Skip to main content

Full text of "Modelos de navios existentes na Escola naval que pertenceram ao Museu de marinha : apontamentos para um catalogo"

See other formats


(£> 
-00 
"CM 
_'í 

Oí 
lOO 
-(£) 
-O 

-<£> 


Escola  naval  (Lisbon, 
Portugal) .  Museu  de  marinha 

Modelos  de  navios 
existentes  na  Escola  naval 
que  pertenceram  ao  Museu 
de  marinha 


VM 

6 

P62L54 

I 


ESCOLA  NAVAL 


MUSEU    DE   MAKIMIA 


APONTAMENTOS   V\U\    m\  CATALOCxO 


JOÃO  BRAZ  DE  OLIVEIRA 


<'apitrio  tle  írai*:ívta 


TRADUCCAO  rilANCKZA 


JOSK  AUGUSTO  CELESTINO  SOARES 


QVK  PERTKSCKItAM  AO 


<'iniiirio  foiífjit* 


LISBOA 

IMI'Ki;XSA  NACIONAL 

18!H; 


?aferíí& 


Digitized  by  the  Internet  Archive 

in  2010  with  funding  from 

University  of  Toronto 


http://www.archive.org/details/modelosdenavioseOOesco 


MODELOS  m  NAVIOS 


KXIsrKNTKS   NA 


ESCOLA  NAVAL 


ilVi:   rEKTKNC  KKAM   AO 


MLSELI  DE  MARINHA 


APONTAMENTOS  PARA  UM  CATALOGO 

POR 

JOÃO   BRAZ    DE    OLIVEIRA 

Capitão  de  fragata 

TRADUC(,Ã()  FKANCEZA 


JOSE    AUGUSTO    CELESTINO    SOARES 

Capitão  tenente 

MINISTÉRIO  DA  MARINHA 
DIRECÇÃO  GERAL 

6.»  REPARTIÇÃO 


l(i«3 


LISBUA 

IMPRENSA  NACIONAL 
1896 


Nos  modelos  mencionados  no  catalogo  collocou-se  uma  chapa  de  metal 

L-orrespondendo  ú  letra  por  que  n'elle  vão  designados.  A  data  1S95  collocada  inferiormente 

designa  o  anno  em  que  se  fez  este  trabalho. 


Uma  naçào,  cuja  historia  6  essencialmente  niaritima,  e  que  nas  des- 
cobertas e  conquistas  d'alem  mar  tem  os  seus  mais  lionrados  pergaminlios, 
devia  possuir  uui  nniseu  naval,  rico  de  documentos  preciosos,  recordando 
iiiemoi-ias  de  tão  celebrados  feitos.  Se  em  tempos  houve  bandeiras  e  tro- 
phóus,  instrumentos  náuticos,  mappas  e  roteiros,  modelos  de  navios  e  seu 
artilhaincnto,  é  certo  nào  haver  hoje  nada  que  atteste  essa  prosperidade, 
niMH  ao  menos  algumas  i'eli(piias  do  passado,  que  nos  dissessem  terem  os 
nossos  maiores  guardado  um  attestado  das  antigas  façanhas  portuguezas. 

Por  serem  então  vulgares  os  actos  de  valor  e  heroísmo,  talvez  por 
um  defeito  de  educação,  em  que  uma  humildade  exagerada  não  quizesse 
guardar  o  que  chamava  vaidoso  documento  do  que  se  cumpria  simples- 
mente por  natural  dever  e  disciplina;  seja  uma  das  causas  da  pobreza 
([ue  tanto  lamentamos.  Nas  con(]uistas  da  índia,  da  Africa  e  do  Brazil, 
no  predomínio  que  íicava  assignalado,  na  opulência  do  commercio  e  da 
navegação,  e  no  que  ainda  resta  d'essa  epopéa  gloriosa,  lá  estava  de  sobra 
affirmado  para  sempre  o  valor  da  gente  portugueza. 

Seja  como  for,  certo  é  não  termos  na  collecção  de  navios  que  per- 
tencem ao  museu  de  marinha  um  só  modelo  anterior  a  fins  do  século  xvn, 
e  [íortanto  nada  que  nos  recorde  os  áureos  peiiodos  da  armada  nacional 
nos  reinados  de  D.  Manuel  e  D.  João.  Verdade  seja,  mais  vale  a  ausência 
completa  do  (jue  guardar  em  custosa  galeria  documentos  duvidosos,  ou 
alguns  (|ue  só  tinham  valor  indiscutível  no  logar  onde  foram  coUocados, 
como  venerandos  e  gloriosos  monumentos. 

Tormentosa  foi  sempre  a  vida  do  museu  de  marinha.  Aggregado  á 
escola  naval,  soffreu  as  consequências  de  reformas  variadas.  Sem  vida 
pr()pi'ia.  está  hoje  redu/ido  a  poucos  modelos  de  valor,  e  argumentos  ha  (jue 
]»i()variam  exuberantemente  ser  o  culto  ])cla  historia  do  passado  já  lioje 
considerado  por  alguns  como  uma  velha  catuiriee,  justificando  assim  o  ol- 
vido e  abandono. 


Na  escola  naval  o  pouco  que  resta  do  museu  refere-se  á  epocha  de 
D.  Maria  I  c  á  primeira  metade  do  século  xix.  Outros  modelos  ha  modernos, 
e  de  pouco  valor  histórico:  são  os  destinados  ao  estudo  dos  alumnos  as- 
pirantes. Xa  hypothese  de  o  <pie  existe  tarde  ou  cedo  ir  cair  em  mãos, 
embora  patrióticas,  mas  que  não  lhe  apreciem  a  importância,  por  lhe  igno- 
rarem a  historia  e  o  valor;  eis  a  principal  rasão  por  que  se  escreveu  este 
breve  apontamento. 

Havia  uma  nota  de  alguns  poucos  exemplares  da  collecção.  Vae  agora 
ami)liíida.  e  o  resto  6  trabalho  novo,  cujo  subsidio  foi  procurado  com  cui- 
dado em  informações  e  vários  livros.  Do  ex."""  sr.  conselheiro  Augusto  de 
Castilho  partiu  a  idéa  de  restaurar  e  conservar  com  empenho  o  que  resta 
do  museu  de  marinha.  Por  seu  convite  contribui  para  a  realisação  de  um 
serviço  que  julgo  útil  e  de  honra  para  a  armada.  Ao  meu  amigo  Severo 
Ernesto  dos  Anjos,  antigo  conservador  do  museu,  agradeço  penhorado  as 
informações  com  que  auxiliou  o  presente  estudo. 

Desejando-se  dar  a  este  catalogo  a  maior  publicidade,  e  reconhe- 
cendo-se,  apesar  de  todo  o  patriotismo,  ser  a  lingua  portugueza  pouco 
conhecida  dos  visitantes  e  corporações  scientificas  estrangeiras  que  se 
possam  interessar  pela  nossa  archeologia  naval,  e  para  as  quaes  este  tra- 
balho oíferece  novidade,  por  isso  se  fez  a  versão  frauceza,  que  vae  junta, 
a  qual  é  devida  ao  capitão  tenente,  lente  da  escola  naval,  o  meu  amigo 
o  sr.  José  Augusto  Celestino  Soares. 

Sobrinho  do  contra-almirante  Celestino  Soares,  a  quem  o  museu  de 
marinha  deveu  grandes  serviços,  realisou  com  todo  o  empenho,  pelo  que 
lhe  fico  muito  grato,  a  parte  do  trabalho  de  que  obsequiosamente  se  en- 
carregou a  meu  pedido. 

Destinados  a  acompanhar  estes  apontamentos  para  um  catalogo  fiz 
vinte  e  oito  clichés  photographicos  (23  chapas  Ilford  18  X  24  e  5  Ilford 
9  X  12)  dos  principaes  modelos  n'elle  mencionados. 

Lisboa,  junho  de  1896. 

ífoao  (iMin%  ae  C^tmeiia. 

Gapifãc  òc  fzacjata. 


MODELOS  DE  NAVIOS 


NUSSA  SKNlíoKA  IHI  T.oM  SUCCESSO  A 

ises 

Constniitlii  no  arsenal  da  Ualiia  i-ni  17(i4.  l\-/.  parte  da  esquadra  combinada 
liespanliola,  napolitana,  inalteza  e  portugueza,  contra  Argel  do  comniando  do  tenente 
general  D.  António  Barceló.  Saín  do  Tejo  a  11)  de  jnnlio  de  1784.  Era  sen  coniman- 
dante  o  capitão  de  mar  e  gnerra  José  de  Mello.  A  20  de  setembro  de  1793  saiu  fa- 
zendo parte  da  esquadra  que  conduziu  ao  porto  de  Roses  a  divisão  auxiliar  a  Hes- 
panha  que  cooperou  na  campanha  do  Rossilhon.  Entrou  no  dique  de  Lisboa  em  1799, 
saindo  d'ali  reconsti-uida  com  o  nome  D.  Juão  de  Castro.  Fez  parte  da  esquadra  que 
em  novembro  de  1807  levou  a  íamilia  real  para  o  Brazil.  Em  1820  ainda  estava  fun- 
deada no  Rio  de  Janeiro.  Dimensões  182  pés  de  quilha,  44  pés  de  boca,  34  pés  e  6 
2)ollegadas  de  pontal. 

Parece  ter  havido  outra  nau  com  o  mesmo  nome,  a  qual  foi  construída  em  prin- 
cípios do  século  xviii.  Em  30  de  abril  de  1738  (Gazeta  de  Lisboa,  8  de  maio  de  1738) 
saiu  para  a  índia. 

Este  modelo  pertenceu  ao  nuiseu  da  Ajuda,  e  por  intervenção  de  D.  Manuel  de 
Portugal  e  Castro  foi  dado  pela  rainha  D.  Maria  II  ao  museu  de  marinha. 


NOSSA  SENHORA  DO  BOM  SUGCESSO 

( "^^í^  I S  S  E^A^XJ) 

II  a  été  construit  dans  Tarsenal  de  Bahia  en  1764,  et  a  fait  partie  de  Tescadre 
combinée,  espagnole,  napolitaine,  maltaise  et  portugaise,  envoyée  contre  Alger  sous 
le  comniandement  du  lieutenant  general  D.  António  Barceló.  II  partit  du  Tage  le 
liJ  juin  1784.  Son  commandant  était  le  capitaine  de  vaisseau  José  de  Mello.  Le  20 
septembre  il  mit  à  la  voile  avec  Tescadre  qui  a  debarqué  dans  la  rade  de  Roses  la 
division  auxiliaire  qui  prit  part  avec  Tarmée  espagnole  à  la  campagne  du  Roussillon. 
Plus  tard  on  Ta  fait  entrer  dans  la  forme  de  radoub  k  Lisbonne,  en  1799,  et  il  en 
est  sorti,  après  la  refonte,  sous  le  nom  de  D.  Juão  de  Castro.  Cétait  un  des  vaisseaux 
de  Tescadre  qui  porta  au  Brésil  la  famille  royale  en  novembre  1807.  II  était  encore 
au  mouiUage  de  Rio  de  Janeiro  en  1820.  Ses  dimensions  étaient:  quille  182  pieds, 
bau  44  pieds,  creux  34  pieds  G  pouces. 

II  parait  qu'un  autre  vaisseau  de  même  nom  a  été  bati  vers  le  commencement 
du  xviii  siècle.  II  partit  pour  Tlnde  le  30  avril  1738  (Gazette  de  Lisbonne,  8  mai  1738). 

Ce  modele  appartenait  au  musée  d' Ajuda,  et  D.  Manuel  de  Portugal  e  Castro 
Tobtiut  de  la  reine  D.  Maria  II,  qui  en  lit  cadeau  au  musée  de  marine. 


