos  estragos  ter- 
ríveis que  ellas  produzem  á  agricultura,  os  fazendeiros  brasileiros  dari- 
am, de  bom  grado,  duzentos  ou  quinhentos  mil  coutos  a  quem  inven- 
tasse ou  descobrisse  um  meio  seguro,  rápido,  simples  e  económico  de 
eliminar  os  saúveiros.  O  «Entomologista  Brasileiro»,  a  única  revista 
editada  no  Brasil,  dedicada  aos  insectos,  sejam  elles  prejudiciaes,  sejam 


Pliot.  n.  2-  Interior  de  um  velho  formigueiro 

elles  úteis,  deseja  estudar  o  assumpto  da  saúva  no  intuito  de  suggerir 
ai  is  agricultores,  se  não  o  remédio  infallivel,  pelo  menos  um  meio  para 
diminuir  o  liagello  das  formigas,  este  terrível  cancro  da  lavoura  bra- 
sileira. 

Mas  sendo  muitos  os  preparados  deste  género  lançados  pelos  indus- 
triaes  aos  mercados,  o  fazendeiro  acha-se  embaraçado  na  escolha,  visto 
como  todos  oscommerciantes  enaltecem  interesseiramente  os  seus  pro- 
d  netos  comos  mais  bel  los  encómios.  O  agricultor  intelligente  só  deve 


(1)  —   A.   G.   de  Azevedo  Sampaio 
formigas.  S.  Paulo,  1894. 


Manhii-nára.   Monographia  sobre  as 


comprar  os  productos  quejâ  tenham  dado  bons  resultados  e  cujo  cre- 
dito já  esteja  firmado  pelo  bom  êxito  das  experiências  feitas  pelos  scien- 
tistas,  isto  é,  pelos  entomologistas  e  pelos  agrónomos. 

Para  tal  effeito,  os  fabricantes  de  formicidas  deviam  sempre  expe- 
rimentar seus  preparados  em  presença  das  autoridades  agrícolas  com- 
petentes, no  intuito  de  demonstrar,  com  provas  verídicas,  a  efficacia  do 
formicida  preconizado. 

Desejando  chamar  a  nós  a  tarefa  delicada  de  trazer  á  luz  da  publi- 
cidade os  resultados  das  experiências  desse  género,  só  visando  os  inter- 
esses dos  agricultores  e  da  lavoura,  temos  hoje  o  prazer  de  noticiar  a 
applicação  dum  formicida  para  cuja  experiência  foi  convidado  o  redactor 
desta  revista,  juntamente  com  o  representante  dos  poderes  públicos,  o 
dr.  António  de  Milita,  digno  inspector  de  agricultura. 

Tendo  o  sr.  Viriato  Bastos,  sócio  representante  da  casa  Scho- 
maker  e  Comp.  officiado,  ao  Ulmo.  sr.  Dr.  secretario  da  agricultura 
para  fazer  uma  experiência  offlcial  e  publica,  afim  de  demonstrara  effi- 
cacia do  preparado,  formicida  «Sehomaker»,  o  Dr.  António  de  Milita, 
inspector  de  agricultura,  foi  pela  secretaria  encarregado  de  effectuar  as 
experiências  para  dar  um  relatório  detalhado. 

Os  formigueiros  escolhidos  pelo  Dr.  António  de  Milita  para  a  ex- 
periência com  o  formicida  «Sehomaker»,  fabricado  pelos  srs.  Schc- 
maker  e  Comp.,  do  Rio  de  Janeiro,  e  representado  nesta  praça  pelos 
srs.  Guerra  e  Comp.,  rua  José  Bonifácio,  17,  foram  dois  velhos  saú vei- 
ros existentes  num  dos  campos  devolutos,  que  se  acham  no  alto  do  Ypi- 
ranga.  Escolhidos  como  acabamos  de  escrever,  os  velhos  formigueiros, 
no  alto  do  Ypiranga,  saúveiros  duma  extensão  extraordinária,  velhos, 
paio  menos  de  15  annos,  osr.  A.  de  Milita,  inspector  de  agricultura, 
no  dia  27  de  Junho,  fez  applicação  offlcial  do  formicida.  Os  leitores  da 
nossa  revista  podem  avaliar,  pela  photographia  n.  1,  as  dimensões  de 
um  dos  saúveiros.  Tem  100  metros  quadrados.  Eis  como  se  procedeu  á 
applicação  do  formicida.  Osnr.  Viriato  Bastos,  sócio  representante  de 
Sehomaker  e  Comp.,  a  uma  botija  do  formicida  Sehomaker  addicionou 
14  litros  de  agua,  produzindo  assim  cerca  de  16  litros  de  formicida, 
depois  de  bem  agitada  com  uma  varinha  a  mistura  da  agua  e  do 
formicida. 

Sendo  conhecido  que  tanto  melhores  serão  os  resultados  de  um 
hom  formicida,  quanto  mais  liem  feita  fora  sua  applicaçõo,  o  inspector 
de  agricultura  teve  muito  cuidado  em  tapar  todos  os  olheiros,  no  intuito 
de  que  não  pudessem  sair  os  gazes  tóxicos.  Porque  o  representante  do 
formicida  Sehomaker  não  se  esqueceu  de  dizer  ao  Dr.  António  de  Mi- 


SOCIEDADE     NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Tçá  já  aem  ; 
onde  1 


litaqueesse  formicida  é  o  único  que  apôs  sua  applicação,  trabalha  por 
si,  produzindo  gazes  tóxicos  em  extraordinária  abundância,  muito 
pesados  e  de  grande  densidade, 
em  producção  continua  e  pro- 
longada por  mais  de  60  dias, 
sendo  natural  e  espontânea  a  dita 
producção  de  gazes,  isto  é,  sem 
provocação  artificial . 

No  dia  25  de  julho,  isto  é,  25 
dias  depois  da  applicação  do  for- 
micida «Schomaker»,  o  inspe- 
ctor, sr.  Milita,  um  photographo 
e  os  representantes  dos  srs.  Scho- 
maker e  C.  foram  ao  formigueiro 
para  observar  os  effeitos  do  in- 
secticida .  Nessa  occasião  foi  con- 
vidado o  redactor  do  «Entomolo- 
gista  Brasileiro»,  para  offerecer 
aos  leitores  uma  relação  do  as 
sumpto  que  tanto  interessa  aos 
agricultores  e  fazendeiros. 

Quatro  camaradas,  de  enxada  e  picareta,  sob  a  direcção  do  inspector 
de  agricultura,  atacaram  o  velho  saúveiro,  cortando-o  na  sua  metade, 
no  intuito  de  fazer  uma  acção,  a  mais  perfeita  possível,  para  a  clara  ap- 
parição  do  formigueiro,  de  suas  panellas  e  galerias. 

O  trabalho  foi  penoso  e  difficil.  Depois  de  2  horas  de  excavação, 
começaram  a  apparecer  as  primeiras  panellas.  A's  cinco  horas  da  tarde, 
i#to  é,  depois  de  cinco  horas  de  excavação,  a  profundidade  attingida  era 
de  mais  de  um  metro. 

Nesta  hora,  os  trabalhos  foram  suspensos.  No  dia  seguinte,  á  uma 
hora  da  tarde,  as  pessoas  já  nomeadas  foram  novamente  ao  velho  for- 
migueiro^ os  trabalhadores  continuaram  a  sua  árdua  tarefa. 

A's  três  horas,  as  panellas  mais  fundas  eram  attingidas,  todo  o 
saúveiro  estava  descoberto,  monstrando  a  mais  bella  e  perfeita  visão  de 
panellas  que  é  possível  obter-se. 

Os  leitores  podem  julgar  das  nossas  palavras  na  linda  photographia 
que  temos  o  prazer  de  reproduzir,  e  que  foi  mostrada  ao  sr .  secretario 
da  agricultura,  tendo  aquelle  illustre  fazendeiro  e  lavrador  occasião  de 
louval-acom  calorosas  phrases  de  encómio.  Os  presentes  ficaram  muito 
satisfeitos  com  o  resultado  obtido  na  applicação  do  formicida. 


zas  na  construcção  rio  canal  a  ninho 
sm  loirar  a  primeira  postura, 
ou  inicio  do  Sauv-iro. 


A  LAVOURA  579 

As  massas  de  alimentação  de  que  estavam  cheias  as  panellasdo 
fundo  do  saúveiro,  eram  uma  massa  compacta  de  formigas  mortas.  Nem 
uma  formiga,  do  antiquíssimo  formigueiro,  poude  escapar  á  destruirão 
no  vasto  palácio  subterrâneo,  que  o  formicida  « Sc homaker»  reduziu  ao 
terrível  palácio  da  morte.  O  dr.  A.  de  Milita  traz  comsigo  uma  grande 
massa  esponjosa  cheia  de  cadáveres  de  içá  de  obreiras  mesmo  o  redactor 
da  nossa  revista  importou  grande  quantidada  de  massa  de  alimentação 
coberta  de  cadáveres  de  formigas. 

Numa  das  galerias,  foi  encontrada  morta  a  içá,  a  rainha  do  saú- 
veiro. Com  isto  se  evidencia  que  a  destruição  feita  pelo  formicida  «Scho- 
maker»  foi  completa,  e  que  a  experiência  realizada  perante  os  poderes 
públicos  e  a  imprensa  especialista  foi  muitíssimo  satisfactoria  e  por  de- 
mais  convincente.  Osr.  A.  de  Milita,  illustre  inspector  de  agricultura, 
aílnmou-nos  que  vae  escrever  no  seu  relatório  os  mais  altos  elogios  ao 
formicida  «Sehomaker»  e  nós,  do  «Entomologista  Brasileiro»,  imita- 
mol-o  porque  as  palavras  de  louvor  que  temos  escripto  correspondem 
perfeitamente  á  verdade. 


Gastou-se  nessa  experiência,  na  extinção  dos  dois  formigueiros, 
20.$000  de  formicida  «Sehomaker»,  cerca  de  1  c,  havendo  ainda  espes- 
sos desprendimentos  de  gazes. 

Aapplicação,  —  eé  só  "o  que  tem  de  fazer  os  srs.  agricultores  e  fa- 
zendeiros—,  como  já  se  disse,  foi  facílima,  o  mais  fácil  que  se  pode 
imaginar,  o  que  é  de  extrema  vantagem  para  a  lavoura. 

D'0  Entomologista  Brasileiro. 


EXPEDIENTE 


Secretaria 


Correspondência  expedida 
Cartas    ....... 

Circulares 

Telegramma3 

Officios  Governo.   .    .   . 


580  SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTUBA 

Offlcios  particulares 2 

Proposta  fornecimento  de  aramo.   ...  6 

Boletim  A  Lavoura 3.409 

Monographia  Moléstia  dos  animaes  ...  88             3 

Correspondência  recebida  : 

Cartas 272 

Circulares 4 

Telegrammas 7 

Offlcios  Governo 5 

Offlcios  particulares 13 

Fornecimento  de  arame  farpado  : 

Pedidos  satisfeitos 52 

Numero  de  rolos  de  40  kiljs 761 

Numero  de  rolos  de  25  kilos 811 

Metragem 435.682  metros 

Custo  fornecido  pela  sociedade I5:838$300 

Custo  adquirido  no   mercado 20:847$000 

Economia  realisada  pelo  agricultor.    .    .  5:008$700 


Cooperativa  Ag-i-ieola,  <le  -Tuiz  <le  Fora 

A  Sociedade  recebeu  communicação  da  Directoria  da  Cooperativa  Agrícola  de 
Juiz  de  Fora  de  que  esta  associação  está  funecionando  perfeitamente  organizada, 
sendo  a  sua  directoria  composta  dos  Srs.  Drs.  Luiz  de  Souza  Brandão — Presidente, 
José  Procopio  Teixeira  e  Tlieodoro  de  Assis. 


Horto  da  Penha 


O  Horto  Fructicola  que  a  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  fundou  na  Penha 
se  vem  desenvolvendo  progressivamente  a  partir  de  1905.  Restaurado  o  prédio 
que  era  sede  da  antiga  propriedade  conhecida  pelo  nome  de  Fazenda  Grande,  e 
que  ameaçava  ruina  em  quasi  todas  as  suas  dependências  e  desbravado  o  terreno, 
que  estava  reduzido  a  pasto  e  a  matagal,  foi-am  organisados  grandes  viveiros  de 
plantas  fruetiferas  e  iadustriaes,  bem  como  plantaçcos  regulares  dessas  mesmas 
plantas.  Os  viveiros  eram  destinados  a  fornecer  plantas  para  o  serviço  de  distri- 
buição que  a  socielade  iniciara  nesta  cipital  e  as  plantações  visavam  a  accli- 
mação  de  espécies  úteis  o  o  estudo  do  cultivo  dos  fruetos  tropicaes  e  das  espécies 
úteis  de  nossa  flora. 


A  LAVOURA 


581 


Em  princípios  de  1907,  estando  adiantados  uses  trabalhos,  foi  entregue  a 
administração  a  um  profissional  competente  ;  deslo  então  os  trabalhos  foram  ori- 
ontados  para  a  organisação  de  uma  estacão  agronómica,  sem  prejuízo  dos  primi- 
tivos intuitos. 

Para  isso  a  sociedade  reunio  uma  collecçãodos  melhores  instrumentos  aratorios 
e  construio,  de  accordo  com  os  preceitos  mais  reeommendaveis,  um  estabulo,  co- 
cheira,   estrumeira,   um  apiario  o  uma  iustallação  modelo  para  avicultura.  Todas 


Visita  ao  s« 


essas  construcções  estão  feitas  sem  luxo,  mas  com  uma  orientação  pratica  podendo 
servir  de  exemplo  para  os  lavradores,  quo  imitando-as,  poderão  conseguir  sem 
grandes  dispêndios  as  vantagens  quo  ellas  proporcionam. 

Em  junho  do  presente  anno  a  Sociedade  resolveu  iniciar  nesse  estabelecimento 
um  aprendizado  elementar  e  pratico,  promptiticando-so  a  ensinar  a  quem  o  dese- 
jasse o  manejo  de  todos  os  instrumentos  uzados  no  amanho  aporfeiçoado  da  torra, 
bem  como  a  pratica  das  principaes  operações   de  cultura. 

Anaunciada  pela  imprensa  essa  resolução  appareeeram  desde  logo  interessados 
quo  procuraram  o  aprendizado.  Vários  lavradores  se  satisfizeram  com  a  inspecção 
das  installações  o  dos  apparelhos  e  com  a  observação  dos  trabalhos  adrede  feitos 
para  sou  estudo.  Outros,  porém,  enviaram  moços  para  adquirirem  a  pratica  dos 
trabalhos,  mediante  mais  longa  estadia  no  horto. 

Assim  e  que  até  a  presente  data  já  seis  moços  so  aproveitaram  do  aprendizado 
cora  o  mais  satisfactorio  resultado  e  o  filho  do  um  zeloso  lavrador  da  localidade 
continua  a  cursal-o  com  assiduidade, 

1410  a 


582  SOCIEDADE     NACIONAL     DE    AGRICULTURA 

Ha  poucos  dias  o  horto  foi  visitado  pelo  dedicido  director  da  Escola  15  de 
Novembro  o  a  boi  impressão  que  lhes  causaram  a  installação  dos  serviços  e  os  ele- 
mentos do  ensino  de  que  dispõe  o  aprendizado,  o  levou  a  resolver  enviar  os  alumnos 
dessa  escola  para  o  fim  de  adquirirem  o  conhecimento  pratico  da  agricultura  no 
Horto.  Para  esse  fim  combinou  S.  S.  organisar  turmas  de  10  alumnos  que  irão 
alternadamente  ao  horto  todas  as  quintas- feiras. 

Esses  alumnos  vão  conhecer  a  organisação  de  todos  os  serviços,  explicando-se- 
lb.es  as  respectivas  vantagens,  e  praticarão  em  todos  os  trabalhos  taes  como  o  ma- 
nejo do  arados,  capinadores  e  outras  machinas,  a  adubação,  a  poda,  a  enxertia  e  o 
tratamento  das  arvores   fructiferas,  a  criação  de  abelhas  e   de   aves  domesticas. 

Assim  como  esse  intelligente  e  zeloso  administrador  comprehendeu  a  utilidade 
pratica,  do  aprendizado  instituído  no  horto,  é  de  esperar  e  muito  desejar,  que  os 
professores  e  directores  de  outros  estabelecimentos  de  ensino  o  queiram  imitar  e 
é  por  isso  que  julguei  conveniente  trazer  ao  conhecimento  publico  que  a  sociedade 
acolherá  com  grande  satisfação  todos  os  que  quizerem  se  utilisar  dos  ensinamentos 
que  o  Horto  Fructicola  da  Penha  já  pôde  ministrar. 

Esse  estabelecimento  estí  a  3/4  de  hora  do  centro  da  cidade,  indo-se  pela 
Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil  até  a  Estação  de  S.  Francisco  Xavier  e  dahi 
pela  Leopoldina  até  a  Estação  da  Penha.  Desta  até  a  sede  do  horto  se  pôde  ir  a 
pé,  em  15  a  20  minutos;  a  directoria,  porém,  se  promptifica  a  dar  conducção  a 
carro,  quando  previamente  avisada  em  sua  sede. 


NOTICIÁRIO 


Iulroducção  de  gado  nos  Estados  Unidos  —  Damos  aqui 
as  instrucçnes  distribuídas  pelo  governo  dos  Estidos  Unidos  acerca  da  impor- 
tação do  gado  indiano  naquolle  paiz,  do  México,  America  Central,  Americado  Sul  e 
das  Antilhas. 

Washington,  16  de  maio  de  1907  —Aos  agentes  diplomáticos  dos  Estados  Unidos 
na  America  Central,  America  do  Sul,  México,  Cuba,  Republica  Dominicana,  Haiti, 
França,  Paizes  Baixos,  Gran-Bretanha  e  Dinamarca. 

Senhores.—  Junto  remetto-vos  urna  carta  do  Secretario  da  Agricultura,  na  qual 
communica  que  tem  recebido  pedidos  da  parte  de  cidadãos  dos  Estados  Unidos  soli- 
citando permissão  para  importarem  gado  indiano  de  diversas  regiões  tropicaes  e 
senutropicaes  deste  continente  e  das  Antilhas  e  que,  sendo  possível,  que  semelhante 
gado  introduzido  em  paizes  tropicaes  e  semi-tropicaes  possa  Bsr  recebido  no  terri- 
tório dos  Estados  Unidos,  sem  que  tenham  sido  tomadas  as  precauções  necessárias 
para  prevenir  a  introducção  de  uma  ou  mais  moléstias  animaes,  que  no  Oriente 
costumam  acommetter  estes  animaes,  recommenda  que  o  Governo  do  México,  bem 
como  os  dos  paizes  tropicaes  o  seini-tropicaes  da  America  Central,  America  do  Sul 


A  LAVOURA  583 

e  Antilhas  sojam  avisados  dos  perigos  decorrentes  da  importação  de  gado  do  Ori- 
ente, onde  existem  as  mesmas  moléstias  que  deram  motivo  a  quo  fosse  prolubida 
nos  Estados  Unidos  a  importação  de  animaes  das  Ilhas  Philippinas. 

Communicareis  aos  governos  junto  aos  quaes  e, tiverdes  acreditado  o  conteúdo 
da  carta  do  Secretario  da  Agricultura,  como  matéria  de  informação  — Vosso  servo 
obediente,  Elihu  Root. 

Segue-se  a  carta  do  Secretario  da  Agricultura: 

Departamento  da  Agricultura  —  Gabinete  do  Secretario  —  Washington,  D. 
C.,30  do  abril  do  1907. 

Senhor  —  Tenho  a  honra  de  cominunicar  que  este  Departamento  foi  informado 
de  que  o  Govorno  Brasileiro  importou,  durante  o  anno  passado,  150  cabeças  de  gado 
indiano  de  B  jmbaira.  Têm-se  recebido  recentemente  diversos  pedidos  de  cidadãos 
dos  Kstados  Unidos,  solicitando  permissão  para  importarem  gado  indiano  de  diversos 
pontos  de  paizes  tropicaes  e  semi-tropieaes  deste  continente,  nomeadamente  Ve- 
nezuela, Trindade  e  Jamaica.  Recentemente  receboram-se  um  pedido  de  permissão 
para  a  importação  de  touros  Brahmanes  indianos  de  Kingston,  Jamaica,  e  outro  do 
informações  indagando  so  será  pormittida  a  importação  do  gado  indiano  embarcado 
em  transito  pelo  México,  com  umacoramunicacão  do  signatário  de  que  fora  infor- 
mado pela  Repartição  de  Agricultura  de  Kingston  (Jamaica)  que  gado  indiano  foi 
transportado  da  Jamaica  para  Vora-Cruz,  México,  sem  diffiauldade  alguma,  o  que 
suggere  a  possibilidade  do  gado  iudiano,  que  ó  importado  em  paizes  tropicaes  e 
semi-tropicaes,  alcançar  finalmente  o  território  dos  Estados  Unidos,  sem  que  as  ne- 
cessárias precauções  tenham  sido  tomadas  para  impedir  a  infcroducção  de  uma  ou 
mais  moléstias  que  acommettem  estes  animaes  no  Oriente. 

Criadores  das  regiões  do  Sul  vêm  allegando  em  favor  deste  gado  uma  ca- 
pacidade de  adaptação  que  não  possue  nenhuma  outra  raça,  por  ter  elle  adquirido 
immunidade  contra  i  febre  de  baço  ou  moléstia  do  gado  do  Sul,  graças  a  uma  pre- 
matura infecção  em  seu  pai/,  de  origem;  que  a  secreção  sebacea  ou  qualquer  outra 
propriedade  inlieronte  á  pello  do  gado  indiano  afugenta  o  carrapato  do  gado  do  sul, 
vector  ilo  micro-organismo  da  febre  e  que  por  isso  estes  animaes  não  são  infestados 
pelo  carrapato  de  modo  tão  intenso,  como  so  observa  no  gado  nativo  do  sul,  mesmo 
quando  ume  outro  são  expostos  em  pastos  infestados  pelo  carrapato  e  alem  disso 
não  é  alfectado,  como  se  dá  com  os  gados  communs  dos  Estados  Unidos,  pelos  raios 
ardentes  do  sol  das  regiões  meridiouaes.  Traduzidos  nos  pedidos  que  têm  sido  feitos 
favoravelmente  á  introiucção  do  gado  indiano  em  regiões  semi-tropicaes  dos  Es- 
tados Unidos,  o  desejo,  que  se  manifesta  cada  vez  com  mais  intensidade  por  parte 
de  criadores  das  supracitadas  regiões,  de  adquiril-o,  suggere  a  possibilidade  de 
uma  tentativa  de  introducção  atravez  do  México,  por  isso  tenho  a  honra  de  re- 
commendar  que  o  México,  bem  como  os  dem  tis  paizes  da  America  do  Sul  e  das  An- 
tilhas, sejam  avisados  dos  perigos  decorrentes  da  importação  de  gado  do  Ori- 
ente, onde  existem  as  mesmas  moléstias  que  deram  motivo  a  que  a  importação  de 
animaes  da-  Ilhas  Philippinas  fosse  prohibida. 

Queira  ver  a  circular  da  qual  vae  junto  um  exemplar.  O  gado  da  índia  pôde 
trazer  em  seu  sangue  o  organismo  que  é  o  agente  causal  essencial  da  surra.  Esta  mo- 
léstia distribue-se  pela  índia,  Burmah,  Cochinebina,  Pérsia  e  Ilhas  Philipinas,  era- 
quanto  para  o  cavallo  e  o  burro  ella  seja  extremamente  fatal  e  se  manifeste  com  pro- 
nunciados symptomas.  o  gado  pode  trazer  durante  um  período  considerável  em  seu 


584  SOCIEDADE    NACIONAL    DK     AGRICULTURA 

sanguo  o  agente  ciusal  desta  moléstia  (Trypanosoma  Evansi)  e  constituir  assim 
centros  possíveis  do  infecção  para  outros  animaes,  sem  revelar  em  si  próprio 
nenhuma  porturbação  constitucional  evidente  ou  symptoraas,  sejam  quaes  forem, 
característicos  da  moléstia.  Por  consequência,  somente  pelos  mais  perfeitos  e  cui- 
dadosos exames  do  sangue  e  experiências  ó  que  é  possível  resolver  si  este  gado  está 
livro  da  infecção  da  surra.  Como  medida  de  precaução,  durante  o  período  de  qua- 
rentona que  é  imposta,  taos  exames  de  sangue  e  experiências  são  feitos  em  todos 
os  ruminantes  importados  nos  Estados  Unidos  para  collecções  de  animaes  vivos  e 
jardins  zojlogicos,  que  venham  indirectamente  do  Oriento  ou  por  intermédio  de 
algum  porto  europeu. 

Tenho  também  a  honra  de  chamar  a  vossa  attenção  para  a  evidente  insufll- 
ciencia  do  exclusivo  exame  do  sangue  destes  gados  para  pesquiza  do  trypanosoma, 
tendo-se  verificado  que  animaes,  cujo  sangue  foi  cuidadosamente  examinado  com  o 
fim  de  indagar-se  da  presonça  deste  micro-organismo  com  resultado  negativo,  es- 
tavam realmente  infectados,  cjmo  demonstrou  a  inoculação  do  seu  sangue  feita  em 
animaes  receptivos  (coelhos),  do  sangue  dos  quaes  numa  proporção  de  cerca  de  36%. 
isolou-se  o  trypanosomi  da  surra.  Em  alguns  casos  estas  experiências  do  inoculação 
loram  feitas  durante  seis  mezes  depois  do  gado  indiano  ter  deixado  Bombaim, 
tendo  sido  remettido  p.ira  os  Estalos  por  intermédio  de  algum  porto  europeu. 

Tenho  a  honra  etc.  Vosso  humildo  servo,  James  Wilson. 


INSTRUCÇAO  ESrECIAL  PROIUBINDO  O  DESEMBARQ  E  DE  ANIMYES  PROCEDENTES  DAS 
ILHAS  PIIILIPPINAS  EM  QUALQUER  DOS  PORTOS  DOS  ESTADOS  UNIDOS  E  REGIÕES  SOB 
SUA  DEPENDÊNCIA 

Departamento  de  Agricultura  dos  Estados  Unidos—  Gabinete  do  Secretario— 
Washington,  13  de  dezembro  de  1901. 

Faço  chegar,  por  meio  desta  circular,  ao  conhecimento  dos  proprietários,  offi- 
ciaes  e  agentes  de  qualquer  espécie  do  navios  quo  trafegam  entre  as  Ilhas  Philip- 
pinas  e  qualquer  dos  porios  das  Ilhas  Hawai,  ou  entre  as  Ilhas  Philippinas  e  qual- 
quer porto  dos  Estados  Unidos  ou  Territórios  sob  sua  dependência  e  aos  boiadeiros 
e  a  tolas  as  pessoas  de  qualquer  sorte  interessadis  no  commercio  de  gado  nas  ou 
com  as  llh  is  Philippinas  que  certas  moléstias  contagiosas,  infectuosas  e  perigosas 
para  a  criação  dos  Estados  Unidos  existem  entre  os  animaes  das  mencionadas  Ilhas 
Phiippinas,  como  sejam  :  surra,  atacando  cavallos,  burros,  gado  vaccum,  camellos, 
búfalos,  cães  e  macacos;  peste  da  bocca  e  pi,  atacando  cavallos,  gado  vaccum  e 
suino ;  o  rimler-pest,  atacando  o  gado  vaccum  e  outros  ruminantes. 

