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Full text of "O principe dos patriarcas S. Bento : primeiro[-segundo] tomo de sua vida"

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4 


LIBRARY  OF  THE 

UN1VERSITY  OF  ILLINOIS 
AT  URBANA-CHAMPAIGN 

Q.  271.1 
P899p 

v.2 


Fbre  Book  &  Spocial 
Cciioctions  Library 


Digitized  by  the  Internet  Archive 

in  2010  with  funding  from 

University  of  Illinois  Urbana-Champaign 


http://www.archive.org/details/oprincipedospatr02praz 


P  R  I  N°C  I  P  E 

DOSPATRIARCHAS 

S.BENTO 

SEGUNDO    TOMO 

DESUA     VIDA, 

DISCURSADA  EM  EMPREZAS 

Politicas  y  Sc  Moraes. 

TeloéM.  %JPadnT  regador Çèral 

FREY    JOAM    DOS    PRAZERES, 

ChroniftaMòr  da  Congregação  domefmo  Prínci- 
pe y  natural  da  Cidade  do  Porto. 

OFFERECIDO  AO  REVERENDÍSSIMO  PADRE 

FREY  VICENTE  DOS  SANTOS, 

T>.  (lAbbade  Çêralda  l^eligiaÕ  dejle  Tay  dm  Religiões  todas. 

E  POR  ELLE  DEDICADO  AO  EMINENTÍSSIMO  SENHOR 

D.  JOSEPH  DE  AGUIRRE 

CARDEAL  DA  SANTA  IGREJA  ROMANA 

Monje  Benedictino. 

LISBOA. 

NaOíficinadeJOAM  GALRAM.  Annodeióço. 

Com  todas  as  licenças  neceffarias% 
A  cuftada  Congregação  de  S.  Bento. 


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31 


* 


eminentíssimo  senhor. 

JSS  OM  as  Purpuras  de  duzentos 
i  Cardeaesleeimalta  a  Imperial 
i  Cuculla  doCefar  dos  Patriar- 
chas  S.  Bento.  Naõ  fe  compre- 
hendendonefta  forna  os  mnv- 
tos,  que  das  mays  Cõgregaçoes  BenedióH- 
nas  ferviráo  a  Igreja,  (a)  Todos  elles ,  fobi- 
raó  á  eminência  defíe  lugar  ,  pelos  gráos  da 
virtude,  &  pelas  Aulas,  &  Cadeyrasdas 
Univerfidades.  (b)  Nobrefa  com  que  Chri- 
fto  Senhor  noflòcallificou  a  feusDifcipulos 

*  2  para 


(a")  Gènéhrard  lib.%. 
Chrônogra.&Soldo  Oc- 
cid.  part.  i.Treíud.c). 
cap.  i .  $■  2. 
(b)  Erantenimmona' 
chi  butus  injlitutionis ,  o  - 
Um  Vui  fanEimionia  Vitae 
prcecipui ,  (ciência  fenp- 
turaru  perfecliffime  inf- 
ti  uEii ,  ad  reqhmn  Ec  - 
cie  fiar  um  idonei>  Vir:  ate 
m.igni ,  confeientia  pwiy 
omnium  literarum  erudi- 
tione  pro fundi,  &c. 
Trttbem.lib.^.dcVui. 
ihj}>;Ord.S.ficn.c.ip. 
zi.deCard.  Ord, 


(c)  para  moftrar  ,q  fó  a  virtude, &  as  letras  fe 

(c)  Voseftk  Sdter-  haviaó  de  cfcolhcr  para  o  Apoftolado  ,  por 

Mate  <  lerem  unicamente  precitas  para  o  governo 

de  ília  Igreja.  Em  o  numero  deftes  cfcolhi- 
dos,  tem  V.Eminencia o  divido  Solío^poc 
quejVo-ou  a  ellecom  as  particulares  azasyda 
Águia,  na  ícienciaj  ek  do  Pheniz,  na  virtu- 
de; como  fuás  obras  publicão  em  os  livros, 
que  com  tanta  eminência  defendem  a  fo- 
beraniáj&c  Apoftolicaauthorictade  da  San- 
ta Igreja  Çatholica:  &  na  obra ,  que  intitu- 
lou Lu.di  Saimamicenfes  ,  em  que  com  tanta 
erudição,  &  clareia  fobio,  §c  remontou  a 
Primazia  do  Príncipe  dos  Patriarchas  -nof- 
fo.grande  Padre  S.  Bento  5  confirmando  o 
que  dieta,  com  o  que  obra.  Na  virtude  k#i- 
nuou  V.  Eminência,  fe  remontava  como 
Pheniz,  imitando  a  hu  Principe  que  em  to- 
das as  virtudes  foy  único.  A  eílc  alvo  fe  en- 
caminha a  reverente  gratidão ,  com  que  of- 
fereço  a  V.Eminencia  efte  SegundoTomo 
da  vida  de  N.  S.  Patriarcha ,  diícurfada  por 
emprezas  pelo  actual  Chronifta  defta  Con- 
gregação 5  porque  fey  ,  que  nem  elle  podia 
afpirar  a  mayor  premio ;  nem  Eu  ,  a  mayor 
dita ,  do  que  ver  efte  livro  nas  maòs  de  taõ 
eminente  patrocinio ,  como  pedia  a  maté- 
ria de  feu  argumento. E  fe  os  Romanos  naõ 
permittiaô ,  que  as  armas  de  Júlio  Cefar  fe 
viífem  em  outras  maõs ,  que  naõ  foííem  as 
de  ícus  principaes  Cabos ,  porque  o  imita- 

vão 


vaõ  nas  proezas ,  (d)  nas  maõs  de  V.  Emi- 
nência íicaõ  era  feu  próprio  luear  as  excel-   W  ®reZmmfts  ck 

,  .        \     ^    r       i       t»  -    ••        í  í-r       r     %éiirl\Qmanorumcap. 

lencias  do  Ceíar  dos  r  atnarchas  ,  diícurla-  ^ 
das  poremprezas,  &:  eftampadas  no  livro  ' 
offerecido ,  como  inftrumentos  de  fantas , 
&  religioías  virtudes.  E  pela  honra ,  que 
Eu,  Teu  Autor ,  &  efta  Congregação  rece- 
bemos, nos  confideramos  tão  favorecidos, 
quanto  nos  confeíTamos  authorifados  com 
afagrada  Purpura  de  V.Eminencia.  Sobin- 
do  meu  affecto  acollocarfeentre  as  excel- 
lencias  do  aííumpto,  &  a  nobrefa  do  patro- 
cinio,  como  a  luz,  que  entranhada  no  efpe- 
lho  de  Marte,  confervava  o  refplandor  em   ^  fradilhfa  de  Su' 

,  '    _  n  r  i  i-  pernt/.  Gentil,  cab.  o. 

todo  o  tempo,  &  moítrava  lubhme^aquem  ^  70. 
o  reverenciava  obediente,  (e) 


Súbdito  que  mays  venera  a  V.  Eminência 


F^EY  VICENTE  VOS  SANTOS. 

Geral  cia  Cmim-evacao  de  S.  'Bento  de  fortuvaL  &  Província 

Brafil^c. 


t 


3  AO 


AO  REVERENDÍSSIMO  PADRE 

FREY  VICENTE  DOS  SANTOS 

Dom  JbLide  Gerdda  Conorewcaõ  de  S.  'Bento, 
de  Tortmal ,  ©  TroVmaa  do  Brajti. 


OBRINDO-S E  da  fombra  do  favor,&  da 
luperioridade,leanimavaóosefcritoresan- 
tigos,  afahiraluzcomospartosde  feus  en- 
genhos:Efte  amparo  era  oMecenasdaquel- 
Ja  idade,  porque  nelle  achaváo  feus  efcri- 
tos  defenfa,&  premio  feus  Autores :  Húa,  &  outra  cou- 
fa  tenho  recebido  de  V.  Reverendiífima ,  porque  em  todo 
o  tempo  favorecido  defua  benevolência.  Movido  deita 
obrigiçaõ,&  animado  do  zelo  com  que  V.  Rr.meaíTiftioa 
eíta  obra,  profegui  o  trabalho  delia  ;  naõ  fó  para  conhííàó 
do  que  devo,  mas  também  pelo  credito,  que  ganance-ey 
no  patrocínio  de  hum  Prelado,cujo  governo  manifefrou  a 
excellencia,queD.  AffbnçoRey  de  Aragaó  achava  em  a 
vida  de  Alexandre,  efcrita  por  Quinto  Curcio;naqual,Ieo 
os  favores,  Tem  nota  ;oscaftigos,cotn  juftiça;&  todaaMo- 
narchia  governada  pelas  máximas  da  inteireza,&  da  razão. 
•  EieatSyhwMm,®*  Deftasvirtudes,fe compõem  o  livro,que  V.  Rr.  deyxa 
fidu ^)iffo»f,.  -^joannet  3e  illuftrado  namemoria  de  léus  íubditoscom  a  prudencial 
j7.//4.8.  politica,  com  que  rege  aramiha  Monacnal  do  Pay  dos 

Monjes.  Efe  a  limitação  daofterta  naõ for  equivalente* 
grandeza  da  divida,  fcrá  a  paternal  benignidade  de  V.  Rr. 
a  que  dará  valor  ao  oflerecimentode  hum  filho,&  fubdito 
taõ  humilde,  &  obrigado,  como  o  publica  icr  de  V.  Rr. 


Frey  jfoaõdos  Trazeres. 


AO  LEY« 


AO    LEYTOR 


AM  fe  eftimaõ  as  arvores  pelo  verde, 
nem  pela  multidão  das  tolhas,  fenaõ  pela 
I  bondadedos  fru&os -.Damefma  fóitecs 
livros.  Aterra  naõfe  cultiva  tanto  pelo 
cuydado  com  que  as  galantea, como  pelo 
cuftozo  com  que  as  íructifica.  Com  faci- 
lidade poderá  multiplicar  volumes,  &  a  corpulência  del- 
les,feefcrevera  para  avultar,  &  naó  para  fervir;  oufeo 
meugeniofeaccómodaracomo  de  muytos,queambicio- 
los  da  aceytaçaó  do  vulgo,roubaõ  o  tempo  ao  útil  da>  no- 
ticias ,  pelo  darem  ao  inútil  das  palavras.  Donde  naó  cen- 
lurafte  prudente,  fer  oprimcyro  tomo  diminuto  nocor- 
po,  fendo  avultado  de  hiftorias.  Se  as  palavras  te  recreaó, 
&  os  documentos  doóhinaes  te  enfaltiaõ,  compra  antes  li- 
vros 


AO  LEYTOR. 

vros  de  Novellas,  do  que  de  Máximas. Saõ  muytos  os  que 
compraó  os  livros,  como  fe  compraó  as  joyas ,  namorados 
da  galantaria, (em  repararem  no  peío;naó advertindo, que 
oíogeyto,quele,  \\o  femelhante  ao  que  compra  ;  oqual 
querendo  para  o  deíempenho  aproveytarfe  da  joya,pcrde 
o  feycio.  Naõ4>c  a  minha  locução  taó  humilde ,  que  mere- 
ça defprezós ;  nem  taó  levantada  6  q«è provoque  a  iuveiaj 
másnâoaconGderotap  defvalida,  que  neceflire  de  favo- 
res alheyos  para  íahir  a  publico.  Se  perdoares  os  defcyros 
defíe  Segundo  Volume;, com  a  urbanidade  com  que  diííi- 
mulafíe  os  doprTmeyro,darmehasaninvo,  paraque-no  ie- 
gui0te,ernoqual  poremos  remate  ávida  do  Santo  Patri- 
archa,  te  prometa  quarto  livro  ,em  que  te  efereva  as  Tres- 
ladaçoés  de  fuás  Sagradas  Reliquias  :  porque  ainda  que 
às  oceupaçoés  de  meu  eftadó  me  defraudem  ò  tempo, as 
obrigações  de  meu  offiGf  o  otiraráo  dofomno,  para  fatif- 
fazer  a  teu  agrado. 

Fale. 


L 


■  ■ 


D  I  RE  C  Ç  AM 

DAS     E  M  P  R  EJZ  A  S. 

i      f"^  Om  a  boa  fama  atrahem  a  fi  os  Principes  os  ânimos  dos 
^ji  vaflailos:  Authoriíao  a  fragrância  da  virtude  de  S.  Bento., 
que  obrigou  a  hús  Monjes  deftraidos  ,aobnfcarempara  feu  Prelado. 
pag.  i. 

Cwnmi/s  in  odorem 
i      O  máocuftume,  faz  perdera  boacreaçaõiCorruboraíTecoma 
relaxação  deftesMonies.  pag.  37. 

T)egenerat  ubi  mairVct. 

3  Aobftinaçãodãculpapertende,queos  Principes  cedaódefea 
direyto:  Virificdíle  com  a  tenacidade, com  que  os  Monjes  refiuiraó  á 
reforma  do  Santo  Patriarcha.  pag.  5  6. 

Tu  Cede. 

4  A  liçaõ  dos  livros  prohibidos  he  o  veneno,  que  mays  inficiona  a 
republica:  Confórmaífe  com  a  iignificação  da  potagem  ,  com  que  os 
Monjes  intentarão  dar  a  morte  ao  Príncipe  dos  Pacriarchas.  pag.  68. 

TZon  ex  omni  flore  curpitur  mel. 

5  O  caftigo  para  hum  ingrato  he  dcyxalo  lem  remédio :  Porque 
aíiycaftigouoSãto  Pauiarcha  aosquelhequeriaótiura  vida. pag. 82. 

Com  os  deyxar  os  cjjligo. 

6  A  neceffidadequeos  Principes  tem  de  experiencia,antes  de  fu- 
birem  ao  trono ,  fe  infere  dos  trabalhos,  que  padecéo  S.  Bento  antes  de 
initituir  lua  Ordem.  púg.  92. 

Gjrant  ut  luceant. 

7  O  conhecimento  próprio  he  a  luz,  que  melhor  encaminha  os 
Principes:  Razão,  por  onde  o  Príncipe  dos  Patriarchas  governou  com 
Hiayor  aceito, porque  nunca  lhe  faltou  efta  claridade,  pag.  103. 

I\úh  Voe  exprimunt  omv.es. 

8  Daboadiipoílçáo,comque  as  republicas  faó  ordenadas ,  de- 
pende a  tuaconlervaçaó:  Ao  que  rcípeytou  o  Príncipe  i!os  Patriar- 
chas  na  Ordem  com  querecolhéo  aos  que  ofeguiaó.  pag.  144. 

Colhcata  proftmt. 

9  O  amor  de  Piincipe  para  com  os  vaíTallo1*,  &  o  amor  deites  para 

comos  Principes  faó  as  annasquc  melhor  defendem  as  republica>:Ccr- 

rezacalihcada  pelo  Principe  dos  Patiiaichas,em  fundai  fua  Religião 

fobre  a  chama  de  tres  fogos.  pag.  125. 

A flamma  fartitudo. 

**  10  Os 


DIRECÇ AM 

io  Oslmperiostemnaextenção  afua  ruina.  Motivo  que  obri- 
gou a  S.  Bento  (nos  exórdios  da  ercçáo  de  lua  familia)  a  não  eítcnder 
osbraçosdeíeuMonachato.  psg.  141. 

Non  nina  Vires. 
li      Nainteyrezadasleysconfilte  toda  a  boa  fortuna  dos  povos.  A 
Regra  que  o  banco  Patriareha  deu  a  feus  Monjes  os  pronofticou  filices. 
pag.  15  1. 

JlkVat ,  &  Vexat. 
1  2      Colunas  dosRcynos,iaô  os  Sábios:  Cauza,porondco  Prim 
cipe  dos  Patriarchas  quiz,que Tua  Religião  íe  povoafie  de  honiês  Dou- 
tos, erigindoeni  feus  ConventosUniveííidadespublicas.  pag.  1 67. 

Sine  culmine  corruit. 
15      Asartesliberaes  ennobrecema  todaa  forte  de  pefíóas.  O  que 
feilluftracom  o  Príncipe  dos  Patriarchas  querer, que  feus  Monjes  fe 
exercitaílcmnellas.pag.  181. 

V bique  flores. 

14  He  o  fogo  único  remédio,  com  que  íe  extingue  ojudajfmo. 
CoinprovaíTecotnafcífcõdehum  Concilio  ,aque  aííiluo  o  Santo  Pa- 
tiiarchd.  pag.  1  92. 

Extinzaetur  h>ie. 

15  O  beneficio  ha  de  fer  fey  to  á  medida  ,&gofto  de  quem  o  rece- 
be. AbonafíecomofavorqueDeosfcza  S. Bento, mandando-Jhc dizer 
por  hum  Anjo:  Que  lhe  pediffe  mercês,  pag.  203. 

Jgojlo ,  S?  a  medida. 
\6      O  defentereíTecom  que  os  validos  haõ  de  aííiftir  aos  Príncipes, 
mofuou-oarcfignaçãoeomquco  Sáto  Patriarcha  fecompromecéona 
vontade  divina,  pag.  2  1  o. 

Non  aVnra  dum  jnVatur. 
ij     Obrigação  he  dos  Príncipes  engrandecer,  8c  perpetuar  a  no« 
brczadeleuPieyno.  O  que  abonou  o  Ceo,  prometendo  Deos  a  S. Ben- 
to, que  lua  Religião  duraria  até  o  fim  do  mundo.  pag.  2  17. 

ISle  pereat  immumtcts. 
18      Singular  efcudohe  a  Fé  Catholica,  que  defende  de  todos  os 
perigos:  Razáo  por  onde  a  Religião  de  S.  Bento,  em  quanto  o  mundo 
durar,  ha  de  vencer  todas  as  oppoílçoésdo  Inferno ,  porque  fempre  ha 
de  eftar  firme  na  Fé.  p^g.  2  50. 

Extra  Ec  ele  fiam  nuíli  falia. 
j.y      19      Para  fe  conformar  com  a  politica  do  Ceo  ,  devem  querer  os 
pays  para  herdeyros  de  feu  folar,  naõ  ao  fil!v>  mays  antigo ,  fim  ao  mays 
benemérito:  Acerto, que  authoriz:»  o  Akiíliniona  promefíà,quefezao 

Prin- 


D  AS  EMPREZAS. 

Príncipe  dos  Patriarchas,  de  que  rodos  os  que  viveiTcm  em  íua  R.eli- 
giaó,  acabariaõ  em  eftadode graça. pag.  243- 

Torbantur ,  ut  coronentur. 

20  He  natural  dos  precitos  vexar  o  eíiadoReligiofo  :  Moftrou-o 
Deos  prometendo  a  S.  Bento,  teriaómáo  fim  todos  os  que  foliem  ini- 
migos de  lua  Religião,  pag.  261. 

Se  tpjum  conFpurc.it. 

21  Que  dotes  ha  de  ter  o  fogeito,que  fe  houver  de  efcolher  para 
amigo:  Iníinados na  utilidade, que  tiiáotodos,osque  la 5  devotos  da 
Religião  de  S.  Bento. pag.  277. 

ficijstmfubvenitmt. 

22  Que  prendas  fe  hãodebufcar  napefloa  ,q  houver  de  ler  Ayo 
de  hum  Príncipe:  Inculcadas  no  efpiritodequeS.  Bento  foy  illuítra- 
do,  para  Meflre  de  Santo  Amaro,&  S.  Plácido,  pag.  297. 

Obumbrât,®  dit. 

2 3  Nem  todos  os  amigos  reconciliados  faõ  fofpeytos :  VetificaíTe 
coma  fidelidade,  com  que  húsMonjesfe  reconciliarão  com  o  Príncipe 
dos  Patriarchas.  pag.  312. 

Fiicile  confiliatur. 

24  Declaraííeas  prendas,quehadetera  Ama  de  hum  Principe:E 
a  gratificação  com  que  os  Príncipes  lhe  devem  pagar  íua  creaçáo:  Ma- 
nifeftaflehúa,&  outra coufa  na  lantidade, com  que  vivéo,  &  morrèo  a 
Ama,quecreouao  Santo  Patriarcha;  &  ocuydado,&  eílimação  com 
que  a  ttatou  efte  Príncipe,  pag.  322. 

Ingratiam  educatlonti. 

25  A  pena  haífe  de  medir  com  a  culpa:  Juíliça  que  oblervou  o 
Príncipe  dos  Patriarchas  no  caítigo,com  que  emendou  a  hú  Monje  de- 
linquente, pag.  333. 

TSlon  fitfficit  unum. 
16     Com  maysbrandura,querigorhaódegovernaros  Principes: 
Máxima  de  que  uzou  S.  Bento  authorizando  o  Monje, que  havia  cal- 
tigado.pag.  347. 

Nonfolum  p&nis. 
ij      Na  impofição  dos  tributos  devem  proceder  os  Principes  com 
toda  a  circunfpecçáo,  &  clemência:  Virtudes, que  ledefcebrem  no  mi- 
lagre, que  fez  o  Santo  Patriarcha  tirando  agoa  de  huma  dura  penha. 
5ag.35o. 

Omnibus  ac  Jcmper. 
28      O  Príncipe  com  a  brandura  vence  impoffiveis:  JuftificaíTe  ef- 
ta  verdade  como  milagre,  que  obrou  o  Príncipe  dos  Patriarchas  faztn- 

**    2  do 


D1REC  Ç  AM 

do  nadar  o  ferro,  íbbrças  agoasde  húa  lagoa  pag.  37 1 . 

impoJjib'dta  /u  per  ar. 

29  Obrigação  dos  fubditoshe  obedecer  fem  reparo:  Doutrina  a 
que  os  perfuade  Santo  Amaro, entrando  a  pé  enxuto  peLsagoas  dehú 
pego  fem  reparar  no  perigo,  pag.  383. 

'Tareo  quod  préópk. 

30  A  inveja  defearrega  ogolpe,aondercconhece  maysprendás: 
Razão  por  onde  o  Sacerdote  Florêncio  intentou  dará  morte  ao  Santo 

Patriarcha.  pag.  395. 

Quia  Olet. 

31  Alafcivia  não  fofre  a  companhia  de  virtude  algúa :  Motivo 
que  obrigou  a  S .  Bento  a  fe  auzentar  de  Sublaco ,  períuadindo  Floren- 
cioaíetemoiheresdepravadaSjentraiTem  dentro  da  cerca  do  mofteyro. 
pag.  407. 

"Hequeunt  pariter. 

32  Emfe  compadecer  dos  males  de  íèu  inimigo  moftr a  o  Principe 
ageneroíidade  de ftu  animo :  Como  o  Príncipe  dos  Patriarchas  oíin- 
guiar  eípirito  de  lua  fantidade,chorando  o  defeftrado  fucccíTocom  que 
Deos  caftigou a  feu  inimigo  Florêncio,  pag.  424. 

Indicai  tçretttdwm. 

O 

33  Devemos  PrinçipesrepartiroslugareseonfórmeotaIcnto,& 
mérito  do  fogey  to:  Sagrada  politica,  com  que  oAlriííimo  influe  nas 
operações  de  feus  íer  vos ,  mandando  hú  Anjo  ao  monte  Caííino ,  antes 
que  o  Santo  PatiiarchafobilTeaelle  ,&c  queda  fua  partediiTeífea  hum 
Santo  Ermitão, que nelle vivia, Iargafíèopofío,porqueoutro  feumi- 
moío  íobia  aoccupalo.  pag.  433. 

"Hon  tn  una  fede  morantur. 

34  S.  Bentoem  levara  Prefidencia  pelo  mérito  jmoftrou  queera 
como  o  Sol  na  Primazia,  pag.  446. 

Sol  04  SqIhs. 


EXUNO 


EX  UNO  AMÍCO  SOCIETATIS  JESU 

lóhim  Pacriarcharum 
ac  Protoparentem. 


in  D.  Benedióhim  Pacriarcharum  Principem , 


ROma  quid  Auguftum  moderantem  legibui  orbem , 
Tot  que  Virtim  jactai  parta  trópica  manu? 
Llarior  Aufontjsfivgit  'Benediclas  aborvs^ 

Hic  úbt  pro  tiViío  Lee  [are ,  C&far  erií. 
Me  qiiidem  extremos  anfus  fuper  are  'Britaimos; 

Hic  potis  viferni  fi angçre  cotia  duas. 
Vicit  uterque  boftem ,  Vir  tule  nfignis  uterque 

Máxima  utrique  juo  gloria  ab  bofte  Venit. 
lllum  etenim  pátria  Veteres  dixeve  Parentem 

ífiecliiió  hic  Patru  nomen^  ©  omen habet. 
Scdicet  beroas  quotquot  Virtutibus  ohm 

Inflruxit ;  natos  tot  genuijje  ptites. 
Hunc  nimium  feltx  natorum  turba  coronal. 

Principia  b<ec  tanti  jlcmma  corona fttit. 
Sic  P«ter^  Princepsuotiafiiper  <etbera ;  dignm 

Principtsobjequijs,  dignm  amcrePatris. 

EX  ALTERO  AMÍCO  EJUSDEM  SOCIETA- 

tis  in  D.  Benediíhim  Patriarcharuin  Parentem, 

ac  Prinuim. 

E  P  Y  G  R  A  M  M  A. 

a  Li antum flammigcra  debent  ftlendentia  Soliy 
Dumjubar  injolitumjjdera  c\mçla  bibunt.. 
Tantum  credo  ttbi  reliquo;  dcbçre  ^fecuii 

Qui  modo  Junt  gr  c fins ,  o  'Benedtcle ,  tUQí. 
ISIampo/uerefuis  facri  áu\x.  jura  Parentes , 

Hpsjvntn  dederas  omma  jura  priw. 
Si  lacras  acies  reitqui  duxere  Parentes , 

lpfos  duxifli  Dux  priíií  ipfe  duces . 
Júri  witur  Princeps ,  £?  Magnus  in  orbe  Võcaris, 

Vox  que  bonúnum  Primam  te  Vocat  una  Pairem. 
Kam  quamVísreliquiJint  lumina  clara  Par entes , 

Omnia  Junt  racfijs  inferior  a  tuis. 

í  **   2  ALIUD 


ALIUD  EJUSDEM  AUTORIS. 

S7  quis  erit  tam  lucepotens ,  &  lumine  clarus3 
Ore  bibant  aítj  quo  praeunte faces-, 
Si  quis  erit  ViVos  inter  celeberrimm  omnesy 

Cujus  grande  decus ,  fama  per  ennis  eat-3 
Si  quis,  qui  primas  doceat  documenta  falutiâ, 

Pnmus ,  ®  exemplo  feprobet  efe  Vucem> 
Si  quis  erit ,  quiprimm  opes  contemnat,  ©  tnter 

Hórrida  defertt  degcre  teSla  Velit; 
Si  quis  erit  Princeps,  qut  Magnus  in orbe  Vocetnr^ 

Dicatur  que  Patrummaximineffe  'Pater; 
St  quis ,  ViVorum  quem  c (éter a  turba  fequatur> 

'Difteream  >fi  nqn  hic  BenedtSlus  ertt. 


ADUC  SOCIETAS  ELUCIDAT. 

Jrgumentum  operis. 

EPYGRAMMA. 

JVre  qiiidem  ^fateor ,  meruit  Patriarcha  Vocari, 
Qui  ctftum  inflituit  (fteligione  Sacrum. 
2<[omine  at  boc  reliquos  Juperas ,  (Benedttle  ;facratum 

Te  mthm  nemo  Principis  omen  habet. 
Es  prior ,  es  Patrum  Princeps  Patriarcha  ifuifli 

Et  prior ',  6£  Pr  ince ps  ^eligione  Patrum. 
Bis  tgitur  Patriarcha  audw ,  (jua  gloria  tanta  efl) 
Lum  prior  ^  ÉS  Princeps  fts  Patriarcha  Patrum. 


IN 


INREVERENDISSIMUMPATREM,ET 

Sapienciffi  nutn  Ses ipfortin  ,   Fr.  joannem  dos  Pruze- 
rese  Benediciiru  Família,  Santtiílimi  Pa  marchariam 
Principis  Benedjõi  ,  res  íiiigulas  prxcLre  gcítas 
libris  erudicione  plenis,  eloquio  íuavibus,  ar- 
gumento í.me  aurei»,  (quibus  ticulum  Má- 
xima injidit)  ornaté,graviter  ,&co- 
piolè  mandantem. 

EPYGRAMMA. 

Ejufdem  met  Societatis. 

Vemquejmim  commendat  opus ;  mandata  libeílis 
Scribentem  decoram  inclytafacla  "viram. 
Ma<inus  Virqjlius  .mamus  fimid  exiat  Homerus: 

<lA  mbo  quod  exímios  conetnucre  duces. 
Scilicet  hos  magnos  magna fecère  Virorum 

Vir tutes ^quorum facL  dedére  libris. 
Facla  mis  libris  fòenediclimaxtmamandcvs; 

Maxhmíó  inde  atidts^  Máxima ,  ©  inde  libri. 
Maximafunt,jludus,  opibus  que  referia  MinerVrt: 

DiVes,  &  IhU  inlnat,  doclus^  ©  ãa  cuptt. 
Jure aíios  inter  Scriptores  maximtà  audisj 

Maximia  ingenio ,  maximm  eloquio. 

DOCTORIS  ANTONIJ  DE  VILAS  BOAS  ET 

Sanipayo  Portug.ilenlis  Senatus,  Serutoíis. 

E  PYGRAMMA. 

S/c  Benediclm  erat  (me  mentem  faliu  imago) 
Qualem de  monflrantju  bené  dt3a,  <Pa£ef'. 
Jjjyice  CaJJmum,  'Benedtaum  cerne.  Quid  ultra ! 

Sic  ojfert  ocidvs  cnncLi  Videnda  líber. 
iSlecmiror  :exalfos  Tatris  áejcribtí  honores 

Filitís.  0  tantum  qui  ber.è  (cnbn  oinis  l 
Magna  eqttidem  fecit  'BenedíSlus.,  tu  quoqttc  magna: 
Si  iliejuk  Magnus^tiiqiíoquc  Magnusens. 

DO 


DO  PADRE  D.  GASPAR  DA  ENCARNAÇ AM 

Cónego  Regrante  de  Santo  Auguftinho. 

SONETO. 

ESSE  de  quatro  tiempos  fabricado 
Sacio  volumen ,  cuerpo  dividido, 

Defiende  lo  fagradodel  olvido 

(Que  tambien  gime  olvidos  lo  fagcado) 
Es  poço  todo  un  Lethes  confpirado 

Quando  deícoge  plumas  lo  entendido, 

Ralgo  elegante, buelo  defendido 

DelCielo  adonde  afpira  iluminado. 
Supone  mas  impireos  cila  hiftoria 

Silosuviera:  arafgos  de  la  fuma 

Bolaran  tus Emprezas  a fu gloria. 
Soípeche  el  Orbe ,  la  razon  prefuma 

Que  lobrando  el  aííumpto  a  la  memoria, 

Cupierondosprodigiosen  la  pluma. 

D  O  PADRE  FR.  LUCAS  DES.  CATHERINA 

Coilega  do  Pveal  Collegio  de  Coimbra  da 
Ordem  dos  Pregadores. 

SONETO. 

A  Gora,  ò  douto  Joaõ,  que  a  vòs  fe  fia 
De  Bento  a  fama,  agora  fe  venera 

Defempenhada  em  vòs ,  fe  em  fim  ja  era 

De  eílylo  tal  o  aííumpto  prophecia. 
Celefieem  vòs,  &  em  Bento,  fympatia 

Quanto  o  aííumpto  alenta, a  penna  efmera, 

E  foquem  Chi onifh  vos  tivera 

A  aííombro  tanto  a  vida  alentaria. 
Ja  poisfamoío  Bento,  em  vos  fe  chame, 

Porem  a  penna  que  os  aííbmbros  move, 

Em  voíToaplaufo,  osdefenganosame. 
Paímea  Fama,  &  o  mundo  que  vos  ouve 

Sabendo  teve  Bento  quem  o  aclame, 

Conheça  que  naõ  tendes  quem  vos  louve. 

DF 


DE  J  O  AM  PEREYRADASYLVA. 
EPYGRAMMA. 


DE  engenho aflbmbro, de faber portento 
Segunda  he  parte ,  ou  parto  lem  fegundo 

Efte,  que  hoje  ou  politico,  ou  facundo 

Tomo,  a  luz  nova  eleva  o  penfamento. 
Go  grande  Heròedas  Religiões  atento 

As  Ernprezas  nos  dá,  com  que  profundo 

Deu  mays  hum  templo  á  Fama, hum  pafmo  ao mundo3 

Mays  triumphoá  Fé,  mays  gloria  ao  firmamento. 
My fterio a  Empreza  foy ,  que callifica 

A  fympatia  Angélica  que  teve 

Co  a  voz  de  outro  Joaó  penna  tão  rica: 
Cada  qual  de  efcolhida  a  palma  leve; 

Pois  fe  ao  Filho  de  Deos  húa  publica, 

Ao  Pay  das  Religiões  outra  defere  ve. 


DE  TKOILLODEFJSCONCELLOS  VACUKHA. 
SONETO. 

NO  Moral, no  Politico, admirado 
Adondc  mays  vos  excedeis  duvido, 

Pois  hum  de  outro  igualmente  competido 

Vosmoftraesaltamente  equivocado. 
AquelleSolprimeyro  venerado 

No  Emisferio  Monaftico  luzido, 

Por  vòs fendo  outra  vez  efclarecido 

Quanto  por  vòsfe  aplauda  acreditado? 
Rayo  foisfeu,  que  repetindo  enlayos 

Segunda  vez  de  feu  fulgor  jocundo, 

O  dais  brilhante  ao  mundo  fem  defmayos. 
Que  por  fer  rayo  em  luzes  fem  fegundo, 

Sebrilháopelo  Sol  no  mundo  osrayos, 

Por  vós  aquelle  Sol  brilha  no  mundo. 


*** 


LI- 


LICENÇAS  DA  RELIGIAM. 

JproVacaõdo  ^eVerendiffimo  Tadre  Pregador  Geral  Fr  .^aphuel  de 
fejus  Lbronijia  Mor  do  l^eynode  Fortttgd. 

ARmado  da  obediência  venci  a  defconfiança,com  que 
me  aílaltou  o  precey  to  de  V.  Reverendiííhria,  orde. 
nandome  que  vife,&  examinaííe  o  Segundo  Tomo  da  Vi- 
da de  N.  Padre  S. Bento,  que  o  M.R.  Padre  Pregador  Gé- 
ral,  &  ChronifUMòr  deíua  Congregação  neíie  Reyno 
tem  compoík>,&  pede  licença  para  o  dar  áeftampa,  inti- 
tulado :  0  Trincipedos  Tatt iarcíá*  S.  ©ewro,  Segundo  Tomo 
de  Tua  Vida,  em  Emprezas  Politícas,&  Moraes.  Supérflua 
ha  de  julgar  a  diligencia, quem  no  Primeyro  Tomovio 
authoiizada  adoutrina  dcile  Segundo,  com  ofubido  da 
locução,  cadencia  do  eitilo,  fazonado  das  ícntenças,  ferti- 
lidade de  textos  Civis, &  Canónicos, abundância  de  hu- 
manidades hiltoricas,&  íufiíiicas,  aplicadas  com  t^nta  eru- 
dição, &  elegância,  que  parecem  mays ,  que  z legadas,  naf- 
cidas,  para  feu  argumento;  fendo  eitaobra  tão  viva  ima- 
gem de  feu  Autor ,  que  fe  equivoca  com  íeu  original  vifto, 
&  ouvido  nos  púlpitos  defta  Corte,  com  aquella  admira» 
Çaõ,  com  que  a  fuprefticioía  gentilidade  celebrava  a  mara- 
vilha, de  húa  imagem  de  fua  Deofa  Ceres,  retratada  tanto 
ao  vivo,  que  fenão  defiinguia  a  imagem  de  feu  original. 
Emprezafoy  defuaeftudiofa,  &  difcretainve&ivadifcur- 
far  por  Emprezas  a  vida,  &  prodigiofas  acções  de  bú  San- 
to por anthonomafia  PfincipedosPatrianhas,emtu;a  Re- 
gra fevemeftampadas  as  máximas  de  hum  governo  íàgra- 
damente  politico,  &  politicamente  fanto,dc  que  fenaõ 
havia  de  apartar,  nem  i  fquecer,  quem  por  voto  a  proft  flaj 
comoque  tenhodito,quenãoachey  nas  Emprezas deftc 
Stgundo  Tomo  (que  li  húa,  &  muyras  vezes,  porque  não 
cntaltia  o  que  delcyta)i  ouf>,que  cfltnda  a  pureza  de  noí- 
fa  lanta  Fé  ,8c  menos  a  integridade  dos  bons  cuíiumcs,  & 

vida 


vida  religiofa,queniepodefe  occafionar  o  menor  efcru- 
pulo:  Só  me  ficará,  íenaó advertira  V.  ReverendiíTima,& 
a  toda  efta  Sanca  Congregação ,  que  concorra  com  todas 
asdiligencias,&  meyos  neteííariospara  continuação, & 
complemento  de  obra  cátodo  íerviço  de  Deos,  credito  da 
Religião  Benedictina,  &  utilidade  do  próximo ,  leni  efpe- 
rarqueoinvernoda  idade  dcbeliteo  vigor  âa  natureza  ,& 
do  eltudo  de  fcu  Autor;  antes  que  íucceda  em  Portugal ,  o 
que  em  Roma  ao  ultimo  dos!  aiquinos,  que  regateando 
o  cufto  de  três  livros  das  Siby  lias ,  quando  os  quiz  haver  á  Pli*liv-  '*.«/.  i|^ 
mão,  ficou  ió  com  hum ,  por  naõ  acudir  a  tempo ,  em  que 
pela  mefma  valia  poderá  alcançar  os  mays.  ReverendiíTi. 
mo  Padre  N.  tenhodito  oqenrendo  (laudaticiaheacen- 
íura)  &  authorizarey  o  que  nella  digo , com  o  que  o  Dou- 
tor Máximo  deu  aos  elcti  tos  de  Santo  Ulario,  &  e  fere  ven- 
do a  Leta  :  Htlartj  libros  mtffenforecurrat pede.  Dada  em  efte 
Moiteyro  de  São  Bento  da  Saúde  da  Corte  de  Lhboa  2  6. 
de  Fevereyrode  1 6bc?. 

Humilde  Súbdito  de  V.Reverendiííima. 

Frey  dfypbaelde  lefm. 

JproVacaÕdoM.  ^eVerendoTadreTrégador  Cerai  Fr.  ^oqtteda 
Natividade  D.  Abbadcdejle  Mofteyrode  S. 'Bento da  Saúde. 

1~\  Ormandado  deN.Reverendifllmo  Padre  Frey  Vi- 
cente dos  SantosDom  Abbade Geral  daCongrega- 
çãode  Portugal,  &  Província  do  Braíil,comalegreanimo 
vi  eíte  livro  intitulado  Segundo  Tomo  da  Vida  do  íPrhtCh 
pedos  Tatritrcb.tsS.  Bento  compofto  por  Emprezas  Politiu 
cas,  &  Predicáveis  pelo  Reverendo  Padre  Pregador  Ge- 
ral Frey  Joaó  dos  Prazeres  Chronifta  de  noíla  Sagrada 
Religião  j  &  acho,  que  empreza  tão  difficultola  como  he 
eferever  húa  hiitoiiapor  Fmprezasló  leu  íiiblime  enge- 
nho o  poderá  emprchender,&  lendo  efte  Livroofegundo 
bem  lhe  pòíTo  chamar  ronlequencia  doprimeyro,  &  me 
parece,  que  mays  nt etílica  de  orador  que  o  louve,  do  que 
dercvedor,quc  o  cenlure,  porque  contem  efte  livro  to- 
das as  cxcellencias ,  que  íe  requerem  em  húa.  clciicura  per- 


feyta,  que  vem  a  fer,  como  diz  nofíb  Padre  Bercorio:  Ar. 
vore  chea  de  flores,  campo  fértil  de  fearas , prado  de  apra- 
íivel  rccreyo,&  orta  abundante  de  irmos :  Abar  plena  flori* 
bus ,  campus  plenusfrugibiíó ,  praíum  plenumgranwabus ,  qy tus  pie* 
mm  f> uchbns .  O  que  em  abundância  tem  tile  livro ,  porque 
nelle  Tc  vem  as  flores  dos  bõs  exemplos,  afeara  das  melho- 
res íenrenças,  o  recreyo  das  boas  palavras,  &  nelle  acharão 
os  que  o  lerem,  os  frutos  da  mays  excellente  doutrina  afíy 
Principescomovaííallos  ;eíks,  porque  tem  nelle  os  me- 
lhores documentos }  &  os  Piincipes ,  porque  nelle  podem 
ler  fingulares  máximas ,  para  vencer  do  natural  alguns  ex- 
cêíros:&  feTheodonio  Meftre  de  Augufto  Octaviano 
compôs  vinte  &  quatro  palavras  para  que  efte  Principe, 
encomendandoas  a  memoria,  vcnccífeaííy  mefmo,como 
diz  Pierio  Valeriano.  Eummomdt ,  utubi  trajei  c&piffet ,  qua- 
tuor>&  Vmnti  ãas  Grtecte  ItterM  in  memoria  recenjjeret.  Com  ma- 
yor  razão  fe  pôde  perfuadir  aosPrincipes,para  moderarem 
payxoés próprias, leáo  eftas  trinta  &  quatro  Emprezas. 
Pelo  que  me  parece  dignifíimo  de  fe  imprimir  falvo,  &c. 
Lisboa  S. Bento  da  Saúde  em  17.de  Fevereyrode  1689. 

Frey  %oqueda  Natividade. 

FREY  Vicente  dos  Santos  Dom  Abbade  Geral  da 
Religião  de  São  Bento  nefte  Reyno  de  Portugal,  & 
Pi  ovincia  do  Brafil,  &c.  Damos  licença  ao  M.  Reverendo 
Padre  Pregador  Geral,  &  Chronifta  de  noííá  Congrega* 
cio  nefte  Reyno  Fr.  Joaó  dos  Prazeres ,  para  que  (lia vidas 
as  licenças  neceflarias,  que  na  forma  do  Sagrado  ConciJio 
Tridentino,  &  leys  defle  Reyno  devem  preceder^) impri- 
ma  o  Segundo  Tomo  do  li  vro  intitulado:  0  Trincipe  dos  Ta* 
triarchás ò '  .(Bento  ytm  Emprezas  Politicas,&  Moraes; oqual 
foyvilio,  &  examinado  por  pefloas  doutas, &graves  de 
noíTa  S?grada  Religiaó,&  ler  tãto do  ferviço  de  Deos,cré- 
*3itodenoíío  Santo  Abito,&  utilidade  do  próximo:  em 
fé  do  que  damos  eila  í»  (finada  por  nòs,  refrendada  por  nof- 
io  Sctj etário,  &  ielladacom  olellodenoiTocftkio,  nefte 
NiofuyrodeS.  Martinho  deTibaés  em  os  10.  de  Março 
deiób^. 

Frej  Fteente  dos  Santos  Geral  de  S.  Benta. 

APRO- 


APROVA Ç AM  DOSANTOOFFICIO. 

I)o  %eVerendiffimo  'Padre  Mefre  o  Doutor  Frey  Francifco  de  S. 

loaõllaptiJlaDiffintdor  Geral  de  toda  a  Família  Serapbi* 

có)  £2  Qualificador  do  Santo  Oficio. 

EMINENTÍSSIMO  senhor. 

COntinua o M. Reverendo  Padre  Frey  JoãodosPra» 
zeres  Pregador  Geral ,  &  Chronifta  Mor  da  llluftrif» 
íiuia  Congregação  do  Senhor  S.  Bento  neftes  Reynosem 
efie  Segundo  Tomo  do  Príncipe  dos  Patriarchas  com  a 
mefma  fortuna  do  primey ro:  concordando  com  o  motivo 
que  emprende,a  doutrina  que  infinatQue  febre  fer  a  mays 
principal  hecompofta  de  tão  próprias  frafes,  de  tão  ajufta- 
<ias  figuras,  &  pu>porcionadasmethaforas,de  taõ  mdicio- 
fas  maximas,&  refoluçoés  politicas, que  bem íe  pôde  apli-  pfiimoit. 
car  a  eftesdilcurfos,o  que  o  Pfalmifta  dizia  de  outros  mays 

foberanos ;  por  quanto  pela  boa  fé ,  &  verdade  com  que  os 

Gedtíi,Junt  judicia  ver  a  \  pela  variedade  das  provas  com  que 

os  authoriza  ^juflificaía  infemetipfa ,  &  pela  moralidade  com 

cjue  oscriftianiza  fera  de  muyto  lucro  afua  obiervancia, 

vi  euflodiendis  Mis  rctnbutio  multa.  E  por  tanto  os  outros  dous 

volumes  que  promete  )a  ficaõ  fendo :  Vefiderabtliafuper  au- 

rum,&  lapidem  pretioíum:8i.  com  razáoiporquenefte  Quadra-  „.    „,,.,       ,  «    . 

c    i  r        J rr      i  cr-         •        rz  ttír.FêUib.  i9.  de  Quadra* 

tolelogiaaemprelia  da  mays  perreytaiapiencia :  v  éteres  to. 
Sapientum  in  Quadrato  cotfituebant ,  por  fe  refumir  em  todos 
quatro  húa  elegante  Biblioteca, em  que  fe  podem  ver  epi- 
logadas as  melhoresmoralidades,&  politicas  por  onde  to- 
dos efliudem  o  mays  importante  para  húa ,  &  outra  vida : 
Ex  Quadratis  enim  Ugnis conjiruere  nos  debere  'Bibltothecam,  admo-  litm  ub'f"PT*- 
net  Adamantm ,  non  ex  ayejlibus ,  Cs  impolitts,  quippe  ex  Tropbe- 
ticis ,  © apoflolicis  Volumtmbus-,  ih  quibus  folis  Vera  continetur fapien- 
tia,ut  pote ,  quiviújs  ommbiurcfeclis ,  exci/ifijue  Qnadratum  Vide 
t&mem  injlmisfê  ex  omni  parte  libr atum  per  Je  fer ant.  Nefta  con- 
íi  Jeraçáó  me  parece  efte  SegundoTomo  muy  digno  da  cf- 
tampa:  Salvo&c.  NoíTa  S.de  Jefus  22  dejulhode  1689. 

Frej  Fmncifco  de  S.  foaõfèaptijl.i. 
***  2  APRO« 


í>  <7?o  í-rò  cfe>  ífc>  vfc  vfr>  c?r>  **>  c*r>  <rfo  <íf>  >3r>  )*-*8 


v°£9&yVR9<iJ&sí& 


APROVAÇAM  DO  PAÇO. 

Do  fyverendijjimo  Tadre  Mejlre  loaõ  de  Almeyda  da  Companhia 

delEWS. 

SENHOR. 

Andame  V.  Magefíade  veja  efíe  Segundo  Toma» 
que  em  Emprezas  reprefenta,  &  diicurla  as  heroy- 
cas  acçoés  da  Vida  do  grande  Tatriarcba,  &  'Príncipe  dos  maji 
S.  Sétí/o,  com  pofto  pelo  Reverendo  Padre  Freyjoaõdos 
Prazeres  Pregador  Geral,  &  Chroniítadefua  Sagrada  Re- 
ligião, &  que digameu parecer.  Digo, Senhor, que  anão 
fero  Primeyro  Tomo  domefmo  Autor,  fora  elle,  entre 
qtiaefqueroutroSjComtodaarazãooprimeyrojnein  pode* 
ria  ter  lcgundofe  leu  Autor  naõ  prometera  continuar,  & 
levar  adiante  efta  empreza  comdous  mays.  Quem  leííeo 
titulo  julgaria  por  árdua, &  pôde  fer  por  arrojada  a  empre- 
za, de  emprender  ainda  íó  o  recupilar,  quanto  mays  o  am- 
plificar vida,&  acçoés  de  hum  Santo  a  todas  as  luzes  tão 
grande,em  rodas  as  idades  taõadmiravel,queíocom  admi- 
rações íe  pode  fem  ofíenfa  do  relpey  to ,  &  fem  nota  de  te- 
meiidade  falar  delle:  E  fe  bem  o  amor  de  hum  filho  podia 
embargar  qualquer  ceníura  ,  efte  grande  filho  defte  taõ 
grande  Pay  entrou  nefta ,  &  continua  eftas  emprezas  com 
tanto  cabedal  de  omnigena,  &  vaiia  erudição,  que  ningué 
poderá  arguir  de  incoherenteo  titulo  com  a  cbra:a  húa.& 
outra  obrigação  fa  tis  faz  o  Autor  naõ  ló  quanto  podiaõ 
pedir  os  mays  doutos,mas  também  quanto  os  mayscriticos 
podiaõ defejar :  com  humeítylo  taó  íingmlar,  quanto  ítu 
proprio^con  ti  nua  ndo,&confervando  o  credito  que  a  lua 
fagnd5,&efclarecidaReligião,&  utilidades!  Igreja  dcraó 
os  E fciitores  Benediéiinos  em  todos  osfeculos^&  aily  jul- 
go muy  to  digno  de  V.  Magefbde  lhe  conceder  a  licença 
que  pede.  S.  Roque  20.  de  Outubrode  1689. 

loaõ  de  Almeyda. 

LI- 


<«S?,VS?»    V5}  vs^  Ví?>  >«^  <<s>>    *p>  SS>>  VJ-,    «S>>  <^>  W9)  V0)  «0>    <tf)  <<S>)  Sy»  <«>>  <^> 

LICENÇAS. 

AT"  Iftas  as  informações,  póde-fe  imprimir  o  Segundo 
Tomada  Cidade  S.  'BentOy  Autor  Ficy  Joaõ  dos  Pra- 
zeres ChronirtaMòr  ,  &  defpois de imprelTo  tornará  para 
ie  conferir,  &  dar  licença  que  corra ,  &  fem  dia  não  corre- 
ra. Lisboa  1 6.  de  Agolío  de  1 68o. 

Soares.      Ttmoitd.      Noronha.       Caftro.      Frey Vicente: 
EíteVao  de  'Britto  Fqyos.     Azevedo. 

]^y  Ode-fe  imprimir  o  Livro  de  que  a  petição  faz  men- 
ção, &  defpois  tornará  para  iè  conferir,  &  fe  dar  li- 
cença para  correr,  &íem  ellanáo  correrá.  Lisboa  17.de 
Outubrode  1 689. 

Serrão. 

1}  Ode-fe  imprimir  viftas  as  licenças  do  Santo  Officio, 
&  Ordinário,  &  defpois  de  impreífo  tornará  a  efta 
mefa  p^ra  fc  conferir,  &  tayxar  ,&fem  iflò  naõ  correrá. 
Lisboa  3 1 .  de  Outubro  de  1  689. 

MeíloT.    Çtyxas.   Lamprea.    Marchai.    A\f\>edo.    i^iheyroa 


V 

1 

T 


Ifto  eítar  conforme  com  feu  original,  pôde  correr. 
Lisboa  1 4.  de  Julho  de  r  690. 

Cimenta.   Noronha.   Caflro.   EfteVaÕ  de  Brito  Fojos.  AçeVedo. 

^  Ode  correr  Lisboa.  1 5.  de  Julhodc  1600. 

Serrão. 

Ayxáoefte  livro  em  quinze  toftoés.  Lisboa15.dc 

Julhode  1690. 

fyxa*.        Lamprea.        A^eVedo* 


Pag.  t 

BUSCAÕ  HUNS  MONJES 

S  BENTO 

P  A  R  A  S  E  U  P  RE  L  A  D  O.1 


R  E  S  dias  fuccefílvos  dorme  a 
Panthera,&acordandomedtòfa, 

como  fe  ache  íoHcaria,  moftra  a 
raodadcjyem  os  gritos ;  &  a  vio- 
lência deftes  lança  de  fitão  qran-  »  \AUnfi  MM«™  <?<**?*»> 

.         ,  \      r        .'A    J~   da*  Epillola*  de  S .  Ih,  ronymt. 

de  cbcyro  ,  que  pela  luavidack.  KaUra,raEf>fi>i*  *d?><f:~ 
dclle  a  bulcão  os  animays  diftantes :  affiftindo-lhc  revê-  p^^Z^r^ 
tentes,  os quedantes fugiio  medròfos.  *  A  fragrância,  /,í.i8.w/.7*« 

A  9*ue 


i  O  T^JKCITE  VOS  <?AT.  7CM.1I. 

que  muda  os  anungs  ,&  çucupa  os  tangt^Lt  a  fama  do 

fogeyto,que  ço/re  emomun<J°3  ten<do  akinajatxttrv 

.   _,  ...,        .   r         cão  das  azas,  medida  pela  imencáo  da  virtude,  i 

■   C1r<fti  bónus  olcrfumus.     *  '  l  * 

i.  Coriutb.  cap.  t.n .  •  4. 

p.0^ug!íit.JjeOoSrim.  Ommbm  tis  Celebrem  Virtiií  dcdit  inclj  ta  fartum. 

Çhnpcaf.xi.lome).  SlM^HS     Táter. 

-  -d 

mas  primeyrodérão  á  fama  cem  olhos ,  &  outros  tnnfos 
ouvidos,  do  que  lhe pozenem  as  azas:  precede  primeyro 
o  ver ,  &  ouvir,do  que  o  voar  j  ouve  ao  vulgo,  &  examina 
os  procedimentos,  FòrmaíTe  a  fama  da  virtude  ;  &  nunca 
aílentou  com  proporção,  fenãolobre a  nobiefi :  igualda- 
.  „  „  ,  desoçde  entre  o  procedimento,  &  o  ianque.    2 

i    tatu  ?/f  iueht  dirnitatis         »  p--'       ,  x  '  o 

Jfatuf,  vita,<5  moribus  cowpit»  ■  *   . 

M  ortbiíi ,  £9  ]>/rV?  pQ^  mbiiitai  e  Víros,, 

úerman.  de  TSlobúitat ,  f§  Fanié, 

■ 

&provàdotudo,accIamaa  vitoria.  Semelhante  ao  fogo, 

que  primeyro  gafta  o  humor -contrario,  do  queleVame  a 

labareda,  (aõ  os  princípios  da  fdma,aíTun  nos  iurrios  da 

inveja  ,  como  na  averiguação  das  obras.  3  A  tuuocitá 

1  TiSmam  primumemicaniê  fogtyto,  quem  emtudo  lè  ha  de  moftrar  claro. 

<ju,dtmtfCVjn;fCltj«mi»va-      2.      Os  vagares ,  com  que a lama  aceyra  ler  correyo, 

hfcMefefitmma.  faÕ  tantos ,  quanta  he  a  detétlçá ,  que  o  fogey  to  pòeníem 

Erafmus  eX  ?i»t*rcb.  mo-  eícrever  a  carta  5  (.os  dias ,  que  dorme  a  rantliera^  antes  de 

exalar  o  cheyro,  o  reprclentão  )  fe  bem ,  que  ase xperien- 
cias ,  com  que  a  fama  a  pura  ,le  vão  mays  tempo,  do  que  o 
fogeyto  oceupou  em  iemoftrar  único.  A  fama  he  como 
o  Pintor,  que  pòem  a  pintura  ao  tempo,  para  que  as  tin- 
tas provem  definas,  &  téfthão  lugardeappareceros  dc- 
4  r,8oresfepo»»»taãte-*.  feytos.  4  Não  admite  aufenciasa  fama,  por  iíío  extin- 
*u* opera fuyumexmuTvai-  prLie  a  fombra,  que  entrcpòla  o  louvor :  perpetua  a  vida,  & 
iutta, ,» caujaeft,  quominut  quer  ver  primeyro  fe  perle  vera  a  chama:  a  vida,&  acções, 
^£?£Z£Z&  a qu4td.de, &  9 procedimento  a;uftadosçhe  dífpoíiçáo 
".•  ,  para  o  mundo  aplicar,  áobra  da  lembrança  perdurável, 

'  aquella  virtude,  com  que  a  pedra  muda  emchriltal,  &  a 

terra  em  bronze:  porque  nâofe  conformando  as  acções 
co  u  a  pclíóa ,  fe  ambos  não  filerem  hum  corpo,  havei  a  di- 
as de  íortuua,  mas  nunca  annos  de  ídma. 

3   Naõ 


mui 


"    g     Náo  fe  achou  pouca  fortuna  em  Prompâlo  Rey     <    Vapap  campo  fuigo/ai 

tia  byna, que hngmdo ler  Alexandre,venceaaDernetr!0,  wiikco  perdoium,cUrhji/^ 

5   mas  pira  íi  naó  ganhou  fama,  porque,  quem  a  adquirio  ™ilS',*ftrei'te**Hfimt* 

foy  apeífóa,  em  cujo  nome  triunfou.  A  Smerdes  Mago 

naó  amparou  menos  afortuna,  oqual  introdufindo-fe  ir* 

niióde CambiííesNRey  dos  AíTyrios ,  chegou  a poííuir  o    ,  ...  ,. 

19  r  -  °  ir  la  inter  caiercs  Mara  r  *ó« 

Rey  no,  6  mas  delamparou-o  atamanque  quem  buíca  n»*esmerde*,prop*erfimiihw 

angue  alheyo,  deixa  com  mancha  opropno  :  deicobre  ^rw„OT  Rrgit jranem; qJm 

íuapobrcfa;quem  feornacom  as  galas  alheas.  Aíiiingui-  " '*Urfi'*'* jufrrat,fcjj»xie 

cuarortuna  a  Arcnelao,que  dilendo  ler  hino  ae  Mitn-  Rcgnutnoccup»v,t. 


íd.in  ibi. 


datesARey  do  Ponto,  calou  com  afilha  dePtholomeu» 
ReydoEgypto,  7  mas  naó  occupou  a  fama,  porque  et?  7  oircheU**  yimH*tè,fi 
ta  naõ  fogey  ta  os  hombros ,  a  quem  lóbe  a  ella  por  eícada  fihumfingtvt ,&mr,*iqtíeíd* 
alhea.  Durou  a  eítimaçao  deites,  em  quantote  lhe  naoco-  Keg>if»Qus ; ?»  ^/nqn^ui 
lihecèoaculpaipareciáo  ocontrario,doqueeraó:  &  fe  o  ™&'*>M»'te™*'$- 
tempo  no  exame  lhe  trouxe  o  deipreío,  8  acabou-íelhe 
o  nomeconhecida  a  verdade  5  porque  unindoílè a  fortuna  *  amm*mijl*rtH*$#M*t* 
com  o  fingimento,  icparaíie  aiama  da  íortuna  indigna.      exíoimvÁu. 

]FamafrèquenteY  eumfigmt,  qui  clignw  honor  eeíl* 
lnfamis  vitioperdidit  omnis  eam. 
Idem.   Supra. 
4     Em  o  mundo  naõhaquemdeyxedeperrenderef. 
teapíaufojem  os  elementos  he  a  actividade  aípiraçáo  a 
exceíTo:  em  todos  os  eirados  ha  emulação  a  ventagés;  mas 
Taó  dsfFerentesfaõ  os  fruetos  da  fama ,  quanta  he  a  dtfi- 
gualdade  dos  pretendentes  3  o  trabalho,  que  he  a  arvore 
daeftimaçáo,  amuytos  deu  com  difij  borós  fruâ:os,&fá 
para  os  Príncipes  os  produz  fazonados,  porque  afamahe 
iruetodos  Príncipes.  Muytos  cetros  querendo  goftar  dei- 
te pomo,  fedefviaráo  do  caminho,  que  ha  para  o  colher. 
He  o  caminho  da  fama ,  como  o  celebre  caminho  de  Ble- 
kingia,  oqualfimdo  de  mármores,  eráoefcritura  de  letras, 
9  as  letras eráo  as  obras,  &05  mármores  o  premio  ;por- 
Guenèllés fe  eternifivaõ os  ferviços :  Osmannores  da  fa-    o  V>»  f  q»*jam  tpudaie- 

„  1  r»  •       •  -  r        •  rr  11  \t*gi&adm\ra*da:::iiiierqiiM 

n;a ,  nao  houve  Príncipe , que  nao  prelumille occupallos,  mtuMm  hco  pia*ut»fial  ..-.; 
mas  naó  fazendo  proefas,que  nelles  fe  efcrevelTem,  ficou  o  ^^/AZíiZ^^' 
caminho  de  mármore,  como  a  Ponte  de  lera,  que  tez  Neí-     s»wGr«mttie»r. 
trácio  ,aqual  naó  conferveu  durável,  aquém  nellã  íc  retra- 
tou desvanecido* 

A  3  5  O 


4  O  f^mClTE  VOS  ®AT.  TOMO  II. 

5  O  princjpio  que  teve,  o  eternizar  das  obras ,  ema- 
nou daquelle  tempo,  onde  o  triunfante  ornava  os  tem- 
plos, pendurava  em  as  arvores,  &  enobrecia  a  caía  comos 

•  RtfmuimVtíefiOlfthM  dcípoio;»  bcllicosda  vi&oria.  * 

faitu:3  tjiu  cultor. Iiv-t%. tf,  *     ' 

Multai};  perterea  facris  in  pojlibm  arma^ 
CaptiVt  pendem  curris ,  curVaq;  fecures, 
Et  cnfiit  capxtum%  &  portar  um  ingénua  claujira3 
Spiculaq;  clypetq;  eretaq-,  rojlra  carinis. 
Virgil.  JBneid.   7. 

Subio  defpoisamayor  eílimação  o  triunfo  5  com  que  os 
Romanos  inventarão  os  Arcos  triunfais, parte  onde  pu« 
nháo  o  retrato  das  terras,  que haviaoconquifUdo,  a  naçaó 
de  gentes,  que  avaflallaráo,&  as  armas, que haviáo  ven- 
cido, dominando  a  tudo  a  imagem  do  vencedor,  a  cujo* 

•  Benei,HHi  oij-ot  in  Epifi,  pés  eitaváo  rendidos ,  quantos  dominou  contrários.  * 

Fruflra  igitur  currus  fummo  mirantur  in  ar  cu 
Quadruugos.Jiantesq,  duces  m  currxhm  altisi 
Subpedibuáq;  ducum  capttVospopltteflexo 
(L/7  djuga  deprefíos ,  mambufq;  in  terga  retortiss 
EtJufpenfagraVi  tekrum  fragmma  trunco* 
grudem  lik  2 .  in  Symmach. 

Foy  enfraquecendo  o  valor;  com  que  mudada  a  compe- 
tência, fizcrãooshomé*juíriçaparaafama,do  que  ferve 
de  caul  a  para  o  elqut  cimento ;  porque  mudando  o  depo- 
íleo  do  teíiemunho,para  o  thalamo  do  defeanfo,  compufe* 
rão  a  parte, onde  dormiaõ,  dos  inftrumentos  liberays,com 

•  DhtBeri  Rifi»i*r.  vr*//.  que  fefeive  Vénus.  * 

— —         Arma  polita^  &  n\tidaí 
Qualta  non  pugna  Jed chorei Jpolia 
Çhteu  thdamumgemalem  ornate  ,fedarma  crmre 
frer fuja  humano  Mareia  templa  tenent. 
jinthelog.  Itb.  6. 

Muda  Tão  de  templo,  porque  variarão  de  armas:  Em  o 
templo  de  Marte  3 lugar  onde  eftava  o  theíouro,  que  fo- 
mente 


EMT${EZA    T.  5 

mente  foccorria  ,  a  quem  oaugmentava,  a  ferrugenta  el« 
pada ,  a  quem  o  langue  contrario  tirava  o  lufire ,  era  a  que 
erdava  oluíjmento  do  dcpoíko ;  donde  iediíTe,queiio 
efpelhode  Mute,  o  ferro,  que  a  cile  fanoftrava  enfw> 
guentado,  reprefcntava  marmóreo  j  lendo  origem  delta 
converfaó  a  fama,  que  deyxava,  quem  enriquecia  o  tem- 
plo com  o  defpojoj  credito,  aquele  nega  o  ler  viço,  que 
fc  efconde  a  Marte. 

6  Duas  portas  tem  o  pallacio  da  fama,  húa  principal, 
&  travèíía  outra  j  da  principal  he  porteyro  Marte,  &  a 

outra  remporguarda  a  Cupido.    10   A  por  ta  aonde  aílif-    .„  ,  *rv.^ 
te  Marte,  he  introduccão  á  falia  da  perpetua  memoria,  «< »*/,*«/«* cftdomu* ahlivià* 
dondeíahuao  ostnunrantes  da  rama,  que  conbeceo  re-  afiril.     T 
írarcha.  A  porta ,  que  guarda  Cupido,  he  caminho  para  a     7°*nn»  Efrufauitfinea* 
morada  do  efquecimento,  prifió,  aonde  encontrou  Zezi- 
mio  Efpanhol  os  Emperadores  ,  que  intitulou  mudosj 
com  a  vida  fe  lhe  acaba  a  eltes  a  falia  ,  porque  delpois  da 
morte  fó  tem  voz, quem  em  vida  revê  bom  nome:  A  Ale- 
xandre retratarão  dormindo,  fallando  comosDeufes,& 
a  Calígula  de  outra  parte  adormecido,  com  todas  as  appa- 
rencias  de  morto  j    1 1   as  virtudes  de  Alexandre  ,  Sc  os    n  fsphomuigr^cuidtpic 
vicios  de  Calígula, em  vida  competirão  no  exceíío ;  entre  ,urulinpertlg„um  í.j,.z,maxi. 
as  fombras  da  morte  emudeífe  hum,  &  outro  falia,  porque  "" 2C- 
.  os  progreíTos  da  virtude  tem  o  natural  do  Diamante,  que  ,     ' 

então  cometia  a  receber  o  lultre,  quando  lhe  lalta  a  penha,  fica  mjç^Jm    ,«  .  ^   . 
que  o  creou j    12   &  os  exceííos  do  vicio igualáo^ nos  ef-  Hfm!l^\ *'mut íj  'Jc:f' 
feytos/ià  medula  da  Arvore  Xaqua,  que  quando  anima  a   »j  sJA*i*$Hh  XaqufM- 
Arvore,raz  com  que  delia  corra  o  licor  negro,  &cortan-  T,ljlcvUv<i,ft-„,!K  m. 
do-fc  o  tronco,  he  cauía0  a  medula,  de  fe  corromper  em  2^**£Sgjg 
breves  tempos ,  8c  reduzir-fe  a  bichos .    1  2  upium  r^uat  ,n  &  &&,  ^,* 

7  A  nenhum  deu  entrada  Marte,  que  naohzeíle  da    pa„r,cfEi,*fíu,,ub,f«p. 
vida  húa  ponte,  femclhante  à  de  Polifanga,  ornada  de  for- 
mas varias, &  de columnas  diverfas ,    14  moftrando  nas    •*  7»f~;"''  "•**•*,& 
columnas  os  triunfos, Sc  nas  lórmas  os  vencidos:  cann-  a  mb-.  »o»procui  ^ 

o,queemiuacompofiçaogaltaraoa  vida  Júlio  Criar,  tutl!;lt(iPf0„t ,„0ílo,s'ollij. 
Scipião  Africano,  Scipião  Emilio,  Scipião  Naíica,  Qiu-  ^^umj.m^o./rJn,,, ,  u/ 
viano  Augulio,  Quinto  rabio  Máximo,  &  Marco  Cu-  4<j5«e  uiânju^^u,  r«í*  »- 
rioj  em  o*  quais  afama  provou  as  forças,  porque  clles  em  ^^ffS^X 
liias  obras  confirmarão  a  regalia  da  lama  ;  continuando  o./  '."»<*<./"<" 

^    r  ,  .  °  ,->  '.  „  fe!uí  hb    1.  e»f%  «7.  Mfd 

Ceíaremovalorjdaeía^-mque  eiieve  captivo  em  Cara-  atí^iman 

A   3  111  anu, 


6  O  9í(!KCIfE  WS  <PJT.  TOMOU. 
mania,  atéo  tempo, que  vencèoa  Pontpeyo  :  Profeguln- 
doScipião  Aíiicanoconíórmeoalenro,doanno,  cm  cus 
feupay  deu  batalha  a  Aníbal,  até  odia,emcjne  de  todo 
deítruio  os  CarthagineíesjnãodefcançandoScipião  Emí- 
lio em  acreditar  asiorças,da  hora,  em  que  começou  a  guer- 
ra onde  vencèo  a  Pcrfeo,  até  quando  avafíàllou  psNfr» 
mantinos;  defvelãdo-fe  Scipião  Ndílca  em  o  exercício  das 
armas,  da  eleyção,que  delle  fez  o  povo,acclamandc-o  por 
melhor,  para  entregar  aDcufa  Ydea^âdonztlla  Claudia 
Quincia,  até  a  íegunda  vez,  que  foy  eleyto  Conful  ,mof- 
trando-fe  incanfavel  Octaviano  Augullogmo  credito  da 
pátria,  defde  a  vi&oria  do  Oriente ,  até  que  acabou  de  en- 
grandecer a  Roma  com  ediricios  j  não  fe  detendo  Quinto 
Fábio  Máximo  em  o  logro  dos  triunfos ,  da  pòíTe ,  que  to- 
mou dos  Lygures,  (a  que  agora  chamãoribeyra  de  Gé- 
is   Di!UfumUavhiun},JS  -\  ■        r     j-  TL-  I      •    f  ■      1 

fubináefirci;urtv riconeinif  nova)  are  o  tnunio,de  que  iahiocom  glonoia  palma,  ven- 
tur  itiuifuftm  t»  muita  cen(j0  a  Amba I :  Finalmente,náo  ouve  parte  onde  Marco 

facitlarcddttur òtcfamafim.  .  /ri  _i 

fsrshquiâaiiquidadjtcisnaã.  Curió  bayxaue  a  lança  ,  começando  do  vencimento,  que 

9tepiuiareT.'in  Moram.         ceve  ^os  Samnitas, até  a  vi&oria ,  que  alcançou  de  Pirrho: 

«6  Níwofuturumputatdi-  oque  tudo  fendo  principio,  &  fim  da  vida  deftes  Heroes, 

i,gi»rem,qu},ai»:pfaKov<ta>         '  ,        .,     r         ,*  '    ■•  ,  r  ., 

teops,at>oniju*»onv,dei  efe  em  toda  cila  ie  achou  conlervada  arama,  porque  lua  vida 
ltt''r  «'ti"' rlhu'u'  foy  hum  valor  continuo,  i  5  Não  deicançou  o  braço  ao 
•maré pia»ta,  ih ,  ut  reddaii  ceco  do  primeyro  triunfo  ^  com  influencias  de  Lua  fe  moí- 

jr:t8urcpt3toj,qii<tfol.ciliifu.  .  «  1        .-  1 

ctãtex/uiuubonbur.  trai  ao  as  primeyras  coroas  ,alterando-Je  os  mares  da  emu- 

Xi*jfi»nj<b..:ÈpM.  lacão,comas  repetidas  ondas  do  exercício :  na  multiplica* 

furaatumaepeiit cet-ge-tmfum  çãodos  aplauíos  dilatarão  o  nome ,  1 6  corn  que  íendo 
tiquioUrnardiiaífirafaclsr  toda.a  vida  dekes  Martespertençaoa  novos  cetros,  bul- 
ijm  ghr,imq„ej5fim*mpro  caváo  <ó  afama  por  premio ;   17  tendc-a  mutuamente 

J-.nih  vrttTKioJiiorum  operu  SX-  *  *•  ' 

pcbzbant.  por  emprego. 

£TcZT"rttflZ:qu*    \  8     Mas  a  vifta  defta  occupaçaõ,  &  esforço ,  a  quem 
íji,  oceupa«t  aure, ,  qU,a  rjif,,.  nãofará  duvida ,  haver  Autor,  que  «{firme ,  ficara  aíama 

pe-facioft ,  ©  ex  magna  parte       -  .  .    /»         ..  .  1-1  •     •-       1 

me»dax.  co  o  antiguo  deicredito ,  nao  perdedo  a  opinião  de  pouco 

tefinoPrtr»U''"h'dc'tÍ°h,Ut*'  verdadeyra,  ainda  com  fe  empregar  neftes  beneméritos? 
19  ra»ia,qucee(i  contraria  18   E  £.bida  a  caufa  da fenrenç3,deuíelhe em  culpa, enna- 
iâcom^ufarr.ofirKfa^fuc  brecer  por  exemplar,  a  quem  a  vida  condenava  noexem- 
re^inúittfimaioquay.fMi  pj0     jq  concedendoífe  fó à fama  melhoras  de  reputação, 

tnendacium  cpertum.  *  '  1 

;«;««»  cv/>j.  quando  períiitio  noseccos,com  que  oceupou  o  mundo 

^Z^::^::^  ^  valor  Catholico5  20  &çomo  defteiorão  as  armas 
Tibu.*quaieiou*nubuspr*cQ-  Luíiranas ,  as  que  ie  laurearãoinvencivtvs  leàmósem  òs 

Mtiimii  ihfiiiituitmbHt.  mármores  de  bicKingi^ipartí  dos  nomes  daquelics ,  que 

enve- 


EMVTyEZA    1.  f 

envelhecendo  os  antigos  decreto* ,  era  qne  afama  corce* 
dia  adorações ,  Coubera©  tanto  apurar  o  va?or,que  acbâtP 
donelle  a  fama  dobrada  eíumaçâo,  tez  do  valor  Lwíitano 
oscuatheres  daaudi^riJade,  &rdo  antiguo  esforço,  a  !e- 
trada  narração  ;  eíliinando  emtantoefte  novo  efpiruo, 
tjuedefcftima  a  antigua  coroa  ; Semelhante  aCefar,que 
nãofe  prelava  deoutro  criunfogá  viík  da  vitoria  ,  que  ai» 
cançoude  Pompeyo. 

o  Neí1:aoccaíiaõ,em  que  o  trabalhou  minha  obra 
pede,o acredite  comeíias  luzes,veioqueovalor  Lufitano 
começa  a  intrifticet  orofiro  ,qual  outro  Balrhazar  amu-  .  ,,.  ■.•„,„r, 

*  '   J  _  11    vot-paruerw-1  dt£iti  quaji 

dará  face ,  vendo  que  hum  dedo  começa  aeicrever ,   2 1  »<•»»'  bemmbfcrtbe»th  «>»- 

ombra  de  hum  elmo  commum,o  que  a  niaoda  .„„„„*„*#. 
fciencianáopòde  tresladar^com  os  claros  de  toda  a  eru-     *>«««'"  *• 
dição.  Com  tanta  ma^eftade  refplandece  o  esforço  Por- 
tuguês f^nas  memorias  de  fuás  proezas,  como  Alexandre 
Ma^no  no  retratar  de  fua  peíTóa  ,  dando  licença  ,que  ió  o 
fizeífeemeícultura  PyrgoteIez,em  pintura  Ap<.llts,em         /,    ,.  ,        ,      ,. 
«ftatua  Lyzipo:  22    Não  íe  na  dopouco  perito,  oque  ao  xit,neçui,fpfumai>ur,quím 
mundo  he com excefío admirável.  M/£  rJlpefe, _  J,m  L)JiJ>u, 

10  Amayor<lifficuldadehe,repartiros prémios con-  ex*reJucer*. 
torme  os  merecimentos,  &  numerar  o  exerci  to  por  4ua  or- 
dem. Misnão  nve  aproveitando  eu  de  codos, por  ferem 

muitos  livros  breve  pagina,  para  ávida  de  hum  ígHcioc 

Português;  nem  feguindoorde-m,  porque  o  valor  Lu  ílta- 

no  excedèo  toda  a  regra  ;  menos  repartindo  conforme, 

porque  fó  para  hudelles  faõ  poucos  os  prémios  jficarei  íe- 

inelhanteaDencio  Veneíiano,dequéfe  queixou  Ncme- 

rida,  porque  a  roubou  deíua pátria,  &  de  quem  íenãooí-    í%  p^at0„jUfie  tj}iZa>- 

fendeu  Medetna,  de  anão  efeolher  por  cl  pofa  j    23  fOK- 

«jueaefta  não  tirava  elhmaçáo  a  mão  humilde,queefco. 

lhia,quandoellaem  fitinha  afermolura  ,que  a  (ing^lari- 

fava:  fendo  o  aggravo  de   Nemerida,  verfe  tratadi^dc 

quemanãoeílimava  fenhora  j  inasfoy  injufta  aqiãtyWft, 

porque,  quem  não  conhece  a  pérola, que  muito  he  lhe  nnó 

dèo  valor? 

11  O  primeyro  Hercules  Português, que conrveça a 
desluftrar  as  antiguas  procfasjie  ElKey  Oom  Aífonco 
Henriques,  vencendo  em  o  campo  de  Ourique  aHydra 
Mahometana  ,  que  compondo-ie  íeu  exercito  dte  fuveo 

Keys 


na  iti  vim  >-»'■  "'>• 


JJliJttUf, 


8  O  VkmCITE  WS  <?JT.  TOMO  II. 

Reys  Mouros,  valia  cada  humdelles  per  dez  cabeças,  que 
unidas  em  hum  corpo,foraõ  por  eíte  Hercules  privadas  da 
vida,&  a  produção  de  luas  cabeças  impoíTibilitadas  de 
forças;  viâtoria  donde  feu  valor  mereceu  o  cetro  da  terra, 
24  Quem  Dou  immònálu  &  fua  Monarquia  alcançou  confirmação  do  Ceo.  24 
fi,„xit.  De  todos  íeusdeícendentesíoy  herdado  eite  estorço:  en- 

tre os  quays  me  illufíraó  a  memoria  EIRey  D.  Sancho  o 
Primeiro,airoládoocampode  Xarafe,&deítruindoo  Mi» 
ramolimjíendooprimeyroFrincipt  Chiiíião,qdefpoisdc 
vencida  Sevilha  pelos  Mouros,  chegou  vi&oriolòa  feus 
muros;  acrefeentando  a  eftes  for talela ,  cõ  leu  nome,  Sc  ao 
Reyno^mur«ilhas,comfua  memoria.  EIRey  D.AfFonçoo 
Segundo,que vencendo em  Elvas  aosReysde  Sevilha, Sc 
Jacin, coroou  feuexercico  com  o  vencimento,  Sc  enno- 
breceo  os  vencidos  com  íeu  valor.  EIRey  Dom  AÍionço 
o  Tcrceiro,acabando  de  extinguir  os  Mouros  do  Algarve; 
livrandoaefte  Reyno  da  mortalha,  &  viitindo  a  Monar- 
quia nova  purpura.  EIRey  Dom  Deniz,  que  triunfando 
de  hlReyDom  Sancho  de  Caftella,  chegou  com  aefpa- 
da  até  Valhadolid,  &  Salamanca  ;  dtixando  entre  as  lç- 
tras  aefpadacjpor  enfino,&  no  comercio  o  nome^ por  ri- 
queia.  . 

1  2  EIRey  Dom  ArTonçooQuarfo3em  a  memorável 
batalha  do  ba  Jado,ondedevendo-fe  a  leu  animo  a  empre- 
2a,  íoy  feu  o  triunfo;  dependendo  delle  a  vitoria,  porque 
ctta  não  fe  alcança  lem  esforço.  EIRey  Dom  Pedro  o  j  uf- 
tiçofo,que  fe  nunca  defen  bainhou  aeípada  para  a  guer- 
ra, nunca  a  tirou  da  mão  para  ajuíliça.  EIRey  Dom  João 
oPrimeyro, na  vidoria  de  Algibarrota,  &  na  tomada  de 
Ctuta ,  vencendo  as  duas  nações  mayspoderoías,  parais 
coroar  com  o  triunfo  de  todas.  EIRey  Dom  Aífonço  o 
Quinto,na  tomada  de  Arfila,&Tangere,  eícurecendo  á 
Lua,que  aparecia  em  fuás  torres,  os  claros  de  fuás  proefas. 
EIRey  Dom  Joaõo  Segundo,  delet  brindo  o  Reyno  de 
Congo,  &  Cabo  de  Boa  Efperança,  Sc  faindo  gloriofo  da 
Batalhado  Touro;  parte,  onde  em  hum  mefmo  tempo 
ferviofeu  braço  de  amparo,  &  de  ruina ,  òèÚ*  aos  contrá- 
rios, 8c  deamparo  aos  amidos.  EIRey  Dom  Manoel,  inti- 
tulado Emperadordo  Oriente,  &  defcobridor  do  novo 
mundo  j  não  baftando  pherdado^para  fua  Magelbde, 

foy 


EMfftEZA    l  9 

foy  necefíario  appareceííe  novo  mundo, para  capaz  ef- 
trado,deíeu  crono.  EiRey  Dom  Joaó,  oTerceyro,  que 
empunhando  a  efpada  concra  o  judaifmo ,  rcduíío  o  Santo 
Tribunal  da  Inquiílção,  á  forma,  em  que  hoje  exifte  j  ten- 
do o  zello  de  Deos  por  empreza ,  para  moftrar,  que  vivia 
fem temor.  ElRey  Dom  Sebafíião,  aquém  a  dilatação  da 
fé  levou  a  Africa;  naófeílie  pôde  negaro  Louro,  porque 
o  intentallo,  bailou  por  triunfo.  EIReyD.Joaõ,GQuar- 
to,  oqual  armado  com  Teu  nome,foy  para  Elpanha  rnveh* 
eivei  exercito,  &  para  omundo  todo  reconhecido  Mo- 
narca. ElRey  Dom  Affbnço  ,o  Sexto, a  quem  deraõ  o 
nome  de  Victoriofo,  porque  emfeu  tempo  foraõ tantas 
as  viaorias,  que  a  nenhuma  fe  deu  completo  aplaufo. 
ElRey  Dom  !Jedro,o  Segundo  do  nome,reí peitado  de  to- 
do o  mundo,  &  confervando  em  paz  a  lua  Monarquia ,  no 
tempo,  em  que  os  de  mays  Príncipes  viviaõ  em  guerra: 
fendo  taõfíngular  o  governo  defíes  adeofados,que  ^q[" 
pois, que florecerãoj  naõ avultou  outrem  em  apaz,nera 
cm  a  guerra. 

ÚfarOj  ònejjum ,  d?  in  alta  fama  faglta^ 
Vididopo  cofliíi  (pio  no  me  enganno) 
Opor  arte  di  pace^  o  di  battagha 

Tmach.  ttt.  2.  Trittnf.  de  Fama. 

E  fe  o  trono  do  victoriofo compunhaó  os  Athenienfes  de 
braços,  em  lugar  de  nuvésjhe  impoíivel  numerar  todos  os 
braços,qiuftétaóotronoLuficano;náohafamiIia  illuftre, 
cm  Portugal,  que  os  não  tenha  multiplicados  3  menos  fè 
pode  particularizar  triunfo,  emqueeftes  credicos  prova- 
rão invcnciveysj  porquetodo  otempo,  que  governarão 
hús,&  militarão  outros  ,foy  húa  dilatada  pilma  j  &  taõ 
valentes  todas  fuás  proc  ias,  que  fendo  a  gema  do  valor ,  o 
braço ,  que  as  alcançou,  a  nenhúa  concede  ventageni,  ain- 
da que  lha  déííc  o  tempo. 

Kon  con  altro  rumor  dipetto  danfi 
Duo  Leonfiri^òdtto  fdgori  ardenti 
Cby  a  Uehy&  terra ,  fé  mar  dar  lu^ofan^t. 
(Petracb.  Triunf.  de  QJHtat, 

tt  13  To- 


I0  O  T^IKCITE  VOS  9  AT.  TOMO  II. 

1 5  Todo  o  defcredito,que  padecia  a  fama,  antes  que 
eftesSoys  iiluílraífem as  forças, era, fer como  osrios,c]ue 
na  corrente  que  levaõ,  metem  em  li, quantos  regatos  a-> 
chaó;  aíli  afama  levava  configo,  quanto  acreíeentava  o 
vulgo. 

Fama  loquax  pervenit  ad  aures 

Dejmira  tiifá  ,  qu<e  Ver  is  adderefalfa 
Gaudet :  &  è  mínimo  fua  per  mendacia  crefett. 
Ovid.  a.  Met. 

Com  o  que  perdendo  o  nome  de  verdadeyrà ,  affirmavaõ, 

que  durava,  em  quanto  a  mentira  vivia.    24  Era  taócó- 

.4  Ea  iF.cmâithhjt  quoâ  ft   Conceito,que nas  primeyras emprezas  Lufica- 

Honmji  cummcntiturp  erjeve-     •  "  •   w  -■  n  I  J  i 

rat,  $ia>tJiu  vivit ,  quanJiu  naS)  fe  abraçou  por  certo;  mas  como  íerepetillem  as  vo- 

nonprobat,ft  quidem  ejl  Proba-  r  _  XT        .  ,  . 

vit,cfaiefc;tf  quaft ofício  zes , rorao muy tas  así>açoes,que  quizerao  conhecer  do 
jurtie»Jijjin84,remtraJit.    prjncjpjj0  &  naó menos  os eípiritos  nobres,  que  fe  empe» 

1 ertul .tA^ol .c ap  .7  de  fama.   í  í        '  1  -n  1 

nharaõ  no  exame  j  mas  fe  a  fama  os  trouxe  á  aviítar  o  valor 
»s  idem  Rcgma Sahaautit*  Português,  aíTi  comoá  Rainha  Sabá  o  reconhecer  afabe- 

fama  Sahmonit ::  venit  tenta-     I       •       1     />    .1  -  _  D     "_U.  C  ÍT         - 

neum.  i.Reg.cap.  ,0.        dona  de  Salamao,   25   como  a  Kainnaconteíjarao  os  ex- 
ploradores, fero  exceífo  da  fama  brado  femalma,á  vi  fia 
,6  Vtrwe?ifermo,quemau-  daalma ,  que  lhe  fervia  de  efpirito;  26  &  padecendo  rui- 

itviinterra  meã  ::vidi  ocMit  *         .     »       .  /-•  •  'ri  - 

tnsu,rd  frobavi,  qmd  media  na,  os  que  vinhao  a  tomar  a  relidencia,  louberao,  com 

Cíf^tfaX^Z  Perda  da  vida ,  que  a  fama ,  a  quem  dantes  chama  vaõ  dita- 
fuam  rumor,  qHimaudui.ibj.  dora  da  mentira,  era  ja  fonte  da  verdade. 

. —     Se  d  Vox  hoc  ntmetat  omnis, 
Credo  íibiiVerum  dicerefamafolet. 
Mart.  7. 

14     Donde  reftituido  o  credito  á  fama ,  ficou  fendo 

conhecida  pelo  ceyo  da  immortalidade ,  por  fer  a  parte  a- 

onde  o  terreno  fica  fempiterno,  porq  a  virtude,  que  entre 

,     asligadurasdocorpo,caduca,Iivredeilasficairnmortal27 

27    Nammortui  non  habtnt  O  í     '  •  ' 

epenift  debile  ,quod  manet  itt 

efZZrl;%,s.Man,,  QuilibetbaricfaVôVitammibifiniatenfe, 

Fama  rer^mgeftarHmfoji mar'  ]fi £  tametl  eXtlUCÍO fami  [libei flíS  £»'/'.'. 

temviverefacit.  n     J  nr '  n 

Livtc.i.Dm.lib.i.  UVict.  I .   1  njí.  7. 

porque  fendo  a  fama  oultimo  fufpiro,  em  que  fe  rcfol- 
vemnoílas  obras,  íó  entaõ  fora  mudo  voato  ,fe  fenecen- 
do 


EM?%EZA    1.  ri 

doa  vida  acabara  a  memoria  ;  provandoemferefimera,a 
mentira, de  quea  levanta  o  vulgo ;  Sc  noferimmortal,a 
verdade, com  queella  mefma  celebra  asproefas;  eíViman- 
do-ie  a  fama  em  Ceo,  porque,  o  que  nelía  fe  ve,  faó  efí.  y- 
tos  de  luz;  em  beinaventurança ,  porque  fó a  alcança  a  vir-    **  fm*fequiJm  wht,  ef 

.  0  i*i  i*  r-v     •  a.  i         &  ideo  tndie  qui*  ex  opcribui 

tude:    2õ  conhecido  remédio,  que  o  Divino  Amor  deu  h'A 
ás  perdas,  que  nos  refultàraó  da  deiobediencia  ;  porque   D-BtrnardítT  i\f"ícãt< 
ficando  mortal  a  crcatura,  na  fama,  por  compenfr çaõ,  lhe 
reítituio  a  immortalidade  :  fendo  a  fama  taó  íuperior, 
quefó  lhe  faz  fombra  o  eterno;  &  fua  voz  Caó  útil  pa- 
ra o  particular, comoparaocommum;  para  efí;e,na  imita-       r       a      ,,.,.. 
caõ ,  a  que  o  excita ;  &  para  o  particular,  no  rei peico ,  de  monpter  proximum  ■.  quanta 

C  1  '      r  i    1         •    ..      J  aafi  propter  duo :  primo ,  auiã 

que  o  orna   a  9  ficando  a  lama  pregão  da  virtude,  porque  hJJfaL  ^^««,,1  ti 
fem  fama  aproveita  ao  particular,com  o  meiito ;  &  naó  á  ommíhonaêxterUn.Secmiot 

republlCa,COir)  O  exemplo.  ma  mterdum  homo  abjlinetje» 

ftccatU  :  'i5  proptir  a'iot ,  qttia 
ex   ptceato    unnu     puh!>cati 

Vtlc  latem  vir  tus  j  quid  enim  fubmerfa  tenebris  mu!ti  Pr°w»*  ■>dp^ccanda. 

-.      .     .  a  l  *  J  ^AbuUnf.fup.Mstlb.tom 

•rroderaf  %.&,<>, mh,%%. 

Uaudianusinq..  Hom. 

Entrou  a  fama  em  o  numero  dosbés  ,que  Deos  fez  a  Da-  ,'?,  *"**"*•««««;*•*; 

3  Tl  Jt  Magnorutn  qitt  cítcbrr.tiir  m 

•vid ,  30  contando-le,  por  excellentia,  entre  as  prendas,  fina.  i.faraiifoij.  ».«. 
comquedotou  ahumíbgeito,   31   &  achando-íe  por  a- 

dj       '•  1  ■    3  r»  •       •  j        r»      •  I '    "Mutnificuvit  eum  in  ti* 

orno  da  virtude ,  com  que  viveoo  rrincipe  dos  r  atirar-  £„tinimieorwn. 

chás.  £«/«/.♦$  «.1, 

1 5      Em  a  fua  cova  deixamos ,  no  primeyro  tomo ,  a 
SaóBento,vi&oriofo  do penfamento  impuro,  que  calVi-        „    , 

'.,»  ,  r  '  ~l  )t  Keeedente  içjtur  tcn'an- 

goucomosefpinhosinloportaveis  jinasfervindo  oauxi-  auivirDeiqmjijpi**  w«í*r 

1:_ ■•  /->  1  '   1  1  cxnltatterra,d:virtutHm  Cere* 

io,que  o  reclinou  na  Çarça,de  queda , com  que  quebran-  npritci^s^dcJ.uPr/ca- 

doífe  aquelledepofírodefantidade,  comeífou  a  exalar  o  ?«""'?»* exmUewnrj-«ti<>- 

,  j     r         •  1  1         r  1     r-  ritt  ctlebri  nome  ejut  babebattir . 

cheyro  de  lua  virtude ,  correndo  a  fama  de  leu  nome :   3 1     D.G,iS.Mag.i.\ior  c*p.9 
&  fe  danteschegáva  a  fragrância  aos  pertos ,  pelo  reclulo, 
aos  longes  fe  encaminhou  o  odorifero,  pela  effuzaó;  3  3  a-  ^Jq^&J? 
proximando-lelhe  osdiftantes,guiados  por  eíle  conforto.  ipf*moJori*fUgràti*m;fint». 

Cii-j  1  r    •     \  \\  L'-       tiinrffundatur  ,ipjnm  qiioque 

ada nu»  da? chagas,  que  os  elpinhos  lhe  abrirão  em  rc^etãerem%     r      1 

o  corpo,  era  húa  boca,  por  onde  a  virtude  dava  vozes  de     ■^.««.'.Ci» 

•  C        '     r       o  •     I  •  1  -  •         C       fíonitedor,fainjbr-itj,l>onufe» 

Victoriold  j  Sc  a  violência ,  com  que  aclamavao  otnunlo,  i„tenjcUnti»  fe»* 
fazia,com  mayor actividade,  fairo fragrante:  comtantas    * *^£?efZg{m«i!# 
ventagés  começou  a  viver  fua  fama,  que  nefte  tempo  íb  taefmmcurnmmt. 
avultava  feunome:  afíemelhando-fçfua  virtude  áluavi- 


]>  2  dade 


rs         O  TTsjKCITE  VOS  TaT.  TOMO II. 
fs  Exejtuiomt*teeJt,títvi»-  ^ je  do  Ginnamomo,que  cem  por  naturela.haõ  íef  fentt*. 

tat  omnem  odorem  prepterfu»,  }  r         /rn 

tinoncenfceaturcumco.         do  outro  cheyro ,  aonde  o  ku  aíliiíe.    35    Vendo acova 

^fmrâmtaeiitodonm  efte  lucceílo  publicaria ,  á  imitação  da  Lipola ,  que  o  leu, 

/"'"»   <-->»•»•  Nardo  dera  o  próprio  cheyro  26   &  com  r.ilaõ  dava  a 

„í7    (iaUJetprtrofirioeu,tfo-       \  l         l,     n  ,  ^  -"  i"         1      ]• 

^/rc,  uStvjtittitiitatuftalr.i-  Sao  bento  o  nome  deita  planta  -y  porque  le  o  hálito,  que 
^a^o^prcsoJ^av,-^^^  edelalia'á  fuavidade,  que  as  mays  flores  tem,.  27 
•  ciopi  !re,!>o  herdar.         «^5  bento  deípois ,  que ie  examinou  penitente  ,  aperte v- 

18    0;:n:um  /uflorum  fhiritlt  .  .      1  J  .       p  •    1       1 

fhnusfuit.  ço-ou  virtudes :  com  o  que ,  tendo  íeu  nome  a  amenidade 

DGrcg.  x.Diaio.  docampo,  ennobrecido  de  variís  flores , porque  reípira- 

^g  tialjjmtis,iiiciturqua/í  Ba  1      '  .  '  ix  1 

a'jH>cwe>i,  idefi  'rmcepjun-  •va  com  o  el  pilito  de  todos  osjuítos,   38    ficou  lendo  rei* 

çt<t»1or:t»' -.qui*  inter  caiem  ■  1        n     ir  J      r        •   1     J    "  íV 

vtguenuacL.u,.  peytado  pelo  baliamo  da  lantidade  j  poique  2IÍ1  como 

itorerjhp  Ecdefn  .96t.  Q  jga][amo     pela  muita  virtude  que  tem,  lhe  chama©  o 

*   Multipha  g<at<a  decora-  '  *  J 

tu,,acriphtíis  Spntxuf  Sá».  Principedos  unguentos,  39    Saó  bento,peloexcelio  das 

Bus,  Iníhiutor,  ac  Leais  lator  i  •  i  JIJ"  JT1-"  l  * 

fcjri,  E,em,ra,mco-  excellencias, he  venerado  Príncipe  dos  Putriarchas.* 
rctj,Pote»finv.rh,  v  ope,e.       ,5       Donde ,  mudando-fe  a  co va  em  alampada  ,  nr- 

facie*r  miracula  miiItJ,  tf  ma.  .  .        ,         .    .       ,  II      I  j  lo 

gna,i-»mo  máxima  j;i,  omni  dia  com  o  óleo  da  entidade ,  aquella  luz  de  exemplo;  & 
Ç7Z^cí:^:fu'  quanto  mays  a  luz  le  augrttentava,  mays  crefeia  o  óleo; 
ter.  uionif.  c>ribuj.jcrmo»e  conformando- fe  a  cova  com  a  Alampada  do  Mofteyro  Pi- 
\o  in  Patavienj,  etiamfanti  cavience ,  aonde ,  quanto  nella  mays  ardia  o  lume  ,  tanto 
^^^"^"'"''"^maysfobiaoazeyte.   40   Inundava  a  cova  com  eftasen- 

aReJegiua  kegina^LrucuUo-  J  J  i 

mmmojtnfa.úcuiaeiíaiafum  clientes,  &  era  a  abertura,  que  afazia  cDrx,mtinicavela- 

ma  relivionc  cJcbaiur  Jampas  i      r   I   •  I:  i\~'C  -   i i  '  r  11 

èrtiyerpÂuh  *rJen,,qu/qUo  parte ,  por  onde  iahia  oluor  íaluníero  5  nao  iokmelhan- 
maguardebauine*  magú ohu  cC  a  f)nte  de  azey  te,  qiufeachâ  em  o  monte  Urânio,  pa* 

r.Ju.iJ^oJt.    D.<jreç    iuru-  . J        '     J  r  '' 

renfi,  apud  Mayoium  verbo  x <i  aqu>jl  ha  de  liir  dtípido,  quem  ie  ouver  de  aproveytar 
?írilCi^I?«fe«i2  ns  delia ;  41  fenaõ  tau  bem , como  a  da  libeyra  de  Exaucia, 
procui*ch»tcedonefonumb»_ ími#com  igualdade  Te  communica  a  todos:    42    porque 

btt  ohi,cui  vole-.ttm  propmquu    ^  .  °  _  -n-ri  l  n     C  T> 

fer>,nu<ume\ie:pnnet.         os  peccadores , &  os  juíti hcados  todos,  neita lonte  benta 

f^M»ZdVC'bj  Mmt"  bebi.õ  a  doutrina  j&  comeanto  excedo  acha  váo  em  Saó 

4?.  Magtjter  PetrusPen-onius  Bento  remédio ,  para  tudo  quanto  neceffitava,  sííl  a  alma, 

verbo  oleum.  num.\.  l     r       •      J        o  J  iV  PI  f 

4,  Nuíitupoft^poftoioi,®  como  o  corpo,  que  delpois  dos  sagrados  Apoitoios,ac 

Eva^ri^F^^pau*,^  Evangeliftas,  nenhum  iufto  o  igualou  na  abundância  da 

morn4Pencuu,cUnB,fqueam-  \\xiuae.   at,    Entre  os  de  particular  nome, que  guiados 

Í.HrumisHajicnfujerm.^.  da  faina  ,&  íequiolos  deite  necbr,vierao  bulcarai.  ben- 

ieCónfifforibuz.  t     foraõ  hús  Monies,  a  osouays  havendo  falecido  o  Pre- 

44    No»  longe  ameti  monaf-         '  à  •     '  •  ■•  n  'A ' 

te>iwnfu>ty'cu/iu*ongreg«t>i>r  lado , rogarão  a eite  Príncipe,  para  ieu  novo  1  altor.  44 
P^JX^£SÍÍ  Propõem  ao  Santo  a  neceííidade ,  que  tirrhaõ,  de  quem  os 
2#«»  ventraMem  BemUMtím  guia(Te,&  o  perigo ,  que  corriaõ,  lem  ter  quem  os  defen- 

venit.tf  ■»a'iHií  precbuíyUieu   l        „  I         O     '1  -1 

prueOed  ben-t .  petvt  dClle.     A*y 

O  .Grei   Yi "/  1 !'.  j  .r  ap.%. 
4í    ÍV  k  habc»t  Prhicipcm^tf 
tdjuvantem  ,  «íikc  í/^c  expug-  " 
uemufillot.   i.  trlach.  cap.  ii,  ,,,     /-         i 

r  •  £/  ej.ju-iaron 


' 


Elefqundron  degènté  nw  lu^idd 
Sm  Capttanferk  vencido, y  roto; 
La  Naoempave^ada^y  b.ifleada 
Lafobraràn  Us  agocvs  fin  Pitoto; 
7)eJpcjado/eià  dejangre ,  y  Vida 
(^ebãúbo  fin  pafior  con  alboroto , 
Ecbando  en  elfunofos  diente ,  ygarrA 
Lobo  qtie  roba  ,y  OJfo,  que  dejgarra. 
BraVoinfua  'BencdiclmaToetica  Canto  4. 


...  ..    1 

Recufa  o  Santo  repetidas  vefesa  Prelaíia,  mas  continuai** 
doos  rogos,  abraçou  a  Cruz  46. 

17      Naõ  podia  afama  ancilar  outra  occaíiaõ,  para   *6  Q»'*** negtnio àifiuiit, 

r  r  1  A    (\        (T  t     -  rv-irJUorumauefrelrum  mori- 

provar  luas  torças,  do  que  o  tempo  deita  orlerta.  1  aoen-  *«,/<  ««*«,,>*  »on  pofcpr*- 
contrada  era  a  vida  deftes  Monies,ao  exercício defte  Prirn  *5/,--/y*la»/5f*t"/»*» 

'        '  Ciem  afFtnfum  dcdit. 

ripe,  queo  Santo,  porque  conhecia  adefigualdade,  recu-     D.Gngor.HHjup. 
fava  o  governo  (em  a  feguinteeiiipreza  íemoika,)  &  tâó 
poderòfa  foy  a  fama,c|ue  ie  divulgou  da  fantidade  de  Ben- 
to ,  que  a  léus  eccos  íc  renderão  os  etfcranhos ;  he  efte  o  ti* 
tuia,  que  a  abltinencia  deu,  aos  que  vivem  lem  reforma,  a 
refpey  todo  timorato;  &  pára  que  os  eftranhos:  ie  fogey- 
taílcm,  fuy  primeyro  neceífario,quea  famacorrène.  Da- 
vid, nas  graças,  que  deu  a  Deos,  pelo  livrar  de  feus  inimi- 
gos,publ ica,  que fe os  eítranhos  lhe  refiftiíTem  á  peíloa ,  os    47  m  ,,,-.„;  f(f;fiM  ^ 
hàviadeavaíldlar  fuafama;   47   naÕ  fiou  da  prefença  o  ai,J"" e*r*  »>>' i>~"*  >>•'■< ■ 
poder,  natama  pos  as  torças  da  eitimaçao;  porque  fen- 
do-íe  os  eftranhos  em  conta  de  inimigos,  48  lendodeíte   «s  SiH0*fu*texftri;*tõ 
toJa  a  diligencia  bufear  refguardos,qiie  íervindo-lhe  de  f^i&g^CT 
muros,  rcfiitáo à  logeyçaó  ;  osmuros,quereparaõacon-    e*fy&^taie>ikiie*tiè  «* 
trarios,  humilhao-le  a  fama ,  &  reiíitem  a  peíloa.  Fortale- 
ciáo-iecom  os  muros  de  Jericó  os  inimigos  de  Deos :  rc- 
parava-fe  com  os  muros  de  Abela,  Seba  ,  contrario  de   49  Voxfonitufque  i»ã  ■■■- 
David  j&  não  efperando  os  muros  de  Jericó  pela  riaéaria  ""<"—<"••'",.    a- 
dos  Toldados  de  Jofué ,  porque  cahiráo ,  antes  que  os  fol- 
dados  pelejafíem,   49   os  muros  de   Abela  reíiítiraõ  is 
forças  de  íoab  ,  com  tanta  fortak  f.i ,  que  rodo  hum  exer-        , ,  ,  , .      , 
titoíeoccupava  em  lua  conquiita  :    cjo    MnytadcÍ!s;ual-  »■<>/.  t. 
dade  havia  em  a  fortalcf  1  de  hús ,  &  ourros  màros;  porque 
os  àt' JtíHCÒ  eiaó  lumptuoi*»  ,  &  09  de  Abela  de  hkitos 

B  3  .  bri- 


io  n.    (, 


s4  O  ?%2NC1?B  WS  <?AT.  TOMO  II. 
fabrica  ;  donde  ao  contrario  ru  via  defer  o  lucceíío,  fendo 
os  muros  de  Abela,  por  menos  fortes,  os  que  menos  rtúC- 
tiííem;  &os  dejericò,  por  mays  fortificados,  osquemays 
icpugnaíTem;  mas  na  defigualdade  dos  combates  íèniani- 
feitou  toda  adiveríidade  das  fortalelas:  Ao  exercito  de 
Joliiè  acompanhava  hum  numero  de  trombetas  vocife- 
rando, 51  Sc  aoexercito  de  Joab,aprdença  delk  Ca- 
„  lèm-nripopãioei.  P»«õ,&  defeus  foldados  empenhados, na  bateria,   52 

ftrsnte,® ciamiuaibMtatu.    &aoiom ààs  trombetas  faltou  aos  muros  de  Jeritò  oali- 
iiomnu auum  turba,  qu*  ceife ;  mas  á  prefença  dos  foldados ,  &  da  peiiÒade  Joab 

tratcumjoabmoi.bMturJtf-  naó  defamparou  a  fortaleía  ,  aqj  muros  de  Abela  :  com  o 

que,  defendendo  eites  a  hum  contrario ,  nao  reiguardarao 
os  de  Jericó  a  muitos  inimigos:  Da  fama  eraô  inftrumen* 
toas  vozes dosclarins,  &  auseccos  da  fama  naõ  ha  forta- 
leía firme  ;  quando  a  afíiftencia  dapeífóa  acha  a  fraqueza 
conftancia. 

18  O  vicio, que  eraomayor  inimigo  de  Bento, to-» 
woupormuro,aeiia  capa  religiofa,&  naõ  foybaílante 
íeu  poder ,  para  fe  repat ar  á  voz óã  fama  •  porque  ou  lejào 
efhanhos,  ou  inimigos  os  oppoftos,  nem  ahuns  favorece 
o  ódio,  nem  a  outros  ajuda  a  pátria  j  porque  afama  faz 
defíítimaraefta,&  acabar  o  outro.  Paííbu  MoyíésoMar 
Vermelho  com  o  povo  Ifrailiitico,  Sc  defpois  de  andar  ai* 
gús  tempos  em  a  ioledade,  naô  faltou  dos  Egypfios3quein 
defeiaífe  de  o  acompanhar:   Ç2  Poyshú  Moyfés,  aquém 

* ?  Mvlti  ex  Egypiyr  cupic-         J         r  *  .         •     l  •    •  1  ri        •* 

ttntaÇoatriiUi.  Meef»nssut  os  tgypiíos  encontravao  ,  ja  ne  apencido  por  ienhorí 
iitiijtor.EvpM.  Q  Egypto,  que  era  fua  pátria ,  eftimaífe  em  tão  pouco, 

que  fedefeja  trocar  por  hum  deferto?  Si,  que  da  foledade, 

,4  jiMmmimpni^  aonde  vi.vi?  Moyíéí.fe encaminha va  ao  Egypto  a  fama, 
qu*  Mcyfcf/crvHs  Otifacicbtt  dos  prodígios  ,coui  que  capitania  va  o  Povo,  54  &  a  os 
Mcof      ,n.+  combates  da  fama  nem  o  amor  da  pátria  lhe  refilíe,  nem  o 

ódio  os  rebate,  porqueafama  mudou  em  afledo  o  ódio, 

&  em  folidaõ  a  pátria. 

19  Eftes  faõ  os  poderes  da  fama  ;  mas  advirtâo  os 
Príncipes,©  quanto  cuíiou  a  São  Bento  de  exercício  a  for- 
ça delta  íuavidade.  Pede  advertência  ,que  em  Efide ,  par- 
te onde  o  Príncipe  dos  Patriarchas  lançou  a  príiney- 
ra  fragrância  de  fua  virtude,  (que  toy  opriméyro  mila- 
gre ,  que  fez , ) a  voz  que  delle  devulgou  a  fama ,  não  foy 
tão  uoderófa  jtouw  aque  nefU  occafiáolhe  celebrou  o 

nome. 


EM?  (REZA    1.  Tç 

nome.  Em  Efide  fendo  muitos,  osque  fe  compungirão, 
não  houve  hum,  que  c  acompsnhaíle ,  Sc  em  Sublaco ,  re- 
duziraõ-le  todos ,  os  que  conhecerão  a  virtude  do  Santo». 
Donde  fe  acha  com  mayores  forças  a  fama ,  nefie  deferto, 
do  que  naquelle  lugar,  porque  nellefoy  aaceytaçaó  dos 
milagres, de  hum  vulgo  deítraido  na  vida,  &  nefta  foleda- 
de  teve  o  aplaufo  de  lua  virtude,de  húa  companhia  pouco 
reformada.  A  culpa,  que  vive  entre  unidos,  he  a  que  mnys 
retine  ácxpulçaó  doerroj  aque habita  entre  dilperíos, 
deyxaffe  vencer  com  mays  íacilidade:  schaiTecom  mayor 
fjrça  a  fama  em  Sublaco,  do  que  em  Efide,  para  que  reco- 
nheçioos  Príncipes,  naó  ferem  as  primeyras  vozes  da  fa- 
ma, as  que  vencem  a  valentes ;  porque  fó  ás  fegundas  fe 
rendem  os  alentados.  A  ordem,com  que  os  filhos  de  Ifrael, 
nodeferto,mudaváo  dealojamento ,  aonde  efía  vão, era 
ao  fom  de  lula  trombeta ,  por  efia  ordem:  Ao  primeyro  a- 
vifo  da  trombeta  fe  moviaõ,os  que  eftavão  para  a  parte  do 
Oriente,  &  ao  fegundo  final  felevantavão  os  aquartela- 

os ,  para  o  Meridiano:    5  5   os  aquartelados  nelta  parte  e0„e,fu,  ciingbri»  Ubpuent, 
eraõ  os  de  valor  conhecido,    <6  osquevivíaõparao  O- "7at"*"",í'J/í'^''''"''''"'/',!í 

_.  ter  1  aJorientakmp-hgsii.  Inj  cu- 

nente,naoerao  tao alentados ;  &  paraie  mudarem osde  âàáute>nfomrn&r*riittuuiH 

r  1      IT  f  t  1    >  tubec  Lvabui:ttcitor:j, ......  :- 

menos  forças,  baita  valo  a  pruneyra  voz  da  trombeta  j  mas  Muím  *tfra*<  &*>** 
para  fe  moverem  os  mays  animoíos,era  necelTario  fegundo  rum '°-  ■'■  *■ V 
avilo  rnaoha animo, aquém  acompanhe  ovalor,que  (P-beUture/jbrtiffimi. 
•bedeça  áprimeyra  nova  ;  na  repetição  aplica  a  fama  a     e«'uíR-:{i:"f""JuP-"-' 
virtude. 

20     Comaprimeyra  noticia  fica  oceupado  hum  ou- 
vido, livre  o  outro  para  o  exame ;  mas  na  repetição,  como 
os  oceupa  ambos,  não  fica  lugar  á  duvida,  tudo  faó  razoes 
de  temor ;  &  efie  para  obrar  o  effeyto,  ha  de  oceupar  todo 
ofentido.  Defcuydado  o  Sacerdote  Heli  da  creação  de 
feus  filhos,  deyxando-os  viver  conformes  com  fuás  vonta- 
des, &  não  com  osdivinos  preceytos,  dilTe  Deos  a  Sa- 
muel; que  com  tal  rigor  caftigariaefh  culpa,  que  a  ambos 
o;  ouvidos  havia  de  oceupara  narração  do  cazo:    57   o   |y  Etce  ^fjeit)veriltn,  „ 
caitigo  foy  a  morte  dos  filhos  de  Heli,  &  a  noriciaera  p3ra  Tjv»ci,  que  lq»icumque*uJis- 
temor  do  povodellrael;  do  conhecimento  deite  lucceíio     ..r^»,»^.,  ,.  ,,. 
fchaviãode  emendar,  da  mefma  culpa  ,muytos  do  povo, 
quenella  dilinquiaõ;  6:  para  que  o  temor  èbraíTeefltYCQJ 
oceupou  a  noticia  ambos  os  ouvidos  do  povo. 

2  1  Do  us 


-1(5         O  <?%!KCI?E  DOS  QAT.  TOM.  11. 

1 1  Dous  citados  de  peíióas  reduz  a  fama  ;  avaflàlla 
a  necefifitados,  Sc  reconcilia  inimigos  -y  &  para  cites  he  ne- 
celíariotoda  a  força,  &  para  osncccíikadcs  baita  menos 
empenho.  Mandava  Dcos  aos  iervos  ,  que  acabando  o 
tempo  de  lua  efcravidáo3quizeíTern,de  livre  vontade,ficar 
em  caia,  de  quem  haviáo  fervido,  que  ofenhor  lhe  furaí- 
íe  húa orelha ,  em  final, deque  ficava  perpetuo  eícravo: 
.  «...  ,.    .     ,      Ç8  efta  marca  era,  para  que  o  fervo  conheceiíe  a  iogev- 

çS  SittautcmJixcrit  nofoe-    '    _  -10011 

grtJi,<»$u<>jJi!igaiie,&Jo-  caõ,que  tinha  j  Sc  ena  lembrança,  para  quem  tem  conve- 
7$::^?:tXÍZ  "ienciaemfer  dominado,  baíhva,que  tá  em  húa  parte  a 
Vptrfonabi, aurem tjutitij».  trouxeíle,  porqueema  outra,orefpeyto  era  ferrete  da 

mm  donius  lua ,  £?  ferviet  Pbi  x  x  i      ■  i         •  r      r  \     \- 

vfauei**urttum.  memoria  j  mas  em  quem  acha  detrimento  no  ler  íubdito, 

4  Lutero*. »5.«.  ,8.        heneceíTario,como  osIfraelitas,que  o  exceíTo  da  Lnu 

Jheoccupe  o  lugar  da  dependência. 

•2 1      Todas  as  quatro  partes  do  mundo  oceupou  a  fa- 
ma da  fantidade  de  Bento :  em  toda  a  parte  onde  Chrifio 
foy,&he  conhecido  por  Deos,  teve,  Sc  tem  São  Bento 
r      r,  •      a  .,„     ,a  particular  veneração  ;    sQ   dilatando-fe  o  nome  deite 
fçitityimeriu.  Ge>-.cat,.  28.  Pnncipe,nao  por  nua  lo  voz,nem  em  nua  lo  Região,  Pro-« 


KS^-SgSS.5  vincia,ou  Cidade,  fenio.por  donde  a  Igre;a  Catholica  i 


e 


MeriJiê.  JVj 


<i*mtnqMrtuormu-  dilitaem  Tnbus,em  Nações, &  em  Lmguas.fe  reconhef- 
tuscoUtUr,mewor>a  bemd.Eii  ie a  grandela  de  Sao  Bento,  oo  Dilie  liaias,havia de  nai- 
l£Z£&!*Mr'"ferm'0^  cerhum  Vaiáojoqualjcomas  azasdefuavirtude,tinha  de 

encher  todas  as  cerras  de  Chrifto.  *  Bem  fe  pôde  acomo- 
jãMà*7^uml*mF»xtneiui>M  dará  S.  Bento  ena  extençao  deíantidade,  pojsque  ato- 
Ca*grtg»tut»ecuniv*bssva  cja  a  parre  do  mundo  chegarão  fuás  memorias.  O  mundo 

rrovweia  prí.clai?ai  ;Jjtlubi-  1  O  % 

tanque s*«a»Èc<!efi»diffitn-  todo, quecontra  Sáo  Bentofehavia  empenhado,  o  vene- 

êiiar  per  Tribus ,  per  Natio-  r>  j  j  1  j      c- 

«c/trLmguassi***  Be»edi-  r°u  Santo :  porque  a  todas  as  partes  do  mundo ,  ou  de  ieu 
aifitj»e*tatM  s.odfjmfir.  inimigo, pós  Sáo  Bento  em  temor,  com  a  repitiçáodefua 
ihriacent.  íamn.  òuccefliVdS  rot ao  as  vicionas ,  com  que   encadean- 

*  Erit  ex:e*th  ,Urv,n  ,jus  ^0-l\  os  apIaufos,íiciaráo  o  mundo.  Todos  os  quatro  Cli- 
ityhHstatttudmem terra  t«*  niasíè  tributarão feudatarios  a  Sáo  Bento;  porque  Jhedé- 

oksn/wueL   JJ.imB.h.S.  .  -no  ir-  rii-  j    -• 

raoosmays  siluítres  Varões,  para  íubditos:  de  mnumera- 
veys,queforão,  fejáo  poucos, os  que  o  teftimunhc.O  Oc- 
cidencedeu  a  Sáo  BentohuSão  Gregório  Magno,  Sum- 
mo  Pontífice  da  Igreja,  &  feu  Doutor ;  hum  São  Millão 
deLacogolla,  Patrão  de  Efpanhaj  &hum  Sáo  Ildeícrço 
Arcebiípode  Toledo,  &  Doutor  da  Virgem; &  hum  Sáo 
Lvfnes,  Protector  de  Burgos.  O  Oriente  deu  hum  São 
João  Dimaícenojhuin  São  Pedro  Monje,  inventor  do 

Rola- 


EMT^EZA    1.  i7 

Kofarxo  da  Virgem  Sanriífima ,  que  def  pois  redufio  a  cen- 
to^ fincoenta  Ave  Marias  o  Patiiarcha  Saó  Domingos. 
Q  Meyo  dia,  deu  hum  Contamino,  que  foube  quantas 
línguas  fe  fdllaraõ  em  o  mundo.  O  Scptentriaó,deu  hum 
Saó  Beda,hum  Santo  Anfelmo  Arcebifpo  deCantuaria, 
&Doutorda  Virgem.  61  Delpois  deites,  (e multiplica-  *»  sei  áo octiá „tt>gmt i, 
ião  turmas  em  todas  as  partes  do  mundo ,  de  quem  a  Keh- 
giaó  de  S. Bento  loy  campann3T&  o  Ceo  he  Palácio. 

23        Afly  í^be  multiplicar  reípeytoshum  Principe, 
que  como  Saó  Bento  accumula  virtudes.  Dos  progréllos 
continuados  emanaõ  os  poderes  da  fama.  Ahúacieatura, 
que  vi  vendo  eíquecida,  defejava  íer  lembrada  no  mundo, 
ítconfelha  lfaias,  pegue  em  húacithara,  &  correndo  as  ruas 
^aCidade,  cante  íellcótoá  doçura  do  inftrumento  tempe-  6x  Suwccnh3rjmx;rtuto- 
»do,&cjprofegiiindoo  canto  haverá  desmemoria:   fó  ^^$Z^Z 
ISaõ  diíle  o  Profeta ,  que  cantando  bem  húa  ló  vez  alcan-  *'«"», utmewunê n,if,u 
Caria  fama;  deu-lhepor  confelho  ,continuaflt  com  amef-     «*  v  • 
jnabondade  da  nuifiea,  para  adquirir  nome.  Todo  odif» 
vellodeftacreaturaera,fereftimada  5  &  aeftimaçaó,que 
relul  ta  da  fama,  naõ  a  conlegue  a  primey  ra  acçaó  ;  em  fre- 
quentar o  bom  exercício  fe  adquire  apóiTe.  Aprimeyra 
letra,  que  fe  canta,  correipendeá  pi  imeyra  proeza,  que  íe 
obra  j  &  aífy  como  fenaõ  particularifa  nos  primeyros  qué- 
bros,  quem  naõ  continuar  igual,  tatu  bem  naó  alcança  no- 
me o  valor,  que  naõ  piofeguio  conforme.  Quiz  Jonathas 
eternizar  a  memoria  de  leu  Irmaõ  Simaó  Macluibéo,  & 
cmaCidadedeModim,ondelhedepofitouosoílos,man- 
doulevantarfobrefuafepultura  columnas varias,  aqutm 
íeívi<iõ  de chapiteis  armas  ditTerctes, acompanhadas  de  e<- 
culturas,  em  que  lemofíravaó  embarcpções  diverfas.   63   «,  Hitcireumfcfuit.cium. 
E  fe  o  Texto  diz,  que  o  depofito  das  anuas  foy ,  para  que  JJ  WJJ  ^^."^ 
a  memoria  fofle  perdurável,  para  que  a  juntou  ás  armas  ef-  ma**®/*»'  f***  »«»/*»/- 
tadiverlidade  de  navios?  Porque  naoganhanao  os  ler  vi-  %Ufn0\litHUbu'wett. 
ços  das  armas  o  premio  immortal,  fem  a  companhia  das    •.■&'"*•««/••  j ■"■>*• 
mos;  em  a dellgualdade deitas,  he  fignifitado o  progréijo 
da  vida,  no  rumo  da  viagem  ;  &  a  divei fidade  de  fortunas, 
navegando  huns,  neftavida,tm  en  bartaçóes  priíranttsj 
outros,em  menos;&  os  mays,em  diminuta^  tendoo  mun- 
do para  hús ,  as  riquezas  do  mar  ;  para  outros ,  as  póllcs  óo 
rio  ;&  paraosmays,  a  pobrela  do  regato:  &  o  ciarem  a«> 

C  com- 


1 8  O  PUJNCITE  WS  VAT.  TOM.  II. 

companhadas  dcfta  variedade  as  armas  do  Machdbéo ,  Foy 
para  teíiemunho  ,  de  que  feu  valor  em  toda  a  vida ,  &  em 
coda  a  fortuna  fora  lempre  o  mefmo  :  que  fe  a  fama  põe  as 
obras  ao  tempo  para  o  exame,  netòa  variedade  de  fucceílòs 
fe  moílra  a  fineza  do  eípirico. 

24.  Correfpondencias  pede  o  premio  com  os  fervi* 
ços,  para  que  a  honra  fiquecom  eífobilidade,&  femceji-> 
lura.  Quemafpira  a  exceder  na  memoria  os  termos  da  vi- 
da,ha  de  aloirar  na  vidada  exceder  no  merecimento:  Não  fe 
accómoda  com  a  grandefa  de  húa  fó  virtude ,  quem  ha  de 
ficar  em  eterna  lembrança.  Coníidera  Jeremias ,  fer  a  me- 
moriados homésa  parte,onde  feu  nome  havia  de  ficar  per- 
durável, &  confeflà ,  enfermara  fua  alma  na  permiditação 
6>»  Mt,m;s  memorero  & •  ^e^a  vida.  64  Pois  fe  até  efa  tempo  naõ  fentia  Jeremias 
'"kícet^^-ea^mamet.       doença, como  agora  publica,  padece  fua  alma  enfermida- 

de?  Ln\  nenhum  tempo  a  padeceo  a  alma  de  tao  períey  to 
jufto;  mas  quizdizero  Profeta,  queainda,  que  fua  virtude 
to  fie  muyta,  a  achava  enferma  oefpirito,  porque  tinha 
de  ficar  em  memoria:  pedindo  tanto  augmento  de  per- 
feyçáo  efta  vida  ,que  em  refpey  to  de  feu  valor ,  parece ,  fe 
moilraafantidadede  Jeremias  neceílitada  de  virtude:  A- 
juftada  com  os  merecimentos,  queria  Jeremias  ficaííefua 
memoria ;  &  no  tempo,  em  que  a  confeiencia  (perniitaíTe- 
me  dizello  )  o  arguia  de  menos  perfeyçáo ,  tratou  de  dey- 
xarápofteridadehum  retrato  de  feu  eícrupulo.  Aquan* 
tos  condenou  a  confeiencia ,  quando  os  laureava  a  lifonja? 
6<,  Quiâamiauães  hominum  65    Não  forão  poucos , os  que  defpois  da  morte  tiveráó 

vilipendttnt,®  inhoefumlau-  i    '  •  r  r     '      C  51L  1      - 

dêbiíet,  quid»monmiumpon  nonorincos  kpitahos  j  mas  nao  lhes  valerão  os  mármores, 
venanturfawmficHii&omni  em  que  fe  abrirão ,  para  que  permanecefiem  :á  morte  não 

lempore  Junt  infames,  quidam         -^  r  *  r    .       .. 

cpudau,,  vt»tt*b,ie, ,  af>ud  fc  relute  a  pedra,  que  perpetua  o  indigno. 

vílcfium.quidampltisfedelin 
ZiiaaJulatrici,  quim  confeien- 

"inthtJlml^k  Pmt"  RaHli  Mm  eúamfaxis ,  tnarmoreifqtte  Venit. 

<zAtv$onim. 

A  voz  da  lifon)a, fomente  aíTeyçoa  ao  adulado ;  faltalhe  o 
mérito ,  com  que  a  bonada  a  fama,  fogeyte  a  inimigos:  não 
intimada  ásforças  contrarias  oouvir,femo  ver ;  as  vozes 
doaplaufo,fema  vifta  das  obras:  então  fe  acobarda  oíini* 
mo  contrario,  faltandolhe  forças  para  arefiftencia  ,  quan- 
do juntamente  as  obras  fe  vem,  &  afama  feouve.  Contra 

o  ia- 


ElífQtEZA    1.  IO 

o  innumeravel  exercito  dos  Madianitas  ,  fahio  acampo 
Gedeaõ  có  Eiezencos  loidados,  guarnecidos  deita  forte, & 
ió com  eílas  armas:  Cada  hú  levava  em  húa  maõ  húa  trom- 
beta j&  na  outra  maõ,húa  luz  encuberta,  dentro  em  hú  va-   66  DMfttpe  trecmtct  *u 
zoaebarroj  66  o»:  chegando aos arraays  contrários,  uran  „,„*»*&  «*■*»»,  Ugcu^ut 
doas  luzes  o  empedimento,  ao  me  imo  palio  tocarão  as  •"•"*»■"' l'»<í**«  ">•"<-" 
trombetas  j  com  o  que  intimidados  osMadianitas  defam- 

s         »  -i        ■  f  n  ,  67    CumqucpcrgitumcefiiO' 

paraoocampo.    67    Nas  luzes  ie  repretentavao  as  obras  rumperfon*r*,ticckti5hdri- 
(commúi  he  a  interpetraçaó)  &  nas  trombetas,  2  fama:  &  "  "">«'/•"'»  "*«<«»">£; 
a  voz  da  fama  junta  com  o  teítimunho  das  obras ,  he  morte  dwrufowinto  »«**  ■•.•••:  »«»- 
repencinadas  torças  contrarias:  de  allakoíoy  o  erUyto,  e  v,:Jf.^nie, ,  Hi*t**t<fiua 
porque  toda  a  induftria  naõ  vai  para  reíliur,  quãdo  a  fama,  /**<«««■  í««m°-3  i4- 
&  o  braço  íaem  a  pelejar.  Naõ  levarão  os  foldados  de  Ge- 
deaõ húa,  (cm  outra  couia  jnem  as  trombétas,fem  as  lucer- 
nas ;  nem  eftas,  fem  as  trombètas^que  he  o  melmo,que  nem 
fama  lem  obras ,  nem  obras  fem  fama  ;  &  menos  tocáraõ  as 
trombetas,  (em  manifcftar  as  luzes  j  porque  aviitude  oc- 
culta,  como  vive  ló  para  fi,  naõ  merece  fama  j  nem  a  fama 
fem  obras  faz  eflfey to  3  &  da  uicima  forte  as  obras  fem  fama 
naõ  tem  valia. 

25  Com  toda  a  companhia  neceífaria  para  o  venci- 
mento, fe  encaminhava  a  toda  a  parte  do  mundo  a  fama  do 
noífo  Principe.  Semoteftemunho  dos  olhos,  nunca  feaf- 
fèguraóos  ouvidos  5  nuvem  toy  a  cova  de  Sublaco,&  to- 
da a  vida  de  Bento,  que  nunca  fez  eftrondo  fem  compa-  6?  qubí me futre  wjtrh* 
nhia  do  Rayo  ;masie  a  Gedeão  glorificou  afama,  naõ  lo  bocf*ate.  il>«-  >7 

I  Cf-  f  J  C.         P   1  1     J  69     D,f^::,r  in  tabu  c.4- 

peloquetez  ,íenaoem  relpeyto,doqueíeus loidados  o-  }„otvrdiwi>nium,iniàf*dibut 
braraó,  fendo  eftes  os  braços, que  o  fubiráo  magnifico:  <!»>>** >>'<r*t>'1">"'';- 
Ainda,  que  em  o  mundo  íe  acha  ara  particular  á  veneração  tom.%  apud  gij  òrâi.ibi. 

r  1  o     -   D  1  V  1  *  70  £r  ccmmorentt»'  Circum- 

conlagrada  a  bao  bento, pelo  que  loy  ;  também  o  mun-  '  „,Mhififâ>»t*i\fr*4i- 
ào  lhe  acrefeentou  a  eminência,  pelo  que  feus  filhos  obra-  í"''*^<rt/j^!l*S"* 
raó.  Saõ  Bento, ally  como  Gedeão  óS  fovo  primeyio,  7-  ^Jndefiunujquifjutfuâ 
que  tomou  a  trombeta,  &  alucerna-que  entendendo-ie  ^l/Vlw  /4rtew  cbnihmtétk 
por efta, as  obras  milagroías;  &  poraquella,  aprégioõ  btbererreduttur.^zor  um. 

V-  i-  z        c-      r,  i  ^r  j  \.b>fiM*.Ub.  xz.(»f  a». 

í.vangelica;  60  bao  Bento,  de quem  toya  vidaoflxer*  y.dcmuxquít^uiiofepefu*- 
cicio  deita  conformidade  ,  70  afly  foy  acompanhado  £j?  ZÍ^.lZtult 
d;iq!)elles  que  o  fcguiraõ, encaminhados  pelo  txtm-fi^w^^J""!"™;/""» 
pio  dcfte  Gedeao  Monaltico  3  &  com  tanta  rot tuna  ,urí,au  uru*mf*um  t** 
accommeterão  o  exercito  das  herefias,  que  ficarão  tri-  rv*JgJ2Sf«ioi  5*/»*. 
unfantes  das  três  partes  do  mundo:   71    Sendo  os  prin-  t*p.  .o.>-.,-w*,  M,.y„/>. 

C   2  cipais 


a  o  O  f^lMBB  VOS  <?JT.  TOMO  17. 
cipais braços,  que  fervem  denuvésaefte  trono  Benediti- 
no, os  Sancos  de  lua  Religião,  que  deraó  a  vida  em  deten- 
ça da  fé;&  os  que  diverfosRey  nos,  Provincias,&  Cidades 
veneraõporfeus  Apoftolos,porierein  os  que  as  rcímui- 
raõ  ao  grémio  da  Igreja.  Somente  dos  Martyres  leria  a  ma- 
yorproluxidadeeícrever-lhe  os  nomes:  íehe,  que  baila- 
va eite  volume  para  lhe  abranger  a  multidão. 

2  6     Na  entrada  dos  Normandos ,  &  Sarracenos  em  os 
annos  de  oitocentos,  &nove  centos  foraõ  tantos  os  fi- 
lhos  de  Saõ  Bento,  que  morrerão  pela  fé ,  que  fe  chama 
numero  innumeravel:  Em  Inglaterra,  fó  na  Carhedral  de 
Cantuaria ,  padecerão  dez  mil  Monjes  pela  fé  de  Chr  ifto; 
EraoMofteyrodeSantaMariade  Nonaltula,  noanno  de 
oitocentos  &  noventa  &  féis  martyrizáraõ  os  Ungaros 
mil,  &  quarenta  Monjes.  EmoMofteyro  de  Saó  Vicen- 
te junto  ás  Fontes ,  onde  nafee  o  rio  Vulturno  ,de  báa  vez 
padecerão  martyrio  nove  centos  Monjes :  O  Convento 
F  loriacenfe,de  húa  vez  deu  ao  Ceo  feíTenta:  O  Turunen- 
ie>  cento  &  vinte  ;  o  de  Benchor  em  Hybernia ,  novecen- 
tos:  O  Gemeticenfe  em  França  deu  o  mefmo  numero  j  o 
de  CaíTmo  deu  infinidades,  fendo  Abbadedelle  SaõBer- 
tario.O  de  Cardenha  deu  de  húa  vez  dufentos.Hum  Mofc 
tey  ro  em  Elpanha  junto  ao  rio  Genil ,  deu  ao  Ceo  na  en- 
trada dos  Mouros  treíentas  Monjas  Martyres.  O  Moftey- 
ro Codeligenfe  emEfcocia,íendo  Abbadeça  delle  San- 
ta Eva,  deu  o  mefmo  numero.  Curto  andou,  quem  deu  á 

*  wisgnacopia^uatantítiUi  Igreja  Catholica  para  cada  dia  trinta  mil  Martyres;  *  quã- 

:!zin^:;jz^ do  a  Re%iaó  de  Saó  Bcnto  i  Para  cada  dia  affi<maó  rer  ^ 

Gcnebrardtafup.  p/ai,».  78.  te  centos  Martyres :   *  ainda  que  outros  lhe  acrefeentaó 

*  Poutv.anutde  ornamento  o  numero.Naõ  foraó  fóeftas  as  vefes,que a  exércitos  man- 
ífr^TÍ*c*^,      dava  a  Religião  de  Saó  Bento  Martyres  ao  Ceo j  nemef- 

tas  fó  ascampanhas,onde  fe  laurearão  os  Herócs.Em  o  Sol 
doOccidente,noprimeyro  tomo  fe  pode  vera  mulridaõ 
de  Conventos,que  repetidas  vefes  foraõ  defpovoados  pe- 
la tyrannia  dos  bárbaros;  que  agora  fópertendo,íirva  a  re- 
lação feguinte  de  limitado  index,ondeíè  veja, quaes  fora 6 
os  braços,  &r  quaes  as  terras ,  que  conquiílaráo  para  Deos, 
aíTy  S.  Bento,  como  feus  filhos. 
n  s.Greg.Mag  t.Mtrai.e.       27      Saó  Bento,  conveitéo  i  fé  de  Chrifto  os  morado- 

18.  Dominas  ie  Cravina  Vox  r*    1  i  /->    /r*  e>  -      r->  •     • 

turt»ri*e,p.9.%.h  ies  circun-velinhos  do  monte  Caíiino  72   baoKemigio, 

redu- 


I». 

Mo- 


E  M  <P  <\E  Z  A    I.  11 

fedufio  á  fé  a  EIRey  de  França  Clodovèo ,  &  juntamente 

a  todo  feuReyno.  73    O  noílb  Monje  São  Martinho,        7»  Wd»m. 

rrouxe  ao  grémio  da  igreja  os  Suevos  Arianos.    74.  A 

gentilidade  de  Inglaterra  abraçou  a  Fé  Catholica,  pela        7* 

piégzçãode  Santo  Auguftinho,&dos  Monjes  feuscom- 

panneyros,queinviounoíTo  Padre  Saó  Gregório  Mogno. 

JPorfeu  Apoftolo  reconhece  Inglaterra, ao  noííoSátoAu- 

guftinho.  75    Apoftolo  de  França  Oriental,  que  com-   7t  mtcuiMinjipdogiapn 

inummente  chamáo  Franconia,  foy  SâoQuiliano  Biípo/,r'-/ír£í',l"fJ^","",/-f,";/' >? 

Heibipolenfe.   76   Frizia,  Olanda  ,&  Saxoniaforãoinf-     .  e   .   ,   -  .. 

ttuidas  em  a  fe  por  Ubií  rido  Monje  ,&  defpois  BilpoE-  Hpoknfit,®  MafcusUb.  i4. 

boracenfej  77  aquemfeguioUbilibordo,  queosdeFri- 

ziavencraópor  Apoftolo, em  companhia  dedoze  Mon-   ,7    T"vm*  fra' 

jcs, que  o  ajudarão  nefta  converfaó  uni verfal.   78   São   ^  s.Btiamh,Rcr-a  ^ 

Bonifácio  Arcebifpo  de  Maguncia,he  Apoftolo  deOer*4/rfW  5 :C*J!-*''??,Z'®1 

mama:    79  Dos  Saxones,íoy  Apoftolo  LambertoBiípo 

Trugenle.  Saó  Eftevaó Bifpo  de  Suécia,  aquém  chama-   79  Mtf«*«< tf< ,3 «&»/, ^ 

raò  rumados  Ídolos,  ioy  o  Apoftolo  dos  Elfingos.    80   A  ttS^to 

idolatria  de  Dacia,  Suécia,  Gocia,&  Grothlandia  foy  def-  /*'•  MeurdeM  Monyrei. 

Iiuída  pelo  noíTo Monje  Afcario,  &  por crescompanhey  - 

rosleus  damelmaprchíVaó.  81   Albo  Abbade  do  Mof* 

nr  \  t    r  r  1  '•   Gríviít.FextHTtttiiM. 

onacenie  em  Valcovia  ,  com  leu  companheyro 

Gaudêncio  convertéo  as  Províncias  deGafconia,  Pano» 

Dia,  &  a  dos  Sarmátas;&  em  diferentes  Rey  nos  deftrui-        %z  ibidem. 

raò  a  Idolatria:   82  Os  Priirfos,LirhuanosdeSalmancia, 

reconhecem  por  Teu  Apoftolo  a  Saó  Bruno  Monje  do 

MofteyroFloriacenfe;  Apoftolo  dos  Rufios,&Hugnos        »*  Wdem. 

he  Saó  Bonifácio  Bifpo  Bofnieníe:   82   DosFrixos,Saó 

TV    ■  r>T         i>         •  •  o  r»     -    a     !    1»  a  84    S.Peirut  Der>:ia*.m*f 

LoiepertODilpoKeg!on3no.  04.  SaoAdaluerto  Arce-  us.RomuaU  Ventrabiu,  Be- 
bifpo  de  Praga,  foy  Apoftolo  de  Polónia,  Sc  Boémia.  85  ^tt^Drãã^h. 
Os  Reynos  de  Ungria  convertéo  á  fé ,  Saó  Gerardo  Biípo  Bam^i  6.vt»«at  siiv.a? 
dcMoravia.  36  Apoltolodos  R.utenosNarbonenks,he  ub.*.decsd.„ 
Szó  Adalberto  Arcebifpo  de  Rugia.  87  Dos  Atrabaren-  S;^^;^^^,- 
feseui  a  Gália  Bélgica,  Saó  Quilino  Bifpo  defta  melma  «8  Vmeeiput6e\%»cemfism 
terra.  88  De  Brabancia,Flandes,Efc!avonia,&  Qlfi^AÇ^*;^^}„.r"'" 
vefinhade  Efpanha,  Saó  Amando.  8o  Os  pòvosde  Fri-  *s>  ™T']* 'ffí"?*: 
gia  trouxe  a  re,  Saó  Vukfrano  Monje  do  M-oíteyro  de  Germânia. 

Í-.  !  t-\     r^      i  d  r-v  a  _'„_„:,.     QO   Lcr.tliur  títn.fio  dt  cri* 

'ontanela.   90   OsGodos,&  os  Danos  Septenmonais  g,F    /;í.  ( -M/  .;c  .1,  Mtm 

conauiftoupara  oCco  Saó  Anfgario,aQuem  chamavaõ  ****&?'     '}■ 

o  Grande  ZJl poftw:    9 1   Dos  r  rixos  Otieníais,  ioy  Apol-  f^,  l9. 

C  3  tolo 


2  2  O  PRÍNCIPE  VOS  TJT.  TOMO  11. 

9t  Ucmcap.i.  toloSaõ  Lugero.  92  Dos  U vândalos,  Saó  VigelmoBif- 

yt   Hcr moldo mCbronica.  .  ,    .         °       />•  i  -n        t  Pr  c-     -    i      1 

yi  imuijrii.www*»/.   pQ  Aldeburgcnle.   93    Dos  1  ranulianos,  bao  Ltbuino 

/^w;fT^$/'tf6'6'^'Í"^illP0^c&,onario-   94  £>£&?"*>&  Dania  Aquilonar, 

S.  Ubino  Arccbifpobiemenie.   95 

90  Martyrohg  Rom.i.iuiii.       28        Saó  Ocon  Bifpo  Bambcrgenfe,  íoy  o  A  poftolo 

lib.s.crt.fig.tí.  y    dos  Pomaranos  em  Sarmacia.    96   Aos  Vicegodoscon- 

vertéo  a  Fé,  S.Leandro  Arccbiípo  de  Sevilha.   97   Pity 

Bernardo  Buyl  Monje  doMoftcyro  deMoníerrate,por 

mandado  do  Pontífice  Alexandre  Sexto, em  companhia 

dedozeMonjesfoy  a  America  a  planear  a  FéCacholicaj 

intirula-fe  ,  Vrimeyro  JpoUoto  cio  noVo  mundo:    Ncfta  Mii- 

faõ  levou  Buyl  as  preeminências  de  Legado  Alatare.  Lm 

húa  (o  Ilha,  que  chamaó  Efpanhola ,  deítruío  Buyl  cento, 

Scieccnca mil  ídolos.   98  ConverteraóáLédeCiniítoas 

Regiões  de  França,  Bemoides,  &  Dreut,S.  Vilealdo,& 

Saõ  Flugdero.   Saó  Martinho  Domienfe  Arcebifpo  de 

98  G?aimaYtx?u»tu\u  d.  Braga,  exiinguio  de  Galiza,  &  Portugal  aceyta  Ariana. 
lotijiMimGayktiniuàii  RM-  qq  A  niuycos  em  Inglaterra  reduíloá  obediência  da  Içre- 

giort;  òantii  Iguala  injtitiii  c.''  J  .°,  .  O 

%fah*i. GekiMik, tkbroniYi  ja,Saõ  Pedro Marvinha  ;  aquém  martynzáraõ  os  Ingle- 
MÍ&^ffiuSí.  z«  ,&  lhe  cortarão  a  lingua ,  porque  em  fuás  pregações 
pohxupropft.\9'  cudo  concluía  dizendo :  Extra  EccleJnimtiuHa falia :  fora  do 

99  Ecckf'*  >i*  próprio  officio  .    .        •     0  ■  r    ri  ivi-r 

zo.M*rtjf.  grémio  da  Igreja  Romana  ninguém  ietalva.  Nao  íecom- 

prehende  em  eite  numero  todas  as  terras ,  que  os  filhos  de 
S.  Bento  cultivarão  com  a  pregação  Evangélica :  nem  to- 
dos os  braços  Beneditinos,  que  em  augmento  daFé  em- 
pregáraõas  forças  ^porque  alem  deites,  que  do  Sol  do  Oc- 
cidente  refumi  a  eite  breve  paragrafo,  le pôde  ver  mayor 
numero  em  Bucelino,  nofeu  Moniologio  Beneditino. 

29      Naõ  fó em  a  milícia, onde  para  Deos  era  o  venci» 
mentodeyxoueíte  Príncipe, &  feusfubditos  fcyto  proe- 
zas ,  que  ao  fomdos  inftrumentos  coreays  narraílaõ  á  vir- 
tude, para  incitar  á  imitação  oefpirito  (aíTy  como  em  os 
banquetes  ufavaõ  os  Romanos;)    100  mas  cambem  em 
asfanguinolencas  batalhas,  onde  para  oshomés  foraõ  os 
defpojos ,  tanto  obrarão  de  prodigios  em  vida,  Sc  defpois 
Zl:^Í3:  da  »lorCe  i  <\™  por  muytos  feculos  ti veraó  os  cia,  ins  da  &. 
cotivivufadtibiam  anebãtur,  ma,  que  lembrar  aos  homés,  8c  que  agradecer  a  Deos :  A\f- 
wflamn, trenutr.  »y  touberao  eternizar  a  rama, entre  os  exércitos  opoltosa 

t}on*rtlusf»p.£cchf.c.w.   fe  ?  &  noscontrarios  aos  homés,  que  deites  ,  foraõ  t  (colhi- 
dos por  Patrões ;  8c  da  fé ,  por  efeudos.  De  hum ,  &  outro 

cam- 


campo  ganharão  osçfiendartesefte  General  invi£io,eom 
eftes  Heroycos<bra£os>  para  que  de  toda  a  variedade  dé 
croléos fe  ornaííe  o  tronco.  Aos  fieis íley  xárão  para  exhor- 
tâçáa  os  fer  viços,  que  fizeraOâDeos  nas  almas,  que  con- 
qui#áráo;&  para  os  Príncipes,  têíiimo  a  memoria  dos  ini- 
migos, que  vencerão  em  favor  das  ÍVlageftades ,  que  em 
íeuscxerGitosfearmarfiodasorá^oèSj^patrGGinioaíTy  de 
S.  Bento,  como  de  fetts  filhos. 

30     A  Sáo  Bento  ofTerecefáo  o  governo  de  íeus  exér- 
citos, os  Empewdores do  Oriente  Aleyxo Comnenus ,  tk 
Calo-Joâo.Gs  Empérádofesdo Qeeidence Carolo  Mag- 
no,  LuduvicoPio,  Lotarió  Primeyro,  o  Segundo,  &o 
Terceyro,  &  Otho  Terteyro.   Pipin©  de   Corolinges 
Rey  de  França  ,  Hugo  Capecò)&  Roberto  Pio.    10 1 
Contem  as  hiflorias  deites  cetros, o  quanto  lhe  augmen- 
tou  o  herdado ,  &  defendéo  o  adquirido  á  proteção  deite 
Principe  ;  mas  nãofoy  muytofairem  vicioriofos,  levando    l0l   yiwhgio  BuceimU» 
cúnfigo  as  forças  de  hum  Santo,  que  tinha  em  íioeípiritó  vJ^Jt9if  Bcltedf' ã"  "* 
de  todos  osjuftos.  Ao  NoíTo  Padre  Sáo  Bernardo  , entre* 
gou  Eugénio  Terceyro  o  baftáo  de  Capitão  General,  pa- 
ra a conquifta da  terra  Senta.  SáoSigisbertoRey,&Mon- 
jedeSáo  Bento,  dõsClauftros  do  Moíteyro  íahio  ago-» 
vernarhum  exercito  de  Catholicos.  A  SáoFilano  Abba* 
de,  tomou  Roberto  BruíTo  Rey  de  Eícocia  por  amparo 
do  exercito,  com  que  fahia  a  encontrar  a  opreííaó ,  que  re- 
cebiáo  fuás  terras  dos  Francefes  ;&  fendo  o  exercito  deita 
naçáoomayof ,  que  até  aquelle  tempo  tinha  vifio  Efco- 
cia,  foy  vencido  do  pouco  numero ,  com  que  R.oberto  lhe 
impedia  o  paíToj  ficando  dos  Francefes  mortas  palfante  de  $**  jZmury. * " 
fincoentamil.    102 

EIRey  Dom  Sancho ,  &  feu  filho  Dom  Pedro  levarão 
as  relíquias  de  Saõ  Vi&oriafioem  lbueXercito,quando  ia* 
hiráo  contra  os  Mouros  i&  indoíóa  fepararfe,foy  com 
tanta  felicidade  o  fucceílb,  que  tomarão  a  Cidade  deOf- 
ca, matando  entre  quarenta  mil  Mouros,  àqu.uro  Reyi  <°*  W.x%.Jumf. 
Mahometanos.  105  Santa  Ida  Virgem,  vendo  o  cerco, 
que  Hybernia  lba  pátria  padecia  <,  &  confiderando  a  pou- 
cagente  de  guerra,  quenella  cftava,  mandou  fe  afmaifein 
eftes  poucos  que  tinha  ;&  pondo-os  em  peleja,  foy  por 
íua  oração  libertada  Hybernia.   140  Saõ  LaimcsAbba-   «4  m.ti.^nfkm. 

de 


3  4  O  QltfNClfR  VOS  TJT.  TOMO  11. 

de,&  Patrão  deBurgos,naõ  foy  hú.a  fó  vez,qucosfiarur2es 
em  íua  detença  o  virão  vigilante,  porque  iimytosfor  aõ,  os 
que  em  íius  praças  o  encontrarão  aunada  iintinéla.  Saõ 
Remberco  vna  occaíião  em  que  os  Danos ,  &c  Noimanos 
vieraó  contra  Germania,iecioío$  elles  da  pelt  ja,esí orçou- 
cs  o  Santo  com  luas  pregações  ;  &  na  occafiaõdoconflic- 
to  fe  pos  em  oraçaõ  ibbre  hum  monte  *  como  outro  Moy- 
fés  á  viíta  dos  exércitos ;  &  alcançando  do  Ceo  vi&ona, 
fugirão  os  bárbaros,  deixando  de  penhor  a  dez  mil,  rrefen- 
«05  ibi,  4.  Ftbruari/.         tos,  &  fetenta,  &  oito  mortos.    ío5    AoStpulcrodeSaõ 

Ricardo foy  pedir  auxilio, Angliberto  genro  do  {impe- 
rador Carlos  de  França, quando  hia  ainveftiros  Danos; 
&  ao  tempo, em  que  osdous  exércitos  começavaõ  a  pe- 
leja, cahio  do  Ceo,  por  largoefpaço,  grande  multidão  de 
pedras  de  neve,  que  encaminha ndo-íe  aos  contrários,  rica- 
106  w.:i.  NeoemM,       lAõ  deftruidos.    106    Saõ  Fineno ,  que  vendo  os  Ssxo- 

nes  invadira  Britaria  Tua  pátria ,  por  íuas  orações  não  po- 
derão paliar  hum  monte,  ondeefiaváo  juntos.    107   AS. 
'  Suuberto,  tinha  o  Capitão  Pipino  encomendado  a  proí- 

peridade  de  íuas  armas ;  &  no  tempo ,  em  que  fe  via  quaíi 
vencido  dos  Saxones ,  apparecéode  lua  parte  húa  luz  ful- 
íoS  ibi.n.Mtrty.  gcntiíTnna,  comeujo relplendor  cégosos inimigos,  foraó 

avaíTallados.    108 

ASaò  Aldeberto  Prior  de  hum  Mofteyro  de  meu  Pa- 
dre Saõ  Bernardo,  (  oqual  defpois  foy  Abbade  de  Saò 
Joaõ  de  Tarouca,)  levou  emíeu  exercito  EIRey  Dom 
AfTonço  Henriques,  quando  Albucazan  Rey  de  Badajoz 
opremia  as  terras  deTrancozo;  &  no  tempo  da  batalha 
mandou  EIRey  ao  Santo,íc  puzcííe  em  oraçaó;  efteve  por 
horas  endecilo  o  triunfo;  mas  Deos,  pelas  orações  de  íiu 
fervo  deu  aos  Portuguefes  vi&oria  ;  aqualDtosquizniof- 
trar,  havia  concedido  por  deprecaçáo  do  Santo ;  poique, 
querendo  ElKey  tomar  vingança  dadeít.ruiçaõ,quehião 
fazendo  húas  tropas  inimigas  remanecentes  da  batalha, 
como  naõlevalTe  ao  Santo  Prior  coníígo,  foy  pouco . o 
frucio  :  o  que  reconhecido  pelo  invido  Monarcha  ,  como 
ao  voltar  de  Trancolo  foubcl]e,que  os  Mouros  lhe  tinhaÓ 
impedido  o  paiTo  junto  ao  rio  Ta  vora,  dilTe  ao  Santo;  que 
fiado  em  luas  orações  dava  a  batalha  ;  &  foy  tal  o  derro- 
co, que  em  breves  horas,  &  fem  algum  perigo  alcançou  a 

pj« 


Elt<P\EZ  A    1.  ^ 

palma,    ioq   Saó  AnféJmb  Luceníls,  em  cujo  tempo  fe    *ognKu,Martif.'Briu 
levantou  contra  a  Igreja  num  grande  numero  de  ícilmati- 
cos,  lançando  a  bençaõ  fobre  o  exercito  Catholico ,  ainda 
que  limitado,  foy  o  fciimaticoddiruido.    1 10  no /*;.  18.  M«r/?. 

31      ASaóllidoro  BifpoHiípílenfe,  tomou  blfpanha 
por  hum  de  Teus  Tutellares  peias  vJciorias,que  muy  tas  ve- 
les alcançou  de  léus  contrários  ,   dtprecando  o  auxilio 
defteSanto.    iii    Sáo  Uifmaro  Bifpo,  livrou  a  Cidade         ...       .   .,. 
Laubienledo  innumeravel  exercito  aos  Ungaros ;  a  cujo 
vencimento, ainda  hoje  confagraóadousde  Abril  gntas 
memorias.    112    AoMofteyrode  Saó  Pedro  Teutonico   m  w.it.  *dfriih. 
vinhaódar  aífalto  hús bárbaros, &  vendo  o  Santo  de  húa 
janela  a  multidão,  fez  em  o  ar  o  final  da  Cruz  ;  &  Tendo  o 
dia  claro,  de  repente  cercou  os  inimigos  húa  nuvem  efeu- 
rifíima,  com  que  atemorifadospuferaó-fe  em  fugida.  113    ,,J     ',2  '  ™  tm' 
Em  vidade  SaóMarculphoforaõ  os  moradores  das  Ilhas 
Agninas  pofluidoresdetoda  a  boa  fortuna,  pelas  orações 
deíteSanto.    114   ASaõ  Mauronte  Abbade,  viraõosda   ,     lbi    Ma„ 
Cidade  Duacena  andar  vellidocoma  Cucula  de  Saó  Ben- 
to ,  com  hum  cetro  em  a  maó  correndo  as  muralhas  da  Ci- 
dade.   115   ASaõ  Adalberto  Martyr, acharão  fempreos   "5  Ui.%,£jufâcm. 
de  Polónia  propicio  a  fu<is  opreçoés,  com  que  o  toma- 
rão por  feu  Patraó.    116   Saó  Aydano  Biípo  Lidisfar- 
neniis ,  quando  o  Capitão  Penda  tinha  poito  íogo  a  Cida- 
deRegia  , com  fuás  orações  fez,  que  o  fogo feviraííe  con- 
tra o  exercito  de  Penda,  &confumifle  a  muy  tos.    117  Os    ,)7  z«,ji.  •/%*/$■. 
<ie  Avinháo  de  França  tomarão  por  feu  advogado  a  Sáo 
Agricolo  Bifpo,  &  todas  as  veies,  que  os  ameaçava  algum 
infortúnio, apparecia  em  fuás  muralhas  húa  fay  xa  de  fogo, 
com  o  que  não  fó  os  avifava  doperigo,mas  també  lhes  aile- 

cí^rl  1  -         Ti  1  „      1  •  8   lí>i.  t- Scptcmèrif. 

gurava  o  vencimento.  118  S.UvencesIao,aqueos  heysde  r 

•Boémia  confeíTaõ  de  ver  o  efUbelicimento  de  fuascoroas, 
-pelas  numerofas  batalhas ,  com  que  os  firmou  no  Impcrio. 
.119   SaôLucas  Abbade, fahiocomfeusMonjcs  acampo         jn.xt.  Eju/dcm. 
contra  os  Sarracenos ,  &  fendo  a aima , que  leva va,o  Bacti- 
4o,  que  trazia  na  mão.  pondo-fe  a  cavallojhe  cercou  o  rof- 
tohvn  luz  divina  •&  dizendo  citas  patavras:  ExurgatVeuíy 
®  difftpentur  mima  ejm , polir -ou  a  morte  innumeravcis  in- 
fiéis.   120   Sáo  Bcrcarius  Abbade,  mm  vinte  Monjes  de   120  J«.i }.o&*w« 
feu  Mofteyro  deftruío  fetecentos  inimigos,  atemoriian- 

D  do-os 


;« 


2 6         O  T^INCIVE  WS  9  AT.  TOMO  II. 
i  ti  m.  \t.  EjufJem.        do-os  o  Ceo  com  a  efcuridão  de  hú  fumo  prodigiofo.  1 1 1 

Sào  Ray mundo  Abbade  do  Moltey  ro  de  Firero ,  não  ío* 
frendo  asinfolencias  dosSaxones,  queaccõmetião  a  Ef- 
panha,  tez  prefidiono  primeyro  lugar  de  Calatrava  ;  Sc 
com  o  favor  Divino,  com  armas,  &  rogos  odeffendéo  ie* 
lizmenre ;  &  como  quer, que  aquelles  a  quem  mays  per- 
tencia, receaílem  entrar  na  guerra, elle  fó confiado  em 
Deos , chamando  algús  fieis, alcançou  repetidas  victorias 
dos  inimigos  deChrifto;  &  para  propagação  da  fé  inti- 
tulo a  Ordem  de  Calatrava;  com  oquemerecéo  o  titulo 
de  Libertador  da  patria,&  defenfor  da  Igreja  Catholica. 

3  2     Com  eftes  braços ,  fe  exalta  no  campo  da  Igreja  o 
Trono  Beneditino;  mas  fe  eftes  Heróes  forão,os  que  o  co- 
locarão na  eminência,  também  lhe  fervem  de  compoí]-» 
çáo.  Donde  acho  com  femelhanças  do  Trono,  que  vio 
líaias,  eíie  ,  aonde  São  Bento  he  intronizado   Príncipe 
dos  Patriarchas.  Sobre  hum  Trono  vio  a  Deos  o  Profeta, 
cheyo  detanta  virtude  o  Trono,  que,  a  que  Deos  nelle 
Tr ,.  n    .      „ ,    .dominava, enchia  toda  a  grandefa  do  Templo.    122   Su- 
fuperfoiínm  exceift,m,tf  tieva-  heiente  ornato  tinha  a  Igreja  de  Deos ,  quando  não  tiveííè 
7ep'ubjttuln,lpium.b '^ íwí  outro ,  nas  obras  deites  Santos, que  aSaóBento  remon» 
ij»i*6.verf.u  taõ ,  &  lhe  teftimunhaõ  apureia.  De  toda  a  Igreja  forão 

gloria,  porqucdefpois  dos  Apofl:olosdeChrifl:o,  de  ne- 
nhúamão  recebéo  com  tanto  empenho  o  adorno,  como 
das  proezas,  que  com  a  virtude  deíua  verdade  fizeraõ  os 
braços  Beneditinos,  que  a  defenderão. 

33  A  gloria , que  oceupava  o  Templo ,  era  o  rerna- 
necente  da  luz  inacceííivel,  de  que  feveftia  o  Trono  de 
Deos.  Saó  tão  dilatados  osgozos  Monachais ,  com  queo 
Pay  dos  Monjes  diviza  o  cetro ,  que  o  reftan te  aparato ,  do 
que  mays  feennobrece,aífy  he  abundante  de  merecirnen» 
tos,  que  a  toda  a  Igreja  fervio  decompofiçaõ;  o  que  au- 
thorizão  os  Inventores  de  divei  fas  feííividades ,  ceremo- 
r»iss,&  louváveis  cuftumesda  Igreja,que  foraó  filhos  de  S. 
Bento:  Efte  Patriarcha,ajútouo  Te  DeumLatidamufis  Ma- 
tinas; foy  o  primeyro,que  pos  as  Cõpletas  no  Officio  Di- 
vino: 8c  inventou  os  jejús  regulares.  S.  Gregório  Magno 
filho  de  S. Bento  foy  o  primcyro,  que  fe  aíignou  ^Servo  das 
ferVos  de  Deos  •  em  a  Miffa  inventou  no  fim  do  intróito  o 
Gloria  Tatrt  $  que  fs  repetifle  o  IÇ)iieelc}Jon  nove  vefep;  que 

fe 


'  EWP^EZ  A    1.  27 

fe  cantaífe  a  Âttrfuya ;  ao  Ofertório  deipois do  E vançelho 
a  creice  n  to  u ,  dieffte  noflros,  a  té  in  eleclorum  tuorum^  jubecisgege 
numerare  j  diípos  ,  que  íè  diíicíle  a  Oraçaó  de  Chriiio ,  que 
he  o  Pater  uofter  ,•  &  que  fe  acabaíiè  a  MiíTa  com  a  Commu-    •  ?-i  Guiíseime  Dunnã  m 

JR-iionalc  Utvincr.  0n.11  ,'if.n. 

A  dilnoíiçaó  do  Officio  Ecclefiaftico  foy  obra  de  Saó  ^/-v?  *"■«' ■•  ■■'«■  S«"A- 
Oregono ;  aeJiemandouledeliepnnctpio  pelo  Plalnio,  taS.Grego,$. 
Veusin  acijutoriuM;  da  Regra,  que  proícOou,  tirou  para  toda 
a  Igreja  elia  ordem.  O  Officio  da  Circúciçaó,&  a  Reza  de 
muytos  tantos  ioycompoíiçao  lua.    125  Os  quatro  Do-  «JLwjL.»  /».  ,.«^.1 
mingosdo  Advento  foy  initituiçaõ  deite  Pontince  5  para  Fh" '" vm "''*• 


elles compôs  todo  officio.   126 


A  Ceremoma  dasCandeyasema  Purificação  da  Vir-  li-  ,  e»f^oljl,M.B.i.eth.(,f. 
gem:    127  A  Ceremonia  da  Cinza  de  Quarta  feyra  da  '4  l  '' 
Quarefma:AProciíLõdeDomingodeRamosjoLava.    I2;  Dur^imRatUliel^ 
pés  na  Quinta  fcyraMjyor;  128  &a  Adoraçjóda  Cruz  6-cnP  ?R- 
emabeltareyra  Santa  tudo  roy  dictame  deite  Pontífice;    ,,9  s.^r.u„p.x  t>iu/., 7.. 
120   como  também  a  feira  da  Didicaçaõ  da  Igreja:    1  20  "^  ''„  ,.    n.  .   ., 

7  9.1  O      f  3  no    Ka1i:it.  VttMt  li»."]  c>D. 

Inliituío  as  Ladainhas;    121    foy  inventor  do  Canto  Ro-  47  e?»'"™. 

&r\Cd   •     J    o       -       aj        a         P     »      T^v       •'>    Polidor  Virg  <te  invetiti 
composo  Orneio  de  Santo  André  Apoltofo:Da  rerumut  6. ctf.it. 

Igreja  foy  Saó  Gregório  Numa;  Licaon;  Si  Amphion; 
Numa,  no  culto,  que  augmentou  a  Deos;  Licaon,  nas  tre« 
goas,  que  fezeom  a  Juftiça  Divina;&  Amphion,  no  Can- 
to,queinventou:  A  rogação  das  Ladainhas  iníiituioSaó 
Gregório,  para  moderar  osrigoresDivinos,  &  as  manda 
fazera  Igreja:  as  celebridades  Divinas, augmentos  laó  á 
veneração  eterna. 

O  Pontífice  Bonifácio  Quarto,  ordenou  em  a  Igreja  a 
veneração  de  todos  os  Santos  Martyres;  donde  o  Pontífi- 
ce Gregório  Quarto  Monie  também  de  Saó  Bento ,  tirou 
afolemnidade  do  dia  de  todos  os  Santos,  de  que  compôs 
oOfficio.    132    SaóOdilo  AbbadeCluniacenfe,  deter- 
minou em  feuMoftcyro  hum  dia  particular , para  acom*    n.  PUt;*si**iH  Ceget. 
memoraçaodos  heisdinuntos ;  a  cuja  imitação  o  ma  noa-  *j  ^  f     ^ 
raõ  obfervar  os  Pontifices  por  toda  a  Igreja  ,  no  dia  íe- 
guinte  ao  de  todos  os  Santos;    154   tendo  duzentos  an-    «m  SiSitert.»Js»*mm.999. 
nos  antes  defte  decreto ,  compofto  o  Officio  dos  difluntos 

0  noíTo  Arcebifpo  de  Trevens  Humularin  Furtunaro.      ^  BuniUUrilnU, ,6, 

1  "•«;    A  antiguidade  ( íabulofa  neftu  parte)  ennobreceo  àturàmc*dm}ho»atumc(>u 
aNáxienes  por  inventor  da  contemplação  das  fon.brus; 

D  2  a  Si- 


c8  O  &HJNC&E  WS  >PAT.  TOMO  11. 

a  Sinon  GTego,  por  inventor  dos  efpelhos ;&  A thalo,  por 
inventor  do  tecer  o  ouro:  Entreos  inventores  Ecclciiàl- 
ticos  (com  verdade)  ficou  Gregório  Quarto  fendo  Atha- 
lo,  poi  quedo  ouro  vario  nos  quilates,  que  faõ  as  diferen- 
tes vi !  tudes ,  tecéo  á  Igreja  o  melhor  ornamento ,  que  he  a 
feita  de  todos  os  Santos.  Odilo,  fendo  Sinon ,  porque  os 
efpelhos  do  que  fomos,  he  a  memoria  dos  que  exifti- 
raõ;  Humoiario,  fendo  Naxienes ,  porque  a  contempla- 
ção das  fombrashe  o  conhecimento  da  pouca  durrçaõda 
vida. 

Santo  Anfelmo,  inftituío  a  feíla  da  Conceyçaõ  da  Vir- 

M6  BiptiHa  lâaMuatitisãe  gem.   136  Leaó  Quarto,  deu  Outavario  áAíTumpçaõ 

jípito  invha  sanBoru,n  da  Senhora ;  como  também  Innocencio  Quarto,  a  Nativi- 

ni:t.cap.4i  apuâBarbMum  Jjde.  ^ fefta da  Aprefentaçaõ da Mãy de Deos, foy infti- 

i»  Martjrol.9.  Dezembrií.  .  »*        •     n  .n       j       1      e     -  XT       1 

^rnaUuflXjkionLiffí.Mtf  tmçao  de  hum  Monje  oento  Abbade  de  SaoíNiculaoem 
#.*.,.«>  iof.      .,  Normandia.    127    Santo  Ildefonco,  inftituío  afefta  da 

i,b.<,.cap.,o6.  Expectação.  E  Eugénio  Terceyro  ,a  da  Annunciaçaõ. 

1.8  UemiíiMi.i.cap.G).    i  38  S.  Sérgio  Papa  Monje  de  S.  Bento,  ordenou,  que  em 

a  Mi  fia  fe  ditíefíe  o  À^mísVei.  O  Officio  de  NoíTa  Senho- 
raefcrevéojou  encomendou  a  Igreja  Urbano  Segundo  ; 
concedéo  a  Bulia  da  Cruzada  contra  os  infiéis ;  dedicou  o 
Sabbadoápurefa  da  Virgem;  acrefeentou  em  o  Prefacio 
da  MiíTa  :  Et  te  inVeneratione  (Beata Virgtnk Maria  cottaudare^ 

1.9  ^ntomp.^t.\t.cap.y  henedicerc  ^  pr  adie  are :   rqo   determinou, que  em  todo9 

os  Templos  da  Univerfal  Igreja  fe  tocaífe  hum  fino  de 
manhã,  á  carde,  &  ánoyre,  que  faõ  as  Ave M arm ,  para 

140  ^r»oii.rup.ub.),cap.  alcançarmos  a  interceíTaõ  da  Senhora.  130  Defpois  Gre- 
gório Nono, também  noífo Monje Camaldulenfe,man« 
dou,  que  fe  tocafie  á  faudaçaó  Angélica  pofto  o  Sol.  A 
hofpitalidade  para  os  Enfermos ,  &  Perigrinos  foy  iní- 
tituiçaõ  dos  filhos  de  Saó  Bento.  NoíTo  Monje  Pedro 
Ermitão  ("chamado  aíTy  porque  de  Monje  do  Mofteyro 
Grandimontenfe  fe  paíTou  á  folidaõ  de  Anacoreta")  in* 

i4!  Poi.j.Virg.i.deUven,  ver>tou  °  Rofario  da  Virgem;  a  que  antiguamenre  cha- 
,iOTerum w-»:">-9-  mavaõ  Pfalterio  de  Maria  :     141    Devoção  naqutlles 

tempos  particularentreos  Monjes  de  Saó  Bento.   NoíTo 

.«*  <ArnoUMbi0n.f»p.to.  Mon'e  Michael  Florentino  inventou  a  Coroa  deChrif. 
z.ub.i.caj>.6B.  to,aquemchamaó  Camandulas.    142    Gliceria,  inven- 

tou a  Coroa  de Rofas  ;  &  Edimion,foy  oprimeyro,  que 
obfervou  o  curió  da  Lua.  Os  paíTos  da  Lua  Soberana  mof- 

trou 


E  M  Q  %K  Z  A    1.  g$ 

trou  obfervara ,  quem  a  feus  mylter ios  inftituio  applaufos 
divinos  j  Coroas  teceu  deRoías,quemá  Virgem  inventou 
oRofario,&  os  eípinhosde  Chrifio  mudou  cm  flores  de 
devoção. 

Hermano  Contrato  Monje  Beneditino  compôs  a  ÓV- 
Yc^únba,  a  quem  meu  Padre  São  Bernardo  acrefeentou  8 
LiemenSjòTia^ò DulasVirgo Marta;  compôs  também  Her- 
mano a  Antiphona  Alma  ^edemptoris  Mater-,  145  &  foy  in- 
ventor do  Aílrolabio.  144  Innocencio  Quarto,  inven*  i4,  jacotm miip.Bergo- 
cou  as  Iníígnias  dos  Eminentiííimos  Cardeaes.  145  *%f!{ffi££?i£ 
fefta  de  Corpus  revelou-aDeos  a  Santa  juliana;  publi-  d,a>ci>p.%. 

o  r  Ln*-io-r.-/  144   DurSJ.de  Divin  .Offic. 

cou-a  Santa  hva  ambas  Monjas  de  òao  Bento  ;aprovou-a  m^.cop.  u.>w/'>«íw9- 

o  noíTo  Pontífice  Urbano  Quarto  3  &  compos-lhe  o  Offi-  ^f*"?  ^f  "m* 

cio  o  Angélico  Doutor  SantoThomás,queainda,quenão 

protelTou  a  Regra  de  Saõ  Bento ,  criou-fe  á  fuaíbmbra  no    145  puri«tâ«  Ynmcmij 

MofteyrodeCaffino.   188  O  Cardeal  São  Guido  deter-  O»"1'' 

minou, que  quando felevantaíTe  aHoftia  naMiíTa  feto-    l{tg  TideSoiemOecidcrUp. 

cafle  a  campanhia}&  também  quando  felevaíTe  o  Sacra-  \pr"lud  %xfP  2 j*;.'/"'*7' 

1  r  o         /i    tt  •♦»  •  ubi  inventes  bdC  ,ÍSp.u<-a. 

mento  a  algum  enfermo,  roo  OHymnoVexitlaregispro-  189  cyy>r  tísfierbtcbeufi» 
deunt  compôs  o  noíToMonjeTheodulfoprimeyro  Abba-  ^  9  dei  ufir-mru  ,c*f  il 
deFloriacenfe;  como  cambem  o  G/orá,  Laus  t&  Honor.  Tritímrievi,u,i'»ji.or- 
100   São  Guido  Abbade  doMofteyro  de  Santa  Cruzde  *»wS.*««*ftf*-*-«?-4* 

<.  r.  ir-  r       *     *  *     r         T^  •    Suplemento  Cbrotstc-Jib.  n. 

Avilana,loyinventordasieisvolesdaMuuca.  u/,^,?;?/, 
y^,/ç/,/d,ckda  mãodocanto.    194  AGlofa  ordinariade    ,94  Tritmijup-cy.n  sí- 
hum,  &  outro  Teftamento foy  inve&i va  de  Strabáo.  A  in-  *i*""1'  ^"'''  £""/rf  '«' 
trelinial ,  de  Santo  Anielmo  Laudunenfe.  O  Martyrolo-    iç<  íf> ^rtere  BenediBm* 
eiofoy  trabalhodeBeda,Uíuardo,&  Adon.  jq<;  Onof-  «"»«<■ 
4o  Monje  Gracian  ajuntou,  &  ordenou  as  Decretaes.     A  pr(,iicamumtom.^.  ihcoUg. 
compoíiçaó  dos orgáos,deveiTe  ao  Pontífice  Sy lveftre  Se-  gfijSgJ^ *  ^ 
gundo;   160  aíTy  como  também  a  perfeyçaõ  do  Relo- 
gio:Sc  a  DionyfioExiguo,o  Circulo  Pafchal,&  o  compu* 
to  Ecclefiaftico.  197  Alcuino  ordenou  o  Officio  de  San-    >96  *s*rhrBe*eJ.Ram.  z 
to  Eftevão ,  &  da  SantiíTuna  Trindade ,  aquém  defpois  a-  ^^  ^^ 

provou  Saõ  Gregório  Magno ;  8c  efte  Pontífice  foy  o  pri- 
meyro, que  mandou  edificar  Templos  em  veneração  da 
Sanciííiina  Trindade.  *  Inventor  da  Purpura  toy  Her-  •  dm-mA*  HAforfi  dh>. 
cules;  do  Relógio,  &  Esfera  Anaximandei ;MileGs  5  da  ^  ''*■  ***«*.  *"* 
ordem  das  letras,  Palamides  Nauplius ;  do  ulbdo  Mel  en- 
tre os  Efpanhoes,  Gorgorisjda  Obfervaçaódo  Ecliplcdo 
Sol,  Acreus ;  da  kiencía  das  Eíhellas,  Bcllo ;  da  Bibliore- 

D  3  ca 


3o  O  ?i\mCl?E  WS  PAT.  TOMO  II. 

ca  entre  os  Romanos,  Afinio  Polio.  O  lugar  de  Hercules 
oceupou  em  a  Igreja  Innoccncio  Quarto  ,  de  Anaximan- 
der ,  sylveiue  Segundo  ;  de  Palamides  (aprovey  tome  da 
feme!hança)Guido  jdeGorgoris,  Strabúõ}  de  Acteus, 
Dionyfio  Exiguo;  de  Bello,  Hermano  Contrato,  de  Aíí- 
nio  Polio,  Bedj,  Ufuatdo,  Sc  Adon. 

34  De  innumeraveis  Santos  Canonizados ,  &  Beati- 
ííc  idos  fe  ornaó  os  rayos  defte  Sol ;  ou  o  abono  deita  fama: 
Naõ  lia  com  certefa  podelos  refumir  a  numero  jporque  em 
tempo,  que  a  Religião  de  Saó  Bento  tinha  trinta,  &  fere 
mil  iVíoíteyros,&  muytosdelles  de  novecentos  Monjes; 
al92^rhar,i' '"  Cbf**Ka\  catorze  mil  Pt  ioratos  5  quinze  mil  Conventos  de  Monjas 
.99  DomRodrigoãtCunh*  ,gg  em trezentos  annos,he opinião, que  fenaõ  perdéo 

f.\  M  Hijlor.EcrtefiallicaJos  .  r  i  ■         l      o     -  r>  C  '  r^    ÍT  r 

~-irccb,jfot  de  Magoem  ávida  hum  hino  de  Sao  Bento.   1 99   Somente  Caílmo  tem  i?n- 

dtitjhnofoi.^  co  mii  j&  quinhentos  &  ílncoenta  &  finco  Santos  Cano. 

>co  w^.wp^.w.8.  nizadosprofeflòseiníuaclauzura.   200  Donde,amulti- 

«fiz»  9  p  '•  daó  de  Santos  Beneditinos  lotem  o  numero,  que  Virgílio 

deu  a  hum  aggregado  incomprehenfivel. 

Quam  mula  Lybico  Volvtmtur  mármore fluclta^ 
S<eVM  ubi  Orion  bibernis  conditur  undtt, 
Velquum  Sole  noVo  dttnfie  torrentur  arifl<e, 
Qjtut  Hcrmi  campo,  aut  Lycia  fiaVenttbus  arVis. 
Lib.  7  Jtneid. 

Dos  Sãtos  Canonizados  faz  numero  oDoutifíimoQuin» 
tanaduenhas,  illuftre  Efcritor  da  efclarecida  ,  &  reforma» 
diílima  Companhia  de  J  ESUS,  repartindo  o  numero  pe- 
los dias,  affirma:  ter  a  Religião  de  S.  Bento  para  cada  dia 
feimum Qamgt. foi.  ,o*.        mil,  &  quinhentos  Santos ;   201   nao  lendo  eíte  Autor,  o 

que  lhe  remonta  mays  o  numero  jporque  ofamoío  P20- 

letto  Eremita  AuguíHnhoem  oSermaõ  de  S.  Bento  diz: 

;"■>»  Paoiettu* ,« r-       ks  querem  fóde  Santos  Canonizados  a  Religião  Benediri* 

n  >.   ["í-*  inji,  mane  Ha,    *  O 

usBtneSím.  na:  Hum  milbaÕ,  finco  mil,  &  /eis  centos  Santos.  202    Naôfal- 

lando em  os  Beatificados,  porque eftes, na  opinião  deto- 
tíos,  naõ  tem  numero.  Oqueconilderado  pelos  Summos 
Pontifices,  concederão  á  Religião  Beneditina  hum  dia 
particular  do  anno,  em  que  fe  celebraíTe,  com  officio  par- 
ticular, todos  os  Santos  de  fua  Ordem  :  Sendo  eila  eíc]<ire< 
cida  íamilia  aprimeyra,que  na  Igreja  de  Dcos  teve  ef- 

ta 


E  lf  <P  %  E  Z  A    l  5t 

íafeftividade-,  &  agora  á  lua  imitação  a  logrão  algúas  fa- 
mílias Rcligiofas.  A  mays  feremontaria  o  numero  de  San« 
■tos  Canonizados,  le  minha  Religião  não  impedira  a  Ca- 
nonização de  muicosfem  a  primeyra  parte  odeixo  autha- 
lifado  na  Empreza  trinta  &  húa, numero  846)8.:  para  que 
em  cudo foíTe  primas  a  Religião  deíre  Principe,lheconce~ 
óko  o  Supremo  Pontifice,  queoprimeyro  Santo  Confef-   zo' <  B**epi*«*tegifitt* 
íor ,  a  quem  a  Igreja  Canonizafte  lolemnemente  ,íoíie  teu  urm».tom.».M.  i.cap.sdt 
MonjeS.  Suitberto.    203   Sendo  efta  Religião,  como  a  **^;]u*ah,íuiiner,f.,lm 
Palmeyrade  EzechieLaqual  na  multidão  de  íèus  palmitos ««  tiMHhuim* palmam»  jw. 

,     J,  ,     -  +  L  rum.  tzcch.  ia.ietf.  11. 

conneceo  a  ventagem  de  lua  eminência. 

37  Logo  em  Teus  princípios  foy  efta  Religião  criada 
para  Princela.  Afemelhança  da  Igreja  de  Deos,  aquém 
trinta,&  três  Summos  Pontífices  Martyres  fervem  de  fun- 
damento,foy  a  Beneditina  regada, &  plantada  com  o  lan- 
gue de  trinta,  &  três  Martyres,  que  em  Miffina  na  compa- 
nhia de  São  Plácido  alcançarão  a  palma,  antes  que  São 
Bento  poíTuifíe  a  gloria.  Oíitio,  queefte  Patriarcha  eíco- 

lhéo  para  cabeça  de  fua  Ordem,  foy  oMonteCaffino,  em 

cujas  faldas,  (que  he  a  Cidade)  deícançou  do  caminho 

por  algús  dias  o  Príncipe  da  Igreja  São  Pedro,  antes  que   l<?4  Dom^ntonirnScipitS 

entraflè  cm  Roma.   204  Era  efta  terra ,  onde  fua  Igreja  fc^^****".*7'^"^ 

T^  » f  .  o       '      f0l,  10.  tfjrqq.  f pitem:  oacr» 

havia  de  achar  denença  nas  mayores  calamidades,  por  /w.n.*er/. 
iíTonella  tomou  São  Pedro  defeanço.  O  que  claramente 
teftimunhou  omcfmo  Príncipe  da  Igreja,  em  o  cazo  fe- 

guinte.Hião  huns  peregrinos  viíitar  oSepulchro  deSão 
-Bento  ao  Monte  Caífmo  ;chegou-fe  á  fua  companhia  hú 

Varão  de  afpeâo  venerando  emabitos  de  Clérigo:  Per- 
•guntarão-lheos  peregrinos,  quem  era,  &  para  onde  hia? 

Oqualrefpondéo:    205   Souo<lAposloloS.'Pedro^VotiáO    *o<  Que m,quú ejfetinurrt* 

~kf  r    TC  11  i  ~m  f     J         I     çanici.tlcatum  fetrum  ^pof~ 

Monte  laj/ino  para  celebrar,  com  meu lrmao 'Bento ,  odtaaenn-  t<,iumfceffcre/p'*J>t -.:■.:  Vaio 
nbafefta  •  porque  os  faias  levantarão  contra  minha  Ureia  tal  tempef-  'd  fr'"™ "*?  *"«*??"* 

J  J       '  1       l  ii>»  ,         1      uteum  1L0  cajji-mi  me*  atem 

tade  ,que naõ  pòffohabitar  em^Roma.  Como  a  Primogénita  da  celebrem  Kam Kcmaccr.j~.iu- 

-1  •  •         -  r«  •  i-  n      *-^      t  -     *-k  *"  J^^, rc  n;,a  talco,  varijj  cn:n:  trocei- 

Igreja  reverenciavao  os  Pontífices  cita  Ordc:  Qiundoem  luEccl(r,Jmf,:u{,.,/i:í,r. 
Romana  Igreja  de  São  João  de  Latram  fe  coroaváo  os    ^fuj  LeonlUcfiic^mhb. 

O       r  J  m  ,        i.cap  67  inChronic.CjjJ.f.cf. 

Pontifices,  hiáocom  amefmapompa  repetira  coroação  $  cafar  Bar™,  icm.u.  amo 
aCaíTino.   206   Não  era  iito,  reconhecerem  os  Pontiri-  ,c8?- 
ecs  a  Religião  de   Sao  Bento  por  Princcfa  da  Igreja  de    ?o6  D,Conjijnu^Caye. 
Deos/  Em  dilatados  feculos  a  venerarão  Primogénita  de  umumviuGeja     cu*difoi. 
Igieja  os  Kl yuos  de  Sciulia ,  Aquitania ,  Inglaterra , Sue-  ,,  irchd.  z.  m/.  i.«,  15. 

cia3 


5 1  O  l%mCl?E  VOS  $ÃT.  TOMO  11. 

cia,&emalgúsReynosde  Elpanha,onde  pornuiytos  fe- 
culosnaõ  podia  ferBilpo,  quem  não  foíie  filho  de  bão 
sc7  EpHcmeSAcrofoi.-Lo.    g.^nto  .    2oj   os  bés  reays  lo  pertencem  á  Coro;».  O  zel- 

lo,  com  que  apacent^vaõ  o  rebanho  ;  &oaugmento,  cm 
quepunhaóa  Elpoía  ioy  tambtm  huma  das  razões,  por- 
que ló  delles  fiavaó  aschaves  do  thelouro  ,  &  o  Báculo 
Paitoral  j  por  tempode  íeis  centos  annos eítiveião^scha.- 
vesdeS.  Pedro  em  poder  dos  Monies  Beneditinos:  cento 
s.HcKea.a»,  tr.  ihf,wM  d;  &  trinta,  &  três  bummos  rontinces ;  duzentos  Cardeais; 
r?f'!i0r!  ''l""h<tJ,cet°;'Z  208   mil  ,&  féis  centos  Arcebiípos ,  &  quatro  mil  &  feis 
injcrm.s.títmtdtâi&.w.   centos  Biípos foraõ , os  que  até  otempo  do  difcipulode 

Trítemio  tinhão  fido  filhos  defie  Patriarcha :  Delles  iahi- 

rá  o  ultimo  Pontífice  Romano , que  ha  degovernar  a  lgre- 
i.0»  EpitgrrrefJcrof.6i.verf.  ■«,--.  A  u  l     -  J     r  t.      j5V/ 

r  jadeDeos.  209  Aquelles  tempos,haode  ler,ondea  Nao 

2<o  F,*rTfo™«s.ci-  de  S.  Pedro  fentuá  as  mayorestempeftades;&  paraalhrar 

riioOrà.m^armiiMuiniib  ^    foorrafcas  fempre  a  entregou  a  Monies  Bentos.    210 

oc  GLru  Matru  Ccchfisi  foi.  í  °    ,  '     _ 

«'"'509  Sincoenca  Patriarchas  de  diverlosReynosíorão  filhos  de- 

i.uiftuifwnM  i.tr*a.+tír-  "?  Pá}'  Univerial  de  todos  os  Monjcs.    2 1 1 
b,  F,«Sm/ecu>dut.  2  5       ^aõ  f0y  fó  a  efpada  ofTenfiva ,  &:  defenfiva  do 

martyrio,d,i  jurifdiçaó,  ou  do  amparo ,  a  que  (ó  conftituío 
a  Saõ  Bento  o  Cefar  dos  Patriarchas ;  as  (ciências ,  de  que 
feus  filhos  foraó  cultores  lhe  cõíumaraõ  Cefario  o  Trono, 
emquepreíide:  nas  armas, Sc  letras  foy  Ceíar:  Quinze  mil, 
&  fette  centos  Doutores  teve  efra  Religião  até  o  tempo, 
que  eferevéo  Briterio ;  quem  lhe  poderá  agora  contar  o 
numero?  Sincoenta  mil,  duzentos,  &  fefenta  livros  ha- 
viaõ  cópoftoos  fiihos  deita  Religião  até  o  tempo ,  que  di- 
tou Pedro  Baranguel,  que  ha  mays  de  trezentos ,  &  oiten- 
ta annos,  que  eferevéo  o  ícu  Opufculo  dos  Varões  Dou- 
tos- eítaõcheas  as  livrarias,  dos  que  defpoisdefte  annofa- 
hiraóa  luz  dos  filhos  deite  Príncipe.  Em  Roma  fundou 
Saõ  Bento  as  Efcollas  Lateranenie,  &  Vaticana.  212 
Defpoisdefte  Patriarcha,  oprimeyro,que  fundou  Uni- 
..    _  verfidades  fovmeu  PadrcS.  Béda  1  ade  Pariz  dersõprin- 

i,,v:tjGturi;Pap*pa<r  í7.e?  cipio  Akuino,  Claudio,C Iemente,&  João  rJcotoMon- 
ÍfMÉSr^)n  >cs  Bentos  5   a  Univcrfidadc  de  Pavia ,  em  Itália  ,  fundou 
j.u.ii. sahr<at,ce»ft  Pi^iud.g.  cambem  Joaõ  Efcoto.  A  Theologienfe,  fundou  Saõ  Pau- 
14  ' .  JoMonje  Beneditino.  A  Luxovienfe,  Saõ  Columbano: 

a  1  ubania ,  Saõ  Piuperto.  Todos  os  Conventos  Msç;nifi- 
cos  da  Oíderu  de  Saõ  Bento  tinhaõ  dentro  em  feus  Clauf- 

tros 


EMT^EZ  A    l  33 

tros  Univeifidades  publicas ;  *  entre  todas  foraõ  mays    *  ^"*'w  Bc«:d,a;rwu<n 

i    ,  ir-ii  -i  x  *        •        *->     i      MGUtfleri»fchol*public<teiãt. 

celebres  a  de  r  ulda,  que  tinha  quacro  centos  Monjes  Col-  Exu*  Monafier^vciutexar- 
leeiais ;  a  de  São  Gálio,  em  os  Alpes ;  a  de  Corbeya,  em  «Jtp''»'1' >"»">»'>■  ™'pro- 
-haxonia  j  a  de  Uvemburgo,  em  Alíacia  ;  a  de  Augia  a  Ri-  eagmthme phtp$ntei ,  d*ma*% 
«a*  em  a  Ilha  do  rio  Rheno ;  a  de  FJoriaco,  em  França  >  a  de  "'^JZlTdTpuermji.thb^. 
Jrache,  em  Navarra.  Reftauradores  das fciencias  foraõ  os  "f- *•     .,  „     , 

£11  j     c    D  J         J      J-/T         r  r     T-L  '      r>       •  1,}    íaudjitfjl,rd,xijft^,fi 

nlhos  de  b.  bento :  donde  dille  o  ramoio  1  homas  bócio,  Bcwf,aur  ^ir,gius  ex  ord-.ne 
Pr esby tero  da  Congrcgaç aó  do  Oratório ,  que  íe  os  filhos  í,^^£*$: 
de  Saõ  Bento  naó  íoraõ,  em  inuy  tas  partes  do  mundo  môSt^nif<  ^ugupnilt  Roma- 

,  •  %       r  ■  J     r.1  ri  -  fx/ ex  erdi/ie  codim  pfodyflct, 

chegaria  a  luz  das  lciencias.  213  Formuytosíeculosnao  nUu<>,b»be,et  *A*ighajittpto- 
ouve  elcòlas  de  todas  as  (ciências  .íenaõ  em  os  mofteyros  |'r'  \"^t^fil *****"?' 
<ie  Saõ  Bento.  214  Seis  centos  foraõ  os  annos,que  os  ef-  g">° »  M"™**/  smx, ,  s,»>- 
os  eítiverao  dentro  dos  Claulíros  beneditinos.  2  1  5  ^dcmarm  mm  Ge,mamcM\ 
Osfamoíbs  Aurores,  que  em  todas  as  faculdades  teve  a  «*  *"»*"«  «>/<'£*"  ««- 

'1  Jignaptnt  ,  qui  juerunx  cmner 

Religião  de  Saõ  Bento,  vivos  andaõ  em  a  memoria  dos  «  <tràmes:&tntàmi,GtrmtT 
lábios ,  porque  o  nao  íeriao  lem  elles  ;  quem  os  ignora  li-  ffz*fhiffi*H  tèàthhfipuu* 
guaasiciencias,  curfe  os  eíludos,&  os  encontrará  cextoí,/'^'^ef'i*íf'^e's«" 

fc  ,  .  .  .  nts  EccUÇ  Ub.%.cip  8. 

em  quantas  lciencias  ha  em  o  mundo  j&interpreces,de  to-   214  Uem,b,i,b.io.aczz. 
as  as  línguas  que  íe  íalJarao  nelle.  ^  ^.^  ^  k^wí^ 


/Cif 


6      Para  exceder  ámageftade  demuytosHeròes,  ef-  Cbriflisin.6.'*af.j  f„i,z%9 


verf. 


colhéo  Belifario  por  carroíTa  os  ombros  dos  captivos 
•Alexandre,  os  braços  dos  vaíTallos,  &  Sefoftris  pos  por 
tiro  da  carroíTa  triunfal  a  quatro  Reys,que  havia  vencido. 
De  Braços ,  Ombros ,  &  Coroas  íe  fabrica  o  Trono  Mc- 
nachal :  as  Coroas,  que  renunciaráocento,&  doze  Empe-   a„  Pa<,itmsfer.s.te»ej: 
radores,   21c   quarenta,  &  íeis  Emperatrizes,  cento  &  FM^nmtiH7c^-^rm 
dozeReys,  216   fincoenta&  húa Rainhas, &innumera-  Bercmit*amboS.*j9u£x/u»i. 
veis Príncipes, 6c  litularespor  veitirem  aCoculladeb.    Zl7  ^idebtmJoxeetreni 
Tknto ,  faõ ,  as  com  que  ficou  o  mundo ;  8c  com  ellas,fer-  ffmf»»*-  o*»"h-  *>crf.9. 
ve  ao  tiro  da  carroflà.  Os  ombros  daquelles,  que  iogey- 
taraó  á  Igreja,  8c  reduzirão  áféos  filhos  de  Saõ  Bento, 
íuftenraõ  os  braços ,  a  quefe  renderão  ;  8c  eft.es  ,0  Patriar- 
cha  aquém  íepuiraõ.  Nofentidomoralde  Saõ Greporio, 

1  ~  ,    '  rrn-  ll^      TrcuUt  Dei  morahter 

os  muytos  tronos  que  vio Daniel, em  queDeos  aíiiíiia,/«H»  Moiatbi :.■■.-. qu,  »»ohe<> 
laóosMonjesquc  o  louvaó.  2r8  DeÍ^,que^a?jR^i^£*;i 
Deos  de  Trono, o  que  também  he  Trono  de  S. Bento.  So-  *?«•• ,hi- 

b\  %        1     r  -i^-i  r  n     r  "9  B.oiic  ejui  igitii  acanfut 

re  rodas  de  togo  vio  Daniel, moverle  a mageitola  pom-  n, verf.  \o 

pa  cmqueDeoslheapparccia;  219  &  fe  nas  rodas  fe  re-  ^J^if^thul?^ 

preícntavaó  os  Pregadores  Evangélicos  ,   220  abayxo "»»'« Deificcen/p/.  Rupcrt. 

deite,  nao  íey  houvelle  irono,  a  quem  movellem  rodas  btmsUm. 

E  mjys 


94         O  PRÍNCIPE  DOS  <PJT.  TOMO  11. 
inaysabrafadas  em  fogo  do  Amor  Divino,  do  que  faõás 
fobrequefemoveaCarrolIàde  Bento.  Ezechiel,  quevio 
a  Deos  em  folio  mays  eminente  ,  aílihido  o  elcrcve  de 
11'.  Lt  íh médio  ejurfim,!,.  quatro  animaes.   221    emq  ienVuravaó  os  quatro  E van- 

tHclo  quattior animaliuw,  ■*         ,  *  i.  ■  n       •     *       i 

tzcvbtduxo.-verf.  j.  gcliitas:  De  outros  quatro  animaes  miítetioíoshe  reveren- 
ciado Saõ  Bento  em  o  Trono,  que  faõ  os  quatro  Douto- 
res da  Virgem,  que  foraó  feus  filhos  Saõ  Bernardo,  San- 
to  Ildefonço,  Santo  Anfelmo,  &  Saõ  Ruperto.  Junto  aos 
fagrados  animaes  apparecéo  nomeyoda  terra  huma  roda 
^,^?ffifÍTS>ír  222  que  reprefentava  a  Sagrada  Elcritura:  223  Acom* 
in-rarr.iuxuanir.iiiia.  panhadas  de  olhos  fe  viraõ  as  rodas  do  Trono  á  vifia  deite 

>m  Kiiiina^atàaScrífc  Volume  Sacro;  224  faõ  os  olhos  imagem  dos  Efcripto- 
r^?Z^Jo"Z:::Z  res  Sagrados:  225  Oh  de  quantos  he  frequentado  elte 
G!,f.crJi*sj.,h,.  Trono  Monachal  !   Quando  Deos  aííentado  fobre  o 

22.4    7  otií  corpus  oceulis  plc»  <-|-.  *  p  |  »  0 

Humm  chá,*:» \  ipfarum  qua-  *  r°no  deil  vozes ,  elconderao  as  azas,&  pararão  com  o 
íucr.ih-j:-,/.,,).  vo-otodososeípintos,quemoviaõaCarrotTa:  226   efte 

1.15    Occulisplenum ,  Scrip-  ■£  f  \  _ 

tortsSicri.^iUuinusfup.E-  Trono ,  era  figura  da  Igreja  ;&osefpiritos  repreftnravaõ 

zió  Kam,cum finei Voxfn-  os  Juííos(ne  commum  ientimento  dos  ladres  j  as  vozes 

fnfirv.j.mr.n.myHoJerttju-  que  ouvirão  .fov  hum  epilogo  da  Tuítiça  com  que  Deos 

per  capht  eotum.fiabam^JUb-    *  ,  . r    .  , °   .        J  *    .         .^ 

/».;(v;J-,:,>/^yiWjí;T,.r/;l5  era  venerado:    227   &  a  viltada  mageltade  coqueDeos 
J*J««.«/«w>fc  '  períuadeadoraçóes,  todos  osjuftos  abatem  as  azas.  Co- 

locado Saõ  Bento  em  a  fupenor  parte  de  feu  Trono,  arti- 
cula o  direyto,  com  que  oceupaolugarde  Príncipe  dos  <Pa~ 
niarchcvS)  Sc  fundando  a  juftiça ,  naõ  ló  em  ter  o  efpiritode 
rodos  os  Juftos,  donde  irtoítrava,  que  fó  valia  por  todos; 
fe  naõ  também  em  fer  o  Legislador, que  naRegra  que  deu3 
reítaurou  oeftado  Religiofo;  &  nos  filhos  que  teve,  am- 
plificou Sc  reparou  a  Igreja  ;  &á  vifta  da  virtude, &  obras 
em  que  fe  exaltou  efte  Soberano  Principe, lebre  rodos,  re- 
2,18  Tamam'*  Domino pr<>.  conhecendo loexcèífo  em  os  Santos  A poltolos,  228  en- 

tncnut  grafam  ,ut  r>emi«i  prfi         ,      -  .  o     r   \  r  «         •  1 

primor  Beato,  ^p0jioio,,un  cobre  os  antecedentes,  &  iublcquentes  Pa  trianlias  as  azas 

%7í::::ízi:ãi%úz  com  que  voaraó>  que  ld6  as  Regras  que  deraó-. 2  2? con~ 

iumabBi,&sn,oTenio  inCon-  feíTándo  na  fumilíaó  dos  ferviços,aíumma  eminencia,que 

1  \9    s,c  Sanàerumpract   no  eftado  Monachal  tem  o  Pay  dos  Monjes  S. Bento. 
^3tó!|I^S      .37      Maysíaóasagoas^uedafontedoPaniíorega- 
wJiSi  icngr.  pr<tfutlt„jr  j  ?1<<í  faõ  a  Imperidl  planta  Monaftica,  com  cujos  tru&o*  fe  au. 

antcillum  fatre,  S.inBi  conf-      i         •  t-  n  i«    •  ri  ■' 

titueru»t,veiut  lex  Moyj;  ju-  tnorízâ  o  i  rono  Beneditino ,  a  léus  lugares  ira  connnuan- 
",&<&'* fcwftfc,  do  acorrente.  Só  pata  documento  dos  Príncipes  fiz  eíh 
hibhotb.pp.p.t.fa.s.Btned.  rélcnha  dos  fubditos,  &  ajuntey  elta  íabnea  ao  Trono. 

A  fama  de  Saõ  Bento,  &  o  fragrante  defua  virtade  atra- 

hiraó 


e  • 
110 


EM  PREZ  A    7.  ^ 

hiiuo  afia  multidão;  as  obras  deite  Príncipe,  encaminha- 
rão o  valordefeusfubditos ;  nãao  lugar,  fim  a  luz  própria 
taz  ao  Sol  o  trono  de  rayos ;  não  he  Sol  pelo  lugar ,  que 
occupa,íenão  pela  luz,  que  communica;  osefTeytos  da 
juzlaõcreditosdo  Sol ;  aobranãodágloriaaoiniuumen-   mo  nunquíâ giorhbiturji- 

]r  a       -r  •  •     r  '     turit  contra  tunt ,  qui  Itcei  m 

avrou,lenaoao  Artince,queguiouoinitrume-  M? ^tauiuUtur ferra ton- 

co :    2  30  efte,iaõ  os  vaíÍ3llos,de  quem  he  Artífice  o  Prin-  *''!»•">•  tuo1  "*'""* 

->    .  ,  •*  1       ■  •       tf*'*  to.verf. 16. 

cipe;  cuja  fama  ferve  aoslubditosdeluz,que  es  encami- 
nha ;&  de  virtude,  que  os  move:  oprogréílòdo  vaílàllo, 
he  produção  do  exemplo  do  Príncipe.!  oda  a  eftimação  a 
que  chegou  o  frucèo,he  credito  da  terra.  Apparecéo  Deos 
a  Moyíés  em  húa  Çarça ,  queabrafada  em  fogo  não  perdia 
a  verdura  ;quizMoyíésceitificarfe  do  prodígio,  &man- 
dou-lhe  Deos,  ie  defcalçafle,pcr  razão  de  íer  iãnta  a  terra,   *n  SeheeaiteameutaJep 

ceitavaMoyies:   231   niaysconiorme  parecía^oíley^^,^..^^  e#t 
a  reverencia  areípeyto  da  Çarça,  donde  Deos  falia  va,&:   Ge"eJ  •»■  "as- 
para onde  Moyfés  corria:  Antes  que  Deos  apparecefle  em 
efta  Çarça, andava  Moy fés  calçado  por  aquella  terra  ;  lo- 
go, fe  defpois  da  vifaõ  toy  necetTario  odefcalçarfe,  fendo  a 
Carça  a  que  motivou  o  reipeyto ,  porque  ha  a  terra  de  le- 
var o  aplaufo  ?  Sirva  efta  ceremonia ,  de  infinuar  a  Moy  fés 
a  virtude  da  Çarça,  &não  a  fantidade  da  terra.  Oh  não 
vem,  que  a  Çarça  era  produção  da  terra/  Pois  todo  oref- 
peito,  que  adquirio  a  Çarça,  refundia  em  abono  da  terra, 
que  a  produfio.  Çarça ,  onde  o  fogo  não  confóme  a  verdu- 
ra, he  a  fama,  onde  a  inveja, &  o  tempo  não  extingue  a  me- 
moria j  fe  Moyfés  não  vira  o  prodígio ,  naõ  deyxara  os  re- 
banhos :  fe  no  mundonão  houvera  o  bom  exemplo,  vive- 
rão os  homés  defanimados,  &  fem  eftimulo  o  valor ;  liber- 
tador do  povo  Ifraelitico  ficou  Moyfés,  defpois  que  fe  a- 
proxhnou  á  Çarça:Reftauradores  das  pátrias  foraõ  todos, 
os  que  a  fama  unio  a  fi  animofos ;  mas  a  refolução  a  que  o- 
brigou  a  Moyfés  o  milagre  da  Çarça,  foy  para  veneração 
da  terra  que  a  produfio:  toda  a  luz  que  adquire  o  valor ,  he 
em  gloria  da  fama,  que  lhe  incitou  o  brio.  Nafcendo  das 
obras  taõgloriofo  onomedo  Heròe,  que  fe  orna  de  tanta 
variedade  de  flores ,  quantas  forãoas  diverfidadesde  proe- 
zas; das  quaes,  divididas  pela  terra,  naíce  a  compofição  do 
nome,  que  o  eterniza. 

E  2  £>if, 


gé         O  P$jNCl?E  VOS  PJT.  TOMO  II. 

Dk^pãbitsinterris  tr.Jcnpú  nomina^egum 

'JSLajúmtur  fores :  &  fbylhda  Jq[m  bubeto. 
firg.  Edog.  3, 

Defconíando  odifficil ,  que-efta  virtude cufta  sntes  da 
póíie,  com  a  iuavidade,  que  trás  contigo  deípois  do  Jogto. 

Pirtutem  Volvère  Dijfttdoreparari, 
Ar  dum  efi  adeam^  longufqne  per  árdua  tracliu^ 
J\\w^  &  efl  primum  :jed,  ubi  alta  cacumina  tanges, 
■FitfacdM,qthe  duraprimfuit,  indyta  Vtrtm. 
Lucd.  Hejlod.  lib.  Ope.  Cí»  Vier. 


INTENTA 


INTENTA       ? 

S.  BENTO 

REFORMAR  OS  MONJES,  QUE 
o  buícaraõ  para  feu  Prelado, 

E  M  <2  %E  Z  A    II. 


<?",; 


38 


3  A  YS  dos  accidentesjdoqueda 
naturefa  íe  criáo  as  moníiro-ofi- 
dades.  Trabalhão  a  naturefa,  & 
a  terra,  em  crear,&  produíir  os  in- 
divíduos confónre  iuaseipecicsj 
jgjg|2ͧ  com  tanta  pafeyçáo  defempe- 


Strctc»  ètUntty  ÍUtuit 


nbãò  feu  cuyciado ,  cjue  deu  motivo ,  1  a  que  Stroton  òtumtji*  ugnukm 

E  3  déíTc 


5S  O  VQQKCIVE  DOS  <PAT.  TOMO  II. 

déífe  á  naturefa  adorações  divinas ,  &  o  inclino  culto  trí-> 

t  o4rcheiaut?hifteut*s3t-  buta-fe aterra, Archeláo  Phificode  Appolodoio;  2    mas 

{ílf^ÉlpfxaX^ue  conhecendo,  o  quanto  dependem  das  influencias  dos  Aí- 

univerfarumprincipiumtffcvo  trí)S  a  cornpofiçâó  dos  ff  uctos ,  por  fempiternos  cíiimaraó 

imt.  Epiphonius.  *  /,'oií  rtii  a      •      • 

ProdicusCeus,oSol,Lua,&  Llemencos;   3   Amxmian- 

,  ProdicuiCeusquattioreic-  der  Milcíius,as  Eítrellas.   4  Intentaõa  naturela  &  ater- 

^:^::tSr;S:  «,  que  a  feu  tempo  dem  asplantasasflores,&íri:aos-mas 

virtuum exifteie crtãtbm. Us.  chegado  o  tempo,  em  que  a  virtude  intrinílca  ha  de  brotar 

4   ^siu.iximanâcrfS  iffc  Mi-        n°  r        \  ^  -  CC    •  Jj 

hftn,,fte0a*,tíefiraDeotç*.  a  flor  na  vergonta , lendo  obotao  aorncina  ,  donde  oem- 
laÍS!^D[''X^':  penhohadefahir  aluz,  acontece  muytas  vefes,  atinuar- 

Ihe  o  HiccOjO  ar  noci  vo^ou  defmayar-lhe  a  cor,o  Sol  inten» 
co ;  ou  manchar-lhe  a  gala ,  a  chuva  continua  ;  ou  compri» 
mir-lhe  as  folhas ,  o  rigor  do  frio ;  ou  defcompor-lhe  a  or- 
dem, a  fúria  do  vento; ou  cortar-lhe  a  vida,  a  humidade  da 
névoa :  &  Te  da  flor  nalce  o  fru&o ,  deyxa  a  eíle  lezo ,  o  que 
á  flor  fez  o  dano.  Conhecido  fica  o  intento  da  terra ,  mas  o 
frueto  da  planta  vendo-fe  degenerado,naõfetem  por  le- 
gitimo. A  arvore  Arenciana  intenta  produzir  a  terra  em 
linha  revira,  com  medicinal  virtude ,  que  efeonde  na  caíca; 
aíTy  a  bulcão  os  olhos,  &aiTy  a  deleja  a  medicina  ;  o  conti- 
nuado Norte  adòbradeíorte,quena  inclinação  aquea 
obriga,  lhe  faz  perder  o  natural  impulfo  que  a  fóbe,  Sc 
crivar  venenoema  parte,  ondetomaogeyto;  afly  adulre- 
raõosaccidentesosfruâos  da  terra  j  ckaílyafFcyãoosacci- 
dentes  os  par  tos  da  naturefa. 

39        Entre  todas  as  obras  da  naturefa  he  a  humana,  a 

*  MuKÍttstotftorilut;quo\  ^or  com  que  fe  orna  o  mundo  :   5    Sem  negligencia  oc- 

h°ttilZlet.^rai,   ™pa  °  tempo  ,_&aperfeyço-a  a  obra,  6  cjiiando  algum 

6  NtíurawbupMitHrimper-  accidente  lhenão  ferve  de  liga ,  com  que  pervertendo-lhe 

fcUum.  D.  Bajl/ii/r.  j  1  rr  i     j      ,  n  i-i -     • 

a  vntude  ,  de  neceíiidade  Uy  monltro  ,  o  que  dilmiava 
perfeyto.  Planta  em  a  terra  a  flor  humana  rão  viftoía ,  que 
lendo  creatura  he  retrato  do  Creador ;  o  mundo,  q  ue  a  re- 
cebe por  adorno, confpira ingrato  contra  ella ,  ou  cora  o 
0  ,  .  nocivo  ar  dalifonja:  ou  com  o  intenço  calor  da  Lei  via; 

7    rulttJoCCHht fanei Jt;fic  i  r  -J       i  ir  r- 

mtuiauo ,  cogmtuntm  remm.  ou  com  ademahada  chuva  dalortuna  ;  oucom  or!í?urolo> 

p;:^ÍJ^":fr°-  frio  ^omiflaõ  5  ou  toiil  o&riòfc  vento  da  váglona  j  ou 

8  Calor  luxuri* tjfiviiiatur  com  a  húmida  névoa  da  inveja:  Donde  fica  a  creatura, 

igni:itamignisfsrrum  dtirum,   — M»t_.J1_  •»  t     i-r      •  •        3  -n        »  • 

&friíidumimmutatt&quafi  cjuantlo  «»ovido  o  ar  da  lilonia,  .privada  avilia  doconhe- 
^^crnntific^u.iM.ãinemo.cowopÒQuc  levanta  a  adulação:   7  dcfpo 

do  mi:.    Gemmtaitut  lii.  t.  Jc     ,  q  !•••  i  í 

c*h ,  e?  titmenús.  da  da  lorcalda,  introduzido  o  calor  da  luxuiica  j   8  Jh 


ia- 

áíhra 


c:a 


E  M  <?  %E  Z  A    II.  39 

áa  eternidade,  pelos  enganos  da  fortuna:    o  efquécida   9    s*pe  numere  maputudo 

.  .      .  -  L  P,  .         .  .        ,  .    .     y  '      .  x      .  fortuna' exlmguiiumorsrn  Ge- 

casobngaçoes,porqueío  lembrada  do  vicio  ;  privada  do  *£»*.  d.  ^,,guji. 
premio,  na  orientação  da  vãgloria:  com  que,  omeimo  ^  cemmadumjiium  (**. 
que  á  rlor  deícompoem  a  ordem,  perverte  o  fim  de  lua  ***»"  :    cuwfcvaíu  .víraJ. 

»!w pcpultti  effet  dcfcjJns^Com- 
CrCíiÇaO.  modttmintetimere  coithis   eff, 

ao     Accidente  donde  feoriginaó  asmayoresmonf-  '«™i*'»?"»"'»""i>efermur 

•„  -,  °  ••il        Commsdumnon  Marer,fed  La 

rro-ondadeshe  o  maoculíume,  porque  per  verte  a  Índole,  »i(f*,aeGiadiatori,fi,u.>,f1(. 
&  a  boacreaçaó  :  ímgular  fby ,  a  que  deu  ao  Emperador  1fe-^^'fi''Ct"P3lu,rfl!l'' 
Commodofeu  pay  Marco  Aurélio  Antonino:  &:  aíTya-   ,l   Uajrf  Macedo™™  mu 

.,  j- rr        -  -  \-      r      r\^        moraJeavertit,auibutnôMa- 

perdco  em  ogoverno,  que  dulerao,  nao  podia  ler  hino  ced^um  arma  de  Psrfn,fcd 
de  tal  pay , íenaõ  de  algum  inferior ;    io  os  vicios ,  a  que  ^V^JT^J^T 
oacuUumaraõ  íeusíequaíes,no  principio  do  governo,  ihe  idewib.ap.t. 
tizerao  perder  a  clemência,  com  que  havia  lido  creado.  fearguitimfcripth  fepuhn  e- 
Alexandre  Magno, antes  que  triunfaííe  dos  Perfis  zbo^,"Jdem;^uata!iiC'a':Pclu't' 

o         '     ,  m  i  o  muttum  vtm  potare  ,$3  ksc 

minava  as  diiicias;  no  triunfo,  que  alcançou  daquella/»™*?/^™.  Ravif.  offic.  Fer. 
naçaoafíy  feentregou  aellas,que  pelo  cutiume  deu  em  ,,  ^Ktlochi;t MagnUf dlC( 
viciofo.  1 1  Dário ,  vivéocom  toda  a  temperança  muy- tot01  àommefoUbat  obv,*oic- 
tosannos;  acultumou-le  a  banquetes,  &morréo  com  a  tnJ  lusomorepucZ*  cbaitidcnfu, 
famiadedemaííado.  i2  Antiocho  Magno  Rey  da  Afia  tâ^SSZZSZ 
&  Syria,  fendo  elpelho  da  vigilância,  o  vicio  a  que  fe  en-  eavinoindu/fit^  venere. 

3        \r  i  •      &  A  ldemibi. 

tregou  o  tez  retrato  do  ocio:  15  antes  que  eltas  arvores  ,4  MacedonumRex^íiexi- 
rea  ys  fe  dobraífem  ás  forças  do  máo cuftume ,  lemelhantes  ierfi?*r'"u  *eIjlt>ab>f'  M* 

J  *  -"  cedcntci  ínodejti*  ,  vrjtcvt pa- 

a  Arenciana  feguião  a  regalia;  mas  na  fogeyção  dos  vicios  num  ?erfit  omament»  muta- 

r     1  -  ■  2  -   _»     */'».  BjptiFia  Campo  Fuhtlut, 

a  que  ie  derao,crearao  o  veneno,  com  que  degenerarão  do  llb , .  „,, 6      '      s 
tronco,  &  perderão  a  virtude.  ',<  Et  'Pfi*  #0  ?"<"  « 

fc-<  i-i  ••  >n         Cleópatra  gtncrái  ,    in  turca 

41      amos  palácios  dos  Príncipes  põem  omáocuflu-  Tbronofiderunt,prepieromnB 

J  .    /3T.  11  " ..  ..   Remanor um  morem    ■.;.■•..■:.. 

tnea  tenda ,  para  que  os  vaíiallos  imitem,  ou  compremí  l6  W^M  .íWAt  ?ttJ,;>  4/ig 
em  Alexandre, mudando  asvefliasMacedonicas  em  Per^-  readjuiu^paiudamentoCeru- 

s.  *  *  *  •  rr  1  (*  r     icouf»'  efl:  marim  cnim,^  c*- 

iunasj  \a  em  Marco  António,  aikntando  comigo  os  h-  ufikceiorhegefertur^umgef. 
lhosemoTrono,coufanáov!ftaarcaqueÍle  tehlpo,  i$  ^fBEHT *tm* """ 
cm  Sexto  Pompeyo,  trocando  em  a  capa  a  corpurpurea,    >7  VrimutmterRoman.c*- 

d.r         '         -ri  1  11  Jarct  Baibarorum  Rrgum  more 

cqueiuaraoos  Komanos,  pela  azul, de  que  nunca  traja-  hill/t,„ „uU,vit.  Uemibi 


raó   í  ó  em  Eliò  Adriano ,  fendo  Celar  Romano,  cream    ,8  ^^fJ"'  GotburHif. 

pantrum  tier  ::::  rrgio  aiaae- 


.in- 
ç- 
am 


do  barbas  a  modo  de  Rey  bárbaro ;  17  em  Leovegildo  mateprimutuuenpit,etima, 
Rey  d.is  Klpanlias ,  tilando  de  coroa ,  de  que  feus  antepaf-  g\\d„\7aiZ"^rTma^qua 
fados  não  uíaráo  1    1 S   cm  Afionco  Segundo  Rey  de  Na-  m»mic)èimfmO**i»- 

,  ...  11  ■  r>        •  mutirur  digntfccrchtur. 

poies,  trajando-le  de  I  urco  para  lembrar  aviaona,que    ]dt,-,,b,. 

dellcs  alcançou  em  a  Cidade  de  Hydróes.    19    Tudo    '*  ^"'f^Sffnt 

,  *  J  /  íurCJi  u  tnorci>ij<j>iajJe,uj  no- 

loy  innovacaõ,  com  que  os  louváveis  cuftumes  afly  das  w/« »/»««« mem  riam  excite* 

,    '    .     ,-  ,  ,-   ,  ;-  rct.terj.tpeutcbatur.  ibi, 

nações,  como  dos  mítitutos perderão  aíoberania,  hcan-     r     r 

do 


4o         O  FUJKCIVE  VOS  TJT.  TOM.  11. 
do  adulterados.  Domáocull;ume,aceytoentre  os  Punci* 
pes,derãoosEgypciospor  hieroglyphico  ao  Corvo  No- 
cturno ,  que  íazendo-fe  domellico  com  a  Cabra,  toda  ítia 
ao  Pcmitiof* coHfuetuJtnh  apetência  he,  chegarlhe  ás  tetas ;  mas  em  goltando  doley- 

homincm  mdicatufu  au  Ifiam,  r  ■  1  i\       J  CL  }       J         Tl 

ç*nimMi&Hm*vcmf\r,£t^  te,  hca  o  animal  exaulto  dontCtai  $  pnvaoo  daviita  j  ao 
emminu, ■  caprM  famúiarittr  deminuido  dela  :  debelitado  de  forças  -,6c  venenadas  as 
rajugtrt>quoâ ct,mfccern\uber  carnes.    2i    Delpois,que  omaocultume  remaceytação 

™JZ*&TvXu£Z  cm  os  Pl  inciPes'  Pertende  ^oMn^k  em  as  leys,  c-ue  iaó 
ta.  de  caprimuigo.  os  peytos  da  Monarchia  ;  &  chegando  a  pofluir  e  ite  logro, 

5.1   ^iufuns  icttidet.lii.».        >     ',.,  ,  •       .        .n  °  •    -n  & 

àtCifrimuigo.  priva  aMonarchia  da  vuta,  porque  os  miniltros  a  quem 

tem  por  olhos,  o  que  acháoemaley  ,não  omlgãoculpa; 
&  lendo  a  expurgação  delia  o  ne&ar,  com  que  alimeman- 
do-feo  merecimenco  feconfervaajuíViça,  efieriiiza  omáo 
cuíiume  os  peytos  donde  emanava  o  vigor,  fazendo  do- 
meítico  o  vicio,&  dando  torças,  por  agrado,  ao  erro:  prin- 
cipio, donde  o  ornato  da  Monarchia  ,quehea  nobrez3,fc 
dcminue ,  porque  na  imitação  fe  empeyora  ;  &  as  forças, 
que  iàô  os  vaflallos,  em  quererem  alTemelhar  fe  enfraque- 
cem j  com  que  toda  a  Monarchia  fica  contaminada ,  &  as 
bazes  de  fua  confervação ,  fem  vigor. 

42      A  diiíimulação,  he ,  a  com  que  fe  introduz  o  máo 

cuftume  jcomo  a  Serpente  Chylidrus  caminha,  &como 

ella  mata;  para  encubrir  ovenenofofumo  que  lança  deli, 

fe  envolve  a  Serpente  na  terra  j   22   com  que  anão  feri- 

Z^Ct*;ã::J^L  Km,  fenaó  defpois  que  inficiona  -.acompanhado  da  terra 

anda  o  máo  culiume,  porque  fevefte  do  luxo  das  como- 
didades, ou  do  exemplo  da  companhia:  femelhante  ao  ve- 
neno do  Afpide,he  o  feu  veneno, que  faz  adormecer,  a 
quem  morde;  &  a  naó  fentir  odamno,  a  quem  contamina: 
fará  repugnância  ao  principiar,  mas  não  ao  profeguir. 

Quodmalefers,  afine  (ce  aferes  bene,  multa  Vetujltf 
Leria.  OVtd.  2 .  de  Art .  amandi. 

O  Paftor,  pela  continuação  tem  os  ardores  do  Solpof 
a?  Co»f»etMâim,  magna  vi,  refrigério,  &  a  frialdade  da  neve,  por  regalo.   2  3 

e/t, pernoct jnt  venatoret  inni-  O  '  '  l  «->  -» 

■vt,  in  montibut  urifepatiunlHr 

c,cer. ».  Tufe*.  QJfJfietudotenet  Vires  imniobdis  acres: 

Edomttans  homínummembra  laboregravi. 
German. 

Nao 


Não  ha  quem  dé  mayor  gofto ,  ao  que  de  fi  não  tem  fabor, 
doqueheocuftume,    24  cem  efte  a  propriedade  doca-    m  M«**»  ?»<«**«»«• 

.         *  ,.  n      r-       1  r  J  •  tionfunt  diictíabilia ,   cum  aj- 

10,  que  iaz  perder  o  ienli  vd :  com  canta  torça  domina,que  fuefa8*fn»t,  dâtubiuafiunt. 
lhechamão  legundanaturefa.   25    Os  que  vivem  emlu-   ^d>'ll-Rhct ■«• 
gar  a  peitado,  não  lhe  faz  mal  ocontagio  ;  aMethridates     rr  r.;       m 
naó  fazia  dano  a  peçonha,  porque  fecreou  com  veneno.    da,®q»*fiiffabr,cnj  natura 

n  J   i        r       '      Q       J  J  1  •    .     J      àicitur.tAug,l,b.6.de  Mu/i. 

4.3      Paraadiipoiiçao,<xadornodequalquervirtude 
achou  Licurgo,fer  o  bom  cuftume  oprimeyro,encre  os 
mays  accidences.   26   Muyto  pôde  o  natural ;  mas  fem   Z6  ^j ptrmi„m ,  ^«/r, 
difciplina.he  como  a  pedra  cofca  :  poderofa  hea  difcipli-  vnhm.mMUf^ium^^. 
na, mas lemobomcultume  he,comooinfirumentorude,  doãriM^vittiafUtktio. 

•  -      1  rr*    •    1  j    n    ■>  •  %/ipuâ  Plut»rtbum.quÍírSC' 

namaodequemnaoheorhcial,queou  deuroe  a  matéria,  fertuauh  Gdiofuhutuh?,*» 
oudeyxalem  femelhança  a  forma, que  nella  crabalhou.  "?'» <*<">«*"■ 
27  Quem  pertendéo  fedeftruiíTe  a  republica  dos  EíTenes,        TT,    „  .    . 
alternados  por  dias  lhes  dava  os  inltitutos;  a  nenhum  dey-  uttuntituumeftjuiemabuun- 

1    _._  1  •       /^\        /•  1         -  dofacere  vitia.aut  bonc uícnj» 

xava  continuar,  quem  os  ajudava  acahir.  Conlulcarao  a  vinut„. 
Morte,  &  a  Inveja,  como  poderia  refvellar  aeftabilidade  D.Bern.dcConfiJ.iib.z. 
de  hú  império  ;  &  refolverão ,  queacabando  a  Morte  com 
o  inveterado;&  a  Inveja,com  o  Iuftrofo;  introdufindo  en- 
tre os  Romanos  as  leys  dos  Egypcios ,  &  entre  os  de  Cre- 
ta, as  leys  dos  Scy  tas ;  ou  confundindo  os  foros  do  Magif* 
trado,  comos  poderes  dos  Ceníores :   28   na  confuzaó 

.  n  1-  11  jr  ij    j        •  ti.'  ■    **     ^mbrofitu  Efiartanut 

doscultumes,punhaoamelhoradelua  maldade  j  invecti-  deReftubuctmixia. 
va,  que  fer vio  de  mão ,  donde  cahio  a  coroa  fobre  a  cabeça 
de  muy  tos  pufilanimes;  deftes ,  he  retrato  a  hera,  aqual  ar- 
ribada á  columna  cinge  a  coroa  j  o  primeyro,  que  delia  fez 
hierogly phico  de  fua  fortuna,  foy  Aufieníe  Montano ,  fi- 
xo efteve  emoblervar  oscuftumes,&  leysMacedonicas, 
em  tempo,  que  nefta  Monarchia  fe  introdufia,  ourefuf- 

•*         r  ,  .,.,     ,     1L     .-  ia  lâcmibiful titulo dc Pá* 

citava  o  traje  Peruano;  29  de  tanta  utilidade  lhe  lervio  tlcn(l0. 
o  arrimo,  que  o  laurearão  defenfor  da  pátria.  Ainda  que  o 
anélfeja  de  cobre,  tendo  em  fio  diamante,  he  de  mayoc 
preço  que  o  de  ouro,  fervindo  de  engafte  á  pedra  falça; 
defta,  he  o  mão  cuftume  imagem ,  porque  do  bom  não  tem 
mays  que  asapparcncias;  oqualpofioem  anobrela,  aíly 
lhe  abate  a  eflimação,  que  o  fangue  illufirc  que  oíóbe, 
perde  o  refplendor  que  o  illuftra.  Não  faz  rcfpeytada  a 
pedóa,  o  traje  peregrino  á  nação  :  para  que  a  roupa  nos  a- 
brigue  do  frio,  o  corpo  lhe  communica  o  calor ;  mal  pôde 
livrar  da  irreverência  hum  traje,  aquém  o  calor  Portuguez 

F  não 


4*  O  ^INCITE  WS  VÃT.  TOM.  U. 
náo  conhece  próprio  j&  fe  asriquefas  fe  intituláo  calor 
da  pefioa ,  todo  elle  fegafla, em  fazer  domeftico  ocultu- 
me  eftranho :  &  nunca  lè  reparou  do  frio,  quem  lhe  faltou 
ocalor  natural.  A Manedémo  Cynicoretratavão  comhú 
veftido  de  cores  varias,  quem  o  efcurecéo  no  refpeytoj 
deu-fe  com  o  retrato  principio  a  mil  defprefos ;  &  iúo  os 
occaíionou  menos á nação, verfe hum  natural  feyto  ma- 
pa de  nações  eftranhas.  Conhecidas  forão  as  antiguas  na- 
ções, não  fó  pelo  valor,  fenão  pelo  traje  -0  hoje  temo  cuf- 
tumeintroduíido  tal  variedade, que  fenão  conhece  adif- 
ferença  de  nações,  fenão  pela  diverfidade  de  linguas ^don- 
de fe  encontra  comveftidos  deEzaii  ahuniPortuguez,a 
quem  Deos  abendiço-ou  como  a  Jacob. 

44.       Ja&ava-fe  Vatinio,dedarmilpaiTos  eftandoa* 
»o  VatimtusautonVtocroiio,  chacado  da  gota  ;   20  pertendia  o  não  tiveíTe  por  enfer- 

c^mnvupro..egalaborartt,volc-  °       •  rr         ML  L  rvT      ir  > 

batvUcriíiuum dijcuffifc , tf  mo,  quem  o  vilie  trilhar  o  achaque.  Dikulpa-le  o  niao 

7lfTP"  <"niuUre^h"í-  curtume,  com  imitar  a  nobrefa  ;  melhor  fora  fe  culpara  em 

^puãRívift.inoffici.titu.  fia  vaidade;  maspertende  eximirfe  da  culpa,  com  fizer 

fh,i  moibu  aliquiã  infcSi ,  tí  ,  •  j  rr  •         r 

0ffe8ifHcruntl  rratavel oerro :  ignorando, que  aíiy  como  o  propnoafpe- 

&0  des Infira, ou  fermozea  o  natural,da  mefma  forte  o  máo 
cuftume  indica  vaidade,em  quem  o  fegue.  Requerente  de 
refpeytos  conftituhio  aprotanidade,  ao  curtume;  náo  o 
julgou  alTy  Rociano,  que  lolicitando  alcançar  entre  os 
Scytas,aginetade  capitão,  fazia  os  requirimentos  acom- 
panhado daquelles,  que  no  traje  fediffèrençavão  do  pa- 

?i  jaeob^fjrethjeuflttei'  terno .    ^  t   emque  nelle  oviíTem  conforme,  animava  a 

tico £.pygraw* )).  tíêtno  ,7.  '     j  ~i  ' 

pòlTe  do  que  efperava.  He  a  republica  ,  como  a  cobra, 
com  todos  uía  do  veneno ,  mas  quando  vé  o  homem  deC- 
pojadodas  roupas, efquece-fe  donocivo  ;  naquelle  efta- 


12  ní  ,cí •ipfitm  animai  Ser-  do,  fe  reprefenta  o  homem  em  o  da  innocencia;  tempo  em 

•nshoc  Çuapxê  natura  contef-  *    1     -  1  o  r 

/«r.wíwrwííTOíwt-f/^  Que  Adão  posatodas  ascreaturas  o  nome;  &  como  rei- 


fenil 

tatur  ,rcv:ritut  bomntemvelut  qUe  AíiiiO  p( 

Dommumi  ittum tnim nudum  pey  tando  efta  divida,  moftraíTe  domertica  a  cobra,  a  quem 

vi  rai  adifonevit  ante  lapfum,  r     1  '  '        * 

proptereaimJum  htmmcm ena  vè  parecido  ao  bem-feytor.   32   Aos  antigos  devem  as 

bedienen  audet  attwçcre.  *  *  1  •  11       11         1  -        r  n  - 

jftdtruihb.u.t*} >%.,»/«.  Monarchias  o  nome,  porque  elles  lhe  derao  oicr ;  cv  nso 

he  mays  poderofa  a  lembrança  da  injuria ,  para  a  vingança, 
iy yithenhnfes  ob  injuriam  do  que  a  memoria  do  beneficio ,  paraagncidaó.  Se  forão 

publicam ,  òamiorbcuo  captor,  *  1         ■        r  1 

nonnotua,fed SamextiavUfig-  muy tas  as  idades,  que  entre  os  Athenienles  permaneceo  o 
^tt^paZ ZlHEL  odioconrrao.  Samios,pelodefpreíocó  quceftes  trotarão 
inptrfiua  crimwe,  dunnata.   a  Religião,  que  guardavão  aquelles :    22   também  os  Pla- 

J*eob  ^fdreth  Epnramma  °  ?       &  •    i  -      l  j •  r  1      - 

j.  Ramo  9.  teences ,  todos  os  annos  tinhao  hum  dia  conlngrado  a  me- 

moria 


EM  PREZA    11.  43 

snoria  dos  Gregos,  que  deraó  ávida  pela  fua liberdade. 
34   A Luí fóquando nublada, fingem, padecer defpreíbs  M Phieerftinjgrofití-.quoJ 

jt~\  n     -  -    j      o     !     o  l  '"tocomijjumà  Gr<tci4*4ver- 

doiJeos  raoj  «tmava-a  por  irmadoòoi,&  vendo-a  co-/<«  e*rfa*pr<eiiumfu<ir*t,quo 
berça  de  fombras,  iulgou-a  filha  da  noyce.  Defeus  Qiy*It"*j,*Gr*Cfn''  ""•""• 
iraíi.iõ  os  Athenienfes  as  inlignias  ,  paraq  osconheceílem  '"»b*er*r.t,ft>ieí»nipon!paf«- 
por  ieus  deícendentes.   Llizeu  fem  a  capa  de  Elias  naó   éafh/aFuigoftvM.i. 
teftimunhava,  com  evidencia,  ficar  herdeyro  de  feu  ef« 
piri  to. 

45      ProhibiaCharandesTyroem  aley,  quedeu  aos 
Athenienfes,  naó  feacompanhaíle  de  armas,  quem  vieííe 
para  aoraçaõ;    25    eflando  efte  Legislador  para  fahir  a    yJ,  Ch*,?»*í'  Tyrhu  *pui 
campo  contra  léus  inimigos, teveaviío,  que  hum  Athe-  *rmanu vemrei »»  W/*»«». 

1'    11  1  1  r~\  1  11      Ra  vi  flui  in  offici  tit.Letiflato- 

nienle  lhe  quebrantara  o  precey to:  deyxou  Gharandes  de ^,àivcrf»t»m£imiu<«. 

dar  a  batalha,  &  veyoem  peíioa  adar-lhe  o  caftigo  ;    36 

mayor  utilidade  mlgoufer  para  a  republica, o  evitar  a  in-    *6  <À»fa"' ***e*'Gh4T»u- 

J .  -    j      i  •  À  ,  ...  ,.  .  aei,euine!ftt  in  l/ello,nuoJ  nui- 

troduçaode  hum  niao  cultume,doquedilatar-lhe  oim-  i*mp«giiocompofit™y ,» cen- 
perio  ,  ifto  he  augmento,  &  confervaçaô  o  outro ;  a  falta  ^^SSÍ^/S 
defta,  he  perda  mayor  da  republica:  razão, por  onde  os  La-  eumpwicn*fito  ^«u. 

.  •       ,J      '£  /!■  f  r         Bonfim  dl objervatizn:  ievit 

cedemoniosdavao  caítigo,aquem  na  guerra  perdia  o  d-  tumpio^. 
cudo,  ainda  que  ficaíTe  com  as  outras  armas :  efeudo  da  re- 
publica chamarão  os  Romanos,  a  Marco  Maximo,porque 
os  confervou  paci ficos  j  &  Teu  eflóque,  a  Marco  Marcelo, 
porque  lhe  deu  augmentos.  Naó  fica  com  que  fe  reparar 
do  golpe,  quem  perde  o  efeudo  ;  aguarda  óeíie ,  he  a  obri- 
g-.çiõ  do  Príncipe  ;  razáoque  tiveráo  os  Políticos,  para 
aírlrmarem,fer  de  mayor  utilidade  a  afíiftencia  dos  Prínci- 
pes em  a  corte ,  do  que  em  as  campanhas  5  he  mays  neceíTà- 
rio  a confervação,  do  que  a  conquifta ,  para  a  perpetuida- 
de dos  impérios ;  puferáoa  mayor  força,  onde  acharão  a 
mayor  importância.  Dequeaproveyta  a  arvore  eftender 
os  braços ,  fe  lhe  faltarem  as  raizes  ?  Será  mayor  triunfo  do 
vento,tudo  quanto  a  terra  gaftar  de  fubftancia,em  lhe  pro- 
longar a  circunferência. 

46  Solicita  o  jardineyro,  que  na  raiz  da  planta  fe- 
não  introduíà  bicho  ;  fabe  o  pouco  que  lhe  aproveytaa 
mays  diligencia,  tendo  a  raizaqucllcoffenfivo.  Bicho,que 
introduíido  na  raiz  da  Monarchia ,  que  faõ  as  leys ,  a  im- 
poíTibilita  de  todo  o  augmento,  he  omáocufhime;  á  vi- 
gilância do  Principe  compe'te,  &  importa  o  reíguardo. 
Com  forças  de  Ley  permanecem  algús  cuftumes,a  quem 

bz  aan« 


44         0 PRÍNCIPE  WS  PAT.  TOMO  11. 
a  antiguidade  izenta  de  repulça  ;  mas  não  goza  efte  foro,  o 
i7  Co»fuetuio,ptrquã>»quu  qUe  jie  encontrado  ao  direyro  Divino,  &  natural  :    37 

indticuttr  ai  peccandum  non    f.  ri,         .       .  ,  -* 

9tier.»tee*ií*iRttmr*d*.  Sim  aquclle ,  a  quema  neceilidade  do  tempo  ,011  lugar  ao 
ctwprpttuj  vil  in  dam*™  commodouo  uzo,  conformando-fe  com  o  licito.  58 

Ecrtejt/e,  vei contra  jtu  natu-'  '  3 

r7rie,vcl contra  rationem,  Ç$  ve- 

ritatem ;  <«  onwibtu  praditlis  „       i,  n  •  j         /~    ,     /•    '    / 

caf.bui  a* [miúdo  aboienda  e/i.  Çuod  loca  cuncla  tenent ,  ta  conjuetudvm  longa 

~tbh«*in  G.npnuàecon-  Firmumiure  maVet ,  in  mime  coreu 

JtictuJi.tf  Xi.dcL.noi  diatur.  J  ' 

)8    Com/u  eludiu um  diverfi-  GeWWL 

t.t*  pro  loco  ,1$  tempere  non  cii 
reprobanda^dummodo  nonfi  ra- 

ticnifsvertut,  contraria.  Heocuftumeo  melhor  interprete  das  leys,  fendoutil  á 

Cap.t.SciUn.D.  •     •  j  f        o  r» 

?9  cenfuetudoeR óptima ie-  conveniência,  lem  perjuizo  doque  ne  oanto.  39  Fre~ 
5;S3S|S,ÍVÍSS  eminências  de  Príncipe  tem  o  cultume,pofto  neítes  ter- 
ea  firmim  rji.  Dccor/uetud.c  mos  ■    a0  afív  o  venerou  a  religião,  &  valentia  de  Hec- 

^o  cmfueutdohabapotefia-  tor,  &  Eneas.  Naoeraley ,  masíoy  cultume  dos  antigos, 
UmF'''"c'["     .,  naóíazeré  iacrificios,  nem  pegarem  em  coufas  dedicadas 

vrfpIldjUIUCOHful.  .j/í        fii'i-  1 

20  culto  de  teus  ídolos,  lem  pnmeyro  lavarem  as  mãos 
quando  fahião  dealgúabatalha ,  ou  haviaõ  feyto  algum 
homicídio:  da  guerra  fahio  He&or,apedir  ás  molheres 
Troyanas,rogaííèm  a  Palias  o  foccorre-fe;  &  querendo 
neítaacçaófuamãy  Ecuba,fizeíTe  Heór.orfacrificio  a  Jú- 
piter, relpondéo  ,  o  naõ  podia  fazer ,  porque  naõ  tinha  la- 
vadas as  mãos.  Eneas,  trazendo  feu  pay  ás  coftas,  para  o  li» 
vrardo  incêndio,  lhe  encomendou  crouxeíTe  os  Deofes 
Penates,  em  quanto  elle  fenaó  purificava  nas  agoas, 

Tu  genitor  capefacra  manu ,  Patriosque  'Penates: 
Me  beUo  è  tanto  digrcjjum ,  &  ccede  recente 
Attreftare  nefa6y  done  eme  fulmine  VtVo 
Abluero     Virgili. 

Efte  uzo ,  afíy  foy  recebido  &  eftimado,  que  a  feus  tranf* 
grelTorescaftigaraõ  os  Deofescom  irreparável  ira  j  o  que 
teftemunharaó  os  Gregos,  aquém  Palias  foy  contraria^ 
porque  Diomédes,&  UlyíTes  tendo  morto  as  guardas ,  lhe 
puferaóasmãos. 

.. — ^_-,     Manibufque  cruentis 
Virgínea*  auji  DiV*  conúngere  vittas: 
Ex  illofluere,  ac  reSlofub  lapfa  rejèrri 
Spes  iXanaum.     — — — — 

47  Ade« 


cattf 


47  Adevoção,aneceííidade,otempo,olugar,cka 
experiência  acreícentaião,  &  diminuirão  nos  cuftumes 
mu  y  tas  coufas ,  que  as  leys  não  preverão  ;  alcançou  a  vir- 
tude de  muytosjoquenaõ  pode  comprehender  oefpiri- 
to  de  hum  iò.  A  reforma ,  &  moderação  deites  cuftumes, 
pede  cautel-la  na  execução  dos  Príncipes ;  advertindo  em 
os  da  devoção,  que  não  querendo  os  Athenienfes,  foubef- 
lem  os  profanos  na  vida  a  forma  dos  louvores,  que  davaõ 
a  ieus  idolos  ,  Diagoras  Melius , achando  niftofuprefti- 
Çaõ,  as  revelou  a  todos;  41  com  oquenaófizerãomays  4,  r>iagor*t yiehtu  arcana 
efTeyro  luas  deprecaçoés.   42   Lembrando-íe  em  os  àâ  ^r\'^?uaTU"Í^fAZ 

J  L  i  ~  fjnu  dexulgare)  cn.mbiu  dele- 

neceífidade,  queosdifcipulosde  Apoléo,emquantoan-  *i*  Ravrftu  moffiem  Verbo 
uavaodeícalços,toraophilolophosjdelpoisqueos  ebri-   42  t ,\uw Retr.,g!ro ie ce- 
garão a  fe  calçar,  deyxaráo  a  Phílofophia  ;  omefíre,que  ràtiouc  Dwrum.lib.yc»p.7.x. 
lhe  deu  o  inftituto,  não  o  fez  fó  para  di  vifa,attendèo  á  pof- 
fibilidade  ;  a  falta  de  póííes  obrigava  a  muytos ,  a  que  fof- 
fcmdifcipulos ;  porque  comefte  eíiadoencobriaõ  a  po- 
breia:  &  como  lhe  tirarão  a  conveniência,  deyxarão-fe      _    ,     .r  r  , 
oaoccupaçao.  45   Coniiderandoem  os  do  tempo  ,  que  jaJhufirumHattuorHm. 
os  PeloponnenfestinhãodeinftitutOjfazeremofacrificio 
de  cem  vitimas  na  feita  Hecatombe,  em  gratificação  das 

C- j     j        —    •     L  -  J     L         -      L  "  44     Kscâtombe  Cacnficium 

idades qtinhao;  44  dobrarão huannoo numero,  t^emum  ^adiruí,,** 

&  multiplicarãofe-lhe  as  felicidades ;  em  outro  anno  não  1*'*  (tntum  *&&»**&  •** 

.    L  _  •  rr  \     r  bcfidfiacbint.Ravifituinct- 

poderão  continuar  o  augmento,&  nem  por  illo  os  delam-/cy.f^.  de  P*t$*  cehbnttu- 
parou  a  fortuna:   45  conhecendo  em  os  do  lugar,queVo-  ^f^JtZ;^,^. 
non  Rey  dos  Perfas  foy  lançado  fora  do  Reyno ,  porque 
ua  Pet  fia  queria  viver,  &  que  viveíTem  ao  modo  de  Roma, 
ondeie  havia  criado ;  he  antigo  documento3conformar- 
le  no  cuftume ,  com  a  parte  onde  fe  vive. 

Sedulo  moneo ,  qu<epoffnmpro  mcafapientia 
Verum  qkidfiKtaé?  ut  homo  esl,  ita  morem  geras. 
lerenttM  Adel. 

Nos  da  experiência ,  não  tome  o  Principe  por  concelhey- 
rososcazosadventicios,porquenão  percaaeítabilidade, 
como  a  perderão  os  de  Arcádia ,  que  tazendo  em  o  Morr-  mJUiuu,ãtExnnáro  Rfgc^ir- 
te  Aventino  a  ferta  Lupercalia,  em  veneração  de  Romu- ^^^S; 
lo  &  Remo,  que  nefte  Monte  foraó  creados  aos  peytos  ta  à  Lupa  m*fve*tinMm- 

,,,--..        -•       >  ,  r  j         •  J       *cyub-fubat.  Rawfi  ineffetri!) 

dehuaLoba,  40  em  hum  anno  ioy  grande  amnunda-  Bw/VM. 

F  3  gaõj 


4<5         O  f^lHCWE  WS  TJT.  TOMO  II. 

çio,&  não  fe  fazendo  com  toda  afolemnidadco  rito,dif. 

lerão  algús,  não  querião  os  Deofes,  folie  mays  dedicada  a- 

«7  PtuutTien»gerahbifuf.  qUella  parte  ao  culto ,  47   para  a  Cidade  mudarão  o  coi> 

grelfo,&  com  ifio  expulfaráo  o  fado,  &  leintroduzioa 
Parca ;  a  corrente  das  agoas,  não  fe  pervertéolem  perda; 
perdéo  a  fonte ,  quem  a  defviou  da  máy  ;  fer  tilizou  as  ter- 
ras alheas,  quem  das  próprias  de  fviou  o  regato. 

48  Tibério,  &  Augufto  Cefar  authorizaváo  asleys, 
com  oscuftumes  antiguos;  para  os  bancos  de  arèa,  que 
defpoisaugmentárão  as  agoas,  ferve  de  carta  3  experiên- 
cia do  piloto,  &  não  o  rumo  daantigua  navegação;  mas 
com  elte  refpey  to ,  que  o  piloto  não  fe  defvia  do  in  vetera- 
do,fenáo  na  experiência  dos  perigos  modernos.  O  exce- 
der aos  antepaflados  ,náo  topa, em  lazer  mudar  de  lugircs 
aos  fubditosjfimjem  os  melhorar  de  governo. Quando  Ne- 
ro tomou  póífe  do  cetro,  fingio  a  antiguidade,  que  muda- 
rãoasarvores  de  fitio.  48    Entrou  aíbmbra,  &  fugirão 

48  AV/íhí.  princibasu  nrho.  .  i     11       j'/r       c    1  n  r      - 

rf, fedem  nmtavtuwt.  Rovf  as  plantas,  para  onde  lhe  delle  o  boi :  os  Romanos  lorao  os 
uflSSa'^ ^ ^'•^r«^m«darándrlugar,por^aè  Néromudou  ofer  deRo- 

ma  ,com  depravados  collumes.  Dezia  Nero ,  havia  de  cu* 
raras  enfermidades, que  o  governo  antigo  tinha  caufado 
na  republica  j  femelhante  a  Sérvio  Clodio,  que  pondo  ve- 
neno em  a  parte , onde  o  moleftava  a  gota,  perdéo  o  juizo: 
«9    serviu,  chJiur  equet  49   AlTy  Nero ,  a  companhia  dos  melhores,  em  curar  com 
]U,ubor/c0llziLái  cruraper  vícios ,  aos  que  íem  elles  coníiderava  enlermos:  Muyros 
umgerci  quo fi.a<> fe-fi*  ?«>u-  affirmão ,  ferem  as  arvores  quefe  tranfplantaráo  .osmuv- 
vifi.  ubifup.  vi.  quí  morbitm  tos  Cidadãos  Romanos ,  que  fugirão ;  ioráo  viver  em  par- 
&"**&**«*"•  íe,onde  fe  obfervaíTem  os  dogmas  de  fua  creação;  que  aíTy 

variou  Nero  os  inftitutos  Romanos ;  viáo-le  elles ,  com  as 
forças  de  Antéo ,  a  quem  as  de  Hercules  não  poderão  ven- 
cer, em  quantofe  abraçava  com  a  terra ,  que  era  fua  máy; 
confideravão-fe  fora  de  feu  centro  ,  porque  fe  achavão 
fem  aaâividadedc  fua  difeiplina;  &  antes  que  tivelfem 
por  região  ainconftancia  doar,  puzerão-fe  em  terra  fir- 
me. 

46  O  máo  cuftume,  a  quem  o  ócio  introdufio  por 
occupação,he,  a  quem  o  Príncipe  naó  ha  de  confenrir  jpor 
que  faz  mudar  de  fitio ,  &  enfraquecer  as  terras ,  com  que 
degenerão  as  plantas :  mas  fehum  caído  não  pòdc  levan- 
tar a  outro,  o  Principefeguindo  o  cuftume,  mal  o  poderá 

refur- 


E  M  <P  %E  Z  A    11.  47 

reformar  nos  vaíTallos;  avara  torcida naõ  fazfombra  di- 
rey  ta :  Será  coufa  moníiruofa,  ver  a  hum  cego  curar  de  vel- 
lidas.  Entre  na  reforma  com  prudência, porque  muy  tas  ve- 
ies o  útil  perturba  na  novidade.  50  Não  queyradehúa   \°  ipf*muutioeoHfuetuii+ 

*  0  p  .  1,  niuctiamquc  ulililate  ajjuvat. 

vez  cortar  a  rama,  &  arrancar  araiz,  ie  quizer  colher  o  novtuupcrtu.bat. 
fru&o:   si   o  mufico,  pouco  apouco  levanta  ascòrdas,   D-*gH»fti'b*' 

/        m  "*  *•_  u  '     |I   Nam  mores  ref  ente  tenta* 

para  affinar  o  inítrumento,  o  que  não  pode  arazão,  acabou  »•*/».?«•£,  tf/Wo/ê converter^ 
o  vagar  conveniente.  fa^acymuitumfonuiat^o. 

pet  magnas .  Debct  autcmfuut 
...._._.  tintim  imtioabmádcvinciiur 

Troinde  quidquidejl^  da/patium,  &  tempuótibi:  itteatú ,  moxiauterexcaiefa- 

si       J        ,  •  '..     /  r       .  :.  ci'edo,per ftnçtunem  diffufíutn- 

Ouod  ratio  nequit ,  fape  JanaVit  mora.  ijjkmwf^L  b.bJJ,  çj 

Senec.  Agam.  v"fJt-     ,  „ 

0  BluUrcdePtitccftaPcltiicã. 

Mandou  Sertório,  trazer  dous  cavallos,  &  ordenou  a  dous 
fer  vos,  lhe  tiraífem  as  fedas  ;  o  que  lhas  quiz  arrancar  jun- 
tas, perdéo  o  tempo ,  &  cançou  as  forças;  o  que  húa,  a  húa 
lhas  tirava,  logrou  o  trabalho, &  não  moleltou  o  corpo. 
Syi  NãorefpeyteapeíTóa,paraadiiiimulação,fenãopa-  ía  oinfaneManotUeFs- 
ra  o  modo;  húa  ío  rede  não  he  para  toda  a  cafta  de  peyxes,  ^fJ^^f/J.0^' 
o  rigor  do  fogo  abráda  o  ferro,&  não  molefica  ao  diamãte. 

TSÍam  quomam  Var  iant  animi ,  Variahimus  arte 

Miik  mdi  fpecies ,  núílefalum  erunt. 
Corpora  Vtx  ferro  quedam  Janantur  acuto: 

Atixtlium  multts fucem ',  &?  berbafuit. 
OVtdim. 

1 

Se  dértempo,aqueomáo  cuítumefe  faça fenhor das 
vontades,  não  aprovey  tara  a  diligencia,  porque  entranha- 
do o  cuílumeaíTy  refifte  ás  forças,  que  o  não  poderão  ex- 
pulçar  as  da  fantidade do  noílò  Príncipe. 

50  Sahiodanuvem,oSol;da  aljava,  a  fetta  ;  da  co- 
va, o  Leão;  da  furna,  o  Gigante;  da  fonte,  o  rio;  da  pedra, 
afonre;  da  bainha,  a  efpada;&dos  incêndios,  o  ouro;  fa- 
hio  São  Bento  da  cova  de  Sublaco ,  para  que  luziíTe ,  co« 
mo  Sol ;  conquiíhffc  ,como  fetta  ;  venccíTe,  como  Leão; 
avultaíTe,  como  Gigante;  fertilizaíTc,  como  rio;  faciaílè, 
como  fonte;  cortaíle,como  cfpada;&  enriquiceíTe,  co- 
mo ouro:  a  fer  Prelado  daquelles  Monjcs,  que  ovierão 
kuicará  cova,  onde  feefeondia,  encaminhou  São  Bento 

os 


48       o  p^/nc/ph  ws  qat.  tomo  u. 

os  paíTos,  dotado  deftas  virtudes.  Tomou  pófie  domof. 
u  xJrbiMexicotèmpiumu-  teyro.aqual  habitação  provou  ler  mays  dilatada,  do  que 

nuui  adeo  ingeris,  ut  inillo  (oo,         J  »     *-,  •   i  »  i        •  j  I  l_        •  ■ 

âomuifint*dtfic*t*.  o  Templo  da  Cidade  México  j  dentro  no  qual  havia  qui« 

^%T^J^—UÍCMlfíi^^t3Ssaotaiàs^   53  porque  em  fitinha  oMofteyroao 

i"4  vir'ueiBenediSutom»h  domicilio  ,donde  coube  o  elpirito  detodososjuítos,que 

Umpi/lorum/piritupleiíuífiii!.  •  i       t      n  \  n  r        •    ■  r 

tí.Grg,  làtf.mMoitif.      era  a  virtude  de  Bento.    54  Mas  quem  prelumina,ouvel- 

fe  neve,  a  quem  não  derreteíTe  os  ardores  defte  Sol ;  pey- 

to,  a  quem  não  penetraííe  o  agudo  deftafetta;  empreza, 

quenáoconfeguiíTe  as  forças  defte  Leão,  animo,  aquém 

não  acobardaíle  oafpe&o  defte  Gigante ;  terra,  aquém 

não  molificaiTe  as  enchentes  defte  rio;  fede,a  quem  não  ex- 

?5  CumqucincoJimMo»af-  tinguifle  as  agoasdefta  fonte;  refiftencia,  a  quem  não  avaf* 

SÍ^^SS?;  ftllaflc  os  golpes  defta  efpada  ;  &  pobrefa ,  a  quem  não 

aUutiUiciioti»dextramtuvã-  enriqueceííe  a  póíTe  defteouro? 

que  partem  defleílere  a  cenver-  -s.i  -      r  r  ÍT        r  l         •  C    r> 

jationit ,t,»ereiicerct  jufcepti  5  i  I\ao  íc  crera  o  íuccello ,  lem  que  o  authonza-le  S. 
$^$Z2&  G'eg°"°  :  Principiou  São  Bento  a  governar  omofteyro, 
quuhunc  ftbi  fraeÇe popo/ce-  &  começarão  logo  os  Monjes ,  a  fe  culparem  de  infelices, 

rar.t :  quorum  Jcilicetfortitudo  .     .    „       p  T1LJO-D  r        r»       1 

htwmaejits  rtãstudiniroffen  porque  tmhao  íey  to  ekolna  de  Sao  Bento  para  leu  Prela- 
dehat.idtmub.x.  Morai,. f.,  j       ^    q        reconhecerão  os  brutos ,  não  refpey tarão 

56   Qui  mito  eonjtlio  venenu  J  J       ^       1  '  1      J 

viptmijiununt.  idemíbi.      eftes  homés.  O  cavallo  BucephaIo,vendo  em  fi  a  pefíóa  de 

<7    trefidemiirapudPlinium    „  ■  ,  /->  O      1  r 

ufiuttURermiwputrumad  Alexandre ,moltrava  gozo  na  mageítade  com  que  lepu- 
amatuma  Deipbi*o,ve8umq*e  njia   ^a  mefma  forte  o  Rebo,  íendo  dominado  de  Mezcn- 

per  maria  ,  cumquetempe>tate  *  _  .  r-t  1  •»ir> 

fubor/a pervffet  Herm,af,ama-  cio;  pelo  conleguinte  o  Ethon,quí  ndo  era  regido  pelo  li- 
^:^t^^l^^EvandroiPareceJepréíahumbrutodemaiorte;& 
tit.  jimmuhbittdivcrftiamà-  tizeráoeftes  Monjes  defiftima  de  lua  fortuna.  Morrem  de 

\%  utsr  Leucadh  Virgint  fentimento  os  irracionaes ,  vendo  morto  quem  os  fazia  ef- 
iTZZltZlLudi^  timados;&  pertenderaó  eftes  Monjes  matar  «Saõ  Ben- 

í9  EJucata  a  vngwe  apud  to , que  lhe  dava  toda  a  eftimaçaõ:   56   Morréo  o  Del- 

Seilon  itrbcm^iAquila  retulit       %.  ,  r  r        ti  •    '  ^  n        .  ■ 

gr«vam,*vejpr,ma,moxdeittde  pnim ,  quando  morreo  o  leu  Hermias.  57  (J  Pavão  de 
vt»auu  aggeren, ,  Quin  dum  Leucaa>ja  acabou  a  vida,  vendo-a  morta.   í8  A  Águia 

inortutfogumj;  cot;ecit,volu-  '  ,  '  O 

crisjtmuiqutcoKpgravit.      laiiçoulTe  nas  chamas,  que  confumiaó  osolíos  de  lua  le- 

Plini  lib.to.es. apud etindê.       i  a~v  r»i  {!•  •%r  P 

60  Xerxer  adamavit  puta-  nhora:  5  9  O  Platanoaquem  eltimava  Xerxes,  lecou  no 
«*'».í*'«7/^'''**.  í-yw  dia.emqueelleefpirou:  óo  atéosincenfitivos  acuzáoa 

Xerxet  expiravit.    aondut  de  .       '  r. 

Prodigij,  atrocidade  de  hum  ingrato. 

6\   Citquefibi  (ubeoccfhice-  y~*     •      r>     -  r>  •  r\ _~  J     C      J 

renuiJtuíoniuere^fedo.  5l  Quiz Sao  Bento cvitaros cuítumesdeiordena- 
hrent ad/ueta  reiwquere , du-  dos.comquele  relnxavão  na  obfervancia  eftes  Monjes,  a 

r  urr  que  ejji-t,qujdin  mente  ve-  •     i  r  \     ^'  r>  JJP 

tericogebantur  «ova  meditari,  quem  tinha  por  lubditos ;  Sc  nao  podendo  ioportar  a  re« 
fjZg:tubf£:Z^e  fórma,  porque  era  nellesinvelhecido  ocuftume,  convic 
de ejiu  morte aiiqui conaú /um,  raõ, em  matar  a  Saõ  Bento  com  veneno.   61    Era  o  Prin- 

qui  mito  concilio  vtnenutn  vino      •  j         r»         •  i  i       r  1  r  i 

m-jiuerHnt.D.Grcg.Magfup.  cipedos  ratriaichas  a  terra, onde  le  occultavaoíi  go  do 

Amor 


EM?<kEZ  A    11.  49 

Amor  Divino:  61  &  começando  a  chama  no  efoirito,  6z  H*MB«t'*™*8icer 
com  que  os  compunha,  &  na  vida, com  queos  eníinava,  quorimtdtbn»*  ignUSfvHu* 
naófoypoderoiaa  actividade  deite  fogo, para  confumir  ^2$E2S332 
aquellas  verduras.''  O  fogo  dos  montes  Hephefos,  em  Ly-  lib-  i.mtbth». 

.  .  ,.  l-ii  -O-  i  *M   In  Lycia  Hóphtílv  tnon- 

cia,nao  tendo  igual  virtude,  he  tao  activo,  que  reduza  ttsi*4afi*9>mmúnhifi»gf*t 
cinzas  as  pedras,  &  aréas,  que  eíHo  dentro  nas  agoas :   6  2  ^»i«/^**í«^e'»*'«7, 

r  '  '    i_  o  '         J   <S arttiíC mipjií aquir araeani% 

aindaque  asda  culpa  cubriflem  os  corações  deites  Mon-  aihurque iUepinp.  eun.uk. 

r  i  f  i  r  cr  z.cep.  >o6. 

ies,  o  logo  mays  intenio ,  como  nao  chegou  a  lazer  eriey  to  6._  uud,  moKUK;t  ^u 
igual  ?  Haííe  de  prefumir ,  eraõ  os  poderesde  feu efpirito  igritoi*p**Aãumum{i* 
da  qualidade  do  logo,  que  dizem,  da  Pedrade  Nymphei,  â»mtffet*iut«sxquaig»vcm» 
que  nao  apareíie,  íenao  lançandoíleazey  te  lebre  a  pedra ;  um*hH«,effunàLr,co»ti»»<» 
64  oqual  licor  fígnirlcando  a  natural  diípoíiçaõ  para  re-  fi*»>»>*'x«rgit.*drijiotei.iib. 
cebe^òcconlervar  adoutrina,  comoíalta-ie  elta,em  os  6,  mqueâijcrefetaieoqua 
Mon jes,  naó  pode  aclarar  arabaieda  ?  Ficou  com  femelhâ-  VSXS^ZT 
cãs  do  logo  Ethnico,  a  quem  naó  modera  a  quentura, a  ne-  àuim%wep^anivihw »  J....7 

r>  i  1  •  /"•     utinviãainutroqatviohr,ciã, 

ve,  queocerca,  nem  leu  calor  derreteaneve,queoavni-  neeciiorjrigeremttiScturtr.ee 
rha,   6s   hum  efpirito,  que  aos  mays  tíbios  inflamou  na  j^'<<<«^'/:^-'-;<'--*-'*p'' 
Santidade ?Foy  acazoíua  virtude,comoofogo,  dequetef-  >.?•">• 
temunha  o  Philolopho,  ler  calsdo  com  exceílo,  mas  qo^f„v„tem,  &  cauium  igntm 
naó  queyma  de  nenhuma  forte  ?  66  Finalmente,era  por  nhmmmmoium  repmrt,™* 

*       J  .  i-iitr  i/~l  x*  un:en  comburCTC.  i/iriiiol.ds 

ventura  da  qualidade  do  rogo,  quede  li  lança  o  Monte  ^jmirac*p.%s  tpuieum. 
Chimera,oqual  fe acccnde,com agoa,& fe apaga,com fe-  ^^fS^StíS 
110?  67   Naó;  porque  nefte  mundo,  nenhum  contrario  dubuf,ac0otntiuji»mm».  ig. 

