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Full text of "A Maçonaria e o Cristianismo : réplica a Mário Amaral Novais"

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"CASA 


19  4  9 
LYRA  EDITORA" 
SÃO  PAULO 


Mário  Amarai  Novais 
Rev.  Galdino  Moreira 


SÀO  PAULO 


Digitized  by  the  Internet  Archive 
in  2014 


https://archive.org/details/maconariaeocristOOmore 


"UMA  OBRA  PRIMOROSA" 
CARTA  ABERTA  aO  SR.  MÁRIO  AIMARAL  NOVAIS 

(RÉPLICA) 


Senhor: 

Mãos  amigas  acabam  de  cnAÍar-me  um  exemplar  do  nobre  órgão 
oficial  da  iluslre  Igreja  Presbiteriana  Independente  do  Brasil  —  "O 
Estandarte",  edição  de  30-3-1918,  por  cujas  colunas  o  senhor  me  dirige 
longa,  exhausliva  e  tremendíssima  "Carta  Aberta",  a  propósito  de 
recente  "Apreciação"  que  tive  a  honra  de  fazer  à  obra  primorosa  do 
Rev.  Prof.  Jorge  Buarque  Lyra,  sob  o  título  —  "A  Maçonaria  e  o  Cris- 
tianismo", e  pelo  talentoso  autor  publicada  no  fim  do  ano  passado. 

Li  a  sua  carta,  esparrimada  por  oito  páginas  compactas  de  "O 
Estandarte",  aliás  dignas  de  uso  mais  edificante  e  útil.  A  impressão 
que  sua  missiva  trouxe  ao  meu  coração  de  humilde  cristão,  pastor  o 
servo  de  N.  S.  Jesus  Cristo,  foi  das  mais  penósas.  Porque  a  sua  missiva 
não  tem  objetivo  construtivo  ou  esclarecedor,  não  tem  finalidade  ele- 
vada. O  senhor  se  esforçou  desesperadamente,  nessa  "Carta  Aberta", 
em  realizar  uma  única  e  exclusiva  obra  —  depreciar-me,  e  ao  Rev. 
Lyra,  colocaudo-nos  na  ridícula  situação  —  ou  de  cretinos,  ou  de  igno- 
rantes, ou  de  hipócritas.  Tudo  quanto  o  senhor  ajunta  como  pretensa 
argumentação  foi  para  chegar,  em  síntese,  a  esta  diabólica  e  maldosa 
finalidade:  —  "O  Rev.  Galdino,  cristão,  é  contra  o  próprio  Rev.  Gal- 
dino, maçon;  o  Rev.  Galdino,  cristão,  é  contra  o  Rev,  Jorge  Lyra,  ma- 
çon;  o  Rev.  Jorge  Lyra,  maçon,  é  contra  o  Rev.  Galdino,  cristão;  o 
Rev.  Jorge  Lyra,  cristão,  é  contra  o  próprio  Rev.  Jorge, Lyra,  maçon. 
Os  dois  Reverendos  contradizem-se  um  ao  outro  e  cada  um  se  contradiz 
a  si  próprio."  Em  síntese,  repito,  tòda  a  sua  "Carta"  girou  em  torno 
dessas  conclusões. 

Tudo  isto,  na  verdade,  senhor  Mário  Amaral  Novais,  é  uma  dolo- 
rosa falta  de  verdade,  é  triste  quebra  flagrante  do  9.°  mandamento  da 
Lei  de  Deus,  exarada  em  Êxodo,  capítulo  20,  como  mais  adiante  mos- 

Nota  necessária: 

O  presente  artigo  toi  escrito  e  enviado  à  redação  da  folha  presbiteriana  indepen- 
dente "O  Estandarte",  na  data  que  traz  o  original  do  Rev.  Galdino  Moreira,  em  res- 
posta a  um  artigo  do  Sr.  Mário  Amaral  Novais  que,  no  dito  jornal  atacara  o  autor 
gratuita  e  violentamente. 

Não  querendo  a  folha  presbiteriana  irídependente  publicar  a  resposta  do  Rev.  Ga!, 
«lino,  evidenciando  dest'arte  a  sua  imparcialidade  sui  generis  e  a  sua  probidade  jorna- 
listica  às  avessas,  resolvemos  inserir  em  nossa  2.*  edição  desta  obra,  na  integra,  o 
trabalho  do  nosso  irmão  c  colega,  que  também  foi  amplamente  divulgado  por  nós  em 
milhares  de  folhetos. 

JORGE  LYRA 


I 

l  ■ 

trarei.  E  que  é  que  prova  a  sua  arenga  tôda?  Nada  prova,  mesmo  ad- 
mitindo, apenas  para  argumentar,  que  eu  e  o  Rev.  Lyra  somos  uns  po- 
bres débeis  mentais,  uns  contraditores  de  nós  mesmos,  uns  coitados 
que  estamos  a  nos  entestar  um  contra  o  outro.  Porque,  exmo.  senhor, 
nada  disso  prova  contra  a  tese  que  o  Rev.  Lyra  quis  defender,  na  sua 
obra:  —  "A  Maçonaria  não  é  incompativel  com  a  profissão  da  fé 
evangélica."  O  "fato",  admila-se  para  discussão,  de  que  somos  —  êle 
e  eu  —  uns  pobres  contraditores,  não*  prova  nada,  nem  a  favor  nem 
contra  a  Maçonaria!  Logo,  a  sua  "Carta"  foi  sem  objetivo,  não  reali- 
zou elucidação  nenhuma  e  apenas  evidenciou  a  sua  fraqueza  de  "ini- 
migo" DERROTADO.  O  senhor  devia  era  ter  tomado  a  obra  do  Rev. 
Jorge  Lyra  e  mais  a  minha  modesta  "Apreciação"  favorável  a  ela  e, 
com  boa-fé  e  coragem,  se,  pudesse,  tentar  destruir  os  nossos  ARGU- 
MENTOS, um  por  um,  os  meus  e  os  do  Rev.  Jorge.  Isto,  sim,  seria  digno 
de  respeito.  Mas,  o  senhor,  não  podendo  derrubar  a  granitica  e  pode- 
rosa argumentação  do  livro  do  Rev.  Lyra,  inventou  uma  saida:  — 
achincalhar,  depreciar  e  desmerecer  a  idoneidade  mental  do  Rev.  Jor- 
ge e  a  minha. 

O  primeiro  impulso  muito  humano  que  tive,  lendo  a  sua  "Carta", 
foi  de  repugnância  e  de  desprezo.  Foi  o  de  pegá-la  e  atirá-la  bem  no 
fundo  de  uma  cesta  que  uso  para  papéis  inúteis.  Mas,  anotando  que 
o  senhor  se  diz  crente,  e,  dessarte,  meu  possivel  irmão  em  Cristo;  tendo 
em  vista  a  dignidade  do  jornal  que  editou  a  sua  "Carta",  sob  todos  os 
titulos,  órgão  respeitável  do  evangelismo  nacional;  considerando  a  ne- 
cessidade moral  inadiável  de  desfazer  entre  os  leitores  de  "O.  Estan- 
darte" a  péssima  impressão  que  o  senhor  tentou  dar  a  meu  respeito 
e  a  respeito„do  Rev.  Jorge  B.  Lyra,  —  resolvi  ler  de  novo  a  sua  "Carta" 
e,  depois  de  àqui  esclarecê-la  com  humildade  e  franqueza  —  e  Deus 
sabe  que  digo  a  verdade  e  não  minto  —  DEVOLVÊ-LA  CRISTÃMENTE 
AO  SENHOR,  porque  não  posso  guardar  comigo  esse  documento  nem 
posso  constrangidamente  manter  o  meu  respeito  para  com  um  presbí- 
tero ou  irmão  na  fé  em  Cristo  Jesus  —  como  me  informam  que  o  senhor 
se  declara  em  nosso  meio  evangélico  —  sem  cumprir  pesarosamente 
a  Escritura,  que  me  ordena  a  "responder  ao  insensato  conforme  a  sua 
insensatez,  para  que  êle  não  seja  sábio  aos  seus  próprios  olhos"  (Pro- 
vérbios, 26:4).  Devolvo-lhe  cristãmente  a  sua  "Carta  Aberta"  porque 
ela  é  FALSA  em  todos  os  pontos  em  que  me  assalta  e  assalta  o  Rev. 
Jorge  Lyra,  É  uma  "Carta''  que  acusa  de  graça,  calcada  em  incoerên- 
cias, na  pressa  em  concluir  e  sem  senso  algum. 

Passo  às  provas. 


—  6  — 


PRIMEIRA  OBSERVAÇÃO 

O  senhor  áLriu  a  sua  bateria  contra  mim  com  a  informação  de 
que  me  contradigo,  porque  em  certa  ocasião  condenei  a  entrada  de 
crentes  no  Partido  Comunista  por  nêle  se  exigir  juramento  e,  na  mi- 
nha "Apreciação"  à  obra  do  Rev.  Jorge  Lyra,  já  admito  juramentos 
maçónicos. 