NOSSA  SKNilOIlA  W  HOM  SlK^OKSSí» 

(Vista  pela  niiiiira  (l<>  estibordo) 


(ol>10dÍt8t   ■)■>  CIIIIIK!  iilO<|  lttKÍ7) 


fOk 


NOSSA  SENHORA  1)0  DOM  SUCCESSO 

(]Sr.A.TJ) 


o88ao'jua  Moíi  o(i  aíiokm^  a88ovi 

(•cr.A."ixr) 


I).  MAIMA  I  B 

1895 

Sondo  ministro  dii  niiirinli;i  Maitinlio  (U-  .Mello  c  ('astro  foi  lançada  ao  mar  cm 
Lisltoa,  a  IS  (Ic  ([(.•/.ombro  de  ITS'.)  (siipplomonto  á  (Jazeta  da  Jjhboa  de  25  de  de- 
zembro de  178D),  juntamente  com  a  fragata  S.  Juào  Priíicipc  e  o  brigue  Falena. 
Fez  parte  da  osíiuadra  do  manjuez  de  Niza  que  cooperou  com  a  de  Nelson  no  Medi- 
terrâneo contra  os  francezes  e  berberescos.  A  G  de  março  de  1795  regressou  de  In- 
glaterra ouí  quatorze  dias  fazendo  parte  da  es(piadra  do  oonnnando  de  António 
Januário  do  \^alle.  ^'inha  desarvorada  e  em  conserva  da  Conde  D.  Ilcnrhjuc,  enca- 
lhando ao  entrar  da  barra  e  safando  no  dia  seguinte  sem  avaria  de  importância.  Ficou 
em  Lisboa  em  1S07,  quando  a  corte  foi  para  o  lirazil.  Em  21  de  maio  de  1808  os 
francezes  chamaram-lhe  Cidade  de  Lisboa,  e  esteve  sempre  armada  para  a  defeza 
do  Tejo  contra  os  ingle/.es.  Foi  a  Cadiz  em  soccorro  da  Fernando  VII  contra  os  po- 
pulares, e  ali  foi  a  jnqne  por  causa  de  violento  temj)oral,  tendo  no  porão  perto  de 
cem  peças  de  artilheria  de  bronze,  que  a  regência  do  reino  lhe  tinha  mettido  a  bordo 
em  1810,  quando  Massona  chegou  com  o  seu  exercito  ás  linhas  de  Torres  Vedras 
ameaçando  a  capital.  Era  navio  de  muita  guinda  e  pouco  lais,  de  excessivo  jogar 
e  de  más  qualidades  náuticas.  Foi  commaudado  n'uuia  viagem  a  Angola  por  Fran- 
cisco de  Paula  Leite,  que  depois  foi  visconde  de  Veiros.  N'essa  viagem  desarvorou 
e  esteve  em  risco  de  perder-se.  O  seu  commandante,  que  era  já  chefe  do  divisão, 
passou  ao  exercito  com  o  i^osto  de  brigadeiro. 

Dimensões  177  jiés  de  quilha,  47  pis  de  b(jea.  37  pt.'s  o  (!  pollegadas  de  pontal: 
74  peças. 

Este  modelo  jjertenceu  ao  museu  da  Ajuda. 


D.  MARIA  I 

( ^V..<í^  I S  S  E  .A.TJ) 

Sous  le  ministère  de  ]\Iartinbo  de  Mello  e  Castro,  il  fut  lance  à  Lisbonne  le  18 
décembre  1789  (suppk'ment  à  la  Gazette  de  Lisbonne,  25  dócembre  1789),  en  mêino 
temps  que  la  frégate  S.  João  Príncipe  et  le  brick  Falcão.  II  a  fait  partie  de  Tescadro 
du  marquis  de  Niza,  laquelle  a  coopt'ré  avec  la  flotte  de  Nelson  dans  la  ^Méditerra- 
née,  contre  les  français  et  les  barbaresques.  Le  6  mars  1795,  appartenant  à  Tes- 
cadre  command(5c  par  António  Januário  do  Valle,  il  revenait  d'Angleterre,  démâté 
et  en  conserve  du  vaisseau  D.  Henrique  lorsqu'il  échoua  sur  un  bane  de  la  Ijarre: 
il  fut  mis  à  flot  le  lendemain,  sans  avaries  graves.  Lorsque  la  famille  royale  partit 
pour  le  Br(.'sil  il  resta  à  Lisbonne.  Le  21  mai  1808  les  français  en  on  changé  le  nom 
contre  celui  de  Cidade  de  Lisboa,  et  Tont  tenu  toujours  arme  jjour  la  defense' du 
Tage  contre  les  anglais.  On  Ta  expédié  à  Cadix  eu  secours  de  Fernando  VII,  me- 
nacé  par  une  emente  du  populaire,  et  il  y  a  sombrcí  pendant  une  forte  tempête, 
ayant  dans  la  cale  prés  de  cent  canons,  que  la  régence  du  royaume  v  avait  fixit  en- 


tasser,  ou  1810,  lorsqiK'  l'annéc  de  Massciia,  arrivée  aux  ligues  de  Torres  Vedras, 
inena(,'ait  la  capitale. 

Cétait  1111  iia\  ire  liaut  luãté,  ayaiit  peu  d'enver<4iire,  roulant  et  tanguaiit  Ibrt, 
et  assez  luauvais  à  la  iner.  Lors  d'uii  voyage  qu'il  lit  à  Angola  sous  le  comman- 
denient  de  Francisco  de  Paula  Leite,  depuis  viconite  de  ^^eiros,  il  a  été  démâté  et 
presque  en  pcrdition.  Son  eomniaiidant,  cpii  était  capitaine  de  vaisseau,  devint  bri- 
g-adier  de  Tarmée  de  terrc. 

Ses  dimensioiís  étaieiít:  qiiille  177  pieils,  Iniu  47  pieds,  creux  37  pieds  G  pou- 
ces;  74  canons. 

Ce  modele  apparteuait  au  miisée  d^Ajuda. 


w 


n.  iM\R]A  I 

CJSTAXJ) 


# 


aiit  tort, 


KVA  KV.  .a 


íwmvA  c 

I89S 

Cal)reii,  coiistriiidu  pelos  engenheiros  constriictorcs  Luiz  Silvoí-io  de  Fariji  c 
António  Maria  de  Faria,  apjiarelhada  pelo  priíiicin)  tiuriite  L;r;i(luiul(>  da  aimada 
Faustino  José  Marques,  em  1840. 

Pela  sinjiiilar  ornanientaçào  do  beque  parece  ser  este  niodelcj  o  casco  da  nau 
S.  Sebastiãu,  modificado  e  aproj)iiado  para  a  demonstraçruj  do  apparellu)  da  cábrea. 
A  cábrea  era  sempre  um  navio  antigo  incapaz  de  na\egar,  e  aproveitado  para  tal 
emprego.  A  ultima  em  serviço  do  arsenal  de  Lisboa  foi  a  nau  *S'.  Viconte,  antiga  líaluliu 
de  Portiiijal,  a  (piai  foi  lançada  ao  mar  em  30  de  setembro  de  179L  Fez  parte  da 
esquadra  do  marquez  de  Niza,  e  da  que  foi  para  o  Hrazil  em  1807  com  a  fainilia 
real. 

A  nau  ;S'.  Sebastião,  de  sessenta  c  quatro  peças,  foi  presente  da  cidade  do  Kio  de 
Janeiro  a  el-rei  D.  José  í,  em  176(j.  Km  20  de  setembro  de  1793  saiu  para  o  porto 
de  Koses  com  a  esquadra  cpie  transportou  a  divisão  auxiliar  a  llespanlia,  composta 
de  seis  mil  homens  que  fizeram  a  guerra  do  líossilhon  contra  os  francezes.  Em  27 
de  setembro  de  1797  era  commandada  por  Sanipton  Mitcliel,  capitão  de  mar  e  guerra 
ao  serviço  de  Portugal,  e  saiu  de  Lisboa  j^ara  cruzeiro. 

Fez  parte  da  es(|uadra  do  marquez  de  Niza,  que  coojierou  com  a  de  Nelson  no 
Mediterrâneo.  Em  1808  os  francezes  chamaram-lhe  Brazil  e  vulgarmente  Le  Grand 
Dragon,  por  causa  da  figura  de  proa.  Foi  a  Cadix,  Leorne,  e  em  1817  ao  Rio  de  Ja- 
neiro levar  o  celebre  hiate  real  Monte  d'oiro,  o  qual  foi  dentro  do  poço,  entre  os  bai- 
leos  da  nau.  Foi  este  navio  que  metteu  um  talão  de  quilha  virando  de  querena  sobre 
barcaça,  sendo  o  fabrico  dirigido  pelo  hábil  constructor  naval  António  Joaquim  de 
Oliveira,  capitão  tenente. 

Foi  desmanchada  em  1818  junto  ao  reducto  da  inspecção  do  arsenal  de  mari- 
nha. Alguma  madeira  do  arco  da  quilha  foi  aproveitada  em  1857  para  a  construcçào 
da  escuna  a  vapor  liarão  de  Lazarvn. 


VAISSEAU  SEKVANT  DE  MAGHINE  A  MATER  ELOTTAXTE 


Cette  machine  à  mater  a  été  construite  par  les  ingénieurs  de  la  marine  Luiz 
Silvério  de  Faria  et  António  afaria  de  Faria,  et  gréée  par  le  lieutenant  de  vaisseau 
auxiliaire  Faustino  José  Mai'ques,  en  1840.  Les  ornements  três  remar([ual)les  de  la 
guiljre,  font  croire  que  ce  modele  reproduit  la  coque  du  vaisseau  »S'.  Sebastião,  mo- 
diíiée  et  arrangée,  à  Tettet  de  servir  de  modele  démonstratif  d'une  machine  à  mater 
flottante.  Ces  machines  étaient  toujours  de  vieux  navires  hors  de  service,  qu'on  uti- 
lisait  ainsi.  La  dernière  machine  à  mater  de  Farsenal  de  Lisbonne  a  été  le  vaisseau 
S.  Vicente,  auparavant  lurinha  de  Portur/al,  mis  à  Teau  le  20  scptendire  1791.  11  íit 
partie  de  Tescadre  du  marquis  de  Niza,  et  phis  tard,  en  1807,  de  celle  ([ui  ])orta  au 
Brésil  la  fanúUe  roNale. 

Le  vaisseau  »S'.  Sebastião,  de  soixante-quatre  canons,  a  été  donné  en  cadeau  au 
rei  D.  José  I,  par  la  ville  de  Rio  de  Janeiro  en  17GG.  Le  20  septembre  1793  il  partit 


pour  la  rade  de  Roses  avec  Fescadre  qui  portait  la  division  auxiliaire,  forte  de 
six  mil  liommes,  qui  conibatit  au  Roíissillon  avec  Tarmée  espagnole  contre  les  fran- 
çais.  Le  27  septembre  1797  il  appareilla  pour  une  croisière,  étant  commandc  par  le 
capitaine  de  vaisseau  au  service  de  Portugal  Sampson  Mitchel.  Cétait  un  des  vais- 
seaux  de  Tescadre  du  marquis  de  Niza,  laquelle  fit  camjjagne  daiis  la  Méditerranée 
avec  la  ílotte  de  Nelson.  En  1808  les  français  Tont  nommé  Bvésil,  ou,  plus  souventXe 
Grand  Dragon,  i\  cause  de  la  figure  de  la  poulaiue.  II  fit  deux  voyages,  Tun  à  Cadix, 
Tautre  à  Livourne,  et  en  1817  à  Rio  de  Janeiro,  en  portant  dans  le  pont  coupé,  entre 
les  passavants,  la  célebre  goelette  Monte  doiro.  On  a  changé  une  partie  de  la  quille 
de  ce  navire,  en  labattant  sur  un  ponton  de  carène,  le  travail  de  radoub  ayant 
úté  dirige  par  \u\  habile  ingénieur  de  la  marine,  le  capitaine  de  corvette  António 
Joaquim  de  Oliveira.  On  Ta  demoli  pr^s  de  Tancienne  redoute,  ou  est  établie  la  di- 
rection  de  Tarsenal  de  la  marine,  et  plus  d\in  tronçon  de  sa  quille,  qui  était  en  bois 
cVarco,  a  été  mis  à  profit  eu  1857,  pour  la  construction  de  la  goelette  à  vapeur  Ba- 
rão de  Lazarim. 