1.  r  >      ■  i      1     i  o  1  •     niijuttccúaJisqua,  cxtirgxi 

podia  pervalecer  a  virtude  de  hum  banto,  que  com  domi-  vcratev^aut/Mo  timMb.i. 
nio  fuperior  introduzio,em  o  caminho  do  Ceo ,  a  infinitas  «Jjj  '££—  ^m  ^rw_ 
almas.    68   Nem  o  feno,  que  íignifica  a  varia  fortuna:  69  terinà*xit*ãftqu<-nàa-v&t- 

,  A  9  ,  ValcP.tChr>FliO*'>i»t">c!írr. 

nem  as  agoas,  pelo  que  reípey  tao  ao  peccadoj  7  o  nem  a  jj«;e^  „.  Pr^Biouefep- 
durefa  do  efpirito  era  matéria  fufficiente,  para  mortificar  ^^JVSSw«w«».  §. 
rm  parte  ,a  efte  todo  do  efpirito,  dosiuftos.  Naó  laó  po-  ieVtseiabimHscsp.ià. 
oerolos  os  ventos,para  mover  a  piramede  de  rumo ,  que  a-  Pf.lm  gt.mf  |a 
parece  de  continuo,  fobre  o  Monte  de  Churutecal;  71    ?'  ^  "*<««*«<<  Híf*- 

*  '  *     '         ri* ,  rui  nem:»  <-::»  uu- 

OS  montes  ignitos,  que  ocercaõ,vaporãotodos,  por  eltc  prevwcu  Tefcehtcaijuhiimi* 

monte  ;  &  a  rcfpiraçao  de  muy  tos  fogos  nao  a  doora  ne-  metmàt%  SvJquefum 

nhum  vento.  Todos  os  montes  ignitos,  que  eraõ  os  iuuos  fergimr&!*iPM"li'r* 

r   •  -  r   •   •  »    n  •       •  r?      n  1-  1     tiumpcrillumvaporat.  r. 

icl pirarão  no elpinto  defie  Príncipe^  òtellava  livre  ,ce  ^vr^/.^i..  .      ■...-.  . 
que  prevalecelTem  contrários,  a  quem  tinha  tanta  for  tale-  /-v'r  •v;flPfl'HÍ  • f" 
fii  Para  doutrina  da  coroa  foy,efta  refute ncia  dos  vícios. 

$  z  Determinou  Deos  calVigar  as  terras  do  Egypto,có 
apr.igadosGafanhòtos^paraoquc,  todo  hum  dia, &  noy- 
*c  os  efteve  ajuntando  o  vento  ;  Sc  de  manhaiíjos  reparrio 

G  pelo 


ftíei  r*i. 


$o  OT\lKClfE  DOS  fJT.  TOMO  II. 

7»  Domi«utiHãiixitver.tH>tt  pelo  Egvpto.   72    Atemorizou-íe  Pharaò;confcfTa  lua 
,u4,.cfutio  vciuf  u,<n,  u™-  culpa ,  &  pede  a  Moyíes  alcance  de  Deos,  lhe  k  vante  a- 
J8^±ãE2ftÊS  qutlla  oportunidade  l  fello  afiy  o  Propheta,  &  houveu 
jw.^.  o.™,/  .,.  Deos  poibcm- com  que,  levantando-ie  hum  vento,  ic- 

t^çid»Mèv*itn>mii0imm,^  pentin.unente,lançou os  Ijaiannotos un  ornar.   73    ÍNdO 
^r^X^^^^oyncccílario  tanta  duração  de  vento,  para  os  expulç.r 

do  Eçypto,  quanta  foy,para  os  introduzir  ntllc.Hum  oi,i, 
&noyte  de  agitação,  cuílou  ao  vento  ointrodiizillos,&f 
poucas  horas  de  movimento  lhe  foy  b«iíiante,paraos  tx- 
pulfar.  Ajuntava-os  da  parte, onde  íecnaráo,&  \ j v i j < ■  - 
&  tircu-os  doEgypto,onde  começáváo  a  viver ;8c  para  os 
tirar  da  habitação  antigua,  foy  todo  o  trabalho  ;  mas  para 
os  expulçar  da  nova  habitação,  naó  foy  tanto  o  euíto.  He 
ocuftumede  bocaeLireyta,&deefí.Gmsgo  dilatado, por 
i-ííb  defficultoío,  cm  retroceder  o  caminho;  em  quanto 
não  toma  aílento,  he  fácil  a  voka ,  mas  deípois,  deíBcil.  A 
húsMonjes,cuííumadosa  viverlem  regra,queria  São  Ben- 
to tirar  da  liberdade,  para  a  obediência;  comeíluu  leu  el- 
pirito  a  congregar,  aquelle  defgarrado  rebanho;  doan- 
tjpuo  pafto,os  intentava  mudar  para  novo  fuíiento  ;  refif- 
tiráo-lhe  pertinafes,  por  Te  não  atreverem  a  dey  xar,  o  que 
poíIuhiaó,havia  tempos. 

Sic  úbl  (Penélope  frugi  ejl  :qU(efifemeluno 
Defenegujíarit:  ttcumpanita  iucellum: 
Vt  canis ,  à  corio  nunquam  ahjlm  ebitur  uncío 
Horat.Jermo  5 . 

Encontrado  áquelie  vento, era  o  eípiri  to  defte  Príncipe: 
para  o  Egypto  encaminhou  o  vento,aos  animais;&  para  a 
terra  de  PromiíTaõ  guiava  São  Bento,aquelles  Monjes ;  o 
vento  tirava-osdo bem,  para  o mal;&  Saõ  Bento,  domai, 
p3ra  o  bem;  8c  não  foy  exceíTo,  que  o  vento  com  trabalho 
confeguiííe  o  fim  ;  mas  he  aífombro,  que  São  Bento  traba- 
lha ndo,não  íízeíTe  fruôo;  mas  não  foy  novidade ,  porque 
mayorhearefíftencia,queoshomésfazem,para  a  acey ra- 
ção dobem,  do  que  para  a  introdução  do  mal.  Ulou  Deos 
de  infinitos  milagres,  paraqueoslíraclitas  oconhecc.ílem 
ia  Cem», quoãpopuhu  ift  Deos  verdadeyro:indurecidos  os  schou  ít  mpre  a  fua  obe- 

curitcervicufit.  Exodi  i».«,     ,.  .  .         .  ,     i        •      „    r       r         .  r 

9.t$c,p  ,1.*.,.  ciência;   7^  masnaoaidoiatria3&ituiequito;  onulmo 

foy 


foy  verem  o  ídolo,  que  lhe  fez  Aaron,  do  que  deyxarem 
a  hii.n  Deos,  que  os  fez  hoir.és ;  7s    aífy  os  Monies  fize-  ?*  t gritante* wtutum to** 
rao  renitência  a  virtude,  queos  relormava,  £*nao  lemos  Dyui  iffaci,qm\c  eduxe,u»t 
repugnaífcm  á  díííoluçáo,  queos  dertrahia.  d*tortí,^£mri.mn.n.^ 

54.  Perfeycos  foráo  os  princípios  dertes  Monjesja 
vocação,  que  os  levou  ao  deíerco ,  em  derey  tura  os  enca- 
minhava ágloria ;  deyxarão  o  natural,  &  dobraráo-feac* 
curtume  j  tiveráo-no  porley,  porque  o  viáo  introdufido. 
O  amor  obrigou  a  hum  Pay,  a  que  chegafie  a  idolatrar  eni 
hum  filho  j  morréo  erte,a  forças  do  achaque,&  quiz  o  Pay, 
octernizaiíe  alua  eftimaçáo  jfezhuma  imagem  do  filho 
morto, &  adorou  por  Deos,  aquém  tinha  gerado  homem  j 
76  mrroduzioíTeerte  curtume, entre  as  famílias  ,&  ficou 
irn.ioley,erte  curtume.  77  Oh  quanto  cuftou  defpois  a  -,(>  acerto  :Kim n&xâoitnt 

rr  1  1     r     '  1  r  J      -  r  o  f  parem  tilo  fibi  rotíi  f.Vfecit 

reforma !  Inhni  tas  almas  íe  perderão  no  íequito,  &  o  mel-^^g.V^iíf  ?«- 
mo  de  vidas  fe  oaftaráo,  no  empenho.  Acudia  a  íantidade,  f,homo  '"°'tu'"  f",eral  <  """* 

0    .     I  .  1  f  n  -li       tanquamDeum tolere cti^ii^5 

quando  o  erro  tinha  chegado  aoíummo.  Por  maravilha  conflitua  inter finos  fuorja- 
conta  a  Efcritura  daquelles , quefeguiráoaDavid  ,  parta-  "ff?"*™'  ***"'*''  "' 
remo  Tordáo  ,  quando  principiavão  as  enchentes.  78   n  Deittde  natne*it»u  »*- 

.    J  ,*  -         -  J  i    /T>    r      Pore,coKVjlefcente  iníqua  eon- 

Dominar,  quandocomeçaoainundarasagoas.podeíie  ta- fuauJwetic  error  ttquamitx 
zer,  mas  he  com  efpanco;  que defpois  decompleta  a inun.  'jfÇJJ* % n&tnt 
dacáo,  fóhúa  Arca  fenhoreou  o  diluvio,  mas  foy,  porque  jeràaiuni,meyf<fiiim,qu»ndo 

_~*  .  ;,  si  inundar*  confuivilfiiper  tipat 

Deos  movia  as  agoas:  naqudlas,emqueaculpa  levantou  fliaf,  t.parJi;fcm.  c*p.  .2. 
a  tormenta ,  perigou  a  mayor  íantidade.  79   O  Divino  ■•£  Jj£.  .^^  ^ 
Verbo  fez  viagem  do  Ceo  á  terra  em  tempo,que  o  mundo  tk&umfefiatdcmerjit  »»&. 
íe  achou  com  loiças,  para  caufar  tempeítade ;  &  defpois,      f*tm'    ' W'Â }" 
queertaie  levanta,  não  ha  quem  a  domine  ;  hum  Deos  o 
deyxou  por  exemplo,  podendoa  predominar  por  virtu- 
dei  &  São  Bento,  em  a  experimentar  invencível , poden- 
doa prevallecer  por  privilegio. 

Mm  cl  mal,  que  fe depare  m úémpoUrgõ^ 
TSlo  fe  borra  delpecho  fácil  mente , 
Que  comeu  carne  hedionda  el  'Sujtre  chico^ 
1  enellaccba^  quando  gr ande }el pico. 
BraVo  Supra. 

$  <5  Para  não  receberem  a  reforma,  apegárão-fe  os 
Monjcs ,  a  que  era  antigo  o  curtume 3  fempre  com  o  curtu- 
me fe  condecorou  o  delicio.  Rachel ,  para  encubi  iro  rou- 

G  z  bo 


$  2  O  f^JKClVE  VOS  TJT.  TOMO  U. 

bo  dos  ídolos ,  que  havia  furtado  a  leu  pay  Labáo ,  náo  te- 
ve, com  que  disfarçar  aaltucia,fenáo  recor  rendo  ao  cuí- 
toH$ittft*iHtâomMtumt.  tuine#  &0  Labáo  faltoua  Jacob, com  o  piemio  deleus 

tn.auod  coram  te  tflurgcretie-  .  .  J  j     i>       l      I  r 

qufj.-quiajuxtaconfnctiiJiitem  lerviços,  dando-lhe  Lia,  em  lugar  dekacncl;  queyxou-le 

fc,*£,u,n»u«y  su.j.t  mibi.  jaa>b  doengano,&  refpõdéo  L<bão,náoeítarem  uzo,ca- 

8.  R.-jpcnditUbsm:uoHtii  zar  n,  hney  ro  as  filhas  mays  novas ,  do  que  as  may s  velhas. 

in  loco  na/iro  co^fueiudi nts  ,  ut   «-»        *.i-  i  r      I    -      f  •  1  _!•/""      •■  f       -  r 

tnmotutnttitajimustdnuf.  81   Nao  achou  Labao larda  aodiipnmor,  ítnaonasior- 
tiat.  i«29.i».z6.  çasdocuftume.  Anenhúacouía  guardáoíéosmundanos, 

fenáoaocuítume;  efteobfervão,a  tudoomais  faltáo.  A- 

marrados  efta vão  os  Monjes  ao  antigo,com  e  !le  fe  pre  tt  u- 

diãoeícuzar  da  nova  reforma:  ignorando,  que  mandava 

Deos  ao  povo,  comer  dos  fru&os  velhos,  em  quanto  náo 

havia  os  novos;  mas  entrando  eíles,  que  não  uíaífcmdos 

-    ,„     .  .     >*■*.£        outros.  82   Foy  São  Bento  novo  fmeio  da  praça,  &:  cx- 

tnumtf  veumnovisjupcr  k-  if» ndo  efte  fuílento,  acabavafíe  oantiguo,  ainda  que  foí- 

it.nrf  ío.  leluítento:  peilevera  anoyte,em.quanto  nao  iae  oòoJ; 

em  amanhecendo  o  dia,  apagaíTe  a  candeya.  O  fuílento, 
com  que  fe  alimenta  a  vida  religiofa,  faõosinftitutos ;  eí- 
tes  tomarão  o  fabor  conforme  a  virtude,  de  quem  os  deu; 
&  Saõ  Bento,  como  teve  mays  graça,  era  fua  doutrina  fuí- 
%%h»Si»ru,Hiutitmporit.  tento  de  melhor  goíto.  82  Naõ  o  acharem  os  Monjes  na 

fttudumiiUmftHaDtog,».  &  ?  _  ' 

»;-/«;  MoxScherumiegtsftaiuc-  rerorma,toy,  porque  nella  lhe  impedia  oao  líento,  a  Jiber- 
Z^^&^-í  dade;&  na  falta  delta,  naóachaváo  luavidade,emooutro. 
yoremgrBuamperccp.tstsmt-  Amoeita  o  Eccleíiaítico,  a  quem  tiver  hum  fervo  pruden- 

horemligcm  inftiluit.  Cardi-  r  i        ,  o    r    L    *  1 

«ahrGofiidiutofHAi.Bib.PB.  te,oamecomo  alua  própria  alma, &le naja  com  largue- 
'^tSi^^^nillialiberdade:  84  &  naõ  baftava  para  cftimaçâo 
k8Hs,quafiauimi,tu;nondc-  do  fervo ,  fer  fenhor  do  amor  de  feuamo.?  Paraque  enco- 

fraudet  ,Un  hbertatc.  Ettlef.  i         pi         j    j        J    r      •  J 

i.ticrj.z}.  menda  a  liberdade,  delpois  que  o  manda  tratar,  com  tan- 

to mimo?  Porque  fem  ella  nenhúa  conveniência  achai  ia 
ofervo,nafortuna;feriãotudo  afperefas,  quanto  encon- 
traífede  afagos;  tudo  diíTabores, quanto  lhefizeflèm  de 
carinhos,faltando-lhc  a  liberdade.  A  mayor  fortuna, a  que 
podiáo  chegar  aquelles  fubdi  tos  era  ,  ter  a  São  Bento ,  por 
feu  Prelado;  negou-lheópaíTeyo,&  naõ  acharão  conve- 
niência em  a  dita.  A  clauzura  não  he  cati  veyro ;  para  o  laí- 
civofaó  ashorasdcfono,martirios  da  vontade.  Quem  fe 
recolhe  da  chuva,  recolhe-fe  por  horas ;  qucmfe  auzenra 
pordividas,efconde-feporannos;  aténãopagar,não  apa- 
rece na  terra;  &  o  outro,  acabando  de  chover,  logo  fay  d 
rua:  recolher  ás  religiões,para  fe  reparai  das  chuvas  da  nc- 

cefílda- 


EWP^EZA    11.  £2 

ceífidade  ,  ou  para  fatisfazer  o  empenho  das  dividas  da 
culpa ,  he ,  o  que  faz  ter  aos  clauftros  por  grilhões ,  cu  por 
liberdade  ;afly  oseftima,  quem  tratade  fatisfazer;  &  da 
outra  forte  os  coníidera,quemfó  trata  do  iemedio,&  não    *  **«««*«*  nuiufecuiari- 

11/^1  -  jfc  bus  negAi/slt  itntlicct  ,nn  b  r 

cuyda da íaívaçao.  *  w»,^ w,/,*,  J«i 

cltujlro  fiio fit  contintm, r>e fif- 
fí>r-n     7  7  J      ."  '  '^us  extra  ^uatnpofnutjjitai 

<J\e(igwJe !  mml  mundana  negocia  cures,  km.  c.  ?ucmt  16.  ?.  i, 

SeddaufitscLuftroreligionts  erit. 
German  de  (Religtojh . 

Deftes  jornaleyroserão,aquelles  Mon;es;&  dos  outros 
cfficiaes^ueriaSáoBentOjquefoíTemjnaóíèacommoda- 
rão,  porque  lhe  tinha  introduíido  o  ufo,o  contrario,  do 
que  lhe  mandava  aRegra. 

5  6  Coníervando  os  cuílumes  antigos,queriáo,  que 
São  Bento foífefeu  novo  Prelado;  pertendiáo,lançar  em 
faccos  velhos,  o  trigo  novo.  AíTy  o  fizeráo  os  Gabaoniras, 
para  disfarce  do  engano,  quando  vieraõ  render  vaíídlla- 
gein  a  Joíuè.  Caminhava, efíe  Capitão  com  o  Povo  de 
Deos;&  vendo  os  Gabaonitas,fereminexpugnaveisfuas 
forças ,  fingirão  vir  de  longe ,  fendo  de  perto ;  &  para  cer- 
tificara diíbncia,trouxeraõ,em  faccos  velhos, o  fuftento,  ç<  ^if^f^i'-  "''e~ 

h,.         .  -ir  r         cr         rr         ***'Jt*i  ci»ana,facc  s-uttcrcy 

aviapoucosdiastiraraodeíuascaía*;  05   íeztncy- -v  .  -- <r.:>/ .-;  \ 

£oocngano,>orqucjofué,&osmays«pitáes,comiura-  X5'£X>SÃ%"*g 
mento, lhes  aífeguraraó as  vidas.  8ó  Do  meímo  ufa  o  hi -  f  •<;»-' >:       ••        •,p*í» 

■  .  1  ...  èipit  quique  mulinudmit  ju~ 

pocrita,paraatramr  vontades;  mas  nao  a  virtude,  porque  ravetuntar.  ;<,--.   .,, 
nãobufeafequito:  queriáoos  Monjes,ter  a  virtude  apa^ 
rente;  por  iíforecuzaráo  ascondiçóesdareal.  Faráocuf- 
tume  ler  aprafivel,aos  olhos  dos  homês,o  veftido  defayal, 
remendadocom  télla :  mas  nunca,  aos  olhos  de  Deos ,  foy   V  No?  '""«f^jlJf^^r- 
plaufível  pedaços  de  luz,em  veftido  de  fombras.  87  EHÍ-  «;»?*</«•«»*««       ,  m»Si. 
ieCnníto,  que  ninguém  lançava  remendo  de  pano  novo,       .  \CMp  f.i„rM 

em  veftido  velho:  88  erao  meímo.que  adminiftrar  os   *\  N "■-■■"' 

'  _  '  ~l  _  .  tnilívmiK  BJlti  111.1 11  ;.,    - 

novos  Sacramentos  da  Igreja,  aquém  eftiveíTe  invclhccido  mmtum  vaus.- ali  item 

naculpa:    89  Emchun.boquenaoosMonjes,acenraíieo^; 

ouro:  ficandocoma  ferrugem , que osacompanhilcolu-    8,j  uicittimmnu,  < 

.  11  •  ^        ■    •     r  ruiit ; per qite/n  ,ÇÍ i 

Zíuiento:  parciaes  daqutl  les,  que  vi  vendo  viuolos,  que-  f„„.r-  rawwitM  iac<»*m- 
rem  lhes  affifta  o  reípey to  5  ou  com  o  cuftume  cftr anho,tcr  J^£S$ £ 
<js  toros  de  naturais:  o  que  lendo  contra  a  vótade  de  Deos;  »•  vituftnepttatorvm » **í- 
r.uoioyconlentidodel).  bento.  juMwti. 

G  3  57   Com 


ç  4.         O  TQJNCTPE  VOS  $AT.  TOM.  1 1. 

tyj  Comhúa,&  outra  coufa,querião  ficar  os  Mon- 
jes ;  com  a  nova  virtude  de  feu  Prelado ,  &  com  o  íèu  inve- 
terado cuítume  y  tendo  cite  por  corpo ,  &  a  outra, por  ver- 
tido. Não  era  eihanho  á  pcrfeyção  da  vida,  a  conier  vaçào 
deita  defiguaidade ,  fe  fora  ianto  o  cuftume  ;  porque  moí- 
traváo  ajuntar  para  imitação,  a  virtude  dos  antigos  Pa- 
dres^ a  de  feu  novo  Paftor  ;  o  que  aprovou  ptlamayor 
purefa  doelpiritoa  Alma  Santa  ,  guardando  para  feu  Li- 
^Sfc^^poíoosíVuaosvell^&osnovosi  90  oquerepreíenta 
9.  òm*ia?omaiMv*&vett-  a  emulação  do  efpirito, enthezoiírando  viríudes,para  que 

lafítTianl^iutn  converti  otv.nií  ,       .       .  0  ■    -  _,  .  ,         . 

o?o a amnjHoiu^d '»°Jcr„o-  a  todas  imite,  &  nennua  ignore.  91  Com  igual  adorno 
rum  eMtrmmsdimitMBdmmfiu  acrecJitavãoa  vida ,  fendo  louvável ,  o  que  oblervavão  co- 
^ikfiàemihi infecudofenfu.  mo  initituto  j  uzando  defte  abito ,  &  querendo  fobre  el- 

le  confervar  a  nova  purpura  5  porque  aíly  guardou  os  fiu- 
dtiitmMNuurmeM,mpJ*it  «os novos,  aquella  antigua  eípola  ;  92  lervindc-Ihedc 
fn  mí  tibi  ih-cdvrausaf.uu  abono  á  vida .  ter  a  columna  nova,  íobrt  baze  velha  ;  por- 

uLyílctitm.lbitn^ptndtctex  -st*  \  •  i 

f»jitienHmê»uqu«r.íF.        que  então  hcava  mays  abonaoa  a  virtude,  compro vaoa 

com  o  teftcmunhodehum,&  outro  tempo.  EIRey  Arte- 
xerxes ,  na  carta,  que  efcrevèo  em  favor  dos  judeos ,  &  em 
dkrimento  dos  íequazes  de  Amão,dezia;efbrem  provadas 
fuás  culpas  nas  injuftiças ,  que  tinhaõ  feyto,  &  nas  que  de 

9,fi5f«r,íííi«tf«r»«/r#Prefe,lte  obravaó.  93  Corroborando  a  verdade, que  o 
taturbijtorjjf&utbit^uiege.  movéo  a  abíol  ver  a  hus,&  condenar  a  outros,  com  moílrar 

ru»1  quotidic,quomodo  mallit    r  \  r  1  /~\  P  r  1 

gtiotudtmf,ggepi>h,bttiftudia  íer  a  culpa  prelente,malantigo.  U  melmo  hcava  abonan- 
éffmhMr.ífitMtimiyTfo  do  a  reforma ,  fendo  a  virtude,  quenella  fe  plantava  fru&o 

colhido,  daquellasceleftiays  arvores ,  que  primeyro  o  de- 
raõ. 

58     Ultimamente,  fe  os  antigos  curtumes  mereceíTcm 

94  9,**  *  tftctitntim  guardallosjcomo  exemplos ,  para  com  elles  mitigar  algúa 

confo,temurexemf,i„,ne„,fir.  moleftia, quelhe cauza-leo novo eftado,era reparoda  vir- 

tnot mt^setimidos pr.tcepta  lué  1  r  r  r   r  •  1 

mu  vulnere*,  jimhvant.  tude  j  9+  porque  o  meimo  contortou  o  iohimento  de 
jfcrlh  8 "" Gr'g' Ma£'  **'  Jcremias>quandopoík>emo calabouço,  onde  ometeraõ 

oscidadáos  de  Sedicias  ;  compadece  o-fe  da  penúria,  em 

que  eftava  o  Profeta,o  mefmo  Rey,que  deu  confen  timen- 

toá  pi iíaõ,&  mandou  por  Abdemelechfoccorrello  j  foy 

9,  jiS*n,tr„  ergo  jiiàc-  °  ™enfageyro,  &  ajuntando  a  roupa  desbaratada,  que  ha- 

'mUth,jec*mvirix,ifigreÇHi  via  em  palácio, a  lançou  a  jeremias.   95   Que  amparo  hc 

toj+tíimuiildeveurvfãm.  eíte >  p«ira quem efta va  tao  deit!tuido?Ouqueconíorto> 

mos&fubmfitcaad  \erM»m  para  Ca5  grande  defalento?Muyto  prandeineHa  roupa  ar - 

inlicu-»p'.rfunisul»t.Jerem.         •         \    p    r-  l  •  o  • 

}8.  wj;  i  1.  rumada  ie  hguravao  os  exeniplos  antigos  j  &  para  mitigar 

no- 


MMf<kEZ  A    11.  5Í5 

moletVias  rnòhimelhormedicina.    oó    Donde,  tudo  ie-    9*   Mim*nui«t>f»?*"W» 
rua  acordos  de  prudência,  iepara  eltcs  tinsnao  duniui-  mor, >,»<<M <*<,>•,..  g»oquo.u 
í ímj os  M oníes, do  ancião cuílume  ;  nem  a  fatuidade  deite   *«*«"''«"  - £/^* *J  Jj* 
Príncipe  o  havia  de  encontrar ,  pois  feguia  as  piladas  de 
Chrifto,  que  dando  nova  douciina  ao  mundo,  iempre  a 
autorizou  com  antigos  documentos. 

5  9  Húa  «afa,  em  tudoconfórme  áquella ,  onde  Da- 
vid naò  achou  em  léus  habitadores  mays,  óo que  inía  von- 
tade,  97  era,a  que  Saõ  Bento pertendia, edificar  aquel-   &  Entrevi h»Htarcf>tu 

I»  •  •   1  c  ,     r-<  •    •  o    imitis  norn  in  Jzn.i.    Pfjím. 

esMonjes,paraquena  vidacorrcípondenemaoabito.  98  76.™/7. 

Aveíía  a  íeus  procedimentos  lhe  ficava  a  morada;  com  co-  *8  siwcbatveroprohomi. 
modo  á  lua  vida  achavaõ  a  habitação ,  que  lhe  tit;ha  í^bri-  xa  Prophcu.feu  ummmu  mo. 

o  o  cultume,  o  que  lendo  erro  enveihecido,quena  Sao  In  Gbf, **—.&. 
Bento  expulfallo, para  os  confervar  em  paz.   99   Levan- 
tou-íè  motim, quando  S. Bento  intentou. diípcdirocuf-  99  Vetus  error  aUiijtrvAit 
tunie;  eue,a  todos  achou  da  íua  parte  ja  nenhu  vio  b.Ben- 
to,  que  o  íeguiíTe  j  eraõ  grandes  as  raizes,  quetinha-cria- 
do,  trouxe  configo  toda  a  terra,  quando  o  quis  arran- 
car efte  Príncipe.  Vio-fe  arriícada  a  vida  de  Saó 
Bento ,  &  com  o  meiYno  perigo  encontrará 
o  cetro,  fe  na  introdução  do  curtu- 
me, der  eípérasá  reforma. 


PERTENCEM 


5« 


PERTENDEM  OS 


MONJESjQVE  O  FERVOROSO  ESPIRITO  DE 

S  BENTO 

Se  accommode  com  fuás  tibezas. 


i  Dimifítit  fíenslèrt  i»  /?• 


60   l^^ék^^m  o  M  hum  Leão ,  &  Boy  pofos 

;^  ao jugo,  mandou  Hannon  Cac- 
thaginenfe,  lavrar  as  terras:  1  & 
rcparou-fe,  que  o  Boy  fenão  tira- 
va do  feu  vagarofo  paíío ,  pertcn  - 
dendomoderaíTe  o  Leão,íeu  arre- 
batado movimento  5  do  Leão,  queria  o  Boy,  íoíTe  toda  a 

mudan- 


EM?  (REZA    111.  t$f 

niu dança ,  fem  q ue  da  fua  parte  ai  teraílè  o  cuítume.  inten- 
ta o  vulgo,  permanecer  na  culpa,  èVque  oPrincipeíe  a- 
comode  com  o  erro  da  contumácia,  cortando  pelos  fo- 
ros, &  conveniências  da  regalia:  i  não  aipira  amenos  a  *  Viie?.  7Aagijt.Joan.it 
por  ha,  de  quem  nao  conhece  a  gravidade  daonenla^eni  j-up.azeeh.  cap,7.i,b,z.  §.  1V 
témea  virtudedooffendido.Comprehédida  noadukerio 
amolherdcGandulpho  quiz  teftemunhar  de  innocente, 
&  pedioaosDeolcs,não  permitiílem  tirar  ella  amãoda 
agoa,  onde  a  metia,  leni  notório  ímaldelezão,fe  ella  ti- 
veík  delinquido  no  peccado  de  que  a  aculavão  j  não  lhe 
fuccedéocomo  imaginou,  porque  a  agoa  fezotffeytode 
foço:   2   pertendia,  cedeílem  os  Deoíes  de  feu  direyro  J  Ga"J"Wiaf"» *»w- 

O  J     I  '  J  dienu  uxor  adultério  comma- 

rajuíuça,  fem  que  ella  mudaíTe  de  feu  citado  na  culpa,  tuhta,  cumpram  vcBa  <»- 
A  tudo  da  motivo  acommiíeraçao  do  Príncipe  na  retar-  d^rjamáuadjíravi,,™,* 
dação  docaíVigo,ouna  nimia  clemência, com  que  v.\mz^nefrc,d'^pec'e^'culi''Jn'' 

í  r^  c    i        i  ri  i  i      Mí'""»e/"'/"»  **■«"  -mira,  tf 

as  culpas.  Ololdado,que  ialtava  aospreceytos  da  nuli-  adtortrfa8afitit,cnm  afoute 

jai  1  j  C  —  •  manumtollertt.deficcatiunex-' 

cia,  em  tempo  de  Alexandre,oudava  a íi próprio  amor-  uaxit-^onauJ^uam/nn 
te,ouhia,  fem  que  olevafíem,  receber  ocaftigo  :  todos  ""àysignibutcamien*ijjct.i- 

ri-         ■     ri-L-rj    jj  -o--J-r-     taqutaviro,obprodigiumfepa- 

iabiaoainralibiJidadedaexecuçao,  &  naotinnaoelpera-  ratafuh.Bapiíjt.  £uigcj.i,b.%. 

Çasde  recurfo,  que  lhe  embargaífea  pena  merecida.  A- 

tenacidade  do  animo,  dilleião  muy  tos  Politicas,  fer,  a  que 

obrigava  aos  fubditos  a  intentar  femelhante  empreza :  aíTy    4  7#  ">""W  7};rr'" 

O  í.  J     lum  L/num  tique  aj  tSJnttgo- 

o conheço  ;  mas  também  alcanço,  nãolerem  todos  como  numhofttmdeduBum,  cumqui 

rr*.  ^->i  •  r  j  •/•  i     r  deduccbjntboYtBri\uibcuoc(Tet 

1  hcocritoCnio,quencandoprilioneyro  de  ieus  contra»  animoveiict-,  dictbantfore%t 
rios,  lheaíTeguravãomuytos  o  perdão,  íeelle  opedille  a  *******  •*«*%<>** 'çcukspr*- 

'O  J  L  >  l  Jetitjretiir,v.rJiam  nnptlrai  ttf 

Elliey  Antigono;  Sc  antesquiz  confervarfe  na  arro^an-  intamoUpcricuio pojitusadi- 
cia,doquenavida.  4  As  ondas  empoladas  dos  ventos,  qtiefntLft,  de/La,,»,  efc 
mays  as  anima  afubir  os  penhalcos  a  que  fe  arrimaõ,  do  dixitjtqmdemaiurumjinu- 

J  -1  '  -,  •*  gonuitiniumhabcrctoccu.um. 

queascorrentes,  que  as  levao ;  as  valias  aque  le  acoítáo  Cujutvtrhuacrímomaymotu* 
muytoslhc  infunde  oeípirito;como  aoCavalleyro  Ro-  ^jtTdtti^^' 
mano ,  que  confiado  em  trazer  conuVo  o  ovo  da  Serpente,    *  ttin  <<£<»■>,& i»ft*  '"»i 

,  .  _,         i-         »  n  r>     fuii  EquitU  Romani  damiat>ot 

teve  valor  para  contender  com  Cláudio  Augulto.  5  be  dum  coram  audio  jiugun» 
a  Águia  não  tomara  fobre  fuás  azas  a  Ganymedes,nunca  fe  to*«-«-N«A/«*»/.//*- 

O  y  '  cmngcliareòerpet.tii  ovu»uju- 

originarão  os  delprcfos  á  Deofa  Juno.  ferftnhue  mtutyquodeoim- 

vcn:f.cut  wtcijscijujj'ui  íí?. 

Manet  nltci  meme  repo/itum  Uemih. 

Judiciam  Taridts ,  ípreta  que  injuria  for  ma, 
Etgenm  inVifum,  &  rapti  Ganymedis  honores, 
VirgdtJib.i. 

H  61   Atrc- 


$s       o  príncipe  dos  <pat.  tomo  n. 

61  AtreveíTe  o  rato,  a  acometer  a  tromba  do  Elefan- 
te, quando  o  vê  dormente;  perde  o  medo,  quando  o  expe- 
rimenta infenfivel  j  a  falta  de  virtude  he  letargo  das  poten- 
cias; fem  ella , todas  obrão  remidas ;  Sc  não  julgou Domi- 
ciano  por  animofos  aos  dous  tr«iy  dores ,  porq  os  conhecéo 

e  Nd«!CMMí*ear«»»»we- fem  virtude  i  6  aíTy  íepci  Juade  o  vulgo ,  como  o  ícmio 
ir»Domitunú  conflirivcrant,  Donuciano.O  Leao,lendo  o  Kcy  dos ammaes, he acome- 
«uiia  re  Lhmtianuf  magu  aá  t^0  ^  Leontophonommas  he  em  parte,onde  naõ  nafce  a 
impudica  eftnorat.  Puiav.t  erva  Sazinga  cujavirtude,  dizem,  fervir  derefguardo  ao 
t»diti*,tfa»iJivigor,*e*ir.  Leão,  para  que  o  nao  íegue o po, que  levanta  o  Leonto- 
tuímauerent.  Uemtbi.  Dhonon.  7  O  pò, que  levanta  o  vulgo  para  cegar  o  Prin- 
in  t.sètmn.  fé/funis.         cipe,  íao  os  contínuos  enganos  de  que  vive ;  para  feu  rei« 

guardo  íe  iníiituiraõ  os  tribunaes ;  &  quando  os  Principes 
julgáo  á  reveria  dos  miniítros,  facilmente  fe  enganão :  pa- 
ra anão  feni  enxárcia,  he  todo  oaltomar,bayxo  perigo- 
ib.  Em  o  mar  faz  a  corrente  do  rio  diftinçaõ  de  agoas, 
quando  leva  muytas  j  o  mar,  todas  lhe  comunicou  ,  8c 
porquerepartio  muytascomelle,feachaorio  com  cabe- 
dais ,  para  entrar  no  mar  com  íoberba :  naõ  alíy  o  regato, 
paga  o  tributo,  rende  a  obediência,  &  o  maysa  que  chegâj 
he  a  murmurar  deíóra :  O  muyco  valimento  he  como  as 
muytas  agoas;  &  naõ  achou Tracenfe  nos  Cidadãos  de 
Apúlia, quem  íhefize-fe  oppofiçaõ  aogofto,que  tinha 
emaugmentar  as  calas,  íenaõ  aprivança  de  feu  criado,  a 
quem  havia  dado  o  ílcio  neceíTario  para  a  extençaó  delias. 
De  muytas  pedras, &  dehúa  fó chave  fe  compõem  hum 
edifício  j  aíTy  a  republica,  de  muy  tos  homés,queobede* 
ção;  8c  de  hú  fó  fenhor,  que  governe. 

62  Bem  fe  alcança,  naõ  perdéo  oSolamageftade, 
2  neiuxitumfoam  perime*  em  retroceder  o  curfo  a  petições  de  ífaias;   8   antespro- 

<w.  quibus  iam  àefcenàertt  in  1  t  j       J  -  j       r»       r  i->  r 

torcVogió  Jiifá'r  vou  de  monarcha,  em  obedecer  as  vozes  do  rroreta:  Li- 

4- Rtg. zo. vsrf.  11.  te, para  faudede  Ezechiasfez  adeprecaçaõ,&  para  efte 

efieyto  fez  o  Sol  o  regréífo.  Se  a  perfiitcncia  da  ley  he 
nociva  á  republica,  toda  a  mudança  ferve  de  firmeza.  Nem 
todas  as  leys  criminaes  dos  Romanos  eítavaõ  efeulpidas 
em  laminas  de  bronze  j  nem  todas  as  leys  civis,  em  folhas 
de  taboa  :  r.eftas ,  <e  liaó  as  Leys  Emilia ,  Orthia ,  Fannia, 
Furmentaria ,  Sc  a  Ci  chia ,  que  era  criminal :  naquellas ,  fe 
achavãoa  Cornélia,  a  Apuleia,&  Lacinia,que  era  civil: 
aeferitura  em  taboa  muda-fe  com  o  tempo  5  aberta  em 

bron- 


EMT^EZJ    111.  59 

bronze,  em  nenhum  tempo  femuda ;  ofer  irrefragavel, 
nem  em  todos  oscazoshe  deeflencia  daley.  Também  íe 
deyxa  ver  ,que  o  Sol  fezo beneficio, porquelfaias  inter- 
pôs o  íeu  merecimento  :  haõdeíuprir  algúas  vefes  osler- 
viçosdo  interceílor,  asfaltas  do  intercedido:  As  feridas, 
que  Marco  António  Orador  tinha  recebido  emdefença  9  ^ccupanu  -M.^quúim 

r  -     i_  ~   1  j  i  ..  »  -i.  r  rePe,UKÍ->r>im:iJcH,pa  ufm- 

da  pátria,  nzeraoabloJver  da  culpa  a  Marco  Aquiho,el'  cercpccunUmpubi,/»  trata/- 
tava  condenado  á  pena  de  ulurario ,  Marco  António,  que ^ZZÍ^Z'"'^  '•"«'""L" 
lhe  foliei^ va  a  cauta, vendo-o entregue  ao  caftigo,deíco-  3ui eiwc auf*m àefendebat,— 
no  opeyto,&  nelle  moltrou  ostinais  dos  golpes,  quc^M^B^j,^ 
offerecidos  pelo  crime  de  Aquilio,lhealcancaraó  o  per-  —i*?*-*i**  *]>&«*,?» 

*■  *  ri.  *  •    fa:"a exceperat  ,  qitibus  mott 

daõ.   9   O  que  detém  em  Deos  oc2Ííigo,em  os  P rincr judicerjiatimeumabfiiverint. 
pes  ha  de  fufpender  o  golpe.  Muy  tas  foraõ  as  veles ,  que  a   ^T%\™v££'(maUcuti 
fantidade  de  Moylés  valco  aospeccados  do  povo:  nias/'"""f,"'•',r*,Dom",í>-^t'■'f'', 
com  eítacircunitancia,queprimeyro  o  povo  te  cometia-  vbqus  Moyfe*  ftopopuio&c. 
va  culpado ,  do  que  Moy fés  empenhaíTe  o  valimento,    i  o   AWi"» *••  »«tf  ?• 
O  Príncipe  compadeceilè  do  humilhado;  odebayxafór- 
te  empenha  a  efpada  no  rendido. 

^í/o  qtúfque  ejl  maior ,  m agis  ejl  placâbilis  ira: 

Etfaciles  motus  mensgenerofa  capit. 
At  lupm ,  &  turpes  inftant  morientibiu  Urft, 

Et  cjucuumque  minar  nobilitattfera  ejl. 
Ovtd.^.TriJ}.^. 

63  Confiado  marcha, quem  com  toda  a  preparação 
íahe  ao  campo:  pertende  o  perdaõ  com  juftiça3quem  mof- 
trafentimento  de  haver  caidonaculpa.O  reconhecimen' 
todorèohefuplicio  anticipado:efte,baítou  a  Egas  Mo- 
niz, para  que  EIRey  Dom  Affonço  deCaftella  o  abíol- 
vcfíe  da  prometia,  que  tem  coníentimento  delPvey  Dom 
Aífonço  Henriques,  lhe  tinha  feyto  em  o  cerco  de  Gui- 
marães: Com  cordas  ao  pelcoçoíov  o  Moniz,  &  toda  lua 

r        ...      .  r  1       _»    i  í  n      1      ^    n     11  J  "   t*tuminSt*aUticta\ 

lamina  lançar-ie  aos  pes  daMagettade  Caitelhana  jdeu-  égernur  inter  PbMppi,fiiiu 
íe  cita  por  fatisfeyta ,  vendo  ao  agreíToríentenciarle  a  fi  ^^SSSmí 
próprio.  A  mays  fe  eftendéo  a  piedade  do  Senado ,  perdo-  "  itfe»fionu  tAwfw  *«  w- 

1  1  J      r»1      ir  TJ  1      *  /f  1         •  1  ta  crimina,  quaverepêtri  obti- 

anao  as  culpas  de  rhiilippe  Key  de  Macedónia,  pelo  pe-  tieb»»tur  :idmififfevidchaturt 
jo,  que  delias  moiirou  ter  leu  filho  Demétrio,  quando  xcrum «'"?  fr^ior' 

'  »  ,  ,  '    T  mentir  crubuerat,  Ucxr: 

lhas  relatarão  os  juizes;    11   condoeraó-tedo  tronco, mo<  *e&au  matm fenatt* ** «««- 

i         .       1  .  r      tv.1     -    1"    •     1  "i       fationibusiprumpatrêlibcravit 

vidos  das  l.igrymas  dogarío.  Mao  le;uigou  por  temenda-   idemBa/tipFtt^ofjiifM^ 

H   2  de 


ri 

ia 

min- 


6o  O  PRÍNCIPE  DOS  TJT.  TOMO  12. 
de  querer  CaíTandro  defpenhar  a  pédra,queerahúmon« 
te  na  grandefa;  achou-a  deiamparada  da  terra ,  &  animou- 
fe,aque  íóapodeílèmover.  O  Príncipe  faltodereípeyca 
hecoino  afortalera  íemprefidio.  Oquefempre  foy  abo- 
minado, he,  pertender  a  pertinácia,  redufir  a  inteyreza. 
Confiado  nacalidade,  ou  no  prcílimo  emprende  como 
Jaíòn,  &  Tiphis  dominar  05  mares,  &  reíiílir  aos  vemos. 

Triftis ,  Hyad<M)  rabiemque  noti,  infames fcopulos , 
Jcrocer 'amua ,  S>  mareturbtdum  Jicisocculisprojpicientes. 
Claudianits. 

Ou  como  Bellorophonte ,  eftabellecer-fe  no  ar,  quando  fe 

viopoftoemocavalloPegaíTo:    12   não  lhe  afligindo  de 

»i  Beiioropho»  i*fihn,  ?c-  forças  mays  do  que  a  razão,  que  ti  verão  os  Gigantes  para 

itJ^toTcZfl  °fftndcr  a  J uPiter'  4ue %> náo  fc  ^omodar  com  íeu  gof- 
^iudaces,  c  Temerarj/.        to  as  levs,  que  deu  aos  de  Athenas. 

TentaVere  Cnefis )  olim  detrudere  mundo 
Sjdera>caj)tivii]ue  íovistranferre  Gigantes 
Impertum,  &  Vicio  leges  nnponere  mundo. 
Auwr  Jfctbnx* 

Fazem  algús  todo  o  fundamento  de  lua  inflexibilidade, 

em  que  fendo  viflos  refiftir  aos  decre'tos  ,os  tenháo  por  fu- 

blimesjcomo  Empédocles  Agregentino, que  fe  lançou 

em  as  chamas  do  E  thna ,  para  que  imaginaífem ,  affiitia  t  n* 

.,  Hmpthtu,  uSgrígenti- tre  os  Deofes.    13   Que  a  virtude  dos  mays  íe  regulaíTc 

mu  Poatai*  EthnamfecSjccit,  peJ0  feu  procedimento,  foy  toda  a  anciã  de  Mixus  Sacer- 

uretur.Ravifmubifuf.titui.  dote  de  Diana  ;  &  queatrauta  de  Apollo  íeartinaiíepela 

arrogantes.  fua  frauta,  afpirava  Maríyas:  nas  cearas  levanta-ie  febre 

todas  a  efpiga,que  he  falta  de  grão :  nas  republicas  fó  per- 
tende  femelhante  excélTo,quemcareíTe  de  conhecimen* 
to,  ou  quem  tem  amor  apropria  culpa.  A  que  todos  ado- 

«4   Mifinfim  Tonam  de  ™ffem  a  leuidolo>  folicitava  Ezechero  j  também  a  Apòllo 
Culta  Dccrttm.  convidou  para  a  adoração,  quando  o  vio  em  Athenas:    1 4. 

a  todooalvidriodefeja  a  contumácia,  reduzir  a  leu  parti- 
cular gofto:  até  áfantidade  de  Bento  quiz  trazer  aícufe- 
quito. 

Ó4     Não  fez  a  Lua  mayor  excélTo  pelo  logro  dopaf- 

tor 


E  M  P  \  E  Z  A    111.  tf| 

íorEndimion,  do  que  osMon.;esfizeraó  pela  conferva- 
çaõ  de  Teu  máo  cuitume ;  poreíie  ,menofprezaráo  a  com- 
panhia de  Sào  Benco  j  afly  como  a  Lua,  que  peio  paftor  ef- 
timou  em  menos  a  habitação  da  Ceo. 

TSLudm,  &  Ev.dimhúon  ^htén ,  ccpifjeferarem 
Diàtur  j  &  uudie  coiicubrajje  De#, 
Qroperúuóltb.  2. 

Hia  o  Príncipe  dos  Patriarchas  afíbgândo  aocufiume, 
com  a  innundação  de  feu  efpirito ;  &  os  Monjes  achando 
menos  a  permiílaó ,  derão  vozes  de  magoados ,  com  mays 
fortuna  do  que  Hercules  j  porque  elies  tornarão  a  deíki- 
mergirao  feu  ídolo  ;&  Hercules, por  mays  que  chamou 
pelo  feu  amado  Hylam  filho  deTheodamanto,  quando 
asagoas  lhofepukaráoemafurna,  nunca  maysoviodos 
olhos. 

%urfiu  Hylam,  ©  rurjtts  Hylam per  longa  reclamai 
Avia  refyonjat  JiivU,  &  Vaga  certat  imago. 
Idem.  lib.  i . 
Entregues  ao  amor  de  fua  relaxação,  emprenderãc,  que  o 
Principe  dos  Patriarchas  íeguifiè  feus  afle&os.   Veneno 
Jhequilerãodar  na  bebida, com  que  ofizeíTem  mudar  de 
inclinação:   i?    a  fimdeque  o  jordaóretrocedefleacor-        „  ..  .        ;. 

rente,  qucriaõieparar  asago2s  do  mar:  16  que  faltaíTe  txtium,quòânaiurlmejw,cui 
aSao  Bento  oeipuito,  para  que dey xaile  acorrente:  ou  nfLa:ir(u,.!;„^iiugcr:aj-a-- 
que  o  Sol  Monaftico    17   paraíTe  em  o  curfo,  para  que  hVtne»um. 

n  cr.      n  r  A   a.       X  ,6    M*reviditt$fugitt&tH 

-asbltrellas,que  eraoos  leuspreceytos,  ioitiveiiem  a  ac«  jorã^uquia  eo»verpa  eire- 
tividade.  Naó  prometéo  a  feyticeyra  a  Virgílio  menos  ^fTà!í{Íil^MÍJeS. 
fortuna  a  feus  encantos,  doqueeítes  Moniesconíiavaõde  Beneiiao)  per  quem  ^ 

r  a       ■  J  t  „     ,     congregam»  illiiftru  ubtque  rc- 

lua  altucia,  que  era,  retroceder  a  corrente  as  agoas ;  K-as  àiw^anquam  Lunaper  soie. 
Eftrellasdeterocurfo.  k^j^Á'^'^ 

Htecfe  carmbiibta  promittit  foiveremfíUes7 
QtiM  Velit,  ítjl  díji  dtrcvs  immtttere  chias, 
Siflere  aquam  fiuVijs,  ʣ  Verterejydera  retro. 
^irgil.  4.  ÀEneid. 

65      AogenerofoLeaóNurfíno,  que  era  Sào  Bento, 
pertendiaõ  foiier  o  movimento, &  defviar  do  caminho? 

H  3  Foy 


62         O  PRÍNCIPE  DOS  VAT.  TOM.  11 
18  rgteriâaximujrtimEe.  Foy  o  Príncipe  dos  Patriarchas   18  caõ  velloz  em  o  fe- 

tleji*  tuliiairntu.&orma  Re-         /  *     , 

Ugionú.LcgiiiatorcxccBentijri- axxito  da  virtude ,  que  no  tempo,  em  que  Chrilto  corria 
:ZZeToí:;lu:Xíar  «m  arreba  tados  pálios ,  então  o  leguio ,  &  conleguio  São 
■UvetuettuRoUuviud.exfami-.  Bento,    i  9   Acomoda-le  Chrifto  com  as  forças  do  cípiri- 

lia  Carttifiana.inlaciculo.tcm-  i      I  ,  i<  •,       r     *    . 

*eri„».  to,  que  tem  cada  num  daquelles,  que  ointentao  ieguirj 

,9  curretê  CbriHum cur.  &      ra  hus  uza  <]e  vaarares  do  paflcyo  i  &  para  outros,  das 

ácftititydonectoxfequeretur.    detençofas  paliadas, que  con>  opezodaCruz  deu  como 

.i  Partis  Damianus  m  fitrm.  i  •     i         j  g~\ 

Sa«8i Bentdim.  homem  j caminhando  coma  Cmzparaque, quem  ativer 

20  siquUvuitvcmreponme  0  pofla  leguir ;   20  detendo-íe  em  o  caminho,  para  dar 

alncget  ftmeltpfum  ,  tf  fsfl,»       *  fc>         ?  r   n      j  £ 

Cruccmfua», ,-dfcquatur me.  tempo  de  o  acompanhar,  a  quem  toiie  detençolo  em  le 
Maitb.  16.verf.t4.  reíoiver:  porem, chegado  o  tempo  em  que  S.  Bento  cur* 

fava  a  carreyra  da  virtude ,  apreflou  Chrifto  o  paíib ,  por- 
que Saõ  Bento  naõ  tinha  quem  lhe  cauía-fe  vagares:  ao 
pezo  da  natuieíademinuía  a  gravidade  aafliftencia  doef- 
piritode  todos  os  juftos,  que  habitava  emSaóBento;  8c 
para  quem  voava  com  tantas  azas ,  neceííario  foy  ,  que 
Chriílo  caminhaíTè  com  aquella  préíTa. 

66  AefteCervoligeyrohe,aquemaquellesfubditos 
queriaófervir  derémora,  para  que  detendo-lhe  o  fervor 
da  fantidade,  profeguiííem  na  póíle  de  feu  vicio.  A  Chnf- 
to  pofto  em  a  Cruz,  diííeráo  os  judeos  ,que  fe  defceífe  del- 
ia, o  reconheceria©  por  Deos:  21  em  quanto  o  viaõna- 
».  sumut  Deieft,  àefan-  <lUc^e  Lenho  ,cftaváo  pertinafes  em  feu  ódio ;  fe  o  viíTem 
àatdeCruce&credimusei,     deyxaraCruz,  prometiáo  mudar  de  aflfe&o.  Equemavs 

agrado, ou  conveniência  achavaõ  em  Chrifto  deyxando 
de  morrer ,  que  acabando  de  elpirar  ?  O  leguinte :  Chrifto 
confumando  a  morte  de  Cruz,  deftruía  o  peccado  do  mun- 
do j  Sc  deyxando  de  morrer ,  ficava  permanecendo  o  pec- 
cado: poíto  o  decreto  de  que  Chrifto  morreífe ,  fe  o  não  fi- 
zera, naõ  ficava  o  mudo  redemido.  Poisdifleraõosjudeos: 
Para  o  admitirmos  em  noífo  fuperior ,  ha  de  mudar  de 
ii  Jtia*i,yu,ajíiii  iníqua  oceupaçaõ ,  defeftindo  da  virtude  com  que  nos  tira  opec- 
[fríl°r^TfJirfum'R  Re~  cado,  para  que  fiquemos  vivendo  com  a  culpa:    2 2  fe  nos 
ittpeceoto  per  man/uri  acomo-  quizer  imperar , naõ  ha  de  dar  complemento  a  ley  \  a  efta, 

datiutfibi  cxiili-nubant  domi-  i         J       J  «  CV  '  •  f  J 

nmm  Pater  Rod.ncu,  de  tf  ha  de  dominar  a  nolia  pertinácia,  para  que  le  veja  ceder  a 

ZXlZ^C^t  ma8cftade»  a  »oíío  g°fto-  Semelhante  acfta  petição  do 

Calvário, foy, aquefe  intentou confeguir  no  niolteyro; 
mas  nem  hum,  nem  outro  Leaõ,  ode  Judá,&  ode  Nurfij 
moderarão  as  forças  3  porque  a  contumácia  naõ  iefiringue 
aopoder  independente.  Chrifto  não  neceíTitava  da  ado- 
ração 


ÈMPKEZjt    Ul  44 

ração  dos  judeos,  para  efíabelicimento  do  cetro  ;  nem  São 
Bento, da  acey  tacão  dos  Monjes, para  apóffe  do  mona- 
chato-.&o  poder  de  hurn  Príncipe, fona  dependência  íe 
conforma  com  a  contumácia.  Humilhou-fe  Chrilio  em 

ÍUa  Payxáo  á  Vontade  dos  jlldeOS;     25    excepto  aOS  rÒ-    uTradiditqttevelunWieo- 

gos  daquella  petição:  poderoio  era  (Jhriíto,  para  fedc-r*""'   *'•**•'*' 
iender  de  mays  contrários,  mas  como  dependia  dos  judeos 
para  padecer  a  morre ,  8c  náo  para  poífuir  o  Reyno ,  o  po- 
der, cjue  na  exençáo  triunfou  da  contumácia ,  rendeo-fe  a 
ella,  na  dependência. 

67        Com  a  íingular  agudefa ,  com  que  os  Eícritores 

da  llluftre  Companhia  de  J  ESUS  cultivarão  as  letras, 

delcòbre  hum  fogey  to  delia  ,  que  os  intentos  deíles  Mon- 
jes íoraô  pertençóes,  a  que  em  íeu  tenipo  fuccedeííè  o 

meímo,que  nos  dias  de  Ezechias,  ou  Jcfué  j  mas  que  íe  en- 
ganarão na  pertençaõ,  porque  Saõ  Bento  naõ  era  como  o 

boi  material, para  que  podefle  fazer  regrefib,ou  deter  o 

curió.    24  Naõ  chega  a  ver  tanto  a  agudefa  do  Lince, 

quanto  penetrou  o  engenho  defte  Padre.  Gimpulío,que    ?í  Pater  TranfcifeuiToien. 
ol,  iigmhca  o  movimento  corporal  porque  nos  w;,to4§? 

movemos  j   25   &  poreíte,  nunca  fe  governou  o  Sol  Mo-   as  Gemenknu/in muitu hei* 

naftico:  o  corpo  de  Saõ  Bento  nunca  deyxou  de  fer  fe- 

nhoreado  docfpirito;  anaturela  naõulou  nunca  de  luas 

forçasjasdafantidadeeraõ  asqueomoviaõ.   26   E  com 

razaó  diííe  o  fútil  engenho,  padecerão  engano  os  Monjes,   z6  ^T^T^ISw! 

intentando,  fizefle  Saõ  Bento  péacraz  na  obra  a  que  ha-  diBieretquafifaccut,  .«<•</ 

,     ,  .       .     .  r  \      r  r  r    cipIiit*tur.&reichturJ!idlp 

viadaoo  principio,  paraqueíe  acomoda-ie  com  leu  gol-  nÇ,i.ir  d/x<íb«/- 
to:  porquexomo  a  Saõ  Bento  não  obrigou  a  naturefa,náo  H?}°£ue£i CU!''    '"  , 


non 

» 


o  podia  dobrar  a  pertinácia.  Pcdio  Adonias  a  Bethfabee, 
ntáydeSalamaó,alcança-fe  deite,  odar-lheporefpofa  a 
Abifag  Sunamitis  lencarregou-fe  Bethlabeedeopcdir  a 
fcalamao;  tezamayorogoaohlno,oqualem  lugar  da  eí-  smumit^  ^jjjwuji 


pofa,  mandou  dar  a  morte  a  Adonias:  27    SoubeoSuccr- ""'•    ..        /'" 
dote  Abiatnardeltecafoj&  ficou  pezarofo,de  ter  ííJoini-  tccidetur«Adow*t. 
migodeSalamaõ.   28    Era  AbiatharhumdosqueíeCGiv-   U  J^J  »w 

federarão  com  Adonias, contra  Salamaõ;    29   mas  fe  até  s*ctrdotp*nituitfcvide,  «> 

n  r   •  ai  •      1  1  >  »     1 1-       1  quodeffaimmicusS* 

eltetempo  conipirava  Abiathar  contra  o  l\ey  ueliraei  &fecu  ■.  odium  .•;/,- 

comprofiados  defprefos,como  agora  dcfiítcdefua  con-  — £  , 
tumacia,arrcpendendo-ledoerro?Foyacaufa:  Vio  Abia-    'n  ■"■'"'' 

;  -      t     ■  (         n     1  -  r  dotem,®  JetbfiitimÒJtfiJt. 

ti)ai,qucnaoubngouanatureia  abalamao,aqueíavore-   nÍVC,j lt. 

ce-íe 


o>  O  1%1NCI<?E  WS  <PâT.  TOMO  21. 

ce-fe a  Adonias,  porque  Salamáo  a  fua  própria  mãynão 
quiz  conceder  eiie  favor^  &  achou  Abiathar,  não  [cr  preí  • 
timo  a  contumácia,  contra  quem  náoobrigava  anarure- 
ía.  Para  que  Salamão  ie  dobr^-fe  a  ttmer ,  ou  a  amar  a 
Adonias  ,íoy  toda  a  pertinácia  do  ódio,  com  que  iecon- 
graçou  Abiathar ;  mas  eníinou-lhe  Salamáo, que  não  va- 
liaa  contumácia,  commoítrar,  que  para  com  cJIe  não  ti- 
nha forças  a  naturefa.  Como  Salamão  foy  São  Bento,  & 
tem  de  ler  todo  o  Principe;  mas  não  forão  como  Abiathar 
os  Monjes; porque  efte,deíiftio  da  contumácia, &  os  Mon- 
?o  BcHutiBtudbbM  Be»e'  jes  peííeverarão  nella.  Sem  fruclo  ficou  o  empenho;  não 

diluis  donum  grati*  ^quodjc-  .,->  ir     rt   •        •  •!       « 

€cper*t,muh>p!icijvit,  quando  inoJeitou  ao  noílo  Príncipe  a  caviiação ,  porque  São  Ben- 
ZZT^ãTfZ^.  tofbyimmovelatudo,oquenáoeradeDeos;  3o  &co- 
amfmheioegita»in,<t,quan-  mo  tinha  a  Dcos  de  fua  parte ,  tomou  oCeo  áíua  conta, 

àoKihilprapcfitit  Diz;na  Cb3-  r  I        1        I  • 

tiuxi.  d,x«  neouVirgoMa-  relguarda-Jo  dospengos. 

tia  atuJ  ò.inFiam  Brigitam lib. 
j.  hcvel.  op.\o. 

0  nmúum  dilecle  Veo ,  tibi  mditat  JEtèv^ 
Et  conjurai i  Veniunt  ad  Clafjia  Ve?iti)  , 

CUudian.  tn  Taw«.  ad  Honor  mm. 

o 

68  Os  Monjes  nãodeyxavão  de  conhecer  a  efuma- 
ção ,  que  lhe  reíultava  da  companhia  de  São  Bento  ;  mas 
podia  com  elles  mays  ogofto,que  ocredito,mays  ccuf- 
tume,que  a  reforma  ;  querião  viver  com  ocuíinme,  por 
ley^  &  por  ceremonia,  com  São  Bento  j  *  firmando  o  co- 
ração no  mundo,  quando  defejavão  teraSaõ  Bento  por 
•  BeninacesJAmaMmag<f-  paftor;  não  os  reconhece'o  Saõ  Bento  por  vafia]ios,por- 

tramhattnt  volunJttem  luam.  J  -       r       ~  "  11        r-»    /*  •  ^L    -n 

*ch  Rfgui*m,»on  abatem.   <3ue "c  coração  ienao  união  com elle.  Ueiviou  Cnniioa 
u.Bcrntrâ.fue.c»m.fcr.i9  cabeça  da  parte  efquerda ,  ondeeftava  crucificado  Geftas, 

&inclinou-a  para  apartedireyta,  onde  eíiava  crucifica- 
do Dimas :  foy  o  delvio  repulia  a  peiTóa  de  Geílas ;  foy  a 
„  ,.  inclinação  reconhecimento  á  peílóa  de  Dimas :  a  efte ,  a- 

?i    HodiemccumerisinP».  *      .     .  /r  1 1  - 

raJi/í.Luc.  xyverf.^.        ceytou  Chriito  por  vjiiàllo ;    51   ao  outro, nao  o  rcco- 

nhecéo  por  fervo  ;  porque  Gefbs  crucificado  á  mão  ef- 
querda de  Chrifto,  ficava  com  o  coração  virado  para  o 
mundo- Sc  Dimas  crucificado  á  mão  direyta  ,  ficava  com  o 
coraçãovirado  para  Chriito  ;  nefie  modo  em  que  ficarão 
osdous  crucificados,  fevia  oarrependimento  de  Dimas, 
&  a  contumácia  de  Geftas  jacontumacia,  em  fugir  com  o 
coração  de  Chriftoi  &  °  arrcpendimcnto,cm  lhe  f  zer  en- 
trega 


E  M  <P  %E  Z  A    111.  6$ 

rregadelle.  A  Geftas  entregou  Chrifto  ájuftiça;&aDi- 
nvàis  íocconéocoma  milencordia  :achou-feChrifto  obri- 
gado a  ira  vorecer  como  Pay,a  quem  fe  unia  com  elle  de  ve- 
ras j&i  a  caliigar  como  Senhor,  a  quem  o  acompanhava  íèm 
afedilidadedeanngo:  Em  companhia  domayor  Monar- 
cha  fe  achava  Geitas  no  Calvário-  &  companheyros  do 
Pnncipedos  Pacriarchas  eráo  os  Monjes  na  claufura;  para 
comeítes,  foy  São  Bento  hum  Elias,  íendo  para  com  os 
tnays,  húMoylés  j  para  todos  era  omays  brando,  &  para 

COtll  OS  de  vidadiílolutafoV  S.BentOOmaVSrJPUrolÒ:     22     '*■  ^'Xteriaremeonverfa- 
.      c  ,  1  "   ,  »      .       r'.   .     °  g-C  r    ,wnew  ,í1tu  «'«iijmw,  totiu 

da  ionte,dondetmanoutodaapiedade,iahio  contra  Gel»  cxewpiuru  ,  /,««./„  tham*n- 
tas  ajuftiça  ;  excluirão-nos  do  favor,  porque  os  não  co-  T:*i?ã"£ipTfutíUf,-\  ? 

/  í      '  'li  oviiim  Lhrilíi  Piijtt-r  vigiiatif- 

nheCláopor  domefticOS.  fmiu.quiaamoreDtiniHlui- 

,  (1  '  *    v '  »        1     Ti        '    ■  1  qttam  trupofuit.  Etiamen  cum 

69  rareceme,  que  a  imitação  de  buzins,  que  de  to-  Utu  exigcbat,Zeio  difdpu** 
dos  os  que  hofpedava  fazia  iàcrificio  a  íeus  ídolos,  23  acc^pa-v^orun,,,^ cor.. 
afty  os  Mondes  ointentarão  fazer  do  novo  hofpede, ao  m.  \-àev>ru  iiíufirib.vràinu 
ieuantigo  cultume.  Agradar  adinerentespeíioaspeiten-  ,,  iBote*pore?veiR'ex',vd 
diáo  os  Monies  em  lua  vida,  a  Deos,  &  ao  mudo:  com  am-  P*im,  ^ra""M  *«f '« .  /*« 

'  .  Dijskejpjt:t  tnimoiãbtt ,  ciuem 

bos  queriaõ  comprazer  de lorte, que íeuexercicio correi- //;•*»» Neftum,peritent,tíc. 

drr  '  11       J  '      r      D  <ylui.Ub,v%.  dcCiv,  Dei. 

etie  nas  acções,  com  aquellesdous  extremos ;  naole       tí* 

lhe  rectbéo  a  offerta ,  porque  Deos  a  náo  acey  ta.  Abel ,  & 

Caim  fahiráo  a  offerecer  viótimas  a  Deos ;  poíeráo  o  fogo, 

abrazarào-fe  ambos  osholocauftos,mas  náo  agradarão  a 

Deos  os  facrificios  ambos:  em  ode  Abelemprcgou  Deos   '4  Rrjpexit  aurem  Dominut 

.n  i/->-  -  r^  11  tD.  aã  *A.fol ,  2?  ad  muncra  e/tu  ai 

a  vilta;node  Caim,  nao  pos Deos  os  olhos:  54  naorece-  çaim vero ,&  ad  muncra  cju* 

bèoDeos  a  offerta  de  Caim, &  aceytou  a  de  Abel, por-  "°"n'-%e*'1\rr    «< 

que  o  fumo  do  Iàcrificio  de  Caim  terminando-fe  aoCeo, 

■vinha  a  fenecer  na  terra  ;  &  ofumodo  facrificio  de  Abel 

fó para  o Ceo  fe  encaminhava:    ^K   em  femelhantes  ac-     n    Moxprotimvehumi» 

c  r       1  r  •  1        rr  n  «/ara  afcendu  conbuUm  fu- 

çoesera  o  turno  iinal  reprelentativo  doatíceto  , com  que  ^^^««.-«rcwMrj/w/* 
feofferecia  a  Deos  oholocaufto:  &  moftrava  Caim  o  a-  "'nev**Z£Íl?«Zfui*£ 
mor  dividido  com  Deos,  &  com  o  mundo  j  &  Abel,  que  mn,»iytnp?M*>idi**w*t>Vi- 

pi  T-V  r  1  A         1  1      /  i'    ílorinuilib.  ia  Cienej;  ia   í»ita 

io  amava  a  Deos,  porque  o  íumodemonltrador  deicu  aí-  Ê;egi(,. ,,,. 
fecio  fó  para  o  Ceo  iubia.Com  repartições  no  afle£lo  per- 
tendiaCaim  fer  agradável  a  Deos ;  &:  os  Mon)cs,a  S.  Ben- 
to: não  fe  humanou  á  deprecaçáo  o  Monaicha,  nem  íe  in- 
clinou oPrincipe  ;  cm  lugar  de  agrsdocorrefpondcráo  có 
defprcfos:  abrirão  as  portas  da  juftiça  ,  quando  intentavão 
fazer  patentes  as  do  valimento  ;  puxarão  contra  fiatfpa- 
da  doiigor,  quando  emprendiaõ  movei  paia  fia  do  poder. 

I  70   Ne- 


66  O  PRÍNCIPE  WS  PJT.  TOMO  11. 

70  NecciTario  era  aos  Monjes  fazerem  híía  def- 
união,  paraíè  unirem  com  São  Bento  ;  rx  as  errarão  na  el- 
colha  5  porque  havendo-le  de  dividir  de  Lot,  como  íez 
Abrahão,  elles  a  ti  mefmofe  dividirão,  como  fez  Ruben. 
Defpois  queAbrahão  fe  apartou  deLot,  logoDeos  lhe 

16    Viy.it  Donimu  ad  ^/3bra  ,  r         •   \     3        \      r        i    r  J  ■  ,  .  (r 

baw,Pofiq:,amd,vfHi£nabto  promereo  a  prolpendade  de  lua  deicendcncu  :   63    Aíiy 
L.ot:tev»eccuiotiutti®mdc  coino  Ruben  dividio  os fcus 2rTcâ:os,  começarão  os  pran- 

W.Omnemlerratn  ,qiuiii  conj-  *  7;        . 

picutibidabotVfeminithouj-  desde  leu  Reyno  a  entrar  em  contendas.   37   Lot  íigni- 

queinfempiternum.  r  r  1_  J  .  .       '  O  v 

Gí»f/i,.Ver/í4.efu.     nca  o  melmo,  que  o  homem  atado  a  outrem  :   30   a  von- 
l7    Lw.ftu cor.tr*  Ruben  tade  ligada  ao  terreno  repreíentava  Lot :  &  deípois  que 

magyammornmrepertacjlcon-        -  O  ^  *  -  *  -1 

n»fio.jud,cumcjf.s.rerf.\s  Abrahao  iedelumo  deite  atkcto,  logrou  toda  aroirtina: 

ctwíuTc^nn-:.  ""'^'^  a  do  Ceo  nâo  íe  g™™™  corn  a  do  mundo ;  divizoés  de 

affc&o  forãomuyras  veies  fcguranças  do  poder  terrer.03 
masnunca  logro  do  Divino.  O  mundo  ,comonãohever- 
dadeyro fenhor de noífa liberdade,  confcnte,  como  con- 
lentiaa  mãy  fupotta,  nocazo  de  Sahimão,  que  íedividiíTe 
19  Econinrio  itia  dicãat:  ofopeyto.    20    Deos, como  he  legitimo  Senhor  de  nofíò 

hecix,bi,nectibifit,fed  divi-      i     •   ,    •  -  J     J  -  c 

tihur.) .%;.,.  alvidno,  como  a  may  verdadeyra  nao  comente  parti- 

<c ,!)«,,  ,?,„,„  mu}nr   cu-  j{lag>       .Q 
jusfilnuerai  vivi„,ad  Regem  T  _  . 

r:\obfvc,  domine  dite  m>  m-      7  i      inhóbih  ta  vac-le  para  hinos  de  S.  Bento  Monjes, 
cttceum.ib.vcrf.iô.  que  no  procedimento  íakavao  em  tributar  a  Deos  todo 

o  aífèâo  j  lo  os  que  encaminhão  para  Deos  o  fim  de 
fuás  obras,faõ  filhos defte  Patriarcha.  43  Como  a  pedra 
4»  ErSoiiUeiiMí»achuiBí  Iman,  que  aíly  une  o  ferro ,  queriaatrahir  o  ouro,  aperti- 
e:illI'cl'l't!"lobeJ"r:v,'Uy  naciadeftes  pettendentes  :com  a  culpa ,  que  2  íiatrahe  o 
nccmmoribiuthcuípiaterede  íerro  do  caltigo ,   qucíião  obrigar  o  ouro  dafantidade: 

fidcrat,  tuf,  Oco.  Dixit  Chrif.    r       ■  £  J  P    ■  -  T"  1  1 

tut  Dominw  Beau  Briga*  ,ut  lem  le  tirarem  das  agoas  aipiravao  como  1  antalo,Oicpro 

ipfrtejirturiib.+  Revchti.cop.  do  pomo.  Como  David  ,  que  com  abrirabeca  atrahio  a  fi 

4-t  otmeumaperui,® atra-  oefpirito,da  mcfma  forte clles , lo com  palavras  intenta- 

xijpiriturn ,  quia  mandata  tua       -  _•     ■  J        £T  ?   •  1  •  J     J      J      c  '       r> 

dtjiderabiir. iPjat.n3.verf.,  ,  vao  participar  da  artabilidade  de  Sao  bento:  naoreparan- 
*\  Ko,iomnu,qu,die,sm,hi  do,  que  a  guarda  dos  pieccvtos  fov  ,  oque  deu  aboca  de 

Deuiini  Domine  intrabhinre-   t^-j         Cl-     •   1      l  ./  í 

gu-»c<ciorum.Mat.i.vcrfíi,  David ã actividade.   42    Nem  todososquemvccaoono- 

"^n^:i;:™r:;t  mcdeDeosJogrãoo favor  do  Ceo  :   43    quem  dcíprefa 

rum  UtquidmibithwdeSaba  a  Icv,  tira  o  valor  á  deprecacão  :    4  <    ti  111  elia  roays  ouza* 

afftttUSS calamumfuavc ohn-    j-  r  j  11'  r  t     /  ■  j      1       1    - 

umdt  terra  i<mg.n,qua  ?  hdo-  dla  na  itaqueza  da  cuipajQo  que  nas  torças  da  lantidade  jhu 
uuftiy&tMinmjHHtucm.*  juft0  no  pedir ,  pórta-ie  como  peccador:  8c  o  peccador.co- 
rummihi  jeremu 6. verfzo.  Hiojultoj  aspeiiçoés,  que  eíte  fazaDeos,faõ  acompa- 

4Í    Objecrojn.pnt,  ne ira/ca-    _L     J_„  J  o  1  C  ,      s~^ 

tu  Domine  fiioquar.vc.         nhadas  de  temor;   45    Sc  o  outro,  de  confiança.   46    O 
Genef  .8.  ^ ,».  qUe  Deos  obra  neftes  cazos,  moftrou  Elias  no  modo  ,  com 

46   OcfccimeJeLiuce.  r    \  11  j      y-v  • 

Maiib.z7.verf.ai.  que  íe  iiouvc  com  os  embayxadores  de  Ochozias  Rey  de 

Sarna» 


rei, 


EMT^EZJ    111.  6j 

Samaria  :Tres  vefes  mandou  Ochozias,  porfeus  Prínci- 
pes,chamar  o  Proíeta;  aosprimeyrosdous  inviados,&a 
todo  leu  acoinpanlumsnto ,  abrazou  Elias,  com  fogo  do    «7  DefeeuJit  i^nu  ãe  cv'>; 

s^  ri  (i    a  i.  n-«         o  & devoravit  tilam,  & quinau»» 

Ceo;  47  íuaoterceyro,iuipendeoocaitigo,&aceytou  gintaejus  itcrum  mifit.èc 
oro?o:  48  deu  aos  mays  a  morre,  porque  faltando  ave-  \R7cif''l'1'^/''^?^' 
nerjcáo,que  íeueviaa  táo  grande  Padre,  quizeráo  obe*  Jítcumco  ad  regem.  iHvef.tt 

d-/p        »j      r  :        '    /-  1-       /•  1       •  1  J*  r         W  H01»?  Uei,hae  dieii  Ksx 

cceíleo  rroicta,asiuasordes:  iemocLvidoreípeyto  fa*  ftm»» <*«/««&.  íííw,/..*. 

Jaráo  com  o  Santo ,  dando-lhe,com  altiveza,  o  recado  de 
Ochozias  j  49  condeícendeu  com  a  petição,  do  outro, 
porque  de  joelhos,  &  humilhado  a  feus  pés,  pedio  a  mer- 
cê, &  feconfcíTou  indigno  do  favor.  Co  Acentado,em    *,°  Cuntvitgmuajk»thr» 
o  cabeço  uo  monte  Carmello ,  recebeu  Lhas,  os  embay-  ait.H0r.1o  uànoh  a^uertã- 
xadores,   51    Foyefte  monte  o  trono",  aonde  ozelióde  ^"^«riZfciíjt. 
Deoso  havia  fubido.  Do  trono  defeco,  para  acompanhar  imtiantm  venta  monu*.  ia 
ao  terceyro  PrincJpe,&:delleíezcaíb'garaosdousantece-  ter-1'9, 
dences ',  defcer  do  trono,  foy  como  depor  Elias,  de  íeu 
poderj  valer-fe  do  fogo  do  Ceo,  foy  puxar  da  èfpada,  que 
fendo  a  de  leu  zello,oCeo  lhe  fervia  de  bainha  :uzar  de 
efpada,  contra  quem  fe  oppoem  ao  poder,  &  mitigar  o 
poder,com  quem  fe  fogey  ta  ao  caíiigo,  faõ  termos  da  ma- 
geftade.  Aípirar,  a  que  hum  Príncipe  dcfç3  do  trono ,  que 
S.  Bento,  fe  incline  a  forças  da  altiveza ,  faó  prefunções  da 
pertinácia  5  que  modere  ocaíligo,  aiogosdo  reconheci- 
mento da  culpa ,  he divido  á  clemência 3  o  .rctonliecimen- 
to  da  culpa ,  fuõcreditos  do  offendido-âpertinacia  no 
erro,  he  defabono  doaggraVado.  O  Príncipe  em 
caftigar  efta  ouzadia  ymoftraíTe  Cêntimano  ;  & 
em  favorecer  áquella  íomiçaõ ,  Coroa  de 
Palias,  que  em  todo  o  débil  in- 
fundia no  vai  forças. 


t  3  PROCU- 


ó8 


PROCURAO  DESTRAH1MENTO 

7)  OS  MO  Kj  ES  VAa\AMO%TE  AO 

SANTO 

COM  VENENO. 

E  M  <í  %E  Z  A    IV. 


•  Velut  apet  non  omnibtufl/i  • 
tibus  infiJunt,neque  eif  aJquot 
Acetdunt,  omnia  auferrt  conã- 
tur.JrJ  quamum  ipfir  ad  opttt 
tteccjSariumfuerit  comprchen- 
âíntes,reliqHam  dimitiut.  Nor 
etia/titfjhbri?  fapientefque.qui 
Zum  congrum»  nobii,propinqH~ 
umque veriiati  ex  ipjit  ,fnerit 
ftijeqatrniir ,  reliquumprtte- 
riamuf.  D.Bafil.Ijom.i^deli- 
gend.lib.  Gcncf.  i. 

r  "Non  ocbj,  fcJ  vcrltitr  eji 
^manda  ,Jap!  anitm  reptritur 
/implícita*  verídica*  fôjalcitaf 
compoftlê.  S.ljldgr.defumm» 
bn$s. 


ABELHA  naõ  tira  omel,dc  to- 
da a  flor  j  nem  de  todo  o  livro,  fe 
tira  a  doutrina,  i  Muy  tas  veies 
fe  acha  a  mentira ,  eõ  enfíèy  tes  de 
verdade.  2  Efvaicida  a  flor  ve- 
nenoía  de  lua  pompa ,acufaá  abe- 
lha, de  ignorante  ?  em  a  naóefcoiherparaiuíiento  jmaso 

na  tu- 


EM<?%EZA    IV.  £9 

natural  inftinto  deícobre  a  abelha  o  veneno , que  efeonde 
iua  aparência.  O  deíàbridodoviciodisfarça-le,comado-   »  Uonaecufivetiaquiftvà- 
cura  daspalavras:    3   nem  atouosiemaniretta,eitaziza-  em»» ^ued-uteUwbKpropi- 
nia,  portal»  do  conhecimento  dotrigo,ou  pelas  feme-  ^Z^^lmZl 
\\\  mças ,  que  tem  com  o  fuftento :  enganáo  os  ovosdo  Aí-  ^ug.ut.i.Conf.cap.  16. 
pid,  cem  a  alvura  dos  mays,  fendo  a  gema  do  veneno.  A 
licáodos  livros,  aproveytamays  acautela,  do  que  á  fingi-     ,  ,     , 

*  /->i     .       r  -  •        r         \  r         4  itiqueqmdquiJ  itii'iun<eK 

lezj.  4  As  liladas  lao  mays  pengolas,  do  que  omelino  pbiiofophiaperappvuiijdom. 
perigo,  quandoevidente. Sendoobrigaçáo,do que lè,e^  Z^-^tfZít 
colher  o  útil,   Ç   aíTy  confunde  ascores  ,quem  intenta  in-  tffug'«mw-  Gj*g-  n*/w  »« 

.       .  ,  rr    '  i      r •     r  j     ■    •     orati.funebriinLoudêbeftlij, 

rroduziroerro,queneneceliario,  valerlc  lempre  domi-    ç  Legimusahqv,»,ncmcgii. 
zo ,  pedra  de  toque ,  que  difiingue  a  verdade  da  mentira,^-^— «£  -» - 
para  não  cair,  no  erro  de  Glauco,  que  trocou  as  armas  de  fup.j-uttmin. «. 
ouro,  pelas  de  ferro,  com  que  ferefguardavaDiomèdes; 
fez  Glauco  a  troca,  a  pezar  de  fua  fama ,  mas  a  contento  de 
ieu  iuizo:  caula,  por  onde  Homero,  nao  ceníurou  a  troca,  cum  Lycim  JCCIIpt  ou»,*,,,, 
ainda  que  a  acufou  Licio :   6  de  hum  homem,  tão  nefeio  iâcir"> q™*™"'  »>'>■»  "»<- 
como  Glauco,  achou  Homero,  não  fer  admiração  ocom-  mu,  qu*  movem foiummoJocê- 

Ij.n  i    •    *  J  „     L  -  ftrentur.  K'iax  tnusl  mus  /  /- 

erro ;  mas  deteíiou-oLicio,  por  dar  a  conhecer  ^J,)l3_x^d(lionabomtm  m,lliS 

aftucia,  com  que  o  enganou  Diomèdes.  «*»«/*. 

73  A  pedra  Filofofal ,  de  que  efereveraõ  os  Filofo- 
fos,  facilitarão  osEícritores  \  a  pena,  com  que  eícrevem, 
ainda  he  mays  poderofa ,  porque  naõ  fó  muda ,  em  ouro  o 
ferro;  mas  também  em  ferro,o  ouro;  conhecida  elU  troca, 
bafia  para  perder  a  eftimaçaõ,  nojuizodo  Sábio ;  mas  naõ 
bafia  efte  conhecimento,  para defenganar  a  rudez  do  nel- 
cio:  tem  efte  por  faudavel  documento ,  o  que  fó  he  conhe- 
cido defmancho ,  que  entaõ  he  útil  a  liçaó,  quando  fe  obra 
tudo,  quanto  felé:  daliçaó  efpiritual  heafentença  ;  7 
mas á carga  cerrada,  a entendéo  o Graó  Turco  Solimaõ, 

1j  1       r-y  .  ,    "»    i«     «-»    a  r>     7  LeRiotHttc  titihteft ,  eu-n 

endo  pelos  Comentários,  de  Júlio  Gelar ,  porque  nao  lo  jç,f/w„/W,^  ligtmur.  o. 

o  imitou  na  juftiça,  mastambem  na  crueldade.  8   Entre  ^^Z'^ pa«. 
as  ervas  faudaveis  achaó-fe  as  nocivas ,  &  fe  o  Boticário  as  fitnfis  <»  froiog. 
naõ  efeolhera ,  fe  fizera  de  todas  o  medicamento,  fora  mi- 
na a  coinpoficáo  do  remédio. 

74    O  Oráculo  aconfdhou  ao  Filofofo  Zcnon, com- 
ínunicaííe  com  os  mortos ,  fe quize-fe  fer  perfeyto,  na  vi- 

1  r    ..       -    ,       V  r  ,-  11  o   DioztnctLiertius  m  uto 

«a;   o  que  nve-íe  Jjçaodos  livros  ,loy  o conlclho, que  Zi 
lhe  deu  o  Oráculo:  naõ  lhecfpccificou,dequaislivros  ha- 
via de  ter  lição,  a  todos  lhe  deu  por  clpelho;  dobem,  Sc 

I   3  do 


liiiumx. 


70  0  PRÍNCIPE  WS  PJT.  TOMO  II. 

óo mal,  ha  de  Ter  a  noticia ,  para  eítimaçaó  de  hum ,  &  des- 
prezo de  outro:  de  entre  elpinhosfaheaRofa,&daterra 
efieril  o  ouro  j  da  hifíoria  pr  oíana  ie  tira  a  abominação  do 
vicio  j  do  livro  herético  íe  conhece  aíalfidadeda  íeyta,  Sc 
íe  corrobora  a  verdade  da  fé  Catholica^  aeliimaçaõ  do 
diamante  teve  os  créditos ,  quando  examinadas  as  mays 
pedras, conhecerão,  que  nenhiía  o  igualava.  Dentro  na 
terra  Te  cria  o  ferro,  com  que  alavráo ;  da  pedra  faheofo- 
í*o,  com  que  a  pai  tem :  do  melmo  erro  íe  tira  a  liçaõ ,  com 
que  íe  conhece  o  bem:  com  as  mefmas  armas  do  Gigante, 
o  matou  David:  infinitos  foraõ  os  Padres,que  com  as  mef- 
mas razoes  dos  hereges  ,  confundirão  ashereílas.  Ao  Em- 
perador  Adriano  moflrou  Qiiadrato,  o  mal  que  fazia,  em 
perítguir  osCatholicos,com  as  authoiidades  dosGentios: 
c  que  não  paliou  da  própria  terra,efíá  impoííibilitado,pa- 
ra  deffènder,  com  razaõ,  a  fua  bondade:  mete-fe  em  o 
exercito,ofoldadoinimigo,paraíaber,  oque  nellepaífa; 
com  cuja  noticia,  facilita  ao  amigo  a  vi&oria ;  mas  efíe  ef- 
tudo,nãohe  documento  para  todos:  as  flores  dos  livros 
profanos  faó  flores  murchas,  &  a  abelha,  não  tira  omel  da 
flor,  que  eftá  murcha,  (o  a  abelha  medira,  temefta  virtu- 

prclatíe  rriigiznis  phrmrJJ;  qui-  UC.      IO. 

bup.*f„nt<luiexitthpo!SH»t  _h  He  a  lição doslivros  profanos  o  mel ,  cujo  chey- 
Mic»minmjfarrt:qHemadmo-  ro  faz  perder  o  juizo;  1 1  tirão  o  juizocom  o  cheyro,por 
tttnturãnapharmtcajsvene  que  aiultanciahe  venenola.  12  roííema,  ondeie  amn- 
Mtqmhuiiiê  umperare  vei  táo  todos  osmáos  humores ,  &  fonte  donde  correm  todos 

tri>ese{t!Citi!£U>a  artcm  líbia-  ~  1-1 

gr.rtan,poffwi>  quauvhJatau  os  erros,  faó  íuas  noticias  j  moítra  em huahora ,  o  que  não 

alfaqui*  fi:  tanoranrilntj  rim.ea    j    c       L    *  •    *  J'fl_  1* 

tômincrí  èoSorPctru,  Gre-  deícubno  o  vicio, em  muy  tos  annos  i  diipoem  as  inclina- 
goriut  Tbohzauux  tomo  z.je  çóes,a  perderem  omedoaoindecorofo:  não  achou  disfór- 
i".  Nafciturmei  txbuxo,iK  mea  torpeza ,  quem  pnmeyro  a  vio  retratada.  O  tinto- 
^SS^SSSA  re>' ro '  P«paraâcom  cor  diyerfa,a  ceda ,  que  quer  tingir  de 
c<mvcrtere,fioJorpercif,iatur.  purpura :  muytos  autores  intitulão, o  argumento  de  fua 
ti.âc^áàmíra/tpHàUoyoi»  Imiona ,  incontrado  aosnns  deleusiníentos:  paraqueo 
A  ProprietatcJocorim,  coUo-  £jíul0  obrioaíTe  á  virtude ,  intitulou  hum  herege,  a  fuás  o- 
12  Faifi  Je8rinaeft,  icpra  hrasjornada deferufalem:  &  aíly  inficionou  a  purcía  daquel- 
fo.fam.z.  Jesiugares  lagrados,  noqueejaeveo,queapcucuareda 

verdade.Innumeraveisfaõoslivros,queíedivu]gáocom 
eíte  dislarfe ,  faó  poucos  os  profanos,  a  quem  léus  autores 
não  condecorem,  com  aíFuniptés  ureys,&  devotos  ;  mas 
quem  q^izi» j }  tirar  delles  o fruÇto ,  ha  íò  de  encontrar  com 

dpi- 


EMPftEZJ    IV.  yi 

elpinhos;    12   bem   podia  teftemunhar  efle  meu  dizer   ''    t)c8rinapermautpeu 

1        .  J  \     \\  r    C  1  -     J  11  1       mci  '"f'Pe  ytítiui  inter  fl-ina*y 

com  bom  numero  deiles,  ienzera  relação  daquelles,  de  cauteiege^edumqumufi-uc- 
que  me  acordo.  Saó  cites,  os  que  cauíaó  o  mayor  mal;    1 4  w£XtW~ 
porque  correm  as  maõs  de  todo  o  eftado ,  tazendo-fe  do-    »4  w*  hngemcetfa^  ca 
melhcos  a  toda  a  lortedepdioas.  I  ícainutil  o  reiguardo  w^J.d .liem/^.Lns. 
da  pureia,  tratando  com  eíte  inimigo, pois  mudamente  lhe   .''   UuUo  m'g*  ferip*** 

»  '  r      •  r  •        cvJCAnetum ,(ju<f  p:ipr.:ii  te* 

infinua,oquea  profanidadefeenvergonha  de  pronunciar  rumar,  em uUenda memetia 

1  1  \  TIL  J         •    ■  o  *  quilii  ecrie  in  permeiem  rei- 

com  palavras :  lendo  conklneyros  de  vícios;  &  prevarica-  jU//Crf>»i  */£»,,»  ««//«,«« 
dores  de  innocencias.    1  <  ?r^f'/"í  J"a  Pe""ncf,ora 

'  jwt  tlepbaiíiislibcliiu-cei  Mi- 

lefia  i/irijliJU  ,  vel  Sibai itbici 

Gftis  cum  pueris  tonara  pueBa  mariú,  t^Z&ZZZfà 

Difceret  unde  preces r  Vates  m  Mula dediffet?  d,"um  »><>g'ilr°'i"»><iu>bMPe- 

J  LT  _    .„  J  JJ  pvluiinficitur. 

ídoratWó  1 .  hplit.  I .  Clcmemt  ^lexwdr.in  Peda- 

gogolib.  z,  etp .  5. 

76        Nas  maõsdapuericia,&dacegueyra  faô  mays 
perigofas  as  armas  de  fogo:  os  livros  profanos,  &  heréti- 
cos faó  armas  de  fogo  pela  matéria,  que  contem,  &  pelo 
fim  para  que  foráo  feytos.  Henrique  VIII.  deite  nome 
Rey  de  Inglaterra  mandou, que  os  meninos  aprendeífem 
a  ler  pelos  livros,  em  que  eftaváo  recopilaladas  as  herefias 
do  infernal  Martim  Lutero ;  o  mefmo  fizeraó  para  propa- 
gação de  fuás  hereíías ,  os  Acephalos ;  os  diícipulos  de  A- 
logio;  os  fequazes  de  Ario,  de  Donato  Africano, &  de 
Berilo   Prefidente  de  Boftrene,  Cidade  de  Arábia.  Se  o 
leyte  de  húa  Loba  não  pode  mudar  o  generofo  natural  de 
Rómulo, &  Remo,  de  quem  fe  alimentarão  meninos ,  não 
aíTy  asherefias  ,aos  que  fe  crearáo  a  feus  pey  tos.  Em  a  caf- 
ca  das  arvores  quando  tenra,  eícrevião  os  antigos  aman- 
tes o  nome  de  feus  amores,  &  oprogrèflbdefuas  finezas; 
crefcia,&engroífava  a  arvore,  &  avultavãomaysos  cara-    . 
teres;  donde  quem  quizefie  confundir  oíignificativodas 
letras,  havia  de  tirar  a  capa  das  arvores  ;  com  o  que  ainda 
quenáofecaíTcmde  todo,íempre  a  falta  teítemunhava  o 
eferito.  Com  os  vicioíos,queiaó  os  cegos,  fez  Lutero, 
Mafoma,&Calvino  guerraaos  mayores  Linces  dalgre- 
ja;foraõasleytasas  que  derão  liberdade  aosvicios  ;&  tó- 
rio tão  poderofas  eítas  armas,  nas  maõs  daquelles  cegos, 
queintentarão  pòr  em  efeuridade  ao  Manancial  dat. lu- 
zes, crefeéo  a  chama  pela  omillaõ,  com  que  fe  ouveraÕ 
os  Frincipes,em  àsnão  apagar  quando  principiou  taif- 

ca. 


7  2         O  <?%JNCI<PE  DOS  VAT.  TOMO  II. 
mô  Refecatt3*funt  putriâ*  c%m    j  £   Vioííe  a  Náo  de  São  Pedro  combatida  de  todasas 

carnes, tf Jciíiojacvis  ab  ovi/Ii  .  .  -r  •         -r  ir 

rtfíiiendacft^enudomut^  par tes,& correr ia  per igo,  ienaotora  incoltratavela  hrme- 
pt(coraardeamc*r,umfantur      j    leme,  que  a  governa,  a  vifta  do  íurioio  fequito  t  pois 

futnjcant  ,iniereant,  mirrais  •  >-■■■     5  <-j  j,  7  -3  5f 

/»  ídhxu.uUii  unafcintiUa  fendo  a  Ley  de  Chriílo  a  Torre  mays  Forte,  &  eminente, 

fui!  Çed  úiiia  non  llat.ni  obpref.    r  .   .  •  1  11 

%*4l,i»****t*cj*ffé!m  íoraoinnumeraveisasareas,comque  os  ventos  das  here- 
fopuht.ái.  íiasapeitenderãodeltiuir,&ruflocar;iiiasaviftorÍ3,que 

u.  tlieron,  m  Efijt.  t  '  '  T 

Luciier  nãoconleguiodoSol ,  alcançou  de  muyta  parte 
das  eftrelJas, porque  entre  o  vulgo  levouconílgo  a  nobre- 
fa.  Nunca  houveráo  de  conltituir  império  as  hereíias  ,íeas 
não  abraçarão  osPrincipes  ;  iaõ  a  nobreza,  &  o  vulgo  nas 
republicas,  como  a  cal,&  aréa  nosedificios,  íenão  fe  amaf- 
faõ  não  ligaõ;&  fe  á  aréa  faltar  a  cal,  não  faz  obra:  os  gran- 
desfaõos  Mecenas, que amparaõ  os  Efcritores  •  foraó  os 
Príncipes, os  queeftabeleceráooerro  ^nenhú  hereje  fen- 
tio  a  falta,  que  chorou  Marcial,  porque  a  nenhum  lhe  fal- 
tou arrimo  ílluftre. 

Shit  MecenateS)  non  efeerunt,  FLice,  Marones^ 
Virgdiumque  tibi  Veltua  rum  dabunt. 
Marcial  lib.  8. 

77     São  os  livros  como  anneis  de  lembrança, com  que 

fe  acórdão  os  homés,  do  que  eftãoeí queridos ;  &para  fe 

efquecerem  de  todo,  tiraõ  a  lembrança  do  dedo. Das  maõs 

lança vaõ em  ofoao  os  livros  vedados,  aquelles,  aquém 

i7  Muiti  autem  exeu.qui  baptifavaõos  Apoftolos.  17  Os  Philifteos, querendo  en« 

{ZT^:Xtfu%:7t  ^nquecer  de  todo  aos  Ifraelitas ,  náo  fó  lhe  prohibiaó  ar- 

ràommhut  ^s0r.tg.verf.,9  mas,  mas  também  os  inlirumentos ,com  que  aspodeífem 

1 8    Porro faber  ferrarias  non  r  O     k  s       •      •  j         •  r  1  1 

invwiibauir  in  omni terral/,  razer.    i  õ   Maximiano ,  querendo  nicar  da  memoria  dos 
"í?r'7 /*^?7«  fieis  a  ley  de  Chrifto  ,  mandou   queymar  os  livros,  que 

ne  forte f acerem  Hebrai gladt.  •>  '  1        J  '     J 

umautiauceam.  tratavão delia, &  eícrever  outros,  encontrados  á  Fé  Ca« 

1.  Reg.  cap.  1  \.  verf.  10.  1      .%•  ,-y.  r  c        1     ^•  n  •  I'iit 

19  Eu/cíi.Eccief.Hijor.iiB.^0"^'    10   O  meimo  lez  J  uliano.    20  Henrique  VIU. 
Q.caps.vg.  Rey  de  Inglaterra   a  todos  os  que  encontravaó  a  fevta 

20   Nic.pborus  Eccle/  Hijlo.  J  a  1  j 

Hb.xo.  cjp  z\.  de  Lutero:    21    as  raizes  das  arvores  de  diflerente  calia, 

zi      Petrui  ds  RibjJeneyra         nv     •  i       i    «  -   j  -  r  r 

Uifloriar.Eeciefidt i»gia,trra  co,l'gadas  huas,  com  outras  nao  deyxao  crelcer ,  nem  tru- 
i,b.  t.tap  7-7.  âificar  a  nenhúa  delias:  afiv  a  memoria  do  bem,  junta  com 

\JioUm  chthstai  He  br  ais       i-         -  .  i '.  •  ..„ 

fabros  omnetferrarioi  atqueo-  a  lição  do  mal;  &  a  memoria  do  mal  ,mnta  coma  lição  do 

pi/ices  Jrmwum  aJuxerunt  ,ne  L»„,     „     r         1  CP  .  1"        -  ■  tv 

beBarepojfentauxrebãarc-.fic  bci"  conrundein  os  cfky tos , porque  comphcao  osaflec- 
fíaretúi doãrina  ceia,  qu*ju~  tos.  Os  Pr  incipcs ,  que  quizeraõ  coiifer var ,  &  dilatar  a  re- 

gulantvanadoarinarum  ••_  »  '  ' 

Lypftusnb.de  un«  Reiigione.  ^giao  verdadey ra,  ioraó ,  como  os  que  trataó  da  utilidade 

das 


E  M  V  %E  Z  A    IV.  7z 

das  arvores,  que  apartar»  delias  a  companhia, que  as  afíoni- 
brj  •  &  as  raizes,  que  as  eiterelizão.  Os  Lacedemonios  pro- 
hibiráo  em  Ícus  Reynos  os  livros  intitulados  Jtcbiiocbiy 
porque  fecompunháo  de  deshoneludades  :8c  Segilmun- 
doPvey  de  Polónia  a  todos,  os  que  tratavão  de  hereíidS.    lt  Suriudn  Comum,?, Je 

rZ     ,.  C  o    \  r  C    11  í    rebuijuotemj>orep<r  oibt.m&e- 

11   (Js  livros  profanos,  &  hei  éticos  com  luas  rolhas  akyz». 
iombiáo  avirtude,&a  Religião  Catholica.  Q  Empera- 
dor  Zenon,  deftruío  a  elcolla  Ediííena,  a  quem  chamavam 
Feiíica  :  porque  nella  revevifcião alguns  erros.   1 2    São   »'  £?*""  Ha'yl'%z- 
aseícollas  as  raizes  donde  nalce,  ou  a  hera,  que  abraça  3biftor.im.tom.Bibiisifan8*. 
arvore,  para le amparar  dos  ventos, oua  Çarça,que  a  não 
bulca,  lenão  para  aferir  com  os  elpinhos.  Deu  repulfa  o 
Jtmperador  Zenon,  como  também  neites  noííos  tempos, 
o  Chriftianilíimo  Rey  de  França  Luis  XIV.  à  politica 
pouco  Catholica,  com  que  muytos   Príncipes  íc  fazem 
poderofos  Tendo  Ícus  Reynos  agoas  ufuaes ,  onde  todos  os 
fequiofos  a  pagão  a  íede :  havendo  lo  de  ferem  eíte  refugio 
paraosCatholicos;  &  para  os  mays,  como  as  agoas  parti- 
culares de  Clitorio,  Cidade  de  Arcádia,  de  quem  fogem 
todos  os  que  laõ  inclinados  ao  vinho.   2  4. 

2.4    Vinum  tadio  v,s ,  qui  ex 
Clilorio Laci/  bibíiint,  Pimi. 

Qitorio  úuicumque  fítim  de  fonte  íeVarit*  w; » •  .«/>.>. 

/.*.'*      J  J  »Ç     rtltHtó  tUjm,quOtl  bibit 

U<*tt        íot  ,  tjl pérvttfmjenfia  Jatuf 

/-.,  ■  /  1  r    .  ,7  Sàcm  Scribtuine/JLt  vinu^auo 

OVid.  1 5 .  Metamapb.  i»áru»tJ R<>*'ic\ </'  iLi 

Scriptura  tiule  iHteUcãa.    J'.c 
.    .  r  .  '    „  .  furmnthcereticivin    :  ceflJo- 

No  vinho  uiado  com  immoderaçao  temos  hsrejes  , &  Brhaerrc»ca.o.Bie,o».Gre- 
ereíias  a  lua  lemelhança,  porque  delles  tem  osefteycos.f^  JIIfXona  t .erh3.,,„um. 
•25  Quemconfentioem  amà  companhia,  permitio  are-  *6  s»rar«w  »  Hnmortif» 
J3xaçao:  (Jquc  nao aparta  acame  contaminada,  da  que uqu*c*rnu pane dmwjit*cõ- 
mo  eliáfentida,  expõem  a  laã  ale  corromper.  16  *&^Z$^&% 
ao  amor  de  pay  ,0  que  arriíca  a  lande  dos  filhos  na  compa-  mtrbuferftjtani^mwHnÊi  >h- 

,.        1  r         a  y     y-,       1       ■  •  r       fravilú  mfocielalí SjkBoi um 

unia  uos  prevcrios:  &  tem  pouco  ue  Catholico ,  o  que  tàZ  f>.MmMferiift ,«  e*»m}io  fu* 
.comercio  do  prohibido.  /t^-;»,/;^«»ri/i^c 

78      Das  Serpentes  tomarão  os  hereies ,  &  profanos  mui  «lurutruan 
a  aiiucia ,  com  que  intentao  inncionar  com  ícus  cícritos  ,a  fcrove„,„0,„fici/,.U: .,<.,„,/,„_ 
pureza  da  fé,&doscul"iumcs.   27   Quantas  i.\ó  asefpeci- rcthi  /"•<**«»*  M'ij»rí/ 

,      0  ,  ',        ^~~  ,  '  picteí.  falir  duui  L-uri'.  m 

cs  de  Serpentes,  tantas  laó  asdiflerença»  de  léus  venenos-  jw-.^-í.  . 
&  quanta  he  a  variedade  de  luas  cores,  tanta  he  a  que  le  wn,aqlgí„ _,,, ,/,. 
xoerimenta  em  onotivode  lua  ralidade.    qS    O  eltudo  í"" ;/•""' ■**  nt  jc:°c> 

,         i  •  /-  ,.  .  T         '       1  r'  CíLro.  iflâúr,  hv    \  i.  . 

dosnereies  naole  aplica  a  introduz,»  humioerro,qu2n-  ^t,uj  v^ii^ii  serena. 

K  tas 


acri 


74.  O  $<%JHClfE  WS  QAT.  TOMO  11. 

tas  laó  as  faculdades,  que  profeíTaõ ,  tantos  faõ  os  géneros 
de  veneno,  que  vomitaó  j  íiuns  o  lanção  ao  longe  ,  c  omo  a 
Serpente  Quintina,  cujo  iialito  tanto  mays  inficiona, 
quanto  mays  diíianre  fere:  Ekondem-le  entre  as  tolhas  de 
léus  clcritos,  como  a  cobra,  que  le  enroíca  entre  as  dos 
matos  para  íe  dilatar  ao  longe  j  tendo  tanto  dealtutos, 
quanto  de  venenofos.  29  Saódiflerentes  asclpeciesde 
JioZquc^fdtiwnio.  lerpentes;  huas,  que  matao  aos  que  dormem:  Ha  tícnto- 
Mãyni.-iti.  res  ^  qUe  arruinaõ  de  todo  com  luas  profanidades ,  aos  que 

vivem  delcuydados  da  morte.  As  lei  pentes, a  quem  fJtão 
forças ,  fó  fe  atrevem  aos  animaes  pequenos:  Muy tos  buf- 
cáo  fcquito  na  ignorância, que  com  facilidade  atrahcm  afi. 
Junto  ao  rio  Euphrates  ha  ferpentes,quenão  mordem  a 
,0  ^nflcieUf  âe^iãmira.  inferioridade  dos  Syrios ,  fenáo  a  luperioiidade  dos  Gre- 
cep.iv&nt.affirmaufiuJggQz-.   ^o   Muytos  hereges ,  &  profanos  tomaõ  por  alvo 

tpfum  circa  Eupbraiem ,  fra-     ,       r  r  J  i-   i  o  i  r  C  i 

jhiinicowpertumrfc;  numu  de  luas  ltytas  aos  entendidos ,  &  poderolos i,  razendo 
Ztl%"XZ:4Z7t?l  »ro_á  cabeça,  para  ficar  fenhores  do  corpo.  EmMefopo- 
qucfiuvupartcm,irii»f<anuiti  tamia,  região  da  Syria,crião-le  ferpentes  ,que  naõmor> 

altera  tu  ripa  pofiti  òyicr  der-     ,  °  .     r  ,  .-  .  '    .     •    _ 

mttKitt  non  Lrâmt ,  G,-*cU  deus ,  aos  que  delcançao,  ienao  aos  que  caminhão ;  3 1 
7u7ub$TUHU"iu"  K'"yo'  nos  que  naó  tem  tomado  aííento  na  vida,  fazem  mays  im- 

*•    l»Ue[opotamiaemmSy-  prefiaÓ  OS  CrrOS. 

gui  quijjm  jèrjjwvi  *»fiu*-  79  Pelosares  le  introduz  o  contagio  nas  partes ,  on- 
lur^uiMiginUnonmoràeaht,  de  naó  pode  chegar  a  corrupção  da  fera.  Naõ  falta  vento. 

at tn externos  magnopere  Juvi-  Z  o  r  5  * 

jin.Uemibi.  que  leve  aos  Palácios  a  peífonha  de  muytos  Eicritores; 

em  cuja  liçaõ  acharão  alguns  Piincipes  a  approvação  de 

íeus  defesos  j  porque  nelles  viraõ  abonadas  luas  inclina- 
da  ^,>$Meas  Sylv .  de  dtBií.tf         -     s-\  -  j  -i  j       •  ^  l~\„        *.  r 

faSu.sVffo„p.  coes. O  que  nao  poderão  obrar  as  medecinas  em  Dom  A 1- 

nu1(„„,„/(;<ím{siw«,  fonçoReyde  Aragão, confeguio a  lição  da  hiftoriaJen- 

etiamob  cauf*t>i anibuhmusyfit    ■  .  «      j  i  1  r     •  •  *  • 

natur<n»mn,Mt*oiertmur;fic  doa  vida  de  Alexandre  elenta  por  Quinto  Cutcio.  3  2 
tâ^S^ÍZ  Eftaíaude  caulaem  os  Príncipes  a  liçaõ  de  I.vros  permi- 
tram,iiiort,mcii»ni,  quaft co-  tidos  i  mas  a  verdade  deftes  ioy  doença  p^ra  muytos  :&  a 

loran.Cicer   i.JeOratio.  .         ,        rCn-  í       1       À  n      j       i  L    1L 

4  4  kfieeivi  mimaria  the-  mentira  dos  lonlticos, laude.  Com  o  enudo do  trabalho  a- 
^w^S^^^í^yo^  anima  a  própria  Icienciai  33  &  quemdeuoluf- 
ta*ut,iu<]uamraU<,  ,aVeihgã-  treao  ouro  excedendo  as  regias,  efcurecéo-lhe  o  quila- 

JcCCrpH.fí-iti.lerjcrvzn.r  a    r-  '       1  ■  ...  ,     V 

s.L>nr?KLjufi,n.ubjcus.  te-  A  lciencia de  reynar,  tirou  principioscciros  da  hç;»o 
v>t<tcap%.  verdadeyra  :  tomou  das  noticidS  ,oque  lhe  faltou  daex- 

iS     laeo  oním cuitoiiia  anima  /  '        '  ,, 

fcrvanda^eperfc-mor.uvoíup  periencia.  He  a  memoria  depofito,  onde  lo  devem  enthe- 
fimuia^Àl:  vduti,  <,L*e  zourar  o  preciofoi  34  &  íazer  thezouro  do  vil ,  he  para 
mnatummtiitèoHcinnant^a*  gente  <kb  ;y xa  forte.  Muyto  ha  de  ler ,  quem  de ve  acei  rar 

q«c  occithit.  S.  Bafil.kom.2q.    u  ,.        J  J  ML       J      1"  1- 

dcLegend.hb.Genti.  °  remédio  a  muy  tosiniás  do  iitilna  de  ler  a  Jiçao^   35  por- 

que 


EUVKUZA    IV.  75 

que  os  Príncipes  1<5  de  Aia  obrigação  háo  de  tereftudo. 
Para  todos  he  inútil  a  iicáo  de  muytas  matérias ,   26  &    *6  L*Bio"utiòrut»w>}umh 
para  os  Príncipes  pcrjudicial ;  a  aplicação,  que  o  Empera-  babctai;qu,dv*&umj5i*fuit- 
dor  Eraclio  teve  aAftrologia  judiciaria, lhe  divertio  os  /f"  tettesa  Et'fi- *• 
cuydados  de  lua  obiigaçáo  3  fazia  eftndo,  doquelóhade 
ler  divertimento.    27    Emprendéo  Alexandre  Severo,         p  ,  .  '         ,,     , 

Jl  r  '17    rrcbatMjemprr libres  le- 

Jcr  todos  os  livros  que  tinha  na  lua  livraria,  8c  faltou  2o^'^f':,lr-'-"'ã0i"íal"",i'Vír 

-'ji  ..  ,       r\      Ti  nbucnT,  aJ pnerctrede. 

governo:  quem  nao  pode  ler,  quanto  tem  os  livros,  balia    Uemíbi. 

que  retenha  ,  o  que  delles  tem  lido:    2.3   não  acredita  a 

oceupaó  fendo  infiu&ifera.    29   O  fru&o.queíe  colhe    »*««'*«"«« W^»*: 

dos  livros  vedados  ,hemél  nocivo.  Alexandre,  filho  dei-  '<•<?■"  ibem.h 

ey  Pnihppe  nao  ha  dos  poetas  lenaoa  Homero,  &  per-  ^um^k^^J^. 
guntada  acaufa,  porque  fófeoceupava  na  lição  deite  au-   <st"fi-<>pudDicg.hb. ,. 
tor,refpondéo;  que  nem  toda  a  liçãodos  livros  convinha  „.„    ,  ,  .. 

'        ~      .  '  ^  .      *  40    Dio»  K/fi9  de  lnf.ttut. 

aos    Pnncipes:    40  roy   particular  empenho  daquelle  trm.orai.  2. 
Poeta, enfinar  os  Príncipes  a  reynar  com  mageftade,  & 
sjuftava  Alexandre  as  operações  com  a  doutrina  ,  para  o- 
biarcom  decência. Sabidaainclinaçáo,queo  Emperador 
Gordiano  tinha  aos  livros ,  lhe  meterão  entre  os  de  que 
fazin  particular  eftudo,  hum,  noqual  perfuadia  o  Autor 
com  razoes  politicas ,  ler  de  utilidade  á  veneração  dos 
Empcradores  ufarem  de  feveridade  :  Leo  Gordiano  o  ar- 
gumento do  livro,  &  a  tirando  com  elle  ao  chão,  levantou 
a  vozdizendo  :  Quem  me  lanaue fie  Veneno ,  em  o  meu  comer}  E 
não  focegouatéo  ver  porto  no  fogo  j   41    eníinando  aos 
■Príncipes  acautella,quehaõ  de ter  na  efeolha  dos  livros,    4'  Pater  ^4i»hóftuiie*du- 

1     L        o  ,>•  1      -    j      1  f    "  lioinCtttbtua  Hiihr,  verbo  Je 

quelem  j&ocaltigo  que  haodeda^aosquenaoíaopa-^;,,^  „/,M 

ra  lidos.  x\  moralidade  deites  exemplos  ,elpiritualizou  o    4*   Giorhfui  Mcntcbomm 

„  •  .        n        •         ,  r  '       r  Dux,  Migifttr,*  Lcgifcr. 

Príncipe  dos  Patriart  has.   4  2  d. Ser». inferi»,  s  &e»eiM. 

.     80      EmocopodorefcCtorio,ouCalizcomolhecha- 
fnãomuytos-,  por  onde  culminava  beber  São  Bento,  lhe 
UnçmoosMonjes  veneno;  com erte,  disfarçado  nabe-  ^^iSÍSÍBS^SÍ 
bida, intentarão dar-lhe  3 morte-   42,    Ao$  que  feadian-  nwvran  cdp.-y. 
«aváo  nas  carrevras  premeaváoosScirrhas,com  Ihedarem 

7  i-\    \-  .  ■     r        ■  1  /•  ...U,  ~     44    Bokr.íCTiutiomaz. titula 

humCahz-,   44  entreas  inliguias  deque  lecompuniiao  j;^,,,.,,* 
tauuíodos  E.mperadores4era  húa  redonuideouro  ,&:  pe- 
dras precioías,  que  fabricou  Paulo  Emilio  para  ferviço    4>  h  rf^d^xr .^.f,/- 

1  •  1  11  ■       TinebantJaCiêQirblaUnt,  qutr» 

dosDeofes.   4^    A  ventagem  ,queo  Principe  dos  Patn-  ta»im  ^jÉ^m^uridee^» 
archis  levou  a  todos,  os  quedeipois  doslagiados  Apolto-  urchu;^u^ 
Josleguiraó  aChiifto  ,acakfica  o  Angélico  Doutor  pe-  »itodei\iu^f'i/x?r). 

K  2  1* 


76         O  ^INCITE  DOS  VAT.  TOMO  II. 
46  CmmgHumin qua»3o-  \ã  mays eminente.  46  O  triunfo,  quealtançou do  mun- 

que,  quoâ  untu  homo  lepentem     ,  J    .  r»     j  l    II        F  -  II  -  1 

cijtiaiaítiorigfàâtf/hfiiuiu  do ,  todos  os  Padres  que  delle  eícreverao ,  o  celebrao  peio 
**jfMx  àc  tsoio  BenSj,8o.  efclarecido:  donde  não  fica va  ícndo  pouco  miheiio- 

fa  a  apparição  do  Caliz  nas  mãos  deites  Monjes, diante 
de  quem  havia  excedido  na  carreyra,  &  triunfado  do  ini- 
migo, fcnáofora  o  Caliz  como  a  redoma,  cujo  licor  lan- 
<7  htquantu^Hgtitueffu-  çouo  Anjo  contra  o  Sol,  para  lhe  deícornpor  a  virtude, 

àn  FlnaUm  tuam m  Solem  ,  (J  »-..-,  .         l  »    '    f,     -.  n  I 

inumeft,in«ftuajiii*eb,mi-  47   k"e  premio  davao  a  bao  bento  pelos  querer  aper- 
n*ri8wL*0tec.t6.vcrf.i.  feyçoar  na  vida  ;  mas  ficou  o  Caliz  porhúadas  infignias, 

que  acompanháo  os  eftendartes  de  fua  virtude. 

8 1        Na  mefa  conventual,  onde  na  companhia  de  ro- 
dos os  Monjes  tomava  Sáo  Bento  a  moderada  refeyçáo, 
comquefempre  fe  alimentou,  lhe  offereccraó  da  bebida. 
Puzerão-fe  diante  do  Santo,  tendo  o  Caliz  em  as  mãos, 
mays  diítante  do  que  cuftumavaó  fazer,  &  pediraõ-lhe 
lança-fe  a  bençào  como  era  cuftume.  Levantou  o  Santo  o 
q*/c'!jUf™o?u!l7bmblZ  braço,  &  foimando  contra  elle  o  final  da  Cruz ,  fe  fez  pe- 
«f'''»^''^'''"  " '«^e  A^-daços  o  Caliz,  como  fe  lhe  atirara  Sáo  Bento  com  húd  pé« 
Mttum^xicHfsmw  uencJi-  ara.  40  Creia  a  gentilidade,  que  os  Ueoies  aíliitiaoaos 

Busfignum  crucU  edidntf  vat  j 

quod  ivrrgius  tentbaJur  ,  rodem  »■*-"*  vltta« 

fignorupit:  ficquo  conjraQum 

eft,acJ:inrlIo  vafe  mortú  ,frt  r  v       r  •  rt         1 

crueeiap,dem  dsiiffet.  An f ocos  oltmjcamnts  confedere  lotigts 

d.  Grcg.uUfuf.  Moserat,  $0  menjtaedere  adejje  Dm. 

OVid.^.Faflor. 

Reconciliavaõ-fe  nelles  os  ânimos  encontrados ;  &  ò 

comerem  juntos  era  o  mcfiiio ,  que  apartarem  de  fi  o  ódio: 

Marco  Craflb,  havendo  dehir  para  a  guerra  Particha,& 

querendo  fazer-fe  amigo  com  Cicero ,  rogou  fe  para  ceac 

com  elle  j  aceytou  Cicero  aofTerta,&  logo  fe  desfez  o 

ódio.    49   Scipiaó,&  Afdrubal  da  mefma  forte  feamifta- 

40  sic  lAarcttsCnffus,  ad  raócom  EIRey  Syphasj   50  &  as  contendas  de  Arthe- 

n^c,cVrhnTcfSurMma'  menes,&Xerxesderão  fim,  comfe  atentarem  ambos  a 

inimicumrtimqucrciqitareeâ  fuíamefa:   51    Rodolpho,  afíy  metigou  a  payxão do  Ab- 

amict  compeliam  *bui  eum  fe  \       J       J      o     /^>    11  -  C  n.      r      '     J      l  -       C        L     Q 

dixit-vtiitc*»»re,é<.  Mayoiia  bade  de  b.  Uallo.   5  2    titã  lociedade ,  nao  roy  baítante 
i>  Puniei.  ânimos  gencios,  naõ  pode  obrigar  os  depravados. 

51  Jujliniis lib.i.  o  e  .,  t\  "~r         rr  • 

it  May,i.usubifnf.  °2      oemelnanças tem eite luccello , com  a appançao 

u  Etmuiitr ■:^«/^f»:doApoca]ypfe,ondeSaó  [oão  viohúa  molher,que  tra- 

ebowinjthné.  ^poc.iT.icrf.^  zia  na  mao  hum  vazo  de  ouro  cheyo  de  abominações:   5  3 

pci~> 


E  U  Q  ^  fí  Z  A    VI.  y7 

pelo  qudl  entendendo-fe  a  Sagrada  Efcritura  viciada  com 
os  erros  das  herefias,   54.  disfarçado  com  o  titulo  do  livro 
mays faneo,  iazia  apetici  vel  o mays  peíufero  veneno ,  que 
oceulcava.  Eíta  inolher  communicava  os  erros  em  bebi- 
da, pira  que  como  luftento  fe  converteíTe  em  natureza. 
Perderão  o iuizo  todos  os  que  delia  beberão;   «5 <    por»    «4  MuHerbtcíahiupoca-, 
que  íe  apartarão  da  verdadeyra  relígiao,donde  emanamos  ^;ií,íf/,t,„W; ,,;  fflJ,;il ,  ,Jt;í, 
todos.    56  Livro,ondeeftavaviciadaare]igiãodequeíe  j^jR'*'8'^^ 
compunha  a  vida  deites  Monjes,eraefte  Caliz,  queorTe-      °-  ^«toniutãsPadua .,,-. 

,,     -  r>  -il  J  1-  <L  Fragmcntujup.  situe. 

receraoahaobcnto;  miiturado  como  licor mays  nobre,   <í%  ívúTítíujun^quiAinbi- 
eftava  o  veneno  mays  refinado:  com  o  abito,  &  eftado  ^^^dcvinoyimu. 

..  .  .       ticnuejw. 

maysperfeytOjOsvicios  mays  indecentes.Invadiraõavir-   bfpoe.uttjup.inrf.  i. 
tude  deite  Pnnci  pe ,  por  todas  as  partes :  inexpugnável  a  -  tum  hltretici^ex  ee>  iuclS  e. 
charaõ  a  fortaleza, &  encomendarão  à  difíimulação,o  que  g*/fifi***  tcc;cf,a^n,^,t 

'  11         1  Junt  traaanler  doarinxm  erro- 

nãopodião  romper  apeyto  deícuberto.  Palleadocom  o  ne»m,m  Domo  Dei fur,qucm 
fuitento  lhe  quizeraó  introduzir  o  mortífero ;  a  falfidade  ^S^SfSr 
da  doutrina ,  com  a  capa  da  Religião. Bem  podia  Saõ  Ben- 
to ler  por  elte  livro , ou  beber  deite  veneno,  fem  que  com 
elle  perigafíe  a  faude ,  porque  tinha  em  feu  efpirito  a  tria- 
ga. 57   Saudável  fez  Chrifto  para  feus  fer  vos  efta  pota-   --  d«-*/>-/í«/ít«/««/í<>»« 
gemmorntera:   50  mas  ainda  que  Cnriltonrou  ooley-  inemfr*t,»mmmmtferttabu 
to  ao  veneno,  fempre  no  veneno  ficou  eferita  a  culpa,  por tur  )!"""{Lrry"  p'u"cm  f; 


queteftemunhavaomaleficio:  59  Era  São  Bento  San-  d .Greg. Mag.Umii.  >9./- 
ro,&  Príncipe, &fecom  a  virtude  de  Santo  podia  beber  "^Ètfimorifftrumquiia* 
da  po  tagem,  pelo  que  era ,  naó  covinha  ao  officio  de  Prin-  bcr,n,>  ntn e"  "cccb,t  ^*reiS 

ro'11-'  ^o  Orr.nti  enun  vcneKttm  ca- 

cipe,  pelo  que  reprefentava.  cuUntuiniquU&aâverfitvir* 

03  Arrebatado  em  extalis  vioSao  Pedro,  que  do  tm„ts.B»pim. 
Ceo  lhe  punhão  por  mela ,  &  iguarias  a  hum  lançol ,  no 
qual  eítavaó  todas  as  fevandijas  da  terra ;  neftas  viíias  ou- 
vio  húa  voz,  que  lhe  mandava  matar,&  comer  delias;  a  cu- 
jo mãdadorefpondéoS.  Pedro;  que  de  nenhúa  forte  o  ha- 
via de  fazer ;  porque  nunca  em  fua  vida  comera  coulaim- 
munda:  60  reprehendéo-o  a  voz  do  Ceo,  de  que  cha-  J^£Sfâ£,£ 
mafícimmundos  aquellesanimaes, porque  Deososhavia  te»,»  M°g>»<  »>■■■■■■  mquoer»t 

.  r        ,  J  .      ,  n     r  omnUauúd\Mptài«^SStTftn' 

ipunhcados:  masnemaindacom  elieleguro,quiz  comer  xiaU„<  y%i9in>h»c*u.  Et 
delles  o  Apoftolo  :  6r  Que  São  Pedro  os  naó  comede  f^^o^u*™-.}^?*- 
antes  defaber,  que  eraõ  purificados,  dava  latbíaçaó  ao  i,us:Abf,iOimwc,qH:**»rcu* 
ivino,que  prohibia  comer  animaesunmunaos;  im,!liraum,  ^^a^.vnfi 
ma^deipoisda  certeza, dequeonaõcraó, maysparece'oa  "Wí-. 

r  ,       P  r    -       j  r     6l  U}'(dDc">fur'^c':'tit 

repugnância  erley  tos  do  alço,  que  lhe  caular  ao,  do  que  cl  tom^m  m  d,xcru  Mjtrj. ,  5 

K  3  ciupu- 


78  O  PRÍNCIPE  WS  ?JT.  TOMO  11. 

crupulo  de  violar  a  virtude  ,  queo  prohibia  :  mas  on.ifte- 

rioefieve,  em  que  o  Apoitolo,  ainda  que  por  Sdmopo- 

deíle comer  dos  animais  lendo  venenoios,íem  queperi. 

gafle,  como  era  Principe  achou  ,  que  lhe  não  convinha  ía- 

zello  ainda  deipois  de  faber  ,que  onaó  eiáo,  pelo  que  fe 

lhe  reprelentava  na  vizáo.O  Lançol ,  que  tinha  tm  li  toda 

afórte  de  animais  fipuravao  livro, ondeeftavaõ  aíknta- 

i,br«m Sr.-rjCru,in  quo  ir.-nt  vos  os  )iútos,(k  os  peccaaovts :    02   com  cita  inculuiaj 

m£'™Mt&Ji*ftf.v  queosjuftosefíaváo  oceultos  entre  os  peccadores ;  fanou 

deo\i,.,  jit.l, v,ti.c.  io n  A.  cCtcs  m?.ys, Sc  osoiKTosn\Qt)0Sj   62    Sc  como  São  Pedro 

6»    Lnrt    lamrn  in  hoc  vaie       •  i-  ....  .  •  f  -    J     11 

f«u^a^n  nuLajcdpe.fal,.  vio  ao  li  vro  ta  o  viciado ,  na  o  quis  ter  iiçaodeUe  \  nao  quis 
ea&M  ^mt^du.bjcolna.  ftber.do  que  nelle  fe  continha  .  Efte  livro  foy  oflèrecido  a 

òao  redro,  nao  lo  porque  era  Santo, lenao,pcrqueera 
Principe  da  Igreja:  &  fenaó  perjudicava  à  ína  virtude ,  era 
indecente  alua  dignidade  o  terliçaó  dehú  livro  vedado. 
AíTy  foy ,  ao  parecer,  ocazodo  Principe  dos  Patriarchas, 
como  avizaõ  do  Principe  dos  Apoftolos ;  a  fantidadeaf- 
fegurava  a  Saó  Bento ,  poder  golíar  da  bebida  fem  perigo; 
afiy  como  a  Saó  Pedro  comer  dos  animais  fem  receyo; 
mas  adignidade,que  hum  ,  &  outro  logra  vaó,  foy,  a  que 
naieprefentaçaõachouaindecencia. 

48     A  vozdoCeomandavaa  Sáo  Pedro^comer  dosa- 
nimaisj  o  intento  dos  Monjes  era  ,  que  Sáo  Bento  btbtífe 
doveneno.. De  animais  fe  compunh.iõ  as  folhas  do  livro, 
que  fe  reprefentou  a  Saõ  Pedro  em  o  lançol ;  com  o  vene- 
no eftava  viciado  o  livro,  que  fe  figurava  a  Saó  Bento  em 
oCaliz:  para  que  fofleaceytadeíies  Príncipes  a  doutrina 
de  que  trata  vaó,  obrigava  a  húo  preceyto,  8c  a  outro  3  of- 
ferta.  O  Ceo,&  o  mundo  tem  feus  livros,  tk  empenhaó-le 
comosPrincipes,a  queosleyaõ:  hum,&  outro  como  bul- 
cão lequito  pertendem,que  os  Príncipes  fiauaõ  a  lua  dou* 
trina;porque  naõ  fefa  tisfcizem  oslubditosde  outra, fenaó 
daquelld,que  vem  aos  Príncipes  obiervar  emas  fuasebras 
Queyxon-le  Deos ao  Profeta  Ezechiel,deque  todo  d  po- 
vo lefuilentaííe  lómente  daquellas  coufas,  que  feus  Prin- 
64  Etovtrmeaiiuquaco»-  cipesnizavaó  comospés;    64    E  tão comcííivd  fe  fazia 

culcattpcdil>iu*;tirufuerar,t,  V,  •  11      r  Tl 

pifccbiniur:  tf qv.« pc Jex  vrf.  com  cite  mão  tra to,aquelle  1  nlten to,que  as  von tades  mays 
HzcckuiUi^verf.xa.  ocíconiormes,&melindroías  conoidoas  ck- hunrpovo, 

aífy  gofi:av.-iõdelle,quenaõuzavaõ  de  outro  ?  A  nenhum 
caufava  afeo ,  a  todos  latisfazia  o goíto  ?.Si :  que  o  fulltn- 

10 


'  t+ 


EMVKEZA    IV.  79 

retorque  não  lhe  fatisfazia  outra  doutrina.  6$  Enímava  .*<  Bibuntoveituthetampe 
Qciuo  Ungullano  a  arcicular  oíeu  nome,nao  a  todas  as  nHam,cumfuV]&i<aaàuYm- 
aves,  como  o  fazia  Annon  ,fenáoló  a  Águia  :hea  Águia  ^^P^M 
Ramhadasaves,&  achou, baftava  para  todosoeftimarem,  v"*****  ?*&&*  %»vrciià 

r  .  c     •  n-  >»  òjva  isâlicgcna.tii.  bibcrc. 

ler  huamagdtade  a  que  o  proieriíie. 

85      OmodocomqueeltesMonjcs  intentarão  intro- 
dufit  em  São  Bento  a  talia  doutrina ,  era  com  húa  novida- 
de j  porque  ainda deípois  deabendiçoadoo  veneno  ,pcr- 
íuadirão-fe  ,a  que  ficava  mortífero.  Queriáo  perturbar  a- 
quella  republica  de  efpiritos,deque  leanima-va  o  de  São   ft  om„i„mjufteru»>ftiritn 
Bento,  66  &  valerão-fedenovasopimões:eíusnáodaõ  f'lenu,S""- 
oucro  fru&o  em  todas  as  republicas :  67  à  dos  Gregos,    .    „   ,  „    .   r 
faltou  a  confervação,  porque  defíerrarão  a  doutrina  anti-  perandamperfiSam  mn»u™, 
gua.    68  Mandava  Deos  dizer  a  íeupovo,queícmror-  ceopimo«ctfrifcL,vom;M 
BiaíTedosnaturaes  da  terra,  quaeserão  os  caminhos  mays  ®c\ ■/M° ^h*tni\ >"jn  l,b- 

1/Tii  •     1  r      dt  Sacrificas  u2bel,U>Çaim. 

trilhados,  &  queandàflem  por  elies,para  caminharem ie-  68  os  i^isto,i«6f«i 
guros.  69  A  doutrina  nova  não  he  etfrada  íeguida,f^lta-{^^^;^";;^^ 
lhe  a  frequentação  commúa.  O  povodelfrael  perdéo-ít  "•"»  "<"»'«  «*•«?»*  w«'« 
em  a  parte,  que  nao  tinha  laida;  70  a  taltadetnlho  a  tez  im  eftfcnex.  D.cjnitujiíe- 
monte.  Todos  os  Elcritores  emprenderáo,  abrir  caminho  Xjn'J/f  ■\-t""r'  J"*'""">f 
a  nofia  intelligencia  ,comleus  difeurfos ;  mas  os  de  alguns,  iu>ntjfn«*  Gr*cot. 
naotiveraolaida  ;  rorao  pararcom  elles  aparteinhabita-  Uquu^u*f,tv:a bina, $*•»>■ 
vel,  onde  não  encontrarão  fabio  ,  com  que  apoyar  fua  ^/^'««.-í"'^""'»'/''- 
doutrina.  Aconíelha  a  Sabedoria,  a  quem  anda  em  peitem    7o  Errarefi&^it<»m*iè^§ 

1         1  r  -  n  1  -nonin  ti*.  f'Jl.to\  .v?rf  ai. 

coes  de  alcançar  fama,  nao  palie  os  termos  a  que  cnega-   ?i  Ke  u;„^reã:3rií  „.,„,. 
vão  feus  antigos.  7  1    Querer  dar  faida,  ao  que  os  anti-  >*«*}»»^  f»»f»tf« ••,'"* 
gosnao  acharão  vereda,  pertender  introduzir  a  novida- 
de, que  não delcobrio  ouzo,&  que  não  iníinou  onatu* 
ral,  inventando  novidades  de  vocábulos  ,que  offendem, 
&náo  agradaõj  sfícócando  no  raro,orediculo,  nãofer- 
■vindo  á  clarefa  de  fraze ,  lenão  de  desfogo  á  impertinen-    7r  aw*<w  moter  umerft*- 
cia ,  he  diliriodo  juizo ,  p,rto  da  preíunçao ,  frucb  da  oc-  ^$Eg&$£t 
ciofídade,  leviandade  da  altiveza,  72   contemporilaçio 
com  o  tempo, ou  falta  de  fr u&os. 

85      Eiies autores, fió  femelhantesaosdcfgraçadosj 
porque  eftcs,naó  acháo  agoa  no  mar ;  tern  ,  no  campo ;  ri  • 
quefa, no  thefouroj&  ouro,na  mina^&caquellcsnãoachão    7,  QuotiquirtcntUorvcg- 
lciencia,  nas  lciencias.  Para  adquirirem  kquito dizem, que  lcJsJ:ct  „„,;,._..,. 
aÍ.:áncaráo  o  que  nunca  leexccgitou:    73    Eo  Evange-  r^^f"'^""^'-^--'-:^ 
liita  São  João,  para  angmentar  o  numero  de  léus  IJtlci-    vivuthituauiib.t.etf.  >8. 

pulos 


8o         0  M(!NC1QE  DOS  $AT.  TOMO  21. 
pulosconvidavaatodos,a  que  aprendefíem  dtlle  adou- 
74  char\!TimiMnminiiUtm  trina  ancigua:   74   Náolhedeuonome  de  nova,  porque 

novuwfcribo  vcbirfed  mtnJa-  O  '    '  .  .  -  *  f 

ihvtiM,qnodhabutjiis«bini:-  ralava  verdade  no  queperluadia  j  oc  elcrevia  parau[iii- 
l„.i:/,//./^.^'2.^;7dadec|OS(]UedoutriI)ava# 

(Percwitatoremfugito :  mm  gárrulas  idem  ejl : 
'  ÍVf c  retinem  pat  til  <t  commtfjafidehter  aures. 
Horat.  i.  £/>//?.  18. 

O  ouro  fendo  omaysprecioíb  dos  metais,  fcnão  he 
polido  ,  não  he  viftofo.  Convém  ,  que  a  doutrina  anti- 
gua  le  efmalte  com  oidioma ;  fe  faça  agradável  com  a 
diípofição,  &quefe  fublime  noeiVillo.  Chrifío  dando 
com  lua  vida  luz  ásantiguas  efcrituras,  fentado  fobre 
o  monte,  inilnou  ás  turbas  a  intelligencia  dos  precey- 
7í  i~lJí>:ij,fu»tttrbM,af-  tos  do  Decálogo:    75    na  alrura,  que  efcolhéo  para  ca- 

eenjit,  ia  montem : ::  tfaperi-     >  r\  r   i    •  i  • 

cmcju-.unâ.cetiteos.  deyra,  moltrou  o  auge,  a  que  lobia  a  doutrina  antigua. 

Mtnh.^.vcfVfeq.         Sendo  Chrifto  oSummo   Legislador,  &  a  íua  doutri- 
na nova  em  aterra,  eícrevéo  o  Teftamento  novo,  com 
,v       £  .  as  letras  do  velho  Teílamento.  76   A  antiguidade  heref- 

ieriUteraimpre]í.»merix.       plandor  da  nova  dou  trina.  Para  engrandecer  a  íantidade, 
&gog?n'X  '         ,.U'  Pe~  &fabedoria  de  Chriito  dilTerão  os  judeos,  que  refuíci» 
77  U2'.*i»-opheuumtsdea».  tara  nelle hum  dos  Profetas  antigos.  77   O  Efcritor  ha 
■Lucccqvtrf.s.  de  fazer  oofficioda  lima,  aperfeyçoa,  mas  não  falfiHca, 

^JZ{l)!7í'rca:ll3C^h;  nem  adultera  osmetais :  afly  o  efcritor,  ás  efcrituras :   78 
t^wpon.^ame^tu^itmentur,  o  que  obriga  a  adulterar  as  efcrituras ,  fendo  a  falta  da  ver- 

fo1iar.tur:fed  nef.xs  e/l,ut  com-     ,    \  °  ,-         r  ,  ,  .-       r 

t»utentUr\Hidttrunce»tHTtut  dadc,comque  le  elereve,  he  também  quererem  ler  lm- 
"e»}IZpr'z/riee''t''a  **'""  gularcsna  doutrina  de  que  tratâo  ;  fogindo  da  inteligên- 
cia cómúa,  para  fedefviarem  da  companhia  dos  mays.  São 
os  autores  teftemunhas  •  8c  pormays  verdadeyros  ,  quefe- 
jáo  os  eferitos,  neceííitáo  delias  para  abono.  Ordenou 
Deos  alfaias  ,efcreveíle  em  hum  livro  o  nome  do  filho, 
que  lhe  havia  de  nafcer:  feio  aífy  o  Profeta;  &  baltando, 
79  Sumeubnibrum  grande,  queelle  mefmo   firmaíTe  efia  ordem,  para  fe  lhe  dar  todo 

£? lenhe inro(ly!oho'iJm,i,  tf c.  J-  i  '   r        r  1        i  n  I 

Etadhibuh  mihi  tlftet  fideitr,  °  medito, ajuntou  a  lua  hrrna,  a  de  duas  telteniunnas : .  79 
^iZ''\Srtce*0U'Y6'íscha-  era  escritura,  &  fem  ellas  achou  Ifaias.anáo  teriáo  por  va- 

Jlda. 

87  Poucas  faõas  flores ,  de  que  a  abelha  não  fabrica 
mel ;  &  a  razaõ ,  porque  o  não  tira  de  todas  he ,  não  achar 
em  as  poucas  de  que  não  uza,  a  virtude  das  muytas.de 

que 


MMVfEZÂ    IV.  ££ 

quefeaproveyta.  A  finc:uIarklade'Iieefieríl,&c2vi!oza; 

8o  hecomoafcrpenreL>iança,qiie  encobre.com  oodo-   8o  **">&**<&  inféevpis, 

•  f  j'  •  1 1  -  i  -  ?"" K0"  docet  ni/i  errorem ,  2? 

TirerOjOteu  veneno; -em  quarto  Jhe  nao  conhecerão  a  vún-  chimer»m,tavihfije»g,tSutor 
Jicia,  vefcdi aíTecor  fragwnoia,  &:  defpois.fó  teve  gíffio  'V™>''0»f™*''^  *"/'>/*' 

'  -T  ,  O  »  r  '  6<        r^juaderemahtiamjubutnbrae- 

paraick»'nçaro©.íogOi'porçjue<í>ium.od£Íle^diz«m.,j>if-  '»?<««"/>.  ?*n*rHcBor  d,s. 

r  jj  '  L  O         o  n    ■  -  •  bernardo  inv.la  Moyfihb.  i. 

itrrva  de  dores  <ae-C3beç3.    01   beos  Príncipes  nao  quize-  <-J£>  ,»0  .,.9,. 
retn  enfermai-,  foça  o  meímo  aos  livros  vedados,  &  ÍD-   ?'  ^"'f*'* *'&'*'*;■& °- 
preiticioíos  j  para  que  no^engarrodoodorfíero,  não  finta  ràprovecb«f*,noúciMfoi.  1,6 
oseff;-ytosdap.otagem,emqucfcrcprefentavaania-     "9-V-*-»***»**»- 
Jignidadedefuadoctrinazdaqual  livrou  Deosao 
Princi  pe  dos  Patriarchas,&  guar- 
de açodas  os  Principes 
Catholicos. 


DEIXA 


DEIXA 

S  BENTO 

A  COMPANHIA  DOS  MONJES. 

£  M  ÍP  %E  Z  A    Vi 


88 


ERRIVEISÍaõosmaIes,para 
quem  não  ha  medicamentos.  En- 
finouanaturefa,&defpois  a  ex- 
periência,  remédios  contra  todas 
as  enfermidades. 


Omnes  humanos  famt  medicina  dolcres. 
Troperú.  2. 


Só 


mmur 
iti 


EU?  KEZA    V.  85 

So  parahúi  não  receytou  medicina,  porque  todas,  ■ 

quantasihe  aplicou,  não íortiraõ cfFey  to : dey xou incurá- 
vel o  mayor  mal  3  porque  naõ  acercou  a  cura  a  ingratidão. 
Os  medicamentos,  iaó  armas  de  que  le  ajuda  a  nacurefa 
para  vencer  ocontrario  :  lendoosbenericios  os  que  amé- 
íinhãoa  neceílidade,aproveyta-íe  deíles  a  ingratidão  co-  «  s"»t  mim  quii*m  mim, 
mo  deinitrumento,paraottenderoaricctuoío.  1  {Jaòig-  f,j,cl!:c,K  h\ ;í]lllbtlr  lbi,Jt. 
nidade,  em  que  le  vio  o  humilde  Mutfiphlo,  fez  amvdsjí""''  ^"'"i" lie"c'fic'- 

*  „  t         a  I  ••  1Z  demum  interfe  c- 

com  que  matou  aohmperador  Aleyxo,  que  oiubioael  tu"ft*Murr,pbtoquoàjamis. 
k:    2   do  fenhorio,  que  chegou  aterTheodoro  entre  os  t^Z^St^' 
Godos,  nafeéo  a  morte,  que  deu  á  Rainha  Amalaluntha,q    ***•/**>*  offiçfoa  verto  /»- 
o  fez  feucompanheyro  no  governo.   3   Oenfermo  rece-    *  ^imaiafumb»  Gtnru  ne- 
bendo  a  medicina,  &  náo  obedecendo  a  ella  anaturefa/r,r/í''^J-/?^"'J  c"^- 
augmentaomal :  vay  em  crelcimentooingiato,fenaõ  o-  &»•  confine  adegam,  idem. 
bedeceábenificencia,  que  o  obriga.  Os  A  thenienfes  ex- 
cederão a  todas  asnaçoés,nefta  culpa  j  tiveráo  osHeróes 
niays  benéficos,  &  a  nenhum  rcfpeytaraõ  como  abem- 

r  n  1  •  j-  1     r  r  -  4   VaUer.  Max  lib .f.Bjtti- 

tcytores.  4  He  o  mal  irremediável,  le  an3turela  nao  a-  pFuig»fu,i.b.i  sihèticuíi.-, 
iuda  as  medicinas:  vai  taó  pouco  a  nacurefa  com  humin-  '  .£*"" " x  :;•■'"  M»*«fin** 
grato,  para  o  fazer  agradecido,  que  Pharnaz  leopos  a  leu  reguobfedit^adrtecemjpo»- 

rmaoMetndates.  5  O  Emperador  HenqueV.a  leu  pay  tbãHUt,„£lBioH„^ 
Henrique:   6  &  nas  guerras  civis,  íolicitava  a  morte  a   6  *?«"/«'  ui»f«p. 

.  ,.        r        ru        s^r?  7    ldtmibi. 

Annalio,leuhlhoOuio.  7 

89     Para  que  os  medicamentos  náo  exafperem  o  acha- 
que, obíerva  o  medico  a  conjunção,  &eftado  da  Lua  ^aug- 
mencaó-fe  os  males,  com  o  crefeimento  do  Planeta:   8    8  Cauiurt&perfi8nrmeJ,\. 
nunca  para  hú  ingrato  he  mingoãte  a  Lua,  porque  o  retra-  ^/^S^Sí 
ta  quando  chea:  nefta  conjunção,  converte  em  ma lignida-  /*«*«.•  qnatuue crefcunthu- 

11  1       J        •      n  »  1  1  mores  m  omn-.bui.    ]cjr,n:i  a 

de  o  benévolo  das  influencias  dos  mays  planetas, que  re-  DivoGem.nUno  ordims  Pr*. 
cebequandoprincipiaocrefcimenco:  9  aííy  humingra-  *«*•»***■•■  ^cw»,  tf 
to,  converte  o  medicamento  dos  benefícios  em  o  maligno   9  Petrurde  ^uguinLu»*- 

umor,  emquepeccalua  ingratidão.  Os  sabinos  encer- 
rarão viva  a  Tarpeia  virgem  veftaltdevendo-lhe  a  gloria   )0  Tarpeiaviipvefi»ihtqu* 
de  expupnarem  o  Capitólio    10  Calphurnio  Craflb,  »«■»  "pi''»»"»  ?»>»  Sf 

-         *,    c  .  ,     .  '  '  ..        1  a<pti>  ciifioji*  eomifan     , ->  ■ 

defpreíou  aBallacia,  tendo-o  livrado  damoite,que  lhe  tiwpndidtt :.:feutit u      . 

-1  \/l/T,l-  c  J  'I„:~«^  nbrutã,1  úrpeio  monte  uomefe* 

quenaodar  emMdíIilia.    ir    Se  a  doença  pnncipia   no  cit  .Far,6fyud  cw««/«- 
tetnpo,  em  que  a  Lua  anda  na  cafade  Efcorpiaõ,hemor-  pbMúmubifup. 
taJ:Ordinarianicnte  tem  leu  principio  neíteíigno, a  doen- 
ça de  hum  ingrato:  a  influencia  do  Efcorpiáooflfende  os 
olhos  j  da  vifta  perde  hum  ingrato  a  divida ,  porque  fecha 

L^  3  os 


84  O  fflLmCME  WS  TAT.  TOMO  II. 
os  olhos  á  dadiva.  Intentando  Alexandre,  dar  amortea 
Clito  filho  deHellanice,  dequein  havia  recebido  opri- 
me vroley  te,  lhe  recordou,  quem  íe  compadecia  do  con- 
denado, os  refpey tos  que  fe  deviãoaefta  obrigação  ;  ao 
que  relpondéo  Alexandre ,  que  nunca  a  tivera  por  benefi- 
cio ;&  não  lhe  quiz  perdoara  morte.  12  He  impoflivcl 
dar  remédio  a  quem  tem  todos  os  males  j  o  íer  ingrato  íaõ 
^^/S^^^^todososmalesjuntos:  13  aílyquenãohe medicina, que 
• }  vixnu  m»tedi8»  cuMa,  0  melhore ,  porque  hum  natural  ingrato  he  opofto  á  vir  tu- 

(um  ingrata  hominem  ãixerií.    .       .  ..l  *  °  A 

Putí.Mim.  de  dos  medicamentos. 

90      Muytos,quenáoquizeráodar  oingrato  por  in- 
curável,receytarão,que  tratando-o  com  aggra  vos, o  farião 
&&2£wÍ5itZ&  conhecer  o  beneficio:   14  porque  o  ingrato  he  como  a 

fanguexuga,  que  não  lança  de  fio  langue  alheyo,  fenão 
obiigidadosgolpes  :mas  nas  oífençasle  porta  o  ingrato 
dedifTcrente  íórte,  que  comosbeneficios ;  porque  não  fa- 
zendo eftimação  deites ,  que  o  obrigão ,  faz  grande  cago 
m  UafuntiHi  omnsinoihi  dos aggra vos ,  que  o  exafperáo:    15   he  tempo  perdido 
vtor pluma, u.gr*tiaeft:fiquii  querer  extinguir  a  chama  com  o nutrimento  delia :  lo  os 
Fccc*,u,nt(i,piumke*sira*ge-  *bos  çc  fazem  mtlhores  com  as  moleftias.    1 6   AíTentaião 

rant.  clautustn  ranu.  , 

16  sicuthniper  contumeii-  outros,  continuafie  com  os  ta vores,o  que  não  quizeíTe  ex- 

Of  melioret  exiíluKl:  itarepmbt  ■  i  '  r 

debcncfJ^oreffunu        perimentar  ingratos:    17   o  que  naohe  certo;  porque  ef- 
D.ceg  iniAwaiibut.        tes  faõ  como  os  fequioíos;  para  apagar  a  lede  trazemos  o« 

17    Scmpcrbtneficf5nonvi   ..  1     ,         ■      t      /-     •    r  r    1  l    -        ti 

àebu  ingraiu.  Traiiut  âc  <Af-  lhos  nas  iontes,  inas  dei  pois  de  íatistey  ta  a  iede,voitac-Jne 

"Ti7y«ii»htfi«g»i»e»  a* cè{b8áhea'diiiiWolap  fei  ingrato, ofer  ambiciofo,   18 

amhtt.cu,  r>:jximoPere,fcm.  &  dado  que  atonte  leia  perenne , &  oingrato  iníaciavel, 

idemibi.  necomo  a  área,  que  quanto  mays  agoa  Ineiançao,  leraz 

mays  dura :  não  deyxa  o  mar  de  ler  falgado,  por  mays  rios 
deagoa  doce, que  recebe.  Também  efereverão  outros, 
que  publicar  a  mercê,  que  fez  ,&  o  máo  pago,  que  lhe  de- 
ráo,  he  remédio  para  a  ingratidão:  19  masifio  hefJfc?, 
Jla\uZ!le^M^T  porque  fupoem,que  o  ingrato  nãoperdéo  obrio  de  r*. 
f4citpud,bunjiu,quòdna»fe-  cional,quehe  fentirmays  a  palavra,  que  ocafiigo.   Não 

tilgrattu.  Bio4.  '  n  J         l  *,       .    r, 

creou  a  terra  monitronem  mays,  nem  taodeíorme,  que  o 

10  higreto homimnihiiptjut  ingrato.   2o  Todo  o  animal  obta  conforme  leu  género, 

ttrr*crcat.¥i*bmMim.       &  naturefii;  hum  ingrato  nem  obra  como  bruto,  nem  co- 

mo  racional:  no<  brutos  mays  ferozesachou  agradecimen- 
to o  beneficio  jhú  Elefante  lcguio  aquém  o  tire  u  de  Ima 
cova  j  hum  Tigre  fe  fez  domeítico  a  quem  o  livrou  de  fe- 
melhante  fojo  ;  hum  Leão  íuíientou  o  ioldado ,  que  o  li- 
vrou 


E  M  Q  %E  Z  A    V.  8$ 

vfoudo  aperto, emque  otinhapoifo  húaferpente:  21  ai  Patír ««" Bercorim ver- 
donde  aproveytando-leolavor,queiefezahuatera,per*  íZ  gu,j  ,!C„  vtmt  gratumi 
déo-i'e,oque  ieíaz  a  hum  ingrato,   zz  ennondJtum 

Qjhe  damtii  ingratií  penitus  moriuntur  ibidem: 
(Junque  damm  gratió,  nmnera  ViVa  manent. 
Cerman. 

o !      O  Sol  infinou  o  remédio,  em  que  não  derão  03  ho- 
més.  Gaita  oSolas  horasemierviçodascreaturas,todoo 
gy ro  em  que  anda,  vive  occupado  em  utilidade  de  todos:a 
elte  bemfeytor  univerfalapedrejavãoos  Bithinios ,  &  ou- 
trosgentios,  23  quando  o  viáo  no  occazoj  eftefoy  o  pre- 
mio, que  da  vão  ao  Sol  pelos  benefícios,  qdellerectbiáo;   2)  jw^-fl.  jjetonitu  àD. 
&ocafíigo,quelhedavaoSol  pela  ingratidão, quecom  ?au]o-  iT»aMCuit»Dw* 
elle  uzaváo,  era  deyxalos em  íbmbras:  delamparaloso  Sol 
foy  o  remedio^porque  virar  as  coitas  ao  ingrato  he  doutri- 
na, &  caftigo.  O  mundo  fem  Sol,  hehúReyno  fem  Prínci- 
pe,&  húa  republica  Íem  varoésclaros.He  morte  eivei  para 
hum  cego, faltar  quem oencaminhe;  &hecegueyra,para 
quem  tem  vifhnáo  haver  luz,quelhaaclare.  Deyxou  Py- 
rh?goras  aSamosj  24  LicurgoaLacedemonia;  Solon,&    74  ?po«te Pjtttena* stmS 
Demotthenes,a  Athenasj    25    Scipiao  Africano,  &  bei-  ^^^^^s.Bi^fj. 
piaõNaílc3,aRoma;    26  foráoeftesos  íoys,queilluifra-   $»&/'*'» °&c*Wer- *?*' 

r.  .        ,  ,  1  -  /  ximusl-b.  f, 

raoapatna,hunsemasIeys  quederao;  outros,  nas  proe-    L<  &<iiãk  tA&tnu in  «-«- 

I  11  Uuriam  l>if:iÍJ»i  ,  ubt  ajylum 

zas  que  obrarão i os  naturaes  pagarao-lhe  coma^gravos,^'^^^,,^,  M,    ,. 
&:  elles  caltigaraõ-nos  com  retiros.  Levaraõconfigo  toda   c*ro>.M  *upb»m»i»  D,ã"- 
a  UiZjhcoucom  elles, toda  a  eícundade  ;lentiraopnmey  ■    l6  Maxim* ub.%. 
to  a  pena,  do  que  conheceífem  a  falta.  Corrompefie  em 
breve  tempo  a  parte, que  não  animáo  os  efpiritos ;  faltou- 
Ihes  piloto  ao  leme,  8c  naufragava  o  governo  j  na  primey- 
ra  borrafea  fe  chorarão  perdidos ,  porque  tinhaõ  perdio  o 
lume  dos  olhos;  8c  ficando  íem  leme,  &  Íem  lume,  era  cer- 
to o  naufrágio. 

9  2      Tem  fuás  horas  de  racional  o  ingrato,  mas  he  def- 
pois  que  padece  ;  conhece  o  preltimo  ,  mas  he  quando  ne-  *?  L'-lí:s  s*1»»*1"  .  «•«  ie 
ceffica.  Livio  Salinator,  victoriolo  dos  Illiricos  roy  tao  fib, ghri» compara 
moleltado  dos  naturacs,que deyxou  a  terra;  invadionelte  }u„tãrium  ;xiliuni  f„cfíSus 
tempo  Aníbal  a  Itália,  tk  os  mefmos  que  o  repudiarão,  #:pêfifumfmÊcnm^m» 

,  .  .  1      •  rr  y-v       1      ■  n      •  -  C      nibalc  ltaliamopprurmttt. 

lue iorao pedir  os  deítndefle.    27   Os  de  Dacia,nao  ta-    fUviJiwfupra. 

L  3  ziaó 


8  6         O  fflyNC&E  DOS  VÂT.  TOMO  11. 
ziaócazodo  ídolo,  qchamaváooDeos  velho,  porque  lhe 
2.8  PetriuRauiimuJeNtr-  falava  trémulo;  deíaparecéo  o  ldolo,&  tudoforãodcpre- 

caçoes, para  que  tornaíie:  20  em  quanto  Iphicrates  vi- 
véocmTracidjThimonthe,eniLesbojChabíias3em  Egy- 
proj  8c  Chares,emIncigeoforãoalvodos  delprezosj  mas 
deípois  que  fugirão  ,  foraõ  emprego  dos  afTeâos :  O  cor- 
po defpois  que  enferma  defeja  afaude,  quenáoeítimoiij 
apreíençido  Heróe  helaude  da  republica,  a  íua  falta  en- 
fermidade. Os  de  Si  1  la  conhecendo  a  afronta ,  que  lhe  cau- 
favaoConlul  Publio  Rutilio  vivendo  defterrado,decri- 
minarão,  refhtuiloá  pátria  ;&  aquém  lhe  levou  a  ein- 
bjyxaâj,  rtfpondéo  Publio;  queria  antes  fe  envergonhaf- 

feaparriadeieudell:erro,doque  feentrilteceile  com  feu 
19    P.  Rutiiiut  Coh/  c».         r  d/i     r         •  r         j        j 

lAaniiijCoUgi.rtiegMw eft a  regrcíJo.   29    biieriliza  oingrato  aiontede  toda  a  com- 

Í^Z£;::t::;;^:Z  P"y «o5  feus  termos  &ò  vento  abrafador ,  que  indureíle  as 
ihon.iaoubcjcat.qnamreJi-  entranhas  mays  piadoías:    20   a  auzencia  do  bemfeytoi 

tu  mctreat   RaviJiuJUpra.  i  j  j  1  j  •       r  ■ 

ío    irgrathudo  inimica  efi  abre  em  veasdeagoa  ao  pedrenal  mays  duro  jhe  lua  reti- 
a»im*:  cxmumuo  merhorum  rac{a  vento  n0rte,  que  expelle  a  névoa  da  mata  mays  den« 

•oirtuiu  clijperjto  %bcncficiorum  '    *  t     *  -J 

fercduo&venttuurentjic/wt  la.  Deíle  remédio,  que  inlinouo  Sol  aos  bemfeytores  mal 
wJi^fiuenugrMU.  correípondidos,  uzou  o  Príncipe  dos  Parnarchas  31  com 

d.  liernard.fup.  Gant.        os  Mon  ics  Í  ngrat  CS. 

*<     Monachirum  ordoincd*  o  l-  1  M  r  "  íT        I  i  t 

fita  Bc*to  Be»*Ji8o ,  viro  uti-  93  buccedido  o  mi  lagre ,  ncarao  allombrados  osde- 
jEr;  ZEfyZZÉ  linquentes;  mas  não  fe  affuftou  o  Parriarcha  ;  com  grande 
2..Conco,j.vetcritfnovneft3-  foce po  de  efpirito.naó  en tresue  á  cólera,  antes  dado  á  má- 

menticab.\S^  D.Bern.m  De-  r  i     -     r  i  l  n  l  t 

ciavauo/up.  tece  no,  retiq.  "dao,  km  mudar  a  cor  do  rolto ,  nem  alterar  a  voz,  Jevan- 
pofi  médium.  tando-fe  da  mela,  com  húa  cara  alegre, &  aprafivtlman- 

douchamaros  Monjes,  quealli  faltavão ,  &  juntos  todos 
,,.„  „  .  „        lhe dille  Saó Bento:  Deostodoboderofo, Irmaõs.Vos perdoe:  por- 

?i    Mifercjturveftn,fiatrer  '  J    *  '         Ç  'r 

omnipoient  Deus,quare  i» me  quera^ao haVeis  machinado  contra  mim ejtúi coujetf  nSíaõVosdiJJe 

f a  cere  >  ff  a  volvi/h  ?  Nunquid,  ,  r  n  .  %    /?  is%    ~l    l  ■>     O  ci 

»c»p,,ur  d,x,  vobu,qu,a  leftrl  m->  ^ndo  mefojtes  rogar  para  VoJSo  Trelado ,  que  os  VoJSos  cuilumes 
m  meu  moribus  mmimfi  co*ve-  fe)UQ  coiiformaVaõcom  os  meits ,  nem  a  minha  Vida  com  a  Vofl  ?  ?ro< 

Mn-c?lte,tfji,xtave(lro,more,J  ■'  .  JJ 

fatrtmvoiu  quante,  quiapoii  curoji  Trel  'do ,  que  /e  ajujtecom  Vojfo  trato ,  <3  modo  de  Vida,  boi  quê 
^"^MgZrSMolti.  dePM deflefuccejjòj naõ hey  dejer  Voffo Tajlor.   3 2 

Cljp.i. 

Si  la  deuda  dl  Maeslro  tan  devida, 
TVo  'ty  recompen/a ,  que  pagar  lapucday 
Oy  ha  cejfido  con  el  hecho  Vueflro, 
Ley  natural  de  amor ,  j/  de  Mm  firo. 
'BraVusinjuaBenediElma  Lant.  4. 


94    Efta 


94.  Eftafoyareprehençaõ,  &eíi.3aclefpedida;na6 
fe  deteve  São  Bento  em  o  Mofíeyr  o ,  veyo  logo  em  direy- 
tura ,  para  a  cova  de  Sublaco ,  donde  havia  fahido.  Re  ve- 
lou Chrifto  a  Santa  Hidelguarda,  que  aífycomo  Moyfés 
fora  o  niays  brando  de  condição,  entre  todos,  os  quehabi- 
tavaó  a  terra ,  da  mefma  forte  São  Bento ,  entre  todos,  os 

r  I7C-T?  1     l_    -        "   ■^'  **/*«  iJ  tirco  Cantil* 

que  vi  verão  em  teu  tempo.  32  bra  bao  Bento  todo  bra-  taitfr*dm»rumvrtuum?ie- 
dura,rcfpirava,em feu alento,a  fuavidadedoEfpirito  San-  "."""">  ^tmaãmoiã úoy- 
to:  a  viigem Manaodiilea  b.bnziua.  24  q»i'»orebimiurmterr».s.Hi~ 

delgirda  In  Exfufiiotie  Regu- 
la. 

Con  eUa  el  Santo  rinde,  6>  atropefla,  A  *  De  Sacc° Beíii  Renegai 

Vel  bombre  el  ódio ,  de  Tluton  la  rabia  ai.  u,x,t  Bear*  Viry,  Mari* 

Stendo delbiermo,  en el  luzir eftrella.  a/uJ s ■**'&•"<"»>'>> -i-K™- 

,  ,  x        ,  utian.caf.  zo. 

Líbia,  de  amor ,  y  dei  olor  Arábia» 
Idem  Cant.  5» 

Efpelho  de  Príncipes  foy  São  Bento ,  fua  vida  o  mof- 
tra:  emfehavercompaílivojcomosqueotinháoaggrava- 
do,  naõfó  foy  clemência  da  indole,tambem  foy  condição 
da  mageftade;  verificou  o  principado,em  não  uzar  dos  po- 
deres: aífy  o  aííirmaraó  de  Cefar, fazendo  Conful,  aC. 
Meinmio,  que  ohaviadeiautorifado  depalavra ;   &  em 
não  permittirofiTendeííem  a  Cornellio  Phagita,quelhe 
fora  traydor : foy  Ceftr  entre  os  Emperadores  o piimey-  „  E*eatr!u*fanspofteaCée 
roxrne  ic  coro-ou  de  Louro:  2  <i   foy  São  Bento,  entre  os  J*  u™<»}"™«*  '"£':'/' 
Patriarciías  opnmeyro,que  íe  laureou  Ceur:&  quanto  i«j{;«/w«»ír«c#/iw«j»- 
Jogravaodepremezia,moltraraonaurbanidade.  i$.c«.  jo. 

95      Entre  os  Epithetos  de  Sáo  Bento,  fedeviza  a  ef- 
te  Príncipe,  com  o  timbre  de  Leão,  de  Baxel,  de  Aguia,& 
de  Rocio}  o  Leaõ,  domina  a  terra ;  o  Baxel,  as  agoas  j  a  A- 
guia, os  ventos;  &aAgoa,  o  fogo.  Jurifdiçaõ  teve  São  •  vr,f<cunfcàtincUfr<mn 
Bento  ,fobre  os  quatro  elementos :  a  terra  não  recebéo  cm  f'llcet  ^tVí^fV^'- 

.1  *  dofromonialtbHfdfjiiiiituora- 

\\  a  num  Monje,  porque  naõ  eftava  em  graça ,  com  Sao  vit  MignefanufiicoqHemruit 
Bento ;  a  Agoafe-íe  em  mãos,  para  trazer  a  Sao  bento,  nu  ^w,/frf/r/?„„.#,,A>,- 
ferro,quecahioem  fua  profundidade:  o  Ar  lhe  mandou  qfquanJoPiaeUumm^cim 

r        •  /T       r-        1        ■  n*  1^  J  '       lib'ravit.  In  lerra  ,qua»a>  a- 

trescorvos,queolerviiie,&obedecelte  ;  orogoperdeo  quamieterrafraduxit  inc*h 
aaaivid.de, porque  nãoqueymou  á  vilbdeSaó  Bento:  ^J^Zl^ 
mó  fóneftcs , mas  em  outros  milagres,  nioftrou  SaõBcn-tf*-.  Magifcr  Lco**rJw  Jt 
to  domínio,  (obre  os  quatro  elementos:  deites  pode-  ditttomminjirm.  s,Benediã. 
ies,que  lhe  concedéo  o  Alciííimo  ?  pcdia,Saõ  Bento  uzar, 

para 


SS  OT^KClfE  WS  TAT.  TOMO  II. 

pprs  fatisfação  tio  aggravo ,  íazendo , com  que  os  tragaífe 
aterra,  ou  os  dcr^inparaííe  o  ar ;  que  osafogaíle  aagoa, 
ou  os  íibrazafle  p  fogo  :  para  tudo  Deos,  lhe  havia  dado 
graça;  mas  como  a  culpa  ioy  de  ingratidão,  deu-lhe  o  cai- 
nhem os  deyxar  fem  paltor.  Oprimido  o  povo  de  Urael 
do  poder  de  Seia ç,Rey  do  Egypto,  entrou  o  Profeta  Se- 
meias ,  em  Jerulaleni,  parte  aonde  eftavaó  retirados,  os 
Príncipes  do  povo,  em  companhia  de  EIRey  Roboam;  Sc 
da  parte  de  Deos,di|Ie  aos  Magnates:  Vòs  me  dey  xaftes,& 
eu  vosdeixeyemasmãosde  Seíac:  36  reconhecem  todos 
«6  fí.f,-,í,rrfDfl„.;/,,.r.,.,/,c  ferjitfioocaUie^&arrependendo-ledaculpajrefpeytou 

lUl  ^%t  t%',p°Z :Deos  íua  hum,Wade ; com  <?ue  lhe  tornou  a  mándar  d,2er> 

**&$■  pelo  Profeta;quejarepremirafeu  furor,  &  não feriaõ  âei- 

nuidos,masqueficariáofervos.   27   Opeccado,queco- 

í7    Non  ffillabit furor  mtur  ,  J  «     •  Kl     -■  \    C       •  r 

fuperferufihm.-:;  vetumia-  meteo  o  povo,  era  de  ingratidão;  porque  deipois ,  que  fe 
mKftrvitrteUhverf.*  vioopulentOjfeífe idolatra:  28  &  primeyroDeosode- 
regnum  Roíoim^confortitum  famparou ,  do  que  o  puzefle  em  efcravidào  ;  o  dclamparo 

de  mliiitifiint  lerem   Dowini.   n  iv  o  f  '  i~  J  í  C  1 

i.Paríiip.caf.fz.vaf.,,  íoy  caitigo;&:  a  ticravidao,a  emenda;  o  ler  elcravohe  tri- 
buto do  agradecimento,  &  para  hum  ingrato  fer  agrade- 
eido,  he  remédio  o  defamparalo. 

06  Em  quanto  aílifte  o  bemfeytor,nãohe  tempo  há- 
bil, para  hum  ingrato  cuydar,  no  que  deve;  diverteosa 
luz ,  que  lhe  afliiU^obriga-os  a  efcuridade,em  que  fe  vem: 
a  aufencia  do  bemfeytor  os  põem  em  trevas ,  &  eíbs  os 
fazem  emendar  da  culpa.  Repreftnta  Ifdias  ao  povo, as 
calamidades  de  Jerufalem  dizendo:  Ellá  defamparada  a 
multidão;  efeundades  h>bitaõ  tm  Jerufjlem;  50  mas 
chegará  tempo ,  em  que  o  povo ,  ha  de  defeança  1  de  tantos 
trabalhos, & log»arhúa paz muy firme.    40   Enaõforaó 

14   MuItrtuJotirbUrehBarJt  .  c  r  J  •      J  11 

ten>br<*\vp*ij>atiof48*fMt.  mays  bem  acey  tos  os  lavores,  iem  a  precedência  daqueJJes 
lf,uc%l  TÁ\V    ,  infortúnios?  Para  fueceder  ella  alegria,  foy  necfílàiio  ha- 

inpuichr.uuhnepacusdinta-  ver  aquella  triuxza.  Cometerão  osde  Jerulaltm,  contra 

Sttniculii  Caiu:  i  *  in  rcauie  o-  »-«  11-  r*/V  £T„ 

fcitntaAbivvf.iv.  Deos,  a  culpa  deingratos, em  preultiremnasoíitnças  ;a- 

plicor>lhe  Deos  o  remédio,  que  foy  auzentai-fe  de  lua 
cópanhia:  ficarão  fem  luz, &  nasfon.bras,  emquefeviraõ 
conhecerão  o  mal,  que  havido  fcy  to;  Tecorreraó  a  Deos 
arrependidos ,  vifirou-os  Deos  mifericordicíb :  o  que  naó 
conleguiraõ  os  annos  da  afíiftencia,  alcançar;  õ  os  dias 
do  retiro:  naó  baftouhúa  Coluna  de  fogo,  que  tantos  an- 
nos, os  acompanhou  nodtíerto,paraque  oslfraclitas,fe 

mol- 


41    Viài  cun&um  Ifrirldif- 


EMPOLE  Z  A  K 
flioftraíTen>  gratos^a  efcuridade  os  fez  agradecidos.  AiTy  íc 
houve  Saõ  Bento ,  com  os  Monjes,  a  quem  a  luz  de  fua  af- 
fiftécia,naó  pode  aclarar  os  olhos,para  reconhecerem  a  di- 
vida j  aufentoufe  delles,  &  as  fombras,  em  que  os  deyxou, 
íe  naõ  emendarão  a  culpa,deftruiraõ  aos  culpados. 

No  ay  cafo ,  que  a  la  emienda  los  cmVmqfo 
Yafjy  caflojufin,  y  cautiVerio 
(Pues  nené  certo  el  mi  fero  defajlre 
fòaxel)  que  de  peccados  ha^e  el  hftre* 
BraVo  Canto  4. 

07     Prometia  pouca  duração  família ,  que  ficava  fem 
governo.  Para  Deos  moftrar  a  Micheas ,  feriaõ  deftruidos 
os  I fraelitas ,  fe  fahiíTem  a  pelejar  contra  os  Sírios ,  lhe  re- 
prcfentou  ao  povo  de  Ifrael ,  figurado  em  hú  rebanho  fem 
paftor.  41   Confomeatodaafortaleza,eftedefamparoi/ír/j(OTmma 
infunde  alentos  aosmays  fracos  inimigos ;  faz  humilhar  a  *&Mn*er'fifhrt*. }.  Rtg. 
nrayor  altura,  efta  aufencia  ;  perde orefpeyto a  toda  a  lo- 
berania,quemaviofolitaria.  DiíTe  Deos  porlfáiasjque 
cmjeruíalem,haviade  pafbr  hum  bezerro, oqualarrui-  41  SfeeiôfaV^marp *- 
nanaasfuas  eminências.   42   Pois  hum  animal,  que  naó  Kim""  ■  H"*f' Jf^-y^f 
voa,nemfóbe  com  facilidade, como  lie  o  bezerro, ha  de  <w*«w>'*;;*;«  «/»*.  tf»* 
precipitar  ao  mays  levantado  ?  Se  ainda  he  falto  de  forças,  *7'  **%"J™ 
porque  naÒ  eíU  animal perfey to, como  tem  vallorpara 
accommeter,&  arruinar  o  maysfolido?  Naoccaíiaõ,  em 
<^ue  deyxaííem  a  Jerufalem,  os  que  a  defendÍ3Õ,era  o  tem-   ^  Sp:,sr.r-j;ríf.ciuT  tf*. 
po,  em  que  nellafe  havia,  de  crear  o  bezerro;  43   &húa 
Cidade,  ou  hum  Reyno,defguarnecido  de  varões  claros, 
que  lhe  infundem  vallor,&  lhe  caufaórefpeyto,ficataó 
defeftimada,  perde  tanto  as  forças,  que  baila  hum  animal 
novilho, paraopòr em ruina.Naófe  izentaraõ  asalturas 
de  feu  furor ,  porque  reprefentavaó  as  mageílades  íem 
guarda ,  que  he  hum  Principe ,  fem  Heróes.  Hum  bezerro 
íoy  pricipicio  de  tudo ,  quanto  achou  fem  reparo. 

98       Em  lamentáveis  vozes  mandou  Jeremias  a  to- 
dos ,os  que  o  ouviaõ ,  fizeíTem  as  mayores  demonitrações 
defentimento,porqueDeoshaviadeyxado,ageraçaõde  qjj^.g^jji3£ 
feu  furor,  44  que  era  o  povo  Hcbrèo,  contraquê  Deos  ttmuim#iiifrvte*&»"«** 

rT      \     r      .       r  r  c  \  ,      .-        v  r :1  i qi4 11  $;n<.TJU7ncm furara 

atirava asíettas  de  iuaira,porque  iempre  íoy  o  alvo  de  iu.i  Jui, ^9n„M7.rtrf.i9. 

M  indigna^ 


9»        O  T1{INCITR  3K&  $AT.  TOMO II. 
4t  udiifiJciti.  ifiidignâçãoj  45  niuyÊa*  veies,  tomou  Deos fatisfaça» 

das  etvfpas  deite  povo,  &  nunca  o  Profeta  pediojtivdiem 
deite  f anta  piedade  j &  ió  quando  o  vio  fero  proteclor)  en- 
comenda a  mayor  compayxaó:.era  irreparável  a  lua,  ruí- 
na, &pOfiiío  merecedora  de  toda  alaítísna.  Nenluuine- 
rtíTe,quc  tenhaó  delle, hum  povo, que  a  rodo  o  mundo 
enílnoua  íâi  ingrato T porque lempfc dos  benefícios  cou,- 
posa oífença.  Multiplicou  Deos,  á cite povo  bsriquefas, 
augmentou-lhe  o  oufo,&  a  prata ,  quetrnbaõ  ;  &  defta  a- 
bundancia  de  ouro,  &  prata  tàbrtcáraó  hú  Ídolo, com  que 

46  ^rgtmum  muitipucavi  oíFenderaó  a  Deos.   46   Aítyíaõ  todos  os  ingratos,  para 
iwiZSSfi^'™***"  com  osbemfeytotesjcomo  laó,&foraõeficsfaciilegcs, 

para  com  Deos. 

c/o     FoyLazatOy  imagem  do  agradecido,  &  a  Ç  arca, 

47  statimpreiyt  quifuerat  do  ingrato.  Refurcicou  Chriftoa  Lazaro  j  &  atado  de  pés, 

merttttts  >/i>ijiuf  pedes  ,ÇS  n/a-    r,  -  ■  '       •    ;  <■  i     #-m     -n  i    - 

nn.jaan  tuvfrf.tA,         & maosappareceo Lazaro^diame de Cnnlto;  47  horou 

Deos  a  Çarça.coinaeíèxilber  portrono,  &  abrazouílecin 

48  ^n«vitp»mi»minfis.  f0p,0  quando  fe  vio  favorecida;  48  a  honra  atèa  ala* 

mmgnudc  mtdio  rubi.  txvJi        o     '  U      ■  m  r    •  1  •  II* 

í.w»/:».  bareda  do  ingrato. Comobenencio,  perde  o  racional  ah- 

^ZnrZ^ll^n&tltm  betàzde } obrigaffc  ácorrefpondencia , '&  entregafie  á  fo- 

/^u^í,,;w,.tf«ít^í, ««„.,/;  geyçaõ.  EfcièveSáoPaulo.queemmorrerChriilo.íele- 

jjtiuunc  4cu!:tí  walitupUnu,  °    J.  i  .  *  .  .       r  -.  r 

v^yaiumcHhurti^upopu-  gmoó  morreremos  todos:  49  aocontrario-ioyoíuccci- 
%fgkfprm  Ç^m%-  ÍQ .  porqUe  a  moIte  de  chriíto  nos  deu  a  vida  5  fem  a  iua 

49  <~hariiafcHimítjY,jiitír-  morte.ei a moite a  ncílà  vida.FallouSaó  Paulo3em  ordem 

getnot,  aiiimtntet  boc,quoniã    ,    ,.     .  ,  ,1  /-M     •  fl  *  1 

fiunmproommbtumorumeft:  adi  vida  j  em  qUe  eltamos  aL,hriliG,  pois  morrendo  por 
<rg»omr.u,r,o,tu,funt.7..  jià  nòs ,  ficamos  obrigados^  mori  cr  por  ellcj   <o  demitti- 

50  ti  f,o  mnmitus  mortuus  mos  do  amor  proprio,para  naõ  ralcarmos  á  corrcíponden- 
j*mnonfibivlvllttt\ fedei,  qui  C,J-  tua  iogeyçao  hc  a  mayor  liberdade , lendo  a ízençao 
fnnmfou  mormus  t).  ib,  <jo  ingrato,  o  mayor  cariveyro :  toda  no  fia  vida  depende 

defta  morte,  &  toda amorte  do  ingrato,  he  naõ  feguir  eira 
vida :  o  faltar  a  recompenfa  ,lhe  faz  perder  o  arrimo ;  ex- 
pellede  (1  o  protector, &  fica  em  húapena  perpetua  ;a 
máfatisfaçaõ  acendeemobemfeytor,  hum  fogointenio, 
com  que  trata  de  coníumir,  o  que  até  aquelle  tempo con- 
s,  ZtrthqutrufoU  abhere-  fervou.  Publica  Deos ,por boca  de  Jeremias,  queo  1  ribu 
Hut,  tua^quamjcdi  »*»:«. --^  TuJi  ine  acendera ,  em  leu  furor ,  hú  feígo  íhexfeui- 

quoniêm  igntm JiicccnJi(li  m  J  '  '  _      '         °  - 

juro,         u/quein  *t'ernum  vcl  j   5  i    fov  eite  Tribu  caõ  ingrato  a  Deos ,  que  confiou 

,2  M»hd-xSitu homo qmto^- luá  »ortuna  das  mãos  dos  home»:    52   taltou  alJeosemo 

fiànm\,**nt\vpomtc*r»m  n  »õ  reconhecer ,  centro  de  toda  a  prníperidadt -:&  empe- 

ff</*> cott/w.jHvcrf.ié       nhou-ieDeos,emque  txpenUiCu-ieoiogodeíuaruína: 

o  Lr- 


EMT^EZA     V.  £i 

olír^arDco-  ui.a,õ  tleUe  oovo,  ioy  o  íikv^V';.  ru!L  f:..- 
braloujuJi'  íem  haver,quem  o  lanientaTfc  perdido;  mss 
fe  hum  Wíjratx>  acçude cite  Ffego, làiz  Sfaias.p^lle  íc  coníli-    < »  £íTí  «*>"»«»«  *"»*. 
i\W,  para  que  elle  p  emende,   53  ,>Nainu/,j»»q,torhajO/Je  b»uieir.!u,»,«eignuvtttriyis 
noiesrfifique  ,  Uauvefie,  n*juelk  tempZ,  quwn  f4^&SS£^!3£ 
doene  da*niAfav'e-leíUdo,,  ery  c|i>e  r^ca^c*  o«Mo^u  3?  '»Moribn*'jormieti*.ijaUio 
dulcérínos ;  nâóíabemos,tÍvéífbm,  por efiercnípo,  outro 
Prelado;  fioar^è-aod&fampapq  jcita.ipy  aíu*  morte,  par- 
que a  ingratidão  era  a,  fu  a,  doença..  ^ 

100  He  taõ  afearozo  cHe mal, quando  o  padecehum 
PiinçipejqueoD.empniojfendpo  áutor_dç  todo5,naô  quer 
ottnbáoporautQjdélle.Haqueítáo7eXtre  os  Expofico- 
re?,  fe  o.Demo^io,  queatorrnentaYa  a  SaiiL,-|h|r  aííiftio  àa 
occaílí  o,  e.nqub.eíle  íl ey  arrerjiefTou a  lazlçà  >  contra  Da-  u  TtmUtpt  Sauiu*ets, 
víd;   54  f>upfalr||^ 

tara  antes  dpjfu-€cedido.  £3  .Poísfíè^até  aquelle  tempo  àtcumvn  Dat,d  apa  f/ur 
fazia  oDemonlo  fua  habit-çiõ^rnjSaul^oúiO  o  deixa  neí-  Jel'[nJp,ufi%?m\úd!caà'- 
u  hora  ?  Fpy  David  hum  íoldajjp  ^que.-fervíd  também  ao  mo  iJ-'-n"1'  "z "■'  m«- 
Revno  dellraél,  aquém  adminíítrava  SauLqncellt  íó  vé- 
ceo  aoexerciípdos  r  ílníeos ;    5  o   õz  paganríc; num  Ivty  ,-„, lJUOli  ,«„»»-  ep-ifiniffi* 
taesfervjços,  como  querer atraveffar  com Eca  lança  'fugio  »'"><°™"<f"{e'u",^  ••  *<*• 
oDe8ionio;>pprqueo  naodí^lkm  porautor,detal  ingrati- 
dão: auícntqU:ÍV  também pàvjd,  &  tpjnqiio DempToloa 
atromentaraáaul;  tudo foíáo finais,  que-  dava  -cite  inimi- 
go,-paraperíuadir  os  homês,não  concorrera  para  tátex- 
otbitãcia:  o  Demónio  náo  tem,que  petíe.r^jjaas  como  buf- 

ca íc qut to"^iÇK>  fc :quer  moíl raj.i^gra té*'A a iifen cia  de 

David  foy  -origem  da  morte  de!Saul  ;  corre  omef- 

rao  perigo ,  Jbum  pHnçjpeTfem  Herpes >  do 

que  hum  Reynoyíem  Príncipe, 


M  a  DE QUE 


DE  QUE  SERVIRÃO  AO 

SANTO 

PATRIARCHA  ASCONTRADI- 

£Õ€$,  &  »oleftias,que  íbportou  naquelle  Mofteyro? 


Z  OU  Calígula  de  tresdiver- 
íidades  de  coroas ,  a  quem  cha- 
mava,Efpias;emhúa,  figurava 
o  Sol;  em  outra  ,a  Lua  -,  8c  na 
terceyra,  as  Eílrellas:  Na  vi- 
gilância, com  queosafíros  de 
cia, 8c  de  noyte,  elpeculão  do  Ceo,as  couías  da  terra, 

achou 


achou  Picrio ,  á  propriedade  do  nome ,  com  que  ennobre- 

ciaó  as  coroas,    i    Bonfio  Aufienfe ,  querendo-asrepar-   ■  ^hSctmàumtmtxfh' 

^  '    _1  r  rattomt  ergtC.  Calígula  tiovu 

lir,  conformes  á  neccílidade  dos  Príncipes,  &  nãofeajuf-  quoâexcsgitavhixoionaruge~ 

ocomaíuprcltiçaodeCahguIajCoro-ouarealtrenEej^riej^xíí,^^^»,^ 

fócom duas;a  primeyra,deeíirellas  errantes:&: a fegunda,  "ov»aiammmi»eexphratori- 

-,  r  „•*     ,.  „r       ,,  i        i     r       afappellavit,utpote^uife>Sc- 

de  Sóys,  prelos  ao  Zodíaco.   2    Lítrella  errante  ha  de  ler  hmdiurmr^er  Lmi$stH~ 

ii-».-  •  I  ,^oo1J/'    /-»>■  nodurnot  exphva:orts  intel 

todo  o  Príncipe,  antes  qucimpunhe  o  cetro  j  &  Sol,  dei-  //£íref.  ^  v^M.xihyi* 
pois, quecinge  a  coroa.  Náofeaparta  o  Sol  do  Zodíaco,  5,cZ,r-       „       „    , 
cm  que  anda,  nem  para  aeltrella  errante,  em  o meirnolu-  tomt^mfi^timpemorum 
gar,  onde  appareííe:  antes  de  governar  os  eííados,  o  correr  »**»  £**&** 
terras  alheas  ,  he  aíTegurar  as  próprias ,  que  defpois  da 
póíTe,heperdellas.   3   O  General,  antecipaíTe  ás  horas   %  mii,fíllíi &**»,,  fuS 
da  peleja, para  veftiras  armas,  íè  deíampara  ocampo  no  Sohmâicít&ope«âitcj[eaui 

n-ci  1      r  r  i  •      »  i  -     rcam  caicnam ,  ama  dum  Sol 

connicto,  para  buícar  o  relguardo,  perigara  todo  o  exerci-  mu«iumíuoc»fjuambittacii^ 
to.  He  afciencia  experimental,  feiencia  de  reynar:  V^frl^^^nt 
weyro,que  o  Leão  acometa  as  afperefas ,  enfaya-íe  ríá /«»*>*«  w?»**/^*^'"''»./^ 
planície;  a  Aguta,antes  que  domine  asnuves,  voa  na  este-  ^àui^ttumvt  imerímnt. 
ra  das  mays  aves,  para  exercitar  as  azas :  as  armas,  com  que  ?UtHS- 
hum  Príncipe  fahe  a  campo,  quando  íbbe  ao  trono ,  faõ  as 
virtudes,  que  o  acompanhão  j  a  quem  a  experiência  ferve 
de  medida, para  aíTentarem  com  decência.  4  Dótedana-        _,        .  .,       .   „. 
turefa  he  o  engenho ,  porém  rudc,em  quanto  o  não  agelita  /*/««/«»  *?««,  j«//«*/>«h- 
oexercicio;   5   &  otempodogovcrnonaohedeítinado   f  ^iUb **»#>* t»ú>»**e 
para  aprender,  fenão  para  doutrinar.  Seja  oPrincipe  para/^'í'<íiJtmff^'J/';''^•v'•Y;i'','' 

ri  rr  tf  ijm.itut.  cxctíflavnixumt. 

li,  antes  de  entrar  no  governo,para  que  no  governo  enten-  pafchaiij. 
da,como  ha  de  fer  para  todos  jfeguindo  os  di&ames  dos  an- 
tigos, que  chama  vão  ás  eftrellas ,  exploradoras  de  Júpiter, 
a  quem  o  falfo  Deos  mandava  pelo  mundo ,  para  que  ten- 
do noticiadas  operações  dosmortaes,nãoerraíre  nas  do 
governo. 

Qui  efl  hiper  ator  fiivum ,  atque  Ummumjttpiter-, 
Is  nos  per  gentes  alias  alia  dijparat, 
Çhãfafla  bominum ,  mores,  pietatem ,  &fidem 
Nofcamia  

Eorum  refenmus  nomina  excripta  acffoVem, 
Ouotidie  illefcit,  quis  bíc  quarat  malum. 
QApud  Tlautum. 

X02     Muyias  nações  ti  verão  por  cuftume ,  efeolhe- 

M  3  ícin 


94-  O  TlllNCITE  WS  TJT.  TOM.  II. 
rern  para  ícu  Kcy  entre  os  illuftres ,  a  quem  tiveíle  milita- 
do, em  outras  terras ;  fizeráo-no  os  Romanos,  os  Eílcncs, 
&  ainda  hoje  os  Polacos.  Politica  obiervada  de  muytcs 
Fiincipes,  mandar  os  filhos  a  ver  Reynos,  antes  que  lhe 
dem  citado;  íazendu-os  lenhores ,  de  húa  pedra  ilmclhan- 

6  Gjgp-it*  Lyior«mgem.  te,  á  que  trazia,  engaitada  em  hú  anel,  Gyges  R  ey  dos  bp 
,Kum  hatuit  iam*  virtuut  ,n  ^os  na  qUal  virando-a  para  íi,  via  tudo,  quantoqueria:   6 

eKii:  o,ul  taadjf  veija  vtiierit    n  -t,  r\  \  \  i_  •  i  l^ 

quófcu»queveM<:t,ncmi*noitf.  icnitlhante  aeltapcdra,  he  a  experiência  ;  tudo  moíu?, 
íir^^r::!;  porque  enfina  açudo;  7  os  que  foráo  dotados  com  dia 
voto.  Rav$r.  tn  oj/.chw  veika  prenda,a!cançárão  a  melhor  forte, como  foy  David,  o  fâ> 

7  cummim error, e? petca-  moíoCyro,  &  Augufto  Cefar :  era  inftituto  real ,  OCXCÍ- 
tu.HjticrebusbHmtnisfiah  cjc!0  ances da  oceupação:  8  cm  húa  fó  tei ra,náo  fe  ciiâo 

tnjfnnt ,  Utreque hominet  ma.  >  C      í  *. 

» e»t»r,  ncfestnjoàemiaftde  todos  os  monftro-os;  achando-fe  em  húa  republica ,  todas 

titruiKofíendaUtr.  In  exempla  .>  /""  j    j  r\  tv  n    J*  n  i 

taíciJu.  as  monltro-olidades.  U  Medico,  que  melhor  conhece  os 

s  Lum  &èiéy  i*  tffe  pr*ip  nu\çs  he ,  o  que  roays  tempo  aíTifiio  nos  hoípitais :  todas 

Jspiui  oportcat^muitariiius  ter  * "_  .J  .    „        *■  „  í„  ' 

u-:;:r.,bus exe> cere puerum cô-  as  nações  o  laõ,  cadahua  tem  enfermos  diverfos,  porque 
SS^S^S  tem  vícios  differentes;  as  deformidades,em  que  fe  oceupa, 
tat  ubtrorum.  ml]V tas  vefes,a  natur eia,  foõ  hum  manifefío ,  doquefeoc- 

«.   Rejpiceferat  Sylvaruin,tJ/i        ,  .1.  r       -  C  •  s  1   - 

v ,  t.m demonjiratur  <tq«ai<-  culta  nasrepubjicas:  9  a  natureía  nao  posclçol3,em  hua 
tK.p.M.s.&eJa.  fá  provjnc*,a  í  em  differentes  partes,  deu  diverfos  docu- 

mentos: em  Levante  creou  hum  monftro,queaté  a  cin- 
ta eráo duas  çreaturas ,  ambas  conformes  nas  vontades: 
n.      xi    a  ri  ^  1  io  emos  confins, entre  Bretanha,&  Normandia, outro 

to    Divur  iS9u£uft.  lib.16  Je  '  '  »       -.  rr  n 

Çfâtffjs Da  cap  8  cia  mefma  fórte;mas  tão encótrados  nos anectos ,  que  quá- 

•  i    (-,  uilhermo  Mateo  Palme-    1     1    -       -  1  r  j  1 

r<    -r.crnchcy  ,3.m  ^,_  do  hua  ria,  a  outra  chorava:   n  tm  o  que  deu  a  conhecer 
g$'wid*U  i'vrodc-feu  e3dhí>  a  natureía  ,0  mefmoq  fuecede ,  na  politica ;  bailando  para 

algús,  favorecer  o  Príncipe  a  húa  peííoa,de  lua  deícenden- 

cia,para  que  to/da  a  família  lhe  fique  obrigada;  em  outros, 

he  o  me  imo,  ennobrecer  a  algú,  do  que  eílimular  os  mays: 

Experimentou-o  Alexandre,  premeando  osíerviços  de 

dous  foldados;  os  parentes  de  hum, lhe  tecerão  húa  coroa; 

&  os  de  outro,lhe  fugirão  do  exercito.    12  Emafoleda* 

*>  fater  *A»tomut  ãt  Cri-  deapparecéo,  a  Santo  António  Irmitão,  hum  monílro, 

*n  'ííi/flííSi,,.» jjf.  que  parecendolhefalvagcm,  era  racional;    1 5  em  outros 

*"»'•      ,       ,  defertos  forão  viítos  muy tos,  que  parecendo  racionaes» 

»4   Meyolut  verbo  Monftrut.        .      r  ,  á-^  ,r\  r  r     r 

eraoialvagens.  14  O  que  nuto  eniinou  a  natureía,  ioy, 
não  le  conformar  em  todos,  o  ler,çom  o  afpe&o :  deforme 
foy  Sócrates,  &  proporcionado  PhilonidesMelitenfe,ef. 
te ,  inerte;  &  o  outro ,  fabio. 

103     EmSaxonia5ai;harão  os  cafiadoreshunimrnf- 


EUfTiEZA     VI.  9- 

rroíylveítre,  a  quem  defpois  am.iníaráo:;    tí   em  Ale-    n  CMMJíSí/"«»(«ití- 

,  ,  :'\  r        r  \\  flori* dos  %sdni maii  quitât  upe- 

manha  cornarão  outro  da  meima  íetiteihança,a  quem  nun-  Ji,. 

ca  poderão  fazer  dorneftico.    16   Foy  advertência  da  na-  ,6  Uem,ti- 

fufefj ,  que  não  conforma  a  diíciphna  ,a  quem  disconfór- 

im  o  génio.  AvaíLllou  Júlio  Cefir,aos  Alexandrinos,  &: 

•Eipa  .->hoes}efies,com  o  era  to  dosRomanos,fizcrúo-fe  a  el- 

iesmuacs  nimillcia;&  os  outros,tendo  igual  communica-    ,     *,      ....... 

ção,  bcaráoendiíciplinados.    17   Quando  Itália  andava,  ^'«.'«-™f,Jí/;/;)-.;„.,,j 

cm  guerras  civis,  naíceo,em  barzana  num  moniiro;    1  o  rmfu  àemf,o»ibu,. 

&  nodia.emqueosGenoveiesfizeráo  pazes,  com  os  Ve-    '8  c'í,'»?'«/'í'»»w.*4-A 

*  f  *  Jmh  hilloriM  anusuM  cjp,  1. 

neziancs,naiceo  outro:    icj  com  oqucdeuanaturefa,a    i9  j«e*«/f»«/e/j«. 
entender  aos  homés,  não  nafeerem  íó  da  guerra ,  as  moní« 
tro-ofidades,  fenaõ  cambem  dapaz:da  guerra, he  hierogly- 
phico  a  Serpente  ,  enrofeada  nos  pês  do  Elefante,  efte 
morre  com  o  veneno ,  8i  cahindo  mata ,  com  o  pefo  á  Ser- 
pente, que  triunfa.  Da  pazhe  hieroglyphico  oCaducèo 
•de  Mercúrio,  acompanhado  das  duas  Serpentes  Hercúle- 
as:   20  não  fôrfioíó as  guerras,  as  que  abraz3ráoTroya, 
também  a  paz  dcfuuio  Eípanha.  En.iNuiíia,pariohuma 
molhcr  ahiu  creâtura,  que  tinha' abertos,  os  pey  tos,  por 
ondeie  lhe  vião  as  entranhas :   2  1    dous  nalcérãoem  as 
Índias  Orientaes,  que  tinhaó  pedras,  em  lugar  de  pey  tos:    ao  ?}érí*tjfáerm.%ii,tih 
vi   acautella  ,&  a  fíngellc  tacom  os  amigos  he,  o  que  de-  St7\F'^tli',,ouíquiuc,r.7oo 
Imiou aaui  anatmefa :  não  cauíaráo  tanta  admirarão  os  Aeprety** :<ri";'" ■"""; ., 
doiv»,qse  trouxerao  09peytos  tachados,  como  o  que  ti-  wfoo^i.t.Js^J»'»-*»-1"- 
iiha  as  entranhas  abertas :  he  íáouzual  faltarem  os  homés, 
ao  reciproco  da  amifide<qtte por  caufa  cornmúa,não dey- 

xuáo  dclles  os  antigos,  memoria  particular;  fazendo-a 
•tanto  dos  verdadeyros,  que  difeorrendo  por  muy  tos  íècu- 
■los,fó referem, que  oforáoThezeo,&  Pirro  ;  Achylles, 

&  Patroclo-  Oreftes,&  Pilades;  Epaminondes,&  Ptlo- 
-pides;  Damon,&Pithias;  Jonathas,&  David. 

1 04     Diz'  Plínio ,  houve  homés,  que  cada  nove  nnnos 

feconvertéraõ  em  Lobos:    23   ordinariamente  íuecede, 

mudarem  oshoméá  de  condição,  com  variarem  de  iorn:- 

ni;  •íerevéo-oana:uicTaneftesmonftros-,&:connrmou-oo    »i  w»««".**.8  e«p  »» 

_.  .         .  •      r.i  .1      -       1  j  Natumhifl  r. 

E>i>pera<.ior  António  Philolopno,  comodeyxamos  trata-  ,.,  ílf?  r,,,fr,í ,..-.  n 
do,noprmvyroromo.  Em  certas  montanhas  ha  homens,  PH'?£jjpZ"lí^?JÍ7fcZ 
que  nãofalão,mas  ladrão  como  cães,  24.  afTyhe  dinVtf-  li.ScgHHiêfsrt.foi.mibi^x. 
jof.?,como  cilas  feras,  ladra  quando  murmura.  Finalmente 

ha 


96  0P<?y!KCl?EDQS$AT.T0M017. 

ha  homês ,  que  não  podem  andar  de  pè,  fcnaõ  de  joelhos: 
z$  myiiutvertoiAoHJitua.  2£   ne  original  do  lifongeyro,  eííe  aborto  da  naturefa- 

andaõ  fempre  de  joelhos,  porque  naõ  tem  pès  ,em  que  le 
eftribem,  faltalhe  o  merecmnéto,  Sc  Aipié  com  a  adularão. 

*  Experto  creJo,  aVirmid  am-      '      _  \     '      -       „  r         -       '  J  J  n 

fiutmvcwcsmjyiv.x,  qnim  fcnímao  os  bolques,  o  que  ienao  pode  aprender  nos  eku- 
i»rg»i,,1ij*,vi,fidttd^  ^  *  Efcosmonftro-os,qucaterractia,f5Ócipelhosda9 
jaeKtifrj/.^.D.Etrn.fyiji.t  iyjonftro-oíidades,de queíècompoein húa republica, con- 
veniência he  do  Príncipe, antesde  ier Sol pieíoá obriga- 
ção, o  ler  eítrella  errante,  para  conhecer  das  féías,  antes  cie 
governar  os  homés,  para  que  da  íon. bra  tire  a  luz,com  que 
nogovernoobreíingular.. 

Exfumo  íiare  Incem 


Cogitatfê  fpeciofa  de  bine  miracula promat 
Horaúm  in  Toática. 

Politica  tão  neceflaria,  a  da  experiência,  antes  da  adminif- 
tração,que  o  meímo  Deos  quis,ati  velle  o  Principe  des  Pa- 
triaichas  26  prímeyro.quegovernaíle  a  própria  família. 
utuIZ^£::^.  *°5  OsMonjes,quequeriãodaramorteaSáoBen- 
h^utaâiebutiHí9bitavit,ibique  to ,  puardavão  a Repra  de  São  Pachomio,&:  habicaváoem 
rW«í,  Ran.cíirzmhntmu-  num  lugar  chamado  V  icoverra  jnao  erao  creaçao  deite  Pa- 
t-^rli^;""  triarcha ; antesque São Bemo déíle Regra,&  funda  fle Re- 

i'j  iit.   Oí>>  dianw  mvíts  San-  1  1  O      ' 

Si  eiaàJi  ^imolam  ub.ôi.g.  ligião ,  foy  para  ília  companhia:  ío  delpois,que  osdey- 
C::u,  crowc*  Cafmm.  Mag.  xou,  teve  Monjes próprios.  Os  que  viiíem  a  bao  Bento, 

^attiMUarem™0^'1*'  devxar  a °úa  c^vã  •> &  recolher-fc  a  hum  mofíeyro ,  imagi- 

nariaõ,  com  razaó,  que  Deos  mandava  a  cite  Santo,o  me£ 

mo,  que  aconfelhou  o  Oráculo,  aírizioGryfpe,que  foyj 

fahifeda  còva,onde  efíava,&  foííe  ás  partes  de  Roma,ccn- 

7-7  Feier  FeruanJmieHyie  fultar  com  o  Oráculo  das  virtudes ;    27  deílas  he  aclau- 

tofthcitudimhiK  *' v,xertn"  zura,efcola,quádo,os  que  a  tabitaõ  faõ  religiefos  perfey- 

tosjfaltavão  os  Manjes  a  efta  obrigação,  com  que  naõhí- 
via  em  o  moftey ro  a  virtude  da  clauzura.  Pois  logo ,  para 
quedeyxa  São  Bento  o  lugardafantidade,  quefoy  alua 
cova ,  &  vay  bufear  a  húa  habitação  defamparada  do  ei  pi- 
rito, comoeraaquelle  Convento?delpois  delivrarda  tro- 
menta,quelhecauíou  atétação,  vay-le  expor  a  nova  tem- 
peítade  ?  era  neceíXario  para  o  Sol  mofirar  a  actividade  dos 
rayos,  mays  do  que  triunfar  daprimeyra  nuvem,  que  íe 
lhe  oppunha?  Chegavaíe  o  tempo;  cm  que  São  Bento  ha- 
via 


EM?<REZ  A    V.  9j^ 

via  de  governar  o  Império  dos  Monjes ,  confumando  a  o- 
bra,  a  que  tinha  lançado  a  primeyra  pédra,emoprimeyro  i8  Viitfrimtyratomotmy.-e» 
milagre, quetezem  iinde,  20   ik  a nces  que  regei le  a  pró- 
pria Monarchia,  ordenou  Deos,tiveíTe  conhecimento  dos 
males, de  que  informava  o  Reyno  alheyo. 

icó  Foráo  grandes  as  experiências,  que  teve  Sáo 
Bento,  antes  de  reger  o  eftadoreligiofo:aíTiítio  em  Roma,  l9  iii„Hmero^9, 
onde  conhecéo  os  cfTeytos  da  culpa  naquelles ,  que  íi- 
guiáoosvicios;  20  recolheo-fe  a  húa  cova, onde  expe- 
rimentou as  moleltias ,  Sc  os  regalos ;  as  molcltias  da  vida, 
&  os  regalos  do  Ceo;  30  dettesfoy  o mays  venerado,  &  'G  j£ ?'eKti^'"  riJ^fi 
das  outras,o  mays  devotoj  não  houve  penitencia,que  não  <>? jêt&*  d 'c<>rra>juu>» >,<  mui 

r       O  "  J       /_  '  r  I   Itefíeritéteolt  an'inè  viit»  cru- 

imita-iej&quenaoexcede-le:   3  1    o  inimigo  umveríal  .J^,^,,^  Dlx.,D,. 

inferindoda  lantidade  de  hummeninoodamno,quelhe  »>*"#r«t«n.idtSarJuhi>z. 

havia  de  caular,quando  varão,  intentou  cortarlhe  as  azas,   ,,  u,,  nuvem  i6i.evpr.ij. 

para  que  não  profeguiíle  o  vo-o :  de  todos  os  combates,  & 

oprefloés  ficou  Saó  Bento  vitoriofo,&  experimentado: 

as  neceíTidades,  que  podia  paííàr  o  mays  humilde  fervo ,  & 

que  merecia  padeflèr  o  mayor  peccador,  foportou  São 

Bento  jmas  em  todas  lhe  aífiílio  Deos,  com  mimo ,  &  com 

cuydado.  Quero  nefíe  lugar,  fazer  memoria  de  humcazo 

prodigiofo, que  fuccede'o  a  São  Bento,  nos  prirneyros  três  • 

annos,  que  eíteve  em  a  cova  de  Sublaco.  As  inclemências 

do  tempo,  tratarão  tao  mal  a  Sáo  Bento ,  que  não  parecia 

homem  deAa  vida,  fenaó  hum  de funto  rcíufcitado.  Ohs  i- 

gou-oafomc,afahir  nua  tarde  da  cova,  onde  fe  enterrou 

vivo  ;  chegou  a  hum  lugar  vizinho  de  Sublaco,  chamado  g£Lj£S 

Rojite:  tal  horror  cEufouaosnaturacs,  oaíbcciíade  São  &w»>*(i>*itM 

_  ,    ,       p         .  .  aí  pidumtn<inibufcif>aum)vocit% 

Bento,  que  imaginarão  ler  algum  homem  apeltido,  GQ  $ojtenJui>t;cumtn.m box/ut 
que  lhe  trazia  algummal  contagiofo;  naó  o  quizeráo  dey-  f^^ZÍtZtt 
xar  na  povoação ,  lançaráo-no  fora  do  lugar ,  oqual  como  j'8-  4  inproxinmmiSnurft 

C    n-  J         r     l_  >  a     r  c~       n  conferem  tamrum  ,  ir.  tfhera 

íoíle  murado,  reenarao  as  portas,  &  hcou  Sao  Bento  no  qU»dam  iecubuu  ru?e,qu<e 
campo:  abrigouíTe  nas  entranhas  de  húa  penha,  para  paiíar  n'?aem »»'«*•*«* i&uhm.m. 

4  c  r  r        r  ottiiinqueretffit  tfíi  f  i'ru  for- 

a  noyte :  scudioDeos  aodefamparo,  em  que  via  a  feu  ler-  m*m  beneUSus  Hefie^usum. 
vo,&  abrandou  rantoa  pedra,em  que  fe  reclinou  SaoBen- f„^;J  /w,^/^tí: 

to,  queficounellaimprélíaaelbtura,&f  forma  de  íeu  cor-  rniif  púí?**  CtS» Bímíj- 
1  t-\         r  i-r  j    c  trixu  Lvjiiriirpèité>. 

po.   32   Ueoskmpre  molincou  acjma,  onoeieuslervos    ,,  v,,.,,,/:.-:  «„r.  ■•  .  «* 


David 


i 


?3  OTXiNClfE  WS  VAT.  TOMO  11. 
David  para  fegurança,&  a  São  Bento,  para  memoria:  Em 
três  pedras,  a  deyxou  Clirillode  lua  ptííóa:  na  jornada  do 
Egypto,  como  ao  paliar  do  rio  Nilo ,  maltratafíè  o  borrifo 
dasagoas,a  túnica  de  J  ESU  S,  a  Virgem  Maria  ,orecli« 
liou  lobre  hum  mármore ,  em  quanto  Jhe  enxugava  o  vef- 
tido ;  (  não  te  pareíía  defamor ,  o  que  foy  myííetio  )  tor- 
nouíic  cera  branda, a  pedra  mays  dura^  nella  le  exculpio  o 
corpo  do  Menino  Deos.  35  Quando  os  naturaes  de  Na- 
zareth, querião  precipitar  a  Chriilo ,  de  hum  pináculo,  o- 
nliic*tiÀefacr*iiHdo»Uc*p  cultou-o  liua  pedra ,  t  ecebendo-oem  li  3  onde  deyxou  ef- 
i:*um.i7*&mrCiriJ?àmu.  crjca  até  a  minima  dobra  de  fuás  roupas;  26  emoutrapé- 

fantuliuriin^yt.gypiumfugie-    ,        r  >         j        J     r  e  '  J     r 

ia*  ,adisiii,fiuvíum  *  Dcpa-àfà.  hcarao  as  pegadas  de  léus  pes,  quando  lcauzentou  pa- 
ri prginemtrmo.ifi.ijftfycr  ra  a  gloría  ;  náo^foy  admirada  na  peflòa  de  Chrifío,  efía 

po]itwn,dor>ec  mádida ejurve-  o  ~o    .  J  t  ' 

fie, exficcarent„r,eiJem amem  mudança  das  pedras  j  a  virtude  infinita  ,queascreoubru- 

mamori  corpufciih  (uififuram  v  "  l  i 

mftuipifiijqi,***  bicufque  tas, as  podia  converter  racionaes, quanto  maysabrandar 
te*p*r»fjázyptumperagra»  como  cera-  masque  a  húa  creatura  correfpondeffem  com  a 

tinir  oft.nJtuur.     iiencdittut  n  •  1         i       i-  •    1  •>  ri  r%   f 

Haftenusiib.fupn.  melma  virtude  obediencidlí'  quem  ioube,  que  aoBilpo 

£P^:^JS?Ptf;.  São  U volfango  fuccedèo  o  mefmo ,  que  a  feu  Pay  S.  Ben- 
c*P*>.%x,.refcrt;\nu,bciii-  to.  entregue  ás  admirações  conta  o  fuecefib. 

Zirethiniefi xufupercilifcolIU        'O 

arde  iiipij   Ntzrrytba  aceol* 

Cbrifiu  mprtcipitem  agere  de-  gae  autm  íre$  m'tra)  mnm    bUntafúuk  pedefauè 

videri,  ubi  chrifiu  rqucd  trsn-  Accipit  immerjos ,  wttVttm  obltta  rigor  em^ 

flTifZZ,  'IZIâôHUfiHH.  Nuda  filex  :  cedtt  locum  móffiffima  taSht, 

pc&mtr*fefm  0p,fic,  pãr anti  "Duclúti  vi  modiwi  arqãdt ,  c  e><e  Vê  liquentis. 

Uubulum.mquorugavellimê-  -...,.  ,  -        ..       A      j m     ,  \»  •„       • 

toruw&pedttm  chrifii  veftigi»  Tbtltppm  Me^elius,  apucl  [l$adenim.  'UaVaria 

in.pr.jja  «, mnfur.  Um  to.  Sa£U  y0lmme primo. 

107     NáofatisfeytoDeos,de  que  São  Bento  ti  vèfTe 
experimentado  tantos  infortunios,quisultimamente,con- 
íumalo  prove&o,nas  experiencias,emconipanhia  daquel- 
les  Monjes;  porque  ficava  có  as  expei iencias  de  Príncipe, 
fendo  vaiTallo}&  de  Principe,íendo  Paftorjefte  foy  na  co- 
munidade alhea;&  o  outro,  nos  difeomodos  próprios.  Na 
idade  de  Antigono,  perdéo  Pirro,  fer  abalizado  pelo  ma- 
queMcfu*rtatJ*Jucibus{,rZ  yor  Heroe,  porque  era  lalto  de  experiência:  37  entre  os 
fiãt.jfimum^â.carciiRefto»-  patriarchas  he  São  Bento,  aclamado  Príncipe  de  todos: 
promiiiitazit  opúmum  fere  ,/i  òc  oanto,a  quem  Deos  elcoJhia  para  leu  rimcipe,nao  lhe 

terun   experieniitm  atitf  id-   L,_„*      j      ri  •  j f.~         j 

iungerà.¥iHÍ.invitaBiJ,u   havia  de  taltar  a  providencia ,  com  os  requiiitos  da  mayo- 
?8  renitgertxcniurumfau-  ridade.  Jacob  eftando  em  cafa  de  feu  pay  llaac,  levou  a  bé> 

dulcntcrtf  accipitbenediãienè  r    J  .        *  ,  n  l/r  r  n 

iq*m.àY*ef.i7,vfrf:iy,        caoaieuiriiiao  Ezau,  30  auzentcuíie,receolo,paracaía 

de 


■ 


EM$<REZ  A    VI.  99 

defeu  parente  L^bão,  &  no  caminho  lhe  fez  Deos  pro- 
metia da  deleendencia, quando, entreíonhos  ,lheappare- 
céunaclcada.   39   Sahio  [acobde  cafade  Labáo,óí  con-    i9^itquefimmtuumq„afi 
himou-oDeos  no  Patriarchado, lutando  comelleemfi-   «o  NequaqúMm^mquh, /*- 

1      1  ,       ■  ri  I  I  -  C  P    cob  appciiâbiiur  nomen  luum. 

guradenum  Anp.   40   Jacob  em  levarabençao,toy  ei-  j^^^.-^i^/x/r. 
colhido  ;  na  proniéfia  de  Deos,actamado ;  &  na  confirma-    u"íí'ií-  **/•&  c&jo. 
ção,coroado  Principe.  Antes  que  Jaccbchegaíle  aefte  ul- 
timo degráo,primeyro  em  caía  de  léus  pays  experimen- 
tou os  acertos  do  governo  Económico  j  efeolhendo  lua 
máy  Rebeca  para  a  lucceííaó,  a  quem  era  omays  perteyto, 
aindaquenãofoííeomaysantigojexcluindoa  Ezaii,&:  le- 
gitimando a  Jacob.  Em  a  vifaõ  da  efeada  experimentou  al- 
gúa  bondade,  que  tem  ogoverno  Ariftocracio,  fendo  os 
nobres  reprelentados  em  os  Anjos ,  que  oceu pa  vão  os  de- 
gráos  da  eícada,  imagem  dos  lugares  da  republica  ;  tão  pa* 
ternaleraofeu  governo, que vendoa  Jacob  neceííkado, 
híis,  fe  tizerão  feus  requerentes;  &  outros,  feus  enfermey- 
rosj  eílies,  eráo  os  Anjos,  que  deiciáo;  &  os  que  Tubi áo, os 
outros.    Em  caía  de  Labáo  experimentou  os  delacertos 
do  governo  Dcmocracionos  rebanhos,  que  apalcentou; 
osquaesfendodeLabáo,  derãomays  lucro 3  Jacob^ogo- 
vernodo  povofoy  fempredefbuição  dos  Príncipes.  De{- 
nois,que  facob  efteve  verfado  nefíes  governos, entre* 
goulne  Deos  o  Monárquico,  razendo-o  cabeçada  ramilia  „i„;kMqUrfqueieiet,quodqui 
mays  dilatada,  mays  fanta,  &  mays  illuftre.  41   TÍQdfè mun*?mStrvit?l2tt'Z ' 
■eftasexcellenciastem  a  Religião,que  São  Bento  fundou:   puudcLeg.Dtti.à. 
fnasantes,quelhedéíTe  principio,foy  táo experimentado, 
quecreando-o  Deos  para  centro  das  agoas,  o  fez  mendi- 
gar, como  o  regato  pobre  jeorrendo  as  afperezas,antes  que 
Fe  rccolheífe  ao  Império  }&  eftendefle  os  braços  do  pró- 
prio dominio. 

Hoc  SophU  íifperior  is  iterjttperantulè  pergM, 
Dummoclojpos fellis pocuLi)  neciar  babes. 
Qujntilianus. 

1 08      Entroniza  Deos  a  feus  Príncipes  expertos  no 
pertencente  ao  lugar,  para  que  os  elege.  Delpois  de  Da- 
vid apafeentar  rebanhos,  matar  Leoés,&  Gigantes, foy    ^  g^^àtm^m 
ungido  eiiiRey  dellrael.   42    Asfemelhanças,  que  feito  <,*,*<*, 6t.?j»i.  ?-. 

N  2  eftas 


ioo       0  VTqKClTR  ws  $at.  TOMO  77. 

eftasoccupaçoés  com  a  dignidade,  ficãoja  exportas.  Por 

nuys  perfeyta,  que  feja  a  creatura,  femprc  neccílita  de 

fragoa,  antes  que  laya  a  publico.  Em  hum  meiiiio  ventre 

4i  Froiinu, alter  tgrtdun,,  efo  vão  germanados  Jacob,  Si  Ezaii:&por  maysdiliccn- 

fljiita<nfiatrht$ntbat  manu;  ri  l  l  >  C    '  f>  • 

ViJcncoappeiiiv.tcumiscob  cias,  que  tez  Jacob  para  prender  a  Ezau,nakeo  cite  pn- 

^'^nÉnpnorEzau,  "'eyro:  43   a  naturefa  primeyro  fe  deu  a  conhecer,  que  o 

qu„t»  Jacob quiiprm,  eftear-  (.j'p]rito;eiíe,  figura  va  ]acob:&  a  outra, Ezaii  :  44  asac- 

i>alc,quam/birituale;  & prior         .      ,  r     r   •  r  j  j  j        r   ■ 

r;»„t-;;ií/d,íHrfr<»«f«y«^-ij- çoesdanaturela  lao  menos  conlioeradas,que  asooeipi- 
i*rv>rt«ubHí.L**T«»si*i>3i ,  ico.  razáo,por  onde  eftas  Te  retardão ,  &  as  outras  iea  nre- 

va  iSlu?*orti.vsibo  tgreJere.  »  .  T  '  I 

JttGiojaOrdfup.eap.íi.Gen.  çâoj  oque  as  fazadvertidas,he  a  experiência. Não  admitte 

ignorâncias  a  oceupação  do  trono  }  he  officio  de  entendi- 
mento oreynar:  nas  preparações  fe  advertem  os  defeuy- 
dos,  para  que  deminuindo-fe  o  material,  appareça  mays 
efpiricualizado.  Osprimeyros  dias, que  faõ  danatuteza, 
haõ-fedegaftarno  exercício,  para  fe  fazer  idóneo  daina- 
gcftade.Antes,que  DeoslevalTe  a  Alma  Santa  aodezerto, 
onde  lhe  communicou  os  fegredos  da  Divindade  ,  dey- 
xou-a  viver  algús  tempos  entre  os  bolicios  da  Corte  :  * 
na  Cidadeefpiritualizou  a  natureza  nos  conflitos ,  &  ex- 
ercitou o  efpirito  na  vigilância, com  que  merecéo  fingu-» 
•  Peuam etmhfaitum ::::  larizallaDeosem  o  monte.  O  mcfmouzouDeoscom  São 

àutam^é^in/Mudinem^è  Bento;  °  Convento  lhe  fervio  de  Cidade,  &  a  cova  de  Su- 
ioq«*radco,<,u,  '     'b\ãCO  de  monte. 

1 09      Bem  podiafupriragraçadivina  ,que  illuftrou  a 

São  Bento, a  falta  que  tinha  de  experiência :  a  feiencia  in-> 

m  v>d:i.iomeemp,eza\o.  fuza  com  que  Deosohavia  ennobrecido,  45    fobrepu» 

java  para  os  acertos  do  trono ;  mas  quiz  Deos  foífe  experi. 
mental  a  feiencia  de  quem  era  Principe.  Fechou  o  grande 
Padre  Elias  asportasdoCeo com  fuaoraçaó  >  três  annos 

A6Pcfidie,autemj;ccaturejicom'muosmò  chovéo  em  toda  aterra  a  petições  defte 
torreis .-:: FaButeji ergoferm»  Santo:  feguic-fe grandeforne, a  efía  falta  deagoa.  Osror- 

VowimaJcttm  d/cens  :  Surre,  °     -       r   n  r»       C  C  11 

távadein  sareptaSidonhrtm  vos  trouxerao  í ultento ao  Protetajmas  ioy,em  quanto  Jhe 

SSSSfaSSSCní'*  durou  a  corrente  daagoa,que  fe  metia  em  o  Jordão  :  fe- 

i-R'g.cap.,7.vcrfi.i.9.     cou  também  o  regato, &  mandou  Deos  a  Elias,  fo He  para 

47    Defec:runH*orv,,aui,l-    c  ,  ,P  .,  r/1  .  ,      D     •        n 

inntiiberaiiutpafcerit?J»dif.  aarepnta,  que  nua  molher  o  lultentaria.  40   roísaliyco- 
■íw^^^^^^nio  Deos  mandava   a  efte  feu  particular  fervo  o   mays 

ultudc  de  convívio     Rigu  mi-    _  í  m  J 

pifirum.eumsufimBSmofer-  fufiento  pelos  corvos ,  não  lhe  mandaria  pelos  corvos  a 

tuloraptum  aitliimtranifer.    „„        >f   1  -  i  -        L        -       A  J  T 

tojtcut  Dnhu  inheum  Lee-  agoa-  ialtavao  corvos ,  ou  nao  ha  via  Anjos,  queadminit- 
«umejhntntipratdium  mett.  traiTcm?  47  Sim  havia;  mas  falta va  a  Elias  nocicia.do  que 

tiumcxbtbitum  e/í !  TtrtulUn.   p  ÍT  r>      •      I  1         • 

//*.  adverfHííi^hicas.caf.i.  ie  palia  va  em  as  mays  terras ,  porque  lo  tinha  comiecimen- 

to 


EM  PREZ  A    VI  lor 

to  das  ncceíTi  Jades ,  que  padeciáo  os  habitadores  de  Ga- 
laad.    Era  tempo  de  lazer  Elias  habitação  en»  o  monte 
Carmelo,  fohode  fuagrandefa  ;  Sc  antes  que  o  occupaíle, 
quiaDeoscorrcííe  terras,  para  que  ti  vefíe  experiência  do   48  TsefááttUitt^mmoi» 
queacontecia  em  todo  o  mundo  :  40  aluindo  roy  eite  ret:cun,e»-m*»uniocofe<!e- 
iingular  Profeta  da  illutfração  divina,  com,  a  qual  não  íó  '^^%£Z* 
conhecia  otuturo,mas  cambem  odiítante,  faltava-lhe  a    u.cbry^fiomut. 
fciencia  experimental, &  não  quiz  Deos  coilocalo  na  emi- 
nência, leni  que  primcyro  a  tivefle.  Não  querendo  íuprir 
coma  graça, o  que  São  Bento,  &  Elias  podião  adquerir 
com  a  experiência. 

1  10  Nos  cazos  fe  advertem  os  acertos  ;&  he  divina 
politica  fer  experimentado  no  que  defpois  ha  de  cauzar 
eítimaçáo.  Quem  reparar  nas  veies,  que  em  a  Sagrada  Pa- 
gina fe  encontra  o  peyto  de  Chriilo  expofto  a  cruelda- 
de da  lança ,  ha  de  conhecer ,  cj  entre  todas  as  partes  de  feu 
corpo  foyefta,  a  que  antes  de  receber  o  golpe  em  o  Cal  va- 
rio, o  havia  ja  fentido  antes  da  Payxão.  Chriíto  figurado 

no  Efpofoconfeflbu,que  a  Alma  Santa  lhe  trefpaífara  o 

pcvto.   40   Reprefemado  em  David,  pede  a  Teu  Eterno       „,      ..  __ 

Pay,  livreafeuladodeíiecrueliníirumento:   50   ck  ii!CUjJ,„/w.-/!/«fw««. 

Padre  São  Bernardo  affirma  ,  que  antes  do  ódio  abrir  o    G*^'E%l"L^tt  d 


ISUí  311- 


peytoa  Chníio.ia  odmno  amor  lho  tinha  ferido:    5  1  *«m me»m.Pf»i. >■•*«/■' •• 
eltasantecedencias,torao  remedos  da  execução.  Mas  le-  is„c£fu„3, vulneram. 
náo  antecederão  eftes  enfayos  de  feridas  ás  mays  partes  do   D-  B'rn'rd- 
corpo ,  porque  íó  precederão  ao  peyto  ?  Em  todo  o  Cor- 
po de Chrifto a  parte, que  alcançou  mayor  eftimação  da 
chagi,quelheabrirão,foyolado;alanca,qorafeoufoy  a  ,. 

queoengrandecéo:  52  &feocòrte da  lança  lhe  havia  de  ru.D.Bcr»*rJ.v^UÍUj}. 
caufareftim.içáo,poriíToopeyto  de  Chrifto  foy  experi- 
mentado no  golpe,  antes  que  recebcííe  a  ferida.  São  innu- 
meraveis  as  partes,  onde  na  Efcritura  fe  defcobre  ao  Di  vi  • 
no  Verbo  exercitando  os  acl:os  de  hununo,antesde  tomar 
anoflanaturefa  :  parece,  que  ate  a  mefma  Divindade  ne- 
ccíTica  da  antecipada  experiência,  para  os  créditos  da  ma- 
gcítade.  Com  femelhanças  da  ferida  do  peyto  ,  donde  ía- 
hirão  germanados  os  Sacramentos  da  Igreja  jfoy  a  Fveli- 
guio  Beneditina, donde  emanou  conforme  a  vida  Ktligio-  nlpcl0rdinh  Vemer*mâ*  reli. 
fa:  Sc  fe  o  peyto  defte  Principe  havia  de  fer  o  manancial  git>,qu»fiJeP*T*Hfiff*tê 
puncipiode  tanta  luz,   53   mito  foy,  que  aexpencncia  ^.i„aíHàit»Lnnumft 

N   3  de 


mtnt 


i  o  2         O  PRÍNCIPE  DOS  VaT.  TOMO  21. 

de  tantas  delordens   acompanhafie  a  vinuoe  luays  bem 

ordenada  jlervindo-lhe  de  lança  ,  oque  llie  cauiou  cancã 

moleltia,  para  que  ficafleadvei  eido  nos  eniayos ,  p«.rao 

tempo doexercicio.  Aprovando  Chtiiio  em  ii5 Sc 

em  léus  Príncipes,  o  quanto  he  ucil  ao  cetro 

iereibella  errance,  primeyro  que 

Sol,  fixo  em  o  trono. 


SEGUNDA 


SEGUNDA  VES  SE  RETIRA 

BENTO 

A  SUA  ANTIGUA  GOVA  DE  SUBLACO. 
E  M  <P  %E  Z  A    VIL 


E  inútil  o  conhecimento  das 

coufas  ,  em  quem  ignora  a  íí 

mefmo:   i   o  medico, que co- 

nhecéo  a comolexáo  alhea ,  &    •  £*»  •««■*  ">>">•'' a'* 

nãoa  lua,  paraomays  impor-  J-í/jí atitviintt  MArtrut*,& 

cante  lhe  faltou  aiticncu.  O  2ES3SSÍÍS^*fi 

Conhecimento  próprio  não  VÍ-  rumtfrelitywHfi  iffot^nee 

vc,onde  vive  o  engano 5  hc  necellano  accumular  Juzes 

alhèas 


>o4        O  I^IKCITE  VOS  TAT.  TOMO  11. 
i  2»»>/í»»^w<,«/'í,<'''*'""'^a{[K»as  pafacaniiccer  menos  viltoíàs  as  próprias,  2  o  gvro, 

ligercqualisefi ,  tatu  nimtriim  '*  .  í        *  '  W        ' 

óibet  cor.j},ccn\q»ai,f  Ktm cft;  em  que  na  de  andar  o  I  rinci  pe ,  anres  de  lazer  aílento  no 

ut  exbonorumfoima  metiatur,  -      v       nt  i  »  f       '  C 

iJ^to/fcrtobotoJefor-  trono,  nao  hc  fo,  pata  conhecerdes  outros ,  fenao  para  li- 
mutjl:D.G,-<£.MaS.s.  Mor.  bct  de  íl .  2   Df zia  Demo mz, que  fenão  acha va  em  ff ;  & 

*    l'idi\oPiinc[ps,videalta  ,  iJ  r   \  i  ij         li"  r  rif 

nc  concha  monuum ,& fofo»  paraie  adiar,  Conliderou-lè  pct dido :  buicou-ie  na  ioli- 
«/„foJtol»v,r«ffflKj.  dc  contemplou  o  natural  dos  Planetas,  a  firmeza 

ttijcrianttuam.  haynur.duxdc  ■'  £  ' 

toafiderationt.  da'tcn a,  a  inconifancia  das  agoas,  &  a  vida  dos  bt utos  j  8c 

4   hirtai  Demcnax ,  fe  no"  C     •      i       r  '   \  L  /*  r      L 

tog«ot,liTe,»<fiPoftquam,wíe.  conierindo  lua  vida , com  o^uecbicrvoujlotbc,  o  que 
grC$u,conump)avitcurf»spi-  JhçfdltaVa  para fer  perfev to:  como  que  cncendéo,  que  u 

HetarUtM.prmttateinterr^levi-  I  •     /*         i  i~  •' 

taum  aqu*,&  víi»  bruto,  um.  fe  conhecia,  &  que  ja  íe  achara  a  li  próprio  j   4  porqueno 

Pater  1*1  atilíer  lvnatuts  Sindt  i  j  i  Dl  •  /-• 

PwnnJLinfun.uUb.por.  boi ,  que  nao  dey  xa  luzir  os  roays  Planetas,  vioreprcfen. 
Phihjephorum.  tâCja  a  COndiçáo  do  foberbo.  Em  Mercuf io ,  que  vefiindo 

1     tratzrjoenner  a  D.  Ge-  ■    *  -ir  =t"         o     1  •  1 

tmmtnohb.t.deCah^ch-  de  cor  de  prata, nao  deiacompanna  o  boi,  5  vioospode- 
TVlL%y,§»«u»tTem>  res  dariqueza :  na  Lua ,  queda  fombra ,  que  em  fi  tem ,  lhe 
Vquendamjtmpcrumbramji-  provéni  condençar  o  ar ,  os  éfTeytosda  preguiça:    6   em 

veobjcuritateminjehabentem,  >-  ,.  -         j        i  r 

inuhge  acedam,  quanunt,  Vénus ,  que  domina  os  corações  dos  brutos ,  7  as  roíças 
,*gemt  quandam«,g,c^n  ^\u^mn .  em  Marte,  que  por  fi  he  benévolo ,  &  iuntan- 

fí>  quawinjfifíxt,X5  conturbai  ^***"'»  'Ti  •     n  • 

an,mu. rationcm.  idcmib,.      doíTe  com  outro  Plane  ta  he  maligno ,  o  a  influencia  da  " 
l  Gvnitun*,  ubijupra ,  tf  má  companhia  :  em  Júpiter ,  por  cuja  virtude  correm  os 
***'*%',  ventos  faudaveis,  9  a  utilidade  do  confelhorE  em  Satur- 

noa.companhado  de  hum  Dragão,  &  Ba fiíifco,  a  pefíò- 
nha  da  vingança, 

1  j  2      Nefias  obfervações  conhecèo  Demonazos  ma- 
les, de  que  enfermãomu.y  tos ;  &  paraiaber,osque  otra- 
fiáo  queyxofode íi  proprio,deícéo na confideração á  ter- 
ra::/ remédio,  que  Job  ja  tinha  enfinado, a  quem  molefta- 
„   .      .  .    .  vafemelhantedoença^)  10  &  na  rirmeza,quea  terra  tem 

10   Nimirum  interroga jume-  .      "•    .  .      ,         ,     r      \     ■  •  J      l     •     n-  o    r 

ta ,  c5 docbuntte :  cí  w*»iV/«  na  igualdade ,  deicubtJO; a  virtude  da  juitiça ,  õc  le  acuzou 

C<*hS5  mdicabunt  tibiJoqucre    ,     •     •     o  r  1  J  1  "„_  L 

urrà^rejpondahukpb.  de injufto, faltando  coma  doutrina,  aquém  o  havia  ag- 
n.t-Kr/8.  gravado.  *   Seguioasagoas,& vendonellas,quearuael^ 

*  i,ún[idera1ainfirmit*fpro-  O  ^  .     O  f  1  j        •*  j 

primai*  notir  excu/ai  ai,ena  timaçao  naicia  da  purela ,  conhecèo  o  abono  da  virtude, 

Gng.MagM.  s.Morahum.   &  a razã0)  p0rqUe os  naturaes,  lhedcrprefavão  os  confe- 

, ,  quoí-  Demova*  diBabat,  MíS*   i »   bufcou  os  brutos ,  &  nos  que  tomáo  arremder, 

ippdejpiciebantytratenimvii*  defpois  que  comem ,  alcançou  as  obrigações  do  íabio,& 

iiniHjdujíie.Kecordatux  Jcbona  />      ,       t    r  í  i  ■  -  r    í  J 

Vita.  acertefi  dodefeyto,  deque  oarguhiao,em  reíolver  de 

repente,tudoquantolhepropunháo.  12  A  Alma  Santa, 

àtÀT  M"g>Jler  hn"'"S  quando  moftrou  ignorar  a  fi  própria ,  mandoulhe  o  Efpo- 
1,  si  coraste,  tpiticherri-  fo,  (eguir  as  pifadas  dos  rebanhos.    13   Oefpelho,  quefe 

ma  mulierm»  ,  abi  pu{\  viftigia  ,  .  Cl       J  'fT  „     .' 

pegum.  àfftL  >.»!'/.  ■}.        comprou  para  ornato,  he  cambem  moltradorj  aííy  as  noti- 
cias, ennobreffem,  &  recratão. 

1 1 3    Le- 


EUTtEZA     Vil.  io? 

i  tcj  Levaráoao  EmperadorTr3Jano,húa fera , que 
etnocotner  dcflezia o jfej bruto,  porque  era  muyto  par- 
co, &  brnpo;feguio-fe  deftas  viítas(comofeíuhea  o,m- 
tor,queal]eí»oNi  14  moderarfeTmanodealíiúadefcom-  *4  lv°k*t  ?&*> i' fif** 
poiiura,com  que  comia.  Aníbal  cncgandoiequioio a  íuia 
fonte,  diíreráo-lhe  os  foidados-,  não  bebefiè  daqueila  a- 
goa,  porque  corria  pormeatos  aicarofos:  donde,  dizem,  iy  Ucmíbinum^. 
iuccedéo  privar  alguns  miniftros,  8c  eleger  outros,    i  5 

dava,  tendo-fe  por  immor  tal:  quem  ha  de  julgar  a  iombra,  2*««v*>.Çr«  5.  tov*U< 
deve  por  os  olhos  na  luz.    16 

114     AconíelhavaBias  atodosaquelles,  quehaviáo 
de  fahir  a  publico  com  luas  acçócs,primey  roas  compuíeí- 

-„  r      1.  r  Ml  /Tl  '7   Biaf,  b'tnine/  tá  rui  c?g~ 

Je ao eipelho,  para  aperteyçoar ,  as  q  lhe parecellem bem,  nitionunducerct^beb^tm 
&darrepu!ç3,ásquelheeftiveíTemmal:    17   para  rodos  ^^J^fí^r**'" 

r         f    »  J  /       I  ri;  ccntcmplarrtur^ui  ho"cj'-af 

heoenfinoj    18   Sc  particular  para  o  Principe^tédofem-  «/£"  w»^,*»/»  *»•*«»*- 

d.  PI!  f         '      ò  '  J  djret.  Siolauí  f(  rm.  z* . 

vertencianoelpelho,aqueieve;&  nomodo,com    l8  mneft,q»,,djie quifíue 

que  fe examina.  Noefnelho  de  Proclus,quepofto  (obre  evto***'** *&*»>****- 

osmuros,queymavaas  naosemomar,   19   íemalignavao  catjèj>jiutut.fci*£ici*tf<:- 

calor  do  Sol ;  via  fie  nelle  o  Sol  abrafado  em  fua  me  ima  luz;  $j^£^'£j*££ 

&  quando  o  Príncipe  faz  a  conferencia,  incendido  todo  tftaf5piãtet.D.***gJever- 

\  K  (\      1  •     C      ■  •  t  bi.Dommi. 

e;ii  Mageltade,  inreciona  o  próprio  conhecimento,  por-  ,9  Nam^eeuUex^e faiú- 
que  fecéea  confino.  20  O  efpelhoovado,mofíra  as  cou-  T^JÍ^ZÍTItzT! 
íasmuytomenores,doquçfaõj  náo  recebe  a  imagem  com  um/u^euJiffet.-i.-iffMqueiu' 

c  1  _,  .  .  r  rr        r  vet boHium  combujilfet  SI*i?- 

acento;  &  quando  o  Príncipe  ve  os  iuceelios,  tem  reparo,  mtit.ií^cm^bitia. 
tudo  alcança  diminuto.Oefpelhoconcavomoftra  as  çou-    IO  *?**.  '"!■'{"■;  ' 
lis  ao  revés :    21    faz  nelle  maisrevejberaçáoa  luz  -y  Sc  ío  àh.  o.Greg.Mq  *.  Morah. 

„         jj  £  J  'J  r>    •         •  '      J-  2'    X3iiJ:f,t  queJ  U  >,::•, cota»; 

na  vidireíormada  pode  ver  o  Príncipe  as  direytas,oque  o  eeMe0WlJj./tui)fej,fJj  cjl* 
mundo  moftraásavèíTas.  O efpelho  coberto  dçaepa,&  fcW*»  »•*'<■"•">■  «>«'■'#«• 

r  C     I  1  n     r  f\  1         Mayot.lb:. 

po-io  ao  boi ,  em  tempo  claro ,  &  íereno,  mojtra  em  todas    ,  i  vmtrfu* g>cçuit<*»fuh 

as  horas  Ima  cOrelIa ;    2  2  íignificáo  as  agoas  as  tribuUçó-  p^'^".  M*  '^ 

çsdopovo,  (hecommúa  allegoria)&  quando  o  Piineipe 

cpm  animo  paccato,  diícorre  pelos  difeomodos  dos  fubdi- 

tos, acha  eftrclla,para  acertar  em  todas  luas  acções, porque 
tem  regra,  por  ondeasmedir.  Oelpelho  concavo  lendo 
fextavado,  lançado  cm  hum  vafocheyo  de  nzeyte,  molira        r        r   ,    ) 
çlaramenLeosecIyplesdoSol,&:  da  Lua;    25   oazeytea-  f„,r •>.,-., ■f,Hr»r,«.   . 
branda  as  poftemas  indurecidas:    24  &  quando  o  Piinci-  3^'ÍÍÍSÍ,-*,*<     ' 
pe  aos  documentos  da  experiência,  confronta  sspropiias    24    »/««»  f«fl/**t*  <  - 
seçoesj  iem  a  durela  do  amor  propuojve  os  tcíyplcí.po!- ,,„.-,„.,/,„  íf;.  j9 

O  que 


íoô        O  PRÍNCIPE  VOS  <PJT.  TOMO  17. 
que  conhece  os  defeytos,  da  purpura.  Defta  iórte  ha  o 
Príncipe  de  ufar  do  conhecimento ,  que  tem  dos  fucceíTos, 
zç  Verum  tnaà  Muraram  paraquenão  leia  como  AffonçoX.  deCaftella;  quefen- 

prjftdvfjufuhví  non  oblatum  *■  *  '  ,    *  .      ^ 

ibéxterUGernuutu  imperíum  do  verlado  nas  letras,  perdeo  o  ReynOj  por  ignorância 

tuetur  ,imo  pater  num  regnum  nmnr:_       „  c 
cumiguoraniiadeperdii.  bha-  r  lyj[  O 

tima  derebwHejp.iib.il. r.j.       l  j^      De  que  ferve  ao  Piloto  conhecer  osbayxos,fe- 

naõ  ha  de  difviar  delles  a  embarcação?  ao  pintor  íaber  o  re- 
alce das  cores,  fenaõ  ha  de  accommodar  as  tintas  na  pintu- 
ra Poupara  que  compra  efpe  lho,  quem  íenáoha  decom- 

16    St  renita  qute  ai  variam  ll-\  '  j    l_  -  t  a  c 

anmiiguruwjíti nriofitaum  por  a  elle?  o  que  ve  no  debuxo  a  acção  valente ,  Sc  na  pei- 
àifciturparumproieB.DMi-  fá  3  repreíenta  cobarde ,  a  íl  fe  condemna.  Saber  por  cu- 

crim.lib.Jeb  st*  FP.  ..  Jf  ,  '.  m  * 

rioiídade,  ou  por  jactância  nao  heplanta  de  eliima,por 
quanto  naó  dá  frutos proveytofos.  16 

JtlaparVumprodeft^  quampeclora  Vana  capeffunt^ 
Et  fia  dijeentum  peclm  inane  tttmet. 
German. 

Ignorar  conhecendo,confunde,a  oceupaçaõ  do  Keício, 
com  oeuudodo  íabio. 

fli/Jlmiles  fatui  fapknttbm  inVemuntur, 
Qjipta  qmdemfapiens ,  Fiultus  bieptafacit. 
Idem. 

Opirttl  Regem  memini(fc, 
quej  homo  exijlcrií  tolefíatem  _  n  r  /■>  • 

ftadrpuHâ.v.nam.ut  re, ho-      Quantomelhor íoraa muytos, antes  nalcerem  inertes, 
Z^ãu^uVSm"utT  do  <lue  embruteííerem ,  defpois  de  entendidos  ?  dilo-ha  a- 
mnp.apuâsiobau.  quelle,  a  quem  aílifle  o  lume  da  fé,  &  falta  ásobrigações 

pus  rogo  cremarctur,co».buftu  de  Chnítao.  Acuía  a  luz,  a  quem  alumiando  com  léus  ra- 
1!cTbrT!S°lum  ??*?'*  vos,  defprefou fuás  illuitracócs. 

íuig.i.b.  i.demirabiiibtu  1 16     O  conhecimento  próprio  he  a  melhor  feiencia 

fTmantfeaby,quividerutau-  "os  Príncipes :       tem  as  lemelhanças  de  lua  virtude, em 


J6fe 

taftan^aBumvaieiudincmho-  forçasa  hum  debilitado :  ou  como  fua  fali  va,  de  quem  dif- 

n*>nrectptfSe:*ahvaqueej»fdS  r      *.  .  , •  o 

c*cumjume*wuper*fe.  tai  ierao,com  a  melma  verdade,  dera  vilta  a  num  cego.  20 
'%  De™»**  i»terrogat?*,  °  entendimento  de  Demonaz,  naó  teve  luz  da  hlofofia, 
quando cttpijjvt pbitijhpbari,i&  fenão delpois ,  que  Demonaz  fe conhecéo.  29  Fillippe 
ifcrpi.stoba.fam. » ,„         JVlacedonio,pau  íe  reparar  da  iragiíidade  humana5repena 

todos 


E  MT  (REZA    VIL  107 

todos  os  dias  ao  levantar  da  cama  ,  eíias  faudaveis  pala- 
vras: LeVantateíI(e)\&  conjider  ate  homem.   20   Eiquecco-le    ?°  Mftofp**  Mfg*âo  rum 

aulamas  do  que  lhe  lembrou  bimonides,quecra,  lere-  Cíft>J„,  „,„■>,  *»i*»  ,*„ 
conheceííe  mortal  em  todo  o  tempo,  &  morréo  ás  maõs  da  Mtv*fi"i*  •••  »**•***««*.  »t 
iobeiba.   31    Deipois  que  Placiíla  moihcr  do  Êmpera-  »»^6éw*/«:s*>$etffc)^i*». 
dorTheodoíio  ovio  coroado  Celar,  continuamente  lhe  Tx^^„f.'J 
pedia,  ielembraífe  do  tempo  em  que  fora  homem  parti-    v  '^i.b^j.v^-^hihr. 

*     .         '  II!,  1  il    riaclu-llrjul  C,  Iwpa* 

cular.    3  2  A  purpura  he  mortalna  do  conhecimento  pro-  morni,xorplí!H,j::v,.ÍKfub.n. 

c  1  l'j  J     1  -  •        \  J       de  mintam  tdattHWt  It!  b^T 

pno.  Seguem  alguns  validos  a  adulação  comtnulo  _âe  ^^^^^^.^ 
retpey to  ;  falta  em  muytos,  a  valentia  do  amor ;  &  naõ  ha  pr&itum  a-w.-».-^/:,.»,,^,. 
quem  lembre  aos  Príncipes,  o  que  rorao,  oqueíao,oco  «1.^.^2. 
que  haõ  de  vir  a  ler :  por  efta  razaõ  diíleraõ  os  antigos ,  que 
naõ  era  para  Príncipe,  o  que  naõ  foubefle  andar  acaval- 
io  5  porque  efte  animal  defeompoem  a  quem  o  naõ  fabe 
governar:  advertindo  do  erro,  lem  refpey  tara  quem  o  do- 
mina. *   Efta  falta  fuprio  a  Providencia  Divina  coma    *  ^^^«.,5. 
lição  dos  fueceífos  anticipada  aotcmpodogoverno,para 
quenosdiasda  adminiílraçaõ  naõvivaõ  os  Príncipes  nos 
braços  doengano ,  donde  he  certo  cahir  30S  pés  da  liionja; 
&  feosfucceííos  faõ  o  cfpelho,  em  orna  vscryftallino,  que  . 

foy  São  Bento, onde  deipois  dos  Sagrados  Apoftolos  íq pu^ eji w-no. Ecd^a ,nof. 
viraomays  perieytamente  todasasprerogativas,  33  tem  ?rUfaa,one mí$*. 
o  Príncipe  de  conhecer  eRa  virtude. 

117      Profeguio  vicloriolb  o  Príncipe  dos  Patriarchas   ,ç  w^«,L^r»>rf. 

f  o  I  cipuut  Jux  Moiitcborum.ltaif 

24  o  caminho  para.  Sublaco ;  acompanhado  com  júbilos  nei&M>i»tyj<h\£vi*fi) 

Òj  1]     r       •     -  J  íxponii  i!!:iJ  $*cr>fic:uml»it 

as  virtudes,  quenelle  íe  viao  coroadas.  jE^/jí*iã«w« 

Çnia  numerofafides,  queque  dra  rotunda  Cyhetks 
Mttratis  quêjonant  Ljrtapleclrachorú. 
Troperúmlib.  4.  Eleg.  7. 

Repetidos  eraõ  os  triunfos,  que  havia  alcançado  São 
Bento  ;  a  coroa  com  quefe  laureava  a  naõ  podiaõ  cingir 
muytosoibesjiiem  iuftentar  hum  ló  Atlante. 

M(tvu<equc  corona 

Tantum  orbem^  quanto  cerVix  nonjuffícit  una. 
fuVenalis  Sátira  1 . 

YioS.  Bento  afuatòva,&  relle  vioacòva  de  Si-blaco 

O   2  afiu 


i  o8        O  PRÍNCIPE  WS  PJT.  TOMO  11. 
a  lua  luz.Neitas  viftas,me  parece,fuccederia  omefmo,  que 
,,    Y.rg-quctvohtartv\fa  no  tempo  dos  K  omanos,  onde  ie  virão  voar  as  pedras;    35 

Cuntfaxa  loventia  ctiam,  bthni      n  ,       .'.  i  ■  r     ■{  'li 

lo.nmHoo.anoruinicmporc,®  a  liy  oíariao  as  da  rocha,  para  ie  lançarem  aos  pes  do  ku 
F°d>gi*«u*t^™fiàed*gn,  habitador.   Em  Islanda  ha  pedras,  que  naturalmente  Te 

babcnja  e/t.  ^  l  '     i 

Mayoiiitdtiapiâibuitf  Li-  movem  de  húa,  para  outra  par  te,  de  hum,  para  outro  inon- 
"*6  õ^xJmLhiãJjiji^HcJ  te:  36  donde  as  de  Sublaco,quando  não  ioflem  deita  na- 
wor.uumpr.oupianuUitxt,,»  carefa  podiáo  para  facilitar  a  mõtanhaimitaro  penhaíco, 

Jicj*«uaiio*etJcJ própria  na-  '  Z  £  a  • 

tivaquc^ouoiepervvinare.òa  quehngirao  íe  tez  ponte  para  1  amorJao  paliar  o  no.   A 

Xo  (jrwi'tiiiciis  in  fittfattionc  \        t'  '  11  1  n 

Jcrihuí4  penha  ie  ate  aquelle  tempochorou  auzencias  ,aiiy  como 

Damoepudeundcm.  ih.    delpois  o  fez  milagrofa, poria  termo  a  leu  pranto ,  como  a 

47   Sed$lapi,,qi,i  Menino-        .  /        ,     .  .  '     P  a         '  J  A  Tt 

rnsfuifimcmoratuTiVimigm  pedra  de  Memnon,as  iuas  vozes  j  nelta  pedra  eitava  eícul- 
iZTsÔ^Zãur'.  Pida  húa eftatua  ,aqual  articulava  palavrasao  tempo  ,  em 
júspercupui  voccm  d*™  joii-  que  nâfcendo  o  Sol  a  feria  com  ieusrayos;  masnafcido 

tuslemptrfui1,ufúucadCI»f     *  d     1  -1         1  1        '        J  1  •     1 

ih^jjvt»ium;anu»>cíjjjvit.  o  boi  da  gloria, emudeceo  de  todo:  47  íanao  tinha  por 
Emfatiiu  c*f»r.  <-hronJc.  eX  gUcm  cnamar  aellatua  ;  nem  tinha  ia  por  quem  chorar  a 

tnterpretJlione  D.  tiicro.jnno     1  »  'i.T  c 

/««/ií//^so.  apud Mjjai.hbi  penha. 

iiEzechii.cap.A-j.verf.q.       1 1 8      Emo  mar  morto  entrarão  as  agoas  vivas  j   38  o 
yiirtrttwumnmuxirt,  efpiriro  dos  juftos,em  a  penha  deSublaco.  Da  forte  que 

O  iij/irii,eu  ratne,<S)  openbui.        f  j  íi    i    -  rr  \ 

^>/B  ^tt,gor.ve,bointrotie.  Noe  fe  recolliéo  em  a  arca  ,aiiy  S.  Bento  em  a  cova  ;  com  a 
^°ecc?!b?^JiTd^mmt?^'n.  cfpofa ,  &  fi  lhos ,  configo ,  &  com  as  obras  íe  enclauzurou 
gredera,  es i»ci»dere in mdh>  Noé:   3  o   Com  os  triunfos ,  &  confiVo  mefmo  entrou  S. 

£^rí.  ,.t/£r/-.2.2.Si4-  Bento  na  recluiao.  Delpois  que  Lzechiel  logrou  em  o 
£4^STS£i  campoa]uzdagloria,omandou Deos recolher  afuacaía. 
ftci:m,,»quartum  ferira  co-  aq   Alcançada  a  vi&oria ,  retirou-íe  São  Bento  para  ape- 

gitattonu  claiijua  cu/lodivit.  ,  1      i   •  r-  o     L'  r 

D.Grtg.x.Morai.cap.t.  nha ,  a  habitar  comigo:  41  bubjugou  a  naturela,  para 
4l  »**^«^r*We«rW-nâòper<jer  ostrofdos  da  graça.  Circunfpe&o  São  Bento 

rum Jecum  babitafjí  dixerim  I  o      *  I 

2«/.i  i»jttaftmptrcuftod,ac,r-  em  os  enganos  do  mundo ,  diante  dos  olhos  de  Deos  fez  o 

cux/bíBut  ante  oculor  Condic-  •  t 

torufcfimperajpmwtfefem-  exame  42  com  tantas  experiências ,  quantas  eraoas  de 
ftr examinam,. Utmibi.  que  eftava  fenhor ,  fez  contas  configo.  42  Até  aquelle 
dUnt,cUmaiie*a*  cuipa,  aud,.  tempo,  como  íe  occupou  nos  cníayos,  viviadivirtido  nos 

*«(,  nmx  aJ própria*  Cor  redu-  l~  íT  L  J  J  J       "      '  (\  -  11    ' 

cu,n;VtJorea,u,fua<d»u-  íuccefíos;  chegado  o  tempo  da  adminiitraçao,  recolheo  os 
d,ca»>, quito verm,ahena de-  feiuidos ;  oceupou-os  todos  cm  hum  objecto ,  para  terem 

florant  j  •    •  1  • 

Grcg.  Mag.hb.  io.  Moral.      CCrtO  doiUIClllO. 

Quifqim  ubijiie  habitai ,  maxime^  nufquam  habitat. 
Marúal  lib.j.  Epjgrama  j  2 . 

tStJmSH^t^ 0CH-      Em  fi  fez  empregoj  44  &  para  faber  o  que  lhe  falta- 
idem  ubifupra,  va,  morou  configo. 

Tecum 


E  M  í>  (J{E  Z  A    Vil.  io9 

Tecum  habita,  &  wrisy  quamfit  tibi  curta  fupetiex. 
'Per  um  Sátira  4. 
AflentouojuizOj&começoua  abrir  o  livro  da  memo-   *  JtáiciumjMit ,,» hm  *- 
lia, onde  tinha efcricos  os  fucceffos.   *  fDtmltícà^i.verf.io. 

1  1  9  Compaflivo  chorou  S.  Bento  as  culpas  alheas; 
ligurofamente  condenou  as  próprias.  Julgão  os  Santos  as 
venialidades,  por  culpas  morcaesjnenhua  cometéo  S. Ben- 
to em  lua  vida  ;  em  toda  ella  o  não  deíamparou  oEipiritO  f*  Viâelomoi.n*R*zaB& 

.  I  Jt  Defcfçao  aotituli/  113  livro. 

Santo;   45    mas  a  virtude  do  conhecimento  próprio  bri-   t6  ccdexpeccaiomBened,- 

11  _    1         Cl_JL.Jw  o-  _  D  n  Ut.Vttrnihi  miferoha\):ntt  con- 

lhoucom  talreiplandorem  Sao  Bento,  que  para  teítemu-  %t„ummWttm.  Quireu,,» 
nhodofeuexcélíb,  quero  faybas  a  protefíação  com  que  w' «•""'*"> ?•'*  ?•"<  flí/t'-r- 

_  ■,,.,"  *  *  »        fimtur  ihortbut  meu  malu.lu 

rematou  íua  Regra.  46  vtioborumLe£hr,fttu&vium 

■videi  is  ,  concorJare pretctf.  r//-, 
erant  pio  Scripiore ,   Codtcem 

LIVRO  DO  PECCADOR  BENTO,  t^^^Z 

8-JJimut  Pater faipf.t própria 

Mj*  11'  •  1  I     """"'•  uíaferit  8e*cdi8ur. 

1 erayel  de  mim ,  y Meneio  ao  contrario  do  h«P"""°>»o,  d,^.^*. 
y  r  fl       V  7^1  r  ta.  \.  de  Regula  S.UencJi8i. 

que  enjina  ejte  livro,  cm  todas  as  coujas  a 

queperjfuade,  Vivo  reo;  porque  todas fe  encontrão 

com  minhas  obras.  Tu  ,  ò  Leytor  ,fe  achares ,  que 

a  tua  Vida  concorda  com  efla  IÇegra ,  ora  pelo  Ef- 

critor,  &-  toma  a  dar  ejle  Ihro  ao  Autor  de  lie. 

ReparelTe ,  que  faz  São  Bento  diftinção  entre  Efcritor, 
&  Autor,  porque  o  Santo  eferevéo  a  Regra,  &  o  Efpirito 
Santo ditou-a.  Eftaconfi{Taõ,quefezdeípoisde  Príncipe 
ioberano, he o  conhecimento  quede íi  teve  nefta  ultima 
difpofiçáo.  VencéoS.  Bento  o mayor trabalho, em feco-  ^  t.h  hac  w<„ /„/?«,«« 
nhecerimperfeyto:   47  noexamequefez,aindaqonáo  W» ç/** vtfma '^'.'"J"1'" 

r  C  L  ■    1     1  a     11       a„t^,uveuuníerflido^eor- 

acuíava  a  conlciencia,compungio-o  a  humildade;  elta  lhe  rig(„do*i  mcUor»  p,oducam. 
fez  abater  as  azas ,  mas  também  lhe  alíegurou  o  trono ;  &  ^j^Jtpl.^^i^- 
rkou  a  cova,  por  ler  lugar  do  conhecimento  próprio,  li  n-  Mvtramerctricen,,& Domnt 

doacaladeRahab,toradaqual  lenaolalvou  nenhum  ha-  igtfcciij*fuévrvcre. 
bitadorde  Jericó:  48   acafa  ,dondequem  a  habita  nun-   19  ?•""; •■"""'* Vf*^ 

J  __  T  t  T  ^  tUtautcm  no  manctirt  t  ornem 

ca  he  fervo,  fcnáofempre  filho  ;   49   acafa  de  Jolias  ,on-  ttttttium;fiiiut»uummtneu 
e  lenzerao  as  coroas  para  o  grande  Sacerdote  Jczu,h .no  ^rumetaUTum,  &*rSe»tum: 
de  lofcdec;   ^o  &  na  cova ie  tecerão  a  São  Bento  as  co-  o  /*«« cero*a*&f>o»<"* ><j~ 

J  uri-  piteJefufilpJofedecStceráe- 

roas,  que  lhe  íabneou  a  graça.  thmtgni.  Zaçb«r.6.vlr/.ii> 

O   3  J20  Def- 


no        O  <Í%1NC1?E  VOS  <?JT.  TOMO  11. 

120  Defpois  das  experiências  que  ceve,  &  do  nau- 
frágio de  que  livrou  São  Bento ;  na  medicação  a  que  Te 
entregou  na  cova, difcorréo  elie  Príncipe  pelo  que  tinha 
de  leu  j  &  achando,  que  de  mercê  poíluia  os  foros  de  ilhjf- 
trado,&  que  fó  por  naturelà  tinha  asmiíeriasde  homem ; 
premeditando  o  cargo  em  que  Deos  o  havia  pofto,  &a 
fraqueza,  de  que  era  formado,  aílencou  conílgo  para  iegu- 
rança,  o  que  o  Centurio  diílè  aChrifto  por  reverencia: 
Sou  homem  conjiituidoem  dignidade.   51    A  viíta  de  tantos  ma- 

5f  ^'«c>/»/«i/i)r£./r(7rí  ]esalheyos,quancos  São  Bento  havia  encontrado,  a  con- 

clulao  que  tira  de  lua  vida ,  roy,  de  ler  homem,  como  os  de 
ma ys  homé??na  altura  em  que  eft ava,não  o  diminuío  a  bai- 
xela dos  que  havia  vifto?  as  noticias  que  ceve  das  culpas, 
que  cometião  os  do  mundo ,  efeurecerão-lhe  o  privilegio, 
&a\ivaraó-lhea  fogeyçaó.  Efqueceo-fe  S.  Bencodoque 
.lo os  Piincipesfelembraõ  ;  &lembrou-fe,doq fó  os  Prín- 
cipes feefquecem :  de  que  era  frágil  como  codos  os  home» 
fe  lembrou  o  noíTo  Princi  pe ,  quando  eítava  favorecido  de 
Deos,  mays  do  que  nenhú  daquelle  feculo,  porque  o  mays 
perfeyto,&  mayseidarecido  fiz  das  nocicias  que  tem  ,ef- 
pelho  do  pouco  que  he.  Irado  Deos  concra  os  habitadores 
das  Cidades  infames,communicou  com  Abrahão  o  acordo 
de  fua  juftiça.  Ouve  Abrahaó  as  queyxas  de  Deos,&  á  vik 
ta  das  abominações  que  ouve ,  confeíTa  de  fi ,  naõ  fer  oucra 

(i  Zíjíí^aJDe/^arawe- coufa  mays  do  que  pò,  &  cinza.   52    Verdadeyra  confif- 

*ZZZ{7Xt£ztCÍnÍ''  íaói ll13s  naó  fey> fe  %  fey ta  a  tcmP°  congruente.  Quan- 
do Abrahaó ,  fendo  valido  de  Deos ,  ouve  os  peccados  da- 
quelle povo, mays  parecia  occaííaõde  íe  ellimar  homem 
particular,  do  que  parafe  conhecer  commum.  Notribu- 
nal  em  que  oourodasvircudes  de  Abrahão  fevia  apura- 
do^ as  culpas  dos  delinquences  condemnadasaofogo, 
confeiTa  o  Pacriarcha ,  fer  pò ,  &  cinza?  Sim,que  Abrahão 
foy  o  mays  perfeyco ,  8c  o  mays  efclarecido  encre  os  Patri- 
archas  daLey  Efcrica,  &canco  fubio  o  conhecimento, 
quanto  o  levantou  o  folio;  as  noticias  que  ceve  das  falcas 
alheas  foy  oefpelho,emque  vio  o  pouco  que  era.  Não 
fe  aproveycou  Abrahaó  Príncipe  dos  PaCi  iarchas  da  Ley 
Elcrita,nem  SãoBenco  Príncipe  dos  Pacriarchas  da  Ley 
daGraç3,efte,doquehaviaexperimencadoj&ooucro,do 
que  tinha  ouvido,  como  de  noticias,  fenaõ  como  de  de- 

féiiga- 


EM$%nz~Â  vn.  iii 

fengano.  A  chama  do  amor  de  Deos,  &  do  próximo,  em 
que  fe  ahf  aia  vaõ,os  náo  fez  lébrados  de  outra  coufa  mays, 
doquedascinzas,dequefecompunhaõ.   <2   Afaltadef-   *'  fiemhftãmaeotipimptK 
te  incêndio,  esína  cm  os  Príncipes  aqueíla  memoria  ,&  eubemfpieiunt^ibiiaUud^uã 
naó  fabem  conhecer  as  miferiasalheas ,  como  ^o^pnòí^^f  J«;jJ[J;i4# 
próprios.  "f"- 

1  2 1  Sobre  o  conhecimento  próprio,  afferitou  a  dig- 
nidade em  Saõ  Bento,  dellefez  aliceíTe,em  que  defean- 
ça-fe a  virtude;  quefoy  todafua  regalia.  CompoíTeSaõ 
Bento  para  o  trono,  pela  mageftade ,  com  que  Deos  exal- 
tou os  mayores  Príncipes  da  Igreja .   Os  Apoftolos  de 

j-^i     -!\  -    C  J  1  J      ~  1  _  *4   Pater  Meur  Imtrrtutin 

Chrilto  erao  figurados  em  as  columnas  do  templo;   54  ^iiegor.verboCoiunm», 
as  quais  tinháooschapiteis  tecidos  comredes,&  eftas,co-    «»*■■«/*'*«"■  «&«■««:$ 
roadas  com  açucenas:   55   a  virtude  repreientada  nas  no-  mmf,bnn  viam  miro opere  a 
les,  56  funda va-fe  no  conhecimento  proprio,porqueík-  fZ^ít^ZZ^Z 
hiáodasredes:  ForãoosDifcipulospefcadores.&quan-  iu*fi °Pere hl?  ******  *•*<?• 
do  levantados  columnas  da  lgreia,polerao  as  redes  diante   ,6  ipf*$uoquevhtute*wi* 
dos  olhos;  moftrando,que fe nãoefqueciaó,doqueforáo{^f7;(!','/'"^^!,'t'?r- 
em  o  mundo:  &neíl:e  conhecimento,  afientou  toda  alua 
graça.  Faltara  remateá  firmeza  das  columnas,  &  duração 
aos  iirios,  fe  lhe  faltarão  as  redes :  eftas  erão  o  pezo,que  ef- 
tabelecia  as  columnas;  &  a  terra,  que  confervava  as  açuce- 
nas. Em  húa  flor  naíeida,  na  raiz  da  planta,  defeançou  o 
efpiritodeDeos;   57  &  também  nas  rodas  do  carro,  que  y  EttgreJieturvirgtàcra* 
vio  Ezechiel.   5  8  A  creatura ,  que  ha  de  fuftentar  aquel-  ^MVlftjí/JÍ^/!  £r 
la  coroa,  não  he,a  que  fóbe  á  vara,fe  náo,a  q  defee  á  miz.O  eum  sphitat  DèmíuT.  jyw 
Príncipe  em  o  trono ,  ha  de  ler  como  as  rodas ,  para  gover  •   <  8  spi/nut  mm  ■>**  trst 
narcomefpirito:  a  flor  da  Vara  deJelTé  vifinhava^coma  ^■í^wí 
terra ;  8c  da  mefma  forte  as  rodas.  Não  dey  xava  a  flor ,  de 
fe  apegar  a  afeendencia,  nem  as  rodas  de  íe  moverem  com 
xnageítade;&  com  tudo  iíTo,nãoapartavão  a  viftada  terra. 
Columna,flor,&  roda  foy  São  Bcnto:Columna  a  mays  al- 
ta,  em  a  Igreja  de  Deos,  defpoisdos  Sagrados  Apoftolos. 
50   Floramays  primorofa,quedcfpois  deftcsGiralocs,    ^XJtntmiiUpoflptimet^iS 
tioreceo  em  o  mundo:    60  Roda  em  que  delcançava  o  el-  rilf(CU„jJ^.  Eaupn*  •**■■« 
piritode  humDcos:   61    com  efta  luz,  vio  mays  tetra;  **«•"■■'.    ,. 
com  aquella  perfeyção,viveomaysefcondido;&  naquel-  mtúitibutotbem.  o«  1  Cb,u 
la  altura, mays  humilhado  :  porque  lendo columna  porg;A//Hi 
prnça,  reconheceo-fe  frágil  por  naturefa :  fendo  flor  pelos   *  v*t  OeiBentUBms^ttr^ 

o     Sj  »  ^r,  .      j  r         uniu*  Dei  SphitumbtbMit.D, 

tiotesdanaturefi,reconhccco3que  odevu  agraça;len-  Grç.M*.a.M«vi.AyJ. 

do 


ii2        O  1%IKC1TE  T>OS  <PAT.  TOMO  Ih 
do  roda  fabricada,  de  todas  as  virtudes ,  reconheceo-fe  ex- 
porto, aos  ímpetos  da  inconftancia  ;  &  com  efte  conheci- 
mento fortalecéo  a  confbncia de  luas  virtudes. 