Respondo-lhe: 

Sua  acusação  acima,  exmo.  senhor  Mário  Amaral  Novais,  não  tem 
base;  não  é  sincera,  não  é  justa,  não  é  verdadeira.  Se  o  senhor  citar, 
em  qiialquer  obra  ou  escrito  meu,  em  qualquer  tempo,  que  cu  haja  en- 
sinado ou  afirmado  que  QUALQUER  espécie  de  juramento,  e  sob 
QUALQUER  matéria  ou  forma,  é  ilícito  para  o  crente  evangélico,  é 
proibido,  é  inadmissível,  então,  a  sua  prova  acima  é  justa,  e  eu  terei 
de  curvar-me  ante  m.inha  debilidade  mental,  contradizendo-me  a  mim 
próprio.  Mas,  o  senhor  NUNCA  poderá  citar  semeHiante  ensino  meu, 
em  lugar  algum,  em  tempo  algum.  Ao  contrário.  Em  "Lições  Domini- 
cais" que  tenho  escrito,  desde  1932  até  1947  (1.°  trimestre),  em  obras 
minhas  de  doutrina,  em  artigos  meus  vários  e  esparsos,  e  no  próprio 
texto  que  o  senhor  citou,  tenho  afirmado,  ensinado  c  doutrinado,  com 
as  Escrituras,  e  com  "Confissão  de  Fé",  cap.  22,  que  há  juramento 
LÍCITO  e  admissível  e  há  juramento  ILÍCITO  e  inadmissível  ao  crente. 
Nos  dois  casos  que  o  senhor  citou,  não  me  contradigo.  Porque,  se 
condenei  e  condeno  o  juramento  exigido  pelo  Partido  Comunista,  dei 
a  seguir  a  razão,  e  lá  está  nas  próprias  palavras  que  o  senhor  copiou 
e  tresleu:  "É  juramento  DE  SUBMISSÃO  ao  Partido. . .  é  ENTREGA 
a  êle  da  CONSCIÊNCIA  CRISTÃ,  que  só  pertence  a  N.  S.  Jesús  Cristo." 
É,  pois,  juramento  ilícito,  na  fórma  o  no  fundo.  Ora,  no  caso  das  JU- 
RAS maçónicas  (foi  ate  a  frase  que  usei,  e  o  senhor  citou),  não  há 
ilicitude,  pois  ai  não  se  exige  nada  contra  a  consciência  cristã;  ao 
contrário,  a  Maçonaria  estipula,  constitucionalmente,  absoluto  respeito 
à  consciência  do  homem.  Os  juramentos  maçónicos,  veja  bem,  exmo. 
senhor  Amaral,  eu  até  os  igualei  com  os  que  há  admissíveis  no  Estado, 
na  Famíjia  e  na  própria  Igreja!  O  senhor  mesmo  copiou  essas  pala\Tas 
minhas!  Será  que  a  Igreja  Cristã  permite  na  sua  vida  privativa,  pe- 
culiar, interna,  o  uso  de  juras,  de  compromissos  de  honra,  ou  de  votos 
cristãos,  como  os  há,  inadmissíveis?  Ilícitos?  Proibidos  pela  Palavra 
de  Deus?  Absurdo.  Ora,  se  eu  igualei  os  JURAMENTOS  maçónicos  a 
tais  juras,  é  claro,  é  evidente^  é  curial  que  eu  admito,  admito  mesmo. 


como  mnçon  e  cristão,  que  há  na  Maçonaria  e  na  Igreja  e  na  Família 
e  no  Estado  juramentos  LÍCITOS  e  compatíveis  com  a  profissão  de  fp 
cristã.-  Logo,  quando  o  senhor  uniu  temas  diferentes  como  ifjunis, 
quando  o  senlior  não  distinguiu  o  que  eu  próprio  distingui,  quando  o 
senlior  não  separou  o  que  eu  separei  e  separo,  quando  o  senhor  tomou 
o  que  eu  disse  ser  ILÍCITO  com  o  que  eu  disse  ser  LÍCITO,  quando  o. 
senhor  agarrou  o  preto  e  o  branco  e  pôs  tudo  numa  côr  única,  o  senhor 
fez  de  duas  uma  —  ou  má  fé  deliberada,  ou  tremenda  pressa  leviana 
em  concluir,  fôsse  como  fôssei. . .  O  juramento  comunista  é  ilicito. 
O  juramento  maçónico  c  licito,  pelo  menos  assim  o  encaro  como  cris- 
tão, pastor  e  prégador  do  Evangelho,  porque  eu  jamais  estaria  no  meio 
maçónico,  se  a  Maçonaria  exigisse  de  mim  qualquer  juramento  ilicito. 
Fique  sabendo  disto  para  sempre,  senhor  Mário  Amaral  Novais.  Nunca 
fiz  juras  ILÍCITAS  em  lugar  algum.  Repilo,  pois,  a  sua  primeira  pu- 
nhalada, e  punhalada  que  o  senhor  me  deu  de  graça  e  pelas  costas. 

SEGUNDA  OBSERVAÇÃO 

Logo  a  seguir,  o  senhor  me  enfiou  nova  punhalada  gratuita.  Pois 
o  senhor  citou  trechos  de  certa  Lição  Dominical  (1947),  escrita  por 
mim,  na  qual  condenei  vivamente  as  reservas,  os  segredos  e  a  falta  de 
publicidade  nos  assuntos  referentes  "ao  Culto  de  Deus...  à  Fé,  ao 
Evangelho,  à  vida  eclesiástica,  à  propaganda  da  Religião  de  Cristo". 
Perfeitamente.  Depois,  tenta  colocar-me  em  litigio  comigo  mesmo, 
porque  admito  reservas,  segredos,  matérias  privativas  e  particula- 
ridades na  Maçonaria. 

Respondo-lhe: 

O  senhor  cometeu  neste  caso  uma  falta  grave,  a  qual  destrói  por 
completo  a  sua  comparação.  E  é  esta.  No  priméiro  txecho,  condeno 
segredos  na  Religião,  no.  Evangelho,  no  Culto  Cristão,  em  matérias 
eclesiásticas.  No  segundo,  admito  segrêdos  na  Maçonaria.  Diga-me: 
Maçonaria  é  Culto?  É  Religião?  É  Evangelho?  É  sistema  eclesiástico? 
Não.  Não  é,  nunca  foi.  Logo,  as  duas  cousas  são  diferentes,  são  o  re- 
verso uma  da  outra!  Releia  os  trechos  mesmo  que  citou  e  misturou, 
e  verá  qno  os  termos  aí  se  explicam  por  si!  Pois  seria. eu  um  louco 
se  condenasse  segrêdos,  reservas,  particularidades  privativas  que  exis- 
tem na  vida,  nas  sociedades  e  nas  relações  humanas.  Segrêdos,  parti- 
cularidades privativas,  íntimas,  e  assuntos  pessoais  ou  de  grupos,  sem- 
pre houve.   O  senhor  os  tem,  eu  tenho,  tôda  gente  tem.   A  Maçonaria 


i 


adola  jntsnio  segredos  e  parlicularidadcs  em  alguns  assuntos  doulri- 
nários,  disciplinares,  internos  e  privalioos  dc  seus  associados,  nos  quais 
uão  há  nada  ILÍCITO  nem  contra  a  con-sciência  cristã  ou  a  dignidade 
ijidividual,  conforme  dou  testemunho  de  ciência  prójjria.  Logo,  esta 
acusação  do  scnhoi-,  feita  sem  pé  nem  cabeça,  sem  disUngnir  o  qne  foi 
c  é  distinto,  c  nula  e  clamorosamente  falsa.  Não  procede. 

TERCEIRA  OBSERVAÇÃO 

■  O  senhor  mc  pergunta  se  eu  concordo  com  as  orações  maçónicas, 
nos  iêrmos  admitidos  pelo  Rev.  Jorge,  em  sua  obro,  págs.  131,  117  e  128. 
E  o  senhor  se  apressa  a  rcsponder-me,  citando  minha  nota  em  Lição 
Dominical,  1037,  onde  eu  digo:  "NOSSAS  orações  só  devem  ser  feitas 
em  Nome  de  Cristo." 

Respondo-llie : 

Não  posso  concordar  com  o  ensino  truncado,  mutilado,  espatifado 
e  sonegado  que  o  senhor  põe  à  conta  do  Rev.  Lyra.  Onde  o  Prof. 
■Jorge  usa  25  páginas  compactas^  sérias  e  explicitas,  desde  a  de  número 
110  até  134,  com  centenas  de  linhas  coesas,  na  explanação  das  orações 
maçónicas  (chamadas  assim),  o  senhor  usou  apenas  3  citações,  com  14 
linhas,  em  tópicos  separados  c  completamente  fora  dos  contextos  do 
autor!  Com  esta  horrível  e  feia  macaqueação  da  doutrina  em  lide, 
senhor  Amaral,  eu  não  concordo,  nem  podia  concordar,  POIS  É  FAL- 
SIFICAÇÃO. Mas,  concordo  com  a  explicação  dada  pelo  Rev.  Lyra, 
em  sua  obra,  desde  a  página  110  até  134,  sem  cortes.  Desafio-o  a  pu- 
blicar todo  esse  trecho,  se  o  senhor  deseja  ser  homem  de  bem  e  probo 
de  atitudes.  A  explicação  do  assunto  em  lide,  dada  na  obra  do  Rev. 
LjTa,  na  sua  integra,  é  teologicamente  exata,  certa  e  bíblica,  e  o  senhor 
não  é  homem,  nem  aqui  nem  na  China,  ])ara  rebatê-la.  Faça  isto  pri- 
meiro, e  volte,  para  merecer  consideração.  Porque,  senhor  Amaral, 
pelo  seu  método  de  cortes  e  furtos  de  contextos  e  de  textos,  prova-se 
tudo,  até  que  a  Biblia  afirma,  de  pés  juntos,  "que  não  há  Deus"  e  "que 
Jesus  não  é  divino..."  Os  impios  têm  usado  isso,  exatamente,  exmo. 
pi  esbitero  Amaral,  pelo  SEU  processo-ladrão.  Será  que  o  senhor  virou 
Ímpio  também?  Deus  não  deixe  que  tal  continue  a  acontecer!  Publi- 
que na  integra  o  debate  do  Rev.  Lyra.  Sem  isto  o  senhor  não  pode 
merecer  atenção  neste  ponto. 


QUARTA  OBSP:RVAÇãO 


O  senhor  dU  en\  seiíuida  que  o  Rov.  Lyra  admite  na  Maçonaria, 
em  sua  obra.  pãiís.  76,  119  e  17G,  a  salvação  pelas  obras,  e  que  eu,  em 
uma  Lição  Dominical  de  1937,  não  admito  tal  cousa.  E,  dessarte,  con- 
clue  o  senlior,  eu  eloijiei  uma  obra  heterodoxa  e  me  contradigo. 