"ÍPX-. 


S.  SKIJASTIÃU 


ias  le  poii 


UÃlT^AílM^  .8 


REAL  rilíNCJPE  ])A  BEIRA  D 

1895 


Foi  constniida  nos  íiiis  do  .século  xviii.  Tinha  trinta  e  sete  peças  por  banda  e 
dois  guardas-leme.  Demamlava  22  pés  a  ré  quando  carregada. 

A  figura  de  proa  representa  um  homem  vestido  com  a  farda  de  oflicial  de  ma- 
rinha d'csse  tenijjo. 

E  um  bom  modelo  para  o  estudo  do  apparcllio  e  pintura  usada  nos  antigos  na- 
vios de  guerra  portuguezes. 


REAL  príncipe  DA  BEIRA 

("V.A.  I S  SE  J^TJ) 


II  a  été  construit  vers  la  fin  du  xviii  siècle.  Cétait  un  vaisseau  monte  de  trente- 
sept  canons  en  batterie  à  chaque  bord,  et  deux  en  retraite,  et  il  calait  22  pieds  à 
Tarrière,  en  pleine  cliarge.  La  figure  de  la  guibre  represente  un  homme  portant 
Tiiniforme  d'ofiicier  de  marine  du  temps.  Cest  un  bon  modele  pour  Tétude  du  grée- 
ment,  et  de  la  peinture  des  anciens  navires  de  guerre  portugais. 


'[^fy>^í:r 


UKAI-  IMUNí^IPE  DA  liEIlíA 


AHKÍH  A(I  .•rir)/;I!l'l  J/v/lil 


líKAl  PU1M!1J'K  DA  BEIRA 

(3Sr.A.TJ) 
(Betinc  f  amura  de  hoiiiltonlo) 


/.iTi;r!T  A(i  MTD/^urí  .i/.:iii 

(oli-iodiiiiMl  -ili  íniiiiii;  t  ■iii|)'t}|) 


^, 


liHAl.  príncipe  da  HKIRA 

(Pttiiiol  lia  iiopn) 


(Bqoq  cl)  loiíiiil) 


S.  FRANCISCO  E 

1895 

(isr.A.xj) 

K  construcçíío  do  fim  do  século  xviii,  e  pelo  seu  aspecto  contemporânea  da  nau 
D.  Maria  1.  Pertenceu  (x,  marinha  de  Goa.  Era  navio  <le  grande  tonelagem  e  fez 
varias  derrotas  á  índia  como  nau  de  viagem,  transportando  carregamentos  valiosos. 
I*or  aíjuelles  tempos  todos  os  navios  andavam  corridos  de  artillieria  c  as  grandes 
charruas  mercantes  portuguezas  eram  notáveis  pelo  seu  asi)ecto  militar. 

Este  modelo,  ainda  que  duvidoso  e  muito  avariado,  foi  comprado  em  18'S.S  pelo 
contra-almirante  António  do  Nascimento  Pereira  de  Sampaio  para  o  museu  de  ma- 
rinha. Foi  depois  restaurado,  com  o  possivel  rigor,  sob  a  direcção  do  segundo  tenente 
graduado  Luiz  Baptista  Gonçalves,  mestre  de  apparelho  e  manobra  da  escola  naval. 

Na  marinha  de  Goa,  de  177G  a  1800,  figurou  uma  fragata  *S'.  Francisco  Xavier, 
de  (luarenta  e  duas  peças.  O  vice-rei,  conde  da  Ega,  mandou  em  1758  construir  em 
Damào  vários  navios,  achando  que  as  fragatas  de  quarenta,  trinta  e  vinte  e  quatro 
erauí  as  mais  próprias  para  o  serviço  daquella  costa,  por  se  poderem  chegar  á  terra. 
A  falta  de  melhores  indicações  parece-me  provável  poder  cousiderar-se  este  modelo 
como  sendo  o  de  um  dos  navios  d'esse  temjjo. 

Em  1G02  houve  uma  nau  S.  Francisco,  a  qual  encalhou  nas  pedras  da  barra 
de  Coulão,  e  depois  de  reparada  regressou  ao  reino  em  1604.  Existe  na  sociedade 
de  geographia  de  Lisboa  uma  lapide,  que  esteve  na  bibliotheca  publica  e  depois  na 
da  escola  naval,  a  qual  connncmora  este  facto.  Servia  de  pedestal  a  uma  cruz  feita 
do  mastro  da  nau  e  votada  a  S.  Francisco  jjelos  tripulantes. 


S.  FRANCISCO 

( ^VA.  I S  S  E  ^^XJ) 

Ce  vaisseau  a  été  construit  vers  la  íin  du  xviii  siècle,  et  sa  forme  générale  fait 
croire  qu'il  a  été  contemporain  du  D.  Maria  I.  II  appartenait  à  la  marine  de  Goa. 
Cétait  un  bâtiment  de  fort  tonnage,  qui  íit  plusieurs  fois  le  voyage  de  Tlnde,  arme 
en  flíite,  avec  des  chargements  d'une  grande  valeur.  En  ce  temps-là  tous  les  navires 
portaient  une  batterie  de  canons,  et  les  gros  bàtiments  de  commerce  portugais  étaient 
surtout  remaripiables  par  son  apparence  tout  à  fait  militaire.  Ce  modele,  dont  Tau- 
thenticité  est  assez  douteuse,  a  été  acheté  pour  le  musée  de  marine  par  le  contre- 
amiral  António  do  Nascimento  Pereira  de  Sampaio.  Plus  tard  il  a  été  réparé  aussi 
rigoureusement  que  possible  sous  la  direction  de  Fenseigne  auxiliaire  Luiz  Bajjtista 
Gonçalves,  professeur  de  gréement  et  de  manoeuvre  k  Técole  navale.  La  marine  de 
Goa  possédait,  vers  les  années  de  1776  à  1800,  une  frégate  de  nom  S.  Francisco 
Xavier,  qui  portait  quarante-deux  canons.  Le  vice-roi  comte  da  Ega  ordonna  Ia  con- 
struction,  ;i  Damão,  de  plusieurs  navires,  estimant  que  les  frégates  de  quarante,  trénte 
et  vingt-quatre  étaient  les  plus  convenables  pour  le  service  de  la  cote,  j^arce  qu'elles 
pouvaient  ranger  la  terre.  A  défaut  (rindications  plus  precises,  il  me  semble  que  ce 


modele  peut  être  regardé  comine  étaiit  celui  d'un  des  navires  de  ce  temps-l;\.  Un 
autrc  vaisseau  >s'.  Francisco  a  existe  en  1602;  il  a  éclioué  sur  les  recifs  de  la  barre 
de  Quilon,  et  ayant  été  repare,  il  est  revenu  au  royaume  dans  le  courant  de  l'année 
1604.  La  société  de  géographie  de  Lisbonne  possède  une  pierre,  qui  a  été  dans  la 
bibliothèque  publique,  et  puis  à  Técole  navale,  qui  rapelle  ce  feit.  Elle  servait  de 
piédestal  à  une  croix,  faite  de  l'un  des  mats  du  vaisseau,  laquelle  a  été  vouée  pai 
Téquipage  à  S.  François. 


S.  FRANCISCO 

(Vista  pela  amura  de  estibordo) 


'j  Ce  iãií 
.  LunuTl. 


té  flans  Ifí 


S.  FRANGI SdO 

(IST-A-XJ) 
(Tiâta  ]>ela  alliota  de  estibordo) 


("a".A.-pí) 

(oliiodi.)»!-)  'til  r.t'iillii  liloq  e.Wil) 


NOSSA  SENIIOKA  DA  CoNCKIÇAO  E  SANTO  ANTÓNIO    F 

1895 


Vulf^iirmente  chamada  Conceição  Ásia  Feliz. 

Foi  construída  cm  Lis1)oa  no  tempo  do  marquez  de  Pombal.  Fez  varias  viagens 
da  carreira  da  índia,  sendo  finalmente  aprisionada  em  IMO?  pelo  corsário  francez 
Surcoiif,  perto  da  costa  do  Natal,  e  conduzida  ;í  ilha  de  França,  aonde  desarmou. 

Outras  naus  houve  com  o  nome  de  Conceição,  sendo  notável  a  que  em  1794  foi 
chrismada  em  Príncipe  Real,  e  que  conduziu  a  seu  bordo,  em  novembro  de  1<S()7,  o 
príncipe  real  ao  Brazil. 

Ha  duvidas  se  este  modelo  é  uma  copia  rigorosa. 

Consta  ter  sido  o  casco  comprado  a  um  pai-ticular,  e  por  ser  de  um  navio  pare- 
cido com  a  Conceição  Ásia  Feliz  foi  depois  apparelhado  rigorosamente  no  museu, 
ficando  com  aspecto  geral  muito  similliante. 


NOSSA  SENHORA  DA  CONCEIÇÃO  E  SANTO  ANTÓNIO 

( A7-.A.  I S  S  E  .A.XT) 


On  Tappellait  plus  souvent  Conceição  Ásia  Feliz.  11  a  été  constrnit  à  Lisbonne 
du  temps  du  marquis  de  Pombal,  et  íit  plusieurs  fois  le  voyage  de  Finde,  jusqn'ii 
ce  qu'il  a  été  prls,  en  1807,  prés  de  la  cote  de  Natal,  par  le  corsaire  français  Sur- 
couf,  qui  l'a  mené  dans  Tile  de  France,  oíi  il  a  été  desarme.  Cautres  navires  ont 
existe,  portant  ce  même  nom  de  Conceição,  dont  le  i^lus  célòbre,  qui  Ta  changé  cn 
1794  contre  celui  de  Fiincijjc  Real,  alia  au  Brésil  en  novembre  1807.  en  portant  ;i 
son  bord  le  prince  royal.  II  est  douteux  que  ce  modele  soit  une  copie  exacte;  11  parait 
que  la  coque  a  été  achetée  à  un  particulier,  et  comme  Ton  a  reconnu  qu"elle  res- 
semblait  asscz  à  celle  du  Conceição  Ásia  Feliz,  on  la  gréa  jdus  tard  au  nuiséc,  en 
toute  rigueur,  et  ]'as[)e(t  general  en  est  reste  três  ressemblant. 


NOSSA  SKNllOliA  DA  CONCEIÇÃO  K  SANTO  ANTÓNIO 
(3srA.xj) 


PRÍNCIPE  DA  r.KIKA  G 

lees 


Coiistniidii  i-m  priíicipiDS  do  srciilo  wiii. 

Saiu  de  Lisboa,  a  21  de  inar(;o  de  17^0,  coiuinaiidada  por  Matlicus  Pereira.  Ia 
carreg-ada  para  a  índia  Oriental,  com  escala  pela  Bahia,  por  conta  da  conipanhia 
de  Pernanibuco.  Celestino  chania-lhe  fragata  e  diz  que  foi  de  nau  de  viagem  á  China, 
sendo  o  seu  commandante  muito  temido  dos  piratas,  que  lhe  chamavam  o  Tigre. 