12a  Quem  vifie  a  Sáo  Bento,  defpoi.s  de  exercitar  o 
cargo  de  Prelado,tornar  para  a  cova  pelo  mefmo  caminho, 
por  onde  fahio  para  a  prelazia  ,  certo  eitava,  qne  não  havia 
de  enganar  o  mundocom  a  vaidade ,  a  quem  ie  não  aparta- 
va do  caminho  da  pobrefa.  Morto  de  fome,  &  dei  prtfivtl 
notrage  foy  São  Bento  da  cova,  para  o  mofteyro^ccm 
nnys provimento  lahio  do  mofieyro,  quando  le  foy  ou- 
tra vezmeter  na  cova.  Não  variou  de  penha  ,por  pão  mu- 
darde  caminho:  tornou  a  repifar  o  de  Sublaco,  para  fenáo 
efquecer  do  principio, que  teve  y  &  comtftas  memorias 
raó ha  eftimação ,  que  defvaneça ;  nem  bés,que  enganem. 
Aquaíi  todos  os  Santos  Padres  fervio  de  motivo, para  a 
íombro,a  abundância  dasriquelàs,quepofluhioAbrahão, 
&  opoucocazo,  que  delias  fez  oPatriarcha.  Encarecido 
f*  ^fn«in  erg»  ^hmiá  he  Abraháo  de  opulento,  na  eferitura,  defpois  que  fahio 

oe^fgypto::  Erat  tntm  divet    lr,  ,    .  o     J     /         •      r  I  i 

r^Uawporff.oneaur,,^ ar-  do  Egjypto;    02   mas  antes, &  delpois  lempre  aclamado 
sTJF^Í'a'2erf'l:9K     Santo.  Aremediar  a  fome, defeco  Abraháo  ao  Eçypto: 

ft?    taifa  eíifimestn  terra:  m  ...  „  C-J  í 

àejceni,t  què  ^braham  ir,  6  3,  donde  fahio  com groflòs  cabedais:mas  nc  em  o  ttmro 

darome,roy  mays  Santo, nem  delpois  no  da rartura me- 
nos jufto:  O  ouro ,  de  que  tilava  íenhor,não  lhe  ferviode 
pezo,aque  fe  dobr^  fie  ;  porque  Abraháo, quando  fahio 
(■»  Kevrfusqueeftftrhtr,  do  Egypto,  tornou  pela  melma  parte ,  por  onde  defcéoa 

r°™crat,v .hci^j^.  e\\Qh  ^  &os  p3flosc]a  miíeria  trilhados  defpois  da  a- 

,    _.   .  „  ,     bundancia  ,  nao  devxáo  enganar  com  a  opulência.   6<> 

bus.nontnUiâiviuarum  cofin  De  todo  o  antídoto  uíou  Sáo  Bento ,  para  que  oreíplen- 

.*.•.■  Hocjciai  ,  mentis  rSe  oeti-     11  A.J1I  -  C  L        • 

tntmtànarihmpfT prLipm,  àor  á*  mageltade,  lhe  nao  ccg?-ie ,  o  conhecimento  pro- 
ts 'fi«*m$ procederei  mãe  e-  prjo:  bufeou  primeyro  todos  os  caminhos,por  onde  fe  po- 

gred,.D.^4mbr.l,b.z.Je^-  \  ,    .  ,  *  J  r  -     t  f  i 

hrahamcap.  j.  de-ie  achar,  para  que  no  trono  k  nao  chega-le  a  peroer. 

123  Alcançou  o  noífo  Príncipe  das  noticias,  vi  ven- 
do em  graça,  o  que  reconhecèo  Saul,eftando  em  culpa; 
vendo  parte  de  lua  veftidura  cortada  ,en)as  máos  deDa- 

f\6  Juftioriu  tt,qtiam erc:7u      -j  11  ••Po    r^v       •  1       •        _    „„.„    ,-f  f 

nimLLfi.mibi  L.:^«!  vid:queelleeraocrimtnoio,&  David  o  innocente,coíel- 
umrcâJiditiHmaia.  •.  Rtg.  fouSaul.  66  Em  íi  arguio  Sáo  Bento  a  pouca  tfficacia  do 

exemplo, &  dikulpou  nos  lubditos  atibeza  doelpinto. 
Neftaconfideraçaó  fíouo  Sanro,defcuconhecimento,o 
que  São  Paulo  infinouaos  Hcbièos  convertidos,  confia- 
femnaefperança,de  correr  o  véo,&  entrar  noSãnclua- 

rio: 


EM?%  EZ  A     Vil.  1.1  f 

rio:  6j  deyxar  o  munJo,  &confcguir  a  gloria:  como  í?  QMieemfiigimvttJtemm» 

AdaõfecontlJerava  defpido,&  tratou  de  ie cobrir, naõ  ^"aZZtlTfÃZllT^íl 
com  folhas  de  figuevra,  com  folhas  de  palma,  fi  :a  fjguey-  ****>*>»* firmam&incriciuê 

.  y  rr  •  \  I        r      1       1        l  ufqueaà  interieia  vchimr.U. 

ra^comodiltemosnoprimeyroromojheliniboloaavan-  ^unArtost  *»/•*• 
gloria,  &  a  palma, do  próprio  conhecimento  jpprque  fé 
compõem  defolhas, acompanhadas  de  efpinhos:  comei- 
las  fe  ampararãomefts  mundo,muitos  laureados  na  gloria. 
A  purpura  dos  Príncipes  Samnitas,  era  de  folhas  de  pal- 
ma: Sc  delias  fe  ha  de  comporá  purpura, das mageftades 
Catholicasj  naõ  apartando  da  palma,quando  coroa, 
os  efpinhos  da  palma ,  quando  eftimulo.  Naõ 
defprefando  nos  dias  da  mageftade,osa- 
vifos  dá  experiência. 


1 


TRATA 


«4 


TRATA 

S  BENTO 

DE  INSTITUIR  SUA  ORDEM,  COM  A  MUL- 
tidaó  de  gente,  queofeguia. 

E  M  $  %E  Z  A    VIU. 


52 


4     HSBÍ1P  Smatenaesperdernopreftimo, 
?  K8SS?S  1  fora  de  lua  ordem :  nem  a  te  I  ha 


i  Omneorâinatum pulchrkm 


i  repara  a  chuva  ,  nem  a  pedra 
nVfjvB&iyí»  íorma  o  edifício:  deíampara  o 
IlIsSssa^  J  c'Pir,to  as  partes  leparadas  do 
^l^Í3m  todo;  falta  a  fermolura  aodef- 


unido:  i  nenhum  valor  tem  a  multidão,  fem  difeiplina, 


o 


n  M  ®  %U  Z  A    VIU:  ri$ 

oexcrcito  fem  fornia.    2    Afifa-ac,  Rey  dos  Numidas, ,  l  Q!"m  <**»**'»  k/rifo; 

r,  ■        r  o      •  r  :  /atcret,hsm,'j  remiti  morJi- 

lendo  igual  aos  Cartagineses,  emas  armas,  &  nqueia,nao  nitiquidcmprojcSa,  aJ  mui 
featrevéo  afahircomelles  a  batalha,  fem  que  tiveflepri-  ffi^j^^j 
mcyro cabos  Romanos,  que  iníinaífem  a  ieus  foldados  a  <iuaP-iUtScun^w,iutfi''un''u' 
iorma  da  peleja.  O  amontoado,  como  nao  leva  ordem,  »««/,«•//*««,  *«»*<k«w**M 
morre  namefma  coníuzão:  os  Celtiberos  ,vendo-le  em  ZtStJlZ^tl 
grande  neceííidade,nas  campanhas,  forinaváo  hum  elqua-  rum umen  iffiam ,nipjt,xta 

~,  1  -      y>        •        e  /l  j  '      '  trntaJS  munumenta  cortei ti  m 

drao,a  quem  chamavao  Cumo,  &  nelta  ordem  erao  mex-  en/iuemcciiech.Xau^í.itiint 
pugnáveis.  Como  também  os  Romanos,  comas  luas  Le-  *J**&«i&fiB*SocrMt*. 
gioens ;  &  os  Lacedemonios  ,com  as  Falanges ,  onde  uni- 
do* compunháohúaefpefa  mata  de  inftromentosbelicos; 
&  as  veles ,  que  a  fuftentaráo ,  foraó  vi&oriofos :  hum  pão 
ínteyro,  lançado  na  agoa  tem-fe,  partido,  vay  ao  fundo, 
Perfuadiráo-fe  alguns  Príncipes,  podiáoconlèrvar  o  cé* 
tro, governando lem  diíTèrença,  compondo  a  republica 
de  húafó  gala,  fazendo-ainftromento,  de  humafó  corda} 
eíh  quebrou,  em  breve  tempo,  quando  a  tocou  Sereutha- 
el,EmperadorOchomano; durou  humíóanno  -f  porque 
logo  defafinou  acórda,fervindolhe  de  garrote,  o  que  fu- 
pos  amarra. 

125      Pertendia  oOthomano,confeguir  quietação, 
naõ  deítinguindo  os  efladosjfaltoulhe  o  fim  de  léus  inten- 
tos, &  aprelTou  o  da  lua  vida.  O  caminho  indire&o  he  fem  ri{^$f»i$m. }"%'££ 
frueto:   3  aduraçaõ  hearrifeada  ,  entre  os  humores  dcf-",!,r- LjS;"í""r- 
compoíios:o  relógio  tendo  em  feu  lugar  as  ródas,andacer-      „     1 
to  j  nao  ne  durável  oimperreyto:   4  dacompoiíçao  da  p0ttftejfe*tema:  Ra)mu*àut 
republica  pende  a  fua  bondade;  *  pode  confiar  o  Princi-  f^fe^*'*- par:: 
peafegurançadefeu  Império,  quando  eftá  em  equilíbrio.  *  tn*an**$iàit*CMtatcttr. 
JNadiíunçaodoselementos,conl)ncaordemdeíuascali-  d.^â^  m.t  ftúiixtf. *. 
dades  ;fe  a  agoa  cobrira  toda  a  fuperficie  da  terra  ;  fe  o  fo- 
go abra  fará  toda  a  humidade  doar,  que  miílo  vivera?  que 
individuo  feconfervara?  ordenou  Deos  35agoas,fuperio- 
resáterra;&  oar,inferior  aofogo,paia  queair.conlbncia 
das2goas,feeftabellect-fe  na  firmefa  da  terra  j&  os  incên- 
dios do  fogo,  fe  me  tigaíTem  com  a  frefeura ,  do  ar.  A  conf- 
tancia  da  nobrefa  he  reparo  áinftabilidade  do  vulgo  j&a 
fogeyçáo  deite  ,rclrigcriodaquella:  Confundida  elta  or- 
dem ,  fica  a  republica ,  fendo  como  o  cftamago  enfermo ,  a 
quem  a  intemperança  do  calor ,  ou  da  fiicldade  dimir.ue  a 
fubftancia,com  que  na  repartição  do  nutiimcnto ,  ficão 

P  2  dei- 


ii 6         O  T1Ç1NCITE  VOS  TAT.  TO\fO  11. 
deítituidas  as  pi  rncipacs  partes  do  corpo. 

116     Alguns  Príncipes,  cegos  com  afortuna,  imita- 

ráoa  Albag;a-iaem ,  lUy  da  fartaria,  fahindoa  conquiíur 

•  ^«jrtM  ^)rb*tcntu  de  terras  alheas,antes  de  comporem  as  próprias  j  *  com  que 

(tatu  ItriArix  £Jj>.  17.  .  •        •  ,1  1        L  I» 

amntandoaogovernoindigeito,  a  crueza  das  bata  lhas, en- 
fermarão de  ral  achaque,que  todos  os  que  livrarão, ficarão 
como  aedbeça  de  Oriledes,de  qtié  tingirão,  feus  inimigos, 
andara  embuíca  de  leu  corpo,  &  que  o  achara  cõ  outra  ca- 
1  tiemihicàfj^:  beça:   5    eng^narão-íe  muytos  Príncipes  com  o  fequicò, 

preli)minJobaftava,para  os  confervar,o  mocim,que  os  ac- 
clamou  :  os  amotinados  faó  como  pedras  a  vuílas,  que  lór- 
máo  cumulo  fem  arte ,  nem  afíeflto.  Não  tem  ainda  caia ,  a 
que  fe.  recolha, quem  tem  junta  os  materiaes  para  ella; 
nem  eftes,poAosfem  ordeai  formão  obra,  nem  aífcgurão  o 
edifício. 

1  27     He  a  republica, hiím  corpo  politico,  compoflo 
pelas  máximas  da  razaó;  &  para  que  leja  proporcionado, 
bc  durável  convém,  quea  fua  difpoíiçâó  le  regule  pela  or- 
dem, queobilrva  a  naturef»,  na  fabrica  de  hum  corpo  hu- 
mano.Defpois  que  a  natureza,  tem  os  materiaes  néeeuari- 
os,para  a  orgarafaçaó  do  homem,  forma  htím  refuffiído 
f*nimtítãMtm-€*pritu.  compendiodofer  ifirmano:  6  Bc  apfimeyracouft,que 
guiimrw^v.in^frwcjma.  nelle  aperíeyçoa  he  o  coração.   7  Na  republica,  O  prr- 
dtmt.-m \uoxamcn  W7priusfe-  m^yro ,  que  le  ha  decompor  he  o  Frmcipe,emamncíalda 
eermt -,ac ?erfec,i  jm* qiubu,  vjjá  poli tiea, aíív comoocoracaó da humafia. Em feu ot r- 

v-mj.-.vari  m/fim.    Jotnigx  r..-'r.  *c  «.  .  l 

y.cdinp.u,  u^.hmd,  >,»t,.  jneyFoprFncrpíOjVeííe  a  nsfurcw  o  coração oe  cor  branca, 
SSSSS^^^ÍÍJ*  n*w  traníparenre,  cofn  que  fé  deíhngué  claramente  das 

7  cieecrW^:rfi<,tquej>nmr,  jmy$  par ccs,  Dela  m-íteria  rubicunda,  que  por  clle  k  dcy- 
»« corpufcuhfjBina^erfcSã-  xa  ver.  o  fcm  o  pnncipio  do  goverwo ,  nao  na  o  runeí- 
^^írír^ií^^peaeapparecercodo  purpureo^omdifTeTen^adoí  fubvír- 

8  Quamviteitm  mitio  ptre-  cos,  fLuias  íèia-a  die&nja  idade  conhecida  peio  cândido,  & 


xiguum  ,corfit,  canitdumque        -  ./.  ,     °  -  ■         .  .    *     I.  J/P 

totum,ubco»tc«titj<nt<»utro-  nao  pelo  ianguinoknto  jnaopcío  rigor,  peia  brandura  fh 
Í",;i"",,f"';-/"J™"" rr"^-  A  fliitido  de  recrias,  &  vcas ,  cria  \opo  a  riaf  nrefa  ao  cera 

rentem  rube tinem  ,  a  pirtibur  '  '  Q 

rettquirfaci!èdifi,Hguitur.idi  cio:   o   eíte  lhe communica  o  íanoue  puro ,  cem  que  fc  a 

Fcilingiut  ubi  infra.  7-  ia   *        *  /r*A     -   1  «      " 


cera- 

a-» 

.  limentaocorpo^    ia   ao  Pi  intiipe  aíEíiaõ logo  asai  teriam, 

9H»mhafi  pr,  re3M  ve»* ,  d  qUe  ceprcfemáo  os  tribunais,  &  as  Veasi,  o^flíiwftfOS  exe- 

io  i» carde eH principia ve.  eucorej, para  que cínn  o caftit>o,&  como  premio, repare, 

f^guintni,  v  ejuff»*gui,  ,ft  &  angiiunte  aMonaTchia.  Com  asar  terias,  &  veaa  corr.e- 

mund^ciarHtsai.dutfS mi-  ça  Io(í(),Sí  contiuuao coraçíoamovet Teú  curfo:  i  i    com 

ii  idem Vcshngiu, ubi jupr.  os  tribunais,  Ò£  comos  OHiHítiosha  o  Príncipe  kinpre  de 

exer- 


■J- 
inci- 


exercitar  feuofficio:  A  íegmdacoufa,que  aperfeyçoa  a 

naturefa- he  o  ficado,    12  oqual  aparta  ómáohumor, do    ,z  Moxjuuuahatptiii 

bom  ;  he  a  Icgunda'  purificação  dafubitancia.    íáj   oobrc  ú>t.  tjem*b,jupra. 

as  confultas  dos  tribunais  /deve  o  Príncipe  de  efco-lher  ,"  W:^' e/f'"" ''*  '"^ 

pefíbas  timoratas,  heis,  &  doutas ;  para  que  fique  apurada  )ccunã»digefk<oS$ftf»Taúy® 

3jU.iiva.  jlhomaco  Gcmimantls Ub.fi   de 

1 28      Ao  coração  acompanha  a  naturefa  com  os  bo-  Ho""n'£>  »**"' ei*st*p- »»• 
fes,  para  que  eftes  com  íeumoviínen  too  refngcreni,  quá- 
dooexafperaoiralcivel:    14    faóasíeys,  asquemaigão        -    a    .      .... 

t  •        •  11        1       -  1  °     .       >4   Cer  ejt pulmoitiviemu^ut 

acoleradehum  Príncipe,  poi  cilas  haóde  regular  o  cal-  tumnaince«ditur,bujufmodi 

r  ^i_     ^^il^.  -"     ri        i~\    /"       •     J    i^      a*  L.    •  tulmottu  remédio  tci/iyci c.ur. 

tiao,  por  lenao  mottrar  mjuíío.  Delpois delia  hbuca^-^j^,^  ' 

per  íeyçoa  a  naturefa  o  cérebro, prependicular  ao  coração  ; 
eiie,  defua  naturefa  he  cal  ido,  &  ocertbro  frio  3  &  para 
oueo  calor  do  coração  não  coniuma  o  corpo,tem  eminen- 
te a  íi,  a  frieldáde  do  cérebro;    1  <   oconhecimentopro-    •■'  Diât  nihfifhu  \6.Je 

',  ri-  \,  I        J      \  '  íi     1        «rima:  quod  prcflci  cuioreicor 

pno,  (^comohcaditto)  nade  dominar  a  purpura  ,  eíia  Je-  di,.p*fUit«at*T»memb,unj;i- 
vanta  chamas,  o  outro,caufa  tibefas :  mitig3-fe  a  frieldáde  gidk?f  °>pf'<> <»*»&><* 

'  '  >  o  '  embutiu,  ljcmiíi, 

com  a  vifinhança  do  fogo ,  &  efte  com  aopofiçáodofrio. 
Confumada  a  interior  organifação  do  homem, começa  a 
i>iturefj*fort*leí1eros  óôos,  &'aVeftilosde carne.  Còm- 
pofto  o  Príncipe,  levantados  Os  tribunais ,  èleycos  os  mi- 
íiiftrosy  Sc  eílabeJecidas  as  Leys ,  aperfeyçoen.-le  os  óílos 
da  republica  ^quiê  como diílirfios  em  oprimeyro  volume, 
he  a  nobrefa,  de  quem  he  rêpárõ  o  vulgo  jrnascom  efi-acõ- 
íicteraçáo ,  que  nem  todos  os  ófibs  de  hum  corpo ,  fa©  foli- 
dos,  &  iguais ;  não feja  toda  a  nobrefa  de" húa qualidade, Sc 
esfera  j  conforme  o  lugar,  que  oceupáo,  Sc  c  fíkio,  que  t  x- 
ercitâo,  {iô  os  ótfosmays,  oa  menos  itíâciços,  mays  ou 
menos  grandes,  A  naturefa ,  eifi  liúas  partes  do  corpo,  fer- 
mozea,  &confotra  as  carnes,  com  mays  primor,  vivefa,  & 
agrado;  neroa  todoopopuiarha  dédrataro  Príncipe  com 
o mefmo  íeiablarite  -y  porque  em  todos  os  eftados  da  repu- 
hliea  ha  medianías  5  &  com  o  preiiimo  de  cada  hum,  ha  de 
fr»ur  aeiumaçáo. 

129  SeanatUiefa,aprefeyçoaraprímeyroacarne,c[ 
os  ótíos,  levantava  o  ede"  fi  cio  íeni  fundamento,  Sc  ficava 
íèndo  o  corpo,  bifa  republica  fem  fegurança ,  nem  ordem. 
Septimeyro  apcrfcyçoará  o  cérebro,  que  o  coração  naõ 
tivera  cálor,com  que  exei  citar  as  operaçõts;&  ficava  kn- 
do  híu  republica  dda-mpsrada  de  Principe,&  01  faã  de  go- 

P   3  vemo. 


ii8  O  $%!KCFP E  DOS  >PAT.  TOM.  II. 
verno.  Seaperfeyçoara  primcyro  o  fígado,  que  o  cora- 
ção ,  faltavalhe  ocalor  vital ,  com  que  actua  fie ,  &  ficava 
fendo  húa  republica  aííiítida  de  Príncipe ,  mas  falta  de  ali- 
mento. Se  apcrfeyçoara  primeyro  os  bofes,  que  ocora- 
Çaó,creara  hum  initromentofrulhaneo;  oqueíenaó  ad- 
mitte  nas  obras  da  naturela  j  8c  ficava  fendo  húa  republica 
com  fuperfluidades  em  o  trato  jfecreara  o  coração  fem  ar- 
térias, ficaráo  as  partes  do  corpo  fem  calor  incluente,&: 
mortas  para  asoperações ;  8c  ficava  fendo  o  corpo  húa  re- 
publica fem  minifixos,  que  a  fomcnta-fem.  Em  obfervar  a 
ordem  eftabeleíTe  anaturefa  ocompofto,  &  obra  ajuiia- 
da;  tudo fe arruina faltandolhe  a  proporção}  conlcivaiíè 
tudo,  o  que  íe  compõem  ordenado. 

Ordine  ferVato  mundiujer^atur,  at  itlo 
TsLegleclo  pejjum  totuí ,  &  orbií  ab'tjty 
Macbina  perpetuo  ccdeflis  ab  ordmependet. 
'Boeúus  Metro,  ó.ltb.i. 

150     Occupaçaõ  foy  demuytos  Príncipes,  ordena- 
rem fuás  republicas,  vivendo  elles  fem  ordem  j  aíTeme- 
Ihando-fe  a  Nero,  aquemdiííe  líidoro  Cynico,  cantara 
bem  os  males  de  Nauplio ,  mas  que  defpunha  mal  os  feus 
.6  £,jemmriMeMeift-?IOP"ostós.   16  Sendocomo aave,que alimpa oninho 
Jerur  cynicttr  Neronem  xren-  andando  femprenolodo  j  donde  nafce  ter  oninho  enlo- 

feuntem  in  publico  clara  você    .     .  ■         /*        I*  /"\  J 

eorripuit,(uei  ú*upij!  mai»  dado,porque  a  ave  vive  tem  limpeza.  Uutros,  de  animo 
iene  emitam ,ju*  honzmah  pUfilanime,em  tudo  faórefpeytófos;naõ  reparando ,  que 

diJp'>neret,neqticuUummvit<i  C  IT-Tl  o'J  '1  1        'o 

2t*orcr,2Umper*me'itumȉbi-  em  todo  o  edihcio  le  lavra,  8c  mede  a  pedra,  pela  regra,  8c 

itrit.  Pieriur  Fal.de  Lyrâ.  -  r  1  '  J  J         J      r        '    J  LI' 

nLyir com^m dcteí- dre-  nao a regra,pela pedra:  17  dondefervira  arepublicaao 
guia»,,  no» rtguUad ibidem.  principe,do  mefmo,que  para  He&ora  cafa,  que  levantou 
*%  Rav.fwifiOfficin».  íem  igualdade  ;  porque  lhe  íervio  de  iepultora :  10  ra- 
zão, por  onde  Saõ  Bento,como  Príncipe  experto  ,conhe. 
cendoapouca  firmeza,  que  tem  a  multidão  fem  difcipli* 
na,  tratou  logo  de  pòr  em  ordem  o  fequito,deque  íe  acha- 
va aíliitidoem  Sublaco. 

iu      Naó  quiz  Saó  Bento ,  entre  os  clauftros  daquel- 

19   Fort;,  etem^  praiiutef  *e  mofiey  ro,  de  que  tratamos,  dar  batalha  ao  inimigo,pro« 

Deíjteneri intra  daupamiuit  vocou-o ,  a  que  íahi-fe  ao  campo;    io  &  para  a  cova  de 

ccttiminis.campum  qudíivit,   cii  Jí  i     /*  r '       í  V*A*  t 

D.Grct.M*g.t,.Mor.caf.).   aubiaco,  alternou  o  delaho.  h  menos  preliUio  na  redu- 
ção dos  Monjes ,  por  que  achou  fer  tempo  perdido,  o  que 

fe 


EMT<KEZA    VLll.  119 

fegaftava  feni  proveyto  das  almas :  20  foy  São  Bento,  2°,ff/^«  '*'"" ■>**■• 
como  a  terra,  que  lenao  occupa  íém  iructo :  mudou-ie  pa-  tereundu*  «<>«  e/n  .•«««  «<« 
ra  outra  leara,  onde  o  tempo  do  trabalho  roíie,multiphcar  ceUtljefJant,,nhcum*iiumaj 
o  trigo.  Os  favores,  que  recebéo  doCeo,nefta  fegunda  Morem  tumjru8umigr*nt. 

&        ,     ,  .  Y1  ir  r     -  litmibi. 

vez,  que  habitou  a  cova,  todos  elcrevem ,  que  torao  muy- 
tos ,  &  continuados,  não  efpecificão,  quais  foráo,  porque 
São  Bento  os  fechou  em  feupeyto,&osnão  communi- 
cou  a  nenhú  feu  difcipulo.  Dilatou-íe  o  nome  defte  Prín- 
cipe por  partes  mays  remotas , do  que  dantes,  &  creícéo 
pelas  circun-vefinhas,  em  Roma  deu  mayor  brado  a  fama, 
por  fe  r  cabeça  do  mundo ,  ou  porque  neíie  tempo ,  não  ti- 
nha facilitado  o  fentido,  para  ouvir  virtudes,  porque  lhe 
fervia  de  impedimento,  o  vicio. 

i  3  2  Tão  poderofo ,  8c  refpey  tado  corria  pelo  mun- 
do, o  nome  de  São  Bento ,  que  mitigou  as  diífençóes  entre 
a  graça,&  a  culpa,  fazendo  defíerrar  a  efta ,  &  reynar  a  ou- 
tra.Os  lequafes  do mundo,ás vozes defua  Santidade,dey- 
xaváo  os  entertinimentos  da  vaidade,  por  fe  aiuftai  é  cõ  os 
da  virtude:  afly  como  os  Gregos,  aos  jogos  Olympios,por 
acompanharem  a  Platão.  21  Asmaysclarasfamilias,  ti-  t,  ReverímefisaniâFUt» 
nhão  por  mays  bem  guardados  os  filhos,em  companhia  de  e^>>>oijmj>igmpervatiffet,fa 

J  J  11  •  1  n  rr  puli  qui  ludorum grafia  co  cii' 

São  Bento,  do  que  recolhidos  em  os  moíteyros;aiiy  como  veneram,  m ejtuadvthtím  «- 
os  de  Athenas,as  chaves  da  Cidade,  poftas  aos  pés  de  Ze-  cxce^l;J^c^!Z 
non  Citteco  Filoíofo,  do  que  fechadas  em  o  templo.   22  """■  'iaFuJL  *«(«/«•.**. i- 

r  mi     n.  1     1  r  1    r  1  •         dthltjítiã. 

rrezavao-ieos  illuítrcs,  de  haver  em  luas  dclcendencias,  %*.  ^p„j  eummimâ&*&- 
quem  foflè  íervir  a  efte  PrincipejaíTy  como  os  antigos  Ro-  t^^ít,  JJK 
manos,  tendo  em  defprefo  as  cafas,  onde  nãoeftiveíTe  re-  fthree^efeicccquamqiw- 

j       .  .      i->m     r    r  T1      ir  li        vU  intemylo,  ftuifititet  IJêibi. 

tratado  António  riloloio.  25  1  oda  aíortuna,quelne  %iobld,Vr.u^ih»'o-iuove- 
fuecedia,  atribuhião  a  amifade  de  São  Bento í  aííy  como  as  k  fuf*  [  "£e£"i'£?JL 
victorias  de  Aibogait.es,  á  familiai idade  , que  tinha  com  w»^'"***  "" 

S\       i         C  i^v  y      r    r  •  •  *4     t  aitM  i,"iur  denebir  vi- 

anto  Ambrolio.   24  Donde  leieguio,  queinnumera*  &„•*««»  iw»/>fc«c**f»*>j4/iM 

veys  peiTóas  renunciarão  fuás patrias,& bés,porfeaflocia-  tf*»*»**"***"»** '»'»'«' 

rem  a  cite  Príncipe  j  não  dando  as  almas  por  feguras,  fenão  twi,jhi*Àimk»ofy  umuijtn- 

ando  a  vida,  noierviço  de  Deos,inímuado  por  elte 

Patriarcha;  da  melma  forte,  que  Maria,  Pvainha  dos  Sarra-    1%  v-*u»imUnoen<mimpt- 

cenos,náo  achando  fer  a  mays  perfeyta  religião  aquella,  ^/•■#;,/'í^'-'    yr; 

a  que  a  nao  encaminhalfe  o  Ermitão  Moylés  fcgyp*  adi*m,Ep>jc^Lw,^/de>do' 

■  ^  8trem.miÍicietsadCl:>iliaii*i* 

VIU.      2^  rehgiiHcinjc  ttl»fltnr»0i  (Jjc. 

1  33     JaSublaco  nãoera  deferto, Império  fe  via  Sn-    Me»»/, 

bh;cojcrâopoucasfuascòvaspiradomiciIios,qLianJoaré 

aquelle 


1 2 o  O  Í%1NCI?E  VOS  VAT.  TOMO  11. 
aquellc  tempo  lá  húa  tinha  occupado.  Náole  intitularia 
por  novela,  L4  montanha  eeba  cor  te,  fe  falara  deita  foledade: 
nem  Corte  na  aldeado  leria,  íefeuaífento  fora  Sublaco.  Me- 
nos reprefentaráofarciítas^^/wírçd^/ywa^ÉTYo,  fe  os  ha- 
bitadores delia  folidáo  foliem  as  hguras  ;  como  também 
náole  apelidara  chymera  El pedernal  ecboVidafc  tratara  def- 
ta  penha.  Na  concurrencia, parecia  Sublaco  o  monte  Cin- 
thio,conlagradoa  Appollo,porqueaellecorrião,detodas 
as  partes, a  confultar  o  Oráculo.  Os  que  eílimaváo  a  San- 
tidade por  riquefa,alevaváopara  luascafas,  enriquecen- 
do as  famílias,  com  a  repetição  das  pala  vras,  que  tinháo 
ouvido  a  São  Bento :  muy  tos,  tendo  por  gloria  a  compa- 
nhia defie  Santo,  fizeráo  em  Sublaco,  o  que  São  Pedro 
queria  fazer  em  o  Tabor,ficando  moradores,daquelle  de- 
lertoj  que  he  o  que  São  Pedro  pettendéo,  fec  naquellc 
raonte.   26 

1 34.     Como  folie  numerofo  o  fequito,pos  logo  em 

.    ic  Ftdanmtbietria  uber-  ordem  a  multidão,  o  Principe  dos  Patriarchas  ;(atéem  o 

Ceo  o  conhecèo  Príncipe,  fua  filha  Santa  Gertrudes  a 
Magna,quando  em  húa  revelação  vio  a  São  Bento ,  em  lu- 
gar de  báculo,  com  hum  cetro  em  a  mão.    27  )Apenha 
x-r  GcRabatquebeaturBiHt.  era  hum  Santuario;&  SãoBento,como  outro  Moyfés,pos 

ífZl^líZh,T'orc*puii  «n  ordem  as  alampadas ,  que  nelle  ,como  no  templo ,  ha- 

quoaaam  aecenttjjimum  ,gem-  A  . 

m  ifpreeiojijfim,jm,recorujcâ-  vião  de  alumear.   28   Levantava  São  Bento,  em  Sublaco 

t  'bus exutraque  parte  mnabi-        A  ■         i^v  ri  J     C        •  C  1  r 

httrptr cnatuvt.BeattGtriru  a  Ara,  aonde a Deos  le  ha viao  de  lacn ncar  almas ,  íem  nu- 
áe,  Magna i»hhitinjU*uo-  mero  que era  a  fua  Religião ,a  que  agora  dava  principio; 
in  Fejh  ticat,  b:nediít,.         E  fe  a  lenha,aonde  fe  acendia  o  fogo ,  para  confumir  osfa- 

28    Locatit  per  ordmtm  lu-  'C    '  n.      T    L    _  A  /"       J 

cemat.ExoJ cap«>  ver/.^.  cnhcios,  era  compoíta  lobre  a  Ara ;   29   lendo  os  prit 
x9  Genf^.verfQ.^Reg,  nieyros  diftipulos  de  São  Bento  a  matéria ,  em  que  fe  ha« 

etp .18.  ver].  \\  J  I  #  i  •   «      1  r» 

?o  ut.z«,,iiieb,nur,quie.  via  de  atear  a  chama  do  amor  di  vino,  &  da  Santidade  def- 
ZZ^lt^naTinZt  te  Principe,  30  era  decente, eftivelTem com ordem,&: 
um.D.x, \BeauB,,íltíe,r,,g0  não  amontoados.  Chegou  o  tempo,  em  que  o  rebanho 

Mar.al.b.^cap.zo.cjuroperu      ..  r         r      ,  .        ,  °r,  '     n      ,       ./  i      ,       • 

«.  ^ittetemporaBeauPa.  dilperlo  havia  de  tomar  torma :  oeltado  Monacnal  vivia 
J^iS±SS3Í  fóra  dos  clauftros;&  a  comunidade  religiofa  oredufio  São 
verfaj»cerutudi„!  btc,& ,UaC  Bento.  Não  erão  firmes  em  obfervar  a  Regra,  porque  def- 

vgabaniíir.  S.HdJef. totn.it  ,  ,  ,    .  -  D  11 

ÈMhteeaPP.  '  pois  deguardareui  hua  ,  tomavao  outra,  que  lhe  parecia 

ÍiíSaSSK5f§  ■>*»«  3\  erachegadootempo,digo,emqueoLigif- 
lAbíaiutomjtitutíonei/ficut  lador  (  de  quem  os  antecedentes  Padres  foráo  lembras,) 

a-teChn/iunt  Legirhtor  exte-    _,- .  L-       -     j  11  nj  V.-.C  1  -     J     /» 

titMoife,.  CarJ,»*iu  Gofii-  32  "a  v,a  de  melhorar  oeltado  rcligiolo  ,  com  a  luz  de  lua 
du""fi4-  doutrina, pondo  o  em  maysperfey  ta  ordem  iChrifto  Se- 

nhor 


EMT^EZJ     VIU.  i2i 

nhor  NoíTo  o diile :   ^   E  á  luz da  obíervancia  ,com  que    *»  sicctiam  BchsJ;8us /** 

_-     _  r     ,  .  J  J       .    .  J--T1  -1!         -        r  fUlW    meti  prorofiliu    hnjut 

bao  Bento  reluicitava  avidareIigioía,numniiarao-ie  to-  x>rimu,quoi«nuiffumàivef 
dos  os  documentos  antigos ,  que  trata  vão  delia :  &  luz  d»-  ÍSSKílSSXÍS 
ante  de  quem  fe  humilhavão  os  documentos  dos  lábios,  ^hutieamvujutritmSuSiu* 

i    ■    »     i  II  '  Cl  r  J  J      í^v  vilAhtibailinni.iliílstavil.Di~ 

havia  de  arder  em  lenhos  compoilos.  r  oy  ordem  de  Deos  Xl!  cbuih,  &t»i* m^.ia, 
dada  a  Moyfés.que  junto  d  lenha  compóftafobre  a  Ara,  l  'verj^-" ,'  ?}**«(****    . 
para  oiacnncio,  eLtivelic  outra  amontoada  pelo  ehao.  34  "cmftiieiiptóHfMáinecetafé* 
A  lenha ,  que  efiava  coir.pófta  fobre  a  Ara ,  era  figura  do  '[\ 'L^e  %'l!n^um  trucif 
ma  de  vro  da  Cruz,  onde  Chrifto  havia  de  morrer;   a  ç   &  P/^f  ^'P^f^taçfip.-jjh 

J  r  .  r.  ?     J>  eorntf.Glof.  Inttrl.  íbi. 

a  tem  ordem,  hua  reprelentaçao  das  profecias,  que  trata-    *  erophcti«,qit*ioquifa*tur 

vãodeíh  morte:   *  &  á  viftado  verdadeyroíacrihY.o,&  ^S^S,,?^ ^ 

da  mayor  luz,  todos  os  documentos, que  tratavãodella,  fe 

poftraráo  efeurecidos.  Em  ordem  eftava  a!enha,ondefe 

via  a  luz;  &  Tem  ella  a  outra,  onde  apparecia  a  íbmbra ;  & 

por  iilònão  tinha  ordem,  porque  erafombra;  &  a  outra 

eftava  ordenada ,  porque  era  luz :  á  vifta  do  mays  claro ,  Sc 

natural  reíplendor  ficou  íbmbra  ,o  que  até  aquclle  tempo 

o  não  parecia. He  a  Cruz  natural  retrato  do  eítado  rcligio- 

íb:  defte,diíTe  o  Eminétiffimo  Cardeal  Gotfrido,fora  São 

Bento  luz  ,reduíindo  a  brandura,  &  fuavidade,  o  que  os   ?6  SicS*tt8orumpr*eede*? 

Legisladores  antecedentes,  compuierao  com  durela,&  dtmhc«i,fedvèneréhiubmt. 

rigor :    aó  &  a  caufa  defta  excellencia ,  diíTe  o  meimo  f^èflj^f^q^/^ 

Cardeal,  fora,  porque  São  Bento  teve  mays  graça,  &ncl-  eniKuveiut)exMoyfid^a,tí 

emlpirou  o  Lipintobanto,  com  mays  incêndio;   37  Sc  téntd.mi^iwm^aéSu. 
para  que  a  doutrina  do  Príncipe  dos  Patiiarchas,  fe  ddiin-  "^le"Utfi-c*r?'''a'''<?c'>' 

gui-le  das  íombras,  &  reiplandece-íe  lem  névoas,  havia  de  »./m&  j^s.a^idiS,. 

porem  ordem  acompoíiçao  dos  lenhos,  em  que  ardia  a  #*irftoi**T.4*tè&idp* 

iuz,  &  diante  de  quem  Te  abatiáo  as  fombras.  ««»/'«»  M^ackou.,»!^! •.,-.. 

r»r-j-if->.  i^t-o    ftitiifiwntiJiilPinòriehgifiT 

1  35      Preienido  tinha  Deos  o  ornato  de  lua  igreja,  &  rfrôa-  ^.....a^jenta  Dea 
pawartificàdajoy^quehéíb^^ 

a  São  Bento.  Iodas  as  (agradas  Religiões  lhe  fervem  de  »*»>/"»• 
ornatojmas  a  Beneditina,  he  a  joya  de  feu  pey to.Sublaco, 
que  foy  o  ouro,  onde  fe  aíTentaráo  as  pedras  preciofaí,que 
de  penhaamudarãoem  joya, teve  femelhança  naLmina 
de  ouro,com  que  fe  enrequecia  o  peyto  do  Snnimo  Sacer- 
dote Araõ.  Mandava  Deos,  que  por  ordem  íc  cngaifofkm 
aspédrasna  lamina:   38  em  ordem  colocou  São  Bento,  ^Ju^^h 
em  Sublacoosdifcipulos,quemays,doquepcdraspreci-  fertrdmeffutf.ExDd  iV.ttrf, 
ofasbriltiaváo  entre  osjuftos.  De  doze  pedras  confia vaò 
Racional >.oujoya  de  peyto  do  Sunimo  Sacerdote :  doze 


13  2        O  PINOTE  DOS  <?AT.  TOMO  11. 
mofteyros  edificou  Sáo  Bento  em  Sublaco,&  nelleefla- 
btlkcèoeíta  Ordem. Todas  as  virtudes,  leiepielentaváo 

,9  n*e  f>0f,tio  dherfarkm  em  as  doze  pedras;  qa   &  todas  as  virtudes  le  proíeila  vão 

vtmarum  irt , atibKjti.muhipli-  \  t\  r    C  -!/•■ 

„„,,„„»  vtmnmgrav-  em  os  doze  molttyi  os,  porque  le  lomentavao  do  elpuito 
Za!'!l!"'0'  tíuia'tt61o/*  óç  Sá  o  Bento,  que  era  o  de  iodos  os  jufios.  40   Mandava 

Deospòr  em  ordem  as  pedras,  que  fignificavaõ  asvirru- 
40  v,xàa  ficneJiEiur amni-  des,paraaue  fempre  foliem  coníórmes  entre  Cl.  41    Eí- 

titn /fflorií  llir-tu  phnuffmt,  •  r         -  j  r  j     jt       P        -    J  ir      r» 

v.G>cg  tes  intentos  íorao  todo  o  hm,  da  dnpoliçao  do  nollo  IV 

4.  ku«,o«eo,<ii feris i»tar-  tr}areha.  A  joya ,  que  Deos  mandou  fabricar  aMoyíes, 

de  òacerfi tu  dtlxct  (empo  jj>.  i  ■       \      r  1  f  n  'JT 

ia,c>e.hcã*i.k>jHf>a.         para  uiays  decência  de  leu  culto,  poíta  em  Arao,reprekn- 

tava-fe  colocada  em  hum  monte,  por  quanto  o  nome  de 

,aL^r""'  hUn,Jxtm°n-  Aiãoafly  fe  interpetra:   42   cm  outro  monte,  que  era 

Sublaco,  apparecéo  a  Ordem,ou  a  Joya,  que  compôs  Sáo 
Bento  para  ornatoda  Igreja  j  8c  naõ  ficou  menos  enrique- 
cida com  efta,  do  que  o  pey  to  de  Aráo,  com  a  outra. 

1  3  6  Não  menos  agradável,  que  terrível  compôs  Sáo 
Bento,  a  penha  de  Sublaco ;em  a  ornar  com  ordem,  a  fez,a 
hum  meíino  cempo,fermofa, &  formidável.  Náoachou  o 
Elpofo  Divino  termos, com  que  moítra-fe  a  todos  a  fer- 
ino fura  da  Igreja,  fenáo  com  a  aífemelhar  ahúefquadraó 

4t  Tcrrihiiinttcatrorumi-  formado:  45  defle  modo  lhe  inculcou  oviík>fo,&ova- 

cus orJniju.  Caril. b.vcrj.i.      ,  ...       L    ,  -       C  1     C  1  1  -1 

iente.  Naoíelograot  torças,  aondetalta  a  ordem  jnaohe 

apraíivel,oqueeíl:adefordenado.Foy  a  Sinagoga  feya,&: 

frágil  figura  da  Igreja:a  eíta,annunciou  Deos,  por  Iíaias,a 

44  ster-amptr  erâinem  u-  fermofura ,  que  lhe  havia  de  dar  ;&  a  firmefa,que  havia 

fi.de,  mói.  IlaUn  verf  1  1.        .  11  11  1  'J  1     T 

«<  kurfHmfignificat^jpof.  de  ter,  dizendo ,  que  elle  por  ia  por  ordem  as  pedras  de  leu 

Í^SÍ^ÍS";  cdificio"  44  Na  com  pofição,  com  que  foy  levantada  lo- 
vciprcpugnarum^vexerut,  vti  arou  a  Igreja  o  decoro ,  &  efiabilidade ,  que  não  tinha ,  fi- 

cvnarut  iSilaprâr  fup.lfai.KA.        ,        n  vf-  tíTl  A  n 

46  .sixumUumrcguiiDiK  gurada  na  Sinagoga ,  porque  lhe íalta va  elta  compoítura. 
cH,ut,que»Mj,ronaunji,ltlt,o  ^  -,a  monarchia ,  hum  jardim ,  &húa  campanha  eftabele- 

apoiou,  ai Guiiher.vdbianm  céoDeosem.  fua  Igreja.  Húa  campanha, hum  jardim, & 
*4i  iT*™H*fi.veterapmatvti  húamoiiarchia  ordenava  São  Bento,  em  Sublaco:  Deos 
ftHitut  om*,aira.fieiu„t,  cr  cin  a  compofíçáo,  Sc  forma  de    lua    fabrica,  inílnoua 

tece  a  Ò.BeneitQofaBafunt  r.  r 

nova.-iUaitiamtamquam  um-  Sao  Bento  as  regras ,  que  havia  de  guardar  ema  lua  obra: 

vit^fur^vldêfur,fcjperiaU-¥>  nao  le  apartou  delias  o  dílcipulo  j  46  &  ponho  a 
dabihrn&tntd.Uam.tooperante  provey tou  o  trabalho,&  deu  ao  Monachato,  neftare-edi- 
lan  carJmjiuGoij,- dumk,  hcação,  nova  gala,   47    &  permanente  dursçao  ,  que 

f\7'Ka;  ilte  ,empcra  Beati  ^^  nao  *P^  nas  partes,aonde  por  falta  da  ordem  per- 
Patru bu)iuBeneiia,nuHaèer  déo  a  eftabilidade.  48 

t»  H^itla  Mortaebi  confirrnala  \-        \  t  't  •        t     o- 

\i:.  j.  tudesar*  ubijupra.         1 37     Em  breves  tempos  padeceria  o  Império  de  Sao 

Ben* 


EM?  REZA    VIU.  123 

Bento , o  mefmo  naufrágio ,  cm  que  dantes  tinháo  pereci- 
do as  republicas  efpirituaes,  que  governarão, &  inftitui- 
rãomuytos  Padres,  íe fora ío o cuydadodefte  Príncipe, o 
dar  documentos,fem  tratar  da  comunidade ,  dando  armas, 
&  não  infticuindo  ordem.  Para  que  os  IfraelitaspodeíTem 
reedificar osmurosde  Jerufalem  ,náoíóguarnecèo  Nee- 
mias  com  armas ,  os  que  haviáo  de  cobrir ,  aos  trabalhado- 
res, fenão,  que  também  os  posem  ordem,  no  circuito,  por    4  9  St"tu't  inheopofi  murt 

,      r    1  -  11  -1     ptr  circuitum  potulur/iincrJi" 

onaeíelevantavaoas  muralhas:  49   as  armas  em  mãos  de  »cmcumgUdi>/juit.i.£jdr+ 
gente  defordenada  não  defendem  por  tempos,  fenáo  por  ^•VírJ-Ki- 
míiantesj  erãoneceíTariasmuy  tas  horas,  para  murar  a  Ci- 
dade, &  o  inimigo,  que  efr.ava  á  vifta  o  impedia  ,com  toda  a 
força  •  &  os  que  haviáo  de  rebater  a  efta,  para  íe  dar  lugar, 
a  quele  levantaííem  os  muros,  não  fó  havia  de  fer  gente  ar- 
mada, fenáo  também  pófia  em  ordem,  para  que  naprefif- 
rencia  da  forma,  fepozeíTem  os  muros  emaltura  defeníi- 
va.  São  todas  asReligiões  Sagradas  fontalezas ,  que  profe- 
Çaó  reparar  a  Igreja  de  Deos ,  doscontinuos  aíTaltosda  in- 
fidelidade da  hereíia ,  &  do  mundo;  efte,  as  defeja  deftruí- 
das  para  triunfar  da  opoíiçáo;  aquella,  as  quer  arruinadas, 
para  que  a  Igreja   náo  tenha  tantos  fervos,  &  nelles  os 
mays fortes  propugnaculos.  Amiguamente,não chegarão 
muy  tos  Padres ,  a  guarnecer  as  fottatefas ,  ainda  que  alifta- 
rào  foldados ,  porque  dandolhe  armas  nos  documentos 
fantos,  com  que  os  inf!ituirão,faharão-lhe  com  a  difcipli- 
na ,  porque  vi  vião  folitarios  pelos  montes ,  fem  ordem  de 
communidade ;  com  que  durou  pouco  tempo  o  reparo,  8c 
náo  poderão  confummara  fortificação;  São  Bento, como 
advertido  Príncipe, &  ílngular  Legislador,  femelhante a 
os  Pr incipes de  Ifrae  1 ,  que aíTiftiáo á reedificáçáo dos mu- 

.    .  .*    r  ,     .  .     ~..       .      , *         — y     .  ÇO  PrifC-r-rrpoll  ecsitt omiti 

tos  ;   50  com  hua  maotdbncava  ,inliituindo  a  Orcem,  mtdojuJi'*Jif:ciniiSi»mH- 
&  com  a  outra,  defendia,  cortando  os  vícios;  &  aíTy  dey-  ^2^£^Z 
xou  tão  fortalecida  a  obra,  que  até  o  ultimo  dia  durar  ibtvaf  *t.v\?. 
a  inrlexivcl  ao  mundo,  51  &  fempre  obediente  a  lgre-  ^Tt^ncmmundijiMt.q. 

•|2       Ç  «  raculucj*odUiv>nituf  fiS  8c- 

'    '     ?  ,        ,  .       ncdiBumfjftun, fuifTcptrhi' 

t^8     He  claro  odocumento,psraos  Fnncipes;  nao  btn.r.  \Sfpe>it^r*oi»uiH~ 

hrr     •       C  l_  •  *  1  1  _ bion  in  li\,noviiitlib.  i  cep.t. 

enecehano  íazer  combmjçao,comaalma  daempreza,    ft  k^c<i,„(J,llf„er,,£e, 

porque  temos  viito  em  São  Bento,  &  nos  Padres  antigos  clcfi* R»ttnnêfi»biif4,hgim» 

11  -  •  r'         i  i  c  /V      &pt*ri».n  mfdectnferHtbit, 

opouco  valor  dos  matenaes  tora  de  ordem, &  o  leu  prelu-  j^, 
u»o,quandq  ordenados.  Húa  vez  pelejarão  as  cfuellascon- 

Q^3  na. 


i24        °  FKMCMR  WS  <?AT.  TOMOU. 
tra  Sifara ,  Be  Fendo  força  fuperior,  a  que  as  movia, em  não 
fahiremde  fuaordem,coníiltioa  vi&oria;  53  comomof- 
í?  De  Cah  âimkâuim  eH  tran(j0  o  Ceo , que  ainda  que  leiáo  feus  os  loldados ,  não 

tonlineot  :  btrfl*  manentes in  7       n         r       -  n  j  \  r 

erdi»s,®.curfHjuo%*dverfm  vencem  como  eíircllas,  íe  nao  poltos  em  ordem.  A  meima 

StZT^ZV.erUttU  luJ"  Jgrc)'1  de Deos>  &  á  lua  »"-i"Çáo , as  monarchias  do rèan- 

doconhecem,q  toda  ília  perpetuidade  cõfilie,em  qr.enel- 
laseftejáo  polias  em  ordem,  na  Igreja,  as  virtudes;  &  nas 
republicas, as  direçóes.  Figurada  na  Alma  Santa ,  íe  coníl- 
derava  a  Igreja,  quando  no  logro  do  amor  divino  depre- 
54  intreãuxit  me  intuam  cou  ás  filhas  de  Jerufalem,  compuzeílem  nella  as  virtudes, 

vinariain.ordinavit  in  weCha-  n  -  •'/-,       . .  a  r  J  c 

riutem.Gamhorum.z.verf.*.  para  coniervar  ena  dita.    54   Ameimadeprecaçaoiazem 
(frâin*teMmtCharitatê.sep*      republicas  aos  Príncipes ,  defpois  que  ie  vem  ampara^ 

ttiaginttaptsd.^/JhpHicm.lbt.  t  -T      /         i  t  r 

•  dasdefeugoverno:  íaõdinerentes as  virtudes,  de  que 

fe  compõem,  porque  faõdiverfas  as  peííóâs,  que  as 

adminiftrão,&fe  eftiverem  defconfbrmes 

parecerão  as  republicas  monftros ,  que 

errrbrcve  tempo  perecem. 


FUNDOU 


125 


FUNDOU 

S  BENTO 

SUARELIGIAM  SOBRE  TRÊS 

incêndios  de  fogo. 
E  M  '?  (R.  E  Z  A    1X% 


l39 


?&rmm 


FIRMESA  do  edifício,  que 
he fundado  fobre  a  pedra ,  nao    ,  jtfírtya/„,„  q„;afnr..ijU 
reful  ta  lo  da  durefa  da  rocha,  fe  ^jj^j££^ 
não  também  do  fogo,  que  e»*;^»»^»^*'. 

1  XI         „_     experiência  Joc*it  Pater  *#»« 

tranhaopedrenal.  i    INemto-  tor„iutjeSoi»CaftTo.Styri&. 
|§jlgggg  da  a  pedra,  he  mina  de  fogo;  a  ^i^X^ 
que  chamão  Azinicia  o  não  lança  de  íi,  por  may  s,  que  a  fi-  j^-ft 

9-B 


rao; 


iz6        O  <P7(INCITE  WS  9  AT  TOM.  H. 
rão:  temdu rcfade pedra  , mas  nem  por  ilío  ler  ve  para  fun- 
damento, porque  a  falta  de  fogo,  dizem  os  naturaes  ,he 
»  otfttuciê  tnhniaphcaret  cau|'a  ^c  qlle  por  tempos ,  fe  destaca  cm  ró.    2    Os  poli- 

tgtie,  babei  entm  duritiem  ,ftd     .  ..*.  ,,.  .  p«.  V 

«iperfetu.utiMagijitr ^in-  tici>s ,  noticiolos  deite  legredo ,  rtão  averiguando  acaula, 

tomuf  tCerpa  de  Iniiitulione    j       -  j*  rp  /v  1L       ■       jL 

ReiítiomiffitM-,  derao  credito  aos  etleytos;  com  queaíiemt  lharao  asbazes 

do  Império,  (em  quanto  o  governou  o  Emperador  Com- 

modo)  a  pedra  Azmicia  jòvno  tempo, que  o  regerão  1  i- 

t  i  demiti.  UBhntf.%.y   to,  &  Marco  Aurélio, á  pedra  ordinária:   3   Tyranno,& 

não  Píincipe,  foy  o  Emperador  Commodo,  para  feus  vaí- 
fallos:   4   Príncipes,  &  pays  para  os  fubdiros  forão  Tito, 

4     gyfV/w  Lampri.  Invita  '      *  i         c   r       <  c  ■  •     r 

cornem^® Mrxis.  &  Marco.  Com  durera  km  i@go,com  império  km  amor 

governou  Commodo;  commaysfogo,doquedurefa  ,cõ 
mays  amor,do  que  império  regéo  Tito,&  'governou  Mar- 

5  Reroj«,uiib.i.vt4c*u.  co  Aurélio.  5   Faltava áqucllc  governo,  o  requifito  do 

calor,  que  ttf^acíiiftenta^&çQpi  que  vive  tudo;  donde  foy 

<M    ,M       ,p  ,       oíuipériocl^%GaHimodo,  outro  anStiatrovoue  para  os 

6    Nt'n e<tpto  (ipud  r  iJtrtam  l  :j5is  -       -i-  ^^  J  ' 

tmphith-jt,o,^it,nm  quidcm  gtodiadorei^^pcou -À tnipjQqual  poí  falta  defundapjen? 
jrWuf,™»  cdhr£t,H<qUe  to ^krvio-de morte  a  quartos  o  oceuparao;  6  Sendo  o 
f*ni*me»uptrjoiidUmf«bji-  fiiièerio,  no  tempo  de  Tito, &  Marco,  como  a  Ara  do  Fe- 
*«  cowpa&tmf»perftruxn  ...  ni2£-onde  renalce,  por  virtude  do  rogo  a  ave,  que,  fenecia, 

tar,J,dr,ndJconvJf*X™  po«"«zaodo  tempo.      ^     _ 

ruitmtwsut.n cxurior» effú-     t  aQ     múv tos  acharão  no  foeoa]U:a]  idades  do  arnór,7 

ditur:  tmmenfimqucvimmor-  '  ,J  .  -      ■  ' 

taliu m  /Jx Século  intento/  ,  aut 

££'%?£!£•%:£  m      &»  emm  henè  c*!at  morP* 


trahit,  aiqueopreat.    Ttc.ms 
inuil  /.4.4. «.6  1. 
7   Puniu  faleri.lit.  65.  De 


Eminet  indictofrodito  flaniJmfno, 


l 


tcivus. 


OYidi.  in  Efiifi.  Meda.  adja-finem. 


Saõ  Gõmmúas  todas  as  feirieíhançãs^tnas fa5  particulares 
as  fortunas, queacompanhao  ao  Prineipè,&  á  república 
no  amor.Náo  entendéb^,^íff^^nflftiata duração  de  nu 
Império,  quem  o  eftabellece'ò  fobre  3Uia£a= de  Hercules. 
Em  o  poder  fe  confiaváo  Nèro7Galbr;Vitè!io ,  &  Domi- 
ciano,  nenhúas  forças  humanas  os  podiaõdeíàpoííar  do 
fenhorio;  o  amor  da  pátria ,  ique  intenço  fobre  os  naturaes 
fe  levantou  contra  os  Etnperadores,  fem  reparo  os  privou 
da  vida.  Foy  igual,no  pouco  conhecimento  da  feguráça,o 
parecer  de  quem  eftabeleeéo  a  Monarchia,  fundada  em  os 
montes  de  PluCaõ.  Rico,  mays  que  todos  os  Principes  de 
feu  tempo  foyConftante,  Terceyro  Emperador,  &  os 
Byti?Í4F»fyf.iik.9x.i.  mefmosfoldados^ueodefendiaójomataraõ.  8  Mura- 
do' 


E  M  V  %E  Z  A    IX.  ii? 

dode  tarclbs ,  que  he  o  ineíino,  que  acompanhado  de 
grandes -,  diíferaó  alguns,eftav3  perpetuado  o  cetro.  A  ma- 
yorparteda  nobreza  aíTiuia  a  Vitelíio,&  íoy  vencido  de 
António  Capirão  de  Vefpaílano,  aquemfeguia  o  vulgo. 
9    Em  a  multidão  de  exércitos  ahrmavão  outros,  efiava 
rixa  a  coroa:  entre  guardas  defeançava  Carolo  Ruberto,    9  Mexia  to  vira  riteBp. 
hey de  Panon!a,qLnndoreuc!ano,cavalieyrodameisna 
rcirjvofcrrio,&  a  ília  cfpofa.    10   O  Emperador  Marco 
Aurélio, conhecèo  apouca  dur?çaó,quc  prometem  as    t(  Vequeen-mpecmu^ 
Mon uchias  fundada ,  nefte s  a liceiíes  faltos  de  amor:    1 1  S^S£s!Zg  9TK 
porque  o  poder  dos  Principes,femoamordos  vaífalloshe  if]iau«trtg*i,ammum  impi- 
iug.j,q  naoqueyma;&  asnquelas,moeda,que  mocorre.  mede«t.Hcioá<itwà.u 

i  4.  i      Nunca  as  armas ,  &:  as  riquefas  poderão  igualar 
a$  forças  do  amor :  asMonarchias,  queforão  ftnhoras  do 
amordosfubditos,  não  fentiraõafalta  depóíTesj&muy- 
ras  ,qne  tiverão  eftas,fentiráo  a  faltado  outro.  Impofi* 
bilitada  de  forças, efiava  a  Cidade  de  Thtbas,  parapo* 
der  refi.tir  aos  Argivos  j  dos  muros  fe  lançou  f<  bre  os 
contrários,  MenéceoThebano,  com  que  ficou  vidtorióía 
ap3tria.    12   Guarnecida  de ioldados,fe  achou  a  Cidade 
de  Attica ,  quando  a  acometerão  os  Gregos ,  &  nenhum    JJ  P^'  w/?-^^- 
dosqueapreíldiavaõaquiz  defender y  todos  conjurados  n*io*t& i»gr*tnuitnt.ii&. 
para  a  entregar.  13  Depofito  de  thefouros,eftava  a  Cida- 
de de  Hydroens,  quando  feus  contrários  a  provocarão  a 
defáfiojquizcraõ  aliftar  foldados ,  &  naó  ouve  quem  qui- 
zeííc  receber  foldo.    14  Pobre  eftava  Athenís,  em  tem-   i4  idemiU.%.*. 
po,  que  certos  tyrannosa  quiferaó  invadir,todos  os  moia- 
dores,naó  fófahiraó  a  peleja  ,m3sderaõ  osbes,  para  que 
não  falta-fe  paga,  aos  que  militavão  por  cítipendio.    15    M     '*  " 
Os  Romanos  thmaó  a  Cupido  entre  Hercules,  &  Mcrcú*   i6  0  inj-lgKt  i/e„etiJeFa. 
rio,  i5  Deosdasmercancias,dequerefuItaõasriqneía;);  n* >  v  Soufi  tm jm  Nw*m 

r  .  -         r  t     TT  1        Utrtu.  Notbtptitaera  falef* 

porque  iemamor,nao  aproveytao  asíorçasde  Hercules,  rM.,. 

nem  asriqucfas  de  Mercúrio. 

T42  As  quatro  principais  Monírrhias,  que  florcce» 
raõ  no  mundo,  fe  arruinarão,  quando  cm  os  naturaes  fal- 
tou o  amor  â^  pátria;  &  os  fubditos  desfalecerão, quando 
lhe  faltou  o  amor  de  ftus  Príncipes.  Os  Lrccdcmonios, & 
os  Athenicnles,ainda  quenaõfizcraõ  Monaichia  infiruí- 
raõ republicas,  foy  bieve  fua  duraçaõ^masmõofcria  tan- 
to, fccsvaflallcóknaõ  levantarão, contra ícus  Prircipes 


1 a8  O  MtmClPR  DOS  QÂT.  TOMO  11. 
Sc  eftesfenaõ  armaflem  contra  feus  vaíT<illos;a  efies,efvaev 
ciaó  as  riqucfasj&  aos  Príncipes,  alienava  a  ambição ;  com 
queieguindo  oslubditos,  anaturefa  dos  vapores,  que  fe 
oppoemaoSol,qoslevanta;  &os  Príncipes,  a  a&ividade 
do  Sol,  que  os  desfaz ;  neíia  competência  tiveraõ  lugar  os 
Tyrannos  para  fe  apoderaré  de  feus  dominios.O  Império 
dos  AíTirios,Perfas,Gregos,  &  Romanos, foraõreprefen- 
ir  D*Ki:iux.-vtrf.).?.Hn-  tados  em  os  metais,  de  que  fecópunha  a  eftatua,  que  entre 

jus  patuá  caput  ex  aurt,tfc.       pi  .      .,   ■         ,         ,-?  r       l  .-  1  ■      j         «r> 

íonhosvioNabucho-Donolor:  17  aMonarchiados  Ai- 
8  ComumtMtmniUDoSii-  firios,figurava-feem  o  ouro  j  a  dos  Petfas,em  a  prata;  a  doa 
Gregos ,  em  o  bronze;  Sc  a  dos  Romanos ,  em  o  ferro.    1 8 
Nenhum  metal  teve  perpetuidade,  quando  do  monte  íe 
r  .*■  ir,e     air     defpenhou  húa  pedra,  contra  a  eíh  tua  5  em  os  pès  da  efia* 

?9   Lafu  abfcipm  efi  dtfeor-  í  t  '  3  I 

âi*.  Rsuiiuim  qvodawfermo-  tua,  (  que  erão  de  barro  )  foy  o  golpe  da  pedra ;  reprefen- 

tavaeíta,adefuniáo;  19  Sc  o  barro,osfubditos;&  porque 
20  Tunc  contrita fn*t  pari-  eftes,fe  defuniráoda  republica,cahio  de  todo  a  fabrica,  & 
terferrur*  ijju y^arge»tum  cfpiraráo  todas  as  Monarchias.    20 

«fi,v« trt*,qu4rapiajimtvt-       143      Conheço ,  nao  deyxara  de  por  duvida  averda» 
t<,.Dan,ei,j4bifuf. verf. )|.  ^ ^ue £emo&affentado ,aeíumaçaõ deriquefas3que leva 

trás  fias  operações  humanas. 

__ Omnis  enim  rest 


1 

THfll. 


Vir  tw^  fama,  decus.  diVtnaJumanaque, pulais 
VtVtàjsparent :  qutâqui  conjlruxertt,  tUe 
Ganis  erit  , for tis  JuJÍm,  japiens,  etiam  (^ex> 

Et  quid  quid  Volet. — 

Horatwi.ferm.  3. 

Difculpa ,  com  que  intentou  condecorar  a  ambição  do 
Emperador  Vefpafiano ,  o  Autor,  que  o  adulou ,  fem  ref- 
peitar  a  verdade :  para  ter  prémios ,  com  que  obrigaíle  os 
vaflallos  a  intentar  acções  hcroycas,  diífe,  fora  todo  o  em- 
penho ,  com  que  Vefpafiano ,  indecorofamente,  ajuntou 
thefouros.  Quifera  mays  com  exemplos,  do  que  com  ra- 
zões deífuadir  os  Príncipes  defie  engano, para  que  todo 
feu  cuydado  fofle  fenhorearem-fe ,  da  vontade  dos  fubdi- 
tos.  Comqueriquefas  poderiáo  osLacedemonios,  com-1 
prar  as  vidas  aos  dous  irmãos,  Sparcio,  Sc  Bulides,para 
que  voluntariamente  fe  fofíèra  offerecer  aXerxes  ,aque 
nelles  vingaffe  o  aggravo,  que  feus  naturaes  lhe  havião 

feyto, 


EMPREZA    IX.  is? 

-fevto, para  que  a  pátria  fica-fe  livre  da  péfte,  que  aconfu-  2I  ?•*  *'«*»"">'  **r£ 

J         '*■  J  A  j      •-  •  xis  ciJuaatorem  inter  cnuÇetrt 

mia.  21  Porque  preco,vendenao,antiguamente,  as  mo-  yaviquspeHeiabor*rtHiJjb  eg 
Jherescscabellos,  aquém  eftimavaõ  como  principalor-  ^tZ^mLt%% 
natodefua  rermolura?Quebraraó-fe,DeIa  continuação, as  rummahrum-jtfimm  numpií 
cordas  dos  arcos;  &:  as  mulheres  de  Carrhago  ,de  ieus  ca-  ciatoqucjuregciaiumXtrxifa- 
bel  los  fazião  as  cordas,  para  que  naõ  ceflafem  os  foldados,  t,ffcc/a-  ?,*!ke  iix%Tf'l 
<te  dei  pedirem  asfettas.   22  Que  conveniência  humana  ^*#«í,fiw»<fc/s»e  £<*«*•- 

...  ■  rv         r         r     wonii  obhtifi  monturos  inPer- 

obrigaria  os  pays,  a  que  voluntariamente  mataílemleus  h- /«/«;» a/?lie  ,JXerxsmProfec- 
lhos,  para  osdar  a  comera  outrem?  Emocercode  Jerufa-  **/"»*•  «»*#**«tafr''»M. 
lemo  fizerãomuytos,  para  que  os  foldados  naõmorreíTem   z*  jacobusde  urina  Tm- 

.  ,-  y-\  c   11      /•       1     ■  "l-l  jt   8atu  acamar:,  cap.  ti.Tittt!» 

a  tome.  23  Com  que  ioldole  obrigaria  hu  homem  a  aú- jíamorí  rrjptsí fauu  /•/. 
phfe,atè  ficar  nii,  para  não  faltar,  ás  obrigações,  de  fenti-  mh,-y- 

*,.,',..  r  .  b.*.*-  H  ldemtbifel,w}.tap.uit9 

nella  vigilante  em  tempo,que  as  neves  cobnaoa  terra  5  & 
o  a  r,congelava  o  orvalho  da  noy  te?Hum  Português  o  ex« 
ercitou,na  frontey ra  de  Trás  os  Montes,governando  nel- 
Ja  as  armas,o  valeroíiífimo  Luis  Alvres  Conde  de  S.  João, 
&  Marquez  deTavora.Com  o  valor  de  todos  feus  thefou- 
ros  achariãoos  Príncipes,  quem  quizefiè,  morrer  enterra- 
do vivo,  para  que  fe  dilataíTein  as  terras  do  feu  Império? 
Dous  irmãos  ambos  chamados  Philenos,  o  cõfentiráo,vo-  cj*/»e»»jr*»  jHvtnuis 
luntariamente,  paraquefeusnaturaes,queerãoosdeCar-/J^c"ícr"roíaíA',^'""'£'" 

rl  -*  .  r      A  é-y  fcctrunt  Carthjg-.mnjtbui  ut 

tago,excede-lem  na  demarcação  das  terras  aos  Cennen-  reifiques  fines  p^uhf^pe- 

r  K7"  1  ri  J  ..   "     C  L    "     terem ibicbrutrentur.vcl  cost* 

áes.  24  Naoolucroío,  oamordafpatriafoy^oqueob^^^^^^,^. 
eouaeftes  extremos ;  porque  a  todos  os  interefíesfobre-  niieuiicnàitimfffàbatan- 

D     •  r  1  tamfuar,iRrJt«l>!irsci>iJtnJ- 

pu;a  o  leu  empenho.  „„&  vivi  m°Ttuifitxt.ii*vifi 

ir.  OJfici.tit.i  #  Vahrius  lA** 
.  .  -  Ximuil:b.\  cip-C 

Vjurfiu  amor  patrUratlomVdentio)-  cmni, 
Quodtuce  fecerunt  Jcripta,  retexit  opw* 
OvidiíM  i.Tont.  4. 

144  Muytos  fubditos  foraõ  de  parecer , que  não  fen- 
do o  Príncipe  opulento,  viviaõ com  perigo  irreparável; 
■porque  as riquefasanimaõ, aquém  aspoífue,aquefefoi- 
teme  íoberano:  &  em  hum  pobre  tudo  íaÕ  temores,  &  tu- 
docobardias.  Nãofey,quea  companhia  de  riquefas  endu- 
zilfem  os  Príncipes  a  acções  tãoglorioias,comoasqueo- 
brarão  aífiflidos  do  amor,  q  tinháoa  feus  vaflàllos :  o  Em- 
perador  Sérgio  Galba  dey  xou-íe  matar,dizendo,  que  não 
reparava  em  fua  morte,quandocomella,  fe  melhorava  o 
império  Romano:   25  o  que  também  difíelíei  mias  na   lS  a/Ww/».->/:  ■-••      < 

II  cxal» 


i;o       ÔPQjNCiPE  T)OS  $JT.  TOMO  12.      . 
7.6  Quaj; f>«tri« mfBttCre-  exaltação  de  Crenitoiobre  leu  deíkrro.   2  6  O  Empe- 

ftttHtn  lmf>aratortm,quamHer  W        T  9  *\  t 

nUm^aMvifsitíiftcnmexitia-  rador  Otno  1.  nao  quiz  por  guerra  a  Viteliio,  que  lhe 

TvHc^.Rwfimofran*  ufurpou  0  pveyno>f0  p0r  não  prejudicar  os  fubditos:    27 

»7  Mexia mtjut viu.         & 0 meímofez Zeno, Emperador de Conítentinopla, ía- 

bendo,que  a  Bafililcotinháo  léus  contrários  acclainado 
tin  inter  eives  arm»  maoeten.  Emperador:  25  que  conveniência  podiao  ter  eítes  vaí- 
vu-.^uiui^f.bb.i.      ^ajjos  nas  rjqUCfts  defeus  Príncipes,  que  feiguallem  aos 

intereífesdeíeuamorPCodroReydos  Athenienfesfabé- 

dodo  Oráculo  de  Apollo  Delphico,  que  fómoi  renda 

elleemaguerrapodião  osfeus  alcançar  victoriajVeiVido 

_    .,       .  I  em  hábitos  humildes,  buícou  a  morte,  que  lhe  tirou  a  vi- 

átfof:nunfw,busimpe>r,fa-  da, com  que  os  feus  ficarão  vi&oriofos.    29  Em  fonhos 

>y.:!iarcm  cultum  indv.it.  *SÍc    r       ■       «  .      .      ^         r   i  r>  •-#-».-  L    í 

faianuumboitium ghbo fe/ecb.  ioubeMario  Coniul,queos  íeus  veneenaoosCymbrios, 
jeãt&c.  Vaiu.uaximmhb.%  feej{e  facrificaíTe  a  lua  filha  Calphurnia;&  náoefperando 

...  ..->  . ..  .  pelo  dia,  namefmanoyte  lhe  deu  a  morte.  20  Asrique- 
ih  c -onfuife  cxCymkruv,Eonã  íasdos  Príncipes,  não  aplacaõ  as  iras  da  fortuna ,  as  findas 
rLy^„^cr,fc'sfct,arrepto  «leu  amor  remediarão  a  muytas.Havia  declarado  o  Ora- 
mino  peruit  noÇurpu  fia»-  CÚ\Q  a  Midas  Rey  dos  Lydios,que  lançando  em  a  abertura 

1a fn:*lihui,$$ filiam  immolavil     ,  r    J  ■  •     C       r  ÍT     •'  •  l        - 

Áavijutuhjufra.  da  terra  a  couía  mays  precioía  ,ielianao  as  innundaçoes, 

que  delia corrião, com  que  fe  arruinaváoosedeficios,& 
moradores  de  Celemnas ;  arrojou  Midas  nefh  cova  todos 
feus  thefouros ,  mas  náo  fc  aplacarão  as  enchentes ,  fenáo 
quando  leu  filho  Ancharo,  entendendo  pela  coufa  mays 
^ J2ESSSSS#  P^ciola  a  vidado  homem,  vivo  fe  lançou  na  concavidade. 
fiuumfcatumiefrawnrtdiret  21   De  que  ferviaõ  aos  vaífallos  asriquefas  de  Midas, fe 
quamfihtujàtAmantior,!*-  faltara  em  leu  nlho  o  amor  da  pátria  i  naoachao  os  nlhos 
tcrprl?atuíoractím.:u.Pri-  tanta  utilidade  einas  azas,comò  em  o  pey  to  do  Pelicano. 
x:<;  r,i eam  vcraginem,utchi-       i  45     Reforçados  ficarão  osaliceiles de  hua  republica, 
infiâensfiiiufe  ãemitit.Baf-  quando  ao  amoi  dos  valíallos  ie  amnte  a  íorça  dos  exerci- 
í'jiatuigof.iib.i.ctf.6.        tos,  &  a  copia  de  riquefas:  as  aréas  juntas  na  torre,  funda- 
da em  o  meyodomar,reparão,&conglutinão  aspèdras, 
de  que  fe  compõem  :femelhante  aeftatorrehe  toda  a  re- 
publica, mas  aífy  a  húa,como  a  outra  fortaleza,  nos  princi* 
piosdefua  extrucção,omays  importante  para  fe  firma- 
rem he  a  união  das  pedras;  porque  eítes  coníòrmes  refif« 
tem  ás  ondas,  antes  que  as  agoas  as  firmem  com  aréas. 
146     A.s  republicas  ficáofempreemdividaaprimey- 
í2  on$gumiual?eià. ta ^elP°%ãodefeu principio;  íaócomo  Júpiter,  que  em 
ria,®sBt<z4t  tmfni  Noebei  memoria  de  Amalthea,  queocreou,  trazia  no  braço  ef- 
frui,  querdo  apelletgida.  32  i>e  lua  ongem  recebem  a  po- 

litica 


EMTftEZJ    IX.  i3r 

litica  firmeza,  ou  inconftancia  de  fua duração jporqucnáo 
foy  menos  poderoío ,  para  Alexandre  morrer  vencido  do 
vinho,  fera  ama , que  o cieou  fogey ta  aellc :  para  Achiks 
íer  anioiofo ,  averíe  creado  com  medullas  de  leões:  8c  para 
Nero  íerTyranno,  cobrir  a  ama  o  psyto  de  Tangue  a  tem-   n  '**"*&  ?«!eft*j. 
po,que  lhe  queria  daroleyte:   32,  do  que  he para  a  re- 
publica a  primeyra  difeiplina;  para  que  correíponda ,  nos 
progreílòs,  áíua  primeyra  nutrição:  8c  a  do  amor  quem 
tíuvida  ler  a  mays  nobre,  a  mays  reliz,  &  mays  preauravelf  quod  eji  dart.  prim/m  jpeden 
cm  osaliceíTe.s,fbbreque  o  Príncipe  dos  Patriarchas   34.  S^ffi*g££E 
íiindou  fua  Religião,  fe  defcóbre  efta  verdade.  de  Roduifitm cap.Mcnatb.  16 

147     Sobre  três  fogos  unidos  a  húa  chama,difiea  Vir-       'i,n't' 
gem  immaculada,a  Sanca  Brizida,fundara  São  Bento  a  fua 
Ordem.  A  três  fogos,  comparou  a  Senhora,  falando  com 
íua ferva,  o eftado da  virtude  ; ao primeyro, que  ardia  em    ,,  ?„■»*,£«««,«  ««-«m 
nurrha  aíTemelhou  oeítadoreligiofo,emcommum:   a  Ç  ff'*»^*^*'**"***»** 
ao  fegundo,  atheado  na  lenha  feca,  a  abííinencia  dos  Con-  «mm  m»nu  tiiorum::-:  ipi>a- 
feitores;   36  aoterceyrojconiervadonaohvcyra^virtu-^j^,/,,,^,,,^^ >f _Rím 
dedos  Martyres.   27   Para  fomentar  eftes  três  fogos, diílè  vciathiumc*f>  21. 
a  melhor  may,  a  lua  amada  nina,  mandara  Deos  oaoiíen-  c^t^^tfccu^uiia.-^dqmJ 
to,  ao  mundo;&  que  o  Santo  os  ajuntara  a  húa  chama,  pa-  ^ZZZZ^tl 
ia  que  com  fua  luz  a  tiveíTem  os  ignorantes  do  caminho  da  tiio.-m. 
virtude;  com  leu  calor  aquentaíle,  os  que  erao  tíbios  no  qulje  amoreCbnm  í»jfa»* 
k  ferviço  de  Deos;  &  para  que  accendefle  em  mayor  à\*i\-í},uf'c,Modc/lãe;'6J!fu~. 
<}ade,  aos  que  fe  abrafavão  no  amor  divino :  Sc  que  neíies  fkuinbitwirimtinonta.  ih. 
fogos  tivera  principio  a  Religião  de  São  Bento.   28   Cu- 
jos  mndamentos  tazem  exceder  a  elta  Ordem,  a  toda  a  ía-  iriMm(i&um\big%itt<»  *»jfk* 
brica,  na  alturaia  toda  a  fortaleza,  na  perpetuidade  :triun-^',i'ítf,,''f'H^;-í7''''  í?'f!"i 

'  *  '11  ^  fia-jitírcsiçnrs  w  u»uin,inta- 

lando  do  tempo,  porque  fe  izenta  a  toda  a  corrupção.         * ««,  q»od  3*i  mfyimcs  nant 

J  tfumtti*b««tur.QuijrigidiÍH- 

f.atxmãbjKiur.     <Ji<i  fi  rucntCÊ 

JírepereniM.  »wfin*ti»ru  &*iiUtvr. 

fJ\egau  quejitupyramidum  alÚM^  hgio  Bm*Jí8í,  ih. 

fluod  non  tmber  edax,  non  <±/7  quilo  impoUns 
Tofjit  diruere,  aut  mniimerabdis 
Amwumferm,  ($fuga  temporum. 
Horaúiu.Carm.  Itb.  %.0d. 30. 

148      AlTy  como  a  carroça  de  fogo,  em  que  o  grande   ;9  Eçee  (*»,/&'*',  <i*t 
Padre  Elias fubio  ao  Ceo,   20  foy  hum  tcítemunho  do  wdJivifcrk*tHirui>>jue,& 

r  .  ,    _,.  ir       c  i\     n       tfccndit  £liafftrtHTfom»h4i 

elpiritodeLlus,queaoccupava,daincla)aíonecUaKe-  Aí<ffl.Tf,y;,() 

R  2  ígião 


r  5 1       O  VKIKCNZ  WS  <?JT.  TOM.  11. 
ligião  ficou  moinando  a  virtude  de  São  Bento ,  que  a  furi« 
4o  xrtigniiijtebonutquierat  dou.  40   As  armas  Beneditinas  ornão-ie  de  húa  torre.da 
«**í  Dm  Bencâia»m.  ojxn  qual  lay  hum  caudeloio  rio,  que  le  divide  por  toda  a  terra, 

BeatiffimaJnrso  "Marta.  uteP-     _  \       r  i        n  i  j     c  r 

ftrítLataBrigitaubifufra.    em  que  lie  ngurada  eíta  ordem,  no  deíogo,com  letne- 

Jhanças  daquelle,  que  vio  Ezechie),correr  na  prefença  de 

Deos;  *  noqua!,aschamasdoamordivino,para  fertiii- 

•  Fiuviux  igitut  rapiâufi  fárem  a  terra,  imitarão  a  correnteza  dasagoas.  Incendida 

queegreáiebaturafaciecjut.    corrente  da  fantidade  foy  a  virtude  ,  que  emanou  deite 

DatiiihJi.verf.,0.  -,   ,  j        c    r  ri.  J     C  -     '    v 

íLtnnabágrado  :  bobreeltasagoasde  íogo,  cantarão  júbi- 
los a  Deos  milhares  de  juítos ,  que  triunfarão  do  feculo :  i 
4i  Et  via  tâmquâm  tnift  imitação  deoutros,  de  quem  elcrevèo  São  João  no  Apo- 

pcrMrciiíifèum\habeBUfii-  defpois  que  vencerão  o  inimigo,  &deltruírão  todas  luas 

tbcraf  Dei,1$càntaritetctnti-      t  *  ° 

tutu  Moyfi.  vâpoc  i $.vsif.z.  oDras.  A  £ 

149       Nas  pedras  incendidas  em  fogo  fundou  São 

Bento  íua  Religião.  A  Lúcifer,  quando  em  graça,  fervi- 

4%  TuChaubtrteHUs   p  r\0  de  pa viniento , outras  pedras  femelhantes a  efíasmo  a- 

hfçíçgitif  ::  In  media  lapiaum  .-.,  -.        ,      r  .  .  ,. 

'igmtoutmambuhiu.  Hzechid  braíado.  42   Era  Lúcifer  de  fuperior  Hierarchia , por if- 
29"Tf0'"1'  íb  logrou  efta  fingularidade:  perdéo  a  graça,  òkagravou- 

4,  Etpiccjfu.-r.Éjecite  ie  ^iea culpa,cometer o peccado,vi vendo fobre eftas  pedras. 
fho»icDii,^;:crj;J:i^,c>,;-  a^  Qn  qUdnto  fe  oftenderá  Deos,  dos  que  habitamos 
i&Hwum.  ih  verf.16.         neíía  Urdem,  le  nella  vivermos  lem  reformação?  que  íuc- 

ceda  aos  mundanos,  o  mefmo  que  a  São  Pedro,quando  em 
o  átrio  de  Pilatos,  fe congelou  ,  aquentando-íe  a  huma 

frt^r^M^  ■&&*$*'*  44  não hémuyto; porque  vivem  detibefa*: 

porem,  que  fendo  a  Religião  como  o  fogo,em  que  S.  Pau- 
4<  Enue  quLiim  exeufuns  \q queymou a  vibora,  que  o mordéo,  a<   vivão  nella  fer- 

fufeji.ud£torui>ií.%.verf.i.   perttes  vencnolos ,  que  ínncionao  ,&  matao  o  citado  ne- 

ligiofo?  faódelaeatos,  que  provocão  a  rigor,a  divina  juíti-» 
Ça.  Do  fogo  participado ,  da  claufura  Beneditina ,  fahirão 
innumeraveis  varões  Santos, abrafados  no  amor  divino, 
com  oqual  influirão  nos  peccadores,  com  a  voz  de  fua  pre- 
gação, &de  feu  exemplo,  ô  que  o  Anjo  cauzou,  em  o 
mundo,quando  fobre  elle  lançava  o  fogo,  que  no  turibulo 
havia  tirado  do  altar:,  atemorizado  comrayos,&  trovões 
ficou  o  mundo,  defpois  defta  função  do  Anjo.   46  Ate- 

vibúium^Jnpievhhttàd-.ig-  morizadas ,  óc compungidas , hcarao  infinitas  almas, dei- 

»etiiarbi®miMmtcrram&  òois,  que  eftes  Hefóes  Beneditinos  lançarão  pelo  mundo, 

fjB.iJHnt',itr.,iru».  *rfpoc.l.        rir,  .  «r  i     r  i 

vctfs.  o  íogo  de  lua  doutrina,  &  a  fama  de  luas  obras. 

150     A  calidade  do  edificio?que  edificou  efie  Pr  mcU 

PC3 


EM&REZJ    IX.  135. 

pe,  a  califica  o  fogo,  que  a  fuílenta ;  porque  lhe  provou  os 
materiaes:  4.7   lo húa  duvida  quiíera examinar; & he.de    4?  op^q^uft^Hefnba* 
que  parte  íahio  cite  rogo  Mc  ioyda  pedra,  íobre  queòao 
Bento  lançou  os  primcyrosrifcos,  a  cfh  fundação,  (que 
comodiiíemos,&  autorifamos  em  oprimeyro  volume, 
48   foy  a  mtfma, que  Chrifíoefcolhéo  para  fundamento    4s  Emprezanji.iii.ta.il 
deliu  Igreja  j")  ou  ie  da  Çarça,  em  que  Sáo  Bento  felan- 
cou,nelía  penha  de  Sublaco?DoEfpinheirotemiáo  as  ar- 
vores, que  ficando  com  o  cetro  de  Rey  entre  ellas,fjhi-fe 
delle  hum  fogo,  que  abraw-fe  os  Cedros ,  do  monte  Liba-   «&%%£; '£~ 
no:  49   ospeccadores,  Sc  os  poderólos  do  mundo,  fere-  SM/f»»*?,  «tf  rj, 
prefentaváo  nos  Cedros,  (  fica  autorifado  no  primeyro 

*      ,  NO  •  .  j-        -li  *  •      .  fo    Super  hanc  peitam  eàifi* 

volume  ,)  &  como  vejo,,  que  os  incêndios  Monachais,a  CaboUccUf,a,»meam^(. 
húa,  &  outra  forte  de  gentes  encaminhão  alabareda,pa-    m<»'*-'6.  ™/ 18. 
receme  ,  que  da  Carça  iahioofogoj  porque  enriquecida  frfi*erijbi\ute$emil&'ípjiii 

C  1     t   -       r»  r  J  •  imatinein,  Çí  fimihiudini  Tri- 

com  o  iangue  de  òao  Bento ,  hcou  tendo  por  merccimen-  „it;tU.  uabtUrgocmjugnorS 
to  a  coroa,  que  lhe  não  deu  a  eleyçáo.  Mas  o  certo  he,  que  orio  Lm*Fnt,m  Pai™,  «uiafi- 

.  r7*  11      j  r  ^>!     -n  cut  Pater  idca  Pater cfí,qunl* 

da  pedra  iahio  a  chama,  porque  nella  depotitou  Chnito  o  betfiimm^itaordoconjugamu^ 
abraíado  fogo  de  leu  amor;  &  lobre  a  fortalefa ,  &  amor  ^f^êtítr^ 
de  São  Pedro  levantou  o  edifício  de  fua  Igreja;  oqual  íi-  «/-.s.tíç. 

,  ..  n-,  1      r  1  11        '  J  L       r   J         *2   tlat/et,tfClericorum Or- 

cou  eterno  na  duraç30,aíienrado  lobre  elta  pedra  abraíada  àB\magmem  Fiiv^uUFerbum. 
cm  fogo:    50  i^ertaAaião^ 

São  Bento  reduzio,  a  hua  fogueyra,  para  que  fua  Religião  ivmviam  uomim  idemih. 
íoílecolumnadeiogo,  peia  qual  governando-íeos  viado-  j0  ima„mem  òpiinus  sanSi, 
ies,  não  er  raíTem  o  caminho  da  terra  de  Promiílàó.  f '  *§  "."'1'  ££*?*"  ';í"/'c/" 

__      (  >  Jet  ofdo  it>fe  Jijpifferc  niundut»; 

151      Correlpondentes  imagesas  três  Divinas  Peílo-  nifi  pravocatus  amore  Dei::.-: 

r    -  ...  1  -      1        iT     j  L  ItabrtiftCr  illud  quod  iniíiicè 

aS)  lao  as  três  princi pais  ordes de  eltados,que  ha  em  o  mun-  pc/tJt  ad  SfirJum  San8u». 
do.  O  eftado  conjugal  reprefenta  ao  Padre  Eterno,refpei-  */*'"#'  Resa h  s-  &ȣ<>;&* 
tanoo  a  geraçãodo  Verbo  Divino.  5  1  OClencai,aoDi-  mhihmwtu  ume»  penintt  ai 
vino  Vetbo,porque  annunciouao  mundo  a  Ley  de  Deos:  ^Z7^it7ad"m}nfii!JtZe 
5  2  &  o  eftado MonachaI,ao  Efpirito  Santo, porque  1'em  M«**d»MM»i spinm^vita 
o  leu  amor  não  fedèyxão,  nem  feconheífem  os  enganos  14  -úenachorum  ordo ;»«- 
cio  mundo.  53  Antes  de  São  Bento,  exiíhrão  innume-  p^^/TÍ" 
iaveis  Monjes,  claros  em  virtude, &  fantidade  ;mas  em  t»p  s.  tf  o  &er**rivtm^i* 

c  -      T,  ■  .     .         n     r,  A  TV/i         pelota  ad  Guili.  ^iíba.circ* 

íao bento,  tiverao  principio,  &  iorma  oseltarutos  Mo-jçw 

nachais.    54  Deípois  dos  Sagrados  APol\olos,nelle  te-  ^^^^'X"- 

ve  principio  a  íórma  da  Religião:    5  í   ik  como  reduzia  a  vir,  Bcatm  Beted&wjciiictt» 

1  -  "   V.         J>  1  -\í  inP.it u:t  -V " /ei  ■•'  .Íi....,  quttab 

num  corpo  partes  tao  diverlus,  como  levantava  Monar-  ^  rump&iextidwm.  o,     - 
chia  tão  extenfa,  buíeoulhe  aliceílès,  que  afufícrtafíem  »-r:w»x?^ ..  "•  - -r,' "" 

?  *         .  j;  >  reliam mtuemttia,  ptpmt* 

perdurável :  em  amor  fundou  o  eltado  Religioio ;  porque  dium, 

R  3  fobre 


1 54        O  FH1KC&E  WS  $AT.  TôMO  11. 
fobre  fogo  fez  a  fundação  ;aíly  para  correfponder  í  ima- 
gem do Elpinto  Sanco,  de  quem  he retrato; como  tam- 
bém, para  perpetuar  a  obra,  a  que  dava  principio. 

153  Huma  republica  finta,  que  para  todas  havia  de 
fer  modelo,  inftituía  São  Bento,  íundada  lobre  amor, por- 
que fein  iíTo,fora  pouca  lua  duração.  Breves  horas  teve  de 
exiftenciaaEftatua,que  Nabucho-Donofor  vio  entre  fo- 
nhos ;  era  fantaftica ,  ainda  que  foy  real ,  no  íignificativo. 
Mapa  de  impérios,  &  republicas  apparecéo  a  Éfiatua  ;  Sc 
nella  tiverão  tão  pouca  prefiftencia,  que  num  inftante  de- 
<6  Tmiccontriufuntpari-  fapareceráo  todos :   $6  a  fua  pouca  eftabilidade  foy,  a 

tcrfi:rrumttiftay<tr,ari,entumy        £  /  y         -         ev  «      V       n 

^antuiH.  Daniehrfupra.       meu  parecer ,  procedida ,  de  nao  alientarem  os  pes  da  eíía- 

tua  lobre  o  ouro ,  de  que  era  compófta  a  cabeça :  he  com- 

muma  todos,  fer  oamorílgniíicado no  ouro  ;   57  &co- 

meintw*4Ucgorit>.    mQ  QS  jmpCr  jOSj  &  republicas,  de  que  fe  compunha  a  Efta.- 

tua,fenãoradificavãonoamor,arruinarão-le  fem  tempo. 
Conheçáo  os  Príncipes, que  as  não  perpetuou  o  ferro, 
bronze,&  barro,  que  as  reprefentava,  o  poder  que  tinhaõ, 
como  lhe  faltou  o  amor,  em  que  fe  firmaííem.  Muyto  aju- 
daria áconfervação,  fecontinua-fe  a  fabrica  com  a  varie- 
dade de  forças,  ou  de  metays,defpoisdeter  osaliceífesde 
amor ;  mas  como  lhes  faltou  efta  baze,  declinarão  com  a- 
quelle  pefo.  Governo,  quenáo  aífentafobre  amor,  dei- 
tróe,&nãoconfervaasmonarchias.  Semeftes  fundamen- 
tos, como  fe  podia  tolerar  a  prifaõ  da  clauzura ,  Sc  a  domi- 
nação dopreceyto?oude  que  forte  trabalharia  tanto,  o 
que  he  fraco,  comobarro,&  o  que  he  forte,  como  brônzea 
como  fe  igualaria  o  ouro,  com  o  ferro,o  humilde  de  nafei-* 
mento, com  o  illuftre  por  geração,  íe  asReligiòes  fenão 
fundarão  em  amor,  que  tudo  iguala,  Sc  que  fuaviza  tudo? 

TSLon  me  per  altas  ire^fijubeM ,  uives 
(Pigeat  gelatis  ingtedi  (Pindijugis. 
Senec.  Hipp. 

153       Quiz  o  Rey  de  Babilónia  emendar  o  erro,  de 

queprefumio  nafeera  a  Eftatua  afuapoucafubfiíkncia  ; 

*8  K^hchoDemforJieitfe-  &  mandou  fazer  outra  toda  de  ouro:   58  não  a  mandou 

tnhutUíHttíiHriam.Diin.i.n.l.  •     .  \     r  r        -    1  r   • 

compor  ue bronze,  ou  de  ferro,  íenao  de  ouro;  aípirava 
Nabucho,  a  que  leu  governo foífe  perdura ve^Sc  mandou 

fazer 


£  M  $  %E  Z  A    IX.  \tf 

fazer  húa Eftatua, que  o  reprefent3-fe todo deamor.  Ao 
clarnaçõestevede eterno, &applaufos divinos:   59  ne-    <9  G'Mm*m»*i>. «>afe- 
jihum  vafialio  o  atriouio  aiocura  j  nem  tez  repugnância 
afua  detreminaçáo  j  igualmente  íe  humilharão  d  Eftatua 
os  Príncipes,  &  os  vaíTallos,  os  grandes  ,  &  os  pequenos^ 
todos  aomefmo  final  obedecerão:,  naó  tendo  horas  diífe- 
r  entes  no  culto,  nem  diffmçaõ  depefloasnoíerviço,   60   6o  Tunecengregnifutatí.t 
porque  o  faziaõ  a  hum  Principe,  Sc  a  hum  Império ,  que  fe  Y**""^  P"*"p»*w°»*™>' 
Ihereprelentavatodorundadoemamor.brauiíooamor,  iSrin\u*<tiorawH*iijt*iuani. 
que  luzia nefteouro;  verdadeyro,oemqfefundaõasRe-    ,verfi-~  ?■ 
ligióes : lendo  figurado,  naquellenbrafada  curo,  que  no 
Apocalypfe  inculcava  Deos,  ao  Prelado  de  Laodicea,pa- 
racollyrio  dos  olhos;  61   cornoqualconhece-feobrõze,    6i  Suaieottlitmert&meil„ 
&  o  ferro,  oilluítre,  &  o  particular ,  a  terra,  de  que  os  cre-  twwtwix. bt  Q?hr>»  •" 
cuoòol, comqueosnaoengana-le }  aeiíimaçaoaomun-   J^»/.,.,^ rô. 
doj  que  lhe  deu  outra  cor. 

1  54     De  tal  forte  compôs ,  &  detriminou  a  fuccelTaó 
de  feus  augmentos,  quem  íòube  prepetuar  as  felicidades, 
que  primeyro  fenhoreou  o  amor,  do  quele  ajuda-íe  óo 
poder.  Rogou  a  Alma  Santa ,  a  feu  Efpofo ,  que  a  trouxe-  ^  ^  ^  "^^sjjtm 
fe  retratada  no  peyto,  &  no  braço  3   6 1  pedio  ambas  as  p.rcr  tuuetyutfrpiacuiumf^ 
eoufas^mas  o  lugar  do  peyto  foy  aprimeyra:  aquemhe^';;/;;;^;"^^ 
feDhor  do  peyto,  facilmente  domina  os  braços:  antes  dei- 
te dominio,queria  ter  a  Efpofa  a  outra  jurifdiçaõ^porque, 
como  bufcava  o  Efpofo  para  fe  reparar  das  moleítias,  62  «*  Qj,ufirú.ef:utmcrs,di- 
acnou,quenao  empenharia  oElpolo  tanto  leu  braço  na  }mo.  m, 
defFenfa,  Tem  que  ella  primeyro  lho  não  oceupafíe  no  alie- 
no. Os  que  habitáo  nas  Religiões  fa  ó(como  fica  dito)par- 
ticulares  inftrumentos,  de  que  fe  ferve  á  Igreja  de  Deos;& 
fendo oeftado  mays nobre,  &  útil  ainda  fora  muytoma* 
yoronumero  dosremiíTos,  fe  faltara  nocommumaquel- 
ía  fogeyçáo.  Para  rendimento  das  vontades  feraõ  osprin- 
cipiosdeamor,oPatriarcha,queneHe  fundou  aMonar- 
chia,  foy  para  que  a  Igreja  tiveíle  nos  íer  vos  o  empenho  de 
Elpofo,&  enfina-fe  aos  Principes,a  fc guiarem  pela  dilpo-  f%™Z£j* 

•íiçáo  da  Alma  Santa.  cumtmiverfavinutuwh 

15$      Neíta  lundaçaocncgav3  o  citado  Rcllgiolo  ao  Ccnu>;llt  .i.jt,  .•:'..- 
«ermo  perfey  to  j  nella,  1c  firmou  a  baliza.  Os  Herócs ;  que  ££ 
fiorecerãodefpoís,náocompulerãodenovo,couía  cllcn-  v*  debuxa  u/çoe 

•1  n      t»     1-     •     -       -  i  ri*  /  Catdinaht'íurri  Crenrmta  ih 

cfal,  quçclta  Religião  nao  tenha  cm  lua  Regra,  d\  rc-  p,;^:,ji:.^  Mhi&ntd». 

nhÚA 


1 3 6       O  S^INWPE  WS  VÃT.  TOMO  11. 

nhúa  igualou  á  de  São  Bento ;  a  defte  Principe,a  todas le- 

6í  A7.»»/  R<í"^  Bajiip  ík.  vou  ventagem :   óç   por  iflb  foy  obra,  do  amor  Divino, 

muitum gemer iiit^aâ pãrtí-  porque  era  ultimo  termo  daperreyçao  Monaitica;  cua, 

TiT^&Tí^m,  St  acabava  de  aperfeyçoar ;  executada  efta  mayor  obra  do 

finguhquaqutciaraâijcrtffiu  amor.fcm  trage  de  peregrino apparecéo  Chriíto,  aos dous 

à.^dnto*intopart.xjitui.,i.  _s,r .        ,  °       ,  .£    -     °       r.        \  ,      A     r>    n.    11      c 

fJ»  ,2.§.7.  Dilapulas,que  hiao  para  fcmaus ;  ate  eiie  Uaiíello  roy 

Chriiíocaminhandocom  elles,  apelidado  fempre  pere» 
grinoj   66  chegarão  tarde, era )a  pofto  o  Sol,  &  fingin- 

66  rufojwpregti^tefi^  do  Chtiíto,  fazer  ainda  jornada  maysdiítante,obrigarão- 

h  ui  ufitlcntl  Luc.i^.vtrj.vi.  ...  c-      ca  11  rr 

noosDifcipulos,aquencaílecoiTieIles:  aíTentados  todos 
para  comer,  pegou  Chriíto  em  o  paõ ,  benzeo-o,  &  repar- 

67  usu^utrecumbect  tio-o  com  elles  jem  cuja  repartição  foy  Chrifto conhecido 
a,meit,acctf  *  panem, &bc-  dos  Diicipulos  •,  com  que  nunca  mays  o  viraõ  caminhar. 

'#Miicil,&]>egir,&p<>rrigctat  r»    •         J_         r  j         /^L-n.        J    P      ■  jr 

'iiih  ±.t*potij>:*t°cc„h,eorv.  6j   Pois  acabou-íe  a  jornada  aChrilto,deípois  que  dei- 

ô  t^ir«rt««.y£tâ»  tnbuío  o  paó?Não  deu  eíte  Senhor  indícios,  de  que  pafía- 

-  Twgitfe.kngmrire.ibi  Va  adiante  de  Emaus?     Como  agora  naõprofiegue  a  pe- 

w^'9-  regrinaçaõ?  Porque  naõaperfeyçoa  o  mays  caminho,que 

68  nm  incongruenur aceu  Jhereftava  ?  Chrifto  Sacramentou-fe  fegunda  vez,nefte 
fmushocimpeâimMuminoc-      -     ^g   &  Sacramentar-fe  Chrifto.foy  a  mayor  obrade 

culu  eorutn  a  Satansfui/fe : ::  r         ■»  „    »    «  .    '  v 

scàuntum  a  cbr.jio  faBz  cH  leu  amor:  09  com  que,  nao  tinha  mays,  que  peregrinar, 
ÍSlSíSE/  «*."}' Té '««•  defpoisde  Refurcitado,  fazendo  o  mayor  extremo?  Antes 
jí»/  ÈM^.f^.n.  queo  fize-fe,  era  peregrino :  mas  comochegou  aoultimo 

69    MtraculoTUm  êbipfofa-    \  1  /■     11  "  r» 

aortminjxirKum.D.Tbemat.  do  amor,  acabouíe-lhe  a  peregrinação.  70  Peregnno,& 
tfatufutficio ,cum  ad Sacra-  Bento  fia  fica  3Uthorizado)  na  iníiituiçaó  Beneditina  a- 

tnertlnm  amoriípcrventum  ejl.  •  i       i    r  r  II         L  *■ 

p.Mcuí  z,rJa/up,  jHj,tb.  quietou  dodelaíocego,  porque  nella  chegou  o  amor, a 
tomo  »^s.?/«/.w/.  n.        |ua  remontaçaõ :  tres  fogos ,  todos  produção  do  amor  Di* 

vino,  lhe  fervem  de  bazes ;  o  numero  ternário  fez  conta  de 
fuperlativo:  A  eftefubíoo  Monachato,nefta  erecçáo,corn 
quefocegoude  peregrinar  ,confummada  efta  mayor  obra 
do  amor. 

1 5  6  Faltaria  ao  citado  Religiofo ,  a  fua  mayor  no- 
brefa, que  he  fervir-íe  com  gente  voluntária,  &  naõ  cons- 
trangida, fenaô  fora  todo  amor  fua  actividade.  Atrahe  o 
amor, fem  violência j  facrifica-fe  voluntário,  quem  fefo- 
geytaporaíTe£to  j  humilha-íe  conftrângido,aquem  ren- 
de o  poder.  Eíia  violência ,  desluítra  as  acções,  porque  as 
fazneceífariasj  &aquella  vontade,  as  abona,  porque  aslb* 
7.  MiãnJtbvMhre,®  berta.  Intentou  ludas  ,efcurecer  aobra  denoíTaRedemp- 

fjcovobjt  cum  tr»i*r,U  M»Uh.  .     0  .  s        J  '  .  i 

H-  »«•/  '*.  $a°j  &  vendeo  a  Chriíto  aos  ;udeos  3  7 1   para  quea  ven- 

da 


EMVQíEZA    IX.  137 

da  fize-fe  parecer  ncceffi  Jade,  o  que  fá  era  virtude  ;  8c  que 
tiveflèmporfatisfaçio  da  venda,  oqucfó  foyobra  doa- 
inor  Divino.  Todo  o  merecimento  aChrifto,&  toda  a 
utilidade  aos  honiés  pertcndèo  tirar  Judas ,  quando  do  fa- 
cririciojquiz  fazer  violência.  72  Anticipou-feoamor  de   7*  Vnicf*tm»Tctmert$iMi 
Chnito, a  malícia  de  Judas:  antes,  que eíterecebeíle  odi-  rw«««  «/,**,  ^z^,,^ 
nheyro  Jhedifiè  oRedemptor,trataíTe  da  entrega:  72  í™Xf^*"*f/«*«,««- 
ruõ  lhe  mandando  cometer  a  culpa  j  mas  molxrouine ,  que  ^ffirm.dtPciUomeCbufii,. 
omorrerelle,era  lance  de  feu  amor,  &  naõ  procedido  da  m\^Tvcrf"íf'c"1"' ' '"' 
venda.  74  Perdera  a  deyxaçaõdoabens  o  valor  de  facri- 
fjeio,  fe  fora  venda ,  o  que  he  renuncia :  fe  fora  comercio,  o   ?4  1J*"|M*Í*«  quoàf»>;ú 

l ,  ,         ,     .-         r  *     £  j  ,.  111        fidorcunftanuamiemfontfi. 

ouelohedelpreio  :  masneacom  todo  o  credito,  de  holo«  g*rfitaumj>ercinu,:  ut/eai- 
cauíio,  porque ■  fó  a  forças  do  amor  deDeos,  fe  faz  o  def-  jSSS^SKJ^ 
pojo,  &  fe  conlagra  a  vida.  icrba.Quoâfaci.-. 

1 5  7     Grande  damno  caufa  rá  a  fi ,  &  á  Religião  aquel- 
le,  que  com  fingido  amor  abraçar  efta  chama  5  tratando 
inays  de  aífegurar  a  vida  tranfitoria  ,  do  que  de  merecer  a 
eterna:  conheça  o  mal ,  que  procura  para  fi ,  &  o  prejuizo, 
que  faz  á  Religião  na  fingida  amifade,  com  que  Judas che- 
gando-íeaChruíOjIhedeuoolculodepaz:  75   porque  «/*«*«.  M«v.i4.wy:<u. 
com  elIe,ficouChrifto  entregue  ámorte}&  judas, com  o 
querecebèo  de  Chrifio,  livre,  de  que  ninguém  o  mataíTe: 
Í6   valléo  a  Tudasofaprado;masnãohavendo,auemlhe  J6 B»«#Á«»w*y*w/*- 
déíie  a  morte,  ellemeimofoy  de  fihomecida.  77   Fica  a  ^tiavtnijSetintnf.tertttum. 
Keligiao  entregue  ao deicredito,quandoaliloue  íacmo-  bn,,,,»^  sffitit 
xofos:  8c  condenado  a  mayor  pena,quem  a  bufcavafó  para  »fi^jCbr!iiiv»itmijud*im- 
aíicgurar  a  vida,  que  perderia  no  mundo,  lenelleviveíle.  ZerJauHfafr*"?-*/***' 
Judas  em  fe  matar  a  fi ,  perdéo  a  alma  :  fe  outrem  lhe  dera  fi£uMlS^C  **' 
a  morte,  podia  fer  íàtistaçáo  da  culpa;  mas  como  a  deu  a  fi 
i.iefrno,augmentou  o  peccado, porque  defefperoudami- 
fericordia.  A  mefma  confeiene  ia  condena ;  o  próprio  pec- 
cadohe  o  noíTo  mayor  verdugo:  que  importa  ter  a  vida  fe- 
gura  das  mãos  da  juftiça da  terra ,  fe  ella  efiá  condemnada 
pela  confeiencia  própria  ?  O  tribunal  da  jufíiça ,  em  dar  os 
caftigos,  aíTegura  para  o  Ceo  muytas  almas :  a  condemna- 
cão  da  confeiencia  mete  no  inferno  ainfinitaspeíTóas:  fu- 
gir da  omenagem,para  vir  morrer  á  cadéa,  que  mayor  lou- 
cura,ou  que  caftigo  mayor?1 

158     Para  defenfivo  da  obfervancia  regular,  foráocf- 
tes  fundamentos  de  amor.  Dá  repulfa  a  todo  o  viciofo,o 

S  íuave 


1 5S  O  pyjNCftE  DOS  VJT.  TOM.  77. 
fuave  eheyrodo  amor  de  Deos.  O  odorífero,  que  lança  de 
fi, nãoo  pode coníentir  a  culpa:  foge  delle  ,o  que  efiá  em 
peccado.  Em  cafa  de  Simão  Leproíò,  eflava  Chrifto  d  me- 
ia, com  íeus  Difcipulos,  quando  a  Magdalenaihe  lançou, 
fobre  a  cabeça ,  o  unguento  preciofo  :  &  o  mefmo  foy ,  fa- 
zer a  Magdalenaefta  unção,  &  Chrifioreprehender  ode- 
íordenado  efcrupulo  dos  Difcipulos,  do  que  Judas  fe  le- 
vantar damefa,&  hir  tratar  com  os  judeos  ,de  vendera 
Chiiíto.  78  Pois  íe  Judas  teve  animo,  para  efíará  mefa 
com  Chrifto,  até eftaefTuzão  do  unguento, como  defoois 
qu,  ãkehpit.judas  aâ  de  íeyta,nao  pode  hatirtar  na  caia.''  Quem  o  moveo  a  íc  au- 


Cim 


^r„,c,fas»cc,àoyum^a,tii.  fent2r? o chevro,  que lançou de  fi  ouneuento.O  Alabaí 

lis.quidvitltutmhi  darcJS  ego  •  *  »         1    l  '  J  C 

eymvohfiyxjam!  Matk  »o.  tro,eni  que  o  trazia  a  Magdalenaincendeo-ie,coma  cha- 
'/d':/',4'  ]nadoamordeChrifto,emque  aMagdalena  feabrafava: 

ao  tempo  da  unção,encheo-íè  a  cafa  de  fuavifíima  fragran- 
79  Quonian,ahb^rumU«.  cta:  79  Si  como  era  procedida  doamordeDeos,náoa 


gUUlll 


,  abam.ru  ignef«ccen-  pode  coníentir  Tudas  ,  porque  eftava  em  peccado.  Em 

fim,  aftjvit  odorem.  Zerdauli  r  -  J     •  11      T         •  J     J  rr  C\- 

juprajcit.c  >/>,f.4.«.45.      quanto  nao  experimentou ,  aqueila  íuavidade,  aítiítio  a 

roefa;masdefpois,queafentic,  nãopodemays  habitar  na 
cafa;  dey  xou  logo  a  companhia ;  porque  a  habitação,  on- 
de reipir3oamordivino,náoheparte,ondeferecolh33quê 
èfíãcom  culpas.  PoriíTo  humÁnjo(como  adiante  mof- 
tFaremos}diíTe  a  São  Bento,  que  todo,  oquecomeíTa-fea 
viver  mal,  na  fna  Ordem ,  &  não  emenda-fe  a  vida ,  ou  fe 
confunderia,  ou  por  íl  mefmo,  íe  lançaria  fora.  8o  Em 
quanto  Chrifto  reprehendèo  os Difcipulosdo  efcrupulo, 
quenioftrarão  ter  do gafio, que  a  Magdalena  fez  no  un- 
guento, efíeve  Judas  na  companhia  dos  Difcipulos  :foy 
aqueila  pratica  deChrifto ,  como  a  efpera  de  tempo ,  que 
£l»%7™"^S-  dá  eíla  Religião,  a  quem  vive  aocontrario,  doquedéve: 
iur;::reiperfecgreâietur.Di.  hkvs  em  havendo  a  tenacidade  de  Judas ,  na  preílliencia  da 

xit  Slr.gcíus  nd  Beatum  Bem-    ■•■  rr   \       ~        r      r         rr  t  1  J*    "  O. 

àiBum;utpatttex  D.^moUc  diíioluçao,  iaz  leu  ertey  to  acíiama  do  amor  divino:&  com 
xjbw» inju. Ljgr.. Vit^ub.i.  Q.^yçy fo  faa  ff.2oFancia lanea  fóra,de fua rnarada,aquem 
fè.Bmeãiâi.  acha  nellaimmundo,pelactilpa. 

159     A  detença  defteimpulfo,  ouretardaçãodeíle 
caftigo ,  me  parece  ,íer  caufa  de  imaginarem  muytos ,  fe 
extinguio  a  chama,  ou  que  o  cheyro  não  he  tão  acrivo: 
8,  Ji^jrnSMiKfiiiv  com  que  perdem  o  temor,  &proícgucm  no  erro.  Ao  ver- 
eis,™ *,#  percujTit M'ch«-  dadeyro  Profeta Micheas deu hua boíetada ,  oíaltoPro- 
Vir}""™  *m'  *'    eg"  '  feca  Scdechias:  81   &  vendo  EHlcyAchab,náo  ficar  ári- 
da, 


ÊMVÇlEZA    IX.  i39 

da  ,  &  ePtupefa-óia  a  mão  de  Sedcchias ,  aíly  corno  ficou  a 
de  ElReyjeroboáo,  quando  amo  véo  contra  hum  Profe-  81  Ete*arv;ttr.er.uttiv.r.qtj 
ta  do  Senhor  ,  82   atribulo  a  falta  de  ãfíifleneia  do  tf-  ^^.^****^>*1 
ririto  Santo,  em  Micheas  5  com  que,  le determinou  a  dar  8*  €<$&S&tit\i*quii?Bptn* 

111  c-  •    •  1 1  -  r»       r       n'>fi  VeWftutt ,  «;/rf  dicit  iftel 

Mt-a-I-ha  aos  Suios,queery  ,0  que  lhe  encontrava  o  Próte-  mtifipcteft  spmuts  Sar.s,  i,a^ 
U  de Deos,& à  que,o  preíiiadia ofalío  Presta :  8  2  mor-  *£*£***  "f> """'/"/- 

y  1        '      i  1/  mis  a  tn!tnoceatmet! msi:i,i  t:~ 

rco  ElReyAchab  na  peleja;  engahou-ie  com  a  piedade,  c,it  J**à**>  'di*ttr*m  r%u 

Í-\     .  r  o     3       \  •  n  •  ri        Jcrotvim  andam  fexit.Sum  co 

_>eos  uiou  com  bedechias,  porque  a  eííimoo  em  lalta  fnnãti^en  v<a*í$u.  cvmqtk 

úc  virtude :  primeyro  Deos  fé  iiioílrou ,  tiguroíb  com  Te-  ÇrcJ'/J'fíí  ***»w*i  &**# 

,       .        ,       r  .y.    .  ..     r  „      , '      p.  J       faiprt  pafut ,  ceuferujus  efe 

roDoao,do  que  mnencordiòlo  com  SédeCm?.s,pafa  que  os  meupfi  bichai,  ccm™  Rr«<m 

hl   _   .  ^rr    .      r      r...         1  x  _   -r  <  I    ■       i*      o     Synrum  mevit  exercitam,  fo- 

omeiconheceíien^queíuabrandutaeramnericordia^^^.g.^,.^^,,.  J 

não  falca  de  poder.  Quando  fé  inftituirão  todas  às  Sagra-  *4    a^^w™»,  jm** 

,  ..    ..  *■  .     ,    .  ,.  .  ~  /r-     •    °  taei^qKtaifiajigr.a  nonf^eitit 

das  Religiões,  como  erao  plantas  novasjtoy  neceíiano,pa-  mMmecreditk>Sedb*cnecef- 
a  fe  radicarem ,  cõprôvãr  com  os  íuccéilbs  a  fatuidade  dos  {Z^Jldftt '$£ 


tu  mi- 


inftitutos.Emõs  princípios  da  Ipreia,pàraémuytos  abra-  ret  multando  credimiu 

íT  cr  •  <j'l  rr  '       i      raculisfueratnutrienda   Qui* 

çaliem a ie,toy  a  continuação  dos  milagres:  ceílou,  naode  &«<,,,  cumarbufiapiantamur, 
todo,  mas  em  parte,  Tua  corrente,  porque  ia  lhe  nãohe  ne-  UrJn\  "'"i""».  •"/'»■■'*>»■•■". 

\  fm  J  '  í        }        '  quo  ca  uJqKe  eam  terra  cojIu- 

ceíLria,  para  iníhucção  dos  Catholicos.  84  A  mefma  ifevideamur;atfifemei  radi- 

Í- j     j  r      "      C       J     J  r>     1*     •  -  lt  rc  r    cemfixerint.irriçatiacefíabitj 

antidade ,  com  que  íorao  fundadas  as  Keligioes ,  lhe  aflil-  P,  M.Gngor.  uag.Hemii.  i9. 

te  agora;  não  apparece  em  todos,  porque  não  acha  cm  '\Eva"^ti'í"'íi.i?'tíu^,m 

muytosasdnpotiçoesneceíianas.   05    oeeltachama,que  Deut,pottjhmpictamjotâdif- 

mo  coníemia  em  íl  lenha,  que  fe  rtlo Vfe^de-Te,  fogey  tos  tffiXZSSSffZ. 

faltos  de  efpirito,  hoje  os  admite,  bê,  pafa  que  a  adeíimu-  ~àp<>Jltloiva,'ent&fuP-<"*** 

«„•  •!»<  i   j  .    ,  £  ,,  cernem  eÇ:ifui,nontii  rurjas- 

iaçao  abone  .a  vida  de  hum  Micheás 5  fia  rhofte  de  hum  ajjumpi*,  .■  fd  genemiontr 

A  r'i aN  tranfit  m  omr.;s: &fi  quemlibet 

kommtm  in  vettit,babitatfupra 

1  60     Conhecidas  fofãóâsfbfCãs,âí  virttídedoamor;  tum.D.^xbaníftu$ quJft.^. 

bn  1  /•         o  1       *       r»  •       •  r  ^^   Médium  Ecclejr* efi Or- 

aítava  para  abono  teu,  &  exemplo  dos  Pi incides ,  leror-  dQs.  Benedidi ,fup»un, n« 

dem particularde DeoâtléVar>ía-re  $ã& Bento  fobreelle,  "i*"0ÍUJtt!'a? euJT  JT' 

.    L  ,  '  -  '  mmutur.  Qut  ad  X.  r.iverjani 

a  obra  de  mayot  importância  mtn  íifa  lgrêjí  yque  he  a  Re-  ncchfiam^adomnetordintt 

I'  r>  "í-   '  t  «    .        t       r>    !•     feauoadaliquidtenct::;Naifc 

igiao  beneditina,  a  qaem  todífs  aómays  Sif|radas  Reli-^l^..,,,,  L„e  0rdi»em  Be- 

gióes  havião  de  imitar :  le  vantando-íe  ttÚU  a  coluna  mays  *cd,w,fcJUet,inaiiquoimmi: 

.  .  j,  .  v  ,■'      lar.tttr.  Dtxit  Lhnjlut  Domi- 

firme,entre  t<5das,  asqtíe  í«ífent»ó'  a  Igreja  Catholica.  o  6  ««/  bwí^  Aírr/w^,  utigf,  aj- 
pcfpoisdo.Sagrado*A|dM^eífaReligiáoa-prin-^ 

cipal  republica  Monaftica;ck  íeii  governo  o  ma  vsconfór-   87  Regulam  doente  spirit* 

í  l  .      ,.    .  '  k  ,     -^  S.fcripfit.  Cardinal* Gotfri- 

mecom  a  vontadedivinajo  melmo  amordelJeos,quea  du,tom.n.Bibiht.pp  ■ 
fuftentajdcuaSáoBentoosinititutos.porondefccover-  J.c.ò-l\mt,;''af>  ' ' 

'm  'l  o  íil>   1    mKtgula  o.  Be» 

na:oEfpiritoSantoditoual»egra,queefcrevéoSáoEen-  cí  ^bba*jo»Mm  »«« 
to.  57   Donde  ie legue, he todacompoíta  deamor,clta  Bermardut in Oec.amat. iupr» 
Religião:  &afly  convinha,  pois  mandava  Dcos.fabricar  ,ec  :"";?\  '■• 
nella  omayor  propugnaculo,  contra  léus  inimigos  j&  o  .        .,./. 

S  3  ma- 


83  StJIongepoftfmporeBi- 
tnJiSui  Monachotum  tyJpcfio- 
iiif  ,  vil  tu  Lucjir  MMutiiiMt 
tmicmt :::  Sub  Regula  Beali 
l',:iru  jugoje^amicrtm  mie 'pa- 
io ejervitttttr:  cXquibus,  mul- 
ti  admirabiletifloruere  Epifcopi 
qui  nçn  jolumKomaniimEcclt- 
Juni,  cuiprafueruntiàfuiidj- 
mnitisrtadificaverum^verum 
citam ftcvitnlt  S^numiachorum 
liinfêftai:::  iro  defende» dajl- 
de  l. alb  lic.:,its  vthdiffimt  di- 
micaveruM,  Mp^lTimus  aietrt 
(um  Prophaa  :  Nifi  Dominut 
SabjclbrdiquijTctncltifeme», 
çuafi  Sodo  mifMÍfltmM*$qMafi 
Gomorrafinitles  ejjcmtit.  Bcni- 
%mis  Epijcoput  Succicnftf  lib, 
ide  Scriptoribtif  Ecchf:»fii. 


140     o  QqjKcn-n  dos  $ât.  tomo  n. 

mayor  abrigo  para  feus  fieis.  88   Para  reparo, &  GÍTen* 
fa, fe  congregarão  a  hum  diítricr.omuytaspefíòas;  &cada 
húa  das  nações,  a  corpo  de  republica.  He  opinião, íer  o  fu- 
mo, fogo  dilperío  ;  ou  fogo  mixto,  com  a  humidade  dos 
materiaes,quegafta  j  donde,  ferefolve  cm  íumo,  o  calor 
difperio,  que  faõ  osvafiallos  divididos ;  ou  o  calor  junto 
com  a  humidade ,  que  repreíenta  os  naturaes,  vi  vendo  em 
terras  eftranhas:  mas  he certo,  cuenáo  une  a  íociedace, 
nemhecauíade  confidencia,  a  leparaçáo,a  quem  falta  o 
amor  :nefte, como  em  hum  ponto,  fe  firma  toda  a  redon- 
dez,feeftriba  toda  a  uniformidade;&  fe  a  falta  defta,  ar- 
ruinara tudo,  republica  a  quem  não  fuftenta  o  amor, 
fera  comoo  cadaver,que  não  tendo  de  racional, 
Biays  que  femelhanças,  a  falta  de  calor  Jhe 
augmenta  o  pefo,  &  lhe  intro- 
duz a  corrupção. 


EDIFICA 


EDIFICA 


*4r 


S  BENTO 


DQZEMOSTEYROS,  DENTRO 

no  deftri&o  de  Subhco. 
EM  $  %E  Z  A    X. 


■   - 


161    £ 


Si  E  a  demarcação  dosReynos  de- 


Príncipes,  nenhum  fora  íobe« 


rano,em  feu  Império.  A  Águia 
Rainha  das  aves,  tem  certo  li- 
^^y  mite  nas  nuvens ;  o  Leão  Rcy 
áosanimaes,  tem  detriminado  termo  nas  brenhas ;  a  Salea 

t~ s  3  Emp6: 


mjj     o  ççimcftz  ws  >?jt.  tomo  n.  n 

•  Ccte,  quétejiimptfauiK  Emperatriz  dos  peyxes ,   i    tem  particular  deítricto  nas 

pifcum  £5V.  Francifcus  DcnJe  *  *     '  ^  *  -       ,  ,  , 

éntraBat.^iwtnaiwmctfrzi.  agoas.  G  Homem ,  a  quem  Deos  creoulenhor  de  todo  o 

fub-Junar,  tem  medida  na  dominação.  A  Águia  não  íobe 

áw«y.  i.  Leão  não  habita  em  todos  os  montes  5  afítfte  naqueíles, 

cujocliniaheãccommodado,  ao  feu  natural.  ABalea  tem 
eirtosinares,  aonde  reyna ;  nem  em  todos  apparece ,  nem 
fecriaaBalea  em  todos.  O  Homem,  fendo  fuperiormo- 
narcha,he  nas  forças  inferior,  a  muytos  brutos  :&  com  tu- 
do iíto,  não  deyxa  a  Águia,  de  fer  Rainha  das  nuvens,  não 
deyxa  o  Leão,deferRey  dos  montes ;  não  deyxa  a  Bàléa, 
de  fer  Empei  a  ti  iz  das  agoas. ;  não  deyxa  o  Homem,  de  fec 
i  om*i,f«Hec;(ti,  fubpedi.  fenhordos>utos r,   3   porque  os  limites  do  Império,  não 

h,s  ejm,  (sc.  pjut.%  tver/.8.     tirão  a  foberania  da  Coíba, 

-  ■    ' 

Vbifufh  Imperium  ÕwhJtíH  Cefar  babeU 


4  Ravijúí  ia  Dfficintt. 


162  Como  doze  províncias  de  hum  Reyhb,faõoâ 
doze  Signos,em  que  anda  o  Sol:  por  elles  reparte  toda  fua 
aíliítenciá:em  todo  o  anno,não  tem  mayor  extéção,nô  em 
todo  leu  curío,  ha  de  extender  a  mays  íeu  Império :  o  Zo- 
diaco,émqueanda,fendociauzula  do  governo,  que  admi- 
niílra,  nuolhecoartaamagefíade.  O  Sol  não  té  mays  Sig* 
nos,ou  mays  provincias,fenãoaquellas,a  que  pódeaffiítirj 
nem  a  Á^iia3may or  altura,do  que  aquella,que  lhe  he  útil -y 
nem  a  Balea,  mayor  paíTeyojdo  que  aquelle,que  lhe  he  na- 
tural;nemoHomemmayorfenhorio,doqueaqueJle,que 
lhe  permite  afortunaxpar-a  perfuadirem  aos  Príncipes ,  a 
não  conquiítarem  mays  Reynos,  dotjue  aquelles,  que  po-« 
dem  animarcomfuaprefenç3 j  defender, com fuasforç3$; 
frequentar,femdefamparo  doproprio,confervar,íem  difc 
commodo  de  muytos ,  8c  para  utilidade  de  todos. 

163  Entre  a  gentilidade ,  tantoserãoos  ídolos  tute- 
lares, quantososRçy  nos,  8c  os  povos  das  nações^  ai  lha  de 
Colcos,  foy  çpnfagrada  a  Apolio,a  Cidade  de  Trica,a  Ef- 
culapiojo  rio  Callychoros,a  Bacco;&  omonte  Beryntho, 
âDeofa  Cibelles,&;c.  4  O  Reyno de  Arcádia, tomou 
por  feu  protector ,  a  Ariu*  ides  Deos  do  mel ;  os  Thesbien- 
fes3  &  Parianosjiios  í-Uleíponto,  a  Cupido  j  8c  os  Pcrfas  a 

õr- 


M  M  <?  ^  £  Z  A    X  145 

Orrmfdcs.   5    Nem  ainda  a  educação  dos  êlhos  confia-    *  Uemibitii.ieDi>,Vivtr. 
vãode  hum  iopatrocinio;  porque  a  DeofaCima,  era  pa- 
trona dos  meninos,  deícançando  no  berço  ;  a  DeofaRu* 
milia,  recebendo  o  pey co ;&  a  Deofi  Levana ,  dos  que  co- 
niecavãoa  andar.   6   Até  ásefírellas  do  Zodíaco  derão,   6  Uem>bi$i atM  iititit** 
os  Pithagoricos,Deofes particulares,queosgoverna-íem;  ***** Dc<,rhm- 
colocando  em  o  Signo  de  Aries,a  Paliassem  o  de  Tauro,  a 
Venusjem  o  de  Gcminis,a  Phebo-emode  Cancro,a  Mer- 
airio;em.ode  Leão,aJupker;emode  Virgo,a  Ceres;  em 
ode  Libra, a  Vulcano;  cm  o  de  Efcorpião,aMarte;  em  o 
de  Saojtario,a  Diana;  em  o  de  Capricórnio, a  Vefie;em  o       ,-.,.,    „-,    ., 
(\z  Aquário, a  Juno;emode  Pileis,  aNetunq.   7   Adoze  <faw^íeig^%fK&rf»ft 
Deoíes encomendava  Platão  o  governo de íua  Cidade.  8  'S^SSSiSS^SSjR 
Para  todos  os  dias  do  anno,  tinhãoos  Egypcios,hu[nldo-  d:ru™>  ?%«'*&*&  WHmJfc 

.  0/  l  .  dus  regenter  ,fa!iect ,  in  carie 

locom  particular  nome.  9  O  engano , que  os  privou  ao  ^m-jtu  p*u*r,&c.  Miji*ri» 
conhecimento  do  verdadey  ro,&  uni  verfal  Senhor,  não  es  I^ZIT/""  Bu"&i'Utui' 
perfuadio,aquepodeílem  acudir  a diíferentes partes, 8c    8  Su*mque  chnetem  Dy* 

,.  n  ff,  .  f  :  .       .        ãuoiectm  commíudãíut.  Pinto.' 

di  verios  tempos  as  peíioas ,  tíe  quem  ie  araparavao;  ainda,  uemiti.' 

que  em  fuacítimacão,foflcra  divinas.  9  *fMeHfi*i*cQ.*.Mtai 

J  *  .  ,  r  quajt.  do. 

164  De  continuo  lamentava,  ao  leu  Deos  ApoIIo, 
o  ignorante  Therizo  ;  dando  por  caufa  de  luas  Jagrymas, 
coiillderar  a  multidão  de  templos,  Sc  o  numero  de  sentes,    «o  Dcieo,  ai<bat,  dum  mente 

;'      1      J-         't  M  11  r%     'Cl  f      li  recordar ,  i  nnuir.it  olit^tis  .iibt 

queiededicavaoaApoílo.  10  Doia-íe do  trabalho,  que >t.m,úw.  ^â Bezcnfm 
podia  ter  o  feuDeos,  em  governar  Reynostaõ  dilatado?;  dcC*cit»teLumi«u. 
&compadeciaffedas  neceíiidades,que  paífarião  léus  íe- 
quazc3;porque,comoerãomuytos,faítariaApollo,a  defe* 
rua  todos.  Acertadas  la$7rymas,fe  as  não  obrigara  o  enca- 
no,com  a  íicção  do  Senhorio. O  que  dezeja  ao  Principe fe- 
liz governo,  intrifiece-íe  com  a  multidão:  a  prosperidade  „ 

n.  r    .  ,.  .  r,  r  r  -  "    Qu?*»t»utptUftMeorum 

aíiucea-lea mediania.  1 1  Asarmasroradamarc2,{3oper-  q»i imperante diutumhu^a. 
didas;os  Reynos paliando  os  termos  da  commodidade,  ¥to.7*.  »~í*ííEr. 
iaó  armar;  prohibidas,  nas  levs  da  fortuna:    12   faltalheeí-    ,i  Summum  impetium  m. 

.       .     J  .  .        vidiam  habct  ,n$ctutum  un- 

ta ,  porque  os  nao  pode  abranger ,  os  braços  de  hum  Pnn-  2„.,w  „4  mfidp .,.;.  XiphUm. 
cipe.  1  3  O  veftido  fendo  mayor,que  ocorpo,  perna*  \f  ^f;B,J>1Ví. .?9r.„ r,,e 
quenta  com  os  fobeps,  nem  fe  informa  com  osdclvios.  A6  imperívn,®  J..  .-■ ; . 
grandes  ivlonarchias,  vivem  mays  pela  reputação,  do  que  o,,,,  /;i> ,. 
pelas  forças;  &íuftentão-fe  algúas  províncias  mays  por 
credito,do  que  por  utilidade:  i.jómuytas;comoas  arvo;  ts 
encorpadas  por  fora  ,&  occas  por  dentro.  He  impoffivíj 
haver  a  união  de  ânimos ,  entre  a  grande  muki  .::lo  de  r.c^ 


contl- 


bies. 


144       OlTtjNCtin  DOS  <?AT.  TOMO  11. 
i4K«tj>ae/i  efe firmat cm.  fo       ,._  Buíca  motivos  de  temor  ,  quem  íe  empenha 

ft»fWi*mig*u  Impsrvt  inter  wt  T  .         '1    ,  T 

fiurctcoiUgíKfsfottoi^uieri-  Com  cxcello  no  poder.   15   oolicita  a  queda,  quempalu 
EÍ&S^EX  osliniKcs,porquctomafobrcfi  mayorpclb.   16 

ulvifitmiaribtu  vincula  colli-    , 

gcr.tur  ;j'iciU  tnim  inter  taltt  ty     l        t   •  n~ 

\Afcumii,àij!idii,yquJeinb,B*  U  nele  alnor  cjjet 

^S%F££$S&  CafaVimFlfrptcepsmnmeruui*. 

maiori  iiiuorijubitBa  êfi.Ll.ij-  ItiVClí^ll.  J  O. 

fofi.fup.  htattb.  ctp.x.  J 

i6  FJití  babei  fonderú  ai  rui- 

9u£$ZZ!t*Ulk*mm'm  "  é5  ApréíTa  o  fim  da  felicidade,  quem  intenta  do- 
minar lèmdemarcação.Os  Impérios  laô  como  a  fruta,  que 
defpois  de  madura  ganha  podridão  ;  tem  certos  limites  as 

17  Magnaimperiaiimitesfu-  Monarchias ,  donde  começaõ  a  declinar  fem  reparo.   17 

ci  hibem.  auoi cumveneruitt,   ¥--v     p       •  r>  (T  11  -    *-\         1 

f}imurctroa..»t,ruunt.L,ffi.  Deípois,que  os  Romanos  avaiialJarao  Cartnago,teme- 
™"  G<*tMW£.  t?'ji.7.M  ra5  os  Numantinos;&  forão  vencidos  em  Efpanha  de  Vi- 

riato;em  Portugal,  de  Sertoric^&emltalia, de  Spartaco. 
Em  quanto  Spartàfefuíientou ,  entre  os  limites  preferip- 
tos  por  Licurgo,florecéo  ditofa,&  foy  a  mays  celebre,  en- 
tre as  Cidadesde  Greciajachou  pouca  terra  a  própria ,  pa- 
ra eliender  as  raízes  de  fua  ambição,  &  começarão  feus  na- 
turaes,  a  conquiftar  as  Cidades  de  Grécia,  &  os  Reynosda 
Afia  j  coma  póííe  deite  novo  império,  enfraquecerão  de 
tal  forte  os  de  Sparta,  que  fugirão  dos  Tebanos,gente,na- 
quelle  tempo, a  de  menos  forças.  Os  Veneílaaas, queren- 
do, que  fua  republica  paílà-feaMonarchia,  imprenderão 
a  tomada  de  Piza  ,  &  conjurarão-fe  contra  Luis  Sfor- 
ça  ;  na  conquifta  fizerão  gaftos ,  &  não  tirarão  lucro;  &  da 
conjuração  eíiiveraõ  a  rifeo,  de  fe  perderem :  &  para  Ve- 
neza recuperar  fua  valentia,  foy  neceíTario,  recoíherie  ao 
próprio  jadonde  criou  as  forças,  com  que  felizmente  vi- 
£k>riofa,  vayreífourando  do  poder  do  Turco,  as  cerras,que 
havia  perdido.  Em  quanto  Portugal  defendéo  as  terras  de 
feuRcyno,náoperdéo  húa  vi&oria ;  tanto  que  metéo  as 
armas  nas  alheas,  experimentou  diverfas  fortunas. 

166  Para  feudãno  eftendem  as  arvores  os  braços; 
nelles  fazem  mayor  impreífaó  os  ventosj  com  que  fence  o 
corpo,  mays  forte,  &  durável  a  tempeftade.  As  revoluçõ- 
es de  Pvoma  não  paífavão  de  faifeas,  cm  quanto  Roma  ef- 
teve  entre  as  faxas  de  Reyno;  &  paliarão  a  incêndios,  def- 
pois que  Roma  feextendeo  a  Império:  ofogoschou  ma« 
terÍ23  em  que  fé  atear,  no  ócio  dospiquenos;  &  nas  diílcn- 


t:ocs 

•9 


ções  dos  grandes,  18  Ade  tença,  que  ouve  no  remédio,  '*  ^fg^fpetia^en^u 
deutcmpo  afeencreipar,  Sc  crtícer  a  chama:  ainda  que  o  mutuai  j  .diuo»et  cxt,t»ntur. 
febre  não  principia  frenético,  malignafTe  recarUandolhe  -*^'í«**-«i-^*fc  "- 
os  medicamentos. 

1  67  Por  informações,  erráo  muytasveícs  osmedi- 
ccs  as  curas;  em  breve  efpaço  de  tempo,  coma  o  achaque 
difFerentes  termos ;  &  a  medicina ,  que  aplicada  aocempa 
da  informação  ,  poderia  demir.uir  o  mal,  paliado  clk,  e 
augmenta. 

Temperibw  medicina  talei :  data  temfMt]irtfttiit% 
Et  data  non  apte  tempere ,  Vtn&  wxent. 
Qvidats  i.^mes/. 

Os  avifos  quando  chegão  aos  Príncipe,  tem  o  periga 
Damefma  contingência  do  remédio.  Seos  Cabos  Portu* 
guezes,naconquiftà  da  índia,  &na  reftauraçio  de  Per- 
nambuco, executarão  todas  asordés,  queforãode  Portur 
gal,nãoconfeguirão  com  tanta  felicidade,  emprezas  tão 
deôceis.He  fortuna  dô  enfermo,ter  por  enfermeyre,aquê 
não  fendo fiíico,  tem  enduftriadoa  experiência ,  para  que 
não  aplique  notempo,que  fobreveyo  o  fernezi,a  medeci» 
na, que  fereceytou  quando  principiava  o  ftbie:  masdey* 
xará  de  ler  gafto  perdido,  o  que  fe  fez  na  mefinha,  que  não 
aprovey  tou  ?  Impidirá  aa  mal  ,que  continue,  o  defeníi  vo, 
que  vey©  fora  de  tempo? 

i6&  Concordáoos  Poli  ticos,  que  o  rumero  das  ter- 
ras conquiftadas,  dos  Reynos  alheyos,hedefenia  das  pró- 
prias: em  quanto  o  inimigo  fe  entretém  com  o  difperío,í<í 
repara  o  unido:  mas  tambt m  fenáo  pode  negar,  que  he  pa- 
ra fortificação  do  adverfo,  tudo  oquefe  adquire  fórado 
próprio :  porque ,  íe  as  partes  defunidas  do  herdado ,  laó 
para  defpojos  do  inimigo  -y  os  defpojosde  Numida ,  &  dos 
Cimbros  rizeráo  grande  a  Mário  ;  os  de  Grécia ,  &  de  Me- 
tridates,aSyla  josde  Efpanha ,  &  Afia,a  Potnpcyoj&r  03 
de  França,,  a  Celar:  &  conquifiar  para  enriquecer  dcípois 
aocontraTio,  &  lhe  alentaras  forças,  dando  victorióío9 
princípios  a  fuainvazáo,  que  pode  terdcutilidade^Com 
os  defpo  jos  dos  vencidos luírenta  agueira, o  que  triunfo; 
aos  cecos  da  viâorUj  fegne  a  multidão  >  dos  que  peleja  o; 

T  & 


1 46       O  rr$]KCl?E  T>OS  PJT.  TOMO  11.      ' 
&  fe  acobarda  o  animo,  dos  que  refiftcm. 

i 6o     O  veneno  que  logo  infeciona ,  não  he  tão  pre- 
*    judicial,como  aquelle  >  que  por  tempos  diflhnula  a  malig- 
nidade :  na  detença  cria  forças,  com  quedelpoisnâo  a- 
provey  ra  a  triaga  aquando  o  outro  no  final,  que  da^eníma, 
o  que  fe  ha  de  fazer  j  &  he  fácil  Tua  expulçáo ,  pela  poucar 
pòííe?que  tomou.  Primeyro  a  baila  faz  tfXeyro,  do  que 
chegue  aos  ouvidos  oeftrondo;  &:  antes  qnedifpareape- 
Ça,  alcança  a  vifta,  a  preparação  doarrilheyro.  As  difençó* 
es  em  terras  diflantes,chegáo  á  noticia  do  Príncipe,  dtf- 
pois  defey to  o  damno ,  &  pelo  contrario  em  as  próximas, 
porque  he  pie  viílo  o  mal :  8c  a  diíferença ,  que  vay  da  cura, 
á  prezer  vação  ,he  o  que  fe  dá  entre  o  fácil ,  com  que  fe  re- 
medeya  em  húas  partes  os  perigos,  Sc  o  dificultofo,  com 
que  fe  expélle  em  outras.  CriaíTe  na  Arábia  hum  Guzano, 
cqualfeccaa  planta  Trinaria,  fe  chegou  a  teííer  o  cazulor 
iç  f>v»>  BertiaUme  ãcOfia  em  fuás  folhas  j  dondehetáoprovida  a  naturefa,  que  toda 

hiilor  ia  demucb*  parte dei  0>:       i  •  l     J  r  /Vil  1        r   11 

**,ir*d*zida  dí-itaiumo  *m  *  humidade,  que  iucea  o  tronco,  eimia  pelas  tolhas  ;  com 
2í"fej'C  Le»*ciada  que  não  péaa  a  malignidade  do  bicho,  fenaõ  emaquel- 

las, as  quais  ialta  a  lubítancia.  19  Como  citas  rolhas  lao 
as  terras,  a  que  náo  chega  a  providencia  dos  Príncipes: 
nellas,  feencazão  os  contrários  jomáominifho;  com  as in- 
folencias;o  ociozo,com  asrevoluçóes:o  viciofo,com  a  foi- 
tura,  por  que  lhe  falta  a  prefença  de  hum  Príncipe ,  que  os 
caftiga  ;ou  a  brevidade  de  húa  reforma, que  os  emende. 
Razáojpot  onde  o  Príncipe  dos  Patriarchas,  20  nãoquiz 
por  eftes  tempos ,  que  feu  ímperio ,  que  era  o  Monachato 
£jrSE£Z?T*L  confta-fc  de  mays  Cidades ,  ou  mofteyros ,  do  que  aquel- 
ciunUfenfu.jermMs.BeHe-  \e$  a  que  podia  acudir  comfua  prefença;  nem  deftri&o 

difto.isíptitiBeneJjcJunjHaf-  7 ■  1  l        J  II  L  /*  1  "* 

louw.  tom.  x.í^hgomenó  ,6.  mays  dilatado,  do  que  aquelle  ,que  cnega-le  a  alcançar  co 

fua  vi  fia. 

170     De  trinta  annos  de  idade ,  deu  São  Bento  prin- 
cipioaíua  Religião.  Sobre  aquelle  fogo,  fundou  no  ter- 
mo de  Stsblaco,  doze  moíteyros,  em  os  quais  pos  doze  Ab- 
a,  Mutua  ȉm  Uco  *i  om.  bddes ,  &  a  cada  hum  entregou  doze  Monjes ;  com  que  re- 
Hipote»tuDcifiuititTvitiiiç6n  colheu  á  clauzura  aquelles ,  que  o  lee;uiáo.   21    Era  São 

gregatijta  ut  Mie  duodecimmo  n  -,,  i  •     «  •      £  -        -  r    j     o    i 

ftcftenacumomrtipotctnujtfu  BentoSol,na  prehiminencia,&:  nao  quizapartarledo  boi, 
chrijti  Domini  opituUuont         numero  das  cafas.  para  conhecimento,  de  que  na  Re- 

fatrihm duoàentt matucUs de  lí^iaó  Beneditina  checou  oeltado  Monachal,aluaulti- 
vi»hg,caS.  j.  nta  pcríeyçao  2 a  fundou  oao  bento  >  em  enumero  doze- 

no. 


- 


emprezj  x.  147 

no.  22  Efte  por  fero  mays  perfeyto,&  indicativo  da  **J^f4»*'*t*m'**i 
mavor  virtude  loy,  o  que  Chnttoeícoiheu,  para  leu  Apo-  f**  fHBruxa  ejufdemnume* 
iioíado,  &  para  columnas  de  lua  Igreja;  &  Saõ  Bento,  pa-  nj^KSS$%ÈZ 

rabizesdeilia  Religião.    *  Como  relureycáo  dos  exor-'»1"'*  to°»j>fi™ co*fumari. 
oios  da  Igreja  de  lJeos ,  roy  eíta  eaihcaçao  beneditina.  ^p0cai.fii.xS6. 
Doze eftrellascoroaváo a  Igreja', quandona  figura  dehúa   *  BeamBaunamjwttmmm 
molíiera  vio  Sáo  João  Evangeliíta.    23   Com  íemelhan-  duedccim  moeria  conftruxit 
te  coroa  ,<eennobrece  a  Religião  de  òao  Bento,  em  o  nu-  gijier  tr.  h^aidus  desuna 
mero ,  &  fantidade  dos  mofteyros:  em  o  numero ,  &  farni-^""^""*  R<h>°f  p>*^'- 

'  '  .  '  torum  infamo  ò  Benedici. 

dadedos  Prelados;  emo  numero,  &:  fantidade  dos  Mon-  n  Et m capite  cjm coro*» 
jes.  Sendo  Sublacocomo o  monte  Eiim,  ondeosfilhosde  [l,Z"rf.  t"3liec'"  ^tçcd- 
lfrael,  fugindo  do  Egypto,  acharão  doze  fontes ,  com  que 
metigarafede.  i±  Do  mefmo  fervia  a  virtude  dos  mof-  **  ?'»«***' ™ttmi*Eitm 
teyros,  aos  que  deyxavao  o  mundo.  Como  os  doze  múic-  fon1Sf  aq»ar„m.txoj.  >,  terf. 
riofosanimaes,  quefuftentaváoas  apparenciasdomar,em  z]?**"fZ2l%!fr1,duo- 
hum  grande  vazo  de  agoa,   25   eião  os  doze  Conventos  3  decimbqvuimpBfmmtrat. 

r  ,  n  .  1  f   •    •  i.ParaJipc.cap.4verfa. 

porque  lobre  elles  corria,  o  occeano  dos  eípintos,  que  era  l6  virDiiBentdmmomnu 
o  de  Sáo  Bento,  por  fero  de  todos  os  iuftos.   2  6  umjyft»ru«,jpmtHp!ewf«it, 

171  Náofódefcóbre  a  igualdade  deite  numero,con- 
íiimada  a  pcrfeyçáo  na  obra;  mas  também  a  mageftofa  fa- 
brica, com  que  le  enrequecia,  o  trono  de  Sáo  Bento.  O 
tnaysfumptuofo  Sólio,  foy  ode  Salaniáo;  aquém  doze 
leóesferviáodeornato  aos  degráos, por  onde  iobião  ael- 

ie.  27  Ao  pé  da  penha,  onde  vivia  o  Santo,  cfraváofun-  ^%Z  Js^/^TpT. 
dados  os  doze  moíieyrosicra  a  cova  o  trono,  &  os  nioftey-  d«*  exuma**  pane.  %.  fará. 

ri  1     1        •       •     r  1  •  1  "•     lip  cap.QiverJ. 10. 

roseicadas,  por  onde  havia  de  iubir  na  virtude,o  que  qm-  ' 

zc-fe  tratara  Sáo  Bento;  os  Prelados,  que  os  governaváo, 

«ráo  leões  na  vigilância  ,  fendo  cordeyros,na  íingeleza. 

Ainda,  que  eu  pr efumo,que  os  doze  mofteyros  tinháo  pa-   28  Voeavitque  jofutiuoãe- 

ridadecomasdoze  pedras, que  Tofuétiroudo  fordáo,  &  f'",:T'"':o  ^^f'^ 

í  '    1         J  J  '  ante  eram  Dormiu  L>n  i    In 

aspos  em  terra  firme,  paratelicmunho,  deque  elle,com  o  adjorja»u mediumjs pormt 
povo,  paliarão  o  rio  a  pe  enxuto.   20   E  a  lua imitaç.10,  $e .jtfut+verf.i.  ' 
meparece,queSáo  Bento,em  lugar  de  doze  pédras,le  van- 
tou  os  doze  Conventos,  por  memoria,  de  queelle  no  tem-    19  SfJeum '*•" ""'>'<""■■ 

>  r  '  x  per  abrupta  wUornm  eerneret, 

po,  que  em  Roma  naufragava  a  virtude,  não  chegara  a  tHm,quemq*afiiBi»grsjSum& 
corrente  dos  vícios,  a  lhe  macular  a  planta  dope.    29  Grr;g  lAtg.i.Uorai.intro*- 

172  O  monte  de  Sublaco,  (como  ja  temos  ditos)  foy  «'*"-•• 
a  pritneyra  eminência  ,queoccupou  o  Império  Benediti- 
no,nelle  o  levantou  Sáo  Bento:  mas  em  léus  exórdios  naõ 
paflbu  o  Império  dos  termos  da  montanha.  Com  parcicu- 

T  2  lai 


14S  O  PRÍNCIPE  DOS  VAT.  TOMO  II. 
lar  providencia,  criou  Deos  a  cftedcferto,  pagina  dos  Pe- 
ríodos Monafucos  ,  do  Pay  dos  Monjes.  A  fama  de  Saõ 
Bento,  chamou  os  íubditos  ao  monte:  &podèra  oSanco 
dilatar  a  fundação  atè  as  terras ,  donde  vieraõ  os  íubditos, 
&  a  dondechegou  a  fama ;  porqueas  peílòas,  que  o  bufca- 
vão,naõ  íó  fefogeytavão  a fua obediência  , mas  também 
renuncia  vaõ  as  riquefas ,  que  polTuíáo ,  nas  mãos  do  Pacri- 
archa:oqual,não  occupou  mays  terras,  do  que  aquellas,de 
queconliava  o  monte;  nem  paliou  odeflricT:o,queDeos 
Jhe  havia  afígnado,  para  confervar  o  Império,  de  que  eíta- 
vafenhor.  Muytos  tempos  antes, que encarna-fe3publi- 
cou  Chrifio,pelo  Profeta  Ofeas:  Que  quãdo  morrc-fe.ha- 

io  Eromorstua.onwrs.Ofe*  .     r  .  r-  tn    •     r       •      •  ri-    - 

i\.verf:'4i:  viadelermorte,dameíma morte.  30   Poisíeaiuriidiçaa 

da  morte,  he  matar,  &  naõ  morrer,  como  havia  de  morrer, 
,1  Pérpeccafummerr.  ^íj  a  mortç  que  nunca  morre,  &  que  a  todos  mata?  Foy  a  cau- 

ia.  A  morte, entrou  no  mundo  pelo  peccado':  31  com 
que  ficou  a  morte,  tendodominio  fobre  ávida,  dos  pecca- 
dores :  excedéo  a  morte,  eftajurifdição,  paíTou  efle  termo, 
em  3  morte  de  Çhrifto ,  porque  matou ,  a  quem  naõ  tinha 
peccado:  &  como  a  morte  paíTou  os  limites,  perdéo  oim- 
perio.  O  de  São  Bento,  foy  o  Monachato ,  &  por  iífo  nel- 
le  confervou  o  domínio ,  porque  náo  paliou  os  termos  de-» 
ítinados,nefí;e  tempo,  para  fua  demarcação.  De  Saó  Ben- 
to crear,aquellas  novas  plantas ,  com  o  calor  de  leu  efpiri. 
to,  emanarão  os  progréííbs  de  fua  inftituiçaõ  Replantara 
algúa  em  terra ,  onde  lhe  falta-íe  com  feu  exemplo ,  óe{- 
rnayat  iaó  na  virtude,  porque  naõ  eílavaõ  difciplinados  nai 
milícia  efpiritual:  donde  fefegue, que  paíTando  a  circun- 
ferência do  monte,  arrifcavaSaó  Bento,  a  duração  de  feu 
Império,  na  pouca  perfeverança  dos  fubditos. 

173  Confundem-fe  os  curtumes ,  &  esfriaíTe  o  amor 
da  pátria,  nos  vaífallos,  que  afligem  fora  das  extremidades 
do  império.  A  comunicação  com  os  Efirangeyros,  amor- 
teço amor  natural  dosfubditosj&fica  fendo  irrepará- 
vel a  deftruiçaõ  de  feus  Principes.  Vã-gloriava-fcElRey 
AíTur,  de  que  com  fuainduftria,fogeyta-feos  Principes 
de  Ifrael:  &  fabidos  os  meyos,de  que  ufou  fua  aftucia,  foy -y 
&*!$^ZXZ.  aduzir  a  huns,  &  outros  vaíTailos ,  a  hum  meímo  defui&o, 
xi.-v aifiuii termino, popu>.orut  Sc  a  hum  mefir.o  trato.  22   Abrindo  as  portas,  de  feus 

tí  Príncipe,  eorum    ileprsd».  c  •  »    1  p  1 

mfvm.'ifai*  iQ.vtrf.iy,      eoMnns,:ícoffimumcaçao  dos  eitraniios:coin  o  que^uiltos 


EMTftEZJ    X  ?4£ 

os  naturaes, em  os cuftumes, enfraquecerão  no  amor  <ia 
patTÍ2j8<:  ficarão  ieus  Príncipes  entfeguesjíemreíiftencia, 
as  mãos  de  Aííur.  O  que  parecéo  comercio  ao  íimples ,  he 
cavilaçaó  do  afmto.  O  Tangue ,  fora  das  vea6,  naõ  lufíenta 
o  corpo;  dentro  neilas ,  alimenta  a  vida :  afiy  faõ  os  vaílal- 
losdoReyno,  como  o  langue  do  corpo.  Hum  certo  Ar- 
ménio ,  querendo  dar  morte  a  hum  Satyro ,  fingem,  lhe  a- 
confelhara,  tira-fe  opello  natural,  com  queíe  reparava 
dos  tempos,  Sc  o  poze-ie  nas  prayas  do  rio;  porque  defía 
iÓrtereprimeria,  as  névoas  do  rio,  a  que  naõ  fubiflem  ao 
monte,dondeelle vivia:aíTyofezo  falvagem;masenchen-   -    iA<tu?orh»tíijior.Ui 
do  a  maré,  levarão  as  agoas  coníigo  o  pello;  fubirão  como  fiij  Difhi.  Mabyb.  }i, 
íempre,  as  névoas  ao  monte ,  $c  nelle  morrèo  o  Satyro,  de 
íi  io.  3  3  He  claro  o  exemplo ,  por  ifíò  o  não  accommo- 
do,  ao  que  tratamos. 

1 7  4     Donde  he  infalível  documento,  que  fó  então  fe 
eftabellecem  os  Impérios, quandoos  naturaes  vivem,  den- 
tro de  feus  limites.  Compadecido  Deos  dafolidaó,  em 
mieeítavapófta  aMonarchia  lfraelitica,lheprometèo  a 
reítauraçaodeleugoverno^omdizeri^etornariaoíeus^f^,,,/^..^,,.^,^^,,,^ 
filhos  a  viver,  entre  o  âmbito  de  fuás  próprias  terras.   34.  W"ww#,  j«««/< 
Vivendo  cada  hum  dos  Tribus ,  conforme  a  repartição  de 
fçu  fenhorio.  Poderofo  era  Deos ,  para  fuftentar  o  regi- 
mento daquella  nação,  ainda  eftando  feus  naturaes  difc 
pçrfos  por  outros  Reynos;  porque ,  ainda  que  poucos ,  ai- 
gunslfraelitas  rezidião  em  as  próprias  Cidades  .mas  naõ 
ufou  de  feu  poder ,  para  defengano  da  ambição , edictame 
dos  Príncipes:  moílrando-lhe,  que  nemo  mefmo  braço 
Divino, quÍEeftabellecer  húaMonarchia,fenaõ  deípois 
de  recolhidos  asvaíTallos,a  feus  próprios  limites.  E co- 
mo poderia  Saõ  Bento,  que  neftes  tempos  principiava  lu3 
Religiofa  republica,  prolongar  o  íitio  ,  ou  remontar  os 
íubditos,fem  que  arriíca-fe  a  confervaçaó  de  feu  Império? 
175      Quanto ufurpa-fe  de deftriáo,  tanto padeceria 
dedamno.  No  tempo, em  que  a  arvore  fonhadade  Nabu-    ?ç  jíjpakt  mtuufqut »i 
co-Donofor,eíiendèoasraizes  por  toda  aterra,   3$   não  umimi unmrs*^**^^ 
deíceoaoCeo,  contra  ella, o  golpe: masdelpois,  que cue-  CcuErqri*nfHiti*Hem«gnitt^ 
gouás  nuvenscom  fua  altura,  mandou  Deos  por  hum  An-    '"£'  Pf0C(tlUi ,.,.,,,  Cont\*gU 
io.queacortáíTe.   26   Pois  fc  hc  natural  das  arvores  cref-  t^nm:\:  Sumiiu  uri '  • 

'     '  1  0         %  r-  l   •     ■>  a  •  prttciditi  ramos  ejHt,  D<ini(I,t 

cer;  que  culpa  commeteo  a  arvore  cm  lubir  ?  Muy  to  gran-  ^vtrf,  s.zn. 

T  2  de. 


f  50     o  $QLmCfàE  ws  <pat.  roíw  n. 

de.  F igurava-fe  nella  o  Império ,  de  Nabuco-Donofor ,  a 

quem  Deos  para  caftigo  do  povo  de  lírael,  dilatou  por  to- 

57  Etfníient  ehtnnosgm-  doomundo.   27   E  em  quanto  fcu  Imperiocccupava  to« 

tet.Jtttm.iT.verf.j,  -> '  -       cr        á  -  j   r 

da  a  terra, com  as  raízes,  nao  paliou  ademarcaçao;  mas  del- 
pois,quelbbio  ás  nuvés,excedéo  os  limites  j  Sc  foy  diiTipa- 
do  o  Império,  do  Rey  de  Babilónia,  pelo  que  paílòu  no 
deftti&o.  Também  deftes  roubos,  naícem  todas  asdefg  ra- 
ças ás  Monarchias ;  porque  íónos  termos  preinitidos  do 
,8  Et  âdopacem  infinibut  !mperio,habita  a  bonança.  Prometéo  Deos  a  feu  povo,  de 
t,tftrú.Lioit.z6.verf.6.        Jhedar  paz emos  fins  defuasterras.   q8  Eá  fua Igreja, fi- 
gurada em  Jerufalem  confortou, em íeudefamparo,  aífe- 
gurandolhe,que  dentro  de  Teus  muros,habitaria  a  faudei  & 
,9  tio,  auiuur  uiu;  m.  dentro  de  fuás  portas ,  a  gloria.  _  39   Fora  do  grémio  da 
quitKinterratiia.vaftitaf,®  igreja  Romana, tudo he perdição,  tudodefgraça  ;  &osfi- 
tHfAhitfãius muras tuos&pr  lhos  de]itael,aIienados  de  luas  próprias  terras,nuca  tiverao 
unuafhudauo.ijaiM.verf.  <Jefcáço,fempre  viverão  oprimidos.  Não  chegou  ás  raizes 

o  caftigo,  que  Deos  mãdou  dar  á  arvore,a  voz  do  Ceo5que 

proferio  a  fentença  contra  o  tronco,folhas,&  frutos,  man- 

40  Et  tctcvivh e?  sanSut  dou  refguardar  as  raizes.  40  Equalferiaarazaó,queou- 

tSst!SrTS^£r4%f:  ve,  para  livrarem  as  raizes,  condenando-fe  a  tudo  o  mays, 

cidrterimotejttt.-excuwefoha  je  qUe  fe  compunha  a  arvore?  A  meu  ver,  a  feguinte.Figu- 

rjuf :;:::  l/eniimtmen gérmen  r  n  t  •  1  •  n.  i  ■» 

radicum  sjut  m  terrifmhe.     rava-le  nelta  arvore  o  Império,  oqual,  nas  r3izes  eita  va  de- 
pmiHr4.vtrf.1uV i*,      tro  dg  fua  dauzura,que  era  a  terra ,  &  omays  refíante  da 

arvore,oulmperio  vivia  fora  de  fua  demarcaçaõ,eítenden- 
do-fe  pelo  ar ,  ck  fubindo  ás  nuvês :  8c  ío  contra,  os  que  vi~ 
viaó  fora  de  feu  natural ,  fe  levantou  a  tormenta :  ficando 
tudo,oque  vivia  dentro  nos  próprios  limites,  izento da 
opreçaõ,  &  logrando  abonança  da  paz.  Quem  duvida,ex- 
punha  Saõ  Bento  amayores  combates  osfubditos,  que 
nefte  tempo auzenta-fe de  fua  vifta?Oinimigo,contraqué 
Saõ  Bento  formava  o  exercito ,  achava  em  os  defgregados 
mays  fácil  a  preza ;  &  lo  os  que  habi  ta  vão  em  o  monte,  go- 
zariaõ  a  quietação  da  clauzura  ;  porque  vi  viaó  dentro  da 
circunferência  doReyno.  RefpeytandoSalamão,  todos 
eftes  inconvenientes ,  conhecendo  efias  de/graças  todas, 
.    „    ,.  „  ,  .     diíTe:Que  era  de  ignorantes,  poros  olhos  em  os  fins  da  ter- 

41  Occtilt  iiultarum  wfini'  «  o   t  •  r  o     1 

iuitirrtt.erov.n.fsrf.i^,  ra.  41  Porque  o  babio  no  governo,^  como  o  boi  mate- 
rial, &  o  Sol  Monaftico, )  mede  fóa  vifia  pela  poliibilida- 
de,  por  mó  ftntir  as  perdas ,  da  ambição. 

PROMUJL- 


PROMULGA 


'5' 


S  BENTO 

OS  PRIMEYROS  DICTAMES  DE  SUA  PvE- 

gra,  em  ordem  ao  governo  dos  Monjes. 


O  tribuna!  das  luzes  fe  forma- 
rão as leys;deíceraõ do  Ceo5&      „      .,  , 
acharaõ-nas  os  homes.    i  r»í#w*w/tf»í:-»r;j,., 

UCC  bominum  ingaiys  cxc.-«iu- 
xjot,  ntcpopulorum  imfiitutirt 

Kon  dubito  le»cs  Cxh  flitxiff:  f.t-  f«* *"'»*"> q»>M*>q»»i  »«- 


Humano  inventa  qnisfnttet  mgenloi  Gsnmm. 


Foy 


i  $  2       O  $%2NCME  DOS  T AT.  TOMO  11. 

FoyneceíTarioajuntarfe  a  arte  árazaõ, para  que  efta 
executaíle  pelas  regras  da  ley ,  as  obras  pertencentes ,  á  vi* 
daciviJ.  Introduíioa  culpa ,  entre  os  mortaes,  o  amor  pro- 
prio;efcureceo-íealuz  natural,comqueoshoinés  conhe- 
ciaõomundocainporazo;  fem  altos  nembayxos,  em  que 
tropeffjr,&  a  íimeímos  plantas  gemi  a  nadas ,  procedidas 
todas  do  memio  tronco.  Levantou-ie  a  névoa ,  da  diícor- 
dia,&foytanta  a  emulação,  que  naõ  feconheciaó  huns, 
aos  outros,  8c  menos  a  fi  próprios. 

177  DefiíYunada  a  irmandade  entre  os  racionaes, 
naíceraó  asdifcenções,crefceraõasculpas,&coma  falta 
de  cafiigos  os  delinquentes^  Antes  deMoyíés,foy  a  meí- 
ma  razaó  a  própria  ley,  que  condeninava,  &  abíbl  via;  mas 
fofpey  tofa  para  com  opovo^ias  refoluç||£s,  porque  os  di- 
c"r.amés,náo  niofíravão  regra^ejue  juflirie%-lè,  oparcuer 
alheyo.Valléorfe  o  povo  da  eíeyção ,  que  fez  de  ftiperio- 
rejs^c"  dos  adjuntos;  que  lhes  déu  para p governo,  com  in- 
tento de  ferftoderarem  as  queyxas,&  evitarem  as  caufas; 
%  BaBafur.t  tegettut atum  inâs náo  Gonfeguiráò  o  fimdefeiado,  porque  ãcabecade 

#>ttn  humana  roerceatur  auãa-  r  i   ).        ■    ,  ir         \      r        r  r  \         *  «■ 

*>a  -.uiuqucjit  mur  ímprobos  *&*  repubuea,  çcjpsrevoltolos  de ieu-iocego,  laltaraooa 

ncccnji facultai.  íjidor.hh.x.  ifianteà  d©  ^lia , alenta  os  olhos,quenaõ  tem  achaque,  &C 
J  *  onende  os  olho^que  eltao  eníermos.  2 


--•& 


JLège  cOcêrcqUiir  hominufn  dilicla  malonim^ 
LegeQnomy>imtsnudaque  tuta  manei \ 
Id&n. 


#* 


178  O  primeyro  Príncipe ,  que  governou  com  eira 
luz  foy  Moy lés;  omefmo Deos .-, lhe eícrevéo  em  duas  ta* 
boas  a  ley,  por  onde  governa-fe,o  povoHebréo.  Def- 

3  ífiâorushb.  $.£//.         P°'s  Mercuriójdeu  lç.y  aos Egypfios:  Phoxoneo,  aos  Gre- 

gos;Solon,aos  Atheniêfes;  Lycurgo,  aos  Lacedemoniosj 
Numa  Pompilio ,  aos  Romanos ;  3  os  Magos ,  aos  Per* 
fas;Zalmolfis,aosScythas ;  Trifmegiíto,  &Bochoroaos 

4  Xivf.usinDffi.íinai        Thebanos ;  os  Cymonofophiftas,  aos  índios ;  Minos,  aos 

de  Creta;  Phido,aosdeCorintho;Hyppodamo  Milefio, 
Charonda ,  aos  de  Garthago ;  Druide ,  aos  Francefcs;  4. 
Ezotuaítes,  aos  Arianos.  5 

Lntores 


<j  Diejortiilih.  ).rap.í~. 


w 


EM  PREZA    XI. 

Latores  lequm  tulit  <etâs  prtftma  muitos: 
j  uris  amatoresjujliu<e  que  f acne. 
Idem. 

Mays  accommodadas  com  o  governo  Económico,  do 
que  com  o  Ariítocracio,  &  Monarchicoerdó  muycas  dei- 
tas lcys  ;  porque  deípois  Zeleuco  foy  o  primeyro,que 
igualou  o  caíbeoá  culpa  .    6   Diidano,o  que  em  Grécia   6  Ravifiut  uHfupr*  titulo 
abonou  a  virtude  com  o  premio.   7   UsKomanosconiie-    7  Rcjiwdcvirtuumjrugihu. 
cendo.naó  bailar  as  forças  de  cada  húa  delias  em  parti-    8  ^«"K ©  J«-»« -  w- 
cular,para  nrmefada  Monarchia,  colherão  de  todas  o  me-  err.piuiib^.je^urec.ncmco, 
lhor  3  ajuftaraõ-nas  comaspoiTibilidades,  &acrefcentan-    /jjíi  *!■*/*»«  cuJ» 
do-lheos  diâames  ,que  lhes  havia  enfinado  a  expe^ien-/",w',T'', uemocrmcump. 

P        «  1   ■     1  -  1  <     tum  lege  regi*  in  príncipe  Unf- 

CÍa,COmpUleraohUà  lcy  COUimUa  atodoSOSgOVerilOS.     O  tulurtomnempoteXatcm,quam 

Conhecida  a  Utilidade  das  ieys  commúas,  demitio  o  povo  J^^S^SZjS 
daiurildiçaõ  Democracia,  depondo  de  feudireyto  ema  i*pn»i.%.%.y«umtnim.c. 

,*_..  r"ji^  j         •  1  deveíerijure  h-nucleam.lex  x. 

vontade  dorrincipe-  hcandoelte,comtodoo;juznatural  ^,  uoviffimeff.de  origine  iurit 
fobre  a  vida  civil  dos  vaílallcs:  9  E  asleysjuftas  ,  que  j»  \s)?TfluXt£ncTum 
promulga  ,  obrigando  até  o  forodaconícienciadosiub-  >/..  Jejurejur*»Jo. 

*.!  1  •        .■•  «•         j     f  ...  to  Ltx  fcrvanda  eâ etiimin 

diros,peJa  nobrela,  que  temos  dito  deíeu  principio.   1  o  fm .„ a„im^ quia ugJeifer  /,„_ 

pcrst:rt>,l5  tieSorct  Qibitier- 
.  ....         .  rarudiwnitus  ctnanãjfccreiu- 

Tctreat  omnis  bomojunjegtquejubenti  iur.c.f*B*funt .  di/t  4.  e?  c. 

EquuMjuJtumJas,  atquejalutifaum.  ret/bsc  nin  ,„,   ,iinkgCfíU. 

Idem.  tritivapeccati. 

179  Abonou  á  origem  das  leys,  o  confeIho,emqiie 
feus  Legisladores  as  conferiaõ,antesqueas  eftabellccef- 
fem  .  A  mefma  naturefanaõcreou arvore, nem metdl  taó 
ordenado ,  que  fe  izenta-fe  dos  golpes ,  para  íervir  aouzo: 
nem  o  artífice  aprovouorilco ,lem  o  examinaraocom- 
■pailo^erraria  as  medidas  da  arquitetura,naó  entregando  à 
regra,o  que  desbaftou  com  o  pico ,  &  levantando  fem  pru- 
mo .  o  que  trabalhou  o  cinzel:  diftonecelíitaõ  as  leys,  an-  , ,     _  ,     ,      . 

1       *r       ,  „  ...  J       .  t,  Lexdebetefíehc>;:rtí.?ufu 

tes que  layao  a  publico.    11    Q  que  as  nao  encomendou  utiiu  -       ?«« 

aceníurados  lábios,  antes  de  asporaoshombrosdos  lub-  »nvenUn,.G.»httrdi}Uu 
ditos,arriícou  a  utilidade  no  toitOj  &  a  opinião,  na  defor- 
mem. Porque  Moyíés  viovoar  as letrasdcquele compu- 
nha a  ley  ,  que  Deos  em  duas  taboaslhedeuemomonte, 
diz  Rabbi  balamaõ  ,  quebrara  Moylés  as  taboas:  olhou 

V  para 


! 54        O  WQKClfE  WS  <?JT.  TOMO  11 
para  ellas,  &  como  as  vio  rudes,&  fem  letras,  julgou-as  in- 
n  Cottfiâera»Jumeft,quoâ  nuteys,&  lem  preftimo .   1 2   Aííy  cftima ,  &  trata  o  povo 

RalbiSa.'on:cnJicil,quedaim  J  r  o       A"  \A         iÀ  ►    I  D       -. 

■Moyjesdefccndcretfo  monte,  as  leys ,  como  tratou , &  eltimou  JVioy lesas  tábuas,  rara 
ciTc*™dicet  monti*  retfcxitta  fugiraeltes  fracaflòs ,  nunca  o  povo  Romano  naadminif- 

6uÍM,quaf  maiiitufjutf  por.         &  .  r  .  .  r     .  , 

ubat^viâ^quodvoítbantii-  craçaõde  Tra^anojôc  Aduano  ouvio  a  ímpoliçao  de  ai' 
TJu^Ltel!nttZt%7.  gúa  ley ,  fem  a  appro  vaçaõ  do  Senado .  i  3  Alexandre, 
dea,rude,,«onhaientei  ãiiquâ  deípois  que  as  compunha ,  da  va-as  a  re  ver  aos  Di&adores, 

lueram:co  quiafif  mutiltt  trai  r       ,  ,     n  1-1  i  1       r  ir 

fregitcasiamquamimtiics.     conceden-dolhe  tempo  dila tado,  em  que  as  pode-íem  dii- 
^]%íft!"^SsJr,lJ:  *9'  coner có  atenção.    14.  O  que  também  fizeraó  os  Empe- 
M  utmpriãiv «1  ^iiexand.  adores  Theodofio,  Valentiniano ,   15    O&aviano  Ce- 
hiuiibA.e.thm.ii.  far,   ió  &  Marco  António  riloíoío.    17   SodeHiiio- 

.6  Dhvjfw  aabalo,  Nero,  Calígula,  &  de  outros  que  nafceraõ  coi« 

jAmc^int.  animomaysde  feras,  quederacionaes,íahirão  as  leys  co- 

mo o  fogo  do  pedrenal,  fem  mays  outra  diligencia,  que  o 
toque  do  aço, ou  a  força  da  tyrania. 

1 80  Em  tudo  faõ  as  leys , como  a  luz ;  &  como  os 
olhos, os  vairallosja  luz  em  quanto  efteve  na  companhia 
das  fombras ,  naõ exercitou fcu império ;  defpois de fepa* 
rada,  imperou  comdominio.  Aííy  faõ  as  leys  ,comofoya 

jí^ZSSSíl^S^  luz-    18  Comefta,deftinguemosolhosanoyte,dodiai& 
luxcumte»ebru,q«*eratqua.  o acerto,do erro :  damefmalórte  oshomens,comaluzda 

ftabfqueaBivilaieluminU.pt-  .  ..  1         j      j-  ttj       j    I   •!• 

um  Rauiinw  inquad.Epiji.  ley  j  como  os  olhos , com  a  luz  do  dia  :    io   Elta,debiJitaa 
4lalZlB,t       ^CU>-  vifta  de  hus  » &  conforta  a  de  outros :  com  as  leys  fe  repri- 
mo Legibuf  propsfna  fum  nie  o  facinorofo ,  &  fe  anima  o  timorato.   20   Sendo  as 

fuppltcia  vi1ih,pr*mia  auiem   .  •     n  /--  T1JJ1  J      j     /■» 

vfrtutibm.Gie.vãeòrat.        leys  mltas,coniervaoa  calidadeda  Juz:como  a  virtudedel- 

ta,  ha  defer  a  fua  virtude ,  porque  nem  a  luz  tem  mays  cla- 
ros reflexos,que  a  ley jnem  efta,mays  viva  femelhança,que 
•  lâaniaun,  luceruaejt,®  a  iuz    *  £u 0 difcurfarey  por  partes,de que fecomponha 

(cx,Imx.  rroverb.6,verf.Zj.  J  i        í  '         X  I 

o  todo. 

181  Nafce  diminuta  a  luz  jcrefce  pelas  horas,atéfea- 
11  Luxftiendentproeedit&  perfeyçoar  de  todo.  2 1   Emalgúashorashe  aluzmays,ou 

7Í::lrlT^fSumãre'  menos  aaivajconfórme  oafcenfodo  Sol.fe  ha  a  luz:quan- 

doo  Sol  influe  por  rayos  oblíquos,  &  reflexos, que he  ao 
nafcer,healuzmenosintenfa  ;  &  quando  o  Sol  influe  por 
rayos  directos,  que  he  efiando  no  meyodia,he  mays  in- 
tenfa  a  luz .  Conforme  o  lenhorio ,  que  hum  Príncipe  vay 

sa  GradatimUgetaugtntur.  adquirindo, fe  confórtaõ,&  augmentaõ  as  leys:    22   To- 

r  das  as  que  em  leu  principio  começaro  rigurolas ,  &  uni- 

verfaes,?.cabaraó  entes  da  razaó;  faltou-!he  a  fubíiftencia, 

pof  que  foraó  quimeras  da  ignorância .  Michaei  Empera- 


dor 


EMQUEZA    XI.  t$$ 

dor  de  Confhntinopla ,  em  ódio  dos  letrados  a  quem  foy 
oppolío,  porque  nâoídbialer,  prometéo  decompor  Teu 
ln;perioembrevesdias;  para  que  mandou,  que  dentrode 
cinco,  todo  o  Catholieodeshabita-fefua  corte;  &  todo  o 
herege  legui-fc  lua  ley  ta  :  ficarão  os  intentos  doEmpera- 
dortruftiadoscom  a  préíía,  que déoá  reforma;  porque  a- 
cendéo  o  ódio  antigo  entre  os  hereges ,  &  Catholicos ;  8c  *i  p«'í>,'í'  ig**tm  JeVe. 
creououtrodenovo,  entreos  nerejes.  22,  As  iorças  àç.  poiogiaS.c>f.^ 
Hercules  de  hum  golpe  cortavâo  húa  ío  cabeça  da  Hydra, 
que  tinha  cincoenta  :  o  cirurgião , quando  hum  corpo  eliá 
cuberto  de  chagas  apoftemadas ,  nãolança  em  todas  o  me- 
dicamento a&ivo;  fenão,  que  a  húa,  molifica  hoje,&  a  ou- 
tras,eftimúla  á  manhã, para  que  não  prevaleção  as  dores,ás 
iorças  do  enfermo.  Ainda  que  a  luz  de  fua  naturefaefteja 
fenipre  apta  para  influir,  &  para  illuminar,  com  tudo  he 
neceífario,que  ache  difpofta  a  matéria  ;  razão,  por  onde 
não  anima  à  pedra,  não  alumea  ao  cégo,&  não  fecunda  ao 
feco:  Valem  pouco  as  torças  da  ley ,íem a  dilpofição  dos  a- 
nimos;  Sc  he  perigofa,  8c  arrifeada  a  húa  revolução  de  hu- 
mores, acura,  a  que  não  precede'o  a  preparação  conve- 
niente. 

182  Pela  luz  ferége  a  vida  corporal.   24  Epelaley 

fegovérna  a  temporal,  &eipiritual  vida  do  home.  Muy-  14  Gtmi*iamt.M.i.jtc*- 
tosefcolherãoafombra,&  refutarão  aluzj  25  porque  '^iíIE/l»*, 
eíl;a,lhedefcubria  asfaltas,  que  lhes  efeondia  a  £ott\bf&.siiJe''eBr*f>1'""nlucem 

XI  1  1  '  ©  -  1  /      Joanitu\.verf.  19. 

JNsmtodosqueie  aley  por  norte,  &  a  razão  por  leme:  26     *6    Rttuiegemetmenda, 
a  carta  de  marear  por  onde  íegovernão,  não  lhes  moftra  TcruU-áeí">r<"ia^<!'t- 
os  topes  em  que  íè  periga  j  &  como  vivem  fem  temor,  a 
buzáo  da  juftiça,  para  uzar  da  liberdade  das  feras ,  que  def- 
conhecem  o  freyo  da  ley. 

183  Aluzheamefmaparatodos;&náoapparecea» 

legre  a  hús,  &  maiácolica  a  outros.  Toda  a  forte  de  peflóas  ,  7  Lcgeffunt  wven1(  ( qux 
ha  de  achar  em  aley  igualopezo,  &  o  alivio  conforme.  27  ««»» «"*»*«  *»*•.«■«$»*  »»- 

Ei  jf'11  r         \  .'-1  telvqucrcnlHT.  PUt.  i.Offtci. 

ragrandeoacertodoLegisl3dor,leasleys  torao  doen- 
ça, enfermarão  de  menos  preítimo  ;  mas  como  faó  medi- 
camentos as  leys,  he  provey tofo  a  quem  necelTita  de  muy- 
tos  para  fer  bem  fervido,  repartir  com  todos  do  remédio. 

1^4.        Avendohomés  no  mundo,  que  tem  os  olhos 
em  os  pey tos;  outros,  que  os  tem  nos  hombros,  &  alguns, 

ni,n.Q„L*       II  'il  O  J  ...         ,    °         ,^28    Super  hie  viJi  PJimum 

que  tem  nu  olho  natelta;    20   todos  paiticipao  da  meí-  mNtwtuBifi, 

V  2  ma 


t$6     o  Tornam  ws  <?at.  tom.  u. 

ma  luz  j  ainda  que  os  olhos  variem  de  lugar.  Na  peíToado 
Príncipe  ha  vaílallos  ,quelheoccupaõ  o  peyto;  outros, os 
hombrosj&  codos,a  cabeça:o  pey to,no  valirnéro^oi  hom- 
bros,noscargos}&  a  cabeça,  no  governo  de  [odoj-:neíie,íe 
experimenta  o  pezo;&  nosmays,naõ  taíia  o  aliviarem  a 
29  jAhifim  de  Fiza  i»tra-  Cruz,para  Te  izécarem  das  leys,  que  os  obrigaõ  a  íervirde- 

Ctalu  demuabi.titul.  de  Ingra-  "t  1  1   •?•  - 

ihudiKc.Et  m  paris  Bjf;,fta  pendentes .  Em  quanto  Júlio  Phihppe  iervia  a  Gordiano 

I~7i!"(<f.l)f>.Q.c*p.6.tii.Je  Per-    1        •        r  1  •   .  •  - . . .    -  IL  j  » 

fidi\'v  Prodittfcei  J  unior  (em  as  preniminencias ,  que  lhe  concedeo  na  guer- 

10  Luxpuubnfieat onmiaex laPeríka,  muyto  o  ajudou  no  governo;  levantou  o  na 

iftentiafecundum  ipforum  pro-  r  J  .  .      r°  .  .-, 

priamporportioitet»  .Gemwia-  guerra  a  lupremo  mandante  de  léus  exércitos,  km  depen- 
7.ttífaL  Meiui«a  Medi-  aWia  de  iuasordens,&  perdéoa  vida;  omefmo  Philippe 
cu*  Grecu  jcripfii  lihruminf-  lhe  cortou  a  cabeça .   2  o   Naõ  he  a  condição  dos  homens, 

1ar  itgii,quia  m  tUo  decrevit  1    j         1      ~  \  r 

Mcdicamintaaccommodataix-  como  o  natural  de  alguas  aves,  que  creando-aslogcyras, 
ifiemuiocu , 0 comphxhmbm  ajn(ja  que  defpois  as  foltem ,  vem  bufear  a  prizaõ ,  &  reco- 

natura  JxibiUmium  luhcgno.  *  *  '  i  ' 

^ândreai  de  PaduaMUanen-  nhecem  obem-feytor. 

f.i  de  Piopcrl:onc  teiiminú.  o  _■  \  4        •  C  i\        O  1  1  r  r» 

iz  ErithxjuftaJoffibiJis^i-  -  ° 5  Manitelta ,  &  realça  a  luz  as  coufas ,  conforme  a 
cfttdum  rauaam  tjectt«dum  natural  feimofura,&  proporção  que  ellas  tem  .  30  A 
fonque  convemSr.  Grcg.  Mag.  ley ,  que  nao  imita  eíta  propriedade  da  luz,  perde  a  razão 
t::{ZlUJZTm^.  ^  ley  i  porque  falta  nos  Principesa  cbíervação  de  Bra- 
*.c.d,hBijrim«.  vioMeluia, medico  de  Grécia, que  compoz hum  livro  de 

3$    Medicina  TJmhrini  ,ne-  .      .  .  , ,  »•  i»       i 

queinfitmitaumpequettatem  medecina ,  recey  tando  nelle  os  medicamentos  applicados 
re^cfbat.muMeKimbomin»  conforme  com  0  clima ,  idade ,  tempo  ,&  complexáo  do 

ferierunt  ciiwiíia,  atumalibut  '  '  l       *  j»  ••».«»•• ~  «-«x» 

♦*•«  uviu  &  ad  agiuuonem,  enfermo.   2 1    Aííy  íaõ  todas  as  leys  humanas ,  Sc  mediei* 

£í  eitm  nij  robuUiorci  manent.  n       !•  1  J*    • 

idem sindreat  de  tadn»  ubi  naes, como  ene  livro  de  medicina ;  32  porqueasperni- 
f"fra'  ciolas,&  tyrannas  laócomoorenediode  Umbrino,que 

J4  <Jtex mediana ntkil opor-        .  ■  ~J  -  .  _  '    ' 

tM-mpeSare pofièi ,  nifiqtud  primeyro  os  racionaes  o  fentirão  veneno ,  do  que  útil  aos 
quoniamejtucaufaefii^utta:  brutos ;  a  toda  a  idade,  &  a  enlemiidade  toda  o  mandava 
fie  àiegibus  nihii  tSvenh  abri-  á»pHca¥:    22   morrerão  os  homens  com  abebida,  8c  vive- 

tTan,n,J,qv.od  reipublica con-      i   L  ..-'-'      .  T'  n        I        ' 

ducat proficere .-  quomam  ejw  rao  com  ella  os  irracionaes  \  porque  loa  ettes  lera  provey- 
c^{Zte°mJ'a'aU-PI''01^  tolo  o  remédio, que  naõ  attendeá  poffibilidade,nem  1c 
)(  GemiHituiuubifupra.     accormnoda  com  a  naturefa.   24 

}6    bficatta  m  lege  ,   eílipfa  cxttI  r       r  cr  rc  T^n-  r 

hx,vMeii;*ma*etiexJteor-       íoó      He  a  luz  encaíiílima  no  eney  to.  35  Naooien» 

fg'eíZachg7:P5rh'l,us  ***'  do  as  Ieys  no  que  determinão,perecem  em  todo.   3  6  Refl 

47  NecejfaríHm  eH,  «atura  peytar  a  fragilidade  da  naturela  fem  deíabono  da  ley ,  kn- 

sondohre:  hgi  autemfuffrajra-    t      j-o.  j  -  r  •  iít-  'ci 

rs.Btasapuà  puto  dehgibu*  do  dictame  da  razão,  37  royvirtudede  1  rajano,&  cie* 
D,a[-6-  mécia de  António  Filolbfo:  a mefmaiuftiça  encomenda, 

iíi     Quando  lex  exprcjScnon        .    .  m  '  ,  '  *,  ' 

««a^j  ,  condotoreèjijufiitia.  mitigar  o  caftigo  ,quando  a  ley  dá  lugar  ao  ia  vor:  38  & 
^"pTpcMJtgetacriterftatui,  ió  nefte  cazo  le  deve  feguira  fentençadeSíntca,<.)uea. 
tnhins autem.quamipftitbiu  confelha  ao  Principc,  iuítitua  a  ley  crnuiouiidadc,^  oue 

p*  hm  fume*  emente  .apudjtí-         tn  ,    /"'  '  L  ^ 

**»».  aoblervemosminiiiroscommoceiíçao:  39   Patateíuc- 

cellos 


E  M  $  %  E  Z  A    X7.  tç; 

ccdos de  que  tratamos ,  foy  o  confelho ;  porque  fendo  pa- 
ra codos,  davamayormrildiçáoaoalvidriodoshomés,da 
que  ao  império  das  leys:  Authoridade,  que  fó  em  o  abomi- 
nável governo  de  Heliogabalo  íoy  concedida  aos  bay- 
xos,&  viciofos  que  oacompanhavão.  Ficando  as  leysper- 
dendoa  lua  regalia ,  que  he  exceder  a  todas  as  íorças.  40    4°  tegum  impcriapaei>tio- 

107      Nadatemdeartihcioiaaluz.INadanaodeterde-  DecaJ.i. 
caviliofasas  leys.  41    Muytos  Legisladores  as  fízeráo  re- 
ines para  pefear;  como  foy  Heliogabalo,  decretando  náo    4I  Erit  l'x  "\ -:H"<'fl ;:a 

r •         r  /T  II  l  r  quoque,  »tahqu,dpcr  obfcuti- 

trouxe-iem  ieus  valíaJlos  armas;  para  dar  a  morte  lem  re«  wemmcyiianccòtmt»t,nuir 

r>n  '  J  1_        *  1/*  J       J      r       f  lo privato  commedo  ,fcd pio  cò- 

íiltenciaaosgrandes,aquemhav!a  expullado  de  íeuíervi-  ^úttihau  cUiFadfcVifia. 
ço.  42   Cleomenes  Rey  dos  Lacedemonios  ,  fazendo  D-  G^g-M^-"^>-f./udcoí 

*    .  a  TJ-  L  11        orationc.^. 

tregoascom  os  Argivos  por  letedias,em  numa  noytelhe  41  ^indrea»  de  Pádua  ubi 
degolou  o  exercito:  &arguindo-o  os  Argivosda  treyção,^"*"*' 
refpondéo  Cleomenes:  náo  fizera  conta  dasnoytesemas 
trés[oas,que  prometera  nos  dias.  42  Sofpeytolasnaver-  41  t£)-w»í8í«w^.v< 
dadeíorao  para  comos  de  Hyera,  asrepoitas  do  Orac*/w*ere«e/,c/»»í»«m^«- 
lo  Efefino:  toda  a  fé  daváoos  de  Frizia  ás  refoiuções  do  *"  «*""».•*'"""  '"•." 
feu  Oráculo :  o  Efeílno ,  fempre  nos  fins  de  fuás  repoftas  c">»  "«*"»  FerJ>d'*  ^rgivi 
dizia  :  Jjjy  condem  aos  que  obedecem:  òc  oUracuJo  de  b  nzia  fe  ,„dtC!iJf  jIXI1  fep<.g:/<e  ,Cí(. 
rematava  o  que  dizia  ,  affirmando:  que  a  fíy  o  mandava  a  Ma-  t"u'Hdi  ™?<>ku*»ull'"'?ri>r' 

T  .  .  *,        JJ  .        .  Jttrftcifie  mcntúnCM  .Bjfn/t. 

gejlade.   44  São  as  leys  viva  voz  do  Príncipe,  que  heo  ttiigo/jib.?  ap.^.dt^ijiutè 
Oráculo  a  quem  todos  obedecem  fem  defeonfiança ,  por-  '^'^«jjjjj,  j,  pizain  trt. 
que  a  fuperioridade  o  izentou  das  fofpey  tas  da  vilania,cu-  s««  ãc  M>rab,ubw  mui»  de 
ja  voz  publica  a  neceííidade  ,  efeondendo  nella  a  trey- 
çaó. 

188  Paliando  por  partes  immundas,  não  fe  inficiona 
a  luz .  Nas  mãos  de  alguns  miniftros  perdem  as  leys  a  puré- 
ía:para  cujo  refguardo  EIRey  Dom  Pedro  oluftiçczoj 
8c  EIRey  Dom  JoaóoIV.  de  Portugal  examinavaõ  em 
publica  audiência  os  fundamentos, com  que  fedavaõas 
fentenças,  emcazosconfideraveis .  As  leys  faõ  para  alguns 
julgadores, como  foy  o  Manná  para  com  o  povo  líraeliri- 
co  j  a  tudo  quanto  os  lfraelitas  querião,  &  defejavão  ,lhes 
fdbiao  Manná:  45  tudo  quanto  femelhantes  miniftros 
querem,  ckdezejáo,achão  em  as  leys;  Foy  virtude  do  iViã-   4*  ^dqu»âqu;fquevohbn 

'  r  r  j        1  •     -      o     <onvett*batur.Sap.\(>.vcrf.iO 

nao  coniormar-le  comas  vontadesdosque  ocomiao  j  &  x 

hcdefgraça  deley  conformarem  na  os  que  julgaõ  ,coma 
íua  vontade. 

189       Encaminhaa  luz  aosqueerraõ.Guiaõasleys 


V  3  aos 


1 5  8        O  PRÍNCIPE  WS  <P AT.  TO  MO  11. 

aos  ignorantes  j  &  muytas  lervirão  de  perdição  aos  inten- 
46  LuxefivthicHiumvirtH-  didos.  As  virtudes  do  Ceo  tem  por  carroça  a  luz:  46  & 
Gcmimsr.Híub^fupra.         a  virtude  dos  nomes,  a  leys;  aigUaSiaocomo  o  carro,  onde 

Nero  mandava  levar  os  que  condemnava  a  pena  do  ro- 
J!lit»imj,eramHm.»MJ.    chedo,que  os  deipenhava  no  i  ibrc  j    47    ou  como  os 

douslivros  de  lembrança,  que  íe  acharão  nafecretriria  de 

CayoCaligula,  onde  punha  em  lembrança  todos  osque 
4s  infecreiuejutrtpertifút  fentenceava  a  morte ;  conltando  cadahum  doslivros,  de 

duo  Libclii  diver/i  titulo:  a/te-  -,  _  ,        ,  „       .       ..  ,-.   _  ,.  . 

righJius ,aheri pugio  index-  di verias  penas.   40   bo  as  Jeys  Cathohcas  lao  liviosde  vu 
'ZJ^uã^oZ  da,  por  que  enfinaó  a  merecer  a  eterna. 

àuctoniM  inejui  vita  cap.qy. 

En  lex  Vttalií/ub  Chrtjlo  Vtfa  tonante. 
Franójats^onanduó.  (Cornem.  8. 

ipo  Acorda  a  luz  ao  que  dorme,  &  alegra  ao  que  vi- 
gia. DefpertãoasleysoremiiToj&aviváoodiligéte.  Ale-> 
xandre,paraqueásluasleys  nãofalta-le  efta  propriedade 
de  luz ,  encomendava  aos  que  lhas  revião ,  as  expurgaíTe  ni 
defórte,quenáoleva-femalgúa  palavra  equivoca ;  49  cu- 
ja variedade  de  fentidosmotiva-íe  nos  expertos,opinióes$ 
&  nos  negligentes,  embaraços,que  a  hús  dobráo  a  malicia : 

49  %Audrea(  de  PaJua,  ubi  c  • 

fupr*.  &  a  outros,  a  ignorância. 

191  Nãoobítance,quealuzfeja  ofTenfivo  para  os 
olhos  enfermos  ,he  também  remédio  para  elles ;  o  eftimu- 
lo  com  que  osoffende,  hecaufa  da  purgação  com  quele 
alivião.  Afly  he  a  pena  da  ley,para  os  homés  culpados,  co- 
mo a  actividade  da  luz ,  para  os  olhos  achacóibs.  Também 
fo  vuni.mfta.mturd.iih.  oSalmixto  com  o  medicamento, he  medicina  para  oso- 

io.c.16.  dcCiwihbubuUfêc.  .      _.  r 

lhos:  50  O  caítigo dado  com  juftiça,cura, ainda  que  de  fua 

naturefa  exaípere  como  o  Sal.  O  mél ,  em  que  morrerão 

ti  idemiiihb.it.  c»p. 24.  as  abelhas  que  o  fabrica rão ,  he  nocivo  paraosolhos;    51 

de  Nattiu  Melo.  -        rr  11  '     c  i     •  -  -  \^. 

í2  Uem,b,hb.z9.eap6.ti~  naoaiiyaquelle,  cm  cuja  fabrica  nao  morrerão.   52   Da 
tui »d ^AiopeciMtond^^c.  mefmafórte  aslevsperdem  a  virtude,  morrendo  ncllas  a 

U Ibilib.-.x.cap  ^  tiul.de   .  11         1  r'  -T  1  J      1        I 

m/ioria  »,iUra  »n,mai,Hmyfer  jtimça,  que  lhe  deu  a  torma.  1  emas  leys  a  propriedade  00 
mg*  amem  , ».  fogo,  que  abre  os  olhos  dos  mortos:  53  afly  as  leys,  os  dos 

delinquentes. 

192  Deyxo  de  profeguir  a  conformidade  das  leys, 
comacalidadedaluz,  porqueemoterceyro  volume,  ne- 
ceíTariamente,  hemos  outra  vez  de  tratar  das  leys.  Em  o 
<jue  moiíramos,  fica  claro  conhecimento  aos  Prinçipesda 

con- 


condição ,  &  utilidade  das  leys .  E  fe  a  luz  com  que  o  Sol 
aJumeya  o  mundo  lhe  dá  as  regras;  a  luz,  com  que  outro 
Soitlluftrouos  clauítroslhe  enfina  as  máximas.  Del  pois, 
que  o  Príncipe  dos  Patriarchas  compôs  em  Sublacoare- 
publicafanta  ;  quando  ja  providos  os  lugares, &  accom- 
modados  os  íubditos  eícrevéo  as  leys,  que  haviãode  guar- 
dar,deulheaRepra,coniquehavião  de  viver.   54  Náohe    u  Duoâteim.mmafierU^, 

,  -  r      j-  t  n        1  âificavit , etqut  Saniiffimu h- 

a minha  tenção  preluadir  aos  Leytores  ,  que  eítes  doeu-  gibm eommumvit .  Ecchjla  /» 
mentos,  que  Sáo  Bento  deu  em  Sublaco  aos  doze  moftey-/'ro/'w^c/o5- *'""''''' 
ros,  &  com  que  fe  governarão  defpois  todos  os  que  ie  fun- 
darão até  Sáo  Bento  morar  em  C2Ííino,  foya  Regra  San- 
ta, do  modo,  que  efte  Legislador  a  dey  xou  por  Regra ;  fo- 
ráo  fi  hum  principio  delia ,  que  defpois  confumou ,  ampli- 
ficou, 8c  aprefeyçoou  em  Caffino  .   5 5   Qual  fby  por   %%  0  frfgnsYíp!ílom ,  c* 
cfles  tempos  a  qualidade  defla  luz ,  me  parece ,  aquiz  dizer  tuna  >  junu  c*«fl«  *  •  o.  «««a 
o  Poeta, quando eferevéo.  ******* 

Spargem  rore  levi     - 

LujlraVit  que  donws. 
VintiuJEmià.ô. 

Eráo  novas  as  plantas ,  &  para  que  o  calor  da  luz  as  não 
defanima-fe ,  forão  as  leys  como  obrando  orvalho ,  que  no 
verão  regando  fuave,encorpa,  &  alenta  a  planta ,  de  forte, 
que  quando  no  inverno  delcemas  agoasdoCeoemmays 
abundância,  &  com  mays  força ,  )a as  plantas  tem  ganhado 
raízes, com  as  quaes  recebem  por  alento  ,  o  que  em  feu 
principio  lhe  caufaria  defmayo. 

193  Ficou  São  Bento  habitando  na  cova, onde  vi- 
via, defpois  que  fundou  os  doze  mofíeyros.  Fingirão  os 
Poetas  ,  que  na  fornalha  em  que  Vulcano  fabricava  as 
trombetas, naõ  fó  lhe  dava  o  fogo  a  forma  ,fenaõ  que  tam- 
bém lhe  communicava  a  luz. 

Próxima  Vulcamluxcjl^quam  luflria  dteunt: 
LuHraniur  pura^quas  facit  illejubx. 
Ovid.ltb.ty.FaJlor. 

Foyefta  fabula, como  pintura  da  verdade,  que  vemos 
agora:  a  cova  deSublacofoy  acfficina  do  Divino  amor, 

onde 


1 6o  0  ÇQLINCME  T)0  S  $AT.  TOMO  77. 
onde  São  Bento  fabricou  os  clarins  Evangélicos ,  què 
mandou  por  todo  o  mundo.  Da  fantidadecom  que  vivéo 
nacóva  nalcerão  os  filhos,  que  teve  por  íubditosj  unindo- 
fe  aos  documentos  com  que  lhe  elpiritualizou  a  vida  ,  a 
luzjcom  que  refplandecerão.  Fora  da  cova  eftaváo  es  mof- 
teyros  ,  &de  dentro  da  cova  iahiaa  Regra:  não  promul- 
gou efia,  íem  que  fabricaíTe  aquelles ;  os mofteyros  crâo as 
coroas,  &  a  Regra  o  caminho  que  havia  de  ieguir,oque 
fequize-íe  coroar  com  a  profilTaó  defta  Regra ;  argumen- 
to certo, de  que  ja  São  Bento  eftava  aclamado  Príncipe, 
&conftituidoPay. 

Tolis  enimfS  libris  aSlorumfydrgeregaudes 
Argumenta.  Yirijonbusjttfpende  cor  ohm. 
Iam  pater  es. 

ftiVenal.Satyr.y. 

194     Noefpirito,  &  exiftencia  deites  fantos  docu- 
mentos acabarão  os  enganos  dos  fabulofos  Oráculos.  A 
pomba,  que  em  Maciera  dava  as  repoílas  no  Oráculo  de 
0  lÃayoUDietÇttttituiaret  Marte,   56  devia  imitar  ao  corvo,  que  fahio  da  arca  de 
ceium„ai.  Noe,   57   nao  tornando  mays  ao  monte  de  Maciera,  oeí- 

s7  Dimifttarvúm:quiegrc-  pojs  que  nefte  de  Sublaco ,  o  Efpirito  Santo  em  figura  de 
cer.en.i.vcrj.T.  Pomba  ditou  a  Sao  Bento  os  inítitutos.  O  Oráculo  do 

campo  Jaunio,aonde  dormiáo  envoltos  em  pélles  negras 

deanimaes   ,  os  que  procuravão  faber  o  ílgnificado  de 

J^S^^itfeusfonhos,   58   parecéocouíaíonhada,  àyifta  da  negra 

««»j«/;/iH  tVftotií»/».  mortalha  com  que  andamos  cubertososorimevrospro- 

ino  vértice,  cm  petentes  Oracu-  '  ■»  i     t      r  í      i 

ianignmtem  immeiant  anetê,  ieliores  deites  documentos .  As  arvores  dobolque  de  lu- 

2tó!^SSS5?:  Piter,que  no  Epiro,  fingio  a  gentilidade,  daváo  as  repoí- 

59  ib,foLsi6.fHbcodemfi-  (ras     cq   ficarão  muyto  atras  na  eftimaçaõ  dos  homens  ,á 

tuiovaticinia.  -ni  rii  ri--  1 

vuta  dos  comemos,  com  que  os  periuadiaoas  novas  plan- 
tas de  Sublaco.Sendo  efta  Regra  a  verdade  daquelle  men- 
tido Oráculo  de  Apollo  Milezio,aque  chamavãoo  da 
immortalidade  d'alma,  porque  toda  fua  direcção  he  enca- 
minhar as  almas,a  viverem  eternamente  na  gloria. 

Cor  por  e  confcclojum  totm  in  tetberafertur, 
In  corruptus  ubimanetjiumjuam  quèfewjcens. 

195   Fonte 


E  M  <P  !?v  E  Z  A    XI:  \6i 

195  Fonteda vida  heaRegradeSãoBento^&ain- 

da  que  Salamão  deu  efte  timbre,  a  toda  aleyfanta,  60  a  ,6°  ***jifiwtirjkm *iu& 

__ ,    4         ,         "       _  r  i  •       i  1  r  declina  a  num  merlv.t reter. 

Regra  de  Sao  Bento,  ■emianir  domar  da  graça,  que  toy,  t}.iêrf.  14. 
comoja  fica  dito, o  Efpirito  Santo,  que  a  ditou  ;■&  pela 
-comunicar ,  o  Occeano  do  efpirito  de  todos  os  jufíos,  que 
foy  São  Bento,  que  aeícrevéo,com  mays  propriedade, 
que  todas  asRegras,mereceobrazãodefonteda  vida.  Pa- 
ra reparo  dos  perigos  de  morte,  amanhecéo  efh  luz  no 
mundo:  a  todo  reparou,  porque  alumiou  a  tudo.   6í  An-   6l  t*k""  jfhnãor  ex  viro 

„  r   .    .         ri      *         j.        r         o  -       r>  i>  Dei  BenediSotíJ  teclefitmil- 

tes  ,  que  o  Elpinto  Santo  dita-ie  aSao  bento  a  Regra,  hftra»damdivinhu,  erícuit, 
precedéo  em  o  monte  de  Sublaco,oincendio  daquelles  '<</^;>'>*>'<' "'««/?<<< 
três  fogos  ,fobre  que  São  Bento  fundou  fua  Religião :  af-  ^«ft"<>»i°ng<>,uiequ:di#«- 
fycomo  em  o  monte  Sinay  ,antecedco  oíogodoCeo,a  »*,«»«•  Sa9. 
promulgação  da  Ley  de  Deos.   62   Fumoto  virão  oslf- 
raelitas,omonteSinay:   62   &  clara  efteVe  alabareda  no  6a  ***$«** \*uiintmú^ 

.  ,  _    1  ,  -  r    -        \       \  r  •        """->*<■  nicar e fulgura  txodi. 

monte  deSublaco,naimpoíiçao  dasleys;  emotumoin-  19. *w/.  16. 

dicou  o  monte  Sinay,  fer  iombra  da  ley  da  graça,a  ley,  ^& ^Zu^™'  *'"" 

Deos  nelle  dava  aos  ifraelitas:  64  Emalabareda,p^rece, 

mofirou  omonte  deSublaco,oque  porvefés  déyxamos  <54  Commmitat??. 

dito,  que  he,  fera  Regra  de  São  Bento  a  luz  das  Regras, 

com  que  os  antecedentes  Padres,  difpuíerão  a  forma  dá 

.  ,         \-    •     r      *  *   Tride  fupra  emprez*%.  nt 

vidareligtola.  *  ,,6.™;.r,M7. 

196  A  condição  de  híía,&  outra  ley  explicava  acâ- 
íidade  dehum,&  outro  fogo,  porque nenhum  queyma- 
va,  ainda  que  ambos  ardiaó.  Ley  ignita  chama  a  Efcri  tura 

áley,que  Deos  entregou  a  Moy  fés.   6<    Jugo  intitulou  6<  i*tâhri%«x;g>>*  Jèt: 

J/~i  O  J  s     J     O  Deuiercií.n   ve'f-Z. 

Chnfto  á  ley , que  deu  aos  homes :   66   Mas  aíTy  (c  expe-   6f>  y^»™  ««'«  mtumfuau 
rimenta iuave efte;ugo,como fe fentiobrando aquelle fo-  ^ MiUh-,l-va'J- }0' 
ga;  porque  occupãdo  o jugo  ambos  os  hombros,  de  quem 
o  trás ,  íócom hum  hombto  fuftenta  o jugode Chriftó ,  o 
arurrunado,quefe  íogeyta  a  tile.   6j  Toda  a  ley  tem   ^  $»*;**  tibumer» «** 
prcfpetivasde  Ethna ,  porque  he  ley  ;  mastaõ  moderadas  fyfaU  >  W- si- 
dere véo  Deos  as  fuás;  &  ditou  a  S.  Bento,  as  dos  Monjes; 
que  a  ley  de  Deos,  todafe compõem  de  amor;  &  a  Regra 
deSaó Bento, aíTyheamoròfa, que  naó  contem  nenhum 
preceyto  depeccado  mortal, mays  que  aguarda  dostres 
votos.  Foraõeftasleysaluz,porondeos  Príncipes  devem 
guiar  as  fuás  ley s,  para  que  os  vaíTallo?,  na  moder?ça  5  dcl- 
tas^eonheçaóadiíFercnça ,  que  vsy  do  tempo  da  eicravi- 
doõ,  ao  tempo  dã  liberdade.  Quando  Nabuco-Donofor, 

X  leva- 


1 62      o  i^mcfoÉ  WS  $AT.  TOMO  11. 

levava  o  povo  de  Iírael,  estivo  para  Babilónia  }mandou 

pòráscóítas  dos  mayoraes,  entre  os  ifraeíitas,os  livros  da 

68  SvperjunBmtm  ettvy  w   act>nipanhados  de  pedras.   68  Táo  pouco  peiàdas 

Cif  no/ira  cnorarijHinur,qua-  .  ,  n  ->ili 

dopergebamus ;«  capúvu»iè.  erao  as  leys ,  quando  o  povo  eítava  emiua  hnerdade ,  que 

m^fiiiorun,  i/wi/pi  para  lhe  caufarem  opreíiao ,  quando  cativos ,  foy  nccelia- 

ibantvtcut  Vp,*cep,t,Hicõ-  rioaiuntarlhe  o  peio  das  pedras :  o  tempo  do  cativevroa- 

Jutr -ent libro,  tegir  ,  & uí face-  /  ,    ,     A  .*.     ,  o       •       i  J      t         'n 

reniextitmatiucM^imph.  crelcentou  as  leys  a  gravidade ;  &  ainda  que  dehumhey 
7Z%Z!rt;lí'Uí',ieT'lntiM  tyrannojcomo  craNabuco,  não  fe  podia  eíperar  outra 

■tipa  E.upbra1it>\« ongravernnt     J  '  '  *  ■■         í 

t<sj»íraaka?o,ií.Par»i>hraf-  coufa mays, ào quefozer  moleftas  aos iubditos as leys,que 
wwm.i.verf.  5.  cirvidbitt  os  Príncipes  elcoihidos por  Deos, decietarao iuaves;  cem 
ntfrumiwb»&ur.®c..  tudo,  para  que  o  povo  ingrato  conhece-ie  o  bem,  cue  per- 

dião  na  liberdade,  de  que  os  privava,  fe  lhe  ajuntou  ás  leys 

a  durefa,  &  apeio  das  pedras,  que  dantes  não  tinhão.Com 

mayor  coinmiferação  foy  compófta  a  ley  da  graça ,  do  que 

aleyelcrita-nefta,tudo  eráo  caítagos;  naquella,tudo  làó 

perdoes:  a  ley  da  graça  deu-íe  aos  bornes,  quando  refgata- 

dos da  culpa;  8c  a  ley  efcrita,no  tempo,  emque  vivião  ca- 

tivosdella.  Os  documentos,  que  os  Padresantecedentesa 

São  Bento  deráo  aos  Monjes,forãocheyosdeafperefas; 

&  a  Regra  ,com  que  Sáo  Bento  os  reduílo  a  forma ,  he  a- 

companhada  de  branduras:   69  porque  osMonjes,  antes 

de  Sáo  Bento,eftaváo  mays  fogeytos  ás  tentações  pela  fal- 

mm.  •  j  4  auuriu.16.         ta  >  °tue  tmhao ae  recolhimento  j  &  dcípois  da  inítituiçao 

70  M^rii!e,fj!a  âcSts  Jefte  Príncipe,  70  vivião  mays  reparados,  porque  fe  a- 

Pjte-  m,ut D.tisrr.ardustomo  juntarão  a  viver  em  clauzura:  &  a  dirierença  de  tempos 

v« PfiinuiHibakiw.        foyj a  que acrefcentou> &  deminuío  o  pezo  das  leys. 

197     Também  a  fantidade  do  Legislador  condufio 

muyto,  pára  o  favorável  da  Regra;  aíTy  como  a  virtude  da 

Sol  he  emí  a  principal,  da  bondade  da  luz.  Tudo  faõ  tyrã* 

, . ,.     .   .,.     .   .,_  nias,  aonde reyna o peccado:  não fabe  condoer-fe , quem 

intrrimi,  i>rm:,u,qiScn,ãmui-  vive  reo  j  lo  ielaltimado  delinquente,  quem  nunca  roy 

inn,anuA9n.mU\i.íirtj.xt.  comprehendido.  71    O  mays  cruel  verdugo  contra 

vrj:\s;r  hum pcccador.he outro peccador.   72   Souberãoosma- 

7*    Mifereturer.im,qttincr-     .,r  '  íl«J  t  Ol 

titerrtre,»<mmifereturquier.  nníiey ros , que  JJeos  eitava  irado  contra  Jonas,  &  lança* 

rorii  ■■A particept.  d.iSJmbroft  TV  li  \  '     I   -  1^» 

mPfjiLmt7.  ram-noaomar.  73   Mayor  culpa  tinhao  para  com  Deos, 

7,  TuhruntJon»m<8 mife-  aquelles  mariantes , do  que  o  Profeta  ,  que  hia  por  pafla- 

ttihtiniiuK.  ]onx  i.vsrf.  ,$.        »  ti-ii-o  11 

gey  ro ;  o  leu  peccado  era  o  da  idolatria  ;  Sc  o  peccado  de 
Jonas,  odadefobediencia;  &huns  homés  homicidas, co- 
mo não  tiveráo  compayxão  de  Jonas  homiziado?  Por  iíTo 
mefinoienão  hftiuurão  deftf ,  porque  eílavão  criroino- 

fos. 


fos.  Soo  inculpável  favorecéo a  efíe  rêo  jDeos  o  recolhéo 
ao  ventie  dehúaBalea  ,  aonde,  como  cm  navio,  íurcou  os 
mares,  &  fe  abrigou  das  ondas.  Em  onaviofentio  Jonas  a 
crueldade  dasféras,&  em  húa  fera  teve  o  amparo  do  na-   74  N«««  firHatm  frifuit 

*  .  o      '  C'  C         ■     feranavigium  wimiiravit .  Ze~ 

vio:  *j 4  aeliegovernavao  peccauores , &  aterá, alann-  Maum. t.*ajcb»Ucaf.iu 
dade.O  melmo,  que  íuccedèo  a  Jonas ,  acontefíe  em  as  re- 
publicas ao  vaíTailo,  quando  as  adminihra  ofacinorofo. 
Sendo  eílahúa  das  razoes,  por  onde  Chriílo  não  deu  po- 
derá feus  Dilcipulos  para  abíblverem  de  peccados ,  fenáo 
defpois,  que  lhes  infuhdio  o  Efpirito  Santo.  7<  Era  ef«  r»J, £%%?*  Dife'tuUt *" 
te  officio  o  de  perdoar  culpas ,  &  primeyro  lhe  communi-  spíntum  sanQi,m,qu»rMmre- 

,  rr  i  mtferitú  ttccat*  ,  rcmitumur 

cou  toda  agraça,  para  que  trataílemaospeccadores ,  com  tit.j**w,ht  o.  *«/.»,. 
todaamiíericordia.  76  Donde  venho  a  alcançar  o  myf-   l6,9'Jty*u?"e!m"miu 

'  t  ,  *  ^        Tendi  feccata^qbiinjíiffiilicr.e 

te  rio,  porque  Sao  Bento  viveo,emhua  cova  tantos  a  nnos,y«"»»/»^ »/;;«»»  evMute^ 

com  tantas  aiperezas,nao  Iheíendo  preciío,  para  alcan-   ckvftt&iflrftí. 
caro  Ceo,deyxar  aCorte:  77  masforão  neceíTariasas   "  fíui juiJmBe*eJj8urj!- 
penitencias,  para  que  hcando  comellasmays  eípmtuali-  «w^e^e,  *«■»«*,  s  cor 
zado,  chegaíTe  a  dar  a  Regra  com  tanta  brandura.  T'llTflT  Del:Ã'11 

?  o  O  reata  L  i/gr,  V.jrijgpud  bale 

1 98      E  fendo  efla  Regra  a  obrigação  maysfuave,he  *«fi«4m /,*.,.  fa«/.«/.aç. 
para  algús,a  fogeyçáo  mays  penofa. AíTy  como  he  a  luz  pa- 
ra com  os  olhos  j  he  efta  Regra  para  com  os  fubditos:  offen- 
de  ao  relapfo,&  alivia  ao  Religiofo.O  Manná  manjar  íua- 
viííimo,  foy  para  quafi  todo  o  povo  de  Jlrael ,  iguaria  gro-    '8  K»»fe*t  anima  »*flrafit- 

r  r>  ir*-  1  •  ter  cibo  iú»hvij]]mo  J\iiir?erO' 

ieyra:   70  muytos  deltjavaoantesamorte,doqueviver  w.n.Wa', 

derte  fuítento  :  79  os  que  íe  lembravão  dos  regalos  do  t2  &*f>^™"*"°f»<- 

ÍLgyptomâoachavãogoftonofabordoManná.   80  São  ^  cortem  ex  ofutam. 

pitas  memorias  ,asquenaodeyxaogoitar  da  bondade  dei-    80  Recordamurrfivmqu» 

ca  Regra  j  para  os  efqutcidos  do  mundo,  faõ  asfolhasdef-  «*!*'*»"«4^,Dp*.ífc. 

te  li  vro  uvos  de  mel  j  &  para  os  radicados  no  fecule,  paíio 

amargofo:  Comefiedifíabor  reccbèoceítoimsgodo  £vã- 

gelifta  o  livro,  que  a  boca  do  mefmo  Santo  achou  doce   tj  ^cetti  i.brum  je  ma»» 

_ M       00  -    1    n        ITT"  <*  xAnleli  ,(5  Jcvoravi  illum :  £5 

como  mel:   S  i   Òc  a  razão  delta  uiilercnça  íoy;  porque  na  'irm%m»m<usã^uãmãM' 
boca;  fefiguravãoos  lembrados  deDeos  &  no  eltomago.  '*M<*»J?rffit!im»mnu' 

r  .j  0  ,  \        rteaius  efiveníer  rn:us.  *,4foc. 

oseíquecidos:   02   &  para  com  cites  perdeo  o  livro  ado-  »o  v.tj.  .0. 
cura,  que  aquelks  lhe  acharão.  O  cordeal  ,que  a  todos  re-  ^T^íSÇ      ■ 
frigera  ,  pareííeaodiliriante,  que  feabríifj  com  clle  ;  hum  tneàrfuiu^iHxurM.  md$ 
púcaro  de  agoa  lelnereprelcntanocauddoío.  hmur^unc^hituaYibw  duU 

i99     Najoya,comqueostheí^uroSdoSu!t2õíc^--t^;.         ^ 
ziaõde  ineflimavel  valor  ,eíiava  embutida  húa  pedra  de  *entertjttamar«mviãmr,  d 

t       .  .  ..  ..  11         r  1     n-      afperum    D.  *rfy£un.  ItmiltM 

tal  virtude  3  que  nao  podia  olhar  paia  ciliciem  inoleítia  b.,«  ^a/. 

X  2  dos 


ié>  O  $®JKCl<?E  LOS  VAT.  TOMO  II. 
dos  olhos, quem  foííe  luxuriofo.  Humdosíigitiinos  Iier-« 
deyros  do  cipiritodogrande  Padre  Elias,  aquellefamoío 
Eicritor  Carmelitano,oqual  entre  os  Autores  infignes, 
que  deita  fagra da  familia  íahiráo  amontes  ,intiruloiiíuas 
obras,  Fortaleza  Evangélica, eícreve,  que  afabuloía  tra- 
dição deíies  theíouros  foy  hum  tofco  debuxo  das  c- 
bras,  com  que  os  Santos  enriquecerão  os  theíouros  da 
igreja  ;&  compondo  asjoyasdofegundo  género  dos  íer- 
viços  dos  Patriarchas ,  porque  as  da  primeyía  forte  íoráo 
os  progréííòsdos  Sagrados  DifcipuIos,vem  a  dizer,  teve 
a  Regra  de  São  Bento ,  entre  as  virtudes  dos  Patriarchas  o 
valor,  &  realidade  da  joya,que  dava  aos  theíouros  do  Sul- 
8,  F.ayDkvifioieS  .Bk.  taõ  a  mayor  eftima.  82  Foy  efía  Regra,  para  o  vicio  ef- 
ícwou  jermo  ttes.  Benzia,  candalò , &  para  a  virtude  eíeudoj  fubindo  tanto  no  reí- 
.    _    '^  peytocomfualuz,avidareligiofa;&:dekendonaefíima- 

çaõcomfeuefpirito,a  vidaditroluta;queefta,íemelhante 

ao  idolo  de  Dagón ,  padecéo  ruína ,  quando  a  Regra  defte 

Príncipe,  como  a  Arca  do  Teftamento,Ihe  fez  oppoíieão. 

U  ícceb^otíaceãtpro.  84  E  a  vida  R-êlig»ofa,quc  antes  de  São  Bento  havia  per- 

wuinterrAmte  arcam  Domi-  dido,em  muytas  partes^  a  purefa ,  com  que  os  Apofioloa 

de  Chriík>,aplantarâoemtodo  o  mundo, pelo  contagio 
das  hereílas  y  defpois  que  efíe  Patriarcha,  como  outro  Da- 
vid, deu  batalha  ao  Gigante  ,  &  vendo  que  as  pe- 
dras ,  que  tomou  por  armas ,  &  com  que  o  pòítreu  por  ter- 
ra, fbraõ  os  capítulos,  em  que  reparte  fua  Regra  íanta,  co- 
nhecéo  o  eftado  religiofo,  ler  j  para  com  elle ,  a  di  fpòíiçaó , 
8?  EJeZitf,biqUinquehmpi-  &  virtude  deíla  Regra, órègáto,donde,qual  outro  Dávid^ 
£f  T'a ÇJ  ■ '  íUtonenu'Lbi  tirou  as  pedras  limpas,  comque  matou  o  Gigante  immun* 

do.  85 

200       Em  pacifica  paz  reynavaõ  os  vícios  5  aguarda 
se  fortUerstDsgon^uando  de  feus  fequazès  lhes  aíTèpurava  o  repouzo  :  em  guerra 

finita gtnúbus  àrmafub  euHo-  r  i  n        \  J  -11  U 

■ÀebatmatrtorforthréftjitàÀ  viva loy  depoítodo  trono,  por  mãos  daquelles  ,que  abra- 
fâc^quahmcvianxfpoiia.m-  çara5    fa  Regra   Qs  foldados,que  guardaV3Ó  as  portas 

ptetatu    eripuit.    Pater    mear    *  fc>  1,1  j-^.13  r 

Mcdahb.x.cap.to.adiUaver-  do  templo,  fuftentavaõ  no  altar  aDagon  j  mas  íoy,  em 
c»ftodit  atriumjuum ,»  pace-  quanto  nao  chegou  a  Arca ,  onde  eltava  depolitâda  aky. 
funiea^iiapojfidrt.Luctu.  $5  Com  a  virtude  deíta.fez a  Arca  o  eftràqo:  87  &com 
87  vtraqu! vera •  qu* enim  os  documentos  daRegra,  rizerao  osMonjés  o  deíiroço. 
èSS^SãâS  Temefta  Regra  forças  de ley,em quanto  ádi_fpofiç5o,& 
ru.D.ci0lo^r.iusfup  ni»d.  forma  Monaftica    poriflb  com  a  luz  deu  eí  piri  to  infun- 

Sitrge  Domine inrequieni  tua.    j-  1  *■  íkL  J"i         í>  li 

né'^3rc».pf.i}i.vtr/.i.     dio  valor,  a  quantos  teve  por  uibuitos. Cornélia, a  meu 

pare- 


EM?  (REZA    XI.  \l* 

parecer ,  ficou  o  eíiado  Monachal ,  fuftituirído  o  lugar  da 
Efpofa  dos  Cantares ,  em  ordem  á  nutrição  Religioía.  A- 
gradava  ao  Divino  Efpofo,  que  os  pey tos  daquella  Alma 
Santa  foíTemasduas  taboas  da  ley ,  aonde  íecreavaõos  fi- 
lhos de  Iirael :  por  falta  de  idade  naõ  fatisfez  a  Ei  poía  a  eí- 

jjK  oo    \í  r  J-"  83  Soror  Kcfirstarva.Vuhc- 

tavontadede  Deos.  bb  Mascomoiavor  divino, quart-  ranetatetçtnt.è  vttj  s.Róe 
do  efta  Religião  mal  contava  os  annos  de  lua  puerícia  ;  a-  %lt*?fj?^/'K^* 
chou  nella  Deos  tal  capacidade, que  depoíltou  em  íèus  *bMi*fb,tefp>puíumh8** 

dl  i         o     -       r     •  r  J      íjn'  ,V  ntttiicbarit.  Galatinm 

uas  taboas,  onde  eíiao  cicritas  a  Ley  tíe  tiud  Mckdofatò.i.jup.cap.%. 

Deos,  &  a  Santa  Regra ;íef vindo  efta  delima,&  cfcod'a,&  **  rftàrf&.-ii.ftB.t.n.x* 

a  Ley  deDeos  de  fornalfi3,&martelio:  Com  efta  crea-    _    _  .  _    . 

-    iir.  t  •  cl  -   c  9       prtpartvtt  Dominu» 

çaõíàhifaõ  taódiícipiinados  osMonjes  ,  que  ficarão  ien-  Deutbedtram.z.-.Vttpttui». 

dn«n  J  '..JG-j  J      ^     J  bro  fitpra  Ciput  CJ1U    Jcn.i  d. 

o  Meítres  em  toda  a  virtude,  &  Ho  mundo  todo.  vtrf/.Protegcn/bedcri  j*„s, 

i  o  i      Chegados  ao  tempo ,  em  que  Saó  Bento  ampli-  iffwijwmprougtnttm,*- 

nri^^/-r"í^  dacs.  Pater  meus  J-aurciui  in 

ficou elta  Regra,  em  Caílino,moltraremoscommayspon-  ^Segor.  verbo Dtfc*dcre&c. 
deraçaó  fuás  exccllencias :  por  agora  bafta  faber-fe  a  utili-  gJ^^Z^t 
dade,  que rectbèo  efta  Republica  fanta,  com  a  illuftraçaõ,  origmttfu?  Exod.bomji.9. 

-,1  J    P       •     n-  li        r  -    J        9'   1" báculo meotrãfivilor' 

&  oblervancia  deites  ínlíitutos,  osquaes  Jhe  iervirao  de  danem.6tnej.iz.vtrfio.jfor- 
cortina ,  que  no  reparo  caufa  orefpey  to :  Foraõ  as  leys  fi-  ^««fl^i-n»^  ■  '*»?»- 
guradas  em  a  Hera  ,com  que  Jonas  fe  defendéo  das  incle-  fi™  bmu. 
meneias:   bp   E  nas  Cortinas,com  quele  venerava  o  ban-  /,J,m.  idemiÁurtt.fup. 
tuario.   go   No  Báculo, de  que  fe  ajudou  Tacob  para  paf-    9»    Extendiíquêfumitnem 

T*j.  •       j       f     •  i-   1  i  virg*,au<c  habitat  imnanu,& 

lar  o  Jordão, tiodojuizo,  gi  era  entendida  aley,que  mmgninfavummais^tUu- 
Jacobguardavá:  92  porque  íem  ley  todo,  &  em  todo  o  ^^l^^T 
iuizo  não  fe  tomaria  pé  ,&  naufragarião  todos:  razão,  por  7«pt>a,  r-"""  !;s- . "»?»«« 

,  .  r.  j/\r  t  11     i»  certecontinttduletdwê.Pa- 

ondeasleys  iao comparadas  a  Vara,  com  que  Jonathas  ai-  t:r  ,„eux  ^iicu»-,,.  «.  .• 
cançouofavodemél,qUelheacIarouos  olhos.   93   Os  ?rb\L"ZlVZfJ 

*  '1  7?  lerunt  a  partem pijcuajj    _     i 

foldados,aquemosdeBehunciachâmavãofilhosdeMar-  vummeiu. 

n».     .        .    -      .      «  ,  ,     ,    -  *  04  Franeifcuf  Pálormittnut 

aopordivizahua  balança, pendente  dehuamao,  jej„ji,tuuo»e&difcipim*mi- 

armada  com  hum  efeudo :   òa.  balança ,  &  efeudo  faó  as  '"«»"/'  7«-S  »  «■«*"•  so. 

.      'f  i    '  9$   Scuto tircundttbit  tevt- 

leys:  95  na  que  os  Monjas  receberão  nefta  Regra, fcfir-  maftjur.  pjai.  90. *«./*.  1. 
marão  invencíveis:  &  nas  regras,  que  os  vaíTallos  obicr-  ÍSEÍS^*"*  *" '*" 
váonasleys,fe  formão  inexpugnáveis.   g6  ^6  Sumafcutumimxpugna- 

r\.    *. /t       '  ■•    &  i«  bilcetquiUttmSapicnti,\  .verf. 

101      Os  Mon;esconleguiráo grande credito,com a  »0  usumethgê  cctru,RaH- 
profiflaódeftaRegr3i&eíb,grandeabono,comaobíer-  tí°*Z£fi£l 
vanciadosMonies.O  valimentodos  filhos  abalizou  a  vir-  quttxtditntumhab* 

jj  lijryii-c  /-  11  c  filiot  dtfigntrt  po\  .".Ott 

tnde  da  molner  do  Zebedeo:  toy  a  may  hgura  oa  ley,  &  os  g,*cifup.  Math.  b»m.^ . 
filhos  das  vaflàllos.   97<  A  fortaleza  da  Arca  defendeu^ 
aosdercendentesdeNoé,dasagoasdodiluvio:aguardada  (erva*ti*mitt  <   .  -:<•> 
Jcyroy  a  medida  daalturn  da  Arca.  90  Agrandcfa  aiíy  ^atud». 

X  3  cia 


1 66  O  ^KClfE  TjOS  TJT.  TOMO  77. 
da  Religião  como  da  Regra ,  aíTy  da  republica ,  como  das 
leys,  depende  da  obfervancia  dos  lubditos ;  &  a  felicidade 
deiles,  do  vigor  da  Ley.  Mas  para  que  aeftaíeja  provey- 
tofa  a  obediência, &  lliave  aos  vaiTallos,icmbrem-fe  os 
99  Et  aivohu  tyijm  ai  pf  jncjpes  da  pedra,  que  fechava  a  iepultura  de  Chriíio: 

ejiinw  uior.umcntt.  Matc.ctp.  í  ••11  1  •     1 

i.j-.' »;r£ 46.  po  a  quem  intitularão  ley  daiuorte;  100   tiniiaráogrã- 

ico    L  ap:<  ad  tfiium  menu-     1  '   j  /"      •      J        "  J       '  ?v  4       "  1 

gtnnncrm.Hmonjup.  iA»ib.  nUefli  a  podeíTe  mover.   1 01   E  pedra  tão  pezada  ío  po- 

acitâ  eunâcia.  verbo  Latii.        ™  '  .  *■      r  .  .  ,  *•  ri  n     * 

.0.  Quurevaivet poluía,     dia  reprelentar  numaley  demorte:  raltavaaeiíaiey  a 
'tftm, Uançy.rt.vnf.i.         ftavidade da  luz ,  por  iíTo não foy  ley  de  vida.O  pe- 

zo  proporcionado  aoaliceífe  afiegurafe  a  íi ,  Sc 

á  obra  ;  mas  quando  excede  as  forças  do 

fundamento ,  he  ruina  de  ambos. 


ENTRE 


ENTREGA 

OSUMMO   PONTÍFICE 

SãoHonnifda  o  governo  dos  Mofteyros  Latarenenfe, 

&  Vaticano  a  Sio  Bento j&  inftitue  o  Santo  PatrU 

arena,  em  cada  hú  delles,  húaUniverfidade. 

E  M  í>  ^  E  Z  A    XII. 


203  wà  Odooedifíciõ,pormáysílimp- 

tuofo  que  feja ,  para  fe  confer- 
varneceffica  de  reparo:  as  pa« 
redes  deícubertas  á  inclemên- 
cia do  tempo  ani fcaõ  a  íbrtale» 
fa.  Saõ  as  republicas  o  edifício 
cujas  paredes  refilem  menos  ás  innundiçóes  adveifas,  em 
lhe  faltando  o  reparo  dos  Sábios.  AíTy  odiflinio  Demof- 

thenes, 


nHmèmrrWmto.jk.       ^     OsHeròesck  Marte,  reconhecerão  efcavcnfa- 


H%       0  ^iNClfE  WS  fAT.  TOM.  11. 

thenes,   i    comparando  os  Doutos  de  Athenas,  aos  cãea 

dos  paftores,&  a  republica  aos  rebanhos ;  eftesdiíTeoFi- 

i  íftdoruthb.i.EiymtfFa. J0fofo  clll  quanto  tiveraó  maíUnS,  que  OS SUardaíTem,  fo- 
fo/;// Uaximut.  „       ,     ,,        ,.•*.  ,        ,    ,  .  r       lr,  °  ,   ,. 

rao  derendiaos  dos  lobos;  da  meíma  lorte  a  republica  ten- 

i  s»iutauitmubibu$MC9H-  do  fabios, quea governem.   2  Cufíavamuytofangueao 

tiiia.Provtrb.il.  exercito  de  Filippe  Macedonico  ,  fuítentar  o  cerco  de 

Athcnas,&  valleo-fe  da  mayor  indiiftria,  para  a  render 

fem  deficuldáde  ;  ofterecèo  pazes  aos  Athenieníes  com 

,  s.ifiJtrusnbifupra.       condição , que  lhe  dariáo  dez  fabios  daquelles,  que  affif- 

tiáodentro da  Cidade;    3  adeAtheuas  eftava  fortifica- 
da com  gróííòs-ttvuros,  &  prefidiada  de.  fortes  Toldados: 
4  civii<Kparvaf5pauciinea  mas  nenhuma deftasfortalefas  enfraquecia  aerperançade 

virr.venit  contra  cninRex  mag-  -,-^.t.    .  ri'-     i     11  I  •       j  "     r  1   ■  c  i 

mtr&vaUaviteamsxtruxwè  r  ilippe ,  ialtandoJhe  a  companhia,  doslêbios ,  que  lendo 
mm,itio*e,pjr Gy,,:,n,v per-         j^  -   repubhca  como  a  fombra  do  louro , re  filiem  a  to- 

fcitt  ciiobjidio.  InvcMlli  ejt tn    l  L  ■> 

e»  virpaupcrjSfapiensg) 'libe-  da  a  K3  de  Jupíter.  "4 

ravit  urbcm  perfapieni-- 
am  Ecclef.  9 .  verf,  1  $ . 

gemnoslaureâdos  deMercurio,  povoando  feusReynos, 
náo  fó  de  armas ;  mas  também  de  letras :  Alexandre  ven- 
cendo a  Dário,  mandoubufcar  fabios  a  Athenas,  que Cn- 
%  DwJortif  jin[te.âe  meii-  finaíTem  aos  Perfas.    $   Sertório  cqufumada  a  conquifta 
jlan'oeUeTarh% sou/uTu-  de  Portugal,inftituío neíle  húa Univerfidade.  Ptholoinco 
TsSaSf  t','ttg'        Phiiade^ho ,  ajuntou  em  fua  Cidade  ,  fetenta  fabios  de 
7  suetomut.  difTerentes  partes.  6    Túlio  Cefar,  7  oEmperadorVef- 

8   ldem,\$  blauâuihb.4.  n  O     e      a  -         TV  C         -  r 

9  tonunu,  de  libcrMtêu ;  paliano ,  o  •&  Antonino  Pio  ,  9   nzerao  ameitna  ccn- 
ssD.m.6.%.Mnum.        duçao  de  letrados,  para  todas  as  povoações  de  feus  Impe- 

10  Eeptifta  i-gnauus.  *  '  í  r       Â  t     r> 

rios.  Carolo  Magno  para  a  lua  Corte  de  r  rança ,   10   & 

EIRey  Dom  Diniz,  para  a  de  Lisboa.  As  republicas faó 

como  a  hera,  que  náo  tendo  ai  rimo,  nemdurió,  nenifo-  \ 

bemjosconfelhosdQsfabiosfaóo  baculodas  republicas, 

205      A  fantidadc  de  Calixto  IJI.veudo,  que  entre  os 

11  ^ovimus? cnunuthb.de  Catholicos havia  mays  de  três  milfabTos,  dizia, que  o  não 

*7uL?£mX  Mm'tl"s  intimidava  todo  o  ardil  dos  Capitães  de  Europa.   11  As 

melhoras  de  húa  Monarehia  nãoconllftem  nasmachinas 
demuytos  exércitos,  fenáo  na  difpoíição  dos  Fronrey- 
ros.  O  Emperador  Confbntino,  experimentando  em  íeu 
filho  o  valor  neceíTario ,  para  confervar  o  Imperio,náo  lhe 
entregou  o  governo  fem  o  preceyto,  de  que  tiveíle  por 
»  £m»(im  «fuà  Voimt*  adjunto  ao  Filofoío  Abfabio.    12    Os  Summos  Pontifi. 

cesdefpois  deinteyrados  da  vigilância,  com  que  os  Paíío* 
rés  Ecclefiafticos  apafcentaváo.&  dcfendiáo-o  rebanho 


Van. 


da 


EMV%EZA    X21.  16a 

da  Igreja,  para  mayor  iegurança  decretarão,  ouve-fem 
emas  SèscadeyrasmagífíraeF.   13   Equeos  Parcchos  ti- 
vellem  em  todas  as  íreguefias  Clérigos  icientes ,  que  cou-   m  ^^«ír-í-  «ífff^ 
trina-iemopovo.   14  A  virtude  do  Pattornecomootn-  Quianonnum.  t^itèieto*- 
go;  o  natural dosfubdkos, como  a  terra;  &  ienasrepubli- *''"'•  ,  _        ,.        ,  T~ 

fy     '  '  J  1  14    Ini.  ,-ut  quijque  \.d:  '/t* 

tas  não  ouverem  doutos,  que  as  alimpe  dos  abrolhos,  não  u&hoiufiàtcCUrtttrà  w  •.. 
uzira  íruto  a  virtude  do  Paltor.   1 5  «.#,««*,©  *«&•*$»* ,  ef 

206     Alguns  Principes,que negarão efte  preftimo  âoJ^°favcr'""  «*■  -v-'"'*'i-  M- 
fabio,  reynarão  fem  fortuna.  Licino  £  mperador,chamava 
aos  fabios,  péíie  das  republicas,  &  não  os  admitia  a  nenhú 
concelho.    \6   Governou-le  pelo  próprio  parecer,  com   16  Baftijia  FSnatiut. 
oqual  não  pode  confervar  a  faudavel  amizade,  que  tinha 
com  o  Emperador,Confi:anrino  Magno  jnem  perpetuar  a 

dw  1  1  1  /~v  17    Mexia inviti  Csyfin-.si» 

olmpeno,que  lograva  independente.    17   Oca-^j^     ■  * 

minhante,quenáofegueoroteyro,que  oguia,perde-fe 

na  eftrada:  mapa  do  governo  (àò  os  concelhos  do  íabio.  1 8   lS  "ntmtum  ttgimi»»  i&* 

1       **•    1        1     1  •  r        •      1  fipieitu.buiipeiettjiudijb- 

O  Emperador  Michael,  de  quem  ja  tratamos ,  leguindo  o  /,>«■«. 
parecer  de  Licino  perdec-fe  no  trono.  19  Todas  as  aves,    '9  *âmt  *  xit* ,ta  evt" 
(&  commayscuydado  a  Águia,)  antes  que  fayão  do  ni- 
nho, correm  comobicoas  pennas  das  azas,  para  sgilitar  o 
vo-o:  as  azas,  que  remontão  o  vo-o  de  hum  Principe,con> 
ponfe  de  varias  pennas ,  que  lhe  fabricáo  fogey  tos  de  eira- 
dos diflerentes;entre  todas  as  pennas, as  que  o  Príncipe  re- 
cebe dos  fabios,  faó  as  principaes,&  hão  defer  asmays  ef- 
timadas,como  maysfeguras:o  cuydado  da  Águia mcíira 
o  preíiimo  das  pennas. 

207  Tanto  prefrimo  acharáoas  Águias  Impe  ri  ae?^ 
«as  pennas  do  íabio,q  os  adiantarão  nos  prémios  a  todas  as 
mays  Hierarquias  de  ferviços.  Antonino  Pio,  fez  grandes  a 
todos  os  letrados  de  ieuReyno,&  lhe  entregou  o  gover- 
no de  muy tas  Cidades.  20  Sigeímundo  os  aniava,  lebre 
todos  os  Príncipes  de  feu  Império.    21    Da  mefma  forte,    ii.rati#imbtaíràÇM*. 

Carolo  Crailo.   22   O  Emperador  Gordiano  ,  23   <x    xl  j.iew. 

Carolo  Magno.  A  íoberba  de  Dionifio  Tyranno  reco-    *»  >lhu  *»!«»&*'' 

nhecéo  tanta  íoberania,em  afeiencia  de  Platão,  que  tin 

pefíoa  ofoybufcarásprayasde  Sicília.   24.   Acrucldade        p;.;ÍJ.  ..•.„;>»..,,,  iv,.-.,  : 

de  Archeláo,Rey  de  Macedónia  mitigou-ie  áííupplicas 

deEuripedesTragiographo,  dando  libeid.ide  a  todos  es 

Syracufanos,  &  Athenienles, que  tinha  cativos.   25    A   2ç  c-:      ' ':    '/  '■ 

inageftade  de  Pompeyo,  humilhou-fe  á  vifta  do:  fabios  de 

Y  Athc- 


i7o       O  TZjKC&E  mS  VAT.  TOMO  U. 
Athenas ,  não  querendo  entrar  nas  efcólas  ,com  as  inííg* 
»«  Sabeiifcie^^i.iib.T.  e?  fí^s  lmneriaes.   26  O  Adeozado  eítiliode  Augufto  Ce- 

Vcl»ietr».Ge<>gr*pb.lib.9.        f  ).  ,  ...  o, 

17  c  »■;*//  ,tcho»<rft».Difcifi.  lar  any  lê  humanou  a  vilta  de  Virgílio,  que  permitia  a  léus 
m.7.caj>:ií.  vaíTalíos,lhe  deííem  venerações  Cefareas.   27   Marco 

18  ?«/,«  ca^nm^ntj,»  Antonioornou  feu  palácio,  com  as  eRatuas  de  quantos  la- 
vii*.  bios  teve  por  meftres.   28    PhalarisTyranno  mandou  la- 
zer hum  templo  dedicado  ás  memorias  do  Fiioíofo  Stefí- 

1,9  Pcnta""!  "e  ,e"  •     coro.   29   Concedeu  Achiles  a  feu  meíke  Phenice,  ame* 

tade  de  íeu  Reyno 3  &  de  fua  purpura. 

jScjue}  ac  ego>  regna ,  ■&  dimidiam  partir  e  honor  em* 
Homerm.  lltad.  o. 

Antepõem  ojardineyroaplanta,que  lhe  dá  a  melhor 
flor,  &  a  arvore,  de  que  colhe  o  melhor  fruóto,  a  todas  as 
inays,  que  cultiva  ;dos  lábios  colhem  os  Príncipes,  &as 
republicas  a  melhor  flor,  &  o  melhor  fru&o  ;  &  aíTy  os  de* 
vem  tratar  os  Principes  como  plantas  de  fua  mayor  eíu> 
mação. 

Aman  aman  conclui  cantando giv a 
11  Mantoanyde  diparjecogioíkra^ 
,„  ti».  „  .•    .,      •   ••  Etuno»daiipa{far  Pimba  fiaritoa: 

30   ti  une  fittmtntUgts jurit  *  *    ■"  .  .  r 

c*f,r .  u-x  1 .  ãtprofeffer.  &  Qnefl''  é*  mel  M.arco  Tullto;  K  cui/i  mo/Ira 

">edic.lex\o.C.ti1.%z.lexuni-  Ç^  .■>  /        7  te?  £.    .„•    F- £     ' 

ca  ds  fludys  iibcr»!b,*rbH  Re  Chiaro,  fiam'  ha  elaqnenua,  Isfruttt,  toport: 

T >ex,  xlc.  "*' '? '  lA*  H"ica  Quefh  lonèiocchi  de  la  Itnvua  noãró. 

depi-ofefonb.tnurbeContfan-  *^-J    J      &     ^  ■  1      11    r 

imopB.  lexn.  c.ut.  *  5 .  i.6.  § .  íPetrarcha  l  rtumph.  de  la  rama  cap.  3 . 

•Scd,  C?  rcprsbari  de  excufatio. 
tmorJib.  f.2f  Còcil.  1  ridjetl, 

2?  «g.is.A Refarmatn  2o8     O fabio, como he a  Arvore, dcque todos fefuíl 

31    tlaviusVopifcus.  -       1       »     r         rii'j  *•  r    ■  A  11. 

m  rã*  boa*  luic  japienti*.  tentao,lia  de  ler  eícolinaa ,  antes  que  diípoita  narepubh* 
^T^uelnfi^hhomiJ^  i  comelfe  a  Borecer.  30  Entre  todos  os  hifioriadores 
mbonadeãrittafrnceâit,fícut  Romanos,  particularizou  o  Emperador  Tácito  as  obras 

teiravihspisucíumaiiru  pro-     ,      ^-,  ,.  r    ■  •   i.  — .    r  . 

àucit  uhyfoft.frp.  Mattb.  aâ  de  Corneho,  para  le  lerem  publicamente.   31   O  labor 
i/.'ave£a:Q«*cu„,qileJ,xerr,,.  faz  eftimado  o  fruão ;  o  bom  procedimento  do  fabio,  he 

Í4    Mijcrcji  ,qm  ante  com-  [  '  I  : 

puifns r/? docert^am  Jrfccrc:  credi to  ài  fabedoria.    32   Na  cerra  mays  efteril  fe  cria  o 

tí  ar.teprafument  bonum  fira-  ■  r        •!•         r         1    -  r 

duefe,quimfacere :  tmfxi»  ouro:  na  boca  mays  lacrihga  le  achao  muytas  veles  os  con- 
v.ni*»b,rtu»,»iha<attpt-  celhos  ma  ysQ âtholícos.   ^  Não  bafta  a  chuva  para  íer- 

r.i  ;-.op:mis,  jpargit  verba -pro         ..  J  .-^-,,  n-/» 

/»/y>, ef  «ii»»0«  adfit  n,eduUa  telizar  a  terra; -nem  a  feiencia  íó  para  fruetincarcom  a  dou- 

Jcnlunm,  abundai  Ibuma  verbo-   »_•  •       .  n        i  J  d     r 

rui.  sidoniuahb.i.  t-pi/i.      Cnna  :  a  virtude  do  meltre  he ,  o  que  produz ,  &  lazoua  o 

»i  ul  ,»*$,„, j  de  pro-  ffuão:    3i  o  nxòsut  da  vida  leia  o  primeyro.    d<    Corre 

?>"/*/.  52-  as  logeas  uemuycos  mercâdoTes ,  o  que  pretende  lazer  húa 

sala 


EliVREZA    XU.  ,7, 

gala  da  melhor  ieda :  dis  íciencias  fe  corta  ornato  da  al- 
ma^' docorpo:   16  &  devem  ferprimeyroefcoihidas:   *6  s¥e'ti'' «/»'•«*"'""» 

7  r  rirrj  MJ/l  *  anim*,&eerj>crti,  anima  rn:m 

porque  ha  muytasiahincadas.  37  I\emr.odaaiior,que  eSucitUiur  cum  iíia  ^  corfus 
deley ca  os  olhos,  be  fua  ve  ao  cheyro ;  nem  todo  o  fruób  ZltSSSCt^ '  '* 
faboroío  ao  gofto.  Em  as  arvores  tem  os  iabioso  feu  retra-    n  Si  vef.imtm»  cmpiuttu% 

o  1 1  n  CP  r  •  &)™  unum  negoliaiorcwtf  a'.' 

to ,  &  nelks  nos  moltra  a  natureia  o  leu  preitimo.  ictums$ihmcUatt$->$ti  ;«- 

209  Na  Ilha  Efpanhola  fe  cria  húa  Arvore,cuios  fru-  T^^-ií^i  ?! 

7  I  '  *       '  comparai:  quemodi  r.en  oportet 

Õlos  fendo  ag;gradaveisáviíta,iaõtãovenenofos  ,que  em  ícfuiumcirtuire »*»:» 2>eSe- 
luas  entranhas  ervao  os  índios  as  letras.  30  Ivjuytosem  r/fíW  cbíiHo  ie*u,.datur ,  tf 
íuafalfa  doutrina  uzão  do  ouro  de  Jericó ,a  quem Deos  ^.tfT^!^êémuGÍ^!t' 

J  '       i  bomtlia  xl:iv.  me  ?,).  Mito. 

amaldiço-ou:  ajudando-fe da lingua  de ouro,que he a pro-  í*  >« t},jfam0iainfuu arbot 
fana  eloquencia,com  que  Valentiniano,Baíilides,&  Mar-  pfZl^Z^dt^" 
cioafTecbráofeus  erros.    29   Amedullado  tronco  n\o£- f" tiuçi'"*r'"-0'"m" *  vcrl,m 

r  \     c      Cl         o  -J1J*  pc>1ifcT>Jucc»ian  Indiíllofu- 

tra-le  no  âmago  do  frueto ;  &  o  gentio  da  Índia ,  commu-  giu*  aimhmt  iíiut»  »<•»£». 
mente,  não  uza  para  o  fogo  de  outra  lenha  mays,  do  que  ^SSHH!!^^ 
da  defta  arvore:  porque  femelhantes  fabios;não  tem  nas  re-  *  9  humtnio,qu,0jefiuattg. 

11.  ri-  ibtfnaiuJTit  efc  emne  auiui,}, 

pUDllCaS  OUtrO  preltimO.  qUodi*  Hyenthofuerit  mveni 

210  Na  Africa  nafee  húa  arvore ,  a  que  chamão  Mu-  ^^fir^^^i',  *»**& 
fa,  he  infruâifera ,  &  tem  as  folhas  da  medida  de  hum  bra-  mhteDve^oeà,  oútrhfiMtm, 
ço.  40  Se  o  muy  to  falar  tefiemunhara  o  muy  to  faber,  ai-  7at,!j.n^'l LlíTe7^ níe/ii 
euns  fabios  faladores  conheço,de  quem  os  fete  de  Grécia  ^»flj'xr'*wt»>iits& Bgfi* 

&      1       -       r        ,r.         1  r  •  Udtf,h;:f;c,t&  Klan.cn  ba- 

poderão  lerdiicipulos :  ie  os  textos  autorizarão  os  arre-  rttm^rãtifunttHíiwgua» 
zoadcs,fc  asrazóes  as  palavras,  &  ie  afeiencia  a  prefun-  %Z$?£$*íia"t 
cão,  eráopiquenascadeyras  as  de  prima,  inferiores  luga-   40  Pai:rjiccbu,dcMi,am. 

■  •  1  di  -íi  I     •  1  dain  Hiftoria^ficana  tilul, 

resosdoprimeyrobanco,&  humildes  ospulpitosdoma-  tirAu*pTtu\aaribus  %.%9. 

yor  concurío,para  fatis  facão  de  fúa  fantezia:  mas  como 

neftas  arvores  não  ha  mays ,  que  folhas ,  tem  para  o  ferviço 

da  republica  o  preftimo  ,que  os  rapazes  Africanos  acháo 

em  a  arvore  Muía,  que  he  cortarem  delia  frautas:    41   pa-  *'  IJem,i^ 

ra  intretinimento  dos  poucos  annos,  faõ  muy  to  bons  eftes 

Doutores. 

1 1 1      Naquelle  terreno  da  Paleftina ,  aonde  fe  cria  a 

A^       n-  1  1  r  IT       4?    InPalifíina  ari:r  Çvf- 

rvore  droiion,  nenhuma  outra  planta  naice.  42   tia  fo„qu^  umirjlcw„ífni:r^m 

mimos  Doutosdiátcde  cuia  prefença  nenhúoutro  avul-  >&/*'&*&**']£"*'"" 

J  ..  ,  '     í  f  defmt  Jaecbus^jJnc:!'.  ih 

ta.  A  inveja  de  Athaneo  mordendo  a  Platão, chama  a  muy-  Ktpr.p*un,caf>.  r>. 
tosdeieus  livros  apócrifos,  &  a  outros  alheyos:  43   eà^  f^^m:W'D^ 

a  rumadas  defpois  as  obras  de  Athanéo,  acharão  ler  roubos 

daidéa  de  Plataõ.  44.  Não  hacoufa,cuede  mays  aco-  A*V"}"rà**tUviliatrà* 

1  1  *  *•  -  1  r  o    Batut.iHtJVit  <ii*ci    munu 

nhecer  os  talentos,  do  que  íao  as  obras,  que  elcreveinj  <k  «■*». 
cm  quanto  não  lemos,  as  de  algús  mordazes ,  tomem  as  re- 

Y  2  publi- 


i 7 2        O  ^mCTTE  DOS  PAT.  TOMO  II. 
publicas  a  lição  ,  que  lhe  daõ  os  da  Paleffma ,  naó  fe  apro- 
veytando  deita  arvore  íènáodeípois,que  largando  as  fo- 
4í  Um  Jacobuf  ^9fdmh  j^s  ]}ie  vcm fazonados  os  iruâos.  4Ç 

iil>t  fui) "it 

2 1  2      Nas  Ilhas  dos  Troglodittas  conhecemos  natu- 

4«  x/ffui  TreghâjtM  tu-  raesíiúa  planta,  aqual  fentindo,que  a  querem  colher  Te 

Z:ÍXZ%?e!%Z*  convertem  em  pedra.  46   Ha  Doutores^uenaoccafiaó 

*'»> &>*6*t atnmflrrii qiwJ/i  çm nUe he neceílàrio  communicalos , endurecem-le como 

f-fellcntii  i>'t;di<* ,  in  lapidem  f  ...  ,  .n  j-     -         j       /!_■  i        r 

trjivfguniur.eiwiuiiib.n.  penhas :  ialtando  mito  as  condições  do  i;.bio,que  he  ier 

t*p.  2.% .  >nfi »e.  communica  vel  como  a  fonte  de  Drumam ,  que  mollra  ag- 

stcdantif  Duid  de  *a-  grado,  a  quem  fe  aprovey  ta  delia:   47   &naõcorno  opo- 

rrciu  natura:.  Exfcriemi*  9.  ço  deltarnarga ,  de  quem  fe  naó  tira  agoa,fcnáo  em  baldes 

precioíbs.  48  Da  pédra,em  que  fe  converte  eí\a  planta, 
4r  íJ^^ev^c/Mj.ai.ao^fazeincontas:  49  por  onde  fenaõ  reza  bem  delia. 
#  th""" **'>/"■«•  21 3      Outra  planta  nafee  em  as  partes  do  Brafil  ,&  na 

Província  Pudifetania ,  que  fe  encolhe ,  quando  a  querem 

;-i     ,  i-    ■_■  colher.    <o    OutrOS  lablOS  li?,  que  faÓ  O  aVCÍTo  de  lua  jac- 

to  Mayoliu.  verba,  Planta,  •  /*  j  1 

^/ri/»  ?rovmti*v,ç*i'm>ne»  tancra,  porque  eiprayados  nas  palavras,  osexpenmentáo 
H^^é^  táo  encolhidos  em  fuás  refoluçóes ,  que  imitaó  o  pey- 
t>u,e,  pudor*, umenabwcoíu  xe,  que  para  lhe  tirar  amoeda  da  boca,  foy  neceiTario ,  que 

índiBumeHjfurgiíiajiititkÂj'  ,->  -      r»     i        r        i    /r    J  l  j*  •  1 

M,npa:moru.»»ove,», aticei  bao  Pedro  íevaleiíe  do  anzol:  5 1  djzem ,  que  a  vntude 
tt^$ÍS^rÁ  defiaplanta  não  hecoufa  de  eftimaçio :  nem  taes  fabioso 

aecefíerit,ulav:luiretroceden/  mereííeil)  ier. 

vamoi infe  .:p[am  ccViíil.  _,  1  f      1    <•  ■• 

u  Fade  Lm*rt&  m.ucha-      214     No  centro  do  mar  naice  nua  arvore,  de  nature- 
ym,  Veumpisc™;,  qtnpr.u,  ç  tâ    f     • ,  vid       lançando-a  no  fogo  abraza-fe, 

acceaent  ,to!!e:S5  aperto  ore  c-  o    '  '         J  D  3 

jtíiitiveaies  íiaterem.  M*tb.  como  ferro.    52   Muytos  fahiíão  dos  bancos  com  fraca 
'jÍ^VííL/^.ij.m/.ij.     feiencia,  que  oceu  pados  dcfpois  em  os  lugares, forão  va- 
ras de  feri  o,  a  quem  o  calor  do  eftudo,  accezo  com  as  obri- 
gações do  cargo ,  intençou  o  calor  da  íàbedoria :  a  virtude 
deílaphnta  heapprovada  por  medicinal, entre  osquimi- 
? »  ?etriuãeJíbofeo.âerebut  cos:  5  2  &  o  preftimodeiles  í.íbios,em  todos  os  tribunaes. 

tKvemu  a  militibtu  ^/ihxandri  r»         i  i     t      I*      I    - 

lib.f  âeE»rumutii,tati%.ii.       215        Produzem  osmares  da  índia  hua  arvore,  cuias 
l\  nimlu^<"luPraíUai't  folhaseftandonaa£oa,confervãoaverdura:fóradella,  fe 

•Qrboies  qualdtm  inlndtco  ,)>*-     .       r  ri  •  iTT-/~tll 

rerucctejcerc,qzirumj?ondej  desfazem  em  íal :    54  Ascadeiras  da  Univci  íio.ide  La  te- 

fuhat!U*  viridei  funt  ,at  extra  r  1  r  ,_•        1         c  •     J    J         J        1* 

f„htíasvrr.u«íur,nfahm;,d  ranenfe  ennobreceo  com  o  titulo, &  propriedades  de  di- 
que experimento ded.foffe  ^á-  verfos  mares,  aquelle  famofo  efetitor, que  fondou  a  altura 

Itxandrr  Magm  milttcr.  r-  .  •-    /»  r^  c  -      r>      J 

de  todas  as  íciencias,  o  meu i níigne  Doutor  bao  J&eda:  5  5 

u  Bedatrt&tutâefcitHcia,  Scnaoraçáo,  que  fez  aos  meftres,  lhemoíirou  a  paridade, 

^ViTtmibtctp.v.  que  tinháocom  as  arvores.   $6    Promovidos  os  lentes  da 

17  s-piensdMuicnajifio,  efpeculáção,  para  a  pratica,  cbião  como  lai ,  porque  rudo 

*def,,í>ore.lfidorniiib.Elbi~    ,.Tr  *       '  r  r  .  .  r  J  r        * 

»«.  diipoemcomo  ubxos.  57 


EM?  <REZA    XII.  173 

Viátur  a  Japio  fpiens  cmfxtSj  quiarerttm3 
EjjcSliió  quepotens,  omnia  nofjejaptt. 
Gemhàan. 