Por  estas  razões  prevaleceodo-me  da  autorização  que  me  foi  conferida  pela  re- 
solução do  Congresso  approvaJa  em  29  de  maio  de  1884,  intitulada  «  Rosolução 
para  o  Estabelecimento  de  uma  repartição  do  Industria  Animal,  para  prevenir  a 
importação  de  gado  doente  e  proporcionar  meios  que  permittam  a  suppressão  e  ex- 
tirpação da  pleuro-pneumonia  e  outras  moléstias  contagiosas  dos  animaes  domés- 
ticos »,  resolvo  prohibir  o  desembarque  em  qualquer  dos  portos  das  Ilhas  Hawai 
ou  qualquer  dos  portos  dos  Estados  Unidos  ou  região  sob  a  dependência  dos  mesmos, 
do  qualquer  espécie  do  gado,  ou  qu  ilquer  gonero  de  anima  'S,  procedentes  das  Ilhas 
Philippinas.  Esta  prohibição  deverá  ser  posta  em  execução  immediatamente  e  vi- 
gorará até  ulterior  deliberação.—  James  Wilson,  Sscretario. 


EXPOSIÇÃO   DE   FRUCTAS 


Gravura  de  uma  secção  publicada  pela  Revista  —  0  Mez  ■ 


A     LAVOURA  585 

r»ul)lLo:i«,;õos  sobre  a,  Socieiladc. — 0  Mez,  jornal  illustrado 
desta  Capital,  referindo-so  ao  modo  por  que  esta  sociedade  so  foz  representar  na 
Exposição  Nacional  e  muito  particularmente  ás  differentes  festas  realizadas  no  seu 
Pavilhão,  inseriu  era  suas  columnas,  do  numero  de  dezembro  a  seguinte  noticia 
com  três  gravuras  da  exposição  <le  fructas,  legumes  e  pássaros  que  nos  não  furtamos 
ao  prazer  do  trasladar  para  aqui. 

«A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  contribuiu  poderosamente  para  a  gran- 
diosidade da  nossa  exposição,  offerecendo  com  a  diversidade  de  seus  mostruários, 
com  a  profusão  de  suas  flores  etc,  a  nota  mais  garrida  e  mais  sympathica  do  cer- 
tamen. 

Não  era  tão  somente  a  belleza  das  suas  orehideas  que  prendia  a  attenção  dos 
visitantes,  com  a  sua  polychromia  brilhante  ;  eram,  sobretudo,  as  colleccõos  scien- 
tiflcamente  classificadas,  onde  as  nossas  riquezas  naturaes  se  desdobravam,  como 
um  collosal  indice  de  toda  a  nossa  producção. 

As  festas  no  Pavilhão  da  Sociedade  Xacional  de  Agricultura  não  se  asseme 
Ihavam  a  nenhuma  outra  da  Exposição  Nacional  ;  tinham,  como  todas  as  outras,  o 
seu  ar  alegre,  encantador,  mis  conjunctando-lho  um  cunho  grave  de  licção 
unindo  o  útil  ao  agradável,  o  instructivo  ao  deleitoso. 

A  sua  derradeira  festa,  reilizadi  ali  de  novembro,  na  antevéspera  do  encer 
ramento  da  Exposição,  foi  um  verdadeiro  mirao.  A  Sociedade  Nacional  de  Agricul- 
tura resolvou  fazer  uma  exposição  completa  dos  nossos  legumes,  fructas  e  pas 
saros. 

Não  se  podia  sahir  melhora  Sociedade  Nacional  do  que  se  sabia  dessa  bri 
lhantissima  exposição,  pois  em  qualquer  das  três  scçõas— fructos — pássaros  — le- 
gumes— a  diversidade  era  assombrosa  e  o  encanto  que  reunia  absoluto. 

Damos  três  gravuras  dessa  bella  exposição,  cada  umi  concernente  ã  sua  espe- 
cialidade (1). 

Rcsta-nos  no  final  desta  nota  enviar  as  nossas  profalças  ã  illustre  directoria 
da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  pelo  brilhante  papel  que  representou  no 
nosso  grandioso  certamen,  sendo-nos  licito  levantar  em  relevo  o  nome  de  seu  bene- 
mérito presidente,  o  Sr.  Dr.  Wencesláo  Bello,  que,  pela  sua  dedicação,  sabia 
orientação  e  verdadeiro  desinteresse  abnegado,  tem  conseguido  levantar  a 
Sociedade  Nacional  da  Agricultura  á  altura  em  que  se  acha  o  de  que  é  tão 
merecedor. 

Para  nos  não  alongarmos  era  exposições  longas,  enfadonhas  e  desnecessárias, 
pois  para  provar  a  benemerência  da  Socielade  Nacional  de  Agricultura  tanto 
basta  articular  um  dia  do  seu  passado  e  uma  hora  do  seu  presente,  relembrando  o 
ingente  esforço  da  Exposição  de  apparolhos  a  álcool,  a  continuada  distribuição  de 
sementis,  o  constante  auxilio  á  pequena  e  á  grande  lavoura,  os  conselhos  de  que 
vem  repleto  o  seu  valioso  hobiomadario,  limitamo-nos  a  enumerar  a  sua  fazenda 
modelar  de  agricultura  junto  á  estarão  da  Ponha,  a  fazenda  «Grande,  que  é  uma 
verdadeira  escola  pratica,  oude  qualquer  pôde  ir  beber  conhecimento  valiosos  e 
mesmo  imprescindíveis,  trabalhar  intelligontemente  a  terra. 


(II  Reproduzimos  somente  uma  por  Sarem  as  outras  idênticas  ás  que  sahiram  no  : 
ro  passado.  N  .  R. 


586  SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 

Assira  pensou  o  director  Ja  Escola  15  de  Novembro,  que  tem-n'a  feito  fren- 
quentar  por  turmas  subsequentes  de  alumnos  correcionados  a  seu  cargo,  que  ahi 
vão  receber  um  ensino  pratico  proveitoso  e  producente. 

Temos  de  nos  occuparem  subsquento  numero  destes  bellos  campos  do  ensinos 
pratico  de  Agricultura,  que  illustraremos  com  diversas  gravuras.» 

Torrador  de  ca,ré— No  dia  16  de  dezembro  foi  feita  uma  experiência 
de  uma  machina  para  tonar  café,  do  invento  do  Sr.  Luiz  Daniel  Baronto,  cujo  ro- 
sultado  foi  satisfatório.  Consiste  esta  machina  na  torrefação  do  café,  evitando  os 
vapores  que  se  desprendem  durante  a  torrefação  e  que  ficam  em  contacto  cora  os 
grãos 

Contra  a  secca  —  Por  diversos  representantes  do  Ceara  e  Paraliyla 
do  Norte  na  Camará   dos  Deputados  foi  enviado  á  mesa  o  seguinte  projecto: 

O  Congresso  Nacional  decreta: 

Art.  Io.  E'  o  Governo  autorizado  a  mandar  fazer  o  levantamento  das  zonas  cea- 
rense, parahybana  e  rio-grandense  do  norto  mais  assoladas  pela  secca,  a  saber: 
os  valles  dos  rios  Jaguaribe,  Acarahy,  Piranhas.  Mossoró  e  Sabogy,  estudados  e 
colhidos  os  elementos  climatológicos,  topographicos,  geológicos  e   agronómicos. 

Art.  2».  Com  o  custeio  desse  serviço  o  governo  despenderá  mil  contos  durante 
seis  exercícios  consecutivos. 

Art.  3'\  O  Governo,  além  da  secção  do  exploração  topjgraphica,  nas  condições 
deste  projecto,  creará  secções  especiaes  para  cada  uma  das  respectivas  zonas 
incumbidas  dos  serviços  contra  as  seccas,  de  accordo  com  o  plano  systematico  que 
for  adoptado,  ficanio  taes  secções  sob  a  direcção  immediata  de  uma  commissão 
geral. 

Art.  4».  Do  plano  systematico  a  adoptar  deverão  constar  as  seguintes  medidas: 

I.  Prolongimeoto  dag  vias  férreas  e  desenvolvimento  do  systema  ferro-viario 
local  do  harmonia  com  a  rede  nacional  de  estradas  de  forro. 

II.  Proseguimento  das  obras  do  irrigação  quer  por  meio  da  açudagom,  quer 
pdlo  aproveitamento  das  aguas  do  subsolo. 

III.  Barragens  dos  rios,  preferido  o  systema  que  melhor  se  adequar. 

IV.  Arborização  das  encostas  altas  das  e  cumiaias  das  serras,  bem  assim  dos 
valles  incultos,  plantando-se  em  maior  escala  arvores  forrageiras  já  acelimadas  á 
região. 

V.  Convergência  das  aguas  dos  regatos  acciílentaesem  terrenos  não  cultivados 
para  os  rios  principies  mais  próximos  ou  riachos  de  maior  curso. 

VI.  Elaboração  de  ura  código  florestal  e  de  outro  sobre  o  regimen  das  aguas. 
Art.  5'\  Re vogam-so  as  disposições  em  contrario. 

-A.  agricultura  no  Pará  —  Annexa  á  Secretaria  de  Obras  Publicas, 
Terras  e  Viação,  acaba  de  ser  installada  neste  Estado  a  Secção  de  Agricultura, 
creada  pela  lei  n.  1044,  de  16  de  outubro  deste  anno.  E'  uma  repartição  desti- 
nada a  prestar  grandes  serviços  á  agricultura  do  rico  Estado  do  extremo  norte, 
como  se  pôde  inferir  da  leitura  da  circular  que  nos  foi  remettida.  Em  resumo 
são  estes  os  fins  por  ella  visados,  segundo  a  transcripção  que  passamos  a  fazer: 

«a)  estudar  directamente  o  nosso  Estado,  em  tudo  que  interessar  á  producção 


A    LAVOURA  r,87 


rural  o  dilfundir  os  conhecimentos  desta  arto  adquiridos  para  ensino,  aviso  e  pro- 
tecção dos  produtores ; 

b)  estudar  o  nosso  clima,  de  que  não  temos  sinão  uma  noção  empírica  e  total- 
mente estéril; 

c)  conhecer  os  phenomenos  meteorológicos  e  a  sua  previsão,  para  podermos 
aproveitar  tolo  o  elTeito  de  seus  benericios  e  precavermo-nos  contra  seus  damnos  ; 

d)  observar  e  experimentar  o  nosso  solo,  as  nossas  plantas  eos  nossos  animaes, 
em  seus  predicados  e  suas  exigências,  em  seu  valor  e  seus  defeitos,  no  modo  de 
corrigir,  melhorar  e  multiplicar,  na  maneirado  os  defender  dos  agsntes  perni- 
ciosos, nos  melhores  methoJos  de  produzir,  colher,  preparar,  expedir  e  commerciar 
os  seus  produetos ; 

e)  fazer  a  estatística  do  nossa  producção  e  de  seus  factores,  do  nosso  commercio 
e  dos  meio-i  de  os  ampliar,  libertando-os  de  peias,  que  a  natureza  e  os  vícios  da 
nossa  organização  oppõom  ao  seu  desenvolvimento  ; 

0  fazer  a  mais  larga  vulgarisação  desse  conhecimento,  para  que  possamos 
utilizar,  dirigir  e  multiplicar  os  recursos  naturaes  do  nosso  Estado  com  a  supre- 
macia da  sciencia  hodierna ; 

g)  dar  o  preparo  Buperior  aos  especialistas  nacionaes,  que  prosigam  e  com- 
pletem essa  grande  obra  ; 

h)  cstabolecer  o  ensino  profissional  para  o  agricultor  e  o  criador,  o  regente  e  os 
operários  agrícolas ; 

t)  abrir  mercados  para  defesa  dos  nossos  produetos  na  concurrencia  mundial 
pela  vigilância  dedicada  e  pela  propaganda  pertinaz  e  esclarecida  ; 

j)  organisar  exposição  de  maohinas  agrícolas  e  dos  produetos  das  industrias 
agro-pecuarias  ; 

h)  publicar  e  distribuir  gratuitamente  «  A  Lavoura  Paraense  »,  monographias, 
boletins  e  instrucções  praticas ; 

l)  organisar  comícios  e  congresso  agrícolas  ; 

m)  promover  a  creação  de  syndicatos,  cooeporativas,  sociedades  mutualistas  de 
providencia  e  de  credito  rural  ; 

n)  preparar  e  custeiar  estações  agronómicas,  fazendas-modelo  e  postos  zoote- 
chnicos  ; 

o)  auxiliar  os  syndicatos  agrícolas,  enviando-lhes  boas  sementes  e  plantas 
seleccionadas  ; 

p)  distribuir  gratuitamente  s  'mentes  e  plantas  seleccionadas,  especialmente  do 
hevea  (seringueira),  cação,  milho,  feijão,  arroz,  algodão  e  outras  plantas  textis, 
forragens  nacionaes  e  exóticas  ; 

q)  manter  relações  com  os  municípios  no  sentido  destes  a  auxiliarem  nos  fins 
que  determinam  a  sua  creação  e  coordenação  dos  esforços  por  ella  empregados  afim 
de  impulsionar  a  lavoura  ; 

r)  ensinar  finalmente  por  meios  práticos  os  modernos  processos  de  cultura  in- 
tensiva e  agricultura  mecânica,  com  o  fim  da  realizar  o  progresso  económico  do 
Estado.» 

Centro  agronómico  —  Na  capital  do  Estado  de  S.  Paulo  foi  fundado 
o  Centro  Agronómico,  cujo  fim  principal  c  promover  o  desenvolvimento  da  agri- 
cultura nacional. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


A  sua  primeira  directoria  licou  assim  constituída: 

Presidente,  Dr .  Jorge  Tibiriçá  ;  Io  vice-presidente,  Dr.  Gustavo  d'Utra ;  2°  vice- 
presidente,  Dr.  Lourenço  Granato  ;  Io  secretario,  Dr.  J.  Renato  Zamit.li  ;  2o  secre- 
tario, Carlos  de  Magalhães  Duarte  ;  3o  secretario,  Theodureto  Leite  do  Camargo  ; 
Io  thesoureiro,  Adalberto  de  Queiroz  Telles  ;  2o  thesoureiro,  José  Custodio  Cotrim; 
tiscaes,  José  de  Gouveia  Giudice,  Ernesto  de  Souza  Campos  e  Mário  Brandão  Mal- 
donado ;  con>elheiros,  João  Tibiriçá,  Afrodisio  S.  Coelho,  Robarto  Hottinger,  Al- 
berto Martin?  do  Siqueira,  Luiz  Misson  e  N.  Athanassof. 

Seccadouro  Moreira  —  Na  fundição  do  Braz,  em  S.  Paulo,  foram, 
com  o  melhor  êxito,  feitas  experiências  deste  novo  apparelho  para  seccar  café,  ce 
reaes,  fructos,  missas,  assucar,  etc.  Este  seccadouro  é  uma  machina  simples  e 
pratica,  composta  de  uma  caixa  cylindrica  do  madeira  ou  tijolos  que  reveste  onze 
taboleiros,  também  ey)indricos,  onde  é  collocado  o  café  ou  cereal;  rodas  mecânicas 
para  seu  revolvimento  com  meiode  entradae  sabida  ;  conductores  de  calor  de  canos 
de  ferro  fundido,  que  partem  de  uma  fornalha,  circulando  dentro  da  caixa  e  ter- 
minando om  forma  de  chaminé  ;  e,  finalmente,  dons  extractores  do  humidade  por 
moio  de  evaporação  que  saem  do  soccador,  também  em  forma  do  chaminé. 

Na  experiência  a  que  alludimos  foram  collocados  no  apparelho  55  alqueires 
de  café,  que  vinto  e  quatro  horas  depois  foram  retirados  compbtamente  seccos, 
promptos  para  o  beneficio.  O  «  Seccador  Moreira  »,  além  da  economia  de  tempo, 
offerece  ainda  vantagens  como  a  de  conservar  a  côrdo  café  despolpado,  não  perder 
este  o  seu  peso,  como  se  dá  com  o  seccado  nos  terreiros.  A  despeza  de  com- 
bustível é  pequena,  bastando  meio  metro  cubico  de  lenha  para  seccar  55  alqueires 
do  café. 

Fazendas-modelo  em  Minas  Geraes  —  Ha  actualmente  no 
Estado  do  Minas  as  seguintes:  «Gamelleira»,  no  município  da  capital ;  «Fabrica», 
no  do  Serro;  «Retiro  do  Recreio»,  no  de  Santa  Barbara  ;  «  Diniz»,  no  de  Itape- 
cerica;  «  Bairro  Alto  »,  no  de  Campanha.  Além  destas  fazendas  ha  os  campos 
de  demonstração  seguintes:  «Ayuruoca»,  no  município  do  mosmo  nomo; 
«Nova  Baden  »,  «  Francisco  Sal  les»  e  «  Itambacury  »,  annexas  ás  respectivas 
colónias. 

—  O  relatório  preliminar  do  Ceusus  Buraau  sobre  o  consumo  do  algodão  nos 
Estados  Unidos,  no  poriodo  que  terminou  a  31  do  agosto  de  1908,  indica  que  as  fa- 
bricas do  sul  consumiram  2.250.613  balas  contra  2.410.993  em  1906-1907,  ou  uma 
diminuição  de  154.380  balas;  ao  passo  que  os  estabelecimentos  do  norte  registraram 
uma  reducção  de  255. 118  balas  ou  9,  9%  . 

Algumas  cifras  darão  uma  idéa  dos  progressos  realizados  pela  industria  algo- 
doeira nos  Estados  Unidos  duranto  os  trinta  últimos  annos.  Relativamente  ás 
fabricas  do  sul,  o  consumo  por  semana,  que  era,  em  1877-1878,  inferior  a  3.000 
balas,  elevou-se  em  1907-1908  a  perto  de  50.000  balas.  Relativamente  às  fabricas 
do  norte,  o  consumo,  posto  que  tão  forte  actualmente  como  o  das  fabricas  do  sul, 
progrediu,  mas  lentamente,  passando  de  28.500  balas,  em  1S77-1878,  a  50.000 
balas  em  1906-1907. 

A  cifra  para  1907-1908  é  pouco  inferior  a  41 .000  balas. 


A    LAVOURA  589 

—  Em  uma  interessante  brochura,  recentemente  publicada,  tr.it  indo  da  ex- 
pansão do  cmiimercio  francez,  esoreveu  o  Sr.  Perieresta  pagina  suggestiva: 

€  Nos  tempos  que  correra,  uma  campanha  commeroial  devo  ser  organizada 
como  uma  campanha  militar.  Antes  de  lançaras  mercadorias,  cumpre  primeiro 
que  tudo  explorar  e  reconhecer  bera  o  terreno.  A'  maneira  dos  oíHciaes  de  uni  ser- 
viço geographico,  os  cônsules  da  França  podem  e  devem  dar  o  plano  das  praças  a 
conquistar.  E'  tão  encarniçada  a  cDncurremia  etão  áspera  a  luta,  que,  para  fazer 
negócios,  é  mister  empregar,  por  assim  dizer,  meios  scientiflcos:  E'  preciso  dizer 
aos  nossos  eamponezos  a  razão  porquo  a  exportação  dos  nossos  productos  agrícolas 
é  muito  inferior  ã  cifra  que  deveria  attingir  ;  a  razão  por  que  tende  a  descroscer, 
ao  passo  que  progride  a  dos  nossos  coucurrentes  dinamarquezes,  belgas  e  hollan- 
dezes.  Deve-se-lhesossknalar  os  defeitos  da  sua  fabricação,  a  insufflciencia  da  qua- 
lidade, a  carestia  excessiva. 

A  cooperativa  agrícola  só,  e  tomaudo  por  modelo  os  agrupamentos  dinamar- 
quozes,  permitte  orgauizar,  por  despezas  communs  reduzidas,  não  só  a  producção 
industrial  intensiva,  como  a  venda  commeroial  remuneradora.» 

—  Segundo  uma  publicação  in.,'leza,  a  D'ornbusch's  Li*t,  eis  as  cifras  da  pro- 
ducção de  trigo  no  mundo,  em  1908,  comparadas  com  as  do  1907.  As  cifras  são  em 
milhares  de  quarters,  equivalente  cada  quarter  a  libras  290,78. 

Total  da  Europa 202.500  207.300 

America 128.500  118.950 

Ásia 35.600  42.200 

Africa 5.500  0.800 

Austrália 16.000  7.000 

Total  mundial 388  100        382.250 

—  Segundo  um  chimico  irancez,  a  banana  é  tão  nutritiva  quanto  a  carne  em 
peso  igual.  E'  mister,  porém,  comprehender  essa  equivalência.  Esta  só  existe  no 
ponto  de  vista  «  calorias  e  energia»,  porque  a  carne  dá  poucas  calorias  e  o  assucar 
eo  amido  dão  muitas.  Entretanto  a  banana  não  poderia  substituir  a  carne  na  ração 
alimentícia,  mormente  na  das  creanças,  que  se  achando  no  período  do  crescimento 
precisam  de  alimentos  azotidos  para  o  fabrico  dos  tecidos.  Seria  preferível  á  carno 
para  os  indivíduos  adultos,  que  recebem  por  outros  meios  bastante  azoto  e  que 
dispendom  forças  physicas.  Para  estes  tem  ella  o  valor  do  assucar:  é  um  alimento 
enérgico. 

—  O  ultimo  recenseamento  do  gado,  na  Suissa,  nos  dá  a  conhecer  que  asse  paiz 
conta  1 .408. 144  cabeças  de  gado  bovino,  ou  seja  500.000  mais  do  que  tinha  ha  qua- 
renta annos.  A  proporção  é  de  429  por  1.000  habitantes,  omquanto  que  na  França 
é  de  365,  na  Allemanha  de  323,  na  Itália  de  170.  A  producção  do  leite  é,  na  média, 
de  2.000  litros  por  vacca  e  por  anno,  representando,  ao  preço  de  13  cêntimos  o 
litro,  um  valor  do  338  francos  o  para  toda  a  Suissa  um  rendimento  annual  de  mais 
do  208  milhões  de  francos. 

O  numero  das  cabras  ê  ali i  de  302.117.  São  necessárias  quatro  cabras  para 
darem  a  mesma  quantidade  de  leito  de  uma  vacca.  O  seu  rendimento  annual  é 
10.608.300  francos. 

1410  7 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


—  Os  mais  perigosos  ia imigos  do  homem  são  os  insectos.  Basta  lançar  um 
olhar  sobre  a  estatística  dos  desastres  que  causam  â  agricultura,  para  sa  ter  uma 
idéa  do  poder  desses  infinitamente  paquenos.  Os  estragos  que  annual monte  os  in- 
sectos causam  nas  colheitas  e  na  criação  do  gado,  diz  o  Sr.  Van  Norman,  repre- 
sentam para  os  habitantes  dos  Estados  Unidos  uma  sornmi  superior  ao  total  das 
despesas  publicas. 

O  Sr.  Marlat  calcula  em  3.500.000.000  o  prejuízo  que  os  insectos  dão  aos  agri- 
cultores nos  Estados  Uuidos  o  esta  cifra,  sagundo  os  cálculos  do  Sr.  Vau  Norman, 
é  inferior  á  realidade.  Nas  estatísticas  offlciaes,  os  estragos  que  esses  inimigos,  em 
geral  invisíveis,  causam  ás  mattas,  elevam-se  a  500.000.000  por  anno  e  as  perdas 
dos  criadores  de  gado,  ocasionadas  pelas  moléstias  produzidas  pelos  insectos,  são 
cílculadas  era  875.000.000.  Si  se  reunir  a  estas  cifras,  por  assim  dizer,  perma- 
nentes, os  daranos  variáveis  que  soffrem  os  cereaes,  o  algodão  e  as  arvores  fructi- 
feras,  exaggerado  não  pareço  um  totol  de  3.500.001.000  a  4.000.000.000. 

Não  percamos  de  vista,  conclue  o  jornal  de  onde  extractamos  estes  dados,  que, 
na  época  em  que  a  agricultura  ainda  não  conhecia  os  meios  do  lutar  contra  os  dois 
insectos  um  quo  ataca  a  raiz  e  o  outro  a  haste  do  trigo,  os  lavradores  americanos 
soffriam,  só  neste  caso,  um  prejuízo  que,  segundo  os  annos,  variava  de  500.000.000 
a  1.000.000.000. 

Foi-micitla,  Schomaker  —  Chamamos  a  attenção  dos  nossos  lei- 
tores para  oannuncio  que  os  Srs.  Schomaker  &  Comp.  vêem  fazendo  no  nosso  bo- 
letim, sobre  o  formicida  Schomaker,  e  mais  ainda,  para  as  experiências  realisadas 
em  S.  Paulo,  com  o  mesmo  producto,  condensadas  num  artigo  sob  o  titulo— A  ex- 
lincção  das  fur migas  saitoas,  que  publicamos  na  nossi  sojção  de  collaboração. 


-&S#&jjf€€€€- 


'ARTE  C0MMERCIAL 


Dezembro  de  1908 


Venderam-se  174.000  saccas  contra  100.000. 

Entraram  835.004  saccas  contra  249.833. 

Os  embarques  foram:    291 .737  saccas  contra  243.039. 

A  existência  em  15  dedszembro  era:  251.309  saccas  contra  233.779. 

A  existência  em  31  de  dezembro  era:  172.046  saccas.    contra  254.30;». 


Os  extremos  das  cotações  foram  : 

1*  quinzena 

Por  arroba  Por  10  kilos 

Typo  D.  6  5*600  a  5$800  3$813  a  3-949 

»   »  7 5$300  »  5.f500  3$608  »  3$744 

»   »  8 5$000  ■»   5$200  f$404  »  .'$540 

»   »  9  : 4$700  »  4*900  3$200  »  3$336 

2"  quinzena 

Por  arroba  Por  10  Mios 

Typo  d.  6 5$r00  a  5$000  3|813  a  4$017 

>  »  7 5*300  >  5*600  3$008  »  3$813 

»  >  8 5$000  >  5$300  3$404  >  3*608 

»  »  9 4$700  »  5$000  2|200  »  3*404 

Em  Nova  York,  o  typo  7,  disponível  do  Rio,  foi  cotado  na  Ia  quinzena  a  6  u  c. 
por  libra  e  o  de  Santos  a  7  5/ie  c- 

Na  2a  quinzena,  subiu  7*  cens.  por  jii,ra  nesta  quinzena  tendo-se  cotado  a 
6  l/8  c.  até  o  dia  22,  a  6  17/32  c.  em  23  e  24,  a  5/„  c.  em  28  o  29,  e  a  6  3/4  c.  em  30 
o  31 .  O  de  Santos  cotou-sc  a  6  ~/s  c.  até  o  dia  22  a  de  7  '/»  c.  em  23  e  24  e  a  7  '  s  c. 
nos  quatro  últimos  dias. 

Na  Bolsa  registrarara-se  apeDas  três  cotações  na  Ia  quinzena:  5  c.  em  7,  8  e  9; 
5.05  c.  em  4  e  5,  o  5.10  c.  em  todos  os  outros  dias. 

Ha  2l  quinzena  as  cotações  da  Bolsa  também  estiveram  em  alta,  vigorando  a 
de  5.05  c.  em  16  e  17;  5.15  c.  om  18  e  10}  5.30  c.  em  22  o  23  ;  5.35  c.  em  21  e 
24;  5,40  c.  em  2^  ;  5.50  c.  em  29  ;  5.55  c.  em  30  e  5.60  c.  om  31. 