E  este  um  dos  modelos  de  navio  mais  antigo  que  possuía  o  museu  de  marinha. 
I''igura  n'uma  relação  com  o  nome  de  galeão  Príncipe  da  Beira,  classiíicaçào  que 
nào  é  rigorosamente  exacta,  cabendo  muito  em  especial  aos  grandes  navios  de  guerra 
portuguezes  c  hespanhoes  dos  íins  do  século  xvi,  que  navegavam  para  as  conquistas 
d'aleni  mar. 


PRINGIPE  DA  Wmk 

( "^..^  I S  S  E  .^^XJ ) 


11  a  été  eonstruit  vers  le  commencement  du  xviii  siècle.  Sous  le  commande- 
ment  de  Matheus  Pereira,  il  partit  de  Lisbonne,  le  21  mai  1780,  pour  les  Indes  orien- 
tales,  i'elãcliant  à  Bahia,  avec  im  plein  chargement,  à  compte  de  la  compagnie  de 
Pernambuco.  Celestino  1'appelle  frégate,  en  disant  qu'elle  alia  en  Chine,  armée  en 
flúte,  et  que  son  commandant  était  la  terreur  des  pirates,  qui  l'ont  surnommé  le 
Tiijre.  Ce  modele  est  un  des  plus  anciens  du  musée  de  marine.  II  figure  dans  une 
relation  comme  étant  le  galion  Príncipe  da  Beira;  mais  cette  classiíàcation  manque 
d'exactitude,  parce  qu'elle  s'appliquait  plus  S2)écialcment  aux  grands  navires  de 
guerre  portugais  et  espagnols  de  la  íin  du  xvi  siècle,  qui  naviguaient  vers  les  colonies 
d'outre-mer. 


PPJNCIPK  DA  r.KIKA 

(3Sr-A.X7) 


AíiK-ía  k(]  ;j<ir)/iiín 

(XT-A.T<r) 


PIUNOIPE  DA  1;EIRA 

(rniiirl  da  |)o|>n) 


AíIK-iíI  AG  'nD^im 

(ni|<i<|  itil  loiíic'!) 


NAU  H 


Modelo  tk'  uma  nau  do  principio  do  século  xix. 

Tem  duas  alcaixas  brancas.  Este  navio  pertencia  a  uma  planta  em  relevo  do 
arsenal  da  Bahia,  admiravelmente  trabalhada,  e  feita  em  1800  pelo  capitiio  enge- 
nheiro reformado  José  de  Anchieta  de  Mesquita,  e  oHVrecida  ao  principe  D.  João. 

Foi  salvo  de  total  ruina  este  modelo  de  nau,  que  figurava  no  estaleiro,  pelos 
cuidados  do  capitão  de  mar  e  guerra  António  Fernandes  da  ('unha,  em  fins  de  l!^'J4, 
(|iian<lo  serviu  de  director  da  escola. 

Apesar  de  nào  ser  imi  dos  modelos  mais  perfeitos,  merece  ser  consorvailo  pela 
sua  proveniência.  Tem  entre  os  ornatos  da  grinalda  nm  medalhào  com  n  retrato  <lo 
principe  regente. 


VAISSEAU 


Modele  d'un  vaisseau  du  commencement  du  xix  siècle.  11  a  deux  ligues  de  bat- 
terie  peintes  en  blanc,  et  faisait  partie  d'un  plan  en  relief  de  Tarsenal  de  Hahia,  ex- 
cellent  travail  execute  en  1800  par  le  capitaine  de  génie  en  retraite  José  de  Anchieta 
de  Mesquita,  qui  en  fit  cadeau  au  prince  D.  João. 

C!e  modele  de  vaisseau  qu'y  figurait  sur  chantier,  a  été  sauvé  (Tune  entière 
destruction  en  1894,  par  les  soins  du  capitaine  de  vaisseau  António  Fernandes 
da  Clunha,  alors  directeur  de  Técole.  Quoique  n'étant  pas  un  des  plus  beaux,  ce 
modele  doit  être  conserve,  en  égard  à  sa  provenance.  Parmi  les  ornements  de  Tar- 
rière,  on  voit,  dans  un  niédaillon,  le  portrait  du  prince  régent. 


r 


NAU 

(Coiistrucção  portiigiieza  fio  arsenal  da  Bahia— 1800) 


(0081--BiilaaiiblRn9aiB 


ob  Bseii^iiHoq  ofijauílcnoO) 


%1 

h 

ii  :^^B 

lú 

-  f 

^^^^^^^H 

'      '    ■! 

•m^. 

r^n^^^H 

y 

■      ^^^^^^H 

'fl' 

1 

'1             '^^W 

, 

mi 

1 

1 

pmÊÊ 

!>■■. 

W^mÊ''' 

hwf  '*'&  mI^^^^^h  ' 

1 

mf^^ 

w^^^^ 

NAU 
(Coustrueçao  portii^uoza  do  arsenal  da  Babla,  1800  — Painel  da  popa) 


UAíí 

(aqoq  ab  Inalai  —  008Í  ,itiflfia  ab  Ifia9giB  ob  Bssu^iihoq  oSj^oniíeuo^) 


NAU 


Modelo  de  uma  nau  dos  fins  do  século  xviii  j)roinpta  a  ser  lançada  ao  mar.  L  o 
typo  .i;'eral  das  naus  d^ujiiella  epoclia,  notável  pela  minueiosidade  dos  detalhes  e  pcr- 
ieito  acal)aiiicnto  de  toda  a  obra. 


V.\ISSK.\i 


ModMe  (riiii  vaissraii  dv  la  liii  du  wiii  sircle.  prêt  à  étre  laneé  à  la  me  r.  11  re- 
produit  lo  type  general  des  vaisseaiix  de  r('poque;  le  travail  d'ensendjle  en  est  três 
lini,  ainsi  (pie  tons  les  petiís  détails. 


NAU 

(f onstnifçao  portiigneza  (lo  «m  do  scculo  XVllI) 


\JÂ'A 

(IH7Z  oUi-iSg  ol»  mH  of)  «seií^iiHoq  oS^oiníRiío')) 


iNAU 

(Constriicyao  portugucza  do  (liii  do  spciílo  XVIIl-  raiiiel  da  popa» 


TTAÍÍ 

(Bqoq  fil)  l9iiie4  —  IIIYX  ulii-)'»!  ob  mil  ob  fiX9ii;gu;)ioq  oitiainUnoD) 


/ 


NAU 

(Coustrucçao  portuçueza  do  liiii  do  século  XVIII-  Alforje  de  honibordo) 


(obiodinod  sb  siiotiA  -III/X  oiimse  ob  inil  ob  «s^usulioq  o£?3ui}8iio^) 


FKAllATA  1)K  VKLA 


Vj  L'niistnif(;il[o  (los  liiis  do  século  xviii,  j)riiicii)i<)  <lo  \i\. 

K  aiiidii  dos  ;iiitiyo8  navios  de  j)o(;o  c  iiotavfl  pela  iiiainira  rifforosa  como  está 
ip^arclliado. 


FRKGATK  A  \nlLKS 


Mlle  apparticiit  à  la  liu  du  w  lu  sièt-le,  ou  aii  (■oiimu-ncfim-iit  dii  xi.\.  (  "cst  iiii 
aiicirii  iKivirr  à  piMit  cuiiin.',  et  três  ix'iiiai-(pi;d)K'  par  rexactitude  de  sou  gréenieiit. 


FRAGATA  DE  VÍ:LA 


AvISY  m  ATAí)Afl'i 


FlIAllATA  lii»  sja;ini  Wllí  K 


Kstc  iiiiiilt,'li)  scTviíi  a  v\-yv\  D.  ,J(isi'  I  para  <>  cstiiiln  ila  cuiistrucrào  niual,  e 
divisões  internas  do  navio. 

K  nni  niaiinilii'i>  exemplar  pela  niinneiosidade  dos  detalhes,  e  alem  d'isso  notável 
por  deinnustrar  (pie  j;!  n'essa  i'poelia  i'ra  vidgar  na  eoiisti'ue(;ào  iia\al  porln;^iu-za  o 
empre^'o  das  halisas  reviradas. 

Kste  modelo  perteneen  ao  nmseu  da  Ajnda. 


FKÉGATK  Dl    WIll  SIKCLE 


Ce  nioilèle  a  servi  au  rol  I).  José  I,  ponr  Tétnde  de  la  construetion  navale,  et 
des  divisions  intérieures  (Tnn  navire.  ( "ost  un  três  bon  exemplaire,  três  íini  dans 
les  détails,  et  remarqnable  snrtont  parce  qu'on  y  voit  que  les  couples  dévoyés 
étaient  déjà  en  usage,  h  cette  époque,  dans  les  constrnctions  navales  portugaises. 

Ce  modele  appartenait  an  nnisée  d'A)nda. 


^ 


FRAGATA  DO  SÉCULO  XVIII 

(Modelo  ollerecido  a  El-Rel  D.  José  I) 


}■ 


iiiYZ  ojuoaa  oa  nkdkm. 

(I  àsol  .a  isH-ia  B  ubiasiafto  oldboK) 


FRAGATA  1)K  \KLA  I. 

1895 

Modelo  dl'  uma  tVaf^íita  de  vela  destinada  á  deiiioiistraçào  do  apparellio  e  velame 
do  navio.  K  do  typo  das  fragatas  de  madeira  do  ineailo  do  século  xix.  Nào  representa 
qualíjuer  das  fragatas  portu<^iiezas  d'esse  teujpo.  Serviu  por  uuntos  annos  para  ensinn 
da  cadeira  de  manolira  e  theoria  do  navio.  K  bem  coidiecido  de  todos  os  alumno.s  da 
escola  naval,  e  em  particular  dos  diseipulos  do  lente  J.  .T.  de  Mattos  Correia,  cpie 
por  largo  período  regeu  aquella  aula. 

Foi  restaurado  em  ISlit)  ou  1870,  soiVrendo  algumas  modiiicaròes  no  pavimento 
da  tolda,  e  tirada  a  artilheria  (pie  lhe  guarnecia  as  baterias  da  tolda  e  do  convez,  por 
não  estarem  completas. 

Algumas  d'essas  peças  conservam-se  na  galeria  de  modelos  de  artilheria.  na 
escola.  O  apparelho  e  velame  está  com  todo  o  preceito  da  obra  })rimitiva. 


FKEGATE  A  VniLES 

Modele  d'une  frégate  à  voiles,  servant  à  la  dómonstration  du  gréement  et  de  la 
voilure  d'un  navire, 

II  reproduit  la  forme  géndrale  des  frégates  en  bois,  du  milieu  du  xix  siècle,  et 
ne  represente  en  jjarticulier  aucune  des  frégates  portugaises  de  cette  époque. 

II  a  servi  pendant  plusieurs  ann^es  íi  Tenseignement,  dans  la  classe  de  nia- 
noeuvre  et  de  théorie  du  navire,  étant  à  cause  de  cela  bien  connu  des  élèves  de 
Técole  navale,  et  en  particidicr  de  ceux  qui  ont  été  à  même  d'entendre  les  leçons 
du  professeur  J.  J.  de  Mattos  Correia,  qui  a  enseigué  cette  matiòre  assez  longtemjjs. 
II  a  été  restaure  en  INGU  ou  1870;  le  plancher  du  pont  a  été  quelque  peu  changé, 
et  tous  les  canons  des  batteries  du  pont  et  de  Tentrepont  ont  été  enleves,  parce 
qu'ils  n'étaient  pas  au  complet.  On  peut  voir  encore  quelques-unes  de  ces  i)ièces 
dans  la  galerie  des  modeles  de  Técole.  Le  gréement  et  la  voilure  conservent  toute 
l'exactitude  du  modele  priniitif. 


^»»*i    tW." 


