(£>
-00
"CM
_'í
Oí
lOO
-(£)
-O
-<£>
Escola naval (Lisbon,
Portugal) . Museu de marinha
Modelos de navios
existentes na Escola naval
que pertenceram ao Museu
de marinha
VM
6
P62L54
I
ESCOLA NAVAL
MUSEU DE MAKIMIA
APONTAMENTOS V\U\ m\ CATALOCxO
JOÃO BRAZ DE OLIVEIRA
<'apitrio tle írai*:ívta
TRADUCCAO rilANCKZA
JOSK AUGUSTO CELESTINO SOARES
QVK PERTKSCKItAM AO
<'iniiirio foiífjit*
LISBOA
IMI'Ki;XSA NACIONAL
18!H;
?aferíí&
Digitized by the Internet Archive
in 2010 with funding from
University of Toronto
http://www.archive.org/details/modelosdenavioseOOesco
MODELOS m NAVIOS
KXIsrKNTKS NA
ESCOLA NAVAL
ilVi: rEKTKNC KKAM AO
MLSELI DE MARINHA
APONTAMENTOS PARA UM CATALOGO
POR
JOÃO BRAZ DE OLIVEIRA
Capitão de fragata
TRADUC(,Ã() FKANCEZA
JOSE AUGUSTO CELESTINO SOARES
Capitão tenente
MINISTÉRIO DA MARINHA
DIRECÇÃO GERAL
6.» REPARTIÇÃO
l(i«3
LISBUA
IMPRENSA NACIONAL
1896
Nos modelos mencionados no catalogo collocou-se uma chapa de metal
L-orrespondendo ú letra por que n'elle vão designados. A data 1S95 collocada inferiormente
designa o anno em que se fez este trabalho.
Uma naçào, cuja historia 6 essencialmente niaritima, e que nas des-
cobertas e conquistas d'alem mar tem os seus mais lionrados pergaminlios,
devia possuir uui nniseu naval, rico de documentos preciosos, recordando
iiiemoi-ias de tão celebrados feitos. Se em tempos houve bandeiras e tro-
phóus, instrumentos náuticos, mappas e roteiros, modelos de navios e seu
artilhaincnto, é certo nào haver hoje nada que atteste essa prosperidade,
niMH ao menos algumas i'eli(piias do passado, que nos dissessem terem os
nossos maiores guardado um attestado das antigas façanhas portuguezas.
Por serem então vulgares os actos de valor e heroísmo, talvez por
um defeito de educação, em que uma humildade exagerada não quizesse
guardar o que chamava vaidoso documento do que se cumpria simples-
mente por natural dever e disciplina; seja uma das causas da pobreza
([ue tanto lamentamos. Nas con(]uistas da índia, da Africa e do Brazil,
no predomínio que íicava assignalado, na opulência do commercio e da
navegação, e no que ainda resta d'essa epopéa gloriosa, lá estava de sobra
affirmado para sempre o valor da gente portugueza.
Seja como for, certo é não termos na collecção de navios que per-
tencem ao museu de marinha um só modelo anterior a fins do século xvn,
e [íortanto nada que nos recorde os áureos peiiodos da armada nacional
nos reinados de D. Manuel e D. João. Verdade seja, mais vale a ausência
completa do (jue guardar em custosa galeria documentos duvidosos, ou
alguns (|ue só tinham valor indiscutível no logar onde foram coUocados,
como venerandos e gloriosos monumentos.
Tormentosa foi sempre a vida do museu de marinha. Aggregado á
escola naval, soffreu as consequências de reformas variadas. Sem vida
pr()pi'ia. está hoje redu/ido a poucos modelos de valor, e argumentos ha (jue
]»i()variam exuberantemente ser o culto ])cla historia do passado já lioje
considerado por alguns como uma velha catuiriee, justificando assim o ol-
vido e abandono.
Na escola naval o pouco que resta do museu refere-se á epocha de
D. Maria I c á primeira metade do século xix. Outros modelos ha modernos,
e de pouco valor histórico: são os destinados ao estudo dos alumnos as-
pirantes. Xa hypothese de o <pie existe tarde ou cedo ir cair em mãos,
embora patrióticas, mas que não lhe apreciem a importância, por lhe igno-
rarem a historia e o valor; eis a principal rasão por que se escreveu este
breve apontamento.
Havia uma nota de alguns poucos exemplares da collecção. Vae agora
ami)liíida. e o resto 6 trabalho novo, cujo subsidio foi procurado com cui-
dado em informações e vários livros. Do ex.""" sr. conselheiro Augusto de
Castilho partiu a idéa de restaurar e conservar com empenho o que resta
do museu de marinha. Por seu convite contribui para a realisação de um
serviço que julgo útil e de honra para a armada. Ao meu amigo Severo
Ernesto dos Anjos, antigo conservador do museu, agradeço penhorado as
informações com que auxiliou o presente estudo.
Desejando-se dar a este catalogo a maior publicidade, e reconhe-
cendo-se, apesar de todo o patriotismo, ser a lingua portugueza pouco
conhecida dos visitantes e corporações scientificas estrangeiras que se
possam interessar pela nossa archeologia naval, e para as quaes este tra-
balho oíferece novidade, por isso se fez a versão frauceza, que vae junta,
a qual é devida ao capitão tenente, lente da escola naval, o meu amigo
o sr. José Augusto Celestino Soares.
Sobrinho do contra-almirante Celestino Soares, a quem o museu de
marinha deveu grandes serviços, realisou com todo o empenho, pelo que
lhe fico muito grato, a parte do trabalho de que obsequiosamente se en-
carregou a meu pedido.
Destinados a acompanhar estes apontamentos para um catalogo fiz
vinte e oito clichés photographicos (23 chapas Ilford 18 X 24 e 5 Ilford
9 X 12) dos principaes modelos n'elle mencionados.
Lisboa, junho de 1896.
ífoao (iMin% ae C^tmeiia.
Gapifãc òc fzacjata.
MODELOS DE NAVIOS
NUSSA SKNlíoKA IHI T.oM SUCCESSO A
ises
Constniitlii no arsenal da Ualiia i-ni 17(i4. l\-/. parte da esquadra combinada
liespanliola, napolitana, inalteza e portugueza, contra Argel do comniando do tenente
general D. António Barceló. Saín do Tejo a 11) de jnnlio de 1784. Era sen coniman-
dante o capitão de mar e gnerra José de Mello. A 20 de setembro de 1793 saiu fa-
zendo parte da esquadra que conduziu ao porto de Roses a divisão auxiliar a Hes-
panha que cooperou na campanha do Rossilhon. Entrou no dique de Lisboa em 1799,
saindo d'ali reconsti-uida com o nome D. Juão de Castro. Fez parte da esquadra que
em novembro de 1807 levou a íamilia real para o Brazil. Em 1820 ainda estava fun-
deada no Rio de Janeiro. Dimensões 182 pés de quilha, 44 pés de boca, 34 pés e 6
2)ollegadas de pontal.
Parece ter havido outra nau com o mesmo nome, a qual foi construída em prin-
cípios do século xviii. Em 30 de abril de 1738 (Gazeta de Lisboa, 8 de maio de 1738)
saiu para a índia.
Este modelo pertenceu ao nuiseu da Ajuda, e por intervenção de D. Manuel de
Portugal e Castro foi dado pela rainha D. Maria II ao museu de marinha.
NOSSA SENHORA DO BOM SUGCESSO
( "^^í^ I S S E^A^XJ)
II a été construit dans Tarsenal de Bahia en 1764, et a fait partie de Tescadre
combinée, espagnole, napolitaine, maltaise et portugaise, envoyée contre Alger sous
le comniandement du lieutenant general D. António Barceló. II partit du Tage le
liJ juin 1784. Son commandant était le capitaine de vaisseau José de Mello. Le 20
septembre il mit à la voile avec Tescadre qui a debarqué dans la rade de Roses la
division auxiliaire qui prit part avec Tarmée espagnole à la campagne du Roussillon.
Plus tard on Ta fait entrer dans la forme de radoub k Lisbonne, en 1799, et il en
est sorti, après la refonte, sous le nom de D. Juão de Castro. Cétait un des vaisseaux
de Tescadre qui porta au Brésil la famille royale en novembre 1807. II était encore
au mouiUage de Rio de Janeiro en 1820. Ses dimensions étaient: quille 182 pieds,
bau 44 pieds, creux 34 pieds G pouces.
II parait qu'un autre vaisseau de même nom a été bati vers le commencement
du xviii siècle. II partit pour Tlnde le 30 avril 1738 (Gazette de Lisbonne, 8 mai 1738).
Ce modele appartenait au musée d' Ajuda, et D. Manuel de Portugal e Castro
Tobtiut de la reine D. Maria II, qui en lit cadeau au musée de marine.