•  Nas  partes  ondeomarprodusefh  arvore,  todos  os  man-  **  íisntiAiofcouhifvpia. 

-  /•  1    1     1  r   11  o       \   r  L     J       •        ?9   òedtnu»quidf;nfui;iha- 

lares  temperao,  com  o  lai  de  luas  tomas.   5°   Alabedoria  beredicemttf4,bcrc>>tL*!,cqui 
deixes  Doutos  compõem,  &faboica  as  vontades  de  huma  ^Te^SJFZ" 

reOllblica  cenjebamiti  alÍM  ex  i/iMonio 

_  .  _  .  .    .»  ,      Pigafata,quifcripfit,inReg~ 

1  1  6      Em  alguns  lieynos  cria  atcrranuas  arvores, de  *«  «*?*«;,  «•*«»*  «.«««, 
ctms  folhas,  &  ramos  fegerãoaves;&  outras,  que  tem  nf™£^$ZZ 
aves  em  lugar  de  folhas :   <  o  eítas  arvores ,  faõ  o  retrato  «j»*f»*  *rboru~»flU*,  J3H 
dos  Elcntores,  as  luas  obras  >aiiy  como  as  aves, apartadas 
das  arvores,  dequenaíccm,voáopor  todo  o  mundo.  He 
grande  o  cuydado,  &  a  cultura  com  que  os  naturaes bene- 
fidaó  eiras  arvores:  em  todas  as  idades  foymanifefia  aef- 
timaçâo,que  os  Príncipes  fizeráo  dos  Eicritores,  como 
teítemunhaa  veneração,  &  magnificência,  com  que  Cref- 
fo  tratou  a  Pindaroj  Polycrates,a  Anacreonte  j  Lyfan- 
dro,  a  Cerillo;  AugulioCefar,a  Virgílio  5  Alexandre,  a 
Ariltoteles;  o  Emperador  Antonino,»  Appion  5  Priíco, 
a  Marcial  ;&  ElRey  Fronton,aHiarnes.  Aspenas,com 
que  voão  eltas  aves ,  as  penas  com  que  fe  eferevem  os  li- 
vros, íaò como  asazas  da  Garça,  que  naõfobemde  vc-o, 
íenaó  quando  o  orvalho  da  manhã  lhe  pratca  as  pennas. 

(  —     mM  aquetle  Heròe,  qin  eflim.i>  5?  ama 

Com  does,  mercês  ,fivores,& honra  tant 'A 
(  A  Lyra  mantmnn f^  que  foe 

Eneas,  &  .i  Romana  gloria  voe. 
0  Infigne  Camões  Lu  fiada  94.  Cant.  5 . 

*   Com  liberalidade  favorecia  o  Emperador  Alexandre    .      .     .. 

,  r  ..  r  *  Co  Jimêxttittttrátot  bom* 

Severo,  aosíibios,  temerofo  de  feus  eferitos:   60  nao  «z,  vthtmtntrr rgirmid*™, 

defjwezaa*W,qd^ 

vore, faz  celebres  as  partes, aonde  fecria  jos  Efciitores 

dão  nome  aos  Reyno«,  ndonde  eferevem. 

217  Na  arvore  Hermopoli  achão  os  da  Thtb.?yJa 
icmedio,para  todas  as  iniermidades:foy  cfbarvors,  a  que 
leinclinou  profundamente,  quando  Chrifío  paflclipara 

y  3  o 


1 74       O  PRÍNCIPE  DOS  $AT.  TOMO  11. 
<Si  Memorant  trforem  efi,  0  Egypto,  fugindo  á crueldade  de  Heródes.   ói    O  mi- 

gu«  Perf,  dicitur  HcrmopoJi,  OJT       *       t>  _ 

qucâefioppiJum  Ttjetaijitycu  nutro  lábio ,  a  quem  io dobra  a  razão,  ne  como  eíta  arvore 
Í^SíSSTS!^  medicinal.  Sendoparao juftificadoa  arvore,  cuja  medulla 
KoiamorboràcompiurihvJe.  jie a  farjnna ,  de  que fe  fuiientão  os  naturaes :   62   &  para 

pttlcnt.  X»mTr*ditumtJt,Jo-  .       .         r  *  *     11       1  1 

/cph.cumpropter  Herodcm,af.  o criminolo,  a  arvore,  que  tem  por  meaulla,  numa  va'ade 

fflS!Ç5S!&5Í!í  te0í  63  nenhum  ^ipeyto  odobra,  porque  a  íua  in- 
mjft  Hcrmcfoi,m,  *iquc  f,mui  reyrefa  correi  ponde  ao  natural  da  arvore,  a  quem  não  cor- 

,ii  verta  ttrpropinqiiavityitiam        J  *  ,  c  /■         \r-  A       • 

arforcw.hcetpunewaximam,  rompe  a  sgoa ,  nem  abraza  o  togo :  64  Vivendo  izcruo 
adv^ucbn/ii  nnbatam  *»,  do achaque  dosminiftros ,  queiemelhantes  a  algúas  aivo- 

atque  aa  folum  ujqueje  Wjis-  i  '    J  o 

x:«c,uí1hT,fiumadcra'lie.sc-  res ,  andão  pelo  mar,  tendo  as  raizes  na  terra :   65   accom- 

ZWttdib.  $ .  cap   lo.apud  Ma-  3-       r  J  J  r    J    1_    -  j 

yei.vsrboPia»t*fo\.^T.        modao-íe  com  todas  as  ondas,  porque  ledobrao  a  toda  a 
6z  cur pntertmtuu ■  arb,r  conveniência :  Donde  nafee, terem  acalidade  da  arvore 

ília ,  c  cujtti  medulla  educitiir  _  ' 

PT*cip«» farma-jnbomimm a-  Jimale,  que  com  lua  íombra  corrompe  os  veludos  ,  de 

j£%?  Uím  Mayoh"  ,b'  quantos  iè  chegão  a  cila.  66  Imitando  o  fabio,  incon- 

<s,  ttrri vim aique acUmha.  traftavel  na  juíiiça  ,as  arvores , donde  fe  veftem  os  índios, 

be:  aJia  arbor  m  Jav»  lafula  «íji       L«  '  •      v        A.J  Jt  - 

maiore: interior  enimmcduii »  oc  Aramos:  67  &  as  outras,  donde  osnaturaes  apsgaoa) 
p:£vt%Z^7i;:  ^e  com  a  agoa,  que  fe  ajunta  em  as  folhas  de  húas,  &  cor* 
»'?■  re  do  tronco  de  outras:  68   Os  ramos  das  arvores,  de  que 

64  lAlexanâer  Cornelius  ar»  •  r  •  -  /o  i 

bonmConemapptUaviutanec  antiguamente  íe  teciao  ascoroas;  09  &  a  particular  ar-» 

*7»V'.''*'»«'™*/'>"fr  70  &  o  lenho  íingu- 

6s  idemiit. 16.  cajf.i.       lar ,  de  que  fe  levantavão  as  torres ,  71   a  meu  parecer, 

66  IfmiHtiimbraomncveFii  r   -  J    /l     /"  l_*  tt  i*   r* 

toeHtHmjratcfcit.Swninf».  *ao  oretrato deite  iabio,a  quem  a  arvore  Hermopoh  íer* 
'*'"'''•  ,.      ,,  ve  deefigies,  porque  fendo  o  fabio  fértil,  &  útil  para  are- 

67  Plmmthk.il.Caf.it.  ...       &      TTr  ,„'        n.r.        . 

68  Mayoiusubifup.foi,^.  publica,  he  coroa, cetro,&  fortaleza  delia.  (J  rrincipe  des 

^:;íi;^•i•  Patriarchas,  72  porque  conhecia  efte  preftimo  dos  % 
ti  idem ibnn rumuia.        bios,  povo-ou fua Religião  de homés Doutos. 

72  Mirabilu  eft  locut  ,íle(fa-  V,         „  °  n  t  •       J     t-n  « 

u de  subuc0)p<r  omnipotente  2  ib  Governava  por  eites  tempos  algreia  deDeos, 
ÍlTJtcJíltri^cafu  o  Pontífice  São  Hormifda,  oqual  movido  da  fama,  que 

Bjtom:i!um  monajierioruptrlta  '        '  '    4 

HamconfiitHtenm&vercquia  corria  defíe  Príncipe,  omandou  chamar  a  Roma  :  foy  o 
ittwrumeniiuitMonacboru.  ratnarcha  lançarle  aos  pes  oorontihce:  taograndereí- 
rp  Lc09-  peyto  caufou  áfantidade  de  Hormifda,  o  afpecto  de  São 

Bento, aíly  ficou  o  Pontifice  fatisfeyto  do  efpiritodefte 

Santo,  que  lhe  entregou  a  Igreja  Lateranenfe ,  8c  Vatica- 

soidoOcddentet         na  j  para  que  nella  pozeííè  Monjes,dosqueobferváo  fua 

freiudio Lcafrii  «,  ifi.  ^frl  Regra:  aceytou  São  Bento  a  mercê:  &  confervandoos  ef- 

Í^BuccelJoíaZlLTal6.  tudosem  a  Igreja  Lateranenfe,  a  fez  publica  Uni  verfida- 

wu6,t?t,!'?Cí"''"  ^'  de,  Sc  juntamente  Convento:&  o  mefmoinítituío  na  Va* 

gitirreLuJi  Salmanlic.lom.t.     .  >v     »*•«»-      «  •-  r>i 

^iparaiuoperi4n.u1.  ticana.  75   Os  Mon;es de  Sao Bento  região  os eltudos, 

&  náo  faltaváo  ás  obripacões  âo coro.  Atendéo  a  eíla  Sa- 
grada  ligíjck  politica  de  meu  Patuarcha,  o  que  Juvenia- 

no 


no  JPontano,  canta  no  Poema ,  que  fez  em  louvor  de  São 
Bento. 

(Prhnuíy  &  bic  Italitfpojuitfaaãrijtgenti 
Et  daujtt  fr,cros  mxma  in  una  choros. 

2  19  EftasduasUniverfidadesforãoduas  torres,  que 
São  Bento  levantou  em  Roma,  C2beça  do  mundo,  para 
perpetuar,dcfender,&:  reparar  a  Religião,  que  tinha  fun- 
dado em  asentranhas  de  Sublaco.  A  caia,  que  David  man- 
dou fabricar  para  efcóla  dos  caminhantes,  74  chama  a  7<  &em*rr>*,&avf*&i% 
Eícritura  Torre ,  preíidiada  com  armas  de  Varões  alenta-  J^f^S  í  ?fE 
dos,  &  defendida  com  os  capacetes,  dos  ínclitos  Herdes.  tdifitatacnaddcccttdkmtTi- 

A  o        C      1        r   -        \  -  r         íeuntes.  Pagmnut. 

75  Armas,  &  elcudos  lao  as  letras  ;  reparao  comoeicu-  7,  wfe  cijpe> pendem  es 
dos,&  oífendem  como  armas.  76  Tinha  o  inimigo  odi  o,  *****  *'»!™*ftrtiim' 
&os  hereies  inveja,  á  nova  reforma  de  vida, que  São  Ben-  76  HAntJhm\mm **>***■ 
to  dava  aoeltadoReligiolo;&  a  nova  reformação,  com  qtta,„jacuUfAcuniht«dvetfM* 
queefte  Patriarcha  plantava  em  o  mundo  ,a  Ordem  Mo*  '»'^*>Ah/****'*B,f*J' 
nachai.  Viao  creícer  a  toda  a  preíla  eíte  edifício;  porque  #  #«>»*  hórvii  mu  t***g»i*. 
todas  as  horas  fe  augmentava  o  rebanho ,  de  que  era  paítor  j^^*'  " 

São  Bento.  Em  breves  tempos,  palTou  efta  Republica  a  fer 
Império  ;  os  aliados  com  o  mundo  intentaváo  deftruir  a 
oblervancia  dos  fervos de Deos :  reparou-os  o  Patriarcha 
com  as  duas  Torres ,  que  erão as  duasUni veríldades  3  eftas 
cm  a  fua  protecção  iinitavão  a  Nuvem  defogo,que  acom- 
panhava de noyte aos Ifraeliras:   77  defendia.&alumea-  77  Permticmincoiumrun» 

va  a  nuvem  ;rep2rao,&encaminnaoas  eleolas.  ij.««». *i. 

220     Amparadodas  Torres, caminhava  o  exercito 

de  São  Bento  feguro,  &proípero  por  todas  as  partes  do 

inundo.  Augmentou-fc  a  gloria  do  Pay  ,  com  o  grande 

fequito,  que  lhe  arrahiráo  os  filhos  Doutos  5  &  creícéo,  f7*^£^í*c/íSíw 

o  temor, entre  os  contrários.  Defpois,  que  lofaphatRey  J«4r.;  [t»i«ef\^'efit"Vf 

1       tf  ,  ire  L-n-  Dcn.HUjUt,  cwrMrfgr.iUTTi- 

oe  Juda,  mandou  por  todo  leu  heyno  nomes  lábios,  a  fum:; .....  av„.,7 tUnti ■..?..,•, 

irtraJojIipíijidtSFbJifiti 

jofàfh  munira  Jefinbir.tfic. 

78   Sublimou-fc  a  magefta-  \\hrah cp.n .ferft&g. 
de  deite  Rey,  até  o  ultimo  gráo  da  veneração  humana.  79   ^'crtvttergohfapb^mtg- 
Os  lábios  adquirem,  &  confervão.  Ao  foi ,  que  preltrv.»  mficttutjjistfquetdfuMm*. 
comparou  Chrifto  o  prcftimodcs  Doutores,  E  o  me  Imo   %0  êxíw  s*t$«ht  8?«?*f 
foy  dizer  São  joáo,  que  doladodeChrilto  correra  t^K^'SJ^J^u^itSt. 

imagem  da  fabedoria  ;   80  do  que  entender-fe,  que  na  tc«  1  :.«.  Wj; 

,T  r,.   .     .    3  P  o       r/l  8'   ^ '!'■< M-1'^^ i^ 

meímaagoaíahiraomnum.era.veispovos:  si   LUc*,cor-  fc,.^/«\*r*/.i7,w;is. 

rem 


doutrinar  o  povo,  todos  feus  confinantes,  &  oppoftosle  ^»'r«7">; 
lhe  tributarão  feudatarios.   78   Sublimou-fe  a  magefta-   x.Ftrah.T, 


1 7  6       O  ?7s]KC7?n  WS  ?AT.  TOM.  11. 
rem  atrasda  fabedoria,  porque  os  governa :  na  mefina  cor- 
rente da  agoa, que  fignifica  ao  douto,  anda  prefa  a  multi- 
dão, dos  que  o  leguem. 

221  EfiasTorresforãoasnuvésjdondefahioamul- 
tidaõderayos,queconfumiráoasherefías.  NasUniveríi- 
dades ,  que  São  Bento  levantou  em  Roma ,  fe  tomava  a 
poftilla  da  Sagrada  Efcritura ,  Sc  Theologia ,  que  naquel- 
les  tempos,  por  razão  dos  herejes,  fe  lia  oceultamente.  8  2 

% :,  sou*  occjtnu  toao ,.  De  codas  as  Partes  do  mundo  concorrerão  difcipulos,  pa- 
?niud.  1  cep.  u.  n.  ,6.        ra  eftas  lições ,  8c  delias  fahirão  meftres ,  que  como  rayos 

defenderão  a  Fé,  &  extinguirão  muytas  lty tas.  A  firma  S. 
Joaõemfeu  Apocalypfe,que  immediatamente  começa- 
rão a  cahir  rayos  fobre  a  terra,  quandoemoCeofeabrio  a 

8 1  Vifa  efe  Área  Tefíamc-    A  it^a  O-       #-\  a      •        J  rr  c~       r '  ' 

titjiit ««  Tcrr.phqtu,  tf/ia»  Arca  do  Teitamento.  o  3  Osmyttenos  de  nona  bata  r  e, 
funtfkiiu,»  ^pocaiypft  ,,.     j    â    ^    Sagrada  Efcritura,  erão  figuradas  nefta  Arca: 

*í»/.  19.  í  ifa,\5  aperta  ejt  ac  *  D  '  O 

fi.ifidor.  84  &  nos  rayos  os  Sagrados  Doutores.  85   Donde  foy 

8ç  ttwiwU&iprtxvii-  °  melmo,  tratarem-le  publicamente  as  lagradas  letras ,  na- 

mhcofcriptuwu'm,boctft,fi-  quella  Celeftial  Univerfidade  ,  do  que  fahirem  delia  os 

vsexlcgibutjivífropbetarú,    T  i  •  -  j  1        r>.  i  , 

yjtr  rxEvangeiiorumjivs  eX  meltres ,  que  doutrinarão  todo  o  mundo.  Das  palavras  de 
l^rj^itl  Péricles ,  eferevéo  Cicero,  foráo  rayos,  com  que  atimori- 
h*umexpo«t,  iiiaverba:Sicut  zara  a  toda  a  Grécia  :  86  Eftes  effeytos  fizerio  em  todo 

fulgurcxit  ab  Oriente,  ctp.z^.  .  0  j         a         A    1  •  -      t- 

num.f7.  o  mundo  os  bagrados  Apoltolos,com  a  pregação  Evange- 

A^SWSÍSÍS lica  5 &  defPois  delles  >.os  fi,hos  de  Sáo  Benco  foráo>os 
untre^ 'permifceretotamGre-  que  melhor  os  imitarão  ;  em  a  primeyra  Empreza  defte 

f>i.Çic.l,b.deBcrfcBoOra\or.   ^    i  >r>  -jj--.^  ir 

volume  o  moítro,  ainda  quediminuto,  em  numerar  os  Va- 
rões Doutos ,  os  Reynos,  &  Províncias reduíldas á  Fé, pe- 
los Monjes  Bentos.  AíTombrarão  os  rayos  aos  herejes, cõ 
que  apparece'o  a  Igreja  de  Deos ,  mays  luíída  aos  olhos  do 
mundo.  Logo  Sáo  João  a  vio ,  na  figura  de  huma  Molher, 
veftida  de  Sol,  coroada  de  eftrellas,  Sc  com  a  Lua  debayxo 
87  Et  r,g»um  ™n»um  ap.  dos  pés ,  quando  os  rayos  fe  dcllribuírãopelo  mundo.  87 
P1""!'»^'*  Mui.tr  am,8j  Asherefias,  reprefentadas  na  inconfbncia  da  Lua,  con- 

£ch,dLi,«afubpeãibnrejut,  .  .  •        r     -         i        o  j       r>v  A         - 

bJ/«  capite eiur  corona  fieUaru  vencidas  pelas  razoes  dos  Sagrados  Doutores ,  prolirarao- 

poc.it.verr.i.     feaos  pés  da  Igreja.  As  forças  do  Gigante  naõ  poderão 

reílftir  ás  pedras  de  David,  porque  as  cinco  pedras,  que 

PO  r   ,     ,,.    .      ,.     David efeolhéo por  armas,  reprefentavão  as  cinco  pala- 

-piJijTtnarpetraf.  t.Rcg.cap.  vras,com  que  Sáo  Paulo  deleiava,eníinar  aos  deCorin- 

'^(JtMZTco:  tho:   88   Tudo  fe  rende  aos  documentos  do  £bio.  Aos 

rimb.  cap .*%\perf.  19,  uiit  mays  obiunados  adveríarios  metem  debayxo  dos  pés, os 

Muis^aràinulis.  1  •>      1  •..*■■■'' 

nomes  doutos. 

222  Qusn> 


E  tf  <P  <1{E  Z  A    X1L  177 

121     Quando  São  Bento  fundou  efiasUnivei  (Ida- 
des ,  tinhão  de  vida  religioia ,  pouco  mays  de  dez  annos, 
todos  aquelles,  que  o  feguiaõ;porque  tanto  havia,  que  eí - 
te  Patriarcha,  tinha  dado  principio  a  lua  Ordem.   89  Có  89  oiwtubiftyra. 
efta  pouca idadere^ular, os  inclinouás  letras, para  os  scof- 
tumar  as  armas.  Obíervavao  os  Lacedemomos, quando  9,  & /*& >n$Uvh  »ir«n»* 
lhe  nafciáo  os  filhos ,  reclinalos  íobre  os  capacetes :   90  IZíT^"" '"  ihí"°'  Uc°~ 
Alcmena  o  fez  a  feu  filho  Hercules,  &  a  IphicJo:   91   O 
mefmo efcreveClaudiano, do Emperador  Honório.  92    9»  Rtpmftifcrjcmaputr* 
Oberço,emqueoscriavao,eraoasarmas,quehavjaode 
uzar  nas  pelejas.  Aliçãodasfagradas  letras  iaõ  os  capace- 
tes, com  que  os  Catholicos  nos  reparamos,  aííy  dos  golpes   9,  Smf„  ,-„  n,a„ihut  tuit 
tias  tentações ,  como  da  aftucia  dos  hereies.   93    NeíieJ1"*'""'""''8"''®''""'"1"'' 
tempo  aplicou  oao  bento  os  Mon;es,  ao  exercício  dei-  jag<,taqwbut  .■:■.-.  tíUJUImcdi 
tas  armas ,  para  que  disciplinados  ,pelejaflan  deftros,  no  ^KSãSSÍS  %& 
tempo  do  conflito. 

223     Occuparfe  São  Bento, na  erecção  dasEfcólas, 
quando  dava  principio  á fua  Monarchia,  foy ,  a  meu  pare- 
cer, imitar  ao  Supremo  Artifice  na  creação  do  mundo, 
aonde  o  amor  Divino  fomentava  as  fciencias ,  fignificadas 
nas  agoas,  quando  o  mundo  náoeftava,aperfeyçoado  de 
todo:   94  como  fortalecendo  as  columnas,  fobre  que  af- 
fentava  a  Monarchia  doUniverfo.  Se  já  não  foíTe,  mofirar 
São  Bento  em  profecia  ,  o  que  defpois  comprovarão  os  S^TSS 
íucceflbsj  abrindo osdiques  da  clauzura,aosmares  ôasíc\'fír'l'->,urfup  »t*à&e»eft  1. 
encias  ;  anunciando, que  lua  Keligiaohavia  deler  ono, 
donde,  (como  outro  Moyfès  das  agoas,)  95   tinhãode  9{  Exedicsf.z.verf.i. 
fahir  ostervosmays  eícolhidos,  de  quem  Deos  havia  de 
fazer  a  mayor  conta. 

224     Fortalecer  São  Bento  a  fua  Religião,  coma  af- 
íiftencia  da  fabedoria ,  que  fempre  ntlla  fe  profeíTbu ,  foy 
também  darlhe  aptidão,  para  lufientara  futura  promcíTa, 
que  Deos  ha  via  de  fazer  a  efte  Pa  triarcha,  a  fegurandolhe,  ^%tíZf£:l\ 
premaneceria  lua  Religião  até  o  fim  do  mundo.   06   Baf ifimftuw  tx  momm.mu  m<>- 
tavaapalavradivina,para  nrmezadaobra;mas  augmen-  j4rnoidoyvw*.¥tp«utcxfuò 
tou-lhe  São  Bento  o  numero  das  columnas, na  multidão  (*■•****■*■■..*»••■ 
tios  homés  eruditos , para  que  nelles ,  como  nas  columnas, 
feelVibaífe  a  duração  do  edifício.  Pelasculpas  dos  homés, 
fe  arruinou  o  mundo  jmoveo-fc  a  miíericordiadeDcosa 
reparalo  com  a  lev  da  graça j  &  hum  dos  primcyrcs  funda- 

Z  mentos 


i  ;B        O  P^NCIPE  VOS  PJT.  TOMO  11. 
mentos  deita  obra  íoy ,  predirinir ,  &  fortalecer  a9  colum- 
nas,eni  que  íè  havia  de  íuífentareíleedificio:  97  quefo- 
97  LiqutfaBa  eH  tena, tf  rãoos  Profetas  antevendo  íua  Encarnação;  &  os  Apofto- 

omites  quibabitantwea-.egocõ-  .  ,  _      .  1        .-  i  ■  r. 

/rw4fi  ceiumintoejM/.PfAim.  Jospiegando  delpois  pelo  mundo , a  ky  Evangélica.  90 

}%Teí\\  't"!ZZ  '*""  '    C°m  a  fortaleza  deíias  columnas ,  difpos  o  mundo ,  para  a 

os  it.'p:a,ic ciem pcrdifum  0bra  de  noiVí  Redempçáo , &  íobre elhs  levantou  o  edifi- 

y  tanifroximuniul  in  nibihim      •       j      /»'■»•  A  /"P  o  -       r» 

«■í>.!'.,in  itur  { Ht/otetumu  ml  cio  de  lua  igreja.  Aíiy ,  me  parece,  traçou  bao  Bento  adu- 
tif::SjZ!ZtS.  ra$5°  de  fa  Monachato ,  como  Deos  difpos  a  firmeza  de 
^lu.vci.iifi.matMniocai^wct  fuás  obras  y  Deos,&  São  Bento auementarão fortaleza, á 

JiiFiehtavi,i$ conjl*bilivi,ut uó    _      p___        n    t__itj_j       r*v  r       1      r  1_  .• 


/í».;«/  coUabaiur,  ufque  <n  cò-  melma  eitabelidade:  Deos  lendo  luas  obras  eternas  por  e í- 
f«mnwnwf*tHií3miman«,  fencia ,  firmou-asfobre  os  documentos  dos  fabios:  &  São 

Jupia  Vy.lmss^exponeiu  verba:  *  ... 

±.&o  corijiuaavi  coiHno*  ejur.    Bento  lendo  as  proméíTasdeDeosinfaliveis,eftabelIcceu 

lua  Religião,  fobreos  mefmos  documentos.  Em  oshom- 
bros  dos  fabios,  aífenta  a  mefma  firmefa.  Os  Cherubins 

^jírgTi^.vcrj:^.  icicntesjíao  o  trono  de  num  Deos  eterno,  yy  Permaneí- 

fe  a  valentia  das  fabricas,  feaosmateriaes,que  tomãoda 
naturefa,aííifte  a  pratica  dos  Artifices;  porque  quando 
efia  falta ,  perdemos  de  maysas  forças.  Para  que  o  Profeta 
Abdias,  defengana-fe  os  naturaes  de  Idumea ,  de  que  a  va- 
lentia de  feus  moradores  fe  havia  defogeytar  á  fraqueza 
dos  Ifraelitas , lhe diíTe  Deos :  deftruiria  feu  Reyno  de  to- 

ioo  Nunqua non inâie Ma,  dos  os  fabios, que nelle  havião.    ioo  Efmorecem  os  ef« 

dicit  Dominus:  ?erdam,fap,-       .    .  j     .    -       J         li-  p  11     TL  ÍT  li  '        J        1 

entes  de  ídumtca?®  úmtbunt  pintos  de  nua  republica,  ie  nella  ralta  a  aiiutencia  dosho- 
firurtu,  a  mef,díe  ?  m,*.  més  dou  fos  0  poder  ?  com  que  a  cidade  de  Damafco ,  a  f- 

ioi  ^iufcreturfiniiudoDa-  foberbava  as  niays  Cidades  da  Sy ria,  efpirou  com  a  vida 
emes. lemiiian.adverjus-ju-  de  léus  Arroios,   ioi    Arruinarao-le os Hebreos , com  a 

falta  dosnieftres,  que  os  eníinavão.   102   Nadaproduza 
terra  fem  as  influencias  do  Sol:  Sem  a  direcção  dos  fabios, 


Jaós 


í  o  z  XJbi  ejl  Hteratur?  uli  h 

Sh  verba  ponderam  ?ubi  Doe-  nenhum  vigor  tem  as  forças. 
r  J     "  225        Confiderando  ehadiípouçao,comqueSao 

Bento  pos  em  ordem  a  fua  Monarchia ;  vendo ,  que  cono- 
tava a  mayor  parte  deita  republica  dehomés  (cientes ;  8c 
queporefpaço  de  féis  centos  annos,feconfervaráo  osef- 
«o)  Vide  Empresai,  temo  tudos, dentro nosclauftros  Beneditinos.   103  Chama  o 
\Zmh%.  s.  Bened.B.cn  Cardeal  Monacho,  á  Religião  de  São  Bento,Livro  medi- 
medicinaiititofornptpoteqitu,  cjnal  por  onde  aprenderão  a  curar  almas, os  melhores  phi- 
Monacbu,  in  Oefinttiombut  ficos  elpirituaes,que  deípois  dos  Sagrados  Apoltolos ,  co- 
^^td^èmjapi.  nhecerão  das  enfermidades  da  culpa.    104  A  fabedoria, 
eMiam finita* ejlerbht enar».  graduou  os  feus  Douclores,com  os  intitular ,  faude  de  to- 
Sapnmi.  6.  ver/.  »6.  doomundo.    105   Com  adoutrina,  de  que  íe  compunha 

efte 


eftelivto,  nãoíbíaíráo  iníignes médicos  para  as  doenças 
do  efpiricojirsas  também  para  osachaques  da  naturefa^pa- 
ra  as  doenças  do  eípirito,  receytaráo  as  medicinas  inays 
cordeays  ;  &  para  os  achaques  da  naturefa,íorão  os  medi* 
cos  mays  celebrados,  &  íaó  os  advogados  mays  propícios. 
A  infinidade  de  almas,  que  os  filhos  de  São  Bento  trou- 
Kerão  aoconhechnento  da  fé,  teftemunha  a  virtude  das 
medicinas.  Ainnúmerabilidadedeenfermos  ,aquemde- 
ráo  inteyra  íaude ,  abona  a  doutrina  do  livro ,  por  onde  a- 
prenderão.  A  fé,  com  que  os  Gathoiiccs,emdiverfas  en- 
fermidades  implorarão  o  divino  auxilio,  pela  interctflaó, 
&  merecimentos  dos  Santos  defta  família ,  os  experimen- 
tou advogados ,  para  todas  asenfermidades,  porque  livrai 
ráo  de  todas,  &  alcançarão  íaude.  E  para  que  os  fieis  fe  a- 
provey  tem  defte  patrocínio,  efpicifico  o  nome  de  alguns 
Santos  da  Ordem  de  São  Bento,que  faõ  advogados  de  en- 
fermidades diverfas. 

•    •226     São  Bento  he  medico  uni verfal,  de  todos  os  a^ 
chaques,  porque  aííy  como  teve  o  efpirito  de  todos  os  Sã- 
tos,  dá  meíma  forte  logrou  a  virtude  de  todos.  Defte  efpi- 
iito  de  São  Bento, repartio  Deos  por  miíytos  deíeus  fi- 
lhos,-afíy  como  o  fez  do  efpiritode  Moy  (es,  pata  habilitar 
os  Anciãos, que  o  haviàõ  de  ajudar  2  governar  opovo  He- 
bréo    106  DeftribuindoDeosas  virtudes  de  São  Bento,   I0J  ^afetamãe^ititutuot 
pelos principaes  filhos, que  fuftentaraõ,& amplificarão  traJ*mqueeit,utMt»tc«tte- 
fua Religião.  Das  doresdoeftamago  he  advogado, Saõ  vtrf.  >?.' 
Gregório  Magno.  Das  anciãs  do  coração,  Saõ  Bernardo. 
De  todas  as  lezões  corporaes,  Santo  Amaro. Das  dores  de 
cabeça,  São  Edo ,  &  a  Beata  Juliana.    1 07   Das  dores ,  &  ^i^í*jSíí^í-«£S 
moleftias  dos  olhoâ ,  Santa  Franca  ,  &  Saó  Leodeçario.  muiti™  inJicc.iituio  Morto. 

»^       1  11  ^    .*-ts>  '       „  .  ,.       °,  ^.       rum  Mediei minfiti. 

Das  dores  de  dentes ,  Sao  Uímaro,  &  o  Beato  Miguel  Ga- 

maldulenfe.  Dos  pólipos,  que  nafeem  dentro  nos  narizes 

Saó  Fiacrio.  Das  dores  do  pefccço,  Senta  Ediitiuda.  Das 

alporcas,São  Ocho  Ahbade.Da  eíqilinencia,Saó  Suitber- 

to. Da  tiricia,  Santa  Mochua.  Das  doresde entranhas, Saõ 
Elphego.  Dos  letargos ,  São  Adelmo.  Da  gota  coral,  São 
Lamberto  Vencienle,  &  Santa  Erentruda.  Das  maltytas 
terçãs,  Saó  Venâncio.  Dasquartans,São  Amado.  Dasfe- 
b:  es,  São  Domingos  Sorano  ;  Santo  Angelo  ,  São  Macá- 
rio, São  Bonifácio,  São  Paterno ,  &  outros,  que  podes  ver 

Z   2  cm 


i8o  O  -TVJXClrn  VOS  TJT.  TOMO  II. 
era  o  Autor  alegado. Da  lepra}SáoRomano,&  São  Aley» 
des.Domalderayv3,aquemenionoíTo  Portugal  chama- 
mos danado,  São  Poncio.  Das  roturas  ,&  hei  nias,  Santa 
Maria  de  Ocgnias,  o  Beato  Thomás  Camaldulenfc:,& 
Santa  Syria.  Doslunaticos  ,o Beato  Oervino.  Dos  men- 
tecautos,  São  Gerardo.  Do  perigodasí'<ingrias,Saõ  João. 
Da  dor  de  pedra,  SãoGalloBifpo.  Das  dores  de  parto,  o 
Beato  Godofrido.  Da  peite,  a  Beata  Joanna,  SãoRcy- 
maldo,  Santa  Pomba,  São  Deodato,  S.  Malachias.A  mrys 
fe  dilata  o  numero  dos  ad  voga.dos3que  dey  xo  por  naõ  cau- 
íarmoIeftiaaosLeytores. 

227  Hum  Ceo  na  terra  chamarão  os  Pontífices á 
Religião  de  São  Bento  3  &como  tinha  as  femelhanças  de 
Ceo,  náohaviadefaltarnella  Santos,  que  melhor, que  as 
influencias  benévolas  ,influiíTem  iaude  ,em  os  corpos  hu- 
manos: Eíte  ofRcio,teni  em  as  republicas  os  fabios ;  os  Teus 
documentos  íaô  influencias  benévolas;  *  quando,feme- 
«  Ungu*  auiemfapitmium  lhantes  aosdous Cherubins,  que acompanhavaõ  o  Propi- 
fiHitateft.env.it.wf.tS.  cjator;0>  põem  diante  dos  olhos  o  temor  de  Deos:  afly  co« 

„  v      ,       ,    r.        moosCherubins,quenuncatiravaóosolhosdoPropi- 

108  Ext:-n.ie/ilira!ar,tf  te-      ",v  r  m  >v     • 

g.-nte,  proi>,cittoriu,fi  que  mu.        ciatorio,  relpeytando  nelle  a  aíTiítencia  Divina. 
'!$$£*??">  E*9ii         1 08   Os  Cherubins  com  as  azas  reparavão,&  de- 

fendiaõ  o  Propiciatório:  Os  Doutos  com  Tua 

feiencia  reparaõ ,  &  defendem 

as  republicas. 


POR 


St 


POR  LHES  EVITAR  O  ÓCIO, EXERCITA 

S  BENTO 

ASEUSMONJES  NAS  OBRAS  NECESSÁRIAS 
para  o  uzo ,  &  fcrviço  Monaftico. 

E  M  'T  SJ.  £  Z  A    XIIL 


NATURESA  com  2  varieda- 
de das  flores ,  com  que  véfíe  a 
I    terra,eníínaosPrincipcs,3com* 
|   por  fuás  republicas.    As  flores 

'^t/]MíÍ$&  I?  na" tcm  °  me^T1°  chey0^  nK*"" 
lÉltíSSÉ  ma  cor,  nem  o  mefmo  prcftiir.o; 
anaturefacria  ahumas  viftof^ck  íuaves;  a  outras,  com 

Z  3  mays 


i S 2       O  <IJ<%lKfflE  DOS  <?JT.  TOMO  11. 
mays  cores ,  &  menos  cheyro.  As  artes  líber aes  faó  flores, 
que  a  Di  vina  Providencia  deítribuíc,  pelo  campo  do  mu- 
i  PrevideHtiaDeifetgtnte/  ^Q    r    jx]em  todas  eftas  flores,  tem  a  meiina  fragrância  ,& 

«Ulct  que Jpargit  «nium  flor  et,       .  r    -         a       •  U    11  o 

ef maguum huncmundum yve-  muno  j  asartes  nobres  lao  asrloresmays  bellas;  exas  ma- 
t-lTu^Z^t^l  «niías,  as  de  menos  gala.  Todas  acartes  guarnecem  are- 
CW'«'-  pub]ica,comoasflores  ocampo:neíie,nalcem  mu}  ras,que 

naó  produzindo  frucio  ferve  de  enfey te  :  ainda  quemny- 
tas  deftas  artes  fejáo,  em  a  calidade  de  algús  íbgcy  tos ,  íci- 
encia  infructifera,illuftra  a  todos  o  Tabeliãs.  Toda  aíior 
tem  Tua  virtude:  ck  todas  as  artes,feu  preítimo.Em  a  varie- 
dade de  flores,  que  produz  anaturelacriadiverfosfuílen- 
tos ;  na õ  comem  todos  os  animaes  de  húsmefmos  paítos: 
em  a  republica  não  vivem  todos  de  húas  meímas  artes.  A 
natureí a  cria  o  fuílento ,  confotmando-le  com  a  variedade 
das  èfpecies:  &  a  providencia  accommodou  as  flores  com 
a  naturefa  das  plantas.  A  variedade  de  iuftantos  cria  diver- 
íidade  de  humores  :  a  difTerente  forte  de  vida ,  infunde,  de- 
ligualdadedeelpiritòs.  Seos  animaesfe  fuftentarâofóde 
hum  fru&o ,  perecerão  os  que  naõ  ti  veíTem  azas,  para  voar 
aos  ramos,  nem  forças, para  reíiftir  ásféras.Sea  oceupaçaó 
em  todos  fora  a  mefma ,  todo  o  intereíTe  feria  do  mavs  no- 
bre, porque  mays  refpey  t  ado;  como  entre  asboninas  com 
todaa  gala,  fe  levanta  a  Rofa,  porque  a  naturefa  a  coroou 
Rainha  das  flores. 

229      Entrealguas  nações foraó  taõ  efiimadas as  fio- 
sL,l,rZ!.aS°ciat*  DP'  res,que  astinhãopor  companheyras  dos  Deofes.   2   O3 

Gentios  veneçavão  como  bemaventurados ,  a  todos  a- 
quelles,  que  eraõ  infignes  em  algiíàs  artes,  como  Terpan- 
der,  na  Ci  tnara;  Clonas ,  na  frauta ;  Cleantes,  na  pintura  ^ 
Theuch,na  Ariímetica;  Licaon,nas  fundições;  &  Poli- 
neílo,  na  Poeíla.  3  A  todas  as  artes  daváo  a  prehiminen- 
\  VideRavi.tetboUvitoret.  cja  Ja  erva,  Panacea aqual  creião  fer fru&o , produíldo  da 

cabeça  de  Apollo,porque  com  ella  curavão  todas  as  enfer- 
midades. Reconhecendo  os  homés,  tão  grande  virtude  nas 
„,,...        artes, comoosdeRhadesemoouro,quedezião,  chovera 
mfcente  Mi>urv*  wâuiixiffe  em  íeu  Rey no  no  dia ,  em  que  naiceo  Minerva :  4  a  eíle 
l7Z fiSSST  C/""<;' '" l '  ouro  a tribuhiáo  os  de  R  hodes ,  os  progre fios  de  fua  furt ti- 
na: &:  nas  artes  confiavão  oshomés,  a  immortalidade  de 
feunome:  ennobrecendo  as  fontes,  donde  emanarão  as 
arte$,co;n  a  fupieíueioía  adoração,  que  derãoa  ítusinven-. 


tores: 


tores:  $   metendQnaconradosDeofes,aMercurio,por  <  •>*' Htnuhf,uguia quais 

J    ,       .  •>.      1    1  •  1  -o         inverAaDeerum  num.ro aj.li- 

in  venror  das  letras;  a  Dédalo,  por  inventor  da  arquiteetu-  jcre.  tumus «*.* 5  .*»/».i. 

ra  ;  a  Necias  Megarenfe,  por  inventor  daarte  ferraria  ;  a 
Arabo,  por  inventor  da  medicina  ;  a  Chiron,  filho  de  Sa- 
turo ,  por  inventor  d.a  arte  erbolaria  ;aEumolpo  Atheoi- 
etlfç,  por  inventor  da  Agricultura  ;  a  Líber  Pater,  por  in- 
ventor dos  comércios  3  a  Palamides, por  inventor  da  mi- 
lícia; a  Athas,  filho  de  Líbia,  por  inventor  da  Afirologiaj 
a  Anphion,  por  inventor  da  muíica ;  aThamiras,  por  in- 
ventor daCithara  ;  a  Pherefides  Syrio,  por  inventor  da 
Oratória ;  a  Lidio,  por  inventor  da  pintura  ;  a  Jafon,  por 
inventor  da  Náutica;  aPitio,  por  inventor  doveríoHe- 
icycoj&r  a  Cadrno,por  inventor  da  hiftoria.  6  Emquan-  6  litmhl>i>tap-\s. 
tonos  Príncipes  íenáo  introduílo  a  ambição  de  reynar, 
premiaváocomeftashonrasatodos.osqueerãoinfignes:         -      .   '.. 
delpois  que  nao  couberão,  em  os  limites  próprios  ,decli-  pm's,l,irairj.-!,,,jcoquc,^l>1. 
nou  aeíumaçaodas  artes,  com  o  exercício  dasguerras.  7  Wrf,wtíf^  .eJtJ„imi  to„aex_ 
22Q     Antiguamente  as  coroas  dos  triunfos,  eráo  te-  trCtre-^&ef-v,e,"rur>":'lhcn0 

.  ,     -*  ,  />  O      a  ■      J  -O.       •     r  I   -  rcawucoiebjHt:ii;&„e/le„. 

cidas  de  roías,  o  Aos  pes  do  victorioío  punnao  retrata-  tmiavtiasfrcfàchm^Bfem® 
dos  os  vencidos.  Com  toda  agrandeía  íe  adereçava  o  He-  Z^S^t'^'^ 

o  4  togati  anui  jntei   yuare aku- 

fóe:  masa  todaefta  mageftade,  ferviáo  as  rolas  de  coroa;  <***««*,  #/»■*«",  ey  */>«■*  *;- 
como  mlinuando,  lerem  os  delpojcs,  com  que  le  ennobre-  rerum  amptuudo  dSnofuh&c. 
eia,  o  fru&o  das  flores ,  de  que  le  coroa  va.Fru&o  de  honra  l*?  /'*■  m- '*£«*»»». 

n    |    iii    i    •      /      fl.  i        /v  BolengtT.  deT.r-.unf 

chamoua  Sabedonaás flores  dafciencia.   9   Comellasfe  9  fioret  n>eifiu8u* hotwit. 
efmaltavãoascorcas  do  Empcrador  Adriano,  Antonino,    crlff'^-verJ-zi' 
Aurélio,  Alexandre,  Philipe  Macedónio  ,  &  ScipÍ2Õ, 
lendo  infignes  em  todas  as  artes:  a  variedade  de  eiinaltes 
fazmaysvirtofo  o  ouro.  Não  comm  única  o  Sol  lua  luz  lo 
ás  clhellas  fixas,  taiUbem  delia  partecipão  as  errantes. 
Prezava-fe  Júlio  Celàr ,  de  faber  nadar ;  Adules ,  &  Ale- 
xandre, de  lerem  excellentesna  arte  de  curfor,  correndo 
tanto  a  pè,  como  outros  acavallo.  O  Empcrador  Valcn- 
tiniano  competio  na  arte  da  pintura,  com  os  melhores 
pintores;  Ptholomeu  Philadelpho  Keydo  Egypto,foy 
particular  na  arte  de  fundição  ;&  Demétrio  Poliorcetes, 
lley  da  Afia, nosartificiosda guerra.  Nãohaley,quccl- 

•  r  0  .  j  .  10   Kc»  -ti  interJiSfum .  j:,t 

pecmquequaes,  ik  quantas  aitcs  devem  aprender  os  no-  rerumnatur*,  a,.t aitgtahqu* 
mês.    1  o  Todas  as  arres  licitas,  &  hondhs  faó  provey-  "?""»;"> nt/!"**!".  £'/'■ 

5  1  J     nofcerelictat  CteerA.itOrtt. 

tousatodos,&comcfjx'cialidadeaos  Piir.cipes, porque    "  .^/ c- •'"""•' 'c 

J     +~A        r  V-  •       J  o         n   •        tífprmcitatumtenet  ia   mui- 

de  todas  le  compõem  a  lcicncia  de  reynar:   1 1  &o  Pun-  tuíaruhrt.uínft.Exb  t, 

cipe, 


&4       'OFUlKCME  WS  PJT.  TOMO  11. 

cipe,  que  tiver  mays  noticia  das  artes,  terá  mays  atributos 

deRey. 

231  Sáo  as  flores,  viftofas  proméíTas  do  fi  uélo  :  As 
artes  iaóas  flores,  que  melhor  indicão  os  dotes  da  nature- 
ú.  Os  Gregos ,  &  os  Romanos  tinhão  eícólas ,  a  que  c  ha- 
maváoexercicios,aonde  fe  enfinaváo  as  artes  liberaes.  Ly- 
curgo  detriminou  tempo ,  aos  de  pouca  idade  ,  para  que  àS 
aprendefíèm :  &  conforme  as  abraçava  a  inclinação  de  ca- 
da hum,  afly  os  aplicava  aos  officios  darepubiica.  Defta 
forte  conhecèo  o  famoíb  Agiíilao ,  Sc  o  vi&orioíb  Mário, 
os  génios  de  feus  próprios  filhos.  Nodesbaftar  do  tronco 
vay  moftrando  o  efcultor  aíorma,  que  ha  de  dar  áima- 

tiotitiamfrpihi*.  faius  Gre-  porque  defécão  a  naturefa ;   1 2   8c  manifeftão  a  Índole, 

goriut  Thohztnnt  tomo  x.àe     .  . 

Tcjpubiicaiib.iy.cap.  iz.vide  dequem  as  exercita. 

f^erlilgf"'^^1       a32        As  flores  não  dão  frufto  em  todo  o  tempo.  O 

exercício  de  algúas  artes  não  he  em  todo  o  tempo  útil.  Pa- 
ra que  osLydos  perdecem  o  esforço  lhe  mandou  Ciro, 
n  jHfiiHusM,  ubiftorut*  frequentaíTem  fó  as  artes  macanicas.    13  E  Xerxes  nas 
7*?imr.in  oiftphttgm.     pazes,  que  fez  com  os  de  Babilónia  prohibio-lhe ,  uzar  de 

armas,&  concedeolhe,  podeífem  frequentar  algúas  das  ar- 
tes liberaes  agradáveis  a  Vénus.  14  Occupa-íeanature- 
fana  produção  das  flores,  conforme  os  tempos:  ordena- 
do fempre  d  creação  dos  fru&os ,  he  o  trabalho  da  terra  :  8c 
f rufiara  o  cuy  dado  efquecendo-fe  da  feára,  fó  por  compor 
arofa. 

233     Clyfia,humadas  Nimphas  Occcanas,abrafada 

cõ  oamorde  Apólloconverteo-leemGyraíol.   15  Cro- 

co  impaciente,com  o  muy to  que  amava  a  Smilaz,  conver- 

teo-feemaflor  defeumefmonome :  Smilaz  fofpeytando, 

que  efta  converfaõ  fora  em  feu  defprefo ,  convertec-fe  em 

flor  de  Hera.    16   Nenhúa  eftabilidade  tem  a  fortuna  5  de 

"  líf'"4'  **"*'"'  muy  tas  cabeças  reays,  foy  coroa  a  mão  do  tyranno ,  quan- 

I7  ^u  quM  arte,  eptiflimi  do  quiz  fegurar  agolpe.  Amuytos  Príncipes  foy  de  con- 

r.b,J<,fiJq»™do«ec?jr>t«f  veniencia, o  converterem-íe em  flores,  uzando por crhcio 

noadtadmujirit.  Gircro  t.  das  artes liberaes,  que  aprenderão  por  curiofidade.    17 

Dionifio  J unior ,  defterrado  de  Saragoça ,  aonde  foy  Ty- 
.8  idem.  ranno,  iníinava  meninos  em  Corintho:    18   Foyeminen- 

tc  nos  jogos,  Sc  perdendo  nos  da  fortuna,  não  teve  em  que 
ganhar 3 fenio  nos  queaprendéo  por  divertimento.  Oli- 

girimo 


•  ewp^bza  xm  18$ 

gitimo  filho  de  Perféo,Rcy  de  Macedónia,  exercitou  a 

arte  ferraria,  quando  o  excluirão  do  Reyno.   19   E  Ale-   tg. 'uSismiMtu mceSiuufl 

xandre,  filho  de  Perfa ,  P».ey  da  mefma  gente,  defpois  que 

Paulo  Emiliotriunfbudcíeupay,ganhoua  vida, peloof-  ..*,..- 

ficiodeelcnváo.   20  Aioiçadadiigraça,naopermittea  ut fortuna  eotnmufuir.fedfi^ 

todoscahirdalne^ma^órte,nemnome^molugar:anluy-/'am^^xW^OT'''f', 

*  O        »  J       cctijeat  mijerum;  ut  nifrium 

tos  Principes  precipitou  domontc,quedeyxou  aíentar/^/wjmiíMí,™.)»^- 
r.ovalle  ;  quando  a  outros, eípedaíiou  logo  na  penha:  o  '      *'         A 

oue  não  referva  taboapara  eíle  naufrágio, morre  como 
AdrianoVefpifa  Turunenfe,quepreíTuadindo-fe,lhenáo 
faltaria  nunca  ofeu  thefouro  perecéo,  de/pois  que  o  in- 
cêndio o  defprefuadio  do  engano. 

234.     Comas  flores  entretém  a  naturefa  a  efperança 
dos  homés,  aquelle  tempo,  que  lhe  tardáo  osfru&os.O 
exercício  de  algúas  artes  foyaindufl;ria,dequeuzarão  os 
Principes,  para  divertirem  os penfamentos  dopovo:da 
paz,  &  da  abundância  tem  manado  grandes  difeordias;  a 
medicina  , de  que  uzouElRey  de  França,  Philipe  o  Fer- 
molo,  querendo  prefervar  deita  doença  aos  moradores  de 
Bruges,  foy  com  o  pezo  dos  tributos ;  levantarão-feos  na* 
tuues  contra  osFranceles  ,eximiráo-fedojugo,&crea-  91  mjtâ  minut  g*tiu/ai. 
rào  novo  fenhorio.   2 1  A  poda  fem  régra,&  fora  de  tem-  tiofuitj  *"*. '"  Br,i&ieM '" be 
po,  he  deítruiçáo  da  planta, &  perda  do  lavrador.  Os  Gre-  ctgHomtmoPuicbèr,  GaUorum 
gos,  em  quanto  viviao  tem  guerras,  convocavao  certos  tur!cmcnticne^nmi»iermi. 
dias  os  vaflallos,para  o  divertimento  dos  jogos  Olvmpios,  **f»fM"»,c*m  q«"rtifi- 

K1  o     rv    •  j         rr  1  rri         ■     l        r  1     r ,   ttwtquemrcsuretfer.uet-at, 

JNemeos,  &  ritios  jtodaalortedepeíioastinha  luapalel-  orta,cumj>r*ere**imiumgra- 

o  •     J  1    -     vibtti  (e  cKtrihut  tremi  qutre- 

tra,  em  que  entrava  ;  &  na  competência  dos  prémios,  hus  rw^pldiarJrifJ:ú(,:,T 
occupaváoas  forças,  &  todos  openfamento.  Domefmo  Huâ«cibu,Brugierft,pieitnõ 

D  *c  ,_  r  r.     1  o    r  urlemedofua.veruatctaquo- 

uzarao os Komanos, &  os  1  royanos:  Pedro,  &  Lourenço  que Fiandri» Ga/lo*  àepuiit. 
de Medicis, de torneos, & juftas ; eftes jogos foraõ o prin-  Uem M-9caM- 
cipio,por  onde  Hercules,  no  monte  Alfeo,comccou  a  ter   •  f  ím  ri  Jiter*,t>eiiuxttm, 

r  •  o  1  '       1  i  *~»  ■    •"     J  vel  tburrt!<t,vc!  fuif  r.imir.ibus 

iequito,cx:  a  crear  nomes  alentados.  O  exercício  das  artes,  gppeuentMr.LuJ*ti»tutut® 
que  fe  encaminhaõ  á  difeiplina  militar,faõ  como  o  jardim,  '"J'u  »>»*/**»*»«./?»■  »■ 

1  í  '  '  '  Hieron.ad  Lttlam. 

que eníina recreando.  ??.  MintiBumiitoperstiotit, 

r?  1  n  '  i  *     r  *.  *<  vacet :  multam  enim  malitia 

235      Lm  nenhum  tempo,  cita  aplantaocioíana  ter-  j0CHjt0JiofítM.ZcCief.^.ve<f. 
ra;acabandode  darofrucl:o,coméíTa  a  tomar  novoalcn-  »8-  ....,.._         r, 
■to,  para  frutificar  de  novo  ;  &  iodeícança,  quando  de  to-  eih,deteriut  tfi ,quçj*t>»f»iã 
doíeca.  Os  vauallos  lao  plantas,  que  tem  avidanaoccu-  0mpen,g,?o„f„ml,.f.ta*vi. 
paçaõ:   22   &todas,  naocioíidadeamortc.  22  O  exer»  ^«^"'^"'/«'tf ""</"- 

*.'*..  /--Tl  cit\ce(íationetorprfcit  ae  d'Je- 

cicio  das  artes,  yc  como  a  oppoli^ao  dos  Iiiiínor  es,  que  clt,i>,Bmm.êiDtmnri. 

Aa  cem- 


i  U       O  MffHG&BMS  $AT.  TOM.  77. 

i4  SjnWjTtmeeotififerBo.  coiiíèrva  af  rjde.Eo  Príncipe  dos  Patriarchas,   24   para 

mini  IhmdiíieMonacború  Pa-  .  iiiv/r--  -       t  r  -        i  i  -     •     /• 

*«-,#  D„x.EccLf:*>ni>top,io,  que  a  virtude  dos  Mojes  nao  adoece-íe,co  o  luxo  do  dei- 
^'TÍítf  TÍÍ  canço ,  &  a  perpetuidade  de  íeu  Monachato  não  refreia- 

%\    Otio  pent  Koma,  atleta  -         ç     '  i        C 

Oir/;J?/«f.D.^í/í.//í.i.^iecoinaocioíidadedosM-oii;esj    25   ordenou,  fafíeiwos 

clauítros  asoriicinas,nonae  kexerutaíiem  todas  asaites. 
236  Náoíòda  obrigação  do  coro,  &  afliileccia  dos 
efíudos  fe  compunha  a  vida  dos  Monjes;  também  no  exer- 
cício de  mãos,  os  mandava  São  Bento  gaflar  o  tempo,  & 
oprimir  as  forças.  Os Monjcs  eráoosofiiciaes, queobra- 
váotodooneceííario,paraoferviçodos  Mofteyros:  as  ar- 
tes mays  íervis  foráo,paraelles  ,as  mays  nobres :  apaícen- 
taváo os  rebanhos, cultivavão as  terras ,  davãomateria , & 
forma  religiofaa  íeusviítuarios  ;fervião em  todos  os  ofí- 
cios, &e]lesmefrnos  traça  vão  os  Mofteyros.  Trabalhava 
São  Bento,  em  que  o  eftado Religiofo  torna-leáquella 

JrZuàVÍ%ef,pa^,l  felicidade  amig.ua ,  onde  não  ha  viáo  as  regras  da  A  rchi  te- 
funtjam»*jcentciuxuria.ovi-  #ura ,  quedefpois  traçou  a  fenfualidade  :    26   &  que  na 

d,.EfiB.9x.  Pitu toga  Isfire     .,?•     -rr  y  a         f         "  L»i 

Rempubi.quamhrict.Ttttui.  vida  religiola ,  aonde  os  meitresle  enao  com  o  trabalho, 
*f mhwâodtcwtoea  viveffemosdifcipulos  comoocio.^  27  Náoopermitio  S. 
vita,iibifunt  sattorex ubo-  Bento,  temendo,  que  como  homés  lhe  fuccedeíTe  ornei- 

rioft,ibifantobicififoucfi.D.  .^.        .  ,  I  .r  .  .        , 

+dug.cap*i.deQpereMo»*-  mo,  que  a  David ,  o  qual  perdeo  a  virtude,  quando  dey- 

fÍ0o'  «   j      j-  r,   -i     xou  a  milícia.  28 

18    Qucd qitandiuDavid ex-  .  .    „ 

ercitavitfanmthtia^nòwfui-  337  Os  Anjos  exercitao-fe  continuamente  nacon- 
ir.  domo  ompmrWnfitjohi,,  teplaçaojas  EiírelIas,nosmnuxos ;  &  os  Mares,  no  movi* 
ut»2  adtiiurbSem.16  Epji.  niento:  quanto  a  creatura  he  mavs  perfeyta,  tanto  he  mays 

adjrurer  >n  tremo  ,impofit*  ?^>  •  ri"'-  i       - 

d.  ^JugHft.  oceupada.  Os  Anjos ,  que  ialtaiao  na  contemplação ,  per- 

i0     Opera  manuum  tuarum    i      -  <->  J       f  iT  i      - 

funicÀ,;,pflfeub»nt.  m.  ^erao  a  graça  j  os  Ceos,  quando  ieílarem  nogyro,  hao- 
joi.t-o/.-ó  Hocdtxit,  *on  fede  reputar  arruinados:    29  as  Eftrellas,fakandonoin* 

qu>apenbun,fedquiaceǻbZt  n  l     -    i  i-     j      /*  -Kit      f  l 

awtu.Beda  Cayttvjanje-  rluxo,haode  cahir  do  Ceo:  o  Mar  íem  movimento,  he  o 
«,usfHp.„p^.Mm.        Mar  Morto,  aonde  no  focegofeneíTe  a  vida  das  agoas. 

dSÍec  more  YiVk  ihi,  mors  ejl  maris  iSa  qnieti : 
ÇuodnuUos  animai  per  anchela  Volumina  fluclus, 
Qucd  que  etiam  pátrio  mifcjiumfufpirat  ab  Aiftro. 
£>.  typnanus  in  diferipttone  Sodomorum  Everfi. 

ParaqueosMonjes  feconferva-fem  na  graça,  multi- 
plicou São  Bento  os  exercícios ;  não  lhe  permitia  tempo 
defoceupado,  por  nãoperderem  amayorexcellencia,que 
tinhaõ,queeraafemelhan$adeDeos  3  a  que  fora  õ  leyros. 

Occu- 


EMPRZZJ    XItti  187 

Occuparão-fe  todas  as  Divinas  PeíTóas,  na  formação  do 
lioiTíem  :    20   &  para  que  tanto  empenho?  Porque  Deos    ià  lacUmM^ommêtãimái 
fazia  o  homem  aíua  lemelnança  ;  tk  quiz  razeio  aíeme-  Ge*tf.*.n.  :,6.  Videtufijiru 
thanea  de  húa  Divindade  toda  oceupada,  para  que  foííc  SfSÍ^S 
obrigação  do  homem  naó  viver  ociolo.  A  femelh3nça,que  °"°fM  efi-  ZmoVtrmen.jer. 
temos  de  Deos,  hefemelhança  de  hum  Deos  femprelabo-  '"' 
tíozoj entregue  acreaturaaoociorifca,&eícureííe  emfi 
eíta  fermofura.  Todas  as  três  Divinas  Pcííòas  foraõ  inten* 
dentes  na  formação  do  homem, para  que  efie  gaíta-fea 
vida  no  ferviço  de  todas:  as  obras  do  poder  atribuem-fe  ao 
Pay$  as  da  fdbedoria,ao  Filho;  &  as  do  amor,  ao  Efpiritoj 
Santo  ;  ncihs  obras  oceupou  São  Bento  os  Monjes ,  para 
que  cm  todo  o  tempo  foliem  agradecidos  a  todas^ao  Eter- 
no Pay,na fortaleza,  com  que  períeveravão  na  vccaçaõ,& 
ièrviaô  a  communidade  ;  ao  Unigénito  Filho,  nasfeien- 
cias,que  eftudavaõa  fim  de  doutrinarem  as  almas  3  ao  Ef- 
pirico  Santo,no  efpirito,  &  pureza  dalma,  com  que  conti- 
nuamente louvavaõaDeos,  afíy  noCoro,comoem  todos 
os  g&os  de  mortificação,  &  amor  do  próximo.  Nefies  ex- 
ercícios andaváo  os  Monjes, como  eítrellas  fixas  no  mo- 
vimento dos  Ceos,  que  nunca  perdem  a  luz  do  Sol. 

238      Enferma  a  Abelha ,  quando  naó  trabalha  :en« 
torpdfe  a  virtude  nas  prizões  do  ócio :  naó  teria  forças 
para  refiitir  ás  tentações,  a  virtude  dos  Monjes ,  vivendo 
deloccupados.  Atentnçaó,  que  nos  accommete  na  hora 
dodeícanço,  temcertaavi&oiia  j  aquenosbufea  no  tem- 
po do  trabalho,  fica  por  defpojo.  *  Rcndco-fe  a  conú-  J^^J;-^^;"^ 
Mentia  de  David, ás  viíhsde  Berfabé  ;  naó  perigou  a  caíli-  P-""'"- D-  Hii^»-si  Eu'-'- 
dade  de  Jofeph,ásmáos  defua  (enhora:  inconftn&avel 
experimentarão  os  ardis  da  luxuria,a  caftidade de  Jofeph: 
pouca  repugnância  aclnraõas  fettas  da  beleza,  na  conti- 
nência de  David;  foyeita,  tentada  na  hora, ein  que  David  .  ...      ' 
ddcançwa  cias  oceu  pi  coes  dotrono:    31    &  acaliioade  vLiâejirâtojíofiiiwfr^;:^ 
de  Jofeph,  em  a  occafiaó,  queelle  fe  oceupava  nas  obriga-  u"'"  *■    '<ff•Mi'•,  l-vaJ' 7 
çõesde  fervo.   32    Vencéo  acaftidade  ;&  ficou  vencida    ;i  ^f „/,,,„,.-„,, ;;V«. 
a  continência;  aeíh,  enfraquecéo  oonodcDavid  ;  Sc  a-  *****  P/t/bacmum^eperú 

11       r  1       '  1     ti 1       •»     w    f     1      s  1  •     1        '  Wiàpiam factrtt,    G:nrf}i. 

quella,  tortaleceo  o  trabalho  de  Joícph.  Abre  caminho  a  ie,j:\i. 
culpa,  quemdefpegaamaõdo  tr.ibrilho. 

239      Semon)Uro,que  adetende,  fica  húa  alma, en- 
tregue o  corpo  ao  ddearço.  A  Jacob  quando  ijormia  do- 

'Aa  2  ;    >u 


i  S 8,       O  f'l>inCl?E  DOS  VAT.  TOMO  11. 
j;  ViditiHfoNwUfctitm:  brou  Deos  a  guarda  de  Anjos.   ^  Todo  efte  reparo  he 

tyimchr  nuocjueDtiafcende-  rr     ■  \  1  r  •  i       1 

iesv$5àrjctfiitnte,pe,e*m.     neceíiano  a huma  alma,  para  coníervar  a  vida  da  graça, 
Gene)  ti.n.M.  quando  ocorpo  fe  entregua  ámorredoocio ;  porqueas 

mãos  ociofasíazemaalmaperdida.QuerendoChTiíto  dar 

íaude  a  hum  homem,  tolhido  de  húamaõ,  conto  foílc  em 

7     *ru  ,;,!.■  -r,  odia  de  fabbado,  preguntou  primeyro  aos  Fariicos:  ie 

v»mf»tere,anperdert? Mar-  çra  Jícíto  naquelle  dia  falvar  a huma  alma:   34  que  fe- 

melhançatem  a  perdição  da  alma,  com  a  enfermidade  da 

??    V*«w  anda  tericuhfa  maó?Era  por  vencura  o  mefnio,cer  a  maõ  enferma,  do  que 

tftan,m*egr,tudo.D.^ugtlft.  a  alma  perdida/ De  algúa  forte  íy:   2<   Amaórulhidaco- 

hb.LQuHthonumtvang.cj.  f  O'         •     r      o  •     P  J    J      J  -     r      ■ 

mo nao  trabalha,  eita ocioia ;  òc aocioiídade da  mao, razia 

perdida  aquella  alma  j  com  que  era  o  mefmo  livrar  Chrif- 

toao  homem  do  ócio,  do  que  lai  varlhe  aahna.  Por  rodos 

?6  i,t  uBuio  meo  per  no  Ser  os  caminhos  anda  perdida  a  almadoociofo;  em  nenhúa- 

Ztd^Zlf.Íf,nZ7r-  certa  com  a  felicidade,  porque  anaóbufca  nas  afperetes. 

/0l6-  Laítimou-feaAlma  Santade  não  achara  Deos.  36   GIo- 

ee:.:-  Vidi  Deumficieadfad-  nou-íe  Jacob  de  o  ter  nos  braços :    57   mas  rito  ioy ,  por- 

tmvfdvafaa«fa*m»me».  nUe  naquelh  occafião  ,bufcava  a  Eipofanoleyto,  a  hum 

Deos,queJacobachounaluta.Faltandona  cafa  Áurea  de 
Nero,  a  pedra  Sphengitem,que  Jhe  dava  claridade ,  ficou 
fendo  caos ,  ò  que  dantes  parecia  Ceo.  A  Torre  de  Pharo 
fem  a  luz  ,quegiava  aos  navegantes ,  era  coufa  fuperâua, 
fendo  obra  tão  necefiaria:  Torre  fem  luz,  Sc  cafa  fem  clari- 
dade erão  os  clauítros,  vi  vendo  nelles  o  ócio;  a  falta  de  luz 
nãodeyxava  ver  opreciofo  da  cafa ;  nem  o  preftimo  da 
Torre:  perdião  os  navegantes  o  porto, porque  íaltava  na 
Torre  o  farol, por  onde  governar  o  rumo. 

240  Defpojados  das  armas  do  inundo,  entravão  os 
Monjes  a  tomar  o  habito :  Sc  fortalecidos  com  as  do  eípiri* 
to  confer vavão  a  graça ;  porque  regados  com  as  1  jgrymas 
da  compunção,  florecia  nelles  apurefa  daíàntidade:  Sc 
como  tinhão  defalojado  dalma  todos  os  peccados , era  ne- 
ceíTariooccupar  a  parte,aonde  morou  a  culpa ,  com  virtu- 
des contrariasaos  delidos.  Pouco  importa  a  huma  alma  a- 
limparfe  das  nódoas  inveteradas,  fem  tratar  de  adquirir 
novas  virtudes.  Infru&iferadiligencia  hedaquelles ,  que 
defpois  de  lançar  fora  o  vicio,  fe  entregarão  defpois  ao  o- 
cio.  Segunda  vez  atrométou  o  Demónio  o  corpo  daquel- 
le homem, a  quem  Chrifto  havia  livradodelle  aprimeyra 
ves  5  &  o  que  admira  nefte  fegundo  treme  mo  he ,  que  a- 

chan- 


iam 


EMPZEZJ    XIII  1S9 

chandoo  Demónio  a  efta  almalii»padepeecac!as,kapo-' 
dcja-íe  delia  :   28   mas  a  razáo  foy ,  porque  eíla  almaen-    '8  £f  w*/w"  w»"*''  « 
tregou-k2oddcanço,deípoisque  levioabioita.  runn-  «•*«««. ~mmí.«^*^:i4. 
cou-a  Chrifto  de  toda  a  macula  que  tinta,  quandoa  1  i  ví  ou 
•domefmo  Demónio,  que  a  atormentava  j  &  devendo  a 
^ícaturajdcfpoisdeabioltajoccupatfe  em  actos  meritó- 
rios, para  fatisfazer  as  dividas  da  culpa,  encregeu-k  toda 
20  deleanço ,  faltando  no  exercício  das  virtudes  ;  com  que 
aalinaperdéo  a  graça,  em  que  eftava,  pelo  ócio,  em  que 
vivia.    20  Devxarospeccadoscomomundo,8ídeícuy-  J?.s****i**F6?'-r* 
darna  Religiáodeosremircom  penitencias, he  immitara  imptr  «egUgenuam.  rm*- 
ignorância  <Jo  manante , quedando  crena  a  embarcação,      '         '  r 
irão  tratou  de  lhe  calafetaras  juntas,  íenão  de  a  alimpar  do 
breujcomque  naenkadá  padece  a  embarcação,  os  nau- 
frágios da  tromenta.  Fugirdas  inquietações  dofeculo,  fó 
por  lograr  a  clauzura,he  como  o  preguiçofo,que  para  dor- 
mir á  vontade  ,buíca  a  parte  mays  quieta.  Chrifto  não  fe    40  txivit  in  mmm  m, 
auzentoudas  prayas  para  deícançar  no  monte:   40  nem  l«e.6.verf.  u. 
tirouoDiícipulosdasai*03s,paraos  ter  ocioios  na  terra. 
41   Huanoytequilerao  osUiícipulos  dormir  no  Monte  úmnum. mvtca  b»f\6.Dt 
O  li  vete,  &  Chrifto  encomendou-lhe,  que  vigiaflem,  para  '^'/'J"^?1""*"1 
«áocairem em  tentação:   42   &  como  íe livrará  do  peri-   axVignate^orate.utnen 

/•      11    '  1*     •     C       C  11  •  ittlrslU  if.Xcntationcm.  Marci 

go,oque  elcoineo  omonte  reiigioio,ioparanelle  viver  lfW^  l( 
com  mays  ócio/  Efta  vida  ociofa,  multiplica  os  contrá- 
rios, 42  &deminueareílikncia;  donde  pareíteimpoíli-    4?  opctanSy!0*ach«s  i*™- 

1  /-  1   .  •  O.       •  ks  uno  pu!fattir,femptrc:icluí 

*el  iahir  COm  VlCtOna.  virointumerUJpiritibw devif- 

tJtur.  ProverUumfwt  \io>:a- 
choru  'i^yfxyttti  spuà  CaJ;an% 

Cernií  ttt ignaVum  conumpat  otia corms*  i'b-,°- "ftnut-"?-**- 

Utcapicnit  Yitium^  nimoVeantítr  aqiLt? 
Ovid.  lik  1.  deTont.  Eglog.  6. 

241      Não  fatisfaz  a fua  vocação  ofogeyto,  que  buí- 
candono  abito  a  mortalha,  com  que  mortificar  as  pay  xõ- 
es  do  corpo,  amortalhou  o  talento  no  abito:  Em  tudo  pa- 
recidos, áquellelervoinutil, aquemo  Senhordeuotulen-     ^   ©,»,««*.  >,.»*.*«, 
to, para  que  negocia-fecom  eikj  oqu2l,cícolhéoporme-  í*,j ,;' :-:-  ■■"•'-'• 

lhor  forte  ter  o  talento  ociolo  :depoíitou-o  tm  hum  len-  4,  infud*rw»amtptei 
ço:   44  cofre,  em  que  o  mito  recolhe  o  leu  talento,  deí- 14„ 
poisdeoterabonadonokmcodeDeos.  4<    Uzandoo- •■'■  ■■•--'• 

n.11  r  v.  -i     ii-         <i        r         ('»'*•  ' '■  "■■'■ 

}uito  do  lenço,  para  enxugar  oiuorcro  tiabjino ,«  oíjn-  ,„  „aUn  unim  *w/y  <• 

A a  3  gúc 


ico        0  TVJKCftE  VOS  <?JT.  TO  MO  11. 
guedasmortificações,em  que  fe  exercita^&o  fervo  inútil, 
como  de  mortalha ,  aonde  enterra  feu  ócio  o  talento,  que 
\6  ilcirçpenimtfçbiftiar'  ]}le  Jcráo  para  mercíTer ,  os  intercflbs  danegoceacáo.   4.6 

ii:j,ticKittoiicru,fed  t;t  pug-  r       •  f  r  11  1      ' 

r«/.  D.chrxfoft.homii.i^in  J  Jelpois  queo  iervo  pereçoío  amortalhou  o  taknro,aon- 
Math'e-  de  o  havia  deaugmentar,com  ouzo,  fepultou-o  na  mor- 

talha :  não  fe  conta  por  vida ,  o  tempo  ocioib.  Enoch  ain- 
da hoje  vive  no  lugar,  em  que  Deos  o  conferva ;  &  com 
var  ,         ,     v  tudoiflba  Efcritura,  náo  lhe  conta  por  vida  mays, do  que 
nocbtmcentifcxaginiaquinqHe  os  annos,que  viveo  nefte  mundo:   47  naquelle  lugar,  tf- 
'^       '  táfemoccupaçãocorporal  Enoch  3&  neíte  mundo,  itm- 

pre  Enoch  viveo  oceupado. 

242  De  maneyra  íuou  o  talento  em  paliar  da  mão 
do  Senhor,  para  a  mão  do  fervo,  que  foy  neceííario  apli- 
carlhe  o  lenço ,  para  fe  alimpar  do  íuor :  com  qualquer  oc- 

48  Qmathimerttotiofttstip-  cupaçáo  fè  mortifica  hum  ociofo ;  o  mefmo  ócio  lhe  caufa 
fi.oríg. bem.  10. mMnb.       0  niayor  enfado :  48   nelle  trazem  ás  cóftas  a  cruz  mays 

pezada,&  perdem-fe  crucificados  nella. 

243      Amortalhado  o  talento,  deulhe  focego,  como 

49  TcJ,tmierl-a,<8»hfco»-  recolher  na  fepultura;   49   como  que  fe  tivera  trabalho 
j-itpicun;3Dom,mf*i.  Mitb.  em  viver  ociofo. O  que  tem  menos  talento  he ,  o  que  aipi- 

ra  mays  ás  dignidades ;  fazem  da  vida  ociofa,juíuça  para  a 
pretençãojimaginando,queasReligiões  tem  a  proprieda- 
de dosguzanos,  que  roem  ofaõ,  &  vivem  do  corrupto: 
fendo  efies,  os  amotinadores  das  Religiões,  &  os  que  lhe 
motivaõ  defeoncertos.  O  foldado,  que  acabou  de  dar  a 
morte  a  Abimelech ,  e*a hú  homem,  que  eíbndo  na  guer- 
ra tinha  a  efpada  metida  na  bainha.  50  O  talento  hea 
efpada  do  Religiofo ;  com  ella  merece, ou  defmerece  o 
premio;  m2s  os  que  tem  o  talentoociofo ,  ou  amortalhado 
faõ  aquelles,dequem  a  Religião  padece  omayor  detri« 

50  -Evigita  ghimm  tuum,  mento.  Compete  o  talento  ociofo ,  com  o  oceupado ,  mas 
wrf.Tí'.*  "'e  ^uâ,eHm'  9'  de  tal  modo,  que  lhe  inveja  a  eftimaçaõ,&  naóa  vida;com 

que  faltos  de  fer  viços  fevallemdas  aderências:  o  mereci- 
<i  yicccjr.tmanrfiiiorum  mento  próprio,  naõ fe  aprovey t?  do  alheyo;  a  juítiça  naó 

Zebcãn  cumfili;  ,<!„„„,    %  ,,  r    /  r  {  .    J    ]  ,  T    , 

petent :.-■  DicutfedeanthidHo  neceítita  de  patronos,  nem  o  benemérito  de  padrinhos. 
&*£*?**'*»"*»»*  NenhúaaderenciativeraóSaó  Joaó,&  Sáo-tiago,parafc- 

^/  uniu  aajinijtiam.  Matli.iQ,  J         .  o     'I 

~*f>f-2o.  rem  Difcipulos  deChrifto  ;mas  ajudaraó-fe  doparroct- 

\7.   Kon fiíiyotiflaicm de eífe  j     r  -  i  r     -         j  i 

affw  ,/c-d  mptíum  cretm.  mo  de  íu*  may ,  quando  pretendiao  as  duas  cadeyras:  5 1 
r*.  o.  -si™t>">r.  hb  <  âefiàe  n2q  tinhaõ  merecimentos  para  as  poíluiiem :  <  2  caufa 
TAcumàircvabk.  por  onde  le  valerão  de  aderências  na  pretençao. 

244  Muy- 


EMPREZJ    XUl  IJi 

244.        Muyto  ajudou  a  fru&iricar  a  virtude  dos 
Monjcs, o  exercício  das  artes-,. florei, ique  pioduzem  efte 
frucio;  fleJJeoccupaváootejiipo^ÇjiislhejeíUva  da  coa- 
tempbçaõ,  &  d©  cor©  ;  ©que  ranrberntra  cHvertimciiít>j 
coqi  queferecreavaõ.;  mas  taõ  prcveytoíp  ao  governo  cf- 
piíitualj  &  temporal,  que  ferve  para  direção  dos  Prínci- 
pes. As  artes,  que  exercitavão  os  Monjes3eráo  confernen- 
tes  ao  ferviçq  ,&utilidacedos  mofteyros :  Dão  tinhão  tra- 
balho, nem  alivio,  que  foííe  diííonante  afeueftsdo  ;nem 
quedeyxafíedelerproveyrofo  alua  vocação.  Sáo Bento 
media  o  trabalho  pelas  forças ,  &  a  nenhúa  idade  premeria 
ócio.  Do  fru&o ,  que  derão  eftas  flores,  fe  fnftemava  com 
mays  vigor  a  fantidade  ;  &  com  efles  exercicror  abonaváo 
os  Monjes,  a  cultura  das  artes,  indicando  nellas  o  efpirito 
de  fua  virtude. 

Myfica  figna  Vuces  prxmlttunt  laudibwartis: 
Pi/cês  <Petnt4  agem  bomines  capit,  aquoris  bospes. 
lnfacris  perjtfttt  aquis-}  habitaatla  Taulm 
Dum  terrena  leVat,  docet,  ut  cxleftia  condat, 
FaElaqueJ<epe  manu  num  confiruit  atria  Verbol 
p.Aug,  De  opere  Monacb.  1  o. 


ORDENA 


ORDENA 

OSUMMO   PONTÍFICE 

Hormifda,queoSanto  Patriarcha  aífíftaemRoma 
a  hum  Concilio. 


245 


li^^s 


P  O  Y  a  morte  da  Hydra  afcgun- 
|!  daempreza  deHerculcs;&  íen- 
MÊ  do  a  íegúdâ  na  ordem,foy  a  pri« 
íl  rMlSáíl  mevra  na  fama.  A  monftro-ofi- 


gj^M  dadedaféra,  encarecèo  as  for- 
jjggaBM  ças  do  braço:  o  dam  no,  que  dei- 
larecebião  os  naturaes ,  &  os  eRrangeyros,íubio  a  efiima- 
cãodafacanha.DosHereiesj&dosJudeosfoyfymboloa 

*'  Hv- 


E  M  T  ^  £  Z  A    XIV;  r9£ 

Hydra.   i    Eracérto,queagentemays  bruta, &prever-    »  Comnnn* funui:  ' 
f/haviadeter  o  feu  retrato  no  monftro-o mays  desforme, 
tk  mays  nocivo. 

24.6     As  cabeças  da  Hydra  não  tinháo  numero  certo. 

'  r*  J  .  .  2   Naucram  tntrro. 

hus  lhe  contarão  lete,    2   ourrosnove,   3   hunscincoen-   ,  mgpn.m.&féiih 
ta;   4  &outroscento:   5   aííy  a  hereíia,  porque  não  tem  ^J^F^o.nbMfM,-.-.,-. 
conto  os  Hereíurchas.  Todas  ascabeçasda  Hydra  tinhão   s  tomtmu. 
linauas:   6  &  todoohereje  temasmefmas;  húa,comque 

j    /-*\     5/1       o  li      r  &  Ledavi.Gelielik.iG.cap.i 

pronuncia  o  nome  de  Cnrilto;  òcoutra,com  que  blasiema  * 

deíua  Divindade,  Humanidade,  Sacramentos,  &  mays 
myfterios.  Sendo  como  o  Dragão,  que  tem  húalingua, 
com  que  cone;&  outra,  com  que  fere. 

247        E  não  he  menos  conforme  com  a  perfídia  dos 
judeos  aqualidade  da  Hydra;  porque efta,deyxa o fuíien-   7  BiermymtuÉeríeieja.t^ 
to, que  tem  entre  mãos ,  para  executar  novo  eftrago,  na  ff-%-  «•*«.* 

'  T  _,  '  y  .     o  8    Caro  meaveriejí  cibui  Je« 

prefi ,  que  lhe  ofterece  a  vifta :   7    Defprezaõ  os  judeos  a  m.eap.%^.verf.\  j. 
Chrifto  verdadeyrofuflento  :   8   efperando  hús ,  por  no- 
vo MeíTiàs,  para  executarem  nelle  os  opróbrios ,  com  que 
f<ms  afcendentes  maltratarão  a  Chriíto.    9   Setf4ocieas  ^T^pTflíjZ^ 
entranhas,  como  as  do  Crocodillo,  que  chora  antes, Sc  >r^;«. }4.«.jo. 
defpois  que  come,  por  lhe  faltar,  em  que  execute  lua 
traidora  ferocidade. 

248     Achou  Hercules  a  Hydra,juntoá  fonte  de  Ami- 

rii       j     rln        t-\  ia  n         ■     r  n  ,0  PauOniaslib.i.eap^. 

nona,  hlnaaeElKey  Danaode  Argos:    10   rara  inrelta- 
rem  a  fonte  mays  pura,bufcaõ  eftas  Hydras  as  correntes  da 
potencia  humana.  Os  judeos  induzirão  ao  Emperador    ,,  ceft*  ãifcurfw  ce»»ao 
LeáolII.aferhereje.   11   Hum  medico  judeo,  valido  de  J^™/''-1"- 
EIRey  Henrique  o  í II.  de  Caftella,  lhe  deu  a  morte.   12    u  aemiíífcl,?g^Gan. 
Quem  conhece  a  naturcfada  Cobra,  &:  a  recolhe  nofeyo,  laitwptniiMfi.m  i5.c.«//. 
quee(perafenão,que  o  calor  lhe  facilite  apeçonha;com 
que  lhe  tire  a  vida. 

Tdcfuifuertè  el  bien  fe  le  agradece. 
Que  baçer  bien  a  los  tales,  tal  merece  o 
JoanHorojco.Emble.  14. 

249      Neíia  batalha  de  Hercules,  fshio  da  kgoaLer- 
nca  hú  Cancro,  em  favor  da  Hydra,  que  mordendo  a  Hcr-  .  ,    .. 

culcs,lheluípendeo,poralgu  tempo,  as  torças:  1  5   Nun-  «.*.#  j. 
ca  faltarão  Cancros,  para  embaraçar  aos  Hcrculcs,que  de- 

Bb  fejão 


. 


*94>     o  vTQNcnn  ms  <pat.  tomo  //. 

iejão  ca  ftiga  relias  Hydras.  Náofoy  lo  Federico  Duque 
deSaxonia,  o  que  apadrinhou  a  Lutero  \  muycos  cancros 
ouve  defpois,  que  patrocinarão  ojudaifmo,  &ahercfa. 
Foy  impoílivela  Hercules  matar  a  Hydra  ,  fem  que  joho 
•  4  H.^fit-vdiaquxJSHy.  3fogueaííeos  golpes,  quea  lera  recebia.  Os  herejes,  &  os 

Jtc/lii>inaitiuí,vuJnciitiitJuis  o        _    _  it      j  o  IO       1       1 

er>:t,t,is  Jumj*pe  reeditar,  judeos  lao  como  a  Hydra,  &  como  a  doí  bole  ta ,  que  nao 
ÇÍ2SCÍ 3SB7.  «abáo ,  até  ps  não  queimar  o  rogo.    ,  4 
àefdeadGrmiHmtaf.A,  qío     Hercules  cortava  as  cabeças  da  Hydra,  &  a  par- 

te donde  lhe  cortava  húa,produfia  muy  tas. 

.   Vulnenhu  fecunda  fuis  erat  tfla. 
Ouid.  6.  Matam. 

-  -  O  cautherizalas  Jolao  com  o  fogo,  lhe  impedi  o  aprodu-» 
cio. 

Hydra  conéujlo  peryt Veneno. 
Séneca  in  Hercul.  Furente. 

Por  Hercules ,  fe  jame  permetido ,  entender  eu ,  o  Tri* 

bunal  do  Santo  Officio,&  por  Jolao  os  Príncipes  fécula-» 

res.  O  Santo  Tribunal  tem  por  inftituto,  cortaras  cabeças 

da  Hydra,  extirpando  as  herefías ,  Sc  os  erros  judaicos ;  & 

os  Príncipes  Catholicos,hào de  concorrer,como  taes,con« 

denando-os  ao  fogo,  que  de  todo  extingua,  a  peftifera 

multiplicação.  Efte  feja  o caftigo,porque  fe for  outro  naó 

he  medicinal:  permitirlhe  ávida,  ainda  que  feja  com  ef- 

tip.  Pcfiuiaft.í  julin  ó.coia  perança  de  emenda ,  nao  íe  evita  odamno  da  lua  propaga- 

verfu. ultimo, Quantur.        ção.  Os  judeos  tem  amefma  pena,  que  os  herejes.    1  5 

,  L  .  ■    ..       :.        NoscaftigosfempreferefpevtaacalidadedapeílóaorTen-' 

16   C  ficuldtgnumãebomi-  °         r,    *■  .    r     J  p     .*r 

eiiio.Vmt.Gi.md.c.decau-  dida.  ío  E  lo  com  padecerem  a  morte ,  íatisiazem  parte 
*titMi.JeMccmjmi.\!SZ  doaggravo , que  fizerao  aDeos.  17  Trata  com  pouco 
frineifium.  empenho  da  leára  o  lavrador,  que  podendolhe  defarrei- 

L.juii.  majíft.  ttiam  pet.f&  gar  de  todo  a  mata,  lhe  deyxa  as  raízes,  com  que  brota.  A 
CÍVc^l%tZbz,í  zizania,defpois  de  defarreigada  da  terra,  mandou  Chrif- 
nia&aiigatceai*fafcicuio*»i  toatar ,  &  lançar  no  fogo: .  1 8   paraenfinar,  quefóentre- 

comburendum.  Matb.  1 5 .  verf.  ,       ■  *  r    -  1  r  o        •     ^    •  r 

3o.  guesaschamasncaoashereíiasj&ojudaiimo  exnntosna 

planta,  &  na  rais. 

25  1  Os  Alemães,  em  quanto  não  queimarão  os  ju- 
deos ,  que  habitavão  em  fuás  terras  ,  não  poderão  evirar  as 
£ re  fidus,  Sc  as  maldades ,  cõ  que  os  efeandalizavão.  Duas 

veles 


EM  PREZ  A    XIV.  195 

vefes  fe  valerão  defte  remédio;  húa  foy  no  tempo  do  Em- 
perador Henrique,  Sc  do  Pontirice  Clemente  VI.  a  outra, 
governando  o  Emperador  Federico.  O  fogorefolve  em 
cinzas  ao facinorofo,  os  mays  caftigosnão  acabão  com  o 
prócer vo.  O  defterro,que o  Emperador  Conftantino  deu 
a  Ecio.  Theodoíío  Júnior, a  Neítor)&  Carlos  V.  a  Lute- 
ro ,  que  remédio  foy  contra  os  erros,com  que  eítes  hereges 
contaminarão  apurefadafe?  Apenacahio  íobre  achrif- 
tandade,  porque  nella  dilatarão  o  império  a  feus  inimi- 
gos. Quem  deixa  fahir  o  apeflado  da  terra,  onde  fe  le- 
vantou o  contagio,  he  querer,chegueas  mays  partes  a  cor- 
rução.  Nenhum  dos  nacuraes  de  Sodoma,  &  Gomorra  ,'9  Suiúertít.-imiverfoste* 


litaiores  urbium,  Gcnef. 


19. 


ficou  de  fora  do  incêndio,  quando  Deos  as  abrafou:  19  *»/.»$ 
nem  lhe  deu  outro  caftigo,fenáo  o  das  chamas ;  porque 
queria  Deos  atalhar  o  peccado,&fovertéo  os  agrefíores. 
252  Vários  Principes  firmarão  contra  os  judeos  dif- 
ferences  leys.  Prohibindo-os  de  ter  communicação  com  os  ^° gCu'fà^"Luf'^c'0f"r,et 
Catholicos:  20  de  fe  fervirem  com  Chriftãos :  21  de  t\  €.adb*c.ytí?it*Qrmit. 
que  asmolheresOrthodoxaslhe  crea-femos  filhos  :  22  f*'í* d  c.ân '**, v,ta tia*. 
de  ufarem  da  medicina,  &  deferem  boticários,  22  fenão  *"?**&£&» ewvcBx- 
em  cafode  neceflidade:   24  de  andarem  com  omeimo  tm.dcBuir.i*d.c.*db<te. 

eque  uzavaoos  Catnolicos,   25   de  terem  algua  ,b,Glnf  z8 '  « ... 
dignidade  entre  os  fieis :   26  de  fe  receber  feu  teftemu-   2*  ugeij;JcconfucinJiae 

nhoem  pleytoscontraosChriitaos:   27  decaíaremcom   %%  íncap.rnnuintdeiui. 

mulheres  Catholicas  \  8c  fazendo-o  os  caOigarião  como  a-  ^ucjfjudJ^t'^^. 

dulteros.   28   Ordenando  foíTem  eferavos  dos  fieis:   29  *«s  c»p.nuU. 

fazendo  emeafados  Chriftãos,  &  nas  republicas  todos  os    ,g  u.ntcpucMjudtb. 

officios  fervis,ck  immundos,  varrendo  as  eftrevaiias  :lim-  ,?  cfJ-  uf^c;n":^lur 

pando  oscavallos,oV  tirando  das  ruas  toda  aimmundice:  Re?  d.  Matweiau  judeot,quB 

rin        n  i-»i»ii->  111  j      auiícrth ficar  tm  Po'tugãl. 

50   EIKeyUomJoaoolll.de  Portugal,  lhe  negou  todo  a  ^cspfVeHdUMfipeT/mtai 
o  género  de  honra.   *  A  eftas  penas,  lhe  aci  efeentou  a  do  M^e\nYfMt/Abn''";^'' 

O  >  I  '  nefiot,  feJ  f'r,liaoi  ,pnti,fcr' 

defterro,  o  Sereniífimo  Rey  de  Portugal,  Dom  Pedro  o  ríre,es mundartvicot,aUadc- 
.donome,exterminandode  íeus  Rtynos  aos  compre-  ^^titvamjbrdtt.fcofere 
hédidos.Tyberio,&  Claudio.expulfarãodeRoma  a  todas  mndaiiayadav^a  pecud», 

rrr       j  -  r         r  -        t-  I         1?       naiere, tf  exeoriare, &fi a*. 

aspeíloasde  nação  jomclmo  nzerao  o  lMuperador,  re-  fHnthvjMigtmtit»mm»,  Ma 


dum 


igosloy  poderoio  paia  emenda  jcomoqi 
pell.&"philipc  o  Aiigufto,  de  França,  íè  reíoíveiáo  a 
lhe  dar  a  morte,&  por  fuás  mãos  a  deraó.a  muy  roc.b  o  com 

Bb  2  a  m  or- 


í  96       O  INCITE  VOS  <?JT.  TO\ÍO  11. 

a  morte  acaba  depcccaí  d  viciofo^osjudecsiaõ  o  centro 

de  todo  o  vicio.  Osmayores  do  mundo  emanarão  dcJlesj 

foraóos  primeyros,  que  inventarão  a  ufura:   qi    Os  que 

,i  íãemMtyoi.Vbifvpfoi.  refufeitaraó  opeccado  nefando:   32   &  os  que  falfifica- 

Ti  Frâ»dfíu,  fetnnft,  âe  raõ  a  moeda :    33   &  fe  os  comprehendidos  neftas  culpas 

PrtfJjaUb.  a.  §  70.  fe  entregadas  chamas,querazaó  pòdehavtr.que  livre  del- 

las  aos  inventores? 

253        Admitir-fe  mifericordia  nas  culpas  dos  pro- 
34  D.vdugujUe-jeraRetig.  tervos,não  fey,  fe  impede  a  emenda  ;  porque  aos  judeos 

mays  os  obriga  o  rigor,  que  a  brandura.  34  Compro- 
méfía  de  reforma  faivão  a  vida,  fendo  fingidas  as  mcíiras, 

í<    F ccctai  aJ-ittílurCati  qui  i-j  r  _         1  J  C       f  r 

Ini^riuscJptratranirnjrigtt  quedao  de  arrependimento :  3  5  alem  de  que ,  hca  íoí- 
jí  ejfc  tíerem.tam^ frjapit  peyto  na  correcção  ,  quem  fempre  reincidio  na  meima 

habitam  Religiofum.    joãnhei  l     J  i  •       i  y       y  •  r     • 

Rauii.âeWJvtnxui*  Epipb.  culpa  :36  o  mal,  que  os  judeos  tem  uzado da miiericor* 
fe%''L.s;cHi%jJem.ff.dcac-  dia, com  que  os  trataó,ãíTy  o  Santo  Tribunal,  como  os 
eufa.L.caffim.^ >bi Ban.ff.  príncipes  Catholicos ,  os  incapacita  de  toda  a  compay- 
Sújp&ilt.  xao,& piedade:  37  donde  devem  lenar  os  mays  caiti- 

i  7,  y* notan,r >n  C-Vf<  If  20S  &  uzar,  para  com  os  judeos,  &  herejes  lo  do  fogo,  pa- 
c.fidedon.vivc.oBanad,/-  ra  que  de  todo  fe extinguaõ.  Naõ  acabou  ogenero  huma- 

cíijflo  t2.  q.  i.i3 iiL.ft  C.  de  1  J*1        •  j         11      1 

W(„,  dm.  no  com  as  agoas  do  primey ro  diluvio ;  mas  a  todo  elle  ha 

deconfumirofogodo  ultimo  juízo:  Na  Arcaconfervou- 
fe  a  defeendencia  de  Noé,  &  todas  asefpeciesdos  anirna- 

38  Getttfttty.jverf.tj,    es:   38  no juizode fogotodos osanimaes,& todosos ho« 

mês  haó  de  acabar.  Asmays  penas,  cm  ordem  aos  judeos, 
correfpondem  ao  diluvio,  onde  fempre  fefalva  a  defeen- 
dencia j  fó  o  caftigo  de  fogo  he ,  o  que  de  todo  defvanece a 
propagação:  &  a  efte  fimfe  encaminhou  o  zelo  dehunj 
Pórtuguesj  quando  difie. 

Vay  crefeendo  muyto  a  rmm 
Dejia  arVore  taõfectmda, 
E  temo,  que  ajafegunda, 
SémõbouVer ferro^  chama. 

234     Pelejando  Hercules,  fingem,  que  a  Hydra  ba- 
tendo com  a  cauda  na  terra ,  fizera  cahir  aos  pés  de  Hercu» 
t,    ,  j  *    lesinnumeraveisaréasdeouro:   39  com  intento?,  de  que 

19  HitròitymuriiHth.difii-    .  ,  .    .     .      -> '   .  -.  _ '  * 

>«//§. 7. «/. }o,  oeyxanade  amatar,âmbicioio  denqueías.  JNaoiulpen- 

déo  a  ofFerta  o  braço  doHeròe:interece,que  amuytos  o 
fufpende:  efquecidos,deque  as  riqueias  dos  judeos  hedi- 

nhevro 


Elíf^nZA    VãV.  i97 

nheyro  excomungado;  porque,como  difiehumTheoio- 
po.  *  faó  os  ganhos,  que  ciraraõ  rara  íl  do  cinhevro.oor-   *  pc-r  ^«4*f<u'  ãi  Pa'~ 
que  comprarão  a  Cnniro ;&  tantas  íaoasmaldiçoes,  que  Zíu-6.».5o. 
cahirriõlobre  os  ludeos,  quantos  foraó  os  dinheyros,  por- 
que comprarão  ao  Redcmptor:   40   &  tantas  diferacas   *°  s*"'  '""eCT  "umCT0  u," 
íbccederáo  aos  Príncipes  Catholicos,cuantss  asdadivas,  ~'"'^í"  *£/*;/>«/,. ;:.».•/.- 

l-j  -        J    r>        /"        •  1  i'/i  r  g'"t2  argenisiiemptum  Date» 

quereceberao  damao  deites  iacrnegos,  por  diípeniarcm  remb^ikmisç&rifiitmúti 
com  elles  nas  prohibições ,  que  tem  pelas  leys  5  &  nas  pe-  ?*•*•«»■»*«■  *»/«?./«*, 
nas,  que  mereíTem  lu2s  culpas.  Não  me  quero  valer  de  ex- 
emplos, com  os  quaes  podia  manifeftaroengano,quenef- 
re  particular  padecerão  alguns  Príncipes,  queddpoisco* 
nheceráo  o  erf o  j  experimentando proveycoío  ao  dinhey . 
ro  dos  judeos ,  &  dos  herejes,  quando  hepena  da  culpa ,  ck 
não  quando  he  preço  do  perdaõ. 

255  Com  ferro , &  com  fogo  fe  extinguirão  2s  cabe- 
ças da  Hydra  5  fò  lhe  ficou  a  principal,  que  fingitão  fer 
eterna.  Ne(taconí1deroeu,reprefentada  a  FéCatholica: 
&  em  quanto  osherejes,&  os  judeos  a  náo  tiverem  poc 
cabeça,  naó  deicance  o  ferro ,  naõ  fe  apague  o  fogo.  Com 
ferro,  &  com  fogo  fahiraõ  osjudeos,a  prendera  Chrifto, 
&  neftas  armas  trouxeraó  o  caftigo,que  mereííem  fuás  cul- 
pas. 41  PrimeyrocomofogoefpiritualjdevemosPrin-  ^  Uc,:íCoflíi chapem, 
cipes  confranger  os  hereies  ,  a  que  abracem  a  Ley  de  cum quitar ex/-eru*t,r**peri0 

\      ._  1-5  *•  *=*  •         *-M      -n-  cv.r-vcluraorfumeorun.l~un 

Chriíto, obngande-os  aouviremaDoutrinaCnnlta:  42  typertJH>A^i*ioan?t.»d,n* 
&  deípois  de  fuíficiente  tempo,  em  que  poíTaó  ter  delia  a  fS^^tr^- 
luz  neceíTaria, quando  a  naõ  abracem,  uzem  do  togo  ma-   4*  P.terSuarct  tomoJefi- 
tenal,queosconíuma.  43   Naoddcancaobol,derepn-  ■B^g,mine?rincipu. 
miro  atrevimento  do  vapor  .atèqouorefolveemchuva,  J\  J^***«' *//«*•!■$ 
ou  o  desfaz  em  vento ;  aíly  os  Príncipes  aos  herejes ,  &  aos 
judeos  j  ou  desfey  tos  em  lagrymas  de  compunção ,  ou  re- 
duzidos a  cinzas  para  deíengano. 

256       Atenacidade  dos  herejes  he,como  a  prefidia   •  Nw»  ««>«/*«*/ ?*/««** 

«WiikWs    *  fsmtnt  Cbriftum  regnant        • 

uujjuutu»    „.  G*h$,qu*mquicrucifixerunt 

tmlulanttm  ia  unir.  U.^ug. 

Qm  blasphenmt  euni  domimns ,  qki  regmt  olympo, 
<iAjfimilatur  à}qui  auàfixiteum. 
German. 

44  Cun-.rr.imorfíur  >' *.-.■•/,  Mt 

Ambasascnfermidadcíptocedcnidcfrio:  44-  {o&m  %£&&£,    n    \ 
dâvcrdadeyraluzj  que  he  Chrifto, por  ifiò  osnaòaquen-  ,■,*,. u*n  n.vuf.zi. 

£b  3  taò 


> 


1 9s      o  T^mciTR  vos  $;M  tomo  11. 

taõ  os  rayos  do  Sol,  que  he  a  illuítraçaõ  da  palavra  de 
4i  Cum  judsi  rtctjjlccnt a  Y)cosx    *?■    huns  ,&  outros  tem  a  noy  te  por  dia ,  porque 

hicSyiS»  eos  ol- ,'cura  nox  oçcu-  r  1  !•        -     i  l       r      C- 

fj(Tci,coq*od. ::„minatiotvã-  tem  a  lua  cegueyra,por  luz;a  condição  da  noy  te  he  ler  rr ia 
:r;:t^;^;^  &  «in  "  os  achaques  da  ineldade  ,  o  fogo  he  o  melhor  re- 
ij>pmmer£»  Dèwm chtritate.  médio :  para  fio  moííraraõ  ler  os  judeos  nas  luzes,  que 

Vufebiiubtfarisfiphf:  10. de  k.  „,     .  .      A    . 

fr«t»rauo  Evangrí.  trouxerao  para  prenderem  a  Cnriito.   46  A  Igreja  como 

,6  SM  crgoiudjijamfirt-     -    piedoía.Di  imeyro  os  fomenta  com  o  toso  efpiritual, 

turfiiiau  tutorem.  D.^âm-  J0  que  os  caítigue  com  o  fogo  material  ;  femeihance  á  ave 

que  aos  filhos  deíobedicntes  ás  vozes ,  com  que  os  chama, 
47    5<r;,-r-,///j?^«e«í^i  vira  as  coitas, &  os deíampara  de  todo.   47   Só  dousfó- 

Mtirevocati^tíum  *o«obau-  cosfaô efficazes para  defuuir eíh  Hydra  ;  de  todoselleso 

áieuni  ,neqm  fiquiixi  fuettnt  o  i  r> 

tnatrem,  marre  io»ghn  abam-  fogo  do  ainor  di  vino ,  he  o  uiays  poderolo ,  por  mays  acti- 
^ilH^mMuffSn^.  vo.  48  Mas  quando  a  contumácia  refiíía  a  eúc  incêndio, 
rur  u,f>erea»t,sic,® Domiuo  ç^  as  chamas  do  fogo  material  ocaftigomaysutil:  em  o 
D.joa».c%-irofiom.bomA6.  íegumte  cazo  o  aprovou  poríaudavel  remédio,  a  íantida- 
TpISL*  d«  de  do  Pontífice  S.  Hormifda. 

KÒfie^uiquoidetHnnEyàr*  7cj  Detreminava  Saõ Bento, voltarfe outra  veza 
hoci»EcckfiarumbettUverhM  Sublaco, deyxando compoitos  osdous  Moíteyros,&  nel- 

Te!/ab*reft  om»es  fenhus  me.  efta  vez, o  Pontífice  São  Hormifda ,  ordenandolhe ,  efpe- 
exuratf&c.  joaHnetCojFaim  raíle,  para  aíiiiiir  a  hum  Concilio  de  bif  pos,&  peiloas  ian-i 
lib.  ,.JeUcatnai,o»scbnfi,.  taSj  &  doutas , que  havia  convocado,  para  compor  ascou- 

fas  de  Conftantinopla  revolta ,  &  inquieta  pelos  erros  de 

<9  ^^5,/^,e/^>caciorellArceb^P°50SuaIeftavacim)atic^   49  Foy 
pocap.ib.Mneiij.  o  efpirito  de  Saõ  Bento  efpada  de  fogo  a  mays  efficaz, 

que  nefie  tempo  havia  no  mundo,  para  defiruir  a  Hydra, 

porque  o  efpirito  de  Saõ  Bento,  como  temos  dito,  foy  o 

efpirito  deDeos :   50  &  fó  o  fogo  deíie  efpirito  hepo« 

derofo,  para  domar  efta  fera. 

Belliia  lernais  olim  qtirt  proâiit  tintris; 
Multtfidum  crtfa  cjl ,  atque  recifa  capttt^ 
Harcjts  tela  licet  rat tonem  concidat  enje, 
Jgne  tuo  tantum  Chrijle  pertre  potejl. 
QjindreM  'Btanco.p.  2.  Epig.  24. 

si  íuhâhet^tuiaumttt  258  Eícreve  Saõ  Joaõ  no  Apocalypfe, ameaçara 
^mtcr^mimiimage-.iiqic  Ueos  aos hereges  Nicolaitas  ,que quando  íc  nao  emendaí- 
r.úmisv.niamubicto^pug-  fem  de  íeu  erro , os  ha  via  decaítiear  com  a  efpada  de  ília 

nabactim  illis  in gUàioorii  rr.ei.  ■  \       \  r  r       J       l     I  l     «-^ 

•/tpoc.dp.z.vtrf.ti^  16.  boca:  51  de  dousuos  era  a  clpada  da  boca  deDeos;  por- 
que 


fo  Vif  Dei  IleneàiBut,  Pe. 
tre.  umiit  Òeijpiriíumbabuit 
D.  Greg.  i.  Mor»'.. 


que  fendo  nellaíigni ficado  o  feu  efpirito, efíe,paracon- 
vencer  os  herejes,  &  confundir  os  mdeos  corta  de  dous  gu- 
mes , hum  delles  he o  Teítamento  nove, &  outro/)  velho 
Teitanientojpara  que  oshere;es,queblasfemaóda  doutri- 
na dos  A  poflolos,  os  faça  confitentes  com  os  dictamesdos   *2  ^■eenin^jadiututerquá 
Proíetas;&osmaeos,que  retihemacipada  dcS«aPau-M*e.w«,»JW-«w»e«tóB 
lo.os  matecom a efpada  de Iíaias.   ç 2    Com  eíta  efpada  »eltt"t>*'*"il'irco*w*eantur 
de  Deos,era  parecido  o  ejpirfto  de  í.Jbeto,porque  comia-  #eZ«»i$3èetuiredèt  d,j-. 
va  de  todas  as  virtudes,  continha  em  fi  todos  os  cfpiricos;  S4?Svfêwi^|^ífíÇ 
o  efpirito  de  todos  os  Profetas,&:  Patriarchas  da  LeyEfcri-  Xl!rab^'" :™ «" urtfz -V 
ra,&  oelpintodetodoscs  Apoiíolos,&  1 aeresdaL^yda/'P«rfr/»f»/./<^f/y.1.,^_ 
Graça:  5  3  fendo  o  feu  efpirito  efpada  de  dous  córtes,por-^"/p„^/J/7w3í/  ^ 


a c  Venera- 


qcomprehendia  a  fantidade  de  hu ,  &  outro  Teftamento.  '"Iei  ftlm  ç$$i  i"0' ab  '"'- 

XI    r.  '  rr  V  J     ti  fiofuerum  Jmjiatut  veraeiter 

259      Neíte  congreíio  aidia  em  os  montes  de  Roma  o  f^<lt^^i^ait,Mut 
fogo,  que  Deoscreou  em  o  monte  de  Siaõ  ,  para  afie&urar  òp'I""'h  ^tt/fiw*"6™??! 

-    1-    •   1      1         1         rn  J      ir        1  r>  r-        fim*  "^•""■e  duktaiur.VaJt 

as  lehcidades  dos  falhos  de  lirael.  54  Cercou  o  Pontífice  meritòtionomniumjufirumjpi 
deitas  luzes,  a  eftes  cegos,  ou  de  fogo  a  eftes  tibios,  &  frio-  "l^juftSjinlu^í^l 
rentos,  para  queaclaridade  lhe  abrife  os  olhos,  ouo  fogo  #>'£/«,'»<fe ''*«©***«*»» 

,,  1T         r-        r»  J  1  •     -n  b      àanth  GregovhudabiJisvna 

jheexpeliieo  trio.  Por  todas  as  partes  mandou  mínimos  U^r^^fiMm^kkvH^ 
Santos,  &  doutos,  que  fendo  no  preíuadir  adi  vos  como  o  ÈSM^Í^Í^f. 
fogo,  55  com  fuás  exortações  os amoefta-iem doerro^  SumH'jft»>ui»tom.i.in*ita 
&  csdifciplinaílem  na  fé.  Sitiados  os  herejes,  deftascha.  BjJmpnpiJjtâi&liiSl 
mas,foraõcomoosiudeos,ema  Ley  Efcrita.osquaesdef-  ^hrl[.Leo"ari0íclJ,t'"0 
prezarao  o  incêndio,  com  que  Deos  os  preííuadia  á emen-  ,or  Qrkw  &4if(wm  >* 
da,&  fazendo-fe  defentendidosdo  ameaíTo,  pUfíhxàttàô   i^ZtS^^,:^^ 

íemreipeytO  na  Culpa.     <6  \hc»mt>»u,Stm:::filenâorèm 

260  Adverte,  Ley  tor,  que  os  ;udeos  íorao  os  pri-  n  gaPfkiwjfrgbiHjm 
meyros  idolatras,  &  deites  emanarão  os  herejes j  donde ^^tjT^fT 
querendo  faber  o  natural  dos  judeos,  hasde  conhecer  pri-  <6  Ctmt»/'f«"fí"««'- 
mey  ro  a  condição  dos  Cancros;  eites,  quando  os  nraõ  das  eum&nonmuit$x>t  if*u  42. 
pedras  maritimas,aonde  vivem,mudaõ-fe  em  Efcorpiões,  vtrf'  "' 
para  offenderem  a  maõ,  de  quem  os  prende. 

ConcaVa  litteri  oficiemos  br acr ia  Cancri, 

Scorpim  exiba ,  cawtaque  minebitur  nuca-,    Ovidim. 
Affy  os  judeos,  como  os  Cancros  :convencidohum  ju-   „  Wtijui^paujifuM 
deo  de  ignorante  pelo  erro, em  que  vive, pela  mavor  parte  ?«'«»«"&',  auipr*ciput  u*~ 

rr  \r  ■    14         *  r   r  J       *■       _    reBieifiSifuMt.  Magifttrjra. 

transtorma-ieem  Lícorpiao,  porque íe  lazhereje.  57  O  ter  E,ronyi),u, » d. tendia* 
feu  peccado  he  da  condição  do  Efpartim ,  Serpente  ,quc  %%%*"'""  '  nlreJuàt" 
degenerando  da  ferocidade  dospays,fepucamaligmda-    s8  Pater  UcmicKtic^ífu 

di         ft  Or>  -  1-1  /"         Qrdinb  Miitoium  iutia3d.de 

edascobras.   55  Kazoo^oronuenaopodcsnot.Trjíen-  fíím«amm«f,%.7<n.i<>.cep.) 

da 


boa        0  ^INCITE  WS  VÂT.  TOM.  II. 
do  entendido,  o  falhr  com  a  mefma  igualdade  dos  judeos, 
do  que  dos  hereges ;  porque  ainda,  que  fejaó  diflferenres 
noserros,comoojudaiímoíoyoiiionre,queefcavâdodas 
<9  Suceiiite trhattm:::®  ao[oas,dcu  de  fi  a  pedra  biuta  dahereíla:  Deos  mandou 

liiffergiufi-uautejtts.  Dama-     o         •»  n-  j  r      ci 

iiKi.vcrj.il.  daromeimocaitigoaotronco,  doqueaoriucto.   5^ 

261        Lembrou-íeo  Pontífice  SaóHormiída,que 

Deos  para  encaminhar  de  noyce  os  )udeos,puzera  no  Ceo 

&j£tU0$!***  húacolumnadefogo:  60  E  que  todas  as  vefes,que  Deos 

61  ugeanmecap.+Deuter.  fallava  a  efte  povo  rebelde, foy  por  entre  chamas.    6d    E 

a  imitação  de  Deos,  intentou  o  Ponnnce  guiar  os  herejes, 

com  a  luz  de  outra  columna,que  continha  em  fi  fogo  ma ys 

adivo,queadodczerto  jporqueoefpiritode  Saõ  Bento, 

61  FuitnrputBtatiiientJ;.  foy  chamado  amor  Divino:   61  mandando-lhe  preflua- 

■v(iuifieusurr*,i»qUociau-  dj,^  COrrecçaõ ,  porminifiros  Santos; que  fov  omefmo, 

JeltlurigMt  Spírttur  Sautfi.  >  '_*  -,  '    •  .      •>  ' 

j>,xit  Beata  Virgo  Mana  s.  que  falarlhe,  por  entre  linqoas  de  íogo.  Cahio  íobre  os  he- 
Br.gma^tjan.nuumen.    rejes  efte  incendio ;  mas  alheyos  deíua  claridade,  foraó 

como  os  judeos ,  que  cegos  com  a  luz  de  femelhante  fogo, 
perdendo  o  tino  á  dita, eícolheraõ  a  difgraça.   63  Rezif- 
6,  supncuiiiugnu^ „on  ™™  a°  remédio,  &  perfeveraraó  no  frenezi.  Preííftio 
viâatwtfokm.pf»i.%T.verf.9.  também  o  Santo  Pontífice ,  na  aplicação  do  medicamen- 
to ;  mas  os  herejes  foraó  como  os  òíTos  maculados,  que 
Deos  mandou  a  Ezechiel ,  pozefíè  ao  lume ;  os  quaes  naõ 
lançarão  de  íi  a  podridão,  por  mays  intenfo ,  que  foy  o  fo- 
e*W«»wi  jeca  nima  ruiigo  go,  nem  por  mays  deligencias,  que  tez  o  Prole  ta.   64 
tjus,  nequeperigntm.  EZecb.  K    a£2      Detreminou-fe nefíe Concilio, que  Acácio,  & 

cap.ít.verf.n.  -,       1         .      «i  aIT  ri 

Euphemio,&  outros  maysArcebilpos,que  lanarão  na  pu- 
6$  *Afgap  uiifupr».        refa  da  fé ,  foíTem  rifeados  do  livro ,  aonde  íe  aíTenta  vaõ  os 

nomes  dos  Paftores  Orthodoxos.  65  Decreto  ordena-» 
do  com  fummo  acordo,  que  nos  livros  aonde  fe  firmava  a 
nobrefa  purificada  no  fangue,  &  nas  obras,  naõ  efti  ve-íem 
os  nomes,  de  húa  naçaó  maculada  no  íangce ,  &  defectuo- 
fanavida.  Aquelle  livro,  foy  como  livro  de  filhamenro, 
aonde  reíiftavaõ  os  nomes  daquelles,  a  quem  Deos  condi-* 
tuhia  Príncipes  de  fua  Igreja,  Sc  grandes  em  ícu  Reyno: 
&  as  folhas  de  femelhantes  livros,  cem  a  calidade,  &  o  pri- 
vilegio das  folhas  da  arvore  Outhenacia  ,  as  quaes  fendo 
preduraveis,cuuumavaõ  nellas  os  Tártaros,  efciever  os 
íucceífos  acontecidos  em  feus  tempos ,  fervindolhe  de  tin- 
ta o  fangue  dehum  Cordeyro  ;&  fendo  necefiàrio  riicar 
algúacoufajdasquetinhaõefciitOjmiuuravaõ  outro  lan- 

eue. 


gue,comofang[uedoCordeyro.   66  Donde  he  eviden-   6f  *»uriAm»;us?i,»e*- 

o       '  01  r  -ai  1  -  taaercbumaiMraíibuf.lráíl, 

te,queneneslivros,oianguemittoheoborrao,quecon«  ,.  §.4. 
tamma  apurefa,  porque  deyxa  fofpeytofa  a  verdade  da 
maysefcntura. 

263  Privou  o  Pontifice  a  todos  os  herejesda  comu- 
nicação dos  Catholicos.  6j  Osracionaesfaõ,emordem 
a  igreja,  como  os  rayos,  que emanaõ  da  mefma  luz  j  como  6y  Utfutra ^Wi 
os  ramos  produzidos  da  mefma  arvore  5  &  como  os  rios 
nafcidos  da  mefma  fonte.  Se  alçuem  intentar  dividir  ora- 
yo  do  Sol,  ficará  fem  luz  o  rayo  :cortando-fehumramoda 
arvore,  fica  fem  vida  o  ramo :  &  fcparando-fe  o  rio  da  fon- 
te, fdtalhe  acorrente, &  deyxa  deferrio.  Rio  fcparado 
da  fonte,  ramo  cortado  da  arvore,  &  rayo  dividido  do  Sol, 
faó  o  povo  herético ,  &  o  povo  judaico,  porque  fe  defgar- 
raraó  do  grémio  da  Igreja.  O  ramo  feco  ferve  para  o  fogo: 
o  rayo  fem  luz  hefombra:  o  rio  fem  corrente  corrompe  o 
ar  ,  porque  fe  encharcaõ  as  agoas.  E  como  pode  haver, 
quem  entregue  afaudedehumpovo,  nasmãosdomefmo 
contagio?  Quefaçaeftimaçaóde  húa gente  ,queperdéo 

a  cftimaçaõ  ?  E  que  bu  Ique  luz  em  húa  naçaó ,  que  em  tu- 
do he  fombra?  Oh  quantos, por  razaõdeíua  ignorância, 

vivem  cegos  com  efta  efcuridaó  ?  A  mefma  gentilidade  ef- 

táavifando  os  Catholicos  da  malignidade,  que  em  fioc- 

culta  efta  Hydra ,  para  que  nos  acautelemos  de  fua  aftucia. 

Plataõefcreve'oaftufilho,  impedi-fe  a  entrada  dos  jude- 

os  em  Roma ;  porque  era  certo ,  principiando  nella  os  ju- 

dcos  auzarde  ieus  ardis,  Qqueíao  as  luas  letras  jcomeiiaryi,^^,^  d»ba^mma  cor- 

Roma  a  declinar  de  fua  felicidade.   68  ™mf«>™tíirr **'&•£ 

16  4.      Querendo  Deos  dar  a  conhecer  aEzechiel,o  m.^.ap.  ■. 

quanto eraõ  os  judeos  inveterados  na  culpa, comparou- 

os a  huma  arvore, dizendo:  Se  efta  arvore, antes  que  lhe 

queima-fem  o  tronco, naó tinha  ferventia, como defpois 

de  queimada  pôde  ter  preftimo?    69    Nefte  tronco  fe 

queimarão  todos  os  garfos  ;  porque  nellefe  incluía  toda   Cg  Eijaticjimt/jethatgrto 

f  A       •  J     J  •  r  -  11  •  r  f  ~\  rtonerat  aplum  ml  oput:  quen 

aiuapoítendade^oisofogonaolhe  purificou  o  langue?  m^ií,tumiiiuj.;J,ii  »«•«* 
naó  ;  antes  coniumindolhcocorpojhedeyxou  ofangue  »*v»,»*- /**«*««.■  **r-f. 

l.r.  i-  i     i       i      /'  if>4&ticrircibuxijs»ffu*l* 

n.iterra.    70    E  neimpoíiivcl,queacalidade  do  langue,  vrttitm medi» temi. M**p 


um 

ta 

rx- 


*tô  O  PRÍNCIPE  VOS  TAT.  TOMO  11. 
provando naóhaverem ,  cometido  a  culpa ,  porqueDeos 
caítigavaafeupay.Iítofoy  hum  grande  milagre, porque 
fuecedéo  entre  o  langue  Hebréo:&  fera  diígraça  haver  no 
mundo,  quem  faça  obra  deiemelhante  arvore, aprovey- 
tando-le  delia  para  feuferviço. 

265        Todos  confeífamos ,  que  da  culpa  dos  judeos 

emanou  orefgatedenoíTaculpa;&aelles,aprizaô  deíeu 

peccado.  Foraó  como  os  bi  chos,  que  fe  criaõ  nas  folhas  ào 

Thereby ntho, os  quaes roendolhe  o  tronco,  fay  por  en tre 

as  mordeduras  a  odorifera,  &  medicinal  agoa,  a  que  cha- 

7iPaiermeHtBercotiuf.Per-  mão  Therebynthina.  72   Efta  aeoa,  livra  oshomés  de 

7?  íraur  Magifttr  ^ítito-  muytas  enfermidades  ,&  com  ella  morrem  os  bichos  ,oue 

™.Í%££2Z£  lhe  abrem  as  fontes.  73   Os  judeos  ferirão  aCmiíto,ar- 

mrtut.verbeiberebjitthu*.     Vore  medicinal  de  todo  o  género  humano ;  eftas  feridas, 

deraõoprecioíiííimolicordefeufanguejcomellejtiveraõ 
faude  todas  as  enfermidades  dalma;  fó  a  dos  judeos  ,por 
fua  obftinaçaõ,  ficou  mays  enferma  com elle.  Em  nósfe 

J4  Vi à 'e tomo  i. nu  si',  r  r?     i     j     r?  /->     l     i- 

verehcaaiabuladoreniz:  74  porque  opovoCatholi- 
co,  he  ió  o  Feniz,  que  renafeéo  do  fangue :  Fazendo  os  ju« 
deos  verdadeyra  a  fabulados  cães  de  Ac~r.eon,qae mata- 
rão a feu  próprio  fenhor.  Também  conhecemos,  que  os 
7i  BereomxuUfufra:  judeos ,faõ como  ofilho  primo-genito  daHyena,oqual 
i}LIiTxld7"'írruíC"i,H'  earece de  vifta,muy tos  tempos defpois,quenafce.  75   O 

povo  primo-genito  de  Deos  foraó  os  Hebrèos  j  j6  & 

vi  vem  taõ  cegos,  que  fó  no  fim  do  mundo  haó  de  abrir  os 

77  tofire  omnet  ss,  pp.   olhos  j  reconhecendo  a  Chriíto,  por  verdadey  ro  Meílias: 

77  E  creaturas ,  que  morrem  com  o  remédio,  que  a  todos 
deu  vida  j  naçaó ,  que  naó  ha  de  ter  emenda ,  fenaó  quan- 
do ameaçada  do  fogo  do  juizo ;  como  he  pofíivel  degene- 
KOKMfceHdijihinmStcm.DtH-  rarde  lua  naturela,  por  mays  favores,  que  Inetaçao?  E 
ttronom.  5 .  verf.%.  como  os  pode  emendar  outra  pena,  que  naõ  feja  a  das  cha- 

mas; quando  os judeos  naó  temerão  outro caítigo,fenaõ 
..    a-    ■.      1  ■  r>    odofogo?  78  Nem  venerarão  a  Deos,fenaõ  quando  vi- 

79    <^iff 'Ut ttitque gloria  Do-  fc>  \  '  * 

miniomni  muhnudmi,  &  ecce   TaÓ  O  fogO  diante  dos  olllOS?    J  Q 
egreffiif  ivmi  «Domine::  Quod  ss  *    *  r-v  •  n      *.!  5      1 

<umv,d,írentTurb*,uudZve*       266     A  Ley ,  que  Deos impoz a eíta  Naçao,cnama  a 
rum  Dominum, mm»  inf*.  Efcritura ,  Ley  de  fogo:  80  Deos  foy,  o  que  a  deu,  &  o 

fiei  fiiat.  Liviiici  ç).verf.7.+,  '         J  o  J*  ,-v     . 

80  indexter»ejuti!r,:i-3Ltx.  que  aefcrevéo;  donde  he  femelhante  ú  Ley  Divina,  a  que 
Dmeronov.z^er/.z.        para  os  judeos  he  Ley  defogo:  &como  delles  emanou  a 

herefia ,  o  mefmo  fogo  do  Ceo ,  que  a  mortecêo  os  mares, 
defanimou  as  fontes  de  Sodoma. 

POR 


203 
POR  HUM  ANJO  MANDOU  DEOS  DIZER 

S  BENTO 

QUE  LHE  PEDISSEMERCES; 

E  M  Q  \E  Z  A    XK 


16 7 


_<<3"t.I: 


I 


•'. 


JB  ES  AUTORIZA  a  purpura  a 
iÍ|jS?^jf  íuaõdehum  Príncipe,  que  fein» 
Mn||  clinou  mays  a  apertar  o  cé« 
wÊÊI  È  §\  tro ,  do  que  a  abrir-le  para  bene- 

•í$£&êl\'i  ficiarovaíTallo.  Océtronamaõ 

*tò^iMiãu53  "e  num  *  finc'pe  nao  "e  a  to* 
íhjj  quç  Já  cg  da  a  !uz  á  Magcftadeja  liberalidade  com  que 

Ce  2  pre- 


204:       O  f\mClTE  WS  TÃT.  TOMO  11. 
1  nmugrãuhttuafubfo.  pífineya  he  todo  o  reíplendor  da  purpura ,  que  vefle.   í 

lo  Rege  nqfiro  Juain  vídeo  non  í    ■  J      '  *■    .  1  o  n 

deep  mtrctdtm.  Nout  iiie  Amayor  íortuna  de  Ceiar  loy  ,ter  quedar  :&omemor 
^Z^^;"Sdeíl,a^rtuna%,terCeíaranimoparadiipender.  2  A 
*crtK4rtCa,uman:»fii Efijco-  ferr»oíura dos  Ceos,  Sol,  Lua ,  &  Eitrellas  nâõ  fov ,  a  que 
fHx*iJ!b,i'i*furtur>aui»  m»iu,  obrigou  á  gentilidade  a  cahir  no  erro  da  idolatria ,  abene- 
bs»be>,c1uam,itpojjly  mk,ime-  fjcCÍ,cja  fc  {tus  influxos  foy  caufa  das  adorações,  que  Ifcc 

tius ,  auam  ui  vdit  tenejacere.  J<     %  '  ■>  '    l 

Pwoiibents.  deraõ.  He  de  brutos  amageítade  do  Leaõ,&da  Águia, 

porqeefó  abrem  as  garras,  paraaíTegurarem  a  preza.  A  al- 
tura dos  montes  méde-fe  pela  diítançia  da  vifla ;  &  a  gran- 
delados  Príncipes, pela  generoíidade  da  dadiva. 

268  A JbataJha  he  o  campo ,  onde  fe  prova  a  fortuna, 
&  a  magnificência  he  a  batalha,  onde  fe  apurou  o  fenho- 
rio.  Naó  dtícurfòu  como  bárbaro  Alexandre  Texiles ,  hú 
Regulo, que  dominava.* índia,  quandofahioaoencontro 
de  Alexandre  Magno,  Sc  lhe  difle:  Se  te  refpey  tas  Supe- 
rior conquiftanos  com  benefícios,  &  ficaremos  teus  vaílal- 
los ;  mas  fe  es  inferior  anos, recebeos da noíTamaõ,&:  fi- 
'  ^h*l,nhet'T'x>1"  ><»"'  carnos-has  fògfcVto. ,  2   Nos  corações ,  naõreyna  a  força, 

rem  ^hxandzojic  iUumaf-  que  vence  ;  reyrfa  ageneroíidade,  que  obriga.  O  Prfnci- 

fjcttir  e/l :  Provoco  te ,  inamí.         '  '•  -  •  '"•  _    ..  C     J  •  Á     \      '-'1 

mnadpugnam  ,»eqiieadBei-  pe,  que  nao  imitou  a  natureia  docampo,pnva-fedaalce- 
ium,fed  adahud  ceriammb,  fados  montes :  o  campojpaga  os  ferviços  do  lavrador  dah- 

gtmir-Ji  inferior  es  à  nobisac-     .     „  ..;/  j    11  L  '  i-4     r 

cipe  hneficmm, ft/uperior no-  dolhemays Vido  que  delle  recebeoj  pagar  por  medida  he, 
tuhnefacito.piuun^fof,,  para  quem  ^fáQ  regato,  que  por  razão  de  humilde  cor- 

refpondeao  mar,  com  a  mefma  pobreza  de agoas,  que  del- 
le participou.  O  campo,  que  na  gratidão  he  hierogly fi- 
co de  hum  Príncipe ,  paga  o  fuór,  &  o  gafto  do  cufto ,  que 
fez  ao  agricultor,  não  ló  atempo  conveniente,  mas  tam- 
bém com  lucro ;  &  a  gofto  do  lavrador.  A  tempo  conveni- 
•  Vúfamrf.ernjoann.i.  ente,  com  lucro ,  &  a  gofío  do  benemérito  ha  o  Príncipe 
ver/,6.  Quidi.bi  vu  fadam?  de  fazer  o  beneficio  :  a  mercê  ha  de  fer,  como  o  veftido. 

2\/i.trc.io.verf.\^.  -  ,       c  n         *     o     '  J-JJ  11 

4  Beneficia neeejfariaprimu,  4  he  íey  toa  golto,      cc  a  medida,de  quem  o  ha  de  trazer} 
^ítUr!!'Vde'ÍeTlrni^  &  accommodado  ao  tempo ,  em  que  ha  de  reparar.  4 

Utiqjiericnfura  ,Jandafunt.  o     r  o     1  I  r 

senec. de Benc. m.  i .  ç»p,u .      o  6 o       Cho ver ,  &  iazer  Sol  a  tempo , ne,  o  que  faz  a- 

bundante  o  anno ;  mays  em  huns  meies ,  do  que  em  outros 
faÕachuva,&oSolmays,oumenos  proveytofos  áster- 
ras^mays  ou  menos  favoráveis  aosfruòlios.  Defia  condi- 
ção he  o  beneficio,  oqual  concedido  atempo  convenien- 
te á  neceffidade ,  he  chuva  que  rega,  &  Sol,  que  cria ;  ma? 

5  Extra  temptu  beneficia  no-  fe  errar  as  conjunções ,  $c  exceder  os  termos,  hemuvtas 

7t:it,frofíintnecck,»tia^ttmp-         r         .  y         *,  '"     „     ,  ,  J_  .     .       J  , 

i-s.EMrif.de,.  veies  chuva,  que  atosa,&:boi  que  murcha.  5  DjziaAic- 


xan- 


EM  $  REZA     "XV.  io$ 

xandre,  que  a  liberalidade  havia  de  fer  como  a  naturefa,  a- 
qual  em  hum  infante  loccorre  aparteleza:  6  E  como  6  n™riqutC«i,!ds*á*ti< 
emaIguasoccaiioes,íenaopode  aplicar  com  tanta  brevi- 
dade o  medicamento;  imitem  os  Principes  aElReyDom 
Joaóol.  de  Portugal,  que  retardando , por  mftascaufaf:, 
os  dcípachos,  mandava  pagar  de  fua  fazenda  os  gaftos,quG 
ostaes  pertendentes,haviaõfeyto  nos  dias,  que  os  dete- 
ve: Ou  a  ElKey  Dom  PedrooJuftiçofo,deaetandofarií- 
fize-lem  os  miniftros,  por  conta  dos  agreiTores,  todo  o  dif- 
pendio,  quehaviáofeyto  os  litigantes.  A  mercê  retarda- 
da hemays  caftigo,do  que  favor,  porque  deyxa  tão  de* 
fraudado  ao  favorecido,  como  as  cultas  ao  condemnado. 

270     Não  hcprovey  tolo  ao  enfermo,  o  medicamen- 
to inútil  ao  achaque^  dar  de  comeir  a  quem  tem  Ccâ^ ,  <k  de 
beber  a  quem  tem  fome,  naõ  he  remédio  5  porque  fenaó  a- 
juíhcom  a neceflidade.  7  Xerxes, deu oefeudo militar  7  ueqathne/Uiumiieipo* 
a  hum  foldado,  que  lhe  pedia  dinheyro.  8    E  ainda  que  o  ^fi^oâ^Sa  Mae  /««/. 
Jley  diípenoeo  mays ,  do  que  pedia  o  ioldado ,  como  lhe  8  ^uumonts  Driffo.  /« »/- 
naõ  deu,odequeneceílitava,ricouamercèfem  valor  dc,"/■,■//ií"'/• 
beneficio,   o  Da.  fontede  Exaucia,  cfcreveráoos  Grc-  ç  offcium  nmprtlo  t     â 
ços, emanava  das  entranhas  damiferia,  porque  havendos™™r/,'v/^™;^»f;v  ?,<•- 

S  .    .  r    1  J"  -i  tuejM,cuipr<t(latur.  trafmus 

de  mitigar  a  lede, acendia  o  calor,    jo  ,ȣ>>/?. 

,     271        Conformando-fe  com  o  natural  da  planta,  re-  lo  .*"**'**  r*?**-'^ 
parte  a  terra  a  humidade  produaiva  :  gaitando  maysiubí- 
tancia  em  alimentar  a  altura  do  Cedro,  do  que  em  nutrir  a 
limitação  da  planta:  algúas, ainda  que  lerão  pequenas, 
cul\aõ  mays  diipendio  á  terra,  do  que  outras, que  fe  levan* 
taõ  ao  Ceo,  empenhando-a  mays  as  fru£iiíeras,por  fecun- 
das, do  que  as  etàeris,  por  loucas.  Contraptzados  os  íèr- 
yiços,  &  as  peífóas ,  devem  os  Príncipes  regular  os  prémi- 
os j  porque  como  iàó  diverfas  as  calidades  ,deve  fer  d  rife - 
xente  a  remuneração:  forainjuftiça ,  íobre  msyor  Joucuraj. 
mediras  roupas  do  Enano,  pela  eftacura  do  Gigante.Re* 
nunciou hum  íogeyto  humilde  an.eriè,  que  lhe  fez  Ale- 
xandre, conitituindo-o  fenhor  de huma  Cidade,  por 
combinando  efta  honra,  com  fua  esfera  ,  achou  não  c-ibia 
emfuacalidade.    11    O  batel,  que  rompe  as  ondasdorit?,   ,,  ^.y/j/.Jo  a,v 
padece  naufrágio  entreasdomar :  onaltiroento  humilde *££'  ^ 

difpoem  para  navegar  os  rios ,  &c  impoflàbilita  para  vencei  :../.)/, >uuino»con- 

os  mares.  Inquietava  a  Anscreonte  a  moeda  dç  euro,  q^c  sjey ,  v  ,,t,.6. 

Ce  3  Ííjc 


iòé     o  fi\ina?n  dos  qãt.  tomo  n. 

lhe  deu  o  Tyranno  Polycrates ,  cõ  que  a  repartio  por  íeus 
ia  tAKtcrtcnjuumauriu-  companheyros.    i  2   O  pobre  de  alentos ,  em  pouca  açoa 

Utituin  a  Polycrate  Tyrar.no  ac-  1  J  £  ,       ,  •  j    j       i 

cepijfet ,  *iy»  *à  âijiuimt ,  in  íe  afoga:  o  benehcio,que  excede  a  capacidade  do  perten- 
q»u„t,od,mu»us>quodvw-  j  -ç     £  naó  homa  ao  beneficiado:  cenfura,&  naó 

,}  fjuideonveniatiitufcribi  autoriza  aobem-fey  tor.    i  2 
tttttti*4**itMmi*Humtram       272      Padece  a  embarcação, nos  ba ixos  do  no,o  pen- 
tMgmiudine  t  qu»m  indanii  po ,  que  corre  obatel  na  altura  domar.  O  natural  illuitre 

tnodo  ,r*liene  que  eonjiftit ;  Ç?    &      3  ^  ,.,..,  fl 

enimfi  meu/ura  âefit ,  já*  «  he  como  a  arvore,  que  chegando  com  as  raízes  a  pedra  nao 
ítTvi^ZtânfX^h  fóbe,neinfruairica:  degenera  no  monte  a  planta,  que  fe 
tufrf.hí.t.cy.i.  creou  no  jardim.  A  pobrefa  foy  a  terra,  &  o  monte,  que 

efterelizoua  defcendencia,&  ab3téo  a  magcítade  de  niuy- 

tas  famílias.  Verdade  fe;a,quealgúas,por  íuas  próprias 

.  mãos  fe  tranfplantaráo  nefte  dezerto  :  como  o  rilho  do 

«iW^/».  protentoío  Areio  Capitão  Athenienle,que  em  iuitentar 

,,  ^v^^'*"^«B*- osviciosgaftouosbéspatrimoniays:    14  pobrefa,  onde 

luram  non  turf-n  cjí,  lUavcre,      .  &  .  í  7  Ti'' 

qua^oficrturfcmcatifamac-  vi  ve  o  delcreditoj    15   &  neceííidade ,  a  que  naó  deve  re- 

filb*Hm.  mediaroPnnc!pe,queemtudotemdeimitaroSol;oquai 

tratando  do  luzimento  do  ouro  com  mayor  empenho, 
que  do  crefeimento  da  planta,  tem  efte  defvélo ,  em  quan. 
to  o  ouro  fe  conferva  entre  as  véas  da  mina  -,8c  naó  delpois, 
que  eftá  fora  delias. 

273     Oshomés  defeíl:ima5osfru£i:os,emquenaõa- 

chão  fabor:  Eda  meíma  forte  os  benefícios,  que  fenáo 

,6  -íiuÈim  Umf.cium  cjjc  confórmaõ com feu  gofto.   1 6  Toda  a diffèrença de fi u- 

ca.  ftàut.  inTriu,  aos  produzia  aquella  arvore,  colagrada ao  Ueos  Incógni- 

to, que  na  opinião  dos  antigos,  reprefenta  va  a  liberalida- 
de de  Alexandre ;  porque  tendo  virtude  para  dar  todos 

í7  TabiurLutamrãereme-  osfru£tos,  nãobrotava,  o  que  ogofto  queria ,  fenãodef- 

âvr.^/lputlFranrifcun.Je  Lo-  .  ...  *  /T*JJ  /■^    C       Cl 

vimMuraSJe nwi«.§.$o.».»  pois,que  o  particularizava  a  neceíiidade.    17  O  írueto 

inGpido  ao  gofto  diminue  a  fubftancia  da  planta,que  o  dá  5 
&não  enriquece  a  mão,  que  o  colhe:  até  omeímoDeos 
para  liberalizar  feus  beneficios,efpera  a  declaração  de  nof- 
fa  fuplica,  para  os  conceder  á  medida  de  noíía  utilidade. 

274.  Acabado  o  Concilio ,  fe  defpedio  São  Bento  de 
Roma :  voltou  para  Sublaco ,  onde  refedio  no  Mofteyro, 
que  havia  dedicado  a  S.  Clemente.  Não  feve  aLuamays 
acompanhada  de  Efirellas,  do  que  São  Bento  fe  vio  de 
Monjes  ,  atrahidos  do  claro  efpíendor  de  fuás  virtudes; 
com  canta  efficacia,  que  levavão  trás  fí  as  rochas  maysen- 
cafadasna  terra,  porque  com  o  exemplo  dos  de  votos,  fe 

aba- 


abalarão  os  coraçóesdosdevaíTos.  Por  eftes  tempos  eftava 
São  Bento  orando,  em  hum  dos  doze  Mofteyros,  que  fun- 
dou nefte  monte,  quando  lhe  aparecéo hum  Anjo ,  dizen- 

dolhe:  Que  Veos  obrigado  defeus (erVkos.  lhe mandaVa  dr?er, pe»   '3  «A?'J"  ti»  a Sóitãaà,} 

rrr  ■        r  rr  J   iL  J  j \/r       O  *l  campo  foi.  Of.ftM.  16.  ».t. 

ítijjt  o  que  qm^e-fe^com  a/Jeguraiiça  de  Ibe  concederão  que  pedijje.  i  b  t„„0  i f,  g ,  r 

275  Neíta  promélià  moftrou  Deos ,  queria  remune* 
rar  os  merecimentos ,  conforma ndo-fe  com  o  querer  de 
São  Bento.  Tudo  heprefente  a  Deos:  mas  aíly  coftuma 
acreditar  osjuftos,  que  faz  oftentaçóesdehberalidade,  pa- 
ra abono  da  reíignação  de  feus  fervos.  Não  fe  conforma 
com  a  vontade  de  Deos,  o  gofto  do  peccador ;  masconfór- 
ma-íe  com  ogofto  de  Deos,  a  vontade  do  jufto:razão,por  «9  ^fteDeiocuhtmnquS 
onde  Deos  fe  concede  ao  rogo  defte;  &  não  defere  á  de-  t^ZTpZ  tftZTúl 
precação  do  outro.   1 9  Ficou  fem  defpacho  a  petição  de  utc-  D -^"s  ho'ml  fuP  loe"> 

>-.íno  r  •  1  r  '    J       1  -1     rA-  lo    Memo/tomei,  tumveni' 

Celtas  j &conteguio  todo  o  ravor  a  declamação  de  Dimas :  tu i»Reg»Um  ttutm:U*He **• 
çfte,  no  Calvário  pedio  a  Chrifto,  lhe  falva-fe  a  alma.   20  ^"Kf*  S  V  *2Í 42I 
E  Géftas  rogou  a  Chrifto, que  defee-fe da  Cruz:   21    A  fac *«»«'»»»,&«»/. 
fuplicadeGéftas  era  contra  ogofto  de  Chrifto ;  que  todo     '*"+•*** 
elle  foy,  morrer  pelos  homés  ;  o  memorial  de  Dimas  efta- 
va  conforme  á  vontade  de  Deos,que  toda  ella  he,  fa  1  var  os 
peccadores.  O  mayor  gofto  de  Dimas  era  ,  aífociarfe  a 
Chrifto  na  gloria  ;  &  toda  a  vontade  de  Géftas  foy ,  acom- 
panhara Chrifto  no  mundo:Satisfezodefpachode  Chrif- 
to o  gofto  de  Dimas ;  &  não  a  vontade  de  Géftas ;  porque 
ogofto  de  Dimas  era  a  vontade  Deos  5  &  a  vontade  de 
Géftas ,  não  era  o  gofto  de  Chrifto. 
,    276     Alemde  que,  coincidir  Chrifto  com  o  gofto  de 
Dimas  foy,  porque  o  tinha  predeftinado  para  precurfor 

*     r      t  -        r  rn.    1  »         ir'         r  j- j       xx  IttroiUecsVaterihrttiii* 

celeutriunto:  22  fcitahonra,de  tal  lorteroy  concedida  jam„a,Urd-fc<riera-,iiu<»->c- 
porcfpecialmiíericordia  de  Deos,  que  também  afiehtoa  ^SfiÊSSuZ SSZ 
iobre  os  merecimentos, que  o  Bom  Ladraó  adquiriona  te*t.trtB.i.Jefrerti*Êk&kd 
Cruz:  23  E  Deos  aíTy  favorece  os  beneméritos,  que  lhe  '^"su^cneeiatto  confia 
faz  os  benefícios  conforme  a  fua  vontade.  No  caminho  de  tau  mm  "?™  }«*«heMja™ 

-  •  n.  t  t  r  J      r    meruit  ,fed  Cbriífi  jmimiuaru 

Melopotamia  pactuou  Jacob  com  Deos,  que  felhede-le  efftUu,,prdm<(ru,eiim?*ra- 
paó  para  comer,  &  veftido  com  que  fe  cobrir ,  lhe  renderia  t^^ííl^Z 
asadoraçóes  de  agradecido.    24  SatisfezDeos  avonta-  CcBtg»MÀrtirp.s.cyj,ri*mut 

JJIU  J         PjT.t.ft.      1         1  ftra.âeaetatffermJePtf 

de  de  Jacob,  porque  da  cala  de  Labaoíahio  Jacob  reme-y?0.  d, mim. 

diado  de  tudo,oque  pedia.  Afantidade  dejacob  erataó  ffJ^j^TXí 

grande,  que  feaccommodou  Deos  com  fua  petição ;  &  as  eendu>»ttívefi>memtumaà  «- 

I  J     o     -    r>  -  •  i-K  •      àueuJum.erit  mibi  Dotnwutin 

obras  debao  bento  tao  meritórias,  que  Deos  as  queria  Dtum.Gt»ef. »».»«/.»©, 

premi* 


* oS       0 PUlNClQU  WS  <PâT.  TOMO  II. 
premiar  conforme  o  feu  querer;  que  aíTy  eftima  Deos  a 
n  fetiicfSarctyittbwgaHfòfò  fervos  ,que  efpera  por  fuás  petições ,  para  que  defíe- 

diumvtfrum fit píenum,  ,  ..  1  *■         .J-       .,  l         *         .    L        .    * 

loann.  \6.vérf.t^.  rindolhe comopedem,lhedegoito completo, delpachan- 

do-osafeugofto.   25 

277      Prometer  Jacob  a  Deos,  que  fazendolhe  obe- 
neficio,  que  defejava  ,  medido  pela  íuplica,  que  fazia ,  naó 
ío  o  ferveria  como  a  feu  Senhor,  mas  que  também  o  ado- 
raria comoafeuDeos,foy  omeímo,que  dizer  Jacob;  o 
naó  havia  de  fervir  como  a  hum  Senhor ,  a  quem  temia  ;  fe 
naó  como  a  hum  Deos,  a  quem  amava  :  naó  como  a  hum 
Senhor,  a  quem  temia ,  como  feu  Juiz  ;  fenaó  como  a  hum 
Deos,a  quem  amava,  como  feu  bem-feytor.    16  Mas  pa- 
ra o  amar  comobem-íey  tor,  pedio  Jacob  a  Deos,lhe  fize- 
fe  o  beneficio  faborofo  como  pão ,  &  ajuftado ,  como  vefc 
».í  ?rfcmrvem,nu-ific,m;  tido:  a  feu  gofto  ,&  medida  folicitava  Jacob  o  defpacho, 
tohbaxtmmnonwfUusvmt-  p0rque  queria  dever  aDeos  todo  o  valor  do  beneficio. 
hò:ior.irc,uibt>'.rf.ãorem?b,!.  AíTy  aos  bés efpirituaes ,  como  temporaes  he  o  gofto,  o 
ti*r.hb.i*  s,m&±  queafTeyço-a  a  vontade,  &  incita  o  agradecimento.  Pri- 

nieyro  David  eníina  os  mortaes ,  a  que  goftem  da  fua vida- 
ra Guit*te^viiete  q„oni3  de  de  Deos ,  do  que  lhe  mande  contemplar  em  fua  incom- 
fuavitejiDomwkr.rfaim.i).  prehenfível  fuavidade.   27   Para  que  oshomésfeafervo- 

ra-íèm  no  culto,  lhes  mandou  primeyro  tomar  o  gofto.  A- 

quella  Mulher  Forte,  não  achou  faborofa  a  mercancia ,  fe 

r%  Gun*vittfvidn quiabo-  não defpois, quegoftou dos  intereíTes da  negoceação.  28 

wefineg^tncjHt.erK.ix.  He a  beneficência  mercancia  dos  Príncipes,  &  prova  de 

feu  real  animo. O  mar  lucra  em  repartir  as  agoas,  pelos  ri- 
os; porque  eftes,lhastornaõdoces,recebendo-as  falgadas. 
j9  TJtOcctMut,qu«tfugge~  29  O  Sol  aclara fua  Primazia,& efcureíTe amageftadeda 

fitaquofterrir,  recrpit,  &  ter-  w  -      C  L    ML  J  L  1*1 

r-.y/na.quuiquidmnvetma.  Lua,naoiono  brilhante  dos  rayos ,  mas  também  na  libe- 
Kjt  a  Pnncipe,  redunda  in  rajjdade  das  luzes :  magnificência  prezada  dos  homés,  não 

rnncipem.  ftcMtustn  taneg.  .       .  •  •       •  &  o       vr      -       i    1  i 

**  7  w.  pela  abundância  das  agoas ,  &  diíuzao  de  luzes ;  mas  pelo 

gofto,  que  lhes  moti  vão  ;  porque  aeííefim  communica  o 
Sol  as  luzes;  &  derrama  o  mar  as  agoas. 

278      Mandava  Deos  aopovodelfrael,contribui-fe 

para  o  fuftento  dos  Levitas,  orfandolhe  a  penção  pelas 

f.r.eJ-ta,,'.  çu«  àabu*,  ípp.d»  poíiibilidades.  30   Os  cabedaes,com  que  entra  hum  vai- 

Levài,,  ííifmcrbr.p.vèrf.íi.    fa]lo,  a  pretender  o  defpacho  de  feus  merecimentos,  faõ 

os  íèrviços;&  equivalente  ao  valor  dosíerviços,ha  de  cor- 
rei ponder  o  lote  do  premio.  Os candicyros  do  Templo, 
náofizerão  a  mefma  defpeía  de  ouro  ;  avaliando-fe  pela 


gran- 


E  li  ?  \E  Z  A     XV.  .209 

grandefa,&:  pelo  prcftimo  dos  candievro.s,opezo  do  me- 
tal.   2.1   Todosaixiiãodiantedà  Arca,masnaõtinhjáto-    \*Jti,&mcê*ààuhr*an- 
rios  omeimo  numero  celuzcs  ;r;;zao, porque  niotôfzò  fram.-nfurawutcajujquecâ* 
i -ui.div.enre  cuftoibs.  Vivendo  nuiycos  iuftos  no  aninho,  £J'''^'««'"«*"-  •■  *"«- 
quaYido  Saó  Bento nel!eiÍQiecia,iuó  lemos,  uza-le  Déo.s 
com  cilcsdeigunl  liberalidade:  tinha  S.Bencomays luzes, 
porque  lograva  o  efpirico  de  todos,  por  iíío  a  nenhum  en- 
riquecéocomoa  elle. 

279      Em  tudo,  Sc  com  todos  ha  deter  limite  a  magni- 
ficência do  Príncipe  jló  em  húa  coufa  não  ha  de  haver  ter- 
mo, que  henabenignidade,&  graça,  com  que  deve  con- 
ceder o  favor.  Limitando  EJRey  Artaxerxesafeusminif- 
tros  o  difpendio,  aíly  de  dinheyro,  como  de  mantimentos, 
com  que  haviaõ  deafliiln*  ao  Profeta  Efdras,mandoulhe 
dar  todo  o  fal,  que  o  Profeta  pediííe.   p   Òfalnaótinha     Jt    ^edeuniquel>eííer!tÀ 
medida,  fendo  tudo  omayspor  taxa?Náojporque  o  lai  he  vctuEjara*  .:■■.  ^ibjquemor» 
iymbolo  da  graça;  Sc  nao  havia  de  ter  termo  a  graça,  com  «„<JW,eí  u/qu/aJ  fumam 
que  hum  Príncipe  concedia  a  me"rce  :  iublimaá  liberalida-  coro'r  ce"tur"_  if*i™o  ab/que 

Tl  «.  miftJiira.x.bjJ^cap.T.vtrf. 

de  do  boi,  o  alegre  roltro,  com  que  enriquece  o  mundo;  n.tfz. 
fendo  perjudicial  a  demazia  de  fua  benevolência,  quan 
dofeu  calor  excede  a  capacidade  das  plantas.  O  fa- 
vor, que  fenào  conforma,  arruina,  Sc  não  le- 
vanta} a  fortuna  que  excede,  desfeya, 
&naó  enfeyta.  33 


j  t  Qti;madmoâum  imperi* 
ti  artífice r ,  c um  Ratuò  exiguit 
magna*  fubâunt  bafes  ,  r>:agit 
ConJpicutmrcJdunt  iXarum  e 
xiguitat  em  :1  ta  fortuna fi pujil- 
lo animo  muniu  amplum  adJat, 
tS  arguit  magit  animi  humilha* 
tem.  rlutarcb.tr'  Mcrahb. 


m 


RESPON- 


GIO 


RESPONDEO 


t  tAtgwtityfW*' 


S  BENTO 

AO  ANJO:QUE  ERAMTANTAS  AS  MERCÊS, 

que  tinha  recebido  de  Deos,  que  fe  achava  impoliibili- 

tadoa  pagalas ;  razaó,  por  onde  ienaó  atrevia  a  pedir 

novos  favores.  Que  fize-fe  Deos  lua  vontade,& 

lhe  concede-fe ,  o  que  foíTe  fervido,    i 

E  M  $  <ÍE  Z  A    XVh 


280    ES  IH  UANDO  nafceoSolentaõlhe 

afíiftea  Águia,  toda  oceupada  no 
emprego  dos  olhos  j  Sc  toda  el* 
quecida  do  fuftento  do  corpo. 
Em  quanto  a  Águia  tem  a  vifta 
SioSol,naofelcmbramays3i^uedosobfequiosjComqueo 

ieípty. 


EMT&EZA    XVI.  mi 

refpeyta  ;  porque  hea  mays  nobre  das  aves 3  &  como  tal 
perde  a  memoria  do  intereíie,  quando  aííifte  á  Mageíiade. 
O  povo  de  Pv.odes  naõ  fazia  deprecações  ao  Sol,íènaó  *  Souzaihâtmitabmb.caf. 
quando  lhes  íaicava  com  a  lua  luz :    2   em  quanto  o  ci- 
nhaõ  preíente,  confiavaõ  da  vigilância  do  Sol ,  toda  a  me- 
lhora 3  mas  quando  ihe  faltava,  valiáo-fe  dadeprecaçáo. 
Não  entregou  Chriíto  aoshomés  o  Sacramento, memo- 
rial de  benefícios,    5   fenáo  nas  vefporas  de  fua  partida.  4   ?  BocSaeramnummfiitw 
Aozenta va-íe  Chriito  dos  homés ,  &  para  remediar  os  ef-  " '  ?"*""  ^^"V«»«- 
fey tos  de  lua  auzsnciajdeyxoulhe  o  memorial,  que  o  fize-  °pi,fc- » *• 
eprezente.  O  morto, &  o  auzente  combinao,emque  o  r*e}usyuuTÍ*fcattxhocmuu. 
morto  fica  vivo  nas  obras;  &  o  auzente  faíTe  \tíxííiÀÚúÉàá9*iF'tre^*^c'^e"mi'li' 
fuplica. 

281  Repreíenta-fe  a  memoria  dos  Príncipes,  na  Ef- 
trella  Dalva;  porque  afly  cómoda  luz  da  Eftrella  fe  infere 
2  mayor,  ou  menor  intenção  de  calor,  com  que  o  Sol  ha  de 
illuftrarodia  3  da  meíma  forte  colhem  os  v  a  íTall  os,  da  me- 
moriado Príncipe  a  mayor, ou  a  menor  fortuna  de  feu  go- 
verno: Os  de  Lydia  deraó-fe  por  conquiftados,  noticio- 
fosde  queElReyCyro  fabia  o  nome,  a  quantos  foldados 
niilitavaõ  emfeus  exércitos;  &  os  Romanos  pronoftica- 
rão-fefelices,em  terem  no  Confulado  a  Lúcio  Scipiaó, 
queatodoopovoRomanofabiaonome.   <    AMytrida- 

o  »     n  1         •  ©     J  -  5   Cyvttt  Restai  immsnrot 

tes  Rey  oe  ronto,  que  governando  vinte,  &  duas  nações  iujãavittxtrcim^mmbm 


zr,l' 


fabia  a  língua  de  todas:  6  aThemiltocIes  Capitão  ^osu]ibu,"omí"rsJã't^'cL'zT 
Athenicnles ,  que  em  breve  tempo  fe  fazia ienhor  de  tudo  denpojjít^pipuío  Romano.s** 
quanto  eltudava:  7  &ao  Emperador  Adriano, que  re-  tMrihb.T.eaf..xn.iemtmo. 
petia  fem  embaraço,  todos  quantos  livros  lhe  liáo,  8  fu-  ,6  ieriurvà^bus^viginu 
Dlunou  retrarcha  em  o  Inumo  da  rama  3  porque  íoruo  perebat,  fuiewqke  h»g*am 
Príncipes  de  memoria.  p£tvpun. 

282      PreíTuadiaíe  Appio Cláudio, oue trazendo  os  ^  a&rtt& >yâefimbiu%t$ 

_.  -ii  r  l>b.2.J:0,.ili. 

Romanos  na  memoria,  bailava  para  queo  trouxe-iem  nas  s  spa,iianusiiieju*vitar^ 
palmas  3  errode  que  facou  convencido ,  com  lhe  dizer  Sei-  K*3Jf^  çlãKjiu,  fu„ ». 
piaõ  Africano3cltimava  mays,  que  todosoconhecc-fcm,  puJ  Stipio»emf*8ar<n  ,fcom' 

\  ..  ,  1  A  1  r>  net  Romano*  foffe  meint,riur% 

cio  que  ene  conhecer  a  todos.  9  A  todosos  Komano.s  co-  H9m;naiuquèj*i>ttitre:Mcybe- 
nhecia,&era  conhecido  de  todos  Scipiaó  Africano  3  to-  ^.IX''""'  y£« 

dos  oconheciaõ  por  luas  obras,  &  conhecia  atodos  pof  abuUoigwam*»à»txu*fum. 
feus nomes.  10  Ouve  Príncipesdegrandememcri3,quc  [*' cútÍHuJJetrMdePf 
foraó  pouco  memoráveis;  lembtádo-ie  de  muytos,&  íen- ""  :  !?X't7?ll 
do  lembrados  de  poucos  3  porque  no  empenho  he  a  hm  daíama. 

D  d  2  mc~ 


aia      o  ztqkíite  dos  t-at.  tomo  u. 

memoria  como  a  rede ,  que  puxa  por  quantos  pey  xes  cer- 
ca: &  na  fatisfaçaó  he  como  o  pefcador,que  regey  ta  os  pe- 
quenos ,&  efcoihe  os  grandes. 

283  Muy  tos  ficarão  na  rede  da  fortuna ,  porque  fi- 
carão na  memoria  dos  Príncipes, que  foraõ  como  ospey- 
xesj  aos  quaes,  os  laços  daredeprivaõ  das  conveniências 
domar.  Dos muy tos annos, que  Aman  exiítiona  memo- 
ria de  EiRey  Aíméro^&  Belifario,  na  memoria  do  Empe- 
rador  Juftiniano ,  fe  lhe  occaíionou  toda  a  ruína. Em  toda 
a  terra, ou  em  todos  os  homés  íaõ  os  mares  da  foi  tuna,  co- 
mo o  orvalho,  que  fingio  a  gentilidade  cahir  do  Ceo,  na 
celebridade  da  Dcofa  Flora ;  oqual,augmentava  a  brancu* 
11  sicfcgetrm  nimía  Hemit  ra,  a  quem  ufava  dellecom  moderação;  &  delinayava  aá 

tiberias*  fie  rotni  onere  iraníit-  t-  -  j  /"* 

urjn  amaturuatvnnonp»  cores,  aos  que  o  aplicavao  com  demaíia.    1 1  _ 

tcmditat. Scnec      2 g ^     q  defpego  da  con veniencia  própria,  foy  em  to- 


£ptit.  19 


iz  Summkaiuremigavitfiu-  do  tempo  o  banho  ,em  que  os  validos  refrigeravaõasazas 
^:rjfâ$àf££t  ^  fortuna,  para  que  as  naó  torraíe  o  Sol  do  valimento;  ou 
ficcnhnyqutbusmerumefimo-  asqueima-fe  o  fogo  da  inveja :  tomando  a  liçaõ  deDeda- 
fiuãufferri,  ut  Uteat  jemper  lo,que  molhava  asazas,  para  proieguiro  vo-o.  12  O  íe- 
•»*«,  kumef*cere>m folie*  b     da  ambição  maligna-fe  com  oscrefeimentos.    1  a   O 

aipolvendas  traiam  tunc  do-  T  o  »  ,  O 

tnumfecure^modefievoíant.  Satyro,que  fe  namorou  do  fogo,  abra  çou-fe  com  asch2- 

Litcianus  in  Imavinib,  ri  II        C       '  C  i~~  •   \  \ 

,  ,  om*»f*mm»*oce*t  jbd  mas ,  receoío ,  de  que  lhe  íugiiem  ;  mas  eiquecido ,  de  que 
.   ^JcrarajHvart.D.Najanz- feqUQ\mzvãt   !^  Nem  tanto  fogo ,  que  abraze  ;  nem  taó 

it  Fiammavorax  veiutiâe-  pouco,  que  naõ  aquente.  1  5  Algús  que  viverão  como 
^t^tófe"  Eftrella, acabarão  comoaexhalaçaõ,peloarrebatadocur- 
tho,cívè.'fdcibnxSrucbk.  cm.  fo  comquefubirão:    ró  &  pela  immoderacaõ,  com  que 

i$  Pcri»dcatqueigmyiuuu-  ktncheizò:    17  fomentando  o  precipício ,  com  a  deli* 

ioiàu m  efi ,  nqn  mmmmprope,  CTP  n r : a  J P  rf  p frPr  n n  v a  1 J  m P n  fo 

nccombummi,r;nequemmium  gencia  ae  creicer  no  \  alimento. 

procuí,ncregeamur.  stobaus      285      Habitou  o  paftor  Alfo  toda  fua  vida ,  nobófque 

.6  htãeftègi  steSa/ubito  de  Grynea,lugar  dedicado  a  ApolIo;&morada,onde  lenaó 

txmg^u^iu^osfortuH»  po(5e  confervar  0  p2ftor  Maftri :  hum ,  Sc  outro  foraõ  cfti- 

Ji:^:tO!nJumniaprovexit,repc-  í  (  I  -.-■.. 

tícorrucrefoint.  Piutarcb.in  mados  á  foiTibra  de  Apollo:  perpetuou-íe  Alio  na  dita, 

17  miióren gràiu*  let/tier  porque  fe  accommodeu  a  viver  na  eftreiteza  do  bofquc;& 

^riterr^j,m,quamveiocita*  Maftri  defeahio  da graç3, pedindo  a  Apóllo>odeyxa-íe 

jrjtiíiaper  Jevmm.S.Lco  Ma-  .  &       5     '  r  £  >  J  ^ 

gh.ferntU:dcjefuitio  Pemecof  habitar  no  efpaçozo  do  monte,por  haver  annos,  q  o  fiasvâa 

noemmaranhado  do  bofque.Defaparecéo  eftepsftorda 

,2  Rtftòmmietfodeio,**.  prefença  de  Apóllo;&  achou-fenos  confins  de  Jonia:  18 

tip*?a^ore*iybMor.DMi-  padecendo  os  caftjaos  de  ambiciofo,  porque  tratou  defeu 

hpe  Seliuat  Bachiler,yCance-   "    «.  &  P      »  r         •        .-.  • 

tarie  de  Toledo. taiefl,f.%.ft.  valimento,  iem  relpey  tara  Mageliaue,  queiervia.  Denu- 

nue  a  eílencia  do  bem,  o  que  lhe  naó  achou  toda  .t  bõdade. 

28Ó   El- 


EMftEZJ    XVI.  213 

■2S6     ElRey  Theodorico,  pondo  toda  a  dursçaõde 
fua  fama  na  grandeíà  dos  benefícios,  que  fazia,   19  caf-    '9  opumus  e«i>í       *«« 

0         P.  .  T;'  V        t     -  1       Plenuin  ben        iif»    1iusxcur~ 

tigou  a  Seylimcnaaoíeu, porque  iac  pedío  hua  merec.  w«.  opsamuíubiauepr^tua 
hi3  efqueeido  dos  auzenres  a deprecacaõ ,que  o fupunha  FfIifi»^firii.  ^'  udctjjío. 

I         L       J      J        J  r-  /^      *   r  d-       •  dornatlfb.j.Episl.u. 

pouco  lembrado  dos  domeiticos.  U  prerey to  rnncipe,na  10  Exui*v>tScjiimkyrft»- 
eícolha  dos  iubditos  guarda  as  regras  do  ,ardineyro:co-  S^^feS 
nhecendo o  natural, Sc  prcftimo  da  planta  primeyro,que  fitfirwuúitíàtoefiu/rits- 

...-         ,  0  m-       -   «     ■/  1      riD         ,>  «enjtfuacJudejupc.cap.de 

adilponha,  òc  a  eitime :  Caula,  por  onde  LIRey  Dom  «a*»*;*»;, 

Joaõ oiV.de Portugal  mandavafazer  inventariodosbés 

íi  muvtos,  dos  que  eiboihia  para  feus  Miniftros,    21   en-    *]cftyí#??1r?& 

iorniadodopreítimo,  inteira va-íe  das  poíics,  cu  para  co-  inventarie*. 

nhecer  delpois  a  fidelidade,  ou  para  remediar  a  miferia. 

Kc  evidente  prova  do  deíamparo ,  que  padecem  as  outras 

plantas,  ver  que  ojardineyro  fedelcuydadasmaysfelec» 

ras.  He  infalível  conlequenciajde  que  ha  de  faltar  ás  partes 

externas  o  coração ,  que  deianipara  as  propinquas. 

287  Da  mefma  forte,  que  os  auzentes  inferem  íua 
fortuna  da  remuneração ,  com  que  os  Príncipes  gratificaó 
os  íerviços  domefticos  5  aííy  também  do  defentereíTe  do 
fervo  fe  conhecea  fidelidade ,  &  a  fidalguia  de  feu  animo. 
Noinílinto,  com  que  algús  brutos  relpeytaraõ  afeusfe- 
(nhores,patece,eníinou  Deos  a  obrigação,  &moíirouo 
«aturai  de  algús  homés.  Tudo  eraõ  continências  em  o  ca- 
valo Bucephalo,áviíh  de  Alexandre.   22  Etudoafr.aos  ,» *'•/*??* iZ^&t 

\  '  O  itxe  JuopttlSValUTallU.O  Kí- 

cm  Aura,Caóde  Atlanta,em  vendoaiuaíenhora.  Nun-  áwfíM":  vtUit aJeínder0 

Bi     1  r  1      Al  ~J  (boniefuagenuajubmiiuntex 

ucepnaJo,naprelença  de  Alexandre  memo  apuiat.  Curtiu*  «pud  k™>- 

Aura,  em  companhia  de  Atlanta.   22  Mofírando  htáif"m-lm0gc-vnh*E*Mêrmm 

„  í      r  ,    ..  ,     ,        _  rir  r         •        nomwa,\2c. 

&outroanimalandc]id2de,&ogeneroíoueíuaelpeae,    2.1  jacobuxGracbi.de natura 

eleu  reipey  to :  mas  com  advertência  >  que  da 
cfiimaçaõ,  ou  do  defpreib,  com  que  o  fenhor  os  trata,  cõ- 
fervaõ ,  ou  perdem  os  animaes  a  genei  oíi  Jade ,  com  que  os 
produfioa  naturefa.  Defpois,queos  Sacerdotes  daDeola 
Floracahiraõemmifcria.deixaraõprofanarocukodefua  „  ...  .  .  ,,„ 
Imagem  jfaltou-lhe  aDeofa,  com  afuprcíucioía  provi-  imaginMm%;rf\i*Kâi3hnii>. 
deneia,comqueosiuftentava  ;  8c  perderão  os  domefticos 
ainteyrefa,comqucafcrviaõ.    24 

288        Notempiodoamor,naÕerapermetidoodar        _.    .  -  . 

T         r         -  r>  i  t  ri-  25    T    .      '   •  •     «>   *<"»•  h 

voles,ícnaolo  ochorarlagrymas.   25    ralrana  noamor  verbo  amor  Proftmu, 
asprercgativasdeMor.arch.^feáviftadosafTcctosefpera- 

Dá  3  fç 


s  i  i  O  ?3{INCI?E  DOS  <?JT.  TOMO  11. 
fe  pela  fuplica:&  nos  idolatrasorefpeyto  divido  ao  amor, 
pedindolhe  favores,  os  que  lhe  aífifíiaõ  no  templo ;  fóos 
que  ficavaó  de  fora  davaó  vozes  \  as  do  memorial  íaõ  la- 
grymas  dos  auzentes:  Dous  géneros  ha  de  lagrymas,  ou  de 
vozes;  ha  lagrymas, que  daõ  vozes,  26  &  ha  vozes,  que 
26  ^mihuíercipeUcryriM  £.5  lagrvmas.   27   As  lagrvmas,  que  daõ  vozes ,  faó  as  ib- 


nn-i» 


zt'^ho!rã^cÍm;gcry-  plicas  dos  domeíVscosj  &  as  vozes,  que  foraõ  lagrymas,  faó 
»;,n«ju.:.w;i>,         os  memoriays  dos  auzentes.Vozes  da  impaciência  chamou 

a8  u^amtuio  lacry.  Crinito  Chio  ás  lagrymas  do  ambiciofo  ;  &  lagrymas  da  1- 
fww/««  JaM-petit f  w  **'">«  ma,ás  vozes  doneceílitado.  28   A  eítasjdevem  os  Princi- 

fitietit  ticnmit  fuit  auxiliam  ,.  .,  o       f     •  '    ..         J     /*  1 

jejhrat.Crw/iCbipdcpt»  pes  aplicar  os  ou  vidos,  ík  abrir  as  portas  delua  clemen- 
a$im«tnUx.h.7.  cja  .  fechando húa  ,&  outracoufa  ásdeprecações  dehum 

ambiciofo  domelucoj  porque  com  ellas  abuza  daMagcf. 
tade,  em  fenaó  conformar  com  adoutrina  de  hum  Prínci- 
pe, que  o  foy  entre  os  melhores  vaííallos,  a  quem  fatisfez 
o  confiderarie  valido  de  feu  fenhor. 

280  Certificandoo  Anjoa  S.  Bento, que  Deos  por 
fua  infinita  mifericordia ,  ufava  com  elle  de  tão  defaculiu- 
mada  liberalidade ,  que  patentes  os  thefouros  de  fua  graça, 
podia  S.  Bento  efeolher  delles  a  mercê,  que  mays  lhe  con-» 
vie-fe,  &  que  mays  lhe  agrada-fe ;  não  teve  o  Príncipe  dos 
Patriarchas  boca  para  pedir ,  fenão  para  agradecer  a  Deos 
os  favores, que  lhe  havia  feyto.  Ponderando  a  fimiição 
deíla  repofta ,  me  lembro  da  foberania  'de  outra ,  que  o  Se- 
reniffimo  Duque  de  Bragança  Dom  Theodoíio ,  fegundo 
do  nome,  deu  a  EIRey  Philipe  III.de  Caftella,  quando 
veyoa  Portugal,  no  anno  de  mil  féis  centos,  &  defanove, 
DilTe  EIRey  ao  Duque ,  lhe  pediíTe  mercês ,  porque  àeCc-> 
ja va  muy  to  concederlhe,  o  que  pedi-fe ;  ao  que  reípondéo 
o  Duquejque  os  Reys  feus  afeendentes  tiveráo  tanto  cuy- 
dado  de  engrandecer  a  cafa  de  Bragança ,  que  lhe  não  dey- 
xarão  caufa  para  pedir ,  fe  não  memoria  para  recordar  tan- 
•  Chrmi»da-ReyD.je,te  tagrandefa:  não  aceytouo  Duque  as  mercês, porque 
w'à!  »<"t,urs£l  ffrtí,-caP^  o  Sol  vive  independente  de  todos  os  mays  Aftros :  &  te- 

ti.f.do  "rtludio  efcritafelaR.        •       r«  -      n  i  1     »-v  r    • 


Padre  Fr.  Rafael  Jejtfiu  mó',  mia  São  Bento  receber  de  Deos  mays  benefícios,  porque 
&e,Td?FCX«W.ÒT  náoachavaemíimerecimentos  para  tanta  honra. 

290  A  mayor  de  todas  as  mercês  foy  a  intima  corref- 
pondencia,com  que  Deos  fe  tratava  com  S.  Bento:em  to- 
do o  tempo ,  &  em  toda  a  parte  fe  achava  Deos  com  São 
Bento,  &S.  Bçnto  com  Deos:  onde  fe  verificou  odeípe- 


g°» 


go,  &  a  perfeyta  virtude ,  com  que  São  Bento  o  fervia,  em 
não  repartir  os  afie  cios  lembrando-fe  do  intereiTe,  quando 
lograva  a  companhia  de  feu  Senhor.  Em  Moíòpctamia 
pedio  Jacob  a  Dcos ,  que  o  ampara-íe  com  lua  aífifiencia,   lt>  Bs'f"frit  Demimv  meta 

,,         ,-  J  r  r        I  r    •  r^    1  •  •'•'•'  £í  JcJcr-.t  mãi  panem  id 

ik  oíoccorre-íecomíeusbtnencios:   29  Uahi  a  muytos  vettniumt^e.GtHtf.z%.verf. 
annos  lutou  Jacob  comDeos  ;8c  tendo  aDeos  nos  bra- 10* 
ços,  não  lhe  pedio  outra  coufa  mays,  do  que  a  Tua  benção: 
,30    Pois  fe  Jacob  em  Moíbpotamia  anellava  a  compa-   }0  Nw^/ttíw/e>lf/>f^ 
nhia  do  Senhor ,  interefladono  logro  dos bés , como  na  lu-  *tà>x»i*«>ibi.iHc.)t.vtrf.>.6 
ta  tanto  fe  efquece  de  leu  intereíie,que  todo  fe  occupa 
na  companhia  de  Deos?  Foy  acaufa,não  fer  Jacob  em 
Moíbpotamia  perfeyto  fervo  de  Deos,&  na  luta  fi :  Ja- 
cob em  Mofopotamia  lervia  a  Deos,mascom  osdefey- 
tos  de  peccador,que  tendo hú  coração,o  reparte  em dous ; 
defejando  a  companhia  de  Deos,  &  appetecendo  os  bens 
do  mundo:  porem  na  luta  foy  Jacob  fervo  perfeyto,  por- 
que era  Bemaventurado,  comfínaestão  evidentes  dare- 
montaçaõ  de  fua  graça  ,que  em  claudicar  de  hum  pé ,  def- 
pois  da  luta,moítrou  viver  de  hum  fóamorj&r  que  naóti- 

a  mays,  do  que  hum  coração  entregue  todo  a  Deos.  3  r  jíCob^vtLilemp.rJai„Jh^ 
E  quando  Jacob  era  fervo  imperfeyto  na  virtude  ,repar-  d«t>iex  *>**<»/  viJei.cctcor,& 

1  rr  n  ri--  1  •      1     r^  adhutincoti^in$inv^tfuií.ftd 

tio  tanto  os  alkctos,que  lolicitava  a  compannia  de  Deos,  p»m»  virfa3us&  ijr*ti<à  $ 
procurando  juntamente  a  fociedade  dosbens  temporaes:  ÍÍSS^SC^SíI 
mas  quando  foy  perfeyto  fervo  nagraça,  unio  tanto  oa-  tomire$icii,}»mmhccmu»âo 

r      r  '        t     •  rr        i     *     -,  i  âuplitibur  iueedere  drfiâetyx, 

mor,  que  íe  eiqueceo  do  inteteíle ,  elevado  todo  na  com-   p„ur  KUmD.Gr^.-M^g  M. 

panhia.  Nunca  S.  Bento fedivertío  naspertençóesde  Ja-  9-^<"-»'-"/-io- 

cob  em  Mofopotamia  ,afpirou  fempreaosaugmentosde 

Jacob  na  luta;  porque  o  retratou  nafantidade,  fahindo 

das  entranhas  de  fua  mãy  com  o  nome  de  Bemaventurado: 

&  o  final,  com  que  Jacob  ficou  da  luta,  onde  teve  aDeos 

nos  braços,  foy  húa  fcmelhança,do  que  obrou  S.  Bento  na 

batalha,  onde  metéo  o  mundo  debayxo  dos  pês :  recolhéo. 
São  Bento  o  pé,  que  havia  pofioemRoma  fobre  omun*  ,  ,    . 

doj    32  para  que  alemelhançadejacob,  abona-íeacon-  f,;itrUptJv,t  w«m  cct«trtu 
íormidade  de  feus  defenhos;  com  que  ficou  patente  o  au-  ^^*£$$£* 
ge  de  lua  graça.  E  hum  fervo  taõ  perfeyto  na  virtude  co-     idem  nb.z.  DiihgorKmto 
mo S.  Bento,  qual  outra  Ac*uia  poemtodaaeíhrmçaóna 
companhia  de  feu  Senhor,  fem  lembrança  de  outro  inte- 
reíTe mays,  que  o  de  feu  valimento. 

2  £  1       De  mayà,  que  J  ?.co  b  em  Mofopotamia  era 

hum 


2 1 6  O  ??JNCl?ã  DOS  <?JT.  TOMO  11. 
hum  pobre  v3Ílallo;&  na  lura,  hum  Príncipe  opu!ento;& 
hum  pobre  humilde  he,  o  que  íenaó  contenta  16  coma 
companhia  de  leu  Senhor ;  mas  hum  nobre  ,&  opulento 
íi :  porque  he  particular  inclinação  de  ler  vo,  olhar  para  as 
Vi  icccficuteaãifcrvott,,»  iru\os  fe  feu Senhor, quandoehá  diante  delle.  33  Foy 
i>/»,.  m.iír/.  i.  baobentohumlervoaelJeos,dosmay.s  illuttres. &  bem 

.  dotados ,  aíTy  na  avaliação  da  terra , como  na  eílimacaõ  do 
Ceoj  &  per  todos  os  titulos  lhe  incumbia  retirar  os  olhos 
das  mãos ,  &  empregalos  ambos  no  lerviço  do  Senhor, 
a  quem  acompanhava:  olhando  ío,como  outra  Al- 
ma Santa, para  o  peyto  de  Deosj   34.  todaan- 
cioía  de  lhe  íaber  a  vontade ,  para  o 
krvir  a  feugcfto. 


;  4  VulnertMi  cor  meum  in 
vko acuh.ritmtiiotuvj,  Cant,  <f. 
verf.  9. 


DA  PARTE 


217 
D  A.  PARTE  DE  DEOS  PROMETE  O  ANJO  A 


ENTO 


SINCO  EXCELLENCIAS:  A  PRIME YR A,QIJE    •  s&iíi***  ***„*; 

tojqút  t*f.n;>n  nttnãiftabit.D. 
*s$rnoldu  rlJvicKtn  ligno  vitit 
lib.  i  .cnt>.  i .  UrengrHo  in  Coro. 
r.a  Laciâs.^V.êpiáefuj}  Jrrc 
mam.D.Fr.  Pedro  de  San  d  o. 
r>tly  ttA/UJeçaõ  de  Gt^ci'a,t£c. 


fua  Religião  duraria  ate' o  fim  do  mundo. 
E  M  !?  (J^E  Z  A    XFIU 


ODAS  as  partes  da  terra cro* 
ouDeoscomhúamefma  natu- 
refa.  A  influencia  dos  Aftros 
devem  o  fer  mays,  ou  menos 
fruetiíeras  ;com  que  ficão  tão 
differentes ,  que  parece  empe- 
nho particular  de  Deos  mays  eíte ,  do  que  outro  R.cyno; 

Ee  mays 


■> 


•3 1 9-  O  PRÍNCIPE  DOS  VXT.  TOMO  11. 
maysJnla,  do  que  outra  Província  ^  o  fértil, Sc  o  infecunJo 
ás  diferençou  húate ,  das  outras  j  tendo  a  terra ,  na  eíti  ma- 
ção dos  honiês ,  tanto  de  nobreía ,  quanto  de  produéh  va ; 
efc-gjíicndoparaiua  morada  as  partes  favorecidas  çlesin- 
fluxos  j  &  no  miaysfaudável  delias  edificarão  habitações, 
pura  iua  vivenda  ;  circunvaflando-as  de  muros,  queasde- 
ienitc-fejr»  dos  contrários  ,  Sc  as  diftingui-fem  das  mon- 
tuoías. 

293      Q  que  achamos  na  terra,  de  que  Deoscreou  o 
mundo,  vemos  nobarro,  decjueformouohomem.Amef-» 
ma  origem  ç^Tçétro  tem^/ajadoidpjuftico:  çja  mefma  ar- 
voreje que  fe  lavrouJo^t^o,  Teeortoir  o  cajado.  Adão 
foy  a  mmã  donde  fahltóbaríò',  todod^liúa  meirfiá  forte: 
mas  nem  toçlocom  a  mejma Jimjpez3^jj]'uni  tronco  produz 
«    itaquc  que,  Deu,  adre,  ^u^j|a$  ramas  j:&  em  eaifô  Jbúa  dasxainas  di veríos  frucios 
Z?jTJla^!Zl7q"slJ<l-  nqs  accidentes ,  hús  fazonados ,  &  os  outro5_,pecos.;  Muy- 
i»?, v»umiM,&  magaaauto.  t(fs  homés  çtòuxeráq.cpníkfOi húa  natural,  &  inefinfeca 
*hee*bivmiuuvocari,$rc-  nobreía ,  qije. os  moveo  aíazèr  acções  heròycas  :    i    ou- 
tlnT^oirt^ll  rros^vorecêb^os  afortuna,  &  tiverão  eíWão  pçjas  ri- 
-^tque hw cona nobilitai, quet  quèfas:    2  apS  de  mays,nejíiaiudou  a  naturefa,  nem  à  for- 

hodieadbuc  durai ,mquaani-  r     ~         ,  J  .  ,  , 

nnthcroicitfubmitextnatur.   tuna  j&  ncarao como  pedaços  de  outro  barro;  ouramos 
JH.  ?.í  ^o  tt  CoU°'  dc  autro  Sõiico  ^Ite^permanecerãovaffillosj  os  outros, 


4 

ler 


*  Nohiitof  rtn&nUruefl,qu<t  fubiráoa  Príncipe*:  fuperioridade,aqueo  vulgo  fé fiiprey 

virir,velmulienbttf fit.prop*  n-       i    >-V       -    n  •  j 

rJi-jit,ar,veivirtute,.        tou neceíiitado  ,*& conitrangiao.   3 


294     Gompófta  de  montei,  &Valles  creon  Deosa 
ijf//-  terra.  4  Em  nobres,  &  huníildes,cmm©íí[fes,S<:  vallea 


\     Nobilitas  a  principio  ha- 
'iiit  ortttm  exviolentijí  crudeli- 

v$Z:::;;;:^SZ:  dividirâooshomés  afomaá  Gs  vallcs  fdÕ  reptados  dos 
f éreos  ãommium  ujurparunt,  montes;  &eíles,  combatidos  dos  ventos  ;  para  lhe  reílílci- 

i5qiiivideruntfcfuperiares,fe  ri     •'T-'rv  •  J  '  1  o 

r.obihs  vocaverunt ,  ficut  de  rem ,  iabncqu  Ueos  os  montes minaraes  de  pedras^  <x  pa- 
Í^SSSSS  ra  íoccorrerem  osvalles,os  provéo  de  fontes.^  arvore 
meus  Bercoriu, tit.  Nobilitas,    quando  fe  augmenta  na  altura ,  eftende-fe  nas  raizesj 

4   Terra  a  principio  fn*e  crea-  r       r        \  1  ,v     •  ■      n 

tionUcavatavaiiib,,,,® cieva-  quemiaz  íomDra  amuytos  ne  neceíláno  ter  mais  rorças, 

?;S.t/;ri:r;.S;.  9UC  todos el,es-  Animofa,&  valente  mays  que  todas  as 
2.  cup  4.  aveshea  Aoura,  excede  a  todas  na  alteza  do  vo-o,  poriíTo 

ç    1'limus  de  ^/}quila,Mayo-  1-  -i.  r    •    •  ol  "?  1 

;»/,eí  Ravf.nt  de^iv.bus.  «cnaua  aiguala  noelpinto.  bobre  amayskvanrada  pe- 
6  uia  tnimfimuiat  n.dmm  nha  nidefiça  3  Águia  :  &  a  meíma  naturefa  ,  que  a  provo- 

J.bicJDiparavit ,  qito  pojjitfir-  .       _  «D  '  •     1 

may^ineoncuff*remfuampro  caabufear  oSol,a  enuiia  a  defender  oninho  com  aspé- 

curare,  lapidem  quem  piai/,  cx-    J_       t«-  o      a  '  II 

qmríuVc.íiJktVaUib^.  dras  ] ■  »cs» &  Acates,  5  paraqueovenro  Ihonao  arre- 
Je^íjiuia  bace,   6   &  as  Serpentes  lhe  nãocomão  os  filhos,  7  Nc- 

7    rii;atrodelot  Diofcspartc      ,-  r..P.  _....  '    ' 

k.m/.  17.  píiuá  outra  ave  tem  eltc  Miunto,oc  privilegio:  entre  iodas 


EWP^EZA    ItVlh  2i9 

fce  a  Agub monte  empinado,  &  vivente; porque  amays 
pobre  de  todas.  Omefmo  Senhor,  que  aengrandecéo,» 
ciiferençoudas  aves  humildes ;  que  arefpeyto  da  Águia 
iaó  como  vallesem  comparação  dos  montes;  Sc  como  o 
vulgo,  em  ordem  á  nobrefa:  razão, por  onde  ao  lolar  da  A- 
guia  lhe  concedéo  as  izençóes  na  virtude  da  pedra ,  com 
que  afugenta  o  contrario;  perpetuandolhe  a  nobre ía,çota 
ihe  defender  os  filhos  ,&  lhe  afíegurar  a  habitação:  tudo 
documentos  para  os  Príncipes  confervarem  ascafas  illuf* 
tf  es,  tratando  do  augmento  da  lua  propagação,  pievile- 
gios,  &  fórosdefua  nobrefa. 

295  Em  três  claíTes  devidio  Nazianzeno  a  nobrefa ; 
<Jefiingumdo~a  pela  origem,  pelo  fangue,  Sc  pelas  obras.  8 
Como  também  Plínio ,  fez  dertinção  entre  húas ,  &  outras  T?  Nrf»^ff'>'«j(««sf 

'  *  '  Unum  qitoi Juferr.s  criminem 

Águias  jdando-as  a  conhecer  pelas  differençasdefuas  na-  triti* .-.•.•  ^h:rnm rmd ,/an- 
turaes  propençoes.  *  Anobreiade  origem  nosdeyxou^,^^^^^.,,^.... 
maculada  a  culpa  de  Adão :  a  nobrefa  do  ianque  conferva-  °-f"s-  k^"»  o,etwn.\%. 
ie,  coma  fidalguia  das  obras  dos  deicendentes.  Anobreia  vifmnit.de^vibut. 
da  virtude  he  aquella,  que  íenáa  cria  novo  fangue,  cria  ÁSSU^S^Í^ 
novo  ferna  efiimaçáodoshomés.  Poreftanobrelà  come-  tumcjjè parem Ah*  Piut.de-nb. 

,  p      -i|    n  11      r  1         1         irr  Edite.  L.z  nt  zt.tart.i.L.i, 

ÇaraotodosaleriIlultres;ella,ioy  a  Juzdondeiciormouo  %.Qu*omniê,ibi\virMbmni- 
Solda  Mageítade.  A  nobrefa  do  fanffueJie  como  a  nobre-  yiiirPe)  c  •*****»*  u.u 
ía  do  ouro,  que  na  fua  antiguidade  funda  afua  fineza.  9  taieta»ti$uor)  l.  t.ffMcai- 
Inupos arvores  naodaoiructos  iaborofes ,  fe  nao  delpois  rufMúUfumaniiqUiifm ■.» .) 
de  enxertadas ;  &  outras,  fem  novos  garfos  os  dão  fazona-   »°  JBum  »?"'»"*'•*  fine* 
rios;  com  que  íeiazem  mays  eitimadas  pela  lua  legitima   pyibag.^udstoba. 
fubfiancia :    1  o  mas  advir  tão ,  que  lhe  dura  aeftimação, 
em  quanto  não  degenerão  da  efpecie.  Outra  nobrefa  fe 
uza,que  he  nobrefa  fantaftica,comaqual  fe  engana  a  igno- 
rância do  vulgo:  porque  muytosjfemelhantes ás  formigas, 
andão  todoo  verão  acarretando  trigo  para  a  cova ,  Sc  def- 
pois  de  velhas  faem  com  azas  ráo  fatisfeytas  do  vo-o,  que 
prezumem  acompanhar  com  as  aves:eíiadefordcm,lamen- 
tou  ja  em  tempos  antigos  ,0  meu  infigne  Bercório:    1 1    ut~i!i$m-n<j*ar».hqif  .ju:.i 
mas  te  alcançara  a  nona  idade ,  teria  mayor  razão  de  icnt  1-  ,,:ilUu{r 
mento :  efta  nobrefa  como hc  elvaecida  fulknta*fe  doar,  w»í«***>irtw***^Mw 

nMur»m  aluiu»/  je> r.ucjtunt 

que aalimenta.  ;. .  Arcr.<£r<*m.«*fif«ir«# 

Nao  temos  rayos  domínio  febre  a  Águia:  12  ™  .:i,,,.„ 

foy  providencia  da  narurefa  izentar  dos  perigos,  a  auem  "'»  Neèi/ya*. 
adiantava  no  lugar :  íeiakara  á  Águia  o  privilegio,  todos  p^K^fenHiiurfuiviut. 

Ee  2  os 


2 2  o        O  fQpSBBÊPE  VOS  ?AT.  TOMO  II. 

osrayos  a  ofíenderão.Os  Romanos  efpeci  fica  váo  a  nobrc- 

fados  Cidadãos  pelas  divizas,  que  lheconccdião-.ahuns, 

. ,  PiutirdttstfPitriuxhb.  autoiiiaváo  com  trazeré  luas  cnios  íapatos:    13  a  outros, 

V4  idmií.ti.ii •An»h.  anéis  em  osdedos:    14  &  aos  ri  lhos  dos  nobres,  medalhas 

1,    comixínaatiQnem  ma*  aopevto:    ,  t    nas di v izas  trazião  a  reverencia, porque a$ 

Romar.d  uobihtatu  >not  intre-  T     J  J  ,  T  __  '  i ^ 

íarar  Gejiaremtmiiicrotbui'  iníignias  danobreía  refreyáo  apayxáo,  &  invejado  vul- 
*tcum ferva,,  e*  tuiia  i*ge.  gojque  imitando  a  condição  domar,para  coroaonda,aon- 
nuostjjccagnovijfent;  cum ei,  delha  rebate  a  ley.  Anatuieía  defende  das  inclemências 

turpiter  utque  impttdice  agere  o  r      íl  ri 

et/hnoent,  jjqut  Romano,  r/-  do  tempo  as  ar vores ,  &  os  iructos  com  a  calca ,  de  que  as 
Srl7rui  fS£'x,W  ""  véfte.  Diziào  os  de  Athenas,  &  Arcádia,  querendo ceníu- 

rar  a  politica  dos  Romanos  ,que  anobiela  era  húaintrin- 

iccacilidade,que  por  fi  mefma  iedava  a  conhecer:  mas 

•<5  Jifud^themeifeii«f-  defengánou-os  a  experiência ,  de  que  não  era  para  todos  a 

iiuiium  mi  yCtcadet  ex  auro  •  \.  ■       t    n      r  J  '!_  j       a     I 

capitherpawHiogeH»re,qfbf  inteligência  deite íegredo ;  com  que  os  nobres  de  Athenas 
^i^^^P^^^.^huai^^iQ^^i^^ÚM^^  ouro:  16  Sc  os  deAr- 
tiVa)e.iib.%6  tit  dcCcaJa.  cadia  vierão a  uzar  das  iníignias  dos  Komanos.   17 

1 7    Ide  n  ubtjup.de  Luna. 

, Etmhilis  y& gènerofits    . 

d/l '  ppofitamnifríe  Ltinamfubtexil  aluía. 
ÇhánulumM  [^cclor  apudJuVenalem. 

Mayor  efiimação  dãoao  théiouro  as  guardas,que  o  de« 
fendem,  do  que  o  valor,  que  entheioura ;  as  praças,  na  opi-» 
niâo  das  gentes,  mays  as  fortificáo  areílir.enciadosmuros, 
do  que  o  prefiJio  dos  Toldados. 

297  As  iníignias ,  que  hoje  manifeftáo  a  nobrefa}di* 
ri  varáo-fe  dos  premios,com  que  os  Romanos galardoavão 
osíerviços:   18 

i?5    l»alijpi8umC1ypto,ga-  * 

ha  impendit ,  vextUum  Roma- 

nnm  TboraXiCampe{JreypilS,  Vlídimie  TwiO 

15  lij/lct  adjuniuntur;  unde*J-  t 

ia  videntur  i»fig*u '■,  tf  arma  (Plurima fraxineo  mine  Verberai  axrapepLOy 

íju  bus  nobilitas  noílta  utitur.  <iT         r'  i     •       '      '  ■.  r~       •.  • 

BeiiHgerius  de  Trmmfb.  Re  Nuncjedet m  ptnms  captíum ,  nunc  Jurgit  m  ar  cm. 

«••»•*•*■         _  CorneliUiNepof.mlliacobéoltb.6. 

>q     Hx  tjut  coilo,  qui  inlgr  *  J 

l_/£ryptiot /ttJice.-  primartum 
eblintret  locut»,  numims  imano  >^v  r    '  *  ~       nr  •!  i         r 

ftndcbaigimt,  vauroconffc-       Os  quaes  fe  inventarão,  nao  ío  para  inculcar  3  ncbrela, 
T*,q:,9dnumtn,pfi,ve.rttaum  mas  tanibem  para  defpertar  o  valor.  Os  juizes  do  Egypto 

e>u»cui>ibii>t:boceiii>»Jniioof-  ,„  li  '  .  cj  i 

tendeba»t;uJtatcordi,orique  trazião  no  peyto  a  ífiiageii]  da  verdade:    ip  nelia,n)oítra- 

&apun.t»igitb!cip.i.de  vao  os  poderes,  &recordavao  a  obrigação  deieuoíricio. 

Ptife. infitu.  Os  Ammanietes  acabarão  de  todo,  quando  rrohibitáo  á 

.jo   Cardu,Raftuid$Helili-  t         .-  „       .     -.  , V*  -    r  r>    . 

f*tecaj>.}.  §.6o,  noDreÍ3,  viverem  caíisdeliguaes  as  coiiíinuas.   20   tiao 

pre- 


t\.     EMTREZA    XF1J.  121 

previligiados  de  certos  tributos,  os  que  viviaõ  cm  caías  le- 
vantadas: folar,  que  feus  fundadores compra»aõ cem  as  vi- 
das, que  deráo  peta  pátria:  extinguio-fe  a  nobrefa,  por- 
que lhe  faltou  orefpeyto  ;  Sc  enfraquecerão  os  2nimosT 
porque  lhe  tirarão  o  premio.  Se  os  Romanos  naõeflima» 
ráotanto  asvirtudes  deTanaquiles  mulher  do  Empeia- 
dor  Tarquino, mandando  ,queas  cípofadas,  antes  de  en- 
tracem  nas  cafasdeíeus  maridos  ,  invoca-íem  ás  portas  o 
nome  deTanaquiles,  como  efpelho  doeíhdo  conjugal, 
nunca  Roma  íe  jactaria  de  íer  pátria  das  Porcias,  Maicias, 

&  Lucrecías.     2  1  xr^ovatinpin^puâftifeot 

8  1-^      ttí  1        •    •  -  r  Homsnos  merilorum  iomcs  /'«- 

Os  Romanos  adquinao  a  mayor  lama ,  porque  £«/«.*  ;*/>rW//»;»ec,,,w 

fouberáo  dar  a  devida  eílimação  á  virtude,  &  ánobreia:  CeciUam » *'*  «-***  T<««- 
eibbelecendo  em  a  ley  Porcia,que  nenhum  cavaleyroRo-  óm»«*«*.v  Hha>imwfi,tuth 

p  ri  p  r  O      Mar.-ÍMt  Porfiai  ,atcue  Lu- 

manotive-le  a  pena, que íe dava  aos  eicravos,iervcs,  tk  crcíiaf  Romanifef e„ru„, 
plcbeos.    22    Decretando  em  a  ley  Rocia  ,  que  no  publi-   §&vfi-X*lh**Kf«pr*. 
cooccupaíiem  os  pnmeyros  quatorze  degraos  do  1  nea-  c.-i^.jnui./r/ií,./.:.-;.'. 
tro.  Rcftringindo  em  a  Jey  Valia  os  poderes  dos  Tribunos,  ^Tl^^tt?.^ 
íobre  a  vida  dos  Cidadãos ,  para  que  os  não  podeílem  con-  °s ca[0f>  ?»*^*«*m 3  if^m. 
demnar  a  morte :  iendo  Jey,que  todo,  o  que  lhe  pcrde-ie  o  ils  deKei,u.  a,j„.  ,7. 
tefpeyto,  opaga-fccom  ávida  ;&c  quem  dèíTe  a  morte  a 
algum  dos  Tr  ibunos,lhe  corta-lem  a  cabeça,  &  lhe  vende- 
fcmos filhos.    22   Os  privilégios,  que  tinhaõos  Decu-  „*'  ^**^*£j':* 
lioens ,  Ditadores ,  os  nobres  de  Banda ,  &  de  Capacete:   n  cnrmiHfSjihflNi^  «*- 

»    ,  1         .  11  (ande  lUuhrikus, 

podes  inteyrarte  dos  Au  tores ,  que  alego,  que  como  o  tra- 
táodeproriíTaó,  fera  impertinência  referiio.  24  Os  Ele- 
mentos confervão-fe  com  a  diftinção ;  quanto  mays  pró- 
xima he  avifinhança  ,  tanto  mays  intença  he  a  virtude, 
com  que  fe  defendem  ;  o  ar,  vifinho  áreçiaõdoíogo,he 
mays  húmido,  &  frio :  a  nobreía  não  fó  confina  com  a  ma- 
geftade ,  mas  também  he  parte  fua  :  os  que  eftaõ  perto  da 
fontebcbemnafonte;&osqueeítaólongc,bcbemnacor-  iÇ  c.r...r:  ^7 ;.•!/.//;  c. 
iente:    2  Ç    da  mays ,  ou  menos  viíinhanca  ,  que  os  Afíros  i.V«  offiao  i--m>  •»  fâu  #» 

Cl     II  Tl  •  '  C  quoiinÇ-t\ribuíL.3i-ír.-.::'-. 

tem  com  o  boi,  lhe  relulta  amayor  commumcaçao ,  &c  vir-  filJle(  y„,'.._-  r:^,:i.-. ,:,.  „am 

tude  de  feus  influxos.  _       IfJS^SÍ^ST. 

200      A  Águia  vendo  os  filhos  prefos,Ieva-lhe  húra- ,f;  g<.o  kc.svuw.'--; 

mo  de  louro  florido,  com  que  lhe  defata  a  prifaõ.  26   Ei-    x6  s*fartcverh,~diuii*. 
colhéo  Júpiter  entre  as  aves,  a  Águia,  para  pagem  de  ar- 
mas. 


Ee  3 


Quem 


222        O  <??#KCiVE  VOS  <?AT.  TOMO  12. 

*__* — *     Quem prtfpes  ah  Ida 
Sublimem  pedibu*  rapnit  fovisarmigertmcit. 
Virgdi. 

E  entre  as  arvores  previligionolouro  da  violência  de 
/eus  rayo^refpey  tando-a  como  planta  ,de  que  fe  havia  de 
coroar  a  A  pálio }  ik  coroo  arvore  de  cujas  ramas  fehavrão 
de  laurear  os  may  ores  Monarchas  da  terra* 


dArbor  ViElorio/a,  &  Triumpbate, 
Honor  de  Imperatori ,  ££  de  Toetu 
Tetrauba. 


t 


Sendo  \  que  a  principal  razão ,  porque  Júpiter  izenf  ou 
i7  RcJsrn«*de^v;utra'  o  louro,  tingem  fer ,  porque  nelle  íe  criou  a  primeyra 

U~*Ú*ci>mcjíH,tro™fi-  Águia;   27  aqual, como  JPrincefa  das  aves,  não  teve  com 
i,m  syracvfwm,  hono  mpr,-  que  ],berrar  os  filhos , fenão com a  nobrefa ,  &  privilégios 

mUdomíiisbii-ts.  i*  tecto  tertio,  ~        ,-.   •  i>  i     i         -       r*  • 

aãunc  quarta  v»rr.  de  íeuíolar:  Cahdade  tao  iupenor,  que  entre  os  Roma- 

S^SSS^lSSSL  nos  era  a  m-y,°r.  Os  termos,  de  que  uzou  Cícero ,  paradar 
*te6.Farr.  a  conhecer  a  fidalguia  de  Heraclto,  28  deDeodoroMe- 

reu?wfbri»,&txperie«ft&  ks&nwf)   29  de  Aulo  Auno,  òc  de  Marco  Qrphio,   31 
ch<^£'" •íikm,n0raUj ?>"  foy  dizer, que eráo homésde folar, oude nobiliflimas  ori- 
11  Marcum  otphmmtquitè  gens»  Do  mefmo  epizodio  íe  vaiéo  Hiercio  para  com 

lioiaimim  ;:bi  comendo  maw   P  M        •  1  -n  a  I  '  *-> 

ieminmoj*mjoni$unâidu.  Metridates  Parpageno :   32    Apuleo, para  com  Crates 

^'"//'f^-^V^T-Thebano:    22    &  luílino,  para  com  Thrazibulo.   24   O 

»«  Parpagemu  maga*  nobtii-  Principio,  que  tiverão  em  Elpanha  as  caías  lolares,foy 

pminbão  alexandrino.,      quando  a  invadirão  os  Mouros  :  (Js  nobres,  que  livrarão 

, »  crates  vir, icmimtetThe  deita  derrota ,  recolherão-fe  aos  montes,dondefedefen» 

vinis  nobiiit.  */3puleiuf  ^/ipo-     .      „  -  ft  r      -        rr       v  a  uri 

%.  i.  derao,&  nunca  ioraoonendidos;nelles,le  levantarão  ror- 

ànlZ^Sí^t  res,emqUemoravão,&tinháovaí'falloSjque  lhe  cbede- 

jaffw  W  5.  ciaõ,  &  pagaváo  tributo  para  ícu  fufiento:    2Ç    <~taqui 

«i,âtCAjtèiiaan»oiz.cap.\o.  emanarão ascaías  torres , &  loiares,  com  que  nú;e  íe  per-" 

petuáo ,  Sc  cxaltáo  as  famílias :  não  fe  tendo  por  legitima, 
&  realenga  a  nobrefa  ,  que  não  tem  voz,  &  apelido  de  fo- 
lar. Dosmays  rrcos,  &  nobres  de  feu  tempo  foy  Álvaro 
Nunes,  em  Cafiei  la  j  &  não  fe  apelidou  rico  homem ,  que 
era  o  mefmo, que  grande,  íenáodelpois, que  ElKey  Dom 
»6  chronic*  âtiRtjVom  AfonfoXl.  de  Caftella ;  lhe  deu  os  folares  deliibera.& 

irffonfj  oOnztno  de  CaHílla.  0   ,  ,  r     .  .      _ 

M/.64,  L-ubrerao   36   No  domínio, qutoslenhorcs de  íoJarrem 

iobic 


EMQfcEZA    XVU.  li} 

fohrecsvaíFaIlos,conniteotimbredeíuagrand^fa.  37        17  ^«to«t./iiínj». 

r1       ,  ■  A  j-i,  1        rir*       4"  i>- Captneíu  corjid.ft^.a. 

300  rioridatraz  a  Agmaaos  nlhosaiiobrcIaQcíeHíí.^.G^,^^^  ^  ,a'6- 
snogotolar  jdamelma  íórce,queIuaconceaéo  aregalia, 
aííy  alográaíeusdeícendefttes:  Criou-íe  a  Águia  entre  as 
tf  ores  do  leuro  ;  &  do  mefmo  modo ,  que  o  louro  íoy  folar 
dos  pays,  he  amparo  dos  filhos.  Sempre  Te  notou  aos  Prin- 
õpes,revogaremasmerces,que  fizetáofeus  antepalTados. 
28    Amayorexcellenciada  Eftrellad^Alvahexonfervar   **  »*'«*</&".  f"«"r 

5  J  J  vocarc  ca  ^qua  maior  utnbcgnt- 

nas  plantas  as  influencias, que  lhes  communicaráo  as  Èw*'W''B^"Ar.-£/'?/;*  »«j     :. 

as  da  noyte.  Us  privilégios ,  &  lOBgnils.  dos  Senado-  vàpuytÇrtiimrbettjicn  v,.n 

res  herdaváo~fe  com  o  fangue,  quando  o  Senador,  que  ">""  $&&**■&&**&&- 

O         '     k  1  J\         Jett]Uí  Scnatoruw W kAtttitt 

morria  era  nino  de  outro  Senador:    30   porque  não  a*o»tratnfircfat,  ,.y;  ,.y\...- 

c         1  -  •     i"         •  1         T    '         C  L  bur  iliif  tuiífst ornilus.  Lui.n' 

lendo,  erao  como  as  íniigmas  dosl  nuníos,  que  acabavao^,^,,/^  deTriu*,fb,  Ro- 
com a  vidados  vi&oriolos.   40   Na  antiguidade naõfe a-  »>*M.u»icutcap.  19. 

,  1  n-  -      r  -  1        1     r  1  4°   "ocamtminlcr  ornam  e- 

vahava  anobreía  pela  emmaçao,lenaopela  deícenden-rjí*:;/^/:-,  ©//-/> .-.*»«- 
cia  ;  os  que  naó  procediaó  de  tronco  illuftre,  corrião  ^^ll^^^t 
rfeas  com  os  ferventuarios,  que  logrão  os  relpeytos,  em  vta y&mmwtrtwivr i  h*ceà 

,  ^y*    .  *  °  cj    1        •     j       r  1       filio*t&i,epoiertr**f;rast.  !b> 

quanto  íervem  os  oíticios:  mas  nunca  a  fidalguia  dosiola-  y  uip,*.  L.fin  ff.de  Senamt. 
res  deyxoudefer  herança  dos  filhos,  fenaò  quando  a  gra- 
vidade daculpa,osde$herdou  da  nobrefa  dos  pays.   ai   *\?^f-Jef??'?'LM{'' 
Para  nutrimento  dos  fruaosjeftaõ  as  arvores  lodo omxti-  ff.de inireú>u»>v nhgatu. 
nodeípidas  defolhas :  para  augmentarem  os  filhos  muy- 
t as  a r  vores  de  nobiliíTimas  gerações  le  empobrecerão,  em- 
penhando-fe  no íerviço  da  coroa.Da  terra  recebe  o  frudfo 
a  fubftancia ,  &  da  planta  o  fabor :  afíy  de  ftus  progenito-» 
respartecipaó  os  nobres  a  calidade  ;  &  do  favor  dos  Prin« 
cipes,oaugeda  veneração: húa,& outra  coufaherdaõos 
filhos  dos  pays,  8í  dos  Príncipes , quando  com  o  langue 
herdaõ  a  fortuna  i  afíy  como  osfru&os  ,da  terra  ,  &  da 
planta. 

30  r  Nafcéo,&  vivéoS.  Bento,  com  as  pre-eminen» 
cias  de  Águia.  Naõ  foy  comoElPxey  Pirrho,  a  quem  as 
proefas  dos  vaíTallos  o  intitularão  Águia.  *   A  própria   "  ?irriut  *'*  fy»''»*"** 

f_  ""o"  ™"  r        r  dum  a  pugna  magna  ctn»  gloria 

virtude  foy ,  a  que  deu  a  S.  Bento  o  nome.  Nafcéocom  as  *cUritiainEpirumrcvc>fus,a 

.  r  ,-\       Juii ^j.itula,  lalutarttur.-Pcr- 

pre-eminenctasjporqneaAguia  pnmeyro  remcompoltas  *„,,  ,Mí  „,,./,„,.,  quimevtfri* 
a^ a/as,  do  que  tenha  o  mavs  corpo  cuberto  dcpcnnas;  J"r;  •  "fi*; "^  '" 

'  *r  J  r  r  '  extuiijltt.XJirdeftmperC-vqui 

41    S.  Bento  primeyro  teve  prefeytasasaz3S,doqucpro-  u™  pUcu>t,ea 

porcionado  o  corpo.  Cantar  bao  bentolouvores  a  L)eoí,  \t    J    - 

qmndo  citava  nas  entranhas  de  lua  Mãy  Santa  Abundan-  f  *4quihprw,i*aih,qui 

•       C         •     cr  iftcoiporcperfctta. 

cu,  íorao  incy cos  da  g"ça:  &  a  gí»§f  3  que  tem  a  creatura  VmjeJe  "Natural,  w.io  %. j. 

íàò 


*\ 


224  O  ZTsJKClTE  DOS  QÂT.  TOMO  11. 
faó  azas,  com  que  voa  para  Deos:  adiantando-ie  na  com-» 
pofiçáo  das  azas  pira  fubira  Deos,  porque  nunca  de  Deos 
lè  havia  de  apartar  São  Bento.  Ordenou  Deos  a  Moyfés, 
que  dousCherubins  correspondentes  msazas,  &rnos  al- 
peótos,  acompanha-iem  os  lados  do  Propiciatório  j  pri- 
meyroJliedilpos  o  modo,  com  que  ha  viáo  de  eftenderas 
azas,doque  aproporçáo,quchaviaõ  de  ternos  roftros: 
43  &  porque  razáo , primeyro  fc  ha  de  tratar  da  medida 
,  xjutmqiàukfropit;.  das  ««,do  que  dacçmpoftura  do  corpo?  Porque  os  Che- 
^ervttgmut^MileaíesaiM,  rubins  femprc  ha  viaõ  de  acompanhar  a  Deos  no  Propiria- 

lejhnjní  ei*(fc  mutuo.  Lxodi  -o  P  1         *      J  1  |-\ 

»j.  *erf.xò.  tono  ;  &  quem  iempre  havia  de  acompanhar  a  Deos ,  pn- 

mey  ro  havia  de  ter  perfey  tas  as  azas,  ào  que  proporciona- 
do ocorpo:  para  que  a  creatura  na  anticipação  da  graça, 
reprefentada nas  azas, efpiritualiza-fe  deiorte  anaturela, 
que  defempedida  das  aílucias da  cu!pa,fuftenta-íc  a  amiza- 
de com  Deos. 

30 2  Em mays  femelhanças moftrou  S.  Bento, nafcer 
comasexcellenciasde  Águia  : porque afiy  comoefta,iay 
do  berço  com  a  coroa  de  Rainha;  S.  Bento  das  entranhas 
de  fuaMãy,fahio  com  coroa  de  Santo.  Enriquicéo  Deos 
a  S.  Bento  com  fingular  virtude,  porque  odotou  do  eípi- 
litodetodososjuftos:  44  &  ao  compendio  das  virtudes 
„  .  a  „.  .  nunca  lhe  faltou  a  coroa;  iempre  o  viraõ  coroado.  Efpi- 
fienuifuit.  d.  Grcgor.         rou  Chrifto  na  Cruz,  ficando  com  a  cabeça  inclinada  para 

olado,  adonde  a  crueza  lhe  abrio  a  ultima  chaga:   45    Cõ 

que  a  Divindade  figurada  na  cabeça  de  Chriixo,  46  fi« 

^ilãuZjo'aL'úf,'g.vírf.\o.  cou  coroando  olado  antes,  &defpois  de  aberto:  fendo  a 

46  caj,„t vero  cbrip,  Dm/  razáoiporque  os  Sacramentos,  que  faõ  compendio  da  gra- 

i.aâCorint.  ti. verfi.  i        •-      j    ri-      J  J    /->U    T         o       cl  \ 

Ça,haviaodeiahir  dopeyrodeChrilto;  &eitava  inclina- 
da a  cabeça  fobre  o  ladoantes,&  defpois  que  fahiíkm^para 
que  em  nenhum  tempo  lhe  falta-fe  a  Coroa,  &  íempreos 
viflèm  coroados. 

303      Segunda  razáo ,  que  confirma ,  o  que  temos  di- 
to. São  Bento  quando naícéo,  logrou  oma\orfavor,ali- 
mentando-feaos  honeftiíTlmos  ptytos  da  Virgem  Jmma- 
culada  j  &  não  podia  chegar  a  efta  fublimidade ,  lem  que 
_  Q  ,        •-,         .primeyro  foífe  coroado.  DiíTe  Deos  ao  Profeta  Ozeas: 

Ht  Ljajbo  tamjg  ituetmeS  í"  ■      •     j       ■  1-1  ti-         1  jol  l "'  > 

irrfAuHdinem.0jca.-i.verf.14.  havia  de  tirar  a  hua  alma  do  reboliço  do  mundo, &  levaia-a 

quietação  dodeierto,paraanutrir  aieuspeytos :   47   & 
para  chegara efte  aige  heneceí]ario,quea  almafavoíeci- 

da 


e  u ®  %n  z  a  xyn.        i^ 

$U fuja  primeyrodomundo  ?  Sin^quenoretiroalcançava 
a  coroa  de  deiprefadora  do  feculo ;  &  não  fendo  primeyro 
coroada,  não  podia  chegar  áquelles  pey  tos. 

304      VivéoSaõ Bento  comas  pre-eminenciasde A- 
guia,  porque  de  entre  innumeraveisjuftos,lhediilè  Chiif- 
to,oelcolhera  para feu  Príncipe:   48  aflycomoas  Agui-   48  Tttnmeitgi  exemnibat 
as  de  encre  os mays  hinos  elcolhem  aquelks,  quenaode  Cbrèjim, Dominu,  be*toZener 
íerherdeyros  de  feu  íolar.  No  amor  de  Deos  ficou  S.  Ben-  ^O"?"*-  <iord>'n  "f"d 
to, entre  os  Patriarchas,  tendoo  lugardo  Evangelifta.Por 
antenomazia  intitularão  os  AnjosaSaõBento,o^»^í/oí/e 
'Deos.    40    Donde,  o  efcolhelo  Deos  de  entre  niuytos,  49  H"f  «8«< ptHieBat 

%n_  J        c      Ti  J  Dcmini  Cttlum  HenediSut  JlC* 

para  moitrar,  que  o  preceder  b.  Bento  a  todos  no  va-<w„  u.g^.jw^,,./,*.,. 

limento  para  com  Deos,  era ,  porque  para  com  Deos  a  to-  MeTai-ft,í-ii' 
dos  precedia  nos  méritos.  Àfly  abonou  o  Efpofo  a  virtu- 
de da  Alma  Santa,  affirmando,  que  de  entre  íincoenta,& 
nove  Rainhas  a  efcolhera  por  íiiaEfpofa:   Ko  &damef-         _ 
maíorte  a  Alma  Santa  asprendasdeleu  tipolo,comdi-/e^««1»í/?fi/«miJmM.  cv™- 
zer ,  que  de  entre  milhares  de  homés ,  o  elegera  por  feu  a-  *'"'  °'  v"f 7> 

mado.   51  ç,  toiuSus  mutttnii2*ti 

0.0K     A  Aguiatemnas  azas  recopilada  a  excellencia,  ©  ™*'<w*,  tuSut  txmtt» 
quetodasasmaysaves;untasteno  vo-o.   52  lodaavir-   jx  cdatmt&fiMkmkemjf 
tude,  com  queos  juftos  voarão,  he  a  virtude,  com  que  São  *"£■  ^èw,i**  *■**• »« 
Bento  vo-ou.  Mas  fe  hum  ío  efpirito  bafta  para  credito 
dehumjuflo:   53   porque  não  ha  de  baftar  para  engran-   5»    VnituiqueMemiam 

de    Ti  in        •      [i.        r,  1  <->l  tnaçnifcliaiicfj  ir  i  tus  aii  uíili- 

ecer a b. Bento r* Havia  Sao  Bento  deter  iobre  asazaso  t„tm.  *jií; andem á*t«rfcr- 

imyorpezo,&neceífítava  de  mays  agigantado  efpirito.  *?£/*"*'*<  ~4'p««tcnjer. 

•/1-'  .'DO  *  mvfiicntHC.  i.f-JíiÇerini.i  1. 

Hum  dos  Tronos,  aonde  neíte  mundo  defeançou  a  San-  «5/7. 

ti  (lima  Trindade,  foya  Alma  de  São  Bento:   54  &para 

fuftentar  efta  gravidade,  era  necefiario  toda  afirmeza.  A  ^£Ç2£rt2í,!S 

Torre  de  David  eftava  fortalecida  côas  armas  dos  Varões  *"  3*«ii"Jcri»'s",e0rJi- 

/vii  .  ,  •/-.^•iri-  i&?t4tdicMtriuBiu  1  firmou. 

aíiinalados  na  virtude:   55   pois  ie  David  a  fabricou  com  a.  Benedito. 
extruóhira  inexpugnável ,  para  que  lhe  ajuntou  a  defcnla  ^'j^ffS^ 
dos  efeudos?  Efta  Torre  repreíéntava  a  Virgem  Maria,  fiMw/fw.*.  «$fi> 
Ceo  humanado ,  aonde  habitou  toda  a  Corte  do  Ceo;  & 
para  fuftentar  tanta  grandefa,  achou  David,que  era  necef- 
iario todas  as  forças  creadas.  As  armas  dos  Varões  aííina« 
lados  erão  osdifíerentes  efpiritos,com  que  foráo  enno- 
hrecidos  os  juftos;  com  elles,  fortalecéo  Deos  a  S.  Bento, 
parafer  Athlante  de  tanto  Ceo. 

q©6     Fingirão  os  antigos,  que  a  Aguiarepartiracom 

í[  as 


zz6     o  príncipe  dos  <pat.  tom.  ir. 

{6  Uem  dibrihamubifup.  asmays  aves  a  agilidade  de  voar.   56  Aiiinumeraveis juf- 

toscomnmnicou  São  Bento  o  vo-o  de  íeu  elpirito  ;  todos 
os  que  fequirão  leu  exemplo ,  participarão  de  íiia  virtude. 
Coíiuma  Deos  cnnobrcccr  afeus  Príncipes  tão  íupera- 
bundar.tes  destaca,  que  íemperiuizo  próprio  a  podem 

<-   ,s?i<f<ra>n  àcfiirltu  tuo,  .  \ \        ,  -  -  I  j 

ià%fifíútucH  repartir  por  muycos.  Moyles  teve  tao  grande  viríude,que 


de  Deos  faó  como  o  mar,que  communica  as  agoas,fem  de- 
minuir  a  enchente. 

307     Vive  a  Águia  nos  montes,  &  não  habita  nos  po- 
voados :defpois  que  São  Bento deyxou  omundo,  nunca 
deshsbitou  osdefertos.  AMolher,que  S. Joãodcfcréve 
%%    Dai*/»»*  muiieriaU  no  Apccalypfe,não íahio da foledade , deípois que  triun- 
fcvifaj^^feMtffvwU  iou  do  Dragão  ;  vo~ou  para  eile,  com  azas  de  Águia  :    58 
ahturfciemfi,,.  ^ij.oçaijp.  &  immitou  o  natural,  de  quem  íçguio  a  femelhança. 

308      Sobre  as  coroas  das  penhas  nidificaa  Águia:  ío» 
bre  os  cabeços  dos  dous  montes  Sublaco,&  Cafilno,  fun- 
dou S.  Bento  a  fua  Religião.  Defpois  do  diluvio  deícan- 
tç  RtquievitqutvArca::; çou  a  Arca  fubre  os  montes  de  Arménia.    59   Emomun- 
JTí 'Ter}. e^Tmcn'*- G™"  do  não  havia  çrofio,  cuja  em  meneia  iguala-ie  a  altura  dos 

montes;  nem  ouve  vitoria, que  le  equipara, fe  com  o  tri- 
unfoda  Arca?  por  íííò  lhe  íerviráoos  montes  de  folio,  pa- 
ra que  eítiveTÍe cdíx* ioda  amageftade.  S.  Bento  triunfou? 
St>  ijieii:4Ui!?imhi.-,hitav;t,  do  diluvio  dos  vícios ,  em  que  naufragava  Roma  j  &  fuajfi 
tius.ifaiai).  para  o  monte,  toy  entronizar  as  virtudes.   60 

309  Antes ,  que  a  Águia  forme  o  ninho,  leva  hrjrrj 
cordeyro  á  parte,  onde  o  quer  fabricar ;  efpedaça,&:  come/ 
a  Águia  o  corpo  do  cordeyro ,  &  fobre  o  fangue ,  que  fica^ 

61  uem  JliraUm.  Vmd,  levanta  o  berço,  éi    Na  cova  de  Sublaco,  aonde  S.  Bcn* 

todetrezeannos  começou  afazer  penitencia,  &  a  regou 
com  o  fangue,  que  deyxou  npsefpinhos,  principiou  a  fun- 
dação de  fua  Ordem.  Pararuina  dos  idolps(  como  fica  di- 
to^) foy  efta  erecção  de  São  Eento.  MandandoDeos  a  Go 

62  Et  eâificaiit  aitare  Do.  deãodeftruí-íe  a  Afíde  Baal  ,diífe-lhe;  que  levonta^fe  hu 

mino Deotuoi» fummitat!  te-     1        r  i  '  j  t  *  i  n   t 

tr*bujuf,fupcrquamaKteja-  a,tar  >°bre  a  pedra,  aonde  o  Anjo  antecedente-meme,  ■Ih-á 
cnficiumfofwfti.  jHdicHi»6.  tainha  mandado  fazer  o  facrificio:   62    Satisfez  Gedcãõ 

verj.  26.  „ 

asordesde  Deos;  proftrou  põr  terraoidolo,  &  abrazou 


juncamenreos  boíqucs, aonde  osgentios  Ihecavãn.sdo- 

rações. 


EMT-^EZJ    XV1L  227 

rações.  A  penha  de  Sublaco  foy  a  parte ,  que  os  Anjos  ef- 
colherão  a  S.  Bento  para  lugarde  ieu  facrificio  (de Roma 
doiss  Anjos  o  vierão  acompanhando  atéa  cova.   63   ")  A   6'  Vifotomi /i^u; 
vi rcude  de  Gedeão  refufeitou  DeosnoefpiritodeS.Ben-  '  7*' 
to.  Gedeão  não  fez  mayordeftroço  em  Madian  no  ídolo, 
&  boiques  de  Baal  ,do  que  S.  Bento  em  Caílino  no  Ídolo, 
&  boiques  de  Apóllo:   64  hum,&  outro  Príncipe  de   «4  u£q»et»rfbHiGeãei*it 
Deos  levantarão  os  altares,  fobre  os  lugares  dos  facrifi-  iu,lJr<,«»t'<*p!:bi,f,r<tiiajg 
cios;  moltrando  ao  mundo , que  a deltrujçao  dos  ídolos  ptem*  exTmvit  dom* ,v »«. 
havia  de  nafcer  daconftancia  dosmartyres,  figurados  no  3/Sí,-5fflt5I5r3Ç 
altar  de  Gedeão:  65   &efclarecidosnosclauítrosdeSáo  ?^"«*«y*«»**Aw*dtó 

"  mctltro^eJfiHo  indi8uruf,0' 

BentO.  raculum  tSipollotm  evenitju- 

310     Nomonte  de  Sublaco, aonde S. Bento  fc^JÈSft^S^fi* 
ficou  contra  os  vicios ,  fundou  o  Solar:  apedra  Etites  ,&   ^ymo«int  apudè:neâ.H*f. 

e-  .  ,     ■  .  r       tetiumíom,  t.K.  1  >,. ik -tu  0. 

rmou ,  &  reparou  de  todos  os  perigos ,  roy  Bc»ed. 

omeímoDeos:  66  prometendo  a  S.  Bento,  duraria  a  V  í'"7!!"??Jmi!/are7 
íua  Religião  em  quanto  exifíi-fe  o  mundo.  O  templo  de  "'«"«Jçf*  MaruOrdwh  mí- 

,-..  ■?'!_•  n.  J-£        J  1  -       noTur.:Juper  JuJiccseap  6. 

Diana  Lpnezina  eitava  edincado  com  tal  arte,  que  o  nao  66  D«™,>fH,/,MM  >»«,#,•<;. 
abalavão  os  terremotos.   67  Mas  fe  reílfiia  aos  tremores,  hu!'at?mrJ"rA  íl-ve^-2- 
nao  ieizentou  dos  incêndios.  (J  templo  de  bylico,  que  *et:rr*mc,iutj'ntirct.piin,nf 
jgualavaaos  mayores  do  mundo  nas  riquefas,arruínou-o  '  '3  'C"*'Q. 
hum  terremoto  da  terra.   68   O  Palácio,  que  edificou  o  68  -rerrítmo1usyfte 


teus  nrfri. 


Emperador  Cam,em  a  Cidade  Cambalienfe,  competia  i'>'4'fi,B'^"V",tt'*mcel'- 

■   •        r,  liei-  1  lUudtitnplum  corruit ,  C>r. 

riaarctmecturacomotempIodeSalamao:   6<p   naopode   Zoiwm « u»reu.  aturei. 
fua  magnificência  reíiiiir  aosrayos,  hum  oreduílo  a  cin- 
zas. 70   OPalaciodosReysdeMangalu,cominnume-  ^ZZat^'1'^' 
raveis  apozentos  aderaçados ,  &  cubertos  todos  de  ouro,    7°  Jofiptu*  GrccurJc  mu 

x   r  n      r-        •    f   i  a  t-  -i  morahbiisperdituhb.\.C3p7. 

72   omeímo  pezo  Ineiervio  deruma.  73   Empenhou-  7,  wajoiu*ut.dcMcmcrf 
íc  ademencia  de  Chebrene  Rey  do  Egypto,  em  fazer  hum  ****•• 
Palácio, que  fofíeettrno,&mcdio-lheaalturadosalicef-     t  P,Ulsl;b  ,,«*a«; 
fes,  pela  que  detreminava  dar  ao  edifício:   74  podemays   71  z°feíhwuhlfu?-hh-1-' 
o  tempo,  do  que  o  archite&o :  com  que  hoje  não  apparece 

r  ,n  .  j        ,.  *  '        ,.r    fr  74  HercàoBu.hb.x.cab.xo. 

mays,quEhummontaodepedras.  75    Os  edifícios,  que 
faõ  partosda  vágloria,&:  loberba humana, como  lhe fal-  75  iitm*ofòÍH$*Kff$. 
ta  o  fim, que  os  perpetua,  que  he  a  gloria  de  Deos,&  a  uti- 
lidade de  ícus  fer  vos,  carecem  dodefenfivo  que  os  eter- 
niza. 

3 1 1  Com  as  excellcncias  do  templo  de  Salamáo  en- 
nobrecéo  Deos  a  Ordem  de  Saõ  Bento.  Santificou  Deos 
o  templo, para  depofito de  feu  nome,&  emprego  de  léus 

Ff  2  olhos. 


■2  sã        O  P^INCITE  DOS  ?AT.  TOMO  71. 
7s  saitSipivtJemumbaae  Olhos ,  em  quanto  exiííi-íe  o  mundo.    7ó    Predeítinoii 

auamttdifica(lU,utpnteremȒ)  .    *        ,.    .     _  .,  ,  , 

ivtnmeun, ,  ibi ixfcmpiteinum,  Deos  a  cita  Rehpiao ,  para  que  tempre  o  louva-iem  em 
va^.t^cKhwcnbovjcwp,-    ■  no mundo  ouveíiem  creaturas ;  perdéo  o  templo 

Temam.  j.  tleg.cap.g.verjj^     t  '  i        .  •  i 

77  ibiverf.T.^4tifer*mtf-  deSalamaò  o  privilegio,  porqueieu  fundador  perdéo  st 

raelâcfupsrf cie  temetcS  tem-  y-\       r  o    r    •     -    j     c    -   r>  ji 

phmbocf&c.  graÇa-  77   Coníerva  a  Religião  de  bao  bento  aindul- 

73  i„  caraeejHsftarefecit  uencia ,  porque  íeu  Patriarcha  coníervou  a  vir tude.    78 

««£«<  ijípdeUi.  tcdtj.  46.  oi2  Naó  foy  eíta  io  a  mercê ,  com  que  Dcos  parti- 
cularizou o  Solar  Beneditino: nas ícguintes  emprezas  as 
iremos  difcurfando  :  duplicouihe  Deos  os  privilégios, 
porque  fe  conformou  com  a  nobreza  do  Patriarcha.  A  ne* 
nhúacaía  dosPrincipcs  de  Ifrael  concedêoDeos  as  gra* 
ças,comque  autorizou  os  folaresde  Abrahaõ,Ifaac,  Ja- 
cob, Jofeph  ,&  David  ;  nenhum  dos  Principes  os  iguala- 
va na  aícendencia  dospays,nemna  defcendencia  àos  fi- 
lhos j  foraó  ramos  das  arvores  mays  illuftres}&  forac  tron- 
cos dos  filhos  maysheroycos.  Herdou  Saõ  Bento  a  nobre- 
fa,quetiveraÕQS  Patriarchasdaleyefcrita  ,que  foy  a  vir- 

x*$  HH  ft,pr*-  Em^"d^  tude,  com  quefloreceraõ:   79   Em  a  multidão  dos  filhos 

■AH  .  n.  15 H.  aittoritats  5 1.  .        ■*  /» 

efclarecidos,nenhum  jufto,delpoisdos  Sagrados  Apofío- 
los,lhe  igualou  o  numero:  Sc  a  hum  Solar  aparentado  com 

80  Dobotiavemâomut  Da-  a  mayor  nobrefa  da  terra,  ío  Deos  havia  de  fer  o  defeníbr 
^JT^nZnTqTchu/at:  de  fua  immunidade.  Guarda  dacafa  de  David  foy  ornef* 
c?  ciaudet,^ uo»crit,qUi ape-  mo  Deos:  80  Aparentou-íe  a  cafa de  David ,  com  todas 

nat.lfaiat.i.verf.2.1..  o    mi    n         j     ir       1     o  r  x^ 

as  famílias  iantas,  &  inumes  de  lirael :  &  entregarie  Deos 
da  chave ,  foy  para  que  corre-fe  por  fua  conta  o  defender» 
lhe  a  regalia.  Por  conta  de  Deos  eííá  a  confervação  da  fa- 
mília Beneditina:  na  infalibilidade  de  fua  palavra,  fe  conf- 
tituhio  Deos  Confervadorde  feus  privilégios. 

3 1 3  Com  asmcfmas  izenções ,  &  excellencias ,  com 
que  Deos  exaltou  o  Solar  de  São  Bento,o  ficarão  herdan- 
do feus  filhos:  o  ramo  de  louro,  com  que  São  Bento  os 
metéo  de  póííe ,  foy  o  eípirito ,  que  nelles  deixou  depofi- 
tado.  81  Não  me  parece,  que  Deos  Senhor  Noíio,  em 
a  Ley  Antigua fizefle  aos  Patriarchas, & mimóibs  leusal- 

81  HarcãHafftmBanepotes  gúa  mercê ,  em  ordem  a  izenção  de  feus  domínios, quea 
^££%T£$S.  náodeixa-íe  por  herança  a  feus  defccndcntes :  muytosa 
""'"■  '•  perderão,  porque  deçeneraraõ  da  fantidade  de  íeus  pays: 
mtím,  es  caftodieriti,  ptB.um  Como  Efàu  filho  de  lfaac;  8c  Abfalaõ  filho  de  David ,  Sc 
ínTs^XvIZiflnZ  o»tros muy tos: fbraócondicionaes  aspcméíW.  82  por 
ta.Exiiii9,verf.i6.          ifíò  he  neccflTari  o,  quefejaavida  dos  filhos,  aditada  com 

os 


E'M?<T<EZA    xrii.  n29 

osbõs  procedimentos  dospays.  Aily  autorizou  Deosas 
familiasltefe«sjfcr\ws..,  pára  que  os  Príncipes,  á  lua  imita- 
rão, eiinobrctc-iem  as  defccndencias  dos  iliuftres.  To-  8<  Erocujicituu*  quocumi 
do,  os  privilégios  foraõ  reparos , para  que  predura-fe  no  %&"*""*'  ^"S"-™* 
mundo  a  vircude  dos  efcolhidos  j  Sc  ally  lhes  reiguardou  84  Es<>f"<>*e&rtuuffi,m.ibi 

D/T'  t  J      J        T  1  O  O  c«P-\%.Virl.  i. 

cos aspeiiOds,queroyguardade Jacob:    03   protector   8S  c(Wf>„w<róW/» 

tíeAbrahaó:   84  &  de  David.   85   Dameíma  forte  Jhe  e'frete8er '»<«<■  W  J°- 
eiiubellecéo  a  propagação,  avinculando  aos  filhos 
toda  a  eceyçaõ  do  folar ;  excluindo delle aosindig- 
nos,  para  augmentar,  &  eftabelecer  o  nu- 
mero dos  beneméritos. 


j 


Ff  3  A  SEGUN- 


P3° 


A    SEGUNDA 


EXCELLENCIA.  QUE  SUA  PvELlGiAM,  NO 

Ip^^Sm^      fim  do  mundo,  eíbria  rirmepela  Igreja  Romana^ 
léfihtrtmèt  i»fijeco»fott3b,t.  confortaria  a  muvtos  na  Fé  Catholica,. 

*£  E  M  $  %E  Z  A    XVIlh 


3*4    PPlP^Piil  S  olhos  naõ  divifaõfem  luz;  os 


Ifa 


^£ 


Toldados  nao  pelejo  km  ar- 
!$    mas;  as  praças  nao  retinem  íem 
£$/|Í    muros;  os  edifícios  naõ  duraó 
_j7p|jj    íemalicefiès,-asplantas  naõ  crefc 
jfS£J^Ê^^  célcm  Sol,  &  aterra  naõ  fructt- 
fica  fem  agoa:  Luz,  anna,muro,  alicefle,  Sol ,  &  agoa  he  a 
Fé  Catholica:  he  luz, que  naõ  admite  fombra  ;  be  arma, 
ue  não  erra  golpe;  hemuro,  a  que  naõ  rompe  a  baila ;  he 

aiicefic, 


que 


bmprezj  yjnn.         i3i 

aliccfil',quç  mó  arruina  o  tempo  jhc  Sol,aquenaõeclyp- 
iàa  JLu3;fchpagoa,aque  não  turva  a  terra.  Seniefta  luz, 
todos  vivem  eégns ;  femeíta  arma  ,  todos  ficáo  vencidos j 
íemefte muro, todos eftáoarri Içados;  lemeííealiceílè,  to- 
dos vacilão  confuíos;  íem  eíte  SoJ,  nenhúa  virtude  crcícc; 
&  iciu  eíb  agoa  ,  nenhuma  vida  fe  immortaliíà.  He  a 
1  eCâtholicaa  embarcação,  adonde  no  mar  deite  mun- 
do íal  vamos  a  alma:  perde  a  vida,  &  osbés,  o  que  no  meyo 
da  tromenta  le  lançar  íora  da  embarcação  5  perde  a  alma, 
&  ptivâ-íencíie  mundo  de  coda  a  fortuna,  quem  vive  íóra 
da  Ley  E vangeiíca.   1  J(/i  quiex  dij  ^c:jcniu ;  •«. 

315      A  vilh ,  &  o  Reyno  perdéo  Philippe,  Empera-  f 


Joann.  Cbtjjijt.  hnnil.  ,    ES  ó» 

dor  de  Conítautinopla,  quando  deixou  a  Fé  deChníto.  Éj>ifl.adijimoth. 
2 .    Pela  mefma  cauí a ,  os  R  eynos  de  Bri tani a  vieraõ  á  í b-  tlJ^$$j£?plT»l  ,  j£ 
geyçáodeOcca.    :>    E  o  Império  deCanftantinopla,ao  c0amaihcncjept*i$<mi- 
poder  de  Pepino ;  &  de  leu  hino  Carolo  Magno.   4  O  taf.uwoccuUxipw^uiim- 
cetro  de  I  fcel  cahio  nas  mãos  dos  Romanos ,  porque  Ale-  ^S^&^c. 
xandra,  mulher  de  Alexandre  Jamno,hereje  Sabducèo,  ffit&fri&tyyhá&fj'*** 
feguio  oerro  defeu  marido, que pervertéo  oculto, com  '}"';;!r -,; v.r/^/^.g.^/V. 
que  os  filhos  dç  lfrael  adora vaó  ao  verdadeyro  Deos ;   5  ítàwfffyi* ti:j  c ■"  -'' 
o  primey  ro  templo,  que  ouve  dedicado  á  Fidelidade,  foy  5  pjif.bu,  ^"M- ','  c- 
o  que  levantou  Roma,  filha  de  Eneas, de  quem defeendéo  xfa^i\r"    'r^'J,'r" 
©  povo  Romani;  oqual,íundou  a  duracaó,&  potenciade  "  Pu^tJq»o4rj>h^om, 

kuimpeno,emcqmecarnadediçacaõdeitetemplo.   6     '  0  zjfoetfiha .- '»'»»>.* 

316       Eíle  nome  Fé,divideflè  em  Fé  Divina,  Ec^S'  >^- 

humana,  7  &  Fè  politica.  8  A  Fè Divina  he certiífi- '« ^"^  w-f 

Hia?pcinjaii.vcl;  porque  tema  Deos  por<jbjecro  tormal,  ír^ui^odU^uu^M 
cmqtuhtQ  fuaiow,  &  primeyta  verdade  revelante:  &&^%t,SJi$!ll& 
mfdhncc  fikrç  poteft.  A  Fè  humana,  &oolitica  hein-  Mx  -    ..  .-.«'o  ^;'>'  »- 

C    r  111        1  1  -  r  farei,  rio;*.  \  aht.lib.iS.de 

Certa,  oc  laliivçtem.tudo  ;  porque nao  rem  outra  certeza  ;„;,.„„ 

mays,doque  o  parecer,  &  autoridade  dos  horoés:  donde  ^'{^7"^'^' 

çajlimiyor  propriedade  íc  chama  fidelidade  humana  ,&   «  hnwtydfcií-finp"*- 

politica, uo  que  te;  por  quanto  lhe  falta  auchor,  quede 

jfua  fflTencia  niópòils  enganar , nem  fer  çingan^lo  5  &i  ío 

Juieojsiemei^a  virtude  $8c  nas couías  pertencentes  úFè  a 

«omauinica  a  léus  Vigários. 

■^ij  Com  a  fidelidade  humana  fe  perderão  todos, 
<]Usnrasieguiãooserros-da  gentilidade,  crendo  em  os  fil- 
íoà Dcufes, porque alTy  o  diíTerão,&  enfinaráo  osf.btos 
Õeleus  tempos:  o  que  (emolira  va  naimsgcmda  Fidelida* 

de, 


2-2       O T^NCIVE  WS $AT.  TOMO  11. 
de,que  os  Romanos  po7.erão  no  Capitólio  jaqual, era  hum 
9  spt8ttecji:Ji»*JiTiâti  velho,  dando  lições  de Cychara  a hú menino,   o   Seguem 

iu  Capitólio ima^e  0 nu cumly-  _  ...  .   *  •  i        /  1 

rtpucrãdoccuu.  mí»í*í tíji,  omelmo  precipício  todos  os nerejes,govcrnando-le  pela 
''*•»»•  «*•  »«>•■•  *«>■  opinião  dos  herefiarchas :  afly  o  moftrou  Euricio  Viriano, 

Calveniita,deípoisde  convertido áFéjretratandoa Cal- 

vino,na  figura  de  hum  cego,  que  defpenhando-fe  dehúa 

eminência, levava  trás  fi  innumeravel  multidão  de  peííóas, 

K   .  .    t-. .      ,  „.  tão  erradas,  que  perguntadas  pela  razão  de  fua  loucura, 

10  Euricius  /inaniu  deCl-        '■  3  T         i       fr  r  3 

feBio>itvu*fiàeix»p.\.%.-ii.  reípondião:  Porque  aíly  o  mandava  leu  meítre.  10 
c)l^thut{^d^7J!r\  318  A  fidelidade  politica  he  vida  das  republicassem 
eJúfàem'feHu\  ^pbor.  ?oi,$.  eHa ,  não  ouvera  comércios,  nemfociedade  entre  os  ho- 
■  1  ?iJeipr*j!Jhimf>erbt  mes.  11  Semelhantes  aos  brutos  iorao  os  racionaes  ,le 
l^T^tj^.  lhes  faltara  dia  confidencia.  Eraõ  innuteys  aos  Príncipes 
/«rum  Re^úm ,  tf  érindfut»,  todas  as  cautellas;  &  aos  preíidios  as  forças,  fe  os  não  con* 

títitojirijkacjiJtperiuduciat  r   ,.  ,  n        •  J 

atqucorttores  finem  immambiu  lolldarâ  Cita  VirtUdC      12 

bcdvs  imponit ,  tfr  Bapt.  ittlg* 
tnjj.b  de fiJe  publica. 

.,  ^áwAíi  uicoiioquiumve-  Hdc^S  am'tciti<u  longo  pofl  tempere  firmai, 

titrttnt  ,atque  eotloquio  fadus  -.  t       n  1  ;■  7.1 

addidcrunt  .■  tf  a,,l prior  Co.  Manfuroque  adamante ligat,  nec  mobile  mutat 

lngenium,paru<ejlrepitu  nec  Vincula  nox* 


rmniiu  tn  GaUicis  Cafirix  cum 
Pitro  ,  ul palam  miliaptx  ony 


titiui  dec!jra,eínr,pr*nd,f<ct,  jDijTolvipatitur,  neefaflidire  prtorem, 

fofindie  ad  (pular    in  ca/irit  y~j        1  o     1 

Jiiit  P ttrum  excepit  ,ubi  eu  pro  LlaUCtta.  2.  OlU. 

prandio  cepit,  atque  incarcerc 

orad.t.  Idem  hb  9.caj>.6.de  „  orJi-JJ  j    r      • 

Pr*fidia.  Algus  tomarão  a  elta  fidelidade,  por  capa  de  lua  incon* 

ii\li?q^p7oZluZ^o%'u  fidencia.  Confiados  nas  pala  vras  dos  homés,cahiráo  muy-» 
f-Ki/*'» comen^ opera  V».  tos  nas  mãos da  treyção.  Hum  delles foy  Pedro ,  Empera* 

hry  Max,m.T,t.de?rodu8wn.     .         .        .  J*  _.  .       .  * .      .     .         „   .*    . 

n  erinctpsabfqtiefjehuu  dor dos  Latinos, a  quem  1  neodoricoCominio,  Príncipe 

t^^^d^!:;  de  Macedónia,  deu  amorte  entre  as  celebridades  das  pa- 

16  infidchtPrincept  Honcji  ze$,  que  havião  publicado.   12   Com  razão  intitularão  os 

JJominus fedhumiliJIimtu  fer-  T,.,^M    .     ,  Vi  j  n  ■  2  o     T 

-•'in.DwgcnttLaert.apudEu-  Hiltonadores  a  1  neodoro,  o  Príncipe  cego,  &  iem  pur- 
tt^Ã^fí^,-PQ»:  14  perde  de  vifta  a  fortuna,  15  &  defpoja-íe  de 
rerefouuu efi.TurpijTiniufte-  toda  a  Mageftade ,  o  Príncipe,  que  falta  á  fua  proméífa. 

*>ime;tfidcr,,fallers,inRc7ibuf       /      r\       >       rln  r\  A  £T       /'  CL*  rj 

■vtroiôHgcntrptvA.  fan0rm,u-  *o  Uezia  ElKey  Uom  Atlonlo  o  babio,  que  lendo  a 
T«^'V  ?'%■  Kehu':,    infidelidade  em  todos  o  mayor  defeyto,  era  nos  Principes 

i!S     l  urro  fiiem  tn  manibui  .  I'i-  rj  ■»/"• 

+Araba  adeo  cohbanuutfjdu*  abominável.  17  Os  de  Arábia  da  vao  por  fiador  de  íua 
neelvtitjHtta maior» d.tiu*  Palavra  o  próprio langue,que  tiravao damaodireyta,lan- 
eorum,qu, f^urini,eKt,hpi.  çai1do-o  fobre  húis  pedras ,  que  tinhaó  dedicadas  para  ef- 

tteqindim  *It[o.tntintt-jqi4e  in-   *     _  .,  t  '*  -,.  * 

iefiocco»ciapiãibu,fiftem,aui  ta luprefliciofa  ceremonia.    18   Efe  a  fidelidade  hedef- 

firentinbunc  llTunt  o/npjrali 1  1       r  1  r>  li 

.lUtujuUinurtmOrauKó  A-  empenho  do  langue  ;  deve  ler  o  mayor  empenho  dapur- 
hhtnomm,bu,un,cuinv3c>tis.  pura.  Attilio  Regulo  foy  exemplar  da  fidelidade  politi- 

Pieriur  Valttianui  lib.  )\.de  c  P.  '  L      ^         ,         .        r         \    _ 

2w««».  ca  j  porque  íazendo  pazes  com  osCartnaginelcSjluíten- 

tou 


Cotia  amifade  no  tempo,  em  que  osdeCarthago  eftaváo 

defmuhidos  de  forças.  He  cerco  que  o  guardar  té  ao  ami-    19  infMcttMttftmJ&vt* 

,       .    r  .       1     c  1  c  j      ttlbi!Mri!iiume/l**iJctur,verS 

íjo,quandodelamparadodaiortuna,neamáyor  fineza  do  cumqUiftumi*»m  a  aiaai- 

^^  tjieconjiaiítpernianet.iâomni 

«ttilUI  .        '7  nvomemcrta  rítinendwn  e> it 

iitnofh.lib.^.  úc  reltttf  Gtdc. 

Stat  nuUa  diu  mortalibus  ufquam7 

Fortuna  tkubanteyfides     

Siliitó  Italicus  1  r . 

Aplanta  em  quanto  tem  fru&os  he  aífiftida ,  &  defam- 
parada  defpois,queosnão  tem.  Refizeião-feosCartha- 
ginefes  de  forças,  &  rompendo  as  pazes,  que  tinhãofey to 
com  Attilio,náo  foy  baitante,  para  queefte,quebraiea 
palavra,  que  lhes  havia  dado,  de  ferem  todo  o  tempo  fiel 
amigo  dos  Carthaginefes :  perdéo  Attilio  a  vida ,  mas  im- 
mortalizou  o  nome. 

• 
Ser  anta  clarum  nomen ,  tua  Regula  proles^ 
Çhálongumf empei  fama  gltfcente  per  teVurn, 
liijidisJerVdJfefidem  mcmorare  Pmiís. 
StU.  lib.  6, 

5  t  9  Só  a  Fé  Divina  he  a  barca ,  aonde  navega  fe* 
guro, quem nella faz  viagem:  aqual, ainda  queofenxida 
figurativo  a  compare  á  embarcação  ;  não  recebe  paíTagey- 
ros  inconfidentes:  as  ovelhas,  que  não  forem  de  hum  fá 
rebanho ,  &  apafcentadas  por  hú  io  Paftor ,  que  he  o  Sum- 
mo  PontiriceTnão  podem  entrar  nella.  A  Fé  Catholica 
he  fymbolifada  no  monte  de  Hifchara,aonde  não  fóbe  pei- 
fóa,fem  que  primey  ro  fe  lave  nas  agoas,que  cercão  o  mon- 
te.  20  O  bapnlmo  heaagoa,em  que  pnmeyro  ie  na  ra-vlhbu,v,bVut.%.âcku»ti. 
de  lavar,  quem  feouver  derecolhcr  ando  da  Fé.  A  agoa  *«'•'»">«;.  7. 
doBaptifmo  tem  em  ti  a  virtude, que  a  fupreftiçaõtõlfa- 

mente  atribuhio  a  outras  agoas.  Os  efleytosda  agoa  do 
poço  Ilmalc,  que  deziao^clarava  os  olhos,    21   heavir» 

tude  da  agoa  do  Bapciímo ,  que  abre  os  olhos  d'alma ,  &  as 

pói  tas  do  Ceo.  A  virtude ,  que  fmgiaó  em  as  agoasda  ton- 

re  de  Oecia,  apelidando-as  criaga  contra  todo  o  veneno; 

12   faõ  na  realidade  os  eflkytos  do  Sacramento  do  Baptil-    X1  ijem,n. 

mo.  A  «.alidade  das  agoasdo  rochedo  de  kbruth ,  tão  fubí- 

Gg  tancial, 


I  o    TtâtrUus  Jt  trflh  a  Jt  mi 


i -4       O  I^INCITE  DOS  VXT.  TOMO  11 
Mncial,  que  muy  tos  de  feus  moradores  não  uzaváo  de  ou« 
i,  idimihK  tro  luftento :   23   Foy  chiméra  da  antiguidade  ;  porque 

fó  a  graça  que  infunde  a  agoa  doBaptiiino,  heovital  ali- 
mento d 'a  Ima.  A  opinião  de  que  as  agoas  da  fonte  de  E- 
quipara  eràovenenófas  para  todos  aquelles,  que  defpois 

24  lâemdivifione  II.  .  n  r       n-  -  -    l 

deagoitareiníearieyçoavaoaovinrio,  24  amuytospa- 
rece'ofabulofa ;  náoalíyacalidade  daagoa  doBaptiíinoj 
porque  dá  morte  eterna  a  todos ,  os  que  defpois  de  a  rece- 
berem, apofbtarão  da  Fé.  Affirmáo  muy  tos ,  que  era  pro- 
2?  riocatiu,  afuã  Mayohim  priedade  das  agoas  de  Amoíanto ,  matarem  com  feus 
coUo^.xz.nuti.LtcHi.         vapores  as  aves, que  voavãofobre  ellas.   25   Conhecem 

todos  osCatholicos  a  infalibilidade,  com  que  osherejes 
fecondenáo,  querendo  voar  com  aspennas  de  feus  erros, 
fobre  as  agoas  do  Baptifmo,que  receberão.  Prohibia  a  gé- 
tilidade,  entrar  no  templo  do  Deos  Incógnito,  fem  pri» 
mey ro  ter  licença  do  Sacerdote,que  o  adminiftrava.  Som- 
bra parece  que  foy  da  Fé  Divina,  facrofanto  templo  do 
verdadeyro Deos, aonde  ninguém  fe  embarca  neftaNáo 
de  São  Pedro,  fem  primeyro  render  obediência  ao  Sum- 
mo  Pontifice  Romano. 

3  20     Os  que  fe  embarcão  levão  matalotagem,de  que 
fe  fuftentáo :  na  embarcação  da  Fè  cada  hum  come  do  feu, 
ninguém  do  alheyo:  quem  nella  faz  viagem ,  fem  levar  o 
íuftento  das  boas  obras,  corre  perigo:  conforme  o  mere- 
cimento próprio,  aífy  he  abonança,  com  que  navega.  Ne- 
nhúa  ave  voa  com  húa  fó  aza ,  todas  voão  com  duas ,  a  Fè, 
&as  boas  obras  faõ  as  duas  azas,  com  que  voamos  para 
Deos ;  húa,  fem  outra  naõaproveyta,  para  chegarmos  ao 
Zi^S&lf^Z-  P°"o  defe  jado.  A  Fè  Divina  he  raiz,  &  principio  de  toda 
jamemumtJificaveri,,  Ucfo-  floíTa  felicidade:   1 6  Com  ella,nos  difpomos  para  a  me" 
mns^ofictmetcedsm.         Inor  operação,  que  he  crer  os  artigos  da  noíiar  e;  razão, 
Mmhof' Ub' dt  G'im%  H  por  onde  S.  Paulo  chama  á  Fè,  fubítancia  \  porque  aífy  co, 

mo  a  fubítancia  entre  os  predicamentos  he  o  primeyro  na 
ordem,  a  quem  os  maysíe  referem,  como  afugeyto,quc 
he  fundamento  de  tudo,  da  mefma  forte  a  Fè  ,  logra  o  pri- 
meyro lugar,  entre  as  virtudes  Theologaes,  como  baze  de 
todas.  Mas  de  tal  íórte  tem  a  Fè  em  fi  elta  primazia ,  &  vir- 
tude ,  que  ainda ,  que  a  tenhamos  n'alma ,  &  no  entendi- 
mento, não  fendo  acompanhada  de  obras  meritórias, he 
tomo  aefpada,  que  não  defende  do  contrario  ,  quando 

pófia 


EM  PREZ  A    XFIU.  g35 

pòfía  na  finta,  fenaó  quando  empunhada  na  mão. 

321  Opeyxeílemora  fendo pequeno ,  detém a húa 
embarcação,  pormayor  quele;3  ;  contra  as  forças  da  R.e- 
niora  náo  valem  as  fúrias  dos  venros  j  com  que  põem  a 
náo  em  termos  decalmaria.  A  Rcmora ,  que  impede  nave- 
gar a  embarcação  da  Fè  heacuipa  mortal:  heFèmorta,a 
quefenãoaíToceyacomagraça;&  Fè  viva,aqueanda jun- 
ta com  ella.  27  Suppoíto,que  outro  peccado  não  faz 
perdera  Fè,fenãoa  culpa  de  inconfidência:  28  He  cer- 
to, que  com  a  mortal,  eCtí  a  Fe  arvore  feca ,  porque  a  falta  ,7  j,fwf  „;„  cerp„,  f:ni 
àà  charidade  a  náo  deyxa  profeguir  o  rumo,  20  pela^'"'"™"""™'3''",;^'' 

J  j  •  r       /me cpenbus  mortua  til.  bpijl. 

carência,  que  tem  a  creatura  de  merecimentos,  quefaô  Bc«uj»cob.csp.i.^x6 

osapreftoscom  que  a  embarcação  da  Fè  fac*osm<Ks  t*JXX^Q& 
defre  m  undo.  fimper  smitti,jutfdem,e,Uic 

T  T  .     .  .        -  rtmanct  »on  efíc  -vetam  f.dcm 

322  Uza  o  inimigo  commum,para  que  nos  laníemos  Ucctrsfitviva.auteum^uifi. 
fora  da  embarcação  da  Fè,  dos  enganos,  com  que  o  feytií-  Í^ÍZ^T^^ZTcL 
feyroMachro  tirava  os  peyxesdomar  j  para  efle  fimef-  aihiridait.feff.ó.eap.zt. 
tendia  na  praya  húa  rede,  naqual  reprefentava  aos  peyxes  t«\9  Jd%i«í!*Ti™fP**' 
in3r,ouriofucceíi!Vo,commays  fabordfasagoas,  doque 
erão,asemquenadavão:& conforme  o  natural  dopey-    '°  f"m  If'r1be ie °zenon 

.    r '.  1  /r    11  r  ».{   X      tecla* acundeia; fabular. etP, 

xe,  que dele;ava prender, aíiy  lhe  repreíentava-ofalío la-  36.§.5. 
bor.  30  Da  meíma  forte  o  inimigo, eftende  a  rede  de  Aia 
folia  do£bina,com  enganofa  apparencia  de  verdadeyra  re- 
ligião; aproveyta-fe  de  3lgús  dogmas  fantos ,  para  cõ  elles 
hgurarna  rede  , que  nosarma , continuadas  as  agoas  da  Fé 
mays  pura.  Os  caçadores  encobrem  com  ramos  de  arvores 
as  malhas  das  redes ;  &  efeondem  entre  os  ramos  varas.vifc  ^j|  *** 

cofas :  aíTy  o  inimigo  commum. 

323  Ofabor,comquefazapetitofoovenenode 
fuás  agoas,  hecom  o  gofío  da  liberdade, que  dá  aos  vicios. 
Muytos  defamparando  a  embarc3ção,ficarão  na  rede^pri- 
faó,3donde  o  mefmotraydor  ferve  de  verdugo; executan- 
do nos  delinquentes  oscaítigos,comqueafabulofa  anti? 
guidade  intimidou  os  ânimos,  para  aflegurar  aeftimaçáo 
de  feus  foi  los  Dcofes-,  dizendo ,  que  Júpiter  transformara 
em  Lobo  a  Lycaonlley  de  Arcádia,  porque  o  tratou  com 
engano.  21  Converte  o  inimigo  na  fereza  de  Lobo,aqué 
dc\xou  a  ílngueza  de  ovelha ,  lendo  infiel  a  leu  verdadey- 
roPí.ftor.  Affirmaváo,que  a  Deofajuno  privara  da  fer- 
mo  lura  as  filhas  de  Preto  Rey  de  Atcadia,  transfomian- 

Ga  2  doas 


2  )4     o  ^mciPE  TjOS  $ât.  tomo  n. 

do-as  em  vacas,  porque  íc  eitimarãoem  mays,doqne  a 
ft  Ravifi  ihCffid.tit.  Con.  Y)toíá.  2  2   Tira  o  inimigo  a  fermofura  d'alma  ,  que  hc  a 

temores  D  cor.  0  r>  L>.J-  -      r  \ 

graça,aos  que  íaltao  a  Deos  com  a  obediencia,por  nao  ra  I- 
tareniaficom  odeleyte.  CreerãoosKomanos,queade. 

9,  campana  de  filada  bo-  clinaçãodefeu  Império  procedia  dosdeípreíos,  que  Nero 
P""*w"M-§-7°.  fazia  áDeoíaSiriaca,  a  quem  adorava:   55  &queosíol- 

34  Ji/s.jc.  dados  de  Alexandre  perderão  avifta  pela  deíèltimaçáo, 

com  que  íeouve  Alexandre,  com  aíuaDeofaCercs.  94 
AfligeoinimigOjCompremifiaõdeDeoSjasMonarchias 
daquelles  Príncipes  ,queíe  apartarão  da  verdadeyra  Fè: 
Sentio-oEfpanha,  quando  com  aentrada  dos  Godos  fe 
introdufio  nella  a  fey  ta  de  Ario  :  vivendo  em  perpetua  cí- 
curidade  os  vaííallos,  porque  falta  em  feus  Príncipes  a  ver- 
dadeyra luz  da  Fè,  que  guia  a  todos.  Fingio a  gentilidade, 
que  Eneas  encontrara  no  Inferno  a  Phlegyas  Rey  dos 
Loptyharos ,  encomendando  a  todos  os  Monarchas  ào 
mundo,  que  para  eftabelecerem  feus  Impérios  era  necef- 
fario,não  faltar  aos  homés  com  a  juftiga,neni a  feus  Deoies 
com  a  veneração. 

^ — ..     ^blegyMquèmifemmmòmnès 
Qjí  dmonet,  £2  magna  tejlatur  Você  pêr  timbrMi 
IDiJcitejuflitiam  momti>  OS  non  temmre  Divos. 
Virgil.6.j£mid. 

A  perpetuidade  dos  clauftros  Beneditinos,  (Berna  ver> 
ttiííUBça  adonde  defeanção  os  corpos  de  infinidade  de  )u£~ 
tos)  eftá  amoeftandoatodaa  Monarchiada  terra,  que  a 
feentarfe  do  naufrágio  he  effeyto,  de  nunca  por  o  pé  í  ora 
da  embarcação  da  Fè. 