Respondo-lhe: 

Não  c.  exata  a  acusação.  O  senhor  cometeu  aqui  a  mesma  falta 
grave  já  e\ideuciada  na  "Terceira  Observação"  acima,  isto  é,  muti- 
lação e  roubo  do  pensameiito  do  Rev.  Jorge.  O  senhor  citou  3  páginas 
esparsas  e  fóra  dos  contextos,  ou  17  linhas,  onde  o  Rev.  Lyra  tem  100 
páginas  elucidativas  do  assunto,  as  de  números  76  a  176!  Nesses  lon- 
gos períodos  o  Rev.  Jorge  explica  com  segurança  o  tema  em  apreço; 
o  não  há  abiolatamente  contradição  entre  êle  e  miuí,  nessa  forma  com- 
pleta do  assunto.  Repto-o,  pois,  a  publicar  as  páginas  lôdas  citadas 
acima  —  7(3  até  176,  e  desde  já  lhe  declaro  que,  se  o  não' fizer,  demons- 
trará a  sua  falta  de  probidade  cristã.  Não  se  acusa  a  ninguém  dêsse 
modo,  senhor  Amaral.  É  surpreendentemente  estarrecedora  semelhan- 
te atitude,  própria  só  de  ímpios. 

QUINTA  OBSERVAÇÃO 

O  senhor  diz  depois  que  "eu  SEI  que  há  imágens  na  Maçonaria" 
e  que  "o  Rev.  Lyra  ADMITIU  e  CONFESSOU  isto  em  sua  obra".  E  me 
põe  contra  o  Rev.  Lyra  e  contra  mini  mesmo,  citando  trecho  de  minha 
Lição  Dominical  de  1937,  onde  condeno  os  idoles  e  a  idolatria  em  ter- 
mos formais  c  conservadores. 

Respondo-lhe:     .     -  ' 

O  senhor  falta  com  a  verdade,  nesia  acusação,  três  vêzes  numa  só 
vez.  Primeiro,  eu  não  SEI  que  haja  ídolos  ou  irnágcns  na  Maçonaria. 
SEI  que  X.\0  há.  Na  Maçonaria  há  símbolos,  mas  nenhum  dèles,  um 
só  ao  menos,  c  usado  com  fins  de  adoração  ou  culto  religioso.  Símbo- 
los, senhor  Amarai,  não  são  proibidos  pela  Escritura,-  e  sim,  idolos, 
imagens,  representações,  figuras  e  símbolos  para  fins  de  culto  religioso. 
Foi  isso  o  que  eu  condenei  e  condeno.  Segundo,  o  Rev.  Jorge  não  AD- 
MITE nem  CONFESSA  Iiaver  ídolos  e  imágens  na  maçonaria.  Ao  con- 
trário, repele  tal  acusação,  com  veemência,  em  sua  obra,  em  inúmeros 
lugares,  especialmente  em  páginas  50,  in  fine,  107,  110,  178  e,em  tôda 


—  10  — 


a  "Quinta  Parte"  do  seu  livro,  onde  êle  explana  o  simbolismo  maçó- 
nico desde  pá!»iiia  ate  página  39G  —  CEM  (100)  PÁGINAS!  Ter- 
ceiro, o  senhor  quis  provar  unia  doutrina,  atribuída  ao  Rcv.  Jorge,  pelo 
seu  método  confuso  de  MISTIFICAÇÃO  dos  textos  do  autor.  De  fato. 
Onde  Q  Rev.  Lyra  usa,  no  mínimo,  IHO  páginas,  nas  quais  estuda  e 
recusa  a  acusação  de  haver  idolatria  no  sistema,  regime  e  ensino  maçó- 
nicos —  (vimos  isto  linhas  atrás)  —  o  senhor  desencava,  em  lugares 
desconexos  do  autor,  APENAS  uns  trcchinhos  de  4  páginas  com  APE- 
NAS e  total  de  15  linhasl  Use  o  senlior  o  remédio  já  receitado  nas 
"Observações"  anteriores,  publicando  na  íntegra  o  pensamento  do  Rev. 
Lyra,  se  deseja  merecer  qualquer  acatamento  dos  homens  de  bem. 
E,  mais  esta  vez,  o  senhor  acusou  em  falso. 

SEXTA  OBSERVAÇÃO 

Apunhalou-me  de  novo  o  senhor,  em  reprovável  emboscada,  quan- 
do me  citou,  na  "Apreciação"  que  fiz  à  primorosa  obra  do  Rev.  Jorge, 
e  onde  eu  digo,  em  síntese:  "A  Maçonaria  é  ura  FRUTO  do  Cristia- 
niismo.  Voluníàriamente  ou  não,  ela  ENCARNA  NO  SEU  IDEAL  MA- 
ÇÓNICO —  (o  de  fazer  ao  próximo  o  maior  bem,  explico)  — ,  o  Cris- 
tianismo de  Cristo."  E,  a  seguir,  o  senhor  diz  que,  todavia,  o  Rev. 
Prof.  Jorge  Buarque  Lyra  e  outros  informam  que  a  Maçonaria  SE 
ORIGINOU  de  mistérios  antigos  e  de  crenças  pagãs. 

Respondo-lhe : 

Sua  acusação,  também  nesta  parte,  não  me  atinge,  nem  de  leve. 
Bem  conheço  e  admito  quanto  o  senhor  citou  sobre,  as  ORIGENS  da 
Maçonaria,  na  sua  GRANDE  PARTE;  sei  que  ela  recebeu  muita  cousa 
do  paganismo,  ao  nascer.  Mas,  a  minha  afirmação,  que  o  senhor  tam- 
bém copiou,  não  trata  das  ORIGENS  da  Maçonaria  e  sim  do  IDEAL 
MAÇÓNICO  na  sua  vigência,  do  fruto  maçónico!  Eu  escrevi:  "A  i\Ia- 
çonaria  é  o  FRUTO  do  Cristianismo...  Porque,  o  que  encarna  o 
IDE.A.L  MAÇÓNICO  não  é  nada  senão  CONSEQUÊNCIA  (o  contrá- 
rio de  ORIGE^I,  não  é  Verdade?)  do  Cristianismo  de  Cristo,  conse- 
quência voluntária  ou  não  dele."  ■■^ 

Vê  a  diferença,  senhor  Amaral,  e  diferença  como  entre  água  e 
vinho?  Algumas  ou  grandes  ORIGENS  da  Maçonaria  são  pagãs.  Certo. 
Mas,  na  Maçonaria,  assim  originada  remotamente,  existe  um  IDEAL 
cristão,  uma  influência  cristã,  um  fruto  cristão,  uma  consequência  cris- 


tn,  volunlàriamenle  ou  não.  É  o  falo.  Pouco  importam  as  origens 
pogus  da  Maçonaria.  O  que  ela  chegou  depois  a  ser  e  agora  é  —  en- 
carna o  fruto  do  ideal  Cristão.  Sim,  a  Maçonaria  começou  pagã,  e  com 
isto  concordo  plenamente.  Mas,  não  ficou  no  paganismo.  Evoluiu, 
cresceu,  corrigiu-se  e  acabou  recebendo,  no  tempo  próprio,  tal  influên- 
cia do  Cristianismo,  que  o  ideal  maçónico  hoje  é  FRUTO  do  Crislia- 
nisiiio,  quer  queira  ou  não  o  senlior  Amaral.  Ora,  eu  tratei  do  FRUTO 
e  o  Rev.  L}Ta  das  ORIGENS.  Êste  falou  sòbre  o  INÍCIO  remoto  da 
Maç(;iiaria;  eu  falei  sôbre  a  Maçonaria  existente.  Onde  a  contradição? 
Onde  o  conflito?  Onde  a  incoerência?  Não  vê,  senhor  Amaral,  que  aí 
estão  duas  causas  absolutamente  separadas  c  diferentes'?  Vou  exem- 
plificar, para  esclarecer.  Eu  digo  que  eu  tive  ORIGENS  RELIGIOSAS 
pagãs,  romanistas,  mundanas,  sem  fé  e  sem  Deus.  Minhas  origens  espi-' 
rituais  foram  péssimas,  em  religião.  Mas,  acabei  recebendo  a  IN- 
FLUÊNCIA benfeitora  do  Cristianismo  de  Cristo  e  hoje  sou  um  FRUTO 
dêsse  Cristianismo,  uma  INFLUÊNCIA  dele,  uma  CONSEQUÊNCIA 
déle.  Está  certa  a  frase  ou  não?  'Está.  Perfeitamente  certa.  Pois  o 
caso,  em  que  o  senhor  Amaral  me  achou  em  briga  com  o  Rev,  Lyra,  é 
idêntico,  é  igual,  c  do  mesmo  sentido!  As  ORIGENS  da  Maçonaria, 
em  rjrande  parte,  são  pagãs,  afirma  o  Lyrh.  A  Maçonaria,  hoje,  que- 
rendo ou  não,  pouco  importa,  é  FRUTO  do  Cristianismo  no  seu  ideal 
Maçónico,  declarei  eu.  Onde  o  conflito?  Onde  a  contradição?  Onde 
o  absurdo?  Não  existe.  Logo,  ainda  nèste  ponto  o  senhor  falta  com 
a  verdade, 

SÉTIMA  OBSERVAÇÃO 

O  senhor  Amaral  procurou,  a  seguir,  acusar-me  e  ao  Rev.  Lyra,  com 
uma  "esmagadora"  e  tremenda  estatística.  Resumo  assim,  em  síntese, 
esta  punhalada  do  professor  Amaral:  "O  Rev,  Galdino,  decerto  im- 
pressionado COMI  o  volunião  da  obra  do  Rev.  Lyra,  um  livro  imenso  de 
28  X  19  cts.,  afirmou  que  nêle  o  Rev.  Jorge  respondeu  "ao  pé  da  letra" 
—  argumento  por  argumento,  tese  por  tese,  acusação  por  acusação  e 
cita  por  cita  à  obra  do  Rev.  Eduardo.  Mas,  isto  não  é  fato,  1°,  porque  o 
livro  do  Lyra,  na  parte  genuinamente  controversa,  só  tem  148  páginas, 
ao  passo  que  o  do  Eduardo  tem  218  páginas;  2.°,  porque  mesmo  dessas 
148  páginas  do  Lyra  temos  que  tirar  73,  citações  do  Rev.  Jorge,  tiradas 
da  obra  do  Rev.  Eduardo,. ficando  de  saldo  menos  de  ICO  páginas,  ou 
sejam  exatamente  75  páginas,  unicamente;  3.°,  porque,  na  realidade 
o  Lyra  não  comentou  as  teses  e  os  argumentos  do  Rev.  Eduardo  em  127 
páginas,  que.  assim,  ficaram  intátas  no  livro  do  Rev.  Eduardo."  E'  a 
acusação. 