FRAGATA  DK  VELA 

(Modelo  para  o  estudo  do  npparcliio  do  iiario) 


ÂJaY  m  ATAOAÍII 

(oíyuii  ob  oflJoi&qq8  ob  obaiso  o  £iBq  olaboK) 


FRAGATA  M 

1895 

Modelo  tU'  iiiiiii  tVajíiitii  virada  de  (iiierena  sobre  a  barca<,"a  u  reiiarando  o  tuiido. 

lMn<|iianto  os  navios  lorani  de  pequena  tonelagem  enealliavani  na  praia  para 
limpar  ou  fabricar  o  fundo.  O  au<4inento  de  lota(;ào  tornou  esta  faina  diflicilima  e 
por  vezes  impossível . 

Introduziu-st-  cntàn  na  armada  i>  uso  da  ijucrena  d  italiana,  inclinando  o  navio 
sol)re  oiitro. 

Foi  assim  cpie  a  nau  .S'.  Scbcis/iàu  substituiu  no  mar  um  talào  de  cpiillia.  Hoje 
ainda  se  emprega  esta  manobra  onde  nào  ha  diques  (pie  permittani  i)ôr  o  navio  em 
secco.  No  Douro  é  vulj:ar  ver  dv  (pierena,  sobre  a  marfíem  de  Massarellos,  as  j^randes 
galeras  e  barcas  da  caireira  do  Brazil. 

Ouvi  chamar  a  este  modelo  fragata  Minerva,  mas  niío  conheço  documento 
comprovativo,  nem  o  aspecto  geral  do  casco  e  apparellio  auctorisa  a  conslderal-o  tão 
antigo. Talvez  alguma  restauração  moderna  o  tivesse  alterado,  o  que  ignoro.  A  íigura 
de  proa  é  um  Inisto  da  deusa,  que  faz  lembrar  pelo  estylo  a  escola  da  Ajuda  e  os 
tempos  da  rainha. 

Representa  uma  fragata  dos  meados  deste  século,  e  portanto  mais  moderna. 
Perdeu-se  uma  chapa  de  metal  que  tinha  pregada  no  costado,  e  que  dizia  por  quem 
o  modelo  fora  construído.  Por  comparação  com  outros  do  museu  julgo-o  apparelhado 
por  Faustino  José  Mar([ues  para  estudo  dos  guardas  marinhas. 

Fm  1871  ou  1872  foi  restaurado  o  apparclho  pelo  segundo  tenente  graduado 
Francisco  António  tios  Santos. 

A  fragata  portugueza  Minerva  era  de  (piarenta  e  ([uatro  peças. 

Em  1789  saiu  de  Lisboa  para  cruzeiro,  e  para  igual  serviço  em  21  de  março 
lie  1792,  commandada  pelo  chefe  de  esquadra  Janiuirio  do  Valle.  A  24  de  março  de 
1798  saiu  commandada  pelo  chefe  de  di\nsão  Thomás  Stone  No  inverno  de  1779  fazia 
parte  da  esc^uadra  do  Estreito  juntamente  com  as  fragatas  Fénix  e  Carlota.  Fez 
muitas  conniiissÕcs  de  serviço,  e  n'um  dos  seus  cruzeiros  api'esou  o  navio  francez 
Kpervier.  Em  l.S()7  fez  parte  da  frota  que  acompanhou  ao  Hrazil  a  familia  real,  e 
tendo  ido  como  nau  de  viagem  comboiar  uns  navios  da  praça  do  Rio  de  Janeiro  a 
Galcutta,  foi  capturada  nas  braças  de  Bengala  em  1S(J9  pela  fragata  fraiu-eza  Btl- 
bmc,  do  conmiaudo  de  Duperré,  e  pela  corveta  ingleza  Victor,  ([ue  poucos  dias  antes 
fora  apresada  pela  fragata.  P^oi  conduzida  á  ilha  de  França,  e  armada  pelos  francezes 
andou  ás  presas  dos  na\  ios  da  com[)anhia  da  índia.  Condemnada  por  incapaz  de  na- 
vesíar  parece  que  foi  a  pique  condjatendo  fundeada,  servindo  de  bateria  flluctuante, 
contra  uma  esquadrilha  ingleza  \\\\m  dos  portos  da  Mauricia. 


FREGATE 


Modele  d'une  frégate  abattue  eu  earèue  sur  poutou,  en  radoub  des  teuvres  vives. 

Taut  {[ue  les  navires  ont  été  de  faible  tonnage,  on  les  échoualt  sur  la  greve, 

alin  d"en  nettover  ou  radoul)er  le  fond.  L'accroissement  du  tonnage  rendit  ce  procédd 


trc'S  (liílicik',  ut  soiuciit  iiiipraticablu.  Ou  coiiiuieii(;a  alors  à  lairc  iisagc  du  prucédé 
ilalicn,  eu  abattaut  le  navire  sur  nu  aiitre. 

De  Ia  sorte  on  a  cliangv  en  mor  une  pièce  de  la  (juille  du  vaisscau  S.  Sebas- 
tião. l)ans  les  ports  nu  les  cales  de  radmib  uiau(pieut,  ou  eniploie  encore  cc  moyen, 
faute  de  ponvoir  niettre  les  navires  à  sec.  Dans  Ic  Douro  c'cst  asso;  comnuin 
d'abattrc  cu  carène,  sur  la  rive  prés  de  Massarellos,  les  grauds  trois  mats',  qui  font 
voyage  poiu*  le  Brésil.  J'ai  entendu  noinuier  ce  luxvire:  frégate  Minerva,  mais  je  n'ai 
trouvé  nulle  part  de  docuuunit  confirmatif,  ni  1'aspect  general  de  la  coque  et  du 
gréement  font  croire,  nou  pliis,  a  tant  d'auciennet(á.  Quelque  racoiumodement  de 
fraiclie  date  l'aura  peut-être  rendu  uu/conuaissable,  ce  que  pourtaut  j'ignore.  La 
statue  de  Favant  est  nu  buste  de  la  déesse,  rappelant  par  sou  style  Técole  de  TAjuda 
et  1'époque  de  la  reine.  11  re})résente  une  frégate  du  milieu  de  ce  siècle,  et  donc  plus 
moderue.  On  a  perdu  une  plaque  de  metal  portant  le  nom  du  coustructeur,  laquelle 
était  autrefois  clouée  sur  le  bordage.  Eu  comparant  ce  modele  aux  autres  du  musée, 
je  crois  qu'il  a  été  gréé  par  Faustino  José  Marques,  pour  servir  à  renseignement 
des  gardes  marines. 

En  1871  ou  1872,  il  a  été  réparé  et  gréé  à  uoiiveau  par  Teuseigue  auxiliaire 
Francisco  António  dos  Santos. 

La  frégate  portugaise  Minerva  était  de  quarante-quatre  canons.  Elle  partit  de 
Lisbonne  en  1789  pour  une  croisièrc,  et  encore  pour  le  méme  service  en  1702,  com- 
niandée  par  le  clief  d'escadre  António  Januário  doValle.  Le  24  mars  1798,  elle  mit 
à  la  voile  sous  le  commandement  de  Thomas  Stone.  Dans  Tliiver  de  1779,  nous  la 
retrouvons  faisant  partie  de  Tescadre  du  Detroit,  avec  les  frégates  Fénix  et  Carloia. 
Elle  fit  plusieurs  campagnes,  et  pendaut  une  croisière  elle  prit  le  navire  français 
Epei^vier. 

En  1807  elle  était  de  la  flotte,  qui  accompagna  au  Brésil  la  famille  royale,  et 
deux  ans  plus  tard,  en  1809,  de  retour  d'un.voyage  à  Calcutta,  oíi  elle  était  allée, 
armée  en  fllúte,  en  escortant  quelques  navires  de  commerce  de  Rio  de  Janeiro,  elle 
fut  prise  dans  les  braces  du  Bengale,  par  la  frégate  française  Bellone,  du  cajiitaine 
Duperré,  et  par  la  corvette  anglaise  Victor,  que  quelques  jours  auparavant  avait  été 
amarinée  par  la  frégate  susdite.  Conduite  à  l'ile  de  France,  et  armée  par  les  fran- 
çais, elle  fit  campagne  en  courant  sus  aux  navires  de  la  comjjagnie  des  Indes.  Con- 
damnée  par  innavigabilité,  il  parait  qu'on  Ta  transformée  en  batterie  flottante,  et 
qu'elle  a  coulé  au  mouillage,  en  combattant  coutre  une  flotille  anglaise,  dans  un  des 
ports  de  Maurice. 


FRAGATA  1)K  \}1A  N 


.Modelo  (lo  uma  friíyiita  dn  scj^uiido  ([uartel  do  século  xix.  Representa  o  lado  de 
hoiiihordo  do  navio  cortado  pelo  plano  de  mediania  e  pref^-ado  sobre  um  rpiadro  onde 
l)intaram  uni  porto. 

Dizem  ser  a  frayata  1).  Maria  II,  mas  nada  adirnia  esta  denomina(;ão.  A  íif^ura 
de  proa  parece  ser  um  busto  de  nmlher.  Talvez  o  aspecto  geral  do  casco  fosse  a 
causa  de  ser  assim  desio-nada.  A  ser  verdade  teria  maior  valor  para  a  historia  da 
marinha  portuj>ueza. 

A  fragata  D.  Maria  II  foi  comprada  em  Inglaterra  em  1>S32.  (Concorreu  pode- 
rosamente para  o  triunjpho  da  causa  liberal.  A  5  de  julho  de  1833,  no  combate  naval 
do  cabo  de  S.  Vicente,  bateu-se  com  a  fragata  realista  Princeza  Real,  obrigandoa  a 
arriar  bandeira.  Km  lS4(i,  durante  o  bloqueio  da  costa  do  norte,  bateu-se  com  a  cs- 
(piadrillia  da  junta  do  Porto.  Fez  viagens  da  índia  e  da  China,  perdendo-se  por  ex- 
plosão do  paiol  da  pólvora  na  rada  de  Macau,  a  21)  de  outubro  de  1S,")U,  commandada 
pelo  capitão  tenente  Francisco  de  Assis  e  Silva. 


FREGATE  A  VOILES 


Modele  d'une  frégate  à  voiles,  appartenant  à  la  íin  de  la  preniifere  moitié  de  ce 
siècle.  II  montre  le  côté  de  babord  du  navire,  coupé  suivant  un  plan  longitudinal; 
il  est  cloué  sur  un  tableau,  dont  la  peinture  represente  un  port.  On  dit  que  cest  la 
frégate  D.  Maria,  mais  rien  ne  le  confirme. 

La  figure  de  la  poulaine  semble  étre  un  buste  de  lenime.  Peut-être  la  forme 
g<^'nérale  de  la  coque  a-t-elle  contribué,  à  ce  qu'on  la  nommát  ainsi.  Si  c'était  vrai,  elle 
aurait  une  plus  grande  valeur  j)our  rhistoire  de  la  marine  portugaise.  La  frdgate 
D.  Maria  a  été  achetée  en  iVngletcrre  en  1832.  Elle  a  concouru  puissamment  au 
triomphe  de  la  cause  libérale.  Le  ")  juin  1833,  à  la  bataille  navalc  du  cap  S.  Vincent, 
elle  combatit  contre  la  frégate  royaliste  Princeza  Real  et  Ta  forcée  d'amener.  En 
1846,  pendant  le  blocus  de  la  cote  du  nord,  elle  s'est  encore  battue  avec  la  flotille 
de  la  Junta  do  Porto.  Après  avoir  fait  quelques  campagnes  dans  Tlnde  et  en  Cliine, 
cUe  a  été  détruite  par  une  explosion  des  soutes  à  poudre,  en  rade  de  Macao  le  29 
octobre  ]8")U;  son  commandant  était  le  capitaine  de  corvette  Francisco  d'Assis  c 
Silva. 