1-  quinzena 

Saccas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazii 43.768 

Cabotagem 16.092 

Barra  dentro  71.519 

Total 130.379 

2'  quinzena 

Saccas 

Estrada  de  Ferro  Central  do  Brazil 38.984 

Cabotagem 11.002 

Barra  Dentro 54. '.39 

Total 104.625 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Géneros  importados 


Qualidade  Quantidade  Preços 

Carne  secca.   .  .   .   ,  .        14.947  fardos.   .   .  — 

1"  quinzena 

Rio  Grande  (systeiaa  antigo) Não  ha 

Dita  (systema  platino)  nova $680  a    $740 

Rio  Grande,  Fronteira,  patos  e  manta.  ....  $700  >    $780 

Rio  da  Prata,  mantas  só $820»    $900 

2a  quinzena 
Os  preços  regularam  como  se  segue : 

Rio  Grande,  systema  platino s760  a    .^840 

Dita,  idem  nova $700  »    $800 

Rio  Grande,  Fronteira,  patos  e  mintas  ....  $760  »    $860 

Rio  da  Prata,  mantas  só $860  »    $900 

Farinha  de  trigo  ....       8.757  barricas.  .  — 

ía  quinzena 

Americana  (barrica) Não  lia 

>  (sacca) »      » 

Rio  da  Prata: 

Por  2  saca 

Primeira  qualidade 26$000 

Segunda         >         25$000 

Terceira         »         24$000 

Moinho  Inglez: 

Nacional 24$500 

Brazileira 23$700 

Buda-Nacional 25$700 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo , 24$500 

O.   0 23$500 

2*  quinzena 

Americana  (barrica) Não  ha 

>  (sacca) »     » 

Rio  da  Prata: 

l*or  2  sacca 

Primeira  qualidade 25$500 

Segunda         >  24$500 

Terceira         »  23$500 


A    LAVOURA 

Moinho  Inglez: 

Nacional 24$500 

Brazileira 23$700 

Buda-Nacional 25$700 

Moinho  Fluminense: 

S.  Leopoldo 24$500 

O.   O 


/»  quinzena 
Manteiga  —  1.540  caixas: 

Demagny,  Isigny  (latos  sortidas) 2$520  a  2$550 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$200  »  2$220 

Lepelletier 2$420  »  2$450 

Modesto  Gallone  (sortidas) Não  ha 

Esbousen Não  ha 

L.  Briim Não  ha 

Buske  Júnior 2$350  >  2$360 

Marclet Não  ha 

Outras  marcas 2$200  a  2$250 

A  nacional  vendeu-se:    a  de  Minas,  de  3$  a   3$400  e  a   do   Sul,  de   1$600 
a  2$200. 

2a  quinzena 

Demagny,  Isigny  (latas  sortidas) 2$520  a  2$540 

Brétel  Frères  (latas  sortidas) 2$200  »  2$240 

Lepelletier 2$440  *  2$460 

Modesto  Gallone  (sortidas) ,   .  1$850  »  1$950 

Esbousen Não  ha 

L.  Brum 2$550  a  2-$560 

Buske  Júnior 2$350  »  2$360 

Marclet Não  ha 

Outras  marcas 1$800  a  2$000 

A    nacional   vendeu-se:    a  de   Minas,   de    3$  a  3$400  e  a  do  Sul,  de  2$200 
a  2$<30O. 


Géneros  nacionaes 

Aguardente 

Na  primeira  quinzena  a  despeito  da  pequenez  das  entradas,  o  mercado  conti- 
nuou em  baixii,  não  sendo  firmes  os  preces  que  damos  abaixo. 

Foram  pequenos  os  supprimentos  recebidos  durante  a  quinzana  que  começou 
no  dia  15,  as  quaes  constaram  de  245  pipas  que  accumulando-se  algumas  entregas 
e  novas  compras  o  mercado  toroou-se  firme  e  fechou  em  perspectiva  de  alta. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AORICULTURA 


ía  quinzena 

Paraty 125$000  a  130$000 

Angra  115$O0O  >  120$000 

Campos 110&000  »  115$000 

Maceió 110$000  »  115$000 

Bahia I10$000  >  115$000 

Pernambuco UOJOOO  »  115J000 

Aracaju 110$000  »  115$000 

Sul 110.^000  »  115$000 

2'  quinzena 

Paraty 140$000  a  150$000 

Angra 110$000  »  120$000 

Campos 1C5Í000  »  1 15$000 

Maceió 105$000  »   US$000 

Bahia 105$000  »  115?000 

Pernambuco 105$000  »  1 15$000 

Aracaju 105&000  »  1!5:000 

Sul 105$0C0  »   1 15^000 

Álcool 

O  mercado  esteve  frouxo  e  com  baixa  nos  preços  na  1*  quinzena  do  mez,  na 
2a  quinzena  houve  procura  com  negócios  regulares  realizados  e  o  mercado  conser- 
vou-se  firme,  sendo  bem  pronunciada  a  tendência  para  a  alta. 

4a  quinzena 

Preços 

40  gráos  150$000  a  160$000 

38      >       140$000  »  150$000 

36      >       130$000  >  140$000 

2'  quinzena 

40  gráos  14õ$000  a  150^000 

38   »   135$000  »  140|000 

3(3   »   125$000  »  130$000 

Algodão  em  rama, 

Foram  muito  restrictos  os  negócios  realizados  na  Ia  quinzena  do  mez  tendo  os 
preços  soffrido  ligeira  baixa,  continuando  nló  o  fira  do  msz  a  faltade  offerta  por 
parte  dos  mercados  pi oductores  onde  as  entradas  teera  escasseado,  não  sendo  pos- 
sível comprar  ao  máximo  das  cotações  infra. 

Primeira  quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia  30  do  novombro 16.525 


A     LAVOURA 

Entradas   : 

Natal 4.800 

Pernambuco 2.370 

Parahyba 1.989 

Ceará 515 

Mossoró ,    .   .   .  500 

Maceió 100    10.274 

26.799 
Sahidas  dos  trapiches 8.867 

Existência  no  dia  15  do  dezembro 17  932 

Preços : 

Pernambuco 8$400  a    8$700 

Rio  Grande  do  Sul 8$400  >    8$600 

Parahyba 8$2!0  »    8$500 

Ceará Nominal 

Sergipe Nominal 

Segunda   quinzena 

Fardos 

Existência  no  dia   16 17.932 

Entradas  : 

Pernambuco 1.847 

Parahyba 1.110 

Natal 1.634 

Ceará 200 

Sergipe 200      4.991 

22.923 
Sahidas  dos  trapiches 10.493 

Existência  no  dia  31 12.430 

Preços : 

Pernambuco 8$400  a    8$700 

Rio  Grando  do  Norte 8$200  »    8$600 

Parahyba 8$?00  »    8$600 

Sergipe 8$000  »    8*400 

Ceará Nominal 


Assucar 


As  sahidas  até  o  dia  15,  contra  aespectativa  geral,  foram  pequenas  e  areducção 
de  negócios  par.i  u  interior  motivou  o  enfraquecimento  dos  preços.  O  mercado 
fechou  com  os  interessados  ora  uma  posição  quasi  que  de  espectativa  devido  á  in- 
certeza do  futuro.  Na  2a  quinzeoa  do  mez  findo,  os  compradores  mostraram-se 
activos,  realizando,  muitos  nogocios  o  que  melhorou  as  cotações  ficando  o  mercado 
muito  firme  e  cora  tendência  a  subida  de  preços. 


SOCIEDADE     NACIONAL     DE     AGRICULTURA 


Ia    quinzena 
Pernambuco  i 

Bronco  usina Não  ha 

Branco  crystal $3K0  a  $390 

Dito  3a  sorte $4I0  »  $420 

Crystal  araarello $300  »  $340 

Mascavinho $300  »  $360 

Somenos Não  ha 

Mascavo   bom $250  a  $360 

Dito  regular _  $049 

Dito  baixo _  $220 

Sergipe  : 

Branco  crystal $370  a  $380 

Crystal  amarello $320  »  $330 

Mascavinho $300  »  $340 

Mascavo  bom $250  »  $360 

Dito  regular —  $240 

Dito  baixo $200  »  $220 

Campos  : 

Branco  crystal $330  »  $390 

Dito  3°  jacto $330  »  $340 

Crystal  amarrllo $320  »  $330 

Mascavinho $280  »  $340 

Mtceiô- 

Branco  crystal $370  >  $380 

Crystal  amarello $320  »  $330 

Mascavinho $300  »  $340 

Mosca vo  bom $250  »  $260 

Dito  regular " Não    ba 

Bahia  : 

Branco  crystal —  $410 

Segunda  quinzena 
Pernambuco  : 

Branco  usina Não  ha 

Dito  crystal $38)  a  $403 

Dito  3»  sorte $400  »  $410 

Crystal  amarello $310  •>>  $340 

Mascavinho $290  »  $340 

Somenos $290  >  $300 

Mascavo  bom §ã"0  »  $280 

Dito  regular $250  »  $260 

Dito  baixo —  $240 


A    LAVOURA 


Sergipe  : 

Branco  crystal $380  a  $400 

Crystal  amarello $310  »  $340 

Mascavinho $290  »  $340 

Mascavo  bom $560  »  $270 

Dito  regular —  $250 

Dito  baixo $230  >  $240 

Campo»  : 

Branco  crystal $390  »  $400 

Dito  2»  jacto $340  »  $350 

Crystal  amarello $340  »  $360 

Mascavinho $310  >  $320 

Maceió  : 

Branco  crystal $380  »  $400 


í»  quinzena 

Sacco 

Arroz  nacional 24$000  a  25$000 

Dito,  inferior 18$000  »  21$000 

Dito,  agulha,  1»  qualidade 38$0J0  »  39$000 

Dito,  2'    qualidade 34$000  >  35$000 

Dito.  3a   qualidade —  2C$000 

Feijão  preto  de  Porto  Alegre,    novo  ....  10$000  »  12$000 

Dito  idem  da  terra 12$000  »  13$000 

Dito  idem  de  Santa  Catharina,  superior  .   .  10$000  >  12$000 

Dito  do  Paraná Nominal 

Dito  mulatinho 8$500  a  11$000 

Dito  manteiga 27$000  »  29$000 

Dito  enxofre,  nacional 15$000  >  17$000 

Dito  de  cores,  nacional 1 1  $000  »  14>;000 

Farinha  de  mandioca,  especial 9$500  »  10$0C0 

Idem,  fina 8$ii00  >    9$200 

Idem,  peneirada 8$000  »    8$400 

Idem,  grossa 6$200  »    6$500 

Idem,  do  Norte  (grossa) —  — 

Idm,  de  Laguna  (grossa) 6J000  »    6$200 

Milho  amarello  do  Norte 9$500  »    9$600 

Idem  idem  da  terra 9$í00  >    8$0t0 

Idem  idem    misturado 8(500  »    9$000 

Cangica 15$000  »  16{000 

Favas 7$500  >    8$500 


líii 


SeCIEDAllK     NACIONAL     DK     AGRICULTURA 


Kilogramma 

Alpista $380  a  $400 

Fubá  de  milho $140  »  $200 

Matte  em  folha $400  >  $500 

Tapioca $300  >  $360 

Polvilho $170  »  $2D0 

Carne  de  porco $580  >  $620 

Lioguas  do  Rio  Grande  (uma) 1$000  »  1$200 

Fumo  eiu  rolo 

Trecos 

Do  Minas,  especial 1$200 

Dito  superior 1$I00 

Dito   2» 1$000 

Dito  ordinário $800 

Goyano,  superior 2$000 

Baixo Nom. 

Rio  Novo,  superior 1$600 

Dito  â* 1$000 

Dito  baixo $800 

Pomba,  superior 1$200 

Dito  2» 1$000 

Dito   baixo $900 

Carangola 1$100 

Picú,  espeeial 2$200 

Dito  1» 1$600 

Dito  2» 1$200 

Bahia 1$100 

Pernambuco .  Não  ha 


Entraram  310.620  kilos  por  cabotagem    do  nacional,   que   se   cotou   de  2$  a 
2$200  por  40  litros. 


Mercado  monetário 


Existência  de  ouro  na  Caixa  de  Conversão  : 

EM  15  DE  DEZEMBRO 

Libras  esterlinas 5.162.790 

Francos 10.389.420 

Marcos 4.080 

Dollars 130.605 


LAVOURA 


Liras 1.460 

Pesos  argentinos 2.720 

Pesetas  hespanholas 75 

Ouro    nacional 153:270$000 

A  importância  das  notas  conversíveis  em  circulação  era  de  89.940:470$000. 
O  preço  dos  soberanos,  fora  da  Bolsa,  foi  de  16$025  a  16$050. 

CAMBIO 

As  taxas  offlciaes  continuaram  a  manter-so  inalteralas,  a  15  1/8  d.  sobre 
Londres  nos  bancos  estrangeiros  e  15  3/16  d.  no  Banco  do  Brasil.  As  transacções 
bancarias  flzeram-se  a  esses  extremos  e  as  do  outro  papel  de  15  13/ lo  a  15  7/32  d. 
não  e  registrando  movimento  digno  de  nota. 

Os  extremos  das  cotaçôos  offlciaes  foram  : 

Londres,  90  d/v 15  1/8  e  15  3/16  d. 

Paris,  90  d/v $630  a        $632 

Hamburgo,  90  d/ v $776  >       $779 

Portugal,  3  d/v 300  »  305  % 

Itália,    3  d/v $637  »        $638 

Nova  York,  á  vista 3$288  »      3$295 

Vales,  ouro —           1$793 

O  valor  offlcial  de  mil  réis  foi  de  560  a  563  réis,  ouro,  e  o  da  libra  de  15$803  a 

168. 

Ágio  de  ouro  77,77  a  78,  51  % . 

BIBLIOGRAPHIA 


Temos  recebido  mais  as  seguintes  publicações  com  as  quaes  de  bom  grado 
entrotoremos  permuta  : 

Vlialia  Moderna,  de  Roma.— Anno  VI,  vol.  II,  fases.  5  e  6. 

Bulletin  Trimestriel  de  la  Société  Arnicale  des  Ingdnieurs  de  VBTcole  Supèrieure 
d'Eleclricitè,  de  Paris.— N.  15,  novembro  de  1908. 

Bblelin  Mensual  de  la  Comisión  de  Defensa  Agrícola.  Publicação  do  Ministério 
da  Agricultura  da  Republica  Argentina.— N.  14,  setembro  de  1908. 

The  Agricultural  Ledger,  de  Calcutá.— N.  7  de  1907  e  1  de   1908. 

Agricultura  Transmontana,  qiin  se  publica  era  Mirandella  (Portugal). —  1» 
anno,  n.  10. 

Boletim  Periódico,  da  «Companhia  dos  Fazendeiros  doS.  Paulo». — Anno  I,  n.  1. 

Boletim  das  Observações  Meteorológicas  da  Superintendência  de  Navegação  do  Mi" 
nisterio  da  Marinha.— Anno  XII,  ns.  6  e  7. 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Boletim  da  Intendência  Municipal  do  Rio  de  Janeiro.  Anno  XLVI,  julho  a  se- 
tembro de  1908. 

PUBLICAÇÕES  DIVERSAS 

Accusamos  com  os  nossos  agradecimentos  o  recebimento  das  seguintes : 

O  Ensino  Agrícola  nos  Estados  Unidos  e  em  alguns  dos  prineipaes  paizes  da  Eu- 
ropa, por  Gustavo  R.  P.  d'Utra.  S.  Paulo,  1908. 

La  Industria  de  la  Lecheria  en  la  Republica  Argentina,  pelo  Dr.  Enrique  Fynn. 
Buenos  Aires,  1908. 

Pela  Sociedade  Nacional  do  Agricultura  de  S.  José  da  Costa  Rica  foram-nos 
remettidos  os  seguintes  trabalhos  em  espanhol  : 

Informe  presentado  por  el  Consejo  Administrativo  de  la  Sociedad  Nacional  de 
Agricultura  a  la  Asamblea  de  1908.  S.  José,  1908. 

La  Anguilostomiase  y  la  Agricultura,  pelo  Dr.  Mauro  Fernandez.  S.  José,  1907. 

El  Cansando,  pelo  Dr.  Mauro  Fernandez.  S.  José,  1907. 

Industria  Pecuária.  Provecto  de  Código  Rural.  Secretaria  de  Gobernacion, 
S.  José  da  Costa  Rica,  1907. 

La  Fumagina  nel  Cafeto,  por  Adolfo  Tonduz.  S.  José  (Costa   Rica),  1897. 

El  Bmano.  Conferencia  feita  pelo  general  Rafael  Uribe  Uribe  na  Sociedailo  dos 
Agricultores  da  Colômbia.  S.  Jo3ó,  1908. 

Adubação  dos  Cacaoeiros,  por  A.  Couturier.  Publicação  do  Centro  de  Experi- 
ências Agrícolas  do  Kalisyndik.it  que  tem  o  sou  eseriptorio  no  Rio  de  Janeiro  á 
Avenida  Central  n .   117. 

Homenagem  aos  fundadores  da  Casa  Araújo  Maia  &  Comp. 

Estatística  Agrícola  e  Zoolechnica  no  anno  agrícola  de  1904-1905  das  seguintes 
localidades  de  S.  Paulo:  Rib3irão  Branco,  Conceição  dos  Guarulhos,  Xirirk-a  e 
Campo  Largo  de  Sorocaba. 

Relatório  apresentado  ao  Presidente  do  Estado  do  Rio  Grande  do  Sul  pelo  major 
Euelydes  B.  de  Moura,  commissario  offlcíal  de  Propaganda  do  mesmo  Estado. 
Porto  Alegre,  1908. 

O  Municipio  do  Passo  Fundo  na  Exposição  Nacional  de  1908,  por  Francisco  An- 
tónio Xavier  e  Oliveirai  Porto  Alegre,  1908. 

Relatório  apresentado  ao  Conselho  do  Município  de  Victoria  (E.  de  Pernam- 
buco) pelo  capitão  António  de  Mello  Vercosa,  em  15  de  novembro  de  190^. 

Corporação  Operaria  de  Camaragibe.  11"  Rotatório  apresentado  á  A.ssembléa 
Geral  de  18  de  outubro  de  1908. 

CATALOOOS 

D.  Landreth  Seed  Compang (Bristol,  Pensylvania).  125°  catalogo  annual  (1909). 

Blain  I<ils  Ainê,  de  Saint  Remy  de  Provenco  (França).  Catalogo  de  sementes 
para  1909. 

Vilmorin  Andrieux  &  Comp.  4,  Quai  de  la  Megisserie,  Paris.  Catalogue  de  Plantes 
de  Serre  et,  d'Orangerios  d'Arbres,  d  Arbustes  et  de  Plantes  Utiles  des  Pays  Cbauds. 
1909. 

Campos  Eliseos  de  Lenda  (Ilespanha).  Preços  correntes  para  o  anno  hortícola 
de  1908-1909.  Secção  de  arvores  fruetiferas  e  ornamentaes. 


A    LAVOURA  001 

Chimie  Agricole—  Para  esta  obra  que  acabamos  de  receber  da  Casa  J.  B.  Bail- 
lière  et  Fils  chamamos  a  attenyão  dos  leitores  d' A  Lavoura.  O  prospecto,  que  abaixo 
publicamos,  dá  uma  justa  idéa  do  valioso  subsidio  que  ella  pôde  prestar  aos  se- 
nhores agricultores. 

Clxiuiie  A.g-ricoJe,  par  G.  André,  professeur  à TInstitut  agronomique. 
1  vol.  in-18  do  560 pages  (Encyclopédie  agricole).  Broche:  5  fr.  Cartona ê:  6  fr.  (Librairie 
J.  D.  Baillière  et  fils,  19,  rue  Hautofeuille,  à  Paris). 

Do  toutes  les  parties  de  la  science  chimique,  il  n'on  ost  pas  unoqui  presente  do 
plus  grand  intérèt  que  la  chimie  agricole.  Cette  ôfcude  toucho  noa  seulement  aux 
questions  les  plus  essentielles  de  la  nutrition  et  do  la  production  animales,  mais 
elle  iotóresso  encoro  d'uue  façon  particulière  un  noinlire  considérablo  dladustries: 
notanimeat  cellos  du  sucre,  do  l'amidon,  do  l'alcool,  dos  matiêres  grasses.  La 
chimie  de  la  planto  est  inséparablo  do  Ia  chimio  du  sol  et  de  cello  de  Tatmosplióro. 
Lorsqu'ils'agit  soit  d'améÍiorer  le  roadomentdo  tolle  plante,  soit  d'installer  sur  une 
piéce  do  terre  tolle  culturo,  nous  nous  elforçons  de  modifier  Ia  nature  des  óléments 
que  le  vegetal  rencontre  dans  le  sol,  ou  de  mottre  à  sa  disposition  certains  de  ces 
éléments  indispensables  que  le  sol  ne  contient  pas  ou  qu'il  ne  renferme  qu'en  trop 
faibles  quantités.  Mais  cela  exige  la  counais.sance  approfondie  du  sol  au  point  de  vue 
de  ses  qualités  physiques  et  chimiques  et.eommo  conséquence,ladissémination  aussi 
exacte  que  possible  de  la  forme  des  óléments  sur  los quels  nous  pouvons  compter. 

La  chimie  agricole  comprond  donc  deux  études  parallèles:  celle  do  la  plante  et 
cello  du  rèservoir,  auquel  elle  soustrait  les  substances  qui  doivent  composor  ses 
tissus.  Dans  le  présent  volume, il  n'est  question  que  de  la  plante;  un  second  vo- 
lume comprendra  1'étude  du  sol  et  de  Tatmosplièro.  Après  avoir  defini  la  naturo 
et  1'étendue  des  problèmesque  soulève  1'ótudo  chimique  des  végótaux,  ce  qui  lui 
permet  dexposer  les  idées  nouvelles  relativos  aux  phonomènes  osmotiques  et 
diastasiques,  M.  André  presente  un  exposé  analytiquo  des  grauds  phénomònes  de  Ia 
végétation,  en  commeuçant  par  1'assiinilation  chlorophyllienne.  Dans  le  chapitre 
suivant,  il  fait  1'histoire  des  matiêres  tornaires.  II  procede  ensuiteà  l'étude  de  la 
production  des  príncipes  azotes,  c'est-à-dire  quatornaires,  dont  la  synthèse  accom- 
pagne  toujours  celle  des  matiêres  torhairos,  puis  il  abordo  1'étude  de  la  germination, 
phénornène  du  plus  haut  intêrêt,  puisque,  des  conditions  de  sa  réussite  dépend  en 
grande  partie  1'avenir  do  la  plante.  La  respiralion  complete  cette  étude. 

Mais  la  plante  renferme  toujours,  en  outre,  des  matiêres  fixes  qu'elle  prend  au 
sol  par  ses  racines,  tandis  que  ses  organes  aériens  travaillent  à  la  synthèse  des 
matiêres  ternaires  et  quaternairos. 

M.  André  examine  la  nature  des  substances  salioes  que  renferme  la  plante, 
lour  signification  physiologique,  puis  la  rópartition  de  Peau  dans  les  différentes 
périodes  de  la  vogétation,  Ia  façon  dont  se  fait  la  montéo  de  ce  liquide  dans  la 
la  plante  et  son  dópartsoús  forme  gazouse,  c'est-à-dire  la  transpiration .  Enfin,  il 
fait  un  tableau  des  phénomènes  <l'accroissement  et  de  maturation,  et  étudie  par 
quel  mecanismo  se  font  Ia  croissance  du  vegetal  et  la  foraation  de  ses  graiues  ot 
de  ses  organes  de  reserve. 

Cot  ouvrage  rendra  sorvice  ã  tous  coux  qui  ne  se  contentent  pas  do  notions 
supertlcielles,  mais  cherchent  à  pénétrer  plus  avant  daus  la  connaissanco  des  pro- 
cessus  intimes  do  la  nutrition. 

3^^-^^^yj^^íiít 


ÍNDICE  GERAL  DO  ANNO  DE  1908 


P.-ig1!. 

BIBUOGRAPHIA,  5S.143,  231,  272,  315,  334,  «»,  434,  533    e 599 

COLLABORAÇÃO  : 

Azote  (O),  386  e 458 

Cabra  (A)— Oriental 338 

Carreira  (A)  agricola  —  H.  Racquet 19 

Cereaes  europeus  —  Jacyntho  de  Mattos 249 

Criação  (Da)  no  Brasil  —  Gustave  Métral 511 

Cultivai  as  amoreiras  —  A.  Barbiellini 285 

Cultura  (A)  da  banana  em  Santos  —  António  Augusto  Bastos 283 

»          (A)  do  coqueiro  —  Ernst  Mager 12 

»  do  fumo  em   1908  —  Escola  Agricola  de  Goyanna  —  D jniingos    Gio- 

vanette 559 

Cultura  dos  cereaes  —  Do  «Minas  Geraes  » 89 

Empresa  Vinícola  do  Brasil 340 

Esterilidade  das  vaccas  c  sua  cura  —  Dr.   Aehille  Rigodanzo 455 

Experiências  (As)  de  adubação  na  Fazenda  de  Santa  Mónica  —  E.  Major     .  202 

Extincção  (A)  da  formiga  saúva  —  d'«  O  Entomologista  Brasileiro»     .     .     .  574 

Factos  agrar.os  —  A.  C.  Ferreira  Paula 457 

Fixação  do  azoto  paios  microorganismos  do  solo  —  II.  Cerc?Iot 569 

Instituto  (Um)  de  ensino    agricola-pratico  em  Minas  Geraes  —  João  Dale     .  87 

Italianos  (Os-)  em  Nova  York  —  do  «Jornal  d"  Commercio» 92 

»          »      na  Republica  Argentina  —  Dr.    Vinceneo  Gro-si 95 

Nossas  (As)  fructas  — A.  C.  Ferreira  Paula 243 

Trigo  (O)  —  Do  «Minai  Geracs» 5f0 

Vida  (A)  Rural  —  G.   Rossi 208 

EDITORIAL: 

Agricultura  (A)  na  Exposição  Nacional  do  Rio  de  Janeiro 503 

Albino  Barbosa 239 

Arvores  do  sombra  —  Heitor  ile  Sá 319 

Barão  de  Capanema 444 

»        Geraldo  d)  Resen  Ic 237 

Congresso  de  Agricultura 4 

»           (2°)  Nacional  de  Agricultura 324 

Criação  de  carneiros  —  Souza  Reis '     .     .  541 

Defesa  (A)  da  Sociedad-  na   Camará .  544 


SOCIEDADE    NACIONAL     DE    AGRICULTURA 


Paga. 