••  524  Foy  grande  ademenciadoshomês,quetendoa- 
tnor  á  vida,fe  reparão  da  morte  com  outro  eícudo,que  não 
foíTeoda  Fè.  Se  o  Capitão  Prepenna  temendo  a  morte 
«ntre  as  diífenções , que  ouve  no  exercito  com  a  faka  de 
\%  Nama Pempeianú  Jefre-  Sertório,  fe  enclauzurara  naen  barcaçãodaFè,  aíTy  como 
tt^ffiãZfcJXi fe  efeondéo  nos  arvoredos  dos  bofques,  3  5  logra  ra  a  for* 
iicufidntHçap.ii.  tuna  do  Capitão  Aftafio  Seracuífano ,  quebapriiando-is 
navefporadodia,emquedeterminavadar  batalha  afena 
contrários,  veneèoa  todos  5  &  deyxando  defpois  a  milicia 
letirou-fe  para  hum  dezerto  ,  adonde  vivéo  lançamento 

cqh- 


mia  viven 


EM^^EZJ    UVItt.  237 

cento,  &  hum  annos.   26   Se  Calígula  emluear  da  cinza,    *6  ^^r^cifcoâe^r^^ 

.     .  ,     J  ,     °  °  vida  de  ciai  01  imor.es  tu  vida 

lomqtie  cobria  a  cabeça,  quando  ouvia  os  trovões,    57  de^fLcio.ht.^. 

a  lavara  com  2^oa  do  Bapnirno ;  fora  como  Perufio  Haí-   }\  &"<?*  "*r«>"™<'- 

o        _  I  /  ,  _         interior?  ÇHia  in  L...i!gttUí,tt~ 

rheno^quedeipois  de  convertido  áFè,ckleytoMon)e, •>"•/«"  •'/"""«'•'í:"»  «**' 

•  1  p  1    •  ■         .--  cum  luptib  JTimtu  cf[d,  ad  om- 

teve  tanta  virtude,  que  íe  reparava  comoabito,dostan-  niafuigu,apivmS\vduú,n. 
tafticosravos, com  que  o  Demónio  o  queria  moleftar.  38  ^í/^SfH^f**'***114 
Toua  acreaturaíora  de  leu  natural  perde  as  torças,  &  a-   j»  ídcmPjrancjiudit.e. 
bieviaa  vida:  nenhum  peyxevivéo  torada  agoa  5  nem  ra- 
cional algum,dentronella. 

525  Não  foy  menor  a  ignorância  de  muy  tos,que  de- 
fejando  eternizar  as  patrias,&livralas  dos  infortunios,que 
padeciáo,  íeguindo  o  confelho  do  Demónio ,  a  quem  cha- 

/-v  1        L  "      /*    1  -  iT"r>  m    Souzath.  de  mirabilibut 

mavao  Oráculo,  hus,  felançavao  no  mar,  como  íez  Remo  ^^««./««w.    ' 
EíTenej   59  outros, feenterravão  vivos,  como  fez  Claro 
Vetuftano:   40  muy  tos  facrificaváo  feus  filhos  aos  Ido-   40  ií/Mf-*y 
los,comofezAuftroCapitãodosTartarosj  41    &forão   4' 
innumeraveis,  os  que  enterrarão  nas  aberturas  da  terra, 
grande  foma  de  riquefas,  para  com  ellas  mitigarem  as  ima- 
ginadas iras  de  íuas  fupreiuciofas deidades.  Todas  eftaso- 
bras,  que  parecem  impulfosdoamor,  foráopaitos  da  ig- 
norância, porque  com  elles  não  eternifaráo  as  pátrias,  não 
evitarão  os  infortúnios,  &  não  confeguirão  as  felicidades. 
Honra  da  pátria ,  utilidade  dos  fubditos ,  &  perpetuidade 
dos  Rey  nos  foy  a  refoluçáo,  com  que  o  Emperador  Conf* 
tantino  Magno,  &  Requeredo  Rey  dos  Godos  emEfpa* 
nha  abraçarão  a  Fé  de  Chrifto:  com  fe  lançarem  nefte  mat 
de  graça,  defterrarão  de  feus  Impérios  as  calamidades,  que 
trazem  contigo  as  hereíias.  Augmentou  a  eíumação  da 
ThebaydaS.  Paulo  Primeyro  Ermitão  fepultando-íe  vi- 
vo em  húa  cova,  aonde  começou  a  fazer  penitencia  de  ida- 
de de  quinze  annos.  Afíègurarão  aeítabilidade  de  feus  ef- 
tados  Equicio,&  Tertullo  confagrando  a  Deos  íeus  filhos 
Plácido  ,&  Mauro  debayxo  da  obediência  de  São  Bento. 
São  Domingos  Patriarcha  dos  Pregadores  ,&£>.  Francif- 
ti í co  Patriarcha  dos  Pobres, com  odefprefo  que  fizerão 
dos  bés  temporaes,  repararão  o  golpe,com  que  a  indigna- 
ção da  divina  jufiiça  determinava  caftigar  o  mundo. 

3  26  De  todas  as  perfeguiçócs  foy  combatida  a  Re- 
ligião de  S.  Bento,  não  forão  fó  os  Herejes,  &  Gentios, os 
que  a  intentarão  extinguir  com  fuás  aueldadcs ;  por  todas» 

Gg  3  as 


a  38       (9  P?{1NCI?E  WS  TAT.  TOM.  11. 

as  viasa  folicicou  atenuar  o  inimigo  commumconuodo  o 
41  Titifitmmiitniumiumt-  generode  tentações  ,&  de  tentadores.  Qual  outro  firma. 

mento íituado no meyo das agoas;  4a   eiteve  ahehgiao 

•Beneditina  firme  no  combate  de  tantas  ondas  :  oeicudo 
4»  SoUm  igitur  certum  fi,-  cõ  que  fe  reparoufoy  o  efiar  firme  na  Fé :  Virtude,que  li- 

r^qurboHumcfífiJrs.  &«  L       j    j      f  j     So(Joma      a  piaab    do  incêndio  de 

íMgnfupitmcrtuniydrpuifivu  Terjcòj  aos  três  Meninos,do  rogo  da  fornalha  ;  a  Noé,  das 
ctiiativum&c.  rhih  HebrMb.  agoas  do  diluvio;  &  a  Daniel, do  Jjgo  dos  Leões. ÍNao  tem 
í/í ./»"*. »»».!,  que  temer  ruínajquemíeeftnbarneftacolumna.  43 

íilga  yTííVí  iw/fXd  Dío  trepidantiafirmet 
Pectora ;  S>  in  maftofecurum  tempere,  tempm 
(Práfumat  confifa  Dco ,  quianon metuendi 
Caii/a  timere  Deum,  quem  qmfquis  non  úmettinum 
Omriuijura  úmet,fidant  legiombu*  ith. 
(Perfugio  que  parent  reparatis  mama  muris 
Nullafalutifèri,  quibus  cíiftducut  Cbri/Ii; 
ISlos  Crucis  inVicl<efignum ,  ǣ  confeffto  mumt. 
S.  Taulhms  Carmine  natalittj.  b./õ/.  277. 

Toda  a  anciã ,  com  que  a  Alma  Santa  dos  Cantares  pc« 
44  uiicimibiubipjfcat.u-  dia  afeu  Efpofo,lhecnfma-feaparte,adondeapafcenta- 

li  cubm  in  meridie.nc  vn"/tri  li  »  ■■     i  c 

iacifiam.  Cam.  i.  va  os  rebanhos  para  nao  errar  o  caminho ,  44  íoy,  que- 

rerfeaííegurar  na  Fé,  porque  kbia  era  certa  a  perdição 

dos  que  fe  a  parta  vão  do  rebanho  de  feu  verdadeyro  Paf- 

4í  oSui,fir,»;nev*â^iH  ÍOTt  para  livrar  aRuth  detoda  adiígraça,lhe  encomen* 

tUerUm  agrumad  colliginâum,    .  r  _^  „  Tl         f  /•    •  J  •  l 

nereeeãetabboeioeo.  douleu  parente  Boos ,  naocoine-ie  aselpigasdotngode 

Rmb.cq.t.virf.9.  outrocampo,fcnãodofeu.  45   Figurava  Boos, a  Chriíio 

(he  commum  )  oqual,fendo  Senhor  do  univeríb  não  reco- 

46  ^iur-Ht-ntít*:  ^e-fe  porproprias,  fenão  as  terras,  aonde  fru&ifica  afua 
cuu  ,quituí fiàtsQathoiit*  in  Fè :  demarcação  dentro  da  qual  fe  acha  a  gloria,  &  fora 

Jw  «ifiqviwn  eorum  compra-     \    \\ 

hidi>-u,nt<UiU»,>r.,icircove-  delia  o  tormento. 

ít,Tco^pZr::£í    .PI     Coiníemelhanças  de  embarcação  ficou  a  Reli- 

u,iHfHmmtvivnntofinionum  oúo  Beneditina ,  íituada  no  mcyo  das  agoas :  náofíucluar 

íncmflantiit.  Mjgalmur  faeer  r  r  s     o 

Canxie*  Moyfi ,  tf  Benedúi.  nas  tormentas  ioy ,  porque  conlervou  as  amarras ;   46   & 
*£™re£''A*nmt-*J'*i*'  nunca  perdèo  a  ancora  da  Fé;  47   as  amarras  que  aííegu- 

47  Sicut. inchara  j*Uad:  rãoeita  embar cação  íaõ  asboas  obras;  asquaes  iempre  a- 

tuvi,bnic ptrmittit  ejmciícií- ,  i        -  r  i    i  •  i     i  -\  a        '        i     o    t» 

fcrre.hctt  venti  co-nmovUm,  companliarao  a  haelidade ,  com  que  os  Mondes  deS.  Ben- 

&&%&*»*&&:&  è  toferviráoaDeos.O  Eterno  Pay  prometcoa  São  Bento, 

Uttr,  de  nunca  tirar  os  olhos  oe  lua  milencordia  da  ReliciJao, 


me 


E MV  REZA    XF11L  q;p 

q;;ccFte  Santo  Patriarchahaviafundado.Duascoufascer- 

uficou  Deos  a  S.Bentoneíla  promeffa: a  primeyra  foy,  de 

nunca  íaltar  a  feus  Monjes  a  charidadc,  de  que  fe  anima   48  ^àcaím^a2muKcra 

a  re.  Porque  o  naoolhar  Deos  para  Caim  , nem  para  a  01-  t„/-s.  J    ^  * 

fertadoíacrificio.quelhceftavaofierecédo,  .4.8   fov,oor  n*9    ts™?/léi'.CHl'h'uit. 
i,  •    '11     rí  1        j    j  Zr  1       l        *fe»tjf«í« »««*<*«« íi*riwr*. 

que  a  Caim  lne  faltava  achandace.   49   Aíesmnda  cou-  Df*u*ii,o,„*f. 

Í3,que  Deos  certificou  a  S. Bento  foy,de  nunca  feus  Mon- 
jes duvidarem  da  FéDivina:  Porque  odizer  Chriftoaos   J^ÍJÍ^wt!' 
trcs  Difcipulosde  Emaiis,  que  íè  auzentava  delles  p3ra  ,V  &**^***  •«•'#*«*** 
muytoionge:   50  loy,  porque  os  Diicipulos  eítavaodu-  x,t(eu«g,u.<  ire.  p.G,cg0r. 
vidofosnaFédeChriito:    51    &  com  a  protecção  àWi~  Mí'*-'"tl6""1- 
na ,  &  companhia  de  Deos,  que  tormenta  pôde  ha  ver,que 
feja  tormenta ,  &  não  bonança  ?  Que  morte  pôde  haver, 
que  náo  eternize  a  vida  ?  Os  que  a  perderão  nadefeníada    »*  ~à»»"<**  p-*v° ,  àufjpt* 
e,reitaurarao  por  eternidades  a  vida,que  unhão  por  mo-  imfme^ki^wàiamorfa 
mentos:Falfaméteocreiáodeílosiudeos:  Zi  &osDruy-  *^Jíèm%^:7*ri,,>f' 
des  de  França ,  por  íflo  pelejaváoiem  medo  da  morte. 


Inde  ruendi 


Infmmmmens  prona  V/V»,  aninueque  capaccs 
Mm  tis  ^  &  igna\>um  ejlredkura  par  cere  Viu. 
Lucaimslè.  i;  (Pbarfali<e. 


■  ■ 


3  iS    Permittir  Deos,que  fe  levanta-fem  as  tromenta* 
contra  efta  Religião  foy,  para  certificar  oshomés  davir^ 
tude  que  lhes  infunde  a  Fé.  Creou  Deos  os  anima  es  vene-» 
nofos ,  antes  que  crea-fe  o  homem  á  fua  íemelhança :    5  5 
File,  vivia  no  mundo  commays  commodo,  fe  Deos  não   íi  EifahDeut  BeftiMter* 
creara  nelle,aquelles  brutos;  mas  cercou  ao  homem  deites   Genej.í.  ver/,  ?.s. 
oppoftos,  porque  na  Fò,con)  que  muy  tos  juftos  os  doma- 
rão, &  vencerão,  conheceifemos,  quea  fereza  dos  contra-    54  c0^i,v,,r  d^/.í?  s„- 
tios  10  tem  actividade  contra  os  tíbios  na  re.   54   íNaoic~  évMí,^  cokttUcaíii  Lema». 
conhecem  as  feras  neíteshomés,a  íemelhança  do  Crcador5   D-B"ft'",t- 
que  as  domina ,  nem  acha  nos  perigos  a  virtude  íobrenatu* 
Tal,  que  os  rebate ;  com  que  náo  temrefíftencia  as  forças 
inimigas.  Em  quanto  S.  Pedro  efteve  firme  na  Fé  achou 
firmezanas  agoas  ;  defpois  que  duvidou,  fomergia-fenci-    ^    ^m^flfwã^e^ti 
lis:  z<   perdèoS.  Pedro  a  virtude,  que  iuftentava  oele-  &«/**/?</«$  «>■<•  •«•■ 
mento, quando  iheialtoua  re,com  que  pTincipioua  cor- 
rer nas  agoas;  fe  permanecera  nella,  náo  temera  os  ventes, 

& 


r 
iS 


240       Of^KCíBE  WS  ?JT.  TOMO  11. 
&confmnara  o  triunfo.  He  dilatada  ararrcyra  ,  que  ha  de 
56  Cíiffum  eoiifumav}  ,fiât  profeguir  efia  Ordem,  para  alcançara  ultima  coroa:  o  rim 

fcrvaviíinnhquo  repofita  eii  *_  °    j       i  p  OLJ  Lr  C 

mu»  carona juiuii*.  %.  ai  Ho-  do  mundo  he  o  leu  termo  ;&  na  de  publicar  o  leu  trono: 
^'iZ^odh^utn^o^6  poiquea  fidelidade,  com  que  em  todoo  tempo  ha  de 
tecípiat corona tua. ^pocaiyp, fervir  a  ftu Deos, a  prelervará  dos  encontros,quc a  podião 

arrifear  a  retroceder  o  paílò,&  a  perdera  coroa.   57 

320      AFéhehúa  efeuridade  de  tal  virtude, que  com 

*  nJesejiceriituâoãey,rt-  ella  infalivelmente  cremos ,  o  que  nunca  vimos ;  &  temos 

hmqu«fuKU*ftc,acf,,amcx-  certeza ,  do  que  lenão  ve  :  *   A  cita  luz  efeura ,  mandou 

^m^uunvujubfijiunt.  cb,y.  Deos ,  ao  Preladoda  Igreja  de  Laodicea ,  lhe  ajuntJ-fe  o 

uharitêuíiiesefiftertndi-  ouro  da  chandade ,  para  que  unida  com  are  pode-ie  o  di- 

rumfubfta»tiarerum,arglmè-  co  pre]ado  uzar  de  veftiduras  brancas :   <8   pois  íéeíbs 

uii  H*breos  eap.  io  erao  prova ,  de  que  no  íugeyto ,  que  as  trazia ,  elta  a  Fe  vi- 

c/&f^tSr^  va  com  a  charidade ;  não  faltando  efta  liga,  em  os  Mon  jes 

ica<niaUr*migr,n:impribMiiy  fe  São  Bento,  como  he  o  feu  abito  de  cor  negra  ?  Não  le- 

utiocuphsfioffS  vsftimgtUal.  0  n        •         \  r  ri-  « 

ih"iaã»»rit  Ufocai.&vtrc  «>os ,  que  o  Santo  ra  tnarcha  uza-íeem  ieusabitos  deou- 

queeftafeja  açor  dequevifiáoos  Monjes,  com  tudo  os 
Beneditinos  nunca  uzaráo  de  outra,  porque  o  exemplo 
de  feu  Fundador  foy  para  elles  precey  to  inviolável.  Don- 
de, tacitamente  ordenou  a  feus  filhos  uza-femfó  da  cor  ne^ 
gra:  Pois  fe  Deos  mandou  áquelle  Prelado,  vcftiíTe  do 
candor,  dcfpois  de  íerperfcyto  na  Fé  3  como  não  ordenou 
São  Bento  o  mefino?  Se  Deos  decretou ,  que  o  nevado  do 
vefiido  abona-fe  a  efeuridade  da  Fé ,  S.  Bento  porque  não 
difposomefmo,fendoPay  dehuns  filhos,  que  guardarão, 
ckháodeobfervar  a  Deos  a  mayor  fidelidade  ?  Por  ventu- 
ra, intentou  São  Bento  accumular  fombras,  aoque  deíl 
heobfcuro?  PareíTeque  fim  \  8c  com  intentos,  de  que  feus 
Monjes  foíTem  osmays  perfeytos  na  Fé.  Denoyte  infti- 
sgEgoacccpitDomiHo^uoJ  tuhio  Chrifto  o  Sacramento ;  8c  de  noyte  ocommuriga- 

iStrtiiài  vobit ,  triioniím  Do-      -  I^VT  I  o  J        a   1  1 

r»i»usjcfuS,inquaKodeira-  tao  o  DílcipuJos :   59  o  Sacramento  do  Altar  he  por  an- 
iebatHt yccepit pane». <,&.    thonomafía  omyfterio  da  Fè  ;  por  fer  entre  todos  osmyf- 

i.êJConnib.  11.  xcrf.ij.  .  J  ■  \       p        >     p       ■ 

tenosomays  efeuro  ;Sc  ajuntou  Chrifto  a  efeuridade  do 

myfterio,  a  efeuridade  da  noy  te ,  para  eníinar  a  feus  Difci- 

pulos  a  terem  a  Fè  mays  pura,  &  perfeyta.  Em  infíiruhir 

6a  Etigit  EucbariFriafljem  Chrifto  o  Sacramento  de  noyte,  foy  documento, para  que 

fnecurwfitute,  tique  iJ  circo  _-      •  „„.  p  p  ■  p        ■  »     1      c        1        •  n '  \ 

Jcneae,n.ndeài*,nftituta.     ni°  'ntenralem  eípecular  a  eícundade  fcucharikic;* ;    6o 
cofma  Mxgitinu,  m  Canii.  porque  em  não  cfpecular  os  myfterios ,  confifte  a  perfey- 

f<Jio.9.annoiatis.    II.  tltul.  *-      *,      „       .      ..        *  r  I   n.  ■        1      t-  t      r-  r        i 

•J/ar.*,  no,  cao  íloCatholico,  tk  a  lubliancia  da  Fe.  Elta  doutrina, 

que 


E  M  T  %E  Z  A    XVU1:  241 

que  Chi  iílo  nas  peíloas  de  feus  Diícipulos,  deu  a  todos  os 
fieis  iníikuindoo  Sacramentodenoyte,arecórda  o  Piin- 
cipedos  Patriarchas  a  ieus  filhos,  mandando-os  veftirde 


negro. 


350     Se  jánãofoííeefte  augmenco  defombras,para 
Chriíto  abonar  a  ianridadedos  Difcipulos;&c  São  Bento, 
a  virtude  dos  Monjes.  No  principio  da  vocação  de  Moy- 
fés  apparecèo-lhe  Deos  por  entre  chamas  de  fogo  :  61  w«/tó^£22£S£ 
Defpois,  quefe fortaileceonaamifade,  &  foy mays fanto  í,,i:wJ-  »•  tírA- 
Moyfés,  nunca  Deos  lheapparecèo  por  entrea  claridade 
das  chamasjíènáopor  entreotenebrolodasnuvés.  62    E    ,    _, 
elpeculada  a  caula  deita  eícundade,ioy,  porque  como  ™*ui>e:iocutu,t,ftauumD.o+ 
Moyíèsem  lua  vocação  tinha  menos  virtude,  neceffirava  m'"H*adla<>ífem-lhi  »6W- 
deluz,  quelhemoftra-íe  a  Deos ;  mas  como  defpois  teve 
maysfantidade,  erão  neceíTarias  asfombras,que  lho  ef- 
conde-fe.   63   Moyíès  tanto  feaugmentava  na  Fè,quan-  6*    Curqui  i»  principio  vo- 

■         t^.  o  /"     v      •        '  •         cationhMoyfu  adDei família* 

to  menos  via  a  Deos :  òc  tanto  ie  diminuía ,  quanto  mais  o  riuiemjiiin  ,,,  ,-«»«  fendido 
lograva.  E  he  próprio  do  mays  perfeytocrer  os  myíterios,  •tfruit'p*Pv",mf*militti- 

o  r  J*  j  o  1  Utt  c"'"''1  Ui0  ,m'">ret  fecerat 

quando  mays  eicondidosj  Sc  argumento  de  menos  virtuo-/"»2«/«"j  »e«  >»  flamma  igmt, 

io  o  íer  fiel  iem  tantos  embaraços.  %,'-  £';$  $  Tl 

221      Caufa  admiração  a  todos  o  grande  numero  de  bui  D'™''  cmvnfatur.tamo 

rl1  q.  o     t^v  pi  r»     !■     magiteafJtiblimioretelSecom- 

hIhosbantos,òc  Doutos,  com  que  ie  ennobrece  a  Reli-  prebenàit^vsiuuinúrd  nfa* 
giaõ  Beneditina  5  mas  he , porque  íe  nãolembráo  ,de  que  'TS^SJSS.aSS 
S.BentofoyoPveftaurador,&PaydaFéOccidental;&he  'W-  " 
Patriarcha  de  húafamilia,  que  entre  as  mays  íieligicfas,& 
Santas ,  de  que  a  Igreja  de  Deos  compõem  o  feu  jardim, 
tem  o  lugar  de  Perpetua,  na  Fidelidade.  E  os  filhos  de  tal 
Pay,nãopodiaõ  dcyxar  defer  os  mays  luzidos.  A  Abra- 
haó  diílè  Deos \  conta-fe as  Efircllas do Ceo ,  para  taber  o 

dr  JTl  •  i->        -  i  i-x  <54    "Numera  SleUa<,fi  tairlt, 

e  ieus  deJcendentes.   64    E  nao  achou  Deos  #f,tefitf*r*t»uum.Gtncr. 

outracoufa,a  queníTemclha-fe  os  filhos  de  Abrahaó,fe-  «J-«íf'i. 

não  ás  EftrellasdoCeo?  Comjuíb  caufa:  Intitula-fe  A- 

brahão  Paydos  Fieis:   6<    Eos  filhos  de  tal  Pay  brilhão 

dl     r'  r~  n      11  ,'ii  y.  ^5    Pater ciznium  creJcntiu, 

odaiorte,queas  EitreilasrclplandeccmnoCeo.   ^idRomm.^verf.11. 

Filhas  do  Sol  chamou  3  gentilidade  ás  Eftrellas :  No  Sol 
tem  S.  Bento  o  feu  retrato  j  Soldo  Ocádente ,  he  hum  de  feus 
brnzóes  ;&  feas  Eftrellas  faó  commumhicroglyfico  aíly 
dafantidade,comodas  letras,  náohemuyto,queos  filhos 
defteSol,  Sc  de  t<:l  Pay,foflèm  innumcraveis,  como  as  Ef- 
trellas, Sc  como  cilas  luminófos. 

Fih  332  Apihv 


242        O  ¥%}KC1$E  DOS  TJT.  TOMO  11. 

332     A  principal  razão ,  porque  os  filhos  de  hum  ,  & 

outro  Patriarcha,de  Abrahaõ,&de  S.  Bento, tem  a  Tua 

femelhançanas  Eftrellas,he, porque  as  Eflrellas  fónodia 

66  SteíiacadentJeCah.    do  Juizo  hão  de  defamparar  oCeo,adonde  andaó  fixas: 

t"umtíuim^Aiiíg,vttbo  66   Nas  Eítrellasfe  reprefentao  os  fieis:    67  osquaes  íó 

£ua''-  no  ultimo  dia  hão  de  dtyxar  a  Fé  3  Ceo,  adonde  (e  firma- 

...      r/.     rão;porqueneflèdiahaódeveroSenhor,emquecrerão. 

juminií. int.  21.  68  Os  filhos  de  São  Bento,aíly  como  as  Eítrellas  no  Ceo, 

em  toda  a  duração  do  mundo  hão  de  efiar  firmes  na  Fè 

Catholicaj  cite  Ceo,  he  a  fua  embarcação;  &efia,a 

fua  ordem }  donde  não  haõ  de  lahir  atè  Deos  vir 

a  julgar.  Origem,&  motivo  de  todas  fuás 

felicidades,  porque  fora  defia  em. 

barcação,náo  ha  ventura. 


TERCEY* 


TERCEYRA 

EXCELLENCIA: 

Qjm  TODOS  OS  QUE  MORRESSEM  EMA 
<U,  Religião  li  WVKHÓÍ&  Iene!!,,  começaflèmaviver  ;„^:*>1"£S 
uul , &  nio  emend iff^m  a  vida ,  ou fc  confanderiáo, ou  os  Apsiwcipiq vvtre&ni  Je« 
lin^naoiora  ,oa  eiies  memiosdeyxanaoo  Abito.   ?    fUntijicitut^eiferjè^rt- 

àielUT.  D.^/innU.ubi  junJ, 

E  li  ?  %E  Z  A     XIX. 


333     g^^gg^g  E  a  fecundidade  da  terra  dera 


!|i^^^p!|  todaacftimaçãoaosfr»£l:os,te- 

ÉSRÉ^jJ  ria  igual  preço  oinfipido,  &o 

\í|||  f.,borofo;outil,&odcfnccef- 

I  fario;oroetal  vil,&  oprecio- 


Sffi^^Si  fo.  A  mefma  terra, que  produz 
o  trigo  .aia o  joyo  :&  da  mina  donde  íay  a  prata, fe  tira  o 

'  Hh  a  ^ 


a  4 ô:       O  T7{]NCr?E  DOS  ?JT.  TOM.  II. 
cltâiihoj&nciuporiíío  ojoyoremacftimaçaó  do  trigo; 
cem  oellanhOjO  vallor  da  prata:  hÚ3s  mclmas  entranhas 
oscriáo,;&  os  produzem  tãadifYerentes  cm  o  natural.  & 
i  staHHumemKíamttâtta^  pfefttmo,queo  ioyonáohemanjar,&  o  trigo hc í iii íéto ,  o 

corpora  fiãK'H.qiiibui  aJ  mix-  *   ,        ,        ,         ,  ,-  n-  -      V  \    - 

iu«,fmnui5 m 'propor nimi-  eftanho  hcdc  natural  tao  ruíiico ,  que  nao  figa  com  nenhu 
*»jiecit*it* ,q«*  j»a,b,iem  mctaj.  I  &  a  prata.de  natural  táo  benigno, que  lê  amaca 
hb.  i.^-Jkb.  «pui  Gemmian.  com  todas , 8c  com  todos  liga.  Aparta-le  o  tiigo  do  joypfc 

db.zde  MíJ.ilis  cab.\6.  -        >-/ti  •  o  J„     Cl       i  C 

■  i  socrau^^Ld^fo  para  nao  diflaborear  o  trigo ;  &  a  prata  do  eítanho,  para  h- 
lebn :  KtqucfiHmtntumopu-  car  fem  ]I£,a  a  prata  ;  com  que  cada  hum  fica  com  a  eitima- 

mum  fudunmus  ,quod  wpul-  p  r  -  \      r  11  r 

ch(rr:n,oagro,»attíeft.fedquod  eáo,contorme  a  lua  virtude,lem  que  lhe  aproveyte  a  íerti- 

zz:%%zzz»**™ iidade  da  terp  vm  ^e  le  crea^  &  fflios  produ^«-  * 

tumbeueveium,qHÍgenereei«-       ^a.     Daíor.te,  que  Qsfruçjios  não  recebem  todo  o  va- 

tut  >  fed  qui  tiwttlitf  (gre-gut  .       ->->t  ___  ■         /r  /*u  1        j-  j 

^íf»r#í.5í^rfii//írflf.4í.  lorda  terráqueos  aia  ;aiiy  os  hinos  nao  lierdao  toda  a  vir- 
)JlaTh}fJdtssln"obi'aax  tudF  4os  pays,  que  os  geráo ;  porque  hús  naícem  innutei?, 
aique  in  ae>ii  'médio  ptrvuhs  como  o  jayo;  outros,  provey  tofos,como  o  trigo  :  hús,  nas 
T$$?£íã£$:Z-  inclmaçóeshumildes,comooeftanho-^utros,  generofo* 
ãamoccuiorum  aciemfervave-  coino  a  pratá.  De  húas  mefmas  Águias  nafeem  três  filhos, 

rit,prôf;itur ,  quod  veritatem  t  ^  o    ,  ,         ,    _, 

maturttft*ceteobti»iut confia»-  dous degenerao  da natureià d$s pay^ jíx  numio  naicecom 
^ÍT&Trfl^t  apteípicaciadosproginitores.  3 

f.excrit,  quafi  degener ,  Cí  f  *»*» 
indignar  parente  rejicitur-  m  .  i  •  i     ••  •,<       i 

£>.  &»/?/»«/.  Trespant,  atque  anos  maoejiat ,  crfacíj/1  «?;kot. 

ViJeTheatrodchfDiofetU.  QArtft.  llb.  6.  de  ãlÚmaliCClp.  6. 

Examinaa  Águia  a&srayosdo  Sol  a  legitimidade  dos 
fílhos5&  vendo,  que  os  rayosintorpeííèm  os  olhos  de  hús, 
&  clareficão  os  do  outro,  i ecçbea  efíe,&  repudia  os  mays. 

Confulit  ardentèsradios , (Sluce magiHray 
TSlatorumWeungeniumcjueprobat, 
Degeneres  refugo  torju  qui  lumíne  VifiiSy 
XJngmbm  buncfaVu  tr  a  paterna  fera. 
Gauclian.  inpY<ef.  3.  Honor.  Tle natura  ÂqmU. 

Separando  eftes,  do  outro,  aíly  para  coníèrvar  a  natu- 
ral nobreza,  como.  para  não  confundir  a  regia  calidade  :  ef- 
colhendo  para  herdeyrodo  folar,  naoao  mays  antigo  de  f- 
cendentejtimvao  filho  mays  benemérito.  Em  todas  as  ida  - 
desfoy  a  Águia  retrato  do  Illufirei  não  fó  pela  magcftofà 
foberania ,  com  que  vo-a ,  fenáo  também  pela  circunfpec- 
çáoj  com  que  elege  fuccellor. 

.  335  Náo 


EMTZEZA  -  XIX.  245 

5  3  "      Não  eJjxra  a  Águia  aiuy  tos  mezes,para  experi- 
mentar 3  natureza  dos  filhos:  fendo  de  pouco  tempo  os 
pocinaexame.  Os  filhos  do Illuítre  fangue  íaõcomoas   4  f«raUtarbwuera»iCu* 
arvores  rcays, que  feparadashiia  vtz  dotronco,não tor-  ^SJ^SL^Stí^'^* 
não  a  pegar  na  terra:  fundamento,  que  ti  verão  os  antigos,  ,  ?í"r  MeK^f->  <»  Vmiwi» 
para  ornarem  com  Loures,  &  Ciprcítes  as  íèpulturas  dos 
grandes.  4. 

Fmeris  ara  mihiferalt  cinta  CupreJJò 
ConVenit  

Ovid.lè.^.TriJl. 
1 
Quem  diíTe,  que  o  natural  efclarecidofe  parecia  com  o 
das  pedras,  de  que  o  Sol  cria  o  ouro,  padecéo  engano,  por- 
que ollIuttre,que  naíce  pedra,  &  não  ouro,  he  como  o 
marmorBixançatáoduro,&  irrefbluivel,queeftandojun-   ,  D.^h*ham?;mtUeLê~ 
todaspèdras,  que  o  Sol  reiol  vêem  ouro,  fica  íeyxo.    5    •.  //<w«*<*m-§-9- 

336     Sem  reparar  nas  razões  doiangue,desherdaa 
Águia  os  filhos.  Os  que  não  tem  de  feu  outro  cabedal   ,  „  . 

o  1  _  6  Qut/iu<truntmontm;ntum 

mays,  que  a  nobreía  dosaicendentes,  vivem  empenhados.  expoHemt,fimiies  f*m  $*,  ?«í 

tem  quanto  naoiatisiazem  as  dividas  do  langue  Jaó    Trm„«/»i  •/*/<**.  96. 
como  os  diamantes,  que  oeipois  de  lavrados  fahem  fali- 
dos :  AíTy  foyjoão  Duque  Milanez;  efqueçrdo  das  virtu- 
des, com  que  feu  pav  loão  Galiaço  governou  omeímo    7   JnterfiimqucsreUmiti 

*->.  j  j  r, i      i       •  •    ■  unutJoennefncminecunUu- 

JUucaao,  excedeo  a  rnalans  nos  vícios :  7  entrou  no  go-  c»tu  jucctjj*  ,  nauridt  -fio 
vemopor_hKceíTaó,  levou  o  lugar  por  for  mays  velho.  No  ^^XZ^X 
mundo  faõ  mav.3  antigas  as  íbmbras.que  a  luz;  &  Deos  re-  ttrbutbtfitúviiuaw. 
|'arttndoosli]gares,dcualuzcodaapreiidencia,&deyxou     *.. 
a  ioiiibra  íem  dignidade. 

337     Emhumíófilhoeítabellecea  Aguiaolinpetio, 
O  cetro  dividido,  hc  o  mefmo,  que  quebrado. 

Muitos  ejje  duess  haíidquaquam  proderit,  esÍQ 
Q{cx  wmSy  {Ptmeeps  mins ,  qm  publica  traclet. 
Honmus. 
■ 
Ainda,  que  o  Empcrador  Antonino  Philofopho  tomou 
por  cornpanheyro  do  governo  a  feu  irmão  Lúcio  Vero;  & 
o  Cmperador  Valentiniano,  a  feu  irmáo  Valente:  Sc  o 
mays  de  tudo  foy,  repartir  Gordiano  o  governe  cõ  Theo- 

Hh  3  doíio, 


246  O  T^mClfE  VOS  <?AT.  TOMO  77. 
dofio,  não  lendo  í eu  parente  5  femquedcfta  divifiõ  cma- 
íiaíTanalgú ísdilcordias jantes  delia, nalcerãoaolmperio 
grandes  felicidades;  donde  me  prefíiiado,  queas  MageíU« 
des  não  correm  o  mayor  perigo  na  divizáo  do  goveino,co. 
xno  na  pouca  experiência  ,  cjue  tem  das  peíTóas,que  clle- 
gem  por  adjuntos. 

538  Com  eite  exemplo  da  Águia,  muytos  Príncipes 
ambiciolos ,  por  governarem  independentes ,  unirão  a  hú 
corpo  todas  as  partes  da  Monarchia;  truncandolhe  as  ra- 
mas,que  o  podião  dividi:r;náo  perdoando  ao  parente  mays 
propinquo,  nem  mays  reinòto.  Alexandre  Magno, antes 
que  lahiííe  áconquitòa  de  Nápoles, mandou  extinguir  a 
toda  lua  progénie.  OsEmperadores  daTurquia  comef- 
*  ?.  T^í.mfut  Etiopita  fandoa  reynar  davão  a  morte  a  íeus  irmãos ,  como  fez  Se- 
'■    '*'  lin.  Os  da  Etiópia  moftrando-fe  mays  humanos ,  defterra- 

vão  a  todos  feus  parentes,  para  o  monte  Amará,  *  atè 
que foílem  chamados  para  luecederem  na  Coroa.  Enem 
com  todas  efbs  cautéllas  evitarão  os  perigos,  antes  derão 
occafião  a  mayores  difeordias.  O  Emperador  Carlos  V. 
antes  que  foflè  para  Alemanha, prendéo  no  Caftello  de 
Xativa  ao  Duque  de  Calábria  ,  imaginando  aíTegurava 
com  iffo  a  Coroa  de  Efpanha  :  Levantarão-fe  nefte  tempo 
ís  íediçóes,  que  chamarão  Comunidades,  entendendo  ac- 
clamar  por  Rey  ao  Duque  prefo:  Sc  defpois  atemorifados 
das  preparações  de  guerra,  que  nefte  tempo  fe  fazião  em 
Portugal,  offerecerão  aCoroadeCafíella  aElReyDom 
João  o  III.  oqual  recuzoua  ofierta,  &  diíTe  aos  Embayxa- 
«  o?oriuiâtrtiu>E,»mw  dores:Que  eftava  preparado  para  ir  dar  ocaftigo  a  todos, 
th.hb  ^.ccm-aJofycothcnc  Qs        f0/yem  rcbeldes  a  feu  cunhado  Carlos  V.  8   Ociu^ 

•SJpophtem, Xit.dc  tulejeiv*n*  1 

ííj,  a  d.  Fr«er  íc^w^Jí  rmeexafpcra  mavs,  que  oa2gravo:&  os  dogoverno  laõ,  os 
unotHmuifuuco.ctp.ib.HA.  que  produzem  mays  pernicioloseíieytos. 

339  O  exame  da  Águia  hedoutrina,para  queospays 
conhecendo  as  inclinações  dos  íilhos,fe  conformem  com  o 

9  PHihtjuo.coyraSoiitr».  aeniodecada  hum.   g   Foy  lição  da  natureza,  com  que 

aios probjt  ,qui  cl3re  vnlcint,  °     _  '  ■»         *  ' 

êutquihppos  occuio<h*be»nt:  eníina  os  homés  a  uzar  da  experiência ,  cõaefcoJha  dehiis 

iiicnobiUí  Jeicnt  pratj,  e  pus  -  11  f  o      i  f  I      •  -m 

ro,,utrum*ptiJt<tir**,  vd  lennos,  para  o  iogo;&  de  outros  para  as  rabneas.  INem  to- 
aJa*jjum ^Vc.Majei.nt.ds  dasas  ervas  medicinais  feaplicãoa  húainfirmidade:  nem 

todos  os  génios  a  húa  proniTaõ. 

340  Pelaefcolha,quefaza  Aguia,faó  osdefcenden- 
tes.conhecidos^cntreasleisefpecies  de  Aguias,íemaJgiu 

cqui* 


equi  vocação  :  as  particulares  excellencias,  com  que  vi« 

vem  ,  moíiraõ  ajuitiça,  com  que  herdarão  o  íblar.  Vo-a  a 

A^uia  mays  alto, que  as  de  mays  aves, &  por  ilío  hekai-  »°  {oiqutiaaiitumRegw*dL 

nlude  codas,  Sc  ioy  elcolhida  de  Júpiter,   ro  Asarvores  qucarmigaum  l -.■■:,  tampa** 

rcays  todas  fe occupáo em  fubir.  Pelo ionho , que dous ra-  ™l%*t'Rai"fí '" °if>:  Jí ;"1"'"" 

pazes  referirão  a  Sócrates ,  conhecéo ,  qual  delles  era  o  11- 

lultre:  Sonhou  efte,  que  lendo  levado  a  húa  planice  fugira    •  •  tu  todo  tijinbado  <■<./>- 

o  contrario  o  outro.    1 1    O  nobre  lf&  „oJc  s.Wb!oF.ò.i,bX%.i. 
nha  como  ha  de  1 ubir  -}Sc  o  humi  lde,como  íc  ha  de  fufté  tar. 
341      Por  remontada,  que  feja  a  alteza,  em  que  vo-a  a 
Águia,  não  perde  de  vifta  aomays  inferior  animal  :para 
Jhe  acudir  em  algúa  oportunidade,  dizem,  que  he  o  em-  ,."  s/c*i^qs'i*  q**  »**'•- 

.      .- ^  *  .         .  .  ■*  bus  amn-ahbns  viãcl^alti  \mt 

prego  de  coda  lua  prelpicacia.  1 2  A  palma  ,  a  quem  naó  vou™ ,mtnAtns  nscp,',,,,™- 
dobra  o  pezo,  inclina  o  frucio:  a  piedade  hefru&o  dano-  *?*5i*wi*^  /ty.r*. 
brefa.  13  Os  troncos  maysaltivos,  porque  mays  nobres,  *nn*cHiumhi«kUb.\.c»f. 
tanto  fe dobrarão  com  elle,que  PhilippeRey  de  Macedo-  i,'  Prima  pictatamagUt, 


ra  1  - . 


niafabendo,quefeu  inimigo  Nicanor  Macedónio  eftava  TV^M* 
enfermo,  oíoccorréodedinheyro.   14  E  Auguíto  Gelar anu*  m  quadei»  Epift. 
perdo-ou  aCinna  neto  de  Pompeio  os  caltigos, a  queel-  ^í,/,,»,^;,,»^,^. 
tavacondemnado,  pela  conjuração,  que  havia  feytocon-  ^ftt'feFu,gr^Mi'i  "Pidc 
traelle.   15   Asramas,que  fenãoinclinaõ  com  o  fiucto,   «?  QuareCi»»ape,te,rim*% 

íao de ruftico natural.  éa) .;  • , ,  .;,.,, tJ...,;^ 

1     342     Antes  do  meyo  dia  naõ  fay  a  Águia  do  ninho,  fih&-  w«*'*'- 
cfpera,  queas  praças  fe  frequentem  de  gente, para  come-    ,     . 

*  '  *  /--/t  ir115   *"^  meridiano  isinpcrs  o. 

çar  o  vo-o :   1 6  nao  ally  as  mays  aves ,  porque  todas  lo-  *eratur,tí  v«i*t,fricrikiu  lork 
gem  de  concuríbs :  voar  a  furto,indica  fraqueza  de  animo.  Z^tltSlLt?*" 
EntreosRomanos  requeriaõ  os  beneméritos,  em  theatro   K'^í-  i»o^e.vabo^qui- 
publico^  &  o  ajuntamento,  que  defpois  lhe  aífiitia  aos  tri-    ' 
unfos,  era  obrigado  da  juítiça, Sc  não  fó da  curioíldade  ;  Sc 
conforme  agrandelado  merecimento, era  ailiftencia  das   ,,  BoV*gtQ.aJ»Twmftí 
pefioas.    17  Trabalha  o  Sol  por  desfazer  as  nuvens,  para  «»»<»?'/""*"• 
que  lhe  não  embarguem  a  luzjhe  regia, a  com  que  refplan- 
dece  o  Sol ,  &  as  azas  com  que  íe  remonta  a  Águia  j  ambas 
as  Coroas  calificão  as  mageítades,manifeítando  os  mere- 
cimentos. 

343  Não  fe  abate  a  Águia  a  vulgaridades  j  de  hum 
monte  vo-a  para  outro  monte,  Sc  do  mays  alto  monte,  pa- 
ra as  nuvens  j  fendo  tanto  mays  eftimada ,  quanto  maysal- 
tovo-a.  A  reverencia  do  povo  fegueosdegráosdadigni- 
dade5  conforme  a  eftes,  venera  os  lbgey  tos. 


C48        O  T^NCIPE  T>OS  TAT.  TOMO  11. 

Ut  comes  vadios  per  Solis  euntibits  nmbra  ejl, 
Cum  latet  bicprejjus  nubibitó,  illafugtt; 
Mobile  ju  fequitur  fortuna  lumina  Vulgus. 
OVid.lib.i.Trijli. 

O  vulgo  ama  por  conveniência ,  Sc  temor ;  em  lhe  fal- 
tando a  razão  da  dependência ,  por  mayor  que  íeja  a  caii- 
dade  da  peííóa ,  faz  delia  a  eftimaçáo,  que  fez  o  Grego  do 
retrato  de  Eneas,  que  pelo  achar  a  hum  canto,  o  lançou  na 
.,     ,  D      .  ,  rua.   18 

is  Francyeusde"etraiit.ae  m 

fiwHxum*,  \s  cr,iau>.  344      Reparte  a  Águia  com  as  demays  aves  da  preza, 

10   Pr.tilim  dividit  ali/t  avi-  TT  1  •    ..      J       J      /"»  '  J 

luuwjoucomtd.t.  que  toma.   19   He  prezada  a  virtude  do  Cedro,  porque 

Mayohu  de  DignitateHomM.  fcnc|0  Ijujtimo  commonica  ás  plantas ,  a  que  chega  com  as 

raízes,  parte  de  leucheyro:  as  ambições  iao  parto  da  in- 
digência. O  regato  repartindo  as  agoas  féca,porque  he  re- 
gato; Sc  ornar,  quanto  maysas  commonica, tanto fe di- 
lata. 
10  ViScriam  ttiam  â-.fa^t,      345     Contendendo  com  outras  aves  a  Águia,  põem 
^;a^^;^:^:todoocuydado,emqueanãofiráonascóaas.  10  Rece- 
grefcvinafefcniiaisefupinat  Der  nellas  os  golpes ,  por  livrar  oroílro ,  he  efcolha  do  afe* 

Tefé ,  ac  âmgit  omnes  alai,  ac  i       y->  /--»  ILjr  r       11 

deorfumad, erram  ver  f^ataue  minado  Cayro  Genovez ,  que  olnando-ie  aoeipeino,no 
ârí^^^ternpoemqueoarmavâocavalleyro^ioqueodesíeyava 
Jerat.to.  Q  capacete ,  &  defpojando-fe  das  armas  renunciou  amili* 

cia ;   1 1   eícolhendo  antes ,  viver  fem  nobreza ,  do  que 

xi    Pedro  de  u/lvila  tratado  .     „  .^.i-  i  l  C     • 

ãehsHcroe* c»f. tf.  $.9.      com deíayte.  Os  brazoes  ennobrecem  ao  palácio;  as itn* 

das  oroftro,comque  a  guerra  o  aíignaloudefenfor  da  pá- 
tria, ou  a  pendência  defenfor  da  honra. 

346     Não  acompanha  com  as  demays  aves  a  Águia, 
»  YraKàfcnsdeBeranfadc  fò  d   ç     efpecie  tem  fociedade:   1 1   Efta,  fendo 

ww».  56.  com  o  igual,  abona ;  com  o  iuperior,arrifca$  &  com  o  infe- 

rior, he  defcredito.  Pede  mayor  confidersçáo  a  efcolha 
dos  convidados,  do  que  a calidade  das  iguarias.   23   Os 

2j    lAnte  c!rcunfhiciei>dur,i      ,  .  ,  rol' 

efi,cumqUibmeáM\^  Mas,  Plátanos  juntos  huns ,  com  outros  creicem,  &  durão  nmy- 
?Ii",5Í,ef*'eíW-',5í"e*  to.Outra  qualquerplanta,  junto  aellescrefce  áfuafom- 

bra, mas exifte poucos  annos:asViborasa  quem  eíiimúla  a 
14  JdemHeranfaDivifi.ii.  fombra do  Plátano  empregáo  o  veneno,  naarvoremays 

t/um.  iz».  ■  r-    \  ^.  1   -  r  •  .         1    j        1    ' 

viímha.  24  Pormaysaltivo,  que  leia  o  natural  da  plan- 
ta, não  fóbe acompanhada  defylvas;  fendo  diferentes  na 
efpecie,  não  ctçfccm,nem  fíuctificão  jutas:  como  fica  dito. 

347  Do 


EM<P<REZA    XIX.  249 

347  Do  que  temos  difcurfado  fe  ve  claramente ,  que 
oexame da  Águia  he,  para  deyxar  legitimo  herdeyro  de 
ícuíolar  a  hum  rilho,  que  não  degenerando  do  natural 
paterno, feja  lublime no  vo-o,  univerfal  napicdade,often- 
tolo  na  regalia,  magnifico  na  liberalidade ,  &  valerofonas 
batalhas:  Todas  eítas  calidades,que  ha  de  ter  o  defeenden- 
cc,  para  vi  ver  no  folar  da  Águia  real,  íaõ  as  virtudes  necef- 
íar  ias,  aos  que  ou  verem  de  per  feverar  nefta  Religião  Solar 
da  Águia  Beneditina. 

348  O  mayslobido  dos  elementos  he  o  fogo;   25 

&  a  mays  nobre  parte  da  terrahe  o  Occidente.   26  Sobre  jffiZ^Jj®!'™** 
o  fogo  (como  d i iremos  ,)&  na  parte  Occidental  fundou    ^  iitm*ip*rtii%.cmjii, 
Sáo  Bento  a  fua  Religião ;  os  alicefles  foráo  os  mays  felec- ,}" 
to*,  porque  a  fabrica,  que  fobre  elles  fe  levantou,  era  o 
iumptuofo  palácio  dos  eicolhidos.  Aplanta  por  onde  São 
Bento  a  continu-ou,forão  as  obras,com  que  refplandecéo. 

NeLle  Religiofo  Solar  eferevéo  S.  Bento  a  fua  Regra ,  que 

foy  o  Sol,  a  cuja  luz  fe  hão  de  examinar,  os  que  nellequi- 

zerem  viver,  como  herdeyros  de  feu  efpirito.  Não  tem 

conto  os  que  fe  apurarão  aosrayos  defteSol:  foráo  innu- 

mera  veis  os  admitidos ,  &  poucos  os  reprovados.  Efta  Re- 
ligião he  o  morgado  ,  a  que  São  Bento  vinculou  todos 

feusbés;a  Regra  que  eferevéo  heaefcritura,adondeefpe-   2,  Text«*;*L.q*n,re*i. 

ciricou  as  condições  onerofas,  que  ha  de  guardar  o  defeen-  L.amduohu  t.m*wu  l. 

,  o  J  11  -ir  v     -        c     cui  fundiu  fJmnàdtahiuntf 

dente;  &  todo  aquelle,  que  naoobíervou  as  condições^-  xs demontirithmbiuinftnuvo' 
cou  excluído  do  morgado.   27  ■    ^TX^X 

349  Prezavão-leosde  Avcrnia.dequena  fualgreia  cr  r»"/ 168.».  t9.ya!Mjc.ce»f. 

£■     ■         c  •     •  •  1  C  O   8l"   n-Vfrf.traterra. 

nicienle, nao entrava, nem  vivia  animal  venenoto:   20    ,g  quqí Zénefca. a*imtiiai 

Abuztva  a  gentilidade,  que  morria  dentro  de  hum  anno  ^ueTfc'rT7T1Z% 

>-->  '\  m      muni  teclejiit s^7  "ieicrrj:r\iO 

a  peiku ,  que  com  indecencia  entrava  no  templo  de  Tupi-  fi «//*»</« irferstkr-fítiim  *+. 
terLyreo.        Los  Romanos ,  de  queoscacs,&  as  mol-  Ulí.es„fd.6i. 
casfupilícm  do  templo  de  Hercules.  20  Concedido,  que    »°  £»«w/«/«i*rrfííl 
íolTe  verdadeira  a  mentira  deftas  fabulas,  &o  exagerado  R0m*mHere*iiifanum,  *ee 

dl  1  ir  J"  mv.rcoji.ncc  Cines  unquam  in- 

aquellc  encarecimento  ;comtodaaiegurança  podíamos  £rr^„r  )jemif„. 

dizer  da  immunidade  da  Religião  Beneditina  ,  em  fua   •  Siq*bt»Jo*i*iyc*nemi 

r  ,       .7         •     I     J  I      D    L         fhim,»uttVtmmi'ejm,mi. 

compiraçao,  oque  clcreveo  Marcial  dos  muros  de  15aby-  mimeptraBuf>rii»iuBãvewbvt 
lonia,areípeytodas  Pyramides  do  Egypto.  SSS^/^S 

Hc^cf.x.hriik.-T.  8  ttuf*. 
s-\      1  ^->  1         ri  •  1     ■%  r         1  •  nÍM  in  i/írcaJi**' 

'Bárbara  Tyramtdwn  Ide  At  miracula  Mempbts: 
AJfukusjuclet)  nec  Sabjlonus  Lkor.     Eptgram.  1 . 
»..  li  Por- 


150       O  VT{LNCIfE  WS  QAT.  TOM.  11 
*  BtneàiButMoH»ciotnm       Porque  a  Religião  do  Príncipe  dos  Patriarchas,   *  8c 

*/3pcUdtif  ,qnivelitt  Lúcifer      .        ,       ,       ,       w        ■         i         -ri  J  r>     1- 

mtiutmuttmicuit.  s.  Bowzo  Apoltolo  dos  Monjes ,  he  tao  íingular  entre  todas  as  Kcli- 
aSíSS  gióes,  como  a  Capella  do  Duque  de  Burgundia,  entre 
cramt  rodas  as Capellas  ;  que  por  exceder  no  Santuário, a  todas 

íèaventaia  nas  indulgências.   30. 
'  J  350      Amayordasindulgencias,toy  prometer  Dcos 

a  S.  Bento,  que  todos  íeus  filhos  acabariáo  a  vida  emeíta- 
do  de  graça  ;  falvando-fe  todos,  os  que  morreíTemcomfeu 
abito.  Efta  proméífadeDeosfoy  ,aqueoccaíiou  dcíprc- 
fõs  aos  may  ores  do  mundo,deixando  os  Pontífices  as  thya- 
ras,  os  Emperadores,&Reys  os  cetros,  por  veflirema  Cu- 
culla  de  S.  Bento.  Efta  indulgência  não  foyíb  concedida 
aos  filhos  deite  Patriarcha,  também  fe  eftende  a  todos  os 
devotos,  que  morrem  com  íeu  abito  :  fundamento ,  que  o- 
brigou  os  Efpanhoes,  em  tempos  antiguos,  a  veflirema 
,,  Quiius&hocncritoaâ  Cuculla  de  S.  Bento ,  aos  que  eftavão  moribundos, para 
ienâum,  <iHcJis,p.Bc>.cd,a„s  que  eípiraííemcom  ella  ;  certificados  do  muy  to  que  apro- 

tiovjemslftin  marta  agone  de-  r  1  -        1     1    -  1  1  ,—  r\ 


Monjcmeije  m  mal  tu  J?one  ae-  c  ■%  *        x 1  j"f        1  1  /•»'.  n 

finfarem  sxhibuit  eorum ,  qui  veytava  para  a  lalvaçaode hua  alma,  olevar  conligo  ena 

**'"•  e;Uí  '"dt"  reg've"  indulgência.   2 1 

rum.  iSitquecxboc  cjpaepra-  O  1-1  r        •  1  •        rr  n 

/«x/r  vausiiiacoHjkaudo^H*  $  5 1  Que  os  Efpanhoes  tiveuem  efta  fé ,  com  oabiro» 
Zo%h"Z \ZapceaZgdTerl  de  S. Bento  fe  verertca  coma  enfermidade  delRey  'Uvam- 
pucuUay»qu*uhinmmexba-  ^a    procedida  do  veneno ,  com  que  o  intentou  matar  o 


àeraiutr.  sè»edi8*t  N]tf,e.  Conde  Ervigio  :  Ficou  o  Rey  privado  dos  fen  tidos ,  com 
5Sj5lSS55êí  °  venefico  da  POtagcm:  os  cortezáos ,  que  lhe  affifiiaõ, 

mandarão  bulcar  aCuculla  de  S.  Bento, como  era  coftu- 
32  Duminev\ubiiunecc]fi-  me ,  para  que  veftido  com  ella ,  dèífe  aalma  aDeos.Tor- 

iudinij  tencretur  evéptli .  luf-  .  rrT  LO  JT  L" 

ceptaReiigio^âebríocuhi,,^  n°u  em  iiUvamba,&:  vendo-tecom  oabito,quiz  antes 
vsnerabiiitanfursficrjf^j.  deyxar  a  Coroa,do que defpillo;  difpos fuascoufas ,  &  re- 
€ip.  1.  colheo-íe  a  hum  moíteyrodeS.  bento,  aonde  viveo,& 

ÍtJâ!S]S}^Smm\  mo"éo  lautamente.  3  2  A  mefma  fé,  &  devoção  tinhaó 
t?  puifu  ptrxe»uto ,  cum  aha  0s  Emperadores de  Grécia  :  Manoel  Commeno  mandou 

Ji<j}ir,c,femurpertujrn&Mo-  .,  A..r  «  iV      i     CB  ,-  . 

wfcicum balitum  pofiuiavit  lhe  veltiuem  aCuculla  de  o.  bento,  antes  que  tenece-le. 
SÍSSS^S  33  E  o  meímo  ordenarão  Theodofio  Lafcario,  o  Júnior. 
tu,expcru:->^c.-N,cs,a*cha.  -ia.  E  Andronico , o  Júnior.   35 

riatcxltb.T.K^tanali.  J  ^-^  J  J  J  ri-lt-i 

?4  Paulo  .ftemv-umahcri-  3  5  2  O  quanto  aproveyte  para  a  lalvaçao  de  hua  ai- 
Ttf  :!""'"°;<l}'c"'""'f<<'f-  ma,efpirareom  o  abito  de  Sáo  Bento,  quero  moftrarem 
Hífiorizriim.  dous  cazos  poTtcntofos.  Hum  poderofo,  8z  llluíuc  ha* 

j-ciír^utjiò.Mo.ufucumCu.  mem,  de  nação  rrancez,  vivendo  tooa  a  vidalicencioza- 
tuUuminduhrcMTpriufitt»*,.  mente ,  defeonfia-do  dosmedicosíe  recoíhèo  a  hum  moí- 

$aex^tt.ldeniib.g.  ,.y  .      . 

teyroadondepedio  cgmtoda  a  humildade  aos  KeJi^iolos 

lhe 


EMPREZJ    XIX.  5$f 

lhe  veftifíèm  a  Cucuila ;  alíy  o  fizeraõ  os  Mon;es,&  veíiin* 
do-lhe  o  abito,  clpirou  logo  o  enfermo.  Aílillialhc  hura 
Monjc  lanço,  a  quem  Deos  moíírou  a  feguinte  vilàõ:  8c 
foy  ;quenoinfiante,emque  aalmale  apartou  do  corpo 
ddtehotnem,  concorrerão  grande  multidão  de  demónios, 
para  a  levar  ao  Inferno.  Neíle  confli&o  appareceo  S.  Ben- 
to, de  cuja  preiençaatemoriiados  os  inimigos,  derãoquei- 
xasaoSanco,  de  que  Íem  iuftica  intentava  tirar  de  leu  po-     ,      ' ...       ... 

deraquella  alma,  que  toda  a  vida  tora  peccadora.  56   Ao  matiuieruBcnediScnopnuuc 

C  J  '  C     _«._  O    «.    "  L  J  — L/i     /\£_«.»  _  vetoqut  bani  nunamni  dliquiJ 

quereipondeoo  Santo  Patriarcha:  quede  mahmíom4je^ÍKJuFleeg^fiamJa^ 
livrava  íem  jufta  cauía, porque aquella alma, defpois  que /<"«"»""*•  „   , 

,.      r  .'.  rr        1  i-w  r?  LtoOjlicnfitChroni.CifiJib. 

velho  leu  abito  ,  nunca  mays  onendera  a  Deos.    37    r  oy  }.  M^.  J9. 

táo  meritório  o  breve  tempo,  que  vivéo  em  graça,  defpois 

que  lhe  veftiráoaCuculIa,  quegozandode  lua  indulgen-  ,"  ?Í'**W,"S!!? 

cii,merecéocomella  alcançar  o  perdaó  de  tantas  culpas.  a»examinate\^fiquidvátri 

s^  rc         •       1    n.        •  J  evo ii.sxq-.to  miam accev. lha- 

353     Comprovemos  aemcaciadelia  virtude  com  ou-  fitt,,u> r?cog*ojntetv<>bijcum 
tro  iuccelTo  não  menos  prodigiofo.  Joáo  Venefrano  Vice-  di'"!e-  n'- 
Conde,  filho  do  primeyro  Príncipe  do  Jordão,  foy  ho- 
mem deshumano,&  vivéo  lempre  íem  temor  de  Deos: 
vendo-fe  delamparado  da  faude,  arrependido  de  ftus  pec- 
cados ,  confiando  adefenfa  deliu  alma  do  patreciniode 
S;  Bento,  pedioacsdefuacafa,olev2lTemao  mofíeyrode  > 

CaíTino,  &  que  pondo-o  diante  da  lepultura  de  S.  Bento, 
rogaflem  aos  Monjeslhedefíèmo  abito:  veíiida  aCucuN 
Ja,  pcrdéodetodoavida.  Na  hora  de  leu  traníuo  fahiodo 

motteyro  de  CaíTino  hum  lavrador ,  que  por  íua  devoção, 

ouneceffidade,viíicava  todos  os  dias  os  Monjes:oqual,en« 

controu  no  caminho  ao  Demónio  em  forma  humana ,  que 

Ihepregunrou^w/^/fVw/v?  &refpondendo  o  lavrador,*/»? 

do  mosleyrode  Qnffino \  inquii  io  delle  o  inimigo ,  queerafejto,    ?g  xtnàtvtnh  ? £x«Jí*í/?, 

defoaÕ  Venefrano?  diiie-lhe  o  lavrador ,  aueera  falecido :  (í>  que  wquit,  cambio^ >IH: quidac- 

n-  1  11    j      -      t      ,   o   m  o  •       tumeHdeJoamieVietcMirtcl 

e/pirara  na  bora>  em  que  lhe  derao  o  abito  de  o .  !£ento:  30  acii)is  ^dqutmruptur.MtxMtmo- 
novas  refpondéo  o  Dcmoniocomeftas  queixas:  MiferaVel  »«*«"#««•'  tf, « »"•»  •»'- 
de  mim  rBentoy  mtferaVclde mim-,  porque  rabeio  todos  os  duvs  me  ejtas     ,  9  hc,  mihi  Be»edi8e  ■■  1  •> 

,1  f    ,  r  r        ■         +*  /     BcnediBea>ihi!CuTineetqttO- 

roubando  a  mciMjerVos ,  que  cauja  tens  para  me  perjegmres  tao  cruel-  tl.!lc.jdl(flrVl3,  co«te>t,s?Cur 
mente?   20    E  virando-fecom  iníernal  ira, paia  o  pebre  la-  »e"»'""'",f' '  jJtC0  e'*f,u~ 

ít        i-/r  11  i  terftrjequi  nondijijtiii  m. 

vradnr  lhe  oifle.  <tA  ra^uo porque  te  nao dou  lo^o  a  mor te  be , per-    40  òciiocern.         uiatifi 

qttehjc comejte em omojieyroj®  traces  aindano  ceyoparte  dopao,  buill>Folumqiiej;,Míf,rt^ 

que  la  te  derao.   40   Baftou  faber  o  Demónio,  que  eilepcc  »</«  •*-»«*/*•'«  «■/««»*• 

•cadormorrera  noabito  de  Saõ  Bento ,para  tíeicfpefat a* ^mh «»<«•«« tetidns.iu* 

U  z  con- 


4 
i 


^i        0  PTJNC1PE  WS  $AT.  TOMO  11. 
condenação  de  lua  alma. 

354  E  lendo  tão  plenária  a  indulgência  para  os  dc- 
VÓtos,quanto  mays  olerá  para  os  defcendentesj' A  meu  pa- 
recer,quiz  a  Omnipotência  Divina  fazer  a  efta  Família  hú 
aggregado  efcolhido ,  aííy  como  íeparou  a  Arão ,  &  a  feus 

4i  ipfumeiegit  exomni  vi-  fiJhos  de  todos  os  mortais,  para  miniftros  de  leu  templo,&: 

vente  ef  erre  fatnficium  Deoy  .  ,  .      ,  *■  ,  ,  n      rS   V  -•- 

ncCnfnmfêbotmmodorem®c.  ínterceílores  de  leu  povo.  41    Plantando  nelta  Kehgiao 
Lcckfi.tf.verf.  20.  húa  arvore,  femelhante  á  da  Vida,  no  privilegio ,  cjue  con 

cedèoa  leusclaultrosj  aílegurandoa  vida  eterna  a  todos  os 

feus  habitadores. Radicou-fe  efta  Arvore  na  perfeverança 

_  ..    ..       .  ,       com  que  os  Monjes  reíiftindo  ás  tentações,  moltrarão  ler 

nficjto,  o  m pane  vei  ma hc-  morgadodo  Ceo  as  terras  de  São  Bento;  Solar, adonde  vi- 

;  edita*  iliius ,  t? m plenittidine  j    A*         J  c     J         J      r  t 

Sintorumdmntiomta.         vem  os  predeítmados ,  &  donde  rogem  os  réprobos.  42 
íchft.cup.iy  Razão,  por  onde  defta  Família  forãotaóinnumeraveis  os 

Santos,  que  em  hum  ló  dia,&  de  hum  íb  mofteyro  fubirão 
para  o  Ceo  quatrocentos,  &íincoenta  Santos  Confeílò- 
res.  Em  toda  a  Igreja  de  Deos  não  ha  familia  reiigiofa  pre- 
fada  de  femelhante  excellencia ,  não  fendo  a  multidão  dos 
Santos  vi&ima  do  martyrio.  Obrigame  acontarteofuc- 
cefío,  o  parecerme,  ficarás  duvidofo  do  que  tenho  refe- 
rido. 

355  Ema  Província deNormandiaexiftia hum  mof- 
teyroda  Ordem  de  S.  Bento, chamado  Gemeticenfe,no 
qualhabiravão  novecentos  Monjes:fendofeu  Abbade  S. 
Aycardo,  vio-fc  impoffibilirado ,  para  fuftentar  tão  gran- 
de numero j  pedio  a  Deos ,  que  o  tiraffe  do  cargo ,  ou  lhe 
diminuiíTe  o  pefo.  Ouvio  o  Senhor  as  orações  do  fervo,  & 
ouve  porbem  ali vialo  de  lubditos;  mandoulhe  dizer  pelo 
Anjo,  que  guardava  aquelle  moftey  ro ,  em  como  determi- 
nava dar  amorteaametade  da  Communidade;  pelo  que 
era  neceíTario  difporem-le  os  Monjes,  porque  dentro  de 
quatro  dias  feria  o  feliz  traníltodaquelles ,  que  Deos  efeo- 
lheíTe :  Deu  o  Santo  Abbade  efta  nova  aos  Monjes ,  &  co- 
mo todos  vi  vião  conforme  a  vontade  de  Deos ,  f  oy  a  nova 
de  mayor  alegria,  a  que  para  os  peccadores  heade  mayor 
trifteza:  dobrarão  as  penitencias,  &  multiplicarão  osfer- 
vorofos  a&osdeamor  de  Deos.  Feytas  as  difpofiçóes  pa- 
ra tão  larga  jornada,  recebidos  todos  os  Sacramentos,  fe 
foy  o  Abbade  no  quarto  dia,  com  todos  os  Monjes  para  o 
Capitulo, adõde cantando  Píalmos efperaváo  a  felice  ho- 
ra 


BMVtREZA    XIX.  255, 

radefua  morte.  Oh lórte feliz!  Oh  efpe&acnlo  merece- 
dor clç  eterna  memoria  !  Aosquehaviaó  deefpirar  íelhe 
inflamava  de  tal  íórteoroítro,  que  relplandeçia  como  o 
Soi;  mofírando  nefia  vida  parte  da  ineíiabil  luz ,  que  hiaõ 
lograr  eternamente :  em  turmas  fe  foy  recolhendo  ao  Ceo 
o  fobiedito  numero  ;  ficando  feus  corpos  aflentados  no   41  oi»j;g»/-Fr.v4xto»iode 

*->"•.     I  o  r  r       J  '  C  J  1  Tetei  na  !:OunJj  parle  JaCho- 

Capitulo;  bc  os  que  ncavao ,  íaudoios  da  jornada.  43  ron<caGtfU*ordtmitsu» 
Náoíe  occupaaquella arvore, em  írucíificar  com  menos  &*>"<>  C">*-i-e*M' 
abundância;  nem  a  terra  Benta  em  pi  oduzif,&iuítentar  a 
deíiguaesfruâos. 

3<6       Nefta  terra  ábendicoada  intentou  vi  vertente        _  . ,  .  a    ., 

J '  .  _  »        V"  ,  o  44.  Stdtbo  ih  monte  tejtame- 

mal  procedida.  Mas  íe  Lusbel  aípirou  a  ter  cadeyra  no  tufam*  en  Aitijfimt. 
monte  Divino  :   44  que  muyto,  aquizeuemterospec-  líu*wf'x*% 
caminófos  na  habitação  dos  jufiificados?OsCapitulosda 
Santa  Regra  faõ  os  rayos  do  Sol ,  adonde  conhecida  a  vir- 
tude de  hús,&deícuberto  o  viciode  outros,  fica  o  ouro 
feparado  das  tezes ;  eítas,faó  expulfadas  da  deicendenciaj 
&  os  que  faõ  finos  como  o  ouro  ficaõ  encorporados  na  ge- 
ração: porque  mofirando  a  legitimidade  de  filhos  da  A-< 
guia ,  em  fe  reverem  nos  rayos  do  Sol ,  lograõ  por  çeneró-» 
los  o  Solar,  que  feus  irmãos  perderão  por  fraquezas :  co- 
mo o  lutadordaTubaria, ficado  íenhores  das  minas  do  Sol, 
porqueoTubarienfe,provouparentefco  com  o  Luminar, 
cftando  annos  ao  calor  de  feus  rayos,  íem  que  o  ofFeiidef- 
4em  ;  tendo  mayor  refrigério ,  quando  os  ravos  eráo  mays   4<  Wnekèt  Jc  vifenu-x  ãâ 

CalUrOÍOS.    4$  na.lsSoch^.  âiahi.^.%.1. 

-  357        Os  filhos,  que  provaõ  de  legítimos  herdeyros 
<3o  Solar  Beneditino  faõ,  os  que  confórmão  06  procedi" 
mentos  com  oefpirito  àtítu  Pratriarcha;  fendo  tãofin» 
guiares  no  vo-o.com  que  fogem  do  mundo, que  femelhan- 
tesaSaõBento  percaõ  o  mundo  de  vifta,&  da  memoria. 
Húa  vez  quiz  o  Demónio,  que  ede  Patúarcha  tive-fe  lem- 
branças do  mundo ,  &  em  figura  de  molher  lhe  recordou 
as  memorias  de  Roma :  &  foy  neceífario  que  as  trouxe-fe, 
porque  S.  Bento  as  naõ  tinha.  Furçir  do  mundo,  com  lem- 
branças do  mundo  naõhe  vo-o,que  chegue  a  falvar  húá 
creatura.  A  Loth ,  a  lua  molher,  &  família  mandou  Deos 
retirar  para  hum  monte ,  querendo  cafíigar  os  Sodomitas;   ^  SalvaaHimam iMm  „on 
cncomendando-lhe  naõolhaflem  para  trás  «quando cami-  repeerepofítergumu:  Seèi» 

IP  s     1-        1 o        -  II  f         I       "wucjjvumufac. 

nna-km  para  o  monte  ao  rugio,  penao  olhou  Loth,   Gençf,t9.vcrj\ii. 

li  3  pew 


2  54     '0  n^ncnE  ws  pjt.  tomo  n. 

nem  fua  família  ;fugio,&  virou  o  roftro  fua  molher  ^efía, 
47  Rejpkiwqtteuxerejuí  ficou  no  caminho  convertida  cm  eftatua  de  Sal:  47  Loth, 

f  ;!fr, verfo  tf.  mãatuanijalu.  ,       .,  ,  .  ...  '  í  .  , 

ihverj.ió.  &amaysramilia  iubitaoaomonte, aonde  livrarão  donl- 

co:  voltar  os  olhos,  para  apartequeíedeyxa  ,he  ter  lem- 
brança do  que  fica  :  tugir  do  mundo  com  memorias  âo 
mundo  he  vo-o  que  não  chega  a  parte  fegura  ;  deixa  como 
a  molher  de  Loth  no  meyo  do  caminho:  Renunciar  as  me- 
morias juntas  com  o  mundo  he  vo-o,que  lóbe  ao  lugar  ítm 
perigo,  entronizando  como  a  Loth,  no  fimo  do  monte. 

358  No  caminho  do  monte,  quando  acompanhada 
de  Loth,  foyíua  molher  convertida  tmefiatuadeSa);  pa- 
ra doutrina ,  de  que  as  memorias  do  mundo  faó  embaraços 
d'alma,com  as  quaes  divertida  do  caminho  perde  o  paíio, 
adondeosmaysfirmaõ  ospès,  &  íalvaõaalma  j  naólhea- 
provey  tando  a  virtude  da  terra ,  da  companhia ,  &  do  âeC- 
preio,  porque  lhe  ficou  o  mundo  na  memoria.  Os  Minif- 
tros  dos  Reys  da  Siria  lembrados  do  Sal,  que  comerão  nos 

48  No, amm memore, fiiir,  palácios,  encontravaõ  ao  povo  de  Iíracl,  a  quem  prtíi- 
quidmpaiacioeo-mdimuftfc.  diaõ,  para  que naó  re-edifica-fem  o  templo:  48  fovpou- 

t.EfirMap.n.nrf.n.  '  r  ,      \  .    -n  r        •/       '    I  j 

cou  poderoio,  para  que  os  minntros  íegui-lem  a  ley  verda- 
deyra,  que  guardava  o  povo  Iíraelitico,  viverem  com  eíle 

49  SiC  mingai  Beatum  Be  povo  mimofo  do  Cco ;  Sc  habitarem  nas  terras  efcoihidas 
^«^f:ZZt^Z  por  Dco8,  &  auzentes  dos  palácios,  quando  lhe  durava  na 
uret,  etiam corportiner:  inhoc  boca  o  fabor  dos  mamares ,  que  ntlles  comerão  :  Foraõ  03 

4uodfercefCru»t,Hef,oflier.    .   ^   .  J        O  1  -  £ 

z«mBft,iCiat,dederut!t  mtrSi.  Alunos  retrato  dos  Kegulares,aquem  nao  aproveita  a  ian- 

S^ZZuZ*dm''"'lum"'~  tidadeda  Religião,  a  virtude  dos  Monjes ,  nem  o  retiro  do 

M*g>ji.LtBtiardu, deVtino  mundo,em  quanto  onaõ  perdem  da  memoria,  confor- 

mo.s.Bcrjed.  mando-ie  com  a  virtude  de  b.  bento;  40   comaqual,  10- 

graõas  agoas  da  graça,  que  emana  da  fonte  defta  indul- 
gência. 

* (Pura  ami  mente  Venitej 

Etmanibuópuris  fumite  fontis  aquanu 

<o   TicauuTienediBusfrofhè'  Tíbul.   2.1. 

tinviguit,  tfr.  VnJtftRiucft 
írincíft  Mcnaf1'-  l*i. 

359  Foytaó  Univcrfal  na  piedade  o  Príncipe  dos 
Monjes,  50  que  naó  reípeytava  acalidade  daspeíloas, 
pararemediír  a  neceflidade  dosaflc&os:  com  igual  cuy- 
dado  empenhou  a  Deospara  refuícitar  o  filho  de  hum  ho- 
mem ruítico,  que  para  refufeitar  o  filho  de  hum  Cida- 
dão Romano.  Naó  ganhaó  a  indulgência ,  que  o  Alei  filmo 

com* 


concedèo  a  Ordem  deite  Pactiarcha,  eternizando  a  vida, 
dos  que  nella  acabão,  íènaõ  os  filhos,  queimmicaõ  eira 
piedade.  Para  ojulio  o  tumulo he crono, adonde  triunfa 
da  morte,  porquenelli  perpetua  a  vida.  Eefía indulgên- 
cia concedida  a  todos  os  juítos,  naó  publicou  o  Santo  Job, 
que  a  tinha  alcançado,  ienaó  deipois  de  examinar  a  íua  vi- 
da  j  achou  nella  exercicadas  as  obras  de  mifericordia  com    *'  occuiut/uieaeo,  &  pet 
igual  provey  to  dos  cegos ,  &  utilidade  dos  aleijados ,  íep  DictbSque.nmduiomcomori* 
vindoa  huns  de  viíia,  &  a  ourrosdepés:   <  i    aqual  pieda-  "'^/"'f1'**  muitiphcoàu 
de foy  difpofíçáo  para  alcançar  aquella indulgência :   5 1    u  Sinemifcncordi* gloriam 

SI    "'i     r  1  1  t     J        C   I  •■  nonhabtt  ^  palmam  nentenet 

c  Job  ta! tara  para  com  algus  na  piedade,  raltara  para  com   Cbrjfohg.^ud  Jitdman. 

elle  a  virtude  da  íepultura. 

360     Os  cegos,  a  quem  Jobfervio  devifla,  foraóos 

amigos,  os  parentes  ,&  poderoíbs,  que  o  Santo  encami* 

nhou  com  fen  exemplo:  os  aleijados,  aquém  fervio  de   *'  ?'iJf  Mag'ft  J»»*».  ã« 

pe?,  torao  os  pomes  aliy  de  bes  temporaes,  como  eipintu-  Eceieftafi. cap.7i.  §  799. 

aes  j  que  a  todos  o  Santo  remediou  -3  a  hus ,  com  o  iuften- 

toj  8c  a  outros,  com  acorrecção:    53   com  que  aíantida- 

de  de  Tob ,  &  a  de  Saó  Bento  naõ  faziáo  diftinoaó  de  pef-  hu  fF" '}""M  VTL"*'"?' 

fóasna  piedade,  porque  era  verdadeyraa  íua  virtude:   54  tomp»titur.  D.^3*ionjePa- 

&r         •    1  111  i-  dua.Domin.   12..  poli  Trinitat 

nao  como  a  fingida  *  empenhada  toda  em  remediar  as  a-  -  MtU  Raiguftquiammà 

flicóes  ào  poderofoj  &  defcuydada  em  íbccõríèr  as  necef-^"^'*'''*'*"^"^"^- 

iidades  do  humilde.  Lite  género  de  hypoereí  ia,  he  deslui-  De),quamaiy  ^bb*  d*f*. 

Cre  da  Igreja  de  Deos.   *  ^o5:,í*Ste 

. 

Sanclum  ntmtenbahêns  petVerftti  ^Ihmfus^ 
Infinita  maius  noxia  damnat^parat. 
Gmnnn.  Verbo {í\elmo. 


Sendo  efta  peite  taõantigua  na  terra,  como  faõ  as  agoas 
no  mundo.  Na  creaçaõ  do  mundo  determinou  Deos ,  que 
as  agoas  produziiTem  os  peyxes,  &  as  aves  j  Ter  vindo  de  re* 
paro,  que  na  produção  dos  peyxes  ordenou  Deos  ás  agoas, 
que  prodiiíiíTemanimaes  viventes^oque  naó  cxprefíou  na 

uçao  das  aves:    55    Se  era  o  meimo  decretar  Deos  as  n)^vivmtlt^\eiJefltp„ 
agoas  produziiTem  os  pcvxesanimaes  ,que  arraitra-lem  ó  ttrramjuhfirmamtmoC*n. 

&  rr  ,  ,  r    n~  ■  r  -     Gatef.t.mf.  10. 

pey tolebre a  área, para queFMiem  viventes,  ^perquenao    ,c  cumditit producmtt 
ofcndomalpoderiaômovcícOqueneceflidadeouvcda^  ^S^SÍS 
quelb  addiçaô?   ^6    Efe  íovneccrTaria,paraqueasa2;oas  nommTtpt,iiumviv<M*  ..,., 

'        *       •  rr  -     -i  -r  m»mf*tit  cxprimerej/Sj 

produ2iíknj  os  peyxes  co  vida^  como  o  nao  ioy,  para  que  RHf(TÍH1,b,, 

as 


■a 


256  O  <1%1NCI?E  DOS  <PAT.  TOMO  II. 
as  agoas  produziílem  asa ves  viventes?  A  meu  ver  foy por- 
que os  peyxes  não  tem  azas  jcom  quefaõ  hieroglyphico 
dos  pobres,  &  humildes ,  que  por  faka  de  azas ,  ou  porque 
míceraõ  órfãos  dos  bés  da  fortuna,  naõ  avultaõ  na  eítima- 
caõ,  porque  não  tem  azas  com  que  voar:  pelo  contrario 
os  poderofos ,  figurados  nas  aves.  E  pareceme  não  expreí- 
fouDeos  ás  agoas,  que  produziílem  as  aves  com  vida,íe 
naõ  os  peyxes,  porque  era  certo  o  empenho  das  agoas,  pa- 
ra com  as  aves  ricas,&  poderoíàs }&  duvidofo,  para  com  os 
peyxes  pobres,&  humildes.  AíTy  a  fingida  piedade  de  hum 
hypocrita,todafolicita  emfervir  aogrande,  &  toda  deí- 
cuydada  em  ibecorrer  ao  pequeno :  Efe  algum  com  cíia 
fingida  piedade  intenta  ganhar  a  indulgência  do  Oráculo, 
vive  enganado  j  porque  efta  indulgência  he  como  o  eíinal- 
te  fino,  que  naõ  aíTenta  íbbre  o  ouro  falço. 

361      Portodo  omundooftentouS.  Bentoarcgalia 

17  Emptczai.fufraiutori-  de  feu  nome,&  de  fuasobras:a  todas  aspartes  da  terra  che- 

Mstç,.  goua  fama  de  Tua  virtude:    57  Os  juílos,  &  ospeccado- 

res  a  conhecerão,  &  venerarão.  A  virtude  de  Saó  Bento 
foy  como  a  dos  Cherubins ,  de  quem  todos  teftimunharaõ 
afuperioridade  do  efpirito, porque  chegarão  a  todos,  as 
vozes  de  fua  íantidade.  Vio  Ezechiel  os  Cherubins  com 
azasfervir  de  trono  a  Deos  3  &teíumunha  omefmoPro- 
"-,-u.     '      „,      feta,  que  do  movimento  das  azasíe  forma vaõ  vozes  taó 

$<?  Eijomtuf  ahrttmCbcrtt*  r       ,*  .     „  j     i^  o  - 

limwâiebttHr  ufque»d  attiã  íonoras,  que  pareciao  vozes  de  Deos;&  taopenetrativas, 
niFualichf.io.virf.,.   que  feouviao  no  exterior  pórtico  do  templo.   58  Dons 

pórticos  havia  no  templo,  adonde  Ezechiel  vio  aDeos 
exaltado  fobre  as  azas  dos  Cherubins  :hum  pórtico  inte- 
rior,&  exterior  ooutro:no interior  viviaõ  os  Sacerdotes, 
i9  Vonfotum  iiiefonut  ««-  &  peffóas  dedicadas  a  Deos:  no  exterior  eftavaõ  as  pefíoas 

disbatur  in  ttno  interiori  ,ubi    -.*.  ~  »   r» 

iderant sacerd<,ter,acviriDco  leculares,  &  a  gente  proiana.   59   Com  que  nao  lo  aos 

t%pffi:!^!%ui"la"  ;uftos,mas  tambemaos  peccadoreschegavaóas  vozes,quc 

Ptigai»juái,taaiai.cfit,x.  fecompunhaõdomovimento  das  azas,  quereprefentavaó 

a  virtude  dos  Cherubins  j&tao  grande  virtude  nao  ic  ex- 
tendefó  aparte  mays  próxima,  como  he  a  habitação  dos 
jufios,  fenaó  também  á  mays  remota  ,  comohe  o  lugar  «los 
peccadores;  a  todos  fe  extende,  para  que  a  conheçaõ,  &  a 
louvem  todos.  As  peiTóas,  que  viviaõ  mays  afagadas  deS. 
Bento eraõ os  peccadores  j&  as  mays  vifinhas,  osjuftos  ;a 
todoefte  concurfo,  qual  outra  Águia  ,  oíkntou  S.  Bento 

are- 


EMf^EZJ    XIX.  257 

a  Tegalia  de  feu  efpirito,  com  tal  uniformidade  na  virtude, 
que  jiiy  hú^comooutros^onheccraõoefpiritodeDeos,  6o  rirDeiBeteJiSut,  p«- 
noeipmtotlebao  bento  ;  co  aily  como  na  virtude  dos  D.Glí£.M^.iM<>r.caf.t. 
Cherubins,  a  voz  do  Senhor.  Tudo  iníirucçóes,  para  que 
fcusMon;vS  minutem  a  &  Bento  no  viver  como  osChe- 
rubinsj  ou  a  prenda  ó  dos  Cherubins  a  viver  como  S.  Ben- 
to ;  na  uniíormidadc,cãque  devem  aífiftir  nos  cÍauflros,& 
aoparecer  no  mundo;  vivendo  com  os  ReIigiofos,&  tra- 
tando cõ  os  iecularesjí em  diífonancia  nos  procedimentos. 


- 


QueilemfèmoMcbiítciesottenditad  extra:     *  .  „       .*.-*.,«*„ 

>^     .       o      o      •         cr  /■  HyptcnftmfugtatJSftlt- 

ínteruu  oancto  mpectore  taltsertt.  iú  interna ,  gm/fr údetur  *«-. 

Germande<ZelTzfis.  ■  ***^*^f^°f' 

. 

Virtude  necetTariapara  alcançar  a  coroa,  prometida  a 
ítus  filhos;  que  femelhanteáLaureola  da  Sabedoria,  naõ 
authoriza  a  cabeça  do  Sábio,  que  faltou  em  algúa  parte» 
pmezadaFé. 

262  Com  todos  foy  magnifica  naliberalidadeaRe- 
bgiao  de  Sao  bento;  repartio  com  a  Jgreia  de  Deos  a  ma- 
yor  parte  de  feus  bés,  &foy  taõ  grandiofa  a  dadiva,  que 
de  Tua  abundância  nafcèo  aquelle  Provérbio:  St  BenedtSlui 
nonfuijfet,  Tetrtts  mendtcajjèt.  Com  todas  as  fagradas  Reli* 
giões  deftribuhio  fuás  riquefas;  dando  a  hún$,as  rendas,de 
queícfufientaõ,  &osmofteyros,-em  que  vivem:  &  a  ou- 
tras ra«;  terras  para  fua  fundação  :naó  beneficiando  a  hiu 
fó  familia;  para  todos  foy  útil:  repartia  como  Princeíà ,  8c 
havia  de  icr  geral  o  beneficio.  O  Anjo  movendo  asagoas  6t  ^t!uf  am(m  Vorni)ti 
da  Peícinajnãodava<audemavs,quea  hum  enfermo.  61  ài/cenâ^t  fta,»^,».  u-<f* 
Chnlto  movendo  as  agoas  do  Jordão  deu  laude  a  toda*  as  vqHip\i„  iffcè»A>Jfowfifir 

enfermidades.  Chriíbera  Senhor,&  o  Anjo  fubdito ,  &  a  *i"»***~pteM  ?*w  •,"- 

liberalidade  do  fubdito  deftingue fie  da  magnificência  do 

Príncipe,  em  que  eíta,hecommú^;&  a  outra, particular. 
5^3        Agrandefa,dequeosMon)es  uzaráo  coma 

Igreja  Romana,  &krvosdeDeos,  auguientouonomede 

Sáo  Bento:  donde,  efte  Patriarchu  não  trata  como  a  filhos, 

aosque  faltào  nefta  charidade , porque  lhe  não  augmen- 

tão  a  gloria.  Jacob  á  hora  da  morte  prezou-fc  Conto  de  fer  «»  f/«*j  *««/.«/ jtyipfc 

p^y  de  Jofeph,  que  fó  a  efte,  deu  o  nome  de  feu  filho.   6  2    c'"KljC^.  'íTrf.  *». 

Ivíuytos  teve  Jacob,  &  todos  lheaííifiiáo  ncftaoccafiáo; 

Kk  u:-s 


25S        O  rv\lNClTE  DOS  VÂT.  TOMO  21. 

mas  entrç  todos  ioy  Joieph ,  o  que  exaltou  o  nome  de  feu 

pay  (aceb.  Aprovrdencia,com que  Joleph  no  Egypto  re- 

ás  Pnuicv-rnhijjrfUí  p.rno  Q  fa[  tento ,  fez  a  Jacob  conhecido,  &  louvado  de 

i?cri-fie»t,coqitodcTivtrhfi-  rodo  o  mundo,  lúrrj    A magnificência  dos  hinos he como 

*';:-"'"  '"■' '"V "* '"J;"~  as  molduras  das  qiúdros ,  que  authoiizaõ.&  engrandecem 

locur».  as-imagés,  queornáo. 

364  Quanto  vaierofos  foráo  os  filhos  de  São  Bento 
em  todas  as  preíeguições,  o  ceítifrcão  os  golpes ,  que  rete- 
be-cáo  em  defeniada  fé,  &  no  exercício  das  penitencias. 
Nenhua  tempeftade  os  vencéo,  quando  nosclauílros  vi- 
viaõ  como  açucenas  na  pureza  ;  nem  quando  no  corpo  fe 
ftfritàiMhi  éã^efiã  :/,&-, oiíentarao  rolas  com  omartyrio.  64  Nas  tentações ,  ou 
r«fe^4/*«Ki«»f«***«»nasbata]has  armarão-íe  como  os  fortes  Toldados  de  Ge- 

ha^nbplloroz**.  ,  i     i   •        t  j      t      •     ■*      rx 

s.  BeJiifup.cap.it.  Pwert.  ueao ,  para  vencerem  aos  habitadores  dejenco  :  Dentro 

eia  cântaros  levaváoosfoldados  decididas  as  luzes  jdef- 
pois,  que  os  quebra  ráo  ficarão  as  luzes  acefas.  65  Seape- 

fXu™rS?f^ 

hmpade/.  judicum.j.         ficarão  a  luz  da  fé  em  os  martyres,  66  &aluzdaperfeve- 

66   Gedeotiif  militei  nonfne  .»    _,  j     •      1  i 

mfteriL&c.  Quiamtnyrafo-  rança  nos  Comdtores :  parecendo  a  luz  tanto  mays. clara, 
"^Í%l%Í TfXZ  ^ W™  «qa*»*» golpgs,  &  mays  pçneuantesas  chagas. 
^ inpajrioHB  colora  bojt,mut  {ri  qas,  &  oi) tias  íçí id^s  compõem Q  braza Õ, de  que  ma  vs fe 
g]IeJI!Tã»\nChuncUcum.  pre2a  a  Ordem  Mooachal  do  Pay  dosMonjes.  Noinfer- 

noconhecç 0.0  Rico  Avarento,©  quanto ennobrecia  ás  fa- 

niilias  as  chagas  do  jufto  ,  quando  rogou  a  Abraháo  lhç 

<i7  -Rogou  Paur^btabam,  .mandaflç  a  Lazaro ,  pata.  caía  de  feu  pay:    67   á  porta  dos 

tritmei.  Lucaa).  pár£ntçs  doR-ico^eiieve  Lazaro  chagado ,  pedindo  eímo- 

la;  &  intentava©  Avarento  apparece-íe  Lazaro  outra  vez 
ás  portas  de  feu  pay,,  para  que  fervindo-lhe  debrazáoas 

68    OuidtHiftrrotMlXJtmit      1  1     n      ■     r-        s  r         C  » 

■nioTan-m  „idot!U,n Patrír  chagas  deite  mito,  logra-lem  teus  parentes  a  mayor  nobre- 
'.;  ■■■  viipoftrstuMfuuut-  za>   5g   EftçBrazão  Beneditino,  obriga  os  habitadores  a 

..  íb:tt  laureavit.  ,  '  /■  -  *i  1 

cv^/  jerm.66:-  viverem  conformes  a  elle  j  porque,  (lemelhante  á  Vara  de 

Ulyffes  )  he  Coroa  de  animofos.,  &  cenfura  de  cobardes. 

365  As  peífóas,  que  São  Bento  eleolhéo  para  fuâ 
companhia  foraõ  as  mays  virtuofas:  bufçando  a  confor- 
midade dos  cuftumes ,  que  fizeflèm  coníònaneia  com  a  ex* 

6a    Duo*  queque  Cheruhim        «l  •       \      r  •ir-  •     1  1  1  ■  L-  r      n    ' 

aurcox&.produaiitsf*ctet>ex  cel«encia  de  lua  vida.  Lntre  todas  as  Hierarchias  eKolheo 
wr*que pane oracui,.  jjeos  os  Cherubíns,  para  Ihçafihlirem  no  Santuário:   6o 

H.iía  ioy  a  cadeyra, aonde  Deos  oiíentou  tua  minuta  taOBí 
dória,  para  com  o  povo  ,refpondendo  a  Moyíés ,  8c  Aram 
íobreascoufííSjemqueoeonfuUavaQ.  A  particular  virtu- 

I  de 


mei 

cerib 


EMPKEZJ    XIX.  2«?9 

cie  dos  Cherubins  he  ferem  íabios  j  &  para  acompanha- 
rem a  hum  Deos  fciente,  ió  as  creaturas  entendidas  erão 
os  companheyros  mays  próprios.  Deos ,  conforme  o  acri- 
jbueo,  que  oitenta  ,eícolhe  os  fervos,quelhe  aíliftem;& 
os  Santos  alua  imitação,  ajuftada  com  Teu  eípinto  fazem 
çleyçaó  da  lbciedade. 

56o  O  Monje, nãodeve  bufcar  para  companhia  a 
calidade  das  peíTóas,  fenaó  a  conformidade  da  virtude, 
com  o  citado  da  fua  profiçaõ.  Os  quatro  myftcriofos  Ani- 
maes ,  que  vio  Ezechiel ,  tinháo  diffetentes  afpccl:os:huiT!, 
parecia  Homem;  outro,  Leáo:  hú  , Boy;& outro,  Águia: 

r  ,  *        .      .  r  \\  •     r     •  ^  Similituio  auiermmlftit 

70  L  lendo  os  três  Animaes,  nas  lemelhanças, interiores,  eorumfatietiomwh^fin^ 
ao  que  tinha  o  afpefto  de  homem  ;efte,com  todos  acompa-  ^ZÁ^JtTa}^ 
nhava ,  porque  todos  quatro  tinhaõ  os  pés  da  mefma  for-  trhipforum  quatuor,® fatie* 

o  /-\         '  r    A  -      1  T->     1-      ^/tquiUdefuptrirfcrumqua- 

ma  ,&natureza.  71    Ospes,que  lulientaoahum  Keli-  tuo;,  i<~CCh.  >.verf  •  <=. 
piofo,  he  a  virtude:  8c  fendo  os  companheyros  ieuaes  nel  J  *,  ?eití  foruw  feJ"  r/3;i 

O  f  .      r     .  ,.  *■  *  /-   ■  í$  planta  pedir  eortim  quaji  pi* 

la,  naõ  importa  a  inferior  calidade,  para  que  naófejade-  tdpduvmiv  íu-vtrf.j. 
cente,&util  a  fua  companhia  ;  fóados  mundanos,  he  a 
que  de  todo  preverte,&  incapacita  lograr  a  indulgência. 
Deos  abendiço-ou  a  todos  os  animaes, excepto  os  terref- 
tres.   72    E  a  razaódifto  foy,  por  eftar  em  fua  companhia 

o  r~\  U        •     J  1J-  11    froiucat  terra  animam 

a  Serpente ,  a  quem  Deos  havia  de  amaldiçoar;  73  a  ma  dentem  in%entte^o  jumc*- 
companhiaos  privou  dabencáodeDeos.  O  Monje, que  t*,&rcptiiiãt&btfti**  tetra, 

K,      .  j  r  *  ,r  .      /       ^        &fa8uctita.Gcncf.i.vtrf.x*. 

tem  lcciedade  com  a  lerpente  venenola  nao  alcança  a  71  c»uf»propterquamterre- 
graça ,  nem  participa  da  benção ,  com  que  Deos  exaltou,  J£í2!«i*-*7^f3« 
&  ennobrecéo  a  Ordem  dcfte  Principe;  porque  a  prata  cõ  htfihjscoHir*ritu.s.yi**ft** 

..  .      ,  ir>-  -  11'         tiuxSinaita  1>I>.  $.  Hexam. 

li^a,  ainda  que  tenha  elumaçuo  apaiente,perde  o  valor in- 


tnnfcco. 


367      Será  ignorância  era  (Ta,  de  quem  prefumir,qual 
outro  povo  de  Pharaò,  que  adivizão  domar  he  caminho 
para  todos  ,  que  eíia  indulgência  he  eílrada  commúa  . 
Muytosá  hora  da  morte, &  antes diflo,  a  temexperimen-   74  hvtiuh  cor  Domawti» 
tado , femelhante  aomar,quefepulrouosEgypcios;  74  me^à\\*Íw}.x%. 
Be  dcíFtndéo  os  Hebréos.  Naõ  fe  dividirão  para  todos  as 

agoasdomar:  não  fe  abrirão  para  todos  os  thefourosdo 

Ceo.  Para  os  filhos  governados  pela  Regr3  defeu  Patriar- 

chahe  a  indulgência,  alTy  como  para  os  que  capitaneava 

aVaradeMoyies ,  foy  o  abrigo  das  agoas.  ScalgiiEgyp- 

cio,  íendo  idolatra,  feencorporaracom  o  povo  Hebrèo, 

não  lai  varia  a  vida. Importa  pouco  ler  Monje  em  o  nome, 
■    "'  Kk  2  SC 


■2&o        O  $%iKa?E  WS  T/T.  TOMO  II. 

8c  abiro jler  Hiiio  óâ  Aguia,io  nas  ;{pparencias,para  que  vi* 

vendo  entre  osverdadeyros  Monjes,&  procedendo  dií- 

•  sí hettf pivart poiuijfc,  f0]uro,  lhe  valha  aimmunidade  da  Religião.  *   Perdéo 

e.M.Gfg.  toqjiemii  çf-f.  Lucirer ,  &  Itus  iequazes  a  gr^ça ,  em  que  torao  creado.^ 

í^tt,eí-  com  que  degenerando  de  filhos  de  Deos,dcsherdaráo-le 

de  todo  o  dircy  to ,  que  tinháo  á  gloria ,  &  pri varãe-fe  de 
toda  a  gloria ,  que  tinha  o  Ceo.  Os  Monjes  efquecidob  da 
,.      ...  virtude  de  fudVoc3ção,&  da  dileiplina  regular,  em  que 

num Rdigiemtnimiantjimo-       Jforáo  iníiruidos ,  iaó expulfados do  Soldr  ,qual  ou- 
0tctft*  wfupcbmm ,#/>,*-  tro Luciler do Ceo;  porque lciueihantesaelle 

fumfuc*em*Çwtg»*u  commetterao  a  culpa  ,  aonde  haviáo  de 

D.BcritifJ.ferm.contrt  vit.  *-      ' 

i*i>*t.  peiíeverar  na  graça.  75 


QUARTA 


i6\ 


QUARTA 

EXCELLENCIA: 


QUE  TODO,  O  QUE  FOR  INIMIGO  DE  SUA  L%Z",:%"?;ffZ, 

'  vita/tbi  abbreviabnur^  vcJ  mg- 

'}  lê  morte  moTittur. 


Religião  acabará  mal,  ou  íe  lhe  abreviará  a  vida. 


quando  íe  não  arrependa. 
B  M  T  <%  E  Z  A     XX. 


D.utirnelti.Jiif, 


3ÓS 


1  TÍ  !•/'-*%  *~-' 


Mj  13- 


BASILISCO  moftraovene- 
jj   nofo  de  Pua  malevolcncia,em    f  ^Ufi^f^meS». 

^\f*^(r?$i\M    e  ,  •  j      .  1         1        r    lutmtitb  Caw.iitnl., 

X  AvrW*Tl<t!Íi    &  em  perdera  vida  a  luz  doei-  UíCOUoq.<m»v. 
pelho.  OSolPerve-lhedeefti- 
mulo,  porque  he  oppoftoa  Peu 
pcPtiPcm  natural:  o  efpelhocauPdhea  morte,  porque  nel- 
le  reverbera  o  veneno,  que  cornmunica  pelos  olhos,  8c 

Kk  2  com 


1 


X 


Seipfumquoque  vifuf.ro.  Jj„nj Ja(J 
■>  inierimit,  ãrmattu  emm  ho      O  " 


2^2        0  PRÍNCIPE  WS  <PAT.  TOMO  11. 

com  os  reflexos  da  própria  vifta  perece  ás  mãos  de  íua  ma- 


e>   2 


mohfigtcuioconteM  exhibat  ^6<p  Entreos  Catholicos , he  o  eílado  Clerical,  Sc 
SSSSCSÇ^  Rcl  igioio,  pela  excellencia  de  ília  origem ,  como  pelos  ú; 
m,u>r.T,  tvisScohotds.^iH-  tos  de  iua  ptofillaõ ,  o  Sol  .que  alumea  com  oefpiritode 

gujl.dcC-.vda.UoUb.^.cap.  r  '  v  -\  -o  TIL 

ii.^?r,lJôí(tij.(>ii.  Deos,  o  entendimento  dos  nomes;  6c  oelpelno,quere» 

jitoj^&2%tZ  pref«ita,comluzDivina,ashnportanciasd'alma.   3 

luminans  tentbras  mcntis,&cor 

dii,detnonllra>iiquèviiitnCti-  ,r   i       1  »•  1\  •  fTi    ;•    •   r- 

hjlem.  Pata-  Bened.Bm  de  U-  &! «  CUÍtUm  rellgtt  díVíHUm  'I(eil<?l0f0S , 

German.  de  ^cligtone. 

Nefta  conta  tinha  a  cega  gentilidade  á  fua  falia-  reli- 
gião. Pelos  di&ames  defeusSacerdotesguiavão  as  almas, 
&difpunhãoogoverno  temporal.  Os  Romanos  naõ  mo- 
viáo  guerra  fem  o  parecer  dos  Aurufpices,  ou  Agourey- 
ros:  Atéosmefmos  Turcos  o  nãofazemfembeneplãíico 
do  Moftfi:  Os  Chinas ,  pelo  confelho  dos  Cabizondos \r6c 
Bonzos  cumpunhão  as  máximas  de  fua  politica :  Entre  os 
Alemães  erãoSacerdotes,osminiftros,  que  condemna  vão 
á  morte,  ou  aliviavão  da  pena ;  tendo  para  íi ,  que  fó  era 
fantOj&jufto,  o  que  elles  executavaõ.   4   Os  'XÈsu^Lsos 
4  Comeiius  Tacittu  m.  de  naõdavãocrèdito  ás  efcrituras  feitas  por  outra  pefloa,que 
rMÍbajSmuiiè.JcjMJi-^àfofík  Sacerdote.  5   Refpeytando  nafupreftiçsó,  & 
€h temforum.  falfidadedqfeuerro  tanta  foberania , nosminifírosde íua 

religião ,  que  os  Chinas  lhe  pedião  cartas  de  aderência  pa- 
,F      _.,    .   „.        ,  ra  o  outro  mundo;  confiados,  em  que  com  efíafedula,ti- 

6   Fernão  Mendes  Pinto.      l         ^  \  i~x  -        1-     n- 

7  Nefimut  deteriores  infi\  nhaoJegura  a  gloria.  6  Brutos  creoulJeos  co  tal  iniiintò3 

âelibus^qui  prctter  idihrã  cr~  j  C  l  r 

roremJhJuLmcuitur»  e*  quepodem  enfinar  os  homens  a  ler  gratos.   7 
hibentiijorumfamuiu.cbryfof.       37 0      -Tulgóifò  Emperador  Alexandre  Sevéèo ,  que  a. 

tomutbom.6i.inGene.fi.  -> '    -  •>       &~     •     1  1  •       1  j  I  1      1        j         o 

8  Mim™  deàeeonfibi arbi.  Mageliade  Imperial  havia  de  ceder  aauthondade  dos  ba- 
^;IfÇl"2^«rdotes.  8  Fingioaamiguidadcganhar^aLuaoref- 
jejiatem  Sacerdotum  authori-  plendor  ,da  reverencia ,  com  que  tratou  a  Nerea ,  filha  de 

ItUceàere.  B»pull.£ ulgof.de  \  ,.  A  '  *v  1 

Reiigi.cuitu.  Ampmon.  Appareceoa  Nimpnaemotcmpo,queaLua 

apparecia  também  em  o  Ceo;aqual,defcèo  á  terra,  para  a- 

zJulZlZm^f]^!"1''  companhar  a  Nerea  em  obcique.   9   Filha  de  humfalço 

Deos ,  como  Ámphion  ,era  a  Nimpha:  como  a  filhos  dos 
Deofeseítimava  a  gentilidade  a  feus  Sacerdotes:  ravos  do 
Sol  osintitulavão  os  Efcotos:  A  Luaíubiocom  Magel- 
tade  fupertor,  delpois  que  deícèo  do  trono  ,  para  obíe- 

quiar 


RMfTKEZA    XX.  26- 

qulir?  Ôih.i  uo  Deos  Ampliion:  amelma  terra ,  que  dan- 
fc&anáaya  debay \o  dos  pés ,  ióUe ,  convertida  em  ouro ,  a 
ler  coroa  dos  iVmcipes ,  obedecendo  a  virtude  dos  rayos 
do  Sol. 

37  t       Filhas  do  vefdadeyro  Deos  intitulou  Chrifto    »0  z^Ãtt.fcyròiãnyj 
aos  Sacerdotes  da  fua  Ley.    1  o   Comodivfdoreípeytoa  E*cdfiimr-Sí-  *Jfà  £*&/'?. 
tão  alta  dignidade  ,  tratarão  os.  mayores  Monarchas  do 
mundo,  aos  que  tem  efta  adopção  de  Chrilto.  O  Empeu- 
doi  Carlos  Magno  falava  de  pé,  &  deícuberta  a  cabeça, 
com  todo  o  Sacerdote  ;  ainda  osReligioíbs ,  que  não  im 
nhão  ocarater  tratava  com  a  me  ima  decência.  Chiiífon- 
dade  ,  cm  que  os  Monarchas,  de  Portugal   excederão  a 
nn'.ytos;&  virtude,  em  queElRey  Dom  Fiedio  o  Il.do 
nome  ie  aventada  o  todos.   O  Emperado.r  Conítantina 
Magfio.jaffiítindo  em  q  Concilio  Cakedonenlc ,  acioi-de 
lhe  derão  hum  libello  das  queixas,  que  alguns  Sacerdotes 
davão  hús  dos  outros  * conídíbu-le  indiano  de  conhece*   "  }KYr  c'"lus  esrez!  «/'"»<>* 

„  •  fs         1*  raikudfoMJjimum  narrahtmiu 

das  culpas  de  nus  nomes,  a  quem  Chriíto  deu  o  poder  de  q»°(tf.  hbfíí^í""'/'  k0HC'- 
migar  ospeccados  de  todo  omundo.    11   O  Emperador  ^,,;u;; rj  . 
Theadofio.  íoy  emdia  de  Pafchoaá  SédeMiláa.affifiira  ê$!??$ <.w ":':•< •■"•■■^™fe 
GsUivinosUrncíos,  òíiendoine  advertido,  que  a  parrea^  nui^jc- ,-,-:  -.//  ;, 
donde eftava  era  dedicada  para  osSacerdotes,  levantai»  ^í  'í^ 

íe.  o  Emperador,  &  ficou  no  ínfimo  lugar.    1  2    EiRey  Rumina  adhominumrtgcndum 

r^v  Arrrri-  r  »     •  coiflitiuor  efíefS  trairei  mta- 

Dom  Anonío  Henriques  frequentando  muytas  vezes  os  f.,,    1        ,,/;»,;,<-, .-,,,M- - 
afros  Conventuaes,, com  os  Cónegos  RcgrantesceSauta7  ?:.' 
■Cruz.  de  Coimbra,  não  la  immitQu  efta  humildade,  mas  '>'•  !^  ^  v  •/  ••';- 
também  veítia  a  tobrepeliz  de  Cónego.  Os  Reys  de  Fran-  jfíçÇS 
c^qaandoaíriítiáoemaaCadTedrays.faziâóomeírRo.  j:    •»  DepifituRtffiinlJfi 

?        '.  ....  1      T-,  -  vi        1        V  tu  LtittMi  veftem  SaccrJcteli 

rugindo  Lúcio  Albino  de  Roma  invadida  dos  Fran-  mcrecumaiiitcauoniceruoiin- 

cezes,  encontrou»  pé  as  VirgcsVe^ 

Teus  Sacerdotes, que  asguardavío  do  deiaeato,  que  te-   Bapufi.uUjnf. 

m\ia:  ç:  reverente  ao  lupreíticiolo  culto,  com  que  entre  a  TiW.  £>*«<*.*./,*.  5. 

gentilidade  crão  veneradas ,  mandou  apcyar  a  lua  família  ,  '4  f*"^™" 

dos  carros,  em  que  maichavão,&  tez  nell.es  lubir  as  Yii-  Jift""*. «/"** quoãfiquu  ,,-■.- 

ges  Veíiays,óíosbacerdotcp.        lJelprclaaPees,quem  l-  .... 

defefuma  a  léus  miniíiros.    i  «  O  que  não  legue  a  Reli-  *««%"•• ' r -"  ,  ; 

gião  aborrece  oReli^iolo.  Apurpura  regia  dtíunidada  EpiR.to.ãdSmi 

Sacerdotal,  he  langue  delaniinado,dande  íe  origina  toda  a 

corrupção  do  corpo. 

372"     Duvidava  hum  gentio,  que  pode-.fe  haver  ho- 
me m 


2^4       O  CONCITE  WS  VJT.  TOM.  II, 
jxí&ii  taóbruco,que  defpreza-fe  os  Sacerdotes  dos  feusfal- 
M  Quuefthomotauis  tcnfi.  ( os Oeoles:   i  <    porque  fé  cxiílilíe,&:  cótinuaíTe,fóra  en* 

àtntu^qui  Sacerãotcm  vidare  '     r         '  -  i      ri 

jujeatt  ?i*ut  ih  RuJeiít.  ^2-  tre  os  bruços, a  mayor  rera :  16  nao  ha  laivsge,  pormuys 
^'ÍZ^crò/»^,/,  «n domi  ta  ,  a  quem  naó  fojey  te  a  nectflidade :  Donia-ic  o 
Jeffix-.i-u  „>i,i,>\'ícs  Uterura.  Tigre  em  lhe  faltando  o  paíto :  humana-le  o  Leão  fe  algúa 

dor  oariíge.  Osgentios  íorao  brutos  racionaes,  tao  ad- 
diâosao  culto  da  fupreítiç.iõ,que  rcfpeytando  emícus 
filfos  Sacerdotes  as  conveniências  deíuds  almas, porque 
os  tinhaõ  na  conta  de  miniftros  dosDeoíes ,  refreava ó  o 
indómito  de  feus  vicios  ,por  naó  faltar  á  reverenciade  iua 
falia  religião. 

373      Fe'ra  mays  bruta ,  que  os  brutos  gentios ,  he  to- 
do o  Catholico  defafeyçoado aos  miniftros  de Deos  Que 
Águia  provou  de  foberana  tendo  oppoílçaó  com  os  rayos 
do  Sol?  Que  Príncipe  fe  exímio  de  filho  das  fombras,me- 
nof-prefando  os  fervos  de  Chrifío?  Entre  os  defeendentes 
da  infernal  lagoa  Eftigia  numerarão  os  hiftoriadores  a  An* 
,7  p.rumi^Thtfouru,  riocho  Rey  da  Afia  ,&  Syria,  pela  facrilega  expoliaçaõ, 
itque o-r.imtrt.r  onnbu,  u-  com  q,je  intentou  extinguir  o  Sacerdócio  Hebréo.    1 7 
i,;.pti:,um  m  co  v  uri  cuituj»  i  odos  os  anifflQesiao  hinos  do  boi,  porque  os  cna,&  pro- 
CdfseT»fJug>T.'?Julgnf'  duz,&asaves  nocturnas  chamaõ-fe  filhas  da  noy  te,  por- 
que tem  antipatia  com  a  claridade  da  luz. 

574     Que  edificio  pode  fub-fefHrfemalicefles?  Que 

republica  Chriftã  fem  Sacerdotes  ,&  Religiofos  funda- 

•u  sí  auttm  njHtiv.tr»  fm-  mento  do  ChriíHanifmo?  i8  Fortalece  a  baze,  quem  tr2- 

fi,a7gme»tu»i  pofuii^e        ca  de  legurar  a  columna:  rranquea,comoosKeysdePor- 

o.jMmn.Gbryf./uf.Msia.  tUga])as  terrasde  feu  Império,  á  nova  erecção  demofiey- 

w  ros ,  &  Religiões  Sagradas ,  quem  intenta  radicar  a  Mo- 

narchia  comeftabelimento  incontrafíaveL  Multiplicadas 
as  fortalezas  fica  mays  fegura  a  muralha.  pris 

375  ^  governodo  leme  fora  das  mãos  do  piloto, 
defgoverna  o  rumo,&arrifca  a  embarcação.  Alcy  Evan- 
gélica heo  leme,  que  nos  governa-  Sc  os  Sacerdotes,  os  pi- 
lotos  a  quem  Chriíto  entregou  o  timão.  E  fó  hum  Turco, 
humJudeo,&  hum  Hereje  pôde  dcfeftimar  a  peí]Òa,de 
quemChrifto  faz  tanta  confiança;  &r  de  cujo  minificTÍo 
depende  tanto  a  falvaçãodos  bornes.  Aquelle  que  não  in- 
tere'fia no  negocio helò, o  que  não  faz  cazo  das  aderên- 
cias. 

376     Aoppoíiçáo,que  oB^filifcotemcom  o  Sol, 

pi  o- 


EM?  REZA    XX.  26$ 

procede ,  de  que  a  virtude  do  Planeta  he  morte  da  malig- 
nidade da  Fera.  Elia, por n^o perder  ávida  venenola,  o- 
poem-feao  Sol, que  a  oprime.    19   Todo  o  cuydado  do    l%M*to  **»&**  *'VmSgi 
cnminolohe,livraríe  do?  gnlnoes,quc  o  prendei»,  i  feba-  v^iuerroriíftetavuiigbui*. 
lha  obmtopor  lançar  fora  defi  ofreyo,que  o  reprime.  "S^SS^SSÍ^St 
Hum, &  outro  eirado,  oClcrical,  &  o  Rchgtofo  íaófu-  ^""''"rboKUòacrruoinm  ed 
plicio  dodevalfo  :  doqual,femelhante  aHcrodiades,he  darent*®" ' UAiíe,7«X'h7m. 
todo  o  cuydado  emudecer  a  voz,  queoacuza,pelonãoar« 
pmirdo  vicio,  que  ocondeinna.   20   Os  frent ticos  não  fe   zo  2iin.Ucettil,iitiweuxe' 
qucyxaoda  enfermidade,  que  os  moleira;  queyxao-lc  das /"■»<*», wfictfut  yM«.  kur, 
medicinas,  que  os  curão  ;&cnfurccem-íc  contra  o  medi-  l[\  Hií  0„inibuecu,atio„ilM 
co,  que  lhas  receyta.    21    Efe  o  viciofo  não  pôde  neíle  eJ*t-'»gr*ti**™*f»*'*  **&*& 

',      r  J  Jol  C    C        '  brephitnetici,i*fif>iitci  in  me- 

íiíundoioportar  os  ardores  do  boi , como  loiíera  no  outro,  j,/Um.  D.^i^.m  pjaim.  6}. 
as  chamas  do  Inferno?   22  adver{-  .*■       . 

22    J»  Oo/w  ca/orem  lolcmrc 
ito*  pcfitm  ,  quomcJo  Iclemb» 

Nonfiret  Jnferm  tanta  mcendta  flammts^  £w<  rffWM  Ww,rf. 

dJlrdorem  Sdis,  qui  tolerarenequit* 
German.  ttt.  de  ^etigiojis. 

577     Seria  mays  louco,queoroefmodilirante,oen- 
fcrmeyro,queaiTeítindo  ásqucyxasdovario,defprezara 
as  receytasdorlíico.  Os  Príncipes  laõenfermeyros  da  re- 
publica ;  os  enfermos  frenéticos  faó  os  vaiTallos  diíTolu- 
tos;  &  pode  fueceder  ,eftarem  taõ  próximos  os  enfermos, 
queoução  os  Príncipes  as  vozes,  com  que  fe  laftimaõ;& 
he  necelTario  advertencia,porque  condoido  das  vozes,lem 
examinar  acaufa,  pôde  condemnar  o  medico, &  dcfcul- 
par  o  louco.  Tanto  vozearão  os  grandes  de  Inglaterra 
contra  osminiftros  da  Igreja  Romana,  porque  os  repre- 
hendiaõ  de  feu  máo  procedimento^que  motivarão  o  ódio, 
com  que  feus  Príncipes  conípiraõ  contra  a  Igreja  de  Deos. 
OsKeligiofosdo  Patriarcha  S.  Domingos,  &  S.  Francif- 
co  pregando  livremente  em  Efcocia  contra  opeccadoda 
luxuria,  que  os  magnates  daquelleRcyno  julgavaõ  porli- 
cito,foraõ  aceuzados  do  crime  da  inconfidancia;  &  fem 
mays  prova,  que  o  tefíemunho  dos  luxuriofos ,  cxpulfa-     ??    fatífimàV^Ú 
ráode  fuás  terras  aos  fervos  de  Deos.   25   O  iiuz  íendo  uíUt.  Laeymofi  Repa  sce- 

•      .       .  ,  r*       •  i>    1       1  j'  tini.  foi.  10  Íj  ■  » >  ■/ . 

ininuaodoautor,crecomíacilidadeasqueyxasdoreo.  yy 

2,78     Tendooefpelhoaleúa mancha, empenhamays    *4  f»-H^«iw  e) 


oB.tfilifcoofcuveneno.   24  Pela  parte  leza  forceja  por  2 ,,,8., .§.,». 

LI  vene 


2&6        O  $<%lKO$E  VOS  <PfT.  TOMO  11. 
venenar  todo  o  corpo  deafano.  Hum  animal  compofto  de 
peçonha,  oflende-fe  das  manchas  do  crivai?  Se  esfru&a 
podre,  como  te  enfaftia  a  toca  da  ?  O  diftraimento  de  hum 

ij      ItaaueeuiiiviJmf  òa-    -,-.«■     •  0  >  i  ji_jr 

terdíienudumin^muaiii-  Reljgjolo ,  &  de  hum  Sacerdote  relaxado  nadeiermoti- 
^;r::r;:^7;^  vo,  para  que  defprel.es  o  Sacerdócio ,  &  a  Religião  ?  Por- 
,.ebc>:jt„iUuti;ur.Qi<ãjot}ui  qUe  0  piloto  ignorou  o  rumo ,  logo  a  arte  de  navegar  he 

âcn:,:S  Jud.n  prodilorf;ittyvs-   7    .    «  r    f  .         °     „  L  -        *  ■     J  j 

rum  .b,.i  «s«\íf«:yíír»rfl^»deleciuoia.'  25  Porquenua  Águia  degenerou  das  mays, 
JíoffoihéJeiMmnimm!  iogc>toGas  perderão  o  timbre  de  fua  nobreza?  Húa  telha 
njahmaviw,:.-  ^Hioqinnqttoi  quebrada  desfea  todo  o  edifício?  Húa  moeda  falfaempo- 

medicifaBi  fut  camifica.ac  ve  .  ,  ir  "v  t?  1   -     n  n.      j      1    n  1 

nsna^rtpharvtci/chchmrM  breee  todo  o  theiouro?  fc>  nua  tior  agrette  deslultra  todo  o 
Hon  tamc* a.um  vitufcro,fiã  ^rdim?  a  tua  malignidade  fegue  a  condição  das  feas,  que 

malis  utcuttm  atle.  Queixam*  '  o  C)  110  • 

>i:au  rcxtruntnwgia'1 '  ?**»  arguem  deley  tos  no  eipelho ,  porque  lhe  moítra  a  mtper- 
K,ílu'mZTm^. ""'*  .  ,Ji'  feyçáo  do  rotlio.Econhece^quea  enfermidade  domedi- 
d. joan«. Cbj/fofi  hm.  4.  de  co  n^Q  tjra  a  virtude  do  medicamento. 

ve<btí  ijttft.  Yidi  Dominam  ^-~     r  .    „     ,.  . 

fcâenumyVc  379       Deipois,quepeccou  Adão,  dizem ,  perdera  o 

Sol  a  lèxta  pai  te  da  luz,com  que  Deoso  creou. 

Septupla  lux  Solisfaerat,  quamSol  dedh  olim, 
Tunc  ut  Adam  cecidit ,  cecidit  pars  multa,  in  terris^ 
Sept  ima  pars  num  ejl  ^fixperijffepatet. 
Gothfridui  Uterbienfu  parte  i .  Cbranicorum. 

Pelo  peccadodeíle  primeyro  Monarcha,  faltou  no  Sol 
orefplendor,que  tinha  ;  &  por  culpa  de  algús  Principea 
featinuounasReligióes  aantiguaJuz,comqueas  funda- 
rão feus  Patriarchas.  Porque  os  Príncipes  fizeraõ  Comen- 
datarias,as  prefidenciasdos  Mofleyro9,deraõ  as  Religiões 
na  clauftra  .  Porque  lhes  desfraudaraõ  as  rendas  ,fe  rela- 
xou aclauzura.  Accommoda-ie  aave  corna  prizão  da  ga- 
yola ,  porque  acha  nella  o  fuft  ento  neceíTario ,  mas  em  lhe 
faltando,  ou  rompe  a  prizão,  ou  perde  a  vida:  quem  inten- 
ta extinguir  o  fogo,  faltalhe  com  os  materiaes ,  que  o  con* 
fervaõ. 

380     Relpeyta  o  Bafilifco  a mageftade  do  Gallo.  A- 

16  jureignurgttinacMtm  quella  fera  tem  medo  defta  ave,  porque  lhe  ve  na  cabeça 

iuithacbefi.a,tumquod,pfaa.  húa  coroa  mays  nobre,  mays  viíiofa,  &  mays  dilatada,  que 

-bit  corona  redinuta-efl  lonçs  am       p  s  r         \\  \  1  t 

fiicrctatfuicbrhre,  nobúwre.  a  iua.  1 6  Com  f  emelhança  de  coroa  remata  a  cabeça  oo 
USfflSÊírSÍ  Bafilifco,  &  fendo  efíeanimal  o  mays  venenofo,  parque 
Jemvintt  regiam vevetur.       fó  matta  com  a  vifía  dos  olhos :  nem  tem  olhos ,  nem  tem 

Mayaltutraa.deSerpentili,  n-.       .  ^    .1       N1        .     .,  •      1    n  1 

foi.nnhiidc.Goik^uiaS.        venenopara  otiender  o Oallo. ÍNa  Vigilância deítaave,he 

hgu- 


&  M  Q  \E  Z  A    XX.  i6j 

figurada  a  obrigação, &  virtude  afly  dos  Sacerdotes,ccmo 
tJosPicligiolbs:    27   A  coroa,  com  que  hús,ck  outros  Ce   27  o.%%.!o»tfi/- 
ornao,è<:deíimguein,rcpreiencaolniperio  de  luajunidi-  ,3  vs.BeJj/up./J,  ;0& 
çaó.  Amuytosierve  efta  coroa  de  alvo,  para  os  tiros  da  *'</""' r?';r-<'*  n.tfr.Gaãw 
emulação,  devendo  ler  para  todos  o  objecto  doreipeyco. 
Idomenèo  prezado  de  deicendentedoSol,traziaiobrea 
cabeça  a  figura  de  hum  Gallo.  28   Ao  figurado nefta  ave    *«  Uomene, jypeum  GaUo 
trazem muycos  íobre  ohombro,comoCruz,  devendo-o  Â  TrlllZÍ&n"ffu'^!'"* 

J  .  yfiofieica quoa  u a  Mino* 

por  iobre  a  cabeça ,  como  coroa.  Pezo  infoportavel  iaõ  tf  t'f'pi'>»t  Jwçera  origine,», 

1     -  •  •  J     J       o  J  o    n  Tr    •    ru  m    WttSolu filia  ftierit,cui  GatiS 

paraaigusas  unmunidades  bacerdotaes,&  KeJigioias.Gn  3^/ confia  é'itrhu «aju- 
cjuantos  invejáoacoroa,  que  feamedilíempelaspençóes^™,^eG'il'<'''',*'^''r''- 
da  dignidade,  achariáo  muytas  vezes  mayoracabeça,do 
queocirculo,queaorna.  Sopòrta  o  trabalho  da  vida,  lo- 
go naó  invejarás  oluzimento  do  Sol :  nem  a  predomina*       „    ...     „  .     ,  , 
çáoda  Lua:  olnas  para  a  teimozura  doculto,lcm  reparar  j»««i»r  ,/«««>««  fx/>r»>»«»f. 
nos  rigores  do  eftado.    29    Excede  a  tua  malignidade  á  e^M!'^.  C"""r' '" *dBilg' 
fereza  do  Baíililco,  porque  te  iníureíTe  afemeihança  da 
niefma  coroa, que  o  acobarda. 

318     Morre  o  Bafílifco,  ouvindo  cantar  o  Gallo:  a  ef« 
tefim,osquepaíTaõpeIosdefertos  da  Africa  levão  deftas 
avesconfigo.    20   Porq  as  exortações  dos  fervos  de  Deos    ^  Bafinfciu  forrei  GaUina- 
tedeipeitao  do  letargo,  &  tenao  deyxao  dormir  aíono  e*>orinir:ii*ptr  africam  w» 
folto  nos  braçosdoapetite,defierrasdetua  eftimaçaó,  a  ^S"^1™''"""" 
quem  te  caufa  a  morte , porque  vivesda  culpa  :  íem  adver-  e-^«»»«^'*:3-«j».jq. 
tires,quea  defíruiçaõdos  Sybaritas  eíieve,em  náoadmi- 
tirem  dentro  em  fuás  cazas  ,&  povoações  os  gallos, por- 
que lhes  interrompiáo  o  fono:   21   E  que  ajudou  n.uyto 
aconteivíçao  dos  Suecos  cunharem  a  moeda  nacional,  oZr.etmoUituàmisnuweyot-n» 
coma  fipurade  hum  Gallo,com  hiia  Efírella  entre  as  azas.  t*GaUun,i*X),bceffcfTohibt. 
3 1  Republica,  em  que  a  veneração  Sacerdotal  he  moeda,  wte.feDarct.  Ueoqut  s?/-*w- 

1  1  i-      .f        r>n.     11  Utomnti  artes  ttbletiveruntMt 

que  naocorre,he  republica  íem  Eitrclla.  pUtfe,  <,uoàvoiufuu,f*M 

282        Naó  offende  o  Bafilifco  ao  Sol , nem  inficiona  »»«"*;'««'■  "'"j"  "*//v. 

-"  -,       ,,  '  -   »      —  )2      U«w  ente:}!  Gííiu  lio 

aoelpclho,  por  mays  que  os  encare  \  antes  quanto  ieínfií-/K-reff«/ «'/>»«,  cumpfojii  ,- 
rece,  tanto  mays  depreíiaefpira.  As  pedras  naolentem  os  tTÍpti0*mJic,ttòHtJaK„umftm 
golpes,  a  maó  que  as  otTende  he,  a  que  fe  maltrata.  O  efla-  ««wjWi.  idtmAi. 
do  Sacerdotal ,  &  Religioio  iaõ  duas  colutnnas ,  formadas 
de  duas  pedras  unidas  ,Chriíto,&Saõ  Pedro  :  ore&odas 
columnasnaó  fe  troce  com  o  pezo:  apedra  naó  perde  o 
fer  com  os  encontros ;  antes  fe  a  perfeyçoa  com  o  pico,  Sc 
comaefeoda  :  da  mefma  for  rc  asRcligiócs,&  oSaceido- 

Ll  2  cio: 


sós      o  rv%mcnE  dos  or.  tomo  n. 

,«  5iítt<í/»»//rwí»rf^íj--c',0  :-qUemasfére,emfi  dáo  qolpe.   23   Afi  arruinarão, 

cutit  Itpidem,  ípfa  quiJem  co/~  r  .  ■  •  s 

iiiii*/,i*fiihinãHitm,}onU-  &  a  ieus  Impérios  com  omao  tratamento,  que  derao  aos 
*'•£'>  *«Vir\*y  "»"■'  Religi'jíos,Loduvico  Príncipe  de  Conde,  Gaipar  de  Co- 
nri-u^fit^brijiiamiatiautem  ]jnj }  Almirante  de  França.  Aquclle,  que  le  põe  a  conten 
fcDti/.4ò./iiM/.»f.  M*tó.     der  com  os  rayosdo  Sol,queyma-iea  lij  &  alombraapar- 
Reiig,o»o«fc»uifaugationê.  tc  a0nde  cftá.  Os  Rayosdo  boi  Monaltico  S.  Bento,  24 

Idem.  ibi. bom.  \%.  < 

&  os  reflexos  deite  eipelho  de  virtudes,    55   intentarão 
,4    Vocíttí>ttiimsa,qii'fA  desluziros  mal  intencionados;  &  ÍU3  malicia  osconfun- 
%untb,EccUfi*&iLi»R<g-  dio,  como  o  eipelho,  &  o  Sol  ao  baíiliico. 
»o?axri,coru.s.^}doyi:infa.       ^g.^        Efcolhidos  á  luz  de  Tua  virtude  eraõ  todos  os 

,\  Sfecuhtmbonerumopcrn  Mon  jes,  que  por  efte  tempo  viviaõdebayxo  da  jurifdiçaõ 
&PttítÍ^t  d°  P"ncipe  dos  Patriarchas :  Em  tudo  íeguiaõ  oexempio 
fatinue Mijfét ejiix.  deíeu  Legislador, guardando efíreyta clauzura;porque  as 

abelhas naô  fazem  o  mel  andando  vagas  pelo  campo, Te 
não eftando  recolhidas  na  colmeya.  O  recolhimento  Mo- 
mítico  he  a  origem  daeftimaçaõ  dos  Monjes :  as  imagens 
de  vulto,  &  as  pinturas  ao  valente,  quanto  mays  retiradas, 
parecem  melhor ,  porque  viftas  de  perto ,  faõ  defeciuoías. 
Os  inimigos  da  clauzuraíaõ  como  o  vapor  incendido ,que 
clauzurado  nas  entranhas  da  nuvem  naõ  defcança,até  naó 
romper  aprizáo;&faindo  delia  convertido  em  rayo  of- 
fende  os  olhos,  de  quem  o  ve  :na  Religião  vivem  inquie- 
tos como  o  vapor  ^  56  &  nas  ruas  eícandelizaõ  como  o 
.  „  rayo.  Com  lembranças  do  mundo  ninguém  vi  vefocepado 

i6  Sunt  qitldam,  qui  mente       J      .        n  „.*  .  JOJ  • 

vaguoccHiii  atomtiMituâef-  nosclaultros  j  na  o  importa  tirar  o  dente,  &  deyxar  asrai- 
foiut,  aiiUdcantant,aiiudco-  mitigar  as  dores.  O  Religiofo  frequentando  o  le* 

gitat,tn  chorojunt  corpore ,  tn  To  1  1     n 

foro  mente,  nunc  inturfunt,  culo  naó  pode  vencer  o  mundo;  porque  he  deftreza  do 
•sítufionihM*.  íundibularioapartaríedo inimigo, pararetorçar  o  braço, 

&  aflegurar  o  golpe. 

384  Neftes  tempos  foraõ  mays  agradáveis  a  Deos 
os  Sacrifícios ,  porque  era  mayor  a  pureza  dos  Sacerdotes. 
Ainda  queo  manjar  naõ  perde  o  ií»bor\pela  pouca  limpe- 
za ,  de  quem  o  guiza ,  naõ  he  taõ  agradável ,  para  quem  a 

97    Mi/fa  boni  StcerJotireB  af.a„  _ 

«cceptior  Deo;ficut  cibutpa-  5    u  3/ 

ratuf  a  mimjlfo  mundo  jucun- 
diUffm>iitur,quS  »b  immundo.  -r,  n  .      »•  7   »  -w     n 

D.Tbom.  ri»  4.  Sm.Jift.u*  EJt  acceptd  magu  digno  celebrata  MiniUra 

Mifía,  Velut  munda  ferculayfacla  manu. 
German.  de  Çhialtt.  Sacerdot. 

Com  facilidade  fe  emendavaõ  os  erros  do  povo ,  por» 

i  que 


çjue  viviaõ  Tem  nota  osniiniítrosdc  Deos :  Se  algúa  parte 
do  edifício  ameaça  ruina,  facilmente  ic  repara ;mas  íe  pec- 
car  no  íundamento  ?  com  dificuldade  le  reforma.   28    *8  Sipartai^uadcmwfue- 

n       ,  ,     .  ,      r        ,  .  r        ■   '    J     j       r        rif  decif^cum  labore  tawE  pef- 

rieduravel  via  o  mundo  lua  duração,  na  iantiGade  dos  ícr--/*;/íryi,í(í^(irtfi.r.-í;«r£r/w 
vos  de  Deos.  Faltar  a  luzem  os  valles ,  naó  teftemunha  de  '>/«»^'*ff"»/«."*«- 

,  l  '  '      qusfatum,  tjinJ faca  -turfa 

todo  o  hm  do  dia  ;nao  appareccr  a  luzem  os  montes,  he  11-  m> ■■■**  ,»>fi'>taiiq«o  heow 

1  j    /•  c-     1  4.     -S  r^      •   C  r\     \a-     ■/"  facial fundamcmaS$iaptàetât 

nal  ,que  deiamparou  o  boi  todo  o  Emisreno.  Os  Minii  prioudomou*.nfHaant>aitam 
trosSacerdotaes,&Religiofosfaó  figurados  nosmontes,  M'^ifi'«^imtsie%eni 
oc  as  uemayspelloas,  nos  valles.  As  agoas  do  Diluvio  em  rcrpcccavermt  pcrpen,ie*tiam 

'■    . »„11  •  -  I  -  comiuniur:  iii  atilem  dijr.pjtu- 

quanto  inundarão  os  valles ,  viverão  os  homes  j  mas  quan-  euJt  ^sacudou^a 
docobriráo  os  montes,  eípirou  todo  o  mundo.   20  cjipopunfundamcntum,  ^md 

585  Com  as agoas dos  montes  íecultivaõcsvalles:  u.  ckrjfíji.  i*  7.4.  Manh. 
com  o  exemplo  dos  Prelados  fe  alentaõ  os  fubditos.A  Homlpr^t ]»Vatibus  fitobr- 
clauzura  he  o  potro,  adonde  íe  amançaõ  as  rebeldias  da  turitatjiediciManteadocca. 

&l        1       p  I  p~ .  Jum.  Quando  ctv?  col.cs  videti* 

o  exemplo  do  íupersor  he  o  caliigo ,  que  me-  ^/^w,-,,  quitdub,t»t,quwj» 

lhor  doma  abrutualidade  do  viciofo  :  Se  a  fonte  he  falo-  n"efii?\cÍrÍtuZÍ"fecult~ 
bra,  também  o  ha  de  ler  a  corrente.  Difculpaalezaódaca-  pitpMaiercobfcuritatpccca- 
beça,  as  demaílas  do  louco :  &  da  meíma  íbrte  a  relaxação  '^"^uoTslZlZ^tfilí 
do  fubdito,  fendo  enfermo  o  Prelado.  injumm»  vértice jpirnu*i,um 

2,06        Ubngada  a  Divina  Omnipotência  das  virtu-  Uidicuniur,apptebenderiti»i- 
des,  &  Ter  viços  prefentes ,  Sc  futuros ,  com  que  os  filhos  de  t^^^^L» 
Saó  Bento illuítravaõja,&haviaõ  deilluftrar  fua  igreja;    idtmm (#.**- **»»*• 
prometéo  amparalos,&  favorecelos  com  maõtaõ  larga, 
que  fendo  a  mercê  de  juro,  &  herdade ,  lha  concedéoatèo 
fimdomundo,comtaes,&taó  magefíofas  particularida- 
des, como  temos  vifto,&  lèmoftra  nefta:&  vem  a  fer:  Que 
todos,  os  que  prefeguiííem  a  fua  Religião ,  &  a  feus  filhos, 
Jhes  dbreviaria  a  vida  ,  ou  acabariaõ  mal :  que  he  o  inefmo, 
que caftigo temporal, ou  eterno. Com mays  liberalidade 
íe  ouve  Deos  nefle  favor  com  Saó  Bento ,  do  que  antigua- 
mentena  mercê,  que  fez  a  Abrahaõ,8r  Jaccb.  Confede- 
tou-íe  Deos  com  Abrahaõ  de  fer  amigo  de  feus  amigos ;  & 
inimigo  de  feus  inimigos.   40   E  prometéo  a  Jacob  de- 
fendelo  em  todo  olugar,&  tempo.  41    Efta  protecção   40  BtHe&ic*mbc«eâicmi»M* 
Divina,  com  que  Deosfavorecéo ,  &  authorizou os  Patri-  fW™1**"*'" «mW»««#- 
archas  teve,  em  parte,  as  condições  da  fimplez  colónia,   4>  Frocu/iat4uti>,qiu>eum- 

rr       r  j  rr  •  j  r   •  queptrrcxtrit..$$ç.'lbicep,x%, 

quenao  palia  a  legundo  polluidor,  porque  elpiracom  a  \trf.i%. 
morte  do  pihneyro.  Não  fc  obrigou  Deosnefias  proméf- 
fts,a  ter  o  ineímo  cuydado  dos  deleendentes,  que  teve  dos 
progenitores.  Efta  condição  imaginarão  muytos, que  ti- 

Ll  3  nha 


27o  O  PftlNClTE  ms  VÂT.  TOMO  II. 
nha  o  pacto ,  que  Deos  fez  com  São  Bento ;  tendo  para  fí, 
queíò  em  vida  deite  Patriarcha  tinha  vigora  prometa; 
lembrados  do  miíeravel  fim,  que  teve  hum  Sacerdote  cha- 
mado Florêncio,  que  ficou  fepultadodebayxo  das  ruínas 
deíuá  própria  cala  ,  porqueemprtndéo  moleftarcom  de- 
fcnvolrura,  aS.  Bento(emofimdeíie  tomo  referimos  o 
ft!Cceíib)armaráo-íe  contra  osMonjes,  defpoisque  lhes 
faltou  apreíènça  de  São  Bento :  enganou-os  o  Demónio 
com  íua  mefma  ambição,  &  malicia:  &  defenganoií-os 
Deos  com  perda  defeusbens,de  íuas  vidas,  &  de  luas  al- 
mas. 

587  Defembarcando  os  Sarracenos  em  Rcma,fa- 
quearáo  o  Templo  de  S.  Pedro:  &  noticiofos  das  riqueías, 
queeftavão  no  mofteyrode  Ca  íTino,  intentarão  darlhe  a 
meftna  aílàltada.  Ataihou-lheopaíToa  Providencia  Divi- 
na, fazendo  crefeerem  húanoyte,com  tal  abundância  de 
agoas  o  regato,  que  cercava  parte  da  povoação  CaíTmen- 
fe,  que  de  manhã  o  naõ  poderão  vadear  os  coílàrios  5  info- 
recidoscom  o  fucceíío, vingarão feu  odio,&  íatisfizerão 
fus ambição  em  hús  Prioratos,  &  granjas  do  mofteyro ,  (i- 
tuadas  ás  margens  do  riacho  j  roubando  as  fazendas,  & 
arrazando  os  edifícios.  Vãgloriofos  da  preza ,  navegaváo 
os  infiéis  com  profpera  viagem.  A  viíla  de  terra  chegou  a 
elles  húa  pequena  barca  com  dous  homés;hú,  em  trage  de 
Clerigo;&  o  outro,  de  Monje:&  póftos  á  falia,  pregunta- 
rão  aos  Sarracenos,  de  que  parte  vinhaõ,&  que  terrascon- 
quiftarao  com  tão  poderoíà  armada?  Referiraõ-lhe  os  bár- 
baros o  fucceíío ,  que  deyxamos  dito  ;  íignificando-lhe  a 
grande  pena ,  que  traziaõ ,  de  naò  poderem  roubar  o  mcí- 
teyro  Caííinenfe.  Pois  nos  fomos  ( refponderáo  os  dous 
Anciãos)  aquém  fizeftes  elTes  defacatos j  (  era  o  A  poílolo 
S.  Pedro,  &  S.  Bento  o  outro)  &:  para  cafiigo  voíTo ,  &  ef- 
cramentodosmays,  conhecereis  peloeffeyto,  acalidade 
das  peíTóas,  a  quem  perdeftes  a  veneração:  E  defaparecen- 
do,  levantou-le  húa  tempeíbde ,  que  metéo  a  pique  todos 
4l  oirfznYepetpart.i.Je  os  navios  j  naõ efeapando deita  tormenta ,  mays  que  algus 
CkroMieaGtnidtOrdemdtS.  poucos  foldados,  para  tefíemunha  docafuVo.  42 

Menlofil.iZi.wf.  *  Q  .     '.  r  ..  /r         -     •      -o       , 

300  Hus  judeos  Neapohtanos  palia vao  a  viíta  óm 
granjas  do  mofteyro  de  S.  João  Baptifta ,  da  Ordem  de  S. 
Bento,  fituado,  em  aquelles  tempos,poucas  kgoís  fora  da 

Cida- 


EM  $  <HEZA    XX.  i7i 

Cidade  de  Nápoles ,  &  vendo  aos  Monjes  occupados  no 
exercício  das  cearas  lhes  preguntarão,  por  zombaria,  fe 
querido,  que  os  aj.uda-fem?  Accy  Caraõ  os  Religioíos  o  of- 
leiccimento,  &apaIavra.raó-leos  judeos de  ihe  furtarem 
asferramenras ,  com  que  eftavaõ  trabalhando  ;  &  pedirão 
aos  Monjes  lhas  entregalTem ,  para  os  defeançarem  aquel- 
le  breve  tempo,  que  lepodiaõ  deter, os  que  hiaõdejorna- 
da:&  querendo  disfarçar  fua  malícia,  levantaião  os  judeos 
as  eyxadas  para  cavar  a  terra  ,com  tal  fortuna ,  que  a  huns, 
cahiraõ  os  íerros  fobre  as  cabeças;  &aoutfes,  ficarão  os 
braços  pafmadosnoar,  fean  os  poderem  mover.  A  efte  mi- 
lagre fuecedéo  outro  mayor  ;&  foy,eoniiecerem  os  judeos 
feu  erro,  Sc  confeOarem  fua  culpa:  com  que  movidos  a 
coinpayxaõ  aquelles  Monjes  Santos,  lhes  alcançarão  de  4)  Tr.ignacioâtiorrcs^ 

DC  Pi  Nxxera  da  Ordem  Sentina. 

eosperíeytaíaude.  43  S^»*^/^^**- 

•    380      Seria  de  grande  confolaçaó  paraosCatholicos,/^J"^'"•P;"er'?'fJ'''r',- 

r    °  £  o  r    j         r        -  r ■'  r  •       i  1    •       V<W«  >  c" t0íh'  losfoin>  con- 

k  OS  1  UTCOS,&OS  Jude05IOraO  iOS  OS  CaitlgaCOSpeia  m-  uuwaz^reiejàea  lof  caHiçot 

credulidade  de  fua  fegueyra;  masque  o  foífem  também  ^^^Í^ÍS- 
algús  Fieis  pela  arrogância  de  fua  foberba,  pela  cobiça  de  cmM  ^i»tomo  de  ['>!>">■>  tf 

1  •        .     c  1  ir  ;  n  Corrigi.  Pcrfidia-iz  ).§&<>> 

lua  ambição,  &  pelo  amor  deíeus  vícios  f  He  a  mayor  ra- 
zão de  femiineuto.Que  oBaíilifco,  o  Turco,  o  Judeo  ,Sc 
oHereje  feofTendaõdosrayosdoSoí,que  os  mortifique 
avidareligiofajque  feinfureça  oBafililco  áluz  doeípe- 
Iho,  que  rayvem  os  judeos ,  os  Turcos  ,  &  os  Herejes  ven- 
do diante  de  fi,  os  íervos  de  J  E  S iU  Chrifto ,  em  que  naõ 
crem,  &  de  quemabuzaõ,  fâõ  effey  tos  de  feu  maligno  fan- 
gue.Mas  queosCatholicos  conhecendo  o  eftado  Religio- 
fopelomays  fanto,&afua  vida  pela mays  perfey ta, por- 
que o  meímo  Chrifto  foy  feu  Autor,&  os  Sagrados  Apof» 
tolos,  os  prirocyros  que  realmente  a  profeíTaraó,  immitem 
oBafililconaoppoíição,naÕatendo  por  natureza  !  Efte 
peccado  he  culpa  tão  aggra vante  diãte  de  Deos,  que  o  ca- 
ítigacomaspenasdocrimede  LefaMageítade  Divina, & 
Humana,  a  quem  offende  a  Religião ,  &  os  Filhos  de  Sam 
Bento. 

390  O  crime  de  LefaMageftade  Divina,  &  Huma- 
na fatisfaífe  com  a  perda  da  vida,  confifeação  debés,  &  in- 
fâmia dos  defeendentes  j  conforme  a  atrocidade  do  diliclo 
lhe  í  plicão  as  leys a  efpecie  de  tormentos;  Sc  fe  dilb ta ,  ou 
reíiringe  o  termo  da  infâmia.  Manda  ajuíuçacafíigarfe- 

para- 


272        O  QUIKC&E  DOS  VaT.  TOMO  II. 
paradamente  aquella  parte  do  corpo ,  que  íoy  infirumen- 
44  0frfe».w.$.í/'/.'49.§.».  to  dodili&o.   44   Por efta ordem,  caftigouDeos  repeti- 

das  veles  a  pouca  reverencia ,  òc  temor  ,com  que  muy  tas 
peílóas  violarão  o  culto  de  S.  Bento,  &  defraudarão  as  fa- 
zendas de ieus  mofteyros.  Humíoldado  em  França,  pu- 
4;  ■úin&utjigatufqKeintx-  xando da elpada  paramatar  algumgadodosrebanhos,qtie 
tric*iM*r*i»cMtbf4fitt  ita        •      moiteyro  Floriacenle ,  ficoulhe  o  braço  efmoreci- 
utment^nuitam  que  tripartem  do,  &  infenfivel.  45    Em  juizo  contraditório  authorizou 
vaidut FhriaceuMb.t.  dtmi-  iuinihoineiii  hum  teltemunho  iaJío,  jurando  por  b.  Jben- 
r«cuii*s.Be«cJ.*pud  Bofco.  to  ^^  nianeyra:  furo  por  S.  Sentoem como  beVerdade ,  o  que 

tr.Btbhot, Fiou*,  fel. s%.  '  «iii  110 

digo:  St.  eítendendo  o  braço,  para  aparteadonde  eítavao 

mofteyro  do  Santo,  lhe  ficou  arefacto,&  inflexível,  atè 

46  .Nece/ritatecspuifmdex-  confeflar  fua  culpa,  &  ir  ao  Convento  pedir  perdão  ao 

teram  contra  Bafilicai»  exttn-   ,->  s      17        r*    V  J  J  C   í\     J 

dcnr.curnfuJcjuramcntum  Santo.  46  Em  Galiza ,  aonde  era  de  preceyto  aleitada 
protuUtjUwquicní.Pcriftu»,  trasladação  dos  OíTos  de  S.  Bento,  nomezde  Julho,  en» 

S.  BeneJiliu,,,,  Cjío  ,11o,  ei  rei-       -r-JJ-J  O.      D.  U     SlAÍ     L  1 

àtdiídtnarioi.uuodqviitieme  hua  ireguezia  dedicada  ao  oanto  ratnarcna,lahionum  la- 
2?^£S?Í^'SÍ  vrador  ao  campo  para  fegar  trigo;  tanto  que  pegou  na  pri- 
qu,Jemwanum,quamcumbre-mQyr3i  aavélla  cora  a  maó  efquerda ,  Sc  com  adireyta  na 

chio  tmprevide,  peieratururte-   /-  .     •         t    -        0  f    1L      C  J  - 

u»ierai,adfcrevocarer>equi-  roucinha ,  nua  ,&  outra  coula  ihe  hcou  pegada  nas  mãos, 

'£ ltZ£f:lr%:,om,.*„-  km  que  Por  a]gum  modo  as  Podcffe  âbrir  > fcnaó  defpois, 
mdeCbrifto  m.fói.ixo.verf.  que  publicamente  na  Igreja  confeííbu  feu  peccado.  47 

Tbomhn*  BeneátSma  Lufi.  Outro  lavrador  em  r  rança,  nomelmo  dia ,  pos  os  boys  ao 

UMAomox  i.-,a.t.pan,*.pi.  aradopara  trabalhar;  apparecéo-lhehum  Monje,queera 

48  Dumergo  cupitumpen-  S .  Bento ,  oqual  lhe  atou  com  a  çoga  dos  boys  as  mãos  ao 

infiblnun  MonLaii.  Qui«-  J"g°> cao  fortemente,  que  o  langue  lhe  íaltou  íora  por  cn- 
uafqueiíiiu,  mams  temns,  hi.  tfe  as  unhas,  &  a  carne:  com  lamenta veis  gritos  entrou  ai- 

fnrco,Puo  arainimregi1ur,tam  r  .  1     t  •       t  Jjo  n 

fanhér  aftnrixitiigrto,  ut/jn-  íy  atado  pela  Igreja  dentro ;  adonde  o  banto  moltrou,que 
ZZ^Zfd^Z  não  fizera  aquílle  caftigo  por  vingança  ,  fenão  para  emen- 
frorru,p,Bu  e*s  diveUcre  ai  da ,  porque  lhe  foltou  as  prizôes ,  &  lhe  deu  faude.  48 

eeàtmntqiiiretlijino.QuofaBo,  ^     •  -  •  'V  •*     •    •     '  tM       ■  r  l  t      /• 

quiapparuerat  Monta*,,  ne.  Quizerao  os  Monies  v  lonaceníes  atombar  as  terras  de  leu 
quaq^muiterhffiíivtfuxe},  mofteyro,  por  algúas  controverfias,  que  havia  entre  ellcs, 
iU.M.+.foi.tóí;  Sc  o  Parodio  da  Igreja  de  S.  Dionyfio:  hum  louvado  per- 

<9  mmq«eco*tiwu,,i,t,a.  fa*à\âo  das  partes,  julgou  contra  o  Convento,  nas  con« 
âeminiuat  dMfkfont  parts,  frontaçóes  dehum  campo:  perde'o  logo  o  miferavel  a  fdl- 
ehyitipercu^ss^utnuUomo  Ia,  &c  nuncamays  a  teve  intelhgivel.  49  O  baliiiíco  pe- 
wÍTil!!g]lTo£lf*vl*tH*a  ios  0,hos,  com  que  intenta  infecionar  o  efpelho ,  cene  ébe 

\Airava\d.ubifup.fol  \\,       3  morte 

391        Manda  ajuftiça  atanazaros  comprehendidos 

._   .,,  no  crime  de  Lefa  Maaeftade,  fendo  a  culpa  da  primtvra 

41.  cabeça.  50  Em  a antigua Cidade deBaibonze,(deque 

hoje 


EMV^BZA    XX.  275 

hoje  não  ha  memoria  na  Ungria)hum  potentado,  por  no- 
me Miíael  de  Aulptich,  andando  á  caça, quiz entrar  na 
clsuzuradehum  mofteyroda  Ordtm  deS.  Bento  ;  &  pe- 
dindo-lhe  os  Mondes  com  muytafumiçáo,  que  lhes  ráo 
violaife  aclauzura,reipondéo  comlcberba  :  Que  náoió 
lhedevaiTariaacerca,mas  também  o  Convento:  mal  tinha 
pronunciado  eftas  palavras,  quando  os  cães ,  que  levava 
configo,  remeterão  aellecomo  ahúaféra:  nãodefpega- 
ráo  os  brutos,  em  quanto  os  não  confrangerão  os  Monjes. 
Os  quaes,  compadecidos  do  delinquente,  lhe  alcançarão 
deDeosoperdao,õía  vida:   51    Usanimaesíoraoos  ver-  pu, tt*orjemd», Pr^advm 
dugos,  Sc  feus  dentes  vivas  thenazes,dequc  a  Divina  iuí-  Cc&u'ã"idcl>tcrf,d"'H'!":n- 
tiça  uzou,para  caltigar  iemelnanteculpa.  Quando  as  re-  £fi>»»hoiftu  Uctnc,adaj0*i 
tíexõesdoefpelho  fe  imprimem  nos  olhos  do  Baíililco,  o  deT""'-cw™-*-U°*. 
quemays  osaggravahe  amefma  peçonha  ,que  dantes  os 
defendia. 

392     Com  vários  géneros  de  mortes  pagaóeftesfaci-   5I  otâen.m.yiH.ix.cu. 
noroíòsfuaculpa:ahuns, mandaaiufuça  quevmar vivos.  "" '"?Lauc* •*  fa/f"m »  37. 
52    LmoKeynode  r  rança,nolugar,aquechamao  Vil- 
la de  Abbade,  reynando  ElRey  Roberto, deftimidamen- 
te  featrevéo  hum  Toldado  aelcalar  asportas  docelevro, 
aonderecolhiãoosftu&osdaquella  terra,  pertencentes  ao 
mofreyrodeS.  Bento.  Coméo,  &  bebéo  quanto  quiz,  Sc 
levou,oquelheparecéo:ánoytegavou-fe  afeuscompa-    u  Jime^^f^^ 
nheyros  do  defacato,  que  cometera  aquelledia  :  dcytou-frcu"x"e?'Jcc'!lIcc''1"  Kjm- 

r        J.  .  ..-.  i     r     '    r  1  o  r    iue'g"u  fíiamtma  lt8.ru  cor- 

áe  a  dormir  omileraveI,latisieytodapreza,&  pouco  eí-  wipk*s,fjn»Mi*giik>i  ,*/«. 
crupulofo  da  culpa  :  Pegou  o  fogo  no  apozento  adonde  SS^SSSSXSSt 
eftavaj  8c  não  lhe  podendo  valer  forças  humanas,  morréo  *>'/«"> ifp*c*»&nhii«t~ 

d*  rT  ,      t>     r*lT  r  Jequi' fui  pucriíyttarn  tertimji- 

ovivo.   53   He  penado  oaiiliíco,  lementrepo-  ^uftuutuievjft^cquwquc 

pofteão  do  criftal  quey  maio  o  calor  do  Sol.  TlfãlTcTS^T"* 

t  ■>  J        J  juppeUcaili^incexaw  ccnlump- 

202      A  outros,  manda  a  jufticaefpedaçar  vivo*,   íi  '«"/■  ^««««r/n»  */*/;<**. 

rT  1     •  Tl  1  >        u        j         C  FlorU.lii.ifiliii. 

Hum  Juiz  interen<4dopela  parte,prometeo-medeaiavo-  ,4  j„/;„,  ctó*>$.  Tm*i, 
recer  contra  aiuiuça,  que  tinha  omofteyro  deFloriaco,  «'**.'*f«  ««/</*■.  ■■«• 

'  *     '    J  r  fi    Hunc tenor e-fm^nu!lut 

na  herança  de  hús  bens,  íobre  que  pleyreaváo.  E  pondo-  «tho/Ha  na  d,etxhu  marcha* 

f  I]  •         /  !•  •  r  '  SíiBoftrnuI*bi\ur  Bcrtcd  no. 

ieacavallo,  parair  aaudiencia  pronunciar  a  ienrença  nv  wj-fc^ if»p*if, t»k*,,tui 
iufta  :  efpanrou-fe  o  bruto  ,  &  levando-o  de  bayxo  de  «quo.ceitmme.ncendoe  t*. 

/•»        ~  '  .  J-r?         pit.  Nerproehladcmo  rccrflc- 

íiofez  pedaços;  com  que  morreo  emtres  dias.    55    Lm  ratprcpnar&eccccqu.cui.n- 

Bi"  ■  T*    •       /T*  L  1  J  ^editai  «fí/jf/v/, /i<7«»f  ••  ^«r» 

orgundia  ,no  terntorioTricaíIino  vivia  hum  letrado, o ^^7,  ^j,1,,,,,,^ 

-qual  tinha pofto,  &  empenho  particular  demover  csuiàs  r*> &f. ân***i»t u.ti»,*,** 

contra  o moíieyro  de S.  Bento , que chamaváa  Taunaco:  d^Htn».vHfyffif49JMtt 

Mm  Eftan- 


274       °  TQJNCITE  DOS  VAT.  TOM.  II. 
Eliindo  em  rua  cafa  defpachando  as  partes,  entroulhe  pe- 
la porta  dentro  hum  rafeyrode  cor  negra  ;oqual,naõía. 
zendo damno aoscircunítantes,  lhe  íàlcou ao  roftro,&  rai- 
$f,  (hiiãjKhaqutJiceoi»  «ando-lhe  as  faces  ,deyxon  ao  letrado  enfermo  do  mal  de 

ionto própria, intra  memora:*  °  t    /•       j  1      c       r  r    • 

urbhTriflican* muro* confti.  ray  ua;  com  que  deipedaçando-ie  a  li  propno,elpirou  com 
tuta,  rcfidí«H,VjHd,ciar,aw  eípanro  denuiytcs,  &  para  exemplo  de  todos.  <6   ira- 

tntsr  rvfti canos  agente  aaionem       r  J  '         i  l  J 

mgcrunxrabu^Lmis  affmi,  do  contra  íi o Bafililco faz-le  pedaços,  opprimido  dos  ra* 

£5  niiUumUdctts  circur.jlanti-  J      C     1 

ttm,  tmpetit  m  eumftBo  ,nares  yOS  GO  uOl. 

e/tis ,»tf*c>cm  morfibus  à.h-         „qa      ^  muytos  condemnaó  as  leys  a  morrer  de  gar- 

nians,abcrffit:.::Cathenatus     y       O/T  J  t  rr  \  ■     ■     ■     r 

qut^inquodamreuufuscu-  rote.   57  HurnultoCavalleyro de r rança poííuhia injuí- 

hicuhtm  ultimum  txluljvu  (pi-  i    -  •  j  r\  T?l-^"  /  í\         \       ' 

r.tu»:.  \rtmM*tfit.».  "mente  hua quinta,  do  moítcyro  Honacenie  :eítandoa 
)•>'• ,!Ô'    „       ,        „  meza  jantando,  algús  feus amigos  o  reprehenderão  da  má 

l7   Ordcua.Regialib.%  tit.6  '  D  rr  ,.b  ,,r,         ,     ,  -       , 

%.9.cabcà.tf.defi.%iti.  io.  conlciencia ,  com  que  poíiuhiaaquelJa  herdade  ;nao  deu 

aíTenfo  áainoeftaçaõ,&para  moiirar  o  pouco  cazo,que 
delia  fazia,  mandou  a  hum  feu  criado,  fofle  colher  algúas 
peras,  para  fobre  jantar :  Chegou  a  fruâ:a,&  pegando  de 
húa  pêra,  diffe  para  os  circundantes :  furo  por  ejlapera^de  mo- 

,  s  Hoc  tenanr ,  ah,  ppum,  leftar  ílãfil  em  àMntey com  w#*  empenho ,  aos  Monjes  Florio.cenjes. 
Uè 'annome,  eu  muita  in  como-  Em  começando  a  comer,  o  primeyro  bocado  que  metéo 

da  irretaturum .  Hú  d:Bis par-         .  .,       f  ,  \       r 

tempomijam màfi ,fuo injecit  nabocâ,lne íicou atraveçado na graganta; comoqual ,  ia- 
cri.  Quodcommuoita  biatfbe-  jec£Q  brevemente,  dando  poucos,  ou  nenhús  íinaes  de  ar- 

mumoppilavit<juitur,ut  inter  í        •  i  n 

eh/a  voeenuBa  vaiem prome-  rependido,  &  muytoconhecidas  mouras  de  obftinado.  58 

re  verba  :::  Sed illeprohqiti  no  .         s^\  r~v  /">•     "i       '         C  _.  I.. 

■vahm  ,  rediLo  Id  faletem       395      O  Direyto  Civil  nega  íepultura ,  aos  que  man- 
*apiu jpiritumexaiavit.         da  efquarteiar  por  efte  crime :  &  lançar  no  mar  as  cinzas. 

dos  que  íorem  queymados  pela  melma  culpa.   59  Key- 

i9  ordenac.hb.s.tit.^.in  naldo  Rey  dos  Normandos,  faqueando  as  terras  de  Fran- 

ír^T^.f §  "^"^  i/'"  ça,fezreuPalaciodomofíeyroFlonacenftr;&  fentidode 

naó  achar  nelle  os  Monjes ,  para  os  paíTar  a  cutello ,  dey- 
tou-fe  a  dormir  com  efte  pezar.  Apparecéo-lhe  S.  Bento, 
&  com  o  Báculo ,  que  trazia  na  mão ,  lhe  deu  tantas ,  Sc  taõ 
fortes  pancadas,  que  naó  teve  de  vida  mays  tempo,  que  o 

60  Quidam,infiu;t,Mona-  n  l  .  C  (T  n       T?     CU     ,    C <      L       J '  n <  t- 

cbustKona!ter,ut*ji,,»0,qUam  necellano  para  conieílar :  (Jue rr.&entooenbor  daquvuemoj- 
^d\aT^luihc'f"exiie'  teyro  lhe  dera  amorte.   60    Sepultarão-no  feus  vaflallos,em 

neaiciM  ,  báculo  verticem  tan-      •*  L  ' 

gensmeum,  monem  m.mtando  hutu  mauzoléo  honorifico  j  naó  confentio  a  terra  em  fuás 

dolcrem  mibi  wgejfit  t»<<entem,  1  i  l  \  í  rr 

ííí.  *àymomMub,fUpfvi%s\  entranhas  ocadaver;com  hum  terremoto  o  Jançou  tora 
AS3tr%r'  de  íi:  quizeráo  os  Normandos  oceultar  efta  afronta ,  &  a- 

niidemjitpcr  <>taijtcaiam,vaui-  *  ' 

dijimo  acçepmms  terr*m*tu  tandolhe  húa  grande  pedra,  lançarão  o  corpo  em  hú  pro- 

fubverfjm,ac  cjits  cadáver  tel-    r,,„j        •  1  L  J      C  /         f 

lurem a.juire/<é,(fef,nu,<juod  tundo no ,  ou  lagoa  chamada  bequaiia.   6»    hxtinguin- 
cHieocumitpiãum  moi, únf^n  do-fe  z  memoria  do  delinquente ,  para  abominação  da  a- 

tn  oequaHamejldemerfHtnfâc.  •  ,     ,  \  '  L  s 

idem.  trocidade, 

396  Em 


EM  PREZA    XX.  275 

396        Em  outra  penaencorremoscomprehcndidos 
rieítecrimejaueheaconfiícaçãodosbés.   61   Naspartes   6z  °^^"-'Rtg!ai;i^.v„r. 
de  Levante  exiitio  nuas  Convento  deMonjes  deita  Or-  ãtfubii.iudi^.eXghf.mÀb. 
dem,  chamado  pos  excellencia  omofteyro  dos  Santos, a  '•«^«"««•c*'.**»»/*^ 
reipe!todosmuytos,quenelleder2oav!da  pelaiedejetu  Fundao-fetedefoxDu.ua  de* 
Chriíto:  Vifinhavacom  elle,  hum  homem  de  conhecida  2l^''«í^%2ií 
nobreza,&:  maldade jtào oppofto  cm  tudo,o  que  podia,ao  *»* '«""  omnibutfijeo  mffn 
bem  do  Convento,  que  fe  jactava  dos  muy  tosgaftos,q  lhe 
havia  fcyto  com  demandas  intuíras :  acabou  a  vida  ás  mãos 
de  hum  leu  rilho,  que  o  matou  a  punhalladas.  Na  manhã 
icguinte  appareceráo  aporta  principal  da  Igreja,todas  as 
alíayasdeíuacafa,  em  companhia  de  dous  negros,  que  as 
efti  verão  guardando  até ,  que  o  Sanchriftão  abrio  a  porta; 
&  fazendc-lhe  entrega,  defapparecerão  os  negros,  que 
erão  dous  demónios;   63  osquaes,não  feyfe  ficarão  her- 
deyrosdomorto.oufceráo  elcravos  do  Convento:  Mas  r6i  oMeftreFr.Rejwaijoun 
lie  certo ,  que  torao  os  numltros  ,de  que  Deos  uzou ,  para 
moftrar  aos  homésa  gravidade  da  culpa,  na  confiíeação 
dosbés. 

397     He  tão  abominável eíte delicio, que  a  Tua  infâ- 
mia paíía  aos  filhos  dos  delinquentes.  64  DomAfTonfo  64  orJena.Hegiauh/up.  V. 
Zuz.ro,  aíliftente  em  Roma,  &  originário  deEfcocia,  f^if.^tf^: 
qucyxofo  de  húa  fentença,  que  teve  contra  fi ,  pegou  nas  \.?r»te<usai  r«.  popun  r*. 

lie*  J  1!  j  •  1      r»  mani  Leg  verb.Jtilia  Mejc/taf 

barbas,  &  lurando  por  ellas-,  de  tomar  vingança  do  rrocu-  ««»<,«.,„  mdiçeitgum  &<*>» 

radordomofteyro  deCaíTino,eom  quem  havia  pleytea-  eoâem vírbo' 

do,  lhe  ficarãoos  cabellos  da  barba  pegados  na  mão,  &  dc- 

iarrcygados  doroílro.  Atribuhiodefpois  ocaftigodelua 

culpa  á  força,  com  que  puxara  pelas  barbas ;  defperfuadio 

a  idade,  porque  nunca  mays  lhe  nafeerão  os  cabellos :  paf- 

fou  a  feus  filhos,  &  defeendentes  efte  deferedito;  todos  ti- 

verão  ameima  falta  debaibas;,  &  por  muytos  annosem 

Efcocia  durou  efía  geração,,  a  que  c-hamavão  :  Osdesbarba- 

ríos.   65    Ficando  memorável  apenarparaefcramento da  6x  FrRe,„tidttlbifttpra, 

culpa. 

598  Não  nieaproveitey  de  outrostextos, por  achar, 
que  cites  erão  a  melhor  prova ,  fendocazos  íuecedidos  aos 
delinquentes  na  culpa ,  de  que  tratamos.  Todas  as  fagradas 
Keligióes,&  cada  húa  em  particular  tem  cfficazes  exem- 
plos ,  em  defenfa  de  fua  immunidade ;  com  que  te  podem 
prefuadir  ámefma  reverencia,  &  temor.  Todas  vivem á 

Mm  2  fOI«! 


66  ^/SJ/.'cit  iuttm  o91bertut 
fmniahum lik.ii  .  li.fi  argenta 
irajilijci  í  i»-"  fbujfiicctur,ac- 
cipi  ri  nuriJpisi:Jerei»jponauí, 
fSjòliditSJt:/». 

^ápud  Màyothmtitu.  Serps- 
tit.L  litotj  %.fol.mibi  166. 

67  InteJIigit  <rxhit,puto,lec- 
lor,CUjufnarnlingualoúuar.lury 
qiij  v:Jpirilu  egtienlur  ír.fclt- 
çjjjitm  novsiorci ,  qui  m  tundê 
SanB'JJlmum  virum,  ehofque 
BcncdiBoi  Monacboi  m&ltdic- 
3a.  (5  ccnsumeh.n  jaeultrt  non 
teffantjCdrdintht  Cefar  Baro- 
ni  tr.rm  519  k.  1 1  .fup  ti! a  v;r- 
hã  DtmoKts:  MihdiSt,  C?  non 
£cní  diSc ,  qxid  mecum  hebef, 
quid  me  pér-Jequcrif? 

li.Gieg.  Mig.  i.Msnl.c.%. 


q76  O  P^NCIPE  7)GS  ?AT.  TOMO  II. 
fombra  da  meíma  arvore ;  a  todas  il  Infira  o  méfmo  Sol ;  Sr 
todas  faõ  efpelhos  de  virtudes:  fe  imitares  o  Bafililco, 
tanto  te  ha  de  o  (fender  a  luz  de  hum ,  como  de  outro  efpe- 
lho.  De yxo  innumeraveis  caítigos ,  com  que  Deos  em  to- 
do o  tempo  moitrou  aos  homes  a  cftabilidade  deita  cxcel- 
lencia,que  prometéoem  vida  do  Santo  Pattiaicha  ,  cafti- 
SMndo  a  muytos , queaggravados  do  particular,  cenípira- 
ráocontra  ocommum.  Podes  fatisfazera  tua  curiofkjade, 
cuefcrupullo  nos  Autores,  que  alego. 

309        Repeti  eftes exemplos,  para  que  detefbíTes  a 
culpa, &  fendo  comprehendido,mudaíTes  depropoíico. 
A  prata  esfregada  com  as  cinzas  do  Baíiiifcotomaacor,o 
pezo,&afolidade  doouro.   66  Sirváo-te  as  cinzas def- 
tes  racionaesBafilifcos,  para  quecomíua memoria  mudes 
de  natural.  Cefar  Baronio  affirma,que  todos,  es  que  di- 
zem maidaIleligiáo,&dosMonjesdeS.  Bento, faõ  difl 
cipulos  do  Demónio.   67   Não  tomes  a  doutrina  de  tal 
mtítte :  aprende  fò  a  de Chrifío,  que  he  a  verdadeyra :  a- 
qual,manda  aos  Principes ,  &  vaífallos  eftimar  os  Sacerdo- 
tes, &Pi.c3igiofos  como  a  mefma  PeíTóa  de  Chrifto.  Se  ef- 
ta  doutt ina  for  repugnante  a  teumáo  natural,&  confeien- 
cia,teme  a  Deos  empenhado  na  fatisfaçaõ;&  quando  nef- 
te  mundo,  por  feus  incomprehenfiveis  fegredos,feíirva 
Deos  de  tua  malícia,  para  infírumento  de  apurar  a  pa- 
ciência de  huns ,  &  delpertar  o  defcuydo  deoutros  j 
conhece  eftaoccupação  por  mayorcaftigojpor 
que  es  como  atocha,  que  alumeya  os 
inays ,  confumindo-fe  a  íi. 


QUINTA 


QUINTA,  E  ULTIMA 

EXCELLENGIA:      ■ 

•    Qjiod  omnts  qui  orâincm 

QUE  TODOS  OSQUEAMASSEMA  S¥  MhIud^S^'^ 
Religião  ceriáo  bom  fim.  * 

E  M  V  %E  Z  A     XXL 


400 


r^n -r 


3  f^ih 


^ 


IH  AT  URAL,  011  adquerida  he 
toda  a  amifade  dos  bomés :  Na- 
tural, pela  ianguinidade  ;  ad- 


|  querida ,  pela  íimpatia  das  in- 
clinaçõcs:Nefta  amifade, argue 
SÉ  oinfenfitivodealgúas  arvores, 
á  racionalidade  de  muytos  homés:  Na  outra  ,  imita  a  in- 
gratidão dos  homés  áiníenfibilidadedas  arvores ;  porque 
dks,fendo  damefmaefpecie,  não  fruórjticáo  juntas  jem 

Mm  3  *wo 


278        O  T^mClTE  VOS  $AT.  TOMO  77. 
não  efíando  apartadas  conicm-fehúas,aoutras:Dameí- 
ma  forte  agréítesfaõalgús  parentes.  Não  pode  Abel  viver 
na  companhia  de  feu  irmão  Caim;  nem  Antigono,nafo- 
■    jir$úti»t  Rcxjuâca,  ciedada  de  feu  irmão  Ariftobolo,  Rey  de  Judea :    i    Me- 

u,rcg»Pcnfirtemfi£«)fAt.  nosOfiredes  Reydo  Egypto,comícuiimao  1  nypnon: 
fipainimfimfOttmm inierfià      q   mcfma  forte  Theilàlonica ,  nas  mios  de  feu  filho 

juljii.  >  olaterranttr.  '  .  - 

2,  ccmpcrtHm  til  ofiridem  Antipater.   2  Dindimo,&lheíiandro  nos  braços  de  íua 

^^tojuftcrcgnantehtjTy-  M     ,,      => 

fbcHefi-jíreiínpw^e uefariotn  UM}  LVlCUCa. 

terembtum,  quêinvíngintijex  .  ■..; 

partes  d iffe3umycuilibet  eontm  .  ;Wi    » '■         /• 

j«í  tatttifieieru  participes  fue-  jXatn  qmd  Mede  #  referam,  quo  tempòYe  mcats 

rant,  partem  dedit-,  ut  i/Tus  de-  ■»  _/.•»•..„ 

fi»jores}cufiodlf9uc  regados  Iram  naterum  ccedeptaVU  amor. 

haberet.Dtodorm  Propeli.  Ílb.   2. 

3      urogutjcribitlhefalom-  i  j  j 

cm::  r.b  lAntipatro filie  interfe- 

fZZSZ  r;i;n:íí     Na  amiíade  adquerida  argue  a  incenfibilidade  de  alguas 
quc,quod  Alexandra  fatrh  arvores,  á  racionalidade  de  muytos  homés,  que  elegemos 

magirtqu*mjibifaveret.  .  ,       r  ..  i  A.  r 

jsiarrat.  Ravifius inofficina,  amigos  pelas  lemelhanças dos  curtumes,  lem  examinar  os 

fundamentos  da  amifade :  Não  aííy  algúas  arvores,  porque 
o  natural  dehúas  bufea  o  útil  de  outras  vainda<]ue  iejão 
deíTemelhantes  na  eípecie. 

40 1     A  Oli  veyra,  &  a  Romeyra  tem  entre  íl  hum  na- 
tural tão  conforme,  que  junta  húa,com  outra  reciproca» 
Zl^dZ^ZV-  mente  feajudáo  nas  operações.   4  As  folhas, as  flores,  & 
formiiM  , qu,a:  fi  unafue-  os  íru&os ,  deitas  duas  arvores  faó  emtudodifferentes;  & 

ritjuxta  ali  Am  thntanta,dicã-       „  r       /*        •  r  e> 

turfièiipft  projícerc,  8  altera  nao  menos  o  leu lignincativo ,  porque  na  purpura,  &  co^ 
aúrantinfuitopnniombttsaâ  roa  de  feus  frutos,he  a  Romeyra  fymbolo  dos  Príncipes. 

jitvare.  r.M.Bercomisvcrbo,  i/->i  1 

F<edut,&UzaHf4injra.        5   E  na  virtude  natural  de  feu  óleo,  he  a  Oli  veyra  retrato 

<    tAlaoiàe  tomo  x.in  Propb.     t        r  \   •  s     t?  J'í"*JJjrj 

na,or /<,!'. i oficie,/., o.v ca- aos iubitos.  6  Entre  tanta  diipandade  deeiíados,  con- 
fiiibo  dcvãiibus  lAaranjoi.  fervão  amifade tão  eítrey  ta,  porque  ainda  que  deííeme- 

39'í.  num.  5  < .  J        '*  •»  1 

6  Pater  uinioniusâe\Jz»H-  lhantes  na  efpecie,  não  faltáo  ás  leys  da  amifade. 
/*"*•<    boub.foi.  7).  §.4.      ^Q2     EftranhavaAntifthenes  aos  homés,  apurarem  a 

bondadedas  coufas,  antes  que  as  comprem  ;  &  não  as  ca- 

7  ^ntijiheKe, niud cumpri-  Hdades  do  fogeyto,  antes  que  oefeolhão  por  amigo.  7 

mis  danmabatinhominum  mo-  .  11  l  r         r       o         1     *-»  1 

r.bus,quoJ  in  aSionibu,  vj/a  rrimeyro  o  lavrador  conhece,  leo  ftuao  da  Romeyra  he 

dtlheter  intpicerent,  crius  auã    J  J  /""    1  "  '  r>5- 

em^JLorumJn.Jce-  âocey ou  agro> do  °}lG  a  traniplante ;unto a  Onvey ra ;  por 
reot ,  qier/ibi  in amicittamad  que  fendo  amargofos os  frutos , não  ligáoas  raízes.  8  O 

1ungertHt.La*rUutlib.x.c%.    '.  c  ,°  n-i/i  o 

8  idtm\Jz»«f»»iifup.t.%.  aliayate  antes  de  cortar  o  velnqo  mede  o  pano,  &  toma  as 

medidas  do  corpo.  Se  ElRey  Antiocho  fizera  efta  dili- 
gencia, antes  que  admitifíe  alociedade  de  Diodato  Trf- 
phon,  não  fentiria  defpois  a  feguinte  aley  vozia  ,  que  dclle 
lecebéo:  Rebellou-fe  Diodato  contra  ElRey  Demétrio, 

& 


EMTftEZJ    XXI.  <i79 

éá  veyo-fe  amparar  deJHey  Antiocho ;  eftc,  fem  outra  ex- 
periência mays,  que  as  proméílas,&:  diiculpas  de  Triphon 
orectbéo  por  amigo:  Deicobrio  o  tempo  afalcidadede 
íeu  animo  j  porque  matando  osParthos  a  Demétrio,  &: 
vendo-íe  Triphon  fem  táo  grande  adveríario,  deu  a  mor-  9  A'-  m^tHt  Dnmuy  Sj. 
te  a  Antiocho.   q   O  Alambre  nao  moltraa  hneza  ienao  ««.««^«^p,,,^/^ 

defpoisdeuzado.O  A2oueuetemaniifadecomoouro.cm^7r"'^f',,',/,*f71'f*^;''''" 
quantonâovay  as  chamas;  poíronorogo,  reiolve-ieoa-  iJr,fcc<m/unxit>fu'»<i»<$t'** 
zougueemiumo.  Amizade,  aquenao  precede  aexpen-tó^JUptw^^J 
encia,heflor,ou  fruóto  outonado.que  nafeendo  frefeo  1':'tl"occif-" dfecaur^hm 
com  as  pnmeyras  agoas,  queyma-le  nos  pnmeyros  trios.     miÇc  b^/i.  Fv%oJ:m.9. 

403  Da  uniformidade  dos  cufíumes  refulta  a  união  d\l"ÍÍ'*ftZ'»nâijfin,,  „;- 
da  amifade:   10   Em  não  fendo  femelhantes  as  inclina-  eit!*> p^wi»,» morumji- 

.     r  c         -  •  a    *~vi-  '     r    ""1'tudo  cor.jungit.   Tutiuide 

Çoes,naoieconiormao  os  ânimos.  11  A  Oliveyranaole  2f#*/«tí#. 
germana  com  a  Romey  ra,  que  dá  agros  os  fmótos ,  porque  ult^7v!Íw7c^^ 
ofeu  licor hedoce.  O  Alambreatrahe  apalha,&apédra>'i'i'"»<''?»*'>»-  s-entc.incx- 
Imanoferro;  conforme  o  natural  bufeão  afociedade.  O  """"f"*  M  • 
Coração,  porque  he  aparte mays nobre,  alimenta-fe  do 
fangue  mays  puro.  O  Fogo,  por  mays  intenfo  quefeja, 

morre  na  agOa.  l2   lAmicrprobabuexcala- 

404  Oamigohadeferamigoem  todoo tempo.   12  "''f**/**^  tf  **»»«'«*/«» 

*    r',  .    °  1  r>  1        firiculorum-^/íitrumenimig- 

JNao  lo  no  verão ,  quando  a  Komeyra  tem  as  coroas  dos  nepraUmtu  ,  amu**  aJvtrjk 
fruelos,  fenão  também  no  inverno,eni  que  lhe  falta  a  pur-  f%«jZTJSL 
pura  das  flores ,  a  foccorre  a  Oliveyra.  A  profperidade  en-    ■ '  ^"""r"m  n**ffetium 

1     t  •  e  1  r  i      \       \     ?    <l  •  fnenletafi>era,h;>rribiiifqiicfor 

cobre  os  ânimos;  &aadverlidadeddcobreosamigos.   13  maJitttit  Uètmcerio.fo- 

dthum  vaiiur,  ambigoí  que/i' 
trevit.  Bov  hi.de  tw». 

Sors  etdverfa  doect ,  quisfit  tibifidm  amicusj 
{Projpera  falacem  celat  amiátmn. 
Oerman.  de  <zA 'micitia. 

Ha  muy  tos  fogey  tos  íemelhantes  ao  animal  Oryx,  que 
deytando-íeadormirnoinverno,acòrdanoveráo.    14       h  GHfc^j&Jt&t-s*' 

Dum  Zeplmusflab/ít^niultiscomitabar amkisi 
AH  JqutlontSy  eosy  dtraproceUafíígat, 
Idem. 

Todo  o  amigo  ha  defer  retrato,  &  nãofombra  defeil 
amigo;porque  a  fombra  fegue  o  corpo,em  quanto  lhe  não 
falta  o  Sol.  Os  amigos  de  vem  íer  medicamento  para  a  en- 

fermi- 


í8o        O  <2%INC2?E  WS  QaT.  TOMO  11. 
i^xJtiiia  mtâicamt»ta>*.  fermidade  ,  &  não  lo  coinpanheyros  para  a  faude.    i  e? 
fink autemjuptrvacua :  ami-  Muytos  a  ímmuaçao  de  Uyonilio  A  yranno,uzaodosa« 
TfZZ^lí^r  migos  cómodos  poces  de  agoa;  eigotáoos  cheyos,  &  não 

U.Ctrjfajl  Orat.  ^.deRegno.  fazem  CaZodoS  VaílOS.     l6 

16     Diogtnei  rogai  us ,  quem-  rrl  »  •<"     1  L  "  1  • 

lâiHoàumamitHuteretHrDio'       40$      Ht  ky  da  amiiade  obrar  o  amigo,  pelo  amigo,o 
vftu.iuxv.fcunsgitjumpu-        ior  jjcjco  &  naó  0  in;ufto#   j  7 

naJuKt  evacuai  ,(5  vácua  abji-    1  '  •  ' 

cu.  brus.lib.x  .ap.x. 

fandatun  «1  amich  bonejtapc-  /«/"  petamus ,  ttemfaciamus  konejta  rcgantt, 

tamuupoa^ahonejUfac*.  JJ^  ;/j  amcl[ta  J^ex  datãprWia  fuíf. 

mus.   liiíiu/  de  */tmicitia.  l  J 

Idem. 
A  Oliveyra  tem  natural  privilegio ,  para  confervar  to- 
do o  anno  as  folhas ;  não  communica  efta  prerogativa  á 
Romeyra,por  não  ficar  defpida  do  próprio,  nem  aRo- 
«s  PerfctiaiUaamicitUeB,  meyra  vefíida  do  alheyo ;  porque  em  húa,  fora  a  gala  rou- 

ffiSl^SÍSSíSíS  bo^  &  naoutra,cauzaraadadiva  elcandalo.  A  amizade 
ccpuiau.  ^r.jiboM.i.tihc.  unei^c  com  a  virtude.   1 8 

c*p.  ,. 

Moram,  &  Vitafimiles  fociantur  dmici> 
Traterea  Vir  tus  neclit  amicittam. 
Idem. 
Quem  efpera  do  amigo  mays ,  do  que  pôde  a  confeien- 
cia,  procura,  que  feja  inimigo  de  fi  próprio.  Antipater  pe- 
i9  PhtfioHJintipttrtpaè-  dioafeu  amigo  Phofion  húa  coula  contra  juftiça,  ao  que 
pt&SfZ^  refpondéo  Phofion  :  Q^e  erafeu  amigo ,  $ que  o  nacfi^efje  li, 
fconpotfr,  mquit,  s ^âmipa-  ?i)}jrrfyro.   i  o   Entre  o  lizongeyro,  &  o  amigo  ha  grandes 
a JuuiorcHU. Pintar. in^pop,  diríerenças ,  &hua  delias  conlute;em  que  olizongeyro 

falia  conforme  ouve  fallar ;  &  faz,  o  que  lhe  mandaõ  fazer; 

pelo  contrario  o  amigo,  naó  falia  conforme  ouve,  falia 

conforme  entende :  naó  faz  tudo,  o  que  lhe  mandaõ ,  por* 

wferidHrtciféemtHt*  qUe  não  faltando  ao  licito,  faz  quanto  deve.  Péricles,  a- 

prole  f  aipim  iiiciret  terfimoni-     l  '  1  ' 

wn:fia*\àtmeft«dixittfeè»i  quelle  famofo  Capitão,  que  governou  quarenta  annos  a 

trtfulque.  Sentit -vir  pruden-    ^  •  *     1  J*  I_         l  £ 

tijT>muue*3e»uf  beneficicndz  «ua  pátria ,  que  era  Athenas,pedio  ahum  teuamigo,que 
f<*ZieÍ'>i"''<"«'J»ft*i*<*-  ;uraffe  falço,  por  feu  refpeyto :  ao  que  eile  deiobedecéo, 

quitai ,  sS  m  Iteu-npittAf  per-  '  4't  l      J  7  '  ' 

miuit.  fhtar.  ub,f»p.  tf  Gti-  dizendo  :  Que  a  (ua  amhade ,  como  Verdadeira  -oobrwàVa  a  offe* 
/«//*.«.«/.,.      '  ,i      ce      -         Si  JJ 

recer  a  Vtdd ,  <i>  nao  a  perder  a  honra,    i  o 

406     O  amigo  ha  de  fer  amado  pela  pefíoa,&  não  pe- 

71    Ueipramamtr  ofartet,  1»S  poííibíl idades.     21 

nô  nu  a,  Ji  vir  fiitut  a-nici:  Ser- 
vat  entm  zmicixij  lega  amory 

no*fi3tit,fid  vsrur.  i  uiintitC  Me  Vehemcnter  amat,  fed  mn  me  a,  Verus  arnicas: 

Munera,  non  bominesjalfm  amicm  amat.     Idem. 

Sepa- 


re ^'1  >i,  ima, 


EM1?  (REZA    XXL  28r 

Separadas  a  Romeyra  da  Oii  veyra,hÚ3,&:  outra  frufti- 
ficão;  moíirando,queafuaamifade  nãohe  dependência, 
íenáofympatia.  Amayor  parre  dos  amigos  deita  era  faõ 
como  Cratero,  que  amava  a  Alexandre, porque  era  Rcy; 
&poucoscomoHephellião,queamavaa  Alexandre  por 
jer  Alexandre :  hum  amava  a  dignidade,  &  outro  a  peíloa.    2 1  c^urtir,  mquit,  em* 
Zangão ,  que  nomverno  aiuda  as  abelhas  ahbri-  xWr„w.  tiLr.  ZjiZt, 
car  o  mél,  chegando  o  veráo,em  que  as  abelhas  efcuzão  fcu  Re&Hm- 
auxilio  ,o  lanção  de  fua  companhia ;  amáo  o  preítimo,  Sc 
não  uzáo  do  ferrão  em  quanto  neceffitão  j  nem  admitem  o 
Zangão  fenáo  em  quanto  dependem. 

407  Não  he  amigo  de  algum,  quem  fe  faz  amigo  de       „.     , 

todos.   23   AOliveyranao  tem  com  outra  arvore  leme-  »»«/>///< -  ^«^r^r,  „„#„„, 
lhan  te  fociedade,  que  tem  com  a  Romeyra;  nem  efta ,  com  ^Zt^lZ^t 
outra  planta.  O  rio  dividido  em  muy  tos  regatos,  corre  pa-  ldem"1  Mor,;,*. 
Ta  todas  as  partes  deminuto.  O  thezouro  repartido  por 
muy tos,a  ninguém  enriqueííe.  Todo  o fuperfiuohe  noci- 
vo por  defneceífario :  &os  amigos  nem  por  ferem  muy- 
tos,  íaode mays  proveyto.   24  O  numero  dos  afkctuov*  .««i»,  ,«««»•,  «,  „,„ 
fos  não  tenha  conta  :&odosamigos,náo  tenha  de  Cont2íf'lure'f'""^í"'J'',c"r"^"t""vi 

•  j     j        y->  i-i-  r  t-  taniliceetiraJHcen.  atulho. 

mays ,  que  a  unidade.  Com  nua  lmgoa  le  explica  o  enten-  w  9-  £'*»*•  «/• « o. 
dimento j  &  com  hum  coração  fe  anima  o  corpo. 

408  O  fegredo  do  amigo  he  o  1  ucro  da  amifade.  2 5  £j%$^$£ 
A  virtude,  que  a  01iveyra,&  a  Romeyra  communicão  «twDwXrfM"****, 
hua,  &  outra  pelas  raízes ,  nao  a  revellao  as  rolhas , flores,  pvjr».  D.^ubrvfMoff.c.i.i. 
&  fru&os;  porqueaeícondemnamedulla.  Não  làó  como 

a  arvore  Oreftides,que  eítilla  pelas  folhas  o  humor,  que 

recebe  do  Plátano.  Vazo  de  ouro,  &  não  de  vidro  he  todo 

o  amigo  verdadeyro,  porque  em  revellando  o  fegredo, 

perde  o  íer  de  amigo.  26   Emíinal,dequeeípiravaa  vir-  'j&^SSSÉg* 

tude  da  Synagoga,ferafgou  na  morte  de  Chtilio  a  cortina   Ecc,ef  l? 

.  1  1L  r>  l?  V cllutr,  icmpli Jci [uw  eíl  it 

do  templo,  que  lhe  recatava  os  myltenos.   27  àu^f^us.^uih.^u-.Ghf. 

409  Navcrdade,&fmgclezadosanimosconfiírea  *£"£  vtra  ^.^  ^ 
eííencia  da  amizade.    28   Entre  a  01iveyra,&:  p.Garvas/S^^J^Wí""*/' <*<*«». 
lho  ha  tao  grande  antipatia,  que  luntaslecao  ambas.    29    1Ç  piinju,i<b.lA.cap.i.$ 
O  Carvalho  tem  as  folhas  farpadas,  &  a  Oliveyralizas;&  'to**?*.  JtQH*: 
porque  as  da  Romeyra  faõ  delta  mefua  forre,  tem  com  el- 

h  amizade,  &  como  outro adverfaó:  asfolhas  figuiãoas 
lingoas,  Sc  eftasexplicão  os  ânimos ;  8c  a  natural  ingenui- 
dade, com  que  fe  devem  tratar  os  amigos,  ve-íe  na  Ro- 

Nn  mcyra, 


a8-2        O  ^INCITE  WS  PJT.  TOMO  11. 

meyra ,  que  abre  os  iructos  por  moítrar  o  abrazado  intrin- 

fecode  leu  natural:  Náo  íedáíòciedadenas  oppotições 

lem  injuria  de  húa  das  partes. 
ÍO  ^ee»tJth»Bnrfiitttera.  .IO  £ntre  os  amieos  não  tem  lugar  a  adulação,  qo 
dMttttmiciua.Riffnàusàeo-  A  Abelha  nao  taz  o  mel  da  rior  da  UJi  veyra:  31  nemda 
i.a.hb  7  ,' ^qajhtat:  Romeyri}.  q2  He figura do lilonpey ro a  Abelha,porque 
}1  xJza^ofit\fiif>'ifi.  cfconde  o  ferrão,  quando  fabrica  omél.  Rofciadacom  a* 
rev^meatibuscbihuaif/e^iey  te  morre  a  Abelha.  33  Aíiymorrealizonja  nasmaos 
»•*««*  fiaumeffujo^turfui  fo  vjrtuc|e.  &  fendo  efta,  o  fundamento  daverdadeyra  a- 

revevifcunt.  tí.tSaJih.intxe-       _  '  *.  J 

merobomii.s.  mizade  ,cahecomoedihcioíem  aliceile. 

41 1    Não  tem  limite  os  termos  da  amizade,  ainda  def- 
pois  da  morte  fe  ama  o  amigo. 

Lticlus  monumenta  manebunt 

Semper  Adónis  mei^  repetita  que  mor  tis  imago, 
<tA 'nnna  plangoris  peraget jimulamina  nojiri, 
OVid.  hb.  10.  Metamapb. 

Pondo-fe  fogo  â  Oli  veyra,  por  fua  intrinfeca  virtude 

reverdeíTe,&  frutifica  entre  as  mefmas  cinzas,  que  lhe  fi-» 

34  fc/i,,.^,,,.     carão  do  tronco.   34  AíTy  foy  aOliveyra  de  Minerva, 

3  5  oiiapiàef*f.  ^dpçc.foi.  que  n0  niefmo  dia,  em  que  a  queymaraõ  os  Pèrfas,  crefcéo 

36  \Jz»»(ijup.%,9.  dous  covados.   35    It  leeíuver  junto  aKomeyra,razem 

nella  tão  pouca  impreffaõ  as  chamas,  que  no  mefmo  anno 
frucHfica ,  porque  a  Romey ra  na  mayor  necellidade ,  com 
mayor  empenho  a  loccòrre.  36  Os  amigos  deita  eia  uzáo 
dos  amigos,  como  o  lavrador  dosfruâ:os,que  osnaõeiti- 
,7  EttjfummamEeguma-  nia,  defpoisque  fe  corrompem  : Devendo  feraamizade, 

micitiSpriítetrcgrix  ipfiniluf-  7       •  .í.     /»  i     j      li        j'        v 

quamiaquietim^iiquefericu-  como  o  ambicioio,que  mayor  cuydado  lhe  da  o  diamante, 
f^-ÍSÈ^^  q»ando  enterrado  na  mina,  do  que  quando  engaftado  na 

£Íle,tremulum,ca^Hcum,  cre-  10 V3. 

ír.-í,  r.cftíC que  Rcount indicam  ^-v  r  r»  t  rr        1'  ? 

wW-  f*»«* nub,;ofi>u  turti-  4 1 2  Qccupou-le  o  Petrarcha ,  em  períiuadir  a  hum 
Íl,!"\TS¥f!ceí'ev'u  feuamigo,  &  nelle a  todos  os fubditos,  que  naó  havia  ami- 

JieguiiiproUjttnjtu  ,occupata,  o     '  _  '  J 

ã,fficm<.  Pctrareh.  Diaiè.^g.  zade,da  partedos  Príncipes  para  com  os  vaííàllos j  porque 

38    iie^ibut  carutfum.R.vi-      1      -  rr    r  •        1        1  i«  •  r- 

HiergoubieRamm^vtrtiu.f*-  aJgua,  que  pareííc  ler  amizade ,  he  o  valimento mays  arnl- 
may  yutfctiumjtcnnt^:  „0-  ca;j0  &  ^e  men0s  credito :  o  mays  arrifcado,por  mays  ex« 
nifi,qiiibUomnibu,n?gieiu^d  poíto  ao  perigo:   37   &  de  menos  crédito,  pela  máeíco- 

liâM&avtritufirvumfacit.  Ina  dos  Príncipes.  3a  Perdera  Autortao  grave  a  mercci- 
Siergoetcharu*  Rer.b», ,  MM  tj3  coroa,  com  que  o  laureou  o  mundo ,  fe  immirara  ao  ruf- 

ettquo.i  ■>mpliiitdetc^H*r*mi  i 

ftihefitibi,  ídcmib;.  tico;  quecondenou  a  bondade  das  agoas,  porque  nunca  as 

bebco 


EMf^EZA    XXL  283 

btbêo  claras  na  fonte,fenão  envoltas  no  charco.Não  com- 
prehende  a  todos  os  Monarchas,  f  aliou  fó  de  algús  Prínci- 
pes, efte  infignefogeyto.  A.  amizade  dos  Príncipes  heco- 
mo  as  romeyras ,  que  não  dão  todas  os  írudèos,  com  o  mef- 
mo  labor ;  porque  os  de  húas,  faõ  de  todo  doces;  os  de  ou- 
tras, de  todo  azedos;  &  osdealgúasagios,&  doces:  Con- 
forme a  boa,  ou  má  calidade  das  plantas nafeem  os fru&os. 
Da  virtude,  ou  vicio  dos  íbgcy  tos  procedem  doces,  ou  a- 
margos  os  fru&os  da  amizade.  Que  doces  fru&os  podia  co- 
lher Cilon  do  valimento,  que  teve  com  o  Emperadordos 
Romanos  António  Caracalla,  fendo  hum  Príncipe  injuf- 
to,  &  tyranno ,  fenáo  a  morte?  3  9  Todos  os  affè&uoíòs  19  *A*un\ut  Caracan,  Fe. 
doEmperador  (jalba,&JNero  os  colherão  lemelhantes.  *«  «*«,  «»WMf,^?,„f  VCXãri 
Que  crédito  podia  ganhar  hum  vaífallo,  fendo  amigo  do  «i«e°<'Mi"ffitV  tetrdju 


Emperador  Galba,  hum  dosmays  nefandos  homés,  que  <•<* er*j, * ?«s ,.™/m  acuperat 

beneficia,  quique  frafelluí  " 
bit  fairts  tcmpor.but  fui 
.qutm  ftptttumtro  patiem 
fiSnverat.  Luís  Kn.-.nus 


nafeéo  no  mundo?  Mas  deyxou,  por  ventura, de  colher*  os  %*"''  Wf'?*""- 


palrtt  tcmpor.but  fueret, 

fru&osmays  preciofos,&  fazonados  daamiz3de,quete- 1«"* &*"*»'" ?**•"*  «/■ 

ve  com  Augufto  Ceíar  ,  Arno  Cidadão  Alexandrino? 

Não  (ó  em  vida,  mas  defpoisda  morte  o  honrou  Augufto. 

40  Em  toda  a  redondez  da  terra  foráo  ellimados  Ephef-  40   «/ínç»/»,  c*fir,  ium 

tiáo  pela  privança,  que  tevecom  Alexandre;  8c  Zopyro,  CoZÍ^ÍíS^Z 

com  Dário.  A  íòmbra  da  Figueyra  he  nociva, porque  a  Fi-  cereMit^ropter^mum  «- 

«      1  ,.    .        1       ?  r        i  1     t>    ir  ir       J        vem  ^/ilext»Jritium,^Saliw,fi- 

gueyra  nao  he  medicinal.  A  íonibra  do  Dallamo  he  lauda-  nr*«>«"f"»iiiaritateeo*ju— 
vel ,  porque  o  Balfamohe  medicamento.  ãum- eUur"  ^Mh- 

413  A  Romeyra,  retrato  dos  Príncipes ,  aíTociou-fe 
coma  Oliveyra, imagem  dos  fubditos;  porqueo  Sol  apro- 
vey ta-fe  da  Lua,  para  governar  como  Sol.  A  Romeyra  el- 
colhéo  entre  as  arvores  a  de  melhor  fru&o  como  he  a  Oli- 
veyra (razão  por  onde  a  gentilidade  a  pos  em  lugar ^de  cê  ^  SunJ  quioh/tranMfculs 
tro,  na  mão  de  Mercúrio.  41   ")  Quando  a  eleyçaõ,  que  M«r«iif  «*i»^«y«r agncui 

r  r\    •        •  r  1  fi-  litT<tfiuJiur»p'i"ldicant:::  E- 

t2zem  os  Príncipes ,  íe  governa  pelo  preltimo ,  que  tem  o  umque  hcnertm  vi,v*  pcnu,, 
fubdito,  naõ  he  perigofa  a  fua  amizade;antes  he  a  mavs  fir-  ?MW*'^"j£*'I'?e"í** 
me;  porque  todo  ometalnúxto  com  o  ouro,  fica  mays  rerctur,quiah»nepiu,e,Ht<h~ 

r   i'  %        e\  t  L  rr     •  r  "J  tatet  tXtlcadefummuntUT  .qui 

lohdo.  Sendo  também  neceíiano  para  a  conlervaçao  da  3-  exqu.vi,aii<jr*a,fCra,ul*r 
miftde,  que  os  fubdicos  uzem  do  valimento  dos  Príncipes,  *"■■  tfonwM.  5  j.  *««. 
comouza  do  fuftento  corporal  todo  o  homem  parco:  o- 
qua!,trata  fóde  alimenrar  a  vida  ,  &  náo  defatisfdzer  a  gu- 
la: porque  fazendo  o  contrario,  fentirá  a  ruina,  a  que  muy- 
tos  caminhão ,  levados  da  ambição  de  íeus  ânimos  5  o  que 
intentáodefculpar  cõ  a  independência  de  feus  Príncipes. 

Nn  2  4H  A 


- 


284  O  ^INCITE  DOS  TJT.  TOM.  U. 
-  414  A  gentilidade,  que  abraçou  a  doutrina  de  Chri- 
fto ,  reprefen  ta  S,  Paulo  a  nobreza  de  íeu  eftado ,  &  felici- 
dade, com  lhe  dizer:  Que  eftaV  a  ger  manada  com  atraíres  J$fru- 
41  Scous riâiciíxs pingue*  fios daoli)>eyra.  42  Nas  raizes  deita  arvore,reprezentou  o 
à>rÍAâZ'/^o"lu,uX1.        Apoftoloa  Ley  Evangélica ,  &  em  feus  fru&os  a  graça  do 

Eípirito  Santo.  43    Não  achou  o  Doutor  das  gentes, 
4,  ^\*p[àt  inEpifl.  díví  com  qUe  melhor  com  parar  amayordita,&graça,doque 
inGiop.ord.  iht.  as  propriedades  da  Oliveyra  ,ngura  do  verdadeyro  ami- 

go; como  fyrubolizando  naRomeyra,o  povo  Genti  licc  ja 
convertido;  para  nos  eníinar ,  que  fe  a  emanação  da  graça 
procedéo  da  bondade  das  raizes ,  que  he  a  Fé  Catholica ,  a 
que  fe  unio  o  povo ,  he,  porque  o frucio  da  virtude  lhe  re- 
iiikou  dareligiofa  fociedíde  dos  Fieis.  Caufa,por  onde 
os  devotos  das  Sagradas  Religiões  lucrão  de  fua  cnnfra- 
ternidade,  a  participaó  dos  merecimentos,  que  conduzem 
á  pòffe  das  felicidades  eternas ,  &  dos  bés  temporaes ,  por- 
que vivem  colligados  comas  raizes  da  Oliveyra ,  que  he  a 
Santidade  dos  Patriarchãs,adondeDeos  depoíifou  abun- 
da ncias  de  fua  graça ,  para  que  a  todos  enriqueceílèm  com 
feuefpirito:  Particularmente  aos  devotos  da  Religião  de 
S.Bento  prometéo  Deos  o  logro  deite  frufíos. 

4 1 5  Naõ  fora  prudência ,  fora  temeridade  o  querer 
dar  numero  aos  milagres,  &  maravilhas  do  Principe  dos 
Fatriarchas;  como  o  fora,  querer  contar  osrayos  do  Sol, 
quedefde  fua  primeyra  creaçaõ  os  repete  todos  os  dias ,  & 
os  multiplicará  até  o  fim  do  mundo.  Em  vida  igualou  São 
Bento  osrayos  do  Sol,  na  conta  dos  prodígios  que  fez; 
delpois  da  morte  alcançou  o  numero  das  Eft relias,  nafo- 
ma  dos  milagres,  que  faz.  Se  todos  os  obrigados  á  intercef- 
faó  de  S.Bento,  trouxeraõ  por  d  ivifa  o  retrato  defíe  San- 
to, afly  como  traíiaó  alguns  idolatras  afigura  dos  falços 
Deofes,  que  oDemonio  lhes  reprefentava  mays  propí- 
cios ;  pareceme ,  que  á  mayor  parte  da  Chriítsndade  fer- 
veria de  venera  a  imagem  deite  Santo.  Baítavaó  fomente 
os  contínuos  milagres ,  que  Deos  por  interceíTaõ  defie  Pa* 
*riarcha  obra  todas  as  Seftas  feyras  do  annonefielníigne 
Convento  de  Lisboa,  quando  naõouvéíTe  outro  refiemu- 
nho ,  para  que  fofíe  venerado  pelo  Santo  mays  milagrofo. 
£  entendendo  eu  fer  mays  defraudo,  que  Elogio  deite 
frincipe,  pauicularifar  Reyno,  Província  >  Cidade,  Villa, 

ou 


ou  Lugar ,  adonde  florece  a  íua  virtude  j  nem  fingularizar 
os  de  votos, a  quem  ampara  com  leu  patrocínio ;  porque 
em  todas  as  partes  do  mundo,  adonde  Chrifto  he  venera- 
do por  verdadeyroDeos^heS.  Bento  reconhecido  pelo 
maysmilagrofo  Santo  (ji  rica author ifado,) &  todoo  gé- 
nero de  peifoas ,  que  com  viva  fé  o  tomarão  por íeu  advo- 
gado, para  com  Deos ,  conleguiráo  o  defejado  fim  de  fuás 
deprecaçoes:  Peflo licença  ao  Santo  Patfiareha,  para  re- 
ferir algús  milagres  coníeinentes  ao  aííumpto,  que  trata- 
mos, para confolação  dosdevotos, para  reprehencáo dos  .  M  _ 
ubias ,  &  credito  aos  prareiiores.  *»«*<»  r««<  prej,re  „,/«<»- 

4 , 6     Os  antigos  querendo  orçftrar  o  pouco ,  que  a  a-  ZitlT^ufZ^ll 
Diizade  doshomês  tinha  de  verdadeyra ,  retratarão  o  amor  ^™f"r-  Sjcerpiuei  Konb»te 
profano  (jaiz  de  toda  a  amizade  do  mundojçom  varias  in-  «obucffc  itUmpntrom  «<>#« 
fígnias :  Hús,o  pintarão  coin azas,  8c  na  mão  húa  tocha  açe-  Jf£*£;  D-Blrn>r'if<rm-d' 
za:  inímuando,  que  aííy  como  o  amor  he  tão  vario,  que  to. 
piou  azas  para  fe  aprovey  tar  do  vo-o ,  Sc  de  tào  pouca  du- 
ra, que  como  a  luz  da  tocha  com  qualquer  vento  fe  apaga. 
44  Da meíma forte inconfíante,& limitada  he  a amiza-r  m  ti»guntàn>orem,utqui3 

7i       in     i<      r  ri  r         n  fit  aceirimtu ,fed  exxinanatur 

de  dos  homes :  Lm  quanto  nao  ha  vento ,  nqm  fe  gaita  ace^  tcitrrimt^mortt ,  cHmflju- 
ra,  dura  a  luz:  em  quanto  ouver  bonança,  ou  dependência  f**»^»-*^*''*-^/^ 
perfevera  a  amizade.  Todos  os  amigos  deite  mundo  fe- 
guem  o  natural  do  Cor  vo,  que  affiftio  na  Arca,  em  quanto 
durou  o  diluvio, mas  não  defpojs,que  paflbu  ainnunda- 
£ão.  4$   E  mal  podem  attribuhirabayxeza  do  vo-o  á  ir-  4*  Dimifitcoruumtquieirc 
racionabilidade  da  ave;porque  o  homem  maysentendido,  dJ!ÍTí^ZZZ^%fÍ 
tropeçou  na  meíma  bayxeza.  Adão  lendo  homem  de  me-  *«™»>.<s««£8.«cf-7- 
lhor  entendimento,  imputou  a  E  va  toda  a  culpa ,  quando 

eosveyo  tirar  relidencia  de  feupeccado^  46  para  que  h7foeitmXd>tf»ihidcUg«,& 
DcoslhedéíTeocaftÍ20,&aelle  oeximiilè  da  pena.  47  «•»*■'*'■  «m  •"/•;* 

°      '  *,  J  '47    ^J*m  queque  i*J,gni- 

hm  quanto  Eva  eiteveem  graça  durou  o  amor  de  Adão,  tioniiivi»*mHiiercm,pt»qua 
para  com  Eva  5  defpois  da  culpa ,  como  vieráo  os  traba-  &^&±t{ 
•lhos,  deyxou  Adão  a  correfpondencia.  Antes  do  pçccado  J>£>,ta  «^V»*»*^ «,■•':<- 

1   1-       J        «    1-  1         1      r>  O       1    T       •      J  1     reproea.  O.  btrnjrd.de  ^íi>- 

publicava  Adão  as  prendas  de  Eva  ;  40  deipois  da  cm-  ,.,;, ...-,.,  y-,,  ,. 
paacuzoulheocrime.  Panegeriila,&:  fifçaldehummcfmo  fJtt^?Xn^ 
logey  to  foy  Adão 5  conforme  os  tempos  fez  os  officios ;  o 
de  panegerifta, na  profpera  fortuna ;ck  o  de  nTcal,na  fortu- 
•na  advería:  Conformando-fe  com  as  fortunas ,  &  não  com 
25  obrigações. 

417   *  Encontrados  foó  os  termos ,  que  São  Bento  uz* 

Nn  3  com 


2  8  6*  O  PRÍNCIPE  WS  VÂT.  TOMO  11. 
com  feus  devotos,  ao  referido,  que  ordinariamente  os  no- 
mes uzaõcó  léus  amigos.  No  lugar  de  Vicoverra,  poucas 
legoasdiiiantede  Sublaco,vivéohúa  mulher  viuva, no- 
bre^ dotada  de  bés,táode  votade  S.  Bento,q  tendo  dons 
filhos ,  não  reparou  em  gaftar  lua  riqueza  na  fundação  de 
hum  molteyro.  Creíceráo  os  filhos,  &  pedindo  a  lua  mãy 
conta  das  legitimas,  a  obrigarão  por  juftiça ,  a  que  as  prefi- 
zeílè.  Chegou  opleyto  atermos,  que  os  filhos  entrega- 
rão fua  mãy  á  prizáo.  Na  primeyra  noy te  lhe  apparecco 
São  Bento ,  &  agradecendo-lhe  o  beneficio ,  &  juntamen- 
te o  enfado ,  que  por  feu  relpeyto  padecia,  a  livrou  da  pri- 
zaõ.&lhe  deu  em  dobro  a  quantia  de  dinheyro,  que  ti- 
nha defpendido ;  com  feguro ,  que  Deos havia  por  bem  de 
confervar  a  parte,  que  lhe  cabia,  com  taesavanços,que  tu- 
do  quanto  gafta-fe  delia  em  ferviço  de  Deos,  &  de  fua  Re- 
ligião, lhe  naõ  faria  faka.  49  Nenhúademinuiçáofente 
49  Tr.oQntonhãtS.  ?auio  a  óljveyra  na  fubftancia,  que  reparte  com  a  Romeyra; 

hlircciíjnj  Jcrm.âe S.  Bcr.to  .  J  j    n.  •!_  11  J  r 

um»  i.dcjcrmie*?»rios,%.w.  nem  ena,  na  que  dettribue  com  eila ;  em  todo  o  tempo  loc- 

corremhúa  a  outra,  não  lhe  caufa  mudança  o  tempo  do 
inverno ,  porque  a  fua  amizade  como  he  natural ,  &  por  if- 
lo  vcrdadeyra,  referva  para  os  mezes  da  penúria,  o  vigor 
da  primavera. 

4 1 8  Ennobrecerão  os  Id"olatr3s,&  mundanos  ao  fal- 
ço  amor,  com  o  titulo  de  Deidade ,  &  como  a  tal  o  pinta- 
rão com  arco,  fettas ,  &  aljava :  Tem  por  alvo  a  todo  o  co- 
ração amante;  &  com  ferir  a  todos  izenta-fe  de  ler  ferido. 
Para  acertar,humana-fe  convo  amor;  &  para  que  o  naó  of- 
fendão ,  entroniza-fe  como  Deos .  Da  me  fma  fórte  os  a mi- 
gos  do  feculo;  aproveytaõ-fe  da  fumiííaõ,  quando  de- 
pendem; &uzaó  da  foberania, quando  faóbufcados.  Os 
homéstratãoafeus  amigos, da mefma forte, que  aSama- 
io  Ditu erg*  ei  Mim  sa-  ritana  tratoua  pefloa  de  Chrifto.  Ouvindo  a  Samaritana  a 

çu*jv,biiberi»mè{>ófefi,  cu*  Cnrilto, lhe dezia ,  que  neceiíitavade  agoa ,  portou-leco^ 

fk'» mulier  Samaritana}  \i  r       j  j  i^v    /*       •  li 

Jcann.^.verf.^,  mo  nobre  ,lendo  moça  de  cântaro.   50  Delpois,quelhe 

ouvio  dizer, que  tinha  fonte  mays  faudavel,  que  a  do  poço 
de Sichem, donde ella  bebia,  logo  fe humilhou, relpey- 

*«  DtmhterTJnJeer&ia-  tando  a  Chrifto  por  Senhor.  <r  Seantes,queoRedemp« 

itsu^HsmTivamUbivírf.  ti,    .         ,  ,         r ,.  rc  i  •  «  ,  ^r 

tor  do  mundo  pedale  o  púcaro  de  agoa ,  tivera  ditto  a  Sa- 
maritana a  peremnidade  de  vida ,  que  tinhão  as  aqoas  de 
fua  graça,  ella  lhe  obedecera  como  leiva:  Mas  em  quanto 

a  Sa- 


a  Samaritana  vio  aChnlto  com  dependência,  feíTe  Senho- 
ra. Eíia  vileza  he  táo  univerial  no  mundo,  que  fe  acha,ain- 
danosinfeníkivos.  Obrigado  da  fome  buicouChrifto  os 
frucros  de  húaFigueyra:  não  lhe  achou  fru&os,  achou-lhe   ?z  Et  cum  ven,p>:  d t«m% 
omence  rolhas.    52   Masleo  Lvangeliltadiz^queonao    ^,0.,,,^,,, 
ter  íi^os  a  arvore  fov,  por  ler  tempo  de  inverno.   <2   Co-   "  **•"*'»  trnumpitfi> 
mo  tinha  folhas  nefte  tempo?  No  inverno  nem  folhas,ncm 
inícios  tem  as  figueyras:  Deyxaííe conhecer  acauía.  As 
folhas  da  figueyra  foi ão  a  primeyragalla,deque  fevefii- 
rãonoílòsprimeyrospays;    54  &  comoChriitobuícava    u  Coffueveruntfoha fe*, 
com  necefíidade a  efta  arvore,  ella  fe  vefiio  de  Magefiade,  *%^£gg*K*:. 
para  prova,  de  que  até  osinfenílveis  mudáo  de  natureza, 
vendo-fe felicitados.  Donde,  queríeJ3  o  amigo  plebéo, 
como  a  Samaritana;  quer  prefuma  de  nobre,  como  a  Fi- 
gueyra, todos  guardaõ  a  meíma  regra, porque  ieaíchaem 
todos  a  me  Ima  condição. 

419       Naõ  alTy  o  Príncipe  dos  Patriarchas ,  para  com 
feus  afle&uofos ;  ante«  pelo  contrario  ;  quando  obufeáo 
aflitos  então  mays  fe  humana.  Difficultou-fe  muyto  a 
dous  bem  cazados ,  no  Reyno  de  Galiza,  que  S.  Benro,  de 
quem  eráo  devotos,  lhe  ou  viiTe  fuás  deprecaçóes ;  em  que 
pediaólhealcançaíTe  deDeosfaude,para  hum  filho  úni- 
co ,  que  tinhaõmuyto  enfermo.Repetidas  vezes  dizia  hú, 
ao  ou  tro :  Como  nos  ha  de  ouvir  o  Santo  ,fe  nòs  nunca  nos  lanhamos 
eieíle ,  com  tanto  empehbo ,  como  agora  o  focemos ,  obrigados  da  necef- 
jidade?  Humdia  acabando  de  dizer  eítas palavras,  lhe  en- 
trou pela  porta  dentro  hum  Religiofo  de  afpe£to  peniten- 
te, que  imaginarão  ferdo  mofteyro  de  S.  Martinho:  Pte- 
ceberáo-no  com  todas  as  demonltrações  de  alegria  j  &  cõ- 
monicjndo-lhe  fuatrilteza,&  oqu3ntotémião,que  Saò 
Bento  não  aífentiíTe  a  fuás  preces,  lhes  refpondéo  o  Santo, 
(  que  era  o  tal  Monje: )  QSfJJy  refbrhij  Vôfsosrovos ,  que  Vcos 
Senhor  nojjoha  per  bem  concederme  a  Jaitdc, que  lhe  pedíeys :  Eu  ;:- 
nhã  do  Ceo,  aapplicarll.eoremedto :  fc  lançando  húa  benção  lo- 
breo  enfermo,  ficou  fua  caia  com  a  fiude  do  filho,  &  com  ....,, 

faudadesdo Santo.   55    Moítrando4e,aoparecer,taour-  Ub,[upr.%.n. 
bano  S.  Bento,  para  quem  o  bufeava  neceíTitado,  que  dey- 
xâva  agloria  (quanto  aoque  parece, )  ló  pelos  aliviar  da 
pena. 

420     Os  Egypcios  figura  vi  o  o  Amor,  na  compofi- 

£ão 


288        O  VfiJNClVE  DOS  QAT.  TOMO  II. 
<6  uqutus>vti vir.cuhm,  ção  de  hum  laço.   <6  Todo  feu  intento  he  prender, & 
bujmotcrnhhrogbtbiclfwi-ma  foiçar.  Afiy  fao  os  amigos,  como  hc  o  Amor.  Nao 
jic^quipfiqui ertibutbitbo- ■  r  ^  poucos    os  qUe  por  relpeyto  dos  amidos  chegaiáo 

pef}úii*esçtor>»i»fiúi«tir*'-qà  eltado  da  milena  ;  mas  nao  os  rcmio  oancceiíjoade, 
h*uJ!"'  'l"Ulh  "**  '^""quem  lhe  originou  a  pobrela.  Sendo  o  amigo,  para  com 

leu  amigo,  como  foy  Dalila  com  Sanfaó  ;  dfta",dçfpo« 

que  lhe  cortou  os  cabellos,  defamparou-o  no  confiíòfco. 

tj  7   Nos  cabellos  tinha  Saníaõ  as  torças  j  de  todas  o  deí- 

f7  ^"í-í  <*«•*»« ea»/í-  tituhio  Dalila;  &fendoella  a  caufa  de  enfraquecer  oho- 

rciítUxrecaput.rocav.t quciò  mzmmzys  valente , como  oaniao,  teveo  nos  braços, co- 

forê,$,»jitfipt«n  "««</?•  mo  efp0í0  em  quanto  lhe  achou  cabellos,  que  cortarimas 

/«&«.  ■jfndttum16.verf.19.  defpois  que  o  violem  forças,  viroulheascòíias.  Em  quan- 
to ouverem  as  forças  dapoílibilidade,  em  quanto  o  amigo 
achar  cabellos,  que  arrancar ,  íeraõ  tudo  caricias ;  delpois, 
que  vos  lentir  fem  forças,  &  fem remédio,  quando  vos  não 
entregue  á  morte  como  fez  Dalila  a  Sanfaó ,  imitará  os 
£tv?J?'®invl*ttllàIrmL  Difcipulos, que hús  dormirão , quando  Chrifto eftava  nas 
mtti.Mttk.i+wf.i4.        afíicções  do  horto.  58  E  fugirão  todos,  quando  o  viraõ 

qmnnscum,  tmnetfugerupt.     hi r  D refo.     K  Q 

it.verf.ia.  ^2i     Grande amigode feu  amigohe SaõBento, nao 

repudia  a  nenhum  feu  devoto,  a  todos  conferva  ,  &  aug- 
menta  osbés  de  todos :  E  nos  mayores  perigos ,  a  que  che- 
gãoporfeus  peccados,os  remedeya  São  Bento,  com  tão 
grande  empenho ,  como  fe  forão  caufados  por  feu  refpey- 
to.  Noanno  de  1679.  fendo  Reytor  daUniveríidade  de 
Coimbra  o  Illuftiiííimo  fenhor  Dom  Simaõ  da  Gama,  ho- 
je meretiffimo  Bifpodo  Algar ve, afiliando  odito  fenhor 
ao  Sermão  de  manhã,  no  dia  da  fefta  de  S.Bento,em  o  nof- 
íb  Collegio  da  dita  Cidade, pregou  o  Reverendifíimo  Pa- 
dre Meftre  o  Doutor  Fr.  Bento  de  Santo  Thomás ,  Mon- 
je  Beneditino,  Lente  de  Prima  de  Efcritura,  naquelia 
Univeríidade,&  anualmente digniffimo  Geral  da  Con- 
gregação de  S.  Bento  neíle  Rey no  de  Portugal,&  Provia» 
cia  do  Braíil  ;  &  naó  me  fazendo  panegeriíta  de  fuás  pren- 
das, porqueem  toda  Efpanha  he  conhecido  leu  admirá- 
vel talento, aífy  no  Pulpitocomo  naCadeyra,  repito ió 
oquefuaReverendifíimacontounoSermaõ,  &  foy:  Que 
húa  molher  cazada  moradora  em  Coimbra ,  fe  viera  con- 
feiíàr  com  elle,  dousdias  antes  da  fobredita  feita,  &  lhe  de- 
ca  licença,  para  que  contafle.  do  Púlpito  hum  milagre ,  que 

Suo 


EM  V  %E  Z  A    XXI  2%9 

Saõ  Bento  lhe  havia  fey  to  anoyre  antecedente, fem  que 
dilíeílc  o  nome  da  pefiõa,  a  quem  havia  fuccedido:  K  foy  o 
cazo:  Que  cita  molher  por  certa  cauía,  chegou  a  citado  de 
taJ  deielperação,  queíahio  de  íua  cala  ásonze  para  a  meya 
noy  te  refoluta  a  le afogai  no  Mondego:&  buícando  lugar 
mays  accommedado,  para  que  não  íoíle  fencida,  chegou 
á  porta  da  cerca  do  Collegiode  S.  Bento,  adonde  o  rio  faz, 
húa  enfeyada  :aííentou-íè  na  loleyra  da  poita,&  comeílòu 
a  chorar  íuadifgraça:  Por  húa  paite  aprendia  oremorço 
da  coníciencia,lembrandolhe,  que  perdia  a  alma:  por  ou- 
tra^ facilitava  o  Demónio,  propondo-Ihe  o  delcredito, 
com  que  padaria  a  vid3  j.&  reloluta3molher,em  «talhara 
infâmia  remporal,&  a  náo  fazer  cazo  da  lalvação  eterna,  fe 
abrio  de  repente  a  porta,  (cuja  chave  eftafemprenamão 
do  Prelado,)  &  vio  diante  de  fi  hum  Mor.jede  idade  pro- 
vecta, (que  era  São  Bento)  oqual,  lhepreguntou  acaufa 
defua  triíieza:  &comoella  aencobriííe,o  Santo  lhama-* 
nifeuou ,  dando-lhe  taes  conielhos,  no  que  havia  de  fazer, 
que  amolherficou  focegada,&  arrependida  :Lançou-fe 
aos  pés  do  Santo,  oqual,  lhe  mandou  foflè  logo  para  cala 
de  feu  marido ,  fem  a  Igum  recey o ,  porque  náo  havia  de a- 
charcoufa,que  amoleíta-íe.  ÀíTy  o  fez  a  venturofa  mo- 
lher:  Sc  achando  certo  tudo  quanto  lhe  diíTe,  veyo  no  mef- 
mo  dia  gratiíicar-lhe  o  beneficio,  pondo-fe  em  graça  com 
Deos. 

4.22  Cubertodejoyas,&não  defpido,pintavãoos 
Egypcios  o  Amor :  Verdadeyra  imagem  do  Amorprofa- 
no  j  porque  como  nada  tem  de  verdadcyro  amor,  obriga 
com  o  intertíTe:  Prezume ,  de  que  todos  o  bufquem;&  pa- 
ra obrigar  os  ânimos  de  todos ,  faz  orientação  da^riquelas. 
Apobrefaheomayor  eftorvoda  amizade, porque osbés 
{&ó  a  pedra  Iman  dos  amigos.  Jacob  em  quanto  icrvioa 
Labáo,  náo  tratou  de  fe  fazer  amigo  de  fczaú ,  íenáo  def- 
pois, que  fervio,  Sc  chegou  ao  caminho  de  Canaan :   60   6o  •JMLfcmptTegri*** 

T  'T  ?        •        n  r     J      f       L-  tlufHm&fliiuffHtutpreJtKtí 

«com  acerto;  porque  Jacob,eltavaemcaladeJLnDao,  co-  àum.  Halcoiever,&tfi-     :■ 

um  dos  pobres  paltores  daquellas  íerns;  &  nounu-  Ve„;en,ajDom;r„„  ,'.',,., 

nho de  Canaan  achava-fe  Tacob,humdos  mays  ricos  ho-  *nvtnumgm>imc< 

-1  ,1  oiirU  •  Gencf.iz.terf.^%. 

mesdaquelle  tempo  :&  conhecendo  Jacob  oquanto  un- 
poíTibilitavaapobrefa,  agrangearos  inimos,náo  preten- 
déo  a  amifade  de  Ezaíi ,  fenaó  quando  opulento.  Os  nun- 

Oo  danos, 


IH*. 


290       O  PRÍNCIPE  WS  <PJT.  TOM.  11 
danos,ao  Amor  que  pintaõ  defpido,tambem  o  pintaõ  ven- 
dado: para  elles,  he  amor  cego,  o  amor  pobre. 

423  Em  os  lugares  de  mayor  pobrela,headondeS. 
Bento  empenha  mays,  para  com  Deos  a  íua  virtude.  A 
muy  tos  entendidos  caula  particular  reparo,  experimenta- 
rem, &  ouvirem,  que  pela  mayor  parte,  todas  as  imagés  de 
S.  Bento, que  eftáo  nasHermidas ,  &  Conventos  fituados 
pelos  montes, &  Aldeãs  de  toda  Eipanha,  faó  as  de  mayor 
concurfo,  porque  nellas  com efpecialidade  obra  Deos  por 
Saó  Bento  mayscontinu-os,  &  maravilhosos  prodígios. 
Grandes  milagres  faz  oSantoPatriarchaem  todas  as  par- 
tes, adonde  aífilkm  relíquias,  &  imagés  luas;  mas  em  ma- 
y cr  numero ,  &  com  mays  peremnidade ,  nas  que  fe  vene* 
raõ,aííy  nos  Conventos,  como  nas  Hermidas  dos  defpo- 
voados.  Claro  final ,  de  que  não  bufca  o  feu  patrocínio  as 
opulências,  fenão  as  neceíildades  5  ckque  onaõ  obriga  o 
lucro ,  fenão  o  affe&o. 

fflec  emm  rne  divitis  auri 

lmbertofa  fintes     — 

Impuleri  :fed  amorjuVat  opúme  tecuni 
Degere MartiaL 

Senão  temera  a  cenfura  dosCriticos,fizera  total  aflump* 
to  defte  volume,  íocom  parte  das  maravilhas,  que  em  o 
noíTo  mofteyrodeS.Thirfo,  finco  legoasdiftante  da  no- 
bre, &  fiel  Cidade  do  Porto, obra  Deos  pela  interceflaó 
defie  Príncipe.  Mas  fe  os  Sanchriftãos  dosnofíbs  Conven* 
tosnaõ  fazem  téda  de  feus milagres^porq  fenão  pratica  na 
vl?™Í™T£fobZul!m  anthmeticamanifeftar  as  partidas,  para  lhes  efconder  a  fo« 
que  venati,  at,qU:j  apprehin-  ma  ;  que  a  naõ  fer  ilTo ,  em  todos  os  dias  fe  publicarão: 

Jeru  ,  fac  mihi  inde  puJnun-  c  ,x    .  -ri'  rr>  i      i  i 

wnjicutvtiiemeHofti&tffer,  &■  nao  tiverao  luas  igrejas  neceíiidade,  de  outra  armação 

ZnTfeam:d  b™iimubi"  mays,  que  dos  retratos  de  fuás  continuas  maravilhas:  Con- 

uicap.^.verf. ,  ;#  4.        cluoefte  paragrafo  com  dizer  :que  o  patrocínio  de  S.  Ben- 

y/Je/,eoquodamiei1iafyte  „  r  J^  -1  j     ir 

fuxàit»  tft  t»utn,uieyéfõH  to,  para  com  léus  devotos, nao  hecomo  oamor  deliaac 
'T^nu'a!lf,!,oh'c'  Para  com  íèus  filhos ,  que  amava  menos  a  Jacob ,  do  que  a 

01   Quique  amorum  tgmina  *  '    t  J  « 

fht&rtájíeBàttur,tufttarúii  Ezaii,  porque  achava  mays  conveniência  em  amar  a  Ezaii, 

malis ,  £í  inter  arbortr  em fmoâi  J^  t  1         • 

Ufcivirtfomm  áectrpenU  ro-  Ú°  9 UC  3  J  SC0D-     P  * 

'SÍSb^,      +H       Também  os  Egypcios  retratavão  o  amor  no 
%\.ãcM»i9,  pomo  de  húa  Maçã.  62   Em húa  fruta,  que  nas  duas  par- 

tes, 


tes ,  de  que  fe  compõem  leu  nome ,  moftra  o  engano  de  lua 
beiíeza ,  da  vão  a  conhecera  calidade  do  Amor  dos  hemés. 
M a;  &  fa,  faõ  as  partes  de  que  confia  o  nome ,  Macà  :  enga- 
noio  pomo,  &  por  iíTo  retrato  natural  do  amor  laíeivo :  ef- 
te,íempre  oceulta  o  damno,  que  czufi  a  alma,&  mofíra  fó- 
mente  o  bem,  que  promete  ao  corpo :  efeonde  o  podre,  & 
moííra  o  faó.  Afíy  os  amigos ,  porque  a  mayor  parte  delles 
foõ  lizonjeyros ,  encobrem  a  verdade ,  por  naó  diifaborsa- 
rem  o  gofto:Uzaó  com  os  amigos  dos  meyos,  de  q  fe  valéo 
o  Demónio,  para  aruinar  o  mundo.  Sendo  a  Maça,  com 
queo  Demónio  tentou  a  Eva  fru&o  dafeiencia  dobem, 
&  do  maljcile  lhe  propôs  com  apparecias  dobem, oinfal- 
livel  damno,  que  lhe  refultava  comendo  do  pomo.  62  ,  6i  Fr:t>f.^"f  i>$fciente* 
Bom,  &maoeraoirucio,  aíiy  como  a  Arvore  j&  conhe- 
cendo o  inimigo  a  fragilidade  deEva,propos-lhe  ornai, 
como  bem;  moítrando-lhe  a  fermofura  do  pomo,  &  ef-  <m  viàiigiturmuVer  qua 
condendolhe  a  fealdade  da  culpa.  64  EftesardisdoDe-  t^£^i!^l 
monio  faó  as induftrias  do  falço amigo. 

4.25     Coníifte  averdadeyraamizade,emeftorvaro 

mal,&aconfelhar  o  bem  :  oppondc-fe  aogoíto,quefaz 

perecer  o  credito  do  amigo.  Quando  hum  particular  de- 
voto de  S.  Bento  vivia  com  mayor  prazer ,  pelo  nafeimen- 

to  de  hú  filho,  porque  fufpirava  havia  muy  tos  annos,lhe  a- 

talhou  São  Bento  o  golio  com  dar  a  morte  ao  filho,  tendo 

ttesannos  de  idade:  Húa  manhã  lhe  entrou  pela  cafa,em 

abitos  de  Monje,  &  chegando  aporta  adonde  a  criança 

eftava  dormindo,  lhe  tocou  com  os  dedos  na  garganta,  o 

que  baftou  para  lhe  tirar  a  vida:  Comamorte  dofilhoco- 

meçarãoa  darmilqueyxas,  &  acertificir,queos  Monjes 

deS.  Miguel  deOft,  mofteyro  naquelle  tempo  fituado 

nos  Alpes,  lhe  matarão  o  filho,  para  ficarem  herdeyros  de 

feus bés.  Durou  efte  queyxume , em  quanto  náo  chegou  a 

noytej  naqual,  á  viftademuytos,lheappareccoS.  Bento 

nos  mefmos  abitos,  em  que  otinhão  vifto  de  manhã,  8c 

lhes  d  i  ífe :  Tara  que  imputaes  a  meus  Monjes ,  o  que  eu  fi^  com  mi- 

?ibx6  mhs?  Tara  que  jutwtes  aggravo ,  o  que  eu  alcance)'  de  Deos ,  pa- 

rabewficioVoffi?  Obr toado  aos  bÕs  termos ,  queu^aes  com  os  Monjes 

de  S.  Miguel  de  0(1 ,  fuy  Vojjò  Orador  diante  de  Deos  ,para  qv.epri- 

Vajje  da  Vida  ao  filho,  que  iinheys  em  tanta  eflimac.aõ, pelas  infâmia*, 

que VosbaVkde caufir7fe  ViVsra  m  mundo:  \L  dcfipparecenclo  á 

Oo   z  *ua 


a9*        O  PRÍNCIPE  DOS  VÃT.  TOMO  11. 

fua  viíh,  mudarão  os  pays  o  pranto  em  alegria  j&  as  quey- 
6?  o Paãte MrftnTr.jtto-  Xas,  em  iubilos,  &  gratificações.  6<    Deyxacrearahera 
trocmh  ât  h.<  sano,  ferm, ..  junto  da  planta ,  quem  eíta  mays  empenhado ,  em  que  a 
icS.Bentd.%.i.  planta  feque ,  do  que  frutifique. 

426    Com  peyxes  ein  húa  máo,&  com  flores  na  outra 

pintaváo  algúso  Amor.  Senhor  domar,  &  da  tetra  foy  a 

explicação,  que muy tos deraõ  a eftc  retrato. 

TSLec  temer  e  manibm  florem,  Delphina  que  traShty 
Ma,  etenim  tcirÍ5,foc\>aletipJemari. 
Cláudio  Minoys. 

Níasenganarão-fe.  Os  peyxes  fora da  agoa morrem ;& 
as  flores  colhidas  da  planta  murcháo-fe:  Afly  o  Amor  pro- 
fano não  vive,  nem  florece  em  outra  parte  tora  defeuna- 
tural  engano.  Não  tem  forças  para  avultar  em  terras  eftra- 
nhas ,  fó  na  própria  habitação  tem  valentia.  Os  amigos  do 
íeculo, em  quanto  andão  juntos,  mofírão-fe  amigos ; em 
fe  auzentando,faõ  como  as  flores  cortadas  da  planta,  & 
como  os  peyxes  tirados  da  agoa.  Em  algum  tempo  era  a 
redondeza  do  mundo  a  demarcação,  que  os  amigos  pu- 
nhão  aíua  amizade:  hoje  reftringirão  tanto feus  limites, 
que  não  paflaõ  a  diftancia  da  prefença.  Sendo  algús,  como 
a  efpada  do  Gigante  Golias ,  que  pòfta  ao  lado  do  Gigan- 
te ,  não  o  defendéo  de  David ;  &  quando  na  mão  de  Da- 
«6  Cumquegieàiumnotiha-  vid,  matou  o  Gigante.  66   Porque  não  fendo  os  amigjos 

herr.l  iamanu  UavidyCticurrit.  1     r       r*  T  '     L  -         1"    "  CV  **"  n 

®fíetitfitp.fbiiiR**m,®tu-  armas  deieníivas quando  acompannao ,iao armas oíicníi- 

litgUdium  e;us  _£J  eduxil  cum  yas     ^^q  qU(.  fe  aufenta5. 

de  vagina  lu<>,<5  wierfccit  eum,  '  * 

i.Rrguw  cap.ij.verf.il.  427     Emtodo  o  tempo,  &  em  toda  a  parte  he  S. Ben- 

to amigo  de  feus  devotos.  Quer  efteJ3  na  fua  própria  terra, 
que  faõ  os  feus  Mofteyros  j  ou  na  alhea ,  como  faõ  os  Con- 
ventos de  outras  Religiões.  Ema  Sede  Braga  Primaz  das 
Efpanhas  ,efíá  debay xo  das  efcadas  do  Coro  húa  Imagem 
de  S.  Bento,que  nunca  aíifie  no  Altar,  porque fempre  an- 
da por  cala  dos  enfermos  \  fomente  no  dia  de  fua  feita  ap» 
parece  na  Igreja ,  porque  na  véfpora  a  manda  com  folem- 
nidade o  enfermo, em  cuja  cala  eítava.  Quiferão  prender 
o  Santo  com  húa  cadeya  de  íérro ,  para  que  o  naõ  tiraíTem 
do  altar  j  fruftrou-fe  efta  diligencia  ,  porque  hum  dia  rom- 
perão as  cadey  as,  &  levarão  a  Imagem  do  Santo,  No  Con  - 

vento 


EM  PREZ  A    XXI.  q93 

vento  do  Patriarcha  SaõFranciico , ema  Villa de  Guima- 
rães ,  ha  outra  Imagem  do  Santo ,  que  pela  mefma  virtude 
rioaífiíte  na  Igreja,  íenaó  emodia  datalfefta.  Osmsia- 
gres,quefazS.  Bento  em  o  Convento  deSetuval,&  em 
tnuytos  do  Alem-Tejoda  Ordem  Seraphica;&  no  mof- 
teyro  de  Xabregas ,  cabeça  da  Congregação  dos  Cónegos 
Seculares  de  S.  Joaó  Evangelifía,  he  notório  a  todo  Por- 
tugal. Taóboas  auzencias  faz  S.  Bento  a  feus  amigas ,  que 
náo  confente  aos  contrarios,os  offendão,  nem  ainda  de  pa- 
lavra. Bemfabidahe  a  grande  deveçaó,  queUgoCapeto 
Rey  de  França  teve  com  Saõ  Bento :  certos  fidalgos  húa 
noytc  murmurando  com  excéííò  da  difpoílção  de  ieu  go- 
verno, viraõ  diante  de  íi  hum  vulto  como  roítro  cuberto, 
&  com  a  CocuIIa  de  Monje;  oqual ,  com  húas  varas ,  que 
trazia  na  maó  osdifeiplinoude  tal  forte,  que  ficarão  en- 
tendendo ,  que  Saõ  Bento  como  grato  á  devoção  delRcy,  6J  **  ?TJ!i"°I"p'5l£ 
eftava  em  toda  a  parte,  para  o  deíender  em  todo  o  tem- 
po. 67 

428     A  intelligeneia  ,que  osiafcivosderaó  áquella 
pintura  do  Amor,  dizendo,  que  nella  o  acclarnavaõ  pode- 
Tofono  mar,&  na  terra  hefuprefiicioíaj  porque  o  Amor 
poderofo  na  terra ,  &  no  mar,  he  a  virtude  que  Deos  com- 
municou  a  S.  Bento ,  para  amparar  a  feus  devotos.  Entre 
muytos  efeolhi  efte  milagre,  que  noíío  Reverendiffimo 
Padre  Meftre  o  Doutor  Fr.  Leaõ  de  SantoThomás,  Len- 
te que  foy  de  Prima  na  Uni  veríldade  de  Coimbra  autho- 
iifa,noSegundotomodefuaBeneditinaLuíltana:   68   68  T*m*jr*.t.*f.iM 
parto  legitimo  deleuuniveríal,  &  único  talento.  Refere 
oReverendiffimoPadre,  que  no  tempo, emque  era  Ab- 
bade  defte  mofteyro  de  S.  Bento  da  Saúde  o  Padre  Meftre 
Fr.  Maneio  da  Cruz,quefoy/ioannode  1  633.  navegava 
para  o  Ertado  da  índia  com  profpera  viagem ,  o  Galiaõ  S. 
Bento,  a  quem  o  dito  Abbade  tinha  benzido.  Voltando 
defpois  para  o  Reyno,  padecéo  no  Cabo  de  Boa  Eípcfc 
rança  tão  fortes, &  repetidas  tormentas,  que  quebrado  o 
leme  todos  fe  julgarão  perdidos.  Levavaõ  dentro  no  Al- 
tar húa  Imagem  de  S.  Bcnto,diante  ó^  qual  fe  puzeraó  to- 
dos de  joelhos  com  lamentáveis  deprecaçóes,  para  que  en- 
trecedefle  por  elles  a  Deos  ,que  os  livraífedc  táo  manifef- 
toperigo:  Todos  fizeraó  ao  Santo  fuás  promélTasj  &o 

Oo  3  Ca- 


294  °  $WNC1TE  WS  ?AT.  TOMO  U. 
Capitão  lhe  fez  cila  rogativa:  Gloriofo  Santo,  ejla  Nào  he  Vof- 
fà>  &  pois  fi^cys  tantos  milagres  na  terra  ,fa^ey  agora  também  ejte 
tio  mar ;  regendo-a >  &go)>ernando-a  de  forte, que  cheguemos  todos  a 
f ah  amento  :fede  Vos  o  Piloto ,  &  Vojfa  inter  ce fino  JirVa  de  Ume.  A 
coda  a  píèílàcomaraó  o  Santo,  &opuzeião  no  lugar  do 
Piloto.  Comefibu  logo  a  embarcação  a  feguiracarreyra, 
tomando  o  rumo  das  Ilhas.  Acentou-fe  o  piloto  junto  do 
Santo,&  quando  a  embarcaçãodefcahia  mays,para  o  nor- 
teou fui, lhe  dezia:  Meu  Santo^a  Náo,parece,  que  ha  de  inclinar 
mays  para  tal  parte.  E  logo  a  embarcação  obedecia,  ao  que 
mandava  o  piloto:  profperamente  navegarão  até  chegar 
aterra  ;  adonde  louvarão  a  Deosgloriofo  emfeus  Santos. 
Com  toda  a  propriedade  accommodou,  neftecazo,oRe- 
verendiílimo  Padre,  a  S.  Bento, áquelle  Anjo  do  Apoca- 

c9  EttofiitpcãcmfHiíJtx.  lypfe,qparaoftentaçáodefcu  Império  univerfal,tinhahú 
tr:<mfup.m*rt,ftn,8tAm*utc  p£  no  mar  &  outro  na  Cerra :  6o  que  a  tanto  abrange  a 

ftto,  urram.  ,ir»  1     r         i       i 

^focai.  10.  ver/,  z.  virtude  de  S.  Bento  ,para  amparo  de  léus  devotos. 

429     Ultimamente,os  Gregos  retratavão o  Amor  en» 

coitado  a  hum  tumulo.  70  Ovcrdadeyro  Amor  dos  ho- 

iroftoàdUHTTm». %^%?t.  més  naõ  paffa  da  morce : moftrando  a  limicaçaó , &  defey-. 

&'  >00-  tos  de  mundano ,  porque  no  melhor  tempo  defamparou  o 

amigo.  A  amizade  dos  mortaes  he  como  o  Amor  de  Jacob, 
',     Dará  com  Rachel,  oqual  defpois,  que  avio  morta,  fepul- 

71    \fertu*elíerg9ltte&el,&   *  •     1         1     r-     1  '     o     r  ■  l  ■ 

fepuitaeftinv;a,qu*âucit  e.  tou-a  no  caminho  de  fcpnrata ,  &  loy  continuando  ajor» 
Sw^^™^  nada,  que  fazia  para  Canaan:  71  Acompanhou  a  Rachel 
gu&c.Ge*sf.H.vcrf.i9ti xi.  cm  quanto  viva,  &  deíamparou-a  defpois  de  morta.  Dous 

caminhos  temos  todos,  que  andar :  o  caminho  da  vida,&  o 
caminho  da  morte:  o  caminho  da  vida  tem  certo  o  fim,que 
he  a  morce  :  o  caminho  da  morce ,  fendo  infallivel ,  o  feu 
termo,  he,  para  a  noflaintelligencia,  incerto.  Todos  íabe- 
inos,  que  havemos  demorrer,  mas  nenhum  ofjm,queha 
deter  defpois  da  morte.  Anoíla  alma  efpirando  o  corpo 
coméílã  a  caminhar,  fobindo  para  o  Ceo ,  ou  defeendo  pa- 
ia o  inferno.  Os  amigos  quando  muy  to  acompanhaó,qual 
outro  Jacob  a  Rachel,  até  o  caminho  de  Ephratá,  adonde 
acabaítes a  vida  ;  não  paílaó  adiante,  porque  enterraó  a  a- 
mizade  na  fepultura,  adonde  vosdeyxaõ  o  corpo.  Infnr- 
tifera  he  a  fociedade ,  que  vos  acompanha  nos  povoados, 
&  vos  defampara  nosdefertos. 
430    AintercefídódosSantospaíTaos  limitesdoAmor 

dos 


cJoshomês.  Em  todos  escarninhos  faónoflbs  fieis  compa» 
nheyros :  no  caminho  davida,difpondonos  a  morrer  em 
graça ;  no  caminho  da  morte,ajudandonos  a  viver  em  glo- 
ria. Eitahe  a  utilidade,  de  que  nos  ferve  o  patrocínio  dos 
Santos,  &  com  efpecialidade  aintereeíTaõ  de  Saõ  Bento, 
Arrebatada  em  exeafi,  vio  Santa  Gertrudes  a  Magna, a  eft 
te  gloriofo  Santo  aííUiindo  diante  dotronodaSantiíTinia 
Trindade,  todo  cubérto  dê  roías.  72  Sendo  oníyíterio 
daquelle  roíal,  de  que  fe  veftia ,  a  reprefentaçaõ  das  iingu-  S£S^SSS^St 
lares  virtudes,  com  que  o  Santo  florecéo  neíte mundo, &  b,hUr g^mwandofrodire  »•«/> 

b.  1  1  ...  r^   1  1  pulcberrim* ,  mira  i  ii  T::Tis ,  & 

oas  obras  de  todes,  os  que  O  imitarão:  73    b  Jogo  ò  vemant,*,grati*qutfi«guu- 

Santo  Patriarcha  offerecéo  a  DeOs  a  fragrância  defeusinei  '*■  Be'uGeruudef  »«$»■- 

D  tione  Divina  piclaluUb. 4. ct>t>, 

recimentos  por  todos  feus  devotos,  &  poraquelles,qué  2.o,i*f<fios.Be*ed:. 

W-    r  ,    i     o*_  17  1  .......  \    \  72    ttiBliepèrf.oreircfaruirt 

ervavao  ieuinítituto.   74  fazendo ,  em  certo  modo,  gwftfôM»* mh,SÍT,ief. 

cite  Príncipe  na  gloria,  pelo  amor  de  feus  arTcétuofos<  í/w*^j*^^J»jf«ttwfc 

Ao'I  r>   •        •  t  1  crema,  quiltif  ifje  camimJuS 

melmo,que  íezneite  mundo  o  Príncipe  Jonathás  porá-  àemundo$mtiujui]ugmti*u 
mor  de  David^efpindo-fe  das  gallas,  para  o  homar,&  en^  ^p^íT^SÍ 
nobrecer  com  êildsv   7«   Vendo  a  filha  à  grande  liberais  tio*cmfuamfanujfimamfScti~ 

.      .  r       ia         ri    t»  •  n  i        >      <""  epeva  omnium  imitai  Cl  um 

dade,cóm  quefeuPay  ò.  bento  enrequecia  a  léus  àè\O"fU0,um&c  ídtm.m. 
tos,  e*ifteiu*i  nomundo,  lhedepfecou,foííeáhoíáde  lua  &  IZ^v^^t 
morte,  para  com  elles  da*  mefma  fórtê  prõpielo;  O  qneo  «'«»»  memtrernmjuorum,qv* 
Santo  ouve  por  bem, -promètendo-lhe  oíeguinte:  ío«oí,  ifflerereprofciuumnmm,qui 

os  que  implorarem  minha  mtércètdõ,  fazendo  memoriada  finoidar  vcJ}'g'**j«sf;r-<iPer'>l'Jer™"- 

1  í  *       '  J      v  J     o  liamrtgulttjux  òancta  percp- 

honra ,  C?  Virtude  com  que  Dcos  engrandeceu ,  ©  beatificou  o  fim  de  um.  idem.  m. 
minha  Vida,  eu  lhe  affiftirey ,  co/;z  too grande fidelidade ,ahor a  dejua  £  t*","'a  qfã™tldJZ& 
morte,  que  me  achará  na  parte,  adondefor  mayor  onumero  de  [em  ini-  âeã,t  tam  Dí>v'd-  *  •  Res  "?• 
micos ,  para  que  confortado  comminha  prejencafriunfe  detodoSy&ca-   \g  Quicumque  meaimone- 
mmheJemroparaõswslQseterws.    7Ó  re  Hu^fJl/SaÍ'lt 

J  o        1  o  /  quame  uoniintu  meia  tamglo- 

43  1      Comoa  carta  deUrias  77  faÒospeccadosdos  nofo fine  digita  ejibon,rjre% 

.  -  1  0  11  i-     tf  beatificai  c ,  buic  tgom  hora 

nomes;  cm  toda  aparte,&  em  todo  o  lufara  trazem  conli-  «,„,■,/„*  m/j  jM//j»-«íe »«/» 
go;  &  nclla o rifeo de fua vida,  &  de fuaíalvação. Morréo  "ff^i"^ ««<m »»*f  '"< 

O     J  '  *  tlli  cx  omni  parte,  nua  vidcbom 

Sau!,  porque  carregando  fóbréelleá  mayor  parte  do  eyLet~  fidia*  i»imicorum*ochiutc$- 

r.   nA         1     1"        i         1     r  traipfum  Çtevire,  ut  me.i  prem 

cito  inimigo ,  nao  tevequem  o  aiudníle  adeiender  de  íeus  /f„,:,„J,„,,/^,,„/;„fm,- 
contrarios.  78   Afaltáque  fentio  Saulpoi  pcccador,&  fnmmi*tjtt«rur,uc4i 

'  r-v       •  1  •  »         1  11  gaudiapeiatjmefr.e  Beatui. 

obitinado  contra  David,  eítptfimentara  todo  aquelle,que    ;*,-. 

viver  impenitente  de  feuspeccados,  quando  acabar  o  ul-    V^ef'hlH,ÍMjEf'ff'„:p^i 

Y  l  '    U  rr     '  mteUriamtxadrerfotiLi,ubt 

timoinftantedefuavida;paraoqueheneceflarionos  pr€-  fortiffimumcftpr<iium. 
paremos  da  forte ,  que  fe  armou  J onathas ,  contra  os  Phi-    ^  %'"upm  '^/pídu',  p*an; 
íiíteos :  Em  graça  de  Deos ,  &  com  firmes  efperancas  em  **■/•»»& i*?<ii,  ef cenfetuii 
u*a,miíencordia  íe  animoti  J  onathas  a  prevalecer  10 ,  con-   ,,r,£  (>p.  vitimo  ver/i . 

tu 


«çé        O  QWJKCIVE  VOS  VAT.  TOMO  II. 
79  ^«"^^'«'««^/-tra  todo  o  exercito  dos  Phililteos.  79   AíTy  nòsparatri- 

fciltjjivarcti/elinmultu.vel  ....  ...  r>,  n    £1      1  i 

infautt,.'ihi.t»p  tt.verj.b.  untarmos  dos  inimigos cralma.  raraoconnicto levou  Jo* 
J:ÍÍ;;;:^:;^::^^^^configohúad;utorio.  8o  Efiefemprenosacom- 
»«.  Vcnimccum.  ibivtrf.  6.   panha ,  que  he  o  Anjo  da  noífa  guarda  :  &  para  o  melmo 

officioieoffereceS.  Bento  na  hora  da  morte,  a  todos  léus 
devotos.  Em  o  numero  352.  podes  ver,  em  parte,  quanto 
aproveytaeíte  patrocínio.  OmelmoDeos  he  o  fiador  da 
proméíía, porque  elleconcedéo  hum  felice  traníito  a  to- 
dos,os  que  amalíem  a  Religião,  &  os  filhos  defte  Príncipe 
dos  Patriarchas:  AíTociate  a  eftaOliveyra,  porque  mays 
te  aprovey  tara  a  fua  companhia ,  do  que  as  coroas  de  tua 
nobreza,&  pòíTes,que  te  reprefenta  a  Romeyra.Se  te  pre- 
zas de  Ter  illuftre,como  o  Sol,  favorece  como  o  Sol ,  as  El- 
vLt$PZ'™y™?rZ  trellas  do  Ceo ,  que  faó  todas  as  Sagradas  Religiões.  Eftas 
fugMvcriini,  judiem.  <■</>.  Eftrelias,  laõ  as  que  pelejarão  contra  Sizara,  81   figura 

dos  Apoítatas ,  &  inimigos  da  Igreja  5  &  te  acharás  á  hora 
da  morte  com  tantos  exércitos  em  tua  defenfa,quantas  fo- 
rem as  Religiões,que  beneficiares;ou  com  tantos  exér- 
citos para  tua  ruína,  quantas  forem,  as  que  com  tua 
infaciavel  ambição,  ou  mal  intencionado  cor- 
felho  deminuiíte  oculto,  enfraqueceíle  o 

fufteiuo,comquelherelaxaftea      3* 
obícívancia. 


£NTRE« 


297 
ENTREGAM  EUTIQUIO,  E  TERTULLO  A 

S  BENTO 

SEUS  FILHOS  PLÁCIDO,  E  MAURO,  PARA 

que  os  creaííe  com  íeu  exemplo ,  &  inftruiííe  com  os 

preceycos  de  feu  Iníiituto. 

E  M  <P  %  E  Z  A    XXII. 


43' 


£  F* 


los  como  os  cor 


UMA  mefma  arvore  ferve  aos 
cordcy  ros  de  fuftento,&  de  abri- 
go; comem  das  folhas ,  Sc  ampa- 
3  ráo-fedafombra.AiTyheoMef-   ,  Ma?tfri funt  ut  *rUr*t\ 
IHI  trecomoa  arvore, &osdifcipu-  ^^X^tu^u- 
deyros.   i   A  boa.  difciplina  ha  deter  o  ww/.4. 
Pp  Preftl" 


298  O  PRÍNCIPE  DOS  VAT.  TOMO  11. 
preííimo  da  embarcação,  que  encaminha  aos  navegantes, 
&  refiíte  á  operção  das  ondiis.  Todos  nafeemos  choran- 
do, porque  os  perigps  do  mundo  iaó  como  otribntoda 
morte,  que  tanto  rcijpey  ta  ao  Príncipe,  como  aovaflàllo: 
A  morte, &  os  trabalho»  fsõ  caçadores  do  monte,  que  n^o 
íqlevãp  oífenfivos contra  os  animaespedeítres,mas  t?«m- 
bem  contra  as  aves:  com  efta  difTerença,  que  a  morte  igual- 
mente acomete  ao  grande, &  ao  piqueno  j  ao  defcuydado, 
&  ao  advertido  3  não  afly  os  perigos,  que  imitaõ  os  lebos 
veteranos,  não  arremetendo  com  tanta  fúria  ?  aos  que  ca- 
minhão de  dia ,  como  aos  que  encontrão  de  noyte ;  a  falta 
de  luz,  lhes  dá  ouzadia,  contra  quem  os  intimidara  prefen- 
2  oiiva  Hiftor  ia  tau,-*).  f,i.  te  a  \u2t   2   p^o  formou  Deos  ohomem,  fem  criarpri- 

n.Kap.io.JeLupif.  g  ai-  r»        •  r  }  i 

,  íeatiiaque  Ucut  iuo  /«.  meyro  o  Sol :   3  Tropeçara  Adão  no  raraizo,  taltando- 

'"Z^!^6.  lhe  aluz  doSol,que  o  encaminha-fe.  Da  mefma  fórtea 

.,  h.<c  tfi  òdptr que*,  ment  creatura  fem  adoutrina  do-Meftre,do  que  Adão  fem  a  cla- 

c!arcJcit:niendtn,corli,oc-     .  ,      ,      ,     . 

cuius,  amena ,  tf  voluptutfa  a-  Ildade  da  lUZ.     4 

nMfaradijHs.  smc.  ^3     Se  os  filhos  nafeerão  fó  para  utilidade  dos  pays, 

fora  de  menos  importância  a  fua  má ,  ou  boa  creaçaõ ;  mas 

5  £.1.  §.  tfgmerai,tcr,àe  como  nakem  também  para  oferviçodas  republicas,   5 
.-jenuempoffcjjio.min.  ub.yl.  he  commum  ointereíTe  dá  fua  boa  difeiplina.  Parapropa- 

f.situ.n.  L.i.óein/litu.&Je  .--  r  r  L  r  t    * 

jure.e.L.tq,.ad  scnatusTub.  g^r  nua  nação  requere-le  o meímo,  que  para  coníervar  nu 
*.L.\.,nfincadhg3ui.m*.  e^foio:  Se  os  materiaes  não  forem  efeolhidos ,  &  aíTenta- 

gcjia.P.L.t9.§.j.deCaj>uvif    ,  U         ,        /r>   •  -  '  c  i 

cíc.  dosporníaos  deorhciaes,naatera  lorma,  nem  duração  a 

fabrica.  As  veas  do  corpo  nem  por  citarem cheas  deían- 
guefuftentão  a  vida ;  a  fua  boa  nutrição  he,  de  que  fe  ali- 
menta anaturefa.  OsReynos,aíicomo  ascafas  particu- 
lares, náoconfervão  a  nobrefa  na  multidão  dos  filhos,  fe« 
não  na  bondade  dos  fucceíTores.  Cento, &  quinze  filhes 
teve  Artaxerxes:(nãoaquelle,dequemefcrevéo  Plutsr- 
cho)  a  todos  deu  a  morte ,  porque  nenhum  era  merecedor 
<  MeibaRenes-  da  Coroa.  6  Mays  feauthoriia  o  minaral  ficando  dezer- 

to,do  que  mina  de  ferro ,  tendo-o  fido  de  ouro. 

434  Para  que  o  calor  doSolconfolidaíTeobarro,de 
queformou  o  primeyro  homem, o  formou  Deos  cjefpois 
de  crear  o  Sol:  creando  a  eíte,de  húa  luz  pura,  porque  com 
feu  calor  havia  de  fubfter  a  debilidade  do  homem  ,  em 
quanto  barro;  Sc  com  fua  luz  havia  de  encaminhar  a  eíTe 
barro,defpoisdefeytohomem:eítas  operações,  faõ  os  ef- 
feytos  da  boa  doutrina;  Nos  poucos  annos  repara  a  fragi- 
lidade 


EMfpREZA    XX11.  299 

lidade  propenla  a  cahir,&  governa  toda  a  vida  do  homem, 
occafionado  lemprea  errar.   7    Piimeyro  aclaridadefoy   i  z>°%rina<$eruàni,cíifir- 
iíz,  do  que  boi,  elevado  a  preíidiraos  Aliros.  Pnmeyro  o  ««;»«;  Zuu. 
Meílre  ha  de  luzir  na  virtude,  do  que  fubá  á  cadey  ra,a  pre- 
fidir,&aluniearcomo  Sol  j  pára  que  náo  efcureííàcomo 

ÍOUlbf  a.     8  8    Preetptrrer  wpufolum  ca- 

rere  crimine  lurbiluáinii  ,J>J 
etiumfuj^iciont  obortet ,  etenirrt 

L*fit<Lrflcxandntm  contagio feclamagi/íri.  ^f^^u,,njhtuunur. 

lndeferunl  Vtújs  mn  carViJfe  malis. 
Germctn.  de  OJJia.  Magtjl. 