KLISA  O 

I89S 

Foi  construiila  em  Lisboa  cm  18'2;i,  u  rccel)cu  o  iioinc  de  ('ojijri  xsa,  ii;;'iiraiido 
0111  al;^uiis  documentos  como  fragata  d'esse  nome. 

Kra  ainda  vulgar  chamar  fragata  ao  navio  de  três  gáveas,  embora  não  tivesse 
bateria  no  convez,  mas  somente  na  tolda.  l*assou  ;\  diamar-se  Ci/bellc  pela  restauração 
do  poder  absoluto,  e  iiiinliih  iite  h'/ls(i  (Kpois  de  capturada  no  combate  naval  do 
cabo  de  S.Vicente,  a  ">  de  julho  de  \X'.)'ò,  jicla  esípiadra  da  rainha.  Desarmou  para 
fabricara  12  de  dezembro  de  1<S3").  Km  !!•  de  janeiro  de  1838,  achando-se  no  porto 
do  Funchal,  teve  de  largar  com  um  temporal  de  080,  ao  ([ual  resistiu,  estando  quasi 
sossobrada  por  lhe  ter  corrido  á  banda  uma  porção  de  mantimentos  que  transportava 
na  coberta.  FiStava  de  capa  rigorosa  e  chegoii  a  adormecer,  salvando-se  milagrosa- 
mente por  lhe  ter  alargado  o  vento. 

Kra  seu  commandante  João  Teixeira  Barbosa  Leite.  Desarmou  a  31  de  março 
de  1838.  Kra  um  lindo  navio  do  seu  tempo,  e  excellente  vaso  de  guerra,  segundo  a 
opinião  dos  contemporâneos. 


EJiSA 

(COI^ATETTE) 

Elle  a  été  construite  ;i  Lisboinie,  et  a  reçu  primitivement  le  nom  de  Congresso; 
on  la  voit  d'ailleurs  figm-er  comme  frégate  de  même  nom  dans  quelques  documents. 
11  ótait  encore  três  commun  de  donner  le  nom  de  frégate,  à  toiít  navire  portant  trois 
phares  carrés,  quoique  ayant  seulement  des  canons  sur  le  pont,  et  pas  de  batterie 
couverte.  Plus  tard,  du  temps  du  gouvernement  absoln,  on  en  a  changé  le  nom  contre 
celui  de  Ci/hele,  et,  dernièrement,  elle  a  pris  celui  de  Elisa,  après  le  combat  naval 
du  cap  S.Vincent,  oíi  elle  a  été  prise  par  Tescadre  de  la  reine.  Le  12  décembre  1835 
elle  desarma  pour  radouber.  Etant  en  rade  de  Funchal,  le  19  janvier  1838,  elle  fut 
forcée  d'appareiller,  par  un  três  gros  temps  de  OSO;  elle  en  a  échapé  miraculeuse- 
ment,  car  elle  était  à  la  cajíe  lorsqu'une  assez  grande  quantité  de  vivres,  qu'ellc 
portait  dans  Tentrepont,  tomba  d'un  còté,  et  la  tint  endormie  et  presí^ue  chavirée, 
jusqu'à  ce  que  le  vent,  en  adonnant  tout  à  coup,  la  redressa.  Son  commandant  était 
João  Teixeira  Barbosa  ÍAnte.  Klle  desarma  le  31  mars  1838.  Cétait  un  três  beau 
navire,  et,  au  dire  de  ceux  qui  lont  connu,  un  excellent  bâtiment  de  guerre. 


LEALDADK 


Foi  ciiiistriiidíi  i-iii  Lislina  por  António  .Joiíijiiini  <k'  Olivcini,  r  prim-ipioii  a  na- 
vfgar  no  verão  de  182U.  l"oi  mandada  ao  Kio  de  Janeiro  em  1826  levar  a  nova  da 
morte  de  D.  João  VI,  tra/.ciido  no  seu  regresso  as  segundas  vias  da  carta  constitu- 
cional, que  depois  foi  repudiada  pelo  governo  miguelista.  Saiu  oito  dias  depois  da  fra- 
gata ingleza  Minerva,  para  (jue  o  ministro  d'aquella  naçào  fosse  o  portador  que  as  en- 
tregasse á  infante  regente.  Chegou,  porém,  oito  dias  j^nuieiro,  mas  em  tal  estado  que 
foi  encalhada  junto  ao  redueto  do  arsenal  para  desmanchar. 

Kra  navio  em  (pie  todas  as  qualidades  náuticas  correspondiam  á  elegância  e 
belleza  do  risco. 


LEALDADE 

(OOIi^v^ETTE) 


Elle  a  éié  construite  à  Lisbonne,  par  António  Joaquim  de  Oliveira,  et  prit  la 
mer  dans  le  courant  de  l'été  de  1820.  Klle  fut  expédic  à  Rio  de  Janeiro,  en  portant 
la  nouvelle  de  la  mort  de  D.  João  VI,  et  au  retour,  elle  en  apporta  un  double  du 
texte  de  la  cliarte  constitutionnelle,  abrogée  plus  tard  sons  le  gouvernement  de 
D.  Miguel.  On  ne  la  laissa  partir  que  Imit  jours  après  la  frégate  anglaise  Minerva, 
afin  que  Tambassadeur  de  cette  nation  remit  lui-même  íi  la  regente  le  diplome 
susdit.  Elle  arriva  néanmoins  huit  jours  plus  tôt,  mais  dans  un  si  piteux  état,  qu'on 
a  du  réchouer  tout  de  suite,  prés  de  Tarsenal,  oíi  elle  a  été  dépecée.  Cétait  un  na- 
vire  dont  toutes  les  qualités  nantiques  repondaient  à  la  beauté  de  la  forme. 


CnSTELLA 


Q 


Hiatc  mercante  do  principio  do  século  xix. 

Navio  de  três  mastros  latinos  e  de  seis  peças.  Armou  em  corsário  e  íez  algumas 
presas  aos  francezes. 

O  contra-almirante  Celestino  Soares,  quando  deixou  de  ser  director  da  escola 
naval,  njio  foi  exonerado  do  cargo  de  director  do  museu  de  marinha.  Arclieologo 
naval  conceituado  era  alem  d'isso  apaixonado  pelo  cargo  (pie  exercia. 

O  hiate  Costella  era  de  três  mastros  latinos,  porém  no  nniseu  só  havia  o  casco. 
Um  dia,  alii  por  fins  de  I86õ,  Celestino,  visitando  o  museu,  notou  que  fôra  o  navio 
mastreado  e  apparelhado  de  modo  difterente.  Indagou  do  demonstrador  de  construc- 
ção  quem  lhe  dera  a  ordem,  e,  vibrando  a  bengalla  que  trazia,  quebrou  os  mastros 
indignado,  dizendo  só  assim  poder  remediar  tamanho  anachronismo. 

Este  facto  é  histórico;  por  nmitas  vezes  o  ouvi  contar  minuciosamente  ao  con- 
servador do  museu,  e  o  modelo,  ainda  no  arrancado  das  mesas  de  enxárcia  e  outras 
leves  avarias,  conserva  memorias  da  rascada. 


COSTELLA 

(a-OELETTE) 

Elle  portait  trois  mats  et  six  canons.  Ce  n'était  pourtant  qu'un  navire  de  com- 
merce  du  comraencement  du  xix  siècle,  et  qui,  arme  en  course,  a  fait  quelques  prises 
aux  français. 

Le  contre-amiral  Celestino  Soares,  qui  a  toujours  gardé  la  direction  du  miisée, 
quoique  ayant  quitté  celle  de  Fécole  navale,  était  un  savant  archéologue  en  fait  de 
marine,  et,  au  surplus,  il  aimait  jjassionnément  sa  charge  officielle. 

La  goêlette  Costella  portait  trois  mats  à  voilure  latine;  mais,  au  musée,  il  n'en 
existait  que  la  coque. 

Un  jour,  vers  la  tin  de  Tannée  18(j5,  Celestino  remarqua,  en  pareourant  le 
musée,  que  le  navire  avait  été  mate  et  gréé  d'un  manière  diíférente.  II  manda  lofficier 
chargé  de  renseignement  pratique  du  gréement,  et,  sachant  de  lui,  qui  avait  donné 
Tordre,  il  fut  pris  d'un  mouvement  d'indignation,  et  cassa  les  mats  à  coups  de  canne, 
en  disant  que  c'était  le  seul  moyen  de  remédier  à  un  si  grand  anachronisme.  Ce  fait 
est  historique;  le  conservateur  du  musée  me'  Ta  raconté  assez  souvent  dans  tous  ses 
détails,  et  le  modele  garde  encore  dans  ses  porte-haubans  arrachés,  et  dans  (pu-lques 
autres  moindres  dégâts.  les  traces  trop  visibles  de  In  tourmente. 


COSTELLA 


ajj:ttroo 


lANClIA  BOMIUKDKIKA  K 


Este  pequeno  modelo  é  um  (Inciimi  iito  de  valor.  Kmbiirciu;i"lo  similhaiite  ú.s 
destinadas  ao  hondjardeamento  da  cidade  e  fortifica(;ão  de  Argel,  em  julho  de  17H4, 
pela  esíjuadra  alliada  portugneza,  liespanliola,  napolitana  e  malteza  composta  de 
cento  e  vinte  e  sete  navios  sob  o  commando  do  tenente  {reneral  D.  António  Harceló. 

Era  commandante  da  es(piadra  portugueza,  composta  de  duas  naus  e  duas  fra- 
gatas, o  coronel  de  mar  Uernardo  Ramires  Esquivei. 

Por  decreto  de  28  de  setembro  de  1784  foram  p)-<.movidi)S  por  distinccào  os 
oíficiaes  que  foram  .1  expedi(,-ão  de  Argel. 

Este  iiio(Ul(i  ]nrteiici'U  ao  nniseu  da  Ajuda. 


GALIOTE  A  BOMBES 


Ce  petit  niodtíle  a  beaucoup  de  valeur.  Cest  un  bateau  semblable  à  ceux  qui 
ont  été  destines  au  bombardement  des  forts  d'Alger  en  juillet  1784,  lesquels  out  fait 
partie  de  la  flotte  combinée  portugaise,  espagnole,  napolitaine  et  maltaise,  forte  de 
cent  vingt-sept  navires,  sous  le  commandement  du  lieutenant  general  D.  António 
Barceló.  Le  commandant  de  l'escadre  portugaise,  qui  (5tait  composée  de  deux  vais- 
seaux  et  deux  frégates,  était  le  colonel  de  marine  Bernardo  Ramires  Esquivei.  Par 
ordonnance  royale  du  28  septembre  1784,  les  otHciers  qui  prirent  part  à  Texpédition 
d'Alger  ont  été  promus  pour  faits  de  guerre. 
Ce  modele  appartenait  au  museé  d'Ajuda. 


LANCHA  r,OMr.ARl^KTIiA 


k'Ai'A(mki\wm  AUdAu 


CIIWKCii  AHdKLIM) 


Corsário  argelino,  vulgarmente  clianiado  esrapadia  dr  moiirus.  O  chaveco  é  um 
typo  de  navio  propriamente  mourisco,  apesar  de  taml)ein  ter  sido  usado  pelas  ma- 
rinhas ehristàs  do  Mediterrâneo.  Foram  notáveis  estes  navios,  tri])ulados  pelos  piratas 
berberescos,  pelas  suas  rapinas  no  Mediterrâneo  e  eosta  da  Peninsula,  sendo  neces- 
sário eqnijjar  esquadras  e  manter  cruzeiros  aturados  para  lhes  prohibir  a  saída  do 
Estreito  para  o  Oceano.  Com  a  tonuida  de  Argel  pelos  francezes  findaram  as  suas 
aventuras. 