Exposição  de  flores  —  Souza  Róis 42*5 

»            »    verduras,  fructas  e  pássaros 487 

»     animaes  em  Bello  Horizonte  — F.  T.  Souza  Reis 63 

»            Nacional— Jardins  ornamontal  e  de  plantas  industriaes— Dr.  Mon- 
teiro .la  Silva 365 

Exposição  1 'reparatória  do  Estado  de  S.  Paulo 277 

Feijão  (O)  preto— Heitor  de  Sá 230 

Germano  Vert ■ 242 

Homenagem  ao  Dr.  Wenoesláo  Bello 181 

llorlo  Fruclicola  da  Penha 190 

Influencia  (A)  da  Lua  —  Heitor  de  Sá 147 

Instituto  Internacional  de  Agricultura 281 

João  (Dr.)  Pinhiro «7 

Justa  Homenagem   ....     - 176 

Madeiras  e  vegetas  úteis  do  Brasil  —  M.  Tio  Corrêa     .     .     .     .8,333,  382e  449 

Movimento  agrícola  pelo  Estado  de  Minas 79 

Orchideas  (As)  —D.  J.  R.  Monteiro  da  Silva 275 

Pavilhão  (O)  da  Sociedade  na  Exposição  Nacional  de  1908 326 

Pecuária  (A)  na  Exposição  Nacional 330,  375  e  439 

»           »    »           »               >•        .— Gado  expOíto  i  elo  Sr.  Manoel  Bernardez.  509 

Socielade  (A)  Nacional  de  Agricultura  na  Exposição  Nacional  de  1908  .     .  3e  368 

»           Nacional  de  Agricultura —Resumo  histórico  —  Heitor  de  Sá.     .     .  147 

EXPEDIENTE  : 

7/or-to  da  Penha 580 

Aprendizado  agrícola  oh- nlar 252 

Museu : 

Madeiras  de  Cananéa. 349 

Secção  de  Plantas  e  Sementes: 

Boletim  cia  expedição  em  maio  de  1908 216 

Distribuição  nos  mezes  de  janeiro  e  fevereiro  de  1908 33 

»           de  setembro  de  1902  a  setembro  de  1908 403 

»           durante  o  1°  semestre  de  IDOS 290 

Movimento  da  secção 33,  216    e  290 

Secção   do  Álcool  : 

Director 215 

Movimento  da  propaganda  de  1903  (outubro)  até  1908  (inaio) 215 

Secção    Technica  : 

Búfalo  leiteiro   da  índia 399 

Correspondência  e  circular  do  Sr.  Miguel  F.  do  Monte  sobre  o  algodão.  346 

Descascador  Engelberg 349 

Director  .     .     .     .     , 213 

Estatística  geral 214 

Exposição  Agrícola  em  Friburgo 523 

Formigas    cuyabanas Í72 

Fumo  brasileiro  no  Japão 253 

Gravuras  (As)  das  capas.     . 32 

Grevy  Lebra  (A) 30 


ÍNDICE  b05 

Pag». 

Informações  . 29 

Luminosas  forrageiras 213 

Macliiuismos  para  mandioca 349 

Mandioca 523 

Propaganda  agrícola 31  e  47? 

Relatório  do  Dr.  C.    Lix-Klett 291 

Secretaria  : 

Café— Carta  do  Sr.  João  F.  da  Rosa 522 

Carta  honrosa 521 

Conferencia 390 

Cooperativa  agrícola  de  Juiz  de  Fora 580 

Correspondência.     ...     27,   105,  106,  210,  251,  288,  345, 396, 471,  580  e  079 

Experiência  de  S3  mentes 104 

Fornecimento  do  arame 290,  345,  397,  398  e  521 

»                »     formicida 397  e  398 

Gafanhotos 28 

Movimento  da  Secretaria  —  Correspondência  de  1°   de   outubro  de  1900 

até  30  de  setembro  de  1908 397 

1'arecer  elaborado  pelo  Ur.   João  Baplisla   de  Castro   a  uma  consulta    do 

Museu  Comniercial 106 

Sessões  de  directoria,  103  e 210 

Syndicato  Agrícola  Alegrense 27 

Visitas,  252  e 346 

Thesouraria  : 

Balanço  geral 211 

NOTICIÁRIO  : 

Abjbora   gigante 263 

Agricultura  (A)  em  Minas 218 

»             »    no  Para 580 

Arado  mineiro 2Õ9 

Assucar  (Oj  brasileiro  no  Japão 2til 

Banco  Central  Agrícola  (regula.nento) 291 

»      de  Custeio  Rural 520 

Batata  (Uma)  de  respeito 218 

Blyuiyer  (1'hej  Iron   Works 39 

Café  (O) ' 25(j 

»        »      do  Brasil  na  Exposição  de   A- li 527 

Centenário  do  Jardim  Batauico  do  Rio  de  Janeiro   , 297 

Centro  agronómico 587 

Colónia  Francisco   Salles 258 

Commercio  de  café 298 

Conferencia  nu  Museu  Coniniereial  do  Kio  de  Janeiro 217 

Congresso  dos  fazendeiros    paraenses 304 


Contra  a  secca 


uSO 


Cooperativas  agrícolas  em  Minas  (regulamento) 110 

Credito  agrícola  em  Minas °-° 

»             »        no    Paraná 259 

Cultura   da  cevada *7* 

»        (A)  do  arroz  a  do  trigo  no  Brasil 200 


1410 


SOCIEDADE    NACIONAL    DE     AGRICULTURA 


Pags. 

Cullura  do  trigo.— Projecto  H.    Baptista 351 

Ensino  agricola  e  commercial 52fi 

Estação  agronómica  de  Porto-Alegre 475 

Estado  de  Pernambuco.— Organização   do  servi.o  agronómico 407 

«Estado  (O)  Moderno  e  a  Agricultura» 863 

Estatística  da  producção  de  cereaes  no  mundo 352 

do  commercio  exterior  do  Brasil    (1905,   1906  e  1907) 41 

Exportação  de  fumo  pelo  Estado  do  Rio  Grande  do  Norte 123 

Exposição  agrícola 528 

Fazenda-modelo ,     .     ,     .     .  410  e  474 

Fazendas-modelo  em  Minas   Geraes 5S8 

Hopkins,  Causer  &  Hopkins • 40 

Importação   de  animaes 474  e.  527 

Instituto  Internacional    de  Agricultura 410  e  527 

Introducção  de  gado  nos    Estados  Unidos 582 

Manufactura  (A)  do  fumo  na  Bahia 123 

Marmelada  de   cavallo 40 

Movimento   cooperativo 474 

Novo   trigo 259 

Pecuária  (A)  em  Minas 259 

Posto  Zootechnico  em  Pernambuco 528 

Publicações  sobre  a  Sociedade 585 

Rebenefíciamento    do  café 410 

Saloxo s 355 

Seccadouro  Moreira 588 

Stock  de  café 298 

Syndicatog  agrícolas 409 

»                »          (lei   e  regulamento) ■     ■  34 

Torrador  de  café 586 

Valorisação  do  assacar 410 

PARTE  COMMERCIAL 43,  125,  220,  264,  305.  355,411,  475,  528  e  590 


Collaboradores  d'A  LAVOURA  no  anno  de  1908 


A.  Barbiellini.  -  A.  C.   Ferreira  Paula.  —  Dr.  Achille  Rigodanzo 

—  António    Augusto   Bastos.  —  Domingos    Giovanette.  —  Ernst  Mager. 

—  G.    Rossi.  —  Gustave   Métral.  —  H.    Cercelet.  —    H.  Racquet.  — 
Jacyntho  de  Mattos.  —  Joáo  Dale.  —  Oriental.  -  Dr.  Vincenzo  Grossi. 


1410  —  Rio  <le  Janeiro  —  Imprensa  Nacional  —  1909 


ESTATUTOS 


CAPITULO 
nos  sócios 


\i  i .  8."  A  sociedade  adraitte  as  seguintes  categorias  de  sócios  : 

Sócios  efectivos,  correspondentes,  honorários,  beneméritos  e  associados. 

§  i.°  Serão  sócios  efectivos  todas  as  pessoas  residentes  no  paiz  que  forem 
devidamente  propostas  e  contribuírem  com  a  jóia  de   15$  e  a  annuidade  de  2o$ooo. 

§  2.°  Serão  sócios  correspondentes  as  pessoas  ou  associações,  com  residência  ou 
sede  no  extrangeiro,  que  forem  escolhidas  pela  Directoria,  em  reconhecimento  dos  seus 
méritos  e  dos  serviços  que  possam  ou  queiram  prestar  á  sociedade. 

§  3.0  Serão  sócios  honorários  e  beneméritos  as  pessoas  que,  por  sua  dedica 
relevantes  serviços,  se  tenham  tornado  beneméritos  á  lavoura. 

:  |."  Serão  associadas  as  corporações  de  caracter  offieial  e  as  assoei  i;f>es  agrícolas, 
filiadas  ou  confederadas,  que  contribuírem  com  a  jóia  de  30$  e  a  annui  la 

§  5.0  Os  sócios  efectivos  e  os  associados  poderão  se  remir  nas  con  5  qu  1  im 
preceituadas  no  regulamento,  não  devendo,  porém,  a  contribuição  lixada  para  esse  fim 
ser  inferior  a  dez  (10)  annuidades. 

Art.  o."  Os  associados  deverão  declarar  o  seu  desejo  de  comparticipar  dos  tra- 
balhos da  sociedade.  Os  demais  sócios  deverão  ser  propostos  por  indicação  de  qualquer 
sócio  e  apresentação  de  dois  membros  da  Directoria  e  ser  acceitos  por  unanimi  'a  le. 

Ait.  10.  Os  sócios,  qualquer  que  seja  a  categoria,  poderão  assi-tir  a  to  as  as 
reuniões  sociaes,  discutindo  e  propondo  o  que  julgarem  conveniente;  terão  direito  a 
todas  as  publicações  da  sociedade  e  a  todos  os  serviços  que  a  mesma  estiver  habilita  la  a 
prestar,  independentemente  de  qualquer  contribuição  especial. 

§  1."  Os  associados,  por  seu  caracter  de  collectividade,  terão  preferencia  para  os 
referidos  serviços  e  receberão  das  publicações  da  sociedade  o  maior  numero  de  exem- 
plares de  que  esta  puder  dispor. 

§  2°  *  >  direito  de  votar  e  ser  votado  é  extensivo  a  todos  os  sócios;  é  limitado, 
porém,  para  os  associados  e  sócios  correspondentes,  os  quaes  não  poderão  receber  votos 
para  os  cargos  de  administração. 

;  ,V  '  's  sócios  perderão  somente  seus  direitos  em  virtude  de  expontânea  renuncia 
ou  quando  a  assembléa  geral  resolver  a  sua  exclusão  por  proposta  da  Directoria. 


REOITLAMENTO 


CAPITULO  VI 

DOS    SÓCIOS 

Art.  18.  A  sociedade  prestara  seus  serviços  de  preferencia  aos  sócios  e  associado 
quando  estiverem  quites  com  ella. 

Art.  10.  A  jóia  devera  ser  paga  dentro  dos  primeiros  três  mezes  após  a  sua 
accei  tacão. 

Art.  2<).   As  annuidades  poderão  ser  pagas  por  prestações  semestraes. 

Art.  21.  Os  sócios  e  os  associados  se  poderão  remir  mediante  o  pagamento  das 
quantias  de  2130$  e  500$,  respectivamente,  feito  de  uma  só  vez  e  independente  da  jóia, 
que  deverão  pagar  em  qualquer  caso. 

Art.  22.  Os  sócios  e  associados  não  poderão  votar,  nem  receber  o  diploma,  sem 
terem  pago  a  respectiva  jóia. 

§  1 ."  O  sócio  que  tiver  pago  a  jóia  e  uma  annuidade,  poderá  remir-se  mediante 
a  apresentação  de  20  sócios,  desde  que  estes  tenham  igualmente  satisfeito  aquellas 
contribuições. 

§  2.0  Para  esse  effeito  o  sócio  deverá  requerer  á  Directoria,  provando  seus  direitos 
nos  termos  do  para^rapho  anterior. 

§  3.0  Serão  considerados  beneméritos  os  sócios  que  fizerem  donativos  á  sociedade, 
a  partir  da  quantia  de  um  conto  de  réis. 

Art.  23.  Para  que  os  sócios  atrazados  de  duas  annuidades  possam  ser  considerados 
resignatarios,  nos  termos  dos  Estatutos,  é  preciso  que  suas  contribuições  lhes  tenham 
sido  solicitadas  por  escripto,  até  três  mezes  antes,  cabendo-lhes  ainda  assim  o  recurso 
para  o  conselho  superior  e  para  a  assembléa  g-eral. 


^ 


\ 


/ 


V 


,  - 


HOPKIHS,  CAUSER  &  HOPKINS 

IMPORTADORES  DA  CELEBRE  RAÇA  DE  GADO  1NGLEZ 

„BED  SUO  RTHOB  > ' « 


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Cincinnati,   Ohio,   Estados  Unidos  da  America 

ENGENHEIROS,  FUNDIDORES  E  MECEANICOS 

JOGOS  COMPLETOS  DE   MACHINAS    DE   QUALQUER    CAPAI  IDADE 

Fabricantes  de  machinâs   modernas  para   Fazenda 
de  Canna  de  Âssucar,  Café  e  Arroz 


O    EMPREGO    DE    NOSSAS    MACHINAS    COXSTITCE,  S<  >    POR    SI,   UMA    GARANTIA    DE    ÊXITO 

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polir  e  separar  ARROZ 


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RODAS  HYORAULICAS,  TURBINAS,  ETC. 

Enviamos  grátis  catálogos  a  quem  os  pedir 


Formicida  Paschoal 

Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


'"^O^O^T 


-g. 


É  o  maior  amigo  da  lavoura  e  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
cção  dos  formigueiros  e  o  único 
que  apresentou  reaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASCHOAL "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100%  conforme  o  re- 
latório   publicado   por    ordem    do 

obteve  primeiro  logar  governo  do  mesmo  Estado. 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO  


Paschoal  Vas  Otero  communica  aos  Srs.  Laoradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  novos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida  que  tão  bons  serviços  tem 
prestado  á  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados,  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


ESCRIPTORIO 

63,   RUA   DO  HOSPÍCIO,  63 

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PARA  QUALQUER  INDUSTRIA  Oí  ASRIffLTUKH 


Casa  especial  de  instrumentos  e  machinas  para  a  lavoura 

ARADOS    e    CULTIVADORES 

dos  melhores  fabricantes  inglezes  e  americanos 


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„ESTRELLA"  „BALTIC" 

e  mais  machinas  ds  fazer  manteiga 

e  pasteurizar  o  leite 

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Únicos  vendedores  das  cordas  e  fiação 

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Teares  e  tecelagem  de  Henry  Livesey 

Teares  e  tecelagem  automáticos  de  Northrop 


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RIO  DE  JANEIRO 


Descascadorss  de  Arroz  e  Café  *  x  *r 
*  *  *  *   MGELBERG    AMERICANO 


Estas  machinas  para  arroz  e  café,  fabricadas  ha  1 9 
annos  nos  Estados  da  America  do  Norte,  em  Syracuse, 
New-York,  pelos  fabricantes 

The  Engelberg  Huller  Co. 

já  são  sobejamente  conhecidas  no  mundo  inteiro  onde 
se  planta  arroz  e  em  todos  os  Estados  do  Brazil,  por 
conseguinte,  não  são  machinas  que  se  vão  experimentar. 


DesciscQJor  de  arroz 


N.  1  para  35-50  eaccos  por  dia 
N.  3      »       6-10       »  »       » 


Eestituimos  o  dinheiro  se  não  derem 
o  resultado  que  garantimos 


Chamamos  a  attenção  dos  senhores  lavradores  para 
a  MARCA  REGISTRADA  acima  e  para  não  confundi- 
rem estas  MACHINAS,  feitas  nos  Estados  Unidos,  com 
as  imitações  ordinárias,  que  apparecem  com  annuncios 
e  reclames  pomposos,  que  no  final  não  dão  resultado 
algum  e  só  servem  para  lograr  os  senhores  compra- 
dores. 

As  nossas  machinas,  pela  sua  SUPERIORIDADE, 
impuzeram-se  de  tal  forma,  que  todos  estão  procurando 
imital-as,  mas  estas  imitações  são  sempre,  como  todos 
sabem  , 

UMA.    IMITAÇÃO  I 
Os  nossos 

DESOASCADOBES  DE  CAFÉ 
descascam,  ventilam,  esbrugam  e  brunem  (caso  quei- 
ram) tudo  em  uma  só  operação. 

Fornecemos  amostras  de  CAFÉ  e  ARROZ  beneficiados   nos   DESCASCADO- 
RES  que  temos  funccionando  em  nosso  escriptorio. 

Peçam  os  novos  catálogos  illustrados  e  mais  informações  a 

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Empório  de  machinas  para  a  LAVOURA 
Rua  do  Commercio  Ns,  44,  46  e  48  ^  SÃO  PAULO 

Avenida  Central,  18  —  RIO  DE  JANEIRO 

N.  B.  -  Em  nosso  escriptorio,  tanto  era   S.  Paulo  como  no  Rio  de  Janeiro,  acham-se 
funccionando,  a  qualquer  hora,  os  raachinismos  de  café  e  arroz. 


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PREMIADO  COM  MEDALHA 

NA 

EXPOSIÇÃO  DE  FLORES 

DE  1903 

ESPECIALIDADE  SM  ROSEIRAS,  CAMÉLIAS,  ETC, 

Grande  sortimento  de  plantas  nacionaes 
e  extrangeiras,  arvores 
fructiferas  e  de  ornamento. 
Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bouquets 
para  noivas,  etc. 

POR    PREÇOS    RAZOÁVEIS 

VIUVA  SILVA  &  FILHOS 

Fornecedores  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultara 


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M  Conde  le  Bomflm,  123  WfWÊ2  ^a  Conde  te  Bomfim,  123 


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19,   Rua  General  Camará,  21 

Importadores  em  grande  escala  de  Louças  de  ferro, 

Ferragens,  tintas,  óleos,  cimento, 

Canos  de  ferro  e  de  chumbo  para  agua  e  gaz, 

Telhas  zincadas,  arame   farpado  a  liso, 

Drogas  para    industria,  material    para    estradas  de  ferro, 

artigos  para  lavoura,  etc. 


DEPÓSITOS 

Rua  do  Cotovello  n.  16  —  Travessa  do  Paço  n*  26 
Travessa  da  Fidalga  m  3  —  Largo  de  Santa  Rita  n«  24 


ESPECIALISTAS  EM  MATERIAL  PARA  CANALISAÇÃO  DE  AGOA 


DEPOSITÁRIOS  DOS  SECANTES  PSODtfCTOS  CONHECIDOS 

Formicida  Pestana  (purificado)  :  Dynamite  "Estygia" 


Dito  Capanema 
Dito  Paschoal 
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Coalho  marca  Estrella 


Enxadas  "Radiante  especial' 
Cimento  "Pedreiro" 
Dito  "S.  Jorge" 


Commlssarios  d*  Café  e  mala  géneros  do  Fali,  garantam  as  melhoies 
contas  de  venda  enjos  líquidos  são  pagos  Immedlatamente. 


A   nossa  firma  foi  premiada  com    medalha 

de    ouro  na  Exposição  de  S.  Luiz  (E.    U.    da    America) 

pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzerarn. 

Rio  do   Janeiro 


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de   Ferragens,    Drogas,    Tintas,    etc.   etc. 


Grande  Empório  de  Machinas  *  *  * 
»**•******  para  a  lavoura  lj 


Arado   Reversiva!  3  alavancas 


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«orno»!  as  melhores  do  mundo  mmwxxwmm» 


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&  »  s>  &  s>  IBACHINISMOS  DE  VARIAS  ESPÉCIES  «  «  «  «  « 

Vai  ores,    Arame    farpado,    Telhas    de    zinco.    etc.    etc. 


Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  ó  absolutamente 
necessário,  afim  de  conseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  produetoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas, 
de  todas  as  arvores  fruetiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas . 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  á  sua  composição.  Recom- 
mendam-se  especialmente  : 

Chlorureto  de  potássio  de  50  "/„  de  potássio  (Kali) 
Sulphato  de  potássio  . .  de  50  °/„  de        >  » 

Sal  de  potássio de  30  °/0  de        »  » 

Superphosphatos de  20  °/0  de  acido   phosphorico 

solúvel  em  agua. 
Escorias  de  Thomaz ...   de  1 6  0/o  de  acido    phosphorico 

solúvel  em  acido  cítrico. 
Sulphato  de  ammoniaco    de  20,  5  °/0  de  azoto. 

Salitre  do  Chile de  17  "/,  de    azoto . 

Guano  com  porcentagem  garantida . 

Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brasil  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

ÚNICOS  RECEBEDORES  DOS  ADUBOS  DO 
"  KALISYNDIKAT     DE     STASSFURT "     (Allemanha) 

BRÍJGQEMAM,  PEREIRA  &  CL 
93,  Rua  da  Alfandega,  93 

CAIXA.  DO  CORREIO  N.  5G6  —  ENDEREÇO  TELEGRAPH1C0:  "3EBI90I" 

i 


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outra  marca 

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Quem  usar  uma  vez 
é  freguez  para  sempre 


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artisticamente  executados 


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Ornamentações  de  salões, 

mesas,  etc, 

para  casamentos,  bailes,  etc,  etc. 


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e  flores*   • 


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Rua  Senador   Nabuco  n.   21,   Villa  Izabe!  (Orchideas) 
Fonseca  —  Nithcroy    (Flores  diversas) 


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Alto  da  Serra  —  Petrópolis  (Flores  e  Plantas) 

Schlick  &  Comp,      Rua  do  Ouvidor  n.  31 

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GfôASO 


E/IO    IDEJ    J-AOSnEIIIRO 


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de  hortaliça,  de  flores,  de  plantas  para    agricultura,  eto. 


GRANDE  SORTIMENTO  DE  FERRAGENS,  UTENSÍLIOS  E  OBJECTOS 
PARA  TODOS  OS  MISTERES  DE  JARDINAGEM 

Saloias,  alimento  para  pássaros,  pó  da  Ferala  •  chá  ia  índia  (Bam  Lal'i) 

GRANDE  OFFICINA  DE  TRABALHOS  EM  FLORES  NATURAES 

Cestas,  ramos  e  grinaldas 

faltas  oom  apurado  gosto  para  casamentos,  bailes,  festas,  enterros,  finados,  ato. 

enearregam-se  de  ornamentações 

para  mesas  de  Jantar,  festas,  salões,  oanqnetes,  mas,  eto. 


CHÁCARAS  DE  CULTURA  DE  PLANTAS 
Rua  Theodoro  da  Silva,  56  A 
Rua  Haddock  Lobo,  122 
Kua  Barão  de  Petrópolis.  3  (Orchideas  e  plantas  floaa; 

CULTURA  DE  FLORES 

B  ET  IR  O— PETRÓPOLIS 


DEPÓSITOS  OEBAES  DE  PLANTAS 
IRTT.A-    SE2STAI30R   IDA.nsrT.AJS,  31  E  61 


AS  CAIXAS  ECONÓMICAS 

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O  Cr  e  dito  Agrícola 

PELO 

DR.    ALFREDO    ROCHA 
■«gl  PREÇO  10S000  | 


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e  S.  PAULO 


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e  effieaz  dos  seus  congéneres 

no  radical  extermínio 

das  forni igas 

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Variado   sortimento   de  plantas   de  todas  as  qualidades, 
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com  a  máxima  brevidade  e  por  preços  baratíssimos 

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PARA 

BENEFICIAR  ARROZ 
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ara  acima  representa  nossa,  machinn  de  beneficiar  arroz  de  recente  invenção 
privilegiada,  qn:  lis  perfeitas  no  venero. 

imente  construída  o  paiz  e  material  metálico  de  primeira 

qualidade,  ella  reúne  em  um  feliz  conjuncto  ; 

i  Descascador  cónico  mtomatico,  sensível. 

i  Polidor  cylindrico. 

i  Aspirador  de  duplo  effeito. 

i  Peneira  meclianica  para  separação  do  quebradinho  que  beneficiando  satisfatoria- 
mente o  arroz  im  typo  mais  ou  menos  homogéneo  que  lhe  auirmenta  o 
valor  mercantil. 

A  capacidade  oscilla  entre  25  e  K'  saccos,  conforme  a  qualidade  e  grão  de  preparo 

A  força  motriz  necessária  é  de  sei^  cavallos  nominaes. 

Fornecemos  também  : 

Ventiladores  para  arroa  bina  ,, Paulista". 

Separadores  de  marinheiro, 

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semeadores,  ceifadeiras,  debulhadi 

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Machinismo  completo  para  beneficiar  arroz,  em  grande  escala,  para  o  que  estamos 
apparelhad ■>  com  a  representação  das  mais  importantes  fabricas 
echnico  habilitadi 

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polir  e  separar  AlítíOZ 


MACHINAS  A  VAPOR, 

CALDEIRAS  PORTÁTEIS,  FOLHAS  E  ACCESSORIOS;  MOTORES  ANIMADOS 

RODAS  HYDRAULICAS,  TURBINAS,  ETC. 

Enviamos  grátis  catálogos  a  quem  os  pedir 


Formicida  Paschoal 

Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


*&" 


T>G^x>C" 


W 


É  o  maior  amigo  da  lavoura  e  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
cção  dos  formigueiros  o  o  único 
que  apresentou  roaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  o  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASCHOAL "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100%  conforme  o  re- 
latório   publicado   por    ordem   do 

obteve  primeiro  logar  governo  do  mesmo  Estado. 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO  


Paschoal  Vaz  Otero  communica  aos  Srs.  Lavradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  novos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida  que  tão  bons  serviços  tem 
prestado  á  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados,  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


ESCRIPTORIO 

63,   RUA   DO  HOSPÍCIO,   63 

rio  de  SJÊMJKtMÒ 

5 


Henry  Rogers,  Sons  &  C,  Limited 

EMiKMItllWS  KoY!!,';  ■     '  KlCBLfUR» 

1 


Casa  especial  de  instrumentos  e  machinas  para  a  lavoura 

ARADOS    e    (CULTIVADORES 

dos  melhores  fabricantes  inglezes  e  americanos 


BlSlATADliaAS 

„ESTBELLA"  „BALTIC" 

e  mais  machinas  de  fazer  manteiga 

e  pasteurizar  o  leite 

ESPECIALISTAS  EM  FIAÇÃO  E  TECELAGEM 

Únicos  vendedores  das  cordas  e  liação 

de  HOWAKD  &  BULLOUGH 

Teares  e  tecelagem  de  Henry  Livesey 

Teares  e  tecelagem  automáticos  de  Northn. 


-v,:% 


ORÇAMENTOS,  PLANTAS  E  TODAS  AS  INFORMAÇÕES 

RUA  VISCONDE  BE  INHAÚMA,  39  17  A,  RUA  DA  QUITANDA,  17  A 


RIO  DE  JANEIRO 


Descascadores  de  Arroz  e  Café  *  *  * 
x  *  «■  »  EHGBLBEEG   AMERICAHO 


Estas  machinas  para  arroz  e  café,  fabricadas  ha  19 
annos  nos  Estados  da  America  do  Norte,  em  Syracuse, 
New-York,  pelos  fabricantes 

The  Engelberg  Huller  Co. 

sobejamente  conhecidas  no  mundo  inteiro  onde 
se  planta  arroz  e  em  todos  os  Estados  do  Brazil,  por 
conseguinte,  não  são  machinas  que  se  vão  experimentar. 

Eestituimos  o  dinheiro  se  não  derem 
o  resultado  que  garantimos 


Chamamos  a  attenção  dos  senhores  lavradores  para 
a  MARCA  REGISTRADA  acima  e  para  não  confundi- 
rem estas  MACHINAS,  feitas  nos  Estados  Unidos,  com 
as  imitações  ordinárias,  que  apparecem  com  annuncios 
e  reclames  pomposos,  que  no  final  não  dão  resultado 
algum  e  só  servem  para  lograr  os  senhores  compra- 
dores. 


As  nossas  machinas,  pela  sua  SUPERIORIDADE, 
impuzeram-se  de  tal  forma,  que_  todos  estão  procurando 
imital-as,  mas  estas  imitações  sao  sempre,  como  todos 
sabem  _. 

UAIA    IMITAÇAOI 
Os  nossos 

DESCASCABOEES  DE  CAFÉ  n.  2 

descascam,  ventilam,  esbrugam  e  brunem  (caso  queí-     N.  5 
ram)  tudo  em  uma  só  operação. 


Detoaaoador  da  café 
N.  0  para  500  arrobas  por  dia 


Fornecemos  amostras  de  CAFÉ  e  ARROZ  beneficiados   nos   DESCASCADO- 
RES que  temos  funecionando  em  nosso  escnptorio. 