NOSSA SKNilOIlA W HOM SlK^OKSSí»
(Vista pela niiiiira (l<> estibordo)
(ol>10dÍt8t ■)■> CIIIIIK! iilO<| lttKÍ7)
fOk
NOSSA SENHORA 1)0 DOM SUCCESSO
(]Sr.A.TJ)
o88ao'jua Moíi o(i aíiokm^ a88ovi
(•cr.A."ixr)
I). MAIMA I B
1895
Sondo ministro dii niiirinli;i Maitinlio (U- .Mello c ('astro foi lançada ao mar cm
Lisltoa, a IS (Ic ([(.•/.ombro de ITS'.) (siipplomonto á (Jazeta da Jjhboa de 25 de de-
zembro de 178D), juntamente com a fragata S. Juào Priíicipc e o brigue Falena.
Fez parte da osíiuadra do manjuez de Niza que cooperou com a de Nelson no Medi-
terrâneo contra os francezes e berberescos. A G de março de 1795 regressou de In-
glaterra ouí quatorze dias fazendo parte da es(piadra do oonnnando de António
Januário do \^alle. ^'inha desarvorada e em conserva da Conde D. Ilcnrhjuc, enca-
lhando ao entrar da barra e safando no dia seguinte sem avaria de importância. Ficou
em Lisboa em 1S07, quando a corte foi para o lirazil. Em 21 de maio de 1808 os
francezes chamaram-lhe Cidade de Lisboa, e esteve sempre armada para a defeza
do Tejo contra os ingle/.es. Foi a Cadiz em soccorro da Fernando VII contra os po-
pulares, e ali foi a jnqne por causa de violento temj)oral, tendo no porão perto de
cem peças de artilheria de bronze, que a regência do reino lhe tinha mettido a bordo
em 1810, quando Massona chegou com o seu exercito ás linhas de Torres Vedras
ameaçando a capital. Era navio de muita guinda e pouco lais, de excessivo jogar
e de más qualidades náuticas. Foi commaudado n'uuia viagem a Angola por Fran-
cisco de Paula Leite, que depois foi visconde de Veiros. N'essa viagem desarvorou
e esteve em risco de perder-se. O seu commandante, que era já chefe do divisão,
passou ao exercito com o i^osto de brigadeiro.
Dimensões 177 jiés de quilha, 47 pis de b(jea. 37 pt.'s o (! pollegadas de pontal:
74 peças.
Este modelo jjertenceu ao museu da Ajuda.
D. MARIA I
( ^V..<í^ I S S E .A.TJ)
Sous le ministère de ]\Iartinbo de Mello e Castro, il fut lance à Lisbonne le 18
décembre 1789 (suppk'ment à la Gazette de Lisbonne, 25 dócembre 1789), en mêino
temps que la frégate S. João Príncipe et le brick Falcão. II a fait partie de Tescadro
du marquis de Niza, laquelle a coopt'ré avec la flotte de Nelson dans la ^Méditerra-
née, contre les français et les barbaresques. Le 6 mars 1795, appartenant à Tes-
cadre command(5c par António Januário do Valle, il revenait d'Angleterre, démâté
et en conserve du vaisseau D. Henrique lorsqu'il échoua sur un bane de la Ijarre:
il fut mis à flot le lendemain, sans avaries graves. Lorsque la famille royale partit
pour le Br(.'sil il resta à Lisbonne. Le 21 mai 1808 les français en on changé le nom
contre celui de Cidade de Lisboa, et Tont tenu toujours arme jjour la defense' du
Tage contre les anglais. On Ta expédié à Cadix eu secours de Fernando VII, me-
nacé par une emente du populaire, et il y a sombrcí pendant une forte tempête,
ayant dans la cale prés de cent canons, que la régence du royaume v avait fixit en-
tasser, ou 1810, lorsqiK' l'annéc de Massciia, arrivée aux ligues de Torres Vedras,
inena(,'ait la capitale.
Cétait 1111 iia\ ire liaut luãté, ayaiit peu d'enver<4iire, roulant et tanguaiit Ibrt,
et assez luauvais à la iner. Lors d'uii voyage qu'il lit à Angola sous le comman-
denient de Francisco de Paula Leite, depuis viconite de ^^eiros, il a été démâté et
presque en pcrdition. Son eomniaiidant, cpii était capitaine de vaisseau, devint bri-
g-adier de Tarmée de terrc.
Ses dimensioiís étaieiít: qiiille 177 pieils, Iniu 47 pieds, creux 37 pieds G pou-
ces; 74 canons.
Ce modele apparteuait au miisée d^Ajuda.
w
n. iM\R]A I
CJSTAXJ)
#
aiit tort,
KVA KV. .a
íwmvA c
I89S
Cal)reii, coiistriiidu pelos engenheiros constriictorcs Luiz Silvoí-io de Fariji c
António Maria de Faria, apjiarelhada pelo priíiicin) tiuriite L;r;i(luiul(> da aimada
Faustino José Marques, em 1840.
Pela sinjiiilar ornanientaçào do beque parece ser este niodelcj o casco da nau
S. Sebastiãu, modificado e aproj)iiado para a demonstraçruj do apparellu) da cábrea.
A cábrea era sempre um navio antigo incapaz de na\egar, e aproveitado para tal
emprego. A ultima em serviço do arsenal de Lisboa foi a nau *S'. Viconte, antiga líaluliu
de Portiiijal, a (piai foi lançada ao mar em 30 de setembro de 179L Fez parte da
esquadra do marquez de Niza, e da que foi para o Hrazil em 1807 com a fainilia
real.
A nau ;S'. Sebastião, de sessenta c quatro peças, foi presente da cidade do Kio de
Janeiro a el-rei D. José í, em 176(j. Km 20 de setembro de 1793 saiu para o porto
de Koses com a esquadra cpie transportou a divisão auxiliar a llespanlia, composta
de seis mil homens que fizeram a guerra do líossilhon contra os francezes. Em 27
de setembro de 1797 era commandada por Sanipton Mitcliel, capitão de mar e guerra
ao serviço de Portugal, e saiu de Lisboa j^ara cruzeiro.
Fez parte da es(|uadra do marquez de Niza, que coojierou com a de Nelson no
Mediterrâneo. Em 1808 os francezes chamaram-lhe Brazil e vulgarmente Le Grand
Dragon, por causa da figura de proa. Foi a Cadix, Leorne, e em 1817 ao Rio de Ja-
neiro levar o celebre hiate real Monte d'oiro, o qual foi dentro do poço, entre os bai-
leos da nau. Foi este navio que metteu um talão de quilha virando de querena sobre
barcaça, sendo o fabrico dirigido pelo hábil constructor naval António Joaquim de
Oliveira, capitão tenente.
Foi desmanchada em 1818 junto ao reducto da inspecção do arsenal de mari-
nha. Alguma madeira do arco da quilha foi aproveitada em 1857 para a construcçào
da escuna a vapor liarão de Lazarvn.
VAISSEAU SEKVANT DE MAGHINE A MATER ELOTTAXTE
Cette machine à mater a été construite par les ingénieurs de la marine Luiz
Silvério de Faria et António afaria de Faria, et gréée par le lieutenant de vaisseau
auxiliaire Faustino José Mai'ques, en 1840. Les ornements três remar([ual)les de la
guiljre, font croire que ce modele reproduit la coque du vaisseau »S'. Sebastião, mo-
diíiée et arrangée, à Tettet de servir de modele démonstratif d'une machine à mater
flottante. Ces machines étaient toujours de vieux navires hors de service, qu'on uti-
lisait ainsi. La dernière machine à mater de Farsenal de Lisbonne a été le vaisseau
S. Vicente, auparavant lurinha de Portur/al, mis à Teau le 20 scptendire 1791. 11 íit
partie de Tescadre du marquis de Niza, et phis tard, en 1807, de celle ([ui ])orta au
Brésil la fanúUe roNale.
Le vaisseau »S'. Sebastião, de soixante-quatre canons, a été donné en cadeau au
rei D. José I, par la ville de Rio de Janeiro en 17GG. Le 20 septembre 1793 il partit
pour la rade de Roses avec Fescadre qui portait la division auxiliaire, forte de
six mil liommes, qui conibatit au Roíissillon avec Tarmée espagnole contre les fran-
çais. Le 27 septembre 1797 il appareilla pour une croisière, étant commandc par le
capitaine de vaisseau au service de Portugal Sampson Mitchel. Cétait un des vais-
seaux de Tescadre du marquis de Niza, laquelle fit camjjagne daiis la Méditerranée
avec la ílotte de Nelson. En 1808 les français Tont nommé Bvésil, ou, plus souventXe
Grand Dragon, i\ cause de la figure de la poulaiue. II fit deux voyages, Tun à Cadix,
Tautre à Livourne, et en 1817 à Rio de Janeiro, en portant dans le pont coupé, entre
les passavants, la célebre goelette Monte doiro. On a changé une partie de la quille
de ce navire, en labattant sur un ponton de carène, le travail de radoub ayant
úté dirige par \u\ habile ingénieur de la marine, le capitaine de corvette António
Joaquim de Oliveira. On Ta demoli pr^s de Tancienne redoute, ou est établie la di-
rection de Tarsenal de la marine, et plus d\in tronçon de sa quille, qui était en bois
cVarco, a été mis à profit eu 1857, pour la construction de la goelette à vapeur Ba-
rão de Lazarim.