No  primeyro  volume    9  prometti  moítrar  osreque-  9remaI-£mí"''z.^.n.i6^ 
fitos, que  devem  concorrer  no  fogeyto,para  que  digna- 
mente póíTa  Ter  meftre  de  hum  Príncipe:  Para  erta  parte re- 
fervey  o  defempenho  ,  por  fer  próprio  do  afiumpto. 

435  Entre  as  calidades  de  todo  ocreado  particulari- 
zou Deos  ao  natural  de  húa  planta,para  nella  avincular  os 
fíii&osdafciencia.  Entre  todas  as  arvores  creouhúa,  que 

,  .  j     o    •  •      j     t  oj  1  vi-         «o  Lhnum  que  f ciente  bofiij 

intitulou  Arvore  da  òciencia  do  bem, &  do  mal.  10  Nao  $*,#. $«««/.•  *';«#'{>. 
faboreou  o  fru&o  de  todas ,  com  a  doçura  da  feiencia,  por- 
que náo  achou  em  todas  o  natural  necelTario,  para  enfinar 
como  Meítres,ainda  que  deííem  fru&os  como  lábios. Nem 
todos  mereííem  cadeyra  nas  aulas  do  Paço.  Para  nutrição 
de  hum  Príncipe  examináo  os  médicos  náo  fó  a  íubftaricia, 
&  limpeza  do  ley te,  fenaó  tambema  Índole,  &  virtudeda 
ama:  Nem  devem  preceder  menos  informações  dafeien- 
cia,  &  vida  do  homem ,  cuja  cabeça  ha  de  inftruir  o  Prínci- 
pe, que  ha  de  governar  hum  Reyno.  Ariphon ,  Sc  Péricles 
íoráo  dous  lábios,  dos  mays  eminentes  de  leu  tempo  5  & 
Alcibíades,  em  quanto  íe  creoucom  lua  doutrina  ,foy  o 
homem  mays  infolente,&  mal  procedido, que  teve  Gré- 
cia -.defpois  que  aprendéo  com  Sócrates,  ficou  fendo  hum 
dosmaysilluftreshomés,queteveomundo:   11    Em  ra-   "  Fhthar  ''*  ^l<*»*'- 
zãode  agoa  , tanto  o  he  a  doce,  comoafalgad3  j  Si  aíalo- 
bra,como  a faborofa  ;  masdifferem  muyto  nostífcytosi 
porque  húas  debilitáo,&  cíteriiifaó  as  terras,  por  donde 
correm-  &  outras, asfortaleííem,  &  fortificão :  Da  mtlma 
íórte  a  doutrina,  recebe  a  eíficacia,  ou  tibeza  do  procedi- 
mento dos  Meftres. 

436     Com  pena  de  morte  prohibio  Deos  ao  primey- 

Pp  2.  r° 


3$®     cwjHffiE  ws  <?jt.  tomo  n. 

ro  Mona  rena  comer  Osfru&osdaquella  arvore, peíornix* 
tj  ©»  ngm  f.mm  fSMtu  tQ  <je  njal,  &  berri:    i 1   Quebrou  Adão  o  preceyto ,  &  ri- 

íntima  u-jline  cowftL-u.  n-,  r  .  ,  .     .       j  r>    n 

<;c,.,/: ...  wr/,  ,7.  cou  menos  cftrcaz  a  iciencia,  do  que  a  tinha  dantes.  Bailou 

odefayrofomòdodeLeonides,TrQ,&  Ayo  de  Alexan- 

.,  Grttorumuanathiaoru  &e  ^ra  que  efte,  íicaílè  com  todas  fuasmsnqueyras:    í-% 

.  ,„  /,.,.,    r  ,t .« cajfuLMi,-  Donde,  neceílariamente  devem  buicar  para  Ayo  do  Prin- 

áycWtiihé  ape  a  hum  fogeyto,queíeja  arvore  oa  iciencia  do  bem,  Sc 

fuh-«t%  '=•"«'•■  naódomal.OBairamohearvore,queeíCGlhéòâfabedo- 

D.Hicrcn  Lpisi.BK.  „  •»  .  .     . 

M  Sicut  ci«»aniotHum,&  ria  para  natural  apodode  lua  pureza;  14  $*elamtiytsvir- 
ITeZS^Z^Z  tude,  contra  amalignidade,quetemefta  planta;  &  por  if. 
/'-' -^-  fõ  a  mays  ajuftada  regra ,  por  onde  devem  medir  a  íuffici- 

cnciaddfogeytOjquehadefereícolhido,paraAyodehi4 
Príncipe. 

457     Crefce  o Balfamofem  arrimo.   15   Pelomere- 


wvinBautvitu&impht-coí-  ci men  to  propriío,  &  naó  pelas  aderências  há  de  ler  eícolhi* 
'esvi"lTltl^níad"  do  o  Mellre.  He  incapaz  para  Ayodehum  Ptineipe  apef- 

li?iH!Ciilií   e  ipjít  jUiimci.t.  í         l  J  li 


VlaUeolU  feri  Jicitur,»u  • 
per  ti 
lei  i  ;. 
tnrniculufe  ipfsfu.  - 

pimituH<H.nb.ií.c*p.i<i.   fóa  poe  femelbanteíà  Palme vra,  não  tem  vigor  fem  ajuda 

16    liem  tíii perguntfiuãifi-    ,,-,  ,  \       >  i     1      » 

emfmmt:^^ c"":'  "oconiofte:   I0   parque  tratara  com  niayscuydadodea- 
}\f> -,..;!* t», ^ufut:,f,cai^ã-  provey  târ  a quem  ofuíienta ,  do  que, aquém  enílna.  De- 

Ba.  sieMunmefcuUfubtra-  mocritoempenhava-fe  mays  em  fazer  a  vontade  a  Leoni- 

bajZc^Jthu.ÍS£"re'    áes ,  que  foy ,  o  que  o  efcolhéo  para  Ayo  de  Alexandre, 

i7  diinim  ubifup.  jj0  que  em  doutrinar  o  Príncipe ,  que  tinha  por  difcipulo. 

438  NóterceyroannoíruóHiicaoBalíamo:  17  até 
efte  tempo,  põem  todasas  forças  em  crefeer :  &  náo  eftilla 
o  unguento,  fem  eftar  perfey  to  de  todo.  O  Meftre  não  ba 
defertaó  caduco,  quelhe  faltem  forças  para  foportaro 
trabalho ;  nem  tão  verde ,  que  naõ  tenha  authoridade  p jra 
dar  a  rcprehenção.  Fora  taõ  mal  creado,  como  os  filhos  de 
feu  Meftre  Eli ,  o  Profeta  Samuel ,  fenão  correra  por  con- 

18  Porro  flii  Hcli.filii  Bele-  ir>  ri  i  ~  o      *    r        •  j     1      i      t 

«inefeientes  Uominum^c.     ta  de  Deos  a  lua  boa  educação,   i  o   A  iantidade  de  Jere- 
ijiegA.verf.it.  mias  naõ  tivera  animo  para  reprehenderopovo,feDeos 

19  l-ccs  JeJi  verba meatn ore  *      ,.         *  *■ 

tuo&c.jeremi.  i.verf.io.     lho  não  infundira.   19   Eli  por  muyto  velho  foydefcuv- 

io  H;!i.i;it:»ieratfenexval-     »     1  o     t  ■      •   1 

àe.x.Reg.x.verf.lx.  dado:    20  &  Jercmiaspor  muytomoço  era  tímido.   21 

x.  Pueregofun,  jerem.  i.  Treme  a  vara ,  quando  vergonta;&  naõ  ie  pode  dobrar, 

quando  lenho. 

439     OBalfamo  he  todo  medicinal,  porque  não  fá 

22  p/h»»/ uHfup.  es?  Geme-  põem  a  virtude  no  humor ,  de  que  fe  fuftenta  ;  fenão  tam- 

^Quolfemunusioquanmr,  ■**  nas  folhas ,  flores ,  &  fru&os ,  de  que  fe  orna.   2  2   A 

®qu<>ihquitr,Hrfe«tiamus,t&-  compofiçãoexterior  he  hum  dos  requifitosmavs  neceííà- 

cordit  jermo  cuni  vita ,  Í5  vtta       .  *  .  _  .  ■*  ' 

tHmftrmonc.  se»ec.Epiii.tf.  nos,  para  authoiiiar  a  doutrina.  23 


EMP^EZA    XX1L 


301 


tfebus  diSlafonent,  &>  resjonet  ipfa  locfueflii: 
Saneia  docens  Doclor^  ViVat  bonefiafequens. 
Cermai, 


14  P/m/«/ «*'/*/'*' 


A  virtude ,  &  a  feiencia  perdem  a  eftimação ,  fendo  re- 
lógios íern  demonftradores.  Os  Sancos,  &  os  Philofophos 
autlfcnilarão  afua  virtude, &  feiencia  com  a  pobrefa,&  re- 
tiro, em  que  vivião.  O  virtuofo,&  o  Sábio  faõ  como  o  ou- 
ro, que  tem  avinculada  a  efUmaçãc  do  pezo  á  fermozura 
da  cor. 

440  Todo  o  annoconfervaefta  planta,  a  verdura  de 
íuas  folhas.  24  Opulenta, &  não  faminta  deve  ler  a  pef- 
íóâ  efeolhida  para  Mefíre.  Hetegra da  agricultura, encher 
ascòvasdeagoaprimeyro,quelhe  difponháo  aspiantas: 
a  terra  não  lendo  regada  ,  puxa  pela  fubíiancia  da  arvore, 
comquenáodeyxacrefcer,antes  afaz  fecar:  nenhúa  plan- 
ta he  infecunda  de  fua  naturefa  >  &  muy  tas  o  foó  pela  efte- 

rilidadeda  terra,  que  as  cria.  Com  o  que  pode  degenerar 

da  regia  magnificência  o  Príncipe,  creado  aos  peytos  da 

miíena.  Alexandre  perdéo  hum  dos  efmaltes da  purpura, 

porque  Leonides  feu  Ayo  era  demaíiado. 

44  1      As  folhas  do  Balfamo  não  faó  tantas ,  que  o  deC- 

componháo,nem  tão  poucas, que  oafeyemj  faõ  as  que 

baítão  para  compor  as  ramas.  Nas  palavras,  as  quaes  repre- 

íentáo  as  folhas, ha  de  fer  tão  comedido  o  Ayo ,  que  uze  10 

das  neceífarias ,  para  intelligencia  da  doutrina ,  &  folução 

dis  duvidas  5  para  introduzir  no  Príncipe  mayor  inclina- 
ção a  ou  vir,  do  que  a  fallar.  Prefava-fe  Trajano  deterpa* 

ciência  para  ouvir  fallarmuytas  horas,  &  de  não  poder  fal* 

Jar  largo  tempo.   25    Os  Príncipes,  &  Sábios  hão  de  fer 

como  osrelogios,querefpondemcom  humgolpeatodo 

o  tempo, q  a  agulha oceupa,  em  formar  feflènta  minuros.    16  NamftcutrUmurt&ar- 

Ballamoem  ter  poucas  folhasinímua,que  o  nmpptuji*mumr*mitim 

Mí.ftrehadeferlivredemuy  tas  obrigações.  O  etpinhcv-  *'»""»> Wr*wuvi<""* 

J  t\  *  *  J      contittgtntemJSvcnetJS  lanas 

ro,  porque  tem  muytos  nlhos,  quel.iõ  nsinuytasrarny$,  iohtabovihutssu»njeunnbiu. 
multiplica  oseíiimulos,para  com  cllcs  fe  aprovey tarde   Bnur-*  '!"?• 
toda  a  forte,  &  por  toda  a  parte.    26   Osmuytosfilhoso-   .  Vlgíu„te,aãf>r*i*mpr*. 
-brigão aos paysa  trabalhai  com cuydado, mas  não  com  \n-  pera*iba»cmiib*ru,agrun,«om 

B  r    J  J  >  fitar*  dcmctunt^vwiiimtjiu. 

ttyrcza.  jot.  »*. 


2<    v4lfcnf«rt!e*rfvil*. 
Máxima  1  j6. 


PP  3 


443 


Dcf- 


3o2        O  PlftNfflE  WS  TÂT.  TOMO  11. 

445  Defpois  que  a  Arvore  eftillaacuftumada  quan- 
tidade de  Balfamo ,  por  Tua  mefma  virtude  iára  da  ferida, 
por  onde  o  communicou.  O  Ayo  deve  íer  como  a  a- 
lampada,  nao  lo  porque  aífafte  ,  &  alumea ;  fenâo  tam- 
bém ,  porque  a  tornão  a  iubir ,  defpois  que  a  de  icem ,  para 
acender  a  tocha.  Serpedo  Meftre  de  Catão  Ceniorino, 
fazia-le  táorefpeytado  ,  que  nunca  degenerou  da2iitho- 
rtdade  de  Meftre ,  nem  ainda  nas  horas  de  recreação.  A  ia- 
ciiidade  no  divertimento  occallona  deiprezos  no  eníino. 

444  Primeyro  cortão  as  folhas , que  ficáo  daparte, 
»7  i»/,>í/!//(^7(^.yGíw/- aonde  querem  dar  o  golpe  para  íahir  o  Balfamo.   27   As 

*!Ttif?3%.  falhas  deita  Arvore  laó  pouco  viftofas ,  &  plauíiveis,  por- 

que parecidas  com  as  da  Arruda.    28   O  Meftre  todo  ha 
29  Di&t^âiiniMài-  de fer alegre  quando  eníína.  Areprehençáo,  &oeníino 
twum4wmmfrimuMtiàw*jàB&iEEeo\_  no  modo.    29   Anitoteles  lendo  naturalmente 
jtc»*Jumamo™?vficitur       ,«fte   &  cJe  máo  gcfto ,  quando  doutrinava  a  Alexandre 

compunha-le  muy  to  veda  vel.  O  tempero  das  iguarias  não 
iè  inventou  para  deípertar  ogofto  do  faminto,  fenâo  do 
regalado. 

445  Entre  as  arvores  efeolhéo  a  Sabedoria  o  Balfa- 
mo, por  fer  húa  das  mays  nobres  plantas,  que  produz  a  cer- 
ra. O  Meftre  fejade  talcalidade,  que  dignamente  póílà 
exercitar  os  poderes  de  pay ,  que  laó  os  de  Meftre.  Pergun- 
tando a  Agafiles  a  razão,  porque  não  efeolhia  para  feu 
Ayo  ao  Sábio  Tilopanes,  refpondéo:  He  de  tao  báyxaforte^ 
que  me  naõpójso  pregar  dejerjeu  filho.  30  O  Sol  efeolhéo  das 
liftrellas,  a  Eftrellad'Alva  para  guia  deíeu  nafeimento, 

jo  pjutbar.  inejut  viu.       Por  ^er  a  niays  luminofa  das  Eftrellas :  &  das  flores ,  o  Gi- 

rafol,  para  demonftração  de  feu  curfo,  porque  he  o  gigan- 
te das  flores. 

446  Cria-fe  o  Balfamo  nos  montes,  &he  arvore  de 
pequeno  corpo.  A  inferior  calidade  não  he  impedimen- 
to, para  os  que  vivem  retirados  do  mundo,como  íaó  os  Sa» 
cerdotes,&R.eligiofos.  O  Sacerdócio, &  olnftiruto  fu- 
prem,  qual  a  virtude  do  Balfamo,  a  pouca  altura  do  lenho. 
Oeftado  Sacerdotal, &  Religiofo  hea  verdadcyra  pe'dra 
philofophal,  que  converte  a  bay  xeza  do  ferro ,  em  nobre- 
za de  ouro. 

44-7  Junto  ao  Balfamo  nenhua  erva  cheyrofahc  o- 
dorifera,  porque  o  Balfamo  rcctbe  cm  fia  fragrância  de 

todas. 


EM  <?<REZA    XXII.  303 

todas.  O  Meftre  ha  de  fer  noticiofodas  eicrituras , hiíto- 
rias,  &  de  algúas  íciencias,  para  comprovar  com  exemplos 
divinos, &  humanos,  tudo  oquepropuzer  ao  Principe.Os 
ívleftresfaócomo  osarmeyros,quenaó  fendo  peritos  na 
milícia, fazem  armas  para  a  guerra.  A  boa  diíciplina  não  he 
outra  coufa  mays ,  do  que  hum  dtfeniivo  efcudo,  para  to- 
do  o  iucceflb ;  6V  os  Toldados  prováo  primey  ro  as  armas  na 
paz,  que  uzem  delias  na  guerra. 

448  O  unguento  doBalfamoheamargofoaogofto. 
Melire,  Sc  náo  lifongey  10  ha  de  ler  o  Meílre.  Os  de  pouca, 
idade  antes  querem  a  ftefcura  das  folhas  ,do  que  o  amargo 
do  fru&o,a  fuavidade  da  lifon/a,  do  que  o  afpero  da  yerda  * 

de.   2 1    L-eonides ,  &  Liíimacho,  para complazer  a  Ale-  ,V  -/?<WÍ'W'Í/"  '" Iuio 

1         C      -  J     1     J  J  TV/f     A  1      JT-      l-      'iteflrumFy»u,»o»  m„  pia- 

xandre,rorao  mays  aduladores,  do  que  Meítres.lndnapli-  cer.tfend*,qvampi8a,qu!tque 
nado  achou  Aritfoteles  9  Alexandre  ,&  com  vicios  tão  ir-  t^t^^lL 
remediáveis,  que  vivéo , &  morrèç  coro eiles.  O  golio he  g^UqMmjt*mai,im»gutu^ 

•       ,  ra  r  jji-  11  '    dUttftUornm  a<r.ar.aaic  cenf- 

*  lenha ,  que  lultenta  o  rogo  da  adulação ,  adonde  muy  tos  perg, ,  quamfi-uSuum  ^natc 
íe  abrazaráo,  imaginando,que renafcião,  J^yílSSf^* '* 

449  Tudoquantoem  íitemoBalfamohedepreíli^ 
mo;  razão,por  onde  á  plantachamáo  Ba3farno,ao  unguen- 
to Opobalfamo,&  ao  lenho  Corpobalíaqio.   32   Toda   14  J$ti*witi&t* 
Util  ha  de  fera  doutrina  do  Meftre;  não  enílnando  a  hum 

Príncipe  coufas  defneceflàrias,  &  fuperíluas,  fenáo  as  utis, 

proveytolas  para  a  íalvaçao,  &  bom  governo.  33  O  ptú^â  ^#^6m%^- 
Solnáo  fabe  mays  caminhos,  do  que  aquelles,  por  donde  ^f^f&^Vt*!1"**** 
iobereipiandecenteao  lrono,&  por  dondedeke  luzido  »v,w,  íw»i<».„;tWjir,»r. 

Ti  Fluthtr.  m  */ipoph. 

uinulo.  tr 

450  A  fuavidade  do  Balfamo  fortalece,  com  mays 
a&ividade,  as  potencias  d'alma,  do  que  os  fentidos  do  cor» 
po.  34  O  principal  fim,  defvello,&cuydado  do  Meftre  J4r  f.^MfiurruitiJen^ 
íeja,doutrinar  o  Príncipe  em  tudo,  o  que  pertencer  ao  ver-  UiU  odcr*mentot«m.  cep.  23. 
dadeyro  conhecimento ,&  guardada  Ley  Evangélica ,  Sc 
obediência  ao  Summo  Pontífice;  porque,  fe  for  bom  Ca* 
tholico,  lerá  bom  Rey. 

Acr        As  víboras, que fefuftentão do  Balfamo, per- 
dem  a  peçonha.   35    Muyros  pelo  bom  enlino  ,comque  *<«.•  te*/****  «■&«*•  ». 
oraocreados,perderao  os  vicios,&  propriedades  da  plan-  jkr„jw  H0tfím,  U  ,,.,„  >. 
ta.dequenafceráo.  Tarquino  Prifco  era  filho  de  húmer-  ""»<  >eai  <:»■■/'■!•»'■■> •  <•"»-'"« 
cador;  LIRey  berv)o,dehum  eleravo;  oConlul  Varrao,  ,„,„ 
de  hum  Marchante ;  &  Porcio  Catão,  de  hum  lavrador :  a 

boa 


j«- 


urc. 


504  O  PRÍNCIPE  DOS  TJT.  TOM.  II. 
boa  difciplina  os  mudou  em  bons  filhos,  fendo  de  ruins 
pays:  &  outros,  por  talca  de  doutrina,  naicendo  de  bons 
pays, forão  péílimos  nos  cuftumes.  O  Emperador  Cai  ino 
Cefar  foy  dos  imperadores,  que  melhor  governarão  os 
Romanos;  feu  filho  o  Príncipe  Carinofoy  omaysimmo- 
deíto,de  quantos  teve  Roma.  O  Emperador  de  Alema- 
nha Henrique  II.  foy  fervo  de  Deos;  &  leu  filho  Henri- 
que 111.  foy  Apofhta.  Os  nobres, &  os  humildes  íaõ co- 
mo plantas;  as  mimofasfazem-fe  míticas,  creadas  nos  mo- 
tes; &  as  míticas,  mimofas,  cultivadas  nos  jardins. 

45  2  O  Balfamo  muytos  mezes  prelerva  de  corrup- 
ção os  corpos  mortos.  O  bom  enílno ,  ainda  que  degenere 
pela  má  inclinação  da  naturefa,  dura ,  &  ennobrece  muy  ta 
parte  da  vida.  Nero  governou  bem  finco  annos,  porque 
foy  difcipulo  de  Séneca,  &  fora  toda  ávida  tyranno,fe 
nunca  fora  difcipulo  de  tal  Meftre.Os  racionaes,&  osbru- 
tos  bem  diíeiplinados  faõcomo  as  rodas,  que  movidas 
com  violência,  andao  algum  eípaço  de  tempo  ainda  def- 
pois ,  que  as  defampara  o  braço. 

45  5      Finalmente ,  os  cordeyros  naõ  fe  mudão  do  fí- 

j5  s,cui  em-novet, quando  tio ,  adonde  achaõ  pafto  fauda  vel,   36  oPrincipenaõha 

iH&nonreceduat.quoujqueaâ  devanar  de Meltre , que  tiver  os  reqmlitos  ponderados. 

raJi^.oJ»*,,  Continuem  Náomelhoraõ  osfruftos  das  arvores  tranfplantadas  muy- 

^uorf/ut/ua-wt  finai*:  fie  vc  tas  veles.  Príncipe, que  fegoverna  por  muy  tos  pareceres, 

r.bo-.i  a.i  ir.), ci ,  qn3v.li  bina  i         r"  1 1  1*1  J"íT  O         1 

p.,ji;ti,ucjijo„lnUo3orcm  he  íemelhante ,  ao  que  caminha  por  ditterentes  eitradas, 

'«vcn.unt ,  q«o  ufquejutuú,  que chega  cancado ,  &  fora  de  horas  ao  lugar ,  que  perten- 

Btreorím  tubo  Dijcere.       de;  arrifcado  a  encontrar  em  algum  dos  caminhos ,  a  quem 

odefeomponha.  Dos  muytos  Mefíres,  que  teve  Alexan- 
dre fe  lhe  apegarão  os  vicios.  Fiadores  de  tudo,  o  que  te- 
mos difcurfadojfaó  os  dousilluftriífirnos  Patrícios  Roma- 
nos Eutiquio,  &Tertullo,  efeolhendoa  Saõ  Bento  para 
Meitre  de  feus  filhos  Plácido ,  &  Mauro ,  a  quem  o  vulgo 
chama  S.  Amaro. 
;?  ^rgayfSoh<Ud,ydcã-      454     No  anno  de  quinhentos  &  vinte  &  dous ,   27 
»8  c*perettumtuncaieum  tempo,  em  que  Deos  havia  prometido  a  b.  Bento,  as  imeo 
Koma«*«rH,*Me,,vRti,.  excellencias  para  fua  Religião,  vieraõ  os  dous  Patrícios 

giofi  concHr:-cre,  fuui que  tilict    .  »  O  ' 

on»;p*te»tiDioitntnêJo,  da-  (parentes  muy  to  chegados  do  nolTo  Patriarcha)Terrullo 

■fMítEutiqliútMavrã,Ter~  ^°  leu  nmorlacido,de  lete  annos  deidade;&  Eutiquio,co 

?uttm xvwtMríum ,W«<«  fcu  filho  Mauro,  dedoze;&os  otTerecerão  a  S.  Bento, oa- 

i>.Gr;g.AiV.z.M»rsi.c*f.lt*<{\iCQS  difeiplinaiTe, & inftiuiíTe:  38    Saciificandc-osa 

Deos 


)9  ftcit  T)ev*  ãuohminariâ 
magnate.  Ge>uf  i .  vcrf 


E  M  <P  %E  Z  A    XXJ1.  505 

Dcos  antes,  queconheccíTem  o  mundo:  habilitando-os 
eom  os  riguroíos  exercícios  da  obíervancia  Monachal,pa- 
ra  rodas  as  melhoras  da  forniria  ;  á  imitação,  dos  queti- 
nhão  por  cuftume  etearem  os  filhos  aos  rigores  da  neve, 
para  lhe  fortalecerem  os  membros. 

"Natos  adflumina  prvnum 

X>eferimi{f,fce)'o  que  geluduramm ,  65  unais. 
Vtrgú.Mnead.   9. 

4<5$  Nefies  dous  Bemaventurados  Meninos  enviou 
Deos  a  S.  Bento  o  Sol ,  &  Lua ,  com  que  ornafle  o  Ceo  de 
íuaPveligiaõ.  39  AsduasTaboas,emquefeimprimi{Tea 
primeyraobfervancia  de  lua  Regra.   40  AsduasColunt-  40  peJiíqmebomiinit  moj* 

r         c   ,  r       ,    rr  -      4     r      «- n  ^    •>' ::  duaf  'gb"!af \ttfiinnnijh- 

nas,  íobrequerundaíieaextençaodeieu  Lltatuto.  41  Os  piàca, fenftat  àtgh»  dc>. 
doas  Clarins,  com  que  chamaílè  a  multidão  de  feus  Diíci-   ^tr/j/jlí'  »iun,nM 
pulos.   42   Os  dous  Leões,  com  que  ornaíTe  o  Sólio  de  "reM  ãeccm  >  ®  "So  tiihit°- 
leu  Principado.  43   As  duas  Oliveyras ,  cujo  medicinal   4i  i-aoétubidu**  <,<iafar. 
oleoconfervaffea  luzdeíua  fantidade.   44  AsduasVa-  *4"»*/«s^M«.*.«  ««,,- 

1  T  carepcjjts  multitudinlni. 

ras,  com  que  defpertaíTe  os  tibios,  &  fe  mediíTem  os  fervo-  n««w«-«*  io.«r/u. 
rofos.  45   OsdousPeytos,adondefecreaífèmtodos,os  w,w"Sr! " '  "":u'j"x" 
quequizeíTem  feguir  o  caminho  doErmo,  ou  domarty-   *•  í'ari,íif'<>'3-9-v"rf,9- 
rio:   46   Propondo-lne  neite,a  o.  Plácido  coroado  por  in-  ui>aaJtx$,u,iamp;.iú ,  &  „„, 
vitoi  &  no  outro,a  S.  Amaro  laureado  por  eminente.  Sen-  *?%£££%;■£. 
doeítesdous  Santos  os  dous  Anéis deouro,que  fuftenta-  &<* ,™<»»voc.™  ueccycm ,# 

„  jr»«-         ir»-i_  ít  alteram  Fanieúlttm. 

rao  a  coroa  do  Príncipe  dos  Patnarcnas,ally  como  outros   zach»r.  tuve>f.7. 
ascoroas  do  altar  dos  prefumes;  47  *?  »»«"»*f-*"^**-« 

456      Anicio,&  Tertullo  entregarão  feusfilhosao  t^«,^»*ft«<y*í«wt84, 
anto  Patnarcna,  paraqueosinluuiiie,&amparaHecom  g  ,  *. 
Tua  doutrina.  A  fabedoria  de  S.  Bento  fov  como  a  (ciência   41  EtãHota**ui^aurwfii\ 

lr>  r        l  -       o  -/-••  j-r        torona&c  txoJ>  ,o  »»;  4- 

do  Precurlor;  hua,&  outra  eraolcíencias,quedavaoiau-   <,«  ^i iaHitmftiitUmfa- 
de.  48  Ambos  foraõ  Arvores  da  Sciencia  do  bcm,&  não  tot,,Mitj»:l+t**. 
domai  ;&:  por  iíTo  predeftinados,  oPrecurfor  para  prr- 
meyroMeftreda  Lcy  Evangélica }&  S. Bento, para  Legit- 
lador  do  Eftado  Monaftico.  A  todos  quantos  recebèo  por 
Difcipulos  fuftsntou ,  &  amparou  S.  Bento,  o  que  naõ  te- 
ve a  Arvore  da  Sciencia ,  de  que  coméo  Adaó-,  porque  a- 
inda,  que  lhe  deu  o  fuftenro  nos  frutos ,  a  Figueyra  íoy ,  a 
que  lhe  deu  amparo  nas  folhas,  de  que  íe  veliio.  49   O  ^SÍJSSt^ 
ft u&o  da  Arvore  da  Scicncian^õ  íoy  iaudavelp*raAd;jo,  Gt*ef.  s.vtrf.y, 

Q^q  antes 


fo    Duc  hi  a!tum,&Ux0ti 


3o6      o  f^mcifE  ws  tâm  TOMO  77. 

antes  lhe  caufou  íua  total  enfermidade:  &  fciencia,  qué 
naõ  dava  íaude,  mal  podia  fervir  de  amparo ,  ainda  que  la- 
tis-fizeife  o  goílo. 

457  A  íaudavel doutrina  de  S. Bento foy  a  aderên- 
cia, com  que  atrahio  as  vontades  dos  Príncipes,  &  Cida- 
dãos de  Roma,queoefcolheraõ  entre  os  Varoésda  San- 
tidade,paraMeftredefeus  filhos.  Apalavra  de  Deos  foy  a 
fua  fciencia,  &  a  fua  valia  jrazaõ  por  donde  osdifcipulos 
foraõ  tátos,  que  necefíitou  S. Bento  de  multiplicar  as  ciai- 
(es,  fazendo  novos  mofíeyros.  Hum  dia  aíiiítindo  Chrirto 
na  barca  de  S.Pedro  mandou  osDifcipulos  remar  para  o 

rêiia  vcfira  /» capturam.        pego ,  porque  era  neceflario  pefcarem  algús  pey  xes :    5  o 

ao  que  replicou  Saõ  Pedro  dizendo ;  que  elle,  &  os  mays 
companheyrosgaftaraõ  todaaquella  noyte  em  lançar,  & 
recolher  as  redes  fem  algum  frudo ;  mas  que  fiado  na  vir- 
tude de  fua  palavra  tornaria  a  lançar  as,  redes.  Deu  S.  Pe- 
, ,  vr.freptor,pcrtoiam,w.  dro  o  lanço,  &  foraõ  tantos  os  pey  xes,  que  lhe  naócoube- 

teiti  ieUtaAter.,Mnc*pjmui:  ra5  na  barca,    íi  Os  corapanhey  ros ,  com  que  S.  Pedro 

intuito  w.cmtuoUxabo  riis.  i-      r        -  \r  i        •  i     n 

ibitaf  15.  pefcou  de  dia  iorao  os  melmos  ,  com  que  trabalhou  de 

noyte ;  pois  como  lhe  naõ  aproveytou  o  trabalho  que  fez 
denoyte,fenaõoque  fez  de  dia?  Porque  S.Pedro  fendo 
perito  na  arte  de  pefcar ,  vaUeo-fe  de  noyte  de  forças  hu* 
manas  para  alcançar  ofru&o  de  fua  fciencia  9  mas  de  dia 
pos  todas  as  forças  de  fua  fciencia  na  virtude  da  paLavrade 
Chrifto  j  8c  quando  efta  foy  a  valia  da  fciencia  de  S.  Pedro^ 
foraõ  tantos  ospeyxes,que  lhecahiraó  na  rede,  que  pe« 
dio  outro  barco  empreitado,  para  recolher  a  multidão. 
JL  iú}r,™âw£r*M*ej!ti  $  2  Mas  quando  fe  fundou  na  deligencia  dos  homés,  con- 
<s adjuvai cor.Etvtnttunu  fep\}\0  o  trabalho, mas  naõ  alucro.  AíTyfruc"ti ficou  otra- 

Wtmpteverunt  ambMiuvicu-   ,9,  o    r  L     J       •     J     o    T>  1_1L  c- 

laí.  wverj.  7.  balho,  &  labedoria  de  b.  bento,  como  o  trabalho,  que  bao 

Pedro  fez  de  dia  ;  achando-íe  com  tão  grande  numero  de 
difcipulos,como  S.Pedro  de  peyxes;ajudando-íè  da  erec- 
ção de  novos  Conventos  para  accommodar  o  fequi  to ;  af- 
fy  como  S.  Pedro  de  outra  barca,  para  recolher  os  pey  xes: 
porque  fendo  a  palavra  de  Deos  a  lua  rede ,  foy  a  fua  dou- 
trina, como  a  luz  do  Sol,  que  fenão  manifefta  fem  a  com- 
panhia de  innumeraveis  attomos. 
5,  ticstionamtrvtiiamàc      45^     Os  annos ,  que  Sáo  Bento  tinha  nefta  occaíiaõ, 

limofaBum  wuii.gunu,  n./i  eraõ  pouco  mays  de  trinta,  &  três.  De  idade  perfevta  for- 

ferfííia  ttxut.  P.  LnebciJiif  X~\  rr  ■  11 

iuGenei.   .  mou  Deos a noílo pnmeyropay;  53  porque  nellecrea- 


uri- 

e 


EMT^EZJ    XXII.  907 

va  o  primeyro  homem ,  &  o  primeyro  Meftre  :  antes  que 
Deos  o  torma-ie, ja  Adão  tinha  onome  de  homem:    5^. 
Era  homem  antes  de  formado,  para  que  tendo  vida  dou-   *4  fatiamthêmi»tsimê* 
tnnaílea  todos.  Lm  Adão  retratou  Deos  as  obngpçoesdo   G^mfi  verf.  ,.6. 
Meftre.    55    Formou  a  Eva  dehúacòfta  de  Adaó,  pira 
que  os  Meitresfem  reparar  no  dcfcouunodo  próprio,  era-  u  **q":E-",e*ccPjJ"a 
tem  de  animar  com  lua  lciencia,  a  quantos  ci  verem  por  &ú-  pr,u,apr,mUt  d,faf*hts -'»/<"■ 
cjpulos.  No  breve  iomno,  que  dormio  Adão  ie  repreíen-  frtigalmnuii.tam.un,^* 
ta  va  o  pouco  defeanço ,  &  a  muy  ta  vigilância ,  que  haó  de 
ter  os  Meftres.  Eftas  obrigações  pedem  hon.bros  taó  vigu- 
iofos  como  os  de  Adaó ,  &  os  de  S.  Bento. 

450  O  exemplo,  que  S.  Bento  dava  de  fi,  era  autho» 
rifado  com  fuás  virtudes :  donde,  fe  algú  defeusdifcipu- 
los  fahiífe  pouco  difeiplinado,  naó  tinha  na  vida ,  &  com- 
poíiçaó  de  ku  Meftre  a  difeulpa ,  que  o  Poeta  deu  a  feus 
vicios,  cohoneftando-os  com  o  máo  exemplo  de  feufalfo 
Deos. 

ISlec  mémorwe  ptidet)  tali  me  Vulnere  Viciam; 
Subilum  bis  flammis  fupiter  ipfefuis. 
OVtd.Eleg.^% 

O  exemplo  correfpondia  á  fantidade,  &  virtude  intrín- 
feca;&  por  eíía  caufa  proporcionado  para  Meftre  de  taó 
innumeraveis  difcipulos.  No  Jordaó ,  &  no  Tabor  publi- 
cou o  Eterno  Pay  aChriftoporíeu  Filho  Unigénito:  Cò 
efta  ventagem  mays  no  Tabor ,  do  que  no  Jordaó  ;  que  no 
Tabor  difle,  era  Chriftofeu Filho, &nofiò  Meftre  :  56    56  nietfíja^tmmsjafsr 
&  no  [ordaõ ,  que fó era  feu  Filho :   < 7  Húa  mefma cou-  *■'»" íM1"/fiJ*,'^^ 
la  toy  iempreChrmo  em  toda  aparte,  Deos,  &  Meftre    57  mi't}tmuimcmi»qmo 
dos  homés:  mas  no  Jordaó  difTerençou-fe  muy  tode  fi  mel-  m*£™  '"Kfíacu'-  Mãtb^' 
mo,  emquantoas  apparencias  j  o  que  naó  teve  no  Tabor. 
Chrifto  no  Jordaó,  lendo  afumma  purefa,  &  fantidade 
teve  femelhanças  de  peccador  bautizando-fe,  como  fe  fo- 
ra comprehendido  na  culpa  de  Adaó  :   ç8   E  no  Tabor,    &  Few"  leíus "  Gíll,u  in 

1  rl-JJ  -i  ir  II  JfrJa*eniaaJ*ar,:c'>i,titi<jt,- 

<Jamelma  claridade, que  tjnhanaaimaiezagrilla,comque  ufauturatte.iUverf. ,». 
corporal,  &  exti  iníecamente  fe  transfigurou  glorioio.  No 
Jordaó  naó  conformarão  as  apparencias  com  a  realidade, 
&  no  Tabor  foraó  a  mefinacoufa  :  E  achou  o  Ercrno  Pay 
(tudo  para  noffa  doutrina)  que  io  quando  em  Chrifto  cor- 
refpondia acompoíiçaó  exterior  com  a  viitudcinrrinltca 

Qsi  2  efta- 


5o8     o  voçms&E  ms  <pjt.  tomo  n. 

eltavamaysparafer  Melire  doshomés,cu;a  obrigação he 

abondadedo  exemplo  para  efficaeia  da  doutrina.  Confti- 

tuindo  Deosa  Moyíés  Meftre  de  Faraó,  para  lhe  enfinar 

í9  T~j.'>*  qucgiuLincfume  aàettenúmcaò  de  lua  vontade,  lhe  entregou  numa  vara, 

fgHa.Zxeai^.-verf.f;.        com  a  qual  obraíie  prodígios :  59   ^onhecenco  Deos, 

r6-*  W  ;-"^>'Hí  que  a  doutrina  de  Moytèsíemoexéplodasobras,feriaco- 

in  viar, a  tua  ,£c.  moyjts  quo-   u  J  i  ' 

miam pcn„4wriusncneraí,f,-  mo  a  voz  de  Moylés  lem  a  explicação  de  Araõ:  éo  Moy- 

vnoitii»  .1^-0.  il.himtxhibf.it.        ri     r  \        o  rr  r     r  1 

.R^wAfc».  ^»"f «.f.|.  »es  roy  tartamudo,  &  porena  cauia  luas  palavras  pouco  a- 

61  Kcr.  cTiJcitwiiutraJio.  gradáveis,  &  intelligiveis:   61  mas  repetidas  por  Arsó 

ru  língua  [um.  Hxoj.q.vi-fj.io  o  •>       ^        _         D  *  1  i 

62  iffcioquttuTproteadfo-  eraó  perceptíveis,  &  agradáveis.   62   Alíy  he  a  doutrina 
-™'  v"^i  '  doMeítrefem  obom  exemplodas  obras,  como  as  pala- 
vras de  Moyfés  fem  a  interpretação  de  Araõ. 

460  Nefte  tempo  nem  S.  Bento ,  nem  feus  Moines 
mendigavaõ:  tinhaõ  poucas, ou  muytas  terras  que culti- 
vavaõ,  8c  de  cujos  hu&os  viviaõ.  Naõ  he  pequena  addi- 
Çaõ  para  o  Meftre  íe  aplicar  ao  enílno  dosdiíeipuios ,  o  ter 
bés,deque  fefuilente.  Acafade  Abrahaõ  foy  publica  cC- 
cóla  do  povo  de  Ifrael:  Omefmo  Deos,  quando  lhe  a- 
crefeentou  as  letras  de  ieunoine,lheinfundio  afeiencia, 
8c  o  laureou  Meftre.  63  MasreparojemqueDeosonaõ 
graduafíe,  nem  lhe  déíle  a  cadeyra  logo,  que  o  tirou  de  Tua 

«-  reig.i»juãi.um.t.foi.  pátria, &omandou  peregrinar  aterra  de  Canaan;íenaó 
\xoM.t.%6&fii.i  ,t.  defpois  que  Abrahaõ  íahio  do  Egypto,&  tornou  para  o 

64    Nan  ultra  vocabitur  nc-  ,        £       ,      K  '    .  ,  ,         .Sr  r  -     , 

tntniuum^Abramjcâ^ibra-  lugar  de  lua  peregrinação.    64.  iJuas  veles  morou  Abra- 

\™mlTúu"emMh*rumge"~  hãonefia  terra  •  a  primeyra  vez  foy ,  quando  Deos  oman- 

Gmef.fj.verf.s.  dou  fahir  de  fua  pátria  -  &  a  feguoda ,  depois  quefahiodo 

Egypto,adonde  fe  recolhéo  para  remediar  a  fome,  que 

6<   TuZlt  eB  atilem  famerm  í      ■  /->  /  _     r-  íl  -         J 

urra.-  dr/cendit  que  cubram  i»  padecia  em  Canaan;   65    E.por  eita  razão,  da  primeyra, 
Egjtium.w.çtf.ti.verf.iv.  &  não  da  íegunda  vez  oconixituhio  Meíirede  leu  povo: 

Abrahaõ  da  primeyra  vezpadecéo  fomes  em  Canaan ,  &: 
nãodafegunda:  &  para  Meftre  de  hum  povo  não  lervii 
Abrahaõ  quandoneceííitado ,  fenáo  quandoopu  lento.  A 
neceflidade  dos  Meítres  he  como  o  calor  do  Sol,  quenáo 
alimentaa  planta ,  a  quem  falta  o  humor  da  terra. 

46 1  Obfervou  S.  Bento  em  todafua  vida  tal  íilen- 
cio,  que  nunca  faílou  poT  divertimento,  fenaó  para  entí- 
no.  Efta  virtude  foy  liçáo ,  que  Chrilto  deu  aos  hoenés ,  a 
quem  coníiituhio  Meftres.  Encomendou  Chrifío  a  feus 
Difcipulos ,  guardaflèm  tal  íllencio  pelos  caminhos  por 
tkmde  ioflem,  que  naõ  faudaílem  os  caminhantes  3  que  cn- 

contraf- 


EM  f  REZA    XX!!.-  qc? 

contra  flèm:  66  Deu-lhcs  aurhoridade  para  pregar  Uu  60  N'«taMW«»'*»,/ifr- 
Evangelho  nas povoaçoes,dentro,&  ioradas  byn.:g;  gas, 
&  prohibio-lhçs  as  praticas  do  caminho,  porque  os  mati- 
4bVè  Meftres  do  mundo:  Aspraticas  do  caminho  f»ó  di* 
vertimento  do  trabalho;  &  faltar  por  divertimento  não  or 
pet  mi  te  Deosa  quem  conítituhe  Meftrc,  para  doutrina  dç 
todosos  que  tem  difcipulos. 

462  Nos  actos  de  mortificação  foy  S.Bentcomaye 
humilde  defeusdifcipu!os;&  nas  hora.-:,  que  Jhes  permitia 
de  alivio,  ficava  S.. Bento  recolhido  na  íua  çélta.  Facilitan- 
óo-íc  no  trabalho,  queeraeníinoj&  rerirande-iede  tudo, 
o  que  era  divertimento.  EiereveSalamaõ,  que  a  Sabedo- 
ria fabricara  hiía  caia ,  &  nella  puzera  húa  meza  :  A  caía, 
paraíi;ameza,par30sdifcipulos:   61   A  çafa,  a  de  ndeef-6?  ^iekttrí^^tapi 

1  '  *■  !■  /  '  Dcn::r,7,:nu>rcilavii  vitii.:a'Ju- 

ravaa  meza,  era  a  Aula  :  E  porque  razão  náo  eícolhe  para  at^mifcuitvmum ,e frofofitt 
Íj  afabedoria  a  mez*,&:  a  Aula?  Affenca^fecom  osdikipu-  Z^IZum^tiuZÍm 
]osna  Aula,  quando  lhes  dá  adoutrina,  Sc  naõ  feaílenta  wtèitti&£\zt&±    ^ 
com  ellcsa  meza,quanao  mes  da  a  rereyçao:*  Nao:  porque 
njííoen.ílna  os  Meftres  a  lerem  fáceis  nas  horas  doenílno, 
&  graves  nas  do  divertimento  :Naó  permitindo  a  confian- 
ça da  meza,  para  não  deminjjir  3  anthoíidade  da  cadeyra.. 

463  Foy  São  Bento  deafpecto  grave,  Sc  alegre.  A 
iodos  tratava  corn  modefía,&:  apraíivel  gravidade ;  fal- 
ia ndofenipreeomoquein  infinuava ,  porque  fuás  palavras 
erão  íblida  doutrina  j&  nunca  mudou  de  fembtante,fenão 
cmandoreprehendia culpas.  DiíTç  Çhrifíoa  feus  Difcipu-  68  Vottft*Saiutt«tvot$k 
Jos^ueerãooSa^&aLuzdoniiURdo:  6%  Os  çfFey  tos  do  i«*«««»*- *"**■*■ 

Sal  fio  encontrados  aos  da  Luz.  O  Sahnortificas  $c  a  Luz 
■dekyta :  Como  logo  em  hum  íog.ey  to  fecompadeciaõ  113- 
turaestão  oppoílos?  Chrifto  «landava-os  tn  finar  nãofp 
aos  ignorantes,  mas  também  areprthender  aos  detàrahi- 
dos :  não  fóaenfinar,  os  que  ignoravaõ  a  Ley  Evangélica, 
mas  também  a  reprchender  a  tibezadaquel  les ,  que  iâben- 
d.o-a ,  a  naó  obter  vavaõ ;  &  conforme  osofficios  lhes  deu 
as  propriedades;  as  do  Sal,  para  quando  reprdhendtíTem$ 
as  da  Luz,  para  quando eíifnwfleai.S.BentoimBJtou  o  nar 
cura!  dosprimeyros  Apofiolos , porque  foy  Difcipulo  do 
li.víinoMeíVe.  .69 

464      Chiiftoefcolhéoii  S.  Bento  de  entre  os  montes   6o  .  „._..  rh.;n. Ft>'grâjfo» 
m3ysimpinados  dalgicjn  Miiinnu  ,paraCls*iin  ds  fen  ?e.Zatbariat. 

Q^q  3  Evan- 


3 1  o        O  &HINC&E  WS  PAT.  TOMO  21. 
7o  sufra.  Evangelho:   70  E  a  graça  o  eicolhéo  de  entre  05  montes 

mays  fublimes,que  tinha  a  nobreza  do  mundo,  para  leu 
Dilcipulo.  Dotou-o  dehúa,&  outra  nobreza  o  meimo 
Deos,que  oeícolhéo  entre  innumeraveisl.ibios.  Confi- 
derandoeu  nas  razões ,  porque  as  arvores  faõ  hicroglyphi- 
co  dos  fabios,  fiz  reparo,em  que  de  todas, as  que  a  Sabedo- 
ria ieparou  para  íua  mays  própria  íemelhança,  ennobre- 
ceíTe também  aterra,  ettimando-as  por  arvores reaes;  Sc 
osíublimalTe  a  graça  tomando-as  para  feu  apodo.  O  Ce- 
dro,  o  Aciprefte,o  Baliamo,  a  Palma,  &  o  Sinamomoíaó 
dasarvores,que  a  Sabedoria  particularizou  para  íua  repre- 

71  OkifiCcârustx fitam fum  r  -     0  r      r       •£  _         a  £ 

inL^Jo^^ftCy^íin  fentaçao;  &  a  graça ,  para  leu  íigmhcati  vo.  71    Amelma 
mome  jion&c .  hcc^j^ji.^.  fa{3edorja  increada ,  que  as  eícolhéo  entre  todas  asar  vores, 

as  dotou  de  todas  as  calidades  íllulíres. 

465      Fallando  S .  Bento  a  todos  com  a  mefma  graça, 
não  lhe  achavão  todos  omelmo  labor  :  Conformava  íc 
7i  vrtrb»vít*itian*  má-  com  as  virtudes ,  &  naó  com  asvontades;&por  ilfo  luas 
jft^títZlkíci  palavrasferiaôa  huns,&  deleytavãoaoutros.  A  imitação 
ofca.ò.verf.%.  das  palavras  de  Deos,  que  para  húsforaõ  vida;  72   &  pa- 

ra outros  morte.  75  O  frenético  temo  medicamento  por 
ofTeníivo,  porque  lhe  falta  o  entendimento,  para  o  conhe- 
cer por  remédio. 

466  Em  dous  pólos  fe  firmava  toda  a  doutrina  de  S. 
Bento;  no  amor  de  Deos,&  do  próximo:  não  ditava  ou- 
tras matérias,  íendo  univerfal  em  todas  asfeiencias;  por- 
que ajuflado  com  aneceíTidade  dos  difcipulos,  fomente 
lhes  inílnuava  o  importante.  Nem  todos  osMeíires  tra- 
taõde  eníinaro  útil  para  osdifcipulos,fenáo  oconveni- 
entepara  íua  própria  utilidade.  Oquedefeja  augmentar 

vertuiu^oeme,,  qu*  „ono-  °0"cipulo  eníma-!he  o  prove) ^toío  ;  quem  trsta  dapro- 
feut \uitpuinerigrttit.        pria  utilidade (diz  S.  Paulo")  enilna-lhe o  infrutífero:  74. 

^dJ„um.i,vsrf.lu  -t  j        ,    u  r  11  1-1-  n-  v 

retardando]heoenlino,paralhemult]plicaroeítipend)o. 

467  A  doutrina  deite  Principe  mortificava  os  fenti- 
c7»  "Moyfet  po*rht  vdamtn  dos  do  corpo,&  illuftrava  as  potécias  d^lma:  Sendo  como 
'&^^/">r,;;':„;:;^  a  to*  ào  roftro  de  Moyfés,  que  ofTendendo  os  olhos ,  dos 
eJ!U  z.^stcorut.^.vcf.^.  que  a  vião,  7<   illuftrava  os  entendimentos,  dos  oue  a 

76     Hocrnt  Ubi  mvtlamt»    ^  1         -  r*  •  J  vL'  1         o 

cccuhrunaJomnn^quiucum  contempla  vao.  E  como  o  veo,  que  deu  Amnielecna  Sara, 
2£2ÇS!^S5?'  cora °qual  ™>™ ^aíTe  a  vifta,&  conícrvaffc  a  memor  ia  do 
r  Geacf.zQ.vnf.t6.  riíco ,  a  que  fe  expufera  ;   j6  para  que  náotoínaílèaoc- 

caílonar  femelhantc  perigo. 

468   O 


EM  <?  HEZA    XXII  5Ú 

468      O  que  temos  diícurfadoheíuficiente  para  co- 
nhecimento ,  de  que  fenão  requer  menos  íciencia  para 
Ayo  dos  Príncipes ,  do  que  para  Meftre  de  Santos :  antes 
fóoque  for  Santo,  pode  fer  dignamente  Meftre  de  hum 
Príncipe.  Porque  todo  faudavel>&  medicinal, como 
Bailamo,  ha  de  ler  o  Meftre  de  cujo  eníino  emana, 
ficar  proporcionada  ,  o  imper  íey  taa  Regra, 
por  onde  fe  ha  de  governar  atheorica 
de  toda  hua  Monarchia. 


í 
^ 


y  I 


RECONí 


RECONCILIAM-SE,  E  SOGEYTAM-SE  A 

S  BENTO 

OS  MONJESDO  CONVENTO  DE  VÍCO- 

verra,  que  intentarão  dar-ilie  a  morte  com  veneno. 

E  MV  %E  Z  A     XXIII. 


46*9 


SfH  ESPADA  quebrada  húa  vez> 


não  fe  torna  a  Toldar.  O  vazo  de 
barro  na  roda  em  que  fe  forma, 
ainda  que  quebre,  ur.eílè  com 
facilidade.Compõe-fe  a  efpada 
de  ferro,  &  aço  ati  bos  por  na* 
tureza  dittuemcs  5  &  por  eíla  razão  húa  vez  divididos, 

que- 


EMV<kEZ  A    XX2II.  V3 

guebrãoparalempre.  NáoaiTy  o  barro,  todo  he  ameima 
eouía,&por  iíTo  em  havendo  quemofolde,une-iècora 
brevidade.  A  naturefa  humana ,  como  formada  de  barro, 
náofegue  anaturefa  doferro,&aço  com  quem  não  tem 
lianç3j  adobarrofijcomquenuem  parenteíco.  De  hum 
nieímo  barro  fe  formarão  todos  os  indivíduos  humanos, 
&  ainda  que  os  fepare  a  íórte ,  congraça-os  o  amor,&  a  de- 
pendência. No  reciproco  da  amizade  acharão  os  homés  fe- 
H uranca  contra  os  receyos  da  vida :    i    valor ,  nos  bens  da  ,'  Viu  verofíne  "»ic>'  *"fi* 

«?  *  _  ,■:  íii  altrum  ,<s  metu  plena  tti. 

tortuna  :   i   &  remédios,  contra  os  males  da  pobreza  :    5  luiiusâcamiat,*. 
porque  delpois  da  Sabedoria,  amelhorcouía  quáo  Ccà  SJ^Z^Z'?"' 
infl uio  nos  homés  foy  a  eleyção  dos  amigos :  4  Comer-  ^f^.ttb.t. 
cio  o  mays  agradável ,  &  proveytoío  de  quantos  ha  no  w.  ?. 

nmi/íí-»      C  *   HauJfci»,anexeeptjfrt- 

U1UUUU.     }  eHiit,quicquSfitbon,wieCp 

imn;orX»ltíu!  Jaium,  amicrti» 

«xti  7        •    .   ■  >•  7  rxel.ut  Cicer.  in  Lélio. 

N ti  natura  homtm  jucunatuõ,  ubenm  tjut  5  ommum  Tcru ,„,  q„M  fpi- 

Comparat,  aut  quodlit  maius ,  amtcitia.  e""a\ vel  ?""" aÀ  be"e- ''' " 

German.  de zA  micitia.  wtftmtHut emienia^iba *íj- 

riui,  HibiljueundiUf. 
Qictto  mOffit, 

470  Os  homês  apertarão  tanto  aos  termos  da  amifa- 
de,  que  unirão  a  hum  mefmo  querer  as  vontades  diflin&as. 
Succededefatar-fe  efte  vinculo  pelas  razões,ou  fem  razões 
que  ofFerece  o  tempo ;  com  asquaes  defunidos  os  ânimos, 
fica  quebrada  húa  das  melhores  obras  de  barro  humanado, 
que  fabricou  o  Supremo  Artifice:  &  como  o  amor,&  a  ini- 
mizade dos homésacabão por  tempos,porque  varião  con-  6,  "*-***& i*i»fchu mor 
torme  as  commodidades ,  o  preguntáo  os  politicos,  le  »««<»  condiu regumur tempo. 

Ti    '        '  •  p  ribuf  mutJniur  unhiulibus. 

convém  aos  Príncipes,  unirem-le  outra  vez  aos  amigos,  lurifcdui^Uaaa. 
com  quem  quebrarão.  He  certo ,  que  as  nòdo-asem  cahin- 
do ,  &  manchando  fe  tirão  com  dificuldade :  mas  de  ordi- 
nário dá  motivo  a  tudo  o  mefino  queyxofo ;  porque  de- 
vendo uzardo  amigo  como  degalla  preciofa,que  fenaõ   i  Vtrarafuprjit8.it  habo» 
põeatodo  o  trato;  7  uzadelle  como  de  veludo  caleyro,  irafmut  •»  tj>,8. 
para  todoofervioo. 

471        Filha  da  antiguidade  he  aquella  commúa  fen- 
tença,  que amoeíta a  todos>&  com  efpecialidade  aos  Prin- 

•  •  jrr  J  ÍT'  _»".,„       8    j43verfjriurrscor>r:!iitut 

cipes  a  viver  com  delcondança  das  peíioas ,  aquém  tive-  vchem(„u,Jtaz,ft,liuí. 
rem  aggravado,   8   ou  vencido :  o  oque  menão  fatii-   Vrg:uu,„,h,f(o,.nx°. 

5^  '  r  r     •  i        1    r      •    j  9  Qu*tviccru,t*vcul>i,ã- 

taz:  Porque  nem  em  todos  revem  astcndasdeipoisdecu-  mice,ejj-C(rtífa>.  Cwfiuti.j. 
radas:  Conforme  aboa,  ou  má  complexãofe  confolídão 

Pvr  mays. 


3 1 4  'O  P^IXCITE  WS  VÂT.  TOM.  17. 
may9,  ou  menos.  Da  bondade  das  medicinas  procede  fi* 
car,ou  não  ficar  final  do  golpe.  Muy  tas  partes  do  corpo, 
que  antes  da  ferida  fentiráo  falta  de  efpirito,  foráo  foccor- 
iidascom  inays  vitalidade, defpois  que  lárarão.  Damef- 
ma  force  os  ânimos  ofFendidos,  do  que  a  natureza  aggra» 

vada. 

A72     Conheço,  que  muy  tas  feridas  foráo  mayspcri- 

golas  defpois  de  fechadas,  do  que  quando  abertas:  mas  foy 
pela  pouca  experiência  do  cerurgiáo,enganando-fe  corn 
o  penetrante  do  golpe,&  difluxóes  das  matérias:  com  que 
ferrando-lhe  a  expedição ,  ficou  reconcentrado  o  veneno, 
&Dejorada  a  ferida.  Genferico  Rey  dos  Uvandalos  fen- 
doemulo  de  Honório  Augufio,reconfiliou-fe com  elle; 
efquecido  Honório  das  offenfas ,  8c  lembrado  Genferico  5 
creou  novasforças;  8c  com  a  diílimulação  lhe  tomou  a  Ci- 
,0  TJtatetpHinGamtíicr.o-  ^fe  deCartágo.   io  Damefma  aleyvoíla  uzou  Theo- 

rium novo  itnplicaribelio, pró-  .  •  ,      0~n  i  T?        1 

d,twr,ccanhig,mmocc»pavn,  dorico  Key  dos  Oitrogodos  com  os  fcrulos ,  aos  quaes nao 
a\tTJfMT,Si'UkoSM'  podendo  vencer  por  força, extingui© por  manha:  Cele- 
bradas as  pazes,  lhes  cativou  a  Cidade  de  Ra vena,  com  que 
íi  Nee  nuhopoH  inftàiofi  osexterminou  de  Itália.  1 1    Nenhum  dos  ofFendidos  ten- 

initapace ,quallahctim  Rcg-  ,  •     l   -         L  CT      r  -  it 

wium ■utrique  commune  fiebat:  teou  a  chaga ,  que  tinhao  aberto  nos  otieníores  jnemlhc 
fSZÍZe&  ErZZ  derâ0  temP°> a  Sue  purgaflèm  o  veneno  com  a  fatisfação. 
fuiit.Ucm.Ui,  Entre  Honório  tinhão  precedido  grandes  debates  fobrea 

repartição  de  húas  terras  de  Africa  ,  de  que  o  Rey  dos 
Uvandalos  fe  queyxou  offendido:  EosErulos  fendo  hú 
povo  limitado,  blazonavão  de  fazer  roíiro  á  potencia  de 
Theodorico  :  Efte,queria-fe  defembaraçar  do  laço  para 
romper  mays  groífas  prizões:  E  Genferico  intentava  for- 
^J:ttZÍÍ7^t  talecerfe,  para  fe  reparar  mays  deftimido:  Ambos  acharão 
fotuit apote faiicre,fiauduien  na  diílimulação  o  remedio,com  que  encobrirão  os  ânimos: 

1 1  Mas  roy  inércia  de  quem  os  admitio  reconciliados, 
fem  primeyro  os  experimentar  defempenhados ,  tende-os 
ofFendidos. 

473  Confifte  toda  a  difficuldade  na  aplicação  dos  re- 
médios, com  que  a  reconciliação  fique  verdadeyra  amiza- 
de. A  louça  da  índia ,  que  por  ler  o  barro  mays  fino  lie  de- 
cente empreza  do  natural  de  hum  Monarcha,  pofto  que 
fóldecom  algum  género  de  betume,  não  hc  durável  afua 
união ,  porque  fó  com  a  lolda  do  pulimento  fica  firme.  Se 
lium  remédio  curara  todos  os  achaques ,  não  fora  cão  efti- 

mada 


macia  a  medicina.  Huns  aplicarão  por  remédio  faudavelá 
quebra  dos  amigos,  a  neccfiidade  docontrario.  Mas  acho 
nas  memorias  ,queobrigandoa  nectííidade  a  EIRey  Car- 
los Vil.  de  França  ,  a  reconciliar-le  com  loáo  Grão  Duz        .  , 

.    -.  i-o  rii  •  j  H  'idyaa  ii/UTiam  ob!ipi0' 

de  burgundia,  &  contederados  com  juramento  durou  a  »*,  .,Mm/lilf  j,l,al,Joj«pr* 
paz,  em  quanto  Carlos  naó  achou  occaíiãode  lhe  dará  ^^"ZÍ?**"^'** 
morte.  12  AsViboras  no  inverno  não  uzaó  do  venenoj  *àVTb;n,t>ur,ihCv,ur.ja»cò- 
rao  porque  o  nao  tenhao ;  lenaoporque  nao  podem  uzar  c»,oiu*  tu^uncit/duccnoc- 
delle  por  falta  de  calor.  h*/^», fi»<f>"<  ***«* •- 

474  AconieJnaraooutrosjqueo  medo  docontrario 
era  o  melhor  fiador  da  reconciliaçáo.Suppofto,que  asdif- 
íimulaçóes  do  ódio  naõ  correm  perigoem  hum  animo  co- 
barde; porem  o  tempo,  Sc  o  trato  animou  a  muytos,  por- 
que facilitarão  a  entrada ,  &  lhe  deraó  a  conhecer  as  reali- 
dades mayspoderofas  na  apparencia,do  que  na  fubfiancia.  14  imtepectcum  Herme- 
Intimidado  Theodorico  K  ey  de  França  dos  progréflbs  de  Í^ÍÍTSEL/»^ 
KermefredoRey  dosThoringos,com  oprextodepaza-  *.efi*ití'*w^'?ifeJ^m^f 

/».         1      11  •  -i  n  1  «mbocçP.ouMCrentur,lheçdori- 

chou  a  occaliao  de  lhe  tirar  a  vida.    14  He  pela  mayor  «*  HcrmrfrtâUm~fiuctfu  im- 
partcmiyscfpia,doqueachaqueomedodehúP^^^^^^ 

475         Os  remédios  approvados  pela  experiência, 
com  que  a  reconciliação  dos  Príncipes  fica  folida  amiza- 
de, Càó  quatro:  O  primeyro  he  o  conhecimento  do  pouco, 
que  podem  feparados ;  8c  as  forças ,  que  tem  quando  uni- 
dos. O  mayor  inimigo  de  Scipiáo  foy  Maífmifla  Rey  dos 
Numidas;  repetidas  vezes  foccorréoosde  Carthagoem 
ódio  deScipiaõ.  Moftrou  otempoaMaífinifla  as  venta* 
gês,  que  Sei  piaõ  lhe  fazia:  &  atrahido  da  virtude  do  con- 
trario, Sido  reconhecimento  de  quanto  enterefíava  ger- 
manando-fe  com  elle ,  trocou  o  ódio  no  amor  mays  firme, 
de  quantos  fe  reconciliarão  com  o  povo  Romano  :  E  na 
hora  da  morte  deyxou  ao  Senado,  &  a  Scipiaó  tutores  de 
teus hinos:    1 5    Como  pay  do-ou  a  léus  hlhos  entre  os  iuuaBcBtuftuiiin>uta™>*~ 
bésdoReyno  a  herança  dos  amigos:    \6   Ecomo  amigo  qut  aCMh*Vnc*fibM  «j*0' 
confiou  dos  Romanos  omefmo,  que  porelles  fizera.  O  M*fi»i]f*  fiirmum  n*ium 

Ír  -  r         r  "    I*  _  1 Komtiti  tm;re<u>tt  ■'  Sictmcrt 

erro  lem  aço  nao  corta  ;o3çofemterro  nao  liga  jambos  euUi;,Mefl„l^ãu,r,v,x,tpcr- 

unidos  obraõ,  &  formaõ  a  eípada.  fitiuiSiitiveftpMhmjitnt, 

,  .-_    r  .  1-11  A  "      J  rfiiTiCrt  òcnaiut»  Kctnjnum , 

476      O  legundo  remédio headcmonltraçao  daami-  ic,fiBncm^ueiiber%fuuxutf 
zade  nas  coufas  adverfas .  Velpafiano  antes  de  eleyto  Em-  ^"ÍK' f,cSÍ%fíànti» 

pendor  foy  poucoafTe&o  a  Leôncio  Muciano  Prefidcnte  Jerci-n.,, na, «p*n, ***»,,«- 

1      ir  è    J     'c      ■        1    r      •     1  1  r   \r    r   tisfuecedertdebct  Sacrtttia- 

do  tgypto, Sc  da  bynaj  delpois  de  coroado  armou-le  \  el-  fUètimbéttMViiê*i»i$ut, 

Rr  2  pafia- 


g-i  6  O  $KiNClTE  T*&S  íjíT.  TOMO  11. 
pafiano.çontfaos  Judeosinnobedientes:  Vitellio  inimigo 
dos  Romanos  apíoveytando-ie  da  occaíiaó,  começou  a 
opprimir  o  Império:  Soccorréo  Leôncio  ao  Empeudcr 
com  exercito poílànte ;  &  toy  dos primeyros que  o accla- 
niaraõpor  Cciar :  Toda  avidanaõLltou  o  Prciidenteao 
i7  c.«m<m  cumpofieaVit.  |crvico da  Magefiade ,ainda  que  elia lhe  faltaííe  cm  parte 

ffltiuf  Jmpinui» lacerartx,rej       •        .  «  .P„  "  .  \ 

ptf.aKotJvtrfmjHJtotbtiiã  a  devida  gratificação.    17   A  parte  do  corpo  que  leoao 
^^;;*:;;Z:rf:  H^ta  «w  a  enfermidade  ,  moitra  que  cita  bem  com- 

t>mrfmi,qiii  Iwperatcrem  Vcf-  pleclOnada. 

pa/ianutiJtlvlaretj  alque  i>y-  ~.  •..  f  I      •  I 

, iates,  onenus  que  exircitus  in      477      O  teíceyro  remédio  vem  a  ler :  obrigar  compe« 
Vr$*ftani parus, uêhutt.  in  R^clos  a  pefloa  eícandalizada ,  que  vive  independente, 

ex  que  bencvolerttis,  atquef.ae,  r  ...  '-.  T 

dumvixir,  Mutianui perfiiti.  Ficou  Afionfo  Rey  de  Sicilia  prelioneyro  na  batalha  de 

tptjajup.  Cayeta :  Philippe  Duque  de Milaó  opôs  em  liberdade: 

havia  muy tos  annos,  que efíesdous  Príncipes  viviaõem 

gnerfasjcomaprizão  do  Siciliano  ficava  o  Milanês  mays 

abíoluto  jfebem  que  eia  todaj  asbatalhasficouoDuque 

..«  T^enpo^a^am^ui  vi&orioíb ck> Rçy.Deípoisde foltp ,naõmenosie  en,pe- 

c>yc:am  cgpnu  ^/for/us per  ^l^u  philippe  pek)  reX-tituir  ao  Reyno ,  doquetinha  fey- 

IxfeamVosçmorconcmgtastà  to  de.diligenctas  pdo  privar  da  eoioa.  Conhecéo  Afiou  i  o 

^S^^  íempreovene- 

/uminRegno,  q«am  antea  ut  rolj  Como  a  tributário.    1 8  A  terra  que  deípreiada  ,  Sc 

indeeiwipclleicttâc.ldimibi,    .    r  r      Ci-r  TL  r      o  i     < 

delerta  iruefcitica ,  pisM&ette  dobrar  05  irucios  quando  be- 
ne  ri  ciada. 

478      Q-ulíiinç  ,rçmedio  kc  o  parentefeo :  unindo  a- 

coníanguinisáadeja^uemíepar^u  a  ambição.  Deípois  das 

grandes  diícordias,  que  ouve  entre  Carlos  VIi.de  Fraru 

19  w«*^;f/,«/e/i,«,«.^>&fi»cardoRí:ydelng3iíttj:ra,  paraque  ficafleperpe* 

vumaffimtatequoquejfjbeiia  íua  3  affijzad.e  çazeu Ricardo  com  Izabel  filha  delKey  de 

droli  filia  in  matrimomumKt-   p,  „^  ,  .,    .  .  _  -»t  »     11- 

ciràocoiiociu^ungerenmr.  rrança.  19  Da  rneíina  medicina  uzarao  Luís  Xl.de  t ra* 
u,l,b "*'  <ça  comHeduafdo  Plantagineto  Rey  de  Inglaterra,  eazan* 

■**  jhmM.-j.~~-u*,.    doHeduardoicu  filho  com húa  filha  de  Luis  XI.   20  A 

ftniii,iiqiteaffinitateambjrc-  íededo  ambiçloío  inter tem-fe  bebendona  corrente ,  eoia 

iro  in  pati  um  ceffereiHeJuar-  r  jl  >  r  1  -r--iii 

ti/m*  LoJ„v,c,fno,  quipene  as  esperanças  de  chegar  a  tonte:  quando  nao  leja  de  calida- 
iSSÍSL*  maU'""ç""fm  de,que  facisfey  to  do  regato,  imite  ao  Philoiopho  Cran- 

go,queguiava  asagoasdo monte  Lerne,par^  que  inri^ 
queceíTem  a  lagoa  donde  emanava  a  pobre  fonte,  à-c  que 
bebia  j  accommodando-íe  com  asbeber claras-,  ainda  que 
poucas  na  fonte  ;  do  que  muytas,&  turbas  n^  lagoa.  Ati> 
ficacia  deíles  quatro  remédios  approvqu  a  reconciliação 
dos  Monjes  do  inofteyro  de  Vicovcrra,  com  o  Príncipe 

dos 


áos  Patriarchas,-a.quem  havia  poucos  annos  deíljiraô  dar 
ainorte.com  veneno,  que  Uncaraó  no  vazo,por  donde  o 
Santo  bebia. 

479  Excedéoa  famade.Sáo  Bento  ágtandeza  do 

mundo.    21    E  íe  mays  mundos  ouvera ,  foráo  piquena    "  peraii;tOrjimTimJrã- 

J..  .   .         n.  ir  Bm  Bcnediãut.  SoccdíitiHs  m 

cuítancia,  paraque  neiks ultimaíie  o  eco  de  leu  nome.  CArí»«.#»m>s*». 
G^.jVlonjes  dilperlos  por  Itália, &  Províncias  çircunvert- 
nhssde  Sublaco,  montes  Anienos,  Alpes, &  Piatnonte  a- 
dondeeráo  tantas  as  regras, quantos  os  Prelados, conhe- 
cendo a  bondade  do  Inítituto  Beneditino  todos  o  abraça- 
rão. Entre elksforaõ  osMonjesdoConventode  S.  Cof- 
nie,  &  S.  JDamiaõ  dolugarde  Vicoverrajqueguardavaó 
a  regra  de  S.  Pachomio :  Os  quaes  quizeraõ  antecedente- 
mente dar  veneno  ao  Principe  dosPatriarchas,  naõ po- 
dendo fopportar  a  reformação  de  feusmáos  curtumes,  co- 
mo fica  ponderado  na  ft  gunda ,  &  terceyra  empreza  deite 
livro.  Agora  arrependidos  de  í  ua  cujpa,&  deiejolos  de  íla 
aAJgmento,profi:randofeaoí  pe'sde  S.  Bento  confeguiraó 
o perdaó, receberão  a;Regra,&dabi  em  diante  viverão   a»  D.Co»fti»tm1Cajti*Ji*'' 

r.  ,  ,         .  .       ã  ,  i.projcjvnc  DittconocJp.J. 

eom  virtude  conhecida,  &  exemplar.   2  2  ^!l(i  ^rgajt  SehdaJ  ,j  et 

480  Naõ  kftws ,  que  eftes  Monjes  Ce  vallenem  de  "»'Poinn0  5  í6' 
alheyo  patrocínio ., paxá  ie reconciliarem  com  o  Santo  Pa- 
triarcha, fendo  aííy„  que  nos  diz  S. Gregório  Magnooeai- 

penho ,com  queda  primeyra  vez  o  obrigarão  a  aceytar  o 

governo  de  feu  mofteyro.  Quando  o  vieraõ bnícar  á  cova 

de  Sublaco ,  para  oshir  governar  ao  Convento  de  Vico^ 

verratudofoiraóeifçuzasem^.  Bento, &  agora  naõ  reíiite 

.0  Santo  á  reconciliação ,  antes  os  abraça  como  filhos  ?  Sy, 

&  com  grande providencia. Eftes  Monjesda  primeyra  vez 

.bulcario  a  erte  Príncipe  para  feu  Pajrtor,fem  terem  expe« - 
enciade  feu  governo,  &  virtude -,  porque  nunca  haviaõ 

tratadocom  o  Santo :  mas  agora  certificados  de  fua  oblerr 
v  anciã ,  &  Inrtituto  iolicitaõ  lua  protecção ,  &  difeiplina. 

Da  primeyra  vez  vieraõ  enganados  com  a  humildade  do 
Santo,  &  da  fegianda ,  defeoganados  de  fua  tnflexãvel  vir- 
tude. Emays  fappara  temer  osefíeytosdo  defengunode 
hum  amigo,do  que  os  de  hum  contrario :  Hum  amigo  der 
fenganado,  que  naõ  adiou. conveniência  na  amiíkde,  con- 
verte-íe  eminimigo.  Hum  contrario  conhecendo,  o  que 
petdéonaíepataçaõíaírc  amigo,.  &  mó. torna  a  faltar  na 

Iír    2  ndcv 

j  » 


5 1 8      o  çqçmmE  WS  <?AT.  TOMO  11 

fidelidade.  Dosmayores  amigos,  que  teve  o  mundo  foy 
S.  Paulo, quando  eraSaulo  ;  &  a  mefma  correlpondencia 
achou  no  mundo  ,  em  quanto  naó  conhecéo  a  Chrilto. 
Convertéo-fe  Sauloem  S.  Paulo  j  &  defpois  que  o  mundo 
naó  achou  conveniência  na  amilade  do  Santo,  nem  efte 
nos  afagos  do  mundo,  viraraõ-fe  as  cofias,  &  ficarão  fendo 
hum  do  outro  a  Cruz  rnayspezada,&  os  inimigos  mays 
cruéis.  23  Dos  filhos  defobedientes  foy  o  Pródigo  o  ex- 
emplar de  todos :  em  quanto  naó  conhecéo  o  bem  que  lhe 
m  Mibi  muna,:,  cvuctfxus  faltava  vivendo  feparado.prefifuo  no  erro:  defpois  que 

ejty& tgomundo.iAâGaloub.  .  r,  *    ...  r  r  o 

*erf.  14.  experimentou  a  perda  reconciliou-le  com  leu  pay,«  nun- 

ca mays  faltou  á  filial  obediência.   24    Pareceraõ-fe  os 
iff-SSSpSKfií  Monjescom  o  filho  Pródigo, porque  alcançando  opou- 
tttcaviinc*iut»& coramte,  co  q  podião  defunidos  do  Santo ,  &  omuytoquea  VUlta- 
hu,tuuSi  dc  vao  em  lua  companhia  ,oppnmidos  da  neceílidade  buíca- 
L-Hc  ti.verf.zi.v  22.     ra^  na  reconciliaçaõ  remédio  a  feu  mal ;  &  deraõ  a  neceíli- 
dade por  fiadora  de  feu  arrependimento:  quando  da  pri- 
mey ra  vez,  femelhantes  ao  mundo ,  por  naô  acharem  con» 
veniencia  na  virtude ,  oppuzeiaó-fe  a  hum  Santo ,  a  quem 
tinhaõ  eley  topot  amigo. 

48 1        A  vifta  do  geral  aplauzo,  com  que  foy  rece- 
bida aRegra  defte  Principe,  era  mayor  a  afronta  que  pade* 
ciaõ  eftes  Mon)es,&  o  defamparo,em  que  fe  viaõ;  porque 
chegando  a  partes  mays  remotas  as  noticias  de  fuaculpaj 
&  conhecendo  todos  a  Santidade  do  Patriarcha  $  ferviaõ 
de  eícandalo  a  toda  a  forte  de  peíTóas :  &  a  mefma  razaõ, 
que  os  vexava  aíTegurou  a  verdade  defua  reconciliação ; 
porque  obriga  vaó  com  cila  a  o  Santo  a  que  os  favoreceííe, 
quando  os  via  defeahidos.  Expulfaraõ  os  Galaadithas  a 
Jephte  de  cafade  feupay,  para  que  naõ  foífe  feu  Principe. 
Dahi  a  tempos  quizeraõ  os  Ámmonitas  invadir  as  terras 
de  Ifrael,&  achando-fe  os  Galaadithas  fem  peíloa ,  que  os 
capitaneaífejOÍfereceraó  a  Jephte  o  Principado.  Aoque 
refpondéo  Jephte: SendoVÒs  osmefmosy queme deskerdaftesdo 

íVm?™e™$liuÍm»iÍÍ:  fi^>  a?>ora °^r%a^os  ^a MceJJidade me  elegeis  Vo/So  Trmcipc ?   2 5 

mei&itutcvfnijlitadme,!»-  Sim,lhediíferaõ  elles,  poreiíà  mefma  caufa;  agora  que  nos 

judicurnx%.f,ers%.  vemos neccílitados  heame]noroccauao,denos  reconci- 

x6  otfaneigitMrcmfamnge  liarmos  com  vofco:   2  6   A  msfma  occaílaõ  ,  que  nos  obri- 

mbijcitm^c.iiin.%.  ga  tara  com  volco,  que  nos  loccoraes  quando  neceííita- 

mosjSc  á  vifta  de  tal  magnificência  naõ  nos  fica  motivo 

par? 


EM<P<ItEZA    XX111.  9t^ 

para  Jefconfiarde  voíía  arnifade  cm  algum  tempo;  por- 
que aíTenta  a  reconciliação  de  ambas  aspartes  com  toda  a 
eftabilidade;danoíra,comoconhecimento;davoíTa,coin 
•o  beneficio.  NaõneceíTita  o  exemplo  de  accommodacaõ 
com  aílumpto,  porque  claramente  íe  deyxa  conhecer  a  íe- 
melhança. 

48  2       Conhecéo  o  Santo  Patriarcha  as  veras ,  aíTy  co- 
mo da  primeyra  vez  oengano,  com  que  o bufcavaõ;òV  pa- 
ra osconfirmarde  todoemíua  graça,  imitou  a  Jofeph  ;  o 
qual  vendo  diante  de  fi  os  irmãos ,  que  o  venderão ,  eiquc- 
cidoda  orTenfa,osennquecéo,&authorizou  por  todo  o    17  ^»&tmiMfitit,viimph» 
Keyno  do  Egypto.   27  Jofeph  nao  neceílicava  deieus^,,,  feeUHÍM fí^J„u« 
irrnaõs  nem  para  oapplaufo,nemparaofuíi,enco.  A  Saó  *«/>«*'«>*• 
Bento  naõ  lhe  era  neceíTaria  a  companhia  deites  Monjes        -   *' 
nem  para  abono  de  feulnftituto, nem  para authoridade da 
peífóa  :  &  coníiderada  a  independência  dos  dous  Patriar- 
chás  moftra  fer  a  razaó,  porque  nenhum  dos  reconciliados 
faltou  outra  vez  na  fidelidade  a  íeu  bem-feytor :  nem  os 
irmaós  a  Jofeph ;  nem  os  Monies  a  S.  Bento.  O  beneficio 
hecomooemprcítimo,  que  nos  ganhos  perde  o  valor  de 
beneficio ;  &  naó  afíegura  as  vontades ,  porque  as  deyxa 
incertas  na  correfpondencia.   Para  Jonathas  certificar  a 
David  as  veras  com  que  oamava,defpoisde  celebrado  o 
juramento  de  fidelidade,defpio  Jonathas  as  vefuduras,&    ig  *Aeim  Joratucc^iu. 
asdetiaDavid.  28   Antecedentemente  tinha  jonathas  tintuejl **i«,* David. 

1  •      1      r  1  1  t .  Reguot  t% .  verj .1 . 

executado  mayor  extremo,  unindo  lua  alma  com  a  alma    ig  i„,e,;IKttunmDjv;j& 
de  David  feu  amigo.   29  Enaõhemaysaconglutinacaõ  ftMfoàfâiidpá"** 
das  almas,  que  a  renuncia  dos  veíudos  ?  He  certo:  mas  nef-  **$*'"&.  fejoiath**  »««*, 
te  cazo  nao  autnonzava  tanto  a  amiiade  de  Jonathas  a  í),r;J.jfc, «</.*,$'*. 
uniaó,comoadadiva.  Jonathas intereífou  muyco  germa- 
nando  fua  alma, com  aalma  de  David,que  era  hum  Santo; 
mas  não  em  lhe  dar  osveftidos;  porque  David  ficou  com 
os  que  trazia,  &  com  os  que  Jonathas  lhe  deu;&  ainda  que 
fizeífe  troca,nunca  podiaõ  as  pobres  roupasde  hum  paftor, 
igualar  ás  euftofas  galas  de  hum  Príncipe :  Pelo  que,  com  a 
fineza  de  congraçar  aalma  naõ  livrava  Jonathas  derece- 
yos  a  David,  porque  abonava  menos  oafFe&ocom  os  lu- 
cros da  liança  ;  mas  no  defpojo  dos  vertidos  aflegurou  a 
David  toda  a  confederação  de  Teu  animo,  na  independên- 
cia da  ofteita.  Os  Monjes  cm  bufearem  a  companhia  de 

Saó 


52o  0  MLINC1TE  WS  PÃT.  TOMO  11. 
S. Bento  lucrarão  comoJonathas,em  unir  a  fua  alma  com  a 
de  David;  &  São  Bento  em  os  admitir  a  feu  grémio ,  igua- 
lou a  Jonathas  na  dadiva  dos  veftidos,  porque  Tem  inreref- 
fe  lhes  concedéo  fua  protecção.  Com  o  que  ficou  a  recon- 
ciliação dos  Monjes  como  a  união  daquellas  almas,aquem 
fervio  de  laço  a  independência  do  beneficio. 

483  Os  Monjes  naõíe  deraõporfacisfeytos,  nem 
por  reconciliados  com  o  Santo  Pacriarcha  em  lhe  pedir 
fomente  perdaó  do  aggravo,  que  lhes  haviaõ  feyto;  lenaõ 
com  profeiTarem  a  Regra,  que  lhe  havia  promulgado3con- 
trahindo  comelle  efpiritual  parentefco,  dando-Jhe  obe- 
diência filial,  para  afíègurarem  com  todas  as  veras  a  recon- 
ciliação de  léus  ânimos ;  por  fer  efte  o  ultimo  vinculo,  &  o 
mays  apertado  de  todos.  E  ainda  que  algús  políticos  fejaõ 
de  contrario  parecer;  como  ncftas  politicas  feguimos  as 
máximas  da  virtude,  fora  novidade  não  nos  apartarmos 
dos  políticos  dofeculo.  Omefmo  Chrifto  approvou  efia 
fanguinidade  pela  ultima  demonftração  dehúa  reconci- 
liação firme,  verdadeyra,&  preduravel.  A  todas  as  feri- 
»o  xj,,!lt  militam  lanceaia-  das ,  quantas  o  ódio  dos  judeosabrio  no  corpo  deChrifto, 
£j^Cíà« eaMti'"Mt*i  cQtrefpondèQ  o  Senho*  com  fangue;  &  fomente  naulti- 
jw.  i9.tw/H.  ma,comfangue,&  agoa.   30  E  que myfterio  teve  fahir 

defta  ultima  chaga  o  fangue  unido  com  a  agoa  ,  o  que 
fenão  vio  em  tantos  rios  de  fangue,  quantos  correrão  do 
fie  ManifeJtmie  áè  FrZl  facro-fanto  Corpo  de  Chrifto?  Osmyfteriosforáomuy- 
ÍS:  *$!$&£  tos  í &  hun>  delles  °  ffguinte.  A  ferida  do  pey  to ,  ainda 
fuufibre  laihtgaâcicoiítdo  que  o  Corpo  de  Chrifto  a  recebéo  ia  defanimado,  per- 
»  <siqu*popunfu„t,i$g'c.  tencia  a  Kedempçao  do  género  humano  :  31  na  agoa 
»í/.^/0f4/..7.x,er/;,j.        eraõ  figurados  os  homês :    32    E  como  efta  chaga  foy 

„  n  ,  ■  ,    o  ultimo  complemento  da  reconciliação  dos  homéspa- 

U    Othtsretuofons  egreâi.  _  "       *e       .  *    ,  T 

fur,,»vium  atemam  pte/iiiêr,  ra  com  Deos ,  &  de  Deos  para  com  os  nomes;    32    fa- 
que, erigi» dlvtrfi, cmngtai  h,rao  eltes  repreientados  na  agoa,  ÔVgermanadoscoma 
tompiementum  fufeBhnutu-  realidade  do  fangue  de  Chrifto,  para  refteinunho  daami- 
D.cypnanHsinSermonPaf.  gavel,  &  perpetua  reconciliação  na  afnnidade  do  fangue, 
nJ''  com  que  os  homésfahiraõ  do  peyto.  Corporal,  &  efpiri- 

tual he  o  parentefeo ,  que  temos  com  Chrifto  :  efpiritual, 
em  quanto  Deos  pela  graçarremporal,  em  quanto  homem 
pela  natureza  ;  porque  da  noíía  natureza  tomou  o  corpo 
com  cujo  fangue  nos  remio  da  culpa.  AíTy  que,  a  união  do 
fangue  com  os  homês  foy  para  moftrar,  que  ficávamos  re- 

conci- 


E  *M  Q  %  E  Z  A    XXI11.'         $2í 

conciliados  com  Chriíiocomo  Deos,  8c  como  homem; 
pela  graça ,  &  pela  natureza:  Sendo  ultimo  maniíefto  del- 
ta felicidade  o  langue,  com  que  nos  deyxou  aliados,  & 
remidos.  Razão  he  efb,  que  corroborou  o  acerto,  com  que 
os  Monjes  abraçarão  o  Iníiituto  Beneditino,  confirmando 
opropoílco  defua  emenda  com  o  novo  pârentefco,  que 
conrrahião  com  o  Principe  ,  a  quem  tinháo  aggravado. 
Sendo  eftes  Religioios  parecidos  em  tudo  ao  diamante 
quando  rude,  &  quando  polido;  quando  rude,  tolco,& 
fem  luz  ;  quando  polido  , claro,  &  com  refplandores, 
mays  (ubidoscom  a  íbmbra  do  abito,  que  receberão, 
como  lhes  inílnava  a  arte  da  pintura ,  que  arrima 
o  efeuro,  para  íbbre-fair  o  claro. 


•  r 


ti  mànída 


320 


MANDA 


S  BENTO 

JBDIFFICARHUMMOSTEYRO,  PARA  RE. 
colher  nellc  a  Cyrila,  que  foy  a  aina,que  o  creou. 

B  M  2  %  E  Z  A     XXIV. 


484   iHll  Pl^fl  E  todas  as  aveshea  Cegonha  a 

mays  aífiftente  na  creaçaõ  dos 
filhos:  não  contente  ,  que  ou- 
U  trem  lhos  alimente  ;   nem  que 
fayão  do  ninho  fcm  os  naruraes 
m  requiíltos,paraas  operações  de 
fuacípecU*  bóquando  os fiu&os  eftaó  íazonadcs ,  lhe  £»!- 

ta 


EMf^BZA    XXIP.  323 

ta  a  terra  com  afubílancia.  Na  fobre-dita  ave,  &  na  terra 
máy  cominiu  dos  viventes  fereprefenta  a  obrigação,  8c 
feargue  o  defamordas  máys  particulares  ,que  degeneraõ    «  Curterra  Hrftur  omni*m 
ecio,havendo-le  com  os  partos  kgicimos , como  ie^^/w^Mfr/^a 

foraó  fuppoilos  :  negando  o  peyro, a  quem  trouxerao  nas  ?«"£""«"•  ^"l""". '"  Loh' 

rr  *      o  r  v      '    t  ...    qui.tuirapiii,i5jjbuu. 

entranhas,  8c  deraõ  o  íer  de  creacura.    1    A  providencia    1  e,ui queque tpiemcmf» 

D.     .  1  11  1 1        ifie  Providentiatn  conii>t ,  quJ 

ivina  nosdous  peycos,com  quecreou  asmolheres  lhe  $  Uett  mmUeribu,  mJLmt 

deu  duas  fontes ,  com  que  creafiem  os  filhos.   1   A  titulo  •***»***$%*»&»_****& 

_■*„-.,  _  .  eontigerit,iiuplictx  ad  altndum 

deiraqueza  introdulio  aienlualidade,aiazer  dos  pey  tos  ./%*»-/ A««er«»r.  Piuurch.ub. 
ornato,  &  naõ  alimento  para  os  filhos.  3  Os  Alemães  de^t^0 „c^. 
caftigavaõ  como  adulteras  as  molheres ,  que  negavaõ  o  gitwum  ouram  irtc(jh,Mtjs- 

r         riL  /-\     r>  o     a  j  •        li»ttqnorgigmunt,nHttirein*i- 

peyto  aleus  hinos,  kjs  Komanos,  4  &  Lacedemonios  uem  comem*»*  x  co,q*e*â 
naõ  confentiaóeíle  abominavelmelindre.  Fica  adultera-  7tri^J\tltT!TibV,"'l 

•  .  ^  Ja„t  £)uod  viaelittt  cicjilacir 

da  anaturefa  fendo  a  nutrição  dediííerente  calidade.   5  »* /»«»//«»»;*  w&í«r/«./e 

rr-       ■  rillj*  -    invtntum  :  quta  dum  fe  comi* 

Toda  a  terra,  pormaysíaudavel,hedoentia,aosque  nao  neft  nohl„u  lr}P,auKt  &.&«*, 
faõiiaturaesdella.Razaõporondeamuytos.quenaópro-  &?*!?""*%  £ 

cederão  conrormes  a  vida  de  léus  progenitores,  os  reputa-  tmumcmwvávF*-' 
iaóporfilhoscreadosaospeytosdasféras.  flJZÍ7a%^7nZTZ 

tu  cella  rmpta  fumei*,  fidgi  t- 
..         '1  ■  >7\-  t\        I  1  mio, te  finu  mttrit  educubjtur. 

jxec  ttbt  DiVaparensgeneriS)  nec  Daraanm  autbor  iac,tUi  iam  i*™  oraurA. 

Terfide :  fed  duris  tenuit  tecauttbm  borrem  \$S* ""J"'«f,"rr-,.,',f^ 

Caucaíiu  rHir  cante  que  admorunt  ubera  tinis.  »»« >  twpm  que ,  tf  «»»«»»« 

T7-      -I  2C        J   V\-  I    •       /C  bcttitrtc  iHieinti prin;t.rJi;t  itt- 

yvgú.  4.  /zntia.  Vido  m  Jcneam.  tic^m.  «/,„,,  j^.  «..-',.•  ?«« 

aUo.tt  1  hlu  alictii  cerniu  pere. 
Phavorinut  tpud  QdiumiA. 

485    Com  pouca  razão  fe  intitula  artífice  da  imagem,  u.«y.i. 
quem  lhe  naõdeu  a  ultima  máo  jopinfel,quelheavivou 
as  cores, lhe  deu  ofer.  Ficaõ  cominjufta  participação  nas 
glorias  dos  filhos  as  máys,  que  os  nãocrearaó  a  íeuspcy- 
tos;  porque  lhes  negarão  a  nobrefa  do  íangue ,  com  que  os 

1-  •     *-»i       •       '       r     k  »•  -       1      1    1*      *-«  6  «y4'/ff"w ulerAue  nutricn~ 

conceberao.  6  Glouavao-ie  Aurélia  may  de  julio  Ce-  j0lj<;ilc,Cc„:,<un:  lUsfruf*. 
far,&  A£tia  mãy  deCefar  Augul^de  que  o  vallor  de  ftus  m**rtfiigi**iqutfcumi+. 
filhos  era  procedido  do  lcytc,  com  que  ellas  os  crearáoj  modobo»imfkndittii*nm»- 

*  '  o  -ri  C  '       .     \        Guilliclmui  */Jbbmlib.  i.de 

nao  tem  parte  na  victona  oartincedasarmas,lenaoo  vai-  vittíiern„jittí>,t, 

lor,  que  lbube uzar  delias.  A creatura quando apparece no 

mundo ,  he  femelhante  ao  Coral  fora  da  agoa ,  que  toma  a 

dui  efa,&  fobido  da  cor  da  bondadedo  ar ,  que  primeyro  o 

penetrou  ;  caufa  por  onde  os  naturaes  o  naõ  colhem  cm 

todo  o  tempo,  fenaõ  quando  corre  o  norte.  Aoleyte,que    7  u„tr;x,qMfi mater  r/íí«- 

t  r'  .    1L  l„-     .   11  o   naruM,tírm/»rui»itriim,iiuat 

nos  creou  devemos  o  troleo,  ou  a  mortalha  ;  o  valor,  cu  a  ^    j  .lllVHtlJiJ  Jj2,Jul^ 
cobardia:   7  acfte  rcfpcytodavaó  os  Romanos  primey-  \uA. 

Ss  z  t° 


g-24  O  7%INC1$E  WS  $JT.  TOMO  11. 
ro  veneração  á  imagem  de  Cornélia ,  do  que  á  de  íeu  filho 
o  primeyro  Graco  vtinha-o  creado  a  icus  pey tos ,  &  ante- 
pondo a  caufa  ao  eficy  to  nobre,  reconheciaõ  a  eloquência 
de  Graco  por  feudo  da  nutrição  de  Cornélia.  Acreacaõ 
de  Dona  Auíenda,  ama  que  foy  delKey  Dom  Afionlo 
Henriques, featribuio  parte  das  muy  tas  virtudes,  de  que 
foy  dotado  efteinfigne  Monarcha.  Adifcriçaõcreou-iea 
ospeytosda  fabedoria,aííy  como  a  fortaleza,  aos  do  valor. 

Fortes  creaníur  forúhm ,  ê»  banis* 

"JSlec  imbellemferoces 

Trogenerant  Aquil*  columbam. 
Horat.  4.  Carm.  4. 

*  ^cpnpmtaoiirtteraú,,        486     Livrouaterra  de  ingrata ,  quem  a  rwõ  benefi- 
çj  íboiith  r,aiiv*f>,ejav,*n-  C*10U  a  tempo :  abfolve  da  obrigação  filial ,  quem  faltou  á 

menlts.qiucquidtta  cJucjJili-  _*•  -  >  •* 

em  amar* pauem.,<tí  matrem  materna.  No  mays  tempo  nao empenha  tanto  o  amor  dos 
tfZiS^^fã  filhos, porque  osachaafeyçoados  áprimeyra,  &  prinei- 
c,vii„  ,tf  opwabíih .  paj  obrigação,  que  recebem  no  mundo.   8 


Jufia. 


InfantialaEle 


Htc  prtmtts  puen  Venit  in  ore  eibtts. 
Ovid.  3.  Trifti.Eleg.  11. 

Razaõ,  que  fàz  menos  abominável  o  defamor  dos  filhos. 
Todos  julgarão por mayor atrocidade  omatar  Antipater 
afua  máyThefalonica,do  que  Nero,  áfuamãy  Agrippi- 
na:  efta,naõcreou  aNéroj&Thefalonicadeuopeyto  a 
Antipater.  Sendo  a  principal  obrigação  o  fer  que  recebe» 
mos,eílima-feem  mayor  divida  áprimeyra  creaçaõ,por 
fer  a  fonte,  que  fertiliza  a  terra :  aqual ,  ainda  que  tenha  de 
eifencia  o  fer  produtiva,  concebe  afertilidade  dacultu- 
ra,  fem  aqual  fica  agiéfte,  efteril ,  &  infruòtifera. 

tZudtis  humijacet  infans.  indignu-s  omiti 


Vit ali  auxilio 

Lucretius.  5 . 

487       Izenta  o  Direy to  Civil  ás  molheres  nobres  da 

9    ísrsqutua  as  WBilttttU.  -       i       Ai  -      j 

Uf.io.niii,  creaçaocjoshlhcs:  9  &  nao  hemuytoj  porque  rara  he  a 

cul- 


9    TiraqucDa  às  NíbilittHc. 


EMf^EZA    XXIF.  325 

culpa ,  que  não  ache  patronos ;  mas  não  as  exclue  da  obri- 
gação oainor,&  ofero  da  confeiencia.  10  Fica  fendo.  «°  iicmHm.rA, 
mãy  incompleta  dos  filhos,  a  que  não  os  alimentou  a  f  eus 
peytos :  conhecimento,  que  obrigou  áRainha  Dona  Fe- 
lipa  rilha  do  Duque  de  Lancaítre,  Sc  molher  delRey  Dom 
João  o  I.  de  Portugal,  a  crear  a  ieus.  peytos  os  filhos  que 
teve.  Nos  noiTos  tempos  a  grande  Maria  deMcdices  Pvai- 
nha  de  França  criava  a  íeus  pey  tos  os  Príncipes  léus  filhos. 
*  A  Rainha Hecuba,a  íeu  filho  Heótor:  Penélope, a  íeu  ^'fiac/rZ  denude «jun™ 
lho  Thelemacho  :  &  ja  neftes  tempos  antigos foy  tãoefti- 
mada  efta  divida,  que  Claudiano  a  celebrou  por  grade  vir- 
tude da  ináy  do  Emperador  Honório. 

Ipfi  querilmni parvo  te  ànxit  amiclu 
Mater,  &  ad  primas  ehcúii  repiare  emules 
Vbenbm  Sanclis. 

ílaudmn,  Tanig.  4. 

488     Masfe  oilluftreaprendéodoSoI,quecreando 
©Diamante  tofco,  corre delpois  por  conta  do  iapidarioo 
fazello  polido,  fem  que  pe'rca  a  relação  de  íeu  creador ,  re- 
pare, que  de  todos  osanimaes  he  eícolhido  ofangue  do 
Cordeyro ,  pelo  habilitar  a  naturefa ,  para  aperteyçoar  o 
Diamante,  obra  quecreouo  Sol  j  para  queaama,  que  der 
aoínfante  não  feja  de  condição  tãoinferior,  que  perigue 
o  natural  contrafiado,&  não  defendido  com  a  deíi^uaida-'  ,,  tr<tftrtimfiijl»,qvamãâ 
de  dacreaçao.    1 1    Conhecerão  as  torças  deite  pnmeyro/T  tutfervatautfsrvHi,.-&ut 
arrimo  da  naturefa  humana  os  pays  de  Líber  Pater,  cuan-  pierBmqMeftkt,txi»**&**r 
doelcgerao  porluaamã  alno  nlnadeCaamo,õC  Armo-i-.(jly;T™,W)í«fi;/rí«-<i 
nia ;    1  2  de  tal  nobrela,  que  cafeu  fecunda  vez  com  Acha-  »W"J ''**"'  f„'/S« 
nus  R.ey  dos  Thebanos :  Sc  de  tal  virtude ,  que  a  efiimou  a  jupra. 

•  t-jj  i'irtirr\r-m  ~     n    Ravifiur  ia  Oficina  vede 

gentilidade  em  nua  dasíabuloías  Deoías  marítimas.    1  3  W(,f„„f. 
Como  também  Andrafto  Rey  dos  Argivos  ,efcolhendo  a  ^^oniriofí,^riBTH,n' 
Alceíleefpofade  Admeto  Rey  deThefalia  paraamade 
feu^kilhos^    14  molhertaõ  varonil,  &amantedeíeu  eí-    ,4  n„ifÍMtuHfup*a. 
poio,  que  confultando  o  Oráculo  em  húa  perigou  doen- 
ça de  que  eftava  enfermo,  teve  porrefpoíta,que  íníalii* 
velmenrc  morreria,  faltando  algum  leuamigo ,  que  quize- 
fe  morrer  porelle  ;  fabida  areíolução  todos  fe  delviaráo 
dooerigo:  com  oqueío  a  riel  Alccfte  recebéo  a  morte, 

Ss  3  para 


5^6        O  PHJNC&E'  DOS  ?AT.  TOMO  11. 
tj  Difi;e>i*rhvetèe4!cejie.p3íz  qUe  Admeco  HcaíTe  com  vida.    i  5    Commonicarão- 

fe  todas  eftas  virtudes  aos  intantes,  que  educarão ,  porque 
vence  a  todo  o  natural  oleyte  que  recebemos,  por  ler  o 
prhneyro  amigo,  que  nos  buica. 

Confulitur  fhebtUjfors  efl  itareddita  matri^ 
QuidederUprimiu  ojcuU ,  Viftor  erit. 
Ovidi.i.Fajhr. 

489  He  também  necèíTario,  para  decência  da  creatu- 
ra,  que  a  ama  tenha  nome  conhecido  j  porque  a  emulação 
da  gloria  levantou,  que  ElRey  Ciro  fora  creado  ás  tetas 
de  húa  Cadélla;  porque  Efpaço,  quefoy  o  nome  daama, 
que  lhe  deu  opeyto,  na  lingoa  dos  Medos  era  o  mi  fino, 

*  u    j      •«.,.,„    queCadélla:    16  &  que  a  Remo,  &  Rómulo  os  nutrira 
Bhn.verhojpaco.  nua  Loba,  por  lcrruíticaa  paltora,que  os  alimentou.  Poli- 

tica obfervada  dos  Lituanos,  não  dando  por  ama  aílus 
Príncipes,  lenaõ  a molher  chamada  Proferpina;  17  a 
ueuni»cq.i.âcHab,iiuu,  quem  a  barbara  gentilidade  venerou  como  Deola.  Cor- 
rompe ao  mayslaudavel  antídoto,  o  venenofo  anime  da 
inveja. 

LiVentruhigine  dentes-, 

(Peclornfelle  virent ,  língua  ejlfujfufa  Veneno^ 
JfflatUíjuefuopopulQS)  urbefque ,  domos  ijuè 
fBohit  — - — 

OVid.i.Uet. 

490  Os  garfos  enxertados  fempreficaõcomfabor  á 
arvore,  de  que  faó  filhos.  E  naõ  fendo  natural ,  &  confor- 
me íuaefpecie  fay  adulterado  ogofto  dofrueto.  Seja  na- 
cional a  ama ,  &  naõ  eftrangeyra.  Alcebiades, fendo  natu- 
ral de  Athenas  teve  as  inclinações  dos  Lacedemonios,  por 
que  foy  deita  nação  3  ama,  que  teve.  Ejaque  ocuftuíae 
priva  a  creatura  do  leytc  materno,  quehe  o  natural  ali- 
mento ácomplexaõ  dos  filhos, naõ  fique  perdendo  peio 
mixto  dacreação  o  bom  natural, que  herdou  da  riatureij. 
A  nutrição  não  he  menos  poderofa,  para  a  dulterar  as  cali- 
dades  paternas, do  que  o  clima,  para  crear  lauda  vel  o  Pe» 
cego,  que  na  própria  terra  he  venenofo. 


EM  PREZA    XXIV, 


327 


-1 


Filia  materim  fueramm  prctcoqna  ramis, 

ISluncin  adoptiVis  perfica  rarafnmm. 

MartUllllb.^.XeniO.q.6.  ,S    Cum  g>Htraverii  flium, 

ftaiim  eum  trsditforii ,  £5  p ic- 
tatif  ittftgKii  abfconâitfui  cr- 

4.0 1       Suppofto ,  que  as  máys  fe  envergonhaõ  de  fe-  hii-  Erubjc,tferim<t,ix,  ^u* 

1      r  C\U  Q  l  -  D"       •  faSatfi  mater. 

rem amas  de  ieus  hinos:   10  reconneçao  os  rnncipesa    D.^b,)jofi.hom.,.inpjai.fo 
divida  em  que  eftáo,a  quem  os  creou.Com  a  figura  das  Ce- 
gonhas fíoreaváo  os  Príncipes  o  remate  dos  cetros,  pela  t'9  s**"trpr*"e*"dum0"'' 

o  *  '   l  birvtjurn  f/í,  quca  a  Juro  httf' 

piedade,  que  eítas  aves  uzáocom  os  pays,  íuítentando-os,  ticoprodnum  cft,din>bm  >Uit 

c  .  r  \  J    /"       *  11/7  Grachu ,  f-a1remNo1witfuií7l 

&  rrazendo-osíobreasazas,deípoisqueenvelheíiem:  mas  beUict,pi]tn,um:tm  aUquanâo 
feobrigadosde  algum  refpeyto.faltáoospays  em  asali-  debeBoreàeutai,muhhkofiium 
mencar,  & íejaoutraave  damelma  eípecie,  aqueascrie,  ter^nutnxipftur,quibutmu- 
dobrão  a  correfpondencia,&  não  faltando  nunea  aos  pays,  Z^T^rfZ^Z 
foccorrem  aos  quefem  o  ferem,  as  crearão.  Eíh  natural  *ureum.^3pudTiraqueh*ubi 
gratificação  da  ave  foy  documento,  para  algús  hlhoscaf-  xo^ZdVã '««fírj^wr. 
tigaremodefamormaternojcompreiaremmaysacreaçáo  ^■■0ef'"^",'u^maUTÍi"tr'-- 
dasamas,  doque  adivida  do  ler.  Ofegundo  Graco,cha-  busju6uur»iuhpji*cmtdu- 
o  Notho,  varão  bellicoíiihmo,  & esiorçado  chegou  ut.siquu  decorh  hcc»orbe 
viãoriofo  dehúabatalha  :  &como  oeftiveííem  eíperan-  *•»*•.«**»•»»*«■«•/'»- 

'  _  .  I  ■vsxit.  òi  cinlri  eliquiJ  de  de- 

dofu3  mãy  Cornélia, &  a  amaqueocreou,  repartindo  có  conr,,dper  ufjttumt->i,qu* 
cilas  dos  deípojos,  deu  a íua  mãy  hum  annel  de  prata ,  &  a  T£ZSZ%*Z$fc 
fuaama  hum  colar  de  ouro.    10   Queyxou-fe  a  mãy  da  í*am '" me eduea»do cipid>*t: 

..p....  M  r  ,  ,  r,,  tu  me  conctfiTi  ex  vohtrtjfe, 

duparidade  da  remuneração;  ao  que  reipondeo  o  hino:  quamtuexáiwtccepiíJi.Quoi 

Sem  KA?m  formaes  o  awraVo  ■  Vos  trouxe  llefme  nove  me?es  em  Vof-  ex  %  &?& •  (.W  ài,  ,:7'""" 
Jat  entranha*  ±&  ejla ,  dom  annos  em feus  br aços ,  alimentandome  a  Quoiauumb*cmtèi$tf*ièòè- 

/«,;,/-  7  /  j     tttlit  .ex  animo  puro,  [S  fifcoo 

em  p*yto<;  com  que  a  eUa  deVo  afama,  que  tenho  no  mundo  ;por  que  me  Fr.crjj;1;  cu„  ,„/,„,  eprm,  vi* 

commwiicouoValor.com  ofuslcnto.  EUa  creou-me pelo aífeclo ,  quz  exmcntI'l??'',^F\!lifi' 
inc  teVc;  c£  Vos  conccbestejme pelo  amor ,  que  tiVejtes  aouirem :  o  que  ti  .■  n«c  vero  mr  ,ia  rehgatum 
recebi  de  vòsfoy  o  corpo  rude ,  parto  de  hum  deshoneflo  apetite ;  o  leyre  "££# iíln"  """"  *'&' 
que  cila  me  deu  emanou  de  bum  animo  puro,&  fincero:  quando  me  ViJ-  t  <  Uii"m  '****;*  </>«/*'«- 
tes  na f eido, no  mejrno  tempo  me  aejterrajtes  de  VolSos  othos^s  cjta,  me  i(, c„t  ^uidmam  e/fa ,  qud 
recebéo  em  [eus  braços,    ao   Foy  obrigação  de  húa  molhcr  ^d^hH^rr,^  curufaf 

J  i  .'O    *  •>        1      obfirvata  filia  urtttrraducriit. ti- 

Romana,luftentaTcomoleytedefeuspeytosaiuamãy.,de  um exemo  ubertf»»c  mam* 
avia  recebido  :   21   òc  Ruis  a  feu  pay  Cymona;    ni!er  M;x;/;i  _s,âeVina. 
22   cruar.dohuiT»,  &  outro  eftavão  condenados  a  renade  ntnaparamt. 

,1  ...  .  -,  n  2í!   laemprAdirjtumJtpie- 

inedia  :  Mas  nao  migarão  por  culpa  a  Cvuvena  molner  ^re  Ruir  externam  i*«p- 

partana,alimentar  pnmeyro  a  íua  ama,  do  que  a  íua  may:  £Z„ae}J*m,p*ri9 »\  <*r- 

huma,&:  outra  perecião  de  fome  :&  pedindo  aCruvena,  iodui,éd,fum.tamHitim*fi- 

'  L,  _  '   ,.  .  ,,  1       nrtiu]irrr/ut  itrftntem  putrr, 

que  as  í  occorrelíe,tirou  o  pey  to,&  appucando-o  a  boca  da  juo  aj,„oíum  tiHli.  jj<m  jbi. 

áiiu, 


928       O  T^lNCITE  WS  KtfR  TOM.  11. 

ama,  diíTe  a  lua  niãy :  Tenho  obrigação  de  antepor  cfta^  que  mê  cre- 
i,  Jeromm.BaftipPaJaeh  QU    v^s       fbmeveraHts.   22    No  conhecimento  deites  ex- 

fie  n  Uifhmif>Y.tr*ui,  '  >l      J  6  ->  _ 

emplos  firmem  os  Príncipes  a  veneração,  que  neíte  parti- 
cular devem  ao  Principedos  Patriarchas,como  exemplar 
mays  feguro ,  &  mays  Santo. 

492  Não  íó  edificava  S.BentomofíeyrosparaRe- 
ligioiosjfenão  também  para  Monjas.  Hum  dos  que  neíte 
tempo  fundarão  feus  dilcipulos,  loy  o  de  São  Salvador 
nos  montes  Alpes,&  Piamonte,que  divide  a  Itália  do  Du- 
cado de  Saboy  a,  a  petições  de  Cyrila,quefoy  a  ama  que 
crecu  a  São  Bento  ,  a  qual  tomou  o  abito  ,  &  proíef- 
íou  a  llegra  do  Santo  Patriarcha  :  &  íendo  Abbadeça 
do  dito  Mofteyro,falecéo  com  opinião  de  Santa  noan* 
no  de  mil  &  quinhentos ,  &  trinta  &  hum ,  a  íeis  de  Outu- 
bro. 24  As  hiftorias  celebráo  com  titulo  particular  as 
»4  ^$rgaySSoieiaâ,yeic5-  molheres,  que  forão  Autoras  de  alguns  livros.  Edelpois; 

^  das  Sybilas,  não  filiando  nas  Santas,  que  efereverão  co- 

mo Santa  Gertrudes  a  Magna,  Santa  ildegardis  Monjas? 
de  S.  Bento,  Santa  Thereza  reformadora  do  Ca  rmel  lo,  & 
Santa  Brifida  fundadora  defua  Religião, &c.  Tem  íingu- 
1Ç  Batoniur  anm  Bmim.  lar  nome  Proba  molher  de  Adelpho  Proconful,que  ef- 

59?-  crevéoem  verfofobreonovo,&  velho  Teftamento.    25 

j  „         ,.,  Eudocia  molher  do  EmperadorTbeodofio  Júnior, que 

26  Socraterlib.i.cap.t.1.  l  r  .      J  '   i 

compôs  hum  poema  de'£e  lio  Terjico.   16   EJpis  molher  do 

27  Uayohtrfii.to.tiui.ãe  Valefofo  Boecio,que  flarecéo  com  fingular  opiniãona 

"""*"""'  poezia,  &  fez  o  Hymno,que  a  Igreja  canta  na  folemnida. 

de  dos  Santos  Apofiolos  S.  Pedro ,  &  S.  Paulo  d/íurealu- 
i8  1ÍL  ce7& decore rofeo.  27  Rafuitta  molher  Germana,  que  ef. 

crevéoem  metro  a  vidado  Emperador  Otho  I.  28  Ze* 
z9  Potio.vTtobeih,         nobia  Rainha  dos Palmirenos,  que eferevéo  hum  epitho- 

me  da  hiftoria  Oriental ,  Sc  Alexandrina.   2  o   Pitagoria 
P1  ■     L     .  molher  de  BrutinioCrotomata,  que  compôs  iobre  toda  a 

Philofopbia.  30  Entretodas  pode fobre-íàhir,pela mays 
douta, Cyrila, que  comíbacreaçáocompos,&illuftrouo 
Livro,  por  donde  milhares  de  juftos  ííefizeraõ  feientes  na 
vidaR.eligiofa.  A  Regra  de  S.  Bento  he  o  livro  illufrrado, 
4*  tão  conforme  com  feu  original,  que  foy  a  virtude  do  San-* 
to ,  que  Cyrila  por  ler  a  ama ,  que  creou  o  Autor ,  fe  podtí 
grelar,  de  que  compõe  o  livro. 

4^3     Todas  as  ca lidades  neceíTarias  concorri áo  em 


Cyriia, 


EM<PÇ(EZA    XXIK  3i9 

Cyrila,  para  ama  de  hum  tão  grande  fervo  de  Deos  ,como 
foy  o  Príncipe  dos  Patriarchas.  Era  Cyrila  parenta  doSá- 
to  Patriarcha  ,  por  íer  rilha  de  Ccrulo  Senador  de  Nurcia: 
31  alimencando-fe  aos  peyros  de  lua  parenta,  para  naó  M  *sírgsjr*iifif  /«/.^.y 
contaminar  com  o  alimento  cítranhoa  proíapia, que  Deos  'H' 
eícolhera ,  para  mayor  propagação  ,  &  adorno  de  íèu  cul- 
to. Com  grande  myfterio  foraó  os  quatro  Patriarchas  da 
ley  efcrita,  cteados  aos  pey  tos  de  luas  propriasmávs :  nem 
confia  da  Sagrada  Efcritura  o  contrario.  Reipcytando  a 
virtude  dos  Progenitores,  &  previmos  os  próprios  mereci- 
mentos predeftinou  Deos  a  Abraham,líaac,  Jacob, &  jo- 
feph  Patriarchas  dos  doze  Tribus  delirael  ;familias,em 
que  Deos  repartio  a  multidão  de  feu  povo  amado, para 
que  áfemelhança  daceleítial  Hierarchia,  nadiveríidade 
lhe  adornalTe,&  engrandece-fe  oculto  de  feu  Tabernácu- 
lo: 32  &defpois  quando  divididos  pelo  mundo, com-  n  Vih^iupiâefvp.cap.x. 
puzeiíem  mays  lua  ve  a  melodia,  dos  que  o  venerão,  com  a  1**mae- 

à\  vertldade  de  lingoas,que  o  louvâo.  Tudo  forão  refguar- 

dos ,  para  náo  divertir  com  a  educação  eílranha  as  progé- 
nies, que  Deos  feparou  entre  todas ,  para  manancial  de  lua 

veneração.  Não  lecreou  S.  Bento  aos  pey  tos  defuaMáy 

Santa  Abundância,  porque efh,  falecèo  no  parto ,  em  que 

deu  ao  mundo  efte  Sol ;  falta, que  íuprio  a  fanguinidade,Sc 

virtude  de  Cyrila,  fuftentando  oftuóto  com  onutrimen- 

to,  que  lhe  communicou  o  garfo  da  mefma  planta,  por  não 

degenerar  com  outro  luftento  adefcendencia  ;  que  como 

mar,  de  quem  havião  de  proceder  tantos  rios,  quantos  fer- 

tilifaráo  as  terras  de  fua  Igreja,  o  mandava  Deos  ao  mundo 

enriquecido  com  o  efpinto  de  todos  05  Santos. 

Cr  rr  '  i     C  J      O    D  at    Vtât  Tomai.  EmprtZ* 

omlucceíliva  virtuderoy  creadoS.  Bento;  IXtfllràsr#« 

húalvláy  Santa  oconcebêo:  a  Virgem  Immaculadaíoya  >*  »«;**»»«/  *«•/*'*>? 
pnmeyra,que  o  alimentou  com  oceleiiialnectardekus  Tii*>gratUptrfufut(êdi*,t) 

,->.      c        '  s-\        •  1  o  Juotuf  ítiim  ,/iníeht  Ciril* 

virgmaes peytos:  33  Delpois  onutrio Cyrila, rao San-  ^tKHttiee9Íilm„commiu^ 
ta,  quemcrecéo  ver  os  dous  Anjos,  que  acompanhavãoa  titut.  s.iid<-g»rd„hi>.  de  s. 
b.  Kento.  34  Mandava  Deos ,  que  o  Sacerdote  tivelle  }í  Umi**Humi»aitarifem- 
cuydado  defulkntar  o  fogo,  que  perpetuamente  ardia  no  %Zff$%^£ 
templo:  nenhua  outra  peiiòa  o  foccorria  de  lenha, fcnáoo  [mguitt  iwy  tSimMtto  haio- 

o  j  i-n.     r  r       •  r      •  d   •  br  eujlo ,  ie luper  tdoltbn  adipet 

Sacerdote.    35    Lite  togo  lervia  para  os  iacnhcios  ,  oc  p.cif(r,um.  v-7-  ifiept^ 
•  mays  oblações  do  povo :  Sc  elemento  de  tanto  prellimo,  g1^;,*"  ""'  *"""  Jcfc,(t 
quedenoyte,&dedia  alumeava  acalàdeDeos,nenhúa  LmticA.wf.  i*.cíi«.. 

Tc  outra 


33©  O  f^JKCVPE  V  OS  VAT.  TOMO  II. 
outra  peiTóa  o  havia  de  fomentar,  que  não  fofíeSacerdo- 
te  i  miniftro  deliinado  por  Deos  para  Meftre  de  virtudes. 
Deyxamos  authoriiàdopor  muycas  veies, que  o  corpo  de 
S.  Bento  foy  a  terra,  adonde  ardeo,&  ie  conlervou  o  fogo 
do  amor  Divino,  perpetuamente  alheado  navirtude  dos 
Monjes  deite  Santo  Patriarcha,  para  nunca  faltarem  á 
igreja  de  Deos  luzes ,  que  illufiraííem  íèu  culto  ;  &  forão 
diipoílçõesda  Providencia  Divina  em  lhe  applicar  os  de- 
vidos materiaes,para que  a  indecencia  dos  miniíiros  não 
mortificaííe  a  chama,  que  ló havia  de  alimentar  a  virtude» 
495  Húa,&  outra  nobreza  coníervou  em  S.  Bento  a 
Venerável  Madre  Cyrila  ;  a  nobreza  da  íanridade,  com  a 
virtude;  a  do  fangue, com  o  duplicado  parentefeo.  Sendo 
tão  conforme  ao  Santo  Patriarcha  a  educação  de  Cyrila, 
como  os  mantimentos  da  terra  dePromuTaõ  aos  filhos  de 
i6  EuJuctmJeierrtiihmltizd'  Leyte, &  mel  forão  osdous  principaes  íuítentos, 
tirrembomm  ,^/pec,rfai,; ,  ,■„  qUe  Deos  prometéo  aos  líraelitas  com  abundância,  na  ter- 

txoj.f.verj.s.  ra  de  Promiílao.   36   Para  explicar  o  muy  to,  que  era  Mu- 

dável o  clima  delia  terra,  com  o  natural  daquelle  povo, 
não  fez  menção  de  outros  muytos  mantimentos,  de  que 
era  fértil  o  paíz,íènáo  deites  dous,  pormays  confentaneos 
á  complexão  Ifraelitica:  O  mays  fanto,  &  illuftre  de  todas 
as  nações  foy  eíte  povo,  em  quanto  andou  na  graça  de 
Deos.  De  todas  as  partes  do  mundo  he  aterra  de  Promif- 
faó  a  mays  nobre  affy  na  realidade,  como  no  figura  ti  vo;  na 
realidade  he  a  mays  lalutifera  ;  &  no  figurativo  repreíen- 
taaBemaventurança.Eemquanto  teTracom  femelhança 
da  gloria  eftilava  de  íi  o  mel ,  que  tem  por  virtude  confor- 

}7  Mel  enim.  muitum  ajju-  taras  potencias  d'alma:    27  &  como  terra  mays  íaudavel, 

•vat memoriam ^iS  >me!I<!ãutiu        •         r  vi  •  Y.r,  t  r 

íávoíKntuefu.-in/uaJeeeait.  cria  o  langue  mays  nobre,quehe,ode  que  ie  compõe  o 
■**.*tieto*r*8*tHdcst,bm.   leyte  mays  puro.  Na  virtude  domél  tinha  opovo, com 

quenutrir  asforças  do  efpirito;  &na  calidade  do  leyte, 
com  que  fuítentar  a  nobreza  do  langue.  Achou  S.  Benro 
na  creação  de  Cyrila  eiras  mefmas  conveniências  j  na  vir- 
tude, o  mél,  com  que  efbbellecer  a  nobreza  eípiritual  j  Sc 
no  parentefeo ,  o  leyte  ,com  que  íuítentar  a  temporal  no- 
breza. 

496  Donde  fe  infere  a  razão,  porque  Deos,  quando 
tirou  a  S.  Bento  do  mundo,  diipos  quefua  ama  oacom- 
panhaíTe  atéEfide,  lugar  aonde  o  Santo  fez  oprimeyro 

UiiU- 


milagre :  8c  tudofoy  para  dar  a  conhecer  a  fantidade  deite 
fidoape,  pela  companhia  de  lua  ama.  Rebeoca  quando 
veyo  decaía  de  feuspays,adefpozar-íe  com  iíaac  fcihodc 
Abuiiáo,  trouxe  confino  aama  ,  que  arreou:   28   Cir-    *8  DM/eruat  eriçam,  tf 

r  o  j        t  í-n        HHtricunejm. 

cunhanciajemqueos  Sagrados  Interpretes  acharão  rnyíte-    Ge«ef.z^.verf.i9. 

rios  rão profundos,  quedií]eráo,fei  omelmo,doquevir 

Kebecca  acompanhada  da  íabedoria,6V  graça  do  Eípirico 

Santo:    29   &  para  que  eíU  iòciedade,  naoccafiáo  dos    '9  N,l?*f  «•«»,?**«■ 

celpcucrios  (  rara  que  llaac  vielie  em  conhecimento  da  vp»i»gtTit,$etiamâijci}Uni 

virtude  de  fua  conforte  ,  pela  fantidade  da  ama ,  que  a  ali-  ^Z^SL  s,h»  *»*«, 

mcnrou  afeus  peytos.  40   Do  mefmo  poderia  fervir  ao  w**"*- 

Santo  Pa  marcha  a  companhia  da  Venerável  Madre  Cy-  «*«/«/«■  Gene/. 4*. 

rila  j  conhecida  pela  própria  virtude,  &  por  Irmã  de  Santa 

Tertúlia,  que  florecéo  em  milagres.  41  4'  ^**'-*^ 

497  Merece  algúa  ponderação,  não  fazer  a  Efcritu- 
fa  memoria  da  ama  de  R.ebecca,fe  não  quando efiafahio 
decafadefeuspays.  O  que,  a  meu  ver  foy,  para  moftrar, 
queRebecca  náobuícava  o  conforcio  de  líaac,  para  com 
elle  merecer  a  graça  de  Deos,  porque  ;a  dantes  a  tinha. 
Cyrila  acompanhou  a  S.  Bento  na  jornada,  que  fez  de  Ro- 
ma para  Efide,  8c  não  quando  de  Efide  fe  retirou  o  Santo 
para  os  dezertos  de  Sublaco.  Em  Efide  fez  o  Santo  Patri- 
archa  o  milagre  de  reparar  o  Crivo ,  Sc  com  elle  provou  a 
fantidade  de  fua  creação ;  8c  que  não  bufcava  o  dezerto 
por  neceífitar  de  graça,  fenáo  para  apurar  a  virtude;  como 
ficaauthorizado. 

4  98  Em  recompenfa  deites  beneficios,alimentou  S. 
Bento  compafto  efpiritual,aquem  ohavia  nutrido  com 
o  corporal  fuftento.  Por  eftes  annos  era  ja  de  pro  vécla  ida- 
de a  Venerável  Cyrila;aqual,ainda  que  fempre  vivéo  com 
abundancias  temporaes,  &  efpirituaes,  agora  com  mays 
razão  neceíTttava  das  do  efpirito;  porque,  pela  conta  dos 
dias  eftava  mays  veílnha  da  morte.  Aííifíio-lhe  São  Bento 
com  todo  oneceíTario  para  a  nova  vida,  em  que  a  educa- 
va na  claufura,  a  que  a  recolhia.  Ruthpario  hum  filho,  a 
quem  chamarão  Obed.  Todos  os  vefinhosnoticioíos  do  .--,■.«,«. «j 

parto ,  derão  oparabem  a  Noemi , que  era  ama  do  Iníante,  www, ....  a  b*bc,  qmconf,- 
celhenafcer  hum  hino, para  coníoldçao  delua  alma,  õc  tum^.K,emipue,Un,fcf!tit 
fuitento  de  fua  velhice.  ±1  Confiandodoaçradccimen-  í»/»*/^tf  «*">»';  «*«■«- 
to  de  Obed,  que  teria  gratificação,  como  dehumapeiioa   Kmb.^.virj.^. 

Tc  2  illuí- 


3 3  a        <?  I^IKCWE  WS  VAT.  TOMO  11. 
illuftre,  chegando  a  remunerar  a  lua  ama  a  divida  da  crea* 
çãocom  tanco  empenho,  que  a  alma ,  &  o  corpo  partici- 
paliem  do  beneficio.  Húa ,  &  outra  parte  abrangéo  a  pro- 
fillaõ  do  inlututo  ;  a  alma  de  Cyrila ,  com  a  graça ;  &  ao 
corpo,comaelumaçao:liberalidade,queiódclunpenhaa 
magnificência  dehum  Principe,noreconheciniencodao- 
brigaçáo  emqueeftá ,  a  quem  lhe  iuftentou  a  vida  ,&  com 
cila  o  eíclarecido  nome,  que  adquirio,  &  deyxou  no  mun- 
do. Na  vida ,  &  na  morte  de  Tuas  amas  devem  gratificar  ef- 
te beneficio:  ás  fuás  peíTóas,  &ásdefeus  defeendentesha 
de  chegar  a  liberalidade  da  recompenfa,  parafe  livrar 
cm  tudo  das  limitações  dos  populares,  femelhan- 
tes  ao  ennano,que  pormays  quefeeíure, 
não  chega  com  a  cl  ta  tura ,  aonde 
chega  o  gigante. 


CASTIGA 


s. 


CASTIGA 


335 


NTO 


AHUMMONJE,  QUE  ANDAVA  VAGUEAN- 

dopelos  Ciauíàros  no  tempo,  em  que  os  mays  aífií- 

tiáono  Coroa  Oração. 


E  M ■  2>  RE  Z  A    XXI'. 


W.  O STR  OU  á*  experiência,  não 


499 

ferem  uteys  para  a  perfeyçoar  a 
imagem  os  me  imos  infirumen- 
tos,que  desbaftaráo  o  tronco. 
O  Artifice  nem  guarda  a  mef- 
maordem ,  nem  uza  das  meílnas 
regras,  quando  quebra  apedra,  &  quando  a  lavra.  Scco- 

Tt  3  do? 


534        °  V^INCIVE  WS  PJT.  TOMO  II. 

dos  os  crimes  ti  verão  amefmafatisfação,foraainteyreza 

a  mayor  injuftiça.  As  penas  da  ley  imitáo  oscaftigosde 

•  froviicnuaDeigubtr»»*'  l}eos   que  todos  laõ  medicinaes  j    i    &  Cada  hum  dosa- 
da)-3m»:/J,e>9J<.< />«/*»«>•/«<-      ,        \       *  1       r  -lo  J:  M- 

n0,t»,dicin»ea.  chaques  cem  leuparticular,&propnomedicamento.Nao 

d.  HicronjmHs.  amanfa  d  todos  os  brutos  hum  meíino  género  de  cafiigo  j  a 

,  fôM  iffi  nm»  reti.n M*  o  freyo,&  a  outros  a  vara.  Aquém  não  venccanatuie- 

inojpciat>tnpi4>«m»gnttU'  za,  obriga  o  iuplicio.   2   Emhúa  varadeferrooreprefen- 

jfffnt.ciccTofro  Bofa».       tavao  os  Romanos;  3  pornaoaliemelnaremavaradajuí- 

?  íKvhga ferre» pctcftatRo.  t  jça  ^  cana  ^q  pefcacJor,  q  não  fc  dobra, caindo  nella  o  pei- 

fcaufait  p*ter  -ándreas  Je  xe  pequeno;  &  toda  ie  inclina  ao  pezo  do  peyxe  grande. 

%X]oíT  *"""""  "*'      500     Não he conveniente, que  a  vara  de juítiça  feja 

fempre  de  ferro,  pela  inflexibilidade,  que  deftròe  acle- 

mencia.  4-  O  animal  não  ío  obedece  ao  golpe,  mas  tam- 

4  *Airqut  ãmiurtia  juHitíi  b^  ao  ecco^a  Voz ;  ao  eftalló  do  açoute ,  &  ao  aceno  da 

irtchmentia  eii,  ideo  in  virgt  c  n  \         \' 

férrea hx cbnfh  cxprcjfa  w  vara.  O  Ceo  mays  veles  ameaça  com  oeltrondo  dotro- 

ÍÍÍ:::::at">>^>-  vão' do ^eCom  oeflra§° do ™yo-0&™ naturalmente 
uejh  lâemibi.  ne ferrugento ,  èc  afpero.  Qcolerico não  fe  governa  pela 

i    frobibsnda  àlmaximeirs  .  °  .     ;.,*•        ,         .  r.  ~:         a  r 

i»pume»do,r.iíquamtKimir*.  jumça.  $  O  mirmcro  ha  de  caixigar  com  tleyma,paraíe 
:  ;:™^p^;;  inculcar  mays  rigurolb  quando  irado.  6  O  mar  acobarda- 
qn*ejc inter mtnium& paru*-.  ra  mays  os  ânimos  na  tormenta ,  fe  com  qualquer  vento  fe 

cavcnÁum  tji  ipturne  maior  }t      *  p 

pana.,  quã  culpa. Cícero  in  o//.  tiiO  enCteipâra. 

6  quí  verhratjineira  >feitr      ^OÍ      A  ^^  da  iufiiça  quer  feia  de  hua ,  ou  outra  cali- 

ejtverberante  atm  ir».  J  i  1.- 

~dr>ft.  Etbic.  dade,ha  de  feguir  o  natural  do  Camaliáo ,  que  tomando  as 

cores  da  variedade  dos  ventos,  nem  augmenta,nem  dimi- 
nue  o  venenofo,  nem  ofaudavel.  A  gravidade  da  culpa  ha 

7  K**u„ifirm;terf*cu»jH»  deaiceraro  rjgor  da  iuftiça:  7  masnunca  ainteyrefada 
nonst  quoque  cpertet  inferr,,  l^y.  8  Os  viciosmudãò  os  homés  tão  outros,  do  que  eráo, 

Jcd  âiligenter  ajbicire  eorum.  •  r    '  :'-'C  I  C  »  l    11    ''       r 

quideiiquerutv,re,,atquepro'  que venheao  as  ralças  transiormaçoes ,  que  delies  eícre- 
fjítmm  d  jcannchryfji.  Vco  VirgUio;  &  conforme  a  figura ,  que  tomarem,  Ka  de 

8    Oportet  non  infcm  panm  r  '  li         í  '    - 

*quii:ier,ftd*unquamahfqUS  correfponder  0  eaítigo,  que  lhe  derem.   9 

lege.     Rothordantu  de  injuria  x     i      i  J  •  1 1  1        C  i 

temporu.  5  o  2      Achelo-o  contendeo  com  Hercules  íobre  o  3- 

9  lAipeccatumntgatmho.  mor  de Dejanira ;  converteo-fe  ultimamente  cm  touro, 

mine  imaginem,  qua  úentfur-  f  '  .  „  * 

m*vitp,imumbomiHem:tran'  para  vencer  a  Hercules j  o  qual  lhe  cortou  húa  ponra  ,com 

fijt  Jeeffe  adnoneffc  homo  per-  \     i      *  C  *J  \     w  '     C 

fiaiU,gram,rai,onab,n,,qMia  que  Achelo^o  ticou  vencido.  10  A  Luxuria  toy,  a  que 
tnimjem  Deu  j[ie  mU(jou  a  fórma:  &  com  o  ferro  lhe  caftigou  Hercules  a 

mJepeccato  ingenere ,  ®ft e-  culpaj  porquea  ienfualidade,  como  raiz  dos  vicios,niere- 
To  ovid.Ep,j}.9.  DianiHer.  cc a  OMys ftgfHftíã  pena.  Hunscrimes  fru£tificão  mays , âo 
tid&Efiji.ii.etrkHeitiM.  que  outros  pela  matéria,  aquefeateyão,  8c  pela  fonte 

donde  nafeem.  Os  Romanos  punião  com  mayor  fe  verida- 
de  os  crimes  conimetidos  em  matéria  de  contratos  5do  que 

"era 


emcâzosexquififos.    n    O  tritfGiuaiignadoheraaysno-   V   $*ocheí  llMerUl,i'M  J* 
avo, do  que  oporaoiweito-  U  cnupar  dasjraizes  enira-   m^jj.^.o. 
qucce  iiiays  a  cerra,  do  que  a  íoilibra  das  arvores:  apura 
força  fe  cor  tão  as  raízes  i  &CGrame.n3$puIíòíede£Qráoas 
ramas. 

503  Por  caíti  go  do  inderofoío  atrevi  mento,  com 
que  Àáceon  profanou  cem  a  viíia  a  honefíidade  de  Diana, 

ioy  transformado  em  Veado.    12   Tem  eíte  animal  por   II  0v'il,h-\-  m*""»- 

natureia ,  íer  ingrato  aos  progenitores,  porque  citando  a- 

dulco,íef*zfeu  inimigo:    13   &  defpois,quc  A<âeon  fe    ,,  J#rrefw/í/âM/Wâ,eJBà 

rsprefentou  cúmplice  neíla  culpa,  os  m  elmos cães, que  àeHeneâMe .Pa-unáer. % .70. 

fuítentavaemcafa,&comqueandavacaGàndonoir,once, 

lhe  tirarão  a  vida.    14.  Qs  Eífenes  davão  poT  verdugos    '4         "     /r*' 

dos  filhos  defobediexites,  aos  mefmos  ayos,  que  os  haviáo 

creado;  para  moítrarem  ,quefemtíkantes  crimes  careciáo 

de  todaacompayxáo.    15    Asraizesda  arvore  Eiiciatra-   ,s  jjem Perimâtr. §.8j; 

zemconíigo  o  ferro,  com  que  acortão:Efta  arvore  he  a 

mays  nociva  de  todas ;  porque  á  fua  íbmbra  fe  recolhem  as 

Serpentes, que  fazem  aterraiiahabitavel,  Sccontagiofa; 

1 6   &  anicfma  natureza  cnílna  o  ícu  caibro  no  ferro,  de  l6  ^^rEriciaf(rrumgig. 

quearma  os  nomes,  tirado  de  luas  propuas  raízes.  !  *e«ef  c* animam  etmortâúr. 

504  Egeriaperdéo  afaude  a  forças  doamor  desho-  ^Zm?^''2 ''*'*' 
nefto,que  teve  a  Numa  Pompilio^oque  viffco  pelos  Deo- 

i  es  a  transformarão  em  fonte, que  por  íífedefpen ha,  8c  af- 
fy  mefmD  fedi  vide  :  17  ajufíada  pena  com  aculpadehú  n  ozH.M.i.Meuiw&w. 
•  lalcivo>,queconfomeafuameíiwa vida, bens, &honra.  O  *' 
tormento  ,que  Menes  Florentino  mandava  dar  aos  incor- 
iogivíeis-,í&devaírosneÍTe  vicio -era  ifoúa  pocagem  ,cujoef- 
ieyto  os  impelia  a  morderem-fe  ,&  deípedaílarem-íecom 
ièusproprios  dentes.    18   Os  Balíimilho6,cuia  planta  he     o  .  ,  ,    ,, 

húa  das  medicinaes,  defpois  queeítão  íazonados,  porai  z**.^uii>°r  t-cJeviceJeP*- 
mefiiios  fe  rompem.  Etòefructo  junto  com  outros  ingre-  v"  ""i0?-* 
dientcK  he  dos  mays  poderofos  iiifcmi vos  da  Luxuria ;  1 9    ,9  Bt»ediBt  Põri*nJer  „h 
daqual  anoftrou  a  natureza  ogenero  de  fupikio,  na  pro- >/"■'•§  9o- 
priedade  dos  fru&os. 

505  A  inconfidência,  corn  que  Aglaurusfe  ouve  no 
fc^redo,que  delia  coohou  Minerva,  moltrando-o  menino 
Etitonio,  que  Minerva  lhe  entregou  fechado  em  bum  ca- 
bafinho , com  preceyto, de queívem  ella,nem  íuas  irmásio 
viflem  ,-nem  o  dcyx^íkm  ver,  caftigou  a  mel  ma  Deofa 

tranf- 


$36*       O  fQfíQOM  VOS  PJT.  TOM.  11 

20  Ovii.hh,  t. Metam,       transformando-acm  pedra  ;   20  de  calidade  húmida  em 

todo  o  tempo,  para  que  efcorregalfem  quantos  paflàiTem 
por  ella  ,  &  com  o  pezo  da  queda  moleftalfem  mays  a 

ii    RoJniirodeMoyaComè-  i  7  *■  ,    '  ,  r    J 

toáeVirgii.M.  Agláurus.   21    bm  toda  a  culpa ,  quecometem  os  iequa- 

zes  faõ cúmplices  os  motores, que  íemelhantes  a  Agláu- 
rus fazem  cahir  a  muy tos ,  por  onde  dignamente  merecem 
ocaítigo  de  todos.  A  cabeça  da  Vibora  por  íer  a  que  de- 
funde  o  veneno  por  todo  o  corpo  da  fera,  he  a  parte,  que; 
defpois  de  cortada  ferve  de  antídoto.  Todo  o  intento  dos 
que  feguem  a  miliciahe, empregarem  os  tiros  nos  officia» 
es  dos  exércitos. 

506     Contendéo  Aragnes  com  Palas,fobre  o  tecer  do 

pano,  &  la vrar  da  feda:  em  caftigo  de  fua  prefunção  a  con- 

vertéoem  Aranha,abelicofaDeofa  ;   22   para  que  lede- 

i2  PtiJ.iib,6. Metam.      fentranha-fe,&  coníumite  no  mefmo  exercício, de  que 

fe  prefava.  As  culpas  da  prefunção  nafeem  da  íobeiba  j  cu- 
jos effcy  tos  punia  Trajano,  não  com  tirar  a  vida  aos  delin- 
„  „     „   ',  quentes, mas  com  lhe  dar  por  habitação  os  cabeços  dos 

habitar: caiumwa  mêuumfu-  montes;  2  3  para  que  a  altiveza^,  que  aerea-mente  os  el- 
^iSSSíSSSí  vaecia5foífe  caftgo,  queos  defpenhaíTe.  Os  prefumidos 
vittHtemfiarihut.ctp.j.         fa5  montes  de  aréa  ;o  mefmo  véto,que  os  forma,  os  desfaz. 

5  07  Arne  entregou  húa  fortaleza  de  feu  pay,por  di- 
rheyro,que  lhederáo  os  contrários;  por  cuja  atrocidade 
foy  Arne  convertida  em  Gralha,  que  tem  por  inftituto 
furtar,  &efconder  quanto  acha.femfe  lograr  do  que  furta. 

*4  OviJ.M.i.  Metara.  p       1         1       rM     •  L-    •     r    c  /T  1 

24   rira  ley  dos  Llincos,  que  oambicioiotolie  condena-» 

do  a  fervir  a  republica,levando  a  caía  dos  nobres  todo  o  ne- 

?í  Strvhbant  enim  avari,  ceífario  para  fuás  famílias;  carregando,  com  o  que  nem  ha- 

[u^rnichos)^^^  yÚQ  de  comer   nemveftir.    25    He  mortificação  para  a 

erant.  idem  Meâmafup.  c.Co.  voracidade  do  fogo  gaftar  a  chama,  em  preparar  o  iuiien- 

to,  que  ha  de  nutrir  a  outrem. 

508     EfcarnecèoarufticaGalantis  de  LucinaDeofa 
dos  partos:caufa,por  onde  foy  transformada  em  Doninha: 
a6  0v,i.ub.9.  Me,am.      26   Ajuftou-fe  apena,com  a  culpa.  A  Doninha,  dizem, 
»7  Fere  omnts  Nau,  rak,.     que  pare  pela  boca.   27  Ficou  Galantis  cafffgada  na  par- 
te, com  que  commetéo  odeli&o.  Ajuftiçahefemelhame 
ao  leme ,  que  defgoverna  o  rumo ,  fe  defobedeílè  aos  ven- 
tos. Húa  mefma  carreyra  não  faz  viagem  a  todos  os  portes -3 
nem  hum  mefmo  caftigo  emenda  em  todos  oscazos.  As 
maravilhas  com  que  Dcos  authorifou  aechonomica  poli- 
tica 


R  M  T  <1{  E  Z  A    XXV.  537 

tica  do  Príncipe  dos  Parriarchas,  no  ajuftado  de  feu  gover- 
no excedéo  em  tudo  as  ficções,  com  que  a  gentilidade  di- 
finio  á  rectidão  da  jultiça  ,  neita  íubulofa  variedade  de 
penas. 

502      Em  hum  dos  principaesdozewoíteyrosde  Su- 
bhco,tinhaoS?.mo  Patriarcha  ele)  to  por  PreladoaPom- 
piano  Varão  de  conhecida,  &  particular  virtude  :  o  qual 
entre  os  íubditos,que  governava,  havia  hum  de  animo  caõ 
inquieto, que  nunca  aííiliia  no  Coro  aotempodaOraçaõ 
mental.  Reprehendéo  por  muytasvefeso  Prelado, feu» 
que  o  fubdito  ti vcíTe emenda.  Fez  PompianoqueyxaaS. 
Bento, &aprelentandc-lhe  o Monje , o amoeftou  o  Santo 
com  affabilidade  de  Pay,ameaçando-o  com  o  rigor  de  juiz, 
quando  preiTevera-fe  cm  lua  culpa,  &  dèífe  moei  vo  á  con- 
tinuação do  efcandalo.  Lembrou-fe  pouco  tempo  oReli- 
fiiofo  da  correcção  j  &  paíTados  dous  dias  profeguio  no  de- 
lido. Avifou  o  Prelado  ao  Santo  Legislador  da  reincidên- 
cia ;  com  que  o  Santo  Patriarcha  fe  rcfolvéo  adar-lhepor    l8  cé^  eh  ^hhirecuo 
fua  mão  o  caftteo.  Veyo  ao  mofteyro,  aonde  morava  o  tal  À)»'^/«#rV«o»«/w,^  «*• 
Keligioio,&aímtindoa«Jraçao  ,vionollo  Santo  Padre,  quoqucftt(fàià«téf*s+tài«tiH. 
que  hum  negrode  pequena  eftatura  entrava  pelo  Coro,&  £í^£' ÍJ3SÍ: 
chegando-feao  tal  Monje,  lhe  puxava  pelo  abito,  &  o  tra-  *»*  «"»■' L  *  *àmmtk«tm  i«- 

.  c>         c  •  Ota  c.  1  t    -  ttuit.  Nem  ân- tenia  ad  njum 

21a  para  tora.  Seguio-o  S.  bento,  &  pegando  em  huas  va-  popriumrmtjm  %»&n  uvA 
ras,  o  difciplinou,em  tal  forma,  que  nunca  mayso  Demo-  £""£ "",u  "£*  ^'^7 

'  t    J  *  '*  J  _  ferva  Uci  :::  Nxntiatuwjuif" 

nio  o  tentou  com  femelhãte  género  de  defírahimento.  3&fct,dnut:  £?«»«»»,  s*my* 

permcttliffi-n'  cmeuJt::  iSij- 
pex:t  nuod  eurtdcin  t/tonacbuni> 

Sale  el  [acro  'Benito  el  dia  fermente*  1"' '"  °"",0,">  "w,!Cre  Tf!" 

_      .  .       .  .       .  -L&  f«/I,  quidewni^r pucrultu per 

tonteia  de  Oracton  lagrnepa  efpiga,  veftimcnufimbriantfor**  u-n- 

Èncuentra  ai  Monje  delalgkjia  aumente,  SS*STÍS£5 

Ycongofaes  de  mtmbres  le  cafliva:  frf,Jte»temfirà  «#•»««*«*  ro- 

hl  Demento ,  que  en  ji  la  affrenta  (tente,  g,  fcreur„ ,  «,< «  ãc  iu  mi 

Ta  tm  en  adelante  lefatha,  t«f**fnh  »*«•«•  -  «?*»« 

*/  III  •  1  pitruli.  pertuhi . 

Quedando  el  Monje  en  la  Oracton  eftabki  f.  Mn»  Gtq».  Mi\nM.%. 

Como  marina  roca  incontrajlable,  '"  *  "*'  4' 

'Benediclina  de  BraVo.Canto  5 . 

5  1  o  Todos,o5  que  conheciaõ  a  brandura>&  clemên- 
cia do  Principe  dos  Patriarchas,fizeráo  reparo  na  aípere- 
zadocafiigo:  Porque  fe  algum  de  feusfubditos  era  remiíTo 
na  obfervancia ,  com  os  reprehendcr  lhe  caftigava  a  culpa. 

Vv  Só 


338  O  ^INCITE  WS  <?AT.  TOMO  11. 
Sóa  eíle  delinquente  punio  com  toda  a  feveridade.E  cora 
juíta  cauíà  ;porque  as  í'àkas,ein  que  ha vião  de) inquido  ai- 
gús de jfeus Religioíos,  nenhúa  erade eicandalo, nem  paí- 
lã  vão  de  venialidades:  mas  a  inquietação  deíle  fubdito  era 
culpa  grave,  &  efcandeloía  para  o$  Monjes ;  &  leguiiido  a 
levdivina,mediooSantoa  penitencia  pela  culpa. 

5 1 1      Ajurifdição  da  julliça  ,que  tem  osminifrros  he 
figurada  na  vara;  não  fó  porque  a  vara  cafiiga,ícnão  tzw 
bem  porque  mede.  Tudo  ha  de  medir  a  vara  da  juítiça,  an- 
tes que  condenejOU  abfolva:  ha  de  medir  a  culpa, &  a  calli- 
,     dade.  O  pavilhão,  que  cobriaote&o,  não  era  corta  do  pe- 

»9  Teeittf  opartcritimtaber-  .  ••  i      í  •  i     •  -         t    i_  1 

rítcuii  âcpeMbut  arieittm  th-  Ja  medida  das  cortinas,que  cobnao  o  1  abernacuJo:  ascor- 
bZ tcf  "£&%££»»-  úms  eráo  fabricadas  de  amorófas  pclles  de  cordeyros;  ap 
iecim ,  aà  ofcriendum  teBum  &  o  pavilhão,de  toíco,&  afpero faval.   20  Não  fe  mede 

tabertueuli.  lb;  cap.16.verf. 7 .         .    *        .-.  •  1  1       •  1 

pelameima  vararodoogenerodemercadona  jnem  todaa 

41  irmã  contra  eotabytr.::  forte  de  pefloas.  Murmurou  oSummo  Sacerdote  Aaram, 

?""  Hyw»**"»'!*  &a  Prophetiza  Maria  contra  Moyfés;&  fendo  compre- 

lepra ,  qu.iji  mx.  I  piii/ 

Kun-.ir?.  >-..-^rf.  10.         hendidos  3mbos  na  mefma  culpa  y  reprehendéo  Deos  a 

í2  Sol  etfcurabiittr::^  SteU    A  ©  L  »       J     1  r>       _L  í~\  c     1 

lac.JanAcCuio.  Aaram,  &  cobrio  de  lepra  a  Prophetiza.    31    O  Sol,  tem 

Maib.x4.-<crf.%9,  feucafíigonoeclipfe;&aseftrellas,na  queda.   32 

5 1  2        Mascomadvertencia,  que  nascaufascapiraes, 

'y.       ,   .     .,„     pãranãofaItarájuftiça,haominiftrodefepararaculpada 

s,fieamwi,t>ftti>d»$tãomu  Do-  peíioa.  hlRey  fczechias  encomendou  aos  Levitas,  lancaí- 

ttmmiM  iemfóra  da  caía  de  Deos  toda  a  emmundicia,q  nella  achai- 


auftrtc  oitiacm    imr.iunáitiam 
ia  òanUuario. 
*.  Paritiipo.  ip.verf.  5 


fem.   33   Fallava  ozelafoReydos  Sacerdotes  indignosj 


34  &  decretou,  que  os  expulfaíTem  do  Templo,  para 
34  ha communiu*  p p .       que  deftintos,&  privados  da  imti)unidadeoscaftigalTe,fern 

que  lhe  valeíTefagrado,nemtiveííe  refpeyto  ao  Sacerdó- 
cio. A  calidade  he  o  fagrado ,  em  que  muy  tos  confião ,  pa- 
ra vi  ver  diíTolutos  :&  todo  o  relpey  to,  que  lhe  de've  guar- 
dar o  miniftro,he  para  os  diferençar  no  fuplicio;&  não  pa« 
ra  os  eximir  da  ley. Morrerem  eniorcados como  roiíro  pa- 
ra o  Sol,  ou  contra  elle,  foyadiveríidade,com  que  Deos 
folliiJmJe7df»^S^.  deftinguio  a  morte  dos  Reys,  da  morte  dos  vafíallos.   3  5 
hmwpttibuiu.  Se  a  culpa  mereilamorte,  padeça  igualmente  onòbre,&: 

Numero.  ZK.verf.  jl.  r  '  r  ■>       o  m  ' 

oplcbeo  j  differindo  a  condenação  nos  accidences  da  pe- 
na, &  não,  na  fubftancia  da  paga. 

5 13        Nãofoyhumíóogôlpe,comqueoPrincipe 
dos  PatnarchasdifciplinouodelH>quente,por  lerem  mui- 
tas as  veies,  que  cometéo  odeli&o.  Goneipondéo  o  nu- 
mero 


EMPKEZA    XXV.  559 

mero  dos  golpes  ao  das  faltas.  Ainceyrefa  da  juftiça  não 
contiite  ió,  em  ier  vara ;ha  de  fer  vara  com  aparo  de  pennaj 
vara,  para  medir  a  gravidade;  &  penna,  paraíomar  as  cul- 
pas. Defta  calidadefoy  a  vara?com  queo  rivangeliftame- 
dioo Templo, &osquenclleoravão.  Era  penna ,&  iun-  *  Dwtàmihi  eai*mu,r>- 
tamemevara,  ?  media, &  numeravaasvutudes,&osvi-  Su,ge,hmttiTeumpiHmDut 
ciosparafe  aiuítarcomclies.  »«««»,»«*»«». 

5  1 4     Medir  lem  numerar ,  ou  numerar  lem  medir  as 
culpas  he  encontrado  á  dilpòfição  divina,  que  he  a  luz,por 
©ndefedeve  governara  juíiiça  humana.  Por  conta, ck  me- 
dida entregaváo  os  officiaes  dclRey  Joás  aos  defpenfcy- 
ros  da  caía  deDeosodinheyro,que  acha  vão  depofítado 
notemplo.   36   Reprefentava-fe  nefia  moeda  as  boas,  &    tf  fffunMa»tqt,eii$«u- 
rasdopovolíraeliticoj    37   &pnmeyio  osminii-  vtmtht,«r  ,„  uo»  dL,k,m 
tros  as  aÍfentaváo,&  medião,doqueaslevalTemaoTribu-  iAam ""»)**** *»n>cr*m,,t 
nal,  donde  ie  haviao  de  receber  ,&  julgar.  Declarando-ie  s «</;«: ,^r í^íwi^t/ í<>. 
arecfidáodo  Juiz  na  legalidade  dos  procéíTos:  ailycomoa  ™' r]0"""},  ']'•  veifto 
inteligência  do  phyílco  na  informação  dos  achaques.  Por   »7  reiunt*b*T*p'trâMHf— 
ilio  Da  vi  d  nao  achou  a  Ipereia,  antes  toda  a  iuavidade,  nos  nifca.epneft&rebe. 
caftigosdeDeos:   28  porque  não  excede  com  o  numero  /•/-•^'/ ^«'^'«/i^«- 

dos  ticbdlhos  a  copia  das  onenías».Os  julgadores  náopro-  Jh. 

porcionando  as  penas  com  as  culpas,  aíiy  como  os  médicos   '  ,fft  ,ncco^,}aia^nt. 

errão  as  curas,  porque  não  obferváo,  o  que  indicão  os  pui»  ?fi,m-  *i-  VCTl- '  ?• 

fos,  &  manifeftáo  os  fyntomas. 

5  1  5      Primeyro  São  Bento  uzou  da  brandura ,  que  do 

caftigo:  amceítou-o,  antesqueodiiciplina-fe.  Ointeref- 

fedaseuftas  faz  muy  tas  vefes,  com  que  alguns  miniíhos 

fentenífe-eru  as  caufas  fem  piedade:  immitando  a  Kuth, 

quecomhúa  vara  recolhéomays  trigo,  do  que  poderia  a-    ,9  v.tqu*ccV.cgtnnvWiii<t 

juntar,  fe  o  apanhaffc  ás  mãos.    39     No  que  falcão  á  ^^ffZff^S. 

âuftiça  :  porque  fe  o  caftigohe  para  emendar  odelinquen-  »w ■»•*•». 

r  •  1      1  ^11      r  t         1       r    -     i  c    Ku,b  l-Tf,f  '7- 

te,  muy  tos  nao  abrem  os  olhos,como  Jonathas,  lenao  deí«    40  e  xur.au  quefumiunm 

pois,  que  icháo  na  vara  a  doçura  do  mél.  40  As  pedras  t^^ittZTu"* 
obedecerão ,  produfindo  de  fio  fogo ,  com  que  fe  abraíou  co**ertitmânuM(u*m «àeif» 
o  holocaulto,quando  o  An;o  tocou  brandamente  coniltua  ,  Rfí,  1(|  T,ef/V? 
vara  ,  na  matéria  da  oblação.  41  A  terra  moftrou-fe  ma-  4>  *******  .y%r/«r  r>»- 
goada,com  le  ver  terida  da  palavra  de  Deos,  irado  contra  nei-m mman*&P*iigit&h6r, 
ella-  42  &  ha  muy  tos  homés,  que  tendo  adurefadapé-  ffi^?*" :  ãfftmdi' *" 
dr«j, obedecem  aoaílènoda  vara:&  pelo  que  temos  de  cer-    j*<Heun,6.vtrf.*,, 

*  IP/-}  L  r  4?     ^'""""f  ferram  virgio- 

ra,atodosmoleita  oalperodarepiehcnçaoj  iem  que  para  ri!y;„.  i/m.  u.vnf.4. 

Vv    2  todos 


4 

et 


540       O  ^INCITE  WS  VAT.  TOMO  11. 
todos feja  neceílario  avara  docaftigo. 
, .  iyió      Omeimo  Deos,  que  entregou  ao  Príncipe  dos 
Monjes  a  vara  paftoral ,  &  neJla  os  poderes  de  Legislador, 
l  ^i^'</t!TãeraJ'r  o  dotou  de  hum  natural  brando,&compafíivo{oquedei~ 
íe*<Uf,}j*i.fii,ferf.i.        xai«osauthonlado.)Nomelmo  tempo, em  quearaizde 

Jeílè  produfio  húa  vara,  brotou  junto  delia  húa  flor.  43 
Vara fem  flor, he  vara  fem  clemência :  &  não  pôde  haver 

1  •  A 

ítnal  mays  claro  para  conhecer  os  miniíiros,que  o  faõ,  por- 
que Deos  o  quer,  ou  porque  Deos  o  permitte,  do  que  ter, 
eu  não  ter  flores  a  vara,  que  lhe  dá  a  jurifdiçáo.  Para  que  o 
povo  delfrael  conhecefle,  que  era  Deos,  o  que  elegia  a 
A  aram  em  Summo  Sacerdote ,  florecro  a  Vara  de  Aaram, 
&  não  as  varas  deíèusoppoíítores,  queeráo  os  Príncipes 
dcífrael :  44  As  deftes,  ficarão  vargaftas  fecas ;  &  a  de 
Aaram,  Vara  florida.  Deos  em  ornar  de  flores  a  Vara  do 
44  i«,e,Hcm„r,afft  vírgà  Summo  Sacerdote  moftrou,  que  para  efta  eleyção  concor- 
*siarcn ,« uomo  tevi.  .      ria  fua  divina  vontade,  &  não  para  ados  Príncipes,  cuias 

varas  carcciao  de  nores :  cuja  lulu ça  nao  acompanhava 
com  a  clemência. 

<  17  Da  brandura,  &  do  rigor  uzou  o  Santo  Patriar» 
cha  na  correcção  deite  Monje,  Applicou-lhe  a  flor,  Sc 
vendo, que  o  não  atrahia  afuavidade  da  clemência ,  fez, 
com  que  íe  dobra-íe  á  vara  do  caftigo. 

■ 
No  Vêncio  la  falabra  elhecfo  mah, 
Que  ai  ruiu  no  le  convence  la  palabra, 
Mas  la  pena  de  manos ,  quefrnbalo; 
Uajla  en  d  Diablo  el  eferamiento  Ubrà, 
BraVo.  8. 

O  rigor  não  he  a  primey  ra  regra ,  fenão  o  ultimo  reme* 
dio,  de  que  fe  devem  aproveytar  os  bons  miniftros.  Man- 
dou Deos  a  Moyfés,pegafíe  na  vara,  para  ir  fallar  com  húa 
_ ,,    .  pedra,  que  lhe  dèfíeagoa,  com  que  refrigerar  o  povo.   4< 

4Í   ToBe  mrgãm,& empes*  r>    •     r   C*       CL     U     J     C  11  ^J  l 

popuhim+tu^^iironjrater  *  °is  le  Moyles  ha  de  ia  liar  com  a  pedra,  para  que  leva  a 

?££g$SS&^.  Vara?  Ao<l»eme  parclTe,foy,para  quefe  apedra  como 

Numenr.  ío.virf.s.         bruta,  &  indurecida  fenão  abrandafle  ás  palavras, uzaíTc 

Moyfés  dos  golpes.  Nunca  a  pedra  havia  de  faltar ,  ao  que 
Moylés lhe  diíTe-fe, porque  Deos  omandava:  mas  para 
documento  de  todos  osminiftrosordenou-lheDeos,  que 

levalíe 


EMVQ(EZ  A    XXK  54Í 

levaífe  a  vara ,  pára  que  en  tendão  fer  diSpoíição  Divina, 
uzar  do  rigor,  defpois  que  náo  emenda  a  brandura. 

518      As  varas ,  com  que  São  Sento  cafbgou  a  culpa 
defte  delinquente,  cem  a  virtude  das  varas,  com  que  Jacob 
augmentouonuiDerodeleus  rebanhos.  As  ovemas  para 
conceberem  em  ferviço,  &  graça  de  Jacob,  pur.hào  os  4«  ~utcumvanifiitpegitaA 
os  nas  varas ,  que  Jacob  lhes  havia  poito  nacorrente,  ^i8;„ ^«tm»»*. 
dondeellas  bebião.  Ofubdito,  o  prelado,  &  o  miniftro *&"»*»*> Gew/jo.™/,»». 
que  tem  delejos  de  Ter  vir  com  agrado  a  Deos,&  a  feu  Prín- 
cipe, náo  hão  de  tirar  os  olhos  da  confideração  delias  varas 
de  São  Bento:  Delias  a  prende  ofubdito  a  obfervar  os  prè- 
ceytos,  conto  temor  do  caítigo.  O  Prelado^a  examinar  o 
delido, antes  de caíYigar  o  delinquente;  o  írartifíro,  a  fe 
conformar  na  jufliça coma  ley,&  coma  culpa  j&a  í 
uzar  da  jurifdição ,  como  o  paílor  da  vara ,  que 
com  ella  encaminha  a  ovelha  defgarrada, 
&  magoa  a  defobsdiente. 


'; 


■ 


Vv  3  PREMEYA 


w 


PREMEYA 


S  BENTO 

A  OBSERVÂNCIA  DE  HUM  SEU  DISCÍPULO, 

cm  o  eleger  Prelado  de  hum  Moftey  ro. 

E  M  V  %E  Z  A    XXFL 


E  varias  columnas  ornou  Sala- 
mão  o  mageftofo  interior  ào 
|   Templo.Encre  todas,  levantou 
duasdemayor  fabrica,  pelo  mi- 
fterioío,com  que  ennobrecèo 
,  o   Pórtico  de  tão  fumptuofo 
edirricio.Coro-ouJiie  o*  capiteis  deRomãs,enlaçadas  com 

í  cade- 


EMV^EZA    XXP7.  345 

cadeas.    1    Nás  romãs ,  como  fruâcs ,  prémios ;  &  nas  ca-  /  **»'*&'"  «"»»  Titr.pt 
desSjComo  pnzoes,  caííigosjchc  íoy  o  lymbolo,que  o  Key  qutfi  c<n,nuiM  ,„  u,mhí>$ 

Monarcha,  para  cuja  mo  rada  erigia  folio,  naquellcmagni-  «*»**»,  «ry*e  *■«»*««/«  ,««■ 

■••         rr  1        «     r>  1  /•         •       1  o  y"         fojuit    ilCx»  queque columnas 

bco  Templo. iníimundo  na  elpeciedopcmo,  &  naalpe^^y„;í,„v'^ll/<,*íro//y 
icfa  do  laço,  a  igual  providencia  de  Deos,  em  remunerar    *■**'«*'&*>  iMrf.*%.i6. 
os  frudos  da  virtude  com  a  coroa ;  8c  os  do  vicio ,  com  a 
eícravidáo. 

520  Náofatisfez  ao  génio  demuytos  Príncipes  o 
documento  deite  brazão ;  porquehús, efeolheráo  as  cade- 
as, pagos  de  fua  tyrannia  :  van-gloriando-iè,como  Taber- 

lane  Key  dos  Sitas,  deferem  executores  da  ira  do  altiíTi-    1  ^«tumehcm;»cmfutart 

fj  •        1  n      J      J  •   &  *">n  Dei  iram  totiui    ndho- 

azendo  particular  eUudo  de  novos  tormentos ,  a  minemfet„ictJÍR  tl££- 

imitação  de  Alexandre  Phereo,que  gaitou  o  tempodefeu  temi  oêbeiuib.%. 
governo, em  inventar  crueldades,  com  que  déííe  varias 
mortesa  hum  fó  delinquente.    2   Comoque  fazendocé- 

,  r        ,  a  *  ,  J  n-  -  *    Vivotch-.crp.sinurfefaci- 

trosdaselpadas,  &  coroas  das  correntes,  eítimarao  a  crue-  ehutf«ftiicbatbomintr,xjt[o- 
za  como  cflènci  ai  atributo  da  mageftade.  Seguindo  nifto  o  ^T^bTZ^il 
parecer  de  Falaris ,  Cambilíes,Domiciano,  &  Lúcio  Syl-  qu»dtupcãet  fera*  trantfyw 
la:  íem  que  a  luz  do  boi  os  defíuadiíie  deite  engano,  moi-  Jm./jhWwj»,  «»,&,,  ,*,/- 
trando-lhe,  que  fe  a  crueldade  fora  efplendor  da  purpura,  citbat-  íbidem* 
maysapto  era  o  fogo  para  píeíidente  dos  aftros  ,pelo  que 
tem  de  voraz,  &eíteril,  do  que  o  Sol,  que  he  benigno,  8c 
fecundo. 

521  Algús  Príncipes  colherão  os  fru&os ,  8c  deyxa- 
rão  as  cadeas  levados  da  van-gloria,  como  Zozimo  Rey  da 
Tartaria,  que  deyxou  tirar  a  coroa  de  fua  cabeça  para  fe       0.  ••...«« 
moltrar magnânimo.  4.  Outros, dominadosdacob3rdia,/v,jj//er4.  fUcarj^ de  reT* 
não uzaráo  das  prizóes , femelhantes  a Toringo  Vafiano,  £; id; '«/^r'*"*- 
queperdéo  ofer  Rey  dos  Efpartanos,por  lhe  faltar  ani- 
mo, para  caftigar  as  rebeliõesdeTragedo,receofode  que 

a  família  do  cúmplice  lhe  diminuuTeoíequitodeíeuscõ- 
■fidentes:    5    fem  advertirem  ,  que  perderia  o  Sola  magei-    ?  iiiiii.&.iemtiu&>gn^ 
tade  de  feu  Império,  fc  dcíTimulafle  com  o  atrevimento  * 
dos  vapores,temerofode  quecondençadoscmnuvem,lhe 
eicureceflem  os  rayos. 

522  A  todos  os  Príncipes,  que  fugirão  defr.es  extre* 
mos ,  recolhéo  a  fama  dcbayxo  do  docél  de  fuaimmortali- 
dadejpor  immitadoresde  ScythemRey  dos  Achatos.glo- 
liofo^cqueem  todo  ículwperio  não  ouveílè  aggrellor 

íem 


344        °  ?$JKC12E  T>0$  <?AT.  TOMO  11 
6  Srw«c«<»f«#^prfwe«í  i'elll  marca  ;  nem  benemérito, fem  galardão.  6  As  mãos 

ju-javitcsncloriartomnefbnnoiy     ,         ,,    .        .  r         r       ry  o  j  r  lo 

çj^/^^^/t^^/o/.       dos  Príncipes  íemiructos,&  comcadeas,oulemcadeas,& 
tvpionenoiuiiccihk.Làc         fru&os iaó  como  as  mãos  dcMercuiiofemoCadui- 

Jujtiliaieu.  tf 

íèo,  adonde  tinha  a  vinculado  o  íupremo  domínio  de  con- 
denar^ abíolver  as  almas}  de  afligir,  &  recrear  os  corpos, 
de  rep remir  os  ventos,  &  de  desfazer  as  névoas. 

Tum  Vtrgam  capit:  hac  animai  ttíac  enoceat  orço 
(PaSentes :  alias  fubtriflia  Tártara  mittit, 
Datfomnos,  adimitque ,  ®  lumina  morte  rejlgnat> 
lãaflucim  agit  y  Ventos,  C£  túrbida  fr<etiat 
Kubtla.  VirgiL  4 .  JEnetd, 

-  ,.    .  ~,         ,.       Ç22     MoíhouoCeoaneccílidade.quetem  osPrín- 
®petno8cmi»Coiiimn*igHit.  cipes,deferemconheeidospor  juítiçofos,&  premiadores, 
"iI"j,i1,  quando  capitaneou  afeupovo  dedia,  comhúa  columna 

denuvern}&denoyte,comhúacolumnadefogo:  7  re- 
frigério em  a  nuvem,  &  caftigo  na  chama  foraõ  as  duas  íln- 
tinèlas ,  que  em  todo  o  caminho  do  dezerto  acautelarão  o 
povolfraelitico.  Hum  exercito,  8c  húa  republica  forma- 
va efta  multidão :  &  para  que  como  foldados  pelejaíTem  a- 
nimofos,  &  como  republica  vivtffem  germanados,  lhes 
noticiou  o  premio,  &  o  caíligo.   8   Com  eftas  armas,  fo- 
geytou  Mithridates  filho  de  Phraatis  o  Império  dos  Ar- 
ménios, compondo  o eítandarte  de feus  exércitos  dasduas 
cores purpurea,& negra j  o  ameaçando neíta, coma mor- 
«  iuHuicpren>;t>m,r»  ig»e  ce  aos  cobardes;&  prometendo  na  outra,o  premio  aosani- 
^JÍáS^ffi  mofos-  doutrina ,  que  feguio  Arato  natural,  &  Capitão 
ret  maior  de  Achaya ,  querendo  pacificar  os  tumultos ,  com  que  Ni- 

£x*J.  ái  &  Laureto  íyiva  cocle  1  yranno  deitruia  íua  pátria.   10  O  premio, &  o 
<JintgoriAT«mv«bo,c<>iH*n».  C2ft\aQ  reprefeiitavaó  as  flores ,  &  osanimaes,  deque  efU- 

9   í-texitío  pu>pure*,&ni-  •  i  •  •  i 

iratoiotvrgtbatr.rstrtmaiu,  va  entertecido  o  manto  imperial  de  Júpiter  Olympico. 

M.^.dtminundjc.phra.    J '    "orque  lem  caliigo,&  premio,nem  a  virtude  leva  iru- 

»a  íbtdtm.  &o,nem  ovicio  teme  o  frevo:  Parecendo  á gentilidade. 

i./ií.  *.  Jtjufucr.  que  o  naó  retratava  mageítc!o,fe  igualmente  o  naõ  repre- 

fentaíTe  premiando,&  punindo. 

524  Os  habitadores  do  monte  AlvéopreíavaÕ-fe, 
rvmmtximZ.míhtfbatetco.  dea,ue  ° íeu  Ídolo  Morgogon  era  o  melhor  úís  gentes, 
ww,  »  muitMfgfftim  (*;*.  porque  lhe  apparecéo  com  mintas coroas  na  maõ  direyra, 

*;».•/?«//;  ^J!ue»icx)Perai,b>  s        J  r  -      r  1  «^  - 

fufrêhb.di  jnpua.  &  con»  inuycas  kttas  na  mao  ciquerda.   i  2   Da  meíma 

fórte 


EMfKEZA    XXVI.  545 

íoríe  prezarão  os vaílallos  o  leu  Príncipe,  fe  lhe  viraóas 
mãos  occupadascom  amefma  variedade  politica.  Os  ví- 
cios, &r  as  virtudes  florecem,  ainda  que  com  muycadiffe- 
rença :  &  toda  a  flor  dá  íeu  particular  fru&o,  8í  uelle  tem 
snays,  ou  menos  cluatação. 

525        Sobre  o  monte  Parnafo  cahirãohúa  noyte 
cantidade  decoroas;  nenhúa  cahiofobre  acampina;  co- 
das ficarão  prezas  nas  ramas  das  palmeyras  ;  de  modo,  que 
todo,  o  que  naõ  fubiífe  á  palma,  não  chegava  á  coroa,    r  3 
Edameíma  forte, quem  nãofobia  áscoluumas,  naõpu-  ,,  iM  uUZM  cornai*. 
nhaas  mãos  nas  romãs.  Os  prémios  amontoados  trazem  *A«ti"K:th*t]ÍT'lasi- 
coníigo  o  deíprezo,a  que  chegou  em  França  o  abi  to  de 
S.Miguel,queconcedidoatodos,ninguemfeauthorifa-  £  Còlí/„va(ÍB  de  Me,ar. 
va  com  elle  j  &  foy  neceíTario  a  Henrique  III.  inventar  ou-  ch.u.j».  íoj. 
tra  infignia.  Como  nem  todos  os  prémios  podem  enrique- 
cer, valem  pelo  honorifico :  &  a  na  turefa  matiíou  as  flores 
infruâiferas,&agreftescommaysgala,&  variedade  de  co- 
res, do  que  as  fecundas ,  &  fragrantes;  porque  eítas ,  tem  a 
eltimaçãonopreíUmo;  &as  outras, nas apparencias. 

.    526     Os  prémios  deftaibuidos  por  ordem,  honráo,& 

obrigão.  OsCarthaginefes  davaõ  aos  Toldados  tantos  a- 

neis  de  ouro,  quantas  eráo  as  campanhas,  em  que  tinháo 

militado;  &  tantos  vazos  de  ouro, quantasas  proezas, que 

haviãofeyto:    15   a  todos  contentava  a  primeyradivif»;   M  Joa„„et  JeTirrc  }„f„. 

mas  nenhum  deyxavade  afpirar  aofegundo  premio :Con-  pi*t*»»t.  suimgcrf.jnui.^. 

fundio-fc  defpois  efta  ordem;  &  faltou  nos  de  Cai  thago  o 

valor,  porque  lhe  tirarão  a  emulação.  16  Os  Efpartanos   ,6  wjta>, 

prohibião  ,  ornarem-fe  com  epitaphios  as  fepuíturas  de 

outras  peííóas,  que  não  tiveíTem  dado  a  vida  em  defenfa 

da  pacria :para  merecer  efte  elogio, nenhum  reparava  em  fc 

entregar  á  morte :  concedéo-íe  efta  honra ,  a  toda  a  peffóa 

illuftre ;  &  entrou  na  gente  militar  o  temor  da  morte ,  com 

que  todos  fugiaó  dos  perigos.  17  Decretou  Lycurgoacs  ■'  li'*""' 

oradores,  não  fe  occupaíTcm  em  outra  coufa  mays,  do  que 

em!ouvar,osquepelejavão  valcrofos;&  reprehender,oscj 

íugião  tímidos :  entrou  defpois  a  adulação  enfeytando  as 

acções  cobardes  com  titulo  de  prudentes  ;&  falraraóaos 

oradores  acções  heroycas,que  engrandecer,  fobejando- 

Jhemuycas  fraquezas  .que difculpar.    18   Osanimosdos    _  .... 

-     r  1     -       1       r-i       l  r         l%  Utdtm. 

homcs  leguem  a  condição  dos  Elephances,osquaes  lei*. 

Xx  lindo, 


3+6       O  PRÍNCIPE  WS  PJT.  TOM.  77. 
tindo,  que  o  nayrc  dá  igual  afago  ao  pereçofo ,  que  ao  va« 
19  fiuius  àt  uáJmhtnJif  lente,  todos  le  fazem  remidos.    1  o 
,itHUcQ«0drut.$.*.  ^  ^      Também  Salamáo  reprefentava  enlaçadosos 

fer  viços,  pára  molhar  aos  Príncipes  o  género  de  dores,  a 

que  havido  de  corrcfponder  com  o  premio.  Nos  elos  das 

10  QuiatetatMiif  inter po-  cadeas  fe  reprefentava  o  amor  de  Deos  ,  &  do  preximo. 

fuiiudeftanhreoci&froximi.        Jjetal  lòrce  ovaúallo  deve  mereeercom  o  Príncipe, 

P.  ^/JnJcImurfermonJett/a-  ,  .  k     ' 

mate.  que  náodeimereçaparacomDeos.Osde  Arcadjayconde- 

naráo  a  morcea  Tramago,  mancebo  valerofo,  porquema-. 

tGuaferpente,quelheinfè{iavaoscampos,femptimeyro 

coniultarcoru  o  Oráculo,  fe  era  vontade  do  Deos  Apòl- 

àc\l%Zl*!'lu'S*fr"'titHl'  l-o.  ^  1    E  David  fezo  mefmo  ao  foldado ,  que  acabou  de 

22.  Qu*remniimuifih  mh-  matar  a  Saul,  porque ,  ainda  que  lhe  íizeífè  fervico,foy  cô 

chnfiu^DomimíVocaHjf^-.onemà  de  Deos.   22    Aítirmao  os  naturaes,  que  atior, 

Daviàunumdtpuerisfuhmr.  naiCendo  toda  inclinada  para  a  terra  ,naó  produz  íUido, 

*.  Rtg.t.n.  i4.e>  1$.        nemdura  tempo:  falta  com  orelpeyto  ao  Sol,  queacre- 

ou;&a  mefma  terra,  em  que  põeos  olhos,  como  reconhe- 
cida ao  beneficio,  que  recebe  do  planeta,  toma  vingança 
do  aggravo ,  faltando  com  onutiimentoáconfervaçaõ  da 
floj. 

5  28  Nascolumnas,adonde  o  prudente Rey copiou 
o  re&o  juizo  de  Deos ,  foy  também  di  lei frado  o  iufto  go- 
vernodos  Príncipes  :governando-íè  ambos  em  hú  mefmo 
hieroglypfaico ,  pela  obrigação,  que  liga  a  juftiça  humana 
ha-le  conformar  com  a  divina  no  premiar  da  virtude,&  ca- 
fíigardosviciosrcorrefpondencia,  aquenaõfakcu  adif-» 
ciplina  Monachal  do  Pay  dos  Monjes. 

520     A  ferie  dos  annos ,  &  dos  íucoerTos  nos  occaíio- 

liou  na  Empreza antecedente,  a diícurfarmos  o caftigo  das 

culpas:  &nefia,opremio  dos  merecimentos.  Faliecéo  o 

Abbade  daquelle  mofteyro  dos  Alpes ,  aonde  o  Santo  Pa- 

»»  P-M.^ínteniujjeZu-  triarcha  recolheoa Cyrila.  Eíendoeíta  aprimeyradigfni- 

"ífr^n^^^f™-  «ade  Abbacial,  que  vagou  ao  noílo  Príncipe ,  elegéo  a  Fe- 

24  omneopurhvefenfout,  lieiano  Conventual  do  mofteyro,  aonde  tinhacaítioado  a» 

Jpesprtmyfãuiumefiuborh.  quelic  Moii/c:    2.3   Animantiocom  o premio,aos que  tt* 

D.HICro„    ad  ocmtuudi.  nlla  atemorifado  com  o  «Iriso.  Ficara  commays  pezo,  & 

fiavirtutcttuecquifquamcfi,  menosfuavidade o  mgo de  lua  oblèrvancia  ,falrandocom 

quinonad  morum  fummaniia-  -  i  •  ivt     -  \t 

xurufccnicrc, quando irremu-*  remuneração  ao  benemérito.    24    Nao  creara  Varões 

*eratu>n»onr?h»qHit«r,quod  taó  heroycos  na  virtude ,  te  lhes  ndópremiara  os  mcTcci» 

çtffiedtr.i.FsriMrumtó,     alentos.   25   Nu Regra Ihesdeuasda milícia ,&no exer- 


cício 


E  M?  <KEZA    XXVI.  347 

cicio  delia  aefperançade  fobircm  aos  lugares , em  que  ie 
moitra  premiada  a  virtude,  &  eftimadoo  valor.   16  »<5  Q»*ty!fà&bfúteejt«tí* 

530      Convocou  o  banco  Patriarcha  a  todos  os  iubdi-  rti^min.t^phurbSfiUy 
tos,que  povoavaó  aquella  mótanha.para  que  vilíem  o  pre-  Mr>f<'t'i"'t ^""uy 

.    n„     r    .  rr      íT  »  1  àJBncf,», hb.de  K*Áno. 

mio,  &  nao  porque  neceiiitaile  dos  votos :  querendo , que 
a  emulação  do  honorifico  os  excitaík  á  imitação  do  mere- 
cimento. Transfigurou-fe  Chriíio,  &  apparecéo  acompa» 
nhadodeMoyiés,  &  Elias;   27  &naõlendoneceflariaa    \yvfftatuttmMU<>ft**f& 
afliliencia  deftes  dous  Miniifros,  para  engrandecer  a  tranf-  ^uJiib™??' '*"  ?í/"' 
figuração,  foy  conveniente,  para  animar  ocoração  de  Teus 
Difcipulos,  a  não  temerem  a  morte  pela  defenia  da  Ley 
Evangélica,  vendo  o  premio ,  que  dava  aos  dous  defeníb- 
resdaleyefcrita.   28  Naó  incita  o  animo,  o  que  não  pro-    **  &*"'*, pr&trrhe,  aí#* 
meteaugmento.  29  rara  David  ie  animar  a  peleia  do  ui-  b*ter,imqwddlfeipninh,um 
gante,preguntou  pelo  premio  da  vitoria.   30  Saõ  f^^^JpTdo.r^.ii 
dro,  para  profeguir  nolequitoda  virtude,  quiziaber  oga-  t*te*». 

1       1    -    t     /•  •  /v  L      l  •  *9    loSeAtm ,& Premium, 

lardao  de  leu  merecimento.  31  Abraham,paracontmuar  Mpttbun,J.,nM  tota;»B,#i\ 
noferviço.pergútouaremuneraçaódotrabalho:  22  pa-  ^'^"«"p"/™*  <»»»'»  :~ioi* 
ra  que  noticioios  do  premio,  não  temeíiem,  como  a  Efpo-  w/f  eff*bu*t  t>  z?™  fèrm. 

Í1  1  ri       1  .    p        ■    r     **    de  tiJf,  Spr,  (5  Cberittle. 

a,  a  altura  da  arvore,  33   nemcomoLotn,  aaipereiado   J0   ^.d  jab„urTlr0tqui 

monte.   24  fertJcTit p*«¥*«'»-7 

531      v>omomelmopremio,comqueobanto  ratri*    ,1  QuidtrgemtiieiuiMãt, 

archaennobrecéo  a  Feliciano, alentou  os  demaysDifci- 


Gencji  5 .  virf.%. 

pulos.  Chrillo  Senhor  Noííò, com  moftrar  no  monte  os   11  *s*fc<-n-iami*ptimam,tf 

*.j.i  .  r/r  111  r-  aprchfidant  fiuSut  ctut. 

prémios  das  virtudes, animou  os  proteíloresdellas:   35    t    c*núc.  j.vcrf^?.. 
fendo  fenhorabíoluto  de  noiío  alvedrio,  para  que  aguar-  •«  ' »>»°»"»>f<ivumtef*c. 

'tio  GcneJ .  1  9.  vtrf  i  7 

cia  de  feus  Mandamentos  foífe  fuave  a  todos ,  nas  fere  car-   ?<  Ruupaupcrtr,  bc,tit»<u 

1  r  r>         r>-  r  1      \  C  ter  ::  betti  rftit  eum  ver  odtrint 

tas,  que  mandou  elerever  para  os  íete  Bilpos  da  Alia ,  pro-  hoinwe,_  MJath  swf, 
pos-lhes  ascoroas,q  lhes  havia  de  dar  lendo  beneméritos.   »6  v,ncenvi*\»cAcTciti>g' 

*  .  '%•••■  ir       J>   ••■         1  1  r.ovittt ::  Jabottb'  coronatn  *i- 

36  Emtodaamilicia,aiiy  eipiritual,comotemporal,ato-  t* .-.■.•  vi»ce»ti d*bom»nm. 
dos  defanimdra  o  perigo,  le  tiveraó  incerta  a  coroa.  ~Ap»c»i.  i.w/i.CS  >•• 

532  Ponderou  hum  fogeyto  Seraphico ,  com  aquel- 
laílngularagudefa,  com  que  os  filhos  deite  Príncipe  dos 
Pobres  eníimó  nascadeyras,  ckdoutrinaõ  nos  púlpitos, 
que  acelebridade  deíte  a&ofora  adifpofiçaõ  mays  con- 
fentanea,de  que  podia  uzar  noílb  Legislador,  para  aug-  |?  Fl  Mtefiro  Fr.  *A*t<>*i» 
menear  o  numero  de  feus  dilcipulos.    27    E  fe  com  inten-  *<  L»—>   t')'r;L'-if/:'  cjd0 

.       .  r  l     1  c       n  cU  r      1  lmpirn.Strm.de  ±.Ucr.to%.7 

tos  de  chamar  lubditos  ,leoltentou  S.  Bento  lenhor,  que 
repartia  prémios,  imitou  ao  Verbo  Divino,  de  quem  ef- 
creveS.  Joaõno ApocaIyple,que  appareccndo  noCeo, 

Xx  2  com 


54S       O  PRÍNCIPE  VOS  <?AT.  TOMO  II. 
com  variedade  de  coroas  na  cabeça  ,  era  innumeravel  3 
}8  Et  ir.  apite  ejut  diaie-  ,í)U]tidaõ,  dosque  oièpuiaõ.   28   Os  homés  paraiua  xi- 

maia  multa :;;  exerciius  qutjut  >  j         _       o  ->  i 

inCaUj::j!-vi;wf.ir  eum  me-  venda  naõ  povoarão  os  montes,  porque  os  conhecerão  eí- 
%:f^7:^:::i::i.  tereis  3&dcolheraõosvalles,  pelos  exprimenraremíe- 

%a,If.,èju'corctiamUr.  CUndoS. 

CloJ.imicilin.lbi.  .  •     1      ¥-»     i-     •     - 

533      Hum  grave  autor  de  minha  Religião  tem  para 

fi,  que  eíteMonje,  a  quem  premiou  S.  Bento,  foy  omef- 

&  Tr.  Victtttt  JeMoyaFrf-  mo ,  a  quem  o  Sanco  tinha  caíligado,  por  faltar  áOraçaõ. 

%Í1£Sfc!$S&.  3  9  Naõ  difputo  a  certeza,  aprovey  tome  da  opinião  5  pi* 

ramoftrar  aos  Príncipes,  que  os  prémios  faõamelhor  me- 
dicina, para  faráré  as  enfermidades  dos  fubditos.  Eftedif- 
cipulo  do  Santo ,  ainda  que  ficou  melhorado  com  o  cafU- 
go,  acabaria  de  convalecer  com  o  premio:  porque  de  to- 
dos os  medicamentos  políticos,  que  os  Príncipes  applicaó 
aos  achaques  dos  vaílallos,oque  os  livra  de  todos,  laõ  as 
mercês  ,  que  recebem.  Difculpando-fe  muytos  homés, 
com  as  oceupações mundanas,  para  não  aiTiftirem  aoban* 
quete da  gloria, para  oqualChrifto  os  convidava,  figura* 
do  no  pay  de  famílias ;  mandou  o  Senhor  chamar  os  cegos, 
&  aleijados,  que  havia  na  terra.  40  Mas  como  poduó 

40  ExieHoinplatcaf.tfvi-  ,  1  i    • 

co<  civiíatú:® /aupcretlac  je.  os  ccgos  ver  a  luz ,  para  acertar  com  a  porta  j  nem  os  alei* 

bJlc^c"co'^cUudot '"''<>■  jados  ter  difpoíiçáo,para  andar  o  caminho?  O  mefmo  San- 

l»c«  I4.  verf.  íi.  to,  de  quem  he  o  reparo,  dá  a  folução.  O  favor ,  com  que 

Chr irto  os  authorifou ,  dignando-le  de  os  aíTentar  configo 

a  «  w  ,qui  vocamuradea.  *  mez3?  foy  a  medicina,  que  deu  vifta  aos  cegos,  pés,&  for- 

n»m,priu* voando fa„an,ur.  ças  aos  aleijados.  41  De  quantos  vaílallos cegos,  &a« 

**t.9.e*u!oroftfrinc.        leijados  conlíao  as  republicas,  que  o  lao,  por  lhes  ialtara 

eíumação  dos  Príncipes?  Quantos  intorpecéo,  &  impoí- 
íibili  tou  a  falta  de  remuneração  dos  íerviços  ?  Cheas  efiio 
as  hiftorias  de  exemplos,&  memorias  de  Varões  claros,el- 
curecidos  por  defeftimados, 

534     Seguem  muytos  Principes,oeftiío  deAriera- 
to,que  para  fe  dar  por  bem  fervido  de  feus  foldados,os 
Jouvava  em  publico,  por  lhes  naõ  dar  outro  premio.  Sup» 
poíto,queaeftimaçaódoshomés  tem  as  palavras  laudarr» 
cias  dos  Príncipes,  por  flores,  Sc  fru&os  defua  may  or  hon- 
ra:  42   Com  tudo,  a  medicina  das  palavras  amefínharaõ 
tlf.ZZl,^^0^-  "™y  tasenfermidades;  naõ  as  feridas  do  foldado,  nem  os  ar 
4I  CtciviitntycUuliam.  chaques  da  pobreza.  Chriftobem  noíTo,  farando  todo  o 
jví^íí.ii,  generoaeenrermidadesj&atodaalofte  depeíloas  j  45 

naõ) 


naô  !ernos,cuigtTe  as  feridas  de  alguns  foldados.  Tarando  as 
chagas  de  muytosjtiem  que  déílè  riquezas  teipporaes  a  ne- 
nhum mendicante,  libeiajjzpndo  abundância  de  bens  pf- 
pirituaes,  a  quantos  o  íeguiaõ: a  meu  parecer, foy  arazaõ: 
com  a  virtude  de  íuas  palavras  obrou  Chriito  todos  os 
prodigiosa  luas  palavras  foraõ  univerfal  medicamento;  Sc 
naõ  quiz  fazer  eftesdous  géneros  de  milagres,  para  eníinar 
aos  Príncipes, que  femeihances  ach<ques,naó  ie  remedeaõ 
com  palavras,  lenaõconi  obras  jainda  que  a  todos  os  mays 
ameíinhem  as  palavras  dos  Príncipes. 

5  35      Premiou  S.  Benío  a  reformação  defíé  fubdito, 
conxjoâazerPrálarifkclaquel{emofteyrojanimando-o  a  naó 
temer  o  pezo  da  dignidade ,  com  lhe  remunerar  a  vi&oria 
do  primey ro  confl  í&o.  Receofo  Jacob ,  de  encontrar  com 
(eu irmão  Ezau,appareceo-lhe hum  Anjo,comoqualan-   44  £fí(t,,Vtoaf«w«mM 
douembraço&íodahúanoyte:  44  amayorpartedosEx-  HfqHe«i™*-Gt*ef-wf-n- 
poíitores  concordaõ ,  que  efta  luca  fofíe,  para  animar  a>  Ja- 
cob: &  com  grande  acordo  :  porque  o  Anjo  premiou  a  va- 
lentia, com  que Te  ouve  Jacob,  mudando-lhe  o  nome  de        ,.  .  „ 
Jacob,  emodéliraèl:   45   Sc  montou  tanto  o  galardoar-  cobaFf>rubm,rri<»*tttiuS,rtd 


íhe  o  Anjo  o  esforço,  com  que  fe  ouve  ,  que  animalo  a  ^^'«'"fi»"*'*  Dc* 

sv  5      '  ^  '   T  jortiíjMtiti ,  Quanto  m;f 

íó rçcÉaro perigo, que  temia.  Efcrevem  os  Pcetas,que  tr*homi»eipréev»Mu. 


feriu  fuijli ,  Quanto  msgii  cen- 
'ã  kommctpr 

a  Sol  naó  teme  a  fepultnra  dooccazo,  certo  do  triunfo, 
aueoefpera  no Oriente. 

536      Semelhante  ás columnas  de SalaiBaó fahio do 

uofteyro  de  Subiaco,eíte  difçipulo  de  g.iknto:  levava 

conOgo  as  rôrtiá&^  as  cadeaS  j  as  varas ,  &  osfiu&os;  o 

premio,  &  ocaíHgo;  nelle,  mandava  o  príncipe  dos 

Patriarcrás  húamoftra  defuaredidaõr  para 

horror  dos  tíbios,  as  varas ;  Sc  pára  conio- 

Colação  dos  fervoroíbs,  osfru&os» 


B 

1 

• 


Xx  3  DE 


350 


DE  HUM  DURO  PENHASCO  TIRA 


S  BENTO 

HUMA  CORRENTE  DE  AGOA. 


537   B&^  RIMEYRO  no  nuindo  a  Po- 

teítade  íc  propagou  tyranmca, 
do  que  paternal :  prinxyro  vio- 
lenta, do  quefuave.  AosReys 
da  terra  apdJidarão  os  homens, 
tyrannos.  O  primeyro ,  que  ou- 
AttSfSt^  !f  nomundo,foy  Ca.m;  &  defpois  do  diIuvio,Nembrod. 
tifum.eauf.+vtrfo        Com  ofraticidio  fenhoreou  Caim  parte  da  terra ,   i  & 

Nem- 


Nefabrod,  com  violência  íe  intronizou  Rey  de  mu  y  tas 
Províncias.   2    Caufa  que  ti  verão  os  homés,  para  avalia-  t*  Bereftia.^  JeFhr.CjiJa. 
WÃ-poí  tyranuos,  a  todos  os  Principesabiolutos ,  &  pou-  &,&  l^XcLÍÍ,  g»//' 
co  zeloiosdo  bem  coiiiamra,  2,  concebendo  ódio  taõ 
entranhavei,aosquenafucceíTaõdoscécros,immitarãoas   '  IriJw  Re*fa'Tiran»uí- 

.     r   ,  •       •  7      •  ,  -£C    •         £  a-       ^"fi.ttbjc.M.t.cy.,9. 

miolenciasjntroduzidasnascoioas,queairnruoafupenti- 

caó  deRoma,&de  Grécia  pelo  mays  Religioíb  holocauí-   4  av.^*/,  cum  TjM**'t 

toíeytoa  Júpiter,  a  vida  delmm  Rey  Tyraano.  4  |  ^Í&Z±^ 

hare  cum,  quem  f m  cjleeeidc 

»Bn  Victimgfiutnutk  ampliar  "'  ,cer%'  ujc' 

os  '  Foõejlytwgis  que  opma^méíxà JuVty 

Quam^x  vnqmus. .    : 

•Setiec.in  Hercnl.  Furznt.     . 

.   $38     Os  verdadeyros  Príncipes, pelas  acções fedef- 
tinguem  dos  Tyrannos :  Eítas  vem  aier :  que  oRey  con- 
verte a  guerra  em  paz;  &  o  Tyranno,  a  paz  em  guerra:  af« 
folando  os  vafíallos  com  tributos ,  para  íuftentar  feus  def* 
©idenados,  c^lupcrfluos  gaites  ^  immitando  osReys  da 
PerÍja,quetinhãopeníio«adasas  Cidades  mays  opulen- 
tas, a  contribuírem  com  groíTos  donativos,  para  o  iuften- 
to,&enfeytesdc  Tuas  concubinas.    5    OsReysmultipli-    ,  PetríU  Rn„mftf  Jefímt 
caó  tributos,  para  deíempenharfeu  credito  ;  8c  osTyran-  Perf,co- l,i-  * 
nos, para  íàtisfazer  feugofto  :como  o  Emperador  Cayo 
Calígula,  que  em  húa  cea  difpendéo  os  tributos  de  três 
Províncias.  6   OsReys  lançáo  tributos,  para  remunerar   ,  ,,     ..... 
iervjços;  &  os  l  yrannos,para  conlervarlacmoroioscaíly 
o  fez  Henrique  111.  Rey  de  França,  que  para  efte  fimpos 
tributo  nos  partos,&  morres  das  crianças.  J  OsReysfo-  7  K.er,n»jir*ncifjS.  94. 
geytaó-le  á  Ley  de  Dcos ,  &  da  natureza ;  &  os  Tyrannos 
jiáo  íeguem  outra  ley  mays ,  que  a  íua  vontade.  Antiocho 
Magno , chamado  o  Sedete ,  publicava ,  que  a  lua  ley  era  o 
{c\i apetite.   8   OsRcysobrigaó-feaobemcommum  ;  Sc    s    ttrM,i*trW;*f 
os  Tyrannos,  ao  particular.   9   O  Emperador  Mauiicio  9  TyrifUtMqu!j^f,^KcK 
foubava  as  povoações  de  feumeímo  Império :  8c  pre^un-  \uttmeorum^y»bjp  or<gun- 

.      .       r  ■  l    r  •*  r>    r  nr,coujnerat  comiaodum.. 

tadodos  ieus,  para  que  ajuntava  tantos  tnelourosr  Kel-    ^riji.nbi.Etf>rr.cjp.,o. 
-pondeo.  Aproivytomc  do  efa-o ,  em  quanto  mo  naõ  tirão.    1  o   Os    '  °m  J;^>.'»©.  §^"*"' ' 
Tyrannos  faÓcomo  a  hera,  que  fc  abraça  com  as  arvores, 
para  lhe  tirar  a  íulbncia;  Sc  os  Reys,  como  a3  plantas ,  que 
te  a  judaõ  da  humidade  d*  terra,  para  aícailizarcm  com 

feus 


5ç  2        O  f^lKCin  WS  <PAT.  TOMO  11. 

feus  fru&os,  &  para  a  favorecerem  com  afombra  de  Aias 

ramas. 

529     As  gajes,que  recolherão  os Tyrannos de  fua 
inhuii>dnidade,foraó,defeinpararemosíòldados  ao  im- 
perador Maurício ,  confentindo  lhe  déíle  a  morte  fe  u  con-- 
»i  VcUx?7ranusUb.ti.*Atu  crarj0  phocas.    1 1   Rebelartm-íe  osda  Syria  contra  An- 
'  ITjufi.nusM.tf.  tiocho:  12  Perder  Alberto  os  Reynos  dos  Svevos,&  Go- 

dos, pelos  muycos  donativos,  com  que  os  vexava;   15  Sc 
peia  mefma  caufa  privarem  os  Danos  da  Coroa,  á  íua  Rai. 
h?rJrubtir?'%J*Slth*nM'u~  nna  Margarida.    14  Deporem  do  governo, ao  Empera» 
h  jobatt  MtgHMia.zucM  dor  Federico.   15    Defobedecerem  os  de  Dalmácia  ao 

It    Parts  de  futre  de  Sindica   ,-,  ,        qp-i        •/->/""  •     o     J    /*  c  t 

çjeRegHmexteffih.cy.i.n.  Emperador Tibério Celar :    16  &  delpovoarem  osiub- 
i9./0;.8i.  ditos  as  terras  delReyChylperico.   17  Os  Príncipes  Ty- 

16    Dwn.LajJhb  ss.hHor.  J       _  ■£   *  /       .  *  J 

Rot».  rannos,  lendo  muy  tos,  tao  como  oPhenix  ;nodwheyro3 

,'ÍS^Í!:  ^  recolhem  dos  tributos  ajuntaó  a  lenha  ,  &  nos  íubdi- 
uu,  G,;Soriu,  je  Sjntagjur.  tos  qUC  exafperaó  acendem  o  fogo,  que  os  abraza. 

540  O  lucro ,  que  tirarão  osKeys  da  parcimonia ,  & 
moderação  dos  tributos, fe  vio  em  Henrique  111.  de  Caí* 
tella,connibuindo  os  povos  cõ  liberalidade;  &  oflerecen- 
do-fe  a  mays  diípendio,  fendo  neceflario;  como  fizeraó  os 
de  Tolledo,  para  a  guerra  contra  os  Africanos,  q  lhe  oceu- 
pavaõ  parte  de  feus  Reynos ;  8c  delpois  de  fua  morte  éter- 
nizaraõ-no  na  faudade  filial  de  toda  E  lpanha,  por  fer  hum 
Rey  taó  efcrupulofo  em  os  vexarcom  tributos,  que  de- 
zia,  quando  oaconfelhavaõ  á  impofiç  aõ  de  algum  donati- 
vo :  Temo  mays  as  maldições  dopoVo,  do  que  as  armais  de  meinini* 
migos.   18   O Emperador  Adriano  naõ confentindo, que 

18  TbahfanoadPhiujirmm  os  povos  lhe  pagaífem  a  foma  de  ouro,  &  prata,  que  cuftu- 
âa  v„,  ^poiíonynb.s .«/.,,.  ma yaó  contribnir  na  coroação  dos  Reys ,  grangeou  tanto 

as  vontades  de  todos ,  que  lhe  mandarão  húa  coroa ,  Sc  os 

19  íitmibu  paramentos reays  mays  cuik>fos,do  que  a  fazenda,  que 

lhes  havia  perdoado.   19   EIRey  Dario^emetindodaa- 
ao  liem  ibi.  metade  dos  tributos,  a  queeftavaó  obrigados  feus  vaífal- 
„  .             los,  foyfenhor  da  fazenda  de  todos.    20    O  Emperador 

21     Joanntt  GuUerr.lib.  j.  '.      J        .  ,  ..  _  r 

praticHmqutFiio.  £««,<?.  ,3.  1  rajano,  levantando  todos  os  tributos,  toy  omaysopu- 
num.n  Vfej.  lento  Monarcha  daquelle  Império.   21    Niceforo  Botõ- 

es L,i.t,iuri,orientaiiin  niaro>  Emperador  do  Oriente,rafgando  os  li  vros  dos  anti- 
cofft.tuio.L  boiomé.M.jeu-  aOS tributos, em  que  efUvaó  multados  feus  vaíTallos,& 

levttienefife.debi,  ,  i  .  i-     •     -  rr  f 

perdoando  tudo  quantodiviao  ao  nico    22   (^norempo 
cm  que  o  elegerão  Emperador  )foy  amado  ,&  aíieftido 

dos 


,   R  U  <P  ^  E  Z  A    XXVU.  353 

dosvaflallos,com  cal  promptiddó ,  que  voluntariamente 
lhe  offereceráo  todos  ieusbens ;  naó  coníencindo ,  fizeífe 

difpendios  acoutada  fazenda  real.    23    OfamofoCyro   %\fT*nt*faisoSm,stm*kk 

careouo  meimo,com  a  diminuição  dos  cribucos.  O  Lm- 

perador  Contamino,  pay  de  Coniuncino  Magno  conhe- 
cendo o  rendimento ,  que  tem  os  Príncipes  quando  os  vaf- 

fallos  vi  vem  opulentos ,  &  ftm  tributos,  dezia  :  i//  fa^en- 

Áa  melhor  está  nas  mãos  cios  Vajíatlos ,  cio  que  nus  dos  (Príncipes  ,  por-    24  p0uáor.  Vitgii  Uijitr.  h 

que neflas  epooaofas  ,& ms  outras  contrata  ,&  lucrai.    24  O  ^x'™- M*>  £>*'<*  J'b-ia- 

ouro  creice  no  ininaral,  que  o  cria ;  &  naó  no  cheíburojque 

o  recolhe. 

54.1      Efcolhaõ  agora  osPíincipesdefíesemulumcn- 

tos,  qual  delleshemays  proveytofo  áconfciencia,eftima- 

^aó ,  tk  perpetuidade  3  fe  o  desfrutar  como  Keys ,  fe  o  deí- 

truircomo  tyrannos.  Fogem  todas  as  aves  da  Águia,  & 

todas  fe  chegaó  ao  Pelicano  j  porque  elte,  abre  o  peyco, 

Sc  franquea  o  próprio  langue ;&  aquella,  uza  de  garra,  pa- 

iafe  futòentar  doalheyo.  Defamparaó  todos  osptyxesa 

Balea,&  acompanhaõ  o  Delphimjporque  efte,osguia  nas 
tormentas j&  a  Balea,  os  intimida  nas  tempefiades.Elcon- 
dem-fe  do  Lcaõ  todas  as  feras,  &  feguem  o  Unicórnio; 
porque  hú,  lhes  moftra  o  falutifero  para  a  vida  ;&  o  outro, 
asefpanca  com  o  medo  da  morte.  Defviaó  as  arvores  as 
raízes  da  parte  que  as  mortefica,  eftendendo-as  na  terra, 
queasfuftenta.  Da  mefmaíórte  os  vaflallos  fogem  dos  ty- 
rannos, &  abraçaõ  aos  que  faõ  Reys. 
.     542     Defgraçadoo  Príncipe,  que  pornaõdeyxar  de 
íertyranno  vive  com  menos  feguro  nospalacios,doque, 
ofacinorofonofuplicio.  O  Emperador  Cómodo  Cefar, 
&:  Diooifio  Tyráno  de  Sicília  foraõ  taô  defeíhmados  dos 
vaííallos , &:  viverão  taõ  receofos  delles , que  le  fizeraõ  in- 
tratáveis. Os  tyrannos  eftaõ  nas  republicas  de  peyor  par- 
tido, do  que  as  feras  no  mato  :  porque  efbs  tem  horas ,  em 
que  defeançaõ ,  Sc  vivem  com  focego ;  &  hum  tyranno  em 
toda  a  hora,  8c  lugar  eftá  inquieto,  porque  nunca  fe  dá  por   K  7>w»n«tfi»ím»»r*rt#«, 
feguro  •     25     &  para  inoftrar  feu  natural  indómito,  ar-  uBuy *t>ftnu*m%mctM>t ,fj,$ 

.     -    r  c  Pi  '  '"*"J     citam  etilteJtt  >  ttte*  otite/  //- 

oiao-le  como  leras  receolos  do  perigo  9  a  ímimtaçao  de  htepuiiJe)c^CWírr,-(,vlâct 
Alexandre  Phereo,  &  ElRtv  Macinifa  naó  largando  as  »**'<'  **»'/*!»>*#*<{• 

......  .  °  7Í>    Mu  tçi  limmt HtC.Ç.  i/r, 

armas,  por  terem  offendido  a  nuiytos.   26  $***#*/«  if&tr.fffli.MtiM, 


354       O  T^INCME  DOS  ?JT.  TOMOU. 

■ 

Chi  terra  ,pluó  ipfe  timet  :Sors  ifla  Tyrcmnis 
ConVe>iit.m)ndwi£  claris,  fortes  me  tructdent* 
Munitt  glatiys  ViVent7feptt  que  Venems. 
Llaudian.  de  lujlitu.  Princip., 

ty^  Naõfe  eximiraóos  vafíallos  dotributa,C3cafpt» 
táraõ-íe  da  violenciatnaõ  repararão  no  roubojqueyxáíaõ- 
fe  do  modo. 

fflec  (rum  mifer  túk  recufo7 

Sedprecory  utpojim  tuttor^  efSè  mifer. 
OYtd.  ty.Trtft.  Eleg.  3. 

Sa  ó  as  republicas  como  o  mar;  os  vafíàHos,como  os  pey*- 

B7  Tyrcmtrunprtttsmcef.  xesi&  os  Principeíi,comoos  pefcadores.Nem  todo  o  pey^ 

fiuiifutatdmixt*.  xe  fe  pe{Ca  ao  candeyo,  porque  nem  todos  defconbecem  a 

eavilaçaõ  da  caufa.  27  O  ttiarnaõ  correfponde  ás  peita- 
rias do  inverno ,  com  a  f  ranqueza  do  veraõ  ;  porque  ainda 
que  efteja  rico  de  agoas  ,efiá  combatido  dos  ventos,  &  o- 
primidodastempeitades.  As  republicas  por  ma ys  opulen- 
tas que  fejaó ,  vendo-fe  oprimidas  com  tributos ,  fazem-fe 
lebekks  á  contribuição.  O  pcícador  naõ  uza  dasmefnías 
ledes,  para  com  todosos  peyxes,:  afly  os  Príncipes  naõ  o- 
brigaõ  coní  a  mefma  neceííidade ,  &  donativo  a  todo  aef-< 
tado.  Somente  o  pefcador,  que  uza  de  anzol  pefca  em  to- 
do o  tempo,  &  a  todo  o  pey  xe;  naifca,  com  que  disfarça  a 
arezoiconvidaatodos.  A  moderação, aconveniencia  pu- 
blicada conformidade  com  a  tempo,  poíTes ,  &  cftadofaõ, 
as  que  íuavizaó  omayorpezo;  asque  fogeytaõ  ao  mays 
izento  em  toda  aoccaíiáo,&lugar;  &  quando  afubdk» 
falte  neftas  occafiões,  moíka-le  pouco  Hei. 

Turpe  efly  quod  mqueat  capkictonmkttre  pcnduâ) 
Etprejjitmtnflexomox dare  terga  genu. 
Fropertitu. 

-  : 

28  VaJeidwan&miveka-         544       Chtiíto  Senhor  NoíTo  uzou  deite género  de 

tfccnicntjoh .  Syínare  F10*" ,  quando  mandou  a  bao  Pedro  pckar  o  peyxc,  dç 

hg* ,  invsnw  fiaursn,  •  m^  cuja  boca  ha  via  de  tirar  amoeda ,  com  quepagáfíe  o  rtabu- 

^MtHb.xT.vcrf.zô.  toaCeiar.   ao  Que  o  pefcaíle  ao  anzol, mandou  Chriíio 

aòao 


■/.•  T 


EMTHEZA    XXF11.  3^ 

a  Saó  Pedro.  As  circunfhncias,  que  concorrerão  ncitc 
wyllerio,íerviráóaos  Príncipes  de  máximas,  por  onde  go- 
vernem a  theorica  da  impoíiçaõ  de  feus  tributos.  Epara 
que  as  refoluçõesfejaócommum  parecer  dos  intendidos, 
darey  relação  dos  fele&os  conceycos  ,dos  muytos  que  te- 
nho lido,  ouvido,  8c  ponderado  á  cerca  defte  lugar. 

545      Sejia  primeyraluz,  que  nos  aclare  os  difcurfos, 
o  mays  ínfigne  Prégador,que  florecéo  no  mundo,de  muy- 
tos feculos  a  efta  parte :  O  Padre  António  Vieyra  da  illuf- 
tre,  &  exemplar  Companhia  de  J  ESUS  ,  no  Sermaó  que 
imprimio  de  Santo  António  na  occafiaó  de  Cortes.  Re-  ;90  ^t^^^T"' 
parou, emChtifto  mandar  aS.  Pedro  pagaffe  otiibutoa   »'  l"et°n';>»°8<>v  c.p.Áz. 
Celar,  nao  do  preço  porque  podia  vender  o  peyxe ,  íenso  «»». 
da  moeda,  que  lhe  achafiè  na  boca.   29   E  refolveo:foy   ''  Ge"g"v-D™""*t*t 
para  que  S.  Pedro,  que  era  o  pefcador,pagaíTeo  tributo,&  nige-tehberof  ejfeoponere  cap 

'":hut&  §.  quanivi/,  i).qu<i)t 
avid  t Jal.toa,  Noliletan, 


ficaffeconiofruiSfcode  feutrabalho:  ordenando  Chrifto  fe  í.d,"'  •  ■' 


tirafíe  o  tributo  da  boca  do  peyxe, &naóda  boca  dopef-  i^^^fly/^.^jdr^i.b. 
cador.  Contorma-ie  elta  doutrina  com  a  politica  circuni-  mmdeumver/,t  s«cetdetHutt 
pecçaó,  de  que  uzaraõ  muytos  Príncipes,  pondo  o  tributo  ^T^SSm^S^Z 
nacalidade  dos  géneros  ,&  naó  na  ganância  dos  mercado-  0o-habeet„peitfiat mimpens- 
um  delles  toy  o  Lmperador  Auguito,  lançando  tri-  ,  Wumerer.cap  yfàtrt  s.V 
buto  ao  valor  das  pérolas,  deyxando  livre  a  mercancia  dos  "f  &'**u™dL%frb  ":6- 

l  '         J  ibi ,  ciem  igitur   t(chj'/ithcte 

contratadores,   30  de  quem  foy  particular  amparo, ia- .qujèpt>/on*.Etehm<»ii,fr*- 

vorecendo-os  em  todo  poíiivel.   31   Os  nomes  denego-  f,in,ritetoryvc 

cio  faó  nas  republicas  como  a  medula  das  arvores  fru&ife-  ,}\  Cay.ee/ari-Cemp0tMr. 

»  >  /;*  b.L)ue>:hiti  in  tlilt   rtf£  100 

ras,queiuccada  terra  aiubítancia,comqueasalimenta,&>  »?  c<,p  Kc-m.fui,,vc.,p. 
íertiliza  ;  &  ie  as  inclemências  do  tempo ,  ou  a  mahgnida-  clJe„u  ,ll!lce  eojemti1.  c/p. 
dedo  ar  offende  a  medula,  naó  importa  a  fertilidade  da  iC5«/.c'mrt/,f«</t*''f»j. 

,  ,  *  in  cap  fecunJum  CêU  n/cwn^ 

terr a, para  que deyxe  de  perecer  a  arvore.  .€íf  trnutum%  g*»*"*'^ 

549  Duvidou  também ,  em  que  fendo  maysfacil  &<™*'^^»fi*"fi 
Chnílodizera  Saó  Pedro  ,meteíTeamaó  naalgibeyra,&  [y*«<»<*f  ««/*«//»  6 s$c.Co>>- 
queahi  acharia,  con  que  pag.ir  o  tributo,  OMlIldafiwm^ycJSSI^AÍSE 
roarpefcjropeyxe  :  32  8c  refolvéo,  que  foy,  para  que  *w«  1  •  tfc  vs  t»L>a  £«»* 
S.Pedro  pagaífe  o  tributo  como  pefcador,&  naó  como  ",6  L.^Ki,i?í.Swi/rt>. 
Apoftolo;cotnofecular,&  naó  como  Ecclcfiaítico;  pa-  ^/^ct%^ 
pando  por  razaó  do  officio  o  ttibuto,  dequeeftava  izer.ro  torrão  §.?/«<■*  16  quatff.i. 
pela  dignidade  de  bacerdote.Catliolicareíoluçaorinnaa-  p  ^  $,„<•,  »«».•,  Qu*fi  /&». 
danodireyto  Divino,    33    Natutal,   34  Canónico,   ^^^t^t 


tap.m  q" 


8f  Civil.    q6   ínviolavelmentc  guardaraõefiahimunidd- ç*^/-'« /•  so^-^A''  "*'*. 
deãos  bacerdotesoEmperador  Jujiiniano,  Arcádio,  Ho-^^/^.o. 

.  Yy   2  noiio, 


tf  6       O  1%1NC!?E  T)Q$  QJT.  TOMO  11. 
norio,TheodofÍQ,  Mareio,  Theodorico,  Confiarei  no, 
Carlos  Magno,  &  Saõ  Luis  Rey  de  França  :  &  todos  os 
,7  Bcia3nkaiom.\\âePoii-  Príncipes  tementes  a  Deos.   27   AtéosGétios,<3cidola- 

licahb.i  cap.  i8.«.i$4.  .     *  „     .  ..  -",,  ,  ,      ,-         T,     1 

«a  ■]t:hoíefir>n  cimenta-  trás  izcntarao  dos  tributos  aos  sacerdotes  cie  léus  ídolos. 
•*7'*'7-  ^8   Certos  gentios  differaõ  de  hum  idolatra,  porque  de- 

penou húa  Águia,  que  oftendera  a  Júpiter  j  entre  as  aves 
,9  tgiiin^fufrcfiitiçn^  cfcolhéo  Júpiter  a  Águia  por  admmitfradora  de  Tuas  ar- 
faij* ReiigioniicuHor.hb.i.%.  mas  }&  íulgaraõ  feromeímo,defpo)arlheominiftro,do 
79'  quedeíauthoiizar  a  iuprefuciofa  Deidade.  50 

40  p.fci.eBapuâPiMun,,      547     ^mdiVáo'miigri^ikg2iáoi ,com^itgu\\t^x ^ 
''''':Tãn^,Zr,fí>iJihD,v'  lo  nol"e  defíe  pcyxe  j&deíbobrtndocm  hum  grave  Au- 
cr.xhztm  uath.c.\T, qu*ft.  tor  da  mefma  Companhia ,  que  fe chamava  peyxè  afficial: 
*.,f»jc»àJe~ric«s.         4Q  admira_fe)(je  queaténomar,fejaíóopeyxcmacha* 

nico,  o  que  pague  o  tributo,  &  naõ  aprova, uzar-fe  omef- 
mo  nas  republicas.  Piedofafufpenfaójporquc  o  contrario, 
fora  lizongear  os  Príncipes  Catholicos  ,  com  o  alvitre, 
com  que  brinda  vaó  os  facinorofos  a  Alberto  Rey  dos  Go- 
dos, &  filho  do  Capitão  Magapoienfe  induzindo-o,  a 
4.  ihouz»*oub>fupra.      queobrigaíTe  ospopularesáfatisfaçaõdosdonativos,pa- 
*?.  lyranmsadopprimenàos  ra  queos  grandes  de  feu  Reyno  vi  veflem  fobrados ,  &  naõ 
f^ittp bonefitm ftuicmyv<,c.  queyxoios:   41    Anyoiezklrley;  42  lem reparar, que 
't^ttcxarg.i».        pelosmeátos  datara  fe  enchem  os  poços  de  agoa;  &fe 

lhe  cortarem  as  veas,  fecárão  brevemente.  Não  íè  coparão 
as  arvores  de  rama  ,fe  as  raizes  as  náofuftentaraó,com  o 
humor  da  terra:  as  veas,&  raizes,  que  fertilizaõ  as  republi- 
cas faõ  os  homes  de  negocio ,  &  os  officiaes  machariicos 
delia  j  &  a  experiência  eníina  a  favorecer  os  meátos  das 
fontes,  para  a  peremnidade  das  correntes ,  &  a  minorar  a 
fobegidaõ  dos  poços,  para  que  íua  corrupção  naõ  inficio- 
ne os  ares,  de  que  fe  geráo  os  con  tagios ,  que  ape  ftaó  as  re- 
publicas :  &  he  ordem  da  agricultura  decorar  as  ramas ,  8c 
cobriras  raizes.  >.uiti 

5  48  Lembrome,de  que  o  Re verendiífimo  Padre  Fr. 
António  da  Paz,  que  fallecéo  Bifpo  eleyto  de  Malaca, 
Monje  Beneditino,  varaõcom  univerfalidade  douto,  Sc- 
univerfalmente  aplaudido  ,  pregando  na  Collegiada  da 
Villa de  Guimarães  o  Sermão  de  Noflà  Senhora  da  Oli- 
vey ra,  duvidou,  em  que mandafíe Chrifto  a  Saõ  Pedro ,  8c 
não  a  outro  Difcipulo  tirar  o  tributo  da  boca  da  peyxe: 
4}  wvthamu^  43  &deupor  razão ,  que  Saõ  Pedro  entre  os  Apofto! os 

era 


era  o  pefcador  de  mayores  experiências ,  por  rnays  antigos 

&  de  todos  feus  ofBciaeSjqueeraõos  Dilcipulos,efcolhéo> 

Chriíso  omays  inteligente  nefte  negocio,  para  que  com 

todaaarte,&indoítFÍa  leouveíTecom  opeyxe,ck:quem 

hia  arrecadar  o  tributo.  Muy  tos  tributos  foraómays  one- 

roíos  pelos  excéiTos,&iníolencias  dosminiftros,doque  •  Extuirminifirifreeefeefi 

peíacantidade  da  contribuição.  J  Henrique  11:  Keyoe  9I„4f,yfV,,,pm*,e?  ■>•,«*?■,- 

trança,  posem  contingência  a  confervação  da  Província  Y"'tmD'i^u'^u"i'mf"ev<" 

*      '  *     '  o  v  .',2    lMnf->lgUnt  impune,  ti ujui  mo-- 

de  Lenguandoch,  por  naó  feguir  os  conlèlhosdos  Minií-  d,bo„et  p,inc,pct,jcã  pravo* 
troszeioíosde  leu  lerviço,  íui pendendo  a  iunldiçao,&  ín-  „„„e  scjUam,»uncH*rpj<»t 
folencias.dosquenellacobravaõos  tributos.  44   Levan-  *?„?')'"  v'*1"""''  ..0  . 

_  *  *      .  .  i<  HtUebcrtuttd  quina»  fnn» 

taraó-ic  os  de  Dalmácia  contra  Tibério  Cefar,cV  pregun-  ceptmEpijioi.  s9. 

tando-lheomefmoEmperadorpeUcaufadefuarebdwõ^ 

lhe  refpondéo  Batto,  que  era  a  peííóa ,  que  os  Capitanea- 
va :  "Hão  podemos  eflar fogeytos  ,d  quem  manda  para  Mtniftrosde 

feus  fubdttos ,  nao  caês  depajlores ,  que  guardem  o  rebanho  yfenaõlo» 

bosque  o  esfolem.  45   Os  Romanos  em  cada  húa  das  Provin-   4*  Dhm.Cáffjfc  n.tôfaj 

cias  tinhaõhumMiniftro,  a  que  chamavaó,  Quejlor^  que 
arrecadava  todas  as  rendas  reays..  46   Para  húa  Provin-  *fi  B0dinsptg.i9.ii 
cia, &  para  muytos  tributos  havia  hum  Miniítroj  &naõ 
para  húa  Cidade,  Separa  hum  tributo  multidão  de  exe- 
cutores: ifto  he  coníumir  as  rendas  com  os  ordenados ,  &  a 
poílibilidade  dos  povos  com  as  execuções.  Osfenhorios 
das  herdades ,  naó  metem  nas  podas  tantos  jardineyros, 
quantas  Uõ  as  arvores ,  que  haó  de  alimpar^  porque  de  ou- 
tra íórte  ,  fora  mayor  o  difpendio,  queo  lucro ;  &  fiçaraó 
as  arvoresi endendo,para  quem  as  córtai&  naõ,para  quem 
as  guarda. 

5  49     Convidame  a  memoria  com  hum  reparo ,  que  o 

Reverendiffimo  Padre  Fr.  Rafael  de  JESUS,  hoje  Çhro* 

nifta  Mòr  do  Reyno,  &toda  a  vida  efumado  pregador 

<Jefta  Corte  ,  {ezy  pregando  na  Catedral  da  nobiliffi- 

.«na  Cidade  do  Porto,  em  queunandaflè  CbiiftoaS.Pedro, 

quepagaíTe  porfi,  &  por  elle  o  tributo  aCefar,  47  &:   47  Dathprome^tel 

naó  pelos  mays  Difcipulos :  8c  concluhio,  dizendo  j  que 

ChriAopagouo  tributo,  porque  tinha  Diícipulos,ck  Saõ 

Pedro, porque  tinha  rebanhos ,  lendo  paiior  da  Igrt  ja  ',8ç 

pedia  a  razaò,  que  os  m3ys  ricos,  &  author  izados  foflem  os 

principaes, que  pagauem  o  tributo-Deíte  parecer  íoy  Ar- 

cadanio  único  conlelheyro  dos  muy  tos,  que  afíUiiraõ  ?o 

Yy  3  Em- 


&$       O  <?$JNCftE  VOS  PJT.  TOM.  II. 
Emperador  Tibério  votando, que  toda  a  pefíoa,  quenao' 
tivefle  bésderaiz,ou  ordenado  do  património  leal  folie 
izentadetodoodonativo  :  Y^to, aquele  inclinou  o  tm- 
4«  ihoiezmettbifupra.       pcrador,&  o  eliabakcéo  porley.  48   Odinluyroquefe 

recolhe  com  lagrymasdo  pobre ,  ht  como  a  írudra  colhida 
com  oorvalho  da  manhã,  que  náoaproveyta, porque  íe 
corrompe  :  orvalho  da  manhã  laólagryinasda  Aurora.  A 
fruta,  que  fe  tira  das  arvores  pelocalor  do  Sol  dura,  &  tem 
jnays  goíto. 

550  Náomefaydamemoria,oque  oReverendiífi- 
mo  Padre  Medre  Fr.  Bento  de  Santo  Thomás,  íingular 
crédito  de  minha  Religião  ,  meritiííimo  Lente  da  Ca- 
deyra  de  Prima  de  Efcritura  na  Uni  veríidade  de  Coimbra, 
8c  actualmente  Dom  Abbade  Geral  de  minha  Ordem,dif- 
fe,  explicando  a  hiiioria  de  Ruth,  que  di£tava,&  foy;  pre- 
guntaracauft,que  teve  Chriíio  para  encomendar  a  S.  Pe-, 
dro ,  que  por  fua  mão  lançaiTe  o  anzol ,  que  havia  de  pren- 
der o  peyxe:  49  E  íoltou  a  duvida  dizendo  j  podia  foce- 
der, encomendar  S.  PedroacutroDifcipulo  efta  diligen- 
cia, ck  ler  Judas,  a  quem  a  encomendaíTe  S.  Pedro^porque 
sté  eík  tempo ,  não  tinha  defeuberto  o  Difcipulo  leu  ma- 
lévolo animo :  &  fendo  Judas ,  o  que  recebeffe  o  tributo, 
punha  em  rifeo  a  fatisfaçaó  voluntária  deChrifto  sotri- 

<o  Funrtt/dhcuh^the-  buro  de  CefaTj  porque  Judas  náotinha  fidelidade,porque 
hittfqutm-.tHbMtHr, porta.- -çxz  Ja(|ra  ó.   <o  Com  que, feria  necelTario  a  Chriíio  lançar 

bat.  Jojiin.cap.ix.  ...        J  l.  r  K,  * 

novo  tributo,  ou  mandar  pelcar  outro  peyxe.  iNunca  as 
agoas  chegarião  ás  fontes,  le  correlfem  por  canos  cfpor.jo- 
fos.  O  Príncipe,  que  a  todos  excedéo  nos  tributos  foy 
"Henrique  Hl.  de  França ,  &  de  todos  os  Reys  deíia  nação 
clle  foy  omays  pobre^porque  aífy  como  gaitava  tudo  com 
deífo!utos,&eAragados,delles  confiava  o  recibo,  &  a  en- 
(i  "MitiUuia âc Strabo.iib,  trega  das  fintas.  51    Ornar  he  íènhor  dos  roayorcs  the- 

fouros  do  mundo,  porque  as  cempeliades ,  quelhos  entre- 
gão,  nada  recolhem  para  li. 

551  Com  a  fortuna  cuíiumada, com  que  em  todas 
fuás  acções  ílluítrou  oabito  Beneditino  ,  reparou  o  Padre 
Mettre  Fr.  Bento  da  Afcençaó,  hoje  Difinidor  delia  Fa- 
miln,  pregando  na  Gapella  da  Univeríidade  .  no  valor 
dodinheyro,  que  continha  a  moeda  queSaõ  Pedro  achou 

s »  Utemu  staurtm.        fia  boca  delie  pey xe:  StaíeraWiz  chamou  Chrilioj   52  que 

((  na 


113  efiimação  de  Portugal  vaiomefma,quehtta  moeda  de 

oiro  vintém:    5^.  Nem  mavs.  nem  menos,  valia  amoeda,    **  ErgoSuter  maina iu- 

~    y  II      ,-    I  -!rr  flcxdiJricbmum,uuirum  uni 

porque  eraodous,  os  que  com  eJIa  ie  naviao  deortertar,  fitrojs «iu,upri>*i,r,j!c  d». 

Chrifto,fe&  Pedro;  cadahumddles  neceílitava  de  qua-  X^7I.,.,«4.^.^ 

tro  vinténs,  &coníórme  a  neccílidade  lançarão  otiibuto  g»»/«Mi.*.  10. 

ao  peyxe.  Eftafoy,  a  meu  ver  acau  fa  ,  porque  o peyxe 

com  tanta  promptidaõ  odeu  na  pontadaiingoa,queno 

peyxeíoy  o  me(mo,que  na  palma  da  maõ^  vçtxk),  como  fe 

íoife  racional, que  o  tributo, a  que  o  obrigavaõ  oaõ  era 

parafuitentar  cjemaíias,  íenaó  para  acouir  aoneceíiàrÍQ. 

Néro,emquantodiipendéoQs  rendi  mentos,  dos.  tributas 

cru  remediar  as  nectífidadedoimpeíio,nãQQ  aborreceria 

os  fubditos  ;  mas  deípois  que  uzou  das  contribuições  para 

o íuíienco de Iizonjeyros,  & adúlteros, com  osquaesgaf- 

teu  eajoscatorzeannosdeieu  reynado  (incoenta,&  fin- 
co milhões  :    5  4  Muy tas  famílias  defabitaráo  luas  terras;  cíJjfcwí^SS  Sv"** 

&  outras,  fizer áoceífaó  de  bés  obrigadas  deíua  tyrannia. 

55    Os  vaíTallos  em  poder  de  hú Rey  tyranno , faõ  como   }  *  TkoUz^oub^n. 

os  rochedos  combatidos  do  mar,  que  os  naó  dey  xa  com  a 

repetição  das  ondas,íenaõ  deípois  de  os  desfazer  em  aréas. 
552     Não  degenerou  dcíuacuftumada  agudeza ,  ç> 

Muy  to  Reverendo  Padre  Pregador  Geral  Fr.  Roque  da 

Natividade  D-  Abbadedelieiníigne  Convento  de  S.Ben-» 
to  da  Saúde,  quando  na  Miíericor dia  da  Cidade  do  Porto, 
ptègandooSetmaódoMandato,reparouemdizerChrir- 
toaS.  Pedro,  que  na  boca  do  primeyro  peyxe  jqueçaiííe 
no  anzol  acharia  a  moeda:   56  8c  perguntou,que  myfte- 
rto  ouve,  para  que  folie  maysna  boca  do  primey  ro,do  que 
do  fegundo,  &  terceyro  peyxe?  E  refolvèo;  que  naó  per-   í(s  &ett*tif*c'n>1*'Pr'a',ts 
mitio  Chrifto  pefcafíe  S. Pedro  mays  pey xe,do  que aquel-  aIttH^r"- 
Ie,  que  podia  remediar  a  neceílldade; porque  derruir  pri- 
meyro a  muy  tos  miferaveis,  do  que  ie  chegue  a  obrigar  a 
hum  poderofo  heinfolencia  muy  tas  vezes  permitida  nos 
rributos,  que  lançaõ  os  Príncipes  da  terra;  mas  naõ  no  go- 
vernodo  Principedagloria.  Mays bé fervido  fora  oEtn» 
perador  PhocaSjfc  principiara  o  lançamento  dos  tributos 
pelos  poderoios ,  &  não  pelos  n>ileraveis  paíiorcs :  dos 
quaes  fugio  a  mayor  parte:  &  foy  para  todos  geral  ao» 
preíTaõ,  junra  com  a  neccfildade ,  que  ouve  àc  mantimen- 
tos.  57  Q  Lobo,  para  diigarrar  o  rebanho,  primcyroin*  S1  ii»i*K»n»fifm 

tenta 


séo        O  PUlNCftB  VOS  ?JT.  TOMO  Ih 
tenta  dar  a  morte  aos  maftins  ,que  o  guardáo:&  quando 
faminto,  comeíía  pela  ovelha  magra,  &  acaba  na  pingue,  j 

Dilacerai  populos,  Vtlnti  Leo  ^quifqite  tyrannní: 
{B^gefurenti^lttpi  more,gemunt  populu 
Cerman. 

S8  D.c.:urf3p'-fc>i  DiviPe- 

tritfuà  Lbr,fi,»nos.  j-  r  2      j\Jão  me  quero  izentar  do  trabalho,  nem  ao  Lcy- 

Gonthzemfupra.  i  in-         rt  1  ■    ■         J  '  J    r      I 

,9  Uoe  u.butopejTtoDomi.  tor  da  moleltia ,  lo  por  dar  noticia ,  do  que  a  cerca  deite  lu- 
ninoftr.âcfignrtur.ibuphiiu,^^  \àmos  difcuríando  difíe o  infigne  Poeta, o 

*SÍnliochtr,Jis.  fc>  l  m  o  ' 

Padre  Meftre  Fr.  Jeronymo  Vahia ,  pregador  das  Magef- 
60  ^iibatmcap.t.num.\o.  tades de  Portugal,  Monje  de  minha  Religião  em  hú  Ser- 

■vfrfí.Not*  di  immunittte  Ec-         .  1  *~»  11     r>        1        j  I_  i 

thCtarum  Sjivrfttr  in  fumm»  mao ,  que  pregou  na  Capella  Keal ,  do  que  haverá  pouca 
■»tibo%immu»it*f.  &  l.  1. »»  no(icja   porfenáo  dar  áeftampa.  Preguntou  pelo  nome 

fin.vtrficfiveropropUr&etL  T  .  r  o  r 

amKum.zo&zz.ib.&cxi»'  deite  peyxe;&  authonzando, que  íe  chamava  peyxedeb. 

cJi.p$5&ifm»*í**à.  Pcàr°y  58  fez  °  reparo,  emque  lendo peyxe  fccclefiaf- 
*.TtHetc»miU.&mtnusiH-  tico,  por  fer  peyxe  de  S.  Pedro,eftiveiTe  obrigado  apagar 

sJJitw  nâBeU»g..JcjP«Hl.  \J        ,^lJ  fi  T?  n  r>UA  P       • 

^/«/^  n<^-.-  6  / ,'  uj.c-oir,».  o  tributo?  tí,  aíientou,  que  tim:  Lliava  Cnrilto  em  myíten- 
^S^J^'t^neceíTidadei&  era  para  utilidade  commúa,SV  bem  de 
dema»t.c»che,«n.b%.»unn.  todos  o  pagar  Chrifto  efte  tributo;  porque  continha  húa 

^Antoni.  Qtpycius  in  inveHi-   r  \\  l     t~>      i  -1  1  a 

turfcuâ.i.p.veti0>reíaiiafeu-  femelhança  daKedempçao  do  género  humano;  50  & 
TcnZ \ua^âVputt?e»GL  Para  acudir  áneceflidade  urgente  dos  Príncipes, &  para 
bcB. num. 4x4.  bem  univerfal  doReyno  he  o  Ecclcíiaftico  obrigado,  a 

mutwMdssiwm.  contribuir  com  todo  o  donativo,  que  lhe  ror  importo.  Ne- 

Mattb.fMpr».  r\\\\ii  afperezatem  oconceyto,  porque  he  obrigação, & 

&i  Cap.magnumtx.q.i.C.      .  r  J        >r       T  &» 

j*mnu»clx%.q.i.L.n.tit.6.  virtude.  6o  O  melmo  Chniío  lendo  izento  achou,  que 
tV/^S^Íní:  daria  eícandalovalendo-fe  de  lua  izençáo.  61  Edamcf- 
tmunH,âcGabtU.mpr*]»a.n.  ma  forte  os  Ecclefiaíucos.    61   A  Igreja  he  depoíko  dos 

-!.Chfifr.iusi»coxfuetud  Bar-   _   .  ..  .  „  r>     i-     •  -  ri 

gu»,i.'rub,l(:\.%.4.v".rfuui  v  Príncipes  :elles  enriquecerão  asKeligioes;  com  kube- 
^J:Z7^{V^p.  ncplacito,&  nas  fuás  terras  faõ  fundados  os  moftcyros; 
4.cap.  ,7.  yoa„„.  Garcia  de  delias  vi  vemos ,  &  íeus  vaffallos  nos  fuftentáo ;  &  na  occa- 

Noluital. Giof.q  n.. i  fil.  toa.    r>~  r»   •        •  o  ST  II  t   •  i 

ef»»>». ,».  iiao  em  que  os  Príncipes, &  vaílalloscahirem  empcbre- 

c\7íHln*g"l  **.*;• omn?  za  ,  eíiamos  obrigados  a  concorrer  com  os  donativos  até 

(..  ac  inditlionibiti  11b   10.  L,  o 

tutie.ç.defupcTjndifl  ísl.  empenhar  os  vazos  íagrados.   63   Os  Gentios, &  Idola- 

niBiorum.C.dcLXCuf.mieoi.  Ca  J        -  r  •  r 

m.  i.cumficUcjrtmim.  c.de  tras  rendo  os  que  guardavao  omayor  relpeyto  as  coulas 
quiburnum  ^ipr^tio.  Ut.fi  pertencentes  a  lua  lupreíliçáo  Relipriofa.em  leinelhimtei 
c.»oiim:*ur,&cap  .»dvofu,,  cazos,lança  vão  hum  donati  vo  a  todos  os  Sacerdotes.  Faon 

ibi  tentam  ntccffitateni  de  im-  D  j         r-  •  rf        l  r   n 

mu.Eecief.Tae cap  emnitem.  *^cy  dos  hgypcios neceliitado  para  íuítentar  a  guerra, que 
p,.c*p.ftnun»»ectfit**^t»p.  trazia  contra  os  Perlas  fez  hum  pedido  aos  Sacerdotes  :  to- 

tribHtum  i\.^X<3ubipropt-     ,  ^  l         . 

tctVymtc.  doso amdarão com diipendiop^rticular, &  coniuium  óos 

Tem- 


'    EMTREZ  A    XXPli:  56r 

Templos,  Sc  dimitiraó  da  decima  parte  de  feus  ordenados, 
durance  as  ditas  guerras.    6i\  Os  Romanos,  que  venera*   64  ^nfiMi  i  ^.tonomi*. 
vaoicustallos  Sacerdotes  com  a  reverencia,  que  íe  deve  iagm.,ur,itb.íJf.  -*o. „,,*,. 
aos  miniftros  dos  Templos, compelirão  por  húa  fentença,•/W';,• 
que  deiáo  os  Tribunos,  a  todos  os  Flamines,  Augureyros, 
Salios,  Sc  outros  oríiciaes  dedicados  ao  culto  de  íeus  Ído- 
los, a  concorrerem  para  odefempenho  dos  gados  íevtos 

j  /        A|  c        &,  •      i       6*   Tttohv  Uh.i.Deetd  +  ty 

na  guerra  Macedonica.   65    U  louro,  &  a  palma  ,  ainda  PctruíG,rgor.ub,fup.(.z.„^ 
que  ieiáo  livres  dos  rayos ,  por  privilegio  da  naturefa ,  não 
o  eftaõ  dos  incêndios ;  quando  a  todos  abrazao  íogo,a  pal- 
ma dá  mayor  luz;  8c  o  louro  exhala  mayor  fragrância. 

554  Reparou  mays  o  dito  pregador  Evangélico,  em 
que  havendo-fe  de  tirar  a  moeda  do  tributo ,  folie  mays  do  66  Videai  mn- 
mar, que  daterra;  66  8c  achou-lhe  arazaõ,em  ler  di- 
nhey  ro  de  tributo ,  que  naõ  fó  le  ha  de  tirar  da  terra ,  fenaó 
também  das  agoas.  Quiz  dizer,  que  dos  naturaes,  &  dos  ef- 
tranhos,  dos  da  terra,  Sc  dos  de  fora ,  que  nella  comerceaõ, 
fe  ha  de  valero  Príncipe ,  quando  eftiver  neceífitado:  Im- 
mitando  fempre  a  Chriflo,que  havendo  de  impor  tributo, 

náofe  valéo  da  terra, &  quiz  antes  obrigar  o  mar:  em  quan- 

toelle  poder  fuprir,relervem  os  Príncipes  aos  vafíallos, 

porque  fempre  ficarão  gananciofos,osque  immitaraõ  a 

Júlio  Cefar,  naõ  carregando  osdomeflicosfenaõnaquel- 

la  quantia,  a  que  naõ  chegava  a  contribuição  doseftran- 

geiros.  67  A  Águia,  quandofazoninho,ajuntaosmate-  67  Vtà^htàe^íxmonitfoU 

liaes  de  diverfas  partes,  &  de  difTerentesgeneros,masfe  17        "*'"'"' 

lhe  falta  a  lã ,  em  que  anida  os  filhos ,  8c  lhe  conferva  o  ca- 
lor, tira  as  pennas  de feu  mefmo  corpo. 

555     Difficultou  também, não  mandar  ChriftoaSaõ  68  ihuchamum. 

Pedro  pefear  o  pey  xe  com  a  rede,  fe  naõ  com  o  anzol  ■   68 

porque  na  rede  virião  muytos  ,  &  vendida  a  multidão 

depeyxes,com  o  procedido  podia Chrifto  farisfazer  ao 

triburo;efcuzando-fedefta  lÓrte  o  empenho  da  conttibui- 

çaó  •  Soltou  a  duvida  ,com  dizer,  que  le  o  Apoítolopef- 

caífe  com  a  rede  os  pcyxes  ,  que  naó  poíTuhiaó  dinheyro, 

deyxandode  pefear  com  o  anzol  opeyxe,  q«e  o  depc fita- 
va, era  pagarem  os  pobres  peyxes  com  a  vida,  o  que  naõ 

podiaõ  coma  poííibilidade  ;  &  ficara  o  pcyxe  rico  com  a 

demafia,  que  lhefobejava.  Pois iílo naõ, diz  Chrifto,  ifio 

naó;  que  he  excéílb  •  naõ  leve  Pedro  húa  rede ,  queobri« 


Zz  gue 


362        O  PRÍNCIPE  DOS  VAT.  TOMO  21. 

gue  a  pagar  os  pobres,  do  que  não  tem ;  leve  antes  hum  ani 

zol,  para  que  taça  pagar  o  rico  do  cabedal ,  que  lhe  íobeia. 

69  pjifi  ià  Ccfta  H.flovia  Qslndios  doReynodo  Peru,izentaváode  pag-ir  tributo 

os  velhos,eníermos,&  viuvas.  69  Osde  Caiao.-ia,íoma- 
váoogaftodasfamilias,  pelos  rendimentos  dosiolares ;  6z 

70  p»âiibauiifupra.foi.%9.  dos  avanços  tiravão  as  fintas,  que  lhes  cabia  dos  tributos. 
5-*7°-'Mc-  j0   O  Sol, de  tudo  quantocria  recolhe  para  fihúa  parte 

nos  átomos,  &  vapores,  que  atrahe;  eftes,  iaõ  excéíios  ,&: 
fuperrluidades da  terra  j  &0S0I, com  empregar  nelles  o 
caíoide  ícus  iayos,deyxa  mays  fértil,  &  lauda  vel  aparte 
donde  os  tira. 

556      Ponderou  a  razão,  porque  não  mandou  Chriito 
a  S.  Pedro  peícaíTe  hum  peyxe  do  rio ,  fe  não  hum  peyxe 

71  Fadeadmtre.  '  *■     ■>  '  •        Á 

domar;  71  parecendomays  acertado  ocontrano:  Por- 
que o  rio  paga  tributo  aomar,&omarorecebe  dos  rios; 
&  peyxe  que  vive  no  rio,  onde  o  tributo  Íempre  fe  paga, 
era  mays  próprio,  do  que  o  pey xe,que  habita  no  mar,aon- 
de  o  tributo  íempre  fe  recebe :  mas  a  razão  íoy  •  porque  o 
honien^fendo  peyxe  do  mar,  vive  com  abundanciasdea- 
goas;&  o  homem  que  he  peyxe  do  rio ,  vive  fog;eyto  á  ef- 
treytefa,  &  penúria  delias;  &  he  conveniente,  que  os  gi  ã- 
des  paguem  primeyro ,  que  os  pequenos  ;  osricos ,  que  os 
pobres :  Sc  com  juíia  caula ;  porque  o  homem,  que  he  pey- 
xe do  rio,  anda  iogeyto  a  qualquer  lanço,  que  o  ponha  na 
efpinha  3  Sc  ja  ,que  he  o  mays  defvalido  na  fortuna ,  íeja 
também  o  ultimo  na  paga:  mas  o  homem,que  he  peyxe  âo 
iuar,aííy  como  he  o  primeyro  na  bonança,  íeja  também  o 
primeyro  no  tributo.  Decretando  Tibério  Ceíar^como 
fica  dito)  que  os  herdados  em  bés  de  raiz  foíTem,os  que  pa- 
gaíTerti  o  tributo, replicarão  eftes,  provando  os  avantaja- 
dos intereífes  dos  homés  de  negocio  •  fahiraõ  providos, 
com  declaração, que  n3Õ  pagariaó  tributo  todos  osma- 
chanicos,fenaõ  em  cazos  de  urgente  neceífidade.  72  Por 
mays  leve,  que  feja  adoença ,  he  mays  perie;ofa  nos  que  v  i- 

7*  ThoUzaHofupr»:  vem  faltos  de  remédio.  A  Providencia  Divina ,  dá  o  frio 

conforme  a  roupa,  livrando  os  pobres  de  inuytos  acha- 
ques, de  que  naõ  izenta  os  ricos. 

iiUvtnhtSmtrem:  ctj     pez  reparo,  em  Chriílo  chamar  ao  tributo  $&n 

74   Stticr  gmcc  fondíisjig'  '  '  x  '  .     ,        L   „ 

mificêt  VáaftHttt  terá;   73   quena  explicação  do  Padre  Vel.>íques  ftgnnb 

cajnalingiuGiegajomefmoquepczo:   74.  &querazaó 

have- 


RMVKEZJ    XXVll.  ^| 

haveria,  para  Chriilo  chamar  pczoá  moeda  do  tributo? 

Seria, parque qiulquei  ttibuto  he carregadiílimo.peíò  pa- 
ia quem  o  paga  í  Bem  podia  ler :  mas  foy  y  porque  aifíy  co- 

uio  o  pezohe iguala  todos,  áíiy  o  tributo  lcha.de  iguais  t 

çomapoílibilidadedos  tributarias.  OquemoílrauClirif- 

tocom  a  Samaritana ;  porque  naó  havendo  c  Senhoreai   7?  Miidcnadain. 

snido  até  aquelia  hora  ,  75   que.  chegou  ao  poço  de  Si- 

cbif  ,pedia-lhe  de  beber,  &naó  de  jantar:  76   &  com 

queuiouvo!  porque  a  Samaritana  nata  QCcaiiaQ  tinha  Q    ?<,*««. 4.t*#.?. 

cantarei  á  fonte j&  naõ  tiniu  panélta  30 lume  :  poys  le  naõ 

tem  panélla , naõ  lhe  pefla  Chriíto  dejantarjmas  fe  teu» 

cântaro,  peíTa-ihe  Chrifto  de  beber.  O  Emperador  Tibe» 

lio  conforme  o  maneyo,&pofíibilidades  de  cada  hum  aíly 

repartia  os  tributos.  77  OEmperadorMaximinianopa-    77  T»eitei.»AmtUum. 

ra  os  rréns  dos  exercitas  defuibuhiaQSgenerosdascarnU' 

gettSy  conformando-fe  com  o  trato, &:  officio  dequada- 

qual.   78    Pedir  fogo  ao  mar,  agoa  ao  fogo,  neve  aoSol,        D  .„  _ 

&  calor  a  neve  he  petição,  de  quem  deíeja  apagar  o  togo, 

cfgotar  o  mar ,  esfriar  o  Sol,  &  derreter  a  neve. 

558  Deu  fim  aos  reparos  ponderando, tirar  S.  Pe- 
dro o  tributo  da  boca  do  pey  xe ,  icm  eíperar  que  o  paçaífe 
ás  entranhas.  79  Soltou  o  reparo,  com  refolver;  que  fe  l9  Et  aperto  0re  invtniet 
o  peyxe  tivera  jaodinheyro  no  bucho  ficava  difícil  afa-  s""e"""- 
tisfoçaõ^pofem  teado-o  ainda  na  boca  coitava  pwuco, por- 
quebem  podia  o  peyxe  pagar  o  tributo  lemarnícar  ávi- 
da. Confirmou-o  Chriíto  naõ  efperando  a  Samaritana 
quando  vinha  para  a  fante,fenaõ  quando  eftava  junto  dei» 
la,  tío  para  lhe  pedira  agoa:  porque  feria  muy to  deficil   „    _  .  r. 

á  Samaritana  darlhe  agoa  no  meyo  do  cantinho  -7  &  muyco  b«tfufuferf«ntem. 
fácil, fendo  junto  á  fonte. Nos  annasfertis  cobra  vaóosVe-   3ta,-4*"J-6 
neíianos  com  execução  os  tributos;    81    como  também   gi  ^p^^j^ra. 
ootempoda  paz: &diffimulaváocomelles,no  tempoda 
guerra,  82  &  nos  annosefíereis.He  Providencia  Divina, 
que  os  ventos  fcião  mays  continuados  na  primavera,  que  8*  Remirias  wftor  Vt- 
no  verão;  naquelle  tempo,  lao  muycas  astiores;oc  a!noaj;(/1!,)/m(KBf;i„,,/íi.y6(. 
que  os  ventos  diipão  delias  as  arvores,  íempre  lhe  dey xlo 
asqiiebafráo  para  frueti ficar  no  maysrempo. 

559  Toda  a  dilação,  com  que  ponderey  a  diverfida- 
de  deites dii'curfos,foy,par3exhortar os  Piincipesa  lança- 
rem os  tributos  comequiílAde,tircunfpecçio,;uitiça,Sí 

Zz   2  pie»: 


364  O  PI^NCIVE  WS  ?AT.  TOM.  II. 
providencia:  Conílderando,  que  o  dinheyro  tirado  dos 
tributoshedinheyro  tirado  do  mar ,  por  mays  juftificada, 
qucícjaaimpofiçáoj  porque ícmpre  íe  recolhe  acompa- 
nhado das  agoas,oudaslagrymas  doa\arento,  oudos ge- 
midos da  ncccilidade:  con. batido  das  ondas ,  que  láo  as 
execuções  dos  miniftros,  &  a  tenacidade  do  amor  pró- 
prio ;&  ícmpre  amargofas ,  porque  iem preás íalga  a  mur- 
muração,ou  a  praga.  O  que  tudole  modera  evitando  os 
Frinci pes  a  cauía , que  muy tas  vefes  he  a  prodigalidade ,  a 
avarela,&adeforc!em.  E  para  que  osdelhibua  com  acer- 
to, intey  rela,  &  utilidade  de  todos  obícrveascircunftan- 
cias,&  o  modo, com  que  o  Príncipe  dos  Patriàichas  fez  o 
milagre  feguinte. 

560  Grande  falta  de  agoa,  &  com  ella  exceíli  va  mo- 
lcftia,padtciaõ  osReligiofosdetres  Conventos  íituados 
na  eminência  do  monte  Sublacenfe,defcendoao  pé  da 
montanha  a  bufcala  em  cântaros,  para  o  fer  viço  da  Com- 
munidade.  Pedirão  ao  Santo  Patriarcha  os  aliviafíè  de  tão 
grande  moleltia  ,&  perigo,  pelo  fragofo  ,&  defpenhopor. 
ondedeicião. 

(Por  ejla  atufa*  por  montes  Vamos 

Con  peltgrodemuerte  ai bondo  Vafley 

Comojifuera  el  agua  enfu  caVerna, 

La  quepedio  VaVid  de  la  ctjlerna. 
Bravo  Cant.  5. 

AíTentiooSanto  aos  rogos  dos  difcipulos;&  determi- 
nou alcançar  de  Deos  o  remédio.  Sahio  do  feu  Mofteyro 
no  mays  alto  da  noyte ,  acompanhado  de  S.  Plácido  :  So- 
bioá  coroa  do  monte,  adonde  eítavão  fundados  osmof- 
teyros,&  orou  quaíl  toda  a  noyte.  Conhecendo  íua  alma, 
que  Deos  lhe  ha  via  concedido  a  mercê,  que  era  a  pereni- 
dade de  húa  fonte  jnaquelle  melmo  rochedo  tomou  três 
pedras  húas  fobre  outras, &  pondo-as  por  final  na  parte, 
onde  havia  de  manar  a  fonte,  fe  recolhéoao  íeumofieyro. 
Demanhã  tornarão  os  Monjes  a  repetir  a  íuplica  ao  San- 
to, que  ouvindo-os  lhes  reipondéo :  Ide  ao  oito  dejje  mmte, 
S$  caVay  na  par  te, adonde  achares  tres  pedras  buas  febr  e  ouU  as,  pode- 
rofobe  Deos ,  ainda  na  eminência ,  &  rocha  dejje  penha jeo  ,para  Vos 
dar  agoa>  ©  aliviar  da  opreíaÕy  que  padeceis, 

Que 


EMtTvEZA    XXVll.  36$ 

Que  aquel,  que J abe  rebolver  la  boja, 
la  en  /eco  ■■z/í  gojlg  ,ya  eu  mofado  Oclubre^ 
Sobra  Verter  par  bocas  de  un  1/efuVio, 
La<sfets  de  la*  contentes  dcl  DanuVio. 
Idem  fupra. 

Obedecerão  todos ;&  chegando  ao  ílcio  viraõ,  que  Ima 
parte  da  penha  depilava  humidade. 

Se  vio  clefeclo  en  el  penhafco  luego, 
Que  como  elpecbo  dentro  es  ViVa  fragua, 
'Dejpide  elfuego  por  defuera  elagua. 

"'  iní  Juptr  inviccm  fífn*>  fc 

Tirarão  as  pedras,  &  abrindo  o  rochedo  fahio  tanta  a-  tr**  .wentu  ,  >»  modicum 

.  ,  .       i  •      J     1       •       i      r  r    n-      cavale;  Valei  enunomnipottit 

bundancia  de  agoas,  que  ainda  hoje  de  lua  corrente  ie  ror-  Ucur  eímm  ,„  ,u0  mo»t.f  ca™. 
ma  hum  rio,  &  íe  fertiliza  apenha :   8 a  gozofos  os  Mon-  fV ^T r!ZTu,ltí 

'  í  J     o  laborem  tanu  mneru  aignciur 

jes  louvarão  a  Deos  na  virtude  do  Santo.  tufar*,  uuieunutrupêmon- 

tú,q*ai>i  UencJi8utpr*ii*xe- 
rat  mm  fuianiem  yayaaetHVt. 

A  Dios  Eterno  de  ide  ehecbo  adorou.  c"mittt '" e*  """"""  h(*m 

y  r  í  fcciffeit  JUvtzaqu*  rcflrtur 

yuedio  obemto  tanjupremo Império,  .   efl- ui"eUm ft,Jf2cnur "»"<*- 

(ti  1    K        r  ■    (1  vit.ui  nutic  ufijue  uktnim  de- 

Tara  bolverju  monte  en  un  vijtatue  jgj  LKG, ^-.wiag. ».  Di« 

En  Islãs  beatificas  de  Atlante.  Ugorum.  c*?\- 

Ibidem. 
Em  melhor  metrodefcreve'oeftecazo,oiníigne  Poeta 
Marcos  Monje  Floriacenfe. 

Mxrent,  &  largls  diflillant  fluclibm  antra, 

Cumquefuts  plangunt ,anda  Infira  feris* 
Ajl  tunc perdcclo fcopuli  cefêre  rubtque, 

Sicca  que  mirando* ,  terra  retexit  aquas . 
Certum  ejl  mons  Cbrijli,  quod  montibm  tmperet  ipfis, 

SubjeElu  pedibus,  mons  caput  ipfe  tuis. 
Utfmwnum  tu  Sante  Tater  Vegetère  cacumen, 

Suhmffo  tumidam  Vértice  plana  t  bumum. 
ISieVe  fatigentur  qui  te  'Benedicle  requtrunt, 

Moíliter  obliquum  ponit  ubique  latas. 
Nwic  mons  ipfe  tamen ,  jufte  tibi  reddubonorem. 

Qui  meruit  tantum  te  decorante  bonum. 
Anda  tu  eufm ,  bortis  componiâ  amarns, 


) 


Zz  3  Nufa 


$66-      O  QVtfNClPE  WS  VXT.  TOMO  11. 

ISluda  que  fecundo  palmite  Jaxa  tegis. 
Mtrantur  montes  ^Jcopula  ,  freta,  nuncjna  donay 

Tomifcriá  que  Vir  et,  fyhct  decora  comis. 
Sic  hominum  céleres  mfruchtm  dirtgis  artu$, 

Siccafalittiferoflumme  corda  rigans. 
Sic  rogo  nunc  Jptnái,  mfugem,  Verte  malignas^ 

Çhue  macerant  Marci,pecIora  bruta  tui. 

561  Com  eftas  agoa^ficaraÕ  os  Manjes  arliflidos  de 
tanta  quentura  contra  as  tibezas  do  efpirito ,  como  po- 
diaó  ficar  os  Religiofos  Dominicanos  na  llhadeGrelan- 
dia  (aonde  o  inverno  dura  nove mezes)  com  o  calor  da  a- 
goa,  que  defce  de  hum  monte,  &  lhe  rodea  a  crrcunferen- 
?4  ^w',,ç'rfWa^7'?/»-ciadomofl:eyro;comaqual ,feteparaõ  dos  contínuos ,  & 

lí,v.bi hyent  noveni  m;n/ilnu  c/l,  m  /»      r>  «•  •  «m  11  ■     «  r\ 

Nonaíi:rium q:,t  t>r*dic atoe»  intenfosfríos  daquella  regiaõ :  84.  Sendo  ene  calor  ful- 
Z£7à£'£^£2Z%'*  íurco ,  &  o  ontro  milagroíò ,  pela  virtude  de  Tua corrence: 
efí,  faiar*  for,  ate*  cudu  aqUaJ  femcihante  á  agjoada  fonte  Gaíianopholirn,  queen* 

aq:iv,nt  [instila  Mmathorum       *       r  >    \  y     y        s     r  1  1!  1         \     r 

cciL-tcai.cr-anKpvriHdtacaiiu-.  tre  a ineldade  deiuanatureza  levanta  labaredas  derogoj, 
aMS:;^Z^^^  alTy  cila  exhala  de  fi  chamas  do  amor  divino,  commu- 
2«  »•  '    '  nicadas  da  virtude  do  Santo  >  8c  fempre  repetidas  na  pe- 

bç  lApudGraiianapcYtmfons  *J     J     j     f 

e/i,  qui eum  calenttt  aqwu  non.  TCnidadeda  IOntC. 

JSSS^^SI  5^2  Nenhua  outra coufa  reprefentaefte  milagre 
eminit  ,âmbui  codetKhco,iê-  niays  aonatural  ,do  que  hum  tributo,  que  o  Principe  da 
ehmíntitn""'mt'  C0Mtrgr9'  foledade  impôs  áquelle  monte,  para  remédio  de  feus  fub- 
tli!hbm!'h'  *'"?,6iemi~  ditos.  A  republica,  que  habitava  o  monte  eraòpenhafcos 

defeu  natural  duros ,  fecos ,  Si  pobres;  osquaes,  mudarão 
de  natureza  deíentranhando-fe  emabundanciasde  agoas, 
para  acudiremáneceffidade  do  povo.  Como  fe  fora  racio- 
nal a  bruta  penha  pagou  o  tributo  ,  vendo  a  jufiiça  com 
que  o  Santo  Patriarcha  a  tributava.  O  cibo,  cõ  que  S.  Pe- 
drodisfarçou  oanzol,foy  a  juiijça,  com  que  noíTo  Re- 
demptor obrigava  opeyxe  alheíátisfazerotributo:  86 
&comnaõferintelle£r.ivo  opeyxe  buícou  a  moeda,  que 
naturalmente naó  tinha  ;&  aofTerecéo  com  tanta  facilida- 
de, &  promptidaõ,  que  íoy  o  meimo  ver  o  anzol ,  que  en- 
86  Pe,»raunmiíuieXait»  tregaro  tributo;  &  contender  com  osmays  para  fero  pri- 
fifcedunTaãcfcamjujhiu.      meyro,  que  contribuiíTe ao  donativo.  AíTy  foy  a  penha  de 

Chmcnt  ^ilex»ttdri.z.  Pa-  c     .1  *  t     o    n     1  1 \  rr 

ftago.cip.  1.  oiiDlaco,como  opeyxe  de  S.Pedro;  ante*  que  chegaUern 

os  Religiofos  jafe  banhava  da  agoa, que  ofTerecia;&  fendo 
eikrilj  fe  fez  fecunda  bufcando  a  agoajtj  naõ  íinh.a,&  niof- 

trando 


EN^^EZA    XXVll.  367 

trandoa  propcnção,  com  que  adava.Damefma  forte  obe- 
decerão os  vaííillos, quandocomameíniajultiçajosobri- 
goein  íeus  Príncipes  ao  tributo. 