Peçam  os  novos  catálogos  illustrados  e  mais   informações  a 

p.  ^pt©^  ê§  ©. 

Empório  de  machinas  para  a  LAVOURA 
Rua  do  Commercio  Ns.  44,  46  e  48  -•*-  SÃO  PAULO 

Avenida  Central,  13  —  RIO  DE  JAHSIRQ 

N.  B,     Em  nosso  escriptorio,  tanto  em  S.  Paulo  como  no  Rio  de  Janeiro,  acham-se 

íunecionando,  a  qualquer  hora,  os  machinismos  de  café  e  arroz. 

? 


l_ 


PREMIADO  COM  MEDALHA 

NA 

EXPOSIÇÃO  DE  FLORES 

DE  1903 


ESPECIALIDADE  EM  ROSEIRAS,  CAMÉLIAS,  ETC, 

Guando  sortimento  de  plantas  nacionaes 
e  extrangeiras,  arvores 
fructiferas  e  de  ornamento. 
Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bouquets 
para  noivas,  etc. 

POR    PREÇOS    RAZOÁVEIS 

VIUVA  SILVA  &  FILHOS 

Fornecedores  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


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Rua  Conde  te  Bomfim,  123  \Wf$ml  M  Conde  de  Bomflm,  123 


portXo  vermelho  ^Sylí.wlíMr  PORTÃO  vermelho 

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liii  Sllill  i  6. 

19,   Rua  General  Gamara,   21 

Importadores  em  grande  escala  de  Louças  de  ferro, 

Ferragens,   tintas,   óleos,   cimento, 

*  Canos  de  ferro  e  de  chumbo  para  agua  e  gaz, 

Telhas  zincadas,   arame    farpado  e  liso, 

Drogas  para    industria,   material    para    estradas  de  ferro, 

artigos  para  lavoura,  etc. 


DEPÓSITOS 

Rua  do  Cotovsllo  n.  16  —  Travessa  do  Paço  n.  26 
Travessa  da  Fidalga  n,   3  —  Largo  de  Santa   Rita   iu  24 


ESPECIALISTAS  EM  MATERIAL  PARA  GANALISAÇÃO  DE  AGUA 


DEP0SITABI0S  DOS  SEGUINTES  PB0DUCT03  CONHECIDOS 

Formicida  Pestana  (purificado)  )  Dynamite  "Estygia" 

Dito  Capanema  )  Enxadas  "  Radiante  especial" 

Oito  Paschoal  j  Cimento  "  Pedreiro" 

Creolina  Freire  de  Aguiar  \  Dito  "S.  Jorge" 

Coalho  marca  Bstrella     N  ( 


Commlssarlos  is  Café  <  mais  géneros  do  Pai»,  garantem  as  melhores 
sontas  de  venda  cujos   líquidos  são  pagos   lmmedlatamente. 


A  nossa  firma  foi  premiada  com    medalha 

de    ouro  na  Exposição  de  S.  Luiz  (E.   U.   da    America) 

pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

Rio  de    Janeiro 


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xxxxxxxxxxxxxxxxxx    Sortimento    completo 

de   Ferragens,     1  drogas,    Tintas,    etc.    etc. 


Cirande  Empório  ds  Machinas  *  ♦  * 
jj»  ».»***.»*• .  para  a  lavoura  1 


Arado   Reversível  3  alavancas 


I 


Óleos  lubrificantes,  Correias  de  couro  e  "Gutalata" 

xloooooojoaxyxjooMooooa    as  melhores   do   mundo    mooooooooooooooooooooo» 


»  »  »  »  »  IHACHINISMOS  DE  VARIAS  ESPÉCIES  «  €  <s  «  « 
Vapores,    Arame    farpado,    Telhas,  de    zinco,    etc.     etc. 


Nunca  esquecer  que 

o  emprego  do  adubos  na  cultura  das  torras  ó  absolutamente 
necessário,  aíini  do  consegui  r-so  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  o  do  capital  omprogado  polo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu 
bação  das  terras  productoras  do  café,  algodão,  canna  de  as 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas 
de  todas  as  arvores  fructiferas,  emfim,  de  todas  a8  culturas 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa 
rado  ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  â  sua  composição .  Recom- 
mendam-se  especialmente  ; 

Chlorureto  de  potássio  de  50  °/0  de  potássio  (Kali) 

Sulphato  de  potássio  . .  de  50  9/0  de        »  » 

Sal  de  potássio de  30  °/0  de        »  > 

Siíperphosphatos de  20  °/0  de  acido   phosphorico 

solúvel  em  agua. 

Escorias  de  Thomaz ...   de  1 6  °/0  de  acido    phosphorico 
solúvel  em  acido  citrico. 

Sulphato  de  ammoniaco    de  20,  5  0/ode  azoto. 

Salitre  do  Chile......   de  17  "/„  de   azoto. 

Guano  com  porcentagem  garantida. 

Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
•  se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brasil  para  este  fim. 

Fornecem-sc,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommerrdas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

ÚNICOS  RECEBEDORES  DOS  ADUBOS  DO 
"  KALISYND1KAT     DE     STASSFURT  "     (Allemanhaj 

BRUGQEMAM,  PEREIRA  &  0. 
93,  Rua  da  Alfandega,  93 

CAIXA  DO  CORREIO  N.  566  —  ENDEREÇO  TELEGRAPHICO:  "SSBHQT" 


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>m    sortimento  completo   de   ferragem  e  armarinho 

Eléctrica 


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Sem  rival 

Peso  liquido  SMdlos 

Comprimento  402  metros 

Garantidos 
Preço  sem  competência 


Enxada  „Sol" 


Fabricada  do  melhor 

aço  ing-lez. 

Superior  a  qualquer 

outra  marca 

pela  excellente  qualidade. 

Quem  usar  uma  vez 
é  freguez  para  sempre 


CASA  ESPECIAL  DE  HORTICULTURA 

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RIO   DE  JANEIRO 


grande  sortimento  de  sementes  novas 
do  hortaliça,  de  floies,   de  plantas  para    agricultura,  ect. 


GRANDE  SORTIMENTO  DE  FERRAGENS,  UTENSÍLIOS  E  OBJECTOS 
PARA  TODOS  OS  MISTERES  DE  JARDINAGEM 

Gaiolas,  alimento  para  pássaros,  pó  da  Pérsia  e  chá  ia  índia  (Rim  Ial's) 

GRANDE  OFFICINA  DE  TRABALHOS  EM  FLORES  NATURAES 

Cestas,  ramos  a  grinaldas 

feitas  com  apurado  gosto  para  casamentos,  bailes,  festas,  enterros,  fitados,  etc. 

encarregam-se  da  ornamentações 

jara  meras  íe  Jantar,  festas,  salces,  banqnetes,  roas,  etc. 


CHÁCARAS  DE  CULTURA  DE  PLANTAS 

Rua  Theodoro  da  Silva,  56  A 

Rua  Haddock  Lobo,  122 

Rua  Barão  de  Petrópolis,  3  (Orchideas  e  plantas  finas) 

CULTURA  DE  FLORES 

RETIRO —  PETRÓPOLIS 


DEPÓSITOS  3EEAES  DE  PLANTAS 
BUA    SENADOK   JDA.3STT-A.S,  31  jE   51 

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t  ©ASA  WEzOWLÁJ 


Casa  especial 
trabalhos  de  flores  naturaes 
artisticamente  executados 


Coroas  para  enterros, 
de  todos  os  preços  e  feitios 


Ornamentações  de  salões, 

mesas,  etc, 

para  casamentos,  bailes,  etc,  etc; 


Sementes  afiançadas  de  hortaliças 
e  flores 


CULTURA  DE  FLORES 

Rua  Senador  Nabuco  n.  21,  Villa  Izabel  (Orchideas) 
Fonseca  —  Nitheroy    (Flores  diversas) 


CHÁCARA  FLORA 

Alto  da  Serra — Petrópolis  (Flores  e  Plantas) 

Schlick  &  Domp.    i  Rua  do  Ouvidor  n.  31 

^    TELEPHONE   N.  1281J 

G£A20 


RJO    DB    J^ft-IÈTIEIIIRO 


J.  Nicola  &  Irmãos 

MOCÓCA 

(ESTADI '  DE  SAO  PAUD  )  -  BRAZIL) 
Fabricantes  de  afamados  MAOHJNISjios  para  café 
e  arroz  —  como  sejam : 

Descascador  UNIVERSAL,  privilegiado 

Catador  COMPENSADOR,  privilegiado 

Ventilador  PATENTACQ,  de  duplo  effeito 

e  mais  todos  os  pertences  para  installações  completas  ou  avulsas,  o 
de  construcçao  solida  e  elegante,  de  que  se  garante  o  bom  resultado 
e  perfeito  funccionamento. 

Melhorado  sempre  o  café  "beneficiado  em  nossos 
machinismos,  de  um  a  dois  typos 

para    construcções  perfeitas  de  qualquer 
machinisi  no  para  uso  da  lavoura  e  industria 

Com  limitada  commissão,  eucarregamo-nos  de  mandar  vir  da'  Europa  ou  da 
America  do  Norte,  qualquer  producto  concernente  a  esta  arte. 

ÚNICOS  AGENTES  da  importante  fabrica  do  vapores  e  turbinas,  de  James 
Leffel  «fc  Co.,  de  Springfield  —  Ohio,  U.  S.  A. 


Estabelecimento  de  Plantas 


Grande  variedade 
de  arvores  fructi- 
feras  nacionaes  e 


ornamentação  por 
preços  baratíssi- 
mos. 


Especialidade  em 
enxertos  de  laran- 
jeiras, tem  sem- 
pre de  io  a  12  mil 
pés,  e  acondicio- 
namento, despa- 
cho e  plantações 
para  todos  os  Es- 
tados  do    Brazil. 


CASCADURA         fflMrWÊKK         CASCâDURA 

Rua  Nova  de  D,  Pedro,  11    ':i^^^^^  Rua  do 
Ilíieáo;  da  giba  Ribeiro 


AS  CAIXAS  ECONÓMICAS 


O  Credito  Agrícola 


DR.    ALFREDO    ROCHA 

■*S§  PREÇO  10S000  h* 

A'  venda  em  todas  as  livrarias  do  RIO  DE  JANEIRO 
e  S.  PAULO 


GRANDE  DEPOSITO  DE  PLANTAS 


Variado  sortimento  de  plantas  de  todas  as  qualidades, 
para  POMARES  E  JARDINS 


s*[#  Luiz  António  Gomes 

Apromptam-se    bouquets   para   baptisados   e   casamentos, 
com  a  máxima  brevidade  e  por  preços  baratíssimos 

=  41  -  RUA  DR.  BULHÕES  -  41  = 


ENGENHO  DE  DENTRO 

16 


ARBNS  &  COãfP. 
89,  AVENIDA   CENTRAL,  89 


RK)  Dl    JANEIRO 


MACHINA 

PARA 

BENEFICIAR  ARROZ 
PAULISTA 


PRIVILEGIADA   PELA   PATENTE  N.   4887 

A  gravura  acima  representa  nossa  machina  de  beneficiar  arroz  de  recente  invenção 
privilegiada,  que  a  pratica  consagrou  como  unia  das  mais  perfeitas  no  género. 

Solidamente  construída  com  madeiras  de  lei  do  paiz  e  material  metálico  de  primeira 
qualidade,  ella  reúne  em  um  feliz  conjuncto  : 

1  Descascador  cónico  com  regulador  automático,  sensível. 

1  Polidor  cylindrico. 

1  Aspirador  de  duplo  effeito. 

1  Peneira  mechanica  para  separação  do  quebradinho  que  beneficiando  satisfectoria-* 
mente  o  arroz  dão  ao  mesmo  um  typo  mais  ou  menos  homogéneo  que  lhe  augmenta  o 
valor  mercantil. 

A  capacidade  oscilla  entre  25  e  40  saccos,  conforme  a  qualidade  e  gráo  de  preparo 
do  arroz. 

A  força  motriz  necessária  é  de  seis  cavallos  nominaes. 

Fornecemos  também  : 

Ventiladores  para  arroz  em  casca,  proporcionaes  a  machina  ,, Paulista". 

Separadores  de  marinheiro,  idem. 

Instrumentos  agrai  ios  especiaes  para  a  cultura  do  arroz,  como  sejam  arados  errades, 
semeadores,  ceifadeiras,  debulhadores  etc. 

Encarregamo-nos  de  mandar  vir  e  assentar  : 

Machinismo  completo  para  beneficiar  arroz,  em  grande  escala,  para  o  que  estamos 
apparelhad*  com  a  representação  das  mais  importantes  fabricas  europease  dispomos  de 
pessoal  technico  habilitadíssimo. 

PEÇAM  FOLHETO  DESCRIPTIVO 


The  Gourock  Ropework  Export  Companj  Limited 


ESTABELECIDA  EM  1736 


Únicos  fabricantes  da  lona  impermeável 

marca  „BIRKMYRE'S", 

usada  pelos  Srs.  fazendeiros  em  encerados  para  lavoura, 

com  os  mais  valiosos  attestados 


Caixa  do  Correio,  1081 

CÓDIGOS: 

„BIBEIB0" 

Sth.  Edition  A.  B.  C. 

A.  I. 

Eidereço  Telesraptiico:  JASSOLINO' 

TELEPHONE  N.  204 I 


arraca  typo  —  ,, Ferro  Carril" 


Fornecedores  de  ENCERADOS  para  wagons 

e  BARRACAS 

para  todas  as  estradas  de  ferro 

Confeccionamos  encerados  e  barracas  de  qualquer  tamanho 

CABOS  E  CORDAS  DE  PRIMEIRA  QUALIDADE 

Cairo,  alcatroado,  linho,  merlim,  corda  de  Nova   Zelândia 
para  carne  secca 

Lona  de  linho  de  diversas  qualidades  para  velas 

Lona  de  algodão  de  qualquer  largura 

Fio  de  vela  de  varias  qualidades 

para  coser  saccos,  velas  e  lonas 

Temos  em  deposito  ENCERADOS  e  BARRACAS 
<ie  vários  ta,iii»iiU.os 

89,  Rua  Primeiro  de  Março,  89 

RIO  DE  JANEIRO 


HOPKIMS,  CAUSER  &  HOPKIHS 

IMPORTADORES  DÀ  CELEBRE  RAÇA  DE  GADO  1NGLEZ 

„RED  SIIOBTIIOBN" 


Machínisinos  para  o  fabrico  De  fflant 


Gelo  6  Latas 


DESNATADEIRAS  „ALFA-LAVAL" 


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Arados  e  Machinas  para  a  Lavoura 


77,  Rua  Theophilo  Ottoni,  77         20,  Rua  Moreira  Gezar,  20 

RIO    DE    JANEIRO  S.    JOÃO    d'EL-REY 


The  Blymyer.Iron  Works  Co. 

Cinoinnati,   Ohio,  Estados  Unidos  da  America 

ENGENHEIROS,  FUNDIDORES  E  MECHANICOS 

JOGOS  COMPLETOS   DE   MACHINAS   DE   QUALQUER   CAPACIDADE 

Fabricantes  de  macliinas  modernas  para   Fazenda 
de  Canna  de  Assncar,  Café  e  Arroz 


O  EMPREGO   DE   NOSSAS   MACHINAS  CONSTITUE,  SÓ    POR   SI,   UMA    GARANTIA    UE    ÊXITO 


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polir  e  separar   ABKOZ 


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Formicida  Paschoal 

Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


"~^Kx^>sr 


w 


É  o  maior  amigo  da  lavoura  e  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
^  cção  dos  formigueiros  e  o  único 
que  apresentou  reaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  suppkntou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASCHOAL "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100%  conforme  o  re- 
latório   publicado   por    ordem   do 

obteve  primeiro  logar  governo  do  mesmo  Estado. 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO  


Paschoal  Vaz  Otero  communica  aos  Srs.  Lavradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  nooos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida  que  ião  bons  serviços  tem 
prestado  á  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados,  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escr-upulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


ESCRIPTORIO 

63,   RUA    DO  HOSPÍCIO,   63 

mi©  mm  ^Mmmim© 


Henry  Rogers,  Sons  &  C,  Limited 

ENUENBE1B08  E  C0NTRACTàD0RE8  DE  IA.CHISIBIOB  PARA  HDALíllER  WDOSTBU  08  AGRICULTURA 


Casa  especial  de  instrumentos  e  machinas  para  a  lavoura 

ARADOS    e    CULTIVADORES 

dos  melhores  fabricantes  inglezes  e  americanos 


„ESTRELLA"  „BALTIC" 

e  mais  machinas  de  fazer  manteiga 

e  pasteurizar  o  leite 

ESPECIALISTAS  EM  FIAÇÃO  E  TECELAGEM 

Únicos  vendedores  das  cordas  e  fiação 

de  HOWARD  &  BULLOUGH 

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Teares  e  tecelagem  automáticos  de  Northrop 


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39,  RUA  VISCONDE  DE  INHAÚMA,  39  17  A,  RUA  DA  QUITANDA,  17  A 


RIO  DE  JANEIRO 


Descascadores  de  Arroz  e  Café  *  *  * 
*  *  *•  v   ÍHQBLBSRB   AMERICMO 


Estas  machinas  para  arroz  e  café,  fabricadas  ha  19 
annos  nos  Estados  da  America  do  Norte,  em  Syracuse, 
New- York,  pelos  fabricantes 

The  Engelberg  Huller  Co. 


já  são  sobejamente  conhecidas  no  mundo  inteiro  onde 
se  planta  arroz  e^  em  todos  os  Estados  do  Brazil,  por 
conseguinte,  não  são  machinas  que  se  vão  experimentar. 


Desoascador  de  arroi 


Sestituimoa  o  dinheiro  ss  não  derom 
o  roânltaào  que  garantimos 


Chamamos  a  attenção  dos  senhores  lavradores  para 
a  MARCA  REGISTRADA  acima  e  para  não  confundi- 
rem estas  MACHINAS,  feitas  nos  Estados  Unidos,  com     mm 
as  imitações  ordinárias,  que  apparecem  com  annuncios    k^l 
e  íeclames  pomposos,   que  no   final  não  dão  resultado    tjJN 
a'gum  e  só  servem  para   lograr  os  senhores  compro- 
dt  íes. 


As  nossas  machinas,  pela  sua  SUPERIORIDADE, 
irrpuzeram-se  de  tal  forma,  que  todos  estão  procurando 
im  tal-as,  mas  estas  imitações  são  sempre,  como  todos 
sabem 

UMA.    IMITAÇAOl 

Os  nossos 


Oosoasoador  de  café 


EESCASCADOBES  DE  CAFÉ 
■descascam,  ventilam,  esbrugam  e  brunem  (caso  quei 
rara)  tudo  em  uma  só  operação . 


N.  2 

N.  5 


Fornecemo,  amostras  de  CAFÉ  e   ARROZ  beneficiados    no>    DESCASCADO- 
RES que  temos  funccionando  em  nosso  escriptorio. 

Peçam  os  novos  catálogos  illustrados  e  mais   informações   a 

w.  t&wtqn  &  o. 

Empório  de  machinas  para  a  LAVOURA 
Rua  do  Commercio  Ns.  44,  46  e  48  -**-  SÃO  PAULO 

Avenida  Central,  18  —  RIO  DE  JANEIRO 

N.  B.      Em  nosso  escriptorio,  tanto  em   S.  Paulo  como  no  Rio  de  Janeiro,  acham-se 
funccionando,  a  qualquer  hora,  os  machinismos  de  café  e  arroz. 


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PREMIADO  COM  MEDALHA 

NA 

EXPOSIÇÃO  DE  FLORES 

DE  1903 


ESPECIALIDADE  EM  ROSEIRAS,  CAMÉLIAS,  ETC, 

Grande  sortimento  de  plantas  nacionaes 
e  extrangeiras,  arvores 
fructiferas  e  de  ornamento. 
Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bouquets 
para  noivas,  etc. 

POR    PREÇOS    RAZOÁVEIS 

VIUVA  SILVA  &  FILHOS 


Fornecedores  da  Sociedade  Naoional  de  Agricultura 


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PORTÃO  vermelho 


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19,   Rua  General  Camará,  21 

Importadores  em  grande  escala  de  Louças  de  ferro, 

Ferragens,   tintas,  óleos,  cimento, 

Canos  de  ferro  e  de  chumbo  para  agua  e  gaz, 

Telhas  zincadas,  arame   farpado  a  liso, 

Drogas  para    industria,  material    para    estradas  de  ferro, 

artigos  para  lavoura,  etc. 


DEPÓSITOS 

Rud  do  Cotovello  m  16  —  Travessa  do  Paço  n»  26 
Travessa  da  Fidalga  n.  3  —  Largo  de  Santa  Rita  n»  24 


ESPECIALISTAS  EM  MATERIAL  PARA  CANALISAÇÃO  DE  AGOA 


DEPOSITÁRIOS  DOS  SEatHNTSS  PB0DT7CT03  CONHECIDOS 

Formicida  Pestana  (purificado)  )  Dynamite  "Estygia" 

Dito  Capanema  )  Enxadas  "  Radiante  especial' 

Dito  Paschoal  ;  Cimento  "Pedreiro" 

Creolina  Freire  de  Aguiar  s  Dito  "S.  Jorge" 

Coalho  marca  Estrella  < 


CommisBarlos  da  Café  a  mais  géneros  do  Fali,  garantam  as  melhoies 
contai  da  venda  anjos   líquidos  são  pagos  lmmedlatamente. 


A   nossa   firma  foi  premiada  com    medalha 

de    ouro  na   Exposição  de  S.  Luiz  (E.    U.   da    America) 

pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

Rio  do   Janeiro 


XWOOOOOOOOOOOOOOCX       SortimentO       COmpletO        XX/JOOCCCCOO^ 

de   Ferragens,    Drogas,    Tintas,    etc.    etc. 


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Qrands  Empório  de  Machinas 
»«••••»***  para  a  lavoura  || 


Arado  Revarsivel  3  alavanca» 


Óleos  lubrificantes,  Correias  de  couro  e  "Gutalata 
mmmxmmmm  as  melhores  do  mundo 


n   í 


íooooocooococoooaoooooooí 


»  s  e-  »  »  MACH1N1SM0S  DE  VARIAS  ESPÉCIES  «  «  «  «  « 
Vapores,    Arame    farpado,    Telhas    de    zinco,    etc.     etc. 


Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  é  absolutamente 
necessário,  afim  de  consegui r-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  productoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  ccreaes,  de  todas  as  leguminosas, 
de  todas  as  arvores  fructiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas. 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  à  sua  composição.  Recom- 
mendam-se  especialmente ; 

Chlorureto  de  potássio  de  50  °/0  de  potássio  (Kali) 

Sulphato  de  potássio  . .   de  50  °/0  de        »  » 

Sal  de  potássio de  30  %  de        >  > 

Superphosphatos de  20  °/0  de  acido   phosphorico 

solúvel  em  agua. 

Escorias  de  Thomaz ...   de  1 6  °/0  de  acido    phosphorico 
solúvel  em  acido  cítrico. 

Sulphato  de  ammoniaco    de  20,  5  °/ede  azoto. 

Salitre  do  Chile de  17  %,  de    azoto. 

Guano  com  porcentagem  garantida. 

Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brasil  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  jcom  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

ÚNICOS  RECEBEDORES  DOS  ADUBOS  DO 
"  KALISYNDIKAT     DE     STASSFURT "     (Allemanha) 

BRUGGEMAM,  PEREIRA  &  0. 
93,  Rua  da  Alfandega,  93 

CAIXA  DO  CORREIO  N.  566  —  ENDEREÇO  TELEGRAPHICO:   "SEBWOT  • 

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Comprimento  402  metros 

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aço  inglez. 

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outra  marca 

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Quem  usar  uma  vez 
é  freguez  para  sempre 


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RIO   DE  JANEIRO 


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de  hortaliça,  de  flores,   de  plantas  para    agricultura,  etc. 


GRANDE  SORTIMENTO  DE  FERRAGENS,  UTENSÍLIOS  E  OBJECTOS 
PARA  TODOS  OS  MISTERES  DE  JARDINAGEM 

Gai;las,  alimento  para  pássaros,  pó  da  Fersla  e  chá  da  índia  (Rim  lal's) 

GRANDE  OFFICINA  DE  TRABALHOS  EM  FLORES  NATURAES 

Cestas,  ramos  e  grinaldas 

feitas  com  apurado  gosto  para  casamentos,  bailes,  festas,  enterres,  finados,  etc. 

enearregam-se  de  ornamentações 

para  mesas  de  Jantar,  festas,  salões,  banquetes,  mas,  etc. 


CHÁCARAS  DE  CULTURA  DE  PLANTAS 
Rua  Theodoro  da  Silva,  56  A 
Rua  Haddock  Lobo,  122 
Rua  Barão  de  Petrópolis,  3  (Orchideas  e  plantas  Suas 

CULTURA  DE  FLORES 

RETIRO— PETRÓPOLIS 


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ZR.TXA.    SEIST^IDOIFl   ZD^3KrT.A.S,   31   E   51 

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Casa  especial 
trabalhos  de  flores  naturaes 
artisticamente  executados 


Coroas  para  enterros, 
de  todos  os  preços  e  feitios 


Ornamentações  de  salões, 

mesas,  etc, 

para  casamentos,  bailes,  etc,  etc 


Sementes  afiançadas  de  hortaliças 
e  flores 


CULTURA  DE  FLORES 

Rua  Senador  Nabuco  n.   21,  Villa  Izabel  (Orchide;is) 
Fonseca  —  Nitheroy    (Flores  diversas) 


CHÁCARA  FLORA 

Alto  da  Serra — Petrópolis  (Flores  e  Plantas) 

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TELEPHONE   N.   1281 

GRASSO 


Rua  do  Ouvidor  n.  31 
3 


RIO     IDIB    J--A.3STEHIÒO 


J.  Nicola  &  Irmãos 

mocócA 

(ESTADO  DE  SÃO  PAULO  — BRAZILi 
Fabricantes  de  afamados  maohinismos  pura  CAFÉ 
e  A.Rrto5C  —  como  sejam: 

Descascador  UHIYEESAL,  privilegiado 

Catador  COMPENSADOR,  privilegiado 

Ventilador  PATEHTACO,  ds  duplo  efeito 

e  mais  todos  os  pertences  para  installações  completas  ou  avulsas,  o 
de  construcção  solida  e  elegante,  de  que  se  garante  o  bom  resultado 
e  perfeito  funccionamento. 

Melhorado  sempre  o  café  beneficiado  em  nossos 
machinismos,  de  um  a  dois  typs 

para    construcções  perfeitas  de  qualquei 
machiiiismopara  uso  da  lavoura  e  industria 

Com  limitada  cornmissão,  encarregamo-nos  do  mandar  vir  da'  Europa  ou  ila 
America  do  Norte,  qualquer  producto  concernente  a  esta  arte. 

ÚNICOS  AGENTES  da  importante  fabrica  de  vapores  e  turbinas,  de  .Jtime- 
Leflfel  «fc  Co.,  de  Springfield  —  Obiu,  U.  s.  A. 


Estabelecimento  de  Plantas 


Grande  variedade 
de  arvores  fructi- 
feras  nacionaes  e 


ornamentação  por 
preços  baratíssi- 
mos. 


CASCADURA 


Rua-Kova  Je  D.  Pedro.  37 


Especialidade  em 
enxertos  de  laran- 
jeiras, tem  sem- 
pre de  10  a  12  mil 
pés,  e  acondicio- 
namento, despa- 
cho e  plantações 
para  tod 
tados   do    Brazil. 