"ÍPX-.
S. SKIJASTIÃU
ias le poii
UÃlT^AílM^ .8
REAL rilíNCJPE ])A BEIRA D
1895
Foi constniida nos íiiis do .século xviii. Tinha trinta e sete peças por banda e
dois guardas-leme. Demamlava 22 pés a ré quando carregada.
A figura de proa representa um homem vestido com a farda de oflicial de ma-
rinha d'csse tenijjo.
E um bom modelo para o estudo do apparcllio e pintura usada nos antigos na-
vios de guerra portuguezes.
REAL príncipe DA BEIRA
("V.A. I S SE J^TJ)
II a été construit vers la fin du xviii siècle. Cétait un vaisseau monte de trente-
sept canons en batterie à chaque bord, et deux en retraite, et il calait 22 pieds à
Tarrière, en pleine cliarge. La figure de la guibre represente un homme portant
Tiiniforme d'ofiicier de marine du temps. Cest un bon modele pour Tétude du grée-
ment, et de la peinture des anciens navires de guerre portugais.
'[^fy>^í:r
UKAI- IMUNí^IPE DA liEIlíA
AHKÍH A(I .•rir)/;I!l'l J/v/lil
líKAl PU1M!1J'K DA BEIRA
(3Sr.A.TJ)
(Betinc f amura de hoiiiltonlo)
/.iTi;r!T A(i MTD/^urí .i/.:iii
(oli-iodiiiiMl -ili íniiiiii; t ■iii|)'t}|)
^,
liHAl. príncipe da HKIRA
(Pttiiiol lia iiopn)
(Bqoq cl) loiíiiil)
S. FRANCISCO E
1895
(isr.A.xj)
K construcçíío do fim do século xviii, e pelo seu aspecto contemporânea da nau
D. Maria 1. Pertenceu (x, marinha de Goa. Era navio <le grande tonelagem e fez
varias derrotas á índia como nau de viagem, transportando carregamentos valiosos.
I*or aíjuelles tempos todos os navios andavam corridos de artillieria c as grandes
charruas mercantes portuguezas eram notáveis pelo seu asi)ecto militar.
Este modelo, ainda que duvidoso e muito avariado, foi comprado em 18'S.S pelo
contra-almirante António do Nascimento Pereira de Sampaio para o museu de ma-
rinha. Foi depois restaurado, com o possivel rigor, sob a direcção do segundo tenente
graduado Luiz Baptista Gonçalves, mestre de apparelho e manobra da escola naval.
Na marinha de Goa, de 177G a 1800, figurou uma fragata *S'. Francisco Xavier,
de (luarenta e duas peças. O vice-rei, conde da Ega, mandou em 1758 construir em
Damào vários navios, achando que as fragatas de quarenta, trinta e vinte e quatro
erauí as mais próprias para o serviço daquella costa, por se poderem chegar á terra.
A falta de melhores indicações parece-me provável poder cousiderar-se este modelo
como sendo o de um dos navios d'esse temjjo.
Em 1G02 houve uma nau S. Francisco, a qual encalhou nas pedras da barra
de Coulão, e depois de reparada regressou ao reino em 1604. Existe na sociedade
de geographia de Lisboa uma lapide, que esteve na bibliotheca publica e depois na
da escola naval, a qual connncmora este facto. Servia de pedestal a uma cruz feita
do mastro da nau e votada a S. Francisco jjelos tripulantes.
S. FRANCISCO
( ^VA. I S S E ^^XJ)
Ce vaisseau a été construit vers la íin du xviii siècle, et sa forme générale fait
croire qu'il a été contemporain du D. Maria I. II appartenait à la marine de Goa.
Cétait un bâtiment de fort tonnage, qui íit plusieurs fois le voyage de Tlnde, arme
en flíite, avec des chargements d'une grande valeur. En ce temps-là tous les navires
portaient une batterie de canons, et les gros bàtiments de commerce portugais étaient
surtout remaripiables par son apparence tout à fait militaire. Ce modele, dont Tau-
thenticité est assez douteuse, a été acheté pour le musée de marine par le contre-
amiral António do Nascimento Pereira de Sampaio. Plus tard il a été réparé aussi
rigoureusement que possible sous la direction de Fenseigne auxiliaire Luiz Bajjtista
Gonçalves, professeur de gréement et de manoeuvre k Técole navale. La marine de
Goa possédait, vers les années de 1776 à 1800, une frégate de nom S. Francisco
Xavier, qui portait quarante-deux canons. Le vice-roi comte da Ega ordonna Ia con-
struction, ;i Damão, de plusieurs navires, estimant que les frégates de quarante, trénte
et vingt-quatre étaient les plus convenables pour le service de la cote, j^arce qu'elles
pouvaient ranger la terre. A défaut (rindications plus precises, il me semble que ce
modele peut être regardé comine étaiit celui d'un des navires de ce temps-l;\. Un
autrc vaisseau >s'. Francisco a existe en 1602; il a éclioué sur les recifs de la barre
de Quilon, et ayant été repare, il est revenu au royaume dans le courant de l'année
1604. La société de géographie de Lisbonne possède une pierre, qui a été dans la
bibliothèque publique, et puis à Técole navale, qui rapelle ce feit. Elle servait de
piédestal à une croix, faite de l'un des mats du vaisseau, laquelle a été vouée pai
Téquipage à S. François.
S. FRANCISCO
(Vista pela amura de estibordo)
'j Ce iãií
. LunuTl.
té flans Ifí
S. FRANGI SdO
(IST-A-XJ)
(Tiâta ]>ela alliota de estibordo)
("a".A.-pí)
(oliiodi.)»!-) 'til r.t'iillii liloq e.Wil)
NOSSA SENIIOKA DA CoNCKIÇAO E SANTO ANTÓNIO F
1895
Vulf^iirmente chamada Conceição Ásia Feliz.
Foi construída cm Lis1)oa no tempo do marquez de Pombal. Fez varias viagens
da carreira da índia, sendo finalmente aprisionada em IMO? pelo corsário francez
Surcoiif, perto da costa do Natal, e conduzida ;í ilha de França, aonde desarmou.
Outras naus houve com o nome de Conceição, sendo notável a que em 1794 foi
chrismada em Príncipe Real, e que conduziu a seu bordo, em novembro de 1<S()7, o
príncipe real ao Brazil.
Ha duvidas se este modelo é uma copia rigorosa.
Consta ter sido o casco comprado a um pai-ticular, e por ser de um navio pare-
cido com a Conceição Ásia Feliz foi depois apparelhado rigorosamente no museu,
ficando com aspecto geral muito similliante.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E SANTO ANTÓNIO
( A7-.A. I S S E .A.XT)
On Tappellait plus souvent Conceição Ásia Feliz. 11 a été constrnit à Lisbonne
du temps du marquis de Pombal, et íit plusieurs fois le voyage de Finde, jusqn'ii
ce qu'il a été prls, en 1807, prés de la cote de Natal, par le corsaire français Sur-
couf, qui l'a mené dans Tile de France, oíi il a été desarme. Cautres navires ont
existe, portant ce même nom de Conceição, dont le i^lus célòbre, qui Ta changé cn
1794 contre celui de Fiincijjc Real, alia au Brésil en novembre 1807. en portant ;i
son bord le prince royal. II est douteux que ce modele soit une copie exacte; 11 parait
que la coque a été achetée à un particulier, et comme Ton a reconnu qu"elle res-
semblait asscz à celle du Conceição Ásia Feliz, on la gréa jdus tard au nuiséc, en
toute rigueur, et ]'as[)e(t general en est reste três ressemblant.
NOSSA SKNllOliA DA CONCEIÇÃO K SANTO ANTÓNIO
(3srA.xj)
PRÍNCIPE DA r.KIKA G
lees
Coiistniidii i-m priíicipiDS do srciilo wiii.
Saiu de Lisboa, a 21 de inar(;o de 17^0, coiuinaiidada por Matlicus Pereira. Ia
carreg-ada para a índia Oriental, com escala pela Bahia, por conta da conipanhia
de Pernanibuco. Celestino chania-lhe fragata e diz que foi de nau de viagem á China,
sendo o seu commandante muito temido dos piratas, que lhe chamavam o Tigre.
E este um dos modelos de navio mais antigo que possuía o museu de marinha.