—  12  — 


Respondo-lhe : 

Em  primeiro  lugar,  c  de  se  recusar  in  limine  a  simplista  compa- 
ração que  o  senlior  Amaral  acima  cstaljclece  entre  as  duas  obras  em 
a])reço,  porque  ])cca  pelo  absurdo.-  Como  simples  matéria  de  falo,  não 
é  possível  comparar  o  tamanho  e,  conse<]uenteniente,  o  valor  das  pá- 
ginas em  SI,  cm  quaisquer  edições,  dos  dois  valumcs,  pois  o  livro  do 
Rev.  LjTa  é  do  (amanho  —  28  x  19  e  o  do  Rev.  Eduardo  (3.°  edição, 
1945)  é  do  tamanho  18  x  13.;  aípièle,  no  total,  contem  581  (QUINHEN- 
TOS E  OITENTA  E  UMA)  paginas  e  o  do  Pereira,  o  referido  acima, 
apenas  169  (CENTO  E  SESSENTA  EXOVE)  páginas.  E  o  livro  do 
Lyra  vale,  em  cada  página,  cerca  de  página  e  meia  da  obra  do  Eduar- 
do. Logo,  não  é  possivcl  a  comparação  fcila  núa  e  crúa,  sem  relação 
proporcional,  entre  as  rínas  obras,  como  fez  o  senhor  Amarad. 

Em  segundo  lugar^  o  senhor  Amaral  fez  a  comparação  liniitando-a 
"à  parte  genuinamente  controversa"  da  obra  do  Rev.  Lyra.  Concordo; 
e,  para  ser  justa  a  igualdade  do  exame,  tainbém  se  há  de  tomar  "a  par- 
te genuinamente  controversa"  do  Rev.  Eduardo.  Pois  bem.  O  senhor 
Amaral  dá  para  o  Lyra  só  148  páginas,  nesse  caráter  (as  de  52  a  196) 
e  para  o  Eduardo  218  páginas.  Isto,  porém,  não  é  exato.  O  Rev.  Lyra 
tem  as  páginas  52  até  196  direias  contra  o  Eduardo  e  ainda  a  éle  res- 
ponde, mediante  notas  remissivas,  no  rodapé  e  no  corpo  da  obra,  nas 
respostas  dadas  a  Egg,  Brown  e  Bertrand  (de  199  até  295),  como  é  de 
fácil  verificação.  O  Rev.  Eduardo  tem  apenas  como  parte  controversa 
as  páginas  de  51  a  138  e  mais  149  a  151,  ou  seja  o  total  de  90  páginas 
controversas,  na  3.*  edição,  que  é  completa,  e  que  temos  à  mão.  Logo, 
o  senhor  Amaral  foi  incorreto  nesta  infoi-mação  e  injusto,  portanto, 
nas  conclusões. 

Em  terceiro  lugar,  não  é  exato  absolutamente  que  o  Rev.  Lyra  não 
haja  respondido  TÓDAS  as  téses  e  acusações  do  Rev.  Eduardo,  feitas 
no  seu  livrinho  ou  folheto.  Respondeu,  sim.  NOVE  foram  as  téses, 
NOVE  foram  as  acusações  do  Eduardo;  pois  NOVE  foram  as  contra 
teses  e  NOVE  as  defesas  do  Rev.  Lyra  à  obra  eduardense.  É  só  ver, 
'quem  quiser,  as  páginas  já  mencionadas  —  52  a  196  e  ainda  as  páginas 
nas  quais  êle  responde  a  Egg,  a  Brown,  a  Bertrand,  ou  sejam  as  pági- 
nas —  199  até  295,  na  sua  primorosa  obra.  É  inverdade  chocante  a 
acusação- do  senhor  Amaral  ainda  nesta  parte  de  seu  leviano  libelo.' 

Em  quarto  lugar,  o  senhor  Amara*l  foi  ridículo  e  infantil.  Se  é 
matematicamente  certo,  como  diz  (e  admito  o  argumento  só  para  dis- 
cutir) que  o  Lyra  usou  em  suas  148  páginas  controversas  de  75  pági- 
nas só  para  cópia  do  Eduardo;  se  deixou  de  fora  e  sem  resposta  127 


—  13  — 


(CENTO  E  VINTE  E  SETE)  páginas  eduardianas.  cliega-se  à  conclu- 
são absurda.  A  parte  genuinamente  controuersa  do  Eduardo,  na  3.' 
edição  de  sua  obra,  tem  90  páginas.  Tirando-se,  destas,  73  páginas,  que 
o  Lxjra  copiou  e  respondeu,  ficam  apenas  de  fora  c  sem  resposta  17 
(DEZESSETE)  páginas.  Onde,  pois,  foi  o  senhor  Amaral  acharas  tais 
127  (CENTO  E  VINTE  E  SETE)  páginas  em  17  (DEZESSETE)?!  Só 
um  milagre  será  capaz  de  explicar  Ião  supina  matemática. . .  Senhor 
Amaral,  onde  é  que  está  o  bom  senso?  Afinal,  esta  sétima  acusação 
é  também  injusta. 

OITAVA  OBSERVAÇÃO 

O  senhor  diz,  em  seguida,  que  eu  me  bato,  na  obra  do  I-yra,  pela 
sã  e  legítima  liberdade  de  discordar  que  os  homens  possuem;  no  en- 
tanto, elogio  o  Lyra,  que  não  adota  essa  liberdade,  pois  é  intolerante 
no  modo  de  tratar  os  que  não  concordam  com  èle,  dando-lhes  epítetos 
fortes  e  até  declarando  que  "quem  é  contra  a  Maçonaria  —  ou  é  j©~ 
suita  ou  é  ignorante." 

Respondo-lhe: 

Não  há  nessa  acusação  nenhuma  justiça  de  sua  parte,  senhor  Ama- 
ral. Prmieiro,  porque  eu  mesmo  reconheci,  no  meu  prefácio,  que  o 
senhor  tenta  comentar,  o  falo  de  ser  o  Rev.  Lyra,  às  vezes,  na  sua  obra, 
"contundente",  "enérgico",  "dinâmico",  "demolidor",  "inexorável"  e 
"tremendo"  para  com  os  adversários,  inclusive  o  Rev.  Eduardo.  Logo, 
o  senhor  choveu  no  molhado,  porque  eu  já  vira  esta  veemência  do 
Rev.  Jorge,  em  sua  obra.  Isto,  porém,  não  retira  do  seu  livro  o  valor 
que  eu  julguei  haver  nêle,  na  argumentação,  na  defesa  da  verdade,  no 
método  de  concluir.  Há  mesmo  pessoas  que  não  podem  suportar  certas 
infâmias,  inverdades,  injustiças  e  asserções  tão  falsas,  sem  aplicar 
logo  a  isto  os  nomes  certos,  com  tôdas  as  letras.  São  Paulo  foi  um 
désses,  João  Batista,  idem.  Cristo  também.  Paulo  não  tolerava  os 
maus  adversários,  e  até  "cachorros"  lhes  chamou!  Não  é  exato?  Dis- 
cordarmos das  idéias  alheias  é  uma  cousa;  mas,  admitirmos  cretinice 
no  modo  de  se  fazer  isso,  não  é  direito.  Explica -se,  pois,  a  justa  vio- 
lência de  epítetos  que  o  Rev.  Lyra  usou,  no  seu  arrebatamento.  Achei 
e  acho  explicável  o  FOGO  do  Lyra,  e  ressaltei  isso  na  minha  "Aprecia- 
ção", honestamente,  quando  eu  disse:  "A  porção  genuinamente  coú- 
troversa  do  livro  do  Rev.  Jorge  Lyra  é,  DE  VERDADE,  enérgica",  etc. 
Lá  está  a  minha  ressalva.  Para  quo,  pois,  se  sai  o  senhor  Amaral  com 
uma  cousa  que,  dantemão,  eu  já  havia  elucidado,  como  se  está  verifi- 
cando? Esta  acusação,  pois,  não  procede.  Não  Icm  cabimento. 


—  14  — 


Quanto  à  acusação  de  que  o  Rev.  Jorge  declare  quo  "quem  fôr  con- 
tra a  Maçonaria  é  —  ou  jesuita  ou  ignorante  — repilo  a  injúria,  repilo 
a  infamante  declaração,  repilo  enojado  essa  intriga  que  o  senhor  de- 
seja fazer  indiretaniente  contra  mim  e  dirctamcnte  contra  o  Rev.  Lyra. 
O  senhor  citou  como  prova  as  páginas  37,  217  e  310  da  obra  do  Rev. 
Jorge.  É  sempre  o  mesmo  tremendo  método  do  senhor!  Mutila  o  pen- 
samento alheio,  tira-Ihe  os  contextos,  corta-lhe  o  fio  da  meada,  sola- 
pa-o  de  propósito  e,  depois,  grita:  "Está  vendo?  O  senhor  concorda 
com  isto?  É  isto  cousa  direita  ou  digna?"  Por  êsse  método,  senhor 
Amaral,  não  há  santo,  não  há  justo,  não  há  ninguém  que  escape  de 
suas  punhaladas  pelas  costas.  Sou  obrigado  a  e.xigir  do  senhor,  em 
nome  da  probidade  cristã  e  pela  honra  da  gloriosa  fé  que  ambos  abra- 
çamos e  devemos  honrar,  sou  obrigado  a  exigir  que  o  senhor  publique, 
na  íntegra,  sem  tirar, nada,  as  páginas  37,  38,  39  e  40;  as  páginas  217 
e  parte  da  218,  onde  o  Rev.  L}Ta  explica  a  sua  frase  —  "ou  é  jesuita  ou 
é  ignorante",  aliás  bem  aplicada,  no  caso,  dentro  do  contexto;  a  página 
310,  no  trecho  central,  onde  começa:  "A  sintese  dos  objetivos",  até  a 
frase  —  "hem  público".  Diante  dêsses  trechos  completos,  os  leitores 
verão  que  o  senhor  foi  infehcissimo  nesta  parte  de  sua  acusação.  O 
sentido  das  frases  acima,  ESCANDALOSAS,  de  fato,  sem  outra  expli- 
cação, ali  aparece  cristalino,  perfeito,  justo,  certo,  bem  acabado  e  den- 
tro de  restrições  muito  claras,  fixadas  pelo  autor. 