CASCADURA 


Rua  do 


Alfredo  da  giba  Ribeiro 


AS  CAIXAS  ECONÓMICAS 


O  Credito  Agrícola 


DR.    ALFREDO    ROCHA 

-«d?  PREÇO  10S000  |>- 

A'  venda  em  todas  as  livrarias  do  RIO  QE  JANEIRO 
e  S.  PAULO 


GRANDE  DEPOSITO  DE  PLANTAS 


Variado  sortimento  de  plantas  de  todas  as  qualidades, 
para  POMARES  E  JARDINS 

*  Luiz  António  Gomes 


Apromptam-se    bouquets    para    baptisados    e    casamentos, 
com  a  máxima  brevidade  e  por  preços  baratíssimos 


41  -  RUA  DR.  BULHÕES  -  41 

ENGENHO  DE  DENTRO 


O  Estado  Moderno 

e  a  Agricultura 

Leiam  esse  bello, 

útil  e  interessante  livro 

de   500   paginas,  ampla  e 

nitidamente  impresso  e  illustrado. 

K'  um  trabalho, 

na  opinião  dos  eritieos, 

„de  grande  fôlego 

e  que  deve  figurar  na  estante 

de  todo  brasileiro". 


*  de  venda 6S000 


Em  todas  as  livrarias  do  RIO,  S.  PAULO  e  CAMPINAS. 


ARENS  &  CQMI\ 
AVENIDA  CENTRAL, 


20,  AVENIDA  CENTRAL,  20 


RIO  DE  JANEIRO 


MACHINA 

PARA 

BENEFICIAR  ARROZ 

PAULISTA 


PRIVILEGIADA    PELA    PATENTE   N. 

A  gravura  acima  representa  nossa  machina  de  beneficiar  arroz  de  recente  invenção 
privilegiada,  que  a  pratica  consagrou  como  uma  das  mais  perfeitas  no  género. 

Solidamente  construída  com  madeiras  de  lei  do  paiz  e  material  metallico  de  primeira 
qualidade,  ella  reúne  em  um  feliz  conjuncto  : 

i  Descascador  cónico  com  regulador  automático,  sensível; 

i  Polidor  cylindrico; 

i  Aspirador  de  duplo  effeito; 

i  Peneira  mechanica  para  separação  do  quebradinho  que,  beneficiando  satitfactoria- 
mente  o  arroz,  dá  ao  mesmo  um  typo  mais  ou  menos  homogéneo,  que  lhe  augmenta  o 
valor  mercantil. 

A  capacidade  oscilla  entre  25  e  40  saccos,  conforme  a  qualidade  e  gráo  de  preparo 
do  arroz. 

A  força  motriz  necessária  é  de  seis  cavallos  nominaes. 

Fornecemos  também  : 

Ventiladores  para  arroz  em  casca,  proporcionaes  á  machina  „PauIista"; 

Separadores  de  marinheiro,  idem; 

Instrumentos  agrai  ios  especiaes  para  a  cultura  do  arroz,  como  sejam  arados  grades, 
semeadores,  ceifadeiras,  debulhadores,  etc. 

Encarregamo-nos  de  mandar  vir  e  assentar  : 

Machinismo  completo  para  beneficiar  arroz,  em  grande  escala,  para  o  que  estamos 
apparelhados  com  a  representação  das  mais  importantes  fabricas  europeas  e  dispomos  de 
pessoal  technico  habilitadíssimo. 

PEÇAM  FOLHETO  DESCRIPTIVO 


The  Gourock  Bopework  Export  Company  Limited 


ESTABELECIDA  EM  1736 


Únicos  fabricantes  da  lona  impermeável 

marca  „BIRKHYRB,S,S 

usada  pelos  Srs»  fazendeiros  em  encerados  para  lavoura, 

com  os  mais  valiosos  attestados 


Caixa  do  Correio,  1081 
CÓDIGOS : 


Sth.  Edition  A.  B.  C. 
A.   I. 

Endereço  Ttlempnlco :  ..SASSOLINO" 

TELEPHONE  N.  204 1 


Barraca  typo  —  „Ferro  Carril 


Fornecedores  de  ENCERADOS  para  wagons 

e  BARRACAS 

para  todas  as  estradas  de  ferro 

Confeccionamos  encerados  e  barracas  de  qualquer  tamanho 

CABOS  E  CORDAS  DE  PRIMEIRA  QUALIDADE 

Cairo,  alcatroado,  linho,  merlim,  corda  de  Nova   Zelândia 

para  carne  secca 

Lona  de  linho  de  diversas  qualidades  para  velas 

Lona  de  algodão  de  qualquer  largura 

Fio  de  vela  do  varias  qualidades 

para  coser  saccos,  velas  e  lonas 

Temos  em  deposito  ENCERAnOS  e  BARRACAS 
de  vários  tamanhos 

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RIO  DE  JANEIRO 


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IMPORTADORES  DÀ  CELEBRE  RAÇA  DE  GADO 

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Machinismos  para  o  fabrico  fle  Manteiga,  Queijo,  Gelo  e  Lalas 

DESNATADEIRAS  „ALFA-LAVALB 


MODELO  1908 


Arados  e  Machinas  para  a  Lavoura 


77,  Rua  Theophilo  Ottoni,  77 

RIO   DE  JANEIRO 


20,  Rua  Moreira  César,  20 

S.  JOÃO  d'el-rey 


Formicida  Paschoal 

Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


& 


"ZKT^^y^' 


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É  o  maior  amigo  da 


OBTEVE  PRIMEIRO  LOGAR 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO 


lavoura  e  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
cção  dos  formigueiros  e  o  único 
que  apresentou  reaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASCHOAL "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100 '/,  conforme  o  re- 
latório publicado  por  ordem  do 
governo  do  mesmo  Estado. 


Paschoal  Vaz  Otero  communica  aos  Srs.  Lavradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  novos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida  que  tão  bons  serviços  tem 
prestado  á  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados,  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


ESCRIPTORIO 


63,   RUA    DO  HOSPÍCIO,  63 

mi©  ®b  ar^iTMim© 


Henry  Rogers,  Sons  &•  G,  Limited 

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Casa  especial  de  instrumentos  e  machinas  para  a  lavoura 
.A.RA.DOS   e    CULTIVADORES 

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e  mais  machinas  de  fazer  manteiga 

e  pasteurisar  o  leite 

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Únicos  vendedores  das  cordas  e  tiação 

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Teares  e  tecelagem  de  Henry  Livesey 

Teares  e  tecelagem  automáticas  de  Northrop 


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RIO  DE  JANEIRO 


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Estas  machinas  para  arroz  e  café,  fabricadas  ha  19 
gjcr^    annos  nos  E^ados  da  America  do  Norte,  em  Syracuse, 
"    ;    New- York,  pelos  fabricantes 

P 

The  Engelberg  Huller  Co. 


Deaoatcador  de  arro; 


já  são  sobejamente  conhecidas  no  mundo  inteiro  onde 
se  planta  arroz  e  em  todos  os  Estados  do  Brazil,  por 
conseguinte,  não  são  machinas  que  se  vão  experimentar. 


dia 


Restituímos  o  dinheiro  se  são  derem 
o  resultado  que  garantimos 


Oesoaaoador  da  café 

para  500  arrojas   por  dii< 


a  MARCA  REGISTRADA  acim 

rem  estas  MACHINAS    1 

as  imita 

e  reclair 

algum    1 

dores. 

As  nossas  machinas,  peia  sua  SUPERIORIDADE, 
impuzeram-se  di 

ições  são  sempre,  como  todos 
sabem 

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Os  nossos  N.  1      »     300         •  »      » 

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Rua  do  Commercio  Ko.  44,  46e48-^  SÃO  PAULO 

Avenida  Central,  13  -  BIO  DE  JANEIRO 

N   B.      Em  nosso  escriptorio,  tanto  em   S.  Paulo  como  no  Rio  de  Janeiro,  acham-se 
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NA 

EXPOSIÇÃO  DE  FLORES 

DE  1903 

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e  extrangeiras,  arvores 
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Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
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os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bonqnets 
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VIUVA  SILVA  &  FILHOS 

íorneoedores  da  Sooiedads  Nacional  da  Agricultara 


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19,   Rua  General  Gamara,   21 

Importadores  em  grande  escala  de  Louças  de  ferro, 

Ferragens,   Tintas,  Óleos,  Cimento, 

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Drogas  para    industria,  Material    para    estradas  de  ferro 

Artigos  para  lavoura,   etc. 


DEPOSITO 

Rua  do  Cotovsllo  n.  16  —  f  ravessa.  do  Paço  n*  26 
Travessa  da  Fidalga  tu  3  —  Largo  ds  Santa  Eita  n.  24 


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contas  de  venda,  cujes  liquides  são  pagos  immedi.atamente 


A   nossa  firma  foi  premiada   com    medalha 
ouro  na  Exposição  de  S.   Luiz  (E.    U.    da    America) 
pelas  excellentes  qualidades  de   Café  recebido    de 
seus  committentes  que  expuzeram 

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Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  torras  é  absolutamente 
necessário,  afim  de  conseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  productoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas, 
de  todas  as  arvores  fructiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas. 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  à  sua  composição .  Recom- 
mendam-se  especialmente ; 

Chlorureto  de  potássio  de  50  °/0  de  potássio  (Kali) 

Sulphato  de  potássio  . .   de  50  °/„  de        >  > 

Sal  de  potássio de  30  °/0  de        »  > 

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solúvel  em  agua 

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solúvel  em  acido  citrico. 

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Salitre  do  Chile de  17  "/,  de   azoto . 

Guano  com  porcentagem  garantida. 

Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brasil  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

ÚNICOS  RECEBEDORES  DOS  ADUBOS  DO 
"  KALISYNDIKAT     DE     STASSFURT  "     (AllemanhaJ 

BRÍÍGGEMAM,  PEREIRA  k  D, 
93,  Rua  da  Alfandega,  93 

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de  construcção  solida  e  elegante,  de  que  se  garante  o  bom  resultado 
e  perfeito  funccionamento. 

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America  do  Norte,  qualquer  producto  concernente  a  esta  arte. 

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cho e  plantações 
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Inspecteur  General  de  la  Viticultura,  *^ 

^  Professeur  de  Viliculture  á  1'Institut  National  Agronomique,  & 

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Leiam  esse  bello, 

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de  500  paginas,  ampla  e 

nitidamente  impresso  e  illustrado. 

E'  um  trabalho, 

na  opinião  dos  eritieos, 

„de  grande  fôlego 

e  que  deve  figurar  na  estante 

de  todo  brasileiro". 


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1 

PRIVILEGIADA    PELA    PATENTE  N.    4887 

A  gravura  acima  representa  nossa  machina  de  beneficiar  arroz  de  recente  invenção 
privilegiada,  que  a  pratica  consagrou  como  uma  das  mais  perfeitas  no  género. 

Solidamente  construída  com  madeiras  de  lei  do  paiz  e  material  metallico  de  primeira 
qualidade,  ella  reúne  em  um  feliz  conjuncto  : 

1  Descascador  cónico  com  regulador  automático,  sensível; 

1  Polidor  cylindrico; 

1  Aspirador  de  duplo  effeito; 

1  Peneira  mechanica  para  separação  do  quehradinho  que,  beneficiando  sat^fectoria- 
mente  o  arroz,  dá  ao  mesmo  um  typo  mais  ou  menos  homogéneo,  que  lhe  augmenta  o 
valor  mercantil. 

A  capacidade  oscilla  entre  25  e  40  sacco9,  conforme  a  qualidade  e  gráo  de  preparo 
do  arroz. 

A  força  motriz  necessária  é  de  seis  cavallos  nominaes. 

Fornecemos  também  : 

Ventiladores  para  arroz  em  casca,  proporcionaes  á  machina  „PauIista"; 

Separadores  de  marinheiro,  idem; 

Instrumentos  agrários  especiaes  para  a  cultura  do  arroz,  como  sejam  arados  grades, 
semeadores,  ceifadeiras,  debulhadores,  etc. 

Encarregamo-nos  de  mandar  vir  e  assentar  : 

Machinismo  completo  para  beneficiar  arroz,  em  grande  escala,  para  o  que  estamos 
apparelhados  com  a  representação  das  mais  importantes  fabricas  europeas  e  dispomos  de 
'  technico  habilitadíssimo. 

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S.  JOÃO  d'el-rey 


Formicida  Paschoal 

Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


É  o  maior  amigo  da  lavoura  e  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
cção  dos  formigueiros  e  o  único 
que  apresentou  reaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASCHOAL "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100 "/,  conforme  o  re- 
latório   publicado   por    ordem   do 

obteve  primeiro  logar  governo  do  mesmo  Estado. 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO  


Paschoal  Vas  Otero  communica  aos  Srs.  Lavradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  novos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida  que  tão  bons  serviços  tem 
prestado  á  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados,  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


ESCRIPTORIO 

63,   RUA   DO  HOSPÍCIO,   63 

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Sem  rival 
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Comprimento  402  metros 

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Preço  sem  competência 

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aço  inglez. 

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outra  marca 

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de   hortaliça,   de   flore?,   de   plantas  para    agricultura    etc. 


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GRANDE  OFFICINA  DE  TRABALHOS  EM  FLORES  NATURAES 

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feitas  oom  apurado  gosto  para  casamentos,  bailes,  festas,  enterro.?,  finados,  etc. 

encarregam-se  de  ornamentações 

para  mesas  de  jantar,  festas,  salões,  banquetes,  mas,  eto. 


CHÁCARAS   DE  CULTURA   DE   PLANTAS 
Rua  Theodoro  da  Silva,  56  A 
Rua  Haddock  Lobo,  122 
Rua  Barão  de  Petrópolis,  3  (Ocnideas  e  plantas  finas) 

CULTURA  DE  FLORES 

RETIRO—  PETRÓPOLIS 


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e  maia  maehlnas  de  fazer  manteiga 

e  pasteurisar  o  leite 

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*  «  *  w   ENGELBERC    AMERICANO 


Estas  machinas  para  arroz  e  café,  fabricadas  ha  19 
annos  nos  E>tados  da  America  do  Norte,  em  Syracusj, 
New- York,  pelos  fabricantes 

The  Engelberg  Huller  Co. 


Oosoascador  de  arroz 


já  são  sobejamente  conhecidas  no  mundo  inteiro  onde 
se  planta  arroz  e  em  todos  os  Estados  do  Brazil,  por 
conseguinte,  não  são  machinas  que  se  vão  experimentar. 

Sestitulmos  o  dinheiro  39  não  derem 
o  resultado  que  garantimos 


de  café 

ibas  por  dl» 


Chamamos  a  attenção  dos  senhores  lavradores  para 
a  MARCA  REGISTRADA  acima  e  para  não  confundi- 
rem estas  MACHINAS,  feitas  nos  Estados  Unidos,  com 
as  imitações  ordinárias,  que  apparecem  com  annuncios 
e  reclames  pomposos,  que  no  final  não  dão  resultado 
algum  e  só  servem  para  lograr  os  senhores  compra- 
dores. 

As  nossas  machinas,  pela  sua  SUPERIORIDADE, 
impuzeram-se  de  tal  forma,  que  todos  estão  procurando 
imital-as,  mas  estas  imitações  são  sempre,  como  todos 
sabem  ,  _ 

UMA.    IMITA.ÇAOI 

Os  nossos  N.  1      »     300        -  »      » 

DESCASCADOBES  DE  CAFÉ  n.  2    ,    150      . 

descascam,  ventilam,  esbrugam  e  brunem  (caso  quei-      N.  5     .       60      . 
ram)  tudo  em  uma  só  operação. 

Fornecemos  amostras  de  CAFÉ  e  ARROZ  beneficiados    nos    DESCASCADO- 
RES  que  temos  funecionando  em  nosso  escriptorio. 

Peçam  os  novos  catálogos  illustiados  e  mais   informações   ã 

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Empório  de  machinas  para  a  LAVOURA 
Rua  do  Commercio  Ns.  44,  46  e  48  -^  SÃO  PAULO 

Avenida  Central,  13  —  RIO  DE  JANEIRO 

N.  B  —  Em  nosso  escriptorio,  tanto  em  S.  Paulo  como  no  Rio  de  Janeiro,  acham-se 
íunecionando,  a  qualquer  hora,  os  machinismos  de  café  e  arroz. 

6 


PREMIADO  COM   MEDALHA 

NA 

EXPOSIÇÃO  DE  FLORES 

DE  1903 

ESPECIALIDADE  EM  ROSEIRAS,  CAMÉLIAS,  ETC* 

Grande  sortimento  de  plantas  nacionaes 
e  extrangeiras,  arvores 
frnctiferas  e  de  ornamento. 
Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bouquets 
para  noivas,  etc. 

POR    PREÇOS    RAZOÁVEIS 

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Fornecedores  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 

Ri  Conde  le  Bomflm,  123  ílffl  Rua  Confie  de  Bonfim,  123 


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llil  SI«Ki  I  K 

19,   Rua  General  Camará,   21 

Importadores  em  grande  escala  de  Louças  de   ferro, 

Ferragens,    Tintas,   Óleos,   Cimento, 

Canos  de  ferro  e  de  chumbo  para  agua  e  gaz, 

Telhas  zincadas,   Arame    farpado   e  liso, 

Drogas   para    industria,   Material    para    estradas  de   ferro. 

Artigos  para  lavoura,   etc. 


DEPOSITO 

Rua  do  Cotovello  iu  IS  —  Travessa  do  Paço  n»  26 
Travessa  da  Fidalga  n.  3  —  Largo  de  Santa  Rita   n.  24 


ESPECIALISTAS  EM  MATERIAL  PARA  CANALISAÇÃO  DE  AGUA 


DEPOSITÁRIOS  DOS  SEGUINTES  PBODUCTOS  CONHECIDOS 

Formicida  Pestana  (purificado)  )  Dynamite  "Estygia" 

Dito  Capanema  )  Enxadas  "Radiante  especial' 

Dito  Paschoal  ;  Cimento  "Pedreiro" 

Creolina  Freire  de  Aguiar  s  Dito  "S.  Jorge" 

Coalho  marca  «  Estrella  »  ( 


Commissarios  de  Café  e  mais  géneros  do  Paiz,  garantem  as  melhores 
contas  de  venda,  cujos  líquidos  são  pagos  immediatamente 


A   nossa   firma  foi  premiad?    com    medaiha 

de    ouro  na  Exposição  de  S.   Luiz  (E.    U.    da    America) 

pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

Rio   do    iFÊmoiíro 


xwoooooooooooaxxx  Sortimento    completo  jowooooooooooooooí 
de  Ferragens,  Drogas,  Tintas,  etc.    etc 


Grande  Empório  ds  Machinas  *  * 
•  »*•••**    para  a  lavoura 


3  alavanoa» 


I  Óleos  lubrificantes,  Correias  de  couro  e  "Gutalata"  | 

xxxx»ooooooooo(xxxxx>oo(x    as  DielllOreS   do   lHUndo    mmmvmiwwmt 


»  »  »  »  »  MACHINISMOS  DE  VARIAS  ESPÉCIES  «  «  e  «  « 

!Vapores,    Arame   farpado,   Telhas   de   zinco,   etc.    etc. 


-^r 


-^ 


Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  é  absolutamente 
necessário,  afim  de  çonseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  productoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas, 
de  todas  as  arvores  fructiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas. 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  à  sua  composição .  Recom- 
mendam-se  especialmente  : 

Chlorureto  de  potássio  de  50  °/0  de  potássio  (Kali) 

Sulphato  de  potássio  . .   de  50  0/o  de        >  > 

Sal  de  potássio de  30  %  de        »  > 

Superphosphatos de  20  %  de  acido   phosphorico 

solúvel  em  agua 

Escorias  de   Thomaz ...    de  1 6  °/0  de  acido    phosphorico 
solúvel  em  acido  cítrico. 

Sulphato  de  ammoniaco    de  20,  5  °/„  de  azoto. 

Salitre  do  Chile de  17  %  de    azoto. 

Guano  com  porcentagem  garantida. 

Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brasil  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

ÚNICOS  RECEBEDORES  DOS  ADUBOS  DO 
"  KALISYNDIKAT     DE     STASSFURT  "     (  Allemanha ) 

BRÍJGQEMAM,  PEREIRA  h  CL 
93,  Rua  da  Alfandega,  93 

CAIXA  DO  CORREIO  N.  566  —  ENDEREÇO  TELEGRAPHICO:   "3Eai30T' 


w 


m 


&$m,itím 


Casa  especial 

em  trabalhos  de  flores  naturais 

artisticamente  executados 


Coroas  para  enterros, 
de  todos  os  preços  e  feitios 


Ornamentações  de  salões, 

mesas,  «te, 

para  casamentos,  bailes,  etc,  etc 


Sementes  afiançadas  de  hortaliças 
e  flores 


CULTURA  DE  FLORES 

Rua  Senador   Nabuco  n.   21,    Villa  Izabel  (Orchldeas) 
Fonseca  —  Nitheroy    (Flores  diversas) 


CHÁCARA  FLORA 

Alto  da  Serra  —Petrópolis  (Flores  e  Plantas) 

Schlick  &  Comp.    I  Rua  do  Ouvidor  n.  31 

£     TELEPHONE    N.   1281       1 

GffiASO 


BIO     X5EI    CTJLlSJ-ttlJEòO 


J.  Nicola  &  Irmãos 

IIÕCÓGA 

(ESTADO  DE  SAO  PAULO  — BRAZILi 
Fabricantes  de  afamados  machimsmos  para   CA-F-É 
e  abboz  —  como  sejam : 

Descascador  UNIVERSAL,  privilegiado 

Catador  COMPENSADOR,  privilegiado 

Ventilador  PATENTAEO,  de  duplo  effeito 
e  mais  todos  os  pertences  para  installações  completas  ou  avulsas,  a 
de  construcçfio  solida  e  elegante,  de  que  se  garante  o  bom  resultado 
e  perfeito  funecionamento. 

Melhorado  sempre  o  café  beneficiado  em  nossos 
machinismos,  de  um  a  dois  typos 

íHTIPIUn    UÍPUHUIPA    Para    construcÇões  perfeitas   de  qualquer 
UrNuINA    lílCLnAmuft    machinismopara usoda  lavoura e industria. 

Com  limitada  commissão,  encarregamo-nos  de  maadar  vir  da  Europa  oa  d/l 
America  do  Norte,  qualquer  produeto  concerneate  a  esta  arte. 

ÚNICOS  AGENTES  da  importante  fabrica  de  vapores  e  turbinas,  de  James 
Leffel  &.  Co.,  de  Springfleld  —  Ohio,  U.  S.  A. 


Estabelecimento  de  Plantas 


Grande  variedade 
de  arvores  frueti- 
feras  nacionaes  e 
estrangeiras,  arvo- 
res  de  sombra   e 
ornamentação  por 
preços     baratíssi- 
mos. 

vljjp^ 

Especialidade  em 
enxertos  de  laran- 
jeiras,  tem    sem- 
pre de  10  a  12  mil 
pés,  e  acondicio- 
namento,   despa- 
cho e  plantações 
para  todos  os  Es- 
tados  do    Brazil. 

#ÇSf-i>'    K 

CASCADURA          ^jfc              K|          CASCADURA 

ftua  Nova,  de  L.  Pedro,  37   ^mSÊF   to  *  CaipiíliD,  1 

Alf 

red@  da  Bitoa  Bib@ 

iro 

GRANDE  DEPOSITO  DE  PLANTAS 

~7f- * * "V 

Variado  sortimento  de  plantas  de  todas  as  qualidade 
para  POMARES  E  JARDINS 


slT*  Luiz  António  Gomes 


Apromptam-se    bouquets    para    baptisados    e    casamentos, 
com  a  máxima  brevidade  e  por  preços  baratíssimos 


41  -  RUA  DR.  BULHÕES  -  41 

ENGENHO  DE  DENTRO 


§  REVUE  § 

fc  DE  J 

|  VITICULTURE 

PUBL1ÉE  SOUS  LA  DIRECTION  DE 

P.   VIALA,  4 

J?  Inspecteur  General  de  !a  Viticulture,  ^ 

$ff  Profes8eur  de  Viliculture  à  1'Institut  National  Agrouomique,  «$ 

Í  SERVIGES  GRATUITS  SPÉGIAUX  § 

POUR  LES  ABONNÉS  5 

Sff  3*€ ^ 

$ff      U  REVUB  piralt  tou  lea  JEUDIS  et  publi»  d«  nombreuau  figur»s  ít  plinohes  en  eonlsor     «^ 

*  — »*« —  3 

«?  ABONNEMENTS  $ 

fef     UN  AN:  fr.lB-RECOUVRÉ  A  DOMICLCE:lSfr.BO-UNION  POSTALE:18  fr.     j$ 

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tak  BUREAUX  :  1,  rue  Le  Goff.  PARIS  (V»arrl)  i» 

O  Estado  Moderno 

e  a  Agricultura 

Leiam  esse  bello, 

útil  e  interessante  livro 

de  500  paginas,  ampla  e 

nitidamente  impresso  e  illustrado. 

E'  um  trabalho, 

na  opinião  dos  críticos, 

„de  grande  fôlego 

e  que  deve  figurar  na  estante 

de  todo  brasileiro". 


&ieço>  de  venda. 


Era  todas  as  livrarias  do  RIO,  S.  PAULO  e  CAMPINAS. 


#f    §>    S>    t>    §$•  Arados  de  todos  os  systemas 
Cultivadores    e    Instrumentos  i%    -tf    i®    i%    <$ 


DOS    FABRIC.N 


DEERE  rt   C.:A 

MOLINE,  ILL. 


Desnatadeiras  "Mundus" 


f)e^àtà 

40  lilfog  de  leite 
(poi'  \otli 


. 


'-— --^l.?-^ 


Cripta  àjpei\à$ 
%.  45'rooo! 


tí' es  í§"'0 


Pode  ser  inovida  por  uma  creança. 

O  -MUNDUS"  é  um  separador  perfeito  em  todas  as  suas  minudcncias,  seu 

manejo  é  simples  c  a  duração  é  igual  á  das  melhores  desnatadeiras  até  hoje  conhecidas. 

Devido  á  sua  construcção  especial,  o  seu  peso  importa  apenas  em  5  kilos. 

TJnioos  represeutantea  110  Brazll : 

Herm.    Stoltz    &    Cia 

Kio  tle  «Janeiro  São  Paulo 

66/74  Avenida  Central  66/74       12  Rua  Alvares  Penteado  12 


20, 


ARENS  &  COMP. 
AVENIDA  CENTRAL, 


20 


RIO  DE  JANEIRO 


MACHINA 

k      BENEFICIAR  ARROZ 
PAULISTA 


PRIVILEGIADA    PELA    PATENTE   N.   4887 

A  gravura  acima  representa  nossa  machinade  beneficiar  arroz,  de  recente  invenção 
privilegiada,  que  a  pratica  consagrou  como  uma  das  mais  perfeitas  no  género. 

Solidamente  construída  com  madeiras  de  lei  do  paiz  e  material  metallico  de  primeira 
qualidade,  ella  reúne  em  um  feliz  conjuncto  : 

1  Descaseador  cónico  com  regulador  automático,  sensível; 

1  Polidor  cylindrico; 

1  Aspirador  de  duplo  effeito; 

1  Peneira  mechanica  para  separação  do  quebradinho  que,  beneficiando  satisfactoria- 
mente  o  arroz,  dá  ao  mesmo  um  typo  mais  ou  menos  homogéneo,  que  lhe  auementa  o 
valor  mercantil. 

A  capacidade  oscilla  entre  25  e  40  saccos,  conforme  a  qualidade  e  gráo  de  preparo 
do  arroz. 

A  força  motriz  necessária  é  de  seis  cavallos  nominaes. 