I''igura n'uma relação com o nome de galeão Príncipe da Beira, classiíicaçào que
nào é rigorosamente exacta, cabendo muito em especial aos grandes navios de guerra
portuguezes c hespanhoes dos íins do século xvi, que navegavam para as conquistas
d'aleni mar.
PRINGIPE DA Wmk
( "^..^ I S S E .^^XJ )
11 a été eonstruit vers le commencement du xviii siècle. Sous le commande-
ment de Matheus Pereira, il partit de Lisbonne, le 21 mai 1780, pour les Indes orien-
tales, i'elãcliant à Bahia, avec im plein chargement, à compte de la compagnie de
Pernambuco. Celestino 1'appelle frégate, en disant qu'elle alia en Chine, armée en
flúte, et que son commandant était la terreur des pirates, qui l'ont surnommé le
Tiijre. Ce modele est un des plus anciens du musée de marine. II figure dans une
relation comme étant le galion Príncipe da Beira; mais cette classiíàcation manque
d'exactitude, parce qu'elle s'appliquait plus S2)écialcment aux grands navires de
guerre portugais et espagnols de la íin du xvi siècle, qui naviguaient vers les colonies
d'outre-mer.
PPJNCIPK DA r.KIKA
(3Sr-A.X7)
AíiK-ía k(] ;j<ir)/iiín
(XT-A.T<r)
PIUNOIPE DA 1;EIRA
(rniiirl da |)o|>n)
AíIK-iíI AG 'nD^im
(ni|<i<| itil loiíic'!)
NAU H
Modelo tk' uma nau do principio do século xix.
Tem duas alcaixas brancas. Este navio pertencia a uma planta em relevo do
arsenal da Bahia, admiravelmente trabalhada, e feita em 1800 pelo capitiio enge-
nheiro reformado José de Anchieta de Mesquita, e oHVrecida ao principe D. João.
Foi salvo de total ruina este modelo de nau, que figurava no estaleiro, pelos
cuidados do capitão de mar e guerra António Fernandes da ('unha, em fins de l!^'J4,
(|iian<lo serviu de director da escola.
Apesar de nào ser imi dos modelos mais perfeitos, merece ser consorvailo pela
sua proveniência. Tem entre os ornatos da grinalda nm medalhào com n retrato <lo
principe regente.
VAISSEAU
Modele d'un vaisseau du commencement du xix siècle. 11 a deux ligues de bat-
terie peintes en blanc, et faisait partie d'un plan en relief de Tarsenal de Hahia, ex-
cellent travail execute en 1800 par le capitaine de génie en retraite José de Anchieta
de Mesquita, qui en fit cadeau au prince D. João.
C!e modele de vaisseau qu'y figurait sur chantier, a été sauvé (Tune entière
destruction en 1894, par les soins du capitaine de vaisseau António Fernandes
da Clunha, alors directeur de Técole. Quoique n'étant pas un des plus beaux, ce
modele doit être conserve, en égard à sa provenance. Parmi les ornements de Tar-
rière, on voit, dans un niédaillon, le portrait du prince régent.
r
NAU
(Coiistrucção portiigiieza fio arsenal da Bahia— 1800)
(0081--BiilaaiiblRn9aiB
ob Bseii^iiHoq ofijauílcnoO)
%1
h
ii :^^B
lú
- f
^^^^^^^H
' ' ■!
•m^.
r^n^^^H
y
■ ^^^^^^H
'fl'
1
'1 '^^W
,
mi
1
1
pmÊÊ
!>■■.
W^mÊ'''
hwf '*'& mI^^^^^h '
1
mf^^
w^^^^
NAU
(Coustrueçao portii^uoza do arsenal da Babla, 1800 — Painel da popa)
UAíí
(aqoq ab Inalai — 008Í ,itiflfia ab Ifia9giB ob Bssu^iihoq oSj^oniíeuo^)
NAU
Modelo de uma nau dos fins do século xviii j)roinpta a ser lançada ao mar. L o
typo .i;'eral das naus d^ujiiella epoclia, notável pela minueiosidade dos detalhes e pcr-
ieito acal)aiiicnto de toda a obra.
V.\ISSK.\i
ModMe (riiii vaissraii dv la liii du wiii sircle. prêt à étre laneé à la me r. 11 re-
produit lo type general des vaisseaiix de r('poque; le travail d'ensendjle en est três
lini, ainsi (pie tons les petiís détails.
NAU
(f onstnifçao portiigneza (lo «m do scculo XVllI)
\JÂ'A
(IH7Z oUi-iSg ol» mH of) «seií^iiHoq oS^oiníRiío'))
iNAU
(Constriicyao portugucza do (liii do spciílo XVIIl- raiiiel da popa»
TTAÍÍ
(Bqoq fil) l9iiie4 — IIIYX ulii-)'»! ob mil ob fiX9ii;gu;)ioq oitiainUnoD)
/
NAU
(Coustrucçao portuçueza do liiii do século XVIII- Alforje de honibordo)
(obiodinod sb siiotiA -III/X oiimse ob inil ob «s^usulioq o£?3ui}8iio^)
FKAllATA 1)K VKLA
Vj L'niistnif(;il[o (los liiis do século xviii, j)riiicii)i<) <lo \i\.
K aiiidii dos ;iiitiyo8 navios de j)o(;o c iiotavfl pela iiiainira rifforosa como está
ip^arclliado.
FRKGATK A \nlLKS
Mlle apparticiit à la liu du w lu sièt-le, ou aii (■oiimu-ncfim-iit dii xi.\. ( "cst iiii
aiicirii iKivirr à piMit cuiiin.', et três ix'iiiai-(pi;d)K' par rexactitude de sou gréenieiit.
FRAGATA DE VÍ:LA
AvISY m ATAí)Afl'i
FlIAllATA lii» sja;ini Wllí K
Kstc iiiiiilt,'li) scTviíi a v\-yv\ D. ,J(isi' I para <> cstiiiln ila cuiistrucrào niual, e
divisões internas do navio.
K nni niaiinilii'i> exemplar pela niinneiosidade dos detalhes, e alem d'isso notável
por deinnustrar (pie j;! n'essa i'poelia i'ra vidgar na eoiisti'ue(;ào iia\al porln;^iu-za o
empre^'o das halisas reviradas.
Kste modelo perteneen ao nmseu da Ajnda.
FKÉGATK Dl WIll SIKCLE
Ce nioilèle a servi au rol I). José I, ponr Tétnde de la construetion navale, et
des divisions intérieures (Tnn navire. ( "ost un três bon exemplaire, três íini dans
les détails, et remarqnable snrtont parce qu'on y voit que les couples dévoyés
étaient déjà en usage, h cette époque, dans les constrnctions navales portugaises.
Ce modele appartenait an nnisée d'A)nda.
^
FRAGATA DO SÉCULO XVIII
(Modelo ollerecido a El-Rel D. José I)
}■
iiiYZ ojuoaa oa nkdkm.
(I àsol .a isH-ia B ubiasiafto oldboK)
FRAGATA 1)K \KLA I.
1895
Modelo dl' uma tVaf^íita de vela destinada á deiiioiistraçào do apparellio e velame
do navio. K do typo das fragatas de madeira do ineailo do século xix. Nào representa
qualíjuer das fragatas portu<^iiezas d'esse teujpo. Serviu por uuntos annos para ensinn
da cadeira de manolira e theoria do navio. K bem coidiecido de todos os alumno.s da
escola naval, e em particular dos diseipulos do lente J. .T. de Mattos Correia, cpie
por largo período regeu aquella aula.
Foi restaurado em ISlit) ou 1870, soiVrendo algumas modiiicaròes no pavimento
da tolda, e tirada a artilheria (pie lhe guarnecia as baterias da tolda e do convez, por
não estarem completas.
Algumas d'essas peças conservam-se na galeria de modelos de artilheria. na
escola. O apparelho e velame está com todo o preceito da obra })rimitiva.
FKEGATE A VniLES
Modele d'une frégate à voiles, servant à la dómonstration du gréement et de la
voilure d'un navire,
II reproduit la forme géndrale des frégates en bois, du milieu du xix siècle, et
ne represente en jjarticulier aucune des frégates portugaises de cette époque.
II a servi pendant plusieurs ann^es íi Tenseignement, dans la classe de nia-
noeuvre et de théorie du navire, étant à cause de cela bien connu des élèves de
Técole navale, et en particidicr de ceux qui ont été à même d'entendre les leçons
du professeur J. J. de Mattos Correia, qui a enseigué cette matiòre assez longtemjjs.
II a été restaure en INGU ou 1870; le plancher du pont a été quelque peu changé,
et tous les canons des batteries du pont et de Tentrepont ont été enleves, parce
qu'ils n'étaient pas au complet. On peut voir encore quelques-unes de ces i)ièces
dans la galerie des modeles de Técole. Le gréement et la voilure conservent toute
l'exactitude du modele priniitif.