Este  modelo  jnlga-se  ser  copia  de  um  chaveco  argelino  que  esteve  arribado  por 
força  maior  no  porto  de  Lisboa  em  tenq)0  de  D.  Maria  1.  Eram  estes  navios  consi- 
derados como  (tos  nulliores  ãv  bolina,  o  ijue  convinha  á  táctica  dos  corsários  para 
fug-ir  ganhando  barlavento  ás  naus  e  fragatas  redondas  de  que  em  geral  se  conijiu- 
nham  as  ;irmadas  do  Estreito  e  guarda  costa. 


CHEBEGK  ALGERIEN 


Corsaire  algérien  conim  plus  souvent  sons  le  nom  de  escapadia  de  maures. 
Le  chohcck  est  une  sorte  de  bateau  essencicllement  mauresque,  qni  a  été  nc'anmoins 
en  usage  dans  les  marines  chrétiennes  de  la  Méditerranée.  Ces  navires  se  sont  rendiis 
célebres,  lorsque  montês  par  des  pirates  barbaresques,  ils  ravageaient  les  cotes  de 
la  Méditerranée  et  de  la  Peninsule,  à  tel  point  qu'il  a  faliu  armer  des  escadres,  et 
tenir  sans  relâche  des  croisières,  ponr  les  empèchcr  de  passar  le  Detroit  et  de  venir 
dans  Tocéan.  La  prise  d'Alger  par  les  français  mit  fin  à  leurs  courses.  On  croit  que 
ce  modele  est  la  copie  d'un  chcbeck  algérien,  qni  a  été  force  de  relâcher  à  J.,isbonne 
au  temps  de  la  reine  D.  Maria  I.  Ces  navires  étaient  regardes  comme  étant  les  meil- 
leurs  ponr  serrer  le  vent,  ce  qni  c  onvenait  três  bien  à  la  tactique  des  corsaires,  qni, 
prenant  chasse  en  tenant  au  plus  prés,  gagnaient  au  vent  aux  navires  carrés,  tels 
que  les  vaisseaux  et  les  frégates  dont  étaient  conqjosées  rescadre  gardc  côtc  et 
celle  du  Detroit. 


(IIAVKK)  ai{(íi;llno 


(mimmt.  ii'ir/Aii 


MINDKÍJ/^  T 

1885 

(■V.A.P>OI^) 

Vapor  dl'  rodas  da  ton;a  áv  22U  casallos.  Fui  coiistriiido  cin  Inglaterra  jior 
Green  Blyths,  assistindo  ao  fabrico  Francisco  de  liorja  Pereira  de  Sá.  Foi  posto  a 
nado  a  7  de  agosto  de  1845,  e  chegou  a  Lisboa  a  17  de  janeiro  de  184(>.  Compri- 
mento 192  pés,  boca  .'52  pés,  ()04  toneladas.  Armava  com  (piatro  peidas  de  152  e 
dois  rodi/.ios  de  (iS.  Apparelliava  cou»  dois  mastros  de  escuna.  Em  maio  de  18r)4 
conduziu  a  Inglaterra  D.  IVdroV,  regressando  Kl-liei  ao  reino  a  seu  bordo  em  se- 
tembro do  n)esmo  anno.  Kra  seu  commandante  Paulo  Centurini,  e  chefe  da  esqua- 
drilha o  chefe  de  esquadra  barào  de  Lazarim.  Em  U  de  maio  de  18.08  (íonduziu  de 
Ostende  para  Dover  a  rainha  D.  Fstephania,  acompanhado  pela  corveta  BartJiolumca 
Dias  e  dois  hiates  da  rainha  de  Inglaterra.  Fez  varias  commissÕes  aos  Açores,  Ma- 
deira, Cabo  Verde,  portos  da  Europa,  Tunis,  Marrocos,  Guiné,  Angohi,  etc.  A  8  de 
junho  de  1862  foi  a  Inglaterra  para  reparar  a  machina  e  ser  acrescentado  2.õ  pés 
em  comprimento,  o  que  se  fez,  regressando  a  14  de  maio  de  186^5,  e  apparelhado  com 
três  mastros  lugre-barca.  Fez  jiarte  da  divisão  de  reserva  composta  (his  corvetas 
Goa,  Estepliania  e  Sá  da  Bandeira,  connnandada  pelo  almirante  graduado  Joào  da 
Costa  Carvalho,  visconde  de  Ribamar,  o  qual  saiu  do  Tejo  a  12  de  agosto  de  1803 
para  exercício  na  costa.  A  23  de  dezembro  de  1872  passou  mostra  de  desarmamento. 
Foi  vendido  para  desmanchar. 


MINUELLO 


Vapeur  à  roues  de  la  force  de  220  chevaux.  II  a  été  construit  en  Angleterre 
dans  les  chantiers  de  Green  Blyths,  sous  la  sui-veillance  de  Francisco  de  Borja  Pe- 
reira de  Sá.  Mis  à  Teau  le  7  aoút  184."),  il  arriva  à  Lisbonne  le  17  janvier  184G. 
Long.,  192  pieds;  bau,  32  pieds;  tonnage,  Gl)4  ton.  II  portait  quatre  pièces  de  32, 
et  deux  canons  de  G8  sur  pivot.  11  avait  diux  mats  et  était  gréé  en  goêlette.  Au  móis 
de  mai  1854  il  a  conduit  en  Angleterre  le  roi  D.  Pedro  V,  qui  en  septembre  de  la 
même  année  est  revenu  au  royaume  à  son  bord.  11  était  commandé  par  Paulo  Centu- 
rini, et  il  faisait  partie  d'une  ílotille  sous  le  commandement  du  clief  d'escadre  Baron 
de  Lazarim.  Le  6  niai  1850  la  reine  D.  Estepliania  y  íit  la  traversée  d'Ostende  íi 
Douvres;  la  corvette  Bartholomeu  Dias  et  deux  yachts  de  la  reine  d' Angleterre  Tac- 
compagnaient  ulors.  Après  a\oir  fait  plusieurs  voyages  anx  iles  des  Açores,  Madère, 
et  Cap  Verd,  ainsi  quà  Tunis,  Maroc,  Guinée,  .Vngola,  et  à  cpielques  ports  d'Europe, 
il  a  été  envoyé  en  Angleterre,  ou  on  Ta  allongé  de  20  pieds,  et  réparé  quelque  peu 
la  machine;  il  revint  à  Lisbonne  le  14  mai  1863,  étant  alors  gréé  en  trois  mats  goii- 
lette.  II  íit  partie  de  la  division  de  reserve,  conq)osée  des  corvettes  Goa,  Estepliania  et 
Sá  da  Bandeira  sous  le  commandement  de  Tamiral  vicomte  de  Ribamar,  laquelle 
partit  du  Tage  le  12  aoút  1863,  pour  faire  des  exercices  sur  la  cote.  II  desarma  le 
23  décembre  1872.  La  coque  a  été  vendne  et  démolie. 


TK-IO  l 

1896 

(BniGXJE) 

Construnlo  iio  arsenal  do  Lislma,  v  lançado  ao  mar  a  1.')  iK'  niaii»  df  iSls.  Fez 
parte  da  esquadra  realista  no  eoinI)atc  naval  <lo  cabo  de  S.Vicente  a  .">  de  julho  de 
18;53.  Não  entrou  em  fogo,  retirando  para  a  Madeira  logo  rpie  a  victoria  se  declarou 
pelos  liberaes.  Km  2ó  de  outubro  de  1851  desarmou  no  rio  de  Goa,  e  foi  transformado 
em  barcaça  para  o  serviço  da  Ribeira.  Tinha  viiulo  ibi  estação  de  Moçambiípie. 

Dimensões:  comprimento  Hò  pés  e  8  pollegadas,  boca  20  pés  e  2  pollegadas, 
2!>S  toneladas. 


TEJO 

(brick:) 


II  a  été  construit  dans  l'arsenal  de  Lisbonne,  et  mis  ii  Teau  le  13  mai  1818. 
Quoique  faisant  partie  de  Tescadre  royaliste,  qui  a  li\Té  le  conibat  du  cap  S.Vincent, 
le  5  juillet  1833,  il  n'y  prit  aucune  part,  et  íit  route  vers  Madère,  aussitôt  que  la 
victoire  fit  semblant  de  rester  aux  libéraux.  Le  25  octobre  1831  il  desarma  à  Goa, 
et  la  coque  a  été  encore  mise  à  proíit,  cn  restant  comme  ponton  dans  la  rivií-re  qui 
baigne  la  ville.  II  avait  été  en  station  à  Moçambique.  Cétait  un  bateau  de  298  ton- 
neaux,  et  il  était  long  de  85  pieds  8  pouces,  et  large  de  26  pieds  2  pouces. 


VOUGA  V 

1895 

(B3?lia-XJE) 


Constniido  no  iirsonal  tle  Lisboa.  Assentou  a  quilha  a  22  tle  acosto  de  1S38, 
Bateu  a  cavilha  mestra  a  13  de  outul)ro  de  1838.  Foi  ao  mar  a  3  de  abril  de  184U, 
e  armou  a  28.  Era  navio  de  298  toneladas,  todo  feito  de  pinho.  Comprimento  85  pés 
e  8  poUegadas,  boca  2()  pés  e  2  pollegadas,  pontal  16  pés.  Fez  parte  da  esquadra 
composta  da  fragata  D.  Maria  II,  corveta  Oito  de  Julho  e  brigues  Dunro  e  Serra  do 
Filar,  a  qual,  sob  o  commando  de  Soares  Franco,  blo(pieou  a  barra  do  l'orto  e  costa 
do  norte  dui-ante  a  revolução  de  1846  e  1847.  Vao.  fins  de  1849  foi  dado  como  em  es- 
tado de  navegar  pelo  engenheiro  naval  Gregório  Nazianzeno  do  líego,  que  fazia  parte 
da  eommissào  nomeada  por  decreto  de  26  de  setembro  para  reorganisar  o  arsenal  e 
vistorisar  os  navios  de  guerra  surtos  no  Tejo.  Km  1854  parece  que  já  estava  desar- 
mado. Em  4  de  outubro  de  1865  encalhou  junto  ao  arsenal  para  desmanchar. 

O  casco  era  elegante. 


VOUGA 

(bi^ick:) 


II  a  été  mis  sur  chantier  dans  Tarsenal  de  Lisbonne  le  22  aoút  1838,  son  maitre 
couple  fut  mis  en  place  le  13  octobre  de  la  même  année,  et  il  a  été  lance  le  3  avril 
1840,  et  arme  le  28.  Cétait  un  navire  de  298  tonneaux,  tout  fait  en  bois  de  pin, 
long  de  85  pieds  8  pouces,  et  large  de  26  pieds  2  pouces.  II  prit  part  avec  Tescadre 
coraposée  de  la  frégate  D.  Maria  II,  de  la  corvette  Oito  de  Julho  et  des  bricks  Douro  et 
Serra  do  Pilar  sons  le  commandement  de  Soares  Franco,  au  blocus  des  cotes  du  nord, 
pendant  la  révolution  de  1846-1847.  Vers  la  fin  de  Tannée  1S49,  il  fut  declare  en 
état  de  naviguer,  par  Tingénieur  de  la  marine  Gregório  Nazianzeno  do  Rego,  faisant 
partie  d'une  commission  nommée  par  décret  du  26  septembre  pour  réorganiser  Tar- 
senal  et  proceder  à  Texamen  des  navires  de  guerre  alors  dans  le  Tage.  II  parait  qu'il 
était  dejà  desarme  en  1854.  Le  4  octobre  1865  on  l'a  éclioué  prés  de  Tarsenal,  oíi 
il  a  été  demoli.  Sa  coque  avait  des  formos  élancées  et  três  elegantes. 