NONA  OBSERVAÇÃO 

O  senhor  ocupa  depois  duas  páginas  e  meia  de  "O  Estandarte", 
citando  trechos  da  obra  do  Rev.  Jorge,  com  o  fito  de  provar  que  êle 
trata  deshumanamente  os  próprios  maçons  que  déle  divergem.  E  cita 
uma  fieira  de  nomes  e  de  autores,  contra  os  quais  o  Rev.  Lyia  ergue  a 
sua  pena  veemente,  às  vêzes.  E  põe  o  Rev.  Lyra  contra  o  Lyra  que, 
diz.  com  isto  mostra  falta  da  fraternidade  preconizada  por  êle  próprio 
para  com  os  seus  irmãos  maçons  em  discordância. 

Respondo-lhe : 

Em  primeiro  lugar,  o  senhor  continuou,  nesta  parte,  a  mesma  fria 
e  reprovável  prática  de  desconjuntar  os  textos  do  Rev.  Lyra,  mutilar- 
Ihe  a  argumentação  completa,  tirar-Ihe  um  pedacinho  escolhido  a  dedo 
aqui,  outro  ali,  outro  acolá,  e,  depois,  fazer  orgulhosamente,  a  acusa- 
ção. Se  o  senhor  não  publicar  sòbre  CADA  PE^SÔA  citada  na  sua 
"Carta  Aberta"  e  sòbre  cada  ALTORIDADE  renegada  pelo  Rev.  Lyra, 


TòDAS  ns  rnzôes,  que  para  isso  cie  aprescnla,  TÒDAS  as  declarações 
feitas  i>oi  ò!c,  o  senhor  não  merece  acatamento,  nem  respeito,  nem 
consido:  .'u;ãn,  porque,  no  caso.  o  senhor  está  i)rocedendo  de  má  fé  e 
ocultnncio  :i  verdade  integral  que  foi  dita.  O  Rev.  Jorge  explica  bem 
CADA  UAÍA  de  suas  recusas  de  tais  autores,  e  o  faz  de  maneira  expli- 
cita; c  as  íuas  conclusões  são  legitimas  e  certas,  embora,  às  vezes, 
veeuieiítcs  contra  verdadeiras  infâmias  de  alguns  dos  tais  autores,  ati- 
radas à  ccrila  tia  ^Maçonaria.  O  chicote  do  Rev.  LjTa  cài  em  cheio  nos 
erros  aponiados,  mas,  nem  sempre  nos  que  erram.  Às  vêzes,  cái  em 
uns  c  outros,  e  nesses  casos,  com  absoluta  justiça.  A  fraternidade  não 
pode  ser  capa  de  caridade  para  gente  que  faz  infâmias  consciente- 
mente. Cile,  pois.  TUDO  o  que  o  Rev.  L\Ta  escreveu  sobre  C.\DA  caso, 
sem  c.rcc^âú  de  uma  vírgula.  E  estou  certo  que,  diante  dessa  nova  in- 
forinaç;l'i,  i->  seu  aresto  ou  libelo  não  fica  valendo  nada,  absolutamente 
nafhx,  soiltor  Mai-io  Amaral  Novais. 

Eiii  secundo  lugar,  nos  trechinhos  que  o  senhor  copiou  em  pedaços 
descoivixus,  repita-se,  o  Rev.  Lyra  provou,  à  saciedade,  que  os  autores 
citados  fcilaram  PARTICULARMENTE  e  não  côm  a  autoridade  legal, 
doutrinária  e  constitucional  da  Maçonaria.  Déram  opiniões  SUAS,  al- 
gumas mo^^mo  absurdas,  à  luz  do  próprio  sistema  do  maçonismo.  Justo, 
pois,  que  o  Rev.  Jorge  renegasse  tal  gente.  Justíssimo.  Fez  o  que  devia. 

DÉCIMA  OBSERVAÇÃO 

Ijued.ir.tamenle  passa  o  senhor  a  acusar  o  Rev.  Jorge  Lyra  e,  indi- 
retauiejjic  a  mim,  como  elogiadnr  apressado  da  obra  jorgeana,  porque, 
diz,  o  Iles'.  Eduardo,  jjara  debater  a  tése  ANTÍ-maçònica,  leu,  enguliu 
e  citou  livros,  autores  e  autoridades  em  quantidade  igual  a  33  (TRIN- 
TA E  TRÊS)  volumes  ou  documentos,  ao  passo  que  o  Rev.  Lyra  apenas 
CITOU  9  (NOVE)  volimies,  embora  apresente  no  fim  de  sua  obra  ex- 
tensa bibíiografia,  d.a  (jual  a  maior  parte  nada  tem  a  ver  com  a  Maço- 
naria c  seus  ensinos. 

Respondo-lhe:  * 

Em  primeiro  lugar,  esta  sua  acusação,  senhor  Amaral,  peca  pela 
falta  de  verdade.  O  Rev.  Jorge  leu,  enguliu  e  aplicou  na  explanação  da 
sua  íése,  ])eJo  menos.  81  (OITENTA  E  ()UATRO)  volumes,  autores  ou 
docunienl(js,  como  òle  os  relaciona  na  Bibliografia  mencionada  no  fim 
de  seu  livro.  Se  o  senhor  nega  que  éie  leu  e  usou  estas  obras,  CITA- 
DAvS,  militas  delas,  como  obras  oficiais  ou  reconhecidas  pela  Maçona- 
ria, o  seniinr  faz  o  Rev.  Lyra  uni  mentiroso.    E  com  que  autoridade 


cristã  nega  gratuitamente  o  senhor  aquilo  que  o  seu  irmão  Lyra  AFIR- 
MA? É  acusação  injusta.  É  quebra  do  9.°  mandamento  do  Decálogo. 
O  senhor  não  tem  o  direito  de  negar  o  que  um  seu  irmão  afirmo,  a 
menos  que  dê  as  provas  de  que  ele  enumera  81  (OITENTA  E  QUATRO) 
obras  lidas,  mas  só  leu  mesmo  umas  9  (NOVE).  Isto  é  de  estarrecer, 
senhor  Amaral!  Em  segundo  lugar,  é  falso  que,  excctuadas  as  9 
(NOVE)  obras  das  84  (OITENTA  E  QUATRO),  que  o  senhor  citou, 
as  outras  75  (SETENTA  E  CINCO)  não  "interpretam  a  Maçonaria  nem 
compreendem  os  seus  ensinos",  como  declara  o  senhor.  Tôdas  as  ou- 
tras —  as  75  (SETENTA  E  CINCO),  excetuadas  6  (SEIS),  se  não  me 
engano,  tratam  da  Maçonaria,  de  assuntos  maçónicos.  O  senhor  faltou 
com  a  verdade  dolorosamente  nêste  alegado,  e  desafio-o  a  publicar  a 
Bibliografia  citada  pelo  Rev.  Lyra  no  fim  de  seu  volume,  para  que  os 
leitores  de  "O  Estandarte"  vejam  com  seus  próprios  olhos  a  falta  gra- 
víssima que  o  senhor  cometeu.  Isto  chega  a  arrepiar!  Em  último  lu- 
gar, ainda  há  mais  uma  cincada  no  seu  pifio  argumento  de  depreciação 
do  caráter  alheio.  Pois,  o  senhor  mesmo,  ua  sua  "Carta  Aberta",  com 
tôdas  as  letras,  cita  bom  número  de  autores  e  de  autoridades  usadas 
pelo  Rev,  Eduardo,  entre  suas  33i  (TRINTA  E  TRÊS)  autoridades,  e 
que  também  foram  mencionadas  e  discutidas  pelo  Rev.  Lyra!  E  o  se- 
nhor mesmo  até  enumera  páginas  desse  autor  onde  êle  cita  êsses  livros! 
Entretanto,  exceto  3  (TRÊS)  de  tais  autoridades,  o  senhor  não  incluiu 
as  demais  na  lista  dos  "únicos"  9  (NOVE)  VOLUMES  atribuídos  ao 
Rev.  Lyra!  Logo,  o  Rev.  Jorge  leu  mais  de  9  (NO\'E)  autores,  e  CITOU 
mais  de  9  (NOVE)  autores,  pela  sua  própria  confissão  e  confirmação! 
E  como  é  que  o  senhor  não  fic-a  ruborizado  nem  lhe  dóe  a  consciência 
quando  falta  assim  com  a  verdade?  NO\TE  (9)  autores  só!!!  Senhor 
Amaral,  arrependa-se  desse  feio  pecado  e  rogue  a  Deus  que  lhe  perdoe 
tão  grave  falta.  Isto,  para  o  bem  de  sua  alma  e  do  seu  caráter.  E,  as- 
sim, também  esta  sua  acusação  cái  por  terra. 

DÉCIMA  PRIMEIRA  OBSERVAÇÃO 

O  senhor  encerra  a  sua  catilinária  terrível  contra  o  Rev.  Lyra,  e 
indiretamenlc  contra  mim,  apresentando  mais  de  2  (DUAS)  PÁGINAS 
de  "O  Estandarte"  com  a  coleção  inédita  de  12  (DOZE)  CONTRADI- 
ÇÕES átribuidas  ao  Rev.  Jorge  Lj-ra,  no  seu  primoroso  volume.  E  me 
j>ergunta,  ingenuamente,  se  a  "minha  memória  cansada"  esqueceu 
essas  contradições,  ou  se  eu  não  as  vi  e  li. 