Fornecemos  também  : 

Ventiladores  para  arroz  em  casca,  proporcionaes  á  machina  ,, Paulista"; 

Separadores  de  marinheiro,  idem; 

Instrumentos  airrarios  especiaes  para  a  cultura  do  arroz,  como  sejam  arados  grades, 
semeadores,  ceifadeiras,  debulhadores,  etc. 

Encarregamo-nos  de  mandar  vir  e  assentar  : 

Machinisnio  completo  para  beneficiar  arroz,  em  grande  escala,  para  o  que  estamos 
apparelhados  com  a  representação  das  mais  importantes  fabricas  europeas  e  dispomos  de 
pessoal  technico  habilitadíssimo. 

PEÇAM  FOLHETO  DESCRIPTIVO 


The  Gourock  Ropework  Export  Company  Limited 

ESTABELECIDA  EM  1736 

Únicos  fabricantes  da  lona  impermeável 

marca  „BIRKMYRE'S", 

usada  pslcs  Srs.  fazendeiros  em  encerados  para  lavoura, 

com  os  mais  valiosos  attestados 


Fornecedores  de  ENCERADOS  para  wagons 

e  BARRACAS 

para  todas  as  estradas  de  ferro 

Confeccionamos  encerados  e  barracas  de  qualquer  tamanho 

CABOS  E  CORDAS  DE  PRIMEIRA  QUALIDADE 

Cairo,  alcatroado,  linho,  merlim,  corda  de  Nova   Zelândia 

para  carne  secca 

Lona  de  linho  de  diversas  qualidades  para  velas 

Lona  de  algodão  de  qualquer  largura 

Fio  de  vula  de  varias  qualidades 

para  coser  saccos,  velas  e  lonas 

Temos  em  deposito  IÍNCERADOS  e  BARRACAS 
<le  vários  tamanhos 

119,  Rua  Primeiro  de  Março,  119 

RIO  DE  JANEIRO 


HOPKINS,  CAUSER  &  HOPKINS 


IMPORTADORES  DA  CELEBRE  RAÇA  DE  GADO 

„BED  8HOBTHOBN' 


1NGLEZ 


Mactainismos  para  o  fabrico  te  Maiitfe  Qneijo,  Gelo  e  Latas 

DESNATADEIRAS  „ALFA-LAVAL" 


MODELO  1908 


Arados  e  Machinas  para  a  Lavoura 


95,  Rua  Theophilo  Ottoni,95 

RIO   DE   JANEIRO 


20,  Rua  Moreira  César,  20 

S.  JOÃO  d'el-rey 


Formicida  Pasctioal 

Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


& 


x?55^: 


£ 


É  o  maior  amigo  da  lavoura  e  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
cção  dos  formigueiros  e  o  único 
que  apresentou  roaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASCHOAL  "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100%  conformo  o  re- 
latório   publicado   por    ordem    do 


OBTEVE  PRIMEIRO  LOGAR 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO 


governo  do  mesmo  Estado. 


Paschoal  Vas  Otero  communica  aos  Srs.  Lavradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  novos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida  que  tão  bons  serviços  tem 
prestado  d  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados,  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


ESCRIPTORIO 

75,   RUA    DO  HOSPÍCIO, 

RIO    BE   fANEIRQ 


75 


Henry  Rogers,  Sons  ir  C,  Limited 

EOTUEIRUS  E  CONTRACTADORES  HE  MACH1MSH08  PARA  qUALQUER  INDUSTRIA  OU  AGRICULTURA 


Casa  especial  de  instrumentos  e  machinas  para  a  lavoura 

ARADOS    e    CULTIVADORES 

dos  melhores  fabricantes  inglezes  e  americanos 


SliMâfâllllÂS 

„ESTRELLA"  „BALTIC" 

•  maia  machinas  de  fazer  manteiga 

e  pastenrlsar  o  leite 

ESPECIALISTAS  EM  FIAÇÃO  E  TECELAGEM 

Únicos  vendedores  das  cordas  e  fiação 

de  HO WARD  &  BULLOUGH 

Teares  e  tecelagem  de  Henry  Livesey 

Teares  e  tecelagem  automáticos  de  Northrop 


ORÇAMENTOS,  PLANTAS  E  TODAS  AS  INFORMAÇÕES 

85,  RUA  VISCONDE  DE  INHAÚMA,  85  17  A,  RUA  DA  QUITANDA,  17  A 


RIO  DE  JANEIRO 


Descascadores  ds  Arroz  e  Café  *  *  * 
*  *  *  *  ENGELBERG   AMERICANO 


Estas  machinas  para  arroz  e  café,  fabricadas  ha  1 9 
annos  nos  Estados  da  America  do  Norte,  em  Syracuse, 
New-York,  pelos  fabricantes 

The  Engelberg  Huller  Co, 

já  são  sobejamente  conhecidas  no  mundo  inteiro  onde 
se  planta  arroz  e  em  todos  os  Estados  do  Brazil,  por 
conseguinte,  não  são  machinas  que  se  vão  experimentar. 

Beatltulmoa  o  dinheiro  se  não  derem 
,or  d^  o  multado  que  garantimos 


Chamamos  a  attenção  dos  senhores  lavradores  para 
a  MARCA  REGISTRADA  acima  e  para  não  confundi- 
rem estas  MACHINAS,  feitas  nos  Estados  Unidos,  com 
as  imitações  ordinárias,  que  apparecem  com  annuncios 
e  reclames  pomposos,  que  no  final  não  dão  resultado 
algum  e  só  servem  para  lograr  os  senhores  compra- 
dores. 


As  nossas  machinas,  pela  sua  SUPERIORIDADE, 
impuzeram-se  de  tal  forma,  que  todos  estão  procurando 
imital-as,  mas  estas  imitações  são  sempre,  como  todos 
sabem 

UMA   IMITA.ÇAOI 

Os 


DES0ASCAD0BE3  DE  CA?É 
descascam,  ventilam,  esbrugam  e  brunem  (caso  quei- 
ram) tudo  em  uma  só  operação. 


Doaoisoador  d*  oaf* 
N.  0  para  500  arrobas  por 
N.  1      •     300 


Fornecemos  amostras  de  CAFÉ  e  ARROZ  beneficiados   nos    DESCASCADO- 
RES que  temos  funccionando  em  nosso  escriptorio. 

Peçam  os  novos  catálogos  illustrados  e  mais  informações  a 

F.   1S'ff»,S,©Sr   &  ©. 

Empório  de  machinas  para  a  LAVOURA 
Rua  do  Commercio  Ns.  44,  46  e  48  -ee-  SÃO  PAULO 

Avenida  Central,  18  —  RIO  DE  JANEIRO 

N.  B  —  Em  nosso  escriptorio,  tanto  era   S.  Paulo  como  no  Rio  de  Janeiro,  achara -se 
funccionando,  a  qualquer  hora,  os  machinismos  de  cate  e  arroz. 


GRANDE  ESTABELECIMENTO  HORT1COLO 

PREMIADO  COM  MEDALHA 

NA 

EXPOSIÇÃO  DE  FLORES 

DE  1903 

ESPECIALIDADE  EM  ROSEIRAS,  CAMÉLIAS,  ETC* 

Grande  sortimento  de  plantas  nacionaes 
e  extrangeiras,  arvores 
fructiferas  e  de  ornamento. 
Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bouquets 
para  noivas,  etc. 

POR    PREÇOS    RAZOÁVEIS 

VIUVA  SILVA  &  FILHOS 

Fornecedores  da  Sooiadade  Nacional  de  Agricultura 

m 


Rua  M*  le  Borafim,  123  hmmà Boa  Conde  te  Bomfim,  123 

portão  vermelho  imKWatÊr  portão  vermelho 

^T^g^T^  t\  jti  y~  3m&  cK1"^ 

mi©   mm  $Jk-mmxmQ 


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41,   Rua  General  Gamara,  43 

Importadores  em  grande  escala  de  Louças  de  ferro, 

Ferragens,   Tintas,  Óleos,  Cimento, 

Canos  de  ferro  e  de  chumbo  para  agua  e  gaz, 

Telhas  zincadas,  Arame   farpado  e  liso, 

Drogas  para    industria,  Material    para    estradas  de  ferro, 

Artigos  para  lavoura,  etc. 


DEPOSITO 

Rua  do  Cotovello  n,  Í6  —  Travessa  do  Paço  n«  26 
Travessa  da  Fidalga  n.  3  —  Largo  de  Santa  Eita  n»  24 


ESPECIALISTAS  EM  MATERIAL  PARA  CANALISAÇÃO  DE  AGUA 


DSP0SITA1I03  DOS  SEStHNTES  PB0DUCT03  5ÔNHB0ID0S 

Formicida  Pestana  (purificado)  }  Dynamite  "Estygia" 

Dito  Capanema  )  Enxadas  "Radiante  especial' 

Dito  Paschoal  ;  Cimento  "  Pedreiro" 

Creolina  Freire  de  Aguiar  <  Dito  "S.  Jorge" 
CoaDio  marca  «  Estrella  » 


Commlssarios  de  Café  e  mais  géneros  do  paiz,  garantem  as  melhores 
contas  de  venda,  cujos  liquidos  são  pagos  immediatamente 


A  nossa  firma  foi  premiada  com    medalha 

de    ouro  na  Exposição  de  S.  Luiz  (E.    U.   da    America) 

pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

Rio  de   Janeiro 


43  NATHAN  k  t" 


XXXWOOOOOCOOOíXX» 


xxxooooooaxxxxxxx  Sortimento    completo 

de  Ferragens,  Drogas,  Tintas,  etc,  etc. 


Brande  Empório  dg  Machinas  * 
^*  *******    para  a  lavoura « 


tt 


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irado    Reversível  três  alavancas 


Óleos  lubrificantes,  Correias  de  couro  e  "Gutalata"  4 

íoooooocoooocooocmcxx/xx    as  melhores   do   UlUndo    )(xmmmMmm<m 


*  »  »  *  »  RSACHINISHOS  DE  VARIAS  ESPÉCIES  «  ^  «  «  « 
Vapores,    Arame    farpado,    Telhas    de    zinco,    etc,    etc. 


^W 


Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  é  absolutamente 
necessário,  afim  de  çonseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  productoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas, 
de  todas  as  arvores  fructiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas. 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  á  sua  composição .  Recom- 
mendam-se  especialmente : 

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Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar .  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no   Brazil  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

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em  pequenas  porcentagens, 

torna-se  o  SALOXO   um  artigo  do  alto  interesso 

para  os  criadores  do  gado  bovino,  lanígero  ou  cavallar, 

devido  ás  suas  valiosas  qualidades    dietéticas, 

digestivas  e  purgativas. 

Adoptado  em   muitos   Postos   Zootechnicos  Europêos 

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Comprimido  em  blocos  de  5  ou  10  kilos 
•  Moído  em  saccos  de  50  kilos 


Parecer  de  um  criador  mineiro 

O  Sr.  A.*  A.,  criador  de  gado  em  Curvello,  observou 
que  as  suas  vaccas  leiteiras,  em  numero  de  19,  ficaram  pare- 
cendo mais  alegres,  que  os  carrapatos  tinham  cabido,  que  os 
cabellos  ficaram  muito  lizos  e  que,  por  causa  do  melhor  estado 
de  saúde  das  vaccas,  o  leite  tinha  augmentado.  (Extracto  de 
uma  carta  em   nosso  poder.) 


Estamos  proniptos  a  enviar  amostras  ou  prospectos 
a  quem  no-los  pedir. 

Para  encommendas  e  mais  informações  com: 

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fabricadas  par  "THE  ENGELBERG  HULLER  £0.,"  de  Syracuse,  lew-York  - 

Devido  ao  aug-inento  na  fabricação,  para  at- 
tender  aos  grandes  pedidos  da  CHINA,  JAPÃO  e 
ÍNDIA  INGLEZA,  principalmente  deste  nltinio 
paiz,  onde  são  agentes  os  srs.  MARSHALL  SONS 
«fe  O.  (firma  esta  bastante  conhecida  aqni  no  Brazil), 

resolveu  a  fabrica  baixar  os  preços 

para  a  íutnra  safra,  o  que  levamos  ao  conhecimen- 
to das  pessoas  interessadas   na  acquisição  de 

Macias  ia  arroz,  preconizadas  como  as  liras 

pelo  mundo  inteiro;  tanto  assim,  qne  todos  estão  pro- 
curando imiatal-as,  mas  essas  imitações  são  sempre, 
como  todos  sabem,  SO'   UMA  IMITAÇÃO. 

Peçam   catálogos,  preços   e  informações. 

A   reducção  nos  preços  das  machinas  de  arroz 
começa  a  vigorar  desta  data  em  deante. 


S.  Paulo,  16  de  Novembro  de  1908. 

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Pôde  ser  movida  por  uma  creança. 

1 1  -'mundus"  e  um  separador  perfeito  em  tolas  as  suas  miniidencias,  seu 

manei"  é  simples  e  a  duração  é  igual  á  das  melhores  desnatadeiras  até  hoje  conhecidas. 

'Devido  a  sua  construcção  especial,  o  seu  peso  importa  apenas  em  5  kilos. 


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Herm.    Stoltz    &    C.ia 

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PRIVILEGIADA   PELA    PATENTE   N.   4887 

A  gravura  acima  representa  nossa  machinade  beneficiar  arroz,  de  recente  invenção 
privilegiada,  que  a  pratica  consagrou  como  uma  das  mais  perfeitas  no  género. 

Solidamente  construída  com  madeiras  de  lei  do  paiz  e  material  metallico  de  primeira 
qualidade,  ella  reúne  em  um  feliz  conjuncto  : 

1  Descascador  cónico  com  regulador  automático,  sensível; 

1  Polidor  cylindrico; 

1  Aspirador  de  duplo  effeito; 

1  Peneira  mechanica  para  separação  do  qucbradinho  que,  beneficiando  satisfatoria- 
mente o  arroz,  dá  ao  mesmo  um  typo  mais  ou  menos  homogéneo,  que  lhe  auiimenta  o 
valor  mercantil. 

A  capacidade  oscilla  entre  25  e  40  saccos,  conforme  a  qualidade  e  gráo  de  preparo 
do  arroz. 

A  força  motriz  necessária  é  de  seis  cavallos  nominaes. 

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Instrumentos  agrários  especiaes  para  a  cultura  do  arroz,  como  sejam  arados-grades, 
semeadores,  ccifadeiras,  debulhadores,  etc. 

Encarregamo-nos  de  mandar  vir  e  assentar  : 

Machinismo  completo  para  beneficiar  arroz,  em  grande  escala,  para  o  que  estamos 
apparelhados  com  a  representação  das  mais  importantes  fabricas  européas  e  dispomos  de 
pessoal  technico  habilitadíssimo. 

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CÇa°  d0S  formigue™  e  o  único 
que  apresentou  reaes  resultados 
na  expenencias  eíFectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
a  Pau]°'  onde  «upplantou  todas 
aS  marcas  q«e  concorreram  a 
essa     experiência    e    demonstrou 

^idor  das  i:™  rs 

económico  100  •/.  conforme  o  re- 
Iat0rÍ°  Public^o  por  ordem  do 
governo  do  mesmo  Estado. 


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NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

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regresso  da   Europa,   acaba   de  mnnZ  Lwradores  que,  de 

«,    ,aw6m    ilteJ^rÍT       l       PUl°  ^   enl^rnento  e  que 
touaro  litros)  °    "«»»«">**>*    na    medida    das    latls 

Paschoal  Vaz  Otero 

7r        nTT  ESCRIPTORIO 

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e  extrai) geiras,  arvores 
fructiferas  e  de  ornamento. 
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tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
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Travessa  da  Fidalga  n»  3  —  Largo  de  Santa  Rita  n,  24 


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de    ouro  na  Exposição  de  S.  Luiz  (E.    U.   da   America) 

pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

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Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  é  absolutamente 
necessário,  afim  de  çonseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  productoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas, 
de  todas  as  arvores  fructiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas. 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  à  sua  composição.  Recom- 
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Salitre  do  Chile de  15  %  °/t  de  azoto. 

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ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brazil  para  este  fim. 

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Moido  em  saccos  de  50  kilos 


Parecer  de  um  criador  mineiro 

O  Sr.  A.  A.,  criador  de  gado  em  Curvello.  observou 
que  as  suas  vaecas  leiteiras,  em  numero  de  19,  Acaram  pare- 
cendo mais  alegres,  que  os  carrapatos  tinham  cabido,  que  os 
cabellos  ficaram  muito  lizos  e  que,  por  causa  do  melhor  estado 
de  saúde  das  vaecas,  o  leite  tinha  augmentado.  (Extracto  de 
uma    carta  em    nosso  poder.) 


Estamos  promptos  a  enviar  amostras  ou  prospectos 
a  quem  nol-os  peilir. 

Para  encommendas  e  mais  informações  com: 

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Devido  ao  ang-mento  na  fabricação,  para  at- 
tender  aos  graudes  pedidos  da  CHINA,  JAPÃO  e 
ÍNDIA  INGLEZA,  principalmente  deste  ultimo 
paiz,  onde  são  agentes  os  srs.  MARSHALL  SONS 
«fc  O.  (firma  esta  bastante  conhecida  aqui  no  Brazil), 

resolveu  a  fabrica  baixar  os  preços 

para  a  futura  safra,  o  que  levamos  ao  conhecimen- 
to  das   pessoas    interessadas   na  acquisição  de 

Macias  fle  arroz,  preconizaflas  como  as  mires 

pelo  mundo  inteiro;  tanto  assim,  que  todos  estão  pro- 
curando imital-as,  mas  essas  imitações  são  sempre, 
como   todos  sabem,  SO'   UMA   IMITAÇÃO. 

Peçam    catálogos,    preços   e  informações. 


A    reducção   nos   preços   das   machinas   de  arroz 
começa  a   vigorar  desta  data  em  deante. 


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Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


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É  o  maior  amigo'  da  lavoura  e  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
cção  dos  formigueiros  e  o  único 
que  apresentou  reaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„l\A.S(JHOAL"  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100 "/,  conforme  o  re- 
latório    publicado    por    ordem    do 


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NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO 


roverno  do  mesmo  Estado. 


Pasehoal  Vaz  Otero  communica  aos  Srs.  Lavradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  novos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida,  que  tão  bons  seroiços  tem 
prestado  â  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados;  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Pasehoal  Vaz  Otero 


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tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
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pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

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Nunca  esquecer  que 

O  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  é  absolutamente 
necessário,  afim  de  conseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor. 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  produetoras  do  café,  algodão,  canna  de  as 
sucar,  turno,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas 
de  todas  as  arvores  fruetiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas. 
Os  aJubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  à  sua  composição.  Recom- 
mendam-se  especialmente  ; 

Chlorureto  de  potássio  de  50  %  de  potássio  (Kali) 
Sulphato  de  potássio  . .   de  48  %  de        »  > 

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Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brazl  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

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enxertos  de  laran- 
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pre de  10  a  12  mil 
pés,  e  acondicio- 
namento, despa- 
cho e  plantações 
para  todos  os  Es- 
tados do   Brazil. 


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Alfredo  da  Silva  Ribeiro 


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tor principal  en  la  Cria  de  aves  ;  la  perimia  que 
desea  adelantar  en  esta  industria,  debe  tener 
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couejos,  abejas  y  perros  ;  contiene  descripciones 
y  vistas  de  jiuchos  criader.s  extraujeros,  etc. , 
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Formicida  SHOMAKER 


end.  telegií.  (terrestre)  MATASU'VA 
Privilegiado  pelo  Governo  Federal 

E' de  theoria  diametralmente  opposta  ás  velhas  formu- 
las anachronicas  para  a  extineção  dos  formigueiros. 

O  Formicida  SCHOMAKER  é  o  único  que  sem  provo- 
cação artificial  desenvolve  gazes  mais  pezados  que  o  ar,  em 
contacto  com  o  hydro  e  oxy  génio. 

O  Formicida  SCHOMAKER  realiza  o  útil  ao  agradável, 
conservando-se  em  actividade  pele  espaço  de  60  dias,  levan- 
do uma  morte  certa  ao  terrivel  inimigo  da  lavoura. 

O  Formicida  SCHOMAKER  não  illude ;  restitue  a  im- 
portância em  dobro  a  quem  provar  a  sua  falta  de  efficacia. 

O  Formicida  SCHOMAKER  foi  submettido  vietoriosn- 
mente  a  varias  experiências  perante  as  autoridades  seguintes: 
Directoria  de  Agricultura  do  Est.  cie  Minas,  Secretaria 
de  Agricultura  do  Fstado  de  S.  Paulo,  Comarcas  de  Juiz 
de  Fora,  Ubá,  Cataguazes,  Leopoldina,  Campinas,  Limeira, 
Rio  Claro,  Bocaina,  Bica  de  Pedra,  Bariry  e  muitas  outras 

o  Formicida  SCHOMAKER  é  o  único  que  voluntariamente 
se  submette  ao  tribunal  da  opinião  publica. 

Rua   José   Bonifácio  X.  17  —  agentes  paka  o  Estado  de  S.  Paulo 

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em  pequenas  porcentagens, 

torna-se  o  SALOXO   um  artigo  de  alto  interesse 

para  os  criadores   do   gado  bovino,  lanígero  ou  cavallar, 

devido  ás  suas  valiosas  qualidades    dietéticas, 

digestivas  e  purgativas. 

Adoptado  em   muitos   Postos   Zootechnicos  Europêos 


Vende-se 

Comprimido  em  blocos  de  5  ou  10  kilos 

Moido  em  saccos  de  50  kilos 


Parecer  de  um  criador  mineiro 

O  Sr.  A.  A.,  criador  de  gado  em  Curvello,  observou 
que  as  suas  vaccas  leiteiras,  em  numero  de  19,  depois  do  uso 
do  saloxa,  ficaram  parecendo  mais  alegres,  que  os  carrapatos 
tinham  cahido,  que  os  cabellos  fie  iram  muito  lizos  e  que,  por 
causa  do  melhor  estado  de  saúde  das  vaccas,  o  leite  tinha 
augmentado.   (Extracto    de  uma  carta  em   nosso  poder.) 


Estamos  promptos  a  enviar  amostras  ou  prospectos 
a  quen  uol-o*  pedir. 

Para  encommendas  e  mais  informações  com: 

Rombauer  &  Comp. 

Rua  Visconde  de  Inhaúma  n.  84 

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RIO  DE  JANEIRO 

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fabricadas  por  "THE  EHGELBEBG  HULLER  CO."  de  Syracuse,  New-York 

Devido  ao  augniento  na  fabricação,  para  at- 
tender  aos  grandes  pedidos  da  OHINA,  JAPÃO  e 
ÍNDIA  INGLEZA,  principalmente  deste  ultimo 
paiz,  onde  são  agentes  os  sr«.  MARSHALL  SONS 
«fe  O.  (firma  esta  bastante  conhecida  aqui  no  Brazil), 

resolveu  a  fabrica  baixar  os  preços 

para  a  futura  safra,  o  que  levamos*  ao  conhecimen- 
to das  pessoas  interessadas  na  acquisição  de 


arroz,  naus  como 


pelo  mundo  inteiro;  tanto  assim,  que  todos  estão  pro- 
curando imital-as,  mas  essas  imitações  são  sempre» 
eomo^todos  sabem,  SO^  UMA  IMITAÇÃO. 

Peçam   catálogos,  preços  e  informações. 


A   reducção  nos  preços  das  machinas  de  arroz 
começa  a  vigorar  desta  data  em  deante. 


S.   Paulo,  16  de  Novembro  de  1908. 


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Pôde  ser  movida  por  uma  creança. 

O  "MUNDUS"  é  um  separador  perfeito  em,  todas  as  suas  minudencias,  seu 

manejo  é  simples  e  a  duração  é  igual  á  das  melhores  desnatadeiras  até  hoje  conhecidas. 

Devido  á  sua  construcção  especial,  o  seu  peso  importa  apenas  em  5  kilos. 


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Rio  de  Janeiro  São  Paulo 

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Formicida  Paschoal 

Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


■■^t^oc 


S 


É  o  maior  amigo  da  lavoura  o  -  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
cção  dos  formigueiros  e  o  único 
que  apresentou  reaes  resultados 
nas  experiências  effectuadas  por 
ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASUIIÚAL "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100°/,  conforme  o  re- 
latório publicado  por  ordem  do 
.  -   obteve  primeiro  logar  governo  do  mesmo  Estado. 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO  


Paschoal  Vax  útero  communica  aos  Srs.  Lavradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  nooos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida,  que  tão  bons  seroiços  tem 
prestado  á  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados;  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


ESCRIPTORIO 


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e  extrangeiras,  arvores 
fructiferas  e  de  ornamento. 
Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bouquets 
para  noivas,  etc. 

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Canos  de  ferro  e  de  chumbo  para  agua  e  gaz, 

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Drogas  para    industria,   Material    para    estradas  de  ferro, 

Artigos  para  lavoura,   etc. 


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Rua  do  dotovsllo  iu  16  —  Travessa  do  Paço  n»  26 
Travessa  da   Fidalga  n*   3  —  Largo  de  Santa   Rita   n.  24 


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de   ouro  na  Exposição  de  S.  Luiz  (E.   U.   da   America) 

pelas  excellentes  qualidades  de  Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

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Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  ó  absolutamente 
necessário,  afim  de  çonseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  polo 
agricultor . 

Adubos  artificiaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  productoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas 
de  todas  as  arvores  fructiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas . 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  á  sua  composição .  Recom 
mendam-se  especialmente : 

Chlorureto  de  potássio  de  50  %  de  potássio  (Kali) 

Sulphato  de  potássio  . .   de  48  0/o  de        >  » 

Sal  de  potássio de  30  %  de        j>  > 

Superphosphatos de  14  /'/0  de  acido  phosphorico 

solúvel  em  agua 

Escorias  de  Thomaz...   de  16  °/0  de  acido    phosphorico 
solúvel  em  acido  cítrico. 

Sulphato  de  ammoniaco    de  20,5  °/0  de  azoto. 

Salitre  do  Chile de  1 5  %  "/,  de  azoto . 

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Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar.  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
no  Brazil  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual- 
quer idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

ÚNICOS  RECEBEDORES  DOS  ADUBOS  DO 
"  KALISYNDIKAT     DE     STASSFURT  "     (Allemanha) 

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99,  Rua  da  Alfandega,  99 

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Cestas,  ramos  e  grinaldas 

feitas  oom  apnrado  gosto,  para  casamentos,  Bailes,  festas,  enterros,  finados,  eto., 

enearregam-se  de  ornamentações 

para  mesas  de  Jantar,  festas,  salões,  banquetes,  nas,  eto. 


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Rua  Theodoro  da  Silva,  56  Â 

Rua  Haddock  Lobo,  122 

Rua  Barão  de  Petrópolis,  3  (Orchideas  e  plantas  finas) 

CULTURA  DE  FLORES 

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em  trabalhos  de  flores  naturaes 

artisticamente  executados 


Coroas  para  enterros, 
de  todos  os  preços  e  feitios 


Ornamentações  de  salões, 

mesas,  etc, 

para  casamentos,  bailes,  etc,  etc. 


Sementes  afiançadas  de  hortaliças 
e  flores 


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Rua  Senador   Nabuco  n.   21,   Villa  Izabel  (Orchldeas) 
Fonseca  —  Nictheroy    (Flores  diversas1* 


CHÁCARA  FLORA 

Alto  da  Serra  —Petrópolis  (Flores  e  Plantas) 

Schlick  k  Comp.    1  Rua  do  Ouvidor  n.  61 


C 


TELEPHONE   N.  1281 

QSASK) 


rio   idei  j\ajn":ej:i::r/0 

17 


Estabelecimentos  de  Horticultura 

DOMINGO  BASSO 


FUNDADOS    EM    1863 


Escríptorio  Central:  SARANDI.319  —  Montevideo. 
Endereço  telegraphico :    BA.SSORUM  —  Montevideo. 