^»»*i tW."
FRAGATA DK VELA
(Modelo para o estudo do npparcliio do iiario)
ÂJaY m ATAOAÍII
(oíyuii ob oflJoi&qq8 ob obaiso o £iBq olaboK)
FRAGATA M
1895
Modelo tU' iiiiiii tVajíiitii virada de (iiierena sobre a barca<,"a u reiiarando o tuiido.
lMn<|iianto os navios lorani de pequena tonelagem enealliavani na praia para
limpar ou fabricar o fundo. O au<4inento de lota(;ào tornou esta faina diflicilima e
por vezes impossível .
Introduziu-st- cntàn na armada i> uso da ijucrena d italiana, inclinando o navio
sol)re oiitro.
Foi assim cpie a nau .S'. Scbcis/iàu substituiu no mar um talào de cpiillia. Hoje
ainda se emprega esta manobra onde nào ha diques (pie permittani i)ôr o navio em
secco. No Douro é vulj:ar ver dv (pierena, sobre a marfíem de Massarellos, as j^randes
galeras e barcas da caireira do Brazil.
Ouvi chamar a este modelo fragata Minerva, mas niío conheço documento
comprovativo, nem o aspecto geral do casco e apparellio auctorisa a conslderal-o tão
antigo. Talvez alguma restauração moderna o tivesse alterado, o que ignoro. A íigura
de proa é um Inisto da deusa, que faz lembrar pelo estylo a escola da Ajuda e os
tempos da rainha.
Representa uma fragata dos meados deste século, e portanto mais moderna.
Perdeu-se uma chapa de metal que tinha pregada no costado, e que dizia por quem
o modelo fora construído. Por comparação com outros do museu julgo-o apparelhado
por Faustino José Mar([ues para estudo dos guardas marinhas.
Fm 1871 ou 1872 foi restaurado o apparclho pelo segundo tenente graduado
Francisco António tios Santos.
A fragata portugueza Minerva era de (piarenta e ([uatro peças.
Em 1789 saiu de Lisboa para cruzeiro, e para igual serviço em 21 de março
lie 1792, commandada pelo chefe de esquadra Janiuirio do Valle. A 24 de março de
1798 saiu commandada pelo chefe de di\nsão Thomás Stone No inverno de 1779 fazia
parte da esc^uadra do Estreito juntamente com as fragatas Fénix e Carlota. Fez
muitas conniiissÕcs de serviço, e n'um dos seus cruzeiros api'esou o navio francez
Kpervier. Em l.S()7 fez parte da frota que acompanhou ao Hrazil a familia real, e
tendo ido como nau de viagem comboiar uns navios da praça do Rio de Janeiro a
Galcutta, foi capturada nas braças de Bengala em 1S(J9 pela fragata fraiu-eza Btl-
bmc, do conmiaudo de Duperré, e pela corveta ingleza Victor, ([ue poucos dias antes
fora apresada pela fragata. P^oi conduzida á ilha de França, e armada pelos francezes
andou ás presas dos na\ ios da com[)anhia da índia. Condemnada por incapaz de na-
vesíar parece que foi a pique condjatendo fundeada, servindo de bateria flluctuante,
contra uma esquadrilha ingleza \\\\m dos portos da Mauricia.
FREGATE
Modele d'une frégate abattue eu earèue sur poutou, en radoub des teuvres vives.
Taut {[ue les navires ont été de faible tonnage, on les échoualt sur la greve,
alin d"en nettover ou radoul)er le fond. L'accroissement du tonnage rendit ce procédd
trc'S (liílicik', ut soiuciit iiiipraticablu. Ou coiiiuieii(;a alors à lairc iisagc du prucédé
ilalicn, eu abattaut le navire sur nu aiitre.
De Ia sorte on a cliangv en mor une pièce de la (juille du vaisscau S. Sebas-
tião. l)ans les ports nu les cales de radmib uiau(pieut, ou eniploie encore cc moyen,
faute de ponvoir niettre les navires à sec. Dans Ic Douro c'cst asso; comnuin
d'abattrc cu carène, sur la rive prés de Massarellos, les grauds trois mats', qui font
voyage poiu* le Brésil. J'ai entendu noinuier ce luxvire: frégate Minerva, mais je n'ai
trouvé nulle part de docuuunit confirmatif, ni 1'aspect general de la coque et du
gréement font croire, nou pliis, a tant d'auciennet(á. Quelque racoiumodement de
fraiclie date l'aura peut-être rendu uu/conuaissable, ce que pourtaut j'ignore. La
statue de Favant est nu buste de la déesse, rappelant par sou style Técole de TAjuda
et 1'époque de la reine. 11 re})résente une frégate du milieu de ce siècle, et donc plus
moderue. On a perdu une plaque de metal portant le nom du coustructeur, laquelle
était autrefois clouée sur le bordage. Eu comparant ce modele aux autres du musée,
je crois qu'il a été gréé par Faustino José Marques, pour servir à renseignement
des gardes marines.
En 1871 ou 1872, il a été réparé et gréé à uoiiveau par Teuseigue auxiliaire
Francisco António dos Santos.
La frégate portugaise Minerva était de quarante-quatre canons. Elle partit de
Lisbonne en 1789 pour une croisièrc, et encore pour le méme service en 1702, com-
niandée par le clief d'escadre António Januário doValle. Le 24 mars 1798, elle mit
à la voile sous le commandement de Thomas Stone. Dans Tliiver de 1779, nous la
retrouvons faisant partie de Tescadre du Detroit, avec les frégates Fénix et Carloia.
Elle fit plusieurs campagnes, et pendaut une croisière elle prit le navire français
Epei^vier.
En 1807 elle était de la flotte, qui accompagna au Brésil la famille royale, et
deux ans plus tard, en 1809, de retour d'un.voyage à Calcutta, oíi elle était allée,
armée en fllúte, en escortant quelques navires de commerce de Rio de Janeiro, elle
fut prise dans les braces du Bengale, par la frégate française Bellone, du cajiitaine
Duperré, et par la corvette anglaise Victor, que quelques jours auparavant avait été
amarinée par la frégate susdite. Conduite à l'ile de France, et armée par les fran-
çais, elle fit campagne en courant sus aux navires de la comjjagnie des Indes. Con-
damnée par innavigabilité, il parait qu'on Ta transformée en batterie flottante, et
qu'elle a coulé au mouillage, en combattant coutre une flotille anglaise, dans un des
ports de Maurice.
FRAGATA 1)K \}1A N
.Modelo (lo uma friíyiita dn scj^uiido ([uartel do século xix. Representa o lado de
hoiiihordo do navio cortado pelo plano de mediania e pref^-ado sobre um rpiadro onde
l)intaram uni porto.
Dizem ser a frayata 1). Maria II, mas nada adirnia esta denomina(;ão. A íif^ura
de proa parece ser um busto de nmlher. Talvez o aspecto geral do casco fosse a
causa de ser assim desio-nada. A ser verdade teria maior valor para a historia da
marinha portuj>ueza.
A fragata D. Maria II foi comprada em Inglaterra em 1>S32. (Concorreu pode-
rosamente para o triunjpho da causa liberal. A 5 de julho de 1833, no combate naval
do cabo de S. Vicente, bateu-se com a fragata realista Princeza Real, obrigandoa a
arriar bandeira. Km lS4(i, durante o bloqueio da costa do norte, bateu-se com a cs-
(piadrillia da junta do Porto. Fez viagens da índia e da China, perdendo-se por ex-
plosão do paiol da pólvora na rada de Macau, a 21) de outubro de 1S,")U, commandada
pelo capitão tenente Francisco de Assis e Silva.
FREGATE A VOILES
Modele d'une frégate à voiles, appartenant à la íin de la preniifere moitié de ce
siècle. II montre le côté de babord du navire, coupé suivant un plan longitudinal;
il est cloué sur un tableau, dont la peinture represente un port. On dit que cest la
frégate D. Maria, mais rien ne le confirme.
La figure de la poulaine semble étre un buste de lenime. Peut-être la forme
g<^'nérale de la coque a-t-elle contribué, à ce qu'on la nommát ainsi. Si c'était vrai, elle
aurait une plus grande valeur j)our rhistoire de la marine portugaise. La frdgate
D. Maria a été achetée en iVngletcrre en 1832. Elle a concouru puissamment au
triomphe de la cause libérale. Le ") juin 1833, à la bataille navalc du cap S. Vincent,
elle combatit contre la frégate royaliste Princeza Real et Ta forcée d'amener. En
1846, pendant le blocus de la cote du nord, elle s'est encore battue avec la flotille
de la Junta do Porto. Après avoir fait quelques campagnes dans Tlnde et en Cliine,
cUe a été détruite par une explosion des soutes à poudre, en rade de Macao le 29
octobre ]8")U; son commandant était le capitaine de corvette Francisco d'Assis c
Silva.