—  17  — 


Respondo-llie: 

Não  tinha  achado,  antes  dèste  seu  "notável"  trabalho  contra  a 
obra  jorgeann,  contradição  nenhuma.  E  ciucro  afirniar-llie  aqui  e  ago- 
ra, com  tôdas  as  responsahi]i'!ades  do  meu  caráter  cristão,  que  exa- 
minei, uma  por  uma,  as  pretensas  contradições  que  o  senhor  alinhou 
contra  o  Rev,  Lyra,  e  não  acfic.i,  c  não  vi,  e  não  consegui  ao  menos  lo- 
brigar, mesmo  de  longe,  unia  só  e  única  das  12  contradições  apresen- 
tadas! Não  há  tal  cousa  no  volmne  do  Rev.  Lyra,  absolutamente, 
não  há. 

Achei,  sini,  tri*s  infelicidades  suas.  Primeira,  o  senhor  —  ou  não 
sabe  ler,  ou  lè  c  de  proiiósito  faz  obra  de  má  fé.  Segunda,  o  senhor, 
neste  ponto.  —  corao  sempre  faz  na  sua  "Carta", —  continua  mutilando 
os  textos,  eliminando  os  contextos  e  citando  o  autor  a  prestação,  a 
dedo,  como  cokha  de  retalho,  misturando  alhos  com  bugalhos  e  jun- 
tando branco  com  preto.  Assim,  o  senhor  vai  achar  contradição  até  na 
Bíblia!  Não  escnpa  nada,  nijiguém!  Terceira,  o  senhor  revela  só  uma 
vontade  —  acliincalhar,  menoscabar,  depreciar.  Três  infelicidades,  se- 
nhor presbítero  Amaral,  que  o  estão  levando  à  beira  de  grandes  abis- 
mos.. .    VoJte  a  tempo  desse  caminho,  emende  a  mão  e  arrependa-se! 

Mas,  vejamos,  em  síntese,  e  só  para  amostra,  as  12  contradições. 

Vamos  à  1.^  que  o  senhor  abfibue  ao  Rev.  Jorge.  Èste  amigo  faz 
referência  ao  fato  de  que  a  Maçonaria  não  alicia  adeptos,  não  faz  pro- 
paganda de  catequeses  (ou  scclarista) ,  não  apresenta  lucros  nem  ar- 
rasta ninguém  ao  seu  meio  (Lyra,  págs.  8.3,  201-203).  Depois,  em  págs. 
465  e  473,  falaiuio  úos  máus  maçons,  maçons  indesejáveis,  explica  que 
o  esforço  de  muitos  maçons  em  ver  o  aumento  das  Lojas,  quase  sempre, 
os  leva  a  tolerâncias  que,  mais  tarde,  dão  mau  fruto;  e,  NOTE-SE, 
CENSURA  certas  alas  dissidentes  de  MAÇONS  que,  desejosos  de  en- 
grossar a  Maçonaria,  AD^vHTEM  nela  elementos  indesejáveis  (Lyra, 
pág.  473).  Onde  a  contradição?  De  um  lado,  declara  o  Rev.  Jorge  que 
a  Maçonaria,  a  Instituição,  não  faz  propaganda  de  catequese  (ou  secta- 
rista)  e  sim  só  recebe  adeptos  espontaneamente.  De  outro,  condena, 
não  a  Maçoriuria,  veja-í,e  bem,  mas  MxVÇONS  tolerantes  e  que  ADMI- 
TEM (note-sc!),  ADMITEM  em  Lojas  elementos  indesejáveis  ou  que 
s&  revelam  tais  mais  tarde.  Onde  a  contradição?  É  o  mesmo  que  se  dá, 
mutatis  mnlandis,  com  a  Igreja  Evangélica,  que,  por  exemplo,  como 
Igreja,  como  In.stifuição,  está  acimã  e  fora  de  Partidos  Políticos  e  não 
faz  politica;  todavia,  crentes  aos  miliiarcs  há  que,  dentro  das  Igrejas, 
fazem  politica  partidária  e  entram  em  Partidos  Políticos.  Há  nisto 
contradição?  Absolutamente,  não  há.  As  duas  cousas  são  separadas 
■ —  a  Instituição  em  si  e  atos  de  seus  membros.   Maçons  há  que  fazem 

—  18  — 


propaganda,  até  secíarisla,  e  creio  que  alguns  a  fazem  mesmo.  Mas,  a 
Maçonaria  não  faz  e  até  censura  quem  faz  tal  cousa,  como  vimos  no 
próprio  texto  do  Rev.  Jorge!  Logo,  não  há  contradição  nenhuma  ncslc 
ponto. 

Vamos  ver  a  2.'  contradição,  O  Rev.  Lyra,  em  págs.  50,  03  c  1G7, 
diz  que  a  Maçonaria  ORTODOXA  não  admite  ateus  no  seu  seio.  E  em 
págs.  285  c  outras,  que  o  senhor  Amaral  cita,  o  Rev.  Lyra  informa,  e 
CONDENA,  que  há  e  tem  havido  dissidências  na  Maçonaria,  Lojas  cor- 
rompidas e  heterodoxas,  Lojas  materialistas  e  com  ritos  positivistas, 
onde  entram  até  ateus  disfarçados.  Onde  a  contradição?  Não  há.  É 
o  mesmo  que  acontece  no  meio  protestante.  Há  o  Protestantismo  or- 
todoxo, fiel,  conservador,  como  há  um  protestantismo  dissidente, 
agnóstico,  racionalista,  modernista  e  semelhantes.  Mas,  que  culpa  tem 
o  legitimo  Protestantismo  de  haver  essas  anomalias  no  mundo?  E  que 
cplpa  tem  a  Maçonaria  ortodoxa  de  haver  erros  e  dissidências  maçó- 
nicas no  mundo?  Não,  senhor  Amaral,  não  há  contradição  nenhuma 
do  Rev.  Lyi-a  neste  ponto  também. 

A  3.^  contradição  é  quase  igual  à  2.^  O  Rev.  Lyra  diz  que  a  Maço- 
naria não  é  "viveiro  de  racionalismo"  (pág.  53).  Depois,  informa  que 
a  Maçonaria  admite  em  seu  seio  racionalistas  e  todos  os  ci'edos,  exceto 
o  ateismo,  "porque  ela  não  é  religião,  e  não  é  responsável  pela  crença 
particular  de  qualquer  dos  seus  agremiados"  (Pág.  167),  Ora,  se  cada 
niaçon,  em  fé,  em  crença,  em  religião,  não  interfere  na  vida  e  na  ação 
da  Maçonaria,  pois  a  crença  de  cada  um  é  particular,  c  sua,  e  não  da 
responsabilidade  da  Maçonaria,  claro  é  que  esta  nem  endóssa  nem  de- 
saplaude  a  fé  pessoal  de  seus  adeptos,  e,  assim,  dentro  da  Maçonaria 
pode  haver  e  há  racaionalistas,_mas,  êles  não  são  a  Maçonaria.  Eu,  por 
exemplo,  sou  funcionário  público  (Inspetor  Federal  do  Ensino)  e  te- 
nho de  viver  relacionado  com  dezenas  de  pessoas  com  fé,  credos  e 
idéias  diferentes,  até  ateus,  dentro  do  Ministério  da  Educação  e  Saúde; 
aí  cada  um  pode  manter  a  crença  ou  descrença  que  quiser,  em  parti- 
cular, mas,  nunca  com  o  endosso  do  Ministério.  Posso,  pois,  dizer,  sem 
contradição:  "O  Ministério  da  Educação  e  Saúde,  como  tal,  não  ad- 
mite racionalistas  nem  ateus,  mas  há,  nêle,  muitos  racionalistas  e  ateus, 
isto  é,  funcionários  que  sob  sua  única  responsabilidade  particular,  são 
racionalistas,  ateus,  etc.  Onde  a  contradição?  Não  há. 

A  4."  contradição  atribuida  ao  Rev.  Lyra  e  esta.  Em  pág.  197,  esse 
autor  diz  que  a  opinião  de  padre  é  suspeita;  e  já  em  outras  págs.  (152, 
429-431),  cita  a  opinião  de  vários  padres.  Lendo-se  os  lugares  apre- 
sentados, vê-se  que  o  senhor  Amaral  fez  das  suas  —  desprezou  o  sentido 
do  texto.  No  1°  caso,  o  Rev.  Lyra  diz  que  a  opinião  de  padre  é  sempre 
suspeita,  quando  afirme  que  a  Maçonaria  é  Religião.  Perfeitamente. 


—  19  — 


Jã  nos  outros  lugares,  êle  se  refere  a  padres  maçons,  o  que  já  faz  di- 
ferença capital,  no  caso;  o  cita-os,  para  mostrar  o  apreço  que  acharam 
na  Maçonaria  e  que  a  reconheceram  como  não  sendo  Religião.  O  pen- 
samento é  claro.  Padre  não  maçon  e  da  Maçonaria  até  adversário  não 
tem  autoridade  para  negar  ou  afirmar  o  que  não  sabe,  visto  não  estar 
na  Maçonaria  nem  saber  o  que  ela  é  e  faz.  Padres  maçons,  esses,  sim, 
são  autoridades  em  assuntos  maçónicos,  pois,  se  ingressaram  na  asso- 
ciação, foi  por  tê-la  achado  compatível  com  a  sua  crença  particular. 
Onde  a  contradição?  Não  há. 

Vamos  à  5.*  clivagem  jorgeana.  Diz  o  senhor  Amaral  que  o  autor, 
em  págs.  201  e  397,  afirma  que  aMaçonaria  não  combate  a  Igreja  Ro- 
mana nem  a  Religião  Católica,  e  sim,  o  jesuitismo  e  iodas  as  suas  mani- 
festações e  correntes.  E  depois,  em  págs.  59,  410,  435,  afirma  o  Rev. 
Lyra  que  "os  maçons  e  a  Maçonaria  combatem  a  IGREJA  CLERICAL, 
intolerante,  quando  procede  como  os  jesuítas,  não  como  Religião,  mas, 
pelo  seu  jesuitismo".  Por  amor  de  tudo  quanto  é  clareza  neste  mundo, 
senhores,  onde  está  a  contradição,  onde  o  conflito?  As  citas  são  de  tal 
modo  explicitas  e  nítidas,  que  dispensam  explanações.  Num  e  noutro 
ponto,  diz-se  uma  só  cousa:  "A  Maçonaria  não  combate  a  Religião  Ca- 
tólica e  sim  o  seu  clericalismo  intolerante  e  jesuítico."  Onde  a  con- 
tradição? Não  há. 