563  Rindo,  &  correndo íatisfez  apenhaopreceyto 
do  Santo;  com  aboca  cheade  rizo,  poi  que  abundante  de 
chriítalinas  agoas,  aachaião  osMonjes,  quando  forãoa 
executar  as  ordens  de  leu  Príncipe. O  tributo,que  paira  to- 
dos he  pena,  paraella  foy  gloria  :&  afíy  iaõ  todos, os  que 
iaó  para  utilidade  commiia.  A  moeda,  que  S.Pedro  achou 
na  boca  do  peyxe  chamou  Chrifto  »W<?/\í,que  na  K^m*Íc<!rmi*™J!p£"XmPn- 

Ferfuna  vai  o  meimo.do  que  Verfoamorofo.   '07   Chcyo  l^':'l"":1U3Ic'":'}'r■filafé•ntc'"" 
(i     *        t         ■  111  1  ucâfecundiun  cav.„cn  amorit. 

oe  amor,  &  de  alegria  veyo  o  tributo  da  boca  do  peyxe,  n^oúardtnaiuf^.Evang. 
porque  o  entregava  nas  mãos  de  hum  miniíko,cu)o  Prin-    '' 
cipeo  havia  de  difpender  em  utilidade  de  todos:  feja  para 
bem  de  todos  a  finta,  &  logo  fera  gofío  de  todos  a  paga. 

564        Como  gozoza  a  penha ,  no  2rrnonico  íuiíurro 
de  luas  correntes,  cantava  júbilos  ao  Santo  Patriarcha.  As  gg  vticantMiqu*mm  choro 
fintas,  que  faõ  para  bem  de  todos, em  lugar  de  triftezacau-  ""*«»*■•  cum L.aiupcrcmunt, 

r   -  \         ■  /li-  -  j       s^.   tfalyreíjotident,  Uetnsfa. 

íao  tanta  alegria  nos  lubditos,  que  as  pagão  cantando.  O 
nome  Statera,  também  ílgni  fica  a  mu  íica  a  Coros.  b8  E 
fendo  hú  o  peyxe ,  cantou  muy  tas  veles  o  tributo  na  moe- 
da, que  deu.  Aíly  o  ofTerecéo ,  como  fenelle  cantara  a  ra- 
zão, com  que  era  pedido. 

565  Mas  não  fey,como  o  Santo  Patri archa  podendo 
lançar  eíxapençáoaqualquervalle,tributaíre  antes  o  mon^ 
te?  Com  paternal  confideração  o  tez.  Os  valles  mendigáo 
as  agoas  dos  montes ,  &  os  montes  as  entranhão  por  natu- 
•rela;  &enfinouonoílb  Príncipe,  que  o  tributo  não  le  ha- 
via de  tirar  do  cabedal  do  pobre,  lenaó  do  thefouro  do  ris- 
co. Chrifto  podendo-fe  aproveytar  dodinheyro,  que  ti- 
nha paraíuftento  dos  Apoftolos,ntandoua  S.  Pedro, que 
ofoíle  tirar  da  boca  do  peyxe.  Porque  o  dinheyro  doA- 
poítol  ido  era  juntodeefinolasi;&  o  do  peyxe  era  dinhey- 
ro de  húa bolça  tão  opulenta, que  aboca chea  bl  «zonava  _ 
iieríco.  09  Paguem  logo  os  montes, &nao  os  valles  ;  nao  tam% 
cites, que  mendigáo;  os  montes  fim, que  enthelouraõ. 

b  66  Não  nbííanre  ,  que  a  penha  revia  ja  agoa ,  quan- 
do chegarão  os  Monjes, mandou  S.  Bento  aosReligioíbs 
cavaflematerra,  ou  abriflem  a  penha  ;  o  que  parece  rigor 
iupeilluo,  nioítrando-fe  obediente  openhaico.  Masioy 

myí- 


368        O  PRÍNCIPE  mS  TAT.  TOMO  II. 
myíieriofo.  Era  o  Santo  Patriarcha  Príncipe  daquelíes 
montes  j&  como  tal  enfinou,que  nas  occafióes  oportunas,  - 
uzar  de  rigor  na  execução  dos  tributos ,  naó  he  íaltar  a  cle- 
mência de  Pay,hcuzar  do  domínio  de  Senhor.  AosDif. 

9o  QuneHerefijumtetrum  cjnUJos mandou Chiilio repetidas  veles, pefcafíem  á rede; 

d. *Amb«>jiurt»p,%,  &  fomente  a  S.  Pedro,  &  neíta  occaiiaó  mandou  pelcar  ao 

anzol:  90  Entre  húa,&  outra  peíca  ha  grande  diflèren- 
ça  j  a  rede  hemays  íuave  para  os  peyxes ,  porque  ainda  que 
os  prende,  naó  os  laftima;  Sc  o  anzol  fere,  &  prende  junta- 
mente: elte  poder  reíervouChrifto  íó para  S.  Pedro, por- 
que era  Principej&  naõoconcedéo  aosmays,porqueeraó 
vaíldlos:  &  uzando  S.  Pedro  efte  termo  com  hum  pey  xe, 
que  antes  de  lhe  lançar  o  anzol,  ou  o  tributo  ;a  o  tinha 
prompto,lem  tragar  a  moeda,  todos  os  Interpretes  vene- 
1.  õ  eiía  acçaó,  por  reconhecimento  do  dominio  de  S.  Pe- 
dro, Sc  do  empenhode  Chriito:  Ou  também  feria,  porque 
o  pey  xe,  que  deu  o  tributo, prhncyro  efperou,  que  o  pren- 
dcllèm ;  Sc  o  monte  que  deu  a  agoa ,  que  primey  ro  o  ebri- 
gaííem. 

5  67  Efcolhéoantes  o  Santo  os  montes,  queos  val- 
les para  os  obrigar  ao  donativo,porque  nos  valles  fe  repre- 
íentaõ  os  humildes,  que  reconhecendo  a  limitação  de  lua 
poílibilidade,reaccommodaócomfeueftado  :  &  os  mon- 
tes, osfoberbos,&  efvaccidos,quenáo  lembrados  da  ter- 
ra, que  os  forma,  aípirão  aaííombrarem  os  valles,  donde 
naíceraõ :  8c  aos  que  degenerarão  por  altivos ,  aconfelha  o 
Santo  Patriarcha ,  que  íe  oprimaó  com  tributos.  Na  moe- 
da, que  S.  Pedro  tirou  da  boca  do  pey  xe,  difem,cftavare- 
prefentada  a  imagem,  dosquedegeneráo  de  leu  íer  pela 

culpa:  o  1  Ordenando  Chrifto,foífem  elles  fós,osque  pa- 
ia 1   Slaterille  .qutm  inptfce        n*  ••  j      ■  r         '  rr 

tip.ruium  Petru*  caperefujftu  gsíiem  otributopor  todos ,  em  quanto  ienao  repuzciiem 
efrfirmamnoftramvitiofuaf.  no  pr í nci pio  de  lua  creaçaõ.  He  regra  de  cerurgia,  cortar 
s  ifiJer.éeiujtetêJjb.i.Efiji.  a  carne  fobeja,  em  quanto  náo  torna  a  leu  antigo  íèr,& 

natural  proporção. 

5  8  ó  Izentou  o  Santo  Patriarcha  o  valle,&  obrigou  o 
monte,  porque  fendo  formado  de  terra, afly  fe  endurecéo, 
&  conglutinou,  que  fe  fez  penha  viva,  &  dura  pedra  :£fi- 
gies  de  hum  facinorofo,que  degenerando  da  racional  pie- 
dade, fe  transforma  em  ruílica  alpercza.  Enílnãcio  a  razaó, 
que  etòesjeuukfconto,  &  íatisfaçaó  de  fua  culpa  fejaõ ,  os 


EM?  REZA    XXV1L  $fy 

quecootribuaó  para  as  delpezas  do  Pveyno,  &  os  que  com 
dilpendio  de  feus  bé-.  poupem,  &  coníervem  o  erário  de 
toda  a  republica.  Chnito,  naóic  quiz  valer  dodinheyro, 
que  Teus  Dilcipulos  tinhaó  recebido  de  eímoías,  lenaodo 
dinheyro,queo  pey xe  trafia  na  boca  j  com  elie  confervou 
o  limitado  cabedal  ,que  tinha  a  íànta  Comunidade  do  leu    9*  ?««w^r« ^Aâtm^ui 

Gil        •         r>  p  rr    '      •  pcJicitHdumpifcemlilHratuT* 

ollegio:  Kepreleiuavá  eííe  pey xe  a  nono  pnmeyro  pay    iw  WetoVjm.  &  GJoj.it,. 

Adaõ.   02   complice  em  todo  o  debelo,  por  ler  origem 

de  codos :  &  achou  Chriíio,que  Adaó  eliava  obrigado,  em 

pena delua culpa, apagaro  tributo, aque  oobrigavaõ  os 

os  Fari  íeos,  lendo  elle  ízento  •  confervando  por  cite  meyo 

osbés  de  fua  republica ,  com  as  cufbs  de  Adaó. 

569  De  tudo  o  acima  dito  Te  colhe  a  urgência,  que 
ha  de  obrigar  os  Príncipes,  apenfionarem  com  tributos  a 
íeus  vaílalíos:  &  também  a  obrigação,  que  tem  os  vaílalíos 
de  concorrerem ,  &  ajudarem  em  tudo  a  Teus  Príncipes. 
Advertindo  aos  fubditos,  que  cm  nenhuma  acçaõ  defeo- 
brem  melhor  a  fidelidade,  &  nobreza  de  Teus  ânimos,  do 
que  na  promptidaó  com  que  pagaõ  os  tributos.  Os  Dilci- 
pulos de  Chrilto  vendo,  que  São  Pedro  pagava  o  tiibuto, 
preguntarão  ao  Senhor,  qual  eraomayor  noReyno  dos 

Ceos?   93    Pois  nefboccaíláo,  &  neíia  horafe  lenibráo  9*  1"'^^*ici(fzu^DJC" 
a  precedência  t  bim,  &  roy  para  líber  com  lerteza,  o  que  *#„„./.„  tji,n  ,-;(y;  £&«& 
fofpeytavaó  da  fingularidade.  Saó  Pedro  pagando  íó  o  tri-  ""**  a;í;,íJ'!jj  '■ 
buto,  deu  a  entender  aos  Difcipulos,  que  excedia  a  rodos 
nadignidade:    94  aíTy  parece  o  alcançarão  os  A  poftolos, 
mas  quizerao  iaber  le  era  nto  ally  na  cltimaçao  do  Prin-  ?,.,„  í„í  „i.t,frc  c,>.,,.h.f 
cipe:  naõ  experimentando  até  aquelle  tempo. mavsclaros  exHui0ev,ieÍ:íí2"!,?  '" 
indiciosdafuperior  authoridadedo  Príncipe  da  igie ia,  do  gifteiv,nt,&fwflSf '«morem, 

1  •       -  r     •    r  •!  iit  PttrootoKetcetiiintnttir. 

que  quando  o  virão  latisrazer  o  tributo.  D.Jinrf™  ?•?•*• tx  A,£W 

570  Amoeftando  cambem  ao  popu1ar,naõ  tome  por  i<hnenu- 
motivo  de  murmuraçáo,&  efcandalo  as  izençócs,com  que 

os  Príncipes  libertaõ  a  nobreza  da  penção  dealguns  ti  ibu- 
tos, porque  alem  de  os  eximirem  as  leys  de  íeus  foros  tam- 
bém nefta  occafiáo  os  privilegiou  a  defpoíiçáo  divina. 
Náoquiz  ChriftonoiToPvcdcn^.ptor^queS.  Pedro  meref- 
fearnãana.aIgibcyra,&3cliaíTc  r.tUa  amoeda,  com  que 
pagar  o  tributo,  fenáo  que  frííe  ao  mar  pelcar  opeyxei 

9$    para  que  não  pagaííe  o  tributo  rotrr»  A  poltolc>;íenáo   ç,  Vtitêimuo. 

ccnopcícador  j  porque  cm  quanto  Apoíiolo  deChriílo 

Aaa  eia 


?7o      o  $$im&È  VOS  PAT.  TOM.  II. 

era  peííoa  nobre  j  &  em  quanto  pefcador,  homem  rnaca- 
nico* 

571  E  menos fe  devem  efcandalizar  os  homés  de  ne- 
gocio, de  que  em  algúas  acções  os  vexem  mays,  do  que  a 
outra  force  de  tratantes  j  porque  fendo  mayores  os  rendi- 
mentos de  fua  ganância,  íoy  também  neíie  mylterio,  eíco- 
lha  divina  empenhalosnomayorcufto.  Opeyxe,donde 
S.  Pedro  tirou  todo  odinheyronecefíàrio  para  íarisfazer 
o  tributo,  era  pey  xe,  que  tinha  o  feu  thefouro  na  boca :  q  6 

96  ímitnitt  inora  era  peyxe  mercantil,  que  tem  o  feu  thefouro  na  boca,  com 

que  iuQenta  a  verdade,  &  com  ella  o  ciéditOjCom  que  tra- 
ta, &comercéa. 

572  Náo  ceifando  de  perfuadir  aos  Princi  pes ,  a  que 
attendaõoquantooprimem,vexaó,&mortificaóaos  va£. 
fa  1  los, na õfómuy tos, mas  hum  fó  tributo ,  com  ©sexhor- 
tar  o  exemplo  dotribato^auecontribuhio  opevxe^ííg- 

07    Hoc  tribute  peflio  Doniini      .  r  »       f>  lln  ■    J      r>L  'a  «"' 

defignaiur.  nihcando-íe  nclle  a Payxao  de  Chnlto.   97  Innomera- 

Thiopbiitu  jinfiochíiu.       vejs  tormentos  padece'00  Rederoptor do  mundo>  &  todas 

quantas  afrontas  lhe  fizeraõ  osperftdosjudcos,  todas  fo-» 
raófymbolizadasneíte  tributo.  Naõ  acharão  os  Sagrados 
Doutores  coufa  mayspropria;nem  os  vaíTallos  exprimen-* 
i>}-'\  raó coufa mays  certa.  E  fe  bem  repararem  nefíe  mila- 

peiem  De».  gre,  que  fez  o  Príncipe  dos  Patnarchas,  ou  nefte  tri- 

buto ,  que  impôs  a  hum  dos  montes  de  Sublaco, 
5    acharáó,que  foy  omefmo  penfionalo  com  o 
tributo,do  que  mandara  feus  Difcipuíos, 
que  lheabriílcm  húacova.  08 


A  HUM 


37* 


A  HUM  ACENO  DE 


S  BENTO 


ANDA  O  FERRO  A  N  ADO,  PELAS  AGOAS 

de  hum  pego. 

E  M  <P  ^  E  Z  A    XXF11L 


573 


pife^^h^; 


OS  fuccefíbsreíultaraõosada- 
gios,dequeos  antigos  U2araõ, 
|  comodefentenças,  para  expli- 
carem íeusconccycos.  Queren- 
do encarecer  tudo, o  cj  julga  vaó 
impoííivc^dcziaõríertaõdefli- 
cultofo  como  nadar  o  terro.  Adagio  de  cjuzou  Corintho 

Aaa  2  para 


37*        O  PRÍNCIPE  WS  VAT.  TOMO  12. 

para  dizer  a  repugnância,  que  feda  no  traydor  para  fer 

tiel  j  no  defconhecido,para  ieacclamar  Rey :  no avarenro, 

i  ViieBcrcâoâecurfumuti'  para  fer  dadivofo;  no  cobarde,  para  oprimir  o  valente.    i 

*'/»*•§•  39-  O^errOjpDrrazaõdeíeuponderofonaturaljfóniiiagroía- 

mentepódeaboyar  nasagoas :  no  que  davaõ  a  entender, 

*  NH*gfumefficie*,utre9e  que fomente  as iorçasde hum  impulfo fobre-natural , po- 

wgreiianturcScri.Vo^Mhea,  ^  ^  fazer  aos  cangreios , imagem  dos  traydores,  andar  pa- 

■virbo  impojJ:v!li1#i,  o      '        '  o  ^     J  '  l 

,  siHcpciwiivoUrebauJfj-  laâizntc:  i  ás  aves, retratodos  nomes,  voarem íempcn- 
tt^m'!»  *'"&  «as:  3  ao  fogo,  efígies  do  avarento,  dar  lenha  aosbof- 
uhfupra.  quês:  4.  as  tartarugas,  hierogly  fico  dos  fracos,  por  em 

5    ^/IquílamTtftuãovMcit.     *  •  .  r        1_     1       J  J- 

ftijHambcgfufr:  '  medo  as  Águias,  iymboloda  ouzaoia.   5 

574     Muytosintentaraõ,vençerpo?rheyos  humanos 

/á  difficuldade  deites  impofílveis.  Cteí|b  tomou  p£t/i,i 

conta, atrahif  afi ao  traydor  Eryhato,  que  tantas  vezes  Ine 

bl^c7p^ufUiste^'  feirou  naíklelidade;   6  para  cujo  fim  oprefente-ou  com 

ri|jmífin]8jS  i°yas5  naõ  abrio  brecha  a  dádiva,  porque  o 
fíéydor  conhecéo,  que  a  fua  duração  coníiftia,  em  fe^are- 
çér  com  a  terra,  aqual  fe  perpetua  com  naó  degenparde 
finise.  Perfuadio-fè  Galeto,  que  vendo  os  Numidas  a  feu 
amigo  Ser  vilio,  o  acclamariaõ  Rey  de  feus  eftados,  venci- 
do o  impedimento  de  fer  eftrangeyro,  com  anecellidade, 

7  ièiM.B.dp.9.  que  tinháo  ,  de  quem  os  governaífe.  7    Aprefentou-fe 

ServiIiòaíTÍftidodostroféos,que  oacclamavão  vi&orio- 
fo :  fóy  recebido  dos  Numidas  como  o  Pheniz  a  primeira 
Vez, que  apparece nos povoados,que  todos  fe occupãocm 
lhe  regiftar  a  variedade  de  cores ,  mas  nenhum ,  em  o  reco- 
nhecer por  Pheniz.  Empenhou-fe  Laufo ,  em  preíTuadir  a 
feu  payThirfeno,  que  immitaífeaos  nobres  de  Itália  com 
ler  o  foccorro  da  pobreza ;  &  para  o  convencer ,  mlridou 
pintar  em  hum  quadro  a  figura  da  charidade ,  nafcendo  da 
bocadoSol:  8  Acontecéo  aofilho,comíeupayomef- 
mo,  que  de  continuo  fuccéde  ao  Sol,com  o  natural  das  pé- 

8  Petru,  BonzeJs  Or^inc  dras,  que  quanto  mays luz,  &  calor  lhescommunica,  cstv 

to  as  mdurece.  Deiejou  Gallipedes  Grego ,  que  hum  de 
feus  criados  o  defafrontaífe  da  injuria,  que  recebera  de  Se- 
necio  Pergéo,  privando-o  de  fua  companhia  :  &  para  iíío, 
efeolhéo entre  feuseferavos  o  mays  cobarde,  para  queá 
viíta  dadeíigualdade  avultaífe mays  a  vingança:   o   vef- 

9  í*;M/.aj.§.»:  rto-odearmaS)&animou-ocomproméiTàs:efperou  oef- 

çravo  a  Senecio,a  cuja  vifta  ficou  o  inviado,como  o  paífc.-o 


aU' 


EMP<RE'Z)i    XXFllf.  37} 

iifumildc  á  vríia  da  generola  Águia  ;oqUâl,  rendo  azas  para 
voar,  naó  tem  armas  para  fe defender. 

575  Eiítes>& outros  impoííiveis  mayores  vencerão 
es  Príncipes, rtue  uzaraõ<da  brandura,  &  manfidaõ, por  fe- 
rem eíias  artes efficazes  para adquerir ânimos oppoitos,&  ,o  ^aietfiâ^u^amm 

dl-v  j  ry        •       ^      11    (       .^y  conciliei  animo/  botninum  co- 

os.    10   De  todosospoliivcfselcolneolJeos  a  m,tM,  afftHiitM quejcrmo»ic. 

Moy  fés, para  libertador  do  povo  Iíraeli  tico:  naó  fez  efeo-  extJ",e pi?oUt ?  fMW "* 

Jhade  Sanfao,queioy  ohomemmaysvaJenrejnemdeSa-  c*$™àrum .-.-.•  Quita* pr*d- 

amao,  quefoy  oRey  mays  iabio  ,íenao  de  Moyíes ,  que  \itJinutnmo,  ad  **„,/„_ 

entre  os  racionaesíby o maysdocil. Montou  tantoocapi-  ';*»«#«««,'»«'**'?««#««- 

v  ,,  J  r      \  c  do  appclJtndo  frn/icne  dclimãt. 

tancar  Moyles  aquella gente, como le  domara  terás,    n    &c.iib.x.<>ffici. 
pelo  f eu  rebelde  natural ,  pertinácia ,  &  ceguey ra  5  &  fen-  ^Zt^tZ}^'' 
rio  taó  fácil  a  Deos  enriquecer  a  Moyíes  de  forças,  &  fei- 
encia,  como  odotalode  brandura,  concèdeo-lhe  íoefta 
prerogati  va ,  porque  nella  lhe  dava  os  requiíicos,  para  fa- 
cilitar todo  o  impoílivel. 

576     Com  fua  natural  afabilidade, reduíioCornelio 
Rusinoao  traydor  Dromacho^  continuou  em  o  cortejar,   ■*  P»àuh»ubif^r»f 
até  o  vencer.   12   O  traydor,he  como  aquella  efpecie  de 
animaes,  que  tantas  vezes  continuavaó  as  cafas  alheas,que 
fecfquecem das  próprias.  Comafagos  fefez  Calipo  Ce- 
reo  fenhordosthefouros  deMenipoPhilofophotaõava*  '*     ,caí's' 
rento,  que  naó  fahia  de  ca  faio  pelos  ter  ávifta:    13  nem 
tudo  fe  leva  á  efpada  :  íe  o  golpe  fora  proveytofo  á  faude,   •  m^-i.^&í  furor  *•«. 
•naó  uzaraó  os  médicos  de  minorativos.  *  Debilitado  de  citur.cbrxf4on..f*ftr^ia» 
forças  era  Pifander  Etruno,  dotado  de  muy  tas  foy  feucõ- 
rrario  Scinis  ladraó  de  Corintho ,  rendeo-fe  eíte  Gigante 
áquellepigmeo; convencido  de fua moderação, &bran-   14  iuca£.i.i».^: 
duraofoybufcaracafa,parafe  reconciliar  com  elle.    14 
O  valente  he  como  o  rayo, que  dando  nabrandura  perde 

r  *     /-v  J    r  • ..    '  J      J  j  f         *  fíomincmhominiuihilaliud 

aforça.  *   Quemmaysde(tituidodeamparo,doqueFe-  manfuttum , y mnUm ,ejj,u 
derico  Ulbaldino/  atèhoiefe  ignora  fua  pátria.  &  fua  àcÇ-  qMmbennoiani*,j»8ni*,& 

j         •  j    r     r  n  i  •  i  trcb.t-iufidt. 

cendenci3;entrodulio-iecomosUrbinosdemaneyra,que  Piuth>r.dePoiiti. 

por  morte  defeu  Príncipe  o  elegerão  Rey.   15  Osracio-  ^\^SS^SS^Í^. 

naes  correm ,  na  eílimaçaó,  parelhas  com  os  rios , entre  os 

quaes  hc  o  Nilo  o  mays  útil  de  todos  ,  pela  brandura  com 

que  corre. 

Lenefluit  Ndui^fed  cunclis  amnibus  extat 
Víiíior^mtlm  confeíiiu  murmure  Vires. 
CUudtan.  m  Conful.  Manítj  Theodori. 

Aaa  3  577  A 


374       O  T^INCIVE  VOS  <PJT.  TOMO  21. 

577      A  docilidade  dos  Príncipes  tema  virtude  daa- 
16  xjtàquaHpiàainfttmmê-  aoa  tépida,  que  mctipa  as  inflamações:  \6  com  cila  que"-*» 

%,oncfltCor»tiuUumJ>ut*n>flcp  *  ~1  D  i     1 1,  ■»•  c     f    l    - 

m^nmmr^tuistít.  brantou  Anugonoo orgulho  deih ey  l  irro :   17   ãcbabio 

viui„<i,>?:no,*Uu,  Máximo,  as  forçasde  Aníbal,    íb    O  fupetlativo  de  Ma- 

u  ímw/«í<-aV>.  ximo  adqueiio  Fábio  pela  tolerância  doelpirito,&  naó 

pela  força  do  braço. 

Quofenfumrapitisy  Fabi^  tu  MaxlmusiUc  es 
Unii4}  qui  nobií  cunclando  rejlumt  rem. 
FirviLô.JBneid. 


>  9    cimbro/i.  de  "MoY»}(S. 


ElReyRecaredo,com  Tua  afabilidade  acabou  de  expul- 

far  os  Arianos  de  Efpanha,&redufiomuy  tosa  fé  Ca  iho» 

liça  j  o  que  naó  confeguiraó  feus  anteceflores  com  podero- 

Lib.it.tap.i.  los  exércitos.   19  Xerxes  filho  de  Dário,  mudou  em  af- 

fcycdó  o  ódio  de  íeu  irmaõ  Arimares,  prometendo-lhe 
Xerxes  de  o  eftimar  como  irmaõ,  quando  o  podia  cativar 
como  eferavo  :  obrigado  Arimares  defte  termo  desfez  o 
exercito,  com  que  vinha  alheimpedirapòfíèdo  Reyno, 
&  por  lua  maó  lhe  pos  a  coroa  na  cabeça.    20   Naó  lie  o 

2.0   Hh  wprafentia  tehono-    r  -  ir  C   -         r  rr  £*     •  j         o 

tufraurtMn  Xerxei .  quodfi  ferro  tao  ponderolo,  como  lao  os.  lucceílos  reieridos,&  ca- 
Rcxfuerii  dtci»r*t»,,er» ■»-  ja  quaj  Telles  taõ  longe  de  retroceder  no  credito ,  que  lhe 
hurmmtaie  ddmitux  lArtmt.  deu  a  antiguidade ,  como  o  ferro  de  paílear  o  fluido  das  a- 
»,  k^um  adepto pre„\,u,*j  g°as:  agilitou  a  brandura ,  o >  que nao  poderia  facilitar  toda 
•""""'  ko^rem  txh,bmt>  á  a  força  da  natureza.  Nenhúas  forças  humanas  tem  vigor 

tine  diadema impofuit.  *  .      .  ,    .  À ■  P  r  - 

£n>fmn,iib.  j .  ^tpofb.        para  obrigar  as  pedras ,  a  que  por  ii  meimas  le  movao  -  &  a 

luavidade  deAmphion  foy  poderola,  para  fazer,  que  as 
pedras  íe  moveíTem,  &  o  fcguiííem. 

Dift/tf,  &  drfmpbhn     

Saxa  mo)>erefonoteftitucii>wy  &  prece  Manda. 
Horat.  hb.  de  Arte  Toe  ti. 

578  He  officiode  traydor,&  naó  de  fiel  Confelheyro 
preífuadir  a  íeu  Príncipe,  uze  mays  do  rigor,que  da  afLbi- 
iidade  :  infinuando-lhe  ,  que  a  manfidáo  occafiona  deí- 
prezos,  relaxa  a  juftiça  ,  provoca  a  diíluluçáo ,  facilita  o  a  - 
trevimento,&  confunde  a  policia.  Os  Príncipes  zeloíos 
da  mítica  ,  amantes  da  virtude,  &  columnas  d^s  Monar- 
chias  forão  todos,  os  que  fe  parecerão  com  os  Reys  cie  Por- 
tugal 


EtfíítEZA    XXFIIL  $f$ 

tugàl  no  amor,  &  benignidade,  com  que  t-ratão  feus  vaffàr- 
k)s,rranqjueándo-lhe  as  audiências  em  todo  o  tempo,  &• 

lugar,  para  ou  viremj&  conhecerem  dos  requerimentos  de 
todos,  femdiftirvcíõ  de  peílóas:  Entre  osmuytosque  vi- 
rão os  fe  cu  los  foraó  Alexandre  Magno,  o  Emperador  la± 
fíiniano,  AuguftoCefar,  juliano,  1 "itoVeipafiano,  An- 
tonino Pio,  Marco  Aurélio, Trajano,  Eífley  Dário,  Ari- 
iribaí,  Antigono,  Pompeyo,  Scipiaõ  Nazica^  Lúcio  Albi- 
no, Loduvico  PioRey  de  França,  LadislaoRey  de  Pano- 
nia:.  Aquém  excederão  os  Reys  de  Portugal,  Dom  Afion- 
Ço  Henriques,  D.  Diniz ,  D.  Pedro  o  I.  D.  Joaó  o  I.  Dom 
joaóolLD.Manoel,D.JoaõalV.&  EtReyD.  Pedro 
o  1 1 .  A  lhaneza,  &  brandura  Tcoro  que  Erataraó  feus  v  anai- 
los  foy  igual  áfevexi&de,con*que£afltgaraó  feus  emulos. 
E  por  ventura,  perecéo  a  reformação  doscoftumes ,  no 
tempo  deites  Monaidias  >  Deíiftimou-fe  a  regia  venera- 
ção ?  Ficarão  os  facinorofosfern  caftigo ,  ou  os  vicios  fem 
emenda  ?  Defprezou-fe  anobreza,ou  excedéoo vulgo  á 
iuacfpheraf1  Ocontrafio  acharásemiuas vidas:  &  otem       ,,   „ 
mohrado  a  experiência.  A  brandura  heaoorno  damaget-  m^\fti»iftiftjiáWurf«fo. 
tade,   2r   &  toda  a  força  de  fua  potencia.   »a   Ofúná- ^£^1Jup:^cr:cLho- 
pe,  naó  fendo  afaveLhc  como  o  Sol  na  Canicula,que  atra-  "  M*sPw»*  *<*"" ,  *#*> 

*  _  ..  '  *  rervi incorpore. 

he  pouco,&  maligna  muy  to.  tdemjcrmo  d*  m*»fuet. 

579      Para  todos  heutií  a  brandura,  23   paraosPrin- 
cipes,&paraos  va&llos;efpecialmcntc  para  os  Princi-  &.$2fitfg!^ 
pes. As  apetencias de  húa  republica contentaó-fecom  me-  hamdi*+ 
nos ,  lendo  o  Príncipe  dócil.  Fora  pequeno  campo  toda  a 
circunferência  do  mundo,para  os  Reys  de  Portugal  remu- 
nerarem,  como  de  via  õ,  os  ferviços,&  proezas  de  íeusfub- 
ditos  j  &  maysfatisfazia  aos  varões  beneméritos  aurbani- 
d^de ,  comque  os  recebia ,  &  ttatava  íeu  Principe ,  do  que 
quantos  tbefouros  lhes  podia  dar  fua  magnificência.  O 
Principe  afTavel,comoafleyçoa  os  alvedrios  dos  vaflallos, 
podeosljtisfazercom  pouco.  O  Rey  fevéro,como  lècon- 
íidera  lenhor  das  vidas  dosfubditos,  obrigaíTe  a  foccorrelas 
de  todo  o  necefiario.  Com  grande  detrimento  de  íuas  ren- 
das  remuneraria  Alexandre  os  ferviços  de  leu  Capitão 
Lyfimacho;  oqual  achou ,  que  Alexandre  tinha  excedido 
na  paga,  a  quantas  proezas ,  naó  fó  havia  fey  to ,  mas  podia 
fazer  em  toda  fua  vrda ,  quando  o  picdofo  Monarcha  ven- 

do-o 


374       O  PpNClPE  WS  ?AT.  TOMO  77. 

do-o  ferido,  tirou  da  cabeça,  a  cinta,que  lhe  formava  a  Co- 

14  Rtãig;*oni>  n.ap.6.     roa  ,&  lhe  apertou  com  ella  a  fenda.    24    i  hcbiano  efii- 

,  ,  ,    moucaõ  pouco  o  fenhotio,de  que  Nero  lhe  íe2.mertc,que 

%  í9..c?«rj«5.  o arguiode ingrato.    2$    Neroloy  aíperodecondiçao;iX 

Alexandre,degeniobrandoj&  ainda,  que  a  lua  Coroa  h> 
cou  lendo  atadura  em  poder  de  Lyílmacho,&  odonati» 
vo  feyto  a  Thebiano  íoíle  de  grande  prélio ;  cfte  qucy- 
xou-te,  porque  a  afpereza  com  que  lhe  tez  a  mercê ,  lhe  tífi 
rouo  valor^  &  contentou-fe  Lyíimacho,  porque  abenig- 
•  M»Hfuetuãi»e  mbiipote».  "uladc de  Alexandre  lhe  fez  eííimar  a  cinta  como  Coroa, 
tiut.ckryf.ji fup.Genef.bo.n.  Sc  naõ  como  atadura.  O  Rey  fevéiohe  como  a  chuva,  que 

i<%    S»cto*,.mC*far.n   6i.  m  AT  O  D  £T  I    L 

EutropiutdegtHix  Romanarã  íenaoíarta  a  terra ,  eltenliza  o  anno  ;  ik  oKey  arfavel  he 
^XÇSZZ**.  s«.  como  o  Sol,  que  fem  penetrar  a  terra  fertiliza  a  planta.   * 
pi,mhmtnje\que>ntr*d»»tcã      c^q      julio  Cefar  chamava  aosfoldados  companhey- 
t.,«rvfc>idit»m.  ros.   26   hcipiaonaseampanhas  comia  cepe,  por  iemo 

p*r.t.jenjp„Mc*M.9  ti,,  afli.nti,r  {óárneza :   27   ca  ufa,  por  onde  fcus  foldadosfo- 
t*  NautraheFfenimutho-  raó taõ  brioíos,&  reconhecidos,  que  mimos  oferviraõ 

mina  jubtim  te  nufiti  in  Cfr-  r  r.  , .        +,  -  v       .        j      /    li        *->     • 

■vthm  degelem  ammum ,  s  lem  eiíipenaio;à:  nao  poucos,por  limitado  íoJdo.  O  rrgor 
f«f,i«mi»j,fi*madom»cvhi-  ^os  pfjncjpes  adultera  obom  natural  dos  vaflallos.    28. 

tCOfUt*  \5  lirrniilll  ■  r  __ 

,ftJ%WWMw-^  NHÓleobriojaõcshoniés  do  modo  ,  com  que  ie  smaníaó 

,  9   Hom,«e,yeT0ee,  animo  os  brutos.   2  o  A  rermoíura  do  pomo  he  a  pnmeyra  laiva, 

^■'^■■uuycb.neficih  p0u-  C3mç,UQ^^U[llQZi  os  inculca  faboróíos.  Sufpevcaraõ  os 

w/e «-Ais  copaUiTtur.  Dixn  Koni3 nos,  que  MarcO  Ma nlio,oc  Llpurio  jVJeJioie  icvan- 
,o  íi""'^"""^  ^  ""''''>«- que  tratavaó  a  todos.    30   A  brandura  he  a  virtude  mays 

tirm.  ,<J,  Jt.  r,in  ,q.  1        i  •>  1  "  I        ■  O  1        C 

,.   M*nfu?u,jo,virtuteft»-  lcnhori! :    31    a  todos  obriga, òc  tudo  iogeyta  :   33    tem 
*,m.f*fab,ju.pY*dto*-      propriedades  da  fabuloia  fonte  de  Athalante,que  os 

gre  moveitur  aa  irati.  I         L  '    1 

^irifto.devirt.  es'  vir  âivit.  corpos,  a  quechegaó  fuás  agoas  fe  abrazaõ  em  fogo.   3  3 

i>     ~Minf>tett  aitiírn  baredi-   ¥     ,-,.  ■*  -     i        r  1     !•  1  J     ri-   ^i 

i«iMWt»rr«flf.  ffii,n.i7.  innamaocoraçío  dos  íubditos,  em  chamas  de  tiiial  amor, 
»•  0llih"I?'\s'Ifu'mS  hum  PrincipeUrbano.Ashiftoriasoauthorizaõcomave- 

Hb.x.ta».  io.  neraçaõ,&  obediência,  quetiveraõosvauallosao  Empe- 

,<s  ■jnuj»p,teiiinvita?tr rador  Octaviano,  34  Marco  Aurélio,  35   Pertinaz,  36 

""■   0 .    _  _    .    .     „  Adriano  Cefar,   ^7   Alexandre  Severo,   ^8    Aeefiiao, 

<*"'«*.  39   JMelciades,  40  &:  a  todos,  os  que deyxamos  referi- 

as   -.yfiAtíimtriâ-Mrinvita  "j  d    1  -O  í"l  TIL 

*/3itxa»jr;.  dos.  Pelo  contrario  os  Keys  aulreros,  porque,  lemelnsn- 

,o  x<impbonn  de  Uuiibus  tes  ásagoas  doriodos  Ciconés  ,adonde  chega ó  rudocon- 

40  tjfimiiiurProiuiinvita  vertem  em  marmor :  impedernindo  os  ânimos,  que  indu- 

^Fran^fcHt de  M,«teJi.  rccemcom  feu  afpero  natural.  O  Sol,  naõ  cria  o  ouro  no 

vr*iiecurr*,-:?,>nflHx*?u-  niefmo  líano , em  que  produzo  ferro,   41    nos  mezer.  da 

»;itrnm  fH.mtoi  joz.  ^/ixie-  .  °  '       .    l  1  •  • 

mo  <4.  "  primavera  onue  oSolne  mays  benigno,  ena  o  ouro:  nos 

da 


EM?  <REZ  A    XXVlli:  377 

da  canicula,  onde  heiníofrivel ,  produz  oferro. 

581        Contd-ie  deTrajano,  que  era  paraosfeus  da 
nieíma  forte,  que  delejava,fc,llèm  todos  para  com  elle.  4.2    **  &*tropio  tib.t.  Romano. 
O  rrincipengurolo,queelperaoiirvao  os  vaiiailos  com 
amor, ou leconfidera idolo,  ou  fe  elquece  da  obrigjçaó 
paternal.  Quero,  que  a  vaUallagem  obrigue  tanto, como 
o  parentelco:  Grandes  pays  ouve,  que  experimentarão 
nos  ri  lhos  a  crueza  de  tyrannos ,  pelos  tratarem  com  a  vile- 
za de  íervos.   Carnabas,  maçou  a  leu  pay  EIRey  Trio- 
pas.  43    Siroche,tiroua  vida  afeu  pay  Coíroa  Rey  dos   4,  o/,w ap;,d  Ravif»,» m 
lJerias:     44    Efqueceraõ-ie  da  paternidade,  porque  os  °,fr™"r  l '"'"""" "nU'-fce' 
pay>  fenaõ  lembrarão  da  riliaçaõ.  Os  vapores,  defpois  de    41  V*i*uttanur.ibi. 
formados  em  nuvés,confpiraõ  contra  o  Sol,  porque  dan- 
dolhe  a  forma,  lhes  aniquila  o  fer.  Alexandre  efiava  aofo* 
go,  Sc  vendo ,  que  hum  leu  foldado  efmorecia  de  frio ,  pe- 
gou delle,ckdando-lhe  o  lugar,  que  oceupava,  por  luas 

tu        J  'i\  C  -     #"v  r»    •  45    JuliuiTronílarigemcC. 

maoslheadminittrouoiogo.  45    O  Príncipe,  que  entre        J 
aMageftade  delenhor  naõ  fomenta  as  branduras  de  pay, 
fera  como  o  Elpinheyro,  que  fendooRey  das  arvores,  vi- 
ve nos  montes  apartado  dos  vaíTallos ,  &  de  íua  eftimaçaõ. 

582      Comadvertencia,queabranduradogenio,naõ    4g  Rtgtt  Jifcipim* ,  rigor 
feia  frouxidão  do  animo.  46   Benigno, &  fevéro  ha  de  «»»f»BHdtncm& m*»fu,iudo 

.        .  '  O  ornei tiinortm:::  ut  ncy.gai  Jit 

ler  o  Príncipe  j  contra-pezando  os  extremos  com  as  occa-  fagidu,  »«•<•  ma»fuetudo  j,jjo- 
fíóesjbenigno,comoreformadoirevéro,comodiauluto/;'*,'^G^'v^",9w;'^ 
47  Parecéoimpoffivel,acharem-feunidasemhumpeyto  47  BtMU,iquifevtrí1ãti„t 
«ftas  duas  contrariedades,  fem  arti  ficio  ;   48    porquecom  vsma»f-i*J'*f»tmettutãi- 

c.      .       .  0  ,  ,        .  .       ,  '         *.       ?         ,      .  tero difciplma ftTvetur ,  altera 

falácia,  ne  vicio,  Scnaone virtude.  49  Os  Príncipes  hao  innounu*no»apprimatur. 
de  uíar  da benevol  encia  ,como  os  fificos da  medicina.  §  o  JJ -£J ^Í2/ÍÍÍÍ'Í4 
Com  efte  aphorifmo, encomendou  Amurares  II.  á  hora  da  i*ge*iojum,tivirihmdiffittie 
moite,aleunlnoMahomet  tolie  clemente, &docii.  51  ;9  \  •..,-;.  •  _■,,.■,..-.-. ; ../,,-, tc, 
Epelo  melmo,  fe  regulava  o  Emperador  Conftantino  "",r';"í'^""",">t,"i"'e* 
Magno,  fendo  taóa&iva  fua  afTabilidade, que  naõ  ouve    ?.M,G,eg.v*  raffoyh 

El  1  •  n-  -s_    er  I  to  Maufuetuj  homo  ccrJU  ell 

mbayxador,  que  acxprimenrallc,  que  quizelle  voltar  meiieus.iJ.^mbro/Mver- 

para  fua  pátria, fó  por  lhe  ailmir  na  Corte,   í:   Diffèrem  ««'•  ¥f  •.  . 

ímiy to  a  brandura, &  a  fim plicidade;  porque  efb,heinlen-  jorte^aBnofto.foi.^x. 

fata,&  pródiga- &  aquella,  induftriofa,&  liberal.  Naõ  fe  ^*|âf*í  )*.  ct'"*'"" 

pulcra  em  qiieftaõ,  qual  foramays  útil  para  a  Igreja,  fea- 

brandura  do  Pátria  rcha,  &  Doutor  Santo  Augultiniio,ou 

fca  autoridade  de  hum  S.  leronymo  Doutor  Máximo,  fe 

.       .    ->.     ,,  7,  .  .     f         -  n.  5  1    Babtddhatcm.z.  hb.t. 

os  nao  equivocara  o  titulo  de  Colunas  da  Igreja.  53  rnn-  ,v.ia. 

Bbb  cipe 


i 


37$  O  I^NCIfE  DOS  PJT.  TOMO  11. 
cipe  dos  aftTos,he  o  Sol,  porque  naõ  commwnica  a  benig- 
nidade de  íua  luz,  fem  a  utilidade  de  leu  calor.  Proprieda- 
des, que  refplandeceraó,emgráofupremo,no  Piincipe 
dos  Patriarchas,  nas  circunftancias,com  que  obrou  a  mara- 
vilha  de  tirar  o  ferro  das  agoas, íem  as  moieftar,nem  arguir 
odefeuido,  que  oecaíionou  o  perigo. 

582  Entre  os  difcipulos  de  S.  Bento,  veftiafeu  abito 
hum  Monjede  naçaõ  Godo ,  que  defenganado  do  muado 
íe  retirou delle.  Sahiraõhum  dia  todos  os  Religioíos  da- 
quelle  Mofteyro ,  a  exercitarein-fe  no  trabalho  de  mãos, 
que  a  tanta  Regra  difpõe,  nacjtiellas  horas,  qne  lhe  relta* 
vaõdoCoro,&daOracaõ.  Mandou  o  Santo  Patriarcha 
deíTem  ao  Godo  húa  foufe  roííadoura,  encomenda  ndo- 
lhejdefmoutaííe  a  planicie  de  hum  valle,  que  cahia  fobre  o 
profundo  de  hum  pego.  ComeífouoReligiofo  feu  traba- 
lho, com  tanto  efpirito,  que  dezefojode  fazer  em  breve 
tempo,  oque  lhe  havia  encomendado  a  obediência  ,pos 
may  s  força  do  neceííario  ao  defpedir  dos  golpes  jcom  que* 
de  húa  vez  fe  defencavou  o  ferro  da  hafte ,  &  cahio  no  fun- 
do do  lago,  íem  efperanças  de  o  poder  tirar.  Intrifticeo-fe 
fumamente  o  Godo ,  &  com  grande  pezar ,  &  fentidas  pa- 
lavras deu  conta  do  fucceffo  a  Santo  Amaro ,  que  era  Prior 
dotalMofteyrojConfolou-ooSanto,  &  deu  noticia  a  Saó 
Bento  do  fuecedido.  Pedioo  Santo  Patriarcha  a  hafte  -,8c 
pegando  delia, chegou  ao  pego ,  adonde  o  ferro  tinha  caí- 
do, &  íem  dizer  pala  vra,metéo  a  hafte  nas  agoas ,  &  de  re- 
pente fobio  oferro  do  profundo  da  lagoa,  &  fe  cncavoíi 
nella  de  maneyra,  que  naó  deyxou  íinal,donde  fe  inferife, 
quefe  tinha  defencavado. 


Buelve  a  ponerfe  en  el  antiguo  ene  age  > 

,4  v,r  ;t;Ulr  Domim  Be*e.  ?  cm  nQ^a  CBnari&a  en  eljc  ama, 

Íh,Mcaudie»s,*cctff!t  aàu-  Qjte  fide  Dios  la  mano  en  afro  afítíte* 

ciim  ,  Ittlit  dt  manu  Golhi  ma-  £~- — J  r     a  ^   JJ  J      3 

mibnum ,  $  mifit  ia  hcum ,  tf  jStingun  contrario  ai  oiro  fe  refljle. 

mcxferrum  de  profundo  rediit.  /T>      ,.      •    tT>         J,rl'        i~     , 

ataue  in  manubriun,  u:trav,t\      .  ÍDraVO  111  '3emdlctl>Ut  UlltO  $  . 

qui  tv&tiAifeYt afnenium  (jotho 
reddiâit,  ãicent:  ccccJâborafê 

ttohcsntf.siari.  Tornou  S.  Bento  a  entregala  ao  Monje,  dizendo-!he: 

ttp.6.eg    ag  ' ' *'    'a"g'  Trabalha^ naõ ttintrúieffas.    54  Fe*»  diferiçaõ,  âbâíba* 

11 Mayoiutaie.canicu.Coi-  ridadedos  índios  da  Ilha  Zabur.fendo  efteo  ferro, porque 

icKjuiiy.Jemeiíihbut.foLMi-    ,  -    ,    ,         .  i 

i>  j}6.  davao  dobrado  pezo  de  ouro:  55   &  com  razaõ  o  templo 

da 


daDeofa  Serapidis  abalizado  pelo  thefouro  de  toda  Ale- 
xandria, quando  amachinadeíerro,  a  que  apedra  Iman 
iuiienta  valora  de  leu  centro,fofíè  atrahidacoma  virtude,    <6  D.^ygU/iiKuti,t.jtcu 

quelczíubir  aelteíerro.   50   E  Dinocrates,  com  verda-  àunfa. 
de,  eítimadoporamtkcmilagroio,  57  íe  a  eiutua  de  fer- 
ro ,  que  fufpendéo  com  a  frjrça  ,daquella  pedra  3  a  elevara  5  7  PhHius]:b  J4-<--'/>.«4.'*'. 
comoeipirito  deite  Patriarcha. 

584  Diminuta  ficou  a  mentirofafupreAiçaõ  da  gen- 
tilidade, fingido,  para  exagerar  o  grande  poder  do  fabulo- 
foDeos  Mercúrio,  que  repetidas  vezes  tirara  do  centro 
dasagoas  vários  iníirumentos  de  ferro ;  para  o  que  fingi- 
rão, que  hum  lavrador  cortando  lenha  emcértoboíque, 
por  defcuydo,  lhe  cahira  o  machado  em  húa  lagoa.  E  ima- 
ginando como  o  poderia  recuperar ,  encontrou  a  Mercú- 
rio, &  lhereferio  o  fueceflo,  &  o  defejo;  oqual,  metendo- 
ie  pelas  agoas,lhe  tirou  o  machado.  5  8  Naó  fouberaõ  fin- 
gir ,  que  Mercúrio  fizera  nadar  o  ferro,  fenaõ  que  entrara  *8  7*»/"» *■*'«'*  4*. 
dentro  na  lagoa  a  bufcallo  j  porque  femelhante  prodigio, 
naó  o  preiumiapoííivela  imaginação  dos  homés. 

585      Vencéo  S.  Bento  o  impofTivel  de  fazer  nadar  o 
ferro  ,  naó  com  exhortações  de  palavras,  nem  com  entrar 

nas  agoas,  que  o  íbmergiraó ,  fenaõ  fomente  com  o  aceno, 

com  que  moiirou  aoierro,o  buícava  para  íeu  ferviço.Nef- 

ta  cccaíiáo,ferviraó  as  agoas  de  efpelho,aondefereti  arou 

ao  vivo,no  venerando,  &  aprafivelafpc&o  de  S.  Benro,a 

docilidade ,  &  brandura  de  leu  animo ,  taõ  íingular ,  que  a 

Virgem  Senhora  nofla  o  canonizou  pelo  mays  afiavel  de 

todos  os  iulios, que  em  feu  tempo  refulandeciaõ  na  vir-   *  ttetUmiithe»Sa»mia. 

tude.       O  retrato,queodiaphanooasagoasrelundiono  nHttrai.qutmei™Jum-M,f- 

proiundo  da  lagoa, íoy  a  pedra  Iman,  que  atrahioo  ferro:  Jbomiuet^iaoJaJ,1utitlUt. 

Valentia  ,  que  os  fabulofos  concederão  fó  á  fermofurade  "■  *Affu**s.uiUtg*rãhi* 

Narcizo,  dizendo,  era  tao acíiv.i,que  vendo  íe  Narcizo  nas    ,  9    pin»uu> ,» f*huht.  %. 

agoas,  fcbiaóacimatodasasaréds  do  fundo.   59    Mentio  }?$- 

nifto  a  antiguidade,  porque  abelleza,que  teve  virtude  pa- 

raatrahiraííyomayorpezo,  foraõ  os  olhos  d'alma  Santa,    fo  ^wfí flf ,„/,„,,,„  i„f, 

fazendo  voar  a  feu querido  Eípofo.   60    E  na  ley  da  gra-  juiMij>Jime»vtUrefect 

ça,defpois  dos  Sagrados  Apoftolos  deChrifto,oSolda 

virtude ,  que  do  centro  das  agoas  atrahioo  ferro ,  com  a  ra- 

cilidade,  có  que  o  Sol  material  levanta  os  attamos  da  terra, 

foy  o  Soldo  Occidéte,o  Príncipe  dos  Patriarchas  S.Béto. 

Bbb  2  5S6  Ou. 


fíCefUHt, 


580        O  ^INCITE  WS  <?AT.  TOMO  II. 

586  Óutrómilagte  Como  cite, obrou  na  ley  efcrita 
o  Profeta  Elizeu:  quaficom os  melmos  termos  rtície  a  Eí- 

t  è>hcH  ante,»  lomo  Dti:  critura  o  milagre  do  Profeta,  6  i  do  que  Saó  Gregoiio 
SS5SÍ2 TJtfâíSi  Magna  ctmtW^áe^-íattíarcAB^^^W^^Ill* 
&m,f,t,Uitt--»»t*v>tq»'firr*-  Padres  na  promptidaõ  ,  com  que  o  íerro  fe  unio  á  haí- 

te ,  que  lhemoíirou  Elizeu,  dizem,  fclquecer-le  de  leu  na« 

turaloferro,  obrigado,  de  que  podendo-o  fobir  Elizeu 

com  império,  porque  Deos  lho  havia  concedido  fobre  to- 

do  o  creado ,  a  reipey  to  de  leu  culto,  o  chamaíTe  com  tanta 

aíldbilidade,  &  manfidaõ,  que  mays  parecéo  > que  o  roga- 

6z  cum  minfiietuiine  na-  va,  do  que  o  confuangia.  62  Difpondo  Deos ,  que  a  in» 

ZZL^ti^ZutZ  fenfibilidade  do  metal,  neftasoccaíióes  pareceíTeíenflvd, 

ofiendeteyUtconfundatMTfu-  para  com  eltes  exemplos  manifeílar  àos  Príncipes  ©muv» 

PctrtudeRij>afuj>.RegJH.  to,  que  ganhão  por  dóceis,  &  o  quanto  perdem  por  alpe- 

ros.  Fica  por  veies  authorizado  oienhotiouniverial.com 
que  o  miièricordiofo  Deõs  ennobrecéo  a  feu  fervo  Bento, 
&no  leguinte  tomo  o  dife  tufaremos  em  muytas  partes. 
JMeftecazo,ufou  o  SantoPatriarchade  tanta  clementia, 
que  fe  inclinou  para  o  ferro,  quando  o  bufcava, como  dan- 
do-!he  amaõ  para  ofubir,  podendo-o  violentar.  A  hum, 
&  outro  Santo,  conftituio  Deos,  Príncipes  entre  a  multi- 
dão de  íeus  fervos  j  6k  como  taes,  naõ  fe  valerão  do  poder, 
porque  imprendiaó  hum  impoíTivel  j  ambosoVenceraÓj 
porque  hú,&  outro  uzou  da  brandura. 

587  Também  ouve  Príncipe  nafantidade,queufan» 
do  mays  do  rigor ,  que  da  maníídaõ,  naõ  confeguio  ,0  que 
intentava.  O  grande  Elias, com  aefpada  defeuzellonaó 

6)   Regumcap.  18 tf  19.  .  °     plr)         A     ,     ,        /        r        r-víri*        1         1 

64  Ecce  tgommo  tos  jtcut  pode  converter  a  ElKey  Achab.    63   E  osDilcipUlos  de 
svcrinmcJioiuforum.         Chrifto,com a manfidaó de cordeyros   64  redufiraõain- 

numeráveis  Príncipes.  Põe  Deos  eltes  exemplos  em  íeus 
fervos,  para  que  delles  aprendaõ  agovernar  os  fenhores 
do  inundo. 

588  Vendo  a  docilidade  do  Santo  Patriarcha  ,dey- 
xouoferro  o  fundo  dasagoas,  para  fe  empregar  emfcif 
ferviço.  Nunca  vivéodefacompanhada  a  brandura,  nem  a 
feveridade  bem  fervida.  Naõ  ha  foldo,  que  faça  aliítaí 
mays  gente,  que  a  affabilidade  dehum  Príncipe;  nem  fal- 
ta  de  pagas,  que  diminua  mays  o  numero  dos  Toldados,  do 
queaafperezadosmayores.O  DivinoVcrbo,quandoap« 
pareceu  no  Ceo,  cm  figura  de  cordeyro,  teve  iequico  in* 

nume- 


E  M  9  \E  Z  A    XXFIIJ.  jfct 

numerável.  6%  E  quando  roííioíí  3  fórfuade  Leaõ.naó   6í  Ec(e >&Ktu ilaba1  f«p 

,  rr  r  »  montemos  cum  eocentum  ..».- 

appareceocom cancã  aíiiítencia:    66   Em  quanto  Leaô,  dr*gwaquatuortmiiij,vc. 
ainda  que  y\ãúáoíú ,  foy  n>enos  affiftiáo  ;  &  por  eordty-   ^7,^,11%^ 


nhnbíuj  ái- 


ro.amdafiue  morro  iu  appareíTcia,  6i   ftiavs  aí^ioa- *'' '"'*'•■  WeA*»  «••"■«*'«« 
nnaao;fomaL,&3o  vietonolo  tmh9acfpo»/í)5,qtse  fej*ar-  v^aptwehb,*™. 
lir :  &  comocordeyro  padecendo* penas ,quc eommunv  íh "Pf  •  vtrí\ ' ' 

7  ,.*.'•  T  '  *  ,  ->  "7    isigiutm  tamquatu  ceei- 

càx;  &  nefla diminuição  deeftado^ílentou-fe  Chrifto.  a-/*"»-  ií'»«».  6. 
companhado  de  ínnumeravel  fequito  ,  para  enfinar  2os 
P/incipes,  que  naóhe  ointereflè  das  pagas,  o  que  alifta 
i7i a y  or  numero  de  Toldados,  fenaõ,  que  a  brãdura  dos  Prin- 
jipesj  he  o  íqldo,  que  lhes  multiplica  o  fequi  to. 

5  tta        Serve  de  grande  doutrina  para  os  Príncipes  a 
confideraçaõ,de  quenaõmandaíTe  oSanto  Patriarcha  al- 
ou de  ièus  diícipulos  com  a  hafte,  para  que  em  virtude  de 
íeu  nome  fizefle  o  milagre:  &  porqueo  naõ  fez?Porque  fe 
arrifcavaaonaõconfeguir,  pois  faltava  com  afuaprefen- 
ça,  a  honrar  a  obediência  do  ferro.  Mandou  Elizeupelo 
teu  fervente Giezi o  báculo,  que  trazia  na  maõ, para  que 
podo-o(obreodeiunto,nlnoda  bunamitis,oreiulcitaíiej  ,»„,«,,,  es po/uera  bJuium 
naõ  furtio  efleyto  a  diligencia  do  Santo :   68  foy  ntcc&~fuPerfaciemPureri'  ¥,"'"  "'ãt 
rio,quepeíioalmenteíoílcoProfeta,&abraçando-fecom  viteiáiccm.-Nõfurrexnpuer. 
omorto,oreltituioavida:   6o   1130  venceoamorte  com   6y  Etmcubuitfuperputru: 
2i  dureza  do  báculo ,  fenaõ  com  o  afago  dos  amplexos :    ffu'ti"eo'fu'""-f1'^r  o,  eJM 
70  amorte,que  leindureceo  a  viltadoameaçOjO-        ibiverf.^. 
bedecéo  ao  íavor.Damefma  forte  feria  o  ferro, 

fo_  r        "  ÍT  -11  "70   Qtirm  terror  fucilartron 

oy  a  morte ;&  lerão  os  vaílallos,quan-  pluiup»*mor»#iritHn,p** 

do  os  Principes  fe  aproveytemdori-  er*iva*mnip. 

o        -        ,    t  |  "  Purpuram  ibi. 

gor ,  &  nao  da  brandura. 


Bbb 


POR 


382 


POR  OBEDECER  AO  MANDADO  DE 

S.  BENTO 

CAMINHAS.  AMARO  PELAS  AG  O  AS  A  PE 

enxuto,  para  livrar  a  S.Placido,c]iie  perigava  nelias. 

E  MV  <%E  Z  A    XXIX. 


59* 


EGULADAS  pclocurfodc 
feuprimeyro movei,  fe  eterni- 
zao  as  efpheras  flamantes,  por- 
que obedientes.  Perecera  toda 
a  republica  dos  aftros ,  fe  os  or- 

m  besceleítesnao  foborditiaraó  o 
gy  ro,  a  defpofi^õ  de  íçu  fUDCf  ior }  ^  hc  Q  ^.^  ^ 

por- 


EM?<HEZA    XXIX.  £$; 

porque,  de fcci centrados  os  Plane  ias  em  feus  movimentos, 

Jiefthuminíluira  comdifiinção ;  nem  o  Sol  cooununicara 

feuTeíplandorcaiiuegular  aclividade:  Firmes  na  obedi- 
ência coníervão  oier,opreílimo,&  o  kizimenco ;  coro- 

pondo-fede  tua  uniformidade  taõ  armonicha  coníonan* 

cia,  que  fui  pendera  a  todo  ofublunar,  fe  a  ouvira.  Igual 

ícJicidadeadquitem  osra-ciotfaes  naíageyçaõ,que  Eribu- 

taó  a  (eus  Príncipes.  Os  individu-os  rebeldes,  a  quem  os 

domina,  naó  íloreceni,  nem  fruóHricaô :  como  iè  vè  no  bu^ 

mor,  que  nutre  as  arvores  jconfbpado,  8c  naó  derretido 

com  o  calor  do  Sol,  arruina  o  tronco.  Nem  toda  a  terra 

converte  o  Sol  emouro;  nem  em  diamantes,a  todo  peder- 

nal^  á  matéria  obediente  a  teus  influxos  transforma,  aper- 

íeyçoa,  Sc  enriquece. 

592      Osfubditos,  naõ  haõdeuzardos  fentidoscom 

aquella  liberdade ,  que  lhos  dotou  anaturefa.  Naobler- 

vanciadasleys,&  nos  mandamentos  de  feus  Príncipes  naó 

luóde  ter  mays,que  ouvidos  para  perceber  ;  Sc  mãos,  para    T  yenir obstim  mmàatum 
executar :  naó  íb  aprovey  tando  do  entendimento ,  para  a  "^tX^ZlC 
execução.    1    AíTy  obra  o  Elelantc  ;  razaò ,  porque  entre  «,  pedi-xmmn,  ma«u,  cf  w-. 
as  ieras,he  o  animal  mays  eiiimado  dos  nomes.  Uuveao  j,Uí,;,j:,CAitl„,FC,u>iuf. 
Nayre,&  íem  demora  executa,  o  que  lhe  manda  :  ainda    DB^naràMftuctf^dif- 
que  o  preceyto  exceda  a  todas  fuás  íorças :  o  que  le  viono 
Elefante, que  em  húa  dasconquiihsde  Portugal,  no  tem- 
po delRey  Dom  Manoel,  naõ  podendo  lançar  ao  mar  húa 
embai cação,que  eilava  no  eítaleyro,  por  caufa  de  eftar  en- 
fermo, o  reprehendéo  o  Nayre,dizendo-lhe  jhum  Elelan- 
te  dellley  de  Portugal,por  mays  diífícil, que  feja  a  empre- 
za,  naõ  deyxade  a  executar:  inítigadoda  advertência, 
tomou  legunda  vez  o  Elefante  a  applicar  a  tromba,&  lan- 
çando a  embarcação  aomar,perdéoa  vida.  Nãoioyefte 
valor  arrojamentodebruto,foydividade  vaflallo.  Aíly  o 
teftiricaraó  todos  os  Heròes  Portuguezes  nas  guerras  da 
índia,  &  Reftauraçaõ  de  Pernambuco  :  o  que  a  todos  os 
mortaespruece  agora  impoflivel,  facilitou  a  fuaobcdien-    7  Scipho4fiice*ut,eum  ■- 
cia.Preíava-íeSapiáoArncano,dequeícusfDld3dosloi:  ^'^;: 
fem  taó  oromptos  em  lhe  obedecer,  que  nenhum  replica-  btbat&turrimf.r*t 

■      ,  11  1    rr  -i\  \      I    '      C~.     fim  ia  min,V  attvm 

m,  ainda  que  elle  os  mandalie,conquiitar  anado  nua  ior-  e„„iumert,qUi  *,.. 
taleza,  que  cfhva  nomeyo  domar,   a    Não  experimen-  »;;■; 
touo  Príncipe  Africano  cftadecríminação  de  léus  guer-   eiHt.v  Erojr, 

reyrosj 


384        O  VTylKClTE  VOS  TÃT.  TOMO  17. 
ieyros  ;  porque  os  náo  mandou  accommeter  a  façanha: 
masllosCabosdePortuga]  na  Reilauraçáode  Pernambu. 
,  feat  àcBanahiaoriaJ*  co  <^  tomada  de  Tunes,    2    aonde  os  ibldados  Ponugue- 

Ir.Jij,  $  o  Ktvercfiiijfimo  ra-  r  ~r 

ire  ir.  Rafid  de  jejus.  Ref.  zes  lançando-ie  anado  com  aselpadasarraveifadasnaboci 

tauteçaò  Je  Ve.naiiibuco  foi.  _„..  i  o    •  „i  -        ... 

6(H  ;;/  renderão  a  rnuycas,oc  importantes  embarcações  inimigas. 

O  vaílaJlo ,  que  não  obedece  a  olhos  fechados  mal  pode 
obrar  como  o  Leão, que  reíoluto  a  morrer,  ou  a  triunfar 
cerra  os  olhos,  para  que  onaó  intimide  a  multidão  dos 
contrários. 

593      Fabulavaó  os  antigos,que  a  Deofa  Pitarchia  fo- 

4 Bobsâiihanm.iJePoiiti.  raconfórtede  íupiter,  porque  fymbolizava  a  obediência, 

que  lempre  acompanhou  a  valentia.  4  AJguns  pintarão 
eiii  Deofa  em  companhia  do  amor,  ambos  vendados  os 

i  chnrtito  de  Republica  i,b olhos.   5    O  vaflallo,  que  na  obediência  não  fegue  o  efíil- 

lo  dos  amantes,  falta,  ao  que  deve  a  feu  Príncipe  5  porque 
ainda, que  feiogey te,  naó  fefacriíica}&  quem  não  fabe 
amar,  não  fabe  obedecer.  A  Xenophonte  náo  admirou 
tanto  a  obediência ,  que  os  Gregos  tinháo  a  feus  magifira- 

o  Xe»>fhontt.  ^f»d  Sto-  d"os,  consoas  árduas  difficuldades , em  que  lhe  obedeciáo. 
*'"""■  6   Todos  fe  lai  varão,  íè  a  noíTa  obrigação  não  fora  outra 

mays,  do  que  conhecer  aDeos,por  Senhor  univerfal  de 
todas  ascreaturas;  aobfervancia  de  feus  preceytos,  &  a 
obedic ncia  a  fua  Igreja  faó ,  o  que  authorizão  a  ingenuida- 
de ài  fé. 

504  Nem  todas  as  pedras,  ainda  quefejãochryftalí- 
nas,  &  rubicundas, faó  diamantes,  ou  robins;  tem  as  cores, 
mas faltalhea  virtude.  Da mefma  forte  muytostem  ono- 
niede  vaíTallos,fem  osrequifitos  de  fubditos.  OsEgyp- 

7  Gfogonu,fay,;c»ft,deàif.  clos  co,oc<1  vá°  °  retrato  da  obediência  entre  os  quatro  ele- 
opimamdtur.cap.^o.         mentos,  7   Não  intimida  a  hum  vaífallo  a  terra ,  que  o  fe- 

pulta;  aagoa,queoafoga;oar,queoinficiona;  nemofo- 
go,  que  o  abrazi ;  antes  quanto  mays  alta  for  a  cova ,  mays 
fundo  o  pego,  mayor  o  contagio,  &  mays  intenfo  o  fogo, 
tanto  íedeve  animar  a  vontade  do  fubdito  a  executar  as 
ordens  de  feu  Príncipe.  Deyxarão  os  idolatras  Candiotes 
0  -.  .  .     ,.„  de  adorar  ao  fogo,  vendo-o  amortecido  nos  lenhos  ver- 

aes,&  ateado  nos  iccos:   o   delmereceo  oculto,  pornao 
vencer  o  difficil,  fenão  o  fácil. 

$9$  Equivocão-fealgúas  aves  com  a  Águia,  no  fey- 
tio ,  &  grandefa  5  que  examinadas  aos  rayos  do  Sol ,  mof- 

traó 


EM9REZA    XXIX.  3S5 

trão  a  difTetença.  No  exercito  de  Scipião  andavão  dous 
ibldadosaventureyros,  ambos  igualmente  prefados  de  va- 
lentes, &  amigos  do  Príncipe  Africano,  oífereceo-fe  húa 
occaílão,  aonde  era  necefiario  avançar  por  entre  o  fogo  a 
hmneíquadrão  inimigo,  que  com  cl!e  íe  intrincheyrav»  : 
offerecerão-femuy  tos  para  a  facção  ,  &  de  todos  eícolhéo 
o  Africano  aos  dous  Angulares  j  hum  delles  pedio  licença, 
para  buícar  armas,  que  reíj^iítemao  incêndio;  o  outro,  da 
mefma  forte  que  efta  va,  rompéo  pelo  denfo  das  chamas, & 
como  perdeflé  a  vida  deftemido,mãdouo  Scipião  enterrar 
com  triunfo:  Sc  ao  outro, pollear  por  defobediente;  &  rif- 
car  de  feu  ferviço,  por  fraco,  o  Tibio  he  o  vafiallo,  que 
fe  prepara  para  obedecer;  &  hemays  para  contemplativo,  9  Gregeritu  ubifvpa. 
do  que  para  foldado. 

596  Na  mayor brevidade  de  tempo, em  que  obraó 
as  medicinas,  moftraõ  a  cfficacia  de  fua  virtude  ;  da  calida- 
de  dos  ingredientes  lhe  refulta  toda  a  actividade.  Da  no- 

.      P  ,  .   ,.        ,      r  .  »0   Cbeaientia  tftirnTir  nobi- 

breza  do  logeyto  procede  a  promptidaode  leuanimo.  10  hiavr^JeoKondincbih,,^ 

Quem  repara  na  deíigualdade  do  contrario ,  tem  mays  de  ^4r«*£>«*v**- 

tímido,  que  de  valerofo.  Todos  os  elementos  concorrem  th.repuUit*. 

para  a  geração  humana  ;  8c  muytos  tiverão  para  fi ,  que  na 

formação  dos  nobres  com  dobrada  efficacia,do  que  na  dos 

humildes.  O  nadar  em  pouca  agoa  he  para  o  peyxe,que  fe 

cria  com  a  babugem  da  maré;  o  nadar  nas  tormentas  hc 

propriedade  da  Balea  ,  eftimada  por  filha  de  Neptuno. 

Corre  por  obrigação  do  illuftre  exceder  ao  maca  nicho  no 

deftimido.  A  effuzáo  de  fangue,  que  defanima  as  feras ,  in- 

furefíe o  Elefante,  &  embravefle  o  Leão,  porque  hum,  8c 

outro  animal ,  faõ  mays  favorecidos  dos  influxos  do  Sol. 

He  regia  acomplexão,  dos  que  fe  animão  com  a  mefnu 

caufa,  que  defmaya  a  outros. 

1507  Os  Romanos  punhão  a  baliza,  aquehaviáode 
chegar  os  nobres ,  muyto  adiante  daquella ,  que  haviáo  de 
,vencer  os  populares.  Todos  os  animaes  tem  íeusdtftric- 
tos,  a  que  chegão,&  donde  não  paíTaõ,hús,  com  o  vo-o;  & 
outros,com  o  curfo;  na  vereda,  em  que  os  mays  canção,  le 
anima  o  Leão,  8c  íe  remonta  a  Águia:  o  ter  medida  no  voo 
não  he  para  húa  Águia  favorecida  de  Júpiter,  que  por  ex- 
altação domina  o  ar,  aífombra  a  terra ,  8c  não  teme  o  fogo, 
porque  até  fe  aveímharcomoSol  bateasazas.  Foy  necef» 

Ccc  &úo» 


386        O  <?%JNC1?E  WS  TJT.  TOMO  II. 
fario,queDcos  puzeífe  termo  iomar,  para  que  appare* 
ceíTeaterra:    n   náo  hadeterlimite  o  esforço  de  Lúva- 
ii  TetmiHumftfuipquttn  rão,  que  prezumidodemar,  delprezaoíer  rio,porqueel- 

ttOHTrinfireJieMur:  nequccõ-  i         i      /'    l         I  J"l     .  „  ) 

vntMiuropeTiretwritn.        prayado de  iobeibo ,  quanto  dilata  as agoas,  tanto  tlemi- 

rjalm. .  o, .  ver/.  9.  nue  a?  forças . 

5  98      Fingiráoos  Poetas,que  Júpiter efcolhcra  da  re- 
publica dos  animaes ,  para  aífutir  a  hú  banquete , com  que 
recreou  as  Mulas,  da  nobrelà,o  Leáo,&  o  Tourojdo  vul- 
go, o  Efcorpião,  o  Cão,  &  o  Carncy  ro ;  8c  do  mar  pey  xes 
11  Btnqueteiejupittr  p°-  de  varias  celtas.   12   A  todos  eftes  animaes  deyxou  Jupi- 
n«co&  Morai > pcrjoaòJe sâ-_  Ceo,&  os  elegéo  por  apofentadores  do  Sol, em 

«  §.  2.  premio  de  obedecerem  a  fuás  ordés ,  excedendo  cada  hum 

delles  ao  limite  de  fua  eíphera.  Occupa  injuítamenteos 
officiosde  Palácio,  quem  não  tem  fey  to  igual  demonftra- 
çáo  de  obediência. 

599  Engana-fe  anobrefacomafortuna,  prefumin- 
do,  que  fe  adianta  com  mandar, &  não  com  fervir.  He  me< 

<j^««™^^  13   NJng»em  erra 

menos,  do  que  quem  obedece  ;  porque  alem  de  hum  Prin* 
cipe  lhe  regular  os  acertos,  lhe  deículpa  as  faltas.  Todos 
conhecem ,  que  o  máo ,  ou  bom  labor  da  agoa  náo  proce* 
de  do  vidro,por  onde  fe  bebe,fenão  do  minaral  donde  naí* 
ce.  Difculpar-fe  o  Capitão  Perozo,com  as otdés  que  tra* 
2Ía  de  ícu  General,  fez  com  que  fe  lhe  naó  imputaíTe  a  cul- 
pa dama  difpofiçaõ  de  feu  exercito. 

600  Oquemuytasvefes  obriga  ofubditoafaltar  á 
obediência, he  a  feveridade  dos fuperiores.  Aquelle  ,que 
funda  o  refpey  to  na  afpereza ,  defeonhece  o  natural  da  ef* 
iiniação,que  femelhante  acorda  do  inftrumento,  mays 
defa  fina  puxada,  que  frouxa.  O  mél,  quede  fua  naturefa 
he  fua ve,&  doce,  dema(iadamenteíervído,efcandelizas 
&  amarga.  A  condição  dos  homés  (nas matérias  da  íogey» 
Ção)  não  fe  ajufta  com  a  arte,  que  reconcilia  a  contrarieda* 
cie  da  agoa ,  com  o  fogo  ;  porque  não  fe  obriga  a  vontade, 
de  quem  a  não  recebe  com  amor. 

60  r  IndifcretamcnteCpoTque  o  diíTe  fem  exceyção) 
chamou  certo  Politico,  á  vontade  dos  Principespreripi. 
ciodefubditos  \  fem  fazer  diftinçio,  entre  os  que  arrifeá© 
os  vaftailosa  perderem  a  vida,  8c  osqueosexpuferáoape» 
ligo  de  perderem  as  almas.  Náo  havemos  de  luppgi  ,quc 

hum 


EMPKÊZJ    XXIX.  387 

humPrincipe  Catholicodécaula  a  íeus  vaíTallos,paraatro- 
pelaremaley  divina ;  porque  neiiccazo,  adeíobed»encia 
he  virtude.    14   Mas  diicorrendo  pelas  árduas  emprezas,    «4  imperatoriíf,,ncr>c,eef. 
'nncipes  empenharão  kusiubditos  jco-y^,,*,,  tlcriJent/^Jjj. 
moDavidosioldados, aquém  leu  dcfejo obrigou,  anaõ  ••*«»;«■»««»>*/»•»**»«»- 

*  ..  „  ?  ,      '«'iC  cotontrcntur :  noa  lãinê 

repararem  no  perigo, comque  lhe  apreíentaraó  a  agoa  da/><-w«.«r>7  quediUijubtm, 
cilterna  de  Bethlem ,  1 5  dando-lhe  occaílaó  a  deu  ama-  ^J^íÇlSSÍtf  ^í*. 
rem  mavs  Tangue,  do  que  toda  a  agoa ,  que  lhe  podia  iatii-  &"'1-  r 
jazeraiede:  Hecerco,  que  adimculdade  dos  empennos  Jccju.nsEabJw.-.-.irocr- 
foy  providencia  do  Altiffimo,  para  diffinir  a  íbgeyçaó  dos  $££,£££;  ^ 
YâlLlIos,    ió  &  nella  dar  a  conhecer  aos  Príncipes ,  a  pri-   ••  ^'«/'/«n.wr/iiS.ef  19. 

f,        ,.  .       ,  /-.  1     ..  16   ObtdicMia  cuca  dijf.ciii- 

ã  obediência  dos  lubditos;    17  amuyta,  ou  pouca  n*irsuer.co*tempt«scirc»mi- 

fegurança  de  feu  Império,    1 8  &  a  eftimaçaó ,  que  fazem  %%}^#ij;}£à!£M??' 
deíeudominio   iq  porque  em  nenhúa  outra  couía  o  ma-   n  omà»nu*c*nquefr*c& 
nireltao  os  iubditos  mays,do  que  na  promptidao,com  que  tMerttefitawrftrvituth 
lhe  obedecem.  Tudo  íe  authorifa,&  corrobora  no  pie-    '•Ki'V-'i'"r/n. 

■  10    Obcdi.r.lm  c  muni f aliei - 

fente  milagre.  numbi*. 

602      TinhaS.  Placidodezparaonzeannosdeidade,    ^tZ^írX^r- 
quando  fahio  do  mofteyro  adondeaffiftia,  na  companhia  /"'*■"•'  imfer*r.iúoj?itium,/í 
do  Príncipe  dos  ratriarcnas,abulcaragoa  a  hu  pego,  que  «oniAfcauÍoàthiu,fidconctU* 
cercava  o  dito  mofteyro:  eílendéo  o  braço,  para  encher  a  "^jfsS^"^' 
quarta  de  agoa,  &  o  movimento  das  meímas  agoas  do  lago 
o  levarão  pegado  na  quarta  ,atéo  maysaltodopégo.  Re- 
vellou  Deosa  S.  Bento  o  perigo ,  em  que  efíava  S.  Pláci- 
do. Com  prèíTa  chamou  o  Santo  Patriarcha  a  S.  Amaro,& 
lhe  d  iíTe:  IrmaÕ  Mauro,  ide  com  toda  a  ligeyre^a  acudir  áquefle  me- 
Pfftto,  jiiefahindo  a  bulcar  avoa,  cabio  no  lavo ,  &  esia  com  per  iço  defe  10  Fr.itre  Maure,eurre  .quis 

r  rvL    j       '       c     a  o  j-j         L  -  puenUc^qui  sd  auritnàama- 

afogar.  20  Obedeceo  S.  Amaro, &  pedindo  abençao  a rauamfe„e1Ler*u ««**«<» «- 
São  Bento  corréo  com  toda  a  velocidade,  para  fatisfazer  a  «^»  j/««í*««w  *"*»«'*•- 
obediência  j&  fem  reparar  por  onde  punha  os  pés,  entrou    D.Gr<gUb.x.Duhgci>p.n. 

1  «•  01  J       '  J      o     nl       •         Zi      Super  aquam  cucunil, 

pelo no,a  pe  enxuto^  &  chegando  a  parte,  onde  S.  Placi-  nmp, £,,,$§„ *«««#- 
do  eftava  lutando  com  as  ondas ,  lhe  pegou  pelos  cabellos,  f»  r  #/«»«#*■  u$. 
&  o  trouxe  a  terra.  21 

Hoílando  e {puniu  prolongado  rato, 
Yajuloporla  roxa  cabelkra, 
Le  truxo  de  la  rauda  a  la  r ibera. 
!Bra)>ofupra  Canto  6. 

Não  conhecéo  Santo  Amai  o  a  maravilha  àoCuccefíb* 

Ccc  2  fe- 


388       O  PIÇNCfrE  WS  VAT.  TOIÍO  11. 
*i  j^í  «ff»  «*«««»««'*,  lenjódefpois  de  atropelar  o  perigo, &  ter  porto  aS.  Pia- 

aâfcrcvsrjtis  pcfiurgumrefte-     •   ,      r,        f     ,,  C  *         °  r 

*//,  »  qwajiiperaquaf  cucur-  Ç1.UO  iOra  (k  JlC     2  2 

;;/.[  r  agnovit,i5  quodpictjumc- 
ré»cnpoii<i:":t,  utfterct,  niir»- 

tus  Mrcmiutj&ur..  ibi,  J  despues dei milagroe/panto  còbra^ 

De  lo  que  no  espanto  ai  ponerpor  obra. 
ibidem. 

602     Das  entranhas  do  monte  Ethnafahioliumain- 

nundaçáo  de  fogo,com  que  abrazou  grande  parte  do  K ey- 

no  deSicilia:  Osdous  Sicilianos  Amphinomo,&  Ama* 

pias  trouxeráofeus  paysás  cofias  pelo  meyo  das  chamas, 

fem  que  os  oííendeíTe  o  incêndio :  &  diíferaõ  muy  tos ,  que 

ai  ow«;fW^^,//fl/0^0g0^eíranquearaocaminho,rerpeytandoeikpicda- 

mmvmitfiHmetkktkerefifr  de.   22  Duas  coulas  obrigarãoa  Santo  Amaro  a  naõcon- 

alter*»,  ,uuc  anvsrui.atqHt  liderar  o  perigo ,  a  prmjeyra  ,  «principal  loy  obedecera 

*Arty.ub.demunãil&%éitA  quem  era  primo  por  langme,  &c  irmaõ  porinftituto.  Con- 
cQbifr  íolidou-ic  aagoa,  igual  prodígio  ao  de  le  compadecer  o 

fogo ,  porque  perdem  oselementos  fua  naturefa ,  quando 
os  naõreípeyta  o  amor,  &  a  obediência.  Virtude,  a  que 
naõ  deve  faltar  o  lubdito  por  difficeis,que  fejaõos  precey- 
tosjporqueasdosPreladosfervemde  prova  áconfeiencia, 
que  femelhanreá  fruta,  refiíle  verde  a  maõ,  que  a  aperta, 
&  obedece,  quando  fazonada.  Sendo  muy  tos  como  a  fra- 
gilidade do  vidro  quebradiços  a  qualquer  golpe  j  com  oq 
ficaõinnuteisj  &para  lhe  darem  nova  forma  he  neceíTa- 
rio,  como  ao  vidro  ,tornalos  ao  fogo.  Outros  taõ  remillòi 
naobfervancia,quefemelhantes  aos  lobos  naô  dobraõo 
colo,  íenaõ  quando  ouvem  trovoés,com  medo  do  rayo:& 
fendo  lenhos,  que  naõ  tomaõ  forma  fenaõ  á  força  degol- 
pes,;a  mays  ficaõ  polidos-^  toda  a  vidaperfeveraõ  toícos, 
&  troncos,  porque  arraygados  na  terra  nunca  o  artiticc, 
que  he  o  Prelado,os  acha  hábeis  para  os  desbancar:  nas  con- 
veniências dofeculo,a  que  vivem  adi&os,  pervertem  as 
operações  dadifciplina. 

604  Ouvio,&  obedecéo  Santo  Amaro  :  &  fem  re- 
parar no  perigo,  a  que  fe  expunha, deu  complemento  ás 
ordésdo  Príncipe,  que  o  mandava.  Foy  a  obediência  ocõ- 
celho,que  lhe  facilitou  toda  a  difficuldade,poi  que  na  obe- 
diência levava contigo juriidiçaõ  fobre  os  elementos. Para 

inf- 


EM?  REZ  A    XXIX.  5S9 

ínítruir  o  foomem  na  obediência , parece, qtie  Deos  pri- 
tiityro  fe  quiz  exercitar  emobedeccrs  como  m-andando-íe 
aíiuH'ímo,iiaíorniaçaódoprimeyrohoHiem,    24.  Schíi   ^tf*fia»wfÀi)>i*£,<èinis~ 

eoscom  íemelhanças  de  obediente,  quando  queria  ex.-  Ge„<f.cV,,.*:,j.i6. 
ercer  o  domínio,  &  iaiperio  de  Senhor  uni  verfai,torman- 
do  o  homem  de  húa  matéria  taõ  vii,como  he©  barTo?Com 
que  íuilterior  Queria  Deos  iazero  homem  áfuafemelhan- 
ça,  com  poder  fobre  os  animaes  da  terra,  os  ptyxes  do 
mar,  &  as  aves  do  Ceo,   2<   &  paraque  Adaó  tivefie  do-  r7<,  EtP'"ftP'fc'l>us  «<"•«» 

.     i  r        i^~        '   r        r  n  Vvolatihiu*  C*li&beflift  um. 

minioíobre  os  elementos,  olez  Deos  a  lua  íemeihança  *trf*nrr*.ifo.n.idcm. 

com  reprefentações  de  obediente;avincuJando-ihe  á  cbe- 

diencia  todas  as  jurifdições  de  dominantç.   Em  quanto 

Adaó  obedecéo,  tudo  lhe  obedecia ; de fpois,  que  foy  tráf-  ^JS^SSJÍ^ 

grcllor  do  decréto,perdéoo  refpey  to  de  íenhor:  faltando-  b^voUDcminwetgatUosaf. 

jhe  por  deíobedientea  Deos ,  o  que  por  obediente  adque-  v.(*bo/bji.bom.u.  i„  Gentf. 

rio  Santo  Amaro.   26 

605       Ficou  Adaó  fem  o  domínio  -,  logrou  S.  Amaro 

a  íupenoridade,porque  a  confervou  obediente.  Todos  os 

elementos  fe  conlpiraraõ  contra  Adaó,  porque  na  falta  da 

obediência naóconhcceraónellcamayoridade.HúLeaó,  ,7  ç^eumaHffa |lM 

deu  a  morte  ao  Profeta, que  Deos  mandou  falar  com  Jero-  ^«**>i^e«i*?«. 

boaõj    27   &  muytos  Leões  trataraõcom  afagosao  Pro-    fg  '\>aam;m  mif.t  Ía.-^ 

teta  Daniel,  28  &  awufa*|F<i#lfflai^aiifó« 

*  J    'r  i  *™  t  num  $5  ncn  nocufur.t  nniji. 

charaónaquelle  Profeta  avirtude,queasdomou  para  com    Dameiu6.verf.zz. 
Daniel. O  ProfetadefobedecéoaDeoscomendooprohi- 
bidoj  &  a  Daniel  por  obedecer  a  Deos  otinhaó  prezo  no 

Íl         I       -  i?j1  r  -  ,,  *     Si  Protbetamviãiff.tut 

ago  dos  Leões,  Lltes,  o  relpeytarao,  porque  nelle  reco»  D«niehm,tum  bo«or*ifit :feâ 

nheceraõ  as  forças  do  império,  que  os  amanca;&  tragarão  i™f«*™>>'™»>f*rf>; 
a  outro  Profeta, por  quebrantar  o  precey  to,  a  que  devia  o- 
bedecer.  *   Em  companhia  dos  animaes,  que  recolhèo  na 
arcavivéoNoe  todo  otempo,que  durou  o  diluvio,  ef-   29  Etexeunauarimamibut 
quecidos  de  lua  íerocidade,  porque  Noé  por  mandado  de  arCltJ_  ow/6.^/.9. 
Deosos  levou  em  fua  companhia,  29   &  íe  as  feras  reco- 
nhece m  eira  virtude,  o  refpey  tarem  as  agoas  a  Santo  Ama- 
ro foy  tributo,  que  pagarão  a  lua  obediência. 

606  Naõ  vio  Santo  Amaro  o  perigo  ;  a  olhos  fecha- 
dos executou  asordés  defeu  Patriarcha.  Delta  forte cof- 
tuma  obedecer,  quem  nafcèopara  triunfar.  Proítrado  por 
rerra,&  privado  da  vilta,dcyxoua  S.  Paulo, quandoSau- 
lo,  a  luz  do  Ceo,  quelhe.illuíirou  o  entendimento,  para 

Ccc  3  co' 


59o        O  f  ^INCITE  DOS  TâT.  TOMO  11. 
conhecera  JESUChriíto por  verdadeyroDeos;  vendo- 
3o  Domine quiã me vjtftce-  {c  Saulocépo,preguntou  a  Deos,  o  que  lhe  ordenava.  20 

rei  */la>irum  ç.vaf.6.  o    T     o  J      /  0 

)t  Ltcurwterrogat^dcoii'  A  efta  pregunta  deSaulo,  clininaraó  os  Padres  annuncio 
duhn*v,t#fertrv,8*rtlt,in.  da«  victoi  ias,  que  ha  via  de  alcançar  dosjudeos,delpois  de 


redextitjuJitb.tem.yfoi.  convertido  em  Paulo.    3i    li  com  razão  inferirão  deite 

67.$.  ji.f*/.  i).  -cr  e     -   n       i        c 

termodo  Santoostriunios  luturos:  porque  bao  Paulo  el- 
tando  cego ,  Si  preguntando  a  Deos , o  que  delle  quei ia, 
foy  quertr-lhe  obedecer  a  olhos  fechados,  atropcílando 
por  todos  os  embaraços, que  opodiaõ  encontrar,  como 
frágil;  Schúacreatura,  quefe  facrificava  a  obedecer  defta 
lorte,  prometia  confeguir  os  mayores  troféos.  Mas  coníi- 
derandoo  tempo,  em  que  hum, ck  outro  obediente  faciifi- 
coua  voncade,  vejo  que  S.  Paulo  obedecéoaolhosíecha- 
dos,quandonaõ  tinha  luz  nos  olhos:  &  Santo  Amarocom 
a  viíta  clara  obedecèo  a  Saõ  Bento,  como  Te  anaõ  tivera. 
Mas  tudo  procedéojde  que  o  amor  obrigou  a  Santo  Ama- 
ro; &  a  S.  Paulo,  o  caftigo :  &  a  quem  obedece  por  caftigo 
he  neceífirio  pri  valo  da  vifta,  para  que  íeja  prefeyto  obe- 
diente; que  para  o  amante  bafta  omefino  amor  para  lhe 
cobrir  os  olhos.  Nunca  Sançaõ  os  abrio ,  para  conhecer  os 
»i  Quem  rum  apprMàiffm  enganos  deDalila ,  aquém  amava;  &  foy  neceflario  ,que 

Philtllbiim,  (latim  erueruiitoc-   r  •  uLM-n.  1L         »"       /T         T' 

tuhiejut,  jus.crt.verf,^  ,eus  contrários  os  Philiiteoslhos  tiraílemíora,  para  que 

Sançaõ  fe  lhe  fogeytaíTe.  32 

607  Se  bem, que  efte  extremo  da  obediência  de  San. 
to  Amaro  fe  originou  da  muy  ta  graça ,  em  que  efia va  com 
Deos.  Os  que  eltaó  nefte  auge,  obedecem  a  olhos  fecha- 
dos, ainda  que  tenhaõluz,  ck  claridade  nos  olhos.  Def~ 

íorlm%?Jer'J'u"i<'''ÍUI'am"  P°'s)cJuePeccaraõnoíros  primeyros  pays ,  diz  o  Sagrado 

Texto,  quefe  lhe  abrirão  os  olhos.  53  E  por  ventura  atè 
aquelle  tempo  tiveraó-nos  cerrados  ?  Naó  por  certo ;  mas 
cm  quanto  confervaraó  a  graça  com  Deos  tendo  os  olhos 
abertos,  uzaraõ  delles  como  fe  os  tiveíTem  fechados,  na 
promptidaõ  com  que  obedecerão  ao  precey  to  di  vino:mas 
defpois,quecomereraõaculpa,os  confideraraõ  abertos, 
porque  foraõ  defobedientes  a  Deos.  Aproveytaífe  dos 
olhos,  para  conhecer  diíficuld3des,quem  deíeftimou  a  for- 
tuna com  que  as  vencia,  como  foy  Adaõ:  naó  íe  ajuda  da 
vifta,  para  conhecer  os obítaculos, quem,  com  S.  Amaro, 
fe  conlervou  na  graça  de  feu  Príncipe. 

Ó08     Poderá  Santo  Amaro  reparar  no  impoífivcl ,  a 

que 


E  M  V  %E  Z  A    XXIX.  59t 

queoobrigava  S.  Bentodifficultandoaemprezanaconfí- 
deraçaõ ,  de  que  o  Santo  Patriarcha ,  como  homem ,  o  naò 
podia  livrar  de  ftmelhante  perigo  :  mas  naõ  examinou  os 
a  rributos  da  pelfóa  que  o  mandava ,  fe  naõ  a  voz  do  Prela- 
do a  quem  obedecia,  8c  nella  a  voz  de  Deos,  a  quem  o  San- 
to repreíenta va ;  para  eníinar  aos  lubditos,como  haõ de  o- 
bedecer  á  vozdo  Prelado  ,  naõ  pelo  que  he,  fenaó  pelo 
que  reprefenca :  naõ  fe  governando ,  pelo  que  vem ,  íènaò 
peloqueouvem.OsgrandesdeJerufalempreguntaraóao 
Baptiíta  fe  era  Profeta?   34.  Refpondeo-lhe  o  Santo,que 
naõ  era  outra  coufa  mays  do  que  hua  voz,  que  pregava  nos    *4  £«*  «»« •■•:-•."  Pnpbw 
dezertos.  3  5   Nefta  diffiniçaó ,  em  que  o  Precurfor  deu  a  "^EgoZx  'èunLú,  )K  ie- 
conhecer  fuás excellencias,infinou  aos  de  Jerufalem,oco-</hf'-  lbivtr£-x\- 
mo  haviaó  de  receber  fua  doutrina.  Oscortezáos  daquel- 
la  Corte,  queriaó  faber  o  efhdo , &  a  dignidade  da  peífóa, 
para  avaliarem  por  ella  o  valor  de  fua  pregação :  &  amo- 
cftou-os  o  Baptiita,  que  o  não  havião  de  ouvir  pelo  fogey- 
to,  íenáo  pela  voz;  naõ  pelo  que  os  olhos  lhemoftraflèm, 
íenão  pelo  que  a  voz  lhes  perluadiíTe:  a  voz  era  celeftial,& 
a  peíTóa  terrena;  &  na  obediência  refpey  taífe  a  voz,  &  náo 
fe  atende  a  calidade. 

600  Toda  a  difgraça  dos  fubditos  coníifte  em  não 
darem  aflènço,  ao  que  ouvem;  fenào,ao  que  vem;  abrindo 
os  olhos,  &  tapando  os  ouvidos ,  fem  conííderarem ,  que  a 
eflencia  dovaíTallohe  ter  ouvidos,  &  naõ  ter  olhos.  Cor- 
tou S.  Pedro  húa  orelha  a  Malcho;    36    &  privOU  S.  PaU-    }<5  Simcnergo?ttru,hilcnt 

Io  da  vifta  a  Elymas  Mago.   37   Authorifaó  Padres ,  que  íJ$"J;,!J5í '  ™ZlnlI% 
S.  Pedro  em  lhe  cortar  aorelha  odeyxou  incapaz  de  me-  ^tíjfmà&N»y**i«$'m 

11  »  o      o  !•      1  rr»  rr  r    ram.Jozn    i8.ee/  >o. 

lhorarde  vida;   38   &naóh  algum,queafnrinaíieomel-    ,7  Et confim ctc,d>t  i»e* 

dor»       1  r\l  t- 1  C      caliçctâ  ti*ct>r*^&  arcMtunf 

acegueyra,comqueS.  Paulo  caítigoua  Elymas;  h-  ^1,:^,,, „,„„„, <;„». 

candoefte  apto  para  oacrefeentamento,  &  Malcho  inu-    »*&»«■**.■*«#•*»; 

..  rA     r  >.  )8    y,éc  Paredes  ,n  ]u J«b 

til, porque  elte, cortada  aorelha,  ncava  impoliibilitado  tem.z/a. ,61. §.90. 

para  ouvir,  &  hábil  para  ver;  &  pelo  contrario  o  Mago: 

porque  he  deftruiçaó  do  fubdito  ouvir  menos,&  ver  mays. 

Razaõ;porque  Samuel  diíTeaDeos^uefallaíTe  para  o  ou-    »9  tequereDomire^»»»- 

o  -  rjri_-/r  r-       o  '1  ànjer-jmtuut. 

vir,   39  &  nao  que  iedelcobriíie  para  o  ver.  rez  Samuel    i.í^.m/.j.W.j. 
neítaoccafiaó,como  em  muytas,aconfifíaõ  de  fervo  do 
Senhor ;  &  para  abonar  feu  conhecimento ,  diíTe  a  Deos3 
que  para  executar  fuás  ordés  tinha  ouvidos,  &  naõ  necef- 
íirava  de  olhos;  porque  a  obrigação  de  quem  obedece  hc 


9! 


92        O  PRÍNCIPE  WS  VAT.  TOMO  11. 
fechar  os  olhos ,  &  aplicar  os  ouvidos,  como  fez  S.  Amaro 
na  cxecuçáoquedeuásordésde  leu  Patriarcha. 

6  io     DiíieS.Bentoa  Santo  Amaro,  que correfíe  por- 
que S.  Placidocahira  no  rio:  &  fe  iora  Sanco  Amaio, co- 
mo faõ alguns  fubditos, poderá  interpretar  eíle  preceyro 
de  forte,  que  deyxando  de  accommeter  o  perigo,  tivcfíè 
para  fi,quea  viftadelle,  oeiculavadacbediencia:0  Santo 
Patriarchanaõ  mandou  a  Santo  Amaro,  que  correfíe  fo- 
bre  as  agoas,  íenaó  fomente,  que  correfíe ;  &  poderá  o  dif. 
cipulo  correr  da  célla  do  Santo,  até  as  margés  do  pego, & 
achando  adifficudade,  retroceder  ocaminho  ;  &  ter  para 
íí,  fizera  o  que  o  feu  Prelado  lhe  difíe,por  quanto  tinha  an- 
dado, até  onde  a  terra  lhe  facilitou  o  caminho.  Naõ  o  ima- 
ginou afly  Santo  Amaro,porque  era  perfey tiííimo  fubdi- 
to.Os  interpretes  dos  preceitos  naõ  íèrvem  nas  Religiões 
niays,que  de  as  perturbarem,&  de  lhes  impedirem  os  aucr- 
mentos.  Mandou  EIRey  Sajil  lançar  hum  bando ,  em  que 
4o  ^sj/urêvit  saui  poluiu  prohjbj;,  a  todos  feus  vaílallos ,  que  nenhú delles ,  naquel- 

dicenr:  inalcíicfuf  vir  y  quico-   \  ,  _  ,      .         È  •  o        •       i        r  •   i     - 

medem pammufque aà  vej}:-  ie  dia  comefle  pao,  40  ate  alcançar  victona  dos  r  i!ii/r.eos; 
T'  ^^'SÍt^rSueeraomefmojque  mandar-lhes,que  fenaó  desjejuaf- 
interpratiijtt,  y  qmâ  jo»a-  jfem naquelle  dia.  Interpretou  (como  querem muvtos^  ai 

ib.i*  jlulte  egií ,  multt  mtlith/e    -,       r,.nT  .  ~     r  ir  «      1  '  ^ 

aSu»t.  leu  hino  Jonathas  eiteprceey  to  de  leu  pay,&devxando 

Par:[ienfit  D.  francifcui  de    1_  -ALT J-   Á\  f 

R.pajup.Rtg.cf.i^bi.     decomerpio,goftouhumiavodemeI:  42   íe  meu  pay 

prohibe ,  que  fenaõ  coma  paõ ,  bem  póflb  eu  gofiar  do  fa- 
vo^ ficar  fem  efcrupulo,  de  quebrantar  o  preceyto.Mof- 
trouoCeo,  que  Jonathas  fora  o  tranfgreflbr  do  manda- 
mento, &  a  cauía  de  fenaõ  alcançar  a  vi&oria.  Amotinou- 

^  Exte»Ji: r-mmitatê  vir*  fe  0  povo,  experimentando  o  caírig[o  fem  femanifefíar  o 

g*,quam  habebat  tHmanu,&     .     ..*  \  *     A.  C  v  O     ^  I      » 

,nv»x:tinfavummciiú:&coH-  delinquente.  Moítrou-o  aiorte,  oc  jurou  baul  de  privar 

tl7íf""íf:   da  vida  a  Jonathas.  43  Igual  pena  merece  o  interprete, 

4)  Mt,t,ts fonem in  ler  me,  porque  naõ  caufa  menor  confuzaó  nas  communidades.o 

tí  Jcnatbjnr  filium  mcHtn ,  EJ,  .  ■    r  ■        i         I        v  • 

fpiu,eftjor.»th,t  ::■.::  morte  que  uza  de epiqueas  na  obíervancia  da  obediência. 
wm«m.  in.v,rf.i*.&u.        6 ,  (      Prezou_fe  mays  Santo  Amarode obedecer  com 

refígn3çaõ,que  de  interpietrar  com  fubtilefa.  A  mays  con« 
tagiófa  pèfte  naõ  caufa  igual  engraço  nas  partes  aonde  i'c  a- 
teya,  do  que  hum  liibdito,com  opiniaõ,íua  lingoa,  de  Jin- 
goa  de  Oráculo, no mofteyro  adonde  afíifte.  Remuneraó 
as  Religiões  com  particulares  prémios,  aos  que  nellas  con- 
tinuarão, por  muytos  annos,ascadeyras ,  &  púlpitos :  cu- 
jos indultos  faõ  caufa  para  alguns  íubordinarem  osPrela- 
'    .  dos 


EMV^EZ  A     XXIX.  595 

dos  a  feu  parecer :  não  tendo  muy  tos  nsays  que  o  nome  de 
Mdtres,&:  Pregadores  ;  alcançando  o  premio  com  mere- 
eimentosalheyos,  Sc  interccfioésde padrinhos :  &  deipois 
de  priviligiados,  aculU  alhea,  Sc  íèm  credico  das  Reli- 
giões, preibincm de  Oráculos, glofando  leys,  diffinindo 
jurildições,  Sc  dando  errados  lentidos  ás  obediências. Que 
de  íuditos  padecem  no  interno  ,  queeftariaõ  hoje  goíando 
a  gloria  ,fenaófcguiraõ  os  pareceres  defiesíalços  Orácu- 
los ,  &  íe  governairem  pela  voz  do  verdadeyro ,  que  era  o 
Prelado,  que  os  governava?  Subdicocomeites  apenfos  de 
Oráculo,  em  quanto  vive,  privada  quietação  os  Conven- 
tos onde  morj.  Mandou  Deos  a  Jolué,pozeíTe  a  ferro,  Sc 
fogo  a  Cidade  de  Jericó,  Sc  que  nenhum  filho  de  lirael  to- 
malíe  para  fícoufi  algúadodelpojo:  Acham  filho  de  Car- 
mi  achou  húa  regi  a  de  ouro,  que  tinha  fervido  de  lingoa  a 
húaeftatua,&  a  cfcondèona  terra:  44  ceifou  Deos  defa- 
voreceropovollraelitico;&:  atènaõ  queymaiéa  Acham, 
&  a  toda  fua  familia ,  Sc  bés  efu  veraõ  os  filhos  de  Ifrael  ti-   44  viâi  interftoií*  regulam 
midos,  perturbados,  Sc  inquietos.   45    Pois  todos  eítes  ";'"'"•'  8aWt*&'mtJ?*- 
males  cauzou  Acham,  porque  tinhaem  íeu  poder  a  lingoa    Exricujm  minaorfediis 
de  huaeíiatua?bim;que  Achamera  lubditode  Jolue;&  a   ^fUjZtrii,-n  ,:'■„.  t  foi. 
eftatua.dequem  tinha  a  lingoa,  havia  fido  Oráculo  da  pé-  *°6  ■ <  >9'-f'8.í9 

....     ,       r,   7  n    r,  °  1.  ,     ^  ,     ,  f         41    N««  ero  uht*  rohfcum, 

tilidadej  &  num  lubuito  com  lingoa  de  Oráculo  hetodaa  donte ontem» eum,quihujvt 
pertuibaçáo,&defordemdascommunidades.  fcdcrurmçft.in^f.iu^. 

612  Ofiereceme  particular  reparo,onãocaufar  a 
lingoa  do  ídolo  tanto  eftrago  na  boca  daeftatua , quanto 
caufoii  no  poder  deftefubdito.  Somente  quando  deyxou 
de  ler  lingoa  de  eítatua,quando  acabou  de  fer  Oráculo  en- 
tão caufoumayor  luina.  Muytos  deipois  que  acabão das 
prel.tzias ,  ebrão  da  mefma  fótte, porque  pieífuademos 
ílibditos,  adelprczarem  a  obfervancia,aprovando-lhe  a 
relaxação,  ou  poroffenderem  ,os  quegovernáo  j  ou  por 
dileul  parem  o  mal,  com  que  governarão  ;  com  intentos  de 
tornarem  aoecupar  o  lugar,  que  indignamente  ferviráo. 
Oh  efhtuas ,  que  foftes  algum  tempo  ídolos,  inrimide  vos 
o  fogo,  em  que  parou  a  linguadcfte  Orarulo!  olifubditos: 
Jembrayvosdocaftigo,  que  padccéocftefubdito,poique 
fc  governou  por  efia  lingoa. 

613  Chegou  Santo  Amaro  com  S.  Placidoáprefen- 
ca  de  S.Bento:&  atribuindoo Santo  Patriarchaomil^gfe 

Ddd  aobc- 


39$  O  ^INCITE  DOS  TJT.  TOMO  21. 
a  obediência  de  Santo  Amaro,  eiíe  dizia,  que  a  maravilha 
fe  originara  da  benção,  que  recebera  de  S.  Bento,  quando 
o  mandara:  &nefte  argumento  decedio  aqueítáo  o  incl- 
ino S.  Flácido  com  dizer:  Eu,  quando  efiaVa  no  mayor  perigo  de 
4g  Egocumexaquairaherer,  rne  afofar ,  Vi  /obre  aminba  cabeia  a  CuculLi  de  meu  Mestre.   4.6 

Taper  capai  meum  melotê  */tb*  - '  <->.       .        .     0  r»      i    j  t        J  ir  i_ 

bhUvidcba,»,atqueiPiHm  me  Em  glona  do  Santo  Grelado  redundou  a  obediência  do 
extquueducerecc»ftdcr»bam.  |"ubjjco    &  nella  authorizou  Santo  Amaro  a  grande  opi- 

U.Greg.ubiJupra.  ._  '.  •  "T  ,  & 

niao  da  virtude  de  leu  Meitre.  fcmeerta  occaliao  chegou- 

47  Magifierb(,tie,quidfaei.  fe  hum  mancebo  a  Chrifto,&  lhe  diífe:  Bom  Medre  dizey- 

em,utviiam  .-(temam  perapiã.  p  1  i  t»  L        J  ' 

Karcc.verf.n.  me,  o  que  farey  para  alcançar  a  gloria.  47   Keprehenaeo 

48  Quiimeàicis  hnum?     Chrifto,  porque  lhechamou  bom  Meftre.  48    E  não  foy 

Chrifto  noífo  Redemptor  o  melhor  Meftre,  que  nunca  ve- 
yo,  nem  ha  de  vir  ao  mundo  ?  He  certo  :poysqueaggravo 
lhe  fezomanceboem  lhe  chamar,bom  Meftre?  O  ieguin- 
te.  Aconíelhou-lhe  Chrifto  a  efte  fervo,  que  para  alcançar 
o  Ceo  era  neceífario,vender  quanto  tinha,  &  repartir  com 
os  pobrcs,o  procedido  da  venda.  Intrifticeo-fe  o  fuplican- 
tecom  arepofta  ,  &naóobedecéo  ao  concelho  de  Chrif» 
,,9  rujo, quacunquehahes  to.  49  Pois  homem ,  diria  Chrifto, que  naõ  obedecen- 
^^^^pa.pcnbus^gu,  jQ  eu  mando ,  me  chama  bom  Meftre,  oflendea 

contrilttitiu  ta  verbo ,  abyt  ma-  7  J  *  ' 

renf.ibiverf.lt,v  11.         bondade  deminha  doutrina,  porque  não  executando  os 

meus  concelhos,defauthon  fa  a  minha  bondade:  ie  me  eíti- 

mara  por  bom  Meftre,  ha  via  de  íer  bom  difcipulo ,  cbede* 

cendo  a  minhas  ordés;  mas  como  me  falta  na  obediência, 

naócre  na  minha  bondade.  Nãofeconhece  aintegridade 

dofubdito  naconfiiraô,que  faz  de  vaífallo,fenaõ  na 

promptidaõjcom  que  obedece:em  obedecer  a  olhos 

fechados  confine  a  verdadeyra  razaõ  de  fub- 

dito ,  &  todo  o  crédi  to ,  a  que  pode  fu- 

biraMageftadedefeu  Príncipe. 


SOLICITA 


595 
SOLICITA  HUM  CLÉRIGO,  MATAR  A 

S  BENTO 

COM    VENENO. 

E  U  (P  Ql  B  Z  A    XXX, 


6H  W6Qi  CHEYRO,&  afcrmofura  da 

Rofa  lie  caufa,  de  a  privarem  da 
vida  ;  não  íe  encaminhou  a  mão 
a  executar  o  golpe,  fenaó  para 
onde  a  fragrância  dirigio  os  ien- 
tidosj  livrando-íedameima  pe- 
na as  mays  flores ,  porque  a  não  igualarão  no  chey  ro.  Sue- 
cede  aos  cavallcyiosdafama,oraelino,que  á  Rainha  das 

Ddd   2  flo- 


b 


§9*       O  PRÍNCIPE  DOS  ÇJT.  TOM.  11. 
flores ;  a  fragrância  das  prendas,  he  a  guia  dos  golpes;  def- 
pertador  da  inveja, he  a extençáo  da  fama:  Abutres,aquem 
o  cheyro  afia  a  garra,  faõ  os  homés,  aquém  o  aplauíò  acen- 
de a  cólera.  Osquequerião  a  morre  a  David  divulga váo- 
■  ViUfiiium  ifii  Betbiebc-  l|ie  3  virtude,    i    O  numero  dos  rayos  he  canto,  quanto  o 
njjimumroboTe^virumbeU-  elírondo  dasnuves :  a  ioma  dos  invejoios,  quanto  a  copia 
€'{Ur'V*6  dasproezas.   2   O  rayo,  aos  que  não  pode  matar,  aílom- 

%  lami  iuimiei^uantctfue-brs;  afíy  a  m\e)2.  Ficaditonáofervir  afortuna  a  todos  de 

rim  vii  tules  ,•  una  mulioi  ter-  r  •  r  >        -      r        •        r  J     Ó 

qua,nuitiHnamin>pug»ant.  lama; aqui ie  vera,  naoíervir  a iama  deiortuna  amuyros. 
Hazanátudeodio.  Não  ha  vento,  que  levante  mays  aréas,  doqúea  voz  da 

fama,deemulaçõesitantosfecriãocontrarios^uantos  fo- 
rão  fabedores  da  proeza.   2  AíTy  fe  preparão  os  braços 

.3    Qutmmâçnus  mirantiumt  t  J  J   t       l       í  * 

íímwí»«/,«T./j«:r,«wf>2/!f.par?oaggtavo,)comoiefbra  exercito  inimigo  a  narração 

fulas.  Scaeca  de  vita beata. 

4     i/ludivimus famtm  ejur. 
diffoluiitfuHt  ma  nu/  noP.rse.      mOTte 

ti  jeremiai  6. 


de  virtudes  alheas.  4  He  oluzimentodaviçja,  chaveda 


61  í     /  Os  Egypcips  punhão  ao  peytodo  tfiiMifante 

húa BulIa,aquaLcòncinhaoremediòçontra oinvêjoib.    5 

s  Erai,vrriu»ipbitwgrfia-  A  liberdade,  com  que  voaa  fama  r  he  muy  to  difterente  da 

Tcrrt^r7'">7mpb's  fogeyçáo,  com  que  anda  a  fortuna;  os  da  fama  paíTeáo 

remeii><,qU4edverfUfwvidiâ\ivíGfy8c<Q&  áfqrtunados  andão  fobre-menatfem;  &  quern 

bcUere  credebantur.  .  ,  .-«-    •  *  ■  •'»         i      1  j         j  •'     •         r 

PieriutVnhvitnMi.de  Buiia,^  de  paílear  com  liberdade,  andando  criminoio  para 

com  a  inveja,  neceííario.lhe  era  aquella  carta  de  feguro: 
irias  não  teYeçffey  to  a  triaga ,  porque  ficou  prevalecendo 
o  veneno  j  acabando  os  triunfos  deElvioScápíao  em  des- 
terro; as"vi^cftjas;de Iviarcq Curió,  em  afroncasde  inn\d; 
Si  os  aplaufò^_de  CbudiolNéro,em  defprezos  do  vulgo; 
obrigando  a  ^Cipião  Africano  a  fugir  da  Pátria,  oexiíiir 
femprevencecT&r;  fendo  culpa  em  Lucullo,para  Pompeo 
o  tirar  de  Capitão, nuncá~fer  vencido  de  Mecndates.Os 
termos  de  amor  troca  a  inveja  em  motivos  de  ódio  :  as 
incríveis  façanhas ,  que  na  índia  obrou  Duarte  Pache- 
co, o  trouxeráo  prezo  a  Portugal ;  morrendo  entre  asmi- 
íerias  de  pobre,  quem  ao  nome  Português  eternizou  nas 
riquezas  da  fama.  *  ElReyDom  AffbnçoXI.  deCaftel- 
'onr.gne^eUjUria,  h^njandoumatar  ao  Meftre  de  Alcântara  Dom  Gonçalo 
iuguczafoi  f>%.anm  i$o5.     Martins  feu  vaffallcr,  &  fronteyro  morde  Anda-Luzia,in- 

vejando-lhe  o  aplaufo,  que  teve  davi&oria,  que  alcan- 

6  ■MoaarcbiaLufitM.Tfar'  Çou  dos  Mouros.   6   km  todos  moítrou  a  fama  fer  como 

tem.  9.  e»f.%.  as  folhas  da  Babona,que  fendo  cor  de  ouro,acabáo  na  pon-» 

ta  em  forma  de  alfange :  oucomo  as  agoas  do  rio  Hypanis, 

£  em 


BMfKEZA    XXX,  39? 

em  terra  dos  Seiras ,  que  no  principio  da  corrente  faõ  do- 
ces, &  no  fimamargofas:  os  dias  do  triunfo  ,faó  vefporas 
doíentimento:  Levantou  Tacòbapédrado  poço,  Sc  logo  i  ^mn'*]*?**™*"  ***«• 
lhe  cahirão  as  lagrymas  dos  olhos.   7 

616  Advertência  do  perigo  era  aquellabul!a,aque 
chama  vão  remédio:  não  ficou  izentodofogoda  inveja  o 
braço,  que  fe  purificou  nos  ardores  da  campanha  jmuy  tos 
queneite  moítrarão  valor,  acharão-íe  fem  animo  para  o 
outro:  Heracleto  Efezio,  Thimones  Arhenienfe,  &  Thi- 
moleonce  Corintho,  tendo  forças  para  merecerem,  o  que 
acieditouomundo,  não  tiverão  mãos  para  fuftentar  apa- 
ga, que  o  mundo  lhe  dava ,  recuzaráo  as  honras,  porque  he 
riitfcrente  arte  a  de  vencer  os  perigos  do  luíímento,  do  que 
as  bal  las  do  inimigo;  o  livrar  deftas,he  fortuna \  o  náoeica- 

pardaquelles,hedecreto.  8  Sãoas  agoasdo  aplaufoba.   g  Uviiianeceffatiaeap«t* 
nhos  de  Euclides,  onde  fe  encontra  a  cana,  que  lhe  deu  tucomet.  ibucji  tpudpiuu 

a  morte:  fendo  efta  a  liga,com  que  o  mundo  compõe  o  me-  ' '""'" w 

taldafamaj&eíkohmdosqueibbemaella. 

6 1 7      Toda  a  razão  porque  a  fama  he  aíTemelhada  ao 

parto  da  vibora ,  he  ferem  os  que  a  oceupão,  como  Remo; 

&  os  que  a  náo  lográo  como  Komulo ;  matou  eftea  feu  ir- 
mão Remo,  porque  paíTou  os  muros, que  fefazião  a  Ro- 
ma :  outros  dizem,  fera  caufa , contenderem  qual  havia  de 

ler ,  o  que  défle  nome  á  nova  Cidade ;  donde  o  paííar  os 

muros,  ou  o  dar  nome  foycaulada  morte  de  Remo,  he  o 

motivo  da  inveja  de  muytos  j  paíTâ  os  muros ,  quem  ganha 

fama  |  dá  nome  á  pátria,  quem  alcança  vi&orias:  para  to» 

•doshecommum  remédio  efta  gloria  particular:  mas  os  de 

Palcliina,  nãoquizcrãouzardospòços,ondetinhaÒ3goa 

em  abundância,  porque  não  foráo  elles mefmos,  os  que  os 

abrirão.    9    Os  triunfos,  de  que  fe  coroa  hum  Heròe,  0  \tniitnutci?A*pMum' 

r    -  r  PI  J    ^  1  a         J      I ncípuiccr,  quoifcácranifrrvt 

lao  mapas,  em  que  levem  dilatadas  as  demarcações  do  im»     ^mauUbnbamiBetem- 
f  crio  j  &  como  íe  cfte  augmento  fotíe  prizáo ,  quiz  antes  ^«.«Wírweei™»,  íi»//««« 
Adriano  entregar  aos  Paríhos,  Arménia,  Syria,&Mef-   Gefiefz6.vtrf.*$. 
fofíotamia,  pelas  haver  conquiítadoTrajano,  do  que  tel- 
los  por  vaflalloí.  He  pena  da  inveja  tenr  a  outrem ,  mor-  ^J™„om«i*f'c,t. 

Òendo-ieafi.     tO  Gbr3fofion,.fufGcncf.i»Au 

618  Tratava  Siconiocomdefprezoas  obras  de  Ca»- 
tulIo,&  difleráo,  fercftc  devedor  ao  outro;  tormento  con- 
tinuo era  para  Sinconio  a  memoria  do  foeta  3  gloria  dila- 

Ddd  3  tada 


II  OinviJia,  quafcmperfbi 
efi  ir,. mica  ,  na  c^n  wvidofatit 
ti  t  aurem  ,  tui  írvidet  ^gloriara 
purit.  JJcinJup.  Mattb. 

•  i    7  andiu  inibi  fortunatui 

■vidtor ,  qtundiu  iuviJioJuíJu- 

eio.  filtac  apud  Stob<t*in. 

■  j    tSlrcttf  inttrdum  iliruti 
Jlinl  eo  »icrl:io,cui  dicati  erant, 

fi  memoria  etui  invidiofa  ejjct. 
Bullcngerius  de  Iriumpb  l.\ 
t  4    Per  diem  ineurrent  tenc- 

brm.  Job.i.n.  14. 


H    Inviàittefítn  meliorer. 
Cteg.  hb.  18.  Mota/wm. 


398  O  ^INCITE  VOS  <?JT.  TOMO  II. 
tada  foy  a  inveja  de  Sinconio  para  Catullo:  realça  as  pren- 
das, a ceníura  da  inveja.  11  Os  amantes  das  Muías  poie- 
rão(com  razão)  cm  a  fome  do  Parnaío  a  eftatuado  inve- 
joio^era  efta  a  parte,onde  fe  lauieavão  íabios}&  para  abo- 
no da  gloria  era aquellaaiiiíkncia  :  hecommodieiadeo  lo- 
gro,quandoonáo  delperta  ainveja.  12  Arcos  triuníaes 
tinha  fdbiicado  Adriano  áfua  memoria  ,íè  folie  invejada 
fua  fama.  13  Acreícenta  Pirifmides,a  fortuna  com  emu. 
]os:daluz,concebe  a  inveja  o  achaque;  14  comquelen- 
dodepoíitodo  lufimento,  ácuftadamaltncolia  piopria, 
conft  (Ta  n3  doença ,  o  que  nega  com  a  lingoa.  Em  hum  in- 
vejolofe  verefica,comoomays  abatido  compete  como 
mays  eminente.  He  de  calidade  humilde  a  inveja  ,  iras  tem 
de  natural  nobre, onão  afpirar  fenão  ao  maysalto.    15 

Summa  petit  livor,  per  fim  altifflma  Venti , 

Humma  petunt  dextra  fulmina  mijfa  foVis. 

Ovid.lib.  1.  de  remédio  amor  ts. 


Doquevive  o  Principe, enferma  a  inveja.  He  Antipo* 

16  QuaftmmBt.ficpaiçt- ò!a  da  eilimaçáo  oinvejofo:  aluzdo  aplaufo  heparaelle 

hum  ncriâic.  Job,  ub.jup.        fombra§  dfl  nQy  ce       ,  g 

17  ?„  i«,iz„m  unumfin  6l9  °  ocio> &  a  defeonfiança  fazem  habitável  a  efte 
hbore habiredefiJerat.         Chãos ;  querer  fern  trabalho  alcançar  eilimaçáo ,   17  Sc 

RemunJi  Lulur  Proverb.  r    r  r  ij  O     f    -  • 

18  Mm,«íra/«t,e«,d/ <,/,>„<,  verleiem  eiperanças  de  deyxar  nome,  10  lao  os  motivos 
f::pi:,t:;;l7;r;;>:  da  inveÍa-  Qyeriãoalgús,  fofTe  a  fama  bemaventurança  de 
fcrat,fHum*pudpoHero,cck-  nefeios,  alTy  como  a  fortuna :  Não  teria  mays  eftimação  a 

ire  nomenfuturum.  r  r  \  •'  1*  -  C\ 

^ipuã.  euunam.  íama,  ie  na  Juz,  co  que  acredita  ,  nao  molírara  o  preço  por- 

que fecompra :  O  que  levou  a  pedra  Cereya  a  ornar  a  Co- 
10a  de  Alexandre  jfoy  verlhe  efte  Monarcha  rayos  de  luz 
acompanhados  de  veas  de  fangue.  O  braço,  com  que  nada 
opeyxeReyne  refplandece  em  a  boca,  de  quem  o  come: 
embarcação  he  aMonarchia,&  o  braço, cujas  forças  lhe 
dila  tão  a  navegação,  he,  o  que  na  boca  dos  hom  és  appare- 
celuminofo:  todos  afpiráo  a  oceupar  efta  parte,  com  a? 
quelle  lu(l;re;&  a  quem  falta  o  merecimento  próprio,  pre- 
tende com  roubos  fazer-fe  benemérito:  ufurpa  aplaui^s, 
comoZoylo  as  glorias  de  Homero ;  desfazendo  em  as  ac- 
ções alheas,  para  compor  as  próprias. 


r 
C 


Galba% 


EM?<kEZA    XXX.  3^ 


~-  -      Gãlba,  f$  Calvo 

Com  TotlioH ;  che*  ntiilfuperbiafalfe^ 
Ore  contra  quel  cf  Jr pino  armar  lít  kngtie 
Et  duo  cercando  fame  indcgney(s> falfe. 
Tetrarcb.  Triunf.del  l.i  Famacap.  a. 

Imitando  a  Ariftoceles,  que  julgou  os  livros  de  Ccu  Mef» 
tre  Platão  merecedores  de  acabarem  no  fogo ,  para  que  os 
feus  duraíTem  na  fama. 

620     Impedindo  muytos  3  entrada  aos  requerimen- 
tos do  benemérito, para  que  com  engano  tenhão  fortuna 
os  próprios;  ou  para  que  fem  amayor  luz  avultem  gigan- 
tes:  mey  o,  por  onde  alcançou  dellley  Toti  la,  o  ler  gover- 
nador de  hum  exercito,  Bonda ,  que  por  merecimentos  ti- 
nha onaó  provar  nuncade  animoío;efiorvando,queos 
ferviçosdeDardalo  fenão  aprefentaifem  aTotila,íenão 
dcfpois  de  fe  lhe  entregar  o  baftáo.;  inficionando  com  a  in- 
formação malévola  a  real  fonte,  onde  o  fequiofo  Heròe, 
<jue  nas  campanhas fe  exhaurio  de fangue ,  ou  fe  teftou  do 
Sol,  tem  de  hirrefazer-fe  de  forças,  com  fe  lhe  premiaf  os 
fer viços:  Succedendo-lheomeímo,c]á  Nimpha  Scylla,a- 
qucmCirccspela  inveja,  que  tinha  de  fer  amada  de  Glau- 
co, lhe  lançou  veneno  em  a  fonte, donde febanhava  Scyl- 
la  ;  com  que  fetranstormou  em  monfíro  a  Nimpha  inveja-   ,9  Verifimniutautemiârem. 
da.  Semelhante  á  fonte  do  campo  volaterrano,cuiasaPoas*"'/""'"">f''^""'£,^"''Xí^- 

„.._  .  „  r  rú  tcrranoaurocompertum  rfJe.iJê 

íertelizaoospeytosdas mays,paracrearem  os hlhos,   1 9  LcanderirMit ;ff«tm,fctii- 
foy  ElRey  Dom  Manoel  em  premiar,  &  foccorrer,  aífy  o  T^S^tZla^. 
delamparoda  orfandade, como  osmeritospeiToais;&  pò-  *'*«*<<  «&«•»•«»*«»  «<#>>/««. 
oe  tanto  a  inveja,  de  quem  nunca  acreditou  o  Keyno,  que  nieuUr.Vttbafmtu, 
aífy  infeliirão ,  &  cfterilizarão  efta  fonte  perenne,  contra 
os  eternos  luíunentosda  índia ,  que  a  muytos  remunerou 
com  defterros,&  pagou  os  fer  viços  de  algús  com  palavras. 
621      Como  a  Curuja,  que  íeveftio  de  galla, turrando 
ás  inays  aves  as  pennas,  faõ,  os  que  com  defraudo  da  gloria 
alhea ,  veitem  o  demérito  próprio:  anciolos  de  pennas, 
com  que  voem  na  íama,  executáo  o  caftigo,quc  teve  Mar» 
lias, em  os  queientem  venta^ésde  Appòlo;  efte,  pos  em 
deformidade  a  Máríias,  porque  quiz  contender  com  tile; 
&  o  caltigo  que  Appòlo  Uie  deu  íaindo  vencedor,  dáo  aos 

vicio- 


too  O  $%1NC1?E  T>OS  VAT.  TOMO  II. 
vi&oriofos  do  tempo,os  vencidos  da  inveja  jdonde, não  fe- 
riaõ  poucas  as  aves  nocturnas,  queappareceriáo  lumina- 
res, os  desherdados  da  memoria ,  herdey ros  da  fama ,  le  ao 
tempo  da  oftentaçáo ,  ou  do  deiengano,  lhe  não  lucccdera 
o  mefmo,que  á  ave,aquem  as  may  s  deyxarão  íèm  pena,  ti- 
rando cada  húa  a  que  lhe  per  cencia. 

JSle, ft  forte \futó  repetitum,  Venerit  d\m 
Grex  aVium^  pluma* ,  moVeat  Corritcula  ri/um, 

TurúVts  nudata  color  tbui.      

Horat.  lib.  i .  Epiji.  2 .  adjulium.  Flor. 

622  Não  faz  o  roubo  da  fama  alhea  perder  a  infâmia 
própria ;  efta  he  corpo,  &  ornato  o  outro ;  por  onde  o  paf- 
torde  Fula,  convertido  em  Zambugeyro,mudandoo  vef- 

jo  OviJiurtf.ti.  Metiam.  u^0  em  COrtiça  ,  não  perdéo  o  amargor  natural ;  20  o 
que  era  dantes,  ficou  defpois  de  disfarçado  :&  quem  fin* 
gio,queaellerilidade  defta  arvore  procede  da  conversão 
deite  paítor,  provou,  ficar  inficionadoo  credito,  que  o  in- 
digno corta  para  a  gala.  Não  foy  durável,  nem  caufou  ref- 
peytoa Túnica  de  Lolia  Paulina,  pofta  aoshombiosde 
Tercano :  Aduração  da  fama  fegura  o  vo-o,  fendo  pró- 
prias as  azas. 

623  As  azas  com  que  ícaro  quiz  dar  o  vo-o,  não  fo- 
rão  nativas,  erão  fupoítas  ;&  por  iíTo  cahio  das  nuvés:  cam- 
bem lhe  originou  a  queda  querer  voar  mays  alto,  que  fen 

»i  oviàius^BiodorusSi.  pay  Dédalo:    2  1    emquanto  feguiaaeíte,  lheduravãoas 
tuh-  azas,  porque  feguia  a  naturefa:  o  poder,  com  que  a  induf- 

tria  ostiroudaprizáo,emque  os  tinha  pofto  Mi  nos,  foy 
com  a  ficção  das  azas:  as  da  fama,  não  fendo  próprias,  po- 
derão libertar  por  horas,  mas  não  para  fempre  :  depennas 
alheas  fizeraó  as  azas,  com  que  faltou  efpirito  ao  movi- 
„    ,  mento  :&  dobrouopezodo  corpo,  o  querer  voar  fora  de 

ti  0v,âiu,lib.9.  Metiam.     r  r  n  r     r    I"  r>  V^       •      rn       j     ri 

iuaesrera.  Kemoçou-(e  Jolao  j    22   &  Cenis  nlhade  Ll- 
i)idcmibiáemin.xz.      leato  foy  convertida  em  homem :    23    defte,  não  obrou 

acção  Cenis,  recuperando  novas  forças  Joláo ;  tfie,  alcan- 
çou a  virtude  da  remoção,  porque  o  fer  perdurável,  ema- 
nou do  exceíTo  de  fuás  virtudes ;  Cenis  não  logrou  os  foros 
varonis,  porque  não  fó  contra  o  próprio  fexo  fez  a  mudan- 
ça, fcnáo  também  era  indecente  á  lua  vida  o  novo  efrado^ 

per- 


I 


<\ 


perdeo  Cenis  a  virgindade  a  forças  de  Neptuno ;  &pe« 
dio  Jhe  em  paga  a  trahsformaíTe  em  homem . 

624  Tudo  íàõ  transformações  em  hum  Heròe:em 
Viverias  figuras  relufcitou  na  memoria  Hercules;  20svale- 
iòfos  fe  moftrava  Marre;  8c  aos  fabios,  Minerva :  as  forças 
sda  eloquência ,  &  valor  foráo  efpiritos  da  vida  de  Hcrcu- 
ies  j  8c  a  quem  fonhava  com  lua  imitação  ,  apparecia  def- 
pois de  morto  com  as  exeellencias  dequando  vivo  :  confe- 
lheyros  das  acções  dos  vivos  laó  as  obras  dos  mortos :  &    m  Níw«m»k  voufiuâuh 

c  t~i      ri  i-i»tt  1  o     1beJcujyqnBin'HercuIit  imita- 

quem  legue  a  1  heleo  \  íe  pela  vida  de  Hercules  ;    24   &  „■  *„„„;,„ .  qílQj  utfaauu 
Hão  pela  de  Ariftogiton  Athenienfe,  que  traíendo  nabo-  °'°"J:  ><?»'>'>■'«/<<>**»*«* 

I  °  •ÍI.         —       *  r<itjnecia:ScirtiHcii!,JÍProcu- 

ca  o  nome  de  Marte,  nunca  oimitou  nas  obras.   25  "  fiem&stininbuoncm&ao- 

25  A  Cupido  tomarão  os  Trogloditas  por  leu  pre-  *,,orrí,„ ,  «5^^  ^ 
íídente,  em  os  concelhos  de  guerra:  tudo  foráo  defordens,  f""-/-/';,>7/^í!"ijn""1.  -!'/'"- 
quanto  ajiutatao:  nao era elie  tribunal  a  parte, onde  Cu  Raj>$x*iàeiifki»aiiu*âiu 
pido  te  ve  as  forçasiPor  ifib  nelle  não  teve  virtude: Conhe-  ^'% g^JS* 
cida  foy  a  docadaver  de  Dom  João  AfTonfo  de  Albuquer-  enfiiquiJam  Sycopbama,  qui 

J    1D         1^1  IA'  J  r      J  L  Martem  bahiat '  in língua ,# 

que.,nero  delKey  Dom  L)iniz,que  depoucado  cm  hum  »u»quam  «á u.pubu,,  ,■  Jehi- 
ataudeaffirtia  nos  concelhos;o  que  fe  deffidio  em  fua  com- '*■  '"P^p^^^^pp^ 
panhia,tudo  teve  fortuna:    26   Em  vida  reprimio  com  metuujyut: 
feus  concelhos  a  crueldade  delPxey  Dom  Pedro  de  C  aftel- ',„,".,};""" ''*' 
la:&avirtude  davidahecomo  asfolhas  daSamena.que   z6  ^M'cr!t,le?r'"c'fe' 
tendo  actividade  em  defender  dos  rayos,  quando  em  a  ar- 
vore merecerão,  que  os  Egypciosfearmafíemdellasjcon- 
tra  os  ardores  do  Sol ,  defpois  de  fecas. 

626  O  Capitão  Siícha,  certificava  afeusfoldados3 
que  fazendo  de  fua  pélle  hum  tambor ,  defpois  delle  mor- 
to, feriaóinvenciveis,quando  aotòquedelle  invocaflem 
teu  nome:  amotinou-fe  o  exercito  com  o  di  to  -,8c  defpois 
de  fua  morte  multiplicarão  governadores ,  não  querendo,  l7  PcpuUrigiturrijfc.nJu-.ui 
foflehumfóoquc  os  amparaíTe.  27  Nafuftitniçaõ  que^£3^^~: 
•deraó  ao  lugar  de  Sifcha  ,confeíTaraó  a  excellencia  ;  por-  renupottithutfiaà  m,u>  ih». 

X\       r  íT     '  1  pani  pui jut»  pai  iter  reme»  fjiti 

que  lhe  foy  necellano  muytos,para  oceupar  o  lugar  quCyBt,eíar»*;W«-«  *»»?««« 
cllc  tinha  ío :  mas  negaraó-lhc  a  virtude  Ida  fama  que  teve  w-«*w :  *>'*««<■  '* 

&  !  «  popuh  abominai entur ,  exerci- 

em  vida,  com  o  quererem  extinguir  da  memoria.  Delpois  tutparJ*cerfiH,*m*ptrptni- 

,  r  li  tt        '      D  ot,uiip(um.Jediidltrnpi>itJi- 

<3a morte nalcem  asazas,comquehumHeroele  remonta  /f>/í  ^f. 

^«5  nu  vês  «*/»ii/&i  FulgofiixvrrbtJifyi 

asnuves.  ^««^.^ 

fam/iim  re/idunt  crunbitó  a /per  a 
Telles :  &  álbum  mutor  vi  ditem 
Superne :  nafctmtur  que  leVes 

fcee  pi 


4©*     o  mincivE  rnsvá?.  wm  11. 

PerdigW ,  hwnerojque ,  plutjue .      eiftáO 
Momtint  acl  Mectnatem  Ode  2  p. 


' 


E  ninguém  fez  apurar  qs  pontos  da  mira ,  íenaó  o  vono 
(3a  ave. 

627  Naõfaltaquem  condene, chamar  fempreaefte 
exercício  effeytos  da  inveja  •  da^mulaçaõ  nos  ajffimsa  ler 
algúas  vefqsenfayo:  roas  he  certo,  que  nunçaos  perigos  di» 
lufImento,feoriginaiaôda  emulação  do  benemérito  ,  fe 
ftaócla  defefperaçáo  do  indigno.  O  lentimento,  que  moi- 
nou Alexajodre  vendo  o  fepulchxo  de  AchfJes ,  naó  íoy 
inveja  çk.animo ,  foráo  zellos  da  v.alejuia ;  cila  fgfjg  como 
*s _VtH,n  wutanorw.c*  oamor  náo  prova  o  excéflò  fem  ílume:   28  De  talíowe  a 

rei  Ztlotypi*;  itJifionametve-  '  r 

tottom»  vniuten,,  »if<arâct  emulação  acende  o  animo,  que  naó  priva  do  eonhecini.cn- 
BiHHrth.tnMorahbiu.       to  :  aipira cg  particulara  ler  único  ;  irns  nao  nega  o  mere- 
cimento ,a.qu!em  o  tem  particular :  Da  virtude  alhea  faz  a 
emulação  Gume,  &  exemplo  ;  Gume,  para  competir  ;  ex- 
emplo, paia  imitar.  A  memoria  de  Scipião  jdepofitou-fe 
19  scip>oe«i>i>"o,»tn>iã<im  emhúavara  ,que  os  Emperadores  traziaõ  na maõ, junto 

figmj}Cat,qucd  baculus :  H:itc  f  '    *  o  •       •       n  r  ' 

tttamnatum  é->»t  ímperaiorc  comocetro;   29   para  que  eíie  o  imitafle ,  traria  a  iuame- 

;,^t!'l;™;eX:;.  ™oúz.  Afama  de  Ulyffcs  emKúa  lança  triunfou  do  efque- 

sdzedode  Kepwi.  írindf.  cimento :  mas  nas  campanhas  íeguia ,  &  nãoguiava  :  naó 

f6l,±ia.t1.7.Q*,.&í%0.  .  I  /»  •  ir       D  J  1 

guiava  como  ai  vo,  leguia  como  impuJIo:  rara  dar  a  conhe- 
cer o  excèíToproprio,levavaõáscamp«»nhas  a  memoria  de 
UlyíTesj  porque  ienio  molka  ventagemfem  haver  com- 
petidores. 

Tunchenefortisequití  referato  cárcere  curriti 
Cumyqt(Ospr*tereat,quos  Vejequatur ,  babet. 
OVtd.  ^.Artwn. 

628  Diflerentesfaõas  vozes  da  emulação,  das  âã  in- 
veja :  adefa  fio  chama  o  imitador,  ao  imitado ,  p.ra  que  tc- 
nháo  ambos  vida  jo  imitado,na  memoria  j&  o  imitador,  na 
paridade: para efte  fim  anda  conhecendo  deHeròes  oa- 
mante  da  fama;  mas  não  o  invejofo  de  prendas:  como  a  fe* 

§0  Muita  frttttreã  miTtttrê-  7  i        j  ii-n 

iunt»r:f(i  maximefcrmonehH  roz  Hiena ,  que  aprendendo  o  nome  de  algu  paítor ,  o  ena- 

tffimuUrc^Lcn  quc*hcu,Z  nia  í  ora  da  cabana  ,&  lhe  da  a  morte;   30  afly  o  invejo. 

Ajj^ren-,  quem  evocatumfo-  fo  a  todo  o  Heròe ,  de  que  tem  noticia ;  para  fe  ennobre- 

fhnMiflM.s.eap.)».        cet  com  o  deípojo  ^  executa  a  crueldade.  Os  mefmos, 

que 


EM<P<KEZA    XXX.  40} 

que  lançarão  em  a  furna  a  Jugurtha  Piey  dos  Nurnidas, 
contenderão  fobre  a  repartição  dos  vertidos.   21    Mata  o  f  M*»°ei See?™ ,  tnjvtor 

mgeaCodomizparatazercomhuspennas  viltoíoofeu  &**$.  ,,7.  J 

ninho.    2,2    Ama  o  inveioíb  aclimação  doexcéíTo,  mas    \*  K,cel*us  v*ncwi«*A- 
aborrece  a  pellóa  eítimada  jentre  mãos  temos  hum  dos  im- 
yores,  &  mays  verdadeyros  exemplos. 

620      Povo-ouíe  em  tal  excéífo  odeftri&o  de  Subia- 
co,que  foy  neceíTaiio lhe  pozeifem  hum  paííor  Sacerdote, 
que  adminiíirafle  aos  feculares  os  Sacramentos.  Fabricou- 
íe  templo, com  titulo  de  freguezia,  elegerão  para  Parodio 
a  hum  Clérigo, chamado  Florêncio,  oqual  vendo  a  gran- 
de veneração,  que  todos  fazião  do  Santo,  &  o  pouco  ca- 
20  que  fazião delle,  prtíidindo-lhe  nográo  de  Presbyte- 
r,o,  não  tendo  S.  Bento  mays  que  o  de  Diácono;  oprimi- 
do da  inveja  intentou  dar  a  morte  ao  Santo  Patriarcha.  A    ,,  quí ejtfiem  í»*ííí*  tê- 
cite  fimlhe  mandou  hum  níoamaíTado com  veneno:    22  **>***'"" 'db" "4"?*: 
Na  meza  Conventual,  aonde  o  aprelentarao  ao  Santo,  lhe  t>ei  inf-Bnr»  veneno  pa*tqua. 
ouUeos  oiacrilego  intento.  Cuítumava  hum  cor- /£ \  Grigor  MqM.í.Mor*' 
vo  defeertodosos  diasdo  monte, &  virão  refe&orio  re-  *«««.«/•*• 
ceber  da  mão  de  S. Bento  a  quotidiana  porção,  que  o  San- 
to lhe  dava.  Lançou-lhe  o  Santo  o  páo,que  lhe  tinha  man- 
dado o  Clérigo,  &  como  fea  avetiveílc  capacidade  para 
entender,  &  executar  o  que  íe  lhe  mandava,  lhedilíèS. 
Bento:  Em  nome  de  1ESU  Chrijfo  tomaeJlepaÕ ;  &  oleVa  adoude 
naõpojfafer  achado  de pejjõa  algúa.  Eftendèo  o  corVo  A*  a^ts ,  ©  le- 
vantou a*  Yo^es ,  mojlrando  a  Vontade  que  tinha  de  obedecer ,  tuas 
também  oreceyo  que  owipoJibrfitaVa,  no  njco  da  Vida  a  que  fe  ex- 
punha. Segunda,  &  terceyra  vez  o  mandou  o  Santo,atè  que 
da  ultima  obedecéo  o  corvo,  voando  com  o  pão  no  bico,&: 
©  foy  efeonder  a  parte  tão  diftante,quc  gaitou  mays  de  três 
horas,  antes  que  tornafle  ao  Mofteyro,como  voltou,  a  dar 

r.     .    r      ,        •     f  1        ,.  J  «d   iAtl  lorar»  vem  rtfídiu, 

iitisraçao  de  lua  obediência.    34  nhniiMtexvicm»íyM*«v** 

"ventre  C<jnfi<tvrri)t-&  ftii ■:;    J; 
wianu  ejui  accittre.  ^fui  ema 

Hccho  elmandado^  lueqo  torna  alnúfníOy  mireftUto  «eniffei  pa>  cmqui 

■y  j  ti  1  n  Pratbtin  tra"J->iJ "et  »t,vh  Dei 

1  aexando elVeneno oculto  ajjoma  ,„lc  t„vu„ ,„„,,,„, e>quepr* 

Qualconramode OliValaTaloma.  ^  «,<•<«,.-  i„  ,  •■■»•  jej* 

X^~  Chnhi  Dommi notlri  lei-    >.c 

'Bravo.  Canto  6.  pa»tm,vi»:z ■■><"> >n !■<>■"■}»- 

jtce  .  utiu  HnHobominum  ;  fj  t 
invenire    1  une  Ciriui  arnrt 

620       Enfermou  o  Sacerdote  Florêncio  do  mal, de  *«,  -W''W"ÍJ  "■'-'"" 
que  morrem  niuytos  Coicodilos  peites, quando doin;cn)  uçmib,. 

Eee    2  no 


404       O  2%!NCIfE  WS  <PJT.  TOM.  11.  ^ 
no  rio  Nilo  entraó-lhe  pela  boca  as  pennas  de  algúas  a  ve<?? 
as  quaeslhe  corrompem  as  entranhas,  com  que  brevemen- 
3$  Fiittitu dtCtrcòMo.      je  fenecem.   35    As  pennas,  com  que  voava  a  iama  tio 

Príncipe  dos  Patriarchas  lhe  caulaião  a  morcç  j  porque  lhe 
roerão  as  entranhas  de  inveja. 

Nafcittir  in  ligno  caries,  &  rodtt  id  ipfnm, 
InVidia^  auíÍQ¥Ís  Vifara,  &'  prbnaferu. 
German.  de  InVidia. 

621      Semelhante  ao  Búfalo,  a  quem  oflendeocl.ey» 

\6   Btrcoritu.Tittde  Invi-  .1  •  s     j  r        r'  r 

d,a,  ro,que  a  grada  todos  osammaes,    36   dameima  iorte  el« 

timulou  a  Florêncio  o  odorífero  deíla  flor  Benta,  cuja 
fragrância  enchéotoda  aterra.  Oquehe  íaude de  todos, 
he  para  o  invejoíò,  doença. 

I  nVidia  adverfus  aliorum ,  gnudet  inani 

Litútia :  mrfrensjemper,  ubiepte  bonis. 

ldem.uhijupra, 

6^1  Com  veneno  intentou  defmayar  a  flor ;  não  te« 
ve  mãos,  com  que  a  podeíTe  colher,tendo  animo  paia  a  de-» 
feJ3rextingir.  Ainda  que  cego,  reconhece  o  invcjofoa  ilia 
limitação, &  o  excéíToalheyo;  masfacilitou-lhe  a  inveja 
no  maleficio,o  que  lhe  difticukouoimpoíTivel  na  compe- 
tência. Phelippe  Júnior  Rey  de  Macedónia,  invejando  os 
^  progréíTos  do  Capitão  Arato  o  matou  com  peçonha.   37 

j7  Raviftmofficm*.  Cuitumavaõ  antiguamente  os  amigos  prefentearé-lecom 
Jl^ÍTãiSlS™^  ofertas  depaõ  ,em  que  íignificavaõ  o  verdadeyrq  deíeu 
minuta  roçamut  accip,c»do  amor.   28   Com  efte  disfarce  intentou  Florêncio  defaíò» 

tciterlicaf.  -  -"  .  .  .  _  ■        v/T»  1 

Pauimu,EPifi.Al.ad  ^U.  gar  as  payxoes  de  lua  inveja.  INa  iragrancia  dríiiiLula  a 

39  MmutdcFgntbere.      ranrnera  lua  tereza.   39 

633      Naõ  íbcegava  o  Parocho  vendo  diante  de  fia  S. 

Bento.  Todo  fe  aflige  huminvejoío  na  confideraçaó,de 

que  haja  qué  avulte  diante  delle.  Entrefonhos  vio  Nabu- 

co-Donoforhúaeíhma:  &  tanto  o  inquietou  a  vifaõ,que 

.  perdidoofono,paííou  parte  da  noy  te,  &  do  dia  ieguinte 

,r^^^£co^g"ndedeíVello.  40   NâóíabiaoRey.queaprind- 

ejus.  Danhi  x.vtrf.x.  pai  parte  da  eílatua ,  que  era  a  cabeça,  reprefc-ntava  a  iua 

w.ver/.i3.  pelíoa,  41   &  íomence com íonhar, que ouci em  avultava 

áiua 


BM2KEZA    XXX.  4°S 

á  fua  vifta  ,feconíundiofeu  animo.  Húa  verdadeyra  ima- 
gem da  virtude  formava  o  levancado  monte  de  Sublaco, 
de  quem  Florêncio,  por  Sacerdote  ,&  Paitor  era  cabeça: 
&ímô  fedeu  por  contente  efte  Clérigo  com  a  dignidade, 
ioporque  vÍ3aS.  Bento  com  mayoreltimaçaó. 

Ó34        Nomdmo tempo, perdéo  Nábuco-Donofor   41  Etfòmnium  tpu  fugit ai 
dafameziaamemoriadaeftatua ;   4a  &comfenáoiem-  e!'lhn-*- 
brar  delia,  nem  a  ver  dos  olhos,  ficou  inquieto.  E  de  que  fe 
tnoleíta  ?  Sejanáoexiíieacaufa,  como  durão  osefTeytos? 
Oterparaíl,quepoderiaoutravezfonhar  comaeítatua, 
lhecaufou  toda  a  pena:  porque  ahuminvejoío,  ainda  o 
prefumir ,  que  poderá  fanhar  a  outrem  com  mayoridade, 
lheatromenta  o  animo.  Por  vezes  fonhou  o  Clérigo  Flo- 
rêncio, que  via  na  peíTóa  do  Santo,a  quem  invejava, finais, 
quelhedeclaravão  amuyra  privança,  que  o  Santo  tinha 
com  Deos  j  &  como  por  eíle  tempo  foííe  o  Santo  Patriar- 
cha  Diácono, teria  para  fi  o  Clerigo,que chegando  S.Ben- 

ro  a  fer  Sacerdote,  lhe  appareceriaentrc  fonhos,  com  mul- 
tiplicadas excellencias:&  por  não  chegar  a  eíks  termos, fe 

adiantou  a  lhe  querer  tirar  a  vida. 

635      Amanhecéo  o  dia ,  &  quiz  Nabuco-Donoíbr  á 

quietar  o  cuydado  :  para  o  que,  mandou  chamar  todos  os 

Magos,  &  Augureyros  de  leu  Reyno  :&  congregados, 

lhes  dilíe  o  Rey :  Naó  fó  quero,  que  me  expliqueis  hum  lo- 

nho,  íenáo  também,  que  me  digais,  o  que fonhcy.Refpoa- 

deraó-lhe  todos ;  que  revellaílé  fua  rvíageftade  a  forma  ôo 

fonho,queelles  lho  explicariáo:quefemorelacar,onaó   4»  R«ys«»/*m  <*/«»/«•*, 

..   ■  -  >  tv  it         1  m.1    I  r-w  r         1  J«w,Cf  mterprttiticncm  iUiut 

podiaoiazer  43   Mandou Nabuco-Danolor  dar  amor-  mdicabimm.iti-vtrj^ 
teatodos,osquelherefponderãodeftamaneyra.    44  E  ^JZ^J^Í^ 
com  que  razaõ  lhe  mandou  dar  a  morte?  Com  muyta,  para  r'«»»*««'jç/í*M£«M»w. 
quem  era  invejofo.  Porque  dizerem  a  EIRcy,  que  lhere- 
petiíTe  o  fonho,  era  obrigalo,a  dizer,  havia  no  mundo,  que 
avultava  mays  do  que  elle,  como  foy  a  efiatua ,  &  hú  inve- 
jofo ní  o  paga  com  menos,  do  que  com  a  morte,  a  quem  o 
perfuade,  afazer  femelhantesconfidoés.  De  neceíGdade 
as  fazia  Florêncio  das  prerogativas  do  Santo, porque  a  pu- 
blicidade ózs  virtudes,  &  dos  milagres  de  S.Bentooconf- 
trangiráo  arepetilas,como  tambem  o  não  defeubrir  leu 
ódio,  &  diílimular  a  vingança.  Continua  vão  os  progreílbs 
do  Santo Patriarcha,&  quiz  o  maligno  Sacerdote  com  o 

Eee  3  pii- 


crttt 


4o 6        0  P$JNC1?E  VOS  <?JT.  TOMO  II. 
privarda  vida, acabar  a  repetição  deluasgrandezas. 

636  O  Profeta  Daniel,  roy  oquereferioa  EJReyo 
fonho,dameima  forre,  que  ihc  havia  fuecedido.  Yòpfe- 
nhor  (difle  o  lJrofeta)viltesa  húa  eftatua,que  rinha  a  cabe- 
ça de  oui o , osbraços&  o  pey co  de  prata ,  o  ventre  de  bró* 
2e,  &c.  Também  Daniel  Jhe  revelou  a  íignific;içáo delle, 
affirmando-lhe ,  que  na  cabeça  de  ouro ,  íe  repr  dentava  o 
Império  de  Nabuco-Donoíor ,  no  bronze  &  ferro ,  os  im- 
périos, que  lhe  haviaó  defueceder  no  mundo.  Ouvioo 
bárbaro  Monarch a  a  explicação  do  fonho,  &mandcu  fa- 
zer húa  efu  tua  de  ouro  maciço,  para  que  nella  o  adoraflèm 
todas  as  nações  do  mundo.  45  Eque  caufa  teve  parao- 
brar  tal  dei  vario?  O  dizer-lhe  Daniel ,  que  o  corpo  de  que 

45  Mabuchc  DoKo/orRexfe-  çlle  era  cabeça ,  íe  organizava  de  outros  metaes  que  não 
Ctp.i.verf.,.  eraooouro,queoreprelentava.  Ecomoie  drliera  rebu- 
ço: Há-ie  de  levantar  no  mundo  eftatua,em  que  eu  não 
componha  o  todo  de  fua  grandefa,  &  que  outrem  feja  par- 

46  Tuetergocêput  aureum.  c;aj  comjpo  na  gloria?  lflo  não:  fó  f  u  hey  de  ter  eíla  excel- 

leucia:  todaella  feha  de  compor  da  minha  peííoa,  &  fó 
nella  ha  de  avultar  a  minha  mageftade :  feja  toda  de  ouro  a 
eilatua;  porque  íe  o  ouro  me  reprefenta,  46  fejaeufóo 
íublimado,&  nenhum  outro  fe  veja  engrandecido.  O  mef- 
mo  intentou  Florêncio ,  &  anhela  todo  o  invejofo ;  defe- 
cando enterrar  a  eítimaçâo  alhea,para  fobre-fair,com  a  que 
lhe  faltava;  tendo  por  afronta  a  falta  do  lufimento ,  &  nâõ 
ado  mérito:  Solicitando  a  infâmia  própria  na  diligencia, 
com  que  procurava  fepultar  a  fama ,  que  invejava :  efeure- 
cendo  aluz,para  que  tiveíTe  eflimaçáo  aíua  fombra: 
Sem  reparar  o  invejofo,  que  o  invejado  he  como  a 
Rola;  que  ainda  defpois  de  privada  da  vida, 
conferva  a  Coroa, &  não  per- 
de ocheyro. 


VE  NDO 


r  . 

I  ■ 


■  >E  M 


PREZA 


407 


XXXI. 

yEKVG  FLORÊNCIO  F®JjST%AT>  A  SUA 

HnMciofa aUucia  ^prefjiiadio  afeie  molhens  depravadas ,  que entraf- 

rfem  dentro  na  cerca  do  Afojkyro,  aonde  o  Scmto  habitada;  &  com  def- 

'bcnefios  movimentos ,  &f<tfàkrks  provocarem  os  Manjes  a  achs  HB- 

piUicos:  DefemVoliitrayue  obrigou  ao  S '.'Patriarcba ajunto  com  1ú 

aVi/o ,  que  teVe  do  Ceo  ,  a/e  aufentar  de  Sublaco  para  o  Monte 

Cajfino ,  acompanhado  de  dom  Anjos ,  {£  feguido  de  ires 

CorVcs,  que  ordinariamente  tbe  ajjijitaõ. 


637 


g||p  ONSERVASSE  a  agoa  com 

todos  os  elementos, porem  não 

j  com  ofogo.  Habita  com  a  terra, 

jl  &  purific^íTe  com  o  ar ,  mas  de 

nenhna  forte  fe  reconcilia  com 

jjí   o  fogoj  nem  eftejfe  germana  có 


a  agoa.  Os  elementos,  que  fuftentáo,&  compõem  húa  rc- 
j!  publica 


3 


■408        O  f^KClVE  VOS  <?AT.  TOMO  11. 
publica  faõas  virtudes,  afly  efpirituaes ,  como temporaès.' 
•  Tem  e*im  primo  nohuof-  Qas  temporaes  he  hieroglyfico  a  te  ira,  que  lendo  de  fua 

%::;<::!;^:;:£a:*  natura  tàfà&fá  «™  °  °rva!ho  do  Ceo-  *?a  mcfm* 

gr*t,ac*leftú.  Namquiattrr»  fá  g  ajma  rac',onal  que  arída  ,SceftClÍl  de  tOUO  oluXO 
dejujiuf.iritctaliuroljtcca,  ,.„.».  1       i-     • 

&anJ», provida  Deu*  autor  mundano, pelaabítinecia,com  o  rocio  da  di  vina  grrça  pro- 
;;i:;r;^^£-;  duz  fru&osde  benção.  ,  Das  coiporaes,heiyn  bóio  ó 
c*i.ftipiuvi»,&it*  aâfiuSu,  ejelliento  doar,  porque  quanto  mays  fe  aparta  do  Ceo  ,& 

itbutiproducsnàoKJt-aiurf*    ,  .   '  *  •»  ■•  J      J        JCV     *   '     J  '    O. 

tu*d*i sicnofmceidutmafi  íe  aveímha  com  a  terra,  tanto  mays  perde  de  £Ctiviuade,òc 
ÍfiZZ«Xv?£&'-  Pureza-  2  Da  mefma  inaneyra  o  corpo  humano  íedebi- 
ciaturadda,  &c  \\ ra  nas  forças ,  &  vivefa  dos  íentidos ,  quanto  maysfe  ger- 

Eieme»fUeap.t.  mana  com  os  vícios, &  togeda  virtude.    5 

»  Quando aêrtH » colore-       ^c      Nem  todos  os vicios defpojaó a  húa  alma  de  fua 

motiir, tf  {*■>■>  a  vicinior,  tanto  ^  3  #  ^  i  p 

fi^jius,  &~To/jior,  &tcrr*  te^nolura, com  igual  fjjgor.  Nem  todos  eitragao  a  nature- 

^id!mÍ7!p9í\  la^om  igual  importui%áo ,  &  dano.  A  ira  tem  horas 5-a 

4  uunjum  matem  luxuria,  „{%&.  de  pcncle;ntias:a  in^}a,occarfíões;&  a  preguiça,  tem- 

quod  aceufare  aliquandofaoli-  5    -     >        r      r.       ,  •     «V  r         J  I         • 

«teflyq»amvitart:.Qii*inv<c-  pos:  não  a  tfpa  luxuria;-  porque  lem  dependência  de  tem- 
Zjt:l*!Z ;r.S::  ^,  de  horas,  &  de  ocefes  doSSÇ  &  rey  na  em  hú  cor- 
Romanomiiititradidit-jUadu.  pohumano ,  pela  natural  propençáò,  &  intranhavel  ape 

csm'vtgiUntiJJimum,iU*excr-  *V-^  -V      •    •       "»-         1  V     •  r "  f 

ciuim\,c„,in,Um, iap.bu.hr-  r: te,que  tem  a  lacivia ,  Lpela  mehna  caulanem  todos  os 

trúi^Í\Hatncu'^U'gMm'  vicios  produ2em  em  a  republica  a  mefma  per  tmbaçáo ,  & 
FaienusMaximutiit^i.  ruína  :  as  injuíliças ,  as  trayções,  os  roubos ,  &  os  homicí- 
dios moderáo-fe  com  o  rigor  da  pena  ;  8c  as  vaidades  re- 
freáo-fe  com  a  falta  de  eabedaes:  mas  contra  a  luxuria  não 
vai  a  necellidade,  nem  o  caftigo,  porque  feu  fogo  arde  em 
toda  aidade,&eítado.  Os  vicios  faó  como  as  febres,  que 
fendo  todas  ardentes ,  procede  lua  muy  ta  ou  pouca  malig- 

4  oi<t»ir  inftmaVu  luxuri»,  nidade  do  humor,  em  que  fe  ateyão. 

c,,„,  matn;aSuia  cujufflam-       g  ^à  mefma  force  que  a  febre  fe  maligna ,  &  pri- 

majuperbia,cujuifcintilltepra  J  /  *  _.  S,       ^        • 

vacoUoquia,cui»sfumusinfa-  ya  o  corpo  das  operações  vitaes^aíly  tanibem  afeníualida* 

tnta ,  cu/ux  etnit  immunditia,     «?i  •  %•  o      j     r  -i  -i 

tujHtfinttgehenna.  o;e  da  luxuria ,  ma'igna  &  delcompoe  todas  as  acções  hu- 

D.H.eronym.inEpift.         nianas ;  como  o  fogo ,  que  a  donde  chega  tudoabraza,& 

%    Luxuria  cum  plura  mala,  *  iin 

ee  âamna  parit  Nam  corpus  reduz  a  cinzas ,  como  total  deíuuição  de  todo  o  compoíio 

deílrutt.Vifurfubanebrat.  Pi-  i  PC  P       ^^  J  1         J     P   1_       I 

iimbrnut.T,mèuiit.uUi-  racional  por  ler  togo, que  ie  alimenta  da  gula,  dalobeiba3 
mam mortificai  Mtntemc*cai  &  je  todosos  mays  vicios.  O  leu  funiohe  a  vaidade  da  in- 
fenfumCi>»f»mconfum,i.scã-  íamia ;  a$  luas  cinzas,o  eltrago  da  honra  j&  o  feu  fim, as  pe« 

data  ducit.    Tolhi  amieitiam.  j  r  í^  1  j    L     l*  r 

v.re.icb.imt  Vocemp^orat.  nas  do  interno.  4  Cora  o  luxo  debeJita  as  forças  j  com  o 
^«'««n».  3  w»  ««<•«/«.  fumo  efeurece  a  vifta:  com  a  ceguevra  enterra  a  faina,  per- 

raradifum  touit     Ocmor.ibus  .  011  ri 

fubd,t.0.Bi,i>*rdnt.  tuiba  a  razão,  «adultera  os  Íentidos.  5 

j  V 
Fertimá} 


6  Geminianur.  Tit».  de  Ele 
mentir. 


EM?  REZA    XXXI.  409, 

t  Fremiria,  corpus,  opes,  animam,  Vim,  lumina^ocem^ 

Dejiruu :  (3  nobis  plurtmadamnaparit. 
German.  tit.  cie  Luxuria. 

640  Na  companhia  defte  fogo  perde  a  agoafua  na- 
tural virtude ;  em  cirjapurefahefymbolizada  alabedoria. 
6  Na  perenidade,  a  mifericordia  ;  7  &  na  corrente  para  o 
mar ,  a  gratificação  da  benificencia  a  feu  bem-feytor.  To-  ^  fr'y amónio JeSautiibt 

di  •  r    r  1         1        r  i     t       -     •  na.Thejoro  âela  mifericordia. 

as  as  virtudes  vivem  lurocadas  dos  turnos  da  lacivia ,  por-  quexuv,ercniosgtnuie,conhs 

que  mays,  que  os  de  outro  qualquer  vicio  infama  o  íogev-  *'"'»/«««•'.§■  "?s- 

*  J    '    1  J        __T     _  a>    J        8   Luxuria phijquam  cattr» 

to,  b   &entropenTe  as  operações  intellectivas.  v,nadtfam,t. 

1  *  D.Greg.Jup.i.Rcg. 

Luxuries  prxdulce  malum,  quce  dediufemper 

Cor  por  is  arbitrijs  hebetat  caligine  mentes. 
Ctaudianus. 

641  De  três  efiadoshe homicida  a fenfualidade.Ma-  Q  SifitUHÍUmeawhtvixe. 
ta  a  vida  elpiritual,   o   diminue  a  corpórea,   10  &  defa-  nth  moriemiui.  ^dKom.%. 

..  .     .1  *^    ..  /-.       1-1  1  I0   Luxuria  eil  immodei rata 

credita  a  civil.    11    Odanoquecaulaanuaalma,hepare-  «r«« />«*/*«/*,  </»/*««*«- 
cidoao  veneno, com  que  o  peyxe  Malusdeftroe  aquém  »*".'"?»»•••  /«»,/«***- 

'  _    1  A       y  _  T  Ja  potlo  yqux  burntrum  corpus 

o  come,  porque  o  priva  da  vifta,&  o  inficiona  com  oináo  àtbihtn ,<s v,r,iu Br.,m, robur 

1  ,  -  n    1  •  I  1  enervit.  Hugo  de  ò  Viílore. 

cheyro da  corrupção:    12    relomao  cheyro conhecerão  „  QuiibUvitittfieiiiu:quii 
algús  Santos  a  podridão  demuytas  almas,  &  hum  delles  etumdamnofmj  Qu.hu, *,>- 

o  ••  ion11'TVT'o-  r         xu<  aUerilur,vittcrt,t  relangu- 

foyo  BemaventuradoS.  Phelippe  Nen:  15  &nãooien-  cfcuntfipuagiortair  infama,» 

p  •      C     *  J       l.  r   1L  convetlit  Valer.  Maxim.lib.q. 

tiro  meimoinhcionado,he,  porque  a  torpeía  lhe  tem  cor*    (1  £t,w,«/ílW^^HX;. 
ruptososfentidos.  "*  §«6- 

r  T         ..        r..  11  «      /.      «.  ,    ..  r      '*    t'irg<nitarcm  perpetuo  il- 

642  Na  vida eipintual obra  aíeníuaiidadeosmei-  Matamfervvit  jdqueaffecu- 
mostffcycos,que  a  névoa  em  as  arvores,  deftroindo-lhe  ZÍ££%J%!P& 
folhas,  flores, &  fru&os:  envéfte  com  toda  a  idade,  14  &  eu^ex/utorediguofeeret, 

.  .  In  Offi  cio  próprio. 

atodos  quantos  vence,  arruina.  ,4  Lu%uri»yomnt*t»iccor- 

rwnpit,  omnef-rfum  cinfun  Jit 
onmc  ordinemjolvit.invaait  ;u~ 

JEtatem  luxas  corrumpit  peíiifer  omnem^  **«'.  »cf*/>«»yà«/,  prudente* 

ri-  „     r  fupn-.t  ,fnnplicet  decipit,ne- 

InVadit  juVenes ,  oceupat  ulejaies.  WimmfugH.  o.  temardu,. 

German.  de  Luxuria. 

15     ^/Inimali*  mullum  eoi- 

Osanimaes  libidinofos  vivem  pouco  tempo:    1$    O  «»»/«,  «»«/è«/«itf. 

r  J  1      f  C~       .„     \       ^ânfiot  dcUng.vit* 

viço  faz  com  que  as  arvores  degenerem  de  luaelpecie.  A  i6  \Td&çanc»f\í<catí*vt> 
lacivia  desfigura  os  racionaes,  16  &  os  transforma  em  «'"T"" '"■«•/'»»""'  "'?»• 
brutos :  Embiutoíe  transformou  Theotimo,  eítimàndo   ^riftt.Eití.7. 

Fff  cm 


4i  o     o  viimavE  vos  pjt.  tomo  n. 

em  menos  a  luz  dos  olhos,  que  a  cegueyra  da  ícnfualiJa» 

17  QuiiKitdmoJum  rteeii-  a'e     j-  ]}a  inelma  forte  Demétrio  Polietcetes  filho  de 

fíiiis  tutu  vraviocculorum  ince-  ,   /  1  1       r    •  /TM   T       J  -       j 

moJohbiranty&amaretuxo-  Antiguno,que  achando-ie  impoíiiDihtado ,  por  razão  dai 
rtm,  inuràiBaf,bi  d  medico f»  muyr   velhice,  para  uzardoa&o  venéreo,  dcíefperandofe 

cuttitte  cocur.iii^cupiditutis itit-  J  >  1  _  •  r         1 

fauens .-.: priujquam  convtni-  contra  fi meimo fe  enfurecia ,  8c  a  fi  próprio  elpedaçava- 
eupidnatisJaki^^amuH  iô  O  Lmperador Commodo  aiiyeitragouogoíto,con> 
iumtH.D.jimbtojub.^.caf.  as  dema(ias  defle  vicio , que  não  achava  labor  nos  mania- 

47'nLucam.  _  '  T  .  ' 

18  G^r/f///í/t;riWriMff4-res,lenaoioilem  temperados  com  ingredientes  nidiondos;. 

lu  dcCoinfiofitsone  natura  hu-  y-.      1  -i  -   ••         cr-  '  J  _  •  J        J 

L«rf.  §.»h.»  6z>-  J9   ^s  hbidinoloslao  como  as  pedras  carcomidas  das  oo« 

19  ^stquecumuimucrapu-  jas  que  perdem  a  fórma,que  lhe  deu  a  naturefa. 

h^nttnto  quecoiiuguHum  cm-  ^  »•...•     n  o  1  •  •   11 

nemamiftptyididfurorhde-      64.3      Nao  ínfiue  menos  elírago  a  luxuria  ,em  a  vida 

J^^T^*""''*'  civil,  do  que  na  efpiritual  ,&  corporal  vida.  Que  de  Rey-. 

Baptift:  íuig.  ia.  9-  t»p.\.  nos  fe  perderão  pela  lacivia,  a  que  fe  entregarão  feus  Prin- 

,   „     cipes,  &á  Tua  imitação  os  vafíallos?  A  Creta,  Sc  aos  Chal- 

2  o    Fitrur  Cechus  de  Statu     .  i       -1  ^         *  .      .  . 

«8«^.§.M4-  cideníes  deitruio  a  torpeza  da  luxuria.   20   bcgeytoua 

».  ««.«rto/,  ^™>  toda  França  aodominiode  Carolo  Martello.   21    Os  Si- 

Gagtmif  yí5  aiv  apui  retrum  i 

Gregoriumdstcpubiica.iib.17.  baritas  perderão  oiieyno,    22  os  de  Hetruria  ajurifdi- 

e"lí*idcmPetrusGtcg.iU.     cão,  2  3  &  os Cardianos as  forças.   24  Comafualacivíj 

a,  m™  ««''»«' «'-9- botou  Xerxes  a  perder  o  feuReyno,  2<  &ElReyArba- 

24  tsMienautiib.io.Dipuo-  cesatoda  Afia.  26  Os  Franceíes  temendo  chegar  ao  mef- 

■^{s  FaienutMaximuffupra.  mo  eftado,  pela  deshoneftidade  de  leu  Rey  Childericho  o 

Cieeroi.Tufcuio.  privarão  por  algús  annos  da  Coroa ,   27   &  os  Florenti- 

17  Ravtftu, tnofficin.ut.u-  nos  tirarãoa  vida  aleu  Príncipe  Uguliio.   20   Os  Princi- 

"TivxinwZúi  eun-  pes  fendo  luxurioíos ,  ainda  que  osvaíTallos  vivão  conti- 

dcmíbi.  nentes,  dão  occafião  a  que  íueceda  ás  republicas,  o  que  aos 

veíinhos  do  monte  Ethena ,  que  os  não  defendem  as  agoas 
que  os  cercão,  do  fogo,  que  de  íiexhala  omonte,  que  os 
domina.  E  fe  os  vaífallos  ie  entregão  á  fenfualidade,  ainda 
que  os  Príncipes  fejáo  honeftos,recebem  femelhante  dam-» 
no,  ao  que  reíulta  aos  montes  de  Idapara  das  aréas ,  que  de 
íilançãoos  valles  circunveíinhos,asquaeslhe  diminuem 
a  alteza, &  lhs  facilitaõ  a  entrada, a  quantos  os  querem  me- 
ter debayxo  dos  pês. 

644.  Tão  acautelados,^  prevenidos  andavão  os  Ale- 
mães contra  efte  vicio",  que  todo  intento  era  atalhar  asoc- 
cafiões,  Sc  punir  as  defenvolturas ,  em  que  fe  podia  atear ; 

19  ^imoiKUsdegeJlisImn-  ir      J      j     r  r>  j  /r>  C         J    1 

corumhb.  t.cop. ).  cxpullandodeleus  Keynos  a  todas  aspeíloas  elcandalo- 

,o  jufttn.htftor.  nb  4t.       fas   &  maj  proCedidas.    29   Da  mefma  forte  os  Parthos, 

)i    raufani.itb.fj.deregione  1        •        p  1     1  •  •  1 

ieotica.  30  &  Athenienfes.     31    Phabio  Eburnio  promulgou 

húaley  contra  os  libidinofos,  achando  comprehendido 

nella 


EWP^BZJ    XXXI  4ir 

íella  afeufilho  único,  por  fua  mão  lhe  cortou  a  cabeça, 
dizendo  :  Eu  comojen/w  defles  ^eynos  tenho  obrigação  de  os  liVrar 
do  contagio  ,  que  os  pôde  apellar.    22    Em  ordem  a  eíte  fim  El-    i*  BeneiiietfíiJePojitpl 
ney  Creon  delterrou  a  Medea.    53    ElKey  (Jrchamo    },  oc^.xr-^.Je  míJí*. 
mandou  fepultar  vivaaíua  filha  Leucothea  pela  desho- 
neíiidade,emqueaachoucomprehendida.  34  OsEgyp-   m  Ovtdiushb.^.Mnamot. 
ciosdeterminaiáo,  corcaíTem  os  narizes  ás  molhereshbi- 
dinofas,  para  que  lua  deformidade  lhe  impoíTibilitaífe  o        „  .  . 

•    ■       o    r         7r  1  ,5    *"/"»*' uhfufrê. 

\icio,&acuzaíieaculpa.   2Z 

645      Saudável  foy  o  remédio,  de  que  fevaleo  Pom- 
piliano,  fegundoRey  dosRomanos;paraauthoriiaracaf- 
tidade,  &  confundir  a  torpeza ,  inlti  tuindo  o  Collegio  das 
Virgés  Veftays,  dotando-as  de  infinitas  immunidades:   16  Piutir. imviu Num.Pô. 
36  exemplo  que  defpois  imitou  a  gentilidade  das  índias^'1'' 
Occidentacsj  37  osPerfasvendoaeftimaçáo,queosdef-    n  jofefbã*Cofta:Bi?lorU 
honeftostinhão  entre  os  Gregos,derão  todos  em  luxurio-  moraidM  índias. i,b.s.tap.\%. 
fos.   28  No  monte  maysinnaceífivel  de  Roma  fabricarão 

„    J  1        j     r-A-  -  1    -  )8    Rcfinaldu/t cl  et  o  de  Ad- 

os  Romanos  o  templo  da  Eítimaçao ,  nenhu reparava  nos  vsrfnatibu, natura. 
rileos  a  que  fe  expunha ,  fó  por  chegar  a  elle ;  &  por  fubir 
0  elle  defpiezavão  a  todos  os  demays  templos  j  &  foy  tão 
habitado  o  monte,  que  dizem,  ler  ofegundo  fobrequefe 
fundou  Roma' 

646  AíTy  ficou  efeurecida  ávida  civil, afogueada 
com  efta  chama,  como  o  teftemunhão  as  forças  de  Hercu- 
les desluftradas  com  os  excéíTos  de  fua  laci  via.  A  íabedor  ia 
de  Arittoteles, de  Sócrates,  &  de  PerianderCorintho,hú 
dos  (ete  lábios  de  Grécia.  As  proezas  de  Pindaro ,  de  Aga- 
toches  Tyrannode  Sicilia,  &de  Pauzanias  Capitão  dos  '9  fi£"  luxurUmuitipih 
Licedemonios.  A  liberalidade  de  Hiparcho  filho  de  Peíif  cniLeeni^lumclm  aij»eâ> 
trato.  A  prudência  de  Phelippe  Macedónio  :  &  a  fama  de  tiyi0HeJMbv"!it.  fyAtVl 

l  ri  '  pcpulo  tntercmil:  lntejihot  ju- 

Sophocles,  de  Cefar,  de  Augufto,  de  Tibério  Cefar,  &  de  dapercujir-.  j,,dáum,&  Ma- 

MA  •         1-  rili  11  dianitidem  pushnetranifedit: 

arcoAntonio.  roramays  enradonho,doque  deleyta-  Tr,t„m  &tn,*mm,  pra  uxon 

rvelorocéílo  numerar  os  Reynos  &  peflóas,  aquém  eíte  levi'*d.e!ev*'  Ilul'uai~," 

r  J  *  '         i  ctrdotit  inb;UapicJ'-razi'.li<te 

"VÍCIO  2ÍlOlOU,&  perverte'o.     30  XJriamteeiiit.  ^timonem  in- 

647      Osexceíiosaque  perluadem  leus  incêndios,  hacRuhcmn,jUj,x.t ,'-•..-  ...-c 
bem  authori  lados  ficarão  nas  hifiorias,  referindo  que  Lu  fidnxit,  siiomontmptrwtH: 

n  .  1  verum  cit  ergo ;  quíd  Ugiiurj 

xio  Cathehna  matara  a  leu  hlho  unico,&  períeyto  nas fropterjpectem mmiier.x muiu 
prcndas,gefi:o,&  natural,  por  dar  gofto  a  lua  manceba  Au-ftJ^rs"'"pildLoífuvicum  6m. 
TcTn,quelho  havia  pedido.  40  Laudice  molherdelRey  »»"<»>»  SjhaLotorfatit* 
AuratesdeCapadociajmatouafincQ  hlhospoi  ficar  mays  ,,0  Heginaidmfupr». 

Fff  2  a  leu 


cet 


4*%      O  <P%lNClfn  WS  VJT.  TOM.  11. 

41  Jâemibil  a  feirgofto  no  concubinato  em  q,ue  vivia.  q\    Eomcft 

mo  homicidioexecutou  fcuridices  Rainha  de  Macedónia* 

in  te  atando  fazer  oníeíino  a  leu  marido,  para  entregar  o 

«     ,     Reyno  a íeu  amante.   42    Gsluxuriofos  làõcomo  as  fé- 

Maccào»HmÁegin#vcnerisfti  tifr que  nao  perdoao  a  nliios,&  p3ys, quando  eLtts  lru  kr* 
««<«/;,«» •.•.7^^»^/.^  vemd   elloivo,parafe  enearniíarem  na  preza,  &  feenlea- 

atcue  vmiififi  matei  juit  ■  btec  LT  Jr  *■  ' 

m»w»i  adultero  Regnum  ira-  fenj  no  coitO.  .* 

àerct^/llcxanJrum,filiot  ve-  <r>    Cr  i      ■  £\\l  o       T         1  *  L    *  J 

ricnojufyhi.atMe-yiemviro      040      Alnea ,  &  nica  da  memoria  as  obngaçoens  de 
/eafet  nif^hafedus  ih\-  nonrad0,  a  fenfualidade  delia  culpa.  Paziphae  lendo  filha 

xiJjei.liaptijt.tulgof.hb  9.C1.  '  ,  «  1     *->  ~ 

dc*So],&molher  deMrBos  Rey  de  Creta,  toydcicredi- 
10  de  lua  proíapia,  pela  monftro-oíidade  de  íua  luxuria. 


Uxorcmquandam  rnagni  MinoisÇut  ahmi) 
Comtpti  torVi  candtda  forma  boVts , 
(Properti.  Ub.  3. 

i 

SardanapáloRey  dos  Aílirios,  tanto  fe  efquecéo  da  real 

purpura  que  veftia, que  a  trocou  pelas  afeminados  enfey- 

tesdasmoihere$,comasquaesacompanh3va.  43    Oani- 

4?  liemibi.  mal, que  em  leu  nome  publicaalua  immúdicer&  nella  lua 

á^fpS^Síj'«--  ^xur>a  deípreza  a  cama,  por  fe  revolíar  no  lodo.  44 

la  ciim  mulieribtif  effe,  quam  cu 

phihfphU  converfari&.fuesjn     .  _  •      1  r       ■    1        1  ;     ?■ 

quit  Pythagorat,  libemitu  wcc-  Tarcus  tn  obfcems  Idcubia ,  cem  quepaíuats 

m£Z?iE*%ZS-m.  Vdmw,  eflftmdt*  luxuriei. 

m  fhuofopborum.  Q  ennan.  de  Caflitate. 

■ 

649  Não  fe  deíaforara  tanto  efte  vicio ,  fe  todos  o* 
Príncipes  lhe  deraó  a  mefmarcpulía,  que  lhe  deu  EIRey 
de  Cailella  Dom  AfFonço  oCaílo,  Numa  Pompiiio,&C 
PemalionRey  deCypro  jpara  a  pagar  efie  fogo  foráo  hõ, 
&  outros  a  a^oa  mays  congelada  ,  porque  os  contrarioj 
maysopoftos  j  razáo,  por  onde  cmfeus  tempos  elteve  a~ 
mortecido  elle  vicio.  A  defenfreada  fenfualidade  dos 
Principes  Romanos  ateou-fe  a  todos  osCabos,&  íblda- 

4t  "'M*  **W*Wp.  fos  àe  família*.  4$    A  malignidade  docorpo,  conta- 
mina as  roupas  que  o  veílcm. 

650  Valerão  pouco  os  rig;urofos  caftigos ,  com  que 
«s  Quunrquc  et?*  Luxurr*  Augufto  Cefar  punia  os  comprehendidos  nefte  vício ,  pa- 

m,''f""»  >•"■<* Tame"  viciffe-  ra  que  reformafiè  o  excéflb  :  por  fer  o  mefmo  Emperadot 

verijjlmus  fuit ultor,  i_         •    •  j  n  •     *~v    »-»  •  ri-  ir 

òextut  uiureimt.  homicida  nelle.  40   Os  Príncipes,  que  lendo  immouefc' 

tgs 


40$  accnzao  alaciviadosvaííallos^intão-fe  femelhanccs 

©os  lobos,  que  guarda  vão  os  rebanhos  de  Y^enos ,  para  que 

nenhum  outro  animal,  ienáoelles,ôslograíTem.  Malpò- 

-ce  tirar  a  mancha  o  pano  immundo ,  como  cambem  expui-   47  Refrebenfutttuetjijufia, 

•iar  o  vicio  aineyo,  quem  naodeipeoe  o  próprio.  47  cxcwiu?matiu£\ 

D.  Tbcmof, 

Tunc  efljujla  Virirepreben/io  corripientiíy 
íumpnus  cxcejju*)  conipit  ilk  juos. 
ldem.de  reprebenfione. 

Na  empreza  doze  do  prirueyro  tomo  tratamos  defte  vi- 
cio, a  ella  remeto  os  Príncipes,  para  que  vejão  o  muyco 
^ue ganhão  izentandoílèdelle.  Os  remédios  mays  genuí- 
nos, &effkazes  para  atalhar  o  incêndio  defte  fogo,  laõ,  os 
que  o  Príncipe  dos  Patriarchas  receytou  a  íeus  Moujes, 
(quando  Florêncio  íolicitou  inficionar ,  & decipar  com  el- 
le  a  comunidade,  de  que  era  Prelado  S.  Bento. 

65  1  Rebatidas  as  diligencias,com  que  o  invejoío  Sa- 
cerdote pretendia  dar  a  morte  ao  Santo  Patriarcha  ,como 
pão  inficionado, bufeou  outra  efpecie  de  veneno  com  que 
rio  lóao  Prelado,  mas  também  aos  lubditos  privaíle  da 
int'lhorjoya,&  da  melhor  vida,deipoiando-os  da  pureza, 
&  do  etpirito  com  que  merecião  a  vida  eterna.  Para  o  que 
coaou  aiete  molheres  deshoneftas,  quedefpidssfe  atre- 
verão a  entrar  dentro  na  clauiura  do  dito  mofteyro,  a  fim   <8  stift*âi8us  Ihtmiu, 

J        '        .       quta maTijÇTt corpus jnrtartn  * 

•de  que  á  vifh  de  lua  deshoneílidade  perdecem  os  Monjes  pb\ài\faifi>M*g«tâa*ififc 
amemonado  que  etao,  nas  mãos  da  luxuria.   45  Uiinboriocen*,cuiBcntd,aut 

1.    6^2     Mayortrianfoalcançarião  as  fete  molheres  com  t*»**™****»"**"***" 
asarmasdelualacivia,emcazo,querendeílèmosrervosde  rameufitiinvietmmat>urteu- 
eosjdoque  ioy  a  pyramide,  que  levantou  no  Egypto  rum  mtnUí  t à  f  , , . ,atJle,„ 
Rhodopetamofameretrice.comodinhevro  que  ganhou  !'t:J:n""!fi""':'",c"'-  ,     , 

.  *  '  J    ,        l         O  U.Grcg.Mxgn.  1.  Dielog:ru 

■íntame-mentc.    49    Porque  mayor  triunto  merecem  as  c*p. 8 

torças ,  que  abrandao  as  pedras ,  do  que  as  que  molehcao  a  ^  |  ^ljr!  u 

cera.  E  fervi  duvida  íora  igual  a  concurrencia  de  gente,  que  triciotuMgn&è-compMviw 

concurrena  a  bubhico,  para  ver  molheres  tao  deitimidas, gyptióp)ramidcm ebnpuxit. 

doqucemCorinthoie  ajuntarão  de  Gregos, para  verem  *"*'" <>&<** »<"»"«■ 

a  impudica  Lais  ,  por  fera  mays  íer mofa  daque lias  idades, 

wjO  porque  não  aíTombrou  menos  aos  entendidos  o  varo-    ç  o  tJ,//rfrrfr,y/,„íC..,>- 

nii  animo  de  Semirames,  do  q  a  egrégia  forma  de  Adónis.  »*'*'  "*?*»»* P  ■■  ■  ■  ****** 

05 3        Nem  citas  molheres  cauzanão  menor  baralha  urxcvttotent.  *Jv#ib, 
,  FfF  3  entre 


414        O  CONCITE  WS  <?JT.  TOMO  II. 
entre  o  vicio,  &  a  virtude,  do  que  motivarão  Lavinia ,  en> 
51  Pontatiu/iib.tJeSuiiis.  treEneas,&  1  urno:   51    Deianira,entreHercules,&  o 

ti   Rnviftiu  fnp  titulio  Bctia   ,-,  _,    n  T)  ..1  .. 

MwmiimhluJhh  Centauro  NeUo:   52  Berenice,  entre  òeleucoKey  deòy- 

ria,&  PtholomeuRey  doEgypto.   53   Deitas  enimilW. 
st  jufimuiUb. xn.Ui.       de^fe  originarão  íanguinolentasguerras,&proíiadascon- 

tendas  ;&  asmelmaspertendiainttoduziradeshoncítida* 
de,  com  defpojar  os  Monjesda  pureza. 

654.  Sendo  efte  o  fogo, a  que  obedecéo  o  metal  mays 
duro,  aíly  ficarão  focegados  os  Monjes,como  fe  nãoouve- 
ra,  nem  virão  incentivo  tão  immodefio.  Nefiasfete  mo- 

14   RafitfcptciHCrinet  cjw.  ,,  .,  ...  •!    j  jrr 

judicum.  16.».  19.  Jheres  tinha  o  inimigo  recopiladas  todas  luas  iarças,como 

Samfaó  nas  fete  tranças  de  íèucabello.  54  Ficou  Samíaó 
enfi  aquecido,  defpois  que  Dalila  lhe  cortou  oscabelJosj 
&  ficou  o  demónio  defanimado  vendo  o  pouco,  que  va« 
liãoiiias forças.  Náolheaproveytoua  forma, que  tomo  u 
de  Hydra,  para  que  as  fete  cabeças  que  lhe  nafeiáo  do  co  r> 
po,  produziflemmays  cabeças,  que  lhe  augmentafíèm  o 
iequito,&  refifiilTem  aos  golpes, com  que  cada  hum  dos 
Monjes  as  cortou  com  o  deíprezo  que  fizeráo  delias :  por- 
que diícipiinados  na  milícia  efpiritual,  pelas  regras  que 
lhes  deu  S.  Bento  aprenderão  defie  Heiòe  da  fantidade,a 
cortar  de  hum  golpe  as  cabeças ,  que  muy  tos  Hercules  não 
puderão  levar  de  hum  lo  talho. 

655        Grande  valor j  porque  bailando  para  cativar  o 
alvidrioaDavid,o  verdefcompoftaaBethlabee;  55  não 

í <  vuit quemuUeremfeij.  foiTeni  poderofos  os  laci vos  aípedios  de  lete  molheres,  pa* 

radelcompor  areligioia  modeltia  de  algum  dos  JVlonjes* 
Nenhum  era  tão  valente,  nem  tão  mimolo  deDeoscomo 
David  j  pois  como  achou  a  tentaçãomenos  refifiencia  em 

?«  ^eciâit uifurgttet  Da.  David ,  &  mays  valor  na  comunidade  de  hum  Convento? 
3322^  *  Porque  David  fahio  da  meza  para  o  Icy  to;  &  defie,  para  o 

lugar  donde  vio  a  Bethfabee;   $6   &  osReligioíoscomo 

*  Co»umeHa  Vamonumni-  vivião  em  continua  abfiinencia,achou-os  armadosa  tenta- 

t.Bafiiw,  e/,ud  ^ínto«i„m  Çao-       A  gula  he  dilpoliçao  pa  ra  cahir  na  laci  via  3  &  o  re- 
"ff*fuitct.,.tap,}i.     nie(ji0para  a  vencer  heojejú.  Aquelle  EunuchodcOlo* 

fernes  querendo  obrigar  ajudith,aque  conlentille  nos 

torpes  defejosdefeu  governador  ,rogou-a  ,  para  íeacen- 

i.troir.adDo.^nJun.ut  "r  com  clle  a  meza.  57   Queria  operverço  mimítrodif- 

honorificar  ante  fadem  ejut,  por  a caftidade  de  Tudích  .para  obedecer  áconcupicencia: 

utmanditutcitmeojâbibtivi-    „  ,  .J    .     .  r  I      ri  i 

nua^c.jvditb i_*.*.  ia.      «  para  a  incitar  a  lacivia  tenteou-a  com  a  gula:íabtndo  íer 

tua 


EM  <P  REZA    XXXL  vi 

cita  a  principal  caufa ,  de  que  refulráo  os  libidinoíbs  deíe- 
jos.  Triunfou  Judith,  &  vencerão  os  Monjes,  porque  a 
fua  abítinencia  lhes  deu  as  armas,  com  que  vencerão  os 
concrarios.   58   SuccedendoaDavid,quafiomefmo,aue    %^  Jnunantihus  itcbu  du- 
aconreceo  a  Auao  j  eiie,  deipois  quecomeo  o  pomo  veda-    cbryjohg.jhm.  m. 
do,claudicoulacivo:   Kg  &  David.defpoisquefatisfeza    *9  ^Tl*1^"?"** 

'      )/  '         r  1  contra  JJtu  1umtMtJÍ*lnntéT+ 

gula  cometéo  o  adultério :  Perdendo  hum ,  &:  outro  a  gra-  nuhbiHnta,jtnfit. 
çz,  porque  aíly  como  aagoa  nao  pode  citar  junto  com  o  fent,  fJ/J J9>    ■ 
iogo,damefmafórte  ofuflento  efpiritual,com  o  corpo 
reo  íuftento ;  porque efte, nas  demaíias  produz  o  excedo,   6°  Q»"Mi»jg*«&wf'' 
com  que  as  tentações  vencem  o efpinto.  00  *ictM'orporaU*diiau  me». 

dem fe  n:n  p  atiumur :  quia  dum 
■venter  mgluvii  extèduur,  vir* 

Virtutes  animi  °ula  deílrtút ,  at  libido,  fJ!te'  *nimi  '«!I»"J  dtjiruun- 

LarntsJS  lUeccbrA  dúicm,amm&%  'D.Bcrn*r.wEpijt'.td  Fgkóils. 

Cerman.  de  Gula. 

6<$6  Vio  o  Santo  Patriarcha  difpofío o  incêndio , & 
para  que  fe  nãoatealTe  aos  Monjes,o  apagou  com  as  iagry- 
inas  de  feus  olhos.  Extingue-fe  o  fogo  tirando-lhe  a  lenha, 
oulançando-lheagoa.  Da  mefma  forte  fe  apaga  o  fogo  da 
fenfualidade,mortificando-lhe  os  incentivos  da  carne,  ou  6\  Dttr0^7f'¥?.e!!ltV 
prevendo,  &  chorando  a  fealdade  daculpa.   61   Naõ  {at  tHriigna,veijjpergiiuraqua\fic 

-  1  10  t  -111- O  luxuria  tiamina  dum  JubirabU' 

rao  as  lagrymas  do  banto  lavatório  do  delicio,  porque  ne-  ,„,  f,,„M  incentiva,  ux  dum 
nhú  cometerão  feus  fubditos ;  foraó  fiefleytos  doreceyo,  ™«' irrigai  utbrym«,um*- 
que  lhe  caufava  a  defenvoltura,  armada  contra  amodeltia    Eucbtnu,  apudxjgon.de  s. 

d!  n  *         r>     r     •     /"      L  -  .    ViScrslib  JeCarnaiibuf^np- 

e  hum  molteyro,  cujos  Religiolos  havia  tao  pouco  tem-  tllfVI!a„j„. 

po,  que  tinhãofahido  do  mundo,  que  ainda  continuavaõ   *  Q***  vir  Sa"a,tl  dt  ceU 

•    •    J.  *  corjpicitns  Jipjumeue  adhuC 

O  nOVICiadO.  tenerioribiis  difcipulit   perh- 

t>;ift:nr>ijqurprofuifoliusptt 
jecutionefieri  p:rrra8am ,  m- 

(Pdr a  evidente  prueVade^ir  hasla,  viâuiocUmitàh.  -3 

Que mojlrò  Jentimiento  el  Edifício, 
Delpecbo  cajlo ,  y  delferVor  no\<icio. 
(BráVo inBcnediclina.  Canto  6. 


D.Grcg.  Mag.2,  Dial.ctp.%, 


657  Contra  efie  infernal  fogo  tinha  S.  Bento  perva- 
íecido  nefte  mofteyro,  &  dezerto  de  Sublaco,  quando 
vencéo  o  penlamento  impuro,  com  que  o  tentou  o  De-» 
nionio.  Entaó,com  o  fangue  de  feu  corpo,&  agora  com  as 
lagrymas  de  feus  olhos  apagou  o  Santo  Patriarcha  o  in- 
cêndio :  ajuntando  eíias  lagrymas  áquelle  íàngue,para  que 

leme- 


\i6       O  PRÍNCIPE  WS  <PÂT.  TOMO  11. 
íemelhante  á  ferida  do  lado  de  Chrifto,  que  no  langue ,  8c 
6ixj»iumihtumhnccahtuí  aaoa  com  que  correfpondéo  á  lançada,  62  apagou  coma 

eitu  apcruit  ,K  continuo  exivit     o  i  i  *  ,     *     o        _ 

f>»gu«,& *qua.  agoa  o  togo,  &  embotou  com  o  langue  o  corte  da  eipada, 

JKS^/ÍL^m  com  Sue  o  Cherubim  prohibia  a  entrada  do  Parailo :    6  3 

vobuapcitunptradifi.cbcrub,  &  ao  parecer,  da  meíma  forte  S, Bento  apagou  oícgo,Sc 

Í5 »/ atito  Rimmso  chufam  ape-  *  r        y  ... 

rí«*  in»uja»gu,nuèuurè  embotou  a  eipada ,  com  que  o  inimigo  commumintcnta- 
cbnjhprofiuètt.rcmovit^n.  '    a  ferro,&  a  fogo  a  reputação  do  Convento,&  a  re- 

telWBittbtbtUvitghdium^   *'r  ir**'  -1      • 

aqmcxnnguittgnem.  formação  de  léus  Mondes, com  a  tentação  laci  va. 

nS;?$"p7jcí*'MÍ)emÍ'      658     Conhecéo  o  Santo  Patriarcha  eminente  o  peri- 
go,^ para  que  Deos  ouvindo  feus  rogos, o  remedeaífe 
comprefteza,  ajuntou  ao  merecimento  de  feu  langue, o 
valor  das  lagrymas,  corroborando  o  mérito,  para  aurhori- 
zaradeprecaçaó.  AffirmaS.  Paulo,  que  Chrifro  bemnof. 
64  cumcUmorcvahâo&h-  f0 pofio  naCruz,  fora  ouvidode  feu  Eterno  Pay  pelare- 
propurfuamrcvercntiam.      verencia,  que  le  devia  a  lua  pelloa.  64  Ally  naCruz,co- 
^jHebr*.s.verf.7.        nio  fora  delia ,  tinha  Chrilto  para  com  feu  Eterno  Pay  a 

p.iefma  authoridade;  mas  na  Cruz ,  difíe  Saõ  Paulo , que  o 
Eterno  Pay  refpey  tara  a  authoridade  da  pefíóa  deChrif- 
to,  porque  efle  Senhor  quando  na  Cruz  implorou  o  per- 
dão para  feus  inimigos,  regou  cõ  as  lagrymas  de  feus  olhos 
o  precioíhTimo  fangue  de  leu  roflro:  com  lagrymas, &  cla- 
mores fez  Chrifto  a  fuplica :  &  para  noíTa  doutrina ,  diz  S. 
Paulo, que  ainda  na  pefíóa  deChrifto  facilitara  odefpa- 
chode  fua  petição  a  uniaõ  das  lagrymas,  com  feu  fangue: 
caufa ,  por  donde  eftas  lagrymas  foraõ  como  corredento- 
ras  da  culpa,  pela  uniaõ  que  tiveraó  cõ  o  fangue  de  Chrif- 
to,&pelovaloremqueasteveoEternoPay.  65  DeiU 
-    y    .  „,  „      liçãodeChriítoaprendéoS.  Bento, aacompanhar  orne- 

6{   Lachrym*ergoChriftiDo      *.  ir  I       J       1 

mini  ejm  fanguim  admtxt*  0-  recimento  do  langue  com  o  valor  das  lagrymas,  para  que 

^TZfffaZZ?*'™*-  Deos  refpey  tando-lhe  a  excellencia ,  coincidiíTe  com  feus 

VcígainjHãí&òm.  i.§.8(.  rogos,  fempremitir  demora,  em  que  a  tentação  podelíe 

crear  raizes. 

659  Apagado  o  fogo  na  corrente  das  lagrymas,  re- 
ceou o  Santo  Patriarcha,  que  Florêncio  perfeveraífe  na 
malícia,  &  inveja  com  que  o  perfeguia,&  teve  impulfos  de 
cleyxaromoíteyro,  para  evitar  a  perdição  do  agreíTor.  In- 
determinado eAava  o  Príncipe  dos  Patriarchas  narelolu* 
çáo,  pelo  amor  que  tinha  áquella  foledade ,  aonde  habita» 
va  perto  de  vinte  &  finco  annos.  Afli&o,  &  chor.ofo  entre 
aperplexidadede  íeupenfamentolheapparccéo  Cbrifto 


incei 
ItU 


EMPftEZA    XXXI  417 

to  Senhor  noflb,  &  o  coníolou,  animando-o  a  que  deyxai- 
íe  aqudle  monce ,  &  foíTe  para  o  de  CaiTino  ,com  eíias  a- 
mordas  palavras,  í \ir 'a que ',ò dulciffimo ,($ amacio  (Bento  tein- 
trtflejfes?  NaÕ  te  lembra* ,  cio  que  eudijse  a  memVtj 'cipulos :  Se  a 
mim  me  per feguiraô, também  Vos  baõ  depcrfeguir  a  VÒsfJtt  te  conVem 
efcolber  outro  meyo ,  &  tomar  outra  Vereda ,  porque  eu  te  ej colhi  entre 
todos  os  que  vivem  no  mundo.  Tu  es  Clarim  íelejltalde  meu  Evange- 
ibo  ,  enriquecido  de  meu  efpirito ,  para  quefe  ouça  por  todo  o  mundo  a 
yo^  de  tua  doutrina.  LeVantate ,  &  caminha  par  a  o  CafleUo  de  ta/ fi- 
no, &  poVô  daqueVa  comarca ,  que  ate  o  dia  de  hojeperfeVera  na  idola- 
tria,  adorando  nos  Ídolos  ao  Demónio,  em  cujos  corações  reyna,  por  af- 
tucia  de  Satanás  j  &  naõfabem  mays ,  do  que  adoralo  ,  fâfegutlo.  A 
■iodos  prega  aVerdadeyradoutrina^  &  procura  redu^jlos  a  meuferVÍ~ 
co;  porque  eu  eílarey  contigo,  6?  naõ  te  deyxarey ,  &  confundir  ey  a  to- 
dos teus  contrários.  Caminha  para  guerreares  com  os  Ídolos,  fayde 
-bom  animo ,  mojlr  ate  forte ,  ©  Valer  ofo,  que  eu  te  entregar  ey  o  Caftel- 
•h,  aonde  perpetuamente  permanecera  a  primada  de  tua  Ordem ,  &  a 
gloria  de  teu  nome.  Verdade,  que  auchorizanios  com  otefte- 
tniinho  de  Surio ,  Tomo  lctimoem  a  vida  que  eícrevéo  de 
í>.Placido,cujaauthoridadecorrobora,&  authoriza  onof- 
ib  EmminentiíTimo&Doutifiimo Cardeal  Aguirre  emo 
livro, que efctevèo  intitulado  Ludi  Salmaticenfes  folhas 
feíTenta  &  quatro  Preludio  oitavo.  Eo  Reverendiífimo 
Padre  Fr.  Gregório  de  Argaysemafua  Soledady  el  Cam- 
po Capitulo defoy  10, Sc  Benediâo  Htftheno  Tomo  pri- 
meyro.  Aspalavrasem latim faóasfeguintesjque por  ex- 
tenças  as  pomos  em  o  corpo  do  livro. 

Vtquiddulcijfune,  ac  diletliffime  Benedicle  trijlaris?  Nunquid 
jam  remtnifceris  tUud  quodego  Dijcipulis  méis  locuuis  fum ,  dicens: 
Si  meperfecuttfunt,  £>  Vos  perjequentur*  Tibi  entm  alia  efl  eligenda 
Vi<t ,  aliud  iter  qtuerendum.  Te  nanque  elegi  ex  omnibus  tncoleniibus 
t>rbem.  Tu  Evangelij  meituba  c^lejhs  exiflens ,  ípiritu  es  meo  reple- 
clits.  Surge  jam ,  (*>  Vade  ad  Cajlrum  Cajfinum,  SÊ  populum  ejujdem 
(ProVincue,  qui  adhuc  tdolorum  nefandis  culúbm  ferva ,  ££  m  quorum 
pY<£cordijsSatan£  Verfutiaregnat  ,qui  nihd  faunt  ,aut  dicunt  ,ntji 
^quodin  cordibu*  eorum  Veneno fi  Jerpentis  Verfutta  Jcrtpfit :  Seimone 
.Vindico  prrtdicans ,  in  eum  ad  utltum  conVertereflude ;  qiiia  tetum 
£<lo  ero, fé> non  te  deferam,  £>  confundam  omnes  adver fartos  tuos.Tro- 
\fafcere  tdolorum  ad  pugnam.  Con for tare,  ©  ejlo  robuflm ,  quia  Caf 
Xrum  tibitradam,  00  ifucjedesmnwmtm  Mrtteinumerit, 

G<zg  660  Qual 


■ 


q. i -8        O  TUlNCftE  WS  TJT.  TOMO  11. 

66b     Qual  outra  Judith,  que  para  corcar  a  cabeça  $ 

Olofernes,  centro  da  lacivia,primeyro  confirmou,  &  for- 

66  stetitqucjuâitbêMete-  talecéofua  caíiidade  com  asheryinas  de  leus olhos,  66 

aumoríKí  cuia  lacbrytiiitJSU-  ,,  r>         •  i 

lioummoiuwfíientio.  da  melma  iorte  o  Santo  Patnarcha  ,  para  nos recey  tar  o re- 

l:^l^tumm,,,a.  médio  contra  efte  vicio  :  reparando  a  caftidade  de  feus 
ehi,jir»iumquerigat,ne  cum  Monjes  com  as  copiofas  lagrymas,  que  chorou.  Mas  como 
áum,  *i>qu»  mtnui  iniqu*fe-  elieremedio nao  necommuni  a  todos, pela  dureza  de  ani- 
e'z^!Z:S::^j.  mo,  ou  pela  ribczadoefpiíitodcmuytos;  outro  mays  ú\ 
zii.hum.ii.  cil,&efficazenílnouoRedemptordomundo,em  mandar 

•  aS.BentofugiíTedeSublaco;quefoy  omeTmo,doqiicen« 

finamos  a  fugir  das  occafióes:  Medicina ,  cuja  experiência 

não  neceffita  de  outra  prova  mays ,  que  da  noíla  delibera»» 

e7  Et muJierftigit iufoiítu.  çáo.  Amolher  oueS.  Toãodefcreve  noApocalypfe.ap,. 

Gincm   pipocai.  i?..vcif.6.        *  1  J  l  J  k  >     l 

68  piurimi  Sanaffimi  jàm,  parecendo  no  Ceo  armada  de  Sol,  Lua  j&Eftrellas,  para 

Z%Z?»u*.eÍOpro*Urf,t~  4^r  vi&oriofa  do  Dragão  ,que  a  acometia,  valeo-fe  da  i  u« 

kufáiusmEfm.aiDama.  gfda  para  odezerto.   61   Muytos  Santos, que  foubeiáo 

Jum  de  morte  Hieronymi,  «  r  J  -  r      • 

6ç  Simutmnoncomburatur  chorar  amargamente  leus  peccados  pengaiaoneltt  mecn- 

i;zt%zt:;^  &  Anè. 

ruf<*mm*babnant,vijcarium  ve,ainda  que  de  feu  natural  feia  fiia,&  conge]ada,derrete- 

Diabolinondeerit.  r      n        i     ■  j      C  a      TL       <?  •  -       j 

^5'fuj  Gzmmtan.  ub.  ..  de le  eliando;unto  do  togo.  Avilta  ,&  comunicação  cope- 

^T^SeVgo  luxuria.  ri§°  obra  ein  hua  alma  °  meímo>Sue  °  f^go  arrimado  d  pa- 
uremaium^âtiigmter  ejutoc-  rede , que fupofto  a  não  quevme  ,a  deyxa  denegrida.    6õ 

fa  removetureJusefeawAi       t)  i°g°  da  luxuria  ne  lemelhante  ao  mal  da  peite ,  que  o 
,,aJlZí!?Tninm°J,ame*  remédio,  com  que  totalmente  fe  evita,  hejdefamparar  a 

cercnififugin.  parte  do  contagio.  70 

*»/«*«« »  e/j(f.  **  o„w„_  r  ° 

Jum  de  morte  Unrcnym/,  '  ' 

Quivitarecupit  Veneris  fliigrantiatela^ 
Evttet  canjas ,  S>  /oca  prompta  malis. 
German.  de  LuxuriA. 

661  ComeftarefoluçãodoCeOjferefolvéoo  Prim 
cipedos  Patriarchasadeyxar  aquellafoledadc,&  paíTara 
Monte  Caffino:  &  convocando  a  leus  diícipulos,lhe  fez  a 
pratica  feguinte. 

OuVime  Irmãos ,  &  filhos  meus ,  bcrdeyros  ,  &  J ócios  napromejjd 
do  ^eyno  Eterno.  Meu  Senhor  [  ESV  Chnjlo  me  ordena,  que  Vú  ao 
Monte  Cajfino  dejlruir  a  adorarão,  &  cultura  dos  ídolos ;  pelo  que  a 
Vontade  de  Deos  feba  de  antepor  de  toda  a  forte,  a  toda  a  Vontade, 
oy/lem  dtfto ,  bem  /abeis,  quantos  enganos,  &  quantas  maldades  tem 
obrado  contra  mim  o  (Presbytero  Florêncio ,  querendome  tirar  a  vida^ 

con% 


EMV%EZA    XXXI.  4,9- 

com  Veneno ,  &  as  almas  de  flácido ,  Q?  Mauro  com  a  tentação"  laci- 
Va,  pela  qual  ra^aÕ  hc  necejfario  deyxar  efe  faio ,  conforme  a  doutri- 
na do  Eterno  ^ey :  Se  Vos  per fegmrem  em  húa  L  idade ,  fugi  para  ou- 
tra. E  por  fer  iflo  afy ,  &  porque  opreccyto  do  mefno  Senhor  J  ESU 
Cbriíto  me  obriga,  be  necejjano  obedecer ,fê>' por  a  caminho.  Sobre  bua, 
&  outra  coufa  temos  porley  ,  abriras  entranhas  de  piedade  a  toda  a 
forte  de  pefjòas :  &  com  fraternal  amor  foc  correr  a  todos  ,afiy  como 
Nojjo  Senhor  I ESU  ChnftofaVorecéo  anos.  Vos- ficay ,  &  berma- 
yccey  na  graça ,  ©  (anta  conVerfaÕde  Vofo  inflituto :  Sabendo  certa- 
mente, que  quanto  mays  cuydadojos  fores  nas  coujas  effintuaes,  tanto 
mayor  premio  haVe ts  de  ter  nodiadolui^o.  Eka  praticado  Sanco 
PatriarchaefcréveSurio  no  lugar  citado.  Eaponhotam-  *Af*à BenJiSum  u*fthen» 
bem  em  latim, para  authorizar  afedilidade  da  cradução.  ",w<M"^/,,< 
(t/J  udile  mefratres ,  &fiítj ,  cohttredes ,  &Joctj  inpromiffo  ^e^is 
<etemi)  rum  mihi  Vominm  meus  lEShS  Cbrijhtspnecepit ,  ut  ad 

cidturam  idolorum  exterminandam,<zterna que oblivioni  tradendam^ 

Caflrum petam  Caffinum ,  ideo quèVcluntás  Deinojhts Voluntaúbus 

modvs  ommbus  anteponenda  efl.  Nojlis  pr<eterea  ,  &  bene  noílvs 

quantos  dolos ,  quantas  que  infidias  Florentms  'Presbyter  intulit ,  qut 

me  Veneno  inter f  cere,  £s  dijcipulorum  meorum  Tlacidi ,  &  Mauri  a- 

mmas  extinguere  Voltiit.  Qua  propter  cedendiun  loco  e/l,  juxtaillud 

.ateria  Ç^egis  eloquium;  SiVos perfecuti  fiierint  in una  CiVitate  ,fugi- 

te  in  aliam.  Et  quia  ita  efl  ,juffio  quèejufdem  Domini  noflri  1ESU 

■  Chnfli  unminet,  parere  debemifs,  eundum  efl.  Super  hoc  autemfê  íl- 
ia nobis  lex  efl ,  ut  Vifcera  pietatis  ommbiis  aperiamus ,  &  fraterno 

cbaritatis  amore  ommbus  mortalibus  juVamen  conferamm  ,fcut(y 

nos  accepimus  à  Domino  noflro  1ESV  Chrijlo :  Vos  autcmjlatc ,  & 

permanete  ingratia,  &  conVer fatiem  fanclà  tf^eligionis , proculdubio 

f cientes ,  quia  quanto ■ftudioftus  infpintualibus  dijciplms  permanfe- 

nti>s,  tanto  mayor  apreenda  in  futuro  examims  dtçpercipietis. 

662      Acabada  a  pratica  eleolhéo  o  Principe  dos  Pa- 

•  triarclus  os  Prelados ,  &  lhe  numerou  os  fubditos  ,  que  lia- 

.viáo  de  governar  em  cada  hum  dos  moheyros ;  &  naquelle 

donde  feauíentavadeyxou  por  Ptior  a  Santo  Amaro.  71  .  .     _ 

Os  extremos,  com  que  o  Santo,  &:  os  fubditos  ícouveraõ  que  t^.i^i,  fuHUmUí 

neitadelpcdida  cantou  oiamoiol  r.  Nicolaoliravo  noi-  jj^„ ^r,:,c-, ;,.-.-, n. 

iò  Monje  Cirtercicníe  na  lua  Beneditina.  Canto  6.  *«««*  *-'/«'««««  »>*"- 

D.  Greg.  "Mag.fuf, 

(Remato  fu  ra^ón,  breVe ,  amor  o  f a, 
Que  dá  Florêncio  priefa  confts  htebos; 

Ggg   2  !/;«- 


4 i o       O  &H1NC&E  DOS  VAT.  TOMO  1L 
Y  humedeciendolãiiwjitla  hermo^a^ 
Los  fue juntando  todos  a  Jus  pe  dos  : 
lann  que  dclca^o^y  la  ra^on  forçosa, 
Vcju partida  ejtan  bwijatts fechos, 
G^i^on ,  abraços ,  ivnymas ,  y  eflilo^ 
Ha^en  manar  fia  ojos  de  h:ío}  en  hdo. 

662  Aficçio  com  que  a  gentilidade  pintou  os  amo. 
roíbs  excéífos  das  Hyades  ,na  mor  te  de  feu  irmão  Hyama, 
êípédaçado  pelas  garras  dehúLeáo,  dealgúaiórte  leve* 
rificou  na  delpedida  defles  Religiofos ,  vendo  a  leu  Prela- 
do fugir  da  crueza  de  outra  fera ,  que  no  mortífero  de  íeu 
veneno  excedia  a  toda  a  malignidade  dos  brutos :  que  as 
Hyades  continuarão  tanto  na  choro, atéque  lhe  dtsfale- 
céo  a  vida  3  &  que  os  Deofes  condoídos  dainfelice  cania^ 
as  transformarão  em  eftrellasdo  Ceo,diírerãoos  gentios. 

Mox  Hyadum  chrus  Eois  emerget  ab  undã, 
Fratrts  Hjd^uasperpetuus  dolor  indtditaílri6. 
Fontian. 

A  aííiflencia  do  Santo  Patriarcha  avivava  o  efpirito  dos 
!Mon}es:  os  quaes,principiarão  o  choro,  quando  foubeião 
deíuaauzencia,&prefefiirãonopTanto  atéihe  faltar  a- 
quella  vida,  porque  naó  enxugarão  os  olhos,  em  quanto 
viraõ  a  leu  meitre ,  &  cada  huni  dos  Religiofos,  por  diíei- 
pulos  de  tal  meíi;re,ric3ráo  íendo  eftrcJlas,  aonde  o  Sol  dos 
Patriarchas  deyxou  eftampada  a  luz  de  feu  efpirito.  A  inda 
que  todos  elles  conhecendo  a  intença  pena,  com  que  o  Sá- 
to  Patriarcha  fe  auzentava  de  Sublaeo,  magoados  de  o  não 
D    ..    .   a.  .  acompanharem  na  iornada,dobraraóas  penitencias,  para 

mortihcara  vida.  Quaes outros  nlhos  deAdaparo  Gene- 
7í  Seâcum per  ignota  hca*  raldeBoínia,  que  vendo  a  feu  pay  defrerrado  da  Patna, 

piltu  viater  incccieret,  ubicum-  „„  -  li  L  3  1         C  -     i 

quebh,H,»ccCi„r;batjuapro-mo  o  podendo  acompanhar  no  degredo,  fizera  o  dacaza 
LHUtiuvcn^viManturÁffir-  onde  vivi-áo,  tumulo , em  que  fe  fepukaráo.   72 

ttrr.fibi^gr^uíoirigtrtde-  5  C  n  ■  1  1      -       13      1  •      •      P 

ttbat, indican.t  Qutnimirum       oo^.      INomeou  ooanto  Patiiarcha  aigus  heliqiolos, 

mvcnft  ,qiu  .;' ' /««( crsJeitJi.    _„.„  1„  _     /*  c     /""  l  '      J  11         J     S~* 

«■[..yi^ic.spm^ad^  para  levar  contigo  :.&i.thindo  com  elles  do  Convento,© 
aivirícuiiodiar^diptefiti!      acompanharão  deus  Anjos  em  figura  juvenil, ate  oapo- 

D.Petntf  Uamian.  tnierm.  l  ^     rr>  <    ' 

VigUi.  s.  Bcncdi  Si.  zentarem  em  Caíimo.  7 3 


Adanai) 


3 


EMVREZA    XXXI  42I 

Ad  qmm ,  tu  ex  alio  monitm  cum  monte  Ventres 

Èeõdkjertpóbk,  Duxjutttpje  D  em. 
"N-avique  duos  juVenes  ,biVium perduxit ad  omne: 
(Juitepnmveyit ,  quod leque; ens  tter. 
M  arais  Monacb.  tn  'Bibliotcb.  Flonactnji. 

Recinvaífe  o  Santo  de  Sublaco ,  para  fugir  á  tentação 
jamiodeíia.  E  o  Ceo  neíta  companhia  de  Anjos  enfinou  a 
todos,  que  húa  boa  companhia  he  remédio  efficaz,para  cõ- 
iervar  a  pureza  j  porque  afociedadedosdeítrahidos  pôde 
pervertera  virtude  mays  confíante.  Eícréve  meu  Padre  74  VivifttqueDewiucemà 
Kupérco,quefoia  omeíino  apartar  Deos  a  luz  dasíom-  u"f'^$tft?iLbr*»i- 
bras,  74  do  que  leparar  os  Anios  eloriofos,da  compa-/^»»'^'  ^"sd'  «***»"  cu.» 

..      i  1         J  o  cili  J  eodem  Príncipe: Hat  uvqucif* 

ntiu  dos  condenados:  75  &  acme  nmr  Em  ordem,  a  que  ^rafDítujueemquediviJit, 
«companhia  dos  máos  uão  pervertece  aos  Anjos  bõs.  70  i'"a  mahsv  'yt"/eloí  ab°"^\ 
íJoisícos  Anios  laõdenatureía  inflexível, como  podião pannoneimvuuhni^upertus 

,  1  r       -  r.   t      la  1    -  1  ^biias.Lib.i  inGenif.CJp.it 

*»s  bons  perder  a  ianndade,  &  piue2a, que  nua  vezabraça-  ?6  xjtncci^quicicidttunt 
láo?  Porque  a  má  comoanhiaerapoderofa,  para  os  fazer  ^""^'í^J&^ílH^J. 
Hiisdaí  de  naturcia.  Divida  Deos  os  Anjos  dos  Demónios,  »5,'.í  ,,/-;,!///«»•/«> «»'?»«'"'"' 
.paia  que  vivendo  os  Anjos  hús,coni  os  outros  conlervaí-^^;Jf<^;íw*?íffí"w< 
iema  cvraça,quepoderiáoperderpela  rebelião  da  má  com- 
panhia: Eafly  como  efta  pode  diminuir  a  graça,  da  meima 
iorte  a  boa  companhia  apòdeaugmentar.  Daagoaacom- 
•panhar  com  o  íàngue  do  lado  deChriíto,  adquirio  o  valot 
da  Caraça,  com  que  nos  ajudou  a  remir  da  culpa. 

õ  o  5        Seguirão  também  ao  Santo  Patriarcha  os  três 
.    -còr  n.  os,  que  lhe  afíiftiáo  no  moítey ro. 

Crede  fi  fícla  loqui,  ni fitem  is  Jolus  abiret. 

Três  Jubito  corYipromentere  Jequi. 
Hicijuofic  te  clamant  ^populosqm  tájiereqmmnt,. 

ExIk-cIm  noclió  cum  piafeJlafacr-4. 
Çui  Vtlut  orèati  rauevs ,  tibi  jlere  loquelis 

ínjiant  conVinch  quod  cor  Vtre  tuo 
Tejibi  fubUto  wwbns  yjionsCwliicóborrcty 

Etpalkt  ndmlis  cuncolor  ipjejias. 

Marcus  Monacbus .  ttbijup. 

Acompanhando  asavesahiimSanto,aqueuios  Anjos 

Ggg  3  ler- 


422        O  fflQKClfE  VOS  PAT.  TOMO  11. 

ler  virão.  Obfequio ,  que  herdarão  outros  còr  vos  ftus  def- 

cendentes,  que  todos  os  dias,  ainda  hoje,  vão  á  por  caiia  do 

moiteyrode  CaíTino,crucitando,atéquelhe  dáoa  icllaõ 

77  d.  PeirusDamiainuubi  cuítumada,  comaqual  ie  voltáopara  as  de  veias  domoftey- 

SutiZ'oKtvtrmiijrw,o  f.  m.  roonde  habicaõ.   jy   Osantigos,ornaváofuas  fepulturas 

ir.  Leio  de  n.ihoma*  ugjua  com  figuras  defta  eipecie  de  aves.por  ferem  pregoeyids  da 

XentJiíli«a  LuftU»*.  &  *  **  l        j-  j        t 

Pane  t.  tratado  i.cap.ix.     morte.  70   L  levando  o  Santo  Patnarcna  diante  da  viua 

eftas  aves ,  levava  nellas  a  reprefentação  da  morre  3  lem- 
brança, que  em  fua  Regra  encomenda  aos  feus  Manjes, 
tragão  lempre  diante  dos  olhos. 

666  De  húa  batalha  fahio  o  Santo  vi&oriofodeSu- 
blaco  ;&£.  para  outra  pelleja  endereçava  os  paílòsa  Caílt- 
no.  A  triunfar  dos  vicios,enfinou  S.  Bento  nefta  occaíião, 
a  toda  a  forte  de  peflÒas.  Nenhúa  arma  efpiritual  he  tão 
valente  contra  os  inimigos  d'alma,  como  a  lembrança  da 
morte:  porque  efla  confideraçáo,he  arma  fufficiente pa- 
ia defhuir  a  todas.  Conta  hum  dos  Profetas,  que  fahindo 
Deos  a  guerrear  contra  feus  adverfarios,occulrara  feuin- 
-9  ly.ibfccuiuaeftforutu-  finito  poder.  79  Poisfe  naoccaíiáodo  confliâoíe  em- 
âoepu  *4k*m.  cap.^.vn-f.A-  penhão  as  forças, como  oceultou  Deosasfuas,nefta  pele- 

80  udntefacii ejiv  ibimort.   r        _  *  ..  1  11  o         r- 

ibt.  ja?  Levava  Deos  diante  dos  olhos  a  morte  :   00   h  para 

nolTa doutrina moftrou  Deos,quenáo  neceííitavade  ou- 
tras armas  para  triunfar,  quem  levava  diante  dos  olhos  a 
morte,  que  havia  de  ter.  Contra  os  vicios,  &  feus  fequazes 
fahio  Deos  a  campo  ;  &  S  Bento  fe  pos  a  caminho  ;  do  Se- 
nhor a  prendèo  o  fervo ,  aefeolher  as  armas ,  para  não  per- 
der a  vi&oria. 

66  7     Ao  parecer,  efeuzada  era  a  companhia  dos  An- 
jos a  hum  Príncipe,  que  levava  confígo  as  memorias  da 
morte,por  ferem  eftas,  o  melhor  confelheyro,  &  amays 
certa  guia.  Defpoisque  Abrahaõ,namortede  fuacfpofa 
0    T,  ,     .,.„  ,      »3    Sara, comprou  húa  iepultura,  onde  afeu  tempo,  lunta* 
fiicem,qt,amb»ba inexttem»  mentecom  eila  o  lepuitaliem ,  01   naoiemos,que  Deos 
r*GcKtf*x\.C*erf.9.  conforta  fie  a   Abraháo  com  fua  preíença.   82    Pois  íe 

Deosaté  aquelle  tempo  o  favorecia  com  fua  comunica- 
az.  mtMdumquodDetuui.  cão,  &  o  aconfelhava  com  fua  doutrina,  como  agora  pri- 

lemu  ^IbrabtafparviJJthgi-  aLi-i  r  -*  r>  n   '  rrr     •         t 

tur.  Rtrpeniu.  va  a  Abrahao  de  tanta  tortuna ?  Porque  elte  Patnarcha  an- 

ticipando-fe  emeomprar  a  fepultura  ,  em  que  havia  de  fec 
enterrado,  mofirou  trazer  a  morte  diante  dos  olhos ;  &a 
húa  cieatura,  que  vivia  com  eíta  lembrança,  achou  Deos, 

»       que 


E  M  <P  <]{E  Z  A  XXXI  %i% 
que  lhe  nío  era  neceflario  outro  confelheyro, nem  outra 
guia  mays,do  que  a  Tua  memoria:  mas  em  defença  do  Pi  in- 
cipe  dos  Patriarchas  ,  ajuntou  Deos  todos  os  remédios 
contra  os  vicios ,  porque  Tendo  o  âà  lacivia  a  cabeça  de  to- 
dos ,  &  aquelle  de  que  São  Bento  fogia ,  foííe  eiie  iucceííb 
botica  univerfaljonde  osmortaes  achaflèm  nedicamen- 
tos  contra  eftes  vicios:  recey  tando  aos  fracos,  a  fugida 5  aos 
tímidos,  a  fociedade  ;  aos  valentes, a  memoria  da  morte. 
Defenfivos ,  que  cada  hum  delles  he  táo  poderofo  >contra 
afenfualidade,comofaõ  asagoasdalagoa  Nerve,vjuc 
o  lenho  incendido  ,húa  vez  apagado  dentro  em  fuás      <?'    *"*'-  lg""''%  ?fTt-ir.a 

.    •  .       -  '  11     r  Sociel6liiJefu.Tnitt.JeEU- 

agoàs,  fica  incapaz,  para  que  nelleie  torne  a       ,    tmm  miMiha. 
athear  ofogo,pormays  intença^que 
feja  achaniâ.  83. 


CASTIGA 


424 


CASTIGA  DEOS  A  MALDADE 

de  Florêncio,  &  chora  o 

SANTO 

PATRlARCHA  SUA  DESESTRADAMORTE, 
E  M  $  %E  Z  A     XXXIL 


A  ND  A  o  Phifíco abrira  vea, 
para   conhecer  pelo  fungue  a 
||  complexáo  do  enfermo;  &  pa- 
ra defcobrir  o  humor,  em  que 
pècca  a  enfermidade.  No  lan- 
W^\  guemofíra  anaturefa  a  deipo- 
fii^aodoíogeytOjCjue  anima^  &ofeubom,  ou  máo  tem- 

*  pêra* 


EMf^EZA    XXX1L  425 

peramento.  A  Iancera  he  a  chave,  que  abre  nas  veas  as 
portas  aos  males,  que  inficionáo  a  faude  j  indicando,&  ex- 
pelindo o  humor  de  que  procede  a  corruçaó ;  ou  confir- 
mando ao  Medico  naboa,oumá  opinião, com  que  odey- 
xou  o  pulíb. 

66$      Lanceta  apontada  he  todo  o  inimigo,  que  nos 
aegravos  com  que  offende,defcobreobom,ouruimhu-    •  N«w/ir naturaiher  en eu* 

00     1         rr       j*  1  f-x  1  1    -  menr,ecor\tr3ig«obilii. 

niordoonendido.   1   Das  payxoes  humanas  nenhua  cor-   Rauiiw^tp.fi. 
rompe  mays  a  nobreía  do  fangue,  do  que  he  a  vingança;  a  £?£$£$&£& 
&  dos  remédios  nenhú  tanto  a  puri  fica,como  a  clemência .   Gamam,  de  Mijai™. 

Magnos  ^  (§  claros  homines  dementia  multum 
Omat ,  ea  uttltus ,  nobduts  que  nibil. 
German. 

Asmoleftias  apurão  os  ânimos,  8c os  aggravos examí- 
naoanobreia.   3  A  vingança,  queohmperador  beptimo  offe»tiMen»ta,tasiueet. 
Severo tomoude  feu contrario  Clodio  Albino, mandan-    We*'*£    .    ~  .   .,  . 
do-]hearraftarocorpo,deípois  de  lhe  cortar  a  cabeça,  4  munnau. 
confirmou  os  indicios  de  fuapéííimacreação.    5    A  Cle- 
mcncia,que  uzou  Antigono  hino  de  Alcinoe  chorando  biic»tn.ignobn«. 
de  íentimento, quando  lhe  aprezentaraó  a  cabeçade  Teu 
inimigo  Pirrho,   6  autenticou  o  efclarecido  de  lua  def- 
cendencia.  Os  homés,faõ  como  as  plantas,  que  no  golpe    6  ***iJ'»'fu? -,cm  àecu- 
com  que  as  ferem,  eftilláo  o  medicinal,  &  venenozo  hu- 
mor dequefealimentaó. 

670  Naõconhecem  osmortaesa  utilidade, deque 
lhe  fervem  os  inimigos:caufa,por  onde  não  correfpondem 
âfeus golpes, com aquella  generofidade,&  valor  deani- 

mo ,  que  deviaó  ter.  O  inimigo  enfina ,  no  que  murmura.    7  Quoniam  nfee  tmptribú* 

a  murmuração  de  hu  leu  oppoíto  aprendeo  Alexan-  tmiflt  aJctVi  >  hq/ex  efi„. 

dre  a  fer  comedido  nas  palavras.   8   Naquelle  tempo  f^âo,em'JfcJ't'ti^'Jm'"'itÍ0O"'lta 

.     .  .  .  •  1     ~  1  ri  Jup-nji,  uttb  immicu  vtrutn 

tinha  o  Monarcha  outro  detcyto  mays,  do  que  o  talar  com  audumut. 
algua  immodeitia  ;& ouvindo, que  ocontrano  le  apro-  „ic"  r 

veytavadaspalavras,paralheefcurecer  as  obras,  íervio-fe   *  idemPetru,deíimatVe. 
■da  murmuração,  como  de  conieiho  ;  &  chamou  a  li  o  con- 
trario, como  amigo.  O  corpo  humano,  abraça  o  medica- 
mento, porque  lhe  cura  as  chagas ,  ainda  q  lhe  cauia  dores. 

67 1  Abre  o  inimigo  as  portas  da  fama  ao  contrario, 
que  ofíende,  que  tal  vez  lenáo  -bririão  com  tanta  franque- 

Hlih  ih 


* 
1 


4a6       O  ^INCITE  VOS  <PÃT.  TOM.  II. 

za,  Te  faltara  o  pregão  do  aggravo ,  que  lhe  apurou  o  íufri* 

mento.  Mays  a vultado  ficou  Ceíar  nas  eftatuas ,  que  man« 

9  statuaf  âejcBm  ?on:pty  dou  levantar  a  ieus  inimigos  Scylla ,  &c  Pompeyo  ,do  que 
ftt,f.  t^tm  obrem  c*r*r  dHmemioQz&ijisGpxz  íe  dedicarão  a  lua  memoria  •  o  &mays 
Pcr.ptyftatuat  erignjwfl-  vi&oriofo  em  amoeflar  ,&  não  ferir  aos  que  fe  conjurarão 

bihvit.  Cícero.  '  „  ,  f •     „         .       f- 

contra  eiie,doq  em  daramorteaicusadvenaiios.ua  mel' 
ma  forte  o  Emperador  Juliano,  não  ió  perdoando  a  vida 
a  feii  inimigo  Nebridio,  mas  também  defendendo-o  dos 

10  s.«viftuiubij«p.  toldados,  para  que  o  nâomatalfem:    10  Acção,dequeo 

Emperador  fabricou  afingularidade,com  que  o  Petrat- 
cha  o  adiantou  a  muytos  laureados  da  fama.  O  fonho, 
que  teve  o  Poeta  de  Grécia,  em  que  felhereprefentou  o 
cadáver  de  Annibal,  tumulado  emhúmauzoléotaõemi- 
nente,queoSollheíerviaderemate,   n   naõfoy  aquel- 

mandou  enterrar  funtuofiííima-mente  os  corpos  de  feus 

inimigos  Paulo  Emilio,&  Terêncio  Varraõ.  12  Omon- 

12  Ra-.if.usjupra.  te  de  ouro ,  onde  fingio  a  poezia  deicançavãoos  oííos  de 

PhelippelVlilanenfe,  1.2   naõíe  formou  dos  defpoios  das 

jj   lãemOiiginacap.  to.  §.i .  ll  '  rr     \       '  ~i        -    r 

guerras,  que  venceo,  compolíe  dasjoyas,  que  deu  a  leu 

contrario  Affonço,delpois  de  vencido  na  batalha  navah 
14  Ravifmtfupra.  14  As eftrellas ,que  fabularão  os  Romanos, nafciáodas 

maós  de  Alexandre,  15  não  toráo  as  dadivas  com  que 
ti  UwA?.%m**fr 7§8.  prcmjou osíeus, fenáo  as riquefas,que  enviou  ámolher, 
.c  Berofiàechmncl.      &  fMasde Dario>aqueai  vencéo:    16  em  toda  a  forte  de 

peflóas,&  em  todo  o  género  de  proezas  oceupa  aclemen- 
17  -Mifir  ^r^^f/Víw/íw-cia  0  piillieyro  lugar,  por  fervida,  &  almadetodas.    17 

tae8,*tfinei!lac*tera,&ft  .         -        . 

ftni,proâe$Se  non poffunt. 

Lto  ton1,f.mfcrm.de  ^3far.  j^  vimtes  c[ari  demência  ^egis 

(Primam  eiva  tenet,  precipumn,  quelocum. 
German. 

671  Amuytosilluftrou  a  inimizade,  que  fem  inimi- 
gos vi  veriaõ  tem  nome  :  o  lenho  ficaria  tronco,  ferheíal- 
tafie  o  ferro,  que  o  desbafh.  Cepo,  &  ao  parecer  inútil  vi- 
véo  atgús  annos  o  Capitão  Ariarato,comendante  de  Apú- 
lia: os  defprefos,&  injuftas  cavilações,  com  que  feu  paren* 
íePhilogro  lhe  apurou  a  paciência,  lhe  aclarou  oenten- 
dimentoem  tal  forma, que  foy  hum  dos  efclancidos,  & 

18  tAibhcnfus  àtUivilaUn-        r  i        .  -      i  ,  o  r^.  !•  j 

8stuJcefcremu»Ji.§,7o.     esiorçados  homesdo  mundo.  10  U  diamante,  que  da  se  n- 

«  tranhas 


EMFREZ  A     XXX1L  427 

tranhas  da  terra  íahe  aclamado  Príncipe  das  pedras  pre- 
cioias ,  naõ  merecera  o  trono, fe  o  lapidario  o  naó  puzera 
na  roda,  aonde  lhe  defcòbre  a  luz.  Osinin.igosfeivem  de 
cícultores,  &  lapidarios  ,que  ácufti  do  próprio  trabalho 
gaiiaõo  tempo,  &  o  cabedal  cm  afeyçoar ,  &  poJir  a  ou- 
tros. Náohouvera  táograndes  Heiòes  na  terra,  nem  San- 
tos no  Ceo  fenão  tiveráo  inimigos.  Com  a  multidão  de 
cmulos  fe  íezovalor  de  Alexandre  fenhor  do  mundo:  & 
com  as  fcm  razões  do  mundo ,  merecerão  os  bemavcntura- 
dos  as  cadeyras  da  gloria. 

675      Se  naõ  houvera  inimigos,  confundiraõ-fe  osil- 
luffrescom  os  macanicos.  Operdaõ  das  ofltnlas  hehúa 
das  prcrogativas,emqueosr5cionaesdifTeremdosbrutos. 
*   Contra  o  artífice  que  oslavra,defpedem  defias  pedras   *  Humt*it<u,»iquccumi- 
pedaços,  &  o  ferro,  lanças  rnaoaíly  o  ouro,  nem  a  prata.  wwíinfjritajauJcii^gutt 
Cleomene  Rey  dos  Lacedemonios,  na  vi&oria  que  alça n-  ctES?****' '  ''''^ 
çoudos  Acheos,deícobrio  entre  os  mortos  ocorpodefeu 
adveríarioLydiades  j&ornando-o  dasinfignias  reays,o 
mandou acompanhadodosmelhores  deíeu  exercito,  até    '9  B»F>?  f^gcflb>- 
as  portas  da  Cidade  de  Megalopoli.    1  a   Deipois  ,  que 
Cotys  efcravo  de  Nero  deu  a  morte  aMachometcs ,  ícu 
inimigo,  efpedaçou-lhe  o  corpo.   20  Os  Plcbeos  leguem    zo  ^vUj/upr.%  8. 
a  crueldade  dos  Scytas,quedeipoisde  matar  afcus  con- 
trários bebiaõ-lhe  o  langue;   2 1    &  os  varões  illuílres  ,a   *■  BefCcr""  "'  ^  %*'*«' 

n     J      1      C     1  lf  J      £  %.h>mo,g>tur. 

generolidade  do  boI,que  em  tal  lormadestaz  o  atrevimen- 
to do  vapor ,  que  fempte  odeyxa  com  ler,  que  lhe  apro- 
veyte. 

674  Os  inimigos forão,  em  algúas  occafioés ,  de  roa- 
yor  utilidade  aos  Príncipes ,  do  que  íeus  apayxonados: 
Dos  muy  tos,  que  tinha  o  Emperador  Commodo,nenhuin 
featrevéo  a  declarar-lhe  o  mão  exemplo,  que  dava  com 
lua  immodefta  vida ,  por  naó  arriícarem  o  valimento :  fen- 
iurou-o  Al  macio  Teu  opofto  j&o  Emperador  conhecen- 
do o  próprio  delido,  &  a  obrigação  aquetinhaõ  faltado 
feus  validos, defpedio  amuytos,8r  admitioa  Almacioj  fe  lZ  ^vnafup,  §90. 
bem,  que  nunca  o  Emperador  fe  emendou  dos  vícios.  2 2 
A  violência  das  rodas,  taz,  com  que  a  contra pofiçaó  daa- 
gulha  lhe  regule  as  horas:  A  opofíçaõdas  vontades  feivio, 
em  muytas  occafíóes,  de  guiar  o  entendimento  pot  vereda 
mays  certa. 

Hhh  2.  675  Os 


428        O  PRÍNCIPE  VOS  PaT.  TOMO  21. 

67$      Os  Chroniftas ,  que  authorizarão ,  &  deraõ  ma  « 

yorciéditoásexcellentes  obras  do  Emperador  CcTdr,& 

•  H<tcchmtnti*,atquchu-  Antonino  Pi  o  toraó  feus  emulus.  *  A  liberalidade,  &  a 

te»  ^ntçuma,  ?>um,ac  mio-  n()  parccercJe  muytos,  com  opinião  mays  de  favor,  que  de 

fopkunipltifqiiar.t  alia  pritcla-  t  ,.,.••  \     C  \ 

remabcúgrfi* ,q»* pncuUu-  divida;  mas  o  que  obrao  co  os  inimigos  delengana  a  todos, 

bio^afusrum^ronu.  ,  j    virtude,  o  que  parecia  affc&o.  Em  quanto  Ti, 

Bapuíi.  Vutgej.iib.s.cap.t.  kerj0  Celar  naõ  perdo-ou  ,  &  enriquecéo  a  Hoíco  ícu 

emulo,  diziaõ  os  Romanos,  que  a  liberalidade  de  Tibério 
z3  Jtòfc».§.6$.  era  induftria;&  a  Tua  clemência,  diflimulaçaõ.   23    Os 

Príncipes  comopefíóas  demayor  importância  para  o  fer- 
viço  de  Deos,  corre  mays  particularmente  por  conta  do 
Altiffimoo  abono  de  feu  crédito: &  a  todos  quãtosoCeo 
deffirio  com  aggrado,  tomou  a  feus  inimigos  por  inftruí 
í.4  Beatieriíucumviteãe-  memos  de  fua  gloria  ,&:  por  demoftradores  defuas  virtu- 

rint  hcmitie»  .&  terjicutivor  °  *■      ~  _    .  , 

fumm.  Mitb.s.vcrf.  «z.     des:    24   Eutreos  quaes,íoy  o  Príncipe  dos  Patriarchas 

dos  mays  abalizados  Santos ,  que  lograrão  deDeos  feme 
lhante  favor. 

616  Soube  Florêncio  de  como  o  Santo  fahira  de  Su- 
blaco,  &  caminhava  para  C2Íimo ;  &  querendo  certificar- 
fedo  fuccefio,fubio  a  hum  eirado  de  fuás  cafas ,  donde  def- 
cortinava  diíferentes  veredas ;  &  vendo  ao  Santo  Patriar* 
cha  pofto  a  caminho,  de  gofto,&  da  alegria  comeíTou  a  dar 
faltos,  &  a  dar  vayas,  naõ  fó  aos  que  hiaó  fugindo,  fenaó 
também,  aos  que  ficavaõ  chorando. 

Saltadegujlo  lafangrientafiera^ 
(Rompe  con  torpes  Vayctt  eljtlencio, 
Ycomo  infame  Vil ,  debaxa  eflofa, 
'Burla  de  Veras,  ejearnece  ,j  mofa. 
'BmVo.Cantoô. 

Nefie  tempo, em  que  opeifido  invejofo  fe  confidera- 

va  triunfante,  de  repente  fe  achou  no  inferno;  porque  ca- 

httriu^injíulioL^Jt^m  hindocom  elle  o  pavimento  do  eirado,  ficando  immovel 

cijeiffíjftcognofccrettf  cxuita-  todoo mays reftanrc do apozento, perdeu  ocorpo,a  vida; 

rct  ,p;rduriintcimmobi!i1erto-    o      T  1  L       •  J  r  •      r  r 

tadomusfjbr.ci.hocipfumtã.-oc  lua  alma, a  gloria,  que  poderá  conleguir  lercipeytara 

tum  in  quo  (labat  Mar  mm  ceei-  „,,:..,.,,  J„       _  «, 
JH.V \eUmkoBcm  eo.ue-  *  VIrt«ae.     1  $ 

re»f,extinxit.  £ny      Fabularão  os  da  Mauritânia ,  que  emeaftigode 

gcrumeap.%.  luas  culpas  delaparecera,  por  algus  dias,omoLKe  Atlante, 

cuia 


EMV^EZA    XXXll.  4^9 

cuja  altura  tinhão  paraíi,  que  íuftentava  oCeo  ;  &que 
nos  dias,  em  que  lhe  faltou  efte  arrimo,  foraõ  tantos  osra» 
y os,  que  contra  elies  deipedio'Jupitei ,  que  dey  xará õ  def- 
po  voada  a  mayor  parte  de  fuás  terras.  O  Atlante,  que  luf* 
tentava  o  Ceo,  para  que  naõ  cahiíTc  a  ira  de  Deos  íobre  ef. 
ce  Sacerdote,  era  o  Príncipe  dos  P?triaichas  j&omefnío 
íoy  auzentar-le  do  ílcio,  que  defcarreggr  Deos  o  golpe  ío- 
breFloreocio. 

678  Três  legoashavia  caminhado  S.  Bento,  qusndo 
Santo  Amaro  lhe  inviou  húMonjecom  a  nova  deite  fuc- 
ceíío ;  pedindo-lhe  voltaííe  outra  vez  para  Sublaco ,  viíio   *6  Q"oi  w>  P«  d>fc\p*iut 

/        •  p        •     •  z^v         •  o  ti         •  1  forniria  nomir.e jiatim  vonsra* 

ler  ia  morto ieu  inimigo.  Uuvio  o  Santo  Patnarcha  anc-wp^nfe^^^kí 
va ,  &  com  abundantes  laPrymas  comeííou  a  fazer  as  ex-  f/"*!**?.™*  iteT  m,''il" 
equiasa  leu  contrario;  chorandodeientimento,porver  o  <**»»  àiccut  .•  Rnmtrt q«<t 
defcftradofim  defuavida:    26  i»qfte<««otoni^2SSríí,,/,í/i,<Mfaw 

pulodo  EfpiritO  SantO.    *  Quodvir Dei  Be*eiiBut tu» 

*  •*•  aicns  ,JiJi  ingrtvibtu  Umen» 

tationibiu  dcdit.     Man  Ibi. 

<w/i  <fe/  injelí^  ca^ppr  e/ente  „t  He\auil„  t  & ,,  rJoa  ,.;1I( 

Elrebentar  enlavrynM  fuefuerça,  nc6x*httfí>rtuum:»efartiv,~ 

-.  ,  t    t      ■    a  1    ,   i-  iut  ttamimu & JiffilitUfti, 

(Jue  cl  amor  as  losju nos ,  y  dejabtos,  Provcrb  2.* . wf. > 7 . 

Con  Ugrymas  refyonde  ajiu  aggraVios.    BraVo.  fupra. 

6j%      Ponderando  o  Doutor  da  Igreja  meu  Padre  $. 
Gregório  Magno  em  feus  Diálogos ,  eíta  acção  do  glorio- 
fo  Patmrcha,&:conferindo-a  coinfeucompanheyro Pe- 
dro Diácono,  conhecéo,  &confeílòu  efte  venerável  Pa- 
dre,que  o  Príncipe  dos  Patriarchas  efUva  aparentado  com 
todos  os  Príncipes  da  CortedoCeo, porque  tinha  oefpi-    l7  fnriflçotimiumjufítrum 
rico  de  todos  os  juílos.   27   Muytas  foraó  as  virtudes  de  &>**&»*'?»*' m' 
Saõ  Bento,  que  o  Diácono  ouvio  recapitular  ao  Summo 
Pontífice, porque  efte,elcrevéo  a  mayor  parte  da  yida  def- 
te  feu ,  &  meu  grande  Patriarcha ;  mas  de  todas  ellas  eíta 
lhe  fervio de efpelho,  aonde  vio claramente  anobrela  de 
íeuelpirito.  Inferíodapurefa  do  langue,  com  que  a  virtu- 
de do  Santo  correfpondéo  ao  golpe  (  que  foy ,  pedir  a 
Deos  por  quem  o  perfeguia  na  occaíiaõ ,  cm  que  o  eíta  v*tõ 
orTendcndo  j  &  o  derramar  lagrymas  de  íentido  ,  quando 
lhe  deraó  a  nova,  de  que  Florêncio  efUva  moi  to^  que  a  tal 
virtude  era  a  mays  nobre,  pois  correfpondia  aos  aggravos5 
com  benefícios. 

Hhh  3  670  O 


43o        O  pqjNOTE  WS  VÂT.  TOMO  U. 

6jy  Ofanguefoy  omayspuro,&  omaysfaudavel, 
porque  as  lagrymas  de  hum  juito  faõ  Tangue  d'alma,&  me- 
dicina da  culpa.  Naõfoyeítaa  pnmeyra,nema  ultima  vez 
que  chorou  o  Príncipe  dos  Patriarchas  :  Também  quando 
Deos  lhe  revelou  a  deftruiçaó  de  leu  moi  teyro  de  C^ílino, 
foraó  copioías  as  lagrymas,  que  chorou  S.  Bemo:  &  mó 
obiigaraõ  eftas  lagrymasa  Pedro  Diácono,  a  que  fizeílè 
elía  coníiíTaõ ,  porque  o  Santo  Patriarcha  quando  ascho- 
iou  na  morte  de  Florencio,cftava  o  Santo  ferido  da  lance- 
ta  do  ódio,  que  lhe  tinha  o  Sacerdote  ;  &  quando  as  dei  ra- 
mou  noticiofo  do  mofteyro ,  efta va  o  Santo  ferido  da  lan- 
cetadoamor,  que  tinha  afeus  Monjes.  E  coirefponder 
compaíTivo  aos  golpes  do  amor,  he  indicio  da  pai  titular 
afleyçaó  que  as  chora  :  mas  correfponder  com  lagrymas 
compjíTi vasas  feridas  do  odio,he  testemunho  daíublimc 
fantidade  que  as  verte.  Chorou  Chrifto  na  morte  de  l_a- 
78  Lécrymatureftjejut.Di.  zaro,&  deitas  lagrymas  conhecerão  os  judeos  o  minto, 

xeruatcrgojudtheecequomo-  Ai     -A  V     r^\  r^L   "A      T  L  r< '  i 

dowabueum.  queCmilto oamava.    20   Chorou Cnriito  kbre a  v>ida- 

^7tU1,'r\'nTíl^^,f'  ■  de  de  Terufalem,  quando  entrou  triunfante  porfuaspor- 

àcn.Cvttatcmficv.ífupjiiam.  tas:    2o   & deftas lagrymas.inferiraó muy tos  Padres  a in- 

Luc*\9.verf./n.  r     .  '.  r     .  v        1      ^       1  1  1  I 

jo  Viât Dei  m.firicoràiam.  nnita  milencordia  do  Kedemptor  do  mundo:  30  Laza-- 
SBedtiibdeMifiricotih.    ro  era  amigo  do  Senhor:   21    &  Jerufalem,adverfa:  A 

}i    Lazarur  armem  noiier.  o  '     j  J  ' 

1otn.frp.vtrf.it.  morte  de  Lazaro  ferio  a  Chrifto  com  o  amor  j&  apeitina- 

cia  de  Terufalem  ferio  a  Chrifto  com  o  ódio.  E  as  lagry- 
mas, que  Chrifto  chorou  por  hum  amigo,  naõ  lhe  abona- 
rão tanto  a  fantidade,  como  as  que  derramou  por  hú  con- 
trario; porque  eftas,  lhe  defcobriraõ  a  commúa  virtude;& 
as  outras,  o  afTcâo  particular.  Como  jerutalem  encontra- 
da a  Chrifto, foyefte  Sacerdote opofto a  S.  Bento  ;8c  fe- 
melhante  a  Lazaro,a  quem  Chi ifto  amava, era  o  mofteyro 
de  CaiTino,  que  o  Santo  tinha  fundado.Das  lagrymas,  que 
o  Santo  chorou  pela  deftruiçaó  do  mofteyro,podiaííe  coli- 
gir o  particular  amor,  com  que  odifTerençava  dos  mays: 
masdaslagrymas,comquefentioamorte  de  feu  inimigo, 
conhecéo  o  Diácono  auniverfal  virtude,  dequefe  com- 
punha a  fantidade  defte  feu  Principe- 

680      Antiguamente,  omayor  brazaó  de  que  fé  van- 
gloriava a  nobrefa  dos  Chinos  era,que  húa  peflóa  real  che- 
„  „     gaíTe  a  derramar  lagrymas  na  morte  de  algum  defiinto  feu 

\í  Pctfu>  aeLimaiH  RcJpU'  °  11  •  r  n 

Hitaut.Rgftentitra.  parente;  32  porque lhespartcia, queemlemumintcsca- 

zos 


E  M  ?  ^  £  Z  A    JCXX1L  432 

íos  as  naõ  podia  õ  chorar  os  olhos,  iern  que  o  Tangue  as  naó 
obrigue  a  iahir  do  peyto.  Sem  abuzar  como  eiiesgentios, 
podido  os  parentes  de  Florêncio  gloriurem-ie  deitas  la- 
grymas,  que  chorou  oglorioio  Patnarcha;porqueíua  gra- 
de chandade  o  obrigou,  naô  ló ,  a  quea  maiiea  cite  teu  ini- 
migo como  próximo,  íenaó  também  como  irmaõ.Eíte  pa- 
re iicelco,  que  o  Santo  contrahio  pelacharidade,  &  queau- 
thorizou  com  as  lagrymas,  teitemunhou  a  eminência  de 
ieu  elpirito,  eftimando  como  parente,  a  quem  o  preíeguia 
como  opoíío.  Toda  a  razaõ,  porque  o  Santo  Job  ie  exal- 
tou no  eminente  gráo  de  lua  paciência  a  todos  os  miios 
íoy,  dizer, que  tinha  naconta,  &  eftimaçaó  de  parentes  J'  p"t,jái"idif^'^- 

J>  _       >\  '  *  í  tu  n;  mztcr  t^-íi ,  újiivr  meu, 

aos  meimosbichos, quelheruiaõocorpo.   33  isnmbus.  joi.ty.yerj:^. 

081  Diminuto  achou  o  Doutor  d3  Igreja  a  feucom- 
panheyro  Pedro  Diácono, na  inferência  queíez  do  elpi- 
rito de  Saõ  Bento.  O  Diaconocolegio  das  lagrymas ,  que 
o  Príncipe  dos  Patriarchas  chorou  na  morte  de  ieu  inimi- 
go, que  o  Santo  era  aííiítido  do  cípirito  de  todos  os  mitos  j 
&oSummo  Pontifice  oarguiodceicaíío  nefia  conhíTaõ, 
dizendo-] he:  (Pedro ,  o  Vnr.idde'Deos  «S.  fòeuto teVeoeípiritode 

7  o,  a  *     P     J     j    in  -  •  ?4   fir  De!  Bete  Ji8i:t ,  Pi- 

bum  Deos.   34  A;uitadadtttmiçao,com  os  merecimentos  tr\]unius  Deijpiri1um  blhuit. 
do  diffinido.  O  amor  dos  inimigos  como  feia  a  ultima ,  &   D.GnS.  ,v/.-;  uti/upra. 

f  ■  jr.-JJ  -  11  C    -     "    Pe'/p'ce,oifeerttqucm 

iuperior  coroa  da  iantidade,   35    com  c'ia  coro-ou  Sao  modum  uitimampoju*  cen 

Gregório  a  Teu  Patriarcha  no  íiipenor,&  eminente  lugar  J^hL  m.,i.m*in. 

de  coda  a  virtude.  A  confiííaó,  de  que  S.  Bento  tinha  o  ef-  thifup.  DiUgiu. 

pitito  de  todososmftos,naõo  exaltava  tanto  como  aau- 

thoridàde,queodeffinio3fiiftidodoefpirito  de  hú  Deos: 

&  toda  a  exageração,  cõm  que  o  Summo  Pontifice  remõ- 

tou  a  feu  Padre,era dividaa  taõ grande  virtude.Efcreve S. 

Paulo  aos  Gálatas, que  naòfora  reduzido  por  diligencia 

humana,  para  o  Apoftolado,ienaó  pela  vocação  dej  ESU 

Chrifto,  &  do  Eterno  Pay.   29    Poisfe  1  E  SU  Chrifto    16  w«f4í<ta««ií 

P  .  r         \  S\      r       \  r  1  hcmimliuf  ,ncqueper  hominem, 

ioy  oque  ochamou, tendo etteiennor  pcxicywhomevn^fsjferjejutnCbrijium^Dc- 
como  affirma  Saó  Paulo ,  que  naõ  fora  chamado  de  pefíca  "^íJgIZIm  i  vtrf. ». 
humana?  Era  S.  Paulo  inimigo  de  Chrifto,  quando  efiefe- 
nhor  o  convertéo  a  ieu  grémio  ,  &  achou  o  Apoitolo, 
que  em  tudo  excedia  aos  termos  de  humano  a  peflóa  ,  que 
chegou  a  favorecer  com  tanto  cftrcmo  a  leu  roayor  con- 

0  -ri  '11  li-  17    Fatct  D.Rtiptrtui  lit.t. 

tranoj    37   &  que  naoiakava  a  verdade  em  o  publicar  to-  de*iBor:».veri  «/».». 
do  Divino,  ainda  que  foíTc  juntamente  humano. 

682   Os 


ecroni- 


43 2        O  P^tNClPE  DOS  fAT.  TOMO  11. 

68  2  Os  juftos  no  que  obraó ,  publicáo  a  mayor ,  ou 
menor  favor  defeu  eípirito.  ISeni  todas  as  vinudts  dcffi- 
nem  a  hum  juíto,  eminente  na  fantidade.  As  tubulações 
faõcomo  as  ondas,  todas  conquiftaõ  a  penha,  mas  húas 
mays  que  outras  experimenraó  a  dureza  da  pedra  ,em  que 
qucbraõ  asagoas.  Lntre  osgolpcs,comque  Deos  reuni- 
feita  a  virtude  de  feus  efcoliudos,  temo  primeyi  o  lugar  a 
clemência  ,  com  que  íopcrtaó  os  aggravos.  O  mefmo 
Chriltoefcolhéo  eílegenero  de  feridas, para  manifeftar  a 
Divindade  de  lua  Reíurreyçaõ,moflrando  a  feus  Dilci- 
pulosos  ílnaes  das  chagas,  para  que  por  ellas  oconhecef- 
iem  gloriofo.  28  As  chagas,  que  lhe  abrio  a  crueza  de  feus 

*i  Qu,dthrbaliejlú,tíeogi- .     .?  „  °  n/L  1  •      o    L 

:.v,cnc, afeendumm corda  vc-  inimigos  loportou  elte  íennor  com  tanta  clemencia,ck  be« 
tl^:;^,^/e'  nignidade,que  asconvertéo  em  efmaltes,que  Iheenno- 
i«f<fi4.»/.(8.  breceíTem  a  pureza,  8c  gloria  defeu  corpo;   39   &  aefú- 

maçaõ  que  fez  dos  aggravos  oaplaudiaõ  Divino.  Ex- 
emplo, que  deyxou  Chriíto  a  todos, &  com  efpecia- 
lidade  aosPrincipes,enfinando-lhes,  que  cor- 
refpondendo  com  benefícios  aos  aggravos, 
calefkaõ  a  nobrela  do  langue  ,que  os 
fobio  ao  Trono. 


39  ConciJciaia  inimicorum 
titulo,  quia  Deiadbuc  r.cn  ci>- 
cidemtu  infignia, 

O.Ghrtfologfttm.lu 


CHEGOU 


435 

CHEGOU  O  PRÍNCIPE 

DOS  PATRIARCHAS  AO  PE  DE  CASSINO,E 

antes  de  fubir  ao  monte,  o  fez  hum  Anjo,  &  da  parte  de 
Deos mandou  ahum  Santo  Ermitão,  que  nelle  ha- 
bitava, delocupalfe  aquelle  fitio,  porque  outro 
amigo  de  Deos  o  vinha  occupar. 

B  M  í>  ^  E  Z  Á    XXXIII. 


^X" 


683     g||gpggBa  a  creaçaõ  do  mundo  reparrio 

Deos  as  virtudes  conformes  có 
a  natureía  dos  individuos.  A  ne- 
nhum deyxou  tem  preftimo ,  & 
a  todos  differençou  nas  proprie- 


JgJ  dades.  Frul\raraó-fe  as  obras  da 
naturefa  3  fe  as  naò  acompanhara  a  medicina ,  para  que  for 

Iii  *a0 


454  O  PRÍNCIPE  WS  QÂT.  TOMO  11. 
raõcrcadas.  Fora  inútil  a  produção  do  ouro,  feapra  ta  ti- 
vera a  mefmaefumaçaõ,&  valor,  &iuperflua  a  variedade 
de  animaes,  plàntas>flores,&  íruetos ,  ie  todos  tiverem  o 
me  fino  fabor,  a  mefma  fragrância,  a  nieíina  virtude,  o  mef- 
mo  natural,  &  a  mefma  forma.  Conformando-fe  com  a  ca- 
ridade dos  elementos,  em  que  haviaõ  de  viver,  creou  Deos 
a  multidão  de  animaes  }&  ajuftando-fe  comos  fins,  para 
que  haviaó  de  fervir ,  produzio  a  terra  a  diveríidade  de 
frutos. 

684  Aos  dous  Luminares,que  o  Altiffimo  creou  pa- 
ra governo ,  Sc  compofiçaõ  do  mundo ,  afignou ,  &  1 epar- 
tio  os  termos  de  fua  jbgídiç  a.õ ,  porque  os  creou  em  esfera, 
&  com  influencias  difíin&as.  O  Sol  naõ  prefide  ánoyte, 
nemaLuaaodiaj    1    porque  o  Sói,  ainda  que  fe;3  princi- 

•  Lumwariwiuttttprsef.  pe  âos  aftros,naõ  tem  a  mefma  aptidaõ,que  tem  a  Lua  pa- 

fetdiei.b  l timniar e  minits  m  V  ~  ,.      ,     -&&       ,,        r  11,;  » 

fraeftmãi.  ra  prcíidir  as  Eítrellas,ieni  que  as  desluíire  ;nem  a  Lua  tem 

Gene/,  ■.*»/.  ig.  a  áifcíma  adl:ividade,que  Cem  o  Sol  para  formar  a  beleza 

dos  dias:  Naõ  avinculou  Deos  áfingularidade  dascreatu- 
ras  toda  a  valentia  dos  influxos  j  tanlbemas  Eflrellas  rece- 
berão de  feuCreador  particulares  influencias  íobre  a  ter- 
ra, que  as  naõ  domina  a  grandefa  do  Sol,  &  da  Lua. 