KLISA O
I89S
Foi construiila em Lisboa cm 18'2;i, u rccel)cu o iioinc de ('ojijri xsa, ii;;'iiraiido
0111 al;^uiis documentos como fragata d'esse nome.
Kra ainda vulgar chamar fragata ao navio de três gáveas, embora não tivesse
bateria no convez, mas somente na tolda. l*assou ;\ diamar-se Ci/bellc pela restauração
do poder absoluto, e iiiinliih iite h'/ls(i (Kpois de capturada no combate naval do
cabo de S.Vicente, a "> de julho de \X'.)'ò, jicla esípiadra da rainha. Desarmou para
fabricara 12 de dezembro de 1<S3"). Km !!• de janeiro de 1838, achando-se no porto
do Funchal, teve de largar com um temporal de 080, ao ([ual resistiu, estando quasi
sossobrada por lhe ter corrido á banda uma porção de mantimentos que transportava
na coberta. FiStava de capa rigorosa e chegoii a adormecer, salvando-se milagrosa-
mente por lhe ter alargado o vento.
Kra seu commandante João Teixeira Barbosa Leite. Desarmou a 31 de março
de 1838. Kra um lindo navio do seu tempo, e excellente vaso de guerra, segundo a
opinião dos contemporâneos.
EJiSA
(COI^ATETTE)
Elle a été construite ;i Lisboinie, et a reçu primitivement le nom de Congresso;
on la voit d'ailleurs figm-er comme frégate de même nom dans quelques documents.
11 ótait encore três commun de donner le nom de frégate, à toiít navire portant trois
phares carrés, quoique ayant seulement des canons sur le pont, et pas de batterie
couverte. Plus tard, du temps du gouvernement absoln, on en a changé le nom contre
celui de Ci/hele, et, dernièrement, elle a pris celui de Elisa, après le combat naval
du cap S.Vincent, oíi elle a été prise par Tescadre de la reine. Le 12 décembre 1835
elle desarma pour radouber. Etant en rade de Funchal, le 19 janvier 1838, elle fut
forcée d'appareiller, par un três gros temps de OSO; elle en a échapé miraculeuse-
ment, car elle était à la cajíe lorsqu'une assez grande quantité de vivres, qu'ellc
portait dans Tentrepont, tomba d'un còté, et la tint endormie et presí^ue chavirée,
jusqu'à ce que le vent, en adonnant tout à coup, la redressa. Son commandant était
João Teixeira Barbosa ÍAnte. Klle desarma le 31 mars 1838. Cétait un três beau
navire, et, au dire de ceux qui lont connu, un excellent bâtiment de guerre.
LEALDADK
Foi ciiiistriiidíi i-iii Lislina por António .Joiíijiiini <k' Olivcini, r prim-ipioii a na-
vfgar no verão de 182U. l"oi mandada ao Kio de Janeiro em 1826 levar a nova da
morte de D. João VI, tra/.ciido no seu regresso as segundas vias da carta constitu-
cional, que depois foi repudiada pelo governo miguelista. Saiu oito dias depois da fra-
gata ingleza Minerva, para (jue o ministro d'aquella naçào fosse o portador que as en-
tregasse á infante regente. Chegou, porém, oito dias j^nuieiro, mas em tal estado que
foi encalhada junto ao redueto do arsenal para desmanchar.
Kra navio em (pie todas as qualidades náuticas correspondiam á elegância e
belleza do risco.
LEALDADE
(OOIi^v^ETTE)
Elle a éié construite à Lisbonne, par António Joaquim de Oliveira, et prit la
mer dans le courant de l'été de 1820. Klle fut expédic à Rio de Janeiro, en portant
la nouvelle de la mort de D. João VI, et au retour, elle en apporta un double du
texte de la cliarte constitutionnelle, abrogée plus tard sons le gouvernement de
D. Miguel. On ne la laissa partir que Imit jours après la frégate anglaise Minerva,
afin que Tambassadeur de cette nation remit lui-même íi la regente le diplome
susdit. Elle arriva néanmoins huit jours plus tôt, mais dans un si piteux état, qu'on
a du réchouer tout de suite, prés de Tarsenal, oíi elle a été dépecée. Cétait un na-
vire dont toutes les qualités nantiques repondaient à la beauté de la forme.
CnSTELLA
Q
Hiatc mercante do principio do século xix.
Navio de três mastros latinos e de seis peças. Armou em corsário e íez algumas
presas aos francezes.
O contra-almirante Celestino Soares, quando deixou de ser director da escola
naval, njio foi exonerado do cargo de director do museu de marinha. Arclieologo
naval conceituado era alem d'isso apaixonado pelo cargo (pie exercia.
O hiate Costella era de três mastros latinos, porém no nniseu só havia o casco.
Um dia, alii por fins de I86õ, Celestino, visitando o museu, notou que fôra o navio
mastreado e apparelhado de modo difterente. Indagou do demonstrador de construc-
ção quem lhe dera a ordem, e, vibrando a bengalla que trazia, quebrou os mastros
indignado, dizendo só assim poder remediar tamanho anachronismo.
Este facto é histórico; por nmitas vezes o ouvi contar minuciosamente ao con-
servador do museu, e o modelo, ainda no arrancado das mesas de enxárcia e outras
leves avarias, conserva memorias da rascada.
COSTELLA
(a-OELETTE)
Elle portait trois mats et six canons. Ce n'était pourtant qu'un navire de com-
merce du comraencement du xix siècle, et qui, arme en course, a fait quelques prises
aux français.
Le contre-amiral Celestino Soares, qui a toujours gardé la direction du miisée,
quoique ayant quitté celle de Fécole navale, était un savant archéologue en fait de
marine, et, au surplus, il aimait jjassionnément sa charge officielle.
La goêlette Costella portait trois mats à voilure latine; mais, au musée, il n'en
existait que la coque.
Un jour, vers la tin de Tannée 18(j5, Celestino remarqua, en pareourant le
musée, que le navire avait été mate et gréé d'un manière diíférente. II manda lofficier
chargé de renseignement pratique du gréement, et, sachant de lui, qui avait donné
Tordre, il fut pris d'un mouvement d'indignation, et cassa les mats à coups de canne,
en disant que c'était le seul moyen de remédier à un si grand anachronisme. Ce fait
est historique; le conservateur du musée me' Ta raconté assez souvent dans tous ses
détails, et le modele garde encore dans ses porte-haubans arrachés, et dans (pu-lques
autres moindres dégâts. les traces trop visibles de In tourmente.
COSTELLA
ajj:ttroo
lANClIA BOMIUKDKIKA K
Este pequeno modelo é um (Inciimi iito de valor. Kmbiirciu;i"lo similhaiite ú.s
destinadas ao hondjardeamento da cidade e fortifica(;ão de Argel, em julho de 17H4,
pela esíjuadra alliada portugneza, liespanliola, napolitana e malteza composta de
cento e vinte e sete navios sob o commando do tenente {reneral D. António Harceló.
Era commandante da es(piadra portugueza, composta de duas naus e duas fra-
gatas, o coronel de mar Uernardo Ramires Esquivei.
Por decreto de 28 de setembro de 1784 foram p)-<.movidi)S por distinccào os
oíficiaes que foram .1 expedi(,-ão de Argel.
Este iiio(Ul(i ]nrteiici'U ao nniseu da Ajuda.
GALIOTE A BOMBES
Ce petit niodtíle a beaucoup de valeur. Cest un bateau semblable à ceux qui
ont été destines au bombardement des forts d'Alger en juillet 1784, lesquels out fait
partie de la flotte combinée portugaise, espagnole, napolitaine et maltaise, forte de
cent vingt-sept navires, sous le commandement du lieutenant general D. António
Barceló. Le commandant de l'escadre portugaise, qui (5tait composée de deux vais-
seaux et deux frégates, était le colonel de marine Bernardo Ramires Esquivei. Par
ordonnance royale du 28 septembre 1784, les otHciers qui prirent part à Texpédition
d'Alger ont été promus pour faits de guerre.
Ce modele appartenait au museé d'Ajuda.
LANCHA r,OMr.ARl^KTIiA
k'Ai'A(mki\wm AUdAu
CIIWKCii AHdKLIM)
Corsário argelino, vulgarmente clianiado esrapadia dr moiirus. O chaveco é um
typo de navio propriamente mourisco, apesar de taml)ein ter sido usado pelas ma-
rinhas ehristàs do Mediterrâneo. Foram notáveis estes navios, tri])ulados pelos piratas
berberescos, pelas suas rapinas no Mediterrâneo e eosta da Peninsula, sendo neces-
sário eqnijjar esquadras e manter cruzeiros aturados para lhes prohibir a saída do
Estreito para o Oceano. Com a tonuida de Argel pelos francezes findaram as suas
aventuras.