A  6.'  clivagem  achada  pelo  senhor  Amaral  no  livro  do  Rev.  Lyra 
é  do  pasmar.  O  senhor  Amaral  cita  págs.  324-S2Ô,  onde  o  Rev.  Lyra  diz 
que  o  gráu  19  não  foi  CRIADO  em  homenagem  ao  Papa.  E,  em  págs. 
188  e  169,  o  Rev.  Lyra  argumenta  de  novo  no  sentido  de  provar  que  o 
gráu  19  haja  sido  CRIADO  em  homenagem  ao  Papa;  e  passa,  como 
argumento,  a  fazer  uma  concessão  hipotética,  só  para  diíicutir,  que  SE 
o  gráu  19  tivesse  sido  CRIADO  em  homenagem  ao  Papa  —  (SE. . .  no- 
te-se  bem!)'" —  explicar-se-ia  tal  cousa  como  isto  e  aquilo,  etc;  mas, 
êste  isto  e  aquilo  o  Rev.  Lyra  recusa  a  aceitar  \  Onde  a  contradição? 
Não  há. 

Vamos  à  7.*  clivagem.  O  Rev.  Lyra.  em  pág.  1C6,  não  aceita  o 
autor  R.  de  Schio  como  "autoridade  DE  PESO",  o  qual  falou  por  sua 
conta  e  não  da  Maçonaria  sôbre  o  ponto  em  debate  na  página  referida. 
Mais  adiante,  o  Rev.  Lyra,  em  pág.  446,  argumentando  e  tratando  de 
referir  autor  que  é  TIDO  e  citado  tantas  vêzes  como  grande  autoridade 
em  assuntos  maçónicos  —  (e  porque  o  Rev.  Pereira  nêle  se  apoiou),  — 
cita  também  êste  autor,  embora,  para  êle,  Lyra,  como  se  vê  à  pág.  16G, 
o  Schio  não  tenha  grande  peso.  Onde  a  contradição,  se  é  comum  êste 
processo  de  se  argumentar  com  as  armas  do  próprio  adversário?  Foi 
o  que  fez  o  Rev.  Lyra.  Perfeitamente  correto!  Não  há  contradição 
nenhuma! 


A  8."  clivagem  c  que  o  Rev.  hyra,  eni  págs.  5G  e  90,  diz  que  a  Riblia 
é  aceita  na  Maçonaria;  e  em  págs.  99  e  229,  já  lanienla  que  na  Maço- 
naria a  Riblia  não  seja  obedecida  como  devia  ser,  não  seja  conhecida 
como  devia  ser  nem  é  tomada  no  mesmo  papel  que  exerce  na  Igreja 
de  Cristo.  Onde  a  contradição?  Aceitar  a  Riblia,  ou  reconhecê-la,  é 
lima  cousa;  não  obedecê-la,  outra.  Uma  ideia  não  briga  com  a  outra. 
Não  acontece  isto,  tantas  vêzc«,  infelizmente,  no  próprio  meio  evan- 
gélico? Não  há  contradição,  absolutamente. 

A  9.'  clivagem  é  —  que  o  Rev.  Lyra  nega  haver  imágens  e  idolatria 
na  Maçonaria  (Pág.  178) ;  e  em  págs.  50,299,  365  e  477  admite  simbolis- 
mos na  Maçonaria  e  até  os  explica.  Onde  a  contradição?  SIMBOLIS- 
MO nunca  foi  IMÁGEM  DE  IDOLATRIA!  A  Randeira  Rrasileira  é 
símbolo,  mas,  não  é  imagem.  A  aliança  de  casados  é  simbolo,  mas  nun- 
ca foi  nem  é  ídolol  Êsse  senhor  presbítero  Amaral  tem  cada  uma,  que 
só  êle! 

A  10.*  clivagem  é  —  que  o  Rev.  Lyra,  em  págs.  80  e  226,  nega  a  tôda 
força  que  haja  na  Maçonaria  salvação  pelas  obras;  e  em  págs.  119  e  176 
já  admite  que  os  maçons  romanistas  aceitam  essa  doutrina.  Onde  a 
contradição?  A  Maçonaria  não  é  religião,  nem  trata  de  doutrinas  reli- 
giosas, deixando  à  liberdade  de  consciência  dos  seus  adeptos  a  fé  PAR- 
TICULAR de  cada  qual.  Que  tem  uma  cousa  com  a  outra?  O  maçon 
romanista  tem  a  SUA  doutrina,  como  o  maçon  protestante  tem  a  sua; 
nunca,  porém,  a  MAÇONARIA.  Não  há  clivagem  nêste  ponto,  portanto. 

A  11."  contradição  é  —  que  o  Rev.  Lyra  admite,  em  págs.  77,  101, 
126  e  370,  que  Cristo  tem  na  ^laçonaria  lugar  de  honra  e  de  destaque, 
e  que  sua  moral  é  aceita  e  também  as  suas  virtudes,  e  que  seu  Nome  é 
respeitado  pela  Maçonaria;  e,  em  págs.  101,  137  e  229,  o  Rev.  Lyra 
admite  também  que  o  Cristo,  reconJiecido  pela  Maçonaria,  apesar  disto, 
não  é  estudado  lá  como  devia  ser;  que  maçons  há  que  não  O  honram, 
mas,  diz,  "disto  a  Maçonaria  não  tem  culpa,  porque  na  Maçonaria  não 
se  prégam  doutrinas  religiosas  especificas".  Onde  a  contradçião?  A 
MAÇONARIA  aceita,  honra  e  respeita  a  Cristo,  mas,  há  MAÇONS  que 
não  O  honram  como  devia  ser.  Onde  a  clivagem?  Não  há! 

A  última  contradição  é  —  que  o  Rev.  Lyra,  em  muitas  passagens 
de  sua  obra,  recusa  que  a  Maçonaria  seja  Religião;  mas,  em  outros 
lugares,  já  admite  que  na  Maçonaria  se  realizam  certos  ritos  e.  atos  de 
caráter  religioso,  de  conceito  religioso,  de  concepção  religiosa.  Onde 
a  contradição?  Pode-se  fazer  muita  cousa  que  tenha  um  cunho  reli- 
gioso, um  conceito  religioso,  uma  concepção  religiosa,  sem  se  ter  uma 
Religião.  Os  ateus  e  incrédulos,  quando  vão  a  Templos,  tiram  o  chapéu, 
seguem  os  ritos  aí  em  uso,  acompanham  os  religiosos,  mas  isto  não  os 

—  21  — 


faz  ter  aquela  Religião  nem  qualquer  Religião.  É  claro.  A  Maçonaria, 
como  já  vimos,  querendo  ou  não,  recebeu  como  FRUTO  muita  cousa, 
nmitas  concepções  do  Cristianismo.  Mas,  não  é  o  Cristianismo.  Logo, 
não  há  contradição  neste  ponto  também.  O  Rev.  Lyra,  aliás,  elucida 
todos  esses  fatos  com  máxima  franqueza,  lealdade  e  lógica.  Esta  c  que 
é  a  verdade,  que  o  senhor  Amaral  não  viu,  não  vê  e  não  quer  vêr. 

FINALMENTE 

Encerrando  a  sua  "Carta",  o  senhor  Amaral  me  faz  algumas  per- 
guntinhas de  algibeira,  A  elas.  Eis  a  primeira:  "Concorda  o  senhor 
com  o  objetivo  supremo  da  Maçonaria,  tal  como  o  propõe  o  Rev.  Lyra 
e  outros  autores  maçons?" 

Respondo-lhe:  *  . 

No  campo  da  ação  puramente  social  e  terrena,  da  vida  em  socie- 
dade e  das  relações  humanas,  o  que  tudo  é  o  campo  exclusivo  da  Maço- 
naria, como  se  vê  das  próprias  frases  que  o  senhor  cita  na  sua  "CARTA 
Aberta",  nessa  forma  e  dentro  desses  limites,  concordo,  e  dou' graças  a 
Deus  que  ainda  haja  homens  na  terra  DESEJOSOS  de  pôr  em  prática 
o  2."  preceito  de  Cristo:  "Amarás  a  teu  próximo  como  a  ti  mesmo." 
No  campo  humano  e  terreno,  tudo  o  que  concorrer  para  o  bem  social, 
dignamente,  merece  minha  consideração  e  respeito  e  até  louvor.  A 
Maçonaria  está  nêste  caso  exato,  e  eu  a  considero  boa,  nesses  limites. 
Nunca  pensou  a  Maçonaria  em  usurpar  o  campo  espiritual,  religioso, 
cristão  e  bíblico,  o  lugar  da  fé  e  do  Evangelho.  Ela  não  é  Religião. 
Está  satisfeito? 

O  senhor  fecha  a  sua  "Carta  Aberta"  pedindo-me  colocar  à  sua 
disposição  as  fontes  puras  do  maçonismo  para  o  senhor  escavar  bem  a-s 
verdades  maçónicas. 

Respondo-lhe: 

Dou-lhe  parabéns  por  êsse  gesto.  Assim,  está  certo.  Ninguém 
deve  acusar  os  outros  sem  estar  seguro  na  acusação.  Oxalá  o  senhor 
faça  mesmo  um  exame- sério,  sereno,  cristão  e  imparcial  das  fontes 
puras  da  Maçonaria,  isto  é,  das  obras  idóneas,  legais  e  constitucionais, 
adotadas  oficialmente  pela  Maçonaria,  enfim,  do  seu  acervo  oficial. 
Mas,  não  é  preciso  que  o  senhor  espere  por  mim,  para  obter  luzes,  po- 
dendo e  devendo  pesquisar  por  si  mesmo,  aí  perto  de  sua  mão,  em  Lo- 
jas e  organizações  oficiais  maçónicas,  as  fontes  puras  da  Ordem.  O 
senhor  já  é  grandezinho,  maior,  alfabetizado,  certamente  eleitor,  tal- 


—  22  — 


vez  pai  de  fatnilia,  prcsLitero  de  Igreja,  fazedor  de  "Carias  Abertas" 
e  outras  cousas,..  Bem  i)ode  cuidar  por  si  mesmo  dc  aprender  — • 
(quererá  mesmo?)  —  tanto  mais  quanto  o  senhor  próprio  acha  que  cu 
jó  ando  com  o  miolo  mole  e  a  memória  cansada... 