(  em  Haed,  F.  G.  0.  (Republica  Argentina) 


Ternos   para    venda    durante   este  inverno  mais  do   um 
milhão  de  arvores  fructiferas. 


Como  exportamos  grande  quantidade  de  arvores  para 
o  Brasil,  temo-nos  dedicado  à  cultura  das  variedades  que 
melhor  se  desenvolvem  no  dito  paiz. 


Enviamos  gratuitamente  catálogos  explicativos   a    toda 
que  o  solicitar. 


Nota.— Rogamos  ás  pessoas  que  a  Casa  não  conhece 
ainda,  queiram  enviar  com  o  pedido  a  importância  do 
mesmo  ou  então  recommendação  para  alguma  casa  de 
commercio  desta  praça. 


Criação  de  animaes 

Livro  illustrado  cora    6  figura     r  um  dos  melhores  sobre  a  industria  pastoril  no 
I  Srazil.  ( lapituli  is  especiaês  sobre  as  aptidões  necessárias  ai  >  criadi  ir,  < 1  si  il< >,  1 1  clima,  a  pro- 
le  era  que  cada  animal  deve  ser  conservado.  Ca- 
vallos  para  vehi.  '.i  ■ .  !>■  lux.,,  corrida  e  passo.  Cavallos  desella,  saltadores,  i n .t adores, 
corrida  e  guerra.  Cavallos  puro  sangue,  meio  sangue,  percheron  e  inglez.  Formas  de 
andar,  pello,  alimentos,  pensagens,  arreios,  eu-;; -.   :    'ncao,  reproducção,  forragens 
brazileiras.  i:\ame.  hygiene  e  criação  de  jumentos,  mula-  e  burros.    Bois  de  trabalho 
ira.  Idade,  reproducção,  alimentação,  pensarem,  en-iim, 
àoboi.  O  peso  avaliado  por  melo  duma  -simples  ífta.  O  leite  e 
-eus  pi.i.iiuin,.   1   , tacão  das  aguas,  e  da  sêcca  nus  differentes  Estados.   Temperatura 
l"  littn  is  a  introduzir  no  Brazil.  Carneiros  e  ovelhas 

próprios  pua  ii  Brazil.  Seus  produetos.  Poro >s  nacionaes  e  as  melhores  raças  estran- 
geiras próprias  para  ii  Brazil.  <  'abras,  cães,  gatos.  Coelhos,  lepurides  e  porquin ■■ 
índia,  t  ierra.   Preço  do  volume,    t$000. 

Criação  ds  avss 

Livro  illustraJo  com  64  figuras.    É  um  dos  que  melhor  ensinam  a  criação  de  aves 

domesticas  pelos  processos  um  lentos  ivu  ! 1    ipiiulo    ..■  peciaes  sobre  os  gallinaeeos 

do  mundo  inteiro  c  as  qualidades  das  principaes  raças,  inclusive  as  do  Brazil.  Alimen- 
tação, reproducção,  engorda,  incubação  artificial,  castração,  produetos,  meios  de  con- 
servar os  ovos  e  conhecer  os  que  são  frescos.  Como  se  conheceu  bom  gallo,  a  boa  gal- 
linha  e  suas  idades.  Perus,  pombos,  patos,  gansos,  evsnes,  pa\ã<>,  taizão,  jacami,  etc. 
Preeo  <lo  volume.  :i$000. 


AÍqu:~a2  d:  Brazil 

Livro  com  to  figuras  explicativas,  ensinando  não  só  as  localidades  das  minas  ou 
jazidas,  mas  ainda  a  extracção,  o  preparo  e  as  applicações  mo  rna  o  amiantho,  antimo- 
nio,  antracito,  ardozia,  rnonazito,  argila,  arsénico,  barvtma,  bazalto,  betumes,  bismu- 
tho,  calcareos.  carvão  de  pedra,  chumbo,  cimento,  cobre,  copali na,  coral,  crystal,  diaman- 
te, enxofre,  estanho,  ferro,  phosphato  de  cal  raphite,.grez,  incenso,  jaspe, 
luiolim,  Iignito,  mãnganez,  mármore,  mercúrio,  mica.  ouro.  pedra  de  mo.  pedra  hume, 
pedras  preciosas,  platina,  pórfiro,  prata,  talco,  turfa,  zinco,  etc.   Preço  lO$QOO. 


C2":dsira  ds  fruetas 


Vende-se  uma  excellente  seccadeira  Zimmerman,  que  serve  não  só  para  evaporar 
uma  grande  porção  de  quaesquer  fruetas,  mas  também  para  seccar  café,  chã,  especiarias, 
;,  e  como  armário  secco  a  prova  de  insectos,  ou  como  forno  para  pão  e  pasteis, 
ou  comoassador  de  carne,  etc.  Certas  fruetas,  quando  parcialmente  evaporadas,  consti- 
tuem precioso  manjar,  e  depois  de  completamente  seccas  servem  para  fazer  farinha  ali- 
mentícia de  sabor  delicioso,  para  crianças  e  convalescentes.  1  lomo  combustível,  póde-se 
usar  o  carvão  mineral,  ou  a  lenha,  e  mesmo  a  electri  :i  la  le  por  meio  de  lâmpadas  ao 
interior.  Seus  característicos  são  a  perfeita  ili  -r;:  m.:-  .  u  |unite,  de  maneira  que 
as  fruetas  collocadas  nas  prateleiras  liquem  uniformemente  evaporadas,  e  bem  assim  na 
rápida  expulsão  do  ar  humilo,  na  utilisação  máxima  lo  calor  e  na  regulação  das  correntes 
de  ar  quente.  Pôde  ser  examinada  na  Casa  Dixie  A  rua  dó  Rosário  11.  135.  0  preço 
!■  ítala go  jmra  a  seccadeira,  a  estv  a  e  a  muchina  de  desrascar  us 
fmcias  era  800$000,  como  poderá  ser  verificado .  Desejando-se  entretanto  liquidar, 
de  prompto,  acceita-se  qualquer  olferta,  para  depois  tudo  entregar-se  ao  de  maior 
offerta.   1  pffertas  pela  seo  xdi  ira  i 1  m  ser  11  nos  A 

LOUREN Sm  /\.    RI   V    DA    AsseMBLÉA   N.  45,    RlO   DE  JANEIRO.    O    DINHEIRO   PELO 

DO  1  0MO   \  \i  0R,    U  UM   DE  EV1  1  \l;   SUBI  R  V  1  ÕES. 


O  Estado  Moderno 

e  a  Agricultura 

Leiam  esse  bello, 

útil  e  interessante  livro 

de  500   paginas,  ampla  e 

nitidamente  impresso  e  illustrado. 

E'  um  trabalho, 

na  opinião  dos  critieos, 

«de  grande  fôlego 

e  que  deve  figurar  na  estante 

de  todo  brazileiro». 


&teço  de  venda. 


6S000 


Era  todas  as  livrarias  do  RIO,  S.  PAULO  e  CAMPINAS. 


Estabelecimento  de  Plantas 


Grande  variedade 
de  arvores  frueti- 
feras  nacionaes  e 
extrangeiras,  arvo- 
res tie  sombra  e 
ornamentação,  por 
preços     baratissi- 


Especialidade  em 

enxertos  de  laran- 

jeiras,   tem    sem- 

pre de  io  a  12  mil 

%- 

pés,    e  acondicio- 

namento,    despa- 

cho  e   plantações 
para  todos  os  Es- 

tados  do    Brazil. 

CASCADURA 


CASCADURA 


Rua  Nova  de  I).  Pedra,  37 


Roa  do  Caiii|iinlio. 


Alfredo   da  Silva  Ribeiro 


Ag  ta  l  ia  lia"  "ispLA1 

INDUSTRIAS  NUEVAS  DE  GRAN  PORVENIR 

AVICULTURA  —  APICULTURA  — LECHERIA 


ocidaser   el  fac-  "La  Gula  dei    Avicultor",   gran   obra   en  to- 
la persona  que  mos  con  200  páginas  de  text n  y  más    de   1000  ilus- 

Inoubadoras,   criaderos,    aves   nuenas   y  un   libra  aves,  construcc  ón  de  gallineros,   enfermedades 

práotloo  sobre  la  criaoza,  etc.  de  aves.  cria  de  patos,  pavos.   gansos,  palomas. 

Las  incubadoras  que  vendemos,  v  de  tas  cuales  coneios,  abejas  y  perros  ;  contiene  descripciones 

hay  en  uso  más  de  10.000  en  la  República  A  rgen-  y  vistas  de  jiuchos  criaderos  extranjeros.  etc. . 

tina,  todas  vendidas  por  nosotros.  son   aparatos  etc.    Recomendada    por  las  autoridades  dei  ramo 

modernos  de    primeira  clase  y  automáticos  que  y  los  grandes  diários  de  esta   República.    Precio 

necesitan  sul.  .->  minut  <b  de  trábaio  por  dia.  Ga-  con  franqueo  pagado  10.000  reis. 

raotímos    la    empolladura   de    todo    huevo    bien  Apicultora  Moderna  ó  El  cultivo    de  Abejas.  Te- 

férlil.                                         •  nomos  en   venta  las   me. ores  coluienas  y  útiles 

Aves    de  raza    pira    procedentes    de    nuestro  para  apicultores.  Precios  y  descripción  en  el  libro 

criadero  l*ixce|slor"  se  consideran  mejo  es.  que  Mencionado  arriba. 

aquellas  que  se  importan    dei    exterior,    porque  Le~terla .  labricación  de  manteca   y  quesos,  le 

estàn  completamente  aclimatadas      Tenemos  60  clies  pasteuri7ada,  etc.  Podemos   facilitar   á  los 

razas  entre  200  i  aves.  interesados    las   mejores  máquinas,   aparatos  y 

Los    hue/cs  para    incrbar  que    vendemos  son  útiles.  cuya  descripción   delallada   se  encuentra 

tan   buscados  que  bav  que   i  edirlos  con   vários  en  las  dos  obras  ilustradas  v   lublicudas   por  la 

dias  de  anticipación.  "La  calidad    de  los  pollos  casa  :  Leoherla  Moderna  y    Manual    dei    Quesero 

obtenidos  de  estos  b  uevos  se  recuerda  por  mucho  premiadas  en  la  F.xposición  de  St.  Lou:s.   Precio 

mas  tiempo  que  el  precio  que  se  habia  pagado  por  de  cada  obra  5.000  reis. 

los  buevos.  La  casa  de  Relnhold  es  la  mas   antigua.   vasta 

Remitimos  huevos   frescoí  de  aves  de   sangre  v  mejor  surtida  de  toda  la  América  delSud,  esta- 

pura,    bien   acondicionados    contra    roturas   ;cr  blecida  desde  más  de  20  anos. 

corroo  á  todas  las   Repúblicas  Sud-americanas,  Pidanse  los  catálogos  ilustrados  con  precios  de 

rnnndandonos  por  carta  certificada   ó  giro  postal  todos  nuestros  ramos, íremitieudo  1.000  reis   por 

15.000  reis  por  docena  de  buevos.  carta  certificada  á 

^/LLepindía  3íe'mkoLd. 

Calle  Belgrano  451,  Buenos  Aires,  República  Argentina 
(Agencia  —  La  Aurora) 

JOURNAL  D  AGRICULTURE  TROPICALE 

publié   par  J.    VILBOUC1IEVITCII 

164,    Rue    Jeaune    d.'-A.rc  pi-oloiig-ée,     Paris  (XIIIo) 


Abonnemenis  partant  d::  2"  janvier  :   Un  an,  20  francs 


A  Rio    de    Janeiro  :    Librairie    Alves    &    Comp. 

Le  JOURNAL  DAGRICULTURE  TROPICALE,  mensuel,  illustré,  s'occupe  de 
toutej  les  questiuns  cTactualité  qui  peuvent  interessei"  les  agriculteurs  des  pays  chuuds. 

II  donne  tous  les  móis  une  quinzaine  d'articles  inédits  et  une  rcvue  complete  des 
publications  nouvelles  (quatre  payes  de  petit-texte).  La  partie  commerciale,  três  déve- 
lopée,  est  intelligible  pour  tout  le  monde  et  toujoun»  interessante.  Nombreux  collabora- 
teurs  dans  les  colonies  françaiscs,  anglaises  et  hollandaises,  ainsi  qu'en  Australie  et 
dans  les  deux  Amériques.  —  Articles  inédits  surl  es  cultures  potagéres  et  les  fruits,  dans 
chaque  numero.  Collaboration  spéciale  sur  les  insectes  nuisibles. 

iViiméro  speeimeii  g-1'atis  sur  demande 
21 


AS  CAIXAS  ECONÓMICAS 


O  Credito  Agrícola 


DR.    ALFREDO    ROCHA 

-«I  PREÇO  M000  k- 

A'  venda  em  todas  as  livrarias  do  RIO  OE  JANEIRO 
e  S.  PAULO 


GRANDE  DEPOSITO  DE  PLANTAS 


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Variado  sortimento  de  plantas  de  todas  as  qualidades 
para  POMARES  E  JARDINS 

&4  *  Luiz  António  Gomes 


Apromptam-se    bouquets    para    baptisacos    e    casam  entes, 
com  a  máxima  brevidade  e  por  preços  baratíssimos 


41  -  RUA   DR.  BULHÕES  -  41 

ENGENHO  DE  DENTRO 


Enxadas  Marca 
OSÍRIS 


*fr»      ri*.      ^K 


São   indubitavelmente 
as  MELHORES 


Arame  farpado  WAUKEGAN 

m:a'rca  v\% 

» SE  III 

ais  barato 
mais  for  to 
ra  oorca 

0  rolo  de  AO  kilos 
mode  402  metros,  ao 
p;rsso  quí  um  rolo  de 
40  kilos  de  arame  com- 
mum  mede  só  2y7  me- 
tros.   A  differeuça  i 

plicu-se  porque  as  .arpas  do   WAUKKAN   são   fe.tus  do  ara 

de  aço  MtiA-CANNA.  A  farpa  de  meia  calina,  alem  de  fica 

lirme  no  seu  logar,  pesa  so  metade  das  .'arpas  redondas  e 

llereuça  no  poso  resulta  em  b.-ne.icio  da  metragem. 


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Depositários :~  HASMCLEYER  &  £ 
Avenida  Central— Rio  de  Janeiro 


Arados  OLiVER 

Prémios  obtidos:  32  medalhas  de  ouro 


if"K 


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Únicos  Depositários  para  o  Brasil 

Hasenclever  &  C. 

S.  PAULO,  Caixa  79 

RIO  DE  JANEIRO,  Caixa  745 


Formicida  SHOMAKER 


end.  telegr.  (terrestre)  MATASU'VA 
Privilegiado  pelo  Governo  Federal 

E'  de  theoria  diametralmente  opposta  ás  velhas  formu- 
las anachronicas  para  a  extineção  dos  formigueiros. 

O  Formicida  SCHOMAKER  ó  o  imico  que  sem  provo- 
cação artificial  desenvolve  gazes  mais  pezados  que  o  ar,  em 
contacto  com  o  hydro  e  oxygenio. 

O  Formicida  SCHOMAKER  realiza  o  útil  ao  agradável, 
conservando-se  em  actividade  pele  espaço  de  GO  dias,  levan- 
do uma  morte  certa  ao  terrivel  inimigo  da  lavoura. 

O  Formicida  SCHOMAKER  não  illude ;  restituo  a  im- 
portância em  dobro  a  quem  provar  a  sua  falta  de  eíficacia. 

O  Formicida  SCHOMAKER  foi  submettido  victoriosn- 
mente  a  varias  experiências  perante  as  autoridades  seguintes: 
Directoria  de  Agricultura  do  Est.  de  Minas,  Secretaria 
de  Agricultura  do  Estado  de  S.  Paulo,  Comarcas  de  Juiz 
de  Fora,  Ubá,  Cataguazes,  Leopoldina,  Campinas,  Limeira, 
Rio  Claro,  Bocaina,  Bica  de  Pedra,  Bariry  e  muitas  outras. 

( )  Formicida  SCHOMAKER  é  o  único  que  voluntariamente 
se  submette  ao  tribunal   da  opinião  publica. 


Rua   José  Bo 


mi    N.    17  — Ac 


Estado  de  S.  Paui.o 

Caixa  Gl«. 


A-g-encia,  Pornceeilora    Formieiílii    (Seliomsilseir 

Rua  da  Alfandega  n.  68  mod.  -  Rio  de  Janeiro 


A  SOCIEDADE  NACIONAL  DE  AGRICULTURA  fornece 
esse  formicida  aos  seus  sócios  nas  condições  as  mais  vanta- 
josas. 


The  Blymyer  Iron  Works  Co. 

Cincinnati,   Ohio,   Estados  Unidos  da  America 

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JOGOS   COMPLETOS    DE    MACHINAS    DE   QUALQUER    CAPACIDADE 

Fabricantes  de  machinas   modernas  para   Fazenda 
de  Canna  de  Assucar,  Café  e  Arroz 


O   EMPREGO    DE   NOSSAS    MACHINAS   CONSTITUE,  SO    POR    SI,   UMA    GARANTIA    DE    ÊXITO 

„LiUZOIV"   celebra    in.aeli.iiia   ile   descascar, 
polii-  e   separar   AHROZ 


MACHINAS  A  VAPOR, 

CALDEIRAS  PORTÁTEIS,  FOLHAS  E  ACCESSORIOS ;  MOTORES  ANIMADOS 

RODAS  HYDRAULICAS.  TURBINAS,  ETC. 


EnviauiuS  jraL 


quem  Oã  pddir 


Importante  para  os  criadores  de  gado 


*    SALOXO 

SAL    ESPECIAL    PaRA    GADO 


Preparado  com  o  sal  gemmà húngaro,  puro,  com  addieionamonto 

de  Oxydo  de  ferro  vermelho  e   pós  de  losna 

em    pequenas  porcentagens, 

torna-se  o  SALOXO   um  artigo  de  alto   interesso 

para  os  criadores  do   gado  bovino,  lanígero  ou  cavallar, 

devido  ás  suas   valiosas  qualidades    dietéticas, 

digestivas  e  purgativas. 

Adoptado  em    muitos    Postos   Zootechnicos  Europôos 


Vende-se 

Ccmf  rimido  em  blocos  de  5  ou  10  kilos 

Moído  em  saccos  de  50  kilos 


Parecer  de  um  criador  mineiro 

O  Sr.  A.  A.,  criador  de  gado  em  Curvello,  observou 
que  as  suas  vaccas  leiteiras,  em  numero  de  19,  depois  do  uso 
do  saloxo,  ficaram  parecendo  mais  alegres,  que  os  carrapatos 
tinham  cahido,  que  os  cabellos  ficaram  muito  lizos  e  que,  por 
causa  do  melhor  estado  de  saúde  das  vaccas,  o  leite  tinha 
augmentado.    (Extracto    de  uma  carta  em    nosso  poder.) 


Estamos  proiuptos  a  enviar  amostras  ou  prospectos 

a  ([liem  nol-os  pedir. 

Para  encommendas  e  mais  informações  com: 

Rombauer  &  Comp. 

Rua  Visconde  de  Inhaúma  n.  84 

CAIXA     a«!í£ 

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Rua  Alvares  Penteado  ns.  44, 46  e  48-S.  Paulo 

AVENIDA  CENTRAL  N.  18 

RIO  DE  JANEIRO 

MACHINAS  DE  ARROZ 

fabricadas  por  "THE  ENGELBERG  HULLER  CO.,"  de  tyacase,  Hew-York 

Devido  ao  aug- mento  na  íabricaçúo,  para  at- 
tender  ao»  g-randes  pedidos  da  OH1NA,  JAPÃO  e 
IISI>IA.  I  MOLEZA.,  principalmente  deste  ultimo 
paiz,  onde  são  agentes  os  srs.  MARSHALL  SOIVN 
«fc  C.  (firma  esta  bantante  conhecida  :«.<i  ui  no  Brazil), 

resolveu  a  fabrica  baixar  os  preços 

para  a  futura  safra,  o  que  levamos  ao  conhecimen- 
to das   pessoas   interessadas   n:i   acquisição   de 

Macias  fli  arroz,  praizaias  como  as  lieras 

pelo  mundo  inteiro;  tanto  assim,  <iiio  todos  estão  pro- 
curando imital-sis,  mas  essas  imitações  são  sempre, 
como    todos   «at>em,   SO'*UMA   IMITAÇÃO. 

Peçam   catalogo»,   preços   e   informações. 


A    reducção   nos   preços   das   machinas  de  arroz 
começa  a  vigorar  desta  data  em  deante. 

S.    Paulo,   16  de   Novembro  de   1908. 


9.  ãfptcn  <§  e 


♦>    Ô>    §f    9*    §f   Arados  de  todos  os  systemas 
Cultivadores    e    Instrumentos  i%    <$    i%    {#    i% 


DOS    FABRICANTES 


DEERE  it   C.IA 

MOLINE,_LL. 


Desnatadeiras  "Mundus" 


40  litros  de  leite 

<pOl'    l|Ol'ii 


"&£'a 


í[$.  4$$ooo! 


"hp 


Pode  ser  movida  por  uma  creança. 

O  "MUNDUS"  é  um  separador  perteito  em  todas  as  .suas  minudencias,  seu 

manejo  é  simples  e  a  duração  e  igual  á  das  melhore»  desnatadeiras  ate  hoje  conhecidas. 

Devido  á  sua  construcção  especial,  o  seu  peso  importa  apenas  em  5  kilos. 


UuIoom  repret 


'íit.-mtoH   uo  Uraall : 


Herm.    Stoltz    &    Cia 


Rio  cie  Janeiro  São  Paulo 

66/74   Avenida  Central   66/74        12  Rua   Alvares   Penteado  12 


The  Gourock  Ropework  Export  Company  Limited 


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Confeccionamos  encerados  e  barracas  de  qualquer  tamanho 

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Fornecedor  da  Sociedade  Nacional  de  Agricultura 


'á 


">GF55>>sr" 


s 


É  o  maior  amigo  da  lavoura  0  único  que  tem  prestado 
importantes  serviços  na  extin- 
Wp  ^    cçã0  dos  formigueiros    e   o    único 

que    apresento!)    reaes     resultados 

;  I    nas   experiências   effectuadas    por 

"  ordem  do  governo  do  Estado  de 
S.  Paulo,  onde  supplantou  todas 
as  marcas  que  concorreram  a 
essa  experiência  e  demonstrou 
praticamente  ser  o  formicida 
„  PASCHOAL "  o  mais  enérgico 
destruidor  das  formigas  e  mais 
económico  100%  conforme  o  re- 
latório publicado  por  ordem  do 
governo  do  mesmo  Estado. 


OBTEVE  PRLME1RO  LOGAR 

NAS  EXPERIÊNCIAS  EFFECTUADAS 

EM  S.  PAULO 


Paschoal  VazVtero  communica  aos  Srs.  Laoradores  que,  de 
regresso  da  Europa,  acaba  de  montar  nooos  apparelhos  e  que 
melhorou  ainda  mais  o  seu  formicida,  que  tão  bons  neroiços  tem 
prestado  á  Lavoura. 

A  Sociedade  Nacional  de  Agricultura  poderá  bem  attestar  a 
boa  qualidade  do  formicida  pelo  grande  numero  de  latas  que  tem 
comprado  para  os  seus  associados;  assim  como  communica  aos 
Srs.  consumidores  que  tem  todo  o  escrúpulo  no  enlatamento  e  que 
assume  também  inteira  responsabilidade  na  medida  das  latas 
(quatro  litros). 

Paschoal  Vaz  Otero 


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Encaixotam-se  e  embarcam  por  expor- 
tação para  todos 
os  Estados,  interior  e  exterior. 
Confeccionam  ramos, 
corbeilles,  palmas,  coroas  e  bouquets 
para  noivas,  etc. 

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contas  de  venda,  cujos  liquides  são  pagos  immediatamenta 


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de    ouro  na  Exposição  de  S.  Luiz  (E.    U.    da    America) 

pelas  excellentes  qualidades  de   Café  recebido  de 

seus  committentes  que  expuzeram. 

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Nunca  esquecer  que 

o  emprego  de  adubos  na  cultura  das  terras  é  absolutamente 
necessário,  afim  de  çonseguir-se  um  resultado  verdadeira- 
mente remunerador  do  esforço  e  do  capital  empregado  pelo 
agricultor . 

Adubos  artificlaes  de  todas  as  qualidades  para  a  adu- 
bação das  terras  produetoras  do  café,  algodão,  canna  de  as- 
sucar,  fumo,  de  todos  os  cereaes,  de  todas  as  leguminosas 
de  todas  as  arvores  fruetiferas,  emfim,  de  todas  as  culturas 
Os  adubos  são  fornecidos,  cada  elemento  nutritivo  em  sepa- 
rado ou  em  diversas  misturas,  podendo  estas  ultimas  ser  de 
qualquer  proporção,  havendo  toda  a  garantia  de  serem  mis- 
turas rigorosamente  exactas  quanto  á  sua  composição.  Recom 
mendam-se  especialmente  ; 

Chlorureto  de  potássio  de  50  °/0  de  potássio  (Kali) 

Sulphato  de  potássio  . .   de  48  °/0  de         >  > 

Sal  de  potássio de  30  °/0  de        »  > 

Superphosphatos de  1 4  '///„  de  acido  phosphorico 

solúvel  em  agua 

Escorias  de  Thomaz.  .  .   de  16  °/0  de  acido    phosphorico 
solúvel  em  acido  cítrico. 

Sulphato  de  ammoniaco    de  20,5  °/0  de  azoto. 

Salitre  do  Chile de  1.5  '/,  °/,  de  azoto . 

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Fornecem-se  aos  agricultores,  gratuitamente,  Informa- 
ções e  conselhos  sobre  a  qualidade  e  quantidade  dos  adubos 
a  usar,  tendo  em  vista  a  propriedade  do  solo  e  a  cultura  que 
se  pretende  beneficiar .  Estas  informações  e  conselhos  serão 
fornecidos  in  loco  por  um  profissional  e  scientista,  que  se  acha 
ao  Brazil  para  este  fim. 

Fornecem-se,  gratuitamente,  livros  e  folhetos,  em  qual 
quer  idioma,  referentes  a  qualquer  cultura. 

As  encommendas  de  adubos  devem  ser  feitas  com  ante- 
cedência, afim  de  poderem  vir  da  Europa  a  tempo  para  a 
sua  applicação  adequada,  que  começa  approximadamente  em 
Agosto  ou  Fevereiro. 

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enearregam-se  de  ornamentações 

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milhão  de  arvores  fruetiforas. 


Como  exportamos  grande  quantidade  de  arvores  para 
o  Brasil,  temo-nos  dedicado  á  cultura  das  variedades  que 
melhor  se  desenvolvem  no  dito  paiz. 


Enviamos  gratuitamente  catálogos  explicativos    a    toda 
que  o  solicitar. 


Nota. —  Rogamos  ás  pessoas  que  a  Casa  não  conhece 
ainda,  queiram  enviar  com  o  pedido  a  importância  do 
mesmo  ou  então  recommendação  para  alguma  casa  de 
commercio  desta  praça. 


O  Estado  Moderno 

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ornamentação,  por 
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enxertos  de  laran- 
jeiras, tem  sem- 
pre de  10  a  12  mil 
pés,  e  acondicio- 
namento, despa- 
cho e  plantações 
para  todos  os  Es- 
tados  do    Brazil. 


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