VOUGA 

(BR.ia-XJE) 


Ax)U(>7 
(a:xj-oi3:a:) 


ESCUNA  X 


"  Modelo  de  uma  escuna  do  liin  do  século  xviii,  proiupta  a  ser  deitada  ao  luar. 
O  navio  está  no  barro,  e  com  os  mastari-ns  arvorados  no  lo;^ar  <los  mastros  para  n'el]cs 
i(,"ar  as  bandeiras  nacionaes. 

Ainda  no  come(,'o  do  século  xviii  nuiitas  na(,(jes  eonstruiam  os  seu»  navios  de 
proa  ao  mar.  Os  portuguezes  foram  os  primeiros  que  lançaram  os  navios  <le  popa, 
e  esse  uso  data  talvez  dos  fins  do  século  xvi.  Os  galeões  e  carraças  eram  de  enorme 
tonelai^em  e  muito  bojudos  a  vante,  sendo-lhes  por  isso  mais  laeil  seguir  e  cortar 
as  aguas  com  o  cadaste  e  delgados  de  ré  antes  de  adquirirem  grande  veloci<lade  na 
carreira,  por  occasiiio  do  lançamento. 

^lais  tarde  esta  manoljra  vulgarisou-sc  por  todas  as  marinhas. 


GoKI.KTTE 


Modele  d'une  gotilette  de  la  iin  du  wiii  siècle  prête  à  être  mise  à  la  mer.  Le 
navire  est  sur  le  berceau,  ayant  des  mats  de  hune,  qui  doivent  porter  les  pavillons 
nationaux,  à  la  place  des  bas  mats.  Au  commencement  du  xvni  si{'cle  il  était  d'usage 
chez  quelques  peuples  maritimes,  de  lancer  les  navires  Tavant  à  la  mer,  Les  portu- 
gais  les  premiers  ont  lance  les  navires  par  Tarrière,  et  ils  procédaient  ainsi  dl-s  la  fin 
du  XVI  siècle  environ.  Les  galions  et  les  carraques  étaient  de  três  gros  navires,  à 
Tavant  plein  et  renflé,  et  il  leur  était  dès  lors  plus  aisé  de  fendre  Teau  avec  Tétambot 
et  les  formes  pincés  de  Varrière,  avant  d'avoir  acquis  une  grande  vitesse.  Plus  tard 
cette  métliode  a  été  adoptée  partout. 


ESCUNA 

(I'ronipta  a  íipr  deitada  ao  mar) 


MllETA  Y 


Antigo  barco  tlc  pescii  na  barra  de  Lisboa,  hoje  raro.  Jíodelo  construido  em 
1886  por  Joaquim  liajjtista,  carpinteiro  de  machado  do  arsenal  de  Lisboa,  sob  a 
direcção  e  risco  de  Joa(piini  José  Salgueiro,  chefe  dos  desenhadores  da  repartição 
de  construcçíio  naval. 

l  ui  modelo  igual  e  do  mesuio  auctor  toi  niamludo  pt-h)  governo  ao  almirante 
Paris,  director  do  museu  naval  de  Taris,  c  os  seus  planos  ligurani  no  4."  volume  dos 
seus  atlas  t^ouvenirs  dr  la  min-iiic. 

A  pesca  com  as  muletas,  hoje  (piasi  abandonada,  fazia-se  com  uma  rede  de 
sacco  e  bandas.  Os  alares  ligavam-se  aos  laises  das  antennas  cpie  deita  pela  popa  e 
pela  proa.  A  rede  fica  no  fundo  por  meio  de  pesos,  e  abertas  as  manjas  e  sacco  com 
fluctuadores.  A  muleta  arrasta  abatendo  para  sotavento.  Este  processo  6  parecido 
com  as  (uirs  de  Boii,  ou  pni-el/ias,  ditVerindo  no  emprego  de  uma  sú  endjarcação. 


MLLETA 


Ancien  bateau  de  pèclie  de  Tembouchure  du  Tage,  devenu  três  rare  aujourd'hui. 
C'e  modele  a  été  construit  en  188G  par  Joaquim  Baptista,  charpentier  de  Tarsenal 
de  Lisboune,  sous  la  directiou  et  d'après  les  piaus  du  dessinateur  de  la  direction  des 
construetions  navales  Joaquim  José  Salgueiro.  Un  modele  semblable  et  de  même 
provenance  a  été  envoyé  par  le  gouvernement  à  Tillustre  amiral  Paris,  qui  en  a  re- 
produit  les  plans  dans  de  quatriòme  volume  de  son  atlas  Souvoíirs  de  la  marine. 

La  péche  avec  les  muletas,  aujourd'hui  presque  abandonnée,  était  faite  à  la  vache, 
avec  un  íilet  trainant.  esp^'ce  de  eyssaugue  ou  de  bregiu,  dont  les  remorques  étaient 
fixes  à  des  espars,  à  Tavant  et  à  Tarrière  du  bateau.  Le  filet  reste  au  fond,  leste 
qiTil  est  par  des  poids,  et  les  ailes  soulevées  par  des  flotteurs,  ainsi  (pie  le  sac,  se 
tiennent  ouvertes.  La  muleta  traine  ainsi  le  filet  en  dérivant.  Cette  manière  de  pê- 
clier  est  semblable  à  celle,  dite  aux  hoiufs,  à  la  seule  différence  de  n'employer  qu'un 
bateau. 


MULETA 

(Barco  de  pesca  da  barra  de  Lisboa) 


(BodaiJ  eb  aniKd  alt  itseoq  9i>  oj-ieS) 


FUllHAS  VV    Z 

I89S  1895 

Pertenceram  ás  naus  Santo  António  e  S.  Bruto  e  faziam  parte  ilo  museu  de  ma- 
rinha, para  onde  foram  mandadas  do  deposito  do  arsenal  em  Valle  de  Zel)ro  pelo 
cuidado  de  Fran«;a.  olHcial  da  armada. 

Pareeeu-me  curiosa  a  iiistoria  d'esses  navios,  e  sem  aílirmar  se  as  lipuras  lhe 
pertenceram,  reproduzo  o  (pie  consta  a  seu  respeito. 

Km  1503  preparava-se  no  Tejo  uma  armada  para  passar  á  índia.  A  S.  Bento  e 
a  Siiiitii  António  faziam  parte  da  frota,  em  que  ia  de  capitão  Fernão  d'Alvares 
Cabral. 

A  Scnito  António  ardeu  no  Tejo  cpiando  estava  prompta  para  largar,  ignoran- 
do-se  a  causa  do  sinistio.  A  figura  de  proa  era  a  do  santo,  e  é  essa  a  que  salvaram 
do  fogo  conservando-a  por  memoria. 

A  de  S.  Bento  é  de  esculptura  mais  grosseira,  parecendo  mais  antiga  e  feita  de 
modo  a  ornamentar  o  painel  da  popa  do  navio.  Fazia  a  nau  parte  da  mesma  esquadra 
de  Fernão  Cabral  e  foi  á  índia,  onde  era  então  governador  desde  lõ.")!)  1).  Fernando 
de  Noronha,  marquez  de  Villa  Real  e  capitão  de  Ceuta. 

O  padre  Fr.  João  dos  Santos  diz  (Ethiopia  Oriental,  2.'i)arte,  livro  iv,  capitulo  v): 
«Em  tempo  d'este  governador  se  perdeu  ^fanuel  de  Sousa  de  Sepúlveda  e  a  nau 
>S.  Bento,  de  Fernào  d' Alvares  Cabral». 

A  S.  Bento  perdeu-se  próximo  do  rio  do  Infante,  em  1554,  e  como  prova  e  re- 
liquia  do  naufrágio  é  possivel  que  a  figura  do  painel  fosse  trazida  a  Portugal. 

Convém  notar,  para  esclarecer  a  citação  anterior,  que  o  auctor  se  refere  a  nau- 
frágios differentes.  A  primeira  leitura  poderá  parecer  um  só,  porcím  não  ha  duvida 
alguma  a  tal  respeito.  A  Historia  tra(/ico-maritima,  de  Brito,  publicada  em  177.")  no 
tomo  I,  paginas  1  e  3í),  contém  a  relação  da  perda  do  galeão  grande  <S'.  JoÕo  na  Terra 
do  Natal  cm  1552,  e  a  da  nau  »S.  Bento  no  Cabo  da  Uoa  Esperança  em  1554. 


FlGlKlvS  i)K  riiUlAÍNE 


Ces  figures  ont  appartenu  aux  vaisseaux  S.  António  et  >S'.  Bento,  et  elles  étaient 
releguées  dans  les  niagasins  de  Tarsenal  à  Valle  de  Zebro,  lorsqu'un  officier  de  ma- 
rine, França,  savisa  de  les  envoyer  au  musée.  L'histoire  de  ces  vaisseaux  m'a  sem- 
bléassez  curieuse,  et  je  la  reproduis  ici,  sans  toutefois  affirmer  rauthenticité  des  fi- 
gures susdites.  Dans  le  courant  de  Tannée  1553  on  apprêtait  dans  le  Tage  une  flotte 
à  destination  de  Tlnde,  dont  faisaient  partie  les  vaisseaux  *S'.  Beiito  et  S.  António; 
Tamiral  en  était  Fernào  Alvares  Cabral.  Le  S.  António  périt  par  le  feu  dans  le  Tage, 
lorsqu'il  était  prèt  à  prendre  la  mer;  on  ignore  quelle  a  été  la  cause  du  sinistre.  La 
figure  de  la  guibre,  représentant  le  saint,  a  été  sauvée  de  Tincendie  et  gardée  pour 
mémoire.  Celle  de  S.  Bénoit  (S.  Bento)  est  plus  grossièrement  travaillée,  et  semble 
três  ancienne,  elle  est  agencée  de  manière  à  pouvoir  être  placée  sur  le  tableau  de  la 
poupe.  Le  vaisseau  appartenait  à  la  méme  flotte  de  Fernão  ('abral,  et  il  fit  le  voyage 
de  rinde  dont  était  alors  gouverneur,  depuis  1550,  D.  Fernando  de  Noronha,  mar- 


quis  de  Villa  Real  et  capitaine  de  Ceuta.  Le  père  João  dos  Santos  dit  (Ethiopie  Orien- 
tale,  livre  iv,  chapitre  v):  «Du  temps  de  ce  gouverneur,  périt  Manuel  de  Sousa  de 
Sepúlveda,  ainsi  que  le  vaisseau  *S'.  Bento,  de  Alvares  Cabral».  Le  vaisseau  S.  Bento 
s'est  perdu  prés  du  fleuve  de  Infante,  en  1554,  et  peut-être  qu'on  a  recueilli  et 
rapporttí  à  Lisbonne  la  statue  de  la  poupe,  en  mémoire  et  comme  témoin  du  naufrage. 
H  faut  dire,  à  TefiFet  de  bien  éclaircir  le  passage  cite,  que  Fauteur  y  parle  sans  doute 
de  deux  naufrages  différents. 

Au  premier  abord,  on  pourrait  croire  qu'il  s'agit  d'un  seul;  mais  aucun  doute 
ne  reste  à  cet  égard.  Dans  VHisfoire  tragico-maritime,  de  Brito,  publiée  en  17  75,  on 
peut  lire,  dans  le  tome  I",  pages  1  et  39,  le  récit  du  naufrage  du  grand  galion  S.  João 
prés  de  Natal,  et  de  celui  du  vaisseau  S.  Bento  au  cap  de  Bonne  Esjjérance  en  1554. 


it 


I 

f 


PLEASE  DO  NOT  REMOVE 
CARDS  OR  SLIPS  FROM  THIS  POCKET 

UNIVERSITY  OF  TORONTO  LIBRARY 


VM       Escola  naval  (Lisbon, 

6       Portugal') .  Museu  de  marinha 

P62L5'+      Modelos  de  navios 

existentes  na  Escola  naval 
que  pertenceram  ao  Museu  de 
marinha 


=  UJ  CO 


lii^