685  A  mefma  ordem,  que  Deos  obfervou  narepar* 
tição  dos  dotes,  com  que  entiquecéoas  creaturas  irracio- 
naes,&inceníitivas,  guardou  também  com  os  indivíduos 
racionaes^acodos  ennobrecèo  com  djverfos  génios,  &  in- 
clinações, para  que  ojnayor ,  ou  menor  preftimo  lhes  def- 
fe  a  menor ,  ou  mayor  eftimaçaõ :  Mal  formariaõ  as  repu- 
blicas hum  corpo  myílicõ,  quando  adiverfidade  de  eíta- 
dos,  que  lhe  compõem  o  todo ,  lhe  naõ  deftinguiííe  as  par- 
tes. Differentes  faó  as  veas ,  que  foccorrem  todas  as  partes 
de  hum  corpo  natural ;  Sc  diverfos  haó  de  fer  os  fogey  tos, 

.  que  té  de  governar  a  codas  as  partes  de  hú  corpo  my  ftico. 
686  Os  Príncipes  naõ  devem  prelumir, que  todos 
feus  favorecidos  íograóa  univerfalidade,que  Deos  naõ 
quiz  conceder  ahúafócreaturaiefiimando  acadahúdel- 
lesnográo,emque  os  Romanos  idolatra vaó  orecracode 
Minerva  feycopor  Fidias,doqual  diziaó  fer  o  compen- 
dio de  coda  a  per  feyçaõ.  Se  as  refoluçóes  dos  negócios  de- 
penderão de húa  fó  cabeça,  foraõefcuzados  nas  republi- 
cas adiverfidade  de  tiibunaes,&  deminiflros.  Aafcyçac? 

de 


EWP^EZA    XXX111.  435 

Jealgús  Príncipes  foy  femelhanteaoamorde  Aurefpicio, 
Aftrologo  de  Grécia ,  para  com  o  lavrador  Alviano,  que 
não  fabendomays,  do  que  cultivar  a  cerra,  Aurefpicio  o 
entroduílo  a  calcularas  Eftrellas:  fazendo  cão  grande  con- 
ceito de  íuas  rulticis  oblervações^que  as  cinha  em  conta  de 
irrefragaveisatoriimosj  emcanco,  quelhechegoua  pedir, 
fizelle  novos  inftrunjencos,com  que  inveftigaílè  as  esferas; 
obedccéo  o  ruftico ;  &  guiando-fe  por  elles  o  AUrologo, 
todas  quancas  obfervaçóes  fazia  lhe  fahiráo  erradas ,  por* 
que  ie  governou  pelos  dictames  de  hum  ruiuco,em  tudo 
alheyo,&  ignorante  nas  regras,  8c  preceytos  da  Aftro*    »  nibui*  Pmary  títa.  f. 

,        . J      '  °  &         3  r  *  Pkabuia.  30. 

Jogia.   2 

687     Como  afcienciadereynar  feja  hum  epilogo  de 
todas  as  fciencias,ck  artes  j  &  os  Príncipes  não  poííaó  ter 
plena  noticia  de  todas ,  porque  fua  mageftofa  educação  os 
eximiodaprofiíTaõde  muytas,foyneceíTarioaproveyta- 
rem-fc  de  di verfos  fogey tos,  para  que  defiribuindopor  el- 
les a  multidão  de  feuscuydados,  conforme  luas  esferas  Sc 
feus  talentos  fatishzeííe  a  obrigação  da  Coroa.  E  feos   ,  ^4*geu  inauthemieD*. 
Principes  guardarem  aley  dosTufcos  3   &  L,acèâemmfenlir'b''tCiviut  §  uh"m' 
nios,  4  queexcluhiáoanobrefâdaadminiftraçáo)&:  fu-        .  ..    ....    D, 

perintendencia  dos  foros  reays  j  confundindo  a  ordem  po-  7.er  juRimu  i,t.  i». 
Iiticadogoveino,comofezEliogabalo,defcompondoem 
Roma  o  Senado ,  admicindo  nelle gente  de bayxa  condi- 
ção,   5   fentirão  os  irremediáveis  males,  dequeenferma- 

-r»  T^/"C¥J  •  J         <    Petrut  de  Miranda  1riBi- 

raoos  Romanos,  os  1  ulcos  &os  Lacedemomos,  quede  tuéhorh&urh*—M.S>i9 

todo  perderão  o  domínio,  pelos  defacertos  de  fua  admi- 

niftraçaõ.   6  De  todas  as  infelicidades  dcRoma,foraõ 

caufa  os  Tribunos  CayoLacinio,&  Lélio  Sexto, por  íe-    $  íw.§.*»|. 

remos  que  conftituhiraõ  oseftatutos,deque  aloberania 

doConfulado  fe  comunicaífe  aos  populares :  7  Tudo       •         ,  „  .  ,   .  ,   .. 

anm,dequeLeliofoííeConíulj&  Licinio,MeltreúeCa-  Rd,gUfQrumc»p.¥>.%  j. 

vallaria.  Comeflando  adeclinar  o  Império  Romano  do 

tempo,  em  que  a  fumma  dignidade  deDictador,  ckCen- 

for  cahio  em  poder  de  Cavo  Mário  Rutilio,  de  Quinto  .     ,    . 

r,  o       i     n  l*         1  /T'        J     1  1J     r»  %TitMlivM6a.6.urbecfr 

Pompeyo,  &  deQuinto  Metelo  peíioasdehumildeior-  àn*.  /wp«;«  Jurifi»*  >*> 

te.   8   Querendo  os  antigos  fignificar  o  péfimo  governo  [;.:^     :  / 

de  Eliog;abalo,dezião:  que  alua  Coroa  não  tinha  em  or-  ^nxtnâre^b  ^iiexmdroh^ 

•,  c  .    .  .     r       l  .-  1.  Goi^l  Jicr  cif.)  fcl.i  iy 

demaspedrasprcctoiasqueaguarneciao.  pojifrmcpwm. 

688      Pelo  deícurlo  do  tempo  conhecera õ  os  Lacede - 

Iii  2  monios 


43^        O  T^JKCm^E  WS  TJT.  TOMO  11. 
qionios  o  erro,  em  que  tinhaõ  cahido  naexciufiva,  que 
deiraõánobfda}&  para  o  emendarem,  lhe  entregarão  ab- 

9  Prtrw^/.S.iM.  folutaadnnniliraçaõ  de  todos  oscargos,&  officios:    o   re- 

médio, que  os  na  õ  livrou  do  mal ,  por  lhe  faltar  os  ingredi- 
entes, que  o  fizeiTem  medicina.  A  cabeça  naõ  governa  o 
çorpoíeajajudadetodasasvcas,queaiuftentaó ;  da  inti- 
ma forre  o  governo,fem  a  di  veifidade  de  eftados,  de  que  ie 
compõem  a  republica.     - 

6bo  A  republica  das  Eítrellas,  tem  repartidas  as  in- 
fluencias,  que  íaõ  os  officios  de  feu  governo ,  conforme  as 
esíérasdos  Aftros.  Efhdefpofiçaõ  do  Autor  danatureía, 
devem  feguir  os  Príncipes  da  teua,  naõ  oceupando  era 
nuiy  tos  officios  a  hum  fóíbgey  to:  Advertindo,  que  os  am- 

10  Dhnyfiui  nb.ij.  cu  o.  biciofoseraõ  excluidos  pela  ley  Calfurnia,    10  &  Júlia 

toro  "Murena.  Tiberi    Decian.  j  j  J-        •  J     J  L  Tii 

imiimricinHm.%.  ll    de  toda  a  dignidade,  por  conhecerem,  que  lcmeJhan- 

11  jiterius  Decia  tomo  2.  r^s  mi  niliros  faõ  como  os  Alamos, queafpiraõ  afubir,&: 

çrim.lib.%.c»p.iz.mm.^.  _       ,  -  \  *.  ' 

nao  arructihcar.  Hua  lo  arvore  nao  admite  ínxertos  de 
dificrentes  efpecies,  &  ie  algúa  os  recebe,  nunca  dá  per- 
feytosos  pomos.  OsLacedemonios  encarregando  a  Flo- 
rêncio Grau  o  governo  das  armas,  &adminiltraçaõ  da  re- 
publica,viraõ,que  a  nenhúa  das  partes  acudia  com  promp- 
tidaõ,  porque  profeílava  a  vida  civil,  Sc  naó  a  militar :  fal- 
n  Emanuel.  fup.cap.i9.§.  tava-lhe  naó  ío  a  experiência  ,mas  também  otempo  para 

s<5,  affiítir  a  húas,  8c  outras  obrigações:    \i   AíTycomoas  ar- 

vores, que  carregaõ  de  demaíládos  frutos,  nem  confervaó 
asramas,nem  vingaõospomos,porquehúslhecahem  ver- 
des, &  outros  ficaó  nellas  engelhados. 

690        Paramoftrar  aíingelezadefeusanimos,&de 

feusrequerimentosandavaõ,na  Corte  Romana,osperten- 

,    .   ,.,    .„,    ,    .,  dentes  veftidosde  branco,  &  traziáo  deícubertas  aquellas 

j.íVm«. 7 ;,:,«/>/<.  ?}itu.r;h.  partes  do  corpo,  em  que  tmhào  recebido  as  feridas  em  de- 

in  vitaCanolí/J  i»  Problema,    r  j  ..   •       o    r  J  i~\'  /"» 

cictr.pt*  Pia,co.tJem  Uv„„  t™Ç*  da  pátria,  &  íerviço  da  republica.  19   Comprovara 
hb.+.Decad.i.çTiberi Deci.  dooutros  aiufiiça  defuaspertenções,  cobrindo  a  cabeça 

anutim.lomocrimi.hb,  %.c.  •     l      -  1       f  •     i    r  r  r 

tx.aum.%.  com  as  coroas,  que  tinhao  ganhado  nos  deíahos,  nasdeí- 

14  Francifcur  ie  Spínola  tra-   _  &  LI-  T?  1         j*     •  p  1 

3*u,àc.A>«lv<Ju,6d:ft,o-  PUCas » &  nos  jogos  públicos.    1 4  E  pelas  divifas  regula- 
fitwm  Romanorum ,  #<-.  ^ân-  vão  os  prémios  &  os  lugares,  fem  confundirem  os  mereci* 

tiquitaUTi.DiJpofit.il.  r.  o  -i  ã     r 

mentos.  Intentarão  os  Komanos  vanar  os  lugares  oeíeus 
idolos,  &puzeraó  na  cadeyra  de  Appòlío  a  Marte;  &no 
tronode  Cupido,  a  Júpiter:  encontravão-fe  os  Oráculos 
nasrepoílas,até  que  leftituhuãoa  cada  hum  dos  ídolos  a 

feu 


feu  próprio  lugar.  Com  os  Príncipes  lerem  os  diamantes, 
o  ouro,&  a  praça  da  republica,tóra  de  feus  lagares  nem  rcí- 
ptandecem,  nem  íaõ  rei  peytados:  como  o  íerã  a  efeoria  âo 
vulgo,  compoita  dos  lézesda  republica? 

69  1  Também  ieaffirma;que  adeinudez  dos  perten- 
centes Promanes  era  parateík*munho,deque  lhes  faltava 
cabedal  para  fobornarem  os  niinifrros;  15  defentereíle,  *s  '*  "ufi 
que  obrigava  aosconcelheyros,  anãorefpeytaremaspóf- 
íes,  íenáo  os  ferviços,  &  os  taIento?;&  com  tanta  exacçáo 
ofazião,que  antes  de  os  admitirem  á  pófle ,  rixaváo  edi- 
taes  ,em  quefe  publicaváo  por  léus  nomes  os  eley  tos  ,  pa- 
ra que  havendo  quem  os  acuzaliede  incapacidade, promo-  l6  tytààfo  ^«,,-j,  8o. 
veflèm  nos  lugares,  aos  que  folTem  beneméritos  delles  j  1 6 
querendo  antes  elcuzarod*mno,do  queíofrer  a  injuria. 
Determinação  não  ió  oblervada  dos  Romanos ,  dos  Gre- 
gos, dos  Eípartannos,  37  &  FranceíesnotempodeCar-    ,7  £<"»W'" '».>#.< v™j. 

r      ,-,,r         *  1  ,        wi  1      •     -n  -       1      boter.de  Ratio,  Ratuifol.  M. 

los  VIII.  mas  também  dos  Milanezes,  na  adminiltraçao  de 

FrancifcoEsforcia.  Os  Romanos  em  tudo  ie  aventejarão 

aos  Caithaginenfes,  com  elpeciaiidade  na  promoção  dos 

lugares;  porq os  de  Carthagodefpachavão  porpeytasjoc 

Roma  condemnava  ámorte  aos  comprehendidoj  emie-   ,8  f,//í«„. 

melhantecrime.   18   EIRey  de  França  Luís  Xíl.  rifeava 

de  feu  fer  viço ,  aos  que  pertendiáo  com  ibborno :    1 9   Sc  $J*"Mt0jk*t  lAnti^'1'' 

fazendo-fe  o  contrario,  fuecederá  nos  tribunaes  a  nieímfc 

deformidade,  &coníuzão,  que  a  havia  nos  deCarrhago. 

Os  iru&os  amontoados  corrompem-fe  hús ,  aos  outros;  & 

fendo  de  efpecies  difíerentes,  com  mays  brevidade  apg» 

drecem. 

692      O  EmperadorTrajano,  tinha  eferito  os  nomes 
de  todos  os  homés  timoratos ,  &  fabios ,  que  havia  em  Ro- 
ma j  &  para  a  nomeação  dos  lugares  mandava  efta  memo- 
riaaoSenado,paraqueosSenadoresreguladosporella,ef- 
colhecemosfogeytosmays  capazes,  regeycando  aos  que 
fe  lheofTereciaõ  para  os  lugares.   20   Politica  primeyro  20  Bobaitibaum.i.f*'..  n- 
obfervada  do  Emperador  Augulio  Cefar;  tanto  aíly,  que  »i"7;l6- 
não  deu  o  lugar  d^:  Jurifconiulto  a  Adriano,  porque  lelhe   a|  PomptiMU,-m.x.  f 
ofFerecéoparaelle:    21    virtudes, que  também  refplandc-  «»*«/ 
ecrao  entre  asmuytas,  que  teve  EIRey  de  Portugal  Uom  h ,.§,  i.fjtèxt, 
joaó  o  IV.  He  próprio  dos  ambiciofos  julgarem  de  íl, que  ts.JlG.éet*ii»tfainitf> 
como  matéria  prima  íaõ  capazes  de  receberem  todas  as 

lii  3  íór- 


498       O  PRÍNCIPE  WS  ÇjfT.  TOMO  11. 
fórmas^mas  tambemhe  obrigaçaõdos  Príncipes  conhe- 
cerem, que  os  ambiciofos,  aíly  como  a  matéria  prima,  def- 
pois  que  recebem  Lua  i'óima,Hcaóimpoifibihtddos  para 
receberem  a  legunda,femdeíi:iuirem  a  pi  imeyra. 

ÓQ2  Elpirou  o  tempo,  cm  que  os  homés  zelofos  da 
republica  pediaó  os  lugares,para  emendarem  os  vicios,co- 
mofezCataó  Uticenie,orYerecendc-fe  para  a  dignidade 
de  Pretor  Romano,  ió  a  fim  de  refrear  a  ambiç.aõ,&  dema- 
íia  com  que  Pompeyo ,  &  Craílb  pe  rtendiaó  o  conluiado. 
22  Delauthorizou  a  integridade  deLicurgo  opremitir, 
que  fe  defiem  os  lugares  a  quem  os  pertendeíTe  :  23  &: 
21  Saiom.wEpift.  «jc/«- abonou  o  governo  dos  Romanos,  bulcarem  para  asdigni- 

tnent.  -i.cuius  mcmir.it  òiman-    .      ,  r       •     •    J    II  /"\  -      r 

ca, de Rrjp.Ht.í.c*],  ,o.»««».  dades  aos  que  rugiao  deilas.    24  Os  metaes  preciolos 
6.  toji  eiut  ,n  canncTJtuife.  cl,ftá0  muvtoma ys  a  defcobrir ,  &  tirar  das  minas ,  do  que 
24  Lampúàiusmviía  Ale-  oscommus,&  de  menos  preço  j  oool,queoscna  ,os  eí« 
wr^-»'"'^ «*'»«»*•    Condc paralhesdaraeítimaçaó-.InculcaíTeoincapaz,  por- 
que lhe  faltáo  méritos  para  ler  bulcado  :  a  me  ima  nacurefa 
noseníjnò,queomaysracil,heomaysinutil. 

694.    Os  Reys  da  China.cuftumavaó  dar  os  lugares  de 

•    inferior  forte  aos  de  menor  idade,  para  que  a  experiência 

zi  Emanuel  Ezecbi.fup.     Jhes  moftraíTe  o  preftimo  década  hum  ;  Sc  conforme  aelle 

os  eícolhiaó.   25    Sendo  a  primeyra  couía  que  os  adiam- 

tava,  a  virtude  com  que  procedido.  Asprinapaes  offici- 

/?  frBtJttTeun%  i-r  T  "3s,&  alfavasdoTemplo  mandou  Deos  fabi  içar  do  lenho 

*>vtribiltaj5tn  cremabiha.  ò/f  '  J  m  r  •     • 

Ugna  ><n»i.Bercorinstiiui.àe  Setim,noqual  fenáo  ateya o  fogo.  26   Osminiííros  faõo 

ornato  das  republicas j  &  os  Piiniipes  ,íeguindo  oconfe- 
Iho do  labio,devem  imitar  ao  artífice  perito,  que  para  as 
obras  de  feu  empenho  eícolhe  amadeyra  roaysfolida,& 

27  TorteHgMn&impotri-  incorruti  vel:    27  lembrando-íe, que  Deos  não  fe  fervio 
biieeugit«rt.fixfapie*t.        <ia  valentia  dos  Gigantes  por  barbara,&  inculta.  28  Pon- 

28  iFHfuerunt  gigantes  mo-  deraçao,que  obrigou  aos  Oregos  aclarem  oslugares  aos 
utum,lonha,ehgh  Dom,»»,,  «bios  bem  procedidos.  Luz ,  de  que  nao  careceo  o  entem 

**'«ch-y  dimento  doEmparador  Alexandre  Severo, quando  no- 

meou para  fueceflor  do  Império  a  hum  eftranho  por  fer 
„,     „  ,  „  modeíto,  &deu  repulfaafeu  filho  Pofthumo  ror  dilíolu* 

,9   Palie.  Kub.fup.  cappe,  '  r  o      T    ÍV     "  S 

Trfirat§  >*>.n  t.ved, .pi„, ejt  to.   29   Os  Linperadores  Juliano,  &  Jultiniano,  õc  os 

àrDonatio.im&víT&TJxor.   philoiophps  Platão, &  AriíWíes^iffiniraõ ,que  opri- 

•  BaUufmL.i.n.is.c.ãe  n>eyro  Sal,  que  havia  de  ter  o  miniftro  era  aboaconfeien- 

fentenvs  experic.  recita»  uti  cia}&  o  fecundo,  a  íabedoria.  *   Todoo  pomo  por  mays 

aictt.Nefinefciíntiiijitwfipi-     ,i  Y  ;  .       ,      .  n  ,  ry  •  n       r  1 

dus,fimf<>»fticntiadiab9iicH*.  ueleytaveJ  que  íeja  a  viita , perde  atitimaçao  em  lhe  bi- 
cando 


E  M  T  (Ç*  Z  A    XXXtlt  43^ 

tando  o  fabor;  da  mefma  forte  a  fciencia,  fem  a  companhia 
da  virtude. 

695  A  fegundacoufa,aquerefpcycavãocs  da  Chi- 
naera  acalidade  dopertcndente.  Os  nobres  faõ  preferi* 
dos  para  os  lugares  pelo  dircyco  Divino,  &  pelodireyto 
commum  das  gentes.  Pelodireyto  Divino,  porque  Deos 
eícolhéo  dos  doze  Tribos  os  Yaroés  maysillufues,  &os 
conliituhio  Príncipes,  Tribunos, &Centuriõesdeicupo- 

vo.    30   Pelodireytodasgentes^orqueThezoníunda-^^tJS^ 
dorde  Achenas,  na  opinião  de  alpús,foy  o  primeyro,  que  "u"  eos  ^>»>cipcí,  Tributar, 

V/V  ,        pi        11  o    11  11»  -     &Ce*>1H>'°mi    Deutcron.  1. 

dinerençouanobreÍ3,da  plebe,  &  iheeoneedeo  ventages 
nogovernoda  republica.    31    E  Sólon,  nas  leys  que  deu    »i  Piuureb.invitaTbefei. 
em  Athenas,&  Grécia  fez  a  meíma  deítinçáo.    22    E  de   ,lr^f  f,'*\1;  Pí/'f^- 
Rómulo  cambem  contâo  fizera  a  mefma  difíerença, cha- 
mando aos  nobres, patriciosi&pltbeos. aos  populares:  22    n  piomfiut  Hi;-,:-rr.-r - 
mascomelteavizo,queas  virtudes moraesleanteponhao  &juM&ímFaíuZ,rum,&cfi 
aos  dotes,  da  natureí a;    34   porque  fe  a mayoridade  dos  f -4 "^TJ1,' ';'" '''''*•*  J,J 
brutos  he  refulta  do  corpo,  a  dos  racionaes  he  efYey  to  do  a-  deOrigiu  ;«"  <*'.  Buitauutm 
nimo.   35   Lembrando-lè  os  Príncipes,  que  mandando   f/'KmJ.í.:* .'^ 
Deos  fabricar  de  putiflimo  ouro  as  tizouras,com  que  fe^p^e-^^ :« t"  t::<u":-bi 
haviáodeefpevitaraslucernasdoTemplo,  36  (paranel-  ^  siobjurumm* de  Di- 
las  eníinar  a  per  feyçáo,que  haviáo  de  ter  os  miniftros ,  cu-  m6  ex^í,  ,,, 
ja  obrigação  he  rerormar  o  povo  )  não  fervião  as  tizouras 
para  outro  minifteriomays,  do  que  para  efte  fim  ;  porque 
ainda  que  a  matéria  foííc  de  ouro ,  a  lórma  lhe  íinaulariza- 
va  opreflimo.  Politica,  que  Deos  authorizou  por  couíà 
fua  nas  difTerentes  occupações ,  que  deu  á  virtude  de  dous 
grandes  feus  ler  vos. 

696  Comprofpera  viagem  chegou  o  Príncipe  dos 
PatriarchasaopédeCaííino,cuioimpinado  monte  fervia; 
de  Caftello,  ondeo  demónio  fe  tinha  fortificado ,  &  guar- 
necidodeinnumeraveis  idolatras, contra  a  ley  Evangéli- 
ca,adorado  no  idolode  Appólo,que veneravão  em  hum 
templo  erigido  entre  os  arvoredos  de  feus  bolques.  Inex- 
pugnável tinha  fido  atéaquelletempo  efta  infernal  praça, 
aqualá  vifta  do  Santo  Patriarcha  ficou  lo^o  rendida,  por< 
que  os  demónios  começarão  a  dar  crilt.cs  vo7es,&  nellasji 
formar  queyxas  contra  o  Sanro;quando  aspédrasdonion- 
teas  poderiãodarde  alegria  ;  porque  fe  o  monte  de  Subla- 
£0  podia  chorar  íuaauzencia. 

ínte* 


r- 


440       O  mp&ME  WS  <?JT.  TOM.  21. 

Interitum  montes  quefcrt^filvce  queloquntur. 
Virgúi.  Egtog.  5. 

Ode  Caííinoj  de  via  cantar  íua  chegada. 

Candidm  infuetum  miratur  limen  Oljmpi, 
JpfiUtiúa  Vocês  ad  Sjdera 
Intonfi montes     

Povoando  o  ar,  em  figura  viíivel ,  começarão  os  demo 

nios  afahir  emligiões  do  templo  de  Appòlo,como  for 

mando-fe  em  efquadrões  de  guerra,para  impedirem  o  paf- 

íoao  novo  Príncipe,  que  os  vinha  deíapofiàr  de  íua  anti- 

&£?2£^£?&  §ua  morada-  Aquartelou-feo  Santo  Patriarcha  nas  fraldas 

acmu.ub.  1.  Etutcianu, ,»-  <j0  monte , em  quanto  hum  An;o,  dos  dous  que  oacom- 

nolefcat  ,qitam  pct  vigi!  fu  per  .  .       ,~   %   .  i         J1IOJ  J     T^v  1 

le/tur.ivirumdtvmagrotúco.  panhavao  iubioao  aItodelle,&  da  parte  deiJeos  mandou 
^^ví"*»  hum  Santo  Ermitão  chamado  Martinho,  fque  havia 
arte  degebtf ,  cui  à.vwa  você  muytos  ânuos  fazia  penitencia  naquella  folidão)  que  dey- 

praceptuw  efi ,  ut  êbfccderet,         /ri  l  J        1     l^v 

aivqtíe,  quinovushabnatorke- xa»e  hvre  o  monte,  porque  vinha  outro  amado  de  Deos,  a 

tedrre.loonndareu  tOmat  PÓíTe  ddle.     27 

SJ.rctnis  Oamiamif  "i  Ser-  *  -,/ 

trton.vigiiiit  S,  BentdiBi, 

Hic  quoque  Viventi  jujlorum  dixerat  uniy 
Mis  tuparce  locvs,  alter  anúcm  adejl. 
Marcus  Monacb.  Apiid  (Bibliot.  Flori. 

Obedecéo  o  Ermitão,  como  fervo  de  Deos,ao  precey- 
todo  Anjo  j  porque  ainda  que  Martinho  na  virtude,  & 
Marte  na  fortaleza,  não  o  tinha  Deos  dell;i nado  para  efia 
batalha,  nem  fortalecido  com  afantidade  neceífaria ,  para 
confeguir  efta  vi&oria. 

6c)j  Apparecéo  oSol,&  retirou-feaLua  3 chegou 
S.  Bento,  a  quem  innumeraveis  Padres,  por  excellencia,  o 
intitularão  Sol  j  38  &  de  neceííidade  lhe  havia  de  dey« 
xar  o  campo  livre,  outro  qualquer  lufto,  que  no  reconhe- 
cimentoda  íuperioridade  fe  avaliaíTe  por  Lua.  Antes  que 
o  Sol  chegue  a  tomar  póíTe  doCeo,  campanha  azul  cm 
quebrilhão  osdouradores  refplandores  de  feusrayos,  fe 
lheadianta  a  Eftrella  d'Alva,  como  apozentadora  de  lua 
MageíUde.  Antes  que  S  .  Bento,  Sol,  que  defpois  dos  Sa- 
grados 


38  Vide  SoldoOccidentc.10,1 


EMTREZJ    XXX111.  441 

grados  Apoftolos  prefidio  a  coda  a  republica  do  eflado  re- 
Jigioío,  com  aventejadas  luzes  aos  de  mays  Pacriarchas ,  a- 
minheceíTeem  mote  Caílino,  tronodódefahiooreíplan- 
dor  de  luafantidade  aefelarecer  todas  as  partes  domun- 
do^hú  Anjo  lhe  íerviodeEílrellad'Alva,iazendo-fe  pre- 
curíor  de  lua  vinda.  E  não  foy  efta  a  primeyra  vez ,  que  os 
Anjos  tomarão  por  íua  conta  o  annunciarem  a  chegada,  & 
prepararem  o  caminho  aos  Príncipes  da  Corte  Celeí\ial; 
porque  hum  Anjo  reprefentadonaEftrella  d'Alva,  ama- 
nhecia noCeo,antesqueMoyféslevantaíTe  osarrayaesde    w  jamqiieaàveneratvixi- 

p  ..     .     1       r>  1  .        1  iiamatutirj.    Exodi.  1 4.  t d f. 

ieupovo,  39  comoannunciandoluachegada  aspartes,  x^.iã  eft  ^sngdut  úvmMqu* 

aonde  detriminafle  fazer  alto.  pt^utc^ta  *?•**•& 

698      Porém ,  fe  he  próprio  da  Eftrella  d' Alva  o  def-  /«/■•  ?««<«»««*. 

terrar  parte  da  efcuridade  da  noy  te,  &  das  névoas ,  que  ef- 

cureííem  o  dia,  por  fe  opporem  ao  luzimentodo  Sol ,  não 

fendo  a  virtude  deite  Santo  Ermitão  encontrada  afanti- 

dade  do  nofíò  Principe  ,  porque  ambos  eráo  amigos  de 

Deos^que  razão  teve  o  Anjo  para  defterrar  do  monte  Caf- 

íino  a  prefençadehum  jufto, na  chegada  de  outro  jufto? 
Porque  ao  Santo  Ermitão  dotou-oDeos  de  virtude,  para 
luzir  entre  as  eícuridades  da  idolatria ,  aíTy  como  áLua, 
para  refplandecer  entre  as  lombras  da  noy  te,  mas  fem  acti- 
vidade neceffaria  para  converter  a  noy  te  em  dia:  Mas  aS. 
Bento  illufírou-o  com  tanta  abunda'ncia  de  luzes, que  o 
confiituhio  Sol ,  porque  nelle  recopilou  a  virtude  de  to- 
ados os  Santos :  &  como  leja  grandelado  Sol  o  expulíar 
as  fombras,  &  minoridade  da  Lua ,  o  viver  com  ellas ,  que- 
xendoamifericordia  Divina  extinguir  de  todo  a  idolatria 
deCaíTino,defpedioaoSanto  Ermitão,  porque  o  íeu  of- 
ício era  feparado  da  jurifdiç  ão  de  São  Bento .  Na  creação  • 
do  mundo  andou  o  Efpirito  Santo  lobre  as  agoasj   40  a 
iodas  fomentou  com  ma  graça,  mas  nem  todas  asagoas  6-  ^^.e^/^í 
catão  no  mefmolugar:  Apartou  o  Creador  húas  agoas ,  de 
outras  agoas:  húas  fubio  ao  firmamento,  &  outras  deyxou    41  D,v,f,tqucaquM  qu*etjít 

_.  o  '  ■      1      /•  1M-I1  fubfirtnameitoabbiujtue  erant 

iobreaterra;  41    repartindo  lua  natural  utilidade  nas  ex- /;(/fry;v,;;j„,..„I..lw.;^  ,,.  7. 
cellencias  dequatrorios,  que  emanarão  do  Paraiíb.  42  ^^t^Z 
Cada  hum  dos  rios  tem  íeu  natural  diftintorO  primeyro,  hifiu.dc. 
que  he  o  Phifon,  cria  o  melhor  ouro  j  o  fegundo ,  que  he  o 
Gehon,  fecunda  as  campinas:  o  terceyro5que  he  o  Tigres, 
rega  as  terras,8c  deíairayga  as  plantas :  &  o  quarto,  que  he 

Kkk  o 


442        O  PINOTE  WS  f/T.  TOMO  11. 
4J  Viàe\Al»piâi.in&iA.o  Euphrates  as  cultiva ,  &  conferva.  43   Emquantocor- 

Frater  ^àntonms  dtOlmaOr-  r-  i  -  r  1 

âinu  Frsáuinrumfií,.         leni  ieparados,  gozao  a  íua  particular  pre-eminenna  ,mas 

deípois  que  le  confundem  nas  agoas  do  mar,  todos  a  per- 
deu). 

6ao      O  Pfalmifta,  para  dizer  que  Deos  repartira  por 

diverias  pcílóas  os  dons  do  Elpirito  Santo,  uzou  de  húa 

mctaphora  bélica,  chamando  ás  graças  defpojos  militares, 

,1*  *«»»»«»* '**'»*-  q,ie  Deos  repartira  por  Íeus  ioldados.    44   O  General, 

jpoiia.ifaim.6j.Ttrf.ti.      confórmeos  pòitos  reparte  os  deipojos:  aíly  Deos,os  does 

ÍJr.:íaiycÍ!J:cut:i  dal  àiv:rfa    ,       , ^  ,->    -    •  o  r  J        P  J"_      "J      J 

jcaspn.tu^^di.  Laura.  do  Elpirito  Santo,  conformando-lecomadignidade  para 
,r.  ^iiicgo.  i,i.  <sihjrm<]crt.    q.je  creou  a  íeus  íervos.  Razão ,  por  onde  a  Saô  Bento  a 

quemtinhadadoadignidadede  Principe,enrriquecéode 
mays  graças,  do  que  ao  Ermitão  para  fer  jufto.  E  le  ambos 
viveííem  em  hum  mefmo  lugar,  feriadefcomporaclarida» 
de  da  Lua,comamayoridadedo  Sol. 

700  Pelo  merecimento  decadahumlherepartio 
Deos  os  talentos :  Documento, em  que  eníinou  aos  Prin- 
cipesocuydado,comquehãodeajuítar  oslugarescom  o 
preíVimo  dos  íogey  tos 3  porq  de  os  í«*berem  efcolher  reful- 
ta  a  boa  direcção  do  governo ,  &  a  mayor  utilidade  da  re- 
publica. Tio,  &  fobrinho  foraó  Abraháo,  &  Loth  3  hum 
&  outro  abalizados  íervos  de  Deos;  &  ainda  afly  ordenou 

'•■■'  ■■■■•■•/  >i -verf.9.     tinâos.  as    Em  quanto  eftiverão  juntos, eftiverão  def- 

46   \Jnde fatia  ctt  rixa  wter  r>  r        -\-         \     \  O  /-o 

t*ftoretgregum^âbrãivi.ot,  conformes  as  famílias  de  hum, oc  outro  3   46  &  para  evi- 
''■VL'f-i-  taras  contendas  dos  fervos,  dividirão  os  domínios,  apaf- 

*  ««««Vi.jtòg»»;.  centando  íeus  rebanhos  em  regiões  diflerentes. 
vtrfaco,>ipita,Ulr,quuntaf»ne      jOÍ      Poderão  reparar, os  que  faõ  verfados  na  hirto- 

têmpora,  non  longev.tate ,  fed     .     '  .  .  /vi   o  r1         •    -        L        • 

loxgafíKmtatejwcefinonanno-  na  ,  em  que  vivendo  ene  Santo  Lrmitao  havia  muytos 
«*/«*,  vaiivumnnm*  tempos  naquelle  monte ,  lhe  precede  ííe  São  Bento  no  lu-' 
guiíiiifemper perfieiendi  defi-  aar, expulfando-o de  íua  antiqua  habitação  :  mas  fácil  fera 

•feris  percurrere  potuit ,  tanta       ■  ■•  •       i    í\       r  j  1-     -         i        r 

f&iinwruuBOHwmerttt  vem  a  inteligência  deite  lcgredo,paraosque  temhçao  dasla- 

d.cav.t  R.t.netqu.dcmvntH-  aracjas  letras :  nasquaes  achará, que  em  todo  o  tempoa 

D.Beward.Fpjft  zi,.fup.  nrayor  virtude excedéo  á  mayor  antiguidade.   *  Hepro* 

il/averhaf.tpirntiiíA.Tcrf.ti.  •  •  i  •        •  1     j        i 

cenfumauu  m  bnv,  tipicvn  Pno  dos  jornaleyros  argumentar  com  a  antiguidade  do 
têmpora  wuha  tempo, para  vencerem  as  ventagés  do  mérito;  47  íemre- 

47    liicnoxijjimtunaborafc  í      'i  o  '      i  / 

«rw»*,  cie.  pararem ,  que  o  corpo ,  na  prioridade  de  lua  creação ,  he 

48  Formava, l-.tur  Deu,  ko-  maYs  antigo  no  tempo,  que  a  alma  3   48   &ettp,emtudo 

minem 3c-iimt>terr*j$ií,#ira-  mays  nobre  ,que  ocorpo.  Sc  a  precedência  fe  levara  pela 

T'.-í  /»  faciem  ejut  fpnaculum  •        •  j     1      1  c  -1  i/"i 

vita.Gcuef.z.ver/.j.  antiguidaae  do  tempo, &  naopela nebícia  dascreaturas, 

mays 


EMPREZA    XXXUl  449 

mays  illuftres  ficarão  lendo  os  brutos,  que  os  racionaes, 
porque  Deos  primeyro  creou  os  brutos,  do  queformaílè 
o  homem. 

702      Precedéo  o  Principe  dos  Patriarchas  ao  Santo 
Eremica,  pela  mefma  razão , que  íe  adiantou  aos  mays  Pa- 
triarchas :  dous  lhe  precederão  no  tempo,  mas  íbmence  os 
Sagrados  A  poftoios  o  excederão  nos  lerviços.  40   Com   49  Pojiptimo,,ac  Beato, ^- 
que  hcouemhum,  &  outro  boi  10,  no  Monachato,&  no^M/  5  tÁfiu.Lvtas.fia. 
monte  deCaflino  lendo  oprimeyro  na  Primazia,  ainda  «'*««>»»»*•  **»«/«*** 
queonaóíoílena  antiguidade.  EmoCeo  vio  o  Evange- 
lina amado,  preferido  o  Tribu  dejudá,  a  todos  os  mays 
Tribus:  c  o  fe  bem,  que  na  antiguidade  de  tempo  primey-        *  «  ,  ,    , 

roexiitto  o  1  nbu  de  Rubem,  do  que  o  1  nbu  dejuda;  mimfignsH&c. 
mas  como  eíte  foy  o  primeyro,  que  ofierecéo  a  Deosfa-   ^P0'"'-?-  vcrf^- 
craiicios  na  edificação  do  Templo,  &  Aminadab,defcen- 
dente  delle,foy ,  o  que  nafahida  doEgypto  alhanouao 
povo  asdifficuldades  da  jornada,  &  foy  o  primeyro,  que 
facilitou  o  traníito  do  mar  vermelho ,  a  todos  os  mays  Tri- 
bus,poreíTarazãolhederaõoprimeyrolugar,aindaqueo     fi    Triíu  v,3í fttH rri0r 
tempo  lho  tiraflè.   5  i    Pelo  confeguinte  a  Religião ,  que  qu*obtnhtj*criftciawdidic*- 

r         i         r>     -    n  n       r        r»        •         1  1  tioneJsmpli,Z$  ^/Smiaadab  qui 

iundouSao  Bento;  porque elte  leu  Patnarcna  ,quai  ou-  feci,  </hiC  tw*«  ,„  Egrcff» 
tro  Aminadab,foy  o  que  facilitou  as  afperezasda  vidare-  o*«p*'">  «*?*«?« j!V0- 

J  .       *  A  iam ; per  maré  fubrum  viam  a- 

ligiofa,com  afuavidade  com  que  difpozem  luaRegrao />«•«/*,?««>» reUqaifuutiftmu 
«liado  Monachal.  *  Elle  fondou  o  mar  do  eftado  religio-  ^Tw*«rP«V«L«««I 
focom  tanto  acerto, que  defpois dos  Sagrados  Difcipulos  nertt.Vtig*tom.t. 

■  1  #  11  •  r        •  '  *   c<>nftl.terrãrie.i.n.%^.9 

de  Chnlto,  nenhum  conheceo  melhor  os  grãos  da  iantida-  ,4  apudcardmai.  Zarab.y 
<Je,  do  que  Saó  Bento  nos  degráos  da  virtude,  que  nume-  c«í£/-^»'«-«- *'•<*»  °- 
rou  em  lua  Regra  Santa,  cap.  7. 

703  De  mays,  que  o  Principe  dos  Clauftros  S.  Ben- 
to na  Regra  que  eferevéo ,  &  que  o  Eípirito  Santo  lhe  di- 
tou ,  delcobrio  o  norte  por  onde  os  Sumos  Pontífices  go- 
vernarão o  eftado  Religioíb ;  cauía  que  os  rnovéo,  a  man- 
darem ler  nos  Concílios, defpois  dos  Evangelhos,  &  Sa- 
gradosCanones,aRegrade  S.  Bento.  52  Eefta  prece-  %x  Le8itkntCa*,n*,,hB* 
denciabaíiava  para  lheadquirir  a  prioridade  de  Principe,  tftRtguUS.atnediBi  c™/,- 

.       ,  ,      rr~  ,    .       *  l  ,->  r  li.   MaçtinTiHUin  jbm  Çbn  ti 

amda  quando  rolie  o  ultimo  no  tempo.  Lntre  os  Lvange-  si4.vco»fiih  k ,,»:,,/,  a»»o 
Jiftashe  S.  Matheus  oprimeyro, ainda  que  o  ultimo  na  ^n/-8.,.o«.8  c9. 
vocação  para  o  Apoitolado.  E  arazaó  porque  fe  adian- 
tou a  todos,  foy  por  fer  o  primeyro,  que  elerevéo  o  Evan- 
gelho, a  quem  defpois  fcguiraõ,&  imitarão  os  mays  E  van- 

Kkk  2  gclif- 


tu 


a 


nacb 
adeo 
re»i 


444       O  MANCHE  WS  VAT.  tomo  II. 

5 ,  mnfoitm it»que^f>ôf.  aeljfías.  c  2    Naõ  foy  Saò  Bento  o  primeyro ,  que  efcre* 

.ii!uretl,feJi.vang</ifia,&ut  &  ,  y~  }    r  r  ■  j 

mpicar  tvangehta  Evangc-  veo  rlegra  para  Kt ligioios , mas  ioy  o  pnuieyro  de  todoá, 
t}^ini:^::;Z  ******  &"?*  aprovada  pela  Igreja,  para  todo  oeiiado 

r«;;/,  quafi  Uniam  precedendo  ft(.lÍPÍOlÒ.     Ç  4     E  íe  O  Aptjíiolo  S.  Paulo  ícndl)   OultillIO 
tetendi:^ undt cateri turrtrêt  .  .  .         A         n.    1         j    r       •      j     t -     - 

reaiiudmisfimhamâcftgnavst.  na  vocação ,  hc  o  prmieyro  dos  Apolioios  deipois  de  bao 
£>.  rttru,D*mianfcrmfa.  pedro, porque  s.  Paulo  iervio  mays  á  Igreja  ,  &  utilidade 

54    /-  ide  late  i>c!  Jjucci.íoi-  'Li  J  o      '      ' 

ttp**.!.  frcináto  4.  ckjn  1.  dos  fieis,  do  que  todos  os  Diicipulos:   5  5   Saõ  Bento  he  o 

5?  Sm labundantius  mú  em-  Príncipe  dos  Patriarchas  por  excellencia , ainda  que  íeja  o 

«ih*,  iibvravi :  »a»  tgo  autem  terceyro  na  antiguidade ,  porque  os  ícrvtços ,  queelle,& 

fedgratia  Dei  meçam.  J  o  r  .  r*       _7  «        *  _*  * 

t.iAdCotinth.w.vtrf.xo.  íeus  filhos  fizeraó  a  Igreja  de  Deos,  excederão  atodosos 
J^írSír&  q»e  obrarão  os  de  mays  Patriarchas.  5  6  Que  muy  to  pois 
dw^primur, n  menti,  eft.       cedeífe  o  Eremita ,  &  largaíTe  oWar  qUepufluiaaOgran- 
56  Etmern»ntpM?iPaTrs  de  Padre, quando  os  SummosPonnnceso2diantaraoao5 
SríSÍJ/rri;::  *™g°s  Patriarchas,  quehaviaómuytosfeculos  floreceraõ 
horum  Patê,  efet,  mirúque  na  ley  eícrita,  Sc  Evangélica,  dando-lhe  o  merecido  titulo 

■>  iUujlru.wi  15  Cttlitibut  pa-     ,,-,--  r>     r>  1         niiw/i  i      1  j     *     ?   «        r        n 

babuijfr.nemmsvideretur.  de  Príncipe,  &  Paydo  eliado  Monachalí  *  Masíe  eíta 
Geraidu, Beiga i»f«*  libro  de  obediência  do  Santo  Ermitão  foy  hum  brado  do  vo-o, 
"  Videjomoi  naRazaò,®  com  que  o  Santo  Patriarcha  fehavia  de  remontar  aos  da 

Vefcnjlid  do  titulo  do  Livro.      1  r-  r    *-^    rr        r  /~>  -  o    •    o    i:  /-> 

Ley  da  graça:  E  íe  Caílmo  íoy  o  Capo,&  o  Sólio  •  o  Cam- 
po onde  ír.erecèo  a  Coroa;  &  o  Sólio, onde  fe  coro-ou 
Principe ,  porque  foy  o  Zeni th  de  luas  luzes :  tome  novos 
alentos  a  penna ,  defeançando  nefta  parte,  aonde  o  Santo 
Patriarcha  deícançou  do  caminho:  para  que  demos  princi- 
pio ao  Terceyro  Tomo  com  o  cnageftofo  triunfo,com  que 
eíl;e  Principe  de  Deos  íubio  ao  Sólio. 

704  Aconfequencia  que  tiramos  no  Primeyro  To- 
mo, das  aíperezas  com  que  o  Principe  dosMonjes  vivéo 
na  cova  de  Sublaco,&  do  rigor  doscfpinhos,  com  que  íe 
livrou  da  tentação  immodefta ,  foy  documento ,  com  que 
nelle  animamos  aos  Príncipes  a  foportarem  as  molcílias  do 
governo,  porque  S .  Bento  de  entre  as  feridas  fahio  laurea* 
do  Principe:  difeurfo  ,que  abona  o  particular  engenho, 
com  que  o  DoutilTimo  Padre  Meflrc  de  Prima  de  Ca- 
deyra  de  Rhetorica  no  Collegio  de  Santo  Antaõdaef- 
clarecida  Companhia  de  J  E  S  US,  defcobrio na feguin- 
te  Poezia  o  particular,  Sc  genuíno  myfterio,  que  teve 
Saõ  Bento  embufear  as  afperezas  dos  efpinhos,  que  foy 
parafe  laurear  Principe  dos  Patriarchas. 


DE 


EMVQtBZA    XXXIll  44Ç 

DE  D.  BENEDICTO  PATRIARCHARU  M 

Parente  inSpinisfeveriante. 

Uidpiamembraferis,  'Betíedicle^quidora  crtíètftfá? 
Quut  jiniií  injolu.i  Wprifyps  arte  toros? 
Jmn  fatusejl ,  méritos,  que  dedit  cha  Cypr ia  panas : 

Ouo  lafatjl ,  fugiet  fentibus  iclalocum. 
Lentas  adbuc  tnbidisjed  Ver/as peckm ;  dulces 

An  úbi  pltfiendo  funt  in  amor e  mora? 
Mtte  Ucet  dederit  peclus  natura  puelfa, 

sljl  modo.  conVentunt .  credo,  rojeta  úbi. 
Çp^x  es  apíim ,  'Benedicle ,  tuos  per  árdua  mfus 

In  ferafoHicita  tefquafequentur  apes.  "-. 

Trob !  qua  conípiáo  Monachorum  exami na  gratos 

Hm  inter  Ipmosfingere  dulce  faVos. 
fflam  flores  Vfyrjbus  Vartj  najcentur  ab  iftis : 

Tiiíchrior  hinc  redeat  Janguine  únclarofa; 
Vivas odorlfçris' Júrget  'N.aráJJus  in  arVis ; 

Kon  erit  hk  ktht  canja  prior  is  amor. 
Hos  dum  carpis  apis ,  dum  te  miratur  emitem 

l  (lua  Jcfititur 'rapidíts  plurima  turba  gradas  j 
Méjla  qué  Calitibus  gratiffima  confie it ,  alto 

%ex fuperum.ê  foliar  edjdidit  ijla  poli : 
lyfequere  athereos  Beriedicíi ^turbà^Volitm, 

I-Lac  apis  efí  amei*  ^ligionis  apex. 


I 


-  705  Nefte  Segundo  Tomo,  aonde  o  Príncipe  dos 
'Patriarchasfahiodeentreasefpinhasrobicundo,  corno  o 
Sol  dos  braços  da  Aurora ,  oitentando  íeus  rayos  com  taõ 
iuperior  claridade,  que  defterrou  naõ  íoas  rombras,mas 
também  efeurecéo  as  mays  luzes :  Seja  o  rncfmo  Sol,  oque 
remate  a  obra,  lembrando  aos  Príncipes  aquelia  parcicu- 
lar  empreza  ,que  Alexandre  Magno  tirou  da  íoberania  do 
Sol,  em  náo  admitir  fociedade  no  trono ;  que  foy,  aclamar 
porunica  íua  IVbgeftade,  porque  a  todosexcedia  nos  me- 
recimentos ,  com  que  cclipíou  a  fama  de  codos  os  Prínci- 
pes. 


Kkk  3  Ajutho* 


Há.       O  PRÍNCIPE  WS  PJT.  TOMO  11. 


<  7  Sieut  er.im  Dux  lonorum     ( 
Petrus, pnmusfibi ofien/n/,  ejí  . 
tunc  Dominica  Grsgt  PralatUf, 

ftt*jkèfrhnctptDci,Btnedic-      Authorizando-o  a  erudição  dofeguintc  Epygramma 

uirfclicet ,  tamorum  miUibus  <r       „        0  ,  1  c  C 

Monaihomm pr<tferend*t.  s.  como  *  exto,&:  como  luz,  que  aclara,  &  conh rma  a  ra. 
"fj.\1  ír  S7,"'à'; Bcne'ã^'  zaõ :  porque  Saõ  Bento  fendo  Sol  por  excellencia ,  prczi- 
wdeaRaZ*8-f&  De/tnfiõ  do  de  aosmays  Patriarchas  como  Príncipe  de  todos.   57. 

J'*«/o  í/o  Z./' wa  Pritneyro, 

EX    QjJODAM    AMICO  SOCIETATIS 

Jefuinlaudem  Patriarcharum  PrincipisBenedi&i. 


EPYGRAMMA. 

I2SZVéT  (ydereos  Trincéps  micat  ignciu  ignes 
tPboebuá)  ah  hoc  capiunt  aftra  minora  jubar. 
lUe  poliTrincepí ,  cujas  Vtrtute  moveu  tur 
Catera  SteUati  tecla  rotunda  ClobL 


EU 


EMVREZA    XXX1K 
EJl  Tolus ,  ejl  Aflrum  quivis  Tatuar  cha  ;  fuislt 

Mobile  tu  prirmm ,  ©  Soly  'Senedicle ,  Patrum. 
Ac  Vsluí  ajlra  Juum  ducunt  ex  Sole  nitorem, 

Et  motum  ex  primo  mobile  quodque  Tolo; 
ViVendi  jubar  egregmm^  motum  que  Jacr atum 

Sic  ex  te  duxit  turba  jequuta  Tatrum. 
Sic  prema  er«o  Patres ,  ut  primum  mobile  Calos, 

Ut  Sol  j)dcrecti  praterit  ivne  faces. 
Ergo  jl  Prviceps  Sol  ejl  ,  &  mobile  TrincepSy 

Mobile ,  Sol ,  Tnnceps  tu  ,  Benedtcíe ,  (Patrum  es. 


447 


Finis  Laus  Deo,Virgini  que  Marri,Divo  Jofepho,Pa- 
renti  que  Benedicfco. 


ÍNDEX 

DA  SAGRADA  SCRIPTURA- 


44* 


GÉNESIS. 

CAP.  i.  verf  z.  Terra  autemerat  inanis, 
Si  vácua,  &  Spíricus  Domini  ferebatur 
fuper  aquas.  n.  21;  tk.  n.  69S 

Ver f.  26.  Faciarnus  hominem  ad  imagine, 
&  fimilituJinem  nofUam.  n.  237 

Verl.  7-Fiat  firmamcntum  in  médio  aqua- 
rum,  S:  dividac  aquas  ab  aquis.  n.  326 

Verf.  2J-.  Etfccit  Deus  beftias  teria;  juxta 
fpecies  loas.  n.  328 

Verf,  20.  Producent  aquse  reptile  animas 
viventis.  ni  360 

Verf.  24.  Producat  terra  animam  viven- 
ttin.  n.36.  6 

Verf.  16.  Fecit  icaque  Deus  duo  Lumina. 
ria  magna.  n.  432  &  n.  4<:y 

Verl.  26  Faciarnus  hominem  ad  imagine, 
&  íimilitudtnem  noliram.  n.458  6í  n.  604 
Ec  praeílic  pifcibus  matis.  Ibi. 
Verf.  4  Divilitque  Deus  li.ccm  a  tenebris. 
num.  664 

Verí,  iSLuminaremaiusut  prazeffct  dici. 
rum.  084 

Verf. 7.  Diviíit  que  aquas,  qu.Te  erantfub 
firmamento  ab  his  qua;  erant  lupcr  firma- 
mentum.  n.  689 

Cap.  2.  verf.  7.  Formavi:  igicur  Deus  ho- 
minem de  limo  tetra;,  n.  701 

Veif.  9  Lignum  queíciejitisebonij8c  ma- 
li.  num.  43J- 

Verí.  17  De  lignoaucem  fcientiae  bom",  Sc 
maJi  ne  comedas.  n.436 

Verl.  23  Hoc  nunc  os  ex  oííibus  meis.n.416 
Cap.  3.  Verf.  7Aperú  luncocculi  ambo- 
rum.  n.  C07 

Confueverunt  folia  ficus.  x\.^G  Sc  n.  418 
vcrf.  y  Eritis  ficut  Dij.  n.  424 
verf.  6  Vidit  ergo  mulier,  quod  bonum  ef> 
fetadvefcendum.  Ibi. 

verl.  ii  MulierqUimdedifii  mihi.  n,  416 
verl.  y  Solve  Calceamenta  d;  pedibus  ruis. 
num.  37 

C^p.  4.  verf.  4  Refpexic  aurem  Dom i nus 
ad  AL.-1,  &  ad  muner.t  cjus.  n.  09 

verf.' 5  Al  Caim,  &admuncra  ejus  non 
lelpexir.  ibi,  &  11.  327 

vcil.o  Ccnluirexir,Caimadver.k:s  fratrcm 
ftium.r).  J37 


Cap.  f.  verí.  23  Fa&i  funt  omnesdies  E- 
noch  treíenti  íexaginti  quinque  anm.  n.  241 
Cap.tf.  verl.  ip.  Etexcunctis  animanci- 
bus  univerfas  terra;,  n.  doy 

Cap.  7.  verf.23.  Remanfie  ergo  folus  Noe, 
&  qui  cum  eo  eranr.  n.  255 

^  Cap.  8.  verl.  7.  Dimili  t  corvum,  qui  egre- 
diebatur,&  non  reverrebatur.  n.  ip4  &  ^{c 
vcrf.  4  Requievir  que  arca  n.  ;£§ 
Cap.  12.  verf.ioFaftaeftfames  111  Agyp- 
to.  n.  120  Si  n.  460 

verf.3.  Benedicá  benedicencibus  eibi.  n.286 

Cap.  1 3.  verf"  9  Recede  ame  obfecro :  Si  ad 

finiftram  Fris.ego  ad  dexteram  cènebo.  11.700 

veff.  7  Undeíaéheft  rixa  inter  pafíores. 

Ibi. 

verf.  14  Dixit  Dominus  ad  Abram  ,  poft- 
quam  divifus  cíl  a  Lor.  n.  70 

verf  1  Alcendit  ergo  Abram  deiLgvpto, 
num.  122 

verl.  3  Reverfus  que  eft  pariter.  Ibi. 
verl.2Erar  enimdives  valde.  Ibi. 
Cap.  iy.  verf.  2  Quis  dabis  mihi.  n.  fio 
verl.  1  Ego  proptector  tuus  íutri.  b.  313 
verf.  y  Numera  i>  relias,  li  potert,  Sc  lie  crie 
íemenruum.  n.  331 

Cap.  17.  verf.  y  Non  ultra  vocabitúr  r.o- 
men  tuum  Abram,  fed  Abraham.  n.  4C0 

Cap.  18.  verf.  31  Obfecro,  inquir,  ne  iraf- 
caris  Domine  fi  loquar.  n.  71 

verí.  27  Loquar  ad  Dominum  Deum  me- 
um  cum  fim  pulvis.  n.  120 

Cap.  19.  verl.  17.  In  monte  falvum  tefac. 
num.  530 

Salva  animam  tuamj&  noli  tcfpifcere  poft 
tergum.  n.  3y7 

verf.  2y.  Subvertit  univerfos  habicatores. 
num.  2yi 

verl.  26,  Rcfpicicns  que  uxer  ejus  poílfe 
verfa  eft  in  ftatuam  fali?,  n.  357 

Cap.  23.  verl.  9.  UcJetmihi  fpcluncam 
duplicem.n.  667 

Cap.  24.  verf.  y$>.  Dnniitrunt  ergo  eam,^' 
nutricem  ejus. 11.  456 

Cap.  25.  verl".  2  y.  Protinus  alter  cgredun?. 
num.  108 

Cap.  26.  vcrf.  ly.  Invidéntes  ei  Pilrcltini, 

cmnes  purti.quos  foderant  fen  i  patris  illius 

Abraham  illo  tempere,  obftrttxerunrj  p.  617 

Lll  Capj 


acJo  Index 

Cap.  17.  verf.  3.  Suire  arma  tua  ,  &  pha-      nn  tua.  uum.  479 
retram.  n.  423 

verf.  3f.  Vcnit  germanus  tuus  fraudulen- 
ter.  n.  107 

Cap. 28.  verf.  12.  Vidit  in  fomnis  fcalam 


Angelos  quoque  Dei  afcendentes ,  &  deicen- 
dences.  n.  239 

Cap.  29.  verf.  zó.  Reípondit  Labam  :  non 
eft  in  Lco  noítro  conluttudinis.  n.  yy 

verf. i^.Erir  que  lemen  tuuai  quall  pulvis 
rerrce-  n.  107 

verf.  20.  Si  fucrit  Deus  mecum ,  &  dederic 
mihi  panem  ty  27Ú  &  29o 

verf  if.  Ero  cuftos  tuus,  quocumque  per- 
rexeris.  n.  386  &  313 

Cap.  30.  verf.  38.  Ut  cum  veniffet  greges 
ad  bibendum.  n.  5-19 

Cap.  31.  verf.  n.Accidit  quodamdie  in- 
trarec  Joleph  Jomum5&  opens  quidpiam  fa- 
Ccrer.  n.  238 

verf.  3^.  Neirafcatur  Oominus  meus:::: 
Quia  jufía  confuetudinem  fiminarum  nunc 
accidit  mihi.  n.  jf 

Cap.  32.  verf.  10.  In  báculo  meo  tranfivi 
Jord„nem.  11,  210 

verf.  24.  Eccevirlu&abatur  cum  eo  :::: 
Vidi  Dcum  facieadfacienrn.  2"}9  &  fj? 

verf.  28.Nequaquam,inquit,  Jacob  appel- 
labiiur  nomen  tuum,  led  Iliael.  n.  107  8c  ejç 
verf.  2Ó.  Non  dimittam  te  nifi  benedixens 
mihi.  Ibi. 

verf.  4.  Apud  Labam  peregrinacus  fuit. 
num.  422 

veií.  y.  Mittoque  legationeai  ad  Domi- 
mim  meum.Ibi. 

Cap.  3?.  verf.  19.  Mortua  eft  ergo  Rachel. 
num.  429 

verf.  21.  Egreffusinde  fixit  tabernaculum 
tranfturnmgregi  .  n.  Ibi. 

Cap.  42.  verf.  2?.  Judie  miniflros  utim- 
pleret  eorum  íaccos  trinco,  n.  4S2 

Cap.  49.  verf.22.  Filius  dCCrefcens  Jofeph 
Filius  acerefeens.  n.  362, 
Exodi. 
Cap.  2.  verf.2.  Apparuit  Dominus  in  igne 
de  rr.edio  Rubi.  n.  99 

verl.  5-,  Qyas  cum  vidiffet  fifcellam  in  pa- 
pyrione.  n.  22$ 

Cap.  3.  verf.  2.  Apparuit  que  ei  Dominus 
in  fl.imm.i  ignis.  n.  229 

verf.  8.  Ec  educam  de  terra  illa  in  terram 
bonam.  n.  49c 

Cap.  4.  verf.  22.  Filius  meus  primogenitus 
Ifrael  n.  26y 

ven.17.  Virgam  quoque  iianc  fumeinma- 


verf.1.10.  Noncredent  mihi,tardiorislin« 
gure  fum.  n.  45-9 

verf.  iC.  Iple  loquetur  pro  te.  Ibi. 
Cap.  10.  verf.  J3.  Dominus  enduxit  ven^ 
tum  urentem  totadieilla.n.  fj 

verf.  19.  Qui  Aare  fetit  ventum  ab  occi- 
dentem.  Ibi. 

Cap.  13.  verf.  21.  Pernoitem  incolumna 
jgnis.  n.  z6i 

Per  diem  in  columna  nubis.  n.  $23 
Cap.  14.  verf.  44.  Jam  que  advencrat  vi« 
gilia  m<  tutina.  n.  69L 

verf.  28.  Involvit  eos  Dominus  in  medijs 
fluftibus.  n.  367 

Cap.  iy.  verí.27.Venerunt  autem  in  Elim 
filij  Ifrael,  ubi  erant  duodecim  fontes,  n.170 
Cap.  iC.  verf.  11. Gloria  Domini  apparuit 
in  nube,  locutuseft  Dominus  adMoyfen. 
num.  330 

Cap.  19.  verf.  i<5.  Et  ceperunt  audire  to» 
nitrua  ,  &  fulgura,  n.  195- 

verf.  19.  Si  ergo  audieritis  vocem  meam, 
Sc  cuítodieritis  pacluim  meum:  vos  entis  mi- 
hi 111  regnum  Sacerdotale.  n.  313 

verl.  18.  Totus  mons  fjmabat.  n.  içy 
Cap.  25-.  verf.  20.  t/trumque  latus  pro^ 
pitiatenj  tegant.  n.  301 

verf.  18.  Duos  quoque  Cherubím  áureos, 
&  prodi:íliies.  n.  465- 

Cap.  z6.  verf.7,  Facies,&  f»ga  cilicinaun- 
decim.  n,  yn 

Cap.  28.  verf.  17.  Pones  que  in  eo  quatuor 
ordines  lapidum.  n.  135 

verf.  20.  Indufi  auro  per  ordines  fuos.  Ibi. 
Cap.  30.  verf.  4.  Et  duos  annulos  áureos.' 
fub  corona,  n.  4*5 

Cap.  31.  verl.   18.   Dedit  que  Dominus 
Moyfi  duas  tabulas  teítimoni)  lapideas.11.4fj, 
Cap.  32.  verf.  9.  Cernoquodpopulusduiae 
cervicisfit.  n.  ?j 

verf.4.Fecit  que  eis  vitulú  conflaítilé.Ibi^ 
Cap.  37.  verf.  9.  Extendentes  alas ,  &  re- 
gentes piopiciatonum,fe  que  mutuo,oi  illud 
refpiciens.  n.  227 

Cap.40.verf.  23.  Locatis  per  ordincm  lu« 
Cernas.  n.  1 34 

Cap  36.  verf.19.  Fecit,  &opertorium  Ta- 
bernaculi.  fii 

Levitici. 
Cap.  1.  verf.7. Et  fubucientin  altari   igr>é. 

num.  134 

Cap.ó.verf. i2.Ignis  autem  in  aluri  íemper 
ardebit,  quem  nutriet  Sacerdos.  n.  494 

ver  i',13.  Ignis  eft  ifte  ptrpetuus.  n.  47 1 

Cap,. 


da  Sagrada  Scriptura. 


Cip.  9.  verf.  24.  A.p,Taru  ít  que  gloria  Do- 

mini  omni  multuudini,&  ecceegreffus  ignis 

ta  Domino  :::  líuoJ  cum  v  idiffenc  turbas  lau- 

daverunt  Domiunm  ,   ruentcsin  taci  em  fu- 

9in.  n.  í.1f 

Cap.  z6.  verf.  6.  Et  dabo  paceminfinibuâ 
veftns.  n.  17c 

verf.  10.  Comedetis  vetuftiffima  veterum, 
&  vecera  novis,  &c.  n.  $-$■. 

Nurr.erorum. 
Cap.  10.  verf.  4.  Si  autem  prolixior}atque 
confilTus  clangor  in  crepuerit.  n.  19 
verf.i.Faiies  tibi  duas  tubas  argéceas.n^c? 
Cap.  11.  verf.  çi  Rccordamur  piíciúquos 
Comeciebamur  in  itgypto.  n.  198 

verf.  17.  Auferam  de  fpiritu  tuo  ,  nadam 
que  eis.  p.  306  &  225 

Cap.  1 2.  verf.  10.  Etecce  Maria  apparuit 
Candens  lepra.  n.  fii 

Cap.  17.  verf.  8.  InvenitgerminaíTet  virgá 
Aaram.  n.  1 10 

Cap.  20.  verf.  8.  Tolle  virgam,  &  congre- 
ga popuhim.n.  yi? 

Cap.  21.  verf.  7.  Peccavimus ,  quia  locuti 
íumus  contra  Dominum,  &  te:  Ora  ut  tollat 
anobisferpentesn.  62 

verf.  <5.  Naufeat  anima  noítra  fupra  cibo 
ifto  levillimo.  n.  198 

Cap.  2j.  verí.  4.  Sufpende  eos  contra  So- 
lem. 11.512 

Cap.  2ó.  verf.  ir.  Et  faítum  eft,  grande 
iniraculum  ,  ut  Core  per*. unte,  Filij  ejus  non 
perierunt.  n.  264 

Cap.  33  verf.9.  Venerunt  in  Elim  ubi  erát 
duodecim  fontes  aquarum.  n.  170 

Cap.  ;e.  vtrf.  S.  Singuli  juxta  meníuram 
hereditatis  fuce  dabunt  oppida  Lcvitis.n.278 
Deuteionomij. 
Cap.  1.  verf.  15-.  Tuli  de  Tribibus  veftris 
vkos  fapientes.  n.  69c 

Cap.  j.  verf.  y.  Timuifii  enim  ignem  ,5c 
non  afeendiftis  in  montem,  n.  165 

Cap.  13.  verf.  21.  Per  no&ern  in  colurana 
hubis.  n.  zip 

Cap.  ic.  verf.  16.  Si  autem  dixerit  rolo 
egredi  eo  quod  diligit  te.  n.  21 

Cap.  33  verf.  2.  Indextei  a  ejus  ígnea  lex. 
n.  166.  &  195 

Jofue. 
Cap.  4.  verf.  s\  Vocavit  que  Jofue  duode- 
cim viros::  &dixit  ad  il!os :  Ice  ante  arcam 
Dei  veílri  <id  Jordanis  médium, &  portate  in- 
dcíinguli  lapides,  n.  171 

Cap. 6.  verl.2).  Rahab  meietricem,&  do- 
mus  patns  ejus  fecit  Jofue  vi  ver  e.  n.  119 


45 1 


verf.  1.  Vidi  Domim:m  fedentem.  n.  3: 
verTzo.Igitur  omni  populo  vocifciáre.  11.17 
Vos  lonitusque  inCrepuit.  Ibi. 
Cap.  7.  verl.21.  Vidi  inter  ípoliam  regu- 
lam auream:  &  ableondi  in  cerra.  n.  611 

ver!.  11.  Non  ero  ultra  vobiícum  ,  donce 
conteratis,  eum.  Ibi. 

Cap.  9.  verl.  4.  Calidt  cogicantes  tulerunt 
fibi  cibaria  faccos  veteres.  a.  56 

verf.  iy.  Fecit  que  Jofue  cum  eis  pacem; 
&  inito  federe,  &c.  Ibi. 

Judicum. 
Cap.  ?.  verf.  i^.  Divifocontra  feRubem 
magnanimorum  repeita  Contenho,  n.  70 

verf.  20.  Stellce  manentes  in  ordine  tuo.  n. 
431  &  138 

Cap.  6.  verf.  21.  Extendit  Angelus  Domi« 
ni  fumitatem  virgae.  n.  fie 

verf  26.  Ecediricabis  Alrare  Domini  Deo 
tuo  in  fumitate  peti  ce  hujus.  n.  jcj> 

Cap.  7.  verf.  16.  Divilic  que  ticientos  vi- 
ros. num.  24 

verf.  20.  Cum  que  per  gyrum  caítrorum 
perfonarentj&c.  Ibi. 

verl",  17.  Qycd  me  facere  videritis  hoc  fa- 
citè.  Ibi. 

verf  20.  Et  Hydrias  confregiffent.  n.  364 
Cap.  9.  verf.  iç.  Egredietur  ignisde  Rha- 
mo)&  devoret  Cedros  Libam,  n,  150 
verf.  5-2.  Evagina  gladium  tutiin.  n.243 
Cap.  11.  verf  7  Nonne  vts  ftis,  qtii  odiftis 
me,  &  ejeciítis  de  domo  patru  mei.  n.  48 1 

verf.  8.  Ob  hanc  igitur  caufam  nunc  ad  te 
venimus.  Ibi. 

Cap.  16.  verf.  19.  Rafit  feptem  crií-es  ejus. 
num.654 

Quem  cum  apprehcndiiTent  Philiftin  ÍU- 
tim  eruerunc  cceulos  ejus.  n.  C06 

At  ília  dormire  eum  fecit  fupra  genua  fua. 
num.  420 

Ruth. 
Cap.  2.  verf.  8.  Audi  filia  ne  vadas  in  alte- 
rum  agrum  ad  collig.ndum.  n.  3Í6 

verf  17.  Etquascollrgerat  vnga  casden- 
tes,  Si  exccutkns.  11. 51c 

Cap.  4.  verf.  16.  Dixerunt  que  muheres 
ad  Noemi ::  &  babes  qui  coníeletur  animam 
tuam,  &  nutriet  feni  ctutem  tuam.  n.  498 
1.  Regiam. 
Cap.  2  verf.  12.  Poito  rilij  HcH.nefcientes 
Oominum.  ".438 

verf.  22.  Ht  ií  autem  erat  Senex.  n.  48) 
Cap.  3.  verl.  9.  Loquare  Domine  quia  au« 
dit  iervus  tuus.  n.  609 

veii. n.Eccc  e?o  facio  veibú  in  lúatl.n.io 
LU  2  C'»I>: 


At  2  InàfX 

Cap«  ?.  verf.3.  Ecce  Dagon  faCebat  prònus      ros.  num.  17 
in  terra,  ante  arcam  Dei.  n.199 

Cap.8.  verf.4.  Nam  expuliavit  is  Jona- 
thas.  n.  430 

Cap.  13.  verf.  ip.  Porro  faberferrariusnon 
inveniebatut  in  omni  terra  Iliael.  n.  77 

Cap.  14.  verf.  17.  Extenditque  iumitaté 
virga: ::  Sc  tetigit  m  favum  mclts.  n.  201 

verí.  6.  Quianon  es  Domino  defficile  fal- 
vare,  &«:  n.  431  &  610  &  515- 

verf.  24.  Adjuravit  Saul  populum,  dicens: 
malediclus  vir  ,quicomederit  panem  ulque 
veíperam.  n.  610 

Mittitefortem  inter  me,&  Jonatham.Ibi, 
Cap.  íG.  verí  18.  Vidi  filium  liai  Bethfe- 
mitem  fcientempfallere,&c.  n.  614 

verf.  26.  Quiddabitur  viro  qui  pereuferit 
Phiirfiseiim  ?  11.530 

verf.  J!.  CumqueGladium  non  haberet. 
num.  425 

verf.  40.  Et  elegit  fibi  quinque  Iimpidifll- 
mas  petras.  n.  221  &  1 99 

verf.  51.  Videntes  autem  Philifthiin  quod 

mortuus  effet  foi  tiiíimus  eoi  ú  tugei  unt.n.100 

Cap.  18.  vaf.  n.TenebatqucSaullance- 

am,fí  mifit  eam.putans  quod  configere  políet 

David  cum  pariete.  n.  ico 

verf.  ».  Anima  fonathas  conglutinata  eft 
anima  David.  n.  482 

verf.  3.  Invei  une  autem  David,  &  Jona- 
thas  faedr.s.  Ibi. 

veri  4.  Nam,  &expoliavit  fejonatbas, 
&c.  Ibi. 

Cap.  24.  verf.  18.  Juftior  tu  es  quam  ego. 
num.  123 

Cap.  31.  verf.  3.  Totum  que  pondug  praelij 
ver  fum  eft  in  Saul.  n.  431 


2.  Regum. 

Cap.  r.  verf.  14.  Quare  non  timuiftis  mi- 
tere  manum  tuam  ut  oesideres  Chriftum  Do- 
mini?:i.  527 

Cap.  11.  verf.  2.  Vidit  quemulierem  fela- 
vantem.  n.  655- 

ver/.  1 5.  Scribens  in  Epiftola:  Ponite  Ori- 
cm,  &c.  n.  431 

verí  1.  Acciditucfurgeret  David  de  ftra- 
tu  fuo  poíi  mendiem.  n,  23S 

Cap.  14.  verf-6.Quia  non  eft  Domino  def- 
ficile lalvat  e.vel  in  multis,vet  in  paucis.n.43T 

Dixitquc  autem  Jonathas  ad  adolofcen- 
tem,  &c.  Ibi. 

Cap.  15.  verf.  1 5.  Qmnia  quaecumqiie  prae- 
ceperat  Domimis  nofter  Rex,  libenter  exe- 
quemur.  n.óoi 

Cap.  as, verf.  ij.Muliebantur  dcftruj  nm- 


Omnis  autem  turba  qvss  erat  cum  jcab, 
&c.  Ibi. 

Cap.  22.  verf.  2.Domintispecra  msa,?c  ro« 
bur  meum.  n.  310 

3.  Regum. 
Cap.  2.  verf.  21.  Detur  AbifagSunamir.es 
Adorna  fratri  tuo.  r.  6y 

verf.  22.  Habet  Hdbiathar  Sacerdotem,  &C 
Josb  filium  Sar via.  n.  67 

Cap.  3.  verf.  2f.  Et  contrario  i!la  djcebat: 
nec  mihi,  nec  tibi  fie,  fed  devidatur.  n.70 

verf.  2ó.  Dixic  autem  mulier,cujus  fllius 
reat:::  Obfetro  Dominedate  ilh  infantem 
vivum.  Ibi. 

Cap.  7.  verf.  17.  Capitelium  altei  um:  Sc 
quaii  in  modum  retis ,  &  catenarum.  li.  121 

verf.  18.  Capitella  autem  ,  quas  erant  íuper 

capita  columnarum  quafi  epereliliserãt.Ibr. 

verf.  15.  F.t  fixit  duas  columnas,&c.n.4f  ç 

Cap.  9.  verl.  3.  Samificavrt  Dominus  du« 

mnm  hanc  quamedifkafti.  n.  311 

verf.  7.  Auferam  Ifrael  de  fuperficie  terr* 
::  Et  templum  hoc  quam  quod  iatificavi  no- 
mini  meo.  n.  311 

Cnp.  jo.  veri.  1.  Regina  Saba  audita  fama. 
Salomonis.  n.  13 

Verus  eft  lèrmo  quem  audivi.  Ibi. 
Cap.  13.  verf.  4.  Et  ex  auruit  manus  ejus, 
quam  extenderat  contra  eum.  n.  159 

verf.  24.  Qui  cum  abijlTet  invenitLeoin 
via,  &  occiditeum.  n.  005 

Cap.  17.  verf.  7«Poft  dies  autfm  ficatus  eil 
torrens.  n.  109 

verf. 8.  Surge,  &  vadein  Sarephts.  Ibi. 
Cap.  22.  verf.  17.  Vidi  cuilâum  Ifráeldif- 
perlum  in  montibus.  n.  97 

verf.  24.  AcceffitSedechias  filius  Chanaá, 
&  percuíiit  Micliasam  in  maxillam.  n.  159. 
4.  Regom. 
Cap.  I.  verf.  12  Deicendit  ignis  de  Casio, 
&  devoravit  illum .  n.  17 

verf.  15.  Surrexit  igitur,8i  defccndit  cum 
eo  ad  regem.  Ibi. 

verf.  12.  Homo  Dei  haecdicit  Rex  feftina 
delcende.  Ibi. 

verf.  i4.Curvavit  genua  fua  centra  Eliam 
Ibi. 

verf.  9.  Qui  afeendit  ad  eum  ,  fedenteque 
in  vértice  monris.  Ibi. 

veri.  21.  EgrrfTus  ad  fontem  aquamm  mi- 
ílt  in  illam  Sal.  n.ypo 

Cap.  2.  verf.  11.  Ecce  currus  igneus ,  &c. 
num.  148 

Capi  4-  verf.  3 1,  Giezi  autem  prsecefferac 

ante 


T>a  Sagrada  Scriptura. 


pnteeov?;  pofuerat  bacnlurn.  n.  5-89 
vetl.34.  Ecincubuit  fuper  puerum.Ibi. 
Cap.  6.  vcri.cí.  Dixit  autem  homo  Dej:  tibi 
cecid;:?  At  ille  moltravit  ei  locum.  n.  çSó 

Cap.  12.  verf.  10.  Eifundebantqu:,  &nu- 
incrabir.E  peamiam.  n.  514 

Cap.  19.  verl.  if.  Qui  cedi:  fuper  Che- 
rubim.  n.  224 

Cap.  20.  verf.  11.  Rcduxit  umbram  per 
Iineas.  n.  6z 

1.  Paralipomenon. 
Cap.  11,  verí!  18.  O!  liquis  daretmihi  a- 
quamde  cillerna  Bethlehetn.  n.  (Sol 

Cap.  12.  verf.  1  j.  Iiti  func ,  qui  tranííerunt 
-Jordaium  menfe  primo.  n.  5*4 

Cap.  17.  verf-  8.Feci  que  tibi  nomen,  qua» 
íi  magnorum.  n.  14 

Cap.  28.  verí.  1  y.  Sed,  &  incandelabra  áu- 
rea^ ad  lucernaseorum  aurum  pto  menfu- 
ra.  n.278 

Cap.  zi.verí.  ij.  Melius  eft  mihi ,  ut  inci- 
dam in  manus  Domini ,  quara  ín  manus  ho- 
xninum.  n.  197 

2.  Paralipome. 
.     Cap.  3.  verf.  ij.  Ante  fores  etiam  templi 
duas  columnas.&c.  n.  519 

Cap.  4.  verf.  4.  Etipfummare  fupraduo- 
decim  boves  ímpolitumerat.  n.  170 

Cap.  9.  verl.  19,  Duos  Leonês  ftantes  juxta 
brachida.  n.  4^5- 

Sed.&aliosduodecimleunculof.  n.  17! 
Cap.  12.  verf.  1.  Cumque  roboratumfuif- 
fet  Regnum  Rob.iam,  &:  confortatum ,  dtre- 
linqueruntlegem  Domini.  n.  9? 

ver!,  f.  Hascdicit  Dominus:  Voi-reliquif- 
tis  me,  &  ego  reliqui  vos  111  manu  SdaC  n.9y 
(  verl  8.  NonftilUbit  furor  meus  fupra  Je- 
íuíalem  :::  Veruntamen  lervient  ei.  n.  pç 

Cap.  17.  verl.  7.  Mifit  de  Principibus  fuis 
<;::  ut  doceretu  in  Civitaubus  Juda.  n.  220 

verl  9.  Ita  que  faílus  ell  pavor  Dominr  íu- 
per  omnia  regna  terrarum.  Ibi. 

vjrt.  10.  Necaudcbantbcllare  contra  Jo- 
-iaphat,fíd  8c  Phihrthsel  Jofaphac  muncra 
d;fír-.bant.  Ibi. 

verf.  12.  Crevit  ergo  Jofaphat,  Sc  magnifi- 
Catus  tft  ulque  ad  fublime.  Ibi. 

Cap.  29.  verf.  ?.  Audite  me  Livit3S,&  fan- 
cificaminijtnundate  Domú  Domini  Dei.n.?i2 
1.  Efdrse. 
Cap.  4.  verf.  14.  No>  atitem  memores  fa- 
lis, qnod  ir.  palácio  comedimus.  n.  3^8 

Cap.  7.  verf.21.  Quodcumque  petierit  vo- 
bis  EJdras ,  &c.  11.279 

vai.  22.  Abfque  mora  detis,  uíqut  ad  ar- 


45? 


genticalenta  CMtum ,  cVtifque  ad  frunumi 
coros  centum,S.;I  vero3dbfque  menluram.ibi. 
2.  Efdras. 
Cap.  4.  verf.  13.  Statuit  in  leco  poft  murú 
per  circmtum  populum  in  ordinem  cum  gla- 
dijslius.  11. 137 

verl.  17.  Príncipes  poft  eosinomni  modo 
Jt;dà  sedificamium  in  muro.  Ibi. 

verl.  18.  Una  manu  lu*  ú.iebat  opus  ,  Sc 
altera  tencbatgladium.  Ibi. 
Tobiae. 
Cap.  12.  verf.  12.  Quando  orabes  cum  Ia- 
crymis.  n.  283 

Judith. 
Cap.  12.  verf.12.  Non  vereatur  bona  pue- 
la  intioire  ad  Dominum  meum  ::  ut  ruandu- 
cet  cumillo.  n.óç-ç 

Cap.  13.  verf.  6.  Stetit  que  Judith  ante  Ie- 
ftum  orans  cum  iacrymis.  n.  600 
Efther. 
Cap.  ultimo  verf.  7 .  Quae  res  ex  veteiibus 
prebatur.  11.  57 

Jcb. 
Cap.  <;.  verf.  14.  Perdiem  incurrent  tene- 
bras.  n.  618 

Quafi  in  no&e  lie  palpabunt  meridie.  Ibi. 
Cap.  12.  verf.  8.  Nimirum  interrrga  ju- 
menta, &  volatiiia  Caeli ,  &c  indicabent  tibi. 
num.  112 

Cap.  24.  Vigilantes  ad  predam  prasperant 
panes.  n.  442 

Cap.  29.  verf.  if.  Occulus  fuic  cjeco.Sí  pes 
claudo.  n.  35-9 

verf.  16.  Pater  eram  pauperum.  ibi. 
verí.18.  Dicebamque:  in  1  idiilo  mto  mo- 
riar,5c  táquam  Palma  multipHcabodiíí.Ibi. 
Plaimorum. 
8.  verf.  8.  Omnia  íubjtciftis  fub  pedibus 
ejus.  n.  iói    • 

21.  verl.  21.  Erueaframea  Deus  animam 
meam.  n.  1:0 

33.verf.  9.  Guftate,&  vide  te  quoniam  fua- 
vis  eft  Domínio,  n.  277 

37.  verl.  Manfueú  autem  bereditabunt 
terram.  n.  yiio 

38.  verl.  13.  Auribuspercipalacryroas  me- 
ãs, num.  2b5i 

40.  veW.  4.  Univeríurnftratum  ejus  ver- 
fafti  in  infirmirate  ejus.  n.  io(> 

44.  verf.  7.  Virg.itua,  ôcbaeulus  tucs, 
&c.  n.  ri4 

49.  verl.  n.  Sacríficium  laudjs  hón&rtflca- 
bit  me.  d,  1 17 

57.  verl".  9.  Superctcidit  ignis ,  &  non  ví- 
dsiunc[(jitç6,  n.  2<5i 

JLll  3  «s.verfi 


454 

Co.  verf.  3.  Dum  anxiaretQr  in  petra  exal- 
taííi  me.  n.  106 

70,  vcrf.  De  venter  matris  meae  tu  es  pro- 
tector meus.  n.  313 

67.  verf.  13.  Rex  virtutum  dilefti,  dilefti. 

num.  ^  99 

vcrf.  7.  Deus  qui  habitarc  facit  unius  mo- 
risindomo,  h.  59 

68.  verí.  3.  Tempeftas  demercit  me.  n.  ya 
74.  verf.  3.  Liqne  faíla  eft  teria ,  &  omnis 

qui  habitam  in  ea.  n.  224 

77.  verf.  Subftuli  eum  de  gregibus  ovium 
num.  108 

81.  verf.  6.  Ego  dixi  Dij  ftis ,  &  filij  excel- 
fi  omnes.n.372 

60.  vcrf.  51.  Scuto  circundabit  teveritas 
cjus.  n.  zoi 

101.  verf.26.  Opera  manuum  tuarumfunt 

Cffili.n.  ij7 

103.  verf  9.  Terminum  pofluiftis  quem  nó 
t/anfgredientur.  n.  ?  97 

verf.  4.  Qui  £■»«*  Angelos  fuos  fpiritus.Sc 
miniftros  fios  ignem urentein.  n.  2^9 

1 1  j  verf.  3.  Marc  vidit,  &  fugit,&  tu  Jor- 
danis  quia  converfuí  esretrorlum.  n.  64 

li S.  verf.  131;  Os  meumapperuit,  Sc  atra- 
xi  fpiritum.  n.71 

106.  verf.  4®.  Errare  fecit  eos  in  ínvio ,  & 
ron  in  via.  n.  Sy 

122. verf.  Ecce  ficucocculi  fervorum  in  ma- 
r.ibus  dominorum  fuorum.  n.  291 

ijj.  verf.  8.  Surge  Domine  in  requiem 
tuam  tu,  Sc  arca,  &c.  n.  200 
Proverbiorum. 
Cap.4.  verf.  18.  Lux  fplcndens  procedi^ 
crefeit  ufque  ad  perfeftum  diem.  n.iSr 

Cap.  y.verf.  18.  Sit  urna  tua  benediftaj&c. 
num.  4?? 

Verba  ejus  enebrient  te,&c.n.  4fç 
Cap.  6.  verf.  13.  Mandatum  luzerna  eft,  & 
lux.  n.  171 

Cap.  9.  verf.  1.  Sapiemia  edificavit  6bi 
domum.  n.  462 

Cap.  12.  verf.  18.  Língua  autem  fapienti- 
um  íanitaseff.  n.  227 

Cap.  13.  verf.  14.  Lex  fapientis  fons  vitas, 
ut  dedinet  a  roina  mortis,  n.i9j' 

Cap.  14.  verf.  ij.  Teftis  ridelisnon  men- 
tietur.  11. 316 

Cap.  17.  verf-  24.  Oculi  ftultorum  in  fini- 
bus  terrse.  n.  17c 

Cap.  22.  verf.  2S.  Ne  tranfgi  ediaris  térmi- 
nos anriquos.  n.  8ç 

Cap.  ji.  verf.  iS.  Guftavit,  Sc  vidit  quia 
É>ona  eft  negotiatio  ejus.  n.  2.77 


Index 

Ecclefiaftes. 
Cap.  9!  vetf.  ly.Civitas  parva,&  paoci  in 
ea  viiij  venit  contra eam  Rex  magnus ::: In- 
ventus  eft  in  ea  vir  pauper ,  Ôc  fapiens ,  íii  li- 
beravit  urbem.  n.  203 

Canticorum. 
Cap.i.  verf.In  odorem  unguentorum  tuo« 
rum  currimus.  n.  iy 

verf.  7.  Si  ignoras  te  opulcherima  mulie- 
rum.  n.  112 

verf.  ió.  Li  leítulo  reco  per  noites  quifivi 
quem  diligic  anima  mea.  n.  239 

verl.  Indica  mihi  ubi  palcas  in  meridie.' 
num.  326 

Cap.  2.  verf.  4,  Ordinavit  inme  chaíita* 
tem.n.  138 

Cap.  4.  verf.  4.  Sicut  Turris  David  colum 
Cuum.  n.  219 

verf.  9.  VulneraíH  cor  meu  Sponfa.  numJ 
110  &  291 

verf.  4.  Mille  clypet  pendent  ex  ea,  omnis 
armatura  fortium.  n.  30: 

Cap.  5.  vcrf.  to.  Dileíhis  meus  candidus,8e 
robecundus.  n,  304 

Cap.  6.  verf.  4.  Averte  oceulos  tuos  a  me^ 
num.  585- 

verf.  7.  Sexaginta  funt  Regina,  fed  una  eíf 
columba  mea.  n.  304 

verf.  3.  Terribiíis  ut  ceftroi  um  acies  ordi- 
nata.  n.  120 

Cap.  7.  verf.  12.  Afcendam  in  palmam ,  SC 
aprehendam  fi  uclus  ejus.  n.  530 

verf.  13.  Nova,  &  vecera  fervavi  tibi.  n.?? 
Çap.  8.  verf.  6.  Pone  me  ut  fignaculum  lu« 
per  cor  tuum.  n.  i?4 

Quia  fertis  eft  ut  mors  dileílio.  Ibí. 
verf  8.  Soror  noftra  parva ,  &í  ubera  non 
habet.  n.  2:0 

Sapientia. 
Cap.  f.  verf.  20.  Sumetfcutumin  expug. 
nabi  I .-  asquitatem.  n.  201 

Cap.  6.  verí.  26.  fvlultitudo  autem  fapi« 
entium  ianitas  eft  orbis  terrarum.  n.  22? 

Cap.  14.  verl.  15.  Acerbo  enim  lnítu  do 
lens  parens,  &c.  n.  ^4 

Deindeintervmicnte  tempore  convalefeé» 
teirjiquaconfuetudine,  &c.  Ibi. 

Cap.  16.  verl.20.  Adquod  quifque  volebaC 
convertebatur.  n.  ígg 

Ecclefiaftici. 
Cap.  7.  verf  23.  Servus  ferlfetus  fie  tibi  dl* 
leftus  quali  anima  tua.  n.  5? 

Cap.  iy.  verf.  3.  Aqua  fapientia;  íalutaris 
potavic  illum.  n,  220 

Cap.  24,  verl.  Sicut  Cinamomum,  &  Bai- 

famum 


Da  Sagrada  Sciptwa. 


Çamum  aromatifans  odorem dedi.  m  436 

Quali  Ctdrus  exaltara  ium  in    Líbano, 
num.  464 

verf.  2;.  Flores  mei  fruótus  honoris.  num. 

vcrl.  RaJicavi  in  populo  lronorificato.  n. 

Cap.  27.  verf.  Denudare  nmici  miíteria 
deípc;  acio  eíi  anima;  ir;tclicis.  11.  407 

Cjp.  33.  verf.  28.  Mitte  illum  in  opc-ratio- 
nem  ne  vacet,  ínulcumeinm  mahtiamdocuit 
otioíita?.  rt.  234 

Cap.  44.  verf.  1.  Ha;reditasfanc"ca  nepo- 
tes  eotum.  n.  31  j 

Cap.  45:.  verf.  t.  M^gnificavic  eum  inti- 
more  tnmuccrum,  11.  14 
.    verl.  20.  ipluin  ekgitexomni  vivéti,8cc. 
num.  55-4 

Cap.  48.  verf.  In  carne  ejusftaie  fecic  tef- 
tamentum.  n.  311 

Ha  ice. 
Cap.  4.  verf.  5.  CreavitDominus  fuper 
Omnem  locum  montis  Sion  I  jlendcrcm.n.25'9 
Cap.  8.  verf.  4.  Aufere tur  íunuudoDa- 
mafei.  n.  224 

veil.  1.  8ume  tibi  librum grande,  6í  fciibe 
ineo  itilo  liomini.  n.  8<í 

vci  l.j.Et  adhibui  miclii  teftes  /ide-los  Un- 
am Sacerdotcm  ,  &  Zdchanam.  Ibi. 
(     verl.  ii.  Erk  extenuo  alarum  ejus  implens 
latitudinem  terras  tus.  O  Emanuel,  n.22 

Cap.  10.veri.13.  In  rortitudine  manusmese 
fecit,  &  in  fapientu  meaintellexi.  n.  173 
I    vtrl.  tf.  Numquid  glonatur  iecuri;.  n.36 

Cap.  11.  verf.  1.  Egre«-ietur  virgadcradice 
Jelle.  p.  1:1  &  yií 

verí.4.1Jereiitiet  cerram  ve1baori5fui.r1.5iJ 
Cap.  13.  ver!.  Ilie  in  altifumis  habitava 
montunenta  laxorum  lublimuas  ejus.  o.  308 

Cap.  14.  verf.  13.  Sedebo  ia  monte  tcila- 
menti. 

.    Cap.  T2.  verf.  22.  Dabo  clavem  Domus 
David  fuper  humerumejus,  &c.n.  312 

Cap.  23.  verl.  16.  ^umeCythcram  circui 
Civitatein.  n.  23 

Cap.  16.  verf.  3.  Vetus  error  abijt  fervabis 
pacem.  n.  ?j> 

Cap.  27.  vCrf.  10.  Speciofa  relinquetur ,  6í 
dirr.itcetur  cu.li  delertum.11.97 

Cap.  32.  verl. 41.  Multitudo  uibis  nlica 
eft,  tenebra»,  8í  palpatiofacta:  lunt.  n.  96 

verl.  18.  Et  ledcbitpopulusnieu-.  in  pul- 
chntudinc  p.rcis,  &  in  tabernaculisfeducise. 
num.  jb 

Cap.  33.  verf.  18.  Ubi  eft  litcratuí  Ubi 


455 


kgis  verba  pcndersns  ?  Ubi  deftor  parvulo- 
rum?  n.  224 

Cap.  42.  verf.  2c.  Conibv.ffit  eum  in  cir- 
Ciutu,  &  non  cognovit.  11,  259 

Cap.  yo.  verl.  11.  Ecce  vos  emnes  accen- 
dentçs  ignem  ,  accir  cli  fl.immib  ambulate  in 
lummeignis  veftri.n.  99 

Cap.  54.  verl. 1 1.  Sternam  per  ordinem  la- 
pide, tuos.  n.  136 

Cap.  60.  verl.  18.  Non  audiatur  ultra  ini- 
quicasin  cerra  tua  víítitas.Sc  tontric10.r1.17r 
Jeiimia:. 
Cap.  li  verf.  6  tece  nefeio  lotjui,quia  pu- 
er  ego  fum,  n.  4^8 

verf.  10.  Ecce  dedi  verba  mea  in  ore  tuc. 
num.  438 

Cap.  6.  verf.  Audivinuisfama  ejus  ,diflb- 
lutse  lunt  manus  r.oftix.  n.  614 

verf.  16.  Interrogacc  de  lemicis  amiquis, 
quae  fit  viabona.  ri.  J>> 

verf.  2o.Quia  non  audierunt,3i  legem  me- 
am  projecerunt,  ckc.  n.  71 

Cap.  7.  verf.  2;.  Tonde  capillum  tuum, Sc 
projice,6c  fume  indiredtum  plantum.ru  98 

Cap.  17.  veil.  4.  Et  reliquerh  lula  ;,b  here- 
ditate  cua,  quarn  dedi  tibi  :::  Quia  ignem  fu- 
cendiíiú  in  furoremeo,  &c.  n.  pp 

verf.  y.  Malediftus  homo  quiconfidit  in 
homine,  &c.  ibi. 

Cap.  27.  verf.  7. Et  lervient  ci  omnes  gen- 
tes, n.  17? 

Cap.  3i.veif.  17.  Et  eílfpes  noviífimis  tu- 

is  ::  Sc  revercentur  ílij  ad  términos  (los. ,).i-,4 

Cnp.  38.  verf.  Ib  Affumpns  ergo  Abdcme- 

lech  fecum  vires  íngrcllus  elt  damum  regis. 

num.  j8 

Treiíornm. 
Cap.  3.  verf.  10.  Memoria  memor  ero  ,  8c 
tsbefeie  in  me  anima  mea  11. 1  + 

Cap.  5.  verf.  y.  Cirvicibusnoftris  mlneba- 
mur.  n.  ijití 

Baruch. 
Cap.  3.  verf.  Ifti  fuerunt  Gigantes  nomí- 
niti  ítatura  magna  ,  lios  non  tl^git  Docrii- 
nuj.  n.  C94 

Ezechielis. 
Cap.  1.  verf.  10.  Similitudoautem  vultus 
eorum  fácies  liomini?,  n  3CC 

verf.  io.  Spíruut  cnim  vitat  erat  in  roeis, 
num.  121 

verf.  ç.  Etin  mtdio  ejusíimilituáo  qua- 
tuor  anímalium.  n.  36 

verf.  ^.Currquealpicerciit  anirealia  ap- 
paruit  rota  una, &£C.  Ibi. 

vtif.  ir.Toium  ctrpus  çCciílUplenú.lbi, 

Vtrlj 


45* 


lnâex 


verf.  if.  Nam  cum  fieret  vox  fuper  firma- 
mentum.  Jbi. 

verf.  7.  Pedes  corum  pedes  reíti.  n.  365 
Cap.  3.  verf.  22.  Egrelfus  fum  111  campum, 
&  eccc  ibigloiiaDomini.il.  1 18 

verf.  14.  Ingrttlere,  &  includcre  in  médio 
domus  tuas,  6íc  Ibi. 

Cap.  10.  verí.  <;.  Et  fonitus  alarum  Cheru- 
bimaudiebutur  ulque  ad  atrium.  n.  361 

Cap.  iç- .verf.  5-.  Etiam  cura  efle  iutegrum, 
non  erat  aptum  ad  opus :  quanto  magis,  &c\ 
num.  264 

Cap.  19.  verí.  11.  Et  vidit  altitudinepal- 
mitum  fuorum.  ".  34 

Cap.  z  1.  verf.  3*.  Igni  erit  cibus ,  fanguis 
tuus  crie  in  médio  cerras.  11.  264 

Cap.  24.  verf.  13.  Multo  íudorc  fudatum 
e(í,Sc  non  exivie  deco  nimia  rubigo  ejus. 
num.  261 

Cap.  251.  verf.  14.  Et  Cherubextentuí,  & 
protegens,  &c.  In  médio  iapidum  igmeorum 
ambu!.  fti.  n.  149 

ver!.  ló.Ejeci  te  de  monte  Dei,(k  perdidi- 
te.  Ibi. 

Cap.  34.  verf  19.  Et  oves  me  as  his ,  quas 
conacunlc;iC4  pedibus  vcftnsrueraar.  n.  $4 

Cap.  40.  vtrf.  Force  ligniim^ôt  impotribi- 
le  elegitartifex  fapiens.  n.  694 

C«p.  47.  verf.  9.  Et  omnis  anima  viges, 
quKÍtrpit,  quociimque  venent  correns  vi- 
ver, num-  11S 

Daniel  is. 
Cap.  z.  verf.  32.  Hujusftatuae  caput  exau- 
ro  óptimo  erat,  Síc.  n.  141 

verf.  35:.  runcc^ncriítafuntpanterferrú, 
tefh,  &íc.  Ibi.  &  ij2 

verf.  1,  Vidit  Nabucho-Donofor  íomni- 
um,  &c,  num.  635 

verf.  2.E  t  fomnium  eju$  fugit  ab  eo.n.634 

verf. 7.  Rex  fommúdicat  fervis  fuis.  n.ójy 

verf.12.Quo  audito  Rex  in  furore.Sc  in  ira 

magna  prascepit,uepírirent  omnes  fapien- 

tes.  Ibi. 

verf.  39.  Tu  es  ergo  caput  aureum.  n.  6$6 
Cap.  3,  verf.  1.  Nabucho-Donofor  fecit 
ftatuam  auream.  n.  636  &  n.  icj 

verf.  3.  Tunc  congregati  funt ::::  omnes 
Príncipes  regioiuim.  n.  iyj 

verl.7.  Cedentes  omuesadoraverunt  fta- 
tuam. Ibi. 

Cap.  4.  verf.  8.  Proccritas  ejus  contingens 
Csellum.n.  174 

verf.  it.  Succiditearborem,  8{  prascidite 
ramos  ejus.  Ibi.  fíc  n.  17c  &  2co 
Cap.  6,  verf,  2*.  Deus  rntus  mificAnge* 


lum  fuum  ,  &  conclufit  ora  Leonam.  n.  6o«- 
Cap.7.  verl.9.  Aipicicbam  donec  troni  po< 
fui  lunt.  n.  30 

verl.  10.  Rotas  ejus  ignis  accenfus.  Ibi. 
Judicium  fcdit,  &  hbri  aperti  lunt.  n.uS 
Fluvius  igneus.rapidus  qu:  egredubatur  a 
facieejus.  n.  148 

Ofeae. 
Cap.  2.  verf- 8.  Argentum  mulciplicaviei, 
&  aurum  quas  Baal.  n.  98. 

verl.  12.  Ponameamin  faltum.  n.  108 
vetf.  14.  Laftabo  eam,  Sc  ducam  iam  inj 
íolitudinem.  n.  303 

Propter  hoc  ecce  ego  la  dtabo  eam.  n.  108 
Cap.  6.  verf.  $-.  Occidi  eos  in  verba  orij 
mei.n.  465- 

Cap.  13.  verf.  14.  Eromors  tua4omorsj 
num.  172 

Abdias. 
verf.  S.  Numquit  non  111  die  illa,  diçic  Do- 
minus .  peidam  fapientes  de  Indumaea  ?  &  tU 
mebunt  forces  tui  a  mendie.  n.  224 
Jonas. 
Cap.  1.  verf.  ij.  Tulerunt  Jonam,  &  m\- 
ferunttn  maré.  n.  179 

Cap<4.vei  f.ó.Et  prasparavit  Dominus  Deus 
hederam  :::  utellet  umbra  fuper  caput  ejust 
num.  201 

Habac. 
Cap.  3.  vetf  4.  Abícondita  eft  fortitudo 
ejus,  n.  666 
Ante  taciem  ejus  ibie  mors,  Ibi. 

Sophonias. 
Cap.  3.  verf.9.  Servianc  ei  humero  uno^ 
num.  196 

Zachariae. 
Cap.  cr.  verf.  n.  Intrabis  indomo  JoCa?:| 
&  fumes  aurum,  &  argentum.  n.  1  «9 

Cap.  11.  verl.  7.  Alfumpli  mini  duas  vir» 
gas.  n.  455: 

1.  Machabeorum. 

Cap.  13.  verf.  29.  His  circumpofuit  colú* 
nas.  n.  23 

2.  Macnabeorum. 

Cap.  11.  verf.  19.  In  negoptijs  fldem  con» 

íervaverunt.  n.  316 

Marthasi. 
Cap.  3.  verf.  13.  Venit  Jeíus  à  Galiíasa  in> 

Jordanem.  Ibi." 
Cap.  y.  verf.  1.  Videns  Jeíus  turbas  afeen^ 

dit  in  montem,  n.  86 

verf.  13.  Vos  eftis  Sal  terras,  n.  4Ó3 
Beati  pauperes,  Beati  mites.  n.  531 
verf.  12.  Beati  eritis  cum  vos  ederincha- 

mints.n,  675 


,Cnp.  7-  verf.  iíh  Non  omnis  qui  dici  mi- 
hi,  Domine,  Domine  incrabic  in  Regno  Cae- 
Jotum.  n.71 

Cap.  8.  verf.  9.  Homo  him  fub  poteítate 
ccr.ltitutus.n.  120 

Cap.  9.  verf.  16.  Neimautem  ímmitit  co- 
mi ííuiam  pani  rudis  in  vefhmeocú  vems.n  fá 

Cap.  11.  veif.  30.  Jugum  enim  uicuui  lua- 
veeit.  rr.  196 

verí.  Casei  vidçnt,  claudi  ambulanr.  n.5-34 

Cap.  12.  verf.  44  Et  veniens  invenie  eatn 
vacaiitem,  fcopis  mundatam.  ri.  240 

Cap.  13.  veii.  7.  Alia  atuem  ceciderunt  in 
ípinis ,  õí  creverunc  Ipinae  ,  &  fuffocavetunt 
ca.  M  205: 

.  Cap.  14.  verf.  30.  Domine  falvum  me  fac. 
num.  328 
-  Verf.  31.  Modice  fidei  quaredubitaftis.  Ib. 

verí.  34.  Ca*pit  pavere,&  tedere  ::  &  inve- 
nk  eos  dormices.  n.  421 

Cap.  ij.  verf.  30.  Colligite  primumziza- 


t)a  Sagrada  Scriptura. 


nia,  &cc.  n.  25:0 


Cap.  16.  verf.  24,  Si  quis  vult  venire  poft 
me.  n.  6<; 

veri.18.Tu  esPetrus,Sc  fuper  hanc  petram 
editkabo  Ecclefiam  meara.  n.  iyo 

Cap.  17.  verf.  f.  Hic  es  filiu,  meus  dilec- 
Ms.  n.  4Ç9 

verf.  26,  Vade  ad  maré ,  Si  mitte  hamum, 
&  eum  pi  Icem  ,  qui  pnus  afeenderit,  tolle: 
Se  aperto  ore  ejus  inveníes  ítaterem  illum  fu- 
mens  da  eis  pro  me.Sc  te.  11.  213  &  ^43  ç-44  8c 
y4f  &  ? 40  Sc  547  &  1 48  &C  y 49  &  f ?o  &  f 5 1 
y?2  &  553  &  ÇÇJ  &  Ç>4  &  W  &  ?5<5  &  5-57  Sc 
?ç8  &  ??9  &  yóo  &  56 1  Sc  562  3c  5*3  Sc  564  & 
j<Sf  &  ,-óó  Sc  567  Sc  568  &  y 69  Si  570  &  571 

verf.  4.  Apparuerunc  Moyles ,  &  Elias  lo- 
auences  cum  Jelu.  n.  930 

Cap.iS.veif.i.  In  illa  hora  aceííerunt  Dií- 
itmuli  ad  Jefum  dicentes :  Quis  putas  maior 
efi  in  Regn  j  Caelorum?  11.  569 

Cip.  20.  vcrl.  11.  Hic  noviffimi  una  hora 
fecerunr,  &c.  n.  701 

•    vctÍ.  20.  AcefTit  mater  Bliorum  Zebcdssi. 
num.  243 

verf.2i.Dic  ut  ftdeant  hic  duo  filij  mei.Ib. 

verf.  23.  Ncui  elr.  mcum  darc  vobis.  lbi. 

Cap.  24.  verf.  29.  Sol  oblcurabitur.n.f  II 

verí.  28.  Quid  v  uicis  mihi  dare,  &c.  n.  157 

vtrr!.27.  Sicm  fulgur  exu  ab  oriente. ^.221 

Cap.  25.  verl.iS.  íodic  in  cerra,  &  abfcon- 
d«  pecunia  Domini  !ui.  n.  243 

Cap.  i6.  vi  1 I  i.j.  Func    bijt  uriu    t;;  duo- 
dctim,  -3iÇi  n.  158 


457 

Cap.  27.  verf  41.  Si  Fjlius  Dei  es  rjejfan.. 
detde  Cruce.n.  Co  &71 

verl.  4-Et  abiens  laqueo  fe  Íufpendit.n.ij7 
Marci. 

Cap.  1.  verf.  16.  Faciam  vos  fíeri  pifeato- 
res  hominum.  n.  240 

Cap.  3.veri.  4.  Licet  fabbatis  animam  fal- 
vum facere?  n,  239 
Cap.9.vcrf.4-Faciamu5  tria  Tabernac.n.i2j 
Cap.  10.  verf.  17.  Magifter  boné ,  quid  fa- 
ciam  ut  vitam  aeternam  percipiam.  n.  Ci- 
verf.  18.  Quid  me  dicis  bonum?  Ibi. 
verf.  21.  Vade:qu32cumquehabes  vende  5C 
dà  pauperibus.  Ibi. 

verf.  iy.  Quid  tibi  vis  fadam?  n.  268 
Cap.  ir.  verf  i^.Utcum  veniffet adeam 
non  invenit  nili  tantum  folia.  n.  418 
Non  enim  erat  temous  ficorum.  Ibi. 
Cap.  14.  verf.  34.  Sed».bat  cum  miniftrif 
ad  prunas.  n.  149 

verf.  38.  Vigilare,Sc  orate  ut  non  intretis  in 
tentationem.  n.  240 

verf.  49.  Ave  Rhabi,Sc  oículaílus  eft  eum. 
num.  i?7 

Cap.  iy.  verf,  46.  Ec  advoluit  lapidem  ai 
oftium  montimenti.  n.  202 

verf.  Nichilaliud  petas  nifi  caput  Joan- 
nis.  n.  376  • 

Cap.  16,  verf.  Et  fi  mortiferum  quid  bi- 
berint,  non  eis  nocebir.  n.  82 

verl. 3.  Quis  revolvetnobislapidem?n.2c* 

LiKae. 
Cap.  IS  verf.  Addandam  fdentiam  lalutis 
plebi  ejus.  n.  496 

Cap.  y .  verl.  4.  Duc  in  altum,8c  laxate  re« 
tia.  n.  457 

.  verf.  y.  Praceptor,  per  tetara  noítem  labo- 
rar.tes  nihil  cepimus.  Ibi. 

verf. 7.  Etannuerunt  focijs.qui  erant  in 
alia  navi,  Ibi. 

Cap.  6.  verf.  48.  Pofuttfundamsntum  fu- 
per petram.  n.  139 

verf.  12.  Exivit  in  montem  orare.  n.  240 
Cap.  9.  verf.8.  Quia  Piopheta  unui  de  an- 
tiquis  furrexit.  n.  86 

Cap.  10.  verf.  4.  Neminem  per  viam  fa- 
lutaveritis.  n.  461 

Cap.  14.  vei  I.  21.  Exi  cito  in  platess ,  5< 
viços  civiutis,  &  pauprre<,  Sc c.  r.  933 

Cap.  iç.  verf. 21.  iit  lurgens  venit  ad  pa- 
trem  Imim,  Scc.  n.480 

verf.  22.  Pater  peccavi  in  C3!i:rn.  Ibi. 
Cap.19.  «aí.  20.  Drmircrucm  naquam 
habui  repofita  in  ludatio.  n.  241 
C?p.2l.vcrl.Tnc  vi.lcl  te  hlm  homuHi.0.331 
Mmm  verf» 


4$8 


Index 


verf.  Rogo  te  Pater  Abrahamut  micTas      bens  gladium  percufiit   Pontífices  feivum» 


Lafarum  in  donuim  Pueris  mei.  m  364 
Cap.  23.  verf.  25-.  Traddidit  que  volunta- 

ti  eorum.  n.  66 

verf.  39.  Si  tu  es  Chriftus ,  íalvnm  fac  ce- 

inetiiTum/  &  nos.  n.  *7y 

verf.  42.  Memento  mci  dum  veutris ,  &c. 


num.  i7>- 


verí.  43.  Hodie  mecum  eiisin  Paxadifo. 
num.  68 

Cap.  14.  verf.  18.  Tu  folus  peregrinuses 
in  Jerufalem?  n.  15T 

verf.  30.  Fattum  eft,  ut  recumberet  cõ  eis, 
accepit  panemj  &ic.  Ibi. 

verf.  29.  Fingit  fe  longius  ire.  Ibi  Sc  327 


num.  609 

Cap.  19-  verf.  34.  Unus  militum  lancea 
latus  e;us  aperuic.  n.  677  &  453 

verf.30.  Inclinatoc.ipitetradidit  fpiricum. 
num.  302 

verf.  34.  Exivit  fanguis,  Pi  aqua.  11.  ai» 

Cap.  20.  verf.  23.  Vcniens  ad  Dita pulos 
infufLvit  eisdicens :  AccipiteSpiritum  San- 
íkum. Quorum  iemilerttis  peccata reroituu-» 
tnr  eis.  n.  197 

Acta  Apoftolomm. 

Cap.  9.  verl,  o.  Domine  quid  nae  fia  face* 
refnum.  606 

Cap.  10.  verf.  11.  ViditCasIum  aperturr» 


verf.  42.  Obtulerunt  ei  partem  pifeis afei,      defeendens  vas  quodam,  vel  utiinceuro.  &c( 


&  favum  melis.  n.  101 

verf.  38.  Videte  manus  meãs ,  Sc  pedes  me- 
os.  n.  6S2 

Joannis. 

Cap.  1.  verf.  21.  Elias  es  tu?  Prophetaes 
tu?  num.  6  08 

vei  í.  23.  Ego  vox  clamamis  in  defei  to.Ibi. 

Cap.  3.  verf.  19.  E:dilcxerunt  homines 
npgis  tenebras,  quam  lucem.  n.  182 

Cap.  4.  verf.  9-  Quomodo  tu  judeus  cum 
fis,  bibere  a  me  pofcif.  n.  418 

verl.  li.  Domine ::  unde  ergo  habes  aquam 
vivam?  Ibi. 

verf.  7.  Mulier  da  mihi  bibere  ?  n.  557 

verf.  6.  Jeíus  ergo  fatigatus  cx  itinerefe- 
debat  fie  iuper  fontem,  n.  jf8 

Cap.  5-.  verf.  4.  Angelus  autem  Domini 
defeendebat  fecundum  tempus  inpiicinam. 
num.  362 

verf.  y.  Vis  fanus  fiei  i?  n.  268 

Cap. 6.  verf.  47.  Verba  vitae  astemae  ha- 
bes. n.  465' 

Cap.  8.  verf  35.  Servus  autem  non  manec 
indomo.  n.  119 

Cap.  10.  verf.  22.  Faíte  funt  encaenia  in 
Jercfol ym,  &  hiens  erat .  n.  25o 

Cop.  11.  verf.  11.  Lazarus  amicus  nofter 
dormir,  n.  079 

verf.  3^.  Lacrymatus  eftjefus.  Dixerunt 
ergo  judrei:  Ecce  quomodo  amabat  eum.  Ibi. 

veri.  44.  Statim  prodijt  qui  fuerat  mortu- 
«s  ligdtus  pedibus,  Sc  manus.  □.  99 

Cap.  13.  verf.  27.  Quod  tacis ,  fac  citius. 
num.  156 

verf.  Sciens  Jefus  quod  venit  hora  ejusut 
traníeat  ex  hec  mundo  ad  patrem.  n.  28 

Cap.  16.  veiC  24.  Pente,  &  accipietlS,  ut 
gaudium  veftrum  iit  plenum.  n.  276 

Cap,  18.  verf.  10.  Simon  etgo  Pcttus  lia. 


num.  82 

verf.  if.  Quod  Deus  purificavit  tu  com* 
mune  ne  dixeris.  Ibi. 

verf.  1 1 .  Et  confeftim  cecidic  in  euro  ca* 

ligo.  n.609 

Cap.  19.  verf.  19.  Multi  autem  txeis,  qui 
fueraut  curiofa  íeftatijContukrunt  liberes,  ÔC 
conbuferunr5&c.  77 

Cap.  28.  verf.  5:.  Et  tile  excutiens  beftiarn 
in  ignem.  n.  149 

Ad  Romanos. 

Cap.  4.  veif.  11.  Pater  omnium  credenti* 
um.  n.  331 

Cap.  ç.  verf.  12.  Per  peccatum  mors.n.17* 

Cap.8.  Si  fecundum  carnem  vixeritis  mo* 
riemim.n.  641 

Cap.  11.  verf.  17.  Socius  radieis  ,  &  pin* 
guedinis  olivae  i  dtus  es.  n.  41c 
1.  Ad  Corintheos. 

Cap.  3.  verf.  13.  Opm  quale  fit  ignis  pto«] 
babit.  n.  iyo 

Cap,  i4.verf.  i<).Sed  in  Ecclefia  volo  quin- 
que  verba  lenfu  meo  loqui,  ut  &  alioi  initru-» 
am.  num.  221 

Cap.  1 1.  verf.3.  Caput  vero  Chrifti  Deu»« 
num.  302 

verf.  a 3.  Ego  accepia  Domino  quod  ,  Sc 
tradidit  vobis.  n.  329 

Cap.  i^.  verl. 10.  Scd  abundaníius  illis  om- 
nibus  laboravi.  n.  703 

Ad  Gaiatas. 

Cap.  1.  verf.  i.  Paulus  Apoftulus  nonab 
hominibus,  &c.  n.  081 

Cap.ç.verl.ó.Fidesper  charitatem  opera- 
tur.  n.;2i 

Cap.  <S.  verf.  14.  Mihi  mundus  crucifixuí 
eft,  &c.  n.  480 

Ad  Titum. 
Cap, 1. Qui  univcrlas  demos  tubuetút.i7.4<j<> 

Cap, 


Cap.  22.  verf.  7.  Qniquiqae  aurem  datuç 
maniteU  mo  ípiricus  ad  utilitatem:  ali;  quidã 
d.uut  lcrmo  iapjenti32,  ScC.  n.  joy 
2.  há  Timotheum. 

Cap.  4.  ver!.  8.  Curfum  confumavi  fidem 
fervavi ,  in  reliquo  reponta  eft  mihi  corcna 

JUÍÍICÍ32.  II.  328 

Cap.  5.  veif.  14.  Chariftas  enim  Chrifti 
nrg;c  nos  aelhmantcs  hoc  :  quoniam  11  unns 
pio  ommbus  mortuus  eft:  ergo  omnes  mortui 
iunt.  it.  99 

veif.if.Et  pro  omnibus  mortuus  eft  Chri- 
ftus.uc  qui  vivunt,jam  non  fibi  vivant.Scc.Ib. 
Ad  Hcbreos. 


ãa  Sagrada  Scripttirà. 


459 


xitmihi.  Nefleverisecce  vicit  LeodeTri- 

bu  Judá.  n.  588 

verf.  6.  Agnum  tanquam  occifum.&jc.Ibi. 

Cap.  7.  verf.  y.  Ex  f  nbu  Judá  duodecim 
milia  lignati.  n.  702 

Cap.  8.  verf.  y.  Etaccepit  Angelns  Turi- 
bulum,  &  implevicillnd  de  ignealtarií.n.iJi 

Cap.  10.  verf.  10.  Accepi  hbrum  de  manu 
Angeli,&  devoravit  illum,  &c.  n.  158 

verf.  2. Et  poliut  pedem  (uum  dextrum  fu- 
per  maré.  n.  428 

Cap.  11.  verf.r.  Datus  eft  mihi  calamus  fí- 
milis  virga;.  n.  5-13 

verf.  19.  Vila  eft  arca  tefiamenti  ejus  in 


Cap.  ç  verf.7.  Curr.  clamore  valido,&  Ia-       Templo  ejus,  &  fv.c"ta  funt  fulgura,  n.  2 

Cap.  12.  verl.  1.    Ec  fignum  mr<gnum  ap 
paruir.  in  Casio,  mulier  amicta  fole.  11.  221 


cryims  :::  &  exauditus  elt  propter  luam  re- 
verenciam, n.  68y 

Cap.O.  verf.19.Qui  confugimnsad  tenen- 
dam  propofitam  fidem:  quam  iicut  anchoram 
habemus,  &C.  n.  123 

Cap.  10.  verf.  Fides  eft  fperandnrum  fubf- 
tantia  rerum  ,  argumentum  non  apparenti- 
um.  11.329 

Epiftola:  i.  Divi  Joannis. 
Cap.  2.  verf.7.  Charifôminonmandatum 
Rovum  lcribo  vobis,  &c.  n.  36 
Apocalypfis. 
Cap.  2.  verf.  16.  Similiter  penitentiama- 
ge.  &c.  n.  2?8 

verl,  7.  Vincínti  dabo  edere  de  ligno  vita;. 
num.  531 

verl.  10.  Dabo  tibi  coronam  vitae.  Ibi. 
verf.  if.  Ectuhabes  doctnnam  Nicolai- 
tarum.  n.  258 

Cap.  3.  verf.  11.  Tene  quod  habes,ut  nemo 
accipiac  corona  tua.  n.  329 

verf.  41.  Et  Angelo  Laodicea  fcribe.  Ibi. 

verf.  18.  Suadeo  tibi  emere  a  me  aurum  ig- 

niturn  :::  &  collirio  in  unge  occulos  CUOS.Hi 

Cap.  f,  verf.  y,  Et  unus  de  íinioribus  di- 


Et  in  capite  ejus  corona  Stellarum  duode- 
cim. n.i70 

verf.  6.  Et  mulier  fugic  in  folitudinem. 
num.  660 

verf.  14. Data;  funt  mulieri  ais  dus  Aqiii- 
lae  magna;,  n.  307 

Cap.  14.  verf.  1.  Ecceagnus  ftabat  ropet 
montem.S;  cum  eo  centum  quadraginra.cjua- 
tuor  milia.  n.s$8 

Cap.  iy.  verl".  2.  Etvidi  tamquam  maré 
vitreum  miftum  igne,  Sc  eos  qui  vicerunt  be- 
ftiam,  &:c.  n.  14S 

Cap.  iá.  verf.  8.  Etquartus  Ang;lus  eríu- 
dit  phialam  fuam  in  Solem.  n.  80 

Cap.  17,  verf.  4.  Et  mulier  :::  habens  po- 
culum  aureum  in  manu  lua.  n.  83 

verl.  2.  Inebriati  funt,  qui  inhabitant  er- 
ram, n.  tf 

verf.  15-.  Aquas  populi  funt,&  gentes. n. 220 
Cap.  9.  verf.  1 2.  Et  in  capite  ejus  diade- 
matae  multa;,  n.  532 

verf.  14.  Exercitusqui  funt  in  Cslo  fe- 
quebantureum.ibi. 


LAUS    D  E  O. 


Mmm   2 


ÍNDICE 


\Sé 


INDEX 

DAS  COUSAS  MAYS  NOTÁVEIS 

dcfte  Segundo  Volume. 


A 


A  B  I  T  O. 

NO  Je  S.  Bento  íe  verificou,  o  que  a  gen- 
tilidade fnlíamsnte  crehia  do  Oráculo 

do  campo  Jauno.  num.  193 
AntiguamcnteCLiíiumaváo  os  Reys,&  o  vaf- 

fallosdeEfpanhaefpitarem  veítidoscom 

o  Abito  de  S.  Bento.  ri.  351 
O  quanto  aproveita  para  a  falvação  o  morrer 

veíiidoneHe.  lbi. 
Prodioiofos  Cázo?,  que  fuccederão,  confirma- 
rão a  iobredita  indulgência,  n.  35-5 
Aderências. 
A  dos  homés  Tem  Deos  não  fruftificãc.n.4^7 
Saõ  os  fcrvíços ,  em  que  íc  fundão  os  ocioios. 

num.  143 
Pervertem  os  ânimos.  n,60 
Adulação  não  té  lugar  entre  os  amigos,n,4io 

Afabilidade. 
Com  ella  venceião  os  Principes.os  impoffive- 

is  maycres.  n.)"j6 

Águia. 
Efcolhe  os  filhos  ao  Sol.  n.  534 
Por  mays  remontado,  que  voe.  não  perde  de 

vifta  ao  mays  inferior  animal,  n.  339 
Voa  mays  alto,  que  todas  as  aves.  n.  340 
Náo  fiy  do  ninho  antes  domeyodia.11.34x 
Voa  de  hú  monte.para  outro  monte,  n.343 
Reparte  cõ  as  demaySjdaprezaiój  toma.n.  344 
Nas  contendas  todo  fcucuydado  herefguar- 

dar  as  coitas,  n.  345- 
Náo  acompanha  com  as  demays  aves.n.346 
Suas  prerogativas,&  privilegios.n.194  Sc  feq. 

&  n.  10 1 
Porque  hc  izenta  dos  rayos.  n.  296 
Seita  os  filhos  da  prizão,  com  hum  ramo  de 

oliveyra  florido,  n.  299 
A  piimeyra.fingé^ue  fe  creou  em  o  louro.ib. 
Primeyro  tem  compoítas  as  azas ,  do  que  te« 

nha  o  mays  corpo  coberto  de  pennas.n.301 
Say  do  berço  com  coroa.  n.  301 
Ke  efcola-.da  entre  muytas  Águias,  n.  304 
As  fuás  azas  110  voar  tem  a  virtude  de  todas  a$ 

mays  aves.n.  30$- 
Fingirão  os  antigos.que  repartira  com  as  aVes 

a  agelidade  do  voar.  n.  jcx; 
Vive  nos  montes, 5;  foge  dos  povoados.n.307 


Nidifica  fobreas  coroas  das  penhas,  n.  308 
A  preparação,  que  faz  antes  de  fabricr  o  ni- 
nho, n.  309 
Refguarda  os  filhos,pondo  em  feu  ninho  a  p«* 
dra  Tites.  n.  294 

Agoas. 
As  de  Clitorio  Cidade  de  Arcádia  faõ  antído- 
to contra  as  demafias  do  vinho,  n.77 
As  do  poço  Ifmale  aclarão  os  olhos.  n.  319 
As  da  fonte  de  Oecia  faõ  triaga  contra  o  ve- 
neno. Ibi. 
As  de  Ebruth,  por  fi  fó  fervem  de  fuftento.Ib. 
As  da  fonte  de  Equipara  iaõ  venenoias  j  para 
osqueao  deipois  de  as  beberem  fe  ajfey- 
çoãoao  vinho.  Ibi. 
As  do  lago  Ampfantum  matáo  com  feus  va« 
pores  as  aves.  Ibi. 

Agradecimento. 
O  que  alguns  animaes  molharão ,  a  quem  os 
livrou  de  perigos,  n.  90 

Agradecidos. 
Tem  cm  Lazaro  o  feu  retrato,  n.  99 

Ama. 
Que  calidades  ha  de  ter.a  que  fe  efcolher  para 

ama  de  hum  Príncipe,  n.  488  Sc  feq. 
O  relpeyto,  que  guardou  Notho  á  ama,  que  o 

creou.  n.  491 
E  Cruvena  molher  Spartana.  Ibi. 
Sendo  parenta  he  a  mays  confentanea.  n.  49  j; 

Santo  Amaro. 
Recebe  o  Abito  de  S.  Bento.  n.  454 
Caminha  a  pé  enxuto  íobre  as  agi;as.  n.  601   | 
Foy  o  exemplar  do  peifcyto  obediente,  nuui» 

604  &  feq. 
Obedecéo  a  olhos  fechados  :  &  que  provou 
comifto?  n.678 

Ambição. 
A  de  algús  Príncipes  foy  caula  de  muytas  Re-* 
ljgieés  perderem  parte  de  lua  obkrvancía 
num.  379 

Ambiciolos. 
Figurados  em  Arne  convertidos  em  Gralha. 

num.  s07 
A  lev  ,  que  contra  elles  promulgoráo  os  E lí- 
ricos. Ibi. 

Amigos. 
Quaes  foraó  os  verdadeyros ,  de  que  fe  lem- 
braõas  hiftorias.  n.  103 


Hafe^eefcolher  primeiro*  h.  402 

Os  males,  que íuccede  de  fe  fazer  o  contra- 
rio. Ibi. 

Ha  de  ler  amigos  em  todo  o  tempo.  n.  404 

Hjòdc  ler  retraco,&  náo  fombra  dóíeu  ami- 
go, íbi. 

H«  de  ubrar  pelo  amigo  o  licito ,  &  naõ  o  in- 

■    jurto.  0.405- 

Ho  de  ler  amado  pela  peflea,8c  ráo  pelas  póí- 
les.  n.  406 

Naõ  le  ha  de  uíar  delles  em  todoo  tépo.n.470 

Naò  he  amigo  de  algutrh  ,  quem  le  faz  amigo 
de  todos.  n.  497 

O  Jegredodo  amigoheo  lucro  da  amizade. 
ív.un.  408 

Entre  os  amigos  naõ  tem  lugar  a  adulação, 
num.  410 

Permanece  em  quãto  durão  as  riquefas^i.418 

Ivluytos  que  originarão  ã  pobreza,  náo  reme- 
diarão deipois  a  necillidade»  n.  420 

Adquircm-!e  com  riquelas.  n.  412 

Sendo  lilongcyros  occultaõ  o  máo,&  defto- 
brem  lómenteo  bom.  n.  4:4 

Sau  fallos  na  auzen.cia.  n.  42a 

Enterraõ  a  amizade, onde  iepu'táo  o  corpo 
do  amigo, lbi. 

Amizade. 

Antiguamente  era  final  de  amizade  o  come- 
rem juntos,  n.  82 

0  que  não  falta  nella  nos  defamparos  da  for- 
tuna, faz  o  mayor  extremo,  n.  318 

Quecoula  leja,&  em  q  elafles  íe  divida. n  400 
A  lua  elTtncia  confifte  na  Iingelela,&  verdade 

dos  animo3.  n.  409 
Deve  durar  ainda  defpois  da  morte.  n.  411 
Entre  o  Príncipe, &  os  valTallos  bem  podefer 

perfeyfa.  li.  412 
A  dos  homés  he  inconítante,&  limitada,  por- 

1  quá  náo  tefn  fenáo  o  tépo  da  bofiança.n^ió 
Confifte  em  eftorvar  o  mal  ,  6í  aconfelhar  o 

bem.  n.  42? 


d<u  coufàimdys  notnVeis. 


461 


Sem  eílè  álicêíTe  nenbúa  monâfcfrh  fuítenta 
o  pezo  dos  infortúnios ,  nem  das  felicida- 
des, lbi. 

Todos  lefogeytaõ  ás  monarchias  fundadas 
em  amor.  n.  15-3 

■Suaviza  o  mayor  trabalho,  n.  iyz 

QuemtíatadeavaíTallar  o  poder,  primevro 
le  ha  de  fazer  lenher  uo  amor.  n.  154 

S.  Bento  em  fundar  lobrc  tile  a  lua  Rcligáo 
moftrou,  que  nella  chegava  o  eftado  Rcli- 
giíifoa  (na  ultima  perfcyçáo.  n.  içç- 

Sem  elte  faltaria  ás  1  eíigioés  a  excciíenciajde 
íe  lèrvirem  com  ger,rc  voluntária,  n.15-6 

No  íeu  Templo  não  era  premendo  o  dar  vo- 
zes, lenaõ  o  chorar  lagrymas.  n.  zíH 

O  amor  da  vida,  a  que  excéllos  (.brigou  a 
muytos  homés.  n.  5:4 

Amor  da  pátria,  que  extremos  obrarão  muy- 
tos em  lua  defenia.  n.  325* 

Os  antigos  pintavaó-no  cô  azas ,  &  na  mão 
com  húa  tdcha.  n.  41G 

Pintavaõ-no  com  arco ,  &  fertas ,  &  porque 
razaõ?  n.  418 

Os  Egypcios  forma  vac-no  nacompoiçiõdê 
liUinlaço:  &  quefígnihcavão?  ri.  420 

Também  o  reprefentavaõ  coberto  de  joyas. 
num.  422 

Também  o  retratavão  no  pomo  de  húa  ma- 
çá.n.414 

Outros  d  pintavaõ  com  peyxes  em  húa  mão, 
&  com  flores  na  outra.  n.  42o 

Os  Gregos  moftravão-110  enccítatio  a  hú  tu- 
mulo :  &  q  djvaó  nifto  a  entender?  n.  419 

Amor  dos  filhos  para  com  fcus  p-ys>  videti- 
tul.  filhos. 

Amor  de  Deos. 

A  lua  fragrácia  dá  repulfa  a  todo  o  vicio.n.ifS 
Anel. 

O  que  trazia  Giges  Rey  dos  Lidos ,  que  pe- 
dra tinha  engaitada  n.  102 
Artes  liberai.?. 


Nclla  acharão  os  homés  fegurança  contra  os       Saõ  parecidas  ás  flores,  n.  228  Sc  (eq. 


perigos,  n.  4<5o 

He  o  comercio  mays  proveytoío,  de  quantos 
ha  no  mundo.  lbi. 

Dâ  ia»  delunião ,  le  leguem  muytos  inconve- 
nientes, n.  470 

Amor. 

A  republica  fundada  lobre  amor  he  a  mays 
preduravel.  n.  ij<>&  leq. 

O  ia  pátria,  a  q  excéllos  obi  iga.n.tyi  &  feq. 

Em  loa  comp.uaçí)  náo  tem  valor  as  forças, 
.".em  as  riqueza-s.  lbi. 

S^fcrc  elle  fundou  Saõ  Bemo  a  lua  Religião. 
num.  147 


O  quanto  ornaõa  toda  a  lóítedcpeffóas.  n. 

229  &' leq. 
Nem  em  todoo  tempo  he  útil  o  feu  exercício. 

num.  131 
Indicaõ  os  dotes  da  natureza,  n.231 
Saõ  ornato  dos  Príncipe1-,  n.  230 
Saõ  taboa  para  todo  o  naufiagio.  n.  233 
Com  o  exercício  delias  divertirão  niuycos 

principes  as  revoluções  do  povo.  n.  234 
E  evitarão  aocciotrdcdedos  vaílaitos.  n.  23? 

Arvores. 
A  A-renciana  com  (e  dobrarão  nàitr  perde  a 

virtude,  n.  38 

Mmm  3  Nel- 


a.6i 

Nellas  penduràvaó  os  antigos  os  defpojosda 

guerra,  n.  f 
A  X<iq"a  Su,jm*°  a  c0[t^°  l^nça  de  "  humor 
negro.  n.ó 

Armas. 
Nas  mães  de  gente  delordenada  náo  defende 
por  tempo,  íenáo  por  ínltantcs.  n.  i$7 
Al  pi  de. 
Faz  adormecer  a  quem  morde.  n.  42 

Athemonfes. 
Traziaó  as  infignias  de  léus  pays  para  os  co- 
nhecerem por  (jeus  filhos,  n.  44 
Aípefto. 
Nem  em  todos  feconfeuma  coma  naturefa. 

Avizos. 
Tem  contingência  no  1  emedio  n.  167 

Autores, 
jyiuytos  para  terem  lequito  introdufem  no- 
vidades, n.  Sy&  leq. 
Os  que  fogem  da  doutrina  commúa  náo  tem 
duthoi  idade. 

Ayo. 

VideMeftre. 


Index 


B 


BÁLSAMO. 

Que  ouver  de  ler  Ayo  de  hum  Príncipe 
deve  ter  as  virtudes  do  Balfamo.  num. 
43$,  &  feq. 


A  fuavidade  de  feu  cheyro  fortalece  com  mi 
ys  adtividade  as  potencias  d'alma  ,  do  que 
as  do  corpo.  Ibi. 

As  víboras  que  le  iufteiuão  delie  perdem  a  pe- 
çonha, n.  451 

Preíervada  corrupção,  n.  452 
Bafilifco. 

He  imagem  ,  dos  que  períeguem  os  Re!igio« 
ibs,Sc  delautonfdõas  Rehgioés, 11.36b  i\  l.-q. 

OfTende-le  dos  rayos  do  Sol ,  Òí  morre  á  luz 
c!o  efpclho.  Ibi. 

Quando  o  efpclho  tem  algúa  mancha  intenfa 
mayso  leu  veneno,  n.  378 

Relpey  ta  a  mageltade  du  galo.  n.  380 

Quanto  mays  fe  infurece  contra  o  Sol ,  &  ef- 
pclho, morre  mays  depreda,  n.  382 

A  prata  esfregada  com  luas  cinzas  fica  limpa, 
&  clara.  n.  399 

Baptifmo. 

A  agoa  do  baptilmo,  a  que  agoas  he  parecida^ 
num.  319 

Batalhas. 

Parte  das  muy  tas  ,  que  alguns  Rey  nos  vence- 
rão por  íntercelTaó  de  i>.  Bento,  ík  de  icus 
filhos,  n.  30  &  feq. 

Beneficio.   . 

Com  elle  perde  o  racional  a  liberdade,  n.  pp 

Ha  de  ler  feyto  a  golfo  ,&  medida  de  quem 
o  recebe,  n,  268  &C  Itq. 

E  a  tempo  conveniente  a  neceflidade.  n.  269 

Coherente  com  a  neceilidade.  n.270 


He  medicinal  naõ  lo  no  humor ,  que  dcifila,       Conccdeo  Deos  a  golfo  de  feus  iervos.  n.  27? 
fenaõ  também  nas  folhas ,  flores ,  &  fruc-  &  feq. 

E  porque  razão?  Ibi. 


tos.  n.  435) 
Todooannoconferva  a  verdura  das  folhas. 

num.  440 
Crelce  fem  arrimo,  n.  437 
Fructihca  no  terceyro  anno.  n.  438 
Ames  que  lhedem  ogolpepnmcyro  lhecor- 

taõ  as  folhas,  que  eftaõ  daqudla  parte.  n. 

443 
Sua  rolhas  faó  as  neceffarias  para  o  ornato. 

num.  441 

Por  fi  mcimo  lára  da  ferida  por  onde  commu- 
nicou  olicur.  n.  445 

Entre  as  arvores  fov  ele  Ihida  da  Sabedoria 
pela  nia.ys  nobre.  n.  4    j 

CrialTc  nos  montei,  he  arvore  de  eflatura  pe- 
quena, n.  446 

Junco  dtlla  tod,iS  as  arvores  perdem  o  chey- 
ro. num.  44.7 

O  feu  unguent  j  he  amargofo.  n.  448 

A  planca  diamaõ  Bdlfamo ,  ao  unguento  O- 
pobalfamojÔCao  lenho  Corpo-Balumo. 
num.  449 


O  ler  fey tj  a  golfo  da  peíloa  he ,  o  que  afey* 

çoa  a  vontade,  n.  277 
He  femelhante  ao  imprefiimo.  n.  482 

S.  Bento. 
Quanto  avaíf.llou  com  a  fama  de  fua  fanti- 

dade.  n.  18  &  feq. 
Sim  virtude  foy  lemtlhante  á  fragrância  do 

Balfamo,  Nardo,  &  Sindmomo.  Ibi. 
A  todas  as  partes  do  mundo  aonde  Chriflo  foi 

venerado  por  verdadeyro  Deos  chegou  a 

fama  de  Saó  Bento.  n.  22 
Defpois  dos  Sagmdos  Apoftolos,  Sc  Evarge- 

lilias  nenhum  jufto  o  igualou  m  abúdan» 

cia  da  virtude, &  merecimentos.  0.  i<5 
Hú\  Monjcs  obufearaõ  por  feu  Pn.lado.Ibi, 
Avaliai!  u  a  todos,  rendendo  aos  cílr anhos. 

num.  18 
Quanto  nodero (a  fov  fua  fama.  n,  iz 
E  o  mrytoquelhe  euftou  a  adquenr.  n.  10 
Occupou  an.bos  os  ouvidos  do  mundo,  r.r.ni»' 

20.  6c  leq. 

Da 


dMcoufasniays 

Da  répitiúo  de  feus  progrélibs  emanou  os 

podtrea  de  lua  lama.  n.  23 
Foy  leuiclhaateaGedeaó.  n.  25- 
Em  que  perigo  o  poz  a  expulíaódomáocuf- 
tume,Oe  que  queria  livrar  aos  Monjes, 
num.  yi  &.  ieq. 
Quando  lahio  da  cova  de  Sublaco  ,  3 que  foy 

parecido,  ri.  fo 
O  fervorofode  leu  efpirito  com  que  calida- 

<ie  de  fogo  pôde  fer  comparado,  11. 51 
Foy  a  terra  onde  le  oceulcou  o  fogo  do  amor 

divino,  n.  51 
Pertenderaõ  os  Monjes,  que  o  efpirito  de  Saõ 
Bento  fe  acomodaíTe  com  a  pcrcinacia  de 
feu  rnáo  euftoroe.  n,  6-j 
O  íeu  corpo  naõ  governava  ,  porque  era  go- 
vernado pelo  Efpirito  Santo.  Ibi. 
Naõ  o  debrou  a  pertinácia  ,  porque  naõ  o  fe- 

nhoreava  a  naturefn.  Ibi. 
Sendo  para  todos  o  mjys  dócil,  para  os  diffo- 

lutos  era  o  mays  riguroio.  n,  68 
Os  Monjes  naõ  fe  uniraò  com  S.  Bento ,  por 

naõ  isdeiunirem  com  os  vícios,  n.  70 
Foy  irnmcvel  a  tudo,  o  que  naõ  era  de  Deos. 

num.  67 
Quemyfterio  teve  quererem  osMonjes  dar- 

Ihe  a  merte  com  veneno?  n.  80  &  feq. 
Porque  razaõ  naõ  quiz  beber  o  veneno?  n.  82 
Que  rcprehençaõ,  ou  caftigo  deu  acs  Monjes, 

que  lhe  íolicitavaõ  a  morte?  n.  93 
Foy  o  mays  brando,  de  quantas  srearuras  ou- 
ve em  feu  tempo.  94 
Em  leu  alento  refpirava  a  fuavidade  do  Ef- 
pirito Santo.  Ibi. 
Foy  o  mays  compafivo  para  com  os  que  o  ti- 

nhaõ  aggravado.  Ibi.   ' 
Algús  de  lrus  Epithetos.  n.  pe 
Teve  pader  fobre  os  elementos.  Ibi. 
O  caitigo ,  que  dava  aos  ingratos  foy  deyxal- 

los  lem  paftor.  Ibi. 

Que  myiterio  teve  o  fahir  dafua  cova  ,  para 

a  cópanhia  daquelles  Monjes.n.iof  &  Ieq. 

As  muytas  experiências  que  teve  antes  que 

tom.iffe  pofTedo  Monachato.  n. 106  &  Ieq, 

Q  que  l!ie  luecedéo  no  lugar  de  Rojate.quan- 

do  quiz  remedear  a  fome.  Ibi. 
Sendo  vaffallo  teve  experiências  de  Príncipe. 

num.  107 
Gaitou  os  primeyros  annos  de  fua  vida  ,  no 
exercício  das  experiências,  para  clpintua- 
lizar  anaturtzi.  n.  180 
Porque  razaõ  naõ  quiz  a  Divina  graça  fuprir 
em  S.  Bento  os  annos  da  experiência. n.109 
Io/  experimentado  em  tudo,  quanto  ao  cel- 
pois  ttvepor  cfficio.  n,  no 


nõtaVeis.  463 

Foy  particular  r>a  virtude  do  conhecimento 

próprio,  n.  r  17  ÔC  feq. 
O  que  Inccedé»» ,  quando  o  mente  de  Subla- 
co o  vio  reitituido  á  fua  antiga  còua..  Ibi. 
A  que  foy  parecido  quando  entrou  na  cova  de 

Sublaco.  n.  118 
Fez  diante  de  Decs  exame  do  que  era.  Ibi. 
A  que  excéffo  chfgou  no  conhecimento  pró- 
prio, n.  119 
Lembrou-fe  do  que  01  Príncipes  fe  efquecem. 

num.  120 
Compoffe  para  o  trono  pela  mageftade  ,  com 
que  Dcos  exaltou  os  Príncipes  de  fua  Igre- 
ja, num.  121 
Com  o  conhecimento  próprio  fottalecéo  a 

virtude.Sc  adornou  a  mageftade.  Ibi. 
Em  le  lembrar  da  mileria.gihgurou  as  rique- 
zas do  efpirito.  n.  122  Sc  123 
Porque  naõ   prefiftio  em  reduzir  aquelles 

Monjes?  n,  131 
Quaõ  poderolo ,  &  refpey  tado  foy  feu  nome 

por  todo  o  mundo.  n.  Ibi. 
Ante>  deftcPamarcha  naõ  tinliaõ  os  Monjes 

Regra  certa.  n.  134 
Os  antecedentes  Padres  foraõ  como  fombras 

de  S.  Bento.  Ibi. 
Fez  fuave  ,  o  que  os  antigos  Padres  diipuze- 

raõ  «am  dureza,  n.  Ibi. 
Teve  maysgraça,  doque  elles  tiveraõ.  Ibi. 
Elcurecéo  á  meima  luz.  Ibi. 
Na  ordem,  que  guardou  na  er.çaó  de  fua  Or- 
dem provou  a  lua  regalia.  Ibi. 
Foy  artífice  da  joya  com  que  le  orna  có  mays 

empenho  a  Igreja  de  Deos.  n.  1 37 
Emendou  em  lur,  Religião  o  que  faltava  ás 

de  muvtos  Padres.  11.  137 
De  que  forte  fundou  lua  Religião.  Ibi.  &  14$ 
Fundou  lua  Religião  fobre  o  incêndio  de  três 

fogos.  n.  147 
EÍUcreçaõfoy  hum  teftemunhode  feu  espi- 
rito, n.  148 
Da  primeyra  pedra  fobre  que  fundou  fua  or- 
dem lahio  elte  fogo.  n.  leo 
Naõ  quiz  nos  primeyros  ixcrdtos  ,  que  o  leu 
Império  excedeiTc  á  diltan-.ia  d«  lua  vifta: 
&  porque?  n.  170 
Nifto  imitou  ao  Sol.  Ibi.  &  ieq. 
De  trinta  annrs  da  idade  deu  principio  a  lua 

Religião.  Ibi. 
Em  fundar  doze  mifteyros  em  Sublaco,  que 

myllerio  teve?  Ibi.  &  feq. 
Porque  rrfte«  ttmpgs  naõ  dilaroo  Saõ  Bent» 
fua  Rrligiaõ,  até  donde  tinha  chegado  fua 
fama?  Ibi. 
Para  avgmentir  feu  crircipado,  Baôquil 

paliar 


464 


palTar  os  limites,  num.  17a  &  feq. 

Deu  Regra  em  Sublaco,&:  de  que  force?  n.ip2 

A  còvadeSublacofoy  aufficmaadonde  com- 

poz ,  &  fabricou  os  clarins  Evangdicos, 

que  íahiraõde  lua  Ordem.  n.  195 

Fundou  fua  Religião  com  homés  labus.num. 

219  &  feq. 
ErigioimRomaas  Univeriídades  Vaticana, 

&  Lateranenle.  lb:. 

Nacreaç/õdefua  Ordem  imitou  a  Deos  na 
croçaó  do  mundo.  n.  223 

Fundou  lua  Religião  íobre  as  columnas  da 
fabedoria.  n.  224 

He  medico  univerú!  de  todas  as  eafirmida- 
des:  Sc  leu?  filhos  de  muytas.  n.  22o 

Qccupava  íeus  Moines  no  exercício  das  artes 
liberaes:  Si  para  que?  n.  23o 

E  também  para  que  foliem  parecidos  a  Deos. 
num.  237 

Um  o  a  obngaçaõ  do  Coro ,  á  aííiftencia  dos 
eftudos.  n.  236  &  218 

Afliftio  em  Romi  a  bum  Conálio  j  &  o  que 
fe  determinou  nelle.  n.  277 

Seu  eípiritofcyefpada  de  dous  gumes.  n.2$8 

Fes-lhe  Deos  es  beneficias  á  medida  de  leu 
gofto.  n.274  Si  íeq. 

E  porque  razaô  ?  n.  27c 

Que  caufa  teve  para  em  húa  occafíaõ  naõ  pe- 
dir a  Deos  favores?  n.  289  8í  1 .  q. 

Deípego  com  que  S. Beto  ler  via  a  Deos.n.290 

No  defenterefle  moftrou  a  nobreza  de  íua  vir- 
tude, lbi.  291 

NsfceõjSí  vivéocom  prerogativas  de  Águia. 
num.  301 

Teve  primeyro  piefeytas  as  azas.do  que  pro- 
porcionado o  corpo.  n.  501 

Saliio  das  entranhas  defua  Máycom  coroa, 
num.  302 

Alimentou-fe  aospeytos  da  Virgem  Maria, 
num.  303 

Por  antenomazia  o  intitularão  os  Anjos:  O 
Amado  de  DtO?.  n.  304 

Foy  <  (coibido  por  Santo  ç4itre  innumeraveis 
juftos.  lbi. 

Vr  -ou  cm  as  zas  de  todos  os  juíios.  n.  30c 

Foy  neíte  mundo  hum  dos  Tronos  aonde  def- 
cançou  d  Santiflima  Trindade.  lbi. 

Communicou  a  innumeraveis  juftos,os  vc-os 
deleu  elpirito.  n.  306 

Fugio  para  os  moines ,  para  intronizar  a  vir- 
tude, n.  308 

Principiou  a  rundaça5  de  fua  Ordem  na  par- 
te, que  rinha  regado  com  o  langue  de  leu 
corpo    &  com  qne  myfterio?  n. 
Foy  lemdhance  a  Gedeaó.  lbi. 


509 


Index 

Porque  mandou  a  jeus  filhes  veítiflçm  de  cot 

prtti?  n.  329 
Quiz  que  feus  Mocjes  foliem  os  mays  perfey.. 

tos  na  té.  lbi. 
Furtou  lua  Religião. na  parte  mays  nobre, & 

fubre  o  elemento  mays  iohdo.  11. 347 
Osquele  ouverem  de  prezar  de  íeus  ri  lhos 

haóde  fer  examinados  á  luzdelua  Regra, 

aíTy  como  a  Águia  aos  r^yos  do  Sol.  n.  348 
Os  Íeus  devotos,  que  lucro  alcaoçaó.  «.  350 

&  feq. 
Foy  univer  fal  na  piedade,  n.  3Ç9 
O?  que  morrem   vcftidos  em  ku  abito  ,0,115 

fruclo  tiraõ.  n-3fi 
A  fua  virtude  foy  como   a  dos  Cherubins, 

num.  361 
Em  fer  para  cm  todos  liberal  moftrou  o  fer 

Principe.  n.  363 
Efcolíéo  por  companheyros  aos  que  faziaõ 

contonancia  com  lua  virtude,  n.  365: 
Prometeo-lhe  Deos  que  abriviaria  a  vida  aos 

que  oífendelTem  lua  Religião,  n.  386 
O  mefmo  Deos ,  com  mays  excelia  ,  que  aos 

Patriaahas  antigos, lhe  promecéo  íer  Pro- 
tector de  lua  família,  lbi. 
Com  que  penas  caltiga   Deos  aos  inimigos 

de  lua  Religião,  n.  387  &  feq. 
Caftigos  com  que  Deoc  punio  aos  quebranta." 

dores  do  dia  de  lua  feita.  11.  390 
Fora  [emerid.de  querer  numerar  feus  mila» 

grés.  n.  415- 
O  quanto  fjvorece,8c  defende  a  feusdevòcos; 

num.  416  Se  íeq. 
Para  com  os  mays  pobres  fe  moftra  mays  pro« 

picio.  n.  423 
A  frequência  de  milagres  ,  nas  partes  onde  ef- 

taò  luas  relíquias,  ou  imagens,  lbi. 
Corta  pelo  gofto  de  Íeus  devotos,  íó para  os 

livrar  de  delcreditos.  n.  42? 
Prometeo-lhe  D^oslalvar  a  todos  feus  filhos, 

&  devotos:  Empreza  21 
Na  prezença,  &  naauzenciade  feus  amigos, 

fempre  lie  amigo.  n.  427 
Conventos  de  Portugal  aonde  fua  Imagem, 

por  mays  diligencias  que  façaõ  0$  Confra- 
des, nunca  eitá  nos  aitares.  lbi. 
No  mar ,  &  na  terra  mollra  feu  Patrocínio, 

num.  428 
ProiTUtèn  deaffiftir  á  hora  da  morte  a  todos 

os  que  lhe  rezaflern  hú  Padre  nolTo,<Sc  húi 

Ave  Maria,  &q  n.  tfo 
Em  forma  de  Rozas  o  vtraõ  ofTerecer  a  Deos 

as  orações  de  íeus  devotos,  lbi. 
Recebe  por  Diícjpulosa  S.  Placido}  &  Santo 

Amaro.  11.  454 

O  que 


dttscoupLitnnys 

'O  que  lhe  invíou  o  CíO  neffes  dous  bemaven- 

turados  Meninos,  n.  4^5 
A  lua  fabedoua  teve  femelhanças  dado  Pre- 

curlor.  n.  45-j 
Foy  arvore  da  (ciência  dobe,  &  naõ  do  mal. 

num.  45-6 
E  por  iíío  o  mays  perfeyto  de  quantos  houve 
em  feu  tempo,para  Meílre  de  virtudes.  Ibi. 
A  íua  doutrina  foy  a  aderência  com  queatra- 

hia  a  vontade  dos  Príncipes,  n.  4^7 
Quando íeccbeo a S.  Plácido  ,&  S.  Mauro  ti- 
nha de  idade  pouco  mays  de  trinta,  &  três 
annos,  &  com  que  myfterio?  n.  4^8 
Authorizava  a  dourrina.cõ  os  milagres.n.4í9 
Porque  não  mendigava  era  bom  para  Meltte. 

n  um.  460 
Nunca  falava  por  divertimento  fenaõ  para 

inlino.  n.  461 
Facilitava  com  fua  prefença  o  trabalho  dos 

Monjes.  n.  462 
Foy  de  afpefto  grave,  &  alegre,  n.  4G  j 
Pcrque  havia  de  leroMeítrt  dcs  Monjes  oef- 
colheo   Decs  entre   os  mays   avultados, 
num.  464 
A  lua  doutrina  era  o  amor  de  Deos,8c  do  pró- 
ximo. 11.  46Í 
Mortificava  comellaosfentidos  do  corpo, & 

illullrava  as  potencias  d'alma.  n.467 
Scgeytaraõ-fea  íua  difciplina  os  Monjes.que 

lhe  queriaõ  dar  veneno,  n.  479 
E  que  razjó  ttve  o  Santo  Patriai  cha  para  os 

abraçar  per  filhos?  n.  480 
Mar.d(  u  edificar  hú  mofteyro  para  recolher 
nelle  a  Santa  Cyrila,  que  foy  a  ama,  que  o 
creou.  n.  491 
Fcy  creado  com  fucaíiva  virtude,  n.  494 
Porque  razaó  o  naõ  acompanhou  Santa  Cy« 
•    rila  íenaõ  stéEfide.  p.  496 
Não  buícou  o  dezerto  por  necelTitar  de  graça, 
num.  497 

Como  foy  para  comelle  a  aeaçaõ  de  Cyri- 
la. num.  49^ 

Com  que  pagou  a  Santa  Cyrila  ,  a  creação 
que  lhe  deu?  n.  498 

Caltigcu  o  Monjeque  andava  vago  ao  tem- 
po da  Oraçaõ.  n.  ?09  &  feq. 

Media  o  ngor  da*  penitencias  pela  gravidade 
das  culpas,  n.  fio  &  y  13 

As  varas  com  que  cafbgou  o  Monje  fervirão 
também  de  penna  ,  com  que  lhe  fomou  as 
culpa?,  o.yij  &  Í14 

Primryro  tziva  de  brandura  ,  que  de  ngor. 
num.  f  ly 

Fpy  de  natural  brando,  &  coropafive.  n.ç-  i<5 

Arcava  o  rigor,  quando  não  apioveytava  a 

i    brandura,  n. 5-1 7 


nõtaVels.  465 

Premeyaa  virtude  de  hum  Monje  com  o  ele- 
ger Prelado  de  bú  Convento,  n.  519 

Alentava  a  virtude  deíeus  dilcipuios  ,com 
premear  os  benemerite  s.  n.  ^30  òc  leq. 

Premeya  ao  meímo  Monje,  que  tinha  caíli- 
gade.  0.5-33 

Tirou  milagroíamentedehúpenhafco  ,  húa 

fonte  perene,  n.  560 
Elias  agoas  forão  como  hum  tributo  ,  que  o 

S.  Patnarcha  impôs  áquella  penha. n  <;6z 
A  circunlpecção,^  luaviJ.ide,com  que  le  ou- 
ve na  impoíição  defb  tributo.  Ibi  A-  leq. 
Ahúleu  aceno  andou  ofetroanado  lo  br  e  as 

agoas.  n.  5-^3 
Com  lua  branJura  vencéo  eíie  impoffivJ. 

num.  f8y  S<  feq. 
Por  mays  que  fingirão  os  gentios  não  chega- 
rão a  furde  Mercúrio  o  vencimcniodde- 
melhante  impe  ílivel.  n.  734 
Manda  a  S.  Amaro  livrar  a  S.  Plácido  ,  que  fe 

afrgava  em  hum  pego.  n.  6cz  &  leq. 
Provocado  da  inveja  intenta  Florêncio  dar  a 

morte  ao  Ssnto  Pati  iartha.  n.  619 
Mete  Florêncio  dentro  da  cerca  do  mofieyro 
Sublacenfe  a  fete  molhrtes  lacivas  ,  para 
que  com  fuás  delenvclturas  provccalTam 
os  Monjes  a  r.dtos  impudicos,  n.  C?i 
Foge  o  SatoPatriarchade  Sublacj,pr.ra  Caf- 
lino  acompanhado  dedous  Anjcs ,  Si   três 
Corvos. Ibi. 
Com  que  remédios  vtnceo.Sí  pre'ervcu  a  feus 
Monjes  do  fogo  da  íeníualidade.n.  6y6.  657 
Appr.recec-lhe  Chriflo  para  o  confolai  da  tri- 
lteza  que  tinha  de  fe  auzentar  de  Subhco. 
num, 65-9 
Em  que  imitou  a  Judith.  n.  660 
Porque  Knaõ  deyxou  ficar  em  Sublaco.  Ib;. 
A  pratica  que  ftza  feus  Monjts,qi  andofeatl- 

zentou  para  Caflino.  n.  CC 1 
Eftadoem  que  ficarão  os  Mrrjes ,  quando  fe 

delpeduáo  do  Santo,  n.602 
De  que  lhe  fervirão  os  Anjos,  que  o  acempa- 

nhaváo  n.  C6± 
E  q  lignificavão  os  corvos,  q  o  feguiráo  n.óúí 
Nelta  fugida  receytou  todos  es  remédios,  que 

ha  contra  a  luxuria,  r.  Cí6  &  667 
Caftiga  Deos  com  hú.i  deleftiada  morte  as 

culpas  de  Florêncio,  n.  676 
O  quefe  rcpreíentavade  dei,  mparo,3os  mo- 
radores de  Sub)aco,qi>áJo  lhe  faltou  o  S-P.Ó77 
Chora  o  Santo  Patrurchaa  morte  de  Florên- 
cio! n.  078 
Nelta  compayxáo,  moftrou  f«r  meftre  na  vir- 
tude, n.  tf -9 
E  ter  o  ífpiritode  hum  Deos,  n.  cSi 

Nnn  Che«s 


^66 


Index 


Chegou  S.  Bento  ao  pé  do  monte  Caílino,  &  Cegonha; 

dous  Anjos,  qo  leguiaõ  lobuaõ  ao  limo  do  Porque  antignamente  floreavaõ  os  Princi- 

monte.da  parte  JeDeoi  mádaraõ  a  l)ú  Sáto  pes,  os  cetros  com  lua  figura,  n.  491 

Ermitáo,que  nelle  vivia,deyxale  o  lugar,  A  piedade,  que  uzaõ  com  os  pays.õc  com  quê 

por  ler  chegado  outro  a  migo  de  Decs.n.696  as  Cria.  lbi. 

Queyxaraó-le  os  demónios  da  chegada  do  O  cuydado  que  tem  em  crear  os  filhos.  11.484 

Santo  Patriarcha.  lbi.  Chiifto. 

A  fua  vifta  fe  ekureíTeraó  grandes  fantida-  Quizmoítrar ,  que  o  morrer  pelos  homés  era 

des.  n.  697  obra  de  íeu  amor,  &  no  preço  do  ciinheyro 

Teve  virrude  para  luzir  entre  as  luzes  mayo-  porque  o  vendéo  Juda-,  n.  içá 

res.  n.  698  Porque  razáo  f„-  faciamentou  de  ncyte?  11.32c* 

Porque  foy  dotado  do  efpirito  de  todos  os  juf-  S.  Cyrila. 


tos.  ri.  698  Si  690 
A  razaõ  ,  porque  fendo  em  tempo  mays  mo- 
derno precede  aos  Patnarchas  mays  anti- 

guos.  n.  701  &  feq. 
Até  no  Ceo  he  relpeytado  em  Principe.11.r34 
Deu  forma  ao  eítado  Monachal.  lbi. 
Defconhecepor  filhos  a  quem  de  todo  fenaõ 

une  com  elle.  n.  68 

Brandura. 
A  dos  Príncipes  vemfe  os  mayoresimpoíD- 

veis.  n.  57;  &  feq. 
Elcolheu-a  Deos  para  com  ella  venceras  ma- 

yores  difficuldades.  n.  57c 
Com  ella  governarão  os  mayores  monarchas 

do  inundo,  n.  Ç78  &  frq. 
Nos  Príncipes  não  ha  de  ler  frouxidão,  n.  jSt 

Brutos. 
Alguns  fe  moítraõ  mays  agradecidos,  do  que 

muytos  homés.  n.  fi  &  n.90 
Algús  1'e  prezarão  de  lua  forte.  lbi. 


C  A  L  1  Z. 

ERa  o  premio,  que  davaõ  os  Scirrhas,  aos 
que  fe  adiantavaõ  nas  carreyras.  n.  80 
Que  reprefentava  na  maõ  dos  Manjes,  quádo 
quizeraõ  nelle  dar  a  morte  a  S.  Bento.  lbi. 
Caffino. 
A  monte  Caííino  hiaõ  os  Summos  Pontífices 
repetir  fua  coroação,  n.  37 
Caftigo. 
Ha  de  igualar,  &  correíponder  com  as  cul- 
pas, n.  499  &  feq.  &  n.  5-11 
He  medicina  para  o  delinquente,  n.  191 

Çarça. 
He  fymbolo  do  ingrato!  n.  99 

Cavalo. 
Antiguamente  deziaõ,  q  naó  era  para  Prínci- 
pe, quê  não  foubeUe  andar  a  cavallo.  n.ntf 
CazasSolare?. 
Qiie  principio  civeraõ  em  Efpanha.  n.  299 


Foy  a  Ama,  que  creou  a  S.  Bento  1  Si  defpois 

profeflou  fua  Rl  gra.  n.  492 
Entre  as  molheres  fabias.foy  húa  deIlac.n.4P» 
As  calidades ,  que  nella  concorriaõ  para  ler 

ama  de  S.  Bento.  n.  493  Sc  ftq. 
Vio  os  Anjos.que  acompanhavaõ  o  Santo  Pa- 
triarcha. n.  494 
A  fua  creaçaõ  o  quanto  conforme  foy  ao  na- 
tural de  S.  Bento.  n.  49? 
Porque  r^zão  quiz  Deos  acompaiihalTe  a  São 
Bento  até  £ffide,8c  naõ  paflaffe  mays  adi- 
ante?  n.  49a  &c  feq. 
Com  que  lhe  pagouS.Bentoacreaçaõ.n.  fii 

Clauzura. 
As  virtudes,  que  confeguem  os  Monjes  de  íua 

obfervancia.  n.  383 
Naõ  hecativeyropara  oReligtofo,  íenaópa» 
ra  o  relaíío.  p.  ?f 

Conhecimento  próprio. 
Quaõ  utiljOÇ  neceffario  feja  em  todos,  &  com 

efpecialidadeemos  Príncipes,  n.  111 
Hearoagcftade  com  que  Deos  ennobreceos 
Principesde  fua  Igteja.n.  m 
Commodo. 
Degenerou  da  creaçaõ  que  teve.  n.  40 
Seu  Império  affemelhado ao  AnfitxiatodeAti» 
lio.  n.  139 

Companhia. 
Ha-fe  de  bufc3ra  igual.  n.  346 
Augmenta,  5c  acredita  o  fequito.  lbi. 
Naõfeha  de  eícolheramays  nobre  fenaõ  a  de 

mayor  virtude,  n.  36c  fck  366 
Quanto  aproveyta  a  boa, Sc  de  quantos  males 
feja  origem  a  má.  n.  664 
Coroas. 
As  de  que  uzava  Calígula,  n.  ror 

Conltlhevros. 
He  traydor.o  que  períuade  aos  Principe?,uze 
mays  do  rigor  que  da  brandura,  n.  5?% 
Corvos, 
A  obediência  que  tiveraõ  a  S.Bento.  0.629 
Três  acompanharão  a  S.  Bento  de  Si  b!ac<a,, 
até  Caílino  :  &  com  que  myfteric.  &  66? 

Cova 


das  còufcH  máys  notáveis. 

Cova.' 
A de  Snblaco  fervio  de  alampada  onde  luzio  a 

fantidade  de  S.  Bento,  n.  \ú 
De  que  mays  lervio  a  S.  Bento.  n.  50 
Que  hz  quando  vio  a  Saó  Bento  rcílituido  á 

morada?  n,  117 
A  Que  foy  parecida,  n.  119 
Sérvio  de  fornalha  aonde  fabricou  os  clarins 
•   Evangélicos,  n.  193 

ConTervaçaõ. 
A  con  fervaçáo  dos  bons  cuftumes  he  de  mays 
utilidade  ,  do  que  a  cor.quifta  dos  novos 
Revnos.  n.  4c- 

Creaçáo. 
Sempre  ficamos  em  divida  aprimeyra  crea- 

çaõ.  num.  14c  &  222  &  489  &  íeq. 
O  modo  com  que  os  herejes  criáo  os  filhos. 

num.  76 
Quaó  poderoía  Ceja  em  todo  o  tempo  da  vi- 
da, lbi. 

Curtume. 
O  máo  curtume,  quanto  perverte  a  natnrefa, 
&  a  coníervaçáodas  repubhcas.n.^SSc  feq. 
Gom  elle  le  corromperão  os  ânimos  dos  ma- 

yores  monarchas.  n.  40 
Efe  acabarão  os  louváveis  cofíumes  defeus 

impérios,  n.  41 
Quanto  poderoío  feja.  n.  42 
O  bom  colhime  he ,  o  que  aperfeyçc-ou  a  na- 
tureza, n.  43 
A  lua  infhbilidade  faz  refvelar  oslmperios.lb. 
A  vigilância  que  devem  ter  os  Príncipes  na 

guard  1  dos  bons  coftumes.  n.  4? 
Os  qne  tem  força  de  ley.  n.  46  &i  47 
De  le  n^óobfervarem  os  louváveis  nafceraó 

grandes  ruínas,  n.  47 
Eo  melmolV.ccede,  quando  os  alteraraó.Ibi. 
Ainda  que  feja  máo,  entroduzido,  obler- 

valTe  como  ley.  n.  52 
Sendo  inveterado  he  dcfficil  lua  expulíaõ. 
num.  52  5c  53 

Creaturas. 
Com  todas,  &  a  todas  repartio  Deos  o  piefti- 
mo.  n.  683  Sc  feq. 

Culpa. 
Quem  moftr.i  lentimento  de  a  haver  cometi- 
do,  merece  pcrdaõ.n.  63 


n         •  ^7 

Demónio. 

Dequeatdizuza  para  enganar  os  peccaderes. 
num.  222  &  223 

Deos. 
Detém  o  caftigo,  para  dar  mayor  pena.  n.iyi 

Dcluni.,5. 
Adonde  efta  revna.  nenhúa  virtude  tem  cpnf' 
tancia.  n.  134 

Devotos. 
Os  que  ho  devotos  das  Religiões  ,  que  lucro 

tiraófn.  414 
Com  efpecialidade  os  da  Religião  de  S.  Ben- 
to, n.  415  Si  feq. 

Dignidades. 
Fazem  eftimado  ao  logeyto.  n.  342 

Dikiplina. 
Naõ  conforma,  aquém  defccnfóima  o  gé- 
nio, n.  130 

DiffimuLiçaó. 
Com  ella  fe  introduz  o  máo  cuftume.  n.  42 

Docilidade. 
A  dosPrincipes  vem-le  osmayores  impcfli- 
veis.  n.  573  Sc  íeq. 

Doutores. 
Naó  tem  numero  lerto  os  da  Religi.iõ  deS. 

Bento.  n.  36 
Os  quatro  Doutores  da  Virgem  foraõ  filhos 
de  Saó  Bento.  n.  36 

Dourrina. 
Authoriza-fe  cõ  os  antigos  documentos,  n.  86 
A  antigua  he  a  mays  fulida ;  &  a.  mays  Útil. 

num.  8y  Sc  lcq. 
A  antigua  ornaffe  com  o  idioma  moderno.Ib. 
He  o  relplendor  da  moderna.  Ibi. 
A  moderna  he  fufpcitofa  na  vcidade,naõ  len- 
do authorizada  com  o  teftcmuuho  do^  an- 
tigos. Ibi.  ' 
Naó  íructifica  fem  o  bom  exemplo,  n.  459 


E 


D 


DEDO. 

O  De  Pirrho  nunca  o  pôde  queymar  o  fo- 
go, n.  11C 

Delidto. 
Muytas  vezes  le  cõdecorou  cõ  o  cuíhime.nijf 


ELEFANTE 

HE  fymbolo  da  ob.-oiencia.  n,??! 
Emulaç.õ. 
He  defpertadora  da  virtude,  ri.  530 
Em  que  dilíere  da  inveja,  n.  627  &  leq." 
A  das  virtudes  he  a  mays  fama.  n.  {7 

tícolas. 

Quantos  annoseftiveraõ  dentro  em  os  Clau- 

fUos  de  Saó  Bem  o.  n.  36 

Elpelhos. 

A  diverfidíde^om  q  ieprcl'ent/;õ  n.H4Ív  feq.' 

Aqual  delles  fehade  ver  ,&  compor  o  P1111- 

cipc?  Ibi. 

Nnn  2  Apen- 


46& 


Efcrítores. 

A  penna  com  que  elcravern,  íse  pedra  philofo- 
phal.  n.  73 

Muytos  para  lhe  aplaudirem  os  erros,  abo- 
naõ  ,  c*  dciculpaó  05  de. acerte»  do.  Prín- 
cipes, n.79 

bftado. 

O  Clerical.  &Re!igioíc,  qie  venerarão  de- 
ve ecr  entreos  Carhohcos.  n.  369  ck  feq. 

Como  refpeytava  a  gentilidade  a  iciis  Sacer- 
dotes ?  Ibi. 

EíWlas. 

A  errante,  que  figmficavaõ  poftas  nacoroa  de 
Calígula,  n.  IQO 

As  do  Z-diaco  dciaõ  os  Pitagórico*  Deoíes 
particulares,  n.  165 

Exemplo. 

Ao  des  Príncipes  fedeve  toda  a  veneração, 
que  merecem  as  proezas  dos  iraflallos.n.37 

Do  nw  exemplo  dos  Príncipes  Ca  pervettem 
os  bons  coftumfiti  dos  vaflallos.  n.  41 

Us  exemplos  antigos  aUviaõ  as  moleltiãs;  pre- 
fentes.  n.  57 

Exercício. 

O  das  experiências,  de  que  utilidade  liivaõ 
aos  Príncipes?  n.  100  &  leq. 
Experiências. 

O  quanto  faõ  neceflarias  a  hú  Príncipe  ,  an- 
tes que  empenhe  o  cetro.  n.  100  &  leq. 

Enlinaõ  adornai ,  &  conhecer  a  variedade  de 
naturezas, n. 106 

A  experiência,  a  quem  feja  parecida,  n.  13? 

Cornélia  aperfeyço-ou  Deos  aíeus  eleolhi- 
dós.  n.  J07 

Faz  advertidas  as  acções  da  natureza,  n,  108 


Ivdex 

fcgeytnrá  as  v6nt3des.  num.  23 

Quem  ouver  de  oceupar  ku  trot.o ,  a  toda  3, 
fortuna  fe  ha de  mollrar  claro.  n.  ibi. 

Naõ  fe  ha  de  acçjnimouar  com  húa  lo  virtu- 
de, quem  pertende  ricar  eterno  na  lembrá- 
ça.  n.  24 

O  leu  rim  qual  íeja.  n.  6ij 

He  dcfpertadoia  de  contrários,  n.  6 14  8c  U-q. 

Porque  he  nfiemelhada  ao  parto  àa  vibora, 
num.  617 

Todos  a  dezejaõ,  mas  poucos  a  merece,  n.úi^ 

Muytos  a  procuraõ  á  cuíla  alhea.  n.  3  &  leq. 

O  roubo  da  fama  alhea  naõ  faz  perder  a  infâ- 
mia, n.  Cif 

Muytas  vezes  os  inimigos  abrirão  as  puit«d 
da  fama.  n.  672 

Favor. 

Vide  Beneficio. 

Fe. 

DivideíTe  em  Fé  Divina  ,  Human33&.  Politi- 
ca, &  que  coufa  lejaõ.  n.  316 
Fé  Catholica. 

A  que  feja  femelhante.  n.  314 

Os  males  que  locederaõ  aos  que  a  deyxaraõ. 
num.  31? 

He  a  barca  aonde  navega  feguro  quem  nella 
faz  viagem,  porque  tora  delia  ninguém  fe 
falva.  n.  319 

He  lymbclizada  no  monte  Hiícera.  Ibi. 

Ncifa  embarcação  cada  hum  come  do  leu,  8c" 
ninguém  do  aJ-beyo.  n.  320 

He  principio  de  toda  noíTa  felicidade.  Ibi. 

A  culpa  mortal  he  remora  s  que  lhe  impede  a 


FACINOROSOS. 

HAõ  de  ter  a  pena  conforme  o  delicio, 
num,  499  Sc  feq. 
Fama. 
Qnecoufa  feja,  &  os  requeíitos  neceflarios 

para  fer  verdadeyra.  n.  1  &  leq. 
Os  feus  poderes,  &  effeytos.  Ibi. 
£;m  obras  he  como  a  peca  fé  baila,  n.24  &  ic 
Ven-fe  a  fama ,  o  que  naõ  pôde  avaíTalíar  a 

pefloa.  n.  17 
Acobarda  a  ir. imigos,  &  eftranho?.  n.  18 
Faz  efquecer  da  Fairia  ,  Sc"  naõ  lembrar  do 

ódio.  Ibi. 
Naõ  fendo  repetida  naõ  hepoderofa.  num.  ix       O  Templo  da  Deofa  Seraphides  1  luamayor 
»5  Sc  23  grandéfa  confiftu  na  ma  chi  1  a  de  íerro.que 

Senaõ  oceupar  o  lugar  da  dependência,  naõ  iultentava  apedra  Imam.  Ibi. 

Dlno- 


bonança.  n. 321 
Fé  viva,  Sc  Fé  morta  quaes  fejaõ.  Ibi. 
He  o  melhor  reparo  contra  a  morte.  n.  324 
Chrilfo  naõ  reconhece  por  luas  as  terras  ,  quô 

eltaó  tora  do  grémio  de  íua  Igreja.  n.3»í> 

Chriíio  auzentalledequem  duvida  delia. 11.327 

Osque  a  tem  viva  dominaõ  a  íeus  majores 

oppoftos.  n.  328 
Sem  chandade  he  morta.  n.  329 
O  mays  perfeyto  cré  os  myítçrios  quando 

mays  oceultos.  n.  3J0 
Feitas. 
A  Hecatombe,  Si  Lupcicalia  3  porque  furaõ 

inítituhidas.  h.  47 
Vide  íelebridades. 

Ferro, 
O  que  S.  Bento  fez  nadar  lobre  as  agoas  .  que 

eftimaçaõ  merecia,  n.  5X3  &  584 
Os  índios  que  valor  da vaõ  ao  ferie?  n.  5S? 


dai  coujás  mays  notáveis. 


Dinccrates  afam  on-fe  Com  húa  eltatua  ,  que 
(  fabricai  de  feno.  Ibi. 
IVjercurio  alcançou  nome  de  Divino  entre  os 
baibaros  porque  tirou  luimfcrro  do  pro- 
fundo das  agoas.  n.  584 

fiíicid^de  humana. 
Juluytos  le  perderão,  porque  fe  confiajaõ  nel- 
■   Ja.n.  317 

A  im.  gem.que  os  Romanos  puzicaõ  delia  em 
o  Capitólio.  Ibi. 

Fiiilidade  Politica. 
He  vida  das  republicas,  n.  318 
Mviy  tos  a  tomarão  por  capa  de  tua  inconfi- 
dência. Ibi. 

Filhos. 
Antiguamente  traziaó  as  infignias ,  &  trajes 

de  leLS  pays.  n.  44 
Seguem  toda  a  vida  aprimcyra  creaçaõ  que 

civeraõ.  n.  2:2  Sc  icf" 
He  milagre  naó  imitarem  es  vicios  de  feus 

pays.  n.  264 
Naõ  herdaõ  toda  a  virtude  dos  p^ys.  n.  333 
Para  heideyros  baõdelereícolhidosos  mays 
beneméritos ,  Sc  naó  osm«ys  antiguos.  n. 
334  &  33(5 
Os  llluftres  laõ  como  as  arvores  reays.n.33  j 
Os  que  naó  tem  outra  nobreza  ma)s,  que  a 

do  langue  vivem  empenhados.  11.33(1 
Em  buiu  lo  ,  &  naõ  em  muytcsdcvcm  osll- 


4*9 


n. 


Saõolígniricatlvodaí  A-rces  liberaes.  ruim. 

228  &  ícq.  • 

Fogo. 

Varias  caJidadebdetcgosdifferentes.n.yi 
Sobre  cits  Icgos  huniaos  a  húa  charr.;.  x-.:n 

dou  S.  Bento  lua  Kc  1  giaõ.  n.  143 
Efte  togo  lalai  o  ila.  pauncuca  pedra  iobre  aqual 
S.  brnto  fundou  lua  Religião,  ou  da  Cac- 
ç,»  ende  le  lançou  b.  iço 
Tem  as  calidades  do  arr,cr.  n.  140 

Fortaleza. 
Coníiftenaboaordem.n.  124  Sc  feq. 
Em  lhe  faltando  o  amor  dos  vaibiLs  naõ  de- 
fende o  Rcyno.  11.  141  Si  feq. 
Fonte. 
A  Jo  monte  Urânio  tra  deazeyte.  n.  10 
E  da  mdma  íórte  a  da  ribeira  de  t:;.,i.c:a.Ib. 

Fortur.a. 
Maycr  he  obedece,  que  manda/:  n.  fçj> 
IVluytcs  que  :;veraõ  dias  de  fortana  naõ  lo- 
grarão annos  de  fama.  11.5 


luftres  fundar  as  cazas, 
Os  i.òbi  es  todos  fe  devem  oceupar  em  fubir. 

p.  340  342  Sc  343 
Haõ  de  ler  Iibciaes.  n.  344 
Devem  eícolher  para  companheiros  aos  mays 

nòbreí.  n.  34o 
Devem  eftimar  em  mays  o  viver  comdefay- 
1    re,  do  que  íem  nobreza,  n.34? 
De  quanto  lhe  ferve  a  doutrina  dos  meílres. 

num.  432  &  feq. 
Fieaõ  cm  pouca  obrigação  as  mávs,  qtieos 

não  crearaõ  a  feus  pey  tos.  n.  484  Sc  leq. 
O  vallor  com  que  luzirão  devem-no  ao  lcyte, 

que  mamarão,  n.  485  S:  leq. 
He  dilculpavel  (eu  delamor.para  cõ  as  máys 

que  os  não  creáraõ.  n.  486 
N.;co>  podendo  crear  a  léus  peitos  bulquem- 
Ihe  2tna,que  tenha  as  calidadcs,que  fe  mo- 
ítraó.  n.488&leq. 
ApitdadtqiK-  movccs  tiveraõ  com  feus  pays 

nnm,  491  &c  603 
E  com  as  amas  que  os  crear.  õ.  Ibi. 
lYJuytosíoraõ  tyranospara  ieus  pav>?  perque 
cites  os  tratav^õ  como  Iji  ws.  n.  581 
Flcr. 
Hehiercglyphicoóanatutcííi  binaria.  n.jS 
6c  39 


G 


Ntimida 


G  A  L  L  O. 

IiNtimiua  ao  lâ-íiiiíco.  num.  380 
Idoméo  porque  prezado  dcd^lcendentedo 
Sol  trazia  fubxe  a  caboça  a  figutã^e  hura 
Gallo.  Ibi. 
M.itâ  com  leu  canto  ao  Ballhfco.  n.  3S1 
Os  Sibaritas  para  le  entregai  em  de  tudo  ao 
ócio  naõ  os  conici.tiaõem  íu.-õcazas  ,  pa- 
ra os  naódelpíitar  áj  temo.  Jbi.     • 
Os  Suezanos  cunharão  a. moeda  nacional  CÕ 
afigura  ue  hum  Gallo,  com  húa  Eftrella 
entre  as  azas.  Ibi. 
Os  que  palTaõ  pelos  dezei  tos  da  Africa  kvaõ 
coi.figo  Gallos,  para  afugentarem  o;  Bali- 
hlcos.  Ibi. 

Governo. 
A  bondade  do  governe  naõ  confifte  n.i  mu- 
dança delrgares,  lenaó  de  politica.  1   48 
Toda  lua  felicidade  em  ma  da  obkrvar.cia 

do^  bons  cultuou  r.  r.  4  1  &  íeq- ' 
O  que  le  aparta  da  experiência  n;óconlolidi 

a  republica,  n.  120 
Em  todas  as  claffes  de  governo  fev-y 
menrado  Jaab,  &  par.-,  que?  n.  107 
G  ib. 
Em  muytos  pôde  msys,  que  o  credito*  r.So 
Guei :  .S. 

Naó  fónafeem  deUasiasrnonftro-ofidades,  fe 
naó  tambtm  de  paz.  n.  103 


Nnti  ; 


Hercjes 


47' 


H 


Herejes. 

DIsfarçnõ  o  veneno  com  capa  de  Reli- 
gião, num.  7?  &  leij. 
Ivluvcos  Fadresos  cõvenceraõ  com  feus  pró- 
prios erros,  n.  73 
Com  o  amparo  dos  poderolos ,  &  diffolutos 

cftabelecem  feus  erros.  n.  yC 
Aprenderão  das  ferpentes  aterem  aííutos,  n. 

?K 
Merecem  a  mefma  pena,  que  os  jtideos.num. 

245  Sc  feq. 
Retrato  que  deraó  a  feus  Hereziarchas.  n.jip 
De  q  force  os  engana  o  Demónio,  n.2iz  &:  123 

Herezias. 
A  fua  expulfaõhe  a  mayor  fortuna  das  re- 
publicas, n.  3:6 
Contra  Jli.sforao  os  filhos  de  S.  Bento  os  ra- 
yos  mays  fortes,  n.  ::i 
Hetòes. 
Os  que  defampararaó  a-?  pátrias  por  fugiré  aos 

iuvejoloj.  d.  91  &  92 
Hum  Reviu  fem  varões  claros  perde  a  efti- 
maçâo.  n.  97 

Hipócritas. 
A (fiítem,'& defendem  fóao^  poderofos.  n.jííi 
Diffarçaõ  o  vicio  com  a  virtude  para  acrahir 
as  vontades,  n.  56 

Homés. 
Saõ  fáceis  em  abraçar  o  mal ,  &  defficeis  em 

receber  o  bem.  n.  52 
Tem  o  máo  curtume  por  iey  ,  quando  o  vem 

introduzido.  Ibi. 
Com  todos  repartio  Deo$  diffeientes  vittu- 
des.  n.  6S3  6c  feq. 


I 


Index 

Impérios, 

Os  dos  Emperadores  Commodo,  &  Marco 

Aurélio  a  quemforaó  lemelhantes?  n.  139 
Naõ  os  liguraõ  as  forças  ienaõ  o  amoi.mnn, 

140  &  leq. 
Naõ  confirte  a  lua  felicidade  na  extençaõ.n, 

161  &i  feq. 
Conlervaraó-Ie  muy  tos  naõ  excedendo  os  li- 
mites, n.ióf  &  feq. 

Impoffiveisí 
Todos  venfe  a  brandura,  n.  5-73  &  f»q, 

Inflrmidades. 
De  quantas  faõ  advogados  os  filhos  de  Saõ 
Bento.  n.  126 

Ingratidão. 
A  dos  homés.em  que  imita  a  fenfibilidade  das 
arvores,  11,  400 

Ingrato. 
Naõ  tem  cura.  n.  88  &C  feq. 
Faz  dos  benefícios,  offenças.  Ibi. 
Naõ  obedece  a  nenhum  remédio  politico, 

Ibid. 
Nem  ainda  á  mefma  naturefa.  Ibi. 
He  agradecido  em  quanto  depende.  íbi. 
Ferdéo  o  brio  de  racional.  Ibi. 
Naõ  obra  como  bruto,  nem  como  inrelletti- 

vo.  íbi. 
De  que  f       (e  pôde  curar.  Ibi. 
Somente  oefpois  que  padece  tem  horas  de  ra» 

ciondl.  Ibi. 
MoftralTe  arrependido  quando  fe  ve  defampa* 

rado.  Ibi. 
Tem  o  leu  retrato  na  Çarça.  Ibi. 
Morre  ao  defamparo.  Ibi. 
Hetaõ  alcaroloo  leu  vicio  que  o  Demónio 

fenaõ  quer  dar  por  author  delle,  Ibi. 
Reprelentado  em  Acteon  transformado  erri 
Veado.  n.  503 

Inveja. 
Encaminha  o  golpe,  para  onde  acha  mayS 

prendas.  11.  614 
Reinedioque  os  Egypcios  davaõ  ao  inveja* 

do.  n.óij 
Naõ  tem  reparo,  n.  616 


IGREJA. 

Qtje  fervi       lhe  fizeraõ  os  Monjes  de  S. 
Bento?  Vide  partedellcs.  n.  28  Si  feq.Sc 
num.  221 

Na  compofiçaõ  com  que  foy  levantada  logra       OriginalTe  dos  excélTos.  n.  617 

edecoro,  &  eftabilidade  t  que  naõ  tinha  ri-       AtromentalTe  com  gloria  alhea.  n.618 
gurada  na  Syr.agnga.  n.  ijí 

O  leu  mayor  adorno  he  aordemdas  virtu- 
des. 11.  138 

O  leu  reparo  faõ  os  homés  doutos,  n.  20c 

A  liberalidade  que  uzaraõcom  ella  os  filhos 


dei>.  Bento.  n.  362 


Uluftres. 

Em  todo  o  tépo  ié  obrigação  de  fervir  a  Deos 


Glorifica  as  acções  do  invejado.  Ibi. 
Nafcedo  ódio,  &  da  detconfiança.  v.6z<) 
Em  quedirlereda  emulação.  11.  627  &  feq. 
Inferma  do  mal  t  de  que  morrem  os  CorCo- 

dillos.  n.  630 
Saõ  íemelhantes  aos  Bufallos.  n.  6;i 

Invejolo. 
Reconhece  fua  limitação,  n.  632 


com  mays  efpecialidadejque  os  mays.n.418      Todo  fe  aflige  na  conlideráçaõ^e  que  outrem 

avulte 


ddscoujds  máys  notareis. 


avulte  diante  delle.  num.  633 
Scnhando  com  glorias  albeas  vive  inquieto. 

num.  63  4 
Faga  com  a  morte  .  a  quem  o  obriga  a  con- 

reíLr  prendas  alheas.  n.  63J 
Deeja  p^raíâ  todo  o  apláufo.  6$6 

Inimigos. 
Os  das  Religiões  que  culpa  cometem  ,&  a 

quem  laõ  parecidos,  n.  368  Sc  feq. 
Q>   U  Religião  de  S.  Bento  com  que  penas  os 

caíiiga  Qeoa.  n.  33Ú  Sc  feq. 
Cometem  o  crime  de  leza  Mageftade  Divi- 
na, &  humana,  n.  389  Sc  íeq. 
Os  reconciJiados  nem  todos  laõ  lofpeytofos 

de  inconfidentes.  11.  471  Sc  feq. 
Muytos  foiaõ  rnays  prenicioios  defpois  de 

reconciliados,  n.  472 
Dehmulaõo  ódio  com  pretexto  de  paz.  Ibi. 
A  neceffidade  naõ  os  aíT.gura.  n.  473 
Nem  também  o  medo.  n.  474 
Remédios  ríRcazeo  com  que  ie  recor.celiaõ  de 

veras.  n.  47?  &  feq. 
A  cj  que  o  queriaõ  rimar  cem  veneno  abra- 
,  çou  S.  Bento  por  fubditos.  n.  479 
E  que  motivos  obrigarão  ao  Santo  para  fe  co- 
fiar de  fua  reconciliação?  n.  480  &  leq. 
Saõ  a  lanceta,  que  moftra  a  bondade  ,  ou  ma- 
lignidade do  fangue.  n.  669 
Servem  da  mayor  utilidade,  n.670 
Abrem  as  portas  da  fama.  a  Ó7r 
Se  os  náo  ouvera  confundirão- Ie  os  animes  il- 

luítres,  com  os  plebeos.  n.  673 
E:r.  muytas  occafiões  fvraõde  mayor  utili- 
dade, que  os  amigos,  n.  674  8C67? 
Inventores. 
Os  filhos  de  S.  Bento  inventarão  muytas  ce- 
lebridades ceremonias ,  &  bons  ciiilumes, 
que  celebra,  8c  de  que  uza  a  Igreja  de 
Deos.  n.  33 
,Quaes.foraõ  delles  os  inventores  dedifferen- 
tes  artes,  lcieneias,8í  coulas  notáveis  Ibi. 
A  veneração, que  os  antigos  deraõ  aos  inven- 
tores de  algúas  das  artes  liberaes.  n.  219 
Judeus. 
Sua  malícia,  &;  proterva.  n.  24?  &  feq. 
O  cartigoque  merecem  ,  &  que  pode  extin- 
guir efta  pcftilencia  naõ  he  outro  mays 
que  o  de  fogo.  n.  249  &  leq. 
Os  males  que  tem  caufado  no  mundo.  Vide 

parte  delles.  n.  248  &  2f  2 
A  diverfidade  de  penas ,  que  tinhaú  nas  repu- 
blica. n>  2^2 
E  que  officios  tinháonellas.  Ibi. 
S  ,õ  ii  t!igno-  denulericordia.n.  2^3 
O  feu  dinheyro  he  excomungado,  n.  243 


47  i 

Convencidos  de  feu  erro ,  pelamayer  parte, 
nunca  ricão  verdaJeyras  Cathahío-.hura. 
260  &  feq. 

Cegaõ-lc  com  a  luz.  n.  261 

Dcquelervem  admitidos  aosluguesda  rs- 
publici.  n.  2O2 

Que  ietvemia  um.  n.  263 

He  impoífivcl  que  os  filhos  delles  naõ  imitem 
a.cfgueyrade  levispayj.n.  2.Í4 

Do  Teu  peccado  emanou  a  Redcmpçaõ  de  rtof- 
la  culpa.  n.  16c- 

Saõ  parecidas  ao  bicho  ,  que  ròe  ao  Th-.re- 
bintho.  Ibi. 

Saõ  os  verduJey ros  c-.és  de  Acteon.  n.  2  65 
Juizes. 

Os  do  Egvpto  traziaõ  no.  peytQ  a  imagem  da 
virtude,  n.  297 

Juftiça. 

Deveffe  conformar  cõ  as  culpas. 0.499  5c  feq. 

Nem  lembre  a  vara  da  julíiça  ha  de  tM  pro- 
priedades de  ferro.  n.  500 

Porque  he  figurada  na  vara.  n.  912 

Hadefervara,  6c  juntamente  penna.  r.urr. 

f'SJlJke     .      , 
Que  couía  feja  fem  clemência,  n.  516 

A  humana  deve  conformai-íe  com  a  divina. 

num.  $-zS 


L 


H 


8c  vozes 


LAGRYMAS. 

A  lagryirws  ,  que  faó  vozes 
quefaõ  lagryrfias.  n.  aS8 
O  quanto  authorizáo  fendo  choradas  na  mer- 

tede  hum  inimigo,  b.  0-8  &  f«q. 
Antigamente  os  Chino»  tinhaõ  porcrtdra 
mayor ,  quehum  illuftre  as  dçrramalíena 
morte  de  algum  Ru  parente.  11.  <íSo 
Leys. 
O  cuftume  hc  o  melhor  interprete  das  leys. 

num.  40 
Authorizaõ-fecomoscoftumes  louváveis, 8c 

amigues,  n.  4S 
Os  Príncipes  que  a*  quebrantarão,  r.  41 
Ch.randesTvno  deixou  dedarhúa  bat.-.lha 
fó  por  caftigara  hú  tranfgrdTor  da  lcy-n-4^ 
AsdosRomanos.em  q  efUvaõ  elct-lpidas.n.C-* 
O  ferem  irrtfragaveis  n;m  fempre  he  intty- 

reza.  Ibi. 
Ospertinaces  no  erro,  pertendem  dobrar  a 

ley,  n.  66 
Seu  principio,  r.  17o 

Ha  de  ter  a  propriedade  da  luz.  n-iRo  &  feq. 
Quem  forte  os  prinutros  Leg  lladoÈMirúlT» 
Como  Ie  govenuv.  i>  W  po\  os ,  .  r.us  <iu« 


cu- 


47a  „. 

onveffe.num.177 

Antes  que  as  publicitem  davác-nas  a  rever 
a  hoinésdoutoi.  n.  179 

Faltas  de  fciencia  perde  toda  a  eftimaçaõ.Ibi. 

Haó-fe  de  conformar  com  as  poliibihdades,8c 
curtumes  das  teira?.  n.  i8f 

Em  que  cazos  pode  fer  dilpenlaveis.  n.  186 

Naõ  háo  de  ler  caviloías.  n.  187 

Devem  fer  comportas  pela  fuavidade  com  que 
Saó  B;n  to  difpozfua  Regra,  n.  19? 

Com  a  dilíerer.ça  dos  tempo»  fe  diminuem, 
&  aggravaõ.  n.  196 

A  que  laõ  parecidas,  n.  202 

Para  os  judeos  ha  de  ler  ley  de  fogo  ,  para  fe 
conformar  com  a  ley  de  Deos.  n.  265- 

As  queantlguamsnte  diríerençavaõ  o  popu- 
lar ila  nobreza,  n.  198 

Devem  comprehender  a  toda  a  forte  de  pcf- 
foas.  n.  183  &  1S4 

Haõ  de  ler  humanos,  n.  i8f 

Haõde  fer  efficazesjn.  186 

Naõ  devem  ler  cavilolas.  n.  187 

Haõ  de  fer  obf  rvadas  dos  miniftros  com  lim- 
peza. 11.  188 

N;õ  devem  fer  tigurofasno  exordiodo  go- 
verno, n.  181 

Saó  norte  de  ignorantes,  n.  189 

Defpertaõao  remiíío,  &  avivaõ  o  diligente, 
num.  190 

O  feu  rigor  he  medicina,  n.  191 

A  dos  Eliricos  contra  es  ambiciofos.  n.  f07 

Os  que  as  interpretaõ  Ia 5  a  ruína  da  republi- 
ca, num,  610.  611  &  <Six 

Liberalidade. 

He  todo  o  refplandor  da  purpura.n.267  &  feq. 

Nella  fe  deftinguemos  Príncipes  dos  vaiTal- 
los.  n.  zõ8 

Amuyta  queuzoua  Religião  de  Saó  Bento 
com  a  Igreja  de  Deos  ,6í  com  asdemays 
Religiões,  n.  362 

Liberdade. 

Na  falta  derta  naõ  ha  nenhú  gofto.  n.  f  J 
Liçaõ. 

A  dos  livros  profanos  ainda  ,  que  feja  útil  a 
muytos  naõ  he  proveytofa  a  todos.  n.  72 

A  que  teja  parecida.  Ibj.  Sc  feq, 

Seusdamnos.  lbi. 

Livros. 

Quantos  tinhaõ  comporto  os  filhos  deS.Ben- 
to  até  o  tempo ,  que  eferevéo  Pedto  Bera- 
ge.  Videempreza  1. 

Os  profunosquaõ  preniciofos  faõ  republica, 
num.  72  &  feq. 

O  Graõ  Turco  Solimaõ  obfervava  tudo  qilã- 
to  lia  na  vida  de  Júlio  Cçfar.  lbi. 


Index 

O  Oráculo  sconfelhava  a  Zenon ,  que  para 

fer  petfeyto  era  neceffano  ler  pelos  mortos. 

lbi. 
Dos  profanos  íay  a  elpada  contra  elles  mtf- 

mo).  lbi. 
Saõ  armas  contra  a  virtude.  lbi. 
Os  herejes  querendo  extinguir  aLey  de  Cliri- 

fto  manda vaõ  queymar  os  livros  Ca  thuli- 

Cos.  lbi. 
Eo  meímo  fizeraõ  acs  livros  herttices,  os 

Príncipes,  que  intentarão  extirpar  as  he- 

refias.  lbi. 
Os  Príncipes  tirarão  da  lição  dos  livros  os 

princípios  certos  da  (ciência  de  reynar.  lbi. 
Os  vedados  a  q  lerpentes  laõ  parecidos,  lbi. 

Lizonjeyros. 
Andaõ  de  giolhos :  &  porque,  n.  104 

Lugares. 
Como,  &  a  quem  os  devem  conceder  os  Prín- 
cipes, n.  Cpo  091  8c  694  &  700 
Luxuria. 
He  tctal  deftiuiçaõ  das  republicas,  n.  667 
Naõ  fe  germana  com  nenhúa  virtude.  lbi, 
Defcompoem  todas  as  operações  humanas( 

num.  639 
De  que  fe  alimenta.  lbi 
Sofoca  a  toda  a  virtude.  11.  640 
He  homecida  da  vida  efpiricual,  corpórea  ,  & 

civil.  n.  641  Sc  feq. 
As  cautelas  com  que  algúas  nações  ferepara-» 

vaõ  defte  vicio.  n.  644 
Os  excertos  a  q  obriga  a  feus  lequazes.  n.  647 
Rifca  da  memoria  as  obrigações  de  honrado, 

num.  Í48 
Deminue-le  quando  os  Príncipes  lhe  daóre- 

puHa.n.  049 
Naõ  valem  cartigos  contra  os  culpados  nefte 

vicio,  quando  os  Príncipes  naõ  íaõ  Conti- 
nentes, n.  650 
O  jejum  he  o  leu  contrario,  n.  65-? 
O  feu  fogo  apagaffe  com  Lgrymas.  n.  6<;6 
Mifto  o  langue  das  penitencias  com  aslagrv» 

mas  da  compunção  he  o  remédio,  quede 

todo  as  extingue,  n.  Ó57&  058 
Seguro  remédio  he  também  o  fugirlhf.  n.66c 
A  boa  companhia  evita  muyto  leu  damno. 

num.  ÓÓ4 
Como  também  a  lembrança  da  morte.  n.  66a 

Luxutiofos. 
Figurados  em     Achelo-o  transformado  em 

Touro.  n.  foi 
E  em  Egei  ia  convertida  em  fonte,  n*  JO4 

Luz. 
Em  tudo  haõ  de  fer  as  leys  femelhartes  a  el- 

la,  p,  176  fiiftq. 

Máy3 


dctt 


M 


Máys. 

FIcáo  com  injufta  participação  nas  glori- 
as dos  filhos,  que  não  crcaraõ  a  feus  pey- 
tos.  n.  484  &.  íetj. 
O  quanto  f jy  abominável  em  algúas  naçoés, 
o  uaõ  crearem  as  máys  a  feus  próprios  fi- 
lhos, n.  484 
O  caíbgo  que  lhe  davaõ.  Ibi. 
Mcftrao-ie  ingratas  naõ  creando  os  filhos. 

num   48o 
As  illufhcs  os  crcavaõ.  n.  487 
Ainda  que  odireyto  iztnta  as  molheres  no- 
bre» da  crea^aõ  dos  filhos  naõ  asexcluea 
cbngaç^õ  do  amor.  Ibi. 
Mageftade. 
O  que  muytos  Príncipe*  fizera õ  para  exceder 
nella  a  léus  competidores,  n.  36 
Miniftras. 
Os  Príncipes  fem  Mmiftrcs  fnõ  como  a  em- 
barcado leni  enxárcia,  n.  úi 
Interpreta  as  leys  conforme  a  vontade  q  tem 
,     de  punir  ou  ablolvcr.  n.  1S8 
O  modo  com  que  le  haõ  de  a  ver  nos  caftigos. 

num.  499  St  leq. 
Naõ  devem  os  Príncipes  fiar  de  húlõ.muytos 

negócios.  6&  &  leq. 
Aqu.íes  devem  premiar  os  Príncipes,  num. 

6jo  &  69I 
A  ft;a  juftiyi  porque  he  figurada  na  vara.n.y n 
Haõ  de  leparar  nos  caliigos ,  a  culpa  da  pel- 

Ioj.  n.  çiz 
A  fiia  vara  ha  de  fer  juntaméce  pena.n.713  514 
Fiimeyro  julgaó  muytas  vezes  (em  numera- 
rem as  culpas,  n.  yi.4 
0=  que  obi  aõ  fem  clemência  faõ  aquelles ,  a 
que  Deus  naó  eícolhéo  para  Miniltios.n.fifi 
Devem  aplicar  tudo  o  rigor ,  quando  naó  a- 

proveycaa  brandura,  n.  ç  17 
Seus  excéffos  exafperaõ  os  lubditos.  n.5-^8 
Sendo  pouco  fiel  he  caufa  de  le  multiplicarem 
tributos.  D.  <"jo 

Meftre. 
O  honem  fem  infino  fora  como  o  mundo  fem 

Sol.  n.  432 
As  cálida  Jes  que  ha  de  ter  o  que  for  mcflre  de 

hum  Príncipe,  n.  432  &  kq. 
Ha  de  fer  arvore  da  [ciência  do  bsm  ,  &  naõ 

do  mal.  n.  435  í<  436 
Nem  todos  os  lábios  pedem  ler  mtft res  de  liú 

Príncipe.  11.435 
B.ill.i  qualquer  J-feyto  para  lhe  tfciu:cer  a 
(ciência,  n.  436 


couJm  mdjs  wtaVeis.  ajj 

Ha  de  ter  ai  virtudes,  &  calidades  doBaiu- 

mo,  num.  43o  &  feq. 
Ha  de  ler  eleolhido  por  merecimentos  pró- 
prios, &  naõ  por  aderências,  n.  437  &  4J7 
Naõ  ha  de  fer  de  idade  decrépita  ,  nem  juve- 
nil num.  43jj  n.  45^ 
Ha  de  fer  compoílo ,  &  modefto.  num.  439 

&4í9 
Ha  de  ler  rico,  &  naó  pobre.  n.  440  Sí  460 
Ha  de  ler  comedido  nas  pala  vras.n. 441.  451 
Naõ  ha  de  ter  muytas  obrigações,  n.  441 
Naõ  fe  ha  de  facilitar  com  o  difçipuio*  num. 

443  S:  462 
Ha  de  fer  alegre  quando  infina.n.444  &  463 
Ha  de  fer  nobre  o  que  tor  meltre  do  Príncipe. 

num.  454  Sé  464 
Sendo  Sacerdote  tem  toda  a  nobreza,  n.  446 
Ha  de  ter  noticias  da  mayor  parte  das  (ciên- 
cias, n  447 
Naõ  ha  de  fsr  lizon/eyro.  num,  448  Sc  46c 
Ha  de  enfinar  o  utii ,  5c  naõ  o  dcíneccíiano. 

num.  449 
O  fim  de  lua  doutrina  hi  de  ler  encaminhar 
o  Príncipe  a  fer  bom  Chi  iftaõ.  n.  450  407 
Sufi. uca,  &  abriga.  11  422 

Monarchias. 
As  quatro  reprefenradas  na  eftatua  d;  Nabu- 

co-Donofor,  porque  fe  arruinarão.  11.141 
As  que  fe  naõ  fundarão  lobre  amor  naó  tem 

perminencia.  n.  Ie2 
As  que  faõ  fundadas  lobre  ellí  que  veneração 
cauzaõ  aos  Príncipes,  n.  153 
Monjes. 
Osquebufcaraõ  a  S.  B.nto  para  feu  Prela- 
do ,  porque  o  intentarão  matar  com  vene- 
no, n.  51 
Intentarão  que  o  efpirito  do  Sátofe  accomo- 

daffe  com  fuastibezas.  n.  60 
Naõ  he  Monje  de  S.  Bento  o  que  falta  a  Der» 

com  o  divido  temor.  11.  -1 

Antes  de  S.  Bento  viviaó  pelos  dezertos  fem 

ordem  de  Comunidade,  nem  clauzura.S:  a 

eftars  redufioo  Santo  Patriarcha.  n.   137 

OsdeS.  Bento  fendo  mal  procedidos  haõ  de 

tet  pena  dobrada,  n.  149 
Quaõf  rmidaveis  fcr.,õ  a.>  mundo.  Ibt. 
Os  que  naõ  vivcmcoi.fóimea  Santa  Rigra. 
a  vida  qi:s  1  graõ  laõ  elperas  que  Dcoslhe 
dá,  para  que  learrependaõ.  n.  1  ;8 
E  a  retardaçaõ  deite  caltigo,  he  para  dobrar  3 

pena.  d.  159 
Logo  em  leu  principio  fe  entngaraoaos  ei- 

tudos.  n.  222 
Os  Santos  da  Ordem  de  S.  Bento  de  que  infir- 
midíides  laõ  adv<  gados,  n,  zió 

Ooo  Poi 


474 


Index 


Porque  tem  a  fua  femelbança  nas  Eftrellas.      As  que  foraõ  origem  de  algíis  damnos.  Ibí. 

As  de  Carthago  cortarão  os  cabellos,  para  fa- 
zerem delles  cordas  para  os  arcos  das  Tes- 
tas, num.  143 


num.  331 
Porque  iaõ  fem  numero  os  Santos,  Sc  Douto- 
res de  fua  Ordem.  n.  331 
As  virtudes  que  haõ  de  ter  para  ferem  verda- 

deyros  filhos  de  S.  Bemo.  n.  347 
OSoíaque  le  devem  examinar  por  k-gi  timos 

lie  a  Regra  que  pn  feffaõ.  11.34S' 
Os  que  o  Iaõ  conlõrmaõ  os  procedimentos 

como  efpirito  deíeu  Patriarcha.  n. 35^7 
Em  n.iõ  lindo  univeríal  na  piedade  nao  pôde 
ganhar  as  indulgências  concedidas  a  lua 
Religião,  p.  35-9  Sc  leq. 
Haõ  de  imitar  os  Cherubins.  n.  36 1 
O  valor,  que  ttveraõ  no  martvrio,  Sc  a  conti- 
nência, que  guardarão  nos  claullros.n.364 
Adquirirão    mayor  nome  pelo  que  deftri- 
buir.iõ  ;  do  que  pelo  que  conquiítaraõ. 
num.  365 
Saõ  ignorantes ,  os  que  prelumem  poderem- 
!'e  l<dv»r  fomente  cor.i  trazer  o  Abito,&  fe 
intitularem  íeu>  filho;,  n.  367 
Os  que  intentarão  dar  a  morte  a  S.  Bento  re- 
ceberão delpois  lua  Regra.  n.  479 
E  que  razões  moverão  ao  Santo  Patriarcha 
para  os  admitir  a  leu  grémio,  num.  480  & 
leq. 
Oi  de  Sublaco  refiftindo  as  fete  molheres, que 

valentia  ebraraõ.  n.  6^4  &  feq. 
Os  de  S.  Bemo  que  ferviços  fizeraõ  á  Igreja 

de  Decs.  Vide  pai  te  d  c  lies.  n.  33  &lcq. 
Em  húa  ,  &  outra  milícia  foraõ  protectores, 
a  quantos  fe  encomendarão  em  fuás  ora- 
ções, n.  19  Sc  30 
Que  terras   conquiítaraõ  para  a  Igreja  de 

Deos.  Vide  parte  delias,  n.  19 
De  que  Cidades,  &  Reynos  faõ  titulares ,  ÔC 

de  quantas  foraõ  Apoftolos.  Ibi. 
Em  muytos  Reynos  naõ  podia  ler  eley  to  em 
Biípo,  quem  naõ  folie  filho  de  Saõ  Bento, 
num.  37 

Montes. 
Fingirão  que  hum  fe  fizera  pente  para  Ta- 

morlaõpaffar  hú  rio.  n.  117 
Ode  Sublaco mudou-fe  em  Império,  n.133 
O  mente  Cinthio  foy  confagrado  a  Apòllo. 

Ibi  d. 
Ao  de  Hifcara  naõ  lóbe  pelTóa,fem  que  fe  ba- 
nhe nas  agoas,  que  o  fercaõi  n.  319 
Molheres. 
As  que  foraõ  autoras  de  algús  livros,  n.  491 
As  fete  molheres  que  o  Clérigo  Florêncio  me- 
teo  dentro  na  elaufura  de  Sublaco  ,  fc  ven- 
ceffem  os  Monjes  ,  que  poderes  molha- 
vaõ.  num,  651  3í  feq. 


Mofieyros. 
Os  das  Religiões  lagradas  radicaõas  monar» 

chia^.  n.  374 
Nos  doze  Moireyros  que  Saõ  B:;uo  fundou 
em  Sublaco  le  depolicavaõ  todas  as  virtu- 
des, num.  135- 
Que  reprefentavaõefles  doze  Mcfieyros.  9, 
i6z  &feq. 

Monftro-os. 
Variedadedelles :  &  a  que  foraõ  parecidos^ 
num.  I70&;leq. 

Morte. 
A  orada  morte  prometéo  S.  Bento  aílifíir  a 
todos  os  que  lhe  rezaffem  adevoç-õ  que 
effá  em  o  n.  430 
Os  perigos  do  mundo  faõ  como  o  tributo  dá 
morte,  n.432, 

Moleftias. 
Apuraõ  os  ânimos,  num.  65o 

Motores. 
Reprefentada  em  Agiaurus  convertida  em  pé< 

dia.  n.  foc 
Merecem  o  caftigo,  que  haviaõde  ter  os  de» 
linquentes.  Ibi. 

Mundo. 
A  fama  da  virtude  de  Saõ  Bento  avafTaHcu  aa 

quatro  partes  do  mundo.  n.  zx 
Todos  le  lhe  mofbaraõ  feudataiios.  Ibi. 
Empenhafle,  que  os  Príncipes  leaõ  pelos  feus 

livro?,  n.  S4 
Seus  fcquazes  o  delamparavaõ   perluadiJos 

da  doutrina  de  S.  Bento.  n.  131 
A  dcyxaç;õ  do  mundo  acrtditafie  em  ler  ho- 

locaufto,  &  naõ  renuncia,  n.  i,-<J 
Suas  memorias  mudáoem  sgieftts  os  bésef- 

pintuaes,  quede  fi  iaõ  fuavts.  n.  198 
Fugir  do  mundo  com  lembranças  do  mundo 
n.iõhe  virtude  que  apeifeyçoe  OefpitUOj 
r.um.  3f7 
Fazem  fuás  memorias  efquecer  de  todo  o  bemi 
num.  358 

N 

N  A  Ç  O  E  N  S. 

Communicsçâocom  os  Eftr.iPg  yrosa- 
morteceoamor  natural,  n.  173 
Natureza. 
Aquém  naõ  de  bra  a  nfftciresa  ,  n.  õ  o  doma  a 

pertinácia,  n.  104 

Pela 


A 


das  coufdá  màys  notáveis. 

ttl?  mefma  ordem  com  qtTeorg.^iz  i  o  corpo 
^    humano,  ie  aeveorde:ur  adiípofiçáo  da 
rcp.  blica.  n.  117  3í  !eq. 

Suaorgem  ,  privilégios,  &  izençoé.-,  num. 

29*  oc  itq. 
De  Que  íirva  na  republica,  n.  294 
O^  iKinéi  a  dividirão  em  três  ClaíTes.  n.  19? 
Asiníignias ,  ck  izençaés  da  nobreza  rcficão 

as  pa>x  é-  do  vulgo.  n.  296 


Oráculos. 
O  fabuloao  de  muytos  p..rtceteve  exiíleixia 
na  virtude  de  S.  Bento.  n.  194 
Olucyi  a. 
Junto  com  a  Romeyia  f  idVficá    an  bas  ,  Sc 
iaõ  lymbolo  da  perfeyta  amizadc.n^ci 
Olhes. 
Muytos  h  :més  os  tem  na  t;fta,outros  110  pei- 
to, &í  muytos  nos  hunbroi.n.  185 
Ordem. 
Que  origem  tiveraó  as  ínfigmas ,  que  ineul-       As  republicas  em  naõ  eftando  comp-ltaspor 

Cam.  a  nobreza,  n.  207 
Em  lhe  deriogandoos  privilégios  fenece  de 

todo.  Ibi. 
Os  Romanos  ti  verão  ;  ck  crearáo  os  varoés 
mayselaros ,  porque  íouberáo  reipeytara 
nobreza,  n.  298 
As  izençoés  com  qie  antiguamente  foy  vene- 
rada. Ibi. 
Amavor  nobreza  dos  a^tigues  conGftia  em       Os  doEmperador  Cam  compcciáocomosquc 


ordem  não  íaó  permanentes,  n.  1*4  âckq» 

P 

NOs  palácios  dos  Príncipes  peem  o  máo 
cuftume atenda,  para  que  os  v^flallos 
comprem,  ck  imitem,  n.  41 


ícr  homem  de  folar.  11.  299 
Na  obediência  aos  Príncipes  deve  exceder  ao» 

populares,  n.  597 
Quanto  mays  promptos  forem  na  obediência 

maysròbres  feincukão  as  pclTóas.  num. 

Eng.natlele  imaginar  ,  que  mayor  fortuna 

heo  mandar,  que  oob.-dícer.  n.  599 
Deve  ler  preterida  nos  lug<<re>.  n.  ópy 

Novidades. 
Pertuibáo  as  republicas,  num.  u 


O 


OBRAS. 

AS  neceííarias  iaõ  de  menor  eftima  do  que 
asl  bertas.  n.  1,0 

Ob  diencia. 
He  o  movei  da  felicidade  dos  íubditos.  n.  Ç9-1 
Como  devem  obedecer  o*  Íubditos  a  leuslu- 

periores.  n.  59a 
Sempre  acompanhou  com  a  valentia.  n.ç9j 
Nell.i  fe  examina  a  fedilidaJe  ,  ck  a  nobreza 

dos  fubditos.  num.  5  ?ç  &  'eq.  &  Coi 
Os  nobres  devem  exceder  nelL  ao>  popula- 
res, num.  597 
Con  ertraa  graça  ,  &  nella  o  domínio,  num. 
Ó04  ík  úo$ 

Occio. 
Tira  á<;  creauiras  a  lemclharça  de  Deos »  a 

que  foraõ  creados.  n.  2",7 
f-ic  pcidi^áod'dlm3.  n.  238  Si  íeq. 

Occup.  çi  és. 
A<-  do  tiene  naó  «timiuni,  ignorância.  n,»c8 


Salamáo  fundou,  n.  310 
O  dos  Reys  de  Margalu  tinha  os  apozentoa 

guarnecidos  de  ouro.  Ibi. 
Ode  Chirebene  Rey  do  Egvpto  tinha  tão 
largo  o  alicetTe ,  como  a  uiltaiicia  dà  altu- 
ra. Ibi. 

Panthcra. 
Suas  propriedades,  ck  a  fígnificáo  úciia;.  n.i 

Pátria. 
Osquedcfamparaõ  as  pátrias  por  figiiem 

aos  invejoíos.  n.  91  ík  92 
OsexcíiTosque  muytos  fizeráo  por  augmen- 
tarem,  ck  defenderem  fuás  pa:rias.i  .143 
Pays. 
Algú;  em  o  cerco  de  jerufalem  matarão,  t  fi- 
lhos, para  os  darem  a  comer  aos  loldados> 
que  defendião  a  Od.;de.  n.  143 
Deve  efeolher  para  herdevro,  ao-  filhe:  mavs 
beneméritos  ,  fem  rdpevtarem  a  1  ã  idem 
maysantigi.es.  o.  534 
Sendo  illuftres  cm  hum  ó  filho  devem  efiabe- 

lecerfua  caza.  n.  337 
Hão  fe  de  conformar  com  o  genlo  dos  filhos, 
num.  339 

Paz. 
Tem  por  Hicroglyphico  o  CadulTeo  de  Mer- 
cúrio, num.  103 

Peccadcres. 
Quando  pertin.  zes  no  erro.pertende  que  Dcos 

fecçnfÓTre  com  ljadifíduçaõ.  n.<56 
Para  fe  imircm  com  Deos  he  necelTario  defu- 

nircm-Ie  com  o  mundo.  n.  70 
He  o  verdugo  mays  cruel  curtia  outro  pec- 

cador.  n.  197 
Ptlopecudo  letran-formaõembruioi.r  221. 

QCO    3,  Pui; 


47  $s  Index 

porque  faõ  inimigas  dos  Religiofos.  n.  368 

Sendo  de  todo  corruptos ,  offendera-fc  vendo 
hú:i  vonialitiadeno  próximo,  n.  378 
Pcccado. 
He  onoiTo  mayor  verdgo.  n.  IC7 
He  como  a  carta  de  Onas.  n.  4  ji 

Pedras. 
A  que  G;ges  Rey  dos  Lidos  trazia  no  anel, 

que  virtude  tinha.  n.  102 
As  de  Manda  voaõ  Jc  hum  para  outro  mon- 
te, num.  117 
No  tempo  dos  Romanos    muytas  fe   viraõ 

voar  Ibi. 
Aelhtua  que  eíhva  retratada  na  pedra  de 

Minonib  emudeceo  n  icendo  Ch:iíto.  Ibi, 
A  Aíi.iilTa  naõ  lança  de  fi  fogo  quandoafe- 

rem.  num.  139 
O  f  igo  que  em  li  cem  a  péJra  he  a  que  alTegu- 

raos  tdiricios.  Ibi. 
A  mays  preciofa  qu:  Sulcaõ  tinha  em  feutlie- 

f  uro  ,  que  validades  tinte  ,  fií  a  quem  re- 

preientava.  n.  199 
AideRrgité  tornaraó-fe  branda  fera,  aonde 

S  B.nc  1  deyxou  emprella  lua  figura.ii.io5 
O  m.lmofuccedéo  no  fcgvptoa  Chiillo  bem 

iuir>  qu.ndo  Menino :  &  em  Nazarcth, 


Precedência. 
Naõ  (eleva  peL  antiguidade  do  tempo, fènao 
pelo  exi.éiío  da  vircude.  n.  70*  6c  icq. 
Preceyto. 
Gomo  lhe  ha  de  obedecer  o  lubJito. 

Vtde  titul.  Obediência,  &  titul.Viífíallrs. 
Os  que  interpretáu  os  precey  tos  dos  Prvladjs 

l.iõ  a  roina  das  Religi  és.  n.  cíio  Si  Cu 
A  íua  guarda  hw  todo  o  poder  dos  iubduos. 
num.  71 

Prémios. 
Haõ  de  fer  contra pezados  comos  ferviçoSj8e 

cahdades.  n.  2,71  &  178 
Dellnbuidos  por  01  dé  honraõ.Sc  obrigaõ,  c^C 
lendo  amõtoados  pelo  contrario. 11.51  y.;  z6 
O  Pnncipeq  naõ  uza  delles  he  ryranno.11.5io 
Saõdefpertadores  da  viitude.  n.yjoSi  531 
Augrnentaõaos  PrinCipeso  leqnito.  nj  531 
Sao  o  remédio  ,  que  livra  os  vailallosde  iodas 

as  irifirmidadcs.  n.  533 
Fazem  naõ  temer  os  perigos,  n.^ç 

Prelarmdos. 
Caftigadosem  Aragnes  convertida  em  Ara« 

nha.  n.  ço<5 
E  cm  GaLntis  transformada  em  Doninha» 
num,  508 

Príncipes. 


qujndj  o  queriaõ  lançar  do  pináculo  abji-       Muytos  foraõ  ambiciofos  de  terem  fama,que 


xo,òc  a  S.  Uvo!f.ingo  Mõje  de  S.Bento.Ib. 
S  Pedro. 
Deícançou  ern  °  pé  de  Monte  Caílmo  ,  antes 
q  icentraífe  em  Roma  :  Si  com  que  myt". 
terio.  num.  37 
Appai  ecéo  a  huns  caminhantes ,  8c  o  que  lhe 
diíle.  Ibi. 

Pena. 


a  naõ  confeguir^õ:  Sc  porque?  n.  3  &  4 
Quaes  foraõ  os  que  le  intronifaraõ  nella ,  ÔC 

porque  ler  viços?  n.  y.  ufq.  ad  n.  iz 
O  quanto  aproveytou  a  muytos  valerem-íe 

do  patrocínio  de  S.  Bento ,  8í  de  feus  filhos 

Santos.  Ibi. 
Para  logey tarem  aos  eflranhos  heneceffaria 

pnmeyro  terem  fama  no  mundo.  n.  18 


Deve  correfponder  com  a  gravidade  da  cul-      Com  lua  fama  obrigaõ  aos  inimigos  a  fe  ef- 


pa.  n.  499  Si  feq. 

Piedade. 

A  qne  algú  filhos  uzarap  cõ  feus  pays.  n.491 

Hcf.  u£to  da  nobreza,  n.  341. 

Pertendentes. 

Como  requeriaõ  antiguamente.  n.  <Sço  Se  691 

Plantas. 
A  di verfidade  de  muyta*  acommodada  a  dif. 

ferentesordé-.  de  fabios.  11.109  6c  feq. 
A  Trinaria  dellila  pelas  folh  is  ,  quanta  umi- 
dade  receb;  das  faizcs.n.  I69 
S.  Pbcido. 
Cay  em  hum  pego,  &  delle  o  livra  S,  Ama- 
ro, num.  6a% 
Recebe  o  Abico  de  S. Bento.  n.  45-4 

Portuguezes. 
DeUes  recebéo  créditos  a  rama  n.  8  &  feq. 
Há  íoWado  q  excelia  f«  íiiio  fiatin&la.nr  144 


quectrem  doi_>dio.  Ibi» 
Henectilario  que  repitaõ  ás  proezas ,  para 

qiK  tenha  vigor  a  fanaa.n.  19  ÔC  zo 
Necf<fif3Õ  de  mayor  fama  para  reconciliarem 

inimigos ,  do  que  para  render  a  necdlita* 

dob.  num.ii 
Pertend^ndoetemizarfe  na  memoria  dos  bo-> 

mês  naõ  le  ha  de  acconunodar  com  a  imi- 
tação de  húa  lo  virtude,  n.  23 
Donde  íeja  n;ays  útil  fua  adiítencia  na  cam-, 

panba,ouna  Corte,  r.  q$ 
Naõ  di  vem  reconhecer  por  vaíTíllo?,  aO<  q-uô 

d. videm  os  affcftos.  n.  Cá  &  69 
Ha  de  mitigar  o  rigor,  contra  o*,  que  (t(<S* 

geytaõaocaftigo.  n.  63 
O  cuvdado  que  devem  ter,de  prrhibif  ?tYs  sós 

vaffallos  o  lei  em  por  livros  profano? ,  &í 

hérec-ico3.n.  71  &  feq. 

A  muy- 


d<ts  coufds  mays  notaVeit. 


Imnytos  pervertteOj  a  Hça5  dos  livros  ve- 
dados. Ibi. 
Muytos  emendarão  a  vida  pelas  virtudes, que 

icitõ  em  os  livros,  lbí. 
Naó  devem  ler  por  livres  cuja  liç.jõ  naõ  feji 

de  utilidade  ao  governo.  Ibi. 
Naõ  ló  devem  fugir ,  do  que  lhe  prejudica  á 

virtude  ,  íenaõ  também  do  que  lhe  deslul- 

tra  a  authoridade.  n.  82 
A  doutrina  que  leguem  em  tuas  obras ,  a  cíTa 

mtlma  ,  &  naó  a  outra  imitaõ  os  valíal- 

los.  num.  $4 
Cem  as  novidades  deftroem  os  Reynos.  n.8$ 

0  modo  com  que  l>  ha  de  haver  com  os  in- 

1  gratos,  n.  £8  &  feq. 

Em  lerem  urbanos,  com  os  que  o;  tem  offen- 

didos  reallaó  lua  mageftade.  n,  94 
Sendo  ingrato  he  taó  abominável ,  que  até  o 

Demónio  íe  delprez-a  de  ler  autor  de  tal 

culpa.  n.  100 
As  experiências,  deque  utilidade  lhe  firvaõ. 

num.  1  01  Si  feq. 

0  mefmo  he  favorecerem  a  hú; ,  que  difgof- 
taremaosmays.  n.  102 

Aos  que  Deos  efcclhia  para  feus  Príncipes 
primeyro  os  fazia  experimentar  asafpete- 
zas,  do  q  lhes  deíTe  o  Império,  n.  107 

Eni.r0v.if3  Ueos  a  léus  Príncipes  expertos  no 
1  «pertencente  ao  lugar,  para  q  os  elege. 11.108 

Quanto  lhe  he  necelíano ,  Sc  ucilo  conheci- 
mento próprio,  n.  1 11 

A  queefpelho  fe  devem  compor,  n.  114 

Os  que  (e  eíqueceraõ  de  mortaes,&  do  tempo 
dos  infuituniosforaõdelgraçados.n.i  ió 

Falta  quem  lhe  recorde ,  o  que  faõ ,  &  o  que 

1    tem  de  vir  a  fer.  Ibi. 

Quando  no  trono  a  que  haõ  de  fer  parecidos. 

<»    num.  123 

Naõ  eiiáa  lua  confervaçaõem  conquiftar  de 
novo,  jenaõ  em  reparar  o  heredado.  n.  126 

'A  ordem,  que  deve  guardar  em  a  compoliçaõ 

1    da  republica,  n.  124  &  feq. 

Primeyro  devem  compor  a  li  nos  curtumes, 
do  que  entre  a  reformar  a  repubiica.  n.  128 

Oscvieforaõ  tyranno=,&  naó  Pnncipes(con- 
fiaraõ  oeILbclicimentodefeus  impérios, 
da$  opreçóes,  Sc  naõ  do  amor.  n.i:i.&  leq. 

O  que  muytos  chegarão  a  obrar  pelo  amor 
que  tinhaó  a  léus  valíallos.  n.  139  &  feq. 

£m  piílando  os  limites  próprios  arruinaò  01 
Impérios,  n.  i<^  &  leq. 

Hum  lónaó  fòd:  governar  Reynos  diftantes. 
num.  164 

■Intenta  o  rim  de  lua  felicidade  querendo  rey- 

1  nar  l«m  demarcação,  n.  ió$ 


475 


Quanto  ufurpaõ  de  deflnclo  t?fifo  padev-om 

de  damno.  n.  ic6  &  feq. 
As  leys  que  promulgarem  haõ  de  ter  as  pro- 
priedades da  luz.  d.  176  &  feq. 
Haõ  de  guiar  as  leys  pela  luz  da  Regra  de  S, 

Bento.  n.  195- &  leq. 
O  cuydado  que  devem  ter  ,  de  que  os  vafial- 
los  fe  incline  ás  artes  libcraes.n.  228  ôí  leq. 
A  liberalidade  he  cefmaite  de  lua  purpura. 
Haõ  de  conceder  o  beneficio  a  gofto  ck  á  me- 
dida de  quem  o  recebe,  n.  108  &  (eq. 
Naõ  tem  ebrigaçaõ  de  remediar  a  nc«.cllldade 
do  illnftre.  que  eftragou  os  bés  com  luper- 
fluidades,  &c  vícios,  n.  271 
Em  tudo  ha  de  ter  termo  a  manigFcencia  dos 
Príncipes,  fomente  a  lua  benignidade  uaõ 
ha  de  ter  limite,  n.  279 
Os  que  lhe  aíliftem  naõ  fe  devem  lembrar  do 

interelTe.  n*  :8o  &  feq. 
Do  cuydado  que  tem  dosdomeltie-osfe-iifere, 

o  que  poderá  ter  dos  auzentes.  n.  »Ki 
Da  memoria  que  tem  inferem  os  vallallos  a 

fortuna,  que  podem  vir  a  ter.  Ibi. 
Não  bafta  para  ler  venerado  laber  iemente  es 

nomes  dos  lubdites.  n.  282 
O  andar  em  fua  memoria  nem  fc-mpre  foy  ori- 
gem de  felicidades,  n.  283 
He  obrigado  a  confervar  nos  filhos  dos  illuf- 

tres,  a  nobreza  de  leu$  payi.  n.  300  312 
O  quanto  deve  eilimar  a  nobreza  de  ru  Rey- 

no.  n.  292  &  leq. 
Ha  de  remunerar  nos  filhos  os  íerviços  que 

lhe  fizeraó  (eus  pays.  n.  300 
Os  males ,  que  luccedcraõ  aos  que  dcyxar..ã 

a  bé  Catliolica.  n.  ;ie 
DeípojilTede  toda  a  mageftade  oPiincipe  qus 

falta,  ao  que  prometeo.  n,  318 
Para  elhbelecercm  o  Império  naõ  haõ  de  fal- 
tar a  Dtos  com  o  culto,  nem  aos  honiéi  cõ 
a  juftiça.  n.  223 
Não  devem  repartir  o  Império,  n.  337 
lYluytos  ambiciosos  do  governo  deraõ  a  mor« 

te  a  feus  parentes,  n.  338 
Nem  lempi  e  a  lccied.idc  no  Império  foy  ruí- 
na da  coroa.  n.  337 
Com  a  ambição  de  governarem  fós  crigina* 

raõ  irreparáveis  dicenleés.  n.  338 
Vivaò  inclinados  à  piedade,  n.  341 
A  grande  veneração  1.0111  que  muytos  trata* 

raõ  es  Sacerdotes,  n.  370  &  371 
Perdem  a  fcberania  em  faltando  ao>  Saceido- 

tescom  o  divido  r«Ipeytt*.  h.  373 
Devem  ler  nuiytoad-ertidos  nas  quçixas.que 

lhe  fizer  em  dos  Sacerdotes,  n.  377 
Por  lua  culpaj  &  ambitaó  fe  atmuou  a  rtfciu 
Ooo  3  pia 


47»  ,.    . 

ma  de  muytas  Religiões,  num.  379 
A  muytos  arruinou  Deos  os  Impciios  pelos 

delprefos,  com  que  tratavaõ  os  Rdigio- 

fos.  num.  581 
Hepnmeyro  de  experimentar  osfogeitosdo 

que  tenhaõ  com  clles  amizade.  n.4cz 


Entre  elles.òc  os  lubditos  pòdeflcdai  amiza- 
de verdadeyra.  11.  413 

Haõ  de  elcolher  os  legeytos  pelo  preftimo.St 

naõ  pelas  valias,  lbi. 
As  vii  tudes  que  ha  de  ter  o  íogeyto ,  que  foy 
cicolhido  p^ra  leu  Ayo.  n.  431  &  kq. 

Muytos  pelo  bom  ialinu  que  lhe  deráo  perde- 
rão lua  mà  inclinação,  n.  45"»  &  472 

Não  ha  de  cornar  a  doutrina  de  muytos  mcí- 
tres.  n.  4*3 

Se  lhe  convém  abraçar  os  inimigos  reconci- 
liados? n.  469  &  Uq. 

A  CdUtelU  c  m  que  ie  deve  haver  com  elles, 
num.  472 

Com  que  remédios  devem  alTegurar  osani- 
mosreconciii-dos.  n.  47?  3í  íeq. 

Govern.ò  ma)  s  Com  prémios,  do  que  com 
uiiigos.  n.  510 

Em  naõ  uzando  das  penas  com  os  facinoro- 
lus  dinlcaõ  leu  credito,  n.  511 

Ecernizaõ-fe  na  igaaldadedos  premios,&  das 
calligos.  n.  51-  &leq. 

Que  lei  v.çcs  devem  pamear?  n.  527 

Suas  palavras  naõeur.õ  as  infinnidadesdos 
vafkllos.  n.  Ç33  fií  feq» 

Em  que  diíferemdos  tyrannos?n.  537  8í  feq, 

Os  males  que  lhe  nafeem  da  imrnodeiaçaõ 
dos  tributas,  n.  339 

0=  lucros  que  tiraô  lendo  mcderados.n.340 

He  dilgraçado  o  que  podendo  viver  livre  to- 
mo Rey  ,  quer  antes,  por  fuás  infolencLs, 
viver  tcmerolo  como  tyranno.  11. 542 

A  ordem  que  devem  guardar  na  unpoiiçaõ 
dos  tributos,  n.  ^43  &  feq. 

Coiditçaõ  omuyto  que  os  tributos  avexaõ 

-  aos  VulTallos.  572.  &  vide  tirul.  Tributos. 

Com  a  brádura  vente  irrp»  uiveis. 573  &  f  q. 

0>  mayoresmonarchas  que  ouveforaõdota- 


lndex 

da  luxuria,  num.  66-j  Sc  feq.  s 

Do  (cu  exemplo  depende  adcíoluçaõ  deite 

vicio.  n.  649  &  650 
A  ília  demência  lhe  ;.breas  portas  da  fama,Ô£ 

da  fortuna;  n.  671  &  672 
Os  inimigos  lhe  apuraõ  a  nobreza,  n.  C75 
Muytas  vezes  os  inimigos  asacieduaó  maysj 

que  os  amigos.  674.  075 
Quanto  fe  exalta 5  nicUiando-íecrmpanKos 

na  nioitede  (eus  coutraiio;.  n.  679  òt  ieq. 
Devem  repai  tir  os  effieios  ccntòrme  os  picl- 

timos ,  &  calidades.  n.  686  ôi  feq.  tk  700 
Haõ  deter  lembrança  doshomés  lábios,  £c 

virtuolos  de  leu  Reyno.  n.  692 
Provejaõ  os  lugares  de  inferior  esfera,  nosdp 

menor  ídaoej  Sé  a  razaõ?  n.  694 
Pcder. 
Quem  pertende  fenhorear  o  poder ,  primeyro 

ha  de  dominar  o  amor.  n.  1^4 
Protectores. 
De  que  Rtynos,  Províncias ,  Sc  Cidades ,  faq 

os  filhos  de  S.Bcnco.  n.  30 
Pontei. 
Neftracio  fez  fez  húi  ponte  de  cera,  n.  4 
A  de  Polifanga  era  compofta  de  varias  rigu-j 

ras.  num.  7 

Províncias. 
Parte  de  muytas  que  os  filhos  de  S.  Bento  rc» 

dufirac  ao  grémio  da  Igteja.  n.  17  &  feq. 


R 


REGRA. 

A  Que  S.  Bento  deu  em  Sublaco,  foy  hurr4 
principio,&  refumo,da  que  dcfpoisdeu 

&  amplificou  em  Callino.  n.  192 
Na  de  S.  Bento  civeraõ  exifteucia  of^bulofo 

de  muytos  Oráculos,  n.  193 
Ditou-ao  Eípirito  Santo.  n.  I19&  194 
Foy  a  luz  d..s  mays  Regras,  que  antecedente* 

mente  haviaôdadoos  mays  Patnauhaa, 

num.  19; 
Foy  ley  do  amor  divino.  Ibi.  &  feq 


dos  de  docilidade  de  animo.  n.  5-78  &  feq.       Pl  rque  razaõ  a  de  S.  Bento  lendo  a  mays  fua-i 


A  q  Ie  arnlcaõ  uzando  de  mnyto  rigor.  11.581 
A  íiu  brarjdura  naó  ha  de  fer  froixid.  õ.  r>.j& 
Comaaf.bihdade  augmentaõo  fequico.n.588 
Como  II, c devem  obeJecer  os  valLllos.  num. 

59V&feq. 
Efti  mem  os  lubditos  obedientes  n.  ç?8 
Seu.  preceyto,  naq  obrigaõ  os  fnbJitos  quan- 
do os  arnica  a  perder  as  almas ,  fi  quando 
os  expõem  a  perderem  as  vidas.  n.  <3oi 
A  vigilância  ,  que  devem  ter  contra  o  vicio 


ve  he  para  algús  a  mays  onoroza.  n.  198 
Em  que  foy  parecida  apedra  mays  ptecioía 

que  tinhaóos  ihefouros  dcSultaõ.  n.  199 
Foy  a  deflruiçaõ  do=  vicios.  n.  200 
He  o  Sol  aonde   ferrelhante  à  Águia  leexa» 
minaõ  o>  Mcnjes.  n.  3  48  &  3j6 
Reforma. 
Ha  de  fer  kyta  com  prudência,  n,  49 

Religiió- 
A  de  S.  Bento  qut  urvic.es  tem  riyio  á  Igreja 

de 


âfá  coufa  map  nòtaVeis.  Aja 

de  Deos,  Vide  pnrte  delles.  n.  2.7  &  ieq.  ao  Templo  de  Hercules,  num.  349 

Em  hum  íó  molteyro  deu  ao  Ceo,  dentro  de 

poucos  mezes ,  nove  centos  Santos  Con. 

feiTores.  n.  3^5- 
O  quefuecede,  aosque  ir.ccntaõ  viver  neila 

lendo  mal  procedidos,  n.  :$c; 
He  IoKh  de  bemaventurades.  n.  3Ç0.  &  271 
O;  fubditos  mal  precedidos  nao  logrão  efia 

emuuidade.  n.  $<;(> 
Com  todas   foy  magnifica  na  liberalidade. 


Logo  em  feus  exórdios  foy  creada  para  prin- 

ccz.i.  n.  37 
A>  veneração  que  lhe  tiveraõ  osSummos  Pon- 
tífice?. Ibi. 
Parte  cie  fnas  exceller.cias.  Ibi. 
A  divcrlidadc  de  motivos  porque  muytos  fe 

recolhem  ás  Religiões,  n.  cç 
A  <ie  Saõ  Bento  cm  que  moítrou  parte  de  Tua 

ex-,el!encia.  n.  134  &  135- 
He  a  joya  do  peyto  com  que  fe  orna  a  Igreji 

de  Deos.  n.  135* 
Na  ordem,  com  queS.  Bento  a  findou  deu  a 

conhecer  lua  fingulandade.  Ibi.  Sc  Ieq. 
0a  lua  compoliçaõ  molhou  lua  forcafèzíw 

mim.  136 
Todas  as  iagradas  Religiões  faõ  fortalezas  da 

Igreja,  n.  137 
&  de  S.  Benro  difle  a  Vi-rgem  Maria  fora  eri- 
gida ícbieo  incêndio  de  três  fogos. n. 147 
He  columnadefogoporor.de  infinitas  almas 
(    fe  encaminhaõ  para  o  Ceo.  n.  ko 
Nella  teve  principio  a  íórma  da  Religião. 

num.  ici 
He  pieduravel  pelos  alicelTes  fobre  que  foy 
erigida.  Ibi 


num.  }ú* 

O  leu  mayor  brazaô  he  a  multidão  de  Santos 
que  deu  a  Cco.  n.  364 

Naõ  bafta  fó  para  alcançar  o  Ceo  viver  na  de 
S.  Bento.  n.  3(17 

Os  inimigos  da  Religião  de  S. Bento  que  cul- 
pa comecem,  &  com  que  caíVgos  os  emen- 
da Decs.  n.  386  &  feq. 

Peh  ambição  dos  Príncipes  perderão  muytas 
Religiões  lua  ebíervancia.  n.  379 

Prometeu  Deos  a  S.  Bento  acabanaõ  mal  to- 
dos os  que  períeguiíTcm  a  feus  Moo>«:  & 
morreriaõbem  osque  lhe  loirem  affectoj. 
num.  y6Í  Sc  Ieq.  n.  400 

De  que  utilidade  leja  p<raos  Catholicos  oaf- 
lociarem-le  a  ella.  n.  414 


Porque  avafíallou  a  toda  afoite  de  peííó:.s.       Porque  razão  hadereíilhr  a  todos  oscomba* 


num.  iy; 
Sc  as  Religiões  fenáo  fundarão  em  amor,  mal 

fe  pederia  fopottar  o  grilhão  da  clauzura. 

num,  152 
NadeS.  Bento  chegou  oeítado  Religiafoa 

lua  iiltiun  perfeyçaõ.  n.  ify 
As  Iagradas  Religiões  quando  fe  inftituiraó 

foy  neceílario  Comprovar  com  os  milagres 

a  lantidadc  de  léus  inftitutcs:  &  agra  por- 
que não?  n.  IC9 
A  melmi  lantidade  com  que  foraõ  fundadas 

Uns  .  fiiíteagoia.  Ibi. 
A  de  S.  Bento  urdenou-a  Deos  para  propuna- 

culo  contta  léus  inimigos ,  &  detença  de 

léus  .  rkétuoto?.  n.  160 
Ntlla  depotitou  Deos  3o  quebufeava  na  Al- 
•     ma  Santa.  o.  :oi 
Os  lábios  forão  os  léus  primeyrosdtfer.fores. 

num.  :i8  &  Ieq. 
Foy  qual  tutro  firmamento  cituado  no  meyo 

dasagoas.  n.  :ií 

0  Etem o  P..y  prometeoa  ?.  Bento  de  aam- 
parar  até  o  hm  do  mundo.  n.  317 

Pcrque  razão  primitio  D^usfcllc  cão  prece- 

1  guida.  11.318 

Foy  fundada  na  melhor  parte  da  terra, &  fo- 

bie  o  uicllu  r  dos  elemento*,  n,  347 
Em  que  he  lemtlhancc  à  Igrna  Auicicníe ,  & 


tesdo  mundo.  n«  310 
Enncbreceo-a  Deos  com  as  preheininencias 

do  Templo  de Salamáo.  n.  311 
Duplicou-lhe  Deos  os  privilégios ,  pcrque  fe 
conformou  com  a  nobrela  de  leu  Patriar- 
cl.a.  n.  311 
Porque  he  Decsodefsnlorde  fua  immunida- 

de?  Ibi. 
Porque  ha  de  exiftir  até  o  fim  do  mundo, 
num.  324  Sc  Ieq. 

Religiofos. 
O  feu  mão  procedimento  indica  acabarfeo 

mundo.  n.  384 
Odamno  quecaufa,o  que  com  firgidoamor 

bufçaa  Religião,  n.  1 5-7 
O  que  bulca  a  Religião  para  defeanfo  ,  que 

damnoscauía  a  li  propru  ?n.  240SC  241 
O  occiofo  com  qualquer  occnpaçáo  le  morti- 
fica, n,  24Z 
Eftes  fnõ  os  que  caufaõ  as  Religicés  o  mayor 

detrimento,  n.  245 
O  innusil  tem  por  inclinação  competir  com 

o  benemérito,  n.  243 
Delteso  leu  merecimenio  fac  as  v  .".lhas.  Ibi. 
Naõ  lhe  aproveita  a  lantida de  da  R.hgiáo, 
quando  lhe  ..llilUm,  as  memorias  do  mun- 
do, n.  3^7  3<S 
Cem  quem  doem  jcomp.ii.har,  n.  Jâfi 

Ainda 


480  Index 

Ainda  que  viva  pouco  reformado,  riem  por  if-      Mays  poderofo ,  do  que  ellas  he  o  amor  dos 


vaflallos.  n.  1598c  feq. 
Romeyra. 
Fructifica  junta  com  a  Oli  veyra  ,  &  he  fym- 
bulo  da  amizade.  401  5c  feq. 


fo  a  religião  perde  a  lua  virtude,  n.  370 
Qual  feja  a  razaõ  por  onde  os  mundano*  lhe 

querem  mal.  n.  580  fií  íeq. 
Aperfeyçoa-fe  com  as  moleltias.  n.  382 
Com  o  máo  trato  que  lhe  deraõ  algú>  Prínci- 
pes fenecerão  feus  impérios.  Ibi. 
Clauzuradoi  Lgraõ  toda  a  eftimaçaõ.  n.  383 

Republica. 
He  comparada  ao  mar.  o.  543 
Asfuasapetencias  fatúfazem-fecom  menos 

fendo  o  Príncipe  dócil.  n.  579 
Perturbn-íecom  as  novidades.  n.Sj 
Sem  Príncipe  que  a  governe  brevemente  fe 

arruina,  n.  97 
Tem  no$  monítros  o  retrato  de  fuás  monftro- 

ofiddei.  n.  101  &  feq. 
Confervac-fe,  quando  todos  vivem  nos  luga- 
res conforme  fuás  esferas,  n.  J24  &  feq. 
Que  coute  feja.  n.  127 
Que  ordem  deve  guardar  o  Príncipe  em  fua 

compcfiçaó.  Ibi. 
E  fazendo  o  contrario ,  que  males  lhe  fuece- 

deraõ.  n.  1x9 
Os  lábios  faõ  as  fuás  forças,  n.  203  &  feq. 
E  a  nobreza  o  leu  reparo,  n.  29^ 
Faltando  com  a  veneração  aos  Sacerdotes  fal- 
tullic  afortuna,  n.  2S1 
Reynos. 
Parte  dos  muytos  que  01  filhos  de  S.  Bento  re- 

dufiraõ  a  Fé  Catholica.  n.  27  &C  feq. 
Nenhíia  outra  coufa  os  dtfende  lenaõ  o  amor. 

num.  139  &  feq. 
Antiguamente  tantos  eraó  os  ídolos  tutela- 
res, quantos  os  Reynos,  &  asnaçoés.n.icíj 
Naõ  podem  muytos  Reynos  fer  bem  gover- 
nades  por  húló  monarcha.  n.  161  õí  feq. 
A  falta  de  fabios  he  a  fua  mina.  11.  224 

Reys. 
OsdeEfpanha  efpiravaõ  veftidos  no  Abito 

de  S.  Bento,  n,  35-1 
Os  de  Portugal  com  fuás  proezas  efeureceraõ 

a  fama  dos  antigos  Hei  òes.  n.  11 
Governarão  mays  com  brandura  ,  que  com 
rigor,  &  por  iflb  tílimados  dos  vaffallos. 
num.  578 

Riquezas. 
Não  faõ  tão  poderolas  como  he  a  afabilida- 
de, num.  5-73  &  feq. 
Confervaõ-le  ,  com  a  lembrança  do  tempo  da       A  fua  pureza  faz  a  Deos  mays  aceytos  os  fa- 

mi  feria.  11.  122 
Não  affeguraõ  os  Príncipes,  n.  140 
Sem  o  amor  dos  vallallos,  naõ  faõ  de  provey- 

ro.  Ibi. 
Naõ  avalfallaõ  tudo.  n.  143 


SÁBIOS. 

SAm  o  reparo ,  &  arrimo  das  republicas, 
num.  203  &  feq. 
Tem  o  feu  retrato  na  diverfidade  de  muy  tas 

plantas,  n.  107  &  íeq. 
Os  Príncipes  que  lhe  foraõ  oppoftas  reynaraõ 

fem  fortuna,  n.  20G 
Omuytoque  feraõ  eftimadosdos  melhores 

Monarchas.  n.  207 
Devem  lerelcolbidos,  antes  que  os  oceupem 

nos  lugares,  n.  208 
Muytos  perverterão  as  republicas,  n.  209 
Foraõ  as  pedras  fobre  que  S.  Bento  affentovj 

fua  Religião,  n.  218  &  feq. 
Todos  leguem  aos  Sábios,  n.  220 
Fazem  o  efTeyto  de  Reys.  n.  221 
Quanto  faõ  os  Sábios,  tantas  faõ  as  colum« 

nas  que  fuftentaõ  o  Reyno,  224 
Saõ  a  íaiide  do  mundo.  22y 
Seus  documentos  faõ  influencias  benévolas, 
num.  Z27 

Sacerdotes. 
O  refpeíto  q  lhe  deve  ter  os  Catholicos.n.3159 
A  veneração  que  tinha  a  gentilidade  aos  Sa- 
cerdotes de  feus  falfos  Deofes.  Ibi.  n.  370 
O  quanto  lucraõ  os  Príncipes  emosrefpey- 

tarem.  Ibi. 
Os  Príncipes  verdadeyramente  Catholicos  de 

que  force  os  efiimaõ.  n.  371 
Duvidava  hum  Gentio  haver  no  mundo  quê 
faltalie  com  o  refpey  to  aos  Sacerdotes  doi 
ídolos,  n.  372 
A  que  podçm  fer  comparados.  Ibi.  n.  374 
Saõ  os  Pilotos  da  Ley  Evangélica,  n.  375 
ToJaarazaó  porque  lhe  faõ  oppoftos  os  la-* 

civos.  n.  376  &  380  &  381 
Ainda  que  hum  leja  mal  procedido  ,  nem  por 

iíTo  o  Sacerdócio  he  def\ctuolo.  n.  378 
A  fua  falta  he  ruma  rotal  dos  peccadorc.n.jSi 
Apcrfeyçoa-lecom  as  moleítu.-.  n.  ;tÍ2 


crihcios.n.  3X4 
O  feu  máo  procedimento  que  a  nuncia  ao 
mundo.  Ibi. 

Santo?. 
Os  da  Ordem  de  Saõ  Bento  naõ  fepcd:m 

redu- 


reduzir  n  numero  certo.  num.  3 
Hum  fó  mofteyro  de  S. Bento  deu  ao  Ceo  no- 
vecentos Santos  Confellores.  n.  35-5- 
Satisfação. 
A  má  íatiifjçaõ  exalpera  ao  bemfeytor.n.59 

Segredo, 
He  o  mayor  lucro  dd  amizade,  n.  408 

Serpentes. 
Quantas  laõ  as  efpecies  de  ferpentes  tantos 

laõ  os  géneros  de  herejes.  n.  78 
Dilí-reuCcs  calidadesde  íerpeiues.  Ibi.  &  87 

Serviços. 
A  q-uaes  devem  premearos  Príncipes,  n.  5-27 
A  caiidade  dos  prémios  deve  corre/pondera 
dos  lerviços.  n.  $z<;  Sc  516 


das  coufis  mays  notaVeU. 


481 


Ao  de  Diana  EpWfina  nau  o  abalavaõ  es  ter- 
remotos, p.  310 
Ao  de  Cyzin"  arruinarão  a;  riquezas.  Ibi. 
Node  Avernianaó  viviáoas  raolca,.  n.  :4c» 
E  no  de  Hercules  nr-õ  entravaõ  cães.  Ibi. 

Teífeinunhos, 
Sa5  o  abono  das  eferituras.  n.  8? 

Terras. 
As  conqniRad.isfóra  da  demarcação  do  pró- 
prio Revno  ,  naó  íaõde  muyta  utilidade. 
num.  10 1  Sc  íeq. 

Traje. 
Sendo  perigrino  á   naçaó  he  difçreditc  do 
Reyno,  n.  43  &  íeq. 

Tributos. 


O  principio  que  tiveraó  para  fe  eternizarem       a  fua  moderação  ,  de  que  utilidade  fava  aos 

Príncipes,  n.  J4& 
E  de  que  males  o  leu  excéffo.  n.  539 


na  memoria,  n.  5 

Succeflbs. 
Saõ  como  as  monfti  0-0 (idades,  n.  1 2,  5i  feq. 

Solares. 
Sua  origem,  &  nobreza,  n.  259 

Sb!. 
Infina  aos  Príncipes  o  remédio  contra  os  in- 
gratos, n.  88"^/. 
Perde  j  grande  parte  de  fua  luz  defpois,  que 
peccou  Adaò.  n. 379 

Soldados. 
Naó  vencem  fem  crdem.  n.  124 
Como  caftigava  Alexandre  aos  quefalwvaõ 
aos  preceytosda  milícia,  n.  60 
Solemnidades. 
De  quantas  forão  inventores  os  Monjes  de  3. 
Bento.  n.  33  6c  feq. 

Súbdito;» 
A  promptidáo  que  devem  ter  na  obediência  a 

Teus  Prelados,  n.  603  &c  Íeq. 
Sendo  remiflbs  na  obediência  que  laõ  pare- 
cido:, n.  603 
Hão  de  obedecer  a  olhos  fechados,  n.  6c6 
Naó  ha  de  examinar  os  atributos  da  peffoa 
que  manda,  íenáo  a  voz  do  que  reprclen- 
ca.  num.  6c8 
A  lua  dilgi  aça  he  dar  acenfo  ao  que  vem ,  & 

não  ao  que  ouvem.  n.  609 
Os  queinteipretaõ  ospreceytos  do  Prelado 
faõ  a  total  minadas  Religiões,  títoóii  612 
O  que  naó  obedece  naó  cre  na  authorisiade  do 
Prelado,  n.  613 

Sublaco. 
Vide  Cova. 


T 


A 


TEMPLOS. 
Ntiguamence  os  tr.unf.idcres  pendura* 
vaó  nellesas  armas  dos  vencidos,  n.  5 


Comparados  á  redes  fií  anzol.  n.  543 

Ha  de  íer  impoflo  na  caiidade  dos  géneros,  8{ 

naó  na  ganância  dos  mercadores,  n.  J4C 
O  Ecdeliaftico  he  iztnto  delles.  n.546 
Não  fomente  os  macanicos   devem  contri- 
buir para  elles.  n.547 
IVluytos  foi ão  mays  onorozos  pelas  inlolen- 

ciasdos  miniftrcs,do  que  pela  cantidade  da 

contribuição,  n.  5-48 
Osmays  ricos,  &  authorizados  devem  fer 

os  primeyros  na  fati<fdçao.  n.  5-40  &  5-52 
Deveffe  reparar  nafidilidade  dos  mililitros, 

que  os  cobráo  :  &  para  que?  n.  5- ço 
Não  haõ  de  fer  mays ,  nem  menos ,  do  que  .i 

cantidade,  de  q  neccífica  o  Príncipe,  n,  ç-çi 
Em  queoccafioés  faõ  os  Ecclefi.ifr.iccs  obri- 
gados a  pagallos.ç-s7 
Em  quanto  os  eftraigeyios  poderem  fatisfa- 

zer  o  empenho  ,  relerve  os  Príncipes  a  feus 

vaffallos.  n.  $-$-4 
Deve  izentar  aos  neceffitados^  viuvas:  n>$y? 
Antiguamente  paga  vão- ledo  que  fobejavão 

das  rendas  particulares.  Ibi. 
Oshomésde  negocio  como  tem  mays  lucro, 

devem  ter  mayor  finta.  n.  ^<;6  &  571 
Haó-fc  de  conformar  com  as  poff-s ,  &  eftads 

de  cada  hum.  n.  577 
Para  fua  cõtribuiçáo  devem  efcolhírosPrin- 

pes  tempo  conveniente}  em  que  feja  menos 

eufloz  1  a  fatitfáção.  11.  <>S 

Odmheyrodos  tributos  he  tirado  domar, 

porque  iCc.mpanhado  de  Iagrymas.  n.  ^59 

Sendo  para  utilidade  de  todos  he  gloria  dos 

vafTallos.  n.  76J 
Ser.do  impcilo  cem  jufiiça  concordáo  entre  fi 
os  vallallos  qual  delles  o  p.gará  primeyro, 
num.  562 

Ppp  Não 


48: 


Index 


Nán  le  devem  p^gar  do  rendimento  dasef- 
mola*,  n.  564 

Sendo  juftos ,  não  he  cyrannia  uz»r  de  rigor 
n.i  fua  execução,  n.  566 

Os  fob;rbos,  &  vanglonolos  devem  pagar  em 
dobro.  n.  $"67 

Em  quanto  chegar  as  fazendas  dos  facinoro. 
los  devem  os  Príncipes  poupar  a  dos  bem 
procedidos,  n.  f 68 

Os  illuftres  ,  porque  íaó  izencos  de  os  paga- 
rem? n.  570 

Reparem  lempre  os  Príncipes  o  quanto  eftes 
avexáo  os  povos.  n.  572 
Traydures. 

Não  Te  vencem  cem  dadivas  fenão  com  bran- 
dura, n.  574 

Figurados  em  Ame.  n.  ^07 
Trono. 

De  que  fe  compõem  o  át  S.Bento.n.  22  5c  feq. 
Tyranos. 

Em  que  difTerem  dos  Príncipes.  n.yj7  Sc  feq. 
Valha* 

Fazem  infolente,  ao  q  de  fi  he  piTilaneme.ti.5o 

São  os  merecimentos  dos  inuces.  n.  243 

E  vide  titulo  Aderi-ncias. 
V.illidoi. 

A  razão  que  lhes  sffiftc  p^ra  ferem  deíenteref- 
lados.  ó.  180  &  feq. 

Com  fe  defpegar  das  conveniências  abona  fua 
fidiiidade.  n.  284 

A  ambiçáoarruiiiou  a  muytos.  Ibi. 

Em  pedir  inuyto  defauthorizáo  os  Prínci- 
pes, n.  286  &  288 

Dofeu  defentereffe  fe  conhece  fua  calidade. 
n.  287  &  feq. 

Naõ  devem  os  Príncipes  fiar  delles  a  efpedi- 
çáo  de  muytos  negócios,  n. 686  &  feq. 
Vallimento, 

Coino  fe  ha  de  uzar  do  valimento  dos  Prínci- 
pes. 11.  280  &  feq. 

Valof. 

O  dos  Pomiguezes  authorizou  a  fama,  P,  8 

Do  valor  Lufitano  não  íe  pode  falar  coma 
decência  que  merece,  n.  o.  10  ÒC  12 
VaíLlIos. 

O  progreíTo  das  vaííallos  he  produção  do  ex- 
empla dos  Príncipes,  n.  37 

Imitãoa  doutnna,  que  os  Príncipes  guardao. 
num.  84 

Os  excéiTos  que  muytos  obrarão  pelo  amor 


que  tinháo  a  fuás  pátrias,  n.  14:.  «44 

Olucioque  tiião  os  Príncipes  premi.sr.do  aos 

benemeri  tos,  Sc  punindo  os  culpados.t1.j22 

Os  feus  achaques  curáo-fecõ  os  prémios. 11.535 

Aqueexcéilos  chegão  carregados  dettibutos. 

num.  539 
Eque  finezas  obrão  vende-fe  aliviados  delle. 

num.  540 
Comparados  aos  peyxes.  n.  543 
Pagando  10111  piomptidãoos  cributos  mof- 

trão  a  nobreza  de  feu  fangue.  n.  çíj 
Não  feconfervão,  da  mefma  !órteqr:efecon- 

quiftáo.  n.  578 
Indurecem-ie  com  o  rigor.  n.  580 
He  também  neceíTano  amalos  para  que  ube- 

deção.  n,  ypo 
A  fua  obediência  he  o  movei  de  fua  felicida- 
de, num.  591 
Como  devem  uzar  dos  fentidos.  n.ypa 
Na  obediência  hão  de  leguir  o  tliilo  dos  ama- 
res, n.  5-93 
Sem  os  requifitos  de  fubditos  faõ  pedras  fal- 
fas.  num.  594 

Varas. 
As  com  que  S.  Bento  caftigou  o  Monje  q  vir- 
tude tinhaó,  &  que  f1gn1ncavao.11.yt3, 5-18 
Vicios. 
O  inveterado  he  difficil  na  expulçáo.  11.52 
Mudão  os  homés.  a  45*  &  452 

Virtude. 
He  o  fundamento  da  fama.  n.  1.  Sc  feq. 
He  mays  abonada  conformandu-fe  tom  ex- 
emplos antigos.  11.  57 
Sem  ella  ningué  he  refpeytado,né  timido.11.dt 
Da  eftimaçáo  que  delia  fizeraõ  os  Romanos 

emanou,  crearem  pcffóas  inlignes,  n.297 
As  virtudes  faõ  os  elementos  que  íuítentão 
húa  republica,  n.  667 

Uni  vei  (idades. 
Todos  es  Mofleyros  de  S.  Bento  o  feraõ,3c  os 
filhos  de  S. Bento  os  primeyros  que  as  fun- 
darão, n.  16 
S.  Bento  fundou  em  Roma  a  Vaticar.a ,  ck  a 

Lateranenfe.  n.219 
Reparaõ,  &  encaminh.iõ.  íbt. 
Saõ  nuves  que  defpedem  de  íi  multidão  de  ra- 
yos.  num.  221 

Uniaõ. 
Que  cou  fas  unaõ  os  ânimos  oppcftos }  &  rc 
Conciliados,  num.  471  &  leq. 


LAUS     DEO 

Vtrgmijue  Matrt  Tarcnli  que  (BenedtSlo. 


V^MVBMHMMH 


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