Faça-o! 

E,  termino. 

Termino  entristecido,  mas  sem  mágoa  nem  ressentimentos.  Espe- 
ro que  o  senhor  Amaral  não  repita  nunca  mais  o  seu  méiodo  de  acusar 
em  falso  ao  seu  próximo.  E,  no  mais,  que  a  graça  do  chvino  Redentor 
guarde,  santifique  e  ilumine  o  signatário  da  "Carta  Aberta"  a  mim  (di- 
rigida,com  tanta  rudeza  e  infelicidade,  em  ''O  Estandarte",  de  30-3-9 Í8. 


Rio  dc  Janeiro,  12  de  abril  de  1948. 


REV.  GALDINO  MOREIRA 


•  ^  » 


—  23  — 


EDIÇÕES  DA  CASA  LYRA  EDITORA 

(Autor  e  Editor  —  Rev.  Prof.  Jarge  Buorque  Lyro  —  Do  Acaúcinia  da  Letras  de  São  Pouto) 


N.°  DE  ORDEM  DAS  EDIÇÕES 


1  —  "A    Divindade    de    Cristo"    (3.a    ed.)  — 

Prefácio  de  Goldir>o  Moreira. 

2  —  "100    Mcnsoqcns   do    Polavro    de  Deus" 

—  3.0  ed.  melhorado  e  cmpliodj. 

3  —  "A  Tríplice  V.arovilho  do  Homem  c  o  Trí- 

plice Ministério  do  Mulher"  —  Prefócio 
do  Revdmo.  Biípo  Cesar  Dccorso  F.°  e 
de  Geneviève  Morchont. 

4  —  "A  Liberdade  de  Consciência  e  o  Ultra- 

montonismo"  (Conferência). 

5  —  "Verdodes   Solenes"  ou  o  Arrependinnen- 

to,  a  Vinda  d^  Cristo  e  o  Fim  do  Mundo 

—  Prefócio  de  Erodice  de  Queiroz. 

6  —  "Horrores    da    Guerra    e    Esplendores  da 

Foz"  (Conferêrcio). 

7  —  "Conselhos  de  Mesire"  (Oração  cos  Mo- 

ços). 

8  a  1 1  —  "Uctim  Ginasial  Pelos  Textos"  (em 

4  tomos,  de  colaboração  com  o  Prof. 
Reymundo  Cintra)  —  Prefócio  de  Frei 
Luiz  de  Scnfona. 

12  —  "Lcstim   Sem   Mestre"     (Tomo  do  princi- 

piante). 

13  —  "Latínitas"   ou    Lotim   Sera    Mestre,  obra 

completa,  pcro  todo  o  cur?o  do  latim; 
em  colaboração  com  o  Prof.  Dr.  Luiz 
Barreto.  Prefócio  de  José  Bento  de  Assis 
e  Vieira  de  Souza. 

14  —  "Hisfórios  Çuo  Ensinom  o  Ler"  —  De  M. 

Conceição  Nobre.  Leitura  do  1 .°  livro 
primário. 

15  —  "Protesto"  ou   Razões  contra   os  Presbi- 

térios Sul  de  Minas  e  de  BotMcoii''.  (Dis- 
tribuição grátis  e  exclusivamente  para 
colegas  e  irmãos  no  Fé). 

16  —  "O  Redentor  do  Kurnanidodc"  —  Grande 

poema  sacro-histórico. 

17  —  "A  Mesa    Batista"  —   Polemica  com  o 

Rev.  Dr.  \V.  C.  Taylor. 

13  —  "Celeste  Meredo"  —  Vida  e  obras  do  A. 
e  de  Joocju^m  Nabuco.  Sua  recepção  na 
Acodcmio  de  Letras.  Prefácio  de  Salomõo 
Jorge. 

19  — ."O    Romonlrnio    à    Borra    do  Evarirjclho" 

—  Grande  poema  histórico  a  d:Aitrinário 
sóbre  os  prevaricações  do  Rcmcni^m.o,  q. 
luz  do  Palavra  do  Deus.     (Tomo  1). 

20  —  "Qiicndo  a   Musa   Canta  ..."  —  Poesios 

Tricas,  patrióticos  e  religiosas.  Tomo  II. 
Prefócio  do  princesa  da  poesia  brasileira 

—  Maria  de  Lourdes  Macedo. 

21  —  "Excelêneios  do  C-istianismo"  —  A  mais 

subsfonciosa  cpologio  da  Religião  Cristã. 

22  —  "As  Joios  do  Cornélia"  —  Gronde  poema 

da  Prof.a  D.»  Cccilía  R.  Siqueira. 

23  —  "Um    Capitulo   daj    Excelêncios   do  Cris- 

tianismo" (folheto). 

24  —  "Discursos   Acodcmicos"  —  Tomo    II  — 

Vido  e  Obres  de  Solomõo  Jorge. 

25  —  "Discursos  Acodcmicos"  —  Tomo  III  — 

Vido  e  Obres  do  Revdmo.  Bispo  Cesár 
Docorso  Filho  e  do  Rev.  Alvaro  Reis. 


26  —  "A  Moçonoria  e  o  Cristianismo"  —  com 

replico,  ao  pé  do  letra,  oo  livro  —  "A 
Maçonaria  e  o  Içrejo  Cristã"  do  Rev. 
Eduardo  C.  Pereira  e  breve  resposta  oo 
de  L.  Bcrtrond  —  "A  Maçonaria  -  Seito 
Judaica".  "í.  a  mais  substancioso  defeso 
que  se  há  escrito,  oté  hoje,  sôbre  o 
Subi.:.  0'1.:.,  e,  contém,  outrossim,  os 
argumentes  mais  fcrtes  em  favor  da  di- 
vino outenticidcde  do  Cristianismo".  Pre- 
fócio do  Prof.  Dr.  Benedito  P.  M.  Toloza, 
Grão  Mestre  do  Gr.:.  Or.:.  de  São  Paulo, 
do  D.'.  Latino  Esccbar,  Grão  Mestre  Adjun- 
to do  Gr.:.  Or.:.  de  Sôo  Paulo,  do  jor- 
nolisfo  Arnaldo  8.  Crisfionini  e  do  Rvdmo. 
Bispo  César  Docorso  Filho. 

27  -—  "A  Cigarro  do  Ncrfe"  —  Poesias  líricos 

do  festejotlo  poeto  pemombucono  Joôo 
Neves,  irmõo  ds  Jorge  Lyra.  Prefácio  de 
expoentes  da  poesia  brasileira  —  Morio 
de  Lourdes  Macedo  —  da  Academia  de 
Letras  de  Sco  Poulo  e  Adoufo  Borreto  — 
ca  Academia  de  Letros  de  Ccmpina  Grorv- 
de.     Obro  de  puríssimo  sentimenfalismol 

28  —  "Os  Homens  da  Cruz  Vermelha*  —  por 

Ccrics  Pinto,  de  Almeida  —  sensacional 
obra  romôníico  e  h'stórica,  com  cerca  de 
600  'pagines,  contendo  excelentes  episó- 
dios da  Mcçonario  na  Europa.  (A  Casa 
adquiriu  os  direitos  de  venda  da  última 
edição),  pois  esta  obra  não  é  edição  do 
Cosa. 

29  —  "Síntese   Histórica   da   Maçonaria  Univer- 

sal" —  por  Arnoldo  8.  Cristionini.  Exce- 
lente cbro  sintética  dos  lances  c  doutri- 
nes mais  importontes  sóbre  a  Subi.:. 
Crd.:.  Maçôn'ca. 

30  —  "Uma  Obra  Primorosa"  (fosciculo)  da  peno 

brilhontíssima  do  mestre  Galdino  Moreira, 
cpreciando  o  obro  —  "A  Maçonaria  e  o 
Cristianismo".  Verdadeiro  jóia  literária! 
3!  —  "Umo  Cbro  Primcosa"  —  (fosciculo  II) 
—  Tréolica  o  Mór:o  Amorol  Novais  — 
pe'o  Rev.  Goidin-,  Moreira.  Verdadeiro 
bcinba  oíom  co  nos  arraiais  "independentes" 

NO  PRELO  : 

"Dicior.crio   Lotim-PortuçLiés   e  Porfuguéj-Lotim" 

(em  colaboração  cem  o  Prof.  José  Pinto 
de  Carvolho). 

E  AGUARDEM   PA=íA   MUiiO  BREVE: 

OS  SERMõíS   MAGISTRAIS   DO  REV. 
GALDINO    MOREIRA  I  I  I 

VALIOSO  PARECER  DO  MAIOR  CRÍTICO 
eRASILSl.'lO  : 

"Rio  6-12-46 
Prezado   Prof.  Jorge  Lyro: 

Lí  os  seus  be'cs  liv.-os.'  E  esteja 
certo  de  aue  admiro  cedo  vez  mois  o 
sua  erudição,  a  fjQ  produtiv  dode,  o 
seu  crdor  combativo.  Dó-me  prozer 
ccntá-lo  entro  cs  meus  patrícios,  entre 
os  meus  conteirporcreos.  Contnue... 
Sempre  para  frente,  poro  o  alto!  £  mui- 
tas felicitações  sinceras  do 

Agripino  Grieco". 


PEDIDOS  à  "Coío  Lyro  Sdiíoro"       R.  J.  A.  Oliveiro,  1  045  *  Fone:  9-4307    *  S.Paulo 
Ateride-se  pedidcs  acompanhados  de  Cheque  cu  Vale  Postei.