Este modelo jnlga-se ser copia de um chaveco argelino que esteve arribado por
força maior no porto de Lisboa em tenq)0 de D. Maria 1. Eram estes navios consi-
derados como (tos nulliores ãv bolina, o ijue convinha á táctica dos corsários para
fug-ir ganhando barlavento ás naus e fragatas redondas de que em geral se conijiu-
nham as ;irmadas do Estreito e guarda costa.
CHEBEGK ALGERIEN
Corsaire algérien conim plus souvent sons le nom de escapadia de maures.
Le chohcck est une sorte de bateau essencicllement mauresque, qni a été nc'anmoins
en usage dans les marines chrétiennes de la Méditerranée. Ces navires se sont rendiis
célebres, lorsque montês par des pirates barbaresques, ils ravageaient les cotes de
la Méditerranée et de la Peninsule, à tel point qu'il a faliu armer des escadres, et
tenir sans relâche des croisières, ponr les empèchcr de passar le Detroit et de venir
dans Tocéan. La prise d'Alger par les français mit fin à leurs courses. On croit que
ce modele est la copie d'un chcbeck algérien, qni a été force de relâcher à J.,isbonne
au temps de la reine D. Maria I. Ces navires étaient regardes comme étant les meil-
leurs ponr serrer le vent, ce qni c onvenait três bien à la tactique des corsaires, qni,
prenant chasse en tenant au plus prés, gagnaient au vent aux navires carrés, tels
que les vaisseaux et les frégates dont étaient conqjosées rescadre gardc côtc et
celle du Detroit.
(IIAVKK) ai{(íi;llno
(mimmt. ii'ir/Aii
MINDKÍJ/^ T
1885
(■V.A.P>OI^)
Vapor dl' rodas da ton;a áv 22U casallos. Fui coiistriiido cin Inglaterra jior
Green Blyths, assistindo ao fabrico Francisco de liorja Pereira de Sá. Foi posto a
nado a 7 de agosto de 1845, e chegou a Lisboa a 17 de janeiro de 184(>. Compri-
mento 192 pés, boca .'52 pés, ()04 toneladas. Armava com (piatro peidas de 152 e
dois rodi/.ios de (iS. Apparelliava cou» dois mastros de escuna. Em maio de 18r)4
conduziu a Inglaterra D. IVdroV, regressando Kl-liei ao reino a seu bordo em se-
tembro do n)esmo anno. Kra seu commandante Paulo Centurini, e chefe da esqua-
drilha o chefe de esquadra barào de Lazarim. Em U de maio de 18.08 (íonduziu de
Ostende para Dover a rainha D. Fstephania, acompanhado pela corveta BartJiolumca
Dias e dois hiates da rainha de Inglaterra. Fez varias commissÕes aos Açores, Ma-
deira, Cabo Verde, portos da Europa, Tunis, Marrocos, Guiné, Angohi, etc. A 8 de
junho de 1862 foi a Inglaterra para reparar a machina e ser acrescentado 2.õ pés
em comprimento, o que se fez, regressando a 14 de maio de 186^5, e apparelhado com
três mastros lugre-barca. Fez jiarte da divisão de reserva composta (his corvetas
Goa, Estepliania e Sá da Bandeira, connnandada pelo almirante graduado Joào da
Costa Carvalho, visconde de Ribamar, o qual saiu do Tejo a 12 de agosto de 1803
para exercício na costa. A 23 de dezembro de 1872 passou mostra de desarmamento.
Foi vendido para desmanchar.
MINUELLO
Vapeur à roues de la force de 220 chevaux. II a été construit en Angleterre
dans les chantiers de Green Blyths, sous la sui-veillance de Francisco de Borja Pe-
reira de Sá. Mis à Teau le 7 aoút 184."), il arriva à Lisbonne le 17 janvier 184G.
Long., 192 pieds; bau, 32 pieds; tonnage, Gl)4 ton. II portait quatre pièces de 32,
et deux canons de G8 sur pivot. 11 avait diux mats et était gréé en goêlette. Au móis
de mai 1854 il a conduit en Angleterre le roi D. Pedro V, qui en septembre de la
même année est revenu au royaume à son bord. 11 était commandé par Paulo Centu-
rini, et il faisait partie d'une ílotille sous le commandement du clief d'escadre Baron
de Lazarim. Le 6 niai 1850 la reine D. Estepliania y íit la traversée d'Ostende íi
Douvres; la corvette Bartholomeu Dias et deux yachts de la reine d' Angleterre Tac-
compagnaient ulors. Après a\oir fait plusieurs voyages anx iles des Açores, Madère,
et Cap Verd, ainsi quà Tunis, Maroc, Guinée, .Vngola, et à cpielques ports d'Europe,
il a été envoyé en Angleterre, ou on Ta allongé de 20 pieds, et réparé quelque peu
la machine; il revint à Lisbonne le 14 mai 1863, étant alors gréé en trois mats goii-
lette. II íit partie de la division de reserve, conq)osée des corvettes Goa, Estepliania et
Sá da Bandeira sous le commandement de Tamiral vicomte de Ribamar, laquelle
partit du Tage le 12 aoút 1863, pour faire des exercices sur la cote. II desarma le
23 décembre 1872. La coque a été vendne et démolie.
TK-IO l
1896
(BniGXJE)
Construnlo iio arsenal do Lislma, v lançado ao mar a 1.') iK' niaii» df iSls. Fez
parte da esquadra realista no eoinI)atc naval <lo cabo de S.Vicente a ."> de julho de
18;53. Não entrou em fogo, retirando para a Madeira logo rpie a victoria se declarou
pelos liberaes. Km 2ó de outubro de 1851 desarmou no rio de Goa, e foi transformado
em barcaça para o serviço da Ribeira. Tinha viiulo ibi estação de Moçambiípie.
Dimensões: comprimento Hò pés e 8 pollegadas, boca 20 pés e 2 pollegadas,
2!>S toneladas.
TEJO
(brick:)
II a été construit dans l'arsenal de Lisbonne, et mis ii Teau le 13 mai 1818.
Quoique faisant partie de Tescadre royaliste, qui a li\Té le conibat du cap S.Vincent,
le 5 juillet 1833, il n'y prit aucune part, et íit route vers Madère, aussitôt que la
victoire fit semblant de rester aux libéraux. Le 25 octobre 1831 il desarma à Goa,
et la coque a été encore mise à proíit, cn restant comme ponton dans la rivií-re qui
baigne la ville. II avait été en station à Moçambique. Cétait un bateau de 298 ton-
neaux, et il était long de 85 pieds 8 pouces, et large de 26 pieds 2 pouces.
VOUGA V
1895
(B3?lia-XJE)
Constniido no iirsonal tle Lisboa. Assentou a quilha a 22 tle acosto de 1S38,
Bateu a cavilha mestra a 13 de outul)ro de 1838. Foi ao mar a 3 de abril de 184U,
e armou a 28. Era navio de 298 toneladas, todo feito de pinho. Comprimento 85 pés
e 8 poUegadas, boca 2() pés e 2 pollegadas, pontal 16 pés. Fez parte da esquadra
composta da fragata D. Maria II, corveta Oito de Julho e brigues Dunro e Serra do
Filar, a qual, sob o commando de Soares Franco, blo(pieou a barra do l'orto e costa
do norte dui-ante a revolução de 1846 e 1847. Vao. fins de 1849 foi dado como em es-
tado de navegar pelo engenheiro naval Gregório Nazianzeno do líego, que fazia parte
da eommissào nomeada por decreto de 26 de setembro para reorganisar o arsenal e
vistorisar os navios de guerra surtos no Tejo. Km 1854 parece que já estava desar-
mado. Em 4 de outubro de 1865 encalhou junto ao arsenal para desmanchar.
O casco era elegante.
VOUGA
(bi^ick:)
II a été mis sur chantier dans Tarsenal de Lisbonne le 22 aoút 1838, son maitre
couple fut mis en place le 13 octobre de la même année, et il a été lance le 3 avril
1840, et arme le 28. Cétait un navire de 298 tonneaux, tout fait en bois de pin,
long de 85 pieds 8 pouces, et large de 26 pieds 2 pouces. II prit part avec Tescadre
coraposée de la frégate D. Maria II, de la corvette Oito de Julho et des bricks Douro et
Serra do Pilar sons le commandement de Soares Franco, au blocus des cotes du nord,
pendant la révolution de 1846-1847. Vers la fin de Tannée 1S49, il fut declare en
état de naviguer, par Tingénieur de la marine Gregório Nazianzeno do Rego, faisant
partie d'une commission nommée par décret du 26 septembre pour réorganiser Tar-
senal et proceder à Texamen des navires de guerre alors dans le Tage. II parait qu'il
était dejà desarme en 1854. Le 4 octobre 1865 on l'a éclioué prés de Tarsenal, oíi
il a été demoli. Sa coque avait des formos élancées et três elegantes.
VOUGA
(BR.ia-XJE)
Ax)U(>7
(a:xj-oi3:a:)
ESCUNA X
" Modelo de uma escuna do liin do século xviii, proiupta a ser deitada ao luar.
O navio está no barro, e com os mastari-ns arvorados no lo;^ar <los mastros para n'el]cs
i(,"ar as bandeiras nacionaes.
Ainda no come(,'o do século xviii nuiitas na(,(jes eonstruiam os seu» navios de
proa ao mar. Os portuguezes foram os primeiros que lançaram os navios <le popa,
e esse uso data talvez dos fins do século xvi. Os galeões e carraças eram de enorme
tonelai^em e muito bojudos a vante, sendo-lhes por isso mais laeil seguir e cortar
as aguas com o cadaste e delgados de ré antes de adquirirem grande veloci<lade na
carreira, por occasiiio do lançamento.
^lais tarde esta manoljra vulgarisou-sc por todas as marinhas.
GoKI.KTTE
Modele d'une gotilette de la iin du wiii siècle prête à être mise à la mer. Le
navire est sur le berceau, ayant des mats de hune, qui doivent porter les pavillons
nationaux, à la place des bas mats. Au commencement du xvni si{'cle il était d'usage
chez quelques peuples maritimes, de lancer les navires Tavant à la mer, Les portu-
gais les premiers ont lance les navires par Tarrière, et ils procédaient ainsi dl-s la fin
du XVI siècle environ. Les galions et les carraques étaient de três gros navires, à
Tavant plein et renflé, et il leur était dès lors plus aisé de fendre Teau avec Tétambot
et les formes pincés de Varrière, avant d'avoir acquis une grande vitesse. Plus tard
cette métliode a été adoptée partout.
ESCUNA
(I'ronipta a íipr deitada ao mar)
MllETA Y
Antigo barco tlc pescii na barra de Lisboa, hoje raro. Jíodelo construido em
1886 por Joaquim liajjtista, carpinteiro de machado do arsenal de Lisboa, sob a
direcção e risco de Joa(piini José Salgueiro, chefe dos desenhadores da repartição
de construcçíio naval.
l ui modelo igual e do mesuio auctor toi niamludo pt-h) governo ao almirante
Paris, director do museu naval de Taris, c os seus planos ligurani no 4." volume dos
seus atlas t^ouvenirs dr la min-iiic.
A pesca com as muletas, hoje (piasi abandonada, fazia-se com uma rede de
sacco e bandas. Os alares ligavam-se aos laises das antennas cpie deita pela popa e
pela proa. A rede fica no fundo por meio de pesos, e abertas as manjas e sacco com
fluctuadores. A muleta arrasta abatendo para sotavento. Este processo 6 parecido
com as (uirs de Boii, ou pni-el/ias, ditVerindo no emprego de uma sú endjarcação.
MLLETA
Ancien bateau de pèclie de Tembouchure du Tage, devenu três rare aujourd'hui.
C'e modele a été construit en 188G par Joaquim Baptista, charpentier de Tarsenal
de Lisboune, sous la directiou et d'après les piaus du dessinateur de la direction des
construetions navales Joaquim José Salgueiro. Un modele semblable et de même
provenance a été envoyé par le gouvernement à Tillustre amiral Paris, qui en a re-
produit les plans dans de quatriòme volume de son atlas Souvoíirs de la marine.
La péche avec les muletas, aujourd'hui presque abandonnée, était faite à la vache,
avec un íilet trainant. esp^'ce de eyssaugue ou de bregiu, dont les remorques étaient
fixes à des espars, à Tavant et à Tarrière du bateau. Le filet reste au fond, leste
qiTil est par des poids, et les ailes soulevées par des flotteurs, ainsi (pie le sac, se
tiennent ouvertes. La muleta traine ainsi le filet en dérivant. Cette manière de pê-
clier est semblable à celle, dite aux hoiufs, à la seule différence de n'employer qu'un
bateau.
MULETA
(Barco de pesca da barra de Lisboa)
(BodaiJ eb aniKd alt itseoq 9i> oj-ieS)
FUllHAS VV Z
I89S 1895
Pertenceram ás naus Santo António e S. Bruto e faziam parte ilo museu de ma-
rinha, para onde foram mandadas do deposito do arsenal em Valle de Zel)ro pelo
cuidado de Fran«;a. olHcial da armada.
Pareeeu-me curiosa a iiistoria d'esses navios, e sem aílirmar se as lipuras lhe
pertenceram, reproduzo o (pie consta a seu respeito.
Km 1503 preparava-se no Tejo uma armada para passar á índia. A S. Bento e
a Siiiitii António faziam parte da frota, em que ia de capitão Fernão d'Alvares
Cabral.
A Scnito António ardeu no Tejo cpiando estava prompta para largar, ignoran-
do-se a causa do sinistio. A figura de proa era a do santo, e é essa a que salvaram
do fogo conservando-a por memoria.
A de S. Bento é de esculptura mais grosseira, parecendo mais antiga e feita de
modo a ornamentar o painel da popa do navio. Fazia a nau parte da mesma esquadra
de Fernão Cabral e foi á índia, onde era então governador desde lõ.")!) 1). Fernando
de Noronha, marquez de Villa Real e capitão de Ceuta.
O padre Fr. João dos Santos diz (Ethiopia Oriental, 2.'i)arte, livro iv, capitulo v):
«Em tempo d'este governador se perdeu ^fanuel de Sousa de Sepúlveda e a nau
>S. Bento, de Fernào d' Alvares Cabral».
A S. Bento perdeu-se próximo do rio do Infante, em 1554, e como prova e re-
liquia do naufrágio é possivel que a figura do painel fosse trazida a Portugal.
Convém notar, para esclarecer a citação anterior, que o auctor se refere a nau-
frágios differentes. A primeira leitura poderá parecer um só, porcím não ha duvida
alguma a tal respeito. A Historia tra(/ico-maritima, de Brito, publicada em 177.") no
tomo I, paginas 1 e 3í), contém a relação da perda do galeão grande <S'. JoÕo na Terra
do Natal cm 1552, e a da nau »S. Bento no Cabo da Uoa Esperança em 1554.
FlGlKlvS i)K riiUlAÍNE
Ces figures ont appartenu aux vaisseaux S. António et >S'. Bento, et elles étaient
releguées dans les niagasins de Tarsenal à Valle de Zebro, lorsqu'un officier de ma-
rine, França, savisa de les envoyer au musée. L'histoire de ces vaisseaux m'a sem-
bléassez curieuse, et je la reproduis ici, sans toutefois affirmer rauthenticité des fi-
gures susdites. Dans le courant de Tannée 1553 on apprêtait dans le Tage une flotte
à destination de Tlnde, dont faisaient partie les vaisseaux *S'. Beiito et S. António;
Tamiral en était Fernào Alvares Cabral. Le S. António périt par le feu dans le Tage,
lorsqu'il était prèt à prendre la mer; on ignore quelle a été la cause du sinistre. La
figure de la guibre, représentant le saint, a été sauvée de Tincendie et gardée pour
mémoire. Celle de S. Bénoit (S. Bento) est plus grossièrement travaillée, et semble
três ancienne, elle est agencée de manière à pouvoir être placée sur le tableau de la
poupe. Le vaisseau appartenait à la méme flotte de Fernão ('abral, et il fit le voyage
de rinde dont était alors gouverneur, depuis 1550, D. Fernando de Noronha, mar-
quis de Villa Real et capitaine de Ceuta. Le père João dos Santos dit (Ethiopie Orien-
tale, livre iv, chapitre v): «Du temps de ce gouverneur, périt Manuel de Sousa de
Sepúlveda, ainsi que le vaisseau *S'. Bento, de Alvares Cabral». Le vaisseau S. Bento
s'est perdu prés du fleuve de Infante, en 1554, et peut-être qu'on a recueilli et
rapporttí à Lisbonne la statue de la poupe, en mémoire et comme témoin du naufrage.
H faut dire, à TefiFet de bien éclaircir le passage cite, que Fauteur y parle sans doute
de deux naufrages différents.
Au premier abord, on pourrait croire qu'il s'agit d'un seul; mais aucun doute
ne reste à cet égard. Dans VHisfoire tragico-maritime, de Brito, publiée en 17 75, on
peut lire, dans le tome I", pages 1 et 39, le récit du naufrage du grand galion S. João
prés de Natal, et de celui du vaisseau S. Bento au cap de Bonne Esjjérance en 1554.
it
I
f
PLEASE DO NOT REMOVE
CARDS OR SLIPS FROM THIS POCKET
UNIVERSITY OF TORONTO LIBRARY
VM Escola naval (Lisbon,
6 Portugal') . Museu de marinha
P62L5'+ Modelos de navios
existentes na Escola naval
que pertenceram ao Museu de
marinha
= UJ CO
lii^